1 RIBEIRO, Laura Cançado. Atlas para identificar e codificar aspectos gerais do Desenho (Texto-Atlas, 27 p.)
www.psicologiaclinicatextos.com.br. Coletânea O Desenho da Figura Humana, 6. Aba Análise Simbólica. Revisão
11/2021
O Desenho da Figura Humana, 6
Atlas para identificar e codificar aspectos gerais do Desenho
Como no Texto 5, você vai continuar a identificar e codificar traços gráficos presentes no
desenho feito pela pessoa-sujeito. Aconselho a ler a introdução do Texto 5, para conhecer
fundamentos e metodologia da construção deste Atlas, que é continuação do anterior. Você viu no
Quadro de Classes e Categorias a visão geral da
organização, que é a mesma em todos os textos
sobre o Desenho da Figura Humana. No Texto 5,
você trabalhou apenas com a classe PF, Partes
da Figura1 . O Quadro ao lado mostra as classes
e categorias que constituem os aspectos gerais
do Desenho como um todo. Veja que alguns
deles se referem às Figuras, outros se referem
ao Desenho, e outros ao comportamento da
pessoa-sujeito na hora de desenhar.
A classe Apresentação da Figura engloba as
categorias tema, posição corporal e movimento,
tamanho, localização da Figura na folha e
tratamento dado ao fundo. A classe Estrutura da
composição e da Figura refere-se ao
planejamento geral da composição, esquema
corporal e complexidade da representação da
Figura humana pelo desenho. A classe
Tratamento diferencial entre figuras envolve a
comparação das diferenças de representação
das figuras dos dois sexos. Finalmente, a classe
Traçado e estilo se refere à expressão
psicomotora e aos padrões de comportamento
observados ao longo da tarefa.
Como fazer a codificação? Como no
Texto 5, para codificar você tem de identificar o
aspecto presente no desenho. Como o Atlas está
organizado por categorias (Ex. Idade relativa das
figuras, na Classe TD, ou Amplitude das linhas,
na Classe TE), ao começar a analisar cada uma,
é bom ler todos os códigos contidos nela. De
posse dessa visão global sobre cada categoria,
você começa a identificar e codificar os traços que estão presentes no desenho da sua pessoa-sujeito.
Ler todos os possíveis códigos antes de fazer a identificação vai ajudar você a discriminar. Algumas
descrições se tornam mais precisas, quando comparadas a outras, similares a elas, mas levemente
distintas. Algumas descrições são mutuamente exclusivas, mas isso é avisado. As mesmas limitações
relatadas no Texto 5 estão presentes neste; e recomendo a mesma cautela ao considerar a realidade
1 O termo Figura nomeia a pessoa humana desenhada. O termo Desenho nomeia o conjunto da produção gráfica.
Classes e categorias referentes aos
aspectos gerais dos desenhos das duas
figuras humanas
Nº de
traços
AP - APRESENTAÇÃO DA FIGURA
Tema da Figura 32
Expressão da Figura 21
Movimento 10
Postura corporal 13
Tamanho da Figura 13
Localização da Figura na folha 12
Ambientação da Figura (fundo) 16
ES - ESTRUTURA (da composição e da Figura)
Sucessão ao desenhar 13
Simetria do desenho 09
Perspectiva básica 06
Perspectiva por sombreamento 06
Esquema corporal e detalhes 24
TD - TRATAMENTO DIFERENCIAL ENTRE
FIGURAS
Semelhança e diferenciação geral 14
Semelhanças e diferenças específicas 28
Idade relativa das figuras 09
Valorização relativa das figuras 13
Atribuição diferencial de qualidades
afetivas e de integração pessoal
21
TE - TRAÇADO E ESTILO
Traçado em geral 06
Pressão ao fazer as linhas 06
Amplitude das linhas 03
Forma das linhas do desenho 03
Tipo e modo de fazer as linhas 11
Correções e retoques 09
Estilo de ação (reações ao teste) 30
2 RIBEIRO, Laura Cançado. Atlas para identificar e codificar aspectos gerais do Desenho (Texto-Atlas, 27 p.)
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da pessoa-sujeito e suas situações de fato. Para registrar sua codificação, oriente-se pelo Anexo que
está no final do Texto 5.
Classe AP: apresentação da Figura
A primeira classe (Classe AP) é a da apresentação da Figura e engloba as categorias: tema
escolhido, expressão da Figura, movimento sugerido, posição corporal em que a Figura é apresentada,
tamanho da mesma, localização dela na folha de papel e o fundo. Cada categoria é explorada numa
Seção à parte. O tema (embora tenha sido delimitado que se fizesse o “desenho de uma pessoa
humana”) pode variar desde Figura de animal, a uma Figura da pessoa, a uma Figura abstrata que
representaria para a pessoa-sujeito uma pessoa humana, pois a capacidade simbólica da pessoa-
sujeito humana é ilimitada. Recomendo sempre o trabalho em dupla. Se isso não for possível, em caso
de dúvida, consulte alguém. Recomendo também não codificar traços que lhe pareçam duvidosos.
CLASSE AP DO ATLAS E SUAS CATEGORIAS: DEFINIÇÕES PARA IDENTIFICAÇÃO E CODIFICAÇÃO
DAS CARACTERÍSTICAS DE APRESENTAÇÃO DA FIGURA DESENHADA
AP01.-Tema da Figura. Refere-se à caracterização geral que a pessoa-sujeito dá à Figura desenhada. Exs:
desenho de si mesmo, desenho de vaqueiro, de criança, de fantasma, boneco, robô, etc..
AP01.00- Figura humana. Esse é um código básico— leia todos os outros, para discriminação. Os sujeitos normais
em geral apresentam essa codificação. Se a pessoa-sujeito tiver desenhado uma Figura que se afasta muito
do humano, ou muito empobrecida, as codificações AP01.20 em diante costumam se adaptar.
AP01.00.01- Desenho de si mesmo. A pessoa-sujeito faz um desenho de si própria. Verificar pelo diálogo.
AP01.01- Figura humana do próprio sexo, de idade mais jovem do que a pessoa-sujeito. Desenho de Figura
humana do próprio sexo que está numa faixa de idade inferior à da pessoa-sujeito. Primeiro situe a pessoa-
sujeito numa faixa de idade: adolescente (se tiver de 14 a 17 a.), ou jovem (de 18 a 24 a.), ou adulto jovem
(de 25 a 39 anos), adulto maduro (de 40 a 69 a.), ou velho. E aplicar esse código quando a Figura desenhada
for de uma faixa de idade menor. Indique também a faixa de idade da Figura desenhada; por ex., adolescente
(quando a pessoa-sujeito é adulto); adulto jovem, (quando a pessoa-sujeito é adulto maduro ou idoso). Se a
Figura desenhada for infantil, as faixas são: bebê, criança pequena (2-6 a.), menino/a (7-10 a.), púbere (11-
13 a.). Em dúvida, use segunda opinião.
AP01.02- Figura com roupas menos adultas que a idade da pessoa-sujeito. Figura com roupas menos adultas que
a idade da pessoa-sujeito, não importando se o corpo é adulto.
AP01.03- Figura de mesma idade que a pessoa-sujeito. Verificar se a Figura humana desenhada está na mesma
faixa de idade da pessoa-sujeito. Estando na mesma faixa, é codificada AP01.03. Em dúvida, use segunda
opinião.
AP01.04- Figura de idade superior à da pessoa-sujeito. Figura de faixa de idade superior à faixa de idade da
pessoa-sujeito. Ver as faixas em AP01.01 e comparar com a faixa de idade da pessoa-sujeito. (O trabalho
analítico é análogo ao descrito para Figura mais jovem que a pessoa-sujeito).
AP01.05- Figura com roupas mais adultas que o adequado para a idade da pessoa-sujeito. Figura com roupas
próprias de pessoa mais adulta que a idade da pessoa-sujeito, não importando se o corpo é adequado à idade
da pessoa-sujeito.
AP01.06- Figura de pessoa idosa.
AP01.07- Desenho de pessoa específica. a pessoa-sujeito desenha Figura com características fortes de alguém de
seu relacionamento, exceto pai e mãe. Para saber, pergunte à pessoa-sujeito se desenhou alguém de suas
relações.
AP01.08- Figuras parentais. A pessoa-sujeito desenha as figuras do pai e da mãe. Identifique, perguntando.
AP01.09- Estereótipos em geral. a pessoa-sujeito desenha clichê, ou lugar comum, ou personagem histórico
conhecido. Exs.: Papai Noel, Jesus Cristo, Napoleão, soldado, policial, gângster, desportista, atletas, etc..
Assinale esse código e procure, nos códigos seguintes, se o estereótipo está descrito. Se não houver descrição,
estude o significado cultural corrente para o símbolo (por dicionários, dicionários de símbolos), e explore o
sentido dessa escolha no diálogo e na história escrita pela pessoa-sujeito.
3 RIBEIRO, Laura Cançado. Atlas para identificar e codificar aspectos gerais do Desenho (Texto-Atlas, 27 p.)
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AP01.10- Figura de caipira ou jeca. O desenho mostra pessoa com chapéu de palha, calça pega-frango, remendos
nas calças e pés no chão, ou botinas; ou mulher com roupas da pessoa simples, de roça. Verificar a história
contada pela pessoa-sujeito, para captar o sentido atribuído pela pessoa-sujeito à Figura (situação de vida?).
AP01.11- Figura de selvagem. Desenho de índio, selvagem, ou de pessoas desnudas em ambiente de florestas,
ou ambiente selvagem.
AP01.12- Personagem ridículo. Figuras que provocam riso ou surpresa (caricaturas, palhaços, anões,
espantalhos). São Figuras que intencionalmente se destinam a causar impacto, e não Figuras que se tornam
engraçadas por inabilidade do desenhista.
AP01.13- Cabeça de palhaço, sem o resto do corpo. Cabeça somente, + as feições de palhaço.
AP01.14- Figura corcunda. A Figura está de perfil e apresenta corcova.
AP01.15- Figuras combativas. Figuras ligadas a lutas corporais ou que usam armas. Exs. guerreiro, soldado,
guarda, boxeador, gladiador, caçador.
AP01.16- Figuras desportistas. Figuras ligadas a esportes. Exs.: atleta, jogador de futebol, alpinista, patinadora.
AP01.17 Figuras de autoridade e poder. Estereótipos de figuras dominadoras, de influência, que exercem poder.
Ex.: rei, rainha, Napoleão, oficial, guarda, general.
AP01.18- Figuras de divindades, ou de religiosos. Figuras que representam entidades religiosas, como Jesus,
Virgem Maria, Deus, anjo, santo, Krishna, Iemanjá, ou de religiosos, como padres, freiras.
AP01.19- Figura de bandido. Figura que está com roupa de gângster, ou Figura com revólver, facas, etc..
AP01.20- Figura de boneco. Figura que tem aspecto de boneco ou boneca, em geral com braços horizontais ou
para cima, ou segurando flores, com avental, chapeuzinho; Pinóquio, títere. A Figura dá impressão de pouca
humanização e de pouca autonomia de movimento.
AP01.21- Figuras fantasmagóricas. Estereótipos de figuras irreais, imaginárias. Exs: feiticeiras, vampiros,
fantasmas.
AP01.22- Estátuas e múmias. Estereótipos e figuras humanas que dão impressão de imobilidade, morte, ou que
se apresentam como escultura, estátua, sobre pedestal, etc.
AP01.23- Figura não humana. Figura de animal, como macaco, percevejo, ou outro bicho.
AP01.24- figuras zoomórficas. a pessoa-sujeito desenha Figura Humana com semelhança a animais. Ex.: desenhar
homem, mas que parece macaco, ou porco, à primeira vista. Consulte segunda opinião.
AP01.25- Figura despersonalizada. Figura sem qualidades de humanização; despersonalizada, inexpressiva,
vazia.
AP01.26- Figuras abstratas. Figuras geométricas ou cabalísticas, concebidas no mundo das ideias, sem base
material. Ex.: "pessoa" feita com retângulos e losangos, que se ligam, formando rede ou vitral.
AP01.27- Figuras mitológicas formadas de soma de dois seres. Figuras humanas mescladas com animais, como
centauros, mulheres aladas, sereias, etc.
AP01.20- Figura de
boneco.
AP01.25- Figura
despersonalizada.
AP01.29- Figura com
aspecto esquisito.
AP01.30- Figura mecânica
ou robotizada.
AP01.28- Desenhos monstruosos. Seres aberrantes: seres com duas cabeças, ou vários braços, pernas, ou vários
olhos.
AP01.29- Figura com aspecto esquisito. Figura com aspecto geral grotesco, extravagante, estranho.
AP01.30- Figura mecânica ou robotizada. Figura feita por junção de partes, como armaduras, ou parecendo robô.
4 RIBEIRO, Laura Cançado. Atlas para identificar e codificar aspectos gerais do Desenho (Texto-Atlas, 27 p.)
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AP02.- Expressão da Figura. Refere-se às características de sentimento, atitude ou personalidade que a
Figura sugere ao observador. Avaliar usando duas opiniões. Esse aspecto mostrou ser de avaliação difícil.
AP02.01- Expressão autista. Figura que sugere movimento interno, mas com pose estática, associada a tamanho
aumentado e movimento bloqueado.
AP02.02- Figura inexpressiva. Figura com expressão que não revela afeto.
AP02.03- Figura que mostra pouca capacidade de contato. Traços faciais tênues e/ou braços frágeis, ou muitos
detalhes na área do corpo, mas braços colados nele, olhos semicerrados ou cerrados, boca receptiva ou
côncava; também desenho com lesões em partes com função de intercâmbio pessoal (lesões em boca, mãos;
ausência de olhos).
AP02.04- Figura com aspecto ameaçador. Figura com aspecto mau, sinistro, persecutório.
AP02.05- Figura agradável, mas com conotação hostil. Figura agradável no conjunto, mas com elementos sutis
de agressividade que causam repulsa.
AP02.01-
Expressão autista.
AP02.02- Figura
inexpressiva
AP02.03-
Figura com
pouca
capacidade
de contato.
AP02.04- Figura com
aspecto ameaçador.
AP02.05- Figura
agradável ... hostil
AP02.06- Figura muscularmente desafiante. Figuras com exaltação da capacidade física, atitude ameaçadora, ou
de desafio, como boxeadores, ou com onipotência física. Não é excluída pelo código "Figura desportista",
pois a Figura desportista não precisa expressar desafio muscular.
