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OPINIÃO SALVADOR QUARTA-FEIRA 26/4/2017 A2 opiniao @grupoatarde.com.br Os artigos assinados publicados nas páginas A2 e A3 não expressam necessariamente a opinião de A TARDE. Participe desta página: e-mail: [email protected] Cartas: Redação de A TARDE/Opinião - R. Professor Milton Cayres de Brito, 204, Caminho das Árvores, Salvador-BA, CEP 41822-900 O povo paraguaio deu uma lição ao seu legislativo, quando este quis votar leis que feriam seus interesses, e deu no que deu: Congresso quebrado e parlamentares ajoelhados ESPAÇO DO LEITOR TEMPO PRESENTE [email protected] Levi Vasconcelos POUCAS & BOAS . Apesar das queixas contra a energia cara e os juros altos, a Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Ai- ba), a maior congregação de produtores do oeste baiano, prevê uma safra recorde na soja este ano. Em 2016, passou das cinco milhões de toneladas. Lá, as chuvas foram irregulares, mas não houve seca. . Juízes do trabalho, advogados e ser- vidores promovemhoje(11h)noFórumdo Comércio, um ato conjunto contra as re- formas da Previdência e trabalhista. A de- cisão foi tomada anteontem em reunião com representantes da Amatra5, Anama- tra, OAB-BA, Abat, Abrat e Sindjufe. . Moradores de Santa Luzia se dizem injuriados com a buraqueira nos 18 qui- lômetros da BA-270, que liga a cidade a Canavieiras. Na semana passada eles quei- maram pneus e prometem queimar mais se uma providência não for tomada. . O cardiologista Lucas Andrade inau- gura amanhã (19h), no bairro de Nazaré, em Salvador, a Florence, primeira clí- nica do Norte e Nordeste em cuidados paliativos. Pretende atender pacientes com doenças crônicas, ameaçadoras à continuidade da vida, e em reabilitação. COLABOROU: HILCÉLIA FALCÃO O Brasil sangra com a crise econômica, as delações da Odebrecht jogando lama no ventilador, uma representação política toda lambuzada, a expectativa de uma campa- nha eleitoral sobre a qual ninguém sabe as regras, e Michel Temer, um presidente im- popular e sem voto, querendo escrever o seu nome na história como o homem que re- colocou o país nos trilhos. O que julga ser o mapa da mina está nas reformas da Previdência e trabalhista. Se o é, há duas pedras no caminho. 1 – A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) assumiu posição ostensivamen- te favorável à greve geral marcada para sexta contra as reformas. Para completar, amplos segmentos das comunidades evangélicas de- cidiram engrossar o time dos contra. 2 – No Congresso, apesar dos pesares, principal base de apoio a Temer, os políticos estão à beira de um ataque de nervos. Sabem que em 2018 não vão ter dinheiro para a campanha e não querem queimar chances de garimpar votos de opinião. Posto está que, mesmo aprovando as re- formas, no day after tem sobremesa. CHAME IMBASSAHY — O deputado federal Pastor Luciano, que era do DEM, mudou para o PRB e assumiu o mandato quando Antônio Imbassahy (PSDB) foi para a Secretaria de Governo, já tomou sua decisão sobre as re- formas da Previdência e trabalhista: – Não voto de jeito nenhum. Se quiserem, podem chamar Imbassahy. ARTHUR NO FOGO — Relator do projeto da reforma da Previdência, o deputado Arthur Maia (PPS) pode até estar colhendo louros diante do governo, mas sofre fissuras na base. Na semana passada, num protesto em Carinhanha, fizeram uma fogueira com fo- tos dele servindo de combustível. “Reformas de tamanha importância não podem ser conduzidas sem esse amplo debate” DOM LEONARDO STEINER, secretário-geral da CNBB, em nota de apoio à greve geral contra as reformas da Previdência e trabalhista. “Já tem várias queixas na Codesal, há muitos anos. O proprietário sabia e está foragido para não responder” SIMONE DEMINCO, sobrevivente da tragédia no casarão da Soledade que matou o pai e dois irmãos dela. Santo dilema E já que estamos falando de evangélicos na política, o deputado Sargento Isidório, que tem como base principal a igreja Assembleia de Deus, está sendo pressionado pelos irmãos de fé a deixar o PDT, pelo qual disputou a pre- feitura de Salvador, para entrar no PTdoB, onde pretendem apostar suas fichas em 2018. Isidório diz que botou Deus na causa. A hora do milho