Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e
do Gás Engarrafado em Portugal
16 de Dezembro de 2008
Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e do Gás Engarrafado em Portugal
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Sumário Executivo
A Autoridade da Concorrência (AdC) tem vindo a acompanhar com particular atenção a
evolução dos mercados dos combustíveis líquidos e de gás engarrafado em Portugal,
com especial destaque para os preços grossistas e retalhistas, bem como a evolução
das cotações internacionais do crude (referência Brent de Londres) e dos produtos
refinados (referência Platt’s CIF NWE do Noroeste Europeu), publicando,
nomeadamente, Newsletters trimestrais sobre a evolução destes mercados.
Na sequência do Relatório sobre o Mercado dos Combustíveis em Portugal, de 2 de
Junho de 2008, que permitiu esclarecer, entre outras questões, o processo de formação
dos preços de venda ao público da gasolina e do gasóleo, bem como a sua relação com
a evolução das cotações internacionais do crude e dos produtos refinados e da taxa de
câmbio euro/dólar, a Autoridade solicitou a diversas entidades envolvidas nestes
mercados o envio de um conjunto adicional e substancialmente alargado de informação
sobre as condições de funcionamento dos mercados, abrangendo as diversas fases da
cadeia vertical desde a produção/importação até à venda ao público de combustíveis
líquidos e gasosos.
Pretende-se com estes pedidos adicionais de informação apresentar um enquadramento
mais alargado do que o constante do Relatório anterior do passado mês de Junho,
sobre o comportamento dos mercados grossistas e retalhistas de combustíveis líquidos
e de gás engarrafado em Portugal em termos temporais, e também sobre as recentes
evoluções dos mercados internacionais do crude e dos produtos refinados.
Os diversos operadores e entidades do sector a quem foi solicitada informação incluem
as empresas petrolíferas, operadores independentes, grupos da grande distribuição com
postos de abastecimento de combustíveis, bem como, entidades como a Associação
Nacional de Revendedores de Combustíveis (ANAREC), diversas entidades públicas
(DGEG e Direcções Regionais do MEI), administrações portuárias, concessionárias de
auto-estradas, empresas públicas (EGREP e Estradas de Portugal) e empresas de
armazenagem de combustíveis, bem como revendedores de produtos de GPL
engarrafado.
Atento o facto de nem todos estes elementos terem ainda sido recebidos, na sua
totalidade, pela Autoridade, nomeadamente, os respeitantes à caracterização estrutural
do mercado, incluindo dados sobre armazenagem e logística, acesso a portos,
mercados retalhistas de auto-estradas e elementos referentes à revenda de gás butano
e propano engarrafados, a análise aprofundada desta matéria será integrada no
Relatório a divulgar no final de Março de 2009. De igual forma, no Relatório final de
Março de 2009, será feita uma análise de índole concorrencial sobre os mercados de
combustíveis líquidos e de gás engarrafado em Portugal.
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O presente Relatório Intercalar sobre os mercados dos combustíveis líquidos e do gás
engarrafado apresenta uma análise temporal mais alargada (em geral, até Setembro de
2008, mas sempre que possível até Outubro ou Novembro de 2008) do que a constante
do Relatório de Junho passado (até Abril de 2008) sobre os mercados grossistas e
retalhistas de combustíveis líquidos e de gás engarrafado em Portugal, bem como sobre
as recentes evoluções dos mercados internacionais do crude e dos produtos refinados.
Apresenta também uma análise nova sobre os desfazamentos e assimetrias nas
variações dos preços nacionais face aos preços de referência internacionais. Após uma
breve apresentação dos principais argumentos económicos sobre o fenómeno de
assimetrias temporais nos ajustamentos de preços retalhistas a variações nos preços
grossistas e da matéria prima, o presente relatório analisa a evolução entre a cotação
dos futuros a um mês do Brent, os preços NWE CIF e os PMAI (preços médios antes de
impostos) nacionais da gasolina IO95 e gasóleo desde o início do ano de 2004 a
Outubro de 2008, desenvolvendo uma análise econométrica preliminar para Portugal
sobre o tema das assimetrias de variações de preços em períodos de subida e de
descida.
Esta análise econométrica, embora precise ainda de ser completada no Relatório de
Março de 2009, evidencia que um choque, positivo ou negativo, sobre a cotação dos
futuros a 1-mês do Brent demore entre 4 a 5 semanas a repercutir-se completamente
sobre o PMAI nacional da gasolina IO95 e mais do que 5 semanas sobre o PMAI
nacional do gasóleo.
Os resultados preliminares da análise econométrica evidenciam também que o maior
grau de assimetria na transmissão das variações da cotação do Brent ao PMAI em
Portugal é de origem internacional, por força da relação existente entre as cotações de
referência da matéria-prima (Brent) e dos produtos refinados (CIF NWE).
Relativamente às recomendações do Relatório de Junho de 2008, é importante salientar
que, no que se refere à simplificação dos procedimentos de licenciamento e instalação
dos postos de abastecimento de combustíveis, bem como do licenciamento de
instalações de armazenamento de produtos de petróleo, foi introduzida uma alteração
legislativa, por via do Decreto-Lei n.º195/2008, de 6 de Outubro, que visa agilizar e
simplificar esses tipos de procedimentos. Quanto à colocação de painéis de preços nos
postos de combustíveis existentes nas auto-estradas, salienta-se a alteração legislativa,
por via do Decreto-Lei n.º 120/2008, de 10 de Julho, que veio clarificar e estabelecer
regras precisas quanto à instalação desses painéis. O processo de instalação, tanto
quando se conhece, estará em curso, havendo informação pública da APETRO de que os
mesmos estarão em funcionamento no final de Fevereiro de 2009.
Em síntese, o presente Relatório Intercalar procurou, essencialmente, cumprir três
objectivos: (i) divulgar a análise económica, estatística e econométrica em curso e
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partilhar a informação relevante já disponível até Setembro de 2008; (ii) apresentar
mais um contributo que permita compreender melhor o funcionamento destes
mercados; e (iii), contribuir para esclarecer e detectar questões relevantes para a
missão da AdC.
Relativamente ao primeiro objectivo, o conteúdo do Relatório Intercalar e da Newsletter
sobre combustíveis do 3° trimestre de 2008 dispensam qualquer comentário adicional.
Relativamente ao segundo objectivo, este Relatório, para além de facultar uma análise
mais completa dos mercados dos combustíveis líquidos e do gás engarrafado
relativamente ao Relatório de Junho de 2008, faculta igualmente novos dados que
permitem verificar a aderência à realidade das análises anteriormente conduzidas pela
AdC.
Relativamente ao terceiro objectivo, a informação veiculada pelo Relatório Intercalar
contribui para esclarecer e detectar questões relevantes para a missão da AdC, tais
como uma melhor caracterização da cadeia de distribuição dos combustíveis líquidos e
do gás engarrafado, da evolução dos respectivos preços e margens, e uma
compreensão do processo de ajustamento temporal dos preços de venda ao público de
combustíveis líquidos internacionais a variações das cotações internacionais da matéria
prima e dos produtos refinados.
Em contrapartida, não foi objectivo deste Relatório Intercalar retirar conclusões, porque
nunca definitivas, sobre a análise destes mercados, dado que esta carece de um
tratamento mais aprofundado em termos do período abrangido, através da inclusão de
todo o segundo semestre de 2008, de validação de resultados econométricos obtidos e
da caracterização da estrutura desses mercados, nomeadamente em termos de
condições de armazenagem, logística e redes de distribuição.
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Índice
1. Análise dos mercados da matéria-prima.................................................6
1.1. Procura e oferta de petróleo .................................................................... 6
1.1.1. Internacional................................................................................... 6
1.1.2. Nacional – Importação de Petróleo................................................... 10
1.2. Preço internacional do petróleo .............................................................. 11
1.3. Preço dos transportes marítimos do petróleo ........................................... 13
2. Análise dos mercados de combustíveis líquidos (gasolina IO95 e gasóleo
rodoviário) .....................................................................................................15
2.1. Procura e oferta de combustíveis líquidos ................................................ 15
2.1.1. Oferta Nacional ............................................................................. 15
2.1.1.1. Produção interna........................................................................ 15
2.1.1.2. Importações .............................................................................. 16
2.1.2. Procura nacional............................................................................ 17
2.2. Evolução dos preços dos combustíveis líquidos rodoviários ........................ 18
2.2.1. Preços grossistas ........................................................................... 18
2.2.1.1. Preços grossistas internacionais de referência para formação do preço
à saída das refinarias indexados às cotações no Noroeste Europeu (CIF NWE) .... 18
2.2.1.2. Preços grossistas de combustíveis líquidos em Portugal Continental.. 21
2.2.2. Preços retalhistas .......................................................................... 23
2.2.2.1. Preços retalhistas recomendados (PVPR) em Portugal ..................... 23
2.2.2.2. Preços médios retalhistas em Portugal (PMVP) ............................... 26
2.2.2.3. Comparações dos PMVP regionais em Portugal............................... 28
2.2.2.4. Comparações do PMVP por localização do retalhista em Portugal ...... 33
2.2.2.5. Comparações internacionais dos preços retalhistas depois de impostos
(PMVP) – UE a 27 ....................................................................................... 36
2.2.2.6. Preços médios retalhistas antes de impostos em Portugal (PMAI) ..... 39
2.2.2.7. Comparação da evolução do diferencial entre os preços retalhistas
nacionais e os preços grossistas de referência internacionais (CIF NWE) ............ 41
2.2.2.8. Comparações internacionais dos preços retalhistas antes de impostos
(PMAI) – UE a 27 ........................................................................................ 42
2.2.2.9. Evolução do diferencial do PMAI face à UE..................................... 44
2.2.2.10. Evolução do diferencial do PMAI face a Espanha ......................... 47
2.2.2.11. Evolução do diferencial com neutralização do efeito fiscal face às
melhores práticas ....................................................................................... 49
2.3. Decomposição dos custos para formação dos preços recomendados ........... 52
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2.3.1. Análise estática das várias componentes que contribuíram para a
formação dos preços recomendados no terceiro trimestre de 2008.................... 52
2.3.2. Análise dinâmica das várias componentes que contribuem para a
formação dos preços recomendados nos primeiros nove meses de 2008............ 54
3. Análise econométrica da relação entre a evolução do preço do petróleo e
dos preços retalhistas.....................................................................................56
3.1. Considerações económicas sobre o fenómeno de assimetrias..................... 56
3.2. Evolução comparativa entre a cotação dos futuros a um mês do Brent, os
preços CIF NWE e os PMAI nacionais da gasolina IO95 e gasóleo, desde o início do
ano de 2004 .................................................................................................. 59
3.3. Análise Econométrica do fenómeno de assimetrias em Portugal ................. 61
3.3.1. Resultados da análise econométrica ................................................. 63
3.3.2. Comentários finais sobre os resultados da análise econométrica .......... 65
4. Análise dos mercados do gás propano e butano ...................................67
4.1. Caracterização da cadeia de valor de combustíveis gasosos....................... 67
4.2. Procura nacional de GPL........................................................................ 68
4.3. Preços internacionais de referência para formação do preço à saída das
refinarias ...................................................................................................... 71
4.4. Análise da evolução dos preços retalhistas dos combustíveis gasosos em
Portugal ........................................................................................................ 73
4.5. Análise da evolução dos preços do gás butano e propano em garrafa nos anos
de 2007 e 2008 ............................................................................................. 74
4.5.1. Gás butano ................................................................................... 74
4.5.2. Gás Propano ................................................................................. 76
Glossário ........................................................................................................86
Índice de Anexos
Anexo 1: Modelização econométrica do fenómeno de assimetrias ............................ 79
Anexo 2: Complemento à análise econométrica do fenómeno de assimetrias ............ 81
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1. Análise dos mercados da matéria-prima
1.1. Procura e oferta de petróleo
1.1.1. Internacional Procura De acordo com os dados mais recentes da AIE1, no primeiro trimestre de 2008, a procura global de petróleo cresceu 0,7%, atingindo os 86,9 mb/d, valor que compara com os 86,2 mb/d do trimestre homólogo de 2007. No segundo trimestre de 2008, a procura global de petróleo cresceu 0,7%, atingindo os 85,8 mb/d, valor que compara com os 85,1 mb/d do trimestre homólogo de 2007. No terceiro trimestre de 2008, pela primeira vez em mais de três anos a procura mundial registou um decréscimo relativamente ao trimestre homólogo. Assim, nesse trimestre a procura caiu 0,3%, atingindo os 85,5 mb/d, valor que compara com os 85,8 mb/d do terceiro trimestre de 2007. O recuo da procura mundial de petróleo durante o terceiro trimestre de 2008 quando comparado com igual período do ano anterior pode ser explicado fundamentalmente pelos seguintes factores: • Importante contracção da procura nos países da OCDE, sobretudo na América do
Norte e nos países situados na região do Pacífico (em Agosto, -3,7% na América do Norte e -4,4% nos países situados na região do Pacífico) devido à crise financeira internacional com reflexos sobre as decisões dos agentes económicos e aos elevados preços dos combustíveis praticados no Verão (atingindo-se picos históricos);
• Crescimento mais moderado da procura na Índia (3,1%) condicionado pelas inundações (época das monções);
• Desaceleração do nível de crescimento da procura na China. Apesar do aumento do
consumo registado nos meses de Junho e Agosto (em Junho de 6,2% e em Agosto de 6,8%), estimulado pelo crescimento económico chinês e pela organização dos Jogos Olímpicos, em Setembro a taxa de crescimento da procura caiu para os 3,9%, valor próximo dos registados no final de 2007.
1 Os dados aqui reportados reflectem as actualizações de dados realizadas pela AIE em 13 de Novembro de 2008.
Procura mundial de petróleo
86,9
85,8 85,785,6
83,6
84,6
86,2
85,885,1
87,2
85,5
80
81
82
83
84
85
86
87
88
1 Trim. 2 Trim. 3 Trim. 4 Trim.
Milhões barris dia
2006 2007 2008
+0,7%
+0,7%
Fonte: AIE
-0,3%
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De acordo com os dados mais recentes, a AIE estima que a procura mundial de petróleo caia 0,6% no quarto trimestre de 2008, atingindo os 86,6 mb/d, valor que compara com os 87,2 mb/d do quarto trimestre de 2007. As estimativas da AIE para o crescimento da procura mundial de petróleo nas várias regiões para os anos de 2008 e 2009 são as apresentadas no mapa que se segue:
América NorteEuropa
Ex-URSS
Médio Oriente Ásia
América LatinaÁfrica
200720082009
200720082009
200720082009
200720082009
200720082009
200720082009
200720082009
200720082009
200720082009
Estimativa de crescimento da procura mundial de pet róleo(milhares de barris/dia)
Em Novembro de 2008 a AIE reviu em baixa a previsão de crescimento da procura de petróleo para 2008, tendo sido alterada de 0,9% para 0,1%. Ainda assim, para 2009 a AIE prevê um crescimento da procura de petróleo de 0,4%. Apesar da conjuntura internacional desfavorável que afecta as economias mais desenvolvidas, persistem as expectativas de um aumento significativo da procura por parte dos países Asiáticos, do Médio Oriente, da América Latina e da Ex-União Soviética capaz de se sobrepor à tendência de crise vivida nos países mais desenvolvidos. O crescimento da procura nos países Asiáticos e no Médio Oriente está fundamentalmente associado ao: • Elevado crescimento económico da China, com o desenvolvimento do sector dos
serviços, e consequente aumento da procura de combustíveis para transportes (também impulsionado pelo congelamento dos preços de energia para restringir a inflação), e o aumento do rendimento disponível que deverá influenciar a procura de bens de consumo intensivos em energia;
• Forte crescimento do parque automóvel da Índia em resultado do crescimento
económico do país e do aumento do poder de compra da população, em especial da classe média;
• Crescimento económico e populacional (em grande parte proporcionado pelos
fundos provenientes da exploração do petróleo), urbanização e industrialização, e preços baixos de venda ao público fixados administrativamente nos países do Médio Oriente.
O decréscimo da procura na América do Norte e na Europa está fundamentalmente associado ao fraco crescimento económico com previsão de recessão económica para alguns países, aos elevados preços dos combustíveis e à instabilidade dos mercados financeiros que se tem traduzido numa desestabilização económica significativa.
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Oferta A estrutura da oferta Actualmente a oferta mundial de petróleo é dominada pelos países pertencentes à Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP), pela Rússia e pelos EUA. No terceiro trimestre de 20072, a oferta de petróleo encontrava-se predominantemente concentrada no conjunto de países que constituem a OPEP. Estes países, no seu conjunto, representaram 39% do total da oferta mundial no terceiro trimestre de 2007. A Arábia Saudita, o Irão e os Emirados Árabes Unidos foram responsáveis, nesse trimestre, por 11%, 5% e 3% do total da oferta mundial, respectivamente (representando uma oferta de 29%, 13% e 8%, respectivamente, do total da oferta da OPEP). Dos países produtores de petróleo não pertencentes à OPEP destacam-se a Rússia e os EUA com 13% e 9%, respectivamente, da oferta mundial no terceiro trimestre de 2007. Os restantes países não pertencentes ao cartel foram responsáveis nesse trimestre por 39% da oferta.
Repartição da Oferta Mundial de Petróleono 3T2007
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
EUA
Rússia
Outros não-OPEP
Emirados ÁrabesUnidosIrão
Arábia Saudita
Outros OPEP
Fonte: Agência Internacional de Energia, Medium-Term Oil Market Report - July 2007
OPEP
No terceiro trimestre de 2007, a capacidade produtiva da OPEP, segundo estimativas da AIE3, encontrava-se concentrada na Arábia Saudita, no Irão e nos Emirados Árabes Unidos com 31%, 11% e 8%, respectivamente, do total. Os restantes 50% encontravam-se distribuídos pelos outros membros da OPEP.
2 Último trimestre para o qual existiam elementos que permitiam uma análise detalhada. 3 International Energy Agency (2007a), Medium-term Oil Market Report – July 2007, Paris.
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Distribuição da Capacidade Produtiva da OPEP no 3T 2007
Arábia Saudita31%
Outros OPEP50%
Irão11%
Emirados Árabes Unidos
8%
Fonte: Agência Internacional de Energia, Medium-Term Oil Market Report - July 2007
Em 2012, de acordo com as projecções da AIE4,5, a capacidade produtiva da OPEP crescerá 11,4% face ao terceiro trimestre de 2007, mantendo-se a Arábia Saudita, o Irão e os Emirados Árabes Unidos como os países com as maiores capacidades produtivas, com 33%, 10% e 9%, respectivamente, do total da capacidade produtiva da OPEP. A evolução da oferta Em 2007 a oferta mundial de petróleo atingiu o nível médio de 85,6 mb/d, o que representa um crescimento de 0,2% face ao nível médio de 2006 (85,4 mb/d). No primeiro trimestre de 2008, a oferta mundial de petróleo aumentou 1,9% face a igual período do ano anterior. Foi atingido o nível de 87,1 mb/d, o que compara com 85,5 mb/d do trimestre homólogo de 2007. Este aumento no primeiro trimestre de 2008 esteve relacionado com: • Manutenção das quotas de produção dos países da OPEP; • Nova produção do Brasil, e recuperação da produção no Azerbeijão, China e México
em Janeiro; • Aumento da oferta do Iraque, Angola, Indonésia e Nigéria em Fevereiro; • Aumento da produção do Irão, América do Norte, América Latina e China em Março. O aumento da oferta foi, no entanto, travado pelas operações de manutenção em poços de petróleo dos Emirados Árabes Unidos, da Nigéria e da Venezuela em Março, pelos problemas relacionados com ataques de rebeldes na Nigéria e no Iraque em Março, e pela redução da produção do mar do norte e de África (não-OPEP) em Março. No segundo trimestre de 2008, a oferta mundial de petróleo aumentou 2% face a igual período do ano anterior, em linha com a taxa de crescimento verificada no primeiro
4 International Energy Agency (2007a), Medium-term Oil Market Report – July 2007, Paris. 5 O cartel não publica quaisquer projecções de produção para não influenciar as expectativas dos agentes económicos, decidindo em conferências regulares as quotas de produção de acordo com a análise dos fundamentais.
Oferta mundial de petróleo
86,487,1 86,9
86,5
85,4 85,1
85,7 85,485,5
85,2 85,1
80
81
82
83
8485
86
87
88
89
1 Trim. 2 Trim. 3 Trim. 4 Trim.
Milhões barris dia
2006 2007 2008Fonte: AIE
+2%+1,9% +1,6%
Distribuição prevista da Capacidade Produtiva da OPEP em 2012
Arábia Saudita33%
Outros OPEP48%
Emirados Árabes Unidos
9%
Irão10%
Fonte: Agência Internacional de Energia, Medium-Term Oil Market Report - July 2007
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trimestre do ano. A oferta atingiu o nível de 86,9 mb/d, o que compara com 85,2 mb/d do trimestre homólogo de 2007. Este aumento da oferta no 2.º trimestre de 2008 esteve relacionado com: • Nova produção do Brasil, e recuperação da produção no Azerbeijão, China e
Cazaquistão em Abril; • Aumento da produção na Arábia Saudita em Maio e Junho; • Recorde de produção do pós guerra no Iraque em Maio; • Acréscimos de produção na Rússia e China em Maio; • Aumento da produção na Nigéria em Maio. No terceiro trimestre de 2008 a oferta atingiu o nível de 86,5 mb/d, o que compara com 85,1 mb/d do trimestre homólogo de 2007. Esta variação representa um aumento de 1,6% no terceiro trimestre de 2008 face a igual período do ano anterior, mas um decréscimo de 0,4% em comparação com o segundo trimestre de 2008. Este aumento da oferta esteve relacionado com: • Inicio de nova produção em Angola; • Aumento da produção na Líbia e na Venezuela devido ao fim das operações de
manutenção; • Aumento de produção no Mar do Norte; • Aumento da produção na Austrália e Nova Zelândia; • Aumento da produção em Setembro no Alasca devido ao fim das operações de
manutenção. Refira-se que nos primeiros três trimestres de 2008 a taxa de crescimento da oferta de petróleo superou a da procura.
1.1.2. Nacional – Importação de Petróleo Uma vez que em território nacional não existe produção de petróleo, a procura nacional de petróleo satisfaz-se com importações de crude. Em 2008, e até Agosto6, Portugal registava um aumento nas importações de crude face a 2007 de 2,9%.
6 A AIE não tinha publicado dados mais actualizados aquando da preparação do texto do presente relatório.
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Evolução das importações de crude
247
150
190
230
270
310
350
390
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Milhares barris dia
2006 2007 2008 Média 2007Fonte: AIE.
-25%
+41% -11% +2% +11%
-10%
+27%
-3%
Ao contrário do ano de 2007, caracterizado por uma grande volatilidade nas importações de petróleo, os primeiros sete meses de 2008 foram caracterizados por uma relativa estabilidade nas quantidades mensais importadas de crude. Em Agosto de 2008, contudo, verificou-se uma redução substancial nas quantidades importadas de petróleo tendo-se registado os mais baixos valores de importações de crude do ano 2008. Apesar dos dados da AIE referentes a Setembro ainda não estarem disponíveis, as importações de crude devem ter continuado a decrescer nesse mês (quando comparadas com igual período do ano anterior) devido à paragem para manutenção da refinaria de Sines iniciada a 10 de Setembro de 2008, conforme anúncio pela empresa Galp Energia7. De acordo com dados mais recentes da empresa Galp Energia, o crude processado nas refinarias nacionais terá decrescido 17,6% durante o terceiro trimestre de 2008 quando comparado com o mesmo trimestre de 2007 e 5,2% nos primeiros noves meses de 2008 face a igual período do ano anterior.
1.2. Preço internacional do petróleo O ano de 2007 foi caracterizado por uma tendência de crescimento acentuado e continuado dos preços dos futuros do petróleo. Uma tendência que se manteve durante o primeiro semestre de 2008. No terceiro trimestre de 2008 verificou-se, contudo, uma inversão dessa tendência de subida, tendo-se registado uma descida significativa das cotações internacionais dos futuros do Brent e do WTI. Assim, após os máximos registados durante o início do mês de Julho de 2008, no qual os preços dos contratos de futuros do petróleo ultrapassaram os 140 USD/barril, no final de Setembro de 2008 esses preços rondaram os 100 USD/barril.
7 Cf. Galp Energia – Resultados Nove Meses de 2008.
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Durante os primeiros dois meses do quarto trimestre (Outubro e Novembro de 2008), os preços dos futuros do petróleo continuaram em acentuada queda.
O preço médio trimestral dos futuros do Brent a 1 mês, convertido para Euros, foi de €64,2/bbl, €78,9/bbl, €77,7/bbl nos primeiro, segundo e terceiro trimestres de 2008, respectivamente. Estes preços representam face ao respectivo trimestre anterior um aumento de 3,0 euros por barril no primeiro trimestre, um aumento de 14,7 euros no segundo trimestre e uma redução de 1,2 euros no terceiro trimestre. Face aos trimestres homólogos estes preços representam um aumento de 19,5 euros por barril no primeiro trimestre, de 27,9 euros no segundo trimestre e de 23,4 euros no terceiro trimestre. A quebra no valor do preço dos futuros do petróleo ocorrida no terceiro trimestre de 2008 foi insuficiente para anular toda a tendência de aumento que se verifica, pelo menos, desde 2007. Assim, se compararmos o preço do terceiro trimestre de 2008 com o do trimestre homólogo de 2007, verificamos uma subida de 43% no preço médio dos futuros do Brent em euros. Em termos agregados, durante os nove primeiros meses deste ano, o preço dos futuros do Brent a 1 mês, convertido para Euros, aumentou 16,5 euros por barril face ao preço do quarto trimestre de 2007, o que representa um aumento de 27%.
