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OLIBERAL BELÉM, QUARTA-FEIRA, 6 FEVEREIRO DE 2013 PODER 9 POLÍTICA Vaticano informa queda nos casos de pedofilia . Página 10. PODERSEMPUDOR Modesto, ele Ministro de João Goulart e dono de grande sabedoria po- lítica, Santiago Dan- tas disse certa vez a Antônio Balbino, na Faculdade Nacional de Direito, no Rio, cheio de ironia: - Sou cristão e, co- mo cristão, devo ser modesto... Ante o silêncio do interlocutor, comple- tou: - ...por isso só pe- ço a Deus que me dê três coisas: cultura, dinheiro e poder. Não é hora de falar em eleição, mas sim, de falar em união” ‘‘ Renan Calheiros (PMDB- AL), presidente do Senado, lembrando que 2014 está distante Jogo de cintura O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB- AL) fez uso de seu conhe- cido “jogo de cintura” para evitar o embate com cole- gas, adiando a votação do Orçamento 2013 para de- pois do carnaval, apesar da orientação do governo para apreciar a matéria o quanto antes. Mesmo com quórum suficiente para votação, Re- nan já iniciou a reunião in- formando que só colocaria o projeto em pauta se hou- vesse consenso. Royalties Antes de votar o Orça- mento, os parlamentares querem apreciar o veto à partilha dos royalties do petróleo, tema da campa- nha de Renan. Problema O novo presidente da Câ- mara, Henrique Alves (PMDB-RN), também quer evitar confusão com os elei- tores, e concordou em adiar a votação. Baixa O deputado Zé Silva (PDT), um dos únicos ligados ao ministro Bri- zola Neto (Trabalho), as- sume hoje a Secretaria de Trabalho de Minas. Cegueira Tal como aconteceu com a estátua de Drummond de Andrade no Rio, Rachel de Queiroz está sem óculos de novo em praça de For- taleza. Herança maldita Uma conta de R$ 18 mi- lhões em propaganda in- tegra a herança maldita do deputado Sidney Patrí- cio (PT), ex-presidente da Câmara Legislativa do DF, para a nova mesa direto- ra, presidida pelo petista Wasny de Roure. De todo esse montante de “restos a pagar”, R$ 4,5 milhões nem sequer têm cobertu- ra orçamentária: Patrício gastou “por conta” de um orçamento que não era seu, referente a 2013, o que seria ilegal. Extravio Agências de propaganda da Câmara do DF cobram R$ 1,5 milhão de supostos serviços sem notas fiscais. Teriam sido extraviadas. Caso para CPI Na Câmara do DF, suspei- ta-se até de que as notas supostamente extravia- das esconderiam a des- tinação real do dinheiro: deputados. Dinheiro fácil A verba anual de propagan- da na Câmara Legislativa do DF, segundo seu vice-presi- dente Agaciel Maia (PTC), soma R$ 25 milhões. Medindo forças Na reunião sobre o Orça- mento, até deputados da base aliada seguiram o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), para votar antes os vetos de Dil- ma. O relator Romero Jucá (PMDB-RR) ficou isolado. Quem pagou A Câmara dos Deputados gastou R$ 8 mil com um jantar de confraternização oferecido pelo ex-nanopre- sidente Marco Maia (PT-RS) a alguns prefeitos por oca- sião do Encontro Nacional em Brasília. Sem espaço A tentativa de Sandro Ma- bel (GO) de anular na Jus- tiça a eleição - da qual saiu derrotado - a líder do PMDB foi entendida como sinal de que ele não ficará do parti- do. Usou o mesmo argu- mento para deixar o PR. Daqui não saio Mesmo desbancado por Maurício Quintella (PR-AL) da Mesa Diretora, onde es- tava há 20 anos, Inocêncio Oliveira (PR-PE) presidiu boa parte da sessão ontem na Câmara. Está difícil lar- gar o osso. Do contra O célebre juiz Odilon de Oli- veira não é unanimidade. O governo italiano questiona o xerife antidrogas no Con- selho Nacional de Justiça por escuta “ilegal” de dois santinhos em visita íntima em presídio federal. Más companhias Envolvido com a turma flagrada no vídeo que de- sencadeou o mensalão, Fernando Godoy perdeu no Tribunal Superior do Traba- lho a reversão da demissão após 25 anos na ECT. Se fos- se deputado... Papagaio Conhecido como um dos mais empenhados papa- gaios de pirata da Câmara, Weliton Prado (PT-MG) ficou de plantão na Mesa Direto- ra só para aparecer na foto atrás do eleito Henrique Al- ves (PMDB-RN). Censura burra A estatal Infraero proíbe a circulação de jornais e o acesso a sites que criticam sua diretoria - que, tão in- competente, nem se dá con- ta de que o conteúdo que a atormenta está disponível em inúmeros outros sites. Pensando bem... ...Tiririca não desistiria da política que “dá prejuízo” se o Congresso cobrasse ingressos. epidemia de malária. Segundo o prefeito de Mãe do Rio, José Ivaldo, durante o processo de transição, não fo- ram repassadas para a atual gestão as informações neces- sárias que possibilitem a re- gular continuidade do serviço público, principalmente nas áreas de saúde e saneamento básico. O prefeito ficou sem conhecimento, por exemplo, da situação dos contratos de fornecimento