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O LIVRO DA SELVA
Rudyard Kipling
Tradução
Duda Machado
Apresentação e apêndice
Geraldo Galvão Ferraz
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Edição revista
Título original: The jungle bookTítulo da edição brasileira: O livro da selva
GERENTE EDITORIAL Claudia MoralesEDITOR Fabricio Waltrick EDITORA ASSISTENTE Malu RangelPREPARAÇÃO Prova 3 EdiçõesDIAGRAMADORA Thatiana KalaesCOORDENADORA DE REVISÃO Ivany Picasso BatistaREVISORAS Alessandra Miranda de Sá, Cláudia CantarinPROJETO GRÁFICO Ludo Design CAPA E ILUSTRAÇÕES Pietari PostiCOORDENADORA DE ARTE Soraia ScarpaEDITORAÇÃO ELETRÔNICA Ludo DesignTRATAMENTO DE IMAGEM Cesar Wolf, Fernanda CrevinPESQUISA ICONOGRÁFICA Sílvio Kligin
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
K64L2.ed.
Kipling, Rudyard, 1865-1936 O livro da selva / Rudyard Kipling ; ilustrações Pietari Posti ; tradução Duda Machado. - 2.ed. - São Paulo : Ática, 2012. 168p. : il. ; - (Eu Leio)
Tradução de: The jungle book ISBN 978-85-08-14723-6
1. Ficção inglesa. I. Posti, Pietari, 1979-. II. Machado, Duda, 1944-. III. Título. IV. Série.
11-2204. CDD: 823 CDU: 821.111-3
ISBN 978 85 08 14723-6 (aluno)ISBN 978 85 08 14724-3 (professor)Código da obra CL 737912Cae: 266351
20182a edição5 impressãoa
Impressão e acabamento:
Todos os direitos reservados pela Editora Ática, 2012Avenida das Nações Unidas, 7221 – CEP 05425-902 – São Paulo, SPAtendimento ao cliente: 4003-3061 – [email protected]
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Apresentação 7
OsirmãosdeMowgli 11 AcaçadadeKaa 33 “Tigre!Tigre!” 58 Afocabranca 77 Rikki-tikki-tavi 98 Toomaidoselefantes115 SúditosdeSuaMajestade 136
Rudyard Kipling: A voz do Império Britânico 155
Bibliografia 163
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Quando publicou O livro da selva, em 1894, Rudyard Kipling já não vivia na Índia há cinco anos. Ele escreveu a obra nos Estados Unidos, numa casa nas montanhas de Vermont que não se pare-cem nem um pouco com a selva indiana descrita no livro. Aliás, é provável que o autor inglês tenha imaginado este e outros livros para esquecer seus vizinhos norte-americanos, com os quais se dava pessimamente. Talvez ele achasse os gaviões, tigres e ser-pentes destes contos mais amistosos...
A narrativa principal deste livro está em “Os irmãos de Mowgli”, “A caçada de Kaa” e “Tigre! Tigre!”, três histórias sobre o menino criado pelos lobos. Nelas, Mowgli vai aprendendo e aplicando a Lei da Selva — que, no fim das contas, é uma metá-fora de todas as leis, tanto as dos bichos quanto as dos homens. Ela determina o lugar e as ações de todos, e violá-la resulta sem-pre em dano e, por consequência, em castigo. Kipling, que tinha um respeito enorme pela autoridade e pelas instituições, passou uma mensagem bem simples: mesmo a selva precisa de leis, e é melhor tê-las do que não tê-las.
Mas que não se pense que estas histórias são simples sermões moralistas. Muito pelo contrário: elas transbordam de ação, espe-cialmente “A caçada de Kaa”, um relato eletrizante (e bastante as-sustador) de como o urso Baloo, a pantera Bagheera e a serpente Kaa salvam Mowgli de um grupo de macacos irresponsáveis, tão
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divertidos quanto perigosos. O volume inclui outros quatro con-tos, entre eles o magistral “Rikki-tikki-tavi”, em que um jovem man-gusto (um mamífero carnívoro parecido com a doninha) enfrenta um casal de terríveis cobras najas.
Já no lançamento, O livro da selva fez um sucesso extraor-dinário e, no ano seguinte, Kipling publicou o Segundo livro da selva. Desde então, ambas as obras tiveram várias adaptações para as telas. A mais famosa é a animação Mogli, o menino lobo, dos estúdios Disney. Ela dá uma versão amenizada do livro, com pouca violência e muito humor, mas vale a pena conhecer tanto a animação como a narrativa original que a inspirou: cada qual à sua maneira, ambas são ótimas.
