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1 INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA ASSOCIAÇÃO DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL PLANO DE DESENVOLVIMENTO DO ASSENTAMENTO PDA. PA - BOA ESPERANÇA NÚCLEO OPERACIONAL PARECIS MARÇO 2015 PARECIS RO

PA - BOA ESPERANÇA NÚCLEO OPERACIONAL PARECIS · A Origem do nome Boa Esperança: Colocamos o nome do Assentamento “Boa Esperança” por ser um assentamento “sem conflito”

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INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA ASSOCIAÇÃO DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL

PLANO DE DESENVOLVIMENTO DO ASSENTAMENTO – PDA.

PA - BOA ESPERANÇA

NÚCLEO OPERACIONAL – PARECIS

MARÇO – 2015 PARECIS – RO

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INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA ASSOCIAÇÃO DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL

PLANO DE DESENVOLVIMENTO DO ASSENTAMENTO – PDA

NÚCLEO OPERACIONAL – PARECIS

MARÇO – 2015 PARECIS – RO

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REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

Dilma Vana Roussef

Presidente da República Federativa do Brasil

Gilberto José Spier Vargas Ministro de Estado do Desenvolvimento Agrário – MDA

Carlos Mário Guedes de Guedes Presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA

Luís Flávio Carvalho Ribeiro Superintendente Regional do Estado de Rondônia

Antonio Carlos Ferreira Filho Chefe da Divisão de Desenvolvimento de Projetos de Assentamento

MARÇO – 2015 PARECIS – RO

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Secretário Executivo da EMATER-RO

Luis Gomes Furtado

Diretor Técnico e de Planejamento

José Tarcísio Batista Mendes

Gerente Estadual de Convênios e Contratos

Domingos Antônio Prieto

Coordenador de Contratos

Marcelo Santos Lopes

EQUIPE TÉCNICA ATER-INCRA

Ivani Rosa Calixto - Assistente Social

Wellington Ivo Rodrigues - Técnico em Agropecuária

Amilto Jesus da Silva Matos Junior - Engenheiro Agrônomo

Vanderlei Souza Ribeiro - Administrativo

Responsável pela elaboração do PDA

Eng. Agrônomo: Amilto Jesus da Silva Matos Junior

Técnico em Agropecuária: Wellington Rodrigues Ivo

Extencionista Social: Ivani Rosa Calixto

Técnico de Campo Responsável

Eng. Agrônomo: Amilto Jesus da Silva Matos Junior

Equipe de Nivelamento Metodológico e Revisão do Roteiro

Aladia Fregolente - Assistente Social

Janderson Dalazen - Engenheiro Agrônomo

Renata Rosa - Administradora de Empresas

MARÇO – 2015

PARECIS – RO

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COMISSÃO RESPONSÁVEL PELA PESQUISA-AÇÃO

NO ASSENTAMENTO BOA ESPERANÇA

COORDENAÇÃO GERAL

Claudionor Vieira Neves

Márcio Ferreira dos Santos

SECRETÁRIAS

Ângela Maria dos Santos da Silva Neves

Rosana da S. Ribeiro

COMISSÃO SOCIAL

Fabiene Alves da Silva

Nilza Carvalho da Silva

COMISSÃO PRODUTIVA

Jose Lopes Freitas

Jonas Borges Silva

COMISSÃO INFRAESTRUTURA

Ademir Pereira da Silva

Nilson Conte

COMISSÃO AMBIENTAL

Antônio Pereira Peixoto

Valdir Chaves

MARÇO – 2015

PARECIS – RO

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Temos que participar das Palestras, Cursos e Oficinas, pois é onde podemos tirar nossas dúvidas.

Tem sido muito importante para mim, e tenho certeza que para todas as famílias,

a assistência técnica prestada pelo ATER-INCRA.

A Origem do nome Boa Esperança: Colocamos o nome do Assentamento “Boa Esperança”

por ser um assentamento “sem conflito” e uma “esperança de melhoria de vida”.

Ademir Pereira da Silva Assentado, morador da Linha 75 – PA BOA ESPERANÇA,

(fala durante Oficina de PDA).

MARÇO – 2015

PARECIS – RO

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SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO 17

2. METODOLOGIA 17

2.1. Da Elaboração do Plano 18

2.2. Assessoria Técnica, Social e Ambiental no acompanhamento a implantação

do plano 42

3. CARACTERIZAÇÃO DO PROJETO DE ASSENTAMENTO 45

3.1-Geral 45

3.2-Especifica 46

4. DIAGNOSTICO RELATIVO Á ÁREA DE INFLUENCIA DO PA 49

4.1. Localização e acesso 49

4.1.1 Posição Geográfica 52

4.2. Contexto Sócio Econômico e Ambiental da Área de influencia do Projeto de

Assentamento 53

4.2.1- Condições climáticas 53

4.2.2- HIDROGRAFIA 56

4.2.3- Relevos e solos 57

4.2.4- Vegetação e fauna 59

4.2.5- Unidades de conservação 60

4.2.6- Situação social e demográfica 63

4.2.7- Zoneamento sócio econômico e ecológico 64

4.2.8- Uso da terra, economia e sistema de produção 69

5. DIAGNOSTICO DO PROJETO DE ASSENTAMENTO 71

5.1. Condições Físicas e Edafo-Climáticas do PA 71

5.1.1. Relevo 71

5.1.2. Solos 71

5.1.3. Recursos Hídricos 72

5.1.4. Flora 73

5.1.5. Fauna 74

5.1.6. Uso do Solo e Cobertura Vegetal 75

5.1.7. Reserva Legal e Áreas de Preservação Permanente 78

5.1.8. Estratificação Ambiental dos Agros – Ecossistemas 80

5.1.9. Capacidade de Uso do Solo 81

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5.1.10. Analise suscinta dos potenciais e limitações dos recursos naturais e da

situação ambiental do assentamento 83

5.2. Organização Espacial Atual 84

5.3. Situação do Meio Sócio-Econômico e Cultural 90

5.3.1 Histórico do Assentamento Boa Esperança 90

5.3.2. População, Organização Social 91

5.4. Infra-Estrutura Física, Social e Econômica 93

5.5. Sistemas Produtivos 93

5.5.1. Análise Sucinta do(s) Sistema(s) Produtivo(s) 97

5.6. Serviços de Apoio a Produção 98

5.6.1. Assistência Técnica e pesquisa 98

5.6.2. Crédito Rural 98

5.6.3. Capacitação Profissional 99

5.7. Serviços Sociais Básicos e Infra–Estrutura 99

5.7.1. Educação 99

5.7.2. Saúde e Saneamento 101

5.7.3. Lazer 106

5.7.4. Cultura 106

5.7.5. Habitação 107

5.8. Análise das limitações, potencialidades e condicionantes 110

6. PLANO DE AÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO

PROJETO DE ASSENTAMENTO 113

6.1-Apresentação 113

6.2. Objetivos e Diretrizes Gerais 114

6.2.1-Organização Espacial 115

6.2.2-Serviços e Direitos Sociais Básicos 116

6.2.3-Sistema produtivo 117

6.2.4-Meio ambiente 118

6.2.5-Desenvolvimento Organizacional 119

6.2.6-Assessoria Técnica, Social e Ambiental no Acompanhamento à Implantação

do Plano 120

6.3. Programas 120

6.3.1. Programa Organização Espacial 121

6.3.2. Programa Produtivo 125

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6.3.3.Programas de Garantias de Direitos Sociais 129

6.3.4. Programa de Garantia de Direitos Ambientais 132

6.3.5.Programa de Desenvolvimento Organizacional e de Gestão do Plano 136

6.3.6. Assessoria Técnica, Social e ambiental – ATER-INCRA 138

6.4. Indicativos de Sustentabilidade – Sobre o Projeto, Programa e/ou

subprograma e/ou Programa 139

7. Disposições gerais 140

8. Bibliografia 142

9. Anexos 144

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LISTAS DE FIGURAS

Figura 1. Circulo de oração equipe ATER/INCRA e beneficiários 19

Figura 2. Dinâmica da bexiga 20

Figura 3. Técnica da fofa 20

Figura 4. Técnica da fofa 20

Figura 5. Técnica da fofa 21

Figura 6. Técnica de inclusão ´´nos Conhecendo`` 25

Figura 7. Técnica da qualidade 25

Figura 8. Ferramenta diagrama de Venn 26

Figura 9. Planejamento e desenvolvimento 27

Figura 10. Ferramenta Chuvas de Ideias 27

Figura 11. Técnica de sensibilização dos Palitos 27

Figura 12. Técnica de sensibilização dos Palitos 27

Figura 13. Mapa do Passado 28

Figura 14. Mapa do Presente 28

Figura 15. Mapa do Futuro 28

Figura 16. Dinâmica do sociograma 31

Figura 17. Dinâmica do sociograma 31

Figura 18. Dinâmica Mapa das famílias 32

Figura 19. Dinâmica Mapa das Famílias 32

Figura 20. Questionário Pesquisa Ação 38

Figura 21. Questionário Pesquisa Ação 38

Figura 22. Sistematização Pesquisa Ação 39

Figura 23. Sistematização Pesquisa Ação 39

Figura 24. Votação dos problemas 39

Figura 25. Votação dos problemas 39

Figura 26. Problemas priorizados Infraestrutura 39

Figura 27. Problemas priorizados área Ambiental 39

Figura 28. Problemas priorizados área Produtiva 40

Figura 29. Problemas priorizados área Social 40

Figura 30. Cidade de Parecis 49

Figura 31. Mapa de localização de Parecis (IBGE,2008) 52

Figura 32. Umidade relativa média anual (%) (REMAR, 2008) 54

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Figura 33. Precipitação total anual (mm) ( REMAR, 2008) 55

Figura 34. Índices termo pluviométricos da microrregião de Vilhena ( SEDAM,

2014 55

Figura 35. A1- Mapa da Bacia ou Sub-bacia de localização de Projeto de

Assentamento 57

Figura 36. Relevo do município de Parecis – RO ( IBGE, 2007) 58

Figura 37. Mapa de classes do solo do município de Parecis – RO ( IBGE,

2007) 59

Figura 38. Mapa das classes de vegetação do município de Parecis – RO (

IBGE, 2007) 60

Figura 39. Terra indígena kwaza no município de Parecis – RO

(IBGE, 2007) 63

Figura 40. Mapa ilustrativo de localização dos municípios 65

Figura 41. 2ª aproximação do zoneamento socioeconômico e ecológico –

2009 66

Figura 42. 2ª aproximação do zoneamento socioeconômico e ecológico –

2009 68

Figura 43. Solos do PA Boa Esperança 72

Figura 44. A1- Mapa da Bacia ou Sub-bacia de localização de Projeto de

Assentamento 73

Figura 45. Área preservada PA Boa Esperança 74

Figura 46. Periquito ( Melopsittacus sp) 75

Figura 47. A2- Mapa de Uso Atual da terra e cobertura vegetal 75

Figura 48. Plantio mandioca 76

Figura 49. Plantio milho 76

Figura 50. Plantio melancia 76

Figura 51. Plantio arroz 76

Figura 52. A2- Mapa de Uso Atual da terra e cobertura vegetal 78

Figura 53. A2- Mapa de Uso Atual da terra e cobertura vegetal 79

Figura 54. Foto via satélite da situação do PA Boa Esperança 80

Figura 55. A3- Croqui de Estratificação Ambiental dos Agros-Ecossistema 80

Figura 56. Manejo Pastagem 82

Figura 57. Manejo Pastagem 82

Figura 58. A4 – Mapa da Organização Territorial Atual 82

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Figura 59. B1- Mapa do anteprojeto de parcelamento incluindo Áreas

Reservas Legal e Preservação Permanente e Infra Estrutura existente

e Projetada 84

Figura 60. Via de acesso kapa 8 85

Figura 61. Via de acesso kapa 8 85

Figura 62. Energia elétrica 86

Figura 63. Associação ASPROKINF 87

Figura 64. Igreja católica 88

Figura 65. Instalação de curral 89

Figura 66. Instalação de curral 89

Figura 67. Bovino Nelore 95

Figura 68. Bovino aptidão leite 95

Figura 69. Instalações rústicas ( pocilga) 96

Figura 70. Instalações rústicas ( pocilga) 96

Figura 71. Tanques de piscicultura 96

Figura 72. Residência PA Boa Esperança 107

Figura 73. Organograma do sistema gestor do PDA 137

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1. Distância da sede do Município 49

Quadro 2. Dados do Município de Parecis-RO 50

Quadro 3. População do Município de Parecis 51

Quadro 4. Limites e confrontações 52

Quadro 5. Situação legal das unidades de conservação do Estado 62

Quadro 6. Dados pecuários do Município de Parecis 69

Quadro 7. Culturas Perenes 70

Quadro 8. Culturas Anuais 70

Quadro 9. Classes de relevos e de declividade existentes no Imóvel 71

Quadro 10. Área e cobertura vegetal 77

Quadro 11. Práticas adotadas no PA 78

Quadro 12. Descritivo da situação ocupacional do PA Boa Esperança 85

Quadro 13. Levantamentos da quantidade de bueiros e pontes com

Necesssidade de recuperação (INCRA/ATER/EMATER) 86

Quadro 14. Distribuição da população do Assentamento por faixa etária 92

Quadro 15. Infraestrutura física, Social e econômica do PA Boa Esperança 93

Quadro 16. Levantamento das espécies animais de interesse zootécnico no PA

Boa Esperança, Parecis – RO 94

Quadro 17. Escolas existentes no município de Parecis – RO 100

Quadro 18. Escolaridade por faixa etária 100

Quadro 19. Saúde 101

Quadro 20. Caracterização da infraestrutura do Hospital Muicipal 101

Quadro 21. Funcionários da saúde no município de Parecis – RO 102

Quadro 22. Destino do lixo orgânico e Inorgânico e das embalagens de

agrotóxicos vazias no PA Boa Esperança 104

Quadro 23. Tipos de habitação 109

Quadro 24. Cronograma de execução 122

Quadro 25. Cronograma de execução 123

Quadro 26. Cronograma de execução 124

Quadro 27. Plano de Ação da Dimensão Infraestrutura 124

Quadro 28. Cronograma de execução 126

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Quadro 29. Cronograma de execução 127

Quadro 30. Cronograma de execução 128

Quadro 31. Plano de Ação na Dimensão Produtiva 128

Quadro 32. Cronograma de execução 130

Quadro 33. Cronograma de execução 131

Quadro 34. Cronograma de execução 131

Quadro 35. Plano de Ação na Dimensão Social 132

Quadro 36. Cronograma de execução 133

Quadro 37. Cronograma de execução 134

Quadro 38. Cronograma de execução 135

Quadro 39. Plano de ação na Dimensão Ambiental 136

Quadro 40. Cronograma de atividade de ATER 139

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Gráficos

Gráfico 01. Situação ocupacional 47

Gráfico 02. Uso do solo PA Boa Esperança 77

Gráfico 03. Principais fontes de água 88

Gráfico 04. Nível de escolaridade dos beneficiários do PA Boa Esperança 90

Gráfico 05. Animais do PA Boa Esperança 94

Gráfico 06. Origem da renda familiar 97

Gráfico 07. Destino do esgoto 103

Gráfico 08. Dimensão Ambiental no PA Boa Esperança 105

Gráfico 09. Tratamento de água aplicado no PA Boa Esperança 106

Gráfico 10. Religião do PA Boa Esperança 107

LISTA DE SIGLAS

EMATER-RO: Associação de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de

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Rondônia.

IDARON: Agência de Defesa Sanitária Agrossilvopastoril do Estado de Rondônia.

IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

INCRA: Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária.

MDA: Ministério do Desenvolvimento Agrário.

RADAM: Projeto Radam do Brasil.

REMAR: Rede de Estação Meteorológico Automáticas de Rondônia.

SEDAM: Secretaria de Estado de Desenvolvimento Ambiental.

EMBRAPA: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária.

PDA: Plano de Desenvolvimento do Assentamento.

ZSEE-RO: Zoneamento Socioeconômico Ecológico do Estado de Rondônia.

PRONAF: Programa Nacional de Fortalecimento a Agricultura Familiar.

PLANO DE DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE ASSENTAMENTO- PA BOA ESPERANÇA

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1. Apresentação

O PDA se traduz num conjunto de ações planejadas, voltadas para

garantir ao Projeto de Assentamento - PA um nível desejado de desenvolvimento

sustentável, a curto e médio prazo, proporcionando crescimento da renda aos

seus beneficiários, geração de empregos, aumento da produção e melhores

condições de vida e cidadania, através do atendimento de itens considerados

básicos para esse fim, resultantes da intervenção de políticas governamentais e

de parcerias institucionais e privadas. Os dados constantes do PDA resultarão no

diagnóstico e na definição de ações que assegurem a consolidação dos PAs, em

observância às normas pertinentes.

Sendo o PDA um instrumento de planejamento e complementação das

ações planejadas, resultando conteúdos diferenciados, pois tanto no diagnóstico

quanto no prognóstico, irão surgir situações em que já houve implementação de

algumas ações, planejadas ou não.

2. METODOLOGIA

A metodologia utilizada na elaboração do Plano de Desenvolvimento

Assentamento foi a INPA (Intervenção Participativa dos Atores) e se caracteriza

por ser um processo de intervenção de caráter educativo, estimulando os

beneficiários a mergulhar numa reflexão crítica sobre sua realidade, e os técnicos

a se sentir como os agentes educadores na socialização dos seus conhecimentos

científicos, buscando a transformação dessa realidade que segue os seguintes

princípios básicos:

1) A construção do conhecimento;

2) Considerar as múltiplas perspectivas;

3) Insistir na “intervenção participativa”;

4) Delineada a partir de um contexto específico: os Assentamentos Rurais;

5) Facilitar a participação de todos os atores envolvidos: técnicos, lideranças,

assentados e instituições;

6) Ter como objetivo geral a construção e a implementação de ações

sustentáveis.

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2.1. Da Elaboração do Plano

No Processo de construção do diagnóstico do PDA, as principais etapas

foram sensibilização, o levantamento de dados secundários e o autodiagnóstico,

conforme a seguir:

O ponto de partida da elaboração deste diagnóstico foi o contrato

3000/2014 celebrado entre INCRA/EMATER. Foram levantadas informações em

diversas instituições públicas e privados, órgãos de classe e representações

populares, para obtenção de dados secundários para subsidiar a elaboração

deste plano, levantamento esse feito por técnicos da EMATER no Município e

regiões vizinhas com expressão sobre o assentamento.

Os dados levantados foram sistematizados e socializados entre os

técnicos, com a finalidade de analisar previamente a realidade da região em que

os Projetos de Assentamento do Núcleo de Parecis estão inseridos. Estas

Informações foram expostas aos beneficiários e permitiram uma análise.

Como fonte de dados primários utilizamos o cadastro das UPF (Unidades

Produtivas Familiares), do PA Boa Esperança Estes foram realizados, e

atualizados em uma outra oportunidade, pelos técnicos, envolvendo todas as

áreas: social, ambiental, produtiva e econômica. Esses contatos se estenderam

através de visitas técnicas e contatos com as famílias através de reuniões,

mutirões, intercâmbios, cursos e outros; onde o relacionamento entre técnico (a) e

produtor (a), as famílias como um todo, passam a ter mais afinidade, conhecendo

suas crenças, opções de lazer, sua organização e convívio em comunidade, e

além disso, conhecendo UPF de uma forma ampla, através do método de

caminhada transversal, este aplicado em praticamente todas as parcelas.

Com o intuito da retomada de ações socioeconômicas ecológicas e com a

perspectiva do envolvimento do principal ator desta atividade, o assentado,

participou ativamente da construção de uma nova metodologia de intervenção no

Assentamento Boa Esperança, mediante um processo metodológico participativo,

para a elaboração deste plano que foi assessorado pela equipe ATER-INCRA. O

conhecimento local e a educação popular foram considerados como fonte

principal para a construção de um novo horizonte de perspectivas.

Para a construção do PDA, as principais etapas foram a sensibilização, o

levantamento de dados primários e secundários, e o autodiagnostico. Foram

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realizadas várias oficinas coletivas com os assentados do PA. Segue abaixo

informações e arquivos referentes a essas atividades, realizadas com sucesso.

As oficinas marcaram o início das atividades no assentamento, realizadas

como de costume, na sede da associação ASPROKINF (Linha Kapa 08). Na

etapa de sensibilização, que teve como finalidade a sensibilização dos

assentados, apresentações, contudo o objetivo da primeira abordagem aos

assentados foi conquistar o apoio dos mesmos e o comprometimento deles em

participar de um trabalho participativo e coletivo, onde eles seriam os atores de

um plano de desenvolvimento do próprio assentamento. As oficinas e reuniões no

PA Boa Esperança sempre se iniciaram com a Oração do PAI-NOSSO (Figura

01), a pedidos dos assentados. As refeições de café da manhã e tarde eram

enriquecidas com a produção local de pães e cucas, da então beneficiária Ângela

Maria, recebendo apoio da equipe ATER-INCRA na produção e geração de renda

para a família.

Figura 01. Círculo de Oração (EQUIPE ATER-INCRA e Beneficiários)

A próxima atividade realizada para apresentação e socialização dos

beneficiários foi utilizada a dinâmica “bexiga feliz” (Figura 02), onde uma bexiga

com carinha feliz era jogada para cima e não podia cair, cada pessoa que

pegasse a bexiga apresentava um amigo. Os participantes se interagiram e

participaram com bastante ânimo, tornando a dinâmica emocionante. Sendo o

objetivo final alcançado.

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Figura 02. Dinâmica da Bexiga

Em seguida os participantes foram divididos em 03 grupos para a

realização da dinâmica da FOFA (Figuras 03, 04 e 05), o 1° grupo citou

FORTALEZAS (fatores internos que contribuem para o seu melhor desempenho),

O 2° OPORTUNIDADES (fatores externos quem poderiam influir positivamente no

desenvolvimento do PA) e o 3° grupo FRAQUEZAS (fatores internos que influem

negativamente sobre o desempenho) E AMEAÇAS (fatores do meio externo quem

influem negativamente e não podem ser controlados). Foi estipulado o tempo de

15 a 20 minutos para que cada grupo apresentasse as palavras em tarjetas,

sendo este o resultado final:

Figura 03. Técnica da Fofa. Figura 04. Técnica da Fofa

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Figura 05. Técnica da FOFA

GRUPO I – FORTALEZAS DO PA BOA ESPERANÇA

Persistência: Eles escolheram esse tema porque citaram o fato de nunca terem

abandonado aquele lugar, mesmo sem condições financeiras, sem estrada e

moradia;

Cursos de capacitação: A beneficiária da Reforma Agrária, Fabiene Alves da

Silva, foi mobilizadora do SENAR, e trouxe várias oportunidades de cursos de

capacitação para o PA Boa Esperança.

