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Secretaria de Vigilância em Saúde16 anosSVS
informe nº 1324/04/2019
Monitoramento de Febre AmarelaBrasil 2019
I – SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA
MONITORAMENTO DA SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA FEBRE AMARELA NO BRASIL*
Período de monitoramento: 01/01/2019 a 23/04/2019 Atualização: 24/04/2019
Casos humanos notificados: 1061 Epizootias em PNH notificadas: 850
80 confirmados (14 óbitos)
363 em investigação
618 descartados
20 confirmadas
214 em investigação e 294 indeterminadas
322 descartadas
Lista de municípios das áreas de risco (Tabela 3)
Fonte: CGDT/DEVIT/SVS/MS. *Dados preliminares e sujeitos à alteração.
FIGURA 1 • Distribuição dos casos humanos e epizootias em primatas não humanos confirmados para Febre Amarela, por município do local provável de infecção e/ou de ocorrência, no Brasil, entre as semanas epidemiológicas 01 e 16/2019.
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Embora a vigilância da Febre Amarela atualmente seja baseada na sazonalidade da doença, cujo período estende-se entre novembro e maio, com monitoramento pelo Ministério da Saúde entre os meses de julho/2018 a junho/2019, a partir do informe nº 11, estão descritos os registros referentes ao ano de 2019. Dados dos meses anteriores, dos surtos recentes e históricos, podem ser obtidos em: http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/febre-amarela-sintomas-transmissao-eprevencao#epidemiologia.
Ressalta-se ainda, que a lista e o mapa dos municípios de áreas afetadas e ampliadas, neste informe, abrangem todo o período de monitoramento (julho/2018 a abril/2019), uma vez que compõem a área com risco de transmissão, e onde as ações de vigilância e resposta devem ser intensificadas.
Vigilância de Casos Humanos
Foram registrados casos humanos confirmados nos estados de São Paulo (67), do Paraná (12) e Santa Catarina (01) (Tabela 1). A maior parte dos casos eram trabalhadores rurais e/ou com exposição em área silvestre, sendo 71 (88,7%) do sexo masculino, com idades entre 08 e 87 anos. Em março/2019 (SE-13), foi confirmado o primeiro caso de febre amarela no estado de Santa Catarina. Entre os casos confirmados, 14 evoluíram para o óbito (17,5%). O número total de casos humanos registrados no mesmo período de 2018 foi de 1.288.
TABELA 1 • Distribuição dos casos humanos suspeitos de Febre Amarela notificados à SVS/MS, por UF do local provável de infecção e classificação, Brasil, semanas epidemiológicas 1 a 16/2019.
TOTAL CURAS ÓBITOS LETALIDADE (%)Norte Acre 0
Amapá 0Amazonas 0Pará 6 6Rondônia 2 1 1Roraima 0Tocantins 4 4
Nordeste Alagoas 0Bahia 2 1 1Ceará 1 1Maranhão 0Paraíba 0Pernambuco 0Piauí 0Rio Grande do Norte 0Sergipe 1 1
Centro-Oeste Distrito Federal 45 25 20Goiás 28 15 13Mato Grosso 2 2Mato Grosso do Sul 3 2 1
Sudeste Espírito Santo 15 5 10Minas Gerais 43 24 19Rio de Janeiro 20 17 3São Paulo 519 242 210 67 55 12 17,9
Sul Paraná 340 262 66 12 11 1 8,3Rio Grande do Sul 7 2 5Santa Catarina 23 16 6 1 1 100,0
TOTAL 1061 618 363 80 66 14 17,5
CASOS CONFIRMADOSREGIÃO UF (LPI)CASOS
NOTIFICADOSCASOS
DESCARTADOSCASOS EM
INVESTIGAÇÃO
Fonte: CGDT/DEVIT/SVS/MS. *Dados preliminares e sujeitos à revisão.
3
0
20
40
60
80
100
120
140
160
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26
Jan Fev Mar Abr Mai Jun
2019
Nº
de c
asos
SE
Confirmados (80) Em investigação (357) Descartados (613)
n = 1050
*11 casos não apresentavam registro da data de Início dos sintomas.Fonte: CGDT/DEVIT/SVS/MS. Dados preliminares e sujeitos à revisão.
FIGURA 2 • Distribuição dos casos humanos suspeitos de Febre Amarela notificados à SVS/MS, por semana epidemiológica de início dos sintomas e classificação, Brasil, entre as semanas epidemiológicas 01 e 16/2019*.