Presidente da Comissão de Agricultura da As- sembleia, o deputado Eduardo Salles (PP) fes- teja com ressalvas a liberação pelo governo de subsídios para o milho, o último recurso para ajudar pecuaristas na seca. O preço subsidiado é de R$ 33 a saca, contra R$ 55 de mercado. Mas quer baixar para R$ 25 e ampliar os centros de distribuição de cinco pontos para 25. ‘Senão, o transporte encarece’. As reformas de Temer, mais lenha na fogueira Xando Pereira / Ag. A TARDE SEM POESIA | A rampa do Mercado Modelo, eternizada no lirismo da Bahia por Walmir Lima, na belíssima canção ‘Ilha de Maré’, na qual conta que lá aportou para fazer samba na Lavagem do Bonfim, vive dias de escassez poética. Os pescadores agradeceriam um trato PEC Eu acredito no senador Requião. É o político mais confiável atualmente no Congresso brasileiro. E sempre teve o respaldo popular para enfrentar os poderosos dentro (in- cluindo Temer) e fora de seu partido (in- cluindo a Globo). No tempo do rei Hamu- rabi, autor do primeiro código de leis da humanidade (1772 a.C.), o juiz que errasse era decapitado. Os juízes e procuradores não são eleitos pelo povo e nem nomeados por alguém com investidura divina, como ti- nham os reis e o papa antigamente, logo eles têm que ser subordinados aos poderes que têm legitimidade porque foram eleitos pelo povo. Se eles querem autonomia plena, abram mão de sua estabilidade vitalícia e se subordinem a eleições populares periódi- cas. FRANCISCO JOSÉ DUARTE DE SANTANA, [email protected] O Estado sou eu Emílio Odebrecht comprou políticos, agen- tes públicos, medidas provisórias, diretorias de estatais, policiamento em canteiros de obras, movimentos sindicais para brecar pa- ralisações, de índios a fim de não invadirem obras e até uma parte da imprensa. As suas atitudes se assemelham às de Luiz XIV (1643 a 1715), conhecido como o Rei Sol e o maior dos reis absolutistas da França. Ele gover- nava sozinho e detinha todos os poderes do Estado. É famosa a sua frase: “O Estado sou eu”. Segundo ele, os seus poderes eram pro- venientes do Direito Divino e por conse- quência seria o representante de Deus na Terra. O empresário é o novo rei sol, do século XXI, da sexta República brasileira. LUIZ FE- LIPE SCHITTINI, [email protected] Desabamento na Soledade A raiz do problema que gerou a tragédia com três mortes no desabamento do sobrado na Soledade é a mesma raiz de inúmeros pro- blemas que nós, moradores da Soledade, Lapinha, Barbalho e Santo Antônio enfren- tamos diariamente: o descaso e a ausência da prefeitura e do governo. Essa tal Secre- taria de Ordem Pública, por exemplo, só existe para servir bairros como Vitória, Gra- ça, Itaigara e Barra. Aqui, amigo, tem é muita desordem e nenhuma fiscalização: dezenas de casarões perto de ruir e utilizados como pontos de drogas; poluição sonora à vontade porque a Sucom nunca aparece; oficinas mecânicas funcionando no meio das ruas; [email protected] Mirela vai indo Mirela Macedo (PSD), que renunciou ao mandato de vice-prefeita de Moema Gra- macho (PT) em Lauro de Freitas para as- sumir o mandato de deputada estadual, diz que nunca experimentou ser vice para saber o gosto, por isso não pode comparar o que foi melhor, mas se diz muito satisfeita: – Como deputada, estou aprendendo muito. Acho que tomei a decisão acertada. Ela continua aliada de Moema. Sérgio Guanabara Subsecretário do Desenvolvimento e Urbanismo da Prefeitura de Salvador [email protected] Revitalizar para preservar A Prefeitura enviou à Câmara de Ve- readores o projeto de lei que institui o Revitalizar, um programa de in- centivo à restauração, recuperação, conser- vação e reforma dos imóveis, tombados ou não, localizados no Centro Histórico. Trata-se do mais arrojado e ambicioso programa de preservação da Salvador An- tiga, abrangendo não apenas a área tom- bada pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) – o Centro Histórico propriamente dito – mas tam- bém todos os bairros centrais da cidade, incluindo Saúde, Tororó, Barris, Nazaré, Santo Antônio, Barbalho, Lapinha, além do Comércio, na Cidade Baixa. Atenção especial merece a habitação para a Prefeitura. Está sendo permitida a con- versão de uso não residencial em