AP02.07- Figuras poderosas extremas. (Não exclui a cotação atribuída na seção AP01.) figuras com atributos de
poder, magia, onipotência, comando, mas idealmente boas ou persecutórias. Ex.: reis, rainhas, deuses,
santos, fadas, bruxas, magos, etc.. (Para essa atribuição, considerar o aspecto de exagero da qualidade.)
AP02.08- Figuras fortes e seguras. Figuras de tamanho médio, mas bem plantadas, fortes, de modo que chamam
a atenção pela impressão de firmeza e segurança.
AP02.09- Figura agressiva bloqueada. Figura com aspecto agressivo, grande, e com intenção de movimento, mas
rigidez.
AP02.10- Figura com força muscular localizada. Figura com tratamento diferencial dado a qualquer área, em
relação à potência muscular.
AP02.11- Figura com aspecto protetor. Figura que expressa capacidade de proteção dos fracos, desde as mais
protetoras, como Batman, Super-Homem, até as figuras com aspecto maternal, etc.. São em geral grandes,
mas não necessariamente.
AP02.12- Figura com aspecto de docilidade. Figura cuja principal faceta é a falta de agressividade.
AP02.13- Figura infantil simpática, ou esperta. Figura com aspecto infantil, simpático e alegre; ou com ausência
de traços genitais e expressão divertida, ou astuta.
AP02.14- Figura harmoniosa e com pouca conotação erótico-sexual. Figura agradável, muito vestida, "tapada",
com pouca preocupação com detalhes da roupa.
AP02.15- Figura feliz. Figura grande, harmoniosa, bonita, com ênfase na expressão feliz, com enfeites e posse de
conteúdos não agressivos (flores, coração como broche, laço de fita).
AP02.16- Figura infantil com expressão de cortesia forçada. Figura infantil, com sorriso forçado, ou cabeça
levemente abaixada, olhos semicerrados que transmitem impressão de humildade e subserviência.
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AP02.17- Figura vívida e chamativa. Figura expressiva, que
tem vivacidade.
AP02.18- Figura com medo. Figura com expressão de pavor,
ou assustada, ou que parece correr, fugindo de algo ou com
as mãos para o alto como se quisesse se segurar em algo.
AP02.19- Figura fazendo pose ou em exibição. figuras em
desfiles, manequins, etc.
AP02.20- Figura triste. Figura infeliz, deprimida,
desalentada, abatida, chorando.
AP02.21-Figuras fracas. Figuras pequenas, dando impressão
de fragilidade ou incerteza.
AP03.- Movimento expresso pela Figura. Por traços específicos, ou pela expressão, a Figura transmite a
impressão de movimento funcional (andar, pegar) ou de atividade interior (pensar, sonhar, alegrar-se).
AP03.00- Movimento adequado à idade. A Figura expressa movimento em harmonia com a idade, inteligência,
ocupação ou atividade da pessoa-sujeito. Se tiver dificuldade em categorizar, pense em pessoas que você
conhece, da idade da pessoa-sujeito, e imagine se elas expressariam aquele movimento que a Figura
expressa. Se necessário, fique na posição desenhada, para poder ajudar sua apreciação. Use segunda opinião.
AP03.01- Ausência de movimento. Figura parada, desvitalizada, dando impressão de falta de vida, ou de estátua.
AP03.02- Figuras paralisadas e grandes que contrastam com histórias dramáticas e agressivas. Figuras
"depositárias" da agressividade projetada pela pessoa-sujeito.
AP03.03- Figura com movimento robotizado. Figura com rigidez de expressão facial e de movimentos, ou "dura
e rígida como se estivesse com uma couraça", ou "com ênfase na capacidade defensiva", ou "blindada",
"invulnerável", ou "autômato ou boneco de corda".
AP03.04- Movimento coartado. Figura com impulso para movimento, mas bloqueado. Figura tensa, de pé, corpo
e cabeça bem eretos, pernas bem juntas e/ou tensas e braços colados ao corpo, sem movimento dos
membros, podendo mostrar olhos introspectivos e boca receptiva.
AP03.05- Figura em posição de ação. Figura com as pernas abertas e braços afastados do corpo, mas dando
impressão de prontidão para agir. Em AP03.04, há impressão de que o movimento não ocorrerá; o código
AP03.05 é atribuído quando se tem a impressão de início dele.
AP03.06- Figura com pouca quantidade de movimento. A Figura apresenta poucos elementos que sugiram
movimento. Excetuar ausência de movimento, movimento robotizado e coartado.
AP03.07- Figura flutuando no ar. Figura que não dá a impressão de estar de pé, mas de voar.
AP03.08- Grande quantidade de movimento. Figura com elementos que sugerem excesso de movimento.
AP03.09- Movimento não gracioso e com força muscular. A Figura apresenta qualidade de ameaça ou desafio,
aparentando investimento intencional na musculatura.
AP04.- Postura corporal em que se apresenta a Figura. Refere-se à posição corporal (de pé,
assentada, recostada, etc.) em que a Figura foi representada, à verticalidade do seu eixo longitudinal, quando
de pé, e à direção (esquerda/direita) do desvio desse eixo, por inclinação ou rotação.
AP04.00- Figura do próprio sexo de pé, de frente, no eixo vertical, sem partes em perfil. Figura de pé e de frente.
Trace um eixo central vertical longitudinal em linha pontilhada, passando pelo meio da cabeça, nariz, meio
do pescoço, meio da cintura, e metade da distância entre os pés. Esse eixo não deve ter inclinação, estando
na vertical do papel. Pequenas inclinações, razoáveis pelo movimento da Figura, são aceitáveis. Figuras cujos
pés estejam parcialmente em perfil, mas sendo possível a uma pessoa ficar equilibrada na posição escolhida,
são cotadas AP04.00. Um bom sistema de avaliação possível é o analista tentar ficar na mesma posição,
mimetizando o desenho e sentir se lhe seria possível se equilibrar na posição.
AP04.00.01- Figura do próprio sexo de pé, de frente, no eixo vertical, mas com pés em perfil. De pé, de frente,
mas os dois pés estão para um só lado, ou um para cada lado. Uma pessoa não se sustentaria na posição, mas
é representação comum (Daí ser AP04.00); é resíduo de desenho infantil. Compare com AP04.03.
AP04.01- Figura de frente, em pé, inclinada. A Figura está de pé e de frente, mas o eixo longitudinal está inclinado,
dando a impressão de que a Figura pode cair, ou está caindo.
AP02.12- Figura com
aspecto de docilidade
AP02.13- Figura
infantil simpática, ou
esperta.
6 RIBEIRO, Laura Cançado. Atlas para identificar e codificar aspectos gerais do Desenho (Texto-Atlas, 27 p.)
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AP04.02- Figura de frente em outras posições que
não de pé. Figura de frente, no eixo vertical, mas
assentada, ou similar. Nesta classificação só se
incluem figuras que dão impressão de tônus vital
adequado. Cf. AP04.06.
AP04.03- Figura de frente, sem condição de se
apoiar nos pés. Figura de frente, no eixo vertical,
mas que não pode ser considerada de pé porque
faltam os pés, ou estão mutilados, ou são
vazados, ou em linha, de modo que ocorre um
arremedo da postura de pé. Não inclui figuras de
tamanho excessivo, em que os pés não cabem na
folha.
AP04.04- Figura na ponta dos pés. Figura de
frente, de pé, somente com a ponta dos pés em
contato com o chão.
AP04.05- Figura com braços e pernas apertados.
Braços e pernas estão unidos, os braços juntos ao corpo, dando impressão de bloco fechado.
AP04.06- Figura flutuando enviesada, sem apoio, com pernas separadas. Evidente. Assinalar também: (a) se a
linha é desvanecida e a pressão variável ou (b) se a linha é tremida ou dentada com pressão constante.
AP04.07- Figura com corpo em posição de inatividade. Figura agachada, recostada, deitada, assentada por
cansaço, encostada por estar sem forças, apoiada, estirada, morta ou caída.
AP04.08- Figura de costas ou parcialmente de costas. (Traço muito raro) A Figura está totalmente de costas ou
com grande parte do corpo de costas.
AP04.09- Figura de costas com ênfase nas nádegas, desenhadas por homens. A Figura se apresenta de costas, e
há repasse, ou outra ênfase nas nádegas.
AP04.10- Figura de perfil total. Figura com cabeça e corpo de perfil, com partes adequadamente inseridas. Obs.:
canhotos tendem a fazer o perfil para a direita e destros tendem a fazer o perfil para a esquerda.
AP04.11- Perfil repassado e enfatizado, mas com linhas da Figura confusas e imprecisas, que dão sensação de
pouco equilíbrio. A Figura é desenhada em perfil, e o perfil está reforçado por repasse na linha, e as linhas da
Figura são individualmente “mal feitas”, ou formam conjunto tosco, dão impressão de pouco equilíbrio.
AP04.12- Figura de frente, com cabeça em outras direções. Figura com corpo de frente e cabeça para a esquerda,
para a direita ou quase para trás. (Ver AP02.01)
AP05.- Tamanho da Figura. Refere-se à distância que vai desde o alto da cabeça até à ponta dos pés, que
vai definir a medida relativa do tamanho da Figura em relação ao tamanho da folha ofício usada para o
desenho. Não se classificam figuras assentadas ou recostadas. Em figuras com chapéu, há autores que
recomendam imaginar onde estaria o topo da cabeça; outros recomendam medir a Figura com o chapéu.
Chão e paisagem não são Figura.
AP05.00- Figura média ou modal. Figura medindo de 12,7 a 20,5 cm de altura. Pela nossa experiência,
universitários podem ser avaliados de acordo com esse critério (a média foi de 15,5 cm de altura). Há autores
que colocam o limite mínimo em 10,5 cm. Para indivíduos de supletivo de 1º e 2º graus, a norma do mínimo
em 10,5 cm mostrou-se mais adequada, pois a média foi de 12,3 cm. Pode-se registrar uma leve tendência a
grande (ou leve tendência a pequena) para a Figura que se encontrar próxima dos limites superior (ou inferior)
do intervalo modal.
AP05.01- Figura grande saindo do papel. Figura que começa a ser desenhada muito grande, do modo que a
pessoa-sujeito precisa “apertar” a Figura nas extremidades (inferior e/ou superior) da folha, ou pedir outra
folha, para continuar ou completar o desenho.
AP05.02- Figura muito grande. Figura medindo 25,5 cm ou mais, quase atingindo os limites da folha; Figura
grande e dispersa sobre a página, espalhada no papel, mas cujos limites não atingem a margem.
AP05.03- Figura grande. Figura com medida em torno de 23 cm, isto é entre 20,6 e 25,4 cm de altura. Há autores
que indicam "figuras que ocupam entre metade e 2/3 da folha".
AP05.04- Figura maior e elaborada. Figura ultrapassando 20,5 cm e feita com cuidado.
AP04.00- Figura do
próprio sexo de pé, no eixo
vertical, sem partes em
perfil.
AP04.01- Figura de frente,
em pé, inclinada.
7 RIBEIRO, Laura Cançado. Atlas para identificar e codificar aspectos gerais do Desenho (Texto-Atlas, 27 p.)
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AP05.05- Figura grande e rígida, com olhos como ponta de alfinete e dedos pontiagudos. Figura ultrapassando
20,5 cm, com olhos em pontinho e dedos em lança.
AP05.06- Figura pequena. Figura de 7,5 a 10,5 cm.
AP05.07- Figura muito pequena. Figura medindo de 7,4 cm a 4,1 cm.
AP05.08- Figura minúscula. Figura de menos de 4 cm.
AP05.09- Figura pequena e no alto da página. AP05.07+ e na metade superior da folha.
AP05.10- Figura muito pequena com traços simples e falta de proporção. AP05.07 e distorções evidentes de
proporção e partes em esquematismo, ou vazias.
AP05.12- Figura muito pequena, com detalhamento e áreas de conflito indicadas. AP05.08 + clareza de detalhes
+ sombreamentos, ênfases; frequente a omissão dos pés.
AP06.- Localização da Figura na folha de papel. Refere-se à situação da Figura em qualquer parte da
página (centro, esquerda, alto, etc.). Use como referência uma cruz formada por um
eixo vertical perpendicular a um eixo horizontal; a cruz surge ao dobrar a folha ao
meio, vertical e horizontalmente. O centro da cruz coincide com o centro da folha.
Esses eixos dividem a folha em quatro quadrantes. Como num relógio, o quadrante
1, superior direito, é a região entre 0 e 3 horas; o quadrante 2, inferior direito, entre
3 e 6 horas; o quadrante 3, inferior esquerdo, entre 6 e 9 horas; e o quadrante 4,
superior esquerdo, entre 9 e 12 horas. Se a pessoa-sujeito tiver virado a folha antes
de iniciar o desenho, registre TE08.03 e avalie a localização em relação à nova
posição.
AP06.00- Figura no centro vertical e horizontal. Considerando-se o ponto médio localizado na interseção dos
eixos vertical e horizontal da página, atribuir este código à Figura que está relativamente centralizada, de
modo que há porções dela ocupando todos os quadrantes, mas podendo estar levemente desviada para um
dos lados. É importante que a Figura não se encaixe em outro código.
AP06.01- Figura totalmente à esquerda. Figura localizada muito próxima à margem esquerda da folha, ou nela
encostando, mas que ocupe parte dos dois quadrantes esquerdos (superior e inferior). Se a Figura estiver
ocupando somente um dos dois quadrantes da esquerda, assinalar AP06.07 ou AP06.10.
AP06.07 AP06.04 06.04.0
1
AP06.02 AP06.01 AP06.00 AP06.03 AP06.10 AP06.05 AP06.0
6 AP06.02- Figura no lado esquerdo, não muito próxima à margem. Figura localizada entre o centro e a margem
esquerda da folha, tendo como referência o observador, mas de modo que ocupe parte dos dois quadrantes
da esquerda (superior e inferior), e esteja mais próxima do centro do que da margem esquerda. Se apenas
parte do braço, da mão ou da perna estiver ocupando quadrantes da direita, aplica-se este código.
AP06.03- Figura no lado direito. Figura localizada próxima à margem direita da folha, tendo como referência o
observador, e ocupando os dois quadrantes da direita.
AP06.04- Figura na metade superior. Figura localizada entre o centro e a borda superior da folha. Assinalar
também as letras: (a) se ela estiver localizada no terço superior (11 cm do alto da folha); (b) se estiver na
metade superior.
AP06.04.01 Figura levemente desviada para cima. A Figura está relativamente centralizada, ou levemente à
esquerda, e a maior parte dela (das coxas para cima, por exemplo) está na metade superior.
