Elas travam a disputa mais acirrada por uma vaga na equipe que tenta, em Londres, repetir a história de sucesso de quatro anos atrás
É DELE A RESPONSABILIDADE DE SUBSTITUIR M. NEGRÃO E A. NASCIMENTO
ELES DEIXAM A BOLA DE LADO E ATACAM DE REPÓRTERES
CRAQUE ALEMÃ REVELA ALMA BRASILEIRA
» ANO 01 » EDIÇÃO 00 » JUNHO DE 2012
WWW.SAQUEVIAGEM.COM.BR
SETE É DEMAIS
VISSOTTO DANI LINS X BRUNINHO FURST
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PINK, AMARELO LIMÃO, CINZA, AZUL... OS TÊNIS SUPER COLORIDOS
TOMAM CONTA DO GINÁSIO MILTON OLAIO FILHO, EM SÃO
CARLOS (SP), DURANTE A EDIÇÃO FEMININA DO PRÉ-OLÍMPICO
SUL-AMERICANO. NA TENTATIVA DE DRIBLAR O PATROCINADOR
PESSOAL, ALGUMAS JOGADORAS OPTAM POR COBRIR A MARCA COM
ESPARADRAPO. SÓ ASSISTINDO À DECISÃO ENTRE BRASIL E PERU, AS
LESIONADAS MARI E NATÁLIA MOSTRAM BOM HUMOR E SE DIVERTEM
COM UMA COLHER DE PAU
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TREINANDO PARA SER MÃE? OU CORRENDO PARA SEGUIR OS PASSOS
DO AVÔ CAMPEÃO? A LEVANTADORA DANI LINS COMEMORA A CONQUISTA
DA VAGA PARA OS JOGOS DE LONDRES COM O NETINHO DO TÉCNICO
ZÉ ROBERTO. JÁ A OPOSTA SHEILLA FAZ CARA FEIA DURANTE O
ALONGAMENTO. E HAJA ELASTICIDADE DA CAMISA 13 DO BRASIL. BEM
MAIS TRANQUILAS ESTÃO AS PONTEIRAS MARI E NATÁLIA E A CENTRAL
JUCY, QUE ACOMPANHAM DA ÁREA VIP O SUCESSO DAS COLEGAS
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EDITORIAL
PRAZER, SAQUE VIAGEM!Lá se foram cinco Olimpíadas desde que a imagem do saque mortal de Marcelo Negrão rodou o globo. A partir dali, o mundo aprendeu que vôlei de quadra combina com Brasil. E o país de Maurício, Fernanda Venturini, Virna, Giba e Sheilla não saiu mais do pódio olímpico. Muito menos das fotos dos campeões dos Mundiais, Copas do Mundo, Ligas Mudiais e Grand Prix.
Em menos de duas décadas, o Brasil deixou a condição de simples coadjuvante e virou ator principal nas quadras da América, Europa e Ásia. O suficiente para tornar o vôlei o esporte coletivo mais vitorioso do País. E mais do que isso: o segundo mais adorado por essas bandas do Atlântico.
Por tudo isso - e por tudo aquilo que ainda virá - que nasce a revista gratuita Saque Viagem, única impressa no Brasil dedicada ao vôlei de quadra. De periodicidade bimestral, a Saque Viagem chegará até os apaixonados nos ginásios que servirão de palco para a Superliga, Estaduais, Grand Prix, Liga Mundial e Amistosos.
E logo nessa primeira edição Saque Viagem aborda um tema que promete mexer com atletas, técnico e torcida: a escolha das ponteiras que buscarão o bi olímpico em Londres. E quem disse que craque não pode entrevistar craque? Dani Lins e Bruninho passaram pela experiência e trocaram figurinhas. Tem também Fabiana, Walewska, Leandro Vis-sotto, Furst e muito mais.
Porque o esporte que mais faz o brasileiro vibrar merece um título só dele!
Vanessa Kiyan | [email protected]
EDITORA
JB Pátria Editora LTDA.
PRESIDENTE
Jaime Benutte
DIRETOR
Iberê Benutte
COMERCIAL
Otto Bush
ADMINISTRATIVO/FINANCEIRO
Gabriela S. Nascimento
DISTRIBUIÇÃO
Patricia Torre
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EXANDRE ARRUDA
REVISTA SAQUE VIAGEM
PUBLISHER
Jaime Benutte
EDITORAS
Amanda Sampaio Vanessa Kiyan
ARTE
Casa2:Comunicação e Design
DIRETOR DE ARTE
Elizandro Rabelo
ASSISTENTES DE ARTE
Pedro Barradas
PROJETO GRÁFICO
Elizandro Rabelo
COLABORADORES
Alexandre Arruda, Joana Mello, Mariana Mello e Préu Leão
IMPRESSÃO
IBEP Gráfica
TIRAGEM
10 mil exemplares
Emrpesa afiliada à Associação Nacional dos Editores de Publicações, Anatec.
A revista Saque Viagem é uma publicação da Pátria Editorawww.patriaeditora.com.br
DÚVIDAS OU SUGESTÕES:
Os textos assinados são da responsabilidade de seus autores. Não estão autorizados a falar pela revista, bem como retirar produções, pessoas que não constem neste expediente e não possuam uma carta de referência assinada pelo presidente.
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SUMÁRIO
SETE É DEMAIS » PAG. 18
DE CRAQUE PARA CRAQUE » PAG.14
MINHA SELEÇÃO DOS SONHOS » PAG.33
VESTIÁRIO » PAG. 26
PELO MUNDO – MARCOS KWIEK » PAG. 30
LEANDRO VISSOTTO » PAG. 23
LARGADINHAS » PAG. 10
MEMÓRIA » PAG. 24
WALEWSKA » PAG. 17
BELEZA » PAG. 32
PELO MUNDO – FURST » PAG. 27
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EXANDRE ARRUDA
Dani Lins e Bruninho trocam perguntas
“Técnico” Gustavo escala seleção de todos os tempos
Craques contam divertidas histórias sobre os bastidores do Grand Prix
Ele colocou a República Dominicana em Londres
Prestes a disputar a primeira Olimpíada, gigante da seleção fala das lembranças que tem dos Jogos
Levantadora Fofão ataca de tenista para manter a forma durante ano sabático
Beatles do Brasil conquistam em 1993 o primeiro título na Liga Mundial
Meio de rede do Vôlei Amil planeja ter filhos após deixar as quadrasMari Paraíba e Luciane
Escouto mostram por que são as mais belas das quadras
E não é que a craque da Alemanha arranha algumas palavras em português
Fernanda Garay, Jaqueline, Mari, Natália, Paula, Sassá e Tandara. Nunca o Brasil teve tanta concorrência na ponta. Quem ganha essa disputa?
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SE SEGURA, SHARAPOVALEVANTADORA FOFÃO APROVEITA ANO SABÁTICO PARA APRENDER A JOGAR TÊNIS. E NÃO É QUE ELA LEVA JEITO?
Fofão está acostumada a encantar os fãs com sua ge-nialidade dentro da quadra de vôlei. Mas, desta vez, ela se superou. Para não perder a forma física em seu ano sabático, a levantadora escolheu outro esporte: o tênis. “É um esporte que gosto muito de assistir, mas nunca tive a oportunidade de praticar”, conta a camisa 7.
A mais nova adepta da bolinha amarela teve o primeiro contato com a modalidade em janeiro deste ano e, no fi-nal do mês passado, participou da primeira competição de sua vida. Para quem sequer sabia segurar a raquete, o resultado surpreendeu: o vice-campeonato. “Ela evo-luiu de uma forma muito rápida, é impressionante”, elogia o técnico Paulo Pereira.
Mas para chegar ao nível de vice-campeã, Fofão passou por poucas e boas. O mais difícil foi perder o vício dos movimentos de vôlei, tarefa mais inglória do que tentar parar a gigante Gamova na rede. “Eu ia na bola com a
raquete como se fosse uma manchete e o professor falava pra mim que não era vôlei, que o movimento era de lado”, diverte-se a levantadora.
Além de ajudá-la a manter a forma, o tênis fez Fofão descobrir algo que ela não sabia ser possível sentir. Sem-pre muito tranquila em quadra, a atleta percebeu que é capaz de virar uma fera. “Descobri que saio do sério. Eu fico meio irritada talvez pelo fato de não conseguir execu-tar as coisas ainda com facilidade. Eu não sabia que eu tinha essa coisa de me irritar”.
Fã do tenista espanhol Rafael Nadal, Fofão vai voltar a ter contato com o tênis apenas pela televisão. Agora, o foco volta a ser a modalidade que a consagrou. Fechada com a Unilever, a levantadora não quer correr riscos para a próxima temporada. “Imagina eu me machuco jogando tênis? Não dá”. E nem o técnico Bernardinho iria gostar. Confira mais fotos de Fofão no saqueviagem.com.br .
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DE TIRAR O FÔLEGOUMA DAS MUSAS DO VÔLEI BRASILEIRO, A PONTEIRA MARI PARAÍBA ARRANCA SUSPIROS DOS HOMENS E CIUMEIRA DO IRMÃO DANIEL, DO SADA CRUZEIRO
Dez em cada dez homens já tiveram vontade de chamar Daniel, do Sada Cruzeiro, de “cunhadão”. E não é para menos. A irmã do levantador é nada menos que Mari Paraíba, alvo de suspiros de muito marmanjo que viu os jogos da Usiminas/Minas na última Superliga.
Mas nem experimente elogiar a musa perto do armador, integrante do clube dos irmãos ciumentos. “Os amigos dele que comentam comigo que ele tem ciúme. Ele fica muito sem graça”, diverte-se a bela.
Já o central Riad faz a linha “me garanto” e até brinca com a situação de ter uma namorada desejada pela ala masculina. “Ele me apoia bastante. Claro que rola um pouco de ciúme, mas ele sempre me conta quando vão zoar com ele sobre mim.”