de bens e ser- viços. Por outro lado, as uni- dades de saúde e o Hospital Municipal se encontram sem medicamentos e materiais de consumo e higienização. Para completar, disse o prefeito, os fornecedores de medicamen- tos se negaram entregar o que é necessário, pois alegam que o município de Mãe do Rio está inadimplente com as entregas passadas e que os preços ofertados no proces- so de licitação encontram-se defasados. José Ivaldo justifica, por outro lado, que o período chu- voso impõe medidas urgentes de limpeza e ações preventi- vas nas áreas de saúde e sane- amento básico. Outro detalhe importante é que não foi lo- calizado qualquer estoque de material de consumo que pos- sibilite a imediata execução dos trabalhos administrativos e da contabilidade. Além dis- so, os arquivos e documentos deste setor foram retirados. Ele também cita a questão da ponte sobre o rio que cor- ta a cidade, que desabou, com grande risco para a população. Enfim, o prefeito diz não ter visto outra situação que não o decreto de emergência, para que possa, de fato, adminis- trar o município. CAIXA Já o prefeito de Igarapé-Mi- ri, Ailson Santa Maria, alega que o município está sem pro- visão de caixa e documentos administrativos, contábeis e necessitando de imediata co- leta de lixo e limpeza de ruas. Diz, ainda, que as Unidades de Saúde e Hospital Municipal se encontram sem medicamen- tos e materiais de consumo, limpeza e higienização. Por outro lado, não foi localizado qualquer estoque de material de consumo que possibilite a imediata execução de traba- lhos pela administração. Até mesmo computadores foram encontrados com defeitos e ou- tros equipamentos e impres- soras sem funcionamento. Santa Maria reforça que há reparos emergenciais nas pontes de madeira em áreas urbanas e de vilas, nos pré- dios públicos, escolas, posto de saúde, que necessitam da compra de materiais constru- ção. Deste modo, pontua que “os processos licitatórios pa- ra a aquisição de produtos e serviços para todas as áreas da Administração, como com- bustível, medicamentos, ma- terial de consumo e materiais de construção, na modalidade Convite ou mesmo Tomada de Preços, demanda algum tem- po, em virtude dos prazos exi- gidos pela Lei n° 8.666, de 21 de junho de 1993”. Deste modo, foi decreta- da a emergência, o que dará suporte para que o prefeito possa proceder “emergencial- mente a compra de materiais, aquisição de produtos e utili- zação de serviços, dentre eles a aquisição de combustíveis, medicamentos, materiais de consumo, de construção e outros que são necessários para o regular funcionamen- to da Administração, até que se ultime o respectivo proce- dimento licitatório, no prazo de 90 dias”. Mais dois municípios em estado de emergência A s prefeituras de Mãe do Rio e de Igarapé-Miri pu- blicaram no Diário Oficial do Estado, ontem, decretos em que declaram “Estado de Emergência”, o que permite a contratação de empresas sem a obrigatoriedade de licitação, a fim de que possam adminis- trar e fazer a máquina do go- verno funcionar. A prefeitura de Mãe do Rio é administrada pelo prefeito José Ivaldo Mar- tins Guimarães, e de Igarapé- Miri, pelo prefeito Ailson Santa Maria do Amaral. Com isso, as duas admi- nistrações se igualam às dos municípios de Colares, Ipixuna do Pará, Rurópolis, Placas, Maracanã e Bragança, Belém, Monte Alegre, Anajás e Concórdia do Pará. Em al- guns casos, os decretos ob- jetivam justificar a dispensa de licitação para a compra de materiais essenciais, como medicamentos, materiais de expediente e combustível. A exceção fica por contra de Anajás, no Marajó, que decre- tou emergência por conta da ADMINISTRAÇÃO Mãe do Rio e Igarapé-Miri alegam o caos encontrado na gestão municipal Governo muda regra de concessão de estradas O ministro da economia, Gui- do Mantega, anunciou ontem, em São Paulo, mudanças nas regras de concessão de rodovias para atrair investidores para o setor de infraestrutura e destra- var o plano lançado em agosto do ano passado. Ele afirmou que o governo aumentou os prazos de financiamento e concessão, e acenou com a possibilidade de ampliar vantagens para outros setores, como o ferroviário. “É um modelo que dá mais vantagem. Nós aumentamos o prazo de financiamento que era de 20 para 25 anos. Nós es- tamos aumentando o prazo de concessão de 25 para 30 anos, ou seja, o investidor tem mais tempo para o retorno de seus investimentos. Nós estamos au- mentando o prazo de carência para cinco anos: investe e já está arrecadando. Só começa a pagar a partir do sexto ano”, declarou em São Paulo durante Fórum Estrutura Energia no Brasil, que é organizado pelo jornal “Valor Econômico” em um hotel da Zo- na Sul de São Paulo. De acordo com Mantega, a taxa de retorno está prevista para ficar acima de 10%. “Es- tamos barateando o custo