AP06.05- Figura na metade inferior. Figura entre o centro e a borda inferior da folha. Não exclui AP06.06.
AP06.06- Figuras que utilizam a margem inferior como solo. A Figura é desenhada sobre a margem inferior do
papel, de modo que a borda do papel é o “chão”. Não exclui 06.09 ou 06.10.
AP06.07- Figura no quadrante superior esquerdo. Figura localizada no quadrante 4 (QSE).
AP06.08- Figura no quadrante superior direito. Figura localizada no quadrante 1 (QSD).
AP06.09- Figura no quadrante inferior direito. Figura localizada no quadrante 2 (QID). Não exclui AP06.06.
2 QID
3 QIE
4 QSEE
1 QSD
8 RIBEIRO, Laura Cançado. Atlas para identificar e codificar aspectos gerais do Desenho (Texto-Atlas, 27 p.)
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AP06.10- Figura no quadrante inferior esquerdo. Figura no quadrante 3 (QIE). Não exclui AP06.06.
AP07.- Ambiente (fundo) em que a Figura se apresenta. Refere-se a desenhos feitos além da Figura
humana solicitada (Exs: chão, grama, escrivaninha, borboleta, etc.) e que a ambientam.
AP07.00- Figura sem fundo ou chão. O sujeito só desenha o que foi pedido (a Figura humana) e não a ambienta
nem coloca suporte. Fica a Figura sobre o branco da folha ofício. É a resposta mais frequente dos sujeitos.
AP07.01- Desenho de chão. Desenho de linha(s) de base onde a Figura se apoia.
AP07.02- Desenho de linhas ambíguas ou vagas na folha de papel O espaço da folha apresenta desenhos e
detalhes não relacionados com a Figura, como rabiscos, “gotas de chuva”, sombreados, relâmpagos,
movimentos cósmicos, que podem ou não significar um fundo para a Figura.
AP07.03- Desenho de fundo estruturado ou diferenciado. O espaço da folha é usado como fundo para a Figura,
com desenho de objetos com qualidades reais e completas, havendo uma composição convencional figura-
fundo. Exclui fundos ambíguos. Ex.: indicação de móveis, etc. que seriam parte do ambiente adequado à
pessoa desenhada.
AP07.04- Desenho de paisagem como fundo. O fundo é paisagem completa.
AP07.05- Desenho de elemento irradiador de calor, não perigoso. Além da Figura, há um sol desenhado na folha,
ou a Figura está diante de lareira. Excluem-se incêndio, vulcões, etc..
AP07.06- Desenho de mato alto ocultando os pés.
AP07.07- Desenho de apoio alto para os pés. Desenho de toco ou degrau onde a Figura está colocada.
AP07.08- Desenho de grafismos junto à Figura. Dizeres, versos, rabiscos sem significado, próximos da Figura;
combinação de desenhos e escrita, com escrita muito elaborada, letras, símbolos aritméticos, notas
explicativas.
AP07.09- Desenhos espalhados por toda a folha. Vários desenhos sem conexão, ou fragmentações minúsculas
por toda a folha, o aglomerado produzindo efeito confuso.
AP07.10- Figura envolvida por sombras.
AP07.11- Figura envolvida por um halo. Figura envolvida por traços que indicam energia, auréola.
AP07.12- Figura enquadrada. Figura envolvida por moldura, como retrato, ou há linhas que a separam do
ambiente.
AP07.13- Confusão entre Figura e fundo. Há mistura dos limites entre a figura e o fundo.
AP07.14- Fundo cheio sujo com Figura pequena. O fundo está borrado e sujo, e a Figura se apresenta com menos
de 10,5 cm de tamanho.
AP07.15- Desenho adicional em um quadrante específico. Há um desenho qualquer (flor, etc.) em um quadrante
específico, diferente daquele em que está a Figura Humana.
Classe ES: estrutura da composição e da Figura
A Classe ES contempla as características estruturais. Os aspectos de estrutura podem ser
divididos em dois grandes grupos: a estrutura da composição e a estrutura da Figura Humana
desenhada. A estrutura da composição engloba as categorias sucessão, simetria, perspectiva básica e
de realce. A divisão é um tanto arbitrária; por exemplo, optei por encaixar a simetria na estrutura da
composição, em vez de ser categoria da estrutura da Figura porque, nas figuras de perfil, não se analisa
simetria. A estrutura da Figura refere-se ao esquema corporal da Figura, à proporção das partes da
Figura e ao montante de detalhes que a pessoa-sujeito adicionou à Figura humana.
O eixo de análise da estrutura da Figura é a preservação da boa forma (Gestalt) do esquema
corporal do ser humano na sua conformação básica. Incluem-se também na boa forma a proporção
existente entre as partes da Figura, o montante de detalhes que o desenhista acrescentou à
configuração básica, e o nível de adequação desses detalhes. Antes de passar à apresentação do Atlas
para a Classe ES, vou acrescentar informações de caráter geral sobre o esquema corporal humano e
suas proporções.
A proporção ideal. [Ver Figura 1] Pelos estudos realizados, temos a seguinte proporção ideal
para a Figura humana. A cabeça é ovoide, e a altura total do corpo equivale a 7,5 cabeças — ou seja, a
cabeça corresponde a mais ou menos 1/7 do corpo. A linha do púbis divide aproximadamente o corpo
9 RIBEIRO, Laura Cançado. Atlas para identificar e codificar aspectos gerais do Desenho (Texto-Atlas, 27 p.)
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em duas partes iguais (mais precisamente, 4 partes/3,5 partes, ou 54/46%); portanto, do topo da
cabeça ao púbis deveríamos ter uma altura um pouquinho maior que do púbis aos pés.
Um desenho respeitando o ideal das proporções
mostraria o conjunto pescoço—tronco dividido em
três partes iguais, cada uma equivalendo à altura de
uma cabeça: o primeiro terço iria do queixo ao mamilo,
o segundo do mamilo à cintura e o terceiro, da cintura
ao púbis. Nas pernas, o joelho divide
aproximadamente ao meio a distância entre a
entrepernas e o tornozelo. Os braços estendidos, com
os dedos estendidos, atingem o meio da coxa. Essas
proporções são, na realidade, proporções ideais.
Proporções empíricas. Em nosso trabalho de pesquisa
empírica, a altura da Figura mediu aproximadamente
cinco cabeças; logo, esta equivalia a mais ou menos
1/5 do corpo. A linha do púbis dividiu, como previsto,
a Figura em duas partes quase iguais, de 55-58/45-42
% da Figura. Por isso, nos desenhos obtidos, a cabeça
pareceria ainda maior em relação ao corpo do que a informação acima faz pensar, pois a proporção
pernas/total mostra-se quase de acordo com o ideal, mas a cabeça ocupa mais espaço (1/5 em relação
aos 1/7,5 previstos). Logo, a cabeça fica aumentada principalmente em relação ao tronco.
Além disso, observou-se uma
diferença entre os desenhos dos
indivíduos de supletivo e os
universitários. Enquanto os
universitários apresentaram a
proporção entre a largura da
cabeça (orelha a orelha) próxima
do ideal (± 45% da medida ombro-
ombro, ou 50% do tórax), os
indivíduos de supletivo mostraram
uma proporção de ± 75%.
É instigante que a literatura aponte,
como uma razão para o desenho de
cabeças muito grandes, a frustração das aspirações intelectuais; por outro lado, aponta também que
crianças desenham cabeças desproporcionais “para mais”. Nesse caso, não sabemos se a
desproporção aponta a manutenção cognitiva de uma forma de representação, ou se simboliza uma
situação vivida afetivamente por estes sujeitos.
Aconselho a utilização de um segundo avaliador em caso de dúvida e a não considerar o item,
em caso de persistência de dúvida. Recomendo também a leitura de todas as descrições relativas a
cada categoria, para maior visão geral. Embora as características gerais se prestem menos à “situações
de fato”, recomendo as mesmas cautelas quanto à consideração da realidade da pessoa-sujeito e,
mesmo, às situações de fato.
CLASSES DO ATLAS E SUAS CATEGORIAS: DEFINIÇÕES PARA IDENTIFICAR E CODIFICAR
CARACTERÍSTICAS DE ESTRUTURA DA COMPOSIÇÃO E DA FIGURA
Figura 2. Proporções da Figura humana obtidas com universitários, com pessoas do supletivo de 2º grau e supletivo de 1º grau
Figura 1 Proporções da ideais da Figura Humana
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ES01.-Sucessão obedecida ao desenhar a Figura. Refere-se ao planejamento de desenho que a
pessoa obedeceu ao fazer o desenho da pessoa. (O aplicador anota a sequência, enquanto a pessoa-sujeito
desenha.)
ES01.00- Sucessão modal. Sucessão sem irregularidades flagrantes, no sentido da cabeça para os pés: cabeça ou
contorno do rosto (83% assim iniciaram), traços faciais e outras partes da cabeça, pescoço, ombros. A partir
dos ombros, 92% permanecem na sequência céfalo-caudal, mas com variações: 42% desenham em seguida
o tórax até cintura, braços e mãos, abdome, pernas e pés por último; 28% desenham o tórax, abdome, e pés
e depois membros superiores; e 22% desenham braços e mãos, e depois voltam ao tórax, abdome e pés.
ES01.01- Sucessão bilateral rígida. a pessoa-sujeito desenha as partes opostas do corpo da Figura sucessivamente
e em pequenas unidades simétricas.
ES01.02- Sucessão desordenada ou confusa. Sucessão sem plano identificável, a pessoa-sujeito faz uma parte,
vai a outra sem sequência, desenhando partes não ligadas entre si. Usualmente, mais de três desvios da
sucessão modal tornam a sucessão confusa.
ES01.03- Sucessão invertida. Sucessão no sentido base-topo, primeiramente os pés, pernas, depois tronco,
braços, pescoço, cabeça.
ES01.04- Sucessão não iniciada pela cabeça. Desenho iniciado por qualquer outra parte do corpo que não seja a
cabeça (anotá-la). Ex.: traços faciais, depois cabeça; chapéu, cabeça. ES01.05 a ES01.10 excluem esta
categoria.
ES01.05- Sucessão com início pelas pernas ou pés. Os pés ou pernas são desenhados em primeiro lugar, com mais
cuidado, voltando depois à cabeça, retomando a sucessão de cima para baixo.
ES01.06- Sucessão com início pelos braços ou mãos. O desenho começa pelos braços e mão, dirige-se à cabeça,
de onde retoma a sucessão na direção dos pés.
ES01.07- Sucessão com início ou término pelos traços faciais. A pessoa-sujeito desenha os traços faciais para
depois fazer o contorno da cabeça; é relativamente frequente. Mais raramente, faz todo o desenho e, por
último, faz os traços faciais.
ES01.08- Sucessão com início pelos ombros. A pessoa-sujeito começa pelos ombros e depois retorna à sucessão
da cabeça para os pés.
ES01.09- Sucessão com início pelo pescoço ou cintura. A pessoa-sujeito começa pelo pescoço e depois retorna à
sucessão normal. Ou começa pela cintura e vai desenhando as partes de cima e de baixo, com plano, do
centro para a periferia.
ES01.10- Sucessão com início ou término pelo cabelo. A pessoa-sujeito começa pelo cabelo e depois faz a cabeça,
retornando à sucessão normal. Ou a pessoa-sujeito começa pela cabeça, faz todo o desenho e depois faz o
cabelo, ou o retoma e detalha.
ES01.11- Sucessão normal, com algum desvio e posterior desenho ou detalhamento deste(s) elemento(s). A
pessoa-sujeito obedece à sucessão normal, mas salta um ou dois elementos, que posteriormente ou por
último, completa; ou volta posteriormente a um elemento e o detalha. Observe-se que a pessoa-sujeito
mantém um plano básico céfalo-caudal de execução, apenas com algum desvio. Ex.: ir desenhando, saltar a
mão e depois, fazê-la ao final. Anotar o(s) elemento(s) de desvio. É modo de sucessão bastante frequente, e,
a não ser que haja muita ênfase, não tem significado clínico marcante, embora tenha significado qualitativo.
ES01.12- Fazer o esboço da estrutura do desenho e depois retomá-lo, fazendo os detalhes. O sujeito faz a
estrutura básica da Figura e depois a retoma, ou então faz o corpo total e depois faz os detalhes.
ES02.- Simetria do desenho. Refere-se ao nível de concordância, na horizontal, das partes pares do corpo,
e à sua equidistância do eixo central vertical do corpo. Não se avaliam figuras de perfil.
ES02.00- Simetria natural. Há uma simetria relativa entre as metades esquerda e direita, quanto à distância das
partes ao eixo vertical. Imaginando uma linha perpendicular central (meio da cabeça, meio do tronco), a
distância de cada parte dos lados ao eixo não deve chegar a ser o dobro da outra, a não ser que sejam
movimentos desenhados como tais. Na horizontal, as partes do corpo estão aproximadamente na mesma
altura, em geral com discrepâncias leves entre um lado e outro. A largura de braços e pernas é equivalente.
É modal nos universitários (80%), e somente 26% dos menos escolarizados a apresentam.
11 RIBEIRO, Laura Cançado. Atlas para identificar e codificar aspectos gerais do Desenho (Texto-Atlas, 27 p.)
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ES02.01- Simetria
pobre.
ES02.02- Simetria confusa.
ES02.03- Acentuação da linha
média.
ES02.01- Simetria pobre. Há simetria entre as metades esquerda e direita, mas, passando-se uma linha virtual do
meio da cabeça, nariz, ao meio do tronco (posição aproximada do umbigo ou fivela do cinto), a distância de
uma das pernas ao eixo central chega a ser o dobro da outra, ou um dos lados do rosto é o dobro do outro,
ou a inserção de um dos braços está no dobro da distância do ombro que o outro, ou um dos braços apresenta
estreitamento, tendo metade da largura do outro braço. É modal nos menos escolarizados (65%).
ES02.02- Simetria confusa. O desenho apresenta pouca ou nenhuma simetria, e.g., com diferenças grandes entre
os dois lados da cabeça, na largura ou tamanho das pernas, na altura dos braços, no tamanho dos ombros.
Não se encaixam assimetrias intencionais, como um braço para o alto, outro para baixo.
ES02.03- Acentuação da linha média. Há acentuação da linha média ou eixo vertical da Figura, por detalhes como
carreira de botões, gravata, braguilha, pomo de Adão, etc.. Se houver simetria rígida, assinalar também
ES02.04. Pode haver pressão forte do lápis.
ES02.04- Simetria excessiva e rígida. Para todos os traços da Figura, há somente diferenças mínimas entre a
esquerda e a direita, tanto na altura como no afastamento da linha média virtual central da Figura. Raro.
