Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
Ficha para identificação da Produção Didático-Pedagógica
Título: O DESPERTAR À LEITURA - RECITAÇÃO DE POESIA
Autora Beatriz Zardo da Silva
Disciplina Língua Portuguesa
Escola de Implementação do
Projeto Colégio Estadual Castro Alves– Ensino Fundamental e Médio
Município Enéas Marques
Núcleo Regional de Educação Francisco Beltrão
Professora Orientadora Profª. Drª. Iara Aquino Henn
Instituição de Ensino Superior UNIOESTE
Relação Interdisciplinar Literatura, Arte e História
Resumo
O trabalho com poesia deve ser constante em sala de aula,
visto que o mesmo contribui na formação do leitor, estimulando-
lhe a construir o gosto e a prática social da leitura. O projeto “O
despertar à leitura – recitação de poesia” almeja contribuir na
formação do leitor, enfatizando o gênero literário poema,
instigando o prazer da leitura e apreciação desses textos,
descobrindo sua importância na construção do imaginário, da
criatividade e dos processos de conhecimentos. Possibilitando
assim, ações a fim de instigar, desafiar e atrair o educando a
realizar a prática social da leitura, de forma atrativa e prazerosa
ao seu aprendizado intelectual, afetivo, entre outros. Trabalhar a
prática social da leitura por meio do gênero literário poema
possibilita a contextualização e a apreciação da leitura, assim,
esse estudo tem o objetivo de levar o leitor a despertar a
sensibilidade poética, a “saborear” os poemas, instigando-o ao
prazer da leitura e apreciação de textos poéticos, descobrindo
sua importância na construção do imaginário, da criatividade e
dos processos de conhecimentos como saber pedagógico.
Oferecer aos educandos textos poéticos e atividades
metodológicas centradas nesse gênero textual, tem a
intencionalidade de contribuir para que o educando aproprie-se
do gosto e da prática social da leitura enquanto processo de
ensino e aprendizagem.
Palavras-chave Leitura; Poesia; Prática Social; Sensibilidade
Formato do Material Didático Unidade Didática
Público Alvo Alunos do 9º Ano do Ensino Fundamental
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA NO PDE Beatriz Zardo da Silva
(PROFESSORA PDE – UNIOESTE)
Iara Aquino Henn (ORIENTADORA – UNIOESTE)
Apresentação
“A poesia é mais fina e mais filosófica do que a história; porque a poesia
expressa o universo, e a história somente o detalhe”.
Aristóteles
Esta unidade didática tem como objetivo apresentar uma metodologia para o
trabalho de mediação de leitura por meio do gênero literário poema, com a finalidade
de promover motivação no educando e evidenciar o quão relevante é a importância
do ato de ler, ou seja, a ação da leitura como prática social enquanto perspectiva
para o desenvolvimento cultural do ser humano.
A produção Didático-Pedagógica tem o intuito de proporcionar aos educandos
maior incentivo e aprendizagem da leitura, pois esse gênero pode oferecer um
trabalho sensível e interessante. O projeto “O despertar à leitura – recitação de
poesia” almeja contribuir na formação do leitor, instigando-o a apreciar, com prazer,
o gênero literário poema e, assim, descobrir a importância desses textos na
construção do imaginário, da criatividade como também na aquisição do
conhecimento.
É fundamental atrair e desafiar o educando para a realização da prática social
da leitura e o gênero literário poema apresenta-se como caminho alternativo para
levar o leitor a “saborear” as poesias e a ter com elas momentos de magia, de
reflexão e de encantamento, visto que esse gênero aguça o imaginário, desperta a
criatividade e leva o leitor a “brincar com as palavras”. Neste sentido Silva (2013,
p.24) propõe:
Nunca é demais lembrar que a prática da leitura é um princípio de cidadania, ou seja, leitor cidadão, pelas diferentes práticas de leitura, pode ficar sabendo quais são suas obrigações e também pode defender os seus direitos, além de ficar aberto às conquistas de outros direitos necessários para uma sociedade justa, democrática e feliz.
Para atrair bons leitores, uma maneira alternativa é construir o caminho da
leitura de forma atrativa e com estratégias motivadoras, norteando assim, a
consciência da autenticidade da prática social da leitura enquanto processo de
ensino e aprendizagem. Por isso, atividades pedagógicas atrativas e eficazes são
necessárias, a fim de atrair e desafiar o educando a buscar o aprimoramento
intelectual, afetivo e cultural, como também, oferecer aos educandos textos poéticos
e atividades metodológicas centradas nesse gênero textual e aproximá-los,
definitivamente no universo da leitura, da oralidade e da escrita.
Nessa concepção, as atividades elaboradas poderão ser ajustadas conforme
a necessidade da turma, levando em consideração que de um modo geral, os
educandos do Colégio Castro Alves, apresentam dificuldades na prática social da
leitura. Assim sendo, através desse estudo elaborado os educandos terão
oportunidade de participar de uma ampla abordagem sobre a importância e o gosto
pela leitura, por meio de mecanismos dessemelhantes ao habitual.
Para isso, foram utilizadas as teorias de Drummond (1974), Bakhtin (1992),
Cosson (2009), Foucambert (1998), Cunha (1983), Kirinus (1998), Freire (2005),
Machado (2011), Meireles (2001), Silva (2005) Soares (2009), Vigotsky (2003),
Zamel (1992), DCEs (2008), e PCNs (1990), com a finalidade de fundamentar a
elaboração dessa proposta de Produção Didático-Pedagógica.
A temática dessa pesquisa visa contribuir na formação do leitor enfatizando o
gênero literário poema, instigando o prazer da leitura e apreciação de textos
poéticos, descobrindo sua importância na construção do imaginário, da criatividade e
dos processos de conhecimentos, bem como, explorar os tipos de poesia, diversos
estilos poéticos, organizar conexões com os textos poéticos e a intertextualidade, já
que em muitos poemas as figuras poéticas sugerem ideias camufladas, onde propõe
vários olhares para um mesmo tema, além de apresentar diferentes formatos de
elaboração em ritmo, estilo, musicalidade, entre outros.
