1
INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA ASSOCIAÇÃO DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL
PLANO DE DESENVOLVIMENTO DO ASSENTAMENTO – PDA.
PA - BOA ESPERANÇA
NÚCLEO OPERACIONAL – PARECIS
MARÇO – 2015 PARECIS – RO
2
INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA ASSOCIAÇÃO DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL
PLANO DE DESENVOLVIMENTO DO ASSENTAMENTO – PDA
NÚCLEO OPERACIONAL – PARECIS
MARÇO – 2015 PARECIS – RO
3
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
Dilma Vana Roussef
Presidente da República Federativa do Brasil
Gilberto José Spier Vargas Ministro de Estado do Desenvolvimento Agrário – MDA
Carlos Mário Guedes de Guedes Presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA
Luís Flávio Carvalho Ribeiro Superintendente Regional do Estado de Rondônia
Antonio Carlos Ferreira Filho Chefe da Divisão de Desenvolvimento de Projetos de Assentamento
MARÇO – 2015 PARECIS – RO
4
Secretário Executivo da EMATER-RO
Luis Gomes Furtado
Diretor Técnico e de Planejamento
José Tarcísio Batista Mendes
Gerente Estadual de Convênios e Contratos
Domingos Antônio Prieto
Coordenador de Contratos
Marcelo Santos Lopes
EQUIPE TÉCNICA ATER-INCRA
Ivani Rosa Calixto - Assistente Social
Wellington Ivo Rodrigues - Técnico em Agropecuária
Amilto Jesus da Silva Matos Junior - Engenheiro Agrônomo
Vanderlei Souza Ribeiro - Administrativo
Responsável pela elaboração do PDA
Eng. Agrônomo: Amilto Jesus da Silva Matos Junior
Técnico em Agropecuária: Wellington Rodrigues Ivo
Extencionista Social: Ivani Rosa Calixto
Técnico de Campo Responsável
Eng. Agrônomo: Amilto Jesus da Silva Matos Junior
Equipe de Nivelamento Metodológico e Revisão do Roteiro
Aladia Fregolente - Assistente Social
Janderson Dalazen - Engenheiro Agrônomo
Renata Rosa - Administradora de Empresas
MARÇO – 2015
PARECIS – RO
5
COMISSÃO RESPONSÁVEL PELA PESQUISA-AÇÃO
NO ASSENTAMENTO BOA ESPERANÇA
COORDENAÇÃO GERAL
Claudionor Vieira Neves
Márcio Ferreira dos Santos
SECRETÁRIAS
Ângela Maria dos Santos da Silva Neves
Rosana da S. Ribeiro
COMISSÃO SOCIAL
Fabiene Alves da Silva
Nilza Carvalho da Silva
COMISSÃO PRODUTIVA
Jose Lopes Freitas
Jonas Borges Silva
COMISSÃO INFRAESTRUTURA
Ademir Pereira da Silva
Nilson Conte
COMISSÃO AMBIENTAL
Antônio Pereira Peixoto
Valdir Chaves
MARÇO – 2015
PARECIS – RO
6
Temos que participar das Palestras, Cursos e Oficinas, pois é onde podemos tirar nossas dúvidas.
Tem sido muito importante para mim, e tenho certeza que para todas as famílias,
a assistência técnica prestada pelo ATER-INCRA.
A Origem do nome Boa Esperança: Colocamos o nome do Assentamento “Boa Esperança”
por ser um assentamento “sem conflito” e uma “esperança de melhoria de vida”.
Ademir Pereira da Silva Assentado, morador da Linha 75 – PA BOA ESPERANÇA,
(fala durante Oficina de PDA).
MARÇO – 2015
PARECIS – RO
7
SUMÁRIO
1. APRESENTAÇÃO 17
2. METODOLOGIA 17
2.1. Da Elaboração do Plano 18
2.2. Assessoria Técnica, Social e Ambiental no acompanhamento a implantação
do plano 42
3. CARACTERIZAÇÃO DO PROJETO DE ASSENTAMENTO 45
3.1-Geral 45
3.2-Especifica 46
4. DIAGNOSTICO RELATIVO Á ÁREA DE INFLUENCIA DO PA 49
4.1. Localização e acesso 49
4.1.1 Posição Geográfica 52
4.2. Contexto Sócio Econômico e Ambiental da Área de influencia do Projeto de
Assentamento 53
4.2.1- Condições climáticas 53
4.2.2- HIDROGRAFIA 56
4.2.3- Relevos e solos 57
4.2.4- Vegetação e fauna 59
4.2.5- Unidades de conservação 60
4.2.6- Situação social e demográfica 63
4.2.7- Zoneamento sócio econômico e ecológico 64
4.2.8- Uso da terra, economia e sistema de produção 69
5. DIAGNOSTICO DO PROJETO DE ASSENTAMENTO 71
5.1. Condições Físicas e Edafo-Climáticas do PA 71
5.1.1. Relevo 71
5.1.2. Solos 71
5.1.3. Recursos Hídricos 72
5.1.4. Flora 73
5.1.5. Fauna 74
5.1.6. Uso do Solo e Cobertura Vegetal 75
5.1.7. Reserva Legal e Áreas de Preservação Permanente 78
5.1.8. Estratificação Ambiental dos Agros – Ecossistemas 80
5.1.9. Capacidade de Uso do Solo 81
8
5.1.10. Analise suscinta dos potenciais e limitações dos recursos naturais e da
situação ambiental do assentamento 83
5.2. Organização Espacial Atual 84
5.3. Situação do Meio Sócio-Econômico e Cultural 90
5.3.1 Histórico do Assentamento Boa Esperança 90
5.3.2. População, Organização Social 91
5.4. Infra-Estrutura Física, Social e Econômica 93
5.5. Sistemas Produtivos 93
5.5.1. Análise Sucinta do(s) Sistema(s) Produtivo(s) 97
5.6. Serviços de Apoio a Produção 98
5.6.1. Assistência Técnica e pesquisa 98
5.6.2. Crédito Rural 98
5.6.3. Capacitação Profissional 99
5.7. Serviços Sociais Básicos e Infra–Estrutura 99
5.7.1. Educação 99
5.7.2. Saúde e Saneamento 101
5.7.3. Lazer 106
5.7.4. Cultura 106
5.7.5. Habitação 107
5.8. Análise das limitações, potencialidades e condicionantes 110
6. PLANO DE AÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO
PROJETO DE ASSENTAMENTO 113
6.1-Apresentação 113
6.2. Objetivos e Diretrizes Gerais 114
6.2.1-Organização Espacial 115
6.2.2-Serviços e Direitos Sociais Básicos 116
6.2.3-Sistema produtivo 117
6.2.4-Meio ambiente 118
6.2.5-Desenvolvimento Organizacional 119
6.2.6-Assessoria Técnica, Social e Ambiental no Acompanhamento à Implantação
do Plano 120
6.3. Programas 120
6.3.1. Programa Organização Espacial 121
6.3.2. Programa Produtivo 125
9
6.3.3.Programas de Garantias de Direitos Sociais 129
6.3.4. Programa de Garantia de Direitos Ambientais 132
6.3.5.Programa de Desenvolvimento Organizacional e de Gestão do Plano 136
6.3.6. Assessoria Técnica, Social e ambiental – ATER-INCRA 138
6.4. Indicativos de Sustentabilidade – Sobre o Projeto, Programa e/ou
subprograma e/ou Programa 139
7. Disposições gerais 140
8. Bibliografia 142
9. Anexos 144
10
LISTAS DE FIGURAS
Figura 1. Circulo de oração equipe ATER/INCRA e beneficiários 19
Figura 2. Dinâmica da bexiga 20
Figura 3. Técnica da fofa 20
Figura 4. Técnica da fofa 20
Figura 5. Técnica da fofa 21
Figura 6. Técnica de inclusão ´´nos Conhecendo`` 25
Figura 7. Técnica da qualidade 25
Figura 8. Ferramenta diagrama de Venn 26
Figura 9. Planejamento e desenvolvimento 27
Figura 10. Ferramenta Chuvas de Ideias 27
Figura 11. Técnica de sensibilização dos Palitos 27
Figura 12. Técnica de sensibilização dos Palitos 27
Figura 13. Mapa do Passado 28
Figura 14. Mapa do Presente 28
Figura 15. Mapa do Futuro 28
Figura 16. Dinâmica do sociograma 31
Figura 17. Dinâmica do sociograma 31
Figura 18. Dinâmica Mapa das famílias 32
Figura 19. Dinâmica Mapa das Famílias 32
Figura 20. Questionário Pesquisa Ação 38
Figura 21. Questionário Pesquisa Ação 38
Figura 22. Sistematização Pesquisa Ação 39
Figura 23. Sistematização Pesquisa Ação 39
Figura 24. Votação dos problemas 39
Figura 25. Votação dos problemas 39
Figura 26. Problemas priorizados Infraestrutura 39
Figura 27. Problemas priorizados área Ambiental 39
Figura 28. Problemas priorizados área Produtiva 40
Figura 29. Problemas priorizados área Social 40
Figura 30. Cidade de Parecis 49
Figura 31. Mapa de localização de Parecis (IBGE,2008) 52
Figura 32. Umidade relativa média anual (%) (REMAR, 2008) 54
11
Figura 33. Precipitação total anual (mm) ( REMAR, 2008) 55
Figura 34. Índices termo pluviométricos da microrregião de Vilhena ( SEDAM,
2014 55
Figura 35. A1- Mapa da Bacia ou Sub-bacia de localização de Projeto de
Assentamento 57
Figura 36. Relevo do município de Parecis – RO ( IBGE, 2007) 58
Figura 37. Mapa de classes do solo do município de Parecis – RO ( IBGE,
2007) 59
Figura 38. Mapa das classes de vegetação do município de Parecis – RO (
IBGE, 2007) 60
Figura 39. Terra indígena kwaza no município de Parecis – RO
(IBGE, 2007) 63
Figura 40. Mapa ilustrativo de localização dos municípios 65
Figura 41. 2ª aproximação do zoneamento socioeconômico e ecológico –
2009 66
Figura 42. 2ª aproximação do zoneamento socioeconômico e ecológico –
2009 68
Figura 43. Solos do PA Boa Esperança 72
Figura 44. A1- Mapa da Bacia ou Sub-bacia de localização de Projeto de
Assentamento 73
Figura 45. Área preservada PA Boa Esperança 74
Figura 46. Periquito ( Melopsittacus sp) 75
Figura 47. A2- Mapa de Uso Atual da terra e cobertura vegetal 75
Figura 48. Plantio mandioca 76
Figura 49. Plantio milho 76
Figura 50. Plantio melancia 76
Figura 51. Plantio arroz 76
Figura 52. A2- Mapa de Uso Atual da terra e cobertura vegetal 78
Figura 53. A2- Mapa de Uso Atual da terra e cobertura vegetal 79
Figura 54. Foto via satélite da situação do PA Boa Esperança 80
Figura 55. A3- Croqui de Estratificação Ambiental dos Agros-Ecossistema 80
Figura 56. Manejo Pastagem 82
Figura 57. Manejo Pastagem 82
Figura 58. A4 – Mapa da Organização Territorial Atual 82
12
Figura 59. B1- Mapa do anteprojeto de parcelamento incluindo Áreas
Reservas Legal e Preservação Permanente e Infra Estrutura existente
e Projetada 84
Figura 60. Via de acesso kapa 8 85
Figura 61. Via de acesso kapa 8 85
Figura 62. Energia elétrica 86
Figura 63. Associação ASPROKINF 87
Figura 64. Igreja católica 88
Figura 65. Instalação de curral 89
Figura 66. Instalação de curral 89
Figura 67. Bovino Nelore 95
Figura 68. Bovino aptidão leite 95
Figura 69. Instalações rústicas ( pocilga) 96
Figura 70. Instalações rústicas ( pocilga) 96
Figura 71. Tanques de piscicultura 96
Figura 72. Residência PA Boa Esperança 107
Figura 73. Organograma do sistema gestor do PDA 137
13
LISTA DE QUADROS
Quadro 1. Distância da sede do Município 49
Quadro 2. Dados do Município de Parecis-RO 50
Quadro 3. População do Município de Parecis 51
Quadro 4. Limites e confrontações 52
Quadro 5. Situação legal das unidades de conservação do Estado 62
Quadro 6. Dados pecuários do Município de Parecis 69
Quadro 7. Culturas Perenes 70
Quadro 8. Culturas Anuais 70
Quadro 9. Classes de relevos e de declividade existentes no Imóvel 71
Quadro 10. Área e cobertura vegetal 77
Quadro 11. Práticas adotadas no PA 78
Quadro 12. Descritivo da situação ocupacional do PA Boa Esperança 85
Quadro 13. Levantamentos da quantidade de bueiros e pontes com
Necesssidade de recuperação (INCRA/ATER/EMATER) 86
Quadro 14. Distribuição da população do Assentamento por faixa etária 92
Quadro 15. Infraestrutura física, Social e econômica do PA Boa Esperança 93
Quadro 16. Levantamento das espécies animais de interesse zootécnico no PA
Boa Esperança, Parecis – RO 94
Quadro 17. Escolas existentes no município de Parecis – RO 100
Quadro 18. Escolaridade por faixa etária 100
Quadro 19. Saúde 101
Quadro 20. Caracterização da infraestrutura do Hospital Muicipal 101
Quadro 21. Funcionários da saúde no município de Parecis – RO 102
Quadro 22. Destino do lixo orgânico e Inorgânico e das embalagens de
agrotóxicos vazias no PA Boa Esperança 104
Quadro 23. Tipos de habitação 109
Quadro 24. Cronograma de execução 122
Quadro 25. Cronograma de execução 123
Quadro 26. Cronograma de execução 124
Quadro 27. Plano de Ação da Dimensão Infraestrutura 124
Quadro 28. Cronograma de execução 126
14
Quadro 29. Cronograma de execução 127
Quadro 30. Cronograma de execução 128
Quadro 31. Plano de Ação na Dimensão Produtiva 128
Quadro 32. Cronograma de execução 130
Quadro 33. Cronograma de execução 131
Quadro 34. Cronograma de execução 131
Quadro 35. Plano de Ação na Dimensão Social 132
Quadro 36. Cronograma de execução 133
Quadro 37. Cronograma de execução 134
Quadro 38. Cronograma de execução 135
Quadro 39. Plano de ação na Dimensão Ambiental 136
Quadro 40. Cronograma de atividade de ATER 139
15
Gráficos
Gráfico 01. Situação ocupacional 47
Gráfico 02. Uso do solo PA Boa Esperança 77
Gráfico 03. Principais fontes de água 88
Gráfico 04. Nível de escolaridade dos beneficiários do PA Boa Esperança 90
Gráfico 05. Animais do PA Boa Esperança 94
Gráfico 06. Origem da renda familiar 97
Gráfico 07. Destino do esgoto 103
Gráfico 08. Dimensão Ambiental no PA Boa Esperança 105
Gráfico 09. Tratamento de água aplicado no PA Boa Esperança 106
Gráfico 10. Religião do PA Boa Esperança 107
LISTA DE SIGLAS
EMATER-RO: Associação de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de
16
Rondônia.
IDARON: Agência de Defesa Sanitária Agrossilvopastoril do Estado de Rondônia.
IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
INCRA: Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária.
MDA: Ministério do Desenvolvimento Agrário.
RADAM: Projeto Radam do Brasil.
REMAR: Rede de Estação Meteorológico Automáticas de Rondônia.
SEDAM: Secretaria de Estado de Desenvolvimento Ambiental.
EMBRAPA: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária.
PDA: Plano de Desenvolvimento do Assentamento.
ZSEE-RO: Zoneamento Socioeconômico Ecológico do Estado de Rondônia.
PRONAF: Programa Nacional de Fortalecimento a Agricultura Familiar.
PLANO DE DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE ASSENTAMENTO- PA BOA ESPERANÇA
17
1. Apresentação
O PDA se traduz num conjunto de ações planejadas, voltadas para
garantir ao Projeto de Assentamento - PA um nível desejado de desenvolvimento
sustentável, a curto e médio prazo, proporcionando crescimento da renda aos
seus beneficiários, geração de empregos, aumento da produção e melhores
condições de vida e cidadania, através do atendimento de itens considerados
básicos para esse fim, resultantes da intervenção de políticas governamentais e
de parcerias institucionais e privadas. Os dados constantes do PDA resultarão no
diagnóstico e na definição de ações que assegurem a consolidação dos PAs, em
observância às normas pertinentes.
Sendo o PDA um instrumento de planejamento e complementação das
ações planejadas, resultando conteúdos diferenciados, pois tanto no diagnóstico
quanto no prognóstico, irão surgir situações em que já houve implementação de
algumas ações, planejadas ou não.
2. METODOLOGIA
A metodologia utilizada na elaboração do Plano de Desenvolvimento
Assentamento foi a INPA (Intervenção Participativa dos Atores) e se caracteriza
por ser um processo de intervenção de caráter educativo, estimulando os
beneficiários a mergulhar numa reflexão crítica sobre sua realidade, e os técnicos
a se sentir como os agentes educadores na socialização dos seus conhecimentos
científicos, buscando a transformação dessa realidade que segue os seguintes
princípios básicos:
1) A construção do conhecimento;
2) Considerar as múltiplas perspectivas;
3) Insistir na “intervenção participativa”;
4) Delineada a partir de um contexto específico: os Assentamentos Rurais;
5) Facilitar a participação de todos os atores envolvidos: técnicos, lideranças,
assentados e instituições;
6) Ter como objetivo geral a construção e a implementação de ações
sustentáveis.
18
2.1. Da Elaboração do Plano
No Processo de construção do diagnóstico do PDA, as principais etapas
foram sensibilização, o levantamento de dados secundários e o autodiagnóstico,
conforme a seguir:
O ponto de partida da elaboração deste diagnóstico foi o contrato
3000/2014 celebrado entre INCRA/EMATER. Foram levantadas informações em
diversas instituições públicas e privados, órgãos de classe e representações
populares, para obtenção de dados secundários para subsidiar a elaboração
deste plano, levantamento esse feito por técnicos da EMATER no Município e
regiões vizinhas com expressão sobre o assentamento.
Os dados levantados foram sistematizados e socializados entre os
técnicos, com a finalidade de analisar previamente a realidade da região em que
os Projetos de Assentamento do Núcleo de Parecis estão inseridos. Estas
Informações foram expostas aos beneficiários e permitiram uma análise.
Como fonte de dados primários utilizamos o cadastro das UPF (Unidades
Produtivas Familiares), do PA Boa Esperança Estes foram realizados, e
atualizados em uma outra oportunidade, pelos técnicos, envolvendo todas as
áreas: social, ambiental, produtiva e econômica. Esses contatos se estenderam
através de visitas técnicas e contatos com as famílias através de reuniões,
mutirões, intercâmbios, cursos e outros; onde o relacionamento entre técnico (a) e
produtor (a), as famílias como um todo, passam a ter mais afinidade, conhecendo
suas crenças, opções de lazer, sua organização e convívio em comunidade, e
além disso, conhecendo UPF de uma forma ampla, através do método de
caminhada transversal, este aplicado em praticamente todas as parcelas.
Com o intuito da retomada de ações socioeconômicas ecológicas e com a
perspectiva do envolvimento do principal ator desta atividade, o assentado,
participou ativamente da construção de uma nova metodologia de intervenção no
Assentamento Boa Esperança, mediante um processo metodológico participativo,
para a elaboração deste plano que foi assessorado pela equipe ATER-INCRA. O
conhecimento local e a educação popular foram considerados como fonte
principal para a construção de um novo horizonte de perspectivas.
Para a construção do PDA, as principais etapas foram a sensibilização, o
levantamento de dados primários e secundários, e o autodiagnostico. Foram
19
realizadas várias oficinas coletivas com os assentados do PA. Segue abaixo
informações e arquivos referentes a essas atividades, realizadas com sucesso.
As oficinas marcaram o início das atividades no assentamento, realizadas
como de costume, na sede da associação ASPROKINF (Linha Kapa 08). Na
etapa de sensibilização, que teve como finalidade a sensibilização dos
assentados, apresentações, contudo o objetivo da primeira abordagem aos
assentados foi conquistar o apoio dos mesmos e o comprometimento deles em
participar de um trabalho participativo e coletivo, onde eles seriam os atores de
um plano de desenvolvimento do próprio assentamento. As oficinas e reuniões no
PA Boa Esperança sempre se iniciaram com a Oração do PAI-NOSSO (Figura
01), a pedidos dos assentados. As refeições de café da manhã e tarde eram
enriquecidas com a produção local de pães e cucas, da então beneficiária Ângela
Maria, recebendo apoio da equipe ATER-INCRA na produção e geração de renda
para a família.
Figura 01. Círculo de Oração (EQUIPE ATER-INCRA e Beneficiários)
A próxima atividade realizada para apresentação e socialização dos
beneficiários foi utilizada a dinâmica “bexiga feliz” (Figura 02), onde uma bexiga
com carinha feliz era jogada para cima e não podia cair, cada pessoa que
pegasse a bexiga apresentava um amigo. Os participantes se interagiram e
participaram com bastante ânimo, tornando a dinâmica emocionante. Sendo o
objetivo final alcançado.
20
Figura 02. Dinâmica da Bexiga
Em seguida os participantes foram divididos em 03 grupos para a
realização da dinâmica da FOFA (Figuras 03, 04 e 05), o 1° grupo citou
FORTALEZAS (fatores internos que contribuem para o seu melhor desempenho),
O 2° OPORTUNIDADES (fatores externos quem poderiam influir positivamente no
desenvolvimento do PA) e o 3° grupo FRAQUEZAS (fatores internos que influem
negativamente sobre o desempenho) E AMEAÇAS (fatores do meio externo quem
influem negativamente e não podem ser controlados). Foi estipulado o tempo de
15 a 20 minutos para que cada grupo apresentasse as palavras em tarjetas,
sendo este o resultado final:
Figura 03. Técnica da Fofa. Figura 04. Técnica da Fofa
21
Figura 05. Técnica da FOFA
GRUPO I – FORTALEZAS DO PA BOA ESPERANÇA
Persistência: Eles escolheram esse tema porque citaram o fato de nunca terem
abandonado aquele lugar, mesmo sem condições financeiras, sem estrada e
moradia;
Cursos de capacitação: A beneficiária da Reforma Agrária, Fabiene Alves da
Silva, foi mobilizadora do SENAR, e trouxe várias oportunidades de cursos de
capacitação para o PA Boa Esperança.
Energia Elétrica: Chegou em Dezembro de 2011 o Programa do Governo Federal
LUZ PARA TODOS e foi uma marco para as famílias.
