PROTOCOLOS CLNICOS DOS
EXAMES LABORATORIAIS (VERSO PRELIMINAR INSTRUMENTO SOB VALIDAO)
Secretaria de Estado de Sade de Minas Gerais
Universidade Federal de Minas Gerais
2009
PROTOCOLOS CLNICOS DOS EXAMES
LABORATORIAIS
Secretaria de Estado de Sade de Minas Gerais
Subsecretaria de Polticas e Aes de sade
Superintendncia de Ateno Sade
Universidade Federal de Minas Gerais
Faculdade de Medicina
Departamento de Propedutica Complementar
AUTORES
Letcia Maria Henriques Resende
Luciana de Gouva Viana
Pedro Guatimosim Vidigal
COLABORADORES
Myriam de Siqueira Feitosa
Silvana Maria Eli Santos
Taciana de Figueiredo Soares
SUMRIO
SUMRIO...................................................................................................................................... 1 INTRODUO .............................................................................................................................. 6 EXAME DE URINA DE ROTINA................................................................................................... 9 DOSAGEM DE CREATININA ..................................................................................................... 14 DOSAGEM DE URIA ................................................................................................................ 17 DOSAGEM DE GLICOSE ........................................................................................................... 20 TESTE ORAL DE TOLERNCIA A GLICOSE (TOTG ............................................................... 24 MICROALBUMINRIA................................................................................................................ 27 HEMOGLOBINA GLICADA......................................................................................................... 29 VELOCIDADE DE HEMOSSEDIMENTAO ............................................................................ 32 DOSAGEM DE PROTENA C-REATIVA .................................................................................... 35 DOSAGEM DE FERRO .............................................................................................................. 38 DETERMINAO DA CAPACIDADE TOTAL DE LIGAO DO FERRO................................. 41 DOSAGEM DE FERRITINA ........................................................................................................ 44 DOSAGEM DE FSFORO INORGNICO................................................................................. 47 DOSAGEM DE CLCIO TOTAL................................................................................................. 49 DOSAGEM DE CIDO RICO................................................................................................... 52 DOSAGEM DE MAGNSIO........................................................................................................ 55 DOSAGEM DE ALFA-FETOPROTENA..................................................................................... 57 CONTAGEM DE RETICULCITOS ........................................................................................... 60 DOSAGEM DE ANTGENO PROSTTICO ESPECFICO TOTAL............................................ 62 DOSAGEM DE HORMNIO ESTIMULANTE DA TIREIDE TSH ......................................... 65 DOSAGEM DE TIROXINA LIVRE T4L .................................................................................... 68 CULTURA DE URINA ................................................................................................................. 71 PESQUISA DE BACILO LCOOL-CIDO RESISTENTE BAAR............................................ 74 CULTURA PARA MICOBACTRIA ............................................................................................ 77 DOSAGEM DE ALANINA AMINOTRANSFERASE .................................................................... 80 DOSAGEM DE ASPARTATO AMINOTRANSFERASE.............................................................. 83 DOSAGEM DE ALBUMINA......................................................................................................... 86 DOSAGEM DE FOSFATASE ALCALINA ................................................................................... 88 DOSAGEM DE AMILASE ........................................................................................................... 91 DOSAGEM DE LPASE .............................................................................................................. 94 DOSAGEM DE BILIRRUBINAS.................................................................................................. 96 DOSAGEM DE PROTENAS TOTAIS ........................................................................................ 99 DOSAGEM DE GAMA GLUTAMIL TRANSFERASE................................................................ 101 DOSAGEM DE COLESTEROL................................................................................................. 103 COLESTEROL FRAES........................................................................................................ 106 DOSAGEM DE TRIGLICRIDES ............................................................................................. 109 DOSAGEM DE CREATINO QUINASE (CK)............................................................................. 112 DOSAGEM DA ISOENZIMA CREATINO QUINASE MB (CKMB ............................................. 114 DOSAGEM DE DESIDROGENASE LTICA............................................................................ 117 DOSAGEM DE LACTATO ........................................................................................................ 120 DOSAGEM DE POTSSIO....................................................................................................... 122 DOSAGEM DE SDIO ............................................................................................................. 125 ANTICORPOS ANTI-HAV IGM................................................................................................. 127 ANTICORPOS ANTI-HAV IGG ................................................................................................. 129 HBs Ag ...................................................................................................................................... 131 ANTICORPOS ANTI-HBC - IGM............................................................................................... 134 ANTICORPOS TOTAIS ANTI-HBC........................................................................................... 137 ANTICORPOS ANTI-HBS......................................................................................................... 140 HBeAg ....................................................................................................................................... 143 ANTICORPOS ANTI-HBe ......................................................................................................... 146 PROTEINRIA DE 24 HORAS ................................................................................................. 149 DOSAGEM DE CARBAMAZEPINA .......................................................................................... 151 DOSAGEM DE FENITONA...................................................................................................... 153 DOSAGEM DE FENOBARBITAL.............................................................................................. 156
DOSAGEM DE CIDO VALPRICO........................................................................................ 159 DOSAGEM DE LTIO ................................................................................................................ 161 DOSAGEM DE VITAMINA B12................................................................................................. 164 VDRL (VENERAL DISEASE RESEARCH LABORATORY) ..................................................... 167 FTA-abs (FLUORESCENT TREPONEMAL ANTIBODY ABSORPTION) ................................ 170 ANTICORPOS ANTI-Toxoplasma gondii IgM........................................................................ 173 ANTICORPOS ANTI-Toxoplasma gondii IgG ........................................................................ 176 ANTICORPOS ANTI-HCV......................................................................................................... 180 DOSAGEM DE TRIIODOTIRONIA TOTAL T3 ...................................................................... 183 ANTICORPOS ANTI-PEROXIDASE TIREOIDIANA................................................................. 186 ANTICORPOS ANTI-RECEPTORES DE TSH ......................................................................... 188 ANTICORPOS ANTI-TIREOGLOBULINA ................................................................................ 191 PESQUISA DE LEUCCITOS.................................................................................................. 193 PESQUISA DE SANGUE OCULTO.......................................................................................... 195 EXAME PARASITOLGICO..................................................................................................... 198 FAN FATOR ANTINUCLEAR................................................................................................. 201 PESQUISA DE FATOR REUMATIDE.................................................................................... 207 SOROLOGIA PARA HIV ........................................................................................................... 210 TESTE RPIDO PARA HIV ...................................................................................................... 214 CARGA VIRAL PARA HIV ........................................................................................................ 221 ANTICORPOS ANTI-CITOMEGALOVRUS (CMV) IGM....................................................... 226 ANTICORPOS ANTI-RUBOLA IGM .................................................................................... 229 ANTICORPOS ANTI-RUBOLA IGG .................................................................................... 232 TESTE DE COOMBS DIRETO ................................................................................................. 235 TESTE DE COOMBS INDIRETO.............................................................................................. 237 GRUPO SANGUNEO E FATOR RH........................................................................................ 239 PESQUISA DE BETA-HCG ...................................................................................................... 241 DOSAGEM DE CIDO FLICO ............................................................................................... 243 DOSAGEM DE CLORO ............................................................................................................ 246 GASOMETRIA........................................................................................................................... 249 DMERO D................................................................................................................................. 252 TEMPO DE PROTROMBINA (TP)............................................................................................ 254 TEMPO DE TROMBOPLASTINA PARCIAL ATIVADO (TTPa)................................................ 257 LQUOR ROTINA ...................................................................................................................... 260 LQUOR GRAM E CULTURA ................................................................................................... 264 HEMOGRAMA........................................................................................................................... 266 HEMOCULTURA....................................................................................................................... 274 CULTURA DE FEZES............................................................................................................... 277 CULTURA PARA FUNGOS ...................................................................................................... 280 EXAME MICOLGICO DIRETO............................................................................................... 283 TRIAGEM NEONATAL HIPOTIREOIDISMO CONGNITO, FENILCETONRIA, DOENA FALCIFORME E FIBROSE CSTICA........................................................................................ 286 GRAM DE GOTA DE URINA NO CENTRIFUGADA.............................................................. 289 ANEXO 1 ORIENTAES PARA COLETA DE SANGUE VENOSO ................................... 292 ANEXO 2 ORIENTAES PARA COLETA DE URINA........................................................ 294
INTRODUO
Os exames laboratoriais esto entre os principais e mais utilizados recursos no apoio
diagnstico prtica clnica, o que traz repercusses importantes no cuidado ao
paciente e custos ao sistema de sade. A elevao de tais custos nos ltimos 20 anos
contribuiu, substancialmente, para a inflao dos custos gerais da assistncia sade.
Sob o ponto de vista dos aportes financeiros federais, os repasses relativos
Patologia Clnica/Medicina Laboratorial representam o segundo maior gasto vinculado
ao elenco de procedimentos do primeiro nvel da mdia complexidade ambulatorial.
Tem sido demonstrado que, na ateno primria, os erros mdicos relacionados
investigao complementar (exames laboratoriais e de imagem) representam 18% do
total, seguindo os erros relacionados a processos administrativos (29%) e os erros
relacionados ao tratamento (26%). Estes erros refletem, provavelmente, deficincias
na organizao e competncia tcnica da ateno primria como um todo e, no que
tange a Medicina Laboratorial, refletem a complexidade inerente ao servio. A
organizao destes servios representa uma tarefa complexa, por exigir a combinao
de tecnologias diversificadas e sua adaptao s caractersticas locais e restries
oramentrias, particularmente em relao sade pblica. No Brasil, a Agncia de
Vigilncia Sanitria (ANVISA) definiu os requisitos para o funcionamento dos
laboratrios clnicos e postos de coleta laboratorial, pblicos ou privados, que realizam
atividades na rea de anlises clnicas, patologia clnica e citologia. Trata-se da RDC
n. 302, de 13 de outubro de 2005, cujos princpios e requisitos devem, inclusive,
nortear a seleo dos estabelecimentos prestadores de servio na rea.
A implantao de estratgias voltadas otimizao e uso apropriado de exames
laboratoriais tem sido bem sucedidas em servios mdicos ambulatoriais e
hospitalares. Essas incluem programas educativos, desenvolvimento e implantao de
protocolos clnicos e propeduticos, auditorias, envolvimento do corpo clnico,
incentivos econmicos, tais como a bonificao mediante reduo no nmero de
exames solicitados, alm de restries administrativas.
A coleo de Protocolos de Patologia Clnica vai ao encontro da estratgia atual da
Secretaria de Estado de Sade de Minas Gerais (SES/MG) que visa capacitar o
mdico e propiciar ferramentas para que este possa fazer uso racional dos exames
laboratoriais, contribuindo, assim, para a melhoria da qualidade da assistncia
prestada ao usurio do sistema de sade e a otimizao dos custos assistenciais.
Essa coleo faz parte de uma estratgia mais ampla de educao permanente dos
atores da ateno primria a sade. A prtica educativa, porm, deve ser entendida
como parte integrante das aes em sade e deve favorecer a mudana, tendo na
transformao seu aspecto mais relevante.
Para a elaborao dos protocolos foram considerados os exames laboratoriais
constantes nas linhas-guia do Programa de Sade em Casa da SES/MG, publicadas
anteriormente, que incluem: Ateno ao Pr-natal, Parto e Puerprio, Ateno
Sade da Criana, Ateno Hospitalar ao Neonato, Ateno Sade do Adolescente,
Ateno Sade do Adulto (Hipertenso e Diabetes, Tuberculose, Hansenase,
HIV/AIDS, Ateno Sade do Idoso, Ateno em Sade Mental e Ateno em Sade
Bucal.