Energia Elétrica: Chegou em Dezembro de 2011 o Programa do Governo Federal

LUZ PARA TODOS e foi uma marco para as famílias.

GRUPO II – OPORTUNIDADES PARA O PA BOA ESPERANÇA

Curso de computação: Os pais citaram que as crianças receberam um curso de

informática oferecido pela Escola, e é uma oportunidade de crescimento e acesso

a informação;

Criação de Bovinos de leite: Considerado como oportunidade para aumentar a

renda das famílias;

Casas: As famílias estão ansiosas em receber a casa do Programa Nacional de

Habitação Rural (PNHR), o Crédito Construção oferecido pelo Caixa Econômica

Federal;

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Controle de pragas e doenças: Citaram que sofrem muito com o ataque de

cigarrinhas das pastagens, e que se houver uma orientação correta pode vir a ser

uma oportunidade;

Correção do solo: Os beneficiários reivindicaram a necessidade de fazer uma

análise de solo das propriedades, em áreas para possíveis plantios;

Mecanização: A aquisição de um trator é para o Assentamento é visto como

prioridade pelas famílias. Pois sem ele e os implementos necessários inviabiliza a

produção futura;

Agroindústrias: Solicitação de uma agroindústria de beneficiamento de pescado,

onde a maioria das propriedades já possuem tanque e possuem aptidão para

trabalhar com essa atividade. Implantação de uma cozinha industrial no PA,

agroindústria de panificação, para que as mulheres pudessem expandir sua

produção local e aumentar as opções de mercado como PAA, PNAE e outros.

Poço Artesiano: A dificuldade de água neste PA não é diferente de nenhuma

região no Município, há extrema necessidade de construção um poço artesiano

para melhoria da qualidade de vida dos beneficiários: O acesso a água potável.

Investimentos para o PA: Sede para a associação com toda infraestrutura

necessária para eventos e reuniões;

Responsabilidade: Eles citaram que precisa haver responsabilidade tanto por

parte das Secretarias, como por parte dos beneficiários.

GRUPO III – FRAQUEZAS E AMEAÇAS DO PA BOA ESPERANÇA

Fraquezas:

União: A equipe desta unidade se preocupou com esse item ser considerado uma

fraqueza, pois eles não consideram as famílias unidas;

Saúde: Citaram como fraqueza porque a agente de saúde não passa na maior

parte das casas mensalmente;

Estrada: Não há manutenção na estrada de acesso ao PA, a Linha Kapa 08.

Associação: A associação ASPROKIMF possui 4 (quatro) anos de existência e na

visão dos beneficiários ela não funciona como deveria. Não há reuniões mensal,

inclusive;

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Atendimento social: Não existia atendimento social no Município;

Assistência técnica: Os beneficiários estão preocupados, pois o contrato

3000/2014 e pelo período de 1 ano, e com o termino eles irão ficar sem

Assistência Técnica.

Lavouras: Hoje as famílias não plantam mais, quase todas as áreas se

transformaram em pastagem;

Esporte e lazer: Os beneficiários não realizam nenhum evento de

confraternização\comemoração no PA;

Transporte: Fizeram uma observação dizendo que o ônibus escolar só circula em

período eleitoral e só na época da seca;

Falta de ensino para adultos: Há pessoas no PA com interesse em voltar a

estudar.

Ameaças

“Não só multar: ENSINAR!” Citaram que entidades parceiras como o IBAMA e

SEDAM, não orientam, só multam;

FOGO: As queimadas representam uma grande ameaça. Os beneficiários sofrem

intensa fiscalização pelo SEDAM, mas nunca encontram onde se originou o

incêndio;

Disputa política: As disputas políticas no município atrapalham o andamento de

muitas ações;

“Homem com Poder”: Comentaram que é assim que se conhece um homem.

A próxima atividade realizada foi a “dinâmica das palavras”. Palavras escritas

em um papel, como: Deus, amor, paz, alegria, tristeza, felicidade, perdão;

escritas, dobradas, colocadas em um copinho, e entregue uma a cada

beneficiário. A ferramenta tinha como objetivo a descoberta de personalidades

presentes, emoções, desabafos, etc. Cada pessoa dizia o que significava para a

sua vida. A cada palavra pronunciada trazia reflexão para o grupo, a dinâmica foi

bem aceita e teve um ótimo resultado, trazendo mais conhecimento da equipe

para com as famílias presentes.

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Após foi aplicada a Dinâmica de Inclusão ´´ Nos conhecendo``, onde cada

produtor recebeu uma folha onde constavam algumas perguntas particulares

sobre a vida de cada um. Assim cada um dos beneficiários expuseram seus

conhecimentos e suas qualidades sobre si próprios, logo após os técnicos

chamaram um a um na frente para falar o que tinha escrito na folha na qual foi

passada a eles. Após cada um se apresentar, os técnicos fizeram uma

explanação falando o objetivo da dinâmica: estimular a reflexão sobre si próprio e

propiciar a identificação com os outros membros do grupo, ao mencionar

informações sobre si mesmo que os outros, possivelmente, desconheciam. A

exemplo segue respostas dos beneficiários, Sr. Claudionor e Sr. José Freitas.

Nome: Claudionor

Nome pelo qual é conhecido: Cal

Nome do Sítio: Paraíso (O porquê do nome Sítio Paraíso, Claudionor

respondeu: Porque é um paraíso onde ele mora com a família).

Eu sou (dizer uma característica pessoal): Eu sou feliz

Eu gosto (partilhar uma preferência pessoal): Eu gosto de compartilhar

idéias, viver bem com todos meus amigos.

Qual seu sonho perante o Assentamento Boa Esperança? Ver todo

mundo feliz dentro do Assentamento e ver o Assentamento produtivo.

Nome: José Lopes de Freitas

Nome pelo qual é conhecido: José

Nome do Sítio: Três rios (porque há o encontro de três rios existentes na

propriedade).

Eu sou (dizer uma característica pessoal): Alegre e companheiro

Eu gosto (partilhar uma preferência pessoal): Pescar, trabalhar e ajudar ao

próximo.

Qual seu sonho diante o Assentamento Boa Esperança? Conforme indica

(Figura 06) meu sonho e que um dia todos possam ter condições de fazer um

tratamento no solo, pastagem ou lavoura.

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Figura 06: Técnica de Inclusão ´´ Nos conhecendo``

Na sequência, os técnicos ATER-INCRA realizaram outra dinâmica com o

nome: Dinâmica da “Qualidade”. Cada beneficiário anotava em um pequeno

pedaço de papel a qualidade que acredita ser mais importante em uma pessoa.

Em seguida, colocavam os papéis no chão virados para baixo, em forma de um

quadrado. Logo após, foi convidado um beneficiário por vez para pegar um papel

e fazer a leitura. O beneficiário elegia rapidamente uma pessoa com esta

qualidade. O objetivo dessa dinâmica é a interação de todos, onde os

beneficiários possam se conhecer melhor e priorizar suas qualidades conforme

(Figura 07) abaixo.

Figura 07. ´´ Técnica da qualidade``

Em seguida, a ferramenta aplicada foi o Diagrama de Venn, com o

objetivo de identificar os grupos organizados do PA e as relações que existe entre

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os beneficiários e com as instituições locais. A logomarca de alguns parceiros

como: INCRA; EMATER; SENAR; Prefeitura Municipal; Secretária de Educação;

Secretária de Agricultura; Secretária de Saúde; Secretária de Obras; Sindicato

Rural; SEDAM; IBAMA; Documentos do Assentamento, SUCAM, Insumos,

Transporte Escolar, Prefeitura, Câmara Municipal, Igreja, Linhas de Créditos,

Assistência Social e organizações como Comércio local e Associação, foram

apresentadas aos beneficiários do PA. No diagrama havia quatro círculos e os

beneficiários foram opinando em qual círculo a entidade se encontrava, se estava

próximo ou longe do PA Boa Esperança. Se havia forma de contato, se existia

vínculo e acesso. A figura 08 abaixo apresenta o resultado:

Figura 08: Ferramenta Diagrama de Venn –

Como método de reflexão, a EQUIPE ATER-INCRA fez a leitura da letra da

música “Tocando em Frente”, de forma bem lenta e compassada, para que as

palavras fossem absorvidas e entendidas; Logo após a leitura foi colocada a

música, de forma que todos ouvissem. Após conclusão da música a EQUIPE

ATER-INCRA pediu que os beneficiários falassem sobre o que mais lhes chamou

a atenção na música, ou que mais lhes havia tocado. O objetivo da dinâmica

tocando em frente é sensibilizar para o tipo de trabalho que a equipe irá

desenvolver contínuo e sequenciado.

Após as etapas de sensibilização, deu-se início à etapa de autodiagnóstico,

que foi realizada uma exposição oral pela equipe ATER-INCRA sobre o que é

PDA, para que seja feito esse plano, e como seria sua construção e execução.

Após, foi construído um roteiro para coleta de dados juntamente com os

beneficiários, aprovado pelos presentes conforme (figuras 9 e 10) abaixo.

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A seguir algumas ferramentas utilizadas:

Figura 09. Planejamento e desenvolvimento Figura 10. Ferramenta Chuva de idéias

Para sensibilização sobre união e importância sobre o trabalho em grupo,

foi aplicada a técnica dos palitos (figuras 11 e 12). Cada participante recebeu uma

quantidade determinada de palitos de madeira, à medida que foi aumentada a

quantidade de palitos, a dificuldade em quebrá-los também aumentou, e assim foi

até o momento em que nenhum membro do assentamento conseguiu quebrar a

quantidade de palitos unidos. Em seguida foi realizada uma reflexão ampla sobre

a dinâmica e cada participante expôs sua opinião.

Figura 11: Técnica de sensibilização dos palitos. Figura 12: Técnica de sensibilização dos palitos.

Em um segundo momento, e como instrumento de autodiagnóstico do

PDA, os assentados se dividiram em três grupos para poder fazer um desenho e

relatar a realidade do assentamento. O primeiro grupo tinha que retratar o

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assentamento no passado, quando eles vieram ao assentamento (Figura 13), o

segundo grupo retratar o presente (Figura 14) e o terceiro grupo retratar o

assentamento no futuro colocando todos os sonhos e vontades a serem realizas e

conquistadas (Figura 15).

Figura 13: Mapa do Passado Figura 14: Mapa do Presente

Figura 15: Mapa do Futuro

Logo após a apresentação da mensagem de reflexão apresentamos uma

ferramenta sendo ela os mapas: Passado, Presente e Futuro, onde os

agricultores se lembraram do dia em que foi construída a mesma ferramenta no

contrato 8000/2012, porém a equipe ATER/INCRA explanou que e de

fundamental importância a realização novamente destes mapas, porque esta

ferramenta tem como objetivo levar à reflexão sobre as mudanças positivas e

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negativas ocorridas no tempo, assim como suas causas e consequências.

Comparando os mapas do passado e do presente, identificando quais as

principais mudanças ocorridas e suas causas. Também podem ser buscadas,

junto aos participantes, possíveis soluções para a melhoria de quadros

insatisfatórios registrados no mapeamento da situação atual, após ser comparada

com a situação passada.

Com a construção dos mapas eles observaram que já mudou muito desde

a chegada deles no assentamento e que hoje as coisas estão bem mais fáceis do

que antigamente, pois eles já trabalharam muito para chegar ao ponto em que

estão hoje.

No início da oficina foi passado um vídeo de reflexão, intitulado:

“SEJA UM MILAGRE”, “Como seria se Deus desse ao ser humano seus

poderes, independentemente de suas religião ou crença, a mensagem

ficou clara as pessoas não percebem que elas tem o poder ou seja você já

nasce com ele basta saber usar, nascemos com livre arbítrio que o poder

de escolher o que é o melhor para nós. Dizem que o mais lamentável perca

é a perca do tempo, a vida passa é tão curta e o tempo passa tão rápido.

“Mario Quintana disse: quando se vê já são seis horas, já é sexta feira,

quando se vê já é natal, já terminou o ano, nossos filhos já cresceram já se

passaram 30,40 e 50 anos. Quem mata o Tempo não é assassino mas sim

um suicida de muitos que estão ao seu lado de muitos que virão. A

maturidade nos ensina algumas coisas a primeira é construir todas as suas

estradas no hoje porque o futuro vencedor depende da sua decisão. Muitos

que estão aqui usam seu tempo de forma que lhes convém, por isso são

auto disciplinados, e assim sendo procuram fazer escolha certa dentro do

limite e regras. “Porque gerenciar a vida é questão de escolha”, não se

pode perder tempo escolhendo reclamar e amaldiçoar sua sorte ao invés

de encarar o sol da manhã no rosto e ver as oportunidades que apareceu,

os que assim fazem tem sorte na vida, são reconhecidos pelo

aproveitamento do tempo são os que deixam marcas e legados. Autonomia

é sinônimo de auto consciência de auto determinação em favor não só do

próprio crescimento mas do crescimento da sua família. Preparem-se

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enchem de sabedoria, use o tempo ao seu favor, vocês estão aqui porque

merecem, então vamos em frente. Sorriso no rosto, firmeza na decisão,

você quer um milagre, ´´SEJA UM MILAGRE``.

Em seguida a equipe passou uma dinâmica classificada como

Sociograma. Os beneficiários receberam orientação da atividade para trabalhar

em grupo. Foram divididos em dois. Foram repassadas as perguntas para os

grupos:

1) Se você fosse para uma ilha deserta e tivesse que estar lá por muito

tempo, quem você levaria dentro desse grupo?

2) Se fosse montar uma festa na associação e tivesse que escolher uma ou

quantas desejarem pessoas desse grupo quem você escolheria?

3) Se fosse para montar uma cooperativa para construir um laticínio no PA

BOA ESPERANÇA desse grupo quem você escolheria?

4) Se você fosse sorteado em um concurso para uma grande viagem e só

pudesse levar duas pessoas dentro desse grupo, quem você levaria?

5) Se você fosse sorteado na mega-sena, ganhasse 110 milhões de reais e

tivesse de dividir com uma pessoa desse grupo, com quem você dividiria o

prêmio?

Em seguida a equipe ATER-INCRA explicou o objetivo da dinâmica

(Figura 16 e 17). Desenvolvida a fim de se descobrir os líderes positivos e

negativos de um determinado grupo, pessoas afins, pessoas em que cada um

confia e conhecer a união dos beneficiários.

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Figura 16: Dinâmica do Sociograma. Figura 17: Dinâmica do Sociograma.

Logo após foi aplicada a dinâmica do “Mapa das Famílias”. Onde a

Equipe ATER-INCRA utilizou uma folha de sulfite para cada beneficiário, onde

eles tinham que escrever as seguintes informações, formando o Mapa da Família:

Qual o Estado de Origem?

De onde vieram?

Qual sobrenome?

Quantos membros formam a família?

Quantos ainda moram na mesma casa?

Quais as principais atividades da Família?

Resultados dos Estados de Origem:

Paraná (PR)- 03 (três) beneficiários

Rondônia (RO) - 02 (dois) beneficiários

Minas Gerais (MG) - 01 (um) beneficiário

Bahia (BA) - 02 (dois) beneficiários

Espírito Santo (ES) - 03 (três) beneficiários

Mato Grosso do Sul (MS) - 01 (um) beneficiário

Cada produtor tinha que levantar e ir à frente e apresentar o Mapa da

Família, a Equipe ATER/INCRA frisou que através deste Mapa da família vão ser

extraídas várias informações para Elaboração do PDA (Figura 18 e 19).

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Figura 18: Dinâmica Mapa das Famílias Figura 19: Dinâmica Mapa das Famílias

Apresentação do Sr. Ademir Pereira da Silva: ´´sobrenome Pereira da

Silva, compõe a família 04 pessoas, tem como principal atividade a Pecuária leite

e suas origens „Espírito Santo e Paraná.``

Apresentação da Sra. Fabiene Alves da Silva: ´´sobrenome Alves da Silva,

compõe a família 04 pessoas, tem como principal atividade a Pecuária de corte e

suas origens: Espírito Santo e Rio Grande do Norte.”

Em um segundo momento, ocorreu no PA Boa Esperança, uma oficina,

que foi realizada com o intuito de formar grupos de assentados, para isto decidiu-

se que seriam quatro as dimensões (social, ambiental, produção e infraestrutura)

que participariam da pesquisa-ação¹ (Figura 20 e 21), antes de decidir como seria

realizada essa pesquisa, os assentados em uma dinâmica de grupos elaboraram

um questionário para cada dimensão, que serviria para fazer a entrevista semi-

estruturada e poder levantar os dados do diagnóstico do assentamento.

A pesquisa-ação foi realizada pelos assentados e com a supervisão dos

extensionistas ATER-INCRA. Na pesquisa o objetivo era entrevistar no mínimo

70% dos assentados, para assim termos uma segurança e confiabilidade nos

dados levantados. Nesse caso especificamente se tratando de um assentamento

com número reduzido de famílias, todos participaram da pesquisa ação, tanto

como entrevistadores quanto entrevistados.

______________________ 1

Pesquisa-ação é uma metodologia baseada na INPA, a qual ajuda a impulsionar os processos de

desenvolvimento e a mantê-los em andamento, principalmente porque os participantes descobrem muitas coisas sobre sua

realidade, aprendem como lidar com os problemas e a tentar resolvê-los, aumentando a própria consciência da realidade e

da realidade social mais ampla, o que lhes permite encontrar soluções mais duradouras. A discussão, tendo como ponto de

partida o cotidiano de vida e a própria linguagem é aprofundada, permitindo que os participantes expandam seu saber e

sua competência (Furtado e Furtado, 2000).

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QUESTIONÁRIO DA PESQUISA-AÇÃO DO PROJETO DE ASSENTAMENTO

BOA ESPERANÇA

Nome do Assentado:

Linha :

Pesquisador:

I n f r a e s t r u t u r a

A família recebeu auxilio habitação?

( ) Sim ( ) Não

A casa foi construída?

( ) Sim ( ) Não

Qual o tipo de moradia?

( ) Madeira ( ) Alvenaria ( ) Barraco ( ) Outros

Tem energia elétrica?

( ) Sim ( ) Não

Como teve acesso a energia?

( ) Rede ( ) Luz para todos ( ) Luz no Campo

( ) Gerador ( ) Outros

A família está satisfeita com a qualidade da energia elétrica?

Como está a qualidade do ônibus escolar?

Quantos barracões de associação têm no assentamento?

Quais as estruturas de lazer existentes no assentamento?

Quantos campos de futebol têm no assentamento?

Quantas igrejas têm no assentamento?

Como esta a qualidade das estradas das linhas e dos travessões no assentamento?

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Como está a qualidade do carreador?

Como estão as qualidades das pontes e bueiros?

De onde vem a água para o consumo? E quantos poços artesianos têm no

assentamento?

Quais os principais meios de comunicação existente no assentamento?

Qual a quantidade de bares?

Qual o tamanho dos lotes?

Qual o documento da terra que você tem?

Teve acesso a hora - máquina para a agricultura?

Esta satisfeita com o trabalho de mecanização?

Tem assistência técnica? Esta satisfeito com a assistência?

A m b i e n t a l

Quais são os recursos hídricos do assentamento?

Como está a mata da beira dos córregos, rios e igarapés?

Quando o assentamento foi criado, quais os tipos de árvores que tinham?

Tem alguma que não é encontrada mais, ou está ficando extinta?

Quais os animais que são vistos com frequência no assentamento?

O que você a acha sobre as queimadas? Elas podem causar danos ao meio ambiente?

Você utiliza veneno? Qual é o mais usado? O que você faz com as embalagens vazias?

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Ainda existe reserva de mata em sua propriedade? Quanto?

Você acha que tem necessidade de recuperar alguma parte da área desmatada em sua

propriedade? Por que?

Você utiliza alguma prática de conservação do solo? Qual?

Qual é o destino do lixo?

S o c i a l

Você acha importante participar de uma associação?

( ) Sim ( ) Não

Você participa de alguma associação?

( ) Sim ( ) Não Qual........................?

Qual a finalidade de uma associação?

Qual a participação de mulheres e jovens na associação?

As associações do assentamento têm envolvimentos com as instituições

governamentais? E não governamentais?

Qual a instalação que ocorreram no assentamento depois da sua criação?

( ) Estradas

( ) Energia

( ) Escola

( ) Casas

( ) Igrejas

( ) Associações

( ) Transportes

( ) Assistência Técnica

( ) Agente de saúde

( ) Outros

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Quais as instalações que seriam importante para o assentamento?

( ) Posto de saúde

( ) Segurança – Posto de policiamento

( ) Torre para celular

( ) Escola (EJA)

( ) Clube das mães

( ) Escola Família Agrícola

Você acha importante ter alfabetização e ensino fundamental para os adultos?

Como você considera a qualidade do ensino? É de acordo com a realidade? Como está

sendo o rendimento escolar dos alunos?

Qual a qualidade da água para o consumo? É tratada?

Como está o assunto relacionado a drogas alcoolismo e cigarro no assentamento?

Existem assentados que tem algumas habilidades? Quais?

( ) Pedreiro

( ) Carpinteiro

( ) Eletricista

( ) Serrador

( ) Outros

No assentamento existe atendimento médico?

E c o n ô m i c o

O que e quanto se produz em sua propriedade;

Gado ( ) Nº Corte ( ) Leite ( )

Galinha ( ) Nº

Suíno ( ) Nº

Outros ( ) Nº

Quais produtos agrícolas:

Mandioca ( ) Área.....

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Banana ( ) Área.....

Cupuaçu ( ) Área.....

Açaí ( ) Área.....

Coco ( ) Área.....

Pupunha ( ) Área.....

Pastagem ( ) Área.....

O que você gostaria de produzir em sua propriedade e por que não produz?

Qual é Principal produto de sua propriedade? E qual é a produção?

Como você faz o preparo de sua terra?

( ) Mecanizado ( ) Manual ( ) Tração Animal ( ) Fogo

Faz correção do solo

( ) Sim ( ) Não

Qual adubação você faz em seu solo?

( ) Orgânico ( ) Mineral

Trabalha com algum tipo de melhoramento genético animal?

Faz suplementação alimentar com seus animais? Quais?

Você fez algum financiamento? Para que?

Você está com dificuldade em pagar as parcelas do financiamento? Por quê?

Como são vendidos seus produtos agrícola e pecuário?

Faz algum beneficiamento de seus produtos?

Você precisa trabalhar fora de sua propriedade, para complementar sua renda?

Possui algum benefício governamental?

Faz extrativismo? Como é feito seu beneficiamento?

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Figura 20: Questionário da Pesquisa-Ação. Figura 21: Questionário da Pesquisa-Ação.

Após a pesquisa-ação, os dados foram sistematizados pelas equipes de

assentados (Figura 22 e 23), e posteriormente socializados em plenária, como

apresentação verbal para posteriormente serem divididos novamente os grupos

nas temáticas para identificação de potencialidades e problemas que surgiram a

partir dos resultados da pesquisa-ação. Os mesmos foram identificados e serão

apresentados a seguir no item “Análise dos Problemas e Potencialidades”.

