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Page 1: O Liberal 6_02_2013

O LIBERALBELÉM, QUARTA-FEIRA, 6 FEVEREIRO DE 2013 PODER 9

POLÍTICA Vaticano informa queda nos casos de pedofilia . Página 10.

PODERSEMPUDOR

Modesto, eleMinistro de João

Goulart e dono de grande sabedoria po-lítica, Santiago Dan-tas disse certa vez a Antônio Balbino, na Faculdade Nacional de Direito, no Rio, cheio de ironia:

- Sou cristão e, co-mo cristão, devo ser modesto...

Ante o silêncio do interlocutor, comple-tou:

- ...por isso só pe-ço a Deus que me dê três coisas: cultura, dinheiro e poder.

Não é hora de falar em eleição, mas sim, de falar em união”

‘‘Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, lembrando que 2014 está distante

Jogo de cinturaO presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) fez uso de seu conhe-cido “jogo de cintura” para evitar o embate com cole-gas, adiando a votação do Orçamento 2013 para de-pois do carnaval, apesar da orientação do governo para apreciar a matéria o quanto antes. Mesmo com quórum suficiente para votação, Re-nan já iniciou a reunião in-formando que só colocaria o projeto em pauta se hou-vesse consenso.

RoyaltiesAntes de votar o Orça-mento, os parlamentares querem apreciar o veto à partilha dos royalties do petróleo, tema da campa-nha de Renan.

ProblemaO novo presidente da Câ-mara, Henrique Alves (PMDB-RN), também quer evitar confusão com os elei-tores, e concordou em adiar a votação.

BaixaO deputado Zé Si lva (PDT), um dos únicos ligados ao ministro Bri-zola Neto (Trabalho), as-sume hoje a Secretaria de Trabalho de Minas.

CegueiraTal como aconteceu com a estátua de Drummond de Andrade no Rio, Rachel de Queiroz está sem óculos de novo em praça de For-taleza.

Herança malditaUma conta de R$ 18 mi-lhões em propaganda in-tegra a herança maldita do deputado Sidney Patrí-cio (PT), ex-presidente da Câmara Legislativa do DF, para a nova mesa direto-ra, presidida pelo petista Wasny de Roure. De todo esse montante de “restos a pagar”, R$ 4,5 milhões nem sequer têm cobertu-ra orçamentária: Patrício gastou “por conta” de um orçamento que não era seu, referente a 2013, o que seria ilegal.

ExtravioAgências de propaganda da Câmara do DF cobram R$ 1,5 milhão de supostos serviços sem notas fiscais. Teriam sido extraviadas.

Caso para CPINa Câmara do DF, suspei-ta-se até de que as notas supostamente extravia-das esconderiam a des-tinação real do dinheiro: deputados.

Dinheiro fácilA verba anual de propagan-da na Câmara Legislativa do DF, segundo seu vice-presi-dente Agaciel Maia (PTC), soma R$ 25 milhões.

Medindo forçasNa reunião sobre o Orça-mento, até deputados da base aliada seguiram o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), para votar antes os vetos de Dil-ma. O relator Romero Jucá (PMDB-RR) ficou isolado.

Quem pagouA Câmara dos Deputados gastou R$ 8 mil com um jantar de confraternização oferecido pelo ex-nanopre-sidente Marco Maia (PT-RS)

a alguns prefeitos por oca-sião do Encontro Nacional em Brasília.

Sem espaçoA tentativa de Sandro Ma-bel (GO) de anular na Jus-tiça a eleição - da qual saiu derrotado - a líder do PMDB foi entendida como sinal de que ele não ficará do parti-do. Usou o mesmo argu-mento para deixar o PR.

Daqui não saioMesmo desbancado por Maurício Quintella (PR-AL) da Mesa Diretora, onde es-tava há 20 anos, Inocêncio Oliveira (PR-PE) presidiu boa parte da sessão ontem na Câmara. Está difícil lar-gar o osso.

Do contraO célebre juiz Odilon de Oli-veira não é unanimidade. O governo italiano questiona o xerife antidrogas no Con-selho Nacional de Justiça por escuta “ilegal” de dois santinhos em visita íntima em presídio federal.

Más companhiasEnvolvido com a turma flagrada no vídeo que de-sencadeou o mensalão, Fernando Godoy perdeu no Tribunal Superior do Traba-lho a reversão da demissão após 25 anos na ECT. Se fos-se deputado...

PapagaioConhecido como um dos mais empenhados papa-gaios de pirata da Câmara, Weliton Prado (PT-MG) ficou de plantão na Mesa Direto-ra só para aparecer na foto atrás do eleito Henrique Al-ves (PMDB-RN).

Censura burraA estatal Infraero proíbe a circulação de jornais e o acesso a sites que criticam sua diretoria - que, tão in-competente, nem se dá con-ta de que o conteúdo que a atormenta está disponível em inúmeros outros sites.

