O que é que um Eng. Informáticoprecisa de conhecer sobre a Lei?
Direito e Informática
Abril de 2014
Dra. Sofia Geraldes
Dra. Sofia Geraldes 2
Agenda
• Noções gerais do direito
• Definição de direito
• Características da norma jurídica
• Autotutela e Tutela do Estado
• A Organização do Estado
• Os Tribunais
• Protecção de software
• Evolução e enquadramento internacional
• A Directiva 91/250/CEE e o DL n.º 252/94
• Contratos sobre sistemas informáticos
Blá, blá, blá …Podem fazer perguntas ☺
Dra. Sofia Geraldes 3
O que é a LEI?
LEI
Licenciatura em Engenharia Informática
Norma Jurídica
Estão relacionadas!
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Definição tradicional de direito
Definição
Características• Sistema• Normas de conduta• Protecção coactiva heterotutela
Objectivos• Segurança• Justiça• Paz social
Sistema de normas de conduta assistidas de protecção coactiva
Dra. Sofia Geraldes 5
Características da Ordem Jurídica
• Bilateralidade• Generalidade• Abstracção• Imperatividade• Violabilidade• Coercibilidade
• Protecção institucionalizada• Tribunais• Força = monopólio do Estado
Características da norma jurídica
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Heterotutela Vs. autotutela
Princípio de excepção Só nas situações expressamente previstas na lei, na exacta medida dessa previsão
• Colisão de direitos
• Acção directa
• Legítima defesa
• Estado de necessidade
• Consentimento do lesado
Tutela Privada
Dra. Sofia Geraldes 7
Da justiça privada à justiça pública
4. Proibição da justiça privada
Sistema de justiça pública
Estado de Direito
intervenção do Estado através de um processo
Dra. Sofia Geraldes 8
A organização do Estado
O estado de direito = Estado limitado apenas por normas jurídicas
A lei previsibilidade e segurança jurídica
Divisão de poderes controlo recíproco
Processos justos
Órgãos de soberania:• PR – Presidente da República• AR – Assembleia da República• Governo• Tribunais
Dra. Sofia Geraldes 9
Os Tribunais como órgão de soberania
• A competência jurisdicional é a competência fundamental dos tribunais.
• Competência é exclusiva dos tribunais.
• Na administração da justiça os tribunais asseguram a defesa dos direitos e interesses legalmente protegidos dos cidadãos, reprimem a violação da legalidade democrática e dirimem os conflitos de interesses públicos e privados (art.º 2O2.º, nº 2 CRP) de harmonia com a Constituição e a lei (art.º 203.º CRP).
• Decisões obrigatórias para todas as entidades públicas e privadas, prevalecendo sobre as dequaisquer outras autoridades (art.º 2O5.º, n.ºs 2 e 3 CRP).
• Os Tribunais são independentes e apenas estão sujeitos à lei (art.º 203.º CRP). os tribunaissão autónomos relativamente aos restantes órgãos de soberania, partidos políticos, grupos ouinteresses, os quais não podem influenciar as suas decisões.
Dra. Sofia Geraldes 10
Categorias de Tribunais
Tribunal Constitucional
• STJ• Tribunais da Relação´• Tribunais de comarca competência genérica ou especializada (exs. Instrução criminal, família, menores, propriedade intelectual, marítimos, comércio, trabalho
Tribunais Judiciais
TAF
Tribunal de Contas
Tribunais Arbitrais
Julgados de Paz
“Compete especificamente administrar a justiça em matérias de natureza jurídico‐constitucional”.
Fiscaliza a legalidade das despesaspúblicas e de julgamento das contas que a lei manda submeter‐lhe.
Não são órgãos de soberania
Não são órgãos de soberania
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Génese do programa de computador
O programa de computador como conjunto de instruções que têm por base um algoritmo
Ideia Algoritmo Linguagem de alto nível Código‐fonte Linguagem
binária
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Evolução histórica
• 1940s: Programa de computador = exclusivamente acessório à máquina
• 1970: 1º programa independente da máquina
Necessária protecção independente da que era conferida à máquina
Uma tutela que recompensasse:• O elevado esforço intelectual• O tempo e o investimento monetário;• E assegurasse o monopólio da exploração económica, sancionando o seu uso ilegítimo.
