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VASCONCELL<C.A.2000

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.-.,entre a multiplicidade de fato-~es que devem ser levados emconsideração no estudo nutricional eadubação das plantas, destacam-se os-"'ltores relativos à cultura, tais como:

,---,~moção de nutrientes emfunção do tempo e do desen-volvimento; quantidade eforma de absorção dessesnutrientes; produtividade,etc.; os fatores relativos aosolo: elementos disponíveise suas interações com carac-terísticas químicas, físicas ebiológicas; interações com as exigênci-as nutricionais da cultura, etc. e os fa-tores relativos aos fertilizantes: aspec-to econômico; características químicase físicas; época e forma de aplicação;mobilidade no solo, etc.

Aliado a esses fatores, diretamenterelacionados à fertilidade do solo e a

Canos Vasconcellos

nutrição mineral, estão os fatores cli-máticos (temperatura, luminosidade,umidade, etc), os manejos culturais eas metodologias de análise que devemser observados para um perfeito enten-

dimento e inter-pretação do pro-cesso produtivosustentáveL

Deve-se ter emmente que é atra-vés da análise dosolo que se irão de-terminar as prová-

veis limitações (deficiência ou exces-so) nutricionais que a planta poderá so-frer durante o seu ciclo vegetativo eidentificar os insumos a serem aplica-dos, economicamente, ao sistema solo-planta, Portanto, todo o sucesso dessasrecomendações fica, em última análi-se, na dependência da amostragem bem

Cada fator deprodução é maiseficaz quando os

.outros aproximam-se, 'do mvel ideal ' .

, : Cultivar. Janeiro 2000

feita. Por outro lado, existem interaçõesentre os nutrientes, o que limita suaaplicabilidade. Esta seria a Lei das in-terações, ou seja, cada fator de produ-ção é mais eficaz quando os outros es-tão mais perto do seu ótimo, É válidomencionar que a insuficiência de umnutriente reduz a eficiência de outrose a produtividade é comprometida.Cada fator deve ser considerado comoparte de um conjunto que exprimirá anutrição equilibrada e a sustentabili-dade do sistema produtivo. Entre os ele-mentos que interagem com o fósforo,pode-se mencionar o nitrogênio e o zin-co. Quanto maior o teor de P, maioresserão as exigências de N e de Zn.

Portanto, ao se procurar avaliar a im-portância do fósforo na cultura do mi-lho, deve-se dar importância aos aspec-tos mencionados anteriormente. Nestaprimeira abordagem sobre o tema, se-rão discutidos alguns aspectos dos fa-tores relativos à cultura.

O fósforo, junto com o N, o K e oMg, faz parte dos elementos móveis naplanta. Neste caso, sua deficiência iráocorrer nas folhas mais velhas, pois oelemento sai dessas folhas para supriras partes mais novas. Caracteriza-se porapresentar folhas roxas, como se vê nafoto.

Quantoà culturaO fósforo é um elemento essencial

à nutrição das plantas. É, em síntese, amoeda energética da planta, pois, atra-vés dos seus compostos orgânicos, éque a energia caminha e se acumula nostecidos vegetais. Para que um elemen-to químico seja considerado essencialà nutrição mineral, alguns critérios de-vem ser observados: a ausência do ele-mento impede que a planta se desen-volva e complete o seu ciclo; a defici-ência do nutriente é específica e nãopode ser -substituída pelo fornecimen-to de um outro elemento. O forneci-mento desse elemento elimina a defi-ciência diagnosticada; a ação do ele-mento na nutrição tem que ser direta.Portanto, nenhum outro elemento po-derá suprir a deficiência de P e a pro-dutividade, o crescimento e o desen-volvimento das plantas estarão limita-dos pela sua disponibilidade.

A planta de milho, como a maioria

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dos seres vivos, requer pouco nutrien-te no início do seu desenvolvimento (dagerminação até os 35-40 dias). passan-do, posteriormente, por período de ex-trema exigência até o florescimento,completando sua exigência máximaquando os grãos começam a encher. NoQuadro 1, tem-se o percentual médioda necessidade total de nitrogênio e dofósforo, em quatro estádios de desen-volvimento. Além dessa distribuiçãoem função do desenvolvimento, pode-se indagar sobre as quantidades exigi-das pela cultura em função do seu uso,da produtividade e da variedade. NoQuadro 2, tem-se uma idéia dessas exi-gências para o nitrogênio e para o fós-foro, cuja implicação prática fica na ne-cessidade de se repor o que a plantaretira do solo e exporta pelos grãos (80%do total absorvido) e pela silagem

C~OO% do total absorvido), principal-mente para manter a fertilidade do solo,sua sustentabilidade e produtividade.É uma quantidade pequena e essa prá-tica evita que o solo se esgote ou que

se torne deficiente. Deve-se, ao adotareste critério, ter conhecimento da aná-lise completa dos fertilizantes e corre-tivos empregados, sendo possível efe-tuar um balanço entre a quantidadeaplicada e a extraída.

