PARANÁGOVERNO DO ESTADO
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEEDSUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPEPROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
Ficha para Catálogo Artigo Final
Professor PDE/2010
Título: Redescobrindo a arte de ler e criar histórias em quadrinhos em língua inglesa.
Autor: Ivan Gomes Hartmann
Escola de Atuação: Colégio Estadual Unidade Polo – Ensino Fundamental e Médio
Município da Escola: Ibiporã. PR
Núcleo Regional de Educação: Londrina
Orientadora: Alcione Gonçalves Campos
Instituição de Ensino Superior: Universidade Estadual de Londrina (UEL)
Área do Conhecimento/Disciplina: Inglês
Relação Interdisciplinar: Arte e Português
Localização : Avenida: Engenheiro Beltrão, 1005
RESUMO:
No presente artigo, faço um relato sobre a experiência que tive ao aplicar histórias em quadrinhos em uma turma de 8ª série (9º ano) do Ensino Fundamental. Todas as atividades desenvolvidas ocorreram durante o programa de desenvolvimento Educacional do Estado do Paraná, PDE 2010-2011. Participaram desse projeto, estudantes do período matutino do Colégio Estadual Unidade Polo, no município de Ibiporã. Nessa fase de adolescência, os alunos necessitam observar e manipular materiais que despertem sua curiosidade e
atenção, e as HQs exerceram papel fundamental nesse processo, sendo um recurso de valor para ação pedagógica. Percebi que esse estudo permitiu um melhor aprendizado e uma interação maior nas disciplinas de arte e língua portuguesa.
Palavras-chave (3 a 5 palavras) Ensino/aprendizagem; Língua inglesa; Histórias em quadrinhos.
REDESCOBRINDO A ARTE DE LER E CRIAR HISTÓRIAS EM QUADRINHOS EM LÍNGUA INGLESA.
RESUMO
No presente artigo, faço um relato sobre a experiência que tive ao aplicar histórias em quadrinhos em uma turma de 8ª série (9º ano) do Ensino Fundamental. Todas as atividades desenvolvidas ocorreram durante o programa de desenvolvimento Educacional do estado do Paraná, PDE 2010-2011. Participaram desse projeto estudantes do período matutino do Colégio Estadual Unidade Polo no município de Ibiporã. Nessa fase de adolescência, os alunos necessitam observar e manipular materiais que despertem sua curiosidade e atenção, e as HQs exerceram papel fundamental nesse processo, sendo um recurso de valor para ação pedagógica. Percebi que esse estudo permitiu um melhor aprendizado e uma interação maior nas disciplinas de arte e língua portuguesa.
Palavras-chave: Ensino/aprendizagem; Língua inglesa; Histórias em quadrinhos.
ABSTRAC
Through this article I show the experience I had applying comics to the students at an eighth grade (ninth grade now) of basic school. All the activities developed were during” Educational Development from State of Paraná” (PDE 2010 – 2011). These students study in the morning and were part of this project which happened at Unidade Polo – basic and high school located in Ibiporã in the state of Paraná. During this phase teenagers need to observe and work with materials that draw their curiosity and attention, and comics have an essential value for the pedagogical action. I realized that this study allowed a better learning and interaction between the disciplines of Portuguese and Art.
Keywords: Teaching / learning; English Language; comics.
INTRODUÇÃO
O pesquisador Brown (2005) atesta que hoje é muito comum para as crianças
terem o primeiro contato com as letras nos gibis.
“As histórias em quadrinhos, mesmo sendo vistas com alguns preconceitos por uma grande parcela da sociedade, incluindo alguns educadores, podem ser um recurso muito interessante, como estímulo à leitura.” (Brown, 2005.p 3).
Penso que as histórias em quadrinhos são conhecidas pelo público de várias
idades, muitas delas têm um vocabulário simples e podem produzir um grande
efeito, visto que diferentes temas e conteúdos podem ser enfocados.
As crianças e adolescentes encontram muita facilidade de compreensão ao
lerem histórias em quadrinhos e este mesmo mecanismo pode ser usado com
eficácia para se aprender uma língua estrangeira, como o inglês, por exemplo.
Ao utilizar histórias em quadrinhos, doravante HQs, facilito meu trabalho no
processo de ensino-aprendizagem em língua inglesa, contribuindo para o maior
envolvimento dos alunos nas atividades de leitura e compreensão de textos.