residencial e vice-versa, a transformação de casarões unidomiciliares em habitações coletivas, pa- ra hospedagem turística ou residências es- tudantis, sendo facultado o uso residencial ou não residencial e o funcionamento no pavimento térreo, por exemplo. Abre-se, assim, um leque de opções para viabilizar a preservação do imóvel, ao mes- mo tempo em que se induz a fachada ativa e a rua viva e dinâmica, além de gerar oportunidades de trabalho e renda. Recur- sos dos programas de financiamento para habitação popular poderão ser agora uti- lizados com grande facilidade para recu- perar casarões hoje apenas parcialmente ocupados. Preservar o nosso Centro Histórico tem sido um desafio que perdura ao longo de décadas. A ação mais ampla até agora rea- lizada foi a do início dos anos 1990, quando vários quarteirões foram recuperados, evi- tando o desaparecimento da região reco- nhecida pela Unesco como Patrimônio da Humanidade. Agora, com o Revitalizar, dá-se um novo e definitivo passo para re- cuperar a nossa história de onde a cidade se expandiu e apontar ao mesmo tempo para o futuro de uma metrópole cosmo- polita com igualdade social. Porque recu- perar o Centro Histórico de Salvador é pre- servar uma parte significativa da história do Brasil, é resgatar o passado e, ao mesmo tempo, olhar para o futuro. ESTE ARTIGO RESPONDE AO DO PROFESSOR ÂNGELO SERPA, PUBLICADO NA EDIÇÃO DE ONTEM. Preservar o nosso Centro Histórico tem sido um desafio que perdura ao longo de décadas pontos comerciais irregulares; pouca ou ne- nhuma ronda da PM. Então, é só dar tempo ao tempo que novos casos graves relacio- nados a estes problemas vão surgir. Não tem erro. VIRGINIA MATOS, VIVIRGINIAMATOS@ YAHOO.COM.BR Comando do Exército Grandes nomes comandaram o Exército em diferentes épocas. Mas, nos últimos tempos, poucos se puseram acima dos demais. Leô- nidas, o primeiro deles, com a sua visão ampla, nos trouxe modernidade. Agora o Vilas Boas, um gaúcho que se fez na Ama- zônia, misto de troupier e de acadêmico, típico guerreiro de selva, nos enche de or- gulho. O guerreiro de selva não é o mais forte, mas o mais resistente, mais habili- doso, mais sóbrio. Referir-se a Dilma, a Geni do Brasil, nos elevados termos que o fez na revista Veja, mostra o soldado digno que comanda o Exército, e o modelo em se es- pelham os outros soldados. ROBERTOVIANA SANTOS, [email protected] Lições paraguaias Há pouco o povo paraguaio deu uma lição pontual ao seu legislativo, quando este quis parodiar o seu homônimo brasileiro e votar, na calada da noite, leis que feriam seus interesses, e deu no que deu: Congresso quebrado e parlamentares ajoelhados. Já aqui no verde e amarelo, cores substituídas muitas vezes pelo vermelho e uma estrela cadente, o Congresso lépido e vezeiro em aprovar leis em contraste com o pensamen- to do povo, realiza sessões no silêncio som- brio da noite, com direito a “Pios de Coruja” e “Espíritos Maléficos” que tomam os corpos dos legisladores, que em maratona leve e em busca frenética alcançam o vil metal em profusão, em detrimento dos sem saúde, sem segurança, sem educação ou, digamos assim, os sem nada. Naqueles encontros faustosos lá fora, países de primeiro mundo, restaurantes caros, anéis brilhantes e hotéis 100 estrelas, se por acaso exista, os nossos ímprobos necessitados de evidências de- monstraram o quanto amealharam e que, como uns parasitos, sugaram por muitos anos a carótida de cada um trabalhador sem ser importunado. Portanto, que se cuidem Calheiros, os Maias, Eunícios e o Amigo que é o chefão de toda a trupe, que assimilamos um pouco dos platinos e logo, logo, esta- remos colocando em prática todo apren- dizadonosenviadopelopovoparaguaio.Em pauta, a lei de “abuso de autoridade”. Ar- timanhas criadas por estes bandidos que visam intimidar Polícia Federal, Ministério Público e juízes. Momento ideal para uma visitinha no Congresso. Quem viver verá. ANDRÉ CARLOS DA SILVA, ANDRE.CARLOSS@ HOTMAIL.COM Suicídio, de Divaldo Franco Li o artigo “Suicídio”, de Divaldo Franco, publicado em 20/4. Como sempre, uma fonte de sabedoria veiculada com quali- dade textual irretocável, coisa rara nos dias de hoje. ISMAELARAÚJO,ISMAEL.IAA@ GMAIL.COM RÉPLICA

