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Regras do Negcio, um fator chave de sucesso no processo dedesenvolvimento de Sistemas de Informao
Silvia Ins DallavalleEdson Walmir Cazarini
USP-EESC - Escola de Engenharia de So Carlos - rea: Engenharia de Produoe-mail: [email protected], [email protected]
Abstract
Organizations are perceiving the importance of flexible computing systems in keeping track of anever growing and changeable market. In this context, an important issue are the requirements gathered
during the analysis phase of a software engineering process. As a whole, the acquisition and
understanding of requirements are not a simple task as they may appear an abstract problem to
customers. This work aims to present Business Rules as a means to help resolve the problem ofrequirements ill-definition, showing that these rules represent an important concept during the
requirement acquisition process, as they make it easier to introduce changes in information systems
and also provide the opportunity to business-oriented people to assess the performance of eachprocess. Despite the fact that Business Rule is a recent topic, it has been used by some Information
Technology people, although little research on the subject has been done.
KEY WORDS: Business Rules, Requirements Engineering, System Analysis, ECA, ECAA
Resumo
As organizaes esto percebendo a importncia de sistemas computacionais flexveis para
acompanhar o mercado cada vez mais competitivo e em constantes mudanas. Nesse contexto, uma
importante questo refere-se aos requisitos capturados na anlise do ambiente no processo de
engenharia de software. Em geral, a captura e entendimento dos requisitos no so tarefas simples,
por se tratar muitas vezes de problemas ainda abstratos para o cliente. O presente trabalho tem como
objetivo apresentar Regras do Negcio como uma forma de ajudar a resolver o problema da m
definio de requisitos, mostrando que elas representam um importante conceito na fase de definio
de requisitos organizacionais, facilitando modificaes no sistema de informao quando essas regras
mudam, e proporcionam oportunidade para as pessoas do negcio avaliarem a execuo de cada
processo. Mesmo sendo um tema recente, utilizado por alguns profissionais da tecnologia da
informao, mas poucas pesquisas sobre o tema em engenharia de requisitos tm sido realizadas.
KEY WORDS: Regras do Negcio, Engenharia de Requisitos, Anlise de Sistema, ECA, ECAA.
Introduo
Apesar das novas e eficientes tcnicas de engenharia de software, projetos de
desenvolvimento de software continuam muitas vezes, no atendendo s expectativas dos clientes, por
extrapolarem prazos e oramentos, alm de no satisfazerem completamente o usurio. Muitos
problemas desses projetos ocorremdevido sfalhas no processo de engenharia de software, sobretudo
conseqncia dadefinio derequisitos de software incompletas e inconsistentes.
As atividades de anlise so responsveis por 50% a 60% de todos os erros do software. Aodar mais ateno ao processo de anlise, obtm-se uma grande reduo nos custos de desenvolvimento
e manuteno. A Engenharia de Requisitos um vasto campo de pesquisa da Engenharia de Software.
De acordo com ZANLORENCI & BURNETT (1998), descobrimento, documentao e gerenciamento
de requisitos caracterizam as etapas fundamentais do processo de Engenharia de Requisitos.ANTONIOU (1998) explica que a Engenharia de Requisitos constri uma ponte entre as necessidades
e caractersticas externas de um lado e o projeto de software e desenvolvedor do outro.ZANLORENCI & BURNETT(1998), definem requisitos como fenmenos que ocorrem no ambiente
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ou domnio da aplicao. LARMAN (1997), descreve requisitos como desejos para um produto.
JACOBSON et al. (1998) coloca que requisito usado como senso geral significando necessidade.
De acordo com PRESSMAN (1995), os requisitos de software devem ser descobertos de
maneira top-down (de cima para baixo); as grandes funes, interfaces e informaes devem ser
completamente entendidas antes da sucessiva camada de detalhes ser especificada. Na tcnica top-
down, os objetos principais so fixados pela alta administrao da empresa, partindo portanto, dasvises e premissas do nvel estratgico, incorporando e inter-relacinando o nvel ttico, para
finalmente estabelecer os objetos e parmetros do nvel operacional, que devem ser coerentes e
compatveis com os anteriores (FELICIANO et al., 1988). LARMAN (1997) e JACOBSON et al.
(1998), sugerem os seguintes artefatos para a fase de Engenharia de Requisitos: avaliao do
ambiente, conhecer quem so os clientes, as metas do negcio, as funes e atributos do sistema.
