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1Pós-graduado em Pedagogia Escolar – Orientação, Supervisão e Administração. Graduado em Letras –
Português/Inglês. Atuando no Colégio Estadual Manuel Ribas de Telêmaco Borba. 2Professora Doutora da Universidade Estadual de Ponta Grossa.
METODOLOGIA E PESQUISA NA APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS ESCRITOS
POR ALUNOS DO ENSINO MÉDIO.
Autor: Edino Spada1
Orientadora: Profa. Dra. Mirian Martins Sozim2
RESUMO
O presente trabalho é resultado do processo de formação continuada da Secretaria
de Estado da Educação do Paraná (SEED), especificamente do Programa de
Desenvolvimento Educacional (PDE), desenvolvido ao longo dos anos de 2010 e
2011, em parceria com as Instituições de Ensino Superior (IES) e Núcleos Regionais
de Educação (NREs), decorrente da intervenção pedagógica realizada no Colégio
Estadual Manuel Ribas, na cidade de Telêmaco Borba, Estado do Paraná, com
professores e alunos do Ensino Médio. A maioria dos professores de alunos que
ingressam no ensino médio reclama das apresentações de seus trabalhos, mal
elaborados, sem estrutura, sequência, formatos totalmente diferentes um do outro.
Os alunos ficam completamente confusos com as regras ditadas por cada professor,
ou até mesmo a ausência delas; e isso é causa de muitos transtornos. O presente
artigo pretende: de forma geral apresentar argumentos aos professores e alunos do
ensino médio quando da elaboração e apresentação de trabalhos escritos de acordo
com normas padronizadas; especificadamente dentro de uma metodologia que
viabilize a pesquisa na escola.
PALAVRAS-CHAVES: metodologia; pesquisa; normas; trabalho; apresentação;
ensino médio
ABSTRACT
This paper is result of the continuing education of Ministry of Education of Paraná
(SEED), specifically the Educational Development Program (PDE), developed over
the years 2010 and 2011, in partnership with the Higher Education Institutions (IES)
and the Regional Education Centers (NREs), due to the educational intervention
performed in the State College Manuel Ribas in the city of Telêmaco Borba, Paraná
state, with teachers and high school students. Most teachers of students who enter
high school complains presentations of their work, poorly designed, no structure,
sequence, format completely different from each other. Students are completely
confused by the rules dictated by individual teachers or even their absence, and this
is cause of many disorders. This article aims to: generally present arguments to the
teachers and high school students when preparing and presenting written work
according to standard criteria, specifically within a methodology that makes possible
the research on the school.
KEY WORDS: methodology, research, standards, work, presentation, school
1 Introdução.
O presente trabalho é resultado do processo de formação continuada da
Secretaria de Estado da Educação do Paraná (SEED), especificamente do
Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), desenvolvido ao longo dos anos
de 2010 e 2011, em parceria com as IES e NREs, decorrente da intervenção
pedagógica realizada no Colégio Estadual Manuel Ribas, na cidade de Telêmaco
Borba, Estado do Paraná, com professores e alunos do Ensino Médio, totalizando 64
horas.
1.1 Justificativa
A organização é impressindível para um bom trabalho, para isso é necessária
uma metodologia para o planejamento e execução do mesmo. O aluno que chega
ao ensino médio não tem conhecimento de métodos que facilitem a elaboração de
trabalhos escritos, então, ocorre que alguns professores exigem a apresentação,
mas não oferecem metodologia; outros cobram uma métodologia própria; também
há aqueles que não dão valor algum. Isso acarreta um acúmulo de métodos
confundindo o aluno; sendo necessária então uma metodologia adequada que
venha dar suporte ao aluno, fato que irá proporcionar organização e qualidade.
Esse despreparo transpassa o ensino médio e vicia o aluno que quando
chega a um curso superior não sabe o direcionamento, pois é praticamente
analfabeto em questão de metodologia para uma correta apresentação de trabalhos
científicos.
