Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
FICHA DE IDENTIFICAÇÃO PRODUÇÃO DIDÁTICA PEGÓGICA
TURMA - PDE/2013
Título: Ciências e Interdisciplinaridade para aulas de campo
Autor João Carlos Wilke
Disciplina/Área Ciências/Interdisciplinaridade
Escola de Implementação do Projeto e sua localização
Colégio Estadual “Lucy Requião de Mello e Silva” E. F. M – Ilha do Mel
Município da escola Paranaguá
Núcleo Regional de Educação Paranaguá
Professor Orientador Profª Dra. Cassiana Baptista Metri
Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual do Paraná, campus Paranaguá (UNESPAR/FAFIPAR)
Relação Interdisciplinar Ciências; Geografia; História; Matemática; Português; Inglês, Artes.
Resumo
Esta proposta como produção didática tem por finalidade apresentar a disciplina de Ciências interligada à interdisciplinaridade e seus conceitos em um universo didático com características de campo, pois se trata de uma ilha. Tem por finalidade buscar através da interdisciplinaridade, trabalhar a questão da diversidade cultural num processo de colaboração e respeito. Reconhecendo-se como parte de um grupo social que se articula, se organiza, que contribui e que respeita as diversas manifestações. Com a atividade de campo busca-se diversificar as abordagens, por meio das linguagens interdisciplinares e suas relações. Apresenta em sua intenção a oportunidade de buscar o conhecimento dentro da sua realidade e ter parâmetros pedagógicos para associar as informações coletadas no campo com as fornecidas pelos livros didáticos. Dentro de uma prática interdisciplinar, no campo, explorar os recursos proporcionados pela reserva ambiental, distribuída nesse momento em três segmentos, o Parque
Estadual, Estação Ecológica e o manguezal, com a finalidade de conhecer, respeitar e preservar o ambiente legado pela natureza. Dentro desse contexto, objetiva-se expor aos alunos os impactos ambientais relacionados à ocupação desordenada e ao fluxo turístico na Ilha do Mel. Onde se procura analisar e discutir a realidade ambiental na qual o educando está inserido, desenvolvendo habilidades de interpretação das características proporcionadas pelo ambiente. Estimular o aluno a pesquisar informações relacionadas ao tema e a busca pela compreensão dos fenômenos presentes no meio ambiente. Procura-se com essas atividades consolidar o encaminhamento básico para o conhecimento científico dentro da realidade local, inserido num contexto pedagógico em acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica.
Palavras-chave Interdisciplinaridade; Ilha do Mel; Manguezal
Formato do Material Didático Unidade Didática
Público Alvo Alunos do ensino fundamental do 6º ao 9º ano.
1 APRESENTAÇÃO
Esta produção didática apresenta como proposta uma relação interdisciplinar
com atividades no campo, precisamente na região da Ilha do Mel, para alunos do
ensino fundamental do C. E. “Lucy Requião de Mello e Silva”. Um conjunto de
intenções que busca identificar-se nas disciplinas e seus temas, previstos de acordo
com as “Diretrizes Curriculares”.
Entre a diversidade pedagógica proporcionada pelo meio ambiente,
escolheu-se abordar temas de campo do Parque Estadual, Estação Ecológica e
manguezal, que serão a base que dará suporte a tantos outros temas que poderão
ser trabalhados nas mesmas características interdisciplinares. Por tratar-se de uma
metodologia que busca aliar a teoria à prática, entende-se que as informações
adquiridas pelas pesquisas podem contribuir e validar o conhecimento.
A produção didática pedagógica está frequentemente associada a
estratégias de ações, entretanto, a prática requer muitas vezes algo mais. Quando
se trata de pesquisa de campo, além de ser uma atividade informativa e com
formação permanente, experimentamos uma didática de ações, investigativas,
indagadoras e conclusivas. Portanto, esta produção tem a intenção de abrir novas
linhas de conduta didática e pedagógica no processo educativo. Quando todas as
disciplinas fazem parte do mesmo universo, contribuindo com diferentes informações
para a construção do conhecimento, respeitando seus limites e o campo de ação
entre si, pode-se concluir que, nesse conjunto, está presente a interdisciplinaridade.
Para Guimarães (2008, p.126) “interdisciplinaridade é muito mais que uma atitude
frente ao conhecimento; é impossível pensar em atitude sem pensar em religação de
saberes, sem pensar em gratidão e negociação, sem pensar em reconhecimento”.
É na socialização e integração de currículos que a interdisciplinaridade se
manifesta, dando resposta ás necessidades educativas além das salas de aula,
propondo uma reorganização no processamento do conhecimento, nos currículos e
procedimentos didáticos pedagógicos.
1.2 PRESSUPOSTOS DIDÁTICOS INTERDISCIPLINARES
No entendimento que a didática, segundo Libâneo (1992, p.15) “não pode
ser tratado como atividade restrita ao espaço da sala de aula”. A interdisciplinaridade
como pratica educativa identifica-se com a evolução tecnológica e sua metodologia
de pesquisa. Esse vínculo estimula a pratica educacional e consequentemente
reorganiza os conceitos pedagógicos em seu Projeto Político Pedagógico.
Também é preciso frisar que apostar na interdisciplinaridade significa defender um novo tipo de pessoa, mais aberta, flexível, solidária, democrática e crítica. O mundo atual precisa de pessoas com formação cada vez mais polivalente para enfrentar uma sociedade na qual a palavra mudança é um dos vocábulos mais frequentes e onde o futuro em um grau de imprevisibilidade como nunca em outra época da história da humanidade (SANTOMÉ 1998, p. 45).
A interdisciplinaridade não permite uma prática descompromissada, apesar
do afastamento profissional dentro de suas especialidades ainda assim se consegue
uma promovedora harmonia entre a teoria e a pratica, é possível um resultado
satisfatório para todos os envolvidos no processo, educadores e educando.
Em termos de interdisciplinaridade, ter-se-ia uma relação de reciprocidade, de mutualidade, ou, melhor dizendo, um regime de co-propriedade, de interação, que irá possibilitar o diálogo entre os interessados, dependendo basicamente de uma atitude cuja tônica primeira será o estabelecimento de uma intersubjetividade (FAZENDA 1995, p. 31).
A relação interdisciplinar é uma oposição ao individualismo e a
especialidades de disciplinas que se contraem frente a novos desafios, tendo em
vista que essa relação permite uma dinâmica coletiva entre diferentes áreas do
saber. A interdisciplinaridade é uma proposta de diálogo entre as disciplinas, é uma
organização disciplinada de intenções na busca pelo conhecimento.
Essa questão fica clara de acordo com Fazenda (1995, p. 33), “na
interdisciplinaridade, passa-se de uma relação pedagógica baseada na transmissão
do saber de uma disciplina ou matéria a uma relação dialógica em que a posição é
de construção do conhecimento”.
