Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
1. Professora licenciada em Pedagogia e Letras e pós graduada em Metodologias do Ensino, pela Faculdade
de Filosofia, Ciências e Letras de Paranaguá. Participante do Programa de Desenvolvimento Educacional
– PDE 2013. Professora na Rede Estadual de Ensino desde 1997.
2. Professor efetivo Adjunto da Universidade Estadual do Paraná, campus Fafipar (Paranaguá). Possui
graduação em Psicologia pela Universidade Estadual de Londrina e Mestrado em Psicologia Clínica pela Universidade Tuiuti do Paraná. Doutor pela PUC Campinas na área de Psicologia Profissão e Ciência.
O PAPEL DA ESCOLA FRENTE AO ADOLESCENTE NA PREVENÇÃO AO
USO DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS.
Cássia Maria Porcides Czekailo¹
Emérico Arnaldo de Quadros ²
RESUMO
A pesquisa visa lançar uma reflexão acerca do uso de drogas na adolescência entre os alunos do Ensino Fundamental do Colégio Estadual Rocha Pombo Morretes – PR intermediado pelo Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE. O enfoque centra-se em realizar uma relação a respeito da fundamentação teórica sobre a prevenção ao uso de drogas na adolescência. Os alunos foram levados a conhecer a existência de drogas lícitas e ilícitas, bem como compreender os princípios que justificam esta classificação; foi explorado o conceito de drogas; Compreenderam a existência de drogas prejudiciais; perceberam que as drogas não são classificadas apenas pelo status legal das substâncias, mas também devido aos seus efeitos; aprenderam a definir o que são drogas depressoras, estimulantes e perturbadoras do sistema nervoso central, bem como exemplos; refletiram sobre os motivos que levam uma pessoa a usar drogas. A implementação do projeto ocorreu no primeiro semestre de 2.014, através de palestras, teatro, exibição de filmes, rodas de conversa, produção de cartazes, anúncios, programas de rádio e TV, jogos lúdicos e depoimentos de pessoas da comunidade escolar; sempre com vistas à construção de uma mentalidade mais preparada para os adolescentes reagirem às situações de risco pelo envolvimento com as drogas. O resultado obtido aponta claramente para a necessidade de abrir novas perspectivas para a educação preventiva.
PALAVRAS-CHAVE: Prevenção. Drogas. Adolescentes.
ABSTRACT
The purpose of this article is to foster discussion about drug use in adolescence among elementary school studentsof State College Rocha Pombo Morretes - PR brokered by the Educational Development Program - PDE. The approach focuses on performing a relationship concerning the theoretical foundation on preventing drug use in adolescence. Students were led to know the existence of legal and illegal drugs , as well as understanding the principles that justify this classification ; was explored the concept of drugs; Realized the existence of harmful drugs ; realized that drugs are not classified only by the legal status of substances , but also because of its effects ; learned to define what are depressants , stimulants and disturbing of the central nervous system drugs , as well as examples ; reflected on the reasons that lead people to use drugs. Project implementation occurred in the first half of 2014 , through lectures , theater , films , wheels conversation , production of posters , ads , radio and TV programs , fun games , interviews with people in the school community ; always with a view to building a mindset more prepared for adolescence reacting to situations of risk for involvement with drugs.
1. INTRODUÇÃO
A adolescência é uma fase do desenvolvimento humano em que
ocorrem muitas mudanças, é uma fase conflituosa da vida devido às
transformações físicas e emocionais vividas. Surge a curiosidade, os
questionamentos, a vontade de conhecer, de experimentar o novo mesmo
sabendo dos riscos, e um sentimento de ser capaz de tomar as próprias
decisões. É o momento que o adolescente procura a sua identidade, não mais
se baseando somente nas orientações dos pais, mas também nas relações que
constrói principalmente com o grupo de amigos.
Muitos adolescentes, que são alunos do Colégio Estadual Rocha
Pombo, do município de Morretes-PR, segundo informações obtidas com os
mesmos, se sentem curiosos quanto à experimentação de bebidas alcoólicas,
mais especificamente às bebidas destiladas e com isso exploram os efeitos da
bebida, por meio do abuso ao consumo da mesma. Querem saber como “é” estar
embriagado.
No cotidiano cultural das pessoas, onde existe um cenário de aceitação
social do consumo de drogas lícitas, encontra-se o adolescente participando
deste consumo sem dar-se conta que o álcool provoca alterações no sistema
nervoso, modifica comportamentos, produz prazer momentâneo e na maioria
das vezes, torna o usuário dependente. Embora o álcool seja uma droga
legalizada na sociedade e seu consumo seja aceito, não se pode esquecer a
existência de leis vigentes, que proíbem a venda para menores.
A escola tem um papel fundamental na contribuição para transformar a
realidade nessa faixa etária. Ela precisa se comprometer com a cidadania,
formando seres humanos plenos e pensantes. Sendo ela, o espaço de
socialização do conhecimento cultural e científico, não pode se omitir, uma vez
que o foco do trabalho pedagógico também é a prevenção.
Nessa visão é imprescindível que a escola seja o maior ponto de apoio,
no que diz respeito à formação de personalidades equilibradas dos alunos, ou
seja, educá-los a buscarem e desenvolverem sua identidade e subjetividade
prepará-los para raciocinar sobre si mesmos, sobre seus comportamentos,
atitudes e reações, para que tenham consciência dos limites entre seus direitos
e deveres.