Na sequência das atividades, os grupos temáticos sistematizaram o

resultado da pesquisa-ação e apresentaram em plenária, posteriormente,

priorizaram os cinco principais problemas, que foram votados em plenária, sendo

os três mais votados de cada temática escolhidos para serem inicialmente

trabalhados na busca de possíveis soluções. A votação em plenária (Figura 24 e

25), foi feita pela técnica das carinhas ( Triste Séria Sorrindo) sendo a

gravidade de cada problema representada com as expressões triste representa

o problema mais grave, séria representa o problema médio, e sorrindo o

problema menos grave. Eleitos assim, os problemas prioritários (Figura 26, 27,28

e 29).

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Figura 22: Sistematização pesquisa ação Figura 23: Sistematização pesquisa ação

Figura 24: Votação dos problemas Figura 25: Votação dos problemas

Figura 26: Problemas priorizados Infraestrutura Figura 27: Problemas priorizados área Ambiental

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Figura 28: Problemas priorizados área Produtiva Figura 29: Problemas priorizados área Social

Análise dos Problemas por Dimensão

PROBLEMAS PRIORIZADOS

SOCIAL

Falta melhoramento no transporte escolar 14 00 00

Falta Cursos de capacitação 00 14 00

Falta visitas de agente de saúde 13 01 00

Falta construção de área de lazer 01 08 05

Falta acesso a atendimento Social no município 13 01 00

ECONÔMICA PRODUTIVA

Falta incentivo a lavoura 07 07 00

Falta de controle de pragas e doenças 14 00 00

Falta incentivo bovinocultura leiteira 14 00 00

Faltam correção de solo 12 02 00

Falta capacitação de brucelose 01 05 08

INFRAESTRUTURA

Falta aquisição de um trator com implementos 14 00 00

Falta de um poço artesiano 01 13 00

Falta manutenção nas estradas e carreadores 14 00 00

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Falta cascalhamento de curral 07 07 00

Falta Construção das casas 14 00 00

AMBIENTAL

Falta de controle de erosão 08 06 00

Falta de recuperação de área degradada 14 00 00

Falta de mudas para reflorestamento 01 09 04

Falta de prevenção contra o fogo 02 02 10

Falta de conscientização pelo IBAMA E SEDAM 01 00 13

Em outro instante, os grupos temáticos se reuniram e a partir dos

principais problemas apontados na votação da oficina anterior, construíram uma

“Agenda de Prioridades”, utilizando tarjetas com opiniões que apontam a solução

dos problemas, os meios ou estratégias para a solução, quem serão os

responsáveis e o prazo para o cumprimento dos objetivos.

PROBLEMA

SOLUÇÃO

O QUE FAZER?

ESTRATÉGIA

COMO FAZER?

AÇÃO

QUEM VAI

FAZER?

TEMPO

QUANDO FAZER?

As atividades de elaboração deste plano foram desenvolvidas

sistematicamente, seguindo um roteiro de: planejamento, capacitação, ações

realizadas pelos atores, avaliações dessas ações pelos próprios atores, correções

das mesmas se não tiveram atingido os objetivos, para começar um novo

planejamento com novas atividades, e assim sucessivamente, fazendo um ciclo

ou circulo virtuoso, envolvendo todos os participantes em busca da satisfação em

comunidade e não as necessidades pessoais, ou de cada família.

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2.2. A Assessoria Técnica, Social e Ambiental no Acompanhamento a

Implantação do Plano

A EQUIPE ATER-INCRA visa implantar uma ação descentralizada de

apoio às famílias dos agricultores (as) assentados (as) nos Projetos de Reforma

Agrária e Projetos de Assentamentos reconhecidos pelo INCRA, com iniciativa do

Governo Federal, coordenado por esta Autarquia e executado em parceria com

instituições públicas, privadas, entidades de representação dos trabalhadores e

trabalhadoras rurais e organizações não governamentais ligadas à Reforma

Agrária.

O Plano permite à distinção e o diagnóstico da área de influência do PA

Boa Esperança, a caracterização dos problemas e potencialidades segundo

levantamento de informações a partir da participação dos produtores na

construção da proposta de desenvolvimento, análise e aprovação do plano

dividindo nas dimensões: social, econômico-produtiva, ambiental e infraestrutura,

para que seja elencada a prioridade dentre os principais problemas e agendada

as possíveis soluções, desencadeadas em ações e/ou projetos a curto, médio e

longos prazos, traçado pelas famílias assentadas (homens, mulheres, idosos,

jovens e crianças) com apoio da assessoria técnica ATER/INCRA, através de um

processo participativo reflexivo e integrador, possibilitando aos produtores realizar

uma análise crítica da realidade coletiva em que vivem, para proporcionar a

tomada de decisões favoráveis ao alcance futuro do desenvolvimento do

assentamento, priorizando a agricultura familiar, a evolução social e a consciência

ambiental.

O referido plano envolveu a equipe ATER/INCRA, no Núcleo Operacional

de Parecis. A equipe e formada com um total de 04 técnicos que são

responsáveis pela Assistência Técnica prestada diretamente aos produtores do

PA Boa Esperança sendo eles: 01 Engenheiro Agrônomo, 01 Técnico em

Agropecuária, 01 Assistente Social e 01 Administrativo.

Participaram como parceiros da elaboração do plano: A Secretaria

Municipal de Educação de Parecis, no fornecimento de dados secundários;

participaram também no fornecimento de dados secundários os seguintes órgãos:

INCRA, EMATER, Prefeitura Municipal de Parecis, Secretaria Municipal de Ação

Social; Secretaria Municipal de Saúde; Secretaria Municipal de Obras e IDARON.

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A equipe ATER-INCRA de Parecis está alocada no mesmo terreno do

Escritório Local de Parecis da EMATER- RO, e dispõe de uma sala em alvenaria

para a Equipe de ATER-INCRA, localizado na Rua Duque de Caxias nº 123,

Bairro Centro, Parecis - RO, além da estrutura física o escritório conta com alguns

equipamentos de informática, eletrodomésticos, móveis e veículos descritos

abaixo.

ESCRITORIO DE PARECIS- ESTRUTURA EQUIPE ATER-INCRA

Utilitário Quantidad Quantidade

Informática

Computador 02

Notebook 01

Impressora 02

Nobreak 02

Tablet 01

Câmera digital com cartão de 2 GB de memória 01

GPS 01

Eletrodomésticos

Bebedouro 01

Aparelho telefônico 02

Geladeira 01

Móveis

Armário arquivo 01

Arquivo 01

Mesa de madeira 02

Mesa branca 02

Cadeira giratória 03

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Cadeira fixa 08

Central de ar 01

Veículos automotores

Motocicleta 02

Carro 01

* Cada moto vem acompanhada de 02 (dois) capacetes.

Ao assumir o compromisso de trabalho com esse Projeto de

Assentamento, a equipe técnica responsável, tem pautado suas ações

embasadas nas normas de execução preconizadas pelo INCRA, cuja metodologia

tem apoio no princípio da participação, utilizando o método de Intervenção

Participativa dos Atores – INPA, que valoriza o protagonismo dos atores na

construção de um instrumento que norteará o processo de desenvolvimento do

próprio grupo, por isso essa metodologia exige que os elementos constitutivos

dos planos, programas, projetos, e demais ações, sejam oriundos da realidade

dos atores, conferindo assim, ao Projeto de Assentamento maiores chances de

alcance do desenvolvimento sustentável.

O plano de desenvolvimento do assentamento Boa Esperança será

executado da seguinte forma: Planejar a agenda de prioridade; planejamento e

execução das ações propostas nos projetos de cada dimensão ambiental, social,

econômica e de infraestrutura.

Todas as ações proposta no plano serão realizadas a partir da formação

de grupos de gestão que ficarão responsáveis por cada área afim de acordo com

a pesquisa e de acordo com os grupos, podemos observar que as lideranças no

assentamento se destacam e por isso naturalmente foi destacado um líder para

cada dimensão, esses líderes estão citados abaixo e foram aprovados pelo

restante dos assentados em votação.

Representante Ambiental: Antônio Pereira Peixoto e Valdir Chaves;

Representante Produtiva: José Lopes Freitas e Jonas Borges Silva;

Representante Infraestrutura: Ademir Pereira da Silva e Nilson Conte;

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Representante Social/Cultural: Fabiene Alves da Silva e Nilza Carvalho

da Silva.

A intervenção da equipe ATER-INCRA nas etapas de execução do plano

será programada nas atividades do contrato e conta-se com o envolvimento dos

agentes do poder público municipal, estadual, federal e iniciativa privada. Este

comprometimento será realizada através da mobilização de visitas e reuniões

com representantes do comitê de cada dimensão na formalização de documentos

oficiais, bem como é papel dos assessores técnicos ATER-INCRA a elaboração

de projetos estruturais que foram demandados no plano.

O acompanhamento do plano será organizado conforme a formação das

comissões temáticas, para atender melhor às aspirações dos assentados, e

estabelecer junto com eles o processo de adaptação, execução e

desenvolvimento antes sonhado por eles, buscando um processo rural

sustentável contínuo de valores culturais, tecnológicos, econômicos e ambientais.

3- CARACTERIZAÇÃO DO PROJETO DE ASSENTAMENTO BOA

ESPERANÇA

3.1-Geral

Denominação do imóvel

O imóvel destinado ao projeto de assentamento PA Boa Esperança é

denominado de Lotes – 32-B e Lote – 32-C, Setor 05, Gleba Corumbiara,

Município de Parecis – RO.

Denominação do assentamento PA BOA ESPERANÇA

A Origem do nome PA BOA ESPERANÇA dar-se-á pelo fato dos

moradores classificarem o mesmo com um assentamento “sem conflito”, desde a

sua criação, onde houve doação de parte da fazenda, e onde todos desejam uma

“esperança de melhoria de vida” para suas famílias.

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Data do decreto de desapropriação

A obtenção do imóvel se deu por processo de doação pura e simples,

através das Escrituras Públicas de doação, ás folhas 177, livro 10 – E, Contrato

Notarial e Registral da Comarca de Santa Luzia do Oeste/RO, datas de

25/01/2006.

Data da emissão de posse

26/01/2006, datas do Registro das Escrituras de doação.

Data e número da Portaria de criação do PA

O Projeto de Assentamento Boa Esperança foi criado em 21 de Dezembro

de 2006 (PORTARIA INCRA/SR-17/n. 146).

3.2-Específica

Localização e Acesso do Assentamento Dentro do Município

O assentamento PA BOA ESPERANÇA localiza-se a uma distância de 15

km da sede do município de Parecis. Saindo da cidade, seguindo pela Linha 75,

percorre em torno de 14 km, entrando à esquerda, na linha Kapa 08, seguindo

aproximadamente 1 km, onde está situada a sede do projeto de assentamento

Boa Esperança, na Associação ASPROKINF.

Área Registrada é de 499,8405 Há;

Área requerida na lei de reserva legal e 50 % o que significa uma área de

249,9202;

Área Efetiva de Reserva Legal é de 70 Ha que é aproximadamente 14% da

área total do assentamento.

Capacidade de assentamento do imóvel em termos de famílias – 15.

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Área média das parcelas se tomada a média aritmética seria de - 33,3227

hectares, porém esta média não retrata a realidade no campo.

Famílias que residem nas parcelas: 11

Famílias que não residem nas parcelas: 04

Total de Famílias identificadas: 15

Área de APP: 12,5 hectare, (somando APP dentro e fora da ARL),

considerando 30 m de cada margem dos cursos d´água.

Área efetiva e requerida por Lei: 70 hectares.

Situação ocupacional do Assentamento Boa Esperança

A situação Ocupacional do Projeto de Assentamento Boa esperança

(Gráfico 01) e composta por 73% de beneficiários assentados pelo INCRA e os

outros 27% estão esperando sua regularização perante o INCRA.

Fonte: Autodiagnóstico – CRT. 3000/2014 – ATER/INCRA

Gráfico 01: Situação Ocupacional

Como entidade representativa existente no Assentamento Boa Esperança

existe uma associação, representativa denominada de ASPROKINF (Associação

dos Pequenos Produtores Rurais das 15 Famílias), composta atualmente por 15

sócios e tendo como presidente o Sr. Claudionor Vieira Neves.

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Entidades que atendem os assentados

INCRA – INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA

UNIDADE AVANÇADA DE PIMENTA BUENO-RO

CNPJ: 00.375.972/0024-57

Endereço: Av. Marechal Rondon, 1815 - centro de Pimenta Bueno/RO

Telefone/fax: (069) 3451-2222

EMATER – ASSOCIAÇÃO DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL

DO ESTADO DE RONDÔNIA

ESCRITÓRIO LOCAL DE PARECIS-RO

CNPJ: 05.888.813/0001-83

Endereço: Av. Sete de Setembro, 578 – centro de Parecis/RO

Telefone/fax: (069) 3447-1196

E-mail: [email protected]

Entidades representativas no Assentamento:

SINDICATO DOS TRABALHADORES E TRABALHADORAS RURAIS DE

PARECIS-RO

CNPJ: 04.182.628/0001-06

Endereço: Av. Carlos Gomes, S/N – centro de Parecis/RO

Telefone: (069) 3447-1207

Associação: ASPROKINF (Associação dos Pequenos Produtores Rurais das 15

Famílias).

CNPJ: 10.301.300.0001-64

Endereço: Linha Kapa 8 lote 01 PA Boa Esperança.

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Quadro 1 - Distância da sede do Município ao Projeto de Assentamento (em Km):

15 Km. Distando de outras localidades de acordo com quadro abaixo:

Município Distância (Km)

Vilhena – RO 180 Km

Pimenta Bueno – RO 112 Km

Porto Velho – RO 642 Km

Quadro 01: Distâncias da sede do Município.

Área constante no município sede do Projeto de Assentamento:

499,8405 ha.

Área média das parcelas: 33,3227 há.

4-DIAGNÓSTICO RELATIVO Á ÁREA DE INFLUÊNCIA DO PA BOA

ESPERANÇA

4.1. Localização e acesso

Fonte: Prefeitura Municipal Parecis RO, (2014).

Figura 30: Foto aérea do Município de Parecis RO

O Município de Parecis teve sua emancipação política e administrativa

através do Decreto - lei n° 573, de 22 de junho de 1994, situado na Chapada dos

Parecis, surgiu de um núcleo agropecuário, na gestão do Governador Osvaldo

Piana Filho, desmembrando-se do município de Pimenta Bueno. Seu nome é em

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homenagem á nação indígena com essa denominação. Quem nasce neste

município chama-se parecisense.

O Município de Parecis está localizado na parte sudoeste do Estado de

Rondônia e pertence a micro região homogênea de Vilhena, Fazendo limites ao

Norte com Santa Luzia d’ Oeste, São Felipe d’ Oeste e Primavera de Rondônia,

ao Sul com Chupinguaia, Pimenteiras, Corumbiara e Alto Alegre dos Parecis, a

Leste com Chupinguaia e Pimenta Bueno a e Oeste com Santa Luzia d’Oeste. Foi

criado em 22/06/1994, com área territorial de 2.548,69 Km².

A etnia da população está intimamente ligada a fatores do extrativismo

dos seringais nativos e ao incremento da colonização ocorrida na década de

1970: entre mineiros, paranaenses e capixabas formando o contingente de

exploração. O contingente nordestino foi a massa de trabalhadores com mão-de-

obra não qualificada. Rondonienses foram o ultimo contingente. Era uma

população jovem, onde 60% tinham menos de 30 anos.

População estimada 2014 (Estimada)

5.589

População 2010 4.810

Área da unidade territorial (km²) 2.548,683

Densidade demográfica (hab/km²) 1,89

Código do Município 1101450

Gentílico Parecisense

Prefeito LUIZ AMARAL DE BRITO

Fonte: IBGE. Quadro 02: Dados do Município de Parecis-RO.

ÓRGÃOS PÚBLICOS

O Município de Parecis é atendido pelos seguintes Órgãos Públicos:

IDARON – Agência de Defesa Sanitária Vegetal e Animal, EMATER-RO –

Associação de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia,

CIRETRAN – Circunscrição Regional de Trânsito, BPM – Batalhão da Polícia

Militar e Correios.

INFRAESTRUTURA FÍSICA E SOCIAL

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A população do município de Parecis é de 4.810 habitantes sendo: Cerca

de 1.774 habitantes na Zona Urbana e 3.036 habitantes na Zona Rural. Dentre

estes existem aproximadamente 3.347 eleitores.

Quadro 3 - A população do município está distribuída na seguinte faixa etária:

POPULAÇÃO QUANTIDADE DE PESSOAS

População 0 a 4 anos 442

População 5 a 9 anos 459

População 10 a 14 anos 497

População 15 a 19 anos 509

População 20 a 24 anos 444

População 25 a 29 anos 425

População 30 a 34 anos 346

População 35 a 39 anos 344

População 40 a 44 anos 330

População 45 a 49 anos 285

População 50 a 54 anos 216

População 55 a 59 anos 169

População 60 a 64 anos 137

População 65 a 69 anos 85

População 70 a 74 anos 68

População 75 a 79 anos 28

População 80 a 84 anos 16

População 85 a 89 anos 8

População 90 a 94 anos 1

População 95 a 99 anos 1

Total 4.810 FONTE: IBGE, Senso - 2010.

O Município de Parecis possui aproximadamente 1.000 domicílios, sendo

518 domicílios residenciais que recebem água tratada através da CAERD, e 482

possuem poços amazônicos, dentre formas de acesso a água potável. O volume

de água tratada diária distribuída é de 540 metros cúbicos. Referente a coleta do

lixo urbano, são atendidos 100% das residências. Na questão da segurança

pública, o Município conta com a presença apenas da Polícia Militar.

INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS

O Município de Parecis conta com as seguintes instituição financeiras:

Sistema Cooperativas de Crédito do Brasil – SICOOB; Banco do Brasil nas

Agências dos Correios; Caixa Econômica Federal na agência lotérica.

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O município de Parecis pertence a mesorregião leste rondoniense e a

microrregião de Vilhena, também localiza-se dentro da faixa de fronteira de 66

Km, distanciado a 642 Km da capital do estado de Rondônia, Porto Velho, via BR-

364, demarcado as coordenadas geográficas 61o36'05” de longitude O e

12o11'46” de latitude S.

Figura 31: Mapa de Localização de Parecis - RO (IBGE, 2008)

4.1.1. Posição Geográfica

MICRO REGIÃO: Composta pelo município de Vilhena, Pimenta Bueno, Primavera de Rondônia, São Felipe d’ Oeste, Alto alegre dos Parecis, Parecis e Chupinguaia. Localidade do PA BOA ESPERANÇA: Linha: 75 com Linha kapa 08, Município de Parecis – RO. LIMITES E CONFRONTAÇÕES conforme (Quadro 04) abaixo:

AO NORTE Fazenda Canastra, Gleba Corumbiara

AO SUL Fazenda Santa Helena, Gleba Corumbiara

A LESTE Fazenda Andrade, Gleba Corumbiara

A OESTE Fazenda Canastra, Gleba Corumbiara

Fonte: Autodiagnóstico – CRT. 3000/2014 – ATER/INCRA.

Quadro 04: Limites e Confrontações.

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4.2. Contexto Sócio Econômico e Ambiental da Área de influência do

Projeto de Assentamento.

4.2.1. CONDIÇÕES CLIMÁTICAS

A sua localização está inserida nas baixas latitudes (em torno de 10º

Latitude Sul) e por suas baixas altitudes, (em torno de 100 metros, com os níveis

mais altos na Chapada dos Parecis e na Serra dos Pacaás-Novos, pequenas

áreas ultrapassando os níveis de 600m), o Estado de Rondônia se caracteriza

pelo predomínio de altas temperaturas. A temperatura média anual resulta de 24º

em Vilhena a 25,5º em Porto velho. Não são raras, em qualquer mês, máximas

diárias de 35ºC (na planície) e de 32ºC (na Chapada), já tendo atingido 40º e 36º,

respectivamente.

Entretanto, as máximas e as médias não podem ocultar a notável

regularidade de fortes decréscimos de temperatura no inverno, nas últimas horas

da noite: em alguns anos, as mínimas diárias são inferiores a 18ºC nas planícies,

e a 9ºC sobre as Chapadas. O projeto ABRACOS, Reserva Biológica Federal do

Rio Jaru, revela que nos meses de junho, julho e agosto, as mínimas diárias na

maioria dos dias são inferiores a 18ºC chegando em alguns casos até os 14ºC.

Dados esses extraídos sobre o Projeto ABRACOS, (Zoneamento geoambiental da

zona de amortecimento da reserva biológica do Jaru-RO, como subsídios ao seu

plano de manejo / Eloiza Elena Della Justina. – Rio Claro : [s.n.], 2009 225 f. : il.,

figs., mapas).

As mínimas de inverno resultam da ocorrência do fenômeno da friagem.

Segundo informações do Atlas de Rondônia de 1985, a temperatura mínima já

atingiu 9,3ºC em Porto Velho e até -1,4ºC em Vilhena. Dados esses extraídos

(ATLAS DE RONDÔNIA. Edição em convênio com o Governo do Estado Federal

de Rondônia. IBGE, Rio de Janeiro. Superintendência de Pesquisas e

Desenvolvimento. Departamento de Geografia, 1985).

Portanto, se por um lado a constância de altas temperaturas em qualquer

mês torna a amplitude térmica anual insignificante (as diferenças entre os valores

médios mensais são inferiores a 1ºC), os decréscimos noturnos de temperatura

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resultam em amplitudes diárias relativamente notáveis, especialmente no inverno:

média anual de 12ºC em Porto Velho e de 19ºC em Vilhena.

A média anual de umidade relativa do ar observada, pela REMAR

(RONDÔNIA. Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (SEDAM).

Boletim Climatológico de Rondônia, ano 2007 / SEDAM, Porto Velho, 2009. 36 p.,

il., tab. 1. Meteorologia – Brasil – Rondônia. I. Título.) em 2008 (Figura 32), foi de

81,3%. Os valores de umidade superiores a 81% ocorrem no período de

novembro a maio e valores inferiores a 71% de julho a setembro, sendo agosto o

mês mais seco com média de 68,1%.

Figura 32: Umidade Relativa média anual (%) (REMAR, 2008)

A distribuição do total médio anual da precipitação para o estado de

Rondônia consta que os maiores valores foram registrados no setor norte, e os

menores na região oeste e sudoeste (Figura 33).