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Nova categoria de direitosNecessidade de adaptação do direito existente
Sanciona condutas desleais de concorrentes no mercadoConcorrência
Desleal
Patentes
Formas possíveis de protecção
Exemplos• Actos passíveis de criar confusão com produtos/serviços concorrentes;
• Falsas descrições ou indicações sobre a natureza, qualidade ou utilidade dos produtos ou serviços;
• Técnicas de venda agressivas.
Regime sancionatório que não atribui direitos
Necessidade de um regime específico
Estas situações podem representar contra‐ordenações
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Nova categoria de direitosNecessidade de adaptação do direito existente
Direito exclusivo à exploração de uma inovação susceptível de aplicação industrial, durante um tempo determinado (20 anos), com a contrapartida da sua divulgação.
Concorrência Desleal
Patentes
Formas possíveis de protecção
Definição
Características
Critério e requisitos
• Novidade• Inovação
• Novidade;• Actividade inventiva;• Aplicabilidade industrial;
Critério de não evidência por parte de um perito na matéria
Uma invenção implica actividade inventiva se, para um perito na
especialidade, não resultar de uma maneira evidente do estado da técnica
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Actividade Inventiva3 conceitos‐chave
Tudo o que foi tornado acessível ao público por qualquer meio de divulgação (art. 56º CPI)
Estado da técnica
Óbvio
Peritos na especialidade
O que não vai além do normal progresso da tecnologia, ou seja, o que se deduz simples e logicamente da técnica anterior, por exemplo, algo que não envolva o exercício de qualquer competência ou capacidade além do que seria de esperar do perito na especialidade(Guia de procedimento para direitos de incidência tecnológica)
Alguém que trabalha num determinado campo da tecnologia, que está a par do que é o conhecimento geral nesse campo e que se presume ter ao seu dispor os meios normais e a capacidade para trabalho de rotina e experimentação.(Guia de procedimento para direitos de incidência tecnológica)
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Avaliação da actividade inventivaAbordagem problema‐solução
Método que procura resposta para 5 questões:
1. Qual é o estado da técnica mais próximo?
2. Qual a diferença, em termos de características técnicas, entrea invenção reivindicada e o estado da técnica mais próximo?
3. Que efeito técnico é causado por esta diferença?
4. Qual é o problema técnico objectivo resolvido pela invenção?
5. Seria um perito na matéria capaz de resolver este problemada forma indicada com base na totalidade do estado datécnica, sem em alguma altura aplicar capacidades inventivas?
Abordagem problema‐solução
Há sempre uma solução…
Dra. Sofia Geraldes 17
1. Determinar o estado da técnica mais próximo;2. Estabelecer o “problema técnico objectivo” a ser resolvido;3. Averiguar se a invenção reivindicada, partindo do estado da
técnica mais próximo e do problema técnico objectivo, seriaóbvia para o perito na especialidade.
Avaliação da actividade inventiva3 etapas de resposta
3 etapas de resposta
1 2 3
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As máquinas de barbear com uma só lâmina são conhecidas do público, pelo que a introdução de mais uma lâmina não implica actividade inventiva. Neste caso considera‐se que a invenção (a máquina com duas lâminas) é óbvia pois se uma lâmina já corta bem é evidente que duas cortam melhor.
Avaliação da actividade inventiva“Óbvio” vs. “Não Óbvio” (1/2)
Objecto Estado da técnica Invenção
Máquina de
barbear 1 lâmina 2 lâminas
Tesouradextros canhotos
As tesouras comuns, conhecidas do público, só estão adaptadas para utilização de uma pessoa dextra. A inversão da sua configuração, de forma a poder ser utilizada por canhotos, não implica actividade inventiva. É uma simples inversão da tesoura, o que é algo evidente.
Mas a produção de uma tesoura funcional tanto para dextros como para canhotos não seria evidente.
Comentários
Dra. Sofia Geraldes 19
Até há alguns anos só existiam ratos com dois botões. Se alguém fizesse um pedido de patente com a mesma
tecnologia, mas em vez dos dois botões apresentasse três, tal apesar de novo não teria actividade inventiva.
