0
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ - SEED
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE
MÔNICA RAIMUNDO PIMENTEL DE OLIVEIRA
CADERNO PEDAGÓGICO
PLANEJAMENTO PEDAGÓGICO: INTERVENÇÃO EFETIVA NA
PROMOÇÃO DA PRÁXIS DOS PLANOS DE TRABALHO.
JACAREZINHO – PR 2011
1
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ
CAMPUS DE JACAREZINHO
MÔNICA RAIMUNDO PIMENTEL DE OLIVEIRA
CADERNO PEDAGÓGICO
- Título do t PLANEJAMENTO PEDAGÓGICO: INTERVENÇÃO EFETIVA
NA PROMOÇÃO DA PRÁXIS DOS PLANOS DE TRABALHO.
11 espaços simples
Material Pedagógico apresentado à Secretaria de
Estado da Educação – SEED – Paraná, para
atender requisito parcial do Programa de
Desenvolvimento Educacional – PDE, sob a
orientação do Professor Mestre Fábio Antônio
Gabriel.
JACAREZINHO
2011
2
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 3
Unidade I ..................................................................................................................... 6
Projeto Político-Pedagógico (PPP): Sua construção e efetivação na práxis. .............. 6
Unidade II .................................................................................................................. 25
Plano de ação da direção: princípios norteadores da gestão democrática. .............. 25
UNIDADE III .............................................................................................................. 50
Plano de Ação da Equipe Pedagógica: Mediação para intervenção efetiva no ensino-aprendizagem. ........................................................................................................... 50
UNIDADE IV .............................................................................................................. 67
Plano de Trabalho Docente (PTD): Antecipação da prática para promoção do ensino aprendizagem. ........................................................................................................... 67
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 84
3
INTRODUÇÃO
Este material compõe de um Caderno pedagógico cujo intuito é enriquecer e
subsidiar o Projeto de Intervenção, levando aos professores, diretores e pedagogos
conhecimentos culturais sobre algumas formas do entendimento pedagógico da
escola.
O caderno pedagógico vem embasar as questões da organização do trabalho
pedagógico no tocante ao planejamento escolar, de modo a colaborar para o melhor
desempenho do docente. Este documento poderá propiciar organização para um
melhor ensino-aprendizagem e, como resultado, melhor entendimento de problemas
do cotidiano, surgidos na escola, aos quais somente estudos direcionados poderão
dar suporte, para o enfrentamento da caminhada.
Os temas tratados abarcarão as passagens pelo Projeto Político-Pedagógico-
Plano de Ação da Direção, Plano de Ação da Equipe Pedagógica e Plano de
Trabalho Docente- como fontes de pesquisa à disposição dos educadores em busca
de sincronizar os estudos com possível efetivação da práxis, objetivando reflexão
sociológica e filosófica da conduta dos profissionais frente a esses desafios no dia a-
dia escolar.
O que se almeja nesse trabalho nada mais é o que levar aos educadores a
visão de que é possível percorrer, alcançar e efetivar processos democráticos de
participação, reflexão e efetivação das tarefas, visualizando avanços e retrocessos,
passando a entender por que, ainda nos dias de hoje, não se tem claro propostas
consistentes de ensino-aprendizagem que motivem o aluno a querer estudar.
Os temas propostos foram idealizados e elaborados a partir de fatos
vivenciados, ao longo dos anos, por mim, como diretora da escola, analisando e
questionando os anseios que uma comunidade escolar guarda dentro de si, alguns
dos quais estão propostos neste caderno de estudo.
Esperamos que esse material, contribua para as mudanças de que a escola
necessita, em especial que seja útil aos profissionais que a ele tiverem acesso como
projeto de intervenção e material didático pedagógico cujo estudo conscientiza para
a compreensão da prática que os dias atuais exigem para a realização de um
trabalho produtivo, gratificante e prazeroso. Esperamos também que possa ocorrer,
4
mesmo que pequena, uma melhoria no interesse dos alunos pela escola e por
aprender.
O Caderno Pedagógico está organizado em quatro unidades, com temas que
servirão para apoiar e embasar a implementação, na escola, do projeto sobre
Planejamento Pedagógico: Intervenção Efetiva na Promoção da Práxis dos Planos
de Trabalho. Este material contempla várias abordagens teóricas, com imagens que
explicam o conteúdo de cada um dos assuntos abordados, orientando como cada
um pode ajudar a enriquecer o conhecimento dos profissionais da escola, na
atuação ensino-aprendizagem.
Na unidade I - “Projeto Político Pedagógico (PPP)-Sua Construção e
Efetivação na Práxis”, analisa-se o projeto global da instituição, o PPP, como fonte
de apoio a todas as práticas realizadas na escola, além de ampliar o conhecimento
que todos precisam ter sobre a realimentação, efetivação e avaliação desse
documento, não o concebendo como documento de gaveta, sem utilidades
pedagógicas dentro da escola.
Na unidade II, - “Plano de Ação da Direção: Princípios Norteadores de Gestão
Democrática”, o estudo versa sobre como estão atuando nossos dirigentes
escolares e como se encontra o envolvimento coletivo para que a gestão se torne
democrática. Referimo-nos, nesse estudo sobre democracia, a época ditatorial,
despindo-nos do saudosismo dos tempos da escola daquela época, a fim de
processos de democratização, envolvendo as instâncias colegiadas nas decisões da
instituição.
Na unidade III, - “Plano de Ação da Equipe Pedagógica: Mediação para
Intervenção Efetiva no Ensino-Aprendizagem, aborda-se o estudo da valorização do
profissional - supervisão escolar e orientação ocupacional - como professor
pedagogo dentro das instituições estaduais do Paraná, enfocando o trabalho que
cada um poderá realizar para que ele possa desempenhar seu verdadeiro papel.
Não sendo esse profissional confundido com tarefeiro da escola.
Na unidade IV, - “Plano de Trabalho Docente (PTD): Antecipação da Prática
para Promoção do Ensino Aprendizagem”, o enfoque do planejamento do professor
deve se voltar a este material, através de estudos e embasamento para que a
relação entre o ato de planejar e a ação de ensinar seja o grande orientador dos
docentes. Isso é necessário para que ele se situe, conhecendo antes a realidade
5
dos educandos, mostrando assim que para cada situação de classe existe um
trabalho a ser realizado.
6
Unidade I
Projeto Político-Pedagógico (PPP): Sua construção e efetiva-
ção na práxis.
Nesta unidade apresentaremos um estudo referente ao projeto político-
pedagógico da escola, para real reflexão no contexto escolar, um documento
importante para todos os setores escolares, que é o planejamento global da
instituição.
Problematizando...
Como podemos dizer que conhecemos o Projeto Político-Pedagógico da
escola?
Fonte livre: clip-art – Microsoft Word 97
Mas o que é mesmo Projeto Político-Pedagógico ou PPP?
Será que todos sabem definir o que é o PPP?
7
Será que ele é usado constantemente pelas pessoas da escola?
Onde ele fica?
Fonte livre: Clip-art – Microsoft Word 97
São questionamentos que muito pouco se faz, a respeito do projeto da
coletividade dentro da escola. O que falta: tempo... ou estudo?
Fonte livre: Clip–art – Microsoft Word 97
Baseado nessas reflexões é que pretendemos dar alguma contribuição com
este material didático-pedagógico, para subsidiar o projeto de intervenção
pedagógica na escola. Haverá sempre a preocupação de alicerçar esse estudo em
Hum?!
8
embasamentos teóricos para melhor entendimento de novas formas de processos
coletivos de participação e decisão.
Fonte livre: Clip-art Microsoft Word 97
Primeiramente, o PPP é um plano global da escola que deve ser realizado e
realimentado pela inclusão de toda comunidade escolar; direção, equipe
pedagógica, professores, alunos, instâncias colegiadas e membros da comunidade
em geral. Isso para que todos entendam o seu significado, e o que ele pode trazer
para a pretensa transformação da escola, definindo claramente que tipo de ação
educativa se quer para aqueles alunos daquela escola.
Pesquisando o conceito de Projeto Político-Pedagógico, Encontramos em Vasconcellos (2004a, p. 169) a seguinte explicação:
É o plano global da instituição. Pode ser entendido como a sistematização, nunca definitiva, de um processo de Planejamento Participativo, que se aperfeiçoa e se concretiza na caminhada, que define claramente o tipo de ação educativa que se quer realizar. É um instrumento teórico-metodológico para a intervenção e mudança da realidade. É um elemento de organização e integração da atividade prática da instituição neste processo de transformação.