Vigilância de Epizootias em Primatas Não Humanos – PNH (macacos)
Foram registradas epizootias de PNH confirmadas em São Paulo (10), no Rio de Janeiro (02), no Paraná (06), no Pará (1) e em Santa Catarina (1). O maior número de epizootias confirmadas foi registrado na região Sudeste (60%; 12/20), embora atualmente a transmissão esteja avançando na região Sul, principalmente no Paraná, a partir de janeiro/2019 (SE-04). (Tabela 2).
TABELA 2 • Distribuição das epizootias em primatas não humanos notificadas à SVS/MS, por UF do local de ocorrência e classificação, Brasil, entre as semanas epidemiológicas 01 e 16/2019.
NOTIFICADAS DESCARTADAS INDETERMINADAS EM INVESTIGAÇÃO CONFIRMADASNorte Acre
AmapáAmazonasPará 11 2 4 4 1Rondônia 2 2RoraimaTocantins 6 3 1 2
Nordeste AlagoasBahia 17 2 9 6CearáMaranhão 1 1ParaíbaPernambuco 3 1 1 1PiauíRio Grande do Norte 8 6 2Sergipe
Centro‐Oeste Distrito Federal 2 1 1Goiás 22 1 11 10Mato Grosso 4 2 2Mato Grosso do Sul 3 3
Sudeste Espírito Santo 6 0 2 4Minas Gerais 121 20 74 27Rio de Janeiro 108 39 16 51 2São Paulo 319 178 88 43 10
Sul Paraná 114 35 38 35 6Rio Grande do Sul 5 1 1 3Santa Catarina 98 37 37 23 1
Total 850 322 294 214 20
Região UFEPIZOOTIAS
Fonte: CGDT/DEVIT/SVS/MS. *Dados preliminares e sujeitos à revisão.
4
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26
Jan Fev Mar Abr Mai Jun
2019
Nº de
casos
SE
Confirmadas (20) Em investigação (214) Indeterminadas (294) Descartadas (322)
n = 850
Fonte: CGDT/DEVIT/SVS/MS. *Dados preliminares e sujeitos à revisão.
FIGURA 3 • Distribuição das epizootias em primatas não humanos notificadas à SVS/MS, por semana epidemiológica de ocorrência e classificação, Brasil, entre as semanas epidemiológicas 01 e 16/2019.
II – ÁREAS DE RISCO
Diante desse cenário, é fundamental que os municípios das áreas de risco ampliem as coberturas vacinais (no mínimo 95%), com o objetivo de garantir a proteção da população contra a doença, reduzindo o risco de óbitos e surtos, além do risco de reurbanização da transmissão (por Aedes aegypti). A vacinação está recomendada para toda a Área com Recomendação de Vacina (ACRV) destacada no mapa abaixo. Ressalta-se que o maior risco está nas áreas consideradas afetadas e ampliadas, onde a transmissão foi documentada recentemente (2018/2019). As pessoas não vacinadas e expostas nessas localidades devem ser vacinadas, prioritariamente.
FIGURA 4 • Áreas afetadas (com evidência de circulação viral) e ampliadas (limítrofes àquelas afetadas), que compõem as áreas de risco de transmissão de FA e onde as ações de vigilância e resposta devem ser intensificadas.
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TABELA 3 • Lista de municípios das áreas de risco, período de monitoramento, Brasil, entre as SE 01 e 16/2019*.
