UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
ZARA DEacuteSIREacuteE TONIDANDEL CAMPOS
O GRUPO OPERATIVO COMO ESTRATEacuteGIA DE TRABALHO COM ADOLESCENTES
PARAacute DE MINASMINAS GERAIS 2011
ZARA DEacuteSIREacuteE TONIDANDEL CAMPOS
O GRUPO OPERATIVO COMO ESTRATEacuteGIA DE TRABALHO COM ADOLESCENTES
Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado ao Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia Universidade Federal de Minas Gerais como requisito para a obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Especialista Orientadora Professora Efigecircnia Ferreira e Ferreira
Paraacute de MinasMinas Gerais 2011
ZARA DEacuteSIREacuteE TONIDANDEL CAMPOS
O GRUPO OPERATIVO COMO ESTRATEacuteGIA DE TRABALHO
COM ADOLESCENTES
Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado ao Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia Universidade Federal de Minas Gerais como requisito para a obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Especialista Orientadora Professora Efigecircnia Ferreira e Ferreira
BANCA EXAMINADORA
Aprovado em
DEDICATOacuteRIA
Dedico esse trabalho a todos os que de alguma maneira ajudaram em
minha caminhada acadecircmica familiares amigos e professores
Dedico a Deus que me deu Graccedila e Paz para seguir ateacute o final Tudo eacute Dele
AGRADECIMENTOS
Agrave Professora Efigecircnia Ferreira pela sua boa vontade para comigo e pelo
profissionalismo
Agraves Profordfs Solange Melo Miranda e Valeacuteria Santos Brasil professoras do curso de
Especializaccedilatildeo em Sauacutede do Adolescente da Faculdade de Medicina da UFMG
Vocecircs me inspiram a me tornar uma profissional melhorobrigada
ldquoEacute preciso toda uma aldeia para se educar uma crianccedilardquo
Proveacuterbio africano
RESUMO
A ado lescecircnc ia vem desper tando in te resse de vaacute r ias aacute reas do sabe r Ex is tem inuacutemeros es tudos que apon tam que esse pe r iacuteodo da v ida eacute tatildeo impo r tan te quan to a in facircnc ia ou a idade adu l ta O p resen te t raba lho teve como ob je t ivo conhece r es t ra teacuteg ias com grupos ope ra t i vos de ado lescen tes con t idas em ar t i gos d ispon iacuteve is em bancos de dados L ILACSMEDLINE BDENF e SCIELO no pe r iacuteodo de 1997 a 2011 A se leccedilatildeo fo i rea l i zada in ic ia lmente a par t i r do t iacute t u lo segu ida da se leccedilatildeo po r resumo Apoacutes a le i tu ra dos tex tos na in tegra ou t ros fo ram exc lu iacutedos Obse rvou-se que o g rupo ope ra t i vo pode ser uma fer ramenta de g rande a juda para o t raba lho educa t i vo com ado lescen tes poss ib i l i tando d ispon ib i l i za r a in formaccedilatildeo pe rmi t i r a re f lexatildeo c r iacute t i ca e a tomada de pos iccedilatildeo pa ra a adoccedilatildeo de compor tamentos ma is saudaacuteve is com fo r te in f luecircnc ia do p repa ro do p ro f iss iona l que rea l i za r a a t iv idade Pa lavras chave Educaccedilatildeo em Sauacutede ndash Compor tamen to do Ado lescen te ndash Sauacutede do Ado lescen te ndash Grupos Opera t i vos
ABSTRACT
Adolescence is attracting interest from various fields of knowledgeThere are numerous studies that indicate that this period of life is a important as childhood or adulthood This study aimed to identify strategies with operational groups of teenagers in articles available in the databases LILACS MEDLINE and SCIELO BDENF in the period 1997 to 2011 The selection was initially performed from the title followed by selection for short After reading the texts in full others were excluded It was observed that the operational group may be a helpful tool for educational work with children allowing the information available to allow critical thinking and stance to adopt healthier behaviors with strong influence of the preparation of professional perform the activity Keywords Health Education - Adolescent Behavior - Adolescent Health - Operational Group
LISTA DE SIGLAS
CEABSF - CURSO DE ESPECIALIZACcedilAtildeO EM ATENCcedilAtildeO BAacuteSICA EM SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA DST - DOENCcedilAS SEXUALMENTE TRANSMISSIacuteVEIS ESF ndash EQUIPE DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA PSF ndash PROGRAMA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA UBSF ndash UNIDADE BAacuteSICA DE SAUacuteDE
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 11 2JUSTIFICATIVA 12 3OBJETIVOS 13 4 METODOLOGIA 14 5 REVISAtildeO DE LITERATURA 15 6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 18 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 25 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
11
1 INTRODUCcedilAtildeO
No coraccedilatildeo do modelo de sauacutede que o paiacutes vem adotando
encontram-se as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) que inseridas nas
Unidades Baacutesicas de Sauacutede (UBSF) devem na accedilatildeo seguir os
preceitos do Programa de Sauacutede da Famiacutelia (PSF) O objetivo principal
do programa por sua vez eacute o atendimento baacutesico de sauacutede da
populaccedilatildeo adstrita agrave UBSF (atenccedilatildeo primaacuteria) A ideacuteia eacute a de que o
atendimento integral em sauacutede aleacutem de atender o paciente
individualmente tambeacutem atenda as famiacutelias considerando suas
condiccedilotildees socioculturais da comunidade
O atendimento individualizado de cada membro da famiacutelia
assistida pelo programa faz parte deste processo de trabalho O grupo
formado pelos adolescentes natildeo raramente eacute atendido sem a
especificidade que esta fase do desenvolvimento humano requer A falta
de orientaccedilatildeo e informaccedilatildeo das equipes muitas vezes eacute apontada como
responsaacutevel
Neste contexto o Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica
em Sauacutede da Famiacutelia ofertado pela Universidade Federal de Minas
Gerais vem oferecer agraves equipes e profissionais como meacutedicos
enfermeiros e dentistas as bases necessaacuterias para a capacitaccedilatildeo e
aperfeiccediloamento do seu processo de trabalho junto agraves famiacutelias dos
municiacutepios brasileiros O atendimento ao adolescente tem seu lugar no
decorrer do curso e a falta de uma intervenccedilatildeo de maneira eficaz a esse
grupo foi a fagulha necessaacuteria para o desejo de se aprofundar os
estudos atraveacutes de uma revisatildeo bibliograacutefica sobre a teacutecnica do grupo
operativo Esta teacutecnica pode ser utilizada como ferramenta eficaz pela
equipe uma vez que estudos apontam sua utilizaccedilatildeo como forma de se
conhecer e pesquisar o universo do adolescente
12
2 JUSTIFICATIVA Um objeto de estudo geralmente surge no nosso espaccedilo de trabalho a
partir das experiecircncias vividas e das reflexotildees feitas neste espaccedilo Este estudo
surgiu da minha vivecircncia profissional como Dentista na Unidade de Atendimento
Odontoloacutegico da cidade de Pequi Ao ingressar no Curso de Especializaccedilatildeo em
Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia - CEABSF da Universidade Federal de Minas Gerais e
fazendo o diagnoacutestico situacional da cidade me chamou a atenccedilatildeo o nuacutemero alto de
adolescentes graacutevidas e a falta de atividades de lazer para essa fase tatildeo cheia de
mudanccedilas Aleacutem disso natildeo haviam projetos a serem desenvolvidos pela ESF que focavam
os adolescentes No decorrer do curso pude compreender tambeacutem a correta forma de
utilizaccedilatildeo dos grupos operativos e com esse embasamento comecei a desenvolver alguns
grupos com adolescentes Percebi nesta evoluccedilatildeo do meu trabalho que a ESF ainda natildeo
utiliza essa ferramenta de forma produtiva e os profissionais tem muita dificuldade em
desenvolver este tema
13
3 OBJETIVO
Atraveacutes deste levantamento bibliograacutefico buscou-se conhecer
estrateacutegias com grupos operativos voltadas agrave educaccedilatildeo do adolescente
com a intenccedilatildeo de contribuir para o avanccedilo no entendimento acerca da
promoccedilatildeo de sauacutede e da problemaacutetica em que o mesmo estaacute inserido
14
4 METODOLOGIA Para atender o objetivo proposto foi desenvolvido um estudo mediante
levantamento bibliograacutefico dos artigos disponiacuteveis nos bancos de dados LILACS
MEDLINE BDENF e SCIELO no periacuteodo de 1997 a 2011 produzidos no Brasil
Para tanto os descritores usados foram os termos educaccedilatildeo em sauacutede
comportamento do adolescente sauacutede do adolescente e grupos operativos
A coleta de dados se deu em Agosto e Setembro de 2011 quando foram
obtidos com a ajuda dos descritores vaacuterios artigos que foram lidos e analisados
15
5 REVISAtildeO DE LITERATURA
51 O Adolescente e a Contemporaneidade No final da deacutecada de 80 e iniacutecio dos anos 90 o adolescente
teve seu reconhecimento como foco de estudo na sociedade da Ameacuterica
Latina e Caribe no campo da Sauacutede Puacuteblica Desde entatildeo os direitos e
as situaccedilotildees vividas pelos adolescentes resultam possivelmente das
condiccedilotildees socioeconocircmicas e das vantagens e desvantagens
associadas agrave classe social ao gecircnero e agrave etnicidade prevalentes da
sociedade contemporacircnea (CANNON BOTTINI 1998) Estas condiccedilotildees
tornam os adolescentes um grupo vulneraacutevel dentre outros reduzindo
seu acesso aos serviccedilos
Birman (2006) considera que existe na atualidade um
alongamento da adolescecircncia que hoje comeccedila mais cedo que outrora
e que se prolonga pelo periacuteodo anteriormente denominado idade adulta
A contemporaneidade se caracteriza pelas incertezas e sentimento de
solidatildeo que traduzem uma experiecircncia uacutenica de adolescer Na
sociedade atual esse grupo os adolescentes eacute tratado de forma
ambiacutegua ora como crianccedila ora como adulto e isso se reflete no
atendimento oferecido nos postos de sauacutede no trabalho da equipe que
atende as famiacutelias Inuacutemeras vezes os proacuteprios profissionais natildeo sabem
como abordar esta clientela
52 Adolescecircncia Vulnerabilidade e Risco O risco e vulnerabilidade estatildeo entrelaccedilados agraves caracteriacutesticas
proacuteprias do desenvolvimento psicoemocional da fase da adolescecircncia A
busca de identidade leva ao questionamento dos padrotildees adultos e
portanto da autoridade de pais professores O contato com o novo
resulta em um grande desafio vinculado agrave onipotecircncia do adolescente
16
que se acha sempre um vencedor por outro lado a timidez e a baixa
auto-estima podem tornaacute-lo fraacutegil levando a buscar soluccedilotildees externas
inadequadas (SAITO2001)
Se natildeo haacute accedilotildees preventivas a ocorrecircncia natildeo admitida da
possibilidade de danos agrave proacutepria sauacutede potencializa-se pois o
adolescente acha que situaccedilotildees como gravidez natildeo planejada
contaminaccedilatildeo por doenccedilas sexualmente transmissiacuteveis e uso de
substacircncias quiacutemicas natildeo iratildeo acontecer com ele (CALLANI et al
2008)
Sensaccedilatildeo de poder e ao mesmo tempo dificuldade de antever as
reais consequumlecircncias de seus atos fazem deste grupo um importante
alvo de trabalho atraveacutes de estrateacutegias que possibilitem reflexatildeo e
criacutetica
Abduch (1999) aponta que na adolescecircncia experimentamos a
vivecircncia grupal fora do acircmbito social familiar entrando em contato com
diferentes culturas haacutebitos valores crenccedilas e necessidades Essa
tendecircncia grupal tatildeo expliacutecita na adolescecircncia pode se tornar um fator
de proteccedilatildeo a sua sauacutede se tomarmos como referecircncia o conceito da
Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede que nos diz que sauacutede eacute um equiliacutebrio
entre os fatores bioloacutegicos psicoloacutegicos e sociais e natildeo simplesmente
ausecircncia de doenccedilas
No processo de construccedilatildeo do ser humano outros grupos de referecircncia
aleacutem da famiacutelia vatildeo se tornando importantes destacando-se a escola dentro da
proposta preventiva Eacute fundamental tambeacutem a participaccedilatildeo do profissional da
sauacutede pois se a escola pode ser responsabilizada pela necessidade de formular
propostas preventivas tatildeo vinculadas agrave prevenccedilatildeo de agravos agrave sauacutede que se
poderaacute dizer da equipe de sauacutede que tem livre acesso agraves famiacutelias agraves crianccedilas e
posteriormente aos adolescentes mas que frequentemente se omite em realizar
discussotildees sobre sexualidade drogas violecircncia influecircncia dos meios de
comunicaccedilatildeo imprescindiacuteveis ao exerciacutecio do processo de trabalho desta equipe
(CALLANI et al2008)
17
Para Afonso et al (2010) o grupo operativo visa natildeo apenas
compreender suas condiccedilotildees de sauacutededoenccedila mas tambeacutem dar
respostas criativas a suas necessidades em seu cotidiano e seu
contexto Nesse sentido desempenha um relevante papel educativo ante
seus membros A aprendizagem eacute mais do que a aquisiccedilatildeo de uma nova
informaccedilatildeo e natildeo se restringe ao aspecto cognitivo Envolve a
elaboraccedilatildeo de significados sentimentos e relaccedilotildees
18
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO Os artigos selecionados para anaacutelise estatildeo descritos no quadro 1
Quadro 1 Artigos cientiacuteficos de pesquisa bibliograacutefica relacionados a grupos
operativos e adolescentes 1999 a 2011
Titulo Autores e
ano Objetivos Principais
resultadosconclusotildees Grupos operativos com adolescentes
Abduch 1999 Sensibilizar profissionais que atuam com jovens e adolescentes em situaccedilotildees de grupos
O grupo operativo natildeo estaacute centrado no indiviacuteduo ou no proacuteprio grupo tampouco se propotildee a ser terapecircutico embora leve o sujeito a fazer ajustes e correccedilotildees de sua inserccedilatildeo social A teacutecnica de grupos operativos parece ser um instrumento eficiente por se tratar de uma didaacutetica horizontal tornando o indiviacuteduo agente ativo responsaacutevel e engajado no processo de mudanccedila na medida em que as suas necessidades pessoais e comunitaacuterias satildeo levadas em consideraccedilatildeo
Adolescecircncia cultura vulnerabilidade e risco
Saito 2001 Analisar propostas de prevenccedilatildeo aos riscos na adolescecircncia
A proposta de prevenccedilatildeo deve conter liberdade responsabilidade e compromisso funcionando a informaccedilatildeo como instrumento para que adolescentes de ambos os sexos possam ponderar decisotildees e fazer escolhas mais adequadas Apesar de reconhecerem que a informaccedilatildeo mais completa e fidedigna soacute pode ser obtida com o adolescente em entrevista privada para muitos profissionais persistem duacutevidas e inseguranccedilas sobre se este eacute o procedimento correto para uma praacutetica apropriada
19
O papel do coordenador de grupos
Andaloacute 2001
Provocar uma reflexatildeo sobre a coordenaccedilatildeo de grupos
Ao professor natildeo cabe dizer ldquofaccedila como eurdquo mas ldquofaccedila comigordquo O professor eacute um simples mediador Egrave preciso sempre procurar liberar os trabalhos com grupos de seu caraacuteter ideoloacutegico criando conceitos que coloquem o coordenador natildeo como um modelo a ser seguido ou imitado mas como algueacutem capaz de elaborar teoricamente os fenocircmenos ocorridos E devolvecirc-los ao grupo de forma a ampliar sua compreensatildeo
A Importacircncia dos Grupos Hoje
Fernandes 2003
Mostrar a visatildeo geral dos grupos hoje e qual sua importacircncia futura
Em qualquer grupo os niacuteveis conscientes e inconscientes de funcionamento grupal satildeo os mesmos e os participantes tem as mesmas afliccedilotildees e pedidos baacutesicos O que deve variar eacute a atitude do coordenador do grupo O grupo eacute o espaccedilo continente e facilitador da busca de condiccedilotildees para um futuro melhor
Informaccedilotildees e valores de jovens sobre a AIDS avaliaccedilatildeo de escolares de trecircs cidades brasileiras
Gomes et al 2005
Avaliar as informaccedilotildees e os valores relativos agrave AIDS entre jovens escolares em trecircs cidades brasileiras
O Programa natildeo teve efeito sobre o niacutevel de informaccedilatildeo acerca da AIDS mas o Programa revelou capacidade de reflexatildeo e de argumentaccedilatildeo sobre formas de prevenccedilatildeo da transmissatildeo da AIDS
Saberes de adolescentes estilo de vida e cuidado agrave sauacutede
Ferreira et al 2007
Conhecer as concepccedilotildees dos adolescentes sobre sauacutede e como estas se articulam com as suas praacuteticas de cuidado no processo de adolescer
Concepccedilotildees de sauacutede satildeo um modo de viver a vida e originam praacuteticas de cuidado que se articulam aos estilos de vida peculiares agrave adolescecircncia A convergecircncia dos saberes cientiacuteficos e do senso comum eacute necessaacuteria agrave praacutetica de educaccedilatildeo em sauacutede para atendimento das demandas de cuidado de interesse dos sujeitos
20
Accedilotildees educativas com adolescentes uma intervenccedilatildeo necessaacuteria
Callani et al 2008
Analisar a percepccedilatildeo de adolescentes que participaram de um grupo de educaccedilatildeo em sauacutede em uma Unidade de Sauacutede da Famiacutelia
Aleacutem da famiacutelia considera-se fundamental a participaccedilatildeo da escola e dos serviccedilos de sauacutede na educaccedilatildeo sexual Nos grupos o coordenador ou mediador necessita utilizar estrateacutegias para facilitar a criaccedilatildeo de viacutenculo A comunicaccedilatildeo clara e acessiacutevel associada agrave transparecircncia e agrave sinceridade propicia a criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes conferindo credibilidade ao trabalho
Adolescecircncia accedilotildees e percepccedilatildeo dos meacutedicos e enfermeiros do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
Ferrari et al 2008
Caracterizar as accedilotildees programaacuteticas preventivas e de intervenccedilatildeo aos adolescentes desenvolvidas pelos meacutedicos e enfermeiros da Sauacutede da Famiacutelia e analisar a percepccedilatildeo dos profissionais quanto agraves praacuteticas de atenccedilatildeo agrave sauacutede para este grupo etaacuterio
Para desenvolver atividades num programa para adolescente exige-se um enfoque mais amplo natildeo apenas nos aspectos teacutecnico e bioloacutegico mas tambeacutem nos aspectos psicossociais histoacutericos sociais culturais poliacuteticos nos valores e comportamentos - e nem sempre os profissionais se sentem aptos para atuar nesta complexidade de saberes Aleacutem da multidisciplinaridade no trato com o adolescente os profissionais precisam buscar parcerias com outros setores a fim de obter melhor e maior efetividade nas accedilotildees de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede deste grupo etaacuterio
Da tendecircncia grupal aos grupos operativos com adolescentes a identificaccedilatildeo dos pares facilitando o processo de orientaccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede
Arauacutejo et al 2008
Oferecer aos profissionais de sauacutede o reconhecimento da estrateacutegia dos grupos operativos como forma de educaccedilatildeo em sauacutede e de enfrentamento das adversidades do cotidiano dos jovens
A aprendizagem ocupa lugar importante perante as mudanccedilas e eacute atraveacutes da capacidade do grupo e de cada um de seus integrantes que se torna possiacutevel o desenvolvimento de condutas alternativas diante das mudanccedilas atraveacutes da compreensatildeo e da accedilatildeo transformadora da realidade Repensar as praacuteticas educativas em sauacutede envolvendo adolescentes pressupotildee um novo olhar sobre o jovem e seu papel na famiacutelia escola e sociedade
Vulnerabilidade de pueacuterperas na visatildeo de equipes de sauacutede da famiacutelia ecircnfase em aspectos geracionais e adolescecircncia
Cabral et al 2010
Investigar a visatildeo de profissionais de ESFs sobre a vulnerabilidade de pueacuterperas quando estas satildeo adolescentes
A adolescecircncia foi percebida pelos profissionais das ESFs como uma fase de instabilidade fortemente marcada por crises dificuldades e atitudes irresponsaacuteveis caracteriacutesticas que repercutem de forma importante no puerpeacuterio produzindo situaccedilotildees de vulnerabilidade Olhar para a sauacutede das pueacuterperas adolescentes a partir da noccedilatildeo de vulnerabilidade possibilitou
21
compreender os processos de produccedilatildeo de sauacutede e natildeo sauacutede das adolescentes no puerpeacuterio para aleacutem de suas experiecircncias reprodutivas e em certa medida considerar que aspectos diversos estatildeo aiacute implicados
Promoccedilatildeo da Sauacutede Sexual desafios no Vale do Satildeo Francisco
Sampaio et al 2010
Discutir os impasses e desafios relacionados agrave implantaccedilatildeo de accedilotildees educativas em sauacutede sexual para adolescentes na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia da cidade de Petrolina ndash PE e Juazeiro - BA
Observou-se a inexistecircncia de accedilotildees educativas voltadas aos adolescentes justificada pela precariedade de infraestrutura pelo despreparo dos profissionais e pela falta de profissionais na rede O estudo aponta para a necessidade de se desenvolver praacuteticas educativas voltadas agrave sauacutede sexual dos adolescentes mais efetivas e contextualizadas nos dispositivos de sauacutede da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no Vale do Satildeo Francisco
Reflexotildees acerca do abuso de drogas e da violecircncia na adolescecircncia
Silva et al 2010
Accedilotildees de Educaccedilatildeo em Sauacutede para reflexatildeo criacutetica dos adolescentes sobre o uso abusivo de drogas e consequentes comportamentos violentos
Adolescentes experimentam as drogas por desinformaccedilatildeo curiosidade e faacutecil acesso O uso de drogas pode trazer violecircncia (atitudes agressivas) dificultando a sua compreensatildeo Educaccedilatildeo em Sauacutede pode trazer padratildeo de vida mais saudaacutevel facilitando a identificaccedilatildeo dos fatores de riscos e reduzindo a vulnerabilidade
Riscos e vulnerabilidades relacionados agrave sexualidade na adolescecircncia
Dias et al 2010 Objetivou-se relatar os efeitos das accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede junto agrave escola
Constatou-se que os adolescentes conhecem o preservativo masculino mas natildeo o utilizam Educaccedilatildeo deve estimular a reflexatildeo criacutetica sobre risco e vulnerabilidades relacionadas ao comportamento sexual
Pedagogia freireana como meacutetodo de prevenccedilatildeo de doenccedilas
Beserra et al 2011
Investigar a sexualidade de adolescentes do sexo masculino com a accedilatildeo educativa (circulo de cultura) na prevenccedilatildeo de doenccedilas sexualmente transmissiacuteveis
Os meninos associaram o sexo agrave sexualidade de forma predominante com pouca compreensatildeo da vulnerabilidade da praacutetica sexual desprotegida (incentivados precocemente ao iniacutecio da vida sexual) O ciacuterculo de cultura mostrou ser adequado propiciando a exposiccedilatildeo de duacutevidas o conhecimento da prevenccedilatildeo das DST e a capacitaccedilatildeo para repensar condutas
A educaccedilatildeo em sauacutede eacute um tema que haacute bastante tempo vem sendo
discutido poreacutem existem poucos estudos envolvendo estrateacutegias de educaccedilatildeo em
sauacutede com o uso de grupos operativos com adolescentes
22
Nos artigos consultados e selecionados foram identificadas duas
tendecircncias Alguns se concentraram em discussotildees relacionadas ao processo ao
preparo de profissionais que lidam com abordagens comunitaacuterias considerando a
melhor maneira da utilizaccedilatildeo deste meacutetodo Outros se detiveram em analisar os
resultados de experimentaccedilotildees com grupos operativos voltados para a educaccedilatildeo
para sauacutede Entre estes uacuteltimos foram considerados nesse estudo somente os
que tinham adolescentes como grupo de interesse
Quanto ao processo destaca-se a preocupaccedilatildeo em discutir e refletir sobre
o meacutetodo em si suas vantagens desvantagens e como conseguir os resultados
esperados Os autores consideram ser este um meacutetodo eficiente por possibilitar a
horizontalidade das relaccedilotildees facilitando a participaccedilatildeo ativa e o consequumlente
engajamento no processo de mudanccedila (ABDUCH 1999)
O trabalho com populaccedilotildees vulneraacuteveis a determinados riscos no caso os
adolescentes exige um trabalho efetivo para a promoccedilatildeo da sauacutede por meio do
controle e prevenccedilatildeo desses riscos O grupo operativo segundo Saito (2000)
permite que os participantes usem as informaccedilotildees adquiridas como instrumento
para ponderar as decisotildees e fazer escolhas mais adequadas Para o autor a
liberdade responsabilidade e compromisso valores possibilitados pelo grupo
operativo satildeo componentes importantes neste processo
O papel do coordenador de um grupo operativo eacute essencial para o sucesso
desejado Segundo Andaloacute (2001) o coordenador natildeo deve se colocar como
modelo a ser imitado mas como ldquoalgueacutem capaz de elaborar teoricamente os
fenocircmenos ocorridosrdquo facilitando a compreensatildeo do grupo com a devoluccedilatildeo
dessa liberaccedilatildeo A busca de condiccedilotildees para um futuro melhor seraacute facilitada
diante de um coordenador preparado (FERNANDES 2003)
Alguns estudos procuram contribuir com o trabalho de profissionais de
sauacutede especificamente os ligados aacute Atenccedilatildeo Primaacuteria Ferrari et al(2008)
considera primordial que sejam considerados no desenvolvimento de grupos
operativos para adolescentes aleacutem dos aspectos bioloacutegicos do que se quer
discutir tambeacutem os psicossociais histoacutericos culturais e poliacuteticos nos valores e
comportamentos expressos no grupo Assim sugerem fortemente a
multidisciplinaridade e intersetorialidade no trato com este grupo populacional
Segundo Araujo et al (2008) eacute necessaacuterio um novo olhar sobre o jovem e sua
23
relaccedilatildeo com a famiacutelia escola e sociedade nesse repensar das praacuteticas
educativas
Num trabalho de grupo operativo com pueacuterperas adolescentes Cabral et al
(2010) observou que os profissionais de sauacutede envolvidos no processo
compreenderam melhor a produccedilatildeo da sauacutede a partir do entendimento da
vulnerabilidade do grupo participante Os aspectos diversos implicados na
gestaccedilatildeo entre adolescentes foram aleacutem da experiecircncias reprodutivas
observadas
Muitas vezes o processo educativo empreendido pela equipes da estrateacutegia
Sauacutede da Famiacutelia enfrenta problemas com destaque para o despreparo do
profissional na rede Comportamentos saudaacuteveis seratildeo sempre mais efetivos
quanto mais forem contextualizados (SAMPAIO et al 2010)
Alguns estudos entre os consultados avaliam programas que adotaram o
meacutetodo do grupo operativo em atividades educativas para adolescentes
trabalhando questotildees de risco como sexualidade e doenccedilas sexualmente
transmissiacuteveis aacutelcool e drogas gravidez entre outros Pontos fortes da accedilatildeo
relacionados ao bom resultado foram apontados
Gomes et al (2005) observaram que com relaccedilatildeo aacute AIDS o trabalho em
grupo natildeo diferenciou os participantes quanto ao conhecimento adquirido mas
tornou os participantes do grupo operativo mais capazes de refletir e argumentar
formas de prevenccedilatildeo desta doenccedila
Esta reflexatildeo eacute fundamental na mudanccedila consciente de comportamento
Este fato foi observado com adolescentes num trabalho de educaccedilatildeo sexual
quando meninos declararam natildeo utilizar preservativo apesar de conhececirc-lo
comprovando a que eacute preciso mais do que informar (SILVA et al 2010)
A informaccedilatildeo clara e accessiacutevel acompanhada de transparecircncia e
sinceridade forma consideradas por Callani et al 2008 atributos imprescindiacuteveis
em um grupo operativo propiciando a criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes e
conferindo credibilidade ao trabalho
Assuntos como aacutelcool e drogas precisam ser claramente debatidos com
adolescentes Silva et al (2010) observaram que adolescentes experimentam as
drogas por desinformaccedilatildeo curiosidade e faacutecil acesso e isto pode trazer como
consequumlecircncia violecircncia
24
Meacutetodos de abordagem em grupos operativos tambeacutem tecircm sido testados
como no estudo Beserra et al (2011) que utilizou o circulo de cultura sugerido por
Paulo Freire para o trabalho de educaccedilatildeo sexual com adolescentes O meacutetodo
permitiu a exposiccedilatildeo de duacutevidas com tranquumlilidade o conhecimento da prevenccedilatildeo
da DST e a capacidade desenvolvida para repensar condutas
O grupo operativo mostrou que a convergecircncia de saberes cientiacutefico e
senso comum eacute uma das maneiras efetivas de se trabalhar com educaccedilatildeo para
sauacutede uma vez que dessa maneira as demandas satildeo explicitadas claramente
(FERREIRA et al 2007)
Os dados apresentados nos artigos objetos de estudo deste trabalho
indicaram que o uso do grupo operativo com adolescentes pode ser uma
importante ferramenta de trabalho para a Equipe de Sauacutede da Famiacutelia atraveacutes do
qual eacute possiacutevel pela verbalizaccedilatildeo dos questionamentos e dificuldades
problematizar discutir e provocar reflexotildees sobre situaccedilotildees pertinentes a esta
fase da vida Este mecanismo oferece agrave equipe de sauacutede informaccedilotildees que podem
ser utilizadas na elaboraccedilatildeo de propostas de trabalho para a sua aacuterea de
abrangecircncia Aleacutem disso carece de pouca infra-estrutura e tem um baixo custo de
aplicaccedilatildeo Este tipo de estrateacutegia deve ser utilizada pela equipe da sauacutede da
famiacutelia pois eacute um meio eficaz de prevenccedilatildeo para muitos agravos agrave sauacutede do
adolescente O grupo operativo com adolescentes atraveacutes da identificaccedilatildeo muacutetua
dos seus integrantes eacute capaz de promover haacutebitos saudaacuteveis de vida funcionando
como um indutor desse processo Essa identificaccedilatildeo serve tambeacutem para que
assuntos antes tratados com parcimocircnia sejam levados ao grupo sem temores e
de uma maneira natural
Os dados tambeacutem mostraram a falta de preparo dos profissionais no
atendimento aos adolescentes A inexistecircncia de accedilotildees educativas voltadas aos
adolescentes ora eacute justificada pela precariedade de infra-estrutura ora pelo
despreparo dos profissionais e ora pela falta de profissionais na rede
O estudo aponta para a necessidade de desenvolver mecanismos que
possam preparar profissionais para lidar com essa faixa etaacuteria Neste contexto a
utilizaccedilatildeo do grupo operativo parece pertinente e o Curso de Especializaccedilatildeo em
Sauacutede da Famiacutelia empenha-se em preencher esta lacuna da falta de preparo
desses profissionais do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
25
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Atraveacutes deste trabalho pretendia-se conhecer estrateacutegias com grupos
operativos voltadas para educaccedilatildeo de adolescentes Buscou-se tambeacutem
contribuir para o entendimento desta teacutecnica utilizada para promoccedilatildeo de sauacutede O
modelo ainda utilizado na assistecircncia ao adolescente natildeo considera este indiviacuteduo
na sua totalidade orgacircnica psicoloacutegica e sociocultural Esta simplificaccedilatildeo do
problema proveniente da utilizaccedilatildeo do modelo biomeacutedico de assistecircncia tem
comprometido uma melhor atenccedilatildeo a esta clientela O grupo operativo pode ser
uma ferramenta de grande ajuda para o trabalho educativo com adolescentes
Possibilita aleacutem de disponibilizar a informaccedilatildeo permitir a reflexatildeo critica e a
tomada de posiccedilatildeo para a adoccedilatildeo de comportamentos mais saudaacuteveis Este
levantamento permitiu observar tambeacutem que alguns profissionais desconhecem
este meio de estrateacutegia como forma de trabalho Desta forma podemos afirmar
que o grupo operativo pode ser eficaz se
- possibilitar a horizontalidade das relaccedilotildees
- facilitar a participaccedilatildeo ativa e o consequumlente engajamento no processo
de mudanccedila
- desenvolver a liberdade responsabilidade e compromisso
- aleacutem dos aspectos bioloacutegicos discutir tambeacutem os psicossociais
histoacutericos culturais e poliacuteticos nos valores e comportamentos expressos no
grupo
- provocar em seus integrantes reflexatildeo e estimular a argumentaccedilatildeo de
questotildees importantes para o grupo
- problematizar as questotildees impostas atraveacutes da verbalizaccedilatildeo dos
questionamentos e dificuldades
No entanto o sucesso desta atividade estaraacute condicionado ao preparo dos
profissionais envolvidos no sentido de adotar posturas natildeo autoritaacuterias numa
relaccedilatildeo horizontal com conversas abertas e linguagem clara Deste modo
podemos considerar que
26
- eacute necessaacuterio um novo olhar sobre o jovem e sua relaccedilatildeo com a famiacutelia
escola e sociedade nesse repensar das praacuteticas educativas
- O papel do coordenador de um grupo operativo eacute essencial para o
sucesso desejado Ele nunca deve se colocar como um modelo a ser imitado
- este mecanismo oferece agrave equipe de sauacutede informaccedilotildees que podem ser
utilizadas na elaboraccedilatildeo de propostas de trabalho para a sua aacuterea de
abrangecircncia
- este meacutetodo carece de pouca infra-estrutura e tem um baixo custo de
aplicaccedilatildeo
- a informaccedilatildeo clara e accessiacutevel acompanhada de transparecircncia e
sinceridade satildeo atributos imprescindiacuteveis em um grupo operativo propiciando a
criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes e conferindo credibilidade ao trabalho
- eacute preciso desenvolver mecanismos que possam preparar profissionais
para lidar com essa faixa etaacuteria
Neste contexto a utilizaccedilatildeo do grupo operativo parece pertinente e o
Curso de Especializaccedilatildeo em Sauacutede da Famiacutelia empenha-se em preencher esta
lacuna da falta de preparo desses profissionais do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
Atraveacutes da conduccedilatildeo deste trabalho pude refletir e teorizar sobre a minha
praacutetica profissional Percebi que havia muitas deficiecircncias em minha formaccedilatildeo e o
curso de especializaccedilatildeo me ajudou a sanar muitas delas Pude concluir tambeacutem o
quanto eacute importante esta preparaccedilatildeo contiacutenua do profissional Gostaria de
destacar entatildeo a necessidade de capacitaccedilatildeo profissional para aqueles que se
propotildee a trabalhar com atenccedilatildeo baacutesica A meu ver eacute um passo importante em
direccedilatildeo a um melhor atendimento ao adolescente
27
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 1 ABDUCH C Grupos operativos com adolescentes In SCHOR N
MOTA M SFT BRANCO VC (Orgs)Cadernos juventude sauacutede e
desenvolvimento Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1999 p289-300
2 AFONSO MLM et al Oficinas em dinacircmica de grupo na aacuterea da
sauacutedeSatildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo2010PP 63
3 ANDALOacute CSA O papel do coordenador de grupos Psicol USP
Vol12 ndeg 1 Satildeo Paulo 2001
4 ARAUacuteJO A et al Da tendecircncia grupal aos grupos operativos com
adolescentes a identificaccedilatildeo dos pares facilitando o processo de
orientaccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede Rev Med Minas Gerais 2008 18(4
Supl 1) S12
5 BESERRA EP TORRES CA PINHEIRO PNC ALVES MDS
BARROSO MGT Pedagogia freireana como meacutetodo de prevenccedilatildeo
de doenccedilas Ciecircnc sauacutede coletiva [online] 2011 vol16 suppl1 pp
1563-1570
6 BOtildeCKVR SARRIERAJC O grupo operativo intervindo na
Siacutendrome de Burnout PsicolEscEduc10(1)31-39 jan-
jun2006ilusttab
7 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede do Adolescente Brasiacutelia 2005
Disponiacutevel em http wwwsaudegovbr
8 CABRAL FB and OLIVEIRA DLLC Vulnerabilidade de Pueacuterperas
na Visatildeo de Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Ecircnfase em Aspectos
Geracionais e Adolescecircncia Revista de Enfermagem da USP 2010
44(2) 368-75
9 CALLANI MFCJ OTANI MAP Accedilotildees Educativas com
Adolescentes uma Intervenccedilatildeo Necessaacuteria REME revminenferm
12(2) 195-200 abr-jun 2008
28
10 CANNON L R C BOTTINI B A Sauacutede e juventude o cenaacuterio das
poliacuteticas puacuteblicas no Brasil In Brasil Ministeacuterio do Planejamento e
Orccedilamento Jovens acontecendo na trilha das poliacuteticas puacuteblicas Brasiacutelia CNPD1998 p 397-416 v1
11 FERNANDES WJ A Importacircncia dos Grupos Hoje Rev
SPAGESP [online] 2003 vol4 n4 pp 83-91 ISSN 1677-2970
12 FERRARI RAP THOMSON Z and MELCHIOR R Adolescecircncia
accedilotildees e percepccedilatildeo dos meacutedicos e enfermeiros do Programa de Sauacutede
da Famiacutelia Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 22(11)2491-2495
nov 2006
13 FERREIRA MA ALVIM NAT TEIXEIRA MLO VELOSO RC
Saberes de adolescentes estilo de vida e cuidado agrave sauacutede Texto
contexto - enferm [online] 2007 vol16 n2 pp 217-224
14 FORTUNA CM et al O Trabalho de Equipe no Programa de Sauacutede
da Famiacutelia Reflexotildees a Partir de Conceitos do Processo Grupal e de
Grupos Operativos Rev Latino-Am Enfermagem vol13 no2 Ribeiratildeo
Preto MarApr 2005
15 GOMES R ASSIS SG SOUZA ER DESLANDES SF NJAINE K
MALAQUIAS JF Informaccedilotildees e valores de jovens sobre a Aids
avaliaccedilatildeo de escolares de trecircs cidades brasileiras Ciecircnc sauacutede
coletiva [online] 2005 vol10 n2 pp 381-388
16 JEOLAacuteS LS FERRARI RAP Oficinas de prevenccedilatildeo em um serviccedilo
de sauacutede para adolescentes espaccedilo de reflexatildeo e de conhecimento
compartilhado Ciecircnc Sauacutede Coletiva 2003 8611-20
17 LUCCHESE R BARROS S A utilizaccedilatildeo do grupo operativo como
meacutetodo de coleta de dados em pesquisa qualitativa Rev Eletr Enf
[Internet] 2007 9(3)796-805 Available
from httpwwwfenufgbrrevistav9n3v9n3a18htm
18 LUCCHESE R BARROS S Grupo operativo como estrateacutegia
pedagoacutegica em um curso de graduaccedilatildeo em enfermagem um
continente para as vivecircncias dos alunos quartanistas Rev Esc Enferm
USP 2002 36(1) 66-74
29
19 MACIEL RHMO et al O Multiprofissionalismo em sauacutede e a
interaccedilatildeo das equipes do programa de sauacutede da famiacutelia Observatoacuterio de Recursos Humanos em Sauacutede Estaccedilatildeo CETREDE UFC UECE
Fortaleza2007
20 SAITO MI Adolescecircncia prevenccedilatildeo e risco Satildeo Paulo Atheneu
2001
21 SAMPAIO J SANTOS RC PAIXAtildeOLA TORRES TS -
Promoccedilatildeo da Sauacutede Sexual Desafios no Vale do Satildeo Francisco
Psicologia amp Sociedade 22 (3) 499-506 2010
22 SILVA ARV et al Educaccedilatildeo em sauacutede a portadores de Diabetes
Mellitus tipo 2revisatildeo bibliograacutefica RevRENE (10)3146-151 jul-
set2009
23 SILVA KL DIAS FLA VIEIRA NFC PINHEIRO PNC
Reflexotildees acerca do abuso de drogas e da violecircncia na adolescecircncia
Esc Anna Nery [online] 2010 vol14 n3 pp 605-610
24 SILVA KL DIAS FLA VIEIRA NFC PINHEIRO PNC MAIA
CC Riscos e vulnerabilidades relacionados agrave sexualidade na
adolescecircncia Rev enferm UERJ 18(3) 456-461 jul-set 2010
O GRUPO OPERATIVO COMO ESTRATEacuteGIA DE TRABALHO COM ADOLESCENTES
Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado ao Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia Universidade Federal de Minas Gerais como requisito para a obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Especialista Orientadora Professora Efigecircnia Ferreira e Ferreira
Paraacute de MinasMinas Gerais 2011
ZARA DEacuteSIREacuteE TONIDANDEL CAMPOS
O GRUPO OPERATIVO COMO ESTRATEacuteGIA DE TRABALHO
COM ADOLESCENTES
Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado ao Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia Universidade Federal de Minas Gerais como requisito para a obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Especialista Orientadora Professora Efigecircnia Ferreira e Ferreira
BANCA EXAMINADORA
Aprovado em
DEDICATOacuteRIA
Dedico esse trabalho a todos os que de alguma maneira ajudaram em
minha caminhada acadecircmica familiares amigos e professores
Dedico a Deus que me deu Graccedila e Paz para seguir ateacute o final Tudo eacute Dele
AGRADECIMENTOS
Agrave Professora Efigecircnia Ferreira pela sua boa vontade para comigo e pelo
profissionalismo
Agraves Profordfs Solange Melo Miranda e Valeacuteria Santos Brasil professoras do curso de
Especializaccedilatildeo em Sauacutede do Adolescente da Faculdade de Medicina da UFMG
Vocecircs me inspiram a me tornar uma profissional melhorobrigada
ldquoEacute preciso toda uma aldeia para se educar uma crianccedilardquo
Proveacuterbio africano
RESUMO
A ado lescecircnc ia vem desper tando in te resse de vaacute r ias aacute reas do sabe r Ex is tem inuacutemeros es tudos que apon tam que esse pe r iacuteodo da v ida eacute tatildeo impo r tan te quan to a in facircnc ia ou a idade adu l ta O p resen te t raba lho teve como ob je t ivo conhece r es t ra teacuteg ias com grupos ope ra t i vos de ado lescen tes con t idas em ar t i gos d ispon iacuteve is em bancos de dados L ILACSMEDLINE BDENF e SCIELO no pe r iacuteodo de 1997 a 2011 A se leccedilatildeo fo i rea l i zada in ic ia lmente a par t i r do t iacute t u lo segu ida da se leccedilatildeo po r resumo Apoacutes a le i tu ra dos tex tos na in tegra ou t ros fo ram exc lu iacutedos Obse rvou-se que o g rupo ope ra t i vo pode ser uma fer ramenta de g rande a juda para o t raba lho educa t i vo com ado lescen tes poss ib i l i tando d ispon ib i l i za r a in formaccedilatildeo pe rmi t i r a re f lexatildeo c r iacute t i ca e a tomada de pos iccedilatildeo pa ra a adoccedilatildeo de compor tamentos ma is saudaacuteve is com fo r te in f luecircnc ia do p repa ro do p ro f iss iona l que rea l i za r a a t iv idade Pa lavras chave Educaccedilatildeo em Sauacutede ndash Compor tamen to do Ado lescen te ndash Sauacutede do Ado lescen te ndash Grupos Opera t i vos
ABSTRACT
Adolescence is attracting interest from various fields of knowledgeThere are numerous studies that indicate that this period of life is a important as childhood or adulthood This study aimed to identify strategies with operational groups of teenagers in articles available in the databases LILACS MEDLINE and SCIELO BDENF in the period 1997 to 2011 The selection was initially performed from the title followed by selection for short After reading the texts in full others were excluded It was observed that the operational group may be a helpful tool for educational work with children allowing the information available to allow critical thinking and stance to adopt healthier behaviors with strong influence of the preparation of professional perform the activity Keywords Health Education - Adolescent Behavior - Adolescent Health - Operational Group
LISTA DE SIGLAS
CEABSF - CURSO DE ESPECIALIZACcedilAtildeO EM ATENCcedilAtildeO BAacuteSICA EM SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA DST - DOENCcedilAS SEXUALMENTE TRANSMISSIacuteVEIS ESF ndash EQUIPE DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA PSF ndash PROGRAMA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA UBSF ndash UNIDADE BAacuteSICA DE SAUacuteDE
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 11 2JUSTIFICATIVA 12 3OBJETIVOS 13 4 METODOLOGIA 14 5 REVISAtildeO DE LITERATURA 15 6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 18 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 25 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
11
1 INTRODUCcedilAtildeO
No coraccedilatildeo do modelo de sauacutede que o paiacutes vem adotando
encontram-se as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) que inseridas nas
Unidades Baacutesicas de Sauacutede (UBSF) devem na accedilatildeo seguir os
preceitos do Programa de Sauacutede da Famiacutelia (PSF) O objetivo principal
do programa por sua vez eacute o atendimento baacutesico de sauacutede da
populaccedilatildeo adstrita agrave UBSF (atenccedilatildeo primaacuteria) A ideacuteia eacute a de que o
atendimento integral em sauacutede aleacutem de atender o paciente
individualmente tambeacutem atenda as famiacutelias considerando suas
condiccedilotildees socioculturais da comunidade
O atendimento individualizado de cada membro da famiacutelia
assistida pelo programa faz parte deste processo de trabalho O grupo
formado pelos adolescentes natildeo raramente eacute atendido sem a
especificidade que esta fase do desenvolvimento humano requer A falta
de orientaccedilatildeo e informaccedilatildeo das equipes muitas vezes eacute apontada como
responsaacutevel
Neste contexto o Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica
em Sauacutede da Famiacutelia ofertado pela Universidade Federal de Minas
Gerais vem oferecer agraves equipes e profissionais como meacutedicos
enfermeiros e dentistas as bases necessaacuterias para a capacitaccedilatildeo e
aperfeiccediloamento do seu processo de trabalho junto agraves famiacutelias dos
municiacutepios brasileiros O atendimento ao adolescente tem seu lugar no
decorrer do curso e a falta de uma intervenccedilatildeo de maneira eficaz a esse
grupo foi a fagulha necessaacuteria para o desejo de se aprofundar os
estudos atraveacutes de uma revisatildeo bibliograacutefica sobre a teacutecnica do grupo
operativo Esta teacutecnica pode ser utilizada como ferramenta eficaz pela
equipe uma vez que estudos apontam sua utilizaccedilatildeo como forma de se
conhecer e pesquisar o universo do adolescente
12
2 JUSTIFICATIVA Um objeto de estudo geralmente surge no nosso espaccedilo de trabalho a
partir das experiecircncias vividas e das reflexotildees feitas neste espaccedilo Este estudo
surgiu da minha vivecircncia profissional como Dentista na Unidade de Atendimento
Odontoloacutegico da cidade de Pequi Ao ingressar no Curso de Especializaccedilatildeo em
Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia - CEABSF da Universidade Federal de Minas Gerais e
fazendo o diagnoacutestico situacional da cidade me chamou a atenccedilatildeo o nuacutemero alto de
adolescentes graacutevidas e a falta de atividades de lazer para essa fase tatildeo cheia de
mudanccedilas Aleacutem disso natildeo haviam projetos a serem desenvolvidos pela ESF que focavam
os adolescentes No decorrer do curso pude compreender tambeacutem a correta forma de
utilizaccedilatildeo dos grupos operativos e com esse embasamento comecei a desenvolver alguns
grupos com adolescentes Percebi nesta evoluccedilatildeo do meu trabalho que a ESF ainda natildeo
utiliza essa ferramenta de forma produtiva e os profissionais tem muita dificuldade em
desenvolver este tema
13
3 OBJETIVO
Atraveacutes deste levantamento bibliograacutefico buscou-se conhecer
estrateacutegias com grupos operativos voltadas agrave educaccedilatildeo do adolescente
com a intenccedilatildeo de contribuir para o avanccedilo no entendimento acerca da
promoccedilatildeo de sauacutede e da problemaacutetica em que o mesmo estaacute inserido
14
4 METODOLOGIA Para atender o objetivo proposto foi desenvolvido um estudo mediante
levantamento bibliograacutefico dos artigos disponiacuteveis nos bancos de dados LILACS
MEDLINE BDENF e SCIELO no periacuteodo de 1997 a 2011 produzidos no Brasil
Para tanto os descritores usados foram os termos educaccedilatildeo em sauacutede
comportamento do adolescente sauacutede do adolescente e grupos operativos
A coleta de dados se deu em Agosto e Setembro de 2011 quando foram
obtidos com a ajuda dos descritores vaacuterios artigos que foram lidos e analisados
15
5 REVISAtildeO DE LITERATURA
51 O Adolescente e a Contemporaneidade No final da deacutecada de 80 e iniacutecio dos anos 90 o adolescente
teve seu reconhecimento como foco de estudo na sociedade da Ameacuterica
Latina e Caribe no campo da Sauacutede Puacuteblica Desde entatildeo os direitos e
as situaccedilotildees vividas pelos adolescentes resultam possivelmente das
condiccedilotildees socioeconocircmicas e das vantagens e desvantagens
associadas agrave classe social ao gecircnero e agrave etnicidade prevalentes da
sociedade contemporacircnea (CANNON BOTTINI 1998) Estas condiccedilotildees
tornam os adolescentes um grupo vulneraacutevel dentre outros reduzindo
seu acesso aos serviccedilos
Birman (2006) considera que existe na atualidade um
alongamento da adolescecircncia que hoje comeccedila mais cedo que outrora
e que se prolonga pelo periacuteodo anteriormente denominado idade adulta
A contemporaneidade se caracteriza pelas incertezas e sentimento de
solidatildeo que traduzem uma experiecircncia uacutenica de adolescer Na
sociedade atual esse grupo os adolescentes eacute tratado de forma
ambiacutegua ora como crianccedila ora como adulto e isso se reflete no
atendimento oferecido nos postos de sauacutede no trabalho da equipe que
atende as famiacutelias Inuacutemeras vezes os proacuteprios profissionais natildeo sabem
como abordar esta clientela
52 Adolescecircncia Vulnerabilidade e Risco O risco e vulnerabilidade estatildeo entrelaccedilados agraves caracteriacutesticas
proacuteprias do desenvolvimento psicoemocional da fase da adolescecircncia A
busca de identidade leva ao questionamento dos padrotildees adultos e
portanto da autoridade de pais professores O contato com o novo
resulta em um grande desafio vinculado agrave onipotecircncia do adolescente
16
que se acha sempre um vencedor por outro lado a timidez e a baixa
auto-estima podem tornaacute-lo fraacutegil levando a buscar soluccedilotildees externas
inadequadas (SAITO2001)
Se natildeo haacute accedilotildees preventivas a ocorrecircncia natildeo admitida da
possibilidade de danos agrave proacutepria sauacutede potencializa-se pois o
adolescente acha que situaccedilotildees como gravidez natildeo planejada
contaminaccedilatildeo por doenccedilas sexualmente transmissiacuteveis e uso de
substacircncias quiacutemicas natildeo iratildeo acontecer com ele (CALLANI et al
2008)
Sensaccedilatildeo de poder e ao mesmo tempo dificuldade de antever as
reais consequumlecircncias de seus atos fazem deste grupo um importante
alvo de trabalho atraveacutes de estrateacutegias que possibilitem reflexatildeo e
criacutetica
Abduch (1999) aponta que na adolescecircncia experimentamos a
vivecircncia grupal fora do acircmbito social familiar entrando em contato com
diferentes culturas haacutebitos valores crenccedilas e necessidades Essa
tendecircncia grupal tatildeo expliacutecita na adolescecircncia pode se tornar um fator
de proteccedilatildeo a sua sauacutede se tomarmos como referecircncia o conceito da
Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede que nos diz que sauacutede eacute um equiliacutebrio
entre os fatores bioloacutegicos psicoloacutegicos e sociais e natildeo simplesmente
ausecircncia de doenccedilas
No processo de construccedilatildeo do ser humano outros grupos de referecircncia
aleacutem da famiacutelia vatildeo se tornando importantes destacando-se a escola dentro da
proposta preventiva Eacute fundamental tambeacutem a participaccedilatildeo do profissional da
sauacutede pois se a escola pode ser responsabilizada pela necessidade de formular
propostas preventivas tatildeo vinculadas agrave prevenccedilatildeo de agravos agrave sauacutede que se
poderaacute dizer da equipe de sauacutede que tem livre acesso agraves famiacutelias agraves crianccedilas e
posteriormente aos adolescentes mas que frequentemente se omite em realizar
discussotildees sobre sexualidade drogas violecircncia influecircncia dos meios de
comunicaccedilatildeo imprescindiacuteveis ao exerciacutecio do processo de trabalho desta equipe
(CALLANI et al2008)
17
Para Afonso et al (2010) o grupo operativo visa natildeo apenas
compreender suas condiccedilotildees de sauacutededoenccedila mas tambeacutem dar
respostas criativas a suas necessidades em seu cotidiano e seu
contexto Nesse sentido desempenha um relevante papel educativo ante
seus membros A aprendizagem eacute mais do que a aquisiccedilatildeo de uma nova
informaccedilatildeo e natildeo se restringe ao aspecto cognitivo Envolve a
elaboraccedilatildeo de significados sentimentos e relaccedilotildees
18
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO Os artigos selecionados para anaacutelise estatildeo descritos no quadro 1
Quadro 1 Artigos cientiacuteficos de pesquisa bibliograacutefica relacionados a grupos
operativos e adolescentes 1999 a 2011
Titulo Autores e
ano Objetivos Principais
resultadosconclusotildees Grupos operativos com adolescentes
Abduch 1999 Sensibilizar profissionais que atuam com jovens e adolescentes em situaccedilotildees de grupos
O grupo operativo natildeo estaacute centrado no indiviacuteduo ou no proacuteprio grupo tampouco se propotildee a ser terapecircutico embora leve o sujeito a fazer ajustes e correccedilotildees de sua inserccedilatildeo social A teacutecnica de grupos operativos parece ser um instrumento eficiente por se tratar de uma didaacutetica horizontal tornando o indiviacuteduo agente ativo responsaacutevel e engajado no processo de mudanccedila na medida em que as suas necessidades pessoais e comunitaacuterias satildeo levadas em consideraccedilatildeo
Adolescecircncia cultura vulnerabilidade e risco
Saito 2001 Analisar propostas de prevenccedilatildeo aos riscos na adolescecircncia
A proposta de prevenccedilatildeo deve conter liberdade responsabilidade e compromisso funcionando a informaccedilatildeo como instrumento para que adolescentes de ambos os sexos possam ponderar decisotildees e fazer escolhas mais adequadas Apesar de reconhecerem que a informaccedilatildeo mais completa e fidedigna soacute pode ser obtida com o adolescente em entrevista privada para muitos profissionais persistem duacutevidas e inseguranccedilas sobre se este eacute o procedimento correto para uma praacutetica apropriada
19
O papel do coordenador de grupos
Andaloacute 2001
Provocar uma reflexatildeo sobre a coordenaccedilatildeo de grupos
Ao professor natildeo cabe dizer ldquofaccedila como eurdquo mas ldquofaccedila comigordquo O professor eacute um simples mediador Egrave preciso sempre procurar liberar os trabalhos com grupos de seu caraacuteter ideoloacutegico criando conceitos que coloquem o coordenador natildeo como um modelo a ser seguido ou imitado mas como algueacutem capaz de elaborar teoricamente os fenocircmenos ocorridos E devolvecirc-los ao grupo de forma a ampliar sua compreensatildeo
A Importacircncia dos Grupos Hoje
Fernandes 2003
Mostrar a visatildeo geral dos grupos hoje e qual sua importacircncia futura
Em qualquer grupo os niacuteveis conscientes e inconscientes de funcionamento grupal satildeo os mesmos e os participantes tem as mesmas afliccedilotildees e pedidos baacutesicos O que deve variar eacute a atitude do coordenador do grupo O grupo eacute o espaccedilo continente e facilitador da busca de condiccedilotildees para um futuro melhor
Informaccedilotildees e valores de jovens sobre a AIDS avaliaccedilatildeo de escolares de trecircs cidades brasileiras
Gomes et al 2005
Avaliar as informaccedilotildees e os valores relativos agrave AIDS entre jovens escolares em trecircs cidades brasileiras
O Programa natildeo teve efeito sobre o niacutevel de informaccedilatildeo acerca da AIDS mas o Programa revelou capacidade de reflexatildeo e de argumentaccedilatildeo sobre formas de prevenccedilatildeo da transmissatildeo da AIDS
Saberes de adolescentes estilo de vida e cuidado agrave sauacutede
Ferreira et al 2007
Conhecer as concepccedilotildees dos adolescentes sobre sauacutede e como estas se articulam com as suas praacuteticas de cuidado no processo de adolescer
Concepccedilotildees de sauacutede satildeo um modo de viver a vida e originam praacuteticas de cuidado que se articulam aos estilos de vida peculiares agrave adolescecircncia A convergecircncia dos saberes cientiacuteficos e do senso comum eacute necessaacuteria agrave praacutetica de educaccedilatildeo em sauacutede para atendimento das demandas de cuidado de interesse dos sujeitos
20
Accedilotildees educativas com adolescentes uma intervenccedilatildeo necessaacuteria
Callani et al 2008
Analisar a percepccedilatildeo de adolescentes que participaram de um grupo de educaccedilatildeo em sauacutede em uma Unidade de Sauacutede da Famiacutelia
Aleacutem da famiacutelia considera-se fundamental a participaccedilatildeo da escola e dos serviccedilos de sauacutede na educaccedilatildeo sexual Nos grupos o coordenador ou mediador necessita utilizar estrateacutegias para facilitar a criaccedilatildeo de viacutenculo A comunicaccedilatildeo clara e acessiacutevel associada agrave transparecircncia e agrave sinceridade propicia a criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes conferindo credibilidade ao trabalho
Adolescecircncia accedilotildees e percepccedilatildeo dos meacutedicos e enfermeiros do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
Ferrari et al 2008
Caracterizar as accedilotildees programaacuteticas preventivas e de intervenccedilatildeo aos adolescentes desenvolvidas pelos meacutedicos e enfermeiros da Sauacutede da Famiacutelia e analisar a percepccedilatildeo dos profissionais quanto agraves praacuteticas de atenccedilatildeo agrave sauacutede para este grupo etaacuterio
Para desenvolver atividades num programa para adolescente exige-se um enfoque mais amplo natildeo apenas nos aspectos teacutecnico e bioloacutegico mas tambeacutem nos aspectos psicossociais histoacutericos sociais culturais poliacuteticos nos valores e comportamentos - e nem sempre os profissionais se sentem aptos para atuar nesta complexidade de saberes Aleacutem da multidisciplinaridade no trato com o adolescente os profissionais precisam buscar parcerias com outros setores a fim de obter melhor e maior efetividade nas accedilotildees de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede deste grupo etaacuterio
Da tendecircncia grupal aos grupos operativos com adolescentes a identificaccedilatildeo dos pares facilitando o processo de orientaccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede
Arauacutejo et al 2008
Oferecer aos profissionais de sauacutede o reconhecimento da estrateacutegia dos grupos operativos como forma de educaccedilatildeo em sauacutede e de enfrentamento das adversidades do cotidiano dos jovens
A aprendizagem ocupa lugar importante perante as mudanccedilas e eacute atraveacutes da capacidade do grupo e de cada um de seus integrantes que se torna possiacutevel o desenvolvimento de condutas alternativas diante das mudanccedilas atraveacutes da compreensatildeo e da accedilatildeo transformadora da realidade Repensar as praacuteticas educativas em sauacutede envolvendo adolescentes pressupotildee um novo olhar sobre o jovem e seu papel na famiacutelia escola e sociedade
Vulnerabilidade de pueacuterperas na visatildeo de equipes de sauacutede da famiacutelia ecircnfase em aspectos geracionais e adolescecircncia
Cabral et al 2010
Investigar a visatildeo de profissionais de ESFs sobre a vulnerabilidade de pueacuterperas quando estas satildeo adolescentes
A adolescecircncia foi percebida pelos profissionais das ESFs como uma fase de instabilidade fortemente marcada por crises dificuldades e atitudes irresponsaacuteveis caracteriacutesticas que repercutem de forma importante no puerpeacuterio produzindo situaccedilotildees de vulnerabilidade Olhar para a sauacutede das pueacuterperas adolescentes a partir da noccedilatildeo de vulnerabilidade possibilitou
21
compreender os processos de produccedilatildeo de sauacutede e natildeo sauacutede das adolescentes no puerpeacuterio para aleacutem de suas experiecircncias reprodutivas e em certa medida considerar que aspectos diversos estatildeo aiacute implicados
Promoccedilatildeo da Sauacutede Sexual desafios no Vale do Satildeo Francisco
Sampaio et al 2010
Discutir os impasses e desafios relacionados agrave implantaccedilatildeo de accedilotildees educativas em sauacutede sexual para adolescentes na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia da cidade de Petrolina ndash PE e Juazeiro - BA
Observou-se a inexistecircncia de accedilotildees educativas voltadas aos adolescentes justificada pela precariedade de infraestrutura pelo despreparo dos profissionais e pela falta de profissionais na rede O estudo aponta para a necessidade de se desenvolver praacuteticas educativas voltadas agrave sauacutede sexual dos adolescentes mais efetivas e contextualizadas nos dispositivos de sauacutede da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no Vale do Satildeo Francisco
Reflexotildees acerca do abuso de drogas e da violecircncia na adolescecircncia
Silva et al 2010
Accedilotildees de Educaccedilatildeo em Sauacutede para reflexatildeo criacutetica dos adolescentes sobre o uso abusivo de drogas e consequentes comportamentos violentos
Adolescentes experimentam as drogas por desinformaccedilatildeo curiosidade e faacutecil acesso O uso de drogas pode trazer violecircncia (atitudes agressivas) dificultando a sua compreensatildeo Educaccedilatildeo em Sauacutede pode trazer padratildeo de vida mais saudaacutevel facilitando a identificaccedilatildeo dos fatores de riscos e reduzindo a vulnerabilidade
Riscos e vulnerabilidades relacionados agrave sexualidade na adolescecircncia
Dias et al 2010 Objetivou-se relatar os efeitos das accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede junto agrave escola
Constatou-se que os adolescentes conhecem o preservativo masculino mas natildeo o utilizam Educaccedilatildeo deve estimular a reflexatildeo criacutetica sobre risco e vulnerabilidades relacionadas ao comportamento sexual
Pedagogia freireana como meacutetodo de prevenccedilatildeo de doenccedilas
Beserra et al 2011
Investigar a sexualidade de adolescentes do sexo masculino com a accedilatildeo educativa (circulo de cultura) na prevenccedilatildeo de doenccedilas sexualmente transmissiacuteveis
Os meninos associaram o sexo agrave sexualidade de forma predominante com pouca compreensatildeo da vulnerabilidade da praacutetica sexual desprotegida (incentivados precocemente ao iniacutecio da vida sexual) O ciacuterculo de cultura mostrou ser adequado propiciando a exposiccedilatildeo de duacutevidas o conhecimento da prevenccedilatildeo das DST e a capacitaccedilatildeo para repensar condutas
A educaccedilatildeo em sauacutede eacute um tema que haacute bastante tempo vem sendo
discutido poreacutem existem poucos estudos envolvendo estrateacutegias de educaccedilatildeo em
sauacutede com o uso de grupos operativos com adolescentes
22
Nos artigos consultados e selecionados foram identificadas duas
tendecircncias Alguns se concentraram em discussotildees relacionadas ao processo ao
preparo de profissionais que lidam com abordagens comunitaacuterias considerando a
melhor maneira da utilizaccedilatildeo deste meacutetodo Outros se detiveram em analisar os
resultados de experimentaccedilotildees com grupos operativos voltados para a educaccedilatildeo
para sauacutede Entre estes uacuteltimos foram considerados nesse estudo somente os
que tinham adolescentes como grupo de interesse
Quanto ao processo destaca-se a preocupaccedilatildeo em discutir e refletir sobre
o meacutetodo em si suas vantagens desvantagens e como conseguir os resultados
esperados Os autores consideram ser este um meacutetodo eficiente por possibilitar a
horizontalidade das relaccedilotildees facilitando a participaccedilatildeo ativa e o consequumlente
engajamento no processo de mudanccedila (ABDUCH 1999)
O trabalho com populaccedilotildees vulneraacuteveis a determinados riscos no caso os
adolescentes exige um trabalho efetivo para a promoccedilatildeo da sauacutede por meio do
controle e prevenccedilatildeo desses riscos O grupo operativo segundo Saito (2000)
permite que os participantes usem as informaccedilotildees adquiridas como instrumento
para ponderar as decisotildees e fazer escolhas mais adequadas Para o autor a
liberdade responsabilidade e compromisso valores possibilitados pelo grupo
operativo satildeo componentes importantes neste processo
O papel do coordenador de um grupo operativo eacute essencial para o sucesso
desejado Segundo Andaloacute (2001) o coordenador natildeo deve se colocar como
modelo a ser imitado mas como ldquoalgueacutem capaz de elaborar teoricamente os
fenocircmenos ocorridosrdquo facilitando a compreensatildeo do grupo com a devoluccedilatildeo
dessa liberaccedilatildeo A busca de condiccedilotildees para um futuro melhor seraacute facilitada
diante de um coordenador preparado (FERNANDES 2003)
Alguns estudos procuram contribuir com o trabalho de profissionais de
sauacutede especificamente os ligados aacute Atenccedilatildeo Primaacuteria Ferrari et al(2008)
considera primordial que sejam considerados no desenvolvimento de grupos
operativos para adolescentes aleacutem dos aspectos bioloacutegicos do que se quer
discutir tambeacutem os psicossociais histoacutericos culturais e poliacuteticos nos valores e
comportamentos expressos no grupo Assim sugerem fortemente a
multidisciplinaridade e intersetorialidade no trato com este grupo populacional
Segundo Araujo et al (2008) eacute necessaacuterio um novo olhar sobre o jovem e sua
23
relaccedilatildeo com a famiacutelia escola e sociedade nesse repensar das praacuteticas
educativas
Num trabalho de grupo operativo com pueacuterperas adolescentes Cabral et al
(2010) observou que os profissionais de sauacutede envolvidos no processo
compreenderam melhor a produccedilatildeo da sauacutede a partir do entendimento da
vulnerabilidade do grupo participante Os aspectos diversos implicados na
gestaccedilatildeo entre adolescentes foram aleacutem da experiecircncias reprodutivas
observadas
Muitas vezes o processo educativo empreendido pela equipes da estrateacutegia
Sauacutede da Famiacutelia enfrenta problemas com destaque para o despreparo do
profissional na rede Comportamentos saudaacuteveis seratildeo sempre mais efetivos
quanto mais forem contextualizados (SAMPAIO et al 2010)
Alguns estudos entre os consultados avaliam programas que adotaram o
meacutetodo do grupo operativo em atividades educativas para adolescentes
trabalhando questotildees de risco como sexualidade e doenccedilas sexualmente
transmissiacuteveis aacutelcool e drogas gravidez entre outros Pontos fortes da accedilatildeo
relacionados ao bom resultado foram apontados
Gomes et al (2005) observaram que com relaccedilatildeo aacute AIDS o trabalho em
grupo natildeo diferenciou os participantes quanto ao conhecimento adquirido mas
tornou os participantes do grupo operativo mais capazes de refletir e argumentar
formas de prevenccedilatildeo desta doenccedila
Esta reflexatildeo eacute fundamental na mudanccedila consciente de comportamento
Este fato foi observado com adolescentes num trabalho de educaccedilatildeo sexual
quando meninos declararam natildeo utilizar preservativo apesar de conhececirc-lo
comprovando a que eacute preciso mais do que informar (SILVA et al 2010)
A informaccedilatildeo clara e accessiacutevel acompanhada de transparecircncia e
sinceridade forma consideradas por Callani et al 2008 atributos imprescindiacuteveis
em um grupo operativo propiciando a criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes e
conferindo credibilidade ao trabalho
Assuntos como aacutelcool e drogas precisam ser claramente debatidos com
adolescentes Silva et al (2010) observaram que adolescentes experimentam as
drogas por desinformaccedilatildeo curiosidade e faacutecil acesso e isto pode trazer como
consequumlecircncia violecircncia
24
Meacutetodos de abordagem em grupos operativos tambeacutem tecircm sido testados
como no estudo Beserra et al (2011) que utilizou o circulo de cultura sugerido por
Paulo Freire para o trabalho de educaccedilatildeo sexual com adolescentes O meacutetodo
permitiu a exposiccedilatildeo de duacutevidas com tranquumlilidade o conhecimento da prevenccedilatildeo
da DST e a capacidade desenvolvida para repensar condutas
O grupo operativo mostrou que a convergecircncia de saberes cientiacutefico e
senso comum eacute uma das maneiras efetivas de se trabalhar com educaccedilatildeo para
sauacutede uma vez que dessa maneira as demandas satildeo explicitadas claramente
(FERREIRA et al 2007)
Os dados apresentados nos artigos objetos de estudo deste trabalho
indicaram que o uso do grupo operativo com adolescentes pode ser uma
importante ferramenta de trabalho para a Equipe de Sauacutede da Famiacutelia atraveacutes do
qual eacute possiacutevel pela verbalizaccedilatildeo dos questionamentos e dificuldades
problematizar discutir e provocar reflexotildees sobre situaccedilotildees pertinentes a esta
fase da vida Este mecanismo oferece agrave equipe de sauacutede informaccedilotildees que podem
ser utilizadas na elaboraccedilatildeo de propostas de trabalho para a sua aacuterea de
abrangecircncia Aleacutem disso carece de pouca infra-estrutura e tem um baixo custo de
aplicaccedilatildeo Este tipo de estrateacutegia deve ser utilizada pela equipe da sauacutede da
famiacutelia pois eacute um meio eficaz de prevenccedilatildeo para muitos agravos agrave sauacutede do
adolescente O grupo operativo com adolescentes atraveacutes da identificaccedilatildeo muacutetua
dos seus integrantes eacute capaz de promover haacutebitos saudaacuteveis de vida funcionando
como um indutor desse processo Essa identificaccedilatildeo serve tambeacutem para que
assuntos antes tratados com parcimocircnia sejam levados ao grupo sem temores e
de uma maneira natural
Os dados tambeacutem mostraram a falta de preparo dos profissionais no
atendimento aos adolescentes A inexistecircncia de accedilotildees educativas voltadas aos
adolescentes ora eacute justificada pela precariedade de infra-estrutura ora pelo
despreparo dos profissionais e ora pela falta de profissionais na rede
O estudo aponta para a necessidade de desenvolver mecanismos que
possam preparar profissionais para lidar com essa faixa etaacuteria Neste contexto a
utilizaccedilatildeo do grupo operativo parece pertinente e o Curso de Especializaccedilatildeo em
Sauacutede da Famiacutelia empenha-se em preencher esta lacuna da falta de preparo
desses profissionais do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
25
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Atraveacutes deste trabalho pretendia-se conhecer estrateacutegias com grupos
operativos voltadas para educaccedilatildeo de adolescentes Buscou-se tambeacutem
contribuir para o entendimento desta teacutecnica utilizada para promoccedilatildeo de sauacutede O
modelo ainda utilizado na assistecircncia ao adolescente natildeo considera este indiviacuteduo
na sua totalidade orgacircnica psicoloacutegica e sociocultural Esta simplificaccedilatildeo do
problema proveniente da utilizaccedilatildeo do modelo biomeacutedico de assistecircncia tem
comprometido uma melhor atenccedilatildeo a esta clientela O grupo operativo pode ser
uma ferramenta de grande ajuda para o trabalho educativo com adolescentes
Possibilita aleacutem de disponibilizar a informaccedilatildeo permitir a reflexatildeo critica e a
tomada de posiccedilatildeo para a adoccedilatildeo de comportamentos mais saudaacuteveis Este
levantamento permitiu observar tambeacutem que alguns profissionais desconhecem
este meio de estrateacutegia como forma de trabalho Desta forma podemos afirmar
que o grupo operativo pode ser eficaz se
- possibilitar a horizontalidade das relaccedilotildees
- facilitar a participaccedilatildeo ativa e o consequumlente engajamento no processo
de mudanccedila
- desenvolver a liberdade responsabilidade e compromisso
- aleacutem dos aspectos bioloacutegicos discutir tambeacutem os psicossociais
histoacutericos culturais e poliacuteticos nos valores e comportamentos expressos no
grupo
- provocar em seus integrantes reflexatildeo e estimular a argumentaccedilatildeo de
questotildees importantes para o grupo
- problematizar as questotildees impostas atraveacutes da verbalizaccedilatildeo dos
questionamentos e dificuldades
No entanto o sucesso desta atividade estaraacute condicionado ao preparo dos
profissionais envolvidos no sentido de adotar posturas natildeo autoritaacuterias numa
relaccedilatildeo horizontal com conversas abertas e linguagem clara Deste modo
podemos considerar que
26
- eacute necessaacuterio um novo olhar sobre o jovem e sua relaccedilatildeo com a famiacutelia
escola e sociedade nesse repensar das praacuteticas educativas
- O papel do coordenador de um grupo operativo eacute essencial para o
sucesso desejado Ele nunca deve se colocar como um modelo a ser imitado
- este mecanismo oferece agrave equipe de sauacutede informaccedilotildees que podem ser
utilizadas na elaboraccedilatildeo de propostas de trabalho para a sua aacuterea de
abrangecircncia
- este meacutetodo carece de pouca infra-estrutura e tem um baixo custo de
aplicaccedilatildeo
- a informaccedilatildeo clara e accessiacutevel acompanhada de transparecircncia e
sinceridade satildeo atributos imprescindiacuteveis em um grupo operativo propiciando a
criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes e conferindo credibilidade ao trabalho
- eacute preciso desenvolver mecanismos que possam preparar profissionais
para lidar com essa faixa etaacuteria
Neste contexto a utilizaccedilatildeo do grupo operativo parece pertinente e o
Curso de Especializaccedilatildeo em Sauacutede da Famiacutelia empenha-se em preencher esta
lacuna da falta de preparo desses profissionais do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
Atraveacutes da conduccedilatildeo deste trabalho pude refletir e teorizar sobre a minha
praacutetica profissional Percebi que havia muitas deficiecircncias em minha formaccedilatildeo e o
curso de especializaccedilatildeo me ajudou a sanar muitas delas Pude concluir tambeacutem o
quanto eacute importante esta preparaccedilatildeo contiacutenua do profissional Gostaria de
destacar entatildeo a necessidade de capacitaccedilatildeo profissional para aqueles que se
propotildee a trabalhar com atenccedilatildeo baacutesica A meu ver eacute um passo importante em
direccedilatildeo a um melhor atendimento ao adolescente
27
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 1 ABDUCH C Grupos operativos com adolescentes In SCHOR N
MOTA M SFT BRANCO VC (Orgs)Cadernos juventude sauacutede e
desenvolvimento Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1999 p289-300
2 AFONSO MLM et al Oficinas em dinacircmica de grupo na aacuterea da
sauacutedeSatildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo2010PP 63
3 ANDALOacute CSA O papel do coordenador de grupos Psicol USP
Vol12 ndeg 1 Satildeo Paulo 2001
4 ARAUacuteJO A et al Da tendecircncia grupal aos grupos operativos com
adolescentes a identificaccedilatildeo dos pares facilitando o processo de
orientaccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede Rev Med Minas Gerais 2008 18(4
Supl 1) S12
5 BESERRA EP TORRES CA PINHEIRO PNC ALVES MDS
BARROSO MGT Pedagogia freireana como meacutetodo de prevenccedilatildeo
de doenccedilas Ciecircnc sauacutede coletiva [online] 2011 vol16 suppl1 pp
1563-1570
6 BOtildeCKVR SARRIERAJC O grupo operativo intervindo na
Siacutendrome de Burnout PsicolEscEduc10(1)31-39 jan-
jun2006ilusttab
7 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede do Adolescente Brasiacutelia 2005
Disponiacutevel em http wwwsaudegovbr
8 CABRAL FB and OLIVEIRA DLLC Vulnerabilidade de Pueacuterperas
na Visatildeo de Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Ecircnfase em Aspectos
Geracionais e Adolescecircncia Revista de Enfermagem da USP 2010
44(2) 368-75
9 CALLANI MFCJ OTANI MAP Accedilotildees Educativas com
Adolescentes uma Intervenccedilatildeo Necessaacuteria REME revminenferm
12(2) 195-200 abr-jun 2008
28
10 CANNON L R C BOTTINI B A Sauacutede e juventude o cenaacuterio das
poliacuteticas puacuteblicas no Brasil In Brasil Ministeacuterio do Planejamento e
Orccedilamento Jovens acontecendo na trilha das poliacuteticas puacuteblicas Brasiacutelia CNPD1998 p 397-416 v1
11 FERNANDES WJ A Importacircncia dos Grupos Hoje Rev
SPAGESP [online] 2003 vol4 n4 pp 83-91 ISSN 1677-2970
12 FERRARI RAP THOMSON Z and MELCHIOR R Adolescecircncia
accedilotildees e percepccedilatildeo dos meacutedicos e enfermeiros do Programa de Sauacutede
da Famiacutelia Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 22(11)2491-2495
nov 2006
13 FERREIRA MA ALVIM NAT TEIXEIRA MLO VELOSO RC
Saberes de adolescentes estilo de vida e cuidado agrave sauacutede Texto
contexto - enferm [online] 2007 vol16 n2 pp 217-224
14 FORTUNA CM et al O Trabalho de Equipe no Programa de Sauacutede
da Famiacutelia Reflexotildees a Partir de Conceitos do Processo Grupal e de
Grupos Operativos Rev Latino-Am Enfermagem vol13 no2 Ribeiratildeo
Preto MarApr 2005
15 GOMES R ASSIS SG SOUZA ER DESLANDES SF NJAINE K
MALAQUIAS JF Informaccedilotildees e valores de jovens sobre a Aids
avaliaccedilatildeo de escolares de trecircs cidades brasileiras Ciecircnc sauacutede
coletiva [online] 2005 vol10 n2 pp 381-388
16 JEOLAacuteS LS FERRARI RAP Oficinas de prevenccedilatildeo em um serviccedilo
de sauacutede para adolescentes espaccedilo de reflexatildeo e de conhecimento
compartilhado Ciecircnc Sauacutede Coletiva 2003 8611-20
17 LUCCHESE R BARROS S A utilizaccedilatildeo do grupo operativo como
meacutetodo de coleta de dados em pesquisa qualitativa Rev Eletr Enf
[Internet] 2007 9(3)796-805 Available
from httpwwwfenufgbrrevistav9n3v9n3a18htm
18 LUCCHESE R BARROS S Grupo operativo como estrateacutegia
pedagoacutegica em um curso de graduaccedilatildeo em enfermagem um
continente para as vivecircncias dos alunos quartanistas Rev Esc Enferm
USP 2002 36(1) 66-74
29
19 MACIEL RHMO et al O Multiprofissionalismo em sauacutede e a
interaccedilatildeo das equipes do programa de sauacutede da famiacutelia Observatoacuterio de Recursos Humanos em Sauacutede Estaccedilatildeo CETREDE UFC UECE
Fortaleza2007
20 SAITO MI Adolescecircncia prevenccedilatildeo e risco Satildeo Paulo Atheneu
2001
21 SAMPAIO J SANTOS RC PAIXAtildeOLA TORRES TS -
Promoccedilatildeo da Sauacutede Sexual Desafios no Vale do Satildeo Francisco
Psicologia amp Sociedade 22 (3) 499-506 2010
22 SILVA ARV et al Educaccedilatildeo em sauacutede a portadores de Diabetes
Mellitus tipo 2revisatildeo bibliograacutefica RevRENE (10)3146-151 jul-
set2009
23 SILVA KL DIAS FLA VIEIRA NFC PINHEIRO PNC
Reflexotildees acerca do abuso de drogas e da violecircncia na adolescecircncia
Esc Anna Nery [online] 2010 vol14 n3 pp 605-610
24 SILVA KL DIAS FLA VIEIRA NFC PINHEIRO PNC MAIA
CC Riscos e vulnerabilidades relacionados agrave sexualidade na
adolescecircncia Rev enferm UERJ 18(3) 456-461 jul-set 2010
O GRUPO OPERATIVO COMO ESTRATEacuteGIA DE TRABALHO
COM ADOLESCENTES
Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado ao Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia Universidade Federal de Minas Gerais como requisito para a obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Especialista Orientadora Professora Efigecircnia Ferreira e Ferreira
BANCA EXAMINADORA
Aprovado em
DEDICATOacuteRIA
Dedico esse trabalho a todos os que de alguma maneira ajudaram em
minha caminhada acadecircmica familiares amigos e professores
Dedico a Deus que me deu Graccedila e Paz para seguir ateacute o final Tudo eacute Dele
AGRADECIMENTOS
Agrave Professora Efigecircnia Ferreira pela sua boa vontade para comigo e pelo
profissionalismo
Agraves Profordfs Solange Melo Miranda e Valeacuteria Santos Brasil professoras do curso de
Especializaccedilatildeo em Sauacutede do Adolescente da Faculdade de Medicina da UFMG
Vocecircs me inspiram a me tornar uma profissional melhorobrigada
ldquoEacute preciso toda uma aldeia para se educar uma crianccedilardquo
Proveacuterbio africano
RESUMO
A ado lescecircnc ia vem desper tando in te resse de vaacute r ias aacute reas do sabe r Ex is tem inuacutemeros es tudos que apon tam que esse pe r iacuteodo da v ida eacute tatildeo impo r tan te quan to a in facircnc ia ou a idade adu l ta O p resen te t raba lho teve como ob je t ivo conhece r es t ra teacuteg ias com grupos ope ra t i vos de ado lescen tes con t idas em ar t i gos d ispon iacuteve is em bancos de dados L ILACSMEDLINE BDENF e SCIELO no pe r iacuteodo de 1997 a 2011 A se leccedilatildeo fo i rea l i zada in ic ia lmente a par t i r do t iacute t u lo segu ida da se leccedilatildeo po r resumo Apoacutes a le i tu ra dos tex tos na in tegra ou t ros fo ram exc lu iacutedos Obse rvou-se que o g rupo ope ra t i vo pode ser uma fer ramenta de g rande a juda para o t raba lho educa t i vo com ado lescen tes poss ib i l i tando d ispon ib i l i za r a in formaccedilatildeo pe rmi t i r a re f lexatildeo c r iacute t i ca e a tomada de pos iccedilatildeo pa ra a adoccedilatildeo de compor tamentos ma is saudaacuteve is com fo r te in f luecircnc ia do p repa ro do p ro f iss iona l que rea l i za r a a t iv idade Pa lavras chave Educaccedilatildeo em Sauacutede ndash Compor tamen to do Ado lescen te ndash Sauacutede do Ado lescen te ndash Grupos Opera t i vos
ABSTRACT
Adolescence is attracting interest from various fields of knowledgeThere are numerous studies that indicate that this period of life is a important as childhood or adulthood This study aimed to identify strategies with operational groups of teenagers in articles available in the databases LILACS MEDLINE and SCIELO BDENF in the period 1997 to 2011 The selection was initially performed from the title followed by selection for short After reading the texts in full others were excluded It was observed that the operational group may be a helpful tool for educational work with children allowing the information available to allow critical thinking and stance to adopt healthier behaviors with strong influence of the preparation of professional perform the activity Keywords Health Education - Adolescent Behavior - Adolescent Health - Operational Group
LISTA DE SIGLAS
CEABSF - CURSO DE ESPECIALIZACcedilAtildeO EM ATENCcedilAtildeO BAacuteSICA EM SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA DST - DOENCcedilAS SEXUALMENTE TRANSMISSIacuteVEIS ESF ndash EQUIPE DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA PSF ndash PROGRAMA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA UBSF ndash UNIDADE BAacuteSICA DE SAUacuteDE
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 11 2JUSTIFICATIVA 12 3OBJETIVOS 13 4 METODOLOGIA 14 5 REVISAtildeO DE LITERATURA 15 6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 18 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 25 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
11
1 INTRODUCcedilAtildeO
No coraccedilatildeo do modelo de sauacutede que o paiacutes vem adotando
encontram-se as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) que inseridas nas
Unidades Baacutesicas de Sauacutede (UBSF) devem na accedilatildeo seguir os
preceitos do Programa de Sauacutede da Famiacutelia (PSF) O objetivo principal
do programa por sua vez eacute o atendimento baacutesico de sauacutede da
populaccedilatildeo adstrita agrave UBSF (atenccedilatildeo primaacuteria) A ideacuteia eacute a de que o
atendimento integral em sauacutede aleacutem de atender o paciente
individualmente tambeacutem atenda as famiacutelias considerando suas
condiccedilotildees socioculturais da comunidade
O atendimento individualizado de cada membro da famiacutelia
assistida pelo programa faz parte deste processo de trabalho O grupo
formado pelos adolescentes natildeo raramente eacute atendido sem a
especificidade que esta fase do desenvolvimento humano requer A falta
de orientaccedilatildeo e informaccedilatildeo das equipes muitas vezes eacute apontada como
responsaacutevel
Neste contexto o Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica
em Sauacutede da Famiacutelia ofertado pela Universidade Federal de Minas
Gerais vem oferecer agraves equipes e profissionais como meacutedicos
enfermeiros e dentistas as bases necessaacuterias para a capacitaccedilatildeo e
aperfeiccediloamento do seu processo de trabalho junto agraves famiacutelias dos
municiacutepios brasileiros O atendimento ao adolescente tem seu lugar no
decorrer do curso e a falta de uma intervenccedilatildeo de maneira eficaz a esse
grupo foi a fagulha necessaacuteria para o desejo de se aprofundar os
estudos atraveacutes de uma revisatildeo bibliograacutefica sobre a teacutecnica do grupo
operativo Esta teacutecnica pode ser utilizada como ferramenta eficaz pela
equipe uma vez que estudos apontam sua utilizaccedilatildeo como forma de se
conhecer e pesquisar o universo do adolescente
12
2 JUSTIFICATIVA Um objeto de estudo geralmente surge no nosso espaccedilo de trabalho a
partir das experiecircncias vividas e das reflexotildees feitas neste espaccedilo Este estudo
surgiu da minha vivecircncia profissional como Dentista na Unidade de Atendimento
Odontoloacutegico da cidade de Pequi Ao ingressar no Curso de Especializaccedilatildeo em
Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia - CEABSF da Universidade Federal de Minas Gerais e
fazendo o diagnoacutestico situacional da cidade me chamou a atenccedilatildeo o nuacutemero alto de
adolescentes graacutevidas e a falta de atividades de lazer para essa fase tatildeo cheia de
mudanccedilas Aleacutem disso natildeo haviam projetos a serem desenvolvidos pela ESF que focavam
os adolescentes No decorrer do curso pude compreender tambeacutem a correta forma de
utilizaccedilatildeo dos grupos operativos e com esse embasamento comecei a desenvolver alguns
grupos com adolescentes Percebi nesta evoluccedilatildeo do meu trabalho que a ESF ainda natildeo
utiliza essa ferramenta de forma produtiva e os profissionais tem muita dificuldade em
desenvolver este tema
13
3 OBJETIVO
Atraveacutes deste levantamento bibliograacutefico buscou-se conhecer
estrateacutegias com grupos operativos voltadas agrave educaccedilatildeo do adolescente
com a intenccedilatildeo de contribuir para o avanccedilo no entendimento acerca da
promoccedilatildeo de sauacutede e da problemaacutetica em que o mesmo estaacute inserido
14
4 METODOLOGIA Para atender o objetivo proposto foi desenvolvido um estudo mediante
levantamento bibliograacutefico dos artigos disponiacuteveis nos bancos de dados LILACS
MEDLINE BDENF e SCIELO no periacuteodo de 1997 a 2011 produzidos no Brasil
Para tanto os descritores usados foram os termos educaccedilatildeo em sauacutede
comportamento do adolescente sauacutede do adolescente e grupos operativos
A coleta de dados se deu em Agosto e Setembro de 2011 quando foram
obtidos com a ajuda dos descritores vaacuterios artigos que foram lidos e analisados
15
5 REVISAtildeO DE LITERATURA
51 O Adolescente e a Contemporaneidade No final da deacutecada de 80 e iniacutecio dos anos 90 o adolescente
teve seu reconhecimento como foco de estudo na sociedade da Ameacuterica
Latina e Caribe no campo da Sauacutede Puacuteblica Desde entatildeo os direitos e
as situaccedilotildees vividas pelos adolescentes resultam possivelmente das
condiccedilotildees socioeconocircmicas e das vantagens e desvantagens
associadas agrave classe social ao gecircnero e agrave etnicidade prevalentes da
sociedade contemporacircnea (CANNON BOTTINI 1998) Estas condiccedilotildees
tornam os adolescentes um grupo vulneraacutevel dentre outros reduzindo
seu acesso aos serviccedilos
Birman (2006) considera que existe na atualidade um
alongamento da adolescecircncia que hoje comeccedila mais cedo que outrora
e que se prolonga pelo periacuteodo anteriormente denominado idade adulta
A contemporaneidade se caracteriza pelas incertezas e sentimento de
solidatildeo que traduzem uma experiecircncia uacutenica de adolescer Na
sociedade atual esse grupo os adolescentes eacute tratado de forma
ambiacutegua ora como crianccedila ora como adulto e isso se reflete no
atendimento oferecido nos postos de sauacutede no trabalho da equipe que
atende as famiacutelias Inuacutemeras vezes os proacuteprios profissionais natildeo sabem
como abordar esta clientela
52 Adolescecircncia Vulnerabilidade e Risco O risco e vulnerabilidade estatildeo entrelaccedilados agraves caracteriacutesticas
proacuteprias do desenvolvimento psicoemocional da fase da adolescecircncia A
busca de identidade leva ao questionamento dos padrotildees adultos e
portanto da autoridade de pais professores O contato com o novo
resulta em um grande desafio vinculado agrave onipotecircncia do adolescente
16
que se acha sempre um vencedor por outro lado a timidez e a baixa
auto-estima podem tornaacute-lo fraacutegil levando a buscar soluccedilotildees externas
inadequadas (SAITO2001)
Se natildeo haacute accedilotildees preventivas a ocorrecircncia natildeo admitida da
possibilidade de danos agrave proacutepria sauacutede potencializa-se pois o
adolescente acha que situaccedilotildees como gravidez natildeo planejada
contaminaccedilatildeo por doenccedilas sexualmente transmissiacuteveis e uso de
substacircncias quiacutemicas natildeo iratildeo acontecer com ele (CALLANI et al
2008)
Sensaccedilatildeo de poder e ao mesmo tempo dificuldade de antever as
reais consequumlecircncias de seus atos fazem deste grupo um importante
alvo de trabalho atraveacutes de estrateacutegias que possibilitem reflexatildeo e
criacutetica
Abduch (1999) aponta que na adolescecircncia experimentamos a
vivecircncia grupal fora do acircmbito social familiar entrando em contato com
diferentes culturas haacutebitos valores crenccedilas e necessidades Essa
tendecircncia grupal tatildeo expliacutecita na adolescecircncia pode se tornar um fator
de proteccedilatildeo a sua sauacutede se tomarmos como referecircncia o conceito da
Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede que nos diz que sauacutede eacute um equiliacutebrio
entre os fatores bioloacutegicos psicoloacutegicos e sociais e natildeo simplesmente
ausecircncia de doenccedilas
No processo de construccedilatildeo do ser humano outros grupos de referecircncia
aleacutem da famiacutelia vatildeo se tornando importantes destacando-se a escola dentro da
proposta preventiva Eacute fundamental tambeacutem a participaccedilatildeo do profissional da
sauacutede pois se a escola pode ser responsabilizada pela necessidade de formular
propostas preventivas tatildeo vinculadas agrave prevenccedilatildeo de agravos agrave sauacutede que se
poderaacute dizer da equipe de sauacutede que tem livre acesso agraves famiacutelias agraves crianccedilas e
posteriormente aos adolescentes mas que frequentemente se omite em realizar
discussotildees sobre sexualidade drogas violecircncia influecircncia dos meios de
comunicaccedilatildeo imprescindiacuteveis ao exerciacutecio do processo de trabalho desta equipe
(CALLANI et al2008)
17
Para Afonso et al (2010) o grupo operativo visa natildeo apenas
compreender suas condiccedilotildees de sauacutededoenccedila mas tambeacutem dar
respostas criativas a suas necessidades em seu cotidiano e seu
contexto Nesse sentido desempenha um relevante papel educativo ante
seus membros A aprendizagem eacute mais do que a aquisiccedilatildeo de uma nova
informaccedilatildeo e natildeo se restringe ao aspecto cognitivo Envolve a
elaboraccedilatildeo de significados sentimentos e relaccedilotildees
18
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO Os artigos selecionados para anaacutelise estatildeo descritos no quadro 1
Quadro 1 Artigos cientiacuteficos de pesquisa bibliograacutefica relacionados a grupos
operativos e adolescentes 1999 a 2011
Titulo Autores e
ano Objetivos Principais
resultadosconclusotildees Grupos operativos com adolescentes
Abduch 1999 Sensibilizar profissionais que atuam com jovens e adolescentes em situaccedilotildees de grupos
O grupo operativo natildeo estaacute centrado no indiviacuteduo ou no proacuteprio grupo tampouco se propotildee a ser terapecircutico embora leve o sujeito a fazer ajustes e correccedilotildees de sua inserccedilatildeo social A teacutecnica de grupos operativos parece ser um instrumento eficiente por se tratar de uma didaacutetica horizontal tornando o indiviacuteduo agente ativo responsaacutevel e engajado no processo de mudanccedila na medida em que as suas necessidades pessoais e comunitaacuterias satildeo levadas em consideraccedilatildeo
Adolescecircncia cultura vulnerabilidade e risco
Saito 2001 Analisar propostas de prevenccedilatildeo aos riscos na adolescecircncia
A proposta de prevenccedilatildeo deve conter liberdade responsabilidade e compromisso funcionando a informaccedilatildeo como instrumento para que adolescentes de ambos os sexos possam ponderar decisotildees e fazer escolhas mais adequadas Apesar de reconhecerem que a informaccedilatildeo mais completa e fidedigna soacute pode ser obtida com o adolescente em entrevista privada para muitos profissionais persistem duacutevidas e inseguranccedilas sobre se este eacute o procedimento correto para uma praacutetica apropriada
19
O papel do coordenador de grupos
Andaloacute 2001
Provocar uma reflexatildeo sobre a coordenaccedilatildeo de grupos
Ao professor natildeo cabe dizer ldquofaccedila como eurdquo mas ldquofaccedila comigordquo O professor eacute um simples mediador Egrave preciso sempre procurar liberar os trabalhos com grupos de seu caraacuteter ideoloacutegico criando conceitos que coloquem o coordenador natildeo como um modelo a ser seguido ou imitado mas como algueacutem capaz de elaborar teoricamente os fenocircmenos ocorridos E devolvecirc-los ao grupo de forma a ampliar sua compreensatildeo
A Importacircncia dos Grupos Hoje
Fernandes 2003
Mostrar a visatildeo geral dos grupos hoje e qual sua importacircncia futura
Em qualquer grupo os niacuteveis conscientes e inconscientes de funcionamento grupal satildeo os mesmos e os participantes tem as mesmas afliccedilotildees e pedidos baacutesicos O que deve variar eacute a atitude do coordenador do grupo O grupo eacute o espaccedilo continente e facilitador da busca de condiccedilotildees para um futuro melhor