No ensino superior, o primeiro encontro com a metodologia parece algo
inatingível, insuperável, até temeroso, torna-se uma disciplina árdua, não conseguir
usar a metodologia adequada em qualquer trabalho universitário é o caos. É notório,
um consenso nas instituições de educação que se deve aliar às práticas de ensino,
elementos que promovam o desenvolvimento do pensamento crítico-reflexivo dos
alunos, permitindo, através de uma visão real do mundo, detectar os problemas que
o assolam e ao mesmo tempo, dotá-los de ferramentas capazes de promover
medidas que ajudem solucioná-los.
Todavia uma boa metodologia apropriada poderá ajudar o aluno e também
facilitar o trabalho de professores tanto no início do ensino médio quanto da
faculdade.
Existem duas formas de se elaborar um trabalho: a primeira é ir fazendo tudo
conforme vai surgindo; sem se preocupar se falta algo ou não, não importa o
resultado. A segunda e através de um método adotado; planejar e seguir passo a
passo fazendo as análises e observando tudo que é necessário ser acrescentado ou
suprimido.
João Álvaro Ruiz em seu livro Metodologia Científica – Guia para eficiência
nos estudos (1996) expõe que um aluno menos dotado, quando ajudado por um
bom método, pode apresentar em seus estudos resultados melhores do que os
alcançados por outros colegas mais dotados que conduzam sem métodos seus
estudos. Além de afirmar que a metodologia cientifica, propõe examinar diretrizes
aptas a instrumentar o aluno para que possa, em qualquer situação, tirar maior
proveito. E, que o objetivo da Metodologia Científica é tomá-los pela mão e caminhar
a seu lado, acompanhando-os em seus primeiros passos de vida universitária,
indicando o caminho certo na procura do saber superior, iluminando problemas para
que melhor possam vê-los, ajudando-os a assumir e a desenvolver hábitos de
estudo e tecnicas de trabalho que tornem realmente produtivos os anos de vida
universitária, tão preciosos e, não raro, mal aproveitados.
Se assim for, quanto mais deve ser para o aluno do ensino médio, que está
se preparando para uma vida nova e que na maioria das vezes tem dúvidas da
profissão que vai seguir. Apresentar a eles um método é ajudá-los a romper os laços
passados e atar os novos.
O ensino médio é a fase intermediária e requer metodologia própria que
prepare e dê fundamentação para a sequência, seja ela os bancos universitários,
mercado de trabalho, ou outros.
Isso tudo vem de encontro com o conceito de método exposto por Eva Maria
Lakatos e Marina de Andrade Marconi em Fundamentos da Metodologia Científica
(1991) afirmando que o método é o conjunto das atividades sistemáticas e racionais
que, com maior segurança e economia permite alcançar o objetivo – conhecimentos
válidos e verdadeiros, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e
auxiliando as decisões.
O dicionário Michaelis assim define metodologia: Estudo científico dos
métodos. Arte de guiar o espírito na investigação da verdade. Parte da lógica que se
ocupa dos métodos do raciocínio. A segunda e a terceia citação faz-se compreender
bem o propósito desse projeto, isso porque um método é capaz guiar os alunos na
elaboração de um trabalho lógico que os leva ao raciocínio de interação da verdade.
Este artigo traz evidências teóricas da importância e da necessidade da
Metodologia Científica como ferramenta fundamental no desenvolvimento e nas
produções dos trabalhos elaborados pelos alunos do ensino médio e que têm
interesse em prosseguir seus estudos seja ingressando na universidade ou em
cursos pós-médio.
É possível os alunos de ensino médio apresentarem trabalhos uniformes em
todas as disciplinas, seguindo uma metodologia adequada cientificamente? Sim,
desde que haja um manual previamente elaborado dentro dos parâmetros e critérios
adotados, definido como normas metodológicas.
O professor que recebe o aluno no ensino médio oferece a ele uma
metodologia para elaboração de trabalhos escritos?
A maioria dos professores de alunos que ingressam no ensino médio reclama
das apresentações de seus trabalhos, mal elaborados, sem estrutura, sequência,
formatos totalmente diferentes um do outro.
Os alunos ficam completamente confusos com as regras ditadas por cada
professor, ou até mesmo a ausência delas; e isso é causa de muitos transtornos.