O contedo dos protocolos contempla informaes tcnico-cientficas atualizadas e
contextualizadas realidade regional da assistncia em sade. Foram consideradas
tambm as diretrizes propostas pelas Boas Prticas de Laboratrio e pelo Programa
de Acreditao de Laboratrios Clnicos da Sociedade Brasileira de Patologia
Clnica/Medicina Laboratorial.
Os protocolos foram estruturados de acordo com o processo da assistncia
laboratorial conforme se segue:
Assim, cada protocolo destaca os principais aspectos relacionados s indicaes
clnicas do exame; preparo do paciente; cuidados com coleta e manuseio da amostra
biolgica; principais fatores pr-analticos e interferentes; mtodos mais utilizados para
Indicao e solicitaodo exame
Preparo do paciente
Coleta, armazenamento e transporte
Realizao do teste
Anlise do resultado
Liberao do laudo de exame
FLUXO PROCESSUAL DA ASSISTNCIA LABORATORIAL
Fase Pr-analtica Fase Analtica Fase Ps-analtica
Indicao e solicitaodo exame
Preparo do paciente
Coleta, armazenamento e transporte
Realizao do teste
Anlise do resultado
Liberao do laudo de exame
FLUXO PROCESSUAL DA ASSISTNCIA LABORATORIAL
Fase Pr-analtica Fase Analtica Fase Ps-analtica
a realizao dos testes; critrios para interpretao do resultado e os Comentrios do
Patologista Clnico. Nessa ltima seo, chama-se a ateno para questes
relevantes em relao ao teste e/ou resultado, com o intuito de contribuir para melhor
utilizao da propedutica laboratorial; seja na solicitao do exame, seja na
interpretao do resultado.
Nota Importante: Esta uma edio provisria e poder sofre mudanas. Os
Protocolos a seguir esto em processo de validao.
EXAME DE URINA DE ROTINA
1. NOME DO EXAME Exame de urina de rotina
1.1 Sinonmia Urina do tipo 1; Urina parcial; EAS (elementos anormais e sedimento); Sumrio de urina; EQU (exame qumico de urina); ECU (exame comum de urina); PEAS (pesquisa dos elementos anormais e sedimento).
2. INDICAO CLNICA Diagnstico e monitoramento de: Doenas renais e do trato urinrio; Doenas sistmicas ou metablicas; Doenas hepticas e biliares; Desordens hemolticas.
3. PREPARO DO PACIENTE Recomenda-se que a coleta seja realizada aps 8 horas de repouso, antes da
realizao das atividades fsicas habituais do indivduo e, preferencialmente, em jejum.
Alternativamente, a amostra de urina pode ser coletada em qualquer momento do dia, preferencialmente aps 4 horas da ltima mico.
O paciente deve ser orientado com relao ao procedimento de coleta de urina de jato mdio (Anexo 2 Procedimento de coleta de exame de urina de jato mdio).
4. AMOSTRA Amostra de escolha: Primeira urina da manh, jato mdio, sem preservativos. Alternativa: Amostra de urina aleatria, colhida aps 4 horas da ltima mico.
5. CUIDADOS PARA COLETA Utilizar frascos descartveis, no reutilizados e estreis. No adicionar agentes conservantes a amostra de urina. Ver Anexo 2 Procedimento para coleta de urina de jato mdio.
6. ORIENTAO PARA TRANSPORTE E ARMAZENAMENTO Manter a amostra ao abrigo da luz. Transportar a amostra para o laboratrio
imediatamente. Caso o exame no possa ser realizado em at duas horas aps a coleta, recomenda-
se armazenar a amostra, imediatamente aps a coleta, sob refrigerao entre 4 8 C por at 6 8 horas, em recipiente fechado.
7. MTODOS MAIS UTILIZADOS NO LABORATRIO CLNICO Caracteres gerais - Inspeo visual Pesquisa de elementos anormais (exame qumico) - Tira reagente Exame do sedimento urinrio (sedimentoscopia) Microscopia tica
8. INTERPRETAO
8.1 Valores de referncia;
Caracteres Gerais: Cor: amarelo citrino Odor: caracterstico Aspecto: limpido Densidade: 1,005 1,030 pH: 4,5 7,8 Exame Bioqumico: Protenas: negativo Glicose: negativo Cetonas: negativo Sangue: negativo Leuccitos: negativo Nitrito: negativo Bilirrubina: negativo Urobilinognio: at 1 mg/dL
Sedimentoscopia: Hemcias:
Homens: 0 3/campo 400X Mulheres: 0 5/campo 400X
Leuccitos: 0 4/campo 400X Epitlios: 0 1 (pavimentoso)/campo 400X Cilindros: 0 1 (hialino)/campo 100X Flora microbiana: Ausente ou escassa
8.2 Valores crticos No aplicvel
8.3 Principais influncias pr-analticas e fatores interferentes Principais influncias pr-analticas: CONSTITUINTE DIMINUIO/AUSNCIA AUMENTO/PRESENA
BILIRRUBINA Luz solar direta na amostra ---- CETONAS Evaporao das cetonas Jejum prolongado, gravidez,
esforo fsico DENSIDADE Ingesto acentuada de lquidos,
uso de diurticos Baixa ingesto de lquidos
GLICOSE Bacteriria P vaginal, intoxicao com chumbo, gravidez, esforo fsico vigoroso, estresse amocional agudo, ingesto excessiva de carboidratos
LEUCCITOS Lise Contaminao com secreo vaginal, gravidez, presena de Trichomonas sp
NITRITO Baixa ingesto de vegetais, amostra colhida menos de 4 horas aps a ltima micco, bactrias no produtoras de nitrato redutase, converso de nitrito a nitrognio
Crescimento bacteriano
pH Dieta rica em protena animal, jejum prolongado, diarria grave, medicamentos acidificantes da urina
Dieta rica em vegetais e frutas Produo de amnia por bactrias produtoras de urase, medicamentos alcalinizantes da urina
PROTENA ---- Esforo fsico, postura ortosttica, gravidez, febre
SANGUE ---- Esforo fsico vigoroso, contaminao com menstruao
UROBILINOGNIO
Luz solar direta, amnia, anestesia peridural
Acetona, bilirrubina, maior excreo tarde
HEMCIAS Lise* Esforo fsico vigoroso,
contaminao com menstruao CILINDROS Dissoluo Esforo fsico vigoroso
FALSO NEGATIVO
OU DIMINUIO FALSO POSITIVO
OU AUMENTO DENSIDADE pH>8 pH9, densidade aumentada, quinina ou quinona, amnio quaternrio ou clorohexidina
SANGUE Densidade aumentada, protena elevada, nitrito >10 mg/dL, cido ascrbico 25 mg/dL, cido rico, glutationa, cido gentsico, captopril
Peroxidase microbiana (infeco urinria), hipoclorito, formol, perxidos, mioglobinria
NITRITO cido ascrbico 25 mg/dL, pH < 6
Corantes na urina (fenazopiridina, beterraba)
LEUCCITOS Glicose >3g/dL, densidade elevada, albumina >500 mg/dL, cido ascrbico 25 mg/dL, cefalexina, cefalotina, tetraciclina, gentamicina
Agentes oxidantes (hipoclorito), formol
GLICOSE pH < 5, densidade elevada, urina com temperatura < 15C, cido ascrbico 25 mg/dL, formol, cido gentsico, cido rico
Agentes oxidantes (hipoclorito)
CETONAS Densidade elevada, ftalena, antraquinona , levodopa, cido fenilpirvico, acetaldedo, cistena, metildopa, captopril
BILIRRUBINA cido ascrbico 25mg/dL, nitrito
Urobilinognio elevado, fenazopiridina, fenotiazina, clorpromazina
UROBILINOGNIO
Nitrito, cido ascrbico, formol Nitrofurantona, riboflavina, fenazopiridina, corantes diazicos, cido p-aminobenzico, beterraba Interferentes de tiras que utilizam a reao de Ehrlich: porfobilinognio sulfonamida, procana, cido p-aminosaliclico (PAS) e cido hidroxindolactico
8.4 Exames relacionados Gram de gota de urina no centrifugada Urocultura Proteinria de 24 horas Pesquisa de hemcias dismrficas
9. COMENTRIOS DO PATOLOGISTA CLNICO As principais causas de erro e de resultados falsos do exame de urina esto
relacionadas fase pr-analtica (preparo do paciente, coleta, transporte e
armazenamento da amostra). Em urinas armazenadas entre 4 e 8C pode haver a precipitao de solutos como
uratos e fosfatos que interferem no exame microscpico. Leuccitos e hemcias podem sofrer lise e os cilindros podem se dissolver, com reduo significativa de seu nmero aps 2 a 4 horas. Quanto maior o tempo de armazenamento, maior a decomposio dos elementos, especialmente quando a urina est alcalina (pH >7,0) e a densidade baixa ( 1,010).
Proteinria: provavelmente o achado isolado mais sugestivo de doena renal, especialmente se associado a outros achados do exame de urina (cilindrria, lipidria e hematria).
Glicosria: pode ocorrer quando a concentrao de glicose no sangue alcana valores entre 160 e 200 mg/dL ou devido a distrbio na reabsoro tubular renal da glicose: desordens tubulares renais, sndrome de Cushing, uso de corticoesterides, infeco grave, hipertireoidismo, feocromocitoma, doenas hepticas e do sistema nervoso central e gravidez.
Cetonria: As principais condies associadas so diabetes mellitus e jejum prolongado.
Sangue: a hematria resulta de sangramento em qualquer ponto do trato urinrio desde o glomrulo at a uretra, podendo ser devido a doenas renais, infeco, tumor, trauma, clculo, distrbios hemorrgicos ou uso de anticoagulantes. A pesquisa de hemcias dismrficas auxilia na distino das hematrias glomerulares e no glomerulares. A hemoglobinria resulta de hemlise intravascular, no trato urinrio ou na amostra de urina aps a colheita. Os limites de deteco das tiras reagentes so: 5 hemcias por campo de 400X (hematria) ou 0,015 mg de hemoglobina livre por decilitro de urina (hemoglobinria).
Leucocitria (ou piria): est associada presena de processo inflamatrio em qualquer ponto do trato urinrio, mais comumente infeco urinria (pielonefrite e cistite), sendo, portanto, acompanhada com freqncia de bacteriria. A tira regente detecta tanto leuccitos ntegros, como lisados, sendo, portanto, o mtodo mais sensvel.
Nitrito: sugere o diagnstico da infeco urinria, especialmente quando associado com leucocitria. Indica a presena de 105 ou mais bactrias/mL de urina, capazes de converter nitrato em nitrito, principalmente Escherichia coli.
Bilirrubinria: observada quando h aumento da concentrao de bilirrubina conjugada no sangue (> 1 a 2 mg/dL), geralmente secundria a obstruo das vias biliares ou leso de hepatcitos.
Urobilinognio aumentado: observado nas condies em que h produo elevada de bilirrubina, como nas anemias hemolticas e desordens associadas a eritropoiese ineficaz, e nas disfunes ou leses hepticas (hepatites, cirrose e insuficincia cardaca congestiva).