SALVADOR QUARTA-FEIRA 26/4/2017 OPINIÃObiblioteca.fmlf.salvador.ba.gov.br/phl82/pdf/Hemeroteca/recorte35.pdf · ESTE ARTIGO RESPONDE AO DO PROFESSOR ÂNGELO ... Suicídio, de Divaldo

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OPINIÃOSALVADOR QUARTA-FEIRA 26/4/2017A2

[email protected]

Os artigos assinados publicados nas páginas A2 e A3 não expressam necessariamente a opinião de A TARDE.Participe desta página: e-mail: [email protected]: Redação de A TARDE/Opinião - R. Professor Milton Cayres de Brito, 204, Caminho das Árvores, Salvador-BA, CEP 41822-900

O povo paraguaiodeu uma lição ao seulegislativo, quando estequis votar leis queferiam seus interesses, edeu no que deu:Congresso quebrado eparlamentares ajoelhados

ESPAÇO DO LEITOR

TEMPO [email protected] Vasconcelos

POUCAS & BOAS

. Apesar das queixas contra a energiacara e os juros altos, a Associação deAgricultores e Irrigantes da Bahia (Ai-ba), a maior congregação de produtoresdo oeste baiano, prevê uma safra recordenasojaesteano.Em2016,passoudascincomilhões de toneladas. Lá, as chuvas foramirregulares, mas não houve seca.

. Juízes do trabalho, advogados e ser-vidorespromovemhoje(11h)noFórumdoComércio, um ato conjunto contra as re-formas da Previdência e trabalhista. A de-cisão foi tomada anteontem em reuniãocom representantes da Amatra5, Anama-tra, OAB-BA, Abat, Abrat e Sindjufe.

. Moradores de Santa Luzia se dizeminjuriados com a buraqueira nos 18 qui-lômetros da BA-270, que liga a cidade aCanavieiras.Nasemanapassadaelesquei-maram pneus e prometem queimar maisse uma providência não for tomada.

. O cardiologista Lucas Andrade inau-gura amanhã (19h), no bairro de Nazaré,em Salvador, a Florence, primeira clí-nica do Norte e Nordeste em cuidadospaliativos. Pretende atender pacientescom doenças crônicas, ameaçadoras àcontinuidade da vida, e em reabilitação.