Vêem-se perante muitas dificuldades para cumprir tudo que é exigido, de forma
diferenciada por cada professor. Isso devido uma lacuna existente na formação dos
mesmod. Muito se observa alunos no final do ensino médio se preparando para o
vestibular sem noção alguma de métodos ou elementos que abordam a elaboração
de trabalhos científicos. Estrutura e desenvolvimento de um trabalho, tipos de
redações, referências bibliográficas, como selecionar obras para pesquisar, como
inserir citações, entre outras, são alguns dos elementos desconhecidos por eles.
Tudo isso gera uma ansiedade tanto por parte do estudante quanto por parte do
professor, que pode ser causa de desânimos e atritos a ambas as partes.
1.2 Fundamentação
Assim então é importante perguntar: como o ensino e o estudo de
Metodologia Científica podem ajudar os alunos e professores do ensino médio a
superar as suas dificuldades na hora de elaborar um trabalho escrito?
Um levantamento teórico pode responder a essa questão. Objetiva-se com
este estudo comprovar que o ensino de metodologia é tem sua praticidade e
apresenta instrumentos necessários para a realização de trabalho de pesquisa,
buscando a construção do conhecimento dos alunos favorecendo-lhes a leitura e a
escrita de forma mais eficiente, através da pesquisa e redação com normas
apropriadas para tal.
Marcos Bagno, em Pesquisa na Escola o que é e como se faz (2010),
questiona ao professor sobre o que é pesquisa para o mesmo. Que tipo de professor
você é? Você é do tipo que acha que a pesquisa é uma boa maneira de se livrar da
responsabilidade (e da trabalheira) de encontrar métodos criativos e interessantes
para aliviar seus alunos, ou apenas para substituir as provas que dão mais trabalho
para corrigir, se assim o é, então deixe de lado tudo. Salienta ainda que pesquisa
significa: procurar, buscar com cuidado; procurar por toda parte; informar-se; inquirir;
perguntar; indagar bem; aprofundar na busca. Esse significado dá a idéia de que
pesquisa deve ser feita com cuidado e profundidade. Nada a ver, portanto com
trabalhos superficiais, feitos somente para “dar nota”.
Vê-se também que a pesquisa tem muita importância no dia a dia. Quando
estamos procurando um objeto necessário para nossa vida e que irá nos ajudar
muito, fazemos uma pesquisa de preços, funções, cores, enfim tudo que for
necessário para acordar com nossas necessidades.
Indo mais além, sem pesquisa não há ciência nem tecnologia. As grandes
empresas possuem e investem muito nos chamados departamentos de Pesquisa e
Desenvolvimento: indústricas farmaceuticas, tecnológicas, alimentícias,
universidades, enfim inúmeros são os campos com necessidade da pesquisa. E
pesquisa não existe sem método. Têm-se então muitas razões para inserir no ensino
médio o princípio de metodologia e pesquisa científica.
João Álvaro Ruiz, em Metodologia Científica guia para a eficiência nos
estudos (1996), expões que a metodologia é economia e eficiência nos estudos, e
que o aluno deve aprender a aprender, e tece um paralelo entre as formas de
ensinar e aprender no ensino médio e na faculdade, afirmando o controle existente e
rígido no ensino médio em termos de cumprimentos e horários, em contrapartida
com a faculdade onde se deixa as responsabilidades a seus acadêmicos. Para Ruiz
o tempo é um dos fatores que mais se deve prezar, relatando vários tópicos sobre o
mesmo: tempo para estudar, tempo para descobrir seu próprio tempo, programar a
utilização do tempo, preparação para as aulas, revisão das aulas, revisões para
provas e exames, como aproveitar o tempo das aulas, como aproveitar o tempo em
reuniões de grupos. Depois dá sequência expondo sobre leitura como ler e
aproveitar melhor a leitura; conceitua pesquisa e aborda os vários tipos de pesquisa
e depois entra na questão metodologia. Se isso é de suma importância no meio
acadêmio, quanto mais ainda o é para os alunos que iniciam o ensino médio. Estar
de posse destes conhecimentos é estar em conformidade com um avanço garantido
em seus estudos.
