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Director: PRIMO PEDRO DA CONCEIÇÃO Redactor: ANTONIO AUGUSTO FERREIRA
ADMINISTRADOR — J o ã o M ar q ue s Galado SECRETARIO DA REDACÇÃO —J o s é Viegas F aca da
EDITOR — J o s é Pe re i r a Mota
REDACÇÃO —Avenida P O N T E D O
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Ponte do Sôr
19
f EL/EREfRQ 1928
O S e g u n d o a n iv e r s a r io
Quando em 192 6 , de parceria com alguns amigos levei a cabo a fundação de «A Mocidade», mal pensava eu que ela chegaria a atingir duas risonhas primaveras.
O terreno era árido em demasia para que a semente podesse desabrochar com felicidade e mostrar-se exuberantemente em toda a sua pujança. Porém, a grande força de vontade que tinhamos em tornar conhecida a nossa terra de norte a sul do país e de fazer do nosso jornal 0 m ensageiro amigo daquêles que viram a luz da vida nêste ridente cantinho do Alentejo, dava-nos força para prosseguirmos. Metemos ombros com entusiasmo, á empreza, embora mal confiados no futuro, e, atravez de trabalhos insanos e vicissitudes varias, temos conseguido arrostar com todos os vendavais da sorte e manter íntegra a publicação da nossa modesta folha.
Era justo que a ideia encontrasse da parte dos nossos conterrâneos, aquêle carinho que deve dispensar-se sempre ás boas iniciativas. Felizmente assim 0 podemos constatar e é èsse carinho, que nos tem assegurado o melhor dos am bientes e encorajado na nossa c r u zada, a despeito da indiferença de alguns e a má vontade de bem poucos.
A nossa obra no decorrer desta jornada tem sido modesta: Outra coisa não se poderia esperar dum pequeno pioneiro que atravessa uma vida de dificuldades. Nó entanto, estamos satisfeitos com ela e
Primo Pedro Director de
isso nos basta. Enxugám os algumas lagrimas, solici- lámos a rcalisação de varios melhoramentos, alguns dos quais tivemos a ventura de ver levar a cabo, e tratámos assum ptos do mais oportuno e palpitante interesse. Ela um dia será grande, se nos soubermos
conduzir como até aqui, e encontrarmos no auxilio dos pontessoren- ses aquêle forte esteio que nos é tão necessário. Alguem com um pouco de lisonja nos tem dito que se não fôra 0 nosso esforço, «A Mocidade», já teria sossobrado. Não é a expressão fiel da verdade. O que faria eu, o menos competente dos que trabalh.-im nêste jornal, se não tivesse o apoio dos meus ca maradas e a colaboração de amigos sinceros e dedicados?
«A Mocidade», conta hoje dois anos de publicação.-Se para mim é motivo de grande alegria 0 dia do aniversario desta minha filha dilecta, é-o tambem de tristeza, porque hoje mesmo, conto na escala da vida mais um ano, dando assim tambem mais um passo na aproximação da velhice e consequente- mente das regiões do «Além».
Vamos entrar no terceiro ano de publicidade. Será 0 ultimo ? Não sa bemos. O que podemos afirmar do fundo da nossa alma, é que enquan-
t > podérmos cont ir com a assistência moral e material dos que nos auxiliam na nossa cruzada, terçmos armas em pról da ideia de bem servirmos a terra que nos foi berço, insensível ás deserções, firmes no nosso posto, até á ultima barricada, até ao ultimo cartucho.
9 2 8 .Primo Pedro da Conceição
da Conceição «<4 M ocidade,>
1 2 -
IDIEÒ. JO Ã O F E L I C Í S S I M OPrestando homenagem á memória d'êste ilustre clinico, foi no passado dia 10 inaugurado o seu ret rato na sala das
operações do Hospital da Santa Casa da Misericórdia, retrato que foi oferecido pelos seus dedicados enfermeiros sr . Ped r o Rodrigues Esteves e Beatriz de Oliveira Esteves.
A* cerimonia que foi simples e tocante assist i ram varios cavalheiros e senhoras, entre as qu.-tes nos lembra é e lervisto a família do sr. Adolfo Gustavo de Mendonça, fainilia do sr. José Dionizio de Magalhães, 0. Cecilia Pires Fil ipe, Siffii-plicio joão Alves, etc.
•Usou da palavra o digno provedor da Santa Casa sr . Manoel Mart ins Cardigos que em frases repassadas de comoção fez o elogio do wiorto, enaltecendo as suas Lxcepcionaes qualidades de caracter e a sua grande e meri tór ia obra dentrodo «osso Hospiíal .
A MOCIDADE
^
A MOCIDADE
Josá Viagas Facada Secretario da Redacção do A Mocidade*
3 D O I B JO S T Q 3 D E P O I S
Ao entrar «A Mocidade» no seu terceiro ano de vida, cumpre-me dizer qualquer coisa, pois que, para nós, os que trabalhamos cá dentro, isso é um dever sagrado.
Mas por onde começar e o que devo eu dizer que se não tenha dito e redito?
Francamente, vejo-me embaraçado. No entanto, lá \fae.
Quando ha dois anos o Primo da Conceição mal me conhecendo de vista, me procurou para de colaboração com varios amigos, fundarmos um jornal, tomei o convite a brincar e foi ainda um pouco sob a mesma impressão, que n’um dos gabinetes do Ma- tuzarense nos reunimos para estudar e elaborar o nosso programa, assim como para escolher o nome que deveria ser dado á criança que estava para nascer.
Prevaleceu entre varias opiniões a de se lhe chamar «A Mocidade» e assim batisado, apareceu dias depois um jornalsinho com trez artiguelhos que se liam entre dois golos de café, mas que aos nossos olhos tinha as proporções do um «Times» ou de um «New Y ork Herald».
Com que prazer e alegria peguei n ’aquela pequenina folha de papel, mal coberta de caracteres t ipográficos e com que sofreguidão eu li a duzia de linhas que a compunham ! . .
Passeando eu com o Primo da Conceição pelas ruas- da vila algumas horas depois da distribuição, eram dignos de ver-se o entusiasmo e o carinho com que o minusculo jornal era recebido pelo publico, entusiasmo que, para nós, era mais um incentivo para prosseguirmos na obra encetada.
Foi esta primeira tiragem de «A Mocidade» de 3 5 0 exemplares. Mas os constantes pedidos de assi- naturas que começámos a receber, obrigou-nos a ir aumentando sucessivamente a tiragem, até que ao ser publicado 0 5.0 ou 6 .° numero já esta tinha sido elevada ao dôbro.
