PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DA COLETA SELETIVA
NO MUNICÍPIO DE LINHARES
LINHARES 2013
APRESENTAÇÃO
O município de Linhares, localizado no norte do Espírito Santo, possui uma
população estimada para o ano de 2013 de 157.814 habitantes (IBGE 2010),
produzindo diariamente cerca de 150 toneladas de resíduos por dia, (cerca de
60 toneladas a mais que há 10 anos), onde é transportado até o aterro
sanitário localizado no município de Cariacica, distante 145 km, uma vez que,
atualmente, não existe no município nenhum programa de tratamento de
resíduos, como exemplo, aterros sanitários.
O interesse pelo meio ambiente, e particularmente pelos problemas
relacionados com os resíduos sólidos, tem resultado em questionamentos por
parte de alguns segmentos da população, principalmente sobre as estratégias
de um cenário favorável na busca de soluções sustentáveis para este
problema. Desde 2009, a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos
Naturais (SEMAM) de Linhares, em parceria com a Leão Alimentos e Bebidas
do Brasil - Coca Cola e Vital Engenharia Ambiental, vem buscando
alternativas para implantar um projeto voltado à promoção da coleta e
tratamento de resíduos secos no município.
Desta parceria nasceu o CRIAR (Centro de Reciclagem, Inovação,
Aprendizagem e Renovação), cujo nome faz alusão à junção de Criação,
Inovação, Renovação e Oportunidades, elementos que devem estar na
essência do Projeto. Considerando isso, o projeto proporcionará a geração de
novas e melhores oportunidades para um público em maior risco
socioambiental, com a possibilidade de criar, inovar, renovar e buscar novas
oportunidades e aplicações para aquilo que até então era considerado lixo.
Em linhas gerais, o projeto consiste na junção de esforços entre o poder
público e a iniciativa privada, com objetivo de implantar um Programa de
Coleta Seletiva e Reciclagem no município. A proposta é começar com um
projeto piloto em uma região de abrangência demarcada e, gradativamente,
expandir conforme evolução, maturidade e viabilidade socioeconômica que o
projeto apresentar. Um fato que merece destaque é o apoio por parte da
comunidade, que mesmo com a responsabilidade pela destinação final do lixo
sendo da prefeitura, tem tido uma participação efetiva na busca de soluções
para estes problemas. Frequentemente observa-se a movimentação de
determinados segmentos da população que, tendo desenvolvido maior
consciência ambiental, passam a cobrar dos órgãos competentes posturas e
procedimentos mais adequados. Considerando o engajamento da sociedade
como um dos fatores mais relevantes para o sucesso desse tipo de projeto,
pode-se afirmar que as expectativas em torno do sucesso do projeto são as
maiores possíveis.
OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
Implantar um Programa de Coleta Seletiva e Reciclagem no município de
Linhares/ES, com vistas a aprimorar a gestão dos resíduos sólidos urbanos,
seguindo as diretrizes da PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos) e do
Programa Espírito Santo Sem Lixão.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Promover o desenvolvimento socioeconômico da população (cerca de 80
famílias – Fonte: Secretaria de Ação Social) cadastrada que vivem da catação
de resíduos recicláveis, melhorando suas condições de trabalho, dignidade
humana e renda;
Desenvolver um modelo de coleta seletiva e disposição de resíduos para
reciclagem em uma região específica (região comercial do distrito sede de
Linhares e bairro piloto Nossa Senhora da Conceição), que seja
autossustentável e expansível a outras regiões de forma gradativa e
planejada;
Reduzir o volume de resíduos depositados em aterros sanitários,
melhorando o serviço prestado pela prefeitura com foco no gerenciamento dos
resíduos.
JUSTIFICATIVA
A coleta seletiva, para a administração pública, pode ter objetivos tão variados
quanto os próprios problemas observados em sua comunidade. Tanto pode
atender aos interesses preservacionistas de comunidades preocupadas com o
meio ambiente, como possibilitar uma sensível redução das quantidades de
resíduos a serem dispostos em aterros, sobretudo nas regiões onde a
escassez de áreas adequadas é problema incontornável. Evidentemente,
esse último objetivo, que tem justificado a maioria das iniciativas de
implantação de coleta seletiva, somente poderá ser almejado quando houver
evidências, comprovadas mediante análises quantitativas dos resíduos, de
que a fração reciclável é realmente significativa.