Evolução dos contratos de futuros do Brent e WTI a 30 dias
94,0
80,1
112,5
87,0
145,3
120,9
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
150
30-S
et-0
7
30-O
ut-0
7
30-N
ov-0
7
30-D
ez-0
7
30-J
an-0
8
29-F
ev-0
8
30-M
ar-0
8
30-A
br-0
8
30-M
ai-0
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$/bbl
Brent
WTI
Fonte: Reuters
Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e do Gás Engarrafado em Portugal
13
1.3. Preço dos transportes marítimos do petróleo O primeiro trimestre de 2008 caracterizou-se por uma inflexão no aumento acentuado do preço do transporte marítimo de petróleo da rota Europa Ocidental-EUA (para tonelagens de 130.0008) verificado no último trimestre de 2007. Depois da diminuição registada na primeira semana de Janeiro de 2008, o preço do transporte marítimo de petróleo manteve-se estável durante os meses de Janeiro e de Fevereiro, em torno dos $12/tonelada, voltando a aumentar a partir do início de Março. O preço médio do transporte marítimo de petróleo no primeiro trimestre de 2008, em comparação com o do quarto trimestre de 2007, registou uma diminuição de cerca de $0,1/tonelada. A evolução no primeiro trimestre de 2008 explica-se principalmente por três factores:
• Correcção dos preços elevados registados no fim de 2007, que de acordo com os analistas citados pela OPEP9 se deveram a especulação;
• Aumento dos stocks durante os meses de Janeiro e Fevereiro nos EUA; maior disponibilidade de tonelagem dos navios, aliada à diminuição das margens de refinação, e a uma menor utilização das refinarias;
• Flutuações no transporte durante a Páscoa, causadas pelo comportamento dos responsáveis pelo frete10 que provocaram uma redução da quantidade transportada.
8 O transporte marítimo de petróleo com tonelagens de 130.000 é uma das principais referências a nível internacional. 9 Organization of the Petroleum Exporting Countries (2008a), Monthly Oil Market Report – February 2008, Viena. 10 Organization of the Petroleum Exporting Countries (2008b), Monthly Oil Market Report – April 2008, Viena.
Preço dos futuros do Brent a 1 mês (€/bbl)
2007 2008 Variação entre
períodos homólogos
Variação entre períodos
homólogos (%)
1.º Trimestre 44,8 64,2 19,5 43%
2.º Trimestre 51,0 78,9 27,9 55%
3.º Trimestre 54,3 77,7 23,4 43%
4.º Trimestre 61,2 n.d. Variação do 4T2007 para o 1T2008 3,0 Variação do 1T2008 para 2T2008 14,7
Variação do 2T2008 para 3T2008 -1,2
Variação do 4T2007 para o 3T2008 16,5 Variação do 4T2007 para o 1T2008 (%) 5% Variação do 1T2008 para 2T2008 (%) 23% Variação do 2T2008 para 3T2008 (%) -2%
Variação do 4T2007 para o 3T2008 (%) 27% Fonte: Análise da AdC com base em dados da Reuters.
Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e do Gás Engarrafado em Portugal
14
No segundo trimestre de 2008, e em particular no mês de Maio, o preço do transporte marítimo de petróleo atingiu valores próximos de máximos históricos, que já não se verificavam desde 2004, e muito acima das subidas sazonais previstas para o período. Assim, durante o segundo trimestre de 2008 foi atingido um preço máximo de $25,3/tonelada no transporte marítimo da rota Europa Ocidental-EUA (para tonelagens de 130.000). No dia 30 de Junho de 2008, o preço do transporte marítimo da rota Europa Ocidental-EUA atingiu os $18,3/tonelada. A evolução no segundo trimestre de 2008 explica-se fundamentalmente pelo aumento da procura de capacidade de transporte nos EUA para fazer face ao aumento das exportações e pela deslocação de capacidade de transporte para rotas de ligação à América Latina para escoamento de produtos com especificações menos exigentes do que as requeridas pelos EUA e Europa Ocidental. O terceiro trimestre de 2008 foi caracterizado por dois movimentos de preços distintos ao nível dos transportes marítimos de petróleo. Durante o mês de Julho verificou-se um aumento acentuado do preço do transporte de petróleo na rota Europa Ocidental-EUA (para tonelagens de 130.000), tendo-se atingido no final de Julho o máximo dos últimos 12 meses. Nessa altura foram atingidos preços superiores a $30/tonelada. Este aumento representou o culminar de uma tendência de subida que se vinha a verificar desde meados de Janeiro de 2008 e esteve associado ao aumento da procura de transporte de petróleo de longo curso em resultado do aumento de produção por parte dos países exportadores de petróleo. O mês de Agosto foi caracterizado por uma quebra abrupta do preço do transporte marítimo de petróleo, que baixou para valores próximos dos $15/tonelada (isto é, menos 50% face aos valores registados no mês anterior) na rota Europa Ocidental-EUA. Esta redução esteve sobretudo associada à redução da procura de transporte marítimo em resultado da aproximação de importantes períodos de manutenção dos aparelhos refinadores e foi influenciada pelo aumento dos stocks de crude ocorrido durante o mês de Julho. Adicionalmente, os sinais de desaceleração da procura de produtos derivados reduziram os incentivos das refinarias em proceder a ordens de compra de crude adicionais. O mês de Setembro, por sua vez, foi caracterizado por uma relativa estabilidade dos preços do transporte de petróleo, que para a rota Europa Ocidental-EUA (para tonelagens de 130.000) se situou em redor dos $15/tonelada. Em Outubro e Novembro os preços do transporte de petróleo supra referidos situaram-se abaixo dos $15/tonelada.
Preço do transporte marítimoEuropa Ocidental - EUA
0
5
10
15
20
25
30
35
30-D
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7
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an-0
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29-F
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et-0
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ut-0
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8
$/ton.
Fonte: Reuters (N-Sea-USAC-130kT - dirty - Spot).
Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e do Gás Engarrafado em Portugal
15
2. Análise dos mercados de combustíveis líquidos (gasolina IO95 e gasóleo rodoviário)
2.1. Procura e oferta de combustíveis líquidos
2.1.1. Oferta Nacional
2.1.1.1. Produção interna Em 2007, a produção interna de derivados do petróleo diminuiu em média mais de 5%. Uma redução, em parte, explicada pelas paragens na produção das refinarias de Sines e de Matosinhos para operações de manutenção. No primeiro trimestre de 2008, a produção interna de derivados de petróleo aumentou 3%, em relação ao trimestre homólogo de 2007. Parte do aumento da produção interna dos derivados de petróleo resultou dos incrementos verificados ao nível das exportações nacionais de produtos derivados do petróleo. De acordo com a empresa Galp Energia11, as exportações no primeiro trimestre de 2008, em comparação com o período homólogo de 2007, aumentaram 2,2%, situando-se nos 0,6 milhões de toneladas. Para este aumento das exportações contribuiu um aumentou das exportações nas gasolinas em 29,4%, essencialmente para os Estados Unidos da América, e um aumento das exportações de betumes em 11,3%, compensando as diminuições registadas noutros produtos. De acordo com a empresa Galp Energia, as gasolinas representaram, no primeiro trimestre de 2008, 47,3% do total do montante das suas exportações, o que compara com os 37,4% do período homólogo de 2007. No segundo trimestre de 2008, a produção interna de derivados de petróleo diminuiu 2% face ao trimestre homólogo de 2007. A redução da produção interna de produtos derivados face ao segundo trimestre de 2007 está provavelmente relacionada com as expectativas de redução da procura (que se vieram a confirmar) em resultado da escalada dos preços dos derivados do petróleo. De acordo com a empresa Galp Energia12 essa redução resultou também da diminuição das margens de refinação durante o segundo trimestre do ano face às verificadas no período homólogo de 2007 com implicações sobre as exportações desta empresa. No terceiro trimestre de 2008, a produção interna de derivados de petróleo retraiu-se 18% face ao trimestre homólogo de 2007. A redução da produção interna de produtos derivados do petróleo face ao terceiro trimestre de 2008 resultou da resposta do aparelho produtivo ao decréscimo da
11 Galp Energia (2008c), Resultados Primeiro Trimestre 2008, Lisboa. 12 Galp Energia (2008c), Resultados Primeiro Semestre 2008, Lisboa.
Evolução da produção interna dederivados do petróleo
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35
0,40
1 Trim. 2 Trim. 3 Trim.
2006 2007 2008Fonte: AIE.
Mb/dia
+3% -18%-2%
Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e do Gás Engarrafado em Portugal
16
procura nacional de derivados e às paragens para manutenção da refinaria de Sines ocorridas durante o mês de Setembro.
2.1.1.2. Importações Quanto à gasolina, apesar de Portugal ser um exportador líquido de gasolina, durante o ano de 2007 importou cerca de 121 milhões de litros. O volume das importações de gasolina13 em 2007 foi de cerca de 6% da procura nacional. No primeiro trimestre de 2008 as importações de gasolina estiveram a níveis superiores aos verificados durante o período homólogo de 2007 tendo registado um acréscimo de 1%. No segundo trimestre de 2008 as importações de gasolina aumentaram substancialmente, tendo registado um acréscimo de 19% face ao período homólogo de 2007. No terceiro trimestre de 2008 as importações de gasolina estiveram a níveis inferiores aos verificados durante o período homólogo de 2007 tendo registado um decréscimo de 55,4%, no agregado dos meses de Julho e Agosto14. As importações acumuladas de gasolina até Agosto de 2008 baixaram cerca de 5% relativamente a igual período de 2007. Nos últimos anos a capacidade de produção interna de gasóleo em Portugal tem ficado aquém da procura nacional. O volume das importações de gasóleo15 em 2007 foi de cerca de 14% da procura nacional. No ano de 2007, esse elemento, associado à redução da produção interna de produtos refinados em resultado da menor utilização da capacidade de refinação nacional, colocou uma pressão superior sobre as importações de produtos transformados, em particular gasóleo, para fazer face ao aumento da procura. No primeiro trimestre de 2008 as importações de gasóleo estiveram a níveis superiores aos verificados durante o período homólogo de 2007 tendo registado um acréscimo de cerca de 4%.
13 Incluindo todas as tipologias de gasolina. 14 Não se encontra ainda disponível a informação relativa ao mês de Setembro de 2008. 15 Incluindo todas as tipologias de gasóleo (gasóleo rodoviário, para aquecimento e agrícola).
Importações acumuladas degasolina
0
20
40
60
80
100
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Jan
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Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ag
o
Set
Out
No
v
De
z
Milhõeslitros
2006
2007
2008
Fonte: AIE.
Importações acumuladas de gasóleo
0
200
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600
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Jan
Fev
Mar
Ab
r
Ma
i
Jun
Jul
Ago Se
t
Ou
t
No
v
De
z
MilhõesLitros
2006
2007
2008
Fonte: AIE.
Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e do Gás Engarrafado em Portugal
17
No segundo trimestre de 2008 as importações de gasóleo registaram um decréscimo de cerca de 6% face ao período homólogo de 2007. Durante o terceiro trimestre, no conjunto dos meses de Julho e Agosto16 de 2008 as importações de gasóleo estiveram 74% acima do período homólogo de 2007. Contudo, em termos acumulados, as importações de gasóleo apenas cresceram 0,6% nos oito primeiros meses de 2008 quando comparadas com igual período do ano anterior.
2.1.2. Procura nacional De acordo com dados da DGEG, em 2007, a procura nacional de produtos derivados do petróleo permaneceu estagnada com uma taxa de crescimento inferior a 1% face a 2006. Nos primeiros nove meses de 2008 a procura nacional de produtos derivados diminuiu. No primeiro trimestre caiu 6%, no segundo 2% e no terceiro 3% face a idêntico período do ano anterior. O decréscimo da procura de derivados do petróleo no terceiro trimestre de 2008 resulta da retracção no consumo de nafta, gasolina, gasóleo e fuelóleo. A diminuição da procura foi, no entanto, atenuada pelo incremento do consumo de GPL e coque. No respeitante aos combustíveis rodoviários17, em termos agregados, o consumo no terceiro trimestre de 2008 contraiu-se 2,1% face ao período homólogo. Nas gasolinas verificou-se uma redução da procura de 6,9% e no gasóleo de 0,6% do terceiro trimestre de 2007 para o terceiro trimestre de 2008. Ainda assim, do segundo para o terceiro trimestre de 2008 verificou-se um aumento do consumo de ambos os combustíveis rodoviários (+6,3% nas gasolinas e +4,6% no gasóleo rodoviário) em resultado da normal sazonalidade do consumo. No terceiro trimestre de 2008, os combustíveis rodoviários representaram cerca de 48% da procura total de derivados do petróleo, exactamente o mesmo peso face a igual trimestre de 2007. Ainda assim, verificou-se um aumento relativo do peso do gasóleo rodoviário (que passou de 36% no terceiro trimestre de 2007 para 37% no terceiro trimestre de 2008) por contraposição de uma redução no peso relativo das gasolinas (que passaram de 12% no terceiro trimestre de 2007 para 11% no terceiro trimestre de 2008), em resultado do continuado processo de “dieselização” do parque automóvel nacional.
16 Não se encontra ainda disponível a informação relativa ao mês de Setembro de 2008. 17 Incluindo gasolina super aditivada; gasolina IO98; gasolina IO95; gasóleo rodoviário (exclui colorido; marcado; aquecimento e bancas).
Consumo de combustíveis rodoviários (em milhares de ton.)
3T2008 2T2008 3T2007 Variação 3T2008 - 2T2008
Variação 3T2008 - 3T2007
Gasolina 390 367 419 6,3% -6,9%
Gasóleo 1.249 1.194 1.257 4,6% -0,6%
Total 1.640 1.562 1.676 5,0% -2,1%
Fonte: Análise da AdC com base em dados da DGEG Inclui: Gas. Super Aditivada; Gas. IO98; Gas. IO95; Gasóleo rodoviário.
Procura nacional de produtos derivados do petróleo
3.000
3.100
3.200
3.300
3.400
3.500
3.600
3.700
1 Trim. 2 Trim. 3 Trim. 4 Trim.
Milhares de Ton.
2006 2007 2008
-6% -2%
Fonte: DGEG.
-3%
Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e do Gás Engarrafado em Portugal
18
Do segundo para o terceiro trimestre de 2008 verificou-se um aumento da importância relativa face ao consumo do Jet Fuel, coque e do gasóleo rodoviário (em 1 ponto percentual), por contraposição a uma redução do peso relativo do fuelóleo, nafta e gasóleo não rodoviário.
Peso relativo do consumo de derivados de petróleo por tipologia de produto
36% 35% 36% 36% 37%
12% 11% 11% 11% 11%
4% 6% 5% 5% 4%6% 6% 7% 7% 7%
8% 7% 7% 8% 9%6% 8% 9% 5% 4%5% 5% 5%
5% 6%
15% 17% 14% 16% 15%
8% 6% 7% 8% 7%
3T2007 4T2007 1T2008 2T2008 3T2008
Outros
Fuelóleo
Coque
Nafta
Jet Fuel
GPL
Gasóleo nãorodoviárioGasolina
Gasóleo Rodoviário
Fonte: Análise da AdC com base em dados da DGEG.
2.2. Evolução dos preços dos combustíveis líquidos rodoviários
2.2.1. Preços grossistas
2.2.1.1. Preços grossistas internacionais de referência para formação do preço à saída das refinarias indexados às cotações no Noroeste Europeu (CIF NWE)18
Durante o primeiro trimestre de 2008, apesar da volatilidade, manteve-se a tendência de crescimento dos preços grossistas internacionais de referência para formação do preço à saída das refinarias indexados às cotações no Noroeste Europeu (CIF NWE) do gasóleo, iniciada no primeiro trimestre de 2007. Os preços grossistas internacionais de referência para formação do preço à saída das refinarias indexados às cotações no Noroeste Europeu (NWE) da gasolina IO95, durante o primeiro trimestre de 2008, não acompanharam a subida dos preços do gasóleo embora tenham revelado uma tendência de subida de longo prazo.
18 As referências às cotações CIF NWE para a gasolina IO95 reportam ao produto designado por “Premium gasoline 50ppm” e as referentes ao gasóleo reportam ao produto “Diesel 50 ppm”, conforme especificações de produto da Platts. A designação CIF NWE reporta-se a preços dos combustíveis com as especificações supra referidas com transporte, seguros e frete incluídos para entregas a realizar na zona de Amesterdão, Roterdão e Antuérpia (designada por ARA). Estas cotações de preços grossistas são utilizadas como referência para a indexação dos preços grossistas num número representativo de refinarias Europeias, nas quais se incluem as duas refinarias nacionais (Sines e Matosinhos), e mais de metade das refinarias espanholas.
Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e do Gás Engarrafado em Portugal
19
Em consequência, o diferencial de preços entre os dois combustíveis manteve o ritmo de crescimento, iniciado no terceiro trimestre de 2007. No primeiro trimestre de 2008, em termos de preços médios trimestrais à saída das refinarias que usam por referência as cotações CIF NWE, verificou-se um aumento de 3% no preço da gasolina IO95, quando comparado com o quarto trimestre de 2007, e um aumento de 32%, quando comparado com o período homólogo de 2007. No que concerne ao gasóleo, o preço médio trimestral à saída das refinarias que usam por referência as cotações CIF NWE registou um aumento de 5% face ao quarto trimestre de 2007, e um aumento acentuado de 44% face ao primeiro trimestre de 2007. No segundo trimestre de 2008, o preço grossista do gasóleo, tal como já se verificara no primeiro trimestre de 2008, teve um crescimento superior ao da gasolina IO95, acentuando-se a divergência de preços grossistas entre estes dois combustíveis. Aliás, desde inícios de Março de 2008 que se verifica uma tendência para crescimento mais acentuado do preço grossista do gasóleo face ao da gasolina IO95, tendo o preço do gasóleo cotado a valores acima dos verificados para a gasolina IO95 durante todo o segundo trimestre de 2008. Em termos de preços médios trimestrais à saída das refinarias que usam por referência as cotações CIF NWE, no segundo trimestre de 2008 verificou-se um aumento de 20% no preço grossista internacional da gasolina IO95, quando comparado com o primeiro trimestre de 2008, e um aumento de 21%, quando comparado com o período homólogo de 2007. No que concerne ao gasóleo, o preço médio trimestral à saída das refinarias que usam por referência as cotações CIF NWE registou um aumento de 27% face ao primeiro trimestre de 2008, e um aumento acentuado de 62% face ao segundo trimestre de 2007. No terceiro trimestre verificou-se uma menor descida do preço do gasóleo do que do preço da gasolina IO95, sendo que nos trimestres anteriores em que se registaram subidas nos preços de ambos os combustíveis o gasóleo tinha subido mais do que a gasolina IO95. Em consequência, durante os primeiros nove meses de 2008 verificou-se um acentuar da divergência entre os preços de referência do gasóleo e da gasolina IO95. Em termos de preços médios trimestrais à saída das refinarias que usam como referência as cotações CIF NWE, no terceiro trimestre de 2008 verificou-se uma redução de 1% no preço grossista internacional da gasolina IO95, quando comparado com o segundo trimestre de 2008, mas um aumento de 28% quando comparado com o período homólogo de 2007.
Evolução do preços spot do Gasóleo (50ppm) e Gasolina IO95 (CIF, NWE)
0,423
0,526
0,708
0,561
0,372 0,454
0,556
0,450
0,000
0,100
0,200
0,300
0,400
0,500
0,600
0,700
0,800
01
-Ou
t-0
7
01
-No
v-0
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-Ma
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01
-Ab
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-Ma
i-0
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n-0
8
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-Ju
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8
01
-Ag
o-0
8
01
-Se
t-0
8
01
-Ou
t-0
8
€/lt.
Gasóleo 50ppm
Gasolina IO95
Fonte: Análise da AdC com base em dados do BCE, e Platts.
Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e do Gás Engarrafado em Portugal
20
No que concerne ao gasóleo, o preço médio trimestral à saída das refinarias que usam como referência as cotações CIF NWE, registou uma redução de 5% face ao segundo trimestre de 2008, e um aumento acentuado de 46% face ao terceiro trimestre de 2007. Em termos agregados, durante os nove primeiros meses do ano o preço grossista de referência internacional para a gasolina IO95 (CIF NWE), convertido para Euros/litro, aumentou 8,8 cêntimos por litro face ao preço do quarto trimestre de 2007, o que representa um aumento de 21%. Para o gasóleo, durante os primeiros nove meses de 2008 o aumento foi de 13,1 cêntimos por litro face ao preço do quarto trimestre de 2007, o que representa um aumento de 27%.
Preços grossistas de referência internacionais para a gasolina IO95 (CIF NWE) - €/lt.
2007 2008 Variação entre
períodos homólogos
Variação entre períodos
homólogos (%)
1.º Trimestre 0,326 0,430 0,104 32%
2.º Trimestre 0,423 0,514 0,091 21%
3.º Trimestre 0,397 0,506 0,110 28%
4.º Trimestre 0,418 n.d. Variação do 4T2007 para o 1T2008 0,012 Variação do 1T2008 para 2T2008 0,084
Variação do 2T2008 para 3T2008 -0,007
Variação do 4T2007 para o 3T2008 0,088 Variação do 4T2007 para o 1T2008 (%) 3% Variação do 1T2008 para 2T2008 (%) 20% Variação do 2T2008 para 3T2008 (%) -1% Variação do 4T2007 para o 3T2008 (%) 21% Fonte: Análise da AdC com base em dados da Platts.
Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e do Gás Engarrafado em Portugal
21
2.2.1.2. Preços grossistas de combustíveis líquidos em Portugal Continental
Em Portugal, os preços grossistas são calculados por referência19 a preços internacionais sobre os quais incidem spreads relacionados com as actividades de transporte, armazenagem e logística entre outras. Esses spreads diferem, tendo também em consideração o ponto de entrega. Assim, o preço vulgarmente designado por “ex-refinery”, isto é, o preço de venda de grandes volumes à saída da refinaria (em particular de Sines no caso nacional) é sempre mais baixo do que os preços grossistas praticados nos restantes pontos de entrega. Os principais pontos de entrega da gasolina IO95 e do gasóleo rodoviário em território nacional são Sines, Matosinhos e Aveiras (existem outros pontos de entrega de menor importância relativa, como sejam Lisboa e Setúbal, devido às menores capacidades portuárias, de armazenagem e logísticas aí instaladas). Assim, o preço ex-refinery praticado para vendas à saída da refinaria de Sines depende, desde o início de 200820,21, da média ponderada do preço de referência cotado em dólares americanos por tonelada da semana anterior àquela em que o preço é fixado, convertido pela taxa de câmbio do BCE dessa mesma semana anterior. Devido, em parte, ao desfasamento de uma a duas semanas entre o preço de referência internacional e os preços grossistas em território nacional, durante o terceiro trimestre de 2008 os preços grossistas em Portugal caíram menos 1,6 cêntimos/litro na gasolina IO95 e menos 1,8 cêntimos/litro no gasóleo do que o preço internacional de referência.
19 Em Portugal, o preço de referência utilizado para a gasolina IO95 é o “Premium Gasoline 50ppm” e para o gasóleo rodoviário o “Diesel 50ppm” para o Noroeste Europeu – NWE.
20 Galp Energia - Março de 2008 - Full Year 2007 Results – Lisbon, 6 March 2008 (http://investor.relations.galpenergia.com/galpir/vPT/ Financials/Presentations/, consultado a 7 de Março de 2008).
21 Anteriormente a 2008 era calculado com base na média das cotações das duas semanas anteriores.
Preços grossistas de referência internacionais para a gasóleo rodoviário (CIF NWE) - €/lt.
2007 2008 Variação entre
períodos homólogos
Variação entre períodos
homólogos (%)
1.º Trimestre 0,352 0,507 0,156 44%
2.º Trimestre 0,397 0,644 0,247 62%
3.º Trimestre 0,422 0,614 0,193 46%
4.º Trimestre 0,483 n.d. Variação do 4T2007 para o 1T2008 0,024 Variação do 1T2008 para 2T2008 0,137
Variação do 2T2008 para 3T2008 -0,030
Variação do 4T2007 para o 3T2008 0,131 Variação do 4T2007 para o 1T2008 (%) 5% Variação do 1T2008 para 2T2008 (%) 27% Variação do 2T2008 para 3T2008 (%) -5%
Variação do 4T2007 para o 3T2008 (%) 27% Fonte: Análise da AdC com base em dados da Platts.
Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e do Gás Engarrafado em Portugal
22
Em termos globais, nos 12 meses anteriores ao termo do terceiro trimestre de 2008 a média das diferenças entre os preços de referência e os preços ex-refinery em Sines não foram estatisticamente diferentes de zero para ambos os combustíveis. As diferenças entre os preços grossistas nos vários pontos de entrega em território de Portugal Continental não sofreram alterações relevantes no terceiro trimestre de 2008.
Média dos principais preços grossistas em Portugal vs. Benchmark europeu de referência
Gasóleo
0,000
0,050
0,100
0,150
0,200
0,250
0,300
0,350
0,400
0,450
0,500
0,550
0,600
0,650
0,700
0,750
0,800
30-0
9-07
30-1
0-07
30-1
1-07
30-1
2-07
30-0
1-08
29-0
2-08
30-0
3-08
30-0
4-08
30-0
5-08
30-0
6-08
30-0
7-08
30-0
8-08
30-0
9-08
€/lt.