Áreas Afetadas* Áreas Ampliadas (cont.)**
UF Município UF Município
MG VARGINHA (EPIZ) RJ QUATIS
MT CUIABÁ (EPIZ) RJ RESENDE
PR ADRIANÓPOLIS (CH) RJ RIO BONITO
PR ANTONINA (EPIZ + CH) RJ RIO CLARO
PR CASTRO (EPIZ) RJ RIO DAS OSTRAS
PR GUARAQUEÇABA (CH) RJ SÃO JOÃO DE MERITI
PR MORRETES (EPIZ+CH) RJ SÃO PEDRO DA ALDEIA
PR SÃO JOSÉ DOS PINHAIS (CH) RJ SEROPÉDICA
PR JAGUARIAÍVA (EPIZ) RJ SILVA JARDIM
PR PARANAGUÁ (EPIZ+CH) RJ TANGUÁ
RJ BARRA DO PIRAÍ (EPIZ) RJ TERESÓPOLIS
RJ BARRA MANSA (EPIZ) RJ VALENÇA
RJ CACHOEIRAS DE MACACU (EPIZ) RJ VASSOURAS
RJ CASIMIRO DE ABREU (EPIZ) RJ VOLTA REDONDA
RJ PARATY (EPIZ) SC CAMPO ALEGRE
RJ RIO DE JANEIRO (EPIZ) SC ITAPOÁ
SC JOINVILLE (CH) SC GUARAMIRIM
SC GARUVA (EPIZ) SC ARAQUARI
SP ÁGUAS DE LINDÓIA (EPIZ) SC JARAGUÁ DO SUL
SP BARRA DO CHAPÉU (EPIZ) SC SÃO FRANCISCO DO SUL
SP BARRA DO TURVO (CH) SC BALNEÁRIO BARRA DO SUL
SP CAJATI (CH) SC SCHROEDER
SP CANANÉIA (CH) SP ITARIRI
SP CARAGUATATUBA (EPIZ + CH) SP AMPARO
SP ELDORADO (CH) SP APIAÍ
SP IPORANGA (CH) SP BANANAL
SP ITAPEVA (EPIZ) SP BARUERI
SP JACUPIRANGA (CH) SP BOM SUCESSO DE ITARARÉ
SP PARIQUERA-AÇU (EPIZ + CH) SP BRAGANÇA PAULISTA
SP REGISTRO (CH) SP BURI
SP SÃO PAULO (EPIZ + CH) SP CAIEIRAS
SP JUQUIÁ (CH) SP CAJAMAR
SP SERRA NEGRA (CH) SP CAPÃO BONITO
SP SETE BARRAS (EPIZ + CH) SP COTIA
SP VARGEM (CH) SP CUNHA
RR ALTO ALEGRE (EPIZ) SP DIADEMA
PA SANTARÉM (EPIZ) SP EMBU DAS ARTES
Áreas Ampliadas** SP EMBU-GUAÇU
UF Município SP FERRAZ DE VASCONCELOS
MG CARMO DA CACHOEIRA SP GUAPIARA
MG ELÓI MENDES SP GUARULHOS
MG EXTREMA SP IGUAPE
MG MONSENHOR PAULO SP ILHA COMPRIDA
MG MONTE SIÃO SP ITABERÁ
MG TRÊS CORAÇÕES SP ITAÍ
MG TRÊS PONTAS SP ITANHAÉM
MT ACORIZAL SP ITAÓCA
6
Áreas Ampliadas** Áreas Ampliadas (cont.)**
UF Município UF Município
MT CHAPADA DOS GUIMARÃES SP ITAPECERICA DA SERRA
MT NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO SP ITAPIRA
MT SANTO ANTÔNIO DO LEVERGER SP ITAPIRAPUÃ PAULISTA
MT VÁRZEA GRANDE SP ITAQUAQUECETUBA
PR BOCAIÚVA DO SUL SP ITARARÉ
PR CAMPINA GRANDE DO SUL SP JOANÓPOLIS
PR CERRO AZUL SP JUQUITIBA
PR DOUTOR ULYSSES SP LINDÓIA
PR CURITIBA SP MAIRIPORÃ
PR FAZENDA RIO GRANDE SP MAUÁ
PR GUARATUBA SP MONGAGUÁ
PR MANDIRITUBA SP MONTE ALEGRE DO SUL
PR PINHAIS SP NATIVIDADE DA SERRA
PR PIRAQUARA SP NOVA CAMPINA
PR TIJUCAS DO SUL SP OSASCO
PR QUATRO BARRAS SP PARAIBUNA
PR SENGÉS SP PARANAPANEMA
PR TUNAS DO PARANÁ SP PEDRA BELA
PR CAMPO LARGO SP PIRACAIA
PR ITAPERUÇU SP POÁ
PR PONTA GROSSA SP PRAIA GRANDE
PR RIO BRANCO DO SUL SP RIBEIRA
PR CARAMBEÍ SP RIBEIRÃO BRANCO
PR PIRAÍ DO SUL SP RIBEIRÃO GRANDE
PR Arapoti SP SALESÓPOLIS
PR São José da Boa Vista SP SANTANA DE PARNAÍBA
PR TIBAGI SP SANTO ANDRÉ
PR ALMIRANTE TAMANDARÉ SP SÃO BERNARDO DO CAMPO
PR COLOMBO SP SÃO CAETANO DO SUL
PR CAMPO MAGRO SP SÃO MIGUEL ARCANJO
RJ ANGRA DOS REIS SP SÃO SEBASTIÃO
RJ ARARUAMA SP SÃO VICENTE
RJ ARMAÇÃO DOS BÚZIOS SP SOCORRO
RJ ARRAIAL DO CABO SP TABOÃO DA SERRA
RJ BELFORD ROXO SP TAPIRAÍ
RJ CABO FRIO SP TAQUARIVAÍ
RJ DUQUE DE CAXIAS SP UBATUBA
RJ GUAPIMIRIM SP MIRACATU
RJ MIGUEL PEREIRA SP PEDRO DE TOLEDO
RJ IGUABA GRANDE SP PERUÍBE
RJ ITABORAÍ SP TUIUTI
RJ ITAGUAÍ SP ILHABELA
RJ MACAÉ SP SÃO JOSÉ DO BARREIRO
RJ MANGARATIBA SP ARAPEÍ
RJ MENDES SP PINHALZINHO
RJ MESQUITA RR MUCAJAÍ
RJ NILÓPOLIS RR AMAJARI
RJ NOVA FRIBURGO RR IRACEMA
RJ NOVA IGUAÇU RR BOA VISTA
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Áreas Ampliadas** Áreas Ampliadas (cont.)**