JACOBSON et al. (1998) afirmam que atualmente muitas pessoas desenvolvem software
usando os mesmos mtodos de 25 anos atrs, e que sem atualiz-los, no ser possvel atingir a metade desenvolvimento de softwares complexos exigidos pelo mercado atual.
De acordo com KOTONYA & SOMMERVILLE (1997), em sistemas pequenos, os custos
da engenharia de requisitos ficam por volta de 10% do oramento total, enquanto os sistemas maiores
tm um custo mdio de 15%. Quando os requisitos so especificados incorretamente, o sistema pode
ser entregue atrasado com um custo maior do que o esperado. O cliente e o usurio no ficarosatisfeitos com o sistema, em muitos casos no usam o sistema ou podem at mesmo decidir descart-
lo completamente. Nesse caso o sistema pode no ser de confiana para o uso, e se continuar assim,
os custos de manuteno so geralmente muito altos.
O analista de sistemas tem habilidade para descrever a empresa em termos de estrutura de
dados que esta utiliza e a organizao das funes que realiza, mas tendem a negligenciar as restries
com as quais a organizao opera (GUIDE, 1997). SOUZA & CASTRO(1998), sugerem que para o
sucesso do desenvolvimento de sistemas necessrio ter certas propriedades na definio de
requisitos, como requisitos completos, corretos, no ambguos, consistentes, modificveis e de fcilentendimento. STERGIOU & JOHNSON (1998) citam o buraco entre negcios e Tecnologia da
Informao, como o grande problema atual das organizaes e sistemas. Muitas organizaes tm
reconhecido que para ser flexvel em um ambiente de crescente competitividade, importante ter um
claro entendimento das regras do negcio da organizao. O entendimento dos aspectos sociais,organizacionais, tcnicos, jurdicos e econmicos fundamental para a realizao de um bom trabalho
de Engenharia de Requisitos. Tradicionalmente, os modelos utilizados so relacionados com aspectos
da funcionalidade dos sistemas, relacionados com o "que" e o "como" fazer, apenas permitindodescries de entidades e atividades, e no com o "porque" fazer, envolvidos nos processos decisrios
existentes. Assim, o presente trabalho tem como objetivo mostrar algumas abordagens distintas de
Regras do Negcio, e como elas representam um importante conceito para o problema da m
definio de requisitos de sistemas.
O que so Regras do Negcio?
Regras do Negcio so componentes de um sistema de informao organizacional, cuja
importncia tem sido reconhecida nos ltimos anos. De acordo com LEITE & LEONARDI (1998),
representam um importante conceito dentro do processo de definio de requisitos para sistemas de
informao e devem ser vistas como uma declarao genrica sobre a organizao. Regras do negcio,segundo ROSCA et al. (1997), so uma nova categoria de requisitos do sistema que representam
decises sobre como executar o negcio, e so caracterizadas pela orientao do negcio e sua
tendncia s mudanas. LEITE & LEONARDI (1998) entendem regras do negcio diferente derequisitos: Regras do Negcio so declaraes sobre a forma da empresa fazer negcio. Elas
refletem polticas do negcio. Organizaes tm polticas para satisfazer os objetivos do negcio,
satisfazer clientes, fazer bom uso dos recursos, e obedecer s leis ou convenes gerais do negcio.
Regras do Negcio tornam-se requisitos, ou seja, podem ser implementados em um sistema de
software como uma forma de requisitos de software desse sistema. O principal argumento deLEITE
& LEONARDI (1998) que regras do negcio so declaraes resumo, as quais podem ser
implementadas em diferentes formas por diferentes procedimentos.GOTTESDIENER (1997) afirma que regras do negcio podem oferecer muitos benefcios:
rapidez no desenvolvimento de software, melhor qualidade dos requisitos, facilidade de mudana e
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balanceamento entre flexibilidade e controle centralizado. A pesquisa sobre regras do negcio
direciona para a verdadeira integrao entre pessoas do negcio e tecnologia. O autor afirma que ao
permitir que regras do negcio sejam definidas e gerenciadas separadamente, fazendo uma ligao
com a Engenharia de Software, gerando e mantendo aplicaes dessas regras, tem-se um excelente
potencial para evoluir o estado da arte de Sistemas de Informao.
