Projeto LEARN2WORK
Relatório sobre Necessidades e Tendências
na Indústria do Calçado em termos de mão-
de-obra (O2)
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Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.
Descrição do Documento
Nome do Documento Relatório sobre Necessidades e Tendências das Carreiras do Calçado (IO2)
Resumo
Um relatório sobre as necessidades atuais da indústria do calçado no que toca
à força de trabalho, às tendências futuras e os postos de trabalho que serão
necessários no futuro.
Versão 1
Autores CEC
Data de Criação 20/04/2016
Data da Versão 14/11/2016
Estatuto Final
Fim Público
Número de Output 2
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Índice
1 Introdução ...................................................................................................................................................... 4
1.1 Enquadramento do Relatório ................................................................................................................ 4
1.2 Breve Sumário ........................................................................................................................................ 5
2 Características dos Utilizadores e Necessidades da Indústria ........................................................................ 6
2.1 A geração jovem na Europa ................................................................................................................... 6
2.1.1 Emprego jovem na Europa ............................................................................................................ 6
2.1.2 NEET .............................................................................................................................................. 7
2.2 A Indústria Europeia do Calçado .......................................................................................................... 14
3 Estado da Arte: Investigação Transnacional em Tendências Setoriais ......................................................... 17
3.1 Fatores de Mudança ............................................................................................................................ 17
3.2 Profissões potencialmente sujeitadas ao Modelo de Escolas de Produção ........................................ 21
3.2.1 Profissionais qualificados ............................................................................................................ 22
3.2.2 Operadores de máquinas e Plantas e operadores de montagem ............................................... 22
3.2.3 Postos trabalho elementares ...................................................................................................... 23
3.3 Postos emergentes .............................................................................................................................. 23
4 Avaliação de carreiras necessárias na Indústria do Calçado ......................................................................... 24
4.1 Metodologia de Investigação ............................................................................................................... 24
4.2 O Inquérito ........................................................................................................................................... 26
4.3 Recolha de Dados ................................................................................................................................. 26
4.3.1 SECÇÃO A DO INQUÉRITO: PERFIL DA EMPRESA ........................................................................ 27
4.3.2 SECÇÃO B DO INQUÉRITO: GESTÃO DE PESSOAL ........................................................................ 38
4.3.3 SECÇÃO C DO INQUÉRITO: NECESSIDADES DE FORMAÇÃO ........................................................ 51
4.3.4 CONCLUSÕES DAS RESPOSTAS RECEBIDAS ................................................................................. 59
5 Conclusão...................................................................................................................................................... 61
6 Bibliografia .................................................................................................................................................... 63
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1 Introdução
1.1 Enquadramento do Relatório
O objetivo do projeto Learn2Work é ajudar a travar o número crescente de jovens que estão fora do sistema de
ensino e do mercado de trabalho, denominados de NEET, aumentando as suas oportunidade de emprego na
indústria do calçado da Europa. A promoção da empregabilidade deste grupo será realizada através da
adaptação e utilização do “Modelo de Escolas de Produção”, implementado com sucesso na Dinamarca, para
desenvolver um percurso educacional baseado na aprendizagem prática na indústria do calçado.
Para que os parceiros possam avançar com o projeto e possam trabalhar na elaboração de uma metodologia de
aprendizagem baseada no modelo dinamarquês, é necessário realizar algum trabalho de pesquisa sobre os
principais grupos-alvo do projeto: os NEET e a indústria do calçado. O documento atual representa o IO 2, e
inclui uma análise das diferentes realidades e dos principais atores no projeto, as suas características e
necessidades:
a) O grupo alvo - NEET
Um NEET é uma pessoa jovem que “não estuda nem trabalha”. No Reino Unido, onde o termo foi criado, a
classificação compreende pessoas entre 16 e 24 anos, mas a faixa etária varia de país para país, uma vez que o
termo tem em conta os fatores económicos e sociais que afetam uma determinada sociedade.
Para o propósito do projeto Learn2Work, os NEET incluirão pessoas entre os 16 e 29 anos por diferentes
motivos que serão explicados mais à frente.
Tendo em conta o foco neste grupo, a pesquisa centra-se:
Aprendizagem das características, categorias e experiência dos NEET de forma a selecionar aqueles mais
adequados a beneficiar da nova metodologia e de oportunidades de trabalho na indústria do calçado;
Identificação do método mais eficaz de aprendizagem, significando que esta é a melhor forma e a mais
fácil de assimilar competências e conhecimento, tendo em conta as características e vantagens do
“Modelo de Escolas de Produção”.
b) Indústria do Calçado Europeia
A indústria do calçado na Europa continua a crescer de forma constante e em 2014 empregou
aproximadamente 296.000 trabalhadores em 21.120 empresas, sendo que 95% das quais são pequenas e
médias empresas (PME).
Tal como qualquer outra indústria na Europa, este setor faz parte de uma economia globalizada movida pela
procura do consumidor e a competição dos mercados de países periféricos com salários mais baixos. Este
relatório irá analisar as necessidades dos três países mais representativos na produção de calçado,
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designadamente Itália, Portugal, e Espanha, tal como as tendências e desafios futuros que afetam a indústria
em geral.
1.2 Breve Sumário
O presente Relatório sobre “As Necessidades e Tendências da Indústria do Calçado” irá abordar em particular
as características e necessidades da indústria europeia de calçado em termos de força de trabalho e o estudo
sobre a origem e as necessidades dos jovens NEET de forma a identificar sinergias e elaborar um método
inovador de aprendizagem que os una.
Este relatório inclui uma análise das necessidades atuais em termos da força de trabalho no setor do calçado,
as futuras tendências da indústria tendo em conta fatores internos e externos. Tais tendências e expectativas
vão determinar quais serão as profissões mais procuradas no futuro.
O objetivo é selecionar 5 operações técnicas de trabalho que ligam os perfis técnicos aos quais os NEET podem
ser destacados para trabalhar. O relatório irá servir de base para o plano curricular para ser desenvolvido na
próxima fase de projeto enquadrado no OI3.
A metodologia utilizada para desenvolver o presente relatório foi uma combinação de pesquisa de estudos e
publicações tal como questionários e entrevistas.
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2 Características dos Utilizadores e Necessidades da Indústria
2.1 A geração jovem na Europa
2.1.1 Emprego jovem na Europa
Ao longo das últimas décadas, o mercado de trabalho mudou consideravelmente. A globalização, a tecnologia e
uma população cada vez mais instruída transformaram a natureza da produção. A produção em massa e
rotineira tornou-se menos importante, contribuindo para uma redução do emprego no setor da indústria
transformadora; que se foca particularmente num elevado valor acrescentado tal como na produção
especializada. Os serviços tornaram-se mais importantes, no início dos anos 70, menos de um terço do
emprego se concentrava em serviços de conhecimento intensivo; agora, este número está próximo de metade.
O tipo de postos de trabalho disponíveis refletiu estas tendências. Criaram-se novos empregos em postos de
trabalho de direção, para profissionais com qualificações e salários elevados. Contudo, nem todo este
crescimento esteve relacionado com emprego altamente qualificado e conhecimento intensivo.
Nas últimas duas décadas também se registou um crescimento do emprego nos serviços, para postos de
trabalho de salários mais baixos, que, combinado com a redução do emprego com salários médios levou a um
aumento das preocupações sobre a polarização de emprego, abrindo um fosso gradual no mercado de
trabalho.
O tipo de setor em que os jovens trabalham está a mudar, particularmente na Europa e nos Estados Unidos. Os
jovens já não vêm a indústria transformadora como um sector importante/interessante para trabalhar.
Contudo, desde que a crise económico-financeira que começou na Europa em 2009, a taxa de desemprego
para jovens com menos de 30 anos duplicou relativamente à média.
Como ilustrado na tabela abaixo, disponibilizada pela OCDE, em 2014, a taxa de desemprego jovem na faixa
etária entre os 15 e 24 anos era de 22,2% na EU-28, mostrando diferenças consideráveis entre regiões que a
compõem. A taxa de desemprego jovem era superior a 50% em algumas regiões de Espanha, Itália e Grécia
enquanto em algumas regiões alemãs, caíram para um mínimo de 3,7%.
Base de Dados: Estatísticas do Mercado de trabalho do curto prazo
Assunto Taxa de desemprego, entre 15-24 anos, Todas as pessoas
Unidade Percentagem
Frequência Anual
Tempo 2014 2015
País
República Checa 15,8 12,6
Alemanha 7,8 7,3
Grécia 52,4 49,8
Itália 42,7 40,3
Polónia 23,9 20,8
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Portugal 34,8 32,0
Espanha 53,2 48,4
UE - União Europeia (28 países) 22,2 20,4
Dados extraídos em 23 Jun 2016 10:13 UTC (GMT) da OECD.Stat
A taxa de desemprego jovem precisa de ser diferenciada da proporção de jovens que estão fora do sistema
educativo e do mercado de trabalho (NEET), mesmo que estes sejam conceitos complementares:
- A taxa de desemprego jovem é uma medida que define o peso da população jovem desempregada
(jovens que estão ativamente à procura de trabalho e disponíveis para trabalhar), com idades
compreendidas entre os 15 e 24 anos, e população jovem economicamente ativa (aqueles que estão
empregados ou desempregados). Uma proporção crescente de jovens na UE continua no sistema de
ensino, enquanto mantém um emprego (ou procura ativamente um emprego).
- Em contraste, a definição daqueles que se encontra fora do sistema educativo e do mercado de
trabalho (NEET) excluem aqueles que estão empregados, a estudar ou em formação, mas também pode
incluir alguns economicamente inativos. Para o propósito do projeto Learn2Work, o presente estudo
foca-se neste último grupo de pessoas.
2.1.2 NEET
a) A comunidade NEET
Os NEET são jovens com idade entre os 15 e 29 anos que não estão integrados no sistema educativo nem no
mercado de trabalho. A faixa etária deste grupo muda ligeiramente de país para país e de entidade para
entidade. A razão principal para esta divergência pode estar relacionada com o aumento dos jovens na situação
NEET nos últimos 10 anos, principalmente devidos aos efeitos da crise económica e financeira de 2008, e
consequente contração do volume de emprego.
O acrónimo foi utilizado pela primeira vez no Reino Unido em 1999, onde a idade do grupo inclui jovens dos 15
aos 24 anos. No Japão, a classificação compreende pessoas entre os 15 e 34 anos, desempregadas, que não se
dedicam a trabalhos domésticos, nem estão matriculados no sistema educativo ou de ensino profissional e que
também não estão à procura de trabalho.
O número do indicador refere-se a pessoas que cumprem estas duas condições:
Não estão empregados (i.e. estão desempregados ou inativos); e,
Não receberam qualquer educação formal ou não formal ou formação nas quatro semanas que
precedem o inquérito.
Como ilustrado mais à frente neste estudo, também é relevante distinguir aqueles que tem sido NEET no curto
prazo dos que são NEET de longo prazo (mais de 1 ano). No caso dos NEET de longo prazo importa reter o
motivo pelo seu estado.
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De acordo com o estudo da OCDE de 2014, 1 em cada 6 jovens entre países da OCDE eram NEET e cerca de
metade destes não estavam à procura de trabalho. Quando observamos a sua educação, 80% dos jovens que
eram NEET tiveram no máximo, uma qualificação de ensino secundário/profissional.
O indicador NEET ou taxa é geralmente associado a jovens que abandonam a escola prematuramente, jovens
desempregados ou desmotivados, tal como aqueles excluídos do mercado de trabalho por diversas razões
(carências familiares, doença ou inadaptados). O relatório da Fundação Europeia de Formação “Young people
not in Employment, Education or Training (NEET) - An overview in ETF countries” publicado em agosto de 2015
claramente ilustra o background dos NEET na seguinte figura:
Nota: Este esquema foi criado pela Fundação Europeia para a Formação para mostrar como o indicador NEET é
extraído.
b) Taxa de NEET na Europa
Em 2014, a proporção de jovens (população entre 18 e 24) da UE-28 que estava fora do sistema de ensino e do
mercado laboral era de 16,3%. Por outras palavras, na EU-28, 1/6 de todos os jovens eram NEET. Uma análise
realizada entre estados membros da UE mostra que a proporção mais elevada de pessoas que nem estava
empregada nem em educação ou formação em 2015 foi identificada em Itália (29%), enquanto a taxa NEET
estava entre os 21% e 27 % na Roménia, Espanha, Bulgária, Chipre, Croácia e Grécia. Por contraste, a proporção
de jovens que nem estavam empregados nem em educação ou formação foi mais baixa na Holanda com 6,6 %,
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enquanto na Dinamarca, Islândia, Luxemburgo, Alemanha, Suécia e Áustria se registou uma taxa NEET abaixo
de 10%.
