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OPINIÃOSALVADOR QUARTA-FEIRA 26/4/2017A2

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Os artigos assinados publicados nas páginas A2 e A3 não expressam necessariamente a opinião de A TARDE.Participe desta página: e-mail: [email protected]: Redação de A TARDE/Opinião - R. Professor Milton Cayres de Brito, 204, Caminho das Árvores, Salvador-BA, CEP 41822-900

O povo paraguaiodeu uma lição ao seulegislativo, quando estequis votar leis queferiam seus interesses, edeu no que deu:Congresso quebrado eparlamentares ajoelhados

ESPAÇO DO LEITOR

TEMPO [email protected] Vasconcelos

POUCAS & BOAS

. Apesar das queixas contra a energiacara e os juros altos, a Associação deAgricultores e Irrigantes da Bahia (Ai-ba), a maior congregação de produtoresdo oeste baiano, prevê uma safra recordenasojaesteano.Em2016,passoudascincomilhões de toneladas. Lá, as chuvas foramirregulares, mas não houve seca.

. Juízes do trabalho, advogados e ser-vidorespromovemhoje(11h)noFórumdoComércio, um ato conjunto contra as re-formas da Previdência e trabalhista. A de-cisão foi tomada anteontem em reuniãocom representantes da Amatra5, Anama-tra, OAB-BA, Abat, Abrat e Sindjufe.

. Moradores de Santa Luzia se dizeminjuriados com a buraqueira nos 18 qui-lômetros da BA-270, que liga a cidade aCanavieiras.Nasemanapassadaelesquei-maram pneus e prometem queimar maisse uma providência não for tomada.

. O cardiologista Lucas Andrade inau-gura amanhã (19h), no bairro de Nazaré,em Salvador, a Florence, primeira clí-nica do Norte e Nordeste em cuidadospaliativos. Pretende atender pacientescom doenças crônicas, ameaçadoras àcontinuidade da vida, e em reabilitação.

COLABOROU: HILCÉLIA FALCÃO

O Brasil sangra com a crise econômica, asdelações da Odebrecht jogando lama noventilador, uma representação política todalambuzada, a expectativa de uma campa-nha eleitoral sobre a qual ninguém sabe asregras, e Michel Temer, um presidente im-popular e sem voto, querendo escrever o seunome na história como o homem que re-colocou o país nos trilhos.

O que julga ser o mapa da mina está nasreformas da Previdência e trabalhista. Se oé, há duas pedras no caminho.

1 – A Conferência Nacional dos Bispos doBrasil (CNBB) assumiu posição ostensivamen-te favorável à greve geral marcada para sextacontra as reformas. Para completar, amplossegmentos das comunidades evangélicas de-cidiram engrossar o time dos contra.

2 – No Congresso, apesar dos pesares,principal base de apoio a Temer, os políticosestão à beira de um ataque de nervos. Sabemque em 2018 não vão ter dinheiro para acampanha e não querem queimar chancesde garimpar votos de opinião.

Posto está que, mesmo aprovando as re-formas, no day after tem sobremesa.

CHAME IMBASSAHY — O deputado federalPastor Luciano, que era do DEM, mudou parao PRB e assumiu o mandato quando AntônioImbassahy (PSDB) foi para a Secretaria deGoverno, já tomou sua decisão sobre as re-formas da Previdência e trabalhista:

– Não voto de jeito nenhum. Se quiserem,podem chamar Imbassahy.

ARTHUR NO FOGO — Relator do projeto dareforma da Previdência, o deputado ArthurMaia (PPS) pode até estar colhendo lourosdiante do governo, mas sofre fissuras nabase. Na semana passada, num protesto emCarinhanha, fizeram uma fogueira com fo-tos dele servindo de combustível.

“Reformas de tamanhaimportância não podemser conduzidas semesse amplo debate”DOM LEONARDO STEINER, secretário-geral da CNBB,em nota de apoio à greve geral contra as reformas daPrevidência e trabalhista.

“Já tem várias queixasna Codesal, há muitosanos. O proprietáriosabia e está foragidopara não responder”SIMONE DEMINCO, sobrevivente da tragédia nocasarão da Soledade que matou o pai e dois irmãos dela.

Santo dilemaE já que estamos falando de evangélicos napolítica,odeputadoSargentoIsidório,quetemcomo base principal a igreja Assembleia deDeus, está sendo pressionado pelos irmãos defé a deixar o PDT, pelo qual disputou a pre-feituradeSalvador,paraentrarnoPTdoB,ondepretendem apostar suas fichas em 2018.

Isidório diz que botou Deus na causa.