do financiamento e dando condi- ções excepcionais”, afirmou ao deixar o evento. O governo também reduziu as projeções de tráfego nas ro- dovias, consideradas superes- timadas pelo mercado: “estava sendo previsto um movimento talvez um pouco exagerado, um pouco maior e nós diminuímos isso de 5% ao ano para 4%.Isso será suficiente para aumentar muito a taxa de rentabilidade”. Mantega informou ainda que, além do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), as estatais Ban- co do Brasil e Caixa Econômica Federal também poderão fazer empréstimos para os projetos. Para facilitar o acesso ao crédito, o financiamento poderá ser for- necida por cada um dos bancos individualmente ou consórcio. O empréstimo ponte será facilitado com as mesmas taxas de juros do empréstimo de lon- go prazo. O governo também alterou a estrutura de garantias e passou a aceitar, além de fian- ças corporativas. “Não precisa ser um empréstimo para a cor- poração, mas para o projeto que vai ser desenvolvido”, explicou. O empreendedor poderá captar 80% de empréstimo e 20% de participação acionária dos fun- dos de investimento, que fazem parte de uma lista apresentada pelo governo. “Ele não precisa colocar um tostão. Ele pega um empréstimo, ele pega um fun- do, que vai financiar 20%, e ele tem 5 anos de carência. É muito fácil fazer investimento nessas condições”, disse o ministro. Até agora, doze prefeitos recorreram à medida extrema no Estado Filha de Rubens Paiva quer militares julgados Vera Paiva, filha do ex-de- putado federal Rubens Paiva, pediu ontem que os assasinos de seu pai sejam julgados e punidos. Na segunda, 4, a Co- missão da Verdade concluiu que o pai dela foi morto sob tortura nas dependências do Departamento de Operações e Informações - Centro de Ope- rações de Defesa Interna (Doi- Codi) no Rio de Janeiro. “Agora posso dizer, com a prova documental, o motivo da morte de meu pai”, disse Vera Paiva. Ela participou de entrevista coletiva no Ministé- rio da Educação, ao lado de an- tigos colegas de universidade que a acompanharam durante anos na busca por informa- ções sobre o desaparecimento do ex-deputado federal Ru- bens Paiva. O ministro Aloizio Mercadante, que participou da coletiva, é amigo da família. Vera disse esperar que os responsáveis pela morte tenha um julgamento com “direito a defesa”. “Eu gostaria que eles tivessem o que meu pai não te- ve: um julgamento, um direito a defesa, dentro dos parâme- tros dos Direitos Humanos”, afirmou Vera, atualmente pro- fessora de psicologia na USP. A Comissão da Verdade es- tá elaborando um calendário para colher depoimentos de pessoas envolvidas no caso. Agentes do Doi-Codi e milita- res poderão ser procurados para esclarecer as circuns- tâncias da prisão e chegar ao nome da pessoa que executou a ordem de matar o ex-depu- tado. A comissão, porém, não tem caráter punitivo, por cau- sa da Lei de Anistia, de 1979. TRÂNSITO Para atrair mais investidores, os bancos públicos farão financiamentos TORTURA Comissão da Verdade concluiu que ex-deputado foi assassinado CNJ indica fim do patrocínio a eventos de juízes O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) sinalizou ontem que vai proibir os patrocínios privados a encontros, semi- nários e congressos de juízes. Apresentada pelo corregedor nacional de Justiça, Francisco Falcão, a proposta já recebeu o aval de outros cinco inte- grantes do CNJ, órgão que tem 15 integrantes. A votação foi interrompida por pedidos de vista e deverá ser retomada no dia 19. Polêmico, o patrocínio a eventos da magistratura é uma tradição no Judiciário. Nos úl- timos anos foram noticiados congressos em resorts de luxo patrocinados, por exemplo, por instituições financeiras. “A Constituição é taxativa em proibir que magistrado receba qualquer título, qualquer con- tribuição, qualquer patrocínio da iniciativa privada. Juiz tem de ser imparcial, isento e se portar de forma a dar o exem- plo para a sociedade”, afirmou o corregedor. Conforme a minuta da re- solução sugerida por Falcão, ao participar desses eventos, os magistrados não poderão utilizar transporte ou hospe- dagem gratuitos ou subsidia- dos direta ou indiretamente por pessoa física ou jurídica de direito privado, mesmo quan- do intermediado por associa- ção de juízes. O texto também proíbe os juízes de receber prêmios, auxílios ou contribui- ções de pessoas físicas, entida- des públicas e privadas. Durante a votação da pro- posta de resolução, o correge- dor lembrou a recente distri- buição de brindes doados por empresas numa festa de ma- gistrados paulista. “É uma ver- dadeira vergonha esse evento de São Paulo. Magistrado não pode receber carro, cortesia de passagem de avião, cortesia de cruzeiro em transatlântico”, afirmou. Portal G1 SÃO PAULO Portal G1 BRASÍLIA Agência Estado BRASÍLIA