Cilindros: importantes marcadores de leso renal, podem aparecer em grande nmero e de vrios tipos dependendo da gravidade e do nmero de nfrons acometidos. Cilindros largos, em geral creos ou finamente granulosos, so caractersticos da insuficincia renal crnica. Cilindros leucocitrios podem ocorrer em condies inflamatrias de origem infecciosa ou no-infecciosa, indicando sempre a localizao renal do processo. A presena de cilindro eritrocitrio est associada a hematria glomerular.
Clulas epiteliais: as escamosas revestem a poro distal da uretra masculina, toda a uretra feminina e tambm a vagina e so as mais comumente encontradas no exame do sedimento urinrio. A presena de nmero aumentado de clulas epiteliais escamosas indica contaminao da amostra de urina com material proveniente da vagina, perneo ou do meato uretral.
Flora bacteriana: A presena de bactrias na urina pode estar relacionada infeco urinria, mas apresenta baixa especificidade para esse diagnstico.
10. REFERENCIAS BIBLIOGRFICAS EUROPEAN CONFEDERATION OF LABORATORY MEDICINE European Urinalysis Group. European Urinalysis Guidelines. Scand J Clin Lab Invest, 2000; 60:1-96. MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Sade. Ateno a sade do adulto: hipertenso e diabetes. Belo Horizonte: SAS/MG, 2006. 198 p. MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Sade. Ateno ao pr-natal, parto e puerprio: protocolo Viva Vida. 2 ed. Belo Horizonte: SAS/SES, 2006. 84 p. MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Sade. Ateno em Sade Bucal. Belo Horizonte: SAS/MG, 2006. 290 p. NATIONAL COMMITEE FOR CLINICAL LABORATORY STANDARDS. Urinalysis and Collection, Transportation, and Preservation of Urine Specimens; Approved Guideline 2a. Ed. NCCLS document GP16-A2. Wayne, PA, 2001. RINGSRUD KM, Linn J.J. Urinalysis and body fluids: a colortext and atlas.1.ed. St. Louis: Mosby, 1995:249. FULLER CE, Threatte GA, Henry. Basic Examination of Urine. In: Henry JB ed. Clinical and Diagnosis Management by Laboratory Methods. 20a. Ed. Philadelphia: W. B. Saunders, 2001:367-402.
DOSAGEM DE CREATININA
1. NOME DO EXAME Dosagem de creatinina (sangue)
1.1 Sinonmia No aplicvel
2. INDICAO CLNICA
Avaliao e monitoramento da funo excretora renal
3. PREPARO DO PACIENTE Jejum mnimo de 4 horas desejvel
4. AMOSTRA Soro Plasma (EDTA, Fluoreto)
5. CUIDADOS PARA COLETA
Nenhum cuidado especial Ver Anexo 1 Orientaes para Coleta de Sangue Venoso.
6. ORIENTAO PARA TRANSPORTE E ARMAZENAMENTO
Recomenda-se separar o soro ou plasma at 3 horas aps a coleta. Caso isso no seja possvel manter a amostra de sangue entre 20 25 C por at 24 horas, em recipiente fechado.
Aps a obteno do soro ou plasma, caso o exame no possa ser prontamente realizado, recomenda-se manter a amostra refrigerada entre 4 8 C por at 7 dias, em recipiente fechado.
7. MTODOS MAIS UTILIZADOS NO LABORATRIO CLNICO
Colorimtrico baseado na reao de Jaff (picrato alcalino) Enzimtico colorimtrico
8. INTERPRETAO
8.1 Valores de referncia Observao: Os valores de referncia variam em funo do mtodo e do reagente utilizado, portanto, estes valores devem estar claramente citados nos laudos de resultados dos exames laboratoriais. A tabela que se segue apresenta os valores de referncia de creatinina por idade e sexo,
utilizando mtodo colorimtrico com picrato alcalino (reao de Jaff):
IDADE mg/dL (Unidades Convencionais)
mol/L (Unidades Internacionais)
1 a 5 anos 0,3 a 0,5 27 a 44 5 a 10 anos 0,5 a 0,8 44 a 71 Adultos
Homens Mulheres
Inferior a 1,2 Inferior a 1,1
Inferior a 106 Inferior a 97
8.2 Valores crticos
No se aplica
8.3 Principais interferentes e causas de resultados falsos A tabela que se segue apresenta as principais influncias pr-analticas.
AUMENTO DIMINUIO
Ingesto de carne Distrofia e paralisia muscular Dermatomiosite Poliomiosite Terapia prolongada com corticosterides Hipertireoidismo Metildopa Trimetoprim Cimetidina Salicilato
Baixa estatura Reduo da massa muscular Doena heptica avanada Desnutrio
Glicose, piruvato, cido rico, frutose, hidantona, cido ascrbico, uria, cafalosporinas (cefoxitina), cetonemia, lipemia, hemlise e hiperbilirrubinemia presentes na amostra podem causar resultados falsamente aumentados quando se utiliza a reao com picrato alcalino (reao de Jaff).
8.4 Exames relacionados
Depurao de creatinina Dosagem de uria Estimativa da taxa de filtrao glomerular Exame de urina de rotina
9. COMENTRIOS DO PATOLOGISTA CLNICO
A dosagem de creatinina um marcador bastante especfico de leso renal, entretanto representa marcador pouco sensvel para estimar a filtrao glomerular, especialmente nas fases iniciais da insuficincia renal. Redues moderadas da taxa de filtrao glomerular podem no se refletir em aumento da concentrao de creatinina no soro ou plasma. Em geral, esta somente se encontra elevada na insuficincia renal crnica quando 50% ou mais dos nefrons esto comprometidos. A frao de creatinina que secretada pelos tbulos
renais aumenta com a reduo da filtrao glomerular em at 40%. O resultado de apenas uma dosagem de creatinina deve ser interpretado com
cautela, no devendo ser utilizado como nico parmetro para avaliao da funo renal. Por exemplo, em um indivduo adulto, hgido, com massa muscular relativamente pequena, que tipicamente apresentaria concentrao srica de creatinina de 0,5 mg/dL (44 mol/L), e que se apresenta primeira consulta clnica com um resultado da dosagem de creatinina de 1,0 mg/dL (88 mol/L), considerando os valores de referncia de creatinina, a impresso inicial que este resultado seja compatvel com funo renal normal. Entretanto, para este indivduo, concentrao srica de creatinina igual a 1,0 mg/dL (88 mol/L) pode corresponder a taxa de filtrao glomerular cerca de 50% menor do que o valor de referncia, caracterizando quadro de insuficincia renal.
Devido ao aumento da filtrao glomerular na gestao, a concentrao srica de creatinina , em geral, menor em mulheres grvidas.
Em indivduos idosos, importante considerar que o processo de envelhecimento leva a perda de massa muscular com reduo da produo diria de creatinina e, por outro lado, ocorre perda de nefrons com reduo da taxa de filtrao glomerular.
10. REFERENCIAS BIBLIOGRFICAS LAMB E, Newman DJ. Kidney Function Tests. In: Burtis CA, Ashwood ER, Bruns DE eds. Tietz Textbook of Clinical Chemistry and Molecular Diagnostic. 4a. Ed. St. Louis: Elsevier & Saunders, 2006:797-835. MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Sade. Assistncia Hospitalar ao Neonato. Belo Horizonte, 2005. MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Sade. Ateno ao Pr-natal, Parto e Puerprio. Belo Horizonte, 2006. MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Sade. Ateno Sade do Adolescente. Belo Horizonte, 2006. MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Sade. Ateno Sade do Adulto: Hipertenso e Diabetes. Belo Horizonte, 2006. MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Sade. Ateno Sade do Adulto: HIV/AIDS. Belo Horizonte, 2006. MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Sade. Ateno Sade do Adulto: Tuberculose. Belo Horizonte, 2006. MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Sade. Ateno Sade do Idoso. Belo Horizonte, 2006. NATIONAL KIDNEY FOUNDATION. K/DOQI Clinical Practice Guidelines for Chronic Kidney Disease: Evaluation, Classification, and Stratification. Am J. Kidney Dis, 2002; 39: (suppl): 1:S1-S266. Disponvel em: . ZHANG DJ, Elswick RK, Miller WG, Bailey, JL. Effect of serum-clot contact time on clinical chemistry laboratory results. Clinical Chemistry 1998, 44(6):13251333.
DOSAGEM DE URIA
1. NOME DO EXAME
Dosagem de Uria (sangue)
1.1 Sinonmia
No aplicvel
2. INDICAO CLNICA
Avaliao e monitoramento da funo excretora renal
3. PREPARO DO PACIENTE
Jejum mnimo de 4 horas - desejvel
4. AMOSTRA
Soro
5. CUIDADOS PARA COLETA Nenhum cuidado especial Ver Anexo 1 Orientaes para Coleta de Sangue Venoso
6. ORIENTAO PARA TRANSPORTE E ARMAZENAMENTO
Recomenda-se separar o soro ou plasma at 3 horas aps a coleta. Caso isso no seja possvel manter a amostra de sangue entre 20 25 C por at 24 horas, em recipiente fechado.
Aps a obteno do soro ou plasma, caso o exame no possa ser prontamente realizado, recomenda-se manter a amostra refrigerada entre 4 8 C por at 3 dias, em recipiente fechado.
7. MTODOS MAIS UTILIZADOS NO LABORATRIO CLNICO
Enzimtico colorimtrico
8. INTERPRETAO
8.1 Valores de referncia Observao: Os valores de referncia variam em funo do mtodo e do reagente utilizado, portanto, estes valores devem estar claramente citados nos laudos de resultados dos exames laboratoriais. A tabela que segue apresenta os valores de referncia para dosagem de uria por faixa
etria.
Faixa Etria mg/dL (Unidades
Convencionais)
mmol/L (Unidades Internacionais)
Neonato 8,5 26 1,4 4,3 Criana 11 39 1,8 6,4 Adultos 15 39 2,5 6,4
>60 anos 17 45 2,9 7,5 8.2 Valores crticos
200 mg/dL (33,4 mmol/L)
8.3 Principais influncias pr-analticas e fatores interferentes
AUMENTO DIMINUIO
Lipemia Hemlise Hiperbilirrubinemia Ingesto de grande quantidade de protena Desidratao Jejum prolongado Cetoacidose Corticosterides Tetraciclina Diurticos Aumento do catabolismo protico Hemorragia digestiva Reduo da perfuso renal:
Insuficincia cardaca congestiva Choque
Desnutrio proteca Insuficincia heptica Sndrome da secreo inapropriada do hormnio anti-diurtico
Amostras de plasma colhidas em fluoreto ou citrato de sdio interferem em dosagens com mtodos colrimtricos enzimticos que utilizam urease.
8.4 Exames relacionados
Dosagem de creatinina Exame de urina de rotina
9. COMENTRIOS DO PATOLOGISTA CLNICO
A elevao da uria no plasma ou soro decorrente de alteraes renais mais precoce do que a creatinina, especialmente na insuficincia renal de origem pr- e ps-renal. Entretanto, como vrios fatores de origem no-renal podem causar variabilidade da concentrao de uria srica ou plasmtica sua utilidade como marcador de funo renal limitada.
