8/18/2019 O Sujeito Falante

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O sujeito falante, o locutor e o enunciador (O.Ducrot) 1  0 Google+0  0  419

Gostaria de saber, no contexto da polifonia e dos trabalhos de Ducrot , como posso

classificar o sujeito falante, o locutor e o enunciador.

Elisabete Amaral  Portugal 4K

 A obra em que Oswald Ducrot fa a distin!"o entre sujeito

falante, locutor e enunciador #$ Le Dire et le Dit, Paris, %inuit$&''.

Esta distin!"o integrase na teoria da olifonia. (*er tamb#m Anscombre, +..- Ducrot,

O. &'/ 0 L’Argumentation dans la Langue, 1ru2elas, %ardaga- Ducrot, O. &'3

 0 Les Mots du Discours, Paris, %inuit$ 56.

Ducrot fa a aroria!"o ara a lingu789:stica dos trabal;os de 1a

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Locutores e enunciadores

Ducrot utiliza-se da noção de polifonia de Bakhtin para diferenciar um sujeito enunciador de umlocutor. Para ele, o locutor é "um ser que é, no prprio sentido do enunciado, apresentado como seu

respons!el".

#...$ o locutor, desi%nado por eu, pode ser distinto do autor emp&rico do enunciado, de seu produtor- mesmo que as duas persona%ens coincidam ha'itualmente no discurso oral. (! de fato casos em que,de uma maneira quase eidente, o autor real tem pouca relação com o locutor, ou seja, com o serapresentado, no enunciado, como aquele a quem se dee atri'uir a responsa'ilidade da ocorr)ncia doenunciado #Ducrot, *+*/$.

0 enunciador é a fi%ura respons!el pela produção de sentidos no enunciado, que mostra o ponto deista de onde se posiciona o locutor.

1hamo "enunciadores" estes seres que são considerados como se e2pressando atraés da enunciação,sem que para tanto se lhe atri'uam palaras precisas3 se eles "falam" é somente no sentido em que a

enunciação é ista como e2pressando seu ponto de ista, sua posição, sua atitude, mas não, no sentidomaterial do termo, suas palaras #Ducrot, *+*+/$.0 locutor, respons!el pelo enunciado, d! e2ist)ncia, atraés deste, a enunciadores cujos pontos deista e cujas atitudes ele or%aniza e assimila. "Direi que o enunciador est! para o locutor assim como apersona%em est! para o autor" #Ducrot, *+ *+/$. 0 locutor pode ser comparado a um narrador, que édado como a fonte de um discurso. 4as as atitudes e2pressas no discurso são atri'u&das a enunciadores,que mostram seus pontos de ista no te2to. 5sso quer dizer que locutores diferentes podem ser e&culosde um mesmo enunciador - é e2atamente o que o'seraremos em nossa an!lise.

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Neterogeneidade 7ntrodu!"o J An?lise do Discurso9 . Emediato Neterogeneidade N?

uma rela!"o radical entre o interior e o e2terior de um discurso que @em romer com a @is"otradicional de unicidade do sujeito. Qo discurso n"o ;? um sB sujeito, mas @?rios. Doistios de ;eterogeneidade & a ;eterogeneidade mostrada$ reousa sobre as manifesta!ese2l:citas de uma di@ersidade de fontes de enuncia!"o. Ela ode ser marcada ou n"omarcada. M a ;eterogeneidade constituti@a$ n"o # marcada em suerf:cie, mas a AD odedefinir formulando ;iBteses sobre a constitui!"o de uma forma!"o discursi@a atra@#s dointerdiscurso. R um rinc:io de identidade de uma r?tica discursi@a. once!"o deOswald Ducrot υ Polifonia$ Oswald Ducrot diferencia enunciadores de locutores. υIocutor l $aquele que no enunciado # aresentado como seu resons?@el. υIocutor S (autor efeti@o)$ oque efeti@amente o escre@eu ou ronunciou. O rodutor f:sico do enunciado. υ  υonce!"o de Oswald Ducrot υ  υ O deutado T di$ +os# disse que +o"o recebeu odin;eiro. υ M locutores$ o deutado T e +os#. υ  Autor efeti@o$ quem escre@eu ouronunciou o enunciado (um jornal, um escritor). υ  once!"o de Oswald Ducrot υυEnunciador$ est? ara o locutor como o ersonagem est? ara o autor de fic!"o. υ*oesresentes na enuncia!"o sem que se l;e ossa atribuir ala@ras recisas, a enuncia!"oermite e2ressar ontos de @ista (PD*). Um locutor ode colocar em cena em seu rBrioenunciado osi!es diferentes da sua. Neterogeneidade %ostrada υ Pressuosi!"o υQega!"o υ  Discurso relatado υ  Pala@ras entre asas υ  %etadiscurso do locutor υParafrasagem υ Discurso ndireto Ii@re υ  ronia υ Autoridade, ro@#rbio υ  mita!"o υPastic;e Neterogeneidade %ostrada υ VOQA υ ronia$ um enunciado irWnico fa ou@ir uma outra @o que a do locutor, a @o do enunciador que e2rime um onto de @istainsustent?@el. O locutor assume as ala@ras, mas n"o o onto de @ista que eles suem. υ& Iocutor$ Este go@erno # realmente bril;anteX υ M enunciadores$ E& afirma que o go@erno #bril;ante (dito), mas o EM (n"odito) n"o acredita realmente no que # dito.

Neterogeneidade %ostradaυ

 Pressuosi!"oυ

 o go@erno n"o quer mais decidir. (o go@ernodecidia antes) 0 enunciadorM (iml:cito) υ (;oje ele n"o quer mais decidir), E& coincidentecom o que afirma o locutor. υ O suosto aumento da corru!"o no go@erno # uma arma da

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oosi!"o. υ Vemete a um enunciador de que o locutor se distancia ao emregar o termo(suosto). O EM (iml:cito) # o que sue. Neterogeneidade %ostrada υ Qega!"o$ υ A)nega!"o olCmica$ υ  Este muro n"o # branco. (Qegase um enunciador encenado nodiscurso, que afirmaria que o muro # branco, que n"o recisa ser um locutor efeti@o.) υ 1)Qega!"o metaling8:stica$ υ ontradi os rBrios termos de um enunciado oosto. Veferesea um locutor que assume o enunciado negado, odendo negar os ressuostos deste Yltimo.υ  A ran!a nunca arou de retroceder, ali?s ela nunca retrocedeu. Neterogeneidade%ostrada υ Discurso relatado$ υ Para 1a

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constru!"o elo locutor de n:@eis distintos no interior de seu rBrio discurso. Permite erceber os ontos sens:@eis na maneira como uma forma!"o discursi@a define sua identidade