Geraldo Galvão Ferraz
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Os IRmãOs de mOwglI
ComRann,oGavião,vemanoitecerrada,QuandoMang,oMorcego,sente-selivre.Nocurral,emsossego,dormeamanada,Enquanto,longe,omundodaselvavive.
Fúria,tensão,garras,presas,raça.Chegouahoradoorgulhoedopoder.
Erguem-seosgritosqueanunciamacaça.ÉaLeidaSelva.Eaidequemtremer!
Canção da noite na Selva
EramsetehorasdeumanoitemuitoquentenascolinasdeSeoniquandooPaiLobodespertoudesuasesta,coçou-se,bocejoueesticouaspatasumaauma,paraselivrardasensaçãodedor-mência.A Mãe Lobo estava deitada com seu grande focinhocinzento enfiado entre seus quatro filhotes, que se remexiameuivavamenquantoaluabrilhavaealuminosidadeentravanacavernaondetodosmoravam.
—Augrh!—disseoPaiLobo.—Éhoradecaçardenovo.—Ejáiadescendoacolinaquandoumapequenasombradecaudapeludacruzouasoleiraeganiu:
—Queasorteteacompanhe,óChefedosLobos!Equeboasorteefortesdentesbrancostenhamtuasnobrescrias,paraquenuncaseesqueçamdosfamintosdestemundo.
Eraochacal—Tabaqui,olambe-pratos—,queoslobosda Índia desprezam porque está sempre fazendo maldades,inventandohistórias,comendorestosetirasdecourodalixei-radaaldeia.Mastambémotemem,porqueTabaqui,maisdoquequalqueroutronaselva,écapazdeficarcomraiva,een-tãoseesquecequetemmedoesaicorrendopelaselva,mor-dendotudoqueencontraemseucaminho.AtémesmootigrefogeeseescondequandoopequenoTabaquificacomraiva,poisa raivaéa coisamais terrívelquepodetomarcontadeumacriaturaselvagem.Nósaconhecemos,cientificamente,
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comohidrofobia,maselesachamamdedewanee —loucura—,efogem.
—Entãoentreedêumaolhada—disseoPaiLobo,rispida-mente.—Nãohácomidaaqui.
—Nãoparaumlobo—respondeuTabaqui—,mas,paraum ser tão insignificante como eu, qualquer osso seco é umbanquete.Poisquemsomosnós,osGidur-log[oschacais],paraficarescolhendo?
Edisparouparaofundodacaverna,ondeachouumossocomrestodecarnedeveadoeficouaroerumaponta,todocontente.
—Muitoobrigadopelarefeição—disse,lambendoosbei-ços.—Comosãobonitasasnobrescrianças!Equeolhosgran-des!Etãonovas!Claro,claro,eudeviatermelembradodequeosfilhosdosreissãohomensdesdeocomeço.
Ora,Tabaquisabiatãobemquantoqualqueroutroquenãohánadamaisagourentodoqueelogiarcriançasnafrentede-las;esentiuprazeraovercomoaMãeeoPaiLobopareciamdesconfortáveis.
Tabaquificouquieto,saboreandoamaldadequetinhafeito,eentãodissecommalevolência:
—ShereKhan,oGrande,mudoudecampodecaça.Napróxi-maluaelevaicaçarnestascolinas,comoelemesmomecontou.
ShereKhaneraotigrequeviviapertodorioWaingunga,amaisdecinquentaquilômetrosdali.
— Ele não tem esse direito! — rebateu o Pai Lobo, comraiva.—PelaLei daSelva elenão temdireitodemudar seuterritóriosemavisar.Vaiassustartodososalvosdecaçanavizi-nhançadequinzequilômetros,eeu...eutenhoquematarpordois,atualmente.
—AmãedelenãolhedeuonomedeLungri[oCoxo]degra-ça—disse aMãeLobo tranquilamente.—Nasceumancodeumapata.Éporissoqueelesómatagado.PorissoosaldeõesdoWaingungaestãoirritadoscomele,eagoraeleviráatéaquiparair-ritarnossosaldeões.Vãovasculharaselvaatrásdelequandojáesti-verlonge,enósenossosfilhosteremosquefugirquandopuseremfogonamata.Defato,estamosmuitoagradecidosaShereKhan!
—Querqueeudigaparaelecomoestãogratos?—pergun-touTabaqui.
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—Fora!—vociferouoPaiLobo.—Fora,vácaçarcomseuchefe!Paraumanoite,vocêjáperturboubastante.
— Já vou — disse Tabaqui, calmamente. — Daqui vocêpodeouvirShereKhan,láembaixo,namata.Eunemprecisavavirdarorecado.