E Mari Paraíba deixou muito fã babando no recente en-saio sensual que protagonizou para uma revista mas-culina. Com jeito tímido de falar, a ponteira também ficou envergonhada no momento de fazer caras e bocas para as lentes dos fotógrafos Renan Rêgo e Jaime Pilnik. “No começo dá vergonha, mas depois acostuma”. Agora só falta Daniel se acostumar a ser “cunhado” da torcida.
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TE QUIERO, MINAS GERAISRAMIREZ APROVEITA O FIM DA TEMPORADA PARA CONHECER A FUNDO O ESTADO QUE LHE ABRAÇOU NOS ÚLTIMOS DOIS ANOS
Se você passou pelas históricas Ouro Preto, Mariana, São João del Rei, Tiradentes e Congonhas, no mês passado, ou deu um pulo em Belo Horizonte, Uberlândia e Araxá, na certa cruzou com a atacante Ramirez.
Sempre disposta a conhecer novas culturas, a cubana aproveitou o fim da temporada pela Usiminas/Minas para desbravar Minas Gerais, sua residência nos últimos dois anos. E ela encarnou a porção turista como manda a etiqueta, com visitas aos principais pontos turísticos.
“Quando tenho tempo, tento conhecer e entender como os países se desenvolvem social, política e cultural-mente. Para mim, isso é fundamental para chegar à
alma das diferentes sociedades e entender melhor os porquês do passado”, conta ela.
Cada pedacinho de Minas Gerais marcou profundamente Ramirez, que não imaginava encontrar tantos pontos em comum com a amada Cuba. Mas nada mexeu mais com a medalhista olímpica do que a Basílica Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas.
“Sem dúvida, foi um registro inesquecível do esplendor que viveu a cidade, marcada por um escultor barroco, conhecido no mundo todo como Aleijadinho. Fiquei real-mente impressionada com cada detalhe na obra desse mestre”, derrete-se a cubana.
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FESTANÇA EM FLORIPACENTRAL ÉDER FESTEJA A UNIÃO COM A PROMOTER NATALIA GAMBA NA PRESENÇA DE 250 AMIGOS, ENTRE ELES OS CRAQUES BRUNINHO, LUCÃO E THÉO
A promoter Natalia Gamba precisou de apenas um dia para saber o que era estar casada com um jogador da seleção. Horas depois de ter oficializado a relação de um ano e meio com o central Éder, em uma luxuosa festa em Florianópolis no mês passado, a paulista precisou se despedir do amado.
Mas foi por uma justa causa. Convocado para defender o Brasil na Liga Mundial, Éder “curtiu” a lua de mel treinando em Saquarema (RJ). Segundo a nova senhora Carbonera, não houve drama. “Já esperava que fosse assim. Quando estávamos organizando o casamento, já pensamos na escalação dele. Queria mesmo que ele fosse para a seleção. Até brinquei: ‘tomara que a lua de mel seja nas Olimpíadas, assim eu iria para lá se ele fosse convocado’”, conta rindo.
Se Éder vai para Londres, isso só Bernardinho sabe. Mas vale todo e qualquer sacrifício para sensibilizar o chefe. “O Bernardinho perguntou se o Éder queria uns dias para ficar comigo, mas conversamos e achamos que não. Ele tem que se esforçar para estar na seleção”, explica Nata-lia, que se casou com Éder no bairro da Prainha, na pre-sença de 250 amigos, entre eles o levantador Bruninho, o central Lucão e o oposto Théo.
Quer ver mais fotos do casamento? Acesse: freitasfotos.com.br/blog/casamento-natalia-eder-30-04-12 FO
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DE DANI LINS PARA BRUNINHOO QUE TE MOTIVA PARA A PRÁTICA DO VÔLEI QUANDO ESTÁ DIANTE DE DESAFIOS? Primeiro, acredito que estou fazendo o que gosto e isso me motiva todos os dias para jogar. Além disso, a vontade de vencer é muito importante, principalmente nos jogos mais importantes.
COMO VOCÊ CONSEGUE SUPERAR A PRESSÃO EM RELAÇÃO À CO-BRANÇA DOS OUTROS, POR SER FILHO DO BENARDINHO, TENDO QUE MOSTRAR QUE VOCÊ ESTÁ ALI POR SER CAPAZ E NÃO POR SER FILHO DO TÉCNICO? Apenas trabalhando. Fazendo o que sei fazer de melhor. Isso, consequentemente, mostra que eu estou ali pelo meu esforço, pelo talento e pelo que conquistei.
DE CRAQUE PARA CRAQUE
COLEGAS DE PROFISSÃO, DANI LINS E BRUNINHO TÊM MUITO EM COMUM. OS DOIS SÃO LEVANTADORES E TÊM
PESSOAS PRÓXIMAS LIGADAS AO VÔLEI. NO CASO DA JOGADORA, É O MEIO DE REDE SIDÃO, PARA QUEM ELA
COSTUMA PEDIR DICAS ALÉM DE BEIJINHOS. JÁ BRUNINHO TEM O PAI BERNARDINHO E A MÃE VERA MOSSA PARA
TRICOTAR SOBRE A MODALIDADE. E FORAM ESSAS SEMELHANÇAS QUE A DUPLA DE SELECIONÁVEIS TRATOU DE
LEVANTAR EM “DE CRAQUE PARA CRAQUE”.
FORA DE QUADRA, SEUS PAIS CONVERSAM MUITO SOBRE VÔLEI COM VOCÊ? O QUE VOCÊ ACHA? Sem dúvida conversamos de vôlei na família, pois sou filho de ex- jogadores e eles entendem muito do que passo no dia a dia. Isso serve como uma ajuda para mim. Mas, nas minhas folgas, procuramos não conversar muito sobre esse assunto, pois são os momentos para esquecer um pouco.
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QUAL FOI O MOMENTO MAIS MARCANTE, EMOCIONANTE DA SUA CAR-REIRA? Foram vários, mas o mais marcante foi a minha passagem pela seleção de base, de 2001 a 2003. Foi nesse período que eu acabei me descobrindo como atleta, como jogadora.
QUAL VOCÊ ACHA QUE É SUA MAIOR DEFICIÊNCIA E O QUE VOCÊ ACHA QUE PODE FAZER PARA MELHORAR ISSO? A minha maior deficiência é me desconcentrar muito rápido. Eu começo concentrada e, por algum momento, me desconcentro. Isso eu tenho que melhorar muito. Algu-mas questões técnicas também preciso evoluir, como o levantamento e a defesa. Para melhorar isso tudo é treinamento. A questão da técnica tenho que treinar dentro de quadra e a concentração é sozinha, todo dia. A psicóloga uma vez pediu para eu ler um livro e ouvir música ao mesmo tempo, mas para eu me concentrar só no livro. Eu tentei, tentei e desisti. No começo, dava certo, mas eu não sou muito fã de leitura. Ainda assim, eu sempre tento fazer isso de novo. É muito bom. É como se eu tivesse que sacar e não ouvir a torcida. Eu entro muito no calor do jogo.
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DE BRUNINHO PARA DANI LINSTER UM PARENTE OU, NO SEU CASO, NAMORADO NA MESMA PROFISSÃO AJUDA? VOCÊS TROCAM MUITAS IDEIAS SOBRE VÔLEI? Conversando nós sempre estamos, não tem como. Sempre falamos sobre vôlei. Pergunto muito sobre questões técnicas e ele (Sidão) fala como eu tenho que fazer. Ele é central, me dá várias dicas, fala que estão lendo meu jogo... Eu sempre peço essas dicas. Adoro quando ele vê meus jogos, quando acabam eu pergunto para ele o que achou. Antes, meus pais ficavam dando muitos pitacos, mas eu nem ouvia, porque eles são leigos, não entendem muito. Mas ele eu ouço muito.
“ A MINHA MAIOR DEFICIÊNCIA É ME DESCONCENTRAR MUITO RÁPIDO. ISSO EU TENHO QUE MELHORAR MUITO”
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WALEWSKA SE PREPAROU POR DOIS ANOS PARA DEIXAR A
SELEÇÃO. AGORA, ELA QUER O PRIMEIRO HERDEIRO
UMA MULHER CHEIA DE PLANOS
Lá se foram quatro anos desde que Walewska vestiu pela última vez a camisa 1 do Brasil. O tempo, porém, não foi capaz de fazer Zé Rober-to desistir da central. Tanto que, durante a apresentação do novo time da dupla, o Vôlei Amil, o técnico fez marcação cerrada sobre a campeã olímpica e aproveitou para convidá-la a voltar à seleção. Mais uma vez, Walewska apenas sorriu diante da insistência do comandante.
Zé Roberto diz entender os motivos do “não”. Já ela tem argumentos de sobra para recusar o convite. O mais forte deles é a proximidade com a família, cuja relação ficou prejudicada em razão dos compromissos com os clubes do exterior e com a seleção. Ao todo, foram sete anos vivendo a rotina de treinos em Saquarema (RJ) e, na sequência, jogos na Itália, Espanha e Rússia, países onde viveu.
“Sempre estava em Saquarema com a seleção, quando acabava lá eu voltava para o exterior. Com isso, perdi muito contato com a minha famí-lia, com alguns amigos também. Depois da medalha olímpica, em 2008, achei que tinha chegado a hora de resgatar tudo isso. Sentia muita sede de estar perto deles, de poder participar de um aniversário ou de um Dia das Mães. Eu sentia muita falta disso”, afirma ela.
Como tudo em sua carreira, Walewska tratou de planejar a despedida definitiva da seleção. Foram dois longos anos processando a decisão, para evitar qualquer arrependimento futuro. “A decisão foi tomada em um momento certo e eu não me arrependo. Fico muito feliz por não ter me arrependido.” Até por isso, a atacante não se sente seduzida quando convidada para voltar à seleção. Nem mesmo às vésperas dos Jogos Olímpicos de Londres.