O público alvo será os educandos do 9º ano do Ensino Fundamental, do
Colégio Estadual Castro Alves- Ensino Fundamental e Médio da cidade Enéas
Marques – Paraná.
“Poesia é o sentimento que mexe com o leitor, por isso não está
presente apenas nos poemas, nas plantas, nos lugares, nos gestos, num
desenho, num olhar, num conto, numa crônica, numa paisagem, numa
pintura, numa foto, numa dança, entre outros. Poesia é a emoção, a
arte, o belo, a fantasia, o sonho, enfim, tudo é poesia1”!!
1 Partes da mensagem da música: Duo são lindas- poesia.
PRIMEIRO MOMENTO
Apresentação oral
É hora de compartilhar o projeto com os educandos!
“O despertar à leitura – recitação de poesia”.
Vídeo: Duo são lindas-poesia das irmãs São & Linda Martinho
Disponível no link: http://www.youtube.com/watch?v=WkxPtwuVS44
Acesso em 20 /11/2013
“A leitura é uma fonte inesgotável de prazer, mas por incrível que pareça, a quase totalidade, não sente esta sede”. Carlos Drummond de Andrade
A leitura é extremamente enriquecedora em todos os aspectos da vida,
principalmente no que diz respeito ao âmbito escolar. Pois é da leitura que extraímos
instrumentos essenciais para a construção de conhecimentos. A leitura nos
proporciona um entendimento, ou seja, potencializa conhecimentos no ser humano,
viabilizando um processo de transformações quando o educando adquire o domínio
SEGUNDO MOMENTO
Início da construção do “Caderno Saberes
Poéticos”. Cada educando construirá o seu
caderno a partir de elementos trabalhados durante
a explanação das aulas, com material trazido pelo
professor e outros pesquisados no laboratório de
informática.
INFORMÁTICA.
Leitura por meio do gênero literário poema: usar a TV multimídia
para apresentar o projeto “O despertar à leitura – recitação de poesia”
e a importância da leitura por meio de poesias. Em seguida, entregar o
material trabalhado aos educandos para anexar ao “Caderno Saberes
Poéticos”.
l
das informações. Por meio desses conhecimentos se constroem posicionamentos,
opiniões próprias, conceitos e conhecimentos perante a sociedade e
consequentemente o educando terá uma leitura crítica e reflexiva dos contextos
sociais, políticos e culturais.
Trazer a leitura à sala de aula de forma intencional como contribuição para a
formação do leitor é papel da escola e também dos educadores. Nesta perspectiva
de que é na escola que se possibilita o aprendizado da leitura e da escrita,
evidencia-se que isso ocorre por meio dos gêneros textuais, dentre eles está o
gênero literário poema. Os textos poéticos provocam uma sensação diferente dos
outros textos e, quando bem selecionados podem ser trabalhados na escola de
forma atraente, emocionando o leitor e ainda despertar o interesse em ler outros
textos literários ou não literários.
Trabalhar com a prática social da leitura possibilita à contextualização e
apreciação da leitura, mostrando ao leitor a sensibilidade poética, levando-o a
“saborear” os poemas e sensibilizando-o com as poesias. A poesia pode oferecer
um trabalho sensível e interessante, ou seja, textos poéticos pode ser um caminho
que levará os educandos a despertar o gosto pela leitura, possibilitando situações
agradáveis de leitura, onde o educando tem a oportunidade de mergulhar em outras
leituras a partir dessa atividade.
O projeto “O despertar à leitura – recitação de poesia” pode tornar-se o
caminho prazeroso para a inserção do gênero literário poema tão ausente no
cotidiano da maioria dos nossos educandos e no trabalho em sala de aula. Oferecer
textos poéticos e atividades metodológicas centradas nesse gênero textual é
contribuir para que se apropriem das múltiplas possibilidades de leitura que cada
poema oferece. Através da leitura e recitação de poemas, a sensibilidade, o
imaginário e a criatividade aflorarão, atraindo e desafiando o educando a realizar a
prática social da leitura e a construir seu próprio conhecimento. O trabalho com
poesia deve ser constante em sala de aula, visto que contribui na formação do leitor,
na construção da sensibilidade poética, na apreciação do belo e no encantamento
que a leitura desses textos oferece a seus leitores.
É imprescindível dimensionar práticas pedagógicas, a fim de proporcionar aos
educandos acesso ao universo literário, mobilizado pela poesia, e levá-los a olhar a
realidade do mundo sob um ponto de vista nem sempre objetivo. Formar leitores
competentes e capazes de construírem o gosto literário próprio é o desejo de
muitos, mas para isso é preciso motivação, estratégias definidas e atividades
atrativas.
Diálogo com a turma, para diagnosticar o conhecimento prévio sobre o
gênero literário poema (já leu poesias, quais os estilos que conhecem).
Conhecimento prévio da biografia dos autores que serão trabalhados (se
conhecem, já ouviram falar, etc).
Apreciação por alguma poesia, (existe uma poesia específica, já fez alguma
recitação, sabe alguma poesia, alguém quer fazer uma recitação espontânea).
Apreciação por qual tipo de poesia (lírica- narrativa ou dramática) e estilo
(haicai, soneto, trova, quadra, cordel, acróstico, parlenda, paródia, entre outros).
Investigação sobre o conhecimento dos diferentes formatos de elaboração
em ritmo, estilo, musicalidade, entre outros no gênero textual poema.
Estrutura e linguagem dos poemas.
Questionamento por meio do gênero literário poema: é hora de
investigar o conhecimento que os educandos têm sobre o gênero
literário poema, através de uma sondagem, a fim de tomar
consciência do conhecimento desse gênero textual.
Vídeo: “Leilão de jardim” de Cecília Meireles
Disponível no link: http://www.youtube.com/watch?v=i6i67jC2BsY
Acesso em 20/11/2013
TERCEIRO MOMENTO
Interagindo com a poesia!
É hora de compartilhar e aprender mais com o
gênero literário - Poema.