Sines
Aveiras
Matosinhos
Preço de referência internacional(Diesel 50ppm - CIF NWE)
Média dos principais preços grossistas em Portugal vs. Benchmark europeu de referência
Gasolina IO95
0,000
0,050
0,100
0,150
0,200
0,250
0,300
0,350
0,400
0,450
0,500
0,550
0,600
0,650
0,700
0,750
0,800
30-0
9-07
30-1
0-07
30-1
1-07
30-1
2-07
30-0
1-08
29-0
2-08
30-0
3-08
30-0
4-08
30-0
5-08
30-0
6-08
30-0
7-08
30-0
8-08
30-0
9-08
€/lt.
Sines
Aveiras
Matosinhos
Preço de referência internacional(Premiun Gasoline 50ppm - CIF NWE)
Fonte: Análise da AdC com base em dados da Galp; Respol; BP; Cepsa; Platts; BCE.
Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e do Gás Engarrafado em Portugal
23
2.2.2. Preços retalhistas
2.2.2.1. Preços retalhistas recomendados (PVPR) em Portugal Na sequência do Relatório de Junho de 2008 sobre o sector dos combustíveis, a AdC passou a analisar, as alterações diárias aos preços máximos recomendados de venda ao público da gasolina IO95 e do gasóleo das cinco empresas petrolíferas a actuar em Portugal (Cepsa, Galp, Repsol, BP, Esso)22. A generalidade destas empresas sugere preços (máximos) de venda ao público diferenciados, de acordo com a localização geográfica do posto. Assim, a análise da AdC focalizou-se na classe modal, isto é, nas tabelas recomendadas a um maior número de postos. Refira-se que esta análise de preços se reporta aos preços recomendados e não aos preços efectivamente praticados nos postos, podendo, em alguns casos, o preço efectivo ser inferior ao preço máximo recomendado atento o mercado local onde se insere cada posto (a análise dos preços efectivos consta do capítulo 2.2.2.2). Gasolina IO95 Nos doze meses que antecederam o termo do terceiro trimestre de 2008 (isto é, de Setembro de 2007 a Setembro de 2008), os PVPR pelas cinco empresas petrolíferas a actuar em Portugal Continental foram semelhantes seguindo as mesmas tendências de evolução.
PVPR pelas 5 petrolíferas a actuar em Portugal (Gasolina IO95)
1,000
1,050
1,100
1,150
1,200
1,250
1,300
1,350
1,400
1,450
1,500
30-0
9-20
07
30-1
0-20
07
30-1
1-20
07
30-1
2-20
07
30-0
1-20
08
29-0
2-20
08
30-0
3-20
08
30-0
4-20
08
30-0
5-20
08
30-0
6-20
08
30-0
7-20
08
30-0
8-20
08
30-0
9-20
08
€/lt.
Empresa 1
Empresa 2
Empresa 3
Empresa 4
Empresa 5
Fonte: Empresas.
22 Refira-se que as actividades da Esso em Portugal foram adquiridas pela empresa Galp Energia, de acordo
com Decisão da Comissão Europeia no quarto trimestre de 2008 – vide Caso No. COMP/M.5005, decisão de 31 de Outubro de 2008. No presente relatório, a Esso continua a ser tratada como uma empresa petrolífera independente. Já no caso da Agip, tendo esta empresa sido adquirida pela Galp em Setembro último – vide Caso No. COMP/M.5169, decisão de 9 de Setembro de 2008, retirou-se neste Relatório Intercalar a sua análise individualizada.
Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e do Gás Engarrafado em Portugal
24
Durante o terceiro trimestre de 2008, a generalidade das empresas alterou em média os preços uma vez por semana (com semanas onde não ocorreram alterações). Assim, das cinco empresas petrolíferas a actuar em Portugal três alteraram os PVPR por 11 vezes, uma por 14 vezes e a outra por 13 vezes. Atento ao facto de o terceiro trimestre de 2008 se caracterizar por uma tendência de descida do preço da gasolina IO95, o número de recomendações de descida foi sempre superior ao número de recomendações de subida. Assim, em geral, existiram entre 8 a 9 alterações no sentido da descida e entre 3 a 5 alterações no sentido da subida.
Número de alterações do preço recomendado/ de referência modal das cinco principais petrolíferas
(Gasolina s/chumbo 95 - 3T2008)
43 3 3
5
98 8 8
9
1311 11 11
14
Em
pres
a1
Em
pres
a2
Em
pres
a3
Em
pres
a4
Em
pres
a5
Número de subidas Número de descidas Número de alteraçõesFonte: Análise da AdC com base em dados da Galp; BP; Repsol; Esso; Cepsa.
Durante o terceiro trimestre de 2008, verificou-se que as empresas que alteraram mais vezes os seus preços recomendados da gasolina IO95 foram também aquelas em que se registaram as maiores subidas e descidas nos preços recomendados. Contudo, em geral, a amplitude média de variação dos preços recomendados da gasolina IO95 (calculada como a média dos valores absolutos das alterações) foi de 1,8 cêntimos/litro, praticamente não diferindo entre as cinco petrolíferas. A descida máxima registada, em termos pontuais, foi de 8 cêntimos/litro e a subida mais elevada, também em termos pontuais, de 2,1 cêntimos/litro.
Amplitude das variações em cêntimos por litro do pr eço recomendado/de referência modal das cinco principai s
petrolíferas(Gasolina s/chumbo 95 - 3T2008)
1,8 1,8 1,8 1,9 1,82,01,0 1,0
1,6 2,1
5,9
8,0
4,0 4,0
7,0
Em
pres
a1
Em
pres
a2
Em
pres
a3
Em
pres
a4
Em
pres
a5
Média da amplitude das descidas e das subidas Subida máxima Descida máximaFonte: Análise da AdC com base em dados da Galp; BP; Repsol; Esso; Cepsa.
Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e do Gás Engarrafado em Portugal
25
Gasóleo Rodoviário Nos doze meses que antecederam o termo do terceiro trimestre de 2008, os PVPR do gasóleo rodoviário pelas cinco empresas petrolíferas a actuar em Portugal Continental foram semelhantes, seguindo as mesmas tendências de evolução.
PVPR pelas 5 petrolíferas a actuar em Portugal (Gasóleo)
1,000
1,100
1,200
1,300
1,400
1,500
1,600
30-0
9-20
07
30-1
0-20
07
30-1
1-20
07
30-1
2-20
07
30-0
1-20
08
29-0
2-20
08
30-0
3-20
08
30-0
4-20
08
30-0
5-20
08
30-0
6-20
08
30-0
7-20
08
30-0
8-20
08
30-0
9-20
08
€/lt.
Empresa 1
Empresa 2
Empresa 3
Empresa 4
Empresa 5
Fonte: Empresas.
Durante o terceiro trimestre de 2008, a generalidade das empresas alterou em média os preços uma vez por semana (com semanas onde não ocorreram alterações). Assim, das cinco principais petrolíferas a actuar em Portugal, duas alteraram os PVPR por 13 vezes, duas por 14 vezes e a quinta por 15 vezes. Atento ao facto de o terceiro trimestre de 2008 se caracterizar por uma tendência de descida do preço do gasóleo rodoviário, o número de recomendações de descida foi sempre superior ao número de recomendações de subidas. Assim, em geral existiram entre 10 a 11 alterações de descida e entre 3 a 4 alterações no sentido da subida.
Número de alterações do preço recomendado/ de referência modal das cinco principais petrolíferas
(Gasóleo - 3T2008)
3 3 3 34
1110 10
11 11
1413 13
1415
Em
pres
a1
Em
pres
a2
Em
pres
a3
Em
pres
a4
Em
pres
a5
Número de subidas Número de descidas Número de alteraçõesFonte: Análise da AdC com base em dados da Galp; BP; Repsol; Esso; Cepsa.
Durante o terceiro trimestre de 2008, verificou-se que, tal como para a gasolina IO95, as empresas que alteraram mais vezes os seus preços recomendados do gasóleo foram também aquelas em que se registaram as maiores subidas e descidas nos preços recomendados. Contudo, em geral, a amplitude média de variação preços recomendados do gasóleo foi de 1,8 cêntimos/litro, praticamente não diferindo entre as cinco petrolíferas.
Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e do Gás Engarrafado em Portugal
26
A descida máxima registada foi de 4 cêntimos/litro e a subida mais elevada de 2,1 cêntimos/litro.
Amplitude das variações em cêntimos por litro do pr eço recomendado/ de referência modal das cinco principais petrolíferas
(Gasóleo - 3T2008)
1,9 1,7 1,8 1,8 1,82,0
1,0 1,1
2,11,7
4,34,8
4,04,04,0
Em
pres
a1
Em
pres
a2
Em
pres
a3
Em
pres
a4
Em
pres
a5
Média da amplitude das descidas e das subidas Subida máxima Descida máximaFonte: Análise da AdC com base em dados da Galp; BP; Repsol; Esso; Cepsa.
2.2.2.2. Preços médios retalhistas em Portugal (PMVP) Nos 12 meses anteriores ao término do terceiro trimestre de 2008, os PMVP da gasolina IO95 e do gasóleo vinham seguindo uma tendência crescente. Esta só foi atenuada pelas quedas registadas no terceiro trimestre de 2008.
Gasolina IO95 O PMVP da gasolina IO95 em Portugal foi de €1,382/litro, €1,455/litro, €1,474/litro nos primeiro, segundo e terceiro trimestres de 2008, respectivamente. Estes preços representam um aumento face ao respectivo trimestre anterior de 3,2 cêntimos por litro no primeiro trimestre, de 7,2 cêntimos no segundo trimestre e de 1,9 cêntimos no terceiro trimestre.
PMVP dos combustíveis em Portugal
1,1111,170
1,428
1,267
1,3281,357
1,523
1,404
0,900
1,000
1,100
1,200
1,300
1,400
1,500
1,600
30-S
et-0
7
30-O
ut-0
7
30-N
ov-0
7
30-D
ez-0
7
30-J
an-0
8
29-F
ev-0
8
30-M
ar-0
8
30-A
br-0
8
30-M
ai-0
8
30-J
un-0
8
30-J
ul-0
8
30-A
go-0
8
30-S
et-0
8
€/litro
Gasóleo
Gasolina IO95
Fonte: Comissão Europeia.
Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e do Gás Engarrafado em Portugal
27
PMVP Portugal - Gasolina IO95 (€/lt.)
2007 2008 Variação entre
períodos homólogos
Variação entre períodos
homólogos (%)
1.º Trimestre 1,235 1,382 0,147 12%
2.º Trimestre 1,347 1,455 0,108 8%
3.º Trimestre 1,344 1,474 0,130 10%
4.º Trimestre 1,351 n.d.
Variação do 4T2007 para o 1T2008 0,032
Variação do 1T2008 para 2T2008 0,072
Variação do 2T2008 para 3T2008 0,019
Variação do 4T2007 para o 3T2008 0,123
Variação do 4T2007 para o 1T2008 (%) 2%
Variação do 1T2008 para 2T2008 (%) 5%
Variação do 2T2008 para 3T2008 (%) 1%
Variação do 4T2007 para o 3T2008 (%) 9%
Fonte: Análise da AdC com base em dados da Comissão Europeia
Face aos trimestres homólogos, estes preços representam um aumento de 14,7 cêntimos/litro no primeiro trimestre, de 10,8 cêntimos/litro no segundo trimestre e de 13,0 cêntimos/litro no terceiro trimestre de 2008. Em termos agregados, durante os nove primeiros meses do ano o PMVP da gasolina aumentou 12,3 cêntimos por litro face ao PMVP do quarto trimestre de 2007, o que representa um aumento de 9%.
Gasóleo O PMVP do gasóleo em Portugal foi de €1,209/litro, €1,349/litro, €1,352/litro nos primeiro, segundo e terceiro trimestres de 2008, respectivamente. O PMVP do gasóleo aumentou, face ao respectivo trimestre anterior 4,8 cêntimos por litro no primeiro trimestre, 14,0 cêntimos no segundo trimestre e 0,3 cêntimos no terceiro trimestre de 2008. Face aos trimestres homólogos, estes preços representam um aumento de 19,9 cêntimos/litro no primeiro trimestre, de 29,2 cêntimos/litro no segundo trimestre e de 26,3 cêntimos/litro no terceiro trimestre de 2008. Em termos agregados, durante os nove primeiros meses do ano o PMVP do gasóleo aumentou 19,1 cêntimos por litro, o que representa um aumento de 16% face ao PMVP do quarto trimestre de 2007.
Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e do Gás Engarrafado em Portugal
28
PMVP Portugal - Gasóleo (€/lt.)
2007 2008 Variação entre
períodos homólogos
Variação entre períodos
homólogos (%)
1.º Trimestre 1,009 1,209 0,199 20%
2.º Trimestre 1,057 1,349 0,292 28%
3.º Trimestre 1,089 1,352 0,263 24%
4.º Trimestre 1,161 n.d.
Variação do 4T2007 para o 1T2008 0,048
Variação do 1T2008 para 2T2008 0,140
Variação do 2T2008 para 3T2008 0,003
Variação do 4T2007 para o 3T2008 0,191
Variação do 4T2007 para o 1T2008 (%) 4%
Variação do 1T2008 para 2T2008 (%) 12%
Variação do 2T2008 para 3T2008 (%) 0%
Variação do 4T2007 para o 3T2008 (%) 16%
Fonte: Análise da AdC com base em dados da Comissão Europeia
2.2.2.3. Comparações dos PMVP regionais em Portugal No que respeita às comparações dos PMVP regionais em Portugal Continental, consideram-se as cinco regiões NUT II: Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo (LVT), Alentejo e Algarve. As comparações entre regiões são feitas com base na amplitude de variação do PMVP (diferença entre o preço mais baixo e o preço mais alto praticados na venda ao público), quer da gasolina IO95 quer do gasóleo, calculada com base nos preços na última semana de cada trimestre. Primeiro trimestre de 2008 Na última semana do primeiro trimestre de 2008 (última semana de Março23), o preço médio da gasolina IO95 não apresentou diferenças relevantes entre as cinco regiões. A diferença máxima registada foi de 0,7 cêntimos/litro. O Algarve registou o preço médio mais elevado (€1,389/litro), e a região Centro o preço médio mais baixo (€1,382/litro). As amplitudes de variação foram diferentes entre regiões durante a última semana de Março. Para a gasolina IO95, a maior amplitude de variação de preços foi registada na região de LVT (14%), e a região com menor amplitude de variação foi o Algarve (5%). O preço da gasolina IO95 mais baixo e o preço mais elevado foram ambos registados na região de LVT, €1,269/litro e €1,464/litro, respectivamente. Relativamente ao gasóleo, os preços médios entre regiões não diferiram significativamente (0,5 cêntimos/litro). O preço médio mais baixo foi registado nas regiões Centro e Alentejo (€1,257/litro) e o mais elevado na região do Algarve (€1,262/litro). As amplitudes de variação dos preços do gasóleo são, em média, maiores entre as diferentes regiões. A região Norte apresentava a maior amplitude de variação (cerca de 18%), e o Algarve a menor (6%).
23 Semana de 24 a 30 de Março de 2008.
Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e do Gás Engarrafado em Portugal
29
Para o gasóleo, o preço mais baixo registou-se nas regiões de LVT e Alentejo (€1,139/litro), enquanto que o preço mais alto (€1,380/litro) se registou na região Norte. Segundo trimestre de 2008 Por sua vez, na última semana do segundo trimestre de 2008(última semana de Junho de 2008), o PMVP da gasolina IO95 não apresentou diferenças relevantes entre regiões. A diferença máxima registada foi de 0,4 cêntimos/litro. Tal como no final do primeiro trimestre de 2008, também no segundo trimestre o Algarve registou o preço médio mais elevado (€1,524/litro) e a região Centro o preço médio mais baixo (€1,520/litro). As amplitudes de variação foram diferentes entre regiões durante a última semana de Março. Para a gasolina IO95, a maior amplitude de variação de preços foi novamente registada na região de LVT (15,4%), e a região com menor amplitude de variação foi o Algarve (4,6%). O preço da gasolina IO95 mais baixo foi registado na região Centro (€1,358/litro) e o preço mais elevado na região de Lisboa e Vale do Tejo (€1,593/litro). Relativamente ao gasóleo, os preços médios entre regiões também não diferiram significativamente (0,6 cêntimos/litro). O preço médio mais baixo foi registado na região de LVT (€1,331/litro) e o mais elevado foi idêntico em todas as regiões do país (€1,445/litro). As amplitudes de variação dos preços do gasóleo são, em média, maiores entre as diferentes regiões. A região de LVT apresentava a maior amplitude de variação (cerca de 8%), e o Algarve a menor (5,3%). Para o gasóleo, o preço mais baixo registou-se nas regiões de LVT e Alentejo (€1,331/litro), enquanto que o preço mais alto (€1,445/litro) foi idêntico em todas as regiões do país. Terceiro trimestre de 2008 Por fim, na última semana do terceiro trimestre de 2008 (última semana de Setembro), o PMVP da gasolina IO95 não apresentou diferenças relevantes entre as cinco regiões. A diferença máxima registada foi de 0,6 cêntimos/litro. Tal como no final do primeiro e segundo trimestres de 2008, também no final do terceiro trimestre o Algarve registou o preço médio mais elevado (€1,406/litro). A região Centro, a par da Região Norte, no final de Setembro de 2008, apresentou o preço médio mais baixo (€1,400/litro). As amplitudes de variação foram diferentes entre regiões durante a última semana de Setembro. Para a gasolina IO95, a maior amplitude de variação de preços foi registada na região Norte (16,4%), e a região com menor amplitude de variação foi o Algarve (5%). De referir que durante o terceiro trimestre se registou um aumento significativo da amplitude de preços na Região Norte, tanto para a gasolina IO95 como para o gasóleo. O preço da gasolina IO95 mais baixo foi registado na região Centro (€1,289/litro) e o preço mais elevado na região de Norte (€1,524/litro). Relativamente ao gasóleo, os preços médios entre regiões também não diferiram significativamente (0,5 cêntimos/litro). O preço médio mais baixo foi registado na região Norte e no Alentejo (€1,268/litro) e o mais elevado no Algarve (€1,273/litro).
Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e do Gás Engarrafado em Portugal
30
As amplitudes de variação dos preços do gasóleo foram, em média, semelhantes às da gasolina IO95 nas diferentes regiões. A região Norte apresentava a maior amplitude de variação (cerca de 17,9%), e o Algarve a menor (6%). Para o gasóleo, o preço mais baixo registou-se na zona Centro (€1,147/litro), enquanto que o preço mais alto (€1,386/litro) foi registado na Região Norte.
Amplitude de variação do PMVP da gasolina sem chumb o 95Última semana de Março de 2008
1,404 1,404
1,464
1,404
1,314
1,300
1,269
1,308
1,339
1,385 1,382 1,386 1,386
1,404
1,389
1,250
1,300
1,350
1,400
1,450
1,500
Norte Centro LVT Alentejo Algarve
Fonte: Análise da AdC com base em dados da DGEG
8%
6%
1%
4%
€/litro
Amplitude de variação do PMVP da gasolina IO95Última semana de Junho de 2008
1,537 1,537
1,593
1,440
1,358 1,359
1,430
1,459
1,521 1,520 1,521 1,521 1,529 1,529
1,524
1,250
1,300
1,350
1,400
1,450
1,500
1,550
1,600
1,650
Norte Centro LVT Alentejo Algarve
Fonte: Análise da AdC com base em dados da DGEG
10,7%
4,7%
0,3%
4,3%
€/litro
Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e do Gás Engarrafado em Portugal
31
Amplitude de variação do PMVP da gasolina IO95Última semana de Setembro de 2008
1,524
1,458 1,463
1,294 1,289 1,300
1,345 1,358
1,400 1,400 1,402 1,402
1,458
1,429
1,406
1,250
1,300
1,350
1,400
1,450
1,500
1,550
Norte Centro LVT Alentejo Algarve
Fonte: Análise da AdC com base em dados da DGEG.
7,6%
8,8%
1,6%
3,4%
€/litro
Amplitude de variação do PMVP do gasóleoÚltima semana de Março de 2008
1,380
1,275 1,275 1,272
1,164 1,150
1,139 1,139
1,199
1,259 1,257 1,260 1,257
1,275
1,262
1,120
1,160
1,200
1,240
1,280
1,320
1,360
1,400
Norte Centro LVT Alentejo Algarve
Fonte: Análise da AdC com base em dados da DGEG
8%
10%
1%
5%
€/litro
Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e do Gás Engarrafado em Portugal
32
Amplitude de variação do PMVP do gasóleoÚltima semana de Junho de 2008
1,445 1,445 1,445 1,445
1,336 1,339 1,331
1,340
1,369
1,429 1,428 1,431 1,430
1,445
1,434
1,240
1,280
1,320
1,360
1,400
1,440
1,480
1,520
Norte Centro LVT Alentejo Algarve
Fonte: Análise da AdC com base em dados da DGEG
7,0%
1,0% 0,8%
4,5%
€/litro
Amplitude de variação do PMVP do gasóleoÚltima semana de Setembro de 2008
1,386
1,302 1,313
1,297
1,159 1,147
1,169
1,210 1,219
1,268 1,270 1,269 1,268
1,295
1,273
1,000
1,040
1,080
1,120
1,160
1,200
1,240
1,280
1,320
1,360
1,400
1,440
1,480
1,520
Norte Centro LVT Alentejo Algarve
Fonte: Análise da AdC com base em dados da DGEG.
8,6%
9,3%
1,7%
4,3%
€/litro
Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e do Gás Engarrafado em Portugal
33
2.2.2.4. Comparações do PMVP por localização do retalhista em Portugal
Para efeitos destas comparações, consideram-se três tipos de localizações do retalhista, a saber: auto-estradas, áreas comerciais e outras (e.g., postos retalhistas localizados em agregados populacionais ou fora da rede de auto-estradas que não em áreas comerciais). Uma análise detalhada do enquadramento relativo à comparação de preços de combustíveis líquidos praticados em postos de supermercados/hipermercados e em postos da rede comercial das empresas petrolíferas pode ser consultada no capítulo constante da Newsletter n.º 19 sobre o acompanhamento do mercado de combustíveis relativo ao 1.º trimestre de 2008. Primeiro trimestre de 2008 No final do primeiro trimestre de 2008 (última semana de Março de 200824), os preços médios mais baixos da gasolina IO95 e do gasóleo registaram-se em postos de combustíveis junto a áreas comerciais, nomeadamente supermercados e hipermercados. Nesses postos, os preços médios atingiram os €1,337/litro no caso da gasolina IO95, e €1,206/litro no caso do gasóleo. Os preços médios registados nos super/hipermercados foram 3,8% mais baixos do que os preços médios praticados nas auto-estradas para a gasolina IO95, e 4,7% mais baixos do que os preços médios do gasóleo em postos de auto-estrada na última semana de Março de 2008. Efectivamente, os preços médios mais elevados verificaram-se nos postos de auto-estradas quer para a gasolina IO95 quer para o gasóleo (€1,390/litro e €1,266/litro, respectivamente). A amplitude de preços foi particularmente elevada em postos localizados fora de zonas comerciais e auto-estradas (11% para a gasolina IO95, e 19% para o gasóleo). Os postos localizados em auto-estradas continuam a ter a amplitude de variação de preço mais reduzida (2% para a gasolina IO95 e para o gasóleo). Registe-se que, no primeiro trimestre de 2008, em comparação com o quarto trimestre de 2007, a amplitude de preços nas auto-estradas se manteve no caso da gasolina IO95, mas diminuiu um ponto percentual no caso do gasóleo. De referir que, no ano de 2007, a amplitude de preços nas auto-estradas variou entre 1% e 2%, no caso da gasolina IO95, e 2% e 3%, no caso do gasóleo. Segundo trimestre de 2008 Por sua vez, no final do segundo trimestre de 2008 (última semana de Junho), os preços médios mais baixos dos combustíveis rodoviários registaram-se em postos de combustíveis junto a áreas comerciais, nomeadamente supermercados e hipermercados. Nesses postos, os preços médios atingiram os €1,466/litro no caso da gasolina IO95, e €1,378/litro no caso do gasóleo. Os preços médios registados nos super/hipermercados foram 4% mais baixos do que os preços médios praticados nas auto-estradas para a gasolina IO95 e para o gasóleo em postos de auto-estrada na última semana de Junho de 2008.