Contudo, se fosse apresentado o mesmo rato mas com um botão central com uma pequena roda que
permitisse ao utilizador navegar de forma descendente e ascendente pela página, tal produziria um efeito técnico
não evidente até à altura por um perito na matéria e como tal teria actividade inventiva.
Avaliação da actividade inventiva“Óbvio” vs. “Não Óbvio” (2/2)
Objecto Estado da técnica Invenção
Rato2 botões 3 botões
Comentários
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Evolução Internacional
Protecção de trabalhos literários e artísticos através dos direitos de autor:
Considerou‐se que os termos “obras literárias e artísticas” abrangeriam todas as produções do domínio literário, científico e artístico, qualquer que fosse a forma de expressão.
Convenção de Berna para a Protecção das
Obras Literárias e Artísticas
Convenção de Munique sobre a Patente Europeia
Livro Verde sobre os Direitos de
Autor
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Dra. Sofia Geraldes 21
Evolução Internacional
1. The expression “literary and artistic works” shall include every production in the literary, scientific and artistic domain, whatever may be the mode or form of its expression, such as books, pamphlets and other writings; lectures, addresses, sermons and other works of the same nature; dramatic or dramaticomusical works; choreographic works and entertainments in dumb show; musical compositions with or without words; cinematographic works to which are assimilated works expressed by a process analogous to cinematography; works of drawing, painting, architecture, sculpture, engraving and lithography; photographic works to which are assimilated works expressed by a process analogous to photography; works of applied art; illustrations, maps, plans, sketches and three‐dimensional works relative to geography, topography, architecture or science.
2. It shall, however, be a matter for legislation in the countries of the Union to prescribe that works in general or any specified categories of works shall not be protected unless they have been fixed in some material form.
Convenção de Berna para a Protecção das
Obras Literárias e Artísticas
Convenção de Munique sobre a Patente Europeia
Livro Verde sobre os Direitos de
Autor
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Dra. Sofia Geraldes 22
Evolução Internacional
A generalidade dos países envolvidos adoptou a protecção dos programas de computador através dos direitos de autor, entendendo que os programas de computador são de considerar criações intelectuais.
Convenção de Berna para a Protecção das
Obras Literárias e Artísticas
Convenção de Munique sobre a Patente Europeia
Livro Verde sobre os Direitos de
Autor
O Acordo TRIPS (Agreement on Trade‐Related Aspects of IntellectualProperty Rights), publicado em 1994, estabeleceu no seu artigo 10.º que
“os programas de computador, em código fonte ou objecto, serão protegidos como obras literárias pela Convenção de Berna”
3/3
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Evolução Internacional
Convenção de Berna para a Protecção das
Obras Literárias e Artísticas
Convenção de Munique sobre a Patente Europeia
Livro Verde sobre os Direitos de
Autor
As patentes concedidas, no âmbito desta Convenção designam‐se Patentes Europeias. Convenção que cria o Instituto Europeu de Patentes (IEP), o qual tem como principal função a análise dos pedidos e a atribuição de patentes aos Estados Contratantes.
São patenteáveis as invenções que obedeçam a 3 requisitos principais:
1. “Invenção nova” = fora do estado da técnica, não se incluindo em nada do que já era acessível ao público, nesse domínio;
2. Tem de configurar uma actividade inventiva = não pode ser óbvia para um perito nesse domínio, devendo traduzir alguma complexidade;
3. Aplicabilidade industrial = o objecto da patente poder ser utilizado em qualquer tipo de indústria, inclusive na agricultura.
1/6
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Evolução Internacional
Convenção de Berna para a Protecção das
Obras Literárias e Artísticas
Convenção de Munique sobre a Patente Europeia
Livro Verde sobre os Direitos de
Autor
Harmonização das legislações nacionais em matéria de requisitos de patenteabilidade, do direito à patente e da duração da patente Proibiu a patenteabilidade do programa de computador, como tal”
2/6
“a computer program claimed by itself or as a record on a carrier, is not patentable irrespective of this content. (…) If, however, the subject‐matter as a claimed makes a technical contribution to the known art, patentability should not be denied merely on the ground that a computer program is involved in its
implementation.”