Entre indivduos sadios, a variao biolgica intra-individual da concentrao srica de uria de at 12,3%, enquanto que a variao entre indivduos pode
chegar a 18,3%, demonstrando a grande variabilidade biolgica da concentrao srica ou plasmtica da uria decorrente, em grande parte de fatores extra-renais. Assim, a interpretao de resultado de dosagem de uria acima do valor de referncia deve ser sempre realizada com cautela, considerando o quadro clnico apresentado pelo paciente e resultados de outros exames (dosagem de creatinina e exame de urina de rotina, p.ex.).
10. REFERENCIAS BIBLIOGRFICAS LAMB E, Newman DJ. Kidney Function Tests. In: Burtis CA, Ashwood ER, Bruns DE eds. Tietz Textbook of Clinical Chemistry and Molecular Diagnostic. 4a. Ed. St. Louis: Elsevier & Saunders, 2006:797-835. MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Sade. Assistncia Hospitalar ao Neonato. Belo Horizonte, 2005. MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Sade. Ateno ao Pr-natal, Parto e Puerprio. Belo Horizonte, 2006. MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Sade. Ateno Sade do Adolescente. Belo Horizonte, 2006. MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Sade. Ateno Sade do Adulto: Hipertenso e Diabetes. Belo Horizonte, 2006. MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Sade. Ateno Sade do Adulto: HIV/AIDS. Belo Horizonte, 2006. NATIONAL KIDNEY FOUNDATION. K/DOQI Clinical Practice Guidelines for Chronic Kidney Disease: Evaluation, Classification, and Stratification. Am J. Kidney Dis, 2002; 39: (suppl): 1:S1-S266. Disponvel em: . ZHANG DJ, Elswick RK, Miller WG, Bailey, JL. Effect of serum-clot contact time on clinical chemistry laboratory results. Clinical Chemistry 1998, 44(6):13251333.
DOSAGEM DE GLICOSE
1. NOME DO EXAME Dosagem de glicose (sangue)
1.1 Sinonmia Glicemia Glicemia de jejum
2. INDICAO CLNICA Diagnstico e monitoramento do diabetes mellitus e dos distrbios da
homeostase glicmica. Rastreamento do diabetes gestacional.
3. PREPARO DO PACIENTE Jejum - obrigatrio:
o Adulto: entre 8 e 12 horas o Crianas de 1 a 5 anos: 6 horas o Criana menores que 1 ano: 3 horas
4. AMOSTRA Plasma (Fluoreto)
5. CUIDADOS PARA COLETA A coleta da amostra de sangue deve ser realizada pela manh. Ver anexo 1 Orientao para coleta de sangue venoso
6. ORIENTAO PARA TRANSPORTE E ARMAZENAMENTO Recomenda-se separar o plasma at 3 horas aps a coleta. Aps a obteno do plasma, caso o exame no possa ser prontamente realizado,
recomenda-se manter a amostra refrigerada entre 4 8 C por at 3 dias, em recipiente fechado.
7. MTODOS MAIS UTILIZADOS NO LABORATRIO CLNICO Enzimticos colorimtricos (glicose oxidase; hexoquinase)
8. INTERPRETAO
8.1 Valores de referncia Critrios para o diagnstico do diabetes mellitus e outras categorias de distrbios
na homeostase glicmica aplicveis a adultos, crianas e adolescentes, excetuando-se gestantes:
Glicemia de jejum Categoria
mg/dL (Unidades Convencionais)
mmol/L (Unidades Internacionais)
inequvoca com descompensao metablica aguda ou sintomas bvios de diabetes; 4 Quando associada com sintomas clssicos de diabetes como poliria, polidipsia e inexplicada perda de peso. Nesse caso, no se requer que a glicemia seja em jejum. Diabetes Gestacional
Para o rastreamento do diabetes gestacional, o ponto de corte igual a 85 mg/dL, independente do momento da gravidez, conforme mostrado na tabela que se segue:
Glicemia de jejum Categoria
mg/dL (Unidades Convencionais)
mmol/L (Unidades Internacionais)
9. COMENTRIOS DO PATOLOGISTA CLNICO Para a dosagem de glicose na investigao laboratorial do diabetes mellitus e
outras categorias de distrbios na homeostase glicmica, no se consideram os valores de referncia com base populacional, mas sim os valores definidos como critrio para o diagnstico do diabetes e demais distrbios.
A dosagem de glicose til no diagnstico e no monitoramento do paciente diabtico, havendo relao direta entre o grau de controle glicmico e o risco de desenvolver as complicaes do diabetes.
A coleta da amostra de sangue deve ser realizada pela manh, j que h uma variao diurna significativa indicando que a glicemia de jejum mdia maior pela manh do que tarde.
Em gestantes deve ser realizada glicemia na primeira consulta do pr-natal. Um resultado
chemistry laboratory results. Clinical Chemistry 44(6):13251333, 1998.
TESTE ORAL DE TOLERNCIA A GLICOSE (TOTG
1. NOME DO EXAME Teste oral de tolerncia a glicose (TOTG)
1.1 Sinonmia Teste ou curva de tolerncia oral a glicose (TTOG) Teste ou curva de tolerncia a glicose (TTG) Teste de sobrecarga oral de glicose Glicemia aps sobrecarga oral de glicose
2. INDICAO CLNICA Diagnstico do diabetes gestacional Diagnstico de distrbio do metabolismo glicdico em pacientes que apresentem
glicemia em jejum superior a 110 mg/dL* e inferior a 126 mg/dL. *Atualmente, a Associao Americana de Diabetes (ADA) preconiza valor superior a 100 mg/dL e inferior a 126 mg/dL.
3. PREPARO DO PACIENTE Jejum obrigatrio:
o Adulto: 8 a 12 horas o Crianas de 1 a 5 anos: 6 horas o Criana menores que 1 ano: 3 horas
A ingesto de gua permitida. Evitar ingesto de caf antes da realizao do teste.
4. AMOSTRA Plasma (Fluoreto)
5. CUIDADOS PARA COLETA O teste deve ser realizado pela manh, aps 3 dias de dieta sem restrio de
carboidratos ( 150g/dia). Colher amostra de sangue em jejum. Em seguida, o paciente dever ingerir lentamente, em perodo de 5 minutos, 250
a 300 mL de soluo de glicose, conforme se segue: o Adultos (incluindo gestantes): soluo de 75g de glicose anidro. o Crianas: soluo com 1,75g de glicose anidro por Kg de peso (at o
mximo de 75g). Colher amostra de sangue 2 horas aps a ingesto da soluo de glicose. O paciente no deve fazer esforo fsico, caminhar ou fumar durante o teste.
6. ORIENTAO PARA TRANSPORTE E ARMAZENAMENTO Recomenda-se separar o plasma at 3 horas aps a coleta. Aps a obteno do plasma, caso o exame no possa ser prontamente realizado,
recomenda-se manter a amostra refrigerada entre 4 8 C por at 3 dias, em recipiente fechado.
7. MTODOS MAIS UTILIZADOS NO LABORATRIO CLNICO Enzimticos colorimtricos (glicose oxidase; hexoquinase)
8. INTERPRETAO
8.1 Valores de referncia Critrios para o diagnstico do diabetes mellitus e outras categorias de distrbios
na homeostase glicmica aplicveis a adultos, crianas e adolescentes, excetuando-se gestantes:
Teste Oral de Tolerncia a Glicose Categoria1
Glicemia de jejum mg/dL (mmol/L)
Glicemia aps 2 horas mg/dL (mmol/L)
Por outro lado, o teste de tolerncia a glicose o mtodo diagnstico para o DM gestacional, j que essa parece ser mais sensvel do que a glicemia de jejum em gestantes, nas quais o consumo fetal de glicose, durante o perodo de jejum noturno, reduz o nvel plasmtico da glicemia.
O teste de tolerncia a glicose deve ser realizado conforme as recomendaes da OMS apresentada neste protocolo. Atualmente, no se recomenda a extenso do teste com dosagens de glicose em amostras colhidas em intervalos superiores 120 minutos.
Com relao determinao da glicemia ps-prandial, esta s deve ser utilizada para acompanhamento do tratamento do paciente j diagnosticado, j que a sobrecarga de glicose variada, tanto na quantidade quanto na velocidade de absoro, diferentemente do teste de tolerncia a glicose que usa sobrecarga padronizada.
Tem sido demonstrado que a reprodutibilidade do teste de tolerncia a glicose para classificar os pacientes quanto ao distrbio do metabolismo da glicose varia entre 50 e 66%. Fatores que parecem estar implicados nesta baixa reprodutibilidade incluem variao biolgica intra-individual da concentrao plasmtica de glicose, efeitos diversos relacionados ao esvaziamento gstrico aps administrao da soluo de glicose hiperosmolar e temperatura do ambiente. O desempenho dos ensaios para dosagem de glicose no est implicado nesse contexto, desde que sejam consideradas as especificaes da qualidade analtica desejadas.
10. REFERENCIAS BIBLIOGRFICAS MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Sade. Ateno a sade do adulto: hipertenso e diabetes. Belo Horizonte: SAS/MG, 2006. 198 p. MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Sade. Ateno ao pr-natal, parto e puerprio: protocolo Viva Vida. 2 ed. Belo Horizonte: SAS/SES, 2006. 84 p. SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES. Consenso brasileiro sobre diabetes - diagnstico e classificao do Diabetes Meliltus e tratamento do Diabetes Meliltus tipo 2. 2002. Disponvel em: http://www.sbd.org.br. SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES. Atualizao Brasileira sobre Diabetes Rio de Janeiro 2006. Disponvel em: http://www.sbd.org.br. SACKS DB, Bruns DE, Goldstein DE. Guidelines and Recommendations for Laboratory Analysis in the Diagnosis and Management of Diabetes Mellitus. Clinical Chemistry 48 (3):43672, 2002. THE EXPERT COMMITTEE ON THE DIAGNOSIS AND CLASSIFICATION OF DIABETES MELLITUS . Report of the Expert Committee on the diagnosis and classification of Diabetes Mellitus. Diabetes Care 1997; 20:1183-97 THE EXPERT COMMITTEE ON THE DIAGNOSIS AND CLASSIFICATION OF DIABETES MELLITUS. Follow up report on the diagnosis of Diabetes Mellitus. Diabetes Care 2003; 26:3160-3167. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Definition, diagnosis and classification of diabetes mellitus and its complications: report of a WHO consultation. Geneva: World Health Organization; 1999.
MICROALBUMINRIA
1. NOME DO EXAME Microalbuminria
1.1 Sinonmia No aplicvel
2. INDICAO CLNICA Diagnstico precoce de nefropatia e avaliao de risco aumentado para doena
cardiovascular e morte em pacientes diabticos e hipertensos. A determinao da microalbuminria deve ser realizada imediatamente aps o
diagnstico do diabetes mellitus tipo 2 e aps 5 anos do diagnstico de diabetes mellitus tipo 1. Posteriormente, deve ser determinada a cada 6 meses ou 1 ano.
A determinao de microalbuminria tem sido proposta tambm na avaliao de pacientes com pr-eclampsia e lpus eritematoso sistmico.
