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DIRETORIA DE ENSINO LESTE 4 NÚCLEO PEDAGÓGICO

ORIENTAÇÃO TÉCNICA DE FILOSOFIA

30/04/2013

PCNP Ednaldo Santana dos Santos

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OBJETIVOS DA FILOSOFIA NO ENSINO MÉDIO (LDB)

A Filosofia deve compor, com as demais disciplinas do ensino médio, o papel proposto para esta

fase da formação.

• “pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua

qualificação para o trabalho” (Artigo 2º Da Lei nº 9.394/96);

• sua formação não deve ser mera oferta de conhecimentos a serem assimilados pelo estudante,

mas sim o aprendizado de uma relação com o conhecimento que lhe permita adaptar-se “com

flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores” (Artigo 36,

Inciso II)

• o que significa, mais que dominar um conteúdo, saber ter acesso aos diversos conhecimentos

de forma significativa.

A educação deve centrar-se mais na ideia de fornecer instrumentos e de apresentar

perspectivas, enquanto caberá ao estudante a possibilidade de posicionar-se e de

correlacionar o quanto aprende com uma utilidade para sua vida, tendo presente

que um conhecimento útil não corresponde a um saber prático e restrito, quem

sabe à habilidade para desenvolver certas tarefas.

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• Outro objetivo geral do ensino médio constante na legislação e de interesse para os

objetivos dessa disciplina é a proposição de “aprimoramento do educando como pessoa

humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do

pensamento crítico” (Lei nº 9.394/96, Artigo 36, Inciso III)

• Tratar-se antes de um tipo de formação que inclua a constituição do sujeito como

produto de um processo, e esse processo como um instrumento para o aprimoramento

do jovem aluno.

O objetivo da disciplina Filosofia pretende desenvolver no aluno a

capacidade para responder as questões advindas das mais variadas situações.

Essa capacidade de resposta deve ultrapassar a mera repetição de informações

adquiridas, mas, ao mesmo tempo, apoiar-se em conhecimentos prévios.

• Por exemplo, caberia não apenas compreender ciências, letras e artes, mas, de modo

mais preciso, seu significado, além de desenvolver competências comunicativas

intimamente associadas à argumentação

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- Para Walter Omar Kohan (2000) não se trata de transferir conteúdos ou de doutrinas

filosóficas. Pelo contrário, é recomendável que sejamos socráticos, no sentido de reconhecer que

não sabemos as respostas às questões e problemas que as crianças levantam e de estarmos

dispostos a empreender uma busca compartilhada de questionamentos e investigação.

- A reflexão filosófica e o ensino de filosofia no ensino médio são importantes para organizar as

ideias e desenvolver uma postura mais ativa perante o mundo, fatores essenciais para formar

cidadãos ao invés de meros consumidores.

Para Kohan e Gallo, há três formas dominantes para o ensino da filosofia:

• Ensino baseado na história da filosofia (o que a história da filosofia produziu até hoje – Tales,

Heráclito, Sócrates, Platão, Descartes, Heidegger... ou conceito ou conteúdo filosófico –

liberdade, verdade, justiça);

• Ensino baseado em problemas filosóficos (relação corpo – mente, a existência de Deus ou o

conhecimento);

• Ensino baseado em habilidades cognitivas (proporcionar aos alunos um

conjunto de habilidades de pensamento).

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Gallo (2002), afirma que:

“ensinar filosofia é um exercício de apelo a diversidade, ao perspectivismo; é um exercício de

acesso a questões fundamentais para a existência humana; é um exercício de abertura ao risco, de

busca de criatividade, de um pensamento sempre fresco; é um exercício da pergunta e da

desconfiança da resposta fácil.

Quem não estiver dispostos a tais exercícios, dificilmente encontrar prazer e êxito nesta aventura

que é ensinar filosofia, aprender filosofia” (2002, p. 199).

• O ensino não deve tornar-se apenas uma transmissão de conhecimentos, uma mera recepção

de dados.

• Este ensino deve favorecer a formação do indivíduo e não somente a informação

A filosofia deve ser pensada a partir de “ atividades, estudos” que deem ênfase ao

desenvolvimento do senso crítico, através de atividades críticas e criativas, caso

contrário seria apenas um repasse de conteúdos”.

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• Para Celso Favaretto (2004) O professor de Filosofia deve pensar em primeiro lugar

quais são os objetivos educacionais da disciplina.

• Para Danilo Marcondes, “[...] O grande desafio para o ensino da filosofia consiste em

motivar aquele que ainda não possui qualquer conhecimento do pensamento filosófico,

ou sequer sabe para que serve a filosofia, a desenvolver o interesse por este pensamento,

a compreender sua relevância e a vir a elaborar suas próprias questões” (Marcondes,

2004, p. 64).