A metodologia não se retringe apenas a aplicar normas estabelecidas para a
elaboração e apresentação de trabalhos escritos, abrange também outros aspectos
que podem ajudar alunos e professores do ensino médio. Lakatos em Fundamentos
da Metodologia Científica (1991) traz no capítulo 1, procedimentos didáticos, uma
intensa exposição sobre leitura, partindo dos elementos que contitui a leitura, segue
pela leitura proveitosa, e continua com as fases da mesma: de reconhecimento ou
prévia, exploratória ou pré-leitura, seletiva, reflexiva, crítica, intepretativa, explicativa;
até chegar a análise de texto, na qual ela faz uma explanação das partes e tipos de
análise de texto; sem falar de outros itens que podem ajudar com pesquisa
bibliográfica, seminários, resumos entre outros.
Ruth Rocha em pesquisar e Aprender (1996) apresenta de forma clara e
viável a professores e alunos de ensino fundamental e médio o que é pesquisa; as
formas de pesquisa; instrumentos para pesquisa; como apresentar trabalhos
escritos, mostrando neste, a métodologia de sumário ou índice, corpo do trabalho,
conclusão e bibliografia; além de expor sobre outras formas de apresentação de
trabalhos como: exposição com textos e fotos, seminários, dramatização, e também
como pesquisar trilha sonora.
Ela define pesquisa escolar como uma maneira inteligente de estudar e
aprender, não sendo apenas um trabalho para entregar ao professor para ter notas;
não se trata da descoberta de vários textos sobre o assunto, os quais são copiados,
e na maioria das vezes são passados uns para os outros e pronto. Para que a
pesquisa cumpra seu papel ela deve somar conhecimentos e multiplicá-los. E
quando o aluno acabar sua pesquisa ele deve compreender melhor o assunto
pesquisado. Assim como o seria se ele pesquisasse os presços de um mesmo tênis
em diverças lojas que o vendam, no final saberia qual é o melhor.
Salienta ainda algumas formas de pesquisa: a pesquisa individual, a pesquisa
em grupo e a pesquisa iconográfica, de forma bem simples e clara sem abranger as
aqui as técnicas mais aprofundadas, que é mérito apenas para o meio acadêmico,
ou seja, faz uma introdução ao que é uma pesquisa preparando o aluno
apresentando a ele uma base para uma vida acadêmica futura.
Metodo é um procedimento organizado que conduz a certo resultado; é um
processo ou técnica de ensino; a maneira de agir, de proceder. Regularidade e
coerência nas ações.
Pesquisa se define como investigação e estudo, minuciosos e sistemáticos,
com o fim de descobrir fatos relativos a um campo do conhecimento.
Assim define o Miniaurélio Eletrônico versão 5.12 (2004) para método e
pesquisa. O que se pode observar que ambas se convergem em suas definições e
se complementam. Os trabalhos solicitados aos alunos de ensino médio requerem
métodos e técnicas de pesquisa, viabilizando uma apresentação mais coerente com
o que se espera dos mesmos.
A metodologia objetiva bem mais do que levar o aluno a elaborar trabalhos
bem apresentáveis, a desenvolver um trabalho de pesquisa. Tem por finalidade levar
o estudante a comunicar-se de forma mais correta, inteligente, com um pensamento
mais estruturado, que convença, através de regras que ajudam e estimulam à
prática da leitura, da análise e da interpretação de textos, trazendo com isso uma
formação ajuizada dos valores críticos existente no mundo que o cerca.
1.3 Dedução
Ao se incorporar um método num trabalho ou no pensamento, o indivíduo
adquiri hábitos e posturas diante dele mesmo, do outro e do mundo, o que é
benéfico a todos, e de forma afetiva vem afetar todos os indivídos no contexto em
que se encontra.
Com posse de métodos adequados e técnicas apropriadas para suas
pesquisas, o aluno terá condições melhores, de buscar as respostas ou soluções
para as mesmas. A atividade de pesquisa com métodos apropriados, além de trazer
bom rendimento, muda a atitude do aluno diante das dificuldades que o cerca,
fazendo-o compreender, entender, reconstruir e, conseqüentemente, melhorar seu
comportamento diante delas.