Como detalhado no seguinte mapa do Eurostat, existiu uma grande variação de taxas NEET em 2014 entre os
membros da EU e três dos países que participam no projeto Learn2Work - Itália, Portugal e Espanha -
continuam com grandes proporções de NEET. É relevante sublinhar que, como será mostrado mais à frente, a
maioria dos trabalhadores da indústria do calçado da Europa concentram-se nestes três países.
Contudo, não nos devemos esquecer que os NEET incluem diferentes subcategorias de jovens, e uma
percentagem relevante do grupo está desempregada como resultado da crise económica e financeira e que
muitos deles têm nível de qualificação superior.
Desemprego jovem, pessoas entre 15 e 24, regiões NUTSII, 2014 (1) %
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Os últimos dados publicados pelo Eurostat em Agosto de 2016 mostram que a proporção de NEET na UE-28
não diminui em 2015. Ao invés disso, chegou a 17% (era de 16,4% em 2014) dos quase 90 milhões de pessoas
com idade entre os 15-29. Estes jovens continuam em situações muito diferentes, no que respeita a padrões de
educação e emprego variando consideravelmente entre Estados Membro e a grupo etário.
O gráfico seguinte revela um aumento significativo no número de NEET entre os 20 e 29 anos de idade,
tratando-se, frequentemente, de pessoas que concluíram o ensino secundário/profissional. É certo que a
educação é a melhor proteção contra o desemprego e exclusão porque a probabilidade de se tornar NEET
diminui à medida que o grau de qualificação aumenta. No entanto, por causa da crise, os países do sul da
Europa e do Mediterrâneo tendem a ter uma larga proporção de NEET formados.
Padrões de Educação e Emprego de Jovens na UE, por grupos de 5 anos, 2015 (%)
c) Compreendendo e apoiando os NEET
O indicador de NEET é apenas útil quando é desagregado em subgrupos (abandono escolar precoce,
desempregados, desmotivados, família a cargo, inativos) que permite compreender os motivos para tal
classificação e consequentemente criar políticas focadas e soluções para abordar a melhor forma da sua
integração na sociedade e na economia. Estes jovens encontram-se em situações muito diferenciadas, com
padrões de educação e emprego que variam consideravelmente entre os estados membros bem como as
próprias idades, como referido anteriormente.
O estudo da Fundação Europeia para Formação, previamente mencionada, sublinha o papel importante que o
Ensino Profissional pode ter na transição de muitos jovens da educação para o mercado de trabalho. De facto,
em muitos países, o ensino secundário tem um contributo pouco significativo no que toca à prevenção destes
jovens evitando que se tornem NEET. Por isso, podemos assumir que existem limitações no alcance e na
qualidade dos programas existentes.
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Dado o facto que as economias de alguns países não são capazes de criar emprego qualificado, as perspetivas
de emprego para jovens com habilitações académicas superiores também são baixas em diversos países. É
provável que estes graduados aceitem empregos que não correspondem às suas competências, estando a
competir por estas posições com pessoas com menos formação. O Ensino Profissional pode ser uma alternativa
credível ao ensino universitário para muitos jovens e pode ainda servir de ajuda para adaptar as competências
dos universitários às necessidades do mercado de trabalho.
Este entendimento é também a principal conclusão de um Relatório “Skills Mismatch 3, Apprenticeship Supply
in the European Union, Youth Engagement and the Labour Market” de 2015, elaborado pelo ThinkYoung e pelo
Martens Centre. O estudo baseou-se nos resultados de um inquérito feito entre setembro e novembro de 2015
respondido por 1.200 jovens adultos, entre 18 e os 32 anos, de 6 países europeus (Áustria, França, Alemanha,
Itália, Espanha e Reino Unido). Metade dos participantes frequentou o Ensino Profissional enquanto a outra
metade não. Os resultados revelaram:
41% considerava que o ensino superior tinha mais prestígio enquanto 21% via o Ensino Profissional
numa perspetiva mais prática;
Estudantes do Ensino Profissional tinham perceções positivas da sua educação com referência quer às
fundações teóricas quer às práticas da sua área (76% e 73% respetivamente).
Da amostra que não frequentou o Ensino Profissional, a presença de uma componente de
aprendizagem em contexto de trabalho no currículo produz uma maior probabilidade de conseguirem
emprego;
O maior impacto da componente da aprendizagem em contexto de trabalho é registado pelos alunos
que concluem cursos de Ensino Profissional no que diz respeito às fundações práticas do seu trabalho,
onde 83,6% afirma que o seu programa providenciou o desenvolvimento destas competências.
Dois anos antes, na reunião do Conselho Europeu em Bruxelas, em 25 e 26 de novembro de 2013, já se tinha
estabelecido uma forma similar de promoção do emprego na Europa, enquanto se discutiam formas de
reforçar a inclusão social de jovens NEET. Nesta relação, concordaram que na área de educação, formação e
aprendizagem não formal, deveriam ser feitos esforços especiais para:
“25. Alargar o acesso a novas oportunidades na educação e apoiar a aquisição e/ou desenvolvimento de
competências que satisfazem as necessidades do mercado de trabalho.
…..
31. Promover a aprendizagem em contexto de trabalho de qualidade, designadamente estágios, como
uma medida eficaz para melhorar transições sustentáveis do ensino/formação para o mercado do
trabalho, especialmente apostando nas competências que são relevantes para o mercado de trabalho, e
melhorar a correspondência de competências, no contexto da Declaração do Conselho para a Aliança
Europeia para a Aprendizagem”
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O Conselho também reiterou a relevância de partilhar as melhores práticas através das ferramentas
apropriadas à sua disposição, incluindo um relatório sumário das boas práticas dos Estados Membros sobre
iniciativas focadas na (re) integração de jovens NEET em sistemas de educação e emprego. Nesta relação, o
Modelo das Escolas de Produção considerado no projeto Learn2Work é claramente uma boa prática que pode
ser utilizada na indústria do calçado para melhorar a empregabilidade dos NEET.
Mais recentemente, um representante do “think-tank” Fundação Britânica do Trabalho (pertencente à
Universidade de Lancaster), num artigo publicado no jornal eletrónico “the guardian”, de 26 de maio de 2016,
também se refere à relevância de aproximar os estudantes ao local de trabalho de forma a melhorar a sua
empregabilidade:
“Uma investigação levada ao cabo pelo Grupo de Trabalho sobre Educação e Empregadores
revela que jovens que tiveram múltiplos encontros com empresas enquanto frequentavam a
escola tem a uma probabilidade mais reduzida de se tornarem NEET e ganham em média
mais 18 do que os seus pares que não o fazem. No entanto, os números da GTI Trendence UK
(a maior pesquisa de estudantes focada no mercado) revelam que mais de um terço (36%) dos
alunos de escolas secundárias nunca saiu da escola para visitar um empregador.”
Categorias de NEET
Como explicado anteriormente, os NEET não são um único grupo homogéneo, mas sim um grupo diversificado
de jovens com diferentes experiências, características e necessidades. Alguns são vulneráveis e outros não. O
termo NEET é um termo amplo que, por exemplo, o Eurofound classifica em cinco categorias no seu relatório
de 2012:
Indisponíveis: considerados indisponíveis, derivado das responsabilidades familiares ou devido a
doença ou incapacidade.
Descomprometidos: não procuram trabalho nem estão a frequentar a escola ou formações, e
não tem outras obrigações que os impeçam de o fazer. Esta categoria inclui trabalhadores
desmotivados e jovens que procuram estilos de vida perigosos e antissociais.
À procura de oportunidades: procuram trabalho ou frequentar algum tipo de formação mas
esperam pela oportunidade certa.
NEET Voluntários: estão construtivamente envolvidos noutras atividades tais como arte, música
ou em autoaprendizagem.
Desempregados convencionais: representam o maior grupo, que pode ser dividido em
desempregados de curta e longa duração. Os desempregados de longa duração podem
corresponder ao abandono escolar precoce e consequentemente, à falta de
competências/conhecimento adequados para qualquer trabalho.
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Em particular, o grupo de longa duração enfrenta dificuldades específicas no mercado de trabalho; uma pessoa
enquadrada como NEET, em idade jovem, tem mais probabilidades de ser confrontada com baixas
remunerações e maiores hipóteses de desemprego ao longo da sua vida futura. As mudanças registadas na
estrutura da economia, as mudanças dos padrões de educação e das competências necessárias para entrar no
mercado de trabalho modificaram as vias para a transição da escola para o mercado de trabalho. Isto põe em
destaque a necessidade real de apoiar o primeiro contacto dos jovens com o mercado de trabalho.
Além disso, se considerarmos as qualificações académicas dos NEET, reparamos que em Portugal, Itália e
especialmente Espanha (+70%), a maior parte dos NEET com idade entre os 15 e os 24 anos tem baixas
qualificações. Já na Grécia mais de 10% têm um grau de Ensino Superior. A taxa de incidência dos NEET com
educação superior aumenta na faixa etária de 25-29 anos. Em Itália, a taxa de incidência deste grupo é o dobro
da média da UE.
No relatório de 2012, “Lost in transition? The changing labour market and young people not in employment,
education or training”, a investigação da Fundação de Trabalho conclui também que cada vez mais os NEET,
encontram inúmeras dificuldades em aceder pela primeira vez ao mercado de trabalho - no Reino Unido mais
de 48% dos inquiridos afirma que não teve um trabalho remunerado desde que saiu da escola. A falta de
experiência é, portanto, um aspeto que afeta grande parte dos NEET. A acrescentar à falta de experiência
laboral, existem ainda outras barreiras relevantes encontradas pelos jovens NEET:
- Mais de 1 em cada 5 NEET afirma ter uma incapacidade. A taxa de emprego destes indivíduos com
incapacidades tende a ser comparativamente baixa.
- Existe também uma penalização ao nível de emprego associada às baixas qualificações; e os NEET são
caracterizados por terem baixas qualificações ou nenhuma qualificação comparativamente ao grupo
mais amplo. Para os NEET que se encontram à procura de emprego, a natureza mutável do mercado
de trabalho tem representado diferentes tipos de competências requeridas pelos empregadores.
Durante a pesquisa, identificamos outros projetos Erasmus+ que abordaram a comunidade NEET em diferentes
cenários e objetivos. Destaca-se, em particular, um questionário aos NEET abordado pelos parceiros do
programa Erasmus+ 2014-2-IT03-KA205-004558, “Enhancing Competences to Meet Young’s NEETs Needs” e
seu blog http://ecmynn.blogspot.be/. Este inquérito, levado a cabo na Grécia, Itália, Polónia, Roménia e
Espanha foi respondido por 1.655 NEET e permitiu aos parceiros entender as dificuldades e as razões
subjacentes à condição NEET. Algumas conclusões relevantes do inquérito para o projeto Learn2Work foram:
A maior parte dos NEET eram desempregados de longa duração; sentiam-se desmotivados e uma
“sensação de abandono” por parte das instituições;
Consideram que o sistema de ensino está totalmente inadequado para a preparação dos jovens para
entrar no mercado de trabalho;
Gostariam de ter projetos personalizados/adaptados que contribuíssem para a sua integração no
mercado de trabalho e gostariam que as atividades de formação fossem reforçadas;
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Imaginam-se mais como trabalhadores por conta de outrem, do que freelancers ou empreendedores:
procuram segurança.
d) NEET no Learn2Work
Tendo em conta os objetivos do projeto Learn2Work, é essencial identificar que subgrupos vulneráveis devem
ser o alvo da formação a ser desenvolvida e decidir quais poderão ser mais recetivos, uma vez que nem todas
as subcategorias estão prontas e dispostas a entrar para um posto de trabalho numa indústria. Outros podem
não ser capazes por causa de incapacidade ou doença para realizar as tarefas necessárias.