Questionando o gênero literário poema: é hora de fazer uma
sondagem por meio de questionamentos sobre a poesia, com o
propósito de verificar o conhecimento prévio que os educandos
trazem referentes às percepções do gênero textual - Poema.
Vídeo: Cecília Meireles
Disponível no link: http://www.youtube.com/watch?v=1W5ZRw7YAk4
Acesso em 20/11/2013
Vocês gostam de poesia?
Você costuma ler poesia frequentemente?
O que é sonoridade, ritmo, rima dentro da poesia?
Como os poemas são organizados?
Para quem o poema é escrito?
Quais as temáticas retratadas nas poesias que você já leu?
Evidenciam-se rimas em todos os poemas que já leu?
Dos poemas lidos até o momento, teve algum que mais lhe sensibilizou?
Há, no universo literário diferentes estilos de poemas: haicai, soneto, trova,
cordel, quadra, rondó, vilancete, balada, parlenda, acróstico, paródia entre
outros. Quais deles vocês já conhecem?
Já pesquisaram sobre algum desses estilos em livros, internet, dentre outros?
Vocês sabem como são chamadas as partes de uma poesia, ou seja, o que
cada linha e agrupamento de linhas representam na poesia?
A poesia sensibiliza o leitor, você concorda com essa afirmação? Por quê?
A poesia tem um significado em sua vida, ou seja, o que a poesia representa
para você?
Que influência um leitor pode sofrer ao ler o gênero poesia?
Você considera importante ler texto do gênero poesia?
Você recomendaria um livro de poesia a um amigo ler?
Qual é a finalidade de um poema?
Poesia é arte, beleza, e sensibiliza o leitor. Você consegue identificar isso na
poesia?
“Com as lágrimas do tempo e a cal do meu dia eu fiz o cimento da minha poesia”.
Vinícius de Moraes
Vídeo: Filme Up altas aventuras + Poema Retrato de Cecília
Meireles
Disponível no link: http://www.youtube.com/watch?v=xu5UVqokYi4
Acesso em 20/11/2013
Filme Up altas aventuras + Poema Retrato de Cecilia Meirele
Acesso em 20/11/2013
Visualmente, qual estilo de poesia mais lhe atraiu? Por quê?
Viram o que é um soneto? Como é a composição de um soneto? Alguém
visualizou quantas estrofes há? Quantos versos há em cada estrofe?
Você sabe o que é um haicai?
O que é um acróstico?
Você já criou um acróstico? Lembra com qual palavra?
Você já tinha ouvido falar em balada, rondó ou vilancete?
Você já ouviu falar em literatura de cordel? O que é cordel?
Por que se usa essa expressão “cordel”?
E paródia, o que é uma paródia, alguém já fez uma?
Você conhece alguma trova? Tem algum trovador na família?
Alguém sabe fazer versos de improviso?
O que são parlendas? Quem recorda de uma parlenda de ninar?
Agora, depois de conhecer rapidamente esses diferentes estilos poéticos,
qual lhe agradou mais? Por quê?
Pesquisa relâmpago: pesquisa rápida no laboratório de informática:
os educandos terão acesso a cada um dos estilos de textos poéticos,
assim poderão conhecer os estilos que até então não eram do seu
conhecimento. Em seguida, os educandos retornarão para sala e
continuará a atividade de compreensão oral.
Vídeo: A casa de Vinícius de Moraes
Disponível no link: http://www.youtube.com/watch?v=DvYOH1M_X4U
Acesso em 20/11/2013
A poesia é a primeira forma de manifestação de expressão literária, pois
todas as literaturas se iniciam por ela. Em vez de comunicar, principalmente
informações, a poesia transmite emoções. Por sua origem e suas características, a
poesia está muito ligada com a música. Como exemplo disso, temos a música “A
casa” de Vinícius de Moraes.
Poesia é uma de forma de arte e de comunicação, que desperta a
sensibilidade para os diferentes valores contidos nas palavras. É linguagem poética,
música e pertence a todas as épocas. É um gênero literário que permite expressar
todo o valor emocional da palavra, explorar todos os recursos metafóricos e
descobrir toda a magia da língua, dando a criança riqueza de linguagem,
versatilidade e lhe oferecendo prazer.
As poesias provocam sensações, retratam desejos, sonho, falam de
emoções, sentimentos vividos bem como: amor, tristeza, perdas e, outras, falam das
experiências e/ou das vivências infantis.
A poesia é a emoção ou instituição artística num poema. É o próprio
entusiasmo do eu criador (autor/ poeta) que, inspirado pelos seus sentimentos,
revela, no texto (poema), o belo, a fantasia, o sonho. Portanto, a poesia é o que há
de elevado ou comovente nas pessoas ou nas coisas, pois ela transmite encanto,
graça e atração.
Simplificando: O poema é o texto concreto e a poesia é a essência que
este texto exala (coisa que nem todo leitor sente).
Aprendendo mais sobre poesia e poema: usar a TV multimídia para
explorar e debater a clareza entre “poema e poesia”. Em seguida,
entregar o material trabalhado aos educando para anexar ao “Caderno
Saberes Poéticos”.
O poema é a arte de escrever em verso. Trata-se de uma estrutura textual
formada por versos, estrofes e rimas (quando há), geralmente de pequena extensão.
Apresenta linhas curtas e agrupadas e agrupamento em estrofes que dão destaque
aos espaços em branco. O poema se constrói de palavras com sons, ritmos,
relações e sentidos.
A poesia é a forma de expressão literária que surgiu, simultaneamente, com a
música, dança e o teatro, em época que remonta à antiguidade histórica. O primeiro
valor artístico destacável das narrativas primitivas foi o ritmo, a música, da palavra já
cantada ou simplesmente articulada. E até nas revoluções mais radicais das formas
poéticas, o ritmo continua a ser o elemento- chave da expressão.
O poema é o mais antigo texto que já existiu na história da humanidade, pois
os textos escritos em forma de verso, com rimas e repetições, eram fáceis de serem
memorizados. Portanto, mesmo os fatos históricos, na antiguidade, eram chamados
de poemas épicos e eram declamados em praças públicas.