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Figura 33: Precipitação total anual (mm) (REMAR, 2008)

A distribuição da precipitação ao longo do ano é bastante irregular. Nos

meses de novembro até março resulta numa concentração média de 1.477

mm em Porto Velho, de 1.473 mm em Vilhena e de 1.900 mm no município de

Parecis, ou seja, ao redor do 70% do total da precipitação anual, enquanto

que a menor participação dessas depressões barométricas no inverno (junho-

julho-agosto) torna essa estação geralmente bastante seca: 146 mm (Porto

Velho) e 58 mm (Vilhena), isto é 6,5% e 3% do total anual. Os índices

termopluviométricos (Figura 34) definem o inverno como uma estação

ecologicamente seca.

Figura 34: Índices termopluviométricos da microrregião de Vilhena (SEDAM, 2014)

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A escassa chuva do verão deve-se quase que unicamente à chegada das

frentes polares. A abundante precipitação de novembro até março resulta

diretamente: a) da alta frequência de chuvas, com média de 95 dias de chuvas,

que representam 60% da ocorrência anual, enquanto junho-julho-agosto, com

apenas 10 dias, representam 6%; b) da frequência muito maior de chuvas

pesadas, porque enquanto as chuvas de concentração (superior a 10 mm/24

horas) são raras no inverno, no período de novembro-março são comuns,

atingindo, não muito raramente, precipitações superiores a 70 mm/dia.

4.2.2. Hidrografia

A hidrografia de Rondônia é constituída por três bacias principais (bacia

hidrográfica do rio Madeira, bacia hidrográfica do rio Guaporé/Mamoré e bacia

hidrográfica do rio Ji-Paraná ou Machado) e uma bacia secundária do Rio

Roosevelt. Sendo que a hidrografia do município de Parecis (Figura 35) é formada

pelas bacias do rio Guaporé e do rio Machado, entre os principais rios da bacia do

rio Guaporé que banham a região, destacam-se os rios: Guaporé, São Miguel,

São Francisco e Cautarinho, apresentando as sub-bacias do Rio Escondido e do

Rio Branco, que juntando com os demais formam a drenagem do tipo dentrítica.

Quanto a bacia hidrográfica do Rio Machado ou Ji-Paraná, constituído pela junção

dos rios Pimenta Bueno e Comemoração, representa a drenagem mais

importante da região, recebendo como afluentes os rios Riozinho e São Pedro. O

rio Apidiá possui suas nascentes na Serra dos Parecis, em sua margem direita,

recebe como afluentes cursos d’água de pequeno porte, destacando-se apenas o

igarapé Araçá.

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Figura 35: A1 - Mapa da Bacia ou sub-bacia de localização de Projeto de Assentamento

Fonte: CRT. 3000/2014 – ATER/INCRA

4.2.3. Relevos e Solos

A caracterização morfológica seguida atualmente permite estabelecer três

unidades distintas de relevo: agradacionais, degradacionais e residuais. O relevo

cárstico não está evidenciado no município, embora estejam presentes unidades

carbonáticas. Os relevos agradacionais distribuem-se ao longo da rede de

drenagem atual, nas planícies aluviais e terraços tércio quaternários, constituídos

por superfícies de acumulação arenosa a argilo-arenosa, com matéria orgânica

disseminada.

Os relevos degradacionais, dominantes no território, variam amplamente

em suas formas, ocupando desde áreas arrasadas a suavemente ondulada

(Depressão Interplanáltica), planaltos dissecados e os chapadões areníticos

realçados na topografia (Planalto dos Parecis). A Depressão Interplanáltica

quando está escavada em rochas sedimentares apresenta um relevo arrasado

onde se destacam colinas semi-tabulares, interflúvios planos e vales amplos e,

quando escavado em rochas cristalinas torna-se suavemente ondulado. Por fim, o

Planalto dos Parecis constitui o relevo mais expressivo da região, representado

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por uma superfície estrutural dissecada em patamares e alojada em arenitos e

pelitos.

Os relevos residuais, de ocorrência restrita a alguns morrotes de topo plano

e platôs, sendo constituídos por rochas lateríticas terciárias, onde se destacam os

horizontes concrecionário e o colunar, sustentando localmente o relevo.

Figura 36: Relevo do município de Parecis-RO (IBGE, 2007)

Em função da diversidade litológica e do relevo (Figura 36), os solos

apresentam grandes variações em suas propriedades morfológicas, físicas,

químicas e mineralógicas (Figura 37). Na região mais montanhosa ou que

apresenta relevo ondulado com influência de rochas intermediárias ou básicas

são predominantes os solos Podzólicos Vermelho-Amarelos Eutróficos e

Distróficos, com menor frequência ocorrem os Latossolos Vermelhos e Vermelho-

Amarelos Distróficos, todos solos bem drenados, com predomínio de textura

argilosa ou muito argilosa. Nas depressões interplanálticas, em ambientes ainda

dissecados com relevo de topos aplainados ou em encostas que drenam para os

cursos d´água, ocorrem os solos predominantes na área de estudo, Latossolos

Amarelos Distróficos, ácidos e com alta saturação por alumínio.

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Figura 37: Mapa de classes de solos do município de Parecis-RO (IBGE, 2007)

Esses solos quando sofrem alguma influência de rochas intermediárias

podem apresentar caráter mesoférrico. Os solos formados de lateritos imaturos,

quando apresentam plintita ou petroplintita no perfil, são classificados como

Latossolos ou Argissolos plínticos (no quarto nível categórico) ou até mesmo

Plintossolos Argilúvicos e Pétricos, esse solos são mais comuns nos terços

médios e inferiores de encostas, onde afloram as plintitas, porém também podem

ocorrer em relevos aplainados, predominantemente as Areias Quartzosas.

Nos terraços aluviais, próximos aos igarapés, formados de sedimentos do

quaternário, ocorrem Cambissolos.

4.2.4. Vegetação e Fauna

O Estado de Rondônia apresentava 53,7% de sua cobertura vegetal

original como Floresta Ombrófila Aberta. Apenas 3,9% era Floresta Ombrófila

Densa. A Floresta Estacional Semidecídua tomava 2,1%, savana (5,5%), áreas

pioneiras sob influência fluvial (3,7%), zona de transição (8,3%), formações

aluviais (0,24%) e outras formações (22,56%). No município de Parecis, a

formação vegetacional dominante é a Floresta Semidecidual, na fronteira com os

municípios de São Felipe D’Oeste e Primavera de Rondônia há uma faixa de

Floresta Ombrófila Densa, áreas de Savana e de Tensão Ecológica (contatos

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entre tipos de vegetação). Parecis apresenta regiões antropizadas caracterizada

pela retirada da vegetação nativa para exploração agropecuária, e quando

abandonada formam capoeiras representadas pela vegetação secundária (Figura

38).

Figura 38: Mapa das classes de vegetação do município de Parecis-RO (IBGE, 2007)

ORGANIZAÇÕES SOCIAIS

Existem atualmente no município 12 associações voltadas a atividades

agropecuárias, 01 (um) Sindicato dos Trabalhadores Rurais e 01 (uma)

Cooperativa.

4.2.5. Unidades de Conservação

O Estado de Rondônia possui uma área de 23.851.280,00 ha, da qual

19,83% destinam-se às Unidades de Conservação. Atualmente o Estado conta

com 59 Unidades de Conservação, sendo: 25 Reservas Extrativistas

(1.390.196,99 ha), quatro Estações Ecológicas (245.241,60 ha), oito parques

(1.717.492,32 ha), quatro Reservas Biológicas (629.895,60 ha), 13 florestas

(756.280,86 ha), quatro Reserva Particular do Patrimônio Nacional (2.760,59 ha)

e uma Área de Proteção Ambiental (6.141,00 ha). As Unidades de Conservação

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dividem-se em dois grupos, Unidades de Uso Sustentável e Unidades de

Proteção Integral.

O grupo das Unidades de Proteção Integral é composto pelas seguintes

categorias de Unidades de Conservação: Estações Ecológicas, Reservas

Biológicas, Parques Nacionais, Monumentos Naturais e Refúgios de Vida

Silvestre. Salienta-se que no Estado de Rondônia não são encontradas as duas

últimas categorias acima citadas.

O grupo das Unidades de Uso Sustentável possui as seguintes categorias

de Unidades de Conservação: Área de Proteção Ambiental, Florestas Nacionais,

Reservas Extrativistas, Reservas de Desenvolvimento Sustentável, Reservas de

Fauna e Áreas de Relevante Interesse Ecológico, sendo as Reservas de Fauna e

Áreas de Relevante Interesse Ecológico não presentes no Estado.

As Unidades de Conservação são de responsabilidade dos Governos

Federal, Estadual, Municipal ou de Domínio Particular, de acordo com o decreto

de criação das mesmas, o Estado de Rondônia possui: três Unidades de

Conservação Municipais, 41 Unidades de Conservação Estaduais, 11 Unidades

de Conservação Federais e quatro Unidades de Conservação de Domínio

Particular (Quadro 5). Existe hoje, no IBAMA, proposta de criação de uma

Floresta Nacional e uma Reserva de Rendimento Sustentado.

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Quadro 05: Situação legal das Unidades de Conservação do Estado de Rondônia.

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A unidade de conservação existente na região e com proximidade com o PA Boa Esperança é a Reserva Indígena KWAZÁ.

Figura 39: Terra Indígena KWAZÁ no município de Parecis-RO (IBGE, 2007)

4.2.6. SITUAÇÃO SOCIAL E DEMOGRÁFICA

A rede urbana do Estado é composta, basicamente, pelos núcleos

demográficos ao longo da BR-364, destacando-se, além da capital Porto Velho,

as cidades do centro-sul do Estado, em função de certo dinamismo agroindustrial.

São os casos de Ji-Paraná e Cacoal, que disputam à liderança do interior, mas

com clara vantagem para a primeira.

Havia, de início, apenas os núcleos tradicionais ao norte e noroeste do

Estado, respectivamente Porto Velho e Guajará-Mirim, oriundos da ferrovia

Madeira-Mamoré. Em seguida surgiram os núcleos pioneiros ao longo da BR-364,

em torno dos antigos postos telegráficos (Ji-Paraná, Pimenta Bueno e Vilhena)

e/ou por conta dos projetos de colonização (Ouro Preto do Oeste). Por último, as

cidades surgem nas novas áreas de assentamento ao longo dos eixos

secundários da expansão colonizadora (Rolim de Moura). A urbanização territorial

rondoniense, constata que 63% da população do Estado reside em cidades e

36% nas dez maiores cidades, sendo Porto Velho, Guajará-Mirim, Ji-Paraná,

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Ariquemes, Cacoal, Vilhena, Jaru, Pimenta Bueno, Ouro Preto D’Oeste e Rolim

de Moura.

Esse sistema de povoamento é balizado por dois modos de produção do

espaço geográfico, duas dimensões de velocidade de mudança: um histórico,

ligado à evolução dos processos de exploração ecológica, isto é, da produção do

urbano propriamente dito, e outro tecnológico, em função da conectividade às

redes informais responsáveis pela contração do espaço-tempo (PUMAIN, 1997).

Os projetos de colonização agrícola consistiram como o principal atrativo a

ocupação do Estado, então se esperava que a comercialização de produtos

agrícolas e a prestação de serviços à população rural fossem as principais

funções das pequenas cidades que cresceram no ultimo decênio. Contudo,

embora dada a devida importância à essas funções, a urbanização também está

relacionada ao crescimento da atividade industrial, tanto no domínio da economia

formal como na informal.

Não há dúvidas que o processo de ocupação territorial a partir de 1980,

quando ocorreu acentuada imigração para a região, caracteriza-se pela crescente

urbanização da população, mesmo assim, mais de dois terços da população

residia em áreas rurais (38%), no entanto sabe-se que uma parcela significativa

das famílias de pequenos proprietários rurais reside nas cidades e vilas, então é

possível que exista um contingente maior que dependa das atividades rurais e

agrícolas, embora residindo nas cidades.

4.2.7. ZONEAMENTO SOCIO-ECONÔMICO ECOLÓGICO

O principal objetivo do zoneamento Socioeconômico-Ecológico do Estado

de Rondônia é orientar a implementação de medidas e elevação do padrão

socioeconômico das populações, por meio de ações que levem em conta as

potencialidades, as restrições de uso e a proteção dos recursos naturais,

permitindo que se realize o peno desenvolvimento das funções sociais e do bem

estar de todos, de forma sustentável (Figura 40).

O zoneamento Socioeconômico-Ecológico do Estado de Rondônia foi o

primeiro no Brasil aprovado e reconhecido pelo Ministério do Meio Ambiente,

Ministério da Agricultura e pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente-CONAMA,

validando em todas estâncias, culminando com a manifestação da Casa Civil da

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Presidência da República, através do DECRETO N° 5.875, DE AGOSTO DE

2006, onde “ Fica adotada e Recomendação n° 003, de 22 de fevereiro de 2006,

do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA” , Parecis (sub-zonas

1.1,1.4,3.3) 2.548,70 Km².

Figura 40: Mapa ilustrativo de localização dos municípios

Ao centro o Município apresenta a terra indígena Kwasar caracterizada

pela sub-zona 3.3. Ao Norte o município está localizado em área de intensa

ocupação, a sub-zona 1.1. O restante da área territorial do Município foi

caracterizado pelo ZSEE-RO (Zomeamento Sócio e Econômico do Estado de

Rondônia) como sub-zona 1.4 ou área de alta fragilidade natural e sem potencial

econômico.

ZONA 1

A zona 1 é subdividida em 4 subzonas com características especificas, é

composta de áreas de uso agropecuário, agroflorestal e floresta, abrange

120.310,48 Km², equivalentes a 50 ,45% da área total do Estado de Rondônia.

A título de reserva legal deve ser observado o mínimo de 80% (oitenta por

cento) da propriedade rural, e que para fins de recomposição florestal de reserva

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legal deve-se averbar , observando o mínimo de 50% (cinqüenta por cento) da

propriedade, excluídas, em qualquer caso, as áreas de preservação permanente,

os ecótonos, os sítios ecossistemas especialmente protegidos, os locais de

expressiva biodiversidade e os corredores ecológicos; e a Reserva Legal deverá,

preferencialmente, situar-se em área contígua ás áreas de preservação

permanente (Figura 41).

ZONA 1

2° Aproximação do Zoneamento Sócioeconomico e Ecologico-2009

Figura 41: 2ª Aproximação do Zoneamento Socioeconômico e Ecológico - 2009

Sub zona 1.1

- Área com grande potencial social, com alto potencial de ocupação humana;

- Área com estabilidade ambiental;

- Área destinada á intensificação e consolidação das atividades

agropecuárias, agroflorestais, florestais, agroindustriais, industriais e minerais;

- Área com desmatamento restrito ao limite da área de reserva legal e

fomentada as atividades de recuperação das áreas de preservação permanentes;

- Áreas com estradas de acesso;

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- Área que concentram as maiores densidades populacionais do estado e

seus municípios ou assentamentos urbanos mais importantes;

- Área com custo de preservação ambiental muito elevado;

- Área com solos de boa aptidão agrícola e baixa vulnerabilidade a erosões.

Sub Zona 1.4

- Área onde a infraestrutura disponível propicia a exploração de terras;

- Área com restrições ao desenvolvimento de atividades de conservação da

cobertura vegetal natural;

-Área com ecossistemas de relevante interesse para preservação de recursos

naturais;

- Área com interesse para preservação de recursos hídricos;

- Área com recursos hídricos potencialmente aproveitáveis para hidroelétricas

de pequeno porte;

Área com vulnerabilidade a erosão predominantemente alta.

Para esta sub-zona foram estabelecidas as seguintes diretrizes:

a- Implantação de sistemas de exploração que garantam o controle da erosão

tais como: reflorestamento, consórcios agroflorestais e culturas permanentes;

b- Desmatamentos incrementais sejam condicionados á vulnerabilidade á

erosão;

c- Desmatamentos incrementais condicionados às potencialidades e

fragilidades naturais e ao uso pretendido, com políticas públicas para o estímulo

da manutenção da cobertura vegetal natural;

d- Medidas compensatórias visando a preservação dos recursos florestais

remanescentes.

ZONA 3

As Subzonas da Zona 3 são de áreas institucionais, constituídas pelas

Unidades de Conservação de uso restrito e controlado, previstas e instituídas pela

União, Estados e Municípios, na primeira versão da 2ª aproximação do

zoneamento, abrangia 41.875,32 Km², equivalentes a 2ª aproximação do

Zoneamento, esta zona teve um acréscimo de áreas, oriundas das criações de

novas Unidades de Conservação. Sendo assim, a área atual é de 93.344,1198

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Km², correspondente a aproximadamente 39% da área total do Estado( Figura

42).

Figura 42: 2ª Aproximação do Zoneamento Socioeconômico e Ecológico 2009

Sub zona 3.3

- Áreas formadas pelas terras indígenas.

Para esta sub zona foram estabelecidas as seguintes diretrizes:

A - Uso limitado por lei.

B - Uso de recursos naturais somente mediante autorização ou concessão da

União.

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4.2.8. USO DA TERRA, ECONOMIA E SISTEMA DE PRODUÇÃO.

PRODUÇÃO PECUÁRIA

Na extensão de uso do solo do município predominam-se pastagens.

A principal forrageira é a Brachiaria decunbens, sendo esta a gramínea que cobre

6 milhões de hectares o que corresponde a 80% das pastagens das propriedades

do estado. De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

(Embrapa), 70% desse território estão em estado de degradação.

Algumas propriedades utilizam capineiras, com o uso de cana de açúcar,

para suplementação em períodos de seca. Devido as características dos solos do

município se faz quase que obrigatório a utilização de sal mineral e também sal

branco, afim de melhorar e manter o equilíbrio do macro mineral e micro mineral

no organismo e promover a pressão osmótica e equilíbrio ácido base:

desempenham papel importante a nível celular, para melhor absorção da água e

dos nutrientes e na transmissão de impulsos nervosos.

Quadro 6- Abaixo demonstra os sistemas de criações e a quantidade de animais

criados no município. Dados pecuários do município de Parecis-RO.

Rebanho Macho

(Quant.)

Fêmea

(Quant.)

N° de

Propriedades

Bovinos de Leite

Bovinos de

Corte

8.508

50.262

25.512

71.759

903

Bubalinos 21 21 6

Ovinos 472 1.170 88

Caprinos 56 84 8

Eqüinos 857 893 576

Muar 252 271 141

Asinina 17 9 13

Suínos 1.034 1.100 285

Aves 5.481 19.599 521

Caninos 967 507 511

Felinos 443 299 343 FONTE: IDARON, Relatório Final de Informações Cadastrais da 36ª Etapa F. Aftosa – Período: 15/04/2014 a

15/05/2014. Município: Parecis.

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PRODUÇÃO AGRÍCOLA

O município de Parecis possui em sua grande parte, solos de baixa

fertilidade e alto teor de areia, além do meio físico ser considerado fortemente

ondulado, classificando então, como um município de baixa produção agrícola.

No quadro 7 – Verificamos quais as principais Culturas Perenes: No município de

Parecis as principais (Perenes) são a cultura da Banana, Cacau e Café, sendo

que, esta produção tem como principal fonte agricultura familiar.

PRODUTO ÁREA (ha)

DESTINADA Á COLHIDA

COLHEITA

PRODUÇÃO

(Kg)

BANANA 20 20 186.000

CACAU (em

amêndoa)

7 7 4.000

CAFÉ (em grãos) 219 209 842.000

FONTE: LSPA – ESTADO DE RONDÔNIA – SITUAÇÃO EM OUTUBRO DE 2014.

O quadro 08 – Culturas Anuais: Apresenta as principais culturas anuais no

município de Parecis.

PRODUTO ÁREA(ha)

DESTINADA Á COLHIDA

COLHEITA

PRODUÇÃO

(toneladas)

ARROZ (em casca) 250 250 375

FEIJÃO 432 432 259

MANDIOCA MESA 100 100 1.600

MANDIOCA INDUSTRAL 8 8 12,8

MANDIOCA TOTAL 108 108 1.728

MILHO (grãos) 600 600 900

MILHO (Silagem) 10 10 250 FONTE: IBGE, LSPA – ESTADO DE RONDÔNIA – SITUAÇÃO EM OUTUBRO DE 2014.

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5. DIAGNÓSTICO DO PROJETO DE ASSENTAMENTO BOA ESPERANÇA

5.1. Condições físicas e edafo-climáticas do PA

5.1.1. Relevo

O relevo da área pode ser definido com base em percentuais estimados

por tipo de acordo com o quadro abaixo:

Quadro 09. Classes de Relevo e de Declividade Existentes no Imóvel

Classes de Relevo Classes de Declividade Percentagem da

Área do Imóvel Descrição Em percentual Em graus

Plano 0 – 3 0 – 1,7 0%

Suave ondulado 3 – 8 1,7 – 4,6 100%

Ondulado 8 – 20 4,6 – 11,3 0%

Forte Ondulado 20 – 45 11,3 – 24,2 0%

Fonte:(INCRA, 2005)

5.1.2. Solos

Os solos da região são de Classe de aptidão Restrita sob o sistema de

manejo A e classe de Aptidão Regular sob o sistema de manejo B e C. Ocorre na

associação, porém em menor proporção, terras com aptidão inferior.

Os solos predominantes em Rondônia são os Latossolos que ocupam em

torno de 58%, Argissolos 11%, Neossolos 11%, Cambiossolos 10%, Gleissolos

10%, (Fonte: (SEDAM, 2002).

O solo do PA Boa Esperança como podemos observar (Figura 43) abaixo

e arenosos ou de textura média, propicia para o plantio de mandioca

por possibilitarem um fácil crescimento das raízes, pela boa drenagem e

pela facilidade de colheita.

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Figura 43: Solo do PA Boa Esperança

5.1.3. Recursos hídricos

No projeto de assentamento Boa Esperança foi identificado tanto na

pesquisa realizada pelos assentados, quanto pelos técnicos de ATER à presença

de grandes quantidades de recursos hídricos apresentando um enorme potencial

para o uso das famílias assentadas, mais, no entanto esse recurso não é

aproveitado de forma adequada, pois essas áreas estão desprotegidas, sem a

presença de APP.

Quando falamos de áreas desprotegidas não estamos apenas citando os

cursos de água mais também as nascentes e minas, pois constatamos na

pesquisa que a maioria das propriedades tem algum tipo de fonte de

abastecimento de água, (córrego, rio, mina, nascente, represa, e outro) e essas

áreas estão desprotegidas em grande parte.

A rede hidrográfica do imóvel é composta de vários afluentes Rio Preto

que tem sua nascente no Assentamento União, que corta a área no sentindo Sul,

bem como da nascente do Rio das Cobras que tem sua nascente no

Assentamento União, que corta a área no sentido Sul afluente do Rio Preto,

Córrego no Atílio que nasce na fazenda Canastra que corta a área no sentido

Leste afluente do Rio Preto..