Minha intenção ao desenvolver esse trabalho foi possibilitar ao aluno a
apreciação da leitura e produção de histórias em quadrinhos, proporcionando
momentos de reflexão crítica e análise lingüística da língua inglesa, permitindo que
os alunos diferenciem a linguagem verbal, não verbal e mista, conheçam as
estruturas das HQs, compreendam a estrutura narrativa e explorem por meio delas,
temas polêmicos e conflitivos na escola como: bullying, álcool, drogas, opção sexual
e outros tipos de preconceitos.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A língua inglesa tem um papel muito importante na formação da cidadania,
pois faz a intermediação entre o individuo e o mundo que o cerca.
O inglês é falado em várias partes do mundo e está presente na moda, em
filmes, nas músicas, nas compras, em viagens e nos negócios em geral. Ao
trabalharmos diferentes gêneros textuais, estaremos trazendo benefícios aos alunos,
pois estes estarão em contato com a língua materna ou outra língua estrangeira que
podem ser favoráveis para a construção de suas identidades como cidadãos
conscientes.
A LEM pode ser propiciadora da construção das identidades dos alunos como cidadãos ao oportunizar o desenvolvimento da consciência sobre o papel exercido pelas línguas estrangeiras na sociedade brasileira e no panorama internacional, favorecendo ligações entre a comunidade local e planetária. Embora a aprendizagem de LEM também possa servir como meio para progressão no trabalho e estudos posteriores, como ressalta a LDB, ela pode ser vista como constituinte das identidades dos alunos como agentes críticos e transformadores, o que implica na superação da visão da língua apenas como meio para se atingir fins comunicativos. (PARANÁ, 2008, p. 11).
Para atingir tal objetivo, acredito que o ensino baseado na abordagem de
gêneros textuais seja adequado devido à importância de abordarmos os diferentes
gêneros textuais na sala de aula.
Ao falarmos de textos de qualquer natureza, literários ou não, tenho em
mente a ideia de que a linguagem tem que ser organizada e que vários exemplos de
gêneros textuais como, anúncios, convites, atas, história em quadrinhos e outros,
estão inseridos nas diversas modalidades discursivas que constituem estruturas e
funções sociais possibilitando a formação de um aluno reflexivo, inserindo – o no
meio social onde possa opinar em assuntos diversos, mas os educadores devem
tem ciência da importância dos gêneros, estarem atento à realidade do aluno e
saber aplicá-los de forma que gere conhecimento e seja produtivo na aprendizagem.
A gramática não pode ser vista como a estratégia principal para o
desenvolvimento da competência comunicativa. Variados gêneros devem ser
estabelecidos como forma de ensino/ aprendizagem tomando por base o processo
sociointeracionista no ato de ensinar. Deste modo, o conteúdo escolar pode ser
concretizado e contextualizado em situações práticas e sociais, procurando fazer
com que a relação entre o aluno, professor e aprendizado torne-se mais produtiva e
eficaz.
Dessa forma os modelos didáticos de gênero se constituem em ferramenta
para o ensino e aprendizagem de línguas estrangeiras, como afirmam Cristovão e
Nascimento.
A meu ver, a construção de modelos didáticos de gênero pode se constituir
como uma ferramenta alternativa para a formação para o trabalho do professor, na
medida em que faz o aluno refletir sobre a tríade didática – aluno, professor e objeto
de conhecimento, a fim de justificar suas escolhas e guiar suas atividades.
Conforme Cristóvão; Nascimento, 2005, p. 155:
O modelo didático de gênero é construído com a intenção de facilitar a apreensão da complexibilidade da aprendizagem de um determinado gênero. Para que os objetivos de ensino-aprendizagem de gêneros surtam efeito, práticas de produção textual devem ser norteadas por um objeto descritivo e operacional.
Complementando, (Cristovão, 2002, p.43-44) o modelo didático visa apontar,
segundo o que é ensinável as capacidades de linguagem que poderão ser
desenvolvidas a partir do trabalho com textos pertencentes a gêneros específicos
que circulam em nosso meio.
A diversidade dos gêneros é muito ampla, dependendo de cada situação.
Portanto, eles devem ser trabalhados de acordo com o contexto social,
possibilitando ao aprendiz desenvolver a habilidade de identificação e utilização do
gênero adequado a cada contexto. Pois, como afirma Bakhtin, nossa comunicação
se realiza em torno de gêneros específicos a cada contexto.