ES02.04.01- Simetria rígida, garantida por rascunho ou uso de medida. Simetria rígida, para a qual a pessoa-
sujeito faz antes um rascunho, ou faz medidas das distâncias. Muito raro.
ES02.05- Destaque a órgãos não-bilaterais. Ênfase a órgãos ímpares, como coração, estômago, cérebro, pescoço,
pênis, etc..
ES02.06- Diferenças marcantes no tamanho de braço esquerdo e direito. Um braço é muito maior, ou muito
menor que outro. Verificar primeiro se um dos braços é maior ou menor do que o normal. Verificar depois
qual dos braços (direito ou esquerdo) se encaixa na situação de braço fora de medida. Verificar instruções de
aplicação sobre como garantir indicação mais “espontânea” de qual braço da Figura é o direito (e o esquerdo)
ES02.07- Diferenças marcantes no tamanho das pernas esquerda e direita. Uma perna é muito maior, ou muito
menor que a outra.
ES03.- Perspectiva básica. Refere-se às qualidades básicas do desenho de representar a Figura no plano
com todas as modificações aparentes ou aspectos que a sua posição e situação determinam, em relação à
visão do observador.
ES03.00- Perspectiva básica com realismo visual (elite). O desenho apresenta uma perspectiva visual completa,
i.e., a Figura só apresenta à visão o que seria visível naquele ângulo; partes ficam ocultas por partes
interpostas, há proporção adequada das várias partes do corpo, e a Figura está toda de frente, ou toda de
perfil, sem mudanças de perspectiva na mesma Figura. É rara.
ES03.01- Perspectiva visual quase estabelecida. O desenho apresenta um ou dois erros de perspectiva comuns,
como corpo de frente e pés um para cada lado. Aplica-se este código também para transparências pequenas
como linha da saia aparecendo sob o braço, ou parte da linha de cabeça ou orelha aparecendo sob o cabelo.
ES03.02- Perspectiva básica mediana. O desenho apresenta alguma perspectiva visual, mas, como é comum,
apresenta três ou até quatro erros leves de perspectiva como os citados em ES03.01. É categoria modal (75%).
12 RIBEIRO, Laura Cançado. Atlas para identificar e codificar aspectos gerais do Desenho (Texto-Atlas, 27 p.)
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ES03.03- Perspectiva confusa. O desenho apresenta pouca ou nenhuma noção de perspectiva, com a pessoa-
sujeito desenhando o que sabe do objeto, e não o que vê (coisas nos bolsos, mãos aparecendo dentro dos
bolsos, pernas dentro das calças); Também torções nos perfis, dois ângulos de visão simultâneos na mesma
Figura (e.g., rosto de frente e corpo de perfil), proporção deformada, transparências raras.
ES03.04- Perspectiva confusa do rosto. O desenho apresenta confusão de perspectiva no rosto, e.g., cabeça de
perfil e olhos ou boca de frente.
ES03.05- Transparências incomuns, localizadas ou generalizadas. Parte(s) do corpo, como pernas, braços, tronco,
é(são) mostrada(s) através da roupa, ou os órgãos internos são vistos através da pele ou roupa. Indicar se (a)
generalizada; b) localizada.
ES04.- Perspectiva dada por sombreamento. Refere-se à visão específica gerada pela incidência dos
raios de luz imaginados pela pessoa-sujeito que desenha. Operacionalmente, trata-se dos efeitos de luz e
sombra causados pelo lápis que percorre várias vezes o mesmo local do desenho. Ver o tipo de
sombreamento. Na Classe PF, relativa às partes da Figura (Texto 5), os sombreamentos localizados já
receberam códigos. Esta seção contempla o sombreamento em si: presença, estilo e modo de execução.
ES04.00- Presença de sombreamento leve. O desenho apresenta efeitos de luz e sombra não excessivos, aplicados
com facilidade e sensibilidade, de modo a realçar partes da Figura e formar conjunto harmonioso.
ES04.01- Presença de sombreamento estilizado ou estruturado. Efeito de luz e sombra causado pelo lápis, feito
por linhas retas que se cruzam em xadrez, ou em linhas paralelas.
ES04.02- Presença de sombreado tipo luz e sombra. Efeito de luz e sombra dado pelo lápis, que é aplicado
suavemente sobre áreas, realçando-as.
ES04.03- Presença de sombreado vigoroso. Uso de sombreamento forte, com riscos abundantes, dando à Figura
um aspecto borrado.
ES04.04- Presença de sombreado em todo o corpo. Linhas feitas casualmente, ou com intenção de indicar
contorno, ou com intenção de jogo de claro-escuro, ou ainda, vigorosamente, mas de modo que todo o corpo
da Figura fica sombreado.
ES04.05- Sombreamento forte para dissimular parte do corpo. Sombreamento vigoroso e agressivo, que traz
como efeito ocultar parte do corpo ou desenho.
ES05.- Estrutura da Figura: tratamento dado ao esquema corporal e presença de detalhes. Refere-se às características estruturais da Figura desenhada, i. e, o esquema corporal, com sua boa forma
(Gestalt), proporção e os detalhes que lhe são adicionados.
ES05.00- Desenho com muitos detalhes adequados em esquema corporal preservado. O desenho representa
Figura humana com partes do corpo integradas adequadamente, dando-lhe aparência de completa (sem
omissões essenciais), sólida (estão afastadas figuras esquemáticas, vazias, vazadas, lesadas) e proporcional.
Há detalhes em boa quantidade, o desenho não chamando a atenção pela minúcia, nem pela simplicidade. O
vestuário é completo, com indicação de blusa e saia ou calça, claramente identificadas e discriminadas do
corpo, cinto ou faixa indicado, sapato discriminado da perna e alguns detalhes nas peças de roupa, como
algum feitio, ou bolsos, abotoamento. É modal nos universitários.
ES05.01- Desenho minucioso e com excesso de detalhes em esquema corporal preservado. Desenho com excesso
de minúcias de vestimenta ou anatomia, com muito pouco espaço em branco, como: além das peças de
roupa, lenço no bolso, luvas, chapéu com enfeite, enfeites no vestido, bolsa ou objetos na mão, ilhoses nos
sapatos.
ES05.02- Desenho com excesso de detalhes, rígidos, em esquema corporal preservado. Desenho bem concebido
quanto à boa forma (Gestalt) e proporção, mas com preocupação excessiva com perfeição, sem flexibilidade
de linhas, com minúcias excessivas que tornam a aparência densa e pesada. Obs.: detalhes não relacionados
com o desenho são indicadores de distúrbios e devem receber anotação à parte (por exemplo, Figura humana
montada em galho de árvore e serrando o galho de árvore).
ES05.03- Desenho simples, com poucos detalhes essenciais, em esquema corporal preservado. Desenho bem
concebido em suas proporções, completo, com duas a quatro peças de roupa não trabalhadas, podendo ser
considerado simples. O vestuário apresenta blusa sugerida por decote ou cava, cinto melhor que linha, e
algum detalhe de feitio, ou blusa sem detalhes mas claramente discriminada do corpo; saia melhor que
triângulo ou trapézio, mas sem detalhes, ou calça melhor que tubos simples e sugestão de calçados.
13 RIBEIRO, Laura Cançado. Atlas para identificar e codificar aspectos gerais do Desenho (Texto-Atlas, 27 p.)
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ES05.04- Desenho entre simples e pobre. Desenho menos detalhado que a categoria ES05.03, mas excede aos
critérios da categoria ES05.05.
ES05.00- Desenho com muitos
detalhes adequados em
esquema corporal preservado
ES05.03- Desenho
simples com poucos
detalhes essenciais, em
esquema corporal
preservado
ES05.04- Desenho
entre simples e
pobre.
ES05.05- Desenho com
pobreza de detalhes
ES05.05- Desenho com pobreza de detalhes. Desenho de qualidade pobre, com
mínimo de detalhes, onde a maior parte do corpo fica em branco. Ex. 1: Desenho
com carreira de botões ou cinto como único detalhe. Ex. 2: Não inclusão de pelo
menos dois dos itens a seguir: óculos, detalhes internos dos olhos, cinto com
fivela, roupa identificável, estilo específico de cabelo, sobrancelha ou pestana, e
sombreamento que mostre maquiagem (OAS).
ES05.06- Desenho primitivo e vazio. Desenho de figuras vagas, com limites
imprecisos, ou desproporcionais e com o interior vazio.
ES05.07- Esquematismo da Figura. Simplificação da cabeça e/ou do corpo,
formando boneco esquemático com corpo e membros em uma só dimensão
e/ou sem vida. Ex.: Figura em palitos, boneco de neve, Figura em forma de
amendoim, cabeça com braços e pernas semelhantes a aranha. Ver se foi feita
aplicação correta.
ES05.08- Figura pobre, mas superdetalhada. Figura esquemática ou vazia e com ênfase em detalhes não
essenciais.
ES05.09- Desenho com (a) falhas, ou (b) excessos, no traçado dos limites corporais. (a) Limites vagos, com zonas
abertas (ver na Figura abaixo); (b) excessiva marcação dos limites corporais, com linha repassada fortemente
ou reforçada no contorno da Figura, ou linha que contém a Figura.
ES05.10- Perda do esquema corporal (por distorções). Objeto gráfico desorganizado em sua boa forma (Gestalt),
rompido, sujo, com falhas na organização da forma (perturbações do esquema corporal), da coerência e do
movimento harmônico (L). Exs.: Olhos fora do rosto; braços e pernas saindo do colo ou da cabeça; partes do
corpo distorcidas com deslocamentos espaciais; desorganização da boa forma (Gestalt) e alterações dos
limites, com características simiescas ou persecutórias; garatujas.
ES05.11- Desenho com desproporções grosseiras. Desenho com alteração grave da largura e altura das partes
relativas do corpo.
ES05.12- Desenho com ênfase na proporção. Preocupação excessiva com a distribuição proporcional das partes
do corpo.
ES05.13- Desenho de Figura parcial. Desenho de uma fração da Figura, ou uma parte do corpo. Não engloba
omissão de braços ou pernas, que é contemplada em ES05.14. Ex.: desenhar só cabeça.
ES05.14- Presença de amputações gerais. Omissão de partes que deveriam estar presentes no desenho. Ex.:
omissão de braços, pernas.
ES05.06- Desenho
primitivo e vazio
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ES05.09- Desenho com falhas, ou excessos, no traçado dos limites corporais.
ES05.15- Cabeça - tronco - cintura mal alinhados.
ES05.16- Separação entre tórax e zona inferior do corpo.
ES05.17- Corpo cortado por linha vertical
ES05.15- Cabeça - tórax - cintura mal alinhados. Cabeça, tórax e/ou cintura deslocados do eixo vertical da Figura.
ES05.16- Separação entre o tórax e a zona inferior do corpo. Desenho com zona aberta na região da cintura.
ES05.17- Corpo cortado por linha vertical. O desenho apresenta linha vertical que divide a Figura ao meio.
ES05.18- Desenhar mal ou omitir a parte inferior do corpo. Recusar a desenhar, ou desenhar com poucas linhas,
o corpo na região abaixo da cintura; desenho de busto humano.
ES05.19-Separação corpo-cabeça. Desenho em que há zona aberta na região do pescoço.
ES05.20-Desenho de círculos em toda a Figura. Desenhar círculos vazios em toda a Figura, como o nariz, boca,
olhos, e botões ou, ainda, desenhar partes do corpo como ovos superpostos.
ES05.21- Tratamento diferencial dado a qualquer área quanto à proporção. Uma área específica mostra-se
desproporcional em relação ao conjunto da Figura: anotar a área desproporcional; anotar somente se a
desproporção não tiver sido cotada em PF.
ES05.22-Linha média vaga na parte inferior do desenho. Linha média, suave, descendente, que se inicia a partir
da metade do tronco.
Classe TD: tratamento diferencial dado às duas Figuras
A Classe TD engloba as semelhanças e diferenças de representação existentes entre as
Figuras do sexo da pessoa-sujeito e do sexo oposto ao da pessoa-sujeito. O teste parte do pressuposto
de que a divisão sexual é binária, e uma das Figuras é a Figura do sexo de quem desenhou2. Começa-
se a análise pela Figura apontada como do sexo biológico de quem desenhou. As diferenças de
tratamento foram agrupadas nas categorias: (a) nível de semelhança e diferença global entre as figuras
dos dois sexos; (b) semelhanças e diferenças específicas observadas entre as figuras dos dois sexos; (c)
relações projetadas em função das idades relativas das figuras; d) relações projetadas em função da
valorização e desvalorização de uma Figura em relação à outra; e (e) relações projetadas com base nas
características afetivas e de integração pessoal de cada Figura. Cada uma dessas categorias é composta
de traços, a maioria deles envolvendo comparação entre as figuras desenhadas.
A consideração das diferenças entre as figuras envolveu certo número de opções, em função
das falhas existentes no material publicado sobre o desenho da Figura Humana. Muitas vezes, a
literatura não informa por quem o desenho foi feito: homem? Mulher? qual a idade dos sujeitos?.
Optei, assim, por consolidar aqui somente os traços específicos para os quais havia, na fonte, uma
2 Penso que seria uma pesquisa atualmente pertinente aplicar este instrumento a pessoas adultas que se declaram de gêneros diversos, para verificar novas formas de análise do Desenho da Figura Humana, acrescentando padrões analíticos. Se fossem estudadas pessoas de diversas orientações sexuais, pessoas transexuais que optaram por cirurgias, pessoas hermafroditas que tiveram o sexo “escolhido” pelos pais logo após o nascimento por meio de cirurgias, etc., tanto a compreensão do ser humano em geral seria enriquecida, bem como a análise do Desenho da Figura Humana como instrumento dessa compreensão.
15 RIBEIRO, Laura Cançado. Atlas para identificar e codificar aspectos gerais do Desenho (Texto-Atlas, 27 p.)
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referência explícita ao sexo da Figura e ao sexo da pessoa-sujeito, ou quando se tratava de dados de
nossas pesquisas. A idade é mais simples de analisar: perguntar à pessoa-sujeito qual a idade dela e a
idade das Figuras desenhadas, e complementar com a avaliação de dois analistas.
Como você já sabe, aconselhamos utilizar segunda opinião, em caso de dúvida, e não atribuir
código, em caso de persistência de dúvida. Essa recomendação é mais pertinente ainda nas Seções
que permitem identificar as "relações projetadas entre as figuras", pois elas implicam em uma
impressão do examinador diante das características simbólicas e expressivas dos desenhos.