A partir dessa concepção de educação, passa a ser fundamental, para a didática, a questão do processo de ensino numa perspectiva teórico-prática. Nessa perspectiva de sistematização coletiva do conhecimento, a forma define e dá sentido ao conteúdo (MARTINS 1988, p. 36).
Nessa relação que se dá o estímulo à pesquisa e a elaboração de respostas
coerentes aos objetivos propostos, com uma dinâmica inteligente e amplamente
elaborada, orientada pelo tráfego democrático. Uma das tarefas da escola pública
democrática, segundo Libâneo (1992, p.43) “[...], é estimular a assimilação ativa dos
conhecimentos sistematizados, das capacidades, habilidades e atitudes necessárias
à aprendizagem, tendo em vista a preparação para o prosseguimento dos estudos
série a série”.
A escola quanto instituição responsável pela transmissão do conhecimento
deve certificar-se de que todos os caminhos estão sendo trilhados na construção do
aprendizado, na busca do conhecimento e no desenvolvimento intelectual do aluno.
1.3 A DIDÁTICA E SUAS DISCIPLINAS NO PROJETO
O trabalho interdisciplinar requer o esforço, participação e o talento de outras
disciplinas para atingir o objetivo proposto e proporcionar aos alunos, alternativas
didáticas que melhor se adaptem as suas tendências. Fazendo uma referência às
disciplinas integrantes do projeto, segundo Cann, et al, (1969, p. 161) “Os projetos
de grupo e as unidades de situação de vida proporcionam contextos para o trabalho
criador. Incluem aspectos de criatividade que são muito menos observáveis numa
lição formal”. Consequentemente esse processo interdisciplinar necessita de um
diálogo entre as disciplinas.
Para assegurar o desenvolvimento do projeto é imprescindível a participação
de outras disciplinas. Assim, para a realização das propostas apresentadas, recorre-
se à organização escolar por meio das Diretrizes e dos Planos de Trabalhos
Docente.
Os conteúdos das disciplinas afins correspondem às expectativas propostas
pelo projeto, contribuindo dentro de suas especificidades e ampliando didaticamente
a forma de aquisição do conhecimento. Essa incursão pedagógica justifica-se nos
conteúdos das respectivas disciplinas.
Sem conteúdo não há ensino, qualquer projeto educativo acaba se concretizando na aspiração de conseguir alguns efeitos nos sujeitos que se educam. Referindo-se estas afirmações ao tratamento científico do ensino. Pode se dizer que sem formalizar os problemas relativos aos conteúdos não existe discurso rigoroso nem científico sobre o ensino, porque estaríamos falando de uma atividade vazia ou com significado à margem do para que serve (SACRISTÁN, 2000, p. 120 apud SEED, 2008, p. 26).
Ciências: Têm o seu comprometimento com o estudo da natureza e sua relação
com os seres vivos, particularmente o homem. Têm a responsabilidade junto a
sociedade quanto a informação e formação de indivíduos capazes de preservar a
vida e o meio ambiente além da aquisição de hábitos e conhecimentos que
permitam uma harmonia social.
O ensino de Ciências, assim como no ensino de outras disciplinas, vem se tornando alvo de questionamentos ao longo dos anos devido às mudanças que a sociedade vem sofrendo e à necessidade de se ensinar aos alunos a ciência do dia-a-dia. Por isso, é preciso que o ensino de ciências esteja voltado para a preservação do ambiente, e o aluno deve perceber-se como integrante desse meio e também um agente transformador, identificando seus elementos e as interações entre eles, contribuindo assim significativamente para sua melhoria e preservação (SALLES, 2007, p. 54).
Considerando ainda nesse compromisso a interpretação e explicação dos
fenômenos naturais e científicos. Presente no desenvolvimento tecnológico e sua
aplicabilidade social, construindo argumentos mensuráveis nos aspectos positivos e
negativos do seu habitat.
Geografia: Tem a sua relação vinculada com o espaço geográfico em termos de
territorialidade e extensão, na leitura e interpretação das paisagens e na dinâmica
dos fenômenos naturais, bem como as consequências da apropriação indevida pelo
homem de regiões vital para a sobrevivência dos seres vivos. Apresentando as
possíveis mudanças no meio e suas prováveis transformações. No contexto dessa
disciplina, segundo Junior; et al (2002, p. 151)
[...] é importante que se propicie às crianças, situações planejadas para observação, percepção, descrição, análise e registro de aspectos do ambiente. Esses são procedimentos que permitirão aos alunos compreender melhor a realidade em que vivem. A compreensão da realidade em todo o seu dinamismo, contribui para a formação de atitudes positivas de respeito e conservação do ambiente.
História: Representante legítima do passado e do presente, além da evolução
social, política e cultural da civilização. Tem sua presença contemplada nos conflitos
históricos entre o homem e a natureza. Ao longo da sua existência aponta para o
homem como objeto transformador do meio físico e social. Nessa relação de acordo
com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica
[...] ao se apropriarem do conhecimento, compreendem que as estruturas sociais são históricas, contraditórias e abertas. É na abordagem dos conteúdos e na escolha dos métodos de ensino advindo das disciplinas
curriculares que as inconsistências e as contradições presentes nas estruturas sociais são compreendidas. Essa compreensão se dá num processo de luta política em que estes sujeitos constroem sentidos múltiplos em relação a um objeto, a um acontecimento, a um significado ou a um fenômeno. Assim, podem fazer escolhas e agir em favor de mudanças nas estruturas sociais (SEED 2008, p. 30).
Matemática: Em sua estrutura didática e pedagógica têm a importante missão de
assegurar o desenvolvimento do raciocínio dentro da lógica, expressar-se através de
cálculos e medidas e contribuir para a resolução de problemas. Contribui
significativamente na interpretação de dados ambientais e na conclusão racional das
informações, além de contribuir para o desenvolvimento de instrumentos didáticos e
pedagógicos. Entende-se nesse universo um espaço para o diálogo entre as
pessoas, para a criatividade coletiva, para a interação entre as disciplinas e a
transformação no modo de aprender.
Se é que queremos relacionar a matemática com a vida, se é que desejamos que ela se torne uma feramenta auxiliadora para o aluno entender o que está acontecendo com o universo do qual faz parte. Para isso a interdisciplinaridade pode nos ajudar, fazendo com que entremos e contato com o lado dinâmico e vivo das coisas e transformemos a matemática em conhecimento vivo e humano (SOUZA, 1995, p. 108, apud ALVES 2008, p. 107).