GRUPO II – OPORTUNIDADES PARA O PA BOA ESPERANÇA
Curso de computação: Os pais citaram que as crianças receberam um curso de
informática oferecido pela Escola, e é uma oportunidade de crescimento e acesso
a informação;
Criação de Bovinos de leite: Considerado como oportunidade para aumentar a
renda das famílias;
Casas: As famílias estão ansiosas em receber a casa do Programa Nacional de
Habitação Rural (PNHR), o Crédito Construção oferecido pelo Caixa Econômica
Federal;
22
Controle de pragas e doenças: Citaram que sofrem muito com o ataque de
cigarrinhas das pastagens, e que se houver uma orientação correta pode vir a ser
uma oportunidade;
Correção do solo: Os beneficiários reivindicaram a necessidade de fazer uma
análise de solo das propriedades, em áreas para possíveis plantios;
Mecanização: A aquisição de um trator é para o Assentamento é visto como
prioridade pelas famílias. Pois sem ele e os implementos necessários inviabiliza a
produção futura;
Agroindústrias: Solicitação de uma agroindústria de beneficiamento de pescado,
onde a maioria das propriedades já possuem tanque e possuem aptidão para
trabalhar com essa atividade. Implantação de uma cozinha industrial no PA,
agroindústria de panificação, para que as mulheres pudessem expandir sua
produção local e aumentar as opções de mercado como PAA, PNAE e outros.
Poço Artesiano: A dificuldade de água neste PA não é diferente de nenhuma
região no Município, há extrema necessidade de construção um poço artesiano
para melhoria da qualidade de vida dos beneficiários: O acesso a água potável.
Investimentos para o PA: Sede para a associação com toda infraestrutura
necessária para eventos e reuniões;
Responsabilidade: Eles citaram que precisa haver responsabilidade tanto por
parte das Secretarias, como por parte dos beneficiários.
GRUPO III – FRAQUEZAS E AMEAÇAS DO PA BOA ESPERANÇA
Fraquezas:
União: A equipe desta unidade se preocupou com esse item ser considerado uma
fraqueza, pois eles não consideram as famílias unidas;
Saúde: Citaram como fraqueza porque a agente de saúde não passa na maior
parte das casas mensalmente;
Estrada: Não há manutenção na estrada de acesso ao PA, a Linha Kapa 08.
Associação: A associação ASPROKIMF possui 4 (quatro) anos de existência e na
visão dos beneficiários ela não funciona como deveria. Não há reuniões mensal,
inclusive;
23
Atendimento social: Não existia atendimento social no Município;
Assistência técnica: Os beneficiários estão preocupados, pois o contrato
3000/2014 e pelo período de 1 ano, e com o termino eles irão ficar sem
Assistência Técnica.
Lavouras: Hoje as famílias não plantam mais, quase todas as áreas se
transformaram em pastagem;
Esporte e lazer: Os beneficiários não realizam nenhum evento de
confraternização\comemoração no PA;
Transporte: Fizeram uma observação dizendo que o ônibus escolar só circula em
período eleitoral e só na época da seca;
Falta de ensino para adultos: Há pessoas no PA com interesse em voltar a
estudar.
Ameaças
“Não só multar: ENSINAR!” Citaram que entidades parceiras como o IBAMA e
SEDAM, não orientam, só multam;
FOGO: As queimadas representam uma grande ameaça. Os beneficiários sofrem
intensa fiscalização pelo SEDAM, mas nunca encontram onde se originou o
incêndio;
Disputa política: As disputas políticas no município atrapalham o andamento de
muitas ações;
“Homem com Poder”: Comentaram que é assim que se conhece um homem.
A próxima atividade realizada foi a “dinâmica das palavras”. Palavras escritas
em um papel, como: Deus, amor, paz, alegria, tristeza, felicidade, perdão;
escritas, dobradas, colocadas em um copinho, e entregue uma a cada
beneficiário. A ferramenta tinha como objetivo a descoberta de personalidades
presentes, emoções, desabafos, etc. Cada pessoa dizia o que significava para a
sua vida. A cada palavra pronunciada trazia reflexão para o grupo, a dinâmica foi
bem aceita e teve um ótimo resultado, trazendo mais conhecimento da equipe
para com as famílias presentes.
24
Após foi aplicada a Dinâmica de Inclusão ´´ Nos conhecendo``, onde cada
produtor recebeu uma folha onde constavam algumas perguntas particulares
sobre a vida de cada um. Assim cada um dos beneficiários expuseram seus
conhecimentos e suas qualidades sobre si próprios, logo após os técnicos
chamaram um a um na frente para falar o que tinha escrito na folha na qual foi
passada a eles. Após cada um se apresentar, os técnicos fizeram uma
explanação falando o objetivo da dinâmica: estimular a reflexão sobre si próprio e
propiciar a identificação com os outros membros do grupo, ao mencionar
informações sobre si mesmo que os outros, possivelmente, desconheciam. A
exemplo segue respostas dos beneficiários, Sr. Claudionor e Sr. José Freitas.
Nome: Claudionor
Nome pelo qual é conhecido: Cal
Nome do Sítio: Paraíso (O porquê do nome Sítio Paraíso, Claudionor
respondeu: Porque é um paraíso onde ele mora com a família).
Eu sou (dizer uma característica pessoal): Eu sou feliz
Eu gosto (partilhar uma preferência pessoal): Eu gosto de compartilhar
idéias, viver bem com todos meus amigos.
Qual seu sonho perante o Assentamento Boa Esperança? Ver todo
mundo feliz dentro do Assentamento e ver o Assentamento produtivo.
Nome: José Lopes de Freitas
Nome pelo qual é conhecido: José
Nome do Sítio: Três rios (porque há o encontro de três rios existentes na
propriedade).
Eu sou (dizer uma característica pessoal): Alegre e companheiro
Eu gosto (partilhar uma preferência pessoal): Pescar, trabalhar e ajudar ao
próximo.
Qual seu sonho diante o Assentamento Boa Esperança? Conforme indica
(Figura 06) meu sonho e que um dia todos possam ter condições de fazer um
tratamento no solo, pastagem ou lavoura.
25
Figura 06: Técnica de Inclusão ´´ Nos conhecendo``
Na sequência, os técnicos ATER-INCRA realizaram outra dinâmica com o
nome: Dinâmica da “Qualidade”. Cada beneficiário anotava em um pequeno
pedaço de papel a qualidade que acredita ser mais importante em uma pessoa.
Em seguida, colocavam os papéis no chão virados para baixo, em forma de um
quadrado. Logo após, foi convidado um beneficiário por vez para pegar um papel
e fazer a leitura. O beneficiário elegia rapidamente uma pessoa com esta
qualidade. O objetivo dessa dinâmica é a interação de todos, onde os
beneficiários possam se conhecer melhor e priorizar suas qualidades conforme
(Figura 07) abaixo.
Figura 07. ´´ Técnica da qualidade``
Em seguida, a ferramenta aplicada foi o Diagrama de Venn, com o
objetivo de identificar os grupos organizados do PA e as relações que existe entre
26
os beneficiários e com as instituições locais. A logomarca de alguns parceiros
como: INCRA; EMATER; SENAR; Prefeitura Municipal; Secretária de Educação;
Secretária de Agricultura; Secretária de Saúde; Secretária de Obras; Sindicato
Rural; SEDAM; IBAMA; Documentos do Assentamento, SUCAM, Insumos,
Transporte Escolar, Prefeitura, Câmara Municipal, Igreja, Linhas de Créditos,
Assistência Social e organizações como Comércio local e Associação, foram
apresentadas aos beneficiários do PA. No diagrama havia quatro círculos e os
beneficiários foram opinando em qual círculo a entidade se encontrava, se estava
próximo ou longe do PA Boa Esperança. Se havia forma de contato, se existia
vínculo e acesso. A figura 08 abaixo apresenta o resultado:
Figura 08: Ferramenta Diagrama de Venn –
Como método de reflexão, a EQUIPE ATER-INCRA fez a leitura da letra da
música “Tocando em Frente”, de forma bem lenta e compassada, para que as
palavras fossem absorvidas e entendidas; Logo após a leitura foi colocada a
música, de forma que todos ouvissem. Após conclusão da música a EQUIPE
ATER-INCRA pediu que os beneficiários falassem sobre o que mais lhes chamou
a atenção na música, ou que mais lhes havia tocado. O objetivo da dinâmica
tocando em frente é sensibilizar para o tipo de trabalho que a equipe irá
desenvolver contínuo e sequenciado.
Após as etapas de sensibilização, deu-se início à etapa de autodiagnóstico,
que foi realizada uma exposição oral pela equipe ATER-INCRA sobre o que é
PDA, para que seja feito esse plano, e como seria sua construção e execução.
Após, foi construído um roteiro para coleta de dados juntamente com os
beneficiários, aprovado pelos presentes conforme (figuras 9 e 10) abaixo.
27
A seguir algumas ferramentas utilizadas:
Figura 09. Planejamento e desenvolvimento Figura 10. Ferramenta Chuva de idéias
Para sensibilização sobre união e importância sobre o trabalho em grupo,
foi aplicada a técnica dos palitos (figuras 11 e 12). Cada participante recebeu uma
quantidade determinada de palitos de madeira, à medida que foi aumentada a
quantidade de palitos, a dificuldade em quebrá-los também aumentou, e assim foi
até o momento em que nenhum membro do assentamento conseguiu quebrar a
quantidade de palitos unidos. Em seguida foi realizada uma reflexão ampla sobre
a dinâmica e cada participante expôs sua opinião.
Figura 11: Técnica de sensibilização dos palitos. Figura 12: Técnica de sensibilização dos palitos.
Em um segundo momento, e como instrumento de autodiagnóstico do
PDA, os assentados se dividiram em três grupos para poder fazer um desenho e
relatar a realidade do assentamento. O primeiro grupo tinha que retratar o
28
assentamento no passado, quando eles vieram ao assentamento (Figura 13), o
segundo grupo retratar o presente (Figura 14) e o terceiro grupo retratar o
assentamento no futuro colocando todos os sonhos e vontades a serem realizas e
conquistadas (Figura 15).
Figura 13: Mapa do Passado Figura 14: Mapa do Presente
Figura 15: Mapa do Futuro
Logo após a apresentação da mensagem de reflexão apresentamos uma
ferramenta sendo ela os mapas: Passado, Presente e Futuro, onde os
agricultores se lembraram do dia em que foi construída a mesma ferramenta no
contrato 8000/2012, porém a equipe ATER/INCRA explanou que e de
fundamental importância a realização novamente destes mapas, porque esta
ferramenta tem como objetivo levar à reflexão sobre as mudanças positivas e
29
negativas ocorridas no tempo, assim como suas causas e consequências.
Comparando os mapas do passado e do presente, identificando quais as
principais mudanças ocorridas e suas causas. Também podem ser buscadas,
junto aos participantes, possíveis soluções para a melhoria de quadros
insatisfatórios registrados no mapeamento da situação atual, após ser comparada
com a situação passada.
Com a construção dos mapas eles observaram que já mudou muito desde
a chegada deles no assentamento e que hoje as coisas estão bem mais fáceis do
que antigamente, pois eles já trabalharam muito para chegar ao ponto em que
estão hoje.
No início da oficina foi passado um vídeo de reflexão, intitulado:
“SEJA UM MILAGRE”, “Como seria se Deus desse ao ser humano seus
poderes, independentemente de suas religião ou crença, a mensagem
ficou clara as pessoas não percebem que elas tem o poder ou seja você já
nasce com ele basta saber usar, nascemos com livre arbítrio que o poder
de escolher o que é o melhor para nós. Dizem que o mais lamentável perca
é a perca do tempo, a vida passa é tão curta e o tempo passa tão rápido.
“Mario Quintana disse: quando se vê já são seis horas, já é sexta feira,
quando se vê já é natal, já terminou o ano, nossos filhos já cresceram já se
passaram 30,40 e 50 anos. Quem mata o Tempo não é assassino mas sim
um suicida de muitos que estão ao seu lado de muitos que virão. A
maturidade nos ensina algumas coisas a primeira é construir todas as suas
estradas no hoje porque o futuro vencedor depende da sua decisão. Muitos
que estão aqui usam seu tempo de forma que lhes convém, por isso são
auto disciplinados, e assim sendo procuram fazer escolha certa dentro do
limite e regras. “Porque gerenciar a vida é questão de escolha”, não se
pode perder tempo escolhendo reclamar e amaldiçoar sua sorte ao invés
de encarar o sol da manhã no rosto e ver as oportunidades que apareceu,
os que assim fazem tem sorte na vida, são reconhecidos pelo
aproveitamento do tempo são os que deixam marcas e legados. Autonomia
é sinônimo de auto consciência de auto determinação em favor não só do
próprio crescimento mas do crescimento da sua família. Preparem-se
30
enchem de sabedoria, use o tempo ao seu favor, vocês estão aqui porque
merecem, então vamos em frente. Sorriso no rosto, firmeza na decisão,
você quer um milagre, ´´SEJA UM MILAGRE``.
Em seguida a equipe passou uma dinâmica classificada como
Sociograma. Os beneficiários receberam orientação da atividade para trabalhar
em grupo. Foram divididos em dois. Foram repassadas as perguntas para os
grupos:
1) Se você fosse para uma ilha deserta e tivesse que estar lá por muito
tempo, quem você levaria dentro desse grupo?
2) Se fosse montar uma festa na associação e tivesse que escolher uma ou
quantas desejarem pessoas desse grupo quem você escolheria?
3) Se fosse para montar uma cooperativa para construir um laticínio no PA
BOA ESPERANÇA desse grupo quem você escolheria?
4) Se você fosse sorteado em um concurso para uma grande viagem e só
pudesse levar duas pessoas dentro desse grupo, quem você levaria?
5) Se você fosse sorteado na mega-sena, ganhasse 110 milhões de reais e
tivesse de dividir com uma pessoa desse grupo, com quem você dividiria o
prêmio?
Em seguida a equipe ATER-INCRA explicou o objetivo da dinâmica
(Figura 16 e 17). Desenvolvida a fim de se descobrir os líderes positivos e
negativos de um determinado grupo, pessoas afins, pessoas em que cada um
confia e conhecer a união dos beneficiários.
31
Figura 16: Dinâmica do Sociograma. Figura 17: Dinâmica do Sociograma.
Logo após foi aplicada a dinâmica do “Mapa das Famílias”. Onde a
Equipe ATER-INCRA utilizou uma folha de sulfite para cada beneficiário, onde
eles tinham que escrever as seguintes informações, formando o Mapa da Família:
Qual o Estado de Origem?
De onde vieram?
Qual sobrenome?
Quantos membros formam a família?
Quantos ainda moram na mesma casa?
Quais as principais atividades da Família?
Resultados dos Estados de Origem:
Paraná (PR)- 03 (três) beneficiários
Rondônia (RO) - 02 (dois) beneficiários
Minas Gerais (MG) - 01 (um) beneficiário
Bahia (BA) - 02 (dois) beneficiários
Espírito Santo (ES) - 03 (três) beneficiários
Mato Grosso do Sul (MS) - 01 (um) beneficiário
Cada produtor tinha que levantar e ir à frente e apresentar o Mapa da
Família, a Equipe ATER/INCRA frisou que através deste Mapa da família vão ser
extraídas várias informações para Elaboração do PDA (Figura 18 e 19).
32
Figura 18: Dinâmica Mapa das Famílias Figura 19: Dinâmica Mapa das Famílias
Apresentação do Sr. Ademir Pereira da Silva: ´´sobrenome Pereira da
Silva, compõe a família 04 pessoas, tem como principal atividade a Pecuária leite
e suas origens „Espírito Santo e Paraná.``
Apresentação da Sra. Fabiene Alves da Silva: ´´sobrenome Alves da Silva,
compõe a família 04 pessoas, tem como principal atividade a Pecuária de corte e
suas origens: Espírito Santo e Rio Grande do Norte.”
Em um segundo momento, ocorreu no PA Boa Esperança, uma oficina,
que foi realizada com o intuito de formar grupos de assentados, para isto decidiu-
se que seriam quatro as dimensões (social, ambiental, produção e infraestrutura)
que participariam da pesquisa-ação¹ (Figura 20 e 21), antes de decidir como seria
realizada essa pesquisa, os assentados em uma dinâmica de grupos elaboraram
um questionário para cada dimensão, que serviria para fazer a entrevista semi-
estruturada e poder levantar os dados do diagnóstico do assentamento.
A pesquisa-ação foi realizada pelos assentados e com a supervisão dos
extensionistas ATER-INCRA. Na pesquisa o objetivo era entrevistar no mínimo
70% dos assentados, para assim termos uma segurança e confiabilidade nos
dados levantados. Nesse caso especificamente se tratando de um assentamento
com número reduzido de famílias, todos participaram da pesquisa ação, tanto
como entrevistadores quanto entrevistados.
______________________ 1
Pesquisa-ação é uma metodologia baseada na INPA, a qual ajuda a impulsionar os processos de
desenvolvimento e a mantê-los em andamento, principalmente porque os participantes descobrem muitas coisas sobre sua
realidade, aprendem como lidar com os problemas e a tentar resolvê-los, aumentando a própria consciência da realidade e
da realidade social mais ampla, o que lhes permite encontrar soluções mais duradouras. A discussão, tendo como ponto de
partida o cotidiano de vida e a própria linguagem é aprofundada, permitindo que os participantes expandam seu saber e
sua competência (Furtado e Furtado, 2000).
33
QUESTIONÁRIO DA PESQUISA-AÇÃO DO PROJETO DE ASSENTAMENTO
BOA ESPERANÇA
Nome do Assentado:
Linha :
Pesquisador:
I n f r a e s t r u t u r a
A família recebeu auxilio habitação?
( ) Sim ( ) Não
A casa foi construída?
( ) Sim ( ) Não
Qual o tipo de moradia?
( ) Madeira ( ) Alvenaria ( ) Barraco ( ) Outros
Tem energia elétrica?
( ) Sim ( ) Não
Como teve acesso a energia?
( ) Rede ( ) Luz para todos ( ) Luz no Campo
( ) Gerador ( ) Outros
A família está satisfeita com a qualidade da energia elétrica?
Como está a qualidade do ônibus escolar?
Quantos barracões de associação têm no assentamento?
Quais as estruturas de lazer existentes no assentamento?
Quantos campos de futebol têm no assentamento?
Quantas igrejas têm no assentamento?
Como esta a qualidade das estradas das linhas e dos travessões no assentamento?
34
Como está a qualidade do carreador?
Como estão as qualidades das pontes e bueiros?
De onde vem a água para o consumo? E quantos poços artesianos têm no
assentamento?
Quais os principais meios de comunicação existente no assentamento?
Qual a quantidade de bares?
Qual o tamanho dos lotes?
Qual o documento da terra que você tem?
Teve acesso a hora - máquina para a agricultura?
Esta satisfeita com o trabalho de mecanização?
Tem assistência técnica? Esta satisfeito com a assistência?
A m b i e n t a l
Quais são os recursos hídricos do assentamento?
Como está a mata da beira dos córregos, rios e igarapés?
Quando o assentamento foi criado, quais os tipos de árvores que tinham?
Tem alguma que não é encontrada mais, ou está ficando extinta?
Quais os animais que são vistos com frequência no assentamento?
O que você a acha sobre as queimadas? Elas podem causar danos ao meio ambiente?
Você utiliza veneno? Qual é o mais usado? O que você faz com as embalagens vazias?
35
Ainda existe reserva de mata em sua propriedade? Quanto?
Você acha que tem necessidade de recuperar alguma parte da área desmatada em sua
propriedade? Por que?
Você utiliza alguma prática de conservação do solo? Qual?
Qual é o destino do lixo?
S o c i a l
Você acha importante participar de uma associação?
( ) Sim ( ) Não
Você participa de alguma associação?
( ) Sim ( ) Não Qual........................?
Qual a finalidade de uma associação?
Qual a participação de mulheres e jovens na associação?
As associações do assentamento têm envolvimentos com as instituições
governamentais? E não governamentais?
Qual a instalação que ocorreram no assentamento depois da sua criação?
( ) Estradas
( ) Energia
( ) Escola
( ) Casas
( ) Igrejas
( ) Associações
( ) Transportes
( ) Assistência Técnica
( ) Agente de saúde
( ) Outros
36
Quais as instalações que seriam importante para o assentamento?
( ) Posto de saúde
( ) Segurança – Posto de policiamento
( ) Torre para celular
( ) Escola (EJA)
( ) Clube das mães
( ) Escola Família Agrícola
Você acha importante ter alfabetização e ensino fundamental para os adultos?
Como você considera a qualidade do ensino? É de acordo com a realidade? Como está
sendo o rendimento escolar dos alunos?
Qual a qualidade da água para o consumo? É tratada?
Como está o assunto relacionado a drogas alcoolismo e cigarro no assentamento?
Existem assentados que tem algumas habilidades? Quais?
( ) Pedreiro
( ) Carpinteiro
( ) Eletricista
( ) Serrador
( ) Outros
No assentamento existe atendimento médico?
E c o n ô m i c o
O que e quanto se produz em sua propriedade;
Gado ( ) Nº Corte ( ) Leite ( )
Galinha ( ) Nº
Suíno ( ) Nº
Outros ( ) Nº
Quais produtos agrícolas:
Mandioca ( ) Área.....
37
Banana ( ) Área.....
Cupuaçu ( ) Área.....
Açaí ( ) Área.....
Coco ( ) Área.....
Pupunha ( ) Área.....
Pastagem ( ) Área.....
O que você gostaria de produzir em sua propriedade e por que não produz?
Qual é Principal produto de sua propriedade? E qual é a produção?
Como você faz o preparo de sua terra?
( ) Mecanizado ( ) Manual ( ) Tração Animal ( ) Fogo
Faz correção do solo
( ) Sim ( ) Não
Qual adubação você faz em seu solo?
( ) Orgânico ( ) Mineral
Trabalha com algum tipo de melhoramento genético animal?
Faz suplementação alimentar com seus animais? Quais?
Você fez algum financiamento? Para que?
Você está com dificuldade em pagar as parcelas do financiamento? Por quê?
Como são vendidos seus produtos agrícola e pecuário?
Faz algum beneficiamento de seus produtos?
Você precisa trabalhar fora de sua propriedade, para complementar sua renda?
Possui algum benefício governamental?
Faz extrativismo? Como é feito seu beneficiamento?
38
Figura 20: Questionário da Pesquisa-Ação. Figura 21: Questionário da Pesquisa-Ação.
Após a pesquisa-ação, os dados foram sistematizados pelas equipes de
assentados (Figura 22 e 23), e posteriormente socializados em plenária, como
apresentação verbal para posteriormente serem divididos novamente os grupos
nas temáticas para identificação de potencialidades e problemas que surgiram a
partir dos resultados da pesquisa-ação. Os mesmos foram identificados e serão
apresentados a seguir no item “Análise dos Problemas e Potencialidades”.