E se a vontade batesse? Walewska garante que não se sentiria cons-trangida por retornar sem ter participado do ciclo completo. “Já tive um espaço na seleção, então não posso falar que estou tomando o lugar de alguém. Mas tem alguém que, com certeza, trabalhou três anos para participar da Olimpíada. Eu não me sentiria uma intrusa, porque eu já participei desse grupo. Mas sei que alguém ficaria triste com isso. Não podemos agradar alguém sempre.”
E essa habilidade para traçar planos e segui-los à risca não se restringe às quatro linhas. Fora delas, Walewska também é adepta do planeja-mento. E o próximo deles é ter o primeiro filho. Se tudo der certo, o novo herdeiro chega daqui a dois anos, quando o vínculo com o Vôlei Amil chegar ao fim. “Estou tentando fazer planos para engravidar, mas não tem dado muito certo (risos). Cada ano que passa eu acerto com um time. Quero engravidar depois desses anos.”
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ME LEVA, ZÉ
MATÉRIA DE CAPA
O BRASIL NUNCA TEVE UM NÚMERO TÃO GRANDE DE PONTEIRAS TALENTOSAS. O PROBLEMA PARA ELAS – E PARA ZÉ ROBERTO – É QUE NÃO HÁ ESPAÇO PARA TODAS NA DELEGAÇÃO QUE BUSCA O BICAMPEONATO OLÍMPICO
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ME LEVA, ZÉNa tentativa de parar uma jogada china da central Furst, na Copa do Mundo do ano passado, a ponteira Fernanda Garay levou a pior, pisou sobre o pé da alemã e foi com tudo para o chão. Minutos depois, já fora de combate, tentou esconder com as mãos o choro de dor. Vítima de uma entorse no tornozelo direito, a gaúcha só engrossou a lista de ponteiras lesionadas durante todo o ciclo olímpico.
Curiosamente, a posição mais rica de material humano no time verde- amarelo foi também a mais problemática para Zé Roberto, que sofreu para conseguir repetir uma mesma dupla em competições consecutivas. Jaqueline, Mari, Paula Pequeno, Natália e Fernanda Garay, ao mesmo tempo que se revezaram no elenco titular, também lotaram o Departa-mento Médico.
A vítima mais recente foi Sassá. Até agora só quem esteve imune à bruxa foi Tandara. Faltando pouco mais de um mês para os Jogos de Londres,
o caso que mais tira o sono do treinador é o de Natália, que no final do ano passado passou pela segunda cirurgia na canela esquerda, para a retirada de um tumor. Já em estágio final de recuperação, a craque da Unilever ensaia os primeiros saltos.
“Nesse ciclo, tivemos trabalho dobrado com as ponteiras. Sempre tí-nhamos alguém machucada, precisávamos mudar o time a cada com-petição. Eu espero que não tenhamos mais problemas até a Olimpíada”, clama ele. “Temos uma jogadora que seria muito interessante levar, que é a Natália. Estamos respeitando o protocolo que o médico nos passou e vamos tentar recuperá-la. Vou esperar a Natália até o último dia”.
Diante de tantos problemas, o comandante diz rezar todos os dias para ter todas as ponteiras recuperadas a tempo. Nesse bolo das candidatas, ele inclui Tandara, que na seleção é reserva da oposta Sheilla, mas que no Sollys/Nestlé atuou na entrada. Caso o “universo conspire a favor
JUNTO COM MARI, AS
ATACANTES NATÁLIA,
JAQUELINE, FERNANDA
GARAY, SASSÁ, PAULA
PEQUENO E TANDARA
TRAVAM A DISPUTA MAIS
INTENSA DA SELEÇÃO
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MATÉRIA DE CAPA
do Brasil”, como gosta de dizer, o bicampeão olímpico vai ter que lidar com aquela dor de cabeça que todo técnico adora: sobram ponteiras de qualidade para poucas vagas.
E é essa briga entre elas que promete ser a mais acirrada do Grand Prix até a Olimpíada. Na teoria, são quatro lugares disponíveis. Mas eles podem se tornar cinco ou até seis. “O mais importante é que tenhamos ponteiras que possam fazer mais de uma posição. A briga na seleção está aberta. Lógico que nós temos uma base de alguns anos. Essa dis-puta entre elas é boa para a seleção e vai jogar quem estiver melhor”, garante o chefe.
No grupo das versáteis estão Mari, Natália e Tandara, que também fa-zem a saída, e Jaqueline e Sassá, especialistas no fundo de quadra e, por isso, mais cotadas a cobrir a posição de líbero. “As outras meninas têm esse diferencial, mas se o Zé me pedisse para fazer outra função, eu iria tentar na maior boa vontade. Apesar de nunca ter feito saída, não me sinto incapaz, impossibilitada”, explica Garay.
Experiência, forma física, momento e performance de cada ponteira também vão ser colocados na ponta do lápis para definir as escolhidas. E o comandante quer observar todos esses quesitos durante o Grand Prix, com encerramento previsto a três semanas dos Jogos. “Tenho ou-tras dúvidas também nas outras posições. De repente, podemos levar duas líberos”, despista.
FERNANDA GARAYA GAÚCHA FOI CHAMADAS ÀS PRESSAS POR
ZÉ ROBERTO PARA O MUNDIAL DO JAPÃO, EM
2010, APÓS AS GRAVES CONTUSÕES DE MARI
E PAULA. MAS FOI SÓ NO ANO SEGUINTE QUE
A ATACANTE GANHOU A CHANCE DE MOSTRAR
TRABALHO. NA COPA PAN-AMERICANA, GARAY
SE SAIU BEM E CAVOU ESPAÇO NAS DEMAIS
COMPETIÇÕES. E 2011 SÓ NÃO FOI MAIS
POSITIVO PORQUE A CRAQUE SOFREU UMA
LESÃO NO TORNOZELO DIREITO E ACABOU
FORA DE PARTE DA COPA DO MUNDO.
“A FERNANDA FOI UMA DAS JOGADORAS QUE
MAIS CRESCEU NOS ÚLTIMOS ANOS”, OBSERVA
O TREINADOR. “A JAQUE E A GARAY SÃO AS
PONTEIRAS QUE ESTÃO EM MELHOR FORMA”,
REFORÇA NATÁLIA. EM RECONHECIMENTO À
BOA FASE, GARAY FORMOU COM JAQUELINE
A DUPLA TITULAR NO PRÉ-OLÍMPICO SUL-
AMERICANO. E ELA NÃO DECEPCIONOU, SENDO
UM DOS DESTAQUES DA EQUIPE EM SÃO
CARLOS (SP).
AINDA ASSIM, SABE QUE O CAMINHO ATÉ
A CONVOCAÇÃO É LONGO. “EXISTE UMA
POSSIBILIDADE DE EU NÃO IR, MAS EU GOSTO
DE PENSAR QUE EU ESTOU MAIS PERTO DE
IR DO QUE DISTANTE. EU ACREDITO MESMO
QUE EU VOU, MAS SEI QUE A CONCORRÊNCIA
É GRANDE.” E NUNCA DUVIDE DA FORÇA DE
UMA SULISTA. “EU SOU UMA GAÚCHA FACA NA
BOTA. O ZÉ TEM QUE ME LEVAR”, BRINCA ELA,
EM REFERÊNCIA A UM FAMOSO DITADO DO RIO
GRANDE DO SUL.
JAQUELINERESERVA EM PEQUIM, JAQUELINE APARECE
COM FORÇA PARA ESTAR NO GRUPO DAS 12
QUE EMBARCAM PARA A CAPITAL INGLESA.
MAIS DO QUE ISSO. É SÉRIA CANDIDATA
A INTEGRAR O ELENCO TITULAR, APÓS
APRESENTAÇÕES SEGURAS NA TEMPORADA.
“NÃO PENSO MUITO NISSO. O MAIS
IMPORTANTE É ESTAR NA OLIMPÍADA E PODER
AJUDAR O GRUPO, INDEPENDENTE DE SER
TITULAR”, DEFENDE A CAMISA 8.
JAQUELINE CONHECE BEM A SENSAÇÃO DE
PERDER A TITULARIDADE EM CIMA DA HORA.
ENTÃO INTEGRANTE DO SEXTETO PRINCIPAL
EM PEQUIM, A JOGADORA SE MACHUCOU
DURANTE O GRAND PRIX E ASSISTIU DA
RESERVA AO SUCESSO DE PAULA E MARI,
MANTIDAS EM QUADRA ATÉ A INÉDITA
CONQUISTA DO OURO OLÍMPICO. “FICO ATÉ
COM A PULGUINHA ATRÁS DA ORELHA. POR
ISSO, SÓ PENSO EM FAZER MEU TRABALHO
E AJUDAR. PARA MIM, NÃO FAZ DIFERENÇA
JOGAR OU NÃO.”
AS PALAVRAS MADURAS SÃO DE UMA
JOGADORA QUE SE VIU OBRIGADA A ENFRENTAR
DIFERENTES OBSTÁCULOS EM TÃO POUCO
TEMPO. EM MEIO À ALEGRIA DO CASAMENTO
COM MURILO, A CAPITÃ DO SOLLYS SEGUROU
A BARRA DE PERDER UM FILHO, LESIONAR O
JOELHO ESQUERDO NA SUPERLIGA E A COLUNA
NO PAN DE GUADALAJARA. OS BAQUES DA VIDA
SÓ LHE DERAM MAIS FORÇA PARA SEGUIR
ADIANTE. “POR TUDO QUE PASSEI, MERECIA
ESTAR EM LONDRES.”