Ter um destinatário dirigir-se a alguém, é uma particularidade constitutiva do enunciado, sem a qual não há, e não poderia haver enunciado. As diversas formas típicas de dirigir-se a alguém e as diversas concepções típicas do destinatário são as particularidades constitutivas que determinam a diversidade dos gêneros do discurso. (BAKHTIN, 1992, p. 325).
Através de reflexões sobre os diversos gêneros disponíveis para uso em
sala de aula, escolhi as histórias em quadrinhos para desenvolver meu trabalho, pois
os jovens geralmente têm um encantamento por elas, visto que representam ações
rápidas e a sequência visual facilita a compreensão, até mesmo, para as crianças
que ainda não foram alfabetizadas. Tenho também que levar em conta que a
comunicação visual está presente na internet que é um instrumento de uso
primordial nos dias de hoje. “[...] a arte sequencial deve ser levada a sério. O rápido
avanço da tecnologia gráfica e o surgimento de uma era muito dependente da
comunicação visual tornam isso inevitável” (EISNER, 1989, p. 7).
É importante que um bom trabalho seja realizado nesse primeiro momento,
pois sabemos que o incentivo é o melhor caminho para que o aluno tome gosto pela
interpretação e produção de histórias em quadrinhos. É obvio que se o
encaminhamento for bem feito nesse primeiro momento, os mesmos serão
motivados a essa prática e podem ter sempre o prazer de tê-las como fonte de
leitura.
Hoje é muito comum para as crianças terem o primeiro contato com as letras nos gibis. As historias em quadrinhos, mesmo sendo vistas como alguns preconceitos por uma grande parcela sociedade, incluindo alguns educadores, podem ser um recurso muito interessante, a principio, como estimulo à leitura (BROWN, 2005, p.3).
A HQ permite junção de duas expressões culturais, a literatura e as artes
visuais e de dois códigos linguísticos: o verbal e o não verbal. É possível conhecer
clássicos como Frankenstein, que pode ser uma leitura extensa, cansativa e um
tanto confusa para alguns. Através de adaptações, na qual, o leitor poderá visualizar
as expressões faciais e gestos, a leitura vai se tornar mais rica para a compreensão
da história. Quanto aos códigos linguísticos, a junção do verbal com o não verbal
torna a leitura mais realista, possibilitando ao leitor compreender os sentimentos
expressos pelos personagens, bem como os ruídos que surgem ao longo da história.
Além disso, através das HQs, é possível tratar de forma diferenciada temas
que, a princípio, possam parecer conflitantes, ao serem vistos de forma direta. “Os
quadrinhos renovam os caminhos do olhar, reinventam a leitura, modificam a
linguagem”. (CIRNE, 1997, p. 77).
A HQ permite ao aluno-escritor expressar sua opinião sem ser ofensivo a
alguém especificamente, mas mostrando situações que acredita serem inadequadas
para o convívio escolar.
A educação engloba os processos de ensinar e aprender. É um processo de
sociabilização que é exercida nos diversos espaços de convívio social. Na educação
escolar, o educando precisa de um amplo acompanhamento, qualquer que seja o
assunto estudado.
Os resultados alcançados por meio do trabalho com as historias em
quadrinhos podem ser muito satisfatórios tanto para os professores quanto para os
estudantes. Nos quadrinhos, são varias as possibilidades que podem ser aplicadas
em etapas como: conhecimento de gêneros, comparação de quadrinhos e seus
elementos icônicos, montagem de quadrinhos, contando também com o apoio da
disciplina de arte num aspecto interdisciplinar, desde que o professor acredite no
potencial deste gênero e desenvolva um trabalho sistemático, dando o devido valor
ao conhecimento do aluno, fazendo com que ele, assim, se sinta valorizado e capaz.
Ao trabalhar com a produção das HQs, o professor precisa fazer com que o
aluno se sinta sujeito da ação para criar livremente sua história, não importando, os
recursos utilizados, desde que tenha sentido.
Tenho consciência de que não podemos garantir o sucesso no processo de
ensino aprendizagem, apenas pelo fato de se fazer uso das HQs. No entanto, faz-se
necessário tentarmos deixar o preconceito de lado, e acreditar sim, que as HQs
podem exercer um papel fundamental, influenciando positivamente a aprendizagem.
