Prova de Lngua Portuguesa Professora: Sandra Mary Foppa
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Este apanhado de questes tem como objetivo apre- sentar aos
estudantes do PVI, PVV e PVN como for- mulada a prova de Lngua
Portuguesa da UFG. Para isso, busquei, no site da Universidade as
provas de 2008, 2009/1, 2009/2 e 2010/1, as quais ser discu- tidas
e analisadas atravs da interatividade.
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PROVA DE 2008 11/12/2007
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Leia o texto impresso. 1. Explique por que, quanto composio
ortogrfica, o texto integra a memria da lngua portuguesa escrita.
Justifique sua resposta apresentando dois exemplos retirados do
texto.
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Resposta esperada 1: O texto integra a memria da lngua
portuguesa porque apresenta uma ortografia que expressa padres de
grafia do Portugus em 1925, o que demonstra uma fase anterior da
lngua portuguesa escrita comparada grafia dos dias atuais. Nessa
poca, prevaleciam vrio padres de escrita. Por exemplo, a grafia dos
vocbulo phenomenos e systhema, que atualmente so grafados fenmenos
e sistema.
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OU... A composio ortogrfica do texto remete a um padro escrito
da lngua portuguesa na primeira metade do sculo XX, poca da produo
do texto, e traz palavras e expresses cuja grafia foi alterada ou
que esto em desuso no portugus escrito atual, como por exemplo,
syntheticos e atmospherico (ou exemplos semelhantes).
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2. Este novo Julio Verne affirma, em seu livro, que as
formigas, como as abelhas, no dormem. E pergunta: por que no pde
fazer o mesmo a humanidade? Nesse trecho, h duas formas de citao.
Considerando essa informao, responda: quais so essas duas formas,
como cada uma delas reproduz o discurso citado e qual delas tende a
agregar mais efeito de credibilidade ao texto?
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Resposta esperada 2: No trecho, o autor usa as citaes em
discurso indireto e direto. No discurso indireto, opta pela
reproduo no literal do discurso citado; no discurso direto, por sua
reproduo literal. O discurso direto tende a agregar mais efeito de
credibilidade fala transcrita.
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3. Escrito em 1925, o texto faz previses relativas ao ano de
2926. Diferentes formas verbais so utilizadas para representar
fatos, acontecimentos e situaes nos planos da certeza e da
probabilidade. Que tempos e modos verbais expressam cada um desses
planos? Exemplifique-os com frases transcritas do texto.
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Resposta esperada 3: Para expressar o plano da certeza so
usadas formas verbais no modo Indicativo, nos tempos Presente,
Pretrito Perfeito, Pretrito Imperfeito e Futuro do Presente.
Exemplos: Este novo Julio Verne affirma, em seu livro, que as
formigas, como as abelhas, no dormem, [...] que faro cahir a
cabelelleira que herdamos dos monos [...], Dentro de mil annos
todos os habitantes da terra,...
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...homens e mulheres, sero absolutamente calvos; O aeroplano de
2.926 ser manufaturado de material synthetico, recoberto por uma
rde de fios que, como o nosso systema nervoso, permittir o controle
das foras naturaes, hoje vencidas, em parte, mas que arrastam,
constantemente, espao em fra, os pesados passaros de ao dos nossos
dias. Para expressar o plano da probabilidade so usadas formas
verbais no modo...
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...Subjuntivo, nos tempos Presente, Pretrito Imperfeito, e, no
modo Indicativo, no tempo Futuro do Pretrito. Exemplos: Dess'arte,
nas farras ou defronte mesa de trabalho, receber- -se-ia, atravs
das vestes, a energia reparadora, sufficiente para que o prazer ou
a tarefa continuassem por tempo indefinido, sem o menor canao; ou
como no trecho O professor Low acredita na proximidade dessa
inveno, que evitaria ao homem, canado pelo trabalho ou pelo prazer,
a necessidade de um somno restaurador...
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...effeito que elle obteria directamente do ether, por
intermedio de suas vestes, perfeitamente apparelhadas com um metal
conductor e ondas de radio que lhe proporcionariam a parte de
energia necessaria para continuar de p, por mais um dia, lastimvel
que no possamos alcanar essa poca!.