PaiLoboescutou,aolonge,novalequedesciaatéumria-cho,olamentoseco,raivoso,entredentes,monocórdio,deumtigrequenãocaçounadaenão ligaamínimase todaaselvasouberdisso.
—Idiota!—disseoPaiLobo.—Começarumacaçadano-turnacomessebarulho!SeráqueelepensaquenossosveadossãocomoseusboisgordosdoWaingunga?
—Psiu!Nãoénemboinemveadooqueeleestácaçandoestanoite—disseaMãeLobo.—ÉHomem.—Olamentosetransformounumaespéciederonronosussurrantequepareciavirdetodasasdireções.Éosomqueperturbaoslenhadoreseciganosdormindoaorelentoefazcomqueàsvezeselescorramdiretoparaabocadotigre.
— Homem! — exclamou o Pai Lobo, mostrando todos osseusdentesbrancos.—Queporcaria!NãohánoscharcosrãsebesourosobastanteparaqueeletenhaquecomerHomeme,aindaporcima,nonossoterritório?!
ALeidaSelva,quenuncaordenanadasemumarazão,proí-beatodasasferascomeremHomem,excetoquandoelasestãoensinandoseusfilhosamatareseveemobrigadasacaçarforadoterritóriodecaçadesuatribooualcateia.Averdadeirarazãoparaissoéquematarhomenssignifica,maiscedooumaistarde,achegadadehomensbrancosemcimadeelefantes,comarmasdefogo,ecentenasdehomensmorenoscomgongos,rojõesetochas.E,então,todosnaselvasofrem.OargumentodasferaséqueoHomemé amais fracae indefesade todas as coisasvivasequeéantiesportivo tocarnele.Elas tambémdizem—eéverdade—queoscomedoresdehomemficamcomsarnaeperdemosdentes.
OronronarficoumaisaltoeterminouemumAaarh!,agar-gantaescancaradadotigrenomomentodoataque.
Entãoveioumuivo—umuivonadatigrino—deShereKhan.
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—Eleerrouapresa—aMãeLoboconstatou.—Oqueestáacontecendo?
OPaiLoboavançoualgunspassoseouviuShereKhanres-mungandoerosnandoferozmenteenquantoseembrenhavaen-treosarbustos.
—Oidiotafezabesteiradepularnafogueiradeumlenha-dorequeimouaspatas—explicouoPaiLobo,comumgrunhi-do.—Tabaquiestácomele.
—Algumacoisaestásubindoacolina—disseaMãeLobo,levantandoumaorelha.—Prepare-se!
Osarbustossussurraramumpouconamata,eoPaiLobosepreparouparaosalto.Então,sevocêestivesseobservando,teriavistoacoisamaismaravilhosadomundo—olobotravouosaltonomeio.Eledeuopuloantesdeveremcimadoqueestavasaltando,eaítentoudeteromovimento.Oresultadofoiatirar--separacimanoar,naalturadeummetrooumaisumpouco,aterrissandoquasenomesmolugar.
—Homem!—exclamou.—Umfilhotedehomem.Veja!Bemna frentedele, segurando-senumgalhobaixo,estava
umbebêmorenoenuquemalpodiaandar—umacoisami-núsculatãomaciaecheiadedobrinhascomonuncaemnoitenenhumatinhaaparecidonumcovildelobo.Obebêolhouparaacaradoloboeriu.
—Éissoqueéumfilhotedehomem?—perguntouaMãeLobo.—Eununcatinhavistonenhum.Tragaaqui.
Um loboacostumadoacarregar seuspróprios filhospode,seforpreciso,abocanharumovosemquebrá-lo,e,emboraasmandíbulasdoPaiLoboestivessemcerradasbemnascostasdacriança,nenhumdentearranhousuapelequandoeleopousounomeiodeseusfilhotes.
— Como é pequeno! Como é nu! E como é corajoso! —disseaMãeLobo,suavemente.Obebêabriacaminhoentreosfilhotesparaficarpróximodeumlugarquente.—Olhesó,estácomendocomosoutros.Entãoéassimqueéumfilhotedeho-mem.Poisé,jáhouvealgumavezumloboquepudessesegabardeterumfilhotehomementresuascrias?
—Eu jáouviaquieali se falardeumacoisadessas,masnuncaemnossaAlcateia,nememminhaépoca—disseoPai
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Lobo.—Elenãotemumsópelo,eeupoderiamatá-locomape-nasumapatada.Mas,veja,eleolhaparanósenãotemmedo.
Entãoo luar foi obstruídonabocadocovil, pois a grandecabeçaquadradaeosombrosdeShereKhanbloqueavamaen-tradadaluz.Tabaqui,atrásdele,guinchava:
—Meusenhor,meusenhor,eleentrouaqui!—ShereKhannosdáumagrandehonracomsuapresença
—disseoPaiLobosuavemente,masseusolhostinhammuitaraiva.—OqueShereKhanprocura?