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Figura 44: A1 - Mapa da Bacia ou sub-bacia de localização de Projeto de

Assentamentog

Fonte: CRT. 3000/2014 – ATER/INCRA, (2014)

5.1.4. Flora

O projeto de Assentamento Boa Esperança apresenta em sua biodiversidade,

entre as espécies mais comuns pode-se encontrar: Bandarra (Schizolobium

amazonicum), Pinho Cuiabano (Parkia Multijuga), Imbireira (Deguelia

Hartschabachii), Embaúba (Cecropia tubulosa), Cerejeira (Eugenia involucrata

DC), Peroba (Aspidosperma polyneuron), Jatobá (Fabaceae Caesalpinioideae) e

Aroeira ( Myracrodruon urundeuva). Além de uma grande variedade de Palmeiras

(Palmaceae), e muitas outras espécies, juntamente com a grande diversidade de

Bromélias (Bromeliaceae), Orquídeas (Orchidaceae) e plantas sarmento. As

Madeiras de lei como Cedro Rosa (Cedrella odorata), Freijó (Cordia goeldiana) e

Ipê (Tabebuia serratifolia), foram exploradas antes da desapropriação, pelos

madeireiros de forma desordenada e sem controle dos órgãos competentes

(IBAMA e SEDAM).

As famílias do PA Boa Esperança estão conscientes e estão isolando áreas

onde não há mata ciliar para assim regenerar e formar reservas, pois dependem

delas para protegerem suas nascentes, rios e córregos evitando problemas

futuros como erosões e até mesmo problemas com IBAMA e SEDAM, conforme

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(Figura 45). Em se tratando das reservas as madeiras de lei existente até os dias

atuais são: Bandarra (Schizolobium amazonicum), Imbireira (Deguelia

Hartschabachii), Embaúba (Cecropia tubulosa), Aroeira ( Myracrodruon

urundeuva), os mesmos estão conservando, não efetuando derrubadas e nem

queimando.

Figura 45: Área Preservada PA Boa Esperança

5.1.5. Fauna

A fauna presente no assentamento é representada por grande

diversidade de animais. Considerando o levantamento realizado junto aos

assentados, foram constatadas as existências das seguintes espécies:

Mamíferos: Paca (Cuniculus paca), Veado (V. cervídeos.), Cateto (V.

caititu), Macacos (Cebus sp), Queixada (Tayassu sp), Tatu (Euphractus sp ),

Cutia (Dasyprocta sp), Capivara (Hydrochoerus sp), dentre outros.

Aves: Periquitos (Melopsittacus sp), (Figura 47), Papagaios (Pionus sp);

Peixes: Cará (Oreochromis sp), Lambari (Astianax sp), Piau (Leporinus

sp), Pacu (Piaractus mesopotamicus), Traíra (Hoplias malabaricus), Peixe-elétrico

(Electrophorus electricus), Pintado (Pseudoplatystoma corruscanus), etc.

Espécies em risco de extinção: No PA Boa Esperança os principais animais com

risco de extinção são: Veado (V. cervídeos.), Cutia (Dasyprocta sp), Paca

(Cuniculus paca),

Problemas sobrevivência: O maior problema e a caça realizada pelos produtores,

onde os mesmos fazem uso da carne na alimentação.

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Figura 46: Periquito ( Melopsittacus SP)

Fonte: CRT. 3000/2014 – ATER/INCRA

Figura 47: A2 - Mapa de uso atual da terra e cobertura vegetal

5.1.6. Uso do Solo e Cobertura Vegetal

Quanto ao processo produtivo são utilizados técnicas rudimentares de

plantio, que somando a declividade que em algumas áreas é acentuada, mais a

baixa fertilidade do solo faz com que obtenham-se produtividades inferiores a

média estadual, nos plantios para subsistência de mandioca, banana, abacaxi,

laranja, acerola, melancia, arroz e feijão, (Figuras 48, 49, 50e 51) abaixo.

Não verificou-se a aplicação de corretivos ou fertilizantes, grande parte da

mão de obra gasta na lavoura é familiar usando ferramentas manuais.

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Observando-se a frequência de mecanização para recuperação e formação de

pastagens. O PA ainda conta com uma diversificação de culturas:

Figura 48: Plantio mandioca Figura 49: Plantio milho

Figura 50: Plantio de melância Figura 51: Plantio de arroz

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79%

5% 14%

2%

USO DO SOLO

PASTAGEM CAPOEIRA RESERVA CULTURAS ANUAIS

Gráfico 02: Uso do Solo Pa Boa Esperança

Com base no diagnóstico realizado nas propriedades pela equipe

ATER/INCRA, verificou se através do (Gráfico 02) que, o assentamento Boa

Esperança possui em média 14% de cobertura vegetal com mata ou em

estagio avançado de regeneração. No entanto existem parcelas com 100% de

desmate.

No Projeto de Assentamento Boa Esperança a agropecuária tem um

destaque, pois a pastagem ocupa 79% o que equivale a 396,25 ha, onde são

solos que já foram explorados em algum momento por culturas anuais

(Quadro 10).

Quadro 10: Área e cobertura vegetal

ÁREA

TOTAL

RESERVA

LEGAL

PÉCUARIA CULTURAS

ANUAIS

CAPOEIRA

499,8405 70 há 396,25 há 8,5905 há 25 há

Conforme (Quadro 11) abaixo observa se que quase ñ se adotam

praticas de conservação do solo, sendo que tais ações maximizam a qualidade do

meio ambiente.Todavia, no que se refere ao plantio direto é realizado com a

dessecação das ervas daninhas com subseqüente plantio milho, mandioca, arroz

e melancia entre outras que a fertilidade natural do solo proporciona.

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Fonte: CRT. 3000/2014 – ATER/INCRA

Figura 52: A2 - Mapa de uso atual da terra e cobertura vegetal

O preparo do solo ainda é predominantemente manual em função da

insipiência dos maquinários na região, da forma como é relatada uma pequena

porção das parcelas apresentam erosão, sendo que estas poderia ser eliminada

com a realização de terraços em nível por equipamentos.

Quadro 11: Práticas adotadas no PA como: Conservação de solo, existência de

erosão, plantio direto e tipo de preparo de solo;

Práticas de

conservaçã

o do solo

Erosão no

lote

Plantio

direto

Tipo de preparo do solo

Sim Não Sim Não Sim Não Mecânico Tração animal Manual

13 1 12 2 11 4 9

5.1.7. Área(s) de Reserva Legal e Preservação Permanente

Sobre a conservação da mata ciliar a maioria dos assentados afirmou que

estão derrubadas, porém não souberam quantificar. Mas, quando questionados

sobre a importância da preservação dessas matas eles se mostraram conscientes

em seus relatos:

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Considerando a existência de manutenção da Reserva Legal de acordo

com o pacto que o estado SEDAM) e união (MMA) realizaram no ano (2006), a

área de Reserva Legal exigida no assentamento deveria estar em 50%.

Fonte: CRT. 3000/2014 – ATER/INCRA

Figura 53: A2 - Mapa de uso atual da terra e cobertura vegetal

A área de Cobertura Florestal existente atualmente no Assentamento Boa

Esperança, conforme autodiagnóstico 70 Há, o que corresponde a (16%) da área

total de Reserva Legal e Preservação. Isto posto, pode se admitir a existência de

uma área sem Cobertura Florestal utilizada predominantemente como pastagens,

culturas anuais, inutilizada e ou impactada ambientalmente de 84%, ou seja

429,84 Há (Figura 54).

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Figura 54: Foto via satélite da situação do PA Boa Esperança

Os Beneficiários ressaltam que a falta de informação e de conhecimento

sobre a Legislação Ambiental, na implantação do PA Boa Esperança, foi o

principal fator que acarretou a degradação e o mau uso dos recursos naturais,

desmatamento de áreas de mata ciliar, encostas e morros, resultando na situação

atual da realidade Ambiental do Assentamento.

5.1.8. Estratificação Ambiental dos Agro-ecossistemas

O Projeto de Assentamento Boa Esperança apresenta diversificação de

solo, sendo que possui áreas passiveis de exploração agrícola, agropastoris,

silvicultura, entre outras.

Conforme abaixo (Figura 55) o processo de identificação visa definir as

potencialidades e as limitações da área do projeto de assentamento, de forma a

identificar a estratificação da paisagem é essencial para compreender os

componentes, em uma área heterogenia e homogenia e assim estabelecer

parâmetros baseados na classificação das classes dos solos e das atividades

existentes dentro do Projeto de Assentamento, de forma a maximizar seu

potencial e melhorar a qualidade de vida das famílias.

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Fonte: CRT. 3000/2014 – ATER/INCRA

Figura 55: A3- Croqui de Estratificação Ambiental dos Agros-Ecossistema

Sobre a importância das Reservas Permanentes das minas, constatou se

que em varias parcela existe a Reserva Legal nativa. O Assentamento Boa

Esperança possui uma propriedade onde e mais susceptível a erosão,

principalmente pelo fato de ser composta por solos arenosos, sendo necessária a

manutenção da cobertura vegetal original.

Quanto à aptidão agrícola dos solos, de acordo com dados colhidos em

oficinas, a fertilidade natural e a maior limitação, podendo receber tecnologias que

asseguram total segurança na exploração agropecuária.

5.1.9 CAPACIDADE DE USO DO SOLO:

O grande impacto ambiental foi provocado em decorrência da instalação

das famílias assentadas no assentamento, as mesmas efetuaram pequenas

derrubadas para construir suas instalações e implantação de cultivos para suas

sobrevivências. Os beneficiários não se preocuparam em conter os agentes de

erosão com o uso da prática rotação de culturas, consórcios e manutenção de

cobertura vegetal, e, ainda, sem a manutenção da fertilidade do solo, o que não

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contribui para a recuperação das características químicas do solo. Com isso se

deu o aumento do cultivo de espécies de gramíneas do gênero Brachiaria (Figura

56 e 57).

Figura 56: Manejo de Pastagem Figura 57: Manejo de Pastagem

No que se refere à área cultivada, pode-se observar que parece haver

uma desarmonia entre a agricultura que se pratica e a que se adaptaria melhor

aos solos do assentamento, sendo notório que solos de potencial produtivo, ou

são hoje abandonados, ou são usados de maneira inadequada, pois não tem

divisões nas pastagens para fazer o manejo adequado da mesma.

Fonte: CRT. 3000/2014 – ATER/INCRA

Figura 58: A4 - Mapa da Organização Territorial Atual

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De acordo com o Sistema Brasileiro de Classificação da Capacidade

de Uso, à classe dos solos com base na Aptidão Agrícola das Terras para

Proposta de Uso (2010) são as seguintes:

Classe III – São solos que requerem medidas intensivas ou complexas a

fim de poderem ser cultivados seguro e permanente com produção de colheita

entre média e elevadas, com problemas complexos de conservação.

Classe IV – São terras cultiváveis apenas ocasionalmente ou em

extensão limitada, com sérios problemas de conservação.

Classe V – São terras cultiváveis apenas em casos especiais de algumas

culturas permanentes e adaptadas, em geral, para pastagem ou reflorestamento,

sem necessidade de práticas especiais de conservação.

Classe VI – São terras cultiváveis apenas em casos especiais de algumas

culturas permanentes e adaptadas, com problemas especiais de conservação.

Classe VIII - São terras impróprias para culturas, pastagens ou

reflorestamento, podendo ser destinadas à preservação da flora e da fauna

silvestres ou para fins de recreação, turismo ou de armazenamento de água.

Baseado nas limitações permanecentes das terras é todo voltado para as

possibilidades e limitações à utilização das mesmas. A intensidade de uso

representa maior mobilização imposta ao solo, expondo a certos riscos de erosão

ou perca da produtividade. Normalmente o uso com culturas anuais impõe alta

intensidade de uso. Já com vegetação natural os riscos são bem menores.

5.1.10. ANALISE SUCINTA DOS POTENCIAIS E LIMITAÇÕES DOS

RECURSOS NATURAIS E DA SITUAÇÃO AMBIENTAL DO

ASSENTAMENTO:

Perante a realidade do Assentamento, o maior problema protestado

pelos beneficiários é a falta de documentação das propriedades uma vez que o

PA foi demarcado mais a documentação ainda não foi liberada para os

beneficiários, dificultando o acesso as licenças ambientais necessárias para

explorar as atividades.

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O Projeto de assentamento Boa Esperança apresenta potencial para

desenvolver atividades Agropecuárias para obter benefícios econômicos, sociais

e ambientais.

Devido o PA apresentar baixa fertilidade natural, o que não permite a

exploração intensiva do mesmo para culturas anuais na totalidade do PA.

Logicamente que com a correção do solo com a previa realização de análise do

solo favorece o aumento da produção de algumas culturas anuais e perenes, com

o intuito de aplicar calcário e fertilizantes na proporção correta para cada cultura.

5.2. Organização Espacial e Atual:

O projeto de assentamento Boa Esperança e composto por um total de 02

estradas vicinais denominadas Linhas 75 e kapa 08, o PA tem capacidade para

15 parcelas, no entanto apenas 13 famílias assentadas residem no PA.

Fonte: CRT. 3000/2014 – ATER/INCRA

Figura 59: B1- Mapa do Anteprojeto de Parcelamento Incluindo Áreas Reserva Legal e Preservação Permanente e Infra-estrutura Existente e Projetada

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Quadro 12: Descritivo da situação ocupacional do PA Boa Esperança

Fonte: CRT. 3000/2014 - ATER/INCRA Estradas Nos dias de hoje as estradas estão em boas condições de tráfego, pois

os beneficiários dependem da mesma para o escoamento de seus produtos,

acesso à saúde, educação e todos os serviços oferecidos pelos órgãos das

esferas Municipal, Estadual e Federal. Mas devido as chuvas fortes as estradas

estão ficando em péssimas condições de tráfego, necessitando de estarem

sempre mantendo os lugares dos quais formam atoleiros arrumados para os

produtores poderem trafegar (Figura 60 e 61).

Figura 60: Via de acesso Kapa 08 Figura 61: Via de acesso kapa 08

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Pontes

A falta de manutenção de algumas pontes nas linhas causa grandes

transtornos aos agricultores principalmente da linha Kapa 08 devido ser mais

distante, pois dificulta ou muitas vezes impossibilita a passagem de veículos, o

que além de dificultar o tráfego dos agricultores, prejudica o escoamento da

produção e afeta os alunos devido os mesmos não terem como passar, faltando

as aulas. O (Quadro 13) abaixo quantifica a necessidade de conservação de

bueiros e pontes no PA Boa Esperança.

Quadro 13 - Levantamento da quantidade de bueiros e pontes com necessidade

de recuperação (INCRA/ATER/EMATER, 2012)

Necessidade de Recuperação

LINHAS Bueiros Pontes

LINHA KAPA 08 03 03

TOTAL 03 03

Energia

O PA Boa Esperança foi atendido pelo programa Luz para Todos do

Governo Federal, fornecido pela Eletronorte (Figura 62). De acordo com o

levantamento de dados todos os beneficiários tem acesso a eletrificação rural.

Figura 62: Energia elétrica

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Galpão de Associação

Atualmente, se faz presente no Projeto de assentamento Boa Esperança, a

Associação de Produtores Rurais do Assentamento Boa Esperança –

ASPROKINF, com estrutura básica para realização de suas reuniões. Com

objetivo de desenvolver, estruturar, organizar e divulgar ações que possam ajudar

toda a comunidade.

A Associação tem trabalhado de forma bastante efetiva com objetivo de

estabelecer parcerias diversas objetivando defender os interesses e atender as

necessidades de seus associados (Figura 63).

Figura 63: Associação ASPROKINF

Igrejas

O Projeto de Assentamento Boa Esperança possui apenas 01

igreja porém esta inativa, pois os beneficiários não participam dos cultos e

optaram por participar em outras comunidades das quais tem um número maior

de famílias participantes (Figura 64).

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Figura 64: Igreja Católica

Fonte de Água

A fonte de água mais usada pelos agricultores do PA Boa Esperança é o

Poço Amazônico, em alguns locais foi diagnosticado a falta de água no período

de seca (Gráfico 03 ).

70%

30%

0% 0%

Fonte de água

Poço Amazônico

Poço Semi Amazôniico

Rio

Igarapé

Gráfico 03: Principais fontes de águas

Currais

A grande maioria dos agricultores que residem no PA Boa

Esperança possui um curral para manejar seu rebanho uma vez que os mesmos

necessitam desta instalação para poder retirar o leite que seu rebanho produz. As

instalações estão em um bom estado de conservação uma vez que os

agricultores protegem suas madeiras passando o CM 30 para passar nas

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madeiras das instalações para protegerem contra cupins, brocas e chuvas, dando

uma maior durabilidade as instalações e geralmente os mesmos cobrem suas

instalações (Figuras 65 e 66).

Figura 65: Instalação Curral Figura 66: Instalação Curral

ESCOLA

O Projeto de Assentamento Boa Esperança não possui nenhuma

escola, devido o numero de alunos serem pequeno. Assim os alunos se deslocam

até o município de Parecis, em ônibus disponibilizados pela Prefeitura Municipal.

NÍVEL DE ESCOLORIDADE DO ASSENTAMENTO Desde o início do século passado, pessoas que não podiam mais

viver do seu trabalho foram obrigadas a buscar alternativas em outras regiões. O

êxodo rural possibilitou a saída dos jovens muito cedo da casa de seus pais,

fazendo com que os mesmos tivessem que trabalhar como prestadores de

serviços em outros locais. Logo, o abandono dos estudos era previsível. Outros

eram impedidos de freqüentarem a escola pelos próprios pais, para que

pudessem ajudar no roçado, gerando renda para o sustento da família. Essa é

uma realidade que perpetuou por muitos anos, e hoje faz parte da história da

maioria dos agricultores do PA.

O retrato dos assentamentos da reforma agrária é representado por

agricultores que lutaram por muitos anos para conseguirem um pedaço de terra

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na região. O Trabalho na roça e a dificuldade ao acesso a escola fizeram com que

muitos não encontrassem tempo para estudar.

56%33%

10%

1%

Nível de Escolaridade

Primário

Fundamental

2° Grau

Superior

Gráfico 04 – Nível de escolaridades dos beneficiários do PA Boa Esperança ( Autodiagnóstico 2014)

Como podemos observar (Gráfico 04), 56% dos beneficiários possuem

apenas o Ensino Primário, 33% Ensino fundamental, 10% 2° Grau e 1% Ensino

Superior. Hoje, a falta de um Programa de educação para adultos é um problema

apontado pelas famílias que vivem no assentamento, pois não há esse tipo de

educação no assentamento.

5.3. Situação do Meio Sócio-Econômico e Cultural

5.3.1. A História do Projeto de Assentamento Boa Esperança

O Senhor Ademir foi eleito pelos demais beneficiários para relatar o

histórico:

“Ele contou que veio de Tangará da Serra – MT pelo MST em 13/06/1984.

Lecionou na escola do PA de 1999 a 2001, no período que ela esteve ativa, de 1°

a 4° série. O PA Boa Esperança teve origem há aproximadamente 17 anos atrás,

com um total de 80 famílias. Houve o despejo entre 30 a 40 dias e os mesmos

ficaram 15 dias acampados em Pimenta Bueno na sede do INCRA. Nessa época

foi desapropriada uma propriedade em Ouro Preto, ficando aqui apenas 13

famílias. O MST abandonou as 13 famílias porque queriam que eles fossem para

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Ouro Preto. A origem dessas famílias é em número maior oriunda do Estado do

Paraná (PR) e do Espiríto Santo (ES). A área desapropriação do PA BOA

ESPERANÇA é de 500 ha. O Sr Ademir contou que foram feitas as picadas de

foice e em seguida o sorteio dos lotes. Em 1995 houve um incêndio criminoso e

queimou algumas áreas. O primeiro acesso a dinheiro veio com a venda de

madeira, sendo em sua maioria, Cerejeiras, Pinho Cuiabano, Peroba, Jatobá,

Aroeira e Jequitibá (o que tinha), os madeireiros já haviam feito carreadores e a

devastação das madeiras com maior valor econômico. Ainda hoje há uma reserva

no PA. A Primeira estrada do PA foi feita em 1997, pelo então Prefeito Dirceu de

Oliveira, os mandatos seguintes atrapalharam o andamento do assentamento, na

visão dos beneficiários, sendo que somente no ano de 2011 foi feito

cascalhamento das estradas. Em 2007 foi feito um levantamento pelo INCRA,

realizada a entrega do Apoio Inicial, somando nesta data então 15 famílias. Nesse

momento citaram o apoio do então Deputado Eduardo Valverde. Existem no PA

quatro beneficiários desde o inicio, Sr Ademir, Sr Jonas, Dona Lourdes e Sr. José

Custodio Filho. No PA tem dois rios, o Rio Preto, que sempre secou na época da

seca, e o Rio das Cobras que deságua no Rio Preto e também seca um período

do ano. Os beneficiários consideram o solo plano e no ver deles o solo é fraco.

Faltou assistência técnica durante todos esses anos, anteriormente plantavam

café, milho, arroz, feijão e outros, na pastagem enfrentam grande incidência de

cigarrinha todos os anos. Citaram que no PA sempre teve muitos animais

silvestres, como Paca, Porção, Anta, Tatu, Capivara, Onça Pintada, muitas

Araras, Jacu, Mutum, Periquitos e Macaco Prego e que ainda existem alguns,

devido à reserva do PA. O programa do Governo Federal Luz para Todos chegou

em Dezembro de 2011 e representa um marco para eles``.

5.3.2. População e Organização Social

A população do Assentamento Boa Esperança está distribuída de acordo

com a planilha abaixo.

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Quadro 14: Distribuição da população do Assentamento por faixa

etária

Classificação Faixa etária Total

Idosos Acima de 60 anos 03

Mulheres 21 a 59 anos 09

Homens 21 a 59 anos 09

Jovens/ Adolescentes 12 a 20 anos 07

Crianças 0 a 11 anos 03

Total Geral da população 31

Fonte: CRT. 3000/2014 – ATER/INCRA.

Durante autodiagnóstico realizado nas parcelas com as unidades

familiares foi diagnosticado que os produtores migraram de vários estados para

Rondônia sendo eles: Paraná, Espírito Santo, Mato Grosso, Bahia, Minas Gerais.

A organização social das famílias do Assentamento Boa Esperança é por

meio de uma associação denominada de ASPROKINF (Associação dos

Pequenos Produtores Rurais das 15 Famílias), essa organização e formada por

uma diretoria composta por presidente e vice, secretário, tesoureiro e conselho

fiscal. As reuniões da associação no assentamento não tem data fixa, a

associação ASPROKINF possui espaço físico precário.

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5.4. Infra-Estrutura Física, Social e Econômica

O PA Boa Esperança a Associação ASPROKINF é uma das mais

importantes infraestrutura, mesmo não tendo muita estrutura como: Maquinas e

Implementos Agrícolas para beneficiar a terra. Assim sendo segue abaixo

conforme, (quadro 15), relação das infraestrutura existente no PA:

Quadro 15 - Infraestrutura física, social e econômica do PA Boa Esperança

INFRA-ESTRUTURA Locais Quantidade TOTAL

Associação Rural Kapa 08

01

01

Tanque resfriador de leite

Linha 75

01

01

Maquinário agrícola Kapa 08

01 Maquina de arroz 01 triturador

02

Fonte: CRT. 3000/2014 – ATER/INCRA.