Informaccedilotildees e valores de jovens sobre a AIDS avaliaccedilatildeo de escolares de trecircs cidades brasileiras
Gomes et al 2005
Avaliar as informaccedilotildees e os valores relativos agrave AIDS entre jovens escolares em trecircs cidades brasileiras
O Programa natildeo teve efeito sobre o niacutevel de informaccedilatildeo acerca da AIDS mas o Programa revelou capacidade de reflexatildeo e de argumentaccedilatildeo sobre formas de prevenccedilatildeo da transmissatildeo da AIDS
Saberes de adolescentes estilo de vida e cuidado agrave sauacutede
Ferreira et al 2007
Conhecer as concepccedilotildees dos adolescentes sobre sauacutede e como estas se articulam com as suas praacuteticas de cuidado no processo de adolescer
Concepccedilotildees de sauacutede satildeo um modo de viver a vida e originam praacuteticas de cuidado que se articulam aos estilos de vida peculiares agrave adolescecircncia A convergecircncia dos saberes cientiacuteficos e do senso comum eacute necessaacuteria agrave praacutetica de educaccedilatildeo em sauacutede para atendimento das demandas de cuidado de interesse dos sujeitos
20
Accedilotildees educativas com adolescentes uma intervenccedilatildeo necessaacuteria
Callani et al 2008
Analisar a percepccedilatildeo de adolescentes que participaram de um grupo de educaccedilatildeo em sauacutede em uma Unidade de Sauacutede da Famiacutelia
Aleacutem da famiacutelia considera-se fundamental a participaccedilatildeo da escola e dos serviccedilos de sauacutede na educaccedilatildeo sexual Nos grupos o coordenador ou mediador necessita utilizar estrateacutegias para facilitar a criaccedilatildeo de viacutenculo A comunicaccedilatildeo clara e acessiacutevel associada agrave transparecircncia e agrave sinceridade propicia a criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes conferindo credibilidade ao trabalho
Adolescecircncia accedilotildees e percepccedilatildeo dos meacutedicos e enfermeiros do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
Ferrari et al 2008
Caracterizar as accedilotildees programaacuteticas preventivas e de intervenccedilatildeo aos adolescentes desenvolvidas pelos meacutedicos e enfermeiros da Sauacutede da Famiacutelia e analisar a percepccedilatildeo dos profissionais quanto agraves praacuteticas de atenccedilatildeo agrave sauacutede para este grupo etaacuterio
Para desenvolver atividades num programa para adolescente exige-se um enfoque mais amplo natildeo apenas nos aspectos teacutecnico e bioloacutegico mas tambeacutem nos aspectos psicossociais histoacutericos sociais culturais poliacuteticos nos valores e comportamentos - e nem sempre os profissionais se sentem aptos para atuar nesta complexidade de saberes Aleacutem da multidisciplinaridade no trato com o adolescente os profissionais precisam buscar parcerias com outros setores a fim de obter melhor e maior efetividade nas accedilotildees de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede deste grupo etaacuterio
Da tendecircncia grupal aos grupos operativos com adolescentes a identificaccedilatildeo dos pares facilitando o processo de orientaccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede
Arauacutejo et al 2008
Oferecer aos profissionais de sauacutede o reconhecimento da estrateacutegia dos grupos operativos como forma de educaccedilatildeo em sauacutede e de enfrentamento das adversidades do cotidiano dos jovens
A aprendizagem ocupa lugar importante perante as mudanccedilas e eacute atraveacutes da capacidade do grupo e de cada um de seus integrantes que se torna possiacutevel o desenvolvimento de condutas alternativas diante das mudanccedilas atraveacutes da compreensatildeo e da accedilatildeo transformadora da realidade Repensar as praacuteticas educativas em sauacutede envolvendo adolescentes pressupotildee um novo olhar sobre o jovem e seu papel na famiacutelia escola e sociedade
Vulnerabilidade de pueacuterperas na visatildeo de equipes de sauacutede da famiacutelia ecircnfase em aspectos geracionais e adolescecircncia
Cabral et al 2010
Investigar a visatildeo de profissionais de ESFs sobre a vulnerabilidade de pueacuterperas quando estas satildeo adolescentes
A adolescecircncia foi percebida pelos profissionais das ESFs como uma fase de instabilidade fortemente marcada por crises dificuldades e atitudes irresponsaacuteveis caracteriacutesticas que repercutem de forma importante no puerpeacuterio produzindo situaccedilotildees de vulnerabilidade Olhar para a sauacutede das pueacuterperas adolescentes a partir da noccedilatildeo de vulnerabilidade possibilitou
21
compreender os processos de produccedilatildeo de sauacutede e natildeo sauacutede das adolescentes no puerpeacuterio para aleacutem de suas experiecircncias reprodutivas e em certa medida considerar que aspectos diversos estatildeo aiacute implicados
Promoccedilatildeo da Sauacutede Sexual desafios no Vale do Satildeo Francisco
Sampaio et al 2010
Discutir os impasses e desafios relacionados agrave implantaccedilatildeo de accedilotildees educativas em sauacutede sexual para adolescentes na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia da cidade de Petrolina ndash PE e Juazeiro - BA
Observou-se a inexistecircncia de accedilotildees educativas voltadas aos adolescentes justificada pela precariedade de infraestrutura pelo despreparo dos profissionais e pela falta de profissionais na rede O estudo aponta para a necessidade de se desenvolver praacuteticas educativas voltadas agrave sauacutede sexual dos adolescentes mais efetivas e contextualizadas nos dispositivos de sauacutede da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no Vale do Satildeo Francisco
Reflexotildees acerca do abuso de drogas e da violecircncia na adolescecircncia
Silva et al 2010
Accedilotildees de Educaccedilatildeo em Sauacutede para reflexatildeo criacutetica dos adolescentes sobre o uso abusivo de drogas e consequentes comportamentos violentos
Adolescentes experimentam as drogas por desinformaccedilatildeo curiosidade e faacutecil acesso O uso de drogas pode trazer violecircncia (atitudes agressivas) dificultando a sua compreensatildeo Educaccedilatildeo em Sauacutede pode trazer padratildeo de vida mais saudaacutevel facilitando a identificaccedilatildeo dos fatores de riscos e reduzindo a vulnerabilidade
Riscos e vulnerabilidades relacionados agrave sexualidade na adolescecircncia
Dias et al 2010 Objetivou-se relatar os efeitos das accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede junto agrave escola
Constatou-se que os adolescentes conhecem o preservativo masculino mas natildeo o utilizam Educaccedilatildeo deve estimular a reflexatildeo criacutetica sobre risco e vulnerabilidades relacionadas ao comportamento sexual
Pedagogia freireana como meacutetodo de prevenccedilatildeo de doenccedilas
Beserra et al 2011
Investigar a sexualidade de adolescentes do sexo masculino com a accedilatildeo educativa (circulo de cultura) na prevenccedilatildeo de doenccedilas sexualmente transmissiacuteveis
Os meninos associaram o sexo agrave sexualidade de forma predominante com pouca compreensatildeo da vulnerabilidade da praacutetica sexual desprotegida (incentivados precocemente ao iniacutecio da vida sexual) O ciacuterculo de cultura mostrou ser adequado propiciando a exposiccedilatildeo de duacutevidas o conhecimento da prevenccedilatildeo das DST e a capacitaccedilatildeo para repensar condutas
A educaccedilatildeo em sauacutede eacute um tema que haacute bastante tempo vem sendo
discutido poreacutem existem poucos estudos envolvendo estrateacutegias de educaccedilatildeo em
sauacutede com o uso de grupos operativos com adolescentes
22
Nos artigos consultados e selecionados foram identificadas duas
tendecircncias Alguns se concentraram em discussotildees relacionadas ao processo ao
preparo de profissionais que lidam com abordagens comunitaacuterias considerando a
melhor maneira da utilizaccedilatildeo deste meacutetodo Outros se detiveram em analisar os
resultados de experimentaccedilotildees com grupos operativos voltados para a educaccedilatildeo
para sauacutede Entre estes uacuteltimos foram considerados nesse estudo somente os
que tinham adolescentes como grupo de interesse
Quanto ao processo destaca-se a preocupaccedilatildeo em discutir e refletir sobre
o meacutetodo em si suas vantagens desvantagens e como conseguir os resultados
esperados Os autores consideram ser este um meacutetodo eficiente por possibilitar a
horizontalidade das relaccedilotildees facilitando a participaccedilatildeo ativa e o consequumlente
engajamento no processo de mudanccedila (ABDUCH 1999)
O trabalho com populaccedilotildees vulneraacuteveis a determinados riscos no caso os
adolescentes exige um trabalho efetivo para a promoccedilatildeo da sauacutede por meio do
controle e prevenccedilatildeo desses riscos O grupo operativo segundo Saito (2000)
permite que os participantes usem as informaccedilotildees adquiridas como instrumento
para ponderar as decisotildees e fazer escolhas mais adequadas Para o autor a
liberdade responsabilidade e compromisso valores possibilitados pelo grupo
operativo satildeo componentes importantes neste processo
O papel do coordenador de um grupo operativo eacute essencial para o sucesso
desejado Segundo Andaloacute (2001) o coordenador natildeo deve se colocar como
modelo a ser imitado mas como ldquoalgueacutem capaz de elaborar teoricamente os
fenocircmenos ocorridosrdquo facilitando a compreensatildeo do grupo com a devoluccedilatildeo
dessa liberaccedilatildeo A busca de condiccedilotildees para um futuro melhor seraacute facilitada
diante de um coordenador preparado (FERNANDES 2003)
Alguns estudos procuram contribuir com o trabalho de profissionais de
sauacutede especificamente os ligados aacute Atenccedilatildeo Primaacuteria Ferrari et al(2008)
considera primordial que sejam considerados no desenvolvimento de grupos
operativos para adolescentes aleacutem dos aspectos bioloacutegicos do que se quer
discutir tambeacutem os psicossociais histoacutericos culturais e poliacuteticos nos valores e
comportamentos expressos no grupo Assim sugerem fortemente a
multidisciplinaridade e intersetorialidade no trato com este grupo populacional
Segundo Araujo et al (2008) eacute necessaacuterio um novo olhar sobre o jovem e sua
23
relaccedilatildeo com a famiacutelia escola e sociedade nesse repensar das praacuteticas
educativas
Num trabalho de grupo operativo com pueacuterperas adolescentes Cabral et al
(2010) observou que os profissionais de sauacutede envolvidos no processo
compreenderam melhor a produccedilatildeo da sauacutede a partir do entendimento da
vulnerabilidade do grupo participante Os aspectos diversos implicados na
gestaccedilatildeo entre adolescentes foram aleacutem da experiecircncias reprodutivas
observadas
Muitas vezes o processo educativo empreendido pela equipes da estrateacutegia
Sauacutede da Famiacutelia enfrenta problemas com destaque para o despreparo do
profissional na rede Comportamentos saudaacuteveis seratildeo sempre mais efetivos
quanto mais forem contextualizados (SAMPAIO et al 2010)
Alguns estudos entre os consultados avaliam programas que adotaram o
meacutetodo do grupo operativo em atividades educativas para adolescentes
trabalhando questotildees de risco como sexualidade e doenccedilas sexualmente
transmissiacuteveis aacutelcool e drogas gravidez entre outros Pontos fortes da accedilatildeo
relacionados ao bom resultado foram apontados
Gomes et al (2005) observaram que com relaccedilatildeo aacute AIDS o trabalho em
grupo natildeo diferenciou os participantes quanto ao conhecimento adquirido mas
tornou os participantes do grupo operativo mais capazes de refletir e argumentar
formas de prevenccedilatildeo desta doenccedila
Esta reflexatildeo eacute fundamental na mudanccedila consciente de comportamento
Este fato foi observado com adolescentes num trabalho de educaccedilatildeo sexual
quando meninos declararam natildeo utilizar preservativo apesar de conhececirc-lo
comprovando a que eacute preciso mais do que informar (SILVA et al 2010)
A informaccedilatildeo clara e accessiacutevel acompanhada de transparecircncia e
sinceridade forma consideradas por Callani et al 2008 atributos imprescindiacuteveis
em um grupo operativo propiciando a criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes e
conferindo credibilidade ao trabalho
Assuntos como aacutelcool e drogas precisam ser claramente debatidos com
adolescentes Silva et al (2010) observaram que adolescentes experimentam as
drogas por desinformaccedilatildeo curiosidade e faacutecil acesso e isto pode trazer como
consequumlecircncia violecircncia
24
Meacutetodos de abordagem em grupos operativos tambeacutem tecircm sido testados
como no estudo Beserra et al (2011) que utilizou o circulo de cultura sugerido por
Paulo Freire para o trabalho de educaccedilatildeo sexual com adolescentes O meacutetodo
permitiu a exposiccedilatildeo de duacutevidas com tranquumlilidade o conhecimento da prevenccedilatildeo
da DST e a capacidade desenvolvida para repensar condutas
O grupo operativo mostrou que a convergecircncia de saberes cientiacutefico e
senso comum eacute uma das maneiras efetivas de se trabalhar com educaccedilatildeo para
sauacutede uma vez que dessa maneira as demandas satildeo explicitadas claramente
(FERREIRA et al 2007)
Os dados apresentados nos artigos objetos de estudo deste trabalho
indicaram que o uso do grupo operativo com adolescentes pode ser uma
importante ferramenta de trabalho para a Equipe de Sauacutede da Famiacutelia atraveacutes do
qual eacute possiacutevel pela verbalizaccedilatildeo dos questionamentos e dificuldades
problematizar discutir e provocar reflexotildees sobre situaccedilotildees pertinentes a esta
fase da vida Este mecanismo oferece agrave equipe de sauacutede informaccedilotildees que podem
ser utilizadas na elaboraccedilatildeo de propostas de trabalho para a sua aacuterea de
abrangecircncia Aleacutem disso carece de pouca infra-estrutura e tem um baixo custo de
aplicaccedilatildeo Este tipo de estrateacutegia deve ser utilizada pela equipe da sauacutede da
famiacutelia pois eacute um meio eficaz de prevenccedilatildeo para muitos agravos agrave sauacutede do
adolescente O grupo operativo com adolescentes atraveacutes da identificaccedilatildeo muacutetua
dos seus integrantes eacute capaz de promover haacutebitos saudaacuteveis de vida funcionando
como um indutor desse processo Essa identificaccedilatildeo serve tambeacutem para que
assuntos antes tratados com parcimocircnia sejam levados ao grupo sem temores e
de uma maneira natural
Os dados tambeacutem mostraram a falta de preparo dos profissionais no
atendimento aos adolescentes A inexistecircncia de accedilotildees educativas voltadas aos
adolescentes ora eacute justificada pela precariedade de infra-estrutura ora pelo
despreparo dos profissionais e ora pela falta de profissionais na rede
O estudo aponta para a necessidade de desenvolver mecanismos que
possam preparar profissionais para lidar com essa faixa etaacuteria Neste contexto a
utilizaccedilatildeo do grupo operativo parece pertinente e o Curso de Especializaccedilatildeo em
Sauacutede da Famiacutelia empenha-se em preencher esta lacuna da falta de preparo
desses profissionais do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
25
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Atraveacutes deste trabalho pretendia-se conhecer estrateacutegias com grupos
operativos voltadas para educaccedilatildeo de adolescentes Buscou-se tambeacutem
contribuir para o entendimento desta teacutecnica utilizada para promoccedilatildeo de sauacutede O
modelo ainda utilizado na assistecircncia ao adolescente natildeo considera este indiviacuteduo
na sua totalidade orgacircnica psicoloacutegica e sociocultural Esta simplificaccedilatildeo do
problema proveniente da utilizaccedilatildeo do modelo biomeacutedico de assistecircncia tem
comprometido uma melhor atenccedilatildeo a esta clientela O grupo operativo pode ser
uma ferramenta de grande ajuda para o trabalho educativo com adolescentes
Possibilita aleacutem de disponibilizar a informaccedilatildeo permitir a reflexatildeo critica e a
tomada de posiccedilatildeo para a adoccedilatildeo de comportamentos mais saudaacuteveis Este
levantamento permitiu observar tambeacutem que alguns profissionais desconhecem
este meio de estrateacutegia como forma de trabalho Desta forma podemos afirmar
que o grupo operativo pode ser eficaz se
- possibilitar a horizontalidade das relaccedilotildees
- facilitar a participaccedilatildeo ativa e o consequumlente engajamento no processo
de mudanccedila
- desenvolver a liberdade responsabilidade e compromisso
- aleacutem dos aspectos bioloacutegicos discutir tambeacutem os psicossociais
histoacutericos culturais e poliacuteticos nos valores e comportamentos expressos no
grupo
- provocar em seus integrantes reflexatildeo e estimular a argumentaccedilatildeo de
questotildees importantes para o grupo
- problematizar as questotildees impostas atraveacutes da verbalizaccedilatildeo dos
questionamentos e dificuldades
No entanto o sucesso desta atividade estaraacute condicionado ao preparo dos
profissionais envolvidos no sentido de adotar posturas natildeo autoritaacuterias numa
relaccedilatildeo horizontal com conversas abertas e linguagem clara Deste modo
podemos considerar que
26
- eacute necessaacuterio um novo olhar sobre o jovem e sua relaccedilatildeo com a famiacutelia
escola e sociedade nesse repensar das praacuteticas educativas
- O papel do coordenador de um grupo operativo eacute essencial para o
sucesso desejado Ele nunca deve se colocar como um modelo a ser imitado
- este mecanismo oferece agrave equipe de sauacutede informaccedilotildees que podem ser
utilizadas na elaboraccedilatildeo de propostas de trabalho para a sua aacuterea de
abrangecircncia
- este meacutetodo carece de pouca infra-estrutura e tem um baixo custo de
aplicaccedilatildeo
- a informaccedilatildeo clara e accessiacutevel acompanhada de transparecircncia e
sinceridade satildeo atributos imprescindiacuteveis em um grupo operativo propiciando a
criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes e conferindo credibilidade ao trabalho
- eacute preciso desenvolver mecanismos que possam preparar profissionais
para lidar com essa faixa etaacuteria
Neste contexto a utilizaccedilatildeo do grupo operativo parece pertinente e o
Curso de Especializaccedilatildeo em Sauacutede da Famiacutelia empenha-se em preencher esta
lacuna da falta de preparo desses profissionais do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
Atraveacutes da conduccedilatildeo deste trabalho pude refletir e teorizar sobre a minha
praacutetica profissional Percebi que havia muitas deficiecircncias em minha formaccedilatildeo e o
curso de especializaccedilatildeo me ajudou a sanar muitas delas Pude concluir tambeacutem o
quanto eacute importante esta preparaccedilatildeo contiacutenua do profissional Gostaria de
destacar entatildeo a necessidade de capacitaccedilatildeo profissional para aqueles que se
propotildee a trabalhar com atenccedilatildeo baacutesica A meu ver eacute um passo importante em
direccedilatildeo a um melhor atendimento ao adolescente
27
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 1 ABDUCH C Grupos operativos com adolescentes In SCHOR N
MOTA M SFT BRANCO VC (Orgs)Cadernos juventude sauacutede e
desenvolvimento Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1999 p289-300
2 AFONSO MLM et al Oficinas em dinacircmica de grupo na aacuterea da
sauacutedeSatildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo2010PP 63
3 ANDALOacute CSA O papel do coordenador de grupos Psicol USP
Vol12 ndeg 1 Satildeo Paulo 2001
4 ARAUacuteJO A et al Da tendecircncia grupal aos grupos operativos com
adolescentes a identificaccedilatildeo dos pares facilitando o processo de
orientaccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede Rev Med Minas Gerais 2008 18(4
Supl 1) S12
5 BESERRA EP TORRES CA PINHEIRO PNC ALVES MDS
BARROSO MGT Pedagogia freireana como meacutetodo de prevenccedilatildeo
de doenccedilas Ciecircnc sauacutede coletiva [online] 2011 vol16 suppl1 pp
1563-1570
6 BOtildeCKVR SARRIERAJC O grupo operativo intervindo na
Siacutendrome de Burnout PsicolEscEduc10(1)31-39 jan-
jun2006ilusttab
7 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede do Adolescente Brasiacutelia 2005
Disponiacutevel em http wwwsaudegovbr
8 CABRAL FB and OLIVEIRA DLLC Vulnerabilidade de Pueacuterperas
na Visatildeo de Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Ecircnfase em Aspectos
Geracionais e Adolescecircncia Revista de Enfermagem da USP 2010
44(2) 368-75
9 CALLANI MFCJ OTANI MAP Accedilotildees Educativas com
Adolescentes uma Intervenccedilatildeo Necessaacuteria REME revminenferm
12(2) 195-200 abr-jun 2008
28
10 CANNON L R C BOTTINI B A Sauacutede e juventude o cenaacuterio das
poliacuteticas puacuteblicas no Brasil In Brasil Ministeacuterio do Planejamento e
Orccedilamento Jovens acontecendo na trilha das poliacuteticas puacuteblicas Brasiacutelia CNPD1998 p 397-416 v1
11 FERNANDES WJ A Importacircncia dos Grupos Hoje Rev
SPAGESP [online] 2003 vol4 n4 pp 83-91 ISSN 1677-2970
12 FERRARI RAP THOMSON Z and MELCHIOR R Adolescecircncia
accedilotildees e percepccedilatildeo dos meacutedicos e enfermeiros do Programa de Sauacutede
da Famiacutelia Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 22(11)2491-2495
nov 2006
13 FERREIRA MA ALVIM NAT TEIXEIRA MLO VELOSO RC
Saberes de adolescentes estilo de vida e cuidado agrave sauacutede Texto
contexto - enferm [online] 2007 vol16 n2 pp 217-224
14 FORTUNA CM et al O Trabalho de Equipe no Programa de Sauacutede
da Famiacutelia Reflexotildees a Partir de Conceitos do Processo Grupal e de
Grupos Operativos Rev Latino-Am Enfermagem vol13 no2 Ribeiratildeo
Preto MarApr 2005
15 GOMES R ASSIS SG SOUZA ER DESLANDES SF NJAINE K
MALAQUIAS JF Informaccedilotildees e valores de jovens sobre a Aids
avaliaccedilatildeo de escolares de trecircs cidades brasileiras Ciecircnc sauacutede
coletiva [online] 2005 vol10 n2 pp 381-388
16 JEOLAacuteS LS FERRARI RAP Oficinas de prevenccedilatildeo em um serviccedilo
de sauacutede para adolescentes espaccedilo de reflexatildeo e de conhecimento
compartilhado Ciecircnc Sauacutede Coletiva 2003 8611-20
17 LUCCHESE R BARROS S A utilizaccedilatildeo do grupo operativo como
meacutetodo de coleta de dados em pesquisa qualitativa Rev Eletr Enf
[Internet] 2007 9(3)796-805 Available
from httpwwwfenufgbrrevistav9n3v9n3a18htm
18 LUCCHESE R BARROS S Grupo operativo como estrateacutegia
pedagoacutegica em um curso de graduaccedilatildeo em enfermagem um
continente para as vivecircncias dos alunos quartanistas Rev Esc Enferm
USP 2002 36(1) 66-74
29
19 MACIEL RHMO et al O Multiprofissionalismo em sauacutede e a
interaccedilatildeo das equipes do programa de sauacutede da famiacutelia Observatoacuterio de Recursos Humanos em Sauacutede Estaccedilatildeo CETREDE UFC UECE
Fortaleza2007
20 SAITO MI Adolescecircncia prevenccedilatildeo e risco Satildeo Paulo Atheneu
2001
21 SAMPAIO J SANTOS RC PAIXAtildeOLA TORRES TS -
Promoccedilatildeo da Sauacutede Sexual Desafios no Vale do Satildeo Francisco
Psicologia amp Sociedade 22 (3) 499-506 2010
22 SILVA ARV et al Educaccedilatildeo em sauacutede a portadores de Diabetes
Mellitus tipo 2revisatildeo bibliograacutefica RevRENE (10)3146-151 jul-
set2009
23 SILVA KL DIAS FLA VIEIRA NFC PINHEIRO PNC
Reflexotildees acerca do abuso de drogas e da violecircncia na adolescecircncia
Esc Anna Nery [online] 2010 vol14 n3 pp 605-610
24 SILVA KL DIAS FLA VIEIRA NFC PINHEIRO PNC MAIA
CC Riscos e vulnerabilidades relacionados agrave sexualidade na
adolescecircncia Rev enferm UERJ 18(3) 456-461 jul-set 2010
DEDICATOacuteRIA
Dedico esse trabalho a todos os que de alguma maneira ajudaram em
minha caminhada acadecircmica familiares amigos e professores
Dedico a Deus que me deu Graccedila e Paz para seguir ateacute o final Tudo eacute Dele
AGRADECIMENTOS
Agrave Professora Efigecircnia Ferreira pela sua boa vontade para comigo e pelo
profissionalismo
Agraves Profordfs Solange Melo Miranda e Valeacuteria Santos Brasil professoras do curso de
Especializaccedilatildeo em Sauacutede do Adolescente da Faculdade de Medicina da UFMG
Vocecircs me inspiram a me tornar uma profissional melhorobrigada
ldquoEacute preciso toda uma aldeia para se educar uma crianccedilardquo
Proveacuterbio africano
RESUMO
A ado lescecircnc ia vem desper tando in te resse de vaacute r ias aacute reas do sabe r Ex is tem inuacutemeros es tudos que apon tam que esse pe r iacuteodo da v ida eacute tatildeo impo r tan te quan to a in facircnc ia ou a idade adu l ta O p resen te t raba lho teve como ob je t ivo conhece r es t ra teacuteg ias com grupos ope ra t i vos de ado lescen tes con t idas em ar t i gos d ispon iacuteve is em bancos de dados L ILACSMEDLINE BDENF e SCIELO no pe r iacuteodo de 1997 a 2011 A se leccedilatildeo fo i rea l i zada in ic ia lmente a par t i r do t iacute t u lo segu ida da se leccedilatildeo po r resumo Apoacutes a le i tu ra dos tex tos na in tegra ou t ros fo ram exc lu iacutedos Obse rvou-se que o g rupo ope ra t i vo pode ser uma fer ramenta de g rande a juda para o t raba lho educa t i vo com ado lescen tes poss ib i l i tando d ispon ib i l i za r a in formaccedilatildeo pe rmi t i r a re f lexatildeo c r iacute t i ca e a tomada de pos iccedilatildeo pa ra a adoccedilatildeo de compor tamentos ma is saudaacuteve is com fo r te in f luecircnc ia do p repa ro do p ro f iss iona l que rea l i za r a a t iv idade Pa lavras chave Educaccedilatildeo em Sauacutede ndash Compor tamen to do Ado lescen te ndash Sauacutede do Ado lescen te ndash Grupos Opera t i vos
ABSTRACT
Adolescence is attracting interest from various fields of knowledgeThere are numerous studies that indicate that this period of life is a important as childhood or adulthood This study aimed to identify strategies with operational groups of teenagers in articles available in the databases LILACS MEDLINE and SCIELO BDENF in the period 1997 to 2011 The selection was initially performed from the title followed by selection for short After reading the texts in full others were excluded It was observed that the operational group may be a helpful tool for educational work with children allowing the information available to allow critical thinking and stance to adopt healthier behaviors with strong influence of the preparation of professional perform the activity Keywords Health Education - Adolescent Behavior - Adolescent Health - Operational Group
LISTA DE SIGLAS
CEABSF - CURSO DE ESPECIALIZACcedilAtildeO EM ATENCcedilAtildeO BAacuteSICA EM SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA DST - DOENCcedilAS SEXUALMENTE TRANSMISSIacuteVEIS ESF ndash EQUIPE DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA PSF ndash PROGRAMA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA UBSF ndash UNIDADE BAacuteSICA DE SAUacuteDE
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 11 2JUSTIFICATIVA 12 3OBJETIVOS 13 4 METODOLOGIA 14 5 REVISAtildeO DE LITERATURA 15 6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 18 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 25 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
11
1 INTRODUCcedilAtildeO
No coraccedilatildeo do modelo de sauacutede que o paiacutes vem adotando
encontram-se as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) que inseridas nas
Unidades Baacutesicas de Sauacutede (UBSF) devem na accedilatildeo seguir os
preceitos do Programa de Sauacutede da Famiacutelia (PSF) O objetivo principal
do programa por sua vez eacute o atendimento baacutesico de sauacutede da
populaccedilatildeo adstrita agrave UBSF (atenccedilatildeo primaacuteria) A ideacuteia eacute a de que o
atendimento integral em sauacutede aleacutem de atender o paciente
individualmente tambeacutem atenda as famiacutelias considerando suas
condiccedilotildees socioculturais da comunidade
O atendimento individualizado de cada membro da famiacutelia
assistida pelo programa faz parte deste processo de trabalho O grupo
formado pelos adolescentes natildeo raramente eacute atendido sem a
especificidade que esta fase do desenvolvimento humano requer A falta
de orientaccedilatildeo e informaccedilatildeo das equipes muitas vezes eacute apontada como
responsaacutevel
Neste contexto o Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica
em Sauacutede da Famiacutelia ofertado pela Universidade Federal de Minas
Gerais vem oferecer agraves equipes e profissionais como meacutedicos
enfermeiros e dentistas as bases necessaacuterias para a capacitaccedilatildeo e
aperfeiccediloamento do seu processo de trabalho junto agraves famiacutelias dos
municiacutepios brasileiros O atendimento ao adolescente tem seu lugar no
decorrer do curso e a falta de uma intervenccedilatildeo de maneira eficaz a esse
grupo foi a fagulha necessaacuteria para o desejo de se aprofundar os
estudos atraveacutes de uma revisatildeo bibliograacutefica sobre a teacutecnica do grupo
operativo Esta teacutecnica pode ser utilizada como ferramenta eficaz pela
equipe uma vez que estudos apontam sua utilizaccedilatildeo como forma de se
conhecer e pesquisar o universo do adolescente
12
2 JUSTIFICATIVA Um objeto de estudo geralmente surge no nosso espaccedilo de trabalho a
partir das experiecircncias vividas e das reflexotildees feitas neste espaccedilo Este estudo
surgiu da minha vivecircncia profissional como Dentista na Unidade de Atendimento
Odontoloacutegico da cidade de Pequi Ao ingressar no Curso de Especializaccedilatildeo em
Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia - CEABSF da Universidade Federal de Minas Gerais e
fazendo o diagnoacutestico situacional da cidade me chamou a atenccedilatildeo o nuacutemero alto de
adolescentes graacutevidas e a falta de atividades de lazer para essa fase tatildeo cheia de
mudanccedilas Aleacutem disso natildeo haviam projetos a serem desenvolvidos pela ESF que focavam
os adolescentes No decorrer do curso pude compreender tambeacutem a correta forma de
utilizaccedilatildeo dos grupos operativos e com esse embasamento comecei a desenvolver alguns
grupos com adolescentes Percebi nesta evoluccedilatildeo do meu trabalho que a ESF ainda natildeo
utiliza essa ferramenta de forma produtiva e os profissionais tem muita dificuldade em
desenvolver este tema
13
3 OBJETIVO
Atraveacutes deste levantamento bibliograacutefico buscou-se conhecer
estrateacutegias com grupos operativos voltadas agrave educaccedilatildeo do adolescente
com a intenccedilatildeo de contribuir para o avanccedilo no entendimento acerca da
promoccedilatildeo de sauacutede e da problemaacutetica em que o mesmo estaacute inserido
14
4 METODOLOGIA Para atender o objetivo proposto foi desenvolvido um estudo mediante
levantamento bibliograacutefico dos artigos disponiacuteveis nos bancos de dados LILACS
MEDLINE BDENF e SCIELO no periacuteodo de 1997 a 2011 produzidos no Brasil
Para tanto os descritores usados foram os termos educaccedilatildeo em sauacutede
comportamento do adolescente sauacutede do adolescente e grupos operativos
A coleta de dados se deu em Agosto e Setembro de 2011 quando foram
obtidos com a ajuda dos descritores vaacuterios artigos que foram lidos e analisados
15
5 REVISAtildeO DE LITERATURA
51 O Adolescente e a Contemporaneidade No final da deacutecada de 80 e iniacutecio dos anos 90 o adolescente
teve seu reconhecimento como foco de estudo na sociedade da Ameacuterica
Latina e Caribe no campo da Sauacutede Puacuteblica Desde entatildeo os direitos e
as situaccedilotildees vividas pelos adolescentes resultam possivelmente das
condiccedilotildees socioeconocircmicas e das vantagens e desvantagens
associadas agrave classe social ao gecircnero e agrave etnicidade prevalentes da
sociedade contemporacircnea (CANNON BOTTINI 1998) Estas condiccedilotildees
tornam os adolescentes um grupo vulneraacutevel dentre outros reduzindo
seu acesso aos serviccedilos
Birman (2006) considera que existe na atualidade um
alongamento da adolescecircncia que hoje comeccedila mais cedo que outrora
e que se prolonga pelo periacuteodo anteriormente denominado idade adulta
A contemporaneidade se caracteriza pelas incertezas e sentimento de
solidatildeo que traduzem uma experiecircncia uacutenica de adolescer Na
sociedade atual esse grupo os adolescentes eacute tratado de forma
ambiacutegua ora como crianccedila ora como adulto e isso se reflete no
atendimento oferecido nos postos de sauacutede no trabalho da equipe que
atende as famiacutelias Inuacutemeras vezes os proacuteprios profissionais natildeo sabem
como abordar esta clientela
52 Adolescecircncia Vulnerabilidade e Risco O risco e vulnerabilidade estatildeo entrelaccedilados agraves caracteriacutesticas
proacuteprias do desenvolvimento psicoemocional da fase da adolescecircncia A
busca de identidade leva ao questionamento dos padrotildees adultos e
portanto da autoridade de pais professores O contato com o novo
resulta em um grande desafio vinculado agrave onipotecircncia do adolescente
16
que se acha sempre um vencedor por outro lado a timidez e a baixa
auto-estima podem tornaacute-lo fraacutegil levando a buscar soluccedilotildees externas
inadequadas (SAITO2001)
Se natildeo haacute accedilotildees preventivas a ocorrecircncia natildeo admitida da
possibilidade de danos agrave proacutepria sauacutede potencializa-se pois o
adolescente acha que situaccedilotildees como gravidez natildeo planejada
contaminaccedilatildeo por doenccedilas sexualmente transmissiacuteveis e uso de
substacircncias quiacutemicas natildeo iratildeo acontecer com ele (CALLANI et al
2008)
Sensaccedilatildeo de poder e ao mesmo tempo dificuldade de antever as
reais consequumlecircncias de seus atos fazem deste grupo um importante
alvo de trabalho atraveacutes de estrateacutegias que possibilitem reflexatildeo e
criacutetica
Abduch (1999) aponta que na adolescecircncia experimentamos a
vivecircncia grupal fora do acircmbito social familiar entrando em contato com
diferentes culturas haacutebitos valores crenccedilas e necessidades Essa
tendecircncia grupal tatildeo expliacutecita na adolescecircncia pode se tornar um fator
de proteccedilatildeo a sua sauacutede se tomarmos como referecircncia o conceito da
Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede que nos diz que sauacutede eacute um equiliacutebrio
entre os fatores bioloacutegicos psicoloacutegicos e sociais e natildeo simplesmente
ausecircncia de doenccedilas
No processo de construccedilatildeo do ser humano outros grupos de referecircncia
aleacutem da famiacutelia vatildeo se tornando importantes destacando-se a escola dentro da
proposta preventiva Eacute fundamental tambeacutem a participaccedilatildeo do profissional da
sauacutede pois se a escola pode ser responsabilizada pela necessidade de formular
propostas preventivas tatildeo vinculadas agrave prevenccedilatildeo de agravos agrave sauacutede que se
poderaacute dizer da equipe de sauacutede que tem livre acesso agraves famiacutelias agraves crianccedilas e
posteriormente aos adolescentes mas que frequentemente se omite em realizar
discussotildees sobre sexualidade drogas violecircncia influecircncia dos meios de
comunicaccedilatildeo imprescindiacuteveis ao exerciacutecio do processo de trabalho desta equipe
(CALLANI et al2008)
17
Para Afonso et al (2010) o grupo operativo visa natildeo apenas
compreender suas condiccedilotildees de sauacutededoenccedila mas tambeacutem dar
respostas criativas a suas necessidades em seu cotidiano e seu
contexto Nesse sentido desempenha um relevante papel educativo ante
seus membros A aprendizagem eacute mais do que a aquisiccedilatildeo de uma nova
informaccedilatildeo e natildeo se restringe ao aspecto cognitivo Envolve a
elaboraccedilatildeo de significados sentimentos e relaccedilotildees
18
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO Os artigos selecionados para anaacutelise estatildeo descritos no quadro 1
Quadro 1 Artigos cientiacuteficos de pesquisa bibliograacutefica relacionados a grupos
operativos e adolescentes 1999 a 2011
Titulo Autores e
ano Objetivos Principais
resultadosconclusotildees Grupos operativos com adolescentes
Abduch 1999 Sensibilizar profissionais que atuam com jovens e adolescentes em situaccedilotildees de grupos
O grupo operativo natildeo estaacute centrado no indiviacuteduo ou no proacuteprio grupo tampouco se propotildee a ser terapecircutico embora leve o sujeito a fazer ajustes e correccedilotildees de sua inserccedilatildeo social A teacutecnica de grupos operativos parece ser um instrumento eficiente por se tratar de uma didaacutetica horizontal tornando o indiviacuteduo agente ativo responsaacutevel e engajado no processo de mudanccedila na medida em que as suas necessidades pessoais e comunitaacuterias satildeo levadas em consideraccedilatildeo
Adolescecircncia cultura vulnerabilidade e risco
Saito 2001 Analisar propostas de prevenccedilatildeo aos riscos na adolescecircncia
A proposta de prevenccedilatildeo deve conter liberdade responsabilidade e compromisso funcionando a informaccedilatildeo como instrumento para que adolescentes de ambos os sexos possam ponderar decisotildees e fazer escolhas mais adequadas Apesar de reconhecerem que a informaccedilatildeo mais completa e fidedigna soacute pode ser obtida com o adolescente em entrevista privada para muitos profissionais persistem duacutevidas e inseguranccedilas sobre se este eacute o procedimento correto para uma praacutetica apropriada
19
O papel do coordenador de grupos
Andaloacute 2001
Provocar uma reflexatildeo sobre a coordenaccedilatildeo de grupos
Ao professor natildeo cabe dizer ldquofaccedila como eurdquo mas ldquofaccedila comigordquo O professor eacute um simples mediador Egrave preciso sempre procurar liberar os trabalhos com grupos de seu caraacuteter ideoloacutegico criando conceitos que coloquem o coordenador natildeo como um modelo a ser seguido ou imitado mas como algueacutem capaz de elaborar teoricamente os fenocircmenos ocorridos E devolvecirc-los ao grupo de forma a ampliar sua compreensatildeo
A Importacircncia dos Grupos Hoje
Fernandes 2003
Mostrar a visatildeo geral dos grupos hoje e qual sua importacircncia futura
Em qualquer grupo os niacuteveis conscientes e inconscientes de funcionamento grupal satildeo os mesmos e os participantes tem as mesmas afliccedilotildees e pedidos baacutesicos O que deve variar eacute a atitude do coordenador do grupo O grupo eacute o espaccedilo continente e facilitador da busca de condiccedilotildees para um futuro melhor
Informaccedilotildees e valores de jovens sobre a AIDS avaliaccedilatildeo de escolares de trecircs cidades brasileiras
Gomes et al 2005
Avaliar as informaccedilotildees e os valores relativos agrave AIDS entre jovens escolares em trecircs cidades brasileiras
O Programa natildeo teve efeito sobre o niacutevel de informaccedilatildeo acerca da AIDS mas o Programa revelou capacidade de reflexatildeo e de argumentaccedilatildeo sobre formas de prevenccedilatildeo da transmissatildeo da AIDS
Saberes de adolescentes estilo de vida e cuidado agrave sauacutede
Ferreira et al 2007
Conhecer as concepccedilotildees dos adolescentes sobre sauacutede e como estas se articulam com as suas praacuteticas de cuidado no processo de adolescer
Concepccedilotildees de sauacutede satildeo um modo de viver a vida e originam praacuteticas de cuidado que se articulam aos estilos de vida peculiares agrave adolescecircncia A convergecircncia dos saberes cientiacuteficos e do senso comum eacute necessaacuteria agrave praacutetica de educaccedilatildeo em sauacutede para atendimento das demandas de cuidado de interesse dos sujeitos
20
Accedilotildees educativas com adolescentes uma intervenccedilatildeo necessaacuteria
Callani et al 2008
Analisar a percepccedilatildeo de adolescentes que participaram de um grupo de educaccedilatildeo em sauacutede em uma Unidade de Sauacutede da Famiacutelia
Aleacutem da famiacutelia considera-se fundamental a participaccedilatildeo da escola e dos serviccedilos de sauacutede na educaccedilatildeo sexual Nos grupos o coordenador ou mediador necessita utilizar estrateacutegias para facilitar a criaccedilatildeo de viacutenculo A comunicaccedilatildeo clara e acessiacutevel associada agrave transparecircncia e agrave sinceridade propicia a criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes conferindo credibilidade ao trabalho
Adolescecircncia accedilotildees e percepccedilatildeo dos meacutedicos e enfermeiros do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
Ferrari et al 2008
Caracterizar as accedilotildees programaacuteticas preventivas e de intervenccedilatildeo aos adolescentes desenvolvidas pelos meacutedicos e enfermeiros da Sauacutede da Famiacutelia e analisar a percepccedilatildeo dos profissionais quanto agraves praacuteticas de atenccedilatildeo agrave sauacutede para este grupo etaacuterio
Para desenvolver atividades num programa para adolescente exige-se um enfoque mais amplo natildeo apenas nos aspectos teacutecnico e bioloacutegico mas tambeacutem nos aspectos psicossociais histoacutericos sociais culturais poliacuteticos nos valores e comportamentos - e nem sempre os profissionais se sentem aptos para atuar nesta complexidade de saberes Aleacutem da multidisciplinaridade no trato com o adolescente os profissionais precisam buscar parcerias com outros setores a fim de obter melhor e maior efetividade nas accedilotildees de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede deste grupo etaacuterio
Da tendecircncia grupal aos grupos operativos com adolescentes a identificaccedilatildeo dos pares facilitando o processo de orientaccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede
Arauacutejo et al 2008
Oferecer aos profissionais de sauacutede o reconhecimento da estrateacutegia dos grupos operativos como forma de educaccedilatildeo em sauacutede e de enfrentamento das adversidades do cotidiano dos jovens
A aprendizagem ocupa lugar importante perante as mudanccedilas e eacute atraveacutes da capacidade do grupo e de cada um de seus integrantes que se torna possiacutevel o desenvolvimento de condutas alternativas diante das mudanccedilas atraveacutes da compreensatildeo e da accedilatildeo transformadora da realidade Repensar as praacuteticas educativas em sauacutede envolvendo adolescentes pressupotildee um novo olhar sobre o jovem e seu papel na famiacutelia escola e sociedade
Vulnerabilidade de pueacuterperas na visatildeo de equipes de sauacutede da famiacutelia ecircnfase em aspectos geracionais e adolescecircncia
Cabral et al 2010
Investigar a visatildeo de profissionais de ESFs sobre a vulnerabilidade de pueacuterperas quando estas satildeo adolescentes
A adolescecircncia foi percebida pelos profissionais das ESFs como uma fase de instabilidade fortemente marcada por crises dificuldades e atitudes irresponsaacuteveis caracteriacutesticas que repercutem de forma importante no puerpeacuterio produzindo situaccedilotildees de vulnerabilidade Olhar para a sauacutede das pueacuterperas adolescentes a partir da noccedilatildeo de vulnerabilidade possibilitou
21
compreender os processos de produccedilatildeo de sauacutede e natildeo sauacutede das adolescentes no puerpeacuterio para aleacutem de suas experiecircncias reprodutivas e em certa medida considerar que aspectos diversos estatildeo aiacute implicados
Promoccedilatildeo da Sauacutede Sexual desafios no Vale do Satildeo Francisco
Sampaio et al 2010
Discutir os impasses e desafios relacionados agrave implantaccedilatildeo de accedilotildees educativas em sauacutede sexual para adolescentes na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia da cidade de Petrolina ndash PE e Juazeiro - BA
Observou-se a inexistecircncia de accedilotildees educativas voltadas aos adolescentes justificada pela precariedade de infraestrutura pelo despreparo dos profissionais e pela falta de profissionais na rede O estudo aponta para a necessidade de se desenvolver praacuteticas educativas voltadas agrave sauacutede sexual dos adolescentes mais efetivas e contextualizadas nos dispositivos de sauacutede da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no Vale do Satildeo Francisco
Reflexotildees acerca do abuso de drogas e da violecircncia na adolescecircncia
Silva et al 2010
Accedilotildees de Educaccedilatildeo em Sauacutede para reflexatildeo criacutetica dos adolescentes sobre o uso abusivo de drogas e consequentes comportamentos violentos
Adolescentes experimentam as drogas por desinformaccedilatildeo curiosidade e faacutecil acesso O uso de drogas pode trazer violecircncia (atitudes agressivas) dificultando a sua compreensatildeo Educaccedilatildeo em Sauacutede pode trazer padratildeo de vida mais saudaacutevel facilitando a identificaccedilatildeo dos fatores de riscos e reduzindo a vulnerabilidade
Riscos e vulnerabilidades relacionados agrave sexualidade na adolescecircncia
Dias et al 2010 Objetivou-se relatar os efeitos das accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede junto agrave escola
Constatou-se que os adolescentes conhecem o preservativo masculino mas natildeo o utilizam Educaccedilatildeo deve estimular a reflexatildeo criacutetica sobre risco e vulnerabilidades relacionadas ao comportamento sexual
Pedagogia freireana como meacutetodo de prevenccedilatildeo de doenccedilas
Beserra et al 2011
Investigar a sexualidade de adolescentes do sexo masculino com a accedilatildeo educativa (circulo de cultura) na prevenccedilatildeo de doenccedilas sexualmente transmissiacuteveis
Os meninos associaram o sexo agrave sexualidade de forma predominante com pouca compreensatildeo da vulnerabilidade da praacutetica sexual desprotegida (incentivados precocemente ao iniacutecio da vida sexual) O ciacuterculo de cultura mostrou ser adequado propiciando a exposiccedilatildeo de duacutevidas o conhecimento da prevenccedilatildeo das DST e a capacitaccedilatildeo para repensar condutas
A educaccedilatildeo em sauacutede eacute um tema que haacute bastante tempo vem sendo
discutido poreacutem existem poucos estudos envolvendo estrateacutegias de educaccedilatildeo em
sauacutede com o uso de grupos operativos com adolescentes
22
Nos artigos consultados e selecionados foram identificadas duas
tendecircncias Alguns se concentraram em discussotildees relacionadas ao processo ao
preparo de profissionais que lidam com abordagens comunitaacuterias considerando a
melhor maneira da utilizaccedilatildeo deste meacutetodo Outros se detiveram em analisar os
resultados de experimentaccedilotildees com grupos operativos voltados para a educaccedilatildeo
para sauacutede Entre estes uacuteltimos foram considerados nesse estudo somente os
que tinham adolescentes como grupo de interesse
Quanto ao processo destaca-se a preocupaccedilatildeo em discutir e refletir sobre
o meacutetodo em si suas vantagens desvantagens e como conseguir os resultados
esperados Os autores consideram ser este um meacutetodo eficiente por possibilitar a
horizontalidade das relaccedilotildees facilitando a participaccedilatildeo ativa e o consequumlente
engajamento no processo de mudanccedila (ABDUCH 1999)
O trabalho com populaccedilotildees vulneraacuteveis a determinados riscos no caso os
adolescentes exige um trabalho efetivo para a promoccedilatildeo da sauacutede por meio do
controle e prevenccedilatildeo desses riscos O grupo operativo segundo Saito (2000)
permite que os participantes usem as informaccedilotildees adquiridas como instrumento
para ponderar as decisotildees e fazer escolhas mais adequadas Para o autor a
liberdade responsabilidade e compromisso valores possibilitados pelo grupo
operativo satildeo componentes importantes neste processo
O papel do coordenador de um grupo operativo eacute essencial para o sucesso
desejado Segundo Andaloacute (2001) o coordenador natildeo deve se colocar como
modelo a ser imitado mas como ldquoalgueacutem capaz de elaborar teoricamente os
fenocircmenos ocorridosrdquo facilitando a compreensatildeo do grupo com a devoluccedilatildeo
dessa liberaccedilatildeo A busca de condiccedilotildees para um futuro melhor seraacute facilitada
diante de um coordenador preparado (FERNANDES 2003)
Alguns estudos procuram contribuir com o trabalho de profissionais de
sauacutede especificamente os ligados aacute Atenccedilatildeo Primaacuteria Ferrari et al(2008)
considera primordial que sejam considerados no desenvolvimento de grupos
operativos para adolescentes aleacutem dos aspectos bioloacutegicos do que se quer
discutir tambeacutem os psicossociais histoacutericos culturais e poliacuteticos nos valores e
comportamentos expressos no grupo Assim sugerem fortemente a
multidisciplinaridade e intersetorialidade no trato com este grupo populacional
Segundo Araujo et al (2008) eacute necessaacuterio um novo olhar sobre o jovem e sua
23
relaccedilatildeo com a famiacutelia escola e sociedade nesse repensar das praacuteticas
educativas
Num trabalho de grupo operativo com pueacuterperas adolescentes Cabral et al
(2010) observou que os profissionais de sauacutede envolvidos no processo
compreenderam melhor a produccedilatildeo da sauacutede a partir do entendimento da
vulnerabilidade do grupo participante Os aspectos diversos implicados na
gestaccedilatildeo entre adolescentes foram aleacutem da experiecircncias reprodutivas
observadas
Muitas vezes o processo educativo empreendido pela equipes da estrateacutegia
Sauacutede da Famiacutelia enfrenta problemas com destaque para o despreparo do
profissional na rede Comportamentos saudaacuteveis seratildeo sempre mais efetivos
quanto mais forem contextualizados (SAMPAIO et al 2010)
Alguns estudos entre os consultados avaliam programas que adotaram o
meacutetodo do grupo operativo em atividades educativas para adolescentes
trabalhando questotildees de risco como sexualidade e doenccedilas sexualmente
transmissiacuteveis aacutelcool e drogas gravidez entre outros Pontos fortes da accedilatildeo
relacionados ao bom resultado foram apontados
Gomes et al (2005) observaram que com relaccedilatildeo aacute AIDS o trabalho em
grupo natildeo diferenciou os participantes quanto ao conhecimento adquirido mas
tornou os participantes do grupo operativo mais capazes de refletir e argumentar
formas de prevenccedilatildeo desta doenccedila
Esta reflexatildeo eacute fundamental na mudanccedila consciente de comportamento
Este fato foi observado com adolescentes num trabalho de educaccedilatildeo sexual
quando meninos declararam natildeo utilizar preservativo apesar de conhececirc-lo
comprovando a que eacute preciso mais do que informar (SILVA et al 2010)
A informaccedilatildeo clara e accessiacutevel acompanhada de transparecircncia e
sinceridade forma consideradas por Callani et al 2008 atributos imprescindiacuteveis
em um grupo operativo propiciando a criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes e
conferindo credibilidade ao trabalho
Assuntos como aacutelcool e drogas precisam ser claramente debatidos com
adolescentes Silva et al (2010) observaram que adolescentes experimentam as
drogas por desinformaccedilatildeo curiosidade e faacutecil acesso e isto pode trazer como
consequumlecircncia violecircncia
24
Meacutetodos de abordagem em grupos operativos tambeacutem tecircm sido testados
como no estudo Beserra et al (2011) que utilizou o circulo de cultura sugerido por
Paulo Freire para o trabalho de educaccedilatildeo sexual com adolescentes O meacutetodo
permitiu a exposiccedilatildeo de duacutevidas com tranquumlilidade o conhecimento da prevenccedilatildeo
da DST e a capacidade desenvolvida para repensar condutas
O grupo operativo mostrou que a convergecircncia de saberes cientiacutefico e
senso comum eacute uma das maneiras efetivas de se trabalhar com educaccedilatildeo para
sauacutede uma vez que dessa maneira as demandas satildeo explicitadas claramente
(FERREIRA et al 2007)
Os dados apresentados nos artigos objetos de estudo deste trabalho
indicaram que o uso do grupo operativo com adolescentes pode ser uma
importante ferramenta de trabalho para a Equipe de Sauacutede da Famiacutelia atraveacutes do
qual eacute possiacutevel pela verbalizaccedilatildeo dos questionamentos e dificuldades
problematizar discutir e provocar reflexotildees sobre situaccedilotildees pertinentes a esta
fase da vida Este mecanismo oferece agrave equipe de sauacutede informaccedilotildees que podem
ser utilizadas na elaboraccedilatildeo de propostas de trabalho para a sua aacuterea de
abrangecircncia Aleacutem disso carece de pouca infra-estrutura e tem um baixo custo de
aplicaccedilatildeo Este tipo de estrateacutegia deve ser utilizada pela equipe da sauacutede da
famiacutelia pois eacute um meio eficaz de prevenccedilatildeo para muitos agravos agrave sauacutede do
adolescente O grupo operativo com adolescentes atraveacutes da identificaccedilatildeo muacutetua
dos seus integrantes eacute capaz de promover haacutebitos saudaacuteveis de vida funcionando
como um indutor desse processo Essa identificaccedilatildeo serve tambeacutem para que
assuntos antes tratados com parcimocircnia sejam levados ao grupo sem temores e
de uma maneira natural
Os dados tambeacutem mostraram a falta de preparo dos profissionais no
atendimento aos adolescentes A inexistecircncia de accedilotildees educativas voltadas aos
adolescentes ora eacute justificada pela precariedade de infra-estrutura ora pelo
despreparo dos profissionais e ora pela falta de profissionais na rede
O estudo aponta para a necessidade de desenvolver mecanismos que
possam preparar profissionais para lidar com essa faixa etaacuteria Neste contexto a
utilizaccedilatildeo do grupo operativo parece pertinente e o Curso de Especializaccedilatildeo em
Sauacutede da Famiacutelia empenha-se em preencher esta lacuna da falta de preparo
desses profissionais do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
25
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Atraveacutes deste trabalho pretendia-se conhecer estrateacutegias com grupos
operativos voltadas para educaccedilatildeo de adolescentes Buscou-se tambeacutem
contribuir para o entendimento desta teacutecnica utilizada para promoccedilatildeo de sauacutede O
modelo ainda utilizado na assistecircncia ao adolescente natildeo considera este indiviacuteduo
na sua totalidade orgacircnica psicoloacutegica e sociocultural Esta simplificaccedilatildeo do
problema proveniente da utilizaccedilatildeo do modelo biomeacutedico de assistecircncia tem
comprometido uma melhor atenccedilatildeo a esta clientela O grupo operativo pode ser
uma ferramenta de grande ajuda para o trabalho educativo com adolescentes
Possibilita aleacutem de disponibilizar a informaccedilatildeo permitir a reflexatildeo critica e a
tomada de posiccedilatildeo para a adoccedilatildeo de comportamentos mais saudaacuteveis Este
levantamento permitiu observar tambeacutem que alguns profissionais desconhecem
este meio de estrateacutegia como forma de trabalho Desta forma podemos afirmar
que o grupo operativo pode ser eficaz se
- possibilitar a horizontalidade das relaccedilotildees
- facilitar a participaccedilatildeo ativa e o consequumlente engajamento no processo
de mudanccedila
- desenvolver a liberdade responsabilidade e compromisso
- aleacutem dos aspectos bioloacutegicos discutir tambeacutem os psicossociais
histoacutericos culturais e poliacuteticos nos valores e comportamentos expressos no
grupo
- provocar em seus integrantes reflexatildeo e estimular a argumentaccedilatildeo de
questotildees importantes para o grupo
- problematizar as questotildees impostas atraveacutes da verbalizaccedilatildeo dos
questionamentos e dificuldades
No entanto o sucesso desta atividade estaraacute condicionado ao preparo dos
profissionais envolvidos no sentido de adotar posturas natildeo autoritaacuterias numa
relaccedilatildeo horizontal com conversas abertas e linguagem clara Deste modo
podemos considerar que
26
- eacute necessaacuterio um novo olhar sobre o jovem e sua relaccedilatildeo com a famiacutelia
escola e sociedade nesse repensar das praacuteticas educativas
- O papel do coordenador de um grupo operativo eacute essencial para o
sucesso desejado Ele nunca deve se colocar como um modelo a ser imitado
- este mecanismo oferece agrave equipe de sauacutede informaccedilotildees que podem ser
utilizadas na elaboraccedilatildeo de propostas de trabalho para a sua aacuterea de
abrangecircncia
- este meacutetodo carece de pouca infra-estrutura e tem um baixo custo de
aplicaccedilatildeo
- a informaccedilatildeo clara e accessiacutevel acompanhada de transparecircncia e
sinceridade satildeo atributos imprescindiacuteveis em um grupo operativo propiciando a
criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes e conferindo credibilidade ao trabalho
- eacute preciso desenvolver mecanismos que possam preparar profissionais
para lidar com essa faixa etaacuteria
Neste contexto a utilizaccedilatildeo do grupo operativo parece pertinente e o
Curso de Especializaccedilatildeo em Sauacutede da Famiacutelia empenha-se em preencher esta
lacuna da falta de preparo desses profissionais do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
Atraveacutes da conduccedilatildeo deste trabalho pude refletir e teorizar sobre a minha
praacutetica profissional Percebi que havia muitas deficiecircncias em minha formaccedilatildeo e o
curso de especializaccedilatildeo me ajudou a sanar muitas delas Pude concluir tambeacutem o
quanto eacute importante esta preparaccedilatildeo contiacutenua do profissional Gostaria de
destacar entatildeo a necessidade de capacitaccedilatildeo profissional para aqueles que se
propotildee a trabalhar com atenccedilatildeo baacutesica A meu ver eacute um passo importante em
direccedilatildeo a um melhor atendimento ao adolescente
27
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 1 ABDUCH C Grupos operativos com adolescentes In SCHOR N
MOTA M SFT BRANCO VC (Orgs)Cadernos juventude sauacutede e
desenvolvimento Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1999 p289-300
2 AFONSO MLM et al Oficinas em dinacircmica de grupo na aacuterea da
sauacutedeSatildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo2010PP 63
3 ANDALOacute CSA O papel do coordenador de grupos Psicol USP
Vol12 ndeg 1 Satildeo Paulo 2001
4 ARAUacuteJO A et al Da tendecircncia grupal aos grupos operativos com
adolescentes a identificaccedilatildeo dos pares facilitando o processo de
orientaccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede Rev Med Minas Gerais 2008 18(4
Supl 1) S12
5 BESERRA EP TORRES CA PINHEIRO PNC ALVES MDS
BARROSO MGT Pedagogia freireana como meacutetodo de prevenccedilatildeo
de doenccedilas Ciecircnc sauacutede coletiva [online] 2011 vol16 suppl1 pp
1563-1570
6 BOtildeCKVR SARRIERAJC O grupo operativo intervindo na
Siacutendrome de Burnout PsicolEscEduc10(1)31-39 jan-
jun2006ilusttab
7 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede do Adolescente Brasiacutelia 2005
Disponiacutevel em http wwwsaudegovbr
8 CABRAL FB and OLIVEIRA DLLC Vulnerabilidade de Pueacuterperas
na Visatildeo de Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Ecircnfase em Aspectos
Geracionais e Adolescecircncia Revista de Enfermagem da USP 2010
44(2) 368-75
9 CALLANI MFCJ OTANI MAP Accedilotildees Educativas com
Adolescentes uma Intervenccedilatildeo Necessaacuteria REME revminenferm
12(2) 195-200 abr-jun 2008
28
10 CANNON L R C BOTTINI B A Sauacutede e juventude o cenaacuterio das
poliacuteticas puacuteblicas no Brasil In Brasil Ministeacuterio do Planejamento e
Orccedilamento Jovens acontecendo na trilha das poliacuteticas puacuteblicas Brasiacutelia CNPD1998 p 397-416 v1
11 FERNANDES WJ A Importacircncia dos Grupos Hoje Rev
SPAGESP [online] 2003 vol4 n4 pp 83-91 ISSN 1677-2970
12 FERRARI RAP THOMSON Z and MELCHIOR R Adolescecircncia
accedilotildees e percepccedilatildeo dos meacutedicos e enfermeiros do Programa de Sauacutede
da Famiacutelia Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 22(11)2491-2495
nov 2006
13 FERREIRA MA ALVIM NAT TEIXEIRA MLO VELOSO RC
Saberes de adolescentes estilo de vida e cuidado agrave sauacutede Texto
contexto - enferm [online] 2007 vol16 n2 pp 217-224
14 FORTUNA CM et al O Trabalho de Equipe no Programa de Sauacutede
da Famiacutelia Reflexotildees a Partir de Conceitos do Processo Grupal e de
Grupos Operativos Rev Latino-Am Enfermagem vol13 no2 Ribeiratildeo
Preto MarApr 2005
15 GOMES R ASSIS SG SOUZA ER DESLANDES SF NJAINE K
MALAQUIAS JF Informaccedilotildees e valores de jovens sobre a Aids
avaliaccedilatildeo de escolares de trecircs cidades brasileiras Ciecircnc sauacutede
coletiva [online] 2005 vol10 n2 pp 381-388
16 JEOLAacuteS LS FERRARI RAP Oficinas de prevenccedilatildeo em um serviccedilo
de sauacutede para adolescentes espaccedilo de reflexatildeo e de conhecimento
compartilhado Ciecircnc Sauacutede Coletiva 2003 8611-20
17 LUCCHESE R BARROS S A utilizaccedilatildeo do grupo operativo como
meacutetodo de coleta de dados em pesquisa qualitativa Rev Eletr Enf
[Internet] 2007 9(3)796-805 Available
from httpwwwfenufgbrrevistav9n3v9n3a18htm
18 LUCCHESE R BARROS S Grupo operativo como estrateacutegia
pedagoacutegica em um curso de graduaccedilatildeo em enfermagem um
continente para as vivecircncias dos alunos quartanistas Rev Esc Enferm
USP 2002 36(1) 66-74
29
19 MACIEL RHMO et al O Multiprofissionalismo em sauacutede e a
interaccedilatildeo das equipes do programa de sauacutede da famiacutelia Observatoacuterio de Recursos Humanos em Sauacutede Estaccedilatildeo CETREDE UFC UECE
Fortaleza2007
20 SAITO MI Adolescecircncia prevenccedilatildeo e risco Satildeo Paulo Atheneu
2001
21 SAMPAIO J SANTOS RC PAIXAtildeOLA TORRES TS -
Promoccedilatildeo da Sauacutede Sexual Desafios no Vale do Satildeo Francisco
Psicologia amp Sociedade 22 (3) 499-506 2010
22 SILVA ARV et al Educaccedilatildeo em sauacutede a portadores de Diabetes
Mellitus tipo 2revisatildeo bibliograacutefica RevRENE (10)3146-151 jul-
set2009
23 SILVA KL DIAS FLA VIEIRA NFC PINHEIRO PNC
Reflexotildees acerca do abuso de drogas e da violecircncia na adolescecircncia
Esc Anna Nery [online] 2010 vol14 n3 pp 605-610
24 SILVA KL DIAS FLA VIEIRA NFC PINHEIRO PNC MAIA
CC Riscos e vulnerabilidades relacionados agrave sexualidade na
adolescecircncia Rev enferm UERJ 18(3) 456-461 jul-set 2010
AGRADECIMENTOS
Agrave Professora Efigecircnia Ferreira pela sua boa vontade para comigo e pelo
profissionalismo
Agraves Profordfs Solange Melo Miranda e Valeacuteria Santos Brasil professoras do curso de
Especializaccedilatildeo em Sauacutede do Adolescente da Faculdade de Medicina da UFMG
Vocecircs me inspiram a me tornar uma profissional melhorobrigada
ldquoEacute preciso toda uma aldeia para se educar uma crianccedilardquo
Proveacuterbio africano
RESUMO
A ado lescecircnc ia vem desper tando in te resse de vaacute r ias aacute reas do sabe r Ex is tem inuacutemeros es tudos que apon tam que esse pe r iacuteodo da v ida eacute tatildeo impo r tan te quan to a in facircnc ia ou a idade adu l ta O p resen te t raba lho teve como ob je t ivo conhece r es t ra teacuteg ias com grupos ope ra t i vos de ado lescen tes con t idas em ar t i gos d ispon iacuteve is em bancos de dados L ILACSMEDLINE BDENF e SCIELO no pe r iacuteodo de 1997 a 2011 A se leccedilatildeo fo i rea l i zada in ic ia lmente a par t i r do t iacute t u lo segu ida da se leccedilatildeo po r resumo Apoacutes a le i tu ra dos tex tos na in tegra ou t ros fo ram exc lu iacutedos Obse rvou-se que o g rupo ope ra t i vo pode ser uma fer ramenta de g rande a juda para o t raba lho educa t i vo com ado lescen tes poss ib i l i tando d ispon ib i l i za r a in formaccedilatildeo pe rmi t i r a re f lexatildeo c r iacute t i ca e a tomada de pos iccedilatildeo pa ra a adoccedilatildeo de compor tamentos ma is saudaacuteve is com fo r te in f luecircnc ia do p repa ro do p ro f iss iona l que rea l i za r a a t iv idade Pa lavras chave Educaccedilatildeo em Sauacutede ndash Compor tamen to do Ado lescen te ndash Sauacutede do Ado lescen te ndash Grupos Opera t i vos
ABSTRACT
Adolescence is attracting interest from various fields of knowledgeThere are numerous studies that indicate that this period of life is a important as childhood or adulthood This study aimed to identify strategies with operational groups of teenagers in articles available in the databases LILACS MEDLINE and SCIELO BDENF in the period 1997 to 2011 The selection was initially performed from the title followed by selection for short After reading the texts in full others were excluded It was observed that the operational group may be a helpful tool for educational work with children allowing the information available to allow critical thinking and stance to adopt healthier behaviors with strong influence of the preparation of professional perform the activity Keywords Health Education - Adolescent Behavior - Adolescent Health - Operational Group
LISTA DE SIGLAS
CEABSF - CURSO DE ESPECIALIZACcedilAtildeO EM ATENCcedilAtildeO BAacuteSICA EM SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA DST - DOENCcedilAS SEXUALMENTE TRANSMISSIacuteVEIS ESF ndash EQUIPE DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA PSF ndash PROGRAMA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA UBSF ndash UNIDADE BAacuteSICA DE SAUacuteDE
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 11 2JUSTIFICATIVA 12 3OBJETIVOS 13 4 METODOLOGIA 14 5 REVISAtildeO DE LITERATURA 15 6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 18 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 25 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
11
1 INTRODUCcedilAtildeO
No coraccedilatildeo do modelo de sauacutede que o paiacutes vem adotando
encontram-se as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) que inseridas nas
Unidades Baacutesicas de Sauacutede (UBSF) devem na accedilatildeo seguir os
preceitos do Programa de Sauacutede da Famiacutelia (PSF) O objetivo principal
do programa por sua vez eacute o atendimento baacutesico de sauacutede da
populaccedilatildeo adstrita agrave UBSF (atenccedilatildeo primaacuteria) A ideacuteia eacute a de que o
atendimento integral em sauacutede aleacutem de atender o paciente
individualmente tambeacutem atenda as famiacutelias considerando suas
condiccedilotildees socioculturais da comunidade
O atendimento individualizado de cada membro da famiacutelia
assistida pelo programa faz parte deste processo de trabalho O grupo
formado pelos adolescentes natildeo raramente eacute atendido sem a
especificidade que esta fase do desenvolvimento humano requer A falta
de orientaccedilatildeo e informaccedilatildeo das equipes muitas vezes eacute apontada como
responsaacutevel
Neste contexto o Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica
em Sauacutede da Famiacutelia ofertado pela Universidade Federal de Minas
Gerais vem oferecer agraves equipes e profissionais como meacutedicos
enfermeiros e dentistas as bases necessaacuterias para a capacitaccedilatildeo e
aperfeiccediloamento do seu processo de trabalho junto agraves famiacutelias dos
municiacutepios brasileiros O atendimento ao adolescente tem seu lugar no
decorrer do curso e a falta de uma intervenccedilatildeo de maneira eficaz a esse
grupo foi a fagulha necessaacuteria para o desejo de se aprofundar os
estudos atraveacutes de uma revisatildeo bibliograacutefica sobre a teacutecnica do grupo
operativo Esta teacutecnica pode ser utilizada como ferramenta eficaz pela
equipe uma vez que estudos apontam sua utilizaccedilatildeo como forma de se
conhecer e pesquisar o universo do adolescente
12
2 JUSTIFICATIVA Um objeto de estudo geralmente surge no nosso espaccedilo de trabalho a
partir das experiecircncias vividas e das reflexotildees feitas neste espaccedilo Este estudo
surgiu da minha vivecircncia profissional como Dentista na Unidade de Atendimento
Odontoloacutegico da cidade de Pequi Ao ingressar no Curso de Especializaccedilatildeo em
Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia - CEABSF da Universidade Federal de Minas Gerais e
fazendo o diagnoacutestico situacional da cidade me chamou a atenccedilatildeo o nuacutemero alto de
adolescentes graacutevidas e a falta de atividades de lazer para essa fase tatildeo cheia de
mudanccedilas Aleacutem disso natildeo haviam projetos a serem desenvolvidos pela ESF que focavam
os adolescentes No decorrer do curso pude compreender tambeacutem a correta forma de
utilizaccedilatildeo dos grupos operativos e com esse embasamento comecei a desenvolver alguns
grupos com adolescentes Percebi nesta evoluccedilatildeo do meu trabalho que a ESF ainda natildeo
utiliza essa ferramenta de forma produtiva e os profissionais tem muita dificuldade em
desenvolver este tema
13
3 OBJETIVO
Atraveacutes deste levantamento bibliograacutefico buscou-se conhecer
estrateacutegias com grupos operativos voltadas agrave educaccedilatildeo do adolescente
com a intenccedilatildeo de contribuir para o avanccedilo no entendimento acerca da
promoccedilatildeo de sauacutede e da problemaacutetica em que o mesmo estaacute inserido
14
4 METODOLOGIA Para atender o objetivo proposto foi desenvolvido um estudo mediante
levantamento bibliograacutefico dos artigos disponiacuteveis nos bancos de dados LILACS
MEDLINE BDENF e SCIELO no periacuteodo de 1997 a 2011 produzidos no Brasil
Para tanto os descritores usados foram os termos educaccedilatildeo em sauacutede
comportamento do adolescente sauacutede do adolescente e grupos operativos
A coleta de dados se deu em Agosto e Setembro de 2011 quando foram
obtidos com a ajuda dos descritores vaacuterios artigos que foram lidos e analisados
15
5 REVISAtildeO DE LITERATURA
51 O Adolescente e a Contemporaneidade No final da deacutecada de 80 e iniacutecio dos anos 90 o adolescente
teve seu reconhecimento como foco de estudo na sociedade da Ameacuterica
Latina e Caribe no campo da Sauacutede Puacuteblica Desde entatildeo os direitos e
as situaccedilotildees vividas pelos adolescentes resultam possivelmente das
condiccedilotildees socioeconocircmicas e das vantagens e desvantagens
associadas agrave classe social ao gecircnero e agrave etnicidade prevalentes da
sociedade contemporacircnea (CANNON BOTTINI 1998) Estas condiccedilotildees
tornam os adolescentes um grupo vulneraacutevel dentre outros reduzindo
seu acesso aos serviccedilos
Birman (2006) considera que existe na atualidade um
alongamento da adolescecircncia que hoje comeccedila mais cedo que outrora
e que se prolonga pelo periacuteodo anteriormente denominado idade adulta
A contemporaneidade se caracteriza pelas incertezas e sentimento de
solidatildeo que traduzem uma experiecircncia uacutenica de adolescer Na
sociedade atual esse grupo os adolescentes eacute tratado de forma
ambiacutegua ora como crianccedila ora como adulto e isso se reflete no
atendimento oferecido nos postos de sauacutede no trabalho da equipe que
atende as famiacutelias Inuacutemeras vezes os proacuteprios profissionais natildeo sabem
como abordar esta clientela
52 Adolescecircncia Vulnerabilidade e Risco O risco e vulnerabilidade estatildeo entrelaccedilados agraves caracteriacutesticas
proacuteprias do desenvolvimento psicoemocional da fase da adolescecircncia A
busca de identidade leva ao questionamento dos padrotildees adultos e
portanto da autoridade de pais professores O contato com o novo
resulta em um grande desafio vinculado agrave onipotecircncia do adolescente
16
que se acha sempre um vencedor por outro lado a timidez e a baixa
auto-estima podem tornaacute-lo fraacutegil levando a buscar soluccedilotildees externas
inadequadas (SAITO2001)
Se natildeo haacute accedilotildees preventivas a ocorrecircncia natildeo admitida da
possibilidade de danos agrave proacutepria sauacutede potencializa-se pois o
adolescente acha que situaccedilotildees como gravidez natildeo planejada
contaminaccedilatildeo por doenccedilas sexualmente transmissiacuteveis e uso de
substacircncias quiacutemicas natildeo iratildeo acontecer com ele (CALLANI et al
2008)
Sensaccedilatildeo de poder e ao mesmo tempo dificuldade de antever as
reais consequumlecircncias de seus atos fazem deste grupo um importante
alvo de trabalho atraveacutes de estrateacutegias que possibilitem reflexatildeo e
criacutetica
Abduch (1999) aponta que na adolescecircncia experimentamos a
vivecircncia grupal fora do acircmbito social familiar entrando em contato com
diferentes culturas haacutebitos valores crenccedilas e necessidades Essa
tendecircncia grupal tatildeo expliacutecita na adolescecircncia pode se tornar um fator
de proteccedilatildeo a sua sauacutede se tomarmos como referecircncia o conceito da
Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede que nos diz que sauacutede eacute um equiliacutebrio
entre os fatores bioloacutegicos psicoloacutegicos e sociais e natildeo simplesmente
ausecircncia de doenccedilas
No processo de construccedilatildeo do ser humano outros grupos de referecircncia
aleacutem da famiacutelia vatildeo se tornando importantes destacando-se a escola dentro da
proposta preventiva Eacute fundamental tambeacutem a participaccedilatildeo do profissional da
sauacutede pois se a escola pode ser responsabilizada pela necessidade de formular
propostas preventivas tatildeo vinculadas agrave prevenccedilatildeo de agravos agrave sauacutede que se
poderaacute dizer da equipe de sauacutede que tem livre acesso agraves famiacutelias agraves crianccedilas e
posteriormente aos adolescentes mas que frequentemente se omite em realizar
discussotildees sobre sexualidade drogas violecircncia influecircncia dos meios de
comunicaccedilatildeo imprescindiacuteveis ao exerciacutecio do processo de trabalho desta equipe
(CALLANI et al2008)
17
Para Afonso et al (2010) o grupo operativo visa natildeo apenas
compreender suas condiccedilotildees de sauacutededoenccedila mas tambeacutem dar
respostas criativas a suas necessidades em seu cotidiano e seu
contexto Nesse sentido desempenha um relevante papel educativo ante
seus membros A aprendizagem eacute mais do que a aquisiccedilatildeo de uma nova
informaccedilatildeo e natildeo se restringe ao aspecto cognitivo Envolve a
elaboraccedilatildeo de significados sentimentos e relaccedilotildees
18
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO Os artigos selecionados para anaacutelise estatildeo descritos no quadro 1
Quadro 1 Artigos cientiacuteficos de pesquisa bibliograacutefica relacionados a grupos
operativos e adolescentes 1999 a 2011
Titulo Autores e
ano Objetivos Principais
resultadosconclusotildees Grupos operativos com adolescentes
Abduch 1999 Sensibilizar profissionais que atuam com jovens e adolescentes em situaccedilotildees de grupos
O grupo operativo natildeo estaacute centrado no indiviacuteduo ou no proacuteprio grupo tampouco se propotildee a ser terapecircutico embora leve o sujeito a fazer ajustes e correccedilotildees de sua inserccedilatildeo social A teacutecnica de grupos operativos parece ser um instrumento eficiente por se tratar de uma didaacutetica horizontal tornando o indiviacuteduo agente ativo responsaacutevel e engajado no processo de mudanccedila na medida em que as suas necessidades pessoais e comunitaacuterias satildeo levadas em consideraccedilatildeo
Adolescecircncia cultura vulnerabilidade e risco
Saito 2001 Analisar propostas de prevenccedilatildeo aos riscos na adolescecircncia
A proposta de prevenccedilatildeo deve conter liberdade responsabilidade e compromisso funcionando a informaccedilatildeo como instrumento para que adolescentes de ambos os sexos possam ponderar decisotildees e fazer escolhas mais adequadas Apesar de reconhecerem que a informaccedilatildeo mais completa e fidedigna soacute pode ser obtida com o adolescente em entrevista privada para muitos profissionais persistem duacutevidas e inseguranccedilas sobre se este eacute o procedimento correto para uma praacutetica apropriada
19
O papel do coordenador de grupos
Andaloacute 2001
Provocar uma reflexatildeo sobre a coordenaccedilatildeo de grupos
Ao professor natildeo cabe dizer ldquofaccedila como eurdquo mas ldquofaccedila comigordquo O professor eacute um simples mediador Egrave preciso sempre procurar liberar os trabalhos com grupos de seu caraacuteter ideoloacutegico criando conceitos que coloquem o coordenador natildeo como um modelo a ser seguido ou imitado mas como algueacutem capaz de elaborar teoricamente os fenocircmenos ocorridos E devolvecirc-los ao grupo de forma a ampliar sua compreensatildeo
A Importacircncia dos Grupos Hoje
Fernandes 2003
Mostrar a visatildeo geral dos grupos hoje e qual sua importacircncia futura
Em qualquer grupo os niacuteveis conscientes e inconscientes de funcionamento grupal satildeo os mesmos e os participantes tem as mesmas afliccedilotildees e pedidos baacutesicos O que deve variar eacute a atitude do coordenador do grupo O grupo eacute o espaccedilo continente e facilitador da busca de condiccedilotildees para um futuro melhor
Informaccedilotildees e valores de jovens sobre a AIDS avaliaccedilatildeo de escolares de trecircs cidades brasileiras
Gomes et al 2005
Avaliar as informaccedilotildees e os valores relativos agrave AIDS entre jovens escolares em trecircs cidades brasileiras
O Programa natildeo teve efeito sobre o niacutevel de informaccedilatildeo acerca da AIDS mas o Programa revelou capacidade de reflexatildeo e de argumentaccedilatildeo sobre formas de prevenccedilatildeo da transmissatildeo da AIDS
Saberes de adolescentes estilo de vida e cuidado agrave sauacutede
Ferreira et al 2007
Conhecer as concepccedilotildees dos adolescentes sobre sauacutede e como estas se articulam com as suas praacuteticas de cuidado no processo de adolescer
Concepccedilotildees de sauacutede satildeo um modo de viver a vida e originam praacuteticas de cuidado que se articulam aos estilos de vida peculiares agrave adolescecircncia A convergecircncia dos saberes cientiacuteficos e do senso comum eacute necessaacuteria agrave praacutetica de educaccedilatildeo em sauacutede para atendimento das demandas de cuidado de interesse dos sujeitos
20
Accedilotildees educativas com adolescentes uma intervenccedilatildeo necessaacuteria
Callani et al 2008
Analisar a percepccedilatildeo de adolescentes que participaram de um grupo de educaccedilatildeo em sauacutede em uma Unidade de Sauacutede da Famiacutelia
Aleacutem da famiacutelia considera-se fundamental a participaccedilatildeo da escola e dos serviccedilos de sauacutede na educaccedilatildeo sexual Nos grupos o coordenador ou mediador necessita utilizar estrateacutegias para facilitar a criaccedilatildeo de viacutenculo A comunicaccedilatildeo clara e acessiacutevel associada agrave transparecircncia e agrave sinceridade propicia a criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes conferindo credibilidade ao trabalho
Adolescecircncia accedilotildees e percepccedilatildeo dos meacutedicos e enfermeiros do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
Ferrari et al 2008
Caracterizar as accedilotildees programaacuteticas preventivas e de intervenccedilatildeo aos adolescentes desenvolvidas pelos meacutedicos e enfermeiros da Sauacutede da Famiacutelia e analisar a percepccedilatildeo dos profissionais quanto agraves praacuteticas de atenccedilatildeo agrave sauacutede para este grupo etaacuterio
Para desenvolver atividades num programa para adolescente exige-se um enfoque mais amplo natildeo apenas nos aspectos teacutecnico e bioloacutegico mas tambeacutem nos aspectos psicossociais histoacutericos sociais culturais poliacuteticos nos valores e comportamentos - e nem sempre os profissionais se sentem aptos para atuar nesta complexidade de saberes Aleacutem da multidisciplinaridade no trato com o adolescente os profissionais precisam buscar parcerias com outros setores a fim de obter melhor e maior efetividade nas accedilotildees de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede deste grupo etaacuterio
Da tendecircncia grupal aos grupos operativos com adolescentes a identificaccedilatildeo dos pares facilitando o processo de orientaccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede
Arauacutejo et al 2008
Oferecer aos profissionais de sauacutede o reconhecimento da estrateacutegia dos grupos operativos como forma de educaccedilatildeo em sauacutede e de enfrentamento das adversidades do cotidiano dos jovens
A aprendizagem ocupa lugar importante perante as mudanccedilas e eacute atraveacutes da capacidade do grupo e de cada um de seus integrantes que se torna possiacutevel o desenvolvimento de condutas alternativas diante das mudanccedilas atraveacutes da compreensatildeo e da accedilatildeo transformadora da realidade Repensar as praacuteticas educativas em sauacutede envolvendo adolescentes pressupotildee um novo olhar sobre o jovem e seu papel na famiacutelia escola e sociedade
Vulnerabilidade de pueacuterperas na visatildeo de equipes de sauacutede da famiacutelia ecircnfase em aspectos geracionais e adolescecircncia
Cabral et al 2010
Investigar a visatildeo de profissionais de ESFs sobre a vulnerabilidade de pueacuterperas quando estas satildeo adolescentes
A adolescecircncia foi percebida pelos profissionais das ESFs como uma fase de instabilidade fortemente marcada por crises dificuldades e atitudes irresponsaacuteveis caracteriacutesticas que repercutem de forma importante no puerpeacuterio produzindo situaccedilotildees de vulnerabilidade Olhar para a sauacutede das pueacuterperas adolescentes a partir da noccedilatildeo de vulnerabilidade possibilitou
21
compreender os processos de produccedilatildeo de sauacutede e natildeo sauacutede das adolescentes no puerpeacuterio para aleacutem de suas experiecircncias reprodutivas e em certa medida considerar que aspectos diversos estatildeo aiacute implicados
Promoccedilatildeo da Sauacutede Sexual desafios no Vale do Satildeo Francisco
Sampaio et al 2010
Discutir os impasses e desafios relacionados agrave implantaccedilatildeo de accedilotildees educativas em sauacutede sexual para adolescentes na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia da cidade de Petrolina ndash PE e Juazeiro - BA
Observou-se a inexistecircncia de accedilotildees educativas voltadas aos adolescentes justificada pela precariedade de infraestrutura pelo despreparo dos profissionais e pela falta de profissionais na rede O estudo aponta para a necessidade de se desenvolver praacuteticas educativas voltadas agrave sauacutede sexual dos adolescentes mais efetivas e contextualizadas nos dispositivos de sauacutede da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no Vale do Satildeo Francisco
Reflexotildees acerca do abuso de drogas e da violecircncia na adolescecircncia
Silva et al 2010
Accedilotildees de Educaccedilatildeo em Sauacutede para reflexatildeo criacutetica dos adolescentes sobre o uso abusivo de drogas e consequentes comportamentos violentos
Adolescentes experimentam as drogas por desinformaccedilatildeo curiosidade e faacutecil acesso O uso de drogas pode trazer violecircncia (atitudes agressivas) dificultando a sua compreensatildeo Educaccedilatildeo em Sauacutede pode trazer padratildeo de vida mais saudaacutevel facilitando a identificaccedilatildeo dos fatores de riscos e reduzindo a vulnerabilidade
Riscos e vulnerabilidades relacionados agrave sexualidade na adolescecircncia
Dias et al 2010 Objetivou-se relatar os efeitos das accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede junto agrave escola
Constatou-se que os adolescentes conhecem o preservativo masculino mas natildeo o utilizam Educaccedilatildeo deve estimular a reflexatildeo criacutetica sobre risco e vulnerabilidades relacionadas ao comportamento sexual
Pedagogia freireana como meacutetodo de prevenccedilatildeo de doenccedilas
Beserra et al 2011
Investigar a sexualidade de adolescentes do sexo masculino com a accedilatildeo educativa (circulo de cultura) na prevenccedilatildeo de doenccedilas sexualmente transmissiacuteveis
Os meninos associaram o sexo agrave sexualidade de forma predominante com pouca compreensatildeo da vulnerabilidade da praacutetica sexual desprotegida (incentivados precocemente ao iniacutecio da vida sexual) O ciacuterculo de cultura mostrou ser adequado propiciando a exposiccedilatildeo de duacutevidas o conhecimento da prevenccedilatildeo das DST e a capacitaccedilatildeo para repensar condutas
A educaccedilatildeo em sauacutede eacute um tema que haacute bastante tempo vem sendo
discutido poreacutem existem poucos estudos envolvendo estrateacutegias de educaccedilatildeo em
sauacutede com o uso de grupos operativos com adolescentes
22
Nos artigos consultados e selecionados foram identificadas duas
tendecircncias Alguns se concentraram em discussotildees relacionadas ao processo ao
preparo de profissionais que lidam com abordagens comunitaacuterias considerando a
melhor maneira da utilizaccedilatildeo deste meacutetodo Outros se detiveram em analisar os
resultados de experimentaccedilotildees com grupos operativos voltados para a educaccedilatildeo
para sauacutede Entre estes uacuteltimos foram considerados nesse estudo somente os
que tinham adolescentes como grupo de interesse
Quanto ao processo destaca-se a preocupaccedilatildeo em discutir e refletir sobre
o meacutetodo em si suas vantagens desvantagens e como conseguir os resultados
esperados Os autores consideram ser este um meacutetodo eficiente por possibilitar a
horizontalidade das relaccedilotildees facilitando a participaccedilatildeo ativa e o consequumlente
engajamento no processo de mudanccedila (ABDUCH 1999)
O trabalho com populaccedilotildees vulneraacuteveis a determinados riscos no caso os
adolescentes exige um trabalho efetivo para a promoccedilatildeo da sauacutede por meio do
controle e prevenccedilatildeo desses riscos O grupo operativo segundo Saito (2000)
permite que os participantes usem as informaccedilotildees adquiridas como instrumento
para ponderar as decisotildees e fazer escolhas mais adequadas Para o autor a
liberdade responsabilidade e compromisso valores possibilitados pelo grupo
operativo satildeo componentes importantes neste processo
O papel do coordenador de um grupo operativo eacute essencial para o sucesso
desejado Segundo Andaloacute (2001) o coordenador natildeo deve se colocar como
modelo a ser imitado mas como ldquoalgueacutem capaz de elaborar teoricamente os
fenocircmenos ocorridosrdquo facilitando a compreensatildeo do grupo com a devoluccedilatildeo
dessa liberaccedilatildeo A busca de condiccedilotildees para um futuro melhor seraacute facilitada
diante de um coordenador preparado (FERNANDES 2003)
Alguns estudos procuram contribuir com o trabalho de profissionais de
sauacutede especificamente os ligados aacute Atenccedilatildeo Primaacuteria Ferrari et al(2008)
considera primordial que sejam considerados no desenvolvimento de grupos
operativos para adolescentes aleacutem dos aspectos bioloacutegicos do que se quer
discutir tambeacutem os psicossociais histoacutericos culturais e poliacuteticos nos valores e
comportamentos expressos no grupo Assim sugerem fortemente a
multidisciplinaridade e intersetorialidade no trato com este grupo populacional
Segundo Araujo et al (2008) eacute necessaacuterio um novo olhar sobre o jovem e sua
23
relaccedilatildeo com a famiacutelia escola e sociedade nesse repensar das praacuteticas
educativas
Num trabalho de grupo operativo com pueacuterperas adolescentes Cabral et al
(2010) observou que os profissionais de sauacutede envolvidos no processo
compreenderam melhor a produccedilatildeo da sauacutede a partir do entendimento da
vulnerabilidade do grupo participante Os aspectos diversos implicados na
gestaccedilatildeo entre adolescentes foram aleacutem da experiecircncias reprodutivas
observadas
Muitas vezes o processo educativo empreendido pela equipes da estrateacutegia
Sauacutede da Famiacutelia enfrenta problemas com destaque para o despreparo do
profissional na rede Comportamentos saudaacuteveis seratildeo sempre mais efetivos
quanto mais forem contextualizados (SAMPAIO et al 2010)
Alguns estudos entre os consultados avaliam programas que adotaram o
meacutetodo do grupo operativo em atividades educativas para adolescentes
trabalhando questotildees de risco como sexualidade e doenccedilas sexualmente
transmissiacuteveis aacutelcool e drogas gravidez entre outros Pontos fortes da accedilatildeo
relacionados ao bom resultado foram apontados
Gomes et al (2005) observaram que com relaccedilatildeo aacute AIDS o trabalho em
grupo natildeo diferenciou os participantes quanto ao conhecimento adquirido mas
tornou os participantes do grupo operativo mais capazes de refletir e argumentar
formas de prevenccedilatildeo desta doenccedila
Esta reflexatildeo eacute fundamental na mudanccedila consciente de comportamento
Este fato foi observado com adolescentes num trabalho de educaccedilatildeo sexual
quando meninos declararam natildeo utilizar preservativo apesar de conhececirc-lo
comprovando a que eacute preciso mais do que informar (SILVA et al 2010)
A informaccedilatildeo clara e accessiacutevel acompanhada de transparecircncia e
sinceridade forma consideradas por Callani et al 2008 atributos imprescindiacuteveis
em um grupo operativo propiciando a criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes e
conferindo credibilidade ao trabalho
Assuntos como aacutelcool e drogas precisam ser claramente debatidos com
adolescentes Silva et al (2010) observaram que adolescentes experimentam as
drogas por desinformaccedilatildeo curiosidade e faacutecil acesso e isto pode trazer como
consequumlecircncia violecircncia
24
Meacutetodos de abordagem em grupos operativos tambeacutem tecircm sido testados
como no estudo Beserra et al (2011) que utilizou o circulo de cultura sugerido por
Paulo Freire para o trabalho de educaccedilatildeo sexual com adolescentes O meacutetodo
permitiu a exposiccedilatildeo de duacutevidas com tranquumlilidade o conhecimento da prevenccedilatildeo
da DST e a capacidade desenvolvida para repensar condutas
O grupo operativo mostrou que a convergecircncia de saberes cientiacutefico e
senso comum eacute uma das maneiras efetivas de se trabalhar com educaccedilatildeo para
sauacutede uma vez que dessa maneira as demandas satildeo explicitadas claramente
(FERREIRA et al 2007)
Os dados apresentados nos artigos objetos de estudo deste trabalho
indicaram que o uso do grupo operativo com adolescentes pode ser uma
importante ferramenta de trabalho para a Equipe de Sauacutede da Famiacutelia atraveacutes do
qual eacute possiacutevel pela verbalizaccedilatildeo dos questionamentos e dificuldades
problematizar discutir e provocar reflexotildees sobre situaccedilotildees pertinentes a esta
fase da vida Este mecanismo oferece agrave equipe de sauacutede informaccedilotildees que podem
ser utilizadas na elaboraccedilatildeo de propostas de trabalho para a sua aacuterea de
abrangecircncia Aleacutem disso carece de pouca infra-estrutura e tem um baixo custo de
aplicaccedilatildeo Este tipo de estrateacutegia deve ser utilizada pela equipe da sauacutede da
famiacutelia pois eacute um meio eficaz de prevenccedilatildeo para muitos agravos agrave sauacutede do
adolescente O grupo operativo com adolescentes atraveacutes da identificaccedilatildeo muacutetua
dos seus integrantes eacute capaz de promover haacutebitos saudaacuteveis de vida funcionando
como um indutor desse processo Essa identificaccedilatildeo serve tambeacutem para que
assuntos antes tratados com parcimocircnia sejam levados ao grupo sem temores e
de uma maneira natural
Os dados tambeacutem mostraram a falta de preparo dos profissionais no
atendimento aos adolescentes A inexistecircncia de accedilotildees educativas voltadas aos
adolescentes ora eacute justificada pela precariedade de infra-estrutura ora pelo
despreparo dos profissionais e ora pela falta de profissionais na rede
O estudo aponta para a necessidade de desenvolver mecanismos que
possam preparar profissionais para lidar com essa faixa etaacuteria Neste contexto a
utilizaccedilatildeo do grupo operativo parece pertinente e o Curso de Especializaccedilatildeo em
Sauacutede da Famiacutelia empenha-se em preencher esta lacuna da falta de preparo
desses profissionais do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
25
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Atraveacutes deste trabalho pretendia-se conhecer estrateacutegias com grupos
operativos voltadas para educaccedilatildeo de adolescentes Buscou-se tambeacutem
contribuir para o entendimento desta teacutecnica utilizada para promoccedilatildeo de sauacutede O
modelo ainda utilizado na assistecircncia ao adolescente natildeo considera este indiviacuteduo
na sua totalidade orgacircnica psicoloacutegica e sociocultural Esta simplificaccedilatildeo do
problema proveniente da utilizaccedilatildeo do modelo biomeacutedico de assistecircncia tem
comprometido uma melhor atenccedilatildeo a esta clientela O grupo operativo pode ser
uma ferramenta de grande ajuda para o trabalho educativo com adolescentes
Possibilita aleacutem de disponibilizar a informaccedilatildeo permitir a reflexatildeo critica e a
tomada de posiccedilatildeo para a adoccedilatildeo de comportamentos mais saudaacuteveis Este
levantamento permitiu observar tambeacutem que alguns profissionais desconhecem
este meio de estrateacutegia como forma de trabalho Desta forma podemos afirmar
que o grupo operativo pode ser eficaz se
- possibilitar a horizontalidade das relaccedilotildees
- facilitar a participaccedilatildeo ativa e o consequumlente engajamento no processo
de mudanccedila
- desenvolver a liberdade responsabilidade e compromisso
- aleacutem dos aspectos bioloacutegicos discutir tambeacutem os psicossociais
histoacutericos culturais e poliacuteticos nos valores e comportamentos expressos no
grupo
- provocar em seus integrantes reflexatildeo e estimular a argumentaccedilatildeo de
questotildees importantes para o grupo
- problematizar as questotildees impostas atraveacutes da verbalizaccedilatildeo dos
questionamentos e dificuldades
No entanto o sucesso desta atividade estaraacute condicionado ao preparo dos
profissionais envolvidos no sentido de adotar posturas natildeo autoritaacuterias numa
relaccedilatildeo horizontal com conversas abertas e linguagem clara Deste modo
podemos considerar que