3. PREPARO DO PACIENTE No fazer esforo fsico durante a coleta.
4. AMOSTRA Amostra de urina de 24 horas Primeira urina da manh Amostra de urina aleatria
5. CUIDADOS PARA COLETA Utilizar frascos de coleta descartveis, no reutilizados. No adicionar agentes conservantes. No caso de amostra de urina aleatria, a coleta deve ser realizada 3 horas aps
ltima mico. Ver Anexo 2 Orientaes para coleta de urina
6. ORIENTAO PARA TRANSPORTE E ARMAZENAMENTO Caso o exame no possa ser prontamente realizado, recomenda-se manter a
amostra refrigerada, entre 4 8 C, por at 7 dias, em recipiente fechado.
7. MTODOS MAIS UTILIZADOS NO LABORATRIO CLNICO Nefelometria Turbidimetria Quimioluminescncia
8. INTERPRETAO
8.1 Valores de referncia Amostra de urina de 24 horas: at 30 mg/24 h Primeira urina da manh ou amostra aleatria: at 30g/g*
*Quando no se utiliza amostra de urina de 24 horas, recomendada a realizao concomitante de dosagem de creatinina na amostra de urina, liberando-se o resultado em miligramas de albumina por gramas de creatinina (g/g).
8.2 Valores crticos No aplicvel
8.3 Principais influncias pr-analticas e fatores interferentes Exerccio fsico vigoroso, gravidez, febre, infeco urinria, hematria, picos de
hiperglicemia, insuficincia cardaca, proteinria postural benigna e estresse so fatores capazes de aumentar a excreo de albumina na urina e podem levar a
resultados falsamente positivos.
8.4 Exames relacionados Dosagem de glicose Dosagem de creatinina
9. COMENTRIOS DO PATOLOGISTA CLNICO A excreo urinria de pequena quantidade de albumina, entre 30 e 300 mg/24
horas ou entre 30 e 300 30g/g, caracteriza a microalbuminria e representa sinal precoce de nefropatia e fator de risco aumentado para doena cardiovascular e morte em pacientes diabticos e hipertensos. A intensificao do controle da glicemia e da presso arterial contribuem para reduzir a evoluo da nefropatia.
A sensibilidade de deteco de microalbuminria varia entre 66 e 91%. No h consenso na literatura quanto ao tipo de amostra de urina que deve ser
colhida para a determinao da microalbuminria. A primeira urina da manh parece ser a alternativa prefervel na prtica clnica j que os resultados obtidos atravs da relao albumina:creatinina com esse tipo de amostra apresentam menor variao intra-individual quando comparados com os resultados obtidos com amostras aleatrias colhidas ao longo do dia.
A grande variao intra-individual da excreo urinria de albumina, que pode chegar a 36%, o fator determinante para a necessidade de confirmao de microalbuminria atravs da realizao do exame em 3 amostras
10. REFERENCIAS BIBLIOGRFICAS KARALLIEDDE J, Viberti G. Microalbuminuria and cardiovascular risk. Am J Hypertens, 2004; 17:986-983. MARRE M. Microalbuminuria and prevention of renal insufficiency and cardiovascular diseases. Am J Hypertens, 1998; 11:884-886. MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Sade. Ateno a sade do adulto: hipertenso e diabetes. Belo Horizonte: SAS/MG, 2006. 198 p. MOGENSEN CE, Keane WF, Bennett PH, Jeruns G, Parving HH, Passa P, et al. Prevention of diabetic renal disease with special reference to microalbuminuria. Lancet, 1995; 346:1080-1084. MOGENSEN CE. Microalbuminuria and hypertension with focus on type 1 and type 2 diabetes. J Intern Med, 2003; 254:45-66. NATIONAL KIDNEY FOUNDATION. K/DOQI Clinical Practice Guidelines for Chronic Kidney Disease: Evaluation, Classification, and Stratification. Am J. Kidney Dis, 2002; 39: (suppl): 1:S1-S266. Disponvel em: .
HEMOGLOBINA GLICADA
1. NOME DO EXAME Hemoglobina glicada
1.1 Sinonmia Hemoglobina glicosilada Hemoglobina glucosilada Glico-hemoglobina Hemoglobina A1c HbA1c
2. INDICAO CLNICA A dosagem da hemoglobina glicada deve ser realizada regularmente em todos os
pacientes com diabetes mellitus para monitoramento do grau de controle glicmico.
Recomenda-se: o Duas dosagens ao ano para todos os pacientes diabticos o Quatro dosagens ao ano (a cada trs meses) para pacientes que se
submeterem a alteraes do esquema teraputico ou que no estejam atingindo os objetivos recomendados com o tratamento vigente
3. PREPARO DO PACIENTE Jejum mnimo de 4 horas desejvel
4. AMOSTRA Sangue total colhido em EDTA
5. CUIDADOS PARA COLETA Nenhum cuidado especial Ver Anexo 1 Orientao para coleta de sangue venoso.
6. ORIENTAO PARA TRANSPORTE E ARMAZENAMENTO Caso o exame no possa ser prontamente realizado, recomenda-se manter a
amostra refrigerada, entre 4 8 C, por at 7 dias, em recipiente fechado. A amostra no deve ser armazenada a 20C negativos.
7. MTODOS MAIS UTILIZADOS NO LABORATRIO CLNICO Cromatografia
o em coluna o de alto desempenho (HPLC) o de baixo desempenho (LPLC)
Nefelometria Turbidimetria.
Recomenda-se que os laboratrios mdicos utilizem preferencialmente os mtodos de ensaio certificados pelo National Glycohemoglobin Standardization Program (NGSP), com rastreabilidade do desempenho analtico ao mtodo utilizado no DCCT.
8. INTERPRETAO
8.1 Valores de referncia Os nveis recomendados para hemoglobina glicada por faixa etria so
apresentados na tabela seguinte: Faixa etria Hemoglobina Glicada
Pr-puberal*
Adulto
SACKS DB, Bruns DE, Goldstein DE. Guidelines and Recommendations for Laboratory Analysis in the Diagnosis and Management of Diabetes Mellitus. Clinical Chemistry 48 (3):43672, 2002. UK PROSPECTIVE DIABETES STUDY (UKPDS) GROUP. Intensive blood-glucose control with sulphonylureas or insulin compared with conventional treatment and risk of complications in patients with type 2 diabetes (UKPDS 33). Lancet 1998; 352:83751. THE DIABETES CONTROL AND COMPLICATIONS TRIAL RESEARCH GROUP. The absence of a glycemic threshold for the development of long-term complications: the perspective of the Diabetes Control and Complications Trial. Diabetes 1996; 45:128998.
VELOCIDADE DE HEMOSSEDIMENTAO
1. NOME DO EXAME
Velocidade de hemossedimentao
1.1 Sinonmia
VHS Hemossedimentao
2. INDICAO CLNICA
Exame indicado como auxlio diagnstico da polimialgia reumtica, da arterite temporal e, tambm, no diagnstico de cncer metasttico. Mais recentemente, tem sido demonstrada a utilidade da VHS no diagnstico da osteomielite secundria ao p diabtico e na doena inflamatria plvica (DIP).
til, ainda, no monitoramento do tratamento de doenas como arterite temporal,
polimialgia reumtica, linfoma de Hodgkin e de doenas inflamatrias crnicas como o lupus eritematoso sistmico e artrite reumatide.
3. PREPARO DO PACIENTE
Jejum de no mnimo 8 horas recomendvel
4. AMOSTRA
Sangue total colhido em EDTA (1,5 mg/mL de sangue)
5. CUIDADOS PARA COLETA
Evitar garroteamento prolongado (por perodo superior a 1 minuto). Ver Anexo 1 Orientaes para Coleta de Sangue Venoso.
6. ORIENTAO PARA TRANSPORTE E ARMAZENAMENTO
Caso o exame no possa ser prontamente realizado, recomenda-se manter a amostra entre 20 25 C por at 12 horas, em recipiente fechado.
7. MTODOS MAIS UTILIZADOS NO LABORATRIO CLNICO
Westergreen Wintrobe Automatizado
8. INTERPRETAO
8.1 Valores de referncia
Os valores de referncia da VHS, de acordo com sexo e idade, esto listados na tabela seguinte:
Faixa etria Sexo masculino Sexo feminino < 50 anos de idade at 15 mm/h at 20 mm/h > 50 anos de idade at 20 mm/h at 30 mm/h > 85 anos de idade at 30 mm/h at 42 mm/h
Os valores de referncia da VHS para gravidez de acordo com idade gestacional e presena de anemia encontram-se na tabela que se segue:
Idade Gestacional Sem Anemia Com Anemia* 20semanas at 46 mm/h at 62 mm/h > 20 semanas at 70 mm/h at 90 mm/h
*Definio de anemia: para idade gestacional 20 semanas: hemoglobina < 11g/dL; para idade gestacional >20 semanas: hemoglobina < 10,5 g/dL.
8.2 Valores crticos
No se aplica
8.3 Principais influncias pr-analticas e interferentes
Fatores Aumento Diminuio Medicamentos Contraceptivos Orais
Heparina Anti-inflamatrios Salicilato (altas doses) Cortisona
Fisiolgicos e Patolgicos
Gravidez Diabetes mellitus Hipotireoidismo Doenas do colgeno Processos infecciosos diversos Processos inflamatrios diversos Neoplasias IRC (estgio final) Obesidade Hipercolesterolemia Dano tecidual (IAM, AVC) Anemia Macrocitose
Hipofibrinogenemia Hipogamaglobulinemia CIVD Drepanocitose Policitemia Microcitose Anemias hemolticas Hemoglobinopatias Esferocitose Leucocitose extrema
Analticos Tubo inclinado Temperatura ambiente >25C Erro na diluio com anticoagulante
Demora em realizar o teste Temperatura ambiente
9. COMENTRIOS DO PATOLOGISTA CLNICO
A VHS nunca deve ser usada para rastreamento de doenas em pacientes assintomticos ou com sintomas inespecficos. Na maioria das vezes em que se observa aumento da VHS, sem qualquer outra alterao clnica ou laboratorial, este um aumento transitrio. Nestes casos, no necessria nenhuma propedutica mais aprofundada alm da repetio do exame, que retornar aos valores de referncia aps algumas semanas, na maioria dos pacientes. Em pacientes sintomticos, o exame clnico e outros exames complementares levaro ao diagnstico, ficando a VHS em segundo plano.
No rastreamento de infeces, a presena de febre e leucocitose representam alteraes mais fidedignas e mais precoces que a VHS. Alm disso, outros testes laboratoriais, como a dosagem da protena C-reativa, apresentam maior sensibilidade.
Dentre as alteraes patolgicas que aumentam a VHS esto processos de diferentes causas, como doenas malignas, infeces de qualquer natureza e doenas inflamatrias. A grande variedade de doenas que alteram a VHS em diferentes nveis demonstra o quanto este exame inespecfico.
Em pacientes com polimialgia reumtica, VHS maior que 40 mm/h considerado critrio diagnstico importante. Entretanto at 20% desses pacientes podem apresentar valores de VHS dentro da faixa de referncia. Em pacientes com arterite temporal o valor mdio da VHS supera os 90 mm/h, e em cerca de 99% desses maior que 30 mm/h.
A VHS est geralmente elevada e pode atingir valores extremamente altos (>100 mm/h) em pacientes com cncer metasttico. No linfoma de Hodgkin, a VHS aumentada aps a quimioterapia, est associada recorrncia da doena e a um pior prognstico.
Nas doenas inflamatrios crnicas, a VHS tende a acompanhar a atividade da doena e, geralmente, seus valores caem quando h resposta clnica ao tratamento.