Seguindo uma análise das principais categorias de NEET como descritas pelo Eurofound, os parceiros do
projeto consideram que, em princípio, as 5 categorias poderiam ser alvo do novo percurso de formação a ser
desenvolvido. A nova metodologia de aprendizagem poderia contribuir para uma intervenção preventiva no
sentido de evitar o aparecimento de novos NEET, tal como para uma intervenção “reativa” envolvendo os
jovens NEET atuais.
Contudo, no sentido de encontrar uma forma de integração sustentável e positiva dos NEET, o consórcio
concordou em concentrar-se na categoria dos desempregados convencionais, particularmente nos jovens
desempregados de longa duração (superior a um ano), e que tenham completado a escolaridade obrigatória de
acordo com a legislação respetiva de cada país (i.e. em 16 anos). Os NEET que concluíram o ensino superior,
alguns até com alguma experiência profissional, não correspondem ao principal grupo-alvo porque certamente
continuarão a procurar por oportunidades de emprego que correspondam às suas habilitações literárias. No
que respeita aos desempregados por motivo de doença ou incapacidade, poderão participar numa ação de
formação futura se a sua condição física permitir.
Os parceiros também concordaram que o novo plano curricular a ser desenvolvido para o setor do calçado não
seria adequado para NEET descomprometidos, porque estes requerem frequentemente apoio psicológico, que
os formadores do setor do calçado não poderão facultar, uma vez que não estão qualificados para tal.
2.2 A Indústria Europeia do Calçado
De acordo com o World Footwear Yearbook de 2016, uma publicação sobre estatísticas de calçado, elaborado
anualmente pela Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus
Sucedâneos (APICCAPS), a produção mundial de calçado chegou aos 23 mil milhões de pares em 2015, sendo
que a Europa representa aproximadamente 4%, enquanto a Ásia controla 87% da produção mundial.
No mesmo ano, 10 dos 15 maiores exportadores mundiais de calçado eram países europeus, com um preço
médio de exportação do calçado europeu significativamente mais alto que em outras regiões. O valor
corresponde à elevada qualidade do produto, fabricado com materiais e processos inovadores que cumprem
com elevados padrões de segurança e responsabilidade ambiental.
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Em termos de consumo, a Ásia continua a ser o líder com 53% do consumo mundial, que corresponde à sua
parte da população mundial (60%). A Europa mantém o consumo de calçado a um nível maior do que a sua
população com 16% de consumo comparado com 7% da população mundial.
Em 2014, o setor europeu do calçado (incluindo o fabrico de componentes de calçado), classificado sob o
código NACE 152, registou mais de 21.000 empresas. Este número diminui 18,5% entre 2008 e 2010 devido à
deslocalização das fábricas para países com mão-de-obra barata e também devido aos efeitos gerais da
estagnação da economia, porém, desde 2011 encontra-se estabilizado.
Verificou-se também um declínio constante no volume de emprego do sector entre 2008 e 2009 (de mais de
330.000 para aproximadamente 296.000, em 2011). Contudo, o volume de emprego do sector também
estabilizou, desde 2011. De acordo com o Eurostat, em 2014 havia cerca de 295.264 pessoas diretamente
empregadas na indústria do calçado e do fabrico de componentes, algo que é notável apesar dos altos níveis de
desemprego na Europa em particular nos países de Sul. Em termos de trabalhadores do calçado, os 5 países
líderes são:
Estados Membros da UE Empregos diretos no fabrico de calçado (código NACE 152)
Itália 82.189
Roménia 52.591
Portugal 46.140
Espanha 29.493
Polónia 18.643
A Itália é o maior empregador do sector, representando 28% dos trabalhadores europeus, a Roménia emprega
18% (com apenas 4% de volume de negócios), seguido por Portugal, Espanha e Polónia. Estes 5 países juntos
representam mais de 75% dos trabalhadores na indústria europeia de calçado.
A maior parte dos trabalhadores estão dentro da faixa etária 36-55 anos de idade. Existe uma elevada
percentagem de trabalhadores mais velhos em fase de saída do setor (particularmente em França) e uma baixa
percentagem de trabalhadores em fase de entrada.
A distribuição dos postos de trabalho demonstra a predominância de trabalhadores do setor da produção
industrial, que assumem trabalhos que requerem competências técnicas e de produção. As competências
técnicas e do foro industrial são da maior importância para o futuro do setor do calçado, dado que a qualidade
e o valor acrescentado da produção é uma das vantagens da Europa no mercado globalizado.
Em 2014, os 5 maiores países em termos de número de trabalhadores (Itália, Espanha, Portugal, Roménia e
Polónia) representavam cerca de 85% das empresas europeias de calçado e fabrico das suas componentes.
Nestes países, a maior parte das empresas estão concentradas dentro de clusters industriais e regiões
industriais altamente especializadas.
As pequenas e médias empresas (PME) são cerca de 95% do total da indústria. Existem diferenças na
distribuição da dimensão destas PME, em países como a Itália ou a Polónia, que tem uma proporção
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significativa de microempresas e outros como a Roménia, que tem um maior equilíbrio entre todas as
categorias de tamanho, incluindo um número significativo de grandes empresas.
Em 2014, o setor europeu do calçado (incluindo componentes) chegou a um volume de negócios de mais de 27
mil milhões de euros, o maior registo em 6 anos. A indústria europeia foi capaz de recuperar e aumentar o
volume de negócios em 5 mil milhões num período de 5 anos graças ao investimento contínuo em produtos
inovadores e de valor acrescentado bem como na aposta em novos mercados. De facto, as exportações
europeias de calçado para países terceiros aumentaram 46% em quantidade e 72% em valor de 2009 até
2014, o que claramente ilustra a competitividade da indústria europeia.
Este setor permanece forte graças à sua longa tradição e herança cultural no fabrico do calçado, um produto
que será sempre necessário. Entre os 15 exportadores mundiais, 10 países europeus tem a maior receita de
exportações, o que demonstra o controlo de empresas europeias sob a cadeia de fornecimento. De facto, o
setor europeu de calçado possui uma cadeia de distribuição altamente desenvolvida nos territórios de um dos
principais mercados do mundo (Europa representa 46% das importações mundiais em termos de valor). É
esperado que esta cadeia de fornecimento “intraeuropeia” seja reforçada por fatores externos analisados no
ponto seguinte.
A qualidade, o design e o nível dos produtos europeus são apreciados por consumidores de todo o mundo. A
mão-de-obra qualificada aporta valor acrescentado substancial e diferenciação ao produto. De facto, a força de
trabalho representa o ativo mais importante do setor europeu de calçado e nesta relação, a educação e
formação desempenham um papel essencial na manutenção da competitividade da indústria.
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3 Estado da Arte: Investigação Transnacional em Tendências
Setoriais
Esta parte do relatório foi preparada com o apoio de dois estudos, nos quais a Confederação Europeia da
Indústria do Calçado (CEC) participou:
European Footwear Sector: Structure, Social Dialogue and Future (2014) under the European Project
VP/2013/001, Industrial Relations and Social Dialogue, elaborado pela IndustriAll Europe e pela CEC.
“European Sector Skills Council Textile, Clothing Leather and Footwear, Report 2014”, (EU SK TCLF)
elaborado pela Euratex (têxtil, roupa), Cotance (peles), CEC e IndustriAll Europe (sindicatos) com o
apoio das parcerias dos National Skills Observatories.
3.1 Fatores de Mudança
Sendo do conhecimento comum, o funcionamento do comércio mundial de produtos de consumo está a mudar
progressivamente devido a diferentes fatores externos, o que influencia os requisitos das empresas em termos
de competências e profissões. É o caso particular do setor do calçado porque se trata de uma indústria de
trabalho qualificado intensivo. Entre os fatores mais reconhecidos podem ser mencionados:
- Os custos ambientais crescentes;
- Aumento dos custos do trabalho em economias de salários mais baixos;
- Novas tecnologias e internet;
- Novas necessidades do consumidor (assegurar o cumprimento das normas sociais e ambientais ao
longo da cadeia de fornecimento; uma rápida distribuição do produto; personalização).
A Comissão de Empregabilidade e Competências do Reino Unido (UKCES) no seu relatório de 2010,
denominado National Strategic Skills Audit (ver http://www.ukces.org.uk/ourwork/nssa para mais comentários
sobre os fatores), estabelece um conjunto básico de 7 fatores de mudança que afetam a indústria
manufatureira.
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Fonte: National Strategic Skills Audit 2010, UKCES.Traduzido pelos autores.
Os fatores não mudaram desde 2010 e, em vez disso cada um deles adquiriu notoriedade adicional, o que
obrigou a indústria do calçado a ter que se adaptar. No diagrama, falta um fator relevante: o aumento global
do poder dos media e o acesso à informação, que influenciam a decisão do consumidor no que diz respeito ao
cumprimento de normas de segurança das empresas e da responsabilidade social ao longo da cadeia de
abastecimento durante o processo de fabrico dos produtos.
Alguns dos fatores supracitados têm repercussões mais diretas na indústria do calçado que outras, em
particular as competências necessárias dos trabalhadores, que são mais interessantes para o objetivo do
projeto Learn2Work.
Por exemplo, com o aumento da relevância dos Valores e Identidades, é esperado que a indústria europeia de
calçado evolua para se tornar mais europeia e que os valores tradicionais e o “saber-fazer” representem uma
imagem de marca. O desafio é manter o posicionamento da marca europeia no longo prazo, e mais uma vez, as
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competências possuem aqui um papel relevante, particularmente aquelas relacionadas com a “inteligência”
manual.
A força da marca europeia, também referida como o “Renascimento” da indústria europeia, é apoiada pelas
últimas tendências seguidas por estas empresas que optaram pelo outsourcing no continente Asiático há uma
década atrás, para regressar à produção do calçado na Europa. Esta estratégia, denominada de reshoring,
responde a vários fatores:
- Os consumidores em todo o mundo procuram a excelência europeia no calçado: um produto distintivo
fabricado com os mais criteriosos padrões ambientais, de segurança e socialmente responsável. As
empresas precisam e querem maior controlo da sua produção pelo que as suas cadeias de
fornecimento tendem a encurtar;
- Consumidores também apreciam a diferenciação e a personalização, que implica a redução as
quantidades produzidas do mesmo modelo, o que dá lugar à necessidade de aproximar a produção ao
consumidor;
- Aumento do custo da mão-de-obra nos países periféricos, tal como mencionado anteriormente;
- Aumento dos custos de energia e de transporte.
Se as tendências de reshoring se consolidarem, haverá ainda mais oportunidades de emprego no setor.
Contudo, muitos fabricantes de calçado têm dificuldades em encontrar trabalhadores com competências
técnicas específicas e existe uma clara falta de correspondência entre oferta e procura. É expectável que esta
falta de trabalhadores qualificados aumente se nenhuma medida corretiva for adotada, devido a dois grandes
problemas:
Um grande número de trabalhadores qualificados está a envelhecer progressivamente. Estes
trabalhadores têm competências tácitas que adquiriram ao longo de muitos anos, correndo o perigo
de se perderem.
A dificuldade em atrair jovens para substituí-los e assumir novas funções e responsabilidades criadas
pelo reshoring. A depreciação geral do trabalho manual pelas gerações mais novas acrescido do
sentimento de “cidadãos de segunda” quando optam pelo Ensino Profissional aumenta as dificuldades
de atrair novas gerações para o setor. Tal sentimento é particularmente forte nos países do Sul da
Europa, onde os clusters do calçado já estão estabelecidos e onde mais necessita de trabalhadores
técnicos.
O setor tem uma necessidade urgente de mão-de-obra qualificada, em particular, com competências técnicas.