Artes: Possibilita uma relação com o meio ao qual está inserido, além de estimular o
lado artístico na criação e construção de novas perspectivas. Contribui para a
interpretação da realidade, do desenvolvimento intelectual, da reflexão e do senso
crítico. Valoriza o valor cultural por meio da expressão em suas diferentes formas.
Essas qualidades ficam claras nas poucas palavras de Bastos (2009, p.69) “A
produção da criança antecede as indagações sobre produção de artistas, numa
demonstração da prioridade de importância ao fazer artístico”.
Português: Tem sua representatividade no mais alto nível do conhecimento, pois é
a base para a integração social, cultural e política, suporte que da sequência à
formação intelectual e o único caminho que permite o entendimento entre todas as
outras disciplinas.
Inglês: Instrumento de comunicação que amplia as possibilidades de
compartilhamento do conhecimento, da pesquisa, da interação digital e do acesso as
informações contidas nas diferentes realidades. Além de contribuir de forma
significativa para à pratica social, cultural e política.
Nessa relação de conteúdos disciplinares, podemos considerar professores,
alunos e disciplinas como componentes de uma ação didática.
A escola e os professores não podem mais se contentar em comunicar conhecimentos exigindo somente compreensão e memorização; devem proporcionar a tentativa experimental das crianças em todos os domínios, o que supõe atitude totalmente diferente, verdadeira reeducação. Uma atitude decidida de estudo, de preparo para ultrapassar barreiras e construir os degraus garantirá que seu aluno chegue sem fracassos ao objetivo. Por envolver a experiência, a pesquisa, a reflexão e a própria investigação científica, o tratamento experimental respeita o ritmo de cada aluno, seus ensaios e erros (ELIAS, 1997, p. 60).
1.4 RESERVA AMBIENTAL
Situada na baia de Paranaguá, na região central do litoral paranaense, a Ilha
do Mel obedece as coordenadas, segundo Britez, Marques (2005, p.13) ao Norte, a
Ponta do Hospital (25º29’ S - 48º21’18’’ W); ao Sul a Ponta do Morro das
Encantadas (25º34’32’’ S – 48º18’21’’ W); a Leste a Ponta do Morro do Farol das
Conchas 25º32’17’’ S – 48º17’15’’ W; a Oeste a Ponta Oeste (25º30’ S – 48º23’16’’
W. De formação geológica, a Ilha do Mel é detentora de uma região ecológica de
uso público. O patrimônio da união, em 1982, transfere a administração da Ilha para
o Estado do Paraná. Nessa transação, a União estabelece como uma condição a
criação de uma unidade de conservação com a finalidade de proteger os
ecossistemas naturais. De acordo com Athayde, Britez (2005, p. 230)
A Ilha do Mel, um dos mais importantes centros turísticos do litoral do Estado possui 93,4% de sua área total protegida por lei. Existe uma Estação Ecológica, criada em 1982, com 2.240 ha, e um Parque Estadual, criado em 2002, com 333 ha. Além dessas unidades de conservação (UC’s), existem as áreas consideradas de preservação permanente pela legislação (dunas, restingas e prais).
Consideram-se ainda em caráter preservativo os manguezais, caxetais,
brejos e restingas. Com uma área de 27,62 km2, um perímetro de 35 km, a Ilha do
Mel possui duas Unidades de Conservação que garantem por lei a preservação do
ambiente natural, sendo:
1.4.1 Estação Ecológica
De acordo com a Secretaria de Estado de Governo (2009), Lei 16.037/2009.
A área da Estação Ecológica abrange toda a planície norte da ilha até o limite das
vilas de Nova Brasília e da Fortaleza, instituída pelo Decreto Estadual nº 5454, de
21/09/82, cujos objetivos estão definidos no Art. 9º da Lei Federal nº 9.985/2000.
1.4.2 Parque Estadual
De acordo com a Secretaria de Estado de Governo (2009), Lei 16.037/2009,
o Parque Estadual compreendendo a porção Sul da Ilha, entre os limites das vilas de
Encantadas e Farol, correspondendo a uma área de 337,87ha, instituída pelo
Decreto Estadual nº 5.506/02, cujos objetivos estão definidos no Art. 11 da Lei
Federal 9.985/00.
1.5 MANGUEZAIS
Um tipo específico de ecossistema é originado pelos manguezais, próprios
de zonas tropicais. Sua ocorrência se dá em regiões em diversas regiões, por
exemplo, em contorno de baías, enseada e margens litorâneas de delta de rios e
estuários, normalmente sua ocorrência se da na mistura de água doce com a água
salgada do mar.
Os manguezais são de fundamental importância para o meio ambiente por
ser considerado um dos ecossistemas mais produtivos do mundo. Sua importância
produtora pode se destacar como formador de cadeias alimentares marinha, além
de contribuir para o abastecimento alimentar do homem. Destacando-se ainda,
como áreas de berçário para a reprodução de diversas espécies aquáticas e
terrestres, proporcionando um abrigo seguro para o desenvolvimento de várias
espécies, garantindo a sua reprodução, desova, crescimento e proteção. Outra
característica dos manguezais está relacionada com a vegetação e o solo que a
sustenta, segundo Berna; Montanheiro (1996, P.8)
A típica vegetação desempenhará importante papel como “fixador de terras”, evitando o assoreamento de extensas áreas litorâneas. Ela retém através de suas típicas raízes, os sedimentos que ali chegam transportados
pelos rios, aprisionando-os e criando pequenas ilhotas usados por animais para abrigo e reprodução. A vegetação também protege as margens dos rios, lagoas e zonas costeiras da ação das ondas do mar, que poderiam desencadear processos erosivos.
Além de ser um excepcional reciclador natural de materiais orgânicos e
inorgânicos, originários das regiões continentais, de acordo com Berna; Montanheiro
(1996) “Os nutrientes que chegam (trazidos pelos rios, chuvas, marés, ventos etc.)
são redistribuídos na lama do manguezal sendo, em seguida, incorporados ao
sedimento e absorvido pelas plantas...”. Resultando nesse caso, em uma
transformação de elementos minerais em matéria orgânica.
A vivência em ambientes com características diferenciadas é sem dúvida
determinante para uma prática escolar de campo com interdisciplinaridade,
particularmente quando envolve sujeitos com afinidade ao seu meio. Proporcionar a
esses sujeitos a oportunidade de conhecer, interpretar e compartilhar informações
que se relacionam entre os que habitam o local e o meio ambiente. O tema
manguezal apresenta-se como um recurso estratégico para o fortalecimento de uma
educação ambiental voltada para a preservação desse ecossistema na Ilha do Mel.
Possibilitar ações educativas tendo como tema o ecossistema manguezal, como fonte de Educação Ambiental no ensino básico, fundamenta-se, de um lado, no reconhecimento da importância ecológica desempenhada por esse ecossistema como área de intensa produtividade biológica e local de refúgio, reprodução e alimentação para muitas espécies marinhas que servem de fonte alimentar e econômica para o homem (SCHAEFFER; NOVELLI, 1995, apud MAGALHÃES, 2006, p. 76).