O Liberal 6_02_2013

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Page 1: O Liberal 6_02_2013

O LIBERALBELÉM, QUARTA-FEIRA, 6 FEVEREIRO DE 2013 PODER 9

POLÍTICA Vaticano informa queda nos casos de pedofilia . Página 10.

PODERSEMPUDOR

Modesto, eleMinistro de João

Goulart e dono de grande sabedoria po-lítica, Santiago Dan-tas disse certa vez a Antônio Balbino, na Faculdade Nacional de Direito, no Rio, cheio de ironia:

- Sou cristão e, co-mo cristão, devo ser modesto...

Ante o silêncio do interlocutor, comple-tou:

- ...por isso só pe-ço a Deus que me dê três coisas: cultura, dinheiro e poder.

Não é hora de falar em eleição, mas sim, de falar em união”

‘‘Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, lembrando que 2014 está distante

Jogo de cinturaO presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) fez uso de seu conhe-cido “jogo de cintura” para evitar o embate com cole-gas, adiando a votação do Orçamento 2013 para de-pois do carnaval, apesar da orientação do governo para apreciar a matéria o quanto antes. Mesmo com quórum suficiente para votação, Re-nan já iniciou a reunião in-formando que só colocaria o projeto em pauta se hou-vesse consenso.

RoyaltiesAntes de votar o Orça-mento, os parlamentares querem apreciar o veto à partilha dos royalties do petróleo, tema da campa-nha de Renan.

ProblemaO novo presidente da Câ-mara, Henrique Alves (PMDB-RN), também quer evitar confusão com os elei-tores, e concordou em adiar a votação.

BaixaO deputado Zé Si lva (PDT), um dos únicos ligados ao ministro Bri-zola Neto (Trabalho), as-sume hoje a Secretaria de Trabalho de Minas.

CegueiraTal como aconteceu com a estátua de Drummond de Andrade no Rio, Rachel de Queiroz está sem óculos de novo em praça de For-taleza.

Herança malditaUma conta de R$ 18 mi-lhões em propaganda in-tegra a herança maldita do deputado Sidney Patrí-cio (PT), ex-presidente da Câmara Legislativa do DF, para a nova mesa direto-ra, presidida pelo petista Wasny de Roure. De todo esse montante de “restos a pagar”, R$ 4,5 milhões nem sequer têm cobertu-ra orçamentária: Patrício gastou “por conta” de um orçamento que não era seu, referente a 2013, o que seria ilegal.