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4. O texto relata a afirmao do escritor A. M. Low de que as
previses sobre o futuro no constituem sonho. Que crena a respeito
do conhecimento cientfico e de sua contribuio para a melhoria de
vida da humanidade pode ser depreendida dessa afirmao?
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Resposta esperada 4: A crena que pode ser depreendida do texto
a de que a evoluo as condies de vida da humanidade est diretamente
relacionada ao avano da cincia, ou seja, que o avano da cincia
sempre ser positivo para as pessoas, o que nem sempre verdadeiro.
OU O texto traz uma viso otimista, e at ingnua, a respeito dos
avanos cientficos, pois prev apenas os benefcios de sua aplicao
para a vida das pessoas, sem considerar eventuais malefcios.
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5. No texto, que imagens so associadas aos homens e s mulheres
quando respectivamente comparados com super-homens e Vnus de
Milo?
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Resposta esperada 5: Segundo o texto, a imagem associada aos
homens, quando comparados a super-homens, a de que os homens so
seres saudveis, poderosos, fortes, belos e geniais; j a associao
das mulheres Vnus de Milo cria a imagem de beleza fsica,
sensualidade e inteligncia. Em outras palavras,trata-se de um ideal
de perfeio para a raa humana.
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PROVA DE 2009/1
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Leia o texto impresso. 1. A tela Abaporu (1928), referida no
texto 1, inspirou o movimento antropofgico. O dilogo entre as
personagens na pea Tarsila caracteriza esse movimento por meio da
descrio do Abaporu. A tela A negra (1923), precursora da fase
antropofgica. Observando os temas, as formas e a composio das
imagens, explique por que a tela Antropofagia (1929) d continuidade
ao movimento lanado em 1928.
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Resposta esperada 1: A tela Antropofagia d continuidade ao
movimento lanado em 1928, por apresentar, como paisagem de fundo,
uma vegetao da flora brasileira e por trazer a juno do Abaporu e A
negra, personagens de telas anteriores, o que acentua a brasilidade
(ou o nacionalismo ou o nativismo) do tema da tela em questo. o
ndio e a negra representando a formao da sociedade brasileira (que
tambm agrega o elemento europeu).
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Critrio de correo: Foi considerada adequada e serviu de
referncia para a pontuao da questo, a resposta que apresentou
clara- mente a temtica (brasilidade ou nacionalismo ou nati-
vismo), atentou para as formas retratadas (e para a incorporao do
elemento europeu) e para a composio hbrida da tela Antropofagia,
relacionando as formas e a composio s ideias antropofgicas
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Leia o texto 2 e 3. 2. a) Analisando o texto 3, explique por
que a cano Pau Brasil (texto 2) pode ser considerada como
integrante do movimento da Tropiclia. b) Que ato praticado pela
personagem, no texto 2, sugere a construo da temtica antropofgica?
Justifique.
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Resposta esperada 2: a) A cano Pau Brasil pode ser considerada
como integrante do movimento da Tropiclia por trazer expresses que
remetem lngua, aos tipos (aos personagens), religio e cultura do
Brasil. A partir da valorizao do ndio e do rompimento com os
preceitos do cristianismo difundidos pelos europeus, a msica
representa uma resistncia aos valores estabelecidos pela colonizao
europeia e prope, em sua temtica, a consolidao da brasilidade j
defendida no movimento antropofgico.
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Critrio de correo: Foi considerada adequada e serviu de
referncia para a pontuao da questo, a resposta que apontou os
elementos da cano (linguagem, tipos (personagens), crena e
cultura), justificou a presena desses elemento valorizao/conso-
lidao da brasilidade e resistncia aos valores europeus) e os
relacionou, promovendo uma aproximao entre a tropiclia e o
movimento antropofgico.
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b) o ato de dar uma dentada na ma, uma vez que foi desfeita a
conotao de pecado em virtude da aprovao desse gesto pelo Deus Tup.