Recomendo que você primeiramente leia todos os traços descritos em cada categoria, para maior visão
geral. Apresento definições detalhadas para cada traço e para as categorias que os agrupam, e indico
configurações que seriam mais frequentes. Recomendo a mesma cautela quanto à consideração da
realidade da pessoa-sujeito e de suas situações de fato.
CLASSE TD DO ATLAS E SUAS CATEGORIAS: DEFINIÇÕES PARA IDENTIFICAR E CODIFICAR O
TRATAMENTO DIFERENCIAL DADO ÀS DUAS FIGURAS DESENHADAS
TD01.- Assemelhação e diferenciação geral entre as figuras. Refere-se ao quanto as duas
figuras são parecidas e ao quanto se mostram diferentes uma da outra. Envolve representação de
diferenciação sexual e pessoal. É modal que, olhando-se as duas figuras lado a lado, fique "evidente" qual
Figura pertence a qual sexo (face cultural-biológica do símbolo); entretanto, a literatura recomenda que
sempre se pergunte à pessoa-sujeito qual Figura é de qual sexo (face subjetiva do símbolo). As figuras podem
se mostrar mais individualizadas, com fisionomias e expressões diferentes, ou menos individualizadas, com
fisionomias e expressões quase iguais. Leia primeiro as descrições de todos os códigos, para compreender a
forma da assemelhação e/ou diferenciação.
TD01.01- Indiferenciação sexual. Casal vestido ou desnudo sem diferenciação sexual. Não dá para determinar a
que sexo pertence cada Figura por características sexuais primárias e/ou secundárias (p. ex., não há indicação
de barba, bigode, seios, a conformação do corpo é a mesma), ou indicadores costumeiros da cultura aos
gêneros (por ex., saias x terno ou calças; cabelos longos com feitio x cabelos “de homem”).
TD01.02- Figuras semelhantes demais por pobreza de desenho. É difícil ou arbitrário saber qual Figura pertence
a qual sexo, porque o desenho das duas Figuras é muito semelhante, pela esquematização do desenho, corpo
vazio, ou indefinição do corpo. (Não exclui TD01.01.), mas em TD01.02 se enfatiza que a pobreza do desenho
é o determinante evidente da semelhança entre as Figuras.
TD01.03- Figuras pobres e semelhantes, mas com sexo identificável pelas roupas ou cabelo. Figuras com
identificação sexual restrita a um ou dois traços, como cabelos longos em uma e curtos na outra; em Figuras
esquemáticas, bigode em uma das Figuras; desenho de genitália em Figuras com corpo geométrico "nuas";
Figuras muito iguais, mas em que uma se mostra com calças tipo tubo e outra com um triângulo como saia.
TD01.04- Figuras com sexo identificável, mas corpo infantil ou pouco adulto. É possível ver qual Figura pertence
a qual sexo; as Figuras apresentam trajes diferentes e costumeiros da cultura e.g., a mulher com saia, cabelos
longos, laço de fita, e o homem com calças, chapéu, etc., mas o corpo é infantil, sem as proporções de um
corpo adulto. É traço modal (52%) nos menos escolarizados, e frequente nos universitários.
TD01.05- Figuras com sexo identificável, mas a Figura feminina parece masculina. É possível ver qual Figura é a
do homem e qual é a da mulher, mas esta se mostra forte e musculosa; ou mostra-se viril, dando impressão
de força e poder; ou, ainda, apresenta-se com queixo quadrado ou volumoso, ou reforçado.
TD01.06- Desenho de Figura feminina com trajes masculinos, feito por homem. A Figura da mulher está vestida
com terno, ou com camisa e calça, ou outra roupagem considerada “masculina” pela cultura. Excluem-se
Figuras da mulher com blusas e calças compridas que pareçam roupas “femininas”; refere-se mais à
impressão do desenho, do que à presença de calças compridas.
TD01.07- Desenho de Figura feminina com barba e bigode. A Figura da mulher apresenta barba e/ou bigode, sob
qualquer pretexto (p. ex., pretendeu-se desenhar maquiagem, e desenhou-se barba). A apresentação final
importa mais que a intenção do desenhista (e.g., chiste).
TD01.08- Figuras com sexo identificável, mas a Figura masculina parece feminina. É possível distinguir o sexo das
Figuras, mas a Figura do homem é delicada, tem feições gentis; ou formas arredondadas; ou quadris mais
16 RIBEIRO, Laura Cançado. Atlas para identificar e codificar aspectos gerais do Desenho (Texto-Atlas, 27 p.)
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largos que os ombros ou volumosos como os de mulher; ou cabelos longos e chamativos, ou peitos simulando
seios.
TD01.09- Figuras diferenciadas por sexo, mas com traços faciais semelhantes demais. As Figuras apresentam
clara diferenciação sexual, com corpos adultos de homem e de mulher, mas apresentam rostos muito
parecidos. É traço bastante frequente.
TD01.10- Figuras diferenciadas por sexo, mas com roupagem igual ou análoga. Os desenhos apresentam pessoas
com corpos adultos claramente diferenciados por sexo, mas com roupas semelhantes, estando ambos de
calças compridas e blusa esportiva, ou trainings iguais, ou uniformes; ou com calção e biquíni, por exemplo.
TD01.11- Figura masculina com calças sem braguilha, feita por mulheres. A calça da Figura masculina é lisa, ou
somente dividida ao meio por costura, como as calças femininas, não havendo desenho de braguilha.
TD01.12- Figura do sexo oposto com problemas de desenho na área genital. Na Figura do sexo oposto, há espaço
vazio na zona genital; ou a linha das entrepernas se acha claramente fragmentada; ou há um V invertido tão
marcado na zona genital que a Figura parece partida; ou há traços não explicáveis que cortam, ou mutilam,
ou tornam a zona genital estranha, ou realçada de forma negativa. [Consulte o Atlas PF, se necessário],
TD01.13- Figuras diferenciadas por sexo, com roupas diferenciadas e adultas e com traços faciais personalizados.
As Figuras apresentam traços faciais próprios a cada uma; roupagem própria, não desviante em relação ao
gênero; formato do corpo mais reto na Figura masculina, e mais arredondado, na feminina; ombros mais
largos que cintura e quadril na Figura masculina; cintura mais fina e quadris mais largos e/ou redondos na
Figura feminina, o conjunto transmitindo impressão de clareza da identidade pessoal e psicossexual (duas
pessoas diferentes, claramente sexuadas). Não exclui TD01.15.
TD01.14- Indicadores masculinos excessivos na Figura masculina feita por homem. Figura de homem com barba,
bigode, pelos no braço e peito, e apresentando ênfase na força física, ou com roupas com marcante padrão
masculino.
TD01.15- Figuras que se situam num fundo similar ou que compartilham símbolos. As Figuras, mesmo que
estejam com corpos e/ou rostos diferenciados, estão: a) em um ambiente (fundo) similar, como uma
paisagem bucólica, idealizada ou fantástica; ou b) ostentando símbolos semelhantes, como símbolos hippies,
de paz e amor, bandeiras, bótons de mesmo partido político, estetoscópios, etc.; ou c) situam-se num
ambiente específico semelhante, como ambos em escrivaninhas, ou ambos em lojas, etc.
TD02.- Semelhanças e diferenças específicas entre Figuras. Nesta seção abordam-se traços
específicos traçados de modo semelhante ou diferente. Operacionalmente, corresponderia a códigos iguais
ou diferentes atribuídos na Classe PF (Partes da Figura). Bonilha considera normal a semelhança nos traços,
sendo a diferença uma exceção. É claro que, sempre que uma parte do corpo estiver desenhada de modo
diferente numa e noutra Figura, estamos diante de uma diferença específica. As diferenças específicas entre
as Figuras referem-se às diferenças que, não sendo diferenças geradas pela simples diferença de sexo, gênero
ou personalidade das Figuras, chamam a atenção; por ex., quando alguém desenha dedos em pétala de flor
na Figura do próprio sexo e dedos alongados e bem conformados na Figura do sexo oposto. Esta seção
apresenta apenas algumas categorias possíveis. Um tratamento sistemático dessa variável envolve a
comparação das codificações PF obtidas para a Figura do próprio sexo com a do sexo oposto, o registro das
repetidas e a análise das diferenças (Lourenção Van Kolck recomenda esse sistema).
TD02.00- Semelhanças específicas entre as Figuras. Referem-se a qualquer traço compartilhado pelas duas
Figuras. Se você estiver fazendo o tratamento sistemático, basta assinalar a cada traço registrado na Figura
do próprio sexo um sinal adicional, quando o traço estiver repetido. (Por exemplo, "PF01.03- Cabeça
pequena"**). As semelhanças específicas entre as Figuras apontam traços mais marcantes da pessoa-sujeito
(porque ela os repetiu). Os traços abaixo relacionados foram descritos na literatura e confirmados em nosso
trabalho com este instrumento. São mais sutis que a simples repetição do traço. Foram colocados aqui como
exemplo e estímulo para a atenção para com possibilidades variadas e análises mais agudas.
TD02.00.01- Ênfase no calcanhar da Figura masculina e no salto da Figura feminina em desenho de homens. O
calcanhar e o salto recebem tratamento que chama a atenção: traço especial, forma, ou repasse, etc.
TD02.00.02- Ênfase na extremidade dos dedos das duas Figuras. Os dedos das mãos das duas Figuras realçam
pelo mesmo motivo: borrões, ou repasse, ou número, ou formato especial.
17 RIBEIRO, Laura Cançado. Atlas para identificar e codificar aspectos gerais do Desenho (Texto-Atlas, 27 p.)
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TD02.01- Diferenças específicas entre Figuras. As diferenças geradas pela diferenciação psicossexual e pelos
traços que personalizam as Figuras são esperadas. [Compare esta categoria com TD02.01.01]. Tratamentos
diferentes do habitual dados à Figura do sexo oposto englobam diferenças de proporção, ou traçado, ou
forma, que chamem a atenção e que não sejam as diferenças esperadas. Aconselho ler as descrições de todos
os códigos desta categoria, para maior entendimento; analisar depois para atribuir o código. Sugiro também
que pergunte à pessoa-sujeito, durante o diálogo, a respeito das diferenças observadas.
TD02.01.01- Diferenças no tratamento dados aos cabelos. É modal haver diferença no tratamento dado aos
cabelos, pois se trata de um traço ligado à diferenciação de gênero. Cotar por PF08 as duas Figuras e registrar
as diferenças. Ex. um homem apresenta o código PF08.03 a no desenho da Figura do homem e, no desenho
da Figura feminina, códigos PF08.01, 08.14 e 08.16. Pode-se usar do diálogo para explorar essas diferenças.
As categorias TD02.02/03 trabalham outras diferenças no desenho de cabelos.
TD02.02- Figura do sexo oposto com cabelo desordenado e/ou abundante e Figura do próprio sexo com cabelos
acertados. Os cabelos da Figura do próprio sexo transmitem impressão de cuidado e capricho, mas a Figura
do sexo oposto tem os cabelos em desalinho, com fios em todas as direções, conotando desorganização.
TD02.03- Figura do sexo oposto com cabelo omitido, pobre ou ralo e Figura do próprio sexo com cabelo normal.
A Figura do próprio sexo apresenta cabelo claramente desenhado, enquanto a do sexo oposto é careca,
apresenta cabelo escasso ou indicação rápida de pelo.
TD02.04- Figura do sexo oposto com orelha enfatizada. A Figura do próprio sexo está com orelha normal, mas a
orelha do Desenho da Figura do sexo oposto está enfatizada (repassada, mal situada, aumentada, estranha,
aparecendo por transparência sob o cabelo).
TD02.05- Figura do próprio sexo com pescoço comprido e do outro sexo sem pescoço.
TD02.06- Figura masculina com ombros frágeis e Figura feminina com ombros realçados, desenhados por
homem. Os ombros da Figura masculina apresentam-se pequenos ou delgados e a Figura feminina apresenta
ombros marcados por reforço, em linha mais reta e/ou mais largos que os quadris, o conjunto dando
impressão imponente ou de força física.
TD02.07- Figura do sexo oposto com tronco sombreado. O tronco é sombreado somente na Figura do sexo
oposto.
TD02.08- Seios enfatizados na Figura feminina, desenhados por homens. Desenho em que há seios borrados, ou
sombreados, ou com contornos adicionais, ou aparecendo sob a roupa por transparência, ou desenhados
como duas circunferências com ponto interno, de modo que chamam a atenção imediata do observador.
TD02.09- Seios grandes na Figura feminina, desenhados por homens. Os seios da Figura feminina são volumosos,
desenhados como círculos grandes, ou como volume que realça na lateral da blusa, ou como grandes linhas
curvas na blusa, sendo o desenhista homem.
TD02.10- Desenho de dois bolsinhos no lugar dos seios, na Figura do sexo oposto. A Figura do sexo oposto
apresenta dois bolsinhos, um de cada lado do peito, no lugar em estariam os seios de uma mulher.
TD02.11- Marcada indicação de músculos no sexo oposto. A Figura do sexo oposto é a única que tem braços
grossos, tórax desenvolvido, com musculatura evidente e desenvolvida. A ênfase é na força muscular.
TD02.12- Botões enfatizados somente na Figura do sexo oposto. Na Figura do sexo oposto, os botões realçam ao
observador pelo tamanho muito grande, ou pelo repasse, ou pelo feitio.
TD02.13- Umbigo (ou substituto) com ênfase somente no sexo oposto. Na Figura do sexo oposto, o umbigo (ou
botão no lugar do umbigo, ou fivela redonda) está muito grande, ou repassado, ou escurecido, chamando a
atenção imediata do observador.
TD02.14- Quadris grandes ou enfatizados na Figura feminina, desenhados por homens. Figura feminina com
quadris grandes, arredondados, com corpo de "violão", ou quadris enfatizados de qualquer outra modo.
TD02.15- Ênfase na entreperna do sexo oposto. Mudança de traço, ou reforço, ou borrões, ou transparência, ou
correção, ou apagamento na entrepernas do sexo oposto.
TD02.16- Parte inferior do tronco ou roupa do sexo oposto com problemas de definição. Na Figura do sexo oposto,
não se sabe definir ao certo se a pessoa-sujeito desenhou saia ou calça: veem-se linhas que sugerem saias e
calças, ou início de saia e depois calças, ou pernas como calças com saia por cima, ou linhas muito tênues ou
leves em relação ao resto da Figura, ou traços estranhos não identificáveis, ou não se identifica se se trata da
parte inferior de tronco de uma mulher ou de um homem, ou os genitais não são identificáveis em Figuras
desnudas. [Ver exemplos adiante.]