ExtravioAgências de propaganda da Câmara do DF cobram R$ 1,5 milhão de supostos serviços sem notas fiscais. Teriam sido extraviadas.

Caso para CPINa Câmara do DF, suspei-ta-se até de que as notas supostamente extravia-das esconderiam a des-tinação real do dinheiro: deputados.

Dinheiro fácilA verba anual de propagan-da na Câmara Legislativa do DF, segundo seu vice-presi-dente Agaciel Maia (PTC), soma R$ 25 milhões.

Medindo forçasNa reunião sobre o Orça-mento, até deputados da base aliada seguiram o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), para votar antes os vetos de Dil-ma. O relator Romero Jucá (PMDB-RR) ficou isolado.

Quem pagouA Câmara dos Deputados gastou R$ 8 mil com um jantar de confraternização oferecido pelo ex-nanopre-sidente Marco Maia (PT-RS)

a alguns prefeitos por oca-sião do Encontro Nacional em Brasília.

Sem espaçoA tentativa de Sandro Ma-bel (GO) de anular na Jus-tiça a eleição - da qual saiu derrotado - a líder do PMDB foi entendida como sinal de que ele não ficará do parti-do. Usou o mesmo argu-mento para deixar o PR.

Daqui não saioMesmo desbancado por Maurício Quintella (PR-AL) da Mesa Diretora, onde es-tava há 20 anos, Inocêncio Oliveira (PR-PE) presidiu boa parte da sessão ontem na Câmara. Está difícil lar-gar o osso.

Do contraO célebre juiz Odilon de Oli-veira não é unanimidade. O governo italiano questiona o xerife antidrogas no Con-selho Nacional de Justiça por escuta “ilegal” de dois santinhos em visita íntima em presídio federal.

Más companhiasEnvolvido com a turma flagrada no vídeo que de-sencadeou o mensalão, Fernando Godoy perdeu no Tribunal Superior do Traba-lho a reversão da demissão após 25 anos na ECT. Se fos-se deputado...

PapagaioConhecido como um dos mais empenhados papa-gaios de pirata da Câmara, Weliton Prado (PT-MG) ficou de plantão na Mesa Direto-ra só para aparecer na foto atrás do eleito Henrique Al-ves (PMDB-RN).

Censura burraA estatal Infraero proíbe a circulação de jornais e o acesso a sites que criticam sua diretoria - que, tão in-competente, nem se dá con-ta de que o conteúdo que a atormenta está disponível em inúmeros outros sites.

Pensando bem......Tiririca não desistiria da política que “dá prejuízo” se o Congresso cobrasse ingressos.

epidemia de malária.Segundo o prefeito de Mãe

do Rio, José Ivaldo, durante o processo de transição, não fo-ram repassadas para a atual gestão as informações neces-sárias que possibilitem a re-gular continuidade do serviço público, principalmente nas áreas de saúde e saneamento básico. O prefeito ficou sem conhecimento, por exemplo, da situação dos contratos de fornecimento de bens e ser-viços. Por outro lado, as uni-dades de saúde e o Hospital Municipal se encontram sem medicamentos e materiais de consumo e higienização. Para completar, disse o prefeito, os fornecedores de medicamen-tos se negaram entregar o que é necessário, pois alegam que o município de Mãe do Rio está inadimplente com as entregas passadas e que os preços ofertados no proces-so de licitação encontram-se defasados.

José Ivaldo justifica, por outro lado, que o período chu-voso impõe medidas urgentes de limpeza e ações preventi-vas nas áreas de saúde e sane-amento básico. Outro detalhe importante é que não foi lo-calizado qualquer estoque de material de consumo que pos-sibilite a imediata execução dos trabalhos administrativos

e da contabilidade. Além dis-so, os arquivos e documentos deste setor foram retirados.

Ele também cita a questão da ponte sobre o rio que cor-ta a cidade, que desabou, com grande risco para a população. Enfim, o prefeito diz não ter visto outra situação que não o decreto de emergência, para que possa, de fato, adminis-trar o município.