26
- eacute necessaacuterio um novo olhar sobre o jovem e sua relaccedilatildeo com a famiacutelia
escola e sociedade nesse repensar das praacuteticas educativas
- O papel do coordenador de um grupo operativo eacute essencial para o
sucesso desejado Ele nunca deve se colocar como um modelo a ser imitado
- este mecanismo oferece agrave equipe de sauacutede informaccedilotildees que podem ser
utilizadas na elaboraccedilatildeo de propostas de trabalho para a sua aacuterea de
abrangecircncia
- este meacutetodo carece de pouca infra-estrutura e tem um baixo custo de
aplicaccedilatildeo
- a informaccedilatildeo clara e accessiacutevel acompanhada de transparecircncia e
sinceridade satildeo atributos imprescindiacuteveis em um grupo operativo propiciando a
criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes e conferindo credibilidade ao trabalho
- eacute preciso desenvolver mecanismos que possam preparar profissionais
para lidar com essa faixa etaacuteria
Neste contexto a utilizaccedilatildeo do grupo operativo parece pertinente e o
Curso de Especializaccedilatildeo em Sauacutede da Famiacutelia empenha-se em preencher esta
lacuna da falta de preparo desses profissionais do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
Atraveacutes da conduccedilatildeo deste trabalho pude refletir e teorizar sobre a minha
praacutetica profissional Percebi que havia muitas deficiecircncias em minha formaccedilatildeo e o
curso de especializaccedilatildeo me ajudou a sanar muitas delas Pude concluir tambeacutem o
quanto eacute importante esta preparaccedilatildeo contiacutenua do profissional Gostaria de
destacar entatildeo a necessidade de capacitaccedilatildeo profissional para aqueles que se
propotildee a trabalhar com atenccedilatildeo baacutesica A meu ver eacute um passo importante em
direccedilatildeo a um melhor atendimento ao adolescente
27
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 1 ABDUCH C Grupos operativos com adolescentes In SCHOR N
MOTA M SFT BRANCO VC (Orgs)Cadernos juventude sauacutede e
desenvolvimento Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1999 p289-300
2 AFONSO MLM et al Oficinas em dinacircmica de grupo na aacuterea da
sauacutedeSatildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo2010PP 63
3 ANDALOacute CSA O papel do coordenador de grupos Psicol USP
Vol12 ndeg 1 Satildeo Paulo 2001
4 ARAUacuteJO A et al Da tendecircncia grupal aos grupos operativos com
adolescentes a identificaccedilatildeo dos pares facilitando o processo de
orientaccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede Rev Med Minas Gerais 2008 18(4
Supl 1) S12
5 BESERRA EP TORRES CA PINHEIRO PNC ALVES MDS
BARROSO MGT Pedagogia freireana como meacutetodo de prevenccedilatildeo
de doenccedilas Ciecircnc sauacutede coletiva [online] 2011 vol16 suppl1 pp
1563-1570
6 BOtildeCKVR SARRIERAJC O grupo operativo intervindo na
Siacutendrome de Burnout PsicolEscEduc10(1)31-39 jan-
jun2006ilusttab
7 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede do Adolescente Brasiacutelia 2005
Disponiacutevel em http wwwsaudegovbr
8 CABRAL FB and OLIVEIRA DLLC Vulnerabilidade de Pueacuterperas
na Visatildeo de Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Ecircnfase em Aspectos
Geracionais e Adolescecircncia Revista de Enfermagem da USP 2010
44(2) 368-75
9 CALLANI MFCJ OTANI MAP Accedilotildees Educativas com
Adolescentes uma Intervenccedilatildeo Necessaacuteria REME revminenferm
12(2) 195-200 abr-jun 2008
28
10 CANNON L R C BOTTINI B A Sauacutede e juventude o cenaacuterio das
poliacuteticas puacuteblicas no Brasil In Brasil Ministeacuterio do Planejamento e
Orccedilamento Jovens acontecendo na trilha das poliacuteticas puacuteblicas Brasiacutelia CNPD1998 p 397-416 v1
11 FERNANDES WJ A Importacircncia dos Grupos Hoje Rev
SPAGESP [online] 2003 vol4 n4 pp 83-91 ISSN 1677-2970
12 FERRARI RAP THOMSON Z and MELCHIOR R Adolescecircncia
accedilotildees e percepccedilatildeo dos meacutedicos e enfermeiros do Programa de Sauacutede
da Famiacutelia Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 22(11)2491-2495
nov 2006
13 FERREIRA MA ALVIM NAT TEIXEIRA MLO VELOSO RC
Saberes de adolescentes estilo de vida e cuidado agrave sauacutede Texto
contexto - enferm [online] 2007 vol16 n2 pp 217-224
14 FORTUNA CM et al O Trabalho de Equipe no Programa de Sauacutede
da Famiacutelia Reflexotildees a Partir de Conceitos do Processo Grupal e de
Grupos Operativos Rev Latino-Am Enfermagem vol13 no2 Ribeiratildeo
Preto MarApr 2005
15 GOMES R ASSIS SG SOUZA ER DESLANDES SF NJAINE K
MALAQUIAS JF Informaccedilotildees e valores de jovens sobre a Aids
avaliaccedilatildeo de escolares de trecircs cidades brasileiras Ciecircnc sauacutede
coletiva [online] 2005 vol10 n2 pp 381-388
16 JEOLAacuteS LS FERRARI RAP Oficinas de prevenccedilatildeo em um serviccedilo
de sauacutede para adolescentes espaccedilo de reflexatildeo e de conhecimento
compartilhado Ciecircnc Sauacutede Coletiva 2003 8611-20
17 LUCCHESE R BARROS S A utilizaccedilatildeo do grupo operativo como
meacutetodo de coleta de dados em pesquisa qualitativa Rev Eletr Enf
[Internet] 2007 9(3)796-805 Available
from httpwwwfenufgbrrevistav9n3v9n3a18htm
18 LUCCHESE R BARROS S Grupo operativo como estrateacutegia
pedagoacutegica em um curso de graduaccedilatildeo em enfermagem um
continente para as vivecircncias dos alunos quartanistas Rev Esc Enferm
USP 2002 36(1) 66-74
29
19 MACIEL RHMO et al O Multiprofissionalismo em sauacutede e a
interaccedilatildeo das equipes do programa de sauacutede da famiacutelia Observatoacuterio de Recursos Humanos em Sauacutede Estaccedilatildeo CETREDE UFC UECE
Fortaleza2007
20 SAITO MI Adolescecircncia prevenccedilatildeo e risco Satildeo Paulo Atheneu
2001
21 SAMPAIO J SANTOS RC PAIXAtildeOLA TORRES TS -
Promoccedilatildeo da Sauacutede Sexual Desafios no Vale do Satildeo Francisco
Psicologia amp Sociedade 22 (3) 499-506 2010
22 SILVA ARV et al Educaccedilatildeo em sauacutede a portadores de Diabetes
Mellitus tipo 2revisatildeo bibliograacutefica RevRENE (10)3146-151 jul-
set2009
23 SILVA KL DIAS FLA VIEIRA NFC PINHEIRO PNC
Reflexotildees acerca do abuso de drogas e da violecircncia na adolescecircncia
Esc Anna Nery [online] 2010 vol14 n3 pp 605-610
24 SILVA KL DIAS FLA VIEIRA NFC PINHEIRO PNC MAIA
CC Riscos e vulnerabilidades relacionados agrave sexualidade na
adolescecircncia Rev enferm UERJ 18(3) 456-461 jul-set 2010
ldquoEacute preciso toda uma aldeia para se educar uma crianccedilardquo
Proveacuterbio africano
RESUMO
A ado lescecircnc ia vem desper tando in te resse de vaacute r ias aacute reas do sabe r Ex is tem inuacutemeros es tudos que apon tam que esse pe r iacuteodo da v ida eacute tatildeo impo r tan te quan to a in facircnc ia ou a idade adu l ta O p resen te t raba lho teve como ob je t ivo conhece r es t ra teacuteg ias com grupos ope ra t i vos de ado lescen tes con t idas em ar t i gos d ispon iacuteve is em bancos de dados L ILACSMEDLINE BDENF e SCIELO no pe r iacuteodo de 1997 a 2011 A se leccedilatildeo fo i rea l i zada in ic ia lmente a par t i r do t iacute t u lo segu ida da se leccedilatildeo po r resumo Apoacutes a le i tu ra dos tex tos na in tegra ou t ros fo ram exc lu iacutedos Obse rvou-se que o g rupo ope ra t i vo pode ser uma fer ramenta de g rande a juda para o t raba lho educa t i vo com ado lescen tes poss ib i l i tando d ispon ib i l i za r a in formaccedilatildeo pe rmi t i r a re f lexatildeo c r iacute t i ca e a tomada de pos iccedilatildeo pa ra a adoccedilatildeo de compor tamentos ma is saudaacuteve is com fo r te in f luecircnc ia do p repa ro do p ro f iss iona l que rea l i za r a a t iv idade Pa lavras chave Educaccedilatildeo em Sauacutede ndash Compor tamen to do Ado lescen te ndash Sauacutede do Ado lescen te ndash Grupos Opera t i vos
ABSTRACT
Adolescence is attracting interest from various fields of knowledgeThere are numerous studies that indicate that this period of life is a important as childhood or adulthood This study aimed to identify strategies with operational groups of teenagers in articles available in the databases LILACS MEDLINE and SCIELO BDENF in the period 1997 to 2011 The selection was initially performed from the title followed by selection for short After reading the texts in full others were excluded It was observed that the operational group may be a helpful tool for educational work with children allowing the information available to allow critical thinking and stance to adopt healthier behaviors with strong influence of the preparation of professional perform the activity Keywords Health Education - Adolescent Behavior - Adolescent Health - Operational Group
LISTA DE SIGLAS
CEABSF - CURSO DE ESPECIALIZACcedilAtildeO EM ATENCcedilAtildeO BAacuteSICA EM SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA DST - DOENCcedilAS SEXUALMENTE TRANSMISSIacuteVEIS ESF ndash EQUIPE DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA PSF ndash PROGRAMA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA UBSF ndash UNIDADE BAacuteSICA DE SAUacuteDE
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 11 2JUSTIFICATIVA 12 3OBJETIVOS 13 4 METODOLOGIA 14 5 REVISAtildeO DE LITERATURA 15 6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 18 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 25 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
11
1 INTRODUCcedilAtildeO
No coraccedilatildeo do modelo de sauacutede que o paiacutes vem adotando
encontram-se as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) que inseridas nas
Unidades Baacutesicas de Sauacutede (UBSF) devem na accedilatildeo seguir os
preceitos do Programa de Sauacutede da Famiacutelia (PSF) O objetivo principal
do programa por sua vez eacute o atendimento baacutesico de sauacutede da
populaccedilatildeo adstrita agrave UBSF (atenccedilatildeo primaacuteria) A ideacuteia eacute a de que o
atendimento integral em sauacutede aleacutem de atender o paciente
individualmente tambeacutem atenda as famiacutelias considerando suas
condiccedilotildees socioculturais da comunidade
O atendimento individualizado de cada membro da famiacutelia
assistida pelo programa faz parte deste processo de trabalho O grupo
formado pelos adolescentes natildeo raramente eacute atendido sem a
especificidade que esta fase do desenvolvimento humano requer A falta
de orientaccedilatildeo e informaccedilatildeo das equipes muitas vezes eacute apontada como
responsaacutevel
Neste contexto o Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica
em Sauacutede da Famiacutelia ofertado pela Universidade Federal de Minas
Gerais vem oferecer agraves equipes e profissionais como meacutedicos
enfermeiros e dentistas as bases necessaacuterias para a capacitaccedilatildeo e
aperfeiccediloamento do seu processo de trabalho junto agraves famiacutelias dos
municiacutepios brasileiros O atendimento ao adolescente tem seu lugar no
decorrer do curso e a falta de uma intervenccedilatildeo de maneira eficaz a esse
grupo foi a fagulha necessaacuteria para o desejo de se aprofundar os
estudos atraveacutes de uma revisatildeo bibliograacutefica sobre a teacutecnica do grupo
operativo Esta teacutecnica pode ser utilizada como ferramenta eficaz pela
equipe uma vez que estudos apontam sua utilizaccedilatildeo como forma de se
conhecer e pesquisar o universo do adolescente
12
2 JUSTIFICATIVA Um objeto de estudo geralmente surge no nosso espaccedilo de trabalho a
partir das experiecircncias vividas e das reflexotildees feitas neste espaccedilo Este estudo
surgiu da minha vivecircncia profissional como Dentista na Unidade de Atendimento
Odontoloacutegico da cidade de Pequi Ao ingressar no Curso de Especializaccedilatildeo em
Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia - CEABSF da Universidade Federal de Minas Gerais e
fazendo o diagnoacutestico situacional da cidade me chamou a atenccedilatildeo o nuacutemero alto de
adolescentes graacutevidas e a falta de atividades de lazer para essa fase tatildeo cheia de
mudanccedilas Aleacutem disso natildeo haviam projetos a serem desenvolvidos pela ESF que focavam
os adolescentes No decorrer do curso pude compreender tambeacutem a correta forma de
utilizaccedilatildeo dos grupos operativos e com esse embasamento comecei a desenvolver alguns
grupos com adolescentes Percebi nesta evoluccedilatildeo do meu trabalho que a ESF ainda natildeo
utiliza essa ferramenta de forma produtiva e os profissionais tem muita dificuldade em
desenvolver este tema
13
3 OBJETIVO
Atraveacutes deste levantamento bibliograacutefico buscou-se conhecer
estrateacutegias com grupos operativos voltadas agrave educaccedilatildeo do adolescente
com a intenccedilatildeo de contribuir para o avanccedilo no entendimento acerca da
promoccedilatildeo de sauacutede e da problemaacutetica em que o mesmo estaacute inserido
14
4 METODOLOGIA Para atender o objetivo proposto foi desenvolvido um estudo mediante
levantamento bibliograacutefico dos artigos disponiacuteveis nos bancos de dados LILACS
MEDLINE BDENF e SCIELO no periacuteodo de 1997 a 2011 produzidos no Brasil
Para tanto os descritores usados foram os termos educaccedilatildeo em sauacutede
comportamento do adolescente sauacutede do adolescente e grupos operativos
A coleta de dados se deu em Agosto e Setembro de 2011 quando foram
obtidos com a ajuda dos descritores vaacuterios artigos que foram lidos e analisados
15
5 REVISAtildeO DE LITERATURA
51 O Adolescente e a Contemporaneidade No final da deacutecada de 80 e iniacutecio dos anos 90 o adolescente
teve seu reconhecimento como foco de estudo na sociedade da Ameacuterica
Latina e Caribe no campo da Sauacutede Puacuteblica Desde entatildeo os direitos e
as situaccedilotildees vividas pelos adolescentes resultam possivelmente das
condiccedilotildees socioeconocircmicas e das vantagens e desvantagens
associadas agrave classe social ao gecircnero e agrave etnicidade prevalentes da
sociedade contemporacircnea (CANNON BOTTINI 1998) Estas condiccedilotildees
tornam os adolescentes um grupo vulneraacutevel dentre outros reduzindo
seu acesso aos serviccedilos
Birman (2006) considera que existe na atualidade um
alongamento da adolescecircncia que hoje comeccedila mais cedo que outrora
e que se prolonga pelo periacuteodo anteriormente denominado idade adulta
A contemporaneidade se caracteriza pelas incertezas e sentimento de
solidatildeo que traduzem uma experiecircncia uacutenica de adolescer Na
sociedade atual esse grupo os adolescentes eacute tratado de forma
ambiacutegua ora como crianccedila ora como adulto e isso se reflete no
atendimento oferecido nos postos de sauacutede no trabalho da equipe que
atende as famiacutelias Inuacutemeras vezes os proacuteprios profissionais natildeo sabem
como abordar esta clientela
52 Adolescecircncia Vulnerabilidade e Risco O risco e vulnerabilidade estatildeo entrelaccedilados agraves caracteriacutesticas
proacuteprias do desenvolvimento psicoemocional da fase da adolescecircncia A
busca de identidade leva ao questionamento dos padrotildees adultos e
portanto da autoridade de pais professores O contato com o novo
resulta em um grande desafio vinculado agrave onipotecircncia do adolescente
16
que se acha sempre um vencedor por outro lado a timidez e a baixa
auto-estima podem tornaacute-lo fraacutegil levando a buscar soluccedilotildees externas
inadequadas (SAITO2001)
Se natildeo haacute accedilotildees preventivas a ocorrecircncia natildeo admitida da
possibilidade de danos agrave proacutepria sauacutede potencializa-se pois o
adolescente acha que situaccedilotildees como gravidez natildeo planejada
contaminaccedilatildeo por doenccedilas sexualmente transmissiacuteveis e uso de
substacircncias quiacutemicas natildeo iratildeo acontecer com ele (CALLANI et al
2008)
Sensaccedilatildeo de poder e ao mesmo tempo dificuldade de antever as
reais consequumlecircncias de seus atos fazem deste grupo um importante
alvo de trabalho atraveacutes de estrateacutegias que possibilitem reflexatildeo e
criacutetica
Abduch (1999) aponta que na adolescecircncia experimentamos a
vivecircncia grupal fora do acircmbito social familiar entrando em contato com
diferentes culturas haacutebitos valores crenccedilas e necessidades Essa
tendecircncia grupal tatildeo expliacutecita na adolescecircncia pode se tornar um fator
de proteccedilatildeo a sua sauacutede se tomarmos como referecircncia o conceito da
Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede que nos diz que sauacutede eacute um equiliacutebrio
entre os fatores bioloacutegicos psicoloacutegicos e sociais e natildeo simplesmente
ausecircncia de doenccedilas
No processo de construccedilatildeo do ser humano outros grupos de referecircncia
aleacutem da famiacutelia vatildeo se tornando importantes destacando-se a escola dentro da
proposta preventiva Eacute fundamental tambeacutem a participaccedilatildeo do profissional da
sauacutede pois se a escola pode ser responsabilizada pela necessidade de formular
propostas preventivas tatildeo vinculadas agrave prevenccedilatildeo de agravos agrave sauacutede que se
poderaacute dizer da equipe de sauacutede que tem livre acesso agraves famiacutelias agraves crianccedilas e
posteriormente aos adolescentes mas que frequentemente se omite em realizar
discussotildees sobre sexualidade drogas violecircncia influecircncia dos meios de
comunicaccedilatildeo imprescindiacuteveis ao exerciacutecio do processo de trabalho desta equipe
(CALLANI et al2008)
17
Para Afonso et al (2010) o grupo operativo visa natildeo apenas
compreender suas condiccedilotildees de sauacutededoenccedila mas tambeacutem dar
respostas criativas a suas necessidades em seu cotidiano e seu
contexto Nesse sentido desempenha um relevante papel educativo ante
seus membros A aprendizagem eacute mais do que a aquisiccedilatildeo de uma nova
informaccedilatildeo e natildeo se restringe ao aspecto cognitivo Envolve a
elaboraccedilatildeo de significados sentimentos e relaccedilotildees
18
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO Os artigos selecionados para anaacutelise estatildeo descritos no quadro 1
Quadro 1 Artigos cientiacuteficos de pesquisa bibliograacutefica relacionados a grupos
operativos e adolescentes 1999 a 2011
Titulo Autores e
ano Objetivos Principais
resultadosconclusotildees Grupos operativos com adolescentes
Abduch 1999 Sensibilizar profissionais que atuam com jovens e adolescentes em situaccedilotildees de grupos
O grupo operativo natildeo estaacute centrado no indiviacuteduo ou no proacuteprio grupo tampouco se propotildee a ser terapecircutico embora leve o sujeito a fazer ajustes e correccedilotildees de sua inserccedilatildeo social A teacutecnica de grupos operativos parece ser um instrumento eficiente por se tratar de uma didaacutetica horizontal tornando o indiviacuteduo agente ativo responsaacutevel e engajado no processo de mudanccedila na medida em que as suas necessidades pessoais e comunitaacuterias satildeo levadas em consideraccedilatildeo
Adolescecircncia cultura vulnerabilidade e risco
Saito 2001 Analisar propostas de prevenccedilatildeo aos riscos na adolescecircncia
A proposta de prevenccedilatildeo deve conter liberdade responsabilidade e compromisso funcionando a informaccedilatildeo como instrumento para que adolescentes de ambos os sexos possam ponderar decisotildees e fazer escolhas mais adequadas Apesar de reconhecerem que a informaccedilatildeo mais completa e fidedigna soacute pode ser obtida com o adolescente em entrevista privada para muitos profissionais persistem duacutevidas e inseguranccedilas sobre se este eacute o procedimento correto para uma praacutetica apropriada
19
O papel do coordenador de grupos
Andaloacute 2001
Provocar uma reflexatildeo sobre a coordenaccedilatildeo de grupos
Ao professor natildeo cabe dizer ldquofaccedila como eurdquo mas ldquofaccedila comigordquo O professor eacute um simples mediador Egrave preciso sempre procurar liberar os trabalhos com grupos de seu caraacuteter ideoloacutegico criando conceitos que coloquem o coordenador natildeo como um modelo a ser seguido ou imitado mas como algueacutem capaz de elaborar teoricamente os fenocircmenos ocorridos E devolvecirc-los ao grupo de forma a ampliar sua compreensatildeo
A Importacircncia dos Grupos Hoje
Fernandes 2003
Mostrar a visatildeo geral dos grupos hoje e qual sua importacircncia futura
Em qualquer grupo os niacuteveis conscientes e inconscientes de funcionamento grupal satildeo os mesmos e os participantes tem as mesmas afliccedilotildees e pedidos baacutesicos O que deve variar eacute a atitude do coordenador do grupo O grupo eacute o espaccedilo continente e facilitador da busca de condiccedilotildees para um futuro melhor
Informaccedilotildees e valores de jovens sobre a AIDS avaliaccedilatildeo de escolares de trecircs cidades brasileiras
Gomes et al 2005
Avaliar as informaccedilotildees e os valores relativos agrave AIDS entre jovens escolares em trecircs cidades brasileiras
O Programa natildeo teve efeito sobre o niacutevel de informaccedilatildeo acerca da AIDS mas o Programa revelou capacidade de reflexatildeo e de argumentaccedilatildeo sobre formas de prevenccedilatildeo da transmissatildeo da AIDS
Saberes de adolescentes estilo de vida e cuidado agrave sauacutede
Ferreira et al 2007
Conhecer as concepccedilotildees dos adolescentes sobre sauacutede e como estas se articulam com as suas praacuteticas de cuidado no processo de adolescer
Concepccedilotildees de sauacutede satildeo um modo de viver a vida e originam praacuteticas de cuidado que se articulam aos estilos de vida peculiares agrave adolescecircncia A convergecircncia dos saberes cientiacuteficos e do senso comum eacute necessaacuteria agrave praacutetica de educaccedilatildeo em sauacutede para atendimento das demandas de cuidado de interesse dos sujeitos
20
Accedilotildees educativas com adolescentes uma intervenccedilatildeo necessaacuteria
Callani et al 2008
Analisar a percepccedilatildeo de adolescentes que participaram de um grupo de educaccedilatildeo em sauacutede em uma Unidade de Sauacutede da Famiacutelia
Aleacutem da famiacutelia considera-se fundamental a participaccedilatildeo da escola e dos serviccedilos de sauacutede na educaccedilatildeo sexual Nos grupos o coordenador ou mediador necessita utilizar estrateacutegias para facilitar a criaccedilatildeo de viacutenculo A comunicaccedilatildeo clara e acessiacutevel associada agrave transparecircncia e agrave sinceridade propicia a criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes conferindo credibilidade ao trabalho
Adolescecircncia accedilotildees e percepccedilatildeo dos meacutedicos e enfermeiros do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
Ferrari et al 2008
Caracterizar as accedilotildees programaacuteticas preventivas e de intervenccedilatildeo aos adolescentes desenvolvidas pelos meacutedicos e enfermeiros da Sauacutede da Famiacutelia e analisar a percepccedilatildeo dos profissionais quanto agraves praacuteticas de atenccedilatildeo agrave sauacutede para este grupo etaacuterio
Para desenvolver atividades num programa para adolescente exige-se um enfoque mais amplo natildeo apenas nos aspectos teacutecnico e bioloacutegico mas tambeacutem nos aspectos psicossociais histoacutericos sociais culturais poliacuteticos nos valores e comportamentos - e nem sempre os profissionais se sentem aptos para atuar nesta complexidade de saberes Aleacutem da multidisciplinaridade no trato com o adolescente os profissionais precisam buscar parcerias com outros setores a fim de obter melhor e maior efetividade nas accedilotildees de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede deste grupo etaacuterio
Da tendecircncia grupal aos grupos operativos com adolescentes a identificaccedilatildeo dos pares facilitando o processo de orientaccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede
Arauacutejo et al 2008
Oferecer aos profissionais de sauacutede o reconhecimento da estrateacutegia dos grupos operativos como forma de educaccedilatildeo em sauacutede e de enfrentamento das adversidades do cotidiano dos jovens
A aprendizagem ocupa lugar importante perante as mudanccedilas e eacute atraveacutes da capacidade do grupo e de cada um de seus integrantes que se torna possiacutevel o desenvolvimento de condutas alternativas diante das mudanccedilas atraveacutes da compreensatildeo e da accedilatildeo transformadora da realidade Repensar as praacuteticas educativas em sauacutede envolvendo adolescentes pressupotildee um novo olhar sobre o jovem e seu papel na famiacutelia escola e sociedade
Vulnerabilidade de pueacuterperas na visatildeo de equipes de sauacutede da famiacutelia ecircnfase em aspectos geracionais e adolescecircncia
Cabral et al 2010
Investigar a visatildeo de profissionais de ESFs sobre a vulnerabilidade de pueacuterperas quando estas satildeo adolescentes
A adolescecircncia foi percebida pelos profissionais das ESFs como uma fase de instabilidade fortemente marcada por crises dificuldades e atitudes irresponsaacuteveis caracteriacutesticas que repercutem de forma importante no puerpeacuterio produzindo situaccedilotildees de vulnerabilidade Olhar para a sauacutede das pueacuterperas adolescentes a partir da noccedilatildeo de vulnerabilidade possibilitou
21
compreender os processos de produccedilatildeo de sauacutede e natildeo sauacutede das adolescentes no puerpeacuterio para aleacutem de suas experiecircncias reprodutivas e em certa medida considerar que aspectos diversos estatildeo aiacute implicados
Promoccedilatildeo da Sauacutede Sexual desafios no Vale do Satildeo Francisco
Sampaio et al 2010
Discutir os impasses e desafios relacionados agrave implantaccedilatildeo de accedilotildees educativas em sauacutede sexual para adolescentes na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia da cidade de Petrolina ndash PE e Juazeiro - BA
Observou-se a inexistecircncia de accedilotildees educativas voltadas aos adolescentes justificada pela precariedade de infraestrutura pelo despreparo dos profissionais e pela falta de profissionais na rede O estudo aponta para a necessidade de se desenvolver praacuteticas educativas voltadas agrave sauacutede sexual dos adolescentes mais efetivas e contextualizadas nos dispositivos de sauacutede da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no Vale do Satildeo Francisco
Reflexotildees acerca do abuso de drogas e da violecircncia na adolescecircncia
Silva et al 2010
Accedilotildees de Educaccedilatildeo em Sauacutede para reflexatildeo criacutetica dos adolescentes sobre o uso abusivo de drogas e consequentes comportamentos violentos
Adolescentes experimentam as drogas por desinformaccedilatildeo curiosidade e faacutecil acesso O uso de drogas pode trazer violecircncia (atitudes agressivas) dificultando a sua compreensatildeo Educaccedilatildeo em Sauacutede pode trazer padratildeo de vida mais saudaacutevel facilitando a identificaccedilatildeo dos fatores de riscos e reduzindo a vulnerabilidade
Riscos e vulnerabilidades relacionados agrave sexualidade na adolescecircncia
Dias et al 2010 Objetivou-se relatar os efeitos das accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede junto agrave escola
Constatou-se que os adolescentes conhecem o preservativo masculino mas natildeo o utilizam Educaccedilatildeo deve estimular a reflexatildeo criacutetica sobre risco e vulnerabilidades relacionadas ao comportamento sexual
Pedagogia freireana como meacutetodo de prevenccedilatildeo de doenccedilas
Beserra et al 2011
Investigar a sexualidade de adolescentes do sexo masculino com a accedilatildeo educativa (circulo de cultura) na prevenccedilatildeo de doenccedilas sexualmente transmissiacuteveis
Os meninos associaram o sexo agrave sexualidade de forma predominante com pouca compreensatildeo da vulnerabilidade da praacutetica sexual desprotegida (incentivados precocemente ao iniacutecio da vida sexual) O ciacuterculo de cultura mostrou ser adequado propiciando a exposiccedilatildeo de duacutevidas o conhecimento da prevenccedilatildeo das DST e a capacitaccedilatildeo para repensar condutas
A educaccedilatildeo em sauacutede eacute um tema que haacute bastante tempo vem sendo
discutido poreacutem existem poucos estudos envolvendo estrateacutegias de educaccedilatildeo em
sauacutede com o uso de grupos operativos com adolescentes
22
Nos artigos consultados e selecionados foram identificadas duas
tendecircncias Alguns se concentraram em discussotildees relacionadas ao processo ao
preparo de profissionais que lidam com abordagens comunitaacuterias considerando a
melhor maneira da utilizaccedilatildeo deste meacutetodo Outros se detiveram em analisar os
resultados de experimentaccedilotildees com grupos operativos voltados para a educaccedilatildeo
para sauacutede Entre estes uacuteltimos foram considerados nesse estudo somente os
que tinham adolescentes como grupo de interesse
Quanto ao processo destaca-se a preocupaccedilatildeo em discutir e refletir sobre
o meacutetodo em si suas vantagens desvantagens e como conseguir os resultados
esperados Os autores consideram ser este um meacutetodo eficiente por possibilitar a
horizontalidade das relaccedilotildees facilitando a participaccedilatildeo ativa e o consequumlente
engajamento no processo de mudanccedila (ABDUCH 1999)
O trabalho com populaccedilotildees vulneraacuteveis a determinados riscos no caso os
adolescentes exige um trabalho efetivo para a promoccedilatildeo da sauacutede por meio do
controle e prevenccedilatildeo desses riscos O grupo operativo segundo Saito (2000)
permite que os participantes usem as informaccedilotildees adquiridas como instrumento
para ponderar as decisotildees e fazer escolhas mais adequadas Para o autor a
liberdade responsabilidade e compromisso valores possibilitados pelo grupo
operativo satildeo componentes importantes neste processo
O papel do coordenador de um grupo operativo eacute essencial para o sucesso
desejado Segundo Andaloacute (2001) o coordenador natildeo deve se colocar como
modelo a ser imitado mas como ldquoalgueacutem capaz de elaborar teoricamente os
fenocircmenos ocorridosrdquo facilitando a compreensatildeo do grupo com a devoluccedilatildeo
dessa liberaccedilatildeo A busca de condiccedilotildees para um futuro melhor seraacute facilitada
diante de um coordenador preparado (FERNANDES 2003)
Alguns estudos procuram contribuir com o trabalho de profissionais de
sauacutede especificamente os ligados aacute Atenccedilatildeo Primaacuteria Ferrari et al(2008)
considera primordial que sejam considerados no desenvolvimento de grupos
operativos para adolescentes aleacutem dos aspectos bioloacutegicos do que se quer
discutir tambeacutem os psicossociais histoacutericos culturais e poliacuteticos nos valores e
comportamentos expressos no grupo Assim sugerem fortemente a
multidisciplinaridade e intersetorialidade no trato com este grupo populacional
Segundo Araujo et al (2008) eacute necessaacuterio um novo olhar sobre o jovem e sua
23
relaccedilatildeo com a famiacutelia escola e sociedade nesse repensar das praacuteticas
educativas
Num trabalho de grupo operativo com pueacuterperas adolescentes Cabral et al
(2010) observou que os profissionais de sauacutede envolvidos no processo
compreenderam melhor a produccedilatildeo da sauacutede a partir do entendimento da
vulnerabilidade do grupo participante Os aspectos diversos implicados na
gestaccedilatildeo entre adolescentes foram aleacutem da experiecircncias reprodutivas
observadas
Muitas vezes o processo educativo empreendido pela equipes da estrateacutegia
Sauacutede da Famiacutelia enfrenta problemas com destaque para o despreparo do
profissional na rede Comportamentos saudaacuteveis seratildeo sempre mais efetivos
quanto mais forem contextualizados (SAMPAIO et al 2010)
Alguns estudos entre os consultados avaliam programas que adotaram o
meacutetodo do grupo operativo em atividades educativas para adolescentes
trabalhando questotildees de risco como sexualidade e doenccedilas sexualmente
transmissiacuteveis aacutelcool e drogas gravidez entre outros Pontos fortes da accedilatildeo
relacionados ao bom resultado foram apontados
Gomes et al (2005) observaram que com relaccedilatildeo aacute AIDS o trabalho em
grupo natildeo diferenciou os participantes quanto ao conhecimento adquirido mas
tornou os participantes do grupo operativo mais capazes de refletir e argumentar
formas de prevenccedilatildeo desta doenccedila
Esta reflexatildeo eacute fundamental na mudanccedila consciente de comportamento
Este fato foi observado com adolescentes num trabalho de educaccedilatildeo sexual
quando meninos declararam natildeo utilizar preservativo apesar de conhececirc-lo
comprovando a que eacute preciso mais do que informar (SILVA et al 2010)
A informaccedilatildeo clara e accessiacutevel acompanhada de transparecircncia e
sinceridade forma consideradas por Callani et al 2008 atributos imprescindiacuteveis
em um grupo operativo propiciando a criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes e
conferindo credibilidade ao trabalho
Assuntos como aacutelcool e drogas precisam ser claramente debatidos com
adolescentes Silva et al (2010) observaram que adolescentes experimentam as
drogas por desinformaccedilatildeo curiosidade e faacutecil acesso e isto pode trazer como
consequumlecircncia violecircncia
24
Meacutetodos de abordagem em grupos operativos tambeacutem tecircm sido testados
como no estudo Beserra et al (2011) que utilizou o circulo de cultura sugerido por
Paulo Freire para o trabalho de educaccedilatildeo sexual com adolescentes O meacutetodo
permitiu a exposiccedilatildeo de duacutevidas com tranquumlilidade o conhecimento da prevenccedilatildeo
da DST e a capacidade desenvolvida para repensar condutas
O grupo operativo mostrou que a convergecircncia de saberes cientiacutefico e
senso comum eacute uma das maneiras efetivas de se trabalhar com educaccedilatildeo para
sauacutede uma vez que dessa maneira as demandas satildeo explicitadas claramente
(FERREIRA et al 2007)
Os dados apresentados nos artigos objetos de estudo deste trabalho
indicaram que o uso do grupo operativo com adolescentes pode ser uma
importante ferramenta de trabalho para a Equipe de Sauacutede da Famiacutelia atraveacutes do
qual eacute possiacutevel pela verbalizaccedilatildeo dos questionamentos e dificuldades
problematizar discutir e provocar reflexotildees sobre situaccedilotildees pertinentes a esta
fase da vida Este mecanismo oferece agrave equipe de sauacutede informaccedilotildees que podem
ser utilizadas na elaboraccedilatildeo de propostas de trabalho para a sua aacuterea de
abrangecircncia Aleacutem disso carece de pouca infra-estrutura e tem um baixo custo de
aplicaccedilatildeo Este tipo de estrateacutegia deve ser utilizada pela equipe da sauacutede da
famiacutelia pois eacute um meio eficaz de prevenccedilatildeo para muitos agravos agrave sauacutede do
adolescente O grupo operativo com adolescentes atraveacutes da identificaccedilatildeo muacutetua
dos seus integrantes eacute capaz de promover haacutebitos saudaacuteveis de vida funcionando
como um indutor desse processo Essa identificaccedilatildeo serve tambeacutem para que
assuntos antes tratados com parcimocircnia sejam levados ao grupo sem temores e
de uma maneira natural
Os dados tambeacutem mostraram a falta de preparo dos profissionais no
atendimento aos adolescentes A inexistecircncia de accedilotildees educativas voltadas aos
adolescentes ora eacute justificada pela precariedade de infra-estrutura ora pelo
despreparo dos profissionais e ora pela falta de profissionais na rede
O estudo aponta para a necessidade de desenvolver mecanismos que
possam preparar profissionais para lidar com essa faixa etaacuteria Neste contexto a
utilizaccedilatildeo do grupo operativo parece pertinente e o Curso de Especializaccedilatildeo em
Sauacutede da Famiacutelia empenha-se em preencher esta lacuna da falta de preparo
desses profissionais do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
25
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Atraveacutes deste trabalho pretendia-se conhecer estrateacutegias com grupos
operativos voltadas para educaccedilatildeo de adolescentes Buscou-se tambeacutem
contribuir para o entendimento desta teacutecnica utilizada para promoccedilatildeo de sauacutede O
modelo ainda utilizado na assistecircncia ao adolescente natildeo considera este indiviacuteduo
na sua totalidade orgacircnica psicoloacutegica e sociocultural Esta simplificaccedilatildeo do
problema proveniente da utilizaccedilatildeo do modelo biomeacutedico de assistecircncia tem
comprometido uma melhor atenccedilatildeo a esta clientela O grupo operativo pode ser
uma ferramenta de grande ajuda para o trabalho educativo com adolescentes
Possibilita aleacutem de disponibilizar a informaccedilatildeo permitir a reflexatildeo critica e a
tomada de posiccedilatildeo para a adoccedilatildeo de comportamentos mais saudaacuteveis Este
levantamento permitiu observar tambeacutem que alguns profissionais desconhecem
este meio de estrateacutegia como forma de trabalho Desta forma podemos afirmar
que o grupo operativo pode ser eficaz se
- possibilitar a horizontalidade das relaccedilotildees
- facilitar a participaccedilatildeo ativa e o consequumlente engajamento no processo
de mudanccedila
- desenvolver a liberdade responsabilidade e compromisso
- aleacutem dos aspectos bioloacutegicos discutir tambeacutem os psicossociais
histoacutericos culturais e poliacuteticos nos valores e comportamentos expressos no
grupo
- provocar em seus integrantes reflexatildeo e estimular a argumentaccedilatildeo de
questotildees importantes para o grupo
- problematizar as questotildees impostas atraveacutes da verbalizaccedilatildeo dos
questionamentos e dificuldades
No entanto o sucesso desta atividade estaraacute condicionado ao preparo dos
profissionais envolvidos no sentido de adotar posturas natildeo autoritaacuterias numa
relaccedilatildeo horizontal com conversas abertas e linguagem clara Deste modo
podemos considerar que
26
- eacute necessaacuterio um novo olhar sobre o jovem e sua relaccedilatildeo com a famiacutelia
escola e sociedade nesse repensar das praacuteticas educativas
- O papel do coordenador de um grupo operativo eacute essencial para o
sucesso desejado Ele nunca deve se colocar como um modelo a ser imitado
- este mecanismo oferece agrave equipe de sauacutede informaccedilotildees que podem ser
utilizadas na elaboraccedilatildeo de propostas de trabalho para a sua aacuterea de
abrangecircncia
- este meacutetodo carece de pouca infra-estrutura e tem um baixo custo de
aplicaccedilatildeo
- a informaccedilatildeo clara e accessiacutevel acompanhada de transparecircncia e
sinceridade satildeo atributos imprescindiacuteveis em um grupo operativo propiciando a
criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes e conferindo credibilidade ao trabalho
- eacute preciso desenvolver mecanismos que possam preparar profissionais
para lidar com essa faixa etaacuteria
Neste contexto a utilizaccedilatildeo do grupo operativo parece pertinente e o
Curso de Especializaccedilatildeo em Sauacutede da Famiacutelia empenha-se em preencher esta
lacuna da falta de preparo desses profissionais do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
Atraveacutes da conduccedilatildeo deste trabalho pude refletir e teorizar sobre a minha
praacutetica profissional Percebi que havia muitas deficiecircncias em minha formaccedilatildeo e o
curso de especializaccedilatildeo me ajudou a sanar muitas delas Pude concluir tambeacutem o
quanto eacute importante esta preparaccedilatildeo contiacutenua do profissional Gostaria de
destacar entatildeo a necessidade de capacitaccedilatildeo profissional para aqueles que se
propotildee a trabalhar com atenccedilatildeo baacutesica A meu ver eacute um passo importante em
direccedilatildeo a um melhor atendimento ao adolescente
27
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 1 ABDUCH C Grupos operativos com adolescentes In SCHOR N
MOTA M SFT BRANCO VC (Orgs)Cadernos juventude sauacutede e
desenvolvimento Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1999 p289-300
2 AFONSO MLM et al Oficinas em dinacircmica de grupo na aacuterea da
sauacutedeSatildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo2010PP 63
3 ANDALOacute CSA O papel do coordenador de grupos Psicol USP
Vol12 ndeg 1 Satildeo Paulo 2001
4 ARAUacuteJO A et al Da tendecircncia grupal aos grupos operativos com
adolescentes a identificaccedilatildeo dos pares facilitando o processo de
orientaccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede Rev Med Minas Gerais 2008 18(4
Supl 1) S12
5 BESERRA EP TORRES CA PINHEIRO PNC ALVES MDS
BARROSO MGT Pedagogia freireana como meacutetodo de prevenccedilatildeo
de doenccedilas Ciecircnc sauacutede coletiva [online] 2011 vol16 suppl1 pp
1563-1570
6 BOtildeCKVR SARRIERAJC O grupo operativo intervindo na
Siacutendrome de Burnout PsicolEscEduc10(1)31-39 jan-
jun2006ilusttab
7 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede do Adolescente Brasiacutelia 2005
Disponiacutevel em http wwwsaudegovbr
8 CABRAL FB and OLIVEIRA DLLC Vulnerabilidade de Pueacuterperas
na Visatildeo de Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Ecircnfase em Aspectos
Geracionais e Adolescecircncia Revista de Enfermagem da USP 2010
44(2) 368-75
9 CALLANI MFCJ OTANI MAP Accedilotildees Educativas com
Adolescentes uma Intervenccedilatildeo Necessaacuteria REME revminenferm
12(2) 195-200 abr-jun 2008
28
10 CANNON L R C BOTTINI B A Sauacutede e juventude o cenaacuterio das
poliacuteticas puacuteblicas no Brasil In Brasil Ministeacuterio do Planejamento e
Orccedilamento Jovens acontecendo na trilha das poliacuteticas puacuteblicas Brasiacutelia CNPD1998 p 397-416 v1
11 FERNANDES WJ A Importacircncia dos Grupos Hoje Rev
SPAGESP [online] 2003 vol4 n4 pp 83-91 ISSN 1677-2970
12 FERRARI RAP THOMSON Z and MELCHIOR R Adolescecircncia
accedilotildees e percepccedilatildeo dos meacutedicos e enfermeiros do Programa de Sauacutede
da Famiacutelia Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 22(11)2491-2495
nov 2006
13 FERREIRA MA ALVIM NAT TEIXEIRA MLO VELOSO RC
Saberes de adolescentes estilo de vida e cuidado agrave sauacutede Texto
contexto - enferm [online] 2007 vol16 n2 pp 217-224
14 FORTUNA CM et al O Trabalho de Equipe no Programa de Sauacutede
da Famiacutelia Reflexotildees a Partir de Conceitos do Processo Grupal e de
Grupos Operativos Rev Latino-Am Enfermagem vol13 no2 Ribeiratildeo
Preto MarApr 2005
15 GOMES R ASSIS SG SOUZA ER DESLANDES SF NJAINE K
MALAQUIAS JF Informaccedilotildees e valores de jovens sobre a Aids
avaliaccedilatildeo de escolares de trecircs cidades brasileiras Ciecircnc sauacutede
coletiva [online] 2005 vol10 n2 pp 381-388
16 JEOLAacuteS LS FERRARI RAP Oficinas de prevenccedilatildeo em um serviccedilo
de sauacutede para adolescentes espaccedilo de reflexatildeo e de conhecimento
compartilhado Ciecircnc Sauacutede Coletiva 2003 8611-20
17 LUCCHESE R BARROS S A utilizaccedilatildeo do grupo operativo como
meacutetodo de coleta de dados em pesquisa qualitativa Rev Eletr Enf
[Internet] 2007 9(3)796-805 Available
from httpwwwfenufgbrrevistav9n3v9n3a18htm
18 LUCCHESE R BARROS S Grupo operativo como estrateacutegia
pedagoacutegica em um curso de graduaccedilatildeo em enfermagem um
continente para as vivecircncias dos alunos quartanistas Rev Esc Enferm
USP 2002 36(1) 66-74
29
19 MACIEL RHMO et al O Multiprofissionalismo em sauacutede e a
interaccedilatildeo das equipes do programa de sauacutede da famiacutelia Observatoacuterio de Recursos Humanos em Sauacutede Estaccedilatildeo CETREDE UFC UECE
Fortaleza2007
20 SAITO MI Adolescecircncia prevenccedilatildeo e risco Satildeo Paulo Atheneu
2001
21 SAMPAIO J SANTOS RC PAIXAtildeOLA TORRES TS -
Promoccedilatildeo da Sauacutede Sexual Desafios no Vale do Satildeo Francisco
Psicologia amp Sociedade 22 (3) 499-506 2010
22 SILVA ARV et al Educaccedilatildeo em sauacutede a portadores de Diabetes
Mellitus tipo 2revisatildeo bibliograacutefica RevRENE (10)3146-151 jul-
set2009
23 SILVA KL DIAS FLA VIEIRA NFC PINHEIRO PNC
Reflexotildees acerca do abuso de drogas e da violecircncia na adolescecircncia
Esc Anna Nery [online] 2010 vol14 n3 pp 605-610
24 SILVA KL DIAS FLA VIEIRA NFC PINHEIRO PNC MAIA
CC Riscos e vulnerabilidades relacionados agrave sexualidade na
adolescecircncia Rev enferm UERJ 18(3) 456-461 jul-set 2010
RESUMO
A ado lescecircnc ia vem desper tando in te resse de vaacute r ias aacute reas do sabe r Ex is tem inuacutemeros es tudos que apon tam que esse pe r iacuteodo da v ida eacute tatildeo impo r tan te quan to a in facircnc ia ou a idade adu l ta O p resen te t raba lho teve como ob je t ivo conhece r es t ra teacuteg ias com grupos ope ra t i vos de ado lescen tes con t idas em ar t i gos d ispon iacuteve is em bancos de dados L ILACSMEDLINE BDENF e SCIELO no pe r iacuteodo de 1997 a 2011 A se leccedilatildeo fo i rea l i zada in ic ia lmente a par t i r do t iacute t u lo segu ida da se leccedilatildeo po r resumo Apoacutes a le i tu ra dos tex tos na in tegra ou t ros fo ram exc lu iacutedos Obse rvou-se que o g rupo ope ra t i vo pode ser uma fer ramenta de g rande a juda para o t raba lho educa t i vo com ado lescen tes poss ib i l i tando d ispon ib i l i za r a in formaccedilatildeo pe rmi t i r a re f lexatildeo c r iacute t i ca e a tomada de pos iccedilatildeo pa ra a adoccedilatildeo de compor tamentos ma is saudaacuteve is com fo r te in f luecircnc ia do p repa ro do p ro f iss iona l que rea l i za r a a t iv idade Pa lavras chave Educaccedilatildeo em Sauacutede ndash Compor tamen to do Ado lescen te ndash Sauacutede do Ado lescen te ndash Grupos Opera t i vos
ABSTRACT
Adolescence is attracting interest from various fields of knowledgeThere are numerous studies that indicate that this period of life is a important as childhood or adulthood This study aimed to identify strategies with operational groups of teenagers in articles available in the databases LILACS MEDLINE and SCIELO BDENF in the period 1997 to 2011 The selection was initially performed from the title followed by selection for short After reading the texts in full others were excluded It was observed that the operational group may be a helpful tool for educational work with children allowing the information available to allow critical thinking and stance to adopt healthier behaviors with strong influence of the preparation of professional perform the activity Keywords Health Education - Adolescent Behavior - Adolescent Health - Operational Group
LISTA DE SIGLAS
CEABSF - CURSO DE ESPECIALIZACcedilAtildeO EM ATENCcedilAtildeO BAacuteSICA EM SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA DST - DOENCcedilAS SEXUALMENTE TRANSMISSIacuteVEIS ESF ndash EQUIPE DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA PSF ndash PROGRAMA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA UBSF ndash UNIDADE BAacuteSICA DE SAUacuteDE
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 11 2JUSTIFICATIVA 12 3OBJETIVOS 13 4 METODOLOGIA 14 5 REVISAtildeO DE LITERATURA 15 6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 18 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 25 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
11
1 INTRODUCcedilAtildeO
No coraccedilatildeo do modelo de sauacutede que o paiacutes vem adotando
encontram-se as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) que inseridas nas
Unidades Baacutesicas de Sauacutede (UBSF) devem na accedilatildeo seguir os
preceitos do Programa de Sauacutede da Famiacutelia (PSF) O objetivo principal
do programa por sua vez eacute o atendimento baacutesico de sauacutede da
populaccedilatildeo adstrita agrave UBSF (atenccedilatildeo primaacuteria) A ideacuteia eacute a de que o
atendimento integral em sauacutede aleacutem de atender o paciente
individualmente tambeacutem atenda as famiacutelias considerando suas
condiccedilotildees socioculturais da comunidade
O atendimento individualizado de cada membro da famiacutelia
assistida pelo programa faz parte deste processo de trabalho O grupo
formado pelos adolescentes natildeo raramente eacute atendido sem a
especificidade que esta fase do desenvolvimento humano requer A falta
de orientaccedilatildeo e informaccedilatildeo das equipes muitas vezes eacute apontada como
responsaacutevel
Neste contexto o Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica
em Sauacutede da Famiacutelia ofertado pela Universidade Federal de Minas
Gerais vem oferecer agraves equipes e profissionais como meacutedicos
enfermeiros e dentistas as bases necessaacuterias para a capacitaccedilatildeo e
aperfeiccediloamento do seu processo de trabalho junto agraves famiacutelias dos
municiacutepios brasileiros O atendimento ao adolescente tem seu lugar no
decorrer do curso e a falta de uma intervenccedilatildeo de maneira eficaz a esse
grupo foi a fagulha necessaacuteria para o desejo de se aprofundar os
estudos atraveacutes de uma revisatildeo bibliograacutefica sobre a teacutecnica do grupo
operativo Esta teacutecnica pode ser utilizada como ferramenta eficaz pela
equipe uma vez que estudos apontam sua utilizaccedilatildeo como forma de se
conhecer e pesquisar o universo do adolescente
12
2 JUSTIFICATIVA Um objeto de estudo geralmente surge no nosso espaccedilo de trabalho a
partir das experiecircncias vividas e das reflexotildees feitas neste espaccedilo Este estudo
surgiu da minha vivecircncia profissional como Dentista na Unidade de Atendimento
Odontoloacutegico da cidade de Pequi Ao ingressar no Curso de Especializaccedilatildeo em
Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia - CEABSF da Universidade Federal de Minas Gerais e
fazendo o diagnoacutestico situacional da cidade me chamou a atenccedilatildeo o nuacutemero alto de
adolescentes graacutevidas e a falta de atividades de lazer para essa fase tatildeo cheia de
mudanccedilas Aleacutem disso natildeo haviam projetos a serem desenvolvidos pela ESF que focavam
os adolescentes No decorrer do curso pude compreender tambeacutem a correta forma de
utilizaccedilatildeo dos grupos operativos e com esse embasamento comecei a desenvolver alguns
grupos com adolescentes Percebi nesta evoluccedilatildeo do meu trabalho que a ESF ainda natildeo
utiliza essa ferramenta de forma produtiva e os profissionais tem muita dificuldade em
desenvolver este tema
13
3 OBJETIVO
Atraveacutes deste levantamento bibliograacutefico buscou-se conhecer
estrateacutegias com grupos operativos voltadas agrave educaccedilatildeo do adolescente
com a intenccedilatildeo de contribuir para o avanccedilo no entendimento acerca da
promoccedilatildeo de sauacutede e da problemaacutetica em que o mesmo estaacute inserido
14
4 METODOLOGIA Para atender o objetivo proposto foi desenvolvido um estudo mediante
levantamento bibliograacutefico dos artigos disponiacuteveis nos bancos de dados LILACS
MEDLINE BDENF e SCIELO no periacuteodo de 1997 a 2011 produzidos no Brasil
Para tanto os descritores usados foram os termos educaccedilatildeo em sauacutede
comportamento do adolescente sauacutede do adolescente e grupos operativos
A coleta de dados se deu em Agosto e Setembro de 2011 quando foram
obtidos com a ajuda dos descritores vaacuterios artigos que foram lidos e analisados
15
5 REVISAtildeO DE LITERATURA
51 O Adolescente e a Contemporaneidade No final da deacutecada de 80 e iniacutecio dos anos 90 o adolescente
teve seu reconhecimento como foco de estudo na sociedade da Ameacuterica
Latina e Caribe no campo da Sauacutede Puacuteblica Desde entatildeo os direitos e
as situaccedilotildees vividas pelos adolescentes resultam possivelmente das
condiccedilotildees socioeconocircmicas e das vantagens e desvantagens
associadas agrave classe social ao gecircnero e agrave etnicidade prevalentes da
sociedade contemporacircnea (CANNON BOTTINI 1998) Estas condiccedilotildees
tornam os adolescentes um grupo vulneraacutevel dentre outros reduzindo
seu acesso aos serviccedilos
Birman (2006) considera que existe na atualidade um
alongamento da adolescecircncia que hoje comeccedila mais cedo que outrora
e que se prolonga pelo periacuteodo anteriormente denominado idade adulta
A contemporaneidade se caracteriza pelas incertezas e sentimento de
solidatildeo que traduzem uma experiecircncia uacutenica de adolescer Na
sociedade atual esse grupo os adolescentes eacute tratado de forma
ambiacutegua ora como crianccedila ora como adulto e isso se reflete no
atendimento oferecido nos postos de sauacutede no trabalho da equipe que
atende as famiacutelias Inuacutemeras vezes os proacuteprios profissionais natildeo sabem
como abordar esta clientela
52 Adolescecircncia Vulnerabilidade e Risco O risco e vulnerabilidade estatildeo entrelaccedilados agraves caracteriacutesticas
proacuteprias do desenvolvimento psicoemocional da fase da adolescecircncia A
busca de identidade leva ao questionamento dos padrotildees adultos e
portanto da autoridade de pais professores O contato com o novo
resulta em um grande desafio vinculado agrave onipotecircncia do adolescente
16
que se acha sempre um vencedor por outro lado a timidez e a baixa
auto-estima podem tornaacute-lo fraacutegil levando a buscar soluccedilotildees externas
inadequadas (SAITO2001)
Se natildeo haacute accedilotildees preventivas a ocorrecircncia natildeo admitida da
possibilidade de danos agrave proacutepria sauacutede potencializa-se pois o
adolescente acha que situaccedilotildees como gravidez natildeo planejada
contaminaccedilatildeo por doenccedilas sexualmente transmissiacuteveis e uso de
substacircncias quiacutemicas natildeo iratildeo acontecer com ele (CALLANI et al
2008)
Sensaccedilatildeo de poder e ao mesmo tempo dificuldade de antever as
reais consequumlecircncias de seus atos fazem deste grupo um importante
alvo de trabalho atraveacutes de estrateacutegias que possibilitem reflexatildeo e
criacutetica
Abduch (1999) aponta que na adolescecircncia experimentamos a
vivecircncia grupal fora do acircmbito social familiar entrando em contato com
diferentes culturas haacutebitos valores crenccedilas e necessidades Essa
tendecircncia grupal tatildeo expliacutecita na adolescecircncia pode se tornar um fator
de proteccedilatildeo a sua sauacutede se tomarmos como referecircncia o conceito da
Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede que nos diz que sauacutede eacute um equiliacutebrio
entre os fatores bioloacutegicos psicoloacutegicos e sociais e natildeo simplesmente
ausecircncia de doenccedilas
No processo de construccedilatildeo do ser humano outros grupos de referecircncia
aleacutem da famiacutelia vatildeo se tornando importantes destacando-se a escola dentro da
proposta preventiva Eacute fundamental tambeacutem a participaccedilatildeo do profissional da
sauacutede pois se a escola pode ser responsabilizada pela necessidade de formular
propostas preventivas tatildeo vinculadas agrave prevenccedilatildeo de agravos agrave sauacutede que se
poderaacute dizer da equipe de sauacutede que tem livre acesso agraves famiacutelias agraves crianccedilas e
posteriormente aos adolescentes mas que frequentemente se omite em realizar
discussotildees sobre sexualidade drogas violecircncia influecircncia dos meios de
comunicaccedilatildeo imprescindiacuteveis ao exerciacutecio do processo de trabalho desta equipe
(CALLANI et al2008)
17
Para Afonso et al (2010) o grupo operativo visa natildeo apenas
compreender suas condiccedilotildees de sauacutededoenccedila mas tambeacutem dar
respostas criativas a suas necessidades em seu cotidiano e seu
contexto Nesse sentido desempenha um relevante papel educativo ante
seus membros A aprendizagem eacute mais do que a aquisiccedilatildeo de uma nova
informaccedilatildeo e natildeo se restringe ao aspecto cognitivo Envolve a
elaboraccedilatildeo de significados sentimentos e relaccedilotildees
18
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO Os artigos selecionados para anaacutelise estatildeo descritos no quadro 1
Quadro 1 Artigos cientiacuteficos de pesquisa bibliograacutefica relacionados a grupos
operativos e adolescentes 1999 a 2011
Titulo Autores e
ano Objetivos Principais
resultadosconclusotildees Grupos operativos com adolescentes
Abduch 1999 Sensibilizar profissionais que atuam com jovens e adolescentes em situaccedilotildees de grupos
O grupo operativo natildeo estaacute centrado no indiviacuteduo ou no proacuteprio grupo tampouco se propotildee a ser terapecircutico embora leve o sujeito a fazer ajustes e correccedilotildees de sua inserccedilatildeo social A teacutecnica de grupos operativos parece ser um instrumento eficiente por se tratar de uma didaacutetica horizontal tornando o indiviacuteduo agente ativo responsaacutevel e engajado no processo de mudanccedila na medida em que as suas necessidades pessoais e comunitaacuterias satildeo levadas em consideraccedilatildeo
Adolescecircncia cultura vulnerabilidade e risco
Saito 2001 Analisar propostas de prevenccedilatildeo aos riscos na adolescecircncia
A proposta de prevenccedilatildeo deve conter liberdade responsabilidade e compromisso funcionando a informaccedilatildeo como instrumento para que adolescentes de ambos os sexos possam ponderar decisotildees e fazer escolhas mais adequadas Apesar de reconhecerem que a informaccedilatildeo mais completa e fidedigna soacute pode ser obtida com o adolescente em entrevista privada para muitos profissionais persistem duacutevidas e inseguranccedilas sobre se este eacute o procedimento correto para uma praacutetica apropriada
19
O papel do coordenador de grupos
Andaloacute 2001
Provocar uma reflexatildeo sobre a coordenaccedilatildeo de grupos
Ao professor natildeo cabe dizer ldquofaccedila como eurdquo mas ldquofaccedila comigordquo O professor eacute um simples mediador Egrave preciso sempre procurar liberar os trabalhos com grupos de seu caraacuteter ideoloacutegico criando conceitos que coloquem o coordenador natildeo como um modelo a ser seguido ou imitado mas como algueacutem capaz de elaborar teoricamente os fenocircmenos ocorridos E devolvecirc-los ao grupo de forma a ampliar sua compreensatildeo
A Importacircncia dos Grupos Hoje
Fernandes 2003
Mostrar a visatildeo geral dos grupos hoje e qual sua importacircncia futura
Em qualquer grupo os niacuteveis conscientes e inconscientes de funcionamento grupal satildeo os mesmos e os participantes tem as mesmas afliccedilotildees e pedidos baacutesicos O que deve variar eacute a atitude do coordenador do grupo O grupo eacute o espaccedilo continente e facilitador da busca de condiccedilotildees para um futuro melhor
Informaccedilotildees e valores de jovens sobre a AIDS avaliaccedilatildeo de escolares de trecircs cidades brasileiras
Gomes et al 2005
Avaliar as informaccedilotildees e os valores relativos agrave AIDS entre jovens escolares em trecircs cidades brasileiras
O Programa natildeo teve efeito sobre o niacutevel de informaccedilatildeo acerca da AIDS mas o Programa revelou capacidade de reflexatildeo e de argumentaccedilatildeo sobre formas de prevenccedilatildeo da transmissatildeo da AIDS
Saberes de adolescentes estilo de vida e cuidado agrave sauacutede
Ferreira et al 2007
Conhecer as concepccedilotildees dos adolescentes sobre sauacutede e como estas se articulam com as suas praacuteticas de cuidado no processo de adolescer
Concepccedilotildees de sauacutede satildeo um modo de viver a vida e originam praacuteticas de cuidado que se articulam aos estilos de vida peculiares agrave adolescecircncia A convergecircncia dos saberes cientiacuteficos e do senso comum eacute necessaacuteria agrave praacutetica de educaccedilatildeo em sauacutede para atendimento das demandas de cuidado de interesse dos sujeitos
20
Accedilotildees educativas com adolescentes uma intervenccedilatildeo necessaacuteria
Callani et al 2008
Analisar a percepccedilatildeo de adolescentes que participaram de um grupo de educaccedilatildeo em sauacutede em uma Unidade de Sauacutede da Famiacutelia
Aleacutem da famiacutelia considera-se fundamental a participaccedilatildeo da escola e dos serviccedilos de sauacutede na educaccedilatildeo sexual Nos grupos o coordenador ou mediador necessita utilizar estrateacutegias para facilitar a criaccedilatildeo de viacutenculo A comunicaccedilatildeo clara e acessiacutevel associada agrave transparecircncia e agrave sinceridade propicia a criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes conferindo credibilidade ao trabalho
Adolescecircncia accedilotildees e percepccedilatildeo dos meacutedicos e enfermeiros do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
Ferrari et al 2008
Caracterizar as accedilotildees programaacuteticas preventivas e de intervenccedilatildeo aos adolescentes desenvolvidas pelos meacutedicos e enfermeiros da Sauacutede da Famiacutelia e analisar a percepccedilatildeo dos profissionais quanto agraves praacuteticas de atenccedilatildeo agrave sauacutede para este grupo etaacuterio
Para desenvolver atividades num programa para adolescente exige-se um enfoque mais amplo natildeo apenas nos aspectos teacutecnico e bioloacutegico mas tambeacutem nos aspectos psicossociais histoacutericos sociais culturais poliacuteticos nos valores e comportamentos - e nem sempre os profissionais se sentem aptos para atuar nesta complexidade de saberes Aleacutem da multidisciplinaridade no trato com o adolescente os profissionais precisam buscar parcerias com outros setores a fim de obter melhor e maior efetividade nas accedilotildees de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede deste grupo etaacuterio
Da tendecircncia grupal aos grupos operativos com adolescentes a identificaccedilatildeo dos pares facilitando o processo de orientaccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede
Arauacutejo et al 2008
Oferecer aos profissionais de sauacutede o reconhecimento da estrateacutegia dos grupos operativos como forma de educaccedilatildeo em sauacutede e de enfrentamento das adversidades do cotidiano dos jovens
A aprendizagem ocupa lugar importante perante as mudanccedilas e eacute atraveacutes da capacidade do grupo e de cada um de seus integrantes que se torna possiacutevel o desenvolvimento de condutas alternativas diante das mudanccedilas atraveacutes da compreensatildeo e da accedilatildeo transformadora da realidade Repensar as praacuteticas educativas em sauacutede envolvendo adolescentes pressupotildee um novo olhar sobre o jovem e seu papel na famiacutelia escola e sociedade
Vulnerabilidade de pueacuterperas na visatildeo de equipes de sauacutede da famiacutelia ecircnfase em aspectos geracionais e adolescecircncia
Cabral et al 2010
Investigar a visatildeo de profissionais de ESFs sobre a vulnerabilidade de pueacuterperas quando estas satildeo adolescentes
A adolescecircncia foi percebida pelos profissionais das ESFs como uma fase de instabilidade fortemente marcada por crises dificuldades e atitudes irresponsaacuteveis caracteriacutesticas que repercutem de forma importante no puerpeacuterio produzindo situaccedilotildees de vulnerabilidade Olhar para a sauacutede das pueacuterperas adolescentes a partir da noccedilatildeo de vulnerabilidade possibilitou
21
compreender os processos de produccedilatildeo de sauacutede e natildeo sauacutede das adolescentes no puerpeacuterio para aleacutem de suas experiecircncias reprodutivas e em certa medida considerar que aspectos diversos estatildeo aiacute implicados
Promoccedilatildeo da Sauacutede Sexual desafios no Vale do Satildeo Francisco
Sampaio et al 2010
Discutir os impasses e desafios relacionados agrave implantaccedilatildeo de accedilotildees educativas em sauacutede sexual para adolescentes na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia da cidade de Petrolina ndash PE e Juazeiro - BA
Observou-se a inexistecircncia de accedilotildees educativas voltadas aos adolescentes justificada pela precariedade de infraestrutura pelo despreparo dos profissionais e pela falta de profissionais na rede O estudo aponta para a necessidade de se desenvolver praacuteticas educativas voltadas agrave sauacutede sexual dos adolescentes mais efetivas e contextualizadas nos dispositivos de sauacutede da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no Vale do Satildeo Francisco
Reflexotildees acerca do abuso de drogas e da violecircncia na adolescecircncia
Silva et al 2010
Accedilotildees de Educaccedilatildeo em Sauacutede para reflexatildeo criacutetica dos adolescentes sobre o uso abusivo de drogas e consequentes comportamentos violentos
Adolescentes experimentam as drogas por desinformaccedilatildeo curiosidade e faacutecil acesso O uso de drogas pode trazer violecircncia (atitudes agressivas) dificultando a sua compreensatildeo Educaccedilatildeo em Sauacutede pode trazer padratildeo de vida mais saudaacutevel facilitando a identificaccedilatildeo dos fatores de riscos e reduzindo a vulnerabilidade
Riscos e vulnerabilidades relacionados agrave sexualidade na adolescecircncia
Dias et al 2010 Objetivou-se relatar os efeitos das accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede junto agrave escola
Constatou-se que os adolescentes conhecem o preservativo masculino mas natildeo o utilizam Educaccedilatildeo deve estimular a reflexatildeo criacutetica sobre risco e vulnerabilidades relacionadas ao comportamento sexual
Pedagogia freireana como meacutetodo de prevenccedilatildeo de doenccedilas
Beserra et al 2011
Investigar a sexualidade de adolescentes do sexo masculino com a accedilatildeo educativa (circulo de cultura) na prevenccedilatildeo de doenccedilas sexualmente transmissiacuteveis
Os meninos associaram o sexo agrave sexualidade de forma predominante com pouca compreensatildeo da vulnerabilidade da praacutetica sexual desprotegida (incentivados precocemente ao iniacutecio da vida sexual) O ciacuterculo de cultura mostrou ser adequado propiciando a exposiccedilatildeo de duacutevidas o conhecimento da prevenccedilatildeo das DST e a capacitaccedilatildeo para repensar condutas
A educaccedilatildeo em sauacutede eacute um tema que haacute bastante tempo vem sendo
discutido poreacutem existem poucos estudos envolvendo estrateacutegias de educaccedilatildeo em
sauacutede com o uso de grupos operativos com adolescentes
22
Nos artigos consultados e selecionados foram identificadas duas
tendecircncias Alguns se concentraram em discussotildees relacionadas ao processo ao
preparo de profissionais que lidam com abordagens comunitaacuterias considerando a
melhor maneira da utilizaccedilatildeo deste meacutetodo Outros se detiveram em analisar os
resultados de experimentaccedilotildees com grupos operativos voltados para a educaccedilatildeo
para sauacutede Entre estes uacuteltimos foram considerados nesse estudo somente os
que tinham adolescentes como grupo de interesse
Quanto ao processo destaca-se a preocupaccedilatildeo em discutir e refletir sobre
o meacutetodo em si suas vantagens desvantagens e como conseguir os resultados
esperados Os autores consideram ser este um meacutetodo eficiente por possibilitar a
horizontalidade das relaccedilotildees facilitando a participaccedilatildeo ativa e o consequumlente
engajamento no processo de mudanccedila (ABDUCH 1999)
O trabalho com populaccedilotildees vulneraacuteveis a determinados riscos no caso os
adolescentes exige um trabalho efetivo para a promoccedilatildeo da sauacutede por meio do
controle e prevenccedilatildeo desses riscos O grupo operativo segundo Saito (2000)
permite que os participantes usem as informaccedilotildees adquiridas como instrumento
para ponderar as decisotildees e fazer escolhas mais adequadas Para o autor a
liberdade responsabilidade e compromisso valores possibilitados pelo grupo
operativo satildeo componentes importantes neste processo
O papel do coordenador de um grupo operativo eacute essencial para o sucesso
desejado Segundo Andaloacute (2001) o coordenador natildeo deve se colocar como
modelo a ser imitado mas como ldquoalgueacutem capaz de elaborar teoricamente os
fenocircmenos ocorridosrdquo facilitando a compreensatildeo do grupo com a devoluccedilatildeo
dessa liberaccedilatildeo A busca de condiccedilotildees para um futuro melhor seraacute facilitada
diante de um coordenador preparado (FERNANDES 2003)
Alguns estudos procuram contribuir com o trabalho de profissionais de
sauacutede especificamente os ligados aacute Atenccedilatildeo Primaacuteria Ferrari et al(2008)
considera primordial que sejam considerados no desenvolvimento de grupos
operativos para adolescentes aleacutem dos aspectos bioloacutegicos do que se quer
discutir tambeacutem os psicossociais histoacutericos culturais e poliacuteticos nos valores e
comportamentos expressos no grupo Assim sugerem fortemente a
multidisciplinaridade e intersetorialidade no trato com este grupo populacional
Segundo Araujo et al (2008) eacute necessaacuterio um novo olhar sobre o jovem e sua
23
relaccedilatildeo com a famiacutelia escola e sociedade nesse repensar das praacuteticas
educativas
Num trabalho de grupo operativo com pueacuterperas adolescentes Cabral et al
(2010) observou que os profissionais de sauacutede envolvidos no processo
compreenderam melhor a produccedilatildeo da sauacutede a partir do entendimento da
vulnerabilidade do grupo participante Os aspectos diversos implicados na
gestaccedilatildeo entre adolescentes foram aleacutem da experiecircncias reprodutivas
observadas
Muitas vezes o processo educativo empreendido pela equipes da estrateacutegia
Sauacutede da Famiacutelia enfrenta problemas com destaque para o despreparo do
profissional na rede Comportamentos saudaacuteveis seratildeo sempre mais efetivos
quanto mais forem contextualizados (SAMPAIO et al 2010)
Alguns estudos entre os consultados avaliam programas que adotaram o
meacutetodo do grupo operativo em atividades educativas para adolescentes
trabalhando questotildees de risco como sexualidade e doenccedilas sexualmente
transmissiacuteveis aacutelcool e drogas gravidez entre outros Pontos fortes da accedilatildeo
relacionados ao bom resultado foram apontados
Gomes et al (2005) observaram que com relaccedilatildeo aacute AIDS o trabalho em
grupo natildeo diferenciou os participantes quanto ao conhecimento adquirido mas
tornou os participantes do grupo operativo mais capazes de refletir e argumentar
formas de prevenccedilatildeo desta doenccedila
Esta reflexatildeo eacute fundamental na mudanccedila consciente de comportamento
Este fato foi observado com adolescentes num trabalho de educaccedilatildeo sexual
quando meninos declararam natildeo utilizar preservativo apesar de conhececirc-lo
comprovando a que eacute preciso mais do que informar (SILVA et al 2010)
A informaccedilatildeo clara e accessiacutevel acompanhada de transparecircncia e
sinceridade forma consideradas por Callani et al 2008 atributos imprescindiacuteveis
em um grupo operativo propiciando a criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes e
conferindo credibilidade ao trabalho
Assuntos como aacutelcool e drogas precisam ser claramente debatidos com
adolescentes Silva et al (2010) observaram que adolescentes experimentam as
drogas por desinformaccedilatildeo curiosidade e faacutecil acesso e isto pode trazer como
consequumlecircncia violecircncia
24
Meacutetodos de abordagem em grupos operativos tambeacutem tecircm sido testados
como no estudo Beserra et al (2011) que utilizou o circulo de cultura sugerido por
Paulo Freire para o trabalho de educaccedilatildeo sexual com adolescentes O meacutetodo
permitiu a exposiccedilatildeo de duacutevidas com tranquumlilidade o conhecimento da prevenccedilatildeo
da DST e a capacidade desenvolvida para repensar condutas
O grupo operativo mostrou que a convergecircncia de saberes cientiacutefico e
senso comum eacute uma das maneiras efetivas de se trabalhar com educaccedilatildeo para
sauacutede uma vez que dessa maneira as demandas satildeo explicitadas claramente
(FERREIRA et al 2007)
Os dados apresentados nos artigos objetos de estudo deste trabalho
indicaram que o uso do grupo operativo com adolescentes pode ser uma
importante ferramenta de trabalho para a Equipe de Sauacutede da Famiacutelia atraveacutes do
qual eacute possiacutevel pela verbalizaccedilatildeo dos questionamentos e dificuldades
problematizar discutir e provocar reflexotildees sobre situaccedilotildees pertinentes a esta
fase da vida Este mecanismo oferece agrave equipe de sauacutede informaccedilotildees que podem
ser utilizadas na elaboraccedilatildeo de propostas de trabalho para a sua aacuterea de
abrangecircncia Aleacutem disso carece de pouca infra-estrutura e tem um baixo custo de
aplicaccedilatildeo Este tipo de estrateacutegia deve ser utilizada pela equipe da sauacutede da
famiacutelia pois eacute um meio eficaz de prevenccedilatildeo para muitos agravos agrave sauacutede do
adolescente O grupo operativo com adolescentes atraveacutes da identificaccedilatildeo muacutetua
dos seus integrantes eacute capaz de promover haacutebitos saudaacuteveis de vida funcionando
como um indutor desse processo Essa identificaccedilatildeo serve tambeacutem para que
assuntos antes tratados com parcimocircnia sejam levados ao grupo sem temores e
de uma maneira natural
Os dados tambeacutem mostraram a falta de preparo dos profissionais no
atendimento aos adolescentes A inexistecircncia de accedilotildees educativas voltadas aos
adolescentes ora eacute justificada pela precariedade de infra-estrutura ora pelo
despreparo dos profissionais e ora pela falta de profissionais na rede
O estudo aponta para a necessidade de desenvolver mecanismos que
possam preparar profissionais para lidar com essa faixa etaacuteria Neste contexto a
utilizaccedilatildeo do grupo operativo parece pertinente e o Curso de Especializaccedilatildeo em
Sauacutede da Famiacutelia empenha-se em preencher esta lacuna da falta de preparo
desses profissionais do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
25
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Atraveacutes deste trabalho pretendia-se conhecer estrateacutegias com grupos
operativos voltadas para educaccedilatildeo de adolescentes Buscou-se tambeacutem
contribuir para o entendimento desta teacutecnica utilizada para promoccedilatildeo de sauacutede O
modelo ainda utilizado na assistecircncia ao adolescente natildeo considera este indiviacuteduo
na sua totalidade orgacircnica psicoloacutegica e sociocultural Esta simplificaccedilatildeo do
problema proveniente da utilizaccedilatildeo do modelo biomeacutedico de assistecircncia tem
comprometido uma melhor atenccedilatildeo a esta clientela O grupo operativo pode ser
uma ferramenta de grande ajuda para o trabalho educativo com adolescentes
Possibilita aleacutem de disponibilizar a informaccedilatildeo permitir a reflexatildeo critica e a
tomada de posiccedilatildeo para a adoccedilatildeo de comportamentos mais saudaacuteveis Este
levantamento permitiu observar tambeacutem que alguns profissionais desconhecem
este meio de estrateacutegia como forma de trabalho Desta forma podemos afirmar
que o grupo operativo pode ser eficaz se
- possibilitar a horizontalidade das relaccedilotildees
- facilitar a participaccedilatildeo ativa e o consequumlente engajamento no processo
de mudanccedila
- desenvolver a liberdade responsabilidade e compromisso
- aleacutem dos aspectos bioloacutegicos discutir tambeacutem os psicossociais
histoacutericos culturais e poliacuteticos nos valores e comportamentos expressos no
grupo
- provocar em seus integrantes reflexatildeo e estimular a argumentaccedilatildeo de
questotildees importantes para o grupo
- problematizar as questotildees impostas atraveacutes da verbalizaccedilatildeo dos
questionamentos e dificuldades
No entanto o sucesso desta atividade estaraacute condicionado ao preparo dos
profissionais envolvidos no sentido de adotar posturas natildeo autoritaacuterias numa
relaccedilatildeo horizontal com conversas abertas e linguagem clara Deste modo
podemos considerar que
26
- eacute necessaacuterio um novo olhar sobre o jovem e sua relaccedilatildeo com a famiacutelia
escola e sociedade nesse repensar das praacuteticas educativas
- O papel do coordenador de um grupo operativo eacute essencial para o
sucesso desejado Ele nunca deve se colocar como um modelo a ser imitado
- este mecanismo oferece agrave equipe de sauacutede informaccedilotildees que podem ser
utilizadas na elaboraccedilatildeo de propostas de trabalho para a sua aacuterea de
abrangecircncia
- este meacutetodo carece de pouca infra-estrutura e tem um baixo custo de
aplicaccedilatildeo
- a informaccedilatildeo clara e accessiacutevel acompanhada de transparecircncia e
sinceridade satildeo atributos imprescindiacuteveis em um grupo operativo propiciando a
criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes e conferindo credibilidade ao trabalho
- eacute preciso desenvolver mecanismos que possam preparar profissionais
para lidar com essa faixa etaacuteria
Neste contexto a utilizaccedilatildeo do grupo operativo parece pertinente e o
Curso de Especializaccedilatildeo em Sauacutede da Famiacutelia empenha-se em preencher esta
lacuna da falta de preparo desses profissionais do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
Atraveacutes da conduccedilatildeo deste trabalho pude refletir e teorizar sobre a minha
praacutetica profissional Percebi que havia muitas deficiecircncias em minha formaccedilatildeo e o
curso de especializaccedilatildeo me ajudou a sanar muitas delas Pude concluir tambeacutem o
quanto eacute importante esta preparaccedilatildeo contiacutenua do profissional Gostaria de
destacar entatildeo a necessidade de capacitaccedilatildeo profissional para aqueles que se
propotildee a trabalhar com atenccedilatildeo baacutesica A meu ver eacute um passo importante em
direccedilatildeo a um melhor atendimento ao adolescente
27
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 1 ABDUCH C Grupos operativos com adolescentes In SCHOR N
MOTA M SFT BRANCO VC (Orgs)Cadernos juventude sauacutede e
desenvolvimento Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1999 p289-300
2 AFONSO MLM et al Oficinas em dinacircmica de grupo na aacuterea da
sauacutedeSatildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo2010PP 63
3 ANDALOacute CSA O papel do coordenador de grupos Psicol USP
Vol12 ndeg 1 Satildeo Paulo 2001
4 ARAUacuteJO A et al Da tendecircncia grupal aos grupos operativos com
adolescentes a identificaccedilatildeo dos pares facilitando o processo de
orientaccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede Rev Med Minas Gerais 2008 18(4
Supl 1) S12
5 BESERRA EP TORRES CA PINHEIRO PNC ALVES MDS
BARROSO MGT Pedagogia freireana como meacutetodo de prevenccedilatildeo
de doenccedilas Ciecircnc sauacutede coletiva [online] 2011 vol16 suppl1 pp
1563-1570
6 BOtildeCKVR SARRIERAJC O grupo operativo intervindo na
Siacutendrome de Burnout PsicolEscEduc10(1)31-39 jan-
jun2006ilusttab
7 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede do Adolescente Brasiacutelia 2005
Disponiacutevel em http wwwsaudegovbr
8 CABRAL FB and OLIVEIRA DLLC Vulnerabilidade de Pueacuterperas
na Visatildeo de Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Ecircnfase em Aspectos
Geracionais e Adolescecircncia Revista de Enfermagem da USP 2010
44(2) 368-75
9 CALLANI MFCJ OTANI MAP Accedilotildees Educativas com
Adolescentes uma Intervenccedilatildeo Necessaacuteria REME revminenferm
12(2) 195-200 abr-jun 2008
28
10 CANNON L R C BOTTINI B A Sauacutede e juventude o cenaacuterio das
poliacuteticas puacuteblicas no Brasil In Brasil Ministeacuterio do Planejamento e
Orccedilamento Jovens acontecendo na trilha das poliacuteticas puacuteblicas Brasiacutelia CNPD1998 p 397-416 v1
11 FERNANDES WJ A Importacircncia dos Grupos Hoje Rev
SPAGESP [online] 2003 vol4 n4 pp 83-91 ISSN 1677-2970
12 FERRARI RAP THOMSON Z and MELCHIOR R Adolescecircncia
accedilotildees e percepccedilatildeo dos meacutedicos e enfermeiros do Programa de Sauacutede
da Famiacutelia Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 22(11)2491-2495
nov 2006
13 FERREIRA MA ALVIM NAT TEIXEIRA MLO VELOSO RC
Saberes de adolescentes estilo de vida e cuidado agrave sauacutede Texto
contexto - enferm [online] 2007 vol16 n2 pp 217-224
14 FORTUNA CM et al O Trabalho de Equipe no Programa de Sauacutede
da Famiacutelia Reflexotildees a Partir de Conceitos do Processo Grupal e de
Grupos Operativos Rev Latino-Am Enfermagem vol13 no2 Ribeiratildeo
Preto MarApr 2005
15 GOMES R ASSIS SG SOUZA ER DESLANDES SF NJAINE K
MALAQUIAS JF Informaccedilotildees e valores de jovens sobre a Aids
avaliaccedilatildeo de escolares de trecircs cidades brasileiras Ciecircnc sauacutede
coletiva [online] 2005 vol10 n2 pp 381-388
16 JEOLAacuteS LS FERRARI RAP Oficinas de prevenccedilatildeo em um serviccedilo
de sauacutede para adolescentes espaccedilo de reflexatildeo e de conhecimento
compartilhado Ciecircnc Sauacutede Coletiva 2003 8611-20
17 LUCCHESE R BARROS S A utilizaccedilatildeo do grupo operativo como
meacutetodo de coleta de dados em pesquisa qualitativa Rev Eletr Enf
[Internet] 2007 9(3)796-805 Available
from httpwwwfenufgbrrevistav9n3v9n3a18htm
18 LUCCHESE R BARROS S Grupo operativo como estrateacutegia
pedagoacutegica em um curso de graduaccedilatildeo em enfermagem um
continente para as vivecircncias dos alunos quartanistas Rev Esc Enferm
USP 2002 36(1) 66-74
29
19 MACIEL RHMO et al O Multiprofissionalismo em sauacutede e a
interaccedilatildeo das equipes do programa de sauacutede da famiacutelia Observatoacuterio de Recursos Humanos em Sauacutede Estaccedilatildeo CETREDE UFC UECE
Fortaleza2007
20 SAITO MI Adolescecircncia prevenccedilatildeo e risco Satildeo Paulo Atheneu
2001
21 SAMPAIO J SANTOS RC PAIXAtildeOLA TORRES TS -
Promoccedilatildeo da Sauacutede Sexual Desafios no Vale do Satildeo Francisco
Psicologia amp Sociedade 22 (3) 499-506 2010
22 SILVA ARV et al Educaccedilatildeo em sauacutede a portadores de Diabetes
Mellitus tipo 2revisatildeo bibliograacutefica RevRENE (10)3146-151 jul-
set2009
23 SILVA KL DIAS FLA VIEIRA NFC PINHEIRO PNC
Reflexotildees acerca do abuso de drogas e da violecircncia na adolescecircncia
Esc Anna Nery [online] 2010 vol14 n3 pp 605-610
24 SILVA KL DIAS FLA VIEIRA NFC PINHEIRO PNC MAIA
CC Riscos e vulnerabilidades relacionados agrave sexualidade na
adolescecircncia Rev enferm UERJ 18(3) 456-461 jul-set 2010
ABSTRACT
Adolescence is attracting interest from various fields of knowledgeThere are numerous studies that indicate that this period of life is a important as childhood or adulthood This study aimed to identify strategies with operational groups of teenagers in articles available in the databases LILACS MEDLINE and SCIELO BDENF in the period 1997 to 2011 The selection was initially performed from the title followed by selection for short After reading the texts in full others were excluded It was observed that the operational group may be a helpful tool for educational work with children allowing the information available to allow critical thinking and stance to adopt healthier behaviors with strong influence of the preparation of professional perform the activity Keywords Health Education - Adolescent Behavior - Adolescent Health - Operational Group
LISTA DE SIGLAS
CEABSF - CURSO DE ESPECIALIZACcedilAtildeO EM ATENCcedilAtildeO BAacuteSICA EM SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA DST - DOENCcedilAS SEXUALMENTE TRANSMISSIacuteVEIS ESF ndash EQUIPE DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA PSF ndash PROGRAMA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA UBSF ndash UNIDADE BAacuteSICA DE SAUacuteDE
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 11 2JUSTIFICATIVA 12 3OBJETIVOS 13 4 METODOLOGIA 14 5 REVISAtildeO DE LITERATURA 15 6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 18 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 25 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
11
1 INTRODUCcedilAtildeO
No coraccedilatildeo do modelo de sauacutede que o paiacutes vem adotando
encontram-se as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) que inseridas nas
Unidades Baacutesicas de Sauacutede (UBSF) devem na accedilatildeo seguir os
preceitos do Programa de Sauacutede da Famiacutelia (PSF) O objetivo principal
do programa por sua vez eacute o atendimento baacutesico de sauacutede da
populaccedilatildeo adstrita agrave UBSF (atenccedilatildeo primaacuteria) A ideacuteia eacute a de que o
atendimento integral em sauacutede aleacutem de atender o paciente
individualmente tambeacutem atenda as famiacutelias considerando suas
condiccedilotildees socioculturais da comunidade
O atendimento individualizado de cada membro da famiacutelia
assistida pelo programa faz parte deste processo de trabalho O grupo
formado pelos adolescentes natildeo raramente eacute atendido sem a
especificidade que esta fase do desenvolvimento humano requer A falta
de orientaccedilatildeo e informaccedilatildeo das equipes muitas vezes eacute apontada como
responsaacutevel
Neste contexto o Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica
em Sauacutede da Famiacutelia ofertado pela Universidade Federal de Minas
Gerais vem oferecer agraves equipes e profissionais como meacutedicos
enfermeiros e dentistas as bases necessaacuterias para a capacitaccedilatildeo e
aperfeiccediloamento do seu processo de trabalho junto agraves famiacutelias dos
municiacutepios brasileiros O atendimento ao adolescente tem seu lugar no
decorrer do curso e a falta de uma intervenccedilatildeo de maneira eficaz a esse
grupo foi a fagulha necessaacuteria para o desejo de se aprofundar os
estudos atraveacutes de uma revisatildeo bibliograacutefica sobre a teacutecnica do grupo
operativo Esta teacutecnica pode ser utilizada como ferramenta eficaz pela
equipe uma vez que estudos apontam sua utilizaccedilatildeo como forma de se
conhecer e pesquisar o universo do adolescente
12
2 JUSTIFICATIVA Um objeto de estudo geralmente surge no nosso espaccedilo de trabalho a
partir das experiecircncias vividas e das reflexotildees feitas neste espaccedilo Este estudo
surgiu da minha vivecircncia profissional como Dentista na Unidade de Atendimento
Odontoloacutegico da cidade de Pequi Ao ingressar no Curso de Especializaccedilatildeo em
Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia - CEABSF da Universidade Federal de Minas Gerais e
fazendo o diagnoacutestico situacional da cidade me chamou a atenccedilatildeo o nuacutemero alto de
adolescentes graacutevidas e a falta de atividades de lazer para essa fase tatildeo cheia de
mudanccedilas Aleacutem disso natildeo haviam projetos a serem desenvolvidos pela ESF que focavam
os adolescentes No decorrer do curso pude compreender tambeacutem a correta forma de
utilizaccedilatildeo dos grupos operativos e com esse embasamento comecei a desenvolver alguns
grupos com adolescentes Percebi nesta evoluccedilatildeo do meu trabalho que a ESF ainda natildeo
utiliza essa ferramenta de forma produtiva e os profissionais tem muita dificuldade em
desenvolver este tema
13
3 OBJETIVO
Atraveacutes deste levantamento bibliograacutefico buscou-se conhecer
estrateacutegias com grupos operativos voltadas agrave educaccedilatildeo do adolescente
com a intenccedilatildeo de contribuir para o avanccedilo no entendimento acerca da
promoccedilatildeo de sauacutede e da problemaacutetica em que o mesmo estaacute inserido
14
4 METODOLOGIA Para atender o objetivo proposto foi desenvolvido um estudo mediante
levantamento bibliograacutefico dos artigos disponiacuteveis nos bancos de dados LILACS
MEDLINE BDENF e SCIELO no periacuteodo de 1997 a 2011 produzidos no Brasil
Para tanto os descritores usados foram os termos educaccedilatildeo em sauacutede
comportamento do adolescente sauacutede do adolescente e grupos operativos
A coleta de dados se deu em Agosto e Setembro de 2011 quando foram
obtidos com a ajuda dos descritores vaacuterios artigos que foram lidos e analisados
15
5 REVISAtildeO DE LITERATURA
51 O Adolescente e a Contemporaneidade No final da deacutecada de 80 e iniacutecio dos anos 90 o adolescente
teve seu reconhecimento como foco de estudo na sociedade da Ameacuterica
Latina e Caribe no campo da Sauacutede Puacuteblica Desde entatildeo os direitos e
as situaccedilotildees vividas pelos adolescentes resultam possivelmente das
condiccedilotildees socioeconocircmicas e das vantagens e desvantagens
associadas agrave classe social ao gecircnero e agrave etnicidade prevalentes da
sociedade contemporacircnea (CANNON BOTTINI 1998) Estas condiccedilotildees
tornam os adolescentes um grupo vulneraacutevel dentre outros reduzindo
seu acesso aos serviccedilos
Birman (2006) considera que existe na atualidade um
alongamento da adolescecircncia que hoje comeccedila mais cedo que outrora
e que se prolonga pelo periacuteodo anteriormente denominado idade adulta
A contemporaneidade se caracteriza pelas incertezas e sentimento de
solidatildeo que traduzem uma experiecircncia uacutenica de adolescer Na
sociedade atual esse grupo os adolescentes eacute tratado de forma
ambiacutegua ora como crianccedila ora como adulto e isso se reflete no
atendimento oferecido nos postos de sauacutede no trabalho da equipe que
atende as famiacutelias Inuacutemeras vezes os proacuteprios profissionais natildeo sabem
como abordar esta clientela
52 Adolescecircncia Vulnerabilidade e Risco O risco e vulnerabilidade estatildeo entrelaccedilados agraves caracteriacutesticas
proacuteprias do desenvolvimento psicoemocional da fase da adolescecircncia A
busca de identidade leva ao questionamento dos padrotildees adultos e
portanto da autoridade de pais professores O contato com o novo
resulta em um grande desafio vinculado agrave onipotecircncia do adolescente
16
que se acha sempre um vencedor por outro lado a timidez e a baixa
auto-estima podem tornaacute-lo fraacutegil levando a buscar soluccedilotildees externas
inadequadas (SAITO2001)
Se natildeo haacute accedilotildees preventivas a ocorrecircncia natildeo admitida da
possibilidade de danos agrave proacutepria sauacutede potencializa-se pois o
adolescente acha que situaccedilotildees como gravidez natildeo planejada
contaminaccedilatildeo por doenccedilas sexualmente transmissiacuteveis e uso de
substacircncias quiacutemicas natildeo iratildeo acontecer com ele (CALLANI et al
2008)
Sensaccedilatildeo de poder e ao mesmo tempo dificuldade de antever as
reais consequumlecircncias de seus atos fazem deste grupo um importante
alvo de trabalho atraveacutes de estrateacutegias que possibilitem reflexatildeo e
criacutetica
Abduch (1999) aponta que na adolescecircncia experimentamos a
vivecircncia grupal fora do acircmbito social familiar entrando em contato com
diferentes culturas haacutebitos valores crenccedilas e necessidades Essa
tendecircncia grupal tatildeo expliacutecita na adolescecircncia pode se tornar um fator
de proteccedilatildeo a sua sauacutede se tomarmos como referecircncia o conceito da
Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede que nos diz que sauacutede eacute um equiliacutebrio
entre os fatores bioloacutegicos psicoloacutegicos e sociais e natildeo simplesmente
ausecircncia de doenccedilas
No processo de construccedilatildeo do ser humano outros grupos de referecircncia
aleacutem da famiacutelia vatildeo se tornando importantes destacando-se a escola dentro da
proposta preventiva Eacute fundamental tambeacutem a participaccedilatildeo do profissional da
sauacutede pois se a escola pode ser responsabilizada pela necessidade de formular
propostas preventivas tatildeo vinculadas agrave prevenccedilatildeo de agravos agrave sauacutede que se
poderaacute dizer da equipe de sauacutede que tem livre acesso agraves famiacutelias agraves crianccedilas e
posteriormente aos adolescentes mas que frequentemente se omite em realizar
discussotildees sobre sexualidade drogas violecircncia influecircncia dos meios de
comunicaccedilatildeo imprescindiacuteveis ao exerciacutecio do processo de trabalho desta equipe
(CALLANI et al2008)
17
Para Afonso et al (2010) o grupo operativo visa natildeo apenas
compreender suas condiccedilotildees de sauacutededoenccedila mas tambeacutem dar
respostas criativas a suas necessidades em seu cotidiano e seu
contexto Nesse sentido desempenha um relevante papel educativo ante
seus membros A aprendizagem eacute mais do que a aquisiccedilatildeo de uma nova
informaccedilatildeo e natildeo se restringe ao aspecto cognitivo Envolve a
elaboraccedilatildeo de significados sentimentos e relaccedilotildees
18
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO Os artigos selecionados para anaacutelise estatildeo descritos no quadro 1
Quadro 1 Artigos cientiacuteficos de pesquisa bibliograacutefica relacionados a grupos
operativos e adolescentes 1999 a 2011
Titulo Autores e
ano Objetivos Principais
resultadosconclusotildees Grupos operativos com adolescentes
Abduch 1999 Sensibilizar profissionais que atuam com jovens e adolescentes em situaccedilotildees de grupos
O grupo operativo natildeo estaacute centrado no indiviacuteduo ou no proacuteprio grupo tampouco se propotildee a ser terapecircutico embora leve o sujeito a fazer ajustes e correccedilotildees de sua inserccedilatildeo social A teacutecnica de grupos operativos parece ser um instrumento eficiente por se tratar de uma didaacutetica horizontal tornando o indiviacuteduo agente ativo responsaacutevel e engajado no processo de mudanccedila na medida em que as suas necessidades pessoais e comunitaacuterias satildeo levadas em consideraccedilatildeo
Adolescecircncia cultura vulnerabilidade e risco
Saito 2001 Analisar propostas de prevenccedilatildeo aos riscos na adolescecircncia
A proposta de prevenccedilatildeo deve conter liberdade responsabilidade e compromisso funcionando a informaccedilatildeo como instrumento para que adolescentes de ambos os sexos possam ponderar decisotildees e fazer escolhas mais adequadas Apesar de reconhecerem que a informaccedilatildeo mais completa e fidedigna soacute pode ser obtida com o adolescente em entrevista privada para muitos profissionais persistem duacutevidas e inseguranccedilas sobre se este eacute o procedimento correto para uma praacutetica apropriada
19
O papel do coordenador de grupos
Andaloacute 2001
Provocar uma reflexatildeo sobre a coordenaccedilatildeo de grupos