As comunidades de pequeno porte, por exemplo, possuem hábitos que
resultam na reutilização de determinados tipos de materiais. Assim, restos de
cozinha são destinados à alimentação de animais domésticos; recipientes são
utilizados para o plantio de espécies ornamentais, acondicionamento de
alimentos ou de outros materiais; revistas, jornais, papelão e vasilhames de
vidro são vendidos aos populares “garrafeiros” que se deslocam de porta em
porta.
Desta forma, os materiais descartados são aqueles que realmente não
apresentam potencial de reaproveitamento para a comunidade e certamente
assim serão considerados para a coleta seletiva. Nesses casos, a implantação
da coleta seletiva pode não trazer os benefícios esperados.
No entanto, uma proposta como esta, que demonstra preocupação com o
meio ambiente, é absolutamente incompatível com a existência de lixões,
aterros e usinas mal operados.
A coleta seletiva, embora ainda apresente problemas de ordem técnica e
econômica, constitui uma das metas a serem atingidas pelas comunidades
que estejam preocupadas não apenas com a resolução dos problemas da
destinação dos resíduos, mas, acima de tudo, com a preservação dos
recursos naturais.
ESTRATÉGIAS DE AÇÃO
Formas de Execução do Projeto Piloto no Município de Linhares
A central de triagem será montada em local mantido pela Prefeitura de
Linhares por meio da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos
Naturais, que será destinada a receber exclusivamente resíduos secos de três
fontes de coleta: PEV’s (Pontos de Entrega Voluntária); Catadores
Cadastrados e; CPP (Coleta Porta a Porta) no bairro Nossa Senhora da
Conceição, comércios do mesmo bairro e escolas das redes municipal,
estadual e particular demarcadas no Projeto Piloto.
Abrangência
O Projeto Piloto será executado na região central no distrito sede de Linhares
para as ações de coleta seletiva, por meio de fontes de arrecadações como
PEV’s e CPP, podendo ser gradativamente expandidos para outras regiões. O
bairro Nossa Senhora da Conceição será o local de abrangência para o
projeto piloto de coleta porta a porta.
Gestão
A ONG (Organização não governamental) Doe Seu Lixo, por intermédio do
Instituto Coca-Cola, será responsável pela organização e formação do gestor
da futura Associação de Catadores, podendo celebrar convênio com a
Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos Naturais de Linhares para
gestão operacional da Central de Triagem, na fase de incubação do projeto
até a criação da Associação de Catadores. A ONG é responsável ainda, pela
capacitação dos mesmos e treinamento de pessoal.
Após a identificação dos líderes dentre os triadores, será criada uma
Associação de Catadores, onde as atividades do CRIAR continuarão a
serem realizadas, e ficarão esta ficará responsável pela: organização das
atividades gerenciais do Espaço de Reciclagem; organização do trabalho
executados pelos recicladores; gestão e venda dos resíduos recicláveis;
distribuição das receitas obtidas; prestação de contas ao conselho gestor;
entre outras atividades de gestão relacionadas à operação do espaço, tendo a
Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos Naturais como co-gestora
do projeto.
O modelo de negócio deverá perseguir a autossustentação, onde os valores
distribuídos aos profissionais do Espaço de Reciclagem serão provenientes da
venda direta dos materiais recicláveis segregados e/ou beneficiados.
Os investimentos realizados diretamente pela Secretaria de Meio Ambiente e
Recursos Hídricos Naturais de Linhares, SAAB Coca-Cola e Vital Engenharia,
deverão ser compensados em duas frentes: (1) redução do volume de
resíduos enviados para estação de transbordo e aterro sanitário o que envolve
custos com frete e processamento e; (2) contribuição direta ao
desenvolvimento socioeconômico de uma parcela da população mais
vulnerável por meio da inserção em atividade produtiva continuada.
Operação
A Central de Triagem será operada por catadores de materiais reciclados
interessados nas atividades, devidamente cadastrados, acompanhados pela
ONG gestora e conselho gestor, que será regido por meio de termo de
parceira com a Secretaria Municipal de Assistência Social (SEMAS).
Dessa forma, os meios de coleta do material reciclado se darão por:
CPP – Coleta Porta a Porta realizada em dias certos por veículo cedido pela
Vital Engenharia na zona comercial de Linhares e intermediações.
PEV’s – Instalar Pontos de Entrega Voluntária em regiões próximas a central
de triagem e em locais de grande circulação, tendo sua coleta realizada pelo
veículo cedido pela Vital Engenharia nos dias alternados a coleta porta a porta
onde terá abrangência.