A menina mordeu a ma (normalmente vista como smbolo de pecado) e
saiu cantarolando, sem nenhum sinal de culpa. Seu ato foi,
inclusive, estimulado pelas palavras do Deus Tup, que chamou de
tola a atitude inicial da menina, ao olhar a fruta meio de banda
como se fosse coisa mals, porque o movimento antropofgico recusa as
crenas impostas pelos europeus.
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Critrio de correo: Atendeu plenamente ao que foi solicitado e
serviu de referncia para a pontuao da questo, a resposta que
identificou o ato (morder a ma) e apresentou justificativas
coerentes para a construo da ideia antropofgica, mencionando e
desfazendo a ideia de pecado ou mencionando o pecado e falando da
resistncia s imposies europeias (sem culpa, cair na gandaia).
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3. a) A msica Pau Brasil (texto 2) reafirma a crtica que Oswald
tece s aes dos europeus na formao da cultura brasileira (texto 1).
Relacione trechos dessa msica crtica de Oswald a respeito da
linguagem herdada dos europeus. b) A expresso Um belo dia instaura
uma mudana na organizao seqencial do texto 2. Explique que mudana
essa.
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Resposta esperada: a) Quanto linguagem, os trechos da msica
Olhou a fruta meio de banda como se fosse coisa mals e Deu uma
dentada, meteu o dente, e de repente, tchan-tchan-tchan-tchan e os
termos balangand, aldebar, cunh, tup, gandaia justificam a crtica
que Oswald faz imposio da lngua de Portugal, quando ele diz: Contra
o europeu que chegou trazendo a gramtica; Vamos nos tornar
antropofgicos e lanar oficialmente a Antropofagia Brasileira de
Letras!.
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Critrio de correo: Atendeu plenamente ao que foi solicitado e
serviu de referncia para a pontuao da questo, a resposta que
identificou a crtica de Oswald imposio da gramtica trazida pelos
europeus e fez uma relao clara entre a critica e os trechos ou
termos de origem brasileira citados da msica. (Trechos: Olhou a
fruta meio de banda como se fosse coisa mals / Deu uma dentada,
meteu o dente, e de repente, tchan-tchan-tchan-tchan. Termos:
balangand / aldebar / cunh / tup /gandaia).
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b) Os trs primeiros versos da letra da msica constituem uma
sequncia descritiva e a expresso Um belo dia marca a mudana na
organizao textual, instaurando uma sequncia narrativa, na qual so
relatadas as aes das personagens. Critrio de correo: Foi
considerada adequada e serviu de referncia para a pontuao da
questo, a resposta do candidato que identificou claramente a
mudana, dizendo que ela se deu do plano descritivo para o plano
narrativo (plano da instaurao do conflito ou do desenvolvimento das
aes).
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Analise as imagens para responder as questes 4 e 5. 4.
Considere que a pea publicitria uma releitura da obra Autorretrato
em monteau rouge, explique por que a propaganda se configura como
uma homenagem tanto a Tarsila do Amaral quanto ao pblico
feminino.
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Resposta esperada: 4. O perfume nomeado a partir da juno do
nome Tarsila do Amaral e de uma de suas telas, Autoretrato em
manteau rouge. Assim, o perfume presta uma homenagem elegncia,
atitude e ao brilhan- tismo da artista e de sua representao em seu
autorretrato pintado na referida tela. Homenageiatambm a mulher
brasileira, comparando-a grande artista que teve reconhecidos o
valor de sua obra e a sua contri- buio arte brasileira. A
propaganda divulga a ideia de que, ao usar o perfume, toda mulher
pode ter um pouco de Tarsila do Amaral e isso vai ao encontro dos
desejos de consumo do pblico alvo.
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Critrio de correo: 4. Foi considerada adequada e serviu de
referncia para a pontuao da questo, a resposta que apresentou as
caractersticas de Tarsila (ou da tela ou do casaco ou da obra da
artista) e relacionou essas caractersticas ao produto anunciado (ao
perfume), mostrando que isso exalta a beleza (a atitude, o poder, o
brilhantismo, a elegncia etc.) da mulher, o que vai ao encontro dos
desejos do pblico consumidor feminino (ser como Tarsila, alcanar
status, prazer etc.).