COLABOROU: HILCÉLIA FALCÃO

O Brasil sangra com a crise econômica, asdelações da Odebrecht jogando lama noventilador, uma representação política todalambuzada, a expectativa de uma campa-nha eleitoral sobre a qual ninguém sabe asregras, e Michel Temer, um presidente im-popular e sem voto, querendo escrever o seunome na história como o homem que re-colocou o país nos trilhos.

O que julga ser o mapa da mina está nasreformas da Previdência e trabalhista. Se oé, há duas pedras no caminho.

1 – A Conferência Nacional dos Bispos doBrasil (CNBB) assumiu posição ostensivamen-te favorável à greve geral marcada para sextacontra as reformas. Para completar, amplossegmentos das comunidades evangélicas de-cidiram engrossar o time dos contra.

2 – No Congresso, apesar dos pesares,principal base de apoio a Temer, os políticosestão à beira de um ataque de nervos. Sabemque em 2018 não vão ter dinheiro para acampanha e não querem queimar chancesde garimpar votos de opinião.

Posto está que, mesmo aprovando as re-formas, no day after tem sobremesa.

CHAME IMBASSAHY — O deputado federalPastor Luciano, que era do DEM, mudou parao PRB e assumiu o mandato quando AntônioImbassahy (PSDB) foi para a Secretaria deGoverno, já tomou sua decisão sobre as re-formas da Previdência e trabalhista:

– Não voto de jeito nenhum. Se quiserem,podem chamar Imbassahy.

ARTHUR NO FOGO — Relator do projeto dareforma da Previdência, o deputado ArthurMaia (PPS) pode até estar colhendo lourosdiante do governo, mas sofre fissuras nabase. Na semana passada, num protesto emCarinhanha, fizeram uma fogueira com fo-tos dele servindo de combustível.

“Reformas de tamanhaimportância não podemser conduzidas semesse amplo debate”DOM LEONARDO STEINER, secretário-geral da CNBB,em nota de apoio à greve geral contra as reformas daPrevidência e trabalhista.

“Já tem várias queixasna Codesal, há muitosanos. O proprietáriosabia e está foragidopara não responder”SIMONE DEMINCO, sobrevivente da tragédia nocasarão da Soledade que matou o pai e dois irmãos dela.

Santo dilemaE já que estamos falando de evangélicos napolítica,odeputadoSargentoIsidório,quetemcomo base principal a igreja Assembleia deDeus, está sendo pressionado pelos irmãos defé a deixar o PDT, pelo qual disputou a pre-feituradeSalvador,paraentrarnoPTdoB,ondepretendem apostar suas fichas em 2018.

Isidório diz que botou Deus na causa.

A hora do milhoPresidente da Comissão de Agricultura da As-sembleia, o deputado Eduardo Salles (PP) fes-teja com ressalvas a liberação pelo governo desubsídios para o milho, o último recurso paraajudarpecuaristas na seca. O preço subsidiadoé de R$ 33 a saca, contra R$ 55 de mercado.

Mas quer baixar para R$ 25 e ampliar oscentros de distribuição de cinco pontos para25. ‘Senão, o transporte encarece’.

As reformas de Temer,mais lenha na fogueira

Xando Pereira / Ag. A TARDE

SEM POESIA | A rampa do Mercado Modelo, eternizada no lirismo da Bahia por WalmirLima, na belíssima canção ‘Ilha de Maré’, na qual conta que lá aportou para fazer sambana Lavagem do Bonfim, vive dias de escassez poética. Os pescadores agradeceriam um trato

PECEu acredito no senador Requião. É o políticomais confiável atualmente no Congressobrasileiro. E sempre teve o respaldo popularpara enfrentar os poderosos dentro (in-cluindo Temer) e fora de seu partido (in-cluindo a Globo). No tempo do rei Hamu-rabi, autor do primeiro código de leis dahumanidade(1772a.C.),ojuizqueerrasseeradecapitado. Os juízes e procuradores nãosão eleitos pelo povo e nem nomeados poralguém com investidura divina, como ti-nham os reis e o papa antigamente, logo elestêm que ser subordinados aos poderes quetêm legitimidade porque foram eleitos pelopovo. Se eles querem autonomia plena,abram mão de sua estabilidade vitalícia e sesubordinem a eleições populares periódi-cas. FRANCISCO JOSÉ DUARTE DE SANTANA,[email protected]