Ao professor natildeo cabe dizer ldquofaccedila como eurdquo mas ldquofaccedila comigordquo O professor eacute um simples mediador Egrave preciso sempre procurar liberar os trabalhos com grupos de seu caraacuteter ideoloacutegico criando conceitos que coloquem o coordenador natildeo como um modelo a ser seguido ou imitado mas como algueacutem capaz de elaborar teoricamente os fenocircmenos ocorridos E devolvecirc-los ao grupo de forma a ampliar sua compreensatildeo
A Importacircncia dos Grupos Hoje
Fernandes 2003
Mostrar a visatildeo geral dos grupos hoje e qual sua importacircncia futura
Em qualquer grupo os niacuteveis conscientes e inconscientes de funcionamento grupal satildeo os mesmos e os participantes tem as mesmas afliccedilotildees e pedidos baacutesicos O que deve variar eacute a atitude do coordenador do grupo O grupo eacute o espaccedilo continente e facilitador da busca de condiccedilotildees para um futuro melhor
Informaccedilotildees e valores de jovens sobre a AIDS avaliaccedilatildeo de escolares de trecircs cidades brasileiras
Gomes et al 2005
Avaliar as informaccedilotildees e os valores relativos agrave AIDS entre jovens escolares em trecircs cidades brasileiras
O Programa natildeo teve efeito sobre o niacutevel de informaccedilatildeo acerca da AIDS mas o Programa revelou capacidade de reflexatildeo e de argumentaccedilatildeo sobre formas de prevenccedilatildeo da transmissatildeo da AIDS
Saberes de adolescentes estilo de vida e cuidado agrave sauacutede
Ferreira et al 2007
Conhecer as concepccedilotildees dos adolescentes sobre sauacutede e como estas se articulam com as suas praacuteticas de cuidado no processo de adolescer
Concepccedilotildees de sauacutede satildeo um modo de viver a vida e originam praacuteticas de cuidado que se articulam aos estilos de vida peculiares agrave adolescecircncia A convergecircncia dos saberes cientiacuteficos e do senso comum eacute necessaacuteria agrave praacutetica de educaccedilatildeo em sauacutede para atendimento das demandas de cuidado de interesse dos sujeitos
20
Accedilotildees educativas com adolescentes uma intervenccedilatildeo necessaacuteria
Callani et al 2008
Analisar a percepccedilatildeo de adolescentes que participaram de um grupo de educaccedilatildeo em sauacutede em uma Unidade de Sauacutede da Famiacutelia
Aleacutem da famiacutelia considera-se fundamental a participaccedilatildeo da escola e dos serviccedilos de sauacutede na educaccedilatildeo sexual Nos grupos o coordenador ou mediador necessita utilizar estrateacutegias para facilitar a criaccedilatildeo de viacutenculo A comunicaccedilatildeo clara e acessiacutevel associada agrave transparecircncia e agrave sinceridade propicia a criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes conferindo credibilidade ao trabalho
Adolescecircncia accedilotildees e percepccedilatildeo dos meacutedicos e enfermeiros do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
Ferrari et al 2008
Caracterizar as accedilotildees programaacuteticas preventivas e de intervenccedilatildeo aos adolescentes desenvolvidas pelos meacutedicos e enfermeiros da Sauacutede da Famiacutelia e analisar a percepccedilatildeo dos profissionais quanto agraves praacuteticas de atenccedilatildeo agrave sauacutede para este grupo etaacuterio
Para desenvolver atividades num programa para adolescente exige-se um enfoque mais amplo natildeo apenas nos aspectos teacutecnico e bioloacutegico mas tambeacutem nos aspectos psicossociais histoacutericos sociais culturais poliacuteticos nos valores e comportamentos - e nem sempre os profissionais se sentem aptos para atuar nesta complexidade de saberes Aleacutem da multidisciplinaridade no trato com o adolescente os profissionais precisam buscar parcerias com outros setores a fim de obter melhor e maior efetividade nas accedilotildees de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede deste grupo etaacuterio
Da tendecircncia grupal aos grupos operativos com adolescentes a identificaccedilatildeo dos pares facilitando o processo de orientaccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede
Arauacutejo et al 2008
Oferecer aos profissionais de sauacutede o reconhecimento da estrateacutegia dos grupos operativos como forma de educaccedilatildeo em sauacutede e de enfrentamento das adversidades do cotidiano dos jovens
A aprendizagem ocupa lugar importante perante as mudanccedilas e eacute atraveacutes da capacidade do grupo e de cada um de seus integrantes que se torna possiacutevel o desenvolvimento de condutas alternativas diante das mudanccedilas atraveacutes da compreensatildeo e da accedilatildeo transformadora da realidade Repensar as praacuteticas educativas em sauacutede envolvendo adolescentes pressupotildee um novo olhar sobre o jovem e seu papel na famiacutelia escola e sociedade
Vulnerabilidade de pueacuterperas na visatildeo de equipes de sauacutede da famiacutelia ecircnfase em aspectos geracionais e adolescecircncia
Cabral et al 2010
Investigar a visatildeo de profissionais de ESFs sobre a vulnerabilidade de pueacuterperas quando estas satildeo adolescentes
A adolescecircncia foi percebida pelos profissionais das ESFs como uma fase de instabilidade fortemente marcada por crises dificuldades e atitudes irresponsaacuteveis caracteriacutesticas que repercutem de forma importante no puerpeacuterio produzindo situaccedilotildees de vulnerabilidade Olhar para a sauacutede das pueacuterperas adolescentes a partir da noccedilatildeo de vulnerabilidade possibilitou
21
compreender os processos de produccedilatildeo de sauacutede e natildeo sauacutede das adolescentes no puerpeacuterio para aleacutem de suas experiecircncias reprodutivas e em certa medida considerar que aspectos diversos estatildeo aiacute implicados
Promoccedilatildeo da Sauacutede Sexual desafios no Vale do Satildeo Francisco
Sampaio et al 2010
Discutir os impasses e desafios relacionados agrave implantaccedilatildeo de accedilotildees educativas em sauacutede sexual para adolescentes na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia da cidade de Petrolina ndash PE e Juazeiro - BA
Observou-se a inexistecircncia de accedilotildees educativas voltadas aos adolescentes justificada pela precariedade de infraestrutura pelo despreparo dos profissionais e pela falta de profissionais na rede O estudo aponta para a necessidade de se desenvolver praacuteticas educativas voltadas agrave sauacutede sexual dos adolescentes mais efetivas e contextualizadas nos dispositivos de sauacutede da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no Vale do Satildeo Francisco
Reflexotildees acerca do abuso de drogas e da violecircncia na adolescecircncia
Silva et al 2010
Accedilotildees de Educaccedilatildeo em Sauacutede para reflexatildeo criacutetica dos adolescentes sobre o uso abusivo de drogas e consequentes comportamentos violentos
Adolescentes experimentam as drogas por desinformaccedilatildeo curiosidade e faacutecil acesso O uso de drogas pode trazer violecircncia (atitudes agressivas) dificultando a sua compreensatildeo Educaccedilatildeo em Sauacutede pode trazer padratildeo de vida mais saudaacutevel facilitando a identificaccedilatildeo dos fatores de riscos e reduzindo a vulnerabilidade
Riscos e vulnerabilidades relacionados agrave sexualidade na adolescecircncia
Dias et al 2010 Objetivou-se relatar os efeitos das accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede junto agrave escola
Constatou-se que os adolescentes conhecem o preservativo masculino mas natildeo o utilizam Educaccedilatildeo deve estimular a reflexatildeo criacutetica sobre risco e vulnerabilidades relacionadas ao comportamento sexual
Pedagogia freireana como meacutetodo de prevenccedilatildeo de doenccedilas
Beserra et al 2011
Investigar a sexualidade de adolescentes do sexo masculino com a accedilatildeo educativa (circulo de cultura) na prevenccedilatildeo de doenccedilas sexualmente transmissiacuteveis
Os meninos associaram o sexo agrave sexualidade de forma predominante com pouca compreensatildeo da vulnerabilidade da praacutetica sexual desprotegida (incentivados precocemente ao iniacutecio da vida sexual) O ciacuterculo de cultura mostrou ser adequado propiciando a exposiccedilatildeo de duacutevidas o conhecimento da prevenccedilatildeo das DST e a capacitaccedilatildeo para repensar condutas
A educaccedilatildeo em sauacutede eacute um tema que haacute bastante tempo vem sendo
discutido poreacutem existem poucos estudos envolvendo estrateacutegias de educaccedilatildeo em
sauacutede com o uso de grupos operativos com adolescentes
22
Nos artigos consultados e selecionados foram identificadas duas
tendecircncias Alguns se concentraram em discussotildees relacionadas ao processo ao
preparo de profissionais que lidam com abordagens comunitaacuterias considerando a
melhor maneira da utilizaccedilatildeo deste meacutetodo Outros se detiveram em analisar os
resultados de experimentaccedilotildees com grupos operativos voltados para a educaccedilatildeo
para sauacutede Entre estes uacuteltimos foram considerados nesse estudo somente os
que tinham adolescentes como grupo de interesse
Quanto ao processo destaca-se a preocupaccedilatildeo em discutir e refletir sobre
o meacutetodo em si suas vantagens desvantagens e como conseguir os resultados
esperados Os autores consideram ser este um meacutetodo eficiente por possibilitar a
horizontalidade das relaccedilotildees facilitando a participaccedilatildeo ativa e o consequumlente
engajamento no processo de mudanccedila (ABDUCH 1999)
O trabalho com populaccedilotildees vulneraacuteveis a determinados riscos no caso os
adolescentes exige um trabalho efetivo para a promoccedilatildeo da sauacutede por meio do
controle e prevenccedilatildeo desses riscos O grupo operativo segundo Saito (2000)
permite que os participantes usem as informaccedilotildees adquiridas como instrumento
para ponderar as decisotildees e fazer escolhas mais adequadas Para o autor a
liberdade responsabilidade e compromisso valores possibilitados pelo grupo
operativo satildeo componentes importantes neste processo
O papel do coordenador de um grupo operativo eacute essencial para o sucesso
desejado Segundo Andaloacute (2001) o coordenador natildeo deve se colocar como
modelo a ser imitado mas como ldquoalgueacutem capaz de elaborar teoricamente os
fenocircmenos ocorridosrdquo facilitando a compreensatildeo do grupo com a devoluccedilatildeo
dessa liberaccedilatildeo A busca de condiccedilotildees para um futuro melhor seraacute facilitada
diante de um coordenador preparado (FERNANDES 2003)
Alguns estudos procuram contribuir com o trabalho de profissionais de
sauacutede especificamente os ligados aacute Atenccedilatildeo Primaacuteria Ferrari et al(2008)
considera primordial que sejam considerados no desenvolvimento de grupos
operativos para adolescentes aleacutem dos aspectos bioloacutegicos do que se quer
discutir tambeacutem os psicossociais histoacutericos culturais e poliacuteticos nos valores e
comportamentos expressos no grupo Assim sugerem fortemente a
multidisciplinaridade e intersetorialidade no trato com este grupo populacional
Segundo Araujo et al (2008) eacute necessaacuterio um novo olhar sobre o jovem e sua
23
relaccedilatildeo com a famiacutelia escola e sociedade nesse repensar das praacuteticas
educativas
Num trabalho de grupo operativo com pueacuterperas adolescentes Cabral et al
(2010) observou que os profissionais de sauacutede envolvidos no processo
compreenderam melhor a produccedilatildeo da sauacutede a partir do entendimento da
vulnerabilidade do grupo participante Os aspectos diversos implicados na
gestaccedilatildeo entre adolescentes foram aleacutem da experiecircncias reprodutivas
observadas
Muitas vezes o processo educativo empreendido pela equipes da estrateacutegia
Sauacutede da Famiacutelia enfrenta problemas com destaque para o despreparo do
profissional na rede Comportamentos saudaacuteveis seratildeo sempre mais efetivos
quanto mais forem contextualizados (SAMPAIO et al 2010)
Alguns estudos entre os consultados avaliam programas que adotaram o
meacutetodo do grupo operativo em atividades educativas para adolescentes
trabalhando questotildees de risco como sexualidade e doenccedilas sexualmente
transmissiacuteveis aacutelcool e drogas gravidez entre outros Pontos fortes da accedilatildeo
relacionados ao bom resultado foram apontados
Gomes et al (2005) observaram que com relaccedilatildeo aacute AIDS o trabalho em
grupo natildeo diferenciou os participantes quanto ao conhecimento adquirido mas
tornou os participantes do grupo operativo mais capazes de refletir e argumentar
formas de prevenccedilatildeo desta doenccedila
Esta reflexatildeo eacute fundamental na mudanccedila consciente de comportamento
Este fato foi observado com adolescentes num trabalho de educaccedilatildeo sexual
quando meninos declararam natildeo utilizar preservativo apesar de conhececirc-lo
comprovando a que eacute preciso mais do que informar (SILVA et al 2010)
A informaccedilatildeo clara e accessiacutevel acompanhada de transparecircncia e
sinceridade forma consideradas por Callani et al 2008 atributos imprescindiacuteveis
em um grupo operativo propiciando a criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes e
conferindo credibilidade ao trabalho
Assuntos como aacutelcool e drogas precisam ser claramente debatidos com
adolescentes Silva et al (2010) observaram que adolescentes experimentam as
drogas por desinformaccedilatildeo curiosidade e faacutecil acesso e isto pode trazer como
consequumlecircncia violecircncia
24
Meacutetodos de abordagem em grupos operativos tambeacutem tecircm sido testados
como no estudo Beserra et al (2011) que utilizou o circulo de cultura sugerido por
Paulo Freire para o trabalho de educaccedilatildeo sexual com adolescentes O meacutetodo
permitiu a exposiccedilatildeo de duacutevidas com tranquumlilidade o conhecimento da prevenccedilatildeo
da DST e a capacidade desenvolvida para repensar condutas
O grupo operativo mostrou que a convergecircncia de saberes cientiacutefico e
senso comum eacute uma das maneiras efetivas de se trabalhar com educaccedilatildeo para
sauacutede uma vez que dessa maneira as demandas satildeo explicitadas claramente
(FERREIRA et al 2007)
Os dados apresentados nos artigos objetos de estudo deste trabalho
indicaram que o uso do grupo operativo com adolescentes pode ser uma
importante ferramenta de trabalho para a Equipe de Sauacutede da Famiacutelia atraveacutes do
qual eacute possiacutevel pela verbalizaccedilatildeo dos questionamentos e dificuldades
problematizar discutir e provocar reflexotildees sobre situaccedilotildees pertinentes a esta
fase da vida Este mecanismo oferece agrave equipe de sauacutede informaccedilotildees que podem
ser utilizadas na elaboraccedilatildeo de propostas de trabalho para a sua aacuterea de
abrangecircncia Aleacutem disso carece de pouca infra-estrutura e tem um baixo custo de
aplicaccedilatildeo Este tipo de estrateacutegia deve ser utilizada pela equipe da sauacutede da
famiacutelia pois eacute um meio eficaz de prevenccedilatildeo para muitos agravos agrave sauacutede do
adolescente O grupo operativo com adolescentes atraveacutes da identificaccedilatildeo muacutetua
dos seus integrantes eacute capaz de promover haacutebitos saudaacuteveis de vida funcionando
como um indutor desse processo Essa identificaccedilatildeo serve tambeacutem para que
assuntos antes tratados com parcimocircnia sejam levados ao grupo sem temores e
de uma maneira natural
Os dados tambeacutem mostraram a falta de preparo dos profissionais no
atendimento aos adolescentes A inexistecircncia de accedilotildees educativas voltadas aos
adolescentes ora eacute justificada pela precariedade de infra-estrutura ora pelo
despreparo dos profissionais e ora pela falta de profissionais na rede
O estudo aponta para a necessidade de desenvolver mecanismos que
possam preparar profissionais para lidar com essa faixa etaacuteria Neste contexto a
utilizaccedilatildeo do grupo operativo parece pertinente e o Curso de Especializaccedilatildeo em
Sauacutede da Famiacutelia empenha-se em preencher esta lacuna da falta de preparo
desses profissionais do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
25
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Atraveacutes deste trabalho pretendia-se conhecer estrateacutegias com grupos
operativos voltadas para educaccedilatildeo de adolescentes Buscou-se tambeacutem
contribuir para o entendimento desta teacutecnica utilizada para promoccedilatildeo de sauacutede O
modelo ainda utilizado na assistecircncia ao adolescente natildeo considera este indiviacuteduo
na sua totalidade orgacircnica psicoloacutegica e sociocultural Esta simplificaccedilatildeo do
problema proveniente da utilizaccedilatildeo do modelo biomeacutedico de assistecircncia tem
comprometido uma melhor atenccedilatildeo a esta clientela O grupo operativo pode ser
uma ferramenta de grande ajuda para o trabalho educativo com adolescentes
Possibilita aleacutem de disponibilizar a informaccedilatildeo permitir a reflexatildeo critica e a
tomada de posiccedilatildeo para a adoccedilatildeo de comportamentos mais saudaacuteveis Este
levantamento permitiu observar tambeacutem que alguns profissionais desconhecem
este meio de estrateacutegia como forma de trabalho Desta forma podemos afirmar
que o grupo operativo pode ser eficaz se
- possibilitar a horizontalidade das relaccedilotildees
- facilitar a participaccedilatildeo ativa e o consequumlente engajamento no processo
de mudanccedila
- desenvolver a liberdade responsabilidade e compromisso
- aleacutem dos aspectos bioloacutegicos discutir tambeacutem os psicossociais
histoacutericos culturais e poliacuteticos nos valores e comportamentos expressos no
grupo
- provocar em seus integrantes reflexatildeo e estimular a argumentaccedilatildeo de
questotildees importantes para o grupo
- problematizar as questotildees impostas atraveacutes da verbalizaccedilatildeo dos
questionamentos e dificuldades
No entanto o sucesso desta atividade estaraacute condicionado ao preparo dos
profissionais envolvidos no sentido de adotar posturas natildeo autoritaacuterias numa
relaccedilatildeo horizontal com conversas abertas e linguagem clara Deste modo
podemos considerar que
26
- eacute necessaacuterio um novo olhar sobre o jovem e sua relaccedilatildeo com a famiacutelia
escola e sociedade nesse repensar das praacuteticas educativas
- O papel do coordenador de um grupo operativo eacute essencial para o
sucesso desejado Ele nunca deve se colocar como um modelo a ser imitado
- este mecanismo oferece agrave equipe de sauacutede informaccedilotildees que podem ser
utilizadas na elaboraccedilatildeo de propostas de trabalho para a sua aacuterea de
abrangecircncia
- este meacutetodo carece de pouca infra-estrutura e tem um baixo custo de
aplicaccedilatildeo
- a informaccedilatildeo clara e accessiacutevel acompanhada de transparecircncia e
sinceridade satildeo atributos imprescindiacuteveis em um grupo operativo propiciando a
criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes e conferindo credibilidade ao trabalho
- eacute preciso desenvolver mecanismos que possam preparar profissionais
para lidar com essa faixa etaacuteria
Neste contexto a utilizaccedilatildeo do grupo operativo parece pertinente e o
Curso de Especializaccedilatildeo em Sauacutede da Famiacutelia empenha-se em preencher esta
lacuna da falta de preparo desses profissionais do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
Atraveacutes da conduccedilatildeo deste trabalho pude refletir e teorizar sobre a minha
praacutetica profissional Percebi que havia muitas deficiecircncias em minha formaccedilatildeo e o
curso de especializaccedilatildeo me ajudou a sanar muitas delas Pude concluir tambeacutem o
quanto eacute importante esta preparaccedilatildeo contiacutenua do profissional Gostaria de
destacar entatildeo a necessidade de capacitaccedilatildeo profissional para aqueles que se
propotildee a trabalhar com atenccedilatildeo baacutesica A meu ver eacute um passo importante em
direccedilatildeo a um melhor atendimento ao adolescente
27
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 1 ABDUCH C Grupos operativos com adolescentes In SCHOR N
MOTA M SFT BRANCO VC (Orgs)Cadernos juventude sauacutede e
desenvolvimento Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1999 p289-300
2 AFONSO MLM et al Oficinas em dinacircmica de grupo na aacuterea da
sauacutedeSatildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo2010PP 63
3 ANDALOacute CSA O papel do coordenador de grupos Psicol USP
Vol12 ndeg 1 Satildeo Paulo 2001
4 ARAUacuteJO A et al Da tendecircncia grupal aos grupos operativos com
adolescentes a identificaccedilatildeo dos pares facilitando o processo de
orientaccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede Rev Med Minas Gerais 2008 18(4
Supl 1) S12
5 BESERRA EP TORRES CA PINHEIRO PNC ALVES MDS
BARROSO MGT Pedagogia freireana como meacutetodo de prevenccedilatildeo
de doenccedilas Ciecircnc sauacutede coletiva [online] 2011 vol16 suppl1 pp
1563-1570
6 BOtildeCKVR SARRIERAJC O grupo operativo intervindo na
Siacutendrome de Burnout PsicolEscEduc10(1)31-39 jan-
jun2006ilusttab
7 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede do Adolescente Brasiacutelia 2005
Disponiacutevel em http wwwsaudegovbr
8 CABRAL FB and OLIVEIRA DLLC Vulnerabilidade de Pueacuterperas
na Visatildeo de Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Ecircnfase em Aspectos
Geracionais e Adolescecircncia Revista de Enfermagem da USP 2010
44(2) 368-75
9 CALLANI MFCJ OTANI MAP Accedilotildees Educativas com
Adolescentes uma Intervenccedilatildeo Necessaacuteria REME revminenferm
12(2) 195-200 abr-jun 2008
28
10 CANNON L R C BOTTINI B A Sauacutede e juventude o cenaacuterio das
poliacuteticas puacuteblicas no Brasil In Brasil Ministeacuterio do Planejamento e
Orccedilamento Jovens acontecendo na trilha das poliacuteticas puacuteblicas Brasiacutelia CNPD1998 p 397-416 v1
11 FERNANDES WJ A Importacircncia dos Grupos Hoje Rev
SPAGESP [online] 2003 vol4 n4 pp 83-91 ISSN 1677-2970
12 FERRARI RAP THOMSON Z and MELCHIOR R Adolescecircncia
accedilotildees e percepccedilatildeo dos meacutedicos e enfermeiros do Programa de Sauacutede
da Famiacutelia Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 22(11)2491-2495
nov 2006
13 FERREIRA MA ALVIM NAT TEIXEIRA MLO VELOSO RC
Saberes de adolescentes estilo de vida e cuidado agrave sauacutede Texto
contexto - enferm [online] 2007 vol16 n2 pp 217-224
14 FORTUNA CM et al O Trabalho de Equipe no Programa de Sauacutede
da Famiacutelia Reflexotildees a Partir de Conceitos do Processo Grupal e de
Grupos Operativos Rev Latino-Am Enfermagem vol13 no2 Ribeiratildeo
Preto MarApr 2005
15 GOMES R ASSIS SG SOUZA ER DESLANDES SF NJAINE K
MALAQUIAS JF Informaccedilotildees e valores de jovens sobre a Aids
avaliaccedilatildeo de escolares de trecircs cidades brasileiras Ciecircnc sauacutede
coletiva [online] 2005 vol10 n2 pp 381-388
16 JEOLAacuteS LS FERRARI RAP Oficinas de prevenccedilatildeo em um serviccedilo
de sauacutede para adolescentes espaccedilo de reflexatildeo e de conhecimento
compartilhado Ciecircnc Sauacutede Coletiva 2003 8611-20
17 LUCCHESE R BARROS S A utilizaccedilatildeo do grupo operativo como
meacutetodo de coleta de dados em pesquisa qualitativa Rev Eletr Enf
[Internet] 2007 9(3)796-805 Available
from httpwwwfenufgbrrevistav9n3v9n3a18htm
18 LUCCHESE R BARROS S Grupo operativo como estrateacutegia
pedagoacutegica em um curso de graduaccedilatildeo em enfermagem um
continente para as vivecircncias dos alunos quartanistas Rev Esc Enferm
USP 2002 36(1) 66-74
29
19 MACIEL RHMO et al O Multiprofissionalismo em sauacutede e a
interaccedilatildeo das equipes do programa de sauacutede da famiacutelia Observatoacuterio de Recursos Humanos em Sauacutede Estaccedilatildeo CETREDE UFC UECE
Fortaleza2007
20 SAITO MI Adolescecircncia prevenccedilatildeo e risco Satildeo Paulo Atheneu
2001
21 SAMPAIO J SANTOS RC PAIXAtildeOLA TORRES TS -
Promoccedilatildeo da Sauacutede Sexual Desafios no Vale do Satildeo Francisco
Psicologia amp Sociedade 22 (3) 499-506 2010
22 SILVA ARV et al Educaccedilatildeo em sauacutede a portadores de Diabetes
Mellitus tipo 2revisatildeo bibliograacutefica RevRENE (10)3146-151 jul-
set2009
23 SILVA KL DIAS FLA VIEIRA NFC PINHEIRO PNC
Reflexotildees acerca do abuso de drogas e da violecircncia na adolescecircncia
Esc Anna Nery [online] 2010 vol14 n3 pp 605-610
24 SILVA KL DIAS FLA VIEIRA NFC PINHEIRO PNC MAIA
CC Riscos e vulnerabilidades relacionados agrave sexualidade na
adolescecircncia Rev enferm UERJ 18(3) 456-461 jul-set 2010
LISTA DE SIGLAS
CEABSF - CURSO DE ESPECIALIZACcedilAtildeO EM ATENCcedilAtildeO BAacuteSICA EM SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA DST - DOENCcedilAS SEXUALMENTE TRANSMISSIacuteVEIS ESF ndash EQUIPE DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA PSF ndash PROGRAMA DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA UBSF ndash UNIDADE BAacuteSICA DE SAUacuteDE
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 11 2JUSTIFICATIVA 12 3OBJETIVOS 13 4 METODOLOGIA 14 5 REVISAtildeO DE LITERATURA 15 6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 18 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 25 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
11
1 INTRODUCcedilAtildeO
No coraccedilatildeo do modelo de sauacutede que o paiacutes vem adotando
encontram-se as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) que inseridas nas
Unidades Baacutesicas de Sauacutede (UBSF) devem na accedilatildeo seguir os
preceitos do Programa de Sauacutede da Famiacutelia (PSF) O objetivo principal
do programa por sua vez eacute o atendimento baacutesico de sauacutede da
populaccedilatildeo adstrita agrave UBSF (atenccedilatildeo primaacuteria) A ideacuteia eacute a de que o
atendimento integral em sauacutede aleacutem de atender o paciente
individualmente tambeacutem atenda as famiacutelias considerando suas
condiccedilotildees socioculturais da comunidade
O atendimento individualizado de cada membro da famiacutelia
assistida pelo programa faz parte deste processo de trabalho O grupo
formado pelos adolescentes natildeo raramente eacute atendido sem a
especificidade que esta fase do desenvolvimento humano requer A falta
de orientaccedilatildeo e informaccedilatildeo das equipes muitas vezes eacute apontada como
responsaacutevel
Neste contexto o Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica
em Sauacutede da Famiacutelia ofertado pela Universidade Federal de Minas
Gerais vem oferecer agraves equipes e profissionais como meacutedicos
enfermeiros e dentistas as bases necessaacuterias para a capacitaccedilatildeo e
aperfeiccediloamento do seu processo de trabalho junto agraves famiacutelias dos
municiacutepios brasileiros O atendimento ao adolescente tem seu lugar no
decorrer do curso e a falta de uma intervenccedilatildeo de maneira eficaz a esse
grupo foi a fagulha necessaacuteria para o desejo de se aprofundar os
estudos atraveacutes de uma revisatildeo bibliograacutefica sobre a teacutecnica do grupo
operativo Esta teacutecnica pode ser utilizada como ferramenta eficaz pela
equipe uma vez que estudos apontam sua utilizaccedilatildeo como forma de se
conhecer e pesquisar o universo do adolescente
12
2 JUSTIFICATIVA Um objeto de estudo geralmente surge no nosso espaccedilo de trabalho a
partir das experiecircncias vividas e das reflexotildees feitas neste espaccedilo Este estudo
surgiu da minha vivecircncia profissional como Dentista na Unidade de Atendimento
Odontoloacutegico da cidade de Pequi Ao ingressar no Curso de Especializaccedilatildeo em
Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia - CEABSF da Universidade Federal de Minas Gerais e
fazendo o diagnoacutestico situacional da cidade me chamou a atenccedilatildeo o nuacutemero alto de
adolescentes graacutevidas e a falta de atividades de lazer para essa fase tatildeo cheia de
mudanccedilas Aleacutem disso natildeo haviam projetos a serem desenvolvidos pela ESF que focavam
os adolescentes No decorrer do curso pude compreender tambeacutem a correta forma de
utilizaccedilatildeo dos grupos operativos e com esse embasamento comecei a desenvolver alguns
grupos com adolescentes Percebi nesta evoluccedilatildeo do meu trabalho que a ESF ainda natildeo
utiliza essa ferramenta de forma produtiva e os profissionais tem muita dificuldade em
desenvolver este tema
13
3 OBJETIVO
Atraveacutes deste levantamento bibliograacutefico buscou-se conhecer
estrateacutegias com grupos operativos voltadas agrave educaccedilatildeo do adolescente
com a intenccedilatildeo de contribuir para o avanccedilo no entendimento acerca da
promoccedilatildeo de sauacutede e da problemaacutetica em que o mesmo estaacute inserido
14
4 METODOLOGIA Para atender o objetivo proposto foi desenvolvido um estudo mediante
levantamento bibliograacutefico dos artigos disponiacuteveis nos bancos de dados LILACS
MEDLINE BDENF e SCIELO no periacuteodo de 1997 a 2011 produzidos no Brasil
Para tanto os descritores usados foram os termos educaccedilatildeo em sauacutede
comportamento do adolescente sauacutede do adolescente e grupos operativos
A coleta de dados se deu em Agosto e Setembro de 2011 quando foram
obtidos com a ajuda dos descritores vaacuterios artigos que foram lidos e analisados
15
5 REVISAtildeO DE LITERATURA
51 O Adolescente e a Contemporaneidade No final da deacutecada de 80 e iniacutecio dos anos 90 o adolescente
teve seu reconhecimento como foco de estudo na sociedade da Ameacuterica
Latina e Caribe no campo da Sauacutede Puacuteblica Desde entatildeo os direitos e
as situaccedilotildees vividas pelos adolescentes resultam possivelmente das
condiccedilotildees socioeconocircmicas e das vantagens e desvantagens
associadas agrave classe social ao gecircnero e agrave etnicidade prevalentes da
sociedade contemporacircnea (CANNON BOTTINI 1998) Estas condiccedilotildees
tornam os adolescentes um grupo vulneraacutevel dentre outros reduzindo
seu acesso aos serviccedilos
Birman (2006) considera que existe na atualidade um
alongamento da adolescecircncia que hoje comeccedila mais cedo que outrora
e que se prolonga pelo periacuteodo anteriormente denominado idade adulta
A contemporaneidade se caracteriza pelas incertezas e sentimento de
solidatildeo que traduzem uma experiecircncia uacutenica de adolescer Na
sociedade atual esse grupo os adolescentes eacute tratado de forma
ambiacutegua ora como crianccedila ora como adulto e isso se reflete no
atendimento oferecido nos postos de sauacutede no trabalho da equipe que
atende as famiacutelias Inuacutemeras vezes os proacuteprios profissionais natildeo sabem
como abordar esta clientela
52 Adolescecircncia Vulnerabilidade e Risco O risco e vulnerabilidade estatildeo entrelaccedilados agraves caracteriacutesticas
proacuteprias do desenvolvimento psicoemocional da fase da adolescecircncia A
busca de identidade leva ao questionamento dos padrotildees adultos e
portanto da autoridade de pais professores O contato com o novo
resulta em um grande desafio vinculado agrave onipotecircncia do adolescente
16
que se acha sempre um vencedor por outro lado a timidez e a baixa
auto-estima podem tornaacute-lo fraacutegil levando a buscar soluccedilotildees externas
inadequadas (SAITO2001)
Se natildeo haacute accedilotildees preventivas a ocorrecircncia natildeo admitida da
possibilidade de danos agrave proacutepria sauacutede potencializa-se pois o
adolescente acha que situaccedilotildees como gravidez natildeo planejada
contaminaccedilatildeo por doenccedilas sexualmente transmissiacuteveis e uso de
substacircncias quiacutemicas natildeo iratildeo acontecer com ele (CALLANI et al
2008)
Sensaccedilatildeo de poder e ao mesmo tempo dificuldade de antever as
reais consequumlecircncias de seus atos fazem deste grupo um importante
alvo de trabalho atraveacutes de estrateacutegias que possibilitem reflexatildeo e
criacutetica
Abduch (1999) aponta que na adolescecircncia experimentamos a
vivecircncia grupal fora do acircmbito social familiar entrando em contato com
diferentes culturas haacutebitos valores crenccedilas e necessidades Essa
tendecircncia grupal tatildeo expliacutecita na adolescecircncia pode se tornar um fator
de proteccedilatildeo a sua sauacutede se tomarmos como referecircncia o conceito da
Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede que nos diz que sauacutede eacute um equiliacutebrio
entre os fatores bioloacutegicos psicoloacutegicos e sociais e natildeo simplesmente
ausecircncia de doenccedilas
No processo de construccedilatildeo do ser humano outros grupos de referecircncia
aleacutem da famiacutelia vatildeo se tornando importantes destacando-se a escola dentro da
proposta preventiva Eacute fundamental tambeacutem a participaccedilatildeo do profissional da
sauacutede pois se a escola pode ser responsabilizada pela necessidade de formular
propostas preventivas tatildeo vinculadas agrave prevenccedilatildeo de agravos agrave sauacutede que se
poderaacute dizer da equipe de sauacutede que tem livre acesso agraves famiacutelias agraves crianccedilas e
posteriormente aos adolescentes mas que frequentemente se omite em realizar
discussotildees sobre sexualidade drogas violecircncia influecircncia dos meios de
comunicaccedilatildeo imprescindiacuteveis ao exerciacutecio do processo de trabalho desta equipe
(CALLANI et al2008)
17
Para Afonso et al (2010) o grupo operativo visa natildeo apenas
compreender suas condiccedilotildees de sauacutededoenccedila mas tambeacutem dar
respostas criativas a suas necessidades em seu cotidiano e seu
contexto Nesse sentido desempenha um relevante papel educativo ante
seus membros A aprendizagem eacute mais do que a aquisiccedilatildeo de uma nova
informaccedilatildeo e natildeo se restringe ao aspecto cognitivo Envolve a
elaboraccedilatildeo de significados sentimentos e relaccedilotildees
18
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO Os artigos selecionados para anaacutelise estatildeo descritos no quadro 1
Quadro 1 Artigos cientiacuteficos de pesquisa bibliograacutefica relacionados a grupos
operativos e adolescentes 1999 a 2011
Titulo Autores e
ano Objetivos Principais
resultadosconclusotildees Grupos operativos com adolescentes
Abduch 1999 Sensibilizar profissionais que atuam com jovens e adolescentes em situaccedilotildees de grupos
O grupo operativo natildeo estaacute centrado no indiviacuteduo ou no proacuteprio grupo tampouco se propotildee a ser terapecircutico embora leve o sujeito a fazer ajustes e correccedilotildees de sua inserccedilatildeo social A teacutecnica de grupos operativos parece ser um instrumento eficiente por se tratar de uma didaacutetica horizontal tornando o indiviacuteduo agente ativo responsaacutevel e engajado no processo de mudanccedila na medida em que as suas necessidades pessoais e comunitaacuterias satildeo levadas em consideraccedilatildeo
Adolescecircncia cultura vulnerabilidade e risco
Saito 2001 Analisar propostas de prevenccedilatildeo aos riscos na adolescecircncia
A proposta de prevenccedilatildeo deve conter liberdade responsabilidade e compromisso funcionando a informaccedilatildeo como instrumento para que adolescentes de ambos os sexos possam ponderar decisotildees e fazer escolhas mais adequadas Apesar de reconhecerem que a informaccedilatildeo mais completa e fidedigna soacute pode ser obtida com o adolescente em entrevista privada para muitos profissionais persistem duacutevidas e inseguranccedilas sobre se este eacute o procedimento correto para uma praacutetica apropriada
19
O papel do coordenador de grupos
Andaloacute 2001
Provocar uma reflexatildeo sobre a coordenaccedilatildeo de grupos
Ao professor natildeo cabe dizer ldquofaccedila como eurdquo mas ldquofaccedila comigordquo O professor eacute um simples mediador Egrave preciso sempre procurar liberar os trabalhos com grupos de seu caraacuteter ideoloacutegico criando conceitos que coloquem o coordenador natildeo como um modelo a ser seguido ou imitado mas como algueacutem capaz de elaborar teoricamente os fenocircmenos ocorridos E devolvecirc-los ao grupo de forma a ampliar sua compreensatildeo
A Importacircncia dos Grupos Hoje
Fernandes 2003
Mostrar a visatildeo geral dos grupos hoje e qual sua importacircncia futura
Em qualquer grupo os niacuteveis conscientes e inconscientes de funcionamento grupal satildeo os mesmos e os participantes tem as mesmas afliccedilotildees e pedidos baacutesicos O que deve variar eacute a atitude do coordenador do grupo O grupo eacute o espaccedilo continente e facilitador da busca de condiccedilotildees para um futuro melhor
Informaccedilotildees e valores de jovens sobre a AIDS avaliaccedilatildeo de escolares de trecircs cidades brasileiras
Gomes et al 2005
Avaliar as informaccedilotildees e os valores relativos agrave AIDS entre jovens escolares em trecircs cidades brasileiras
O Programa natildeo teve efeito sobre o niacutevel de informaccedilatildeo acerca da AIDS mas o Programa revelou capacidade de reflexatildeo e de argumentaccedilatildeo sobre formas de prevenccedilatildeo da transmissatildeo da AIDS
Saberes de adolescentes estilo de vida e cuidado agrave sauacutede
Ferreira et al 2007
Conhecer as concepccedilotildees dos adolescentes sobre sauacutede e como estas se articulam com as suas praacuteticas de cuidado no processo de adolescer
Concepccedilotildees de sauacutede satildeo um modo de viver a vida e originam praacuteticas de cuidado que se articulam aos estilos de vida peculiares agrave adolescecircncia A convergecircncia dos saberes cientiacuteficos e do senso comum eacute necessaacuteria agrave praacutetica de educaccedilatildeo em sauacutede para atendimento das demandas de cuidado de interesse dos sujeitos
20
Accedilotildees educativas com adolescentes uma intervenccedilatildeo necessaacuteria
Callani et al 2008
Analisar a percepccedilatildeo de adolescentes que participaram de um grupo de educaccedilatildeo em sauacutede em uma Unidade de Sauacutede da Famiacutelia
Aleacutem da famiacutelia considera-se fundamental a participaccedilatildeo da escola e dos serviccedilos de sauacutede na educaccedilatildeo sexual Nos grupos o coordenador ou mediador necessita utilizar estrateacutegias para facilitar a criaccedilatildeo de viacutenculo A comunicaccedilatildeo clara e acessiacutevel associada agrave transparecircncia e agrave sinceridade propicia a criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes conferindo credibilidade ao trabalho
Adolescecircncia accedilotildees e percepccedilatildeo dos meacutedicos e enfermeiros do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
Ferrari et al 2008
Caracterizar as accedilotildees programaacuteticas preventivas e de intervenccedilatildeo aos adolescentes desenvolvidas pelos meacutedicos e enfermeiros da Sauacutede da Famiacutelia e analisar a percepccedilatildeo dos profissionais quanto agraves praacuteticas de atenccedilatildeo agrave sauacutede para este grupo etaacuterio
Para desenvolver atividades num programa para adolescente exige-se um enfoque mais amplo natildeo apenas nos aspectos teacutecnico e bioloacutegico mas tambeacutem nos aspectos psicossociais histoacutericos sociais culturais poliacuteticos nos valores e comportamentos - e nem sempre os profissionais se sentem aptos para atuar nesta complexidade de saberes Aleacutem da multidisciplinaridade no trato com o adolescente os profissionais precisam buscar parcerias com outros setores a fim de obter melhor e maior efetividade nas accedilotildees de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede deste grupo etaacuterio
Da tendecircncia grupal aos grupos operativos com adolescentes a identificaccedilatildeo dos pares facilitando o processo de orientaccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede
Arauacutejo et al 2008
Oferecer aos profissionais de sauacutede o reconhecimento da estrateacutegia dos grupos operativos como forma de educaccedilatildeo em sauacutede e de enfrentamento das adversidades do cotidiano dos jovens
A aprendizagem ocupa lugar importante perante as mudanccedilas e eacute atraveacutes da capacidade do grupo e de cada um de seus integrantes que se torna possiacutevel o desenvolvimento de condutas alternativas diante das mudanccedilas atraveacutes da compreensatildeo e da accedilatildeo transformadora da realidade Repensar as praacuteticas educativas em sauacutede envolvendo adolescentes pressupotildee um novo olhar sobre o jovem e seu papel na famiacutelia escola e sociedade
Vulnerabilidade de pueacuterperas na visatildeo de equipes de sauacutede da famiacutelia ecircnfase em aspectos geracionais e adolescecircncia
Cabral et al 2010
Investigar a visatildeo de profissionais de ESFs sobre a vulnerabilidade de pueacuterperas quando estas satildeo adolescentes
A adolescecircncia foi percebida pelos profissionais das ESFs como uma fase de instabilidade fortemente marcada por crises dificuldades e atitudes irresponsaacuteveis caracteriacutesticas que repercutem de forma importante no puerpeacuterio produzindo situaccedilotildees de vulnerabilidade Olhar para a sauacutede das pueacuterperas adolescentes a partir da noccedilatildeo de vulnerabilidade possibilitou
21
compreender os processos de produccedilatildeo de sauacutede e natildeo sauacutede das adolescentes no puerpeacuterio para aleacutem de suas experiecircncias reprodutivas e em certa medida considerar que aspectos diversos estatildeo aiacute implicados
Promoccedilatildeo da Sauacutede Sexual desafios no Vale do Satildeo Francisco
Sampaio et al 2010
Discutir os impasses e desafios relacionados agrave implantaccedilatildeo de accedilotildees educativas em sauacutede sexual para adolescentes na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia da cidade de Petrolina ndash PE e Juazeiro - BA
Observou-se a inexistecircncia de accedilotildees educativas voltadas aos adolescentes justificada pela precariedade de infraestrutura pelo despreparo dos profissionais e pela falta de profissionais na rede O estudo aponta para a necessidade de se desenvolver praacuteticas educativas voltadas agrave sauacutede sexual dos adolescentes mais efetivas e contextualizadas nos dispositivos de sauacutede da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no Vale do Satildeo Francisco
Reflexotildees acerca do abuso de drogas e da violecircncia na adolescecircncia
Silva et al 2010
Accedilotildees de Educaccedilatildeo em Sauacutede para reflexatildeo criacutetica dos adolescentes sobre o uso abusivo de drogas e consequentes comportamentos violentos
Adolescentes experimentam as drogas por desinformaccedilatildeo curiosidade e faacutecil acesso O uso de drogas pode trazer violecircncia (atitudes agressivas) dificultando a sua compreensatildeo Educaccedilatildeo em Sauacutede pode trazer padratildeo de vida mais saudaacutevel facilitando a identificaccedilatildeo dos fatores de riscos e reduzindo a vulnerabilidade
Riscos e vulnerabilidades relacionados agrave sexualidade na adolescecircncia
Dias et al 2010 Objetivou-se relatar os efeitos das accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede junto agrave escola
Constatou-se que os adolescentes conhecem o preservativo masculino mas natildeo o utilizam Educaccedilatildeo deve estimular a reflexatildeo criacutetica sobre risco e vulnerabilidades relacionadas ao comportamento sexual
Pedagogia freireana como meacutetodo de prevenccedilatildeo de doenccedilas
Beserra et al 2011
Investigar a sexualidade de adolescentes do sexo masculino com a accedilatildeo educativa (circulo de cultura) na prevenccedilatildeo de doenccedilas sexualmente transmissiacuteveis
Os meninos associaram o sexo agrave sexualidade de forma predominante com pouca compreensatildeo da vulnerabilidade da praacutetica sexual desprotegida (incentivados precocemente ao iniacutecio da vida sexual) O ciacuterculo de cultura mostrou ser adequado propiciando a exposiccedilatildeo de duacutevidas o conhecimento da prevenccedilatildeo das DST e a capacitaccedilatildeo para repensar condutas
A educaccedilatildeo em sauacutede eacute um tema que haacute bastante tempo vem sendo
discutido poreacutem existem poucos estudos envolvendo estrateacutegias de educaccedilatildeo em
sauacutede com o uso de grupos operativos com adolescentes
22
Nos artigos consultados e selecionados foram identificadas duas
tendecircncias Alguns se concentraram em discussotildees relacionadas ao processo ao
preparo de profissionais que lidam com abordagens comunitaacuterias considerando a
melhor maneira da utilizaccedilatildeo deste meacutetodo Outros se detiveram em analisar os
resultados de experimentaccedilotildees com grupos operativos voltados para a educaccedilatildeo
para sauacutede Entre estes uacuteltimos foram considerados nesse estudo somente os
que tinham adolescentes como grupo de interesse
Quanto ao processo destaca-se a preocupaccedilatildeo em discutir e refletir sobre
o meacutetodo em si suas vantagens desvantagens e como conseguir os resultados
esperados Os autores consideram ser este um meacutetodo eficiente por possibilitar a
horizontalidade das relaccedilotildees facilitando a participaccedilatildeo ativa e o consequumlente
engajamento no processo de mudanccedila (ABDUCH 1999)
O trabalho com populaccedilotildees vulneraacuteveis a determinados riscos no caso os
adolescentes exige um trabalho efetivo para a promoccedilatildeo da sauacutede por meio do
controle e prevenccedilatildeo desses riscos O grupo operativo segundo Saito (2000)
permite que os participantes usem as informaccedilotildees adquiridas como instrumento
para ponderar as decisotildees e fazer escolhas mais adequadas Para o autor a
liberdade responsabilidade e compromisso valores possibilitados pelo grupo
operativo satildeo componentes importantes neste processo
O papel do coordenador de um grupo operativo eacute essencial para o sucesso
desejado Segundo Andaloacute (2001) o coordenador natildeo deve se colocar como
modelo a ser imitado mas como ldquoalgueacutem capaz de elaborar teoricamente os
fenocircmenos ocorridosrdquo facilitando a compreensatildeo do grupo com a devoluccedilatildeo
dessa liberaccedilatildeo A busca de condiccedilotildees para um futuro melhor seraacute facilitada
diante de um coordenador preparado (FERNANDES 2003)
Alguns estudos procuram contribuir com o trabalho de profissionais de
sauacutede especificamente os ligados aacute Atenccedilatildeo Primaacuteria Ferrari et al(2008)
considera primordial que sejam considerados no desenvolvimento de grupos
operativos para adolescentes aleacutem dos aspectos bioloacutegicos do que se quer
discutir tambeacutem os psicossociais histoacutericos culturais e poliacuteticos nos valores e
comportamentos expressos no grupo Assim sugerem fortemente a
multidisciplinaridade e intersetorialidade no trato com este grupo populacional
Segundo Araujo et al (2008) eacute necessaacuterio um novo olhar sobre o jovem e sua
23
relaccedilatildeo com a famiacutelia escola e sociedade nesse repensar das praacuteticas
educativas
Num trabalho de grupo operativo com pueacuterperas adolescentes Cabral et al
(2010) observou que os profissionais de sauacutede envolvidos no processo
compreenderam melhor a produccedilatildeo da sauacutede a partir do entendimento da
vulnerabilidade do grupo participante Os aspectos diversos implicados na
gestaccedilatildeo entre adolescentes foram aleacutem da experiecircncias reprodutivas
observadas
Muitas vezes o processo educativo empreendido pela equipes da estrateacutegia
Sauacutede da Famiacutelia enfrenta problemas com destaque para o despreparo do
profissional na rede Comportamentos saudaacuteveis seratildeo sempre mais efetivos
quanto mais forem contextualizados (SAMPAIO et al 2010)
Alguns estudos entre os consultados avaliam programas que adotaram o
meacutetodo do grupo operativo em atividades educativas para adolescentes
trabalhando questotildees de risco como sexualidade e doenccedilas sexualmente
transmissiacuteveis aacutelcool e drogas gravidez entre outros Pontos fortes da accedilatildeo
relacionados ao bom resultado foram apontados
Gomes et al (2005) observaram que com relaccedilatildeo aacute AIDS o trabalho em
grupo natildeo diferenciou os participantes quanto ao conhecimento adquirido mas
tornou os participantes do grupo operativo mais capazes de refletir e argumentar
formas de prevenccedilatildeo desta doenccedila
Esta reflexatildeo eacute fundamental na mudanccedila consciente de comportamento
Este fato foi observado com adolescentes num trabalho de educaccedilatildeo sexual
quando meninos declararam natildeo utilizar preservativo apesar de conhececirc-lo
comprovando a que eacute preciso mais do que informar (SILVA et al 2010)
A informaccedilatildeo clara e accessiacutevel acompanhada de transparecircncia e
sinceridade forma consideradas por Callani et al 2008 atributos imprescindiacuteveis
em um grupo operativo propiciando a criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes e
conferindo credibilidade ao trabalho
Assuntos como aacutelcool e drogas precisam ser claramente debatidos com
adolescentes Silva et al (2010) observaram que adolescentes experimentam as
drogas por desinformaccedilatildeo curiosidade e faacutecil acesso e isto pode trazer como
consequumlecircncia violecircncia
24
Meacutetodos de abordagem em grupos operativos tambeacutem tecircm sido testados
como no estudo Beserra et al (2011) que utilizou o circulo de cultura sugerido por
Paulo Freire para o trabalho de educaccedilatildeo sexual com adolescentes O meacutetodo
permitiu a exposiccedilatildeo de duacutevidas com tranquumlilidade o conhecimento da prevenccedilatildeo
da DST e a capacidade desenvolvida para repensar condutas
O grupo operativo mostrou que a convergecircncia de saberes cientiacutefico e
senso comum eacute uma das maneiras efetivas de se trabalhar com educaccedilatildeo para
sauacutede uma vez que dessa maneira as demandas satildeo explicitadas claramente
(FERREIRA et al 2007)
Os dados apresentados nos artigos objetos de estudo deste trabalho
indicaram que o uso do grupo operativo com adolescentes pode ser uma
importante ferramenta de trabalho para a Equipe de Sauacutede da Famiacutelia atraveacutes do
qual eacute possiacutevel pela verbalizaccedilatildeo dos questionamentos e dificuldades
problematizar discutir e provocar reflexotildees sobre situaccedilotildees pertinentes a esta
fase da vida Este mecanismo oferece agrave equipe de sauacutede informaccedilotildees que podem
ser utilizadas na elaboraccedilatildeo de propostas de trabalho para a sua aacuterea de
abrangecircncia Aleacutem disso carece de pouca infra-estrutura e tem um baixo custo de
aplicaccedilatildeo Este tipo de estrateacutegia deve ser utilizada pela equipe da sauacutede da
famiacutelia pois eacute um meio eficaz de prevenccedilatildeo para muitos agravos agrave sauacutede do
adolescente O grupo operativo com adolescentes atraveacutes da identificaccedilatildeo muacutetua
dos seus integrantes eacute capaz de promover haacutebitos saudaacuteveis de vida funcionando
como um indutor desse processo Essa identificaccedilatildeo serve tambeacutem para que
assuntos antes tratados com parcimocircnia sejam levados ao grupo sem temores e
de uma maneira natural
Os dados tambeacutem mostraram a falta de preparo dos profissionais no
atendimento aos adolescentes A inexistecircncia de accedilotildees educativas voltadas aos
adolescentes ora eacute justificada pela precariedade de infra-estrutura ora pelo
despreparo dos profissionais e ora pela falta de profissionais na rede
O estudo aponta para a necessidade de desenvolver mecanismos que
possam preparar profissionais para lidar com essa faixa etaacuteria Neste contexto a
utilizaccedilatildeo do grupo operativo parece pertinente e o Curso de Especializaccedilatildeo em
Sauacutede da Famiacutelia empenha-se em preencher esta lacuna da falta de preparo
desses profissionais do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
25
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Atraveacutes deste trabalho pretendia-se conhecer estrateacutegias com grupos
operativos voltadas para educaccedilatildeo de adolescentes Buscou-se tambeacutem
contribuir para o entendimento desta teacutecnica utilizada para promoccedilatildeo de sauacutede O
modelo ainda utilizado na assistecircncia ao adolescente natildeo considera este indiviacuteduo
na sua totalidade orgacircnica psicoloacutegica e sociocultural Esta simplificaccedilatildeo do
problema proveniente da utilizaccedilatildeo do modelo biomeacutedico de assistecircncia tem
comprometido uma melhor atenccedilatildeo a esta clientela O grupo operativo pode ser
uma ferramenta de grande ajuda para o trabalho educativo com adolescentes
Possibilita aleacutem de disponibilizar a informaccedilatildeo permitir a reflexatildeo critica e a
tomada de posiccedilatildeo para a adoccedilatildeo de comportamentos mais saudaacuteveis Este
levantamento permitiu observar tambeacutem que alguns profissionais desconhecem
este meio de estrateacutegia como forma de trabalho Desta forma podemos afirmar
que o grupo operativo pode ser eficaz se
- possibilitar a horizontalidade das relaccedilotildees
- facilitar a participaccedilatildeo ativa e o consequumlente engajamento no processo
de mudanccedila
- desenvolver a liberdade responsabilidade e compromisso
- aleacutem dos aspectos bioloacutegicos discutir tambeacutem os psicossociais
histoacutericos culturais e poliacuteticos nos valores e comportamentos expressos no
grupo
- provocar em seus integrantes reflexatildeo e estimular a argumentaccedilatildeo de
questotildees importantes para o grupo
- problematizar as questotildees impostas atraveacutes da verbalizaccedilatildeo dos
questionamentos e dificuldades
No entanto o sucesso desta atividade estaraacute condicionado ao preparo dos
profissionais envolvidos no sentido de adotar posturas natildeo autoritaacuterias numa
relaccedilatildeo horizontal com conversas abertas e linguagem clara Deste modo
podemos considerar que
26
- eacute necessaacuterio um novo olhar sobre o jovem e sua relaccedilatildeo com a famiacutelia
escola e sociedade nesse repensar das praacuteticas educativas
- O papel do coordenador de um grupo operativo eacute essencial para o
sucesso desejado Ele nunca deve se colocar como um modelo a ser imitado
- este mecanismo oferece agrave equipe de sauacutede informaccedilotildees que podem ser
utilizadas na elaboraccedilatildeo de propostas de trabalho para a sua aacuterea de
abrangecircncia
- este meacutetodo carece de pouca infra-estrutura e tem um baixo custo de
aplicaccedilatildeo
- a informaccedilatildeo clara e accessiacutevel acompanhada de transparecircncia e
sinceridade satildeo atributos imprescindiacuteveis em um grupo operativo propiciando a
criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes e conferindo credibilidade ao trabalho
- eacute preciso desenvolver mecanismos que possam preparar profissionais
para lidar com essa faixa etaacuteria
Neste contexto a utilizaccedilatildeo do grupo operativo parece pertinente e o
Curso de Especializaccedilatildeo em Sauacutede da Famiacutelia empenha-se em preencher esta
lacuna da falta de preparo desses profissionais do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
Atraveacutes da conduccedilatildeo deste trabalho pude refletir e teorizar sobre a minha
praacutetica profissional Percebi que havia muitas deficiecircncias em minha formaccedilatildeo e o
curso de especializaccedilatildeo me ajudou a sanar muitas delas Pude concluir tambeacutem o
quanto eacute importante esta preparaccedilatildeo contiacutenua do profissional Gostaria de
destacar entatildeo a necessidade de capacitaccedilatildeo profissional para aqueles que se
propotildee a trabalhar com atenccedilatildeo baacutesica A meu ver eacute um passo importante em
direccedilatildeo a um melhor atendimento ao adolescente
27
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 1 ABDUCH C Grupos operativos com adolescentes In SCHOR N
MOTA M SFT BRANCO VC (Orgs)Cadernos juventude sauacutede e
desenvolvimento Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1999 p289-300
2 AFONSO MLM et al Oficinas em dinacircmica de grupo na aacuterea da
sauacutedeSatildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo2010PP 63
3 ANDALOacute CSA O papel do coordenador de grupos Psicol USP
Vol12 ndeg 1 Satildeo Paulo 2001
4 ARAUacuteJO A et al Da tendecircncia grupal aos grupos operativos com
adolescentes a identificaccedilatildeo dos pares facilitando o processo de
orientaccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede Rev Med Minas Gerais 2008 18(4
Supl 1) S12
5 BESERRA EP TORRES CA PINHEIRO PNC ALVES MDS
BARROSO MGT Pedagogia freireana como meacutetodo de prevenccedilatildeo
de doenccedilas Ciecircnc sauacutede coletiva [online] 2011 vol16 suppl1 pp
1563-1570
6 BOtildeCKVR SARRIERAJC O grupo operativo intervindo na
Siacutendrome de Burnout PsicolEscEduc10(1)31-39 jan-
jun2006ilusttab
7 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede do Adolescente Brasiacutelia 2005
Disponiacutevel em http wwwsaudegovbr
8 CABRAL FB and OLIVEIRA DLLC Vulnerabilidade de Pueacuterperas
na Visatildeo de Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Ecircnfase em Aspectos
Geracionais e Adolescecircncia Revista de Enfermagem da USP 2010
44(2) 368-75
9 CALLANI MFCJ OTANI MAP Accedilotildees Educativas com
Adolescentes uma Intervenccedilatildeo Necessaacuteria REME revminenferm
12(2) 195-200 abr-jun 2008
28
10 CANNON L R C BOTTINI B A Sauacutede e juventude o cenaacuterio das
poliacuteticas puacuteblicas no Brasil In Brasil Ministeacuterio do Planejamento e
Orccedilamento Jovens acontecendo na trilha das poliacuteticas puacuteblicas Brasiacutelia CNPD1998 p 397-416 v1
11 FERNANDES WJ A Importacircncia dos Grupos Hoje Rev
SPAGESP [online] 2003 vol4 n4 pp 83-91 ISSN 1677-2970
12 FERRARI RAP THOMSON Z and MELCHIOR R Adolescecircncia
accedilotildees e percepccedilatildeo dos meacutedicos e enfermeiros do Programa de Sauacutede
da Famiacutelia Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 22(11)2491-2495
nov 2006
13 FERREIRA MA ALVIM NAT TEIXEIRA MLO VELOSO RC
Saberes de adolescentes estilo de vida e cuidado agrave sauacutede Texto
contexto - enferm [online] 2007 vol16 n2 pp 217-224
14 FORTUNA CM et al O Trabalho de Equipe no Programa de Sauacutede
da Famiacutelia Reflexotildees a Partir de Conceitos do Processo Grupal e de
Grupos Operativos Rev Latino-Am Enfermagem vol13 no2 Ribeiratildeo
Preto MarApr 2005
15 GOMES R ASSIS SG SOUZA ER DESLANDES SF NJAINE K
MALAQUIAS JF Informaccedilotildees e valores de jovens sobre a Aids
avaliaccedilatildeo de escolares de trecircs cidades brasileiras Ciecircnc sauacutede
coletiva [online] 2005 vol10 n2 pp 381-388
16 JEOLAacuteS LS FERRARI RAP Oficinas de prevenccedilatildeo em um serviccedilo
de sauacutede para adolescentes espaccedilo de reflexatildeo e de conhecimento
compartilhado Ciecircnc Sauacutede Coletiva 2003 8611-20
17 LUCCHESE R BARROS S A utilizaccedilatildeo do grupo operativo como
meacutetodo de coleta de dados em pesquisa qualitativa Rev Eletr Enf
[Internet] 2007 9(3)796-805 Available
from httpwwwfenufgbrrevistav9n3v9n3a18htm
18 LUCCHESE R BARROS S Grupo operativo como estrateacutegia
pedagoacutegica em um curso de graduaccedilatildeo em enfermagem um
continente para as vivecircncias dos alunos quartanistas Rev Esc Enferm
USP 2002 36(1) 66-74
29
19 MACIEL RHMO et al O Multiprofissionalismo em sauacutede e a
interaccedilatildeo das equipes do programa de sauacutede da famiacutelia Observatoacuterio de Recursos Humanos em Sauacutede Estaccedilatildeo CETREDE UFC UECE
Fortaleza2007
20 SAITO MI Adolescecircncia prevenccedilatildeo e risco Satildeo Paulo Atheneu
2001
21 SAMPAIO J SANTOS RC PAIXAtildeOLA TORRES TS -
Promoccedilatildeo da Sauacutede Sexual Desafios no Vale do Satildeo Francisco
Psicologia amp Sociedade 22 (3) 499-506 2010
22 SILVA ARV et al Educaccedilatildeo em sauacutede a portadores de Diabetes
Mellitus tipo 2revisatildeo bibliograacutefica RevRENE (10)3146-151 jul-
set2009
23 SILVA KL DIAS FLA VIEIRA NFC PINHEIRO PNC
Reflexotildees acerca do abuso de drogas e da violecircncia na adolescecircncia
Esc Anna Nery [online] 2010 vol14 n3 pp 605-610
24 SILVA KL DIAS FLA VIEIRA NFC PINHEIRO PNC MAIA
CC Riscos e vulnerabilidades relacionados agrave sexualidade na
adolescecircncia Rev enferm UERJ 18(3) 456-461 jul-set 2010
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 11 2JUSTIFICATIVA 12 3OBJETIVOS 13 4 METODOLOGIA 14 5 REVISAtildeO DE LITERATURA 15 6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 18 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 25 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
11
1 INTRODUCcedilAtildeO
No coraccedilatildeo do modelo de sauacutede que o paiacutes vem adotando
encontram-se as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) que inseridas nas
Unidades Baacutesicas de Sauacutede (UBSF) devem na accedilatildeo seguir os
preceitos do Programa de Sauacutede da Famiacutelia (PSF) O objetivo principal
do programa por sua vez eacute o atendimento baacutesico de sauacutede da
populaccedilatildeo adstrita agrave UBSF (atenccedilatildeo primaacuteria) A ideacuteia eacute a de que o
atendimento integral em sauacutede aleacutem de atender o paciente
individualmente tambeacutem atenda as famiacutelias considerando suas
condiccedilotildees socioculturais da comunidade
O atendimento individualizado de cada membro da famiacutelia
assistida pelo programa faz parte deste processo de trabalho O grupo
formado pelos adolescentes natildeo raramente eacute atendido sem a
especificidade que esta fase do desenvolvimento humano requer A falta
de orientaccedilatildeo e informaccedilatildeo das equipes muitas vezes eacute apontada como
responsaacutevel
Neste contexto o Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica
em Sauacutede da Famiacutelia ofertado pela Universidade Federal de Minas
Gerais vem oferecer agraves equipes e profissionais como meacutedicos
enfermeiros e dentistas as bases necessaacuterias para a capacitaccedilatildeo e
aperfeiccediloamento do seu processo de trabalho junto agraves famiacutelias dos
municiacutepios brasileiros O atendimento ao adolescente tem seu lugar no
decorrer do curso e a falta de uma intervenccedilatildeo de maneira eficaz a esse
grupo foi a fagulha necessaacuteria para o desejo de se aprofundar os
estudos atraveacutes de uma revisatildeo bibliograacutefica sobre a teacutecnica do grupo
operativo Esta teacutecnica pode ser utilizada como ferramenta eficaz pela
equipe uma vez que estudos apontam sua utilizaccedilatildeo como forma de se
conhecer e pesquisar o universo do adolescente
12
2 JUSTIFICATIVA Um objeto de estudo geralmente surge no nosso espaccedilo de trabalho a
partir das experiecircncias vividas e das reflexotildees feitas neste espaccedilo Este estudo
surgiu da minha vivecircncia profissional como Dentista na Unidade de Atendimento
Odontoloacutegico da cidade de Pequi Ao ingressar no Curso de Especializaccedilatildeo em
Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia - CEABSF da Universidade Federal de Minas Gerais e
fazendo o diagnoacutestico situacional da cidade me chamou a atenccedilatildeo o nuacutemero alto de
adolescentes graacutevidas e a falta de atividades de lazer para essa fase tatildeo cheia de
mudanccedilas Aleacutem disso natildeo haviam projetos a serem desenvolvidos pela ESF que focavam
os adolescentes No decorrer do curso pude compreender tambeacutem a correta forma de
utilizaccedilatildeo dos grupos operativos e com esse embasamento comecei a desenvolver alguns
grupos com adolescentes Percebi nesta evoluccedilatildeo do meu trabalho que a ESF ainda natildeo
utiliza essa ferramenta de forma produtiva e os profissionais tem muita dificuldade em
desenvolver este tema
13
3 OBJETIVO
Atraveacutes deste levantamento bibliograacutefico buscou-se conhecer
estrateacutegias com grupos operativos voltadas agrave educaccedilatildeo do adolescente
com a intenccedilatildeo de contribuir para o avanccedilo no entendimento acerca da
promoccedilatildeo de sauacutede e da problemaacutetica em que o mesmo estaacute inserido
14
4 METODOLOGIA Para atender o objetivo proposto foi desenvolvido um estudo mediante
levantamento bibliograacutefico dos artigos disponiacuteveis nos bancos de dados LILACS
MEDLINE BDENF e SCIELO no periacuteodo de 1997 a 2011 produzidos no Brasil
Para tanto os descritores usados foram os termos educaccedilatildeo em sauacutede
comportamento do adolescente sauacutede do adolescente e grupos operativos
A coleta de dados se deu em Agosto e Setembro de 2011 quando foram
obtidos com a ajuda dos descritores vaacuterios artigos que foram lidos e analisados
15
5 REVISAtildeO DE LITERATURA
51 O Adolescente e a Contemporaneidade No final da deacutecada de 80 e iniacutecio dos anos 90 o adolescente
teve seu reconhecimento como foco de estudo na sociedade da Ameacuterica
Latina e Caribe no campo da Sauacutede Puacuteblica Desde entatildeo os direitos e
as situaccedilotildees vividas pelos adolescentes resultam possivelmente das
condiccedilotildees socioeconocircmicas e das vantagens e desvantagens
associadas agrave classe social ao gecircnero e agrave etnicidade prevalentes da
sociedade contemporacircnea (CANNON BOTTINI 1998) Estas condiccedilotildees
tornam os adolescentes um grupo vulneraacutevel dentre outros reduzindo
seu acesso aos serviccedilos
Birman (2006) considera que existe na atualidade um
alongamento da adolescecircncia que hoje comeccedila mais cedo que outrora
e que se prolonga pelo periacuteodo anteriormente denominado idade adulta
A contemporaneidade se caracteriza pelas incertezas e sentimento de
solidatildeo que traduzem uma experiecircncia uacutenica de adolescer Na
sociedade atual esse grupo os adolescentes eacute tratado de forma
ambiacutegua ora como crianccedila ora como adulto e isso se reflete no
atendimento oferecido nos postos de sauacutede no trabalho da equipe que
atende as famiacutelias Inuacutemeras vezes os proacuteprios profissionais natildeo sabem
como abordar esta clientela
52 Adolescecircncia Vulnerabilidade e Risco O risco e vulnerabilidade estatildeo entrelaccedilados agraves caracteriacutesticas
proacuteprias do desenvolvimento psicoemocional da fase da adolescecircncia A
busca de identidade leva ao questionamento dos padrotildees adultos e
portanto da autoridade de pais professores O contato com o novo
resulta em um grande desafio vinculado agrave onipotecircncia do adolescente
16
que se acha sempre um vencedor por outro lado a timidez e a baixa
auto-estima podem tornaacute-lo fraacutegil levando a buscar soluccedilotildees externas
inadequadas (SAITO2001)
Se natildeo haacute accedilotildees preventivas a ocorrecircncia natildeo admitida da
possibilidade de danos agrave proacutepria sauacutede potencializa-se pois o
adolescente acha que situaccedilotildees como gravidez natildeo planejada
contaminaccedilatildeo por doenccedilas sexualmente transmissiacuteveis e uso de
substacircncias quiacutemicas natildeo iratildeo acontecer com ele (CALLANI et al
2008)
Sensaccedilatildeo de poder e ao mesmo tempo dificuldade de antever as
reais consequumlecircncias de seus atos fazem deste grupo um importante
alvo de trabalho atraveacutes de estrateacutegias que possibilitem reflexatildeo e
criacutetica
Abduch (1999) aponta que na adolescecircncia experimentamos a
vivecircncia grupal fora do acircmbito social familiar entrando em contato com
diferentes culturas haacutebitos valores crenccedilas e necessidades Essa
tendecircncia grupal tatildeo expliacutecita na adolescecircncia pode se tornar um fator
de proteccedilatildeo a sua sauacutede se tomarmos como referecircncia o conceito da
Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede que nos diz que sauacutede eacute um equiliacutebrio
entre os fatores bioloacutegicos psicoloacutegicos e sociais e natildeo simplesmente
ausecircncia de doenccedilas
No processo de construccedilatildeo do ser humano outros grupos de referecircncia
aleacutem da famiacutelia vatildeo se tornando importantes destacando-se a escola dentro da
proposta preventiva Eacute fundamental tambeacutem a participaccedilatildeo do profissional da
sauacutede pois se a escola pode ser responsabilizada pela necessidade de formular
propostas preventivas tatildeo vinculadas agrave prevenccedilatildeo de agravos agrave sauacutede que se
poderaacute dizer da equipe de sauacutede que tem livre acesso agraves famiacutelias agraves crianccedilas e
posteriormente aos adolescentes mas que frequentemente se omite em realizar
discussotildees sobre sexualidade drogas violecircncia influecircncia dos meios de
comunicaccedilatildeo imprescindiacuteveis ao exerciacutecio do processo de trabalho desta equipe
(CALLANI et al2008)
17
Para Afonso et al (2010) o grupo operativo visa natildeo apenas
compreender suas condiccedilotildees de sauacutededoenccedila mas tambeacutem dar
respostas criativas a suas necessidades em seu cotidiano e seu
contexto Nesse sentido desempenha um relevante papel educativo ante
seus membros A aprendizagem eacute mais do que a aquisiccedilatildeo de uma nova
informaccedilatildeo e natildeo se restringe ao aspecto cognitivo Envolve a
elaboraccedilatildeo de significados sentimentos e relaccedilotildees
18
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO Os artigos selecionados para anaacutelise estatildeo descritos no quadro 1
Quadro 1 Artigos cientiacuteficos de pesquisa bibliograacutefica relacionados a grupos
operativos e adolescentes 1999 a 2011
Titulo Autores e
ano Objetivos Principais
resultadosconclusotildees Grupos operativos com adolescentes
Abduch 1999 Sensibilizar profissionais que atuam com jovens e adolescentes em situaccedilotildees de grupos
O grupo operativo natildeo estaacute centrado no indiviacuteduo ou no proacuteprio grupo tampouco se propotildee a ser terapecircutico embora leve o sujeito a fazer ajustes e correccedilotildees de sua inserccedilatildeo social A teacutecnica de grupos operativos parece ser um instrumento eficiente por se tratar de uma didaacutetica horizontal tornando o indiviacuteduo agente ativo responsaacutevel e engajado no processo de mudanccedila na medida em que as suas necessidades pessoais e comunitaacuterias satildeo levadas em consideraccedilatildeo
Adolescecircncia cultura vulnerabilidade e risco
Saito 2001 Analisar propostas de prevenccedilatildeo aos riscos na adolescecircncia
A proposta de prevenccedilatildeo deve conter liberdade responsabilidade e compromisso funcionando a informaccedilatildeo como instrumento para que adolescentes de ambos os sexos possam ponderar decisotildees e fazer escolhas mais adequadas Apesar de reconhecerem que a informaccedilatildeo mais completa e fidedigna soacute pode ser obtida com o adolescente em entrevista privada para muitos profissionais persistem duacutevidas e inseguranccedilas sobre se este eacute o procedimento correto para uma praacutetica apropriada
19
O papel do coordenador de grupos
Andaloacute 2001
Provocar uma reflexatildeo sobre a coordenaccedilatildeo de grupos
Ao professor natildeo cabe dizer ldquofaccedila como eurdquo mas ldquofaccedila comigordquo O professor eacute um simples mediador Egrave preciso sempre procurar liberar os trabalhos com grupos de seu caraacuteter ideoloacutegico criando conceitos que coloquem o coordenador natildeo como um modelo a ser seguido ou imitado mas como algueacutem capaz de elaborar teoricamente os fenocircmenos ocorridos E devolvecirc-los ao grupo de forma a ampliar sua compreensatildeo
A Importacircncia dos Grupos Hoje
Fernandes 2003
Mostrar a visatildeo geral dos grupos hoje e qual sua importacircncia futura
Em qualquer grupo os niacuteveis conscientes e inconscientes de funcionamento grupal satildeo os mesmos e os participantes tem as mesmas afliccedilotildees e pedidos baacutesicos O que deve variar eacute a atitude do coordenador do grupo O grupo eacute o espaccedilo continente e facilitador da busca de condiccedilotildees para um futuro melhor
Informaccedilotildees e valores de jovens sobre a AIDS avaliaccedilatildeo de escolares de trecircs cidades brasileiras
Gomes et al 2005
Avaliar as informaccedilotildees e os valores relativos agrave AIDS entre jovens escolares em trecircs cidades brasileiras
O Programa natildeo teve efeito sobre o niacutevel de informaccedilatildeo acerca da AIDS mas o Programa revelou capacidade de reflexatildeo e de argumentaccedilatildeo sobre formas de prevenccedilatildeo da transmissatildeo da AIDS
Saberes de adolescentes estilo de vida e cuidado agrave sauacutede
Ferreira et al 2007
Conhecer as concepccedilotildees dos adolescentes sobre sauacutede e como estas se articulam com as suas praacuteticas de cuidado no processo de adolescer
Concepccedilotildees de sauacutede satildeo um modo de viver a vida e originam praacuteticas de cuidado que se articulam aos estilos de vida peculiares agrave adolescecircncia A convergecircncia dos saberes cientiacuteficos e do senso comum eacute necessaacuteria agrave praacutetica de educaccedilatildeo em sauacutede para atendimento das demandas de cuidado de interesse dos sujeitos
20
Accedilotildees educativas com adolescentes uma intervenccedilatildeo necessaacuteria
Callani et al 2008
Analisar a percepccedilatildeo de adolescentes que participaram de um grupo de educaccedilatildeo em sauacutede em uma Unidade de Sauacutede da Famiacutelia
Aleacutem da famiacutelia considera-se fundamental a participaccedilatildeo da escola e dos serviccedilos de sauacutede na educaccedilatildeo sexual Nos grupos o coordenador ou mediador necessita utilizar estrateacutegias para facilitar a criaccedilatildeo de viacutenculo A comunicaccedilatildeo clara e acessiacutevel associada agrave transparecircncia e agrave sinceridade propicia a criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes conferindo credibilidade ao trabalho
Adolescecircncia accedilotildees e percepccedilatildeo dos meacutedicos e enfermeiros do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
Ferrari et al 2008
Caracterizar as accedilotildees programaacuteticas preventivas e de intervenccedilatildeo aos adolescentes desenvolvidas pelos meacutedicos e enfermeiros da Sauacutede da Famiacutelia e analisar a percepccedilatildeo dos profissionais quanto agraves praacuteticas de atenccedilatildeo agrave sauacutede para este grupo etaacuterio
Para desenvolver atividades num programa para adolescente exige-se um enfoque mais amplo natildeo apenas nos aspectos teacutecnico e bioloacutegico mas tambeacutem nos aspectos psicossociais histoacutericos sociais culturais poliacuteticos nos valores e comportamentos - e nem sempre os profissionais se sentem aptos para atuar nesta complexidade de saberes Aleacutem da multidisciplinaridade no trato com o adolescente os profissionais precisam buscar parcerias com outros setores a fim de obter melhor e maior efetividade nas accedilotildees de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede deste grupo etaacuterio
Da tendecircncia grupal aos grupos operativos com adolescentes a identificaccedilatildeo dos pares facilitando o processo de orientaccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede
Arauacutejo et al 2008
Oferecer aos profissionais de sauacutede o reconhecimento da estrateacutegia dos grupos operativos como forma de educaccedilatildeo em sauacutede e de enfrentamento das adversidades do cotidiano dos jovens
A aprendizagem ocupa lugar importante perante as mudanccedilas e eacute atraveacutes da capacidade do grupo e de cada um de seus integrantes que se torna possiacutevel o desenvolvimento de condutas alternativas diante das mudanccedilas atraveacutes da compreensatildeo e da accedilatildeo transformadora da realidade Repensar as praacuteticas educativas em sauacutede envolvendo adolescentes pressupotildee um novo olhar sobre o jovem e seu papel na famiacutelia escola e sociedade
Vulnerabilidade de pueacuterperas na visatildeo de equipes de sauacutede da famiacutelia ecircnfase em aspectos geracionais e adolescecircncia
Cabral et al 2010
Investigar a visatildeo de profissionais de ESFs sobre a vulnerabilidade de pueacuterperas quando estas satildeo adolescentes
A adolescecircncia foi percebida pelos profissionais das ESFs como uma fase de instabilidade fortemente marcada por crises dificuldades e atitudes irresponsaacuteveis caracteriacutesticas que repercutem de forma importante no puerpeacuterio produzindo situaccedilotildees de vulnerabilidade Olhar para a sauacutede das pueacuterperas adolescentes a partir da noccedilatildeo de vulnerabilidade possibilitou
21
compreender os processos de produccedilatildeo de sauacutede e natildeo sauacutede das adolescentes no puerpeacuterio para aleacutem de suas experiecircncias reprodutivas e em certa medida considerar que aspectos diversos estatildeo aiacute implicados
Promoccedilatildeo da Sauacutede Sexual desafios no Vale do Satildeo Francisco
Sampaio et al 2010
Discutir os impasses e desafios relacionados agrave implantaccedilatildeo de accedilotildees educativas em sauacutede sexual para adolescentes na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia da cidade de Petrolina ndash PE e Juazeiro - BA
Observou-se a inexistecircncia de accedilotildees educativas voltadas aos adolescentes justificada pela precariedade de infraestrutura pelo despreparo dos profissionais e pela falta de profissionais na rede O estudo aponta para a necessidade de se desenvolver praacuteticas educativas voltadas agrave sauacutede sexual dos adolescentes mais efetivas e contextualizadas nos dispositivos de sauacutede da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no Vale do Satildeo Francisco
Reflexotildees acerca do abuso de drogas e da violecircncia na adolescecircncia
Silva et al 2010
Accedilotildees de Educaccedilatildeo em Sauacutede para reflexatildeo criacutetica dos adolescentes sobre o uso abusivo de drogas e consequentes comportamentos violentos
Adolescentes experimentam as drogas por desinformaccedilatildeo curiosidade e faacutecil acesso O uso de drogas pode trazer violecircncia (atitudes agressivas) dificultando a sua compreensatildeo Educaccedilatildeo em Sauacutede pode trazer padratildeo de vida mais saudaacutevel facilitando a identificaccedilatildeo dos fatores de riscos e reduzindo a vulnerabilidade
Riscos e vulnerabilidades relacionados agrave sexualidade na adolescecircncia
Dias et al 2010 Objetivou-se relatar os efeitos das accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede junto agrave escola
Constatou-se que os adolescentes conhecem o preservativo masculino mas natildeo o utilizam Educaccedilatildeo deve estimular a reflexatildeo criacutetica sobre risco e vulnerabilidades relacionadas ao comportamento sexual
Pedagogia freireana como meacutetodo de prevenccedilatildeo de doenccedilas
Beserra et al 2011
Investigar a sexualidade de adolescentes do sexo masculino com a accedilatildeo educativa (circulo de cultura) na prevenccedilatildeo de doenccedilas sexualmente transmissiacuteveis
Os meninos associaram o sexo agrave sexualidade de forma predominante com pouca compreensatildeo da vulnerabilidade da praacutetica sexual desprotegida (incentivados precocemente ao iniacutecio da vida sexual) O ciacuterculo de cultura mostrou ser adequado propiciando a exposiccedilatildeo de duacutevidas o conhecimento da prevenccedilatildeo das DST e a capacitaccedilatildeo para repensar condutas
A educaccedilatildeo em sauacutede eacute um tema que haacute bastante tempo vem sendo
discutido poreacutem existem poucos estudos envolvendo estrateacutegias de educaccedilatildeo em
sauacutede com o uso de grupos operativos com adolescentes
22
Nos artigos consultados e selecionados foram identificadas duas
tendecircncias Alguns se concentraram em discussotildees relacionadas ao processo ao
preparo de profissionais que lidam com abordagens comunitaacuterias considerando a
melhor maneira da utilizaccedilatildeo deste meacutetodo Outros se detiveram em analisar os
resultados de experimentaccedilotildees com grupos operativos voltados para a educaccedilatildeo
para sauacutede Entre estes uacuteltimos foram considerados nesse estudo somente os
que tinham adolescentes como grupo de interesse
Quanto ao processo destaca-se a preocupaccedilatildeo em discutir e refletir sobre
o meacutetodo em si suas vantagens desvantagens e como conseguir os resultados
esperados Os autores consideram ser este um meacutetodo eficiente por possibilitar a
horizontalidade das relaccedilotildees facilitando a participaccedilatildeo ativa e o consequumlente
engajamento no processo de mudanccedila (ABDUCH 1999)
O trabalho com populaccedilotildees vulneraacuteveis a determinados riscos no caso os
adolescentes exige um trabalho efetivo para a promoccedilatildeo da sauacutede por meio do
controle e prevenccedilatildeo desses riscos O grupo operativo segundo Saito (2000)
permite que os participantes usem as informaccedilotildees adquiridas como instrumento
para ponderar as decisotildees e fazer escolhas mais adequadas Para o autor a
liberdade responsabilidade e compromisso valores possibilitados pelo grupo
operativo satildeo componentes importantes neste processo
O papel do coordenador de um grupo operativo eacute essencial para o sucesso
desejado Segundo Andaloacute (2001) o coordenador natildeo deve se colocar como
modelo a ser imitado mas como ldquoalgueacutem capaz de elaborar teoricamente os
fenocircmenos ocorridosrdquo facilitando a compreensatildeo do grupo com a devoluccedilatildeo
dessa liberaccedilatildeo A busca de condiccedilotildees para um futuro melhor seraacute facilitada
diante de um coordenador preparado (FERNANDES 2003)
Alguns estudos procuram contribuir com o trabalho de profissionais de
sauacutede especificamente os ligados aacute Atenccedilatildeo Primaacuteria Ferrari et al(2008)
considera primordial que sejam considerados no desenvolvimento de grupos
operativos para adolescentes aleacutem dos aspectos bioloacutegicos do que se quer
discutir tambeacutem os psicossociais histoacutericos culturais e poliacuteticos nos valores e
comportamentos expressos no grupo Assim sugerem fortemente a
multidisciplinaridade e intersetorialidade no trato com este grupo populacional
Segundo Araujo et al (2008) eacute necessaacuterio um novo olhar sobre o jovem e sua
23
relaccedilatildeo com a famiacutelia escola e sociedade nesse repensar das praacuteticas
educativas
Num trabalho de grupo operativo com pueacuterperas adolescentes Cabral et al
(2010) observou que os profissionais de sauacutede envolvidos no processo
compreenderam melhor a produccedilatildeo da sauacutede a partir do entendimento da
vulnerabilidade do grupo participante Os aspectos diversos implicados na
gestaccedilatildeo entre adolescentes foram aleacutem da experiecircncias reprodutivas
observadas
Muitas vezes o processo educativo empreendido pela equipes da estrateacutegia
Sauacutede da Famiacutelia enfrenta problemas com destaque para o despreparo do
profissional na rede Comportamentos saudaacuteveis seratildeo sempre mais efetivos
quanto mais forem contextualizados (SAMPAIO et al 2010)
Alguns estudos entre os consultados avaliam programas que adotaram o
meacutetodo do grupo operativo em atividades educativas para adolescentes
trabalhando questotildees de risco como sexualidade e doenccedilas sexualmente
transmissiacuteveis aacutelcool e drogas gravidez entre outros Pontos fortes da accedilatildeo
relacionados ao bom resultado foram apontados
Gomes et al (2005) observaram que com relaccedilatildeo aacute AIDS o trabalho em
grupo natildeo diferenciou os participantes quanto ao conhecimento adquirido mas
tornou os participantes do grupo operativo mais capazes de refletir e argumentar
formas de prevenccedilatildeo desta doenccedila
Esta reflexatildeo eacute fundamental na mudanccedila consciente de comportamento
Este fato foi observado com adolescentes num trabalho de educaccedilatildeo sexual
quando meninos declararam natildeo utilizar preservativo apesar de conhececirc-lo
comprovando a que eacute preciso mais do que informar (SILVA et al 2010)
A informaccedilatildeo clara e accessiacutevel acompanhada de transparecircncia e
sinceridade forma consideradas por Callani et al 2008 atributos imprescindiacuteveis
em um grupo operativo propiciando a criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes e
conferindo credibilidade ao trabalho
Assuntos como aacutelcool e drogas precisam ser claramente debatidos com
adolescentes Silva et al (2010) observaram que adolescentes experimentam as
drogas por desinformaccedilatildeo curiosidade e faacutecil acesso e isto pode trazer como
consequumlecircncia violecircncia
24
Meacutetodos de abordagem em grupos operativos tambeacutem tecircm sido testados
como no estudo Beserra et al (2011) que utilizou o circulo de cultura sugerido por
Paulo Freire para o trabalho de educaccedilatildeo sexual com adolescentes O meacutetodo
permitiu a exposiccedilatildeo de duacutevidas com tranquumlilidade o conhecimento da prevenccedilatildeo
da DST e a capacidade desenvolvida para repensar condutas
O grupo operativo mostrou que a convergecircncia de saberes cientiacutefico e
senso comum eacute uma das maneiras efetivas de se trabalhar com educaccedilatildeo para
sauacutede uma vez que dessa maneira as demandas satildeo explicitadas claramente
(FERREIRA et al 2007)
Os dados apresentados nos artigos objetos de estudo deste trabalho
indicaram que o uso do grupo operativo com adolescentes pode ser uma
importante ferramenta de trabalho para a Equipe de Sauacutede da Famiacutelia atraveacutes do
qual eacute possiacutevel pela verbalizaccedilatildeo dos questionamentos e dificuldades
problematizar discutir e provocar reflexotildees sobre situaccedilotildees pertinentes a esta
fase da vida Este mecanismo oferece agrave equipe de sauacutede informaccedilotildees que podem
ser utilizadas na elaboraccedilatildeo de propostas de trabalho para a sua aacuterea de
abrangecircncia Aleacutem disso carece de pouca infra-estrutura e tem um baixo custo de
aplicaccedilatildeo Este tipo de estrateacutegia deve ser utilizada pela equipe da sauacutede da
famiacutelia pois eacute um meio eficaz de prevenccedilatildeo para muitos agravos agrave sauacutede do
adolescente O grupo operativo com adolescentes atraveacutes da identificaccedilatildeo muacutetua
dos seus integrantes eacute capaz de promover haacutebitos saudaacuteveis de vida funcionando
como um indutor desse processo Essa identificaccedilatildeo serve tambeacutem para que
assuntos antes tratados com parcimocircnia sejam levados ao grupo sem temores e
de uma maneira natural
Os dados tambeacutem mostraram a falta de preparo dos profissionais no
atendimento aos adolescentes A inexistecircncia de accedilotildees educativas voltadas aos
adolescentes ora eacute justificada pela precariedade de infra-estrutura ora pelo
despreparo dos profissionais e ora pela falta de profissionais na rede
O estudo aponta para a necessidade de desenvolver mecanismos que
possam preparar profissionais para lidar com essa faixa etaacuteria Neste contexto a
utilizaccedilatildeo do grupo operativo parece pertinente e o Curso de Especializaccedilatildeo em
Sauacutede da Famiacutelia empenha-se em preencher esta lacuna da falta de preparo
desses profissionais do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
25
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Atraveacutes deste trabalho pretendia-se conhecer estrateacutegias com grupos
operativos voltadas para educaccedilatildeo de adolescentes Buscou-se tambeacutem
contribuir para o entendimento desta teacutecnica utilizada para promoccedilatildeo de sauacutede O
modelo ainda utilizado na assistecircncia ao adolescente natildeo considera este indiviacuteduo
na sua totalidade orgacircnica psicoloacutegica e sociocultural Esta simplificaccedilatildeo do
problema proveniente da utilizaccedilatildeo do modelo biomeacutedico de assistecircncia tem
comprometido uma melhor atenccedilatildeo a esta clientela O grupo operativo pode ser
uma ferramenta de grande ajuda para o trabalho educativo com adolescentes
Possibilita aleacutem de disponibilizar a informaccedilatildeo permitir a reflexatildeo critica e a
tomada de posiccedilatildeo para a adoccedilatildeo de comportamentos mais saudaacuteveis Este
levantamento permitiu observar tambeacutem que alguns profissionais desconhecem
este meio de estrateacutegia como forma de trabalho Desta forma podemos afirmar
que o grupo operativo pode ser eficaz se
- possibilitar a horizontalidade das relaccedilotildees
- facilitar a participaccedilatildeo ativa e o consequumlente engajamento no processo
de mudanccedila
- desenvolver a liberdade responsabilidade e compromisso
- aleacutem dos aspectos bioloacutegicos discutir tambeacutem os psicossociais
histoacutericos culturais e poliacuteticos nos valores e comportamentos expressos no
grupo
- provocar em seus integrantes reflexatildeo e estimular a argumentaccedilatildeo de
questotildees importantes para o grupo
- problematizar as questotildees impostas atraveacutes da verbalizaccedilatildeo dos
questionamentos e dificuldades
No entanto o sucesso desta atividade estaraacute condicionado ao preparo dos
profissionais envolvidos no sentido de adotar posturas natildeo autoritaacuterias numa
relaccedilatildeo horizontal com conversas abertas e linguagem clara Deste modo
podemos considerar que
26
- eacute necessaacuterio um novo olhar sobre o jovem e sua relaccedilatildeo com a famiacutelia
escola e sociedade nesse repensar das praacuteticas educativas
- O papel do coordenador de um grupo operativo eacute essencial para o
sucesso desejado Ele nunca deve se colocar como um modelo a ser imitado
- este mecanismo oferece agrave equipe de sauacutede informaccedilotildees que podem ser
utilizadas na elaboraccedilatildeo de propostas de trabalho para a sua aacuterea de
abrangecircncia
- este meacutetodo carece de pouca infra-estrutura e tem um baixo custo de
aplicaccedilatildeo
- a informaccedilatildeo clara e accessiacutevel acompanhada de transparecircncia e
sinceridade satildeo atributos imprescindiacuteveis em um grupo operativo propiciando a
criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes e conferindo credibilidade ao trabalho
- eacute preciso desenvolver mecanismos que possam preparar profissionais
para lidar com essa faixa etaacuteria
Neste contexto a utilizaccedilatildeo do grupo operativo parece pertinente e o
Curso de Especializaccedilatildeo em Sauacutede da Famiacutelia empenha-se em preencher esta
lacuna da falta de preparo desses profissionais do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
Atraveacutes da conduccedilatildeo deste trabalho pude refletir e teorizar sobre a minha
praacutetica profissional Percebi que havia muitas deficiecircncias em minha formaccedilatildeo e o
curso de especializaccedilatildeo me ajudou a sanar muitas delas Pude concluir tambeacutem o
quanto eacute importante esta preparaccedilatildeo contiacutenua do profissional Gostaria de
destacar entatildeo a necessidade de capacitaccedilatildeo profissional para aqueles que se
propotildee a trabalhar com atenccedilatildeo baacutesica A meu ver eacute um passo importante em
direccedilatildeo a um melhor atendimento ao adolescente
27
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 1 ABDUCH C Grupos operativos com adolescentes In SCHOR N
MOTA M SFT BRANCO VC (Orgs)Cadernos juventude sauacutede e
desenvolvimento Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1999 p289-300
2 AFONSO MLM et al Oficinas em dinacircmica de grupo na aacuterea da
sauacutedeSatildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo2010PP 63
3 ANDALOacute CSA O papel do coordenador de grupos Psicol USP
Vol12 ndeg 1 Satildeo Paulo 2001
4 ARAUacuteJO A et al Da tendecircncia grupal aos grupos operativos com
adolescentes a identificaccedilatildeo dos pares facilitando o processo de
orientaccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede Rev Med Minas Gerais 2008 18(4
Supl 1) S12
5 BESERRA EP TORRES CA PINHEIRO PNC ALVES MDS
BARROSO MGT Pedagogia freireana como meacutetodo de prevenccedilatildeo
de doenccedilas Ciecircnc sauacutede coletiva [online] 2011 vol16 suppl1 pp
1563-1570
6 BOtildeCKVR SARRIERAJC O grupo operativo intervindo na
Siacutendrome de Burnout PsicolEscEduc10(1)31-39 jan-
jun2006ilusttab
7 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede do Adolescente Brasiacutelia 2005
Disponiacutevel em http wwwsaudegovbr
8 CABRAL FB and OLIVEIRA DLLC Vulnerabilidade de Pueacuterperas
na Visatildeo de Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Ecircnfase em Aspectos
Geracionais e Adolescecircncia Revista de Enfermagem da USP 2010
44(2) 368-75
9 CALLANI MFCJ OTANI MAP Accedilotildees Educativas com
Adolescentes uma Intervenccedilatildeo Necessaacuteria REME revminenferm
12(2) 195-200 abr-jun 2008
28
10 CANNON L R C BOTTINI B A Sauacutede e juventude o cenaacuterio das
poliacuteticas puacuteblicas no Brasil In Brasil Ministeacuterio do Planejamento e
Orccedilamento Jovens acontecendo na trilha das poliacuteticas puacuteblicas Brasiacutelia CNPD1998 p 397-416 v1
11 FERNANDES WJ A Importacircncia dos Grupos Hoje Rev
SPAGESP [online] 2003 vol4 n4 pp 83-91 ISSN 1677-2970
12 FERRARI RAP THOMSON Z and MELCHIOR R Adolescecircncia
accedilotildees e percepccedilatildeo dos meacutedicos e enfermeiros do Programa de Sauacutede
da Famiacutelia Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 22(11)2491-2495
nov 2006
13 FERREIRA MA ALVIM NAT TEIXEIRA MLO VELOSO RC
Saberes de adolescentes estilo de vida e cuidado agrave sauacutede Texto
contexto - enferm [online] 2007 vol16 n2 pp 217-224
14 FORTUNA CM et al O Trabalho de Equipe no Programa de Sauacutede
da Famiacutelia Reflexotildees a Partir de Conceitos do Processo Grupal e de
Grupos Operativos Rev Latino-Am Enfermagem vol13 no2 Ribeiratildeo
Preto MarApr 2005
15 GOMES R ASSIS SG SOUZA ER DESLANDES SF NJAINE K
MALAQUIAS JF Informaccedilotildees e valores de jovens sobre a Aids
avaliaccedilatildeo de escolares de trecircs cidades brasileiras Ciecircnc sauacutede
coletiva [online] 2005 vol10 n2 pp 381-388
16 JEOLAacuteS LS FERRARI RAP Oficinas de prevenccedilatildeo em um serviccedilo
de sauacutede para adolescentes espaccedilo de reflexatildeo e de conhecimento
compartilhado Ciecircnc Sauacutede Coletiva 2003 8611-20
17 LUCCHESE R BARROS S A utilizaccedilatildeo do grupo operativo como
