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Sentinela do Jacuí - Triunfo, 17 de julho de 20102

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OpiniãoEDITORIAL

FLORA FLÁVIA FREITAS - SOCIÓLOGA - PSICOPEDAGOGA

EMPRESA JORNALÍSTICA E EDITORA CASARIOJornal Sentinela do JacuíCNPJ 11.166.647/0001-04Rua: General Câmara, 64 - Centro - CEP:95840-000 - Triunfo/RSFones: 51-3654-3009 / 51-9994-0527E-mail: [email protected]

Diretora e Editora: Odila L. Rubin de VasconcelosDiagramação: Editora Jornalística Mc LTDAArte: Lourelisa R. de VasconcelosProcurador Jurídico: Dr. Adroaldo Renosto - OAB/RS - 26.925Periodicidade: Semanal - Impresso na Editora Jornalística MCLTDA / Esteio - RS - 3473-1712Os artigos assinados pelos colaboradores são de sua inteira responsabilidade, nãorepresentando necessariamente a opinião do jornal, da mesma forma os colaboradorescom artigos ou páginas não têm vínculo empregatício com a empresa. O jornal nãoresponderá subsidiariamente por eles em nenhum fórum, por mais privilegiado que for.

Pensadores do terceiro milênio, como Edgard

Morin, defendem que o engajamento social doscidadãos é um dos pilares para a construção deuma sociedade melhor e mais solidária.

Mesmo quem se posiciona contra o voluntariadoassistencialista e acredita que o governo deveria fazermuito mais do que faz pelas comunidades carentes,vê em determinados projetos sociais uma saída paraa melhoria das condições de vida da população debaixa renda no país. Mas o trabalho voluntário tam-bém abrange a Educação e a Cultura. Precisamosalimentar os carentes de feijão e arroz, mas tambémde livros, de internet, de Teatro, de Dança, etc. OVale Cultura, criado recentemente pelo GovernoFederal, não é supérfluo, quanto pensam alguns, quepor certo desfrutam-na confortavelmente em seuslares, nos grandes telões de seus home teather ounas casas de espetáculos.

Somos seres sociais, e quando participamos deatividades comunitárias experenciamos o convíviocom pessoas de diferentes áreas, meios e situações,enriquecendo a nossa experiência de vida. Ampli-amos nossa rede de relacionamentos e firmamosum compromisso ético, tornando-nos mais sensí-veis ao outro e devolvemos à vida um pouco doque recebemos em nossa Educação.

Embora para algumas pessoas ser solidário sejaapenas desprender-se de algum dinheiro, para aju-dar em uma causa qualquer, com propaganda naTV, os projetos sociais aumentam a conscientizaçãopolítica e social.

Observando nossa comunidade, podemos per-ceber claramente que em todas as fatias da popu-lação muitas pessoas começam a despertar para ascampanhas sociais. As duas últimas caminhadasbem demonstram isso, esta do IMAMA, realizadana última quinta-feira, 15 de julho, e a da campa-nha contra o Crack, há algum tempo atrás. A soci-edade triunfense, em seus diversos vieses, come-ça a irmanar-se e a devolver ao meio o que apren-deu nos Lares, nas Escolas, na Vida.

E diante do crescimento do bom senso, não dápara deixar de sonhar. Imagine mil, dois mil, ou maistriunfenses engajados socialmente, doando algumashoras de seu tempo, semanalmente, para transfor-mar a nossa realidade sóciocultural. Temos muitase muitas pessoas com um alto grau de sensibilida-de, cultura, informação, conhecimento, boa-vonta-de, criatividade, profissionalismo, grandes artistas,artesãos maravilhosos, para botar 'fogo no circo' eampliar o picadeiro. Nós do Sentinela do Jacui, so-mados à Fundação Cultura Qorpo-Santo, FCQS, eao Lions Clube de Triunfo, temos uma sugestão empauta: una-se à causa da Cultura e venha defendera edificação do Complexo Cultural Qorpo-Santo,no lugar onde ele nasceu, ao lado da Biblioteca Cel.João Maia. A favor da Arte, da Música, da Literatu-ra, do Teatro, da Dança e de quantas mais lingua-gens culturais surgirem! Depois disso - e com você- Triunfo será ainda melhor!

Causas sociaisAntigamente, acreditava-se que só o desen-

volvimento econômico poderia garantir obem-estar social. Hoje, a solidariedade já é

vista também como uma alternativa.

Dizem que 1968 foi o ano que nunca acabou, mas

talvez seja mais fácil dizer que o que não acabou foi adécada de 60. Até hoje, tem muita gente que gostaria deter nascido naquela época só para viver a juventude bemna época das grandes revoluções.

O ano de 1968 é muito lembrado ainda pela suarepresentatividade histórica, a Bienal do Livro 2008 tevea exposição "1968, Mordaça no Estadão", que exibiu jor-nais censurados do Estado de São Paulo na época da Di-tadura Militar no Brasil.

O ano 1968 foi importante no Brasil e no Mundo,pois o mundo vivia em plena Guerra Fria e seus desdo-bramentos, o Brasil vivia em plena Ditadura Militar, ouseja, dois momentos únicos em nossa História, conectadospor um mundo de transformação, embora ainda não hou-vesse internet, a televisão fazia bem o papel de unir omundo pela recém nascida globalização.