As regras e passos metodológicos, que deverão ser ensinados no ensino
médio, visam, portanto, a preparação do estudante no mundo acadêmico,
desenvolvendo nele hábitos que o acompanharão por toda a sua vida, como o gosto
pela leitura e o espírito crítico maduro e responsável. O ensino de metodologia ajuda
os alunos na experiência de sentirem-se cidadãos, livres e responsáveis e os auxilia
a administrar suas emoções, a exercitar o bom senso e a enfrentar desafios na
conquista de suas metas.
2 DESENVOLVIMENTO
A intervenção aconteceu no Colégio Estadual Manoel Ribas em Telêmaco
Borba para professores do ensino médio. Além dos professores houve a
participação dos alunos que cederam seus trabalhos para o referido estudo. Houve a
participação de professores de várias disciplinas.
2.1 Apresentação do projeto
O projeto foi apresentado a professores, equipe pedagógica e funcionários do
colégio durante a semana pedagógica, posteriormente ao início das aulas também o
foi apresentado aos alunos do ensino médio e no GTR, grupo de trabalho em rede.
Além do projeto também foi apresentado a referência bibliográfica utilizada para
formulação do mesmo.
É interessante ressaltar o entusiasmo pelos professores quando se debateu
sobre o assunto, todos concordaram quanto a necessidade de uma metodologia
para a unificação das apresentações dos trabalhos e que isso não seria apenas
responsabilidade dos professores de Língua Portuguesa, mas de todos; o mesmo
aconteceu com os alunos; nos dois casos houve muitos relatos sobre situações que
poderiam ter sidos melhores se houvesse uma metodologia. O projeto foi
apresentado também ao GTR, grupo de trabalho em rede, e muito bem recebido.
Durante essas discussões pode-se também evidenciar a necessidade de uma
metodologia e com ênfase maior ainda. Neste caso é lamentável que o professor
PDE ter ficado sem acesso, posteriormente ao curso, às discussões, as quais teriam
uma relevância muito grande se apresentadas neste artigo.
Os alunos receberam o propósito com entusiasmo e demonstraram grande
interesse pelo assunto principalmente os alunos de terceiro ano do ensino médio
que estão na eminência de um ensino superior, estes demonstraram maior interesse
que aqueles, inclusive com questionamentos diversos, inclusive se tudo isso é sobre
as normas da ABNT.
2.2 Ações e estratégias
Coincidentemente ao retorno do professor PDE às aulas, acontecia no colégio
de implementação, uma mostra cientifica organizada e planejada pelo mesmo, onde
os alunos participantes da referida mostra deveriam apresentar trabalhos por escrito.
A oportunidade foi proprícia para a realização do projeto, e todos concordaram.
Foram recolhidos com o conscentimento dos alunos os trabalhos elaborados por
eles.
A equipe de professores responsáveis pela organização do evento já havia
uma metodologia para a apresentação dos trabalhos escritos que recebeu o aval de
todos. Alguns professores ficaram responsáveis pela apresentação dessa
metodologia aos alunos.
Depois que os professores verificaram e corrigiram os trabalhos de acordo
com os interesses próprios daquele evento, foram entregues ao professor PDE para
análise dos mesmos e servirem de estudo junto aos professores participantes do
projeto.
Com os trabalhos dos alunos em mãos, pode-se observar que todos os
trabalhos seguiam os parâmetros daquilo que foi pedido como metodologia, mas
havia divergências na elaboração dos trabalhos tais como: fonte, capa, sumário,
entre outros, em nível que não prejudicava a compreensão dos mesmos.
2.3 Parecer dos alunos
O passo seguinte foi a discussão com os alunos sobre o trabalho escrito,
onde eles apresentaram as dificuldades que tiveram para a elaboração dos mesmos.
Não houve relatos de dificuldades com relação à metodologia, e ao serem
questionados sobre as diferenças na elaboração, alguns apontavam que gostaram
mais de uma fonte que outra, outros acharam mais bonita a capa da forma como
fizeram; esses argumentos ficaram sem importância, apesar da relevância, diante do
que se segue. A maior dificuldade por eles relatada foi que não houve, por parte dos
professores responsáveis, orientação quanto à referência bibliográfica, segundo os
alunos, os professores diziam apenas para pesquisarem na biblioteca, na internet. E
outro argumento de grande valor foi que com a pesquisa em mãos eles não sabiam
com reportá-las no trabalho, se deviam copiar o que encontraram ou se era para
fazer um relatório da experiência ou se era para fazer um resumo. A maioria copiou
o que encontrou em outros livros, na internet e alguns trabalhos apenas havia um
relatório do que foi feito.