HERBST (1996) explica que com os progressos ocorridos no nvel de implementao, temsido enfatizado o tratamento das regras do negcio. Para o autor, regras do negcio cobrem a
integridade dos dados, as restries da dinmica organizacional e a uma declarao de como o negcio
feito. Elas so elementos importantes de muitas pesquisas de teoria organizacional, comoAdministrao Cientifica de Taylor e no Modelo da Burocracia de Weber. Para LEITE & LEONARDI
(1998), regras do negcio so uma ponte entre o modelo empresarial e o sistema operacional, e so
derivadas do modelo de apoio deciso.
Segundo KILOV & SIMMONDS (1997), a definio de regras do negcio no mencionacomputadores, software, linguagens de programao, base de dados ou algumaoutra tecnologia. Uma
regra de negcio deve ser feita explicitamente e ser aprovada por uma pessoa competente do negcio.
Na viso de OULD (1995), apud STERGIOU & JOHNSON (1998), regras do negcio podem serapresentadas na forma de polticas, procedimentos, padres, nveis de responsabilidade, mecanismos
de autorizao e delegao.Segundo CERI & FRATEMALE (1997) apud LEITE & LEONARDI (1998), regras do
negcio respondem s necessidades da aplicao, modelam a reao dos eventos que ocorrem no
mundo real, com efeitos tangveis no contedo da base de dados, assim como encapsula o
comportamento reativo da aplicao para tais eventos. Regras do negcio, para ROSCA et al.(1997),
tornam-se requisitos que governam o sistema operacional da organizao e determina como o negcio
executado atualmente. Podem ser originados dos objetivos organizacionais e em geral, so
declaraes sobre a forma da organizao realizar o negcio, refletindo polticas, procedimentos e
restries, fazendo bom uso dos recursos, de acordo com as leis e convenes do negcio.HOYDALSVIK & SINDRE (1993), apud LEITE & LEONARDI (1998), afirmam que uma das
principais motivaes para buscarregras do negcio diretamente na fase de anlise para tornar mais
fcil manter um sistema computacional, uma vez que torna mais fcil fazer mudanas necessrias no
sistema quando as regras do negcio se modificarem.GOTTESDIENER (1997), afirma que o entendimento de regras do negcio est se
propagando, no entanto, ainda uma nova rea de pesquisa. Regras do negcio esto comeando a ser
reconhecidas como um conceito distinto, uma prtica, uma metodologia e/ou uma tcnica derequisitos. Para o autor, regras do negcio so uma declarao que define ou restringe algum aspecto
do negcio, pretendendo-se afirmar a estrutura do negcio ou controlar ou influenciar o
comportamento do mesmo. ROSCA et al. (1997) afirmam que muitos requisitos caem na categoria
conhecida como regras do negcio, os quais expressam requisitos computacionais quedeterminam ou
afetam emcomo o negcio realizado. Regras do negcio enfocam como clientes so tratados, como
recursos so gerenciados, ou como situaes especiais so tratadas cumprindo processos do negcio.
Elas representam decises do negcio para cumprir esse trabalho de prover o servio ao cliente.Assim, regras do negcio compreendem um conjunto importante de requisitos de um sistema sendo
desenvolvido ou obtido pela organizao.
Regras do Negcio na Organizao
GOTTESDIENER (1997) afirma que cada regra do negcio deve ser decomposta em outras
regras discretas do negcio. O autor cita o seguinte exemplo: uma pessoa do negcio pode afirmar: o
nmero total de produtos regularizados vendidos no pas no deve exceder o limiar definido pelos
limites reguladores do pas de origem. Essa declarao contm termos para pessoas j familiarizadas
com o negcio e contm muitas regras discretas do negcio. A declarao traz implicitamente:
definies (produtos regularizados e pas), derivaes (nmero total de, limiar), fatos (produtos
vendidos no pas, limites definidos pelo pas de origem) e restries (total e no exceder limites).Uma regra do negcio pode ser decomposta at uma forma elementar como um tomo
(indivisvel), at ser suficiente para ser referir a um nico conceito. A regra do negcio no contmdeclaraes de controle de fluxo, tipicamente encontrada em lgica de programao e deve ser escrita
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de forma declarativa (no procedural), usando gramtica padro, linguagem natural que as pessoas do
negcio possam ler e entender de forma no ambgua (GOTTESDIENER, 1997).