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TD02.17- Área genital do sexo oposto sombreada. A zona da genitália da Figura do sexo oposto é sombreada.
TD02.18- Botões enfatizados na braguilha ou na zona genital da Figura do sexo oposto. Os botões desenhados
na braguilha da calça da Figura do sexo oposto, ou na parte inferior da saia da Figura do sexo oposto realçam
de imediato, à observação, por serem repassados, ou grandes, ou em número excessivo, ou de feitio peculiar.
TD02.19- Presença de saliência
anatômica não explicada no sexo
oposto. PF16.12 na Figura do
sexo oposto. Anotar a zona
corporal onde aparece. Sempre
se deve conversar sobre a
saliência observada na Figura,
durante o diálogo.
TD02.20 Braços somente na
Figura do próprio sexo. A Figura
do próprio sexo tem braços,
enquanto a Figura do sexo
oposto não os tem.
TD02.21- Mãos ou dedos com
formato especial somente no
sexo oposto. A Figura do sexo oposto apresenta dedos rígidos, ou em garra, ou como ferramenta mecânica,
ou como patas de animal.
TD02.22- Pernas fechadas em Figura feminina desenhada por homens. A Figura feminina apresenta pernas
coladas uma na outra.
TD02.23- Figura do outro sexo com linha quebrada ou com sombreamento. Enquanto a Figura do próprio sexo
apresenta linhas normais, flexíveis e variadas, a Figura do sexo oposto está sombreada ou com padrão
tremido.
TD02.24- Figura do outro sexo com omissões. Na Figura do sexo oposto há omissões específicas, como falta uma
mão, ou falta a boca, ou faltam olhos, ou faltam pernas.
TD03.- Idade relativa das duas Figuras. Pelo Atlas da Classe AP: Apresentação da Figura, você já
identificou e codificou a idade da Figura do próprio sexo da pessoa-sujeito, em relação à idade real da pessoa-
sujeito. TD03 abarca uma avaliação da idade relativa das duas Figuras desenhadas, relacionando essas idades
também à idade da pessoa-sujeito. Lembre-se de que estes textos se destinam à análise de desenhos de
adolescentes ou adultos, e não de crianças. Para essa avaliação, use duas a três opiniões diferentes,
mostrando as Figuras e perguntando: ― Quantos anos você pensa que esta pessoa desenhada aqui tem?" As
diferenças de faixa de idade entre as duas Figuras são mais relevantes; contudo, diferenças perceptíveis na
mesma faixa de idade podem ser consideradas. As faixas de idade são: bebê: criança ainda incapaz de
locomoção própria; criança pequena: de 2 a 6 anos; menino/a: 7 a 10 anos; pré-adolescente: 11 a 13 a.;
adolescente: de 14 a 17 anos; jovem: de 18 a 24 anos3; adulto/a jovem: de 25 a 39 anos; adulto maduro: 40
a 69 anos; adulto/a idoso/a: 70 anos e mais (é uma atribuição, verifique e o desenho revela também atributos
como rugas, curvaturas de coluna, bengalas).
TD03.01- Figura do próprio sexo e do sexo oposto aparentando idade infantil. As Figuras desenhadas se encaixam
nas faixas bebês, crianças pequenas, menino/a.
TD03.02- Figura do próprio sexo e do sexo oposto com aspecto adolescente. As Figuras desenhadas se encaixam
na faixa de idade da pré-adolescência ou adolescência.
TD03.03- Figura do próprio sexo infantil ou pré-adolescente (ou adolescente, se a pessoa-sujeito for adulto) e
Figura do sexo oposto aparentando idade acima da idade da pessoa-sujeito. A Figura do próprio sexo é bebê,
criança, menino/a ou pré-adolescente, e a Figura do sexo oposto é jovem (18-25 anos), jovem adulto/a (26-
39 anos), adulto/a maduro/a (40-69 anos) ou idoso/a (70 ou mais).
3 O limite da adolescência ― juventude foi idade de ingresso no 3º grau ou no mercado de trabalho, sem programas
especiais para menores; o da juventude ― idade adulta foi a impossibilidade de inclusão como dependente no Imposto
de Renda, e o da velhice foi a idade da aposentadoria compulsória da época (atualmente é 75 anos).
TD02.16- Parte inferior do tronco ou roupa do sexo oposto com problemas de definição. (Os desenhos referem-se a Figuras denominadas masculinas por seus autores.)
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TD03.04- Figura do próprio sexo com idade aproximada à da idade da pessoa-sujeito, e Figura do sexo oposto
infantil ou adolescente. A Figura do próprio sexo é da mesma faixa de idade da pessoa-sujeito ou bem
próxima, e a Figura do sexo oposto é bebê, criança, menino/a, pré-adolescente ou adolescente (se a pessoa-
sujeito for adulto/a).
TD03.05- Figura do próprio sexo e do sexo oposto aparentando idade equivalente à da pessoa-sujeito. Tanto a
Figura do próprio sexo como a Figura do sexo oposto aparentam idades na mesma faixa de idade real da
pessoa-sujeito.
TD03.06- Figura do próprio sexo com idade aproximada da idade real da pessoa-sujeito e Figura do sexo oposto
aparentando ter mais idade que a pessoa-sujeito. A Figura do próprio sexo está na faixa de idade da pessoa-
sujeito, e a Figura do sexo oposto é também adulta, mas aparenta faixa de idade superior à da pessoa-sujeito.
TD03.07- Figura do próprio sexo com idade acima da idade da pessoa-sujeito e Figura do sexo oposto com idade
abaixo da idade da pessoa-sujeito. A Figura do próprio sexo está numa faixa de idade superior à da pessoa-
sujeito. E a Figura do sexo oposto é de uma faixa de idade inferior à da pessoa-sujeito.
TD03.08- Figura do próprio sexo com idade acima da idade da pessoa-sujeito e do sexo oposto aparenta ter idade
adulta, mas mais jovem que a do próprio sexo. A Figura do próprio sexo é adulta, mas situa-se em faixa de
idade superior à da pessoa-sujeito (por ex., Figura desenhada é adulta ou adulta idosa, sendo que a pessoa-
sujeito é adolescente ou adulta jovem; a Figura do próprio sexo é adulta idosa, sendo que a pessoa-sujeito é
um jovem, ou um adulto maduro). E a do sexo oposto é adulta, embora visivelmente mais jovem do que a
Figura do próprio sexo, de tal forma que ambos resultam mais velhos que a pessoa-sujeito, mas persistem,
entre ambos, diferenças de faixa etária.
TD03.09- Figura do próprio sexo e Figura do sexo oposto com idade acima da pessoa-sujeito. A Figura do próprio
sexo e a do sexo oposto são de faixa de idade superior à da pessoa-sujeito Ambas adultas, se a pessoa-sujeito
é jovem; ambas idosas, se a pessoa-sujeito é adulto/a. Neste código, ambas são de faixa de idade superior à
faixa etária da pessoa-sujeito, mas são equivalentes. No caso de desenho de idoso/a, ver se existem sinais de
decadência.
TD04- Valorização relativa das duas Figuras. Refere-se a quanto uma Figura é mais valorizada (ou
desvalorizada) do que a outra. Indicadores relativos ao aspecto das Figuras (mais moderno, mais primitivo,
com aspecto animalesco, ou de caipira) são tratados na Seção TD05 (Características afetivas das Figuras). Os
sinais de valorização são: maior tamanho (são equivalentes, se o tamanho é igual ou uma delas um pouco
maior); Figura mais completa (são equivalentes, se as duas Figuras estão sem omissões); maior cuidado no
desenhar (são equivalentes, se as duas foram feitas com cuidado igual); desenhar em primeiro lugar (é modal
o próprio sexo desenhado em primeiro lugar); posição de maior equilíbrio físico (são equivalentes, se as duas
estão bem equilibradas); maior movimento e potência. Obs.: comparar os dados desta Seção com a análise
da história construída pela pessoa-sujeito.
TD04.00- Figura do próprio sexo desenhada em primeiro lugar. A pessoa-sujeito desenha sob a primeira ordem
uma Figura de seu sexo. É a representação mais frequente em 80 a 90% dos homens (de qualquer orientação
sexual) e em 60% das mulheres.
TD04.01- Figura do sexo oposto desenhada em primeiro lugar por mulheres. A mulher desenha sob a primeira
ordem a Figura do sexo masculino. Obs.: em aplicações coletivas para grupos de mesmo sexo, há leve
tendência a aumentar a incidência de TD04.01 se o aplicador é homem; supõe-se um efeito de halo do
aplicador.
TD04.02- Figura do sexo oposto desenhada em primeiro lugar por homem. O homem desenha, sob a primeira
ordem, a Figura feminina.
TD04.03- Desenho do sexo oposto em primeiro lugar com traços de inversão sexual na Figura. É mais importante
a impressão causada do que a presença dos indicadores, que foram colocados como exemplo. A Figura do
sexo oposto ao da pessoa-sujeito é feita em primeiro lugar e: (A) ― se é a Figura do homem, apresenta
características costumeiramente associadas ao gênero feminino, como cílios revirados, olhos pintados, boca
com batom, camisas com babados ou rendas, calças como saias, ou corpo com formas de mulher; (B) ― se é
a Figura da mulher, apresenta ombros muito largos, força física excessiva, símile de barba, partes sexuais mal
situadas e roupas costumeiramente associadas ao gênero masculino, e.g., terno com gravata.
TD04.04- Desenho da Figura do sexo oposto com tamanho muito maior que a do próprio sexo. A Figura do sexo
oposto é maior que a Figura do próprio sexo, de modo tal que a menor não chega aos ombros da Figura
maior. (A) Se a pessoa-sujeito for um homem, a literatura sugere os seguintes critérios: Figura feminina pelo
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menos 5% maior na altura que a masculina e mais larga (pelo menos 15% em cm2 de área total da Figura);
ou Figura maior parecendo mais forte ou agressiva; ou maior, com cabeleira vasta e feita com traços mais
firmes que a Figura masculina. (B) Se a pessoa-sujeito for uma mulher, verificar se o parceiro não é muito
mais alto (ou os homens da família dela). Obs.: Na história, verifique, em número de linhas, se o sexo oposto
ocupa mais espaço também.
TD04.05- Figura do próprio sexo com tamanho muito maior do que a do sexo oposto. A Figura do próprio sexo é
maior que a Figura do sexo oposto, de modo tal que a menor não chega aos ombros da Figura maior. Em caso
de homens, verificar se a parceira do desenhista não é efetivamente muito menor. Se a diferença registrada
for impossível na prática (Figura menor na altura da cintura da maior, e.g.), marca-se essa categoria de
qualquer forma. Obs.: na história, verifique se o montante de informações a respeito do sexo oposto é menor.
TD04.06- Figura do próprio sexo feita com mais cuidado. A Figura é mais bem elaborada, levando mais tempo na
execução, ou com mais capricho no fazer, ou apresenta mais partes do corpo, mais peças de vestuário, melhor
proporção que a outra, ou a Figura mostra aparência mais organizada que a outra; em casos extremos, a
Figura do sexo da pessoa-sujeito é bem feita e a outra é esquemática, tipo boneco de neve ou palitos. Obs.:
Na história, verifique se as qualidades de inteligência, humanas e morais atribuídas ao próprio sexo são
superiores às atribuídas ao sexo oposto.
TD04.07- Figura do sexo oposto feita com mais cuidado. A Figura do sexo oposto é mais bem elaborada, gastando-
se nela mais tempo, feita com mais capricho, ou tem mais partes do corpo, mais peças de roupa, melhor
proporção, ou aparência mais organizada que a do próprio sexo. Em casos extremos, ela é bem feita e a do
próprio sexo é esquemática, tipo boneco de neve ou palitos. Obs.: Na história, verifique se as qualidades de
inteligência, humanas e morais atribuídas ao sexo oposto são superiores às atribuídas ao próprio sexo.
TD04.08- Figura feminina com cabeça exagerada desenhada por homem. A cabeça da Figura feminina é maior,
ocupando muita área, podendo ser pela área da cabeleira (conjunto da cabeça e cabeleira maior que a área
do tórax).
TD04.09- Figura do sexo oposto mais potente, ou com mais movimento, ou com braços maiores. A Figura do sexo
oposto é muito forte, e a do próprio sexo é franzina; ou a Figura do sexo oposto parece caminhar, enquanto
a do próprio sexo se encontra robotizada, ou bloqueada, ou em posição inativa; ou a Figura está em posição
parada, mas mais natural e ativa que a do próprio sexo; ou, finalmente, a Figura do sexo oposto tem os braços
maiores que a Figura do próprio sexo. Obs.: Na história, observe se as qualidades de poder, de capacidade de
ação e de buscar a satisfação das próprias necessidades atribuídas ao sexo oposto são superiores às atribuídas
ao próprio sexo.
TD04.10- Figura do próprio sexo muito mais potente ou com muito mais movimento que a do sexo oposto. A
Figura do próprio sexo é muito mais forte que a do sexo oposto; ou parece caminhar, enquanto a outra se
encontra robotizada ou bloqueada; ou a Figura está em posição parada, mas mais natural e ativa que a do
outro sexo. Na história, compare a potência atribuída aos personagens dos dois sexos.
TD04.11- Figura do próprio sexo com posição de mais equilíbrio do que a Figura do sexo oposto. A Figura do
próprio sexo está de pé e a outra deitada ou assentada, ou está de pé, de frente, bem apoiada no chão, e a
do sexo oposto não tem pés, ou os tem pequenos, ou os tem mal apoiados, parecendo flutuar no chão. Obs.:
Na história, observe se as qualidades de equilíbrio emocional atribuídas ao próprio sexo são superiores às
atribuídas ao sexo oposto.
TD04.12- Figura do sexo oposto com posição de mais equilíbrio que a Figura do sexo próprio. A Figura do sexo
oposto está de pé e a outra deitada ou assentada, ou está de pé, de frente, bem apoiada no chão, e a do
próprio sexo não tem pés, ou os tem pequenos, ou os tem mal apoiados, parecendo flutuar no chão. Na
história, observe se as qualidades de equilíbrio emocional atribuídas ao próprio sexo são inferiores às
atribuídas ao sexo oposto.
TD04.13- Figuras com indicadores de valorização similares. As Figuras têm indicadores equivalentes aos padrões
da realidade da pessoa-sujeito, ou não são muito diferentes entre si na altura, não são muito discrepantes na
potência, equilíbrio físico, e qualidades de integração corporal e de organização do desenho (reler TD04).