É dentro desse cenário que a implementação do projeto possibilita ao
adolescente traçar caminhos de prevenção e conscientização, valorizando-se
como sujeito da sua história visando sempre à manutenção de uma boa
qualidade de vida longe das drogas. Desta forma, a implementação deste
projeto, buscou salientar a relevância de se criar um espaço de discussão sobre
esse assunto no espaço da sala de aula, com o intuito de levar informações
coerentes que deram base à reflexão dos sujeitos envolvidos.
2. REVISÃO DA LITERATURA
Existem na literatura, diversos conceitos que podem definir a palavra
droga: Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), droga pode ser
entendida como qualquer substância, química ou mistura delas que alteram a
função biológica e possivelmente a sua estrutura (exceto água e oxigênio). Isso
quer dizer que droga é qualquer substancia capaz de modificar as funções do
organismo, resultando em mudanças de ânimo, de entendimento ou de
comportamento, que induz fenômenos de tolerância, que seja auto administrável
e que provoque danos à saúde ou a relação social do usuário. As drogas estão
associadas ao conceito de narcótico ou entorpecente, bem como ao conceito de
medicamentos.
A medicina define droga como: “Qualquer substância capaz de modificar
a função dos organismos vivos, resultando em mudanças fisiológicas ou de
comportamentos” (SENAD, 2004). Elas podem ser naturais ou sintéticas. De
acordo com as definições citadas acima, composição e ação produzida no
organismo humano, às drogas são classificadas em três tipos: Estimulantes: São
substâncias que aceleram a atividade do cérebro, produzindo excitação.
Perturbadoras: São aquelas que alteram a atividade do cérebro, o usuário fica
mentalmente perturbado, provocam uma visão distorcida da realidade exemplos:
Mescalina, maconha, cogumelo entre outras. Depressoras: São substâncias que
deprimem o funcionamento do Sistema Nervoso Central, e em geral causam
depressão: Álcool, tranquilizantes, morfina, entre outras. (FRANCISCO
SILVEIRA BENFICA, 2008).
As drogas lícitas são substâncias que podem ser produzidas,
comercializadas e consumidas sem problemas. Apesar de trazerem prejuízos
aos órgãos do corpo são liberadas por lei e aceitas pela sociedade. São
consideradas drogas lícitas qualquer substância que contenha álcool, nicotina,
cafeína, medicamentos sem prescrição médica, anorexígenos, anabolizantes e
outros. (VASCONCELOS, 1999).
As drogas lícitas mais consumidas pela população em geral, são as
seguintes: álcool, benzodiazepínicos (remédios utilizados para reduzir a
ansiedade ou induzir o sono); xaropes (remédios para controlar a tosse e que
podem ter substâncias como a codeína, um derivado do opióide);
descongestionantes nasais, os anorexígenos (moderadores de apetite) e
anabolizantes (hormônios usados para aumentar a massa muscular). Apesar de
o álcool possuir grande aceitação social e seu consumo ser estimulado pela
sociedade, este é uma droga psicotrópica que atua no sistema nervoso central,
podendo causar dependência e mudança no comportamento. Quando
consumido em excesso, o álcool é visto como um problema de saúde, pois este
excesso está inteiramente ligado a acidentes de trânsito, violência e alcoolismo.
(FRANCISCO SILVEIRA BENFICA, 2008).
Estes tipos de drogas que são permitidas por lei e pela sociedade, são
as mais consumidas e também nas que mais resultam em fatalidades diárias,
pois é através das alterações realizados no organismo que uma pessoa pode
perder o seu controle e realizar coisas que em seu estado normal não seriam
feitas. Além disso, o organismo tende a ficar muito mais preguiçoso já que as
drogas lícitas relaxam o organismo de uma maneira exagerada. (FRANCISCO
SILVEIRA BENFICA, 2008, 120).
O consumo exagerado de álcool é considerado um problema de saúde
pública, em face de suas consequências sobre o indivíduo e a sociedade.
(Ministério da Saúde, 2013). O uso do álcool, entendido como o consumo
indevido da substância predispondo ao abuso, não necessariamente resultando
em dependência, tem se tornado cada vez mais uma prática rotineira na
população global. Estima-se que, a cada ano, o uso de bebidas alcoólicas seja
consumido por cerca de dois milhões de pessoas, correspondendo a
aproximadamente 40% (ou duas em cada cinco pessoas) da população mundial
acima de 12 anos (ANTHONY, 2009).
A Organização Mundial da Saúde (OMS), por meio do relatório global
sobre a situação do álcool, divulgou recentemente dados que comprovam que a
substância é responsável por quase 4% de todas as mortes que acontecem no
mundo, totalizando cerca de 2,5 milhões de óbitos ao ano. Os números estão
ligados, por exemplo, a casos de acidentes de trânsito, violência e doenças -
principalmente as relacionadas ao sistema cardiovascular como o aumento da
pressão arterial, aumento do volume do coração e doenças como enfarto e
Acidente Vascular Cerebral (AVC); ao sistema gástrico, que pode gerar doenças
graves como o câncer e a cirrose e ainda, perda de memória, confusão e
transtorno mentais, pois a bebida deprime o sistema nervoso central.
Apesar de sua ampla aceitação social, o consumo de bebidas alcoólicas,
quando excessivo, passa a ser um transtorno. Conforme Gigliotti (2008):
O álcool é a droga que mais precocemente é experimentada e, cerca
de 80% da população brasileira faz uso ocasional de bebidas
alcoólicas. Seu efeito euforizante tem grande influência nesse uso e
eventual abuso da substância. (GIGLIOTTI, 2008, p.124).
Desta forma, o consumo inadequado do álcool é um importante problema
de saúde pública, acarretando altos custos para sociedade e envolvendo
questões médicas, psicológicas, profissionais e familiares.