Na sequência das atividades, os grupos temáticos sistematizaram o
resultado da pesquisa-ação e apresentaram em plenária, posteriormente,
priorizaram os cinco principais problemas, que foram votados em plenária, sendo
os três mais votados de cada temática escolhidos para serem inicialmente
trabalhados na busca de possíveis soluções. A votação em plenária (Figura 24 e
25), foi feita pela técnica das carinhas ( Triste Séria Sorrindo) sendo a
gravidade de cada problema representada com as expressões triste representa
o problema mais grave, séria representa o problema médio, e sorrindo o
problema menos grave. Eleitos assim, os problemas prioritários (Figura 26, 27,28
e 29).
39
Figura 22: Sistematização pesquisa ação Figura 23: Sistematização pesquisa ação
Figura 24: Votação dos problemas Figura 25: Votação dos problemas
Figura 26: Problemas priorizados Infraestrutura Figura 27: Problemas priorizados área Ambiental
40
Figura 28: Problemas priorizados área Produtiva Figura 29: Problemas priorizados área Social
Análise dos Problemas por Dimensão
PROBLEMAS PRIORIZADOS
SOCIAL
Falta melhoramento no transporte escolar 14 00 00
Falta Cursos de capacitação 00 14 00
Falta visitas de agente de saúde 13 01 00
Falta construção de área de lazer 01 08 05
Falta acesso a atendimento Social no município 13 01 00
ECONÔMICA PRODUTIVA
Falta incentivo a lavoura 07 07 00
Falta de controle de pragas e doenças 14 00 00
Falta incentivo bovinocultura leiteira 14 00 00
Faltam correção de solo 12 02 00
Falta capacitação de brucelose 01 05 08
INFRAESTRUTURA
Falta aquisição de um trator com implementos 14 00 00
Falta de um poço artesiano 01 13 00
Falta manutenção nas estradas e carreadores 14 00 00
41
Falta cascalhamento de curral 07 07 00
Falta Construção das casas 14 00 00
AMBIENTAL
Falta de controle de erosão 08 06 00
Falta de recuperação de área degradada 14 00 00
Falta de mudas para reflorestamento 01 09 04
Falta de prevenção contra o fogo 02 02 10
Falta de conscientização pelo IBAMA E SEDAM 01 00 13
Em outro instante, os grupos temáticos se reuniram e a partir dos
principais problemas apontados na votação da oficina anterior, construíram uma
“Agenda de Prioridades”, utilizando tarjetas com opiniões que apontam a solução
dos problemas, os meios ou estratégias para a solução, quem serão os
responsáveis e o prazo para o cumprimento dos objetivos.
PROBLEMA
SOLUÇÃO
O QUE FAZER?
ESTRATÉGIA
COMO FAZER?
AÇÃO
QUEM VAI
FAZER?
TEMPO
QUANDO FAZER?
As atividades de elaboração deste plano foram desenvolvidas
sistematicamente, seguindo um roteiro de: planejamento, capacitação, ações
realizadas pelos atores, avaliações dessas ações pelos próprios atores, correções
das mesmas se não tiveram atingido os objetivos, para começar um novo
planejamento com novas atividades, e assim sucessivamente, fazendo um ciclo
ou circulo virtuoso, envolvendo todos os participantes em busca da satisfação em
comunidade e não as necessidades pessoais, ou de cada família.
42
2.2. A Assessoria Técnica, Social e Ambiental no Acompanhamento a
Implantação do Plano
A EQUIPE ATER-INCRA visa implantar uma ação descentralizada de
apoio às famílias dos agricultores (as) assentados (as) nos Projetos de Reforma
Agrária e Projetos de Assentamentos reconhecidos pelo INCRA, com iniciativa do
Governo Federal, coordenado por esta Autarquia e executado em parceria com
instituições públicas, privadas, entidades de representação dos trabalhadores e
trabalhadoras rurais e organizações não governamentais ligadas à Reforma
Agrária.
O Plano permite à distinção e o diagnóstico da área de influência do PA
Boa Esperança, a caracterização dos problemas e potencialidades segundo
levantamento de informações a partir da participação dos produtores na
construção da proposta de desenvolvimento, análise e aprovação do plano
dividindo nas dimensões: social, econômico-produtiva, ambiental e infraestrutura,
para que seja elencada a prioridade dentre os principais problemas e agendada
as possíveis soluções, desencadeadas em ações e/ou projetos a curto, médio e
longos prazos, traçado pelas famílias assentadas (homens, mulheres, idosos,
jovens e crianças) com apoio da assessoria técnica ATER/INCRA, através de um
processo participativo reflexivo e integrador, possibilitando aos produtores realizar
uma análise crítica da realidade coletiva em que vivem, para proporcionar a
tomada de decisões favoráveis ao alcance futuro do desenvolvimento do
assentamento, priorizando a agricultura familiar, a evolução social e a consciência
ambiental.
O referido plano envolveu a equipe ATER/INCRA, no Núcleo Operacional
de Parecis. A equipe e formada com um total de 04 técnicos que são
responsáveis pela Assistência Técnica prestada diretamente aos produtores do
PA Boa Esperança sendo eles: 01 Engenheiro Agrônomo, 01 Técnico em
Agropecuária, 01 Assistente Social e 01 Administrativo.
Participaram como parceiros da elaboração do plano: A Secretaria
Municipal de Educação de Parecis, no fornecimento de dados secundários;
participaram também no fornecimento de dados secundários os seguintes órgãos:
INCRA, EMATER, Prefeitura Municipal de Parecis, Secretaria Municipal de Ação
Social; Secretaria Municipal de Saúde; Secretaria Municipal de Obras e IDARON.
43
A equipe ATER-INCRA de Parecis está alocada no mesmo terreno do
Escritório Local de Parecis da EMATER- RO, e dispõe de uma sala em alvenaria
para a Equipe de ATER-INCRA, localizado na Rua Duque de Caxias nº 123,
Bairro Centro, Parecis - RO, além da estrutura física o escritório conta com alguns
equipamentos de informática, eletrodomésticos, móveis e veículos descritos
abaixo.
ESCRITORIO DE PARECIS- ESTRUTURA EQUIPE ATER-INCRA
Utilitário Quantidad Quantidade
Informática
Computador 02
Notebook 01
Impressora 02
Nobreak 02
Tablet 01
Câmera digital com cartão de 2 GB de memória 01
GPS 01
Eletrodomésticos
Bebedouro 01
Aparelho telefônico 02
Geladeira 01
Móveis
Armário arquivo 01
Arquivo 01
Mesa de madeira 02
Mesa branca 02
Cadeira giratória 03
44
Cadeira fixa 08
Central de ar 01
Veículos automotores
Motocicleta 02
Carro 01
* Cada moto vem acompanhada de 02 (dois) capacetes.
Ao assumir o compromisso de trabalho com esse Projeto de
Assentamento, a equipe técnica responsável, tem pautado suas ações
embasadas nas normas de execução preconizadas pelo INCRA, cuja metodologia
tem apoio no princípio da participação, utilizando o método de Intervenção
Participativa dos Atores – INPA, que valoriza o protagonismo dos atores na
construção de um instrumento que norteará o processo de desenvolvimento do
próprio grupo, por isso essa metodologia exige que os elementos constitutivos
dos planos, programas, projetos, e demais ações, sejam oriundos da realidade
dos atores, conferindo assim, ao Projeto de Assentamento maiores chances de
alcance do desenvolvimento sustentável.
O plano de desenvolvimento do assentamento Boa Esperança será
executado da seguinte forma: Planejar a agenda de prioridade; planejamento e
execução das ações propostas nos projetos de cada dimensão ambiental, social,
econômica e de infraestrutura.
Todas as ações proposta no plano serão realizadas a partir da formação
de grupos de gestão que ficarão responsáveis por cada área afim de acordo com
a pesquisa e de acordo com os grupos, podemos observar que as lideranças no
assentamento se destacam e por isso naturalmente foi destacado um líder para
cada dimensão, esses líderes estão citados abaixo e foram aprovados pelo
restante dos assentados em votação.
Representante Ambiental: Antônio Pereira Peixoto e Valdir Chaves;
Representante Produtiva: José Lopes Freitas e Jonas Borges Silva;
Representante Infraestrutura: Ademir Pereira da Silva e Nilson Conte;
45
Representante Social/Cultural: Fabiene Alves da Silva e Nilza Carvalho
da Silva.
A intervenção da equipe ATER-INCRA nas etapas de execução do plano
será programada nas atividades do contrato e conta-se com o envolvimento dos
agentes do poder público municipal, estadual, federal e iniciativa privada. Este
comprometimento será realizada através da mobilização de visitas e reuniões
com representantes do comitê de cada dimensão na formalização de documentos
oficiais, bem como é papel dos assessores técnicos ATER-INCRA a elaboração
de projetos estruturais que foram demandados no plano.
O acompanhamento do plano será organizado conforme a formação das
comissões temáticas, para atender melhor às aspirações dos assentados, e
estabelecer junto com eles o processo de adaptação, execução e
desenvolvimento antes sonhado por eles, buscando um processo rural
sustentável contínuo de valores culturais, tecnológicos, econômicos e ambientais.
3- CARACTERIZAÇÃO DO PROJETO DE ASSENTAMENTO BOA
ESPERANÇA
3.1-Geral
Denominação do imóvel
O imóvel destinado ao projeto de assentamento PA Boa Esperança é
denominado de Lotes – 32-B e Lote – 32-C, Setor 05, Gleba Corumbiara,
Município de Parecis – RO.
Denominação do assentamento PA BOA ESPERANÇA
A Origem do nome PA BOA ESPERANÇA dar-se-á pelo fato dos
moradores classificarem o mesmo com um assentamento “sem conflito”, desde a
sua criação, onde houve doação de parte da fazenda, e onde todos desejam uma
“esperança de melhoria de vida” para suas famílias.
46
Data do decreto de desapropriação
A obtenção do imóvel se deu por processo de doação pura e simples,
através das Escrituras Públicas de doação, ás folhas 177, livro 10 – E, Contrato
Notarial e Registral da Comarca de Santa Luzia do Oeste/RO, datas de
25/01/2006.
Data da emissão de posse
26/01/2006, datas do Registro das Escrituras de doação.
Data e número da Portaria de criação do PA
O Projeto de Assentamento Boa Esperança foi criado em 21 de Dezembro
de 2006 (PORTARIA INCRA/SR-17/n. 146).
3.2-Específica
Localização e Acesso do Assentamento Dentro do Município
O assentamento PA BOA ESPERANÇA localiza-se a uma distância de 15
km da sede do município de Parecis. Saindo da cidade, seguindo pela Linha 75,
percorre em torno de 14 km, entrando à esquerda, na linha Kapa 08, seguindo
aproximadamente 1 km, onde está situada a sede do projeto de assentamento
Boa Esperança, na Associação ASPROKINF.
Área Registrada é de 499,8405 Há;
Área requerida na lei de reserva legal e 50 % o que significa uma área de
249,9202;
Área Efetiva de Reserva Legal é de 70 Ha que é aproximadamente 14% da
área total do assentamento.
Capacidade de assentamento do imóvel em termos de famílias – 15.
47
Área média das parcelas se tomada a média aritmética seria de - 33,3227
hectares, porém esta média não retrata a realidade no campo.
Famílias que residem nas parcelas: 11
Famílias que não residem nas parcelas: 04
Total de Famílias identificadas: 15
Área de APP: 12,5 hectare, (somando APP dentro e fora da ARL),
considerando 30 m de cada margem dos cursos d´água.
Área efetiva e requerida por Lei: 70 hectares.
Situação ocupacional do Assentamento Boa Esperança
A situação Ocupacional do Projeto de Assentamento Boa esperança
(Gráfico 01) e composta por 73% de beneficiários assentados pelo INCRA e os
outros 27% estão esperando sua regularização perante o INCRA.
Fonte: Autodiagnóstico – CRT. 3000/2014 – ATER/INCRA
Gráfico 01: Situação Ocupacional
Como entidade representativa existente no Assentamento Boa Esperança
existe uma associação, representativa denominada de ASPROKINF (Associação
dos Pequenos Produtores Rurais das 15 Famílias), composta atualmente por 15
sócios e tendo como presidente o Sr. Claudionor Vieira Neves.
48
Entidades que atendem os assentados
INCRA – INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA
UNIDADE AVANÇADA DE PIMENTA BUENO-RO
CNPJ: 00.375.972/0024-57
Endereço: Av. Marechal Rondon, 1815 - centro de Pimenta Bueno/RO
Telefone/fax: (069) 3451-2222
EMATER – ASSOCIAÇÃO DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL
DO ESTADO DE RONDÔNIA
ESCRITÓRIO LOCAL DE PARECIS-RO
CNPJ: 05.888.813/0001-83
Endereço: Av. Sete de Setembro, 578 – centro de Parecis/RO
Telefone/fax: (069) 3447-1196
E-mail: [email protected]
Entidades representativas no Assentamento:
SINDICATO DOS TRABALHADORES E TRABALHADORAS RURAIS DE
PARECIS-RO
CNPJ: 04.182.628/0001-06
Endereço: Av. Carlos Gomes, S/N – centro de Parecis/RO
Telefone: (069) 3447-1207
Associação: ASPROKINF (Associação dos Pequenos Produtores Rurais das 15
Famílias).
CNPJ: 10.301.300.0001-64
Endereço: Linha Kapa 8 lote 01 PA Boa Esperança.
49
Quadro 1 - Distância da sede do Município ao Projeto de Assentamento (em Km):
15 Km. Distando de outras localidades de acordo com quadro abaixo:
Município Distância (Km)
Vilhena – RO 180 Km
Pimenta Bueno – RO 112 Km
Porto Velho – RO 642 Km
Quadro 01: Distâncias da sede do Município.
Área constante no município sede do Projeto de Assentamento:
499,8405 ha.
Área média das parcelas: 33,3227 há.
4-DIAGNÓSTICO RELATIVO Á ÁREA DE INFLUÊNCIA DO PA BOA
ESPERANÇA
4.1. Localização e acesso
Fonte: Prefeitura Municipal Parecis RO, (2014).
Figura 30: Foto aérea do Município de Parecis RO
O Município de Parecis teve sua emancipação política e administrativa
através do Decreto - lei n° 573, de 22 de junho de 1994, situado na Chapada dos
Parecis, surgiu de um núcleo agropecuário, na gestão do Governador Osvaldo
Piana Filho, desmembrando-se do município de Pimenta Bueno. Seu nome é em
50
homenagem á nação indígena com essa denominação. Quem nasce neste
município chama-se parecisense.
O Município de Parecis está localizado na parte sudoeste do Estado de
Rondônia e pertence a micro região homogênea de Vilhena, Fazendo limites ao
Norte com Santa Luzia d’ Oeste, São Felipe d’ Oeste e Primavera de Rondônia,
ao Sul com Chupinguaia, Pimenteiras, Corumbiara e Alto Alegre dos Parecis, a
Leste com Chupinguaia e Pimenta Bueno a e Oeste com Santa Luzia d’Oeste. Foi
criado em 22/06/1994, com área territorial de 2.548,69 Km².
A etnia da população está intimamente ligada a fatores do extrativismo
dos seringais nativos e ao incremento da colonização ocorrida na década de
1970: entre mineiros, paranaenses e capixabas formando o contingente de
exploração. O contingente nordestino foi a massa de trabalhadores com mão-de-
obra não qualificada. Rondonienses foram o ultimo contingente. Era uma
população jovem, onde 60% tinham menos de 30 anos.
População estimada 2014 (Estimada)
5.589
População 2010 4.810
Área da unidade territorial (km²) 2.548,683
Densidade demográfica (hab/km²) 1,89
Código do Município 1101450
Gentílico Parecisense
Prefeito LUIZ AMARAL DE BRITO
Fonte: IBGE. Quadro 02: Dados do Município de Parecis-RO.
ÓRGÃOS PÚBLICOS
O Município de Parecis é atendido pelos seguintes Órgãos Públicos:
IDARON – Agência de Defesa Sanitária Vegetal e Animal, EMATER-RO –
Associação de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia,
CIRETRAN – Circunscrição Regional de Trânsito, BPM – Batalhão da Polícia
Militar e Correios.
INFRAESTRUTURA FÍSICA E SOCIAL
51
A população do município de Parecis é de 4.810 habitantes sendo: Cerca
de 1.774 habitantes na Zona Urbana e 3.036 habitantes na Zona Rural. Dentre
estes existem aproximadamente 3.347 eleitores.
Quadro 3 - A população do município está distribuída na seguinte faixa etária:
POPULAÇÃO QUANTIDADE DE PESSOAS
População 0 a 4 anos 442
População 5 a 9 anos 459
População 10 a 14 anos 497
População 15 a 19 anos 509
População 20 a 24 anos 444
População 25 a 29 anos 425
População 30 a 34 anos 346
População 35 a 39 anos 344
População 40 a 44 anos 330
População 45 a 49 anos 285
População 50 a 54 anos 216
População 55 a 59 anos 169
População 60 a 64 anos 137
População 65 a 69 anos 85
População 70 a 74 anos 68
População 75 a 79 anos 28
População 80 a 84 anos 16
População 85 a 89 anos 8
População 90 a 94 anos 1
População 95 a 99 anos 1
Total 4.810 FONTE: IBGE, Senso - 2010.
O Município de Parecis possui aproximadamente 1.000 domicílios, sendo
518 domicílios residenciais que recebem água tratada através da CAERD, e 482
possuem poços amazônicos, dentre formas de acesso a água potável. O volume
de água tratada diária distribuída é de 540 metros cúbicos. Referente a coleta do
lixo urbano, são atendidos 100% das residências. Na questão da segurança
pública, o Município conta com a presença apenas da Polícia Militar.
INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS
O Município de Parecis conta com as seguintes instituição financeiras:
Sistema Cooperativas de Crédito do Brasil – SICOOB; Banco do Brasil nas
Agências dos Correios; Caixa Econômica Federal na agência lotérica.
52
O município de Parecis pertence a mesorregião leste rondoniense e a
microrregião de Vilhena, também localiza-se dentro da faixa de fronteira de 66
Km, distanciado a 642 Km da capital do estado de Rondônia, Porto Velho, via BR-
364, demarcado as coordenadas geográficas 61o36'05” de longitude O e
12o11'46” de latitude S.
Figura 31: Mapa de Localização de Parecis - RO (IBGE, 2008)
4.1.1. Posição Geográfica
MICRO REGIÃO: Composta pelo município de Vilhena, Pimenta Bueno, Primavera de Rondônia, São Felipe d’ Oeste, Alto alegre dos Parecis, Parecis e Chupinguaia. Localidade do PA BOA ESPERANÇA: Linha: 75 com Linha kapa 08, Município de Parecis – RO. LIMITES E CONFRONTAÇÕES conforme (Quadro 04) abaixo:
AO NORTE Fazenda Canastra, Gleba Corumbiara
AO SUL Fazenda Santa Helena, Gleba Corumbiara
A LESTE Fazenda Andrade, Gleba Corumbiara
A OESTE Fazenda Canastra, Gleba Corumbiara
Fonte: Autodiagnóstico – CRT. 3000/2014 – ATER/INCRA.
Quadro 04: Limites e Confrontações.
53
4.2. Contexto Sócio Econômico e Ambiental da Área de influência do
Projeto de Assentamento.
4.2.1. CONDIÇÕES CLIMÁTICAS
A sua localização está inserida nas baixas latitudes (em torno de 10º
Latitude Sul) e por suas baixas altitudes, (em torno de 100 metros, com os níveis
mais altos na Chapada dos Parecis e na Serra dos Pacaás-Novos, pequenas
áreas ultrapassando os níveis de 600m), o Estado de Rondônia se caracteriza
pelo predomínio de altas temperaturas. A temperatura média anual resulta de 24º
em Vilhena a 25,5º em Porto velho. Não são raras, em qualquer mês, máximas
diárias de 35ºC (na planície) e de 32ºC (na Chapada), já tendo atingido 40º e 36º,
respectivamente.
Entretanto, as máximas e as médias não podem ocultar a notável
regularidade de fortes decréscimos de temperatura no inverno, nas últimas horas
da noite: em alguns anos, as mínimas diárias são inferiores a 18ºC nas planícies,
e a 9ºC sobre as Chapadas. O projeto ABRACOS, Reserva Biológica Federal do
Rio Jaru, revela que nos meses de junho, julho e agosto, as mínimas diárias na
maioria dos dias são inferiores a 18ºC chegando em alguns casos até os 14ºC.
Dados esses extraídos sobre o Projeto ABRACOS, (Zoneamento geoambiental da
zona de amortecimento da reserva biológica do Jaru-RO, como subsídios ao seu
plano de manejo / Eloiza Elena Della Justina. – Rio Claro : [s.n.], 2009 225 f. : il.,
figs., mapas).
As mínimas de inverno resultam da ocorrência do fenômeno da friagem.
Segundo informações do Atlas de Rondônia de 1985, a temperatura mínima já
atingiu 9,3ºC em Porto Velho e até -1,4ºC em Vilhena. Dados esses extraídos
(ATLAS DE RONDÔNIA. Edição em convênio com o Governo do Estado Federal
de Rondônia. IBGE, Rio de Janeiro. Superintendência de Pesquisas e
Desenvolvimento. Departamento de Geografia, 1985).
Portanto, se por um lado a constância de altas temperaturas em qualquer
mês torna a amplitude térmica anual insignificante (as diferenças entre os valores
médios mensais são inferiores a 1ºC), os decréscimos noturnos de temperatura
54
resultam em amplitudes diárias relativamente notáveis, especialmente no inverno:
média anual de 12ºC em Porto Velho e de 19ºC em Vilhena.
A média anual de umidade relativa do ar observada, pela REMAR
(RONDÔNIA. Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (SEDAM).
Boletim Climatológico de Rondônia, ano 2007 / SEDAM, Porto Velho, 2009. 36 p.,
il., tab. 1. Meteorologia – Brasil – Rondônia. I. Título.) em 2008 (Figura 32), foi de
81,3%. Os valores de umidade superiores a 81% ocorrem no período de
novembro a maio e valores inferiores a 71% de julho a setembro, sendo agosto o
mês mais seco com média de 68,1%.
Figura 32: Umidade Relativa média anual (%) (REMAR, 2008)
A distribuição do total médio anual da precipitação para o estado de
Rondônia consta que os maiores valores foram registrados no setor norte, e os
menores na região oeste e sudoeste (Figura 33).
55
Figura 33: Precipitação total anual (mm) (REMAR, 2008)
A distribuição da precipitação ao longo do ano é bastante irregular. Nos
meses de novembro até março resulta numa concentração média de 1.477
mm em Porto Velho, de 1.473 mm em Vilhena e de 1.900 mm no município de
Parecis, ou seja, ao redor do 70% do total da precipitação anual, enquanto
que a menor participação dessas depressões barométricas no inverno (junho-
julho-agosto) torna essa estação geralmente bastante seca: 146 mm (Porto
Velho) e 58 mm (Vilhena), isto é 6,5% e 3% do total anual. Os índices
termopluviométricos (Figura 34) definem o inverno como uma estação
ecologicamente seca.
