VAMOS li DAR UMA VOLTA
RENAULT TWIZY
TEXTO: PAULO PASSARINHO
FOTOS: PEDRO SOARES
ensaio ao Renault Twizy começou da
melhor maneira possível. Na distribuiçãode veículos para ensaio comecei a pensar:bem, o André já me disse que é provável
que não se consiga meteria dentro (ndr.:tenho para mim que o André é "O" maior) .
A Benyjá me disse que a lesão recente a pode
impedir de dar o melhor contributo. O Assunçãofoi logo avisando que a autonomia até ao Montado não
lhe permiti a Icvá-lo para casa. O Catarino, com duas cadeirasde petizes, olhou- me de 1ad0... Sobrava.., eu! Curiosidade
tinha muita, mas a minha agenda, em particular incluindo umfim de semana, era caótica. Que raio, mas então como
preparar isto? Foi a. minha amiga Carla que me deu a ideia:
"O Paulo, eu adorava poder conduzir o Twizy quando ai
o tiveres." Ora nem mais! Vamos lá tomar uma tarde cinzentade sexta-feira num dia superdivertido. Aquilo que pareceuinicialmente um teste que iria ser complicado tornou-se numadas mais engraçadas aventuras. Mas jálá vamos. Mangas
arregaçadas depois da injeção de confiança da minha account
preferida (pronto, não se zanguem as outras que o meu coraçãoé grande) ,
foi tempo de encarar o Twizv como um ensaio
importante, aliás como fazemos sempre aqui na TopGear,Chovia de forma diluviana quando fomos buscar o Renault
Twizy a Oeiras. O Assunção ainda hoje pensa que foi alguma
praxe tardia combinada entre mim e a Ana das relações públicasda marca. Eu, pelo menos, juro que não! E foram dele as
primeiras impressões: "Isto, se não fosse a chuva, o vento nacara e o frio nas mãos... até era giro! E que tal umas janelas, não?"
O Twizy é um veículo elétrico a 100%. A sua locomoção é
assegurada por um motor de 17 cavalos alimentado em exclusivo
por energia elétrica através de uma convencional tomada
de 220 V. O tempo para obter uma carga completa situa-se entre três a
quatro horas. Após isso temos uma autonomia anunciada até aos too km.Nós nunca conseguimos passar dos 6o km. Mas a própria marca alerta
que a autonomia está diretamente relacionada com o estilo de conduçãoe as condições da estrada. Acreditamos que sejapossível melhor.
O primeiro problema do Twizy tem a ver não com a eventualreduzida autonomia, mas sim comum handicap mais importante:ahomologação que é permitida inclui-o na categoria de quadriciclo.Ora, por esse facto, esqueça as pontes Vasco da Gama ou 25 de Abril, porexemplo. Esqueça qualquer via rápida ou autoestrada. Ou seja, preparemuito bem o trajeto, porque senão, em Lisboa, por exemplo, arrisca-se
a ser multado sem estar à espera. Durante a apresentação internacional
que decorreu em Ibiza o representante do importador nacional
assegurou que a marca está a envidar esforços no sentido de alterar esta
situação. Boa sorte!
Com apenas 2,3 metros de comprimento, o pequeno Twizyestaciona-se em qualquer "buraquinho", e julgamos que alguém devia >
"Esqueça qualquervia rápida ou qualquer
autoestrada"
exigir à CML que incluísse também a sua silhueta em alguns parques
"reservados" a Smart. Par ser pequeno, permite manobras em espaços
igualmente reduzidos. Arrisque pelo Bairro Alto que não ficará nunca
enrascado. Também existem desvantagens no tamanho. Alguns
condutores de pesados arriscaram um "olhe que eu ainda lhe passo por
cima"... Ui! E mais desvantagens das dimensões. Existe outra que se
prende com eventual "carga". Pense antes em mala de portátil c pouco
mais, pois o espaço de arrumação nas costas do banco traseiro está lá,
mas é pouco prático e o portátil não pode ser muito grande, talvez para ai
um netbook... dos pequenos. Existem dois porta-luvas, mas um tem chave,
cabem lá os documentos; o outro...
Em condução o Twizy é muito ágil, mas é muito rijo. A taragem da
suspensão foi pensadapara evitar que rebole estrada fora e, por isso, os
pneus traseiros são mais largos que os dianteiros (ambos em jante de 13
polegadas), mas isso não evita os ruídos e o desconforto em mau piso.
OK. Chega a segunda parte deste teste. Com o apoio da Honda
Portugal, pedimos emprestada uma Honda PCX 125. Porquê? Bem,
primeiro é a mota mais vendida em Portugal. Uma campeã de vendas
com quatro mil unidades matriculadas desde o início da sua
comercialização, o que faz desta scooter uma verdadeira referência na
mobilidade citadina. Portanto, um dos eventuais alvos do Twizy. A PCX
possui um motor de 125 cm 1 com 11 cv e o consumo é arrasador, pois
apresenta 2,2 litros aos 100 km. E é aqui que entra o Twizy. Àpamda,
ganha vantagem, pois o consumo de eletricidade permite-lhe ganhar face
à PCX. Mas depois há outro fator que obriga os proprietários do Renault
a pagar entre 50 e 72 curos pelo aluguer mensal da bateria. Sim, é uma
renda obrigatóriaque, apesar do custo.jáinclui assistência permanente
em viagem. A vantagem para a PCX dilui-se... Vamos para a estrada. Nem
são necessários muitos metros para perceber que apesar das reduzidas
dimensões, o Twizy não faz algo em que a PCX é exímia: escapar-se por
entre filas de carros. Dinamicamente, e de forma honesta, também não
temgrandes hipóteses. Aagflidade da
pequena scooter é impressionante e o
seu baixo peso e pneus de 14 polegadas
nem sequer a tomam desconfortável.
OK. O pendura vai mal instalado. E no
Twizy vai melhor... Sim... Ligeiramente
E, do ponto de vista teórico, é mais
seguro circular num quad ri ciclo do
que num motociclo, até porque num
são as pernas que nos "protegem" do
alcatrão e noutro são as "portas" de
plástico. Hum... NaPCX, e comum
bom fato de proteção, sinto-me, de
certa forma, mais protegido. E mesmo
cm questões de travagem não é fácil
eleger a opção mais certa. Bem, o
preço irá desempatar. Será? A PCX
ensaiada custa € 2.580 e o Twizy
(na versão ensaiada) custa€933o!
Tenho de admitir... Vou esperar porsexta-feira para daroveredicto final.
Chega o dia dos testes "livres".
Convidei vários colegas da empresa,
desde accounts, técnicos de informática, maquetistas e gráficos, bem
como alguns jornalistas de publicações tão díspares como tecnologia
e cinema. Como já estava sol nessa altura, as opiniões foram chegando
após cada "volta". Giro, é muito giro, é mesmo giro. Mulheres... Até
acelera bem, não curva nada mal... Eh pá, travar é que táquieto. Homens!
O Twizy parece destinado a entrar na categoria do "é muito giro, mas
eu não quero ter um". Prático? Talvez para vesortsàe férias no Algarve e
para passear turistas em zonas históricas. Talvez se tivesse janelas, talvez
se fosse um pouco mais confortável e, já agora, se pudesse andar em
autoestradas. É que a PCX anda. . . Acho que não me i mportava de ter um
para ir ao pão em Azeitão, mas espere... Para isso tenho uma mota... EZ3
"Giro, é muito giro,é mesmo giro." Coisas
de mulheres...