meacutetodo de coleta de dados em pesquisa qualitativa Rev Eletr Enf
[Internet] 2007 9(3)796-805 Available
from httpwwwfenufgbrrevistav9n3v9n3a18htm
18 LUCCHESE R BARROS S Grupo operativo como estrateacutegia
pedagoacutegica em um curso de graduaccedilatildeo em enfermagem um
continente para as vivecircncias dos alunos quartanistas Rev Esc Enferm
USP 2002 36(1) 66-74
29
19 MACIEL RHMO et al O Multiprofissionalismo em sauacutede e a
interaccedilatildeo das equipes do programa de sauacutede da famiacutelia Observatoacuterio de Recursos Humanos em Sauacutede Estaccedilatildeo CETREDE UFC UECE
Fortaleza2007
20 SAITO MI Adolescecircncia prevenccedilatildeo e risco Satildeo Paulo Atheneu
2001
21 SAMPAIO J SANTOS RC PAIXAtildeOLA TORRES TS -
Promoccedilatildeo da Sauacutede Sexual Desafios no Vale do Satildeo Francisco
Psicologia amp Sociedade 22 (3) 499-506 2010
22 SILVA ARV et al Educaccedilatildeo em sauacutede a portadores de Diabetes
Mellitus tipo 2revisatildeo bibliograacutefica RevRENE (10)3146-151 jul-
set2009
23 SILVA KL DIAS FLA VIEIRA NFC PINHEIRO PNC
Reflexotildees acerca do abuso de drogas e da violecircncia na adolescecircncia
Esc Anna Nery [online] 2010 vol14 n3 pp 605-610
24 SILVA KL DIAS FLA VIEIRA NFC PINHEIRO PNC MAIA
CC Riscos e vulnerabilidades relacionados agrave sexualidade na
adolescecircncia Rev enferm UERJ 18(3) 456-461 jul-set 2010
11
1 INTRODUCcedilAtildeO
No coraccedilatildeo do modelo de sauacutede que o paiacutes vem adotando
encontram-se as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) que inseridas nas
Unidades Baacutesicas de Sauacutede (UBSF) devem na accedilatildeo seguir os
preceitos do Programa de Sauacutede da Famiacutelia (PSF) O objetivo principal
do programa por sua vez eacute o atendimento baacutesico de sauacutede da
populaccedilatildeo adstrita agrave UBSF (atenccedilatildeo primaacuteria) A ideacuteia eacute a de que o
atendimento integral em sauacutede aleacutem de atender o paciente
individualmente tambeacutem atenda as famiacutelias considerando suas
condiccedilotildees socioculturais da comunidade
O atendimento individualizado de cada membro da famiacutelia
assistida pelo programa faz parte deste processo de trabalho O grupo
formado pelos adolescentes natildeo raramente eacute atendido sem a
especificidade que esta fase do desenvolvimento humano requer A falta
de orientaccedilatildeo e informaccedilatildeo das equipes muitas vezes eacute apontada como
responsaacutevel
Neste contexto o Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica
em Sauacutede da Famiacutelia ofertado pela Universidade Federal de Minas
Gerais vem oferecer agraves equipes e profissionais como meacutedicos
enfermeiros e dentistas as bases necessaacuterias para a capacitaccedilatildeo e
aperfeiccediloamento do seu processo de trabalho junto agraves famiacutelias dos
municiacutepios brasileiros O atendimento ao adolescente tem seu lugar no
decorrer do curso e a falta de uma intervenccedilatildeo de maneira eficaz a esse
grupo foi a fagulha necessaacuteria para o desejo de se aprofundar os
estudos atraveacutes de uma revisatildeo bibliograacutefica sobre a teacutecnica do grupo
operativo Esta teacutecnica pode ser utilizada como ferramenta eficaz pela
equipe uma vez que estudos apontam sua utilizaccedilatildeo como forma de se
conhecer e pesquisar o universo do adolescente
12
2 JUSTIFICATIVA Um objeto de estudo geralmente surge no nosso espaccedilo de trabalho a
partir das experiecircncias vividas e das reflexotildees feitas neste espaccedilo Este estudo
surgiu da minha vivecircncia profissional como Dentista na Unidade de Atendimento
Odontoloacutegico da cidade de Pequi Ao ingressar no Curso de Especializaccedilatildeo em
Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia - CEABSF da Universidade Federal de Minas Gerais e
fazendo o diagnoacutestico situacional da cidade me chamou a atenccedilatildeo o nuacutemero alto de
adolescentes graacutevidas e a falta de atividades de lazer para essa fase tatildeo cheia de
mudanccedilas Aleacutem disso natildeo haviam projetos a serem desenvolvidos pela ESF que focavam
os adolescentes No decorrer do curso pude compreender tambeacutem a correta forma de
utilizaccedilatildeo dos grupos operativos e com esse embasamento comecei a desenvolver alguns
grupos com adolescentes Percebi nesta evoluccedilatildeo do meu trabalho que a ESF ainda natildeo
utiliza essa ferramenta de forma produtiva e os profissionais tem muita dificuldade em
desenvolver este tema
13
3 OBJETIVO
Atraveacutes deste levantamento bibliograacutefico buscou-se conhecer
estrateacutegias com grupos operativos voltadas agrave educaccedilatildeo do adolescente
com a intenccedilatildeo de contribuir para o avanccedilo no entendimento acerca da
promoccedilatildeo de sauacutede e da problemaacutetica em que o mesmo estaacute inserido
14
4 METODOLOGIA Para atender o objetivo proposto foi desenvolvido um estudo mediante
levantamento bibliograacutefico dos artigos disponiacuteveis nos bancos de dados LILACS
MEDLINE BDENF e SCIELO no periacuteodo de 1997 a 2011 produzidos no Brasil
Para tanto os descritores usados foram os termos educaccedilatildeo em sauacutede
comportamento do adolescente sauacutede do adolescente e grupos operativos
A coleta de dados se deu em Agosto e Setembro de 2011 quando foram
obtidos com a ajuda dos descritores vaacuterios artigos que foram lidos e analisados
15
5 REVISAtildeO DE LITERATURA
51 O Adolescente e a Contemporaneidade No final da deacutecada de 80 e iniacutecio dos anos 90 o adolescente
teve seu reconhecimento como foco de estudo na sociedade da Ameacuterica
Latina e Caribe no campo da Sauacutede Puacuteblica Desde entatildeo os direitos e
as situaccedilotildees vividas pelos adolescentes resultam possivelmente das
condiccedilotildees socioeconocircmicas e das vantagens e desvantagens
associadas agrave classe social ao gecircnero e agrave etnicidade prevalentes da
sociedade contemporacircnea (CANNON BOTTINI 1998) Estas condiccedilotildees
tornam os adolescentes um grupo vulneraacutevel dentre outros reduzindo
seu acesso aos serviccedilos
Birman (2006) considera que existe na atualidade um
alongamento da adolescecircncia que hoje comeccedila mais cedo que outrora
e que se prolonga pelo periacuteodo anteriormente denominado idade adulta
A contemporaneidade se caracteriza pelas incertezas e sentimento de
solidatildeo que traduzem uma experiecircncia uacutenica de adolescer Na
sociedade atual esse grupo os adolescentes eacute tratado de forma
ambiacutegua ora como crianccedila ora como adulto e isso se reflete no
atendimento oferecido nos postos de sauacutede no trabalho da equipe que
atende as famiacutelias Inuacutemeras vezes os proacuteprios profissionais natildeo sabem
como abordar esta clientela
52 Adolescecircncia Vulnerabilidade e Risco O risco e vulnerabilidade estatildeo entrelaccedilados agraves caracteriacutesticas
proacuteprias do desenvolvimento psicoemocional da fase da adolescecircncia A
busca de identidade leva ao questionamento dos padrotildees adultos e
portanto da autoridade de pais professores O contato com o novo
resulta em um grande desafio vinculado agrave onipotecircncia do adolescente
16
que se acha sempre um vencedor por outro lado a timidez e a baixa
auto-estima podem tornaacute-lo fraacutegil levando a buscar soluccedilotildees externas
inadequadas (SAITO2001)
Se natildeo haacute accedilotildees preventivas a ocorrecircncia natildeo admitida da
possibilidade de danos agrave proacutepria sauacutede potencializa-se pois o
adolescente acha que situaccedilotildees como gravidez natildeo planejada
contaminaccedilatildeo por doenccedilas sexualmente transmissiacuteveis e uso de
substacircncias quiacutemicas natildeo iratildeo acontecer com ele (CALLANI et al
2008)
Sensaccedilatildeo de poder e ao mesmo tempo dificuldade de antever as
reais consequumlecircncias de seus atos fazem deste grupo um importante
alvo de trabalho atraveacutes de estrateacutegias que possibilitem reflexatildeo e
criacutetica
Abduch (1999) aponta que na adolescecircncia experimentamos a
vivecircncia grupal fora do acircmbito social familiar entrando em contato com
diferentes culturas haacutebitos valores crenccedilas e necessidades Essa
tendecircncia grupal tatildeo expliacutecita na adolescecircncia pode se tornar um fator
de proteccedilatildeo a sua sauacutede se tomarmos como referecircncia o conceito da
Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede que nos diz que sauacutede eacute um equiliacutebrio
entre os fatores bioloacutegicos psicoloacutegicos e sociais e natildeo simplesmente
ausecircncia de doenccedilas
No processo de construccedilatildeo do ser humano outros grupos de referecircncia
aleacutem da famiacutelia vatildeo se tornando importantes destacando-se a escola dentro da
proposta preventiva Eacute fundamental tambeacutem a participaccedilatildeo do profissional da
sauacutede pois se a escola pode ser responsabilizada pela necessidade de formular
propostas preventivas tatildeo vinculadas agrave prevenccedilatildeo de agravos agrave sauacutede que se
poderaacute dizer da equipe de sauacutede que tem livre acesso agraves famiacutelias agraves crianccedilas e
posteriormente aos adolescentes mas que frequentemente se omite em realizar
discussotildees sobre sexualidade drogas violecircncia influecircncia dos meios de
comunicaccedilatildeo imprescindiacuteveis ao exerciacutecio do processo de trabalho desta equipe
(CALLANI et al2008)
17
Para Afonso et al (2010) o grupo operativo visa natildeo apenas
compreender suas condiccedilotildees de sauacutededoenccedila mas tambeacutem dar
respostas criativas a suas necessidades em seu cotidiano e seu
contexto Nesse sentido desempenha um relevante papel educativo ante
seus membros A aprendizagem eacute mais do que a aquisiccedilatildeo de uma nova
informaccedilatildeo e natildeo se restringe ao aspecto cognitivo Envolve a
elaboraccedilatildeo de significados sentimentos e relaccedilotildees
18
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO Os artigos selecionados para anaacutelise estatildeo descritos no quadro 1
Quadro 1 Artigos cientiacuteficos de pesquisa bibliograacutefica relacionados a grupos
operativos e adolescentes 1999 a 2011
Titulo Autores e
ano Objetivos Principais
resultadosconclusotildees Grupos operativos com adolescentes
Abduch 1999 Sensibilizar profissionais que atuam com jovens e adolescentes em situaccedilotildees de grupos
O grupo operativo natildeo estaacute centrado no indiviacuteduo ou no proacuteprio grupo tampouco se propotildee a ser terapecircutico embora leve o sujeito a fazer ajustes e correccedilotildees de sua inserccedilatildeo social A teacutecnica de grupos operativos parece ser um instrumento eficiente por se tratar de uma didaacutetica horizontal tornando o indiviacuteduo agente ativo responsaacutevel e engajado no processo de mudanccedila na medida em que as suas necessidades pessoais e comunitaacuterias satildeo levadas em consideraccedilatildeo
Adolescecircncia cultura vulnerabilidade e risco
Saito 2001 Analisar propostas de prevenccedilatildeo aos riscos na adolescecircncia
A proposta de prevenccedilatildeo deve conter liberdade responsabilidade e compromisso funcionando a informaccedilatildeo como instrumento para que adolescentes de ambos os sexos possam ponderar decisotildees e fazer escolhas mais adequadas Apesar de reconhecerem que a informaccedilatildeo mais completa e fidedigna soacute pode ser obtida com o adolescente em entrevista privada para muitos profissionais persistem duacutevidas e inseguranccedilas sobre se este eacute o procedimento correto para uma praacutetica apropriada
19
O papel do coordenador de grupos
Andaloacute 2001
Provocar uma reflexatildeo sobre a coordenaccedilatildeo de grupos
Ao professor natildeo cabe dizer ldquofaccedila como eurdquo mas ldquofaccedila comigordquo O professor eacute um simples mediador Egrave preciso sempre procurar liberar os trabalhos com grupos de seu caraacuteter ideoloacutegico criando conceitos que coloquem o coordenador natildeo como um modelo a ser seguido ou imitado mas como algueacutem capaz de elaborar teoricamente os fenocircmenos ocorridos E devolvecirc-los ao grupo de forma a ampliar sua compreensatildeo
A Importacircncia dos Grupos Hoje
Fernandes 2003
Mostrar a visatildeo geral dos grupos hoje e qual sua importacircncia futura
Em qualquer grupo os niacuteveis conscientes e inconscientes de funcionamento grupal satildeo os mesmos e os participantes tem as mesmas afliccedilotildees e pedidos baacutesicos O que deve variar eacute a atitude do coordenador do grupo O grupo eacute o espaccedilo continente e facilitador da busca de condiccedilotildees para um futuro melhor
Informaccedilotildees e valores de jovens sobre a AIDS avaliaccedilatildeo de escolares de trecircs cidades brasileiras
Gomes et al 2005
Avaliar as informaccedilotildees e os valores relativos agrave AIDS entre jovens escolares em trecircs cidades brasileiras
O Programa natildeo teve efeito sobre o niacutevel de informaccedilatildeo acerca da AIDS mas o Programa revelou capacidade de reflexatildeo e de argumentaccedilatildeo sobre formas de prevenccedilatildeo da transmissatildeo da AIDS
Saberes de adolescentes estilo de vida e cuidado agrave sauacutede
Ferreira et al 2007
Conhecer as concepccedilotildees dos adolescentes sobre sauacutede e como estas se articulam com as suas praacuteticas de cuidado no processo de adolescer
Concepccedilotildees de sauacutede satildeo um modo de viver a vida e originam praacuteticas de cuidado que se articulam aos estilos de vida peculiares agrave adolescecircncia A convergecircncia dos saberes cientiacuteficos e do senso comum eacute necessaacuteria agrave praacutetica de educaccedilatildeo em sauacutede para atendimento das demandas de cuidado de interesse dos sujeitos
20
Accedilotildees educativas com adolescentes uma intervenccedilatildeo necessaacuteria
Callani et al 2008
Analisar a percepccedilatildeo de adolescentes que participaram de um grupo de educaccedilatildeo em sauacutede em uma Unidade de Sauacutede da Famiacutelia
Aleacutem da famiacutelia considera-se fundamental a participaccedilatildeo da escola e dos serviccedilos de sauacutede na educaccedilatildeo sexual Nos grupos o coordenador ou mediador necessita utilizar estrateacutegias para facilitar a criaccedilatildeo de viacutenculo A comunicaccedilatildeo clara e acessiacutevel associada agrave transparecircncia e agrave sinceridade propicia a criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes conferindo credibilidade ao trabalho
Adolescecircncia accedilotildees e percepccedilatildeo dos meacutedicos e enfermeiros do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
Ferrari et al 2008
Caracterizar as accedilotildees programaacuteticas preventivas e de intervenccedilatildeo aos adolescentes desenvolvidas pelos meacutedicos e enfermeiros da Sauacutede da Famiacutelia e analisar a percepccedilatildeo dos profissionais quanto agraves praacuteticas de atenccedilatildeo agrave sauacutede para este grupo etaacuterio
Para desenvolver atividades num programa para adolescente exige-se um enfoque mais amplo natildeo apenas nos aspectos teacutecnico e bioloacutegico mas tambeacutem nos aspectos psicossociais histoacutericos sociais culturais poliacuteticos nos valores e comportamentos - e nem sempre os profissionais se sentem aptos para atuar nesta complexidade de saberes Aleacutem da multidisciplinaridade no trato com o adolescente os profissionais precisam buscar parcerias com outros setores a fim de obter melhor e maior efetividade nas accedilotildees de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede deste grupo etaacuterio
Da tendecircncia grupal aos grupos operativos com adolescentes a identificaccedilatildeo dos pares facilitando o processo de orientaccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede
Arauacutejo et al 2008
Oferecer aos profissionais de sauacutede o reconhecimento da estrateacutegia dos grupos operativos como forma de educaccedilatildeo em sauacutede e de enfrentamento das adversidades do cotidiano dos jovens
A aprendizagem ocupa lugar importante perante as mudanccedilas e eacute atraveacutes da capacidade do grupo e de cada um de seus integrantes que se torna possiacutevel o desenvolvimento de condutas alternativas diante das mudanccedilas atraveacutes da compreensatildeo e da accedilatildeo transformadora da realidade Repensar as praacuteticas educativas em sauacutede envolvendo adolescentes pressupotildee um novo olhar sobre o jovem e seu papel na famiacutelia escola e sociedade
Vulnerabilidade de pueacuterperas na visatildeo de equipes de sauacutede da famiacutelia ecircnfase em aspectos geracionais e adolescecircncia
Cabral et al 2010
Investigar a visatildeo de profissionais de ESFs sobre a vulnerabilidade de pueacuterperas quando estas satildeo adolescentes
A adolescecircncia foi percebida pelos profissionais das ESFs como uma fase de instabilidade fortemente marcada por crises dificuldades e atitudes irresponsaacuteveis caracteriacutesticas que repercutem de forma importante no puerpeacuterio produzindo situaccedilotildees de vulnerabilidade Olhar para a sauacutede das pueacuterperas adolescentes a partir da noccedilatildeo de vulnerabilidade possibilitou
21
compreender os processos de produccedilatildeo de sauacutede e natildeo sauacutede das adolescentes no puerpeacuterio para aleacutem de suas experiecircncias reprodutivas e em certa medida considerar que aspectos diversos estatildeo aiacute implicados
Promoccedilatildeo da Sauacutede Sexual desafios no Vale do Satildeo Francisco
Sampaio et al 2010
Discutir os impasses e desafios relacionados agrave implantaccedilatildeo de accedilotildees educativas em sauacutede sexual para adolescentes na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia da cidade de Petrolina ndash PE e Juazeiro - BA
Observou-se a inexistecircncia de accedilotildees educativas voltadas aos adolescentes justificada pela precariedade de infraestrutura pelo despreparo dos profissionais e pela falta de profissionais na rede O estudo aponta para a necessidade de se desenvolver praacuteticas educativas voltadas agrave sauacutede sexual dos adolescentes mais efetivas e contextualizadas nos dispositivos de sauacutede da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no Vale do Satildeo Francisco
Reflexotildees acerca do abuso de drogas e da violecircncia na adolescecircncia
Silva et al 2010
Accedilotildees de Educaccedilatildeo em Sauacutede para reflexatildeo criacutetica dos adolescentes sobre o uso abusivo de drogas e consequentes comportamentos violentos
Adolescentes experimentam as drogas por desinformaccedilatildeo curiosidade e faacutecil acesso O uso de drogas pode trazer violecircncia (atitudes agressivas) dificultando a sua compreensatildeo Educaccedilatildeo em Sauacutede pode trazer padratildeo de vida mais saudaacutevel facilitando a identificaccedilatildeo dos fatores de riscos e reduzindo a vulnerabilidade
Riscos e vulnerabilidades relacionados agrave sexualidade na adolescecircncia
Dias et al 2010 Objetivou-se relatar os efeitos das accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede junto agrave escola
Constatou-se que os adolescentes conhecem o preservativo masculino mas natildeo o utilizam Educaccedilatildeo deve estimular a reflexatildeo criacutetica sobre risco e vulnerabilidades relacionadas ao comportamento sexual
Pedagogia freireana como meacutetodo de prevenccedilatildeo de doenccedilas
Beserra et al 2011
Investigar a sexualidade de adolescentes do sexo masculino com a accedilatildeo educativa (circulo de cultura) na prevenccedilatildeo de doenccedilas sexualmente transmissiacuteveis
Os meninos associaram o sexo agrave sexualidade de forma predominante com pouca compreensatildeo da vulnerabilidade da praacutetica sexual desprotegida (incentivados precocemente ao iniacutecio da vida sexual) O ciacuterculo de cultura mostrou ser adequado propiciando a exposiccedilatildeo de duacutevidas o conhecimento da prevenccedilatildeo das DST e a capacitaccedilatildeo para repensar condutas
A educaccedilatildeo em sauacutede eacute um tema que haacute bastante tempo vem sendo
discutido poreacutem existem poucos estudos envolvendo estrateacutegias de educaccedilatildeo em
sauacutede com o uso de grupos operativos com adolescentes
22
Nos artigos consultados e selecionados foram identificadas duas
tendecircncias Alguns se concentraram em discussotildees relacionadas ao processo ao
preparo de profissionais que lidam com abordagens comunitaacuterias considerando a
melhor maneira da utilizaccedilatildeo deste meacutetodo Outros se detiveram em analisar os
resultados de experimentaccedilotildees com grupos operativos voltados para a educaccedilatildeo
para sauacutede Entre estes uacuteltimos foram considerados nesse estudo somente os
que tinham adolescentes como grupo de interesse
Quanto ao processo destaca-se a preocupaccedilatildeo em discutir e refletir sobre
o meacutetodo em si suas vantagens desvantagens e como conseguir os resultados
esperados Os autores consideram ser este um meacutetodo eficiente por possibilitar a
horizontalidade das relaccedilotildees facilitando a participaccedilatildeo ativa e o consequumlente
engajamento no processo de mudanccedila (ABDUCH 1999)
O trabalho com populaccedilotildees vulneraacuteveis a determinados riscos no caso os
adolescentes exige um trabalho efetivo para a promoccedilatildeo da sauacutede por meio do
controle e prevenccedilatildeo desses riscos O grupo operativo segundo Saito (2000)
permite que os participantes usem as informaccedilotildees adquiridas como instrumento
para ponderar as decisotildees e fazer escolhas mais adequadas Para o autor a
liberdade responsabilidade e compromisso valores possibilitados pelo grupo
operativo satildeo componentes importantes neste processo
O papel do coordenador de um grupo operativo eacute essencial para o sucesso
desejado Segundo Andaloacute (2001) o coordenador natildeo deve se colocar como
modelo a ser imitado mas como ldquoalgueacutem capaz de elaborar teoricamente os
fenocircmenos ocorridosrdquo facilitando a compreensatildeo do grupo com a devoluccedilatildeo
dessa liberaccedilatildeo A busca de condiccedilotildees para um futuro melhor seraacute facilitada
diante de um coordenador preparado (FERNANDES 2003)
Alguns estudos procuram contribuir com o trabalho de profissionais de
sauacutede especificamente os ligados aacute Atenccedilatildeo Primaacuteria Ferrari et al(2008)
considera primordial que sejam considerados no desenvolvimento de grupos
operativos para adolescentes aleacutem dos aspectos bioloacutegicos do que se quer
discutir tambeacutem os psicossociais histoacutericos culturais e poliacuteticos nos valores e
comportamentos expressos no grupo Assim sugerem fortemente a
multidisciplinaridade e intersetorialidade no trato com este grupo populacional
Segundo Araujo et al (2008) eacute necessaacuterio um novo olhar sobre o jovem e sua
23
relaccedilatildeo com a famiacutelia escola e sociedade nesse repensar das praacuteticas
educativas
Num trabalho de grupo operativo com pueacuterperas adolescentes Cabral et al
(2010) observou que os profissionais de sauacutede envolvidos no processo
compreenderam melhor a produccedilatildeo da sauacutede a partir do entendimento da
vulnerabilidade do grupo participante Os aspectos diversos implicados na
gestaccedilatildeo entre adolescentes foram aleacutem da experiecircncias reprodutivas
observadas
Muitas vezes o processo educativo empreendido pela equipes da estrateacutegia
Sauacutede da Famiacutelia enfrenta problemas com destaque para o despreparo do
profissional na rede Comportamentos saudaacuteveis seratildeo sempre mais efetivos
quanto mais forem contextualizados (SAMPAIO et al 2010)
Alguns estudos entre os consultados avaliam programas que adotaram o
meacutetodo do grupo operativo em atividades educativas para adolescentes
trabalhando questotildees de risco como sexualidade e doenccedilas sexualmente
transmissiacuteveis aacutelcool e drogas gravidez entre outros Pontos fortes da accedilatildeo
relacionados ao bom resultado foram apontados
Gomes et al (2005) observaram que com relaccedilatildeo aacute AIDS o trabalho em
grupo natildeo diferenciou os participantes quanto ao conhecimento adquirido mas
tornou os participantes do grupo operativo mais capazes de refletir e argumentar
formas de prevenccedilatildeo desta doenccedila
Esta reflexatildeo eacute fundamental na mudanccedila consciente de comportamento
Este fato foi observado com adolescentes num trabalho de educaccedilatildeo sexual
quando meninos declararam natildeo utilizar preservativo apesar de conhececirc-lo
comprovando a que eacute preciso mais do que informar (SILVA et al 2010)
A informaccedilatildeo clara e accessiacutevel acompanhada de transparecircncia e
sinceridade forma consideradas por Callani et al 2008 atributos imprescindiacuteveis
em um grupo operativo propiciando a criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes e
conferindo credibilidade ao trabalho
Assuntos como aacutelcool e drogas precisam ser claramente debatidos com
adolescentes Silva et al (2010) observaram que adolescentes experimentam as
drogas por desinformaccedilatildeo curiosidade e faacutecil acesso e isto pode trazer como
consequumlecircncia violecircncia
24
Meacutetodos de abordagem em grupos operativos tambeacutem tecircm sido testados
como no estudo Beserra et al (2011) que utilizou o circulo de cultura sugerido por
Paulo Freire para o trabalho de educaccedilatildeo sexual com adolescentes O meacutetodo
permitiu a exposiccedilatildeo de duacutevidas com tranquumlilidade o conhecimento da prevenccedilatildeo
da DST e a capacidade desenvolvida para repensar condutas
O grupo operativo mostrou que a convergecircncia de saberes cientiacutefico e
senso comum eacute uma das maneiras efetivas de se trabalhar com educaccedilatildeo para
sauacutede uma vez que dessa maneira as demandas satildeo explicitadas claramente
(FERREIRA et al 2007)
Os dados apresentados nos artigos objetos de estudo deste trabalho
indicaram que o uso do grupo operativo com adolescentes pode ser uma
importante ferramenta de trabalho para a Equipe de Sauacutede da Famiacutelia atraveacutes do
qual eacute possiacutevel pela verbalizaccedilatildeo dos questionamentos e dificuldades
problematizar discutir e provocar reflexotildees sobre situaccedilotildees pertinentes a esta
fase da vida Este mecanismo oferece agrave equipe de sauacutede informaccedilotildees que podem
ser utilizadas na elaboraccedilatildeo de propostas de trabalho para a sua aacuterea de
abrangecircncia Aleacutem disso carece de pouca infra-estrutura e tem um baixo custo de
aplicaccedilatildeo Este tipo de estrateacutegia deve ser utilizada pela equipe da sauacutede da
famiacutelia pois eacute um meio eficaz de prevenccedilatildeo para muitos agravos agrave sauacutede do
adolescente O grupo operativo com adolescentes atraveacutes da identificaccedilatildeo muacutetua
dos seus integrantes eacute capaz de promover haacutebitos saudaacuteveis de vida funcionando
como um indutor desse processo Essa identificaccedilatildeo serve tambeacutem para que
assuntos antes tratados com parcimocircnia sejam levados ao grupo sem temores e
de uma maneira natural
Os dados tambeacutem mostraram a falta de preparo dos profissionais no
atendimento aos adolescentes A inexistecircncia de accedilotildees educativas voltadas aos
adolescentes ora eacute justificada pela precariedade de infra-estrutura ora pelo
despreparo dos profissionais e ora pela falta de profissionais na rede
O estudo aponta para a necessidade de desenvolver mecanismos que
possam preparar profissionais para lidar com essa faixa etaacuteria Neste contexto a
utilizaccedilatildeo do grupo operativo parece pertinente e o Curso de Especializaccedilatildeo em
Sauacutede da Famiacutelia empenha-se em preencher esta lacuna da falta de preparo
desses profissionais do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
25
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Atraveacutes deste trabalho pretendia-se conhecer estrateacutegias com grupos
operativos voltadas para educaccedilatildeo de adolescentes Buscou-se tambeacutem
contribuir para o entendimento desta teacutecnica utilizada para promoccedilatildeo de sauacutede O
modelo ainda utilizado na assistecircncia ao adolescente natildeo considera este indiviacuteduo
na sua totalidade orgacircnica psicoloacutegica e sociocultural Esta simplificaccedilatildeo do
problema proveniente da utilizaccedilatildeo do modelo biomeacutedico de assistecircncia tem
comprometido uma melhor atenccedilatildeo a esta clientela O grupo operativo pode ser
uma ferramenta de grande ajuda para o trabalho educativo com adolescentes
Possibilita aleacutem de disponibilizar a informaccedilatildeo permitir a reflexatildeo critica e a
tomada de posiccedilatildeo para a adoccedilatildeo de comportamentos mais saudaacuteveis Este
levantamento permitiu observar tambeacutem que alguns profissionais desconhecem
este meio de estrateacutegia como forma de trabalho Desta forma podemos afirmar
que o grupo operativo pode ser eficaz se
- possibilitar a horizontalidade das relaccedilotildees
- facilitar a participaccedilatildeo ativa e o consequumlente engajamento no processo
de mudanccedila
- desenvolver a liberdade responsabilidade e compromisso
- aleacutem dos aspectos bioloacutegicos discutir tambeacutem os psicossociais
histoacutericos culturais e poliacuteticos nos valores e comportamentos expressos no
grupo
- provocar em seus integrantes reflexatildeo e estimular a argumentaccedilatildeo de
questotildees importantes para o grupo
- problematizar as questotildees impostas atraveacutes da verbalizaccedilatildeo dos
questionamentos e dificuldades
No entanto o sucesso desta atividade estaraacute condicionado ao preparo dos
profissionais envolvidos no sentido de adotar posturas natildeo autoritaacuterias numa
relaccedilatildeo horizontal com conversas abertas e linguagem clara Deste modo
podemos considerar que
26
- eacute necessaacuterio um novo olhar sobre o jovem e sua relaccedilatildeo com a famiacutelia
escola e sociedade nesse repensar das praacuteticas educativas
- O papel do coordenador de um grupo operativo eacute essencial para o
sucesso desejado Ele nunca deve se colocar como um modelo a ser imitado
- este mecanismo oferece agrave equipe de sauacutede informaccedilotildees que podem ser
utilizadas na elaboraccedilatildeo de propostas de trabalho para a sua aacuterea de
abrangecircncia
- este meacutetodo carece de pouca infra-estrutura e tem um baixo custo de
aplicaccedilatildeo
- a informaccedilatildeo clara e accessiacutevel acompanhada de transparecircncia e
sinceridade satildeo atributos imprescindiacuteveis em um grupo operativo propiciando a
criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes e conferindo credibilidade ao trabalho
- eacute preciso desenvolver mecanismos que possam preparar profissionais
para lidar com essa faixa etaacuteria
Neste contexto a utilizaccedilatildeo do grupo operativo parece pertinente e o
Curso de Especializaccedilatildeo em Sauacutede da Famiacutelia empenha-se em preencher esta
lacuna da falta de preparo desses profissionais do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
Atraveacutes da conduccedilatildeo deste trabalho pude refletir e teorizar sobre a minha
praacutetica profissional Percebi que havia muitas deficiecircncias em minha formaccedilatildeo e o
curso de especializaccedilatildeo me ajudou a sanar muitas delas Pude concluir tambeacutem o
quanto eacute importante esta preparaccedilatildeo contiacutenua do profissional Gostaria de
destacar entatildeo a necessidade de capacitaccedilatildeo profissional para aqueles que se
propotildee a trabalhar com atenccedilatildeo baacutesica A meu ver eacute um passo importante em
direccedilatildeo a um melhor atendimento ao adolescente
27
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 1 ABDUCH C Grupos operativos com adolescentes In SCHOR N
MOTA M SFT BRANCO VC (Orgs)Cadernos juventude sauacutede e
desenvolvimento Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1999 p289-300
2 AFONSO MLM et al Oficinas em dinacircmica de grupo na aacuterea da
sauacutedeSatildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo2010PP 63
3 ANDALOacute CSA O papel do coordenador de grupos Psicol USP
Vol12 ndeg 1 Satildeo Paulo 2001
4 ARAUacuteJO A et al Da tendecircncia grupal aos grupos operativos com
adolescentes a identificaccedilatildeo dos pares facilitando o processo de
orientaccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede Rev Med Minas Gerais 2008 18(4
Supl 1) S12
5 BESERRA EP TORRES CA PINHEIRO PNC ALVES MDS
BARROSO MGT Pedagogia freireana como meacutetodo de prevenccedilatildeo
de doenccedilas Ciecircnc sauacutede coletiva [online] 2011 vol16 suppl1 pp
1563-1570
6 BOtildeCKVR SARRIERAJC O grupo operativo intervindo na
Siacutendrome de Burnout PsicolEscEduc10(1)31-39 jan-
jun2006ilusttab
7 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede do Adolescente Brasiacutelia 2005
Disponiacutevel em http wwwsaudegovbr
8 CABRAL FB and OLIVEIRA DLLC Vulnerabilidade de Pueacuterperas
na Visatildeo de Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Ecircnfase em Aspectos
Geracionais e Adolescecircncia Revista de Enfermagem da USP 2010
44(2) 368-75
9 CALLANI MFCJ OTANI MAP Accedilotildees Educativas com
Adolescentes uma Intervenccedilatildeo Necessaacuteria REME revminenferm
12(2) 195-200 abr-jun 2008
28
10 CANNON L R C BOTTINI B A Sauacutede e juventude o cenaacuterio das
poliacuteticas puacuteblicas no Brasil In Brasil Ministeacuterio do Planejamento e
Orccedilamento Jovens acontecendo na trilha das poliacuteticas puacuteblicas Brasiacutelia CNPD1998 p 397-416 v1
11 FERNANDES WJ A Importacircncia dos Grupos Hoje Rev
SPAGESP [online] 2003 vol4 n4 pp 83-91 ISSN 1677-2970
12 FERRARI RAP THOMSON Z and MELCHIOR R Adolescecircncia
accedilotildees e percepccedilatildeo dos meacutedicos e enfermeiros do Programa de Sauacutede
da Famiacutelia Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 22(11)2491-2495
nov 2006
13 FERREIRA MA ALVIM NAT TEIXEIRA MLO VELOSO RC
Saberes de adolescentes estilo de vida e cuidado agrave sauacutede Texto
contexto - enferm [online] 2007 vol16 n2 pp 217-224
14 FORTUNA CM et al O Trabalho de Equipe no Programa de Sauacutede
da Famiacutelia Reflexotildees a Partir de Conceitos do Processo Grupal e de
Grupos Operativos Rev Latino-Am Enfermagem vol13 no2 Ribeiratildeo
Preto MarApr 2005
15 GOMES R ASSIS SG SOUZA ER DESLANDES SF NJAINE K
MALAQUIAS JF Informaccedilotildees e valores de jovens sobre a Aids
avaliaccedilatildeo de escolares de trecircs cidades brasileiras Ciecircnc sauacutede
coletiva [online] 2005 vol10 n2 pp 381-388
16 JEOLAacuteS LS FERRARI RAP Oficinas de prevenccedilatildeo em um serviccedilo
de sauacutede para adolescentes espaccedilo de reflexatildeo e de conhecimento
compartilhado Ciecircnc Sauacutede Coletiva 2003 8611-20
17 LUCCHESE R BARROS S A utilizaccedilatildeo do grupo operativo como
meacutetodo de coleta de dados em pesquisa qualitativa Rev Eletr Enf
[Internet] 2007 9(3)796-805 Available
from httpwwwfenufgbrrevistav9n3v9n3a18htm
18 LUCCHESE R BARROS S Grupo operativo como estrateacutegia
pedagoacutegica em um curso de graduaccedilatildeo em enfermagem um
continente para as vivecircncias dos alunos quartanistas Rev Esc Enferm
USP 2002 36(1) 66-74
29
19 MACIEL RHMO et al O Multiprofissionalismo em sauacutede e a
interaccedilatildeo das equipes do programa de sauacutede da famiacutelia Observatoacuterio de Recursos Humanos em Sauacutede Estaccedilatildeo CETREDE UFC UECE
Fortaleza2007
20 SAITO MI Adolescecircncia prevenccedilatildeo e risco Satildeo Paulo Atheneu
2001
21 SAMPAIO J SANTOS RC PAIXAtildeOLA TORRES TS -
Promoccedilatildeo da Sauacutede Sexual Desafios no Vale do Satildeo Francisco
Psicologia amp Sociedade 22 (3) 499-506 2010
22 SILVA ARV et al Educaccedilatildeo em sauacutede a portadores de Diabetes
Mellitus tipo 2revisatildeo bibliograacutefica RevRENE (10)3146-151 jul-
set2009
23 SILVA KL DIAS FLA VIEIRA NFC PINHEIRO PNC
Reflexotildees acerca do abuso de drogas e da violecircncia na adolescecircncia
Esc Anna Nery [online] 2010 vol14 n3 pp 605-610
24 SILVA KL DIAS FLA VIEIRA NFC PINHEIRO PNC MAIA
CC Riscos e vulnerabilidades relacionados agrave sexualidade na
adolescecircncia Rev enferm UERJ 18(3) 456-461 jul-set 2010
12
2 JUSTIFICATIVA Um objeto de estudo geralmente surge no nosso espaccedilo de trabalho a
partir das experiecircncias vividas e das reflexotildees feitas neste espaccedilo Este estudo
surgiu da minha vivecircncia profissional como Dentista na Unidade de Atendimento
Odontoloacutegico da cidade de Pequi Ao ingressar no Curso de Especializaccedilatildeo em
Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia - CEABSF da Universidade Federal de Minas Gerais e
fazendo o diagnoacutestico situacional da cidade me chamou a atenccedilatildeo o nuacutemero alto de
adolescentes graacutevidas e a falta de atividades de lazer para essa fase tatildeo cheia de
mudanccedilas Aleacutem disso natildeo haviam projetos a serem desenvolvidos pela ESF que focavam
os adolescentes No decorrer do curso pude compreender tambeacutem a correta forma de
utilizaccedilatildeo dos grupos operativos e com esse embasamento comecei a desenvolver alguns
grupos com adolescentes Percebi nesta evoluccedilatildeo do meu trabalho que a ESF ainda natildeo
utiliza essa ferramenta de forma produtiva e os profissionais tem muita dificuldade em
desenvolver este tema
13
3 OBJETIVO
Atraveacutes deste levantamento bibliograacutefico buscou-se conhecer
estrateacutegias com grupos operativos voltadas agrave educaccedilatildeo do adolescente
com a intenccedilatildeo de contribuir para o avanccedilo no entendimento acerca da
promoccedilatildeo de sauacutede e da problemaacutetica em que o mesmo estaacute inserido
14
4 METODOLOGIA Para atender o objetivo proposto foi desenvolvido um estudo mediante
levantamento bibliograacutefico dos artigos disponiacuteveis nos bancos de dados LILACS
MEDLINE BDENF e SCIELO no periacuteodo de 1997 a 2011 produzidos no Brasil
Para tanto os descritores usados foram os termos educaccedilatildeo em sauacutede
comportamento do adolescente sauacutede do adolescente e grupos operativos
A coleta de dados se deu em Agosto e Setembro de 2011 quando foram
obtidos com a ajuda dos descritores vaacuterios artigos que foram lidos e analisados
15
5 REVISAtildeO DE LITERATURA
51 O Adolescente e a Contemporaneidade No final da deacutecada de 80 e iniacutecio dos anos 90 o adolescente
teve seu reconhecimento como foco de estudo na sociedade da Ameacuterica
Latina e Caribe no campo da Sauacutede Puacuteblica Desde entatildeo os direitos e
as situaccedilotildees vividas pelos adolescentes resultam possivelmente das
condiccedilotildees socioeconocircmicas e das vantagens e desvantagens
associadas agrave classe social ao gecircnero e agrave etnicidade prevalentes da
sociedade contemporacircnea (CANNON BOTTINI 1998) Estas condiccedilotildees
tornam os adolescentes um grupo vulneraacutevel dentre outros reduzindo
seu acesso aos serviccedilos
Birman (2006) considera que existe na atualidade um
alongamento da adolescecircncia que hoje comeccedila mais cedo que outrora
e que se prolonga pelo periacuteodo anteriormente denominado idade adulta
A contemporaneidade se caracteriza pelas incertezas e sentimento de
solidatildeo que traduzem uma experiecircncia uacutenica de adolescer Na
sociedade atual esse grupo os adolescentes eacute tratado de forma
ambiacutegua ora como crianccedila ora como adulto e isso se reflete no
atendimento oferecido nos postos de sauacutede no trabalho da equipe que
atende as famiacutelias Inuacutemeras vezes os proacuteprios profissionais natildeo sabem
como abordar esta clientela
52 Adolescecircncia Vulnerabilidade e Risco O risco e vulnerabilidade estatildeo entrelaccedilados agraves caracteriacutesticas
proacuteprias do desenvolvimento psicoemocional da fase da adolescecircncia A
busca de identidade leva ao questionamento dos padrotildees adultos e
portanto da autoridade de pais professores O contato com o novo
resulta em um grande desafio vinculado agrave onipotecircncia do adolescente
16
que se acha sempre um vencedor por outro lado a timidez e a baixa
auto-estima podem tornaacute-lo fraacutegil levando a buscar soluccedilotildees externas
inadequadas (SAITO2001)
Se natildeo haacute accedilotildees preventivas a ocorrecircncia natildeo admitida da
possibilidade de danos agrave proacutepria sauacutede potencializa-se pois o
adolescente acha que situaccedilotildees como gravidez natildeo planejada
contaminaccedilatildeo por doenccedilas sexualmente transmissiacuteveis e uso de
substacircncias quiacutemicas natildeo iratildeo acontecer com ele (CALLANI et al
2008)
Sensaccedilatildeo de poder e ao mesmo tempo dificuldade de antever as
reais consequumlecircncias de seus atos fazem deste grupo um importante
alvo de trabalho atraveacutes de estrateacutegias que possibilitem reflexatildeo e
criacutetica
Abduch (1999) aponta que na adolescecircncia experimentamos a
vivecircncia grupal fora do acircmbito social familiar entrando em contato com
diferentes culturas haacutebitos valores crenccedilas e necessidades Essa
tendecircncia grupal tatildeo expliacutecita na adolescecircncia pode se tornar um fator
de proteccedilatildeo a sua sauacutede se tomarmos como referecircncia o conceito da
Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede que nos diz que sauacutede eacute um equiliacutebrio
entre os fatores bioloacutegicos psicoloacutegicos e sociais e natildeo simplesmente
ausecircncia de doenccedilas
No processo de construccedilatildeo do ser humano outros grupos de referecircncia
aleacutem da famiacutelia vatildeo se tornando importantes destacando-se a escola dentro da
proposta preventiva Eacute fundamental tambeacutem a participaccedilatildeo do profissional da
sauacutede pois se a escola pode ser responsabilizada pela necessidade de formular
propostas preventivas tatildeo vinculadas agrave prevenccedilatildeo de agravos agrave sauacutede que se
poderaacute dizer da equipe de sauacutede que tem livre acesso agraves famiacutelias agraves crianccedilas e
posteriormente aos adolescentes mas que frequentemente se omite em realizar
discussotildees sobre sexualidade drogas violecircncia influecircncia dos meios de
comunicaccedilatildeo imprescindiacuteveis ao exerciacutecio do processo de trabalho desta equipe
(CALLANI et al2008)
17
Para Afonso et al (2010) o grupo operativo visa natildeo apenas
compreender suas condiccedilotildees de sauacutededoenccedila mas tambeacutem dar
respostas criativas a suas necessidades em seu cotidiano e seu
contexto Nesse sentido desempenha um relevante papel educativo ante
seus membros A aprendizagem eacute mais do que a aquisiccedilatildeo de uma nova
informaccedilatildeo e natildeo se restringe ao aspecto cognitivo Envolve a
elaboraccedilatildeo de significados sentimentos e relaccedilotildees
18
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO Os artigos selecionados para anaacutelise estatildeo descritos no quadro 1
Quadro 1 Artigos cientiacuteficos de pesquisa bibliograacutefica relacionados a grupos
operativos e adolescentes 1999 a 2011
Titulo Autores e
ano Objetivos Principais
resultadosconclusotildees Grupos operativos com adolescentes
Abduch 1999 Sensibilizar profissionais que atuam com jovens e adolescentes em situaccedilotildees de grupos
O grupo operativo natildeo estaacute centrado no indiviacuteduo ou no proacuteprio grupo tampouco se propotildee a ser terapecircutico embora leve o sujeito a fazer ajustes e correccedilotildees de sua inserccedilatildeo social A teacutecnica de grupos operativos parece ser um instrumento eficiente por se tratar de uma didaacutetica horizontal tornando o indiviacuteduo agente ativo responsaacutevel e engajado no processo de mudanccedila na medida em que as suas necessidades pessoais e comunitaacuterias satildeo levadas em consideraccedilatildeo
Adolescecircncia cultura vulnerabilidade e risco
Saito 2001 Analisar propostas de prevenccedilatildeo aos riscos na adolescecircncia
A proposta de prevenccedilatildeo deve conter liberdade responsabilidade e compromisso funcionando a informaccedilatildeo como instrumento para que adolescentes de ambos os sexos possam ponderar decisotildees e fazer escolhas mais adequadas Apesar de reconhecerem que a informaccedilatildeo mais completa e fidedigna soacute pode ser obtida com o adolescente em entrevista privada para muitos profissionais persistem duacutevidas e inseguranccedilas sobre se este eacute o procedimento correto para uma praacutetica apropriada
19
O papel do coordenador de grupos
Andaloacute 2001
Provocar uma reflexatildeo sobre a coordenaccedilatildeo de grupos
Ao professor natildeo cabe dizer ldquofaccedila como eurdquo mas ldquofaccedila comigordquo O professor eacute um simples mediador Egrave preciso sempre procurar liberar os trabalhos com grupos de seu caraacuteter ideoloacutegico criando conceitos que coloquem o coordenador natildeo como um modelo a ser seguido ou imitado mas como algueacutem capaz de elaborar teoricamente os fenocircmenos ocorridos E devolvecirc-los ao grupo de forma a ampliar sua compreensatildeo
A Importacircncia dos Grupos Hoje
Fernandes 2003
Mostrar a visatildeo geral dos grupos hoje e qual sua importacircncia futura
Em qualquer grupo os niacuteveis conscientes e inconscientes de funcionamento grupal satildeo os mesmos e os participantes tem as mesmas afliccedilotildees e pedidos baacutesicos O que deve variar eacute a atitude do coordenador do grupo O grupo eacute o espaccedilo continente e facilitador da busca de condiccedilotildees para um futuro melhor
Informaccedilotildees e valores de jovens sobre a AIDS avaliaccedilatildeo de escolares de trecircs cidades brasileiras
Gomes et al 2005
Avaliar as informaccedilotildees e os valores relativos agrave AIDS entre jovens escolares em trecircs cidades brasileiras
O Programa natildeo teve efeito sobre o niacutevel de informaccedilatildeo acerca da AIDS mas o Programa revelou capacidade de reflexatildeo e de argumentaccedilatildeo sobre formas de prevenccedilatildeo da transmissatildeo da AIDS
Saberes de adolescentes estilo de vida e cuidado agrave sauacutede
Ferreira et al 2007
Conhecer as concepccedilotildees dos adolescentes sobre sauacutede e como estas se articulam com as suas praacuteticas de cuidado no processo de adolescer
Concepccedilotildees de sauacutede satildeo um modo de viver a vida e originam praacuteticas de cuidado que se articulam aos estilos de vida peculiares agrave adolescecircncia A convergecircncia dos saberes cientiacuteficos e do senso comum eacute necessaacuteria agrave praacutetica de educaccedilatildeo em sauacutede para atendimento das demandas de cuidado de interesse dos sujeitos
20
Accedilotildees educativas com adolescentes uma intervenccedilatildeo necessaacuteria
Callani et al 2008
Analisar a percepccedilatildeo de adolescentes que participaram de um grupo de educaccedilatildeo em sauacutede em uma Unidade de Sauacutede da Famiacutelia
Aleacutem da famiacutelia considera-se fundamental a participaccedilatildeo da escola e dos serviccedilos de sauacutede na educaccedilatildeo sexual Nos grupos o coordenador ou mediador necessita utilizar estrateacutegias para facilitar a criaccedilatildeo de viacutenculo A comunicaccedilatildeo clara e acessiacutevel associada agrave transparecircncia e agrave sinceridade propicia a criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes conferindo credibilidade ao trabalho
Adolescecircncia accedilotildees e percepccedilatildeo dos meacutedicos e enfermeiros do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
Ferrari et al 2008
Caracterizar as accedilotildees programaacuteticas preventivas e de intervenccedilatildeo aos adolescentes desenvolvidas pelos meacutedicos e enfermeiros da Sauacutede da Famiacutelia e analisar a percepccedilatildeo dos profissionais quanto agraves praacuteticas de atenccedilatildeo agrave sauacutede para este grupo etaacuterio
Para desenvolver atividades num programa para adolescente exige-se um enfoque mais amplo natildeo apenas nos aspectos teacutecnico e bioloacutegico mas tambeacutem nos aspectos psicossociais histoacutericos sociais culturais poliacuteticos nos valores e comportamentos - e nem sempre os profissionais se sentem aptos para atuar nesta complexidade de saberes Aleacutem da multidisciplinaridade no trato com o adolescente os profissionais precisam buscar parcerias com outros setores a fim de obter melhor e maior efetividade nas accedilotildees de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede deste grupo etaacuterio
Da tendecircncia grupal aos grupos operativos com adolescentes a identificaccedilatildeo dos pares facilitando o processo de orientaccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede
Arauacutejo et al 2008
Oferecer aos profissionais de sauacutede o reconhecimento da estrateacutegia dos grupos operativos como forma de educaccedilatildeo em sauacutede e de enfrentamento das adversidades do cotidiano dos jovens
A aprendizagem ocupa lugar importante perante as mudanccedilas e eacute atraveacutes da capacidade do grupo e de cada um de seus integrantes que se torna possiacutevel o desenvolvimento de condutas alternativas diante das mudanccedilas atraveacutes da compreensatildeo e da accedilatildeo transformadora da realidade Repensar as praacuteticas educativas em sauacutede envolvendo adolescentes pressupotildee um novo olhar sobre o jovem e seu papel na famiacutelia escola e sociedade
Vulnerabilidade de pueacuterperas na visatildeo de equipes de sauacutede da famiacutelia ecircnfase em aspectos geracionais e adolescecircncia
Cabral et al 2010
Investigar a visatildeo de profissionais de ESFs sobre a vulnerabilidade de pueacuterperas quando estas satildeo adolescentes
A adolescecircncia foi percebida pelos profissionais das ESFs como uma fase de instabilidade fortemente marcada por crises dificuldades e atitudes irresponsaacuteveis caracteriacutesticas que repercutem de forma importante no puerpeacuterio produzindo situaccedilotildees de vulnerabilidade Olhar para a sauacutede das pueacuterperas adolescentes a partir da noccedilatildeo de vulnerabilidade possibilitou
21
compreender os processos de produccedilatildeo de sauacutede e natildeo sauacutede das adolescentes no puerpeacuterio para aleacutem de suas experiecircncias reprodutivas e em certa medida considerar que aspectos diversos estatildeo aiacute implicados
Promoccedilatildeo da Sauacutede Sexual desafios no Vale do Satildeo Francisco
Sampaio et al 2010
Discutir os impasses e desafios relacionados agrave implantaccedilatildeo de accedilotildees educativas em sauacutede sexual para adolescentes na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia da cidade de Petrolina ndash PE e Juazeiro - BA
Observou-se a inexistecircncia de accedilotildees educativas voltadas aos adolescentes justificada pela precariedade de infraestrutura pelo despreparo dos profissionais e pela falta de profissionais na rede O estudo aponta para a necessidade de se desenvolver praacuteticas educativas voltadas agrave sauacutede sexual dos adolescentes mais efetivas e contextualizadas nos dispositivos de sauacutede da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no Vale do Satildeo Francisco
Reflexotildees acerca do abuso de drogas e da violecircncia na adolescecircncia
Silva et al 2010
Accedilotildees de Educaccedilatildeo em Sauacutede para reflexatildeo criacutetica dos adolescentes sobre o uso abusivo de drogas e consequentes comportamentos violentos
Adolescentes experimentam as drogas por desinformaccedilatildeo curiosidade e faacutecil acesso O uso de drogas pode trazer violecircncia (atitudes agressivas) dificultando a sua compreensatildeo Educaccedilatildeo em Sauacutede pode trazer padratildeo de vida mais saudaacutevel facilitando a identificaccedilatildeo dos fatores de riscos e reduzindo a vulnerabilidade
Riscos e vulnerabilidades relacionados agrave sexualidade na adolescecircncia
Dias et al 2010 Objetivou-se relatar os efeitos das accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede junto agrave escola
Constatou-se que os adolescentes conhecem o preservativo masculino mas natildeo o utilizam Educaccedilatildeo deve estimular a reflexatildeo criacutetica sobre risco e vulnerabilidades relacionadas ao comportamento sexual
Pedagogia freireana como meacutetodo de prevenccedilatildeo de doenccedilas
Beserra et al 2011
Investigar a sexualidade de adolescentes do sexo masculino com a accedilatildeo educativa (circulo de cultura) na prevenccedilatildeo de doenccedilas sexualmente transmissiacuteveis
Os meninos associaram o sexo agrave sexualidade de forma predominante com pouca compreensatildeo da vulnerabilidade da praacutetica sexual desprotegida (incentivados precocemente ao iniacutecio da vida sexual) O ciacuterculo de cultura mostrou ser adequado propiciando a exposiccedilatildeo de duacutevidas o conhecimento da prevenccedilatildeo das DST e a capacitaccedilatildeo para repensar condutas
A educaccedilatildeo em sauacutede eacute um tema que haacute bastante tempo vem sendo
discutido poreacutem existem poucos estudos envolvendo estrateacutegias de educaccedilatildeo em
sauacutede com o uso de grupos operativos com adolescentes
22
Nos artigos consultados e selecionados foram identificadas duas
tendecircncias Alguns se concentraram em discussotildees relacionadas ao processo ao
preparo de profissionais que lidam com abordagens comunitaacuterias considerando a
melhor maneira da utilizaccedilatildeo deste meacutetodo Outros se detiveram em analisar os
resultados de experimentaccedilotildees com grupos operativos voltados para a educaccedilatildeo
para sauacutede Entre estes uacuteltimos foram considerados nesse estudo somente os
que tinham adolescentes como grupo de interesse
Quanto ao processo destaca-se a preocupaccedilatildeo em discutir e refletir sobre
o meacutetodo em si suas vantagens desvantagens e como conseguir os resultados
esperados Os autores consideram ser este um meacutetodo eficiente por possibilitar a
horizontalidade das relaccedilotildees facilitando a participaccedilatildeo ativa e o consequumlente
engajamento no processo de mudanccedila (ABDUCH 1999)
O trabalho com populaccedilotildees vulneraacuteveis a determinados riscos no caso os
adolescentes exige um trabalho efetivo para a promoccedilatildeo da sauacutede por meio do
controle e prevenccedilatildeo desses riscos O grupo operativo segundo Saito (2000)
permite que os participantes usem as informaccedilotildees adquiridas como instrumento
para ponderar as decisotildees e fazer escolhas mais adequadas Para o autor a
liberdade responsabilidade e compromisso valores possibilitados pelo grupo
operativo satildeo componentes importantes neste processo
O papel do coordenador de um grupo operativo eacute essencial para o sucesso
desejado Segundo Andaloacute (2001) o coordenador natildeo deve se colocar como
modelo a ser imitado mas como ldquoalgueacutem capaz de elaborar teoricamente os
fenocircmenos ocorridosrdquo facilitando a compreensatildeo do grupo com a devoluccedilatildeo
dessa liberaccedilatildeo A busca de condiccedilotildees para um futuro melhor seraacute facilitada
diante de um coordenador preparado (FERNANDES 2003)
Alguns estudos procuram contribuir com o trabalho de profissionais de
sauacutede especificamente os ligados aacute Atenccedilatildeo Primaacuteria Ferrari et al(2008)
considera primordial que sejam considerados no desenvolvimento de grupos
operativos para adolescentes aleacutem dos aspectos bioloacutegicos do que se quer
discutir tambeacutem os psicossociais histoacutericos culturais e poliacuteticos nos valores e
comportamentos expressos no grupo Assim sugerem fortemente a
multidisciplinaridade e intersetorialidade no trato com este grupo populacional
Segundo Araujo et al (2008) eacute necessaacuterio um novo olhar sobre o jovem e sua
23
relaccedilatildeo com a famiacutelia escola e sociedade nesse repensar das praacuteticas
educativas
Num trabalho de grupo operativo com pueacuterperas adolescentes Cabral et al
(2010) observou que os profissionais de sauacutede envolvidos no processo
compreenderam melhor a produccedilatildeo da sauacutede a partir do entendimento da
vulnerabilidade do grupo participante Os aspectos diversos implicados na
gestaccedilatildeo entre adolescentes foram aleacutem da experiecircncias reprodutivas
observadas
Muitas vezes o processo educativo empreendido pela equipes da estrateacutegia
Sauacutede da Famiacutelia enfrenta problemas com destaque para o despreparo do
profissional na rede Comportamentos saudaacuteveis seratildeo sempre mais efetivos
quanto mais forem contextualizados (SAMPAIO et al 2010)
Alguns estudos entre os consultados avaliam programas que adotaram o
meacutetodo do grupo operativo em atividades educativas para adolescentes
trabalhando questotildees de risco como sexualidade e doenccedilas sexualmente
transmissiacuteveis aacutelcool e drogas gravidez entre outros Pontos fortes da accedilatildeo
relacionados ao bom resultado foram apontados
Gomes et al (2005) observaram que com relaccedilatildeo aacute AIDS o trabalho em
grupo natildeo diferenciou os participantes quanto ao conhecimento adquirido mas
tornou os participantes do grupo operativo mais capazes de refletir e argumentar
formas de prevenccedilatildeo desta doenccedila
Esta reflexatildeo eacute fundamental na mudanccedila consciente de comportamento
Este fato foi observado com adolescentes num trabalho de educaccedilatildeo sexual
quando meninos declararam natildeo utilizar preservativo apesar de conhececirc-lo
comprovando a que eacute preciso mais do que informar (SILVA et al 2010)
A informaccedilatildeo clara e accessiacutevel acompanhada de transparecircncia e
sinceridade forma consideradas por Callani et al 2008 atributos imprescindiacuteveis
em um grupo operativo propiciando a criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes e
conferindo credibilidade ao trabalho
Assuntos como aacutelcool e drogas precisam ser claramente debatidos com
adolescentes Silva et al (2010) observaram que adolescentes experimentam as
drogas por desinformaccedilatildeo curiosidade e faacutecil acesso e isto pode trazer como
consequumlecircncia violecircncia
24
Meacutetodos de abordagem em grupos operativos tambeacutem tecircm sido testados
como no estudo Beserra et al (2011) que utilizou o circulo de cultura sugerido por
Paulo Freire para o trabalho de educaccedilatildeo sexual com adolescentes O meacutetodo
permitiu a exposiccedilatildeo de duacutevidas com tranquumlilidade o conhecimento da prevenccedilatildeo
da DST e a capacidade desenvolvida para repensar condutas
O grupo operativo mostrou que a convergecircncia de saberes cientiacutefico e
senso comum eacute uma das maneiras efetivas de se trabalhar com educaccedilatildeo para
sauacutede uma vez que dessa maneira as demandas satildeo explicitadas claramente
(FERREIRA et al 2007)
Os dados apresentados nos artigos objetos de estudo deste trabalho
indicaram que o uso do grupo operativo com adolescentes pode ser uma
importante ferramenta de trabalho para a Equipe de Sauacutede da Famiacutelia atraveacutes do
qual eacute possiacutevel pela verbalizaccedilatildeo dos questionamentos e dificuldades
problematizar discutir e provocar reflexotildees sobre situaccedilotildees pertinentes a esta
fase da vida Este mecanismo oferece agrave equipe de sauacutede informaccedilotildees que podem
ser utilizadas na elaboraccedilatildeo de propostas de trabalho para a sua aacuterea de
abrangecircncia Aleacutem disso carece de pouca infra-estrutura e tem um baixo custo de
aplicaccedilatildeo Este tipo de estrateacutegia deve ser utilizada pela equipe da sauacutede da
famiacutelia pois eacute um meio eficaz de prevenccedilatildeo para muitos agravos agrave sauacutede do
adolescente O grupo operativo com adolescentes atraveacutes da identificaccedilatildeo muacutetua
dos seus integrantes eacute capaz de promover haacutebitos saudaacuteveis de vida funcionando
como um indutor desse processo Essa identificaccedilatildeo serve tambeacutem para que
assuntos antes tratados com parcimocircnia sejam levados ao grupo sem temores e
de uma maneira natural
Os dados tambeacutem mostraram a falta de preparo dos profissionais no
atendimento aos adolescentes A inexistecircncia de accedilotildees educativas voltadas aos
adolescentes ora eacute justificada pela precariedade de infra-estrutura ora pelo
despreparo dos profissionais e ora pela falta de profissionais na rede
O estudo aponta para a necessidade de desenvolver mecanismos que
possam preparar profissionais para lidar com essa faixa etaacuteria Neste contexto a
utilizaccedilatildeo do grupo operativo parece pertinente e o Curso de Especializaccedilatildeo em
Sauacutede da Famiacutelia empenha-se em preencher esta lacuna da falta de preparo
desses profissionais do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
25
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Atraveacutes deste trabalho pretendia-se conhecer estrateacutegias com grupos
operativos voltadas para educaccedilatildeo de adolescentes Buscou-se tambeacutem
contribuir para o entendimento desta teacutecnica utilizada para promoccedilatildeo de sauacutede O
modelo ainda utilizado na assistecircncia ao adolescente natildeo considera este indiviacuteduo
na sua totalidade orgacircnica psicoloacutegica e sociocultural Esta simplificaccedilatildeo do
problema proveniente da utilizaccedilatildeo do modelo biomeacutedico de assistecircncia tem
comprometido uma melhor atenccedilatildeo a esta clientela O grupo operativo pode ser
uma ferramenta de grande ajuda para o trabalho educativo com adolescentes
Possibilita aleacutem de disponibilizar a informaccedilatildeo permitir a reflexatildeo critica e a
tomada de posiccedilatildeo para a adoccedilatildeo de comportamentos mais saudaacuteveis Este
levantamento permitiu observar tambeacutem que alguns profissionais desconhecem
este meio de estrateacutegia como forma de trabalho Desta forma podemos afirmar
que o grupo operativo pode ser eficaz se
- possibilitar a horizontalidade das relaccedilotildees
- facilitar a participaccedilatildeo ativa e o consequumlente engajamento no processo
de mudanccedila
- desenvolver a liberdade responsabilidade e compromisso
- aleacutem dos aspectos bioloacutegicos discutir tambeacutem os psicossociais
histoacutericos culturais e poliacuteticos nos valores e comportamentos expressos no
grupo
- provocar em seus integrantes reflexatildeo e estimular a argumentaccedilatildeo de
questotildees importantes para o grupo
- problematizar as questotildees impostas atraveacutes da verbalizaccedilatildeo dos
questionamentos e dificuldades
No entanto o sucesso desta atividade estaraacute condicionado ao preparo dos
profissionais envolvidos no sentido de adotar posturas natildeo autoritaacuterias numa
relaccedilatildeo horizontal com conversas abertas e linguagem clara Deste modo
podemos considerar que
26
- eacute necessaacuterio um novo olhar sobre o jovem e sua relaccedilatildeo com a famiacutelia
escola e sociedade nesse repensar das praacuteticas educativas
- O papel do coordenador de um grupo operativo eacute essencial para o
sucesso desejado Ele nunca deve se colocar como um modelo a ser imitado
- este mecanismo oferece agrave equipe de sauacutede informaccedilotildees que podem ser
utilizadas na elaboraccedilatildeo de propostas de trabalho para a sua aacuterea de
abrangecircncia
- este meacutetodo carece de pouca infra-estrutura e tem um baixo custo de
aplicaccedilatildeo
- a informaccedilatildeo clara e accessiacutevel acompanhada de transparecircncia e
sinceridade satildeo atributos imprescindiacuteveis em um grupo operativo propiciando a
criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes e conferindo credibilidade ao trabalho
- eacute preciso desenvolver mecanismos que possam preparar profissionais
para lidar com essa faixa etaacuteria
Neste contexto a utilizaccedilatildeo do grupo operativo parece pertinente e o
Curso de Especializaccedilatildeo em Sauacutede da Famiacutelia empenha-se em preencher esta
lacuna da falta de preparo desses profissionais do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
Atraveacutes da conduccedilatildeo deste trabalho pude refletir e teorizar sobre a minha
praacutetica profissional Percebi que havia muitas deficiecircncias em minha formaccedilatildeo e o
curso de especializaccedilatildeo me ajudou a sanar muitas delas Pude concluir tambeacutem o
quanto eacute importante esta preparaccedilatildeo contiacutenua do profissional Gostaria de
destacar entatildeo a necessidade de capacitaccedilatildeo profissional para aqueles que se
propotildee a trabalhar com atenccedilatildeo baacutesica A meu ver eacute um passo importante em
direccedilatildeo a um melhor atendimento ao adolescente
27
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 1 ABDUCH C Grupos operativos com adolescentes In SCHOR N
MOTA M SFT BRANCO VC (Orgs)Cadernos juventude sauacutede e
desenvolvimento Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1999 p289-300
2 AFONSO MLM et al Oficinas em dinacircmica de grupo na aacuterea da
sauacutedeSatildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo2010PP 63
3 ANDALOacute CSA O papel do coordenador de grupos Psicol USP
Vol12 ndeg 1 Satildeo Paulo 2001
4 ARAUacuteJO A et al Da tendecircncia grupal aos grupos operativos com
adolescentes a identificaccedilatildeo dos pares facilitando o processo de
orientaccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede Rev Med Minas Gerais 2008 18(4
Supl 1) S12
5 BESERRA EP TORRES CA PINHEIRO PNC ALVES MDS
BARROSO MGT Pedagogia freireana como meacutetodo de prevenccedilatildeo
de doenccedilas Ciecircnc sauacutede coletiva [online] 2011 vol16 suppl1 pp
1563-1570
6 BOtildeCKVR SARRIERAJC O grupo operativo intervindo na
Siacutendrome de Burnout PsicolEscEduc10(1)31-39 jan-
jun2006ilusttab
7 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede do Adolescente Brasiacutelia 2005
Disponiacutevel em http wwwsaudegovbr
8 CABRAL FB and OLIVEIRA DLLC Vulnerabilidade de Pueacuterperas
na Visatildeo de Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Ecircnfase em Aspectos
Geracionais e Adolescecircncia Revista de Enfermagem da USP 2010
44(2) 368-75
9 CALLANI MFCJ OTANI MAP Accedilotildees Educativas com
Adolescentes uma Intervenccedilatildeo Necessaacuteria REME revminenferm
12(2) 195-200 abr-jun 2008
28
10 CANNON L R C BOTTINI B A Sauacutede e juventude o cenaacuterio das
poliacuteticas puacuteblicas no Brasil In Brasil Ministeacuterio do Planejamento e
Orccedilamento Jovens acontecendo na trilha das poliacuteticas puacuteblicas Brasiacutelia CNPD1998 p 397-416 v1
11 FERNANDES WJ A Importacircncia dos Grupos Hoje Rev
SPAGESP [online] 2003 vol4 n4 pp 83-91 ISSN 1677-2970
12 FERRARI RAP THOMSON Z and MELCHIOR R Adolescecircncia
accedilotildees e percepccedilatildeo dos meacutedicos e enfermeiros do Programa de Sauacutede
da Famiacutelia Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 22(11)2491-2495
nov 2006
13 FERREIRA MA ALVIM NAT TEIXEIRA MLO VELOSO RC
Saberes de adolescentes estilo de vida e cuidado agrave sauacutede Texto
contexto - enferm [online] 2007 vol16 n2 pp 217-224
14 FORTUNA CM et al O Trabalho de Equipe no Programa de Sauacutede
da Famiacutelia Reflexotildees a Partir de Conceitos do Processo Grupal e de
Grupos Operativos Rev Latino-Am Enfermagem vol13 no2 Ribeiratildeo
Preto MarApr 2005
15 GOMES R ASSIS SG SOUZA ER DESLANDES SF NJAINE K
MALAQUIAS JF Informaccedilotildees e valores de jovens sobre a Aids
avaliaccedilatildeo de escolares de trecircs cidades brasileiras Ciecircnc sauacutede
coletiva [online] 2005 vol10 n2 pp 381-388
16 JEOLAacuteS LS FERRARI RAP Oficinas de prevenccedilatildeo em um serviccedilo
de sauacutede para adolescentes espaccedilo de reflexatildeo e de conhecimento
compartilhado Ciecircnc Sauacutede Coletiva 2003 8611-20
17 LUCCHESE R BARROS S A utilizaccedilatildeo do grupo operativo como
meacutetodo de coleta de dados em pesquisa qualitativa Rev Eletr Enf
[Internet] 2007 9(3)796-805 Available
from httpwwwfenufgbrrevistav9n3v9n3a18htm
18 LUCCHESE R BARROS S Grupo operativo como estrateacutegia
pedagoacutegica em um curso de graduaccedilatildeo em enfermagem um
continente para as vivecircncias dos alunos quartanistas Rev Esc Enferm
USP 2002 36(1) 66-74
29
19 MACIEL RHMO et al O Multiprofissionalismo em sauacutede e a
interaccedilatildeo das equipes do programa de sauacutede da famiacutelia Observatoacuterio de Recursos Humanos em Sauacutede Estaccedilatildeo CETREDE UFC UECE
Fortaleza2007
20 SAITO MI Adolescecircncia prevenccedilatildeo e risco Satildeo Paulo Atheneu
2001
21 SAMPAIO J SANTOS RC PAIXAtildeOLA TORRES TS -
Promoccedilatildeo da Sauacutede Sexual Desafios no Vale do Satildeo Francisco
Psicologia amp Sociedade 22 (3) 499-506 2010
22 SILVA ARV et al Educaccedilatildeo em sauacutede a portadores de Diabetes
Mellitus tipo 2revisatildeo bibliograacutefica RevRENE (10)3146-151 jul-
set2009
23 SILVA KL DIAS FLA VIEIRA NFC PINHEIRO PNC
Reflexotildees acerca do abuso de drogas e da violecircncia na adolescecircncia
Esc Anna Nery [online] 2010 vol14 n3 pp 605-610
24 SILVA KL DIAS FLA VIEIRA NFC PINHEIRO PNC MAIA
CC Riscos e vulnerabilidades relacionados agrave sexualidade na
adolescecircncia Rev enferm UERJ 18(3) 456-461 jul-set 2010
13
3 OBJETIVO
Atraveacutes deste levantamento bibliograacutefico buscou-se conhecer
estrateacutegias com grupos operativos voltadas agrave educaccedilatildeo do adolescente
com a intenccedilatildeo de contribuir para o avanccedilo no entendimento acerca da
promoccedilatildeo de sauacutede e da problemaacutetica em que o mesmo estaacute inserido
14
4 METODOLOGIA Para atender o objetivo proposto foi desenvolvido um estudo mediante
levantamento bibliograacutefico dos artigos disponiacuteveis nos bancos de dados LILACS
MEDLINE BDENF e SCIELO no periacuteodo de 1997 a 2011 produzidos no Brasil
Para tanto os descritores usados foram os termos educaccedilatildeo em sauacutede
comportamento do adolescente sauacutede do adolescente e grupos operativos
A coleta de dados se deu em Agosto e Setembro de 2011 quando foram
obtidos com a ajuda dos descritores vaacuterios artigos que foram lidos e analisados
15
5 REVISAtildeO DE LITERATURA
51 O Adolescente e a Contemporaneidade No final da deacutecada de 80 e iniacutecio dos anos 90 o adolescente
teve seu reconhecimento como foco de estudo na sociedade da Ameacuterica
Latina e Caribe no campo da Sauacutede Puacuteblica Desde entatildeo os direitos e
as situaccedilotildees vividas pelos adolescentes resultam possivelmente das
condiccedilotildees socioeconocircmicas e das vantagens e desvantagens
associadas agrave classe social ao gecircnero e agrave etnicidade prevalentes da
sociedade contemporacircnea (CANNON BOTTINI 1998) Estas condiccedilotildees
tornam os adolescentes um grupo vulneraacutevel dentre outros reduzindo
seu acesso aos serviccedilos
Birman (2006) considera que existe na atualidade um
alongamento da adolescecircncia que hoje comeccedila mais cedo que outrora
e que se prolonga pelo periacuteodo anteriormente denominado idade adulta
A contemporaneidade se caracteriza pelas incertezas e sentimento de
solidatildeo que traduzem uma experiecircncia uacutenica de adolescer Na
sociedade atual esse grupo os adolescentes eacute tratado de forma
ambiacutegua ora como crianccedila ora como adulto e isso se reflete no
atendimento oferecido nos postos de sauacutede no trabalho da equipe que
atende as famiacutelias Inuacutemeras vezes os proacuteprios profissionais natildeo sabem
como abordar esta clientela
52 Adolescecircncia Vulnerabilidade e Risco O risco e vulnerabilidade estatildeo entrelaccedilados agraves caracteriacutesticas
proacuteprias do desenvolvimento psicoemocional da fase da adolescecircncia A
busca de identidade leva ao questionamento dos padrotildees adultos e
portanto da autoridade de pais professores O contato com o novo
resulta em um grande desafio vinculado agrave onipotecircncia do adolescente
16
que se acha sempre um vencedor por outro lado a timidez e a baixa
auto-estima podem tornaacute-lo fraacutegil levando a buscar soluccedilotildees externas
inadequadas (SAITO2001)
Se natildeo haacute accedilotildees preventivas a ocorrecircncia natildeo admitida da
possibilidade de danos agrave proacutepria sauacutede potencializa-se pois o
adolescente acha que situaccedilotildees como gravidez natildeo planejada
contaminaccedilatildeo por doenccedilas sexualmente transmissiacuteveis e uso de
substacircncias quiacutemicas natildeo iratildeo acontecer com ele (CALLANI et al
2008)
Sensaccedilatildeo de poder e ao mesmo tempo dificuldade de antever as
reais consequumlecircncias de seus atos fazem deste grupo um importante
alvo de trabalho atraveacutes de estrateacutegias que possibilitem reflexatildeo e
criacutetica
Abduch (1999) aponta que na adolescecircncia experimentamos a
vivecircncia grupal fora do acircmbito social familiar entrando em contato com
diferentes culturas haacutebitos valores crenccedilas e necessidades Essa
tendecircncia grupal tatildeo expliacutecita na adolescecircncia pode se tornar um fator
de proteccedilatildeo a sua sauacutede se tomarmos como referecircncia o conceito da
Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede que nos diz que sauacutede eacute um equiliacutebrio
entre os fatores bioloacutegicos psicoloacutegicos e sociais e natildeo simplesmente
ausecircncia de doenccedilas
No processo de construccedilatildeo do ser humano outros grupos de referecircncia
aleacutem da famiacutelia vatildeo se tornando importantes destacando-se a escola dentro da
proposta preventiva Eacute fundamental tambeacutem a participaccedilatildeo do profissional da
sauacutede pois se a escola pode ser responsabilizada pela necessidade de formular
propostas preventivas tatildeo vinculadas agrave prevenccedilatildeo de agravos agrave sauacutede que se
poderaacute dizer da equipe de sauacutede que tem livre acesso agraves famiacutelias agraves crianccedilas e
posteriormente aos adolescentes mas que frequentemente se omite em realizar
discussotildees sobre sexualidade drogas violecircncia influecircncia dos meios de
comunicaccedilatildeo imprescindiacuteveis ao exerciacutecio do processo de trabalho desta equipe
(CALLANI et al2008)
17
Para Afonso et al (2010) o grupo operativo visa natildeo apenas
compreender suas condiccedilotildees de sauacutededoenccedila mas tambeacutem dar
respostas criativas a suas necessidades em seu cotidiano e seu
contexto Nesse sentido desempenha um relevante papel educativo ante
seus membros A aprendizagem eacute mais do que a aquisiccedilatildeo de uma nova
informaccedilatildeo e natildeo se restringe ao aspecto cognitivo Envolve a
elaboraccedilatildeo de significados sentimentos e relaccedilotildees
18
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO Os artigos selecionados para anaacutelise estatildeo descritos no quadro 1
Quadro 1 Artigos cientiacuteficos de pesquisa bibliograacutefica relacionados a grupos
operativos e adolescentes 1999 a 2011
Titulo Autores e
ano Objetivos Principais
resultadosconclusotildees Grupos operativos com adolescentes
Abduch 1999 Sensibilizar profissionais que atuam com jovens e adolescentes em situaccedilotildees de grupos
O grupo operativo natildeo estaacute centrado no indiviacuteduo ou no proacuteprio grupo tampouco se propotildee a ser terapecircutico embora leve o sujeito a fazer ajustes e correccedilotildees de sua inserccedilatildeo social A teacutecnica de grupos operativos parece ser um instrumento eficiente por se tratar de uma didaacutetica horizontal tornando o indiviacuteduo agente ativo responsaacutevel e engajado no processo de mudanccedila na medida em que as suas necessidades pessoais e comunitaacuterias satildeo levadas em consideraccedilatildeo
Adolescecircncia cultura vulnerabilidade e risco
Saito 2001 Analisar propostas de prevenccedilatildeo aos riscos na adolescecircncia
A proposta de prevenccedilatildeo deve conter liberdade responsabilidade e compromisso funcionando a informaccedilatildeo como instrumento para que adolescentes de ambos os sexos possam ponderar decisotildees e fazer escolhas mais adequadas Apesar de reconhecerem que a informaccedilatildeo mais completa e fidedigna soacute pode ser obtida com o adolescente em entrevista privada para muitos profissionais persistem duacutevidas e inseguranccedilas sobre se este eacute o procedimento correto para uma praacutetica apropriada
19
O papel do coordenador de grupos
Andaloacute 2001
Provocar uma reflexatildeo sobre a coordenaccedilatildeo de grupos
Ao professor natildeo cabe dizer ldquofaccedila como eurdquo mas ldquofaccedila comigordquo O professor eacute um simples mediador Egrave preciso sempre procurar liberar os trabalhos com grupos de seu caraacuteter ideoloacutegico criando conceitos que coloquem o coordenador natildeo como um modelo a ser seguido ou imitado mas como algueacutem capaz de elaborar teoricamente os fenocircmenos ocorridos E devolvecirc-los ao grupo de forma a ampliar sua compreensatildeo
A Importacircncia dos Grupos Hoje
Fernandes 2003
Mostrar a visatildeo geral dos grupos hoje e qual sua importacircncia futura
Em qualquer grupo os niacuteveis conscientes e inconscientes de funcionamento grupal satildeo os mesmos e os participantes tem as mesmas afliccedilotildees e pedidos baacutesicos O que deve variar eacute a atitude do coordenador do grupo O grupo eacute o espaccedilo continente e facilitador da busca de condiccedilotildees para um futuro melhor
Informaccedilotildees e valores de jovens sobre a AIDS avaliaccedilatildeo de escolares de trecircs cidades brasileiras
Gomes et al 2005
Avaliar as informaccedilotildees e os valores relativos agrave AIDS entre jovens escolares em trecircs cidades brasileiras
O Programa natildeo teve efeito sobre o niacutevel de informaccedilatildeo acerca da AIDS mas o Programa revelou capacidade de reflexatildeo e de argumentaccedilatildeo sobre formas de prevenccedilatildeo da transmissatildeo da AIDS
Saberes de adolescentes estilo de vida e cuidado agrave sauacutede
Ferreira et al 2007
Conhecer as concepccedilotildees dos adolescentes sobre sauacutede e como estas se articulam com as suas praacuteticas de cuidado no processo de adolescer
Concepccedilotildees de sauacutede satildeo um modo de viver a vida e originam praacuteticas de cuidado que se articulam aos estilos de vida peculiares agrave adolescecircncia A convergecircncia dos saberes cientiacuteficos e do senso comum eacute necessaacuteria agrave praacutetica de educaccedilatildeo em sauacutede para atendimento das demandas de cuidado de interesse dos sujeitos
20
Accedilotildees educativas com adolescentes uma intervenccedilatildeo necessaacuteria
Callani et al 2008
Analisar a percepccedilatildeo de adolescentes que participaram de um grupo de educaccedilatildeo em sauacutede em uma Unidade de Sauacutede da Famiacutelia
Aleacutem da famiacutelia considera-se fundamental a participaccedilatildeo da escola e dos serviccedilos de sauacutede na educaccedilatildeo sexual Nos grupos o coordenador ou mediador necessita utilizar estrateacutegias para facilitar a criaccedilatildeo de viacutenculo A comunicaccedilatildeo clara e acessiacutevel associada agrave transparecircncia e agrave sinceridade propicia a criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes conferindo credibilidade ao trabalho
Adolescecircncia accedilotildees e percepccedilatildeo dos meacutedicos e enfermeiros do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
Ferrari et al 2008
Caracterizar as accedilotildees programaacuteticas preventivas e de intervenccedilatildeo aos adolescentes desenvolvidas pelos meacutedicos e enfermeiros da Sauacutede da Famiacutelia e analisar a percepccedilatildeo dos profissionais quanto agraves praacuteticas de atenccedilatildeo agrave sauacutede para este grupo etaacuterio
Para desenvolver atividades num programa para adolescente exige-se um enfoque mais amplo natildeo apenas nos aspectos teacutecnico e bioloacutegico mas tambeacutem nos aspectos psicossociais histoacutericos sociais culturais poliacuteticos nos valores e comportamentos - e nem sempre os profissionais se sentem aptos para atuar nesta complexidade de saberes Aleacutem da multidisciplinaridade no trato com o adolescente os profissionais precisam buscar parcerias com outros setores a fim de obter melhor e maior efetividade nas accedilotildees de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede deste grupo etaacuterio
Da tendecircncia grupal aos grupos operativos com adolescentes a identificaccedilatildeo dos pares facilitando o processo de orientaccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede
Arauacutejo et al 2008
Oferecer aos profissionais de sauacutede o reconhecimento da estrateacutegia dos grupos operativos como forma de educaccedilatildeo em sauacutede e de enfrentamento das adversidades do cotidiano dos jovens
A aprendizagem ocupa lugar importante perante as mudanccedilas e eacute atraveacutes da capacidade do grupo e de cada um de seus integrantes que se torna possiacutevel o desenvolvimento de condutas alternativas diante das mudanccedilas atraveacutes da compreensatildeo e da accedilatildeo transformadora da realidade Repensar as praacuteticas educativas em sauacutede envolvendo adolescentes pressupotildee um novo olhar sobre o jovem e seu papel na famiacutelia escola e sociedade
Vulnerabilidade de pueacuterperas na visatildeo de equipes de sauacutede da famiacutelia ecircnfase em aspectos geracionais e adolescecircncia
Cabral et al 2010
Investigar a visatildeo de profissionais de ESFs sobre a vulnerabilidade de pueacuterperas quando estas satildeo adolescentes
A adolescecircncia foi percebida pelos profissionais das ESFs como uma fase de instabilidade fortemente marcada por crises dificuldades e atitudes irresponsaacuteveis caracteriacutesticas que repercutem de forma importante no puerpeacuterio produzindo situaccedilotildees de vulnerabilidade Olhar para a sauacutede das pueacuterperas adolescentes a partir da noccedilatildeo de vulnerabilidade possibilitou
21
compreender os processos de produccedilatildeo de sauacutede e natildeo sauacutede das adolescentes no puerpeacuterio para aleacutem de suas experiecircncias reprodutivas e em certa medida considerar que aspectos diversos estatildeo aiacute implicados
Promoccedilatildeo da Sauacutede Sexual desafios no Vale do Satildeo Francisco
Sampaio et al 2010
Discutir os impasses e desafios relacionados agrave implantaccedilatildeo de accedilotildees educativas em sauacutede sexual para adolescentes na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia da cidade de Petrolina ndash PE e Juazeiro - BA
Observou-se a inexistecircncia de accedilotildees educativas voltadas aos adolescentes justificada pela precariedade de infraestrutura pelo despreparo dos profissionais e pela falta de profissionais na rede O estudo aponta para a necessidade de se desenvolver praacuteticas educativas voltadas agrave sauacutede sexual dos adolescentes mais efetivas e contextualizadas nos dispositivos de sauacutede da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no Vale do Satildeo Francisco
Reflexotildees acerca do abuso de drogas e da violecircncia na adolescecircncia
Silva et al 2010
Accedilotildees de Educaccedilatildeo em Sauacutede para reflexatildeo criacutetica dos adolescentes sobre o uso abusivo de drogas e consequentes comportamentos violentos
Adolescentes experimentam as drogas por desinformaccedilatildeo curiosidade e faacutecil acesso O uso de drogas pode trazer violecircncia (atitudes agressivas) dificultando a sua compreensatildeo Educaccedilatildeo em Sauacutede pode trazer padratildeo de vida mais saudaacutevel facilitando a identificaccedilatildeo dos fatores de riscos e reduzindo a vulnerabilidade
Riscos e vulnerabilidades relacionados agrave sexualidade na adolescecircncia
Dias et al 2010 Objetivou-se relatar os efeitos das accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede junto agrave escola
Constatou-se que os adolescentes conhecem o preservativo masculino mas natildeo o utilizam Educaccedilatildeo deve estimular a reflexatildeo criacutetica sobre risco e vulnerabilidades relacionadas ao comportamento sexual
Pedagogia freireana como meacutetodo de prevenccedilatildeo de doenccedilas
Beserra et al 2011
Investigar a sexualidade de adolescentes do sexo masculino com a accedilatildeo educativa (circulo de cultura) na prevenccedilatildeo de doenccedilas sexualmente transmissiacuteveis
Os meninos associaram o sexo agrave sexualidade de forma predominante com pouca compreensatildeo da vulnerabilidade da praacutetica sexual desprotegida (incentivados precocemente ao iniacutecio da vida sexual) O ciacuterculo de cultura mostrou ser adequado propiciando a exposiccedilatildeo de duacutevidas o conhecimento da prevenccedilatildeo das DST e a capacitaccedilatildeo para repensar condutas
A educaccedilatildeo em sauacutede eacute um tema que haacute bastante tempo vem sendo
discutido poreacutem existem poucos estudos envolvendo estrateacutegias de educaccedilatildeo em
sauacutede com o uso de grupos operativos com adolescentes
22
Nos artigos consultados e selecionados foram identificadas duas
tendecircncias Alguns se concentraram em discussotildees relacionadas ao processo ao
preparo de profissionais que lidam com abordagens comunitaacuterias considerando a
melhor maneira da utilizaccedilatildeo deste meacutetodo Outros se detiveram em analisar os
resultados de experimentaccedilotildees com grupos operativos voltados para a educaccedilatildeo
para sauacutede Entre estes uacuteltimos foram considerados nesse estudo somente os
que tinham adolescentes como grupo de interesse
Quanto ao processo destaca-se a preocupaccedilatildeo em discutir e refletir sobre
o meacutetodo em si suas vantagens desvantagens e como conseguir os resultados
esperados Os autores consideram ser este um meacutetodo eficiente por possibilitar a
horizontalidade das relaccedilotildees facilitando a participaccedilatildeo ativa e o consequumlente
engajamento no processo de mudanccedila (ABDUCH 1999)
O trabalho com populaccedilotildees vulneraacuteveis a determinados riscos no caso os
adolescentes exige um trabalho efetivo para a promoccedilatildeo da sauacutede por meio do
controle e prevenccedilatildeo desses riscos O grupo operativo segundo Saito (2000)
permite que os participantes usem as informaccedilotildees adquiridas como instrumento
para ponderar as decisotildees e fazer escolhas mais adequadas Para o autor a
liberdade responsabilidade e compromisso valores possibilitados pelo grupo
operativo satildeo componentes importantes neste processo
O papel do coordenador de um grupo operativo eacute essencial para o sucesso
desejado Segundo Andaloacute (2001) o coordenador natildeo deve se colocar como
modelo a ser imitado mas como ldquoalgueacutem capaz de elaborar teoricamente os
fenocircmenos ocorridosrdquo facilitando a compreensatildeo do grupo com a devoluccedilatildeo
dessa liberaccedilatildeo A busca de condiccedilotildees para um futuro melhor seraacute facilitada
diante de um coordenador preparado (FERNANDES 2003)
Alguns estudos procuram contribuir com o trabalho de profissionais de
sauacutede especificamente os ligados aacute Atenccedilatildeo Primaacuteria Ferrari et al(2008)
considera primordial que sejam considerados no desenvolvimento de grupos
operativos para adolescentes aleacutem dos aspectos bioloacutegicos do que se quer
discutir tambeacutem os psicossociais histoacutericos culturais e poliacuteticos nos valores e
comportamentos expressos no grupo Assim sugerem fortemente a
multidisciplinaridade e intersetorialidade no trato com este grupo populacional
Segundo Araujo et al (2008) eacute necessaacuterio um novo olhar sobre o jovem e sua
23
relaccedilatildeo com a famiacutelia escola e sociedade nesse repensar das praacuteticas
educativas
Num trabalho de grupo operativo com pueacuterperas adolescentes Cabral et al
(2010) observou que os profissionais de sauacutede envolvidos no processo
compreenderam melhor a produccedilatildeo da sauacutede a partir do entendimento da
vulnerabilidade do grupo participante Os aspectos diversos implicados na
gestaccedilatildeo entre adolescentes foram aleacutem da experiecircncias reprodutivas
observadas
Muitas vezes o processo educativo empreendido pela equipes da estrateacutegia
Sauacutede da Famiacutelia enfrenta problemas com destaque para o despreparo do
profissional na rede Comportamentos saudaacuteveis seratildeo sempre mais efetivos
quanto mais forem contextualizados (SAMPAIO et al 2010)
Alguns estudos entre os consultados avaliam programas que adotaram o
meacutetodo do grupo operativo em atividades educativas para adolescentes
trabalhando questotildees de risco como sexualidade e doenccedilas sexualmente
transmissiacuteveis aacutelcool e drogas gravidez entre outros Pontos fortes da accedilatildeo
relacionados ao bom resultado foram apontados
Gomes et al (2005) observaram que com relaccedilatildeo aacute AIDS o trabalho em
grupo natildeo diferenciou os participantes quanto ao conhecimento adquirido mas
tornou os participantes do grupo operativo mais capazes de refletir e argumentar
formas de prevenccedilatildeo desta doenccedila
Esta reflexatildeo eacute fundamental na mudanccedila consciente de comportamento
Este fato foi observado com adolescentes num trabalho de educaccedilatildeo sexual
quando meninos declararam natildeo utilizar preservativo apesar de conhececirc-lo
comprovando a que eacute preciso mais do que informar (SILVA et al 2010)
A informaccedilatildeo clara e accessiacutevel acompanhada de transparecircncia e
sinceridade forma consideradas por Callani et al 2008 atributos imprescindiacuteveis
em um grupo operativo propiciando a criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes e
conferindo credibilidade ao trabalho
Assuntos como aacutelcool e drogas precisam ser claramente debatidos com
adolescentes Silva et al (2010) observaram que adolescentes experimentam as
drogas por desinformaccedilatildeo curiosidade e faacutecil acesso e isto pode trazer como
consequumlecircncia violecircncia
24
Meacutetodos de abordagem em grupos operativos tambeacutem tecircm sido testados
como no estudo Beserra et al (2011) que utilizou o circulo de cultura sugerido por
Paulo Freire para o trabalho de educaccedilatildeo sexual com adolescentes O meacutetodo
permitiu a exposiccedilatildeo de duacutevidas com tranquumlilidade o conhecimento da prevenccedilatildeo
da DST e a capacidade desenvolvida para repensar condutas
O grupo operativo mostrou que a convergecircncia de saberes cientiacutefico e
senso comum eacute uma das maneiras efetivas de se trabalhar com educaccedilatildeo para
sauacutede uma vez que dessa maneira as demandas satildeo explicitadas claramente
(FERREIRA et al 2007)
Os dados apresentados nos artigos objetos de estudo deste trabalho
indicaram que o uso do grupo operativo com adolescentes pode ser uma
importante ferramenta de trabalho para a Equipe de Sauacutede da Famiacutelia atraveacutes do
qual eacute possiacutevel pela verbalizaccedilatildeo dos questionamentos e dificuldades
problematizar discutir e provocar reflexotildees sobre situaccedilotildees pertinentes a esta
fase da vida Este mecanismo oferece agrave equipe de sauacutede informaccedilotildees que podem
ser utilizadas na elaboraccedilatildeo de propostas de trabalho para a sua aacuterea de
abrangecircncia Aleacutem disso carece de pouca infra-estrutura e tem um baixo custo de
aplicaccedilatildeo Este tipo de estrateacutegia deve ser utilizada pela equipe da sauacutede da
famiacutelia pois eacute um meio eficaz de prevenccedilatildeo para muitos agravos agrave sauacutede do
adolescente O grupo operativo com adolescentes atraveacutes da identificaccedilatildeo muacutetua
dos seus integrantes eacute capaz de promover haacutebitos saudaacuteveis de vida funcionando
como um indutor desse processo Essa identificaccedilatildeo serve tambeacutem para que
assuntos antes tratados com parcimocircnia sejam levados ao grupo sem temores e
de uma maneira natural
Os dados tambeacutem mostraram a falta de preparo dos profissionais no
atendimento aos adolescentes A inexistecircncia de accedilotildees educativas voltadas aos
adolescentes ora eacute justificada pela precariedade de infra-estrutura ora pelo
despreparo dos profissionais e ora pela falta de profissionais na rede
O estudo aponta para a necessidade de desenvolver mecanismos que
possam preparar profissionais para lidar com essa faixa etaacuteria Neste contexto a
utilizaccedilatildeo do grupo operativo parece pertinente e o Curso de Especializaccedilatildeo em
Sauacutede da Famiacutelia empenha-se em preencher esta lacuna da falta de preparo
desses profissionais do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
25
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Atraveacutes deste trabalho pretendia-se conhecer estrateacutegias com grupos
operativos voltadas para educaccedilatildeo de adolescentes Buscou-se tambeacutem
contribuir para o entendimento desta teacutecnica utilizada para promoccedilatildeo de sauacutede O
modelo ainda utilizado na assistecircncia ao adolescente natildeo considera este indiviacuteduo
na sua totalidade orgacircnica psicoloacutegica e sociocultural Esta simplificaccedilatildeo do
problema proveniente da utilizaccedilatildeo do modelo biomeacutedico de assistecircncia tem
comprometido uma melhor atenccedilatildeo a esta clientela O grupo operativo pode ser
uma ferramenta de grande ajuda para o trabalho educativo com adolescentes
Possibilita aleacutem de disponibilizar a informaccedilatildeo permitir a reflexatildeo critica e a
tomada de posiccedilatildeo para a adoccedilatildeo de comportamentos mais saudaacuteveis Este
levantamento permitiu observar tambeacutem que alguns profissionais desconhecem
este meio de estrateacutegia como forma de trabalho Desta forma podemos afirmar
que o grupo operativo pode ser eficaz se
- possibilitar a horizontalidade das relaccedilotildees
- facilitar a participaccedilatildeo ativa e o consequumlente engajamento no processo