De então para cá tem-se acentuado progressivamente 0 seu aperfeiçoamento. No seu formato que foi aumentado, no seu aspecto completamente remodelado, na sua tiragem que hoje é bastante aprecia- vel e na sua orientação, 0 jornal «A Mocidade» é um periodico que marca no seu meio, com um programa perfeitamente definido e cuja unica ambição é o engrandecimento da terra onde vê a luz da publicidade.
Se a 'minha satisfação no dia de hoje é grande, por vêr que atravez de todas as vicissitudes, sac r i fícios e até grandes desgostos, o nosso jornal com emora o seu segundo aniversario, não posso tambem deixar de considerar amargamente quanta guerra e má vontade não lhe teem sido movidas desde a publicação do primeiro numero. Se temos tido verdadeiros e desvelados amigos sempre prontos a coadjuvar-nos moral e materialmente, tambern temos tido inimigos ferozes desejosos de amesquinharem e des« truirem 0 nosso arduo trabalho.
No entanto, e, apesar de tudo, passando em revista a obra de «A Mocidade» n ’êstes dois anos a dentro do Concelho de Ponte do Sôr, não podemos deixar de nos envaidecer pois que esta tem sido notável, e melhor do que nós proprios fala bem alto á receção carinhosa que 0 publico continua a dispensar-lhe.
Estou aqui empregando 0 plural «nós» talvez indevidamente, visto a minha acção dentro do jornal ser quási nula, mas certamente os meus camaradas, especialmente aquêles que trabalham com alma, me perdoarão a ousadia,
O que peço aos meus caros camaradas e que ha um ano tambem aqui frisei, é que continuemos sem um desfalecimento a obra empreendida, E para terminar, aqui fica consignado um longo abraço para todos, especialisando 0 nosso Director, o unico que, sem desprimôr para os outros, tem sido & alma de «A Mocidade».
Ponte do Sôr 1 9 — 2 — 28
José Viogas Facada
Antonio Augusto Ferreira R edactor de «/I M ocidade»
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A MOCIDADE
João Marques Calado Administrador de •.-! Mocidade»José Pereira ÇMota
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MHIS UM AN©Comemora «A Mocidade» com o numero de h o
je, mais um ano de existencia— o seu segundo aniversario.
Este facto deve encher de alegria todo o cora* Ção dos que amam a linda vila de Ponte do Sôr. E ’ um a glória, para o povo duma terra, possuir um jornal, disposto sempre á sua defesa e a censurar, a cada momento, aquêles que tentam conspurcar o seu bom nome.
Ponte do Sôr, tem tido sempre em «A Mocidade» o mais acérrimo defensor, o carinho dum a mãe zeladora e prudente, sempre pronta a velar pelo bem de seu^ filhos e a pugnar pela conquista dos seus direitos.
Mas infelizmente, nem sempre teem sido apreciados, como merecem, os nobres instuitos dos seus redactores. Mas desfalecer, nunca, Ela continuará au mentando os louros conquistados no periodo de dois anos de existencia.
Ano feliz I . .
n anitenarioA minha colaboração na «Mocidade», m au grado
meu, é como as festas da Senhora dos Prazeres:— um vez cada ano.
Escrevi para o primeiro natalício e escrevo agora para o segundo. E tanto duma vez como doutra as mesmas hesitações me assaltam e me reteem a pena iudicisa apontada ao papel.
Escrevi, a que respeito ?Longe de Ponte do Sôr, não lhe conhecendo as
aspirações, de que poderei eu falar-lhe que lhe interesse ?
De politica?! Deus me iivre disso!Não tenho querido, até hoje, ser apresentado a
essa senhora, e portanto não devo falar dela. Seria pouco correcto.
Então de quê, pois?Não ha outro rem édio!— em dia de natalício te
mos de dar os parabéns ao homenageado, palmadi- nhas nas costas aos papás, e dizer a êstes que sim senhorJ que teem feito obra asseiada. E não ha uisto lisonja— ha verdade. ,
Aparte um ou outro artigo mais romântico nesta época de realismo, e dum a ou outra poesia mais as- sucarada, agora que o verso é de bronze e duma sonoridade que nos penetra incisivamente na.alma, o jornal tem saído limpo de deíeítos.
E quem ao alicerçar um a obra como esta, deu taò bôa conta de si, tem a responsabilidade de redobrar de esforços para continua-la. Avante, pois.
E com a promessa de maior colaboração futura, deseja ao jornal muita Saúde e aos dirigentes muita Frater nidade o menos fertil dos seus colaboradores.
Xisto
IIII
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§ n 1 | a I
g $ ii liBi&ã
José Perei ra M o t a - Editor de "A Mocidade»
E* as;im que «A Mocidade» deseja que os seus leitores digam com satisfação ao terminar o segundo ano da sua publ c ção e que o ano que se lhe vai se- guir seja repleto das mesmas felicidades.
Que factos novos nos irá no novo ano assinalar «A Mocidade»?
Que inúmeras e inesperadas coisas encerra o cu rto espaço dum dia, quanto mais um ano, que corre rapido como um relampago, se nos vem o bçm e vagaroso como a nóra gemedora, se nos vem o mal. Assim, os nossos votos são de que o novo ano seja tão alegre parn os nossos leitores e colaboradores, que tudo lhes corra como desejarem.—Um Ano mais.
E ’ um amontoado de memórias risonhas ou anuviadas da lagr imas que se encerra no nosso coração. Quem pode prevêr o que nos trará um ano mais ? O desconhecido é cheio de a tra c t iv o s . . . Assim, todos desejam o que não teem e rares são os que querem conservar o que possuem.
A Mocidade agoira a todos os seus amigos, o novo ano, um dos. melhores da sua vida e sitam na alma a alegria e satisfação dum tempo bem passado.
Viva «A M o c id a d e» ! Viva P o n te do S ô r !
A MOCIDADE
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(C liché do d is tin to am ad o r (o to g ra fica S t. F rancisco G am a R eis)
PRÓ PATRIOTiSMOA data do convite com que o meu Ex.m0
amigo me honra solicitando a minha colaboração— que justamente qualifico de invalida a pár das penas fluentes que escrevem no quinzenario que hoje jubilosamente festeja o seu 3.° aniversário— coincidiu com a data da local do jornal «Século» de 29— 1— 28, que noticia a próxima entrega do Padrão de Portugal á «Mairie» de La Couture, para marcar pelo obelisco o esforço da nossa luza raça, mais uma vez comprovado na ultima e quási
Vitória, dizem á França que Portugal existe!As razas sepulturas que nos campos da
Flandres ocultam para sempre os corpos mutilados dos soldados portugueses, mortos pela França que agora nos desconhece, clamambem alto o nome de Portugal!
dos nossos com- familia
A aludida noticia, ocorreu-me a lembrança de ter visto em França nos livros de história para uso das escolas primárias daquele paiz, que o autôr, 110 capitulo «grande guerra europeia» omitiu por completo o nome de Portugal e consequentemente o dos heroicos soldados portugueses.