Para que isso ocorra precisamos, entretanto, de um real espaço de
dialéticas, trazendo no bojo das discussões a compreensão da realidade da escola,
dos alunos e do município, de como vivem as pessoas desse local, onde moram e
onde trabalham. Cria-se assim, um articulador do que ocorre fora com o que está
dentro da escola, operando uma sistematização desses estudos com a coletividade.
Note-se que não está ainda definido o que é esse documento, não
pretendemos aqui esgotar o assunto, somente fazer algumas considerações para
avançar na caminhada de processo, participação e planejamento.
Será que
eu sei?
9
O PPP é um documento que nunca se apresenta pronto e acabado. Sempre
precisamos adequá-lo à realidade da escola e ao local, para que ele seja um guia
orientador de todo trabalho-individual e coletivo. Toda a fala dentro desse
apontamento precisa ser sistematizada num mesmo contexto em que expresse
sempre a totalidade onde a escola está inserida.
O projeto é justamente um instrumento teórico-metodológico que visa ajudar a enfrentar os desafios do cotidiano da escola, só que de uma forma refletida, consciente, sistematizada, orgânica, científica. E o que é essencial, participativa. É uma metodologia de trabalho que possibilita re-significar a ação de todos os agentes da escola (VASCONCELLOS, 1995, p.143).
Quando da elaboração, realimentação ou adequação conforme a realidade
da escola, o que mais dificulta a realização desse documento é o entendimento de
que não podemos mais assumir sozinhos a história, os anseios, as
responsabilidades do ensino-aprendizagem, e que a identidade de um
estabelecimento se faz com várias ideias e dialéticas, permeando nossas ações,
trazendo reflexões, principalmente porque assim serão norteadas as decisões em
reuniões e conselhos de classe.
Para que se possa falar de um projeto impregnado por uma intencionalidade significadora, impõe-se que todas as partes envolvidas na prática educativa de uma escola estejam profundamente integradas na constituição e vivenciação dessa intencionalidade. [...] para tanto, impõe-se que toda a comunidade escolar seja efetivamente envolvida na construção e explicitação dessa mesma intencionalidade (SEVERINO, 1998, p.89).
Não podemos desperdiçar as oportunidades que surgem, pois passamos
vários anos da história sem poder opinar nas questões educacionais e, quando nos
é dado o ensejo, às vezes, nem sabemos como otimizar essa tarefa tão importante e
tão burocrática como a realização ou realimentação do PPP.
Para que não se percam as ocasiões, precisamos de pessoas que se
agarrem o momento adequado de participação, ajudando na trajetória para cobrar a
efetivação e a avaliação. Pessoas essas que não fiquem alheias ao que seja projeto
da escola, e para que sirva.
É sempre a sociedade que dita à concepção que cada educador tem do seu papel, do modo de executá-lo, das finalidades de sua ação, tudo isso de acordo com a posição que o próprio educador ocupa na sociedade. A noção de posição está tomada aqui no sentido histórico-dialético amplo e indica por isso não só os fundamentos materiais da realidade social do educador, mas iqualmente o conjunto de suas ideias em todos os terrenos, e muito particularmente no da própria educação. [...] Se a sociedade é o verdadeiro educador do educador, sua ação se exerce sempre concretamente, isto é, no tempo histórico, no momento pelo qual está passando seu processo de
10
desenvolvimento. Por isso, em cada etapa do desenvolvimento social, o conteúdo e a forma da educação que a sociedade dá aos seus membros vão mudando de acordo com os interesses gerais de tal momento (VIEIRA PINTO, 2000, p.108-110).
A direção e equipe pedagógica encontram muita dificuldade em reunir os
professores, funcionários, membros das instâncias colegiadas e comunidade local
para discussão do projeto global. Mediante essa colocação, o que precisamos é
encontrar espaço, despender esforços, tanto direção como equipe pedagógica, para
que ocorram os encontros, pois são esses componentes da escola que têm o
compromisso de mediação para que os trabalhos aconteçam. São eles os
protagonistas na busca e perspectiva da convivência humana e interações sociais.
.
Fonte livre: Clip-art - Microsoft Word 97
O projeto é um meio de engajamento coletivo para integrar ações dispersas, criar sinergias no sentido de buscar soluções alternativas para diferentes momentos do trabalho pedagógico-administrativo, desenvolver o sentimento de pertença, mobilizar os protagonistas para a explicitação de objetivos comuns definindo o norte das ações a serem desencadeadas, fortalecer a construção de uma coerência comum, mas indispensável, para que a ação coletiva produza seus efeitos (VEIGA, 2003, p.8).
Será que todos sabem definir o que é o PPP?
Saber o que é, definir literalmente, os profissionais da escola sabem. O que
eles não alcançam é a real importância desse plano para as ações e decisões
pedagógicas, passando mesmo por um documento burocrático que é lembrado
quando a Secretaria de Estado da Educação (SEED) ou o Núcleo Regional da
11
Mediante tais colocações o
que podemos fazer?
Educação (NRE) solicita alguma alteração, às vezes colocando até prazos muito
curto para que as escolas façam sua realimentação e devolva para o setor do NRE
para que sejam corrigidos.
Fonte livre: Clip-art - Microsoft Word 97
Mediante tais colocações, o que se pode fazer é entender que o PPP deve
ser realimentado pelos membros da escola todos os anos- de preferência no início
do ano letivo- para verificação do que está posto. Esse procedimento possibilita uma
avaliação dos pontos importantes desse documento.
Fazer a análise dos três marcos – situacional, conceitual e operacional - é
uma iniciativa na busca de assegurar, com seus envolvidos, a participação coletiva,
verificando passo a passo o que ocorreu em cada situação. Esse trabalho deve
iniciar-se pelo Marco Situacional, com análise crítica para se obter o diagnóstico,
mostrando suas especificidades frente ao atual contexto de Município, Estado e
realidade brasileira.
Neste marco surgem as necessidades em aferir no tocante ao ensino-
aprendizagem, todo esforço voltado à organização do trabalho pedagógico,
apontando o que ocorreu no ano anterior: os índices de evasão escolar, de
reprovação e se houve alguma mudança ou abertura de ordem estrutural como os
projetos e programas que a escola possui.
É importante, ainda, salientar se houve fechamento ou expansão de turmas,
se o que se propôs como planejamento, avaliação, metodologias e conselhos de
classe foram satisfatórios, além de fazer um verdadeiro passeio pela educação
dessa instituição, analisando tudo o que ocorreu.
Averiguar também se houve consenso nas ideias do pessoal inserido na
escola e que elaborou este PPP, dando norte para os trabalhos a fim de avançar nos
trilhos da aprendizagem coletiva com democracia.
12
No Marco Conceitual, o objeto que necessita de muita análise é a opção
teórica que se fez quando desta proposta pedagógica: observar se no ano letivo pelo
qual passou o diretor, a equipe pedagógica, os professores e funcionários
conseguiram efetivar práticas consistentes na opção escolhida.
Escolhida as concepções teóricas, necessitamos estabelecer relações com
os fundamentos teóricos utilizados na prática, a fim de que se averigue se as
concepções de homem, sociedade, educação, avaliação, gestão democrática,
intervenção na prática pedagógica foram otimizadas conforme opção de escolha.
O momento é de dialética, agora é hora da avaliação para apontar se os
rumos seguidos até aqui estão a contento. Se houve alguma mudança para uma
pretensa transformação.
Feitas tais constatações, o coletivo da escola precisa definir, reordenar,
reorganizar suas linhas de ação dentro do trabalho pedagógico, estruturando seu
Marco Operacional com ações de práticas baseados no pedagógico, no
administrativo, no financeiro e no político-social, apontando necessidades a serem
realizadas ao longo do ano, prevendo formação continuada oferecida pela escola,
objetivando sanar as dificuldades encontradas para a efetividade desses afazeres
pedagógicos.
Para Vasconcellos, (2007, p.17) o PPP é uma constatação de efetivo serviço
pedagógico coletivo, que se aperfeiçoa e se consuma na prática, dependendo de
seus agentes profissionais se interessarem e se envolverem com intencionalidades
claras de fazer educação.
O Projeto Político-Pedagógico é o plano global da instituição. Pode ser entendido como sistematização, nunca definitiva, de um processo de planejamento participativo, que se aperfeiçoa e se objetiva na caminhada, que define claramente o tipo de ação educativa que se quer realizar, a partir do posicionamento quanto à sua intencionalidade e de uma leitura da
realidade.