de mudanccedila
- desenvolver a liberdade responsabilidade e compromisso
- aleacutem dos aspectos bioloacutegicos discutir tambeacutem os psicossociais
histoacutericos culturais e poliacuteticos nos valores e comportamentos expressos no
grupo
- provocar em seus integrantes reflexatildeo e estimular a argumentaccedilatildeo de
questotildees importantes para o grupo
- problematizar as questotildees impostas atraveacutes da verbalizaccedilatildeo dos
questionamentos e dificuldades
No entanto o sucesso desta atividade estaraacute condicionado ao preparo dos
profissionais envolvidos no sentido de adotar posturas natildeo autoritaacuterias numa
relaccedilatildeo horizontal com conversas abertas e linguagem clara Deste modo
podemos considerar que
26
- eacute necessaacuterio um novo olhar sobre o jovem e sua relaccedilatildeo com a famiacutelia
escola e sociedade nesse repensar das praacuteticas educativas
- O papel do coordenador de um grupo operativo eacute essencial para o
sucesso desejado Ele nunca deve se colocar como um modelo a ser imitado
- este mecanismo oferece agrave equipe de sauacutede informaccedilotildees que podem ser
utilizadas na elaboraccedilatildeo de propostas de trabalho para a sua aacuterea de
abrangecircncia
- este meacutetodo carece de pouca infra-estrutura e tem um baixo custo de
aplicaccedilatildeo
- a informaccedilatildeo clara e accessiacutevel acompanhada de transparecircncia e
sinceridade satildeo atributos imprescindiacuteveis em um grupo operativo propiciando a
criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes e conferindo credibilidade ao trabalho
- eacute preciso desenvolver mecanismos que possam preparar profissionais
para lidar com essa faixa etaacuteria
Neste contexto a utilizaccedilatildeo do grupo operativo parece pertinente e o
Curso de Especializaccedilatildeo em Sauacutede da Famiacutelia empenha-se em preencher esta
lacuna da falta de preparo desses profissionais do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
Atraveacutes da conduccedilatildeo deste trabalho pude refletir e teorizar sobre a minha
praacutetica profissional Percebi que havia muitas deficiecircncias em minha formaccedilatildeo e o
curso de especializaccedilatildeo me ajudou a sanar muitas delas Pude concluir tambeacutem o
quanto eacute importante esta preparaccedilatildeo contiacutenua do profissional Gostaria de
destacar entatildeo a necessidade de capacitaccedilatildeo profissional para aqueles que se
propotildee a trabalhar com atenccedilatildeo baacutesica A meu ver eacute um passo importante em
direccedilatildeo a um melhor atendimento ao adolescente
27
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 1 ABDUCH C Grupos operativos com adolescentes In SCHOR N
MOTA M SFT BRANCO VC (Orgs)Cadernos juventude sauacutede e
desenvolvimento Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1999 p289-300
2 AFONSO MLM et al Oficinas em dinacircmica de grupo na aacuterea da
sauacutedeSatildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo2010PP 63
3 ANDALOacute CSA O papel do coordenador de grupos Psicol USP
Vol12 ndeg 1 Satildeo Paulo 2001
4 ARAUacuteJO A et al Da tendecircncia grupal aos grupos operativos com
adolescentes a identificaccedilatildeo dos pares facilitando o processo de
orientaccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede Rev Med Minas Gerais 2008 18(4
Supl 1) S12
5 BESERRA EP TORRES CA PINHEIRO PNC ALVES MDS
BARROSO MGT Pedagogia freireana como meacutetodo de prevenccedilatildeo
de doenccedilas Ciecircnc sauacutede coletiva [online] 2011 vol16 suppl1 pp
1563-1570
6 BOtildeCKVR SARRIERAJC O grupo operativo intervindo na
Siacutendrome de Burnout PsicolEscEduc10(1)31-39 jan-
jun2006ilusttab
7 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede do Adolescente Brasiacutelia 2005
Disponiacutevel em http wwwsaudegovbr
8 CABRAL FB and OLIVEIRA DLLC Vulnerabilidade de Pueacuterperas
na Visatildeo de Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Ecircnfase em Aspectos
Geracionais e Adolescecircncia Revista de Enfermagem da USP 2010
44(2) 368-75
9 CALLANI MFCJ OTANI MAP Accedilotildees Educativas com
Adolescentes uma Intervenccedilatildeo Necessaacuteria REME revminenferm
12(2) 195-200 abr-jun 2008
28
10 CANNON L R C BOTTINI B A Sauacutede e juventude o cenaacuterio das
poliacuteticas puacuteblicas no Brasil In Brasil Ministeacuterio do Planejamento e
Orccedilamento Jovens acontecendo na trilha das poliacuteticas puacuteblicas Brasiacutelia CNPD1998 p 397-416 v1
11 FERNANDES WJ A Importacircncia dos Grupos Hoje Rev
SPAGESP [online] 2003 vol4 n4 pp 83-91 ISSN 1677-2970
12 FERRARI RAP THOMSON Z and MELCHIOR R Adolescecircncia
accedilotildees e percepccedilatildeo dos meacutedicos e enfermeiros do Programa de Sauacutede
da Famiacutelia Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 22(11)2491-2495
nov 2006
13 FERREIRA MA ALVIM NAT TEIXEIRA MLO VELOSO RC
Saberes de adolescentes estilo de vida e cuidado agrave sauacutede Texto
contexto - enferm [online] 2007 vol16 n2 pp 217-224
14 FORTUNA CM et al O Trabalho de Equipe no Programa de Sauacutede
da Famiacutelia Reflexotildees a Partir de Conceitos do Processo Grupal e de
Grupos Operativos Rev Latino-Am Enfermagem vol13 no2 Ribeiratildeo
Preto MarApr 2005
15 GOMES R ASSIS SG SOUZA ER DESLANDES SF NJAINE K
MALAQUIAS JF Informaccedilotildees e valores de jovens sobre a Aids
avaliaccedilatildeo de escolares de trecircs cidades brasileiras Ciecircnc sauacutede
coletiva [online] 2005 vol10 n2 pp 381-388
16 JEOLAacuteS LS FERRARI RAP Oficinas de prevenccedilatildeo em um serviccedilo
de sauacutede para adolescentes espaccedilo de reflexatildeo e de conhecimento
compartilhado Ciecircnc Sauacutede Coletiva 2003 8611-20
17 LUCCHESE R BARROS S A utilizaccedilatildeo do grupo operativo como
meacutetodo de coleta de dados em pesquisa qualitativa Rev Eletr Enf
[Internet] 2007 9(3)796-805 Available
from httpwwwfenufgbrrevistav9n3v9n3a18htm
18 LUCCHESE R BARROS S Grupo operativo como estrateacutegia
pedagoacutegica em um curso de graduaccedilatildeo em enfermagem um
continente para as vivecircncias dos alunos quartanistas Rev Esc Enferm
USP 2002 36(1) 66-74
29
19 MACIEL RHMO et al O Multiprofissionalismo em sauacutede e a
interaccedilatildeo das equipes do programa de sauacutede da famiacutelia Observatoacuterio de Recursos Humanos em Sauacutede Estaccedilatildeo CETREDE UFC UECE
Fortaleza2007
20 SAITO MI Adolescecircncia prevenccedilatildeo e risco Satildeo Paulo Atheneu
2001
21 SAMPAIO J SANTOS RC PAIXAtildeOLA TORRES TS -
Promoccedilatildeo da Sauacutede Sexual Desafios no Vale do Satildeo Francisco
Psicologia amp Sociedade 22 (3) 499-506 2010
22 SILVA ARV et al Educaccedilatildeo em sauacutede a portadores de Diabetes
Mellitus tipo 2revisatildeo bibliograacutefica RevRENE (10)3146-151 jul-
set2009
23 SILVA KL DIAS FLA VIEIRA NFC PINHEIRO PNC
Reflexotildees acerca do abuso de drogas e da violecircncia na adolescecircncia
Esc Anna Nery [online] 2010 vol14 n3 pp 605-610
24 SILVA KL DIAS FLA VIEIRA NFC PINHEIRO PNC MAIA
CC Riscos e vulnerabilidades relacionados agrave sexualidade na
adolescecircncia Rev enferm UERJ 18(3) 456-461 jul-set 2010
14
4 METODOLOGIA Para atender o objetivo proposto foi desenvolvido um estudo mediante
levantamento bibliograacutefico dos artigos disponiacuteveis nos bancos de dados LILACS
MEDLINE BDENF e SCIELO no periacuteodo de 1997 a 2011 produzidos no Brasil
Para tanto os descritores usados foram os termos educaccedilatildeo em sauacutede
comportamento do adolescente sauacutede do adolescente e grupos operativos
A coleta de dados se deu em Agosto e Setembro de 2011 quando foram
obtidos com a ajuda dos descritores vaacuterios artigos que foram lidos e analisados
15
5 REVISAtildeO DE LITERATURA
51 O Adolescente e a Contemporaneidade No final da deacutecada de 80 e iniacutecio dos anos 90 o adolescente
teve seu reconhecimento como foco de estudo na sociedade da Ameacuterica
Latina e Caribe no campo da Sauacutede Puacuteblica Desde entatildeo os direitos e
as situaccedilotildees vividas pelos adolescentes resultam possivelmente das
condiccedilotildees socioeconocircmicas e das vantagens e desvantagens
associadas agrave classe social ao gecircnero e agrave etnicidade prevalentes da
sociedade contemporacircnea (CANNON BOTTINI 1998) Estas condiccedilotildees
tornam os adolescentes um grupo vulneraacutevel dentre outros reduzindo
seu acesso aos serviccedilos
Birman (2006) considera que existe na atualidade um
alongamento da adolescecircncia que hoje comeccedila mais cedo que outrora
e que se prolonga pelo periacuteodo anteriormente denominado idade adulta
A contemporaneidade se caracteriza pelas incertezas e sentimento de
solidatildeo que traduzem uma experiecircncia uacutenica de adolescer Na
sociedade atual esse grupo os adolescentes eacute tratado de forma
ambiacutegua ora como crianccedila ora como adulto e isso se reflete no
atendimento oferecido nos postos de sauacutede no trabalho da equipe que
atende as famiacutelias Inuacutemeras vezes os proacuteprios profissionais natildeo sabem
como abordar esta clientela
52 Adolescecircncia Vulnerabilidade e Risco O risco e vulnerabilidade estatildeo entrelaccedilados agraves caracteriacutesticas
proacuteprias do desenvolvimento psicoemocional da fase da adolescecircncia A
busca de identidade leva ao questionamento dos padrotildees adultos e
portanto da autoridade de pais professores O contato com o novo
resulta em um grande desafio vinculado agrave onipotecircncia do adolescente
16
que se acha sempre um vencedor por outro lado a timidez e a baixa
auto-estima podem tornaacute-lo fraacutegil levando a buscar soluccedilotildees externas
inadequadas (SAITO2001)
Se natildeo haacute accedilotildees preventivas a ocorrecircncia natildeo admitida da
possibilidade de danos agrave proacutepria sauacutede potencializa-se pois o
adolescente acha que situaccedilotildees como gravidez natildeo planejada
contaminaccedilatildeo por doenccedilas sexualmente transmissiacuteveis e uso de
substacircncias quiacutemicas natildeo iratildeo acontecer com ele (CALLANI et al
2008)
Sensaccedilatildeo de poder e ao mesmo tempo dificuldade de antever as
reais consequumlecircncias de seus atos fazem deste grupo um importante
alvo de trabalho atraveacutes de estrateacutegias que possibilitem reflexatildeo e
criacutetica
Abduch (1999) aponta que na adolescecircncia experimentamos a
vivecircncia grupal fora do acircmbito social familiar entrando em contato com
diferentes culturas haacutebitos valores crenccedilas e necessidades Essa
tendecircncia grupal tatildeo expliacutecita na adolescecircncia pode se tornar um fator
de proteccedilatildeo a sua sauacutede se tomarmos como referecircncia o conceito da
Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede que nos diz que sauacutede eacute um equiliacutebrio
entre os fatores bioloacutegicos psicoloacutegicos e sociais e natildeo simplesmente
ausecircncia de doenccedilas
No processo de construccedilatildeo do ser humano outros grupos de referecircncia
aleacutem da famiacutelia vatildeo se tornando importantes destacando-se a escola dentro da
proposta preventiva Eacute fundamental tambeacutem a participaccedilatildeo do profissional da
sauacutede pois se a escola pode ser responsabilizada pela necessidade de formular
propostas preventivas tatildeo vinculadas agrave prevenccedilatildeo de agravos agrave sauacutede que se
poderaacute dizer da equipe de sauacutede que tem livre acesso agraves famiacutelias agraves crianccedilas e
posteriormente aos adolescentes mas que frequentemente se omite em realizar
discussotildees sobre sexualidade drogas violecircncia influecircncia dos meios de
comunicaccedilatildeo imprescindiacuteveis ao exerciacutecio do processo de trabalho desta equipe
(CALLANI et al2008)
17
Para Afonso et al (2010) o grupo operativo visa natildeo apenas
compreender suas condiccedilotildees de sauacutededoenccedila mas tambeacutem dar
respostas criativas a suas necessidades em seu cotidiano e seu
contexto Nesse sentido desempenha um relevante papel educativo ante
seus membros A aprendizagem eacute mais do que a aquisiccedilatildeo de uma nova
informaccedilatildeo e natildeo se restringe ao aspecto cognitivo Envolve a
elaboraccedilatildeo de significados sentimentos e relaccedilotildees
18
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO Os artigos selecionados para anaacutelise estatildeo descritos no quadro 1
Quadro 1 Artigos cientiacuteficos de pesquisa bibliograacutefica relacionados a grupos
operativos e adolescentes 1999 a 2011
Titulo Autores e
ano Objetivos Principais
resultadosconclusotildees Grupos operativos com adolescentes
Abduch 1999 Sensibilizar profissionais que atuam com jovens e adolescentes em situaccedilotildees de grupos
O grupo operativo natildeo estaacute centrado no indiviacuteduo ou no proacuteprio grupo tampouco se propotildee a ser terapecircutico embora leve o sujeito a fazer ajustes e correccedilotildees de sua inserccedilatildeo social A teacutecnica de grupos operativos parece ser um instrumento eficiente por se tratar de uma didaacutetica horizontal tornando o indiviacuteduo agente ativo responsaacutevel e engajado no processo de mudanccedila na medida em que as suas necessidades pessoais e comunitaacuterias satildeo levadas em consideraccedilatildeo
Adolescecircncia cultura vulnerabilidade e risco
Saito 2001 Analisar propostas de prevenccedilatildeo aos riscos na adolescecircncia
A proposta de prevenccedilatildeo deve conter liberdade responsabilidade e compromisso funcionando a informaccedilatildeo como instrumento para que adolescentes de ambos os sexos possam ponderar decisotildees e fazer escolhas mais adequadas Apesar de reconhecerem que a informaccedilatildeo mais completa e fidedigna soacute pode ser obtida com o adolescente em entrevista privada para muitos profissionais persistem duacutevidas e inseguranccedilas sobre se este eacute o procedimento correto para uma praacutetica apropriada
19
O papel do coordenador de grupos
Andaloacute 2001
Provocar uma reflexatildeo sobre a coordenaccedilatildeo de grupos
Ao professor natildeo cabe dizer ldquofaccedila como eurdquo mas ldquofaccedila comigordquo O professor eacute um simples mediador Egrave preciso sempre procurar liberar os trabalhos com grupos de seu caraacuteter ideoloacutegico criando conceitos que coloquem o coordenador natildeo como um modelo a ser seguido ou imitado mas como algueacutem capaz de elaborar teoricamente os fenocircmenos ocorridos E devolvecirc-los ao grupo de forma a ampliar sua compreensatildeo
A Importacircncia dos Grupos Hoje
Fernandes 2003
Mostrar a visatildeo geral dos grupos hoje e qual sua importacircncia futura
Em qualquer grupo os niacuteveis conscientes e inconscientes de funcionamento grupal satildeo os mesmos e os participantes tem as mesmas afliccedilotildees e pedidos baacutesicos O que deve variar eacute a atitude do coordenador do grupo O grupo eacute o espaccedilo continente e facilitador da busca de condiccedilotildees para um futuro melhor
Informaccedilotildees e valores de jovens sobre a AIDS avaliaccedilatildeo de escolares de trecircs cidades brasileiras
Gomes et al 2005
Avaliar as informaccedilotildees e os valores relativos agrave AIDS entre jovens escolares em trecircs cidades brasileiras
O Programa natildeo teve efeito sobre o niacutevel de informaccedilatildeo acerca da AIDS mas o Programa revelou capacidade de reflexatildeo e de argumentaccedilatildeo sobre formas de prevenccedilatildeo da transmissatildeo da AIDS
Saberes de adolescentes estilo de vida e cuidado agrave sauacutede
Ferreira et al 2007
Conhecer as concepccedilotildees dos adolescentes sobre sauacutede e como estas se articulam com as suas praacuteticas de cuidado no processo de adolescer
Concepccedilotildees de sauacutede satildeo um modo de viver a vida e originam praacuteticas de cuidado que se articulam aos estilos de vida peculiares agrave adolescecircncia A convergecircncia dos saberes cientiacuteficos e do senso comum eacute necessaacuteria agrave praacutetica de educaccedilatildeo em sauacutede para atendimento das demandas de cuidado de interesse dos sujeitos
20
Accedilotildees educativas com adolescentes uma intervenccedilatildeo necessaacuteria
Callani et al 2008
Analisar a percepccedilatildeo de adolescentes que participaram de um grupo de educaccedilatildeo em sauacutede em uma Unidade de Sauacutede da Famiacutelia
Aleacutem da famiacutelia considera-se fundamental a participaccedilatildeo da escola e dos serviccedilos de sauacutede na educaccedilatildeo sexual Nos grupos o coordenador ou mediador necessita utilizar estrateacutegias para facilitar a criaccedilatildeo de viacutenculo A comunicaccedilatildeo clara e acessiacutevel associada agrave transparecircncia e agrave sinceridade propicia a criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes conferindo credibilidade ao trabalho
Adolescecircncia accedilotildees e percepccedilatildeo dos meacutedicos e enfermeiros do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
Ferrari et al 2008
Caracterizar as accedilotildees programaacuteticas preventivas e de intervenccedilatildeo aos adolescentes desenvolvidas pelos meacutedicos e enfermeiros da Sauacutede da Famiacutelia e analisar a percepccedilatildeo dos profissionais quanto agraves praacuteticas de atenccedilatildeo agrave sauacutede para este grupo etaacuterio
Para desenvolver atividades num programa para adolescente exige-se um enfoque mais amplo natildeo apenas nos aspectos teacutecnico e bioloacutegico mas tambeacutem nos aspectos psicossociais histoacutericos sociais culturais poliacuteticos nos valores e comportamentos - e nem sempre os profissionais se sentem aptos para atuar nesta complexidade de saberes Aleacutem da multidisciplinaridade no trato com o adolescente os profissionais precisam buscar parcerias com outros setores a fim de obter melhor e maior efetividade nas accedilotildees de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede deste grupo etaacuterio
Da tendecircncia grupal aos grupos operativos com adolescentes a identificaccedilatildeo dos pares facilitando o processo de orientaccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede
Arauacutejo et al 2008
Oferecer aos profissionais de sauacutede o reconhecimento da estrateacutegia dos grupos operativos como forma de educaccedilatildeo em sauacutede e de enfrentamento das adversidades do cotidiano dos jovens
A aprendizagem ocupa lugar importante perante as mudanccedilas e eacute atraveacutes da capacidade do grupo e de cada um de seus integrantes que se torna possiacutevel o desenvolvimento de condutas alternativas diante das mudanccedilas atraveacutes da compreensatildeo e da accedilatildeo transformadora da realidade Repensar as praacuteticas educativas em sauacutede envolvendo adolescentes pressupotildee um novo olhar sobre o jovem e seu papel na famiacutelia escola e sociedade
Vulnerabilidade de pueacuterperas na visatildeo de equipes de sauacutede da famiacutelia ecircnfase em aspectos geracionais e adolescecircncia
Cabral et al 2010
Investigar a visatildeo de profissionais de ESFs sobre a vulnerabilidade de pueacuterperas quando estas satildeo adolescentes
A adolescecircncia foi percebida pelos profissionais das ESFs como uma fase de instabilidade fortemente marcada por crises dificuldades e atitudes irresponsaacuteveis caracteriacutesticas que repercutem de forma importante no puerpeacuterio produzindo situaccedilotildees de vulnerabilidade Olhar para a sauacutede das pueacuterperas adolescentes a partir da noccedilatildeo de vulnerabilidade possibilitou
21
compreender os processos de produccedilatildeo de sauacutede e natildeo sauacutede das adolescentes no puerpeacuterio para aleacutem de suas experiecircncias reprodutivas e em certa medida considerar que aspectos diversos estatildeo aiacute implicados
Promoccedilatildeo da Sauacutede Sexual desafios no Vale do Satildeo Francisco
Sampaio et al 2010
Discutir os impasses e desafios relacionados agrave implantaccedilatildeo de accedilotildees educativas em sauacutede sexual para adolescentes na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia da cidade de Petrolina ndash PE e Juazeiro - BA
Observou-se a inexistecircncia de accedilotildees educativas voltadas aos adolescentes justificada pela precariedade de infraestrutura pelo despreparo dos profissionais e pela falta de profissionais na rede O estudo aponta para a necessidade de se desenvolver praacuteticas educativas voltadas agrave sauacutede sexual dos adolescentes mais efetivas e contextualizadas nos dispositivos de sauacutede da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no Vale do Satildeo Francisco
Reflexotildees acerca do abuso de drogas e da violecircncia na adolescecircncia
Silva et al 2010
Accedilotildees de Educaccedilatildeo em Sauacutede para reflexatildeo criacutetica dos adolescentes sobre o uso abusivo de drogas e consequentes comportamentos violentos
Adolescentes experimentam as drogas por desinformaccedilatildeo curiosidade e faacutecil acesso O uso de drogas pode trazer violecircncia (atitudes agressivas) dificultando a sua compreensatildeo Educaccedilatildeo em Sauacutede pode trazer padratildeo de vida mais saudaacutevel facilitando a identificaccedilatildeo dos fatores de riscos e reduzindo a vulnerabilidade
Riscos e vulnerabilidades relacionados agrave sexualidade na adolescecircncia
Dias et al 2010 Objetivou-se relatar os efeitos das accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede junto agrave escola
Constatou-se que os adolescentes conhecem o preservativo masculino mas natildeo o utilizam Educaccedilatildeo deve estimular a reflexatildeo criacutetica sobre risco e vulnerabilidades relacionadas ao comportamento sexual
Pedagogia freireana como meacutetodo de prevenccedilatildeo de doenccedilas
Beserra et al 2011
Investigar a sexualidade de adolescentes do sexo masculino com a accedilatildeo educativa (circulo de cultura) na prevenccedilatildeo de doenccedilas sexualmente transmissiacuteveis
Os meninos associaram o sexo agrave sexualidade de forma predominante com pouca compreensatildeo da vulnerabilidade da praacutetica sexual desprotegida (incentivados precocemente ao iniacutecio da vida sexual) O ciacuterculo de cultura mostrou ser adequado propiciando a exposiccedilatildeo de duacutevidas o conhecimento da prevenccedilatildeo das DST e a capacitaccedilatildeo para repensar condutas
A educaccedilatildeo em sauacutede eacute um tema que haacute bastante tempo vem sendo
discutido poreacutem existem poucos estudos envolvendo estrateacutegias de educaccedilatildeo em
sauacutede com o uso de grupos operativos com adolescentes
22
Nos artigos consultados e selecionados foram identificadas duas
tendecircncias Alguns se concentraram em discussotildees relacionadas ao processo ao
preparo de profissionais que lidam com abordagens comunitaacuterias considerando a
melhor maneira da utilizaccedilatildeo deste meacutetodo Outros se detiveram em analisar os
resultados de experimentaccedilotildees com grupos operativos voltados para a educaccedilatildeo
para sauacutede Entre estes uacuteltimos foram considerados nesse estudo somente os
que tinham adolescentes como grupo de interesse
Quanto ao processo destaca-se a preocupaccedilatildeo em discutir e refletir sobre
o meacutetodo em si suas vantagens desvantagens e como conseguir os resultados
esperados Os autores consideram ser este um meacutetodo eficiente por possibilitar a
horizontalidade das relaccedilotildees facilitando a participaccedilatildeo ativa e o consequumlente
engajamento no processo de mudanccedila (ABDUCH 1999)
O trabalho com populaccedilotildees vulneraacuteveis a determinados riscos no caso os
adolescentes exige um trabalho efetivo para a promoccedilatildeo da sauacutede por meio do
controle e prevenccedilatildeo desses riscos O grupo operativo segundo Saito (2000)
permite que os participantes usem as informaccedilotildees adquiridas como instrumento
para ponderar as decisotildees e fazer escolhas mais adequadas Para o autor a
liberdade responsabilidade e compromisso valores possibilitados pelo grupo
operativo satildeo componentes importantes neste processo
O papel do coordenador de um grupo operativo eacute essencial para o sucesso
desejado Segundo Andaloacute (2001) o coordenador natildeo deve se colocar como
modelo a ser imitado mas como ldquoalgueacutem capaz de elaborar teoricamente os
fenocircmenos ocorridosrdquo facilitando a compreensatildeo do grupo com a devoluccedilatildeo
dessa liberaccedilatildeo A busca de condiccedilotildees para um futuro melhor seraacute facilitada
diante de um coordenador preparado (FERNANDES 2003)
Alguns estudos procuram contribuir com o trabalho de profissionais de
sauacutede especificamente os ligados aacute Atenccedilatildeo Primaacuteria Ferrari et al(2008)
considera primordial que sejam considerados no desenvolvimento de grupos
operativos para adolescentes aleacutem dos aspectos bioloacutegicos do que se quer
discutir tambeacutem os psicossociais histoacutericos culturais e poliacuteticos nos valores e
comportamentos expressos no grupo Assim sugerem fortemente a
multidisciplinaridade e intersetorialidade no trato com este grupo populacional
Segundo Araujo et al (2008) eacute necessaacuterio um novo olhar sobre o jovem e sua
23
relaccedilatildeo com a famiacutelia escola e sociedade nesse repensar das praacuteticas
educativas
Num trabalho de grupo operativo com pueacuterperas adolescentes Cabral et al
(2010) observou que os profissionais de sauacutede envolvidos no processo
compreenderam melhor a produccedilatildeo da sauacutede a partir do entendimento da
vulnerabilidade do grupo participante Os aspectos diversos implicados na
gestaccedilatildeo entre adolescentes foram aleacutem da experiecircncias reprodutivas
observadas
Muitas vezes o processo educativo empreendido pela equipes da estrateacutegia
Sauacutede da Famiacutelia enfrenta problemas com destaque para o despreparo do
profissional na rede Comportamentos saudaacuteveis seratildeo sempre mais efetivos
quanto mais forem contextualizados (SAMPAIO et al 2010)
Alguns estudos entre os consultados avaliam programas que adotaram o
meacutetodo do grupo operativo em atividades educativas para adolescentes
trabalhando questotildees de risco como sexualidade e doenccedilas sexualmente
transmissiacuteveis aacutelcool e drogas gravidez entre outros Pontos fortes da accedilatildeo
relacionados ao bom resultado foram apontados
Gomes et al (2005) observaram que com relaccedilatildeo aacute AIDS o trabalho em
grupo natildeo diferenciou os participantes quanto ao conhecimento adquirido mas
tornou os participantes do grupo operativo mais capazes de refletir e argumentar
formas de prevenccedilatildeo desta doenccedila
Esta reflexatildeo eacute fundamental na mudanccedila consciente de comportamento
Este fato foi observado com adolescentes num trabalho de educaccedilatildeo sexual
quando meninos declararam natildeo utilizar preservativo apesar de conhececirc-lo
comprovando a que eacute preciso mais do que informar (SILVA et al 2010)
A informaccedilatildeo clara e accessiacutevel acompanhada de transparecircncia e
sinceridade forma consideradas por Callani et al 2008 atributos imprescindiacuteveis
em um grupo operativo propiciando a criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes e
conferindo credibilidade ao trabalho
Assuntos como aacutelcool e drogas precisam ser claramente debatidos com
adolescentes Silva et al (2010) observaram que adolescentes experimentam as
drogas por desinformaccedilatildeo curiosidade e faacutecil acesso e isto pode trazer como
consequumlecircncia violecircncia
24
Meacutetodos de abordagem em grupos operativos tambeacutem tecircm sido testados
como no estudo Beserra et al (2011) que utilizou o circulo de cultura sugerido por
Paulo Freire para o trabalho de educaccedilatildeo sexual com adolescentes O meacutetodo
permitiu a exposiccedilatildeo de duacutevidas com tranquumlilidade o conhecimento da prevenccedilatildeo
da DST e a capacidade desenvolvida para repensar condutas
O grupo operativo mostrou que a convergecircncia de saberes cientiacutefico e
senso comum eacute uma das maneiras efetivas de se trabalhar com educaccedilatildeo para
sauacutede uma vez que dessa maneira as demandas satildeo explicitadas claramente
(FERREIRA et al 2007)
Os dados apresentados nos artigos objetos de estudo deste trabalho
indicaram que o uso do grupo operativo com adolescentes pode ser uma
importante ferramenta de trabalho para a Equipe de Sauacutede da Famiacutelia atraveacutes do
qual eacute possiacutevel pela verbalizaccedilatildeo dos questionamentos e dificuldades
problematizar discutir e provocar reflexotildees sobre situaccedilotildees pertinentes a esta
fase da vida Este mecanismo oferece agrave equipe de sauacutede informaccedilotildees que podem
ser utilizadas na elaboraccedilatildeo de propostas de trabalho para a sua aacuterea de
abrangecircncia Aleacutem disso carece de pouca infra-estrutura e tem um baixo custo de
aplicaccedilatildeo Este tipo de estrateacutegia deve ser utilizada pela equipe da sauacutede da
famiacutelia pois eacute um meio eficaz de prevenccedilatildeo para muitos agravos agrave sauacutede do
adolescente O grupo operativo com adolescentes atraveacutes da identificaccedilatildeo muacutetua
dos seus integrantes eacute capaz de promover haacutebitos saudaacuteveis de vida funcionando
como um indutor desse processo Essa identificaccedilatildeo serve tambeacutem para que
assuntos antes tratados com parcimocircnia sejam levados ao grupo sem temores e
de uma maneira natural
Os dados tambeacutem mostraram a falta de preparo dos profissionais no
atendimento aos adolescentes A inexistecircncia de accedilotildees educativas voltadas aos
adolescentes ora eacute justificada pela precariedade de infra-estrutura ora pelo
despreparo dos profissionais e ora pela falta de profissionais na rede
O estudo aponta para a necessidade de desenvolver mecanismos que
possam preparar profissionais para lidar com essa faixa etaacuteria Neste contexto a
utilizaccedilatildeo do grupo operativo parece pertinente e o Curso de Especializaccedilatildeo em
Sauacutede da Famiacutelia empenha-se em preencher esta lacuna da falta de preparo
desses profissionais do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
25
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Atraveacutes deste trabalho pretendia-se conhecer estrateacutegias com grupos
operativos voltadas para educaccedilatildeo de adolescentes Buscou-se tambeacutem
contribuir para o entendimento desta teacutecnica utilizada para promoccedilatildeo de sauacutede O
modelo ainda utilizado na assistecircncia ao adolescente natildeo considera este indiviacuteduo
na sua totalidade orgacircnica psicoloacutegica e sociocultural Esta simplificaccedilatildeo do
problema proveniente da utilizaccedilatildeo do modelo biomeacutedico de assistecircncia tem
comprometido uma melhor atenccedilatildeo a esta clientela O grupo operativo pode ser
uma ferramenta de grande ajuda para o trabalho educativo com adolescentes
Possibilita aleacutem de disponibilizar a informaccedilatildeo permitir a reflexatildeo critica e a
tomada de posiccedilatildeo para a adoccedilatildeo de comportamentos mais saudaacuteveis Este
levantamento permitiu observar tambeacutem que alguns profissionais desconhecem
este meio de estrateacutegia como forma de trabalho Desta forma podemos afirmar
que o grupo operativo pode ser eficaz se
- possibilitar a horizontalidade das relaccedilotildees
- facilitar a participaccedilatildeo ativa e o consequumlente engajamento no processo
de mudanccedila
- desenvolver a liberdade responsabilidade e compromisso
- aleacutem dos aspectos bioloacutegicos discutir tambeacutem os psicossociais
histoacutericos culturais e poliacuteticos nos valores e comportamentos expressos no
grupo
- provocar em seus integrantes reflexatildeo e estimular a argumentaccedilatildeo de
questotildees importantes para o grupo
- problematizar as questotildees impostas atraveacutes da verbalizaccedilatildeo dos
questionamentos e dificuldades
No entanto o sucesso desta atividade estaraacute condicionado ao preparo dos
profissionais envolvidos no sentido de adotar posturas natildeo autoritaacuterias numa
relaccedilatildeo horizontal com conversas abertas e linguagem clara Deste modo
podemos considerar que
26
- eacute necessaacuterio um novo olhar sobre o jovem e sua relaccedilatildeo com a famiacutelia
escola e sociedade nesse repensar das praacuteticas educativas
- O papel do coordenador de um grupo operativo eacute essencial para o
sucesso desejado Ele nunca deve se colocar como um modelo a ser imitado
- este mecanismo oferece agrave equipe de sauacutede informaccedilotildees que podem ser
utilizadas na elaboraccedilatildeo de propostas de trabalho para a sua aacuterea de
abrangecircncia
- este meacutetodo carece de pouca infra-estrutura e tem um baixo custo de
aplicaccedilatildeo
- a informaccedilatildeo clara e accessiacutevel acompanhada de transparecircncia e
sinceridade satildeo atributos imprescindiacuteveis em um grupo operativo propiciando a
criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes e conferindo credibilidade ao trabalho
- eacute preciso desenvolver mecanismos que possam preparar profissionais
para lidar com essa faixa etaacuteria
Neste contexto a utilizaccedilatildeo do grupo operativo parece pertinente e o
Curso de Especializaccedilatildeo em Sauacutede da Famiacutelia empenha-se em preencher esta
lacuna da falta de preparo desses profissionais do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
Atraveacutes da conduccedilatildeo deste trabalho pude refletir e teorizar sobre a minha
praacutetica profissional Percebi que havia muitas deficiecircncias em minha formaccedilatildeo e o
curso de especializaccedilatildeo me ajudou a sanar muitas delas Pude concluir tambeacutem o
quanto eacute importante esta preparaccedilatildeo contiacutenua do profissional Gostaria de
destacar entatildeo a necessidade de capacitaccedilatildeo profissional para aqueles que se
propotildee a trabalhar com atenccedilatildeo baacutesica A meu ver eacute um passo importante em
direccedilatildeo a um melhor atendimento ao adolescente
27
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 1 ABDUCH C Grupos operativos com adolescentes In SCHOR N
MOTA M SFT BRANCO VC (Orgs)Cadernos juventude sauacutede e
desenvolvimento Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1999 p289-300
2 AFONSO MLM et al Oficinas em dinacircmica de grupo na aacuterea da
sauacutedeSatildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo2010PP 63
3 ANDALOacute CSA O papel do coordenador de grupos Psicol USP
Vol12 ndeg 1 Satildeo Paulo 2001
4 ARAUacuteJO A et al Da tendecircncia grupal aos grupos operativos com
adolescentes a identificaccedilatildeo dos pares facilitando o processo de
orientaccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede Rev Med Minas Gerais 2008 18(4
Supl 1) S12
5 BESERRA EP TORRES CA PINHEIRO PNC ALVES MDS
BARROSO MGT Pedagogia freireana como meacutetodo de prevenccedilatildeo
de doenccedilas Ciecircnc sauacutede coletiva [online] 2011 vol16 suppl1 pp
1563-1570
6 BOtildeCKVR SARRIERAJC O grupo operativo intervindo na
Siacutendrome de Burnout PsicolEscEduc10(1)31-39 jan-
jun2006ilusttab
7 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede do Adolescente Brasiacutelia 2005
Disponiacutevel em http wwwsaudegovbr
8 CABRAL FB and OLIVEIRA DLLC Vulnerabilidade de Pueacuterperas
na Visatildeo de Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Ecircnfase em Aspectos
Geracionais e Adolescecircncia Revista de Enfermagem da USP 2010
44(2) 368-75
9 CALLANI MFCJ OTANI MAP Accedilotildees Educativas com
Adolescentes uma Intervenccedilatildeo Necessaacuteria REME revminenferm
12(2) 195-200 abr-jun 2008
28
10 CANNON L R C BOTTINI B A Sauacutede e juventude o cenaacuterio das
poliacuteticas puacuteblicas no Brasil In Brasil Ministeacuterio do Planejamento e
Orccedilamento Jovens acontecendo na trilha das poliacuteticas puacuteblicas Brasiacutelia CNPD1998 p 397-416 v1
11 FERNANDES WJ A Importacircncia dos Grupos Hoje Rev
SPAGESP [online] 2003 vol4 n4 pp 83-91 ISSN 1677-2970
12 FERRARI RAP THOMSON Z and MELCHIOR R Adolescecircncia
accedilotildees e percepccedilatildeo dos meacutedicos e enfermeiros do Programa de Sauacutede
da Famiacutelia Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 22(11)2491-2495
nov 2006
13 FERREIRA MA ALVIM NAT TEIXEIRA MLO VELOSO RC
Saberes de adolescentes estilo de vida e cuidado agrave sauacutede Texto
contexto - enferm [online] 2007 vol16 n2 pp 217-224
14 FORTUNA CM et al O Trabalho de Equipe no Programa de Sauacutede
da Famiacutelia Reflexotildees a Partir de Conceitos do Processo Grupal e de
Grupos Operativos Rev Latino-Am Enfermagem vol13 no2 Ribeiratildeo
Preto MarApr 2005
15 GOMES R ASSIS SG SOUZA ER DESLANDES SF NJAINE K
MALAQUIAS JF Informaccedilotildees e valores de jovens sobre a Aids
avaliaccedilatildeo de escolares de trecircs cidades brasileiras Ciecircnc sauacutede
coletiva [online] 2005 vol10 n2 pp 381-388
16 JEOLAacuteS LS FERRARI RAP Oficinas de prevenccedilatildeo em um serviccedilo
de sauacutede para adolescentes espaccedilo de reflexatildeo e de conhecimento
compartilhado Ciecircnc Sauacutede Coletiva 2003 8611-20
17 LUCCHESE R BARROS S A utilizaccedilatildeo do grupo operativo como
meacutetodo de coleta de dados em pesquisa qualitativa Rev Eletr Enf
[Internet] 2007 9(3)796-805 Available
from httpwwwfenufgbrrevistav9n3v9n3a18htm
18 LUCCHESE R BARROS S Grupo operativo como estrateacutegia
pedagoacutegica em um curso de graduaccedilatildeo em enfermagem um
continente para as vivecircncias dos alunos quartanistas Rev Esc Enferm
USP 2002 36(1) 66-74
29
19 MACIEL RHMO et al O Multiprofissionalismo em sauacutede e a
interaccedilatildeo das equipes do programa de sauacutede da famiacutelia Observatoacuterio de Recursos Humanos em Sauacutede Estaccedilatildeo CETREDE UFC UECE
Fortaleza2007
20 SAITO MI Adolescecircncia prevenccedilatildeo e risco Satildeo Paulo Atheneu
2001
21 SAMPAIO J SANTOS RC PAIXAtildeOLA TORRES TS -
Promoccedilatildeo da Sauacutede Sexual Desafios no Vale do Satildeo Francisco
Psicologia amp Sociedade 22 (3) 499-506 2010
22 SILVA ARV et al Educaccedilatildeo em sauacutede a portadores de Diabetes
Mellitus tipo 2revisatildeo bibliograacutefica RevRENE (10)3146-151 jul-
set2009
23 SILVA KL DIAS FLA VIEIRA NFC PINHEIRO PNC
Reflexotildees acerca do abuso de drogas e da violecircncia na adolescecircncia
Esc Anna Nery [online] 2010 vol14 n3 pp 605-610
24 SILVA KL DIAS FLA VIEIRA NFC PINHEIRO PNC MAIA
CC Riscos e vulnerabilidades relacionados agrave sexualidade na
adolescecircncia Rev enferm UERJ 18(3) 456-461 jul-set 2010
15
5 REVISAtildeO DE LITERATURA
51 O Adolescente e a Contemporaneidade No final da deacutecada de 80 e iniacutecio dos anos 90 o adolescente
teve seu reconhecimento como foco de estudo na sociedade da Ameacuterica
Latina e Caribe no campo da Sauacutede Puacuteblica Desde entatildeo os direitos e
as situaccedilotildees vividas pelos adolescentes resultam possivelmente das
condiccedilotildees socioeconocircmicas e das vantagens e desvantagens
associadas agrave classe social ao gecircnero e agrave etnicidade prevalentes da
sociedade contemporacircnea (CANNON BOTTINI 1998) Estas condiccedilotildees
tornam os adolescentes um grupo vulneraacutevel dentre outros reduzindo
seu acesso aos serviccedilos
Birman (2006) considera que existe na atualidade um
alongamento da adolescecircncia que hoje comeccedila mais cedo que outrora
e que se prolonga pelo periacuteodo anteriormente denominado idade adulta
A contemporaneidade se caracteriza pelas incertezas e sentimento de
solidatildeo que traduzem uma experiecircncia uacutenica de adolescer Na
sociedade atual esse grupo os adolescentes eacute tratado de forma
ambiacutegua ora como crianccedila ora como adulto e isso se reflete no
atendimento oferecido nos postos de sauacutede no trabalho da equipe que
atende as famiacutelias Inuacutemeras vezes os proacuteprios profissionais natildeo sabem
como abordar esta clientela
52 Adolescecircncia Vulnerabilidade e Risco O risco e vulnerabilidade estatildeo entrelaccedilados agraves caracteriacutesticas
proacuteprias do desenvolvimento psicoemocional da fase da adolescecircncia A
busca de identidade leva ao questionamento dos padrotildees adultos e
portanto da autoridade de pais professores O contato com o novo
resulta em um grande desafio vinculado agrave onipotecircncia do adolescente
16
que se acha sempre um vencedor por outro lado a timidez e a baixa
auto-estima podem tornaacute-lo fraacutegil levando a buscar soluccedilotildees externas
inadequadas (SAITO2001)
Se natildeo haacute accedilotildees preventivas a ocorrecircncia natildeo admitida da
possibilidade de danos agrave proacutepria sauacutede potencializa-se pois o
adolescente acha que situaccedilotildees como gravidez natildeo planejada
contaminaccedilatildeo por doenccedilas sexualmente transmissiacuteveis e uso de
substacircncias quiacutemicas natildeo iratildeo acontecer com ele (CALLANI et al
2008)
Sensaccedilatildeo de poder e ao mesmo tempo dificuldade de antever as
reais consequumlecircncias de seus atos fazem deste grupo um importante
alvo de trabalho atraveacutes de estrateacutegias que possibilitem reflexatildeo e
criacutetica
Abduch (1999) aponta que na adolescecircncia experimentamos a
vivecircncia grupal fora do acircmbito social familiar entrando em contato com
diferentes culturas haacutebitos valores crenccedilas e necessidades Essa
tendecircncia grupal tatildeo expliacutecita na adolescecircncia pode se tornar um fator
de proteccedilatildeo a sua sauacutede se tomarmos como referecircncia o conceito da
Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede que nos diz que sauacutede eacute um equiliacutebrio
entre os fatores bioloacutegicos psicoloacutegicos e sociais e natildeo simplesmente
ausecircncia de doenccedilas
No processo de construccedilatildeo do ser humano outros grupos de referecircncia
aleacutem da famiacutelia vatildeo se tornando importantes destacando-se a escola dentro da
proposta preventiva Eacute fundamental tambeacutem a participaccedilatildeo do profissional da
sauacutede pois se a escola pode ser responsabilizada pela necessidade de formular
propostas preventivas tatildeo vinculadas agrave prevenccedilatildeo de agravos agrave sauacutede que se
poderaacute dizer da equipe de sauacutede que tem livre acesso agraves famiacutelias agraves crianccedilas e
posteriormente aos adolescentes mas que frequentemente se omite em realizar
discussotildees sobre sexualidade drogas violecircncia influecircncia dos meios de
comunicaccedilatildeo imprescindiacuteveis ao exerciacutecio do processo de trabalho desta equipe
(CALLANI et al2008)
17
Para Afonso et al (2010) o grupo operativo visa natildeo apenas
compreender suas condiccedilotildees de sauacutededoenccedila mas tambeacutem dar
respostas criativas a suas necessidades em seu cotidiano e seu
contexto Nesse sentido desempenha um relevante papel educativo ante
seus membros A aprendizagem eacute mais do que a aquisiccedilatildeo de uma nova
informaccedilatildeo e natildeo se restringe ao aspecto cognitivo Envolve a
elaboraccedilatildeo de significados sentimentos e relaccedilotildees
18
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO Os artigos selecionados para anaacutelise estatildeo descritos no quadro 1
Quadro 1 Artigos cientiacuteficos de pesquisa bibliograacutefica relacionados a grupos
operativos e adolescentes 1999 a 2011
Titulo Autores e
ano Objetivos Principais
resultadosconclusotildees Grupos operativos com adolescentes
Abduch 1999 Sensibilizar profissionais que atuam com jovens e adolescentes em situaccedilotildees de grupos
O grupo operativo natildeo estaacute centrado no indiviacuteduo ou no proacuteprio grupo tampouco se propotildee a ser terapecircutico embora leve o sujeito a fazer ajustes e correccedilotildees de sua inserccedilatildeo social A teacutecnica de grupos operativos parece ser um instrumento eficiente por se tratar de uma didaacutetica horizontal tornando o indiviacuteduo agente ativo responsaacutevel e engajado no processo de mudanccedila na medida em que as suas necessidades pessoais e comunitaacuterias satildeo levadas em consideraccedilatildeo
Adolescecircncia cultura vulnerabilidade e risco
Saito 2001 Analisar propostas de prevenccedilatildeo aos riscos na adolescecircncia
A proposta de prevenccedilatildeo deve conter liberdade responsabilidade e compromisso funcionando a informaccedilatildeo como instrumento para que adolescentes de ambos os sexos possam ponderar decisotildees e fazer escolhas mais adequadas Apesar de reconhecerem que a informaccedilatildeo mais completa e fidedigna soacute pode ser obtida com o adolescente em entrevista privada para muitos profissionais persistem duacutevidas e inseguranccedilas sobre se este eacute o procedimento correto para uma praacutetica apropriada
19
O papel do coordenador de grupos
Andaloacute 2001
Provocar uma reflexatildeo sobre a coordenaccedilatildeo de grupos
Ao professor natildeo cabe dizer ldquofaccedila como eurdquo mas ldquofaccedila comigordquo O professor eacute um simples mediador Egrave preciso sempre procurar liberar os trabalhos com grupos de seu caraacuteter ideoloacutegico criando conceitos que coloquem o coordenador natildeo como um modelo a ser seguido ou imitado mas como algueacutem capaz de elaborar teoricamente os fenocircmenos ocorridos E devolvecirc-los ao grupo de forma a ampliar sua compreensatildeo
A Importacircncia dos Grupos Hoje
Fernandes 2003
Mostrar a visatildeo geral dos grupos hoje e qual sua importacircncia futura
Em qualquer grupo os niacuteveis conscientes e inconscientes de funcionamento grupal satildeo os mesmos e os participantes tem as mesmas afliccedilotildees e pedidos baacutesicos O que deve variar eacute a atitude do coordenador do grupo O grupo eacute o espaccedilo continente e facilitador da busca de condiccedilotildees para um futuro melhor
Informaccedilotildees e valores de jovens sobre a AIDS avaliaccedilatildeo de escolares de trecircs cidades brasileiras
Gomes et al 2005
Avaliar as informaccedilotildees e os valores relativos agrave AIDS entre jovens escolares em trecircs cidades brasileiras
O Programa natildeo teve efeito sobre o niacutevel de informaccedilatildeo acerca da AIDS mas o Programa revelou capacidade de reflexatildeo e de argumentaccedilatildeo sobre formas de prevenccedilatildeo da transmissatildeo da AIDS
Saberes de adolescentes estilo de vida e cuidado agrave sauacutede
Ferreira et al 2007
Conhecer as concepccedilotildees dos adolescentes sobre sauacutede e como estas se articulam com as suas praacuteticas de cuidado no processo de adolescer
Concepccedilotildees de sauacutede satildeo um modo de viver a vida e originam praacuteticas de cuidado que se articulam aos estilos de vida peculiares agrave adolescecircncia A convergecircncia dos saberes cientiacuteficos e do senso comum eacute necessaacuteria agrave praacutetica de educaccedilatildeo em sauacutede para atendimento das demandas de cuidado de interesse dos sujeitos
20
Accedilotildees educativas com adolescentes uma intervenccedilatildeo necessaacuteria
Callani et al 2008
Analisar a percepccedilatildeo de adolescentes que participaram de um grupo de educaccedilatildeo em sauacutede em uma Unidade de Sauacutede da Famiacutelia
Aleacutem da famiacutelia considera-se fundamental a participaccedilatildeo da escola e dos serviccedilos de sauacutede na educaccedilatildeo sexual Nos grupos o coordenador ou mediador necessita utilizar estrateacutegias para facilitar a criaccedilatildeo de viacutenculo A comunicaccedilatildeo clara e acessiacutevel associada agrave transparecircncia e agrave sinceridade propicia a criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes conferindo credibilidade ao trabalho
Adolescecircncia accedilotildees e percepccedilatildeo dos meacutedicos e enfermeiros do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
Ferrari et al 2008
Caracterizar as accedilotildees programaacuteticas preventivas e de intervenccedilatildeo aos adolescentes desenvolvidas pelos meacutedicos e enfermeiros da Sauacutede da Famiacutelia e analisar a percepccedilatildeo dos profissionais quanto agraves praacuteticas de atenccedilatildeo agrave sauacutede para este grupo etaacuterio
Para desenvolver atividades num programa para adolescente exige-se um enfoque mais amplo natildeo apenas nos aspectos teacutecnico e bioloacutegico mas tambeacutem nos aspectos psicossociais histoacutericos sociais culturais poliacuteticos nos valores e comportamentos - e nem sempre os profissionais se sentem aptos para atuar nesta complexidade de saberes Aleacutem da multidisciplinaridade no trato com o adolescente os profissionais precisam buscar parcerias com outros setores a fim de obter melhor e maior efetividade nas accedilotildees de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede deste grupo etaacuterio
Da tendecircncia grupal aos grupos operativos com adolescentes a identificaccedilatildeo dos pares facilitando o processo de orientaccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede
Arauacutejo et al 2008
Oferecer aos profissionais de sauacutede o reconhecimento da estrateacutegia dos grupos operativos como forma de educaccedilatildeo em sauacutede e de enfrentamento das adversidades do cotidiano dos jovens
A aprendizagem ocupa lugar importante perante as mudanccedilas e eacute atraveacutes da capacidade do grupo e de cada um de seus integrantes que se torna possiacutevel o desenvolvimento de condutas alternativas diante das mudanccedilas atraveacutes da compreensatildeo e da accedilatildeo transformadora da realidade Repensar as praacuteticas educativas em sauacutede envolvendo adolescentes pressupotildee um novo olhar sobre o jovem e seu papel na famiacutelia escola e sociedade
Vulnerabilidade de pueacuterperas na visatildeo de equipes de sauacutede da famiacutelia ecircnfase em aspectos geracionais e adolescecircncia
Cabral et al 2010
Investigar a visatildeo de profissionais de ESFs sobre a vulnerabilidade de pueacuterperas quando estas satildeo adolescentes
A adolescecircncia foi percebida pelos profissionais das ESFs como uma fase de instabilidade fortemente marcada por crises dificuldades e atitudes irresponsaacuteveis caracteriacutesticas que repercutem de forma importante no puerpeacuterio produzindo situaccedilotildees de vulnerabilidade Olhar para a sauacutede das pueacuterperas adolescentes a partir da noccedilatildeo de vulnerabilidade possibilitou
21
compreender os processos de produccedilatildeo de sauacutede e natildeo sauacutede das adolescentes no puerpeacuterio para aleacutem de suas experiecircncias reprodutivas e em certa medida considerar que aspectos diversos estatildeo aiacute implicados
Promoccedilatildeo da Sauacutede Sexual desafios no Vale do Satildeo Francisco
Sampaio et al 2010
Discutir os impasses e desafios relacionados agrave implantaccedilatildeo de accedilotildees educativas em sauacutede sexual para adolescentes na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia da cidade de Petrolina ndash PE e Juazeiro - BA
Observou-se a inexistecircncia de accedilotildees educativas voltadas aos adolescentes justificada pela precariedade de infraestrutura pelo despreparo dos profissionais e pela falta de profissionais na rede O estudo aponta para a necessidade de se desenvolver praacuteticas educativas voltadas agrave sauacutede sexual dos adolescentes mais efetivas e contextualizadas nos dispositivos de sauacutede da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no Vale do Satildeo Francisco
Reflexotildees acerca do abuso de drogas e da violecircncia na adolescecircncia
Silva et al 2010
Accedilotildees de Educaccedilatildeo em Sauacutede para reflexatildeo criacutetica dos adolescentes sobre o uso abusivo de drogas e consequentes comportamentos violentos
Adolescentes experimentam as drogas por desinformaccedilatildeo curiosidade e faacutecil acesso O uso de drogas pode trazer violecircncia (atitudes agressivas) dificultando a sua compreensatildeo Educaccedilatildeo em Sauacutede pode trazer padratildeo de vida mais saudaacutevel facilitando a identificaccedilatildeo dos fatores de riscos e reduzindo a vulnerabilidade
Riscos e vulnerabilidades relacionados agrave sexualidade na adolescecircncia
Dias et al 2010 Objetivou-se relatar os efeitos das accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede junto agrave escola
Constatou-se que os adolescentes conhecem o preservativo masculino mas natildeo o utilizam Educaccedilatildeo deve estimular a reflexatildeo criacutetica sobre risco e vulnerabilidades relacionadas ao comportamento sexual
Pedagogia freireana como meacutetodo de prevenccedilatildeo de doenccedilas
Beserra et al 2011
Investigar a sexualidade de adolescentes do sexo masculino com a accedilatildeo educativa (circulo de cultura) na prevenccedilatildeo de doenccedilas sexualmente transmissiacuteveis
Os meninos associaram o sexo agrave sexualidade de forma predominante com pouca compreensatildeo da vulnerabilidade da praacutetica sexual desprotegida (incentivados precocemente ao iniacutecio da vida sexual) O ciacuterculo de cultura mostrou ser adequado propiciando a exposiccedilatildeo de duacutevidas o conhecimento da prevenccedilatildeo das DST e a capacitaccedilatildeo para repensar condutas
A educaccedilatildeo em sauacutede eacute um tema que haacute bastante tempo vem sendo
discutido poreacutem existem poucos estudos envolvendo estrateacutegias de educaccedilatildeo em
sauacutede com o uso de grupos operativos com adolescentes
22
Nos artigos consultados e selecionados foram identificadas duas
tendecircncias Alguns se concentraram em discussotildees relacionadas ao processo ao
preparo de profissionais que lidam com abordagens comunitaacuterias considerando a
melhor maneira da utilizaccedilatildeo deste meacutetodo Outros se detiveram em analisar os
resultados de experimentaccedilotildees com grupos operativos voltados para a educaccedilatildeo
para sauacutede Entre estes uacuteltimos foram considerados nesse estudo somente os
que tinham adolescentes como grupo de interesse
Quanto ao processo destaca-se a preocupaccedilatildeo em discutir e refletir sobre
o meacutetodo em si suas vantagens desvantagens e como conseguir os resultados
esperados Os autores consideram ser este um meacutetodo eficiente por possibilitar a
horizontalidade das relaccedilotildees facilitando a participaccedilatildeo ativa e o consequumlente
engajamento no processo de mudanccedila (ABDUCH 1999)
O trabalho com populaccedilotildees vulneraacuteveis a determinados riscos no caso os
adolescentes exige um trabalho efetivo para a promoccedilatildeo da sauacutede por meio do
controle e prevenccedilatildeo desses riscos O grupo operativo segundo Saito (2000)
permite que os participantes usem as informaccedilotildees adquiridas como instrumento
para ponderar as decisotildees e fazer escolhas mais adequadas Para o autor a
liberdade responsabilidade e compromisso valores possibilitados pelo grupo
operativo satildeo componentes importantes neste processo
O papel do coordenador de um grupo operativo eacute essencial para o sucesso
desejado Segundo Andaloacute (2001) o coordenador natildeo deve se colocar como
modelo a ser imitado mas como ldquoalgueacutem capaz de elaborar teoricamente os
fenocircmenos ocorridosrdquo facilitando a compreensatildeo do grupo com a devoluccedilatildeo
dessa liberaccedilatildeo A busca de condiccedilotildees para um futuro melhor seraacute facilitada
diante de um coordenador preparado (FERNANDES 2003)
Alguns estudos procuram contribuir com o trabalho de profissionais de
sauacutede especificamente os ligados aacute Atenccedilatildeo Primaacuteria Ferrari et al(2008)
considera primordial que sejam considerados no desenvolvimento de grupos
operativos para adolescentes aleacutem dos aspectos bioloacutegicos do que se quer
discutir tambeacutem os psicossociais histoacutericos culturais e poliacuteticos nos valores e
comportamentos expressos no grupo Assim sugerem fortemente a
multidisciplinaridade e intersetorialidade no trato com este grupo populacional
Segundo Araujo et al (2008) eacute necessaacuterio um novo olhar sobre o jovem e sua
23
relaccedilatildeo com a famiacutelia escola e sociedade nesse repensar das praacuteticas
educativas
Num trabalho de grupo operativo com pueacuterperas adolescentes Cabral et al
(2010) observou que os profissionais de sauacutede envolvidos no processo
compreenderam melhor a produccedilatildeo da sauacutede a partir do entendimento da
vulnerabilidade do grupo participante Os aspectos diversos implicados na
gestaccedilatildeo entre adolescentes foram aleacutem da experiecircncias reprodutivas
observadas
Muitas vezes o processo educativo empreendido pela equipes da estrateacutegia
Sauacutede da Famiacutelia enfrenta problemas com destaque para o despreparo do
profissional na rede Comportamentos saudaacuteveis seratildeo sempre mais efetivos
quanto mais forem contextualizados (SAMPAIO et al 2010)
Alguns estudos entre os consultados avaliam programas que adotaram o
meacutetodo do grupo operativo em atividades educativas para adolescentes
trabalhando questotildees de risco como sexualidade e doenccedilas sexualmente
transmissiacuteveis aacutelcool e drogas gravidez entre outros Pontos fortes da accedilatildeo
relacionados ao bom resultado foram apontados
Gomes et al (2005) observaram que com relaccedilatildeo aacute AIDS o trabalho em
grupo natildeo diferenciou os participantes quanto ao conhecimento adquirido mas
tornou os participantes do grupo operativo mais capazes de refletir e argumentar
formas de prevenccedilatildeo desta doenccedila
Esta reflexatildeo eacute fundamental na mudanccedila consciente de comportamento
Este fato foi observado com adolescentes num trabalho de educaccedilatildeo sexual
quando meninos declararam natildeo utilizar preservativo apesar de conhececirc-lo
comprovando a que eacute preciso mais do que informar (SILVA et al 2010)
A informaccedilatildeo clara e accessiacutevel acompanhada de transparecircncia e
sinceridade forma consideradas por Callani et al 2008 atributos imprescindiacuteveis
em um grupo operativo propiciando a criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes e
conferindo credibilidade ao trabalho
Assuntos como aacutelcool e drogas precisam ser claramente debatidos com
adolescentes Silva et al (2010) observaram que adolescentes experimentam as
drogas por desinformaccedilatildeo curiosidade e faacutecil acesso e isto pode trazer como
consequumlecircncia violecircncia
24
Meacutetodos de abordagem em grupos operativos tambeacutem tecircm sido testados
como no estudo Beserra et al (2011) que utilizou o circulo de cultura sugerido por
Paulo Freire para o trabalho de educaccedilatildeo sexual com adolescentes O meacutetodo
permitiu a exposiccedilatildeo de duacutevidas com tranquumlilidade o conhecimento da prevenccedilatildeo
da DST e a capacidade desenvolvida para repensar condutas
O grupo operativo mostrou que a convergecircncia de saberes cientiacutefico e
senso comum eacute uma das maneiras efetivas de se trabalhar com educaccedilatildeo para
sauacutede uma vez que dessa maneira as demandas satildeo explicitadas claramente
(FERREIRA et al 2007)
Os dados apresentados nos artigos objetos de estudo deste trabalho
indicaram que o uso do grupo operativo com adolescentes pode ser uma
importante ferramenta de trabalho para a Equipe de Sauacutede da Famiacutelia atraveacutes do
qual eacute possiacutevel pela verbalizaccedilatildeo dos questionamentos e dificuldades
problematizar discutir e provocar reflexotildees sobre situaccedilotildees pertinentes a esta
fase da vida Este mecanismo oferece agrave equipe de sauacutede informaccedilotildees que podem
ser utilizadas na elaboraccedilatildeo de propostas de trabalho para a sua aacuterea de
abrangecircncia Aleacutem disso carece de pouca infra-estrutura e tem um baixo custo de
aplicaccedilatildeo Este tipo de estrateacutegia deve ser utilizada pela equipe da sauacutede da
famiacutelia pois eacute um meio eficaz de prevenccedilatildeo para muitos agravos agrave sauacutede do
adolescente O grupo operativo com adolescentes atraveacutes da identificaccedilatildeo muacutetua
dos seus integrantes eacute capaz de promover haacutebitos saudaacuteveis de vida funcionando
como um indutor desse processo Essa identificaccedilatildeo serve tambeacutem para que
assuntos antes tratados com parcimocircnia sejam levados ao grupo sem temores e
de uma maneira natural
Os dados tambeacutem mostraram a falta de preparo dos profissionais no
atendimento aos adolescentes A inexistecircncia de accedilotildees educativas voltadas aos
adolescentes ora eacute justificada pela precariedade de infra-estrutura ora pelo
despreparo dos profissionais e ora pela falta de profissionais na rede
O estudo aponta para a necessidade de desenvolver mecanismos que
possam preparar profissionais para lidar com essa faixa etaacuteria Neste contexto a
utilizaccedilatildeo do grupo operativo parece pertinente e o Curso de Especializaccedilatildeo em
Sauacutede da Famiacutelia empenha-se em preencher esta lacuna da falta de preparo
desses profissionais do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
25
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Atraveacutes deste trabalho pretendia-se conhecer estrateacutegias com grupos
operativos voltadas para educaccedilatildeo de adolescentes Buscou-se tambeacutem
contribuir para o entendimento desta teacutecnica utilizada para promoccedilatildeo de sauacutede O
modelo ainda utilizado na assistecircncia ao adolescente natildeo considera este indiviacuteduo
na sua totalidade orgacircnica psicoloacutegica e sociocultural Esta simplificaccedilatildeo do
problema proveniente da utilizaccedilatildeo do modelo biomeacutedico de assistecircncia tem
comprometido uma melhor atenccedilatildeo a esta clientela O grupo operativo pode ser
uma ferramenta de grande ajuda para o trabalho educativo com adolescentes
Possibilita aleacutem de disponibilizar a informaccedilatildeo permitir a reflexatildeo critica e a
tomada de posiccedilatildeo para a adoccedilatildeo de comportamentos mais saudaacuteveis Este
levantamento permitiu observar tambeacutem que alguns profissionais desconhecem
este meio de estrateacutegia como forma de trabalho Desta forma podemos afirmar
que o grupo operativo pode ser eficaz se
- possibilitar a horizontalidade das relaccedilotildees
- facilitar a participaccedilatildeo ativa e o consequumlente engajamento no processo
de mudanccedila
- desenvolver a liberdade responsabilidade e compromisso
- aleacutem dos aspectos bioloacutegicos discutir tambeacutem os psicossociais
histoacutericos culturais e poliacuteticos nos valores e comportamentos expressos no
grupo
- provocar em seus integrantes reflexatildeo e estimular a argumentaccedilatildeo de
questotildees importantes para o grupo
- problematizar as questotildees impostas atraveacutes da verbalizaccedilatildeo dos
questionamentos e dificuldades
No entanto o sucesso desta atividade estaraacute condicionado ao preparo dos
profissionais envolvidos no sentido de adotar posturas natildeo autoritaacuterias numa
relaccedilatildeo horizontal com conversas abertas e linguagem clara Deste modo
podemos considerar que
26
- eacute necessaacuterio um novo olhar sobre o jovem e sua relaccedilatildeo com a famiacutelia
escola e sociedade nesse repensar das praacuteticas educativas
- O papel do coordenador de um grupo operativo eacute essencial para o
sucesso desejado Ele nunca deve se colocar como um modelo a ser imitado
- este mecanismo oferece agrave equipe de sauacutede informaccedilotildees que podem ser
utilizadas na elaboraccedilatildeo de propostas de trabalho para a sua aacuterea de
abrangecircncia
- este meacutetodo carece de pouca infra-estrutura e tem um baixo custo de
aplicaccedilatildeo
- a informaccedilatildeo clara e accessiacutevel acompanhada de transparecircncia e
sinceridade satildeo atributos imprescindiacuteveis em um grupo operativo propiciando a
criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes e conferindo credibilidade ao trabalho
- eacute preciso desenvolver mecanismos que possam preparar profissionais
para lidar com essa faixa etaacuteria
Neste contexto a utilizaccedilatildeo do grupo operativo parece pertinente e o
Curso de Especializaccedilatildeo em Sauacutede da Famiacutelia empenha-se em preencher esta
lacuna da falta de preparo desses profissionais do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
Atraveacutes da conduccedilatildeo deste trabalho pude refletir e teorizar sobre a minha
praacutetica profissional Percebi que havia muitas deficiecircncias em minha formaccedilatildeo e o
curso de especializaccedilatildeo me ajudou a sanar muitas delas Pude concluir tambeacutem o
quanto eacute importante esta preparaccedilatildeo contiacutenua do profissional Gostaria de
destacar entatildeo a necessidade de capacitaccedilatildeo profissional para aqueles que se
propotildee a trabalhar com atenccedilatildeo baacutesica A meu ver eacute um passo importante em
direccedilatildeo a um melhor atendimento ao adolescente
27
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 1 ABDUCH C Grupos operativos com adolescentes In SCHOR N
MOTA M SFT BRANCO VC (Orgs)Cadernos juventude sauacutede e
desenvolvimento Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1999 p289-300
2 AFONSO MLM et al Oficinas em dinacircmica de grupo na aacuterea da
sauacutedeSatildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo2010PP 63
3 ANDALOacute CSA O papel do coordenador de grupos Psicol USP
Vol12 ndeg 1 Satildeo Paulo 2001
4 ARAUacuteJO A et al Da tendecircncia grupal aos grupos operativos com
adolescentes a identificaccedilatildeo dos pares facilitando o processo de
orientaccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede Rev Med Minas Gerais 2008 18(4
Supl 1) S12
5 BESERRA EP TORRES CA PINHEIRO PNC ALVES MDS
BARROSO MGT Pedagogia freireana como meacutetodo de prevenccedilatildeo
de doenccedilas Ciecircnc sauacutede coletiva [online] 2011 vol16 suppl1 pp
1563-1570
6 BOtildeCKVR SARRIERAJC O grupo operativo intervindo na
Siacutendrome de Burnout PsicolEscEduc10(1)31-39 jan-
jun2006ilusttab
7 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede do Adolescente Brasiacutelia 2005
Disponiacutevel em http wwwsaudegovbr
8 CABRAL FB and OLIVEIRA DLLC Vulnerabilidade de Pueacuterperas
na Visatildeo de Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Ecircnfase em Aspectos
Geracionais e Adolescecircncia Revista de Enfermagem da USP 2010
44(2) 368-75
9 CALLANI MFCJ OTANI MAP Accedilotildees Educativas com
Adolescentes uma Intervenccedilatildeo Necessaacuteria REME revminenferm
12(2) 195-200 abr-jun 2008
28
10 CANNON L R C BOTTINI B A Sauacutede e juventude o cenaacuterio das
poliacuteticas puacuteblicas no Brasil In Brasil Ministeacuterio do Planejamento e
Orccedilamento Jovens acontecendo na trilha das poliacuteticas puacuteblicas Brasiacutelia CNPD1998 p 397-416 v1
11 FERNANDES WJ A Importacircncia dos Grupos Hoje Rev
SPAGESP [online] 2003 vol4 n4 pp 83-91 ISSN 1677-2970
12 FERRARI RAP THOMSON Z and MELCHIOR R Adolescecircncia
accedilotildees e percepccedilatildeo dos meacutedicos e enfermeiros do Programa de Sauacutede
da Famiacutelia Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 22(11)2491-2495
nov 2006
13 FERREIRA MA ALVIM NAT TEIXEIRA MLO VELOSO RC
Saberes de adolescentes estilo de vida e cuidado agrave sauacutede Texto
contexto - enferm [online] 2007 vol16 n2 pp 217-224
14 FORTUNA CM et al O Trabalho de Equipe no Programa de Sauacutede
da Famiacutelia Reflexotildees a Partir de Conceitos do Processo Grupal e de
Grupos Operativos Rev Latino-Am Enfermagem vol13 no2 Ribeiratildeo
Preto MarApr 2005
15 GOMES R ASSIS SG SOUZA ER DESLANDES SF NJAINE K
MALAQUIAS JF Informaccedilotildees e valores de jovens sobre a Aids
avaliaccedilatildeo de escolares de trecircs cidades brasileiras Ciecircnc sauacutede
coletiva [online] 2005 vol10 n2 pp 381-388
16 JEOLAacuteS LS FERRARI RAP Oficinas de prevenccedilatildeo em um serviccedilo
de sauacutede para adolescentes espaccedilo de reflexatildeo e de conhecimento
compartilhado Ciecircnc Sauacutede Coletiva 2003 8611-20
17 LUCCHESE R BARROS S A utilizaccedilatildeo do grupo operativo como
meacutetodo de coleta de dados em pesquisa qualitativa Rev Eletr Enf
[Internet] 2007 9(3)796-805 Available
from httpwwwfenufgbrrevistav9n3v9n3a18htm
18 LUCCHESE R BARROS S Grupo operativo como estrateacutegia
pedagoacutegica em um curso de graduaccedilatildeo em enfermagem um
continente para as vivecircncias dos alunos quartanistas Rev Esc Enferm
USP 2002 36(1) 66-74
29
19 MACIEL RHMO et al O Multiprofissionalismo em sauacutede e a
interaccedilatildeo das equipes do programa de sauacutede da famiacutelia Observatoacuterio de Recursos Humanos em Sauacutede Estaccedilatildeo CETREDE UFC UECE
Fortaleza2007
20 SAITO MI Adolescecircncia prevenccedilatildeo e risco Satildeo Paulo Atheneu
2001
21 SAMPAIO J SANTOS RC PAIXAtildeOLA TORRES TS -
Promoccedilatildeo da Sauacutede Sexual Desafios no Vale do Satildeo Francisco
Psicologia amp Sociedade 22 (3) 499-506 2010
22 SILVA ARV et al Educaccedilatildeo em sauacutede a portadores de Diabetes
Mellitus tipo 2revisatildeo bibliograacutefica RevRENE (10)3146-151 jul-
set2009
23 SILVA KL DIAS FLA VIEIRA NFC PINHEIRO PNC
Reflexotildees acerca do abuso de drogas e da violecircncia na adolescecircncia
Esc Anna Nery [online] 2010 vol14 n3 pp 605-610
24 SILVA KL DIAS FLA VIEIRA NFC PINHEIRO PNC MAIA
CC Riscos e vulnerabilidades relacionados agrave sexualidade na
adolescecircncia Rev enferm UERJ 18(3) 456-461 jul-set 2010
16
que se acha sempre um vencedor por outro lado a timidez e a baixa
auto-estima podem tornaacute-lo fraacutegil levando a buscar soluccedilotildees externas
inadequadas (SAITO2001)
Se natildeo haacute accedilotildees preventivas a ocorrecircncia natildeo admitida da
possibilidade de danos agrave proacutepria sauacutede potencializa-se pois o
adolescente acha que situaccedilotildees como gravidez natildeo planejada
contaminaccedilatildeo por doenccedilas sexualmente transmissiacuteveis e uso de
substacircncias quiacutemicas natildeo iratildeo acontecer com ele (CALLANI et al
2008)
Sensaccedilatildeo de poder e ao mesmo tempo dificuldade de antever as
reais consequumlecircncias de seus atos fazem deste grupo um importante
alvo de trabalho atraveacutes de estrateacutegias que possibilitem reflexatildeo e
criacutetica
Abduch (1999) aponta que na adolescecircncia experimentamos a
vivecircncia grupal fora do acircmbito social familiar entrando em contato com
diferentes culturas haacutebitos valores crenccedilas e necessidades Essa
tendecircncia grupal tatildeo expliacutecita na adolescecircncia pode se tornar um fator
de proteccedilatildeo a sua sauacutede se tomarmos como referecircncia o conceito da
Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede que nos diz que sauacutede eacute um equiliacutebrio
entre os fatores bioloacutegicos psicoloacutegicos e sociais e natildeo simplesmente
ausecircncia de doenccedilas
No processo de construccedilatildeo do ser humano outros grupos de referecircncia
aleacutem da famiacutelia vatildeo se tornando importantes destacando-se a escola dentro da
proposta preventiva Eacute fundamental tambeacutem a participaccedilatildeo do profissional da
sauacutede pois se a escola pode ser responsabilizada pela necessidade de formular
propostas preventivas tatildeo vinculadas agrave prevenccedilatildeo de agravos agrave sauacutede que se
poderaacute dizer da equipe de sauacutede que tem livre acesso agraves famiacutelias agraves crianccedilas e
posteriormente aos adolescentes mas que frequentemente se omite em realizar
discussotildees sobre sexualidade drogas violecircncia influecircncia dos meios de
comunicaccedilatildeo imprescindiacuteveis ao exerciacutecio do processo de trabalho desta equipe
(CALLANI et al2008)
17
Para Afonso et al (2010) o grupo operativo visa natildeo apenas
compreender suas condiccedilotildees de sauacutededoenccedila mas tambeacutem dar
respostas criativas a suas necessidades em seu cotidiano e seu
contexto Nesse sentido desempenha um relevante papel educativo ante
seus membros A aprendizagem eacute mais do que a aquisiccedilatildeo de uma nova
informaccedilatildeo e natildeo se restringe ao aspecto cognitivo Envolve a
elaboraccedilatildeo de significados sentimentos e relaccedilotildees
18
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO Os artigos selecionados para anaacutelise estatildeo descritos no quadro 1
Quadro 1 Artigos cientiacuteficos de pesquisa bibliograacutefica relacionados a grupos
operativos e adolescentes 1999 a 2011
Titulo Autores e
ano Objetivos Principais
resultadosconclusotildees Grupos operativos com adolescentes
Abduch 1999 Sensibilizar profissionais que atuam com jovens e adolescentes em situaccedilotildees de grupos
O grupo operativo natildeo estaacute centrado no indiviacuteduo ou no proacuteprio grupo tampouco se propotildee a ser terapecircutico embora leve o sujeito a fazer ajustes e correccedilotildees de sua inserccedilatildeo social A teacutecnica de grupos operativos parece ser um instrumento eficiente por se tratar de uma didaacutetica horizontal tornando o indiviacuteduo agente ativo responsaacutevel e engajado no processo de mudanccedila na medida em que as suas necessidades pessoais e comunitaacuterias satildeo levadas em consideraccedilatildeo
Adolescecircncia cultura vulnerabilidade e risco
Saito 2001 Analisar propostas de prevenccedilatildeo aos riscos na adolescecircncia
A proposta de prevenccedilatildeo deve conter liberdade responsabilidade e compromisso funcionando a informaccedilatildeo como instrumento para que adolescentes de ambos os sexos possam ponderar decisotildees e fazer escolhas mais adequadas Apesar de reconhecerem que a informaccedilatildeo mais completa e fidedigna soacute pode ser obtida com o adolescente em entrevista privada para muitos profissionais persistem duacutevidas e inseguranccedilas sobre se este eacute o procedimento correto para uma praacutetica apropriada
19
O papel do coordenador de grupos
Andaloacute 2001
Provocar uma reflexatildeo sobre a coordenaccedilatildeo de grupos
Ao professor natildeo cabe dizer ldquofaccedila como eurdquo mas ldquofaccedila comigordquo O professor eacute um simples mediador Egrave preciso sempre procurar liberar os trabalhos com grupos de seu caraacuteter ideoloacutegico criando conceitos que coloquem o coordenador natildeo como um modelo a ser seguido ou imitado mas como algueacutem capaz de elaborar teoricamente os fenocircmenos ocorridos E devolvecirc-los ao grupo de forma a ampliar sua compreensatildeo
A Importacircncia dos Grupos Hoje
Fernandes 2003
Mostrar a visatildeo geral dos grupos hoje e qual sua importacircncia futura
Em qualquer grupo os niacuteveis conscientes e inconscientes de funcionamento grupal satildeo os mesmos e os participantes tem as mesmas afliccedilotildees e pedidos baacutesicos O que deve variar eacute a atitude do coordenador do grupo O grupo eacute o espaccedilo continente e facilitador da busca de condiccedilotildees para um futuro melhor
Informaccedilotildees e valores de jovens sobre a AIDS avaliaccedilatildeo de escolares de trecircs cidades brasileiras
Gomes et al 2005
Avaliar as informaccedilotildees e os valores relativos agrave AIDS entre jovens escolares em trecircs cidades brasileiras
O Programa natildeo teve efeito sobre o niacutevel de informaccedilatildeo acerca da AIDS mas o Programa revelou capacidade de reflexatildeo e de argumentaccedilatildeo sobre formas de prevenccedilatildeo da transmissatildeo da AIDS
Saberes de adolescentes estilo de vida e cuidado agrave sauacutede
Ferreira et al 2007
Conhecer as concepccedilotildees dos adolescentes sobre sauacutede e como estas se articulam com as suas praacuteticas de cuidado no processo de adolescer
Concepccedilotildees de sauacutede satildeo um modo de viver a vida e originam praacuteticas de cuidado que se articulam aos estilos de vida peculiares agrave adolescecircncia A convergecircncia dos saberes cientiacuteficos e do senso comum eacute necessaacuteria agrave praacutetica de educaccedilatildeo em sauacutede para atendimento das demandas de cuidado de interesse dos sujeitos
20
Accedilotildees educativas com adolescentes uma intervenccedilatildeo necessaacuteria
Callani et al 2008
Analisar a percepccedilatildeo de adolescentes que participaram de um grupo de educaccedilatildeo em sauacutede em uma Unidade de Sauacutede da Famiacutelia
Aleacutem da famiacutelia considera-se fundamental a participaccedilatildeo da escola e dos serviccedilos de sauacutede na educaccedilatildeo sexual Nos grupos o coordenador ou mediador necessita utilizar estrateacutegias para facilitar a criaccedilatildeo de viacutenculo A comunicaccedilatildeo clara e acessiacutevel associada agrave transparecircncia e agrave sinceridade propicia a criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes conferindo credibilidade ao trabalho
Adolescecircncia accedilotildees e percepccedilatildeo dos meacutedicos e enfermeiros do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
Ferrari et al 2008
Caracterizar as accedilotildees programaacuteticas preventivas e de intervenccedilatildeo aos adolescentes desenvolvidas pelos meacutedicos e enfermeiros da Sauacutede da Famiacutelia e analisar a percepccedilatildeo dos profissionais quanto agraves praacuteticas de atenccedilatildeo agrave sauacutede para este grupo etaacuterio
Para desenvolver atividades num programa para adolescente exige-se um enfoque mais amplo natildeo apenas nos aspectos teacutecnico e bioloacutegico mas tambeacutem nos aspectos psicossociais histoacutericos sociais culturais poliacuteticos nos valores e comportamentos - e nem sempre os profissionais se sentem aptos para atuar nesta complexidade de saberes Aleacutem da multidisciplinaridade no trato com o adolescente os profissionais precisam buscar parcerias com outros setores a fim de obter melhor e maior efetividade nas accedilotildees de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede deste grupo etaacuterio
Da tendecircncia grupal aos grupos operativos com adolescentes a identificaccedilatildeo dos pares facilitando o processo de orientaccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede
Arauacutejo et al 2008
Oferecer aos profissionais de sauacutede o reconhecimento da estrateacutegia dos grupos operativos como forma de educaccedilatildeo em sauacutede e de enfrentamento das adversidades do cotidiano dos jovens
A aprendizagem ocupa lugar importante perante as mudanccedilas e eacute atraveacutes da capacidade do grupo e de cada um de seus integrantes que se torna possiacutevel o desenvolvimento de condutas alternativas diante das mudanccedilas atraveacutes da compreensatildeo e da accedilatildeo transformadora da realidade Repensar as praacuteticas educativas em sauacutede envolvendo adolescentes pressupotildee um novo olhar sobre o jovem e seu papel na famiacutelia escola e sociedade
Vulnerabilidade de pueacuterperas na visatildeo de equipes de sauacutede da famiacutelia ecircnfase em aspectos geracionais e adolescecircncia
Cabral et al 2010
Investigar a visatildeo de profissionais de ESFs sobre a vulnerabilidade de pueacuterperas quando estas satildeo adolescentes
A adolescecircncia foi percebida pelos profissionais das ESFs como uma fase de instabilidade fortemente marcada por crises dificuldades e atitudes irresponsaacuteveis caracteriacutesticas que repercutem de forma importante no puerpeacuterio produzindo situaccedilotildees de vulnerabilidade Olhar para a sauacutede das pueacuterperas adolescentes a partir da noccedilatildeo de vulnerabilidade possibilitou
21
compreender os processos de produccedilatildeo de sauacutede e natildeo sauacutede das adolescentes no puerpeacuterio para aleacutem de suas experiecircncias reprodutivas e em certa medida considerar que aspectos diversos estatildeo aiacute implicados
Promoccedilatildeo da Sauacutede Sexual desafios no Vale do Satildeo Francisco
Sampaio et al 2010
Discutir os impasses e desafios relacionados agrave implantaccedilatildeo de accedilotildees educativas em sauacutede sexual para adolescentes na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia da cidade de Petrolina ndash PE e Juazeiro - BA
Observou-se a inexistecircncia de accedilotildees educativas voltadas aos adolescentes justificada pela precariedade de infraestrutura pelo despreparo dos profissionais e pela falta de profissionais na rede O estudo aponta para a necessidade de se desenvolver praacuteticas educativas voltadas agrave sauacutede sexual dos adolescentes mais efetivas e contextualizadas nos dispositivos de sauacutede da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no Vale do Satildeo Francisco
Reflexotildees acerca do abuso de drogas e da violecircncia na adolescecircncia
Silva et al 2010
Accedilotildees de Educaccedilatildeo em Sauacutede para reflexatildeo criacutetica dos adolescentes sobre o uso abusivo de drogas e consequentes comportamentos violentos
Adolescentes experimentam as drogas por desinformaccedilatildeo curiosidade e faacutecil acesso O uso de drogas pode trazer violecircncia (atitudes agressivas) dificultando a sua compreensatildeo Educaccedilatildeo em Sauacutede pode trazer padratildeo de vida mais saudaacutevel facilitando a identificaccedilatildeo dos fatores de riscos e reduzindo a vulnerabilidade
Riscos e vulnerabilidades relacionados agrave sexualidade na adolescecircncia
Dias et al 2010 Objetivou-se relatar os efeitos das accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede junto agrave escola
Constatou-se que os adolescentes conhecem o preservativo masculino mas natildeo o utilizam Educaccedilatildeo deve estimular a reflexatildeo criacutetica sobre risco e vulnerabilidades relacionadas ao comportamento sexual
Pedagogia freireana como meacutetodo de prevenccedilatildeo de doenccedilas
Beserra et al 2011
Investigar a sexualidade de adolescentes do sexo masculino com a accedilatildeo educativa (circulo de cultura) na prevenccedilatildeo de doenccedilas sexualmente transmissiacuteveis
Os meninos associaram o sexo agrave sexualidade de forma predominante com pouca compreensatildeo da vulnerabilidade da praacutetica sexual desprotegida (incentivados precocemente ao iniacutecio da vida sexual) O ciacuterculo de cultura mostrou ser adequado propiciando a exposiccedilatildeo de duacutevidas o conhecimento da prevenccedilatildeo das DST e a capacitaccedilatildeo para repensar condutas
A educaccedilatildeo em sauacutede eacute um tema que haacute bastante tempo vem sendo
discutido poreacutem existem poucos estudos envolvendo estrateacutegias de educaccedilatildeo em
sauacutede com o uso de grupos operativos com adolescentes
22
Nos artigos consultados e selecionados foram identificadas duas
tendecircncias Alguns se concentraram em discussotildees relacionadas ao processo ao
preparo de profissionais que lidam com abordagens comunitaacuterias considerando a
melhor maneira da utilizaccedilatildeo deste meacutetodo Outros se detiveram em analisar os
resultados de experimentaccedilotildees com grupos operativos voltados para a educaccedilatildeo
para sauacutede Entre estes uacuteltimos foram considerados nesse estudo somente os
que tinham adolescentes como grupo de interesse
Quanto ao processo destaca-se a preocupaccedilatildeo em discutir e refletir sobre
o meacutetodo em si suas vantagens desvantagens e como conseguir os resultados
esperados Os autores consideram ser este um meacutetodo eficiente por possibilitar a
horizontalidade das relaccedilotildees facilitando a participaccedilatildeo ativa e o consequumlente
engajamento no processo de mudanccedila (ABDUCH 1999)
O trabalho com populaccedilotildees vulneraacuteveis a determinados riscos no caso os
adolescentes exige um trabalho efetivo para a promoccedilatildeo da sauacutede por meio do
controle e prevenccedilatildeo desses riscos O grupo operativo segundo Saito (2000)
permite que os participantes usem as informaccedilotildees adquiridas como instrumento
para ponderar as decisotildees e fazer escolhas mais adequadas Para o autor a
liberdade responsabilidade e compromisso valores possibilitados pelo grupo
operativo satildeo componentes importantes neste processo
O papel do coordenador de um grupo operativo eacute essencial para o sucesso
desejado Segundo Andaloacute (2001) o coordenador natildeo deve se colocar como
modelo a ser imitado mas como ldquoalgueacutem capaz de elaborar teoricamente os
fenocircmenos ocorridosrdquo facilitando a compreensatildeo do grupo com a devoluccedilatildeo
dessa liberaccedilatildeo A busca de condiccedilotildees para um futuro melhor seraacute facilitada
diante de um coordenador preparado (FERNANDES 2003)
Alguns estudos procuram contribuir com o trabalho de profissionais de
sauacutede especificamente os ligados aacute Atenccedilatildeo Primaacuteria Ferrari et al(2008)
considera primordial que sejam considerados no desenvolvimento de grupos
operativos para adolescentes aleacutem dos aspectos bioloacutegicos do que se quer
discutir tambeacutem os psicossociais histoacutericos culturais e poliacuteticos nos valores e
comportamentos expressos no grupo Assim sugerem fortemente a
multidisciplinaridade e intersetorialidade no trato com este grupo populacional
Segundo Araujo et al (2008) eacute necessaacuterio um novo olhar sobre o jovem e sua
23
relaccedilatildeo com a famiacutelia escola e sociedade nesse repensar das praacuteticas
educativas
Num trabalho de grupo operativo com pueacuterperas adolescentes Cabral et al
(2010) observou que os profissionais de sauacutede envolvidos no processo
compreenderam melhor a produccedilatildeo da sauacutede a partir do entendimento da
vulnerabilidade do grupo participante Os aspectos diversos implicados na
gestaccedilatildeo entre adolescentes foram aleacutem da experiecircncias reprodutivas
observadas
Muitas vezes o processo educativo empreendido pela equipes da estrateacutegia
Sauacutede da Famiacutelia enfrenta problemas com destaque para o despreparo do
profissional na rede Comportamentos saudaacuteveis seratildeo sempre mais efetivos
quanto mais forem contextualizados (SAMPAIO et al 2010)
Alguns estudos entre os consultados avaliam programas que adotaram o
meacutetodo do grupo operativo em atividades educativas para adolescentes
trabalhando questotildees de risco como sexualidade e doenccedilas sexualmente
transmissiacuteveis aacutelcool e drogas gravidez entre outros Pontos fortes da accedilatildeo
relacionados ao bom resultado foram apontados
Gomes et al (2005) observaram que com relaccedilatildeo aacute AIDS o trabalho em
grupo natildeo diferenciou os participantes quanto ao conhecimento adquirido mas
tornou os participantes do grupo operativo mais capazes de refletir e argumentar
formas de prevenccedilatildeo desta doenccedila
Esta reflexatildeo eacute fundamental na mudanccedila consciente de comportamento
Este fato foi observado com adolescentes num trabalho de educaccedilatildeo sexual
quando meninos declararam natildeo utilizar preservativo apesar de conhececirc-lo
comprovando a que eacute preciso mais do que informar (SILVA et al 2010)
A informaccedilatildeo clara e accessiacutevel acompanhada de transparecircncia e
sinceridade forma consideradas por Callani et al 2008 atributos imprescindiacuteveis
em um grupo operativo propiciando a criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes e
conferindo credibilidade ao trabalho
Assuntos como aacutelcool e drogas precisam ser claramente debatidos com
adolescentes Silva et al (2010) observaram que adolescentes experimentam as
drogas por desinformaccedilatildeo curiosidade e faacutecil acesso e isto pode trazer como
consequumlecircncia violecircncia
24
Meacutetodos de abordagem em grupos operativos tambeacutem tecircm sido testados
como no estudo Beserra et al (2011) que utilizou o circulo de cultura sugerido por
Paulo Freire para o trabalho de educaccedilatildeo sexual com adolescentes O meacutetodo
permitiu a exposiccedilatildeo de duacutevidas com tranquumlilidade o conhecimento da prevenccedilatildeo
da DST e a capacidade desenvolvida para repensar condutas
O grupo operativo mostrou que a convergecircncia de saberes cientiacutefico e
senso comum eacute uma das maneiras efetivas de se trabalhar com educaccedilatildeo para
sauacutede uma vez que dessa maneira as demandas satildeo explicitadas claramente
(FERREIRA et al 2007)
Os dados apresentados nos artigos objetos de estudo deste trabalho
indicaram que o uso do grupo operativo com adolescentes pode ser uma
importante ferramenta de trabalho para a Equipe de Sauacutede da Famiacutelia atraveacutes do
qual eacute possiacutevel pela verbalizaccedilatildeo dos questionamentos e dificuldades
problematizar discutir e provocar reflexotildees sobre situaccedilotildees pertinentes a esta
fase da vida Este mecanismo oferece agrave equipe de sauacutede informaccedilotildees que podem
ser utilizadas na elaboraccedilatildeo de propostas de trabalho para a sua aacuterea de
abrangecircncia Aleacutem disso carece de pouca infra-estrutura e tem um baixo custo de
aplicaccedilatildeo Este tipo de estrateacutegia deve ser utilizada pela equipe da sauacutede da
famiacutelia pois eacute um meio eficaz de prevenccedilatildeo para muitos agravos agrave sauacutede do
adolescente O grupo operativo com adolescentes atraveacutes da identificaccedilatildeo muacutetua
dos seus integrantes eacute capaz de promover haacutebitos saudaacuteveis de vida funcionando
como um indutor desse processo Essa identificaccedilatildeo serve tambeacutem para que
assuntos antes tratados com parcimocircnia sejam levados ao grupo sem temores e
de uma maneira natural
Os dados tambeacutem mostraram a falta de preparo dos profissionais no
atendimento aos adolescentes A inexistecircncia de accedilotildees educativas voltadas aos
adolescentes ora eacute justificada pela precariedade de infra-estrutura ora pelo
despreparo dos profissionais e ora pela falta de profissionais na rede
O estudo aponta para a necessidade de desenvolver mecanismos que
possam preparar profissionais para lidar com essa faixa etaacuteria Neste contexto a
utilizaccedilatildeo do grupo operativo parece pertinente e o Curso de Especializaccedilatildeo em
Sauacutede da Famiacutelia empenha-se em preencher esta lacuna da falta de preparo
desses profissionais do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
25
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Atraveacutes deste trabalho pretendia-se conhecer estrateacutegias com grupos
operativos voltadas para educaccedilatildeo de adolescentes Buscou-se tambeacutem
contribuir para o entendimento desta teacutecnica utilizada para promoccedilatildeo de sauacutede O
modelo ainda utilizado na assistecircncia ao adolescente natildeo considera este indiviacuteduo
na sua totalidade orgacircnica psicoloacutegica e sociocultural Esta simplificaccedilatildeo do
problema proveniente da utilizaccedilatildeo do modelo biomeacutedico de assistecircncia tem
comprometido uma melhor atenccedilatildeo a esta clientela O grupo operativo pode ser
uma ferramenta de grande ajuda para o trabalho educativo com adolescentes
Possibilita aleacutem de disponibilizar a informaccedilatildeo permitir a reflexatildeo critica e a
tomada de posiccedilatildeo para a adoccedilatildeo de comportamentos mais saudaacuteveis Este
levantamento permitiu observar tambeacutem que alguns profissionais desconhecem
este meio de estrateacutegia como forma de trabalho Desta forma podemos afirmar
que o grupo operativo pode ser eficaz se
- possibilitar a horizontalidade das relaccedilotildees
- facilitar a participaccedilatildeo ativa e o consequumlente engajamento no processo
de mudanccedila
- desenvolver a liberdade responsabilidade e compromisso
- aleacutem dos aspectos bioloacutegicos discutir tambeacutem os psicossociais
histoacutericos culturais e poliacuteticos nos valores e comportamentos expressos no
grupo
- provocar em seus integrantes reflexatildeo e estimular a argumentaccedilatildeo de
questotildees importantes para o grupo
- problematizar as questotildees impostas atraveacutes da verbalizaccedilatildeo dos
questionamentos e dificuldades
No entanto o sucesso desta atividade estaraacute condicionado ao preparo dos
profissionais envolvidos no sentido de adotar posturas natildeo autoritaacuterias numa
relaccedilatildeo horizontal com conversas abertas e linguagem clara Deste modo
podemos considerar que
26
- eacute necessaacuterio um novo olhar sobre o jovem e sua relaccedilatildeo com a famiacutelia
escola e sociedade nesse repensar das praacuteticas educativas
- O papel do coordenador de um grupo operativo eacute essencial para o
sucesso desejado Ele nunca deve se colocar como um modelo a ser imitado
- este mecanismo oferece agrave equipe de sauacutede informaccedilotildees que podem ser
utilizadas na elaboraccedilatildeo de propostas de trabalho para a sua aacuterea de
abrangecircncia
- este meacutetodo carece de pouca infra-estrutura e tem um baixo custo de
aplicaccedilatildeo
- a informaccedilatildeo clara e accessiacutevel acompanhada de transparecircncia e
sinceridade satildeo atributos imprescindiacuteveis em um grupo operativo propiciando a
criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes e conferindo credibilidade ao trabalho
- eacute preciso desenvolver mecanismos que possam preparar profissionais
para lidar com essa faixa etaacuteria
Neste contexto a utilizaccedilatildeo do grupo operativo parece pertinente e o
Curso de Especializaccedilatildeo em Sauacutede da Famiacutelia empenha-se em preencher esta
lacuna da falta de preparo desses profissionais do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
Atraveacutes da conduccedilatildeo deste trabalho pude refletir e teorizar sobre a minha
praacutetica profissional Percebi que havia muitas deficiecircncias em minha formaccedilatildeo e o
curso de especializaccedilatildeo me ajudou a sanar muitas delas Pude concluir tambeacutem o
quanto eacute importante esta preparaccedilatildeo contiacutenua do profissional Gostaria de
destacar entatildeo a necessidade de capacitaccedilatildeo profissional para aqueles que se