MAS, o algoritmo é patenteável
Os programas não patenteáveis poderiam ser protegidos através dos direitos de autor
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Evolução Internacional
Convenção de Berna para a Protecção das
Obras Literárias e Artísticas
Convenção de Munique sobre a Patente Europeia
Livro Verde sobre os Direitos de
Autor
São invenções que recorrem a um computador, a uma rede de computadores ou a qualquer outro dispositivo programável para implementar o método ou o processo que a enforma – admite‐se a
patenteabilidade de um programa de computador apenas no contexto de uma invenção.
Requisitos de Patenteabilidade
Não são Patenteáveis
Constituir uma solução técnica para um problema técnico e representar um contributo técnico num domínio tecnológico
• Métodos matemáticos, métodos de negócio (…) que não apresentem qualquer contributo técnico.
• Programas de computador
Invenções Implementadas por Computador (IIC)3/6
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Evolução Internacional
Convenção de Berna para a Protecção das
Obras Literárias e Artísticas
Convenção de Munique sobre a Patente Europeia
Livro Verde sobre os Direitos de
Autor
Métodos Matemáticos
Jogos
É patenteável uma calculadora construída de maneira a operar de acordo com o método matemático, pois seria uma solução técnica para um problema técnico
Invenções Implementadas por Computador (IIC)
Não é patenteável um algoritmo simplificado enquanto tal, pois não apresenta qualquer contributo técnico
Não é patenteável um programa que consista numa mesa de jogo virtual que inclua uma representação da mesa, com um método de jogo inovador, pois o método de jogar é não‐técnico, e o novo método é apenas uma regra de jogo
4/6
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Evolução Internacional
Convenção de Berna para a Protecção das
Obras Literárias e Artísticas
Convenção de Munique sobre a Patente Europeia
Livro Verde sobre os Direitos de
Autor
Jogos
Gestão da Informação
Não é patenteável um processo ou método para apresentar informações de qualquer natureza quando envolva apenas hardware e software convencionais, pois não apresenta qualquer contributo técnico e limita‐se ao conteúdo da informação, ou seja, é uma apresentação de informação, enquanto tal.
Invenções Implementadas por Computador (IIC)
É patenteável um jogo implementado num sistema de hardware, em que se reivindicam os meios para jogar (processador, memória volátil, barramento de comunicação), mas nunca o jogo em si
É patenteável um processo para exibição de informação relativa a um determinado evento que ocorra num certo dispositivo programável, pois constitui uma solução técnica para um problema técnico relacionado com o funcionamento interno do próprio aparelho
5/6
Dra. Sofia Geraldes 28
Evolução Internacional
Convenção de Berna para a Protecção das
Obras Literárias e Artísticas
Convenção de Munique sobre a Patente Europeia
Livro Verde sobre os Direitos de
Autor
Processamento de Texto
É patenteável um programa de processamento de texto que apresente vantagens em termos de melhor interacção com o utilizador e funcionalidades apresentadas, se aumentar a eficiência do seu utilizador
Invenções Implementadas por Computador (IIC)
Não é patenteável uma rotina que, quando executada, formate parte ou todo o texto dum documento com determinado tipo e tamanho de letra, pois não é uma solução técnica para um problema técnico, apenas produzindo um efeito gráfico ou estético
Um programa de computador não é, como tal, patenteável, mas a funcionalidade nova que lhe esteja associada pode sê‐lo.