A função de se apresentar o nitro-gênio como comparação ao fósforo épara salientar as diferenças nas quan-tidades e alertar para a mobilidade doelemento no solo. Nas planta, ambossão móveis, no solo,contudo, o N é móvel(ou seja, caminha coma água) e o P, imóvel.Desta forma, tem-se aimplicação prática deque todo o P deve sercolocado no sulco deplantio, enquanto o ni- ,t'Íiiilliiiiiiiiõiiiiíiiiiiii-..oiiiiiiiiiliiiiiiiiiiiiiiiiiii'"

trogênio pode (e deve)ser parcelado.

Além dos aspectos abordados quan-to à necessidade em função do estádiode desenvolvimento e da quantidade,tem-se a quantidade que as plantas po-

derão absorver emrelação à capacida-de das raízes. Porexemplo, pode-semencionar que omilho apresentauma taxa máximade acumulação defósforo variando de5,7 a 6,5 mg de Pplanta dia. Estataxa máxima ocor-re aos 77 dias apósa germinação e in-dica, indiretamen-te, na velocidadecom que o elemen-to deve ser repostoao solo para nãohaver limitações deordem nutricional.Neste ponto valeconsiderar que hácompetição do Pentre o solo e aplanta. A retençãodo P pelo solo cha-ma-se adsorção oufixação.

Considerandoque cada planta ex-

, Percentual de N e de P'ern função do't estádio de desenvolvimento do milho,

Elemento Dias após a Germinação

•• I 1

ELEMENTO.. .. .. . .t,

3.65 77 9·A·,'ir'>

5.80 100 19GRÃos -

7.87 167 339.17 187 3410.15 217" 4215.31 181 21

SILAGEM 17.13 230 23

i (M.S.) 18.65 231 26

Fonte: Coelho & França (1995). Andrade et elo (1975). Pere trenstormer P e P,O,I muttiplicer por 2,29

plora um volume de 0,04 m-, tem-seque a solução do solo, neste ponto demáxima exigência, será de aproxima-damente 0,2 mg de P kg de solo. plantadia. É possível, desta forma, inferir avelocidade com que o solo deverá re-por o P para a solução para atender asexigências das plantas. Portanto, alémdo adubo na linha de plantio, deve-seter uma fertilidade adequada ao longode todo o solo. Estes dados trazem a

implicação prática de secorrigir solos de baixafertilidade em P antesdo início do plantio di-reto.

Assumindo a aplica-ção de 60 kg de pp/ha(26, 2 kg de P ha) nosulco de plantio e nacultura do milho, com

espaçamento de 1 m entre linhas, pode-se considerar com otimismo que ape-nas 5% do volume do solo/ha recebeuo adubo fosfatado. Desta forma, 26,2 kgde P/100.000 kg de terra, ou seja, 262mg kg de P, caso não houvesse "fixa-ção", seria a concentração de P encon-trada no sulco de plantio. Apesar de es-ses valores serem influenciados poruma série de fatores, pode-se verificarque é uma concentração teórica alta,diminuindo competição do solo pelo P.Como efeito prático, pelo lado do plan-tio direto, não havendo aração e grade-ação para homogeneizar o solo, há au-mento do P disponível nas linhas deplantio.

Por outro lado, uma adubação de 90kg de PPs ha e 40 kg de KP ha, comuma produtividade média de 2.000 kgha para soja e de 4.000 kg ha para o mi-lho. Verifica-se, também, que há, paraa soja, um resíduo de 67 kg de PP5 hae um déficit (que saiu do solo) de 15 kgde KP ha (6 mg kg de K); para a cul-tura do milho haverá um resíduo de 53kg ha de PP5 hae de 11 kg de KzO ha.Portanto, um dos benefícios da rotaçãode culturas é a possibilidade de se cons-truir 8 manter uma fertilidade adequa-da à sustentabilidade. ~

Fósforo é um doselementos móveisna planta, assim

sua falta ocorreránas folhas velhas

Carlos A. Vasconcellos,Gilson V. Exel Pitta,Gonçalo E. de França,Vera Maria C. Alves,Embrapa Milho e Sorqo

Janeiro 2000 • Cultivar,!