Catadores cadastrados – Cadastrar agentes ambientais que queiram
trabalhar exclusivamente como “associado/cooperado” e dentro das regras de
governança.
Estrutura necessária - A proposta é iniciar a operação com 30 a 35 “agentes
ambientais” cadastrados e operando na separação e beneficiamento dos
resíduos.
Remoção por intermédio de Postos de Entrega Voluntária — PEV’s
A utilização de Postos de Entrega Voluntária (PEV’s) implica em uma maior
participação da população. Os veículos de coleta não se deslocarão de
domicílio em domicílio. A própria população, deposita seus materiais
recicláveis em pontos predeterminados pela administração pública, onde são
acumulados para remoção posterior. Plástico duro, papel, papelão, vidro e
metal são depositados separadamente em recipientes especiais, facilitando a
triagem final.
Os Pontos de Entrega Voluntária, devem ser instalados em lugares
protegidos, de fácil acesso e visualização, frequentados por grande número
de pessoas, como postos de gasolina, escolas, hospitais, supermercados,
terminais de transporte coletivo, conjuntos habitacionais e outros.
Parcerias
O projeto segue alinhado com as novas diretrizes da Lei nº 12.305/2010 que
institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, e a Lei nº 9.264/2009 que
estabelece Política Estadual de Resíduos Sólidos, considerando sua
complexidade e importância, e é fundamental que seja construído e
desenvolvido por meio de parcerias, que integrem o poder público e privado
por meio de órgãos da administração direta, empresas e organizações sociais
sem fins lucrativos.
Parceiros no desenvolvimento do projeto
Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Recursos Hídricos Naturais de
Linhares, responsável pelo desenvolvimento estratégico e técnico do projeto,
locação, contratação de estagiários, pela disponibilidade de recursos que
implicam nas despesas correntes e implantação do projeto;
SABB Coca-Cola – Sistema de Alimentos e Bebidas Brasil, responsável pelo
desenvolvimento estratégico e técnico do projeto e pela disponibilidade de
recursos para implantação do projeto.
Vital Engenharia Ambiental, responsável pelo desenvolvimento estratégico e
técnico do projeto, investimentos na infraestrutura, além da logística de coleta
na abrangência do projeto.
Parceiros potenciais já mapeados
ONG Doe Seu Lixo: Organização Não Governamental responsável por
incubação do projeto até que este se torne autossustentável;
Câmara de Dirigentes Lojistas de Linhares (CDL) – apoio na
mobilização e apresentação do projeto aos seus associados;
ONG GANC (Grupo Ambientalista Natureza e Cia) – Organização não
Governamental da cidade de Linhares, apoio na articulação,
alinhamento e validação do projeto, apoiando a Educação Ambiental
nas escolas;
Faculdade Pitágoras de Linhares - apoio técnico com estagiários de
diversas áreas de graduação;
MODELO DE GESTÃO E GOVERNANÇA
Composição do Conselho Gestor e da Estrutura de Governança
Poder público
Coordenação Geral: Secretaria Municipal de Meio Ambiente e
Recursos Hídricos Naturais (SEMAM);
Cadastramento e inclusão dos catadores aos benefícios federais,
estaduais e municipais: Secretaria de Ação Social (SEMAS);
Divulgação do projeto nas escolas do ensino público de Linhares:
Secretaria de Educação (SEME);
Logística da coleta no bairro e nas escolas: Secretaria de Serviços
Urbanos (SEMSU);
Projeto arquitetônico, reformas estruturais e pintura em geral (SEMOB).
MODELO GESTOR
Na primeira fase, o projeto terá como gestor a ONG Doe Seu Lixo, apoiada
pelo Instituto Coca-Cola e SEMAM, além de estagiários da Faculdade
Pitágoras.
Os sistemas convencionais de coleta seletiva, fundamentados exclusivamente
na utilização das estruturas municipais, geralmente apresentam altos custos.
Apesar da utilização de recursos facilitadores, como a utilização de pontos de
entrega voluntária, que resultam em maior participação da comunidade e
redução dos custos da coleta, no cômputo geral, a atividade continua sendo
onerosa e proibitiva para grande parte dos municípios.