propotildee a trabalhar com atenccedilatildeo baacutesica A meu ver eacute um passo importante em
direccedilatildeo a um melhor atendimento ao adolescente
27
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 1 ABDUCH C Grupos operativos com adolescentes In SCHOR N
MOTA M SFT BRANCO VC (Orgs)Cadernos juventude sauacutede e
desenvolvimento Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1999 p289-300
2 AFONSO MLM et al Oficinas em dinacircmica de grupo na aacuterea da
sauacutedeSatildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo2010PP 63
3 ANDALOacute CSA O papel do coordenador de grupos Psicol USP
Vol12 ndeg 1 Satildeo Paulo 2001
4 ARAUacuteJO A et al Da tendecircncia grupal aos grupos operativos com
adolescentes a identificaccedilatildeo dos pares facilitando o processo de
orientaccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede Rev Med Minas Gerais 2008 18(4
Supl 1) S12
5 BESERRA EP TORRES CA PINHEIRO PNC ALVES MDS
BARROSO MGT Pedagogia freireana como meacutetodo de prevenccedilatildeo
de doenccedilas Ciecircnc sauacutede coletiva [online] 2011 vol16 suppl1 pp
1563-1570
6 BOtildeCKVR SARRIERAJC O grupo operativo intervindo na
Siacutendrome de Burnout PsicolEscEduc10(1)31-39 jan-
jun2006ilusttab
7 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede do Adolescente Brasiacutelia 2005
Disponiacutevel em http wwwsaudegovbr
8 CABRAL FB and OLIVEIRA DLLC Vulnerabilidade de Pueacuterperas
na Visatildeo de Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Ecircnfase em Aspectos
Geracionais e Adolescecircncia Revista de Enfermagem da USP 2010
44(2) 368-75
9 CALLANI MFCJ OTANI MAP Accedilotildees Educativas com
Adolescentes uma Intervenccedilatildeo Necessaacuteria REME revminenferm
12(2) 195-200 abr-jun 2008
28
10 CANNON L R C BOTTINI B A Sauacutede e juventude o cenaacuterio das
poliacuteticas puacuteblicas no Brasil In Brasil Ministeacuterio do Planejamento e
Orccedilamento Jovens acontecendo na trilha das poliacuteticas puacuteblicas Brasiacutelia CNPD1998 p 397-416 v1
11 FERNANDES WJ A Importacircncia dos Grupos Hoje Rev
SPAGESP [online] 2003 vol4 n4 pp 83-91 ISSN 1677-2970
12 FERRARI RAP THOMSON Z and MELCHIOR R Adolescecircncia
accedilotildees e percepccedilatildeo dos meacutedicos e enfermeiros do Programa de Sauacutede
da Famiacutelia Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 22(11)2491-2495
nov 2006
13 FERREIRA MA ALVIM NAT TEIXEIRA MLO VELOSO RC
Saberes de adolescentes estilo de vida e cuidado agrave sauacutede Texto
contexto - enferm [online] 2007 vol16 n2 pp 217-224
14 FORTUNA CM et al O Trabalho de Equipe no Programa de Sauacutede
da Famiacutelia Reflexotildees a Partir de Conceitos do Processo Grupal e de
Grupos Operativos Rev Latino-Am Enfermagem vol13 no2 Ribeiratildeo
Preto MarApr 2005
15 GOMES R ASSIS SG SOUZA ER DESLANDES SF NJAINE K
MALAQUIAS JF Informaccedilotildees e valores de jovens sobre a Aids
avaliaccedilatildeo de escolares de trecircs cidades brasileiras Ciecircnc sauacutede
coletiva [online] 2005 vol10 n2 pp 381-388
16 JEOLAacuteS LS FERRARI RAP Oficinas de prevenccedilatildeo em um serviccedilo
de sauacutede para adolescentes espaccedilo de reflexatildeo e de conhecimento
compartilhado Ciecircnc Sauacutede Coletiva 2003 8611-20
17 LUCCHESE R BARROS S A utilizaccedilatildeo do grupo operativo como
meacutetodo de coleta de dados em pesquisa qualitativa Rev Eletr Enf
[Internet] 2007 9(3)796-805 Available
from httpwwwfenufgbrrevistav9n3v9n3a18htm
18 LUCCHESE R BARROS S Grupo operativo como estrateacutegia
pedagoacutegica em um curso de graduaccedilatildeo em enfermagem um
continente para as vivecircncias dos alunos quartanistas Rev Esc Enferm
USP 2002 36(1) 66-74
29
19 MACIEL RHMO et al O Multiprofissionalismo em sauacutede e a
interaccedilatildeo das equipes do programa de sauacutede da famiacutelia Observatoacuterio de Recursos Humanos em Sauacutede Estaccedilatildeo CETREDE UFC UECE
Fortaleza2007
20 SAITO MI Adolescecircncia prevenccedilatildeo e risco Satildeo Paulo Atheneu
2001
21 SAMPAIO J SANTOS RC PAIXAtildeOLA TORRES TS -
Promoccedilatildeo da Sauacutede Sexual Desafios no Vale do Satildeo Francisco
Psicologia amp Sociedade 22 (3) 499-506 2010
22 SILVA ARV et al Educaccedilatildeo em sauacutede a portadores de Diabetes
Mellitus tipo 2revisatildeo bibliograacutefica RevRENE (10)3146-151 jul-
set2009
23 SILVA KL DIAS FLA VIEIRA NFC PINHEIRO PNC
Reflexotildees acerca do abuso de drogas e da violecircncia na adolescecircncia
Esc Anna Nery [online] 2010 vol14 n3 pp 605-610
24 SILVA KL DIAS FLA VIEIRA NFC PINHEIRO PNC MAIA
CC Riscos e vulnerabilidades relacionados agrave sexualidade na
adolescecircncia Rev enferm UERJ 18(3) 456-461 jul-set 2010
17
Para Afonso et al (2010) o grupo operativo visa natildeo apenas
compreender suas condiccedilotildees de sauacutededoenccedila mas tambeacutem dar
respostas criativas a suas necessidades em seu cotidiano e seu
contexto Nesse sentido desempenha um relevante papel educativo ante
seus membros A aprendizagem eacute mais do que a aquisiccedilatildeo de uma nova
informaccedilatildeo e natildeo se restringe ao aspecto cognitivo Envolve a
elaboraccedilatildeo de significados sentimentos e relaccedilotildees
18
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO Os artigos selecionados para anaacutelise estatildeo descritos no quadro 1
Quadro 1 Artigos cientiacuteficos de pesquisa bibliograacutefica relacionados a grupos
operativos e adolescentes 1999 a 2011
Titulo Autores e
ano Objetivos Principais
resultadosconclusotildees Grupos operativos com adolescentes
Abduch 1999 Sensibilizar profissionais que atuam com jovens e adolescentes em situaccedilotildees de grupos
O grupo operativo natildeo estaacute centrado no indiviacuteduo ou no proacuteprio grupo tampouco se propotildee a ser terapecircutico embora leve o sujeito a fazer ajustes e correccedilotildees de sua inserccedilatildeo social A teacutecnica de grupos operativos parece ser um instrumento eficiente por se tratar de uma didaacutetica horizontal tornando o indiviacuteduo agente ativo responsaacutevel e engajado no processo de mudanccedila na medida em que as suas necessidades pessoais e comunitaacuterias satildeo levadas em consideraccedilatildeo
Adolescecircncia cultura vulnerabilidade e risco
Saito 2001 Analisar propostas de prevenccedilatildeo aos riscos na adolescecircncia
A proposta de prevenccedilatildeo deve conter liberdade responsabilidade e compromisso funcionando a informaccedilatildeo como instrumento para que adolescentes de ambos os sexos possam ponderar decisotildees e fazer escolhas mais adequadas Apesar de reconhecerem que a informaccedilatildeo mais completa e fidedigna soacute pode ser obtida com o adolescente em entrevista privada para muitos profissionais persistem duacutevidas e inseguranccedilas sobre se este eacute o procedimento correto para uma praacutetica apropriada
19
O papel do coordenador de grupos
Andaloacute 2001
Provocar uma reflexatildeo sobre a coordenaccedilatildeo de grupos
Ao professor natildeo cabe dizer ldquofaccedila como eurdquo mas ldquofaccedila comigordquo O professor eacute um simples mediador Egrave preciso sempre procurar liberar os trabalhos com grupos de seu caraacuteter ideoloacutegico criando conceitos que coloquem o coordenador natildeo como um modelo a ser seguido ou imitado mas como algueacutem capaz de elaborar teoricamente os fenocircmenos ocorridos E devolvecirc-los ao grupo de forma a ampliar sua compreensatildeo
A Importacircncia dos Grupos Hoje
Fernandes 2003
Mostrar a visatildeo geral dos grupos hoje e qual sua importacircncia futura
Em qualquer grupo os niacuteveis conscientes e inconscientes de funcionamento grupal satildeo os mesmos e os participantes tem as mesmas afliccedilotildees e pedidos baacutesicos O que deve variar eacute a atitude do coordenador do grupo O grupo eacute o espaccedilo continente e facilitador da busca de condiccedilotildees para um futuro melhor
Informaccedilotildees e valores de jovens sobre a AIDS avaliaccedilatildeo de escolares de trecircs cidades brasileiras
Gomes et al 2005
Avaliar as informaccedilotildees e os valores relativos agrave AIDS entre jovens escolares em trecircs cidades brasileiras
O Programa natildeo teve efeito sobre o niacutevel de informaccedilatildeo acerca da AIDS mas o Programa revelou capacidade de reflexatildeo e de argumentaccedilatildeo sobre formas de prevenccedilatildeo da transmissatildeo da AIDS
Saberes de adolescentes estilo de vida e cuidado agrave sauacutede
Ferreira et al 2007
Conhecer as concepccedilotildees dos adolescentes sobre sauacutede e como estas se articulam com as suas praacuteticas de cuidado no processo de adolescer
Concepccedilotildees de sauacutede satildeo um modo de viver a vida e originam praacuteticas de cuidado que se articulam aos estilos de vida peculiares agrave adolescecircncia A convergecircncia dos saberes cientiacuteficos e do senso comum eacute necessaacuteria agrave praacutetica de educaccedilatildeo em sauacutede para atendimento das demandas de cuidado de interesse dos sujeitos
20
Accedilotildees educativas com adolescentes uma intervenccedilatildeo necessaacuteria
Callani et al 2008
Analisar a percepccedilatildeo de adolescentes que participaram de um grupo de educaccedilatildeo em sauacutede em uma Unidade de Sauacutede da Famiacutelia
Aleacutem da famiacutelia considera-se fundamental a participaccedilatildeo da escola e dos serviccedilos de sauacutede na educaccedilatildeo sexual Nos grupos o coordenador ou mediador necessita utilizar estrateacutegias para facilitar a criaccedilatildeo de viacutenculo A comunicaccedilatildeo clara e acessiacutevel associada agrave transparecircncia e agrave sinceridade propicia a criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes conferindo credibilidade ao trabalho
Adolescecircncia accedilotildees e percepccedilatildeo dos meacutedicos e enfermeiros do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
Ferrari et al 2008
Caracterizar as accedilotildees programaacuteticas preventivas e de intervenccedilatildeo aos adolescentes desenvolvidas pelos meacutedicos e enfermeiros da Sauacutede da Famiacutelia e analisar a percepccedilatildeo dos profissionais quanto agraves praacuteticas de atenccedilatildeo agrave sauacutede para este grupo etaacuterio
Para desenvolver atividades num programa para adolescente exige-se um enfoque mais amplo natildeo apenas nos aspectos teacutecnico e bioloacutegico mas tambeacutem nos aspectos psicossociais histoacutericos sociais culturais poliacuteticos nos valores e comportamentos - e nem sempre os profissionais se sentem aptos para atuar nesta complexidade de saberes Aleacutem da multidisciplinaridade no trato com o adolescente os profissionais precisam buscar parcerias com outros setores a fim de obter melhor e maior efetividade nas accedilotildees de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede deste grupo etaacuterio
Da tendecircncia grupal aos grupos operativos com adolescentes a identificaccedilatildeo dos pares facilitando o processo de orientaccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede
Arauacutejo et al 2008
Oferecer aos profissionais de sauacutede o reconhecimento da estrateacutegia dos grupos operativos como forma de educaccedilatildeo em sauacutede e de enfrentamento das adversidades do cotidiano dos jovens
A aprendizagem ocupa lugar importante perante as mudanccedilas e eacute atraveacutes da capacidade do grupo e de cada um de seus integrantes que se torna possiacutevel o desenvolvimento de condutas alternativas diante das mudanccedilas atraveacutes da compreensatildeo e da accedilatildeo transformadora da realidade Repensar as praacuteticas educativas em sauacutede envolvendo adolescentes pressupotildee um novo olhar sobre o jovem e seu papel na famiacutelia escola e sociedade
Vulnerabilidade de pueacuterperas na visatildeo de equipes de sauacutede da famiacutelia ecircnfase em aspectos geracionais e adolescecircncia
Cabral et al 2010
Investigar a visatildeo de profissionais de ESFs sobre a vulnerabilidade de pueacuterperas quando estas satildeo adolescentes
A adolescecircncia foi percebida pelos profissionais das ESFs como uma fase de instabilidade fortemente marcada por crises dificuldades e atitudes irresponsaacuteveis caracteriacutesticas que repercutem de forma importante no puerpeacuterio produzindo situaccedilotildees de vulnerabilidade Olhar para a sauacutede das pueacuterperas adolescentes a partir da noccedilatildeo de vulnerabilidade possibilitou
21
compreender os processos de produccedilatildeo de sauacutede e natildeo sauacutede das adolescentes no puerpeacuterio para aleacutem de suas experiecircncias reprodutivas e em certa medida considerar que aspectos diversos estatildeo aiacute implicados
Promoccedilatildeo da Sauacutede Sexual desafios no Vale do Satildeo Francisco
Sampaio et al 2010
Discutir os impasses e desafios relacionados agrave implantaccedilatildeo de accedilotildees educativas em sauacutede sexual para adolescentes na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia da cidade de Petrolina ndash PE e Juazeiro - BA
Observou-se a inexistecircncia de accedilotildees educativas voltadas aos adolescentes justificada pela precariedade de infraestrutura pelo despreparo dos profissionais e pela falta de profissionais na rede O estudo aponta para a necessidade de se desenvolver praacuteticas educativas voltadas agrave sauacutede sexual dos adolescentes mais efetivas e contextualizadas nos dispositivos de sauacutede da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no Vale do Satildeo Francisco
Reflexotildees acerca do abuso de drogas e da violecircncia na adolescecircncia
Silva et al 2010
Accedilotildees de Educaccedilatildeo em Sauacutede para reflexatildeo criacutetica dos adolescentes sobre o uso abusivo de drogas e consequentes comportamentos violentos
Adolescentes experimentam as drogas por desinformaccedilatildeo curiosidade e faacutecil acesso O uso de drogas pode trazer violecircncia (atitudes agressivas) dificultando a sua compreensatildeo Educaccedilatildeo em Sauacutede pode trazer padratildeo de vida mais saudaacutevel facilitando a identificaccedilatildeo dos fatores de riscos e reduzindo a vulnerabilidade
Riscos e vulnerabilidades relacionados agrave sexualidade na adolescecircncia
Dias et al 2010 Objetivou-se relatar os efeitos das accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede junto agrave escola
Constatou-se que os adolescentes conhecem o preservativo masculino mas natildeo o utilizam Educaccedilatildeo deve estimular a reflexatildeo criacutetica sobre risco e vulnerabilidades relacionadas ao comportamento sexual
Pedagogia freireana como meacutetodo de prevenccedilatildeo de doenccedilas
Beserra et al 2011
Investigar a sexualidade de adolescentes do sexo masculino com a accedilatildeo educativa (circulo de cultura) na prevenccedilatildeo de doenccedilas sexualmente transmissiacuteveis
Os meninos associaram o sexo agrave sexualidade de forma predominante com pouca compreensatildeo da vulnerabilidade da praacutetica sexual desprotegida (incentivados precocemente ao iniacutecio da vida sexual) O ciacuterculo de cultura mostrou ser adequado propiciando a exposiccedilatildeo de duacutevidas o conhecimento da prevenccedilatildeo das DST e a capacitaccedilatildeo para repensar condutas
A educaccedilatildeo em sauacutede eacute um tema que haacute bastante tempo vem sendo
discutido poreacutem existem poucos estudos envolvendo estrateacutegias de educaccedilatildeo em
sauacutede com o uso de grupos operativos com adolescentes
22
Nos artigos consultados e selecionados foram identificadas duas
tendecircncias Alguns se concentraram em discussotildees relacionadas ao processo ao
preparo de profissionais que lidam com abordagens comunitaacuterias considerando a
melhor maneira da utilizaccedilatildeo deste meacutetodo Outros se detiveram em analisar os
resultados de experimentaccedilotildees com grupos operativos voltados para a educaccedilatildeo
para sauacutede Entre estes uacuteltimos foram considerados nesse estudo somente os
que tinham adolescentes como grupo de interesse
Quanto ao processo destaca-se a preocupaccedilatildeo em discutir e refletir sobre
o meacutetodo em si suas vantagens desvantagens e como conseguir os resultados
esperados Os autores consideram ser este um meacutetodo eficiente por possibilitar a
horizontalidade das relaccedilotildees facilitando a participaccedilatildeo ativa e o consequumlente
engajamento no processo de mudanccedila (ABDUCH 1999)
O trabalho com populaccedilotildees vulneraacuteveis a determinados riscos no caso os
adolescentes exige um trabalho efetivo para a promoccedilatildeo da sauacutede por meio do
controle e prevenccedilatildeo desses riscos O grupo operativo segundo Saito (2000)
permite que os participantes usem as informaccedilotildees adquiridas como instrumento
para ponderar as decisotildees e fazer escolhas mais adequadas Para o autor a
liberdade responsabilidade e compromisso valores possibilitados pelo grupo
operativo satildeo componentes importantes neste processo
O papel do coordenador de um grupo operativo eacute essencial para o sucesso
desejado Segundo Andaloacute (2001) o coordenador natildeo deve se colocar como
modelo a ser imitado mas como ldquoalgueacutem capaz de elaborar teoricamente os
fenocircmenos ocorridosrdquo facilitando a compreensatildeo do grupo com a devoluccedilatildeo
dessa liberaccedilatildeo A busca de condiccedilotildees para um futuro melhor seraacute facilitada
diante de um coordenador preparado (FERNANDES 2003)
Alguns estudos procuram contribuir com o trabalho de profissionais de
sauacutede especificamente os ligados aacute Atenccedilatildeo Primaacuteria Ferrari et al(2008)
considera primordial que sejam considerados no desenvolvimento de grupos
operativos para adolescentes aleacutem dos aspectos bioloacutegicos do que se quer
discutir tambeacutem os psicossociais histoacutericos culturais e poliacuteticos nos valores e
comportamentos expressos no grupo Assim sugerem fortemente a
multidisciplinaridade e intersetorialidade no trato com este grupo populacional
Segundo Araujo et al (2008) eacute necessaacuterio um novo olhar sobre o jovem e sua
23
relaccedilatildeo com a famiacutelia escola e sociedade nesse repensar das praacuteticas
educativas
Num trabalho de grupo operativo com pueacuterperas adolescentes Cabral et al
(2010) observou que os profissionais de sauacutede envolvidos no processo
compreenderam melhor a produccedilatildeo da sauacutede a partir do entendimento da
vulnerabilidade do grupo participante Os aspectos diversos implicados na
gestaccedilatildeo entre adolescentes foram aleacutem da experiecircncias reprodutivas
observadas
Muitas vezes o processo educativo empreendido pela equipes da estrateacutegia
Sauacutede da Famiacutelia enfrenta problemas com destaque para o despreparo do
profissional na rede Comportamentos saudaacuteveis seratildeo sempre mais efetivos
quanto mais forem contextualizados (SAMPAIO et al 2010)
Alguns estudos entre os consultados avaliam programas que adotaram o
meacutetodo do grupo operativo em atividades educativas para adolescentes
trabalhando questotildees de risco como sexualidade e doenccedilas sexualmente
transmissiacuteveis aacutelcool e drogas gravidez entre outros Pontos fortes da accedilatildeo
relacionados ao bom resultado foram apontados
Gomes et al (2005) observaram que com relaccedilatildeo aacute AIDS o trabalho em
grupo natildeo diferenciou os participantes quanto ao conhecimento adquirido mas
tornou os participantes do grupo operativo mais capazes de refletir e argumentar
formas de prevenccedilatildeo desta doenccedila
Esta reflexatildeo eacute fundamental na mudanccedila consciente de comportamento
Este fato foi observado com adolescentes num trabalho de educaccedilatildeo sexual
quando meninos declararam natildeo utilizar preservativo apesar de conhececirc-lo
comprovando a que eacute preciso mais do que informar (SILVA et al 2010)
A informaccedilatildeo clara e accessiacutevel acompanhada de transparecircncia e
sinceridade forma consideradas por Callani et al 2008 atributos imprescindiacuteveis
em um grupo operativo propiciando a criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes e
conferindo credibilidade ao trabalho
Assuntos como aacutelcool e drogas precisam ser claramente debatidos com
adolescentes Silva et al (2010) observaram que adolescentes experimentam as
drogas por desinformaccedilatildeo curiosidade e faacutecil acesso e isto pode trazer como
consequumlecircncia violecircncia
24
Meacutetodos de abordagem em grupos operativos tambeacutem tecircm sido testados
como no estudo Beserra et al (2011) que utilizou o circulo de cultura sugerido por
Paulo Freire para o trabalho de educaccedilatildeo sexual com adolescentes O meacutetodo
permitiu a exposiccedilatildeo de duacutevidas com tranquumlilidade o conhecimento da prevenccedilatildeo
da DST e a capacidade desenvolvida para repensar condutas
O grupo operativo mostrou que a convergecircncia de saberes cientiacutefico e
senso comum eacute uma das maneiras efetivas de se trabalhar com educaccedilatildeo para
sauacutede uma vez que dessa maneira as demandas satildeo explicitadas claramente
(FERREIRA et al 2007)
Os dados apresentados nos artigos objetos de estudo deste trabalho
indicaram que o uso do grupo operativo com adolescentes pode ser uma
importante ferramenta de trabalho para a Equipe de Sauacutede da Famiacutelia atraveacutes do
qual eacute possiacutevel pela verbalizaccedilatildeo dos questionamentos e dificuldades
problematizar discutir e provocar reflexotildees sobre situaccedilotildees pertinentes a esta
fase da vida Este mecanismo oferece agrave equipe de sauacutede informaccedilotildees que podem
ser utilizadas na elaboraccedilatildeo de propostas de trabalho para a sua aacuterea de
abrangecircncia Aleacutem disso carece de pouca infra-estrutura e tem um baixo custo de
aplicaccedilatildeo Este tipo de estrateacutegia deve ser utilizada pela equipe da sauacutede da
famiacutelia pois eacute um meio eficaz de prevenccedilatildeo para muitos agravos agrave sauacutede do
adolescente O grupo operativo com adolescentes atraveacutes da identificaccedilatildeo muacutetua
dos seus integrantes eacute capaz de promover haacutebitos saudaacuteveis de vida funcionando
como um indutor desse processo Essa identificaccedilatildeo serve tambeacutem para que
assuntos antes tratados com parcimocircnia sejam levados ao grupo sem temores e
de uma maneira natural
Os dados tambeacutem mostraram a falta de preparo dos profissionais no
atendimento aos adolescentes A inexistecircncia de accedilotildees educativas voltadas aos
adolescentes ora eacute justificada pela precariedade de infra-estrutura ora pelo
despreparo dos profissionais e ora pela falta de profissionais na rede
O estudo aponta para a necessidade de desenvolver mecanismos que
possam preparar profissionais para lidar com essa faixa etaacuteria Neste contexto a
utilizaccedilatildeo do grupo operativo parece pertinente e o Curso de Especializaccedilatildeo em
Sauacutede da Famiacutelia empenha-se em preencher esta lacuna da falta de preparo
desses profissionais do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
25
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Atraveacutes deste trabalho pretendia-se conhecer estrateacutegias com grupos
operativos voltadas para educaccedilatildeo de adolescentes Buscou-se tambeacutem
contribuir para o entendimento desta teacutecnica utilizada para promoccedilatildeo de sauacutede O
modelo ainda utilizado na assistecircncia ao adolescente natildeo considera este indiviacuteduo
na sua totalidade orgacircnica psicoloacutegica e sociocultural Esta simplificaccedilatildeo do
problema proveniente da utilizaccedilatildeo do modelo biomeacutedico de assistecircncia tem
comprometido uma melhor atenccedilatildeo a esta clientela O grupo operativo pode ser
uma ferramenta de grande ajuda para o trabalho educativo com adolescentes
Possibilita aleacutem de disponibilizar a informaccedilatildeo permitir a reflexatildeo critica e a
tomada de posiccedilatildeo para a adoccedilatildeo de comportamentos mais saudaacuteveis Este
levantamento permitiu observar tambeacutem que alguns profissionais desconhecem
este meio de estrateacutegia como forma de trabalho Desta forma podemos afirmar
que o grupo operativo pode ser eficaz se
- possibilitar a horizontalidade das relaccedilotildees
- facilitar a participaccedilatildeo ativa e o consequumlente engajamento no processo
de mudanccedila
- desenvolver a liberdade responsabilidade e compromisso
- aleacutem dos aspectos bioloacutegicos discutir tambeacutem os psicossociais
histoacutericos culturais e poliacuteticos nos valores e comportamentos expressos no
grupo
- provocar em seus integrantes reflexatildeo e estimular a argumentaccedilatildeo de
questotildees importantes para o grupo
- problematizar as questotildees impostas atraveacutes da verbalizaccedilatildeo dos
questionamentos e dificuldades
No entanto o sucesso desta atividade estaraacute condicionado ao preparo dos
profissionais envolvidos no sentido de adotar posturas natildeo autoritaacuterias numa
relaccedilatildeo horizontal com conversas abertas e linguagem clara Deste modo
podemos considerar que
26
- eacute necessaacuterio um novo olhar sobre o jovem e sua relaccedilatildeo com a famiacutelia
escola e sociedade nesse repensar das praacuteticas educativas
- O papel do coordenador de um grupo operativo eacute essencial para o
sucesso desejado Ele nunca deve se colocar como um modelo a ser imitado
- este mecanismo oferece agrave equipe de sauacutede informaccedilotildees que podem ser
utilizadas na elaboraccedilatildeo de propostas de trabalho para a sua aacuterea de
abrangecircncia
- este meacutetodo carece de pouca infra-estrutura e tem um baixo custo de
aplicaccedilatildeo
- a informaccedilatildeo clara e accessiacutevel acompanhada de transparecircncia e
sinceridade satildeo atributos imprescindiacuteveis em um grupo operativo propiciando a
criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes e conferindo credibilidade ao trabalho
- eacute preciso desenvolver mecanismos que possam preparar profissionais
para lidar com essa faixa etaacuteria
Neste contexto a utilizaccedilatildeo do grupo operativo parece pertinente e o
Curso de Especializaccedilatildeo em Sauacutede da Famiacutelia empenha-se em preencher esta
lacuna da falta de preparo desses profissionais do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
Atraveacutes da conduccedilatildeo deste trabalho pude refletir e teorizar sobre a minha
praacutetica profissional Percebi que havia muitas deficiecircncias em minha formaccedilatildeo e o
curso de especializaccedilatildeo me ajudou a sanar muitas delas Pude concluir tambeacutem o
quanto eacute importante esta preparaccedilatildeo contiacutenua do profissional Gostaria de
destacar entatildeo a necessidade de capacitaccedilatildeo profissional para aqueles que se
propotildee a trabalhar com atenccedilatildeo baacutesica A meu ver eacute um passo importante em
direccedilatildeo a um melhor atendimento ao adolescente
27
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 1 ABDUCH C Grupos operativos com adolescentes In SCHOR N
MOTA M SFT BRANCO VC (Orgs)Cadernos juventude sauacutede e
desenvolvimento Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1999 p289-300
2 AFONSO MLM et al Oficinas em dinacircmica de grupo na aacuterea da
sauacutedeSatildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo2010PP 63
3 ANDALOacute CSA O papel do coordenador de grupos Psicol USP
Vol12 ndeg 1 Satildeo Paulo 2001
4 ARAUacuteJO A et al Da tendecircncia grupal aos grupos operativos com
adolescentes a identificaccedilatildeo dos pares facilitando o processo de
orientaccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede Rev Med Minas Gerais 2008 18(4
Supl 1) S12
5 BESERRA EP TORRES CA PINHEIRO PNC ALVES MDS
BARROSO MGT Pedagogia freireana como meacutetodo de prevenccedilatildeo
de doenccedilas Ciecircnc sauacutede coletiva [online] 2011 vol16 suppl1 pp
1563-1570
6 BOtildeCKVR SARRIERAJC O grupo operativo intervindo na
Siacutendrome de Burnout PsicolEscEduc10(1)31-39 jan-
jun2006ilusttab
7 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede do Adolescente Brasiacutelia 2005
Disponiacutevel em http wwwsaudegovbr
8 CABRAL FB and OLIVEIRA DLLC Vulnerabilidade de Pueacuterperas
na Visatildeo de Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Ecircnfase em Aspectos
Geracionais e Adolescecircncia Revista de Enfermagem da USP 2010
44(2) 368-75
9 CALLANI MFCJ OTANI MAP Accedilotildees Educativas com
Adolescentes uma Intervenccedilatildeo Necessaacuteria REME revminenferm
12(2) 195-200 abr-jun 2008
28
10 CANNON L R C BOTTINI B A Sauacutede e juventude o cenaacuterio das
poliacuteticas puacuteblicas no Brasil In Brasil Ministeacuterio do Planejamento e
Orccedilamento Jovens acontecendo na trilha das poliacuteticas puacuteblicas Brasiacutelia CNPD1998 p 397-416 v1
11 FERNANDES WJ A Importacircncia dos Grupos Hoje Rev
SPAGESP [online] 2003 vol4 n4 pp 83-91 ISSN 1677-2970
12 FERRARI RAP THOMSON Z and MELCHIOR R Adolescecircncia
accedilotildees e percepccedilatildeo dos meacutedicos e enfermeiros do Programa de Sauacutede
da Famiacutelia Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 22(11)2491-2495
nov 2006
13 FERREIRA MA ALVIM NAT TEIXEIRA MLO VELOSO RC
Saberes de adolescentes estilo de vida e cuidado agrave sauacutede Texto
contexto - enferm [online] 2007 vol16 n2 pp 217-224
14 FORTUNA CM et al O Trabalho de Equipe no Programa de Sauacutede
da Famiacutelia Reflexotildees a Partir de Conceitos do Processo Grupal e de
Grupos Operativos Rev Latino-Am Enfermagem vol13 no2 Ribeiratildeo
Preto MarApr 2005
15 GOMES R ASSIS SG SOUZA ER DESLANDES SF NJAINE K
MALAQUIAS JF Informaccedilotildees e valores de jovens sobre a Aids
avaliaccedilatildeo de escolares de trecircs cidades brasileiras Ciecircnc sauacutede
coletiva [online] 2005 vol10 n2 pp 381-388
16 JEOLAacuteS LS FERRARI RAP Oficinas de prevenccedilatildeo em um serviccedilo
de sauacutede para adolescentes espaccedilo de reflexatildeo e de conhecimento
compartilhado Ciecircnc Sauacutede Coletiva 2003 8611-20
17 LUCCHESE R BARROS S A utilizaccedilatildeo do grupo operativo como
meacutetodo de coleta de dados em pesquisa qualitativa Rev Eletr Enf
[Internet] 2007 9(3)796-805 Available
from httpwwwfenufgbrrevistav9n3v9n3a18htm
18 LUCCHESE R BARROS S Grupo operativo como estrateacutegia
pedagoacutegica em um curso de graduaccedilatildeo em enfermagem um
continente para as vivecircncias dos alunos quartanistas Rev Esc Enferm
USP 2002 36(1) 66-74
29
19 MACIEL RHMO et al O Multiprofissionalismo em sauacutede e a
interaccedilatildeo das equipes do programa de sauacutede da famiacutelia Observatoacuterio de Recursos Humanos em Sauacutede Estaccedilatildeo CETREDE UFC UECE
Fortaleza2007
20 SAITO MI Adolescecircncia prevenccedilatildeo e risco Satildeo Paulo Atheneu
2001
21 SAMPAIO J SANTOS RC PAIXAtildeOLA TORRES TS -
Promoccedilatildeo da Sauacutede Sexual Desafios no Vale do Satildeo Francisco
Psicologia amp Sociedade 22 (3) 499-506 2010
22 SILVA ARV et al Educaccedilatildeo em sauacutede a portadores de Diabetes
Mellitus tipo 2revisatildeo bibliograacutefica RevRENE (10)3146-151 jul-
set2009
23 SILVA KL DIAS FLA VIEIRA NFC PINHEIRO PNC
Reflexotildees acerca do abuso de drogas e da violecircncia na adolescecircncia
Esc Anna Nery [online] 2010 vol14 n3 pp 605-610
24 SILVA KL DIAS FLA VIEIRA NFC PINHEIRO PNC MAIA
CC Riscos e vulnerabilidades relacionados agrave sexualidade na
adolescecircncia Rev enferm UERJ 18(3) 456-461 jul-set 2010
18
6 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO Os artigos selecionados para anaacutelise estatildeo descritos no quadro 1
Quadro 1 Artigos cientiacuteficos de pesquisa bibliograacutefica relacionados a grupos
operativos e adolescentes 1999 a 2011
Titulo Autores e
ano Objetivos Principais
resultadosconclusotildees Grupos operativos com adolescentes
Abduch 1999 Sensibilizar profissionais que atuam com jovens e adolescentes em situaccedilotildees de grupos
O grupo operativo natildeo estaacute centrado no indiviacuteduo ou no proacuteprio grupo tampouco se propotildee a ser terapecircutico embora leve o sujeito a fazer ajustes e correccedilotildees de sua inserccedilatildeo social A teacutecnica de grupos operativos parece ser um instrumento eficiente por se tratar de uma didaacutetica horizontal tornando o indiviacuteduo agente ativo responsaacutevel e engajado no processo de mudanccedila na medida em que as suas necessidades pessoais e comunitaacuterias satildeo levadas em consideraccedilatildeo
Adolescecircncia cultura vulnerabilidade e risco
Saito 2001 Analisar propostas de prevenccedilatildeo aos riscos na adolescecircncia
A proposta de prevenccedilatildeo deve conter liberdade responsabilidade e compromisso funcionando a informaccedilatildeo como instrumento para que adolescentes de ambos os sexos possam ponderar decisotildees e fazer escolhas mais adequadas Apesar de reconhecerem que a informaccedilatildeo mais completa e fidedigna soacute pode ser obtida com o adolescente em entrevista privada para muitos profissionais persistem duacutevidas e inseguranccedilas sobre se este eacute o procedimento correto para uma praacutetica apropriada
19
O papel do coordenador de grupos
Andaloacute 2001
Provocar uma reflexatildeo sobre a coordenaccedilatildeo de grupos
Ao professor natildeo cabe dizer ldquofaccedila como eurdquo mas ldquofaccedila comigordquo O professor eacute um simples mediador Egrave preciso sempre procurar liberar os trabalhos com grupos de seu caraacuteter ideoloacutegico criando conceitos que coloquem o coordenador natildeo como um modelo a ser seguido ou imitado mas como algueacutem capaz de elaborar teoricamente os fenocircmenos ocorridos E devolvecirc-los ao grupo de forma a ampliar sua compreensatildeo
A Importacircncia dos Grupos Hoje
Fernandes 2003
Mostrar a visatildeo geral dos grupos hoje e qual sua importacircncia futura
Em qualquer grupo os niacuteveis conscientes e inconscientes de funcionamento grupal satildeo os mesmos e os participantes tem as mesmas afliccedilotildees e pedidos baacutesicos O que deve variar eacute a atitude do coordenador do grupo O grupo eacute o espaccedilo continente e facilitador da busca de condiccedilotildees para um futuro melhor
Informaccedilotildees e valores de jovens sobre a AIDS avaliaccedilatildeo de escolares de trecircs cidades brasileiras
Gomes et al 2005
Avaliar as informaccedilotildees e os valores relativos agrave AIDS entre jovens escolares em trecircs cidades brasileiras
O Programa natildeo teve efeito sobre o niacutevel de informaccedilatildeo acerca da AIDS mas o Programa revelou capacidade de reflexatildeo e de argumentaccedilatildeo sobre formas de prevenccedilatildeo da transmissatildeo da AIDS
Saberes de adolescentes estilo de vida e cuidado agrave sauacutede
Ferreira et al 2007
Conhecer as concepccedilotildees dos adolescentes sobre sauacutede e como estas se articulam com as suas praacuteticas de cuidado no processo de adolescer
Concepccedilotildees de sauacutede satildeo um modo de viver a vida e originam praacuteticas de cuidado que se articulam aos estilos de vida peculiares agrave adolescecircncia A convergecircncia dos saberes cientiacuteficos e do senso comum eacute necessaacuteria agrave praacutetica de educaccedilatildeo em sauacutede para atendimento das demandas de cuidado de interesse dos sujeitos
20
Accedilotildees educativas com adolescentes uma intervenccedilatildeo necessaacuteria
Callani et al 2008
Analisar a percepccedilatildeo de adolescentes que participaram de um grupo de educaccedilatildeo em sauacutede em uma Unidade de Sauacutede da Famiacutelia
Aleacutem da famiacutelia considera-se fundamental a participaccedilatildeo da escola e dos serviccedilos de sauacutede na educaccedilatildeo sexual Nos grupos o coordenador ou mediador necessita utilizar estrateacutegias para facilitar a criaccedilatildeo de viacutenculo A comunicaccedilatildeo clara e acessiacutevel associada agrave transparecircncia e agrave sinceridade propicia a criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes conferindo credibilidade ao trabalho
Adolescecircncia accedilotildees e percepccedilatildeo dos meacutedicos e enfermeiros do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
Ferrari et al 2008
Caracterizar as accedilotildees programaacuteticas preventivas e de intervenccedilatildeo aos adolescentes desenvolvidas pelos meacutedicos e enfermeiros da Sauacutede da Famiacutelia e analisar a percepccedilatildeo dos profissionais quanto agraves praacuteticas de atenccedilatildeo agrave sauacutede para este grupo etaacuterio
Para desenvolver atividades num programa para adolescente exige-se um enfoque mais amplo natildeo apenas nos aspectos teacutecnico e bioloacutegico mas tambeacutem nos aspectos psicossociais histoacutericos sociais culturais poliacuteticos nos valores e comportamentos - e nem sempre os profissionais se sentem aptos para atuar nesta complexidade de saberes Aleacutem da multidisciplinaridade no trato com o adolescente os profissionais precisam buscar parcerias com outros setores a fim de obter melhor e maior efetividade nas accedilotildees de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede deste grupo etaacuterio
Da tendecircncia grupal aos grupos operativos com adolescentes a identificaccedilatildeo dos pares facilitando o processo de orientaccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede
Arauacutejo et al 2008
Oferecer aos profissionais de sauacutede o reconhecimento da estrateacutegia dos grupos operativos como forma de educaccedilatildeo em sauacutede e de enfrentamento das adversidades do cotidiano dos jovens
A aprendizagem ocupa lugar importante perante as mudanccedilas e eacute atraveacutes da capacidade do grupo e de cada um de seus integrantes que se torna possiacutevel o desenvolvimento de condutas alternativas diante das mudanccedilas atraveacutes da compreensatildeo e da accedilatildeo transformadora da realidade Repensar as praacuteticas educativas em sauacutede envolvendo adolescentes pressupotildee um novo olhar sobre o jovem e seu papel na famiacutelia escola e sociedade
Vulnerabilidade de pueacuterperas na visatildeo de equipes de sauacutede da famiacutelia ecircnfase em aspectos geracionais e adolescecircncia
Cabral et al 2010
Investigar a visatildeo de profissionais de ESFs sobre a vulnerabilidade de pueacuterperas quando estas satildeo adolescentes
A adolescecircncia foi percebida pelos profissionais das ESFs como uma fase de instabilidade fortemente marcada por crises dificuldades e atitudes irresponsaacuteveis caracteriacutesticas que repercutem de forma importante no puerpeacuterio produzindo situaccedilotildees de vulnerabilidade Olhar para a sauacutede das pueacuterperas adolescentes a partir da noccedilatildeo de vulnerabilidade possibilitou
21
compreender os processos de produccedilatildeo de sauacutede e natildeo sauacutede das adolescentes no puerpeacuterio para aleacutem de suas experiecircncias reprodutivas e em certa medida considerar que aspectos diversos estatildeo aiacute implicados
Promoccedilatildeo da Sauacutede Sexual desafios no Vale do Satildeo Francisco
Sampaio et al 2010
Discutir os impasses e desafios relacionados agrave implantaccedilatildeo de accedilotildees educativas em sauacutede sexual para adolescentes na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia da cidade de Petrolina ndash PE e Juazeiro - BA
Observou-se a inexistecircncia de accedilotildees educativas voltadas aos adolescentes justificada pela precariedade de infraestrutura pelo despreparo dos profissionais e pela falta de profissionais na rede O estudo aponta para a necessidade de se desenvolver praacuteticas educativas voltadas agrave sauacutede sexual dos adolescentes mais efetivas e contextualizadas nos dispositivos de sauacutede da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no Vale do Satildeo Francisco
Reflexotildees acerca do abuso de drogas e da violecircncia na adolescecircncia
Silva et al 2010
Accedilotildees de Educaccedilatildeo em Sauacutede para reflexatildeo criacutetica dos adolescentes sobre o uso abusivo de drogas e consequentes comportamentos violentos
Adolescentes experimentam as drogas por desinformaccedilatildeo curiosidade e faacutecil acesso O uso de drogas pode trazer violecircncia (atitudes agressivas) dificultando a sua compreensatildeo Educaccedilatildeo em Sauacutede pode trazer padratildeo de vida mais saudaacutevel facilitando a identificaccedilatildeo dos fatores de riscos e reduzindo a vulnerabilidade
Riscos e vulnerabilidades relacionados agrave sexualidade na adolescecircncia
Dias et al 2010 Objetivou-se relatar os efeitos das accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede junto agrave escola
Constatou-se que os adolescentes conhecem o preservativo masculino mas natildeo o utilizam Educaccedilatildeo deve estimular a reflexatildeo criacutetica sobre risco e vulnerabilidades relacionadas ao comportamento sexual
Pedagogia freireana como meacutetodo de prevenccedilatildeo de doenccedilas
Beserra et al 2011
Investigar a sexualidade de adolescentes do sexo masculino com a accedilatildeo educativa (circulo de cultura) na prevenccedilatildeo de doenccedilas sexualmente transmissiacuteveis
Os meninos associaram o sexo agrave sexualidade de forma predominante com pouca compreensatildeo da vulnerabilidade da praacutetica sexual desprotegida (incentivados precocemente ao iniacutecio da vida sexual) O ciacuterculo de cultura mostrou ser adequado propiciando a exposiccedilatildeo de duacutevidas o conhecimento da prevenccedilatildeo das DST e a capacitaccedilatildeo para repensar condutas
A educaccedilatildeo em sauacutede eacute um tema que haacute bastante tempo vem sendo
discutido poreacutem existem poucos estudos envolvendo estrateacutegias de educaccedilatildeo em
sauacutede com o uso de grupos operativos com adolescentes
22
Nos artigos consultados e selecionados foram identificadas duas
tendecircncias Alguns se concentraram em discussotildees relacionadas ao processo ao
preparo de profissionais que lidam com abordagens comunitaacuterias considerando a
melhor maneira da utilizaccedilatildeo deste meacutetodo Outros se detiveram em analisar os
resultados de experimentaccedilotildees com grupos operativos voltados para a educaccedilatildeo
para sauacutede Entre estes uacuteltimos foram considerados nesse estudo somente os
que tinham adolescentes como grupo de interesse
Quanto ao processo destaca-se a preocupaccedilatildeo em discutir e refletir sobre
o meacutetodo em si suas vantagens desvantagens e como conseguir os resultados
esperados Os autores consideram ser este um meacutetodo eficiente por possibilitar a
horizontalidade das relaccedilotildees facilitando a participaccedilatildeo ativa e o consequumlente
engajamento no processo de mudanccedila (ABDUCH 1999)
O trabalho com populaccedilotildees vulneraacuteveis a determinados riscos no caso os
adolescentes exige um trabalho efetivo para a promoccedilatildeo da sauacutede por meio do
controle e prevenccedilatildeo desses riscos O grupo operativo segundo Saito (2000)
permite que os participantes usem as informaccedilotildees adquiridas como instrumento
para ponderar as decisotildees e fazer escolhas mais adequadas Para o autor a
liberdade responsabilidade e compromisso valores possibilitados pelo grupo
operativo satildeo componentes importantes neste processo
O papel do coordenador de um grupo operativo eacute essencial para o sucesso
desejado Segundo Andaloacute (2001) o coordenador natildeo deve se colocar como
modelo a ser imitado mas como ldquoalgueacutem capaz de elaborar teoricamente os
fenocircmenos ocorridosrdquo facilitando a compreensatildeo do grupo com a devoluccedilatildeo
dessa liberaccedilatildeo A busca de condiccedilotildees para um futuro melhor seraacute facilitada
diante de um coordenador preparado (FERNANDES 2003)
Alguns estudos procuram contribuir com o trabalho de profissionais de
sauacutede especificamente os ligados aacute Atenccedilatildeo Primaacuteria Ferrari et al(2008)
considera primordial que sejam considerados no desenvolvimento de grupos
operativos para adolescentes aleacutem dos aspectos bioloacutegicos do que se quer
discutir tambeacutem os psicossociais histoacutericos culturais e poliacuteticos nos valores e
comportamentos expressos no grupo Assim sugerem fortemente a
multidisciplinaridade e intersetorialidade no trato com este grupo populacional
Segundo Araujo et al (2008) eacute necessaacuterio um novo olhar sobre o jovem e sua
23
relaccedilatildeo com a famiacutelia escola e sociedade nesse repensar das praacuteticas
educativas
Num trabalho de grupo operativo com pueacuterperas adolescentes Cabral et al
(2010) observou que os profissionais de sauacutede envolvidos no processo
compreenderam melhor a produccedilatildeo da sauacutede a partir do entendimento da
vulnerabilidade do grupo participante Os aspectos diversos implicados na
gestaccedilatildeo entre adolescentes foram aleacutem da experiecircncias reprodutivas
observadas
Muitas vezes o processo educativo empreendido pela equipes da estrateacutegia
Sauacutede da Famiacutelia enfrenta problemas com destaque para o despreparo do
profissional na rede Comportamentos saudaacuteveis seratildeo sempre mais efetivos
quanto mais forem contextualizados (SAMPAIO et al 2010)
Alguns estudos entre os consultados avaliam programas que adotaram o
meacutetodo do grupo operativo em atividades educativas para adolescentes
trabalhando questotildees de risco como sexualidade e doenccedilas sexualmente
transmissiacuteveis aacutelcool e drogas gravidez entre outros Pontos fortes da accedilatildeo
relacionados ao bom resultado foram apontados
Gomes et al (2005) observaram que com relaccedilatildeo aacute AIDS o trabalho em
grupo natildeo diferenciou os participantes quanto ao conhecimento adquirido mas
tornou os participantes do grupo operativo mais capazes de refletir e argumentar
formas de prevenccedilatildeo desta doenccedila
Esta reflexatildeo eacute fundamental na mudanccedila consciente de comportamento
Este fato foi observado com adolescentes num trabalho de educaccedilatildeo sexual
quando meninos declararam natildeo utilizar preservativo apesar de conhececirc-lo
comprovando a que eacute preciso mais do que informar (SILVA et al 2010)
A informaccedilatildeo clara e accessiacutevel acompanhada de transparecircncia e
sinceridade forma consideradas por Callani et al 2008 atributos imprescindiacuteveis
em um grupo operativo propiciando a criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes e
conferindo credibilidade ao trabalho
Assuntos como aacutelcool e drogas precisam ser claramente debatidos com
adolescentes Silva et al (2010) observaram que adolescentes experimentam as
drogas por desinformaccedilatildeo curiosidade e faacutecil acesso e isto pode trazer como
consequumlecircncia violecircncia
24
Meacutetodos de abordagem em grupos operativos tambeacutem tecircm sido testados
como no estudo Beserra et al (2011) que utilizou o circulo de cultura sugerido por
Paulo Freire para o trabalho de educaccedilatildeo sexual com adolescentes O meacutetodo
permitiu a exposiccedilatildeo de duacutevidas com tranquumlilidade o conhecimento da prevenccedilatildeo
da DST e a capacidade desenvolvida para repensar condutas
O grupo operativo mostrou que a convergecircncia de saberes cientiacutefico e
senso comum eacute uma das maneiras efetivas de se trabalhar com educaccedilatildeo para
sauacutede uma vez que dessa maneira as demandas satildeo explicitadas claramente
(FERREIRA et al 2007)
Os dados apresentados nos artigos objetos de estudo deste trabalho
indicaram que o uso do grupo operativo com adolescentes pode ser uma
importante ferramenta de trabalho para a Equipe de Sauacutede da Famiacutelia atraveacutes do
qual eacute possiacutevel pela verbalizaccedilatildeo dos questionamentos e dificuldades
problematizar discutir e provocar reflexotildees sobre situaccedilotildees pertinentes a esta
fase da vida Este mecanismo oferece agrave equipe de sauacutede informaccedilotildees que podem
ser utilizadas na elaboraccedilatildeo de propostas de trabalho para a sua aacuterea de
abrangecircncia Aleacutem disso carece de pouca infra-estrutura e tem um baixo custo de
aplicaccedilatildeo Este tipo de estrateacutegia deve ser utilizada pela equipe da sauacutede da
famiacutelia pois eacute um meio eficaz de prevenccedilatildeo para muitos agravos agrave sauacutede do
adolescente O grupo operativo com adolescentes atraveacutes da identificaccedilatildeo muacutetua
dos seus integrantes eacute capaz de promover haacutebitos saudaacuteveis de vida funcionando
como um indutor desse processo Essa identificaccedilatildeo serve tambeacutem para que
assuntos antes tratados com parcimocircnia sejam levados ao grupo sem temores e
de uma maneira natural
Os dados tambeacutem mostraram a falta de preparo dos profissionais no
atendimento aos adolescentes A inexistecircncia de accedilotildees educativas voltadas aos
adolescentes ora eacute justificada pela precariedade de infra-estrutura ora pelo
despreparo dos profissionais e ora pela falta de profissionais na rede
O estudo aponta para a necessidade de desenvolver mecanismos que
possam preparar profissionais para lidar com essa faixa etaacuteria Neste contexto a
utilizaccedilatildeo do grupo operativo parece pertinente e o Curso de Especializaccedilatildeo em
Sauacutede da Famiacutelia empenha-se em preencher esta lacuna da falta de preparo
desses profissionais do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
25
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Atraveacutes deste trabalho pretendia-se conhecer estrateacutegias com grupos
operativos voltadas para educaccedilatildeo de adolescentes Buscou-se tambeacutem
contribuir para o entendimento desta teacutecnica utilizada para promoccedilatildeo de sauacutede O
modelo ainda utilizado na assistecircncia ao adolescente natildeo considera este indiviacuteduo
na sua totalidade orgacircnica psicoloacutegica e sociocultural Esta simplificaccedilatildeo do
problema proveniente da utilizaccedilatildeo do modelo biomeacutedico de assistecircncia tem
comprometido uma melhor atenccedilatildeo a esta clientela O grupo operativo pode ser
uma ferramenta de grande ajuda para o trabalho educativo com adolescentes
Possibilita aleacutem de disponibilizar a informaccedilatildeo permitir a reflexatildeo critica e a
tomada de posiccedilatildeo para a adoccedilatildeo de comportamentos mais saudaacuteveis Este
levantamento permitiu observar tambeacutem que alguns profissionais desconhecem
este meio de estrateacutegia como forma de trabalho Desta forma podemos afirmar
que o grupo operativo pode ser eficaz se
- possibilitar a horizontalidade das relaccedilotildees
- facilitar a participaccedilatildeo ativa e o consequumlente engajamento no processo
de mudanccedila
- desenvolver a liberdade responsabilidade e compromisso
- aleacutem dos aspectos bioloacutegicos discutir tambeacutem os psicossociais
histoacutericos culturais e poliacuteticos nos valores e comportamentos expressos no
grupo
- provocar em seus integrantes reflexatildeo e estimular a argumentaccedilatildeo de
questotildees importantes para o grupo
- problematizar as questotildees impostas atraveacutes da verbalizaccedilatildeo dos
questionamentos e dificuldades
No entanto o sucesso desta atividade estaraacute condicionado ao preparo dos
profissionais envolvidos no sentido de adotar posturas natildeo autoritaacuterias numa
relaccedilatildeo horizontal com conversas abertas e linguagem clara Deste modo
podemos considerar que
26
- eacute necessaacuterio um novo olhar sobre o jovem e sua relaccedilatildeo com a famiacutelia
escola e sociedade nesse repensar das praacuteticas educativas
- O papel do coordenador de um grupo operativo eacute essencial para o
sucesso desejado Ele nunca deve se colocar como um modelo a ser imitado
- este mecanismo oferece agrave equipe de sauacutede informaccedilotildees que podem ser
utilizadas na elaboraccedilatildeo de propostas de trabalho para a sua aacuterea de
abrangecircncia
- este meacutetodo carece de pouca infra-estrutura e tem um baixo custo de
aplicaccedilatildeo
- a informaccedilatildeo clara e accessiacutevel acompanhada de transparecircncia e
sinceridade satildeo atributos imprescindiacuteveis em um grupo operativo propiciando a
criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes e conferindo credibilidade ao trabalho
- eacute preciso desenvolver mecanismos que possam preparar profissionais
para lidar com essa faixa etaacuteria
Neste contexto a utilizaccedilatildeo do grupo operativo parece pertinente e o
Curso de Especializaccedilatildeo em Sauacutede da Famiacutelia empenha-se em preencher esta
lacuna da falta de preparo desses profissionais do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
Atraveacutes da conduccedilatildeo deste trabalho pude refletir e teorizar sobre a minha
praacutetica profissional Percebi que havia muitas deficiecircncias em minha formaccedilatildeo e o
curso de especializaccedilatildeo me ajudou a sanar muitas delas Pude concluir tambeacutem o
quanto eacute importante esta preparaccedilatildeo contiacutenua do profissional Gostaria de
destacar entatildeo a necessidade de capacitaccedilatildeo profissional para aqueles que se
propotildee a trabalhar com atenccedilatildeo baacutesica A meu ver eacute um passo importante em
direccedilatildeo a um melhor atendimento ao adolescente
27
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 1 ABDUCH C Grupos operativos com adolescentes In SCHOR N
MOTA M SFT BRANCO VC (Orgs)Cadernos juventude sauacutede e
desenvolvimento Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1999 p289-300
2 AFONSO MLM et al Oficinas em dinacircmica de grupo na aacuterea da
sauacutedeSatildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo2010PP 63
3 ANDALOacute CSA O papel do coordenador de grupos Psicol USP
Vol12 ndeg 1 Satildeo Paulo 2001
4 ARAUacuteJO A et al Da tendecircncia grupal aos grupos operativos com
adolescentes a identificaccedilatildeo dos pares facilitando o processo de
orientaccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede Rev Med Minas Gerais 2008 18(4
Supl 1) S12
5 BESERRA EP TORRES CA PINHEIRO PNC ALVES MDS
BARROSO MGT Pedagogia freireana como meacutetodo de prevenccedilatildeo
de doenccedilas Ciecircnc sauacutede coletiva [online] 2011 vol16 suppl1 pp
1563-1570
6 BOtildeCKVR SARRIERAJC O grupo operativo intervindo na
Siacutendrome de Burnout PsicolEscEduc10(1)31-39 jan-
jun2006ilusttab
7 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede do Adolescente Brasiacutelia 2005
Disponiacutevel em http wwwsaudegovbr
8 CABRAL FB and OLIVEIRA DLLC Vulnerabilidade de Pueacuterperas
na Visatildeo de Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Ecircnfase em Aspectos
Geracionais e Adolescecircncia Revista de Enfermagem da USP 2010
44(2) 368-75
9 CALLANI MFCJ OTANI MAP Accedilotildees Educativas com
Adolescentes uma Intervenccedilatildeo Necessaacuteria REME revminenferm
12(2) 195-200 abr-jun 2008
28
10 CANNON L R C BOTTINI B A Sauacutede e juventude o cenaacuterio das
poliacuteticas puacuteblicas no Brasil In Brasil Ministeacuterio do Planejamento e
Orccedilamento Jovens acontecendo na trilha das poliacuteticas puacuteblicas Brasiacutelia CNPD1998 p 397-416 v1
11 FERNANDES WJ A Importacircncia dos Grupos Hoje Rev
SPAGESP [online] 2003 vol4 n4 pp 83-91 ISSN 1677-2970
12 FERRARI RAP THOMSON Z and MELCHIOR R Adolescecircncia
accedilotildees e percepccedilatildeo dos meacutedicos e enfermeiros do Programa de Sauacutede
da Famiacutelia Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 22(11)2491-2495
nov 2006
13 FERREIRA MA ALVIM NAT TEIXEIRA MLO VELOSO RC
Saberes de adolescentes estilo de vida e cuidado agrave sauacutede Texto
contexto - enferm [online] 2007 vol16 n2 pp 217-224
14 FORTUNA CM et al O Trabalho de Equipe no Programa de Sauacutede
da Famiacutelia Reflexotildees a Partir de Conceitos do Processo Grupal e de
Grupos Operativos Rev Latino-Am Enfermagem vol13 no2 Ribeiratildeo
Preto MarApr 2005
15 GOMES R ASSIS SG SOUZA ER DESLANDES SF NJAINE K
MALAQUIAS JF Informaccedilotildees e valores de jovens sobre a Aids
avaliaccedilatildeo de escolares de trecircs cidades brasileiras Ciecircnc sauacutede
coletiva [online] 2005 vol10 n2 pp 381-388
16 JEOLAacuteS LS FERRARI RAP Oficinas de prevenccedilatildeo em um serviccedilo
de sauacutede para adolescentes espaccedilo de reflexatildeo e de conhecimento
compartilhado Ciecircnc Sauacutede Coletiva 2003 8611-20
17 LUCCHESE R BARROS S A utilizaccedilatildeo do grupo operativo como
meacutetodo de coleta de dados em pesquisa qualitativa Rev Eletr Enf
[Internet] 2007 9(3)796-805 Available
from httpwwwfenufgbrrevistav9n3v9n3a18htm
18 LUCCHESE R BARROS S Grupo operativo como estrateacutegia
pedagoacutegica em um curso de graduaccedilatildeo em enfermagem um
continente para as vivecircncias dos alunos quartanistas Rev Esc Enferm
USP 2002 36(1) 66-74
29
19 MACIEL RHMO et al O Multiprofissionalismo em sauacutede e a
interaccedilatildeo das equipes do programa de sauacutede da famiacutelia Observatoacuterio de Recursos Humanos em Sauacutede Estaccedilatildeo CETREDE UFC UECE
Fortaleza2007
20 SAITO MI Adolescecircncia prevenccedilatildeo e risco Satildeo Paulo Atheneu
2001
21 SAMPAIO J SANTOS RC PAIXAtildeOLA TORRES TS -
Promoccedilatildeo da Sauacutede Sexual Desafios no Vale do Satildeo Francisco
Psicologia amp Sociedade 22 (3) 499-506 2010
22 SILVA ARV et al Educaccedilatildeo em sauacutede a portadores de Diabetes
Mellitus tipo 2revisatildeo bibliograacutefica RevRENE (10)3146-151 jul-
set2009
23 SILVA KL DIAS FLA VIEIRA NFC PINHEIRO PNC
Reflexotildees acerca do abuso de drogas e da violecircncia na adolescecircncia
Esc Anna Nery [online] 2010 vol14 n3 pp 605-610
24 SILVA KL DIAS FLA VIEIRA NFC PINHEIRO PNC MAIA
CC Riscos e vulnerabilidades relacionados agrave sexualidade na
adolescecircncia Rev enferm UERJ 18(3) 456-461 jul-set 2010
19
O papel do coordenador de grupos
Andaloacute 2001
Provocar uma reflexatildeo sobre a coordenaccedilatildeo de grupos
Ao professor natildeo cabe dizer ldquofaccedila como eurdquo mas ldquofaccedila comigordquo O professor eacute um simples mediador Egrave preciso sempre procurar liberar os trabalhos com grupos de seu caraacuteter ideoloacutegico criando conceitos que coloquem o coordenador natildeo como um modelo a ser seguido ou imitado mas como algueacutem capaz de elaborar teoricamente os fenocircmenos ocorridos E devolvecirc-los ao grupo de forma a ampliar sua compreensatildeo
A Importacircncia dos Grupos Hoje
Fernandes 2003
Mostrar a visatildeo geral dos grupos hoje e qual sua importacircncia futura
Em qualquer grupo os niacuteveis conscientes e inconscientes de funcionamento grupal satildeo os mesmos e os participantes tem as mesmas afliccedilotildees e pedidos baacutesicos O que deve variar eacute a atitude do coordenador do grupo O grupo eacute o espaccedilo continente e facilitador da busca de condiccedilotildees para um futuro melhor
Informaccedilotildees e valores de jovens sobre a AIDS avaliaccedilatildeo de escolares de trecircs cidades brasileiras
Gomes et al 2005
Avaliar as informaccedilotildees e os valores relativos agrave AIDS entre jovens escolares em trecircs cidades brasileiras
O Programa natildeo teve efeito sobre o niacutevel de informaccedilatildeo acerca da AIDS mas o Programa revelou capacidade de reflexatildeo e de argumentaccedilatildeo sobre formas de prevenccedilatildeo da transmissatildeo da AIDS
Saberes de adolescentes estilo de vida e cuidado agrave sauacutede
Ferreira et al 2007
Conhecer as concepccedilotildees dos adolescentes sobre sauacutede e como estas se articulam com as suas praacuteticas de cuidado no processo de adolescer
Concepccedilotildees de sauacutede satildeo um modo de viver a vida e originam praacuteticas de cuidado que se articulam aos estilos de vida peculiares agrave adolescecircncia A convergecircncia dos saberes cientiacuteficos e do senso comum eacute necessaacuteria agrave praacutetica de educaccedilatildeo em sauacutede para atendimento das demandas de cuidado de interesse dos sujeitos
20
Accedilotildees educativas com adolescentes uma intervenccedilatildeo necessaacuteria
Callani et al 2008
Analisar a percepccedilatildeo de adolescentes que participaram de um grupo de educaccedilatildeo em sauacutede em uma Unidade de Sauacutede da Famiacutelia
Aleacutem da famiacutelia considera-se fundamental a participaccedilatildeo da escola e dos serviccedilos de sauacutede na educaccedilatildeo sexual Nos grupos o coordenador ou mediador necessita utilizar estrateacutegias para facilitar a criaccedilatildeo de viacutenculo A comunicaccedilatildeo clara e acessiacutevel associada agrave transparecircncia e agrave sinceridade propicia a criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes conferindo credibilidade ao trabalho
Adolescecircncia accedilotildees e percepccedilatildeo dos meacutedicos e enfermeiros do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
Ferrari et al 2008
Caracterizar as accedilotildees programaacuteticas preventivas e de intervenccedilatildeo aos adolescentes desenvolvidas pelos meacutedicos e enfermeiros da Sauacutede da Famiacutelia e analisar a percepccedilatildeo dos profissionais quanto agraves praacuteticas de atenccedilatildeo agrave sauacutede para este grupo etaacuterio
Para desenvolver atividades num programa para adolescente exige-se um enfoque mais amplo natildeo apenas nos aspectos teacutecnico e bioloacutegico mas tambeacutem nos aspectos psicossociais histoacutericos sociais culturais poliacuteticos nos valores e comportamentos - e nem sempre os profissionais se sentem aptos para atuar nesta complexidade de saberes Aleacutem da multidisciplinaridade no trato com o adolescente os profissionais precisam buscar parcerias com outros setores a fim de obter melhor e maior efetividade nas accedilotildees de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede deste grupo etaacuterio
Da tendecircncia grupal aos grupos operativos com adolescentes a identificaccedilatildeo dos pares facilitando o processo de orientaccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede
Arauacutejo et al 2008
Oferecer aos profissionais de sauacutede o reconhecimento da estrateacutegia dos grupos operativos como forma de educaccedilatildeo em sauacutede e de enfrentamento das adversidades do cotidiano dos jovens
A aprendizagem ocupa lugar importante perante as mudanccedilas e eacute atraveacutes da capacidade do grupo e de cada um de seus integrantes que se torna possiacutevel o desenvolvimento de condutas alternativas diante das mudanccedilas atraveacutes da compreensatildeo e da accedilatildeo transformadora da realidade Repensar as praacuteticas educativas em sauacutede envolvendo adolescentes pressupotildee um novo olhar sobre o jovem e seu papel na famiacutelia escola e sociedade
Vulnerabilidade de pueacuterperas na visatildeo de equipes de sauacutede da famiacutelia ecircnfase em aspectos geracionais e adolescecircncia
Cabral et al 2010
Investigar a visatildeo de profissionais de ESFs sobre a vulnerabilidade de pueacuterperas quando estas satildeo adolescentes
A adolescecircncia foi percebida pelos profissionais das ESFs como uma fase de instabilidade fortemente marcada por crises dificuldades e atitudes irresponsaacuteveis caracteriacutesticas que repercutem de forma importante no puerpeacuterio produzindo situaccedilotildees de vulnerabilidade Olhar para a sauacutede das pueacuterperas adolescentes a partir da noccedilatildeo de vulnerabilidade possibilitou
21
compreender os processos de produccedilatildeo de sauacutede e natildeo sauacutede das adolescentes no puerpeacuterio para aleacutem de suas experiecircncias reprodutivas e em certa medida considerar que aspectos diversos estatildeo aiacute implicados
Promoccedilatildeo da Sauacutede Sexual desafios no Vale do Satildeo Francisco
Sampaio et al 2010
Discutir os impasses e desafios relacionados agrave implantaccedilatildeo de accedilotildees educativas em sauacutede sexual para adolescentes na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia da cidade de Petrolina ndash PE e Juazeiro - BA
Observou-se a inexistecircncia de accedilotildees educativas voltadas aos adolescentes justificada pela precariedade de infraestrutura pelo despreparo dos profissionais e pela falta de profissionais na rede O estudo aponta para a necessidade de se desenvolver praacuteticas educativas voltadas agrave sauacutede sexual dos adolescentes mais efetivas e contextualizadas nos dispositivos de sauacutede da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no Vale do Satildeo Francisco
Reflexotildees acerca do abuso de drogas e da violecircncia na adolescecircncia
Silva et al 2010
Accedilotildees de Educaccedilatildeo em Sauacutede para reflexatildeo criacutetica dos adolescentes sobre o uso abusivo de drogas e consequentes comportamentos violentos
Adolescentes experimentam as drogas por desinformaccedilatildeo curiosidade e faacutecil acesso O uso de drogas pode trazer violecircncia (atitudes agressivas) dificultando a sua compreensatildeo Educaccedilatildeo em Sauacutede pode trazer padratildeo de vida mais saudaacutevel facilitando a identificaccedilatildeo dos fatores de riscos e reduzindo a vulnerabilidade
Riscos e vulnerabilidades relacionados agrave sexualidade na adolescecircncia
Dias et al 2010 Objetivou-se relatar os efeitos das accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede junto agrave escola
Constatou-se que os adolescentes conhecem o preservativo masculino mas natildeo o utilizam Educaccedilatildeo deve estimular a reflexatildeo criacutetica sobre risco e vulnerabilidades relacionadas ao comportamento sexual
Pedagogia freireana como meacutetodo de prevenccedilatildeo de doenccedilas
Beserra et al 2011
Investigar a sexualidade de adolescentes do sexo masculino com a accedilatildeo educativa (circulo de cultura) na prevenccedilatildeo de doenccedilas sexualmente transmissiacuteveis
Os meninos associaram o sexo agrave sexualidade de forma predominante com pouca compreensatildeo da vulnerabilidade da praacutetica sexual desprotegida (incentivados precocemente ao iniacutecio da vida sexual) O ciacuterculo de cultura mostrou ser adequado propiciando a exposiccedilatildeo de duacutevidas o conhecimento da prevenccedilatildeo das DST e a capacitaccedilatildeo para repensar condutas
A educaccedilatildeo em sauacutede eacute um tema que haacute bastante tempo vem sendo
discutido poreacutem existem poucos estudos envolvendo estrateacutegias de educaccedilatildeo em
sauacutede com o uso de grupos operativos com adolescentes
22
Nos artigos consultados e selecionados foram identificadas duas
tendecircncias Alguns se concentraram em discussotildees relacionadas ao processo ao
preparo de profissionais que lidam com abordagens comunitaacuterias considerando a
melhor maneira da utilizaccedilatildeo deste meacutetodo Outros se detiveram em analisar os
resultados de experimentaccedilotildees com grupos operativos voltados para a educaccedilatildeo
para sauacutede Entre estes uacuteltimos foram considerados nesse estudo somente os
que tinham adolescentes como grupo de interesse
Quanto ao processo destaca-se a preocupaccedilatildeo em discutir e refletir sobre
o meacutetodo em si suas vantagens desvantagens e como conseguir os resultados
esperados Os autores consideram ser este um meacutetodo eficiente por possibilitar a
horizontalidade das relaccedilotildees facilitando a participaccedilatildeo ativa e o consequumlente
engajamento no processo de mudanccedila (ABDUCH 1999)
O trabalho com populaccedilotildees vulneraacuteveis a determinados riscos no caso os
adolescentes exige um trabalho efetivo para a promoccedilatildeo da sauacutede por meio do
controle e prevenccedilatildeo desses riscos O grupo operativo segundo Saito (2000)
permite que os participantes usem as informaccedilotildees adquiridas como instrumento
para ponderar as decisotildees e fazer escolhas mais adequadas Para o autor a
liberdade responsabilidade e compromisso valores possibilitados pelo grupo
operativo satildeo componentes importantes neste processo
O papel do coordenador de um grupo operativo eacute essencial para o sucesso
desejado Segundo Andaloacute (2001) o coordenador natildeo deve se colocar como
modelo a ser imitado mas como ldquoalgueacutem capaz de elaborar teoricamente os
fenocircmenos ocorridosrdquo facilitando a compreensatildeo do grupo com a devoluccedilatildeo
dessa liberaccedilatildeo A busca de condiccedilotildees para um futuro melhor seraacute facilitada
diante de um coordenador preparado (FERNANDES 2003)
Alguns estudos procuram contribuir com o trabalho de profissionais de
sauacutede especificamente os ligados aacute Atenccedilatildeo Primaacuteria Ferrari et al(2008)
considera primordial que sejam considerados no desenvolvimento de grupos
operativos para adolescentes aleacutem dos aspectos bioloacutegicos do que se quer
discutir tambeacutem os psicossociais histoacutericos culturais e poliacuteticos nos valores e
comportamentos expressos no grupo Assim sugerem fortemente a
multidisciplinaridade e intersetorialidade no trato com este grupo populacional
Segundo Araujo et al (2008) eacute necessaacuterio um novo olhar sobre o jovem e sua
23
relaccedilatildeo com a famiacutelia escola e sociedade nesse repensar das praacuteticas
educativas
Num trabalho de grupo operativo com pueacuterperas adolescentes Cabral et al
(2010) observou que os profissionais de sauacutede envolvidos no processo
compreenderam melhor a produccedilatildeo da sauacutede a partir do entendimento da
vulnerabilidade do grupo participante Os aspectos diversos implicados na
gestaccedilatildeo entre adolescentes foram aleacutem da experiecircncias reprodutivas
observadas
Muitas vezes o processo educativo empreendido pela equipes da estrateacutegia
Sauacutede da Famiacutelia enfrenta problemas com destaque para o despreparo do
profissional na rede Comportamentos saudaacuteveis seratildeo sempre mais efetivos
quanto mais forem contextualizados (SAMPAIO et al 2010)
Alguns estudos entre os consultados avaliam programas que adotaram o
meacutetodo do grupo operativo em atividades educativas para adolescentes
trabalhando questotildees de risco como sexualidade e doenccedilas sexualmente
transmissiacuteveis aacutelcool e drogas gravidez entre outros Pontos fortes da accedilatildeo
relacionados ao bom resultado foram apontados
Gomes et al (2005) observaram que com relaccedilatildeo aacute AIDS o trabalho em
grupo natildeo diferenciou os participantes quanto ao conhecimento adquirido mas
tornou os participantes do grupo operativo mais capazes de refletir e argumentar
formas de prevenccedilatildeo desta doenccedila
Esta reflexatildeo eacute fundamental na mudanccedila consciente de comportamento
Este fato foi observado com adolescentes num trabalho de educaccedilatildeo sexual
quando meninos declararam natildeo utilizar preservativo apesar de conhececirc-lo
comprovando a que eacute preciso mais do que informar (SILVA et al 2010)
A informaccedilatildeo clara e accessiacutevel acompanhada de transparecircncia e
sinceridade forma consideradas por Callani et al 2008 atributos imprescindiacuteveis
em um grupo operativo propiciando a criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes e
conferindo credibilidade ao trabalho
Assuntos como aacutelcool e drogas precisam ser claramente debatidos com
adolescentes Silva et al (2010) observaram que adolescentes experimentam as
drogas por desinformaccedilatildeo curiosidade e faacutecil acesso e isto pode trazer como
consequumlecircncia violecircncia
24
Meacutetodos de abordagem em grupos operativos tambeacutem tecircm sido testados
como no estudo Beserra et al (2011) que utilizou o circulo de cultura sugerido por
Paulo Freire para o trabalho de educaccedilatildeo sexual com adolescentes O meacutetodo
permitiu a exposiccedilatildeo de duacutevidas com tranquumlilidade o conhecimento da prevenccedilatildeo
da DST e a capacidade desenvolvida para repensar condutas
O grupo operativo mostrou que a convergecircncia de saberes cientiacutefico e
senso comum eacute uma das maneiras efetivas de se trabalhar com educaccedilatildeo para
sauacutede uma vez que dessa maneira as demandas satildeo explicitadas claramente
(FERREIRA et al 2007)
Os dados apresentados nos artigos objetos de estudo deste trabalho
indicaram que o uso do grupo operativo com adolescentes pode ser uma
importante ferramenta de trabalho para a Equipe de Sauacutede da Famiacutelia atraveacutes do
qual eacute possiacutevel pela verbalizaccedilatildeo dos questionamentos e dificuldades
problematizar discutir e provocar reflexotildees sobre situaccedilotildees pertinentes a esta
fase da vida Este mecanismo oferece agrave equipe de sauacutede informaccedilotildees que podem
ser utilizadas na elaboraccedilatildeo de propostas de trabalho para a sua aacuterea de
abrangecircncia Aleacutem disso carece de pouca infra-estrutura e tem um baixo custo de
aplicaccedilatildeo Este tipo de estrateacutegia deve ser utilizada pela equipe da sauacutede da
famiacutelia pois eacute um meio eficaz de prevenccedilatildeo para muitos agravos agrave sauacutede do
adolescente O grupo operativo com adolescentes atraveacutes da identificaccedilatildeo muacutetua
dos seus integrantes eacute capaz de promover haacutebitos saudaacuteveis de vida funcionando
como um indutor desse processo Essa identificaccedilatildeo serve tambeacutem para que
assuntos antes tratados com parcimocircnia sejam levados ao grupo sem temores e
de uma maneira natural
Os dados tambeacutem mostraram a falta de preparo dos profissionais no
atendimento aos adolescentes A inexistecircncia de accedilotildees educativas voltadas aos
adolescentes ora eacute justificada pela precariedade de infra-estrutura ora pelo
despreparo dos profissionais e ora pela falta de profissionais na rede
O estudo aponta para a necessidade de desenvolver mecanismos que
possam preparar profissionais para lidar com essa faixa etaacuteria Neste contexto a
utilizaccedilatildeo do grupo operativo parece pertinente e o Curso de Especializaccedilatildeo em
Sauacutede da Famiacutelia empenha-se em preencher esta lacuna da falta de preparo
desses profissionais do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
25
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Atraveacutes deste trabalho pretendia-se conhecer estrateacutegias com grupos
operativos voltadas para educaccedilatildeo de adolescentes Buscou-se tambeacutem
contribuir para o entendimento desta teacutecnica utilizada para promoccedilatildeo de sauacutede O
modelo ainda utilizado na assistecircncia ao adolescente natildeo considera este indiviacuteduo
na sua totalidade orgacircnica psicoloacutegica e sociocultural Esta simplificaccedilatildeo do
problema proveniente da utilizaccedilatildeo do modelo biomeacutedico de assistecircncia tem
comprometido uma melhor atenccedilatildeo a esta clientela O grupo operativo pode ser
uma ferramenta de grande ajuda para o trabalho educativo com adolescentes
Possibilita aleacutem de disponibilizar a informaccedilatildeo permitir a reflexatildeo critica e a
tomada de posiccedilatildeo para a adoccedilatildeo de comportamentos mais saudaacuteveis Este
levantamento permitiu observar tambeacutem que alguns profissionais desconhecem
este meio de estrateacutegia como forma de trabalho Desta forma podemos afirmar
que o grupo operativo pode ser eficaz se
- possibilitar a horizontalidade das relaccedilotildees
- facilitar a participaccedilatildeo ativa e o consequumlente engajamento no processo
de mudanccedila
- desenvolver a liberdade responsabilidade e compromisso
- aleacutem dos aspectos bioloacutegicos discutir tambeacutem os psicossociais
histoacutericos culturais e poliacuteticos nos valores e comportamentos expressos no
grupo
- provocar em seus integrantes reflexatildeo e estimular a argumentaccedilatildeo de
questotildees importantes para o grupo
- problematizar as questotildees impostas atraveacutes da verbalizaccedilatildeo dos
questionamentos e dificuldades
No entanto o sucesso desta atividade estaraacute condicionado ao preparo dos
profissionais envolvidos no sentido de adotar posturas natildeo autoritaacuterias numa
relaccedilatildeo horizontal com conversas abertas e linguagem clara Deste modo
podemos considerar que
26
- eacute necessaacuterio um novo olhar sobre o jovem e sua relaccedilatildeo com a famiacutelia
escola e sociedade nesse repensar das praacuteticas educativas
- O papel do coordenador de um grupo operativo eacute essencial para o
sucesso desejado Ele nunca deve se colocar como um modelo a ser imitado
- este mecanismo oferece agrave equipe de sauacutede informaccedilotildees que podem ser
utilizadas na elaboraccedilatildeo de propostas de trabalho para a sua aacuterea de
abrangecircncia
- este meacutetodo carece de pouca infra-estrutura e tem um baixo custo de
aplicaccedilatildeo
- a informaccedilatildeo clara e accessiacutevel acompanhada de transparecircncia e
sinceridade satildeo atributos imprescindiacuteveis em um grupo operativo propiciando a
criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes e conferindo credibilidade ao trabalho
- eacute preciso desenvolver mecanismos que possam preparar profissionais
para lidar com essa faixa etaacuteria
Neste contexto a utilizaccedilatildeo do grupo operativo parece pertinente e o
Curso de Especializaccedilatildeo em Sauacutede da Famiacutelia empenha-se em preencher esta
lacuna da falta de preparo desses profissionais do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
Atraveacutes da conduccedilatildeo deste trabalho pude refletir e teorizar sobre a minha
praacutetica profissional Percebi que havia muitas deficiecircncias em minha formaccedilatildeo e o
curso de especializaccedilatildeo me ajudou a sanar muitas delas Pude concluir tambeacutem o
quanto eacute importante esta preparaccedilatildeo contiacutenua do profissional Gostaria de
destacar entatildeo a necessidade de capacitaccedilatildeo profissional para aqueles que se
propotildee a trabalhar com atenccedilatildeo baacutesica A meu ver eacute um passo importante em
direccedilatildeo a um melhor atendimento ao adolescente
27
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 1 ABDUCH C Grupos operativos com adolescentes In SCHOR N
MOTA M SFT BRANCO VC (Orgs)Cadernos juventude sauacutede e
desenvolvimento Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1999 p289-300
2 AFONSO MLM et al Oficinas em dinacircmica de grupo na aacuterea da
sauacutedeSatildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo2010PP 63
3 ANDALOacute CSA O papel do coordenador de grupos Psicol USP
Vol12 ndeg 1 Satildeo Paulo 2001
4 ARAUacuteJO A et al Da tendecircncia grupal aos grupos operativos com
adolescentes a identificaccedilatildeo dos pares facilitando o processo de
orientaccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede Rev Med Minas Gerais 2008 18(4
Supl 1) S12
5 BESERRA EP TORRES CA PINHEIRO PNC ALVES MDS
BARROSO MGT Pedagogia freireana como meacutetodo de prevenccedilatildeo
de doenccedilas Ciecircnc sauacutede coletiva [online] 2011 vol16 suppl1 pp
1563-1570
6 BOtildeCKVR SARRIERAJC O grupo operativo intervindo na
Siacutendrome de Burnout PsicolEscEduc10(1)31-39 jan-
jun2006ilusttab
7 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede do Adolescente Brasiacutelia 2005
Disponiacutevel em http wwwsaudegovbr
8 CABRAL FB and OLIVEIRA DLLC Vulnerabilidade de Pueacuterperas
na Visatildeo de Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Ecircnfase em Aspectos
Geracionais e Adolescecircncia Revista de Enfermagem da USP 2010
44(2) 368-75
9 CALLANI MFCJ OTANI MAP Accedilotildees Educativas com
Adolescentes uma Intervenccedilatildeo Necessaacuteria REME revminenferm
12(2) 195-200 abr-jun 2008
28
10 CANNON L R C BOTTINI B A Sauacutede e juventude o cenaacuterio das
poliacuteticas puacuteblicas no Brasil In Brasil Ministeacuterio do Planejamento e
Orccedilamento Jovens acontecendo na trilha das poliacuteticas puacuteblicas Brasiacutelia CNPD1998 p 397-416 v1
11 FERNANDES WJ A Importacircncia dos Grupos Hoje Rev
SPAGESP [online] 2003 vol4 n4 pp 83-91 ISSN 1677-2970
12 FERRARI RAP THOMSON Z and MELCHIOR R Adolescecircncia
accedilotildees e percepccedilatildeo dos meacutedicos e enfermeiros do Programa de Sauacutede
da Famiacutelia Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 22(11)2491-2495
nov 2006
13 FERREIRA MA ALVIM NAT TEIXEIRA MLO VELOSO RC
Saberes de adolescentes estilo de vida e cuidado agrave sauacutede Texto
contexto - enferm [online] 2007 vol16 n2 pp 217-224
14 FORTUNA CM et al O Trabalho de Equipe no Programa de Sauacutede
da Famiacutelia Reflexotildees a Partir de Conceitos do Processo Grupal e de
Grupos Operativos Rev Latino-Am Enfermagem vol13 no2 Ribeiratildeo
Preto MarApr 2005
15 GOMES R ASSIS SG SOUZA ER DESLANDES SF NJAINE K
MALAQUIAS JF Informaccedilotildees e valores de jovens sobre a Aids
avaliaccedilatildeo de escolares de trecircs cidades brasileiras Ciecircnc sauacutede
coletiva [online] 2005 vol10 n2 pp 381-388
16 JEOLAacuteS LS FERRARI RAP Oficinas de prevenccedilatildeo em um serviccedilo
de sauacutede para adolescentes espaccedilo de reflexatildeo e de conhecimento
compartilhado Ciecircnc Sauacutede Coletiva 2003 8611-20
17 LUCCHESE R BARROS S A utilizaccedilatildeo do grupo operativo como
meacutetodo de coleta de dados em pesquisa qualitativa Rev Eletr Enf
[Internet] 2007 9(3)796-805 Available
from httpwwwfenufgbrrevistav9n3v9n3a18htm
18 LUCCHESE R BARROS S Grupo operativo como estrateacutegia
pedagoacutegica em um curso de graduaccedilatildeo em enfermagem um
continente para as vivecircncias dos alunos quartanistas Rev Esc Enferm
USP 2002 36(1) 66-74
29
19 MACIEL RHMO et al O Multiprofissionalismo em sauacutede e a
interaccedilatildeo das equipes do programa de sauacutede da famiacutelia Observatoacuterio de Recursos Humanos em Sauacutede Estaccedilatildeo CETREDE UFC UECE
Fortaleza2007
20 SAITO MI Adolescecircncia prevenccedilatildeo e risco Satildeo Paulo Atheneu
2001
21 SAMPAIO J SANTOS RC PAIXAtildeOLA TORRES TS -
Promoccedilatildeo da Sauacutede Sexual Desafios no Vale do Satildeo Francisco
Psicologia amp Sociedade 22 (3) 499-506 2010
22 SILVA ARV et al Educaccedilatildeo em sauacutede a portadores de Diabetes
Mellitus tipo 2revisatildeo bibliograacutefica RevRENE (10)3146-151 jul-
set2009
23 SILVA KL DIAS FLA VIEIRA NFC PINHEIRO PNC
Reflexotildees acerca do abuso de drogas e da violecircncia na adolescecircncia
Esc Anna Nery [online] 2010 vol14 n3 pp 605-610
24 SILVA KL DIAS FLA VIEIRA NFC PINHEIRO PNC MAIA
CC Riscos e vulnerabilidades relacionados agrave sexualidade na
adolescecircncia Rev enferm UERJ 18(3) 456-461 jul-set 2010
20
Accedilotildees educativas com adolescentes uma intervenccedilatildeo necessaacuteria
Callani et al 2008
Analisar a percepccedilatildeo de adolescentes que participaram de um grupo de educaccedilatildeo em sauacutede em uma Unidade de Sauacutede da Famiacutelia
Aleacutem da famiacutelia considera-se fundamental a participaccedilatildeo da escola e dos serviccedilos de sauacutede na educaccedilatildeo sexual Nos grupos o coordenador ou mediador necessita utilizar estrateacutegias para facilitar a criaccedilatildeo de viacutenculo A comunicaccedilatildeo clara e acessiacutevel associada agrave transparecircncia e agrave sinceridade propicia a criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes conferindo credibilidade ao trabalho
Adolescecircncia accedilotildees e percepccedilatildeo dos meacutedicos e enfermeiros do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
Ferrari et al 2008
Caracterizar as accedilotildees programaacuteticas preventivas e de intervenccedilatildeo aos adolescentes desenvolvidas pelos meacutedicos e enfermeiros da Sauacutede da Famiacutelia e analisar a percepccedilatildeo dos profissionais quanto agraves praacuteticas de atenccedilatildeo agrave sauacutede para este grupo etaacuterio
Para desenvolver atividades num programa para adolescente exige-se um enfoque mais amplo natildeo apenas nos aspectos teacutecnico e bioloacutegico mas tambeacutem nos aspectos psicossociais histoacutericos sociais culturais poliacuteticos nos valores e comportamentos - e nem sempre os profissionais se sentem aptos para atuar nesta complexidade de saberes Aleacutem da multidisciplinaridade no trato com o adolescente os profissionais precisam buscar parcerias com outros setores a fim de obter melhor e maior efetividade nas accedilotildees de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede deste grupo etaacuterio
Da tendecircncia grupal aos grupos operativos com adolescentes a identificaccedilatildeo dos pares facilitando o processo de orientaccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede
Arauacutejo et al 2008
Oferecer aos profissionais de sauacutede o reconhecimento da estrateacutegia dos grupos operativos como forma de educaccedilatildeo em sauacutede e de enfrentamento das adversidades do cotidiano dos jovens
A aprendizagem ocupa lugar importante perante as mudanccedilas e eacute atraveacutes da capacidade do grupo e de cada um de seus integrantes que se torna possiacutevel o desenvolvimento de condutas alternativas diante das mudanccedilas atraveacutes da compreensatildeo e da accedilatildeo transformadora da realidade Repensar as praacuteticas educativas em sauacutede envolvendo adolescentes pressupotildee um novo olhar sobre o jovem e seu papel na famiacutelia escola e sociedade
Vulnerabilidade de pueacuterperas na visatildeo de equipes de sauacutede da famiacutelia ecircnfase em aspectos geracionais e adolescecircncia
Cabral et al 2010
Investigar a visatildeo de profissionais de ESFs sobre a vulnerabilidade de pueacuterperas quando estas satildeo adolescentes
A adolescecircncia foi percebida pelos profissionais das ESFs como uma fase de instabilidade fortemente marcada por crises dificuldades e atitudes irresponsaacuteveis caracteriacutesticas que repercutem de forma importante no puerpeacuterio produzindo situaccedilotildees de vulnerabilidade Olhar para a sauacutede das pueacuterperas adolescentes a partir da noccedilatildeo de vulnerabilidade possibilitou
21
compreender os processos de produccedilatildeo de sauacutede e natildeo sauacutede das adolescentes no puerpeacuterio para aleacutem de suas experiecircncias reprodutivas e em certa medida considerar que aspectos diversos estatildeo aiacute implicados
Promoccedilatildeo da Sauacutede Sexual desafios no Vale do Satildeo Francisco
Sampaio et al 2010
Discutir os impasses e desafios relacionados agrave implantaccedilatildeo de accedilotildees educativas em sauacutede sexual para adolescentes na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia da cidade de Petrolina ndash PE e Juazeiro - BA
Observou-se a inexistecircncia de accedilotildees educativas voltadas aos adolescentes justificada pela precariedade de infraestrutura pelo despreparo dos profissionais e pela falta de profissionais na rede O estudo aponta para a necessidade de se desenvolver praacuteticas educativas voltadas agrave sauacutede sexual dos adolescentes mais efetivas e contextualizadas nos dispositivos de sauacutede da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no Vale do Satildeo Francisco
Reflexotildees acerca do abuso de drogas e da violecircncia na adolescecircncia
Silva et al 2010
Accedilotildees de Educaccedilatildeo em Sauacutede para reflexatildeo criacutetica dos adolescentes sobre o uso abusivo de drogas e consequentes comportamentos violentos
Adolescentes experimentam as drogas por desinformaccedilatildeo curiosidade e faacutecil acesso O uso de drogas pode trazer violecircncia (atitudes agressivas) dificultando a sua compreensatildeo Educaccedilatildeo em Sauacutede pode trazer padratildeo de vida mais saudaacutevel facilitando a identificaccedilatildeo dos fatores de riscos e reduzindo a vulnerabilidade
Riscos e vulnerabilidades relacionados agrave sexualidade na adolescecircncia
Dias et al 2010 Objetivou-se relatar os efeitos das accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede junto agrave escola
Constatou-se que os adolescentes conhecem o preservativo masculino mas natildeo o utilizam Educaccedilatildeo deve estimular a reflexatildeo criacutetica sobre risco e vulnerabilidades relacionadas ao comportamento sexual
Pedagogia freireana como meacutetodo de prevenccedilatildeo de doenccedilas
Beserra et al 2011
Investigar a sexualidade de adolescentes do sexo masculino com a accedilatildeo educativa (circulo de cultura) na prevenccedilatildeo de doenccedilas sexualmente transmissiacuteveis
Os meninos associaram o sexo agrave sexualidade de forma predominante com pouca compreensatildeo da vulnerabilidade da praacutetica sexual desprotegida (incentivados precocemente ao iniacutecio da vida sexual) O ciacuterculo de cultura mostrou ser adequado propiciando a exposiccedilatildeo de duacutevidas o conhecimento da prevenccedilatildeo das DST e a capacitaccedilatildeo para repensar condutas
A educaccedilatildeo em sauacutede eacute um tema que haacute bastante tempo vem sendo
discutido poreacutem existem poucos estudos envolvendo estrateacutegias de educaccedilatildeo em
sauacutede com o uso de grupos operativos com adolescentes
22
Nos artigos consultados e selecionados foram identificadas duas
tendecircncias Alguns se concentraram em discussotildees relacionadas ao processo ao
preparo de profissionais que lidam com abordagens comunitaacuterias considerando a
melhor maneira da utilizaccedilatildeo deste meacutetodo Outros se detiveram em analisar os
resultados de experimentaccedilotildees com grupos operativos voltados para a educaccedilatildeo
para sauacutede Entre estes uacuteltimos foram considerados nesse estudo somente os
que tinham adolescentes como grupo de interesse
Quanto ao processo destaca-se a preocupaccedilatildeo em discutir e refletir sobre
o meacutetodo em si suas vantagens desvantagens e como conseguir os resultados
esperados Os autores consideram ser este um meacutetodo eficiente por possibilitar a
horizontalidade das relaccedilotildees facilitando a participaccedilatildeo ativa e o consequumlente
engajamento no processo de mudanccedila (ABDUCH 1999)
O trabalho com populaccedilotildees vulneraacuteveis a determinados riscos no caso os
adolescentes exige um trabalho efetivo para a promoccedilatildeo da sauacutede por meio do
controle e prevenccedilatildeo desses riscos O grupo operativo segundo Saito (2000)
permite que os participantes usem as informaccedilotildees adquiridas como instrumento
para ponderar as decisotildees e fazer escolhas mais adequadas Para o autor a
liberdade responsabilidade e compromisso valores possibilitados pelo grupo
operativo satildeo componentes importantes neste processo
O papel do coordenador de um grupo operativo eacute essencial para o sucesso
desejado Segundo Andaloacute (2001) o coordenador natildeo deve se colocar como
modelo a ser imitado mas como ldquoalgueacutem capaz de elaborar teoricamente os
fenocircmenos ocorridosrdquo facilitando a compreensatildeo do grupo com a devoluccedilatildeo
dessa liberaccedilatildeo A busca de condiccedilotildees para um futuro melhor seraacute facilitada
diante de um coordenador preparado (FERNANDES 2003)
Alguns estudos procuram contribuir com o trabalho de profissionais de
sauacutede especificamente os ligados aacute Atenccedilatildeo Primaacuteria Ferrari et al(2008)
considera primordial que sejam considerados no desenvolvimento de grupos
operativos para adolescentes aleacutem dos aspectos bioloacutegicos do que se quer
discutir tambeacutem os psicossociais histoacutericos culturais e poliacuteticos nos valores e
comportamentos expressos no grupo Assim sugerem fortemente a
multidisciplinaridade e intersetorialidade no trato com este grupo populacional
Segundo Araujo et al (2008) eacute necessaacuterio um novo olhar sobre o jovem e sua
23
relaccedilatildeo com a famiacutelia escola e sociedade nesse repensar das praacuteticas
educativas
Num trabalho de grupo operativo com pueacuterperas adolescentes Cabral et al
(2010) observou que os profissionais de sauacutede envolvidos no processo
compreenderam melhor a produccedilatildeo da sauacutede a partir do entendimento da
vulnerabilidade do grupo participante Os aspectos diversos implicados na
gestaccedilatildeo entre adolescentes foram aleacutem da experiecircncias reprodutivas
observadas
Muitas vezes o processo educativo empreendido pela equipes da estrateacutegia
Sauacutede da Famiacutelia enfrenta problemas com destaque para o despreparo do
profissional na rede Comportamentos saudaacuteveis seratildeo sempre mais efetivos
quanto mais forem contextualizados (SAMPAIO et al 2010)
Alguns estudos entre os consultados avaliam programas que adotaram o
meacutetodo do grupo operativo em atividades educativas para adolescentes
trabalhando questotildees de risco como sexualidade e doenccedilas sexualmente
transmissiacuteveis aacutelcool e drogas gravidez entre outros Pontos fortes da accedilatildeo
relacionados ao bom resultado foram apontados
Gomes et al (2005) observaram que com relaccedilatildeo aacute AIDS o trabalho em
grupo natildeo diferenciou os participantes quanto ao conhecimento adquirido mas
tornou os participantes do grupo operativo mais capazes de refletir e argumentar
formas de prevenccedilatildeo desta doenccedila
Esta reflexatildeo eacute fundamental na mudanccedila consciente de comportamento
Este fato foi observado com adolescentes num trabalho de educaccedilatildeo sexual
quando meninos declararam natildeo utilizar preservativo apesar de conhececirc-lo
comprovando a que eacute preciso mais do que informar (SILVA et al 2010)
A informaccedilatildeo clara e accessiacutevel acompanhada de transparecircncia e
sinceridade forma consideradas por Callani et al 2008 atributos imprescindiacuteveis
em um grupo operativo propiciando a criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes e
conferindo credibilidade ao trabalho
Assuntos como aacutelcool e drogas precisam ser claramente debatidos com
adolescentes Silva et al (2010) observaram que adolescentes experimentam as