O não envolvimento pedagógico dos profissionais da escola com a
realimentação anual do PPP faz com que a SEED e NRE intervenham para a sua
atualização, solicitando mudanças. Neste caso cabe à direção da escola intermediar
para que haja o entendimento de que não se pode realizar qualquer documento ou
alteração desta responsabilidade da noite para o dia, num curto espaço de tempo.
É o que, evidentemente, ocorre quando o NRE solicita às escolas a
atualização no PPP. Caso a escola venha fazendo seu estudo anualmente, isso não
13
precisa ocorrer. O que é necessário, entendimento entre as partes, cabe a escola
realizar. Seu papel é a mediação à cota da participação de, pelo menos, maioria
nesta construção que deve ser coletiva. Em seguida vem a coleta de informações da
coletividade, para depois elaborar qualquer sistematização.
Isso demanda algum tempo, uma vez que não é somente essa a tarefa das
escolas. O tempo e a complexidade que demanda o plano global muitas vezes deixa
a desejar no campo da participação, porque falta disponibilidade de tempo de uns e
embasamentos culturais de outros. Assim, nem todos comungam em seu significado
mais amplo que é a competência técnica e política.
Face aos motivos expostos, infere-se que os educadores precisam estar
conscientes sobre o que seja autonomia. Autonomia essa que é proposta na
realização, realimentação ou atualização do PPP, o necessário é o entendimento de
todos os partícipes de seu verdadeiro papel dentro da educação. Papel este que não
é somente o de obedecer às ordens e tarefas e sim o de se envolver para a
emancipação do todo.
O que distingue a escola de outras instituições é que essas atividades se realizam com um propósito, que é o de educar. [...] A autonomia da escola só ganha relevância se significar autonomia da tarefa educativa [...]. Enfim, a autonomia da escola é algo que se põe com relação à liberdade de formular e executar um projeto educativo (AZANHA, 1987, p.143).
E enquanto faz as mudanças no PPP, a escola fica sem o documento para apoiar nas decisões?
O plano existe mesmo quando um documento esteja sofrendo alterações.
Não ficamos sem o respaldo do documento, pois temos um PPP, e ele vale até ficar
pronto e aprovado pelo Conselho Escolar um novo Projeto reformulado. Essa é a
importância de que todos os envolvidos na escola tenham conhecimentos sobre
processos democráticos para que as reformulações ocorram de acordo com as leis,
normas e regulamentos, contribuindo dessa forma para a sua agilização.
A união de várias ideias e a dialética de conhecimentos do que se pede vão
ao encontro dos conhecimentos que se tem para sua reformulação, unindo os
pontos de discussão e chegando a um resultado- resultado esse que seja o
consentimento da maioria das ideias dos profissionais da escola.
14
O conhecimento de todas essas práticas precisa de embasamentos teóricos e
estudos para conscientização do nosso papel perante a comunidade escolar. O
engajamento nos vários assuntos escolares é uma alternativa. Precisamos de apoio
de todos os setores para que a mudança na construção dos pilares de sustentação
educacional se efetive.
Tem um dito popular que diz o seguinte “a comida realizada por muitas cozinheiras ou fica sem sal ou fica salgada”. Esse dito popular pode ser transferido para a
realização coletiva do PPP?
O PPP deve retratar exatamente como são as pessoas da escola, se sabem
ou não colocar as ideias no papel. Cabe ao setor pedagógico dar as informações
adequadas de como proceder para que isso ocorra, unindo várias ideias com um
mesmo objetivo. Com esse respaldo é que se vai construindo o que sabemos e o
que precisamos aprender.
Se o plano global na visão dos nossos coordenadores não está a contento,
cabe à direção e equipe pedagógica não mascarar o resultado dessa realidade, mas
fazer a reflexão de como está o coletivo da escola: como pensam e como estão de
visão intelectual esses protagonistas intelectuais responsáveis em transmitir e
assegurar a qualidade do ensino.
O maior subsídio pedagógico está na aferição desses resultados. Tendo
clareza de estar ou não correto o plano global, é que se dá a inserção da direção e
equipe pedagógica na mediação, proporcionando capacitação necessária para que
todos tenham envolvimento e embasamento teórico-metodológico e não sejam
apenas ouvintes desse processo, verificando a importância do perfilhamento de
ideias para a construção de produção com qualidade - cada um tem que saber a
exata dose do sal.
Se o novo amedrontar os profissionais da escola, então não podemos dizer
que somos educadores, pois esse profissional precisa ser audacioso nas atitudes,
para convencer e vencer barreiras impostas, todos os dias, pelas informações
globalizadas que permeiam o mundo atual.
15
[...] O Projeto Político-pedagógico, como instrumento de planejamento coletivo, resgata a unidade do trabalho escolar e garante que não haja uma divisão entre os que planejam e os que executam. Elaborado, executado e avaliado de forma conjunta, tem uma nova lógica. Nesse processo, todos os segmentos planejam, garantindo a visão do todo, e todos executam, mesmo que apenas parte desse todo. Com isso, de posse do conhecimento de todo o trabalho escolar, os diversos profissionais e segmentos envolvidos (gestores, técnicos, funcionários da escola, docentes, discentes, pais e comunidade local) cumprem seus papéis específicos, sem torná-los estanques e fragmentados. Todos tornam partícipes da prática educativa e, portanto, de alguma forma, educadores [...] (NAVARRO, 2004, p.26).
Mas... Será que o PPP é usado com frequência por todos os segmentos da escola?
Fonte livre: Clip-art - Microsoft Word 97
Ainda estamos engatinhando nos processos democráticos de participação e
efetivação dos documentos que amparam a escola, o que acontece não por opção,
a problemática que instaurou essa falta de engajamento se constitui pelo
conhecimento e pelos estudos não ofertados pelos governos e escolas como meta
de planejamento público. Tais práticas, há mais ou menos 8 anos, estão vindo à
tona com os cursos e as capacitações, abrindo caminhos para a dialética sobre o
assunto.
A prática desse feito, entretanto, só irá se consolidar na medida em que a
introdução desse documento ocupar os debates sobre os questionamentos surgidos
no âmbito escolar - principalmente nas reuniões pedagógicas, reuniões de
conselhos de classe - e problemas surgidos ao longo de nossas práticas diárias.
...depois de formada uma Equipe articuladora, a primeira ação a ser desencadeada junto aos sujeitos que participarão da elaboração do Projeto Político-Pedagógico é a sensibilização dos mesmos de forma a
Eu acho que não! O que
vocês acham?
16
reconhecerem a relevância do processo do qual participarão: “O período que precede a elaboração pede muita dedicação e cuidado, um verdadeiro trabalho de sensibilização para a necessidade de se fazer o Projeto e, em particular, ao momento da decisão de se fazer e de como fazer”. (VASCONCELOS, 2004a, p. 38).
Onde fica esse documento quando os professores e funcionários precisam usar?
As respostas para esta pergunta dependem da passagem histórica que
obteve o PPP desde seu surgimento em 1991, passando pelas trajetórias nos
estabelecimentos. Desta época para cá, ele vem, a cada dia, sendo um pouco mais
desmistificado, tirando a concentração de poder da direção e do professor pedagogo
em elaborar e guardar esse documento. Assim o docente e demais funcionários
estão se interando no entendimento do que é e para que serve esse projeto global
da coletividade.
Fonte livre: Clip-art – Microsoft Word 97 fonte livre: Clip-art – Microsoft Word 97 Fonte livre: Clip-art – Microsoft Word 97
Para Vasconcellos (1995, p.17) “A introdução da supervisão educacional traz
para dentro da escola a divisão social do trabalho no campo pedagógico, vale dizer,
a divisão entre os que pensam, decidem, mandam e se apropriam dos frutos, e os
que executam”.
Com a publicação do Anexo II da Lei Complementar nº 103 de 15 de março
de 2004, as nomenclaturas de supervisor educacional e orientador educacional
foram extintas e passou a ser utilizada a de professor pedagogo, com a marca de: o
O PPP ou está comigo, ou com o super-
visor ou guardado na gaveta com chave.
Querem saber
mais alguma
coisa!
17
especialista da educação, que deveria desempenhar simultaneamente as funções
de supervisão e orientação, independente de sua certificação profissional, em
supervisão ou orientação.
Com essa mudança no campo pedagógico os supervisores e orientadores
ficaram meio perdidos nas suas funções, quando transformados em professores
pedagogos. A intencionalidade do Estado com o feito era que passassem a atuar
especificamente em torno da melhoria e qualidade do ensino público do Paraná.