Assim, se de fato a administração municipal tem como meta a implantação da
coleta seletiva, deve buscar alternativas que reduzam seus custos. De
imediato ocorre uma alternativa que cada vez mais se consolida em nosso
país, que é a inserção de catadores na execução dos diversos procedimentos
inerentes à coleta seletiva. Se viabilizada a participação de catadores, podem
ser obtidos múltiplos benefícios, tanto administração municipal quanto aos
catadores. A administração municipal pode contar com a atividade realizada
com custos mínimos e os catadores podem obter ocupação e renda da venda
de recicláveis.
A comunidade como um todo também pode se beneficiar, já que tem
encaminhados problemas sociais de inegável relevância em nosso país,
graças à inserção de segmentos marginalizados, assim como obtém ganhos
ambientais, graças à redução das quantidades de resíduos a serem
destinados no solo.
Nesta linha, a Lei nº 12.305, de 02 de agosto de 2010, que institui a Política
Nacional de Resíduos Sólidos, traz como um de seus objetivos a inclusão
social de catadores nos serviços de coleta e incentiva a criação e
desenvolvimento de cooperativas.
Não cabe neste trabalho uma avaliação das dificuldades práticas decorrentes
da aplicação dos dispositivos legais mencionados, entretanto, observa-se que
cada vez mais se define a tendência do estabelecimento de parcerias entre os
geradores, a prefeitura e as cooperativas de catadores eventualmente
constituídas, visando ao correto gerenciamento dos resíduos gerado em
Linhares. As possibilidades são múltiplas, podendo variar desde a divisão das
responsabilidades entre a municipalidade e as cooperativas de catadores, até
a total entrega dos trabalhos a essas cooperativas.
Procedimentos iniciais como o cadastramento e a organização dos catadores,
bem como a cessão de espaço físico e equipamentos, como prensas e mesa
de triagem, via de regra, dependem das municipalidades. Essa iniciativa é
importante porque alivia problemas de ordem organizacional e financeira a
serem enfrentados na estruturação dos serviços. De qualquer forma, vale
destacar que a responsabilidade socioambiental da administração municipal
não cessa, cabendo a ela a definição das metas ambientais e prioridades,
além da fiscalização das atividades realizadas, considerando as condições
específicas preestabelecidas para que, de fato, todos lucrem com a parceria.
Considerando que as administrações municipais movimentam recursos
públicos, a despeito dos objetivos atribuídos à coleta seletiva, convém
submeter a criterioso exame e, se necessário, prévia consulta pública, tanto a
implantação dessa atividade quanto a formação de parcerias.
CARACTERIZAÇÃO DOS RESÍDUOS
A implantação da coleta seletiva em Linhares, mesmo que envolta em ideais
ambientalistas, deve, obrigatoriamente, estar fundamentada em argumentos
técnicos, sob pena de sofrer interrupção logo após sua implantação.
Tipos de resíduos
A caracterização quantitativa dos resíduos permite conhecer sua composição
percentual, ou seja, quais materiais estão presentes no lixo e em que
percentagem ocorre. Esta informação possibilita definir a viabilidade de
implantação da coleta seletiva, bem como definir as dimensões das
instalações, a equipe de trabalho e os equipamentos necessários, além de
estimar as receitas e despesas decorrentes.
No município de Linhares analisaremos todos os resíduos produzidos, serão
separados por regiões, triados, onde serão separados, verificando assim, o
percentual em peso de cada um desses materiais.
A capacidade estimada de resíduos a ser tratado deve atingir entre 100 a 120
toneladas/mês, podendo alcançar 180 toneladas/mês em um prazo de 06
(seis) meses. A gestão estratégica do espaço será feita pelo Conselho Gestor,
e a gestão direta será feita por meio de um contrato de parceria/convênio
entre a um associação sem Fins Lucrativos (ONG Doe Seu Lixo) e a
Prefeitura Municipal de Linhares, com responsabilidade da Secretaria de Meio
Ambiente e Recursos Naturais de Linhares (SEMAM).
ASSOCIAÇÃO DE CATADORES
Será estudada a transição, no prazo médio de 24 meses para que seja
constituída uma associação com a participação direta dos catadores, que
assumiriam a gestão direta da central de triagem. Os recursos humanos
necessários além dos “agentes ambientais” já mapeados para instalação do
local são: um gestor operacional com dedicação integral; equipe
multidisciplinar de estagiários dos cursos de Enfermagem, Psicologia,
Biologia, Pedagogia, Contabilidade, Administração e Engenharia ambiental,
com carga de 20hs semanais; um Assistente Social que fará
acompanhamento semanal dos “agentes ambientais”, onde se torna
importante definir pacote de assistência social de suporte aos catadores,
Cadastro no Sistema Único de Assistência Social do Governo Federal e o vale
transporte aos trabalhadores envolvidos no projeto.
