Download pdf - MUNDO BRASIL

Transcript
Page 1: MUNDO BRASIL

Guerra geopolítica pelahegemonia do tráficoDiante de um discurso perpetuado pela mídia da guerrado bem (representado pelas forças policiais espe-taculares como o BOPE) contra o mal (representadopelo terror à figura do traficante negro jovem pobre)temos o apagamento, a invisibilidade da feroz disputapela hegemonia no cenário geopolítico do crime.Diante deste Estado Policial que traz à luz certos crimese põe na escuridão outros, nos perguntamos como sereconfiguram, submersos, os novos diagramas de forçasdo crime organizado na relação geopolítica. Para ondevão os traficantes expulsos dos seus controles locais?Quais os novos conchavos das grandesorganizações criminosas? Como se restruturaa distribuição de drogas na zona sul?Alguémacredita que os consumidores pararam deconsumir?

Brasil do Século XXI

A história do Brasil sempre se encontra commuros. Muros invisíveis que tornaram o paísum dos mais desiguais do mundo. Muros quepareciam estar desmoronando. No entanto, no-vamente nos deparamos com um muro. Estemuro visível vem com a roupagem nova da pro-teção ambiental. O governo do estado do Riode Janeiro anunciou a criação de muros paraconter o avanço de 19 favelas, supostamentepara proteger a vegetação remanescente nosmorros. Das áreas da cidade construídasacima de 100 metros, 70% são ocupadas pelaclasse media e 30% por favelas. É a partirdesta trama de muros visíveis e invisíveis,voluntários e involuntários, que os conflitos daCidade Espetáculo se revelam novamente. Osmuros de mais de 4 metros de altura reiteramuma política repressiva. Novamente erguem-se barreiras para contenção de populações.Ar-quiteturas da exclusão. Mas continua, por todaparte, a luta para derrubar os muros concretos.Aos muros imateriais incita-se uma ruptura.Uma ruptura com o que vigora, com o quedomina, com a voz eloquente do mundo.

Ponta do sistemade venda de drogas no atacado

Traficante

Elite policialBope

Unidade de Polícia PacificadoraUPPs na Zona Sul

Ocupação do Exércitona Zona Norte

O Rio de Janeiro é um ponto central da rede de distribuição internacional de drogas. Na cidade, asmáfias do mundo negociam e definem o preço internacional da cocaína. Durante a ditadura militar,nas favelas, onde o Estado se ausentava, alguns ladrões começaram a ver no tráfico de drogas umaoportunidade de ganhos maiores do que estavam acostumados. Com o tempo, os traficantescomeçaram a se armar para defender e ampliar seus territórios. Seus concorrentes, por sua vez,também buscavam se armar para se defender. A polícia também aparelhou-se de armas maispotentes. A disputa entre eles gera um estado de guerra. A lógica da guerra e do extermínio passaa dominar a política de segurança pública. Os moradores da favela são vistos como a populaçãocivil do exército inimigo. O tráfico de armas, a lavagem de dinheiro, o envolvimento do Estado, apolítica habitacional, as políticas de emprego, tudo fica por trás das cortinas de fumaça dos tiroteios.Toda essa corrida armamentista só é possível graças ao acesso fácil a armas. Quem vende essasarmas? Quem lucra com esse tráfico? Os traficantes de armas moram nas favelas? É possível ocrime organizado sem a conivência do Estado?

Nos últimos anos, o Brasil tem vivido uma mudança na sua história.Pela primeira vez, o país combina de forma contínua: crescimento,redução da pobreza, redução das desigualdades e uma grandeprojeção internacional. O Brasil está na moda. O Brasil é o exemploemergente. Esse grande sucesso faz com que o Brasil conquiste odireito de sediar os dois eventos esportivos mais importantes domundo: a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.O Rio de Janeiro se torna o centro desse espetáculo mundial.O processo de “devir mundo do Brasil” começou na década de1990, com sua abertura para a chamada globalização.A abertura prometia maravilhas, modernização, maiorcompetitividade, maior eficiência e maior bem-estar para todos.O livre mercado se encarregaria de tudo. O Brasil segue osEstados Unidos e passa a participar maisativamente em diversas instânciasinternacionais. No entanto, assim como emvários países da América Latina, no iníciodos anos 2000 já tinha ficado claro que oneoliberalismo não tinha entregado o queprometia. Havia aumentado adesigualdade e a pobreza.