O entendimento do que significa essa função dentro da escola, trouxe a
exigência de não poder fragmentar o trabalho: um fazendo trabalho com
professores; outro concentrado em trabalhos com alunos. Deveriam, sim, organizar
todo o trabalho pedagógico junto aos professores, visando melhoria do ensino
dentro da sala de aula, apontando formas de atuações mais democráticas, não
podendo dessa forma fragmentar o trabalho para obter o sucesso pretendido.
Nem sempre se pensou assim, antes e não tão antes assim, - o PPP que
teve início em 1991, perpassando vários anos - desde 1993 até 2004-, com
propostas de elaboração, implantação, realimentação, trouxe mudanças, mas sem a
efetiva participação nas suas transformações, conforme nos mostra o caminhar da
história do PPP no Paraná.
Ele vinha pronto e acabado, e cabia às escolas dar andamento na sua
efetivação; outras vezes, eram realizados somente pelas supervisoras, que às vezes
nem formação em pedagogia possuíam, pois o cargo era concedido aos professores
e funcionários conforme necessidade de acomodação de alguns, ou mesmo por
intermédio e interesse da política.
Quando da criação da lei de 1996, que colocou o PPP como um documento
idealizado para cada estabelecimento de ensino, passou às pessoas da escola a
incumbência de elaborar e executar sua proposta pedagógica, conforme Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394/96.
ART.12 Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de: I – elaborar e executar sua proposta pedagógica ART.13 I – participação dos profissionais de educação na elaboração do Projeto Pedagógico da escola.
A lei colocou parâmetros para participação e elaboração do PPP, mas como
não era de costume todos manipularem documentos da escola, ele ficou
centralizado na época, nas mãos do especialista da educação, que se chamava
18
supervisor escolar. Este tinha por tarefa escrever a identidade da escola envolvendo
poucas pessoas, de modo que, em algumas escolas, que só uma pessoa fazia tal
documento, por ter somente um supervisor escolar.
Toda essa problemática de centralização do projeto, fez dele um documento
guardado a sete chaves, na gaveta ou arquivo da direção ou dos supervisores. Era
muito comum, na época, as instituições copiarem o PPP uma das outras, por
comodismo, ou mesmo por falta de competência técnica do supervisor que, às
vezes, não possuía formação acadêmica para ocupar cargo tão relevante. Por
esse motivo o PPP ficava, pode-se dizer escondido nas gavetas ou arquivos, dentro
das escolas, nunca aparecendo nas reuniões, no cenário educacional.
Vários anos se passaram sem que se procedesse à discussão madura desse
documento, falava-se em participação, não dando a devida capacitação para que
isso ocorresse efetivamente, pairando a dúvida no quesito participação, induzindo
as pedagogas a tomarem a iniciativa de realizar sozinhas os documentos:
acreditavam piamente ser o seu trabalho. Houve épocas em que assumiram o dever
de realizar todos documentos da escola, deixando tudo em ordem.
Em muitas escolas, isso até hoje acontece e, em circunstancias tais,
precisamos nos colocar de prontidão sempre que convidados ou convocados para a
realização de mais uma tarefa dentro da escola.
Qual a mudança que ocorreu com a democratização do ensino?
A mudança do regime ditatorial para a democratização do país trouxe
importantes melhorias, principalmente no que diz respeito à participação. Hoje,
muitas profissionais colocadas no comando da política educacional são
conhecedoras do processo democrático, o que permite maior engajamento das
pessoas nos afazeres pedagógicos.
Nesse contexto o PPP não fica mais na gaveta do diretor, mas sim,
disponível na página do dia a dia da educação, para conhecimento não só da
escola, como de todas as demais e da comunidade, caso queiram se informar sobre
esse documento. É evidente, contudo que ele não pode mais ser copiado de outro já
elaborado, porque cada escola possui a sua identidade.
19
Considerando esse posicionamento voltado às mudanças, compete aos
envolvidos com a educação, caminhar para tomada de decisões no que se refere à
participação e efetivação dos documentos existentes na instituição escolar.
Fonte livre: Clip-art – Microsoft Word 97 Fonte livre: Clip-art – Microsoft Word 97 Fonte livre: Clip-art – Microsoft
Word 97
Precisamos, então, ser conhecedores das leis, dos direitos e dos deveres, e
das obrigações para com nosso trabalho, tornando-o mais prazeroso a profissão de
educar e de ensinar, unindo, dessa forma conhecimento e prática.
Além disso, não se intimidar - conforme vai se envolvendo, vai se aprendendo
- com a intencionalidade daqueles que desejam muito o companheirismo. Atuar
juntos, compreendendo a promoção para conseguir opinar, aguçar a vontade e
selecionar o pensamento criativo, promovendo momentos de interação cultural da
pessoa com a própria pessoa e, consequentemente, com os outros, esse é o
objetivo.
Tudo isso para mostrar que democracia aprende-se na prática, e não
somente na gramática. Nossos atos consolidam-se todos os dias, vivenciados num
coletivo que precisa ser abrangente, aberto, paciencioso e cultural.
Para isso, a busca de informações é muito importante, para prover o
profissional das habilidades capazes que os tornem apto a atividades conjuntas, nos
envolvimentos coletivo.
Assim, compete a todos não silenciar sua voz, encorajar-se para ser
participante ativo desse processo. Como colocado anteriormente, ainda estamos
20
engatinhando nos processos democráticos, e se a comunidade escolar não se
impuser sabedoria e determinação, podem não serem ouvidos e as mudanças não
ocorrerem, o que acarretaria perda de qualidade para a escola, educandos e
comunidade em geral. Quem ganha com isso? Ninguém.
A corrida na procura de informações e conhecimentos precisa fazer parte do
cotidiano do diretor, dos pedagogos,dos professores e dos funcionários de toda
instituição.
Fonte livre: Clip-art – Microsoft Word 97
Para Aldo Victorio filho (2002, p.89), cabe aos profissionais assumirem
posição de destaque, revelando assim o potencial escondido das ideias contidas, em
processos que afloram e concretizam os saberes das pessoas.
Por tudo isso, as maneiras de fazer uso das políticas públicas oficiais de educação no cotidiano são reveladas e descobertas pelos profissionais por meio do modo como as pessoas assumem suas próprias criações na escuta das vozes silenciadas em cada contexto. Vamos aprendendo e introduzindo aquilo que já se encontra em nós mesmos. Vamos nos revelando/transformando com cada parceiro(a) de caminhada.
Não podemos esquecer que no tocante à educação tudo é a longo prazo e
que, se a oportunidade surgir temos que nos agarrar e dela nos inteirar, para não
ficarmos defasados no que se refere aos debates, comentários, reflexões, trabalhos
em grupo, seminários, capacitações e tudo que trouxer envolvimento para que se
usufrua também do intelectual e do cultural da escola.
Preciso buscar in-
formações!
21
Não podemos mais, nos dias atuais, dar a oportunidade de uns ficar com o
trabalho e outros com a intelectualidade. Essa postura denota reproduzir dentro da
própria escola, agora, dentro do trabalho pedagógico - uma escola para os
trabalhadores, que são os professores e funcionários, se esses não participarem do
processo; outra para a classe dominante, direção e equipe pedagógica, fazendo
sozinhos o PPP, contando a história da escola e da educação.
Refletindo na coerência dessas colocações, acreditamos que vale a pena
participar. Aumenta um pouco mais a tarefa, dentre tantas outras que os professores
têm, mas é considerando essa problemática que esperamos contribuir para a
tomada de decisões coletivas.
Fonte livre: Clip-art – Microsoft Word 97 Fonte livre: Clip-art – Microsoft Word 97
Diante do exposto vale a pena perguntar: Qual caminho percorrer?
Não podemos desanimar da caminhada. É necessário sempre nos apoiar nas
leituras, pesquisas, grupos de estudos e seguir sempre em frente com propósitos
firmes de quem luta para ver uma sociedade um pouco melhor, um pouco mais justa
e pensar que depende também do nosso trabalho para essa pretensa melhoria.
Por meio da reflexão feita, percebemos que a construção do Projeto Político- Pedagógico não é uma ação simples. Implica diversos enfrentamentos pessoais e coletivos, sendo fundamental para o sucesso do processo uma equipe articuladora forte e embasada teoricamente, mas que não se considere detentora/dona do saber. Percebemos, ainda, que é uma construção necessária e possível, devendo ser pautada em dois princípios: o da necessidade e o da possibilidade (LONGHI, 2006 p. 32).
