7/24/2019 Monitria Contrato Estimatrio
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PODER JUDICIRIOTRIBUNAL DE JUSTIA DO ESTADO DE SO PAULO
12 Cmara de Direito Privado
Registro: 2014.0000467440
A C R D O
Vistos, relatados e discutidos estes autos do Apelao n
0018859-61.2010.8.26.0019, da Comarca de Americana, em que apelante
TESTA & PIRES LTDA, apelado WFACCIOLI COMRCIOCONSULTORIA E ASSESSORIA LTDA.
ACORDAM, em sesso permanente e virtual da 12 Cmara
de Direito Privado do Tribunal de Justia de So Paulo, proferir a seguinte
deciso: "Negaram provimento ao recurso. V. U.", de conformidade com o
voto da Relatora, que integra este acrdo.
O julgamento teve a participao dos Excelentssimos
Desembargadores JACOB VALENTE (Presidente sem voto), JOS
REYNALDO E CERQUEIRA LEITE.
So Paulo, 7 de agosto de 2014(assinatura digital)
SANDRA GALHARDO ESTEVESDesembargadora Relatora.
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Apelao n 0018859-61.2010.8.26.0019 - Comarca de Americana 2/5
Voto n 10.422Apelao Cvel n 0018859-61.2010.8.26.0019
Comarca de Americana/3 Vara CvelJuiz(a): Mrcio Roberto AlexandreApelante(s): Testa & Pires Ltda.Apelado(a)(s): Wfaccioli Comrcio Consultoria e Assessoria Ltda.
DUPL ICATA. AO MONI TRIA. PROVA ESCRITA DAEXI STNCIA DA DVIDA CONFIGURADA NO CASOCONCRETO.
A autora aparelhou a inicial com notas fiscais de prestao deservios, duplicatas com base nelas expedidas, os respectivosinstrumentos de protesto e os comprovantes de que os servios
foram prestados, objeto do negcio celebrado entre as partes.A r, em seus embargos, limitou-se em dizer que as duplicatasso nulas. Todavia, no nega a existncia da contratao e queos servios foram prestados. O conjunto probatrio trazidoaos autos demonstra que a r deve a quantia descrita nasduplicatas, objeto desta ao monitria, de modo que o ttuloexecutivo judicial est corretamente constitudo. Sentenamantida pelos seus prprios fundamentos com base no artigo252 do Regimento Interno do Tribunal.
Apelao no pr ovida.
Vistos,
1. Trata-se de recurso de apelao interposto contra a r.
sentena que acolheu parcialmente os embargos monitrios nos autos daao monitria movida WFACCIOLI COMRCIO, CONSULTORIA EASSESSORIA LTDA. em face de TESTA & PIRES LTDA. para o fim de:declarar constitudo de pleno direito o ttulo executivo judicial, intimando-
se o devedor e prosseguindo-se na forma prevista no Livro I, Ttulo VIII,Captulo X, nos termos do artigo 1.102c, 3 do Cdigo de Processo Civil,com observao de que os juros de mora devero incidir a partir dacitao, mantido o termo a quo de fluncia da correo monetria, nosmoldes pleiteados inicialmente pela autora(fl. 81).
A r-embargante apela as fls. 86/91. Sustenta, em suma, que asduplicatas que aparelharam a inicial so nulas porque emitidas com datas
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de vencimento inferior a 30 (trinta) dias, inobservando o disposto no artigo1 da Lei 5.474/68. Pede o provimento do recurso com a reforma da r.
sentena.
A autora-embargada ofereceu contrarrazes as fls. 99/103.
o relatrio do essencial.
2. A autora narra na inicial que credora da r na importnciade R$ 13.925,65 (atualizado at 10/2010), representada pelas notas fiscaise boletos bancrios descritos na exordial em razo dos servios prestados
r. Pede a procedncia desta ao para que a r seja condenada aopagamento da quantia supramencionada.
A r interps embargos monitrios as fls. 42/49. Alega que asduplicatas so nulas porque emitidas com prazo inferior a 30 (trinta) diascontados da entrega das mercadorias a teor do artigo 1 da Lei 5.474/68.Diz que, caso se entenda que o valor devido, pugna que os juros de moraincidam a partir da citao. Requer a declarao de inexigibilidade dasduplicatas com a consequente extino da ao monitria.
A autora ofereceu rplica as fls. 63/68.
Instadas as partes a especificar provas (fls. 69), a autorarequereu a prova testemunhal (fls. 72/73) e a r pugnou pelo julgamentoantecipado do feito as fls. 75.