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5. No campo da publicidade, comum a utilizao de obras de arte
em anncios para a divulgao de diferentes produtos. Explique por que
obras de arte so utilizadas como recurso para persuadir o
consumidor a usar um determinado produto.
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Resposta esperada: 5. A obra de arte sugere uma associao ao bom
gosto e esttica e, por isso, utilizada como recurso de persuaso
para a compra de produtos. Imagens de bom gosto, beleza,
sofisticao, cultura, intelectualidade, status e requinte so
vinculadas tanto ao produto anunciado quanto ao seu consumidor,
como estratgia para persuadir o consumidor a adquirir o produto, ou
seja, essas imagens agregam valor ao produto, criando uma
identificao entre a obra, o produto anunciado e o pblico
consumidor.
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Critrio de correo: Foi considerada adequada e serviu de
referncia para a pontuao da questo, a resposta que vinculou as
imagens relacionadas s obras de arte (bom gosto ou beleza ou
distino ou requinte ou status ou cultura ou intelectualidade) s
caractersticas dos produtos anunciados e, nessa vinculao, o
candidato demonstrou perceber que h um claro trabalho do
publicitrio, visando persuadir o leitor a adquirir um produto com o
qual se identifica.
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PROVA DE 2009/2
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Leia os textos 1, 2 e 3 impressos. 1.O filme Hamlet, de
Laurence Olivier, considerado uma adaptao exemplar da clssica pea
de Shakespeare, escrita entre 1600 e 1602, e a grande referncia
pela qual as futuras verses cinematogrficas so julgadas.
Considerando a construo textual da sinopse do filme (1948) e da pea
teatral Hamlet, de Shakespeare, explique como a voz das personagens
marcada no gnero sinopse e no gnero pea teatral.
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Resposta esperada: No gnero sinopse, predomina o discurso
indireto, caracterizado por representar a fala das personagens com
as palavras do nar- rador. Para isso, so utilizados mecanismos de
organizao dis- cursiva como a 3 pessoa, a presena de oraes
subordinadas substantivas cuja orao principal seja um verbo de
dizer, altera- o verbal etc. No gnero pea teatral, predomina o
discurso direto, pois os personagens tomam a palavra. As falas das
perso- nagens so reproduzidas tal como so proferidas. Para isso, na
pea, so utilizados mecanismos de organizao discursiva como a 1
pessoa, a rubrica, o dilogo etc.
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Critrio de correo: Foi considerada adequada, servindo de
referncia para a pontuao da questo, a resposta do candidato que:
relacionou sinopse com discurso indireto e pea teatral com discurso
direto, definiu (explicou) cada um desses tipos discursivos e citou
(mencionou) mecanismos de organizao discursiva que os
caracterizam.
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2. Como forma de despertar no leitor o interesse pelo filme, a
sinopse uma sntese informativa que antecipa parte de seu enredo.
Com base nessa afirmao e no fato de a sinopse ser um gnero
narrativo, qual o tempo verbal predominante na sinopse do filme
Hamlet e que efeito produzido com o uso desse tempo?
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Resposta esperada. O tempo verbal predominante na sinopse do
filme Hamlet o presente (presente histrico), como se observa no uso
de sente-se, casa-se, perde, morre, procura etc. Esse tempo verbal
atribui atualizao ao enredo e dinamismo s aes narradas, produzindo
o efeito de aproximao entre a histria e o leitor. Isso envolve o
leitor com a histria, desperta a sua curiosidade e o instiga a
assistir ao filme.
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Critrio de correo: Foi considerada adequada, servindo de
referncia para a pontuao da questo, a resposta do candidato que:
identificou o tempo verbal presente do modo indicativo, explicou
o(s) efeito(s) de sentido produzido(s) pelo uso do presente
(atualizao ou dinamismo das aes e aproximao (envolvimento) do
leitor com o enredo) e relacionou esses efeitos ao objetivo da
sinopse: despertar no leitor o desejo de assistir ao filme
(persuadir o leitor a assistir ao filme).
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3. No poema Hamlet, de Olavo Bilac, quais elementos recriam a
pea de William Shakespeare e por que o poema se configura como uma
pardia?