De facto, os postos de trabalho mais necessários no setor do calçado continuam a ser aqueles mais
relacionados com a produção, em particular nas regiões que apostam na qualidade, diferenciação,
personalização e produtos premium. Para que um colaborador consiga ser capaz de produzir um sapato, são
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necessários pelo menos três anos de aprendizagem/formação. Isto porque um sapato é um produto mais
complexo, não só em número e diversidade de componentes e materiais, mas também pela estrutura e
quantidade de processos que implicam o processo de fabrico. O desafio continua a ser: como atrair as gerações
mais novas para as funções de fabrico, e como se pode dar a conhecer a estas gerações que estas profissões
existem.
O projeto Learn2Work é portanto, uma oportunidade perfeita para descobrir e atrair NEET para o setor do
calçado através da utilização de um método inovador de aprendizagem, o “Modelo de Escolas de Produção”,
através do qual podem aprender fazendo e apreciando o que consegue fazer com as suas próprias mãos.
Outra oportunidade para o setor é o fator de “longa expectativa de vida” e por isso surgem duas perspetivas:
- Do ponto de vista do consumidor, representa a abertura de um novo nicho de mercado que abordam
o fabrico de um calçado mais confortável e saudável. Além disso, esta geração mais velha procura
especialmente a qualidade e valor nos produtos que compram, e também são mais preocupados com
a origem dos produtos.
- Do ponto de vista dos trabalhadores, os trabalhadores altamente qualificados e mais experientes
podem transferir o seu conhecimento através da introdução de “programas de mentoria” para apoiar
novos trabalhadores. De facto, estes trabalhadores podem tornar-se formadores dos NEET no
programa de “Escolas de Produção” e transferir-lhes o seu conhecimento e competências. Ao mesmo
tempo, os trabalhadores mais velhos sentir-se-iam mais valorizados e reconhecidos pelas empresas.
As alterações ambientais afetam cada vez mais a nossa comunidade e o nosso planeta. Os governos estão a
adotar progressivamente decisões que estimulam o desenvolvimento de uma economia com baixas emissões
de dióxido de carbono de forma a combater as mudanças climáticas. Estas ações irão progressivamente ter
maior repercussão nas competências que os trabalhadores precisam, tal como nos materiais e químicos que
serão utilizados. Também é esperado que novas soluções sejam encontradas no que toca a reciclagem de
calçado, um dos passos mais complexos no ciclo de vida do calçado devido à diversidade de materiais que eles
incorporam.
Paralelamente ao crescimento do interesse por “produtos verdes”, a assimilação das preocupações de
responsabilidade social corporativa (RSC) começam a mudar os hábitos de muitos consumidores. Os retalhistas
de moda, em particular, estão cada vez mais na dianteira da RSC e das emissões neutras de carbono e estão
dispostos vender os mesmos aos consumidores, ainda que a ritmo lento. Todavia, os retalhistas transferem a
responsabilidade e obrigação ao fabricante que, por vezes, tem dificuldade em identificar a origem dos
materiais que compra, e consequentemente de perceber a relevância do aumento da transparência da cadeia
de fornecimento, encurtando tanto quanto possível.
Com a rápida evolução de novas tecnologias, materiais inovadores e automatização de certos processos,
torna-se claro que o sector do calçado também irá necessitar de profissionais qualificados com as
competências certas para investigação aplicada, o desenvolvimento e a transferência de tecnologia. Contudo,
este tipo de profissões normalmente requer ensino superior e por isso, não é o foco do Learn2Work. Em todo o
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caso, não se deve esperar que existam problemas para preencher tais vagas, uma vez que são mais conhecidas
e mais atrativas entre os jovens.
3.2 Profissões potencialmente sujeitadas ao Modelo de Escolas de Produção
Os fatores mencionados anteriormente mudaram e continuarão a mudar a forma como o setor opera, em
termos de competências necessárias a várias funções dos trabalhadores.
A identificação exata de profissões no setor do calçado, tal como nos setores do têxtil e vestuário e peles foi
realizada nos últimos três anos através da iniciativa European Skills, Competences, Qualifications and
Occupations (ESCO). A ESCO é a classificação multilingual das competências europeias, qualificações e
ocupações e faz parte da estratégia Europa 2020. Esta classificação permite aos empregadores, fornecedores e
outras partes interessadas aceder a uma metodologia que assegura que as competências necessárias dos
trabalhadores estão identificadas e que se podem obter através de formação adaptada aos mesmos. A
classificação ESCO para o calçado foi concluída no início de 2015. O objetivo é que seja revisto periodicamente
de forma a melhorá-lo com novos postos de trabalhos que possam surgir na indústria. Esta classificação foi
utilizada nos questionários realizados às empresas, cuja análise é apresentada no capítulo 4.
O Relatório de 2014 do Conselho Sectorial Europeu das competências sobe o têxtil, a pele e o calçado
menciona a divisão dos postos de trabalho ESCO em grupos mais alargados, apresentado pela lista do “Office
for National Statistics Standard Occupations Classifications”:
1. Gestores: necessitam de responder a inúmeros desafios e mudanças setoriais, desde o fornecimento
de materiais e fornecedores, a técnicas de produção e mudança de características do mercado até ao
entendimento dos novos mercados.
2. Profissionais: estão envolvidas normalmente nos avanços científicos e tecnológicos dentro do setor.
3. Profissionais Associados: estão relacionadas com o design, fornecimentos e investigação tal como
funções de desenvolvimento.
4. Profissionais Qualificados: estes postos de trabalho requerem elevados níveis de competências
adquiridas e redefinidas ao longo de muitos anos para produzir calçado de elevada qualidade, de
acordo com o padrão europeus reconhecido como líder mundial.
5. Operadores de Fábrica e Maquinaria: requerem uma grande quantidade de competências e atenção
aos detalhes para assegurar que os produtos cumprem os requisitos.
6. Trabalhos elementares: apesar de rotineiros, estes trabalhos são essenciais para o calçado seja
apresentado, empacotado e entregue de acordo com os altos padrões exigidos pela indústria.
A classificação acima tem em conta os níveis de educação necessários para cada posto de trabalho.
Considerando que o grupo-alvo do projeto Learn2Work são os NEET, em particular, aqueles que são
desempregados de longa duração, sendo que a maioria destes não tem o ensino superior, os perfis
potencialmente sujeitos a análise segundo o projeto, enquadram-se dentro das últimas três categorias. Estes
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são postos de trabalho que contém competências adquiridas no âmbito do ensino profissional e implicam, um
certo trabalho manual.
3.2.1 Profissionais qualificados
Referem-se essencialmente a postos de trabalho que envolvem a realização de tarefas fisicamente complexas e
que requerem um grau de iniciativa, destreza manual e outras competências práticas. As principais tarefas
destas profissões requerem experiência e entendimento do posto de trabalho, das ferramentas e materiais
utilizados, das características das estruturas, máquinas e outros itens produzidos.
A maior parte dos trabalhos neste grupo requer competências que exigem um período de formação
substancial, frequentemente fornecido através de um programa de aprendizagem em contexto de trabalho.
Alguns exemplos entre a classificação ESCO incluem operador de corte de peles ou artesão.
Artesão de Peles
O operador geralmente trabalha a partir de um padrão desenhado à mão ou no computador para cortar peças
de pele padronizadas. Estas são posteriormente cozidas numa peça integral utilizando técnicas manuais,
máquinas ou colas. Seguidamente são anexadas fivelas e ilhós antes da montagem do sapato e termina com
operações como encerar, tingir ou polir. Um artesão de peles pode especializar-se em uma ou mais partes do
processo de produção. Alguns fabricantes de peles e calçado contratam pessoas para unir todas as peças e é
muito importante dada a sua elevada polivalência em amostras e pequenas produções em série.
3.2.2 Operadores de máquinas e Plantas e operadores de montagem
As principais tarefas destas ocupações requerem o conhecimento e experiência necessária para: operar e
monitorizar linhas de produção e equipamentos; para montagem de calçado a partir de diversas partes de
acordo com regras e procedimentos específicos; para expor as peças já montadas a testes de rotina; e para
operar e apoiar na operação de vários veículos de transporte e outro equipamento móvel. Tais postos não
precisam de uma qualificação específica, mas geralmente precisam de um período de formação em contexto
de trabalho, o que os torna bastante apropriados para aprendizagem no modelo de Escolas de Produção.
Operador de desbaste e consolidação
O operador executa as operações de desbaste e consolidação usando sua habilidade em conjunto com
equipamento normal, ou utilizando equipamentos automáticos programáveis, de acordo com o modelo em
execução e com os materiais utilizados. Em ambos os casos, o operador deve ter uma compreensão do modelo
necessário para assegurar que as exigências são cumpridas. O papel também exige que o operador tome
decisões para garantir que os padrões de qualidade sejam mantidos.
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Operador de acabamento
O operador utiliza o equipamento tradicional para realizar operações de acabamento, a fim de obter o
acabamento exigido para o produto, ser capaz de corrigir defeitos menores ou diferenças encontradas no
produto, para alcançar o aspeto final acordado com o cliente. As competências necessárias para este posto de
trabalho incluem o conhecimento do comportamento dos diferentes materiais, a capacidade de selecionar o
acabamento mais adequado para cada produto e o compromisso para oferecer um produto em conformidade.
3.2.3 Postos trabalho elementares
Os operadores necessitam do conhecimento e da experiência necessários para realizar a maior parte das
tarefas de rotina, que envolvem frequentemente o uso de ferramentas manuais simples e, em alguns casos,
necessitam de um certo grau de esforço físico. Normalmente, não são necessárias qualificações escolares
específicas, mas o trabalhador tem geralmente associado algum tempo de formação em contexto de trabalho.
O trabalhador de armazém poderá ser um exemplo de um posto de trabalho considerado elementar.
3.3 Postos emergentes
A procura de competências está a dar lugar a novas profissões. Tais profissões resultam em novas taxonomias,
novos requisitos ao nível das formações e novas competências requeridas para o setor do calçado na Europa. A
maioria dos postos de trabalho emergentes está relacionada com avanços tecnológicos, incluindo o impacto da
internet no modo de vida e nos canais de venda dos produtos dentro do setor.
Estes podem incluir:
Ao nível da gestão - gestor de e-commerce, gestor de Marketing e gestor de Redes Sociais.
Considerando que os cargos operacionais, que são o alvo do projeto Learn2Work, podem-se mencionar:
Operador de processos de colagem e preparação de novas superfícies - a necessidade de reduzir /
eliminar o uso de solventes leva à utilização de novos processos na preparação de superfícies a serem
coladas e a própria colagem, nomeadamente a alta frequência (soldadura de alta frequência).
Operador do sistema de corte automático - envia ficheiros do computador para a máquina de corte,
coloca o material a ser cortado e realiza padrões de alinhamento a menos que a máquina o faça
automaticamente. O corte automático, com as suas vantagens em termos de flexibilidade e rápida
resposta, é uma tecnologia cada vez mais importante na adaptação das empresas à diversidade de
modelos e a pequenas séries exigidas pelos consumidores.
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4 Avaliação de carreiras necessárias na Indústria do Calçado
Nesta parte do estudo, o objetivo foi, em primeiro lugar, aprender diretamente das empresas, como os seus
recursos humanos afetos ao fabrico industrial foram estruturados e quais as necessidades e lacunas
identificadas.
4.1 Metodologia de Investigação
Foi desenvolvido um questionário para empresas de calçado sobre as necessidades em termos de mão-de-
obra/ carreiras, de forma a recolher informação sobre o perfil da indústria, as características dos trabalhadores
da produção e as suas necessidades operacionais atuais e futuras. Foi produzido em Inglês e traduzido para
italiano, português e espanhol para que os parceiros do projeto pudessem utilizar a versão específica nos seus
países.
Este questionário foi respondido por 88 empresas de 6 países europeus:
• Portugal: 30
• Espanha: 27
• Itália: 27
• Grécia: 2
• Roménia: 1
• Suécia: 1
Destas empresas, 26 empresas espanholas foram identificadas e inquiridas pelo Instituto Tecnológico do
Calçado Espanhol (INESCOP), 25 empresas italianas foram identificadas e inquiridas pela Escola ARSUTORIA, 30
empresas portuguesas foram selecionadas e inquiridas pelo Centro Tecnológico do Calçado de Portugal e as
restantes 7 empresas (2 da Grécia, 2 de Itália, 1 da Roménia, 1 de Espanha,1 da Suécia) foram identificadas e
entrevistadas pela Confederação Europeia da Indústria do Calçado (CEC).