Figuras pobres não recebem esta cotação (v. TD01).
TD05.- Características afetivas e de integração pessoal atribuídas às duas Figuras. Esta
categoria engloba observar e comparar as características afetivas e de integração pessoal de uma e outra
Figura. Operacionalmente, as características de integração pessoal envolvem a qualidade de ser completa. A
características afetivas envolvem a Figura transmitir sentimentos "agradáveis" ou "desagradáveis" ao analista
21 RIBEIRO, Laura Cançado. Atlas para identificar e codificar aspectos gerais do Desenho (Texto-Atlas, 27 p.)
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de desenhos. Entretanto, embora de natureza subjetiva, isso não tem sido muito difícil de avaliar, por
envolver comparações muito diretas. Por prudência, use segunda opinião, para evitar erros de atribuição.
Você, depois, pode comparar os dados dessa categoria com as características dos personagens, descritas na
história contada pela pessoa-sujeito.
TD05.00- Figuras com qualidades, afetivas e de integração pessoal não muito discrepantes. Figuras humanizadas,
personalizadas, que não lembram opostos de atratividade, de bondade, de capacidade, ou outros quaisquer,
nem sugerem forte discrepância em potencial de contato ou realização. Figuras equivalentes, mas pobres,
excluem esta cotação (devem ter sido cotadas TD01.01 ou TD01.02, ou TD01.03).
TD05.01- Desenho de pares antitéticos. A Figura de um dos sexos representa o oposto do que representa a Figura
do outro sexo, de tal forma que se pode imaginar para cada Figura uma palavra, as duas formando um par de
opostos. Podem ser opostos no conteúdo, ou na forma de representação. Exemplos de opostos no conteúdo
seriam: Padre (espiritual) x prostituta (carnal); Santo ou Jesus (bem) x demônio (mal); criança (indefesa) x
atacante (perseguidor). Exemplos de opostos na forma de representação seriam: Figura arredondada (com
linhas curvas) x angulosa (com retas e ângulos). Antes de atribuir este código, verifique se os opostos já se
encontram contemplados nas descrições que se seguem. Obs.: Na história, compare as qualidades opostas
dos dois personagens com as qualidades expressas para eles no desenho, pois o sentimento subjacente,
expresso no desenho, pode se opor aos aspectos mais conscientes aceitos pela pessoa-sujeito e descritos na
história.
TD05.02- Uma Figura é desprotegida e a outra é claramente persecutória. Uma Figura é criança e a outra é adulto
ameaçador; uma é o roubado e a outra, o ladrão; ou uma Figura é dócil e a outra é agressiva, excessivamente
forte, ou hostil, etc.. Obs.: Na história, compare com as qualidades de cada um dos dois personagens.
TD05.03- Uma Figura é desprotegida e a outra é claramente protetora. Uma Figura é criança e a outra é adulto
protetor; ou uma é assustada e medrosa e a outra é claramente tranquilizadora e segura. Obs.: Na história,
compare como já foi orientado.
TD05.04- Par antitético quanto às possibilidades reparadoras. Uma Figura está reparada, completa, possuidora
de riquezas e a outra se mostra depreciada e destruída. Por exemplo: médico e acidentado; rei ou rainha, e
mendigo; Figura cuidada e completa e Figura empobrecida, mutilada. Obs.: Na história, compare como já foi
orientado.
TD05.05- Par antitético quanto ao exibicionismo. Uma das Figuras está pouco vestida, ou muito sedutora, e o da
outra muito vestida, ou formal. Por exemplo: uma dá a impressão de "bom" menino, enquanto a outra parece
"devassa".
TD05.06- Par antitético quanto à atividade e passividade. Desenho de uma das Figuras muito grande, com
aspecto severo e punitivo, com os pés firmemente plantados no chão e a outra, pequena, ou com ombros
caídos, ou atitude de submissão, dependência (como cabeça baixa, ou os braços para trás do corpo). Ou o
tema é chefe ― subordinado, senhor ― escravo, etc.. Obs.: Na história, compare como já foi orientado.
TD05.07- Uma Figura está limpa e outra, suja. Uma Figura se encontra desenhada com roupas limpas, cabelos
arrumados, enquanto a outra apresenta roupas com manchas, borrões intencionais (graxa, por ex.),
remendos.
TD05.08- Uma Figura está com o traçado limpo e outra borrada, suja, ou com linhas incertas. Uma das Figuras se
acha representada com linhas contínuas, quase sólidas, em traçado limpo e certo, enquanto a outra está
muito repassada, rabiscada ou borrada e suja.
TD05.09- Desenho da pessoas excessivamente boas, bonitas, perfeitas. As duas Figuras se apresentam com flores,
têm fisionomias com sorriso benevolente ou apaziguador, são delicadas, com os braços abertos para abraçar,
são visivelmente "do bem".
TD05.10- Desenho em que há numa mesma Figura características opostas. Na Figura desenhada, há um símbolo
de forte valorização e um de desvalorização. Ou há um símbolo de recato e de exibicionismo. Ex.: Figura
feminina muito pequena e muito forte; ou menor que a da pessoa-sujeito, mas com imagem ameaçadora ou
viril, desenhada por homem. Ou Figura de freira com túnica transparente e desnuda por baixo.
TD05.11- Figura do próprio sexo com ênfase nas articulações, e Figura do sexo oposto agressiva e dominante. O
desenho da Figura do próprio sexo está com rodelas no lugar das articulações, ou as articulações são
desenhadas como partes que se superpõem, ou que claramente se unem, e a Figura do sexo oposto apresenta
corpo muito musculoso, ou queixo proeminente, ou fisionomia de autoritarismo.
22 RIBEIRO, Laura Cançado. Atlas para identificar e codificar aspectos gerais do Desenho (Texto-Atlas, 27 p.)
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TD05.12- Figura do sexo oposto com características robotizadas, ou com corpo vazio. A Figura do próprio sexo é
normal, mas a do sexo oposto é vazia (boneco de neve), ou é robotizada, assemelhando-se a boneco
mecânico.
TD05.13- Figura do sexo oposto com características depreciadoras ou primitivas. A Figura do sexo oposto é
desenhada como “jeca”, ou palhaço, ou corcunda, ou como anã, intencionalmente, desde que não seja a
realidade de alguém importante para a pessoa-sujeito.
TD05.14- Figura do próprio sexo com características depreciadoras e primitivas, e do sexo oposto moderna e
natural. A Figura do sexo próprio é desenhada como caipira, ou palhaço, ou corcunda, ou como anã, de forma
intencional, mas que não reflete a realidade da pessoa-sujeito, enquanto a do sexo oposto está natural, ou é
moderna, sem ser tratada chistosamente.
TD05.15- Figura feminina com braços e mãos proeminentes, desenhada por homem. A Figura feminina apresenta
braços compridos, estendidos para fora como quem abraça, ou grandes, e mãos abertas e grandes.
TD05.16- Figura masculina com postura ampla e Figura feminina com pernas fechadas. A Figura masculina tem
as pernas separadas e a feminina as mantém unidas. As pernas separadas são pernas bem plantadas,
geralmente em forma de V invertido, em que os pés estão separados, e não simplesmente pernas separadas
por pobreza no desenhar.
TD05.17- Rosto com expressão agressiva na Figura do sexo oposto. O rosto da Figura do sexo oposto tem
expressão de autoridade e agressividade, embora não chegue a ter características persecutórias.
TD05.18- Mãos para trás ou nas cadeiras na Figura feminina desenhada por homens.
TD05.19- A Figura do próprio sexo está desenhada de corpo inteiro e a Figura do sexo oposto é parcial. A Figura
do próprio sexo é completa e a do sexo oposto é desenhada somente a cabeça, ou o busto. Ao atribuir este
código, compare, por analogia, se a história escrita fala somente sobre um dos personagens; ou ainda, se o
personagem do próprio sexo é correto, inocente, ou vítima, enquanto o do sexo oposto é mau-caráter.
TD05.20- Uma das Figuras é humana e a outra não é. Uma das Figuras não é humana, como desenho de animal,
inseto, etc., e a outra é humana.
Classe TE: traçado e estilo Na Classe TE, identificação e codificação não têm mais como referência o conteúdo do
desenho, mas sim o desenhar da pessoa-sujeito e seu reagir durante a situação de desenho. As
características comportamentais de traçado, referentes ao desenhar, englobam as categorias traçado
em geral; pressão do lápis e largura das linhas (a literatura denomina de espessura, talvez pela
impressão de mais grafite); amplitude do gesto ao fazer a linha; forma e tipo das linhas; e quantidade
de correções e retoques que a pessoa faz ao desenhar. A última categoria contempla características
comportamentais (como a pessoa-sujeito se comportou na situação de desenho, seu estilo de agir)
que já foram analisados simbolicamente pela literatura. Evidentemente, cada pessoa-sujeito tem um
estilo único de ser — essas categorias se referem somente a estilos que já foram descritos na literatura.
A Classe TE, portanto, envolve alguns aspectos de observação do comportamento, além da
análise do desenho. Ao longo dos Textos, procurei dar orientações que lhe facilitem a observação do
comportamento de desenhar, complementando com definições que lhe permitam decisão, pela
observação do desenho propriamente dito. Contudo, quando não houver certeza de que existiu
determinada característica de traçado ou estilo, é preferível desconsiderar o dado, tornando a análise
mais pobre, a acrescentar análises duvidosas. Isso é especialmente verdadeiro nas aplicações coletivas,
onde os dados de comportamento não estão facilmente acessíveis. Além disso, pelo trabalho
sistemático com o desenho da Figura humana, observamos que é mais difícil obter concordância entre
juízes quanto a traçado e estilo. Aqui também se aplicam as recomendações de parcimônia e cautela
citadas para o uso das referências anteriores.
23 RIBEIRO, Laura Cançado. Atlas para identificar e codificar aspectos gerais do Desenho (Texto-Atlas, 27 p.)
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CLASSE TE DO ATLAS: DEFINIÇÕES E CATEGORIAS PARA IDENTIFICAR E CODIFICAR
CARACTERÍSTICAS DE TRAÇADO E ESTILO
TE01.- Traçado em geral. Aparência do conjunto formado pelas linhas individuais feitas no desenhar, cada
uma resultante de um movimento separado do lápis (L.). Cota-se em função do predomínio de um tipo de
traçado; os critérios para definir se há predomínio são: ou o predomínio se mostra muito visível aos juízes,
que concordam, ou se mostra um tipo de traçado em 2/3 ou mais das linhas traçadas. Se todo o desenho
puder ser incluído em um só código, acrescenta-se a observação traçado rígido.
TE01.00- Traçado flexível. Observa-se flexibilidade no traçado, com linhas firmes (sem tremor), bem controladas,
que variam adequadamente com as partes da Figura desenhada, mas sem dar impressão de confusão.
Essa codificação exclui todas as outras. É modal nos protocolos normais.
TE01.01- Traçado débil. Traços vagos e inibidos, também qualificados na literatura de "inseguros", "vacilantes",
"indecisos", "que dão impressão desigual".
TE01.02- Traçado débil com zonas abertas. TE01.01 mais interrupções, i. e., espaços entre os traços individuais
criam comunicações entre o interior da Figura e o espaço externo à mesma.
TE01.03- Traçado muito desigual. TE01.01 + reforços e manchas, ou o traçado mostra linhas interrompidas, que
mudam de direção de forma indeterminada.
TE01.04- Traçado impulsivo ou agressivo. Traçado feito com energia desproporcional (direções distintas; linhas
toscas; mistura de zonas débeis e repassadas, sujas) ou descaso (linhas que ultrapassam o limite, passando
sobre outras).
TE01.05- Mudanças bruscas, localizadas, no tipo de traçado. Há mudanças bruscas no traçado, que dão
impressão de variabilidade indesejada, e não de flexibilidade e adaptação à zona desenhada.
TE02.- Pressão do lápis e espessura das linhas. Refere-se ao conjunto formado pela espessura do traço,
seu tom (de mais escuro a mais claro) e a marca que o traço feito imprime ao papel. A espessura diz respeito
à largura da linha e sua densidade, dada pelo montante do grafite usado para seu traçado.
TE02.00- Pressão e espessura médias e com alguma variação presente. Pressão que não é detectada pelo tato
no verso do papel ofício não acetinado. Tendo sido usado lápis nº 2, a espessura é correspondente à do
traçado feito com lápis nº 2, e o desenho não dá impressão de extrema leveza, havendo também flutuações
de pressão: alguns pontos de pressão mais forte; e outros, menos forte. Esta classificação exclui todas as
demais. Qualquer uma das outras exclui esta cotação. Não confundir com TE02.04.
TE02.01- Pressão forte e linha grossa. Pressão detectável pelo tato no verso da folha de papel ofício não
acetinado, tendo sido usado o lápis nº 2. Caracteriza-se por linhas escuras, pesadas, feitas com força. Além
disso, tendo-se usado o lápis nº 2 ao desenhar, o desenho apresenta linhas de espessura correspondente à
de traçado feito com lápis nº 1 (L). A espessura aumentada por repasse do lápis não está incluída neste código.
Este código se aplica, quando mais de 2/3 do desenho apresentar pressão forte. Se houver a presença de
pressão forte localizada, anotar a(s) parte(s) em que houve a descarga motora.
TE02.02- Pressão fraca e linhas finas. Pressão que não é detectada pelo tato no verso da folha de ofício não
acetinada, o desenho tendo sido feito com o lápis nº 2. Dá impressão de extrema leveza de linhas, que são
quase apagadas e imperceptíveis. Quanto à espessura das linhas, tendo-se usado o lápis nº 2 para fazer o
desenho, as linhas deste parecem ter sido feitas com lápis nº 3 ou 4 (L). Não confundir com TE02.05.
TE02.03- Pressão uniforme. Pressão que é mantida idêntica a si mesma em todo o desenho.
TE02.04- Pressão flutuante. Pressão que varia aleatoriamente, não dando impressão de mudança intencional,
mas de arrancos decorrentes de alteração psicomotora.
TE02.05- Pressão leve. Pressão fraca de caráter intencional, e que termina por transmitir ao desenho
características de leveza e delicadeza de traço, e não de simples falta de energia.
TE03.- Amplitude das linhas. Característica observada no decorrer do teste, refere-se à extensão de cada
linha, decorrente da amplidão do gesto feito para traçá-la. Se não for possível identificar, não codificar. No
nosso trabalho, não encontramos resultados relevantes para a amplitude, pelo menos com estas definições.
As referências permanecem somente por constarem da literatura especializada.