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Resposta esperada: Os elementos que recriam a pea de William
Shakespeare so: o ttulo do poema, os nomes das personagens, o
monlogo rea- lizado por Hamleto, a frase ser ou no ser, a estrutura
da pea teatral, o dilema etc. O poema pode ser considerado uma par-
dia, pois Olavo Bilac utiliza elementos caractersticos da obra de
Shakespeare para criticar (ironizar, satirizar) a situao pol- tica
do Brasil. Ele distorce (recria, reconstri, faz uma intert-
extualidade com) o monlogo de Hamlet para, atravs do hu- mor,
desqualificar o sistema poltico que instaura o regime republicano,
baseado no modelo norte-americano.
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Critrio de correo: Foi considerada adequada, servindo de
referncia para a pontuao da questo, a resposta do candidato que:
identificou mais de um elemento caracterstico da obra de
Shakespeare (o ttulo do poema, os nomes das personagens, o monlogo
realizado por Hamleto, a frase ser ou no ser, a estrutura da pea
teatral, o dilema etc.), definiu a pardia feita por Olavo Bilac
como uma releitura (remontagem, recriao, imitao,
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reconstruo, intertextualidade etc) bem humorada da obra de
Shakespeare, e explicou o objetivo da pardia: criticar (satirizar,
ironizar, desqualificar) a situao poltica vivida no Brasil poca da
escritura do poema, desqualificando o sistema poltico que instaurou
o regime republicano, de inspirao norte-americana.
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4. Pode-se afirmar que Olavo Bilac compara o ato de governar
uma repblica com a tragdia de Hamlet. Com base no texto 2, explique
o dilema vivido por Hamleto.
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Reposta esperada. Hamleto vive o dilema de um governante
dividido entre a pers- pectiva de governar um pas republicano e no
acreditar na Rep- blica e seu sistema. Est dividido entre lutar
contra o federalismo, a Constituio Republicana, o modelo econmico
norte-americano ou defender os princpios republicanos. Instaurado o
dilema, a prpria fala de Hamleto mostra a tenso (reflexo,
inquietude) que ele vive, por no saber mais se um Presidente, um
Ditador ou um ca- cique. Pode desistir da Presidncia e morrer,
dormir... dormir... ser deposto... mais nada., ou lutar para ser
reeleito, e Cair, degringolar no abismo, e se submeter s leis da
Repblica.
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Critrio de correo: Foi considerada adequada, servindo de
referncia para a pontua- o da questo, a resposta do candidato que:
identificou o dilema (ser ou no ser republicano, governar ou no
governar uma repblica), mostrou a oposio que expressa o dilema
(tristeza, dvida, questionamento, sofrimento etc), baseada em
exemplos de trechos do texto (federalismo versos no-federalismo,
constituio ou no-constituio, ser ou no ser imperador, ser
presidente ou ditador etc.) e demonstrou conscincia de que a prpria
atividade enunciativa caracteriza o dilema.
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5. Com base no quadrinho (texto 3) e na histria de Hamlet
(texto 1), responda: a) No quadrinho, que recursos lingusticos
constroem a inter- textualidade entre a fala de Magali e o dilema
de Hamlet? b) Mesmo se apropriando do dilema de Hamlet, a
personagem Magali mantm traos de sua identidade, o que produz
humor. Quais so esses traos e por que o humor produzido?
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Resposta esperada: a) A intertextualidade construda com base na
fala de Magali, Comer ou no comer, que retoma o dilema de Hamlet,
resumido pela clebre frase Ser ou no ser, eis a questo!!. Os
recursos lingusticos verbais que constroem essa intertextualidade
so a anttese, o paralelismo sinttico, a conjuno alternativa ou, que
instaura a dvida entre fazer e no fazer algo ou entre ser e no ser
algo, a repetio dos verbos ser e comer no infinitivo etc; os
recursos lingusticos no verbais so o figurino de Magali, sua
postura em cena, o palco, o cenrio, a substituio do crnio pela ma
etc.