Segundo HERBST(1996), o principal objetivo da anlise de sistemas colecionar todas as
informaes relevantes do universo do discurso. Universo do discurso todo o contexto no qual o
software ser desenvolvido, operado e mantido. Isso inclui todas as fontes de informao e todas as
pessoas relacionadas com a aplicao. Essas pessoas so chamadas atores. O Universo do Discurso na realidade composto pelos objetivos estabelecidos pelo cliente (LEITE & LEONARDI, 1998).
As pesquisas sobre organizao, tm em comum que certas partes (da organizao) podem e
devem ser descritas por regras formalizadas e existem regras que no devem ser formalizadas. ParaHERBST (1996), o desenvolvimento de sistemas de informao leva a descries detalhadas eformalizadas de todos os fatos, o quais so implementados e executados automaticamente. Entretanto,
existem muitas excees s regras, que em processos informatizados, muitas vezes, no podem ser
processados corretamente sem interveno manual. O autor sugere os seguintes passos para a anlisede sistemas focando em regras do negcio:
1. Definir hierarquicamente o processo do Universo do Discurso;2. Coletar todos os fatos relevantes para os processos e especific-los como regras de
negcio. Por razes de administrao, classificam-se todas regras do negcio de
acordo com muitos critrios discutidos em HERBST (1995);3. Derivar todos modelos em regras do negcio (como tipos de entidades, tipos derelacionamentos e atributos) e estrutur-los em um modelo conceitual de dados;
4. Analisar o modelo de dados com respeito s restries de integridade e especific-lascomo regras do negcio.
As especificaes podem ser usadas no projeto e implementao do sistema, depois de
verificadas e validadas, de acordo com a figura 1.
Figura 1 - Anlise de Sistemas focando em regras do negcio.Fonte: HERBST (1996).
Representao de Regras do Negcio
Diferente de GOTTESDIENER (1997) que afirma que regras do negcio devem ser escritas
de forma declarativa, usando gramtica padro, HERBST (1996) sugere que regras do negcio podem
ser representadas de acordo com as regras das bases de dados ativas, usando trs componentes bsicos:
Evento, Condio e Ao (ECA). Muitos estudos de caso para extrair regras do negcio foram
aplicados em sistemas de informao e revelaram a necessidade da extenso dessa estrutura para
ECAA (Evento, Condio, Ento-Ao, Se no-Ao). Para o evento deve ser conhecida quando a
regra do negcio tem que ser processada. Para a condio, importante saber o que deve ser checado e
o que tem que ser feito caso a condio for verdadeira oufalsa.
Especificao da estrutura do
processo
Validao e Verificao
Projeto e implementao de sistemas
Especificao do modelo conceitual
de dados
Especificaes das restries de
integridade usando regrasdo negcio
Regras do Negcio,
Processo,
modelo de dados,
processadores,fatos na organizao
Repositrio
Tarefas
Especificao do processo usando
regras do negcio
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HERBST (1996) explica que a estrutura ECAA permite especificar regras do negcio
individualmente e a definio de processos completos. Segundo o autor, a linha que divide a
integridade e o processo confusa, algumas pesquisas tentam separar esses dois aspectos. Essaseparao muito artificial e pode deixar vazios no processo de especificao, por que a avaliao da
integridade da semntica pode ser parte do processo e isso poderia resultar em chamadas a outros
processos. A condio da integridade corresponde parte da condio da regra do negcio, a qualabrange o evento que pode disparar a avaliao da propriedade e a ao depende do resultado. Para a
especificao do processo necessrio ligar o componente da ao da regra do negcio aos eventos, os
quais podem disparar outras regras do negcio.
A ontologia do modelo empresarial, quando examinado em nvel mais detalhado, se mostra
na forma de eventos de restries, condies e aes. Para ROSCA et al. (1997), ECA tem uma
melhor definio de semntica operacional e os mais diversos tipos de regras podem ser traduzidos
tornando simples construir uma interpretao para elas.
No momento em que o evento ocorre, se a condio for verdadeira, ento a ao iniciada.
Os eventos, condies e aes so formulados como expresses no objeto do Modelo Organizacional.
Regras ECA so mais geralmente aplicadas do que parece. BUKENKO & WANGLER (1993) apud
ROSCA et al. (1997) discutem o uso de regras similares, interpretao prudentes de casos especiais
(tais como negligenciar significados por omitir um dos componentes da regra), permisso s regrasECA expressarem muitos tipos de regras do negcio na taxinomia. Adicionalmente, uma regra ECApode ser usada para expressar a semntica no-operacional, tais como os objetivos da organizao.