No diagnstico de osteomielite secundria ao p diabtico, valores de VHS iguais ou superiores a 70 mm/h apresentaram elevada sensibilidade (89,5%) e especificidade (100%).
10. REFERENCIAS BIBLIOGRFICAS COLLARES GB, Vidigal PG. Recomendaes para o uso da velocidade de hemossedimentao. Revista Mdica de Minas Gerais. 2004; 14(1):46-52. EXPERT PANEL ON BLOOD RHEOLOGY. ICSH recommendations for measurement of erythrocyte sedimentation rate. J. Clin. Pathol. 1993;46;198-203 SOX HC Jr, Liang MH. The erythrocyte sedimentation rate: guidelines for rational use. Ann Intern Med 1986; 104: 515-23.
DOSAGEM DE PROTENA C-REATIVA
1. NOME DO EXAME
Dosagem de Protena C-reativa (sangue)
1.1 Sinonmia
PCR
2. INDICAO CLNICA
A dosagem da PCR o principal marcador de fase aguda, identificando atividade de processos inflamatrios e/ou necrticos. PCR elevada est relacionada a maior grau de leso tecidual e, portanto, mais freqentemente, associada a processos inflamatrios secundrios a infeces bacterianas.
3. PREPARO DO PACIENTE
Jejum mnimo de 4 horas desejvel
4. AMOSTRA
Soro
5. CUIDADOS PARA COLETA
Nenhum cuidado especial. Ver Anexo 1 Orientaes para Coleta de Sangue Venoso.
6. ORIENTAO PARA TRANSPORTE E ARMAZENAMENTO
Recomenda-se separar o soro ou plasma at 3 horas aps a coleta. Caso isso no seja possvel manter a amostra de sangue entre 20 25 C por at 24 horas, em recipiente fechado.
Aps a obteno do soro, caso o exame no possa ser prontamente realizado, recomenda-se manter a amostra refrigerada entre 4 8 C por at 2 dias, em recipiente fechado.
7. MTODOS MAIS UTILIZADOS NO LABORATRIO CLNICO
Aglutinao do ltex Nefelometria Turbidimetria
8. INTERPRETAO
8.1 Valores de referncia
8 mg/L
8.2 Valores crticos
No se aplica
8.3 Principais influncias pr-analticas e fatores interferentes
Resultados falsamente aumentados podem ser obtidos com amostras que foram congeladas.
A presena de hemlise ou lipemia e o uso de contraceptivos orais podem
interferir nos resultados.
8.4 Exames relacionados
Velocidade de hemossedimentao VHS
9. COMENTRIOS DO PATOLOGISTA CLNICO
A PCR tem se mostrado o melhor mtodo para avaliao das reaes de fase aguda. Uma dosagem nica de PCR pode auxiliar no diagnstico, mas no deve ser interpretada isoladamente, dissociada do quadro clnico, uma vez que sua elevao ocorre em diversas situaes clnicas.
Recomenda-se a dosagem seriada da PCR em intervalos de tempo variveis, dependendo da doena em questo, pois seus nveis sricos refletem a evoluo clnica ou a resposta ao tratamento em vrias doenas.
Cerca de 80% a 85% dos pacientes com Infeces bacterianas apresentam valores de PCR maiores que 100 mg/L. Por outro lado, a maioria dos pacientes com infeco virtica isolada apresenta PCR com valores menores que 20 a 40 mg/L. Entretanto, infeces por adenovrus, citomegalovrus, influenza, herpes simples, sarampo e caxumba podem cursar com valores de PCR maiores que 100 mg/L.
A dosagem de PCR pode ser til na diferenciao entre pneumonia bacteriana e virtica, quando associada a dados clnicos, principalmente em casos em que a radiografia no tpica ou na ausncia de febre ou leucocitose. Nestes casos, valores maiores que 80 mg/L apresentam alta especificidade para infeco bacteriana.
A dosagem seriada da PCR pode ser usada, tambm, no acompanhamento do tratamento da osteomielite em conjunto com critrios clnicos. H tendncia a aumentar rapidamente com a doena e a cair para os valores de referncia com uma semana de tratamento eficaz. Um segundo aumento indica recrudescncia da infeco ou artrite sptica associada.
Nos quadros de sepse, a dosagem de PCR til no diagnstico, na avaliao da gravidade e do prognstico. Quanto mais elevado o valor srico, pior o prognstico.
Valores aumentados da PCR em recm-nascidos esto freqentemente relacionados a infeco, sendo o melhor teste isolado para o diagnstico de sepse neonatal. Dosagens seqenciais de PCR so importantes no acompanhamento da resposta ao tratamento da sepse neonatal e na avaliao da suspenso da antibioticoterapia.
A dosagem seriada de PCR pode ser til em diversas outras situaes como no
acompanhamento do tratamento da doena inflamatria plvica, no diagnstico de complicaes da pancreatite aguda e no acompanhamento do tratamento de artrite reumatide.
Valores de PCR maiores que 130 mg/L, aps o sexto dia de ps-operatrio, apresentam alta sensibilidade e especificidade na deteco de infeco.
Aps queimaduras extensas, a PCR tende a subir, retornando progressivamente a valores normais com a cicatrizao do processo. Um segundo pico de PCR ocorre nos casos de infeco secundria e, por isso, sua dosagem seriada tem valor na monitorizao do processo de recuperao.
10. REFERENCIAS BIBLIOGRFICAS CLYNE B, Olshaker JS. The C-reactive protein. J Emerg Med 1999; 17: 1019-25. CORRA CR, Burini RC. Protenas plasmticas reativas positivas fase aguda. J Br Patol 2000, 36: 26-34. HANSSON LO, Carlsson I, Hansson E, Hovelius B, Svensson P, Tryding N. Measurement of C-reactive protein and the erythrocyte sedimentation rate in general practice. Scand J Prim Health Care 1995; 13:39-45. JACOBS DS, Oxley DK, DeMott WR. Laboratory Test Handbook, Hudson: Lexi-Comp Inc., 2001. KUSHNER I. C-reactive protein and the acute-phase response. Hospital Practice 1990; 30: 13-28. MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Sade. Assistncia Hospitalar ao Neonato. Belo Horizonte, 2005. MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Sade. Ateno Sade do Adulto: Hipertenso e Diabetes. Belo Horizonte, 2006.
DOSAGEM DE FERRO
1. NOME DO EXAME
Dosagem de ferro (sangue)
1.1 Sinonmia
Ferro srico
2. INDICAO CLNICA
A dosagem de ferro est indicada na avaliao de distrbios do metabolismo do ferro deficincia ou excesso, bem como na investigao da etiologia de anemias, especialmente naquelas hipocrmicas e microcticas.
3. PREPARO DO PACIENTE
Jejum mnimo de 4 horas obrigatrio
4. AMOSTRA
Soro
5. CUIDADOS PARA COLETA
A coleta da amostra de sangue deve ser realizada pela manh, j que h uma variao diurna significativa.
Ver Anexo 1 Orientaes para Coleta de Sangue Venoso.
6. ORIENTAO PARA TRANSPORTE E ARMAZENAMENTO
Recomenda-se separar o soro ou plasma at 3 horas aps a coleta. Caso isso no seja possvel manter a amostra de sangue entre 20 25 C por at 24 horas, em recipiente fechado.
Aps a obteno do soro ou plasma, caso o exame no possa ser prontamente realizado, recomenda-se manter a amostra refrigerada entre 4 8 C por at 6 dias, em recipiente fechado.
7. MTODOS MAIS UTILIZADOS NO LABORATRIO CLNICO
Colorimtrico
8. INTERPRETAO
8.1 Valores de referncia Observao: Os valores de referncia podem variar em at 35% em funo do mtodo e do reagente utilizado, portanto, estes valores devem estar claramente citados nos laudos de resultados dos exames laboratoriais. A tabela que se segue apresenta valores de referencia para dosagem de ferro srico por
faixa etria e sexo:
Dosagem de ferro Faixa Etria g/dL
(Unidades Convencionais) mol/L
(Unidades Internacionais) Neonato 100 250 17,9 44,7 Lactente 40 100 7,1 17,9 Criana 50 120 8,9 21,5
Homem 65 170 11,6 30,4 Adulto Mulher 50 170 8,9 30,4
8.2 Valores crticos
No se aplica
8.3 Principais influncias pr-analticas e fatores interferentes
Condio Efeito sobre a concentrao srica de ferro Hemlise Aumento Contaminao de materiais utilizados na realizao do exame Aumento (10 -30%)
Fase pr-menstrual Aumento (10 30%) Ciclo menstrual Fase menstrual Diminuio (10 30%) Gravidez (sem deficincia de ferro) Aumento Ingesto de ferro (medicamentos e complexos vitamnicos) Aumento (valores >300 g/dL)
Uso de anticoncepcionais orais Aumento (valores >200 g/dL) Contaminao de materiais utilizados na coleta e realizao do exame Aumento (valores >170 g/dL)
Hepatites Aumento (valores >1000 g/dL) Processo infeccioso agudo Diminuio Imunizao Diminuio Infarto agudo do miocrdio Diminuio Hepatites virais Aumento Kwashiokor Diminuio
8.4 Exames relacionados Determinao da capacidade total de ligao do ferro ndice de Saturao da transferrina Dosagem de ferritina Hemograma
9. COMENTRIOS DO PATOLOGISTA CLNICO Os distrbios do metabolismo do ferro, em especial, sua deficincia, apresentam
elevada prevalncia na prtica clnica. Na investigao desses distrbios, o resultado isolado da dosagem de ferro srico tem valor limitado, devendo ser empregada em conjunto com outros testes, como a determinao da capacidade total de ligao do ferro, a saturao da transferrina e dosagem da ferritina.
Muitos fatores influenciam a dosagem de ferro no soro, incluindo a variao biolgica intra-individual que pode ser de at 27%, assim os resultados devem ser
interpretados com cautela. Alm disso, muitos indivduos com deficincia de ferro tm valores sricos de ferro dentro da faixa de referncia.
A concentrao de ferro no soro se mostra diminuda nos estados de deficincia de ferro que pode ser decorrente do aporte insuficiente de ferro na dieta, do aumento da demanda deste elemento, da perda crnica de sangue ou da combinao desses fatores. O aporte insuficiente freqentemente observado em lactentes alimentados exclusivamente com leite, enquanto que o aumento da demanda encontrado em gestantes e crianas at os 5 anos de idade. A perda crnica de sangue caracterstica de indivduos adultos, podendo estar relacionada com metrorragia ou neoplasias, especialmente do trato gastrintestinal.
A dosagem de ferro no soro til na investigao das anemias hipocrmicas e microcticas, sendo que, para o diagnstico diferencial, necessria a determinao da capacidade total de ligao do ferro, da saturao da transferrina e, muitas vezes, a dosagem da ferritina. A tabela seguinte mostra os resultados esperados para esses exames, de acordo coma a causa da anemia.
Resultados esperados Causas de anemia
hipocrmica e microctica
Ferro CTLF Saturao
da Transferrina
Ferritina
Anemia ferropriva Diminudo Aumentado Diminudo Diminudo Processos inflamatrios crnicos e neoplasias Diminudo Diminudo Diminudo Aumentado
Talassemia Aumentado Diminudo Aumentado Elevado
O aumento da concentrao srica do ferro observado na hemocromatose e no envenenamento agudo por ferro em crianas aps a ingesto de medicamento a base de ferro. Para a avaliao dos distrbios na sobrecarga de ferro necessria, tambm, a determinao da capacidade total de ligao do ferro e da saturao da transferrina.