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Critrio de correo: Foi considerada adequada, servindo de
referncia para a pontua- o da questo, a resposta do candidato que:
relacionou a fala de Magali com o dilema de Hamlet, identificou
mais de um recurso lingustico verbal e/ou no verbal auxiliar na
promoo dessa intertextualidade, e mostrou que esses recursos
contribuem para isso, pois recuperam elementos da clebre frase (Ser
ou no ser), que remete obra.
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b) Os traos que caracterizam a personagem Magali e que mantm
sua identidade so a gula, a aceitao da gula, a paixo por comida, a
fixao por comida, a fome incontrolvel, sua predileo por frutas etc.
O humor ocorre pelo deslocamento (pela releitura, trans- ferncia
etc.) do dilema trgico de Hamlet para o dilema cmico de Magali que
se coloca diante da dvida de comer ou no comer uma ma, ou seja,
pela banalizao do dilema de Hamlet. O humor produzido porque a
personagem apresenta um falso dilema, pois sua personalidade mostra
que ela jamais teria dvida quando se trata de comer ou no comer
qualquer alimento.
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Critrio de correo: Foi considerada adequada, servindo de
referncia para a pon- tuao da questo, a resposta do candidato que:
identificou mais de um trao caractersticos da identidade de Magali
e explicou que o humor produzido porque feito um deslo- camento
(uma releitura, uma transferncia etc.) do dilema trgico de Hamlet
para um possvel dilema, um falso dilema, vivido por uma personagem
gulosa e apaixonada por comida diante da opo de comer ou no comer
uma ma
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PROVA DE 2010/1
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Leia os textos 1, 2, 3 e 4 impressos. 1. No texto I, a maioria
das personagens faz referncia a si mesma em primeira pessoa, mas
Pedro faz isso de maneira diferente. Que maneira essa? Explique as
motivaes sociais que a justificam.
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Resposta esperada. Pedro refere-se a si mesmo sempre em
terceira pessoa. As motivaes sociais para que isso ocorra esto
ligadas ao fato de Pedro ser escravo e pertencer a uma classe
inferior a de seus senhores. Devido a isso, Pedro no se reconhece
como ser que fala, mas sobre o qual se fala, e mostra dis-
tanciamento, no identidade, no individualidade, no autonomia, e,
por isso, usa a terceira pessoa. Ele no se assume como um eu, mas
como aquele que chamado por seus senhores.
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Critrio de correo Foi considerada adequada, servindo de
referncia para a pon- tuao da questo, a resposta que identificou a
3 pessoa do singular, justificou esse uso pela condio social de
Pedro, ser escravo (servo, negro no livre), argumentando que essa
condi- o leva coisificao (reificao), falta de individualidade e de
identidade da personagem, logo, ele visto e se reconhece como uma
no-pessoa, algo sobre o qual se fala.
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2. Na concepo de Eduardo, a carta de liberdade entregue a Pedro
significava uma punio (texto I). Explique por qu.
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Resposta esperada. Na concepo de um aristocrata como Eduardo, o
escravo, ao ser libertado, perderia a proteo e o conforto da casa
dos senhores e a oportunidade de viver sob valores morais e sem-
timentos nobres. Por serem os escravos considerados igno- rantes e
incapazes por seus senhores, a liberdade significaria uma
aprendizagem e a busca por trabalho, alimentao, moradia e por
segurana em lugares desconhecidos, logo, o enfrentamento de
dificuldades.
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Critrio de correo Foi considerada adequada, servindo de
referncia para a pontuao da questo, a resposta que mencionou o
papel social de Eduardo, um aristocrata (um escravocrata, senhor de
escra- vo, homem branco livre), e, por isso, via na liberdade (um
valor positivo) dada a Pedro uma punio, uma vez que considerava o
escravo um ser inferior (ignorante, incapaz) que precisava da
proteo e da guarda de seu senhor. Ao contemplar essa viso
preconceituosa de Eduardo, a resposta adequada...
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...menciona, como consequncias da liberdade, a perda das
regalias, o enfrentamento de problemas (lutar por alimentao,
moradia, trabalho etc.), e o fato de Pedro ter de assumir respon-
sabilidade pelos seus atos e aprender a respeito de valores morais,
que, segundo Eduardo, no eram visveis em um escravo.