6/6
Dra. Sofia Geraldes 29
Evolução Internacional
Convenção de Berna para a Protecção das
Obras Literárias e Artísticas
Convenção de Munique sobre a Patente Europeia
Livro Verde sobre os Direitos de
Autor
Veio estabelecer um conjunto de aspectos a explorar e a desenvolver numa Directiva:
• A necessidade de o programa de computador ser tutelado independentemente da sua fixação;
• A originalidade do programa deveria ser vista como o resultado do esforço intelectual do seu autor;
• Protocolos de acesso, interfaces, e os métodos essenciais para a sua realização deveriam estar afastados da tutela conferida ao programa de computador;
• (…)
Dra. Sofia Geraldes 31
A Directiva 91/250/CEE, de 14 de Maio e o DL n.º 252/94, de 20 de Outubro
Objecto1
Âmbito
Autoria
Duração
Direitos do beneficiário
Direitos dos utentes
Circulação
Direitos morais
Livre utilização dos programas
Registo
Protecção dos direitos
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
Dra. Sofia Geraldes 32
A Directiva 91/250/CEE, de 14 de Maio e o DL n.º 252/94, de 20 de Outubro
Objecto1
Âmbito
Autoria
Duração
Direitos do beneficiário
Direitos dos utentes
Circulação
Direitos morais
Livre utiliz. programas
Registo
Protecção dos direitos
2
3
4
5
6
7
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9
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11
Aos programas com carácter criativo é atribuída protecção equivalente à conferida às obras literárias
Criações intelectuais que não podem ser simples representações de carácter óbvio nem simples
representações da realidade
Requisito de criatividade mínima
Dra. Sofia Geraldes 33
A Directiva 91/250/CEE, de 14 de Maio e o DL n.º 252/94, de 20 de Outubro
Objecto1
Âmbito
Autoria
Duração
Direitos do beneficiário
Direitos dos utentes
Circulação
Direitos morais
Livre utiliz. programas
Registo
Protecção dos direitos
2
3
4
5
6
7
8
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10
11
Protecção
A ideia‐base do programa não é protegidaLiberdade que se aplica aos algoritmos e a lógica
subjacentes ao programa
A expressão da ideia (≠ ideia)
Liberdade de Ideias
Dra. Sofia Geraldes 34
A Directiva 91/250/CEE, de 14 de Maio e o DL n.º 252/94, de 20 de Outubro
Objecto1
Âmbito
Autoria
Duração
Direitos do beneficiário
Direitos dos utentes
Circulação
Direitos morais
Livre utiliz. programas
Registo
Protecção dos direitos
2
3
4
5
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9
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11
• O direito é atribuído ao criador intelectual da obra:• Abrange herdeiros e transmissários, mas não quem financia ou subsidia a criação da mesma;
• Quando o programa é criado numa empresa presume‐se colectiva;
• É um direito de reconhecimento automático.
Nestes casos, os titulares do direito podem introduzir alterações no programa sem pedir autorização ao criador do mesmo
Excepções à regra da Autoria
• O criador é trabalhador por conta de outrem e cria o programa no âmbito dessas funções;
• O programa é criado ou adaptado por encomenda;• O trabalho é feito segundo instruções de um terceiro;
Dra. Sofia Geraldes 35
A Directiva 91/250/CEE, de 14 de Maio e o DL n.º 252/94, de 20 de Outubro
Objecto1
Âmbito
Autoria
Duração
Direitos do beneficiário
Direitos dos utentes
Circulação
Direitos morais
Livre utiliz. programas
Registo
Protecção dos direitos
2
3
4
5
6
7
8
9
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11
• 70 anos após a morte do criador;
• 70 anos após a primeira publicação ou divulgação ao público.
Dra. Sofia Geraldes 36
A Directiva 91/250/CEE, de 14 de Maio e o DL n.º 252/94, de 20 de Outubro
Objecto1
Âmbito
Autoria
Duração
Direitos do beneficiário
Direitos dos utentes
Circulação
Direitos morais
Livre utiliz. programas
Registo
Protecção dos direitos
2
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11
O que significa a “reprodução do programa”?
• Multiplicação de exemplares?
• Execução (“loading”) do programa?
Fazer/ autorizar a reprodução/ transformação, permanente / transitória, total / parcial do programa
Dra. Sofia Geraldes 37
A Directiva 91/250/CEE, de 14 de Maio e o DL n.º 252/94, de 20 de Outubro
Objecto1
Âmbito
Autoria
Duração
Direitos do beneficiário
Direitos dos utentes
Circulação
Direitos morais
Livre utiliz. programas
Registo
Protecção dos direitos
2
3
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6
7
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11
• Cópias de apoio;• Observação;• Estudo ou ensaio do funcionamento do programa com o objectivo de determinar as ideias e princípios que estiveram na base da sua criação.
Descompilação
Legítima quando necessária para permitir a interacção de todos os elemento do sistema informático, incluindo:
• Interoperabilidade de dados;• Interoperabilidade entre diferentes fabricantes, de forma a poderem funcionar conjuntamente.
