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    Os Estudos ps-coloniais no se constituem enquanto uma matriz terica singular, pois

    contribui de forma nica com guias diferenciados que por sua vez apresentam como

    caracterstica comum o esforo de esboar, pelo mtodo da desconstruo dos

    essencialssimos, uma referncia epistemolgica crtica s concepes dominantes de

    modernidade p. 83

    Tem sua origem nos anos 80 num contexto americano e ingls num debate de crtica

    literria e ganham notriedade a partir das reflexes intelectuais de autores que podem ser

    considerados os da dispora negra ou migratria, autores que se destacam nessa abordagem

    terica so Homi Bhabha, Stuart Hall, Poul Gilroy, Edward Said, Gayatri Spiviak.

    Se constitui enquanto uma ruptura da maneira de pensar de que toda produo terica

    e de conhecimento cientfico deveria ter um centro ou um paremetro, aqui sub entendidocomo a europa, para que seja desenvolvido, nesse sentido, o ps do ps colonial no

    representa simplesmente um depois num sentido cronolgico linear mas tem a ver com uma

    operao de reconfigurao do campo discursivo, no qual as relaes hierrquicas so

    significadas, (Hall, 1997), j o colonial por sua vez vai alm do colonialismo e alude a

    situaes de opresso diversas, sejam elas definidas a partir de fronteiras de gnero, tnicas ou

    raciais. P.84

    No fcil desenvolver uma delimitao dessa abordagem uma vez que ela visaespecificamente perpassar as fronteiras e como diz Bhabha (1994) produzir uma reflexo para

    alm da teoria. Nessa perspectiva para o ps-colonialismo, a transformao social e o

    combate opresso devem ocupar lugar central na agenda de investigao (Appiah, 1992;

    Gilroy, 1993: 107). E vale destacar que Stuart Hall, que foi durante um tempo a figura

    central dos estudos culturais britnicos muda sua abordagem dando maior ateno a temas

    como o racismo, etnicidades, gnero e identidades culturais, que se evidencia uma

    convergencia entre estudos ps-coloniais e estudos culturais.Nesse sentido o texto tem como objetivo fornecer subsdios discursivos bem como

    exaltar a relevncia da sua contribuio para as cincias sociais e para a sociologia em

    particular, assim boa parte da crtica ps-colonial tem como destinatrio no o conjunto da

    teoria social, mas uma escola terica particular, qual seja a teoria da modernizao p.85

    AS CIENCIAS SOCIAIS E SEUS BINARISMOS

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    Aqui Srgio Costa fala partindo da discurso de Edward Said no seu livro Orientalismo que

    indica as formas de um pensamento que se desenvolve a partir de Frans Fanon que

    desenvolveu um trabalho que busca descrever o mundo moderno a partir da perspectiva do

    negro e do colonizado.

    O orientalismo se explicita justamente da confrontao da ideia de Ocidente e Oriente, uma

    vez que se constitui, assim, uma maneira de apreender o mundo, ao mesmo tempo em que se

    consolida historicamente, a partir da produo de conhecimentos pautados por aquela

    distino binria original. P.85 e caracteriza um modo estabelecido e institucionalizado de

    produo de representaes sobre uma determinada regio do mundo.

    Nesse momento do texto Costa fala que a inspirao da maioria dos autores ps coloniais a

    Crtica que Foucaul faz episteme das Cincias Humanas, dizendo que a produo doconhecimento atende a um principio circular e auto referenciado.

    Dentre esses autores se destaca Stuart Hall quando busca generalizar o caso do orientalismo

    mostrando que a polaridade entre o Ocidente e o resto do mundo (West/rest) encontra-se na

    base de constituio das cincias sociais. P. 86.

    Ver citao importante no texto. P. 86

    A consequncia dessa metodologia conforme afirma Sergio Costa que a metodologia da

    comparao implcita e o tipo de narrativa histrica moderna fazem com que tudo o que

    diverso no resto do mundo seja decodificado como um ainda no existente, uma falta a ser

    compensada por meio de interveno social cabvel em cada contexto e em cada poca

    histrica: dominao colonial, ajuda ao desenvolvimento, interveno humanitria, etc.