—Minhapresa.Umfilhotedehomementrouaqui—falouShereKhan.—Ospaisdelefugiram.Entreguem-noamim.
ShereKhansaltaraemcimadafogueiradeumlenhador,comoo Pai Lobo dissera, e estava furioso por causa da dor em suaspatasqueimadas.MasoPaiLobosabiaqueabocadocovileraestreitademaisparaqueumtigrepudesseentrar.Aliondeestava,osombroseaspatasdianteirasdeShereKhanficavamespremi-dosporfaltadeespaço,domesmomodocomoumhomemficariasetentassebrigardentrodeumbarril.
—OsLobossãoumpovolivre—disseoPaiLobo.—ElesrecebemordensdoChefedaAlcateia,enãodequalquermata-dordegadocheiodelistras.Ofilhotedehomeménosso,paramatarmossequisermos.
—Sequisermosousenãoquisermos?!Queconversaéessadequerer?Pelotouroquematei,seráquevouterqueficaraquicomonarizenfiadonesteantrodecãesàesperadoquemeper-tencepordireito?Soueu,ShereKhan,quemfala!
O rugido do tigre encheu o covil feito um trovão.A MãeLobodesvencilhou-sedosfilhoteseavançou,seusolhoscomoduas grandes luas verdes na escuridão, enfrentando os olhoschamejantesdeShereKhan.
—Esoueu,Raksha[oDemônio],quemresponde.Ofilhotedehomemémeu,Lungri,meu,esómeu!Elenãoserámorto.ViveráparacorrercomaAlcateiaecaçarcomaAlcateia;e,porfim,presteatenção,caçadordepequenosfilhotesnus,comedorderãs,matadordepeixes:eleirácaçarvocê!Eagoradêofora,oupeloSambhur [oGrandeVeado]quematei (eunão comogadofaminto),váprocurarsuamãe,feradaselvacheiadequei-maduras,maiscoxaaindadoquequandoveioaomundo.Fora!
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PaiLoboassistiaatudoespantado.Elejátinhaquasesees-quecidodotempoemqueconquistaraaMãeLoboemlutalealcomoutroscincolobos,equandoelacorriacomaAlcateianãoeraporcortesiaqueachamavamoDemônio.ShereKhanpo-diaterenfrentadooPaiLobo,maselenãoselevantariacontraaMãeLobo,poissabiaquealiondeestavaelatinhatodasasvantagensdoterrenoelutariaatéamorte.Porisso,retirou-sedabocadocovilrosnandoe,quandoseviulivre,gritou:
—Cadacãolateemseupróprioquintal!VeremosoqueaAlcateia temadizersobreaadoçãodefilhotesdehomem.Ofilhoteémeuevoltaráparaosmeusdentesnofim,seusladrõescomrabodevassoura!
AMãeLobojogou-seofegantesobreosfilhotes,eoPaiLobodisse-lhecomgravidadenavoz:
—ShereKhanfalouumaverdade.Ofilhotedevesermostra-doàAlcateia.Vocêquerficarcomele,Mãe?
—Ficarcomele...?—elaperguntou,ofegante.—Eleche-gounu,ànoite,sozinhoefaminto;mesmoassimnãotevemedo!Veja,jáempurrouparaoladoumdemeusbebês.Eaquelecar-niceirocoxoqueriamatá-loedepoisfugirparaoWaingungaen-quantoosaldeõesiriaminvadirnossoscovisembuscadevin-gança!Ficarcomele?Certamentequevouficarcomele.Fiquetranquilo,rãzinha.Você,óMowgli(poisdeMowgli,aRã,euvouchamá-lo),tempoviráemquevocêirácaçarShereKhan,assimcomoeleocaçou.
—MasoqueéquenossaAlcateiavaidizer?—perguntouoPaiLobo.
ALeidaSelvadeixamuitoclaroquequalquer lobopode,quandosecasa,deixaraAlcateiaaquepertence;mas,logoqueseusfilhotestenhamidadeparaficardepé,eledevelevá-losaoConselhodaAlcateia,queégeralmenterealizadoumavezpormês,naluacheia,demodoquetodososlobospossamidentificá--los.Depoisdestainspeçãoosfilhotesficamlivresparacorrerporondequiserem,e,atéquetenhammatadooseuprimeirovea-do,nenhumargumentoéaceitoseumloboadultodaAlcateiamatarumdosfilhotes.Apuniçãoéamorteparaoassassinoseelefordescoberto;e,sevocêpensarsóumpouco,vaiverqueéassimquedeveser.
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