Restrições:• A “desestruturação” do programa só se justifica para fins e interoperabilidade;
• As informações recolhidas não podem ser utilizadas para o desenvolvimento, produção ou comercialização de um programa substancialmente semelhante na sua expressão.
1/4
Dra. Sofia Geraldes 38
A Directiva 91/250/CEE, de 14 de Maio e o DL n.º 252/94, de 20 de Outubro
Objecto1
Âmbito
Autoria
Duração
Direitos do beneficiário
Direitos dos utentes
Circulação
Direitos morais
Livre utiliz. programas
Registo
Protecção dos direitos
2
3
4
5
6
7
8
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11
6 requisitos para ser legítima:1. Ser realizada por detentor de licença de utilizador ou outra
pessoa habilitada para usar o programa;2. Ser indispensável para obter informação necessária para a
interoperabilidade;3. Actos que se limitem a certas partes do programa original
necessárias para a interoperabilidade;4. A informação recolhida não pode ser usada para outro fins;5. A informação recolhida não pode ser transmitida a terceiros,
excepto quando tal seja necessário para a interoperabilidade de programas independentes;
6. A informação não pode ser usada para o desenvolvimento, produção e promoção de programas substancialmente semelhantes na sua expressão ou em qualquer acto que viole direitos de autor.
1/4
Dra. Sofia Geraldes 39
A Directiva 91/250/CEE, de 14 de Maio e o DL n.º 252/94, de 20 de Outubro
Objecto1
Âmbito
Autoria
Duração
Direitos do beneficiário
Direitos dos utentes
Circulação
Direitos morais
Livre utiliz. programas
Registo
Protecção dos direitos
2
3
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7
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11
• Contrafacção• Apropriação pelo contrafactor do resultado de um trabalho intelectual de outrem e do investimento deste em tempo e meios, dissimulando uma obra independente.
• Requisitos:• A semelhança entre os programas tem de ser substancial;
• Estrutura essencialmente semelhante.
Dificuldade na detecção de programas contrafeitos
2/4
Imitação fraudulenta
Dra. Sofia Geraldes 40
A Directiva 91/250/CEE, de 14 de Maio e o DL n.º 252/94, de 20 de Outubro
Objecto1
Âmbito
Autoria
Duração
Direitos do beneficiário
Direitos dos utentes
Circulação
Direitos morais
Livre utiliz. programas
Registo
Protecção dos direitos
2
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4
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11
3/4A detecção de programas contrafeitos assenta em 3 etapas
1. Abstracção• Descoberta de elementos não literais, através de um processo semelhante ao do “reverse engineering”;
• Processo de descoberta dos princípios tecnológicos de um sistema através da análise da sua estrutura, função e operação;
• Baseia‐se na análise do seu funcionamento em detalhe.2. Filtragem
• Separação entre a expressão do programa passível de protecção e a que não o é;
3. Comparação• Verificar se parte substancial da expressão protegida é copiada
Dra. Sofia Geraldes 41
A Directiva 91/250/CEE, de 14 de Maio e o DL n.º 252/94, de 20 de Outubro
Objecto1
Âmbito
Autoria
Duração
Direitos do beneficiário
Direitos dos utentes
Circulação
Direitos morais
Livre utiliz. programas
Registo
Protecção dos direitos
2
3
4
5
6
7
8
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11
4/4Que critérios usar?
• Critério do “look and feel”• Semelhança ao nível de cores, formas, layout, menus, estrutura…
Apple Inc.Vs.
Microsoft Corporation
Critério da “identidade virtual”
O caso…
Dra. Sofia Geraldes 42
A Directiva 91/250/CEE, de 14 de Maio e o DL n.º 252/94, de 20 de Outubro
Objecto1
Âmbito
Autoria
Duração
Direitos do beneficiário
Direitos dos utentes
Circulação
Direitos morais
Livre utiliz. programas
Registo
Protecção dos direitos
2
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Direito a pôr em circulação
• Aplica‐se a cópias e originais;
• Abrangerá o direito à retirada de circulação?