O manguezal com suas características próprias propicia através de suas
características uma aprendizagem de conceitos que validam o aprendizado desse
ecossistema. Uma experiência significativa para a compreensão dos dados
relevantes à construção do conhecimento. Tem entre suas contribuições a
participação coletiva, o estímulo à pesquisa e a busca de respostas.
Confrontando ações com as produções didáticas que permitem a
coordenação entre a teoria e a prática, a apropriação de saberes e suas ações para
a interdisciplinaridade. A prática educativa associada ao manguezal, considerando a
sua importância no contexto ambiental é um investimento pedagógico à educação
do campo.
2 MATERIAL DIDÁTICO
Este material tem determinados objetivos a ser alcançados, em um primeiro
momento focamos a educação ambiental com aulas de campo praticando a
interdisciplinaridade, buscando o compromisso dos alunos com mudanças de
atitudes, valores e comportamentos. Essa proposta traz uma ideia que pretende
fomentar processos continuados e específicos nas diversas áreas das unidades de
conservação, distinguindo o Parque Estadual da Estação Ecológica.
A abordagem das unidades terá como princípio um vídeo mostrando alguns
detalhes da Iilha que serão discutidos futuramente entre equipe pedagógica,
professores e alunos. A intenção é demonstrar os ecossistemas distribuídos nas
diferentes vegetações, nos rios, nos lagos, nos costões rochosos, nas restingas, nos
morros, nas florestas, na fauna e na flora. Presente nessa intenção estará os pontos
históricos e vilas, além de outros temas.
Na oportunidade será gravado com áudio e vídeo uma palestra com um
técnico do IAP quando será colocada a parte histórica e legal da criação das
unidades de conservação e da administração da Ilha, além da responsabilidade que
cabe aos representantes de organizações internas e sobre tudo ao município de
Paranaguá e ao governo do estado do Paraná.
1ª etapa: Áreas de Preservação
UNIDADE CIÊNCIAS:
Objetivo:
Conscientizar os sujeitos envolvidos no processo de ensino e aprendizagem
sobre a importância das áreas de preservação, representadas pela Estação
Ecológica e o Parque Estadual para a biodiversidade e sua sobrevivência, além de
apropriá-los do conhecimento sobre as Leis que asseguram a integridade física do
ambiente natural dentro dos contextos sociais, políticos e econômicos. Dentro dessa
perspectiva, demonstrar a relação da Ilha com o Bioma Mata Atlântica e seus
ecossistemas e sobre tudo dos riscos previstos pela ocupação populacional e pela
exploração turística.
Procedimento:
Mobilizar o corpo docente e discente para adequação de calendário e
divulgação das atividades de campo..
Participar a intenção ao Instituto Ambiental do Paraná, aproveitando a
oportunidade para convidar o técnico responsável pela fiscalização na ilha para
ministrar uma palestra aos alunos e professores.
Após a palestra o professor deverá identificar os alunos que participarão das
atividades propostas. Na sequência discutir sobre o conteúdo da palestra e o tema a
ser trabalhado. Planejar uma aula de acordo com os objetivos esperados, e em outra
oportunidade sair a campo com os alunos para reconhecer a região e identificar os
ecossistemas e pontos turísticos e históricos para trabalhos futuros.
Material
Espaço físico para a palestra – IAP;
Máquina fotográfica;
Filmadora,
Multimidia: computador, software para edição de som e imagem, data-show, pen-
drive, CD.
Desenvolvimento
Palestra pelo IAP com o tempo de duração aproximadamente 60 minutos. Nessa
oportunidade serão abordadas algumas questões relevantes para o conhecimento
dos alunos:
Área territorial: Demonstrar a área total da ilha, delineando as diversas áreas e
suas especificidades dentro de um contexto histórico e cultural.
Áreas de preservação: Estação Ecológica e Parque Estadual. Identificar
geograficamente as Unidades de Conservação e esclarecendo quais os pontos que
permitem a visitação pública, a educação ambiental, o lazer, a pesquisa e as
situações que que oferecem restrições, priorizando apenas a preservação e a
pesquisa científica.
Áreas de ocupação: Esclarecer e dar conhecimento sobre os temas relacionados à
infraestrutura, políticas públicas, sustentabilidade e as áreas ocupadas.
Elementos históricos: Situar os elementos históricos nas áreas das Unidades de
Conservação relevantes, por exemplo: Fortaleza, Farol, Ponta do Hospital, Radio
Farol, Gruta e comunidades.
Legislação: Apresentar o conteúdo da Lei, Decreto e portarias, esclarecendo as
Leis que criaram a Estação Ecológica e o Parque Estadual. Dar conhecimento sobre
os responsáveis pela segurança e manutenção da ilha.
Saída a campo: Alunos vão a campo para identificação de alguns temas abordados
na palestra. Duração prevista 5 horas aula.
Pelo professor:
No campo: Levar os alunos aos pontos onde possam ser identificados ecossistemas
e pontos turísticos, considerando a região detentora dos pontos considerados dentro
das reservas ambientais. Fotografar e filmar os elementos de acordo com os
objetivos propostos e planejamento.
Sala de aula: Em grupo, os alunos deverão trabalhar no laboratório de informática os
conteúdos fotografados e filmados usando as tecnologias adequadas para edição de
mídia áudio visual.
Avaliação
O professor poderá adotar os seguintes critérios:
1º fazer o fechamento dos temas abordados em sala de aula com
questionamentos contextualizados;
2º Fazer o fechamento dos temas abordados em sala de aula por meio de
debates;
3º Através da observação no interesse e participação dos alunos;
4º Com trabalhos individuais ou em grupo, realizados em sala de aula.
5º Pesquisar na internet e apresentação de textos resumidos sobre algum tema
abordado na palestra.
6º Apresentar aos demais alunos a produção das imagens e vídeos.
UNIDADE: GEOGRAFIA:
Atividade: Áreas de Preservação - Posição Geográfica da Ilha do Mel
Objetivo
Referenciar a posição geográfica da ilha em relação às outras ilhas, ao continente e
ao porto de Paranaguá, demonstrando aos alunos a relação da Ilha dentro das
coordenadas. Dar conhecimento aos alunos sobre a posição das unidades de
conservação, abordando conceitos de coordenadas, longitude e latitude.
Procedimento
Após a palestra, o professor deverá identificar os alunos que participaram das
atividades propostas. Na sequência discutirá sobre o conteúdo da palestra e o tema
a ser trabalhado. Planejar uma aula de acordo com os objetivos esperados, em outra
oportunidade sair a campo com os alunos para reconhecer a região, coletar dados,
discutir e oportunizar questionamentos sobre as relações geográficas.