22
Finalizando o estudo do PPP, o que a comunidade escolar não poderá se
esquecer é da avaliação periódica desse documento. Sua utilização contínua
durante as reuniões e ante as necessidades do cotidiano, aproveitando a estimativa
das dúvidas com as quais todos irão se confrontar, dirá se o que realmente se está
fazendo, condiz com o que está posto como anseios, sonhos e transformações da
comunidade escolar.
Fonte livre: Clip-art – Microsoft Word 97 Fonte livre: Clip-art – Microsoft Word 97
TAREFA! Vamos aferir o que cada um sabe e o que todos sabem sobre o assunto abordado.
Fonte livre: Clip-art – Microsoft Word 97 Fonte livre: Clip-art – Microsoft Word 97
Após as argumentações postas, o coletivo da escola precisa colocar em ação
o que estudou até o momento, reunindo em grupos para debater e responder os
questionamentos. Após, cada grupo irá socializar as respostas obtidas, num
seminário integrador.
Preciso
pensar
bem!
Eu já sei qual
caminho percor-
rer.
23
Para melhor aprofundamento das questões educacionais é necessário ir além dos escritos e
embasamentos que as escolas promovem.
Visite:
www.deolhonaeducação.org.br – Apresenta textos para leitura, estatísticas da
Educação no Brasil e experimentos enriquecedores na área escolar educacional.
http://www.crmariocovas.sp.gov.br – Centro de referência em Educação da
Secretaria de Estado da Educação de São Paulo. Disponibilizam entrevistas com
autores educacionais, legislação brasileira, publicações on-line e ótimos textos na
área pedagógica.
Quer aprofundar mais sobre os conhecimentos educacionais?
Assista aos filmes “Pro dia nascer Feliz”, direção de Jaime Jardim e
Flávio Tambellini, de produção da Copacabana Filmes com duração de 1h e 22 min.
Disponível em http://www.planetaeducação.com.br/portal/artigo.asp?artigo=1679
“Como Água para chocolate” direção de Alfonso Arau. Drama/romance,
com duração de 144min.
REFERÊNCIAS
AZANHA, José Mário Pires. Educação, Alguns Escritos. São Paulo, Editora Nacional 1987. BRASIL. Lei n° 9394/96. Diretrizes e Bases de Educação Nacional. Diário Oficial da
União. Brasília, DF. 20 dez 1996.
FILHO, Aldo Victorio e Solange Castellano Fernandes Monteiro (orgs.). Cultura e Conhecimento de Professores. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.
LONGHI, Simone Raquel Pagel e Bento, Karla Lúcia. Revista de Divulgação Técnico-Científica do ICPG Vol. 3 n. 9 Jul.-dez./ 2006. Projeto Político Pedagógico uma Construção Coletiva.
24
NAVARRO, Ignez Pinto. Conselhos escolares: democratização da escola e construção da cidadania. Caderno 1. Brasília: Mec. SEB, 2004.
SEVERINO, Antônio Joaquim. O Projeto Político-Pedagógico: a saída para a escola. In: Para onde vai a escola? Revista de Educação da AEC, Brasília, DF (107), abril/jun. 1988.
VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Coordenação do Trabalho Pedagógico: do projeto político-Pedagógico ao cotidiano da sala de aula. São Paulo: Libertad, 2004ª.
______________, Celso dos Santos. Planejamento: Plano de Ensino-aprendizagem e Projeto Educativo. São Paulo, Libertad, 1995. ______________, Celso dos Santos. Construção do conhecimento em sala de aula 16 ed. São Paulo, Libertad, 2005. ______________,Celso dos Santos. Coordenação do trabalho Pedagógico. 8 ed. São Paulo, Libertad, 2007. VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Inovações e Projeto Político-Pedagógico: uma relação regulatória ou emancipatória? Caderno CEDES, vol. 23 n 61, Campinas, Dec.2003.
VIEIRA, Pinto, A. Sete lições sobre educação de adultos. 11 ed. São Paulo: Cortez, 2000.
25
Unidade II
Plano de ação da direção: princípios norteadores da gestão
democrática.
O plano de ação constitui um dos instrumentos democráticos cujo
conhecimento é imprescindível ao pretendente a gestor da escola pública do Estado
do Paraná, haja vista que ao pleitear o cargo, esse instrumento deverá ser
apresentado e seu conteúdo colocado em debate com os integrantes da escola e
com a comunidade local.
Por se tratar de um instrumento de base democrática, o plano de ação faz-se
necessário como condição para concorrer ao cargo de direção escolar.
O início do trabalho, num processo de gestão democrática, exige aplicação do
discurso e da prática apoiados em diálogos e distribuição de tarefas, de modo a
dividir o poder com os demais membros que compõem a instituição. O consenso
sobre a necessidade de desempenho das pessoas envolvidas no processo de
discussão visa a melhores decisões no contexto escolar.
Nesta unidade pretendemos apresentar algumas situações com o intuito de
comprovar que o coletivo escolar pode ter condições de refletir como estão as
atuações dos membros da instituição, com referência tanto às instâncias colegiadas
ou as não colegiadas da escola.
Busca-se, com vários embasamentos teóricos, respaldar nossas
observações, alinhavando essa problemática de a gestão escolar ser ou não
democrática, amenizando, assim, a complexidade que o assunto exige.
O estudo faz-se necessário pela existência de ranços autoritários ainda
percebidos em algumas pessoas dirigentes, o que revela a necessidade de avançar
para identificar, o erro referente à participação, ou melhor, a falsa participação ainda
existente dentro das instituições escolares.
Acredita-se que, por falta de conhecimento apropriado, estudos científicos,
capacitações, ausência de comunicação nas expressões dos conteúdos, raríssimas
reuniões, distrações com assuntos paralelos, e até posicionamento em atitudes
26
arbitrárias, sem participação dos interessados no processo, têm sido fatores de
distanciamento da gestão ideal que se busca.
A prática na escola mostra que e os procedimentos didáticos não têm sido
suficientes e capazes de interferir positivamente para atingir o ideal da escolarização
para todos.
Procedimentos didáticos que acabam discriminando socialmente as crianças [...] os objetivos são planejados tendo-se em vista uma criança idealizada e não uma criança concreta, cujas características de aprendizagem são determinadas pela sua origem social [...] muitas vezes, inadvertidamente, os professores estabelecem padrões níveis de desempenho escolar, tendo como referência o aluno considerado “normal”___ estudantes com melhores condições socioeconômicas e intelectuais vistos como modelos de aluno estudioso [...] muito comum os professores justificarem as dificuldades das crianças na alfabetização e nas demais matérias pela pouca inteligência, imaturidade, problemas emocionais, falta de acompanhamento dos pais (LIBÂNEO, 1991, p.41).
Aqueles que viveram grande parte da vida em regimes autoritários devem se
reposicionar e, agora permitir a participação e envolvimento dos demais nas
decisões. Se não atuarem como democráticos também não conseguirão ser
democráticos. É pondo em prática que se obtém melhor resultado.
No tocante aos educacionais, aqueles que trabalharam ou estudaram nessa
época ditatorial vivenciaram e aprenderam muito de como não dar opiniões,
sugestões, ou qualquer outro tipo de interferência.
As dificuldades em socializar os espaços e distribuir tarefas com outras
pessoas não é por acaso. Fazendo uma retrospectiva, examinando a história,
verifica-se o forte conceito proposto pelo regime militar: o da hierarquia rígida, sem
qualquer possibilidade de flexibilidade administrativa-educaional.
Alcançar o objetivo de aumentar a participação da comunidade escolar pode
ter solução nos estudos e capacitações, trazendo as dialéticas necessárias de
combate a essa problemática e abrindo os horizontes existentes dentro de cada um
para percorrer o mundo globalizado. O sistema de internet contém inúmeros
assuntos atraentes e democráticos, como é o caso dos sites de informações, onde
se encontram-se variados argumentos educacionais, postados de forma gratuita
para o conhecimento comum.
A fim de fazer valer essas contribuições, há, contudo, necessidade de
debates e questionamentos para evidenciar que se precisa da cultura alheia, num
sistema de trocas, buscando sistematizar o conhecimento mútuo. Tanto esse
27
reconhecimento é certo, que se fosse diferente, as pessoas teriam sido promovidas
com emancipação humana e transformação social no sistema ditatorial. Ocorreu
justamente o inverso: a extrema pobreza econômica e cultural tomou conta do País.