Os alunos não relataram terem dificultadades em compreender as normas da
ABNT quando foram questionados sobre isso, afirmaram que não é difícil e tem tudo
na internet, mas que seria bom ter um manual que ajudasse. O que mais se ouviu foi
que eles não sabem o que escrever e nem como começar ou por onde começar,
sentem-se perdidos e buscam orientação de outras pessoas, outros professores,
amigos acadêmicos e até casos em que pagaram para ser feito.
Importante ressaltar aqui que o colégio onde foi feito a implementação é
formado por alunos de uma classe social diferenciada, a qual quase todos têm
acesso diário a internet.
2.4 Parecer dos professores quanto à referência bibliográfica e à produção
didático-pedagógica do professor PDE
Na sequência foi apresentada aos professores a referência bibliográfica
utilizada pelo professor PDE para a elaboração do projeto e da produção didático-
pedagógica e uma cópia de cada um deles para apreciação de todos. A relevância
foi unânime. É importante aqui salientar alguns apontamentos feitos pelos
professores: alguns relataram a dificuldade que os mesmos têm de lidarem com as
normas estabelecidas em uma metodologia; outos disseram não ter vocação
nenhuma para escrever e isso não ajuda na hora de pedir e cobrar dos alunos, todos
concordam com a importância de um método adequado e único para a elaboração
dos trabalhos e que isso ajudaria muito aos alunos. Não houve relato sobre como
aluno deveria desenvolver seu trabalho, se deveria elaboram um relatório, uma
dissertação, um resumo, um artigo, ou algo do gênero; e essa foi a maior
reclamação dos alunos.
E voltando a referência, todos acharam muito interessante a parte do livro de
João Álvaro Ruiz, Metodologia Científica, Guia para eficiência nos estudos, que
apontam algumas instruções de como um acadêmico deve organizar seu tempo
para os estudos e trabalhos, afirmando que deveria existir algo paracido para os
alunos do ensino médio, que não fique a cargo e responsabilidade dos professores
em suas disciplinas específicas, mas sim por uma disciplina à parte, sugerindo até
que a mesma pode substituir, filosofia ou sociologia, sem nenhuma perda e sim com
ganho certo.
Outro destaque na análise da referência bibliográfica foi o livro Pesquisar e
Aprender de Ruth Rocha, devido a sua linguagem simples e estar direcionado a
alunos, mas que se apresentou bastante útil aos professores, devido a sua forma
didática que proporciona a apresentação do mesmo a nível ensino fundamental, em
algumas séries, foi tido como um livro de muitas praticidades por todos.
Essas análises consideraram a produção didático-pedagógica do professor
PDE de ótima qualidade e relevante para o processo de ensino-aprendizagem
quando se refere à metodologia, normas e técnicas para a apresentação de
trabalhos escritos no ensino médio.
2.5 Parecer dos professores quanto aos trabalhos dos alunos
Sendo assim a próxima etapa foi de analisar os trabalhos apresentados pelos
alunos, desta vez pelos professores participantes da implementação. Alguns
trabalhos já tinham sido vistos pelos professores, pois faziam parte do evento que
proporcional a elaboração dos mesmos – A Mostra Científica. Ao analisarem todos
os trabalhos, ficou mais claro ainda a necessidade de uma métodologia, mas todos
concordaram que não seria somente uma métodologia de formatação de trabalhos e
sim uma metodologia que conduza os alunos à pesquisa e posteriormente ajude-os
a transcrever o que pesquisaram.
Conscientizados disso a concentração maior ficou então na perspectiva de o
que deveria ser feito. Tudo isso seria então objeto de estudo nos próximos
encontros, cada um apresentaria de acordo com suas necessidades, o que poderia
ser melhor constituido em torno dessa idéia.
Tudo isso convergiria em propostas para a elaboração de um manual com
orientações sobre metodologias e tecnicas para elaboração de trabalhos escritos
pelos alunos do ensino médio, desde o momento em que o professor requer o
trabalho, as indicações de referências, seguindo a pesquisa, o quê e como escrever
até a formatação final.