Material
Mapas, multimídia, internet. Cartolina, lápis, caneta, livro didático.
Desenvolvimento
No campo: Levar os alunos aos pontos onde possam ser avistadas as outras ilhas
(mar de fora); Posicionar os alunos de forma que possam identificar a posição do
continente (Pontal do Sul) e o porto de Paranaguá (mar de dentro);
Fazer anotações para pesquisas em sala de aula. Tempo de aproximadamente 2
aulas, podendo ser estendida de acordo com a necessidade e calendário.
Sala de aula: Em grupo os alunos deverão trabalhar o conteúdo através de
pesquisas em livro didático, internet e mapas. Apresentar um trabalho sobre a ilha
ilustrando com desenho em cartolina e texto. Tempo de aproximadamente 2 aulas,
podendo ser estendida de acordo com a necessidade e calendário.
Avaliação
O professor poderá adotar os seguintes critérios:
1º fazer o fechamento dos temas abordados em sala de aula com
questionamentos contextualizados;
2º Fazer o fechamento dos temas abordados em sala de aula por meio de
debates;
3º Através da observação no interesse e participação dos alunos;
4º Com trabalhos individuais ou em grupo, realizados em sala de aula.
5º Pesquisar na internet e apresentação de textos resumidos sobre algum tema
abordado na palestra.
UNIDADE: HISTÓRIA:
Atividade: Áreas de Preservação - As Leis da Ilha do Mel
Objetivo:
Trabalhar com os alunos as questões históricas e políticas das
Leis que regem a criação, manutenção, administração e preservação da Ilha do Mel.
Procedimento
Após a palestra, o professor deverá identificar os alunos que participaram das
atividades propostas. Na sequência discutir sobre o conteúdo da palestra e o tema a
ser trabalhado. Planejar uma aula de acordo com os objetivos esperados, em outra
oportunidade sair a campo com os alunos para reconhecimento das áreas de
preservação e das áreas habitadas.
Material
Internet, caderno, lápis, caneta, livro didático e literatura específica.
Desenvolvimento
No campo: Levar os alunos aos pontos onde se permita a identificação da Estação
Ecológica, do Parque Estadual e das áreas habitadas dentro da reserva. Tempo de
aproximadamente 2 aulas, podendo ser estendida de acordo com a necessidade e
calendário.
Sala de aula: Em grupo os alunos deverão trabalhar o conteúdo através de
pesquisas na internet e trabalhar atividades contextualizadas junto com o professor.
Tempo de aproximadamente 2 aulas, podendo ser estendida de acordo com a
necessidade e calendário.
Avaliação
O professor poderá adotar os seguintes critérios:
1º fazer o fechamento dos temas abordados em sala de aula com
questionamentos contextualizados;
2º Fazer o fechamento dos temas abordados em sala de aula por meio de
debates;
3º Através da observação no interesse e participação dos alunos;
4º Com trabalhos individuais ou em grupo, realizados em sala de aula.
5º Pesquisar na internet e apresentação de textos resumidos sobre algum tema
abordado na palestra.
UNIDADE: MATEMÁTICA:
Atividade: Áreas de Preservação - Coordenadas e medidas da Ilha do Mel
Objetivo
Praticar o sistema de coordenadas cartezianas, transformando coordenadas e
desenvolvendo operações com ângulos e graus. Representar numericamente a
extensão da Ilha, a extensão de cada Unidade de Conservação, praticando a
conversão medidas, obedecendo a literatura que pratica as diferentes unidades.
Procedimento
Após a palestra o professor deverá identificar os alunos que participaram das
atividades propostas. Na sequência discutir sobre o conteúdo da palestra e o tema a
ser trabalhado. Planejar uma aula de acordo com os objetivos esperados, em outra
oportunidade sair a campo com os alunos para reconhecer a região, coletar dados.
Material
Internet, multimídia, caderno, lápis, caneta, livro didático.
Desenvolvimento
No campo: Levar os alunos aos pontos onde se permita a identificação do início da
Estação Ecológica e do Parque Estadual, considerando ainda, a posição geográfica
das unidades de conservação em relação aos pontos cardeais e coordenadas.
Tempo de aproximadamente 2 aulas, podendo ser estendida de acordo com a
necessidade e calendário.
Sala de aula: Em grupo os alunos deverão trabalhar o conteúdo através de
pesquisas em livro didático e desenvolver atividades com ângulos e coordenadas.
Trabalhar medidas e conversão. Tempo de aproximadamente 2 aulas, podendo ser
estendida de acordo com a necessidade e calendário.
Avaliação
O professor poderá adotar os seguintes critérios:
1º fazer o fechamento dos temas abordados em sala de aula com
questionamentos contextualizados;
2º Fazer o fechamento dos temas abordados em sala de aula por meio de
debates;
3º Através da observação no interesse e participação dos alunos;
4º Com trabalhos individuais ou em grupo, realizados em sala de aula.
5º Pesquisar na internet e apresentação de textos resumidos sobre algum tema
abordado na palestra.
UNIDADE: ARTES:
Atividade: Áreas de Preservação - Paisagem da Ilha do Mel
Objetivo:
Desenho da Ilha e da rosa dos ventos com os respectivos pontos cardeais. Fazer
uma leitura do ambiente e representar através imagens (foto) os pontos que mais
chamam a atenção (vegetação, praia, lago, fauna, flora, pontos turísticos, etc).
Procedimento
Após a palestra o professor deverá identificar os alunos que participaram das
atividades propostas. Na sequência discutir sobre o conteúdo da palestra e o tema a
ser trabalhado. Planejar uma aula de acordo com os objetivos esperados, em outra
oportunidade sair a campo com os alunos para reconhecimento das áreas que
acharem mais relevante para coletar imagens.
Material
Maquina fotográfica, filmadora, data show, multimídia, caderno, lápis, caneta.
Desenvolvimento
No campo: Levar os alunos aos pontos onde se permita a identificação das unidades
de conservação e construir através das imagens coletadas um histórico dos pontos
relevantes dentro de cada (UC), considerando as praia, lagos, fauna, flora e pontos
turísticos. Tempo de aproximadamente 2 aulas, podendo ser estendida de acordo
com a necessidade e calendário.
Sala de aula: Em grupo os alunos deverão trabalhar o conteúdo coletado, organizar
as imagens e fazer uma apresentação para outros alunos de turmas diferentes.
Tempo de aproximadamente 2 aulas, podendo ser estendida de acordo com a
necessidade e calendário.