Como português, como professor e acima de tudo como patriota, muito me entristeceu tão indesculpável quão lamentavel facto para cuja imediata rectificação, se devia fazer saber ao autôr em especial e aos seus compatriotas em geral, que a lacúna nos livros de historia-patria, a respeito de Portugal é uma injustiça, pois a França não tem o direito de nos ignorar. Os milhares de portugueses que da nossa Pátria foram abnegadamente para o sacrifício máximo, na grande guerra, na incerteza do resultado final, pois não se sabia para onde penderia a balança da
Os braços de milhares patriotas que deixando a Pátria e a fòram colocar-se ao lado da França e lá se conservam ainda, promovendo o trabalho e o progresso erguem-se ao céu clamando: aqui estamos, Portugal existe!
Com exacerbação se verifica que bem depressa olvidaram o que em 10 de Novembro de 1925 ficou registado no— «Conseil M unicipal— iMairie de La Couture»— e que com a devida vénia transcrevemos do livro Padrões da Grande Guerra: . . .en reconnaissance des services que la Nation Portugaise nous a ren- dus en combattant vaillamment á nos cotés et en mémoire des braves soldats morts au Champ d’Honneur. . . etc., etc. . .
Per a ile estes factos, não teem pois o direito de nos desconheer e para lho recordar levantemos a nossa voz, para que como um só homem, uma unísona voz, lembremos aos franceses que existimos e por êles nos sacrificamos na hora trágica do perigo, generosamente e sem termos em mira interesses mesquinhos.
Reajamos pois portugueses, em pról do Brio N acional!
Sejamos sempre Pró Patriotismo!Pernancha, Fevereiro 1928.
José Rafael de Carvalho
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A MOCIDADE
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Ao correr da pena...H á um a noite na vida, noite de horrores, miste
riosa e má.E ’ a tôrva noite da ignorância, povoada de duen
des, com esgares de malvadez. Os vultos, que por ela passam, são desconfiados, sinistros e maus; blocos informes atirados á vida pelo sôpro fatal do destino, e provindos de um mundo de trevas, como uma noite sem lua, um abismo sem limites, uma miséria sem nome. Séculos e séculos o homem lutou nêsse torvelinho feroz, luta inglória de desolação e de mor- tel Nêsse sonho de destruição e horror, nada surgia de beleza e redenção; tudo se calcava pelo escalpelo da força, do instinto animal, da ambição desmedida.
Tal é a sordidez da vida tomada no sentido lato. E nêste estado de atrazo, miséria social que arrepia, surgiram, do desconhecido, cérebros potentes, corações angélicos, almas luminosas, alavancas benfazejas para erguer o mundo, teatro de tantas desgraças.
M a s . . . a ignorância cruel, no seu império do mal, tudo destruía, tudo sacrificava. Cuspiu em Cristo, e pregou-o na Cruz; enclausurou Galileu, e lan- çou-o ás chamas; algemou Ferrer e fusilou-o na praça.
Mas, da grande voragem do passado, alguma coisa alentou a vida, para novos e altos destinos.
A sciência, com o seu cortejo de maravilhas, foi singrando os mares, foi rasgando espaços, foi alumiando o m u n d o !
E, neste turbilhão admiravel de inventos, que nos traz atónitos, fascinados de luz, é preciso que impere, no horisonte supremo da existência humana, um a outra sciência, farol que nos conduza ao bem, que nos fale á alma, que nos guie para um mundo melhor, de paz, de amor, de ventura. Confiemos, pois, na sciência do amor. Ela saberá insuflar, no âmago de todos nós, os sãos princípios dos sábios, dos pais, dos mestres. E ’ que a alavanca do progresso, sem a lubrificação sublime do bem, não age; salta, ronca, to rce . . .
Instrução e educação— eis o lema.Atentai na sublimidade dêstes dois pontos. Gra
vitai só em volta dêles. Não deixeis conspurcar a alta função da Escola e a san ta tarefa dos mestres. Dai-lhes todas as liberdades de acção e o carinho que lhes é devido; porque êles são os n w t i r e s de um a causa que o futuro abençoará.
E vós, oh jornalistas honestos que não mercante- lizais artigos, tratados, questões fúteis de jornal; que trabalhais pela honra, engrandecimento e bom nome da vossa terra; deveis orgulhar-vos por terdes feito desabrochar, nessa região campesina, mas fértil e bôa, tão alto mensageiro do bem; deveis orgulhar-vos por serdes colaboradores da grande causa nacional que se resume em instruir e educar o povo; porque, um jornal dêsse jaez é poderoso reflector de tantas fos- forescencias que a Escola semeou; é rasto incandescente que vai rasgando a nuvem que ainda tolda o sol do entendimento humano.
Bem sei que trabalhais pela M o c l d i l d e e revi- goramento da raça, que espalhais, com a t l o c i d a d e de vossos peitos crentes, a luz e o progresso por êsse lindo rincão de terra alentejana, que dais o melhor do vosso esforço pela M o c i d a d e da vossa terra que já muito tem feito e que segreda baixinho tantas coisas gratas ao nosso coração; e, por isso, sois bem dignos daquèle prazer íntimo que se sente no dia do aniversário de um filho querido, a quem todos levam o tributo da sua homenagem; e, por isso, eu felicito a «Mocidade», nêste dia festivo e feliz, anseando por que o futuro satisfaça a suprema a s piração daquêle a quem dão o título de seu fundador.
Azoia de Leiria, em 3 — 2 — 9 2 8 .Silvano
M ocidade! titulo sugestivo e único de jornal.Vem a gente, tantas vezes cansado do trabalho,
e, ao chegar a casa porgunta : O que é que o correio trouxe ?
— «A Mocidade». E nó=, num amargo repente, com a alma turvada, pensam os: Esta, sim, é fiel, não foge.
Mas a outra, a nossa . . voou !
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P O N T E DO S O R —PRflÇfl DA REPUBLICA e PAÇOS DO CONCELHO (C liché do d is tin to a m a d o r to to g ra fico Sr. M anoel M. Cardigos
Belezas da minha terraE ’ com a maior tristeza que vejo o Sôr deslisan-
do melancolicamente sob a ponte, enrolando no seu murmúrio infinitas canções d ’amor e saudade, dos tempos em que êle era belo e poético, ornando-lhe o manto de prata celeste a mais linda orla de choupos e salgueirais. E ’ o Sôr a maior beleza da minha terra e ao mesmo tempo, (com bastante mágua o digo) a sua maior vergonha!