2.6 Propostas para elaboração de um manual de metodologias
O uso do verbo no pretérito imperfeito nos dois parágrafos anteriores tem uma
justificativa; para todas as ações desenvolvidas até então foi utilizados mais tempo
do que aquele previsto, inclusive houve encontros durante as horas atividades dos
professores participantes, pois os mesmos não teriam condições em outros
momentos, também chegou o final do ano e tudo foi interferindo nas ações para a
implementação os professores davam preferência as atividades inerentes ao seu
trabalho.
Os encontros para apresentação das idéias não aconteceram mais e não
houve propostas por parte dos professores participantes e nem o professor PDE
teve a quem as apresentar.
3 CONCLUSÃO
Houve um comprometimento na implementação do projeto, devido as
circunstâncias em que tudo ocorreu, incluindo: tempo, tanto pelo calendário escolar
quanto pelo cronograma da implementação e do calendário do programa
concomitante as atividades que o sistema educacional do Paraná oferece aos
professores e o cumprimento de todas as exigências que são direitos legais do
educando e dever do educador, mas não deixou de haver respostas positivas.
3.1 Sobre o projeto
A metodologia é uma ferramenta que bem aliada a educação, no ensino
médio e fundamental, poderá gerar melhorias que elevarão com certeza o nível do
ensino-aprendizagem no sistema educacional do Estado do Paraná; também a
existência de disciplinas que podem ser substituídas ou aliadas a uma disciplina
específica para orientações metodológicas;
3.2 Quanto ao professores
Os professores foram os que mais contribuiram para um resultado positivo
demonstrando seu interesse em participar e contribuir para o projeto, mas ao mesmo
tempo sendo levados por um sistema que dificulta a reciclagem, a formação
continuada e o interesse em melhorar a e transformar a educação numa educação
de qualidade. Através deste projeto pode-se observar que existe falha tanto na
formação acadêmica dos professores quanto na continuada e que a metodologia é
uma das principais chaves para a reestruturação do sistema. Visto que o interesse
em elevar o nível dos educando é grande, mas ao mesmo tempo o professor não
pode ficar sobrecarregado de funções, então as falhas acontecem. E isso aconteceu
também no GTR, pois nem todos que começaram terminaram o curso.
Os questionamentos e apontamentos colocados pelos professores e também
pelos alunos levam a uma reflexão: é necessária a implantação de uma metodologia
para apresentação de trabalhos escritos para alunos do ensino médio ou seria
apenas mais uma atividade para tumultuar o trabalho dos professores e alunos. É
óbvio que a primeira hipótese tem fundamento maior, visto que para aprender e
ensinar uma metodologia, não se faz do dia para noite e não se limita a uma
atividade de repassar conhecimento apenas, ou um material que contenha esse
conhecimento, senão a função do professor em sala de aula seria apenas ilustrativa.
O professor deve ajudar o aluno superar as suas dificuldades e a metodologia pode
ajudar nisso, mas é necessário ao professor superar as dificuldades que surgem em
seu caminho docente primeiro, pois o professor não pode ensinar o que não sabe. E
como pedir e cobrar dos alunos aquilo que ele mesmo não consegue fazer?
4 REFERÊNCIAS
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia científica. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1991. 270 p.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia do trabalho científico. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1992. 214 p.
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Tecnicas de Pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1999. 260 p.
RUIZ, João Álvaro. Metodologia científica: guia para eficiência nos estudos. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1996. 177 p.
Dicionário Michaelis © 1998-2009 Editora Melhoramentos Ltda. © 2009 UOL - O melhor conteúdo. Todos os direitos reservados Disponível em http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=metodologia (30/10/2010 às 00:50)
BAGNO, Marcos. Pesquisa na Escola: O que é e como se faz. 23. ed. São Paulo: Loyola, 2009. 102 p.
ROCHA, Ruth. Pesquisar e Aprender. São Paulo, Scipione, 1996.
Miniaurélio Eletrônico versão 5.12 Edição eletrônica autorizada à POSITIVO INFORMÁTICA LTDA. © 2004 by Regis Ltda.