CAIXA

Já o prefeito de Igarapé-Mi-ri, Ailson Santa Maria, alega que o município está sem pro-visão de caixa e documentos administrativos, contábeis e necessitando de imediata co-leta de lixo e limpeza de ruas. Diz, ainda, que as Unidades de Saúde e Hospital Municipal se encontram sem medicamen-tos e materiais de consumo, limpeza e higienização. Por outro lado, não foi localizado qualquer estoque de material de consumo que possibilite a imediata execução de traba-lhos pela administração. Até mesmo computadores foram encontrados com defeitos e ou-tros equipamentos e impres-soras sem funcionamento.

Santa Maria reforça que há reparos emergenciais nas pontes de madeira em áreas urbanas e de vilas, nos pré-

dios públicos, escolas, posto de saúde, que necessitam da compra de materiais constru-ção. Deste modo, pontua que “os processos licitatórios pa-ra a aquisição de produtos e serviços para todas as áreas da Administração, como com-bustível, medicamentos, ma-terial de consumo e materiais de construção, na modalidade Convite ou mesmo Tomada de Preços, demanda algum tem-po, em virtude dos prazos exi-gidos pela Lei n° 8.666, de 21 de junho de 1993”.

Deste modo, foi decreta-da a emergência, o que dará suporte para que o prefeito possa proceder “emergencial-mente a compra de materiais, aquisição de produtos e utili-zação de serviços, dentre eles a aquisição de combustíveis, medicamentos, materiais de consumo, de construção e outros que são necessários para o regular funcionamen-to da Administração, até que se ultime o respectivo proce-dimento licitatório, no prazo de 90 dias”.

Mais dois municípiosem estado de emergência

As prefeituras de Mãe do Rio e de Igarapé-Miri pu-blicaram no Diário Oficial

do Estado, ontem, decretos em que declaram “Estado de Emergência”, o que permite a contratação de empresas sem a obrigatoriedade de licitação, a fim de que possam adminis-trar e fazer a máquina do go-verno funcionar. A prefeitura de Mãe do Rio é administrada pelo prefeito José Ivaldo Mar-tins Guimarães, e de Igarapé-Miri, pelo prefeito Ailson Santa Maria do Amaral.

Com isso, as duas admi-nistrações se igualam às dos municípios de Colares, Ipixuna do Pará, Rurópolis, Placas, Maracanã e Bragança, Belém, Monte Alegre, Anajás e Concórdia do Pará. Em al-guns casos, os decretos ob-jetivam justificar a dispensa de licitação para a compra de materiais essenciais, como medicamentos, materiais de expediente e combustível. A exceção fica por contra de Anajás, no Marajó, que decre-tou emergência por conta da

ADMINISTRAÇÃOMãe do Rio e Igarapé-Miri alegam o caos encontrado na gestão municipal

Governo muda regra de concessão de estradas

O ministro da economia, Gui-do Mantega, anunciou ontem, em São Paulo, mudanças nas regras de concessão de rodovias para atrair investidores para o setor de infraestrutura e destra-var o plano lançado em agosto do ano passado. Ele afirmou que o governo aumentou os prazos de financiamento e concessão, e acenou com a possibilidade de ampliar vantagens para outros

setores, como o ferroviário.“É um modelo que dá mais

vantagem. Nós aumentamos o prazo de financiamento que era de 20 para 25 anos. Nós es-tamos aumentando o prazo de concessão de 25 para 30 anos, ou seja, o investidor tem mais tempo para o retorno de seus investimentos. Nós estamos au-mentando o prazo de carência para cinco anos: investe e já está arrecadando. Só começa a pagar a partir do sexto ano”, declarou em São Paulo durante Fórum Estrutura Energia no Brasil, que é organizado pelo jornal “Valor Econômico” em um hotel da Zo-na Sul de São Paulo.

De acordo com Mantega, a taxa de retorno está prevista para ficar acima de 10%. “Es-tamos barateando o custo do

financiamento e dando condi-ções excepcionais”, afirmou ao deixar o evento.

O governo também reduziu as projeções de tráfego nas ro-dovias, consideradas superes-timadas pelo mercado: “estava sendo previsto um movimento talvez um pouco exagerado, um pouco maior e nós diminuímos isso de 5% ao ano para 4%.Isso será suficiente para aumentar muito a taxa de rentabilidade”.