As gravuras que ornam hoje o nosso numero especial, mostram, ainda que sumidamente, o que devia ter sido em tempos aquêle louco que lambe carinhosamente o corpo da nossa terra.
E é á vista delas que os meus olhos de eterno sonhador se inundam de lágrimas doridas de saudade, por vê lo deslizar hoje muito manso, como que adormecido, sem orgulho dos tempos em que era o mais inspirador sitio da nossa terra, o mais belo trecho que ela tinha, e o mais encantador panorama em redor d ’ela 1 Passa sem orgulho, sim, mas triste pelo despreso a que votaram aquêles pontessorenses que ainda hoje o poderiam conservar como relíquia preciosa dêste desmoronado recanto do Alentejo, onde a toda a hora nos parece ver luzir ao longe as estrelas do exílio! E, quem sabe se no seu seio de cristal não andará alimentando algum ódio terrivel que fará explodir sobre nós um dia, ao mesmo tempo que, com voz forte e zombadora, saída do mais recondito das suas entranhas, nos lançará ao rôsto o tedio que lhe inspiramos?!
QTTJLL IÉ P I O R ?Ser céguiiiho não vèr a luz que ve n d ’além , que nos envolve a todos louca estonteante, ê estar morto na vida, sina cruciante, sempre a escutar a al na e nunca vhr ninguém.
E ' viver no sepulcro cerrado da dôr e ter bem como irm ãs a mágua e a sa u d a ie ; pw ecer a hora um século, a vida a eternidade; pairar na escuridão, nas trevas, no pavôr.
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Nas suas margens onde outrora os rouxinois c a n tavam toda a noite e todo o dia percorrendo num vai-vem constante aquêle decantado mofedo de salgueirais, já não soam guitarras gemedoras, vibrando nas suas cordas trinados de melodia, nem se fazem ouvir os cânticos apaixonados dos trovadores, gar- ganteando loucamente ao luar os mais lindos fados de amôr e as mais sentimentais canções de saudade, que são como que pedaços d’alma deluída evoluan- do pelo espaço em busca d’hinos angelicais! Tudo ali é triste e só! Morreu o seu e n c a n t o ! . . .
Que fazer para o seu resurgimento ? Pouco, muito pouco, mas que aos olhos de alguem se afigura muito! Plantar nas suas margens alguns amieiros, choupos e salgueiros, havendo cuidado em não deixá-los devastar. 0 proprio povo não negaria alguns centavos para tal fim. Não só se embelezaria o mais belo e proximo 4recho de paisagem da nossa terra, como evitaria que o rio por ocasião de enchentes fôsse alargando o seu leito, levando assim na en- churrada as propriedades que se estendem á sua margem.
Chamar-me-hão louco. Pois que as minhas loucuras me levem sempre a lançar da alma tudo o que de belo n ’ela se contêm.
P. do Sôr, Fevereiro de I 9 2 8 ‘
João SMarques Calado
M eu Deus, mas que condão, que m água e que torm ento, não ter vista, viver entregue ao pensam en to , não ter gosto sequer ne.il único desejo.
Não lamento ao céguinho a sina tenebrosa; m inha sorte ê pior, m il vezes desditosa porque, a fin a l, tu não me queres e eu te vejo I
Victor de Gastro
A MOCIDADE
A P i a n i c i e H e r ó i c aManuel Ribeiro éhoje um dos nossos pri
meiros prosadores. Com Aquilino Ribeiro e Ruúl Brandão, forma uma trilogia de escritores que bastaria a afirmar que a nossa literatura não morre.
O seu último romance, «A Planície Heróica», tem sôbre os anteriores a vantagem de possuir um entrecho habilmente arquite- tado, em que se estuda um melindroso caso de consciência. Até agora, Manuel Ribeiro apresentava teorias, tendencias filosóficas e sociais representadas nos seus personagens. No seu novo livro isso acontece ainda, pois Manuel Ribeiro não é escritor que se contente em fazer literatura superficial, mas um sopro de vida percorre de tal forma as paginas de «A Planicie Heróica», que nos esquecemos de que o autor trata a seu modo um conflito a que pretende dar uma solução sua, para julgarmos estar assistindo a um caso em que tomam parte pessoas do nosso conhecimento.
O Padre Dionísio do romance, sendo um personagem de nobre recorte, só como excepção pode tornar-se; mas o José Mingorra, o sr. Joaquim dos Cardiais, a Gbnceiçanila, o João Manuel, a Catrina Amoja, são figuras verídicas, palpitantes de vida, que nos recordamos de ter visto algures.
Aoós a apresentação das figuras, quando o conflito se esboça, depois da confissão de Conceiçanita ao padre Dionisio, quem conheça os escrúpulos de Manuel Ribeiro, a
nobre isenção com que serve os seus ideais de hoje, receia pelo seguimento do conflito, temendo que êle venha a transviar-se nalguma aborrecida prédica sôbre os deveres do padre perante a sociedade e a igreja.
Mas o conflito ganha em sinceridade e em audácia o que porventura perde em religiosidade edificante. O padre vence, mas a sua vitoria deve-se mais ao acaso do que á justeza inquebrantável das suas convicções. E isto mesmo torna esta obra singularmente atraente, pelo que nela encontramos de verdade. Manuel Ribeiro, se pretendeu nêste livro servir a igreja, não o fez já com aquela aridez de teorias que faz que em algumas das suas obras o motivo religioso apareça como uma obcessão.
O choque entre a Razão e a Fé— perso- nalisadas em João Manuel e Padre Dionisio — dá-se violentamente demais para que possa afirmar-se que o escritor está deliberadamente do lado da segunda, ou que não reconheça os irrecusáveis direitos da primeira. Duma parte e doutra chovem os argumentos, e em algumas paginas a lógica da Razão impõe-se fortemente, parecendo por momentos que vai aniquilar a lógica da Fé.
Não sabemos se Manuel Ribeiro quiz com esta obra responder indirectamente ás obras literarias que tratam o celibato dos padres, e das quais, de momento nos lembram o «Kurico», de Alexandre Herculano, «O Crime do Padre Amaro», do Eça, e «LaFau-
O SOR PITORESCO— Moinho Novo
(C liché do d is tin to am ad o r fotográfico Sr. M anoal M. C ard igos)
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A M OCIDADE
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PONTE DO SOR—Igreja Matriz
(C liché do d is tin to a m :d o r to to g ra fico Sr. M anoal M. C ardigos
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te de I ’ Abbé Mouret», de Zola. Se foi êsse o seu intuito, não nos atrevemos a dizer que possa proclamar-se vencedor. Mas, fosse como íôssc, para dar mais força ao seu ponto de vista êle não foi, com Herculano, colocar o seu conflito numa época atrazada, nem, como Zola, ornamentou com decorações semi- bíblicas a acção dos seus personagens. Tudo se passa naturalmente, nos nossos dias, no coração do Alentejo. E um dos maiores, senão o maior encanto do seu livro provém do quadro de costumes que nele apresenta, da verdade e do pitoresco que ha na do elevamento pictural das descrições.