Avaliação
O professor poderá adotar os seguintes critérios:
1º fazer o fechamento dos temas abordados em sala de aula com
questionamentos contextualizados;
2º Fazer o fechamento dos temas abordados em sala de aula por meio de
debates;
3º Através da observação no interesse e participação dos alunos;
4º Com trabalhos individuais ou em grupo, realizados em sala de aula.
5º Pesquisar na internet e apresentação de textos resumidos sobre algum tema
abordado na palestra.
UNIDADE: PORTUGUÊS:
Atividade: Áreas de Preservação - Poesia da Ilha do Mel
Objetivo:
Articular um concurso de poesia sobre a Ilha com todas as séries do ensino
fundamental, resgatando valores culturais, instigando o poder criativo dos alunos.
Motivando a escrita, a leitura e a interpretação da realidade.
Procedimento:
Após a palestra o professor deverá sair com os alunos, turmas diferentes, em
tempos diferentes, escolher uma unidade de conservação e um local adequado para
acomodar os alunos a fim de que os mesmos possam se inspirar e produzir seu
material. Os alunos terão a liberdade de escolher qualquer tema que esteja
relacionado com a ilha.
Material
caderno, lápis, caneta, cartolina.
Desenvolvimento
No campo: Levar os alunos aos pontos onde se permita a identificação dos temas
que os mesmos pretendam abordar em sua produção, acomodar-se e usar sua
criatividade colocando no papel sua imaginação. Tempo de aproximadamente 5
horas aulas, podendo ser estendida de acordo com a necessidade e calendário.
Sala de aula: Individualmente os alunos deverão trabalhar sua produção com
orientação do professor, organizar as produções no mural da escola e convocar uma
eleição entre os alunos para eleger a mais criativa, e que melhor identifica-se com a
ilha. Realizar a eleição e identificar a vencedora. Tempo de aproximadamente 2
aulas, podendo ser estendida de acordo com a necessidade e calendário.
Avaliação
O professor poderá adotar os seguintes critérios:
1º fazer o fechamento dos temas abordados em sala de aula com
questionamentos contextualizados;
2º Fazer o fechamento dos temas abordados em sala de aula por meio de
debates;
3º Através da observação no interesse e participação dos alunos;
4º Com trabalhos individuais ou em grupo, realizados em sala de aula.
UNIDADE: INGLÊS:
Atividade: Áreas de Preservação - Poesia da Ilha do Mel
Objetivo:
Trabalhar com os alunos a tradução do poema vencedor, proporcionando a eles a
oportunidade praticar uma linguagem diferenciada.
Procedimento
Após o resultado da eleição o professor deverá escolher uma turma que ofereça
melhores conhecimentos da linguagem a ser trabalhada. E em sala de aula executar
a missão com os diferentes recursos que melhor contribuam para o resultado final.
Material
Internet, dicionário, livro didático, caderno, lápis, caneta.
Desenvolvimento
Sala de aula: Individualmente os alunos deverão trabalhar sua produção
pesquisando e com orientação do professor. Essa pesquisa será por meio da
internet e livros específicos da área. Tempo de aproximadamente 2 aulas, podendo
ser estendida de acordo com a necessidade e calendário.
Avaliação
O professor poderá adotar os seguintes critérios:
1º fazer o fechamento dos temas abordados em sala de aula com
questionamentos contextualizados;
2º Fazer o fechamento dos temas abordados em sala de aula por meio de
debates;
3º Através da observação no interesse e participação dos alunos;
2ª etapa: Conhecendo manguezais
UNIDADE CIÊNCIAS:
Objetivo
Além de reconhecer a composição arbórea, o tipo de solo e a fauna dos
manguezais, proporcionar aos alunos informações sobre a adaptação de plantas e
animais neste ambiente. Conscientizando os educando e demonstrando a
importância ecológica e socioeconômica desse ecossistema e sobre tudo avaliar os
principais impactos ambientais e seus efeitos.
Procedimento
Os alunos e professores do ensino fundamental do Colégio Estadual “Lucy
Requião de Mello e Silva” E.F.M participarão de uma palestra e uma excursão a
campo no ecossistema manguezal na Praia do Belo, com apoio técnico e científico
do Biólogo Thiago Vinícius Trento Occhi e o Graduando de Ciências Biológicas Luiz
Fernando Constantino Gabriel, ambos da Universidade Estadual do Paraná, campus
Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de Paranaguá
(UNESPAR/FAFIPAR). Os alunos serão informados que podem participar de aulas
práticas, portanto, devem vestir-se adequadamente para o ambiente do mangue.
Material
Palestra: multimídia, caixa de som, computador; *bandejas, *pinças, *material
biológico.
Campo: *tesoura de poda, *sacos plásticos, *álcool, papelão, cartolina, repelente
(opcional), protetor solar (opcional).
Obs: *material fornecido pela FAFIPAR.
Desenvolvimento
A palestra sobre manguezais será ministrada pelo Biólogo Thiago com duração de
aproximadamente 50 minutos. Os temas abordados serão:
Exsicatas: Participar aos alunos o significado e o processo da montagem das
amostras de folhas, flores e frutos e o esquema de identificação.
Exemplares: Apresentar aos alunos exemplares de moluscos e caranguejos em via
líquida.
No campo, com carga horária prevista para duas aulas serão realizadas as
seguintes atividades:
Estruturação do bosque: Serão coletadas amostras das espécies arbóreas para
identificação no campo
Adaptações das plantas de manguezal: Serão abordados questões como o tipo
de solo e os recursos que a planta usa para garantir-se no ambiente. Suas
características.
Zonação da fauna incrustante nos caules e pnemumatóforos: Esclarecer aos
alunos a distinção entre os grupos que compreende a fauna do manguezal.
Algas e animais do manguezal: Quem são os habitantes do manguezal, seu ciclo
de vida e como se relacionam com o ambiente, considerando nesse contexto a
importância das algas.
Avaliação:
O professor poderá adotar os seguintes critérios:
1º fazer o fechamento dos temas abordados em sala de aula com
questionamentos contextualizados;
2º Fazer o fechamento dos temas abordados em sala de aula por meio de
debates;
3º Através da observação no interesse e participação dos alunos;
4º Com trabalhos individuais ou em grupo, realizados em sala de aula.
5º Pesquisar na internet e apresentação de textos resumidos sobre algum tema
abordado na palestra.
6º Observação de excicatas.
UNIDADE: GEOGRAFIA:
Atividade: Conhecendo Manguezais
Objetivo:
Identificar em qual região da Ilha encontram-se manguezais. Proporcionar ao aluno
a oportunidade de explorar sobre a ocorrência dos manguezais, identificando em
quais regiões do Brasil estão presentes. Exemplificar os locais em que o
ecossistema manguezal está associado, considerando baías, barras, enseadas,
lagunas, desembocadura de rios e reentrâncias costeiras.