MARIA CAMISA 7 DO BRASIL TAMBÉM PASSOU POR
UM CICLO DOS MAIS CONTURBADOS. UMA DAS
MAIS EXPERIENTES DO GRUPO, COM DUAS
PARTICIPAÇÕES EM OLIMPÍADA, A ATACANTE
VIROU UMA DAS LÍDERES DO RENOVADO
ELENCO. E, PARA AJUDAR NO PROCESSO,
PARTICIPOU ATÉ DE CAMPEONATOS MENORES,
COMO O MONTREUX VOLLEY MASTERS.
NA HORA DO “PRATO PRINCIPAL”, PORÉM,
ELA ACABOU FORA. POR CAUSA DE UMA
GRAVE TORÇÃO NO JOELHO DIREITO, SOFRIDA
DURANTE A FASE FINAL DO GRAND PRIX DE
DOIS ANOS ATRÁS, A PONTEIRA FOI OBRIGADA
A VER PELA TV O MUNDIAL DO JAPÃO. “A
MAIOR TRISTEZA REALMENTE FOI FICAR
FORA DO MUNDIAL, QUE TALVEZ TENHA SIDO
O ÚLTIMO DA MINHA CARREIRA. FOI MUITO
DIFÍCIL”, LEMBRA MARI.
JÁ RECUPERADA, A ATACANTE VOLTOU EM
GRANDE ESTILO ÀS QUADRAS. MAS, NA
ÚLTIMA TEMPORADA, A PAULISTA COLECIONOU
NOVAS LESÕES E, COM ELAS, ATUAÇÕES
IRREGULARES. NA TENTATIVA DE PRESERVÁ-
LA, O TÉCNICO ZÉ ROBERTO SINALIZOU QUE
QUER VER MARI NOVAMENTE NA SAÍDA,
POSIÇÃO EM QUE SE SAIU BEM DURANTE OS
JOGOS DE ATENAS-2004.
“AINDA ESTOU ME ACOSTUMANDO COM A
IDEIA. ACHO QUE O ZÉ ROBERTO ME DEU
MAIS UMA OPÇÃO. ISSO NÃO QUER DIZER
QUE EU VÁ JOGAR SOMENTE NA SAÍDA DE
REDE. ACREDITO QUE POSSA JOGAR NAS DUAS
POSIÇÕES E FUNCIONAR COMO UM CURINGA”.
FOTOS: PRÉU LEÃO
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NATÁLIANATÁLIA AINDA NEM TINHA TROCADO O
SOLLYS PELA UNILEVER QUANDO COMEÇOU
A SENTIR OS PRIMEIROS DESCONFORTOS NA
CANELA ESQUERDA. OS EXAMES DA ÉPOCA
NÃO APONTARAM PROBLEMA MAIOR. DIANTE
DO DIAGNÓSTICO, A CAMISA 12 DISPUTOU
A SUPERLIGA 2010/11 SEM IMAGINAR QUE
CARREGAVA UM TUMOR BENIGNO NA REGIÃO.
DESDE ENTÃO, NÃO CONSEGUIU MAIS JOGAR
COM REGULARIDADE. NA ÚLTIMA TEMPORADA,
SEQUER TEVE CONDIÇÕES DE ESTREAR PELO
HEPTACAMPEÃO DO NACIONAL.
DURANTE O PERÍODO, A JOVEM CONTABILIZOU
DUAS CIRURGIAS PARA SE LIVRAR DAS DORES.
AGORA, LUTA DIA APÓS DIA PARA RECUPERAR
LOGO A INTIMIDADE COM A BOLA, O QUE SÓ
DEVE ACONTECER NO FINAL DESTE MÊS, DE
ACORDO COM A PREVISÃO DO DEPARTAMENTO
MÉDICO. “SÓ TENHO UM PENSAMENTO:
ESTAR LÁ EM LONDRES. NUNCA PENSEI O
CONTRÁRIO. SE HOUVE TRÊS DIAS QUE EU DEI
UMA BAQUEADA, FOI MUITO. NUNCA FALTOU
DEDICAÇÃO.”
O COMANDANTE TEM ACOMPANHADO DE PERTO
TODO O ESFORÇO DA PARANAENSE. POR ISSO,
NÃO ABRE MÃO DA PRESENÇA DA ATLETA NOS
CAMPEONATOS, MESMO QUE ELA SEQUER POSSA
SALTAR PARA ATACAR UMA BOLA. “ESSA FORÇA
QUE O ZÉ ME DÁ É MUITO IMPORTANTE. É UMA
MOTIVAÇÃO A MAIS SABER QUE ELE CONTA
COMIGO. QUANDO TEMOS VONTADE E OBJETIVO,
NADA É IMPOSSÍVEL.”
PAULA PEQUENOELEITA A MELHOR JOGADORA DOS ÚLTIMOS
JOGOS, PAULA NÃO CONSEGUIU SE SUSTENTAR
NA CONDIÇÃO DE TITULAR DURANTE O
ATUAL CICLO. E EM PARTE POR CONTA DAS
CONTUSÕES. EM 2009, A MÃE DA PEQUENA
MEL PASSOU POR UMA CIRURGIA ESPIRITUAL
NO JOELHO ESQUERDO. NO ANO SEGUINTE,
NA TENTATIVA DE BLOQUEAR HOOKER
NO GRAND PRIX, PISOU SOBRE O PÉ DA
NORTE-AMERICANA E TORCEU O TORNOZELO
ESQUERDO.
SEM TEMPO PARA A RECUPERAÇÃO, PAULA
ACABOU CORTADA DO MUNDIAL DO JAPÃO. A
FRUSTRAÇÃO FOI PASSAGEIRA, E A ATLETA
VOLTOU A DEFENDER O BRASIL NO ANO
PASSADO. SENTINDO-SE BEM PREPARADA,
A ATACANTE FAZ PLANOS DE ESTAR PELA
SEGUNDA VEZ EM UMA OLIMPÍADA, MAS
ALERTA QUE A DISPUTA É MAIS INTENSA DO
QUE NO ÚLTIMO CICLO. “ESTÁ TODO MUNDO
BEM, EM BOA FASE E MAIS EXPERIENTE.”
ATÉ POR ISSO, PAULA NÃO VÊ PROBLEMAS
EM ENCARAR A RESERVA EM LONDRES, APÓS
BRILHAR EM PEQUIM. “COSTUMO ENTREGAR
MINHA VIDA NAS MÃOS DE DEUS. SINTO QUE
EVOLUO A CADA DIA. ESTOU CONCENTRADA NO
QUE TENHO QUE FAZER. TODO MUNDO BUSCA
UM LUGAR AO SOL, NÃO IMPORTA SE É MINHA
AMIGA OU NÃO”, DESTACA ELA, QUE BRINCA.
“SOU CASCA GROSSA”.
SASSÁSEMPRE CHAMADA PARA RESOLVER ALGUM
PROBLEMA, SASSÁ REFORÇOU SEU VALOR
NA MEMORÁVEL SEMIFINAL ENTRE BRASIL E
JAPÃO, EM 2010, PELO MUNDIAL. SUBSTITUTA
DE JAQUELINE DEPOIS DA DERROTA NOS DOIS
PRIMEIROS SETS, A JOGADORA SE TORNOU
SÍMBOLO DE UMA MARCANTE VIRADA, QUE
COLOCOU A SELEÇÃO NA DECISÃO DO TORNEIO.
AINDA ASSIM, SASSÁ NÃO CONSEGUE LUGAR
CATIVO NO ELENCO PRINCIPAL, MAS NÃO
PERDE PRESTÍGIO JUNTO AO TÉCNICO. NO
ANO PASSADO, RECEBEU DE ZÉ ROBERTO A
TAREFA DE PASSAR EXPERIÊNCIA ÀS JOVENS
DA SELEÇÃO B. VIROU CAPITÃ DE UMA EQUIPE
QUE FEZ BONITO NA RÚSSIA E SE SAGROU
VICE-CAMPEÃ DA COPA YELTSIN.
RECENTEMENTE, FOI VÍTIMA DE UMA TORÇÃO
NO TORNOZELO ESQUERDO E ACABOU
CORTADA DO PRÉ-OLÍMPICO. APÓS O PERÍODO
DE MOLHO, SASSÁ VOLTOU A SALTAR NA
ÚLTIMA SEMANA, DENTRO DO PRAZO PREVISTO
PELO DEPARTAMENTO MÉDICO. AGORA, A
CAMISA 10 CORRE DOBRADO PARA SUPERAR O
TEMPO PERDIDO.
“FICAR UM MÊS PARADA, SEM ATIVIDADES
COM BOLA, ME PEGOU DE SURPRESA. CLARO
QUE ESTOU UM POUCO EM DESVANTAGEM (EM
RELAÇÃO ÀS DEMAIS). TEMOS POUCO TEMPO
DE PREPARAÇÃO PARA OS JOGOS OLÍMPICOS E
UM MÊS FAZ MUITA DIFERENÇA. NO ENTANTO,
ENQUANTO PUDER LUTAR PARA ESTAR NO
GRUPO QUE IRÁ PARA LONDRES, VOU DAR O
MEU MÁXIMO”.
TANDARAAS BOAS ATUAÇÕES DE TANDARA PELA
SELEÇÃO B, DURANTE A COPA YELTSIN DO
ANO PASSADO, CHAMARAM A ATENÇÃO DE
ZÉ ROBERTO, QUE QUIS TESTÁ-LA NO TIME
PRINCIPAL EM UM TORNEIO AMISTOSO EM
BRASÍLIA. A PRESSÃO DE JOGAR AO LADO DE
TANTAS CAMPEÃS OLÍMPICAS NÃO INIBIU
A JOVEM, QUE LOGO GANHOU A VAGA DE
RESERVA DA OPOSTA SHEILLA.