Por volta de 71,4% de escolares do Ensino Fundamental já
experimentaram bebida alcoólica alguma vez na vida. Outro aspecto relevante é
o uso do álcool na adolescência que é um fator de exposição para problemas de
saúde na idade adulta, além de aumentar significativamente o risco de o
indivíduo se tornar um consumidor em excesso ao longo da vida. Quando
consumido de maneira abusiva, o álcool está associado a consequências
negativas para a saúde da população, pois se trata de um dos principais fatores
de risco para o desencadeamento de doenças cardiovasculares, ocorrência de
acidentes de trânsito e homicídios, os quais representam a maior causa de morte
entre jovens. (MALTA et al., 2011).
Os registros históricos mostram que, desde que o mundo é mundo, as
pessoas procuram e utilizam substâncias que modificam seu humor, suas
sensações, seu grau de consciência e seu estado emocional.
Acredita-se que a bebida alcoólica teve origem na Pré-História, mais
precisamente durante o período Neolítico quando houve a aparição da
agricultura e a invenção da cerâmica. A partir de um processo de fermentação
natural ocorrido há aproximadamente 10.000 anos o ser humano passou a
consumir e a atribuir diferentes significados ao uso do álcool. Os celtas, gregos,
romanos, egípcios e babilônios registraram de alguma forma o consumo e a
produção de bebidas alcoólicas (LAZO, 1989, p.63).
O solo e o clima na Grécia e em Roma eram especialmente ricos para o
cultivo da uva e produção do vinho. Os gregos e romanos também conheceram
a fermentação do mel e da cevada, mas o vinho era a bebida mais difundida nos
dois impérios tendo importância social, religiosa e medicamentosa. No Egito
antigo, os egípcios deixaram documentados nos papiros as etapas de
fabricação, produção e comercialização da cerveja e do vinho. Eles também
acreditavam que as bebidas fermentadas eliminavam os germes e parasitas e
deveriam ser usadas como medicamentos, especialmente na luta contra os
parasitas provenientes das águas do Nilo. Na Idade Média a comercialização do
vinho e da cerveja cresce durante este período, assim como sua
regulamentação. A intoxicação alcoólica, isto é; a bebedeira deixa de ser apenas
condenada pela igreja e passa a ser considerada um pecado por esta instituição
(BOFF, 2004, p. 97).
Durante e Renascença passa a haver a fiscalização dos cabarés e
tabernas, sendo estipulados horários de funcionamento destes locais. Os
cabarés e tabernas eram considerados locais onde as pessoas podiam se
manifestar livremente e, o uso de álcool participa dos debates políticos que mais
tarde vão desencadear na Revolução Francesa. Ainda no início e na metade do
século 19 alguns estudiosos passam a tecer considerações sobre as diferenças
entre as bebidas destiladas e as bebidas fermentadas, em especial o vinho.
Neste sentido, Pasteur em 1865, não encontrando germes maléficos no vinho
declara que esta é a mais higiênica das bebidas (KALINA, 1999). Segundo
Andrade e Espinheira, (2010):
Quando os portugueses chegaram ao Brasil, descobriram uma bebida
fermentada através da mandioca denominada cauim produzida pelos
índios. Era uma bebida forte usada em rituais, em festas. Os
portugueses eram conhecedores do vinho e da cerveja mais logo
através da cana de açúcar passaram a fabricar a cachaça (caldo em
processo de fermentação) denominada melaço, denominado depois
“cagaça” que mais tarde veio a ser cachaça. A mesma tinha como
objetivo alterar a consciência, para calar as dores no corpo e da alma,
para açoitar espíritos em festas, para atiçar a coragem em covardes e
para aplacar traições e ilusões. Para tudo, na alegria e na tristeza, o
brasileiro justifica o uso do álcool, da branquinha à amarelinha, sempre
no diminutivo. (ANDRADE e ESPINHEIRA, 2010, p. 134).
Durante o século XX países como a França passam a estabelecer a
maioridade de 18 anos para o consumo de álcool e em janeiro de 1920 o estado
Americano decreta a Lei Seca que teve duração de quase 12 anos. A Lei Seca
proibiu a fabricação, venda, troca, transporte, importação, exportação,
distribuição, posse e consumo de bebida alcoólica e foi considerada por muitos
um desastre para a saúde pública e economia americana. (KALINA, 1999).
Apesar do desconhecimento por parte da maioria das pessoas, o álcool
também é considerado uma droga psicotrópica, pois ele atua no sistema nervoso
central, potencial para desenvolver a dependência. O álcool é uma das poucas
drogas psicotrópicas que tem seu consumo admitido e até incentivado pela
sociedade. Sendo um dos motivos pelo qual é encarado de maneira diferenciada,
quando é comparada com as demais drogas. Apesar da sua ampla aceitação
social, o consumo do álcool em longo prazo conforme as doses, a frequência
que é consumida e episódios de embriaguez podem provocar um quadro
conhecido como alcoolismo. (FIGLIE, 2004, p.62)
A ingestão de álcool provoca diversos efeitos, que aparecem em duas
fases distintas: A Estimulante e a outra Depressora. Nos primeiros momentos
após a ingestão podem aparecer os efeitos estimulantes como euforia,
desinibição e loquacidade (maior facilidade para falar). Com o passar do tempo
começam a surgir os efeitos depressores como falta de coordenação motora,
descontrole e sono. Quando o consumo é excessivo, o efeito depressor fica
exacerbado podendo até mesmo provocar o estado de coma, outros aspectos
podem ser citados como o envelhecimento da face, dor de cabeça e um mal
estar em geral. Os danos causados pelo uso do álcool ao adolescente são
diferentes daqueles causados nos adultos, seja por questões existenciais desta
etapa da vida, seja por questões relacionadas ao amadurecimento do cérebro.