UF Município UF Município
RJ PINHEIRAL PA JURUTI
RJ PIRAÍ PA ALENQUER
RJ PORTO REAL PA MONTE ALEGRE
RJ MARICÁ PA ÓBIDOS
RJ ENGENHEIRO PAULO DE FRONTIN PA URUARÁ
RJ QUEIMADOS PA BELTERRA
RJ JAPERI PA MOJUÍ DOS CAMPOS
RJ SÃO GONÇALO PA PRAINHA
RJ MAGÉ
RJ PARACAMBI
RJ SAQUAREMA
RJ NITERÓI
*Área afetada: Municípios com evidência recente de transmissão do vírus da FA (período de monitoramento – julho/2018 a junho/2019).
**Área ampliada: Municípios contíguos à área afetada. Adicionalmente, também poderão ser incluídos nessa área aqueles municípios dispostos entre distintas áreas de transmissão (afetada e ampliada).
Legenda: EPIZ: município com registro de epizootia em PNH confirmada para FA; CH: município com registro de caso humano confirmado para FA; EPIZ+CH: município com registro de epizootia em PNH e casos humano confirmados para FA.
III – ORIENTAÇÕES PARA A INTENSIFICAÇÃO DA VIGILÂNCIA
O Ministério da Saúde ressalta a necessidade de alertar a rede de serviços de saúde de vigilância epidemiológica e ambiental para antecipar a resposta e prevenir a ocorrência da doença em humanos.
1. Avaliar as coberturas vacinais nos municípios da Área com recomendação de Vacina (ACRV) e vacinar as populações prioritárias.
2. Orientar viajantes com destino à ACRV e áreas afetadas sobre a importância da vacinação preventiva (pelo menos 10 dias antes da viagem), sobretudo aqueles que pretendem realizar atividades em áreas silvestres ou rurais.
3. Sensibilizar instituições e profissionais dos setores de saúde e extra saúde (meio ambiente, agricultura/pecuária, entre outros) sobre a importância da notificação e investigação da morte de primatas não humanos.
4. Aprimorar o fluxo de informações e amostras entre Secretarias Municipais da Saúde, órgãos regionais e Secretarias Estaduais da Saúde, visando à notificação imediata ao Ministério da Saúde (até 24 horas), a fim de garantir oportunidade para a tomada de decisão e maior capacidade de resposta.
5. Notificar e investigar oportunamente os casos humanos suspeitos de FA, atentando para o histórico de vacinação preventiva, deslocamentos para áreas de risco e atividades de exposição para definição do Local Provável de Infecção (LPI).
6. Notificar e investigar oportunamente todas as epizootias em PNH detectadas, observando--se os protocolos de colheita, conservação e transporte de amostras biológicas, desde o procedimento da colheita até o envio aos laboratórios de referência regional e nacional, conforme Nota Técnica N°5 SEI/2017 CGLAB/DEVIT/SVS.
7. Utilizar recursos da investigação entomológica, ampliando-se as informações disponíveis para compreensão, intervenção e resposta dos serviços de saúde, de modo a contribuir com o conhecimento e monitoramento das características epidemiológicas relacionadas à transmissão no Brasil.
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Ressalta-se que a FA compõe a lista de doenças de notificação compulsória imediata, definida na Portaria de Consolidação nº 4, capitulo I. art 1º ao 11. Anexo 1, do Anexo V; (Origem: PRT MS/GM 204/2016) e capitulo III. art 17 ao 21. Anexo 3, do Anexo V; (Origem: PRT MS/GM 782/2017).
Tanto os casos humanos suspeitos quanto as epizootias em PNH devem ser notificados em até 24 horas após a suspeita inicial.
Informações adicionais acerca da febre amarela estão disponíveis em: http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/febre-amarela-sintomas-transmissao-e-prevencao.