Procedimento
Após a palestra, o professor deverá identificar os alunos que participaram das
atividades propostas. Na sequência discutir sobre o conteúdo da palestra e o tema a
ser trabalhado. Planejar uma aula de acordo com os objetivos esperados, em outra
oportunidade sair a campo com os alunos para identificar as regiões de manguezal.
Material
Máquina fotográfica, filmadora, multimídia, Internet e data show.
Desenvolvimento
No campo: Documentar através de audio e, ou vídeo as características dos
manguezais. Informar o tipo de local que esse ecossistema está associado
destacando a natureza do solo e da vegetação. Tempo de aproximadamente 5 horas
aula, podendo ser estendida de acordo com a necessidade e calendário.
Sala de aula: Orientar os alunos para pesquisar os locais em que o ecossistema
manguezal está associado, descrevendo sobre baías, barras, enseadas, lagunas,
desembocadura de rios. Utilizar os recursos disponíveis para demonstrar o material
registrado, fotos ou vídeos. Apresentar aos demais alunos do ensino fundamental.
Tempo de aproximadamente 2 aulas, podendo ser estendida de acordo com a
necessidade e calendário.
Avaliação
O professor poderá adotar os seguintes critérios:
1º fazer o fechamento dos temas abordados em sala de aula com
questionamentos contextualizados;
2º Fazer o fechamento dos temas abordados em sala de aula por meio de
debates;
3º Através da observação no interesse e participação dos alunos;
4º Com trabalhos individuais ou em grupo, realizados em sala de aula.
5º Pesquisar na internet e apresentação de textos resumidos sobre algum tema
abordado na palestra.
UNIDADE: HISTÓRIA:
Atividade: Conhecendo Manguezais
Objetivo:
Buscar informações referentes à ocupação das áreas de manguezais da ilha e a
percepção ambiental dos moradores junto a comunidade, através de antigos
moradores por meio de entrevistas e conversações. Repassar aos alunos junto aos
manguezais as informações coletadas nas entrevistas e conversas com a finalidade
de conscientizar o educando sobre a importância da preservação desse
ecossistema.
Procedimento
Buscar junto a comunidade, pescadores antigos que frequentavam esse ambiente e
vivenciaram a mudança desse ecossistema. Elaborar uma planilha com
questionamentos que produzam respostas à questões como o rendimento produtivo,
impacto ambiental, preservação e importância desse ecossistema para a vida
marinha.
Material
Máquina fotográfica, filmadora, multimídia, Internet e data show.
Desenvolvimento
No campo: Documentar através de audio e, ou vídeo duas ou mais entrevistas com
pescadores ou moradores antigos da comunidade com a finalidade de registrar o
passado e o pressente desse ecossistema manguezal. Questionar os entrevistados
utilizando uma planilha pré-elaborada sobre a produtividade dos manguezais, os
impactos causados nesse meio ambiente, a importância da sua preservação e o que
representa esse mangue para a vida marinha.
Levar os alunos até os manguezais e repassar as informações, orientando e
conscientizando sobre a importância que o mangue representa para a
biodiversidade desse ecossistema. Tempo de aproximadamente 2 aulas, podendo
ser estendida de acordo com a necessidade e calendário.
Sala de aula: Os alunos deverão assistir as entrevistas e discutir as dúvidas com o
professor. Em grupo os alunos deverão trabalhar o conteúdo através de pesquisas
na internet e trabalhar atividades contextualizadas junto com o professor. Tempo de
aproximadamente 2 aulas, podendo ser estendida de acordo com a necessidade e
calendário.
Avaliação
O professor poderá adotar os seguintes critérios:
1º fazer o fechamento dos temas abordados em sala de aula com
questionamentos contextualizados;
2º Fazer o fechamento dos temas abordados em sala de aula por meio de
debates;
3º Através da observação no interesse e participação dos alunos;
4º Com trabalhos individuais ou em grupo, realizados em sala de aula.
5º Pesquisar na internet e apresentação de textos resumidos sobre algum tema
abordado na palestra.
UNIDADE: PORTUGUÊS:
Atividade: Conhecendo Manguezais
Objetivo:
Conscientizar o aluno por meio da pesquisa sobre a importância do manguezal e
sua preservação para a vida marinha, identificando e registrando os projetos
voltados para esse fim. Registrar o nome do projeto, quem esta desenvolvendo ou
se já desenvolveu e a região trabalhada.
Procedimento
Navegar na internet em busca de informações sobre manguezal, reconhecendo e
classificando regiões e os envolvidos na proposta de preservação dos manguezais,
considerando os trabalhos já publicados, por exemplo, teses de mestrado e
doutorado. Organizar os endereços consultados para futuras pesquisas.
Material
Laboratório de informática, Internet, caderno e caneta
Desenvolvimento
Sala de aula: O professor deverá escolher uma turma, discutir o planejamento da
atividade, orientá-los sobre a pesquisa, como deve ser feito, o tipo de material que é
relevante para à pesquisa, como organizar os endereços e elaborar uma ficha com
os dados coletados. Finalmente, elaborar um texto sobre o tema caracterizando a
importância dos manguezais.
Avaliação
O professor poderá adotar os seguintes critérios:
1º fazer o fechamento dos temas abordados em sala de aula com
questionamentos contextualizados;
2º Fazer o fechamento dos temas abordados em sala de aula por meio de
debates;
3º Através da observação no interesse e participação dos alunos;
4º Com trabalhos individuais ou em grupo, realizados em sala de aula.
5º Pesquisar na internet e apresentação de textos resumidos sobre algum tema
abordado na palestra.
3 ORIENTAÇÃO METODOLÓGICA
Na produção didática para a interdisciplinaridade é determinante uma
relação sociável, amigável e sobre tudo profissional em todas as esferas do
conhecimento, independente de áreas e disciplinas.
Nas aulas de campo, trabalhar com conceitos variados sobre o mesmo tema
requer uma dimensão equivalente ou superior às informações sustentadas pelo
conjunto de disciplinas que se propõem a trabalhar o mesmo tema. O educador para
concluir sua proposta de trabalho precisa e deve recorrer aos mais variados
recursos que facilitem a sua comunicação e entendimento pelos educando. O
recurso verbal deve estar aliado à paisagem, fotografia, filmes, documentários,
escrita, pesquisas e consulta técnica.
As atividades propostas devem contribuir ao aluno para que o mesmo possa
elaborar seu sentido e construir o próprio conceito dentro da sua realidade, formular
hipótese e refletir sobre o ambiente que o cerca. De acordo com Tamaio (2002,
p.32)
Às vezes os educadores não respeitam essa interação e, com a preocupação de ensinarem a realidade do espaço natural, transmitem à criança muitos conceitos científicos abstratos, que em Educação Ambiental podem ser exemplificados como “biodiversidade, ecossistema, erosão, preservação, natureza, camada de ozônio, efeito estufa, substâncias biodegradáveis, entre outros”, através da memorização de definições.