Fazendo uma análise da época em que estudei aos dias de hoje, percebi que
educadores achavam gibis inadequados como prática de leitura e me recordo,
quantas vezes, cheguei a esconder minhas revistas em quadrinhos quando algum
professor se aproximava, mesmo na hora de intervalo. Atualmente muitos estão
adequando esses gêneros em sua metodologia, mostrando assim, que aos poucos
as HQs foram ganhando seu espaço. A citação abaixo comprova isso
[...] Durante muito tempo as histórias em quadrinhos foram tidas e vistas como subliteratura prejudicial ao desenvolvimento intelectual das crianças. Sociólogos apontavam-nas como uma das principais causa da delinquência juvenil. Aos poucos, porém, foi se verificando a fragilidade dos argumentos daqueles que se investiam contra os quadrinhos. (CIRNE, 1997, p. 9)
RELATO DE EXPERIÊNCIA
Esta experiência foi realizada com alunos da 8º série do ensino fundamental
do Colégio Estadual Unidade Polo e contei com a presença de 29 alunos sendo
utilizadas 17 aulas.
Na primeira oficina tive uma conversa informal com os alunos tentando
descobrir quais conhecimentos os mesmo tinham sobre as historias em quadrinhos.
Levei para a sala de aula algumas histórias em quadrinhos de diferentes formatos,
incentivando os a identificar as personagens, os balões, cenário, onomatopéias e
recordatórios. Pedi então, que pesquisassem na internet da biblioteca modelos de
cartoons, charges, tiras, caricaturas, graphic novels, story boards, webcomics,
fanzines. Pedi também que pesquisassem no material didático que produzi para eles
como eram denominadas as HQs em diferentes países e em casa produzissem sua
própria história em quadrinhos. Ficaram interessados e curiosos com o
desenvolvimento do trabalho.
Na segunda oficina, informei mais detalhadamente como as HQs eram
chamadas nos diferentes países e levei vários modelos para que pudessem ficar
familiarizados. Pedi que em grupos lessem cada formato e discutissem o que elas
traziam de mais interessante, pedi também, que fizessem as anotações do que
achassem mais relevantes. Também fizemos comparações sobre a linguagem
verbal, não verbal e mista. Depois pedi para que resolvessem os exercícios
propostos no caderno didático. As discussões foram bem dinâmicas e produtivas e
pude perceber o bom desempenho e motivação dos alunos.
Na terceira oficina levei vários gibis velhos e pedi para que fizessem recortes
de quadros, identificando linguagem verbal, não verbal e mista. Com a colaboração
do professor de artes as atividades ficaram muito bonitas e atraentes.
Na quarta oficina levei copias de algumas histórias em quadrinhos, contendo
os respectivos balões em branco e pedi para que desenvolvessem diálogos de
acordo com o formato dos balões adequados para casa tipo de fala. Pude notar que
assimilaram os tipos de balões sabendo diferenciar balão fala, pensamento,
cochicho, uníssono, grito.
Na quinta oficina exemplifiquei as onomatopeias e a importância que elas
exercem nas histórias em quadrinhos. Propus que fizessem os exercícios do
caderno didático que envolviam pontuação, metáforas visuais e linhas de
movimento. Alguns alunos tiveram dificuldades ao comparar linhas de movimento e
metáforas visuais, então, decidimos fazer uma discussão em grupos, onde percebi
que as dificuldades haviam sido sanadas.
Na sexta oficina dei orientações mais detalhadas sobre pontuações,
metáforas visuais, e linhas de movimento, falei sobre o uso do ponto de exclamação,
interrogação e reticências e a importância que exercem nas HQs. Desenvolveram os
exercícios restantes do caderno didático e pedi para que criassem diálogos em
português, utilizando pontuações corretas e depois pedi para que fizessem a
tradução do dialogo para o inglês. Utilizaram dicionários e eu os ajudei traduzir as
palavras mais difíceis. Pedi então que produzissem uma história em quadrinhos em
casa, de acordo com o dialogo que haviam feito. Contei novamente com o auxílio do
professor de Artes.
Na sétima oficina, fizemos a leitura do texto “prejudice at work”, aproveitamos
através do texto, relembrar as linhas de movimento e fizemos uma discussão sobre
preconceito que é um assunto muito polêmico.
Na oitava oficina, lemos a história “Sweet, sweet Denial” mostrando uma cena
de preconceito e pedi para que criassem uma história em quadrinhos oposta a que
tinham lido. Alguns trabalhos não ficaram bem elaborados, mas mesmo assim, meu
objetivo foi atingido.
Na nona oficina falamos sobre os diferentes tipos de bullying como: physical
bullying,verbal bullying, indirect bullying,social alienation,intimidation e cyberbulling.