5.5. Sistema(s) Produtivo(s)

A pecuária bovina neste assentamento predomina, pois praticamente em

todas as propriedades está voltado à pecuária, porém a maioria das parcelas se

encontra em fase de implantação, as atividades realizadas pelos produtores até o

momento estão voltadas para a formação de pastagens, no entanto foi

diagnosticado pelos produtores que um grande entrave à produção de leite é a

estacionalidade da produção de forrageira, bem como o intenso ataque de

cigarrinha nas pastagens, e também a degradação das pastagens, reduzindo a

produção de forragem, e consequentemente a produção de leite. Os mesmos

também estão em fase de construção de cercas e aquisição de uns poucos

animais, o rebanho é modestamente pequeno, como podemos observar na tabela

abaixo descrita:

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Quadro 16: Levantamento das espécies animais de interesse zootécnico no

PA Boa Esperança, Parecis-RO.

Rebanho

bovino

Suínos Caprinos Aves Muares

Equinos

Pastagem

formada

569

Unid.

62

Unid.

27

Unid.

343

Unid

.

17

Unid.

311,93 há

Fonte: CRT. 3000/2014 – ATER/INCRA.

Gráfico 05: Animais do PA Boa Esperança

Os animais são criados de maneira bastante rústica, com manejo

inadequado, mal alimentado, de genética bastante ruim, produção voltada para a

pecuária de corte e leite, trazendo como consequência um mercado pouco

absorvente, com um agravante que é a falta de preço no produto final.

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Figura 67: Bovino Nelore Figura 68: Bovinos Aptidão Leite

Um fator limitante observado pelos assentados do PA Boa Esperança é

que não utiliza técnicas de melhoramento genético animal (Figuras 67 e 68) acima

mostradas, no entanto apresentam interesse em aderir à prática de inseminação

artificial, no intuito de melhorar a genética do rebanho voltada para aumento da

produção de leite.

Quanto à criação de pequenos animais, destacam-se a avicultura

(galinhas) e suinocultura, para o consumo e comercialização do excedente. O

sistema de criação de aves é extensivo (soltas no terreno) destinado à produção

de carne e ovos.

Quanto aos Suínos, poucas são as famílias que mantem essa atividade

devido o custo com alimentação ficar muito alto. As instalações são do tipo rústico

(pocilgas), (Figura 69 e 70) e a produção é destinada ao consumo das famílias

tendo como objetivo a segurança alimentar. Nesse contexto, constatou-se que a

comercialização desses animais é realizada esporadicamente, e apenas algumas

famílias o fazem, quando apresentam excedentes.

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Figura 69: Instalações rústicas (pocilgas) Figura 70: Instalações rústicas (pocilgas)

A caprinocultura e ovinocultura são pontuais, sendo que existe grande

potencial produtivo para criação e exploração destes pequenos ruminantes,

porem poucos produtores atuam com a atividade, a carne poderia ser consumida

pelos assentados, garantindo a segurança alimentar e nutricional, pois além de

ser saborosa, apresenta qualidade anticarcinogênica.

Em se tratando da piscicultura apenas 5 produtores têm interesse nessa

atividade porem os mesmos necessitam de recurso para poder dar entrada na

documentação da licença da atividade (Figura 71).

Figura 71: Tanque de Piscicultura

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Outra observação, bastante interessante, retrata a origem da renda das

famílias assentadas, estima-se que 77% destas, retiram a renda para o sustento

familiar apenas de esforços aplicados dentro do lote (Gráfico 06), sendo que 23%

dos produtores do PA Boa Esperança apresentam mão-de-obra diversificada,

além das atividades agrícolas desenvolvidas no assentamento, foi observada a

existência de produtores que exerce outras atividades, através da prestação de

serviços, que englobam as seguintes funções: Pedreiro, carpinteiro e diarista.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

No loteFora do lote

77%

23%

ORIGEM DA RENDA FAMILIAR

Gráfico 06: Origem da renda familiar ( Pesquisa - ação, 2014)

5.5.1. Análise Sucinta do(s) Sistema(s) Produtivo(s)

Em relação ao sistema produtivo os beneficiários contam que o principal

problema encarado nas propriedades rurais e o escoamento da produção devido

à falta de transporte e a má conservação das estradas vicinais, juntamente com a

falta de recursos financeiros para a aplicação das alternativas tecnológicas

adequadas.

Devido a grande maioria dos beneficiários desconhecem as práticas de

conservação do solo, beneficiamento e comercialização da produção, além dos

grandes problemas causados por ataques de pragas e doenças.

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Durante o autodiagnóstico realizado em cada propriedade verificamos

que os produtores do PA Boa Esperança fazem uso de agrotóxicos,

principalmente herbicidas, normalmente aplicados nas áreas de pastagem para

controlar as ervas daninhas. Diante do caso observamos que a grande maioria

dos beneficiários não faz uso do Equipamento de Proteção Individual (EPI), usam

apenas botas ficando desprotegidos, principalmente as vias respiratórias.

Observamos também que os beneficiários não devolviam as embalagens

de agrotóxicos nos pontos de recolhimento. Assim sendo vimos à necessidade de

fazermos uma parceria com IDARON para recolher as mesmas.

5.6. Serviços de Apoio à Produção

5.6.1. Assistência Técnica e Pesquisa

O projeto de assentamento BOA ESPERANÇA é atendido pelos serviços

ATER-INCRA, a assistência técnica, atualmente é executada pela Emater /

Parecis.

Entende-se que a assistência técnica, neste caso, é um elemento de

transformação ou de manutenção da situação do empreendimento agrícola,

dependendo da metodologia utilizada no desenvolvimento de uma proposta de

trabalho junto aos assentados. A equipe de que presta assistência técnica

inicialmente era composta por profissionais multidisciplinares (01 Engenheiro

Agrônomo, 01 Técnico Agrícola, e 01 Assistente Social e 01 Assistente

Administrativo).

5.6.2. Crédito

Em resultado da recente demarcação das parcelas, 60% dos beneficiários

tiveram acesso a Linha de Crédito PRONAF A. Assim sendo 6 produtores

acessaram esta linha no qual foi disponibilizado pelo Banco da Amazônia a cada

beneficiário R$ 21.500,00, totalizando R$ 129.000,00, para aquisição de matrizes

e reprodutores aptidão leite. Somente 1 produtor abriu mão do PRONAF A,

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passando a adquirir a linha de Crédito Mais Alimento, onde foi disponibilizado pelo

Banco da Amazônia R$50.000,00 para aquisição de matrizes aptidão carne.

5.6.3. Capacitação Profissional

.

Em decorrência do contrato 8000/2014 (ATER/INCRA) e o atual

3000/2014 (ATER/INCRA), os assentados foram beneficiados com vários

treinamentos, capacitações e orientações para a execução adequada de suas

atribuições cotidianas, sendo: Manejo e pastagem; Higiene na ordenha; Controle

de cigarrinhas; Doces e salgados e Curso de pintura que contou com a

participação das mulheres do assentamento e curso de Associativismo.

5.7. Serviços Sociais Básicos

5.7.1. Educação

Devido o número de alunos do PA ser pequeno e o assentamento

localizar se muito próximo ao município de Parecis não possui nenhuma escola

dentro do PA.

No município de Parecis existem 01 Escola Estadual de ensino

Fundamental e Médio; 01 Escola Municipal Infantil e Fundamental; 02 Escolas

Municipais ensino Fundamental e 01 Escola Municipal Especial. Todas com um

total de 982 (Novecentos e setenta e oito) matriculas, no ensino estadual e

municipal.

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Quadro 17: Escolas existentes no município de Parecis - RO

Escola Esfera Ensino Alunos Funcionarios

E.E.E.F.M Benedito

Laurindo Gonçalves Estadual

Fundamental

e Méddio

325

33

E.M.E.I.E.F José

Cestari Municipal

Infantil e

Fundamental

586

54

E.M.E.F Antônio

Cândido Silveira Municipal Fundamental

28

02

E.M.E.F Dom Pedro II Municipal Fundamental 22 02

APAE Maria Divina

Mercly Municipal Especial

21 05

Fonte: Secretaria Municipal de Educação (2014)

Conforme (Quadro 18): Apresentar número de pessoas assentadas

segundo sua escolaridade por faixa etária, conforme quadro abaixo:

Faixa

Etária

Analfabeto Escolaridade Ensino

Médio

Ensino

Superior

Total

Educação

Primário

Ensino

Fundamental

Até 06

anos

7 a 10

11 a14 2 1 3

15 a 17 1 1 2

18 a 24 1 1 2

25 a 40 4 3 1 8

Mais de

40

1 11 3 1 16

Total 1 17 8 4 1 31

Fonte: CRT. 3000/2014 – ATER/INCRA

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5.7.2. Saúde e Saneamento

SAÚDE

No município de Parecis os atendimentos a saúde e realizado através de

um Hospital Municipal de pequeno porte, constituído por 08 leitos, porem não há

divisão de alas, os leitos são separados em quartos. O Município possui também

um posto de saúde, ambos estão localizados no perímetro urbano no município

de Parecis. O Município não possui clínicas particulares. A seguir, o Quadro,

caracteriza a infraestrutura do Hospital Municipal, e do Posto de Saúde (Quadros

19, 20 e 21):

Quadro 19: Saúde

SERVIÇOS DE SAÚDE QUANTIDADE

(postos e hospitais)

Saúde Pública Municipal 02

Estabelecimentos que prestam

serviço ao SUS

02

IBGE: Censo 2010

Quadro 20: Caracterização da Infraestrutura do Hospital Municipal

INFRAESTRUTURA DO HOSPITAL FRANCISCO AMARAL DE BRITO

*01 sala de exame; *08 leitos; *01 autoclave; *01 estufa; *01 sala de ultrassom simples; *01 lavanderia; *01 almoxarifado de estoque de medicação; *01 farmácia básica; *01 sala de administração; *01 sala odontológica; *01 depósito de material de limpeza; *02 salas de distribuição; *01 sala de nutrição; *01 copa, 01 cozinha e 01 refeitório; *02 enfermarias;

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*01 laboratório de análise clínica;

Emergência: *01 sala de recepção; *01 sala de espera; *01 sala de triagem; *01 sala de observação; *01 sala de pronto-atendimento;

Fonte: Secretaria Municipal de Saúde (2014)

Quadro 21: Funcionários da saúde no município de Parecis-RO

QUADRO DE FUNCIONÁRIOS HPP FRANCISCO AMARAL DE BRITO

*03 médicos; *01 enfermeira; *10 técnicos de enfermagem; *02 auxiliares; *01 bioquímico farmacêutico; *01 técnico em laboratório;

PSF: *01 médico; *01 técnico de enfermagem; *01 enfermeiro; *01 clínico odonto; *01 técnico em saúde bucal; *15 agentes comunitários de saúde;

Fonte: Secretaria Municipal de Saúde (2014)

No entanto, os casos, mais graves, são encaminhados aos municípios

vizinhos, como São Felipe do Oeste, Rolim de Moura, Cacoal ou até mesmo para

Porto Velho.

As consultas que não são realizadas no município são agendadas pelo

próprio hospital para as cidades citadas anteriormente. Em relação aos

medicamentos, o município fornece os que estão de acordo com o protocolo do

SUS. O hospital dispõe de uma ambulância para o transporte de pacientes

transferidos ou encaminhados a outras localidades.

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Situação da saúde no PA Boa Esperança

O atendimento à saúde no assentamento é oferecido pelo programa de

saúde da família, o qual os agricultores são acompanhados em suas residências

por um (a) agente de saúde mensalmente.

Os programas de saúde do SUS que atendem ao município de Parecis

são:

Programa da saúde da mulher que realiza o preventivo, pré-natal, e

orientações de saúde como o auto-exame das mamas, planejamento familiar e

etc.

- Hiperdia: programa que acompanha pacientes portadores de hipertensão

e diabetes. Fazendo o controle da glicemia e PA - Pressão Arterial mensalmente.

- Bolsa família: a pesagem das crianças beneficiárias do programa bolsa

família é acompanhada mensalmente na unidade.

Saneamento Básico

O Projeto de Assentamento Boa Esperança não possui qualquer

representação mínima de saneamento básico, pois não há recolhimento de lixo

doméstico, abastecimento de água potável e esgotamento sanitário. O uso de

fossa negra é representado por 39% dos assentados e ocupantes (Gráfico 07).

46%

39%

15%

DESTINO DO ESGOTO

FOSSA SÉPTICA FOSSA NEGRA

CÉU ABERTO

Gráfico 07: Destino do esgoto (Autodiagnóstico, 2014) Boa Esperança

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O destino do lixo é um fator preocupante tanto na área social de saúde,

quanto na área ambiental. Apesar dos beneficiários do PA serem conscientes

quanto a conservação do solo e do meio ambiente, 69% fazem a devolução

das embalagens de agrotóxicos nos pontos de recolhimento.

A equipe ATER/INCRA, em parceria com a IDARON, realizou no mês

de agosto de 2014, a coleta de embalagens vazias de agrotóxicos no

assentamento, para que fossem devolvidas ao posto de recolhimento (Quadro

22).

Quadro 22: Destino do lixo orgânico e inorgânico e das embalagens de

agrotóxicos vazias no PA Boa Esperança

Destino

Lixo Embalagens de

Orgânico Inorgânico

Agrotóxicos

vazios

Adubação 00

Descarte 03

Aterro 00

Queima 01

Céu aberto 00

Reciclagem 00

Posto de

Recolhimento 09

Reutilização 00

Outro

Fonte: Autodiagnóstico (2014)

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DESTINO DO LIXO

POSTO DE RECOLHIMENTO

DESCARTE

QUEIMA

69%

23%

8%

Gráfico 08: Dimensão Ambiental no PA Boa Esperança (Autodiagnóstico, 2014)

Tratamento de água

No Assentamento PA Boa Esperança 100% das famílias faz

tratamento de suas águas no PA Boa Esperança seja ela com uso de filtro ou uso

de hipoclorito. Sendo assim ressaltarmos que as famílias estão cientes do mal

que pode causar a água contaminada.

No Assentamento PA Boa Esperança, a predominância do uso do

filtro como tratamento da água é de 54 % nível considerado bom por ver que as

famílias se preocupam com o tratamento da água para o consumo, em algumas

situações o uso do hipoclorito não procede como o melhor recurso, isso porque

alguns agricultores não sabem a dosagem certa a ser utilizada para que tenha

eficácia. O número de agricultores que não fazem o uso do hipoclorito e de 46 %.

Como pode observar juntando o uso do filtro com o uso do hipoclorito somam

100% das famílias que realizam o tratamento de sua água para o consumo

humano (Gráfico 09).

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54%

46%

0%

Tratamento de Água Aplicado

Filtro Hipoclorito Fervura

Gráfico 09: Tratamento de água aplicado no PA Boa Esperança (Autodiagnóstico, 2014)

5.7.3. Lazer

A ausência de lazer no assentamento é um dos fatores sociais

mencionados como problema pelos assentados, uma vez que os beneficiários

quando querem se distrair um pouco tem que se deslocar para outras localidades,

ou seja, para o município de Parecis.

As belezas naturais também são pontos atrativos para o lazer e turismo,

pois a região de Parecis possui imensa riqueza em recursos hídricos, o que

representa um ponto forte para o Ecoturismo e pesca. A falta de condições

financeiras dos produtores e dificuldade de acesso limita o lazer dos assentados.

5.7.4. Cultura

Com relação à cultura (Gráfico 10), as práticas adotadas no

assentamento são festas de aniversário de moradores, festas religiosas, dias das

crianças e festas natalinas.

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69%

31%

0%

CULTURA

CATÓLICO EVANGÉLICO SEM RELIGIÃO

Gráfico 10: Religião do PA Boa Esperança (Autodiagnostico, 2014)

5.7.5. Habitação

O projeto assentamento é composto por 100% das moradias em madeira

(Figura 72). Na abertura do PA Boa Esperança aproximadamente 17 anos atrás,

as casas foram construídas de madeira pelo fato de que havia muita madeira na

região.

Figura 72: Residência PA Boa Esperança

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O quadro 23 abaixo as residências foram construídas todas em madeiras por

motivo dos beneficiários terem as mesmas em suas propriedades. O tipo de

telhado utilizado é o de amianto. O piso e de cimento ou cerâmica aparece em

85% das habitações, sendo apenas 15% de terra. As habitações na totalidade das

13 possuem energia elétrica. 39% dos banheiros geralmente são fossas negras,

46% banheiros dentro de casa e 15% céu aberto. Geralmente as casas são

divididas em sala, cozinha, banheiro e no máximo dois quartos.

Conforme (Quadro 23) identificar número, funcionalidade e qualidade das

habitações abaixo:

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Padrão

casa

Cobertur

a

Piso Instalação Sanitária Instalações

Hidráulicas

Instalações

Elétricas

Telha Palha Terra Tábua Cimento

ou

cerâmica

Sem Fossa

Negra

Sanitário Sem Com Sem Com

Alvenaria

Madeira 13 2 11 2 5 6 7 6 13

Barro ou

taipa

Lona

Mista

Outras

Quadro 23: Qualidades das habitações.

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5.8. Análise das Limitações, Potencialidades e Condicionantes

Durante a oficina de autodiagnóstico os beneficiários foram divididos em

quatro grupos sendo eles relacionados as dimensões: Infraestrutura, Ambiental,

Produtivo e Social para que os beneficiários levantassem os problemas e as

potencialidades de cada dimensões.

1.1 - Problemas da área Infraestrutura:

Falta documentação, titulo definitivo;

Falta de trator com implementos agrícolas;

Falta de um poço artesiano;

Manutenção de um barracão;

Falta construção de casas nas parcelas;

Falta a construção de um barracão para a associação;

Falta estradas com qualidades, saídas d água, bueiros, galerias de cimento

e respeito a área reservada para a estrada que os beneficiários não

respeitam;

Problemas com a execução do recurso FITA;

Falta poço artesiano para água de qualidades para consumo;

As estradas acabaram com as entradas das casas;

Falta um campo de futebol iluminado para lazer;

Falta investimento nas estruturas da associação do PA;

É preciso cascalhamento dos carreadores e currais;

1.2 - Potencialidades da área Infraestrutura

A associação tem:

Um tanque resfriador de leite;

Um triturador

Uma maquina que beneficia arroz;

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2.2 - Problemas da área Produtiva:

Falta de implementos agrícolas;

Acesso a insumos;

Falta de incentivo a lavoura;

Falta de controle de pragas e doenças;

Falta incentivo na bovinocultura leiteira;

Falta correção de solo;

Incidência de pragas e doenças;

Falta de indústrialização e comercio;

Acompanhamento mais de perto da assistência técnica ao leite;

Falta diversidade de variedade de pastagens;

Falta oferta de mão de obra;

Êxodo rural dos jovens;

Monocultura, só leite;

Falta de empenho;

Falta de capacitação para vacinação da brucelose;

Falta incentivo na piscicultura;

2.2 - Potencialidade da área produtiva:

Plantio de culturas parenes como banana e mandioca;

Plantio de culturas anuais, arroz e feijão;

Assistência técnica , acompanhamento das lavouras;

Criação de pequenos animais, como frango, porco e carneiro;

Produção leiteira, 60% da população;

3.1 - Problemas da área Social:

Falta melhoramento no transporte escolar;

Falta cursos de capacitação;

Falta construção de área de lazer;

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Falta visitas de agente de saúde;

Falta acesso a atendimento social no municipio;

3.2 - Potencialidade da área Social:

Ônibus em bom estado de conservação;

Energia elétrica;

4.1 - Poblemas da área Ambiental:

Falta cercar as minas para conservação das nascentes;

Falta de controle de erosão;

Falta de recuperação das áreas degradadas;

Falta de mudas para reflorestamento;

Falta de prevenção contra o fogo;

Falta de conscientização pelo IBAMA e SEDAM;

Falta recuperar as margens dos rios que nascem no PA;

Excesso de uso de agrotóxicos sem orientação;

Muita degradação do solo;

Orientação correta sobre o uso exagerado de sacolas plásticas;

Conscientização sobre devolução de embalagens vazias de agrotóxicos;

Assoreamento dos rios e desaparecimento das minas devido a erosão;

Dificuldade em adquirir calcários;

Sementes e mudas e necessário construção de um viveiro para recuperar

as áreas e reflorestar;

4.2 - Potencialidade da área Ambiental:

Acabaram as queimadas;

Arvores frutíferas;

Melhor clima da região.

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6. Plano de ação para o desenvolvimento sustentável do Projeto de

Assentamento

6.1. Apresentação

O Plano de Desenvolvimento do Projeto de Assentamento Boa Esperança

contou com a participação da equipe ATER/INCRA do Contrato 3000/2014.

Este plano dará direção às atividades socioeconômicas e ambientais no

período, foi construída coletivamente através de oficinas nas quais se envolveram

agricultores e agricultoras do PA Boa Esperança, juntamente com a equipe

ATER/INCRA. Desta forma foi possível atingir a todos os responsáveis pelo

comprometimento de realizar ações nas dimensões: social, ambiental,

infraestrutura e econômica do Assentamento. Este plano de ação deve estar

apoiado numa análise ampla e interdisciplinar que articule as distintas dimensões

da realidade e devem envolver os diferentes atores, desde os níveis

governamentais até a comunidade organizada em torno de propostas concretas

na busca de soluções criativas. A relevância do documento repousa

principalmente no acúmulo de discussões através das quais se levantaram os

desafios, necessidades e expectativas da realidade do PA Boa Esperança. Com

base no Auto-diagnóstico foram estruturadas as políticas públicas e as

estratégicas para promover ações de proteção, recuperação e ampliação das

necessidades socioeconômicas e ambientais, visando ao desenvolvimento

sustentável em níveis local, regional e nacional.

Os programas constantes do documento pretendem articular a demanda

entre os agricultores e agricultoras do PA Boa Esperança e os parceiros

representantes da sociedade no âmbito, local, regional e nacional, promovendo a

auto-sustentabilidade e oportunizando a participação direta dos atores envolvidos

no processo, promovendo o direito ao exercício da cidadania em seu ambiente.

Este plano de Desenvolvimento pretende enfrentar alguns desafios como:

ampliar as ações de programas que hoje já estão presentes no PA Boa

Esperança; inserir novos programas focando o fortalecimento do assentamento e

sociedade civil, aprofundando a inserção das políticas públicas, através da

participação nas diversas instâncias de representações na comunidade. Espera-

se que o Plano de Desenvolvimento do Assentamento Boa esperança, tendo em

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vista uma relação dialógica entre os sujeitos envolvidos, seja apenas o começo da

implementação do desenvolvimento sustentável no setor de Desenvolvimento

Agrário do Estado de Rondônia.