drogas por desinformaccedilatildeo curiosidade e faacutecil acesso e isto pode trazer como
consequumlecircncia violecircncia
24
Meacutetodos de abordagem em grupos operativos tambeacutem tecircm sido testados
como no estudo Beserra et al (2011) que utilizou o circulo de cultura sugerido por
Paulo Freire para o trabalho de educaccedilatildeo sexual com adolescentes O meacutetodo
permitiu a exposiccedilatildeo de duacutevidas com tranquumlilidade o conhecimento da prevenccedilatildeo
da DST e a capacidade desenvolvida para repensar condutas
O grupo operativo mostrou que a convergecircncia de saberes cientiacutefico e
senso comum eacute uma das maneiras efetivas de se trabalhar com educaccedilatildeo para
sauacutede uma vez que dessa maneira as demandas satildeo explicitadas claramente
(FERREIRA et al 2007)
Os dados apresentados nos artigos objetos de estudo deste trabalho
indicaram que o uso do grupo operativo com adolescentes pode ser uma
importante ferramenta de trabalho para a Equipe de Sauacutede da Famiacutelia atraveacutes do
qual eacute possiacutevel pela verbalizaccedilatildeo dos questionamentos e dificuldades
problematizar discutir e provocar reflexotildees sobre situaccedilotildees pertinentes a esta
fase da vida Este mecanismo oferece agrave equipe de sauacutede informaccedilotildees que podem
ser utilizadas na elaboraccedilatildeo de propostas de trabalho para a sua aacuterea de
abrangecircncia Aleacutem disso carece de pouca infra-estrutura e tem um baixo custo de
aplicaccedilatildeo Este tipo de estrateacutegia deve ser utilizada pela equipe da sauacutede da
famiacutelia pois eacute um meio eficaz de prevenccedilatildeo para muitos agravos agrave sauacutede do
adolescente O grupo operativo com adolescentes atraveacutes da identificaccedilatildeo muacutetua
dos seus integrantes eacute capaz de promover haacutebitos saudaacuteveis de vida funcionando
como um indutor desse processo Essa identificaccedilatildeo serve tambeacutem para que
assuntos antes tratados com parcimocircnia sejam levados ao grupo sem temores e
de uma maneira natural
Os dados tambeacutem mostraram a falta de preparo dos profissionais no
atendimento aos adolescentes A inexistecircncia de accedilotildees educativas voltadas aos
adolescentes ora eacute justificada pela precariedade de infra-estrutura ora pelo
despreparo dos profissionais e ora pela falta de profissionais na rede
O estudo aponta para a necessidade de desenvolver mecanismos que
possam preparar profissionais para lidar com essa faixa etaacuteria Neste contexto a
utilizaccedilatildeo do grupo operativo parece pertinente e o Curso de Especializaccedilatildeo em
Sauacutede da Famiacutelia empenha-se em preencher esta lacuna da falta de preparo
desses profissionais do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
25
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Atraveacutes deste trabalho pretendia-se conhecer estrateacutegias com grupos
operativos voltadas para educaccedilatildeo de adolescentes Buscou-se tambeacutem
contribuir para o entendimento desta teacutecnica utilizada para promoccedilatildeo de sauacutede O
modelo ainda utilizado na assistecircncia ao adolescente natildeo considera este indiviacuteduo
na sua totalidade orgacircnica psicoloacutegica e sociocultural Esta simplificaccedilatildeo do
problema proveniente da utilizaccedilatildeo do modelo biomeacutedico de assistecircncia tem
comprometido uma melhor atenccedilatildeo a esta clientela O grupo operativo pode ser
uma ferramenta de grande ajuda para o trabalho educativo com adolescentes
Possibilita aleacutem de disponibilizar a informaccedilatildeo permitir a reflexatildeo critica e a
tomada de posiccedilatildeo para a adoccedilatildeo de comportamentos mais saudaacuteveis Este
levantamento permitiu observar tambeacutem que alguns profissionais desconhecem
este meio de estrateacutegia como forma de trabalho Desta forma podemos afirmar
que o grupo operativo pode ser eficaz se
- possibilitar a horizontalidade das relaccedilotildees
- facilitar a participaccedilatildeo ativa e o consequumlente engajamento no processo
de mudanccedila
- desenvolver a liberdade responsabilidade e compromisso
- aleacutem dos aspectos bioloacutegicos discutir tambeacutem os psicossociais
histoacutericos culturais e poliacuteticos nos valores e comportamentos expressos no
grupo
- provocar em seus integrantes reflexatildeo e estimular a argumentaccedilatildeo de
questotildees importantes para o grupo
- problematizar as questotildees impostas atraveacutes da verbalizaccedilatildeo dos
questionamentos e dificuldades
No entanto o sucesso desta atividade estaraacute condicionado ao preparo dos
profissionais envolvidos no sentido de adotar posturas natildeo autoritaacuterias numa
relaccedilatildeo horizontal com conversas abertas e linguagem clara Deste modo
podemos considerar que
26
- eacute necessaacuterio um novo olhar sobre o jovem e sua relaccedilatildeo com a famiacutelia
escola e sociedade nesse repensar das praacuteticas educativas
- O papel do coordenador de um grupo operativo eacute essencial para o
sucesso desejado Ele nunca deve se colocar como um modelo a ser imitado
- este mecanismo oferece agrave equipe de sauacutede informaccedilotildees que podem ser
utilizadas na elaboraccedilatildeo de propostas de trabalho para a sua aacuterea de
abrangecircncia
- este meacutetodo carece de pouca infra-estrutura e tem um baixo custo de
aplicaccedilatildeo
- a informaccedilatildeo clara e accessiacutevel acompanhada de transparecircncia e
sinceridade satildeo atributos imprescindiacuteveis em um grupo operativo propiciando a
criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes e conferindo credibilidade ao trabalho
- eacute preciso desenvolver mecanismos que possam preparar profissionais
para lidar com essa faixa etaacuteria
Neste contexto a utilizaccedilatildeo do grupo operativo parece pertinente e o
Curso de Especializaccedilatildeo em Sauacutede da Famiacutelia empenha-se em preencher esta
lacuna da falta de preparo desses profissionais do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
Atraveacutes da conduccedilatildeo deste trabalho pude refletir e teorizar sobre a minha
praacutetica profissional Percebi que havia muitas deficiecircncias em minha formaccedilatildeo e o
curso de especializaccedilatildeo me ajudou a sanar muitas delas Pude concluir tambeacutem o
quanto eacute importante esta preparaccedilatildeo contiacutenua do profissional Gostaria de
destacar entatildeo a necessidade de capacitaccedilatildeo profissional para aqueles que se
propotildee a trabalhar com atenccedilatildeo baacutesica A meu ver eacute um passo importante em
direccedilatildeo a um melhor atendimento ao adolescente
27
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 1 ABDUCH C Grupos operativos com adolescentes In SCHOR N
MOTA M SFT BRANCO VC (Orgs)Cadernos juventude sauacutede e
desenvolvimento Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1999 p289-300
2 AFONSO MLM et al Oficinas em dinacircmica de grupo na aacuterea da
sauacutedeSatildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo2010PP 63
3 ANDALOacute CSA O papel do coordenador de grupos Psicol USP
Vol12 ndeg 1 Satildeo Paulo 2001
4 ARAUacuteJO A et al Da tendecircncia grupal aos grupos operativos com
adolescentes a identificaccedilatildeo dos pares facilitando o processo de
orientaccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede Rev Med Minas Gerais 2008 18(4
Supl 1) S12
5 BESERRA EP TORRES CA PINHEIRO PNC ALVES MDS
BARROSO MGT Pedagogia freireana como meacutetodo de prevenccedilatildeo
de doenccedilas Ciecircnc sauacutede coletiva [online] 2011 vol16 suppl1 pp
1563-1570
6 BOtildeCKVR SARRIERAJC O grupo operativo intervindo na
Siacutendrome de Burnout PsicolEscEduc10(1)31-39 jan-
jun2006ilusttab
7 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede do Adolescente Brasiacutelia 2005
Disponiacutevel em http wwwsaudegovbr
8 CABRAL FB and OLIVEIRA DLLC Vulnerabilidade de Pueacuterperas
na Visatildeo de Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Ecircnfase em Aspectos
Geracionais e Adolescecircncia Revista de Enfermagem da USP 2010
44(2) 368-75
9 CALLANI MFCJ OTANI MAP Accedilotildees Educativas com
Adolescentes uma Intervenccedilatildeo Necessaacuteria REME revminenferm
12(2) 195-200 abr-jun 2008
28
10 CANNON L R C BOTTINI B A Sauacutede e juventude o cenaacuterio das
poliacuteticas puacuteblicas no Brasil In Brasil Ministeacuterio do Planejamento e
Orccedilamento Jovens acontecendo na trilha das poliacuteticas puacuteblicas Brasiacutelia CNPD1998 p 397-416 v1
11 FERNANDES WJ A Importacircncia dos Grupos Hoje Rev
SPAGESP [online] 2003 vol4 n4 pp 83-91 ISSN 1677-2970
12 FERRARI RAP THOMSON Z and MELCHIOR R Adolescecircncia
accedilotildees e percepccedilatildeo dos meacutedicos e enfermeiros do Programa de Sauacutede
da Famiacutelia Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 22(11)2491-2495
nov 2006
13 FERREIRA MA ALVIM NAT TEIXEIRA MLO VELOSO RC
Saberes de adolescentes estilo de vida e cuidado agrave sauacutede Texto
contexto - enferm [online] 2007 vol16 n2 pp 217-224
14 FORTUNA CM et al O Trabalho de Equipe no Programa de Sauacutede
da Famiacutelia Reflexotildees a Partir de Conceitos do Processo Grupal e de
Grupos Operativos Rev Latino-Am Enfermagem vol13 no2 Ribeiratildeo
Preto MarApr 2005
15 GOMES R ASSIS SG SOUZA ER DESLANDES SF NJAINE K
MALAQUIAS JF Informaccedilotildees e valores de jovens sobre a Aids
avaliaccedilatildeo de escolares de trecircs cidades brasileiras Ciecircnc sauacutede
coletiva [online] 2005 vol10 n2 pp 381-388
16 JEOLAacuteS LS FERRARI RAP Oficinas de prevenccedilatildeo em um serviccedilo
de sauacutede para adolescentes espaccedilo de reflexatildeo e de conhecimento
compartilhado Ciecircnc Sauacutede Coletiva 2003 8611-20
17 LUCCHESE R BARROS S A utilizaccedilatildeo do grupo operativo como
meacutetodo de coleta de dados em pesquisa qualitativa Rev Eletr Enf
[Internet] 2007 9(3)796-805 Available
from httpwwwfenufgbrrevistav9n3v9n3a18htm
18 LUCCHESE R BARROS S Grupo operativo como estrateacutegia
pedagoacutegica em um curso de graduaccedilatildeo em enfermagem um
continente para as vivecircncias dos alunos quartanistas Rev Esc Enferm
USP 2002 36(1) 66-74
29
19 MACIEL RHMO et al O Multiprofissionalismo em sauacutede e a
interaccedilatildeo das equipes do programa de sauacutede da famiacutelia Observatoacuterio de Recursos Humanos em Sauacutede Estaccedilatildeo CETREDE UFC UECE
Fortaleza2007
20 SAITO MI Adolescecircncia prevenccedilatildeo e risco Satildeo Paulo Atheneu
2001
21 SAMPAIO J SANTOS RC PAIXAtildeOLA TORRES TS -
Promoccedilatildeo da Sauacutede Sexual Desafios no Vale do Satildeo Francisco
Psicologia amp Sociedade 22 (3) 499-506 2010
22 SILVA ARV et al Educaccedilatildeo em sauacutede a portadores de Diabetes
Mellitus tipo 2revisatildeo bibliograacutefica RevRENE (10)3146-151 jul-
set2009
23 SILVA KL DIAS FLA VIEIRA NFC PINHEIRO PNC
Reflexotildees acerca do abuso de drogas e da violecircncia na adolescecircncia
Esc Anna Nery [online] 2010 vol14 n3 pp 605-610
24 SILVA KL DIAS FLA VIEIRA NFC PINHEIRO PNC MAIA
CC Riscos e vulnerabilidades relacionados agrave sexualidade na
adolescecircncia Rev enferm UERJ 18(3) 456-461 jul-set 2010
21
compreender os processos de produccedilatildeo de sauacutede e natildeo sauacutede das adolescentes no puerpeacuterio para aleacutem de suas experiecircncias reprodutivas e em certa medida considerar que aspectos diversos estatildeo aiacute implicados
Promoccedilatildeo da Sauacutede Sexual desafios no Vale do Satildeo Francisco
Sampaio et al 2010
Discutir os impasses e desafios relacionados agrave implantaccedilatildeo de accedilotildees educativas em sauacutede sexual para adolescentes na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia da cidade de Petrolina ndash PE e Juazeiro - BA
Observou-se a inexistecircncia de accedilotildees educativas voltadas aos adolescentes justificada pela precariedade de infraestrutura pelo despreparo dos profissionais e pela falta de profissionais na rede O estudo aponta para a necessidade de se desenvolver praacuteticas educativas voltadas agrave sauacutede sexual dos adolescentes mais efetivas e contextualizadas nos dispositivos de sauacutede da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no Vale do Satildeo Francisco
Reflexotildees acerca do abuso de drogas e da violecircncia na adolescecircncia
Silva et al 2010
Accedilotildees de Educaccedilatildeo em Sauacutede para reflexatildeo criacutetica dos adolescentes sobre o uso abusivo de drogas e consequentes comportamentos violentos
Adolescentes experimentam as drogas por desinformaccedilatildeo curiosidade e faacutecil acesso O uso de drogas pode trazer violecircncia (atitudes agressivas) dificultando a sua compreensatildeo Educaccedilatildeo em Sauacutede pode trazer padratildeo de vida mais saudaacutevel facilitando a identificaccedilatildeo dos fatores de riscos e reduzindo a vulnerabilidade
Riscos e vulnerabilidades relacionados agrave sexualidade na adolescecircncia
Dias et al 2010 Objetivou-se relatar os efeitos das accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede junto agrave escola
Constatou-se que os adolescentes conhecem o preservativo masculino mas natildeo o utilizam Educaccedilatildeo deve estimular a reflexatildeo criacutetica sobre risco e vulnerabilidades relacionadas ao comportamento sexual
Pedagogia freireana como meacutetodo de prevenccedilatildeo de doenccedilas
Beserra et al 2011
Investigar a sexualidade de adolescentes do sexo masculino com a accedilatildeo educativa (circulo de cultura) na prevenccedilatildeo de doenccedilas sexualmente transmissiacuteveis
Os meninos associaram o sexo agrave sexualidade de forma predominante com pouca compreensatildeo da vulnerabilidade da praacutetica sexual desprotegida (incentivados precocemente ao iniacutecio da vida sexual) O ciacuterculo de cultura mostrou ser adequado propiciando a exposiccedilatildeo de duacutevidas o conhecimento da prevenccedilatildeo das DST e a capacitaccedilatildeo para repensar condutas
A educaccedilatildeo em sauacutede eacute um tema que haacute bastante tempo vem sendo
discutido poreacutem existem poucos estudos envolvendo estrateacutegias de educaccedilatildeo em
sauacutede com o uso de grupos operativos com adolescentes
22
Nos artigos consultados e selecionados foram identificadas duas
tendecircncias Alguns se concentraram em discussotildees relacionadas ao processo ao
preparo de profissionais que lidam com abordagens comunitaacuterias considerando a
melhor maneira da utilizaccedilatildeo deste meacutetodo Outros se detiveram em analisar os
resultados de experimentaccedilotildees com grupos operativos voltados para a educaccedilatildeo
para sauacutede Entre estes uacuteltimos foram considerados nesse estudo somente os
que tinham adolescentes como grupo de interesse
Quanto ao processo destaca-se a preocupaccedilatildeo em discutir e refletir sobre
o meacutetodo em si suas vantagens desvantagens e como conseguir os resultados
esperados Os autores consideram ser este um meacutetodo eficiente por possibilitar a
horizontalidade das relaccedilotildees facilitando a participaccedilatildeo ativa e o consequumlente
engajamento no processo de mudanccedila (ABDUCH 1999)
O trabalho com populaccedilotildees vulneraacuteveis a determinados riscos no caso os
adolescentes exige um trabalho efetivo para a promoccedilatildeo da sauacutede por meio do
controle e prevenccedilatildeo desses riscos O grupo operativo segundo Saito (2000)
permite que os participantes usem as informaccedilotildees adquiridas como instrumento
para ponderar as decisotildees e fazer escolhas mais adequadas Para o autor a
liberdade responsabilidade e compromisso valores possibilitados pelo grupo
operativo satildeo componentes importantes neste processo
O papel do coordenador de um grupo operativo eacute essencial para o sucesso
desejado Segundo Andaloacute (2001) o coordenador natildeo deve se colocar como
modelo a ser imitado mas como ldquoalgueacutem capaz de elaborar teoricamente os
fenocircmenos ocorridosrdquo facilitando a compreensatildeo do grupo com a devoluccedilatildeo
dessa liberaccedilatildeo A busca de condiccedilotildees para um futuro melhor seraacute facilitada
diante de um coordenador preparado (FERNANDES 2003)
Alguns estudos procuram contribuir com o trabalho de profissionais de
sauacutede especificamente os ligados aacute Atenccedilatildeo Primaacuteria Ferrari et al(2008)
considera primordial que sejam considerados no desenvolvimento de grupos
operativos para adolescentes aleacutem dos aspectos bioloacutegicos do que se quer
discutir tambeacutem os psicossociais histoacutericos culturais e poliacuteticos nos valores e
comportamentos expressos no grupo Assim sugerem fortemente a
multidisciplinaridade e intersetorialidade no trato com este grupo populacional
Segundo Araujo et al (2008) eacute necessaacuterio um novo olhar sobre o jovem e sua
23
relaccedilatildeo com a famiacutelia escola e sociedade nesse repensar das praacuteticas
educativas
Num trabalho de grupo operativo com pueacuterperas adolescentes Cabral et al
(2010) observou que os profissionais de sauacutede envolvidos no processo
compreenderam melhor a produccedilatildeo da sauacutede a partir do entendimento da
vulnerabilidade do grupo participante Os aspectos diversos implicados na
gestaccedilatildeo entre adolescentes foram aleacutem da experiecircncias reprodutivas
observadas
Muitas vezes o processo educativo empreendido pela equipes da estrateacutegia
Sauacutede da Famiacutelia enfrenta problemas com destaque para o despreparo do
profissional na rede Comportamentos saudaacuteveis seratildeo sempre mais efetivos
quanto mais forem contextualizados (SAMPAIO et al 2010)
Alguns estudos entre os consultados avaliam programas que adotaram o
meacutetodo do grupo operativo em atividades educativas para adolescentes
trabalhando questotildees de risco como sexualidade e doenccedilas sexualmente
transmissiacuteveis aacutelcool e drogas gravidez entre outros Pontos fortes da accedilatildeo
relacionados ao bom resultado foram apontados
Gomes et al (2005) observaram que com relaccedilatildeo aacute AIDS o trabalho em
grupo natildeo diferenciou os participantes quanto ao conhecimento adquirido mas
tornou os participantes do grupo operativo mais capazes de refletir e argumentar
formas de prevenccedilatildeo desta doenccedila
Esta reflexatildeo eacute fundamental na mudanccedila consciente de comportamento
Este fato foi observado com adolescentes num trabalho de educaccedilatildeo sexual
quando meninos declararam natildeo utilizar preservativo apesar de conhececirc-lo
comprovando a que eacute preciso mais do que informar (SILVA et al 2010)
A informaccedilatildeo clara e accessiacutevel acompanhada de transparecircncia e
sinceridade forma consideradas por Callani et al 2008 atributos imprescindiacuteveis
em um grupo operativo propiciando a criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes e
conferindo credibilidade ao trabalho
Assuntos como aacutelcool e drogas precisam ser claramente debatidos com
adolescentes Silva et al (2010) observaram que adolescentes experimentam as
drogas por desinformaccedilatildeo curiosidade e faacutecil acesso e isto pode trazer como
consequumlecircncia violecircncia
24
Meacutetodos de abordagem em grupos operativos tambeacutem tecircm sido testados
como no estudo Beserra et al (2011) que utilizou o circulo de cultura sugerido por
Paulo Freire para o trabalho de educaccedilatildeo sexual com adolescentes O meacutetodo
permitiu a exposiccedilatildeo de duacutevidas com tranquumlilidade o conhecimento da prevenccedilatildeo
da DST e a capacidade desenvolvida para repensar condutas
O grupo operativo mostrou que a convergecircncia de saberes cientiacutefico e
senso comum eacute uma das maneiras efetivas de se trabalhar com educaccedilatildeo para
sauacutede uma vez que dessa maneira as demandas satildeo explicitadas claramente
(FERREIRA et al 2007)
Os dados apresentados nos artigos objetos de estudo deste trabalho
indicaram que o uso do grupo operativo com adolescentes pode ser uma
importante ferramenta de trabalho para a Equipe de Sauacutede da Famiacutelia atraveacutes do
qual eacute possiacutevel pela verbalizaccedilatildeo dos questionamentos e dificuldades
problematizar discutir e provocar reflexotildees sobre situaccedilotildees pertinentes a esta
fase da vida Este mecanismo oferece agrave equipe de sauacutede informaccedilotildees que podem
ser utilizadas na elaboraccedilatildeo de propostas de trabalho para a sua aacuterea de
abrangecircncia Aleacutem disso carece de pouca infra-estrutura e tem um baixo custo de
aplicaccedilatildeo Este tipo de estrateacutegia deve ser utilizada pela equipe da sauacutede da
famiacutelia pois eacute um meio eficaz de prevenccedilatildeo para muitos agravos agrave sauacutede do
adolescente O grupo operativo com adolescentes atraveacutes da identificaccedilatildeo muacutetua
dos seus integrantes eacute capaz de promover haacutebitos saudaacuteveis de vida funcionando
como um indutor desse processo Essa identificaccedilatildeo serve tambeacutem para que
assuntos antes tratados com parcimocircnia sejam levados ao grupo sem temores e
de uma maneira natural
Os dados tambeacutem mostraram a falta de preparo dos profissionais no
atendimento aos adolescentes A inexistecircncia de accedilotildees educativas voltadas aos
adolescentes ora eacute justificada pela precariedade de infra-estrutura ora pelo
despreparo dos profissionais e ora pela falta de profissionais na rede
O estudo aponta para a necessidade de desenvolver mecanismos que
possam preparar profissionais para lidar com essa faixa etaacuteria Neste contexto a
utilizaccedilatildeo do grupo operativo parece pertinente e o Curso de Especializaccedilatildeo em
Sauacutede da Famiacutelia empenha-se em preencher esta lacuna da falta de preparo
desses profissionais do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
25
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Atraveacutes deste trabalho pretendia-se conhecer estrateacutegias com grupos
operativos voltadas para educaccedilatildeo de adolescentes Buscou-se tambeacutem
contribuir para o entendimento desta teacutecnica utilizada para promoccedilatildeo de sauacutede O
modelo ainda utilizado na assistecircncia ao adolescente natildeo considera este indiviacuteduo
na sua totalidade orgacircnica psicoloacutegica e sociocultural Esta simplificaccedilatildeo do
problema proveniente da utilizaccedilatildeo do modelo biomeacutedico de assistecircncia tem
comprometido uma melhor atenccedilatildeo a esta clientela O grupo operativo pode ser
uma ferramenta de grande ajuda para o trabalho educativo com adolescentes
Possibilita aleacutem de disponibilizar a informaccedilatildeo permitir a reflexatildeo critica e a
tomada de posiccedilatildeo para a adoccedilatildeo de comportamentos mais saudaacuteveis Este
levantamento permitiu observar tambeacutem que alguns profissionais desconhecem
este meio de estrateacutegia como forma de trabalho Desta forma podemos afirmar
que o grupo operativo pode ser eficaz se
- possibilitar a horizontalidade das relaccedilotildees
- facilitar a participaccedilatildeo ativa e o consequumlente engajamento no processo
de mudanccedila
- desenvolver a liberdade responsabilidade e compromisso
- aleacutem dos aspectos bioloacutegicos discutir tambeacutem os psicossociais
histoacutericos culturais e poliacuteticos nos valores e comportamentos expressos no
grupo
- provocar em seus integrantes reflexatildeo e estimular a argumentaccedilatildeo de
questotildees importantes para o grupo
- problematizar as questotildees impostas atraveacutes da verbalizaccedilatildeo dos
questionamentos e dificuldades
No entanto o sucesso desta atividade estaraacute condicionado ao preparo dos
profissionais envolvidos no sentido de adotar posturas natildeo autoritaacuterias numa
relaccedilatildeo horizontal com conversas abertas e linguagem clara Deste modo
podemos considerar que
26
- eacute necessaacuterio um novo olhar sobre o jovem e sua relaccedilatildeo com a famiacutelia
escola e sociedade nesse repensar das praacuteticas educativas
- O papel do coordenador de um grupo operativo eacute essencial para o
sucesso desejado Ele nunca deve se colocar como um modelo a ser imitado
- este mecanismo oferece agrave equipe de sauacutede informaccedilotildees que podem ser
utilizadas na elaboraccedilatildeo de propostas de trabalho para a sua aacuterea de
abrangecircncia
- este meacutetodo carece de pouca infra-estrutura e tem um baixo custo de
aplicaccedilatildeo
- a informaccedilatildeo clara e accessiacutevel acompanhada de transparecircncia e
sinceridade satildeo atributos imprescindiacuteveis em um grupo operativo propiciando a
criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes e conferindo credibilidade ao trabalho
- eacute preciso desenvolver mecanismos que possam preparar profissionais
para lidar com essa faixa etaacuteria
Neste contexto a utilizaccedilatildeo do grupo operativo parece pertinente e o
Curso de Especializaccedilatildeo em Sauacutede da Famiacutelia empenha-se em preencher esta
lacuna da falta de preparo desses profissionais do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
Atraveacutes da conduccedilatildeo deste trabalho pude refletir e teorizar sobre a minha
praacutetica profissional Percebi que havia muitas deficiecircncias em minha formaccedilatildeo e o
curso de especializaccedilatildeo me ajudou a sanar muitas delas Pude concluir tambeacutem o
quanto eacute importante esta preparaccedilatildeo contiacutenua do profissional Gostaria de
destacar entatildeo a necessidade de capacitaccedilatildeo profissional para aqueles que se
propotildee a trabalhar com atenccedilatildeo baacutesica A meu ver eacute um passo importante em
direccedilatildeo a um melhor atendimento ao adolescente
27
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 1 ABDUCH C Grupos operativos com adolescentes In SCHOR N
MOTA M SFT BRANCO VC (Orgs)Cadernos juventude sauacutede e
desenvolvimento Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1999 p289-300
2 AFONSO MLM et al Oficinas em dinacircmica de grupo na aacuterea da
sauacutedeSatildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo2010PP 63
3 ANDALOacute CSA O papel do coordenador de grupos Psicol USP
Vol12 ndeg 1 Satildeo Paulo 2001
4 ARAUacuteJO A et al Da tendecircncia grupal aos grupos operativos com
adolescentes a identificaccedilatildeo dos pares facilitando o processo de
orientaccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede Rev Med Minas Gerais 2008 18(4
Supl 1) S12
5 BESERRA EP TORRES CA PINHEIRO PNC ALVES MDS
BARROSO MGT Pedagogia freireana como meacutetodo de prevenccedilatildeo
de doenccedilas Ciecircnc sauacutede coletiva [online] 2011 vol16 suppl1 pp
1563-1570
6 BOtildeCKVR SARRIERAJC O grupo operativo intervindo na
Siacutendrome de Burnout PsicolEscEduc10(1)31-39 jan-
jun2006ilusttab
7 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede do Adolescente Brasiacutelia 2005
Disponiacutevel em http wwwsaudegovbr
8 CABRAL FB and OLIVEIRA DLLC Vulnerabilidade de Pueacuterperas
na Visatildeo de Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Ecircnfase em Aspectos
Geracionais e Adolescecircncia Revista de Enfermagem da USP 2010
44(2) 368-75
9 CALLANI MFCJ OTANI MAP Accedilotildees Educativas com
Adolescentes uma Intervenccedilatildeo Necessaacuteria REME revminenferm
12(2) 195-200 abr-jun 2008
28
10 CANNON L R C BOTTINI B A Sauacutede e juventude o cenaacuterio das
poliacuteticas puacuteblicas no Brasil In Brasil Ministeacuterio do Planejamento e
Orccedilamento Jovens acontecendo na trilha das poliacuteticas puacuteblicas Brasiacutelia CNPD1998 p 397-416 v1
11 FERNANDES WJ A Importacircncia dos Grupos Hoje Rev
SPAGESP [online] 2003 vol4 n4 pp 83-91 ISSN 1677-2970
12 FERRARI RAP THOMSON Z and MELCHIOR R Adolescecircncia
accedilotildees e percepccedilatildeo dos meacutedicos e enfermeiros do Programa de Sauacutede
da Famiacutelia Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 22(11)2491-2495
nov 2006
13 FERREIRA MA ALVIM NAT TEIXEIRA MLO VELOSO RC
Saberes de adolescentes estilo de vida e cuidado agrave sauacutede Texto
contexto - enferm [online] 2007 vol16 n2 pp 217-224
14 FORTUNA CM et al O Trabalho de Equipe no Programa de Sauacutede
da Famiacutelia Reflexotildees a Partir de Conceitos do Processo Grupal e de
Grupos Operativos Rev Latino-Am Enfermagem vol13 no2 Ribeiratildeo
Preto MarApr 2005
15 GOMES R ASSIS SG SOUZA ER DESLANDES SF NJAINE K
MALAQUIAS JF Informaccedilotildees e valores de jovens sobre a Aids
avaliaccedilatildeo de escolares de trecircs cidades brasileiras Ciecircnc sauacutede
coletiva [online] 2005 vol10 n2 pp 381-388
16 JEOLAacuteS LS FERRARI RAP Oficinas de prevenccedilatildeo em um serviccedilo
de sauacutede para adolescentes espaccedilo de reflexatildeo e de conhecimento
compartilhado Ciecircnc Sauacutede Coletiva 2003 8611-20
17 LUCCHESE R BARROS S A utilizaccedilatildeo do grupo operativo como
meacutetodo de coleta de dados em pesquisa qualitativa Rev Eletr Enf
[Internet] 2007 9(3)796-805 Available
from httpwwwfenufgbrrevistav9n3v9n3a18htm
18 LUCCHESE R BARROS S Grupo operativo como estrateacutegia
pedagoacutegica em um curso de graduaccedilatildeo em enfermagem um
continente para as vivecircncias dos alunos quartanistas Rev Esc Enferm
USP 2002 36(1) 66-74
29
19 MACIEL RHMO et al O Multiprofissionalismo em sauacutede e a
interaccedilatildeo das equipes do programa de sauacutede da famiacutelia Observatoacuterio de Recursos Humanos em Sauacutede Estaccedilatildeo CETREDE UFC UECE
Fortaleza2007
20 SAITO MI Adolescecircncia prevenccedilatildeo e risco Satildeo Paulo Atheneu
2001
21 SAMPAIO J SANTOS RC PAIXAtildeOLA TORRES TS -
Promoccedilatildeo da Sauacutede Sexual Desafios no Vale do Satildeo Francisco
Psicologia amp Sociedade 22 (3) 499-506 2010
22 SILVA ARV et al Educaccedilatildeo em sauacutede a portadores de Diabetes
Mellitus tipo 2revisatildeo bibliograacutefica RevRENE (10)3146-151 jul-
set2009
23 SILVA KL DIAS FLA VIEIRA NFC PINHEIRO PNC
Reflexotildees acerca do abuso de drogas e da violecircncia na adolescecircncia
Esc Anna Nery [online] 2010 vol14 n3 pp 605-610
24 SILVA KL DIAS FLA VIEIRA NFC PINHEIRO PNC MAIA
CC Riscos e vulnerabilidades relacionados agrave sexualidade na
adolescecircncia Rev enferm UERJ 18(3) 456-461 jul-set 2010
22
Nos artigos consultados e selecionados foram identificadas duas
tendecircncias Alguns se concentraram em discussotildees relacionadas ao processo ao
preparo de profissionais que lidam com abordagens comunitaacuterias considerando a
melhor maneira da utilizaccedilatildeo deste meacutetodo Outros se detiveram em analisar os
resultados de experimentaccedilotildees com grupos operativos voltados para a educaccedilatildeo
para sauacutede Entre estes uacuteltimos foram considerados nesse estudo somente os
que tinham adolescentes como grupo de interesse
Quanto ao processo destaca-se a preocupaccedilatildeo em discutir e refletir sobre
o meacutetodo em si suas vantagens desvantagens e como conseguir os resultados
esperados Os autores consideram ser este um meacutetodo eficiente por possibilitar a
horizontalidade das relaccedilotildees facilitando a participaccedilatildeo ativa e o consequumlente
engajamento no processo de mudanccedila (ABDUCH 1999)
O trabalho com populaccedilotildees vulneraacuteveis a determinados riscos no caso os
adolescentes exige um trabalho efetivo para a promoccedilatildeo da sauacutede por meio do
controle e prevenccedilatildeo desses riscos O grupo operativo segundo Saito (2000)
permite que os participantes usem as informaccedilotildees adquiridas como instrumento
para ponderar as decisotildees e fazer escolhas mais adequadas Para o autor a
liberdade responsabilidade e compromisso valores possibilitados pelo grupo
operativo satildeo componentes importantes neste processo
O papel do coordenador de um grupo operativo eacute essencial para o sucesso
desejado Segundo Andaloacute (2001) o coordenador natildeo deve se colocar como
modelo a ser imitado mas como ldquoalgueacutem capaz de elaborar teoricamente os
fenocircmenos ocorridosrdquo facilitando a compreensatildeo do grupo com a devoluccedilatildeo
dessa liberaccedilatildeo A busca de condiccedilotildees para um futuro melhor seraacute facilitada
diante de um coordenador preparado (FERNANDES 2003)
Alguns estudos procuram contribuir com o trabalho de profissionais de
sauacutede especificamente os ligados aacute Atenccedilatildeo Primaacuteria Ferrari et al(2008)
considera primordial que sejam considerados no desenvolvimento de grupos
operativos para adolescentes aleacutem dos aspectos bioloacutegicos do que se quer
discutir tambeacutem os psicossociais histoacutericos culturais e poliacuteticos nos valores e
comportamentos expressos no grupo Assim sugerem fortemente a
multidisciplinaridade e intersetorialidade no trato com este grupo populacional
Segundo Araujo et al (2008) eacute necessaacuterio um novo olhar sobre o jovem e sua
23
relaccedilatildeo com a famiacutelia escola e sociedade nesse repensar das praacuteticas
educativas
Num trabalho de grupo operativo com pueacuterperas adolescentes Cabral et al
(2010) observou que os profissionais de sauacutede envolvidos no processo
compreenderam melhor a produccedilatildeo da sauacutede a partir do entendimento da
vulnerabilidade do grupo participante Os aspectos diversos implicados na
gestaccedilatildeo entre adolescentes foram aleacutem da experiecircncias reprodutivas
observadas
Muitas vezes o processo educativo empreendido pela equipes da estrateacutegia
Sauacutede da Famiacutelia enfrenta problemas com destaque para o despreparo do
profissional na rede Comportamentos saudaacuteveis seratildeo sempre mais efetivos
quanto mais forem contextualizados (SAMPAIO et al 2010)
Alguns estudos entre os consultados avaliam programas que adotaram o
meacutetodo do grupo operativo em atividades educativas para adolescentes
trabalhando questotildees de risco como sexualidade e doenccedilas sexualmente
transmissiacuteveis aacutelcool e drogas gravidez entre outros Pontos fortes da accedilatildeo
relacionados ao bom resultado foram apontados
Gomes et al (2005) observaram que com relaccedilatildeo aacute AIDS o trabalho em
grupo natildeo diferenciou os participantes quanto ao conhecimento adquirido mas
tornou os participantes do grupo operativo mais capazes de refletir e argumentar
formas de prevenccedilatildeo desta doenccedila
Esta reflexatildeo eacute fundamental na mudanccedila consciente de comportamento
Este fato foi observado com adolescentes num trabalho de educaccedilatildeo sexual
quando meninos declararam natildeo utilizar preservativo apesar de conhececirc-lo
comprovando a que eacute preciso mais do que informar (SILVA et al 2010)
A informaccedilatildeo clara e accessiacutevel acompanhada de transparecircncia e
sinceridade forma consideradas por Callani et al 2008 atributos imprescindiacuteveis
em um grupo operativo propiciando a criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes e
conferindo credibilidade ao trabalho
Assuntos como aacutelcool e drogas precisam ser claramente debatidos com
adolescentes Silva et al (2010) observaram que adolescentes experimentam as
drogas por desinformaccedilatildeo curiosidade e faacutecil acesso e isto pode trazer como
consequumlecircncia violecircncia
24
Meacutetodos de abordagem em grupos operativos tambeacutem tecircm sido testados
como no estudo Beserra et al (2011) que utilizou o circulo de cultura sugerido por
Paulo Freire para o trabalho de educaccedilatildeo sexual com adolescentes O meacutetodo
permitiu a exposiccedilatildeo de duacutevidas com tranquumlilidade o conhecimento da prevenccedilatildeo
da DST e a capacidade desenvolvida para repensar condutas
O grupo operativo mostrou que a convergecircncia de saberes cientiacutefico e
senso comum eacute uma das maneiras efetivas de se trabalhar com educaccedilatildeo para
sauacutede uma vez que dessa maneira as demandas satildeo explicitadas claramente
(FERREIRA et al 2007)
Os dados apresentados nos artigos objetos de estudo deste trabalho
indicaram que o uso do grupo operativo com adolescentes pode ser uma
importante ferramenta de trabalho para a Equipe de Sauacutede da Famiacutelia atraveacutes do
qual eacute possiacutevel pela verbalizaccedilatildeo dos questionamentos e dificuldades
problematizar discutir e provocar reflexotildees sobre situaccedilotildees pertinentes a esta
fase da vida Este mecanismo oferece agrave equipe de sauacutede informaccedilotildees que podem
ser utilizadas na elaboraccedilatildeo de propostas de trabalho para a sua aacuterea de
abrangecircncia Aleacutem disso carece de pouca infra-estrutura e tem um baixo custo de
aplicaccedilatildeo Este tipo de estrateacutegia deve ser utilizada pela equipe da sauacutede da
famiacutelia pois eacute um meio eficaz de prevenccedilatildeo para muitos agravos agrave sauacutede do
adolescente O grupo operativo com adolescentes atraveacutes da identificaccedilatildeo muacutetua
dos seus integrantes eacute capaz de promover haacutebitos saudaacuteveis de vida funcionando
como um indutor desse processo Essa identificaccedilatildeo serve tambeacutem para que
assuntos antes tratados com parcimocircnia sejam levados ao grupo sem temores e
de uma maneira natural
Os dados tambeacutem mostraram a falta de preparo dos profissionais no
atendimento aos adolescentes A inexistecircncia de accedilotildees educativas voltadas aos
adolescentes ora eacute justificada pela precariedade de infra-estrutura ora pelo
despreparo dos profissionais e ora pela falta de profissionais na rede
O estudo aponta para a necessidade de desenvolver mecanismos que
possam preparar profissionais para lidar com essa faixa etaacuteria Neste contexto a
utilizaccedilatildeo do grupo operativo parece pertinente e o Curso de Especializaccedilatildeo em
Sauacutede da Famiacutelia empenha-se em preencher esta lacuna da falta de preparo
desses profissionais do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
25
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Atraveacutes deste trabalho pretendia-se conhecer estrateacutegias com grupos
operativos voltadas para educaccedilatildeo de adolescentes Buscou-se tambeacutem
contribuir para o entendimento desta teacutecnica utilizada para promoccedilatildeo de sauacutede O
modelo ainda utilizado na assistecircncia ao adolescente natildeo considera este indiviacuteduo
na sua totalidade orgacircnica psicoloacutegica e sociocultural Esta simplificaccedilatildeo do
problema proveniente da utilizaccedilatildeo do modelo biomeacutedico de assistecircncia tem
comprometido uma melhor atenccedilatildeo a esta clientela O grupo operativo pode ser
uma ferramenta de grande ajuda para o trabalho educativo com adolescentes
Possibilita aleacutem de disponibilizar a informaccedilatildeo permitir a reflexatildeo critica e a
tomada de posiccedilatildeo para a adoccedilatildeo de comportamentos mais saudaacuteveis Este
levantamento permitiu observar tambeacutem que alguns profissionais desconhecem
este meio de estrateacutegia como forma de trabalho Desta forma podemos afirmar
que o grupo operativo pode ser eficaz se
- possibilitar a horizontalidade das relaccedilotildees
- facilitar a participaccedilatildeo ativa e o consequumlente engajamento no processo
de mudanccedila
- desenvolver a liberdade responsabilidade e compromisso
- aleacutem dos aspectos bioloacutegicos discutir tambeacutem os psicossociais
histoacutericos culturais e poliacuteticos nos valores e comportamentos expressos no
grupo
- provocar em seus integrantes reflexatildeo e estimular a argumentaccedilatildeo de
questotildees importantes para o grupo
- problematizar as questotildees impostas atraveacutes da verbalizaccedilatildeo dos
questionamentos e dificuldades
No entanto o sucesso desta atividade estaraacute condicionado ao preparo dos
profissionais envolvidos no sentido de adotar posturas natildeo autoritaacuterias numa
relaccedilatildeo horizontal com conversas abertas e linguagem clara Deste modo
podemos considerar que
26
- eacute necessaacuterio um novo olhar sobre o jovem e sua relaccedilatildeo com a famiacutelia
escola e sociedade nesse repensar das praacuteticas educativas
- O papel do coordenador de um grupo operativo eacute essencial para o
sucesso desejado Ele nunca deve se colocar como um modelo a ser imitado
- este mecanismo oferece agrave equipe de sauacutede informaccedilotildees que podem ser
utilizadas na elaboraccedilatildeo de propostas de trabalho para a sua aacuterea de
abrangecircncia
- este meacutetodo carece de pouca infra-estrutura e tem um baixo custo de
aplicaccedilatildeo
- a informaccedilatildeo clara e accessiacutevel acompanhada de transparecircncia e
sinceridade satildeo atributos imprescindiacuteveis em um grupo operativo propiciando a
criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes e conferindo credibilidade ao trabalho
- eacute preciso desenvolver mecanismos que possam preparar profissionais
para lidar com essa faixa etaacuteria
Neste contexto a utilizaccedilatildeo do grupo operativo parece pertinente e o
Curso de Especializaccedilatildeo em Sauacutede da Famiacutelia empenha-se em preencher esta
lacuna da falta de preparo desses profissionais do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
Atraveacutes da conduccedilatildeo deste trabalho pude refletir e teorizar sobre a minha
praacutetica profissional Percebi que havia muitas deficiecircncias em minha formaccedilatildeo e o
curso de especializaccedilatildeo me ajudou a sanar muitas delas Pude concluir tambeacutem o
quanto eacute importante esta preparaccedilatildeo contiacutenua do profissional Gostaria de
destacar entatildeo a necessidade de capacitaccedilatildeo profissional para aqueles que se
propotildee a trabalhar com atenccedilatildeo baacutesica A meu ver eacute um passo importante em
direccedilatildeo a um melhor atendimento ao adolescente
27
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 1 ABDUCH C Grupos operativos com adolescentes In SCHOR N
MOTA M SFT BRANCO VC (Orgs)Cadernos juventude sauacutede e
desenvolvimento Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1999 p289-300
2 AFONSO MLM et al Oficinas em dinacircmica de grupo na aacuterea da
sauacutedeSatildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo2010PP 63
3 ANDALOacute CSA O papel do coordenador de grupos Psicol USP
Vol12 ndeg 1 Satildeo Paulo 2001
4 ARAUacuteJO A et al Da tendecircncia grupal aos grupos operativos com
adolescentes a identificaccedilatildeo dos pares facilitando o processo de
orientaccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede Rev Med Minas Gerais 2008 18(4
Supl 1) S12
5 BESERRA EP TORRES CA PINHEIRO PNC ALVES MDS
BARROSO MGT Pedagogia freireana como meacutetodo de prevenccedilatildeo
de doenccedilas Ciecircnc sauacutede coletiva [online] 2011 vol16 suppl1 pp
1563-1570
6 BOtildeCKVR SARRIERAJC O grupo operativo intervindo na
Siacutendrome de Burnout PsicolEscEduc10(1)31-39 jan-
jun2006ilusttab
7 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede do Adolescente Brasiacutelia 2005
Disponiacutevel em http wwwsaudegovbr
8 CABRAL FB and OLIVEIRA DLLC Vulnerabilidade de Pueacuterperas
na Visatildeo de Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Ecircnfase em Aspectos
Geracionais e Adolescecircncia Revista de Enfermagem da USP 2010
44(2) 368-75
9 CALLANI MFCJ OTANI MAP Accedilotildees Educativas com
Adolescentes uma Intervenccedilatildeo Necessaacuteria REME revminenferm
12(2) 195-200 abr-jun 2008
28
10 CANNON L R C BOTTINI B A Sauacutede e juventude o cenaacuterio das
poliacuteticas puacuteblicas no Brasil In Brasil Ministeacuterio do Planejamento e
Orccedilamento Jovens acontecendo na trilha das poliacuteticas puacuteblicas Brasiacutelia CNPD1998 p 397-416 v1
11 FERNANDES WJ A Importacircncia dos Grupos Hoje Rev
SPAGESP [online] 2003 vol4 n4 pp 83-91 ISSN 1677-2970
12 FERRARI RAP THOMSON Z and MELCHIOR R Adolescecircncia
accedilotildees e percepccedilatildeo dos meacutedicos e enfermeiros do Programa de Sauacutede
da Famiacutelia Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 22(11)2491-2495
nov 2006
13 FERREIRA MA ALVIM NAT TEIXEIRA MLO VELOSO RC
Saberes de adolescentes estilo de vida e cuidado agrave sauacutede Texto
contexto - enferm [online] 2007 vol16 n2 pp 217-224
14 FORTUNA CM et al O Trabalho de Equipe no Programa de Sauacutede
da Famiacutelia Reflexotildees a Partir de Conceitos do Processo Grupal e de
Grupos Operativos Rev Latino-Am Enfermagem vol13 no2 Ribeiratildeo
Preto MarApr 2005
15 GOMES R ASSIS SG SOUZA ER DESLANDES SF NJAINE K
MALAQUIAS JF Informaccedilotildees e valores de jovens sobre a Aids
avaliaccedilatildeo de escolares de trecircs cidades brasileiras Ciecircnc sauacutede
coletiva [online] 2005 vol10 n2 pp 381-388
16 JEOLAacuteS LS FERRARI RAP Oficinas de prevenccedilatildeo em um serviccedilo
de sauacutede para adolescentes espaccedilo de reflexatildeo e de conhecimento
compartilhado Ciecircnc Sauacutede Coletiva 2003 8611-20
17 LUCCHESE R BARROS S A utilizaccedilatildeo do grupo operativo como
meacutetodo de coleta de dados em pesquisa qualitativa Rev Eletr Enf
[Internet] 2007 9(3)796-805 Available
from httpwwwfenufgbrrevistav9n3v9n3a18htm
18 LUCCHESE R BARROS S Grupo operativo como estrateacutegia
pedagoacutegica em um curso de graduaccedilatildeo em enfermagem um
continente para as vivecircncias dos alunos quartanistas Rev Esc Enferm
USP 2002 36(1) 66-74
29
19 MACIEL RHMO et al O Multiprofissionalismo em sauacutede e a
interaccedilatildeo das equipes do programa de sauacutede da famiacutelia Observatoacuterio de Recursos Humanos em Sauacutede Estaccedilatildeo CETREDE UFC UECE
Fortaleza2007
20 SAITO MI Adolescecircncia prevenccedilatildeo e risco Satildeo Paulo Atheneu
2001
21 SAMPAIO J SANTOS RC PAIXAtildeOLA TORRES TS -
Promoccedilatildeo da Sauacutede Sexual Desafios no Vale do Satildeo Francisco
Psicologia amp Sociedade 22 (3) 499-506 2010
22 SILVA ARV et al Educaccedilatildeo em sauacutede a portadores de Diabetes
Mellitus tipo 2revisatildeo bibliograacutefica RevRENE (10)3146-151 jul-
set2009
23 SILVA KL DIAS FLA VIEIRA NFC PINHEIRO PNC
Reflexotildees acerca do abuso de drogas e da violecircncia na adolescecircncia
Esc Anna Nery [online] 2010 vol14 n3 pp 605-610
24 SILVA KL DIAS FLA VIEIRA NFC PINHEIRO PNC MAIA
CC Riscos e vulnerabilidades relacionados agrave sexualidade na
adolescecircncia Rev enferm UERJ 18(3) 456-461 jul-set 2010
23
relaccedilatildeo com a famiacutelia escola e sociedade nesse repensar das praacuteticas
educativas
Num trabalho de grupo operativo com pueacuterperas adolescentes Cabral et al
(2010) observou que os profissionais de sauacutede envolvidos no processo
compreenderam melhor a produccedilatildeo da sauacutede a partir do entendimento da
vulnerabilidade do grupo participante Os aspectos diversos implicados na
gestaccedilatildeo entre adolescentes foram aleacutem da experiecircncias reprodutivas
observadas
Muitas vezes o processo educativo empreendido pela equipes da estrateacutegia
Sauacutede da Famiacutelia enfrenta problemas com destaque para o despreparo do
profissional na rede Comportamentos saudaacuteveis seratildeo sempre mais efetivos
quanto mais forem contextualizados (SAMPAIO et al 2010)
Alguns estudos entre os consultados avaliam programas que adotaram o
meacutetodo do grupo operativo em atividades educativas para adolescentes
trabalhando questotildees de risco como sexualidade e doenccedilas sexualmente
transmissiacuteveis aacutelcool e drogas gravidez entre outros Pontos fortes da accedilatildeo
relacionados ao bom resultado foram apontados
Gomes et al (2005) observaram que com relaccedilatildeo aacute AIDS o trabalho em
grupo natildeo diferenciou os participantes quanto ao conhecimento adquirido mas
tornou os participantes do grupo operativo mais capazes de refletir e argumentar
formas de prevenccedilatildeo desta doenccedila
Esta reflexatildeo eacute fundamental na mudanccedila consciente de comportamento
Este fato foi observado com adolescentes num trabalho de educaccedilatildeo sexual
quando meninos declararam natildeo utilizar preservativo apesar de conhececirc-lo
comprovando a que eacute preciso mais do que informar (SILVA et al 2010)
A informaccedilatildeo clara e accessiacutevel acompanhada de transparecircncia e
sinceridade forma consideradas por Callani et al 2008 atributos imprescindiacuteveis
em um grupo operativo propiciando a criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes e
conferindo credibilidade ao trabalho
Assuntos como aacutelcool e drogas precisam ser claramente debatidos com
adolescentes Silva et al (2010) observaram que adolescentes experimentam as
drogas por desinformaccedilatildeo curiosidade e faacutecil acesso e isto pode trazer como
consequumlecircncia violecircncia
24
Meacutetodos de abordagem em grupos operativos tambeacutem tecircm sido testados
como no estudo Beserra et al (2011) que utilizou o circulo de cultura sugerido por
Paulo Freire para o trabalho de educaccedilatildeo sexual com adolescentes O meacutetodo
permitiu a exposiccedilatildeo de duacutevidas com tranquumlilidade o conhecimento da prevenccedilatildeo
da DST e a capacidade desenvolvida para repensar condutas
O grupo operativo mostrou que a convergecircncia de saberes cientiacutefico e
senso comum eacute uma das maneiras efetivas de se trabalhar com educaccedilatildeo para
sauacutede uma vez que dessa maneira as demandas satildeo explicitadas claramente
(FERREIRA et al 2007)
Os dados apresentados nos artigos objetos de estudo deste trabalho
indicaram que o uso do grupo operativo com adolescentes pode ser uma
importante ferramenta de trabalho para a Equipe de Sauacutede da Famiacutelia atraveacutes do
qual eacute possiacutevel pela verbalizaccedilatildeo dos questionamentos e dificuldades
problematizar discutir e provocar reflexotildees sobre situaccedilotildees pertinentes a esta
fase da vida Este mecanismo oferece agrave equipe de sauacutede informaccedilotildees que podem
ser utilizadas na elaboraccedilatildeo de propostas de trabalho para a sua aacuterea de
abrangecircncia Aleacutem disso carece de pouca infra-estrutura e tem um baixo custo de
aplicaccedilatildeo Este tipo de estrateacutegia deve ser utilizada pela equipe da sauacutede da
famiacutelia pois eacute um meio eficaz de prevenccedilatildeo para muitos agravos agrave sauacutede do
adolescente O grupo operativo com adolescentes atraveacutes da identificaccedilatildeo muacutetua
dos seus integrantes eacute capaz de promover haacutebitos saudaacuteveis de vida funcionando
como um indutor desse processo Essa identificaccedilatildeo serve tambeacutem para que
assuntos antes tratados com parcimocircnia sejam levados ao grupo sem temores e
de uma maneira natural
Os dados tambeacutem mostraram a falta de preparo dos profissionais no
atendimento aos adolescentes A inexistecircncia de accedilotildees educativas voltadas aos
adolescentes ora eacute justificada pela precariedade de infra-estrutura ora pelo
despreparo dos profissionais e ora pela falta de profissionais na rede
O estudo aponta para a necessidade de desenvolver mecanismos que
possam preparar profissionais para lidar com essa faixa etaacuteria Neste contexto a
utilizaccedilatildeo do grupo operativo parece pertinente e o Curso de Especializaccedilatildeo em
Sauacutede da Famiacutelia empenha-se em preencher esta lacuna da falta de preparo
desses profissionais do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
25
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Atraveacutes deste trabalho pretendia-se conhecer estrateacutegias com grupos
operativos voltadas para educaccedilatildeo de adolescentes Buscou-se tambeacutem
contribuir para o entendimento desta teacutecnica utilizada para promoccedilatildeo de sauacutede O
modelo ainda utilizado na assistecircncia ao adolescente natildeo considera este indiviacuteduo
na sua totalidade orgacircnica psicoloacutegica e sociocultural Esta simplificaccedilatildeo do
problema proveniente da utilizaccedilatildeo do modelo biomeacutedico de assistecircncia tem
comprometido uma melhor atenccedilatildeo a esta clientela O grupo operativo pode ser
uma ferramenta de grande ajuda para o trabalho educativo com adolescentes
Possibilita aleacutem de disponibilizar a informaccedilatildeo permitir a reflexatildeo critica e a
tomada de posiccedilatildeo para a adoccedilatildeo de comportamentos mais saudaacuteveis Este
levantamento permitiu observar tambeacutem que alguns profissionais desconhecem
este meio de estrateacutegia como forma de trabalho Desta forma podemos afirmar
que o grupo operativo pode ser eficaz se
- possibilitar a horizontalidade das relaccedilotildees
- facilitar a participaccedilatildeo ativa e o consequumlente engajamento no processo
de mudanccedila
- desenvolver a liberdade responsabilidade e compromisso
- aleacutem dos aspectos bioloacutegicos discutir tambeacutem os psicossociais
histoacutericos culturais e poliacuteticos nos valores e comportamentos expressos no
grupo
- provocar em seus integrantes reflexatildeo e estimular a argumentaccedilatildeo de
questotildees importantes para o grupo
- problematizar as questotildees impostas atraveacutes da verbalizaccedilatildeo dos
questionamentos e dificuldades
No entanto o sucesso desta atividade estaraacute condicionado ao preparo dos
profissionais envolvidos no sentido de adotar posturas natildeo autoritaacuterias numa
relaccedilatildeo horizontal com conversas abertas e linguagem clara Deste modo
podemos considerar que
26
- eacute necessaacuterio um novo olhar sobre o jovem e sua relaccedilatildeo com a famiacutelia
escola e sociedade nesse repensar das praacuteticas educativas
- O papel do coordenador de um grupo operativo eacute essencial para o
sucesso desejado Ele nunca deve se colocar como um modelo a ser imitado
- este mecanismo oferece agrave equipe de sauacutede informaccedilotildees que podem ser
utilizadas na elaboraccedilatildeo de propostas de trabalho para a sua aacuterea de
abrangecircncia
- este meacutetodo carece de pouca infra-estrutura e tem um baixo custo de
aplicaccedilatildeo
- a informaccedilatildeo clara e accessiacutevel acompanhada de transparecircncia e
sinceridade satildeo atributos imprescindiacuteveis em um grupo operativo propiciando a
criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes e conferindo credibilidade ao trabalho
- eacute preciso desenvolver mecanismos que possam preparar profissionais
para lidar com essa faixa etaacuteria
Neste contexto a utilizaccedilatildeo do grupo operativo parece pertinente e o
Curso de Especializaccedilatildeo em Sauacutede da Famiacutelia empenha-se em preencher esta
lacuna da falta de preparo desses profissionais do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
Atraveacutes da conduccedilatildeo deste trabalho pude refletir e teorizar sobre a minha
praacutetica profissional Percebi que havia muitas deficiecircncias em minha formaccedilatildeo e o
curso de especializaccedilatildeo me ajudou a sanar muitas delas Pude concluir tambeacutem o
quanto eacute importante esta preparaccedilatildeo contiacutenua do profissional Gostaria de
destacar entatildeo a necessidade de capacitaccedilatildeo profissional para aqueles que se
propotildee a trabalhar com atenccedilatildeo baacutesica A meu ver eacute um passo importante em
direccedilatildeo a um melhor atendimento ao adolescente
27
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 1 ABDUCH C Grupos operativos com adolescentes In SCHOR N
MOTA M SFT BRANCO VC (Orgs)Cadernos juventude sauacutede e
desenvolvimento Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1999 p289-300
2 AFONSO MLM et al Oficinas em dinacircmica de grupo na aacuterea da
sauacutedeSatildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo2010PP 63
3 ANDALOacute CSA O papel do coordenador de grupos Psicol USP
Vol12 ndeg 1 Satildeo Paulo 2001
4 ARAUacuteJO A et al Da tendecircncia grupal aos grupos operativos com
adolescentes a identificaccedilatildeo dos pares facilitando o processo de
orientaccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede Rev Med Minas Gerais 2008 18(4
Supl 1) S12
5 BESERRA EP TORRES CA PINHEIRO PNC ALVES MDS
BARROSO MGT Pedagogia freireana como meacutetodo de prevenccedilatildeo
de doenccedilas Ciecircnc sauacutede coletiva [online] 2011 vol16 suppl1 pp
1563-1570
6 BOtildeCKVR SARRIERAJC O grupo operativo intervindo na
Siacutendrome de Burnout PsicolEscEduc10(1)31-39 jan-
jun2006ilusttab
7 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede do Adolescente Brasiacutelia 2005
Disponiacutevel em http wwwsaudegovbr
8 CABRAL FB and OLIVEIRA DLLC Vulnerabilidade de Pueacuterperas
na Visatildeo de Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Ecircnfase em Aspectos
Geracionais e Adolescecircncia Revista de Enfermagem da USP 2010
44(2) 368-75
9 CALLANI MFCJ OTANI MAP Accedilotildees Educativas com
Adolescentes uma Intervenccedilatildeo Necessaacuteria REME revminenferm
12(2) 195-200 abr-jun 2008
28
10 CANNON L R C BOTTINI B A Sauacutede e juventude o cenaacuterio das
poliacuteticas puacuteblicas no Brasil In Brasil Ministeacuterio do Planejamento e
Orccedilamento Jovens acontecendo na trilha das poliacuteticas puacuteblicas Brasiacutelia CNPD1998 p 397-416 v1
11 FERNANDES WJ A Importacircncia dos Grupos Hoje Rev
SPAGESP [online] 2003 vol4 n4 pp 83-91 ISSN 1677-2970
12 FERRARI RAP THOMSON Z and MELCHIOR R Adolescecircncia
accedilotildees e percepccedilatildeo dos meacutedicos e enfermeiros do Programa de Sauacutede
da Famiacutelia Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 22(11)2491-2495
nov 2006
13 FERREIRA MA ALVIM NAT TEIXEIRA MLO VELOSO RC
Saberes de adolescentes estilo de vida e cuidado agrave sauacutede Texto
contexto - enferm [online] 2007 vol16 n2 pp 217-224
14 FORTUNA CM et al O Trabalho de Equipe no Programa de Sauacutede
da Famiacutelia Reflexotildees a Partir de Conceitos do Processo Grupal e de
Grupos Operativos Rev Latino-Am Enfermagem vol13 no2 Ribeiratildeo
Preto MarApr 2005
15 GOMES R ASSIS SG SOUZA ER DESLANDES SF NJAINE K
MALAQUIAS JF Informaccedilotildees e valores de jovens sobre a Aids
avaliaccedilatildeo de escolares de trecircs cidades brasileiras Ciecircnc sauacutede
coletiva [online] 2005 vol10 n2 pp 381-388
16 JEOLAacuteS LS FERRARI RAP Oficinas de prevenccedilatildeo em um serviccedilo
de sauacutede para adolescentes espaccedilo de reflexatildeo e de conhecimento
compartilhado Ciecircnc Sauacutede Coletiva 2003 8611-20
17 LUCCHESE R BARROS S A utilizaccedilatildeo do grupo operativo como
meacutetodo de coleta de dados em pesquisa qualitativa Rev Eletr Enf
[Internet] 2007 9(3)796-805 Available
from httpwwwfenufgbrrevistav9n3v9n3a18htm
18 LUCCHESE R BARROS S Grupo operativo como estrateacutegia
pedagoacutegica em um curso de graduaccedilatildeo em enfermagem um
continente para as vivecircncias dos alunos quartanistas Rev Esc Enferm
USP 2002 36(1) 66-74
29
19 MACIEL RHMO et al O Multiprofissionalismo em sauacutede e a
interaccedilatildeo das equipes do programa de sauacutede da famiacutelia Observatoacuterio de Recursos Humanos em Sauacutede Estaccedilatildeo CETREDE UFC UECE
Fortaleza2007
20 SAITO MI Adolescecircncia prevenccedilatildeo e risco Satildeo Paulo Atheneu
2001
21 SAMPAIO J SANTOS RC PAIXAtildeOLA TORRES TS -
Promoccedilatildeo da Sauacutede Sexual Desafios no Vale do Satildeo Francisco
Psicologia amp Sociedade 22 (3) 499-506 2010
22 SILVA ARV et al Educaccedilatildeo em sauacutede a portadores de Diabetes
Mellitus tipo 2revisatildeo bibliograacutefica RevRENE (10)3146-151 jul-
set2009
23 SILVA KL DIAS FLA VIEIRA NFC PINHEIRO PNC
Reflexotildees acerca do abuso de drogas e da violecircncia na adolescecircncia
Esc Anna Nery [online] 2010 vol14 n3 pp 605-610
24 SILVA KL DIAS FLA VIEIRA NFC PINHEIRO PNC MAIA
CC Riscos e vulnerabilidades relacionados agrave sexualidade na
adolescecircncia Rev enferm UERJ 18(3) 456-461 jul-set 2010
24
Meacutetodos de abordagem em grupos operativos tambeacutem tecircm sido testados
como no estudo Beserra et al (2011) que utilizou o circulo de cultura sugerido por
Paulo Freire para o trabalho de educaccedilatildeo sexual com adolescentes O meacutetodo
permitiu a exposiccedilatildeo de duacutevidas com tranquumlilidade o conhecimento da prevenccedilatildeo
da DST e a capacidade desenvolvida para repensar condutas
O grupo operativo mostrou que a convergecircncia de saberes cientiacutefico e
senso comum eacute uma das maneiras efetivas de se trabalhar com educaccedilatildeo para
sauacutede uma vez que dessa maneira as demandas satildeo explicitadas claramente
(FERREIRA et al 2007)
Os dados apresentados nos artigos objetos de estudo deste trabalho
indicaram que o uso do grupo operativo com adolescentes pode ser uma
importante ferramenta de trabalho para a Equipe de Sauacutede da Famiacutelia atraveacutes do
qual eacute possiacutevel pela verbalizaccedilatildeo dos questionamentos e dificuldades
problematizar discutir e provocar reflexotildees sobre situaccedilotildees pertinentes a esta
fase da vida Este mecanismo oferece agrave equipe de sauacutede informaccedilotildees que podem
ser utilizadas na elaboraccedilatildeo de propostas de trabalho para a sua aacuterea de
abrangecircncia Aleacutem disso carece de pouca infra-estrutura e tem um baixo custo de
aplicaccedilatildeo Este tipo de estrateacutegia deve ser utilizada pela equipe da sauacutede da
famiacutelia pois eacute um meio eficaz de prevenccedilatildeo para muitos agravos agrave sauacutede do
adolescente O grupo operativo com adolescentes atraveacutes da identificaccedilatildeo muacutetua
dos seus integrantes eacute capaz de promover haacutebitos saudaacuteveis de vida funcionando
como um indutor desse processo Essa identificaccedilatildeo serve tambeacutem para que
assuntos antes tratados com parcimocircnia sejam levados ao grupo sem temores e
de uma maneira natural
Os dados tambeacutem mostraram a falta de preparo dos profissionais no
atendimento aos adolescentes A inexistecircncia de accedilotildees educativas voltadas aos
adolescentes ora eacute justificada pela precariedade de infra-estrutura ora pelo
despreparo dos profissionais e ora pela falta de profissionais na rede
O estudo aponta para a necessidade de desenvolver mecanismos que
possam preparar profissionais para lidar com essa faixa etaacuteria Neste contexto a
utilizaccedilatildeo do grupo operativo parece pertinente e o Curso de Especializaccedilatildeo em
Sauacutede da Famiacutelia empenha-se em preencher esta lacuna da falta de preparo
desses profissionais do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
25
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Atraveacutes deste trabalho pretendia-se conhecer estrateacutegias com grupos
operativos voltadas para educaccedilatildeo de adolescentes Buscou-se tambeacutem
contribuir para o entendimento desta teacutecnica utilizada para promoccedilatildeo de sauacutede O
modelo ainda utilizado na assistecircncia ao adolescente natildeo considera este indiviacuteduo
na sua totalidade orgacircnica psicoloacutegica e sociocultural Esta simplificaccedilatildeo do
problema proveniente da utilizaccedilatildeo do modelo biomeacutedico de assistecircncia tem
comprometido uma melhor atenccedilatildeo a esta clientela O grupo operativo pode ser
uma ferramenta de grande ajuda para o trabalho educativo com adolescentes
Possibilita aleacutem de disponibilizar a informaccedilatildeo permitir a reflexatildeo critica e a
tomada de posiccedilatildeo para a adoccedilatildeo de comportamentos mais saudaacuteveis Este
levantamento permitiu observar tambeacutem que alguns profissionais desconhecem
este meio de estrateacutegia como forma de trabalho Desta forma podemos afirmar
que o grupo operativo pode ser eficaz se
- possibilitar a horizontalidade das relaccedilotildees
- facilitar a participaccedilatildeo ativa e o consequumlente engajamento no processo
de mudanccedila
- desenvolver a liberdade responsabilidade e compromisso
- aleacutem dos aspectos bioloacutegicos discutir tambeacutem os psicossociais
histoacutericos culturais e poliacuteticos nos valores e comportamentos expressos no
grupo
- provocar em seus integrantes reflexatildeo e estimular a argumentaccedilatildeo de
questotildees importantes para o grupo
- problematizar as questotildees impostas atraveacutes da verbalizaccedilatildeo dos
questionamentos e dificuldades
No entanto o sucesso desta atividade estaraacute condicionado ao preparo dos
profissionais envolvidos no sentido de adotar posturas natildeo autoritaacuterias numa
relaccedilatildeo horizontal com conversas abertas e linguagem clara Deste modo
podemos considerar que
26
- eacute necessaacuterio um novo olhar sobre o jovem e sua relaccedilatildeo com a famiacutelia
escola e sociedade nesse repensar das praacuteticas educativas
- O papel do coordenador de um grupo operativo eacute essencial para o
sucesso desejado Ele nunca deve se colocar como um modelo a ser imitado
- este mecanismo oferece agrave equipe de sauacutede informaccedilotildees que podem ser
utilizadas na elaboraccedilatildeo de propostas de trabalho para a sua aacuterea de
abrangecircncia
- este meacutetodo carece de pouca infra-estrutura e tem um baixo custo de
aplicaccedilatildeo
- a informaccedilatildeo clara e accessiacutevel acompanhada de transparecircncia e
sinceridade satildeo atributos imprescindiacuteveis em um grupo operativo propiciando a
criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes e conferindo credibilidade ao trabalho
- eacute preciso desenvolver mecanismos que possam preparar profissionais
para lidar com essa faixa etaacuteria
Neste contexto a utilizaccedilatildeo do grupo operativo parece pertinente e o
Curso de Especializaccedilatildeo em Sauacutede da Famiacutelia empenha-se em preencher esta
lacuna da falta de preparo desses profissionais do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
Atraveacutes da conduccedilatildeo deste trabalho pude refletir e teorizar sobre a minha
praacutetica profissional Percebi que havia muitas deficiecircncias em minha formaccedilatildeo e o
curso de especializaccedilatildeo me ajudou a sanar muitas delas Pude concluir tambeacutem o
quanto eacute importante esta preparaccedilatildeo contiacutenua do profissional Gostaria de
destacar entatildeo a necessidade de capacitaccedilatildeo profissional para aqueles que se
propotildee a trabalhar com atenccedilatildeo baacutesica A meu ver eacute um passo importante em
direccedilatildeo a um melhor atendimento ao adolescente
27
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 1 ABDUCH C Grupos operativos com adolescentes In SCHOR N
MOTA M SFT BRANCO VC (Orgs)Cadernos juventude sauacutede e
desenvolvimento Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1999 p289-300
2 AFONSO MLM et al Oficinas em dinacircmica de grupo na aacuterea da
sauacutedeSatildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo2010PP 63
3 ANDALOacute CSA O papel do coordenador de grupos Psicol USP
Vol12 ndeg 1 Satildeo Paulo 2001
4 ARAUacuteJO A et al Da tendecircncia grupal aos grupos operativos com
adolescentes a identificaccedilatildeo dos pares facilitando o processo de
orientaccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede Rev Med Minas Gerais 2008 18(4
Supl 1) S12
5 BESERRA EP TORRES CA PINHEIRO PNC ALVES MDS
BARROSO MGT Pedagogia freireana como meacutetodo de prevenccedilatildeo
de doenccedilas Ciecircnc sauacutede coletiva [online] 2011 vol16 suppl1 pp
1563-1570
6 BOtildeCKVR SARRIERAJC O grupo operativo intervindo na
Siacutendrome de Burnout PsicolEscEduc10(1)31-39 jan-
jun2006ilusttab
7 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede do Adolescente Brasiacutelia 2005
Disponiacutevel em http wwwsaudegovbr
8 CABRAL FB and OLIVEIRA DLLC Vulnerabilidade de Pueacuterperas
na Visatildeo de Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Ecircnfase em Aspectos
Geracionais e Adolescecircncia Revista de Enfermagem da USP 2010
44(2) 368-75
9 CALLANI MFCJ OTANI MAP Accedilotildees Educativas com
Adolescentes uma Intervenccedilatildeo Necessaacuteria REME revminenferm
12(2) 195-200 abr-jun 2008
28
10 CANNON L R C BOTTINI B A Sauacutede e juventude o cenaacuterio das
poliacuteticas puacuteblicas no Brasil In Brasil Ministeacuterio do Planejamento e
Orccedilamento Jovens acontecendo na trilha das poliacuteticas puacuteblicas Brasiacutelia CNPD1998 p 397-416 v1
11 FERNANDES WJ A Importacircncia dos Grupos Hoje Rev
SPAGESP [online] 2003 vol4 n4 pp 83-91 ISSN 1677-2970
12 FERRARI RAP THOMSON Z and MELCHIOR R Adolescecircncia
accedilotildees e percepccedilatildeo dos meacutedicos e enfermeiros do Programa de Sauacutede
da Famiacutelia Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 22(11)2491-2495
nov 2006
13 FERREIRA MA ALVIM NAT TEIXEIRA MLO VELOSO RC
Saberes de adolescentes estilo de vida e cuidado agrave sauacutede Texto
contexto - enferm [online] 2007 vol16 n2 pp 217-224
14 FORTUNA CM et al O Trabalho de Equipe no Programa de Sauacutede
da Famiacutelia Reflexotildees a Partir de Conceitos do Processo Grupal e de
Grupos Operativos Rev Latino-Am Enfermagem vol13 no2 Ribeiratildeo
Preto MarApr 2005
15 GOMES R ASSIS SG SOUZA ER DESLANDES SF NJAINE K
MALAQUIAS JF Informaccedilotildees e valores de jovens sobre a Aids
avaliaccedilatildeo de escolares de trecircs cidades brasileiras Ciecircnc sauacutede
coletiva [online] 2005 vol10 n2 pp 381-388
16 JEOLAacuteS LS FERRARI RAP Oficinas de prevenccedilatildeo em um serviccedilo
de sauacutede para adolescentes espaccedilo de reflexatildeo e de conhecimento
compartilhado Ciecircnc Sauacutede Coletiva 2003 8611-20
17 LUCCHESE R BARROS S A utilizaccedilatildeo do grupo operativo como
meacutetodo de coleta de dados em pesquisa qualitativa Rev Eletr Enf
[Internet] 2007 9(3)796-805 Available
from httpwwwfenufgbrrevistav9n3v9n3a18htm
18 LUCCHESE R BARROS S Grupo operativo como estrateacutegia
pedagoacutegica em um curso de graduaccedilatildeo em enfermagem um
continente para as vivecircncias dos alunos quartanistas Rev Esc Enferm
USP 2002 36(1) 66-74
29
19 MACIEL RHMO et al O Multiprofissionalismo em sauacutede e a
interaccedilatildeo das equipes do programa de sauacutede da famiacutelia Observatoacuterio de Recursos Humanos em Sauacutede Estaccedilatildeo CETREDE UFC UECE
Fortaleza2007
20 SAITO MI Adolescecircncia prevenccedilatildeo e risco Satildeo Paulo Atheneu
2001
21 SAMPAIO J SANTOS RC PAIXAtildeOLA TORRES TS -
Promoccedilatildeo da Sauacutede Sexual Desafios no Vale do Satildeo Francisco
Psicologia amp Sociedade 22 (3) 499-506 2010
22 SILVA ARV et al Educaccedilatildeo em sauacutede a portadores de Diabetes
Mellitus tipo 2revisatildeo bibliograacutefica RevRENE (10)3146-151 jul-
set2009
23 SILVA KL DIAS FLA VIEIRA NFC PINHEIRO PNC
Reflexotildees acerca do abuso de drogas e da violecircncia na adolescecircncia
Esc Anna Nery [online] 2010 vol14 n3 pp 605-610
24 SILVA KL DIAS FLA VIEIRA NFC PINHEIRO PNC MAIA
CC Riscos e vulnerabilidades relacionados agrave sexualidade na
adolescecircncia Rev enferm UERJ 18(3) 456-461 jul-set 2010
25
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Atraveacutes deste trabalho pretendia-se conhecer estrateacutegias com grupos
operativos voltadas para educaccedilatildeo de adolescentes Buscou-se tambeacutem
contribuir para o entendimento desta teacutecnica utilizada para promoccedilatildeo de sauacutede O
modelo ainda utilizado na assistecircncia ao adolescente natildeo considera este indiviacuteduo
na sua totalidade orgacircnica psicoloacutegica e sociocultural Esta simplificaccedilatildeo do
problema proveniente da utilizaccedilatildeo do modelo biomeacutedico de assistecircncia tem
comprometido uma melhor atenccedilatildeo a esta clientela O grupo operativo pode ser
uma ferramenta de grande ajuda para o trabalho educativo com adolescentes
Possibilita aleacutem de disponibilizar a informaccedilatildeo permitir a reflexatildeo critica e a
tomada de posiccedilatildeo para a adoccedilatildeo de comportamentos mais saudaacuteveis Este
levantamento permitiu observar tambeacutem que alguns profissionais desconhecem
este meio de estrateacutegia como forma de trabalho Desta forma podemos afirmar
que o grupo operativo pode ser eficaz se
- possibilitar a horizontalidade das relaccedilotildees
- facilitar a participaccedilatildeo ativa e o consequumlente engajamento no processo
de mudanccedila
- desenvolver a liberdade responsabilidade e compromisso
- aleacutem dos aspectos bioloacutegicos discutir tambeacutem os psicossociais
histoacutericos culturais e poliacuteticos nos valores e comportamentos expressos no
grupo
- provocar em seus integrantes reflexatildeo e estimular a argumentaccedilatildeo de
questotildees importantes para o grupo
- problematizar as questotildees impostas atraveacutes da verbalizaccedilatildeo dos
questionamentos e dificuldades
No entanto o sucesso desta atividade estaraacute condicionado ao preparo dos
profissionais envolvidos no sentido de adotar posturas natildeo autoritaacuterias numa
relaccedilatildeo horizontal com conversas abertas e linguagem clara Deste modo
podemos considerar que
26
- eacute necessaacuterio um novo olhar sobre o jovem e sua relaccedilatildeo com a famiacutelia
escola e sociedade nesse repensar das praacuteticas educativas
- O papel do coordenador de um grupo operativo eacute essencial para o
sucesso desejado Ele nunca deve se colocar como um modelo a ser imitado
- este mecanismo oferece agrave equipe de sauacutede informaccedilotildees que podem ser
utilizadas na elaboraccedilatildeo de propostas de trabalho para a sua aacuterea de
abrangecircncia
- este meacutetodo carece de pouca infra-estrutura e tem um baixo custo de
aplicaccedilatildeo
- a informaccedilatildeo clara e accessiacutevel acompanhada de transparecircncia e
sinceridade satildeo atributos imprescindiacuteveis em um grupo operativo propiciando a
criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes e conferindo credibilidade ao trabalho
- eacute preciso desenvolver mecanismos que possam preparar profissionais
para lidar com essa faixa etaacuteria
Neste contexto a utilizaccedilatildeo do grupo operativo parece pertinente e o
Curso de Especializaccedilatildeo em Sauacutede da Famiacutelia empenha-se em preencher esta
lacuna da falta de preparo desses profissionais do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
Atraveacutes da conduccedilatildeo deste trabalho pude refletir e teorizar sobre a minha
praacutetica profissional Percebi que havia muitas deficiecircncias em minha formaccedilatildeo e o
curso de especializaccedilatildeo me ajudou a sanar muitas delas Pude concluir tambeacutem o
quanto eacute importante esta preparaccedilatildeo contiacutenua do profissional Gostaria de
destacar entatildeo a necessidade de capacitaccedilatildeo profissional para aqueles que se
propotildee a trabalhar com atenccedilatildeo baacutesica A meu ver eacute um passo importante em
direccedilatildeo a um melhor atendimento ao adolescente
27
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 1 ABDUCH C Grupos operativos com adolescentes In SCHOR N
MOTA M SFT BRANCO VC (Orgs)Cadernos juventude sauacutede e
desenvolvimento Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1999 p289-300
2 AFONSO MLM et al Oficinas em dinacircmica de grupo na aacuterea da
sauacutedeSatildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo2010PP 63
3 ANDALOacute CSA O papel do coordenador de grupos Psicol USP
Vol12 ndeg 1 Satildeo Paulo 2001
4 ARAUacuteJO A et al Da tendecircncia grupal aos grupos operativos com
adolescentes a identificaccedilatildeo dos pares facilitando o processo de
orientaccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede Rev Med Minas Gerais 2008 18(4
Supl 1) S12
5 BESERRA EP TORRES CA PINHEIRO PNC ALVES MDS
BARROSO MGT Pedagogia freireana como meacutetodo de prevenccedilatildeo
de doenccedilas Ciecircnc sauacutede coletiva [online] 2011 vol16 suppl1 pp
1563-1570
6 BOtildeCKVR SARRIERAJC O grupo operativo intervindo na
Siacutendrome de Burnout PsicolEscEduc10(1)31-39 jan-
jun2006ilusttab
7 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede do Adolescente Brasiacutelia 2005
Disponiacutevel em http wwwsaudegovbr
8 CABRAL FB and OLIVEIRA DLLC Vulnerabilidade de Pueacuterperas
na Visatildeo de Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Ecircnfase em Aspectos
Geracionais e Adolescecircncia Revista de Enfermagem da USP 2010
44(2) 368-75
9 CALLANI MFCJ OTANI MAP Accedilotildees Educativas com
Adolescentes uma Intervenccedilatildeo Necessaacuteria REME revminenferm
12(2) 195-200 abr-jun 2008
28
10 CANNON L R C BOTTINI B A Sauacutede e juventude o cenaacuterio das
poliacuteticas puacuteblicas no Brasil In Brasil Ministeacuterio do Planejamento e
Orccedilamento Jovens acontecendo na trilha das poliacuteticas puacuteblicas Brasiacutelia CNPD1998 p 397-416 v1
11 FERNANDES WJ A Importacircncia dos Grupos Hoje Rev
SPAGESP [online] 2003 vol4 n4 pp 83-91 ISSN 1677-2970
12 FERRARI RAP THOMSON Z and MELCHIOR R Adolescecircncia
accedilotildees e percepccedilatildeo dos meacutedicos e enfermeiros do Programa de Sauacutede
da Famiacutelia Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 22(11)2491-2495
nov 2006
13 FERREIRA MA ALVIM NAT TEIXEIRA MLO VELOSO RC
Saberes de adolescentes estilo de vida e cuidado agrave sauacutede Texto
contexto - enferm [online] 2007 vol16 n2 pp 217-224
14 FORTUNA CM et al O Trabalho de Equipe no Programa de Sauacutede
da Famiacutelia Reflexotildees a Partir de Conceitos do Processo Grupal e de
Grupos Operativos Rev Latino-Am Enfermagem vol13 no2 Ribeiratildeo
Preto MarApr 2005
15 GOMES R ASSIS SG SOUZA ER DESLANDES SF NJAINE K
MALAQUIAS JF Informaccedilotildees e valores de jovens sobre a Aids
avaliaccedilatildeo de escolares de trecircs cidades brasileiras Ciecircnc sauacutede
coletiva [online] 2005 vol10 n2 pp 381-388
16 JEOLAacuteS LS FERRARI RAP Oficinas de prevenccedilatildeo em um serviccedilo
de sauacutede para adolescentes espaccedilo de reflexatildeo e de conhecimento
compartilhado Ciecircnc Sauacutede Coletiva 2003 8611-20
17 LUCCHESE R BARROS S A utilizaccedilatildeo do grupo operativo como
meacutetodo de coleta de dados em pesquisa qualitativa Rev Eletr Enf
[Internet] 2007 9(3)796-805 Available
from httpwwwfenufgbrrevistav9n3v9n3a18htm
18 LUCCHESE R BARROS S Grupo operativo como estrateacutegia
pedagoacutegica em um curso de graduaccedilatildeo em enfermagem um
continente para as vivecircncias dos alunos quartanistas Rev Esc Enferm
USP 2002 36(1) 66-74
29
19 MACIEL RHMO et al O Multiprofissionalismo em sauacutede e a
interaccedilatildeo das equipes do programa de sauacutede da famiacutelia Observatoacuterio de Recursos Humanos em Sauacutede Estaccedilatildeo CETREDE UFC UECE
Fortaleza2007
20 SAITO MI Adolescecircncia prevenccedilatildeo e risco Satildeo Paulo Atheneu
2001
21 SAMPAIO J SANTOS RC PAIXAtildeOLA TORRES TS -
Promoccedilatildeo da Sauacutede Sexual Desafios no Vale do Satildeo Francisco
Psicologia amp Sociedade 22 (3) 499-506 2010
22 SILVA ARV et al Educaccedilatildeo em sauacutede a portadores de Diabetes
Mellitus tipo 2revisatildeo bibliograacutefica RevRENE (10)3146-151 jul-
set2009
23 SILVA KL DIAS FLA VIEIRA NFC PINHEIRO PNC
Reflexotildees acerca do abuso de drogas e da violecircncia na adolescecircncia
Esc Anna Nery [online] 2010 vol14 n3 pp 605-610
24 SILVA KL DIAS FLA VIEIRA NFC PINHEIRO PNC MAIA
CC Riscos e vulnerabilidades relacionados agrave sexualidade na
adolescecircncia Rev enferm UERJ 18(3) 456-461 jul-set 2010
26
- eacute necessaacuterio um novo olhar sobre o jovem e sua relaccedilatildeo com a famiacutelia
escola e sociedade nesse repensar das praacuteticas educativas
- O papel do coordenador de um grupo operativo eacute essencial para o
sucesso desejado Ele nunca deve se colocar como um modelo a ser imitado
- este mecanismo oferece agrave equipe de sauacutede informaccedilotildees que podem ser
utilizadas na elaboraccedilatildeo de propostas de trabalho para a sua aacuterea de
abrangecircncia
- este meacutetodo carece de pouca infra-estrutura e tem um baixo custo de
aplicaccedilatildeo
- a informaccedilatildeo clara e accessiacutevel acompanhada de transparecircncia e
sinceridade satildeo atributos imprescindiacuteveis em um grupo operativo propiciando a
criaccedilatildeo de viacutenculos entre os participantes e conferindo credibilidade ao trabalho
- eacute preciso desenvolver mecanismos que possam preparar profissionais
para lidar com essa faixa etaacuteria
Neste contexto a utilizaccedilatildeo do grupo operativo parece pertinente e o
Curso de Especializaccedilatildeo em Sauacutede da Famiacutelia empenha-se em preencher esta
lacuna da falta de preparo desses profissionais do Programa de Sauacutede da Famiacutelia
Atraveacutes da conduccedilatildeo deste trabalho pude refletir e teorizar sobre a minha
praacutetica profissional Percebi que havia muitas deficiecircncias em minha formaccedilatildeo e o
curso de especializaccedilatildeo me ajudou a sanar muitas delas Pude concluir tambeacutem o
quanto eacute importante esta preparaccedilatildeo contiacutenua do profissional Gostaria de
destacar entatildeo a necessidade de capacitaccedilatildeo profissional para aqueles que se
propotildee a trabalhar com atenccedilatildeo baacutesica A meu ver eacute um passo importante em
direccedilatildeo a um melhor atendimento ao adolescente
27
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 1 ABDUCH C Grupos operativos com adolescentes In SCHOR N
MOTA M SFT BRANCO VC (Orgs)Cadernos juventude sauacutede e
desenvolvimento Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1999 p289-300
2 AFONSO MLM et al Oficinas em dinacircmica de grupo na aacuterea da
sauacutedeSatildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo2010PP 63
3 ANDALOacute CSA O papel do coordenador de grupos Psicol USP
Vol12 ndeg 1 Satildeo Paulo 2001
4 ARAUacuteJO A et al Da tendecircncia grupal aos grupos operativos com
adolescentes a identificaccedilatildeo dos pares facilitando o processo de
orientaccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede Rev Med Minas Gerais 2008 18(4
Supl 1) S12
5 BESERRA EP TORRES CA PINHEIRO PNC ALVES MDS
BARROSO MGT Pedagogia freireana como meacutetodo de prevenccedilatildeo
de doenccedilas Ciecircnc sauacutede coletiva [online] 2011 vol16 suppl1 pp
1563-1570
6 BOtildeCKVR SARRIERAJC O grupo operativo intervindo na
Siacutendrome de Burnout PsicolEscEduc10(1)31-39 jan-
jun2006ilusttab
7 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede do Adolescente Brasiacutelia 2005
Disponiacutevel em http wwwsaudegovbr
8 CABRAL FB and OLIVEIRA DLLC Vulnerabilidade de Pueacuterperas
na Visatildeo de Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Ecircnfase em Aspectos
Geracionais e Adolescecircncia Revista de Enfermagem da USP 2010
44(2) 368-75
9 CALLANI MFCJ OTANI MAP Accedilotildees Educativas com
Adolescentes uma Intervenccedilatildeo Necessaacuteria REME revminenferm
12(2) 195-200 abr-jun 2008
28
10 CANNON L R C BOTTINI B A Sauacutede e juventude o cenaacuterio das
poliacuteticas puacuteblicas no Brasil In Brasil Ministeacuterio do Planejamento e
Orccedilamento Jovens acontecendo na trilha das poliacuteticas puacuteblicas Brasiacutelia CNPD1998 p 397-416 v1
11 FERNANDES WJ A Importacircncia dos Grupos Hoje Rev
SPAGESP [online] 2003 vol4 n4 pp 83-91 ISSN 1677-2970
12 FERRARI RAP THOMSON Z and MELCHIOR R Adolescecircncia
accedilotildees e percepccedilatildeo dos meacutedicos e enfermeiros do Programa de Sauacutede
da Famiacutelia Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 22(11)2491-2495
nov 2006
13 FERREIRA MA ALVIM NAT TEIXEIRA MLO VELOSO RC
Saberes de adolescentes estilo de vida e cuidado agrave sauacutede Texto
contexto - enferm [online] 2007 vol16 n2 pp 217-224
14 FORTUNA CM et al O Trabalho de Equipe no Programa de Sauacutede
da Famiacutelia Reflexotildees a Partir de Conceitos do Processo Grupal e de
Grupos Operativos Rev Latino-Am Enfermagem vol13 no2 Ribeiratildeo
Preto MarApr 2005
15 GOMES R ASSIS SG SOUZA ER DESLANDES SF NJAINE K
MALAQUIAS JF Informaccedilotildees e valores de jovens sobre a Aids
avaliaccedilatildeo de escolares de trecircs cidades brasileiras Ciecircnc sauacutede
coletiva [online] 2005 vol10 n2 pp 381-388
16 JEOLAacuteS LS FERRARI RAP Oficinas de prevenccedilatildeo em um serviccedilo
de sauacutede para adolescentes espaccedilo de reflexatildeo e de conhecimento
compartilhado Ciecircnc Sauacutede Coletiva 2003 8611-20
17 LUCCHESE R BARROS S A utilizaccedilatildeo do grupo operativo como
meacutetodo de coleta de dados em pesquisa qualitativa Rev Eletr Enf
[Internet] 2007 9(3)796-805 Available
from httpwwwfenufgbrrevistav9n3v9n3a18htm
18 LUCCHESE R BARROS S Grupo operativo como estrateacutegia
pedagoacutegica em um curso de graduaccedilatildeo em enfermagem um
continente para as vivecircncias dos alunos quartanistas Rev Esc Enferm
USP 2002 36(1) 66-74
29
19 MACIEL RHMO et al O Multiprofissionalismo em sauacutede e a
interaccedilatildeo das equipes do programa de sauacutede da famiacutelia Observatoacuterio de Recursos Humanos em Sauacutede Estaccedilatildeo CETREDE UFC UECE
Fortaleza2007
20 SAITO MI Adolescecircncia prevenccedilatildeo e risco Satildeo Paulo Atheneu
2001
21 SAMPAIO J SANTOS RC PAIXAtildeOLA TORRES TS -
Promoccedilatildeo da Sauacutede Sexual Desafios no Vale do Satildeo Francisco
Psicologia amp Sociedade 22 (3) 499-506 2010
22 SILVA ARV et al Educaccedilatildeo em sauacutede a portadores de Diabetes
Mellitus tipo 2revisatildeo bibliograacutefica RevRENE (10)3146-151 jul-
set2009
23 SILVA KL DIAS FLA VIEIRA NFC PINHEIRO PNC
Reflexotildees acerca do abuso de drogas e da violecircncia na adolescecircncia
Esc Anna Nery [online] 2010 vol14 n3 pp 605-610
24 SILVA KL DIAS FLA VIEIRA NFC PINHEIRO PNC MAIA
CC Riscos e vulnerabilidades relacionados agrave sexualidade na
adolescecircncia Rev enferm UERJ 18(3) 456-461 jul-set 2010
27
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 1 ABDUCH C Grupos operativos com adolescentes In SCHOR N
MOTA M SFT BRANCO VC (Orgs)Cadernos juventude sauacutede e
desenvolvimento Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1999 p289-300
2 AFONSO MLM et al Oficinas em dinacircmica de grupo na aacuterea da
sauacutedeSatildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo2010PP 63
3 ANDALOacute CSA O papel do coordenador de grupos Psicol USP
Vol12 ndeg 1 Satildeo Paulo 2001
4 ARAUacuteJO A et al Da tendecircncia grupal aos grupos operativos com
adolescentes a identificaccedilatildeo dos pares facilitando o processo de
orientaccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede Rev Med Minas Gerais 2008 18(4
Supl 1) S12
5 BESERRA EP TORRES CA PINHEIRO PNC ALVES MDS
BARROSO MGT Pedagogia freireana como meacutetodo de prevenccedilatildeo
de doenccedilas Ciecircnc sauacutede coletiva [online] 2011 vol16 suppl1 pp
1563-1570
6 BOtildeCKVR SARRIERAJC O grupo operativo intervindo na
Siacutendrome de Burnout PsicolEscEduc10(1)31-39 jan-
jun2006ilusttab
7 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sauacutede do Adolescente Brasiacutelia 2005
Disponiacutevel em http wwwsaudegovbr
8 CABRAL FB and OLIVEIRA DLLC Vulnerabilidade de Pueacuterperas
na Visatildeo de Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Ecircnfase em Aspectos
Geracionais e Adolescecircncia Revista de Enfermagem da USP 2010
44(2) 368-75
9 CALLANI MFCJ OTANI MAP Accedilotildees Educativas com
Adolescentes uma Intervenccedilatildeo Necessaacuteria REME revminenferm
12(2) 195-200 abr-jun 2008
28
10 CANNON L R C BOTTINI B A Sauacutede e juventude o cenaacuterio das
poliacuteticas puacuteblicas no Brasil In Brasil Ministeacuterio do Planejamento e
Orccedilamento Jovens acontecendo na trilha das poliacuteticas puacuteblicas Brasiacutelia CNPD1998 p 397-416 v1
11 FERNANDES WJ A Importacircncia dos Grupos Hoje Rev
SPAGESP [online] 2003 vol4 n4 pp 83-91 ISSN 1677-2970
12 FERRARI RAP THOMSON Z and MELCHIOR R Adolescecircncia
accedilotildees e percepccedilatildeo dos meacutedicos e enfermeiros do Programa de Sauacutede
da Famiacutelia Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 22(11)2491-2495
nov 2006
13 FERREIRA MA ALVIM NAT TEIXEIRA MLO VELOSO RC
Saberes de adolescentes estilo de vida e cuidado agrave sauacutede Texto
contexto - enferm [online] 2007 vol16 n2 pp 217-224
14 FORTUNA CM et al O Trabalho de Equipe no Programa de Sauacutede
da Famiacutelia Reflexotildees a Partir de Conceitos do Processo Grupal e de
Grupos Operativos Rev Latino-Am Enfermagem vol13 no2 Ribeiratildeo
Preto MarApr 2005
15 GOMES R ASSIS SG SOUZA ER DESLANDES SF NJAINE K
MALAQUIAS JF Informaccedilotildees e valores de jovens sobre a Aids
avaliaccedilatildeo de escolares de trecircs cidades brasileiras Ciecircnc sauacutede
coletiva [online] 2005 vol10 n2 pp 381-388
16 JEOLAacuteS LS FERRARI RAP Oficinas de prevenccedilatildeo em um serviccedilo
de sauacutede para adolescentes espaccedilo de reflexatildeo e de conhecimento
compartilhado Ciecircnc Sauacutede Coletiva 2003 8611-20
17 LUCCHESE R BARROS S A utilizaccedilatildeo do grupo operativo como
meacutetodo de coleta de dados em pesquisa qualitativa Rev Eletr Enf
[Internet] 2007 9(3)796-805 Available
from httpwwwfenufgbrrevistav9n3v9n3a18htm
18 LUCCHESE R BARROS S Grupo operativo como estrateacutegia
pedagoacutegica em um curso de graduaccedilatildeo em enfermagem um
continente para as vivecircncias dos alunos quartanistas Rev Esc Enferm
USP 2002 36(1) 66-74
29
19 MACIEL RHMO et al O Multiprofissionalismo em sauacutede e a
interaccedilatildeo das equipes do programa de sauacutede da famiacutelia Observatoacuterio de Recursos Humanos em Sauacutede Estaccedilatildeo CETREDE UFC UECE
Fortaleza2007
20 SAITO MI Adolescecircncia prevenccedilatildeo e risco Satildeo Paulo Atheneu
2001
21 SAMPAIO J SANTOS RC PAIXAtildeOLA TORRES TS -
Promoccedilatildeo da Sauacutede Sexual Desafios no Vale do Satildeo Francisco
Psicologia amp Sociedade 22 (3) 499-506 2010
22 SILVA ARV et al Educaccedilatildeo em sauacutede a portadores de Diabetes
Mellitus tipo 2revisatildeo bibliograacutefica RevRENE (10)3146-151 jul-
set2009
23 SILVA KL DIAS FLA VIEIRA NFC PINHEIRO PNC
Reflexotildees acerca do abuso de drogas e da violecircncia na adolescecircncia
Esc Anna Nery [online] 2010 vol14 n3 pp 605-610
24 SILVA KL DIAS FLA VIEIRA NFC PINHEIRO PNC MAIA
CC Riscos e vulnerabilidades relacionados agrave sexualidade na
adolescecircncia Rev enferm UERJ 18(3) 456-461 jul-set 2010
28
10 CANNON L R C BOTTINI B A Sauacutede e juventude o cenaacuterio das
poliacuteticas puacuteblicas no Brasil In Brasil Ministeacuterio do Planejamento e
Orccedilamento Jovens acontecendo na trilha das poliacuteticas puacuteblicas Brasiacutelia CNPD1998 p 397-416 v1
11 FERNANDES WJ A Importacircncia dos Grupos Hoje Rev
SPAGESP [online] 2003 vol4 n4 pp 83-91 ISSN 1677-2970
12 FERRARI RAP THOMSON Z and MELCHIOR R Adolescecircncia
accedilotildees e percepccedilatildeo dos meacutedicos e enfermeiros do Programa de Sauacutede
da Famiacutelia Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 22(11)2491-2495
nov 2006
13 FERREIRA MA ALVIM NAT TEIXEIRA MLO VELOSO RC
Saberes de adolescentes estilo de vida e cuidado agrave sauacutede Texto
contexto - enferm [online] 2007 vol16 n2 pp 217-224
14 FORTUNA CM et al O Trabalho de Equipe no Programa de Sauacutede
da Famiacutelia Reflexotildees a Partir de Conceitos do Processo Grupal e de
Grupos Operativos Rev Latino-Am Enfermagem vol13 no2 Ribeiratildeo
Preto MarApr 2005
15 GOMES R ASSIS SG SOUZA ER DESLANDES SF NJAINE K
MALAQUIAS JF Informaccedilotildees e valores de jovens sobre a Aids
avaliaccedilatildeo de escolares de trecircs cidades brasileiras Ciecircnc sauacutede
coletiva [online] 2005 vol10 n2 pp 381-388
16 JEOLAacuteS LS FERRARI RAP Oficinas de prevenccedilatildeo em um serviccedilo
de sauacutede para adolescentes espaccedilo de reflexatildeo e de conhecimento
compartilhado Ciecircnc Sauacutede Coletiva 2003 8611-20
17 LUCCHESE R BARROS S A utilizaccedilatildeo do grupo operativo como
meacutetodo de coleta de dados em pesquisa qualitativa Rev Eletr Enf
[Internet] 2007 9(3)796-805 Available
from httpwwwfenufgbrrevistav9n3v9n3a18htm
18 LUCCHESE R BARROS S Grupo operativo como estrateacutegia
pedagoacutegica em um curso de graduaccedilatildeo em enfermagem um
continente para as vivecircncias dos alunos quartanistas Rev Esc Enferm
USP 2002 36(1) 66-74
29
19 MACIEL RHMO et al O Multiprofissionalismo em sauacutede e a
interaccedilatildeo das equipes do programa de sauacutede da famiacutelia Observatoacuterio de Recursos Humanos em Sauacutede Estaccedilatildeo CETREDE UFC UECE
Fortaleza2007
20 SAITO MI Adolescecircncia prevenccedilatildeo e risco Satildeo Paulo Atheneu
2001
21 SAMPAIO J SANTOS RC PAIXAtildeOLA TORRES TS -
Promoccedilatildeo da Sauacutede Sexual Desafios no Vale do Satildeo Francisco
Psicologia amp Sociedade 22 (3) 499-506 2010
22 SILVA ARV et al Educaccedilatildeo em sauacutede a portadores de Diabetes
Mellitus tipo 2revisatildeo bibliograacutefica RevRENE (10)3146-151 jul-
set2009
23 SILVA KL DIAS FLA VIEIRA NFC PINHEIRO PNC
Reflexotildees acerca do abuso de drogas e da violecircncia na adolescecircncia
Esc Anna Nery [online] 2010 vol14 n3 pp 605-610
24 SILVA KL DIAS FLA VIEIRA NFC PINHEIRO PNC MAIA
CC Riscos e vulnerabilidades relacionados agrave sexualidade na
adolescecircncia Rev enferm UERJ 18(3) 456-461 jul-set 2010
29
19 MACIEL RHMO et al O Multiprofissionalismo em sauacutede e a
interaccedilatildeo das equipes do programa de sauacutede da famiacutelia Observatoacuterio de Recursos Humanos em Sauacutede Estaccedilatildeo CETREDE UFC UECE
Fortaleza2007
20 SAITO MI Adolescecircncia prevenccedilatildeo e risco Satildeo Paulo Atheneu
2001
21 SAMPAIO J SANTOS RC PAIXAtildeOLA TORRES TS -
Promoccedilatildeo da Sauacutede Sexual Desafios no Vale do Satildeo Francisco
Psicologia amp Sociedade 22 (3) 499-506 2010
22 SILVA ARV et al Educaccedilatildeo em sauacutede a portadores de Diabetes
Mellitus tipo 2revisatildeo bibliograacutefica RevRENE (10)3146-151 jul-
set2009
23 SILVA KL DIAS FLA VIEIRA NFC PINHEIRO PNC
Reflexotildees acerca do abuso de drogas e da violecircncia na adolescecircncia
Esc Anna Nery [online] 2010 vol14 n3 pp 605-610
24 SILVA KL DIAS FLA VIEIRA NFC PINHEIRO PNC MAIA
CC Riscos e vulnerabilidades relacionados agrave sexualidade na
adolescecircncia Rev enferm UERJ 18(3) 456-461 jul-set 2010