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3. Quanto convivncia entre escravos e senhores, que trecho da
pea de Alencar (texto I) se relaciona com a cena domstica retratada
no quadro de Debret Um jantar brasileiro (texto II)? Explique essa
relao.
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Resposta esperada. O trecho relacionado com a obra de Debret o
seguinte: temos no nosso lar domstico esse demnio familiar. Quantas
vezes no partilha conosco as carcias de nossas mes, os folguedos de
nossos irmos e uma parte das afeies da famlia!. Essa relao pode ser
estabelecida porque ambos os textos remetem a cenas do dia a dia no
sculo XIX, em que brancos e escravos domsticos compartilham
momentos de intimidade, mesmo que assimetri- camente, pois ao negro
cabe apenas receber um pouco de ateno, de afeto e de comida por
parte do branco.
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Critrio de correo Foi considerada adequada, servindo de
referncia para a pontuao da questo, a resposta que identificou o
trecho que relaciona a cena retratada na tela de Debret com a pea O
demnio familiar (temos no nosso lar doms- tico esse demnio
familiar. Quantas vezes no partilha conosco as carcias de nossas
mes, os folguedos de nossos irmos e uma parte das afeies da
famlia!)...
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... e explicou que essa relao mostra uma convivncia
aparentemente harmnica, mas que de fato assimtrica, entre escravos
e senhores, uma vez que imagens e situ- aes mostradas nos textos
sugerem a condio de sub- servincia do negro em relao ao
branco.
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4. Em Liberdade s posso esperar (texto III) e em Negro a raiz
da liberdade! (texto IV), o mesmo tempo verbal contribui para a
construo de sentidos diferentes. Qual a diferena de sentidos
produzida nos textos?
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Resposta esperada. Em liberdade s posso esperar (texto III), o
tempo presente contribui para a construo da ideia de possibilidade,
expectativa em relao liberdade futura. Em negro a raiz da liberdade
(texto IV), o tempo presente contribui para demonstrar que a
liberdade j foi consolidada e instaurada, uma vez que inerente
origem do povo negro.
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Critrio de correo Foi considerada adequada, servindo de
referncia para a pontuao da questo, a resposta que identificou o
tempo verbal presente e explicou que, no texto III, ele contribui
para a construo da ideia de liberdade como um fato possvel
(liberdade s posso esperar), ainda no alcanada, e, no texto IV, ele
contribui para demonstrar que a liberdade j est consolidada, ou
mais que isso, est na prpria raiz (origem) do povo negro (negro a
raiz da liberdade).
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5. A composio do texto IV representa um movimento de retorno
cultura africana. Como esse movimento retratado na imagem?
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Resposta esperada. O movimento de retorno cultura africana
retratado na imagem por meio de uma releitura do mapa da frica,
elaborada com base em fotografias de afrodescendentes renomados,
indicando um movimento inverso quele que retirou os negros da frica
no passado escravo. A cultura africana valorizada por constituir as
bases da identidade de outros povos, identidade representada no
mapa por pessoas de renome nacional e internacional. A imagem
sugere que, embora os escravos tenham sido levados da frica, hoje
os afrodescendentes espalhados pelo mundo fazem...
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que aquele continente seja respeitado devido importncia dos
filhos que gerou e distribuiu pelo mundo. Essa importncia revela
que a liberdade inerente ao negro, ou seja, est na sua raiz, na sua
origem.
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Critrio de correo Foi considerada adequada, servindo de
referncia para a pontuao da questo, a resposta que trata da
composio imagtica do texto IV, mencionando que nele o mapa do
continente africano redesenhado a partir de um mosaico feito com a
imagem de negros ilustres em diversos setores da sociedade mundial,
e explicou que essa composio sugere um movimento de retorno cultura
africana porque...
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... valoriza a contribuio e a importncia dos afrodescen- dentes
na formao da cultura e da identidade de outros povos, essa
valorizao revela que a liberdade inerente ao negro, ou seja, est na
sua raiz, na sua origem.
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Acesse o site: [email protected] e confira este e
outros contedos de LP que esto postados.