O acesso ao pacote deverá impor algumas contrapartidas: manutenção dos
filhos na escola, não faltar ao trabalho sem justificativa e produção mínima
conforme volume gerado de resíduos no espaço.
ESTRUTURA
- O espaço de reciclagem e beneficiamento dos resíduos foi cedido pela
Prefeitura de Linhares por meio da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos
Hídricos Naturais – SEMAM, na condição de locação;
- O local apresenta boa infraestrutura e espaço com aproximadamente
3.336m², sendo 2.700m² de sua área coberta;
- Obras de adaptação como construção de vestiários e reitorias foram
realizadas no local.
O local contará com os itens abaixo:
Estrutura coberta e ventilada
Banheiro masculino e banheiro feminino
Vestiário masculino e vestiário feminino
Refeitório
Escritório
Espaço de reunião e aprendizagem
Sala de ferramenta e manutenção
Mesa de triagem
Prensa hidráulica
Esteira de triagem
Balança
Elevador ou macaco hidráulico para suspensão de fardos
Baias de separação e/ou estocagem do material segregado
Entrada de veículos para carga e descarga (caminhão com caçamba)
Espaço para caçamba de rejeitos
O PROCESSO
Um programa de coleta seletiva não é tarefa difícil de realizar, porém é
trabalhosa, exige dedicação e empenho. Aqui iremos adotar e nomear de
sistema PIM, o processo que engloba três etapas: PLANEJAMENTO,
IMPLANTAÇÃO e MANUTENÇÃO, todas com muitos detalhes importantes.
O primeiro passo para a realização do programa é verificar a existência de
pessoas interessadas em fazer esse trabalho. Uma pessoa sozinha não
conseguiria arcar com tudo por muito tempo, e uma das principais razões para
o sucesso de programas desse tipo é o envolvimento das pessoas.
Identificados alguns interessados, o próximo movimento é reuni-los em um
grupo, que será o responsável pelas três etapas. É importante, desde o início
e durante o processo, informar as pessoas da comunidade envolvida sobre os
passos que serão dados e sempre convidá-las para participar, utilizando-se
das formas costumeiras de organização e comunicação daquele local
(reuniões de líderes comunitários, representantes de lojistas, grandes
geradores, associações de catadores, professores, associações de
condôminos, etc).
O que dificulta a implantação da coleta seletiva é a falta de apoio das partes
envolvidas, o preconceito em lidar com o “material sujo” e o comodismo
gerado pelo pensamento de que o compromisso com o lixo acaba quando ele
é colocado fora do portão de casa.
Sendo a Coleta Seletiva a fase inicial da reciclagem, o que podemos fazer
como consumidores é dar um melhor destino aos produtos adquiridos,
separando-os adequadamente para que seja possível a prática da reciclagem.
Atenção:
O processo que estamos adotando aqui pode e deve ser modificado, não
sendo um modelo definitivo, pois para se colocar em prática um projeto de
Coleta Seletiva, deve se pensar muito na realidade da área de onde serão
recolhidos os materiais recicláveis e principalmente das pessoas envolvidas.
A comunicação
O plano de trabalho, as metas, bem como as rotinas e responsabilidades da
administração pública e da população devem ser amplamente divulgados. As
alterações também devem ser precedidas de comunicados, concedendo-se à
população tempo suficiente para adaptar-se à nova rotina.
Para a divulgação do plano de trabalho podem ser utilizados os veículos de
comunicação, como rádio, televisão, jornais e folhetos explicativos, além de
comunicados verbais em escolas, igrejas e associações. O importante é que a
população tenha acesso às informações que deverão ser transmitidas, de
forma clara e objetiva.
As reportagens devem ilustrar a importância da Coleta Seletiva, como as
instituições, as escolas, empresas, estão começando a lidar com essa prática
no seu dia-a-dia, fazendo com que tenha repercussão e cada vez mais se fale
e se implante a Coleta Seletiva, tornando não algo que seja modismo, mas
que se busque isso como algo que venha a ser uma solução ou pelo menos
uma amenização para o problema tão grave que é a questão do lixo.