10. REFERENCIAS BIBLIOGRFICAS ANDREWS NC. Disorders of iron metabolism. New Eng J Med, 1999, 341 (26):1986-95. BURTIS CA, Ashwood ER, Bruns DE eds. Tietz Textbook of Clinical Chemistry and Molecular Diagnostic. 4a. Ed. St. Louis: Elsevier & Saunders, 2006:797-835. MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Sade. Ateno Sade do Adolescente. Belo Horizonte, 2006. MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Sade. Ateno Sade do Idoso. Belo Horizonte, 2006. MINAS GERAIS.Secretaria de Estado da Sade. Ateno Sade da Criana. Belo Horizonte, 2004.
DETERMINAO DA CAPACIDADE TOTAL DE LIGAO DO FERRO
1. NOME DO EXAME
Determinao da capacidade total de ligao do ferro (sangue)
1.1 Sinonmia
CTLF Capacidade de ligao do ferro
2. INDICAO CLNICA
A determinao da capacidade total de ligao do ferro est indicada, juntamente com a dosagem de ferro srico, na avaliao de distrbios do metabolismo do ferro deficincia ou excesso, bem como na investigao da etiologia de anemias, especialmente naquelas hipocrmicas e microcticas.
3. PREPARO DO PACIENTE
Jejum mnimo de 4 horas obrigatrio 4. AMOSTRA
Soro
5.CUIDADOS PARA COLETA
Nenhum cuidado especial Ver Anexo 1 Orientaes para Coleta de Sangue Venoso.
6. ORIENTAO PARA TRANSPORTE E ARMAZENAMENTO
Recomenda-se separar o soro ou plasma at 3 horas aps a coleta. Caso isso no seja possvel manter a amostra de sangue entre 20 25 C por at 24 horas, em recipiente fechado.
Aps a obteno do soro ou plasma, caso o exame no possa ser prontamente realizado, recomenda-se manter a amostra refrigerada entre 4 8 C por at 6 dias, em recipiente fechado.
7. MTODOS MAIS UTILIZADOS NO LABORATRIO CLNICO
Colorimtrico
8. INTERPRETAO
8.1 Valores de referncia Observao: Os valores de referncia podem variar em funo do mtodo e do reagente
utilizado, portanto, estes valores devem estar claramente citados nos laudos de resultados dos exames laboratoriais.
Determinao da capacidade total de ligao do ferro Faixa Etria g/dL
(Unidades Convencionais) mol/L
(Unidades Internacionais) Lactente 100 400 17,9 71,6 Criana 250 450 44,7 80,5 Adulto 250 450 44,7 80,5
8.2 Valores crticos
No se aplica
8.3 Principais influncias pr analticas e fatores interferentes
Condio Efeito sobre a capacidade total de ligao do ferro Hemlise Aumento Ingesto de ferro (medicamentos e complexos vitamnicos) Diminuio
Uso de anticoncepcionais orais Aumento Hepatites virais Aumento Kwashiokor Diminuio
8.4 Exames relacionados
Dosagem de ferro ndice de saturao da transferrina Dosagem de ferritina Hemograma
9. COMENTRIOS DO PATOLOGISTA CLNICO
A determinao da capacidade total de ligao do ferro corresponde a medida indireta da transferrina, representando a concentrao mxima de ferro que pode ser transportada por essa protena. Os resultados dessa determinao devem ser sempre interpretados juntamente com os da dosagem de ferro srico, saturao da transferrina e, muitas vezes, com a de ferritina.
Muitos fatores influenciam a determinao da capacidade de ligao do ferro, assim os resultados devem ser interpretados com cautela. Alm disso, muitos indivduos com deficincia de ferro tm valores da capacidade de ligao total do ferro dentro da faixa de referncia.
A determinao da capacidade total de ligao do ferro se mostra aumentada nos estados de deficincia de ferro que podem ser decorrentes do aporte insuficiente de ferro na dieta, do aumento da demanda deste elemento, da perda crnica de sangue ou da combinao desses fatores. O aporte insuficiente freqentemente observado em lactentes alimentados exclusivamente com leite, enquanto que o aumento da demanda encontrado em gestantes e crianas at os 5 anos de idade. A perda crnica de sangue caracterstica de indivduos adultos, podendo estar relacionada com metrorragia ou neoplasias, especialmente do trato gastrointestinal.
A determinao da capacidade total de ligao do ferro, juntamente com a
dosagem de ferro, a saturao da transferrina e, muitas vezes, a dosagem da ferritina, til na investigao das anemias hipocrmicas e microcticas. A tabela seguinte mostra os resultados esperados para esses exames, de acordo coma a causa da anemia.
Resultados esperados Causas de anemia
hipocrmica e microctica Ferro CTLF
Saturao da
Transferrina Ferritina
Anemia ferropriva Diminudo Aumentado Diminudo Diminudo Processos inflamatrios crnicos e neoplasias Diminudo Diminudo Diminudo Aumentado
Talassemia Aumentado Diminudo Aumentado Elevado O aumento da capacidade total de ligao do ferro observado na hemocromatose e
no envenenamento agudo por ferro em crianas aps a ingesto de medicamento a base de ferro. Para a avaliao dos distrbios na sobrecarga de ferro necessria, tambm, a concentrao srica do ferro e da saturao da transferrina.
10. REFERENCIAS BIBLIOGRFICAS ANDREWS NC. Disorders of iron metabolism. New Eng J Med, 1999, 341 (26):1986-95. BURTIS CA, Ashwood ER, Bruns DE eds. Tietz Textbook of Clinical Chemistry and Molecular Diagnostic. 4a. Ed. St. Louis: Elsevier & Saunders, 2006:797-835. MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Sade. Ateno Sade do Adolescente. Belo Horizonte, 2006. MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Sade. Ateno Sade do Idoso. Belo Horizonte, 2006. MINAS GERAIS.Secretaria de Estado da Sade. Ateno Sade da Criana. Belo Horizonte, 2004.
DOSAGEM DE FERRITINA
1. NOME DO EXAME
Dosagem de ferritina (sangue)
1.1 Sinonmia
No aplicvel
2. INDICAO CLNICA
A dosagem de ferritina est indicada na avaliao de distrbios do metabolismo do ferro, j que seu nvel srico reflete o estoque celular de ferro. Auxilia no diagnstico da anemia por deficincia de ferro e no diagnstico e controle teraputico de pacientes com hemocromatose.
3. PREPARO DO PACIENTE
Jejum mnimo de 8 horas obrigatrio 4. AMOSTRA
Soro
5.CUIDADOS PARA COLETA
Nenhum cuidado especial Ver Anexo 1 Orientaes para Coleta de Sangue Venoso.
6. ORIENTAO PARA TRANSPORTE E ARMAZENAMENTO
Recomenda-se separar o soro ou plasma at 3 horas aps a coleta. Caso isso no seja possvel manter a amostra de sangue entre 20 25 C por at 24 horas, em recipiente fechado.
Aps a obteno do soro, caso o exame no possa ser prontamente realizado, recomenda-se manter a amostra refrigerada entre 4 8 C por at 2 dias, em recipiente fechado.
7. MTODOS MAIS UTILIZADOS NO LABORATRIO CLNICO
Nefelometria Turbidimetria Quimioluminescncia Ensaio imunoenzimtico ou fluoroenzimtico
8. INTERPRETAO
8.1 Valores de referncia
Observao: Os valores de referncia podem variar em funo do mtodo e do reagente utilizado, portanto, estes valores devem estar claramente citados nos laudos de resultados dos exames laboratoriais.
Dosagem de Ferritina Faixa Etria ng/mL
(Unidades Convencionais) g/L
(Unidades Internacionais) Neonato 25 200 25 200 At 1 mes 200 600 200 600 2 5 meses 50 200 50 200 6 meses 15 anos 7 42 7 42 Adulto Homem 20 300 20 300 Mulher 15 120 15 120
8.2 Valores crticos No se aplica
8.3 Principais influncias pr-analticas e fatores interferentes So causas de aumento srico da ferritina
Jejum prolongado; Ingesto de ferro (medicamentos e complexos vitamnicos) Processos inflamatrios (agudos e crnicos); Neoplasias Doena ou leso heptica; Alcoolismo Anemia hemoltica; Anemia megaloblstica; Anemia sideroblstica.
8.4 Exames relacionados
Dosagem de ferro Determinao da capacidade de ligao total do ferro ndice de saturao da transferrina Hemograma
9. COMENTRIOS DO PATOLOGISTA CLNICO
A dosagem da ferritina, juntamente com a dosagem de ferro, a determinao da capacidade total de ligao do ferro e a saturao da transferrina, so especialmente tis na investigao das anemias hipocrmicas e microcticas. A tabela seguinte mostra os resultados esperados para esses exames, de acordo coma a causa da anemia.
Resultados esperados Causas de anemia hipocrmica e
microctica Ferro CTLF Saturao
da Ferritina
Transferrina Anemia ferropriva Diminudo Aumentado Diminudo Diminudo Processos inflamatrios crnicos e neoplasias Diminudo Diminudo Diminudo Aumentado
Talassemia Aumentado Diminudo Aumentado Elevado
Como muitos fatores influenciam a dosagem de ferritina, aumentando sua concentrao, os resultados devem ser interpretados com cautela, preferencialmente em conjunto com a dosagem de ferro srico e a determinao da capacidade de ligao total do ferro. A variao biolgica intra-individual da ferritina pode ser de at 14,9%.
O aumento da ferritina observado em pacientes com hemocromatose. Entretanto, a medida de outros parmetros como capacidade de ligao total do ferro ou a transferrina, mais sensvel que a ferritina para o diagnstico dos distrbios da sobrecarga de ferro.
10. REFERENCIAS BIBLIOGRFICAS ANDREWS NC. Disorders of iron metabolism. New Eng J Med, 1999, 341 (26):1986-95. BURTIS CA, Ashwood ER, Bruns DE eds. Tietz Textbook of Clinical Chemistry and Molecular Diagnostic. 4a. Ed. St. Louis: Elsevier & Saunders, 2006:797-835. MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Sade. Ateno Sade do Adolescente. Belo Horizonte, 2006. MINAS GERAIS. Secretaria de Estado da Sade. Ateno Sade da Criana, Belo Horizonte, 2004. WORWOOD M. The laboratory assessment of iron states an update. Clin Chim Acta, 1997, 259: 3-23 ZHANG DJ, Elswick RK, Miller WG, Bailey, JL. Effect of serum-clot contact time on clinical chemistry laboratory results. Clinical Chemistry 1998, 44(6):13251333.
DOSAGEM DE FSFORO INORGNICO
1. NOME DO EXAME
Dosagem de Fsforo Inorgnico (sangue)
1.1 Sinonmia
Fosfatemia Fosfato Fsforo srico
2. INDICAO CLNICA Avaliao do balano clcio/fsforo do organismo e monitoramento da insuficincia renal crnica.
3. PREPARO DO PACIENTE Jejum mnimo de 8 horas recomendvel
4. AMOSTRA Soro Plasma (heparina)
5. CUIDADOS PARA COLETA Evitar o uso do torniquete por tempo superior a um minuto. Ver Anexo I Orientaes para coleta de sangue venoso.