24 Semana de 24 a 30 de Março de 2008.
Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e do Gás Engarrafado em Portugal
34
Efectivamente, os preços médios mais elevados verificaram-se nos postos de auto-estradas quer para a gasolina IO95, quer para o gasóleo (€1,527/litro e €1,436/litro, respectivamente). A amplitude de preços da gasolina IO95 foi particularmente elevada em postos localizados fora de zonas comerciais e auto-estradas (15,1%), e, no caso do gasóleo, elevada nas áreas comerciais (7,6%). Os postos localizados em auto-estradas continuam a ter a amplitude de variação de preço mais reduzida (1,2% para a gasolina IO95 e 1,6% para o gasóleo). Registe-se que, no segundo trimestre de 2008, em comparação com o primeiro trimestre de 2008, a amplitude de preços nas auto-estradas continuou a reduzir-se. De referir que, no ano de 2007, a amplitude de preços nas auto-estradas variou entre 1% e 2%, no caso da gasolina IO95, e 2% e 3%, no caso do gasóleo. Terceiro trimestre de 2008 Por fim, no final do terceiro trimestre de 2008 (última semana de Setembro de 2008), os preços médios mais baixos dos combustíveis rodoviários foram registados em postos de combustíveis junto a áreas comerciais, nomeadamente em supermercados e hipermercados. Nesses postos, os preços médios atingiram os €1,359/litro no caso da gasolina IO95, e €1,224/litro no caso do gasóleo. Os preços médios registados nos super/hipermercados foram mais baixos 3,2% para a gasolina IO95 e 3,7% para o gasóleo do que os preços médios praticados em postos de auto-estrada, na última semana de Setembro de 2008. Efectivamente, os preços médios mais elevados verificaram-se nos postos de auto-estradas quer para a gasolina IO95, quer para o gasóleo (€1,404/litro e €1,273/litro, respectivamente). A amplitude de preços da gasolina IO95 foi particularmente elevada em postos localizados fora das auto-estradas e áreas comerciais (16,4%), e, no caso do gasóleo, elevada nos postos junto a áreas comerciais (19,4%) Os postos localizados em auto-estradas continuaram a ter a amplitude de variação de preço mais reduzida. Contudo, durante o terceiro trimestre de 2008 verificou-se um aumento da amplitude de preços neste tipo de postos (3,6% para a gasolina IO95 e 3,9% para o gasóleo). De referir que, no ano de 2007 e primeiro semestre de 2008, a amplitude de preços nas auto-estradas variou entre 1% e 2%, no caso da gasolina IO95, e 2% e 3%, no caso do gasóleo.
Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e do Gás Engarrafado em Portugal
35
Amplitude de variação do PMVP da gasolina sem chumbo 95
Última semana de Março de 2008
1,399
1,464
1,375
1,269
1,310
1,390
1,337
1,387
1,409
1,25
1,30
1,35
1,40
1,45
1,50
Auto-estrada Áreas comerciais Outros
Fonte: Análise da AdC com base em dados da DGEG
11%2%
10%
€/litro
Amplitude de variação do PMVP dogasóleo
Última semana de Março de 2008
1,268
1,380
1,245
1,139 1,139
1,266
1,206
1,261
1,274
1,10
1,15
1,20
1,25
1,30
1,35
1,40
Auto-estrada Áreas comerciais Outros
Fonte: Análise da AdC com base em dados da DGEG
19%2%
11%
€/litro
Amplitude de variação do PMVP da gasolina IO95
Última semana de Junho de 2008
1,527
1,593
1,358 1,363
1,527
1,466
1,523
1,537
1,519
1,25
1,30
1,35
1,40
1,45
1,50
1,55
1,60
1,65
Auto-estrada Áreas comerciais Outros
Fonte: Análise da AdC com base em dados da DGEG
15,1%
1,2%
11,5%
€/litro
Amplitude de variação do PMVP dogasóleo
Última semana de Junho de 2008
1,436 1,445
1,419
1,331
1,349
1,436
1,378
1,432 1,442
1,24
1,29
1,34
1,39
1,44
1,49
Auto-estrada Áreas comerciais Outros
Fonte: Análise da AdC com base em dados da DGEG
6,7%
1,6%
7,6%
€/litro
Amplitude de variação do PMVP da gasolina IO95
Última semana de Setembro de 2008
1,487
1,524
1,289 1,294
1,404
1,359
1,403
1,439
1,388
1,25
1,30
1,35
1,40
1,45
1,50
1,55
Auto-estrada Áreas comerciais Outros
Fonte: Análise da AdC com base em dados da DGEG.
16,4%3,6% 14,6%
€/litro
Amplitude de variação do PMVP dogasóleo
Última semana de Setembro de 2008
1,386
1,303
1,149 1,147
1,273
1,224
1,271
1,313
1,264
1,00
1,05
1,10
1,15
1,20
1,25
1,30
1,35
1,40
1,45
1,50
Auto-estrada Áreas comerciais Outros
Fonte: Análise da AdC com base em dados da DGEG.
12,3%
3,9%19,4%
€/litro
Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e do Gás Engarrafado em Portugal
36
2.2.2.5. Comparações internacionais dos preços retalhistas depois de impostos (PMVP) – UE a 27
Primeiro trimestre de 2008 Numa análise da média trimestral dos PMVP praticados para a gasolina IO95 e para o gasóleo no seio da UE a 27, no primeiro trimestre de 2008, verificou-se uma disparidade de preços significativa entre países. Assim, para a gasolina IO95, em termos trimestrais, a diferença entre o PMVP mais elevado (verificado na Holanda - €1,524/litro) e o preço mais baixo (registado na Roménia - €0,988/litro) foi de 53,6 cêntimos de euro por litro. Já no gasóleo a diferença entre o preço mais elevado (verificado no Reino Unido - €1,453/litro) e o mais baixo (registado em Chipre - €1,020/litro) foi de 43,3 cêntimos de euro por litro. Na última semana de Março de 2008, em Portugal, o PMVP da gasolina IO95 era superior à média da União Europeia25, enquanto que o do gasóleo se mantinha abaixo da média. A gasolina IO95 registava um PMVP trimestral médio em Portugal de €1,382/litro (5,0% acima da média da UE) e o gasóleo de €1,209/litro (1,4% abaixo da média da UE). No primeiro trimestre de 2008, Portugal registou o quinto PMVP trimestral médio mais elevado da gasolina IO95 na UE a 27, sendo superado pela Holanda, Bélgica, Finlândia, e Alemanha. Já no caso do gasóleo, no primeiro trimestre de 2008, Portugal registou o décimo primeiro PMVP trimestral médio mais elevado da UE a 27.
25 Média da União Europeia a 27, ponderada pelo volume vendido.
Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e do Gás Engarrafado em Portugal
37
0,9880,997
1,014
1,020
1,0201,024
1,0481,090
1,1031,114
1,1361,177
1,182
1,183
1,1961,210
1,211
1,306
1,356
1,370
1,373
1,378
1,382
1,3871,410
1,415
1,524
0,50 0,70 0,90 1,10 1,30 1,50 1,70
€/litro
RoméniaBulgaria
ChipreLituâniaEstónia
LatviaEslovénia
MaltaGrécia
Espanha
HungriaLuxemburgo
EslováquiaIrlanda
PolóniaRepública Checa
Áustria
SuéciaFrança
ItáliaDinamarca
Reino UnidoPortugal
AlemanhaFinlândia
BélgicaHolanda
PMVP da Gasolina IO95Média do 1 .º Trimestre 2008
Média UE271,316
1,0201,020
1,0231,033
1,0541,060
1,0641,071
1,093
1,111
1,129
1,1361,141
1,1651,189
1,191
1,209
1,215
1,223
1,229
1,2301,236
1,241
1,2831,297
1,298
1,453
0,50 0,70 0,90 1,10 1,30 1,50
€/litro
ChipreMalta
RoméniaBulgariaLituânia
LatviaLuxemburgo
EslovéniaEspanhaEstóniaGrécia
BélgicaPolóniaHungriaIrlandaÁustria
PortugalFinlândia
FrançaRepública Checa
HolandaDinamarcaEslováquiaAlemanha
ItáliaSuécia
Reino Unido
PMVP do GasóleoMédia do 1 .º Trimestre 2008
Média UE271,227
Segundo trimestre 2008 Numa análise dos PMVP praticados para a gasolina IO95 e para o gasóleo no seio da União Europeia (UE27), no segundo trimestre de 2008 verificou-se uma disparidade de preços significativa entre países. Assim, para a gasolina IO95, em termos trimestrais, a diferença entre o PMVP mais elevado (verificado na Holanda - €1,629/litro) e o mais baixo (registado na Latvia - €1,075/litro) foi de 55,4 cêntimos de euro por litro. Já no gasóleo a diferença entre o PMVP trimestral médio mais elevado (verificado no Reino Unido - €1,568/litro) e o mais baixo (registado em Malta - €1,117/litro) foi de 45,1 cêntimos de euro por litro. Em média durante o segundo trimestre de 2008, em Portugal, o PMVP da gasolina IO95 foi superior à média da UE27, enquanto que o do gasóleo se manteve abaixo da média. A gasolina IO95 registava um PMVP trimestral médio em Portugal de €1,455/litro (4,2% acima da média da UE27) e o gasóleo de €1,349/litro (1,7% abaixo da média da UE27). Em média no segundo trimestre de 2008, Portugal registou o sétimo PMVP trimestral médio mais elevado da gasolina IO95 na UE a 27, sendo superado pela Holanda, Bélgica, Finlândia, Dinamarca, Alemanha e Itália. Já no caso do gasóleo, Portugal registou o décimo PMVP trimestral médio mais elevado da UE a 27, sendo superado pelo Reino Unido, Suécia, Itália, Alemanha, Dinamarca, Holanda, França, Eslováquia e República Checa.
Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e do Gás Engarrafado em Portugal
38
1,0751,0811,0891,0911,1031,106
1,1101,130
1,1991,200
1,2181,239
1,2671,2821,2881,2941,315
1,4121,427
1,4381,4551,4581,469
1,4711,4791,496
1,629
0,50 0,70 0,90 1,10 1,30 1,50 1,70
€/litro
LatviaRoménia
ChipreBulgariaLituânia
MaltaEstónia
EslovéniaGrécia
EspanhaIrlanda
HungriaLuxemburgo
EslováquiaRepública Checa
ÁustriaPolóniaSuécia
Reino UnidoFrança
PortugalItália
AlemanhaDinamarca
FinlândiaBélgica
Holanda
PMVP da Gasolina IO95Média do 2.º Trimestre 2008
Média UE271,396
1,1171,1611,1721,1751,1881,189
1,2121,2121,2241,2401,2671,2811,3031,3071,3111,3191,334
1,3491,3561,3711,3771,3981,4011,420
1,4451,455
1,568
0,50 0,70 0,90 1,10 1,30 1,50 1,70
€/litro
MaltaChipreLatvia
RoméniaLituâniaBulgaria
LuxemburgoEslovénia
EstóniaEspanha
IrlandaFinlândia
BélgicaGrécia
HungriaPolóniaÁustria
PortugalRepública Checa
EslováquiaFrança
HolandaDinamarcaAlemanha
ItáliaSuécia
Reino Unido
PMVP do GasóleoMédia do 2.º Trimestre 2008
Média UE271,372
Terceiro trimestre de 2008 Numa análise dos PMVP praticados para a gasolina IO95 e para o gasóleo no seio da União Europeia (UE27), no terceiro trimestre de 2008, verificou-se, novamente, uma disparidade de preços significativa entre países. Assim, para a gasolina IO95 a diferença entre o PMVP trimestral médio mais elevado (verificado na Holanda - €1,636/litro) e o mais baixo (registado na Bulgária - €1,095/litro) foi de 54,1 cêntimos de euro por litro. Já no gasóleo a diferença entre o PMVP trimestral médio mais elevado (verificado no Reino Unido - €1,593/litro) e o mais baixo (registado na Bulgária - €1,167/litro) foi de 42,6 cêntimos de euro por litro. Em média, durante o terceiro trimestre de 2008, e em Portugal, o PMVP trimestral médio da gasolina IO95 foi superior à média da UE27, enquanto que o do gasóleo se manteve abaixo da média. A gasolina IO95 registou um PMVP trimestral médio em Portugal de €1,474/litro (4,7% acima da média da UE27) e o gasóleo de €1,352/litro (1,4% abaixo da média da UE27). Em média no terceiro trimestre de 2008 Portugal registou o quarto PMVP trimestral médio mais elevado da gasolina IO95 na UE a 27, sendo superado pela Holanda, Finlândia, e Bélgica. Já no caso do gasóleo, Portugal figurou a meio da tabela no ranking dos PMVP mais elevados.
Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e do Gás Engarrafado em Portugal
39
1,0951,0991,1111,1141,1161,131
1,1611,1971,2081,212
1,2611,279
1,2991,3161,318
1,3441,368
1,4011,434
1,4371,4661,4661,471
1,4741,491
1,5411,636
0,50 0,70 0,90 1,10 1,30 1,50 1,70
€/litro
BulgariaLatvia
RoméniaLituânia
ChipreEstónia
EslovéniaMalta
EspanhaGrécia
LuxemburgoÁustriaHungriaIrlanda
República ChecaEslováquia
PolóniaSuéciaFrança
Reino UnidoItália
AlemanhaDinamarca
PortugalBélgica
FinlândiaHolanda
PMVP da Gasolina IO95Média do 3 .º Trimestre 2008
Média UE271,407
1,1671,1711,1801,1881,1931,1951,2061,2281,2331,237
1,2861,3181,3291,3521,3551,3581,3611,3611,364
1,3981,3981,4021,4151,422
1,4381,447
1,593
0,50 0,70 0,90 1,10 1,30 1,50 1,70
€/litro
BulgariaLatvia
LituâniaLuxemburgo
ChipreRoménia
MaltaEslovéniaEspanhaEstóniaBélgicaGréciaÁustria
PortugalFrançaPolónia
FinlândiaHungria
DinamarcaAlemanha
República ChecaHolanda
IrlandaSuécia
ItáliaEslováquia
Reino Unido
PMVP do GasóleoMédia do 3 .º Trimestre 2008
Média UE271,370
2.2.2.6. Preços médios retalhistas antes de impostos em Portugal (PMAI)
Os dois primeiros trimestres de 2008 foram caracterizados por uma tendência de aumento dos preços retalhistas em Portugal. Já o terceiro trimestre do ano caracterizou-se por uma descida nos PMAI dos combustíveis em Portugal. Apesar da redução dos PMAI nacionais dos combustíveis durante a maioria das semanas, em termos de médias trimestrais, do segundo para o terceiro trimestre de 2008 os PMAI de ambos os combustíveis aumentaram.
PMAI dos combustíveis em Portugal
0,6060,554
0,826
0,692
0,5380,514
0,687
0,587
0,400
0,450
0,500
0,550
0,600
0,650
0,700
0,750
0,800
0,850
30-S
et-0
7
30-O
ut-0
7
30-N
ov-0
7
30-D
ez-0
7
30-J
an-0
8
29-F
ev-0
8
30-M
ar-0
8
30-A
br-0
8
30-M
ai-0
8
30-J
un-0
8
30-J
ul-0
8
30-A
go-0
8
30-S
et-0
8
€/litro
Gasóleo
Gasolina IO95
Fonte: Comissão Europeia.
Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e do Gás Engarrafado em Portugal
40
PMAI Portugal - Gasolina IO95 (€/lt.)
2007 2008 Variação entre
períodos homólogos
Variação entre períodos
homólogos (%)
1.º Trimestre 0,438 0,560 0,121 28%
2.º Trimestre 0,530 0,619 0,089 17%
3.º Trimestre 0,528 0,645 0,117 22%
4.º Trimestre 0,533 n.d.
Variação do 4T2007 para o 1T2008 0,026
Variação do 1T2008 para 2T2008 0,060
Variação do 2T2008 para 3T2008 0,025
Variação do 4T2007 para o 3T2008 0,111
Variação do 4T2007 para o 1T2008 (%) 5%
Variação do 1T2008 para 2T2008 (%) 11%
Variação do 2T2008 para 3T2008 (%) 4%
Variação do 4T2007 para o 3T2008 (%) 21%
Fonte: Análise da AdC com base em dados da Comissão Europeia.
Gasolina IO95 O PMAI da gasolina IO95 em Portugal foi de €0,560/litro, €0,619/litro, €0,645/litro nos primeiro, segundo e terceiro trimestres de 2008, respectivamente. Estes preços representam um aumento face ao respectivo trimestre anterior de 2,6 cêntimos por litro no primeiro trimestre, de 6 cêntimos no segundo trimestre e de 2,5 cêntimos no terceiro trimestre. Face aos respectivos trimestres homólogos, estes preços representam um aumento de 12,1 cêntimos/litro no primeiro trimestre, de 8,9 cêntimos/litro no segundo trimestre e de 11,7 cêntimos/litro no terceiro trimestre de 2008. Em termos agregados, durante os nove primeiros meses do ano o PMAI da gasolina aumentou 11,1 cêntimos por litro face ao PMAI do quarto trimestre de 2007, o que representa um aumento de 21%.
Gasóleo O PMAI do gasóleo em Portugal foi de €0,635/litro, €0,750/litro, €0,761/litro nos primeiro, segundo e terceiro trimestres de 2008, respectivamente. O PMAI do gasóleo aumentou face ao respectivo trimestre anterior 4,0 cêntimos por litro no primeiro trimestre, 11,6 cêntimos no segundo trimestre e 1,1 cêntimos no terceiro trimestre. Face aos respectivos trimestres homólogos, estes preços representam um aumento de 16,4 cêntimos/litro no primeiro trimestre, de 24,2 cêntimos/litro no segundo trimestre e de 22,6 cêntimos/litro no terceiro trimestre de 2008. Em termos agregados, durante os nove primeiros meses do ano o PMAI do gasóleo aumentou 16,6 cêntimos por litro, o que representa um aumento de 28% face ao PMAI do quarto trimestre de 2007.
Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e do Gás Engarrafado em Portugal
41
PMAI Portugal - Gasóleo (€/lt.)
2007 2008 Variação entre
períodos homólogos
Variação entre períodos
homólogos (%)
1.º Trimestre 0,470 0,635 0,164 35%
2.º Trimestre 0,509 0,750 0,242 47%
3.º Trimestre 0,535 0,761 0,226 42%
4.º Trimestre 0,595 n.d.
Variação do 4T2007 para o 1T2008 0,040
Variação do 1T2008 para 2T2008 0,116
Variação do 2T2008 para 3T2008 0,011
Variação do 4T2007 para o 3T2008 0,166
Variação do 4T2007 para o 1T2008 (%) 7%
Variação do 1T2008 para 2T2008 (%) 18%
Variação do 2T2008 para 3T2008 (%) 1%
Variação do 4T2007 para o 3T2008 (%) 28%
Fonte: Análise da AdC com base em dados da Comissão Europeia
2.2.2.7. Comparação da evolução do diferencial entre os preços retalhistas nacionais e os preços grossistas de referência internacionais (CIF NWE)
Em 2007, a diferença entre os PMAI nacionais e os preços grossistas de referência internacionais (CIF NWE) foram de 11,6 cêntimos por litro para ambos os combustíveis. Durante o ano de 2008, no primeiro trimestre do ano esse diferencial foi de 12,91 cêntimos por litro para a gasolina IO95 e de 12,79 cêntimos por litro para o gasóleo. No segundo trimestre de 2008, aquando do período de subida mais acentuada das cotações internacionais, o diferencial reduziu-se para 10,21 cêntimos por litro para a gasolina IO95 e 10,12 cêntimos por litro para o gasóleo. No terceiro trimestre de 2008, em resultado do desfasamento temporal entre os preços grossistas internacionais e os preços retalhistas em território nacional, o diferencial aumentou para 13,99 cêntimos por litro para a gasolina IO95 e 14,9 cêntimos por litro para o gasóleo.
Diferencial dos P MAI nacionais para os preços grossistas de referência (cent./lt.)
Período Gasolina IO95 Gasóleo
1T2008 12,91 12,79 2T2008 10,21 10,12 3T2008 13,99 14,90
Primeiros 9 meses de 2008 12,37 12,60 Primeiros 10 meses de 2008 12,98 13,15 Primeiros 11 meses de 2009 13,45 13,53
Fonte: AdC com base em dados da Comissão Europeia e Platts.
Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e do Gás Engarrafado em Portugal
42
No agregado dos primeiros 9 meses de 2008, a diferença entre os PMAI nacionais e os preços grossistas de referência internacionais (CIF NWE) foi de 12,37 cêntimos por litro para a gasolina IO95 e de 12,6 para o gasóleo.
Diferencial entre os PMAI e os preços grossistas internacionais de referência
0
2
4
6
8
10
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14
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1-S
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8
1-O
ut-0
8
Cênt.€/litro
Gasóleo
Gasolina IO95
2.2.2.8. Comparações internacionais dos preços retalhistas antes de impostos (PMAI) – UE a 27
Gasolina IO95 Durante todas as semanas dos primeiros nove meses de 2008 os PMAI da gasolina IO95 em Portugal foram superiores aos registados na UE a 27, em 2,36 cêntimos/litro no primeiro trimestre, 1,27 cêntimos/litro no segundo e 3,0 cêntimos/litro no terceiro trimestre do ano. Em média no primeiro trimestre de 2008, em Portugal, a gasolina IO95 apresentava um PMAI de €0,560/litro, o que compara, com o preço médio de €0,536/litro registado na UE a 27. Portugal registou nesse período o oitavo PMAI mais elevado na gasolina IO95 na UE a 27, sendo superado pela Holanda, Malta, Itália, Chipre, Látvia, Grécia, e Luxemburgo. 0,480
0,483
0,505
0,5110,511
0,5150,5190,522
0,523
0,525
0,5290,5350,537
0,541
0,545
0,548
0,5480,552
0,553
0,560
0,5610,567
0,569
0,5720,580
0,614
0,616
0,40 0,45 0,50 0,55 0,60 0,65 0,70 0,75
€/litro
BulgariaSuécia
EstóniaReino Unido
AlemanhaEslovénia
PolóniaRoménia
EslováquiaÁustriaFrançaIrlanda
HungriaLituânia
FinlândiaDinamarca
BélgicaRepública Checa
EspanhaPortugal
LuxemburgoGréciaLatvia
ChipreItália
MaltaHolanda
PMAI da Gasolina IO95Média do 1 .º Trimestre 2008
Média UE270,536
Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e do Gás Engarrafado em Portugal
43
Para a gasolina IO9595 a diferença entre o preço mais elevado (verificado na Holanda - €0,616/litro) e o preço mais baixo (registado na Bulgária - €0,480/litro) foi de 13,6 cêntimos de euro por litro. No segundo trimestre de 2008, para a gasolina IO95 a diferença entre o preço mais elevado (verificado na Holanda - €0,704/litro) e o preço mais baixo (registado na Bulgária - €0,559/litro) foi de 14,5 cêntimos de euro por litro. Em média no segundo trimestre de 2008, em Portugal, a gasolina IO95 apresentava um PMAI de €0,619/litro, o que compara, respectivamente, com o preço médio de €0,607/litro registado na UE27. Portugal registou no segundo trimestre de 2008 o décimo PMAI mais elevado na gasolina IO95 na UE a 27, sendo superado pela Holanda, Itália, Grécia, Luxemburgo, Chipre, Malta, Bélgica, Espanha e Dinamarca. Em Portugal, no terceiro trimestre de 2008, a gasolina IO95 apresentou um PMAI médio de €0,645/litro, o que compara, respectivamente, com o preço médio de €0,615/litro registado na UE27. Portugal registou no terceiro trimestre de 2008 o sétimo PMAI mais elevado na gasolina IO95 na UE a 27, sendo superado por Malta, Holanda, Chipre, Itália, Grécia e Finlândia.
Gasóleo rodoviário
Em média no primeiro trimestre de 2008, para o gasóleo a diferença entre o preço antes de impostos mais elevado (verificado na Holanda - €0,795/litro) e o preço mais baixo (registado no Irlanda - €0,679/litro) foi de 11,6 cêntimos de euro por litro. Nesse período, em Portugal, o gasóleo apresentava um PMAI de €0,635/litro, o que compara, com o preço médio de €0,616/litro registados na União Europeia a 27. No primeiro trimestre de 2008, Portugal registou o décimo preço mais alto na UE a 27.
0,5590,5640,564
0,5790,580
0,5820,5820,582
0,593
0,5930,5970,5980,6010,602
0,605
0,6120,612
0,6190,627
0,6270,6280,628
0,637
0,6390,647
0,656
0,704
0,40 0,45 0,50 0,55 0,60 0,65 0,70 0,75
€/litro
BulgariaIrlandaSuécia
Reino UnidoAlemanha
EstóniaEslováquiaEslovénia
ÁustriaPolóniaFrança
RoméniaFinlândia
HungriaRepública Checa
LituâniaLatvia
PortugalDinamarca
EspanhaBélgica
MaltaChipre
LuxemburgoGrécia
ItáliaHolanda
PMAI da Gasolina IO95Média do 2.º Trimestre 2008
Média UE270,607
0,5620,563
0,5780,580
0,590
0,5930,599
0,609
0,6160,6180,6180,6210,6220,6260,6300,6340,6340,6350,6380,6450,645
0,6520,6570,6580,661
0,6990,705
0,40 0,45 0,50 0,55 0,60 0,65 0,70 0,75
€/litro
SuéciaBulgaria
AlemanhaÁustria
Reino UnidoFrança
EstóniaEslovénia
República ChecaRoménia
EslováquiaLituâniaPolónia
DinamarcaHungria
EspanhaLuxemburgo
LatviaBélgicaIrlanda
PortugalFinlândia
GréciaItália
ChipreHolanda
Malta
PMAI da Gasolina IO95Média do 3 .º Trimestre 2008
Média UE270,615
0,5540,575
0,5900,5950,5960,6010,603
0,603
0,607
0,6080,612
0,614
0,619
0,6190,621
0,6220,623
0,6310,632
0,6320,6350,643
0,6430,646
0,6530,659
0,666
0,40 0,50 0,60 0,70 0,80 0,90
€/litro
BulgariaReino Unido
EslovéniaFrançaSuéciaPolónia
RoméniaEslováquia
ÁustriaAlemanha
EstóniaIrlanda
LituâniaMalta
BélgicaDinamarca
LuxemburgoEspanhaHungria
ChiprePortugal
República ChecaLatvia
GréciaHolanda
ItáliaFinlândia
PMAI do GasóleoMédia do 1 .º Trimestre 2008
Média UE270,616
Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e do Gás Engarrafado em Portugal
44
Em Portugal, no segundo trimestre os PMAI trimestrais estiveram acima dos da UE27 para ambos os combustíveis. No caso do gasóleo a diferença foi de 1 cêntimo/litro. Em média no segundo trimestre de 2008, em Portugal, o gasóleo apresentava um PMAI de €0,750/litro, o que compara, com o preço médio de €0,740/litro registado na UE27. Portugal registou no segundo trimestre de 2008 o nono PMAI mais alto na UE a 27, sendo superado pela Holanda, Grécia, Itália, Bélgica, Espanha, Dinamarca, Chipre e Luxemburgo. Em Portugal, o PMAI médio do terceiro trimestre de 2008 trimestrais do gasóleo esteve 2,5 cêntimo/litro acima do da UE27. Em média, no terceiro trimestre de 2008 o gasóleo apresentou um PMAI de €0,761/litro, o que compara, com o preço médio de €0,736/litro registado na UE27. Portugal registou no terceiro trimestre de 2008 o décimo preço antes de impostos mais elevado na UE a 27, sendo superado pela Grécia, Irlanda, Finlândia, Chipre, Malta, Holanda, Itália, República Checa e Hungria.