Se nesta época o estudo tem sido pouco, em épocas passadas o regime
ditatorial mostrava-se a serviço de apenas alguns Senhores - com exemplos claros
na memória de quem efetivamente mandava, e os resultados óbvios de quem
desobedecia às regras do regime.
O regime militar instalado no País em 1964 pretendeu frear os avanços e as conquistas populares que estavam se verificando no período anterior. No campo político-administrativo, numerosos membros do Poder Legislativo tiveram seus mandatos cassados e muitos foram presos e exilados; milhares de funcionários públicos foram destituídos dos seus cargos e submetidos a inquéritos policiais militares; [...] acelerou-se a concentração de riquezas em poucas mãos: [...] acentuou as desigualdades, tornando os ricos ainda mais ricos e os pobres sempre mais pobres; os salários foram arrochados, ao mesmo tempo em que os preços disparavam [...] as greves deixaram de existir em virtude da forte e violenta repressão; o desemprego aumentou. [...] numerosas escolas foram invadidas pela polícia, muitos professores e estudantes foram presos e exilados, e todas as escolas passaram a ser observadas por agentes dos órgãos de informações do governo, sob o controle do Serviço Nacional de Informação. (SNI) (PILETTI, 2010, p.200,201).
No campo educacional e em outros setores, nada se questionava. Quem se
atrevia a fazê-lo ou era torturado até a morte ou ia exilado para outro país, deixando
suas origens por não poder falar e nem questionar sobre a situação de dominação e
pobreza na qual viviam as pessoas menos favorecidas.
Quem era o favorecido? Somente os que serviam fielmente àquele regime
militar.
Imagine-se os momentos difíceis por que passaram as pessoas que
estudavam e trabalhavam nas escolas ou em outras instituições também sem
autonomia. Eram vigiadas em tudo o que falavam e faziam e, diante da menor
suspeita - se comentavam ou ensinavam algo sobre democracia - imediatamente os
policiais invadiam as escolas e executavam o que lhes era encomendado: com
torturas, prisões, exilamentos. Ninguém podia contestar.
Esses são tempos que precisamos banir das nossas mentes. Essas
lembranças só devem ser úteis para aprimorar os métodos democráticos em nossas
atuações, como modelo de promoção humana, num contexto em que a liberdade de
expressão é direito de todos, onde a pessoa se encontre, em qualquer lugar deste
país.
28
A democracia, todos sabem, teve altos custos - de vidas de sofrimentos - e
dos quais, somos a herança. Os enfrentamentos para erradicar todo esse mal-estar
do passado cabe a cada um de nós, buscando a fórmula ideal de combate, agindo
adequadamente no cotidiano do nosso trabalho, cuidando da nossa própria ação e
atuação diária. Com pensamentos voltados para o trabalho coletivo podemos
avançar muito nos processos de banir atos que venham trazer o passado de volta.
Fonte livre: Clip-art – Microsoft Word 97 Fonte livre: Clip-art – Microsoft Word 97
Com tanto autoritarismo o povo foi se habituando a não participar: fechava os
olhos e calava a voz para os acontecimentos arbitrários, pois não era lhe dada a
liberdade de opinar. Até hoje as pessoas com empregos públicos neste país pouco
questionam e continuam como se ainda vivessem num regime fechado - parecem
ainda traumatizadas tal qual quando trabalhavam no setor público da época militar.
Não se pode perpetuar as ideias daqueles que viveram no período de 1964
a1985, testemunhas de tanta barbárie. Ainda hoje, há pessoas que, num
saudosismo, atuam presos nesses princípios, reforçando uma cultura da não
participação, do não envolvimento, condicionando ao arrefecimento da autonomia
das pessoas.
Vale lembrar que já se passaram 26 anos e atuamos para a redemocratização
do país. É preciso, a todo o momento, combater o fechamento das ideias com
práticas mais livres - participando, atuando, debatendo, questionando, pesquisando,
para melhor atuar na área escolhida, sendo o professor, o e educador e o gestor,
aguçando de verdade a participação e ouvindo a coletividade.
Precisamos nos munir de todo esforço para romper com barreiras ainda
existentes dentro do contexto educacional no que se refere à participação coletiva, e
29
procurar, aos poucos, ser democrático não nas palavras, mas nas atitudes, e
fazendo que se tornem autônomos, com ideias próprias, mudando a realidade.
Seu papel é fazer com que no lugar dos dominantes apareçam ideias “verdadeiras”. Seu papel também é o de fazer com que os homens creiam que tais ideias representam efetivamente a realidade. E, enfim, também é seu papel fazer com que os homens creiam que essas ideias são autônomas (não dependem de ninguém) e que representam realidades
autônomas (não foram feitas por ninguém) (CHAUÍ, 1980, p. 34).
Mediante as indagações abaixo precisamos refletir como está a nossa escola.
Será que precisam ocorrer mudanças ou já ocorreu à transformação tão necessária
e almejada por todos?
Será que todos sabem o que é gestão democrática?
Será que todos conhecem o plano de ação da escola?
Será que todos conhecem o plano de ação da direção?
Será que as instâncias colegiadas participam das decisões da escola?
O gestor articula mecanismos para participação coletiva?
Como é o trabalho na escola: coletivo ou fragmentado?
30
São indagações que exigem consenso e abrangência nas questões
educacionais, não cobrando responsabilidade somente daquele que, através do
voto, tem a incumbência de administrar a instituição, delegando-lhe plenos poderes
como se elegêssemos os dirigentes escolares só para tomar decisões unipessoais.
Fonte livre: Clip-art – Microsoft Word 97 Fonte livre: Clip-art – Microsoft Word 97 Fonte livre: Clip-art – Microsoft Word 97
Tal postura não ocorre somente na educação, também ocorre quando são
eleitos os dirigentes políticos - municipais, estaduais, federais: Outorgamos a eles o
nosso aval e, negligentemente, só tomaremos conhecimento das ocorrências
quando do surgimento de notícias graves sobre a má administração ou quando
mexem em nosso bolso no caso a inflação e os impostos, ou qualquer outra medida
que atinja o bem-estar social.
As medidas impopulares tomadas pelos dirigentes são alvos de nossas
críticas severas, porem dirigidas ao léu, estamos longe de reclamar diretamente
para aqueles responsáveis em tomar as providências por nós. É como se
falássemos para a pessoa errada no momento errado.
Com certeza não é por falta de oportunidade de participação que isso ocorre,
pois os vários canais abertos de ouvidoria, números de telefones gratuitos, espaços
abertos nas páginas da internet, todos as disposições do cidadão para que ele
possa opinar ou reclamar. E ainda dispomos das sessões das Câmaras Municipais,
sessões das Assembleias Estaduais, sessões das Câmaras dos Deputados e do
Senado, abertos para a participação, à disposição para que o cidadão venha
verificar como tratam de seus direitos.
Qual foi o dia que fomos assistir a uma sessão? Quando fomos fazer
verificação do que fazem lá? Essas são indagações que não nos fazemos.
Resumindo, não temos o hábito de participar, não cumprimos o nosso dever
de controle tanto dos gastos públicos, como de decisões importantes, não fazemos a
31
nossa parte colaborando, compondo espontaneamente um conselho escolar ou
municipal. Mesmo esses estando tão perto de nós, não somos acostumados a nos
inteirar do que estão fazendo os nossos representantes, como estão legislando
sobre nossos recursos. Cabe aqui ressaltar não sei se comodismo, indiferença ou
desinteresse mesmo quando está em pauta algum projeto que nos diz respeito-
sobre educação. É claro que as leis, de certo modo, são postas pela pressão
popular, se ninguém reclama, se ninguém contesta é porque tudo está muito bem.
No caso da educação essa postura é comum: não somos acostumados a dar
muita satisfação, fica cada um fazendo a sua parte, e a todo o momento
questionando o desinteresse dos alunos. Esse desinteresse é sim verdadeiro porque
eles são de outra época: eles advêm da Redemocratização do país, que teve seu
início em 1985.
É evidente que toda essa problemática sócio- política recai sobre a escola. Há
professores formados na época do regime militar, há professores formados no início
da redemocratização de país, mas com ranços acentuados do regime militar, e os
alunos na sua totalidade protagonistas de um momento em que impera um processo
de mudanças que atendam seus anseios de liberdade.