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linguagem,
Por exemplo, as paginas em que se creve a despedida dos trabalhadores de
Carteira Eleganteíi
ra estranha, que vão por algum tempo deixar os seus lares de empréstimo para voltar a ver as mães e as esposas, dispõem dum encanto e duma vida que hão-de refulgir nas antologias.
Manuel Ribeiro é o maior escritor do Alentejo e um dos maiores escritores de Portugal. Quando a sua arte, tão bela, alargar o seu âmbito e puder pairar sôbre preconceitos dogmáticos, que hoje lhe tolhem o voo, êste escritor, já ilustre, atingirá uma altura que só poderá medir-se com a dos maiores da nossa terra.
Fevereiro de 1928.
João Pedro de Andrade
AniversáriosFEVEREIRO
1 2 - D. Fernanda Botidry de Carvalho, em Galveias, Raul de Zezere e Primo Pedro da Conceição, nosso est imado Director.
14—D. Vicíalina de Souza Rasquete.17 —José Dionisio de Magalhães.18 —Joaquim de Abreu Bastos, em Ferreira do Alentejo.23—Antonio Domingos da Silva, em Lisboa, Ámandio
Lourenço Falcão da Luz, em Montargil e D. Luiza Augusta Valente Semblano.
24—Américo Espada de Souza, em Montemór-o-Novo.2 6 - D . Margarida de Carvalho Fontes e Alfredo Antunes 28 —D. Carlota d ’ Assunção Rasquilho de Carvalho, no
Porto, Antonio Gonçalves Moreira, em Loanda, Manuel de Souza Falcão, em Montargil e Francisco da Conceição Domingues em Santarém.
29-Leopo ld ino Romão Gonçalves.
DelivranceEm Loanda (Africa Ocidental^ deu á luz 110 passado dia
28 de Dezembro uma criança do sexo masculino a E x .mlx Sr . a D. Ana Martins Moréira, esposa do nosso presado ami go e assinante Sr. Antonio Gonçalves Moreira .
MatrimonioRealizou-se no passado dia 6 o enlace matr imonial do
nosso presado assinante Sr. Firmino Rodrigues Lourenço com a Ex.ma Sr .a D. Jerónima Baptista Algarvio, apadrinhando o acto, por parte do noivo a Ex.'1" Sr. D. Margarida Vaz Monteiro de Matos e Silva e o Ex.mo Sr. João Leal de Matos e Silva e por parte da noiva a Ex.ma S r . a D. Ennel índa Fei- tinha Ferreira e o Ex.mo Sr. Manuel Rita Algarvio.
Aos noivos envia “A Mocidade» 0 seu cartão de parabéns, desejando-lhe uma prolongada e feliz lua de mel.
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A MOCIDADE
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A MINHA TERRA!
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Ponte do Sôr, terra abençoada, terra hospitaleira, mãe carinhosa, váe sensivelmente progredindo, mercê de todos aquêles que por ela teem am ôr, que a ela dedicam o melhor dos seus esforços e que por ela trabalham com os olhos fitos do seu futuro, no seu engrandecimento.
Ha, aqui como em toda a parte, quem ame o retrocesso, ou melhor, quem não se incomode moral e materialmente com a terra que llte serviu de berço, ou que, maternalmente o recolheu.
E* um a parcela muito ténue a d’aquêles que, ávidos do engrandecimento da sua terra por ela se sacrificam porque a amam entranhadam ente. Pelo contrario. A avalanche dos insignificantes e minusculos seres, criaturas retrogradas, pessoas que não teem a noção dos seus deveres civicos, essa é enorme.
Mas a força de vontade dos poucos que produzem, é um baluarte inexpugnável contra a arrem etida dos que nada fazem.
Por isso mesmo Ponte do Sôr vae progredindo, vae caminhando e poderá tornar-se dentro em pouco n ’um a das mais importantes terras do Districto de Portalegre.
Quem estas linhas escreve tem por Ponte do Sôr um culto intimo, quási surpersticioso, que o obriga a trabalhar por ela, como só sabe trabalhar quem a ama verdadeira e desinteressadamente.
E porque não ?!. . .Porque não hâo-de todos, seja quem fòr, traba
lhar para que a nossa terra ocupe o logar de destaque que merece i
Tem os um modesto quinzen&riô, 'Ura grande baluarte defensor dos interesses da região, *A Mocidade», que felizmente conta hoje dois anos de ex is ten - cia e que com certeza contará muitos, Raeroé da orientação que lhe tem imprimido o seu ilustre Director, e que é o porta-vóz dos que erat prol da 'Ponte do Sôr se sacrificam, e que, felizmente a íguma coisa tem conseguido de util.
Ponte do Sôr é hoje iluminada a luz dectnica, iniciativa devida ao arrojo de um dos seus mais dilectos filhos, o industrial Antonio Pais Branco, tendo a coadjuvá lo n 'êsse grande empreendimento o fa rmacêutico José da Cruz Bucho, grande amigo da terra que adoctou.
Conta tambem hoje a Ponte do Sôr com um be- lo edificio escolar cheio de conforto e de luz, em su bstituição dos reles e insalubres pardieiros onde se encafuavam centenas de crianças e que, aos olhos dos que nos visitavam, era uma verdadeira vergonha.
Ha sociedades de recreio, grupos desportivos, corporações de bombeiros voluntários e uma excelente praça de touros construída para firvs de beneficencia.
E ’ isto alguma coisa, mas muito e muito mais Ponte do Sôr precisa, para se tornar o encanto dos que nos visitam.
U nam o-nos todos e trabalhemos afincadamente no progresso da terra que a uns serviu de berço e a outros os acolhe como mãe carinhosa.
A’vante pois, e que os vindouros bendigam a obra deixada pelos seus maiores ! . . •
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PONTE DO SOR— ENTRADA M V IU PELO LADO DA POHTE (C liché do d is tin to am ad o r fo tog ráfico Sr. M anoel M. C ard igos
SOFRIMENTO PERPETUOAndam dór e alegria unidos em muito amor; se a dôr se vai algum dia, m orre a alegria de dôr.
Perpétua melancolia reina em mim com ta l fervor que, sempre, persiste a dôr e nunca fica a alegria.
E nêste duro viver, tenho por sina o sofrer, triste mágua dia a dia.
Antonio Augusto Ferreira |
Se a dôr se vai, afinal, pobre de mim, por meu mal morre de dôr a alegria.