A hora do milhoPresidente da Comissão de Agricultura da As-sembleia, o deputado Eduardo Salles (PP) fes-teja com ressalvas a liberação pelo governo desubsídios para o milho, o último recurso paraajudarpecuaristas na seca. O preço subsidiadoé de R$ 33 a saca, contra R$ 55 de mercado.

Mas quer baixar para R$ 25 e ampliar oscentros de distribuição de cinco pontos para25. ‘Senão, o transporte encarece’.

As reformas de Temer,mais lenha na fogueira

Xando Pereira / Ag. A TARDE

SEM POESIA | A rampa do Mercado Modelo, eternizada no lirismo da Bahia por WalmirLima, na belíssima canção ‘Ilha de Maré’, na qual conta que lá aportou para fazer sambana Lavagem do Bonfim, vive dias de escassez poética. Os pescadores agradeceriam um trato

PECEu acredito no senador Requião. É o políticomais confiável atualmente no Congressobrasileiro. E sempre teve o respaldo popularpara enfrentar os poderosos dentro (in-cluindo Temer) e fora de seu partido (in-cluindo a Globo). No tempo do rei Hamu-rabi, autor do primeiro código de leis dahumanidade(1772a.C.),ojuizqueerrasseeradecapitado. Os juízes e procuradores nãosão eleitos pelo povo e nem nomeados poralguém com investidura divina, como ti-nham os reis e o papa antigamente, logo elestêm que ser subordinados aos poderes quetêm legitimidade porque foram eleitos pelopovo. Se eles querem autonomia plena,abram mão de sua estabilidade vitalícia e sesubordinem a eleições populares periódi-cas. FRANCISCO JOSÉ DUARTE DE SANTANA,[email protected]

O Estado sou euEmílio Odebrecht comprou políticos, agen-tes públicos, medidas provisórias, diretoriasde estatais, policiamento em canteiros deobras, movimentos sindicais para brecar pa-ralisações, de índios a fim de não invadiremobras e até uma parte da imprensa. As suasatitudes se assemelham às de Luiz XIV (1643a 1715), conhecido como o Rei Sol e o maiordos reis absolutistas da França. Ele gover-nava sozinho e detinha todos os poderes doEstado. É famosa a sua frase: “O Estado soueu”. Segundo ele, os seus poderes eram pro-venientes do Direito Divino e por conse-quência seria o representante de Deus na

Terra.Oempresárioéonovoreisol,doséculoXXI, da sexta República brasileira. LUIZ FE-LIPE SCHITTINI, [email protected]

Desabamento na SoledadeA raiz do problema que gerou a tragédia comtrês mortes no desabamento do sobrado naSoledade é a mesma raiz de inúmeros pro-blemas que nós, moradores da Soledade,Lapinha, Barbalho e Santo Antônio enfren-tamos diariamente: o descaso e a ausênciada prefeitura e do governo. Essa tal Secre-taria de Ordem Pública, por exemplo, sóexiste para servir bairros como Vitória, Gra-ça, Itaigara e Barra. Aqui, amigo, tem é muitadesordem e nenhuma fiscalização: dezenasde casarões perto de ruir e utilizados comopontos de drogas; poluição sonora à vontadeporque a Sucom nunca aparece; oficinasmecânicas funcionando no meio das ruas;

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Mirela vai indoMirela Macedo (PSD), que renunciou aomandato de vice-prefeita de Moema Gra-macho (PT) em Lauro de Freitas para as-sumir o mandato de deputada estadual, dizquenuncaexperimentouserviceparasabero gosto, por isso não pode comparar o quefoi melhor, mas se diz muito satisfeita:

– Como deputada, estou aprendendo muito.Acho que tomei a decisão acertada.

Ela continua aliada de Moema.

Sérgio GuanabaraSubsecretário do Desenvolvimento eUrbanismo da Prefeitura de [email protected]

Revitalizar para preservar

A Prefeitura enviou à Câmara de Ve-readores o projeto de lei que instituio Revitalizar, um programa de in-

centivo à restauração, recuperação, conser-vação e reforma dos imóveis, tombados ounão, localizados no Centro Histórico.

Trata-se do mais arrojado e ambiciosoprograma de preservação da Salvador An-tiga, abrangendo não apenas a área tom-bada pelo Iphan (Instituto do PatrimônioHistórico e Artístico Nacional) – o Centro

Histórico propriamente dito – mas tam-bém todos os bairros centrais da cidade,incluindo Saúde, Tororó, Barris, Nazaré,Santo Antônio, Barbalho, Lapinha, alémdo Comércio, na Cidade Baixa.