O que fica de tudo isso é a consciência de que todos precisam buscar
instrumentos para atuar com mais segurança e serenidade nas questões
educacionais, agindo mais diplomaticamente e entendendo o “modus faciendi”-a
maneira de fazer- da aprendizagem hoje.
Isso demanda estudo, cuja primeira abordagem nos remete às seguintes
perguntas:
Se os alunos não estão aprendendo, de quem é a culpa? Da escola? Da
família? Da sociedade? Se a escola não assumir, a culpa recai na família , se esta
não assumir, recai na sociedade. Não sendo identificado o culpado, sobra
responsabilidade para a educação.
A chave parece estar no desenvolvimento da audácia dos educadores, na coragem de aprender a fazer diferente, de aprender a decidir juntos, a dividir responsabilidades; reinventar nossas instituições nos facultará a liberdade de influir nas políticas públicas de educação com outra competência. Se um dos objetivos da educação escolar é promover a cidadania dos alunos, assumiremos que ela é também espaço para a construção. (CHAUÍ,1980, p.34).
Tais questionamentos devem ser respondidos alicerçados num profundo
conhecimento de suas causas, com coerência e clareza.
32
Nós, educadores, precisamos ficar com a parte que nos cabe, que é a de
ensinar os conteúdos da base comum e diversificada que são as produções
elaboradas pela humanidade ao longo dos anos e dar também ensinamentos de
atualidades de Brasil e Mundo, porque o educando não consegue avançar
intelectualmente sem esses aprendizados, e a nossa parte é encontrar meios de
fazer chegar até o aluno esses estudos.
Possuímos aproximadamente quatro horas por período para tais
ensinamentos que é parte fundamental de uma escola, e se organizar para que a
aula não fique somente nos conteúdos pré-estabelecidos, precisamos dar exemplos
de democracia, ensinando a pensar com as próprias palavras em cunho de seu
caderno, precisamos abrir dialéticas dentro da sala de aula, mediando sempre às
falas para ir guiando, articulando, ouvindo para construir a democracia tão almejada
por todos. Padilha (2005, p. 74) reafirma que “Eles devem ser ouvidos em todos os
assuntos que lhes dizem respeito”.
Entendo, pois, que o processo educativo é passagem da desigualdade à igualdade. Portanto, só é possível considerar o processo educativo em seu conjunto como democrático sob a condição de se distinguir a democracia como possibilidade no ponto de partida e a democracia como realidade no ponto de chegada. Consequentemente [...] democracia é uma conquista;
não um dado (SAVIANI, 1991, p.87).
Para Libâneo (1991, p.21) a luta pela transformação do sistema de relações
vigente depende do nosso trabalho como educador, e faz os seguintes
apontamentos:
A prática educativa, portanto, é parte integrante da dinâmica das relações sociais, das formas da organização social. Suas finalidades e processos são determinantes por interesses antagônicos das classes sociais. No trabalho docente, sendo manifestação da prática educativa, estão presentes interesses de toda ordem ___ sociais, políticos, econômicos, culturais, ___ que precisam ser compreendidos pelos professores. [...] Isso significa que as relações sociais podem ser transformadas pelos próprios indivíduos que a integram. Portanto, na sociedade de classes, não é apenas a minoria dominante que põe em prática seus interesses. Também as classes trabalhadoras podem elaborar e organizar concretamente os seus interesses e formular objetivos e meios do processo educativo alinhados com as lutas pela transformação do sistema de relações sociais vigente.
Infere-se de tais colocações que é necessária a gestão democrática no
âmbito administrativo, político e pedagógico expressa nesse documento, que é o
plano de ação, de cunho puramente burocrático, mas é da alçada do gestor
socializar, com todos os participantes da educação, os conhecimentos que ele tem
33
de seu plano, para que a escola se torne democrática e ajude os outros profissionais
a exercer essa tarefa.
Para Dalben (2004, p.34), os profissionais da educação necessitam
entendimento de que tudo dentro da escola tem caráter político, é preciso, portanto,
cuidar para não reproduzir dominação e autoritarismo no momento das práticas. Daí
a cautela no tocante ao Plano de Trabalho Docente (PTD), à Avaliação, ao Projeto
Político Pedagógico (PPP), ao Regimento escolar, às discussões nos conselhos de
classes ou nas reuniões pedagógicas, dentre outros tantos afazeres pedagógicos
sobre os quais opinamos, para acompanhar o processo democrático.
A gestão democrática da escola tem sido entendida, por muitos, como uma questão de cunho simplesmente administrativo, e a visão do POLÍTICO existente no conteúdo pedagógico é geralmente relegada a um segundo plano. Fala-se muito em política educacional, mas não se tem consciência de que se faz política a todo instante, em nosso próprio ambiente de trabalho. Os profissionais não percebem que podem reproduzir uma política de dominação e autoritarismo no momento da escolha de um conteúdo, de uma forma de avaliação ou na definição de seus objetivos. Não percebem que essas escolhas definem relações pedagógicas que se encaminharão para um projeto político educacional transformador ou não das relações sociais hegemônicas.
O desempenho da gestão democrática no âmbito escolar não atende somente
às questões administrativas e financeiras, que por certo é a parte do trabalho mais
fácil de realizar dentro da escola. Trata também do envolvimento e da mediação dos
trabalhos pedagógicos, na ordenação do coletivo, priorizando a organização do
tempo, espaço, escola, inteirando-se a cada dia, sobre métodos pedagógicos
capazes de interferir na realidade da instituição, e aprimorando-os.
De acordo com Piletti (2010, p.228) o caminho pode ser este.
O primeiro caminho, indispensável à solução dos problemas que a educação brasileira enfrenta, é a democratização da própria escola. Esta democratização está intimamente ligada à da sociedade como um todo. Mas a escola não pode esperar que a sociedade mude para dar sua contribuição à democracia; assim, na medida em que modifica sua estrutura interna, de forma a possibilitar a todos os seus membros uma participação ativa no planejamento, na execução e na avaliação das suas atividades, a escola está educando para a democracia e contribuindo para a democratização da sociedade.
Segundo Viera (1992, p. 72), em Democracia na concepção neoliberal “preza-
se no individualismo que se fundamenta no princípio da liberdade e no qual a
igualdade de oportunidade está vinculada “segundo a capacidade de cada indivíduo”
e não a igualdade real na sociedade”.
34
Diante desse rol de colocações sobre democracia é preciso conhecer e
avaliar o Plano de ação do (a) diretor (a), que deve ser realizado de acordo com a
lei, regulamentos e normas, para que constitua documento democrático e possível
de ser colocado em prática nas escolas.
De acordo com a Superintendência da Educação, o que compete ao diretor
para que ele embase o seu plano de trabalho está elencado a seguir, e disponível na
página dia a dia da educação, para conhecimento de toda a comunidade escolar.
http://www.diaadia.pr.gov.br/cge/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=8
Compete ao diretor (a):
- Cumprir e fazer cumprir a legislação em vigor;
- Responsabilizar-se pelo patrimônio público escolar recebido no ato da posse;
- Coordenar a elaboração e acompanhar a implementação do Projeto Político-
Pedagógico da escola, construído coletivamente e aprovado pelo Conselho Escolar;
- Coordenar e incentivar a qualificação permanente dos profissionais da educação;
- Implementar a proposta pedagógica do estabelecimento de ensino, em
observância às Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais;
- Coordenar a elaboração do plano de Ação do estabelecimento de ensino e
submetê-lo à aprovação do Conselho Escolar;
- Convocar e presidir as reuniões do Conselho Escolar, dando encaminhamento às
decisões tomadas coletivamente;
- Elaborar os planos de aplicação financeira sob sua responsabilidade, consultando
a comunidade escolar e colocando-os em edital público;
- Prestar contas dos recursos recebidos, submetendo-os à aprovação do Conselho
Escolar e fixando-os em edital público;
- Coordenar a construção coletiva do Regimento Escolar, em consonância com a
legislação em vigor, submetendo-o à apreciação do conselho escolar e, após,
encaminhá-lo ao Núcleo Regional de Educação para a devida aprovação;
- Garantir o fluxo de informações no estabelecimento de ensino e deste com os
órgãos da administração estadual;
- Encaminhar aos órgãos competentes as propostas de modificações no ambiente
escolar, quando necessárias, aprovadas pelo Conselho Escolar;
- Deferir os requerimentos de matrícula;
35
- Elaborar, juntamente com a equipe pedagógica, o calendário escolar, de acordo
com as orientações da Secretaria de Estado da Educação, submetê-lo à apreciação
do Conselho Escolar e encaminhá-lo ao Núcleo Regional de Educação para
homologação;
- Acompanhar, juntamente com a equipe pedagógica, o trabalho docente e o
cumprimento das reposições de dias letivos, carga horária e de conteúdo aos
discentes;
- Assegurar o cumprimento dos dias letivos, horas-aula e horas-atividades
estabelecidos;
- Promover grupos de trabalho de estudos ou comissões encarregadas de estudar e
propor alternativas para atender aos problemas de natureza pedagógico-
administrativa no âmbito escolar.