Os parceiros foram responsáveis por identificar e recolher as respostas das empresas nos países respetivos,
nomeadamente Portugal, Espanha, e Itália. As suas abordagens concretas destinavam-se a maximizar a sua
utilidade e relevância dos dados recolhidos.
Em diversos países europeus, tais como Itália, Espanha e Alemanha, a educação e a formação é gerida a nível
regional. Neste sentido, o parceiro ARSUTORIA, responsável pela recolha dos questionários em Itália,
concentrou-se na região de Lombardia, que é caracterizada por ter empresas no setor da produção de calçado
de elevada qualidade e com elevado nível de acabamento. Uma vez que o parceiro se localiza nesta região e
tem acesso privilegiado a mais de 50% das empresas lá instaladas, esta proximidade foi importante na medida
em que lhes possibilitou um acompanhamento mais de perto na hora de responder aos formulários,
garantindo desta forma informação mais precisa e fidedigna. As empresas da região de Lombardia foram
identificadas através da Câmara do Comércio Italiana, e a seleção final centrou-se nas áreas de Vigevano e
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Parabiago, que têm uma forte prevalência de empresas dedicadas à produção de sapatos de elevada
qualidade, onde as competências dos trabalhadores são particularmente relevantes. A ARSUTORIA chegou a
também a outras empresas através de contactos diretos.
As empresas foram selecionadas segundos os seguintes critérios:
1. Fabrico na região de Lombardia;
2. Exclusão de empresas focadas em apenas uma fase da produção (exemplo: costura);
3. Prioridade baseada na dimensão da empresa.
A ARSUTORIA contactou 50 empresas através de email direto e chamadas telefónicas com o apoio da
Confindustria PAVIA (Confederação Geral da Indústria de Pavia), mas nem todos aceitaram participar no
inquérito. Paralelemente, a ARSUTORIA fez visita a 15 empresas. No total obtiveram resposta a 25
questionários.
O Centro Tecnológico do Calçado de Portugal (CTCP) escolheu uma amostra de empresas que ilustra a
composição da indústria portuguesa representada maioritariamente por empresas de Felgueiras, Guimarães e
Vizela, seguido por São João da Madeira/Oliveira de Azeméis/Santa Maria de Feira e ainda de outras
localizações. As pessoas que responderam ao questionário eram principalmente administradores, seguido por
outros perfis, tais como financeiros, qualidade e pelo departamento de Recursos Humanos.
O Instituto Tecnológico do Calçado Espanhol (INESCOP), responsável por recolher questionários de empresas
espanholas, adotou uma abordagem diferente. Selecionaram empresas de diferentes províncias espanholas de
forma a obter uma visão global das necessidades das empresas de toda a Espanha, nomeadamente:
• La Rioja: 2
• Zaragoza: 1
• Toledo: 1
• Ilhas Baleares: 3
• Albacete: 4
• Alicante: 14
• Huelva: 1
A Confederação Europeia da Indústria do Calçado (CEC) contactou 40 empresas em diferentes estados
membros com os quais tinham uma maior proximidade, mas apenas 9 decidiram colaborar no inquérito.
Deve ser mencionado que as empresas de calçado, principalmente as PME, são geralmente relutantes em
fornecer informação sobre a sua estratégia e operações, e apenas quando existe uma relação próxima entre o
entrevistador e a empresa é que a mesma partilha este tipo de informação.
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4.2 O Inquérito
O inquérito recolheu informação sobre as boas práticas das empresas e as suas necessidades em termos de
recursos humanos e respetivos departamentos bem como os tópicos que necessitam de maior foco para
melhorar o desempenho da empresa.
As questões no inquérito foram divididas em três secções:
1. Secção A: Perfil da Empresa
2. Secção B: Gestão dos Trabalhadores
3. Secção C: Necessidades de Formação
A Secção A do inquérito forneceu informação sobre a dimensão da empresa, a produção, o tipo de calçado
produzido, o público-alvo, o preço médio de produção/fábrica e sobre as instalações de produção, de forma a
obter o perfil de cada empresa e ver como estas características se relacionam com as necessidades de
formação e competências dos trabalhadores.
A Secção B focou-se na disponibilidade e na necessidade de encontrar trabalhadores qualificados para cada
tipo de profissão. Esta secção também recolheu informação sobre a resposta das empresas à falta de
trabalhadores qualificados; se as empresa tiveram algum programa de estágio/formação em 2015; e sobre se
as empresa estariam interessadas em recrutar jovens que tenham finalizado o ensino profissional. Estas
questões específicas procuraram identificar as profissões, que necessitam de maior atenção e formação, e que
são mais procuradas, tal como avaliar o interesse das empresas em recrutar pessoas com formação
especializada.
O propósito da Secção C foi ter uma perspetiva do nível de formação e educação dos atuais trabalhadores nas
empresas e reunir informação sobre os departamentos que beneficiaram de investimentos em formação e
aqueles que poderiam beneficiar de tais investimentos. Finalmente, nesta secção também foi solicitado aos
inquiridos para selecionar um ou múltiplos tópicos de formação, dos quais a empresa poderia beneficiar. Estas
questões foram desenhadas de forma a permitir a identificação dos tópicos prioritários que serviriam para
identificar os perfis mais necessários. Consequentemente, com esta informação os parceiros poderão
desenhar, de forma mais fundamentada, o curso de formação e sugerir o conjunto das competências e
conhecimento necessários.
4.3 Recolha de Dados
A informação que se segue apresenta os dados agregados de todas as empresas analisadas e entrevistadas e
analisa a informação de forma a orientar o processo de desenvolvimento do curso de formação adaptado às
necessidades da indústria.
Os resultados destes inquéritos são apresentados e analisados globalmente e por nacionalidade:
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1. A análise global fornece um sumário das práticas gerais e necessidades das 88 empresas entrevistadas
(isto é. portuguesas, italianas, espanholas, gregas, romenas e suecas). Independentemente da sua
nacionalidade. Gráficos relacionados com a totalidade das empresas entrevistadas estão a vermelho.
2. A segunda análise foca-se nos resultados das empresas por nacionalidade, e é composto pelas
respostas obtidas de empresas italianas, portuguesas e espanholas, devido ao número mais
substancial de respostas (84 de 88 empresas). Dado que apenas existem quatro inquéritos de outros
países da UE, nomeadamente Suécia, Roménia e Grécia, não feita análise individual destes países. Os
gráficos relacionados com os três países analisados individualmente estão a azul.
4.3.1 SECÇÃO A DO INQUÉRITO: PERFIL DA EMPRESA
1. Número de trabalhadores em 2015
Respostas: 88/88
37 empresas num total de 88 empresas inquiridas tem entre 16 e 50 trabalhadores;
23 empresas têm entre 51 e 100 trabalhadores; e
19 têm entre 101 e 250 trabalhadores
as restantes 9 empresas tinham menos de 15 ou mais 250 empregados
Empresas italianas
Respostas: 27/27
0 5 10 15 20 25 30 35 40
> 15
16-50 trabalhadores
51-100 trabalhadores
101-250 trabalhadores
> 250 trabalhadores
Dimensão da Empresa
0 2 4 6 8 10 12
> 15
16-50 trabalhadores
51-100 trabalhadores
101-250 trabalhadores
> 250 trabalhadores
Dimensão da Empresa
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Empresas Portuguesas
A maior parte das empresas inquiridas caracterizam-se por ser médias empresas, contrariamente à indústria de
calçado português que é composta sobretudo por pequenas empresas.
Respostas: 30/30
Empresas espanholas
Respostas: 27/27
1.1 Percentagem de colaboradores em departamentos de produção em 2015
Respostas: 70/88
0 2 4 6 8 10 12 14 16
> 15
16-50 trabalhadores
51-100 trabalhadores
101-250 trabalhadores
> 250 trabalhadores
Dimensão da Empresa
0 5 10 15 20 25 30 35 40
>90%
80-90%
70-79%
<70%
Não responderam
Percentagem de colaboradores em departamentos de produção
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
> 15
16-50 trabalhadores
51-100 trabalhadores
101-250 trabalhadores
> 250 trabalhadores
Tamanho da Empresa
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Foi solicitado às empresas que indicassem a percentagem dos funcionários a trabalhar nos departamentos de
produção. A percentagem média de trabalhadores a trabalhar em departamentos de produção entre as 70
empresas que responderam é de 78,2%.
Empresas Italianas
Respostas: 14/27
Empresas portuguesas
Respostas: 27/30
A maior parte dos trabalhadores do calçado trabalham diretamente em lojas, como a amostra demonstra.
Empresas que têm mais de 30% de trabalhadores indiretos pertencem sobretudo ao subsetor do comércio.
Empresas Espanholas
Respostas: 26/27
0 2 4 6 8 10 12 14
>90%
80-90%
70-79%
<70%
Não responderam
Percentagem de colaboradores em departamentos de produção
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
>90%
80-90%
70-79%
<70%
Não responderam
Percentagem de colaboradores em departamentos de produção
0 2 4 6 8 10 12 14 16
>90%
80-90%
70-79%
<70%
Não responderam
Percentagem de colaboradores em departamentos de produção
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Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.
2. Pares de sapatos produzidos em 2015
Respostas: 88/88
Foi solicitado às empresas que indicassem quantos pares de sapatos produziram em 2015
Empresas italianas
Respostas: 27/27
Empresas portuguesas
Respostas: 30/30
0 5 10 15 20 25 30 35
< 150
150-500
501-750
751-1000
1001-1500
> 1500
Produção em 2015 (pares produzidos por dia)
0 2 4 6 8 10 12
< 150
150-500
501-750
751-1000
1001-1500
> 1500
Produção em 2015 (pares produzidos por dia)
0 5 10 15 20 25 30 35
< 150
150-500
501-750
751-1000
1001-1500
> 1500
Produção em 2015 (Pares por dia)
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Empresas espanholas
Respostas: 27/27
3. Tipos de sapatos produzidos em 2015
Respostas: 88/88
Os três principais tipos de sapatos produzidos em 2015 pelas empresas analisadas foram, em primeiro lugar, o
calçado casual (47 de 88 empresas), seguido de calçado de luxo (35 em 88) e calçado de conforto (17 em 88).
Os outros tipos de calçado produzidos, por ordem decrescente, foram: calçado desportivo (11 em 88), pantufas
(6 em 88), sapatos de segurança e ocupacionais (5 em 88), e em último lugar, calçado de outdoor e caminhada
(1 em 88).
0 10 20 30 40 50
Calçado de Luxo
Calçado casual
Calçado de Conforto
Calçado desportivo
Calçado de trabalho e segurança
Calçado de Outdoor e Caminhada
Pantufas
Tipos de calçado produzido
0 2 4 6 8 10 12
< 150
150-500
501-750
751-1000
1001-1500
> 1500
Produção em 2015 (pares produzidos por dia)
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Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.
Empresas italianas
Respostas: 27/27
Duas empresas também referiram ter produzido sandálias.
Empresas Portuguesas
Respostas: 30/30
A indústria Portuguesa do calçado especializa-se em calçado casual e de luxo; o calçado de “Conforto”, em
Portugal, é entendido como uma característica dos sapatos e não tanto como um tipo de calçado (exceto para
as empresas que, propriamente, produzem calçado de conforto ou ortopédico). O mesmo acontece com o
calçado desportivo, que pode utilizar-se para outros fins que não os desportivos, pelo que também se pode
enquadrar no tipo de “calçado casual”. Uma percentagem pequena produz calçado ortopédico ou
personalizado e sandálias.
Algumas empresas referiram ter produzido sandálias e galochas.
0 5 10 15 20 25
Calçado de Luxo
Calçado casual
Calçado de Conforto
Calçado desportivo
Calçado de trabalho e segurança
Calçado de Outdoor e Caminhada
Pantufas
Tipos de calçado produzido
0 5 10 15 20 25 30
Calçado de Luxo
Calçado casual
Calçado de Conforto
Calçado desportivo
Calçado de trabalho e segurança
Calçado de Outdoor e…
Pantufas
Tipos de calçado produzidos
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Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.