ROSCA et al. (1997) propem uma metodologia que se estende por todas as fases do ciclo
de vida das regras do negcio: aquisio, desenvolvimento, mudana em resposta s mudanas na
influncia externa ou interna e mudanas baseadas na evoluo do nvel de satisfao dos requisitos.
Essa metodologia no ser descrita aqui por estar fora do escopo do trabalho. No prximo item ser
apresentada uma abordagem diferente de regras do negcio, baseada em linguagem natural.
Regras do Negcio como baseline de Requisitos
LEITE & LEONARDI (1998) estudaram a incluso de regras do negcio como um elemento
de baseline, sendo baseado em descries em linguagem natural. A identificao e a incluso das
regras do negcio na baseline dos requisitos ajudar na identificao dos requisitos do software.O termo "baseline", no tem uma traduo definitiva. Utiliza-se muitas vezes a palavra
"base" ou "referncia". Na verdade o sentido uma combinao desses dois termos. A baseline
uma referncia perene e que serve de ncora para que possa sempre direcionar onde est no
desenvolvimento de software. Baseline de requisitos um conjunto de representaes que evoluem notempo, mas que so sempre o referencial do software em questo.
De acordo com LEITE et al. (1995), a baseline a estrutura que incorpora sentenas em
linguagem natural sobre o sistema desejado, sendo criada durante o processo de engenharia de
requisitos, mantendo-se envolvido no processo de construo do software. Os autores estruturam a
baseline como:
1. viso do modelo lxico: implementada pela LEL (Language Extended Lexicon),e centrada na idia de descries circulares de termos da linguagem que
melhoram a compreenso do ambiente onde o software ser inserido;2. viso do modelo bsico: uma sentena de estrutura centrada no conceito bsico
de identificao de aes dos clientes, como uma forma indireta de procurar as
informaes necessrias para apoiar as decises do negcio;
3. viso do modelo de cenrio: representa cenrios e descries doscomportamentos. Cada cenrio descrito por: ttulo, objetivo, um contexto, atores,pesquisa e uma srie de episdios. Um episdio tambm pode ser um cenrio;
4. viso de hipertexto: suporta a evoluo e apresentao de outras vises e permitea navegao pelas baselines dos requisitos como um hipertexto regular;
5. viso configurao: tem um mecanismo para controlar configuraes e versesdas vises dos modelos: lxico, bsico e de cenrio.
A proposta de LEITE & LEONARDI (1998), integrar regras do negcio com a viso de
baseline de requisitos (figura 2). De acordo com os autores, Regras Funcionais do Negcio sorelativas s aes da organizao e seguem o seguinte padro: Frase No Verbal + Verbo + [Frase No
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Verbal], como o exemplo: A reunio pode ser replanejada ou cancelada. As Regras No Funcionaisdescrevem polticas ou padres que a organizao deve seguir. Podem ser classificadas em regras do
macrosistema e de qualidade. As regras do macrosistema descrevem as polticas que so relatadas para
caractersticas especficas do Universo do Discurso e tm o seguinte padro: [Propriedade] + Frase
No verbal + Relao + [Propriedade] + Frase No Verbal, uma vez que:
Propriedade a frase que tem a caracterstica de uma Frase No Verbal;
Frase No Verbal a frase que deveria ser uma entrada na LEL;
Relao um Frase Verbal;
Propriedade e relao podem ser uma entrada na LEL.
Figura 2 - Taxinomia para Regras do Negcio.
Fonte: LEITE & LEONARDI (1998).
Como exemplo:
Regras de qualidade so demandas da organizao das caractersticas dos processos ouprodutos que geralmente refletem polticas para padres de qualidade ou expectativas da organizao.
Tm o seguinte padro:
Frase No Verbal +[Deveria|No Deveria|Ser Preciso|No Ser Preciso] + Frase Verbal + Propriedade
+ [Por Que + Causa]
Exemplo:
Extrao de Regras do Negcio
Em LEITE & LEONARDI (1998) descrito o processo de extrair regras do negcio. O
primeiro passo conhecer as regras do ambiente no qual o sistema ser inserido. Aps definido o
contexto, necessrio definir quais fontes de informao esto sendo usadas. A fonte pode ser
documentos da organizao, principalmente quando j existem polticas definidas. Caso a organizao
no tenha esses documentos, necessrio utilizar outras formas para adquirir essas informaes :observao, brainstorming, entrevista, reunies e/ou outras formas. Depois que as fontes de
informao esto definidas e avaliadas, deve-se categorizar sentenas de acordo com seu propsito na
organizao. As sentenas so observadas de acordo com limites, responsabilidades e direitos das
entidades da organizao. Essa heurstica ajuda na identificao de polticas regentes em torno das
tomadas de decises.