Vicrou C a s t r o
Solicitador Forense POMTE, PO SOR |
Encarrega-se de todos os serviços dependen- |j tes dos tribunais e outras repartições ||
A MOCIDADE
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Ponte sobra o Rio Sôr
BSO IIC J, _ ALE5HEO nú artístico
H a uns tempos a esta parte desencadeou-se sobre a cidade de Lisboa uma verdadeira chuva de mulheres, que pelos salões dos clubs e pelos palcos dos teatros, exibem a sua carne ruía á cup idez d 'um publico que, salvo raras, rarissim as excepções, nem ao menos sabem ou que é A rte co- reografica ou A rte plastica.
N um a recente viagem que f i z a Lisboa , ta m bém, como qualquer m ortal pecador, f u i a ss is tir á representação de qualquer peça que me não recorda qual seja, mas que, diga-se de passagem , a m im , provinciano simplorio e incompetentissimo critico tea tra l, me deixou péssima impressão.
M a s, como tivesse sido anunciado como prato de resistencia, que é como quem d iz «Fin d e F ie s - í a » , a artista X . nos seus extranhos bailados em nú artístico, ageitei me melhor na cadeira para poder apreciar « Ve nus» prestando homenagem a « Terpsicore*’.
Ao subir o pano e quando contava ir a ssis tir a um bailado que revivesse a malograda D use, nada m ais vi que uma serie de «pinotes» (passe o galicism o) executados por uma m ulher sem inua,-a quem os cosméticos, as pom adas, e uns fa rra p o s lantejoulados, mascaravam um corpo já gasto pelos excessos.
E ntediado pelo inesperado deste espectáculo deixei de olhar para o palco, para f ix a r a m inha atenção sobre o publico e fiq u e i estupefacto pela diversidade de cenas, jogos fisionom icos e esgares tragi-comicos que me fo i dado apreciar e que da- riam para um esplendido livro de fisiognom onia.
E ntre as poucas pessoas que im possivelm ente, ou quando m uito levemente entusiasm adas, Iam seguindo o ritm o da dariça, vianj. se velhos senis de labios entreabertos, a baba correndo em f io p elos cantos da 'toca. Outros, m ais novos, a lguns ainda adolescentes, lambiam os labios como se estivessem saboreando delicioso bombom. E , uns e outros, devorados por ardente feb re , os olhos b rilhando como duas centelhas, apresentavam se
transform ados em verdadeiras bestas hum anas, bastando apenas para isso a aparição de um corpo nú de mulher.
O que f a z a concupiscência !• • •A fa s te i o olhar de tão repugnante espectáculo
e f i x e i o desla vez nos camarotes. supondo que a li a educação estivesse em relação ao recheio da carteira.
M as, a minha estupefação fo i ainda maior, pois que, ali, já não eram só os hom ens os atacados da feb re libidinosa. A s próprias m ulheres, a lgumas bem novas ainda, tan to nos seus olhares , como nos seus sinaes enviados para sitios da plateia só delas conhecidos, eram bem sign ifica tivos e não me podiam deixar duvidas sobre os seus sentim entos de momento-
F elizm ente que o de l ic io so espectáculo durou pouco tempo. Ia eu em meio das m inhas descobertas, quando pela sala reboou estrondosa e fe b r il salva de palmas-
R etirei-m e. E desde o teatro ao meu alojam ento, não poude deixar de considerar que está m u ito longe de ser m oralisadora a acção do teatro moderno mormente as revistas e todas as suas m aléficas inovações, e que ha pais que são criminosos conscientes, em levarem os filh o s menores a espectáculos onde só se podem aprender costumes depravádos.
N ão vão os leitores com isto ju lg a r que eu condeno o teatro ou que sou algum santão.
N ão. Adm iro a A rte em todas a ssu a s m a n ifesta ' ções, e, apesar de leigo na m atéria, não é insensivelmente que ouço a boa musica ou vejo um bom quadro.
Se não sou um satiro tambem não sou um a sceta, m as tudo quanto sahe do caminho da A rte para transform ár o homem n ’um ser abjecto, será sempre por mini ind ignadam ente repudiado-
Por agora, tenho dito.
P onte Sôr, 1 2 - 2 - 2 8 .
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6sfe numero foi D i s a 3 o pela comissão de censura
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N.° 2
Dedicatórias emphaticas.—A um capitão decaval los , hespanhol: "Al Xerxes espanhol, al Alexandre andaluz, al César bethico. al Cyro del Xenil, al Tamerlan europeu, al Kau- lis-Kan cismontano, al Marte non fabuloso, etc. N'uin livro dedicado a Fernando VI, o sabio, um dos melhores reis que tem tido Hespanha, e que naturalmente r i r ia da offerta: "Al poderoso Emperador de dos mundos; al émulo del Sol , Phebo Sublumar, en lo que domina, coino el celeste eu lo que aluinbra; al Archi-monarcha de la tierra; al deposi to real de la clemencia; al coronado archivo de lá Justiçia; al sacro augusto thesoro de la Piedad; al escudo imperial de Religion; al Pacifico, al Benéfico,Jal Magnético, al Magnifico al Cathoiico rei de las Espanas, Fernando el Sexto, Pio, Feliz, siempre Augusto, Rei de Casti lla, de Leou, de Navar ra , de Aragon, etc., etc.
O que fazem as cidades.-O Figaro descreve assim o que fazem diversas cidades da Europa.
Amsterdam negoceia. Aíhenas conspira. Berl im medita. Bruxelkis discute. Cissel sopra Constant inopla banha-se. Compenhague adorna-se. Dresdelamenta-se. Dublin mendiga. Edimburgo sonha. Florença está com a bocca aberta. Frim- cfor t faz contas. Genova lê. Hamburgo corre. Haunover dorme. Lisboa sorri . Londres enfastia-se. Lyon trabalha. Madrid fuma. Manchester enfarda. Marselha, canta. Munich bebe. Nápoles sua. Pariz falia. Leninegrado cala-se. Roma reza. Stockolino diverte-se. Tur im veste-se de gala. Veneza ama. Varsóvia suspira e Vienua digere.
Por sent O coração tambem canta Para ' spalhar a m ar g u ra s !
— Eu bem sei que cantar muiut® Nos esfacela a garganta;O desabafo da alma E’ alivio p‘ra quem can t a .—
Deixa cantar á vontade Quem já tanto tem chorado.,Quera traz a aima doente £ o coração magoado!
— Não podendo caratar ma:is Aa maguas que me tens dado, Canto ao iuar as venturas Que a minh'alnria tem sonhado.
E' nestas noites de encanto Feitas de luz e de Amôr,Quando eu sinto mais vontade De espargir a minha d ô r ! . . .