Figura 34: Índices termopluviométricos da microrregião de Vilhena (SEDAM, 2014)
56
A escassa chuva do verão deve-se quase que unicamente à chegada das
frentes polares. A abundante precipitação de novembro até março resulta
diretamente: a) da alta frequência de chuvas, com média de 95 dias de chuvas,
que representam 60% da ocorrência anual, enquanto junho-julho-agosto, com
apenas 10 dias, representam 6%; b) da frequência muito maior de chuvas
pesadas, porque enquanto as chuvas de concentração (superior a 10 mm/24
horas) são raras no inverno, no período de novembro-março são comuns,
atingindo, não muito raramente, precipitações superiores a 70 mm/dia.
4.2.2. Hidrografia
A hidrografia de Rondônia é constituída por três bacias principais (bacia
hidrográfica do rio Madeira, bacia hidrográfica do rio Guaporé/Mamoré e bacia
hidrográfica do rio Ji-Paraná ou Machado) e uma bacia secundária do Rio
Roosevelt. Sendo que a hidrografia do município de Parecis (Figura 35) é formada
pelas bacias do rio Guaporé e do rio Machado, entre os principais rios da bacia do
rio Guaporé que banham a região, destacam-se os rios: Guaporé, São Miguel,
São Francisco e Cautarinho, apresentando as sub-bacias do Rio Escondido e do
Rio Branco, que juntando com os demais formam a drenagem do tipo dentrítica.
Quanto a bacia hidrográfica do Rio Machado ou Ji-Paraná, constituído pela junção
dos rios Pimenta Bueno e Comemoração, representa a drenagem mais
importante da região, recebendo como afluentes os rios Riozinho e São Pedro. O
rio Apidiá possui suas nascentes na Serra dos Parecis, em sua margem direita,
recebe como afluentes cursos d’água de pequeno porte, destacando-se apenas o
igarapé Araçá.
57
Figura 35: A1 - Mapa da Bacia ou sub-bacia de localização de Projeto de Assentamento
Fonte: CRT. 3000/2014 – ATER/INCRA
4.2.3. Relevos e Solos
A caracterização morfológica seguida atualmente permite estabelecer três
unidades distintas de relevo: agradacionais, degradacionais e residuais. O relevo
cárstico não está evidenciado no município, embora estejam presentes unidades
carbonáticas. Os relevos agradacionais distribuem-se ao longo da rede de
drenagem atual, nas planícies aluviais e terraços tércio quaternários, constituídos
por superfícies de acumulação arenosa a argilo-arenosa, com matéria orgânica
disseminada.
Os relevos degradacionais, dominantes no território, variam amplamente
em suas formas, ocupando desde áreas arrasadas a suavemente ondulada
(Depressão Interplanáltica), planaltos dissecados e os chapadões areníticos
realçados na topografia (Planalto dos Parecis). A Depressão Interplanáltica
quando está escavada em rochas sedimentares apresenta um relevo arrasado
onde se destacam colinas semi-tabulares, interflúvios planos e vales amplos e,
quando escavado em rochas cristalinas torna-se suavemente ondulado. Por fim, o
Planalto dos Parecis constitui o relevo mais expressivo da região, representado
58
por uma superfície estrutural dissecada em patamares e alojada em arenitos e
pelitos.
Os relevos residuais, de ocorrência restrita a alguns morrotes de topo plano
e platôs, sendo constituídos por rochas lateríticas terciárias, onde se destacam os
horizontes concrecionário e o colunar, sustentando localmente o relevo.
Figura 36: Relevo do município de Parecis-RO (IBGE, 2007)
Em função da diversidade litológica e do relevo (Figura 36), os solos
apresentam grandes variações em suas propriedades morfológicas, físicas,
químicas e mineralógicas (Figura 37). Na região mais montanhosa ou que
apresenta relevo ondulado com influência de rochas intermediárias ou básicas
são predominantes os solos Podzólicos Vermelho-Amarelos Eutróficos e
Distróficos, com menor frequência ocorrem os Latossolos Vermelhos e Vermelho-
Amarelos Distróficos, todos solos bem drenados, com predomínio de textura
argilosa ou muito argilosa. Nas depressões interplanálticas, em ambientes ainda
dissecados com relevo de topos aplainados ou em encostas que drenam para os
cursos d´água, ocorrem os solos predominantes na área de estudo, Latossolos
Amarelos Distróficos, ácidos e com alta saturação por alumínio.
59
Figura 37: Mapa de classes de solos do município de Parecis-RO (IBGE, 2007)
Esses solos quando sofrem alguma influência de rochas intermediárias
podem apresentar caráter mesoférrico. Os solos formados de lateritos imaturos,
quando apresentam plintita ou petroplintita no perfil, são classificados como
Latossolos ou Argissolos plínticos (no quarto nível categórico) ou até mesmo
Plintossolos Argilúvicos e Pétricos, esse solos são mais comuns nos terços
médios e inferiores de encostas, onde afloram as plintitas, porém também podem
ocorrer em relevos aplainados, predominantemente as Areias Quartzosas.
Nos terraços aluviais, próximos aos igarapés, formados de sedimentos do
quaternário, ocorrem Cambissolos.
4.2.4. Vegetação e Fauna
O Estado de Rondônia apresentava 53,7% de sua cobertura vegetal
original como Floresta Ombrófila Aberta. Apenas 3,9% era Floresta Ombrófila
Densa. A Floresta Estacional Semidecídua tomava 2,1%, savana (5,5%), áreas
pioneiras sob influência fluvial (3,7%), zona de transição (8,3%), formações
aluviais (0,24%) e outras formações (22,56%). No município de Parecis, a
formação vegetacional dominante é a Floresta Semidecidual, na fronteira com os
municípios de São Felipe D’Oeste e Primavera de Rondônia há uma faixa de
Floresta Ombrófila Densa, áreas de Savana e de Tensão Ecológica (contatos
60
entre tipos de vegetação). Parecis apresenta regiões antropizadas caracterizada
pela retirada da vegetação nativa para exploração agropecuária, e quando
abandonada formam capoeiras representadas pela vegetação secundária (Figura
38).
Figura 38: Mapa das classes de vegetação do município de Parecis-RO (IBGE, 2007)
ORGANIZAÇÕES SOCIAIS
Existem atualmente no município 12 associações voltadas a atividades
agropecuárias, 01 (um) Sindicato dos Trabalhadores Rurais e 01 (uma)
Cooperativa.
4.2.5. Unidades de Conservação
O Estado de Rondônia possui uma área de 23.851.280,00 ha, da qual
19,83% destinam-se às Unidades de Conservação. Atualmente o Estado conta
com 59 Unidades de Conservação, sendo: 25 Reservas Extrativistas
(1.390.196,99 ha), quatro Estações Ecológicas (245.241,60 ha), oito parques
(1.717.492,32 ha), quatro Reservas Biológicas (629.895,60 ha), 13 florestas
(756.280,86 ha), quatro Reserva Particular do Patrimônio Nacional (2.760,59 ha)
e uma Área de Proteção Ambiental (6.141,00 ha). As Unidades de Conservação
61
dividem-se em dois grupos, Unidades de Uso Sustentável e Unidades de
Proteção Integral.
O grupo das Unidades de Proteção Integral é composto pelas seguintes
categorias de Unidades de Conservação: Estações Ecológicas, Reservas
Biológicas, Parques Nacionais, Monumentos Naturais e Refúgios de Vida
Silvestre. Salienta-se que no Estado de Rondônia não são encontradas as duas
últimas categorias acima citadas.
O grupo das Unidades de Uso Sustentável possui as seguintes categorias
de Unidades de Conservação: Área de Proteção Ambiental, Florestas Nacionais,
Reservas Extrativistas, Reservas de Desenvolvimento Sustentável, Reservas de
Fauna e Áreas de Relevante Interesse Ecológico, sendo as Reservas de Fauna e
Áreas de Relevante Interesse Ecológico não presentes no Estado.
As Unidades de Conservação são de responsabilidade dos Governos
Federal, Estadual, Municipal ou de Domínio Particular, de acordo com o decreto
de criação das mesmas, o Estado de Rondônia possui: três Unidades de
Conservação Municipais, 41 Unidades de Conservação Estaduais, 11 Unidades
de Conservação Federais e quatro Unidades de Conservação de Domínio
Particular (Quadro 5). Existe hoje, no IBAMA, proposta de criação de uma
Floresta Nacional e uma Reserva de Rendimento Sustentado.
62
Quadro 05: Situação legal das Unidades de Conservação do Estado de Rondônia.
63
A unidade de conservação existente na região e com proximidade com o PA Boa Esperança é a Reserva Indígena KWAZÁ.
Figura 39: Terra Indígena KWAZÁ no município de Parecis-RO (IBGE, 2007)
4.2.6. SITUAÇÃO SOCIAL E DEMOGRÁFICA
A rede urbana do Estado é composta, basicamente, pelos núcleos
demográficos ao longo da BR-364, destacando-se, além da capital Porto Velho,
as cidades do centro-sul do Estado, em função de certo dinamismo agroindustrial.
São os casos de Ji-Paraná e Cacoal, que disputam à liderança do interior, mas
com clara vantagem para a primeira.
Havia, de início, apenas os núcleos tradicionais ao norte e noroeste do
Estado, respectivamente Porto Velho e Guajará-Mirim, oriundos da ferrovia
Madeira-Mamoré. Em seguida surgiram os núcleos pioneiros ao longo da BR-364,
em torno dos antigos postos telegráficos (Ji-Paraná, Pimenta Bueno e Vilhena)
e/ou por conta dos projetos de colonização (Ouro Preto do Oeste). Por último, as
cidades surgem nas novas áreas de assentamento ao longo dos eixos
secundários da expansão colonizadora (Rolim de Moura). A urbanização territorial
rondoniense, constata que 63% da população do Estado reside em cidades e
36% nas dez maiores cidades, sendo Porto Velho, Guajará-Mirim, Ji-Paraná,
64
Ariquemes, Cacoal, Vilhena, Jaru, Pimenta Bueno, Ouro Preto D’Oeste e Rolim
de Moura.
Esse sistema de povoamento é balizado por dois modos de produção do
espaço geográfico, duas dimensões de velocidade de mudança: um histórico,
ligado à evolução dos processos de exploração ecológica, isto é, da produção do
urbano propriamente dito, e outro tecnológico, em função da conectividade às
redes informais responsáveis pela contração do espaço-tempo (PUMAIN, 1997).
Os projetos de colonização agrícola consistiram como o principal atrativo a
ocupação do Estado, então se esperava que a comercialização de produtos
agrícolas e a prestação de serviços à população rural fossem as principais
funções das pequenas cidades que cresceram no ultimo decênio. Contudo,
embora dada a devida importância à essas funções, a urbanização também está
relacionada ao crescimento da atividade industrial, tanto no domínio da economia
formal como na informal.
Não há dúvidas que o processo de ocupação territorial a partir de 1980,
quando ocorreu acentuada imigração para a região, caracteriza-se pela crescente
urbanização da população, mesmo assim, mais de dois terços da população
residia em áreas rurais (38%), no entanto sabe-se que uma parcela significativa
das famílias de pequenos proprietários rurais reside nas cidades e vilas, então é
possível que exista um contingente maior que dependa das atividades rurais e
agrícolas, embora residindo nas cidades.
4.2.7. ZONEAMENTO SOCIO-ECONÔMICO ECOLÓGICO
O principal objetivo do zoneamento Socioeconômico-Ecológico do Estado
de Rondônia é orientar a implementação de medidas e elevação do padrão
socioeconômico das populações, por meio de ações que levem em conta as
potencialidades, as restrições de uso e a proteção dos recursos naturais,
permitindo que se realize o peno desenvolvimento das funções sociais e do bem
estar de todos, de forma sustentável (Figura 40).
O zoneamento Socioeconômico-Ecológico do Estado de Rondônia foi o
primeiro no Brasil aprovado e reconhecido pelo Ministério do Meio Ambiente,
Ministério da Agricultura e pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente-CONAMA,
validando em todas estâncias, culminando com a manifestação da Casa Civil da
65
Presidência da República, através do DECRETO N° 5.875, DE AGOSTO DE
2006, onde “ Fica adotada e Recomendação n° 003, de 22 de fevereiro de 2006,
do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA” , Parecis (sub-zonas
1.1,1.4,3.3) 2.548,70 Km².
Figura 40: Mapa ilustrativo de localização dos municípios
Ao centro o Município apresenta a terra indígena Kwasar caracterizada
pela sub-zona 3.3. Ao Norte o município está localizado em área de intensa
ocupação, a sub-zona 1.1. O restante da área territorial do Município foi
caracterizado pelo ZSEE-RO (Zomeamento Sócio e Econômico do Estado de
Rondônia) como sub-zona 1.4 ou área de alta fragilidade natural e sem potencial
econômico.
ZONA 1
A zona 1 é subdividida em 4 subzonas com características especificas, é
composta de áreas de uso agropecuário, agroflorestal e floresta, abrange
120.310,48 Km², equivalentes a 50 ,45% da área total do Estado de Rondônia.
A título de reserva legal deve ser observado o mínimo de 80% (oitenta por
cento) da propriedade rural, e que para fins de recomposição florestal de reserva
66
legal deve-se averbar , observando o mínimo de 50% (cinqüenta por cento) da
propriedade, excluídas, em qualquer caso, as áreas de preservação permanente,
os ecótonos, os sítios ecossistemas especialmente protegidos, os locais de
expressiva biodiversidade e os corredores ecológicos; e a Reserva Legal deverá,
preferencialmente, situar-se em área contígua ás áreas de preservação
permanente (Figura 41).
ZONA 1
2° Aproximação do Zoneamento Sócioeconomico e Ecologico-2009
Figura 41: 2ª Aproximação do Zoneamento Socioeconômico e Ecológico - 2009
Sub zona 1.1
- Área com grande potencial social, com alto potencial de ocupação humana;
- Área com estabilidade ambiental;
- Área destinada á intensificação e consolidação das atividades
agropecuárias, agroflorestais, florestais, agroindustriais, industriais e minerais;
- Área com desmatamento restrito ao limite da área de reserva legal e
fomentada as atividades de recuperação das áreas de preservação permanentes;
- Áreas com estradas de acesso;
67
- Área que concentram as maiores densidades populacionais do estado e
seus municípios ou assentamentos urbanos mais importantes;
- Área com custo de preservação ambiental muito elevado;
- Área com solos de boa aptidão agrícola e baixa vulnerabilidade a erosões.
Sub Zona 1.4
- Área onde a infraestrutura disponível propicia a exploração de terras;
- Área com restrições ao desenvolvimento de atividades de conservação da
cobertura vegetal natural;
-Área com ecossistemas de relevante interesse para preservação de recursos
naturais;
- Área com interesse para preservação de recursos hídricos;
- Área com recursos hídricos potencialmente aproveitáveis para hidroelétricas
de pequeno porte;
Área com vulnerabilidade a erosão predominantemente alta.
Para esta sub-zona foram estabelecidas as seguintes diretrizes:
a- Implantação de sistemas de exploração que garantam o controle da erosão
tais como: reflorestamento, consórcios agroflorestais e culturas permanentes;
b- Desmatamentos incrementais sejam condicionados á vulnerabilidade á
erosão;
c- Desmatamentos incrementais condicionados às potencialidades e
fragilidades naturais e ao uso pretendido, com políticas públicas para o estímulo
da manutenção da cobertura vegetal natural;
d- Medidas compensatórias visando a preservação dos recursos florestais
remanescentes.
ZONA 3
As Subzonas da Zona 3 são de áreas institucionais, constituídas pelas
Unidades de Conservação de uso restrito e controlado, previstas e instituídas pela
União, Estados e Municípios, na primeira versão da 2ª aproximação do
zoneamento, abrangia 41.875,32 Km², equivalentes a 2ª aproximação do
Zoneamento, esta zona teve um acréscimo de áreas, oriundas das criações de
novas Unidades de Conservação. Sendo assim, a área atual é de 93.344,1198
68
Km², correspondente a aproximadamente 39% da área total do Estado( Figura
42).
Figura 42: 2ª Aproximação do Zoneamento Socioeconômico e Ecológico 2009
Sub zona 3.3
- Áreas formadas pelas terras indígenas.
Para esta sub zona foram estabelecidas as seguintes diretrizes:
A - Uso limitado por lei.
B - Uso de recursos naturais somente mediante autorização ou concessão da
União.
69
4.2.8. USO DA TERRA, ECONOMIA E SISTEMA DE PRODUÇÃO.
PRODUÇÃO PECUÁRIA
Na extensão de uso do solo do município predominam-se pastagens.
A principal forrageira é a Brachiaria decunbens, sendo esta a gramínea que cobre
6 milhões de hectares o que corresponde a 80% das pastagens das propriedades
do estado. De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa), 70% desse território estão em estado de degradação.
Algumas propriedades utilizam capineiras, com o uso de cana de açúcar,
para suplementação em períodos de seca. Devido as características dos solos do
município se faz quase que obrigatório a utilização de sal mineral e também sal
branco, afim de melhorar e manter o equilíbrio do macro mineral e micro mineral
no organismo e promover a pressão osmótica e equilíbrio ácido base:
desempenham papel importante a nível celular, para melhor absorção da água e
dos nutrientes e na transmissão de impulsos nervosos.
Quadro 6- Abaixo demonstra os sistemas de criações e a quantidade de animais
criados no município. Dados pecuários do município de Parecis-RO.
Rebanho Macho
(Quant.)
Fêmea
(Quant.)
N° de
Propriedades
Bovinos de Leite
Bovinos de
Corte
8.508
50.262
25.512
71.759
903
Bubalinos 21 21 6
Ovinos 472 1.170 88
Caprinos 56 84 8
Eqüinos 857 893 576
Muar 252 271 141
Asinina 17 9 13
Suínos 1.034 1.100 285
Aves 5.481 19.599 521
Caninos 967 507 511
Felinos 443 299 343 FONTE: IDARON, Relatório Final de Informações Cadastrais da 36ª Etapa F. Aftosa – Período: 15/04/2014 a
15/05/2014. Município: Parecis.
70
PRODUÇÃO AGRÍCOLA
O município de Parecis possui em sua grande parte, solos de baixa
fertilidade e alto teor de areia, além do meio físico ser considerado fortemente
ondulado, classificando então, como um município de baixa produção agrícola.
No quadro 7 – Verificamos quais as principais Culturas Perenes: No município de
Parecis as principais (Perenes) são a cultura da Banana, Cacau e Café, sendo
que, esta produção tem como principal fonte agricultura familiar.
PRODUTO ÁREA (ha)
DESTINADA Á COLHIDA
COLHEITA
PRODUÇÃO
(Kg)
BANANA 20 20 186.000
CACAU (em
amêndoa)
7 7 4.000
CAFÉ (em grãos) 219 209 842.000
FONTE: LSPA – ESTADO DE RONDÔNIA – SITUAÇÃO EM OUTUBRO DE 2014.
O quadro 08 – Culturas Anuais: Apresenta as principais culturas anuais no
município de Parecis.
PRODUTO ÁREA(ha)
DESTINADA Á COLHIDA
COLHEITA
PRODUÇÃO
(toneladas)
ARROZ (em casca) 250 250 375
FEIJÃO 432 432 259
MANDIOCA MESA 100 100 1.600
MANDIOCA INDUSTRAL 8 8 12,8
MANDIOCA TOTAL 108 108 1.728
MILHO (grãos) 600 600 900
MILHO (Silagem) 10 10 250 FONTE: IBGE, LSPA – ESTADO DE RONDÔNIA – SITUAÇÃO EM OUTUBRO DE 2014.
71
5. DIAGNÓSTICO DO PROJETO DE ASSENTAMENTO BOA ESPERANÇA
5.1. Condições físicas e edafo-climáticas do PA
5.1.1. Relevo
O relevo da área pode ser definido com base em percentuais estimados
por tipo de acordo com o quadro abaixo:
Quadro 09. Classes de Relevo e de Declividade Existentes no Imóvel
Classes de Relevo Classes de Declividade Percentagem da
Área do Imóvel Descrição Em percentual Em graus
Plano 0 – 3 0 – 1,7 0%
Suave ondulado 3 – 8 1,7 – 4,6 100%
Ondulado 8 – 20 4,6 – 11,3 0%
Forte Ondulado 20 – 45 11,3 – 24,2 0%
Fonte:(INCRA, 2005)
5.1.2. Solos
Os solos da região são de Classe de aptidão Restrita sob o sistema de
manejo A e classe de Aptidão Regular sob o sistema de manejo B e C. Ocorre na
associação, porém em menor proporção, terras com aptidão inferior.
Os solos predominantes em Rondônia são os Latossolos que ocupam em
torno de 58%, Argissolos 11%, Neossolos 11%, Cambiossolos 10%, Gleissolos
10%, (Fonte: (SEDAM, 2002).
O solo do PA Boa Esperança como podemos observar (Figura 43) abaixo
e arenosos ou de textura média, propicia para o plantio de mandioca
por possibilitarem um fácil crescimento das raízes, pela boa drenagem e
pela facilidade de colheita.
72
Figura 43: Solo do PA Boa Esperança
5.1.3. Recursos hídricos
No projeto de assentamento Boa Esperança foi identificado tanto na
pesquisa realizada pelos assentados, quanto pelos técnicos de ATER à presença
de grandes quantidades de recursos hídricos apresentando um enorme potencial
para o uso das famílias assentadas, mais, no entanto esse recurso não é
aproveitado de forma adequada, pois essas áreas estão desprotegidas, sem a
presença de APP.
Quando falamos de áreas desprotegidas não estamos apenas citando os
cursos de água mais também as nascentes e minas, pois constatamos na
pesquisa que a maioria das propriedades tem algum tipo de fonte de
abastecimento de água, (córrego, rio, mina, nascente, represa, e outro) e essas
áreas estão desprotegidas em grande parte.
A rede hidrográfica do imóvel é composta de vários afluentes Rio Preto
que tem sua nascente no Assentamento União, que corta a área no sentindo Sul,
bem como da nascente do Rio das Cobras que tem sua nascente no
Assentamento União, que corta a área no sentido Sul afluente do Rio Preto,
Córrego no Atílio que nasce na fazenda Canastra que corta a área no sentido
Leste afluente do Rio Preto..