Asmilícias são constituídas por forças de agentes ou ex-agentespúblicos de segurança que expulsam os traficantes de umacomunidade e passam a controlar essa comunidade. No lugardo tráfico de drogas, elas tiram seu lucro da cobrança de serviçosnas comunidades, como TV a cabo ilegal, as vans, o gás, etc.,além de cobrar para oferecer segurança. Esses grupos impõemuma forte opressão no local, impondo toques de recolher,ameaçando e executando. Foram criadas há mais de umadécada e se expandiram de formamuito rápida, controlando hojeterritórios de favelas maiores que os das facções do crimeorganizado.

A lógica da guerra na atuação policial e a identificação do estereótipo do suspeito e dotraficante, marcada pelo racismo, fazem com que a polícia que mais mata no mundoprovoque um verdadeiro extermínio de jovens negros e pobres do país. A grande maioriadas pessoas assassinadas pela polícia segue esse perfil, de forma desproporcional emrelação às características das pessoas que cometem amaioria dos crimes.A “resistênciaseguida de morte” é o motivo da morte da maioria das vítimas da polícia e esconde asverdadeiras condições nas quais essas mortes ocorreram. Equipamentos como o“Caveirão” (ao lado), espécie de tanque de guerra utilizado nas operações policiais

do Rio de Janeiro, é um exemplo da lógica da guerra e do extermínio que dominaa segurança pública.

O acirramento dos confrontos, a cor-rupção policial e a dificuldade de“combater” na geografia dos morrose dos barracos das favelas levou apolícia do Rio de Janeiro a desen-volver uma tecnologia de combateespecializado de alto nível. Desen-volvemos imensa tecnologia de con-trole de massas populacionaispobres (CMPB), a ponto de expor-tarmos nosssa tecnologia. Nos tor-namos referências mundiais emguerra contra a sua população.

Criadas em 2008, as UPPs são o centro de uma nova políticade segurança pública. Trata-se de um projeto do Rio deJaneiro para a ocupação policial permanente em favelas,com o objetivo de retomar o controle do território dasmãos do tráfico de drogas. As operações contam comgrande força militar, com o objetivo de fazer os trafi-cantes desistirem do confronto. Primeiro, "o BOPEvarre a comunidade". Expulsos os traficantes,a comunidade então passa a conviver como policiamento ostensivo constante. O treina-mento das UPPs consiste em 2 semanascom oBOPE e uma semana de curso depolícia comunitária. O policiamento éfeito com armamento de guerra.A origem deste projeto está nosProyectos Urbanos Integrales(PUI), ocupações militaresnas favelas de Medellín,na Colômbia.

Os traficantes das favelas são a ponta de um sistema queninguém sabe onde termina. Os que mais ganham com otráfico, os que estão por trás de todo o sistema, com certezanãomoram nas favelas. Novamente aposta-se que o criminosocorporifica o crime. Então invade-se a área onde criminososfaziam seus negócios - "comerciantes" como diz Mano Brown- e se acredita que a ocupação se dá sobre a área do crime,não do criminoso. O crime será eliminado da esfera social àmedida que o criminoso é eliminado da esfera geográfica?

A polícia militar brasileira surge como umatentativa republicana de monopólio da violênciapelo Estado. Entretanto, é constituida com ba-se em valores escravocratas e coloniais.Perpetua a figura do Capitão do Mato acapturar escravos negros.Os batalhões espalham-se nas áreas po-bres, nas periferias, não para proteger apopulação mas para controlar. Malpagos e mal preparados, os policiassão jogados também na lógica daguerra. Corrupção, violência e ar-bitrariedade marcam a atuação daPM em toda federação.

“SuspeitoCor Padrão”