Desenvolveram os exercícios do caderno pedagógico e depois debatemos o
assunto. As atividades foram bem desenvolvidas e como tarefa de casa pedi para
que produzissem uma história em quadrinhos utilizando todos os recursos
aprendidos , demonstrando a importância de não julgar as pessoas tratando-as de
forma igual.
Na décima oficina, fizemos o acabamento das histórias que haviam
produzido, finalizando- as. Tivemos mais uma vez o apoio da professora de artes.
Na décima primeira oficina, tivemos uma aula estrutural sobre grau de
adjetivos, pois muitas das histórias que leram e produziram apresentavam o
comparativo de igualdade, inferioridade, superioridade e superlativo . Após o término
da atividade do caderno pedagógico percebi que compreenderam melhor
comparativos de superioridade, diferenciando adjetivos longos e curtos e o
superlativo.
Na décima segunda oficina, reforcei o assunto estudado, desenvolvendo as
atividades contidas no caderno pedagógico e em seguida, relembramos os
elementos da narrativa. Como tarefa de casa, pedi para que produzissem uma
narrativa de aventura onde o mais importante são os acontecimentos inesperados
que o herói vive ao longo da história que se passa em um determinado tempo e
espaço.
Na décima terceira oficina com o apoio do televisor pendrive, fizemos a
atividade “A” contida no material didático e transformamos o texto em uma história
em quadrinhos. Utilizamos os mesmos diálogos, mas as criações das personagens
foram produzidas de forma pessoal.
Na décima quarta oficina, apliquei a atividade B onde o aluno era o
argumentista, recortaram personagens de diferentes gibis, fizeram esboços dos
quadrinhos indicando a sequência da historia, o lugar, os balões e as onomatopeias.
Após desenharem os quadrinhos, colaram as personagens e os balões e elaboraram
os diálogos, desenhando também as onomatopeias, metáforas visuais e outros
aspectos que julgassem importantes. Gostei muito dessa atividade e agradeço a
professora de artes por ter nos auxiliado nessas produções.
Na décima quinta oficina, trabalhamos uma atividade que estava contida na
unidade didática. Os alunos fizeram a leitura de uma anedota de Donaldo
BUCHWEITZ. “Piadas para você morrer de rir”, onde trata da preocupação do pai
quanto às notas do filho. Depois de fazerem a diagramação, transformaram a
piadinha em uma história em quadrinhos. Congratulei os alunos pelo empenho,
dedicação e sucesso.
Na décima sexta oficina, voltamos no assunto que diz respeito a preconceito
racial. Relembramos a apartheid e sugeri que elaborassem uma história em
quadrinhos demonstrando cenas de racismo.
Na décima sétima oficina, foi solicitado o relato dos alunos para uma
avaliação do projeto aplicado.
Segundo o relato de alguns alunos, a produção de histórias em quadrinhos na
disciplina de inglês foi um trabalho muito interessante e criativo. Alguns falaram
francamente que não tinham interesse, não gostavam de nenhum tipo de quadrinhos
e também não tinham a habilidade de desenhar, mas com a orientação dos
professores as produções tornaram-se mais simples e atrativas. Também relataram
que os temas polêmicos discutidos foram muito importantes e ajudaram outros
alunos perceberem que todas as pessoas têm um valor e devem ser respeitadas.
Abaixo podemos ler alguns trechos de relatos escritos por alguns alunos.
1º Relato :
“Eu e minha turma fizemos diversas histórias em quadrinhos na disciplina de inglês, algo extraordinário pra mim, pois foi uma coisa diferente e criativa de se fazer. Eu particularmente nunca gostei de nenhum tipo de história em quadrinhos, mas produzir uma história é bem diferente. Com isso aprendi todos os elementos visuais que são usados em uma história em quadrinhos. Fizemos comentário sobre bullying, um assunto sério e polêmico e aperfeiçoamos o inglês.
Enfim, apesar de eu não gostar de histórias em quadrinhos, foi bom produzí-las.”
(M.R.S)
2º Relato“O trabalho proposto pelo professor Ivan, nos ajudou no aprendizado do
inglês, onde criamos histórias em quadrinhos sobre diversos assuntos como bullying e demais tipos de preconceito. Esse trabalho nos deu uma nova visão sobre os assuntos polêmicos e nos ensinou também que o ser humano não deve ser julgado por sua aparência.”