73
Figura 44: A1 - Mapa da Bacia ou sub-bacia de localização de Projeto de
Assentamentog
Fonte: CRT. 3000/2014 – ATER/INCRA, (2014)
5.1.4. Flora
O projeto de Assentamento Boa Esperança apresenta em sua biodiversidade,
entre as espécies mais comuns pode-se encontrar: Bandarra (Schizolobium
amazonicum), Pinho Cuiabano (Parkia Multijuga), Imbireira (Deguelia
Hartschabachii), Embaúba (Cecropia tubulosa), Cerejeira (Eugenia involucrata
DC), Peroba (Aspidosperma polyneuron), Jatobá (Fabaceae Caesalpinioideae) e
Aroeira ( Myracrodruon urundeuva). Além de uma grande variedade de Palmeiras
(Palmaceae), e muitas outras espécies, juntamente com a grande diversidade de
Bromélias (Bromeliaceae), Orquídeas (Orchidaceae) e plantas sarmento. As
Madeiras de lei como Cedro Rosa (Cedrella odorata), Freijó (Cordia goeldiana) e
Ipê (Tabebuia serratifolia), foram exploradas antes da desapropriação, pelos
madeireiros de forma desordenada e sem controle dos órgãos competentes
(IBAMA e SEDAM).
As famílias do PA Boa Esperança estão conscientes e estão isolando áreas
onde não há mata ciliar para assim regenerar e formar reservas, pois dependem
delas para protegerem suas nascentes, rios e córregos evitando problemas
futuros como erosões e até mesmo problemas com IBAMA e SEDAM, conforme
74
(Figura 45). Em se tratando das reservas as madeiras de lei existente até os dias
atuais são: Bandarra (Schizolobium amazonicum), Imbireira (Deguelia
Hartschabachii), Embaúba (Cecropia tubulosa), Aroeira ( Myracrodruon
urundeuva), os mesmos estão conservando, não efetuando derrubadas e nem
queimando.
Figura 45: Área Preservada PA Boa Esperança
5.1.5. Fauna
A fauna presente no assentamento é representada por grande
diversidade de animais. Considerando o levantamento realizado junto aos
assentados, foram constatadas as existências das seguintes espécies:
Mamíferos: Paca (Cuniculus paca), Veado (V. cervídeos.), Cateto (V.
caititu), Macacos (Cebus sp), Queixada (Tayassu sp), Tatu (Euphractus sp ),
Cutia (Dasyprocta sp), Capivara (Hydrochoerus sp), dentre outros.
Aves: Periquitos (Melopsittacus sp), (Figura 47), Papagaios (Pionus sp);
Peixes: Cará (Oreochromis sp), Lambari (Astianax sp), Piau (Leporinus
sp), Pacu (Piaractus mesopotamicus), Traíra (Hoplias malabaricus), Peixe-elétrico
(Electrophorus electricus), Pintado (Pseudoplatystoma corruscanus), etc.
Espécies em risco de extinção: No PA Boa Esperança os principais animais com
risco de extinção são: Veado (V. cervídeos.), Cutia (Dasyprocta sp), Paca
(Cuniculus paca),
Problemas sobrevivência: O maior problema e a caça realizada pelos produtores,
onde os mesmos fazem uso da carne na alimentação.
75
Figura 46: Periquito ( Melopsittacus SP)
Fonte: CRT. 3000/2014 – ATER/INCRA
Figura 47: A2 - Mapa de uso atual da terra e cobertura vegetal
5.1.6. Uso do Solo e Cobertura Vegetal
Quanto ao processo produtivo são utilizados técnicas rudimentares de
plantio, que somando a declividade que em algumas áreas é acentuada, mais a
baixa fertilidade do solo faz com que obtenham-se produtividades inferiores a
média estadual, nos plantios para subsistência de mandioca, banana, abacaxi,
laranja, acerola, melancia, arroz e feijão, (Figuras 48, 49, 50e 51) abaixo.
Não verificou-se a aplicação de corretivos ou fertilizantes, grande parte da
mão de obra gasta na lavoura é familiar usando ferramentas manuais.
76
Observando-se a frequência de mecanização para recuperação e formação de
pastagens. O PA ainda conta com uma diversificação de culturas:
Figura 48: Plantio mandioca Figura 49: Plantio milho
Figura 50: Plantio de melância Figura 51: Plantio de arroz
77
79%
5% 14%
2%
USO DO SOLO
PASTAGEM CAPOEIRA RESERVA CULTURAS ANUAIS
Gráfico 02: Uso do Solo Pa Boa Esperança
Com base no diagnóstico realizado nas propriedades pela equipe
ATER/INCRA, verificou se através do (Gráfico 02) que, o assentamento Boa
Esperança possui em média 14% de cobertura vegetal com mata ou em
estagio avançado de regeneração. No entanto existem parcelas com 100% de
desmate.
No Projeto de Assentamento Boa Esperança a agropecuária tem um
destaque, pois a pastagem ocupa 79% o que equivale a 396,25 ha, onde são
solos que já foram explorados em algum momento por culturas anuais
(Quadro 10).
Quadro 10: Área e cobertura vegetal
ÁREA
TOTAL
RESERVA
LEGAL
PÉCUARIA CULTURAS
ANUAIS
CAPOEIRA
499,8405 70 há 396,25 há 8,5905 há 25 há
Conforme (Quadro 11) abaixo observa se que quase ñ se adotam
praticas de conservação do solo, sendo que tais ações maximizam a qualidade do
meio ambiente.Todavia, no que se refere ao plantio direto é realizado com a
dessecação das ervas daninhas com subseqüente plantio milho, mandioca, arroz
e melancia entre outras que a fertilidade natural do solo proporciona.
78
Fonte: CRT. 3000/2014 – ATER/INCRA
Figura 52: A2 - Mapa de uso atual da terra e cobertura vegetal
O preparo do solo ainda é predominantemente manual em função da
insipiência dos maquinários na região, da forma como é relatada uma pequena
porção das parcelas apresentam erosão, sendo que estas poderia ser eliminada
com a realização de terraços em nível por equipamentos.
Quadro 11: Práticas adotadas no PA como: Conservação de solo, existência de
erosão, plantio direto e tipo de preparo de solo;
Práticas de
conservaçã
o do solo
Erosão no
lote
Plantio
direto
Tipo de preparo do solo
Sim Não Sim Não Sim Não Mecânico Tração animal Manual
13 1 12 2 11 4 9
5.1.7. Área(s) de Reserva Legal e Preservação Permanente
Sobre a conservação da mata ciliar a maioria dos assentados afirmou que
estão derrubadas, porém não souberam quantificar. Mas, quando questionados
sobre a importância da preservação dessas matas eles se mostraram conscientes
em seus relatos:
79
Considerando a existência de manutenção da Reserva Legal de acordo
com o pacto que o estado SEDAM) e união (MMA) realizaram no ano (2006), a
área de Reserva Legal exigida no assentamento deveria estar em 50%.
Fonte: CRT. 3000/2014 – ATER/INCRA
Figura 53: A2 - Mapa de uso atual da terra e cobertura vegetal
A área de Cobertura Florestal existente atualmente no Assentamento Boa
Esperança, conforme autodiagnóstico 70 Há, o que corresponde a (16%) da área
total de Reserva Legal e Preservação. Isto posto, pode se admitir a existência de
uma área sem Cobertura Florestal utilizada predominantemente como pastagens,
culturas anuais, inutilizada e ou impactada ambientalmente de 84%, ou seja
429,84 Há (Figura 54).
80
Figura 54: Foto via satélite da situação do PA Boa Esperança
Os Beneficiários ressaltam que a falta de informação e de conhecimento
sobre a Legislação Ambiental, na implantação do PA Boa Esperança, foi o
principal fator que acarretou a degradação e o mau uso dos recursos naturais,
desmatamento de áreas de mata ciliar, encostas e morros, resultando na situação
atual da realidade Ambiental do Assentamento.
5.1.8. Estratificação Ambiental dos Agro-ecossistemas
O Projeto de Assentamento Boa Esperança apresenta diversificação de
solo, sendo que possui áreas passiveis de exploração agrícola, agropastoris,
silvicultura, entre outras.
Conforme abaixo (Figura 55) o processo de identificação visa definir as
potencialidades e as limitações da área do projeto de assentamento, de forma a
identificar a estratificação da paisagem é essencial para compreender os
componentes, em uma área heterogenia e homogenia e assim estabelecer
parâmetros baseados na classificação das classes dos solos e das atividades
existentes dentro do Projeto de Assentamento, de forma a maximizar seu
potencial e melhorar a qualidade de vida das famílias.
81
Fonte: CRT. 3000/2014 – ATER/INCRA
Figura 55: A3- Croqui de Estratificação Ambiental dos Agros-Ecossistema
Sobre a importância das Reservas Permanentes das minas, constatou se
que em varias parcela existe a Reserva Legal nativa. O Assentamento Boa
Esperança possui uma propriedade onde e mais susceptível a erosão,
principalmente pelo fato de ser composta por solos arenosos, sendo necessária a
manutenção da cobertura vegetal original.
Quanto à aptidão agrícola dos solos, de acordo com dados colhidos em
oficinas, a fertilidade natural e a maior limitação, podendo receber tecnologias que
asseguram total segurança na exploração agropecuária.
5.1.9 CAPACIDADE DE USO DO SOLO:
O grande impacto ambiental foi provocado em decorrência da instalação
das famílias assentadas no assentamento, as mesmas efetuaram pequenas
derrubadas para construir suas instalações e implantação de cultivos para suas
sobrevivências. Os beneficiários não se preocuparam em conter os agentes de
erosão com o uso da prática rotação de culturas, consórcios e manutenção de
cobertura vegetal, e, ainda, sem a manutenção da fertilidade do solo, o que não
82
contribui para a recuperação das características químicas do solo. Com isso se
deu o aumento do cultivo de espécies de gramíneas do gênero Brachiaria (Figura
56 e 57).
Figura 56: Manejo de Pastagem Figura 57: Manejo de Pastagem
No que se refere à área cultivada, pode-se observar que parece haver
uma desarmonia entre a agricultura que se pratica e a que se adaptaria melhor
aos solos do assentamento, sendo notório que solos de potencial produtivo, ou
são hoje abandonados, ou são usados de maneira inadequada, pois não tem
divisões nas pastagens para fazer o manejo adequado da mesma.
Fonte: CRT. 3000/2014 – ATER/INCRA
Figura 58: A4 - Mapa da Organização Territorial Atual
83
De acordo com o Sistema Brasileiro de Classificação da Capacidade
de Uso, à classe dos solos com base na Aptidão Agrícola das Terras para
Proposta de Uso (2010) são as seguintes:
Classe III – São solos que requerem medidas intensivas ou complexas a
fim de poderem ser cultivados seguro e permanente com produção de colheita
entre média e elevadas, com problemas complexos de conservação.
Classe IV – São terras cultiváveis apenas ocasionalmente ou em
extensão limitada, com sérios problemas de conservação.
Classe V – São terras cultiváveis apenas em casos especiais de algumas
culturas permanentes e adaptadas, em geral, para pastagem ou reflorestamento,
sem necessidade de práticas especiais de conservação.
Classe VI – São terras cultiváveis apenas em casos especiais de algumas
culturas permanentes e adaptadas, com problemas especiais de conservação.
Classe VIII - São terras impróprias para culturas, pastagens ou
reflorestamento, podendo ser destinadas à preservação da flora e da fauna
silvestres ou para fins de recreação, turismo ou de armazenamento de água.
Baseado nas limitações permanecentes das terras é todo voltado para as
possibilidades e limitações à utilização das mesmas. A intensidade de uso
representa maior mobilização imposta ao solo, expondo a certos riscos de erosão
ou perca da produtividade. Normalmente o uso com culturas anuais impõe alta
intensidade de uso. Já com vegetação natural os riscos são bem menores.
5.1.10. ANALISE SUCINTA DOS POTENCIAIS E LIMITAÇÕES DOS
RECURSOS NATURAIS E DA SITUAÇÃO AMBIENTAL DO
ASSENTAMENTO:
Perante a realidade do Assentamento, o maior problema protestado
pelos beneficiários é a falta de documentação das propriedades uma vez que o
PA foi demarcado mais a documentação ainda não foi liberada para os
beneficiários, dificultando o acesso as licenças ambientais necessárias para
explorar as atividades.
84
O Projeto de assentamento Boa Esperança apresenta potencial para
desenvolver atividades Agropecuárias para obter benefícios econômicos, sociais
e ambientais.
Devido o PA apresentar baixa fertilidade natural, o que não permite a
exploração intensiva do mesmo para culturas anuais na totalidade do PA.
Logicamente que com a correção do solo com a previa realização de análise do
solo favorece o aumento da produção de algumas culturas anuais e perenes, com
o intuito de aplicar calcário e fertilizantes na proporção correta para cada cultura.
5.2. Organização Espacial e Atual:
O projeto de assentamento Boa Esperança e composto por um total de 02
estradas vicinais denominadas Linhas 75 e kapa 08, o PA tem capacidade para
15 parcelas, no entanto apenas 13 famílias assentadas residem no PA.
Fonte: CRT. 3000/2014 – ATER/INCRA
Figura 59: B1- Mapa do Anteprojeto de Parcelamento Incluindo Áreas Reserva Legal e Preservação Permanente e Infra-estrutura Existente e Projetada
85
Quadro 12: Descritivo da situação ocupacional do PA Boa Esperança
Fonte: CRT. 3000/2014 - ATER/INCRA Estradas Nos dias de hoje as estradas estão em boas condições de tráfego, pois
os beneficiários dependem da mesma para o escoamento de seus produtos,
acesso à saúde, educação e todos os serviços oferecidos pelos órgãos das
esferas Municipal, Estadual e Federal. Mas devido as chuvas fortes as estradas
estão ficando em péssimas condições de tráfego, necessitando de estarem
sempre mantendo os lugares dos quais formam atoleiros arrumados para os
produtores poderem trafegar (Figura 60 e 61).
Figura 60: Via de acesso Kapa 08 Figura 61: Via de acesso kapa 08
86
Pontes
A falta de manutenção de algumas pontes nas linhas causa grandes
transtornos aos agricultores principalmente da linha Kapa 08 devido ser mais
distante, pois dificulta ou muitas vezes impossibilita a passagem de veículos, o
que além de dificultar o tráfego dos agricultores, prejudica o escoamento da
produção e afeta os alunos devido os mesmos não terem como passar, faltando
as aulas. O (Quadro 13) abaixo quantifica a necessidade de conservação de
bueiros e pontes no PA Boa Esperança.
Quadro 13 - Levantamento da quantidade de bueiros e pontes com necessidade
de recuperação (INCRA/ATER/EMATER, 2012)
Necessidade de Recuperação
LINHAS Bueiros Pontes
LINHA KAPA 08 03 03
TOTAL 03 03
Energia
O PA Boa Esperança foi atendido pelo programa Luz para Todos do
Governo Federal, fornecido pela Eletronorte (Figura 62). De acordo com o
levantamento de dados todos os beneficiários tem acesso a eletrificação rural.
Figura 62: Energia elétrica
87
Galpão de Associação
Atualmente, se faz presente no Projeto de assentamento Boa Esperança, a
Associação de Produtores Rurais do Assentamento Boa Esperança –
ASPROKINF, com estrutura básica para realização de suas reuniões. Com
objetivo de desenvolver, estruturar, organizar e divulgar ações que possam ajudar
toda a comunidade.
A Associação tem trabalhado de forma bastante efetiva com objetivo de
estabelecer parcerias diversas objetivando defender os interesses e atender as
necessidades de seus associados (Figura 63).
Figura 63: Associação ASPROKINF
Igrejas
O Projeto de Assentamento Boa Esperança possui apenas 01
igreja porém esta inativa, pois os beneficiários não participam dos cultos e
optaram por participar em outras comunidades das quais tem um número maior
de famílias participantes (Figura 64).
88
Figura 64: Igreja Católica
Fonte de Água
A fonte de água mais usada pelos agricultores do PA Boa Esperança é o
Poço Amazônico, em alguns locais foi diagnosticado a falta de água no período
de seca (Gráfico 03 ).
70%
30%
0% 0%
Fonte de água
Poço Amazônico
Poço Semi Amazôniico
Rio
Igarapé
Gráfico 03: Principais fontes de águas
Currais
A grande maioria dos agricultores que residem no PA Boa
Esperança possui um curral para manejar seu rebanho uma vez que os mesmos
necessitam desta instalação para poder retirar o leite que seu rebanho produz. As
instalações estão em um bom estado de conservação uma vez que os
agricultores protegem suas madeiras passando o CM 30 para passar nas
89
madeiras das instalações para protegerem contra cupins, brocas e chuvas, dando
uma maior durabilidade as instalações e geralmente os mesmos cobrem suas
instalações (Figuras 65 e 66).
Figura 65: Instalação Curral Figura 66: Instalação Curral
ESCOLA
O Projeto de Assentamento Boa Esperança não possui nenhuma
escola, devido o numero de alunos serem pequeno. Assim os alunos se deslocam
até o município de Parecis, em ônibus disponibilizados pela Prefeitura Municipal.
NÍVEL DE ESCOLORIDADE DO ASSENTAMENTO Desde o início do século passado, pessoas que não podiam mais
viver do seu trabalho foram obrigadas a buscar alternativas em outras regiões. O
êxodo rural possibilitou a saída dos jovens muito cedo da casa de seus pais,
fazendo com que os mesmos tivessem que trabalhar como prestadores de
serviços em outros locais. Logo, o abandono dos estudos era previsível. Outros
eram impedidos de freqüentarem a escola pelos próprios pais, para que
pudessem ajudar no roçado, gerando renda para o sustento da família. Essa é
uma realidade que perpetuou por muitos anos, e hoje faz parte da história da
maioria dos agricultores do PA.
O retrato dos assentamentos da reforma agrária é representado por
agricultores que lutaram por muitos anos para conseguirem um pedaço de terra
90
na região. O Trabalho na roça e a dificuldade ao acesso a escola fizeram com que
muitos não encontrassem tempo para estudar.
56%33%
10%
1%
Nível de Escolaridade
Primário
Fundamental
2° Grau
Superior
Gráfico 04 – Nível de escolaridades dos beneficiários do PA Boa Esperança ( Autodiagnóstico 2014)
Como podemos observar (Gráfico 04), 56% dos beneficiários possuem
apenas o Ensino Primário, 33% Ensino fundamental, 10% 2° Grau e 1% Ensino
Superior. Hoje, a falta de um Programa de educação para adultos é um problema
apontado pelas famílias que vivem no assentamento, pois não há esse tipo de
educação no assentamento.
5.3. Situação do Meio Sócio-Econômico e Cultural
5.3.1. A História do Projeto de Assentamento Boa Esperança
O Senhor Ademir foi eleito pelos demais beneficiários para relatar o
histórico:
“Ele contou que veio de Tangará da Serra – MT pelo MST em 13/06/1984.
Lecionou na escola do PA de 1999 a 2001, no período que ela esteve ativa, de 1°
a 4° série. O PA Boa Esperança teve origem há aproximadamente 17 anos atrás,
com um total de 80 famílias. Houve o despejo entre 30 a 40 dias e os mesmos
ficaram 15 dias acampados em Pimenta Bueno na sede do INCRA. Nessa época
foi desapropriada uma propriedade em Ouro Preto, ficando aqui apenas 13
famílias. O MST abandonou as 13 famílias porque queriam que eles fossem para
91
Ouro Preto. A origem dessas famílias é em número maior oriunda do Estado do
Paraná (PR) e do Espiríto Santo (ES). A área desapropriação do PA BOA
ESPERANÇA é de 500 ha. O Sr Ademir contou que foram feitas as picadas de
foice e em seguida o sorteio dos lotes. Em 1995 houve um incêndio criminoso e
queimou algumas áreas. O primeiro acesso a dinheiro veio com a venda de
madeira, sendo em sua maioria, Cerejeiras, Pinho Cuiabano, Peroba, Jatobá,
Aroeira e Jequitibá (o que tinha), os madeireiros já haviam feito carreadores e a
devastação das madeiras com maior valor econômico. Ainda hoje há uma reserva
no PA. A Primeira estrada do PA foi feita em 1997, pelo então Prefeito Dirceu de
Oliveira, os mandatos seguintes atrapalharam o andamento do assentamento, na
visão dos beneficiários, sendo que somente no ano de 2011 foi feito
cascalhamento das estradas. Em 2007 foi feito um levantamento pelo INCRA,
realizada a entrega do Apoio Inicial, somando nesta data então 15 famílias. Nesse
momento citaram o apoio do então Deputado Eduardo Valverde. Existem no PA
quatro beneficiários desde o inicio, Sr Ademir, Sr Jonas, Dona Lourdes e Sr. José
Custodio Filho. No PA tem dois rios, o Rio Preto, que sempre secou na época da
seca, e o Rio das Cobras que deságua no Rio Preto e também seca um período
do ano. Os beneficiários consideram o solo plano e no ver deles o solo é fraco.
Faltou assistência técnica durante todos esses anos, anteriormente plantavam
café, milho, arroz, feijão e outros, na pastagem enfrentam grande incidência de
cigarrinha todos os anos. Citaram que no PA sempre teve muitos animais
silvestres, como Paca, Porção, Anta, Tatu, Capivara, Onça Pintada, muitas
Araras, Jacu, Mutum, Periquitos e Macaco Prego e que ainda existem alguns,
devido à reserva do PA. O programa do Governo Federal Luz para Todos chegou
em Dezembro de 2011 e representa um marco para eles``.
5.3.2. População e Organização Social
A população do Assentamento Boa Esperança está distribuída de acordo
com a planilha abaixo.
92
Quadro 14: Distribuição da população do Assentamento por faixa
etária
Classificação Faixa etária Total
Idosos Acima de 60 anos 03
Mulheres 21 a 59 anos 09
Homens 21 a 59 anos 09
Jovens/ Adolescentes 12 a 20 anos 07
Crianças 0 a 11 anos 03
Total Geral da população 31
Fonte: CRT. 3000/2014 – ATER/INCRA.
Durante autodiagnóstico realizado nas parcelas com as unidades
familiares foi diagnosticado que os produtores migraram de vários estados para
Rondônia sendo eles: Paraná, Espírito Santo, Mato Grosso, Bahia, Minas Gerais.
A organização social das famílias do Assentamento Boa Esperança é por
meio de uma associação denominada de ASPROKINF (Associação dos
Pequenos Produtores Rurais das 15 Famílias), essa organização e formada por
uma diretoria composta por presidente e vice, secretário, tesoureiro e conselho
fiscal. As reuniões da associação no assentamento não tem data fixa, a
associação ASPROKINF possui espaço físico precário.
93
5.4. Infra-Estrutura Física, Social e Econômica
O PA Boa Esperança a Associação ASPROKINF é uma das mais
importantes infraestrutura, mesmo não tendo muita estrutura como: Maquinas e
Implementos Agrícolas para beneficiar a terra. Assim sendo segue abaixo
conforme, (quadro 15), relação das infraestrutura existente no PA:
Quadro 15 - Infraestrutura física, social e econômica do PA Boa Esperança
INFRA-ESTRUTURA Locais Quantidade TOTAL
Associação Rural Kapa 08
01
01
Tanque resfriador de leite
Linha 75
01
01
Maquinário agrícola Kapa 08
01 Maquina de arroz 01 triturador
02
Fonte: CRT. 3000/2014 – ATER/INCRA.