Estereótipo do criminosojovem, pobre e preto

CorrupçãoInvasão do Complexo do AlemãoO Complexo do Alemão é um complexo de favelas nazona norte do Rio de Janeiro, tido como a principalfortaleza do tráfico na cidade. Era controlado peloComando Vermelho e conhecido como um dos lu-gares mais perigosos da cidade. O GovernoFederal já havia iniciado obras de infraestruturasocial no local. Em novembro de 2010, o Governodo Estado, que já tinha planos de implantar umaUPP no Complexo do Alemão, aproveitou oambiente favorável na opinião pública, geradopelos ataques midiáticos das facçõescriminosas, para levar a cabo a ocupação.O Governo do Estado, juntamente comforças militares disponibilizadas peloGoverno Federal, invadiu os acessosdo Complexo do Alemão. Em núme-ros oficiais, 37 pessoas forammortasem decorrência da ocupação, 123 acu-sadas e 130 presas. A apreensão dearmas e explosivos engrossava osnúmeros da polícia. Cerca de 102veículos foram incendiados. Pela TVera possível ver os traficantes fugindoao vivo. Repórteres vestiam coletes àprova de balas e narravam naemoção do front. O Secretário deSegurança se referia à região como"o coração do mal". Ao final, os prin-cipais telejornais anunciavam "avitória contra o crime". Entrevistasexibiam moradores aterrorizados. Montava-se o dis-curso de libertação da garras do tráfico. A operação deocupação do Complexo do Alemão teve a retaguardado Exército. Carros tanques, soldados camuflados earmamento pesado foram utilizados para convencer ostraficantes de que não havia possibilidade de resis-tirem. Tinham seu papel no espetáculo midiático. Aocontrário da favelas da zona sul da cidade, o Complexoteve, inicialmente, o controle e policiamento da ForçasArmadas. Nomomento estão sendo implementadas asUPPs previstas para a região.

Dos soldados do Exército que ocupam efazem o policiamento do Complexo doAlemão, grande parte passou pela Minustahno Haiti. 700 dos cerca de 2000 soldadosjá estiveram apontando armas para os haiti-anos.A justificativa deste uso é o "aprendizadodas tropas em conflitos urbanos".

Exército - Tropas do Haiti

Extermínio de Jovens

Em novembro de 2010 no Rio de Janeiro, vimos oespetáculo midiático da invasão militar do ComplexodoAlemão. O estopim da ocupação se deu a partir deataques a ônibus, vans e carros de passeio no dia 21de novembro, na Zona Sul da cidade. Um dos prin-cipais instrumentos de pressão utilizados pelasfacções do crime organizado são os ataques nacidade. Da queima de ônibus ao ataque direto contrapoliciais, quando as facções querem chamar aatenção ou retaliar alguma ação da polícia, elasutilizam este meio.

Visíveis e Invisíveis

Mundo Brasil Cidade EspetáculoCopa do Mundo 2014, Olimpíadas 2016e teatralização dos conflitosBrasil! Copa do Mundo 2014! Olimpíadas 2016! Todos desejam ser platéia ao vivo e acores no incrível espetáculo global. Ser centro do mundo. Ser cenário das disputasde todos os guerreiros de todas as nações do universo. Ser o teatro do mundo.Abrem-se as cortinas vermelhas. Acendem-se as luzes.A luta por se afirmar como sede dos dois maiores eventos esportivos do mundo,Olimpíadas e Copa do Mundo de Futebol, vai além da visibilidade midiática eda pretensa alavanca econômica. Existe, além desta superfície, o essencialpapel de direção deste teatro de forças. Coordenar estes eventos é estarnum lugar privilegiado de articulação dos fios da disputa geopolítica.Entretanto, a condição primeira: deve-se apagar qualquer possibilidadede desvio de atenção do espetáculo. Atualmente, nas capitais brasileirasque sediarão os eventos, vive-se uma guerra para apagar os conflitossociais. Movimentos sociais são criminalizados. A crimilidade édeslocada para longe do alcance das câmeras. Nesta dinâ-mica, a Mídia tem um papel fundamental. Quais crimes sãovisibilizados e quais são invisibilizados? No seio do processo colonial se deu o esmagamento de

infinitas possibilidade de existência. A colonização marcou umtriplo trauma nestes novos mundos: a violência da Inquisição;a violência da Escravidão e a violência da Extinção.

O Brasil se dispôs a assumir acoordenação da Minustah (Missãodas Nações Unidas para aEstabilização do Haiti). O Brasil é opais com omaior contingente de tropas eé o detentor do comando militar da Missão. Um dos objetivos daMinustah é o de pacificar e desarmar os grupos rebeldes no Haiti,que se localizam nas grande favelas do país.Antes de partir paraa Missão, os soldados brasileiros fizeram treinamento noBOPE, para aprender a combater em favelas.

MídiaConcentação de poder

A concentração de poder em torno de poucos grupos financeirosque detêm os maiores meios de comunicação exerce uma coesãono discurso midiatico. Numa mesma construção de conceitos, a

"grande mídia" cria o contexto de consenso e "legitimidade" das operações policiais como ope-rações de guerra. Dentro de uma lógica da guerra, o inimigo (o outro) pode e deve ser abatidopelo soldado do exército. Impera um discurso dicotômico entre o bem e o mal, semelhanteao já reiterado discurso da "guerra ao terror".