6. ORIENTAO PARA TRANSPORTE E ARMAZENAMENTO
Recomenda-se separar o plasma at 3 horas aps a coleta. Aps a obteno do plasma, caso o exame no possa ser prontamente realizado,
recomenda-se manter a amostra refrigerada entre 4 8 C por at 7 dias, em recipiente fechado.
7. MTODOS MAIS UTILIZADOS NO LABORATRIO CLNICO
Colorimtrico fosfomolibdato
8. INTERPRETAO
8.1 Valores de referncia Observao: Os valores de referncia podem variar em funo do mtodo e reagente utilizado,
portanto, esses valores devem estar claramente citados nos laudos de resultados de exames laboratoriais. Soro: Crianas 3,0 a 7,0 mg/dL Adultos 2,5 a 4,8 mg/dL
8.2 Valores crticos < 1,0 mg/dL
8.3 Principais influncias pr-analticas e fatores interferentes Administrao de laxativos e enemas pode causar hiperfosfatemia. Amostras hemolisadas produzem resultados falsamente elevados, devido
contaminao do plasma ou soro com o fsforo das hemcias. Amostras com concentraes de bilirrubina acima de 4 mg/dL e triglicrides acima de
400 mg/dL tambm produzem resultados falsamente elevados por interferncia fotomtrica.
8.4 Exames relacionados Dosagem de clcio Dosagem de hormnio paratireoidiano Dosagem de vitamina D
9. COMENTRIOS DO MDICO PATOLOGISTA CLNICO Apesar de a insuficincia renal crnica ser uma das causas mais relevantes de
hiperfosfatemia, esta no um achado na fase inicial da doena, sendo detectada quando a capacidade funcional renal inferior a 25%.
Alguns pacientes com hiperparatireoidismo tm fsforo srico dentro dos limites de referncia. A coleta de mltiplas amostras pode auxiliar no diagnstico de hiperparatireoisdsmo primrio, particularmente quando as dosagens apresentam resultados limtrofes.
As principais causas de hiperfosfatemia so :cirrose,desidratao e hipovolemia, exerccios, hipertermia maligna, hipervitaminose D, hipoparatireoidismo, metstase ssea, pseudohipoparatireoidismo, quimioterapia antiblstica, sarcoidose.
As principais causas de hipofosfatemia so:alimentao parenteral,cetoacidose diabtica,hiperparatireoidismo,intoxicao pelo chumbo,ltimo trimestre de gravidez.
10. REFERENCIAS BIBLIOGRFICAS
BURTIS CA, Ashwood ER, Bruns DE. Tietz, Textbook of Clinical Chemistry and molecular diagnostics, 4th edition 2006. HENRY JB,Clinical Diagnosis and Management by laboratory methods 21th edition, 2007. MINAS GERAIS, Secretaria de Estado de Sade. Ateno a sade do adulto,hipertenso e diabetes. Belo Horizonte: SAS/MG, 2006. 198 p. Zhang, DJ, Elswick RK, Miller WG, Bailey, JL. Effect of serum-clot contact time on clinical chemistry laboratory results. Clinical Chemistry 1998, 44(6):13251333.
DOSAGEM DE CLCIO TOTAL
1. NOME DO EXAME Dosagem de Clcio Total (sangue)
1.2 Sinonmia Ca Calcemia Clcio Clcio total
2. INDICAO CLNICA A avaliao do clcio srico est indicada em todos os pacientes com distrbios metablicos, em casos de manifestaes neuromusculares, osteopenia e osteoporose, investigao de litase urinria, monitorizao em pacientes com insuficincia renal, pancreatite aguda, controle de neoplasias (risco de sndrome de lise tumoral). A dosagem de clcio tambm empregada para avaliar a funo da paratireide, uma vez que o clcio srico mantido dentro dos limites fisiolgicos pela ao combinada do paratormnio (PTH) e vitamina D, atravs de seus efeitos sobre os ossos (mineralizao x desmineralizaao), intestinos (absoro) e rins (excreo).
3. PREPARO DO PACIENTE Jejum mnimo de 8 horas recomendvel Coletar o material pela manh
4. AMOSTRA Soro Plasma (heparina)
5. CUIDADOS PARA COLETA Evitar o uso do torniquete por tempo superior a um minuto. Ver Anexo I Orientaes para coleta de sangue venoso.
6. ORIENTAO PARA TRANSPORTE E ARMAZENAMENTO Recomenda-se separar o soro ou plasma at 3 horas aps a coleta. Caso isso no
seja possvel, manter a amostra de sangue entre 20 25 C por at 24 horas, em recipiente fechado.
Aps a obteno do soro ou plasma, caso o exame no possa ser prontamente realizado, recomenda-se manter a amostra refrigerada entre 4 8 C por at 14 dias, em recipiente fechado.
7. MTODOS MAIS UTILIZADOS NO LABORATRIO CLNICO
Colorimtrico
8. INTERPRETAO
8.1 Valores de referncia Observao: Os valores de referncia podem variar em funo do mtodo e reagente utilizado, portanto, esses valores devem estar claramente citados nos laudos de resultados de exames laboratoriais. Valores de referencia para dosagem em amostras de soro:
Faixa etria mg/dL (Unidades Convencionais) mmol/L
(Unidades Internacionais) Prematuros 6,2 11,0 1,55 2,75 0 a 10 dias 7,6 10,4 1,90 2,60 10 dias a 24 meses 9,0 11,0 2,25 2,75 2 a 12 anos 8,8 10,8 2,20 2,70 Adultos 8,6 10,0 2,15 2,50
8.2 Valores crticos < 7,0 mg/dL (1,75 mmol/L) > 12 mg/dL (2,99 mmol/L)
8.3 Principais influncias pr-analticas e fatores interferentes
Amostras severamente hemolisadas produzem resultados falsamente elevados. Conforme a metodologia utilizada, bilirrubina acima de 38 mg/dL, hemoglobina
acima de 180 mg/dL e triglicrides acima de 900 mg/dL, interferem na dosagem de clcio.
Plasmas citratados, oxalatados, fluoretados ou com EDTA fornecem resultados falsamente diminudos.
Recomenda-se coleta pela manh em funo de alteraes circadianas relacionadas a variaes posturais.
8.4 Exames relacionados
Dosagem de fsforo Dosagem de hormnio paratireoidiano Dosagem de magnsio Dosagem de vitamina D
9. COMENTRIOS DO MDICO PATOLOGISTA CLNICO Clcio o ction mais prevalente no corpo humano e 99% dele est depositado nos
ossos, sendo apenas 1% remanescente encontra-se no fluido extracelular. No soro, o clcio existe em trs formas distintas: ionizado, que a forma ativa; ligado a nions como bicarbonato, lactato, fosfato e citrato e ligado a protenas plasmticas, principalmente a albumina. Alm da mineralizao do esqueleto, o clcio importante na coagulao sangunea, na transmisso dos impulsos neurais, na contrao muscular e na ativao de diversas enzimas.
Nveis de clcio total inferiores a 7 mg/dL podem levar tetania e superiores a 12
mg/dL ao coma. So causas de hipercalcemia: acromegalia, cncer de pulmo, rins, bexiga sem
envolvimento sseo, Doena de Paget, hiperparatireoidismo, hipervitaminose D, mieloma mltiplo quando as protenas esto elevadas, neoplasias com metstase ssea, sarcoidose e uso de drogas como os tiazdicos, vitaminas A e D, anticidos alcalinos e carbonato de ltio.
So causas de hipocalcemia: deficincia de magnsio, deficincia de vitamina D,
doenas gastro-intestinais que interferem com a absoro de vitamina D ou clcio, hipoparatireoidismo idioptico ou cirrgico, insuficincia renal, nefrose ou outras condies com baixos nveis de protenas sricas, pancreatite aguda,pseudo hipoparatireoidismo, uso de drogas como anticonvulsivantes, corticosterides, calcitonina, gastrina, insulina, glucagon, glicose, sais de magnsio
10. REFERENCIAS BIBLIOGRFICAS BURTIS CA, Ashwood ER, Bruns DE. Tietz, Textbook of Clinical Chemistry and molecular diagnostics, 4th edition 2006. HENRY JB,Clinical Diagnosis and Management by laboratory methods 21th edition, 2007. MINAS GERAIS, Secretaria de Estado de Sade. Ateno a sade do adulto,hipertenso e diabetes. Belo Horizonte: SAS/MG, 2006. 198 p. Zhang, DJ, Elswick RK, Miller WG, Bailey, JL. Effect of serum-clot contact time on clinical chemistry laboratory results. Clinical Chemistry 1998, 44(6):13251333.
DOSAGEM DE CIDO RICO
1. NOME DO EXAME Dosagem de cido rico (sangue)
1.3 Sinonmia Urato Uricemia
2. INDICAO CLNICA Exame til na avaliao do metabolismo da purina, adenosina e guanosina e encontra-se alterada em diversas condies clnico-patolgicas alm da gota.
3. PREPARO DO PACIENTE Jejum mnimo de 8 horas recomendvel Coletar o material pela manh
4. AMOSTRA Soro
5. CUIDADOS PARA COLETA Nenhum cuidado especial. No coletar em tubos contendo EDTA ou fluoreto. Ver Anexo I Orientaes para coleta de sangue venoso.
6. ORIENTAO PARA TRANSPORTE E ARMAZENAMENTO Recomenda-se separar o soro at 3 horas aps a coleta. Caso isso no seja possvel,
manter a amostra de sangue entre 20 25 C por at 24 horas, em recipiente fechado. Aps a obteno do soro, caso o exame no possa ser prontamente realizado,
recomenda-se manter a amostra refrigerada entre 4 8 C por at 3 dias, em recipiente fechado.
7. MTODOS MAIS UTILIZADOS NO LABORATRIO CLNICO Colorimtrico
8. INTERPRETAO
8.1 Valores de referncia Observao: Os valores de referncia podem variar em funo do mtodo e reagente utilizado,
portanto, esses valores devem estar claramente citados nos laudos de resultados de exames laboratoriais. Soro:
Sexo feminino: 2,4 6,0 mg/dL (143 357 mol/L) Sexo masculino: 3,4 7,0 mg/dL (202 416 mol/L)
8.2 Valores crticos > 12 mg/dL (714 mol/L)
8.3 Principais influncias pr-analticas e fatores interferentes So exemplos de drogas interferentes na concentrao srica de cido rico:
REDUO ELEVAO Agentes radiogrficos Acetaminofem Albuterol Ampicilina Alopurinol Aspirina (baixas doses) Aspirina (altas doses) Azatioprina Azatioprina Bussulfan Cefotaxime Calcitriol Clorotiazida Ciclosporina Clorpromazina Clorofrmio Corticosterides Etambutol Dipirona Furosemide Dobutamina Ibuprofeno Espironolactona Levodopa Fenilbutazona Meticilina Griseofulvina Metildopa Indometacina Niacina Levodopa Pirazinamida Metildopa Propranolol Metotrexate Rifampicina leo de canola Sulfanilamida Predinisona Tetraciclina Probenecide Toefilina Verapamil Warfarin Vitamina C Zidovidina
8.4 Exames relacionados Dosagem de creatinina Depurao de creatinina endgena
9. COMENTRIOS DO MDICO PATOLOGISTA CLNICO incomum a ocorrncia