6.2. Objetivo e Diretrizes Gerais

O objetivo geral deste plano é definir as diretrizes e prioridades para a

promoção de desenvolvimento sustentável do assentamento, em nível social,

econômico e ambiental, e implantá-las por meio de uma série de ações que

promovam a reflexão e a participação do assentado nas ações coletivas

orientadas para o uso racional dos recursos naturais, a melhoria da estrutura

social e produtiva, a valorização das famílias respeitando as questões de gênero,

pelo respeito a sua qualidade de vida exercício pleno de sua cidadania.

As ações implementadas no assentamento até o momento pelos agentes

do ATER/INCRA do Nucleo Operacional de Parecis – RO, juntamente com os

agricultores (as) do assentamento, explorou através da metodologias

participativas os aspectos nas dimensões: Ambientais, social, infraestrutura e

produtiva, bem como de forma mais implicita o universo da etica e da cidadania.

Assim sendo este plano de ação tem como objetivos:

Identificar, sensibilizar e convidar diversos parceiros para se envolverem

nessa proposta;

Incentivar a produção para viabilizar a geração de renda, por meio do

incentivo a qualificação das comunidades;

Capacitar e acompanhar os moradores na produção e comercialização dos

produtos;

Ampliar a renda dos moradores da comunidade, melhorando assim as

condições econômicas e sociais dos beneficiários do PA;

Fortalecer a Associação dos produtores PA Boa Esperança, melhorando a

capacidade produtiva e organizacional e a autoconfiança da comunidade;

Melhorar a auto-estima das famílias, ampliando seu papel na gestão

participativa da associação;

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Integrar o presente Projeto com ações de instituições e empresas que

realizam trabalhos de desenvolvimento social e promovem as políticas

públicas voltadas para a Agricultura Familiar, em geral, especificamente;

Envolver todo o PA Boa Esperança em ações de cidadania e promoção da

Economia Solidária;

6.2.1. Organização Espacial

A organização espacial dentro do Projeto de assentamento Boa Esperança

e de inteira importância levando em conta quando se pretende fazer algumas

mudanças no cenário. Assim sendo os agricultores pretendem levar adiante um

planejamento participativo, devido as diferençass em todos os níveis, social,

cultural e principalmente econômico.

Todo assentado devera ter uma visão de futuro e nessa visão uma

organização espacial de sua propriedade dentro dos conceitos da produção onde

cada beneficiarios buscara o melhor para o desenvolvimento dentro da

propriedade.

Assim sendo os principais objetivos das organização espacial são:

• Promover o fortalecimento da infraestrutura física, social e produtiva,

através da criação de estruturas e/ou manutenção;

• Garantir o acesso a linhas de crédito que possam contemplar a

construção e reforma das habitações, e os projetos produtivos;

• Trazer para o PA iniciativas públicas que incentivem a criação de opções

de lazer e de praticas culturais no assentamento;

• Promover a reorganização espacial de ocupação dos lotes, e também

estabelecer acordos territoriais entre as esferas públicas federais e dos estados

de Rondônia, para desburocratizar principalmente as ações ambientais;

Conforme diagnóstico apresentado no item 5.2 (Organização Espacial

Atual) e 5.4 (Infraestrutura Física, Social e Econômico) a equipe e os assentados,

possui certo nível de organização espacial. Contudo, ainda há muito a fazer para

se elevar o assentamento à condição de empreendimento rural, portanto se

observa a necessidade de re-ordenamento territorial nas áreas de:

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Educação:

Manutenção de linhas vicinais para o tráfego do ônibus escolar.

Saúde:

Conforme item 5.4 não tem saúde assim sendo foi sugerido o atendimento

de um dentista e um médico uma vez por semana.

Esporte e lazer:

Conforme item 5.4 não tem lazer na comunidade assim sendo foi sugerido

a construção de uma área de lazer.

Rede Viária:

Foi sugerida a manuntenção e construção de pontes e bueiros para

melhoria do transporte de pessoass e cargas (escoamento de produção).

6.2.2. Serviços e Direitos Sociais Básicos

A Equipe ATER/INCRA com base nas oficinas e levantamentos dos

problemas procurou desenvolver, de acordo com os assentados, atividades que

promovam o desenvolvimento do PA, buscando junto aos orgãos governamentais

e não – governamentais, ações voltadas à promoção dos direitos desses

cidadãos.

Descrevemos abaixo um resumo do quadro atual nas áreas de:

Assistencia Social – Entre os assentados, a busca pelos serviços sociais

básicos resume – se em : Inclusão no Programa Bolsa Família, oferecido

pela Secretária do Trabalho e ação Social; e outros benefícios como

aposentadoria, auxilio maternidade, auxilio doença, todos

operacionalizados pelo Instituto Nacional de Seguridade Social – INSS. A

Equipe ATER/INCRA tem trabalhado na orientação dos beneficiarios do

PA, esclarecendo lhes as dúvidas quanto às formas de buscar tais direitos

ou serviços e encaminhando as famílias que se enquadram no perfil dos

programas ou beneficios.

Saúde – Quanto a saúde, existem ações voltadas para o assentamento

que garante o minimo social neste campo, pois o município dispõe de

alguns serviços que trazem às famílias a possibiilidade de acesso como:

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O Programa Saúde da Família – PSF que que não possui uma equipe

completa com disponibilidade constante para o assentamento, mas trás a

presença de um agente de saúde para fazer visitas as famílias uma vez

por mês dentro do PA.

Educação – A educação é direito e dever do Estado e do Município no

âmbito de cada competência. Uma das principais reclamações apontada

pelos agricultores com relação a educação, foi referente ao transporte

escolar, pois as condições dos ônibus são precárias.

Trabalhos alternativos – No que diz respeito aos trabalhos alternativos, a

equipe ATER/INCRA vem desenvolvendo ações como reuniões de

acesso a politica publicas, palestras de orientação, visitas técnicas, dentre

outras ações que se encontram inseridas dentro das dimensões

econômica, infra estrutura e ambiental que possibilitaram aos moradores

do PA a inserção de novos conhecimentos aos que já possuíam. Na

questão de capacitação, além dos técnicos de ATER, outros órgãos como

o SENAR e a SEMAGRI destacam se como parceiros leais para ajudar a

desenvolver ações de capacitação profissional rural dentro do

assentamento. Ações estas que podem fomentar a inserção dos

agricultores em projetos de implantações de hortas domésticas, de

agroindústria caseira, de cursos artesanais e de melhoramento genético

do gado. Estas ações visam à auto – sustentabilidade da família no

assentamento.

6.2.3. Sistemas Produtivos

Com o intuito de possibilitar aos assentados a inclusão dos mesmos no

modelo produtivo preconizado pelo desenvolvimento sustentável, o plano de

ação, procura atender aos anseios dos agricultores externados neste instrumento.

A produção agropecuária Brasileira, responsavél por 70% da produção

de alimentos para a mesa do consumidor, sendo assim em sua maior parte

produzidos pela agricultura familiar, onde os serviços de ATER contribui de forma

efetiva com a agricultura dentro dos sistemas produtivos em busca de torná-las

unidades de produção estruturadas, inserindo uma forma sustentável no processo

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de produção, voltada para a melhoria de qualidade de vida e ao mercado local

visando um desenvolvimento municipal e regional.

Descrevemos abaixo alguns meios para que solucionem os problemas

existente no assentamento referente ao sistema produtivo:

Melhorar a qualidade do sistema produtivo agrícola através da

incorporação dos princípios da agroecologia;

Adotar tecnologias para recuperar áreas degradadas, e para

neutralização de acidez e fertilização do solo;

Melhorar a qualidade do sistema produção e criação de animais, com

tecnologias para a bovinocultura leiteira e a criação em sistema colonial de

aves e suínos;

Desenvolver a capacidade produtiva dos assentados, através de

promoção de eventos de capacitação proficional e o fortalecimento da

assistência técnica contínua;

Buscar ninchos de mercado como os programas PAA E PNAE.

6.2.4. Meio Ambiente

No assentamento Boa Esperança pretende se através deste plano de

desenvolvimento unir esforços para incentivar o uso de técnicas que permitam a

redução dos impactos ambientais, causados pelo uso desordenado de áreas

destinadas ao asssentamento, aumentando assim a produtividade por área

explorada, reduzindo a degradação pelo uso de técnicas predatórias de manejo

dos recursos, orientando os agricultores a explorar a terra racionalmente e

visando incrementar a produtividade, cumprindo as leis ambientais de

preservação e conservação das margens dos rios, corregos e nascentes.

O plano propõe intervenções nos problemas ambientais que afetam o

assentamento de forma coletiva ou individual. Com isso descrevemos abaixo

alguns meios para que solucionem os problemas existente no assentamento

referente a dimensão ambiental:

Estimular o uso racional dos recursos naturais renováveis, por meio de

projetos de manejo florestal;

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Promover eventos de educação ambiental para sensibilização da

comunidade, e a fim de promover a difusão de conhecimentos e adoção de

práticas conservacionistas e preservacionistas das florestas, matas ciliares

e dos solos;

Intensificar as ações de fiscalização por parte dos orgãos competentes

para coibir o processo de degradação ambiental (queimadas, extração de

madeira ilegal, caça predatória, áreas de reserva legal e áreas de

preservação permanente).

6.2.5. Desenvolvimento Organizacional

Na realidade a organização existente no PA é de suma importância para os

agricultores, pois dela os mesmos buscam meios para avançar na conquista de

direitos nas várias dimensões, haja vista que a associação dos produtores do PA

Boa Esperança (ASPROKINF). Necessita de ações que fortaleçam esses laços.

Esta organização e de muita importância no processo de discussão de mudanças

que o PA está vivenciando. Pois, se constitui em canais/espaços abertos os quais

a equipe ATER/INCRA vem utilizando de forma suscinta o estabelecimento com

reuniões, oficinas, cursos e palestras tanto para orientar e esclarecer sobre o

papel de cada um da organização quanto para levar informações sobre

possibilidade de ampliação das atividades da associação. Para tanto, algumas

ações e estratégias precisam ser esclarecidas, como:

Incentivar e fortalecer a organizações sociais existente no PA;

Estimular a participação ativa da mulher e dos jovens nas associações;

Fortalecer o trabalho da coordenação gestora do Plano de

Desenvolvimento do Assentamento.

Aproveitar, dentro das possibilidades, todos os recursos locais, seja

humano ou material;

A equipe ATER/INCRA enquanto perdurar o contrato de prestação de

serviço, a equipe tem também sob sua responsabilidade o compromisso de

assessoramento técnico na gestão contínua do plano nas demais situações dele

decorrente.

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6.2.6. A Assessoria Técnica, Social e Ambiental no

Acompanhamento à Implantação do Plano

A construção do Plano de Desenvolvimento do Assentamento – PDA é de

competência da equipe de ATER. Com isso a equipe buscará meios e parcerias

com varios orgãos competentes do Estado para que seje solucionadas todos os

problemas existentes.

Assim sendo a equipe ATER/INCRA, representada pelos seu quadro de

técnicos tem a responsabilidade de acessorar as familias assentadas durante a

formulação do plano e dos programas dele decorrentes.

Esta mesma equipe multidisciplinar acompanhará todas as fases do

processo de consolidação do PDA em consônancia com as ações de relevância

para o assentamento Rio Boa Esperança, destacando contudo as pertinentes à

implantação dos projetos produtivos. Também irá acompanhar as obras de infra -

estrutura no que se refere a execução dos serviços pelos orgãos competentes e

coordenará a organização para recomposição de áreas de reserva legal e

preservação permanente. Concernentes a saúde a equipe ira acompanhar os

trabalhos de educação continuada referente a orientação sobre saúde sexual e

reprodutiva, planejamento familiar, segurança alimentar entre outros.

6.3. Programas

O PDA é um plano estruturado em uma visão holística do

Assentamento, em que a articulação de todos em torno de um único objetivo, gera

a promoção do desenvolvimento sustentável visando a inclusão social das

famílias do PA Boa Esperança.

A sensibilização dos agricultores e de suas famílias sobre o sentido da

reforma agrária promoveu um entendimento de que não é apenas uma política

que gera transformações na realidade do assentamento. Deste modo o objetivo

desejado de sensibilização e participação ativa na implementação do plano por

parte das famílias, torna-se cada vez mais real.

As ações propostas convergem para a construção de um ambiente

favorável ao desenvolvimento do projeto de assentamento Boa Esperança,

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zelando pela responsabilidade na aplicação dos recursos públicos e pelo seu

retorno social.

O plano exigirá um modelo de gestão com distribuição de

responsabilidades entre as organizações sociais existente, com efetiva

participação dos agricultores e agricultoras, dos jovens, com os movimentos

sociais, com as entidades governamentais e não-governamentais nas esferas

local, regional e nacional; com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma

Agrária (INCRA) e a empresa de prestação de serviços de ATER, a EMATER/RO.

O modelo será detalhado no programa de desenvolvimento organizacional de

gestão do PDA.

Os programas estão ordenados de acordo com as prioridades das

famílias e as ações previstas para curto, médio e longo prazo. O prazo para

execução das ações é de no máximo cinco anos.

6.3.1. Programa Organização Espacial

A partir das premissas levantadas durantes as oficinas coletivas, foi

possível verificar que a organização espacial do PA Boa Esperança. Todavia o

programa de organização espacial foi construido em três linhas de ações:

Linhas de Ação:

Linha de Ação 1: Manutenção de estradas e careadores;

Linha de Ação 2: Falta de trator e implementos agricolas;

Linha de Ação 3: Falta de construção de casas;

Linha de Ação 1: Manutenção e melhoria nas estradas e carreadores;

Proposta: Melhorar e manter as condições de trafego das estradas do

PA;

Projeto: Viabilizar a restauração das estradas do PA Boa Esperança;

Prioridades da ação: Alta

Justificativa: As estradas de dentro do PA são de extrema

importância ser abertas, e posteriormente cascalhadas, para que melhore o

escoamento da produção, tráfego das famílias, acesso a educação, vindo a elevar

as condições de vida da população.

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122

Objetivo: Recuperar e cascalhar as estradas para melhorar o acesso

dos beneficiarios, fazendo com que os mesmos possam escoar suas produções.

Instituições Participantes em potencial: INCRA, Secretaria de

Obras, DER;

Cronograma de atividades: As atividades estão projetadas para um

ano.

QUADRO 24: Cronograma de execução:

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Reunião com

assentados X

Encaminhar ofício

à Secretária de

Obras X

Encaminhar ofício

ao INCRA X

Abrir e cascalhar

as estradas X X

Atividades2015

Linha de Ação 2: Falta de trator e implementos agricolas;

Projeto: Viabilizar recurso para aquisição dos implementos e trator.

Beneficiario em potencial: Todos os assentados.

Prioridades da ação: Média.

Justificativa: A associação dos produtores do PA Boa Esperança

ASPROKINF, necessita de recurso para aquisição trator e implementos é grande

a necessidade dos produtores para recuperação de áreas degradadas.

Objetivo: Disponibilizar trator e implementos aos produtores para

recuperação das áreas degradadas.

Instituições Participantes em potencial: INCRA, SEAGRI e

Secretaria de Agricultura.

Cronograma de atividades: As atividades estão projetadas para um

ano.

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123

QUADRO 25: Cronograma de execução:

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Apresentar a

demanda ao

INCRA e SEAGRI X

Encaminhamento

de projeto a

SEAGRI X

Aquisição do trator

e os implementos X X

Atividades2015

Linha de Ação 3: Falta de construção de casas

Projeto: Viabilizar a construção das habitações dos assentados.

Beneficiario em potencial: Todos os assentados.

Prioridades da ação: Média.

Justificativa: Todos os assentados não tiveram acesso à linha de

Crédito Habitação. Todavia muitas famílias residem em barracos de madeira

cobertos com telhas de amianto, algumas dessas casa sem piso, somente na

terra. Os banheiros são com fossa negra ou a céu aberto este é um dos principais

problemas que justificam a necessidade das casas.

Objetivo: Disponibilizar a implantação do crédito habitação.

Instituições Participantes em potencial: INCRA, Sindicato Rural,

Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal.

Cronograma de atividades: As atividades estão projetadas para um

ano.

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124

QUADRO 26: Cronograma de execução:

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Apresentar a

demanda ao

INCRA X

Encaminhamento

dos documentos

ao Banco do Brasil

ou Caixa

Econômica

Federal X

processo de

Construção das

habitações X X

Atividades2015

.

As ações abaixo relacionadas serão executadas com base no diagnóstico

estabelecido, onde foram levantadas as prioridades em nível de infraestrutura no

assentamento, estabelecendo ainda as responsabilidades pela execução do

plano.

QUADRO 27: PLANO DE AÇÃO DA DIMENSÃO INFRAESTRUTURA

PLANO DE AÇÃO DA DIMENSÃO INFRAESTRUTURA

Comissão de infraestrutura: Ademir Pereira da Silva e Nilson Conte

Problemas Solução O que fazer? Como Fazer? Quem vai

fazer?

Quando fazer?

Manutenção das

estradas e

carreadores

Cascalhar as

estradas e

carreadores

Ir até o INCRA

solicitar o

recurso para

as

manutenções

Fazer um

requerimento

para o INCRA.

Ademir

Angela

Jonas Borges

.

04/04/2015

Falta de trator e

implementos

agrícolas

Adquirir Solicitar via

Deputado uma

emenda

parlamentar

Fazer um

requerimento

para o

deputado

Claudionor

Fabiene

Paulo

29/11/2014

Falta de construção

de casas

Acesso ao

programa

nacional de

habitação rural

Ir até o INCRA

e solicitar o

recurso para o

credito de

habitação rural

Fazer um

oficio para o

INCRA

Fabiene

Angela

Ademir

04/04/2015

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6.3.2. Programa Produtivo

Após as oficinas coletivas realizadas no PA, realçamos as premissas

levantada, pode-se ressaltar uma série de problemas relacionados ao sistema

produtivo do PA Boa Esperança. A partir desses levantamentos das premissas foi

construído um plano de ação de forma participativa entre os assentados, a fim de

construir o programa produtivo, para isso, os problemas foram priorizados em

graus de importância e agrupados em Linhas de Ação.

Cada linha de ação refere-se ao conjunto de estratégias enfocadas para

alcançar os objetivos dos problemas que são da mesma área.

Para tal se propõe:

• Linha de Ação 1: Falta de correção de solo.

• Linha de Ação 2: Falta de incentivo na bovinocultura leiteira.

• Linha de Ação 3: Faltam de controle de pragas e doenças.

A equipe ATER/INCRA tem especial função na execução das metas

propostas principalmente no que se refere a capacitação dos produtores,

estabelecendo parcerias com entidades e na organização dos assentados.

Linha de Ação 1: Falta de correção de solo.

Proposta: Conscientizar o uso de insumos.

Projeto: Viabilizar aquisição de insumos, para melhorar os aspectos

físicos e químicos do solo, de forma a propiciar maior produtividade das

propriedades, tanto na produção de espécies perenes, quanto anuais .

Beneficiario em potencial: Todos os assentados.

Prioridades da ação: Alta.

Justificativa: Os solos do PA se encontra em processo de

degradação ambiental, pois os mesmos foram explorados até o momento sem

qualquer cuidado com o melhoramento da fertilidade. Tendo a atividade produtiva

no PA necessidade de investimentos que viabilize melhorias na produção, dando

assim estimulo aos agricultores em aumentar as áreas de cultivo. Os processos

produtivos, no que tangem a melhoria da qualidade do solo, somente são

possiveis via aplicação de calcário e uma adequada adubação em função da

análise prêvia do solo.

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126

Objetivo: Incentivar o produtor quanto a utilização de métodos

técnificados e o emprego dessas técnicas com o uso dos insumos, aumentando a

produtividade das culturas exploradas pelos agricultores.

Instituições Participantes em potencial: INCRA, EMATER e SEMAGRI.

Cronograma de atividades: As atividades estão projetadas para um ano.

QUADRO 28: Cronograma de execução:

MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ JAN FEV

Demonstração de

Método x x

Realização de

análise de solo x x

Recomendação

agronômica x x

Aplicação de

calcário x x

Aplicação de

adubo x x

Atividades2015 2016

Linha de Ação 2: Falta incentivo na bovinocultura leiteira

Proposta: Elaborar o Projeto

Projeto: Acesso inicial a linha de crédito rural Mais Alimento ou

PRONAF A, que fortalecem o aumento da produção.

Beneficiario em potencial: Todos os assentados.

Prioridades da ação: Média.

Justificativa: A atividade produtiva do PA necessita de investimentos

que viabilize o início das atividades de produção por parte de alguns assentados e

ampliação da infraestrutura por parte dos outros, sendo que, torna se necessária

para efetivar esta linha de ação a aquisição de matrizes leiteiras, calcário, adubos,

construção de cercas e currais, além de outras necessidades fundamentais que

venham a maximinizar a produção local.

Objetivo: Melhorar qualitantivamente, aumentar e expandir a

produção de leite dentro do PA, de forma a propiciar animais de melhor qualidade

para os assentados, pois, desta forma é possível melhorar a rentabilidade da

atividade e renda das famílias.

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Instituições Participantes em potencial: INCRA, EMATER e

SEMAGRI, SEAGRI, Banco da Amazônia, Banco do Brasil, Banco SICOOB.

Cronograma de atividades: As atividades estão projetadas para um

ano.

QUADRO 29: Cronograma de execução:

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Elaborar projeto de

crédito X X X X X X X X

Visitas técnicas X X X X X X X X X X

Reunião X

Reunião com

Bancos x x

Atividades2015

Linha de ação 3: Falta de controle de pragas e doenças;

Proposta: Controlar as pragas e doenças.

Projeto: Viabilizar métodos para controlar as pragas existentes no PA.

Beneficiario em potencial: Todos os assentados.

Prioridades da ação: Baixa.

Justificativa: Com base no autodiagnóstico a atividade produtiva do

PA necessita de investimentos que viabilizem o início das atividades de produção.

Com isso e possível estimular a implantação de técnicas alternativas de controles

de pragas e doenças.

Objetivo: Controlar as pragas aumentando a produção e diversificação

das atividades desenvolvidas pelos assentados.

Instituições Participantes em potencial: INCRA, IDARON, EMATER

e SEMAGRI.

Cronograma de atividades: As atividades estão projetadas para um

ano.

QUADRO 30: Cronograma de execução:

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JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Visitas técnicas X X X X X X X X X X

Palestras sobre

pragas e doenças X X

Recomendações

agronômica X X

Execução da prática X X X X X

Atividades2015

O quadro abaixo foi elaborado seguindo as prioridades levantadas pelos

assentados, de forma que, as organizações acima mencionadas possam estar

priorizando as temáticas com a finalidade de resolver problemas considerados

limitantes dentro do PA.