Pensando bem......Tiririca não desistiria da política que “dá prejuízo” se o Congresso cobrasse ingressos.

epidemia de malária.Segundo o prefeito de Mãe

do Rio, José Ivaldo, durante o processo de transição, não fo-ram repassadas para a atual gestão as informações neces-sárias que possibilitem a re-gular continuidade do serviço público, principalmente nas áreas de saúde e saneamento básico. O prefeito ficou sem conhecimento, por exemplo, da situação dos contratos de fornecimento de bens e ser-viços. Por outro lado, as uni-dades de saúde e o Hospital Municipal se encontram sem medicamentos e materiais de consumo e higienização. Para completar, disse o prefeito, os fornecedores de medicamen-tos se negaram entregar o que é necessário, pois alegam que o município de Mãe do Rio está inadimplente com as entregas passadas e que os preços ofertados no proces-so de licitação encontram-se defasados.

José Ivaldo justifica, por outro lado, que o período chu-voso impõe medidas urgentes de limpeza e ações preventi-vas nas áreas de saúde e sane-amento básico. Outro detalhe importante é que não foi lo-calizado qualquer estoque de material de consumo que pos-sibilite a imediata execução dos trabalhos administrativos

e da contabilidade. Além dis-so, os arquivos e documentos deste setor foram retirados.

Ele também cita a questão da ponte sobre o rio que cor-ta a cidade, que desabou, com grande risco para a população. Enfim, o prefeito diz não ter visto outra situação que não o decreto de emergência, para que possa, de fato, adminis-trar o município.

CAIXA

Já o prefeito de Igarapé-Mi-ri, Ailson Santa Maria, alega que o município está sem pro-visão de caixa e documentos administrativos, contábeis e necessitando de imediata co-leta de lixo e limpeza de ruas. Diz, ainda, que as Unidades de Saúde e Hospital Municipal se encontram sem medicamen-tos e materiais de consumo, limpeza e higienização. Por outro lado, não foi localizado qualquer estoque de material de consumo que possibilite a imediata execução de traba-lhos pela administração. Até mesmo computadores foram encontrados com defeitos e ou-tros equipamentos e impres-soras sem funcionamento.

Santa Maria reforça que há reparos emergenciais nas pontes de madeira em áreas urbanas e de vilas, nos pré-

dios públicos, escolas, posto de saúde, que necessitam da compra de materiais constru-ção. Deste modo, pontua que “os processos licitatórios pa-ra a aquisição de produtos e serviços para todas as áreas da Administração, como com-bustível, medicamentos, ma-terial de consumo e materiais de construção, na modalidade Convite ou mesmo Tomada de Preços, demanda algum tem-po, em virtude dos prazos exi-gidos pela Lei n° 8.666, de 21 de junho de 1993”.

Deste modo, foi decreta-da a emergência, o que dará suporte para que o prefeito possa proceder “emergencial-mente a compra de materiais, aquisição de produtos e utili-zação de serviços, dentre eles a aquisição de combustíveis, medicamentos, materiais de consumo, de construção e outros que são necessários para o regular funcionamen-to da Administração, até que se ultime o respectivo proce-dimento licitatório, no prazo de 90 dias”.

Mais dois municípiosem estado de emergência

As prefeituras de Mãe do Rio e de Igarapé-Miri pu-blicaram no Diário Oficial

do Estado, ontem, decretos em que declaram “Estado de Emergência”, o que permite a contratação de empresas sem a obrigatoriedade de licitação, a fim de que possam adminis-trar e fazer a máquina do go-verno funcionar. A prefeitura de Mãe do Rio é administrada pelo prefeito José Ivaldo Mar-tins Guimarães, e de Igarapé-Miri, pelo prefeito Ailson Santa Maria do Amaral.

Com isso, as duas admi-nistrações se igualam às dos municípios de Colares, Ipixuna do Pará, Rurópolis, Placas, Maracanã e Bragança, Belém, Monte Alegre, Anajás e Concórdia do Pará. Em al-guns casos, os decretos ob-jetivam justificar a dispensa de licitação para a compra de materiais essenciais, como medicamentos, materiais de expediente e combustível. A exceção fica por contra de Anajás, no Marajó, que decre-tou emergência por conta da

ADMINISTRAÇÃOMãe do Rio e Igarapé-Miri alegam o caos encontrado na gestão municipal

Governo muda regra de concessão de estradas

O ministro da economia, Gui-do Mantega, anunciou ontem, em São Paulo, mudanças nas regras de concessão de rodovias para atrair investidores para o setor de infraestrutura e destra-var o plano lançado em agosto do ano passado. Ele afirmou que o governo aumentou os prazos de financiamento e concessão, e acenou com a possibilidade de ampliar vantagens para outros

setores, como o ferroviário.“É um modelo que dá mais

vantagem. Nós aumentamos o prazo de financiamento que era de 20 para 25 anos. Nós es-tamos aumentando o prazo de concessão de 25 para 30 anos, ou seja, o investidor tem mais tempo para o retorno de seus investimentos. Nós estamos au-mentando o prazo de carência para cinco anos: investe e já está arrecadando. Só começa a pagar a partir do sexto ano”, declarou em São Paulo durante Fórum Estrutura Energia no Brasil, que é organizado pelo jornal “Valor Econômico” em um hotel da Zo-na Sul de São Paulo.