Na abordagem do texto poético, deve-se buscar a significação dos recursos
estilísticos empregados pelo poeta, possibilitando conhecer seus sentimentos, suas
emoções, sua versão da realidade.
A linguagem usada nos poemas é diferente da que se usa todos os dias. Ao
ler um poema, põem-se em jogo outros elementos, além do significado dicionarizado
de cada palavra. A poesia possui uma grande importância diante do que cada
palavra sugere ou o que faz recordar, como se combinássemos os sons em um
verso, como estão construídas as frases. O poeta trabalha com uma matéria-prima -
a palavra. Porém, a palavra em si não basta para se obter um bom texto, é
necessária que seja trabalhada num processo de escolha e arrumação vocabular
que explore a sua forma e os seus significados.
No poema, a linguagem parece incompreensível. Quando se depara com
textos não literários, o leitor tem a sensação de que possui o necessário para
compreender o que se diz: o conhecimento dos significados das palavras e a
compreensão das frases. No poema, pelo contrário, é preciso realizar associações,
descobrir o trabalho do poeta, apreender o jogo de palavras e de sentidos para (re)
construir o significado e desfrutar da profundidade da musicalidade, sonoridade do
texto poético.
O poema, assim como qualquer obra de arte, música e pintura, cinema, foi
criado a partir da sensibilidade de cada um, dos conhecimentos e emoções do
artista-poeta. Gerando assim a obra de arte- poesia, por outro lado o apreciador-
leitor com seus conhecimentos prévios, suas sensibilidades e emoções em
interação com o poema seja como uma forma de apreciação e releituras. Para
transmitir ideias e sensações, o poeta não utiliza unicamente do significado exato
das palavras e suas relações dentro da frase, ele usa outros recursos tais como:
versos, estrofes, rimas e ritmo.
Disponível no link: www.infoescola.com
www.brasilescola.com
www.pensador.uol.com.br
Acesso em 18/10/2013
Verso: é cada linha poética, ou seja, é uma sílaba ou sucessão de sílabas
sujeitas à medida e ao ritmo. Os versos de uma poesia podem ter rima ou não,
ou seja, semelhança sonora entre as palavras, no final ou no meio dos versos.
Estrofe: é o conjunto de versos que pode variar de um único verso até o
décimo.
Rimas: rima é a semelhança de sons que ocorre no final dos versos, embora
possa ocorrer também no meio do verso (rima interna).
Ritmo: o ritmo pode definir-se como a combinação harmoniosa de sons, vozes
ou palavras, incluindo as pausas, os silêncios e os cortes necessários para
que soe de forma agradável para os sentidos. É a musicalidade que compõe
todo o poema.
Vídeo: Ou isto, ou aquilo de Cecília Meireles
Disponível no link: http://www.youtube.com/watch?v=b93ZBBJBz2U
Acesso em 20/11/2013
Formar grupos.
Entregar uma folha sulfite para cada grupo.
Distribuir uma poesia para os educandos, com os versos cortados e
embaralhados, colocar em envelopes e entregar um para cada grupo.
Estipular um tempo para que cada grupo monte a poesia ordenando os
versos como achar conveniente.
O professor lê a poesia na ordem certa, e em seguida, cada grupo lê a sua
na ordem que organizou.
Montar um mural na sala com a poesia original e as construídas com os
versos organizados por cada grupo.
Brincando com a poesia: distribuir aos educandos diferentes
atividades recreativas, com o intuito de despertar a sensibilidade por
meio de textos poéticos.
Distribuir poesias diferenciadas para os educandos, retirando a última palavra
de alguns versos.
Ler a poesia e cada um completa com a rima que for condizente com a frase.
Leitura das poesias com as rimas criadas pelos educandos.
Montar um painel com as poesias originais e com as rimas construídas pelos
educandos.
Recortar pequenas fichas de cartolina e escrever dois versos das estrofes em
cada uma das fichas.
Dividir a turma em dois grupos e distribuir as fichas com os versos iniciais
para o grupo 1 (um) e as fichas com os versos finais para o grupo 2 (dois).
Um educando do grupo 1 (um) lê o verso da sua ficha e o colega do grupo 2
(dois) que tiver o final do verso lê a sua ficha, formando assim a sua cara-
metade.
Colocar as fichas sobre o chão no meio da sala em duas colunas formando
sua cara-metade até completar a poesia.
Montar um painel na sala com a ou as poesias completa.
Ler e adivinhar as adivinhas que estão no formato de versos.
Entregar uma folha com as adivinhas em versos, cada educando lê e
responde-as.
1-Altas varandas,
Formosas janelas,
Que se abrem e se fecham,
Sem ninguém tocar nelas.
2-Casa calada,
Lá dentro amarela,
Telhado de vidro,
Ninguém mora nela.
4-Verde não é capim,
É branco não é algodão
É vermelho não é sangue
É preto não é carvão.
5-Quem tem coroa e não
é rei
Espora e não é cavaleiro,
Trabalha no campo
E não ganha dinheiro?
8-Trinta cavalinhos
brancos
Numa colina vermelha
Trituram enquanto trotam
E vivem sempre em
parelha.
3-Responda depressa,
Não seja bocó:
Está no pomar,
E no seu paletó.
6-Qual o pássaro que em
gaiola
Não se prende
Só se prende quando se
solta,
Por mais alto que ele voe,
Preso vai e preso volta.
7-Bichinha magra de um
olho só
Pegam-lhe a cauda e dão-
lhe um nó
Depois a obrigam a
perfurar,
Mil tuneizinhos até cansar.
QUARTO MOMENTO
Tipos de poesia:
lírica - dramática - narrativa
Vídeo: Poema de Sete Faces de Carlos Drummond de Andrade
Disponível no link: http://www.youtube.com/watch?v=0oZN5GVzOoE
Acesso em 20/11/2013
Poema lírico
O Poema Lírico é geralmente curto. Carrega grande musicalidade, pelo ritmo
e a rima que apresentam, às vezes, se parece com uma canção. No poema lírico o
autor expressa seus sentimentos pessoais sobre as coisas que vê, ouve, pensa e
sente. É um poema que consiste numa forma de expressão dos sentimentos, das
emoções, dos desejos, dos conhecimentos, enfim, da visão de mundo de alguém.