Uma das facetas da disputa por umprotagonismo brasileiro na política interna-cional nos anos "Lula" foi a procura por umpapel principal do Brasil na "estabilização doHaiti". Em 2004, o presidente democra-ticamente eleito do Haiti, Jean-BertrandAristide, foi retirado do país por forçasmilitares dos EUA. O Conselho deSegurança da ONU cria, então, a Missãodas Nações Unidas para a Estabilizaçãodo Haiti (Minustah).

Ataques Midiáticosde facções criminosas

Tropa de EliteEm 2007, estreiou o filme “Tropa de Elite”, que tratavada questão do combate ao tráfico no Rio de Janeiro eda atuação do BOPE. O filme foi um grande sucesso egerou um intenso debate. A identificação do per-sonagem principal, o Capitão Nascimento, como umherói evidencia um delírio fascista: tortura e extermínio.A sequência do filme, “Tropa de Elite 2” decidiu abordara questão da milícias e se tornou a maior bilheteria dedo cinema brasileiro.

Colonização

Independênciado HaitiPrimeira e única revolução escravacolonial a tomar o poder

ONUDisputa Geopolítica

Crime Organizado InternacionalTráfico de Drogas & Tráfico de Armas

MilíciasGrupos paramilitares que disputam omonopólio da violência

A policia que maismata e mais

morre no mundo

Policia Militar

Os buracos, as rachaduras, as fendas dos muroscriadas pelas manifestações de vida. Finito ilimitado denovas formas de viver. Explosões na estrada sem-saída.Não está tudo dominado.

A herança escravocrata no Brasil, a históriada nossa polícia e a história do racismo nopaís faz com que o principal alvo da políciaseja o sujeito “suspeito de cor padrão”:jovens, negros, pobres e moradores daperiferia. A abordagem policial é extrema-mente discriminitória nesse sentido.

Outro elemento do ciclo do Estado Policial é osistema prisional. A lógica do proibicionismo eda punição ao criminoso gera leis cada vezmais duras como única resposta possível aoaumento do crime. A proibição em si nunca éposta em questão. Formas alternativas dejustiça também não. A legislação proíbe o usoe a comercialização de certas substânciasenquanto permite outras, tão ou mais nocivasquanto as proibidas. As leis proibicionistas, odesejo de punição e castigo e a lógica daguerra ao crime levam a uma mesmaconsequência: o aumento do encarceramento.Agrandemaioria das pessoas nas prisões nãocometeu crime violento. As prisões nãoservem para reabilitar, apenas para punir egerar sujeitos mais perigosos. Quanto maiscriminosos, maior a legitimação do EstadoPolicial. Novamente, todas essas políticasincidem muito mais sobre as populaçõespobres e negras do que sobre o resto dasociedade. O racismo está presente em todasas etapas do sistema de justiça. A populaçãocarcerária no Brasil é de aproximadamente500 mil indivíduos. Na última década estenúmero cresceu mais 150%.

Como inventamosnosso futuro?

Tropas “Haitianas”

HAITI AQUI“Arquitetura da Exclusão”acontece como parte de um

processo de investigação-açãocriado pelos coletivos Frente 3 deFevereiro e Afrofuturismo. Nestaprodução audiovisual, propomos

o questionamento sobre osmuros, visíveis e invisíveis, quepermeiam os centros urbanos.Uma bola gigante onde se lê

“Haiti Aqui” foi disparadora dediálogo e encontro.

O Haiti é Aqui? Em Ipanema e noCarnaval carioca, respostas

revelam os territórios da nossavisão histórica.

HAITI AQUIA primeira intervenção no muroda favela Santa Marta.Foi pintado um buraco.Parte da investigação-ação doprojeto “Arquitetura da Exclusão”.

RACISMO POLICIAL.QUEM POLICIAA POLÍCIA?Cartazes colados em torno de batalhõesem São Paulo. Frente 3 de Fevereiro,

2004. O que esperar de um país quemata sua população na idade maisativa? E quem lucra com essasmortes? A indústria de armas,a indústria de fardas?Os cemitérios, as funerárias?E quem policia a polícia?E o que eu tenho a ver comisso? E o que você tem

a ver com isso?