2.2.2.9. Evolução do diferencial do PMAI face à UE
Gasolina IO95
Assim, durante os nove primeiros meses deste ano, o PMAI da gasolina em Portugal aumentou 11,1 cêntimos por litro, o que representa um aumento de 21% face ao PMAI do quarto trimestre de 2007. Na UE a 27, durante idêntico período, o aumento médio, foi de 8,9 cêntimos por litro, o que representou um acréscimo de 17%.
0,6790,684
0,6890,6990,7010,7070,708
0,720
0,7200,7230,723
0,725
0,727
0,7300,733
0,7360,738
0,7390,7500,752
0,7540,755
0,7580,759
0,7860,792
0,795
0,40 0,50 0,60 0,70 0,80 0,90
€/litro
IrlandaBulgaria
EslováquiaReino Unido
MaltaEstónia
EslovéniaSuécia
FinlândiaAlemanha
FrançaÁustria
RoméniaPolóniaLituâniaHungria
República ChecaLatvia
PortugalLuxemburgo
ChipreDinamarca
EspanhaBélgica
ItáliaGrécia
Holanda
PMAI do GasóleoMédia do 2.º Trimestre 2008
Média UE270,740
0,6660,698
0,7040,705
0,7180,7210,7210,723
0,7250,7260,7310,738
0,7380,7400,745
0,752
0,752
0,7610,7610,762
0,7750,7760,7770,7820,785
0,8010,802
0,40 0,50 0,60 0,70 0,80 0,90
€/litro
BulgariaSuécia
AlemanhaFrança
EstóniaEslovénia
ÁustriaReino Unido
DinamarcaLituânia
LuxemburgoEslováquia
RoméniaLatvia
BélgicaEspanha
PolóniaPortugalHungria
RepúblicaItália
HolandaMalta
ChipreFinlândia
IrlandaGrécia
PMAI do GasóleoMédia do 3 .º Trimestre 2008
Média UE270,736
Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e do Gás Engarrafado em Portugal
45
PMAI UE27 - Gasolina IO95 (€/lt.)
2007 2008 Variação entre
períodos homólogos
Variação entre períodos
homólogos (%)
1.º Trimestre 0,422 0,536 0,114 27%
2.º Trimestre 0,513 0,607 0,094 18%
3.º Trimestre 0,511 0,615 0,103 20%
4.º Trimestre 0,525 n.d.
Variação do 4T2007 para o 3T2008 0,089
Variação do 4T2007 para o 3T2008 (%) 17%
Fonte: Análise da AdC com base em dados da Comissão Europeia
Note-se, contudo, que se tivermos em consideração o desfasamento de duas semanas entre o ajustamento em Portugal e na UE27 verificamos que o aumento do PMAI da gasolina IO95 na UE a 27 nos primeiros nove meses de 2008 desfasado 2 semanas, por comparação com o PMAI do quarto trimestre de 2007 desfasado 2 semanas, foi de 10,6 cêntimos por litro, o que representou um aumento de 20%. Isto é, em Portugal, verificou-se sensivelmente a mesma variação no PMAI da gasolina face à UE27 (diferença de 0,5 cêntimos/litro). No que respeita ao diferencial entre o PMAI médio português e o PMAI médio da UE27, no caso da gasolina IO95, a evolução durante os primeiros 9 meses de 2008 não parece ser distinta da evolução dos primeiros nove messes de 2007.
Evolução do diferencial no PMAI de Portugal face à UE27Gasolina IO95
-0,080
-0,060
-0,040
-0,020
0,000
0,020
0,040
0,060
0,080
Jan
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Jun
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Ou
t-06
No
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-07
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Ab
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7M
ai-0
7Ju
n-0
7Ju
l-07
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7S
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08
Ma
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Jun
-08
Jul-0
8A
go
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Se
t-08
Ou
t-08
€/litro
Fonte: Análise da AdC com base em dados da Comissão Europeia. Nota:Até Dezembro de 2007: Diferencial no PMVP antes de impostos face à UE a 15;Após Janeiro de 2008: Diferencial no PMVP antes de impostos face à UE a 27.
Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e do Gás Engarrafado em Portugal
46
PMAI UE27 - Gasóleo (€/lt.)
2007 2008 Variação entre
períodos homólogos
Variação entre períodos
homólogos (%)
1.º Trimestre 0,459 0,616 0,157 34%
2.º Trimestre 0,500 0,740 0,240 48%
3.º Trimestre 0,520 0,736 0,216 41%
4.º Trimestre 0,587 n.d.
Variação do 4T2007 para o 3T2008 0,149
Variação do 4T2007 para o 3T2008 (%) 25%
Fonte: Análise da AdC com base em dados da Comissão Europeia
Durante todas as semanas dos primeiros nove meses de 2008 os PMAI da gasolina IO95 em Portugal foram superiores aos registados na UE a 27, em 2,36 cêntimos/litro no primeiro trimestre, 1,27 cêntimos/litro no segundo e 3,0 cêntimos/litro no terceiro trimestre do ano. Para a gasolina IO95, em termos agregados, nos primeiros 11 meses de 2008 os PMAI em Portugal foram 2,69 cêntimos por litro mais elevados do que a média dos PMAI na UE a 27.
Gasóleo rodoviário
Durante os nove primeiros meses do ano, o PMAI do gasóleo, em Portugal, aumentou 16,6 cêntimos por litro, o que representa um aumento de 28% face ao PMAI do quarto trimestre de 2007. Na UE a 27, durante idêntico período, o aumento médio foi de 14,9 cêntimos por litro, o que representou um acréscimo de 25%.
Note-se, contudo, que se tivermos em consideração um desfasamento de duas semanas entre o ajustamento em Portugal e na UE27, verificamos que o aumento do PMAI do gasóleo na UE a 27 nos primeiros nove meses de 2008 desfasado 2 semanas, por comparação com o PMAI do quarto trimestre de 2007 desfasado 2 semanas, foi de 17,7 cêntimos por litro, o que representou um aumento de 31%. Isto é, a variação no PMAI nacional do gasóleo face à variação no PMAI ajustado da UE27 foi inferior em 1,1 cêntimos/litro, se considerado um desfasamento de duas semanas entre o PMAI nacional e o PMAI da UE27. Apesar de nos 9 primeiros meses de 2008, em termos ajustados (considerando o desfasamento do ajustamento), o PMAI do gasóleo em Portugal ter aumentado menos do que o PMAI médio ajustado da UE27, o PMAI nacional do gasóleo tem vindo a ser superior à média da UE desde finais de 2005.
Diferencial de PMAI de Portugal para o PMAI da UE a 27 (cents/Lt.)
Período Gasolina IO95
1T2008 2,36 2T2008 1,27 3T2008 3,00
Primeiros 9 meses de 2008 2,21
Primeiros 10 meses de 2008 2,47
Primeiros 11 meses de 2009 2,69 Fonte: Médias calculadas pela AdC com base em dados semanais da CE.
Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e do Gás Engarrafado em Portugal
47
Nos primeiros nove meses de 2008 os PMAI do gasóleo em Portugal foram, em duas semanas, ligeiramente inferiores aos registados na UE a 27.
Evolução do diferencial no PMAI de Portugal face à UE27Gasóleo
-0,060
-0,040
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€/litro
Fonte: Análise da AdC com base em dados da Comissão Europeia. Nota:Até Dezembro de 2007: Diferencial no PMVP antes de impostos face à UE a 15;Após Janeiro de 2008: Diferencial no PMVP antes de impostos face à UE a 27. Em média durante o terceiro trimestre de 2008, em Portugal, o PMAI do gasóleo foi 2,51 cêntimos por litro superior ao da UE a 27 (acima do diferencial de 1,09 cêntimos por litro verificado no segundo trimestre de 2008 e 1,84 cêntimos por litro no primeiro trimestre de 2008). Para o gasóleo, em termos agregados, nos primeiros 11 meses de 2008 o PMAI médio em Portugal foi 2,21 cêntimos por litro mais elevado do que a média dos PMAI na UE a 27.
2.2.2.10. Evolução do diferencial do PMAI face a Espanha
Numa comparação com Espanha, embora se verifique que o PMAI da gasolina IO95 tenha apresentado um valor em Portugal mais elevado, em média, que no país vizinho entre Setembro de 2006 e Setembro de 2007,verifica-se, após essa data um diferencial relativamente em torno do valor zero entre os PMAI dos dois países. Em 2006 e 2007 o PMAI médio da gasolina IO95 em Portugal foi, respectivamente, de 1,58 e 1,03 cêntimos por litro mais elevado do que em Espanha. No primeiro trimestre de 2008 verificou-se que o PMAI da gasolina IO95 em Portugal foi superior relativamente a Espanha (em média mais 0,64 cêntimos por litro). No segundo trimestre de 2008 verificou-se que o PMAI da gasolina IO95 em Portugal foi inferior relativamente a Espanha (em média menos 0,75 cêntimos por litro). No terceiro trimestre de 2008 voltou a verificar-se um PMAI da gasolina IO95 em Portugal cerca de 1,06 cêntimos por litro mais elevado do que em Espanha.
Diferencial de PMAI de Portugal para a UE a 27 (cents/Lt.)
Período Gasóleo
1T2008 1,84 2T2008 1,09 3T2008 2,51
Primeiros 9 meses de 2008 1,81
Primeiros 10 meses de 2008 2,02
Primeiros 11 meses de 2009 2,21 Fonte: Médias calculadas pela AdC com base em dados semanais da CE.
Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e do Gás Engarrafado em Portugal
48
Evolução do diferencial no PMAI de Portugal face a EspanhaGasolina IO95
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et-03
Out-03
Nov-
03
Dez-
03
Jan-0
4Fev-
04
Mar-
04
Abr-
04
Mai-04
Jun-0
4Ju
l-04
Ago-0
4S
et-04
Out-04
Nov-
04
Dez-
04
Jan-0
5Fev-
05
Mar-
05
Abr-
05
Mai-05
Jun-0
5Ju
l-05
Ago-0
5S
et-05
Out-05
Nov-
05
Dez-
05
Jan-0
6Fev-
06
Mar-
06
Abr-
06
Mai-06
Jun-0
6Ju
l-06
Ago-0
6S
et-06
Out-06
Nov-
06
Dez-
06
Jan-0
7Fev-
07
Mar-
07
Abr-
07
Mai-07
Jun-0
7Ju
l-07
Ago-0
7S
et-07
Out-07
Nov-
07
Dez-
07
Jan-0
8Fev-
08
Mar-
08
Abr-
08
Mai-08
Jun-0
8Ju
l-08
Ago-0
8S
et-08
Out-08
€/litro
Fonte: Análise da AdC com base em dados da Comissão Europeia.
No caso do gasóleo verifica-se um diferencial relativamente estável, em torno do valor zero, entre os PMAI dos dois países desde o início do ano de 2004. No primeiro trimestre de 2008 verificou-se que o PMAI do gasóleo em Portugal foi, em média, superior ao PMAI em Espanha em cerca de 0,34 cêntimos por litro. No segundo trimestre de 2008 verificou-se que o PMAI do gasóleo em Portugal foi, em média, inferior ao PMAI em Espanha em cerca de 0,74 cêntimos por litro. Já no terceiro trimestre de 2008 verificou-se que o PMAI do gasóleo em Portugal foi, em média, cerca de 0,95 cêntimos por litro mais elevado do que em Espanha.
Evolução do diferencial no PMAI de Portugal face a EspanhaGasóleo
-0,060
-0,040
-0,020
0,000
0,020
0,040
0,060
0,080
Jan-0
3Fe
v-03
Mar-
03A
br-
03M
ai-03
Jun-0
3Ju
l-03
Ago-0
3S
et-03
Out-03
Nov-
03D
ez-
03Ja
n-0
4Fe
v-04
Mar-
04A
br-
04M
ai-04
Jun-0
4Ju
l-04
Ago-0
4S
et-04
Out-04
Nov-
04D
ez-
04Ja
n-0
5Fe
v-05
Mar-
05A
br-
05M
ai-05
Jun-0
5Ju
l-05
Ago-0
5S
et-05
Out-05
Nov-
05D
ez-
05Ja
n-0
6Fe
v-06
Mar-
06A
br-
06M
ai-06
Jun-0
6Ju
l-06
Ago-0
6S
et-06
Out-06
Nov-
06D
ez-
06Ja
n-0
7Fe
v-07
Mar-
07A
br-
07M
ai-07
Jun-0
7Ju
l-07
Ago-0
7S
et-07
Out-07
Nov-
07D
ez-
07Ja
n-0
8Fe
v-08
Mar-
08A
br-
08M
ai-08
Jun-0
8Ju
l-08
Ago-0
8S
et-08
Out-08
€/litro
Fonte: Análise da AdC com base em dados da Comissão Europeia.
Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e do Gás Engarrafado em Portugal
49
2.2.2.11. Evolução do diferencial com neutralização do efeito fiscal face às melhores práticas
O que podemos denominar de “diferencial com neutralização do efeito fiscal do mercado nacional de um combustível” é a diferença entre o PMVP efectivamente praticado em Portugal e o preço com impostos que Portugal praticaria se, dada a sua carga fiscal (exógena ao mercado), o seu PMAI fosse o mais baixo da UE27 (denominado por “PVP teórico”). Quanto menor este diferencial mais próximo é o preço nacional do mais baixo praticado na UE27, neutralizado o efeito fiscal. Primeiro trimestre 2008 No final de Março de 2008, a Suécia e o Reino Unido eram os países da UE a 27 com os preços líquidos de impostos mais baixos na gasolina IO95 e no gasóleo rodoviário, respectivamente. Considerando os preços médios trimestrais antes de impostos destes países, aplicando-lhes uma carga fiscal idêntica à nacional, verifica-se que, no primeiro trimestre de 2008, a diferença entre os preços efectivamente praticados em território nacional e os “PVP teóricos” era de 9,9 cêntimos/litro na gasolina IO95, e de 10 cêntimos/litro no caso do gasóleo rodoviário. Durante o primeiro trimestre de 2008, em Portugal, a diferença entre o “PVP teórico” e o PVP efectivo diminuiu nos dois combustíveis. Assim, em Janeiro, se considerarmos os preços antes de impostos dos países com menores preços na gasolina IO95, e lhes aplicarmos a carga fiscal que incide sobre os combustíveis em Portugal, verificamos que este preço seria 11,6 cêntimos/litro inferior ao preço praticado em território nacional. Já em Março esse diferencial diminuiu para os 9,6 cêntimos/litro. No caso do gasóleo, se considerarmos os preços antes de impostos dos países com menores preços, e lhes aplicarmos a carga fiscal que incide sobre os combustíveis em Portugal, verificamos que em Janeiro esse preço seria 12,1 cêntimos/litro inferior ao preço praticado em território nacional. Já em Março esse diferencial diminui para os 9,1 cêntimos/litro.
Gasolina sem chumbo 95 Por referênciap p* p-p* MM 3 meses p-p* p Esp
Jan-08 1,387 1,272 0,116 0,089 1,105Fev-08 1,364 1,279 0,084 0,099 1,108Mar-08 1,394 1,298 0,096 0,099 1,126
Gasóleo rodoviário Por referênciap p* p-p* MM 3 meses p-p* p Esp
Jan-08 1,197 1,075 0,121 0,088 1,063Fev-08 1,179 1,093 0,087 0,095 1,075Mar-08 1,243 1,152 0,091 0,100 1,132
Legenda:p = PMVP com impostos practicado em Portugal.p* = PMVP eficiente = PMVP com impostos que Portugal praticaria se dada a sua carga fiscal, que é exógena, o seu PMVP líquido de impostos fosse o mais baixo da UE.p-p* = Margem de ineficiência.p Esp = PMVP com impostos praticado em Espanha. MM – Média móvel. Fonte: Análise da AdC com base em dados da Comissão Europeia.
Durante o primeiro trimestre de 2008, mesmo que, por hipótese, Portugal tivesse o preço mensal médio mais baixo dos países da União Europeia, após considerada a carga fiscal, o PMVP de ambos os combustíveis estaria acima do praticado em Espanha (reflectindo uma menor carga fiscal relativa em Espanha, quer no ISP, quer no IVA).
Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e do Gás Engarrafado em Portugal
50
Numa análise de base mensal, em geral, o primeiro trimestre de 2008 caracterizou-se por uma diminuição do diferencial com neutralização do efeito fiscal em Portugal dos dois combustíveis (invertendo a tendência que se verificava desde o segundo trimestre de 2007), apesar de uma inversão de tendência no mês de Março. Segundo trimestre 2008 Considerando os PMAI mensais mais baixos na UE27 e aplicando-lhes uma carga fiscal idêntica à nacional, verifica-se que, no segundo trimestre de 2008, a diferença entre os preços efectivamente praticados em território nacional e os “PVP teóricos” seria de 8,4 cêntimos/litro na gasolina IO95, e de 9,8 cêntimos/litro no caso do gasóleo rodoviário. Do primeiro para o segundo trimestre de 2008 a diferença entre o “PVP teórico” e o PVP efectivo diminuiu ligeiramente nos dois combustíveis. Numa análise mensal, se considerarmos os PMAI do país com menor preço na gasolina IO95, e lhes aplicarmos a carga fiscal que incide sobre o combustível em Portugal, verificamos que o preço assim calculado seria inferior ao PMVP praticado em território nacional em 8,8 cêntimos/litro em Abril, 7,6 cêntimos/litro em Maio e 8,7 cêntimos/litro em Junho. No caso do gasóleo, numa análise mensal, se considerarmos os PMAI do país com menor preço no gasóleo, e lhe aplicarmos a carga fiscal que incide sobre o combustível em Portugal, verificamos que o preço assim calculado seria inferior ao PMVP praticado em território nacional em 8,3 cêntimos/litro em Abril, 10,4 cêntimos/litro em Maio e 10,7 cêntimos/litro em Junho.
Por referência
Mês p p* p-p*MM 3 meses
p-p*p Esp
Abr-08 1,401 1,314 0,088 0,089 1,141Mai-08 1,452 1,376 0,076 0,086 1,198Jun-08 1,500 1,413 0,087 0,084 1,248
Gasolina IO95
Por referência
Mês p p* p-p*MM 3 meses
p-p*p Esp
Abr-08 1,265 1,182 0,083 0,087 1,159Mai-08 1,348 1,244 0,104 0,093 1,249Jun-08 1,417 1,309 0,107 0,098 1,298
Gasóleo rodoviário
Legenda:p = PMVP com impostos practicado em Portugal.p* = PMVP eficiente = PMVP com impostos que Portugal praticaria se dada a sua carga fiscal, que é exógena, o seu PMVP líquido de impostos fosse o mais baixo da UE.p-p* = Margem de ineficiência.p Esp = PMVP com impostos praticado em Espanha. MM – Média móvel. Fonte: Análise da AdC com base em dados da Comissão Europeia.
Durante o segundo trimestre de 2008, mesmo que, por hipótese, Portugal tivesse o PMAI mais baixo dos países da UE a 27, após considerada a carga fiscal, o PMVP de ambos os combustíveis estaria acima do praticado em Espanha (reflectindo uma menor carga fiscal relativa em Espanha), com excepção do preço do gasóleo rodoviário em Maio de 2008.
Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e do Gás Engarrafado em Portugal
51
Terceiro trimestre 2008 Considerando os PMAI mensais mais baixos na UE27 e aplicando-lhes uma carga fiscal idêntica à nacional, verifica-se que, em Setembro de 2008, a diferença entre os preços efectivamente praticados em território nacional e os “PVP teóricos” era de 10,5 cêntimos/litro na gasolina IO95, e de 11,5 cêntimos/litro no caso do gasóleo rodoviário. Do segundo para o terceiro trimestre de 2008 a diferença entre o “PVP teórico” e o PVP efectivo aumentou nos dois combustíveis. Numa análise mensal, se considerarmos os PMAI do país com menor preço na gasolina IO95, e lhes aplicarmos a carga fiscal que incide sobre os combustíveis em Portugal, verificamos que o preço assim calculado seria inferior ao PMVP praticado em território nacional em 9,2 cêntimos/litro em Julho, 10,4 cêntimos/litro em Agosto e 10,5 cêntimos/litro em Setembro. No caso do gasóleo, numa análise mensal, se considerarmos os PMAI do país com menor preço no gasóleo, e lhe aplicarmos a carga fiscal que incide sobre o combustível em Portugal, verificamos que o preço assim calculado seria inferior ao PMVP praticado em território nacional em 10,5 cêntimos/litro em Julho, 11,3 cêntimos/litro em Agosto e 11,5 cêntimos/litro em Setembro.
€/litro
Por referência
Mês p p* p-p*MM 3 meses
p-p*p Esp
Jul-08 1,519 1,406 0,112 0,092 1,261Ago-08 1,463 1,352 0,111 0,104 1,198Set-08 1,447 1,355 0,093 0,105 1,174
Gasolina IO95
Por referência
Mês p p* p-p*MM 3 meses
p-p*p Esp
Jul-08 1,422 1,319 0,103 0,105 1,315Ago-08 1,347 1,219 0,128 0,113 1,220Set-08 1,299 1,184 0,115 0,115 1,178
Gasóleo rodoviário
Legenda:p = PMVP com impostos practicado em Portugal.p* = PMVP eficiente = PMVP com impostos que Portugal praticaria se dada a sua carga fiscal, que é exógena, o seu PMVP líquido de impostos fosse o mais baixo da UE.p-p* = Margem de ineficiência.p Esp = PMVP com impostos praticado em Espanha. MM – Média móvel. Fonte: Análise da AdC com base em dados da Comissão Europeia.
Durante o terceiro trimestre de 2008, mesmo que, por hipótese, Portugal tivesse o PMAI mais baixo dos países da UE a 27, após considerada a carga fiscal, o PMVP de ambos os combustíveis estaria acima do praticado em Espanha (reflectindo uma menor carga fiscal relativa em Espanha), com excepção do preço do gasóleo rodoviário em Agosto de 2008.
Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e do Gás Engarrafado em Portugal
52
2.3. Decomposição dos custos para formação dos preços recomendados
A AdC analisou a formação dos preços de venda ao público recomendados pelas 5 empresas petrolíferas a actuar em Portugal (Repsol, Galp26, BP, Esso27, Cepsa) para a gasolina IO95 e para o gasóleo durante os primeiros nove meses de 2008. Os preços recomendados analisados são os que correspondem à classe modal (isto é, os recomendados ao maior número de postos) na medida em que a generalidade das companhias petrolíferas faz recomendações de preços atendendo ao mercado local onde se insere cada posto especificamente. Esses preços constituem recomendações das petrolíferas podendo não corresponder exactamente aos preços praticados em todos postos. Estes preços são uma referência (normalmente preços máximos) podendo sobre eles incidir descontos. Existem três elementos principais que contribuem para a formação do seu custo final desde que o produto sai da refinaria28 ou é importado até chegar ao consumidor final: a actividade de distribuição (que inclui a armazenagem e o transporte dos produtos derivados), a actividade de venda a retalho e a fiscalidade (designadamente o ISP e o IVA). A análise de decomposição dos custos baseia-se na melhor informação fornecida pelas petrolíferas para este efeito. Por razões que se prendem com a confidencialidade dos dados remetidos à Autoridade da Concorrência, a análise infra incluirá apenas dados agregados, não sendo discriminados os valores individuais associados a cada empresa.
2.3.1. Análise estática das várias componentes que contribuíram para a formação dos preços recomendados no terceiro trimestre de 2008
Em Portugal Continental, durante os primeiros nove meses de 2008, e para ambos os combustíveis, os elementos com maior peso na formação do PVPR foram a carga fiscal (ISP e IVA) e o preço grossista do combustível à saída da refinaria. No terceiro trimestre de 2008, as actividades retalhista, de armazenagem e de transporte não representaram mais de 9% na formação do PVPRM (calculado como uma média trimestral ponderada do PVPR pelas quantidades vendidas por cada uma das empresas através da sua rede de distribuição). Em média, durante o terceiro trimestre de 2008, para a gasolina IO95, a carga
26 Como referido anteriormente, na sequência do processo de aquisição da Agip pela Galp os dados
reportados pela Agip foram incorporados na informação relativa à Galp Energia. 27 Como já referido, no quarto trimestre de 2008 a empresa Galp Energia adquiriu as operações da Esso em
Portugal. 28 A referência utilizada foi a dos preços (ex-work) à saída da refinaria de Sines.