Esse nome veio pelo fato dos Gregos citarem poemas ao som da lira.
Na obra lírica um sujeito que chamamos eu-lírico, voz lírica ou voz poética
exprime emoções, devido à intensidade das obras líricas tendem a ser breves e a
acentuar o ritmo e a musicalidade da linguagem. Em consequência, o gênero lírico
realiza-se preferencialmente em forma de poema, isto é, em versos. É dentre os
três gêneros, o mais subjetivo.
A poesia lírica exprime as emoções e sentimentos de um eu. São frequentes
nessa poesia o que chamamos “poemas de amor”, mas também se encontram nela
expressão de emoções e sentimentos de caráter religioso.
“Toda a poesia - e a canção é uma poesia ajudada - reflete o que a alma não tem. Por isso a canção dos povos tristes é alegre e a canção dos povos alegres é triste”. Fernando Pessoa
Aprendendo com a poesia: usar a TV multimídia para explorar os
conhecimentos sobre os poemas: lírico - narrativo e dramático. Em
seguida, entregar o material trabalhado aos educandos para anexar ao
“Caderno Saberes Poéticos”.
Poema narrativo
O Poema Narrativo conta uma história, e geralmente, é mais longo que os
outros. Nesse poema a história é contada por um narrador. O poeta apresenta o
ambiente, os personagens e os acontecimentos e lhes dá significação. As epopeias
e as baladas estão entre os principais tipos de poesia narrativa. Muitas das fábulas
que conhecemos hoje como textos em prosa, originalmente foram escritas como
poemas narrativos. Daí que vem o nome poema narrativo.
“Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com frequência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar”. William Shakespeare
O AMOR É FOGO QUE ARDE SEM SE VER Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer; É um não querer mais que bem querer; É solitário andar por entre a gente; É nunca contentar-se de contente; É cuidar que se ganha em se perder; É querer estar preso por vontade; É servir a quem vence, o vencedor; É ter com quem nos mata lealdade. Mas como causar pode seu favor Nos corações humanos amizade, Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Luís de Camões
Poema Dramático
O poema dramático se assemelha ao poema narrativo porque também conta
uma história e é relativamente longo. Mas no poema dramático, a história é contada
NARRATIVA
Andei buscando esse dia pelos humildes caminhos
onde se escondem as coisas que trazem felicidade: os amuletos dos grilos
e os trevos de quatro folhas... Só achei flor de saudade.
O arroio levava o tempo.
Ia meu sonho atrás de água. No chão dormiam abertas
minhas duas mãos sem nada. Se me chamavam de longe, se me chamavam de perto, era perdida a chamada...
Viajei pelas estrelas,
dentro da rosa-dos-ventos. Trouxe prata em meus cabelos,
pólen da noite sombria... Mirei no meu coração,
vi os outros, vi meu sonho, encontrei o que queria.
Já não mais desejo andanças;
tenho meu campo sereno, com aquela felicidade
que em toda parte buscava. O tempo fez-me paciente.
A lua, mais doce. O mar, profunda, erma e brava.
Cecília Meireles
através das falas dos personagens. As peças de teatro escritas em verso são formas
de poesia dramática.
Gênero Lírico-Narrativo-Dramático
Disponível no link: www.portugues.com.br
Acesso em 18/10/2013
AI DE QUEM AMA
Quanta tristeza Há nesta vida Só incerteza
Só despedida
Amar é triste O que é que existe?
O amor
Ama, canta Sofre tanta
Tanta saudade Do seu carinho
Quanta saudade
Amar sozinho Ai de quem ama
Vive dizendo Adeus, adeus
Vinícius de Moraes
Vídeo: E agora José? De Carlos Drummond de Andrade
Disponível no link: http://www.youtube.com/watch?v=AEGHWkmPNGM
Acesso em 20/11/2013
QUADRA: são pequenos poemas formados por estrofe de quatro versos, ou
seja, é uma forma poética escrita e constituída em quatro linhas, vêm desde os
séculos XI e XIV, quando os poetas portugueses já imitavam a poesia provençal. O
trovador dessa modalidade poética expressa todo um pensamento em uma única
estrofe, demonstrando o poder da síntese. Rimam-se, geralmente, o segundo e o
quarto versos. Os temas são simples e muito ao gosto popular.
“Se fiz alguma coisa boa em toda a minha vida, dela me arrependo do fundo do coração”. William Shakespeare
QUINTO MOMENTO
Estilos poéticos:
haicai, soneto, trova, cordel, quadra, rondó,
vilancete, balada, parlenda, acróstico e paródia.
Aprendendo com os estilos poéticos: usar a TV multimídia para
explorar os conhecimentos sobre os diferentes estilos poéticos. Em
seguida, entregar o material trabalhado aos educandos para anexar
ao “Caderno Saberes Poéticos”.
PARÓDIA: a paródia é uma imitação cômica de uma composição literária
(também existem paródias de filmes e músicas), sendo portanto, uma imitação que
possui efeito cômico, utilizando a ironia e o deboche. Ela geralmente é parecida com
a obra de origem e, quase sempre, tem sentidos diferentes. Na literatura a paródia é
um processo de intertextualização, com a finalidade de desconstruir ou reconstruir
um texto. A paródia surge a partir de uma nova interpretação, da recriação de uma
obra já existente e, em geral, consagrada.
QUADRAS AO GOSTO POPULAR Cantigas de portugueses São como barcos no mar — Vão de uma alma para outra Com riscos de naufragar. Eu tenho um colar de pérolas Enfiado para te dar: As per'las são os meus beijos, O fio é o meu penar. A terra é sem vida, e nada Vive mais que o coração... E envolve-te a terra fria E a minha saudade não! Fernando Pessoa
TROVA: inicialmente era qualquer poema ou canção, e aquele que declamava a
trova chamava-se trovador ou vate. Depois, passou-se a chamar trova à forma fixa
que hoje é empregada, isto é, o poema autônomo de quatro versos. A trova é uma
composição poética, ou seja, uma poesia que deve obedecer as seguintes
características:
- Ser uma quadra, ou seja, ter quatro versos. Cada verso deve ter sete sílabas
poéticas. As sílabas são contadas pelo som. Exige sentido completo e
independente. O autor da trova deve colocar nos quatro versos toda a sua ideia. A
trova difere dos versos da Literatura de Cordel (história contada em vários versos).