Dra. Sofia Geraldes 43
A Directiva 91/250/CEE, de 14 de Maio e o DL n.º 252/94, de 20 de Outubro
Objecto1
Âmbito
Autoria
Duração
Direitos do beneficiário
Direitos dos utentes
Circulação
Direitos morais
Livre utiliz. programas
Registo
Protecção dos direitos
2
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Direitos Morais de 3 tipos
• Escolher e mencionar o nome do programa;• Incluir o seu nome no programa, como autor;• Reivindicar a autoria do programa.
Vai para além da Directiva, que só prevê os direitos económicos
Dra. Sofia Geraldes 44
A Directiva 91/250/CEE, de 14 de Maio e o DL n.º 252/94, de 20 de Outubro
Objecto1
Âmbito
Autoria
Duração
Direitos do beneficiário
Direitos dos utentes
Circulação
Direitos morais
Livre utiliz. programas
Registo
Protecção dos direitos
2
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7
8
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Situações em que os programas são livremente utilizáveis
Livre utilização das criações intelectuais para fins científicos e de ensino, sem lesar os direitos do autor ou a normal
utilização da obra
Dra. Sofia Geraldes 45
A Directiva 91/250/CEE, de 14 de Maio e o DL n.º 252/94, de 20 de Outubro
Objecto1
Âmbito
Autoria
Duração
Direitos do beneficiário
Direitos dos utentes
Circulação
Direitos morais
Livre utiliz. programas
Registo
Protecção dos direitos
2
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4
5
6
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Reconhecimento independente de registo,
mas este pode ser requerido
Reconhecimento independente de registo,
mas este pode ser requerido
Dra. Sofia Geraldes 46
A Directiva 91/250/CEE, de 14 de Maio e o DL n.º 252/94, de 20 de Outubro
Objecto1
Âmbito
Autoria
Duração
Direitos do beneficiário
Direitos dos utentes
Circulação
Direitos morais
Livre utiliz. programas
Registo
Protecção dos direitos
2
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Meios de protecção
• Civil
• Penal
• Regime da concorrência desleal
• Patentes
• Outros
Vigência
• Novos Programas
• Programas já existentes, contando‐se o tempo como se o diploma estivesse em vigor à data da sua criação
Dra. Sofia Geraldes 47
A protecção de software nos EUA
• Antes da década de 80: Patenteabilidade recusada pelo Supremo
• 1980 – Computer Software Copyright Act = consagração do regime dos direitos de autor
Começaram a surgir excepções Diamond Vs. Diehr
O Supremo declarou a patenteabilidade de uma invenção onde foi utilizado um programa de computador
Dra. Sofia Geraldes 48
A protecção de software nos EUA
“Controlar a execução de um processo físico através de um programa de computador não prejudica a patenteabilidade da invenção como um todo.”
A simples presença de um elemento de software não inviabiliza a patenteabilidade de um processo
Aumento exponencial da atribuição de patentes a invenções que utilizavam programas de computador
Dra. Sofia Geraldes 49
A protecção de software nos EUA
• 1995 e 2010 ‐ directrizes de apoio aos examinadores de patentes
“The claimed invention as a whole must be useful and accomplish a practical application. That is, it must produce auseful, concrete and tangible result”.
Patenteabilidade de todo o tipo de invenções,desde que estivessem cumpridos todos osrequisitos e tivessem um “efeito útil”
Dra. Sofia Geraldes 50
A protecção de software nos EUA
Críticas ao facilitismo na concessão de patentes
Actualmente Retrocesso na atribuição massiva de patentes
O critério do “efeito útil deixou de ser suficiente
“O efeito útil é um meio inadequado e insuficiente para determinar o que constitui matéria patenteável”
Critério que potenciou o uso fraudulento do mecanismo das patentes
Dra. Sofia Geraldes 51
Contratos e sistemas informáticos
• O contrato de licença é a matriz negocial de exploração económica dos programas de computador
• Acordo pelo qual o titular dos direitos concede a outrem a autorização de utilização do programa ou de uma cópia do mesmo
• Forma de exploração económica do programa
• Sem abdicar da fruição exclusiva que a sua qualidade de titular lhe confere
Monopólio da dimensão dos direitos licenciados
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Contratos e sistemas informáticos Atipicidade
• Contrato de concessão comercial• Contrato de agência• Contrato de franchising
Contratos de licença ≈ contratos dedistribuição
O princípio da liberdade contratual e as suas limitações
• A protecção dos consumidores• Questões de concorrência
tying clauses
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Contratos e sistemas informáticos
• Operações de carregamento e funcionamento necessárias à correcta utilização;
• Direito de adaptação e correcção para a correcta utilização;
• Execução de cópia de segurança quando necessário e a mesma não é fornecida com o contrato:
• Possibilidade de descompilação, nos termos previstos na lei
Contratos de licença direitos mínimos
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Contratos de licença
Aspectos essenciais ‐‐ > Identificação do objecto e âmbito da licença:• Modalidades de utilização (distribuição, fabrico,…)• Território;• Duração do contrato;• Entidade licenciada;• Grau de exclusividade;• Contrapartida económica;• Modalidades de pagamento;• Lei aplicável;• Foro competente.