5.5. Sistema(s) Produtivo(s)
A pecuária bovina neste assentamento predomina, pois praticamente em
todas as propriedades está voltado à pecuária, porém a maioria das parcelas se
encontra em fase de implantação, as atividades realizadas pelos produtores até o
momento estão voltadas para a formação de pastagens, no entanto foi
diagnosticado pelos produtores que um grande entrave à produção de leite é a
estacionalidade da produção de forrageira, bem como o intenso ataque de
cigarrinha nas pastagens, e também a degradação das pastagens, reduzindo a
produção de forragem, e consequentemente a produção de leite. Os mesmos
também estão em fase de construção de cercas e aquisição de uns poucos
animais, o rebanho é modestamente pequeno, como podemos observar na tabela
abaixo descrita:
94
Quadro 16: Levantamento das espécies animais de interesse zootécnico no
PA Boa Esperança, Parecis-RO.
Rebanho
bovino
Suínos Caprinos Aves Muares
Equinos
Pastagem
formada
569
Unid.
62
Unid.
27
Unid.
343
Unid
.
17
Unid.
311,93 há
Fonte: CRT. 3000/2014 – ATER/INCRA.
Gráfico 05: Animais do PA Boa Esperança
Os animais são criados de maneira bastante rústica, com manejo
inadequado, mal alimentado, de genética bastante ruim, produção voltada para a
pecuária de corte e leite, trazendo como consequência um mercado pouco
absorvente, com um agravante que é a falta de preço no produto final.
95
Figura 67: Bovino Nelore Figura 68: Bovinos Aptidão Leite
Um fator limitante observado pelos assentados do PA Boa Esperança é
que não utiliza técnicas de melhoramento genético animal (Figuras 67 e 68) acima
mostradas, no entanto apresentam interesse em aderir à prática de inseminação
artificial, no intuito de melhorar a genética do rebanho voltada para aumento da
produção de leite.
Quanto à criação de pequenos animais, destacam-se a avicultura
(galinhas) e suinocultura, para o consumo e comercialização do excedente. O
sistema de criação de aves é extensivo (soltas no terreno) destinado à produção
de carne e ovos.
Quanto aos Suínos, poucas são as famílias que mantem essa atividade
devido o custo com alimentação ficar muito alto. As instalações são do tipo rústico
(pocilgas), (Figura 69 e 70) e a produção é destinada ao consumo das famílias
tendo como objetivo a segurança alimentar. Nesse contexto, constatou-se que a
comercialização desses animais é realizada esporadicamente, e apenas algumas
famílias o fazem, quando apresentam excedentes.
96
Figura 69: Instalações rústicas (pocilgas) Figura 70: Instalações rústicas (pocilgas)
A caprinocultura e ovinocultura são pontuais, sendo que existe grande
potencial produtivo para criação e exploração destes pequenos ruminantes,
porem poucos produtores atuam com a atividade, a carne poderia ser consumida
pelos assentados, garantindo a segurança alimentar e nutricional, pois além de
ser saborosa, apresenta qualidade anticarcinogênica.
Em se tratando da piscicultura apenas 5 produtores têm interesse nessa
atividade porem os mesmos necessitam de recurso para poder dar entrada na
documentação da licença da atividade (Figura 71).
Figura 71: Tanque de Piscicultura
97
Outra observação, bastante interessante, retrata a origem da renda das
famílias assentadas, estima-se que 77% destas, retiram a renda para o sustento
familiar apenas de esforços aplicados dentro do lote (Gráfico 06), sendo que 23%
dos produtores do PA Boa Esperança apresentam mão-de-obra diversificada,
além das atividades agrícolas desenvolvidas no assentamento, foi observada a
existência de produtores que exerce outras atividades, através da prestação de
serviços, que englobam as seguintes funções: Pedreiro, carpinteiro e diarista.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
No loteFora do lote
77%
23%
ORIGEM DA RENDA FAMILIAR
Gráfico 06: Origem da renda familiar ( Pesquisa - ação, 2014)
5.5.1. Análise Sucinta do(s) Sistema(s) Produtivo(s)
Em relação ao sistema produtivo os beneficiários contam que o principal
problema encarado nas propriedades rurais e o escoamento da produção devido
à falta de transporte e a má conservação das estradas vicinais, juntamente com a
falta de recursos financeiros para a aplicação das alternativas tecnológicas
adequadas.
Devido a grande maioria dos beneficiários desconhecem as práticas de
conservação do solo, beneficiamento e comercialização da produção, além dos
grandes problemas causados por ataques de pragas e doenças.
98
Durante o autodiagnóstico realizado em cada propriedade verificamos
que os produtores do PA Boa Esperança fazem uso de agrotóxicos,
principalmente herbicidas, normalmente aplicados nas áreas de pastagem para
controlar as ervas daninhas. Diante do caso observamos que a grande maioria
dos beneficiários não faz uso do Equipamento de Proteção Individual (EPI), usam
apenas botas ficando desprotegidos, principalmente as vias respiratórias.
Observamos também que os beneficiários não devolviam as embalagens
de agrotóxicos nos pontos de recolhimento. Assim sendo vimos à necessidade de
fazermos uma parceria com IDARON para recolher as mesmas.
5.6. Serviços de Apoio à Produção
5.6.1. Assistência Técnica e Pesquisa
O projeto de assentamento BOA ESPERANÇA é atendido pelos serviços
ATER-INCRA, a assistência técnica, atualmente é executada pela Emater /
Parecis.
Entende-se que a assistência técnica, neste caso, é um elemento de
transformação ou de manutenção da situação do empreendimento agrícola,
dependendo da metodologia utilizada no desenvolvimento de uma proposta de
trabalho junto aos assentados. A equipe de que presta assistência técnica
inicialmente era composta por profissionais multidisciplinares (01 Engenheiro
Agrônomo, 01 Técnico Agrícola, e 01 Assistente Social e 01 Assistente
Administrativo).
5.6.2. Crédito
Em resultado da recente demarcação das parcelas, 60% dos beneficiários
tiveram acesso a Linha de Crédito PRONAF A. Assim sendo 6 produtores
acessaram esta linha no qual foi disponibilizado pelo Banco da Amazônia a cada
beneficiário R$ 21.500,00, totalizando R$ 129.000,00, para aquisição de matrizes
e reprodutores aptidão leite. Somente 1 produtor abriu mão do PRONAF A,
99
passando a adquirir a linha de Crédito Mais Alimento, onde foi disponibilizado pelo
Banco da Amazônia R$50.000,00 para aquisição de matrizes aptidão carne.
5.6.3. Capacitação Profissional
.
Em decorrência do contrato 8000/2014 (ATER/INCRA) e o atual
3000/2014 (ATER/INCRA), os assentados foram beneficiados com vários
treinamentos, capacitações e orientações para a execução adequada de suas
atribuições cotidianas, sendo: Manejo e pastagem; Higiene na ordenha; Controle
de cigarrinhas; Doces e salgados e Curso de pintura que contou com a
participação das mulheres do assentamento e curso de Associativismo.
5.7. Serviços Sociais Básicos
5.7.1. Educação
Devido o número de alunos do PA ser pequeno e o assentamento
localizar se muito próximo ao município de Parecis não possui nenhuma escola
dentro do PA.
No município de Parecis existem 01 Escola Estadual de ensino
Fundamental e Médio; 01 Escola Municipal Infantil e Fundamental; 02 Escolas
Municipais ensino Fundamental e 01 Escola Municipal Especial. Todas com um
total de 982 (Novecentos e setenta e oito) matriculas, no ensino estadual e
municipal.
100
Quadro 17: Escolas existentes no município de Parecis - RO
Escola Esfera Ensino Alunos Funcionarios
E.E.E.F.M Benedito
Laurindo Gonçalves Estadual
Fundamental
e Méddio
325
33
E.M.E.I.E.F José
Cestari Municipal
Infantil e
Fundamental
586
54
E.M.E.F Antônio
Cândido Silveira Municipal Fundamental
28
02
E.M.E.F Dom Pedro II Municipal Fundamental 22 02
APAE Maria Divina
Mercly Municipal Especial
21 05
Fonte: Secretaria Municipal de Educação (2014)
Conforme (Quadro 18): Apresentar número de pessoas assentadas
segundo sua escolaridade por faixa etária, conforme quadro abaixo:
Faixa
Etária
Analfabeto Escolaridade Ensino
Médio
Ensino
Superior
Total
Educação
Primário
Ensino
Fundamental
Até 06
anos
7 a 10
11 a14 2 1 3
15 a 17 1 1 2
18 a 24 1 1 2
25 a 40 4 3 1 8
Mais de
40
1 11 3 1 16
Total 1 17 8 4 1 31
Fonte: CRT. 3000/2014 – ATER/INCRA
101
5.7.2. Saúde e Saneamento
SAÚDE
No município de Parecis os atendimentos a saúde e realizado através de
um Hospital Municipal de pequeno porte, constituído por 08 leitos, porem não há
divisão de alas, os leitos são separados em quartos. O Município possui também
um posto de saúde, ambos estão localizados no perímetro urbano no município
de Parecis. O Município não possui clínicas particulares. A seguir, o Quadro,
caracteriza a infraestrutura do Hospital Municipal, e do Posto de Saúde (Quadros
19, 20 e 21):
Quadro 19: Saúde
SERVIÇOS DE SAÚDE QUANTIDADE
(postos e hospitais)
Saúde Pública Municipal 02
Estabelecimentos que prestam
serviço ao SUS
02
IBGE: Censo 2010
Quadro 20: Caracterização da Infraestrutura do Hospital Municipal
INFRAESTRUTURA DO HOSPITAL FRANCISCO AMARAL DE BRITO
*01 sala de exame; *08 leitos; *01 autoclave; *01 estufa; *01 sala de ultrassom simples; *01 lavanderia; *01 almoxarifado de estoque de medicação; *01 farmácia básica; *01 sala de administração; *01 sala odontológica; *01 depósito de material de limpeza; *02 salas de distribuição; *01 sala de nutrição; *01 copa, 01 cozinha e 01 refeitório; *02 enfermarias;
102
*01 laboratório de análise clínica;
Emergência: *01 sala de recepção; *01 sala de espera; *01 sala de triagem; *01 sala de observação; *01 sala de pronto-atendimento;
Fonte: Secretaria Municipal de Saúde (2014)
Quadro 21: Funcionários da saúde no município de Parecis-RO
QUADRO DE FUNCIONÁRIOS HPP FRANCISCO AMARAL DE BRITO
*03 médicos; *01 enfermeira; *10 técnicos de enfermagem; *02 auxiliares; *01 bioquímico farmacêutico; *01 técnico em laboratório;
PSF: *01 médico; *01 técnico de enfermagem; *01 enfermeiro; *01 clínico odonto; *01 técnico em saúde bucal; *15 agentes comunitários de saúde;
Fonte: Secretaria Municipal de Saúde (2014)
No entanto, os casos, mais graves, são encaminhados aos municípios
vizinhos, como São Felipe do Oeste, Rolim de Moura, Cacoal ou até mesmo para
Porto Velho.
As consultas que não são realizadas no município são agendadas pelo
próprio hospital para as cidades citadas anteriormente. Em relação aos
medicamentos, o município fornece os que estão de acordo com o protocolo do
SUS. O hospital dispõe de uma ambulância para o transporte de pacientes
transferidos ou encaminhados a outras localidades.
103
Situação da saúde no PA Boa Esperança
O atendimento à saúde no assentamento é oferecido pelo programa de
saúde da família, o qual os agricultores são acompanhados em suas residências
por um (a) agente de saúde mensalmente.
Os programas de saúde do SUS que atendem ao município de Parecis
são:
Programa da saúde da mulher que realiza o preventivo, pré-natal, e
orientações de saúde como o auto-exame das mamas, planejamento familiar e
etc.
- Hiperdia: programa que acompanha pacientes portadores de hipertensão
e diabetes. Fazendo o controle da glicemia e PA - Pressão Arterial mensalmente.
- Bolsa família: a pesagem das crianças beneficiárias do programa bolsa
família é acompanhada mensalmente na unidade.
Saneamento Básico
O Projeto de Assentamento Boa Esperança não possui qualquer
representação mínima de saneamento básico, pois não há recolhimento de lixo
doméstico, abastecimento de água potável e esgotamento sanitário. O uso de
fossa negra é representado por 39% dos assentados e ocupantes (Gráfico 07).
46%
39%
15%
DESTINO DO ESGOTO
FOSSA SÉPTICA FOSSA NEGRA
CÉU ABERTO
Gráfico 07: Destino do esgoto (Autodiagnóstico, 2014) Boa Esperança
104
O destino do lixo é um fator preocupante tanto na área social de saúde,
quanto na área ambiental. Apesar dos beneficiários do PA serem conscientes
quanto a conservação do solo e do meio ambiente, 69% fazem a devolução
das embalagens de agrotóxicos nos pontos de recolhimento.
A equipe ATER/INCRA, em parceria com a IDARON, realizou no mês
de agosto de 2014, a coleta de embalagens vazias de agrotóxicos no
assentamento, para que fossem devolvidas ao posto de recolhimento (Quadro
22).
Quadro 22: Destino do lixo orgânico e inorgânico e das embalagens de
agrotóxicos vazias no PA Boa Esperança
Destino
Lixo Embalagens de
Orgânico Inorgânico
Agrotóxicos
vazios
Adubação 00
Descarte 03
Aterro 00
Queima 01
Céu aberto 00
Reciclagem 00
Posto de
Recolhimento 09
Reutilização 00
Outro
Fonte: Autodiagnóstico (2014)
105
DESTINO DO LIXO
POSTO DE RECOLHIMENTO
DESCARTE
QUEIMA
69%
23%
8%
Gráfico 08: Dimensão Ambiental no PA Boa Esperança (Autodiagnóstico, 2014)
Tratamento de água
No Assentamento PA Boa Esperança 100% das famílias faz
tratamento de suas águas no PA Boa Esperança seja ela com uso de filtro ou uso
de hipoclorito. Sendo assim ressaltarmos que as famílias estão cientes do mal
que pode causar a água contaminada.
No Assentamento PA Boa Esperança, a predominância do uso do
filtro como tratamento da água é de 54 % nível considerado bom por ver que as
famílias se preocupam com o tratamento da água para o consumo, em algumas
situações o uso do hipoclorito não procede como o melhor recurso, isso porque
alguns agricultores não sabem a dosagem certa a ser utilizada para que tenha
eficácia. O número de agricultores que não fazem o uso do hipoclorito e de 46 %.
Como pode observar juntando o uso do filtro com o uso do hipoclorito somam
100% das famílias que realizam o tratamento de sua água para o consumo
humano (Gráfico 09).
106
54%
46%
0%
Tratamento de Água Aplicado
Filtro Hipoclorito Fervura
Gráfico 09: Tratamento de água aplicado no PA Boa Esperança (Autodiagnóstico, 2014)
5.7.3. Lazer
A ausência de lazer no assentamento é um dos fatores sociais
mencionados como problema pelos assentados, uma vez que os beneficiários
quando querem se distrair um pouco tem que se deslocar para outras localidades,
ou seja, para o município de Parecis.
As belezas naturais também são pontos atrativos para o lazer e turismo,
pois a região de Parecis possui imensa riqueza em recursos hídricos, o que
representa um ponto forte para o Ecoturismo e pesca. A falta de condições
financeiras dos produtores e dificuldade de acesso limita o lazer dos assentados.
5.7.4. Cultura
Com relação à cultura (Gráfico 10), as práticas adotadas no
assentamento são festas de aniversário de moradores, festas religiosas, dias das
crianças e festas natalinas.
107
69%
31%
0%
CULTURA
CATÓLICO EVANGÉLICO SEM RELIGIÃO
Gráfico 10: Religião do PA Boa Esperança (Autodiagnostico, 2014)
5.7.5. Habitação
O projeto assentamento é composto por 100% das moradias em madeira
(Figura 72). Na abertura do PA Boa Esperança aproximadamente 17 anos atrás,
as casas foram construídas de madeira pelo fato de que havia muita madeira na
região.
Figura 72: Residência PA Boa Esperança
108
O quadro 23 abaixo as residências foram construídas todas em madeiras por
motivo dos beneficiários terem as mesmas em suas propriedades. O tipo de
telhado utilizado é o de amianto. O piso e de cimento ou cerâmica aparece em
85% das habitações, sendo apenas 15% de terra. As habitações na totalidade das
13 possuem energia elétrica. 39% dos banheiros geralmente são fossas negras,
46% banheiros dentro de casa e 15% céu aberto. Geralmente as casas são
divididas em sala, cozinha, banheiro e no máximo dois quartos.
Conforme (Quadro 23) identificar número, funcionalidade e qualidade das
habitações abaixo:
109
Padrão
casa
Cobertur
a
Piso Instalação Sanitária Instalações
Hidráulicas
Instalações
Elétricas
Telha Palha Terra Tábua Cimento
ou
cerâmica
Sem Fossa
Negra
Sanitário Sem Com Sem Com
Alvenaria
Madeira 13 2 11 2 5 6 7 6 13
Barro ou
taipa
Lona
Mista
Outras
Quadro 23: Qualidades das habitações.
110
5.8. Análise das Limitações, Potencialidades e Condicionantes
Durante a oficina de autodiagnóstico os beneficiários foram divididos em
quatro grupos sendo eles relacionados as dimensões: Infraestrutura, Ambiental,
Produtivo e Social para que os beneficiários levantassem os problemas e as
potencialidades de cada dimensões.
1.1 - Problemas da área Infraestrutura:
Falta documentação, titulo definitivo;
Falta de trator com implementos agrícolas;
Falta de um poço artesiano;
Manutenção de um barracão;
Falta construção de casas nas parcelas;
Falta a construção de um barracão para a associação;
Falta estradas com qualidades, saídas d água, bueiros, galerias de cimento
e respeito a área reservada para a estrada que os beneficiários não
respeitam;
Problemas com a execução do recurso FITA;
Falta poço artesiano para água de qualidades para consumo;
As estradas acabaram com as entradas das casas;
Falta um campo de futebol iluminado para lazer;
Falta investimento nas estruturas da associação do PA;
É preciso cascalhamento dos carreadores e currais;
1.2 - Potencialidades da área Infraestrutura
A associação tem:
Um tanque resfriador de leite;
Um triturador
Uma maquina que beneficia arroz;
111
2.2 - Problemas da área Produtiva:
Falta de implementos agrícolas;
Acesso a insumos;
Falta de incentivo a lavoura;
Falta de controle de pragas e doenças;
Falta incentivo na bovinocultura leiteira;
Falta correção de solo;
Incidência de pragas e doenças;
Falta de indústrialização e comercio;
Acompanhamento mais de perto da assistência técnica ao leite;
Falta diversidade de variedade de pastagens;
Falta oferta de mão de obra;
Êxodo rural dos jovens;
Monocultura, só leite;
Falta de empenho;
Falta de capacitação para vacinação da brucelose;
Falta incentivo na piscicultura;
2.2 - Potencialidade da área produtiva:
Plantio de culturas parenes como banana e mandioca;
Plantio de culturas anuais, arroz e feijão;
Assistência técnica , acompanhamento das lavouras;
Criação de pequenos animais, como frango, porco e carneiro;
Produção leiteira, 60% da população;
3.1 - Problemas da área Social:
Falta melhoramento no transporte escolar;
Falta cursos de capacitação;
Falta construção de área de lazer;
112
Falta visitas de agente de saúde;
Falta acesso a atendimento social no municipio;
3.2 - Potencialidade da área Social:
Ônibus em bom estado de conservação;
Energia elétrica;
4.1 - Poblemas da área Ambiental:
Falta cercar as minas para conservação das nascentes;
Falta de controle de erosão;
Falta de recuperação das áreas degradadas;
Falta de mudas para reflorestamento;
Falta de prevenção contra o fogo;
Falta de conscientização pelo IBAMA e SEDAM;
Falta recuperar as margens dos rios que nascem no PA;
Excesso de uso de agrotóxicos sem orientação;
Muita degradação do solo;
Orientação correta sobre o uso exagerado de sacolas plásticas;
Conscientização sobre devolução de embalagens vazias de agrotóxicos;
Assoreamento dos rios e desaparecimento das minas devido a erosão;
Dificuldade em adquirir calcários;
Sementes e mudas e necessário construção de um viveiro para recuperar
as áreas e reflorestar;
4.2 - Potencialidade da área Ambiental:
Acabaram as queimadas;
Arvores frutíferas;
Melhor clima da região.
113
6. Plano de ação para o desenvolvimento sustentável do Projeto de
Assentamento
6.1. Apresentação
O Plano de Desenvolvimento do Projeto de Assentamento Boa Esperança
contou com a participação da equipe ATER/INCRA do Contrato 3000/2014.
Este plano dará direção às atividades socioeconômicas e ambientais no
período, foi construída coletivamente através de oficinas nas quais se envolveram
agricultores e agricultoras do PA Boa Esperança, juntamente com a equipe
ATER/INCRA. Desta forma foi possível atingir a todos os responsáveis pelo
comprometimento de realizar ações nas dimensões: social, ambiental,
infraestrutura e econômica do Assentamento. Este plano de ação deve estar
apoiado numa análise ampla e interdisciplinar que articule as distintas dimensões
da realidade e devem envolver os diferentes atores, desde os níveis
governamentais até a comunidade organizada em torno de propostas concretas
na busca de soluções criativas. A relevância do documento repousa
principalmente no acúmulo de discussões através das quais se levantaram os
desafios, necessidades e expectativas da realidade do PA Boa Esperança. Com
base no Auto-diagnóstico foram estruturadas as políticas públicas e as
estratégicas para promover ações de proteção, recuperação e ampliação das
necessidades socioeconômicas e ambientais, visando ao desenvolvimento
sustentável em níveis local, regional e nacional.
Os programas constantes do documento pretendem articular a demanda
entre os agricultores e agricultoras do PA Boa Esperança e os parceiros
representantes da sociedade no âmbito, local, regional e nacional, promovendo a
auto-sustentabilidade e oportunizando a participação direta dos atores envolvidos
no processo, promovendo o direito ao exercício da cidadania em seu ambiente.
Este plano de Desenvolvimento pretende enfrentar alguns desafios como:
ampliar as ações de programas que hoje já estão presentes no PA Boa
Esperança; inserir novos programas focando o fortalecimento do assentamento e
sociedade civil, aprofundando a inserção das políticas públicas, através da
participação nas diversas instâncias de representações na comunidade. Espera-
se que o Plano de Desenvolvimento do Assentamento Boa esperança, tendo em
114
vista uma relação dialógica entre os sujeitos envolvidos, seja apenas o começo da
implementação do desenvolvimento sustentável no setor de Desenvolvimento
Agrário do Estado de Rondônia.