O Estado sou euEmílio Odebrecht comprou políticos, agen-tes públicos, medidas provisórias, diretoriasde estatais, policiamento em canteiros deobras, movimentos sindicais para brecar pa-ralisações, de índios a fim de não invadiremobras e até uma parte da imprensa. As suasatitudes se assemelham às de Luiz XIV (1643a 1715), conhecido como o Rei Sol e o maiordos reis absolutistas da França. Ele gover-nava sozinho e detinha todos os poderes doEstado. É famosa a sua frase: “O Estado soueu”. Segundo ele, os seus poderes eram pro-venientes do Direito Divino e por conse-quência seria o representante de Deus na

Terra.Oempresárioéonovoreisol,doséculoXXI, da sexta República brasileira. LUIZ FE-LIPE SCHITTINI, [email protected]

Desabamento na SoledadeA raiz do problema que gerou a tragédia comtrês mortes no desabamento do sobrado naSoledade é a mesma raiz de inúmeros pro-blemas que nós, moradores da Soledade,Lapinha, Barbalho e Santo Antônio enfren-tamos diariamente: o descaso e a ausênciada prefeitura e do governo. Essa tal Secre-taria de Ordem Pública, por exemplo, sóexiste para servir bairros como Vitória, Gra-ça, Itaigara e Barra. Aqui, amigo, tem é muitadesordem e nenhuma fiscalização: dezenasde casarões perto de ruir e utilizados comopontos de drogas; poluição sonora à vontadeporque a Sucom nunca aparece; oficinasmecânicas funcionando no meio das ruas;

[email protected]

Mirela vai indoMirela Macedo (PSD), que renunciou aomandato de vice-prefeita de Moema Gra-macho (PT) em Lauro de Freitas para as-sumir o mandato de deputada estadual, dizquenuncaexperimentouserviceparasabero gosto, por isso não pode comparar o quefoi melhor, mas se diz muito satisfeita:

– Como deputada, estou aprendendo muito.Acho que tomei a decisão acertada.

Ela continua aliada de Moema.

Sérgio GuanabaraSubsecretário do Desenvolvimento eUrbanismo da Prefeitura de [email protected]

Revitalizar para preservar

A Prefeitura enviou à Câmara de Ve-readores o projeto de lei que instituio Revitalizar, um programa de in-

centivo à restauração, recuperação, conser-vação e reforma dos imóveis, tombados ounão, localizados no Centro Histórico.

Trata-se do mais arrojado e ambiciosoprograma de preservação da Salvador An-tiga, abrangendo não apenas a área tom-bada pelo Iphan (Instituto do PatrimônioHistórico e Artístico Nacional) – o Centro

Histórico propriamente dito – mas tam-bém todos os bairros centrais da cidade,incluindo Saúde, Tororó, Barris, Nazaré,Santo Antônio, Barbalho, Lapinha, alémdo Comércio, na Cidade Baixa.

Atenção especial merece a habitação paraa Prefeitura. Está sendo permitida a con-versão de uso não residencial em residencial

e vice-versa, a transformação de casarõesunidomiciliares em habitações coletivas, pa-ra hospedagem turística ou residências es-tudantis, sendo facultado o uso residencialou não residencial e o funcionamento nopavimento térreo, por exemplo.

Abre-se, assim, um leque de opções paraviabilizar a preservação do imóvel, ao mes-mo tempo em que se induz a fachada ativae a rua viva e dinâmica, além de geraroportunidades de trabalho e renda. Recur-sos dos programas de financiamento parahabitação popular poderão ser agora uti-lizados com grande facilidade para recu-perar casarões hoje apenas parcialmenteocupados.