ZUMBI SOMOS NÓSIntervenção em estádiode futebol em jogotransmitido ao vivo.A afirmação de novaspossibilidades de futurocom a resignificaçãodo passado.A conexão coma potência detransformação domundo. A alegriada criação, ação ereflexão. Zumbi somos

nós! São Paulo, 2006.

DelírioFascista Muros

África, Ásia, Oceania e América

ESQUINA DE MUNDOSProjeto criado para repensar a nossahistória de colonização e suasimplicações. Na África do Sul, uma criaçãosobre fronteiras e processos identitários.

Procuramos exceções à regra histórica.Dar chances à multiplicidade.

Em 1804 acontece a primeira revolução escrava. A primeiraindependência nas colônias daAmérica Latina. Uma vitória negra.Um tempo de esperança. A esperança de uma nação forjada naluta pela liberdade. O “haitianismo”, medo de uma grande revoltaescrava, espalha-se pelas colônias espanholas e portuguesas.No Rio de Janeiro, a cidademais negra do continente, essemedoé sentido com força. Como manter a ordem? Como manter ocontrole de uma maioria por uma minoria?O futuro do Haiti começa a ser bloqueado em 1825 com aimposição, por parte da França, de uma compensação pela perdade seus escravos. A dívida se estenderá até 1947. Em 1915, osEUA ocupam militarmente o país e permanencem até 1934,treinando uma forçamilitar haitiana que reprimiu brutalmente todomovimento de resistência. Esses militares se revezam no poderapós a saída das forças norteamericanas. De 1957 a 1986, osditadores Papa Doc e Baby Doc controlam o país com suamilícia,aterrorizando todos que se opõem. Após um ano de fortesprotestos populares, Baby Doc é forçado a se exilar na França.Em 1990 Jean-BertrandAristide é eleito presidente com 67% dosvotos. A mobilização popular impede uma primeira tentativa degolpe, mas uma segunda tentativa acaba instalando uma novaditadura militar, menos de um ano depois da eleição. Ospartidários de Aristide são perseguidos. Em 1995, é eleito RenéPréval, successor deAristide.Aristide volta ao poder em 2000. Em2010 um terremoto destrói mais de 80% das construções dacapital Porto Príncipe. Estima-se mais de 200 mil mortos.

MinustahMilitares brasileiros no Haiti

Cartografia criada pela Frente 3 de Fevereiro e Afrofuturismo em outubrode 2011. Neste projeto, Daniel Lima e Felipe Teixeira. Desenhos: Daniel Lima.Fotos: Peetssa, Cris Ribas e Frente 3 de Fevereiro. Frase título baseada nolivroMundoBraz de Giuseppe Cocco.

BRASIL NEGRO SALVE14 de julho de 2005. Final da Taça Libertadores da América. São Paulo eAtlético Paranaense jogam a partida que decidirá o melhor time defutebol das Américas. No estádio lotado, mais de 75 mil pessoasassistem ao jogo. Em suas casas, milhões de espectadores olham a telada TV. No meio da transmissão, uma bandeira gigante começa a seraberta pela torcida. Uma frase se revela: BRASIL NEGRO SALVE. Pormeio desta ação enigmática – que segue em uma série de trêsdiferentes bandeiras – desenvolve-se o documentário do coletivopaulistano de pesquisa e ação artística, Frente 3 de Fevereiro. O filmeZUMBI SOMOS NÓS aborda a desconstrução dos preconceitos raciaisno Brasil, buscando inscrever na vida cotidiana novas formas de existir.

A lógica da punição e doencarceramento em massa

Sistema Prisional

Como inventamosnosso passado?

Receba esta e outras publicações.Curta www.facebook.com/invisiveisproducoes

Baixe a cartografia “Mundo Brasil, Brasil Mundo”,o livro “Zumbi Somos Nós – Cartografia doRacismo para o Jovem Urbano” e o álbum musical“Zumbi Somos Nós – Diáspora Afronética” emwww.frente3defevereiro.com.brInvisíveis

Produções

Brasil MundoCopyleftCopyleft é uma forma de proteção dos direitos autorais que tem como objetivo prevenir que não sejam colocadas barreiras à utilização, difusãoe modificação de uma obra criativa. É livre a reprodução para fins não comerciais, desde que o autor e a fonte sejam citados e esta nota seja incluída.

ColeçãoUrgência

ISBN 978-85-66129-04-5