6.2. Objetivo e Diretrizes Gerais
O objetivo geral deste plano é definir as diretrizes e prioridades para a
promoção de desenvolvimento sustentável do assentamento, em nível social,
econômico e ambiental, e implantá-las por meio de uma série de ações que
promovam a reflexão e a participação do assentado nas ações coletivas
orientadas para o uso racional dos recursos naturais, a melhoria da estrutura
social e produtiva, a valorização das famílias respeitando as questões de gênero,
pelo respeito a sua qualidade de vida exercício pleno de sua cidadania.
As ações implementadas no assentamento até o momento pelos agentes
do ATER/INCRA do Nucleo Operacional de Parecis – RO, juntamente com os
agricultores (as) do assentamento, explorou através da metodologias
participativas os aspectos nas dimensões: Ambientais, social, infraestrutura e
produtiva, bem como de forma mais implicita o universo da etica e da cidadania.
Assim sendo este plano de ação tem como objetivos:
Identificar, sensibilizar e convidar diversos parceiros para se envolverem
nessa proposta;
Incentivar a produção para viabilizar a geração de renda, por meio do
incentivo a qualificação das comunidades;
Capacitar e acompanhar os moradores na produção e comercialização dos
produtos;
Ampliar a renda dos moradores da comunidade, melhorando assim as
condições econômicas e sociais dos beneficiários do PA;
Fortalecer a Associação dos produtores PA Boa Esperança, melhorando a
capacidade produtiva e organizacional e a autoconfiança da comunidade;
Melhorar a auto-estima das famílias, ampliando seu papel na gestão
participativa da associação;
115
Integrar o presente Projeto com ações de instituições e empresas que
realizam trabalhos de desenvolvimento social e promovem as políticas
públicas voltadas para a Agricultura Familiar, em geral, especificamente;
Envolver todo o PA Boa Esperança em ações de cidadania e promoção da
Economia Solidária;
6.2.1. Organização Espacial
A organização espacial dentro do Projeto de assentamento Boa Esperança
e de inteira importância levando em conta quando se pretende fazer algumas
mudanças no cenário. Assim sendo os agricultores pretendem levar adiante um
planejamento participativo, devido as diferençass em todos os níveis, social,
cultural e principalmente econômico.
Todo assentado devera ter uma visão de futuro e nessa visão uma
organização espacial de sua propriedade dentro dos conceitos da produção onde
cada beneficiarios buscara o melhor para o desenvolvimento dentro da
propriedade.
Assim sendo os principais objetivos das organização espacial são:
• Promover o fortalecimento da infraestrutura física, social e produtiva,
através da criação de estruturas e/ou manutenção;
• Garantir o acesso a linhas de crédito que possam contemplar a
construção e reforma das habitações, e os projetos produtivos;
• Trazer para o PA iniciativas públicas que incentivem a criação de opções
de lazer e de praticas culturais no assentamento;
• Promover a reorganização espacial de ocupação dos lotes, e também
estabelecer acordos territoriais entre as esferas públicas federais e dos estados
de Rondônia, para desburocratizar principalmente as ações ambientais;
Conforme diagnóstico apresentado no item 5.2 (Organização Espacial
Atual) e 5.4 (Infraestrutura Física, Social e Econômico) a equipe e os assentados,
possui certo nível de organização espacial. Contudo, ainda há muito a fazer para
se elevar o assentamento à condição de empreendimento rural, portanto se
observa a necessidade de re-ordenamento territorial nas áreas de:
116
Educação:
Manutenção de linhas vicinais para o tráfego do ônibus escolar.
Saúde:
Conforme item 5.4 não tem saúde assim sendo foi sugerido o atendimento
de um dentista e um médico uma vez por semana.
Esporte e lazer:
Conforme item 5.4 não tem lazer na comunidade assim sendo foi sugerido
a construção de uma área de lazer.
Rede Viária:
Foi sugerida a manuntenção e construção de pontes e bueiros para
melhoria do transporte de pessoass e cargas (escoamento de produção).
6.2.2. Serviços e Direitos Sociais Básicos
A Equipe ATER/INCRA com base nas oficinas e levantamentos dos
problemas procurou desenvolver, de acordo com os assentados, atividades que
promovam o desenvolvimento do PA, buscando junto aos orgãos governamentais
e não – governamentais, ações voltadas à promoção dos direitos desses
cidadãos.
Descrevemos abaixo um resumo do quadro atual nas áreas de:
Assistencia Social – Entre os assentados, a busca pelos serviços sociais
básicos resume – se em : Inclusão no Programa Bolsa Família, oferecido
pela Secretária do Trabalho e ação Social; e outros benefícios como
aposentadoria, auxilio maternidade, auxilio doença, todos
operacionalizados pelo Instituto Nacional de Seguridade Social – INSS. A
Equipe ATER/INCRA tem trabalhado na orientação dos beneficiarios do
PA, esclarecendo lhes as dúvidas quanto às formas de buscar tais direitos
ou serviços e encaminhando as famílias que se enquadram no perfil dos
programas ou beneficios.
Saúde – Quanto a saúde, existem ações voltadas para o assentamento
que garante o minimo social neste campo, pois o município dispõe de
alguns serviços que trazem às famílias a possibiilidade de acesso como:
117
O Programa Saúde da Família – PSF que que não possui uma equipe
completa com disponibilidade constante para o assentamento, mas trás a
presença de um agente de saúde para fazer visitas as famílias uma vez
por mês dentro do PA.
Educação – A educação é direito e dever do Estado e do Município no
âmbito de cada competência. Uma das principais reclamações apontada
pelos agricultores com relação a educação, foi referente ao transporte
escolar, pois as condições dos ônibus são precárias.
Trabalhos alternativos – No que diz respeito aos trabalhos alternativos, a
equipe ATER/INCRA vem desenvolvendo ações como reuniões de
acesso a politica publicas, palestras de orientação, visitas técnicas, dentre
outras ações que se encontram inseridas dentro das dimensões
econômica, infra estrutura e ambiental que possibilitaram aos moradores
do PA a inserção de novos conhecimentos aos que já possuíam. Na
questão de capacitação, além dos técnicos de ATER, outros órgãos como
o SENAR e a SEMAGRI destacam se como parceiros leais para ajudar a
desenvolver ações de capacitação profissional rural dentro do
assentamento. Ações estas que podem fomentar a inserção dos
agricultores em projetos de implantações de hortas domésticas, de
agroindústria caseira, de cursos artesanais e de melhoramento genético
do gado. Estas ações visam à auto – sustentabilidade da família no
assentamento.
6.2.3. Sistemas Produtivos
Com o intuito de possibilitar aos assentados a inclusão dos mesmos no
modelo produtivo preconizado pelo desenvolvimento sustentável, o plano de
ação, procura atender aos anseios dos agricultores externados neste instrumento.
A produção agropecuária Brasileira, responsavél por 70% da produção
de alimentos para a mesa do consumidor, sendo assim em sua maior parte
produzidos pela agricultura familiar, onde os serviços de ATER contribui de forma
efetiva com a agricultura dentro dos sistemas produtivos em busca de torná-las
unidades de produção estruturadas, inserindo uma forma sustentável no processo
118
de produção, voltada para a melhoria de qualidade de vida e ao mercado local
visando um desenvolvimento municipal e regional.
Descrevemos abaixo alguns meios para que solucionem os problemas
existente no assentamento referente ao sistema produtivo:
Melhorar a qualidade do sistema produtivo agrícola através da
incorporação dos princípios da agroecologia;
Adotar tecnologias para recuperar áreas degradadas, e para
neutralização de acidez e fertilização do solo;
Melhorar a qualidade do sistema produção e criação de animais, com
tecnologias para a bovinocultura leiteira e a criação em sistema colonial de
aves e suínos;
Desenvolver a capacidade produtiva dos assentados, através de
promoção de eventos de capacitação proficional e o fortalecimento da
assistência técnica contínua;
Buscar ninchos de mercado como os programas PAA E PNAE.
6.2.4. Meio Ambiente
No assentamento Boa Esperança pretende se através deste plano de
desenvolvimento unir esforços para incentivar o uso de técnicas que permitam a
redução dos impactos ambientais, causados pelo uso desordenado de áreas
destinadas ao asssentamento, aumentando assim a produtividade por área
explorada, reduzindo a degradação pelo uso de técnicas predatórias de manejo
dos recursos, orientando os agricultores a explorar a terra racionalmente e
visando incrementar a produtividade, cumprindo as leis ambientais de
preservação e conservação das margens dos rios, corregos e nascentes.
O plano propõe intervenções nos problemas ambientais que afetam o
assentamento de forma coletiva ou individual. Com isso descrevemos abaixo
alguns meios para que solucionem os problemas existente no assentamento
referente a dimensão ambiental:
Estimular o uso racional dos recursos naturais renováveis, por meio de
projetos de manejo florestal;
119
Promover eventos de educação ambiental para sensibilização da
comunidade, e a fim de promover a difusão de conhecimentos e adoção de
práticas conservacionistas e preservacionistas das florestas, matas ciliares
e dos solos;
Intensificar as ações de fiscalização por parte dos orgãos competentes
para coibir o processo de degradação ambiental (queimadas, extração de
madeira ilegal, caça predatória, áreas de reserva legal e áreas de
preservação permanente).
6.2.5. Desenvolvimento Organizacional
Na realidade a organização existente no PA é de suma importância para os
agricultores, pois dela os mesmos buscam meios para avançar na conquista de
direitos nas várias dimensões, haja vista que a associação dos produtores do PA
Boa Esperança (ASPROKINF). Necessita de ações que fortaleçam esses laços.
Esta organização e de muita importância no processo de discussão de mudanças
que o PA está vivenciando. Pois, se constitui em canais/espaços abertos os quais
a equipe ATER/INCRA vem utilizando de forma suscinta o estabelecimento com
reuniões, oficinas, cursos e palestras tanto para orientar e esclarecer sobre o
papel de cada um da organização quanto para levar informações sobre
possibilidade de ampliação das atividades da associação. Para tanto, algumas
ações e estratégias precisam ser esclarecidas, como:
Incentivar e fortalecer a organizações sociais existente no PA;
Estimular a participação ativa da mulher e dos jovens nas associações;
Fortalecer o trabalho da coordenação gestora do Plano de
Desenvolvimento do Assentamento.
Aproveitar, dentro das possibilidades, todos os recursos locais, seja
humano ou material;
A equipe ATER/INCRA enquanto perdurar o contrato de prestação de
serviço, a equipe tem também sob sua responsabilidade o compromisso de
assessoramento técnico na gestão contínua do plano nas demais situações dele
decorrente.
120
6.2.6. A Assessoria Técnica, Social e Ambiental no
Acompanhamento à Implantação do Plano
A construção do Plano de Desenvolvimento do Assentamento – PDA é de
competência da equipe de ATER. Com isso a equipe buscará meios e parcerias
com varios orgãos competentes do Estado para que seje solucionadas todos os
problemas existentes.
Assim sendo a equipe ATER/INCRA, representada pelos seu quadro de
técnicos tem a responsabilidade de acessorar as familias assentadas durante a
formulação do plano e dos programas dele decorrentes.
Esta mesma equipe multidisciplinar acompanhará todas as fases do
processo de consolidação do PDA em consônancia com as ações de relevância
para o assentamento Rio Boa Esperança, destacando contudo as pertinentes à
implantação dos projetos produtivos. Também irá acompanhar as obras de infra -
estrutura no que se refere a execução dos serviços pelos orgãos competentes e
coordenará a organização para recomposição de áreas de reserva legal e
preservação permanente. Concernentes a saúde a equipe ira acompanhar os
trabalhos de educação continuada referente a orientação sobre saúde sexual e
reprodutiva, planejamento familiar, segurança alimentar entre outros.
6.3. Programas
O PDA é um plano estruturado em uma visão holística do
Assentamento, em que a articulação de todos em torno de um único objetivo, gera
a promoção do desenvolvimento sustentável visando a inclusão social das
famílias do PA Boa Esperança.
A sensibilização dos agricultores e de suas famílias sobre o sentido da
reforma agrária promoveu um entendimento de que não é apenas uma política
que gera transformações na realidade do assentamento. Deste modo o objetivo
desejado de sensibilização e participação ativa na implementação do plano por
parte das famílias, torna-se cada vez mais real.
As ações propostas convergem para a construção de um ambiente
favorável ao desenvolvimento do projeto de assentamento Boa Esperança,
121
zelando pela responsabilidade na aplicação dos recursos públicos e pelo seu
retorno social.
O plano exigirá um modelo de gestão com distribuição de
responsabilidades entre as organizações sociais existente, com efetiva
participação dos agricultores e agricultoras, dos jovens, com os movimentos
sociais, com as entidades governamentais e não-governamentais nas esferas
local, regional e nacional; com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária (INCRA) e a empresa de prestação de serviços de ATER, a EMATER/RO.
O modelo será detalhado no programa de desenvolvimento organizacional de
gestão do PDA.
Os programas estão ordenados de acordo com as prioridades das
famílias e as ações previstas para curto, médio e longo prazo. O prazo para
execução das ações é de no máximo cinco anos.
6.3.1. Programa Organização Espacial
A partir das premissas levantadas durantes as oficinas coletivas, foi
possível verificar que a organização espacial do PA Boa Esperança. Todavia o
programa de organização espacial foi construido em três linhas de ações:
Linhas de Ação:
Linha de Ação 1: Manutenção de estradas e careadores;
Linha de Ação 2: Falta de trator e implementos agricolas;
Linha de Ação 3: Falta de construção de casas;
Linha de Ação 1: Manutenção e melhoria nas estradas e carreadores;
Proposta: Melhorar e manter as condições de trafego das estradas do
PA;
Projeto: Viabilizar a restauração das estradas do PA Boa Esperança;
Prioridades da ação: Alta
Justificativa: As estradas de dentro do PA são de extrema
importância ser abertas, e posteriormente cascalhadas, para que melhore o
escoamento da produção, tráfego das famílias, acesso a educação, vindo a elevar
as condições de vida da população.
122
Objetivo: Recuperar e cascalhar as estradas para melhorar o acesso
dos beneficiarios, fazendo com que os mesmos possam escoar suas produções.
Instituições Participantes em potencial: INCRA, Secretaria de
Obras, DER;
Cronograma de atividades: As atividades estão projetadas para um
ano.
QUADRO 24: Cronograma de execução:
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Reunião com
assentados X
Encaminhar ofício
à Secretária de
Obras X
Encaminhar ofício
ao INCRA X
Abrir e cascalhar
as estradas X X
Atividades2015
Linha de Ação 2: Falta de trator e implementos agricolas;
Projeto: Viabilizar recurso para aquisição dos implementos e trator.
Beneficiario em potencial: Todos os assentados.
Prioridades da ação: Média.
Justificativa: A associação dos produtores do PA Boa Esperança
ASPROKINF, necessita de recurso para aquisição trator e implementos é grande
a necessidade dos produtores para recuperação de áreas degradadas.
Objetivo: Disponibilizar trator e implementos aos produtores para
recuperação das áreas degradadas.
Instituições Participantes em potencial: INCRA, SEAGRI e
Secretaria de Agricultura.
Cronograma de atividades: As atividades estão projetadas para um
ano.
123
QUADRO 25: Cronograma de execução:
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Apresentar a
demanda ao
INCRA e SEAGRI X
Encaminhamento
de projeto a
SEAGRI X
Aquisição do trator
e os implementos X X
Atividades2015
Linha de Ação 3: Falta de construção de casas
Projeto: Viabilizar a construção das habitações dos assentados.
Beneficiario em potencial: Todos os assentados.
Prioridades da ação: Média.
Justificativa: Todos os assentados não tiveram acesso à linha de
Crédito Habitação. Todavia muitas famílias residem em barracos de madeira
cobertos com telhas de amianto, algumas dessas casa sem piso, somente na
terra. Os banheiros são com fossa negra ou a céu aberto este é um dos principais
problemas que justificam a necessidade das casas.
Objetivo: Disponibilizar a implantação do crédito habitação.
Instituições Participantes em potencial: INCRA, Sindicato Rural,
Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal.
Cronograma de atividades: As atividades estão projetadas para um
ano.
124
QUADRO 26: Cronograma de execução:
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Apresentar a
demanda ao
INCRA X
Encaminhamento
dos documentos
ao Banco do Brasil
ou Caixa
Econômica
Federal X
processo de
Construção das
habitações X X
Atividades2015
.
As ações abaixo relacionadas serão executadas com base no diagnóstico
estabelecido, onde foram levantadas as prioridades em nível de infraestrutura no
assentamento, estabelecendo ainda as responsabilidades pela execução do
plano.
QUADRO 27: PLANO DE AÇÃO DA DIMENSÃO INFRAESTRUTURA
PLANO DE AÇÃO DA DIMENSÃO INFRAESTRUTURA
Comissão de infraestrutura: Ademir Pereira da Silva e Nilson Conte
Problemas Solução O que fazer? Como Fazer? Quem vai
fazer?
Quando fazer?
Manutenção das
estradas e
carreadores
Cascalhar as
estradas e
carreadores
Ir até o INCRA
solicitar o
recurso para
as
manutenções
Fazer um
requerimento
para o INCRA.
Ademir
Angela
Jonas Borges
.
04/04/2015
Falta de trator e
implementos
agrícolas
Adquirir Solicitar via
Deputado uma
emenda
parlamentar
Fazer um
requerimento
para o
deputado
Claudionor
Fabiene
Paulo
29/11/2014
Falta de construção
de casas
Acesso ao
programa
nacional de
habitação rural
Ir até o INCRA
e solicitar o
recurso para o
credito de
habitação rural
Fazer um
oficio para o
INCRA
Fabiene
Angela
Ademir
04/04/2015
125
6.3.2. Programa Produtivo
Após as oficinas coletivas realizadas no PA, realçamos as premissas
levantada, pode-se ressaltar uma série de problemas relacionados ao sistema
produtivo do PA Boa Esperança. A partir desses levantamentos das premissas foi
construído um plano de ação de forma participativa entre os assentados, a fim de
construir o programa produtivo, para isso, os problemas foram priorizados em
graus de importância e agrupados em Linhas de Ação.
Cada linha de ação refere-se ao conjunto de estratégias enfocadas para
alcançar os objetivos dos problemas que são da mesma área.
Para tal se propõe:
• Linha de Ação 1: Falta de correção de solo.
• Linha de Ação 2: Falta de incentivo na bovinocultura leiteira.
• Linha de Ação 3: Faltam de controle de pragas e doenças.
A equipe ATER/INCRA tem especial função na execução das metas
propostas principalmente no que se refere a capacitação dos produtores,
estabelecendo parcerias com entidades e na organização dos assentados.
Linha de Ação 1: Falta de correção de solo.
Proposta: Conscientizar o uso de insumos.
Projeto: Viabilizar aquisição de insumos, para melhorar os aspectos
físicos e químicos do solo, de forma a propiciar maior produtividade das
propriedades, tanto na produção de espécies perenes, quanto anuais .
Beneficiario em potencial: Todos os assentados.
Prioridades da ação: Alta.
Justificativa: Os solos do PA se encontra em processo de
degradação ambiental, pois os mesmos foram explorados até o momento sem
qualquer cuidado com o melhoramento da fertilidade. Tendo a atividade produtiva
no PA necessidade de investimentos que viabilize melhorias na produção, dando
assim estimulo aos agricultores em aumentar as áreas de cultivo. Os processos
produtivos, no que tangem a melhoria da qualidade do solo, somente são
possiveis via aplicação de calcário e uma adequada adubação em função da
análise prêvia do solo.
126
Objetivo: Incentivar o produtor quanto a utilização de métodos
técnificados e o emprego dessas técnicas com o uso dos insumos, aumentando a
produtividade das culturas exploradas pelos agricultores.
Instituições Participantes em potencial: INCRA, EMATER e SEMAGRI.
Cronograma de atividades: As atividades estão projetadas para um ano.
QUADRO 28: Cronograma de execução:
MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ JAN FEV
Demonstração de
Método x x
Realização de
análise de solo x x
Recomendação
agronômica x x
Aplicação de
calcário x x
Aplicação de
adubo x x
Atividades2015 2016
Linha de Ação 2: Falta incentivo na bovinocultura leiteira
Proposta: Elaborar o Projeto
Projeto: Acesso inicial a linha de crédito rural Mais Alimento ou
PRONAF A, que fortalecem o aumento da produção.
Beneficiario em potencial: Todos os assentados.
Prioridades da ação: Média.
Justificativa: A atividade produtiva do PA necessita de investimentos
que viabilize o início das atividades de produção por parte de alguns assentados e
ampliação da infraestrutura por parte dos outros, sendo que, torna se necessária
para efetivar esta linha de ação a aquisição de matrizes leiteiras, calcário, adubos,
construção de cercas e currais, além de outras necessidades fundamentais que
venham a maximinizar a produção local.
Objetivo: Melhorar qualitantivamente, aumentar e expandir a
produção de leite dentro do PA, de forma a propiciar animais de melhor qualidade
para os assentados, pois, desta forma é possível melhorar a rentabilidade da
atividade e renda das famílias.
127
Instituições Participantes em potencial: INCRA, EMATER e
SEMAGRI, SEAGRI, Banco da Amazônia, Banco do Brasil, Banco SICOOB.
Cronograma de atividades: As atividades estão projetadas para um
ano.
QUADRO 29: Cronograma de execução:
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Elaborar projeto de
crédito X X X X X X X X
Visitas técnicas X X X X X X X X X X
Reunião X
Reunião com
Bancos x x
Atividades2015
Linha de ação 3: Falta de controle de pragas e doenças;
Proposta: Controlar as pragas e doenças.
Projeto: Viabilizar métodos para controlar as pragas existentes no PA.
Beneficiario em potencial: Todos os assentados.
Prioridades da ação: Baixa.
Justificativa: Com base no autodiagnóstico a atividade produtiva do
PA necessita de investimentos que viabilizem o início das atividades de produção.
Com isso e possível estimular a implantação de técnicas alternativas de controles
de pragas e doenças.
Objetivo: Controlar as pragas aumentando a produção e diversificação
das atividades desenvolvidas pelos assentados.
Instituições Participantes em potencial: INCRA, IDARON, EMATER
e SEMAGRI.
Cronograma de atividades: As atividades estão projetadas para um
ano.
QUADRO 30: Cronograma de execução:
128
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Visitas técnicas X X X X X X X X X X
Palestras sobre
pragas e doenças X X
Recomendações
agronômica X X
Execução da prática X X X X X
Atividades2015
O quadro abaixo foi elaborado seguindo as prioridades levantadas pelos
assentados, de forma que, as organizações acima mencionadas possam estar
priorizando as temáticas com a finalidade de resolver problemas considerados
limitantes dentro do PA.