Peso relativo das diversas componentes no PVPRM - 3T2008 - Gasolina IO95
Preço "ex-work" Sines35%
ISP39%
IVA17%
Desconto médio sobre o PVPRM
0%
Armaz. + Transp.1%
Actividade retalhista
8%
Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e do Gás Engarrafado em Portugal
53
fiscal (IVA e ISP) representou 56% do PVPRM. Dentro da carga fiscal, o destaque vai para o ISP, que foi responsável por 39% do PVPRM. O preço grossista, à saída da refinaria29, representou em média 35% do valor do PVPRM da gasolina IO95 durante o terceiro trimestre do ano. A actividade retalhista teve um peso no total do PVPRM de cerca de 8%, e as actividades de armazenagem e transporte de combustíveis não excederam um peso de 1% no total. Para o gasóleo rodoviário a situação encontra algumas semelhanças. Assim, em média, durante o terceiro trimestre de 2008, a carga fiscal (IVA e ISP) representou 44% do PVPRM. Dentro da carga fiscal, o destaque vai, por um lado, para o facto de o ISP representar a maior fatia (27% contra 17% do IVA), e, por outro lado, para a diferença substancial entre os valores de ISP que incidem sobre a gasolina IO95 e o gasóleo rodoviário (o ISP representa 27% do PVPRM do gasóleo contra 39% do PVPRM da gasolina IO95). O preço grossista, à saída da refinaria30, representou em média 46% do valor do PVPRM do gasóleo durante o terceiro trimestre deste ano. A actividade retalhista teve um peso no total do PVPRM de cerca de 8% e as actividades de armazenagem e transporte de combustíveis não excederam um peso de 2% no total.
29 Tomando a refinaria de Sines como referência. 30 Tomando a refinaria de Sines como referência.
Peso relativo das diversas componentes no PVPRM - 3T2008 - Gasóleo
Preço "ex-work" Sines46%
ISP27%
IVA17%
Desconto médio sobre o PVPRM
0%
Actividade retalhista
8%
Armaz. + Transp.2%
Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e do Gás Engarrafado em Portugal
54
Fonte: Análise da AdC com base em dados das empresas.
2.3.2. Análise dinâmica das várias componentes que contribuem para a formação dos preços recomendados nos primeiros nove meses de 2008
Gasolina IO95 Da análise da evolução das várias componentes do PVPRM da gasolina IO95 durante os primeiros nove meses de 2008, verifica-se que, em geral, a componente principal responsável pelas variações do PVPRM entre trimestres corresponde ao preço de aquisição da gasolina à saída da refinaria. A componente fiscal, não sofreu alterações significativas durante os primeiros 9 meses de 2008. O ISP, principal componente do PVPRM, manteve-se constante ao longo dos três trimestres de 2008 (€0,583/lt.) e a taxa de IVA sofreu uma redução de 21% para 20% no terceiro trimestre do ano. Assim, do segundo para o terceiro trimestre de 2008 verificou-se não apenas um decréscimo na taxa de IVA, mas também um decréscimo do valor do IVA em €/litro (que passou de €0,252/lt. para €0,246/lt.) mesmo com os aumentos verificados no preço dos combustíveis à saída da refinaria registados nesse trimestre. A componente do preço grossista à saída da refinaria aumentou cerca de 8 cêntimos por litro do primeiro para o terceiro trimestre de 2008. Apesar da redução verificada nos meses de Agosto e Setembro, os preços grossistas à saída da refinaria apresentaram um aumento de 1,5 cêntimos por litro no terceiro trimestre de 2008 por comparação com o segundo trimestre do ano. A componente relacionada com as actividades de armazenagem e transporte secundário manteve-se relativamente estável, durante os primeiros nove meses de 2008, a rondar os 2 cêntimos por litro. A componente relacionada com a actividade retalhista representou cerca de 11 cêntimos por litro durante os primeiros 9 meses do ano. No terceiro trimestre, a margem bruta da actividade retalhista era de 11,2 cêntimos por litro (11,7 cêntimos se considerada a diferença para o PVPRM e não o PMVP31), o que compara com os 10,7 cêntimos por litro do primeiro trimestre de 2008 e os 10,2 cêntimos por litro do segundo trimestre de 2008.
31 A diferença entre o PVPRM e o PMVP foi designada por “Desconto médio sobre o PVPRM”.
Decomposição do PVPRM Gasolina IO95 (€/lt.)
0,5130,4980,433
0,0190,0190,020
0,1120,1020,107
0,0050,0040,006
0,5830,5830,583
0,2460,2520,240
1T2008 2T2008 3T2008
IVA
ISP
Desconto médiosobre o PVPRM
Actividade retalhista
Armaz. + Transp.
Preço "ex-work"Sines
Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e do Gás Engarrafado em Portugal
55
Gasóleo rodoviário32 Da análise da evolução das várias componentes do PVPRM do gasóleo durante os primeiros nove meses de 2008, verifica-se que, em geral, a componente principal responsável pelas variações do PVPRM entre trimestres corresponde a alterações no preço de aquisição do gasóleo à saída da refinaria. Também para o gasóleo, a componente fiscal, não sofreu alterações significativas durante os primeiros nove meses de 2008. O ISP, principal componente do PVPRM manteve-se constante ao longo dos três trimestres de 2008 (€0,364/lt.) e a taxa de IVA sofreu uma redução de 21% para 20% no terceiro trimestre do ano. Assim, do segundo para o terceiro trimestre de 2008 verificou-se não apenas um decréscimo na taxa de IVA, mas também um decréscimo do valor do IVA de €0,234/lt. para €0,225/lt. mesmo com os aumentos verificados no preço dos combustíveis à saída da refinaria nesse trimestre. A componente do preço grossista à saída da refinaria aumentou cerca de 12,3 cêntimos por litro do primeiro para o terceiro trimestre de 2008. Apesar da redução verificada no preço ex-refinery do gasóleo nos últimos meses do terceiro trimestre de 2008, e face à média do segundo trimestre de 2008, os preços grossistas à saída da refinaria apresentaram um aumento de 0,4 cêntimos por litro no terceiro trimestre de 2008. A componente relacionada com as actividades de armazenagem e transporte secundário manteve-se relativamente estável durante os primeiros nove meses de 2008, a rondar os 2,2 cêntimos por litro. Também para o gasóleo a componente relacionada com a actividade retalhista representou cerca de 11 cêntimos por litro durante os primeiros 9 meses do ano. No terceiro trimestre a margem bruta desta actividade era, tal como para a gasolina IO95, de 11,2 cêntimos por litro (11,6 cêntimos se considerada a diferença para o PVPRM e não para o PMVP33), o que compara com os 10,8 cêntimos por litro do primeiro trimestre de 2008 e os 10,5 cêntimos por litro do segundo trimestre de 2008.
32 Com a especificação 50ppm. 33 A diferença entre o PVPRM e o PMVP foi designada por “Desconto médio sobre o PVPRM”.
Fonte: Análise da AdC com base em dados das empresas.
Decomposição do PVPRM Gasóleo (€/lt.)
0,505 0,6240,628
0,022
0,022 0,0210,108
0,105 0,1120,005
0,003 0,0040,364
0,364 0,364
0,210
0,234 0,225
1T2008 2T2008 3T2008
IVA
ISP
Desconto médiosobre o PVPRM
Actividade retalhista
Armaz. + Transp.
Preço "ex-work"Sines
Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e do Gás Engarrafado em Portugal
56
3. Análise econométrica da relação entre a evolução do preço do petróleo e dos preços retalhistas
Atenta a forte descida da cotação (internacional) dos futuros a 1-mês do Brent do seu máximo histórico de 146,1 dólares por barril (US $ / bbl) a 2 de Julho p.p. – correspondente a 91,50 € / bbl (ao câmbio daquele dia) ou a 56,6 € cêntimos / litro (cts / lt) – para 61,7 US $ / bbl a 31 de Outubro p.p. – correspondente a 48,4 € / bbl ou a 30,4 € cts / lt, pretende-se, na presente secção, averiguar se os PMAI nacionais, da gasolina IO95 e do gasóleo, terão reagido com a mesma celeridade a esta descida da cotação da matéria-prima quando comparada com os ajustamentos em alta.
Na sequência dos diversos esclarecimentos solicitados à Autoridade da Concorrência (AdC) sobre esta questão, a AdC emitiu um comunicado (Comunicado n.º 16/2008, de 17 de Setembro34), onde é, em particular, referido que a AdC está a proceder a um aprofundamento do acompanhamento do sector dos combustíveis (líquidos e gasosos) derivados de petróleo, o qual permitirá, nomeadamente, uma análise mais detalhada “sobre as relações contratuais existentes entre os diversos participantes no mercado e sobre possíveis desfasamentos temporais entre variações nas cotações internacionais e variações nos [PVP] no mercado doméstico”35.
Ora, atenta a complexidade, quer da compilação daquela informação, relativa a um grande número de empresas e a um grande número de variáveis, quer da sua análise rigorosa, os resultados constantes da presente secção, relativos à averiguação da existência de eventuais assimetrias na reacção dos PMAI nacionais face à evolução da cotação da matéria-prima, devem ser considerados preliminares, remetendo-se uma apreciação mais conclusiva deste fenómeno para o Relatório de Março de 2009.
A presente secção, é estruturada do seguinte modo: sintetiza-se, de início, a literatura económica existente sobre a matéria (secção 3.1), seguida de uma análise descritiva da evolução comparativa entre a cotação dos futuros a 1-mês do Brent, os preços CIF NWE, utilizados pela GALP na determinação dos seus preços “ex-refinery” e os PMAI nacionais da gasolina IO95 e do gasóleo (secção 3.2). A secção é concluída por uma análise econométrica preliminar do fenómeno de assimetrias (secção 3.3).
3.1. Considerações económicas sobre o fenómeno de assimetrias
O fenómeno de assimetria nas reacções dos preços, em geral, a subidas e descidas de custos, tendendo aqueles a evidenciar uma maior celeridade à subida do que à descida, tem sido confirmado por alguma literatura económica, quer norte-americana, quer europeia. Esta assimetria foi, inicialmente, detectada por Bacon (1991) na reacção dos preços retalhistas da gasolina no Reino Unido à cotação da matéria-prima (Brent), em
34 Cf. http://www.concorrencia.pt/download/comunicado2008_16.pdf. 35 Cf. 3.º parágrafo do referido Comunicado AdC.
Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e do Gás Engarrafado em Portugal
57
que os preços sobem mais rapidamente aquando da subida dos custos, mas regridem mais lentamente aquando da descida dos custos.36
Este fenómeno não é, contudo, específico à actividade petrolífera em geral, mas poderá ocorrer, de igual modo, noutros sectores de actividade tais como, por exemplo, a moagem de trigo para panificação.37
A literatura económica tem identificado possíveis factores explicativos, sendo de salientar:
(i) A existência de "menu costs”, ou seja, custos associados à alteração do preço ou das condições de transacção. Os “menu costs” impedem o ajustamento instantâneo mesmo em mercados em que não existe poder de mercado.
(ii) A existência de regras contabilísticas de gestão de existências, designadamente no que se refere à avaliação de stocks, tem impactos ao nível da velocidade de ajustamento dos preços. A aplicação do FIFO (“First In First Out”) resulta em maiores hiatos temporais de ajustamento – a empresa não repercute imediatamente uma alteração do seu custo marginal sobre o preço final mas aguarda pelo esgotamento do stock de inputs adquiridos ao custo anterior. Por outro lado, a aplicação do LIFO (“Last In First Out”) resulta em menores hiatos temporais de ajustamento – a empresa repercute com maior celeridade (mas não necessariamente de imediato) uma alteração do seu custo marginal sobre o preço final.
(iii) Custos de ajustamento à produção. Quando os custos baixam, as empresas, produtoras ou distribuidoras, poderão não ter capacidade (v.g., de refinação e/ou armazenagem) para responder ao aumento da procura que resultaria da repercussão imediata daquela baixa de custos sobre os preços. Caso existam tais condicionantes de capacidade – produtiva e/ou de distribuição – os preços tenderão a baixar de forma mais lenta em fases de descida de custos do que em fases de ajustamento em alta.
(iv) Os incentivos dos retalhistas são também relevantes na assimetria de hiatos de ajustamento. Os retalhistas procuram manter o seu nível normal de lucro quando os custos de aquisição de combustível sobem, mas tentam captar margens mais elevadas aquando da descida desses custos. Em ambas as situações, este tipo de incentivos só perdura até os consumidores alterarem o seu local de consumo em favor dos retalhistas que praticam preços mais baixos.38 Este factor está intimamente ligado com o factor referido na alínea seguinte.
36 V.g., Bacon (1991), “Rockets and Feathers: The Asymmetric Speed of Adjustment of U. K. Retail
Gasoline Prices to Cost Changes”, Energy Economics, Vol. 13: 211-218; Borenstein, S., Cameron, C. A. e R. Gilbert (1997). “Do Gasoline Prices Respond Asymmetrically to Crude Oil Price Changes?”, Quarterly Journal of Economics, Vol. 112(1): 305-339; Eckert, A. (2002). “Retail Price Cycles and Response Asymmetry”, Canadian Journal of Economics, Vol. 35(1): 52-77; Galeotti, M., Lanza, A. e M. Manera (2001). “Rockets and Feathers Revisited: An International Comparison on European Gasoline Markets”, Discussion Paper, CRENOS, Itália; Wlazlowski, S. (2003). “Petrol na Crude Oil Prices: Asymmetric Price Transmission”, Ekonomica – Cyprus Journal of Economics, Vol. 11: 1-25; Geweke, J. (2004). Issues in the “Rockets and Feathers” Gasoline Price Literature, Report to the FTC, University of Iowa, 16 March 2004; Lewis, M. (2005). “Asymmetric Price Adjustment and Consumer Search: An Examination of the Retail Gasoline Market”, Working Paper, Ohio State University, US; Abranches-Metz, R. M., Froeb, L. M., Geweke, J. F. e C. T. Taylor (2006). “A Variance Screen for Collusion”, International Journal of Industrial Organization, 24: 467-486; Yang & Ye (2008), “Search with learning: Understanding asymmetric price adjustments”, RAND Journal of Economics, Vol. 39 (2), 547-564; e Cabral & Fishman (2008): “Business as usual: A consumer search theory of sticky prices and asymmetric price adjustment”, WP.
37 Geweke (2004) refere, em particular, embora de forma algo critica, a análise de Peltzaman, S. (2000).
“Prices rise faster than they fall”, Journal of Political Economy, 108: 466-502, do fenómeno de assimetrias nas margens de revenda a jusante de cerca de 200 indústrias.
38 Há ainda que considerar o grau de fidelização dos consumidores a uma determinada marca e/ou a um
local de abastecimento (v.g., cartões de fidelização e campanhas promocionais), o que se poderá
Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e do Gás Engarrafado em Portugal
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(v) A assimetria na propensão à procura dos melhores preços pelos consumidores. Ou seja, os consumidores têm uma maior propensão à procura de melhores condições de transacção quando observam aumentos do preço e uma menor propensão a procurar as melhores condições de transacção em fases de descidas dos preços.
Este último factor é, aliás, claramente explicado por S. Borenstein no seguinte texto que se transcreve:
“A análise económica dos preços da gasolina mostra que quando o preço do petróleo aumenta, poderá levar até quatro semanas [nos Estados Unidos] para que os preços no retalho se ajustem, com a parte mais significativa da subida ocorrendo nas primeiras duas semanas. Todavia, quando o preço do petróleo diminui, poderá levar até oito semanas para que essa diminuição seja repercutida no preço cobrado ao consumidor final. Este fenómeno é conhecido como “assimetria no ajustamento de preços” ou de uma forma mais informal “foguetes e penas”.
Um retalhista no seu negócio será abastecido com periodicidade diária, o que implica a existência de alguma pressão para que ele repercuta aumentos de preços sem grande demora. No entanto, os retalhistas não poderão aumentar demasiado os preços já que os consumidores tenderão a ser extra-vigilantes sobre quem cobra preços mais baixos aquando da subida de preços do petróleo.
Assim que a imprensa notícia aumentos do preço do petróleo, os consumidores tendem a comparar preços ao cêntimo. Este comportamento atenua o grau de subida dos preços no retalho. A assimetria indicada pelos economistas desencadeia-se quando os preços iniciam a sua descida. Na ausência de noticias constantes sobre subidas de preços, os consumidores tendem a investir menos tempo na procura de melhores preços e, assim, cada retalhista estará menos preocupado com a concorrência dos outros. Assim, estes mesmos retalhistas conseguem satisfazer os consumidores com menores reduções dos preços iniciais. (Explicação dada pelo Professor Severin Borenstein da Universidade da Califórnia em Berkeley, a 29 de Julho de 2008)”39
Assim, nada implica que a eventual inércia das petrolíferas, bem como de outros eventuais operadores, à baixa de preços seja, necessariamente, ilícita à luz da lei
repercutir no padrão de resposta do consumidor a variações dos PVP, quer na sua subida, quer na sua descida.
39 Nossa tradução do texto original: “Analyses of gasoline economics show that when the price of oil
rises, it takes up to four weeks [in the USA] for gas station prices to catch up, with most of the
increase taking place within the first two weeks. But when oil prices sink, it takes up to eight weeks
for the savings to be passed along to consumers. The phenomenon is known as “asymmetric price
adjustment” or, more informally, “rockets and feathers”. A busy gas retailer will take delivery on a
daily basis, so there is some pressure to pass along price hikes without too much delay. The
stations can’t raise prices too much, though, because consumers tend to be extra vigilant about
shopping for bargains when oil prices are on the rise .When the newspapers start reporting
upwardly mobile barrel prices, drivers tend to comparison shop down to the penny. This keeps gas
prices from rocketing even further. The asymmetry that economists cite comes into play as soon as
prices start to deflate. Freed from the constant reminders about rising fuel costs, drivers become
less invested in looking for a bargain – and retailers don’t have to worry as much about
competition. As a result, station owners can keep drivers happy by knocking just a few cents off
the “old” price.”.
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nacional da concorrência (Lei n.º 18/2003, de 11 de Junho) e do Tratado que instituiu a Comunidade Europeia (Tratado CE).40
Acresce que, tal como referido por Borenstein et al. (1997), não se poderá descartar a hipótese de uma inércia dos PVP à descida resultar do facto de o nível de PVP anterior funcionar como um ponto focal de um equilíbrio oligopolista com monitorização mútua entre os operadores do mercado, i.e. de comportamentos paralelos em coordenação tácita, não explicita (lícita no âmbito jusconcorrencial). Simultaneamente, Borenstein & Shepard (1996)41 referem que o fenómeno de assimetrias de ajustamento de preços poderá ser, de igual modo, explicado por outros factores para além da existência (ou não) de comportamentos paralelos entre os operadores de mercado.
Salientar-se-á, de igual forma, que uma análise econométrica rigorosa deste fenómeno de assimetrias é imprescindível para que se possa devidamente concluir sobre a existência ou não deste fenómeno, sendo que, na ausência de uma tal análise, não poderá ser a priori de excluir a possibilidade que a alegada “menor celeridade das petrolíferas na [actual] descida de preços, quando comparando com os ajustamentos verificados [no passado] em alta” não provenha do hiato temporal natural no ajustamento dos PVP antes de impostos, quer à cotação do Brent (futuros a 1-mês e/ou cotações spot), quer aos preços grossistas de referência CIF NWE.
3.2. Evolução comparativa entre a cotação dos futuros a um mês do Brent, os preços CIF NWE e os PMAI nacionais da gasolina IO95 e gasóleo, desde o início do ano de 2004
Para efeitos da presente análise, bem como da análise econométrica infra (secção 3.3), consideram-se as seguintes séries:
(i) Os PMAI nacionais, da gasolina IO95 e do gasóleo, em € cts / lt e em periodicidade semanal desde a primeira semana de 2004 à última semana de Outubro p.p.;
(ii) As médias semanais de referência dos preços CIF NWE (em € cts / lt), da gasolina sem chumbo42 e do gasóleo, utilizadas pela GALP como indexantes para determinação dos seus preços “ex-refinery”,43 em periodicidade semanal e relativas ao período referido na alínea (i); e
40 Vide Relatório da [AdC] sobre o Mercado dos Combustíveis em Portugal, de 2 de Junho de 2008, em
http://www.concorrencia.pt/download/AdC_Relatorio_Petroliferas_02-06-2008.pdf, parágrafo 275.º. O mesmo é, aliás, argumentado pela vasta teoria económica existente sobre a matéria (op.cit.).
41 Borenstein, S. e A. Shepard (1996). “Dynamic Pricing in Retail Gasoline Markets”, RAND Journal of
Economics, 27(3): 429-451. 42 O preço grossista NWE CIF da gasolina sem chumbo serve de referência para a gasolina IO95, sendo
que os preços grossistas (ou “ex-refinery”) das demais gasolinas (gasolinas IO98 e de nova geração) são, usualmente, definidos como o preço grossista da gasolina IO95 acrescido de um spread relativo ao aditivo que distingue aquelas gasolinas da IO95.
43 Estas médias semanais de referência de preços CIF NWE, utilizadas como indexantes pela GALP para
determinação dos seus preços “ex-refinery”, e conforme consideradas na análise econométrica infra (secção 3.3) como proxy dos preços “ex-refinery”, são, desde o início de 2008, calculadas, conforme revelado pela GALP, na semana s, como a média das cotações diárias CIF NWE spot (da gasolina sem chumbo e do gasóleo), relativa à semana s-1, expressa em US $ / m3 e convertida em € / m3 através do câmbio médio semanal US $ / € da semana s-1, tal como publicado pelo Banco Central Europeu (BCE). Até ao final do ano de 2007, aquelas médias semanais de preços CIF NWE correspondem, na semana s, à média das cotações diárias CIF NWE spot, relativas às semanas s-1 e s-2, expressa em US $ / m3 e convertida em € / m3 através do câmbio US $ / € médio semanal do BCE, relativo à semana s-1.
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(iii) A média semanal das cotações diárias (fecho do dia) dos futuros a 1-mês do Brent (em € cts / lt), relativas ao período supra referido.
Em consonância com o referido no Relatório de Junho p.p.,44 atenta a fórmula de indexação seguida pela GALP dos seus preços “ex-refinery” às cotações (spot) CIF NWE, constata-se, primeiro, uma coincidência estatística entre os preços médios semanais GALP “ex-refinery” e as médias semanais de referência dos preços CIF NWE respectivos, da gasolina IO95 e do gasóleo (vide Gráficos infra).
Acresce que, também em consonância com o referido no Relatório de Junho p.p., a cotação dos futuros a 1-mês do Brent e os preços CIF NWE e PMAI nacionais do gasóleo evoluem em paralelo no período em análise.
No caso da gasolina IO95, observa-se idêntica evolução paralela entre a média semanal de referência do seu preço CIF NWE e o PMAI nacional, ambos em consonância, no longo prazo, com a evolução da cotação dos futuros a 1-mês do Brent. Em analogia ao referido no Relatório de Junho p.p. (secção cit.), o PMAI nacional da gasolina IO95 e a média semanal de referência do seu preço CIF NWE (ou do preço “ex-refinery” respectivo da GALP), evidenciam uma componente sazonal, inexistente na cotação dos futuros a 1-mês do Brent, mas coincidente com a da cotação dos futuros a 1-mês da gasolina sem chumbo no mercado de Nova Iorque (vide anexo 2).
Evolução semanal, desde Janeiro de 2004, do PMAI nacional do Gasóleo, da
média semanal de referência do preço NWE CIF respectivo, do preço médio
GALP “ex-refinery” e da cotação dos futuros a 1-mês do Brent (€ cts / litro)
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Jan-04
Abr-04
Jul-04
Out-04
Jan-05
Abr-05
Jul-05
Out-05
Jan-06
Abr-06
Jul-06
Out-06
Jan-07
Abr-07
Jul-07
Out-07
Jan-08
Abr-08
Jul-08
Out-08
Brent (futuros 1-mês) NWE CIF Refinaria PMAI
44 Cf. Relatório da Autoridade da Concorrência sobre o Mercado dos Combustíveis Líquidos e Gasosos, de 2
de Junho de 2008 (secção 4.2, Gráficos 4 e 5), disponível nos endereços: http://www.concorrencia.pt/download/AdC_Relatorio_Petroliferas_02-06-2008.pdf (versão original) e http://www.concorrencia.pt/download/AdC_Report_Fuel_Market_02-06-2008.pdf (versão inglesa).
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Evolução semanal, desde Janeiro de 2004, do PMAI nacional da Gasolina IO95,
da média semanal de referência do preço NWE CIF respectivo, do preço médio
GALP “ex-refinery” e da cotação dos futuros a 1-mês do Brent (€ cts / litro)
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Jan-07
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Out-07
Jan-08
Abr-08
Jul-08
Out-08
Brent (futuros 1-mês) NWE CIF Refinaria PMAI
Para além destes resultados sugerirem, conforme referido no Relatório de Junho p.p., que a evolução dos PMAI nacionais, do gasóleo e da gasolina IO95, é, maioritariamente, condicionada por factores de natureza internacional, tal facto é corroborado pela análise econométrica infra (secção 3.3), a qual confirma a existência de uma relação de co-integração entre os PMAI nacionais e as médias semanais de referência dos preços CIF NWE respectivos, bem como entre estas últimas e a cotação dos futuros a 1-mês do Brent após devido controlo para a componente sazonal da gasolina IO95, através da sua relação com a cotação dos futuros a 1-mês deste produto em Nova Iorque (vide secção 3.3 infra).