O consumo de álcool pode trazer prejuízos para a memória, dificultar
aprendizagem e o controle de impulsos. (FIGLIE, 2004).
Essa problemática tem amplo alcance, envolvendo não só o adolescente,
como também sua família e seu contexto socioeconômico e cultural. Por essa
complexidade, pode-se dizer que a prevenção mostra-se como uma das formas
mais eficazes de lidar com o uso e o abuso de drogas, principalmente entre os
adolescentes. (MORAES, LEITÃO e BRAGA, 2002).
No que se refere à família o uso de bebidas alcoólicas está associada a
consequências negativas tanto daquele que bebe quanto ao seu companheiro
(a) e filho(s). Os danos do álcool a família podem vir de diversas formas, seja
pela saúde física e mental de seus membros, seja pela saúde financeira. O
dinheiro gasto com o álcool pode desfalcar o orçamento doméstico. (Centro de
Informações sobre Saúde e Álcool CISA, 2014).
O uso do álcool está presente em um número significativo de casos de
violência doméstica. Essa substância tem se mostrado um forte fator de risco
para a violência marido-mulher. As vidências apontam para uma forte relação
com o beber abusivo, ou seja, do consumo usual ao ocasional. (Centro de
Informações sobre Saúde e Álcool CISA, 2014).
As consequências econômicas do uso do álcool são significativas. Além
dos gastos com a bebida, o usuário abusivo do álcool sofre outros prejuízos,
como por exemplo, exposição ao trabalho mal remunerado, gastos crescentes
com a saúde devido às doenças e acidentes. (Centro de Informações sobre
Saúde e Álcool CISA, 2014).
O consumo de bebidas alcoólicas pode potencialmente diminuir a
produtividade. O absenteísmo (falta ao trabalho) associado com o uso e
dependência de álcool representam um custo substancial para os empregadores
e para o Estado. O uso abusivo de bebidas alcoólicas leva ao desemprego.
(Centro de Informações sobre Saúde e Álcool CISA, 2014).
A ingestão de álcool, mesmo em pequenas quantidades, diminui a
coordenação motora e os reflexos, comprometendo a capacidade de dirigir
veículos ou operar outras máquinas. Grande parte dos acidentes é provocada
por motoristas que haviam bebido antes de dirigir. Na legislação Brasileira consta
que deverá ser penalizado todo motorista que apresentar mais de 0,6 gramas de
álcool por litro de sangue. A quantidade de álcool necessária para atingir essa
concentração no sangue é equivalente a beber cerca de 600 ml de cerveja (duas
latas de cerveja ou três copos de Chopp), 200ml de vinho (duas taças) ou 80 ml
de destilados (duas doses). (FIGLIE, 2004, p.74).
O consumo de bebidas alcoólicas durante a gestação pode trazer
consequências para o recém-nascido, sendo que, quanto maior o consumo,
maior a chance de prejudicar o feto. Portanto é recomendável que toda gestante
evite o consumo de bebidas alcoólicas, não só ao longo da gestação, como
durante o período de amamentação, pois o álcool pode passar, para o bebê,
através do leite materno. Os bebês de mães dependentes do álcool que fizeram
uso excessivo durante a gravidez são afetados pela “Síndrome Fetal pelo
Álcool”. Os recém-nascidos apresentam sinais de irritação, mamam e dormem
pouco além de apresentarem tremores (sintomas que lembram a síndrome de
abstinência). As crianças que sobrevivem podem apresentar problemas físicos
e mentais, podendo variar conforme a gravidade do caso. (Centro Brasileiro de
Informações sobre Drogas Psicotrópicas CEBRID, 2014).
A Pessoa que consome bebida alcoólica de forma excessiva, ao longo
do tempo, pode desenvolver dependência do álcool, condição esta conhecida
como alcoolismo. Os fatores que podem levar ao alcoolismo são variados
podendo ser de origem biológica, psicológica, sociocultural ou ainda ter a
contribuição resultante de todos estes fatores. A transição do beber moderado
ao beber problemático ocorre de forma lenta, Alguns dos sinais do beber
problemático são: desenvolvimento da tolerância, ou seja, a necessidade de
beber cada vez maiores quantidades de álcool para obter os mesmos efeitos; o
aumento da importância do álcool na vida da pessoa; a percepção do “grande
desejo” de beber e da falta de controle em relação à quando parar; síndrome de
abstinência (aparecimento de sintomas desagradáveis após ter ficado algumas
horas sem beber). Aumento da ingestão de álcool para aliviar a síndrome de
abstinência. A síndrome de abstinência do álcool é um quadro que aparece
pela redução ou parada brusca da ingestão de bebidas alcoólicas após um
período de consumo crônico. A síndrome tem início 6-8 horas após a parada da
ingestão de álcool, sendo caracterizada pelo tremor das mãos, acompanhada
de distúrbios gastrointestinais, distúrbios de sono e um estado de inquietação
geral. (Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas CEBRID,
2014).
Os indivíduos dependentes do álcool podem vir a desenvolver várias
doenças. As mais frequentes são as doenças do fígado (esteados hepáticos,
hepatite alcoólica e cirrose). Também são frequentes problemas no aparelho
digestivo (gastrite, síndrome de má absorção e pancreatite) no sistema
cardiovascular (hipertensão e problemas no coração). Também são frequentes
os casos de polineurite alcoólica, caracterizado por formigamento e câimbras
nos membros inferiores. (Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas
Psicotrópicas CEBRID, 2014).