    No fim desse tpico ele diz que Hall pretende mostrar que as disciplinas do campo das

    Cincias Sociais reproduzem um pensamento colonial, ao alimentar e legitimar o modelodominante de representao das relaes entre Europa e o Resto do mundo. P. 88

    A ALTERNATIVAS EPISTEMOLGICAS PS-COLONIAIS

    Aqui A desconstruo da polaridade West/rest constitui o termo comum que une os

    diferentes autores identificados com o marco ps colonial p. 88 nesse sentido o primeiro

    passo que Sergio atribui enquanto a tarefa nada modesta dos autores ps coloniais a trazer a

    tona que a polaridade Rest/West constri discursivamente e traz legitimidade politica a uma

    relao inversa irreversvel entre o ocidente e o seu outro, desse modo o primeiro conquista

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    uma superioridade, a partir de parmetros histricos no campo meterial, tecnolgico, etc. j

    o segundo passo mostrar que a polaridade West/rest inofensiva do ponto de vista

    cognitivo, uma vez que ofusca aquilo que supostamente busca elucidar, a saber, as diferenas

    internas dessa multiplicidade de fenmenos sociais subsumidos nesse outro genrico, bem

    como as relaes efetivas entre o ocidente imaginado e o resto do mundo.

    Nesse sentido a proposta dessa corrente tratas-se, portanto, no de dar voz ao oprimido, mas

    como definem Pieterse eParekh (1995: 12) de uma descolonizao da imaginao o que

    implica uma crtica que no seja somente anticolonialista, (...). O ps-colonialismo deve

    promover precisamente a desconstruo desses essencialismos, diluindo, criticamente, as

    fronteiras culturais legadas tanto pelo colonialismo quanto pelas lutas anticoloniais.

    MODERNIDADE ENTRELAADA, HISTRIAS COMPARTILHADAS

    No inicio desse tpico o autor fala de como dever ser primeiramente a desconstruo da

    dicotomia Rest/West, uma vez que para ela esta dever perpassar pela reinterpretao da

    histria moderna, assim consequentemente a releitura de cunho ps-colonial da histria

    moderna busca reinserir, reinscrever o colonizado na modernidade, no como o outro ocidente

    sinnimo do atraso, do tradicional, da falta, mas como parte constitutiva essencial daquilo quefoi construdo, discursivamente, como modernidade.

    Nessa parte do texto o autor busca evidenciar o que ele entende enquanto uma

    experimentao da modernidade pelos no europeus.

    Ao mesmo tempo, a nfase na constituio entrecruzada da modernidade busca lanar luz

    sobre o papel das colnias como campo de experimentao da modernidade. P.91

    O LUGAR DE ENUNCIAO PS-COLONIAL E ELOGIO DO HIBRIDO

    Bhabha um crtico literrio Indiano para Sergio Costa o principal terico que se interessa a

    observar os campos de enunciao que no sejam definidos pela polaridade dentro/fora,

    West/rest...

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    A afirmao da diferena, conforme descrita por Bhabha, no pode ser entendida como ao

    social, nos termos utilizados normalmente pelas teorias sociolgicas da ao, uma vez que a

    ao no pode ser inscrita numa narrativa terica. P. 93

    No sentido de uma subverso

    Ao meu ver essa abordagem tem uma contraposio ideia estrutural de Levi-Strauss. Ou seja

    A ideia, como se mostra mais adiante, tomada emprestada do ps-estruturalismo, que os

    signos possuem possibilidades inesgotveis de significao, s s podem ganhar possibilidades

    inesgotveis de significao e s podem ganhar um sentido particular, ainda assim provisrio

    e incompleto, num contexto significativo determinado. P.93

    Sobre o hibridismo o autor afirma a partir da percepo de Bhabha que parte da anlise de

    Bakhtin, os conceitos de Hibridismo e hibridao se generalizam nos estudos ps -coloniais.

    A partir de duas teorizaes do que vem a ser o Hibridismo, uma que desconstrutivista,

    portanto revela a caracterstica hibrida de todas construes culturais, e outra que concebe o

    hibridismo como um definidor de uma condio global cosmopolita. Esse ideal cosmopolita

    confere uma conotao positiva ao fato de que se multiplicam, com a globalizao, as

    possibilidades de perceber o mundo a partir de um lugar fora do contexto espacial e simblicodas comunidades imaginadas. P.95

    DA DIFERENA AO SUJEITO

    Nessa parte Sergio fala da Concepo de Diferena formada tanto por Bhabha quanto por Hall

    como por Gilroy decorrente do ps-estruturalismo, trazendo a particularidade da noo dediffrance, conforme a acepo da autora Derrida. Ressaltando que a viso desses autores a

    que compreende da melhor maneira e distintamente colocando de um lado Bhabha e do outro

    Hall e Gilroy. Ver citao no texto: p. 99

    No fim ele diz que os instrumentos analticos desenvolvidos por hall quando so aplicados

    estudos de contextos concretos, permitem no apenas descrecer fenmenos, mas tambm

    contextualiz-loa poltica e normativamente. P.104

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