TE03.00- Amplitude média. Linhas decorrentes de gestos de amplidão variável, que resultam num desenho com
maciça maioria de linhas de extensão entre 6 mm e 2 cm, podendo haver, entretanto, uma ou duas regiões
com amplitude diversa. É considerada modal em protocolos normais.
24 RIBEIRO, Laura Cançado. Atlas para identificar e codificar aspectos gerais do Desenho (Texto-Atlas, 27 p.)
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TE03.01- Amplitude grande. Linhas traçadas num gesto amplo, observado na execução do desenho, e que
resultam em extensão superior a 2 cm para cada linha individual. Bastante frequente em protocolos normais.
TE03.02- Amplitude pequena. Linhas curtas, decorrentes de gestos contidos na hora de executar o desenho, e
que resultam em linhas de extensão menor do que 6 mm.
TE04.- Forma das linhas desenhadas. Presença de linhas retas com ângulos, ou de linhas curvas.
TE04.00- Quantidade equilibrada de linhas retas e curvas. Desenho que não tem predomínio ou excesso de uma
das duas formas. Categorizar TE04.00 após ler as descrições seguintes. É código modal em protocolos
normais.
TE04.01- Predomínio de linhas retas e angulosas. Desenho com marcada presença de linhas retas e de ângulos
agudos, retos, ou oblíquos.
TE04.02- Predomínio de linhas curvilíneas. Desenho com marcada presença de linhas curvas e os "ângulos" são
arredondados.
TE05.- Tipo da linha e modo de fazê-la. Refere-se ao tipo e modo de se fazer a linha, se com traços mais
(ou menos) contínuos, mais trêmulos, em pequenos avanços e recuos, mais repassados, peludos,
interrompidos. É importante distinguir entre um desenho que tenha predomínio de um tipo de linha, ou que
apresente um determinado tipo de linha em uma localização particular. De modo geral, aconselho a ler as
descrições dos vários códigos; verificar se existe predomínio de um tipo de linha no desenho; anotar o tipo
de linha predominante; verificar a presença de até mais dois outros tipos claramente presentes; verificar se
estes estão usados em uma zona específica; verificar as variações localizadas, isto é: se há algum outro tipo
de linha presente, em alguma zona específica do corpo. Anotar o tipo, e a zona em que apareceu.
TE05.01- Linha contínua sólida. Desenho de linha única, ininterrupta, em que o lápis não se levanta do papel, as
linhas sendo curvas ou retas, não havendo locais em que o espaço interno à Figura se comunique com a parte
de fora da Figura (L).
TE05.02- Linha contínua com poucas interrupções. Linhas sólidas onde o lápis se desprende algumas vezes do
papel, e onde há cerca de duas pequenas interrupções, de até 3 mm ou menos. É tipo de linha muito
frequente em protocolos normais.
TE05.03- Linha em avanços e recuos. Desenho de traços repetidos, em que o lápis vai e volta, como se fossem
pequenas pinceladas. É tipo de linha modal em protocolos normais.
TE05.04- Linha reforçada ou repassada. A linha já traçada é recoberta com riscos mais fortes, com uso de, pelo
menos, dois traços para formar uma linha, na maior parte da Figura desenhada.
TE05.05- Linha fragmentada ou interrompida. Linha descontínua, caracterizada por pequenos hiatos (a aparência
é de leve, mas difusa). Não inclui aberturas por Figuras incompletas e aberturas por sair da margem.
TE05.06- Linha tremida. Linha caracterizada por pequenas ondulações produzidas por tremores nas mãos em
mais de 1/3 do contorno da Figura.
TE05.07 - Linha com algum pequeno tremor. Linha com qualquer traçado, mas que apresenta tremor claro em
menos de 1/3 do contorno, ou em alguma pequena região.
TE05.08- Linha peluda. Linha feita em avanços e recuos, mas que dá ao observador a impressão de pelos.
TE05.09- Linha dentada ou serrada. Linha que se assemelha a saca-rolhas ou a dentes de serra, sendo uma
variação da linha contínua, pois o lápis não se levanta do papel (L).
TE05.10- Linha confusa com avanços e recuos. Linha que apresenta avanços e recuos, mas que dá impressão de
mistura de traço e direção.
TE05.11- Linhas que se superpõem em pelo menos duas partes do corpo. As linhas de partes do desenho se
superpõem, uma passando descuidadamente sobre a outra, em, pelo menos, duas das seguintes partes:
cabeça, tronco, pescoço, braço, perna, pé.
TE05.02- Linha contínua com poucas interrupções
TE05.03- Linha em avanços e recuos
TE05.04- Linha reforçada ou repassada
TE05.05- Linha fragmentada ou interrompida
TE05.06- Linha tremida
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TE05.07 – Linha com algum pequeno tremor
TE05.08- Linha peluda
TE05.09- Linha dentada ou serrada
TE05.10- Linha confusa com avanços e recuos
TE05.11- Linhas que se superpõem em duas partes do corpo
TE06.- Presença de correções e retoques. Usar borracha, rasurar, retocar o desenho por reforço e
introdução de linhas adicionais que o modificam. Na aplicação individual, observa-se a pessoa-sujeito ao
longo da execução. Nas aplicações em grupo, somente é passível de codificação o retoque ou a correção que
for visível a olho nu, no desenho pronto.
TE06.00- Correções e retoques adequados. Entre 2 a 4 correções ou retoques, com o intuito de melhorar o
desenho, atingindo esse fim. Categoria rara em protocolos psicopatológicos.
TE06.01.00- Poucas correções e retoques ou nenhuma, em produção de nível bom ou muito bom. Nenhuma
utilização de retoques, ou um uso de retoque, sendo a produção comparativamente boa ou superior.
TE06.01- Poucas correções e retoques em produção medíocre ou menos. Pouquíssima ou nenhuma utilização do
uso da borracha (0 a 1 vez), sendo a produção, comparando-se com outras, de média a fraca.
TE06.02- Sucessivas correções e retoques. Necessidade muito frequente de apagar, retocar (mais de 5 correções),
que pioram a forma em vez de melhorá-la.
TE06.03- Correções e retoques em alguma parte tida como símbolo fálico. a pessoa-sujeito corrige e retoca
sapatos, nariz, dedos, pênis, copa alta de chapéu, brincos de cobra ou de pingente, etc..
TE06.04- Presença de zonas "sujas". a pessoa-sujeito refaz várias vezes, reforça limites, sombreia e/ou risca
excessivamente parte do desenho, que passa a dar impressão de manchado ou borrado.
TE06.05- Desenhar sobre o objeto gráfico já realizado, ocultando-o com linhas, rabiscos, etc. Evidente.
TE06.06- Correções e retoques em áreas específicas. Em determinada área da Figura, a pessoa-sujeito interrompe
sutilmente o desenho, ou o escurece suavemente, ou reforça a linha no local específico, ou usa borracha, ou
sombreia o local. Anotar a zona retocada.
TE06.07- Presença de borrões, reforço do traço, sombreado, mas concentração na tarefa.
TE07. Estilo de ação: reações à tarefa de desenhar. Refere-se a reações e/ou comportamentos que a
pessoa-sujeito exibe ao longo da situação de desenho, desde o recebimento das instruções até o diálogo.
TE07.00- Preocupar-se em realizar o desenho adequadamente. Atenção às instruções, clima emocional de
introspecção na realização do desenho, dedicação à tarefa, concentração, capacidade de autocrítica.
TE07.01- Recusar-se a desenhar. A pessoa-sujeito se nega total e definitivamente a realizar os desenhos.
TE07.02- Demonstrar resistência verbal ou não verbal ao desenho. Na resistência verbal, a pessoa-sujeito reclama
algo como "Ih, que saco!", ou "Esta não!", mostrando impaciência com a tarefa. Na resistência não verbal, a
pessoa-sujeito não verbaliza, mas mostra relutância. Mas, em ambos os casos, acabe por fazê-lo.
TE07.03- Modificar a posição da folha do papel antes de iniciar o desenho. A pessoa-sujeito vira a folha antes de
iniciar o desenho, de modo que o eixo maior da mesma fica atravessado (a posição “retrato” se torna
“paisagem”). O aplicador deverá ter colocado a folha na mesa na posição “em pé”, como explicado no Texto
2, da Aplicação, para que este código possa ser aplicado. Se tiver havido falha na aplicação, não codificar.
TE07.04- Perguntar várias coisas antes do desenho. A pessoa-sujeito faz várias perguntas preliminares (e adia
assim a tarefa).
TE07.05- Perguntar se é para desenhar com ou sem roupa.
TE07.06- Perguntar se é para desenhar a Figura total ou parcial. A pessoa-sujeito pergunta se é para desenhar
de corpo inteiro.
TE07.07- Demonstrar temor ou inabilidade para realizar a tarefa. A pessoa-sujeito se refere à própria inabilidade,
ao medo de realizar a tarefa, fala que não sabe desenhar, que seu desenho vai ficar igual ao de criança, ou
pergunta como será feita a análise, etc.
TE07.08- Trocar a estrutura da instrução do desenho. A pessoa-sujeito interpreta inadequadamente a instrução
do desenho.
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TE07.09- Desenhar sem atenção e ação consistente. A pessoa-sujeito começa um detalhe do desenho, deixa-o
inacabado, começa outro sem se esforçar para terminá-lo também, ou busca conversa com outrem.
TE07.10- Demonstrar extrema alegria e atividade durante o desenho. A pessoa-sujeito tem atitude de entusiasmo
exagerado, diversão ou brincadeira.
TE07.11- Fazer comentários absurdos. A pessoa-sujeito faz comentários ou alusões a coisas raras ou
incongruentes no desenho.
TE07.12- Fazer riscos sobre o desenho. A pessoa-sujeito desenha e depois risca sobre o desenho.
TE07.13- Demonstrar preocupação em desenhar centralizado. A pessoa-sujeito desenha com preocupação em
colocar o desenho equidistante dos limites da folha.
TE07.14- Pedir régua para desenhar com exatidão a linha média.
TE07.15- Dar ênfase extra a alguma área. Demorar mais em uma área, retornar a ela várias vezes, reforçá-la, etc.
TE07.16- Demonstrar indecisão em prosseguir o desenho abaixo da cabeça ou abaixo da cintura.
TE07.17-Recusar-se a (ou mostrar incapacidade de) completar o desenho. A pessoa-sujeito vai fazendo o
desenho, mas, em determinado momento, quando se trata de fazer uma parte, recusa-se a prosseguir ou fala
que "não sei fazer...(tal parte)"..., e o desenho fica inacabado.
TE07.18- Demonstrar dificuldade em fazer pessoa sexuada. A pessoa-sujeito faz a primeira pessoa indefinida
sexualmente, e mostra surpresa ao receber a instrução para fazer a segunda pessoa de sexo oposto à primeira
pessoa desenhada.
TE07.19- Desenhar as duas Figuras na mesma folha ou fazer Figura humana acompanhada. A pessoa-sujeito
larga a segunda folha e faz a segunda Figura na mesma folha da primeira. Ou, ao receber a instrução inicial,
faz a primeira Figura já acompanhada de alguém.
TE07.20- Recusar-se a terminar a Figura feminina detalhada (homens).
TE07.21- Ter dificuldade em dar o desenho por terminado. Incapacidade de desprender-se do desenho,
considerando-o sempre incompleto ou não pronto, de modo que demora muito por terminá-lo.
TE07.22- Completar o desenho em menos de 5 minutos. A pessoa-sujeito não é artista, e faz o desenho
rapidamente, sem se preocupar muito com a tarefa. I. e, sua rapidez não decorre de extrema facilidade para
o desenho.
TE07.23- Não conseguir construir uma história.
TE07.24- Não conseguir dar nome às Figuras. Se solicitada, a pessoa-sujeito não dá conta de dar nome às Figuras
da história.
TE07.25- Exibir contradição entre as realizações gráfica e verbal. Demonstrar muito pouca atenção ao grafismo,
contrastando com grande fantasia verbal; ou anulação verbal intensa da agressividade registrada
graficamente; ou Figuras muito sedutoras e exibicionistas, sem falar dessas características na verbalização.
TE07.26- Fazer associações verbais mostrando homem e mulher ideais e perfeitos. Associações verbais feitas com
entusiasmo e de modo agradável, ressaltando somente as qualidades “boas” das Figuras.
TE07.27- Demonstrar dificuldade de fazer o peito da Figura feminina. a pessoa-sujeito sente dificuldade em
desenhar o peito da Figura feminina, especialmente os seios.
TE07.28- Converter a Figura desenhada em Figura feminina ao final, pela mudança nos cabelos. a pessoa-sujeito
desenha uma Figura indiferenciada quanto ao sexo, e depois a caracteriza como feminina, por colocar cabelos
longos.
TE07.29- Demonstrar dificuldade em desenhar alguma parte. Comentar: "não sei desenhar pé", ou ficar muito
tempo tentando desenhar uma parte e depois ocultá-la. A dificuldade em desenhar mãos e pés de frente é
muito frequente.
Agora você tem em suas mãos uma lista relativamente extensa de traços gráficos que você
identificou e codificou nos desenhos da pessoa-sujeito. Os Textos 7 e 8 vão permitir a você analisar o
significado simbólico desses traços gráficos. Isto é, você vai se encontrar com as respostas para as
seguintes perguntas:
― Quais sentidos podem ser atribuídos a determinado traço gráfico desenhado?
― A quais características de personalidade esses traços gráficos foram associados?
E, logo: ― A quais características de personalidade esses traços gráficos podem corresponder?
27 RIBEIRO, Laura Cançado. Atlas para identificar e codificar aspectos gerais do Desenho (Texto-Atlas, 27 p.)
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Bibliografia
A bibliografia, embora não atualizada, se encontra em Desenho da Figura Humana 12, Anexo II.
Palavras de cautela. Esta Coletânea não é um teste de personalidade e nem é útil para um diagnóstico psiquiátrico de uma pessoa. Mas é instrumento que pretende:
(a) despertar ou ampliar o interesse pela compreensão de si ou de outros através de
desenhos;
(b) ensinar a fazer um diagnóstico psicológico (não somente psiquiátrico), que descreva o
modo de uma pessoa-sujeito lidar com as facetas do mundo cobertas pelo instrumento;
(c) ensinar a fazer uma análise simbólica que seja ao mesmo tempo mais precisa, analítica e
dinâmica;
(d) despertar interesse pela Simbologia e para o trabalho com símbolos;
(e) incentivar a busca de novas fontes de estudo e diferentes áreas de conhecimento;
(f) gerar pesquisas na área de desenhos.