O aprendizado será mais bem interpretado e absorvido se houver uma
interação entre o aluno e o ambiente que vive.
O conhecimento prévio do tema a ser abordado pelos alunos é um
antecedente natural a qualquer planejamento de uma aula de campo, e pode ser
enriquecido por meio de pesquisas, leitura, debates, vídeos, palestras
especializadas e orientação do educador.
Para se estabelecer essa interação entre educador, educando e meio
ambiente no processo do ensino deve ser levado em consideração que o aluno não
chega à escola totalmente desprovida de conceito sobre seu ambiente, um exemplo
prático é colocado por esse autor.
Embora o aluno saiba que o vegetal precisa da luz solar para sobreviver, pois provavelmente ele já deve ter observado uma planta em casa, o que ele ainda não sabe são os mecanismos que estão por trás desse processo chamado fotossíntese SALES (2007, p. 36).
Esse entendimento é que o educador buscará nas aulas de campo, no
manejo pedagógico complementar o aprendizado e construir um conhecimento mais
elaborado.
Nessa proposta os materiais didáticos estarão promovendo além do
esclarecimento científico pesquisas relacionadas ao meio ambiente da Ilha do Mel,
identificando seus ecossistemas e sua importância para o desenvolvimento do
conhecimento e da preservação da cadeia alimentar, tendo como prática educativa a
interdisciplinaridade nas aulas de campo. Acredita-se que essa ação semeia uma
pedagogia transformadora, uma metodologia diferenciada no ensino e na busca de
uma mudança de rota nas relações aluno, professor, comunidade. Nessa busca pela
mudança está presente a dedicação dos professores, a sua certeza que vale a pena
tentar e trabalhar pelo que se acredita. Essa confiança na mudança fica claro na
visão de Gandim (1998, p.14)
A metodologia da mudança, ao tempo em que exige do grupo a definição clara do tipo de mudança que intenta, requer que o grupo defina os fins. Isso quer dizer que ou se muda para algo que importa ou a mudança não tem importância alguma. Isso quer dizer, também, que a mudança pela mudança é algo inteiramente desprovido de sentido.
Obedecendo a esse raciocínio, interação entre as disciplinas e a
comunicação são fatores importantíssimos na estruturação do pensamento e na
interpretação dos dados relevantes às atividades de campo e na sua conclusão em
sala de aula, considerando uma linguagem simples e de fácil entendimento.
Concretizando essa metodologia, deverá o educador propor situações que
estimulem e motivem o educando na sua atividade, reforçando esse trabalho
colaborativo e coletivo com atividades complementares em sala de aula.
REFERÊNCIA
ALVES, Adriana apud FAZENDA, Ivani C. A. (org). O que é interdisciplinaridade?
São Paulo. Cortez. 2008, p. 107 ATHAYDE, S. F; BRITEZ, R. M. apud MARQUES, C. M; BRITEZ, R. M. (orgs). História Natural e Conservação da Ilha do Mel. Curitiba. UFPR. 2005, p.230
BASTOS, A. M. Tavares. Educação e Pedagogia, A imagem no ensino da arte.
São Paulo. Perspectiva. 2009, p. 69 BERNA, Vilmar; MONTANHEIRO, L. M. da Costa. Manguezais Educação Ambiental, Importância – Preservação – Legislação. Rio de Janeiro. Universo.
1996, p. 8 BRASIL. Lei 9.985 de 18 de julho de 2000. Institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), estabelece critérios e normas
para a criação, implantação e gestão das unidades de conservação. D.O.U. de 19.7.2000. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9985.htm> Acesso em 15. Agosto. 2013 ELIAS, M. Del Cioppo. Célestin Freinet – Uma Pedagogia de Atividade e Cooperação. Petrópolis. Vozes. 1997, p. 60 FAZENDA, Ivani C. Arantes. Interdisciplinaridade Um projeto em parceria. São
Paulo. Loyola. 1995, p. 31, 33. GANDIN, Danilo. Escola e transformação social. Petrópolis. Vozes. 1998, p.14 GUIMARÃES, M. J. Eres. apud FAZENDA, I. C. Arantes (org). O que é Interdisciplinaridade? São Paulo. Cortez. 2008, p. 126
JUNIOR, E. Marandola; FUSCALDO, W. Cesar; FERREIRA, Y. Nakagawara, (orgs). Geografia, Ciência e Filosofia – Interdisciplinaridade e interfaces de conhecimento. Londrina. Humanidade. 2002. p. 151
LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo, Cortez, 1992, p. 15, 43
MAGALHÃES, L. M. Fortes (org). Educação Ambiental – Teoria e prática para as pessoas e as sociedades do século 21. Belém. Alves Gráfica. 2006, p. 76. MARQUES, Marcia C. M; BRITEZ, Ricardo M. de. (orgs) História Natural e Conservação da Ilha do Mel. Curitiba. UFPR. 2005, p. 13
MARTINS, P. L. Oliver; FAZENDA, I. C. Arantes; LIMA, M. de Lourdes Rocha; ANDRÉ, M. E. D. Afonso de. Um desafio para a Didática. São Paulo. Loyola. 1988, p. 36 SALLES, G. Dalzoto. Metodologia do Ensino de Ciências Biológicas e da Natureza. Curitiba. Ibpex. 2007, p. 36, 54
SANTOMÉ, Jurjo Torres. Globalização e Interdisciplinaridade. Porto Alegre. Artes
Médicas. 1998, p. 45. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ. Diretrizes Curriculares da Educação Básica. Curitiba, Seed, 2008, p. 26, 30
SECRETARIA DE ESTADO DE GOVERNO (SEEG). Lei nº 16.037 de 08 de janeiro de 2009. Dispõe que a Ilha do Mel, situada na baía de Paranaguá, Município de Paranaguá, constitui região de especial interesse ambiental e turístico do Estado do Paraná. Publicado no Diário Oficial nº. 7885 de 8 de Janeiro de 2009. Disponível em: <http://www.legislacao.pr.gov.br/legislacao/pesquisarAto.do?action=exibir&codAto=17537&codTipoAto=&tipoVisualizacao=alterado> Acesso em: 15. agosto. 2013 SHIPLEY, C. M; CANN, M. M; HILDEBRAND, J; MITCHELL, G. T. Síntese de Métodos Didáticos. Porto Alegre. Globo. 1969, p. 161 TAMAIO, Irineu. O professor na construção do conceito de natureza: Uma Experiência de Educação Ambiental. São Paulo. Annablumme. 2002, p. 32