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O QUE SE ESPERA DA MEDIAÇÃO DO PROFESSOR DE FILOSOFIA (LDB)

a) capacitar para um modo especificamente filosófico de formular e propor soluções a

problemas, nos diversos campos do conhecimento;

b) desenvolver uma consciência crítica sobre conhecimento, razão e realidade sócio-

histórico-política;

c) propor análise, interpretação e comentário de textos teóricos;

d) Estimular o aluno para a compreensão da importância das questões acerca do sentido e

da significação da própria existência e das produções culturais;

e) percepção da integração necessária entre a Filosofia e a produção científica, artística,

bem como com o agir pessoal e político;

f) capacidade de relacionar o exercício da crítica filosófica com a promoção integral da

cidadania e com o respeito à pessoa, dentro da tradição de defesa dos direitos humanos.

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• O professor de filosofia deve ter o cuidado doutrinário, assegurando assim a

multiplicidade de seu ensino, mesmo quando resultantes das melhores

intenções.

• Um currículo de Filosofia deve contemplar a diversidade sem desconsiderar

o professor que tem suas posições, nem impedir que ele as defenda.

• A orientação geral em um currículo de Filosofia pode tão-somente ser

filosófica, e não especificamente kantiana, hegeliana, positivista ou

marxista.

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• Filosofia é uma reflexão sobre sua especificidade e seus pontos de

contato com outras disciplinas, ela não se insere somente na área de

ciências humanas.

• Tendo contato natural com toda ciência que envolva descoberta

solicitando boa lógica ou reflexão epistemológica;

• Os textos filosóficos possibilitam, estabelecer intercâmbio

com a área de linguagens. Além de contribuir para a integração

dos currículos e das outras disciplinas.

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• Lipman (2001) apresenta alguns passos orientadores para ensinar

nossos jovens a pensar, desenvolvendo as habilidades de raciocínio.

• Filosofia é um instrumento que proporciona aos educandos os

instrumentos intelectuais e imaginativos que necessitam e fornece

o meio de transitar de uma disciplina para outra estabelecendo uma

ponte e uma conexão entre as varias disciplinas às quais estão

expostos durante a jornada escolar.

“O nosso tempo bate palma para o múltiplo, mas pouco

trabalha o múltiplo” (Deleuze)

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Como fazer a transição dos conceitos filosóficos?

- Manuseando os conceitos.

- Aproximar o aluno do texto;

- Lendo junto com os alunos os textos filosóficos;

- Extrair do estudante o que ele entendeu;

- Trabalhe a diferença entre análise e interpretação de textos;

Análise (é aprender ouvir o pensamento que pensa)

Interpretação (é dar espaço para as contribuições externas ao texto:

experiência do leitor, citações de outros autores)

- Oferecer opções para o aluno expressar seu ponto de vista;

- Tornar o texto de domínio público em relação aos alunos (usar as redes

sociais);

- Enquanto isso, o professor vai fazendo as intervenções necessárias.

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ATIVIDADES:

1) Identifiquem nas atividades propostas na situação de aprendizagem

indicada aquelas que apresentam como finalidade a avaliação da

aprendizagem. Explique os procedimentos que são indicados aos

professores para a realização da avaliação. Para tanto, considerem como

procedimentos orientações para a aplicação, análise das respostas e uso

dos resultados.

2) O material didático proposto aos professores e alunos contém

alguma sugestão de recuperação da aprendizagem? Em caso afirmativo,

a proposta de recuperação constante do material dialoga com a

proposta de avaliação processual e avaliativa?

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Referências:

• KOHAN, Walter Omar. Filosofia no Ensino Médio. Petrópolis, RJ: Ed. Vozes,

2000.

• KOHAN, Walter Omar; WAKSMAN, Vera (org.). Filosofia para crianças na

prática escolar. Petrópolis, RJ: Vozes, 1998.

• KOHAN ,Walter Omar, LIPMAN, Matthew, Vera Waksman, Marcos

Antônio Lorieri. Filosofia para crianças na prática escolar. 3ª ed., 2000.

• NOBRE, Marcos; TERRA, Ricardo. Ensinar Filosofia: Uma conversa sobre

aprender a aprender. Campinas: Papirus, 2007.

• Ministério da Educação – Secretaria de Educação Básica. Diretoria de

Concepções e Orientações Curriculares para a Educação Básica. Orientações

Curriculares para o Ensino Médio (Ciências Humanas e Suas Tecnologias).

• Secretaria de Estado da Educação (SP) - Currículo do Estado de São Paulo:

Ciências Humanas e suas Tecnologias.