— E' nestas noites de bri lho Que o t rovador tanto adora, Quando a m i nh ’alma mais vive, Mais canta, mais ri e chora.
Deixa pois chorar de manso,Méste carpi r maguado,O morto que vive ainda Nos sonhos do seu passado! . . .
P. Sôr, Feyerei ro de 1 9 2 8 .
J o ã o M. Calado
PONTE DO SOR— Um trecho da Rua Vaz Monteiro
O R FE O N A C A D É M IC O D E C O IM B R A
Reunião de Antigos Orfeonistas
Não se tendo até hoje realisado qualquer reunião dos antigos orfeonistas do tempo do Ex.mo Senhor Doutor Elias de Aguiar; e tendo sido ponderado que seria oportuno que nesta altura se promovesse uma festa de con- íraternisação entre eles e os actuais orfeonistas, vem a Direcção participar a todos os Se
nhores Antigos Estudantes que foram do Or- feon da regencia do E x mo Senhor Doutor Elias de Aguiar, que nos dias, 4. 5, 6 e 7 do próximo mez de Maio. se realiza essa festa, pedindo-lhes ao mesmo tempo que se dignem envi- ar-nos a sua adesão o mais rapidamente ,pos- sivel. Não nos dirigimos pessoalmente a ninguém por falta de elementos que nos habilitem a endereçar os convites.
Coimbra, 8 de Fevereiro de i c ^ .
Pela Direcção—O P R E S I D E N T E , - ^ 0 5 ^ B E A1A T 6 S S R A Z .
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A MOCIDADE
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A ponte velha sobro o ribeiro do Andrêu
(C liché da d is tin c to a m a d o r f o ta j r a t ic o s r , M a i s e l #1. C a r í i p )
Escotism osim
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como afirmou José de Magalhães, e eu as- creio— o patriotism o não é uma pa lavra so
nora, m as um sentimento profundo que va i do cora• ção aos actos—cum pre a todos os portuguêses, sem distinção de categorias, contribuir com uma parcela do seu esforço, para um Portugal-Maior.
E ’ tempo de ocuparmos o lugar que nos pertence e esquecer as horas que temos perdido a olhar cubiçosamente para o que tem produzido a es-cola de patriotismo de outros bemfadados póvos.
Possui o nosso pôvo faculdádes de trabalho e de inteligencia verdadeiramente excepcionais.
Porque esperamos ?Por milhares andam as receitas para tão entra
nhados males.E u sei, que vir discutir ou apregoar nas colunas
dêste jornal, qualquer dessas receitas, é cair nos do- minios da banalidade.
Mas sou eu porventura o culpado, da grande maioria do nosso pôvo assim julgar os assuntos da mais transcendente actualidade e necessidade?
O comodismo e mais ainda a indiferença são dois males terríveis.
Tanto pior.A luta ha-de dar-se. O bom senso ha-de preva
lecer e desta raça que se abastarda num a apatia vergonhosa, ha-de renascer, porque assim o queremos,o pôvo altivo e fórte que em épocas distantes assom brou o mundo, no culto máximo da sua honra, da sua força e do seu trabalho.
Vam os ao caso.*, * *
E sem duvida á Escóla Primária que está destinado o grande e brilhante papel do levantamento moral e intelectual do nosso pôvo. O edificio para ficar sólido, tem que ter bons e íórtes alicerces. T em sido assim e assim continuará a ser. Fugir daqui é errar, é perder tempo. Pois bem, ábram -se os alicer
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ces e a seguir, torna-se imediatamente necessário e urgente não deixar gafar tão bela seara, votando-a a um abandono criminoso.
A preparação posl-escolar tem de merecer a devida atenção de todos, o devido amparo e até a própria assistência do Estado.
Abandonar a infancia, ainda mesmo que devidamente instruida. ao contacto daquêles que já não teem cura, é perder muito tempo, muito trabalho (e que trabalho! . . . ) protelar a crise, prolongar o mal,
A obra da E^scola precisa continuidade e nada a meu ver satisfaz melhor do que a educação escotista.
O escotismo, creado por Sir Robert Badeu Povvell é uma escola de amôr, de honra e de trabalho. Se alguem vê num escuteiro um rapaz que nada mais tem que fazer, êsse alguem desconhece a mais bela das instituições de humanidade. T om ando o com . promisso soléne de am ár a Patria e servi-la fielmente— o escoteiro inicia a aprendizágem na escola maravilhosa que levou a cruz das caravélas ao Cabo das T orm entas , ao mais remóto oriente, todo lenda, todo mistério 1
0 escoteiro, impondo á m adrugada da sua consciência o dever de:— S er verdadeiro, obediente—p r a ticar diariam ente urna báa acção—ser cortez e leal, generoso, valente— am ar os anim ais e as p la n tas— ser económico, respeitador do bem de oulrem — completa-se na verdadeira acepção do termo e tor- na-se pelo seu trato e fina educação o lidimo repre- sentante duma sociedade bem formad^.
1 E se um pôvo vale no tôJo , na razão directa do valor individual dos seus filhos, porque não som os todos nós Escoteiros da Patria ?
Aliando ao já exposto, a formação do caracter pelo contacto directo com a na tu rêza— o cuidado especial da educação f is ica—a especialização técnica, havemos por bém concordar de que então escotismo não é um a banalidade e um escuteiro, não é um
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A MOCIDADE
rapaz de chapeu largo e calção curto, mas sim o percursor dum povo inteligente e livre, generoso e f ó i t e !
E ' preciso despeitar.E 1 forçoso caminhar,E nêsse caso «Aia Arriba» pois as ondas reyôl*
tas do cabo não abafaram ainda 0 vozeirão potente do Almirante-Mór, nem sumiram a esteira luminosa das velhas N á u s !
Joaquim A Caelauo
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Pérolas quebradas
OS M ÍS T IC O S P O E T A S .
De que tristesa doentia é feita a Laya ta n g e d o ra dos p o e ta s!E ’ um farrap o á beira das v a l e t a s . . .— estorce-se em g rito s s e m p re insatisfe ita.
A vida não é bôa nem perfeita d e ixa i de ser os t ro v a d o r e s ascetas.Está sêco êsse bo u q u e t de v io letas que a vossa l i ra g e m e b u n d a e n f e i t a . . .
Cantai a y id a — ó místicos doentes q u e 0 l i r is m o ag o nisa já de ve lh o e são v e n e n 0 as la g r im a s a r d e n t e s . . .
T r o c a i as violetas da s a u d a d e p e lo p e rfu m e desse c r a v o v e rm e lh o que traz a u d a c ia e fé á m o c id a d e .