Tais relações de co-integração implicam um diferencial estável no tempo entre as respectivas séries, i.e. um retorno a um determinado estado estacionário (“steady state”), após um certo período de tempo, em reacção a choques, positivos ou negativos, sobre a cotação do Brent na sua relação com os preços CIF NWE (ou com os preços “ex-refinery” respectivos) e sobre estes últimos na sua relação com os PMAI respectivos.
3.3. Análise Econométrica do fenómeno de assimetrias em Portugal
Tal como referido por Geweke (2004), o fenómeno de assimetrias, in casu, das reacções dos PVP antes de impostos dos combustíveis líquidos rodoviários a subidas e descidas dos custos (grossistas e da matéria-prima), tem sido abordado pela literatura de forma algo pouco sistemática. Segundo aquele estudo, não resulta claro da literatura empírica se, de facto, tal fenómeno caracteriza a actividade petrolífera e em que circuitos da mesma pode ser encontrado.
Em contrapartida, a análise de Borenstein et al. (1997), mais completa segundo Geweke (2004), propõe um modelo de co-integração dinâmico, a mecanismo de
Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e do Gás Engarrafado em Portugal
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correcção de erros, que permite, após um certo período de tempo de ajustamento, o retorno do diferencial entre as variáveis em causa a um determinado estado estacionário, fazendo a destrinça entre os dois principais circuitos de transmissão (“pass-through”) de choques sobre a cotação da matéria-prima aos preços no retalho antes de impostos, designadamente, de “crude → grossista” e de “grossista → retalhista”.
Sem prejuízo de algumas criticas de Geweke (2004) à abordagem de Borenstein et al. (1997) relacionadas, nomeadamente, com a ausência de uma modelização e explicação económicas que sustentem os resultados empíricos,45 esta secção propõe-se aplicar aquela metodologia ao caso Português,46 considerando, para o efeito, os PMAI nacionais, da gasolina IO95 e do gasóleo, as médias semanais de referência de preços CIF NWE, as quais são utilizadas como proxy para o preço médio GALP “ex-refinery”, e a cotação dos futuros a 1-mês do Brent, em periodicidade semanal no período da primeira semana de 2004 à última semana de Outubro p.p.
De salientar que a utilização das médias semanais de referência dos preços CIF NWE, da gasolina sem chumbo e do gasóleo, como proxy dos preços médios GALP “ex-refinery”, em lugar dos últimos prende-se, por um lado, com a menor volatilidade das primeiras em relação aos preços GALP “ex-refinery” e, por outro lado, com o facto das primeiras reflectirem de melhor forma a componente internacional – ou, pelo menos, ao nível do Noroeste Europeu – dos preços GALP “ex-refinery”.
Salientar-se-á, todavia, que atenta a indexação, supra referida, dos preços GALP “ex-refinery” aos preços CIF NWE, bem como o facto destes últimos preços servirem de referência no Noroeste Europeu como preços dos produtos refinados à semelhança da cotação do Brent enquanto preço de referência da matéria-prima naquela zona, não poderá ser a priori de excluir uma eventual endogeneidade existente entre a cotação dos futuros a 1-mês do Brent e, quer as cotações spot CIF NWE, quer os preços GALP “ex-refinery” atenta a sua indexação àquelas últimas cotações. A eventualidade deste efeito de endogeneidade47 será objecto de uma análise mais aprofundada a integrar no Relatório de Março de 2009.
À semelhança de Borenstein et al. (1997), considera-se, no caso nacional, a destrinça entre os dois principais circuitos de transmissão das variações da cotação dos futuros a 1-mês do Brent para os PMAI nacionais, a saber o circuito internacional “Brent (futuros a 1-mês) → médias semanais de referência CIF NWE” e o circuito nacional “médias semanais de referência dos preços CIF NWE → PMAI”.
45 Vide, de igual modo, o supra referido quanto à literatura económica existente sobre o fenómeno das
assimetrias de ajustamento dos preços (secção 3.1 supra). 46 Vide modelização econométrica do fenómeno de assimetrias em anexo 1. 47 De salientar a este propósito que os resultados de Borenstein et al. (1997) sugerem a existência de tal
efeito de endogeneidade entre a cotação dos futuros a 1-mês do WTI (homologo norte-americano do Brent) e a cotação spot da gasolina nos Estados Unidos (homologo do preço spot CIF NWE daquele produto no Noroeste Europeu).
Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e do Gás Engarrafado em Portugal
63
3.3.1. Resultados da análise econométrica
Apresentam-se, nesta secção, as estimativas das funções de resposta, i.e. do processo de ajustamento, em número de semanas, dos preços – PMAI no circuito “CIF NWE → PMAI” e CIF NWE no circuito “Brent → CIF NWE” –, expressas em € cts / lt, a uma variação, positiva e negativa, dos custos (CIF NWE no circuito “CIF NWE → PMAI” e Brent no circuito “Brent → CIF NWE”) de 1 cts / lt.48
Denotando por Bk a estimativa, resultante de cada modelo, da derivada do nível de preços na semana t+k em relação aos custos na semana t, a qual traduz, respectivamente, o acréscimo ou o decréscimo cumulativo dos preços após k semanas em reacção a um acréscimo ou decréscimo inicial dos custos (em 1 cts / lt), analisam-se, nesta secção, as estimativas das funções de reposta {Bk; k = 0, 1, 2, …, 16} para os modelos “CIF NWE → PMAI” e “Brent → CIF NWE”, fazendo a destrinça entre variações positivas e negativas (de 1 cts / lt) das médias semanais de referência, respectivamente, dos CIF NWE e da cotação dos futuros a 1-mês do Brent.49
As estimativas destas funções de resposta devem, todavia, ser interpretadas com precaução dado ainda não ter sido possível determinar os seus intervalos de confiança ao nível de probabilidade standard de 95%,50 exceptuando no que respeita à resposta contemporânea, correspondente ao ponto “k = 0”, cuja significância estatística depende, única e exclusivamente, do coeficiente de regressão associado, sendo que todos os coeficientes que servem de base ao cálculo daquelas funções de resposta foram, devidamente, substituídos pelo valor de zero caso não se tenham revelado estatisticamente diferentes de zero àquele nível de probabilidade de 95%.
Salientar-se-á, por fim, que os hiatos de ajustamento, quer dos PMAI à cotação spot do Brent de cerca de 4 semanas, quer dos PMAI aos preços CIF NWE de referência de cerca de 1 a 2 semanas, referidos até à data pela Autoridade nos seus relatórios, de Junho p.p. e trimestrais (Newsletters) resultam de estimativas preliminares baseadas num período de subida persistente da cotação do Brent, não tendo sido possível, àquela data, fazer a devida destrinça estatística entre eventuais assimetrias dos preços face à evolução daquela cotação.
Atentas estas ressalvas, os resultados (preliminares) da análise econométrica, constantes da presente secção, evidenciam, primeiro no circuito nacional “CIF NWE → PMAI”, uma assimetria no hiato de ajustamento dos PMAI nacionais às proxies dos preços nacionais “ex-refinery” respectivos, sendo que o PMAI do gasóleo sobe de forma contemporânea, em cerca de 0,16 cts / lt, aquando de uma subida de 1 cts / lt daquele preço, mas só reage após uma semana em caso de descida (em cerca de 0,15 cts / lt). Em contrapartida, o PMAI da gasolina IO95 reage de forma contemporânea a uma descida do preço “ex-refinery” respectivo (em cerca de 0,12 cts / lt), mas apenas após uma semana aquando de uma subida daquele preço (vide Gráficos em anexo 2).
48 Vide anexo 1 para detalhes. 49 Vide detalhes em anexo 1. 50 Dada a complexidade da estimativa destes intervalos de confiança, baseada na metodologia de
“bootstrapping”, o seu cálculo será integrado no Relatório de Março de 2009.
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Atenta a proximidade existente entre as funções de resposta a partir do desfasamento de 1 semana, i.e. para os k ≥ 1, mesmo na ressalva da ausência, à data, dos intervalos de confiança respectivos, poder-se-á presumir que após k ≥ 1, as duas linhas sejam estatisticamente idênticas, não se podendo, assim, concluir que se mantenham efeitos de assimetrias para os desfasamentos k ≥ 1 nas reacções dos PMAI, quer do gasóleo, quer da gasolina IO95, a variações, positivas e negativas, das proxies dos seus preços “ex-refinery” respectivos.
Ambas as funções de resposta para ambos os combustíveis atingem os 0,5 cts / lt, 2 semanas após o choque inicial, positivo ou negativo, o que corresponde a dizer que a média semanal dos PMAI respectivos aumenta em cerca de 0,5 cts / lt, 2 semanas após um aumento de 1 cts / lt da média semanal do preço “ex-refinery” respectivo e diminui em cerca de 0,5 cts / lt, 2 semanas após um decréscimo de 1 cts / lt da média semanal do preço “ex-refinery” respectivo.
A análise sugere, de igual modo, que as funções de resposta das médias semanais dos PMAI nacionais, a choques, positivos ou negativos, da média semanal do preço “ex-refinery” atingem o seu estado estacionário, a 1 cts / lt, em cerca de 4 semanas após o choque inicial no caso do gasóleo e em cerca de 4 a 5 semanas no caso da gasolina IO95.
No que respeita ao circuito internacional “Brent → CIF NWE (proxy do preço “ex-refinery”)”, a análise das funções de resposta sugere que esta componente é, de longe, a que mais contribui para as assimetrias de reacção dos PMAI à cotação do Brent, porquanto as funções de resposta respectivas são caracterizadas, quer por uma assimetria no hiato de ajustamento, quer por uma assimetria no grau de transmissão de variações positivas e negativas da (média semanal da) cotação do Brent às médias semanais de referência CIF NWE para o caso nacional.
Ao nível contemporâneo, k = 0, em caso de decréscimo da média semanal da cotação do Brent em 1 cts / lt, nenhuma das médias semanais de referência dos preços CIF NWE da gasolina IO95 e do gasóleo evidencia qualquer decréscimo, sendo que não se verifica qualquer reacção no caso do gasóleo e que, no caso da gasolina, aquele decréscimo da média semanal da cotação do Brent traduz-se, mesmo, num aumento imediato, de difícil explicação, da média semanal de referência do preço CIF NWE da gasolina IO95 em cerca de 0,206 cts / lt.
Um aumento da média semanal da cotação do Brent, em 1 cts / lt, traduz-se, em contrapartida, num aumento imediato (k = 0) em cerca de 0,282 cts / lt na média semanal de referência do preço CIF NWE da gasolina IO95 e em cerca de 0,365 cts / lt daquela média semanal do preço CIF NWE do gasóleo.
No que respeita às assimetrias em termos do grau de transmissão, os presentes resultados (preliminares) sugerem uma reacção oposta entre os casos do gasóleo e da gasolina IO95. No caso da gasolina IO95, um aumento da média semanal da cotação do Brent em 1 cts / lt traduz-se, após uma semana, num aumento idêntico da média semanal de referência do preço CIF NWE daquele produto, atingindo, provavelmente (sob a ressalva supra da ausência, à data, de intervalos de confiança que possam confirmar ou infirmar este facto), aquela função de resposta – a subidas da cotação do Brent – o seu estado estacionário, a 1 cts / lt, 1 a 2 semanas após o choque inicial. Uma descida da cotação do Brent traduz-se, em contrapartida, em uma descida da média semanal de referência do preço CIF NWE da gasolina IO95, na ordem de 1,2 cts / lt, 1 a 2 semanas após o choque inicial, atingindo, presumivelmente, o seu estado estacionário, na ordem de 1 cts / lt, 3 a 4 semanas após o choque inicial.
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No caso do gasóleo, observa-se, em contrapartida um processo bastante mais lento de convergência entre as duas curvas, de subidas e descidas, ao estado estacionário, situando-se este na ordem de 1 cts / lt, demorando este processo de convergência cerca de 8 a 9 semanas após o choque inicial.
Embora a apreciação rigorosa deste processo de convergência requeira as estimativas dos intervalos de confiança, resulta, de forma clara, da análise uma significativa assimetria no grau de ajustamento da média semanal de referência do preço CIF NWE do gasóleo a subidas e descidas da cotação do Brent. Enquanto que uma descida da média semanal daquela cotação, em 1 cts / lt, traduz-se num decréscimo na ordem de, respectivamente, 0,62 e 0,70 cts / lt, na média semanal de referência do preço CIF NWE do gasóleo 1 e 2 semanas após o choque inicial, uma subida da média semanal da cotação do Brent, em 1 cts / lt, traduz-se num aumento de, respectivamente, 1,12 e 1,49 cts / lt, na média semanal de referência daquele preço CIF NWE, num desfasamento de 1 e 2 semanas após o choque inicial.
No que respeita ao circuito internacional “Brent → NWE CIF”, mais do que assimetrias no hiato de ajustamento, a análise sugere, de igual modo, a existência de assimetrias no grau de transmissão de choques positivos e negativos da média semanal da cotação dos futuros a 1-mês do Brent à média semanal de referência dos preços CIF NWE, em especial, no caso do gasóleo (vide Gráficos em anexo 2).
3.3.2. Comentários finais sobre os resultados da análise econométrica
Atentos os resultados supra, estima-se – embora esta estimativa precise de ser confirmada através de uma análise mais rigorosa, baseada nos supra referidos intervalos de confiança, a integrar no Relatório de Março de 2009 – que um choque, positivo ou negativo, sobre a cotação dos futuros a 1-mês do Brent, expressa em periodicidade semanal, demore entre 4 a 5 semanas a repercutir-se sobre o PMAI nacional da gasolina IO95 e mais do que 5 semanas, sujeito mesmo a um ajustamento completo mais moroso, sobre a média semanal do PMAI nacional do gasóleo.
Para além do supra referido, quer quanto à necessidade de determinar os intervalos de confiança das estimativas das funções de resposta estimadas, quer quanto à necessidade de controlo de eventuais efeitos de endogeneidade existentes, nomeadamente, entre a cotação do Brent e os preços internacionais de referência dos produtos refinados (CIF NWE), a integrar no Relatório de Março de 2009, constará, de igual modo, daquele último Relatório, uma análise comparativa de efeitos de assimetrias entre Portugal e a UE-27, em especial, comparativamente a Espanha e à média UE-27, bem como a análise diária de eventuais assimetrias na transmissão da cotação do Brent ao preço nacional “ex-refinery” e deste último aos preços recomendados antes de impostos dos principais operadores em Portugal.
No que respeita à comparação entre Portugal e a EU-27, salientar-se-á que, atenta a ausência de informação quanto à fórmula utilizada nos outros Estados Membros para indexação dos seus preços “ex-refinery” às cotações de referência dos produtos refinados, CIF NWE no Noroeste Europeu e de Lavera em zona Mediterrânica, tal comparação deverá considerar, em zona Norte Atlântica, os preços CIF NWE ou FOB NWE efectivos, tal como publicados pela agência Platt’s, em lugar das médias semanais de referência para a GALP dos preços CIF NWE, consideradas na presente análise.
Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e do Gás Engarrafado em Portugal
66
Salientar-se-á, por fim, que embora estes resultados preliminares sugiram algumas assimetrias no hiato de ajustamento, em não mais do que uma semana, dos PMAI nacionais aos preços “ex-refinery” – sendo que o PMAI da gasolina não reage, de forma contemporânea a subidas do seu preço “ex-refinery”, mas apenas a descidas, enquanto que o gasóleo reage de imediato a subidas, mas não a descidas, do seu preço “ex-refinery” –, os mesmos evidenciam que o maior grau de assimetria na transmissão das variações da cotação do Brent àqueles PMAI é de origem internacional, por força da relação existente entre as cotações de referência da matéria-prima (Brent) e dos produtos refinados (CIF NWE).
Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e do Gás Engarrafado em Portugal
67
4. Análise dos mercados do gás propano e butano
4.1. Caracterização da cadeia de valor de combustíveis gasosos
A cadeia de valor dos combustíveis gasosos, desde a produção/importação até à venda ao cliente final nas modalidades em garrafa, a granel e canalizado inclui, em termos gerais, as seguintes fases:
Cadeia de valor do GPL
Importação/produção: Aquisição do gás butano e propano no mercado internacional ou na refinaria nacional – Galp (refinarias de Sines e Porto). A aquisição do produto é feita através de contratos a termo ou ‘spot’. Os contratos a termo têm normalmente a duração de seis meses, com possibilidade de extensão por igual período, e definem o fornecimento regular de um determinado número de cargas por mês. Os contratos spot são negociados carga a carga e no momento em que surge a necessidade de compra. Os preços são definidos com fórmulas indexadas a cotações internacionais (NWE) do propano e do butano e referenciadas a um período relacionado com a data efectiva de entrega do produto. Transporte primário: Os GPL podem ser transportados para as instalações de armazenagem e de enchimento por pipelines de transporte em fase líquida e por vagões-cisterna ou carros cisterna.
Produção Importação
Transporte primário
Armazenagem
Enchimento Enchimento
Transporte secundário
Transporte secundário
Distribuição primeira linha
Distribuição segunda linha
Clientes finais garrafas
Clientes finais garrafas
Clientes finais granel
Clientes finais
canalizado
Revendedores e distribuidores
canalizado
Revendedores e distribuidores
granel
Clientes finais granel
Clientes finais canalizado
Garrafas Granel Canalizado
Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e do Gás Engarrafado em Portugal
68
Armazenagem e enchimento: Nas instalações de armazenagem e enchimento os GPL são ensaiados laboratorialmente e armazenados em reservatórios sob pressão a partir dos quais são alimentadas as máquinas de enchimento de garrafas de gás comercial51 e os tanques que fazem a distribuição do produto a granel. Transporte secundário: A partir das instalações de armazenagem e enchimento, o GPL em garrafas é transportado até aos parques de armazenagem (secundária) dos distribuidores de primeira linha, normalmente em veículos de caixa aberta e o GPL em granel é entregue aos clientes finais ou aos revendedores/distribuidores em reservatórios, transportados em carros tanques Distribuição de primeira linha do gás em garrafa: O gás butano e propano em garrafa são comercializados através da rede de distribuidores de primeira linha, que formula os preços do produto tendo em conta os preços de aquisição e as condições específicas em que labora. Os revendedores são abastecidos pelas petrolíferas consoante as suas encomendas e estão ligados a estas através de contratos que prevêem apoio técnico e comercial, equipamentos em regime de comodato (nomeadamente as embalagens), equipamentos de regulação, imagem e, em muitos casos, software de gestão específico para a comercialização do GPL engarrafado. Os distribuidores de primeira linha vendem o produto (i) aos distribuidores de segunda linha (i.e., ao pequeno comércio - mini-mercados, mercearias, lojas de electrodomésticos, cafés, postos de abastecimento de combustível, etc.) e (ii) directamente ao consumidor final, nos diversos segmentos: uso doméstico, restauração, hotelaria, industria, etc. Distribuição de segunda linha do gás em garrafa: Venda ao consumidor final de garrafas. Distribuição do gás a granel: Partindo das instalações de armazenagem e de enchimento do GPL, o produto é vendido aos clientes de gás a granel, a referir (i) consumidores domésticos; (ii) empresas dos sectores da agricultura, industria, comércio, serviços e organismos públicos; (iii) revendedores de gás a granel; e (iv) empresas distribuidoras de gás canalizado através de redes de tubagem colectiva. Em Portugal Continental estão presentes (i) no segmento de GPL em garrafa, a Galp, a BP, a Esso e a Repsol, (ii) no segmento de GPL a granel a Galp, BP, Cepsa, Repsol e Esso e (iii) no segmento de GPL canalizado a Galp, Repsol, Esso e BP, entre outras.
4.2. Procura nacional de GPL A procura de GPL butano e propano registou uma tendência decrescente entre 1995 e os primeiros três trimestres de 2008. Em particular, no período de 1997 a 2007 a procura anual passou de 1.168.638 ton para 674.996 ton, correspondendo a um decréscimo de 25%. Tal facto deve-se essencialmente à substituição do GPL por energias alternativas, nomeadamente o gás natural. As séries de dados mensais revelam a existência de picos sazonais nos meses de Inverno no consumo destes produtos, estando associados a uma maior necessidade de aquecimento.
51 As especificações oficiais do GPL comercial são definidas pela Portaria n.º 348/96, de 8 de Agosto.
Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e do Gás Engarrafado em Portugal
69
Procura mensal de gás propano e de gás butano, de Janeiro de 2007 a Setembro de 2008, em toneladas
0
10.000
20.000
30.000
40.000
50.000
60.000
70.000
80.000
Jan
-97
Ma
i-9
7
Se
t-9
7
Jan
-98
Ma
i-9
8
Se
t-9
8
Jan
-99
Ma
i-9
9
Se
t-9
9
Jan
-00
Ma
i-0
0
Se
t-0
0
Jan
-01
Ma
i-0
1
Se
t-0
1
Jan
-02
Ma
i-0
2
Se
t-0
2
Jan
-03
Ma
i-0
3
Se
t-0
3
Jan
-04
Ma
i-0
4
Se
t-0
4
Jan
-05
Ma
i-0
5
Se
t-0
5
Jan
-06
Ma
i-0
6
Se
t-0
6
Jan
-07
Ma
i-0
7
Se
t-0
7
Jan
-08
Ma
i-0
8
Se
t-0
8
Butano Propano
unid.: ton
Fonte: DGEG.
Em termos de utilizações, observa-se uma redução acentuada no consumo de GPL a granel de 1997 a 2004 e de 2006 para 2007. Relativamente à modalidade de GPL engarrafado, o maior decréscimo na procura ocorreu a partir de 2004. A procura de gás canalizado registou um comportamento estável de 2005 a 2007.
Procura anual de combustíveis gasosos, por modo de acondicionamento, de
1997 a 2007, por modo de acondicionamento, em toneladas
Fonte: DGEG.
Em termos de composição das vendas de GPL, do valor total das vendas de GPL nos anos de 2006, 2007 e dos três primeiros trimestres de 2008, o GPL em garrafas representou 57%, 62% e 61% das vendas de combustíveis gasosos, respectivamente. O gás em granel registou nos três anos um peso estável, de 37%, 32% e 32%,
Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e do Gás Engarrafado em Portugal
70
respectivamente, o gás canalizado de 4%, 4% e 3%, respectivamente e o Gás Auto de 2%, 3% e 3%, respectivamente.
Composição das vendas anuais de combustíveis gasosos, de 2006 a 2008
Em termos de repartição geográfica do consumo, é nos distritos de Lisboa, Porto e Setúbal nos quais o consumo de GPL butano e propano é superior, estando associado à densidade populacional.
Consumo de gás butano e de gás propano por distrito em 2006*
Distrito Butano Propano
Aveiro 8% 8% Beja 2% 1% Braga 7% 9% Bragança 2% 1% Castelo branco 2% 2% Coimbra 3% 5% Évora 3% 2% Faro 5% 7% Guarda 2% 2% Leiria 3% 5% Lisboa 18% 15% Portalegre 1% 1% Porto 15% 14% Santarém 6% 6% Setúbal 16% 15% Viana do castelo 2% 3% Vila real 3% 2% Viseu 3% 4%
Total 100% (311.911ton)
100% (484.174ton)
Fonte: DGEG * Os dados mais recentes disponibilizados pela DGEG reportam ao ano de 2006
Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e do Gás Engarrafado em Portugal
71
O sector doméstico absorve cerca de 88,4% do consumo de gás butano e cerca de 50% do consumo de gás propano. As indústrias químicas e de plásticos e a indústria metálo-electro-mecânica representam cerca de 8,2% e 1,7% do consumo de gás butano, respectivamente. Relativamente ao gás propano, os serviços consomem cerca de 17% e as indústrias químicas e de plásticos 9%. Consumo de gás butano e de gás propano por actividade económica, em 2006
Doméstico
Químicas e plásticos
Metálo-electro-mecânicas
Serviços
Construção e Obras
Públicas
Alimentação, bebidas e
tabaco
Outros
Doméstico
Serviços
Químicas e plásticos
Alimentação, bebidas e
tabaco
Metálo-electro-mecânicas
Agricultura
Cerâmicas
Construção e Obras
Públicas
Butano Propano
Fonte: DGEG. * Os dados mais recentes disponibilizados pela DGEG reportam ao ano de 2006
4.3. Preços internacionais de referência para formação do preço à saída das refinarias
Os preços spot internacionais médios mensais de referência para vendas à saída das refinarias indexadas às cotações do Noroeste Europeu (NWE) do gás propano e butano registaram uma tendência crescente desde o segundo semestre de 2007 até ao terceiro trimestre de 2008. No ano de 2008 os preços médios mais elevados foram observados no mês de Julho, de €0,615/kg para o gás propano e de € 0,634/kg para o gás butano. No mês de Outubro de 2008 foram registados os preços médios mensais de referência mais reduzidos do ano de 2008, de €0,436/kg para o gás propano e €0,456/kg para o gás butano, correspondendo a uma diminuição de 17% e de 16%, respectivamente, relativamente a Outubro de 2007.