Através da história, o álcool tem tido múltiplas funções, atuando como
veículo de remédios, perfumes e poções mágicas e, principalmente, sendo o
componente essencial de bebidas que acompanha os ritos de alimentação dos
povos. No entanto, à medida que as sociedades foram passando por
transformações econômicas e sociais, houve uma mudança profunda na
maneira dos homens relacionarem-se com o álcool. É como se houvesse sido
revelada a outra face da moeda. Ou seja, a mesma substância que irmana,
comunga e alegra, também estimula a agressividade, a discórdia e a dor,
rompendo laços de família, de amizade e de trabalho. (GIGLIOTTI, 2004).
A adolescência é considerada a fase da vida de maior vulnerabilidade e
exposição ao uso de álcool, tendo em vista o processo de desenvolvimento
biopsicossocial e a consequente imaturidade emocional para avaliar, de forma
adequada, o comportamento de riscos e as consequências. (ESTEFENON e
MOURA, 2002).
Sabe-se que os adolescentes precisam dos parâmetros dos adultos,
mesmo que não os entenda, porém, como afirma Quadros, (2009),
Os pais parecem perdidos e não sabem dizer” não”, fazendo-se passar
por liberais. Dessa questão decorrem algumas situações comuns com
os adolescentes e seus pais: o uso de drogas e bebidas, o não atender
ao celular (tirando a tranquilidade dos pais), o uso abusivo do telefone,
o expor-se demais na internet. (QUADROS, 2009, p.60).
O Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069, artigo 81, de 13
de julho de 1990) proibi o consumo de bebidas alcoólicas por indivíduos menores
de 18 anos. Porém, estudos recentes demonstram que o consumo de álcool na
adolescência se inicia cada vez mais cedo. (Centro de Informações sobre Saúde
e Álcool CISA, 2014).
Na prática sabe-se que há adolescentes que compram bebida alcoólica
sem que lhes seja exigido documento que comprove idade igual ou superior a
18 anos. De acordo com Vaissman, (2004):
As estatísticas sobre o uso de álcool são alarmantes. No Brasil estima-se que 84% dos brasileiros fazem uso ocasional do álcool, 21% o consomem diariamente e 19% têm embriaguez alcoólica semanal. Oitenta por cento dos menores já experimentaram bebidas alcoólicas. O alcoolismo é responsável por 75% dos acidentes automobilísticos com morte e por 39% das ocorrências policiais, em que a maioria dos homicídios são facilitados pelo uso do álcool. (VAISSMAN, 2004.185).
Existe uma grande variedade de fatores que fornecem sentido para o uso
de bebidas alcoólicas. Fishman (1988) apresenta seis possíveis fatores que
influenciam os adolescentes ao uso de bebidas alcoólicas, são eles: Contexto
familiar e Social, curiosidade e experimentação, pressão dos amigos, prazer,
problemas emocionais, facilidade de acesso.
a) A respeito do contexto familiar e social, a crença de que uma reunião
social possa não ser agradável sem que inclua consumo de álcool é
comum na sociedade. Os adolescentes são inclinados a imitar os pais,
outros parentes e personagens da televisão, dos livros ou do cinema. É
comum um adolescente dizer que começou a beber porque viu que isso
era um hábito de alguém que ele admira (FISHMAN, 1988);
b) Em relação à curiosidade e experimentação, muitos adolescentes sentem
curiosidade de experimentar o sabor da bebida que eles veem os outros
ingerir. Além disso, querem explorar os efeitos da bebida, por meio do
abuso. Querem saber como é estar embriagado ou intoxicado;
(FISHMAN, 1988);
c) Sobre a pressão dos amigos, para muitos garotos e garotas seguir a moda
pode ser uma necessidade, assim como gostar de certos tipos de música.
Nesse estágio eles se encontram psicologicamente imaturos para exercer
o senso crítico e a capacidade de julgamento, absorvendo influências sem
refletir. Se beber está na moda entre determinado grupo de adolescentes,
poucos serão dotados de segurança e senso crítico suficiente para criticar
a bebida ou simplesmente recusar-se a beber. (FISHMAN, 1988);
d) Quanto ao prazer, muitos adolescentes usam o álcool como estimulante
para a diversão e o namoro, isto é, para os prazeres. Incluem bebidas em
festas, idas ao cinema ou ao jogo de futebol como elementos favoráveis
ao prazer. (FISHMAN, 1988);
e) No que se refere aos problemas emocionais, um dos efeitos imediatos do
álcool é o de tranquilizante ou de causador de euforia e bem-estar. Um
indivíduo que esteja enfrentando momentos de tensão, nervosismo,
conflitos com a família, com amigos ou dificuldades no relacionamento
pode entregar-se ao álcool para suprimir temporariamente a depressão,
a ansiedade e os sentimentos de medo, agravando os problemas em vez
de resolvê-los. (FISHMAN, 1988);
f) Além de tudo que já foi citado, a facilidade de acesso é outro fator que
contribui fundamentalmente para o uso do álcool entre os adolescentes.
As bebidas alcoólicas são encontradas facilmente, em qualquer lugar e
com preços acessíveis. (FISHMAN, 1988);
É dentro desse cenário sobre o uso do álcool que a escola deve ajudar o
adolescente a desenvolver caminhos de prevenção e conscientização,
valorizando-os como sujeitos da sua história para formar opiniões positivas no
sentido de promoção para a vida adulta.
Embora o consumo de drogas psicotrópicas não seja exclusivo de
adolescentes, é nessa fase do ciclo da vida que as pessoas realizam um maior
número de experiências, já que estão descobrindo conhecimentos, emoções e
valores, construindo padrões de vida e estão, por isso, mais vulneráveis. Para a
formação integral dos adolescentes e jovens, as escolas devem inserir o tema
sobre o uso do álcool e outras drogas no currículo e no projeto político
pedagógico. (FIGLIE, 2004).