Além de contribuir com a geração de renda para vários grupos e associações
de catadores de Linhares, o Projeto Coleta Seletiva procura conscientizar os
próprios servidores da casa sobre a importância de selecionar o lixo que
produzem. Isso facilita o processo de recolhimento para os agentes
ambientais.
DEFINIÇÃO DO PLANO DE TRABALHO
Na determinação das rotinas a serem executadas, o estabelecimento de
normas gerais rígidas é sempre inviável. No entanto, algumas regras para o
planejamento da coleta seletiva podem ser citadas a título de diretrizes
básicas, como:
O horário
A coleta seletiva na maioria das cidades é realizada durante o período diurno.
Contudo, não há justificativa técnica para isso, pois a ação dos catadores,
considerada o principal fator interveniente, tanto pode ocorrer à noite como
durante o dia. Em qualquer dessas hipóteses, é desejável que o veículo da
coleta seletiva anteceda o da coleta regular, nos dias em que houver
coincidência desses serviços. Dessa forma, resíduos não recicláveis
apresentados à coleta seletiva serão recolhidos mais tarde pela coleta regular.
A Frequência
A coleta seletiva pode ser realizada semanalmente. Os resíduos recicláveis,
por serem limpos e secos, dificilmente apresentam problemas como exalação
de mau cheiro e podem ser tolerados por tempo maior no interior das
residências. Nas regiões onde há predominância de edifícios de
apartamentos, o acúmulo de volumes no interior das unidades pode ser
inconveniente. Recomenda-se, nesse caso, que o problema seja resolvido em
cada edifício isoladamente, mediante coletas internas mais frequentes.
A Equipe de Coordenação
A equipe que coordenará a coleta seletiva tem papel fundamental, competindo
a ela:
- definição das metas e objetivos a serem atingidos;
- definição do cronograma de atividades, áreas prioritárias e sistemática de
trabalho;
- avaliação do sistema implantado, incluindo a realização de pesquisas e
estatísticas sobre o andamento dos trabalhos, a opinião pública, os materiais
processados, receitas e despesa;
- estudo das viabilidades de expansão das áreas atendidas;
- busca de mercado comprador para os produtos recicláveis e novas
possibilidades de aproveitamento.
Em face do caráter das atividades sob sua responsabilidade, a equipe de
coordenação deverá ser composta por representantes da Prefeitura Municipal
de Linhares e, evidentemente, Presidente da Associação de Catadores a ser
formada e por diversos atores envolvidos em eventuais parcerias.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Assumir uma campanha de Coleta Seletiva como aqui foi dito, não é uma
tarefa fácil, até seria, se no caso fosse apenas obedecer uma Lei Federal, e
passar para o público em geral de que está sendo feito uma campanha
louvável ecologicamente, mas uma campanha verdadeira funcional e
prolongada é preciso muito empenho e boa vontade, além é claro dos
conhecimentos técnicos e logísticos que aqui vimos.
Outro fator importante que não podemos esquecer é que para o projeto ter
cada vez mais eficiência, não poderá simplesmente parar nesses conceitos
que aqui estivemos estudando, é preciso que busque mais conhecimentos,
comparar com outras experiências e está sempre em busca de cada vez fazer
melhor.
A questão do lixo dificilmente deixará de ser um problema para o homem, mas
podemos amenizar se assim tivermos boa vontade e nos dispusermos a
encontrar soluções nesse nosso mundo tão conturbado que muito chegam a
perder as esperanças devido aos múltiplos problemas que existe em nossa
sociedade contemporânea, certamente a questão do lixo é um dos maiores, a
Coleta Seletiva é apenas uma pequena parcela de contribuição para amenizar
esse grave problema de um mundo consumista, mas que mesmo sendo
pouco, deve ser posto em prática, assumindo novos comportamentos,
mudanças de atitudes, conhecendo mecanismo que ajude a melhor conviver
nesse planeta e principalmente assumindo um respeito entre os seres vivente
e com o próprio planeta em que vive o homem equilibrado poderá trazer de
volta o equilíbrio do planeta.
ANEXO DE FOTOGRAFIAS
Espaço para Centro de Reciclagem – Bairro Aviso / Linhares
APÓS REFORMA
ANEXO DAS PLANTAS DO PROJETO CRIAR
PLANTA PROJETO
PLANTA ELÉTRICA
ESPECIFICAÇÕES DO FOSSO PARA RECEBIMENTO DE RESÍDUO