QUADRO 31: PLANO DE AÇÃO NA DIMENSÃO PRODUTIVA
PLANO DE AÇÃO NA DIMENSÃO PRODUTIVA
Comissão Produtiva: Jose Lopes de Freitas e Jonas Borges Silva
Problemas Solução O que
fazer?
Como
Fazer?
Quem vai
fazer?
Quando fazer?
Falta de correção de
solo
Ter calcário e
adubo
Analise de
solo
Orientação
para coleta de
solo
Claudinor
Paulo Pedro
Jose Lopes
10/05/2015
Falta de Incentivo na
bovinocultura de
leiteira
Incentivar Melhorar os
currais,
recuperar as
pastagens,
melhoramento
genético e
investimento
em
piquetiamento
Ter
organização e
Fazer
financiamentos
na linha
credito
PRONAF
Rosana
Tiago
Claudionor
10/05/2015
Falta de controle de
pragas e doenças
Combater Encarar os
problemas e
resolver os
mesmos
Buscar
assistência
técnica e fazer
a nossa parte
Ademir
Nilson conte
Valdir chaves
Jonas
05/12/2014
129
6.3.3. Programa de Garantias de Direitos Sociais
Quanto aos programas sociais necessários para melhorar a qualidade de
vida das famílias do PA, estes foram divididos em subprogramas (Saúde,
Cultura/Lazer e Educação), pois de acordo com o diagnóstico são as áreas que
apresentam as principais carências. E para tanto foram criadas três linhas de
ações:
• Linha de Ação 1: Falta melhoramento no transporte escolar;
• Linha de Ação 2: Falta visita de agente de saúde;
• Linha de Ação 3: Falta de atendimento social no municipio;
A seguir são apresentados os projetos de cada linha de ação.
Linha de Ação 1: Falta melhoramento no transporte escolar;
Proposta: Melhorar o transporte escolar;
Projeto: Viabilização de transporte de qualidade para todos os alunos
do PA;
Beneficiario em potencial: Todos os assentados.
Prioridades da ação: Alta.
Justificativa: Os alunos quetionam a situação de precáriedade dos
ônibus dificultando o acesso a escola, pois muitas vezes o mesmo quebra, o que
acaba por inviabilizar a viagem, deixando os mesmos esperando em frente suas
residências, fazendo com que os mesmos percam aulas.
Objetivo: Manter transporte escolar com segurança e qualidade.
Instituições Participantes em potencial: INCRA, EMATER-RO e
Prefeitura Municípal.
Cronograma de atividades: As atividades estão projetadas para um
ano.
130
QUADRO 32: Cronograma de execução:
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Reúnir com
prefeitura para
reinvidicar
transporte escolar
de qualidade X
Melhorar transporte
escolar X X X X X X X
Monitorar situação
dos ônibus X X X X X X X
Atividades2015
Linha de Ação 2: Falta visita de agente de saúde;
Proposta: Aumentar a quantidade de Agentes Comunitários de saúde.
Projeto: Estruturação de ações de saúde
Beneficiario em potencial: Todos os assentados.
Prioridades da ação: Média.
Justificativa: Atualmente uma das doenças que mais acomete os
agricultores é a dengue, destacam se também doenças como diabetes e
hipertensão. Assim sendo solicitamos um agente de saúde para atender o PA e
fazer os encaminhamentos necessários.
Objetivo: Disponibilizar assistência a saúde, bem como favorecer o
acesso de todos os assentados neste PA.
Instituições Participantes em potencial: INCRA, EMATER-RO,
Ministerio da saúde e Prefeitura Municípal de Parecis.
Cronograma de atividades: As atividades estão projetadas para um
ano.
131
QUADRO 33: Cronograma de execução:
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Reunir com
assentados para
elaborar o ofício de
solicitação a
Prefeitura Municipal X
Viabilizar
atendimento de
saúde com médico
e enfermeiro dentro
do PA X X X X X X x
Oferecer palestras
sobre saúde
preventiva X X X
Atividades2015
Linha de Ação 3: Falta de acesso a atendimento social no municipio
Projeto: Viabilização de atendimento social
Beneficiários em Potencial: Todos os assentados
Prioridade da Ação: Baixa
Justificativa: Tem grande necessidade de uma profissional na area
social pois o mesmo apresenta demanda para atendimento aos assentados.
Objetivo:Oferecer aos assentados um melhor atendimento, orientando
os mesmos dos seus direitos e deveres.
Instituições Participantes em Potencial: INCRA, EMATER-RO e
Prefeitura Municípal.
Cronograma de Atividades: : As atividades estão projetadas para um
ano.
QUADRO 34: Cronograma de execução:
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Reunir com
assentados para
elaborar ofício de
solicitação X
Visitas as
unidades
familiares X X X X X X X
Atividades2015
132
Quanto ao Plano de Ação Participativo construido pelos assentados os
problemas priorizados também foram diretamente relacionados a Saúde,
Educação e Lazer e são apresentados a seguir:
QUADRO 35: PLANO DE AÇÃO NA DIMENSÃO SOCIAL
PLANO DE AÇÃO NA DIMENSÃO SOCIAL
COMISSÃO SOCIAL: Fabiene Alves da Silva e Nilza Carvalho da Silva
Problemas Solução O que fazer? Como
Fazer?
Quem vai
fazer?
Quando fazer?
Falta melhoramento
no transporte escolar
Melhoramento
da frota
Solicitar
através de
ofício a
Secretária
Municipal de
Educação
Ofício Angela
Ademir
Fabiene
Nilza
02/04/2015.
Falta visitas de
agente de saúde
Viabilizar
atendimento
de saúde no
PA
Ofício a
Prefeitura
Municipal
Oficio Ademir
Angela
Fabiene
24/03/2015
Acesso e
atendimento social no
município
Ter acesso Requisitar
atendimento
junto a
secretaria para
o
assentamento
Boa Esperança
Através de
ofício para a
secretaria de
Ação social
Ademir
Angela
Fabiene
02/04/2015
6.3.4. Programa de Garantia de Direitos Ambientais
A atividade humana tem causado processos avançados de assoreamentos
nos cursos d água da área do assentamento, causando assim erosões, fatos
esses soma se dificuldade de abastecimento de água ( uso da mina), nas
residências.
Estas questões sofrerão as intervensões necessárias a fim de propiciar
abertura para mais ações em busca do equilíbrio ambiental, porém mais que
133
simples atos mêcanicos, nestes momentos estarão se formando novos hábitos e
atitudes relativas ao meio ambiente.
Em relação às diretrizes para a construção dos programas que
contemplem a dimensão ambiental, foram diagnosticadas as seguintes
prioridades como linhas de ações:
Linha de Ação 1: Falta de recuperação de área degradada;
Linha de Ação 2: Falta de controle de erosão;
Linha de Ação 3: Falta de prevenção contra o fogo;
A seguir serão apresentados os projetos de cada linha de ação.
Linha de Ação 1: Falta de recuperação de área degradada;
Projeto: Manejo de recursos florestais sustentáveis.
Beneficiários em Potencial: Todos os assentados .
Prioridade da Ação: Alta.
Justificativa: O assentamento apresenta grande potencial para
exploração de vários recursos naturais. Dentre estes, a madeira explorada de
forma sustentável através de planos de manejo pode ser uma boa fonte de renda
para as famílias.
Objetivo: Promover ações de educação ambiental e humana, como
alternativa para subsistência das famílias do assentamento.
Instituições Participantes em Potencial: INCRA, CEPLAC,
EMATER-RO e Prefeitura Municipal de Parecis.
Cronograma de Atividades: : As atividades estão projetadas para um
ano.
QUADRO 36: Cronograma de execução:
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Regularizar planos
de manejo X X X X X X
Implantar SAF´S X X X
Implantar viveiro
comunitário X
Atividades2015
.
134
Linha de Ação 2: Falta de controle de Erosão;
Projeto: Implantação de um viveiro comunitário para combater a
Erosão
Beneficiários em Potencial: Todos os assentados
Prioridade da Ação: Média
Justificativa: Com intuito de coibir o avanço das erosões propomos a
construção de um viveiro no PA, com produção de mudas de espécies florestais e
frutíferas com fins de estabelecimentos de SAF’s e recuperação de áreas
degradadas. Assim cada produtor tera a oportunidade de isolar a área da qual a
erosão esta abrangendo.
Objetivo: Estimular a consciência ambiental dos assentados adotando
medidas de sensibilização da comunidade quanto as práticas de degradação do
solo.
Instituições Participantes em Potencial: INCRA, EMATER-RO,
SEDAM, IBAMA e IDARON
Cronograma de Atividades: : As atividades estão projetadas para um
ano.
QUADRO 37: Cronograma de execução:
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Realizar palestras
educativas
referente a
recuperação de
área degradada X X X X
Visitas técnicas X X X X X X X X X X
Demonstração de
método X X
Implantar Viveiro
Comunitário X
Reunião com
assentados para
elaborar ofício
para o SEDAM X
Mutirão com
assentados X
Atividades2015
Linha de Ação 3: Falta de prevenção contra o fogo;
Projeto: Conscientização e advertência contra o fogo
135
Beneficiários em Potencial: Todos os assentados
Prioridade da Ação: Baixa
Justificativa: Tal projeto visa desenvolver meios para que os produtores
possam desenvover atividades sem o uso do fogo, pois através deles os mesmos
preservam o meio ambiente, servindo como alternativa para a subsistencia das
famílias.
Objetivo: Orientar e conscientizar os beneficiários quanto o risco que o
fogo trás ao meio ambiente.
Instituições Participantes em Potencial: INCRA, SEDAM, EMATER-RO
e IDARON e SEMAGRI.
Cronograma de Atividades: : As atividades estão projetadas para um
ano.
QUADRO 38: Cronograma de execução:
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Palestras de
conscientização X X X
Visitas Técnicas
de orientação X X X X X
Atividades2015
O quadro abaixo foi elaborado seguindo as prioridades levantadas pelos
assentados, de forma que, as organizações acima mensionadas possam estar
priorizando as temáticas com a finalidade de resolver problemas considerados
limitantes dentro do PA.
136
QUADRO 39: PLANO DE AÇÃO NA DIMENSÃO AMBIENTAL
PLANO DE AÇÃO NA DIMENSÃO AMBIENTAL
COMISSÃO AMBIENTAL: Antonio Pereira Peixoto e Valdir Chaves
Problemas Solução O que fazer? Como Fazer? Quem vai
fazer?
Quando fazer?
Falta de controle de
erosão
Fazer curvas
de níveis e
plantar matas
nativas
Fazer
drenagem,
plantar mudas
nativas
Fazer a
vedação das
áreas, fazer
curvas de n
íveis e fazer
reflorestamento
Claudionor
Jose Lopes
Atilio
10/12/2014
Falta de prevenção
contra o fogo
Combater o
fogo
Conscientização
dos
beneficiários
Palestras via
EMATER -RO
Jonas Borges
Antonio
Nilson Conte
10/12/2014
Falta de recuperação
de área degradada
Recuperar Renovar as
pastagens e o
uso de
adubação verde
Fazer plantio
de
leguminosas
na pastagem e
recuperar as
áreas com
correção e
adubação de
acordo com o
analise de solo
Valdir Chaves
Jose Lopes
05/05/2015
6.3.5. Programa de Desenvolvimento Organizacional e de Gestão do Plano
O Programa de Desenvolvimento Organizacional de Gestão do Plano de
desenvolvimento foi organizado da seguinte forma: ¹As comissões foram
formadas a partir de votação em plenária com os agricultores do PA Boa
Esperança; As comissões são representadas por dimensões social, ambiental,
econômica e infraestrutura do assentamento; Cada dimensão é representada por
suas comissões; Para acompanhamento dos trabalhos e ações que serão
realizadas no assentamento de acordo com as propostas do plano. Cada uma das
comissões é formada por coordenador, vice-coordenador; secretário e vice-
secretário. Cada qual responsável em acompanhar as atividades do plano, sendo
137
uma delas a comissão geral do assentamento Boa Esperança. As ações serão
desenvolvidas a partir das parcerias com instituições municipais, Estaduais e
Federais, em especial os órgãos: INCRA, EMATER, IDARON,CEPLAC, Caixa
Econômica Federal, Banco do Brasil, EMBRAPA, SEDAM, Prefeitura e suas
Secretarias.
Figura 73: Organograma do sistema gestor do PDA
Para gestão do Plano de Desenvolvimento do Assentamento Boa
Esperança, serão agendadas reuniões nas instituições para tratar das
negociações oficialmente. Estas reuniões terão a participação ativa dos
agricultores do PA, que solicitarão a resolução dos problemas priorizados durante
o auto-diagnóstico nas quatros dimensões, conforme as linhas de ação. São
preenchidas Atas que oficializam o encontro. Por conseguinte, o
acompanhamento do plano será contínuo, assistida pela assistência técnica
(ATER) com o INCRA até a resolução, que terá um período de no máximo 05
anos para conclusão.
O objetivo desse programa de gestão é acompanhar a execução e a
implantação das ações previstas nos programas e projetos do Plano de Ação.
138
6.3.6. Assessoria Técnica, Social e Ambiental – ATER
A assessoria técnica deverá ser prestada, preferencialmente, pelos
responsáveis pela formulação do PDA. O modelo de gestão do Plano prevê, além
do envolvimento do ATER e das famílias assentadas, a participação do INCRA,
de organizações públicas de ensino, pesquisa e assessoria técnica e da
sociedade civil. A construção de parcerias é relevante em todas as áreas, sendo
estes parceiros, a EMBRAPA, Secretaria de obras, Secretaria do Bem estar
Social, Secretaria de Educação, Secretaria de Agricultura, Secretaria de saúde,
SENAR, EMATER, INCRA, IDARON, INSS e SEDAM.
Com isso a equipe enquanto permanecer o contrato de prestação de
serviços, ela terá também sob sua responsabilidade o compromisso de fazer o
assessoramento técnico na gestão contínua do plano de ação.
A evolução do desenvolvimento do Assentamento Boa Esperança nas
dimensões social, econômica e ambiental dependerá principalmente da atuação
das comissões definidas para a gestão do PDA. Obviamente, que os técnicos
participarão das discussões, desde estágio inicial, considerando que a sua
competência para execução dos serviços de ATER do planejamento à avaliação,
mas de forma integrada junto às famílias assentadas que são os atores principais
e os maiores interessados no sucesso do programa.
A equipe técnica e assentados deverão agir de forma integrada à
dinâmica do desenvolvimento municipal e regional, de forma ambientalmente
sustentável, tomando como referência o PDA, para ampliação do potencial
produtivo e introdução de processos de beneficiamento, além dos cuidados
dirigidos à comercialização e aos grupos sociais.
139
Quadro 40: Cronograma de atividades de ATER.
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Oficinas
Participativas X X
Estabelecimentos
de parcerias X X X X X X X X
Orientação e
monitoramento
das comissões
gestoras X X X X X X X X X X
Orientações
técnicas X X X X X X X X X X
Capacitação dos
assentados X X X X X X X X X X
Avaliação de
execução do plano X
Relatório do plano X
Atividades2015
6.4. Indicativos de Sustentabilidade – Sobre o Projeto, Subprograma e/ou
Programa.
O PDA foi elaborado seguindo os princípios da metodologia de
intervenção participativa dos atores, que motivaram a elaboração deste
instrumento que caracteriza a vivência temporal da realidade do PA. Este
processo de construção coletiva e participativa torna se este documento valido
perante a comunidade por expressar suas opiniões, sugestões, desejos e
insatisfações diante da sua realidade.
Os maiores indicadores do andamento do projeto em seu aspecto de
sustentabilidade é a mudança para melhor da vida dos assentados tanto nos
aspectos social, econômico e ambiental.
A viabilidade econômica do Plano de Desenvolvimento do Assentamento
Boa Esperança está estreitamente ligada à viabilidade dos modelos produtivos
individuais a serem adotados pelos assentados, a possibilidade do
desenvolvimento de atividades não agrícolas, como a fabricação de artesanatos,
principalmente efetuados pelas mulheres conforme item 5.6.3, com potencial no
desenvolvimento de projetos coletivos tais como agroindústrias, aproveitando-se
140
do potencial produtivo de matérias-prima para estas, como leite, carne e frutas, a
utilização produtiva das terras de acordo com a aptidão agrícola e ao uso
sustentável dos recursos naturais do Assentamento.
Quando falamos em projetos, programas e subprogramas, e em
sustentabilidade temos que encarar a realidade do meio onde se desenvolvem
estas atividades e as pessoas que estão envolvidas na mesma.
Os modelos produtivos apresentados neste PDA são oriundos das
oficinas participativas de planejamento realizadas para elaboração deste Plano.
Foram apresentados, também, os indicadores econômicos na Oficina de
Gestão Familiar de forma preliminar como ferramenta orientadora no processo de
elaboração dos projetos produtivos por parte da equipe de ATER. A necessária
análise de Viabilidade Econômica deverá ser realizada na ocasião da elaboração
dos projetos executivos tais como as linhas de crédito PRONAF. Vale ressaltar
que o cálculo de viabilidade econômica realizado na Oficina de Gestão Familiar,
através da avaliação do custo de produção, trata-se de valores aproximados,
sendo estes alterados mediante o resultado e interpretação da análise de solo.
A equipe técnica responsável pela elaboração deste plano de
desenvolvimento atesta sua viabilidadee, seguindo criterios voltados para garantir
sustentalilidade econômica, social, ambiental e infraestrutura do PA, sendo eles
elementos suficientes a serem usados como indicativos de qualidade e sucesso
dos programas contidos neste PDA. Sendo que o principal indicativo de
sustentabilidade será a melhoria na qualidade de vida dos agricultores do PA.
7. Disposições Gerais
A construção do Plano de Desenvolvimento do Assentamento Boa
Esperança, procura no seu bojo acatar as principais demandas do assentamento,
levando em consideração o que preconiza as diretrizes da Política Nacional de
Assistência Técnica e Extensão Rural – PNATER e o Programa Nacional de
Assistência Técnica e Extensão Rural – PRONATER.
O Plano de Desenvolvimento do Assentamento Boa Esperança foi
elaborado conforme os princípios do Manual Operacional de ATER. O plano será
disponibilizado para as instituições públicas e instituições privadas que interagem
141
com o PA Boa Esperança, também para as associações e/ou representantes das
comissões das áreas temáticas do assentamento.
A partir dos problemas e potencialidades apresentados no item 5.8 foram
elaborados programas temáticos, com a participação dos assentados. É
interessante que estes programas se materializem em projetos e ações concretas,
pois, foram formulados em estreita sintonia com a situação diagnosticada para
cada dimensão. Por assim ser, acredita-se que há acessibilidade tanto em termos
de compreensão quanto de execução e espera-se que sua operacionalização
facilite e atenda satisfatoriamente os anseios dos agricultores, os principais
envolvidos, sendo suas vidas influenciáveis pelas ações, subsidiando suas
necessidades e trazendo benefícios para toda a família e, conseqüentemente,
para o assentamento em que vivem.
Acredita-se, ainda, que as ações sugeridas neste documento (PDA)
sirvam de base para o desenvolvimento do assentamento, seu maior objetivo. E,
que a partir dele, os agricultores sintam se estimulados para continuar o processo
de mudança de suas realidades.
142
8. Referencia bibliográfica
ATLAS DE RONDÔNIA. Edição em convênio com o Governo do Estado Federal
de Rondônia. IBGE, Rio de Janeiro. Superintendência de Pesquisas e
Desenvolvimento. Departamento de Geografia, 1985.
BRASIL. Ministério da Agricultura. Equipe de Pedologia e Fertilidade do Solo.
Divisão de Agrologia – SUDENE. Levantamento exploratório – reconhecimento de
solo do Estado da Paraíba. (Boletim Técnico, 15). Rio de Janeiro. 1975. pag.
553.
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA - EMBRAPA.
Sistema brasileiro de classificação de solos. 2.ed. Rio de Janeiro: Embrapa
Solos, 2006. Pag. 306.
EMATER. Associação de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de
Rondônia. ATER. Assessoria Técnica, Social e Ambiental à Reforma Agrária.
Autodiagnóstico do Projeto de Assentamento Boa Esperança. Núcleo Operacional
de Parecis, 2014.
FURTADO, R. & FURTADO, E. Intervenção participativa dos atores: uma
metodologia de capacitação para o desenvolvimento local sustentável. Brasília.
Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura. Brasília ed. 180 pag.
2000.
IDARON. Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia.
Relatório de informações cadastrais de outras especies, 36ª ETAPA F. AFTOSA
– Período: 15/04/2014 a 15/05/2014, Município de Parecis – RO. Levantamento
das espécies animais de interesse zootécnico exploradas no município de
Parecis/RO em 2014. Escritório de Parecis, 2014.
143
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Censo
2010. Disponível em:
http://www.ibge.gov.br/censo2010/dados_divulgados/index.php?uf=11 Acesso em 2014.
MDA. Plano Safra 2014 - 2015.
Porto Velho: SEDAM, 2007, 58 pag. Mapas. 1. Mapas RONDÔNIA – Zoneamento
Ecológico 2. Secretaria de Estado de Desenvolvimento Ambiental.
RONDÔNIA. Governo do Estado. Zoneamento Socioeconômico-Ecológico do
Estado de Rondônia: Um instrumento de Gestão Ambiental a Serviço do
Desenvolvimento Sustentável de Rondônia.
RONDÔNIA. Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (SEDAM).
Boletim Climatológico de Rondônia, ano 2007 / SEDAM, Porto Velho, 2009. 36
pag., il., tab. 1. Meteorologia – Brasil – Rondônia. I. Título.
Secretaria Municipal de Educação. Dados Secundários do Sistema Municipal de
Educação de Parecis em 2014. Parecis – RO, 2014.
VEIRA, L.S.; SANTOS, P.C.T; VIEIRA, M.N.F.Solos: propriedade, classificação e
manejo.
Zoneamento geoambiental da zona de amortecimento da reserva biológica do
Jaru-RO, como subsídios ao seu plano de manejo / Eloiza Elena Della Justina. –
Rio Claro : [s.n.], 2009, 225 f. : il., figs., mapas).
144
9. ANEXOS
145
Sub-Bacias Hidrográficas e Principais Rios da Região. A1 - Mapa da bacia ou sub-bacia de localização do Projeto de Assentamento
Fonte: EMATER – ATER/INCRA 1015.
A2 – Mapa de uso atual da terra e cobertura vegetal
Fonte: EMATER – ATER/INCRA 1015.
146
A3 – Croqui da Estratificação Ambiental dos Agroecossistemas
Fonte: EMATER – ATER/INCRA 1015.
A4 - Mapa da Organização Territorial Atual
Fonte: EMATER – ATER/INCRA 1015.
147
B1- Mapa do Anteprojeto de Parcelamento Incluindo Áreas Reserva Legal e Preservação Permanente e Infra-estrutura Existente e Projetada
Fonte: EMATER – ATER/INCRA 1015.