DISPOSTA A NOVOS DESAFIOS, TANDARA
TAMBÉM NÃO SE INTIMIDOU QUANDO
PRECISOU SE DIVIDIR NA TAREFA DE PASSAR
E ATACAR, NO VÔLEI FUTURO, HÁ DOIS ANOS.
SITUAÇÃO QUE SE REPETIU NO ANO PASSADO
NO SOLLYS. E ELA SABE QUE A POLIVALÊNCIA
É UM DOS TRUNFOS PARA ESTAR NO TORNEIO.
“O ZÉ JÁ DEU ALGUMAS DECLARAÇÕES
DE QUE, QUANTO MAIS VERSÁTIL A
JOGADORA, MELHOR PARA O GRUPO. MAS
ESSA VERSATILIDADE NÃO QUER DIZER UM
FAVORITISMO.”
EMBORA MANTENHA OS PÉS BEM FINCADOS
NO CHÃO, A ATACANTE SÓ PENSA EM REALIZAR
O GRANDE SONHO. “POR QUE ESPERAR A
OLIMPÍADA DE 2016 SE EU POSSO IR EM
2012? TENHO CONDIÇÕES DE DISPUTAR OS
JOGOS DE LONDRES E FAREI O POSSÍVEL PARA
QUE ISSO ACONTEÇA, ME ESFORÇANDO
A CADA TREINO, A CADA PARTIDA, NA PARTE
FÍSICA, NA MUSCULAÇÃO. ME DEDICAREI PARA
ALCANÇAR ESSE SONHO.”
MAIS DISPUTAS
As dúvidas também recaem sobre as levantadoras. Fabíola, após a boa Superliga, dá sinais de estar à frente de Dani Lins e Fernandinha. Não à toa, disputou o Pré-olímpico na condição de titular. Já a colega do Sesi-SP tem como trunfo ter participado de todo o ciclo, diferente da armadora do Vôlei Amil. Ainda assim, Zé Roberto defende condições iguais entre as três.
“A Fernandinha já participou de treinos na seleção em 2007, foi convo-cada em 2009, mas não pôde ir. Resolvi chamá-la agora porque eu sem-
pre gostei de trabalhar com três levantadoras. E não é preciso participar do ciclo todo para estar na Olimpíada. Até a Walewska eu convidei para voltar. Acho que temos que pensar na seleção como um todo, não só das jogadoras que participaram do ciclo”, explica Zé Roberto.
Diante de tantas possibilidades, seria esse o grupo mais homogêneo que o Brasil já teve? O bicampeão olímpico garante que não. “Em 2008, tínhamos um grupo excepcional. É muito difícil você conseguir um grupo como o de Pequim. Além de as jogadoras estarem voando, a equipe era muito homogênea.”
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2009
2010
JAQUELINE
MARI
PAULA
PAULA
PEDIU DISPENSA POR ORDEM PESSOAL
JOELHO DIREITO
TORNOZELO ESQUERDO
JOELHO ESQUERDO
FICOU FORA DE TODA A TEMPORADA
RETA FINAL DO GRAND PRIX E O MUNDIAL
RETA FINAL DO GRAND PRIX E O MUNDIAL
MONTREUX VOLLEY MASTERS E O GRAND PRIX
ZÉ ROBERTO AINDA
TEM DÚVIDAS SOBRE
A QUANTIDADE DE
PONTEIRAS QUE
PRETENDE LEVAR PARA
LONDRES. FÊ GARAY É UM
DOS NOMES FORTES
BRUXA ENTRE AS PONTEIRASANO JOGADORA POR QUE FICOU FORA O QUE DEIXOU DE DISPUTAR
2011
2012
JAQUELINE
MARI
MARI
NATÁLIA
FERNANDA GARAY
SASSÁ
MARI
NATÁLIA
PERDA DO BEBÊ / FRATURA CERVICAL
ABDÔMEN
DISPENSA POR ORDEM PESSOAL
CANELA ESQUERDA
TORNOZELO DIREITO
TORNOZELO ESQUERDO
OMBRO DIREITO
CANELA ESQUERDA
FICOU FORA DE TODA A TEMPORADA
FASE FINAL DO GRAND PRIX
COPA PAN-AMERICANA
COPA DO MUNDO
GRANDE PARTE DA COPA DO MUNDO
PRÉ-OLÍMPICO SUL-AMERICANO
PRÉ-OLÍMPICO SUL-AMERICANO
PRÉ-OLÍMPICO SUL-AMERICANO
MATÉRIA DE CAPA
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BRUXA ENTRE AS PONTEIRAS
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LEANDRO VISSOTTO AINDA ERA UM MENINO DE 13 ANOS QUANDO ASSISTIU PELA PRIMEIRA VEZ A UMA OLIMPÍADA.
ERA ATLANTA, 1996. PASSADOS 16 ANOS, O OPOSTO ESTÁ PERTO DE TORNAR REALIDADE O SONHO DE CRIANÇA:
REPRESENTAR O BRASIL EM LONDRES. PARA ISSO, PRECISA VENCER ALGUMAS BATALHAS. A PRIMEIRA JÁ FOI
SUPERADA NO MÊS PASSADO, QUANDO SE SUBMETEU A UM CATETERISMO PARA SOLUCIONAR UMA ARRITMIA
CARDÍACA. TOTALMENTE RECUPERADO, VISSOTTO SE SENTE PRONTO PARA CONVENCER BERNARDINHO QUE TEM
CONDIÇÕES DE ESTAR NO GRUPO QUE VAI BUSCAR O TRI OLÍMPICO.
A HORA DE VISSOTTO
SV: QUAL É A PRIMEIRA LEMBRANÇA QUE VOCÊ TEM DOS JOGOS OLÍMPICOS? LV: Eu comecei a acompanhar com mais atenção as Olimpíadas a partir de 1996, em Atlanta. Eu tinha 13 anos e lembro que já sonhava em, um dia, participar da competição, o que espero que possa acontecer agora em 2012, em Londres. De Atlanta, uma coisa que me marcou foi o sucesso dos brasileiros no vôlei de praia (na ocasião, Jacqueline Silva e Sandra Pires ganharam a medalha de ouro, enquanto Adriana Samuel e Mônica Rodrigues garantiram a prata).
SV: AGORA TUDO LEVA A CRER QUE VOCÊ DEFENDERÁ O PAÍS EM LONDRES. ANTES DISSO, QUANDO VOCÊ ERA APENAS UM TELESPEC-TADOR, O QUE GOSTAVA DE ACOMPANHAR NAS OLIMPÍADAS? LV: Eu acho que as Olimpíadas são, acima de tudo, uma grande celebração ao esporte. Por isso, eu gostava de curtir até as festas de abertura e de encerramento. Acompanho todos os esportes em que os brasileiros estão envolvidos, e torço muito por eles.
SV: EM 2008, VOCÊ AINDA NÃO FAZIA PARTE DO GRUPO PRINCIPAL DA SELEÇÃO. LEMBRA-SE DE ONDE ASSISTIU AOS JOGOS OLÍMPICOS DE PEQUIM? LV: Em 2008, eu acompanhei os jogos em casa, no Rio. Lembro que acordava de madrugada para conferir os jogos, tanto do time masculino, como das meninas. Fiquei muito nervoso na final, vencida pelos Estados Unidos. Eles estavam em um momento exce-lente.
SV: POR LONGOS ANOS, O BRASIL TEVE NA SAÍDA MARCELO NEGRÃO E ANDRÉ NASCIMENTO. AGORA CHEGOU A ERA LEANDRO VISSOTTO?
LV: A concorrência é grande na minha função e quem ganha com isso é a seleção. Estou trabalhando duro e espero ocupar meu espaço, ajudando a equipe a conquistar muitos títulos.
SV: ATÉ POR ESSA DINASTIA DOS SEUS ANTECESSORES, VOCÊ SE SENTE COBRADO PARA TER UMA PASSAGEM TÃO MARCANTE QUANTO ELES? LV: É uma responsabilidade, sem dúvida. Mas isso acontece nas seleções de todas as modalidades. A de vôlei, pela série grande de títulos na última década, é um dos exemplos mais lembrados. Vou sempre fazer o melhor para fazer jus aos meus antecessores.
SV: VOCÊ É O OPOSTO, DO GRUPO ATUAL, COM MAIS BAGAGEM IN-TERNACIONAL. ACREDITA QUE ISSO POSSA SER UM DIFERENCIAL NA DISPUTA PARA ESTAR EM LONDRES? ATÉ POR CONHECER MELHOR OS FUTUROS ADVERSÁRIOS DO BRASIL, JÁ TER JOGADO COM ELES NA ITÁLIA... LV: É um detalhe importante, mas a decisão sobre quem vai jogar sempre levará em consideração quem estiver no melhor momento. Por isso, não posso me acomodar com isso.
SV: POR FALAR EM ITÁLIA, O QUANTO FOI IMPORTANTE ESSA VOLTA À EUROPA, APÓS TER FEITO UMA SUPERLIGA RAZOÁVEL PELO VÔLEI FUTURO? LV: Foi muito importante. Mesmo sem conquistar títulos, fiz uma temporada muito boa (pelo Cuneo), chegando às semifinais do Italiano e “batendo na trave” para disputar o Final Four da Liga dos Campeões. Esse período na Itália foi excelente, até para ganhar mais confiança para um ano olímpico.
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MEMÓRIA
“ NOS SENTÍAMOS OS VERDADEIROS BEATLES”Eles eram quase John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr. Mas não sabiam cantar. Tampouco tocar. Nem tinham o cabe-lo engomadinho dos meninos de Liverpool. E sequer precisavam. Com uma camisa amarela, um short azul marinho e uma bola branca, eles provocavam alvoroço pelas quadras do País. Em meio a tantos gritos histéricos das fãs, sim, sentiam-se os Beatles. Mas do vôlei.