De acordo com Mantega, a taxa de retorno está prevista para ficar acima de 10%. “Es-tamos barateando o custo do

financiamento e dando condi-ções excepcionais”, afirmou ao deixar o evento.

O governo também reduziu as projeções de tráfego nas ro-dovias, consideradas superes-timadas pelo mercado: “estava sendo previsto um movimento talvez um pouco exagerado, um pouco maior e nós diminuímos isso de 5% ao ano para 4%.Isso será suficiente para aumentar muito a taxa de rentabilidade”.

Mantega informou ainda que, além do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), as estatais Ban-co do Brasil e Caixa Econômica Federal também poderão fazer empréstimos para os projetos. Para facilitar o acesso ao crédito, o financiamento poderá ser for-necida por cada um dos bancos

individualmente ou consórcio.O empréstimo ponte será

facilitado com as mesmas taxas de juros do empréstimo de lon-go prazo. O governo também alterou a estrutura de garantias e passou a aceitar, além de fian-ças corporativas. “Não precisa ser um empréstimo para a cor-poração, mas para o projeto que vai ser desenvolvido”, explicou. O empreendedor poderá captar 80% de empréstimo e 20% de participação acionária dos fun-dos de investimento, que fazem parte de uma lista apresentada pelo governo. “Ele não precisa colocar um tostão. Ele pega um empréstimo, ele pega um fun-do, que vai financiar 20%, e ele tem 5 anos de carência. É muito fácil fazer investimento nessas condições”, disse o ministro.

Até agora, doze prefeitos recorreram à medida extrema no Estado

Filha de Rubens Paiva quer militares julgados

Vera Paiva, filha do ex-de-putado federal Rubens Paiva, pediu ontem que os assasinos de seu pai sejam julgados e

punidos. Na segunda, 4, a Co-missão da Verdade concluiu que o pai dela foi morto sob tortura nas dependências do Departamento de Operações e Informações - Centro de Ope-rações de Defesa Interna (Doi-Codi) no Rio de Janeiro.

“Agora posso dizer, com a prova documental, o motivo da morte de meu pai”, disse Vera Paiva. Ela participou de entrevista coletiva no Ministé-rio da Educação, ao lado de an-tigos colegas de universidade

que a acompanharam durante anos na busca por informa-ções sobre o desaparecimento do ex-deputado federal Ru-bens Paiva. O ministro Aloizio Mercadante, que participou da coletiva, é amigo da família.

Vera disse esperar que os responsáveis pela morte tenha um julgamento com “direito a defesa”. “Eu gostaria que eles tivessem o que meu pai não te-ve: um julgamento, um direito a defesa, dentro dos parâme-tros dos Direitos Humanos”,

afirmou Vera, atualmente pro-fessora de psicologia na USP.

A Comissão da Verdade es-tá elaborando um calendário para colher depoimentos de pessoas envolvidas no caso. Agentes do Doi-Codi e milita-res poderão ser procurados para esclarecer as circuns-tâncias da prisão e chegar ao nome da pessoa que executou a ordem de matar o ex-depu-tado. A comissão, porém, não tem caráter punitivo, por cau-sa da Lei de Anistia, de 1979.

TRÂNSITOPara atrair mais investidores, os bancos públicos farão financiamentos

TORTURAComissão da Verdade concluiu que ex-deputado foi assassinado

CNJ indica fim do patrocínio a eventos de juízes

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) sinalizou ontem que vai proibir os patrocínios privados a encontros, semi-nários e congressos de juízes. Apresentada pelo corregedor nacional de Justiça, Francisco Falcão, a proposta já recebeu o aval de outros cinco inte-grantes do CNJ, órgão que tem 15 integrantes. A votação foi interrompida por pedidos de

vista e deverá ser retomada no dia 19.

Polêmico, o patrocínio a eventos da magistratura é uma tradição no Judiciário. Nos úl-timos anos foram noticiados congressos em resorts de luxo patrocinados, por exemplo, por instituições financeiras. “A Constituição é taxativa em proibir que magistrado receba qualquer título, qualquer con-tribuição, qualquer patrocínio da iniciativa privada. Juiz tem de ser imparcial, isento e se

portar de forma a dar o exem-plo para a sociedade”, afirmou o corregedor.

Conforme a minuta da re-solução sugerida por Falcão, ao participar desses eventos, os magistrados não poderão utilizar transporte ou hospe-dagem gratuitos ou subsidia-dos direta ou indiretamente por pessoa física ou jurídica de direito privado, mesmo quan-do intermediado por associa-ção de juízes. O texto também proíbe os juízes de receber

prêmios, auxílios ou contribui-ções de pessoas físicas, entida-des públicas e privadas.

Durante a votação da pro-posta de resolução, o correge-dor lembrou a recente distri-buição de brindes doados por empresas numa festa de ma-gistrados paulista. “É uma ver-dadeira vergonha esse evento de São Paulo. Magistrado não pode receber carro, cortesia de passagem de avião, cortesia de cruzeiro em transatlântico”, afirmou.

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Agência EstadoBRASÍLIA