Mantega informou ainda que, além do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), as estatais Ban-co do Brasil e Caixa Econômica Federal também poderão fazer empréstimos para os projetos. Para facilitar o acesso ao crédito, o financiamento poderá ser for-necida por cada um dos bancos

individualmente ou consórcio.O empréstimo ponte será

facilitado com as mesmas taxas de juros do empréstimo de lon-go prazo. O governo também alterou a estrutura de garantias e passou a aceitar, além de fian-ças corporativas. “Não precisa ser um empréstimo para a cor-poração, mas para o projeto que vai ser desenvolvido”, explicou. O empreendedor poderá captar 80% de empréstimo e 20% de participação acionária dos fun-dos de investimento, que fazem parte de uma lista apresentada pelo governo. “Ele não precisa colocar um tostão. Ele pega um empréstimo, ele pega um fun-do, que vai financiar 20%, e ele tem 5 anos de carência. É muito fácil fazer investimento nessas condições”, disse o ministro.

Até agora, doze prefeitos recorreram à medida extrema no Estado

Filha de Rubens Paiva quer militares julgados

Vera Paiva, filha do ex-de-putado federal Rubens Paiva, pediu ontem que os assasinos de seu pai sejam julgados e

punidos. Na segunda, 4, a Co-missão da Verdade concluiu que o pai dela foi morto sob tortura nas dependências do Departamento de Operações e Informações - Centro de Ope-rações de Defesa Interna (Doi-Codi) no Rio de Janeiro.

“Agora posso dizer, com a prova documental, o motivo da morte de meu pai”, disse Vera Paiva. Ela participou de entrevista coletiva no Ministé-rio da Educação, ao lado de an-tigos colegas de universidade

que a acompanharam durante anos na busca por informa-ções sobre o desaparecimento do ex-deputado federal Ru-bens Paiva. O ministro Aloizio Mercadante, que participou da coletiva, é amigo da família.

Vera disse esperar que os responsáveis pela morte tenha um julgamento com “direito a defesa”. “Eu gostaria que eles tivessem o que meu pai não te-ve: um julgamento, um direito a defesa, dentro dos parâme-tros dos Direitos Humanos”,

afirmou Vera, atualmente pro-fessora de psicologia na USP.

A Comissão da Verdade es-tá elaborando um calendário para colher depoimentos de pessoas envolvidas no caso. Agentes do Doi-Codi e milita-res poderão ser procurados para esclarecer as circuns-tâncias da prisão e chegar ao nome da pessoa que executou a ordem de matar o ex-depu-tado. A comissão, porém, não tem caráter punitivo, por cau-sa da Lei de Anistia, de 1979.

TRÂNSITOPara atrair mais investidores, os bancos públicos farão financiamentos

TORTURAComissão da Verdade concluiu que ex-deputado foi assassinado

CNJ indica fim do patrocínio a eventos de juízes

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) sinalizou ontem que vai proibir os patrocínios privados a encontros, semi-nários e congressos de juízes. Apresentada pelo corregedor nacional de Justiça, Francisco Falcão, a proposta já recebeu o aval de outros cinco inte-grantes do CNJ, órgão que tem 15 integrantes. A votação foi interrompida por pedidos de

vista e deverá ser retomada no dia 19.

Polêmico, o patrocínio a eventos da magistratura é uma tradição no Judiciário. Nos úl-timos anos foram noticiados congressos em resorts de luxo patrocinados, por exemplo, por instituições financeiras. “A Constituição é taxativa em proibir que magistrado receba qualquer título, qualquer con-tribuição, qualquer patrocínio da iniciativa privada. Juiz tem de ser imparcial, isento e se

portar de forma a dar o exem-plo para a sociedade”, afirmou o corregedor.

Conforme a minuta da re-solução sugerida por Falcão, ao participar desses eventos, os magistrados não poderão utilizar transporte ou hospe-dagem gratuitos ou subsidia-dos direta ou indiretamente por pessoa física ou jurídica de direito privado, mesmo quan-do intermediado por associa-ção de juízes. O texto também proíbe os juízes de receber

prêmios, auxílios ou contribui-ções de pessoas físicas, entida-des públicas e privadas.

Durante a votação da pro-posta de resolução, o correge-dor lembrou a recente distri-buição de brindes doados por empresas numa festa de ma-gistrados paulista. “É uma ver-dadeira vergonha esse evento de São Paulo. Magistrado não pode receber carro, cortesia de passagem de avião, cortesia de cruzeiro em transatlântico”, afirmou.

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