Segundo LEITE & LEONARDI (1998),essa fase deve ser realizada junto mdia e a altagerncia, caso contrrio, uma validao desse ciclo deve ocorrer, ou seja, a mdia e alta gerncia
A informao sobre a data da reunio tem que ser avaliada to logo for possvel por que os participantes tm que
Frase No Verbal Frase
VerbalPropriedade
Causa
Regras do Negcio
Regras
Funcionais
do Negcio
Regras
No Funcionais do
Negcio
Regras do
Macrosistema
Regras de qualidade
1
is -a
1
11
is -a1
is -a
1
O salrio do empregado snior deve ser maior do que o salrio do empregado jnior.
Propriedade Frase No
verbalRelao Propriedade
Frase no
verbal
modificar suas agendas.
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devem ler e aprovarem as regras. Essa identificao deve ser feita, independente da LEL e da
construo de cenrios. Depois que as regras forem validadas pelos clientes (mdia e alta gerncia),
elas so escritas de acordo com o padro descrito no item anterior. Seguindo a proposta dos autores,
possvel ligar as frases das regras de negcio para a entrada do lxico e se for escrita corretamente, os
termos usados na descrio das regras do negcio estaro em LEL, desde que as polticas tenham sido
escritas na linguagem do Universo do Discurso. Esse um estudo inicial dos autores e tem comoobjetivo integrar as polticas da organizao dentro do processo de definio de requisitos.
Concluses
Diversas definies, opinies e conceitos de Regras do Negcio foram apresentados no
presente trabalho, apesar de algumas diferenas, todas mostram a preocupao com a natureza do
negcio. A motivao desse trabalho foi o fato de, na fase de anlise de desenvolvimento de sistemas
de informao existepreocupao apenas com aspectos tcnico-funcional, no considerando aspectos
relacionados organizao.
Regras do Negcio na organizao so decompostas em outras discretas regras do negcio.
Os passos de Herbst para anlise de sistemas focando em regras do negcio representam uma
abordagem importante para o desenvolvimento de software. A representao da regras do negcio foi
apresentada usando a estrutura ECAA, que permite especificar regras individuais e a definio deprocessos completos. Uma outra forma de apresentao de Regras do negcio como baseline de
requisitos, estudos de LEITE & OLIVEIRA (1995) e LEITE & LEONARDI (1998), que usamexpresses em linguagem natural acessvel aos usurios. Esse um processo social, no qual diferentes
atores devem cooperar para que toda a informao seja capturada. Essa cooperao depende da
tecnologia, na qual a baseline uma instncia, e das polticas e procedimentos usados na organizao.
Regras do negcio ajuda a integrar a dinmica da organizao aos sistemas de informao,trazendo grande vantagem competitiva, essa vantagem s ser real se o software se adaptar dinmica
do ambiente. Elas prometem estreitar a distncia tradicional entre os aspectos funcionais dos sistemas
e os requisitos organizacionais, permitindo assim, complementar as especificaes, apontando
estratgias, alternativas e objetivos a serem seguidos. Essa forma de compreender o domnio do
sistema, faz com que as pessoas do negcio entendam o que o sistema pode fazer para melhorar a
qualidade de seus negcios e rever os processos atuais.O fato de poder tornar mais fcil manter um sistema computacional, realizando as
modificaes necessrias no sistema, quando as regras do negcio modificarem, umas das principais
motivaes para buscar essas regras diretamente na fase de anlise. Percebe-se que ao ignorar as
regras do negcio, tem-se importantes implicaes em termos de custo, qualidade, tempo e satisfao
do usurio. Dessa forma, a identificao e a avaliao das regras do negcio um pr-requisito
essencial para o sucesso de um projeto de desenvolvimento de sistemas organizacionais, utilizando
para isso a tecnologia da informao, que em conjunto com os requisitos do negcio podem resolver o
grande vazio entre Negcios e Tecnologia da Informao. A contribuio desse artigo uma
apresentao geral de regras do negcio, que compem uma primeira fase de estudo sobre o tema; e
por ser uma rea recente de pesquisa, tem-se muito a aprender e inovar.
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