O Ministério da Educação (ME), no contexto dos Parâmetros Curriculares
Nacionais (PCNs) para o Ensino Fundamental e Ensino Médio, propõe um
conjunto articulado e aberto de novos temas, os quais devem perpassar as
diferentes disciplinas do Currículo Escolar. (Brasil, 1998). A proposta é oferecer
uma educação comprometida com a cidadania, elegendo alguns temas: saúde,
violência, droga, preconceitos, meio ambiente e outros de relevância social.
A escola, espaço no qual os adolescentes e jovens passam grande parte
de seu tempo, é um ambiente privilegiado para reflexão democrática e formação
de consciência. Considerando-se que é praticamente inevitável que
adolescentes e jovens tenham acesso tanto a drogas lícitas quanto ilícitas, o
enfoque na “redução de danos”, se sustenta como mais realista, uma vez que
não é possível eliminar substâncias psicoativas da sociedade. (Ministério da
Saúde, 2010).
A concepção de educação da Rede Estadual de Ensino do Paraná visa
contribuir para minimizar desigualdades sociais e (...) [conquistar] uma
sociedade justa e humana, pois as desigualdades sociais, presentes no
processo histórico brasileiro e paranaense são influenciadas por práticas
econômicas, políticas, sociais, elitistas e privatistas. A partir dessa concepção de
educação, três pontos fundamentais se destacam nesta abordagem: o papel das
escolas públicas diante da situação das drogas, a questão da formação dos
profissionais da educação sobre este assunto e a prevenção ao uso indevido de
drogas como um dos desafios educacionais contemporâneos. (ALVES;
MALHEIROS, 2008, p. 104).
Observa-se pelo parágrafo acima, que a educação continua sendo o
instrumento para intervenções eficazes, desenvolvendo um trabalho
educacional, partindo de conhecimentos reais trazidos pelos alunos a respeito
do uso de bebidas alcoólicas, transportando do senso comum, para o campo
científico na tentativa de conscientizá-los das consequências frente ao consumo
do álcool.
Freire (2010) ressalta a importância do diálogo na relação professor-
aluno, já que o diálogo, segundo o autor marca a posição democrática entre
estes. Mas destaca que professor e aluno não são iguais, pois:
Não é possível respeito aos educandos, à sua dignidade, a seu ser
formando-se, à sua identidade fazendo-se, se não se levam em
consideração as condições em que eles vêm existindo, se não se
reconhece a importância dos “conhecimentos de experiência feitos”
com que chegam à escola. O respeito devido à dignidade não me
permite subestimar, pior ainda, zombar do saber que ele traz consigo
para a escola. (FREIRE, 2010, p. 64).
Uma postura baseada no diálogo e orientada pelos princípios dos direitos
humanos, evitando o autoritarismo, a hipocrisia e a visão unilateral ou
preconceituosa sobre o uso de álcool e outras drogas, terá maior possibilidade
de ser aceita e de levar adolescentes a refletir sobre suas decisões e,
consequentemente, seus comportamentos. Nesta perspectiva, a escola como
intervenção social tem o papel de proteção ao adolescente, por entender que a
ela cabe construir um contexto de esclarecimento e promoção da importância da
saúde, envolvendo temas que favoreçam o desenvolvimento quanto ao
esclarecimento dos fatores de risco e os de proteção. Segundo Albertani,
Scivoletto e Zemel, (2208):
“Fatores de riscos são circunstâncias sociais ou características da
pessoa que a tornam mais vulnerável a assumir comportamentos
arriscados como o de usar drogas”. “Fatores de proteção são os que
contrabalançam as vulnerabilidades, fazendo com que a pessoa tenha
menos chance de assumir esse comportamento”. (ALBERTANI,
SCIVOLETTO, ZEMEL, 2008).
A escola deve capacitar-se para enfrentar esse desafio e a melhor
maneira de desenvolver um relacionamento amigável e de confiança com os
adolescentes é por meio de uma comunicação aberta. Além disso, por meio de
informações científicas, é possível mostrar as consequências maléficas do álcool
no ser humano e sua extensão na família e na sociedade.
3. METODOLOGIA e RESULTADOS
No ano de 2014, deu-se a apresentação e explanação do projeto à
comunidade escolar durante a semana pedagógica, com a apresentação do
trecho do filme “Diário de um adolescente”, que narra à trajetória do jovem Jim,
um ótimo aluno, jogador de basquete e poeta talentoso, mas que tem o seu futuro
ameaçado quando junto com amigos se envolve no mundo das drogas e deixa
de ouvir os conselhos de sua mãe. Esse primeiro momento foi muito receptivo
pela comunidade escolar com a participação ativa dos envolvidos.
Para o desenvolvimento do projeto foi utilizado o Caderno Pedagógico
como formato para a implementação do estudo no Colégio Estadual “Rocha
Pombo”, com os alunos do 8º ano do Ensino Fundamental no Período Matutino.
A produção didático-pedagógica desenvolvida através do Caderno
Pedagógico buscou entender as diferentes fases da vida, da infância à
adolescência, assim como as mudanças físicas e psicológicas que ocorrem no
organismo no período da puberdade.