Atenção especial merece a habitação paraa Prefeitura. Está sendo permitida a con-versão de uso não residencial em residencial

e vice-versa, a transformação de casarõesunidomiciliares em habitações coletivas, pa-ra hospedagem turística ou residências es-tudantis, sendo facultado o uso residencialou não residencial e o funcionamento nopavimento térreo, por exemplo.

Abre-se, assim, um leque de opções paraviabilizar a preservação do imóvel, ao mes-mo tempo em que se induz a fachada ativae a rua viva e dinâmica, além de geraroportunidades de trabalho e renda. Recur-sos dos programas de financiamento parahabitação popular poderão ser agora uti-lizados com grande facilidade para recu-perar casarões hoje apenas parcialmenteocupados.

Preservar o nosso Centro Histórico temsido um desafio que perdura ao longo de

décadas. A ação mais ampla até agora rea-lizada foi a do início dos anos 1990, quandovários quarteirões foram recuperados, evi-tando o desaparecimento da região reco-nhecida pela Unesco como Patrimônio daHumanidade. Agora, com o Revitalizar,dá-se um novo e definitivo passo para re-cuperar a nossa história de onde a cidadese expandiu e apontar ao mesmo tempopara o futuro de uma metrópole cosmo-polita com igualdade social. Porque recu-perar o Centro Histórico de Salvador é pre-servar uma parte significativa da história doBrasil, é resgatar o passado e, ao mesmotempo, olhar para o futuro.

ESTE ARTIGO RESPONDE AO DO PROFESSOR ÂNGELOSERPA, PUBLICADO NA EDIÇÃO DE ONTEM.

Preservar o nossoCentro Histórico temsido um desafioque perdura aolongo de décadas

pontos comerciais irregulares; pouca ou ne-nhuma ronda da PM. Então, é só dar tempoao tempo que novos casos graves relacio-nados a estes problemas vão surgir. Não temerro. VIRGINIA MATOS, [email protected]

Comando do ExércitoGrandes nomes comandaram o Exército emdiferentes épocas. Mas, nos últimos tempos,poucos se puseram acima dos demais. Leô-nidas, o primeiro deles, com a sua visãoampla, nos trouxe modernidade. Agora oVilas Boas, um gaúcho que se fez na Ama-zônia, misto de troupier e de acadêmico,típico guerreiro de selva, nos enche de or-gulho. O guerreiro de selva não é o maisforte, mas o mais resistente, mais habili-doso, mais sóbrio. Referir-se a Dilma, a Genido Brasil, nos elevados termos que o fez narevista Veja, mostra o soldado digno quecomanda o Exército, e o modelo em se es-pelham os outros soldados. ROBERTOVIANASANTOS, [email protected]

Lições paraguaiasHá pouco o povo paraguaio deu uma liçãopontual ao seu legislativo, quando este quisparodiar o seu homônimo brasileiro e votar,na calada da noite, leis que feriam seusinteresses, e deu no que deu: Congressoquebrado e parlamentares ajoelhados. Jáaqui no verde e amarelo, cores substituídasmuitas vezes pelo vermelho e uma estrelacadente, o Congresso lépido e vezeiro emaprovar leis em contraste com o pensamen-

to do povo, realiza sessões no silêncio som-brio da noite, com direito a “Pios de Coruja”e “Espíritos Maléficos” que tomam os corposdos legisladores, que em maratona leve e embusca frenética alcançam o vil metal emprofusão, em detrimento dos sem saúde,sem segurança, sem educação ou, digamosassim, os sem nada. Naqueles encontrosfaustosos lá fora, países de primeiro mundo,restaurantes caros, anéis brilhantes e hotéis100 estrelas, se por acaso exista, os nossosímprobos necessitados de evidências de-monstraram o quanto amealharam e que,como uns parasitos, sugaram por muitosanos a carótida de cada um trabalhador semser importunado. Portanto, que se cuidemCalheiros, os Maias, Eunícios e o Amigo queé o chefão de toda a trupe, que assimilamosum pouco dos platinos e logo, logo, esta-remos colocando em prática todo apren-dizadonosenviadopelopovoparaguaio.Empauta, a lei de “abuso de autoridade”. Ar-timanhas criadas por estes bandidos quevisam intimidar Polícia Federal, MinistérioPúblico e juízes. Momento ideal para umavisitinha no Congresso. Quem viver verá.ANDRÉ CARLOS DA SILVA, [email protected]

Suicídio, de Divaldo FrancoLi o artigo “Suicídio”, de Divaldo Franco,publicado em 20/4. Como sempre, umafonte de sabedoria veiculada com quali-dade textual irretocável, coisa rara nosdias de hoje. ISMAEL ARAÚJO, [email protected]

RÉPLICA