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Contratos de licença
Problemas fundamentais:• Utilização de minutas pré‐elaboradas por uma das partes;• Garantias prestadas;• Cláusulas de exclusão/limitação de responsabilidade;• Cláusulas Penais;• Prazos e procedimento a adoptar em caso de mora, cumprimento defeituoso ou incumprimento.
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Contratos e sistemas informáticos
Uma das partes obriga‐se a fornecer à outra um sistema informático composto por:• Equipamento• Programa de computador• Serviços de instalação, assistência e manutenção do sistema
Contratos “chave na mão”
Caracterização do contrato:• Contrato de “engineering”• Compra e venda e empreitada
Objectivo: Informatização das actividades do cliente
Normalmente, é o fornecedor do programa que avalia as necessidades da empresa
E se houver subcontratação?
1
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Contratos e sistemas informáticos
Uma das partes (locadora) obriga‐se, mediante retribuição, a ceder à outra (locatária) o gozo temporário de um sistema informático que a empresa pode comprar no fim do contrato, por um valor residual.
Leasing informático
Por quem corre o risco?
2
Obrigações da sociedade de leasing:• Adquirir ou mandar realizar o sistema informático (SI) –contratação com fornecedores;
• Conceder o gozo do SI à empresa locatária para os fins a que se destina e durante o prazo acordado;
• Vender à locatária o SI no fim do prazo, se esta optar por comprar o programa.
Obrigações da empresa locatária:• Pagar a renda acordada amortização do bem locado + lucro• Suportar as despesas de instalação, reparação e seguro• Não ceder a sua posição contratual sem a autorização da locadora• Restituir o SI no fim do contrato, quando não opte pela sua aquisição.
Quando o SI apresenta um problema técnico?
Responsabilidade do fornecedor
Questão
Dra. Sofia Geraldes
A fase pré‐contratual deve ser caracterizada pela colaboração entre as partes.
Deveres de colaboração, informação e conselho
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Contratos de compra e venda de equipamento informático…
• Deveres de conformidade dos equipamentos com as características publicitadas e comunicadas;
• Deveres de garantia do vendedor responsabilidade pelos defeitos do equipamento/software;
• Direito à qualidade dos bens e serviços;• Garantia do bom estado e funcionamento dos equipamentos por período nunca inferior a 1 ano.
Contratos de compra e venda de equipamento informático
Dra. Sofia Geraldes
Garantia do bom estado e funcionamento dos equipamentos ≠
serviços de assistência e manutenção
Casos de cumprimento defeituoso direitos do comprador
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… e contratos de manutenção
Contratos de compra e venda de equipamento informático e contratos de manutenção
Contratos de manutenção
• Correcção dos erros ou defeitos existentes;• Adaptação do software a um novo enquadramento empresarial;
• Actualização do software instalado
Dra. Sofia Geraldes 60
Cláusulas importantes dos contratos de manutenção de equipamentos
• Determinação da data de início da prestação de serviços de manutenção;
• Duração;
• Previsão da possibilidade de sub‐contratação, nomeadamente através de distribuidores;
• Natureza das acções de assistência e acompanhamento;
• Tipo de intervenções abrangidas;
• Intervenções excluídas;
• Fornecimento ou não de novas versões do programa;
• Localização e horário da prestação dos serviços;
• Tempos de resposta;
• Obrigações pecuniárias envolvidas.