Empresas espanholas
Respostas: 27/27
Cinco empresas referiram também ter produzido “sapatos de fato”.
4. Público-Alvo
Respostas: 88/88
As mulheres são o principal público-alvo das empresas inquiridas. 69 empresas (em 88) produziram calçado
para mulher; 44 empresas produziram calçado para homem e 20 empresas produziram calçado para criança.
De referir que a mesma empresa pode ter ou produzir para mais do que um público-alvo.
Empresas italianas
Respostas: 27/27
0 2 4 6 8 10 12 14
Calçado de Luxo
Calçado casual
Calçado de Conforto
Calçado desportivo
Calçado de trabalho e segurança
Calçado de Outdoor e Caminhada
Pantufas
Outros
Tipos de calçado produzido
0 10 20 30 40 50 60
Mulher
Homem
Criança
Público-alvo
0 5 10 15 20 25
Mulher
Homem
Criança
Público-alvo
Página 34 de 63
Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.
Empresas Portuguesas
Respostas: 30/30
Empresas Espanholas
Respostas: 27/27
5. Preço de fábrica por par
Respostas: 88/88
Foi solicitado às empresas que identificassem o nível de preços dos seus sapatos. A maior parte das empresas
produzem sapatos com um preço que varia entre 10 e 50 euros (48 de 88), seguido por 21 empresas que
produzem calçado acima dos 100 euros e 19 empresas praticam um preço entre 50 e 100 euros.
0 5 10 15 20 25 30
Mulher
Homem
Criança
Público-alvo
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Mulher
Homem
Criança
Público-alvo
0 10 20 30 40 50 60
Menos que 10 €
Entre 10-50 €
Entre 50 - 100 €
Mais que 100 €
Não sabem/Não respondem
Preço de Fábrica por Par
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Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.
Empresas italianas
Respostas: 27/27
Empresas portuguesas
Respostas: 30/30
Empresas espanholas
Respostas: 27/27
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Menos que 10 €
Entre 10-50 €
Entre 50 - 100 €
Mais que 100 €
Não sabem/Não respondem
Preço de Fábrica por Par
0 5 10 15 20 25 30
Menos que 10 €
Entre 10-50 €
Entre 50 - 100 €
Mais que 100 €
Não sabem/Não respondem
Preço de Fábrica por Par
0 5 10 15 20 25
Menos que 10 €
Entre 10-50 €
Entre 50 - 100 €
Mais que 100 €
Não sabem/Não respondem
Preço de Fábrica por Par
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Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.
6. Local de Produção
Respostas: 87/88
Foi questionado às empresas se todos os seus locais de produção se localizavam no mesmo país. Das 87
empresas que responderam a esta questão, 78 afirmaram produzir o seu calçado no país no qual estão
sediados.
Das empresas que identificaram pelo menos um local de produção situado num país fora da Europa (país
terceiro) foi solicitado que fornecessem uma ou mais razões que justificassem esta opção. A principal razão
dada para produzir fora da Europa foi “os menores custos de produção”, referida por 9 em 10 empresas. Uma
das empresas justificou a sua opção pela existência de “trabalhadores mais adequados”, mas não indicou quais
as competências que estavam em falta no seu país. Duas razões adicionais fornecidas para justificar a produção
no estrangeiro foram: a disponibilidade de matérias-primas; e, a consequente possibilidade de aumentar a
capacidade e quantidade produzida. As partes de produção que mais se deslocalizam para o estrangeiro foram
o corte, entre 20% e 100%, e a costura.
Empresas italianas
Respostas: 26/27
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Sim
Não
Produção no mesmo país
0 5 10 15 20 25 30
Sim
Não
Produção no mesmo país
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Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.
Empresas portuguesas
Respostas: 30/30
85% das empresas responderam que fabricavam em Portugal, o que representa a tendência normal das
empresas portuguesas de calçado. A pequena percentagem que menciona o recurso à produção em países
terceiros justifica-o com a existência de custos menores de produção como principal motivo. Uma das
empresas justificou esta opção com a necessidade de aumentar a capacidade de resposta através de um maior
nível de produção, de forma a responder à procura/encomendas. Todas as empresas que produziam no
estrangeiro, deslocalizaram a produção das gáspeas (parte superior dianteira do calçado).
5.1. Razões para produzir em países terceiros
Respostas: 5/30
0 5 10 15 20 25 30
Sim
Não
Produção no mesmo país
0 1 2 3 4 5
Outros
Mão de Obra qualificada maisadequada
Maior proximidade do consumidor final
Custos de produção mais baixos
Razões para produzir países terceiros
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Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.
Empresas espanholas
Respostas: 27/27
Respostas: 3/27
4.3.2 SECÇÃO B DO INQUÉRITO: GESTÃO DE PESSOAL
7. A empresa sentiu a falta de trabalhadores qualificados (nos últimos 5 anos)?
Respostas: 88/88
A maioria das empresas inquiridas (52 de 88) reconheceu ter sentido escassez de trabalhadores qualificados;
enquanto uma minoria (36 em 88) respondeu que “não”.
0 5 10 15 20 25
Sim
Não
Produção no mesmo país
0 1 2 3
Outros
Mão de Obra qualificada mais adequada
Maior proximidade do consumidor final
Custos de produção mais baixos
Motivos para a subcontratação
0 10 20 30 40 50 60
Sim
Não
Falta de Trabalhadores Qualificados
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Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.
A desagregação destes resultados por país foi a seguinte:
Itália : 23 empresas num total de 27, responderam “Sim”.
Portugal: 22 empresas num total de 30, responderam “Sim”.
Espanha: 4 empresas num total de 27, responderam “Sim”.
7.1 Os principais postos de trabalho com falta de trabalhadores qualificados
Respostas: 52/52
As empresas que que afirmaram ter sentido falta de trabalhadores qualificados foram desafiadas a identificar
os postos de trabalho cuja carência de trabalhadores qualificados foi maior. Os postos de trabalho onde a
carência foi maior são listados, por ordem decrescente:
• Operador de máquinas de montar (26 de 52 empresas)
• Operador de costura (25 de 52)
• Operador de acabamento e de embalagem (15 de 52)
• Operador de corte mecânico (13 de 52)
• Operador de pré-montagem (13 de 52)
• Operador de corte manual de pele (11 de 52)
• Outro (11 de 52)
• Operador de montagem manual (10 de 52)
• Operador de sistema de corte automático (10 de 52)
• Operador cardagem e colagem (9 de 52)
• Operador de costura manual (5 de 52)
• Operador solas e saltos (4 de 52)
• Operador de máquina de pré-costura (2 de 52)
• Operador de corte de solas (1 de 52)
0 5 10 15 20 25 30
Operador de corte mecânicoOperador de corte manual de pele
Operador de corte para solasOperador do sistema de corte automático
Operador de máquina de pré-costuraOperador de costura
Operador de costura manualOperador de solas e saltos
Operador de pré-montagemOperador de máquinas de montar
Operador de montagem manualOperador de cardagem e colagem
Operador de acabamento e de embalagemOutros
Postos de Trabalho com carência de trabalhadores qualificados
Página 40 de 63
Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.
Foi pedido às empresas que indicassem que ações foram desenvolvidas de forma a responder à falta de
trabalhadores qualificados para estes postos de trabalho. Alguns destas ações descritas incluem:
• Formação interna
• Reorganização do departamento de marketing
• Subcontratação
• Contactar outras empresas
• Motivar pessoas que estão dispostas a aprender
• Publicidade
• Recrutar de trabalhadores que trabalhavam noutras empresas
Empresas italianas
Respostas: 23/23
Empresas Portuguesas
Respostas: 22/22
0 2 4 6 8 10 12 14
Operador de corte mecânicoOperador de corte manual de pele
Operador de corte para solasOperador do sistema de corte automático
Operador de máquina de pré-costuraOperador de custura
Operador de costura manualOperador de solas e saltos
Operador de pré-montagemOperador de máquinas de montar
Operador de montagem manualOperador de cardagem e colagem
Operador de acabamento e de embalagemOutros
Postos de Trabalho com carência de trabalhadores qualificados
0 2 4 6 8 10 12 14 16
Operador de corte mecânicoOperador de corte manual de pele
Operador de corte para solasOperador do sistema de corte automático
Operador de máquina de pré-costuraOperador de custura
Operador de costura manualOperador de solas e saltos
Operador de pré-montagemOperador de máquinas de montar
Operador de montagem manualOperador de cardagem e colagem
Operador de acabamento e de embalagemOutros
Postos de Trabalho com carência de trabalhadores qualificados
Página 41 de 63
Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.
Empresas espanholas:
Respostas: 4/4
8. Intenção em recrutar um novo colaborador no departamento de produção (nos próximos 5 anos)
Respostas: 83/88
Foi solicitado às empresas que indicassem se tencionavam recrutar um novo trabalhador para o departamento
de produção nos próximos 5 anos. 57 em 83 empresas responderam “sim”, e 26 em 83 empresas responderam
que “não”.
As empresas com intenção de recrutar, disseram que o fariam para reforçar os seguintes departamentos, por
ordem decrescente:
• Operador de costura (24 de 57 empresas)
• Operador de máquina de montagem (18 de 57)
• Operador de acabamento e de embalagem (18 de 57)
• Operador de corte mecânico (10 de 57)
• Operador do Sistema de corte automático (9 de 57)
• Outro (8 de 57)
• Operador de pré-montagem (7 de 57)
• Operador de corte de pele manual (5 de 57)
• Operador de montagem manual (5 de 57)
0 1 2 3
Operador de corte mecânicoOperador de corte manual de pele
Operador de corte para solasOperador do sistema de corte automático
Operador de máquina de pré-costuraOperador de custura
Operador de costura manualOperador de solas e saltos
Operador de pré-montagemOperador de máquinas de montar
Operador de montagem manualOperador de cardagem e colagem
Operador de acabamento e de embalagemOutros
Postos de Trabalho com carência de trabalhadores qualificados
0 10 20 30 40 50 60
Sim
Não
Intenção em recrutar um novo trabalhador
Página 42 de 63
Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.
• Operador de cardagem e colagem (5 de 57)
• Operador de máquina pré costura (4 de 57)
• Operador de costura manual (3 de 57)
• Operador de corte de solas (0 de 57)
• Operador de solas e saltos (0 de 57)
Empresas italianas
Respostas: 23/27
0 5 10 15 20 25
Operador de corte mecânico
Operador de corte manual de pele
Operador de corte para solas
Operador do sistema de corte automático
Operador de máquina de pré-costura
Operador de custura
Operador de costura manual
Operador de solas e saltos
Operador de pré-montagem
Operador de máquinas de montar
Operador de montagem manual
Operador de cardagem e colagem
Operador de acabamento e de…
Outros
Postos de Trabalho - Recrutamento nos próximos 5 anos
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Sim
Não
Intenção de recrutar um novo trabalhador
Página 43 de 63
Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.
Empresas portuguesas
Respostas: 30/30
0 5 10 15 20
Operador de corte mecânicoOperador de corte manual de pele
Operador de corte para solasOperador do sistema de corte automático
Operador de máquina de pré-costuraOperador de custura
Operador de costura manualOperador de solas e saltos
Operador de pré-montagemOperador de máquinas de montar
Operador de montagem manualOperador de cardagem e colagem
Operador de acabamento e de embalagemOutros
Postos de Trabalho - Recrutamento nos Próximos 5 anos
0 5 10 15 20 25 30
Sim
Não
Intenção de recrutar um novo trabalhador
0 5 10 15 20
Operador de corte mecânicoOperador de corte manual de pele
Operador de corte para solasOperador do sistema de corte automático
Operador de máquina de pré-costuraOperador de custura
Operador de costura manualOperador de solas e saltos
Operador de pré-montagemOperador de máquinas de montar
Operador de montagem manualOperador de cardagem e colagem
Operador de acabamento e de embalagemOutros
Postos de Trabalho - Recrutamento nos Próximos 5 anos
Página 44 de 63
Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.