Sobreveio a r. sentena de fls. 80/81 que acolheu os embargosmonitrios opostos, fazendo-o para declarar constitudo de pleno direito
o ttulo executivo judicial, intimando-se o devedor e prosseguindo-se naforma prevista no Livro I, Ttulo VIII, Captulo X, nos termos do artigo1.102c, 3 do Cdigo de Processo Civil, com observao de que os jurosde mora devero incidir a partir da citao, mantido o termo a a quo de
fluncia da correo monetria, nos moldes pleiteados inicialmente pelaautora (fl. 81).
3. A tese recursal defendida pela r-embargante escora-se naalegao de que as duplicatas so nulas porque emitidas com prazo inferior
a 30 (trinta), violando o disposto no artigo 1 da Lei de Duplicatas.
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Sem razo, contudo.
de se notar que para admissibilidade da ao monitria, suficiente a prova escrita que revele uma obrigao assumida. A existnciade aceite ou de qualquer outro requisito exigido para formalizao dasduplicatas, assim como eventual comprovao da entrega da mercadoriaque pode ser demonstrada durante a instruo.
Por sua vez, a r-embargante no negou a contratao firmadaentre as partes, muito menos, a prestao dos servios descritos nas notasfiscais, de modo que a autora faz jus quantia pleiteada, via monitria,
ante a prova documental, sem eficcia de ttulo executivo, carreada aosautos.
Ademais, a prova escrita deve ser apta para persuadir ojulgador quanto verossimilhana (probabilidade) das alegaes da autora,e, nesse rumo, suficientes so os documentos que acompanham a petioinicial: notas fiscais junto das respectivas duplicatas devidamente
protestadas e os comprovantes de entrega das mercadorias. o bastantepara a admissibilidade da ao monitria, ou seja, a prova escrita
necessria para o procedimento monitrio. Nesse sentido:
AO MONITRIA. PROVA ESCRITA. DUPLICATAS PROTESTADAS,SEM ACEITE E SEM O RECIBO DE ENTREGA DAS MERCADORIAS.
DOCUMENTOS HBEIS INSTAURAO DO PROCEDIMENTOMONITRIO. PRECEDENTES DO STJ. I- O documento escrito a que serefere o legislador no precisa ser obrigatoriamente emanado dodevedor, sendo suficiente, para a admissibilidade da ao monitria, a
prova escrita que revele razoavelmente a existncia da obrigao. II-Assentando o Tribunal de origem estar a duplicata despida de foraexecutiva por ausncia de aceite, ela documento hbil instruo do
procedimento monitrio. III- Recurso no conhecido.(REsp 204.894/MGSTJ/3 T. Rel. Min. WALDEMAR ZVEITER j. 19/02/2001)
Ao monitria. Triplicatas sem aceite. Prova da entrega demercadoria. 1. A documentao consistente em triplicatas sem aceite enotas fiscais serve para o ajuizamento da ao monitria, no seexigindo que contenha a assinatura do devedor, como pretende arecorrente. 2. Recurso especial no conhecido.(REsp 203.811/MG STJ/3T. Rel. Min. CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO j. 17/02/2000)
MONITRIA. Duplicata. Sem aceite e no protestada. Desnecessida-de. Prova escrita apta a aparelhar a ao monitoria, na forma do art.1102-A do CPC. Prestao de servio de construo de stand. Servio
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contratado e executado. Fato incontroverso. nus do art. 333, inc. II, doCPC no cumprido pela Apelante. Prova oral boa e firme. Sentenamantida. Recurso no provido. (Ap. 9087838-81.2007.8.26.0000 TJSP/12Cm DPriv. Rel. Des. TASSO DE MELO DUARTE j. 28/09/2011)
Enfim, est acertada a r. sentena que no merece quaisquerreparos, devendo ser mantida por seus prprios e bem deduzidosfundamentos. E, luz da garantia constitucional da razovel durao do
processo, e com o fito de evitar repeties desnecessrias, aplica-se ao casoconcreto o disposto no art. 252do Regimento Interno desta Egrgia Corte,que permite ao relator ratificar os fundamentos da deciso recorrida,quando, suficientemente motivada, houver de mant-la.
4. Em face do exposto, nega-se provimento ao recurso,mantendo-se a r. sentena tal como lanada.
(assinatura digital)
SANDRA GALHARDO ESTEVESDesembargadora Relatora.