QUADRO 31: PLANO DE AÇÃO NA DIMENSÃO PRODUTIVA

PLANO DE AÇÃO NA DIMENSÃO PRODUTIVA

Comissão Produtiva: Jose Lopes de Freitas e Jonas Borges Silva

Problemas Solução O que

fazer?

Como

Fazer?

Quem vai

fazer?

Quando fazer?

Falta de correção de

solo

Ter calcário e

adubo

Analise de

solo

Orientação

para coleta de

solo

Claudinor

Paulo Pedro

Jose Lopes

10/05/2015

Falta de Incentivo na

bovinocultura de

leiteira

Incentivar Melhorar os

currais,

recuperar as

pastagens,

melhoramento

genético e

investimento

em

piquetiamento

Ter

organização e

Fazer

financiamentos

na linha

credito

PRONAF

Rosana

Tiago

Claudionor

10/05/2015

Falta de controle de

pragas e doenças

Combater Encarar os

problemas e

resolver os

mesmos

Buscar

assistência

técnica e fazer

a nossa parte

Ademir

Nilson conte

Valdir chaves

Jonas

05/12/2014

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6.3.3. Programa de Garantias de Direitos Sociais

Quanto aos programas sociais necessários para melhorar a qualidade de

vida das famílias do PA, estes foram divididos em subprogramas (Saúde,

Cultura/Lazer e Educação), pois de acordo com o diagnóstico são as áreas que

apresentam as principais carências. E para tanto foram criadas três linhas de

ações:

• Linha de Ação 1: Falta melhoramento no transporte escolar;

• Linha de Ação 2: Falta visita de agente de saúde;

• Linha de Ação 3: Falta de atendimento social no municipio;

A seguir são apresentados os projetos de cada linha de ação.

Linha de Ação 1: Falta melhoramento no transporte escolar;

Proposta: Melhorar o transporte escolar;

Projeto: Viabilização de transporte de qualidade para todos os alunos

do PA;

Beneficiario em potencial: Todos os assentados.

Prioridades da ação: Alta.

Justificativa: Os alunos quetionam a situação de precáriedade dos

ônibus dificultando o acesso a escola, pois muitas vezes o mesmo quebra, o que

acaba por inviabilizar a viagem, deixando os mesmos esperando em frente suas

residências, fazendo com que os mesmos percam aulas.

Objetivo: Manter transporte escolar com segurança e qualidade.

Instituições Participantes em potencial: INCRA, EMATER-RO e

Prefeitura Municípal.

Cronograma de atividades: As atividades estão projetadas para um

ano.

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QUADRO 32: Cronograma de execução:

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Reúnir com

prefeitura para

reinvidicar

transporte escolar

de qualidade X

Melhorar transporte

escolar X X X X X X X

Monitorar situação

dos ônibus X X X X X X X

Atividades2015

Linha de Ação 2: Falta visita de agente de saúde;

Proposta: Aumentar a quantidade de Agentes Comunitários de saúde.

Projeto: Estruturação de ações de saúde

Beneficiario em potencial: Todos os assentados.

Prioridades da ação: Média.

Justificativa: Atualmente uma das doenças que mais acomete os

agricultores é a dengue, destacam se também doenças como diabetes e

hipertensão. Assim sendo solicitamos um agente de saúde para atender o PA e

fazer os encaminhamentos necessários.

Objetivo: Disponibilizar assistência a saúde, bem como favorecer o

acesso de todos os assentados neste PA.

Instituições Participantes em potencial: INCRA, EMATER-RO,

Ministerio da saúde e Prefeitura Municípal de Parecis.

Cronograma de atividades: As atividades estão projetadas para um

ano.

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131

QUADRO 33: Cronograma de execução:

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Reunir com

assentados para

elaborar o ofício de

solicitação a

Prefeitura Municipal X

Viabilizar

atendimento de

saúde com médico

e enfermeiro dentro

do PA X X X X X X x

Oferecer palestras

sobre saúde

preventiva X X X

Atividades2015

Linha de Ação 3: Falta de acesso a atendimento social no municipio

Projeto: Viabilização de atendimento social

Beneficiários em Potencial: Todos os assentados

Prioridade da Ação: Baixa

Justificativa: Tem grande necessidade de uma profissional na area

social pois o mesmo apresenta demanda para atendimento aos assentados.

Objetivo:Oferecer aos assentados um melhor atendimento, orientando

os mesmos dos seus direitos e deveres.

Instituições Participantes em Potencial: INCRA, EMATER-RO e

Prefeitura Municípal.

Cronograma de Atividades: : As atividades estão projetadas para um

ano.

QUADRO 34: Cronograma de execução:

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Reunir com

assentados para

elaborar ofício de

solicitação X

Visitas as

unidades

familiares X X X X X X X

Atividades2015

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132

Quanto ao Plano de Ação Participativo construido pelos assentados os

problemas priorizados também foram diretamente relacionados a Saúde,

Educação e Lazer e são apresentados a seguir:

QUADRO 35: PLANO DE AÇÃO NA DIMENSÃO SOCIAL

PLANO DE AÇÃO NA DIMENSÃO SOCIAL

COMISSÃO SOCIAL: Fabiene Alves da Silva e Nilza Carvalho da Silva

Problemas Solução O que fazer? Como

Fazer?

Quem vai

fazer?

Quando fazer?

Falta melhoramento

no transporte escolar

Melhoramento

da frota

Solicitar

através de

ofício a

Secretária

Municipal de

Educação

Ofício Angela

Ademir

Fabiene

Nilza

02/04/2015.

Falta visitas de

agente de saúde

Viabilizar

atendimento

de saúde no

PA

Ofício a

Prefeitura

Municipal

Oficio Ademir

Angela

Fabiene

24/03/2015

Acesso e

atendimento social no

município

Ter acesso Requisitar

atendimento

junto a

secretaria para

o

assentamento

Boa Esperança

Através de

ofício para a

secretaria de

Ação social

Ademir

Angela

Fabiene

02/04/2015

6.3.4. Programa de Garantia de Direitos Ambientais

A atividade humana tem causado processos avançados de assoreamentos

nos cursos d água da área do assentamento, causando assim erosões, fatos

esses soma se dificuldade de abastecimento de água ( uso da mina), nas

residências.

Estas questões sofrerão as intervensões necessárias a fim de propiciar

abertura para mais ações em busca do equilíbrio ambiental, porém mais que

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133

simples atos mêcanicos, nestes momentos estarão se formando novos hábitos e

atitudes relativas ao meio ambiente.

Em relação às diretrizes para a construção dos programas que

contemplem a dimensão ambiental, foram diagnosticadas as seguintes

prioridades como linhas de ações:

Linha de Ação 1: Falta de recuperação de área degradada;

Linha de Ação 2: Falta de controle de erosão;

Linha de Ação 3: Falta de prevenção contra o fogo;

A seguir serão apresentados os projetos de cada linha de ação.

Linha de Ação 1: Falta de recuperação de área degradada;

Projeto: Manejo de recursos florestais sustentáveis.

Beneficiários em Potencial: Todos os assentados .

Prioridade da Ação: Alta.

Justificativa: O assentamento apresenta grande potencial para

exploração de vários recursos naturais. Dentre estes, a madeira explorada de

forma sustentável através de planos de manejo pode ser uma boa fonte de renda

para as famílias.

Objetivo: Promover ações de educação ambiental e humana, como

alternativa para subsistência das famílias do assentamento.

Instituições Participantes em Potencial: INCRA, CEPLAC,

EMATER-RO e Prefeitura Municipal de Parecis.

Cronograma de Atividades: : As atividades estão projetadas para um

ano.

QUADRO 36: Cronograma de execução:

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Regularizar planos

de manejo X X X X X X

Implantar SAF´S X X X

Implantar viveiro

comunitário X

Atividades2015

.

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134

Linha de Ação 2: Falta de controle de Erosão;

Projeto: Implantação de um viveiro comunitário para combater a

Erosão

Beneficiários em Potencial: Todos os assentados

Prioridade da Ação: Média

Justificativa: Com intuito de coibir o avanço das erosões propomos a

construção de um viveiro no PA, com produção de mudas de espécies florestais e

frutíferas com fins de estabelecimentos de SAF’s e recuperação de áreas

degradadas. Assim cada produtor tera a oportunidade de isolar a área da qual a

erosão esta abrangendo.

Objetivo: Estimular a consciência ambiental dos assentados adotando

medidas de sensibilização da comunidade quanto as práticas de degradação do

solo.

Instituições Participantes em Potencial: INCRA, EMATER-RO,

SEDAM, IBAMA e IDARON

Cronograma de Atividades: : As atividades estão projetadas para um

ano.

QUADRO 37: Cronograma de execução:

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Realizar palestras

educativas

referente a

recuperação de

área degradada X X X X

Visitas técnicas X X X X X X X X X X

Demonstração de

método X X

Implantar Viveiro

Comunitário X

Reunião com

assentados para

elaborar ofício

para o SEDAM X

Mutirão com

assentados X

Atividades2015

Linha de Ação 3: Falta de prevenção contra o fogo;

Projeto: Conscientização e advertência contra o fogo

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Beneficiários em Potencial: Todos os assentados

Prioridade da Ação: Baixa

Justificativa: Tal projeto visa desenvolver meios para que os produtores

possam desenvover atividades sem o uso do fogo, pois através deles os mesmos

preservam o meio ambiente, servindo como alternativa para a subsistencia das

famílias.

Objetivo: Orientar e conscientizar os beneficiários quanto o risco que o

fogo trás ao meio ambiente.

Instituições Participantes em Potencial: INCRA, SEDAM, EMATER-RO

e IDARON e SEMAGRI.

Cronograma de Atividades: : As atividades estão projetadas para um

ano.

QUADRO 38: Cronograma de execução:

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Palestras de

conscientização X X X

Visitas Técnicas

de orientação X X X X X

Atividades2015

O quadro abaixo foi elaborado seguindo as prioridades levantadas pelos

assentados, de forma que, as organizações acima mensionadas possam estar

priorizando as temáticas com a finalidade de resolver problemas considerados

limitantes dentro do PA.

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QUADRO 39: PLANO DE AÇÃO NA DIMENSÃO AMBIENTAL

PLANO DE AÇÃO NA DIMENSÃO AMBIENTAL

COMISSÃO AMBIENTAL: Antonio Pereira Peixoto e Valdir Chaves

Problemas Solução O que fazer? Como Fazer? Quem vai

fazer?

Quando fazer?

Falta de controle de

erosão

Fazer curvas

de níveis e

plantar matas

nativas

Fazer

drenagem,

plantar mudas

nativas

Fazer a

vedação das

áreas, fazer

curvas de n

íveis e fazer

reflorestamento

Claudionor

Jose Lopes

Atilio

10/12/2014

Falta de prevenção

contra o fogo

Combater o

fogo

Conscientização

dos

beneficiários

Palestras via

EMATER -RO

Jonas Borges

Antonio

Nilson Conte

10/12/2014

Falta de recuperação

de área degradada

Recuperar Renovar as

pastagens e o

uso de

adubação verde

Fazer plantio

de

leguminosas

na pastagem e

recuperar as

áreas com

correção e

adubação de

acordo com o

analise de solo

Valdir Chaves

Jose Lopes

05/05/2015

6.3.5. Programa de Desenvolvimento Organizacional e de Gestão do Plano

O Programa de Desenvolvimento Organizacional de Gestão do Plano de

desenvolvimento foi organizado da seguinte forma: ¹As comissões foram

formadas a partir de votação em plenária com os agricultores do PA Boa

Esperança; As comissões são representadas por dimensões social, ambiental,

econômica e infraestrutura do assentamento; Cada dimensão é representada por

suas comissões; Para acompanhamento dos trabalhos e ações que serão

realizadas no assentamento de acordo com as propostas do plano. Cada uma das

comissões é formada por coordenador, vice-coordenador; secretário e vice-

secretário. Cada qual responsável em acompanhar as atividades do plano, sendo

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137

uma delas a comissão geral do assentamento Boa Esperança. As ações serão

desenvolvidas a partir das parcerias com instituições municipais, Estaduais e

Federais, em especial os órgãos: INCRA, EMATER, IDARON,CEPLAC, Caixa

Econômica Federal, Banco do Brasil, EMBRAPA, SEDAM, Prefeitura e suas

Secretarias.

Figura 73: Organograma do sistema gestor do PDA

Para gestão do Plano de Desenvolvimento do Assentamento Boa

Esperança, serão agendadas reuniões nas instituições para tratar das

negociações oficialmente. Estas reuniões terão a participação ativa dos

agricultores do PA, que solicitarão a resolução dos problemas priorizados durante

o auto-diagnóstico nas quatros dimensões, conforme as linhas de ação. São

preenchidas Atas que oficializam o encontro. Por conseguinte, o

acompanhamento do plano será contínuo, assistida pela assistência técnica

(ATER) com o INCRA até a resolução, que terá um período de no máximo 05

anos para conclusão.

O objetivo desse programa de gestão é acompanhar a execução e a

implantação das ações previstas nos programas e projetos do Plano de Ação.

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138

6.3.6. Assessoria Técnica, Social e Ambiental – ATER

A assessoria técnica deverá ser prestada, preferencialmente, pelos

responsáveis pela formulação do PDA. O modelo de gestão do Plano prevê, além

do envolvimento do ATER e das famílias assentadas, a participação do INCRA,

de organizações públicas de ensino, pesquisa e assessoria técnica e da

sociedade civil. A construção de parcerias é relevante em todas as áreas, sendo

estes parceiros, a EMBRAPA, Secretaria de obras, Secretaria do Bem estar

Social, Secretaria de Educação, Secretaria de Agricultura, Secretaria de saúde,

SENAR, EMATER, INCRA, IDARON, INSS e SEDAM.

Com isso a equipe enquanto permanecer o contrato de prestação de

serviços, ela terá também sob sua responsabilidade o compromisso de fazer o

assessoramento técnico na gestão contínua do plano de ação.

A evolução do desenvolvimento do Assentamento Boa Esperança nas

dimensões social, econômica e ambiental dependerá principalmente da atuação

das comissões definidas para a gestão do PDA. Obviamente, que os técnicos

participarão das discussões, desde estágio inicial, considerando que a sua

competência para execução dos serviços de ATER do planejamento à avaliação,

mas de forma integrada junto às famílias assentadas que são os atores principais

e os maiores interessados no sucesso do programa.

A equipe técnica e assentados deverão agir de forma integrada à

dinâmica do desenvolvimento municipal e regional, de forma ambientalmente

sustentável, tomando como referência o PDA, para ampliação do potencial

produtivo e introdução de processos de beneficiamento, além dos cuidados

dirigidos à comercialização e aos grupos sociais.

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Quadro 40: Cronograma de atividades de ATER.

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Oficinas

Participativas X X

Estabelecimentos

de parcerias X X X X X X X X

Orientação e

monitoramento

das comissões

gestoras X X X X X X X X X X

Orientações

técnicas X X X X X X X X X X

Capacitação dos

assentados X X X X X X X X X X

Avaliação de

execução do plano X

Relatório do plano X

Atividades2015

6.4. Indicativos de Sustentabilidade – Sobre o Projeto, Subprograma e/ou

Programa.

O PDA foi elaborado seguindo os princípios da metodologia de

intervenção participativa dos atores, que motivaram a elaboração deste

instrumento que caracteriza a vivência temporal da realidade do PA. Este

processo de construção coletiva e participativa torna se este documento valido

perante a comunidade por expressar suas opiniões, sugestões, desejos e

insatisfações diante da sua realidade.

Os maiores indicadores do andamento do projeto em seu aspecto de

sustentabilidade é a mudança para melhor da vida dos assentados tanto nos

aspectos social, econômico e ambiental.

A viabilidade econômica do Plano de Desenvolvimento do Assentamento

Boa Esperança está estreitamente ligada à viabilidade dos modelos produtivos

individuais a serem adotados pelos assentados, a possibilidade do

desenvolvimento de atividades não agrícolas, como a fabricação de artesanatos,

principalmente efetuados pelas mulheres conforme item 5.6.3, com potencial no

desenvolvimento de projetos coletivos tais como agroindústrias, aproveitando-se

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do potencial produtivo de matérias-prima para estas, como leite, carne e frutas, a

utilização produtiva das terras de acordo com a aptidão agrícola e ao uso

sustentável dos recursos naturais do Assentamento.

Quando falamos em projetos, programas e subprogramas, e em

sustentabilidade temos que encarar a realidade do meio onde se desenvolvem

estas atividades e as pessoas que estão envolvidas na mesma.

Os modelos produtivos apresentados neste PDA são oriundos das

oficinas participativas de planejamento realizadas para elaboração deste Plano.

Foram apresentados, também, os indicadores econômicos na Oficina de

Gestão Familiar de forma preliminar como ferramenta orientadora no processo de

elaboração dos projetos produtivos por parte da equipe de ATER. A necessária

análise de Viabilidade Econômica deverá ser realizada na ocasião da elaboração

dos projetos executivos tais como as linhas de crédito PRONAF. Vale ressaltar

que o cálculo de viabilidade econômica realizado na Oficina de Gestão Familiar,

através da avaliação do custo de produção, trata-se de valores aproximados,

sendo estes alterados mediante o resultado e interpretação da análise de solo.

A equipe técnica responsável pela elaboração deste plano de

desenvolvimento atesta sua viabilidadee, seguindo criterios voltados para garantir

sustentalilidade econômica, social, ambiental e infraestrutura do PA, sendo eles

elementos suficientes a serem usados como indicativos de qualidade e sucesso

dos programas contidos neste PDA. Sendo que o principal indicativo de

sustentabilidade será a melhoria na qualidade de vida dos agricultores do PA.

7. Disposições Gerais

A construção do Plano de Desenvolvimento do Assentamento Boa

Esperança, procura no seu bojo acatar as principais demandas do assentamento,

levando em consideração o que preconiza as diretrizes da Política Nacional de

Assistência Técnica e Extensão Rural – PNATER e o Programa Nacional de

Assistência Técnica e Extensão Rural – PRONATER.

O Plano de Desenvolvimento do Assentamento Boa Esperança foi

elaborado conforme os princípios do Manual Operacional de ATER. O plano será

disponibilizado para as instituições públicas e instituições privadas que interagem

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com o PA Boa Esperança, também para as associações e/ou representantes das

comissões das áreas temáticas do assentamento.

A partir dos problemas e potencialidades apresentados no item 5.8 foram

elaborados programas temáticos, com a participação dos assentados. É

interessante que estes programas se materializem em projetos e ações concretas,

pois, foram formulados em estreita sintonia com a situação diagnosticada para

cada dimensão. Por assim ser, acredita-se que há acessibilidade tanto em termos

de compreensão quanto de execução e espera-se que sua operacionalização

facilite e atenda satisfatoriamente os anseios dos agricultores, os principais

envolvidos, sendo suas vidas influenciáveis pelas ações, subsidiando suas

necessidades e trazendo benefícios para toda a família e, conseqüentemente,

para o assentamento em que vivem.

Acredita-se, ainda, que as ações sugeridas neste documento (PDA)

sirvam de base para o desenvolvimento do assentamento, seu maior objetivo. E,

que a partir dele, os agricultores sintam se estimulados para continuar o processo

de mudança de suas realidades.

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8. Referencia bibliográfica

ATLAS DE RONDÔNIA. Edição em convênio com o Governo do Estado Federal

de Rondônia. IBGE, Rio de Janeiro. Superintendência de Pesquisas e

Desenvolvimento. Departamento de Geografia, 1985.

BRASIL. Ministério da Agricultura. Equipe de Pedologia e Fertilidade do Solo.

Divisão de Agrologia – SUDENE. Levantamento exploratório – reconhecimento de

solo do Estado da Paraíba. (Boletim Técnico, 15). Rio de Janeiro. 1975. pag.

553.

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA - EMBRAPA.

Sistema brasileiro de classificação de solos. 2.ed. Rio de Janeiro: Embrapa

Solos, 2006. Pag. 306.

EMATER. Associação de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de

Rondônia. ATER. Assessoria Técnica, Social e Ambiental à Reforma Agrária.

Autodiagnóstico do Projeto de Assentamento Boa Esperança. Núcleo Operacional

de Parecis, 2014.

FURTADO, R. & FURTADO, E. Intervenção participativa dos atores: uma

metodologia de capacitação para o desenvolvimento local sustentável. Brasília.

Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura. Brasília ed. 180 pag.

2000.

IDARON. Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia.

Relatório de informações cadastrais de outras especies, 36ª ETAPA F. AFTOSA

– Período: 15/04/2014 a 15/05/2014, Município de Parecis – RO. Levantamento

das espécies animais de interesse zootécnico exploradas no município de

Parecis/RO em 2014. Escritório de Parecis, 2014.

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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Censo

2010. Disponível em:

http://www.ibge.gov.br/censo2010/dados_divulgados/index.php?uf=11 Acesso em 2014.

MDA. Plano Safra 2014 - 2015.

Porto Velho: SEDAM, 2007, 58 pag. Mapas. 1. Mapas RONDÔNIA – Zoneamento

Ecológico 2. Secretaria de Estado de Desenvolvimento Ambiental.

RONDÔNIA. Governo do Estado. Zoneamento Socioeconômico-Ecológico do

Estado de Rondônia: Um instrumento de Gestão Ambiental a Serviço do

Desenvolvimento Sustentável de Rondônia.

RONDÔNIA. Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (SEDAM).

Boletim Climatológico de Rondônia, ano 2007 / SEDAM, Porto Velho, 2009. 36

pag., il., tab. 1. Meteorologia – Brasil – Rondônia. I. Título.

Secretaria Municipal de Educação. Dados Secundários do Sistema Municipal de

Educação de Parecis em 2014. Parecis – RO, 2014.

VEIRA, L.S.; SANTOS, P.C.T; VIEIRA, M.N.F.Solos: propriedade, classificação e

manejo.

Zoneamento geoambiental da zona de amortecimento da reserva biológica do

Jaru-RO, como subsídios ao seu plano de manejo / Eloiza Elena Della Justina. –

Rio Claro : [s.n.], 2009, 225 f. : il., figs., mapas).

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9. ANEXOS

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Sub-Bacias Hidrográficas e Principais Rios da Região. A1 - Mapa da bacia ou sub-bacia de localização do Projeto de Assentamento

Fonte: EMATER – ATER/INCRA 1015.

A2 – Mapa de uso atual da terra e cobertura vegetal

Fonte: EMATER – ATER/INCRA 1015.

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A3 – Croqui da Estratificação Ambiental dos Agroecossistemas

Fonte: EMATER – ATER/INCRA 1015.

A4 - Mapa da Organização Territorial Atual

Fonte: EMATER – ATER/INCRA 1015.

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B1- Mapa do Anteprojeto de Parcelamento Incluindo Áreas Reserva Legal e Preservação Permanente e Infra-estrutura Existente e Projetada

Fonte: EMATER – ATER/INCRA 1015.