Reflexões sobre a adolescência e autoconhecimento foram desenvolvidas
por meio de dinâmicas, na sala de aula e ao ar livre. Os alunos puderam entender
as diferentes fases da vida, da infância à adolescência, assim como as
mudanças físicas e psicológicas que ocorrem no organismo no período da
puberdade; perceberam o que lhe está a suceder e que sentido tem as
mudanças que estão a sofrer; estabeleceram uma comunicação baseada no
respeito, na confiança e na oportunidade; conheceram as suas limitações e as
suas possibilidades; fomentaram a flexibilidade nas relações sociais; refletiram
constantemente sobre os pontos de vista que são contrários aos seus, sabendo
interpretá-los adequadamente; aprenderam a escutar e a compreender os que
pensam de forma diferente da sua ou do seu pequeno grupo, mas não abdicaram
das suas ideias ou princípios; esforçaram-se em pensar e refletir com rigor,
evitando a superficialidade.
Houve apresentação de uma peça teatral com o tema: “Drogas, uma
questão preocupante” para os alunos, professores, funcionários e pais dos
períodos: matutino e vespertino. O teatro foi interpretado por alguns alunos do
colégio. Os alunos foram convidados para apresentar-se no Fórum sobre:
“Prevenção ao uso indevido de drogas na escola”, realizado pelo Núcleo
Regional de Educação – Paranaguá. Foram ouvidos depoimentos de pais de
alunos que venceram a batalha contra esse vício. Nesta apresentação,
percebeu-se que muitos ficaram chocados com as declarações. Esse momento
foi impactante. É importante que todas as pessoas envolvidas tenham
oportunidade de refletir sobre os seus comportamentos e sobre as suas opções
de vida.
No último momento da implementação das atividades sobre os riscos à
saúde provocados pelo abuso de bebida alcoólica, os alunos analisaram as
consequências do consumo dessa bebida; verificaram por meio de pesquisa, os
fatores que levam os adolescentes a ingerir o álcool; foi motivada a adoção de
uma vida saudável, valorizando posturas e hábitos. Produziram vídeos com a
seguinte temática: Álcool x Saúde, com o objetivo de alertar sobre as
consequências do uso de bebidas alcoólicas e o quanto pode ser prejudicial à
saúde e a sociedade. Com o vídeo de curta duração, procurou-se colocar os
alunos no lugar de autores, de modo a se apropriarem do tema abordado e
mostrarem a ótica deles acerca do tema, como uma forma de expor o seu olhar
sobre o contexto em que vivem e a relação deste com as drogas. Criaram
campanhas por meio de cartazes sobre prevenção ao uso do álcool e outras
drogas para outros adolescentes e jovens da escola a fim de estimular a reflexão
sobre as situações na vida que deixam as pessoas mais vulneráveis ao uso de
substâncias psicoativas.
Durante a aplicação das dinâmicas e discussões sobre os temas
abordados, percebeu-se o total envolvimento dos alunos e suas preocupações
com as consequências do uso abusivo do álcool.
De acordo com Cortelazzo (2007), o que se constitui na essência do
trabalho do professor é o ensino e este processo requer a interação entre o
docente, os alunos e o conhecimento: Ensinar é a tarefa do professor, e sua
principal característica está no esforço de levar alguém a aprender. Ensinar é o
processo de criar os meios para que os alunos estabeleçam uma relação com o
conhecimento e desenvolvam sua cognição, suas habilidades, seus
comportamentos, atitudes e valores.
Em outras palavras, o docente não pode esquecer de que o adolescente
em fase escolar, apesar da orientação da família, é também de sua
responsabilidade.
As ações foram pautadas não pensando em assumir um papel
moralizador ou doutrinador, mas considerando os sujeitos concretos, sociais e
subjetivamente construídos. Com isso possibilitou-se a participação ativa da
comunidade escolar em todas as ações desenvolvidas através do projeto;
adolescentes bem informados idealizando projeto de vida distantes das drogas;
grupos de alunos atuando na escola e na comunidade como protagonistas e
conscientização para prevenção e combate às drogas e o envolvimento da
comunidade.
Muitos professores do Paraná que participaram do Grupo de Trabalho em
Rede – GTR estão aplicando as atividades do caderno pedagógico em suas
escolas com a consciência de que estão preparando o aluno para refletir acerca
dos danos físicos e emocionais que as drogas geram.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Estas ações interventivas contribuíram para discutir as diferentes
motivações para o uso de bebidas alcoólicas, seus fatores de risco e formas de
proteção. Percebeu-se que os alunos obtiveram informações e orientações, o
que despertou uma reflexão e interesse entre os docentes e discentes por esta
temática na instituição de ensino.
Contudo, faz-se necessário o desenvolvimento de um trabalho contínuo,
sendo fundamental o envolvimento de toda a comunidade escolar no programa
de prevenção ao uso indevido de drogas, para obtenção de resultados mais
efetivos e eficazes.
O projeto contou com o apoio dos professores de outras disciplinas como
Arte, Ciências, Biologia, Química e Educação Física. Todas as atividades
contaram com a participação ativa dos adolescentes e proporcionaram a reflexão
e o diálogo no sentido deles se tornarem multiplicadores cotidianos com o
repasse das informações e orientações recebidas para seus pares e
comunidade, motivando a construção de posturas favoráveis para que sejam
tomadas decisões livres e responsáveis sobre o uso de drogas, em qualquer
momento de suas vidas, contribuindo para uma sociedade saudável e
responsável.
Este é um processo desafiador, no entanto, ainda requer muitas ações
para que de fato toda a comunidade escolar se envolva.