Evolução dos preços spot do gás propano e butano (FOB, NWE), de Janeiro de 2006 a Setembro de 2008, em €/kg
Fonte: Análise da AdC com base em dados da Reuters
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72
A volatilidade dos preços spot médios mensais do gás butano e propano é superior à registada pelos preços retalhistas do gás propano e butano engarrafado. No entanto, a volatilidade destas séries durante o período em análise foi inferior à verificada nos preços dos combustíveis líquidos. Indice dos preços spot médios mensais do gás butano e propano e dos preços retalhistas do gás em garrafa em Portugal (Jan-06=100), de
Janeiro de 2006 a Setembro de 2008
0
20
40
60
80
100
120
140
160
Propano FOB Butano FOB Butano Garrafas Portugal Propano Garrafas Portugal
Fonte: Reuters (preços internacionais) e DGEG (preços nacionais).
Preços médios trimestrais spot do gás butano e propano (FOB, NWE) e dos preços retalhistas do gás butano e propano, em €/kg entre o 1.º
trimestre de 2006 e o 3.º trimestre de 2008
Fonte: Reuters (preços internacionais) e DGEG (preços nacionais).
1T06 2T06 3T06 4T06 1T07 2T07 3T07 4T07 1T08 2T08 3T08
Propano FOB 0,48 0,41 0,43 0,39 0,39 0,41 0,46 0,58 0,57 0,58 0,59
Butano FOB 0,41 0,33 0,41 0,40 0,38 0,40 0,44 0,57 0,54 0,54 0,62
Butano Garrafas Portugal
1,35 1,37 1,37 1,37 1,35 1,34 1,38 1,50 1,59 1,59 1,64
Propano Garrafas Portugal
1,66 1,70 1,70 1,71 1,66 1,65 1,70 1,80 1,92 1,92 1,98
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4.4. Análise da evolução dos preços retalhistas dos combustíveis gasosos em Portugal
Os preços médios retalhistas do gás butano e do gás propano nas modalidades em garrafa, a granel e canalizado registaram um comportamento semelhante de Janeiro de 2005 a Outubro de 2008, com uma tendência crescente, apesar da existência de sub-períodos com alguma estabilidade. Em Novembro de 2008 assistiu-se a uma redução dos preços médios retalhistas em todos os combustíveis gasosos. Efectivamente, (i) o preço do gás butano em garrafa passou de €1,65/kg para €1,58/kg (redução de 4%), (ii) o preço gás propano em garrafa passou de €1,99/kg para €1,90/kg (redução de 5%), (iii) o preço do gás butano a granel passou de €1,23/kg para €1,20/kg (redução de 2%), (iv) o preço do gás propano a granel passou de €1,29/kg para €1,24/kg (redução de 4%) e (v) o preço do gás propano canalizado passou de €1,89/kg para €1,87/kg. Preços médios retalhistas do gás propano e gás butano, nas modalidades em
garrafa, de Janeiro de 2005 a Novembro de 2008, em €/kg
Notas: (i) Os preços do GPL a granel são definidos no local de consumo e os preços do GPL engarrafado no local de venda; (ii) os PVP incluem IVA de 19% até 30/06/2005, de 21% a partir de 01/07/2005 e de 20% a partir de 01/07/2008; e (iii) ISP de 0,00748€/kg até 31/12/2005, de 0,00765€/kg em 2006, de 0,00781€/kg a partir de 01/01/2007. Fonte: DGEG.
Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e do Gás Engarrafado em Portugal
74
4.5. Análise da evolução dos preços do gás butano e propano em garrafa nos anos de 2007 e 2008
A análise dos PMVP do gás butano (garrafa de 13 kg) e do gás propano (garrafa de 11 kg) que se segue, resulta de dados obtidos pela AdC a partir de uma amostra de revendedores de combustíveis gasosos em garrafa.52
4.5.1. Gás butano A análise dos preços médios de aquisição do gás butano (garrafa de 13 kg) pelos distribuidores de primeira linha, distribuidores de segunda linha, clientes finais no retalho e clientes finais no domicílio revela uma estabilidade dos diferenciais de preços médios ao longo da cadeia de valor em 2007 e em 2008. Observa-se um diferencial médio mensal de €3,24 entre os preços de aquisição dos distribuidores de primeira linha e de segunda linha, de €2,20 dos preços de aquisição dos distribuidores de segunda linha e dos clientes finais, e de €0,94 pela entrega ao domicílio no período em análise. Preços médios do gás butano (garrafa de 13 kg) ao longo da cadeia de valor
em 2007 e 2008
0 €
5 €
10 €
15 €
20 €
25 €
Distribuidor primeira linha Distribuidor segunda linha Cliente Final Domicílio
Fonte: AdC.
A análise da distribuição dos preços das garrafas de gás butano (13kg) nos anos de 2007 e 2008 revela a existência de variabilidade nos preços retalhistas e um ligeiro aumento da dispersão de preços no ano de 2008 relativamente ao ano de 2007, especialmente a partir de Junho. Por exemplo, em Novembro de 2008 a amplitude entre o valor máximo (€21,90) e o valor mínimo (€19,00) observados era de €2,90 enquanto que em Novembro de 2007 a amplitude entre o valor máximo (€21,00) e o valor mínimo (€18,90) era de €2,10.
52 Foi utilizado um processo de amostragem aleatório estratificado pela quota de mercado das marcas
comercializadas e pelas NUT II, com base num nível de confiança de 95% e precisão de €0,02.
Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e do Gás Engarrafado em Portugal
75
Intervalos de confiança dos PMVP do gás butano (garrafa 13 kg)
em 2007 e 2008
Fev07
Mar07
Abr07
Mai07
Jun07Jul07A
go07S
et07O
ut07N
ov07D
ez07Jan08F
ev08M
ar08A
br08M
ai08Jun08Jul08A
go08S
et08O
ut08N
ov08
17€
18€
19€
20€
21€
22€
95%
CI
Fonte: AdC.
No período considerado, os PMVP máximos mensais (€21,31) foram registados no mês de Setembro de 2008. Da amostra em análise, observa-se que neste mês o PVP mais reduzido foi de €20,35 e o preço mais elevado de €22,40. De acordo com a última observação disponível (Novembro de 2008), o PMVP é de €20,59, inferior ao registado no final do ano de 2007 (€20,76). Estatísticas descritivas dos PMVP no gás butano (garrafa de 13 kg) em Euros
PMVP Dez 2007
PMVP máximo Set 2008
PMVP Nov 2008
Média 20,76 21,31 20,59 Desvio-padrão 0,63 0,64 0,74 Intervalo de
Confiança a 95% [20,23;21,38] [20,94;21,68] [19,97;21,38]
Máximo 21,80 22,40 21,90 Mínimo 18,40 20,35 19,00
Fonte: AdC.
Em termos gerais, observa-se que os preços médios retalhistas do gás butano (garrafa de 13 kg) registam variabilidade regional, sendo inferiores no Norte e superiores no Algarve e Alentejo. De acordo com os dados mais recentes, em Novembro de 2008 registou-se um preço médio do gás butano de €19,50 no Norte, de €21,07 no Alentejo e de €20,85 no Algarve.
Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e do Gás Engarrafado em Portugal
76
PMVP do gás butano (garrafa de 13 kg), por NUT II, em 2007 e 2008
Fonte: AdC.
4.5.2. Gás Propano
A análise dos preços médios de aquisição do gás propano (garrafa de 11 kg) pelos distribuidores de primeira linha, distribuidores de segunda linha, clientes finais no retalho e clientes finais no domicílio revela uma estabilidade dos diferenciais de preços médios ao longo da cadeia de valor em 2007 e em 2008. Observa-se um diferencial médio mensal de €3,32 entre os preços de aquisição dos distribuidores de primeira linha e de segunda linha, de €2,40 dos preços de aquisição dos distribuidores de segunda linha e dos clientes finais, e de €0,50 pela entrega ao domicílio.
Preços médios do gás propano (garrafa de 11 kg), em 2007 e 2008
0 €
5 €
10 €
15 €
20 €
25 €
Distribuidor primeira linha Distribuidor segunda linha Cliente Final Domicílio
Fonte: AdC.
Relativamente ao gás propano (garrafa de 11 kg), observa-se a existência de variabilidade dos preços em todos os meses. Efectivamente, em Novembro de 2008 a amplitude entre o preço máximo (€23,00) e o preço mínimo (€19,00) era de €3,70 e
Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e do Gás Engarrafado em Portugal
77
em Novembro de 2007 a amplitude entre o valor máximo (€22,15) e o valor mínimo (€18,90) era de €3,20. Intervalo de Confiança dos PMVP do gás propano (garrafa 11 kg), em 2007 e em 2008
Fev07
Mar07
Abr07
Mai07
Jun07Jul07A
go07S
et07O
ut07N
ov07D
ez07Jan08F
ev08M
ar08A
br08M
ai08Jun08Jul08A
go08S
et08O
ut08N
ov08
17€
18€
19€
20€
21€
22€
23€
95%
CI
Fonte: AdC.
No período considerado, os PMVP máximos mensais (€21,79) foram registados no mês de Setembro de 2008. Da amostra em análise, observa-se que neste mês o PVP mais reduzido foi de €20,30 e o preço mais elevado de €23,65. De acordo com a última observação disponível (Novembro de 2008), o PMVP é de €21,15, inferior ao registado no final do ano de 2007 (€21,43). Estatísticas Descritivas dos PMVP no gás propano (garrafa de 11 kg) em Euros
PMVP Dez. 2007
PMVP máximo Set. 2008
PMVP Nov. 2008
Média 21,43 21,79 21,15 Desvio-padrão 0,925 1,07 0,99 Intervalo de
Confiança a 95% [20,77;22,09] [21,17;22,40] [20,43;21,86]
Máximo 23,05 23,65 23,00 Mínimo 19,70 20,30 19,65
Fonte: AdC.
Tal como relativamente ao gás butano, observa-se que o preço médio retalhista das garrafas de gás propano é inferior no Norte e superior no Alentejo. Por exemplo, o PMVP de uma garrafa de gás propano em Novembro de 2008 era de €19,43 no Norte, e de €21,75 no Alentejo.
Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e do Gás Engarrafado em Portugal
78
PMVP do gás propano (garrafa de 11 kg), por NUT II, em 2007 e 2008
Fonte: AdC.
Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e do Gás Engarrafado em Portugal
79
Anexo 1: Modelização econométrica do fenómeno de
assimetrias
Conforme referido, considera-se a modelização econométrica do fenómeno de assimetrias proposta por Borenstein et al. (1997), aplicada ao caso nacional, fazendo, assim, a destrinça entre o circuito internacional “Brent (futuros a 1-mês) → médias semanais de referência CIF NWE (proxy dos preços médios nacionais “ex-work refinery”)” e o circuito nacional “cotação CIF NWE de referência → PMAI”.
Atentos os factos de, quer os preços CIF NWE, quer a cotação dos futuros a 1-mês do Brent, serem exógenos em relação aos PMAI nacionais, a integração dos dois modelos providenciará uma estimativa do grau e respectivos hiatos de transmissão, assimétrica ou não, das variações da cotação dos futuros a 1-mês do Brent aos PMAI nacionais.
Denotando por pt a variável a explicar – i.e., a média semanal de referência do preço CIF NWE (da gasolina ou do gasóleo) no caso do circuito “Brent → CIF NWE (ou “ex-work refinery”)” e o PMAI nacional no caso do circuito “NWE CIF → PMAI” – e por ct o custo em causa (Brent no circuito “Brent → CIF NWE” e preço CIF NWE no circuito “CIF NWE → PMAI”), atenta a exogeneidade existente entre o preço CIF NWE de referência e os PMAI nacionais (e de outros Estados Membros), a qual se presume, de igual modo, existir entre aquele preço CIF NWE e a cotação do Brent,53 o modelo a estimar, por circuito, corresponde à seguinte equação:
( ) ( ) ,1 0
11010 t
K
i
M
ittitiitiitit cpccpp ξφφθββαα +−−+∆+∆+∆+=∆ ∑ ∑
= =−−−
−−−
++− (1)
onde ξt é um processo estocástico do tipo ruído branco de média nula e que se presume independente e identicamente distribuída (iid) no tempo e não correlacionada com as variáveis constantes do lado direito da equação, o símbolo ∆ representa a variação do nível entre a semana actual e a anterior, v.g. ∆pt = pt – pt-1, os subscritos “+” e “-“ distinguem entre as variações positivas e negativas das séries, sendo esta a componente de maior relevância para a averiguação do fenómeno de assimetrias da variação do nível de preços (∆pt) às subidas e descidas dos custos (∆c+t e ∆c-t, respectivamente), sendo estas definidas pelas seguintes expressões:
)0( >∆∆=∆ +ttt ccc e (2)
.ttt ccc +− ∆−∆=∆ (3)
Embora Borenstein et al. (1997) incluam uma componente auto-regressiva no modelo, definida pelos termos αi∆pt-i, bem como a eventualidade desta apresentar assimetrias nas subidas e descidas, nenhum dos modelos considerados na presente análise
53 Propõe-se, contudo, delegar para o Relatório de Março de 2009 uma análise mais rigorosa de eventuais
efeitos de endogeneidade existentes entre as cotações CIF NWE e a dos futuros a 1-mês do Brent (vide, de igual modo, secção 4.3.2 infra).
Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e do Gás Engarrafado em Portugal
80
evidenciou significância estatística (ao nível de probabilidade standard de 95%) para inclusão desta componente.54
De igual forma, o modelo permite a extensão da relação de co-integração, traduzida pela componente θ(pt-1 - φ0 - φ1ct-1), a eventuais assimetrias, quer no factor de correcção θ, quer na reacção de longo prazo (de co-integração) do preço ao custo. Todavia, uma vez mais, não foi encontrada qualquer evidência estatística, à semelhança dos resultados de Borenstein et al. (1997), de tais assimetrias nas relações de co-integração dos modelos considerados.
Atentos os resultados empíricos de inexistência de componente auto-regressiva nas variações dos preços, i.e. inexistência de uma componente de “memória” nas alterações dos PAI e das cotações CIF NWE para além da constante na componente custo (médias semanais de referência dos preços spot CIF NWE no circuito “CIF NWE → PMAI” e cotações Brent no circuito “Brent → CIF NWE (ou “ex-work refinery” médio)”), e de inexistência de assimetrias nas relações de co-integração, as funções de resposta dos preços aos custos, i.e. o processo de ajustamento, no cumulativo de números de semanas, dos preços a uma variação de 1 cts / lt dos custos, exprime-se, segundo Borenstein et al. (1997), conforme de seguida se descreve.
Sendo Bk o efeito sobre pt de uma variação de 1 cts / lt de ct após k semanas, a função de resposta, i.e. a expressão dos Bk (em ordenadas) relativamente ao número de semanas de ajustamento k (em abcissas), é dada por:
).(
...
),(
,
111
10101
00
φθβ
φθββ
−++=
−++==
−− kkkk BBB
BBB
B
(4)
Esta função descreve, assim, o processo de ajustamento acumulado, em número de semanas, atenta a periodicidade semanal dos dados, de uma variação dos preços a uma variação, positiva ou negativa (consoante os coeficientes considerados), dos custos em 1 cts / lt. O estado estacionário (“steady state”) é atingido na semana k quando não existir diferença estatística, ao nível probabilidade standard de 95%, entre as estimativas de Bk e de Bk+1. De forma análoga, o estado estacionário entre as reacções dos preços a variações positivas e negativas dos custos é atingida na semana m quando não existir diferença estatística entre B+
m e B-m.
54 À excepção do modelo relativo ao circuito “Brent → CIF NWE” no caso da Gasolina IO95, onde a
estimativa do coeficiente α1 se revelou significativa (vide anexo 2 infra), devendo, desta forma, as funções de resposta infra, em (4), ser acrescidas dos termos “α1B0” no caso da resposta com o desfasamento de 1 semana, B1, e de “α1(Bk – Bk-1)” nas respostas seguintes (vide, de igual modo, Borenstein et al., 1997, p. 337).
Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e do Gás Engarrafado em Portugal
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Anexo 2: Complemento à análise econométrica do fenómeno de assimetrias
Evolução semanal, desde Janeiro de 2004, do preço grossista NWE CIF (spot)
de referência55 e da cotação dos futuros a 1-mês em Nova Iorque (N.Y.) da
gasolina sem chumbo (€ cts / lt)
10
20
30
40
50
60
70
Jan-04
Abr-04
Jul-04
Out-04
Jan-05
Abr-05
Jul-05
Out-05
Jan-06
Abr-06
Jul-06
Out-06
Jan-07
Abr-07
Jul-07
Out-07
Jan-08
Abr-08
Jul-08
Out-08
NWE CIF (spot) N.Y. (futuros a 1-mês)
Os próximos gráficos reportam-se às estimativas das funções de reposta, ao nível
contemporâneo (k = 0) e até um desfasamento de 16 semanas (k = 16), a choques de
1 cts / lt, positivos e negativos, da média semanal da cotação dos futuros a 1-mês do
Brent sobre a média semanal de referência do preço CIF NWE, da gasolina sem chumbo
e do gasóleo, à qual a GALP indexa os seus preços “ex-refinery”, e daquela média
semanal de referência aos PMAI nacionais respectivos, da gsolina IO95 e do gasóleo.
Estes gráficos são seguidos por duas ilustrações que resumem os resultados da
aplicação do modelo de Borenstein et al. (1997) ao caso nacional, tal como detalhado
no anexo 1 supra.
55 De salientar que este preço corresponde ao calculado pela GALP na indexação dos seus preços “ex-work
refinery”, não à média semanal das cotações diárias NWE FOB, tal como reportadas em anexo (Gráfico 43) do Relatório de Junho p.p..
Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e do Gás Engarrafado em Portugal
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Processo de ajustamento, em número de semanas, do PMAI nacional da
Gasolina IO95 a choques de 1 cts / lt, positivos e negativos, da média
semanal de referência do preço CIF NWE (cts / lt)
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
1.2
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
Semanas
€ cts
/ lt
Positivos Negativos
Processo de ajustamento, em número de semanas, do PMAI nacional do
Gasóleo a choques de 1 cts / lt, positivos e negativos, da média semanal de
referência do preço CIF NWE (cts / lt)
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
1.2
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
Semanas
€ cts
/ lt
Positivos Negativos
Relatório Intercalar sobre os Sectores dos Combustíveis Líquidos e do Gás Engarrafado em Portugal
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Processo de ajustamento, em número de semanas, da média semanal de
referência do preço spot CIF NWE da Gasolina IO95 a choques de 1 cts / lt,
positivos e negativos, da cotação dos futuros a 1-mês do Brent (cts / lt)
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
1.2
1.4
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
Semanas
€ cts
/ lt
Positivos Negativos
Processo de ajustamento, em número de semanas, da média semanal de
referência do preço spot CIF NWE do Gasóleo a choques de 1 cts / lt, positivos
e negativos, da cotação dos futuros a 1-mês do Brent (cts / lt)
-0.4-0.20.00.20.40.6
0.81.01.21.41.6
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
Semanas
€ cts
/ lt
Positivos Negativos
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Gasolina IO95: Estimativas dos modelos de co-integração dinâmicos, relativos
aos circuitos “CIF NWE → PMAI” e “Brent → CIF NWE”, e respectivas funções
de resposta (os coeficientes estatisticamente não diferentes de zero ao nível
de probabilidade standard de 95%, foram substituídos pelo valor de zero)
Gasolina IO95: Estimativas dos modelosCIF NWE -> PMAI Brent -> CIF NWE
b0(+)b1(+)b2(+)b3(+)b4(+)b5(+)b0(-)b1(-)b2(-)b3(-)b4(-)b5(-)thetapsialfa1
Estimativas das funções de respostaCIF NWE -> PMAI Brent -> CIF NWE
Lag (k) Positivos Negativos Positivos Negativos0 0 0.117 0.282 01 0.262 0.242 1.014 1.2142 0.575 0.468 1.072 1.2533 0.797 0.661 1.023 1.1294 0.834 0.833 0.980 1.0355 0.980 0.866 0.955 0.9816 0.993 0.894 0.942 0.9557 1.005 0.919 0.936 0.9428 1.015 0.940 0.933 0.9369 1.024 0.959 0.932 0.93310 1.032 0.975 0.931 0.93211 1.039 0.989 0.931 0.93112 1.045 1.001 0.931 0.93113 1.050 1.012 0.931 0.93114 1.054 1.021 0.931 0.93115 1.058 1.030 0.931 0.93116 1.062 1.037 0.931 0.931
00
0.4380.282
0.843000
0000
-0.1291.084
0.1250.931-0.399
0.1170.1140.1180
00.1140.1170
00.1220.2070.156
Processo de ajustamento, em número de semanas, do PMAI nacional da Gasolina IO95 a choques positivos e negativos sobre a média semanal de referência do preço CIF NWE (€ cts / lt)
Processo de ajustamento, em número de semanas, da média semanal de referência do preço CIF NWE da Gasolina IO95 à cotação dos futuros a 1-mês do Brent (€ cts / lt)
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
1.2
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
Semanas
€ c
ts /
lt
Positivos Negativos
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
1.2
1.4
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16Semanas
€ c
ts /
lt
Positivos Negativos
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Gasóleo: Estimativas dos modelos de co-integração dinâmicos, relativos aos
circuitos “CIF NWE → PMAI” e “Brent → CIF NWE”, e respectivas funções de
resposta (os coeficientes estatisticamente não diferentes de zero ao nível de
probabilidade standard de 95%, foram substituídos pelo valor de zero)
Gasóleo: Estimativas dos modelosCIF NWE -> PMAI Brent -> CIF NWE
b0(+)b1(+)b2(+)b3(+)b4(+)b0(-)b1(-)b2(-)b3(-)b4(-)thetapsi
Estimativas das funções de repostaCIF NWE -> PMAI Brent -> CIF NWE
Lag (k) Positivos Negativos Positivos Negativos0 0.161 0 0.365 -0.2061 0.391 0.283 1.122 0.6202 0.658 0.564 1.488 0.7043 0.822 0.759 1.422 0.7734 0.854 0.943 1.368 0.8305 0.882 0.961 1.323 0.8786 0.907 0.976 1.286 0.9177 0.929 0.990 1.256 0.9508 0.948 1.002 1.230 0.9779 0.965 1.012 1.209 0.99910 0.980 1.021 1.192 1.01811 0.993 1.029 1.177 1.03312 1.005 1.037 1.165 1.04613 1.015 1.043 1.155 1.05614 1.024 1.048 1.147 1.06515 1.032 1.053 1.140 1.07216 1.038 1.058 1.134 1.078
00.3680.6300.365
00.601-0.206
0
1.107-0.172
000.132
0.144-0.1201.089
00
0.1520.184
0.1610.1190.1830.112
Processo de ajustamento, em número de semanas, do PMAI nacional do Gasóleo a choques positivos e negativos sobre a média semanal de referência do preço CIF NWE (€ cts / lt)
Processo de ajustamento, em número de semanas, da média semanal de referência do preço CIF NWE do Gasóleo à cotação dos futuros a 1-mês do Brent
(€ cts / lt)
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
1.2
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
Semanas
€ c
ts /
lt
Positivos Negativos
-0.4-0.20.00.20.40.60.81.01.21.41.6
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16Semanas
€ c
ts /
lt
Positivos Negativos
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Glossário
AdC – Autoridade da Concorrência
AIE – Agência Internacional da Energia.
Amplitude de preços – Diferença de preços entre o mais baixo e o mais elevado.
bbl – Barril – medida de volume do petróleo e produtos derivados do petróleo. Um
barril de petróleo corresponde a 42 galões americanos (o equivalente a 159
litros). Em média uma tonelada corresponde a 7,33 bbl de crude, embora uma
conversão precisa dependa das características específicas do petróleo.
Brent – “Brent blend” – Tipo de crude mais transaccionado no mar do Norte. O Brent
tem uma densidade de cerca de 37,5 de acordo com a escala do API
(American Petroleum Institute). Tecnicamente é uma mistura de crude da
Shell UK (zona de exploração de Brent) e da BP (zona de exploração de
Ninian).
CE – Comissão Europeia
DGEG – Direcção Geral de Energia e Geologia.
Gasolina IO95 – Gasolina sem chumbo de 95 octanas.
Gasolina IO98 – Gasolina sem chumbo de 98 octanas.
GPL – Gás de Petróleo Liquefeito.
IO – Índice de octanas
LdC – Lei nacional da concorrência (Lei n.º 18/2003, de 11 de Junho)
kb/d – Milhares de barris por dia.
mb/d – Milhões de barris por dia.
MM3 – Média móvel a 3 meses (média dos últimos 3 meses).
MM12 – Média móvel a 12 meses (média dos últimos 12 meses).
PVP – Preço de venda ao público depois de impostos.
PMAI – Preço médio de venda ao público antes de impostos.
PMVP – Preço Médio de Venda ao Público depois de impostos.
PVPR – Preço de Venda ao Público Recomendado.
PVPRM – Preço de Venda ao Público Recomendado Médio.
Preços Spot – Preços praticados no mercado à vista (por oposição ao mercado de
futuros).
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TCMA – Taxa de crescimento média anual.
Tratado CE – Tratado que instituiu a Comunidade Europeia
UE – União Europeia.
WTI – West Texas Intermediate crude oil – tipo de crude que é usado como referência
no preço do petróleo e nos contratos de futuros transaccionados no NYMEX
sobre o Light Sweet Crude.