Em meio as minhas pesquisas encontrei que no dia 30de janeiro, em plena Guerra do Vietnã, os vitcongues lan-çam a "Ofensiva Tet" contra os norte-americanos no anonovo vietnamita. A Guerra do Vietnã gerou uma série deprotestos no mundo. Depois, em 5 de fevereiro estudantesda Espanha e da Itália ocupam universidades e na Alema-nha um consulado americano. Em 17 de março os estu-dantes atacam a embaixada americana em Londres. Após,no dia 4 de abril, Martin Luther King, importante lídernegro na luta contra o preconceito nos EUA, é assassina-do. Em maio de 68 na França, estudantes fazem uma sériede protestos, seguidos de protestos dos trabalhadores, foio chamado "maio de Paris". No dia 5 de junho o pré can-didato democrata, Bob Kennedy é assassinado nos EUA.

E não pára aí: em 26 de junho no Brasil, é realizada aPasseata dos Cem Mil, contra a Ditadura. Depois em 20de agosto as tropas soviéticas invadem a Tchecoslováquiae colocam o fim no sonho de um socialismo mais huma-no, começado em maio de 1968, que tinha dado início àPrimavera de Praga. Aqui no Brasil, no dia15 de outubrohouve a prisão dos líderes do movimento estudantil noCongresso da União Nacional dos Estudantes (UNE)

1968: o ano que nunca acabouBah!, São muitos os acontecimentos que marcaram

1968. Um ano em que a juventude mostrou que "quequem sabe faz a hora, não espera acontecer", como diziaa canção de Geraldo Vandré, em que muitos ainda acre-ditavam em um socialismo mais humano, em que a mú-sica dos Beatles, Jimi Hendrix e Janis Joplin embalava ajuventude mundial.

Vivia-se a noite da ditadura, com relâmpagos de dorarrancados à tortura do choque elétrico no Brasil, mas naluz das câmeras de TV brilhava a Tropicália, movimentomusical, liderado por Caetano Veloso que servia como vozpara aqueles que queriam um novo país, da mesma formaque a cultura do PAZ e AMOR dos Hippies se espalha pelomundo e o Brasil girava feito a roda-viva de Chico Buarque,em especial no final do ano, com o Ato Institucional nº 5,que foi o golpe mais duro dos militares, pois com ele oPresidente assumia todos os poderes, podendo decretar orecesso do Congresso Nacional, intervir nos estados e mu-nicípios, cassar mandatos parlamentares, suspender, pordez anos, os direitos políticos de qualquer cidadão, decre-tar confisco dos bens considerados ilícitos e suspender agarantia do habeas-corpus. A partir disso a Ditadura Mili-tar assume a sua forma mais violenta e nem a música "ÉProibido Proibir" de Caetano Veloso conseguiu impedir aproibição geral que se instalou no Brasil.

Segundo Zuenir Ventura, autor da obra 1968: o AnoQue Não Terminou, "Foi um ano muito especial. Ummomento de uma sintonia mágica, misteriosa. [...] Achavaque se podia mudar tudo através da ruptura, da revolu-ção. A ironia da história é que eles [os jovens] não fize-ram a revolução política, mas acabaram fazendo a revo-lução cultural". Ainda lembro da frase: "o mundo estágrávido de mudança e os jovens são os parteiros!".

Quanto a mim, nasci em 1968, exatamente no dia que,aqui em Triunfo, mais precisamente no Porto Batista, naEstação Ferroviária de Fanfa ocorreu um grande desastrede trem, onde faleceram mais de 40 pessoas, isso é umfato além de histórico marcante na mente das pessoas quepresenciaram as cenas do acidente e após a tragédia.

E, pensando bem, todos que nascemos em 1968, so-mos um pouco revolucionários...

A nós, não bastaria sim-plesmente parabenizá-lopor sua conquista, fomostomados pelo desejo de tor-nar público nossa imensasatisfação de tê-lo comocolega, e também de con-fidenciar-lhe que no mo-mento em que juramosacreditar no Direito comomelhor forma para convi-vência humana, prometen-do fazer da Justiça uma con-seqüência normal e lógicado Direito, estamos dandoinicio a uma árdua e pra-zerosa carreira. E, muitasvezes, no caminho nos de-paramos com conflitospróprios de quem ousa de-fender a liberdade, poissem ela não há direito quesobreviva.

Ainda assim, não esmo-

Gabriel, mais um magistrado na OAB-Triunforeça! Respire! E busque oque sempre haverá de me-lhor em ti, busque aquelesvalores que superam a todoe qualquer diploma, aque-les valores genuínos queSilvio e Neuza usaram paraalimentar teu caráter e quefizeram de ti, o que chama-mos em nosso linguajar ga-úcho de "guri bom"!

Aproveitando a oportu-nidade, parabenizamostambém esses pais tão ze-losos e dedicados, regis-trando aqui nosso sincerorespeito e admiração porvocês: Silvio e Neuza!

Da mesma forma, para-benizamos ao exigente e or-gulhoso padrinho Dr. Lineu,que certamente muito contri-buiu para concretização des-se objetivo.

Por tudo isso, Dr. Gabriel,parafraseamos Maquiavelpara dizer-lhe: Não deixesque a vida passe por ti comoum simples suceder de coi-sas, mas sim passe tu pela

vida, deixando marca bené-fica de uma personalidadedigna de ser lembrada.

Sucesso e forte abraçodos teus colegas da OAB-Triunfo/RS

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