A trova possui apenas 4 versos, ou seja, 4 linhas e requer rima. A rima poderá ser
do primeiro verso com o terceiro e o segundo com o quarto.
CANTO DO REGRESSO À PÁTRIA Minha terra tem palmares Onde gorjeia o mar Os passarinhos aqui Não cantam como os de lá Minha terra tem mais rosas E quase que mais amores Minha terra tem mais ouro Minha terra tem mais terra (...) Não permita Deus que eu morra Sem que eu volte para são Paulo Sem que eu veja a rua 15 E o progresso de São Paulo. Oswald de Andrade
ACRÓSTICO: é um gênero de composição geralmente poética, que consiste em
formar uma palavra vertical com as letras iniciais ou finais de cada verso gerando um
nome próprio ou uma sequência significativa. Os acrósticos são formas textuais onde
a primeira letra de cada frase ou verso formam uma palavra ou frase. Podem ser
simples, com frases ou palavras que não tenham ligação entre si ou podem mesmo
ser o encerramento de uma poesia. O acróstico é a criação de novas palavras ou
frases, onde a imaginação e a criatividade são as palavras de ordem.
PARLENDA: são versinhos com temática infantil que são recitados em
brincadeiras de crianças. São usadas por adultos também para embalar, entreter e
“Olhar triste é o da criança
que olha a vitrina, e em
segredo,
chora a morte da esperança
ante o preço de um
brinquedo!”
Abgail Rizzini
“Na feirinha da amizade,
de produtos desiguais,
a CEBOLA da saudade
já me fez chorar demais.
Carolina Ramos
amor
meiguice
interatividade
gracioso
ótimo
melhor amiga
atenciosa
elegante
distrair as crianças. Possuem uma rima fácil e, por isso, são populares entre as
crianças. As parlendas são usadas em jogos para melhorar o relacionamento entre
os participantes ou apenas por diversão, muitas são antigas e, algumas delas, foram
criadas, há décadas. Elas fazem parte do folclore brasileiro, pois representam uma
importante tradição cultural do nosso povo.
HAICAI: é uma forma poética de origem japonesa, que valoriza a concisão e a
objetividade. É uma pequena composição poética japonesa, em que se cantam as
variações da natureza e a sua influência na alma do poeta. O haicai é uma
expressão japonesa que significa “versos cômicos” (sátira), formado de três versos
que somam 17 sílabas. Nos poemas originais não têm rimas.
SONETO: é um poema de forma fixa, composto por 14 versos, e costuma abordar
temas amorosos. O soneto se constrói em torno de uma ideia do início até o
penúltimo verso. Já no último verso, considerado como chave de ouro, costuma
A B C D
Meu burrinho sabe ler
Minha mãe mandou ir
na escola
Para ele aprender!
Era uma bruxa
À meia-noite
Em um castelo mal-
assombrado
Com uma faca na mão
Passando manteiga no
pão.
POESIA MÍNIMA
Pintou estrelas no muro
e teve o céu
ao alcance das mãos.
Helena Kolody
FLECHA DE SOL
A flecha de sol
pinta estrelas na vidraça.
Despede-se o dia.
Helena Kolody
apresentar uma síntese de tudo que foi abordado. Dessa forma, destacamos como
autênticos sonetistas Vinícius de Morais, Camões, Antero de Quental e Bocage,
sendo esses últimos representantes da Literatura Portuguesa. Pode ser apresentado
em várias formas de distribuições dos versos, dentre eles, três são os principais:
SONETO ITALIANO OU PETRARQUIANO: esse é o mais famoso
de todos. O soneto italiano é feito de duas quadras (estrofes com quatro versos-
quartetos) e de dois tercetos (estrofes com três versos-tercetos). Não possui um
esquema rímico fixo.
SONETO INGLÊS OU SHAKESPEAREANO: é o segundo mais
famoso, esse soneto apresenta esquema estrófico próprio, com três quartetos e um
SONETO DE SEPARAÇÃO De repente do riso fez-se o pranto Silencioso e branco como a bruma E das bocas unidas fez-se a espuma E das mãos espalmadas fez-se o espanto De repente da calma fez-se o vento Que dos olhos desfez a última chama E da paixão fez-se o pressentimento E do momento imóvel fez-se o drama De repente não mais que de repente Fez-se de triste o que se fez amante E de sozinho o que se fez contente Fez-se do amigo próximo, distante Fez-se da vida uma aventura errante De repente, não mais que de repente Vinícius de Moraes
dístico (dístico é um grupo ou estrofe de dois versos), diferenciando-se do soneto
italiano ou petrarquiano, que é composto por dois quartetos e dois tercetos.
SONETO MONOSTRÓFICO: o soneto monostrófico é raro em Língua
Portuguesa. Tem um conjunto de quatorze versos, dispostos numa única estrofe
(monostrófico). Não existe uma preocupação com os vocábulos paroxítonos que
formam as rimas graves, como são obrigatórios no Soneto Italiano ou
Shakespeareano. O soneto monostrófico, valendo-se da observação dos poemas de
seu autor principal, aparece sem título, apenas numerada em sequência I,II,III em
SONETO INGLÊS
Quando a morte cerrar meus olhos duros - Duros de tantos vãos padecimentos, Que pensarão teus peitos imaturos Da minha dor de todos os momentos? Vejo-te agora alheia, e tão distante: Mais que distante - isenta. E bem prevejo, Desde já bem prevejo o exato instante Em que de outro será não teu desejo, Que o não terás, porém teu abandono, Tua nudez! Um dia hei de ir embora Adormecer no derradeiro sono. Um dia chorarás... Que importa? Chora. Então eu sentirei muito mais perto De mim feliz, teu coração incerto.