Empresas espanholas
Respostas: 26/27
8.2. Dificuldade em recrutar trabalhadores com as competências adequadas
Respostas: 75/88
As empresas foram questionadas se consideraram difícil recrutar trabalhadores com as competências
adequadas; 46 empresas num total de 88 responderam “sim”, enquanto 29 de 88 responderam “não”.
0 2 4 6 8 10 12 14 16
Sim
Não
0 1 2 3 4 5 6
Operador de corte mecânico
Operador de corte manual de pele
Operador de corte para solas
Operador do sistema de corte automático
Operador de máquina de pré-costura
Operador de custura
Operador de costura manual
Operador de solas e saltos
Operador de pré-montagem
Operador de máquinas de montar
Operador de montagem manual
Operador de cardagem e colagem
Operador de acabamento e de embalagem
Outros
Postos de Trabalho - Recrutamento nos próximos 5 anos
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
Sim
Não
Dificuldade em recrutar trabalhadores com as competências adequadas
Página 45 de 63
Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.
Empresas italianas
Respostas: 19/27
Empresas portuguesas
Respostas: 27/30
Empresas espanholas
Respostas: 25/27
0 5 10 15 20 25
Sim
Não
Dificuldade em recrutar trabalhadores com as competências adequadas
0 5 10 15 20 25
Sim
Não
Dificuldade em recrutar trabalhadores com as competências adequadas
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18
Sim
Não
Dificuldade em recrutar trabalhadores com as competências adequadas
Página 46 de 63
Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.
8.3. Se SIM, quais são os postos de trabalho para os quais foi mais difícil encontrar trabalhadores
qualificados?
Foi pedido às empresas que consideraram ser difícil recrutar trabalhadores com as competências adequadas
para identificar os postos de trabalho que mais sofreram com este problema. Estes postos de trabalho estão
listados, por ordem decrescente:
• Operador de costura (19 de 46)
• Operador de máquina de montagem (19 de 46)
• Operador de acabamento e montagem (11 de 46)
• Operador de pré-montagem (9 de 46)
• Operador de corte mecânico (8 de 46)
• Operador de montagem manual (7 de 46)
• Operador de corte de peles manual (5 de 46)
• Operador do Sistema de corte automático (5 de 46)
• Operador de costura manual (4 de 46)
• Outro (4 de 46)
• Operador de solas e saltos (3 de 46)
• Operador de cardagem e colagem (3 de 46)
• Operador de máquina de pré-costura (2 de 46)
• Operador de corte de solas (1 de 46)
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Operador de corte mecânicoOperador de corte manual de pele
Operador de corte para solasOperador do sistema de corte automático
Operador de máquina de pré-costuraOperador de custura
Operador de costura manualOperador de solas e saltos
Operador de pré-montagemOperador de máquinas de montar
Operador de montagem manualOperador de cardagem e colagem
Operador de acabamento e de embalagemOutros
Postos de trabalho para os quais as empresas sentem maiores dificuldade em contratar trabalhadores com as qualificações adequadas
Página 47 de 63
Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.
Empresas italianas
Respostas: 14/17
Empresas portuguesas
Respostas: 21/21
0 1 2 3 4 5 6
Operador de corte mecânicoOperador de corte manual de pele
Operador de corte para solasOperador do sistema de corte automático
Operador de máquina de pré-costuraOperador de custura
Operador de costura manualOperador de solas e saltos
Operador de pré-montagemOperador de máquinas de montar
Operador de montagem manualOperador de cardagem e colagem
Operador de acabamento e de embalagemOutros
Postos de trabalho para os quais as empresas sentem maiores dificuldade em contratar trabalhadores com as qualificações adequadas
0 5 10 15 20
Operador corte mecânicoOperador corte manual de pele
Operador corte para solasOperador do sistema de corte automático
Operador de máquina de pré-costuraOperador de costura
Operador de costura manualOperador de solas e saltos
Operador de pré-montagemOperador de máquinas de montar
Operador de montagem manualOperador de cardagem e colagem
Operador de acabamento e de embalagemOutros
Profissões onde as empresas sentem maiores dificuldade em contratar trabalhadores qualificados
Página 48 de 63
Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.
Empresas espanholas
Respostas: 4/4
9. Em 2015, teve algum programa de formação/estágio?
Respostas: 87/88
42 empresas num total de 88 tiveram um programa de estágio ou de formação em 2015; 45 empresas
responderam que “não” e uma das empresas não respondeu.
0 1 2 3
Operador corte mecânicoOperador corte manual de pele
Operador corte para solasOperador do sistema de corte automático
Operador de máquina de pré-costuraOperador de costura
Operador de costura manualOperador de solas e saltos
Operador de pré-montagemOperador de máquinas de montar
Operador de montagem manualOperador de cardagem e colagem
Operador de acabamento e de embalagemOutros
Profissões onde as empresas sentem maiores dificuldade em contratar trabalhadores qualificados
40 41 42 43 44 45
Sim
Não
A sua empresa teve algum programa de estágio/formação?
Página 49 de 63
Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.
Empresas italianas
Respostas: 27/27
Empresas portuguesas
Respostas: 29/30
Empresas espanholas
Respostas: 27/27
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18
Sim
Não
A sua empresa teve algum programa de estágio/formação?
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Sim
Não
A sua empresa teve algum programa de estágio/formação?
0 5 10 15 20 25
Sim
Não
A sua empresa teve algum programa de estágio/formação?
Página 50 de 63
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10. Está interessado em contratar uma pessoa que terminou um curso de formação/ensino profissional?
Finalmente, 49 em 88 afirmaram estar interessadas em contratar uma pessoa, que tivesse concluído um curso
de formação/ensino profissional; 17 empresas responderam que “não”; 20 não sabiam ou não queriam
responder; e 2 empresas não responderam à pergunta.
Respostas: 86/88
Empresas italianas
Respostas: 27/27
Empresas portuguesas
Respostas: 29/30
0 10 20 30 40 50 60
Sim
Não
Não sabe
Está interessado em contratar alguém que tenha concluído um curso de formação profissional?
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18
Sim
Não
Não sabe
Está interessado em contratar alguém que tenha concluído um curso de formação profissional?
0 5 10 15 20 25
Sim
Não
Não sabe
Está interessado em contratar alguém que tenha concluído um curso de formação profissional?
Página 51 de 63
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Empresas espanholas
Respostas: 26/27
4.3.3 SECÇÃO C DO INQUÉRITO: NECESSIDADES DE FORMAÇÃO
11. Nível de educação/formação de funcionários nos departamentos de produção
Respostas: 60/88
Foi solicitado a cada empresa que indicasse que percentagem dos seus trabalhadores, do departamento de
produção, atingiu determinado nível de qualificação em 2015. 28 empresas preferiram não responder. As
respostas das empresas encontram-se no gráfico seguinte:
• Formação em contexto de trabalho: 22,7%
• Escola básica (9º ano): 62,2%
• Escola secundária (12º ano): 15,5%
• 12º ano com curso profissional: 4,7%
• 12º ano com curso de especialização: 1,5%
• Ensino superior: bacharelato, Licenciatura, Engenheiro, etc.: 0,3%
• Mestrado e/ou Doutoramento (níveis 7 e 8): 0,4%
0 2 4 6 8 10 12 14 16
Sim
Não
Não sabe
Está interessado em contratar alguém que tenha concluído um curso de formação profissional?
0 10 20 30 40 50 60 70
Formação em contexto de trabalho
Ensino básico (9º ano)
Ensino secundário (12º ano)
12º ano com curso profissional
12º ano com curso de especialização
Ensino superior: bacharelato, Licenciatura, Engenheiro
Mestrado e/ou Doutoramento
Nível de Qualificação dos trabalhadores do departamento de produção
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Empresas italianas
Respostas: 10/27
Empresas portuguesas
Respostas: 23/30
Empresas espanholas
Respostas: 20/27
0 10 20 30 40 50 60
Formação em contexto de trabalho
Ensino básico (9º ano)
Ensino secundário (12º ano)
12º ano com curso profissional
12º ano com curso de especialização
Ensino superior: bacharelato, Licenciatura, Engenheiro
Mestrado e/ou Doutoramento
Nível de Qualificação dos trabalhadores do departamento de produção (%)
0 10 20 30 40
Formação em contexto de trabalho
Ensino básico (9º ano)
Ensino secundário (12º ano)
12º ano com curso profissional
12º ano com curso de especialização
Ensino superior: bacharelato, Licenciatura, Engenheiro
Mestrado e/ou Doutoramento
Outro
Nível de Qualificação dos trabalhadores do departamento de produção (%)
0 10 20 30 40 50 60 70
Formação em contexto de trabalho
Ensino básico (9º ano)
Ensino secundário (12º ano)
12º ano com curso profissional
12º ano com curso de especialização
Ensino superior: bacharelato, Licenciatura, Engenheiro
Mestrado e/ou Doutoramento
Outro
Nível de Qualificação dos trabalhadores do departamento de produção (%)
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12. Nos últimos 5 anos, a sua empresa investiu em formação?
Respostas: 86/88
Nos últimos 5 anos, 60 das 88 empresas investiu em formação, enquanto 26 não o fez. Duas empresas
preferiram não o responder.
Empresas italianas
Respostas: 25/27
Empresas portuguesas
Respostas: 30/30
0 10 20 30 40 50 60
Sim
Não
A sua empresa investiu em formação?
0 5 10 15
Sim
Não
A sua empresa investiu em formação?
0 5 10 15 20 25 30
Sim
Não
A sua empresa investiu em formação?
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Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.
Empresas espanholas
Respostas: 27/27
12.1. Investimento em formação por departamento
Respostas: 86/88
As empresas que investiram fizeram-no nos seguintes departamentos:
• Produção (38 de 60)
• Qualidade (31 de 60)
• Marketing (24 de 60)
• Administrativo/Financeiro (21 de 60)
• Design/Engenharia de produto (19 de 60)
• Gestão (16 de 60)
• Outro (13 de 60)
• Logística (10 de 60)
• Não sabe/não responde (3 de 10)
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18
Sim
Não
A sua empresa investiu em formação?
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Marketign/VendasQualidade
Design/Engenharia do ProdutoFinanceiro/ Administrativo
GestãoProduçãoLogistica
OutrosNão sabe/Não responde
Departamentos que beneficiaram da formação
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Empresas italianas
Resposta: 25/27
Empresas portuguesas
Resposta: 30/30
Empresas espanholas
Resposta: 27/27
0 2 4 6 8 10 12
Marketign/VendasQualidade
Design/Engenharia do ProdutoFinanceiro/ Administrativo
GestãoProduçãoLogistica
OutrosNão sabe/Não responde
Departamentos que beneficiaram da formação
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Marketign/Vendas
Qualidade
Design/Engenharia do Produto
Financeiro/ Administrativo
Gestão
Produção
Logistica
Outros
Departamentos que beneficiaram da formação
0 2 4 6 8 10 12
Marketign/Vendas
Qualidade
Design/Engenharia do Produto
Financeiro/ Administrativo
Gestão
Produção
Logistica
Outros
Departamentos que beneficiaram da formação
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Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.
12.2. Se não, que departamento poderia beneficiar de formação?
As empresas que não investiram em formação em 2015, foram questionadas sobre que departamentos
poderiam ter beneficiado de formação. A maior parte não sabia ou não quis responder (10 em 26). De entre as
que responderam, os departamentos escolhidos foram, por ordem decrescente:
• Qualidade (3 de 26 empresas)
• Design/Engenharia de produto (2 de 26 empresas)
• Financeiro/administrativo (2 de 26 empresas)
• Gestão (2 de 26 empresas)
• Produção (2 de 26 empresas)
• Outros (2 de 26 empresas)
• Logística (0 de 26 empresas)
• Marketing/vendas (0 de 26 empresas)
Empresas italianas
0 2 4 6 8 10
Marketing/VendasQualidade
Design/Engenharia do ProdutoFinanceiro/Administrativo
GestãoProduçãoLogistica
OutrosNão sabe/Não responde
Departamentos que não tiveram formação, mas poderiam ter beneficiado dela
0 1 2 3
Qualidade
Design/Engenharia do Produto
Financeiro/Administrativo
Gestão
Produção
Logística
Outro
Não sabe/Não responde
Departamentos que não tiveram formação, mas poderiam ter beneficiado dela
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Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.