A analogia com a banda inglesa é feita pelo ex-levantador Maurício so-bre a primeira das nove conquistas do Brasil na Liga Mundial. Era 1993, época em que existia vantagem e o set se encerrava no 15º ponto. Era
ASSÉDIO E BADALAÇÃO MARCAM A PRIMEIRA DAS NOVE CONQUISTAS DO BRASIL NA LIGA MUNDIAL
também o fim de uma hegemonia da Itália que já durava três anos. E era a consagração de uma equipe que acabava de se tornar campeã olímpica em Barcelona-1992.
Símbolos da primeira “Geração de Ouro” do vôlei brasileiro, Maurício, Giovane, Tande, Paulão, Carlão e Marcelo Negrão se tornaram pop stars. “Nos sentíamos os verdadeiros Beatles”, diverte-se o ex-camisa 6. “Era muito assédio, muita badalação. Nos divertíamos muito com aquilo tudo”, completa o hoje dirigente da Medley/Campinas.
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“ NOS SENTÍAMOS OS VERDADEIROS BEATLES”
Mas a caminhada até a inédita conquista foi tão difícil quanto a me-lancólica “Let it be”. O Brasil terminou a primeira fase do torneio em segundo lugar do Grupo A, com uma campanha de 15 vitórias e cinco derrotas - duas para a Rússia, duas para a Alemanha e uma para o Ja-pão. Como a Itália se classificou na liderança da outra chave, o encontro com os então tricampeões aconteceu precocemente.
Na semifinal, a seleção de Zé Roberto não afinou diante da Azzurra e mostrou que, dentro do ginásio do Ibirapuera (SP), palco da Fase Final, o favorito vestia outras cores. “Tínhamos a força da equipe e as ener-gias positivas de jogar no Brasil. Era o momento e a hora para vencer os italianos”, comenta o ex-levantador. Resultado: 3 sets a 0 para os brasileiros, após parciais de 15/11, 15/11 e 15/9.
A vitória sobre os reis da década de 90 levou fôlego novo para o grupo, que se encheu de confiança para o passo seguinte. “Ganhar daquele time não era sempre e fomos para a final mais confiantes”, lembra Mar-celo Negrão. O inédito ouro estava perto, só faltava despachar a Rússia, que havia vencido Cuba na semifinal e tinha na bagagem as duas vitó-rias sobre os sul-americanos na fase de grupos.
Os russos eram temidos pela força física, mas a seleção brasileira não se intimidou e logo mostrou que ninguém estragaria a festa armada no Ibirapuera. Foram esmagadores 15 a 2 no primeiro set, mas ainda não havia nada ganho. Era preciso vencer ainda mais duas batalhas daquela guerra. “Tínhamos uma coisa boa, que era sempre respeitar o adversário até o fim”, lembra o ex-oposto.
Os russos fizeram o esperado e equilibraram o jogo. Embora a dificulda-de tenha aumentado, o desejo de vencer não diminuiu e, após 15/13 e 15/9, o Brasil comemorou o primeiro título da Liga Mundial. Para com-pletar a festa, a partida final aconteceu no dia do aniversário de 39 anos de Zé Roberto, em 31 de julho. “Eu lembro o Ibirapuera lotado cantando parabéns para o Zé. Foi muito legal”, fala Maurício.
O craque acabou eleito o melhor levantador do torneio, enquanto Gio-vane foi o MVP e Kid o melhor passador. “Esse título foi uma coroação. Foi um presente para nós e para os fãs. Para eles, porque puderam ver a equipe campeã olímpica. Para nós, por contarmos com essa energia positiva”, comenta Maurício. “Não tinha grupo amigo como o nosso. Isso fez muita diferença”, completa Negrão.
UM ANO APÓS BRILHAR NOS JOGOS DE
BARCELONA-1992, BRASIL CONFIRMA A FASE DE
OURO E DERRUBA A RÚSSIA NO CALDEIRÃO DO
GINÁSIO DO IBIRAPUERA, EM SÃO PAULO (SP). A
GERAÇÃO DE MAURÍCIO E MARCELO NEGRÃO ENTRA
DE VEZ PARA A HISTÓRIA DO VÔLEI MUNDIAL
CLASSIFICAÇÃO FINAL
1º BRASIL
2º RÚSSIA
3º ITÁLIA
4º CUBA
5º HOLANDA
6º JAPÃO
VOCÊ SABIA QUE NA LIGA MUNDIAL DE 1993...
- HAVIA APENAS DOIS GRUPOS DE
SEIS SELEÇÕES
- FINLÂNDIA E GRÉCIA ESTREARAM
- O BRASIL RECEBEU PELA
PRIMEIRA VEZ A FASE FINAL
- A PREMIAÇÃO CHEGOU A US$ 3
MILHÕES
- FORAM REALIZADOS 124 JOGOS
7º CHINA
8º ALEMANHA
9º EUA
10º COREIA DO SUL
11º GRÉCIA
12º FINLÂNDIA
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VESTIÁRIO
SAPOS NO MERCADO, RATOS NA COZINHA, MICOS EM FESTAS, MALAS EXTRAVIADAS... O GRAND PRIX SEMPRE RENDE
TÍTULOS E HISTÓRIAS PARA AS MENINAS DA SELEÇÃO. E QUE DE TÃO DIVERTIDAS ATÉ PARECEM AQUELAS DE PESCADOR.
NESTA EDIÇÃO, AS CENTRAIS FABIANA E WALEWSKA, ALÉM DA LEVANTADORA FOFÃO, RELEMBRAM QUATRO DELAS
PERRENGUES NA ÁSIA
MICO DE VIRNA“Tínhamos vencido o Grand Prix e fomos para a festa de encerramento. A Virna era a que estava mais arrumadinha. Ela sempre levava roupa im-pecável. Algumas delegações iam de agasalho, mas nós sempre levávamos uma roupinha por causa dessa festinha no final. A festa era em um casarão aberto e era preciso descer uma escada enquanto o mestre anunciava o time. Pedimos para a Virna ir na frente, porque ela estava mais bonitinha e ia dar aquela impressão. Quando nos chamaram, a Virna foi primeiro, só que ela escorregou e caiu da escada. Ela olhou para trás e não tinha ninguém. Estávamos todas no chão rolando de dar risada. Ninguém aguentou. Mas a Virna levantou na maior classe e entrou. Eu falei: ‘quem mandou? Está de sapatinho novo, toda bonita’. Foi um mico. Mas a Virna tira de letra essas coisas. Ela levantou na pose e seguiu” » Fofão, levantadora da Unilever.
TREINO DE MAIÔ“Fomos para uma cidadezinha no interior da China e não tinha nada lá. O hotel era horrível, saía rato da cozinha e, para ajudar, ainda perdemos as malas ao chegar ao aeroporto. Algumas meninas usavam lentes e pre-cisaram colocar óculos no treino. Estávamos também sem roupa, só com a do corpo. Algumas treinaram de maiô, colocaram short. Depois saímos para comprar roupas. Lembro que eram todas muito coloridas, então ficou uma de vermelho, outra de rosa, outra de amarelo. O time ficou todo sem identi-dade na quadra. Tivemos que usar também tênis de viagem no treino. Era na época do Bernardo, então tínhamos que treinar de qualquer forma. Depois de dois dias, encontraram as nossas malas e nos devolveram” » Walewska, meio de rede do Vôlei Amil. SAPO, MINHOCA E COBRA“Na China, combinamos uma vez de todo mundo ir fazer compra em um mercado da cidade. Assim que chegamos, começou a sair um pessoal car-regando nas sacolinhas sapo, cobra, minhoca, vários bichos que aqui não vemos no mercado. Todo mundo foi olhar. Quando entramos no mercado, descobrimos que tinha uma parte que só vendia esses bichos. O pessoal lá colocava um pouco deles no saquinho, pesava, comprava e levava para casa. E era tudo para comer. Achamos curioso e tentamos filmar, mas não
deixaram. Dos lugares da Ásia onde jogamos, lá na China é onde sempre vemos coisas mais diferentes. Às vezes, você anda na rua e vê pato pen-durado. É tudo muito curioso para nós. Para eles, é tudo normal” » Fabiana, meio de rede da seleção e do Sesi-SP. VÍDEO COM CERA“Como ficamos muito tempo fora durante o Grand Prix, costumamos levar tudo para a viagem. Tínhamos um salão, então eu limpava a sobrancelha, fazia escova, cortava cabelo e tinha a depilação também. Estávamos nos depilando quando o Bernardo pediu que fôssemos naquela hora para o quarto para ver vídeo. Só que todo mundo estava se depilando, algumas estavam fazendo a virilha. Saímos correndo, porque quando o Bernardo fala para ir, é para ir. E aí deixamos a Raquel com a cera na virilha, outras com cera no buço. A Raquel não conseguia fechar a perna, ficava com a perna aberta e a cera grudando. Enquanto víamos o vídeo, ríamos o tempo todo. O Bernardinho não entendeu nada. Tomamos uma bronca, mas foi muito engraçada essa cena” » Fofão, levantadora da Unilever.
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PELO MUNDO – FURST
A ALEMÃ FURST JÁ TEVE ZÉ
ROBERTO COMO TÉCNICO E SHEILLA,
MARI, JAQUELINE E FOFÃO COMO
COLEGAS DE TIME. A PROXIMIDADE
COM O BRASIL A LEVOU ATÉ A
ESTUDAR PORTUGUÊS
POR JOANA MELLO E MARIANA MELLO
A CENTRAL É UMA DAS APOSTAS DA ALEMANHA
PARA REPETIR NO GRAND PRIX DESTE ANO A BOA
CAMPANHA DE 2009, QUANDO A EQUIPE FICOU
EM TERCEIRO LUGAR. E EXPERIÊNCIA NÃO FALTA
À CAMISA 11, QUE DEFENDE O PAÍS DESDE AS
CATEGORIAS DE BASE
“ MEU SONHO É JOGAR NO BRASIL UM DIA”
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PELO MUNDO – FURST
Não estranhe se, ao pedir um autógrafo à alemã Furst, durante a etapa Brasil do Grand Prix, ela arriscar um diálogo em português. Sim, essa central de 1,92m, 27 anos e eleita a melhor bloqueadora nos Mundiais de 2006 e 2010 sabe falar alguma coisa do idioma eternizado por Ca-mões. “Estudei um pouco de português, mas não pude usar muito, então a maior parte que entendo é baseado no italiano. Mas quero aprender novamente”, entrega.