Manuel Bandeira
algarismos romanos. Portanto, não existe a necessidade de título, ou seja, pode ou
não haver.
BALADA: o termo Balada vem do Francês ballade, que por sua vez significa
dançar. Como termo literário, ballade surgiu no século XIII, com o poeta Adam de La
Hall. A balada envolve duas formas líricas convergentes e distintas que é preciso
diferenciar. Inicialmente, na Idade Média, a balada surgiu na forma de canto
TIMIDEZ Memória de um passado revolvido,
Relembro fugazmente o amor tão caro,
Tão viçoso, tão cândido, tão raro,
Em seus transportes, que hoje só bendigo
A inspiração veraz em rimas claras,
Que a insopitada timidez, ferida,
Perpetuou no incógnito jazigo
Do coração patético, no avaro
Arquivo imemorial da noite insone,
Povoada de angústia e de esperança,
Penares loucos, raios de um ciclone,
Tormentoso ciclone, amor perdido,
Deixando sulcos de desesperança,
Mas o consolo real – tê-lo vivido.
(Luiz Manzolillo, do livro “Sonetos de Outono”)
acompanhado de coreografia, tornando-se concebida, posteriormente, apenas como
recitação lírica. Dentro da literatura a balada sofreu modificações.
VILANCETE: era uma forma poética comum na Península Ibérica, na época da
Renascença. Surgiu pela primeira vez no Cancioneiro Geral, segundo os aspectos
etimológicos, “vilancete” diz respeito à “cantiguinha vilã”. Os vilancetes podiam
BALADA POÉTICA.
Esta noite, um bom jantar! Música ao vivo e dançar!
Nove, dez e meia, meia noite. Ficar assim,
sem se perguntar por quanto tempo? Casa superlotada e poesia no ar.
Casais que fazem parte dessa realidade supérflua, envolvente.
Um passinho, dois passinhos. Dois pra lá, dois pra cá.
Frequentadores assíduos da fantasia de conquistar, intensamente.
Se estender. Programa classe A.
Não há como resistir. Na atmosfera, descontração e sedução.
Cada um com seu par com sua maneira de fazer carinhos,
sem dissimular. Vários ritmos.
Várias pegadas. Muitos românticos profissionais.
Por alguns, não tem como não se impressionar.
Tiradas, que ninguém esperava. Por outros[...]
Cecília Fidelli
também ser adaptados para música. Muitos compositores ibéricos dos séculos XV e
XVI, como Juan del Encina ou o português Pedro de Escobar compuseram
vilancetes musicais.
RONDÓ: é um gênero poético parecido com a música, se utiliza de ritmo e de
estribilho. Esse poema tem um estribilho que se repete em todos os versos por todo
o texto. Poema lírico de forma fixa, de origem francesa, composto em versos de oito
ou dez sílabas, em duas rimas. De origem medieval, parecido com a canção. Na
VILANCETE Teus olhos deste: não queiras outra esp’rança, outras maneiras do amor buscado e perdido. Olhando os corpos que passam, olhando os olhos num lance em busca de outro relance da mesma sede… Não queiras prender-te aos gestos que façam. Teus olhos deste: não queiras. Logo depois e mais tarde, na sede sempre mais louca, nenhuma imagem não arde, todas se esfumam ligeiras, nada lembras… E é tão pouca outra esp’rança… outras maneiras! Olhando os olhos num lance, a vida entregas, vencido, em busca de outro relance do amor buscado e perdido. (Pedra Filosofal, Poesia I)
literatura de Língua Portuguesa, esse tipo de poema lírico tem sofrido pequenas
modificações em sua forma.
CORDEL: é um tipo de poesia popular, originalmente oral, e depois impressa em
folhetos rústicos ou outra qualidade de papel, expostos para venda pendurados em
RONDÓ DOS CAVALINHOS
Os cavalinhos correndo, E nós, cavalões, comendo...
Tua beleza, Esmeralda, Acabou me enlouquecendo.
Os cavalinhos correndo,
E nós, cavalões, comendo... O sol tão claro lá fora
E em minhalma — anoitecendo!
Os cavalinhos correndo, E nós, cavalões, comendo...
Alfonso Reys partindo, E tanta gente ficando...
Os cavalinhos correndo,
E nós, cavalões, comendo... A Itália falando grosso,
A Europa se avacalhando...
Os cavalinhos correndo, E nós, cavalões, comendo...
O Brasil politicando, Nossa! A poesia morrendo...
O sol tão claro lá fora, O sol tão claro, Esmeralda,
E em minh’alma — anoitecendo!
Manoel Bandeira
cordas ou cordéis, o que deu origem ao nome que vem lá de Portugal, que tinha a
tradição de pendurar folhetos em barbantes.
Foto 1- Amostra do conhecimento do Colégio Estadual Castro Alves- Trabalho do 5º ano A e B
Vespertino.
Foto 2- Amostra do conhecimento do Colégio Estadual Castro Alves- Trabalho do 5º ano A e B
Vespertino.
Foto 3- Amostra do conhecimento do Colégio Estadual Castro Alves- Trabalho do 5º ano A e B
Vespertino.
POESIA CONCRETA: a poesia concreta surgiu com o Concretismo, o que
caracteriza seu nome, fase literária voltada para a valorização e incorporação dos
aspectos geométricos à arte (música, poesia, artes plásticas). O poema concreto é
um objeto em e por si mesmo, não um intérprete de objetos exteriores e/ou
sensações mais ou menos subjetivas.
O poema do Concretismo tem como característica primordial o uso das
disponibilidades gráficas que as palavras possuem sem preocupações com a
estética tradicional de começo, meio e fim e, por este motivo, é chamado de poema
concreto.
POESIA FIGURATIVA: os poemas figurativos, também chamados de
poemas concretos ou cinéticos, são aqueles que têm uma disposição especial de
versos e palavras, e dão a impressão de formas concretas e movimentos. A própria
disposição dos elementos ajuda na transmissão da mensagem.