Preservar o nosso Centro Histórico temsido um desafio que perdura ao longo de

décadas. A ação mais ampla até agora rea-lizada foi a do início dos anos 1990, quandovários quarteirões foram recuperados, evi-tando o desaparecimento da região reco-nhecida pela Unesco como Patrimônio daHumanidade. Agora, com o Revitalizar,dá-se um novo e definitivo passo para re-cuperar a nossa história de onde a cidadese expandiu e apontar ao mesmo tempopara o futuro de uma metrópole cosmo-polita com igualdade social. Porque recu-perar o Centro Histórico de Salvador é pre-servar uma parte significativa da história doBrasil, é resgatar o passado e, ao mesmotempo, olhar para o futuro.

ESTE ARTIGO RESPONDE AO DO PROFESSOR ÂNGELOSERPA, PUBLICADO NA EDIÇÃO DE ONTEM.

Preservar o nossoCentro Histórico temsido um desafioque perdura aolongo de décadas

pontos comerciais irregulares; pouca ou ne-nhuma ronda da PM. Então, é só dar tempoao tempo que novos casos graves relacio-nados a estes problemas vão surgir. Não temerro. VIRGINIA MATOS, [email protected]

Comando do ExércitoGrandes nomes comandaram o Exército emdiferentes épocas. Mas, nos últimos tempos,poucos se puseram acima dos demais. Leô-nidas, o primeiro deles, com a sua visãoampla, nos trouxe modernidade. Agora oVilas Boas, um gaúcho que se fez na Ama-zônia, misto de troupier e de acadêmico,típico guerreiro de selva, nos enche de or-gulho. O guerreiro de selva não é o maisforte, mas o mais resistente, mais habili-doso, mais sóbrio. Referir-se a Dilma, a Genido Brasil, nos elevados termos que o fez narevista Veja, mostra o soldado digno quecomanda o Exército, e o modelo em se es-pelham os outros soldados. ROBERTOVIANASANTOS, [email protected]

Lições paraguaiasHá pouco o povo paraguaio deu uma liçãopontual ao seu legislativo, quando este quisparodiar o seu homônimo brasileiro e votar,na calada da noite, leis que feriam seusinteresses, e deu no que deu: Congressoquebrado e parlamentares ajoelhados. Jáaqui no verde e amarelo, cores substituídasmuitas vezes pelo vermelho e uma estrelacadente, o Congresso lépido e vezeiro emaprovar leis em contraste com o pensamen-

to do povo, realiza sessões no silêncio som-brio da noite, com direito a “Pios de Coruja”e “Espíritos Maléficos” que tomam os corposdos legisladores, que em maratona leve e embusca frenética alcançam o vil metal emprofusão, em detrimento dos sem saúde,sem segurança, sem educação ou, digamosassim, os sem nada. Naqueles encontrosfaustosos lá fora, países de primeiro mundo,restaurantes caros, anéis brilhantes e hotéis100 estrelas, se por acaso exista, os nossosímprobos necessitados de evidências de-monstraram o quanto amealharam e que,como uns parasitos, sugaram por muitosanos a carótida de cada um trabalhador semser importunado. Portanto, que se cuidemCalheiros, os Maias, Eunícios e o Amigo queé o chefão de toda a trupe, que assimilamosum pouco dos platinos e logo, logo, esta-remos colocando em prática todo apren-dizadonosenviadopelopovoparaguaio.Empauta, a lei de “abuso de autoridade”. Ar-timanhas criadas por estes bandidos quevisam intimidar Polícia Federal, MinistérioPúblico e juízes. Momento ideal para umavisitinha no Congresso. Quem viver verá.ANDRÉ CARLOS DA SILVA, [email protected]

Suicídio, de Divaldo FrancoLi o artigo “Suicídio”, de Divaldo Franco,publicado em 20/4. Como sempre, umafonte de sabedoria veiculada com quali-dade textual irretocável, coisa rara nosdias de hoje. ISMAEL ARAÚJO, [email protected]

RÉPLICA