Um pouco ela pôde praticar com Zé Roberto, Sheilla, Mari e Jaqueline, durante o período que defendeu o Pesaro (2007/08 e 2008/09), na Itália, e com Fofão e novamente com o treinador, na única temporada que jogou pelo Fenerbahce (2010/11), na Turquia. “Era meu sonho trabalhar com ele. E foi ótimo trabalhar e jogar com as brasileiras, ainda que tenhamos passado também por momentos ruins e emocionantes juntos. Mas tudo isso é normal no mundo do voleibol.”
O contato direto com os campeões olímpicos aproximou ainda mais Furst do Brasil. E essa relação pode ficar ainda mais íntima nos próximos anos. “Meu sonho é ainda jogar no Brasil. Um dia quero ter essa experi-ência. Eu gosto da forma como treinam e trabalham com o levantamento de peso. Faz eu me sentir mais forte. Gosto da mentalidade brasileira, dos lugares, da comida. É incrivelmente saborosa”, elogia.
Mas os planos de vir para a América do Sul são para o futuro. Comple-tamente adaptada à turca Istambul, onde vive desde 2010, a craque do Vakifbank aprecia a efervescência da megalópole que divide a Europa da Ásia. “É uma cidade louca, barulhenta e excitante, parece quase im-possível resistir a ela”. Além disso, morar tão distante do Velho Conti-nente a impediria de terminar a faculdade, algo do qual não abre mão.
A ESTUDANTE FURST Chris, como é chamada pelos amigos, estuda História e Ciência das Línguas na Faculdade de Dresden, cidade onde nasceu. Inicialmente, o desejo era tentar Medicina, mas acabou optando pelo curso atual, com o intuito de manter a cabeça ativa. O vôlei a levou a novos centros, mas nem por isso a faculdade ficou de lado. Entre uma viagem e outra, ela aproveita para colocar o estudo em dia.
Aplicada, a germânica usa inclusive as férias da seleção para estu-dar. Já são oito anos dividindo as carreiras atlética e acadêmica, a qual planeja concluir em março do próximo ano. E, quando esse dia chegar, Furst nem pensa em diminuir o ritmo. Nos novos projetos, estão inclu-sos anseios comuns a jovens da idade dela: viajar mais, ver o mundo, aprender a surfar, ter outras atividades esportivas e, é claro, seguir a carreira no voleibol.
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FURST ESTÁ NA SELEÇÃO ADULTA
DA ALEMANHA DESDE 2003. UM
ANO DEPOIS, QUANDO SEQUER
TINHA COMPLETADO 20 ANOS,
DISPUTOU PELA PRIMEIRA VEZ
UMA EDIÇÃO OLÍMPICA EM
ATENAS. E JÁ FOI NA CONDIÇÃO
DE TITULAR
Uma carreira que foi marcada por vitórias e também por momentos di-fíceis. Aos nove anos, Furst deu os primeiros toques na bola. Ainda no colégio, um olheiro do clube local a convidou para treinar com o time. Foram muitas temporadas defendendo o tradicional Dresdner, equipe que ela deixou apenas aos 22 anos, quando decidiu realmente escolher o voleibol como profissão e partiu para a Itália.
Nesse período, a seleção alemã também já fazia parte da vida da atleta. A central passou por todas as categorias de base até que, em 2003, recebeu a primeira convocação para o selecionado adulto. Logo após disputar o Mundial Juvenil daquele ano, Furst se juntou ao elenco princi-pal para o Campeonato Europeu, em Ancara, na Turquia. Ali, conquistou logo de cara a primeira medalha da carreira, um bronze vencido em cima das holandesas.
Na temporada seguinte, com apenas 19 anos, a jovem promessa parti-cipou da primeira e única Olimpíada de sua vida, em Atenas-2004, e já na condição de titular. “Mesmo que não tenhamos conseguido passar da primeira fase, jogamos um torneio incrível e me dá saudades lem-brar aquela atmosfera. Eu nunca vou esquecer esses sentimentos, essas emoções, essa experiência”, relembra a jogadora.
O sucesso no selecionado germânico despertou os olhos das principais potências da Europa. E foi vestindo as camisas do Bergamo, Pesaro, Fenerbahce e Vakifbank que a atleta comemorou os principais títulos do currículo, como os dos campeonatos Italiano e Turco, do Mundial de Clubes e da Liga dos Campeões. Pela seleção, festejou também o bronze no Grand Prix de 2009 e o vice-campeonato no Europeu do ano passado.
BLOQUEIOS DA VIDA Mas a carreira não lhe reservou apenas sorrisos. A especialista em bloqueios precisou enfrentar uma grave lesão no ombro, em 2010, que a deixou afastada das quadras por longo período. A recu-peração exigiu muito esforço da central. Perfeccionista, ela quis dedicar 100% de energia no tratamento para voltar a jogar em alto nível. Por isso, optou por devolver a faixa de capitã ao técnico Giovanni Guidetti, que repassou a função para a oposta Kozuch.
A força de vontade e a dedicação para superar os momentos de dificul-dade a meio de rede herdou dos pais, que nunca entregaram os pontos, nem mesmo diante da dificuldade de lidar com a incapacidade física e mental da primogênita, sete anos mais velha que Furst. “Admiro os meus pais que tiveram a coragem e a força para viver essa vida com todos os problemas que aconteceram”, reconhece.
E o orgulho de Dresden terá que mostrar que é forte mais uma vez. Den-tro de quadra, recentemente sofreu outro baque. Após um ciclo olímpico vitorioso, a Alemanha amargou a decepção de ficar fora dos Jogos de Londres. Um sonho que por pouco não se realizou. Otimista por dias me-lhores, Furst prefere já olhar para frente. “Ainda é difícil pensar que não iremos para Londres, mas o meu sonho de ir para mais uma Olimpíada ainda vive em mim. Não vejo a hora do Rio-2016.”
“ GOSTO DA MENTALIDADE BRASILEIRA, DOS LUGARES, DA COMIDA. É INCRIVELMENTE SABOROSA“
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PELO MUNDO – MARCOS KWIEK
EX-ASSISTENTE-TÉCNICO DE ZÉ ROBERTO,
MARCOS KWIEK COMEMORA O SUCESSO DO
TRABALHO NA SELEÇÃO CARIBENHA
ELE COLOCOU A R. DOMINICANA EM LONDRES
Era véspera da semifinal entre Brasil e Sérvia, no Mundial do Japão (2006), quando Marcos Kwiek recebeu o convite para ser técnico da República Dominicana. Então assistente de Zé Roberto, ele não quis ouvir naquele momento a proposta de Cristóbal Marte, vice-presidente da federação de vôlei daquele país, além de homem mais poderoso da Norceca. Primeiro, queria ajudar a seleção brasileira a papar o inédito título.
O caneco, como se sabe, foi parar nas mãos das russas Sokolova e Ga-mova. Daquele encontro, outros surgiram entre Kwiek e Marte. Encan-tado com o projeto oferecido pela República Dominicana, o ex-treinador do Pinheiros aceitou em 2008 o desafio de colocar tempero brasileiro na força caribenha. Quatro anos depois, Kwiek comemorou no último mês a conquista mais significativa desde que assumiu a equipe: a vaga para os Jogos Olímpicos de Londres.
“Nosso plano, desde o início, era classificar para o Rio-2016. Antecipar um ciclo foi sensacional. O caminho está bem legal, muito melhor do que projetamos. Queremos crescer um pouquinho a cada ano”, afirma Kwiek, também diretor-técnico da seleção feminina dominicana. Por enquanto, ele sabe que o sonho mais próximo das comandadas é se classificar para as quartas de final dos Jogos de Londres. Mas não duvida que essa condição seja diferente na edição carioca.
“No Rio-2016, queremos estar entre os oito melhores. Sendo bem otimis-ta, queremos brigar por medalhas.” Para isso, apoia-se na dedicação das atletas, que se adaptaram bem ao treino do brasileiro. Em pouco tempo, Kwiek ganhou a confiança das novas pupilas, então acostuma-das ao trabalho da escola cubana. “Até por isso treinar muito nunca foi problema para elas. Se precisarem treinar dez horas, elas treinam. Não tem tempo ruim.”
RELAÇÃO COM O BRASIL Assim que recebeu o convite para dirigir a República Dominicana, Kwiek resolveu conversar com Zé Roberto, com quem trabalhou entre 2004 e 2007. “O Zé é um eterno amigo, incenti-vador e professor. Sempre que nos encontramos, conversamos muito. Qualquer oportunidade é boa para se aprender”. A vontade de encarar o desafio era tão grande que Kwiek nem chegou a pesar o lado financeiro, que “não valia a pena”.
Zé Roberto lhe deu força e, assim, Kwiek fez as malas e partiu para o Ca-ribe. A adaptação foi rápida e os resultados não demoraram a aparecer. No ano passado, as dominicanas se sagraram vice-campeãs continen-tais, após derrota na final para os Estados Unidos. Como resultado, pela
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primeira vez na história, a República Dominicana figurou no TOP 10 do ranking mundial, na lista divulgada em janeiro deste ano, à frente de forças do porte de Cuba, Turquia e Polônia.