“Querer não é poder. Quem pôde, quis antes de poder só depois de poder. Quem quer nunca há-de poder, porque se perde em querer”. Fernando Pessoa
Disponível nos links: www.portaldoprofessor.mec.gov.br
www.revistaliteraria.com.br/conceitos.htm
Acesso em 18/10/2013
Ampliando os conhecimentos poéticos...
Circuito da poesia: formar pequenos grupos, distribuir os diferentes
tipos de estilos poéticos selecionados pelo professor. No laboratório,
cada grupo será responsável pela pesquisa do seu estilo. Em
seguida, na sala, cada grupo apresentará o seu trabalho e distribuirá
o material para os colegas. Tendo em vista que todos terão acesso
a todos os estilos na hora da socialização e apresentação dos
grupos.
Vídeo: Poema Infância de Carlos Drummond de Andrade
Disponível no link: http://www.youtube.com/watch?v=aQNjmX2HdIM
Acesso em 20/11/2013
Quem escreve (em geral) esse gênero?
Com que propósito ele é escrito?
Como é chamado o escritor de poemas?
Pelo título é possível imaginar o assunto que o poeta vai retratar?
Existem regras a ser seguidas para escrever um poema?
Quem lê esse gênero?
Ele é direcionado a que público?
Onde encontramos esse gênero?
Que tipo de sentimento um leitor pode ter ao ler esse gênero?
Que influência um leitor pode sofrer devido à leitura desse gênero?
Você gosta de ler textos desse gênero? Por quê?
Você já escreveu algum texto desse gênero?
SEXTO MOMENTO
É hora de aprender mais explorando as
características do gênero literário - Poema.
Vídeo: Poema: Deficiências de Mário Quintana
Disponível no link: http://www.youtube.com/watch?v=Yxoc4FWpsWo
Acesso em 20/11/2013
Estrutura
Verso
Estrofe
Título
Tema
Ritmo
Rima
Jogo de palavras
Linguagem conotativa ou figurada
Disposição das palavras no papel
SÉTIMO MOMENTO
É hora de aprender mais
explorando a estrutura do gênero literário - Poema.
Vídeo: Palavra puxa palavra - poesia
Disponível no link: http://www.youtube.com/watch?v=WvNTLPz8nDQ
Acesso em 20/11/2013
Lembrete:
Características que
diferenciam o
poema do texto em
prosa:
Verso
Estrofe
Rima
Ritmo
Cecília Meireles Mário Quintana
Vinícius de Moraes Oswald de Andrade
Manuel Bandeira
Carlos Drummond de Andrade
João Cabral de Melo Neto
Entre outros autores
OITAVO MOMENTO
É hora de conhecer e compartilhar um pouco
sobre a vida do autor.
Ampliando os conhecimentos poéticos...
Circuito da poesia, pesquisando a vida do autor: Formar grupos e
selecionar um autor para cada grupo. No laboratório, pesquisar sobre
a vida do autor e fazer sua trajetória de vida. Em seguida, na sala,
cada grupo apresentará o seu autor com a sua trajetória. Os
trabalhos serão organizados em cartazes, formando uma linha de
tempo com a vida de alguns autores e exposto em murais, no saguão
da escola.
NONO MOMENTO
Varal poético com as poesias ilustradas.
Amostra dos “Cadernos Saberes Poéticos”.
Dramatização do poema “Operário em Construção”
do poeta Vinícius de Moraes.
Ampliando os conhecimentos
poéticos...
Confecção do varal poético: no laboratório, cada educando
escolherá uma poesia, a qual será recitada no sarau de
poesia e ilustrada de acordo com sua interpretação. Em
seguida, será organizado o varal na sala de aula com as
poesias ilustradas e expostas no saguão do colégio no
momento do sarau de poesia.
Amostra dos cadernos: exposição dos “Cadernos Saberes
Poéticos” confeccionados com material adquirido durante a
implementação da Produção Didático-Pedagógica.
Momento da dramatização: organizar os educandos para
dramatizar o poema “Operário em construção” de Vinícius de
Moraes.
DÉCIMO MOMENTO
Sarau de poesia
É hora de compartilhar os saberes poéticos
por meio da recitação!!
Ampliando os conhecimentos poéticos...
Momento da recitação: recitação e dramatização de poesias
escolhida pelos educandos. Os educandos formarão um grupo e
estarão passando nas salas divulgando o projeto de leitura pela
recitação da poesia “O despertar à leitura – recitação de poesia”.
O projeto “O despertar à leitura – recitação de poesia” tem intenção
de estender esse trabalho de recitação através do grupo de
educandos do 9º ano a outras escolas do munícipio.
Momento da avaliação
Conforme as DCEs (Paraná, 2008) a avaliação em Língua
Portuguesa e Literatura deve ser um processo de
aprendizagem contínuo, assim sendo, avaliação dar-se-á
pela participação contínua no desenvolvimento das
atividades descritas, desde o caderno dos Saberes Poéticos
até a recitação das poesias.
REFERÊNCIAS
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__________. Simplesmente Drummond. 1. ed. Rio de Janeiro: Record, 2002.
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CUNHA, Maria Antonieta Antunes. Literatura Infantil: Teoria e prática. São Paulo: Ática, 1983.
FOUCAMBERT, Jean. A criança o professor e a leitura. Porto Alegre: Artes médicas, 1998.
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 46. ed. São Paulo: Cortez , 2005.
KIRINUS, Glória. Criança e poesia na pedagogia Freinet. São Paulo: Paulinas, 1998.
MACHADO, Ana Maria. Texturas: sobre leituras e escritos, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, p. 113-115, 2011.
MEIRELES, Cecília. Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira: 2001.
PARANÁ, Secretaria do Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica- Língua Portuguesa. Curitiba, 2008.
SILVA, Ezequiel Theodoro da. A produção da leitura. Pesquisa x propostas. 2.ed. São Paulo: Ática, 2005.
SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. 3 ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2009.
VYGOTSKY, Lev S. Pensamentos e linguagem. Tradução: Jeferson Luiz Camargo. São Paulo: Martins Fontes, 2003.