(R.B.P)
3º Relato“Eu achei bem interessante o trabalho com histórias em quadrinhos, apesar
de não gostar muito de desenhar, mas aprender a fazer os balões e criar minhas próprias histórias foi muito legal. Não tinha idéia de como fazer tudo aquilo, mas depois fui aprendendo e me acostumando mais com as técnicas. Odeio desenhar, mas aprendi muitas coisas legais”.
(G.B.S)
4º Relato“Gostei muito de fazer as histórias em quadrinhos nas mesinhas embaixo
das árvores, pois as aulas são cansativas, e estudar fora da sala de aula me anima, mas não gosto muito de desenhar, é meio chato na minha opinião.
Achei interessante falar de um assunto tão complicado que é o racismo. Devemos respeitar os outros por sua cor, seu jeito, suas escolhas. Pois como disse um grande ídolo dos negros o pastor Martin Luther King: ”devemos ver o caráter da pessoa e não devemos ser racistas e preconceituosos”.
(M.P)
5º Relato“Eu particularmente gostei das atividades propostas pelo professor Ivan.
Aprendemos como usar os balões corretamente, desenhar os personagens e suas expressões, usar pontuação e o que elas significam. Sei também as diferenças de linha de movimento e metáfora visual. Criei uma história sobre bullying e adorei. Aprendi muitas coisas e quero inventar mais histórias em quadrinhos”.
(G.R.G)
O ensino da L.E exige uma reflexão constante sobre sua importância num
contexto social econômico cada vez mais globalizado.
O PDE nos permitiu um estudo mais aprofundado sobre o Desenvolvimento
da Proposta Curricular da Disciplina de Inglês e a implementação de uma proposta
que mobilizasse mais os alunos para a aprendizagem.
Este trabalho permitiu a ampliação da necessidade da LE no currículo escolar
favorecendo não apenas o conhecimento específico da língua, como também o
incentivo à leitura, o desenvolvimento da criatividade, a reflexão e discussão de
temas relevantes para a vida em sociedade.
Com o desenvolvimento de propostas, os alunos puderam aprofundar seus
conhecimentos, não apenas da L.E ,mas da própria língua portuguesa, de
desenvolver habilidades em artes plásticas (desenho), pesquisar, discutir e conhecer
culturas diferentes, temas atuais, ampliar vocabulário, entre outros.
A proposta mostrou-se viável e possível de ser implementada com ótimos
resultados, podendo inclusive ser aplicada para outras séries/turmas, adequando-a
aos diferentes contextos.
O trabalho integrado com outros professores da turma, quando bem planejado
e executado favorece o diálogo entre professores e um retorno melhor quanto ao
desenvolvimento da aprendizagem do aluno.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste estudo propomos, a leitura, apresentação e confecções de histórias em
quadrinhos que podem auxiliar o professor a trabalhar este gênero em um nivel
epecífico de ensino, despertando no aluno a participação, o entendimento e o gosto
pelas mesmas.
Oferecer histórias em quadrinhos pode ser um recurso muito interessante,
porque o ensino de leitura pode se tornar algo muito espontâneo, prazeroso e
motivador.
Crianças geralmente se expressam através de desenhos, motivo pelo qual
escolhemos as HQs. O mais interessante é que depois de reconhecerem os tipos de
balões, linhas de movimento e metáforas visuais ficam muito mais entusiasmados e
produzem muito melhor.
Todas as atividades desenvolvidas levaram os alunos a refletirem e
perceberem que os quadrinhos podem ser um meio muito interessante e mesmo
aqueles que não gostam dessa prática de leitura, através de relatos informais
afirmaram que foi muito legal produzi-las.
A implementação do projeto de intervenção pedagógica resultou em um
trabalho diferencial e inovador. E, assim, mesmo de modo experimental, tornamos
as aulas mais prazerosas, o que contribuiu para o aumento da motivação. O
ambiente tornou-se mais descontraído, agradável e os alunos se mostraram mais
dispostos à aprendizagem, participando ativamente das aulas.
Durante a aplicação, várias histórias foram desenvolvidas em oficinas e
tivemos a oportunidade de melhorá-las cada vez mais.
Finalmente produzimos histórias em quadrinhos em grupos, onde os alunos
elaboraram roteiros sobre temas polêmicos na forma narrativa, especificaram as
ações das personagens, as falas e legendas. Desenharam os quadros de acordo
com as descrições e coloríram.
Este estudo foi muito satisfatório e acho que o interesse dos alunos foi
conquistado na disciplina de Inglês.
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