A equipe virou também pedra no sapato do Brasil, que vez ou outra en-contra dificuldades para passar pelas caribenhas. Não por acaso, não são raros os jogos decididos apenas no tie-break, como o primeiro de Kwiek contra o Brasil, em 2008, na última etapa da fase classificatória do Grand Prix. Na ocasião, o time de Zé Roberto precisou suar para não ser surpreendido. “Na hora do hino, lembro que foi uma emoção diferen-te enfrentar o Brasil. Mas no jogo foi normal.”
Um dia, porém, a vontade é estar do lado verde-amarelo. “A seleção brasileira é o sonho de consumo de qualquer técnico. Não sei se sou um candidato forte, mas sei que estou aproveitando para crescer e apren-der. Estar no exterior, jogando os melhores torneios do mundo, faz parte do meu crescimento. Se um dia surgir uma oportunidade dessas, estarei melhor preparado. Estou muito feliz e me entregando de corpo e alma ao trabalho.”
SV: VOCÊ FOI CONVIDADO EM 2006 PARA SER TÉCNICO DA R. DOMINI-CANA, MAS SÓ ACEITOU EM 2008. POR QUE A DEMORA? MK: Depois do Mundial de 2006, pintou o convite para dirigir o Pinheiros na Superliga e eu aceitei. Mas mantive conversas com o sr. Cristóbal até 2008, que foi quando viajei para Santo Domingo para conhecer a estrutura, as condições, enfim, para ter contato direto com o projeto e poder tomar a decisão. Eu tinha a opção de ficar na seleção e continuar no Pinheiros, mas o clube queria um técnico exclusivo. Acabei optando pela seleção.
SV: FINANCEIRAMENTE, VOCÊ DISSE QUE A PROPOSTA NÃO FOI TÃO ATRATIVA. EM ALGUM MOMENTO, VOCÊ SE ARREPENDEU DE TER ACEI-TADO? MK: Não, não mesmo. Claro que sei que estaria ganhando mais se estivesse em um país mais desenvolvido. Mas eu queria crescer com eles. Sabia que seria uma ótima oportunidade profissional. Estavam me dando uma chance de trabalhar, de ser o responsável por todo um pro-jeto. Sabia que não poderia errar, que era a grande oportunidade profis-sional que eu estava buscando. Por isso, desde o início me entreguei por completo. A estrutura em si não é lá essas coisas, mas tem um material humano enorme. Tem um povo alegre que gosta de trabalhar, meninas que querem melhorar de vida, com brilhos nos olhos mesmo.
SV: ESTAMOS A POUCAS SEMANAS DOS JOGOS DE LONDRES. COMO VOCÊ PRETENDE APROVEITAR O GRAND PRIX PARA PREPARAR MELHOR A R. DOMINICANA? MK: Não temos a facilidade do Brasil, dos Estados Unidos e da Itália, que podem contar com várias jogadoras. Estamos em busca disso. É meu objetivo, mas falta muito. Por isso, pretendo mesclar o máximo que eu puder. Preciso dar descanso a algumas atletas. Quero aproveitar para observar também. Tenho algumas dúvidas em relação às atletas que vão à Olimpíada. Vou aproveitar o Grand Prix para resolver isso. Claro, vamos entrar para ganhar, mas temos que preservar a saúde das atletas.
TRÊS PERGUNTAS PARA KWIEK
EM APENAS UM CICLO OLÍMPICO, O
BRASILEIRO MARCOS KWIEK TRANSFORMA
A REPÚBLICA DOMINICANA NA SEGUNDA
POTÊNCIA DA NORCECA, ATRÁS APENAS
DOS ESTADOS UNIDOS, E CLASSIFICA AS
CARIBENHAS AOS JOGOS APÓS OITO ANOS
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BELEZA
CADA VEZ MAIS VISADAS, AS ATLETAS BRASILEIRAS CHAMAM ATENÇÃO TAMBÉM PELA BELEZA. MARI PARAÍBA E LUCIANE
ESCOUTO CONTAM COMO ESTÃO SEMPRE BELAS NAS QUADRAS DO PAÍS
CHEIAS DE CHARME
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MARI PARAÍBA CUIDA DA
MAQUIAGEM QUANDO O JOGO
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Blush, rímel, delineador, gloss, batom, hidratantes. Você acha que esses itens não são coisa para atleta? Errou. Mais do que nunca, as brasileiras usam e abusam desses artefatos para aparecerem mais deslumbrantes para os fãs. E as musas do vôlei não param de brotar por aí.
Na última temporada, Mari Paraíba e Luciane Escouto dividiram o título de beldade da Superliga e arrancaram suspiros nas arquiban-cadas de todo o Brasil. As duas não escondem que são vaidosas e que têm cuidados especiais com a saúde e a forma física, mas nada de exagero.
Luciane é Miss Mundo Rio Grande do Sul e, além do vôlei, dedica- se também à beleza. Todos os dias, a atleta não deixa de hidratar o corpo, desde o rosto até os pés. “Não consigo sair do banho sem pas-sar hidratante. Tenho cremes específicos para cada parte do corpo”, conta a meio de rede.
Mari Paraíba é menos vaidosa que a colega de profissão, mas tam-bém não dispensa alguns cuidados especiais. “Eu sempre vou à manicure e faço pé e mão. Procuro também hidratar sempre o cor-
po”, diz a ponteira, que recentemente fez ensaio sensual para uma revista masculina.
Imponentes no alto de seus mais de 1,80m, as atletas chamam sem-pre a atenção alheia. E na quadra não é diferente. Mesmo quando estão com uniforme de jogo, tênis e joelheira, Luciane e Mari não se esquecem de fazer um make. Neste assunto, a meio de rede é mais dedicada e não deixa passar nenhum item.
“Eu passo rímel, blush e um gloss para dar um arzinho de saúde, para não ficar com aquela cara tão apagada”, revela Luciane, que mantém o ritual em todos os jogos. “Para qualquer jogo faço isso. Sempre foi assim. No começo, não usava muito blush, mas agora ele ficou em primeiro lugar”, diverte-se a Miss.
Mari, por sua vez, é mais discreta na maquiagem nos dias de jogo, mas não permite que as câmeras de televisão a flagrem com olheiras ou olhos apagados. “Passo um pouquinho de rímel e tiro a olheira com corretivo. Mas isso é mais quando o jogo é de TV”, assume a paraibana.
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MINHA SELEÇÃO DOS SONHOS
QUAL É O MELHOR ATACANTE DE TODOS
OS TEMPOS? E O LEVANTADOR? FICOU SOB
A INCUMBÊNCIA DE GUSTAVO MONTAR A
SELEÇÃO DOS SONHOS DA PRIMEIRA EDIÇÃO
DA SAQUE VIAGEM. E, LOGO NA ESTREIA
COMO “TÉCNICO”, O MEIO DE REDE JÁ
PRECISOU PASSAR PELA EXPERIÊNCIA DE
FAZER CORTES. COMO LEVANTADOR, GUSTAVO
ESCOLHEU MAURÍCIO, MAS FICOU NA DÚVIDA
ENTRE RICARDINHO, “O MELHOR EM FINTAR
OS ADVERSÁRIOS”, E O NORTE-AMERICANO
BALL, O MAIS “VERSÁTIL E RODADO NO
MUNDO TODO. O MELHOR TATICAMENTE”.
A ESCOLHA DO TÉCNICO TAMBÉM GEROU
PROBLEMAS A GUSTAVO. EMBORA TENHA
ESCOLHIDO O ITALIANO DANIELE BAGNOLI
PARA A SELEÇÃO, O CAMPEÃO OLÍMPICO
TAMBÉM COGITOU BERNARDINHO, DEVIDO À
“LIDERANÇA, DEDICAÇÃO E SACRIFÍCIO EM
PROL DO RESULTADO”.
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1 - LEVANTADOR“Tinha habilidade e precisão sem perder a lucidez. Era o melhor em sentir qual a jogada certa para cada momento” » Maurício, bicampeão olímpico com o Brasil (1992 e 2004).
GUSTAVO
4 - OPOSTO“Sempre resolvia, não importava o jeito que a bola vinha” » Marcelo Negrão, campeão olímpico com o Brasil (1992).
3/6 - MEIOS DE REDE“Foi o melhor contra quem joguei, devido à versatilidade e liderança em quadra” » Van De Goor, campeão olímpico com a Holanda (1996).“Foi o maior estrategista de bloqueio, com quem aprendi muito” » Gravina, bicampeão mundial com a Itália (1994 e 1998).
2/5 - PONTEIROS“Ele foi eleito o melhor do século passado e por mim também é”» Bernardi, bicampeão mundial com a Itália (1990 e 1994).“Pela explosão, velocidade e versatilidade. Ele é como um mutante”» Giba, campeão olímpico com o Brasil (2004).
8 - TÉCNICO“Taticamente, foi o melhor com o qual já joguei” » Daniele Bagnoli, atual técnico do Modena, da Itália.
7 - LÍBERO“É simplesmente o melhor. Brinca jogando vôlei” » Serginho, campeão olímpico com o Brasil (2004).
FOTO: DIVULGAÇÃO/FIVB
FOTO: MARCELO KUCZURA/CBV
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Elas travam a disputa mais acirrada por uma vaga na equipe que tenta, em Londres, repetir a história de sucesso de quatro anos atrás
É DELE A RESPONSABILIDADE DE SUBSTITUIR M. NEGRÃO E A. NASCIMENTO
ELES DEIXAM A BOLA DE LADO E ATACAM DE REPÓRTERES
CRAQUE ALEMÃ REVELA ALMA BRASILEIRA
» ANO 01 » EDIÇÃO 00 » JUNHO DE 2012
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SETE É DEMAIS
VISSOTTO DANI LINS X BRUNINHO FURST
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