5. REFERÊNCIAS
ALBERTANI, Helena M. B.; SCIVOLETTO, Sandra; ZEMEL, Maria de Lurdes S. Prevenção do uso de drogas: fatores de risco e fatores de prevenção. In:
Curso de prevenção do uso de drogas para educadores de escolas públicas. Brasília: Secretaria Nacional Antidrogas/Ministério da Educação, 2008.p. 63-86. ALVES, Silvio; MALHEIROS, Irene de Jesus Andrade. Desafios da Prevenção ao Uso Indevido de Drogas na Rede Estadual de Ensino do Estado do Paraná. In: PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Prevenção ao uso
indevido de drogas. (Cadernos Temáticos dos Desafios Educacionais Contemporâneos, 3) Curitiba, PR: Seed - PR, 2008, p. 101-117. ANDRADE, T.M.; ESPINHEIRA, C. G. D. A Presença das bebidas alcoólicas e outras substâncias psicoativas na cultura brasileira, 2010. Disponível em: <http://www.obid.senad.gov.br/portais/obid/biblioteca/documentos.> Acesso em: 15 maio 2014.
ANTHONY, James C. Consumo nocivo de álcool: dados epidemiológicos mundiais. In: ANDRADE. Arthur Guerra de; ANTHONY, James C. Álcool e suas consequências: uma abordagem multiconceitual. 1ª ed. São Paulo: Minha Editora, 2009. Cap.1, p.1-36. BAPTISTA, Neto Francisco; OSÓRIO, Luiz Carlos. Adolescentes: O desafio de entender e conviver. Colaboradores: Ercy José Soar, Denise Franco Duque, Lourival Baptista Neto. Florianópolis SC: Insular, 2011. BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente/ECA, Lei nº. 8.069, de 13 de
julho de 1990. Câmara dos Deputados, Coordenação de Publicações, 2001. BRASIL / MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção à Saúde. SVS/ CN –DST/ AIDS. A Política Saúde para Atenção Integral a Usuários de Álcool e outras Drogas / Ministério da Saúde. 2 ed. ver. ampl. –Brasília: Ministério da Saúde, 2004. BENFICA, Francisco Silveira. Medicina Legal. Porto Alegre: Livraria do
Advogado Editora, 2008. BOFF, Leonardo. Saber cuidar: ética do humano – compaixão pela terra. 11ª.ed. Petrópolis-RJ: Vozes, 2004.
CEBRID - Centro Brasileiro de Informações Sobre Drogas Psicotrópicas, 2014. Departamento de Medicina Preventiva da UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo). Acesso em 19 março, 2014.
CISA – Centro de Informações sobre Saúde e Álcool. Acesso em 11 de junho, 2014. CORTELAZZO, Iolanda de Camargo. ROMANOWSKI, Joana Paulin. Pesquisa e Prática Profissional – Identidade Docente, Curitiba, IBPEX, 2007. FIGLIE, Neliana Buzi. Aconselhamento em Dependência Química. São Paulo: Roca, 2004. FISHMAN, Ross. Alcoolismo. Coleção tudo sobre Drogas. São Paulo: Nova
Cultural, 1988.
FREIRE, Paulo. Pedagogia dos sonhos possíveis. São Paulo: Unesp, 2001.
FREIRE, P. Educação e Mudança. 12 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 2011.
GIGLIOTTI, Analice. Aprenda a ajudar pessoas a se livrar de dificuldades com álcool e drogas. Rio de Janeiro: BestSeller, 2008.
LAZO, Donald, M. Alcoolismo: o que você precisa saber. 3ª. ed. São Paulo:
Paulinas, 1989.
MALTA, D; MASCARENHAS, M; PORTO, D; et al. Prevalência do consumo de álcool e drogas entre adolescentes: análise de dados da Pesquisa Nacional
de Saúde Escolar. Revista brasileira de epidemiologia, 2011; 14 136-146.
MAROT, R. Disponível em <http://www.psicosite.com.br/tra/drgalcoolismo .html>. Acesso em 12 de agosto de 2014>
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: MEC/SEF, vol.9, 1998.
MINISTÉRIO da SAÚDE (BR). A Política do Ministério da Saúde para a Atenção Integral a Usuários de Álcool e outras Drogas. Brasília: Ministério da Saúde; 2010. <Http://portal.saude.gov.br> acesso em 23 maio 2014. MORAES LMP, LEITÃO GCM, BRAGA BAV. Uso de Drogas por Adolescentes: construção de conceitos. In: Souza AMA, Braga VAB, Fraga MNO. Saúde, saúde mental e suas interfaces. Fortaleza (CE):
Pós-Graduação DENF/UFC/FFOE, FCPC; 2002. p. 93-100.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL de SAÚDE (OMS) Disponível em: <http://portal.saude.gov. br> publicação 04.07.2011. Acesso em 19 mai. 2014. QUADROS, Emérico Arnaldo de. Psicologia e Desenvolvimento Humano. Curitiba: SERGRAF, 2009.
SENAD, Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, 2004, p. 70.
SODELLI, Marcelo. Drogas e ser humano: a prevenção do possível. Disponível em: <http://www.crpsp.org.br/portal/comunicacao/livroalcooldrogas/ crpsp-alcool-e-outras-drogas.pdf>, acesso em 14 novembro 2014.
VAISSMAN, Magda. Alcoolismo no trabalho, Rio de Janeiro: Fio Cruz,2004.
VASCONCELOS, E. M. Educação popular e a atenção à saúde da família.
Rio de Janeiro: Hucitec, 1999. Informações sobre Adolescência: <educacao.aaldeia.net>, acesso em 02 out. 2014.
Informações sobre Alcoolismo. Disponível em: <http://www.obid.senad.gov.br/
portais/OBID/biblioteca/documentos/>. Acesso em 14 novembro 2014. Informações sobre Drogas: <http://www.infoescola.com/drogas/ drogas-lícitas-e-ilícitas/>. Acesso em 20 jul. 2014.