Empresas portuguesas
Empresas espanholas
13. Tópicos de formação que poderão beneficiar as empresas nos próximos 5 anos
Respostas: 82/88
Os principais tópicos selecionados pelas empresas foram, por ordem crescente:
• Otimização da produção (45 de 82)
• Gestão da Qualidade (45 de 82)
• Design de produção técnica (24 de 82)
• Design de processo (23 de 82)
• Marketing/vendas (22 de 82)
• Moda/design do produto (19 de 82)
• Materiais (19 de 82)
• Operação de máquinas (16 de 82)
• Sustentabilidade ambiental (11 de 82)
• Outros (10 de 82)
• Sustentabilidade social (4 de 82)
0 1 2 3
Marketing/vendas
Qualidade
Design/Engenharia do Produto
Financeiro/Administrativo
Gestão
Produção
Logistica
Não sabe/Não responde
Departamentos que não tiveram formação, mas poderiam ter beneficiado dela
0 1
Qualidade
Design/Engenharia do Produto
Financeiro/Administrativo
Gestão
Produção
Logística
Outro
Não sabe/Não responde
Departamentos que não tiveram formação, mas poderiam ter beneficiado dela
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Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.
Empresas italianas
Respostas: 24/27
Empresas portuguesas
Respostas: 28/30
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
Moda/Design de produtoDesenho técnico do produto
Design do processoMateriais
Otimização da ProduçãoSustentabilidade social
Sustentabilidade ambientalGestão da Qualidade
Operação de máquinasMarketing/Vendas
Outros
Tópicos de formação que poderão beneficiar as empresas nos próximos 5 anos
0 2 4 6 8 10 12 14 16
Moda/Design de produtoDesenho técnico do produto
Design do processoMateriais
Otimização da ProduçãoSustentabilidade social
Sustentabilidade ambientalGestão da Qualidade
Operação de máquinasMarketing/Vendas
Outros
Tópicos de formação que poderão beneficiar as empresas nos próximos 5 anos
0 5 10 15 20 25 30
Moda/Design de produtoDesenho técnico do produto
Design do processoMateriais
Otimização da ProduçãoSustentabilidade social
Sustentabilidade ambientalGestão da Qualidade
Operação de máquinasMarketing/Vendas
Outros
Tópicos de formação que poderião beneficiar as empresas nos próximos 5 anos
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Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.
Empresas espanholas
Respostas: 25/27
Outros tópicos
4.3.4 CONCLUSÕES DAS RESPOSTAS RECEBIDAS
De uma forma genérica, os resultados mostram que os trabalhadores nos departamentos de produção têm
baixas qualificações, o que significa que apenas conseguiram completar a escolaridade obrigatória e raramente
o ensino secundário ou ensino superior. Este resultado está em linha com o estado da arte das estatísticas de
desemprego na Europa mencionado no ponto 2. Existe a necessidade de trabalhadores qualificados,
particularmente para as funções de operador de máquinas de acabamento e para costura. Uma forma
frequente encontrada pelas empresas para colmatar a escassez de competências tem passado pela formação
interna aos seus colaboradores. Uma grande maioria das empresas estaria interessada em contratar um recém-
formado de um curso de formação profissional, o que sugere a utilidade de criar um novo perfil de
qualificações para responder à falta de competências na produção.
0 1 2 3
Comunicação Interna
Idiomas estrangeiros
Marketing Digital/Gestão das Redes Sociais
Fotografia
Metodologia 5 S
Higiene, Saúde e Segurança no Trabalho
REACH
Inteligência Emocional
Áreas de formação assinaladas em "Outros"
0 2 4 6 8 10 12 14 16
Moda/Design de produtoDesenho técnico do produto
Design do processoMateriais
Otimização da ProduçãoSustentabilidade social
Sustentabilidade ambientalGestão da Qualidade
Operação de máquinasMarketing/Vendas
Outros
De que tópicos de formação poderiam beneficiar as empresas nos próximos 5 anos
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PERFIL DAS EMPRESAS:
• A maioria das empresas são pequenas, entre 16 a 50 trabalhadores, incluindo a amostra de empresas
espanholas inquiridas. A maioria das empresas italianas inquiridas é de pequena ou média dimensão,
contando com um número de trabalhadores entre os 16 a 100 colaboradores. A amostra de empresas
portuguesas era na sua maioria de dimensão média, de 101 a 250 colaboradores. No entanto estes
dados não representam o tecido empresarial português que é sobretudo constituído por pequenas
empresas.
• O tipo de sapato mais produzido é o casual, incluindo em Espanha e Portugal. Em Itália, o tipo mais
produzido é o de Luxo.
• O maior grupo-alvo de consumidores é as mulheres, tanto em Espanha e Portugal como em Itália.
• A maior parte das empresas produzem sapatos com um preço de fábrica situado entre os 10 e os 50
euros. Em Espanha e em Portugal, a grande maioria das empresas produzem sapatos com preços,
entre 10 e 50 euros, enquanto em Itália, a grande maioria das empresas produzem sapatos com
preços superior as 100 euros.
• Poucas empresas analisadas produzem no estrangeiro, e a principal razão para produzir fora são os
“custos de produção mais baixos”. As partes principais produzidas no estrangeiro são as gáspeas
(parte superior dianteira do calçado).
PERFIL DOS TRABALHADORES
• A percentagem média de trabalhadores em departamentos de produção, entre as 70 empresas
inquiridas, é de 78,2%, o que reforça a relevância do número de processos necessários para produzir
um sapato e as competências necessárias.
• Os trabalhadores dos departamentos de produção possuem baixas qualificações. Apenas 62,2% tem
o ensino básico completo e 15,5% completaram o ensino secundário. 22,7% são formados dentro da
empresa.
• A maioria das empresas inquiridas tem dificuldade em encontrar de trabalhadores qualificados.
• Os postos de trabalho com maior carência de trabalhadores qualificados são: operador de máquina de
acabamento e operador de costura. Estas duas profissões, juntamente com o operador de
acabamento e operador de embalamento, serão as mais procuradas nos próximos 5 anos, sendo
também, atualmente, as profissões mais difíceis para encontrar trabalhadores com competências
adequados. Em Itália, o posto de trabalho com mais carência de trabalhadores qualificados é o
operador de pré-acabamento; em Espanha, é o operador de acabamento; e, em Portugal, é o
operador de costura. Em Itália, existe também uma forte necessidade de operadores de acabamento,
algo característico no calçado de luxo.
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• Não existe carência de competências relevante no posto de operador de máquina de pré-costura e
operador de corte de solas. Em Itália, a utilização de máquinas automáticas facilita a contratação de
trabalhadores para estas funções, algo que justifica a menor necessidade de competências em
cardagem. O mesmo acontece com as mesas de corte automático, onde também aqui, a tarefa de
encontrar trabalhadores adequados é mais facilitada.
• Para lidar com a escassez de competências, a medida mais comum das empresas é o recurso à
“formação interna”;
• A grande maioria das empresas teve um programa de estágio/formação em 2015 e estavam
interessadas em contratar um jovem formado de um curso de formação profissional.
• Em 2015, as empresas investiram em formação, sobretudo nos seguintes departamentos: produção,
qualidade, marketing/vendas.
• A maior parte das empresas que não investiu não sabia ou não quis responder sobre quais
departamentos poderiam beneficiar de investimentos em formação. O departamento mais escolhido
foi a qualidade, e em segundo lugar, o benefício percebido da formação foi distribuído de forma igual
entre os outros departamentos.
• As áreas de formação que as empresas mais consideram como benéficos para os próximos 5 anos
foram: a produção otimizada; a gestão da qualidade; o design de produção técnica; o design do
processo; e, marketing/vendas. Em Itália, as áreas mais valorizadas foram a otimização da produção e
o design técnico; em Espanha, foram a gestão da qualidade e marketing/vendas, e em Portugal, as
áreas mais escolhidas foram a otimização da produção e a gestão da qualidade.
• Existe menos procura por formação em áreas como a sustentabilidade social e ambiental. Em Itália,
não existe muita necessidade de formação em design (disponível) e em marketing. Em Espanha, existe
também uma necessidade diminuta em formação para operação de máquinas, enquanto em Portugal
existe menos necessidades de formação em design técnico de produto.
5 Conclusão
A investigação atual permitiu:
- Fornecer uma visão geral da indústria do calçado e do grupo-alvo dos NEET que serão o alvo das
formações a desenvolver no âmbito do Lear2work, de forma a encontrar sinergias na forma como
ambos os grupos se podem complementar e servirem-se de apoio.
- Conhecer as necessidades e os recursos atuais das empresas de calçado em países com uma forte
presença de empresas de fabrico de calçado.
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Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.
- Avaliar as tendências futuras e fatores externos que poderão ter uma influência na indústria europeia
de calçado em termos de competências e perfis necessários.
A recolha de dados para este relatório permitiu a identificação de 5 postos de trabalho ligados a perfis técnicos
que serão, segundo as previsões, os mais procurados pela indústria europeia de calçado num futuro próximo.
As competências e capacidades requeridas por tais postos são adequadas para serem ensinadas e adquiridas
por certas categorias de NEET: em particular, os desempregados de longa duração (abordagem reativa ao
desemprego) e aqueles que ainda não entraram e não irão entrar no ensino superior devido a dificuldades de
aprendizagem (abordagem preventiva).
Os postos de trabalho relacionados com os perfis sujeitos ao currículo educacional a ser desenvolvido segundo
IO3 serão:
1- Operador de corte manual de pele e operador de corte mecânico;
2- Operador de costura manual e operador de máquina de costura;
3- Operador pré-montagem;
4- Operador de cardagem e colagem;
5- Operador de acabamento.
As operações são muito relevantes no fabrico de um sapato e podem fazer a diferença na obtenção de um
sapato distintivo, feito à mão, comparativamente a um produto produzido em massa. Estes perfis já são
procurados pelas PME europeias devido ao envelhecimento da mão-de-obra que irão deixar as suas posições
em breve.
A formação e educação dos NEET irão resultar numa situação mutuamente vantajosa para os NEET, para as
PME e para a economia, uma vez que mais trabalhos serão criados na Europa.
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Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.
6 Bibliografia
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costs and policy responses in Europe, Publications Office of the European Union, Luxembourg. The
European Training Foundation for the Improvement of Living and Working Conditions (Eurofound).
The Foundation is a tripartite European Union Agency established in 1975 to contribute to the
planning and design of better living and working conditions. It carries out its role in partnership with
governments, employers, trade unions and the European Union institutions.
The Work Foundation (2012), parte de Lancaster University - Lost in transition? The changing labour
market and young people not in employment, education or training
European Council Conclusions on Strengthening Social Inclusion of young people NEET (2013)
European Training Foundation (2015) - Young people not in Employment, Education or Training (NEET).
An overview in ETF countries.
ThinkYoung and the Martens Centre for European Studies (2015) - Skills Mismatch 3, Apprenticeship
Supply in the European Union, Youth Engagement and the Labour Market.
Eurostat - Statistics on young people neither in employment nor in education or training. Dados
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Eurostat - Labour market statistics at regional level. Data extracted in April 2015.
Eurofound (2016), Exploring the diversity of NEETs
Eurostat- Press release on the International Youth Day (12th
August 2016). Education, Employment,
both or neither? What are young people doing in the EU?
European Footwear Sector: Structure, Social Dialogue and Future (2014) under the European Project
VP/2013/001, Industrial Relations and Social Dialogue, elaborado por IndustriAll Europe e CEC
European Sector Skills Council Textile, Clothing Leather and Footwear, Report 2014, elaborado por
Euratex, Cotance, CEC e IndustriAll Europe com o apoio da parceria National Skills Observatories
UK Commission for Employment and Skills (UKCES), National Strategic Skills Audit evidence 2010
report
APICCAPS (Portuguese Footwear Association), World Footwear Yearbook 2015
Communication from the Commission to the European Parliament, the Council, the European
Economic and Social Committee and the Committee of the Regions “A New Skills Agenda for Europe”-
Working together to strengthen human capital, employability and competiveness. COM (2016) 381
2016