J a n e i r o 19- 7. < JO/ÍUE RAMOS
Cinema Ideal
í£ ? asM ais uiii esplendido filrn se está exibindo n 1ê s
te Salão, cuja E tnpreza não se poupa a esforços para nos fa ze r adm irar as m ais recentes novidades cinernatogra ficas.
« F an fan-la -T u lipe» 0 filrn em questão que tan to sucesso causou em Lisboa e que 0 ^Século» pu blicou em fo lh e tin s , além das deslurnbrantissi/nas perspectivas de Versailles, Choisy e Fontenoy, pa- lacios onde decorreu a fa u sto sa vida de L u iz X V e da sua brilhante côrte, a p resen tados 0 soberbo desempenho de artistas consagrados como Pierre de O uingan , A im é Sim on Q irald , P aul Q u id é 0 celebre «M andria» , C laude France, etc.
N ota curiosa d 'este filrn.C laude France , a fr ivo la m adam e de Pompa-
dour, foi uma das mais brilhantes artista s france- zas que ha dias de suicidou por uni motivo bem
, f u t i l — um descuido de namorado.
K a a a a & a s s a a i s a & a a a a a a a a ã a a a a i a a s a a ® ® ! » !lí & ii SiBSá Sá íí a
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P3IM0 n m DA COVCEIQaOS o l ic i ta d o r fo r e n s e
P o n t e d o S o rTrata de todos os serviços junto dos
tribunais e repartições publicas.Pode ser procurado todos os dias
uteis i t o edificio dos Paços do Concelho, das i i ás 17 horas.
saâíiaia>•asanSi&ne a a»^saaa»a»i8^^iK«^J®BRSBaBaaa»Ba»3
C o ^ o o ^ s ç io dos S erra bsi-f^s V o l u ^ t i r i o s Cg P . do Sor
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A MOCIDADE
Pelos Desportos
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D epois de um longo interregno realisou-se fin a lm en te no passado domingo um desafio de fo o t-b a ll entre as p r im eiras categorias do Qrnpo D esportivo M atuzarense e o D esportivo Ferro-viario do Entroncam ento.
A linhados os grupos sa/iiu o M atuzarense com sol e vento a fa vo r . Interceptada a bola pelos avançados do Ferro-viario, estes fa z e m uma descida pela aza direita rem atando ás redes, o que obriga M arques a um mergulho.
D evido á errada colocação da bola aos pés da defesa o arbitro atira esta ao ar ju n to ás redes, resultando da «me- lée« o prim eiro ponto contra o M atuzarense. Tinha decorrido um m inuto de jogo.
V ai a bola ao centro e as descidas sucedem-se um as ás outras de parte a parte e a todo o gaz, notando-se um ligeiro dornimo da parte do grupo local, apesar do pcuco rendim ento da sua aza esquerda e da grande fa l ta de conjunto dos dianteiros.
A poucos m inutos do f im , Pedro, bem servido por S. B ento , desce a té meio campo e n ’um rem ate im paravel fu r a as redes de M aia sem que èste se aperceba, mas que o arb itro invalida por ter apitado para a marcação de um livre.
A toada do jogo da segunda parte não sofre alteração de maior. /Is jogadas sucedem-se com a mesma m onotonia ora n‘um , ora r.’outro cam po, sendo um a ou outra avançada m ais perigosa, destruída pela defeza sempre atenta.
N ’esta segunda parte perdeu o M atuzarense trez excelentes ocasiões de m arcar devido á fa l ta de remate de Cândido e precipitação de D omingues.
NO' u ltim o m inuto do jogo um canto contra o M atuzarense é apontado por Salvador que passa a Teofilo, chutando èste ás redes. M arques defende mas ao a tirar a bola ao chão para despachar, Crisogno bem colocado intervem rapidam ente e anicha a bola nas redes, terminando o encontro m omentos depois, com 2-0 a fa v o r do Ferro-viario.
F oi bom o trabalho ind ividual dos homens do Ferro- viario mas nota-se-lhes no conjunto um a grande fa l ta de combinação.
Quanto aos M atuzarenses notou-se logo a grande f a l ta de treinos, apesar do bom trabalho de alguns como P edro, D om ingues e Barquinha, èste ultim o a grande revelação da tarde.
Arbitragem de Joaquim Figueira fa c ilita d a pela grande correção dos 22 homens em campo, sa tisfez.
C onstitu ição dos G rupos
M atuzarense :-J o ã o M arques; Francisco e J . S . B ento; Cid, Pedro e Francisco P im enta; Serra , B arquinha, J . D om ingues, Cândido e C arneiro.
Ferro-viario:—M aia; D urão e Ferreira; A . C arlos, Sousa e G arcia, Crisogno, Ernesto, Teofilo , S ilverio e S a lvador.
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no fa leceu no dia 17 do m ez passado a E x .mt S r .aD . Juliana das Dores Eusebio, de 4 0 anos, estremecida esposa do nosso estim ado assinante de F aro, Sr. Ventura de Sousa Eusebio Junior.
A fin a d a que gosava de excelente saude nada fa zen d o prever o seu prem aturo f im , encontrava-se em Lisboa de visita a sua filh a , Ex.'"à -V .a D ■ A ta ria Itilia Eusebio Correia.
Q uando sobreveio o acidente achava-se presente a d istin ta clinica D r? R a q u e l Lourenço Cabeçadas que, compreendendo a gravidade do caso requereu uma im ediata conferencia m edica . fica n d o assente a sua im ediata remoção para o H osp ita l de San ta M arta , onde a paciente fo i sugeita a uma m elindrosa operação efectuada pelo D r. A . A u g u sto da Silva M a rtin s .
Sendo necessaria uma transfusão de sangue, prestou-se abnegadam ente ao sacrifício o S r . L u iz de Sousa Correia, prim o da fa lec id a .
Á fa m ilia enlu tada , envia “ A M O C ID A D E » a expressão sincera do seu pro fundo pesar.
No dia I I de Março proximo, por 12 horas, á porta do Tribunal Judicial désta comarca, hão-de ser arrematados pelo maior lanço oferecido acima da sua avaliação os seguintes prédios:
Um pedaço de terra de sem eadura com um pôço e um a casa de 3 compartimentos e um alpendre, situado no Relvão, avaliado em Escudos 3 .5oo$oo.
Uma casa terrea no mesmo sitio do Relvão avaliada em Escudos 1 . 5 0 0 ^0 0 .
Estes piedios vão á praça nos autos de execução por custas que 0 Ministério Publico móve contra Pedro Mendes, solteiro, proprietário, désta vila de Ponte do Sôr.
Pelo presente são citados quaesquer credores incertos para deduzirem os seus direitos.
Verifiquei
O Escrivão do 2 .0 oficio
João N óbrega
O Juiz de Direito,
L u i\ Mendes
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