- Propor à Secretaria de Estado da Educação, via Núcleo Regional de Educação,
após aprovação do Conselho Escolar, alterações na oferta de ensino e abertura ou
fechamento de cursos;
- Participar e analisar a elaboração dos Regulamentos Internos e encaminhá-los ao
Conselho Escolar para aprovação;
- Supervisionar a cantina comercial e o preparo da merenda escolar, quanto ao
cumprimento das normas estabelecidas na legislação vigente relativamente a
exigências sanitárias e padrões de qualidade nutricional;
- Presidir o Conselho de Classe, dando encaminhamento às decisões tomadas
coletivamente;
- Definir horário e escalas de trabalho da equipe técnico-administrativa e equipe
auxiliar operacional;
- Articular processos de integração da escola com a comunidade;
- Solicitar ao Núcleo Regional de Educação suprimento e cancelamento de demanda
de funcionários e professores do estabelecimento, observando as instruções
emanadas da Secretaria de Estado da Educação;
- Organizar horário adequado para a realização da Prática Profissional
supervisionada do funcionário cursista do Programa Nacional de Valorização dos
Trabalhadores em Educação Profuncionário, no horário de trabalho,
correspondendo a 50% (cinquenta por cento) da carga horária da Prática
Profissional Supervisionada, conforme orientação da Secretária de Estado de
Educação, contida no Plano de Curso;
36
- Participar, com a equipe pedagógica, da análise e definição de projetos a serem
inseridos no Projeto Político-Pedagógico do estabelecimento de ensino, juntamente
com a comunidade escolar;
- Cooperar com o cumprimento das orientações técnicas de vigilância sanitária e
epidemiológica;
-Viabilizar salas adequadas quando da oferta do ensino extracurricular
plurilinguístico da língua Estrangeira Moderna, pelo Centro de línguas estrangeiras
modernas - CELEM;
- Disponibilizar espaço físico adequado quando da oferta de Serviços e Apoios
Pedagógicos Especializados, nas diferentes áreas da Educação Especial;
- Assegurar a realização do processo de avaliação institucional do estabelecimento
de ensino;
- Zelar pelo sigilo de informações pessoais de alunos, professores, funcionários e
famílias;
- Manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com seus colegas, com
alunos, pais e com os demais segmentos da comunidade escolar;
- Assegurar o cumprimento dos programas mantidos e implantados pelo Fundo
Nacional de Desenvolvimento da Educação /MEC - FNDE;
- Cumprir e fazer cumprir o disposto no Regimento Escolar.
Dessa forma, gestão para Ferreira (2001) significa:
(...) tomar decisões, organizar, dirigir as políticas educacionais que se desenvolvem na escola comprometidas com a formação da cidadania [...] é um compromisso de quem toma decisões – a gestão - , de quem tem consciência do coletivo – democrático – de quem tem responsabilidade de formar seres humanos por meio da educação.
Será que o plano de ação da direção foi realizado de acordo com o que sugere a Secretaria Estadual da
Educação?
37
Fonte livre: Clip-art – Microsoft Word 97 Fonte livre: Clip-art – Microsoft Word 97
Com base nas recomendações da Secretaria Estadual da Educação SEED é
que se realizou o Plano de Ação da direção, 2009/2011, da Escola Estadual Afrânio
Peixoto do Município de Abatiá. A exposição do plano faz-se necessária a fim de
verificar como está o processo de envolvimento das instâncias colegiadas,
professores, funcionários e comunidade, na efetivação desse documento,
consolidando, assim, uma gestão democrática.
Quanto maior o envolvimento da coletividade com a educação, melhores
serão os resultados dentro da instituição. Depois de conhecer e analisar o plano de
ação da direção o que pretendemos perguntar é:
Qual é o papel da gestão na definição de uma escola de qualidade para todos e cumpridora dos direitos e
deveres das políticas públicas do Estado?
Segundo Giglio, (1999, p.197) o papel da gestão dentro de uma escola passa
por vários desafios. Os contextos das intencionalidades vão desde as aspirações da
comunidade, ao que se pode fazer conforme as políticas públicas recebidas, o que
delimita sua autonomia.
A escola expressa um projeto social e, por isso, ela não se esgota em si mesma, mas caminha para uma intencionalidade coletiva e social. A escola pública não é um organismo isolado. Ela depende das políticas de gestão pública. Portanto, sua autonomia está, de um lado, limitada pelas necessidades, aspirações e condições reais da comunidade escolar e, do outro, pelas políticas públicas em curso.
Nesta citação, Giglio (1999, p. 197) admite que os educadores se encontrem
diariamente com os colegas de trabalho e com os educando, o que falta são os
diálogos, para que se viabilizem as identidades autônomas.
Eu acho
que sim! Eu não
sei, nun-
ca vi!
38
O protagonizar nossa história de educadores é condição para a conquista da autonomia profissional. Ela está ao alcance das mãos, ali onde nos encontramos diariamente com nossos companheiros de trabalho, com crianças e jovens, junto dos quais realizamos nossa obra. Não seria justo com eles e conosco mesmos desistirmos a dar-lhe um sentido novo. Torna-se imprescindível renunciar às práticas que negam o diálogo, que impedem a formação de identidades autônomas, sob pena de reproduzirem-se as condições para o exílio da cidadania ativa.
Visando atender a tantas aspirações, o papel da gestão democrática poderá
se iniciar com o plano de ação da direção - seus anseios, metas educacionais,
propostas de capacitações, envolvimento coletivo, tratamento democrático para com
a comunidade escolar e local e tudo mais que assegure uma instituição para
viabilizar os trabalhos rumo ao ensino-aprendizagem de qualidade.
As mediações precisam ocorrer sempre. Condição indispensável ao
cumprimento de tantos desafios que surgem para atender a todos e, principalmente,
aos filhos dos trabalhadores que, às vezes, só possuem a escola como meio de
interação social.
O Gestor necessita articular, com todos os participantes da escola, métodos
que auxiliem no combate à evasão escolar, amenizando, assim, a distância cultural
e econômica que existe entre as pessoas marcadas pelas classes sociais.
Apoiado nesses estudos, disponibiliza-se o plano de ação da direção para
análises e reflexões, verificando as contextualizações, de forma a levar à
comunidade escolar a informação sobre o verdadeiro papel da direção, seu trabalho
na área administrativa e pedagógica, assim como a distribuição de tarefas e
mediações com o coletivo escolar e comunidade, evitando assim a falsa cultura de
participação.
Oliveira (2009) PLANO DE AÇÃO DA CANDIDATA À DIREÇÃO – GESTÃO 2009-
2011
Hoje vamos
estudar o
Plano de
ação da
direção!
Que bom!
Precisamos
nos inteirar.
Realmente!
39
1- Indicadores de Gestão Escolar
1.1 Participação das Instâncias Colegiadas na gestão democrática do
estabelecimento de ensino:
a-) Conselho Escolar ( atuação, criação e estatuto)
Situação atual: Sempre que necessário convocam-se reuniões para debater
assuntos de interesse da escola. A documentação está atualizada.
Proposição: Maior envolvimento do conselho escolar junto à direção,
levando, legitimidade àquele para que a gestão seja democrática, oportunizando sua
atuação em toda a área de atividade da escola, principalmente no que diz respeito
aos documentos que esse órgão aprova, como PPP, Regimento, Calendário
Escolar, e também participar ativamente das reuniões pedagógicas, trazendo suas
sugestões para a melhoria do ensino-aprendizagem.
b-) Associação de Pais Mestres e Funcionários (APMF) (atuação, criação e estatuto).
Situação atual: Está presente todos os dias no estabelecimento e sempre
atua com responsabilidade e dedicação em momentos de dificuldades, mas também
é convidada para momentos de lazer da escola, a documentação está atualizada.
Proposição: Maior envolvimento dos membros deste colegiado nas
atividades internas, visando fortalecer o processo ensino-aprendizagem,
participando das reuniões com pais, das reuniões em conselhos de classes, nas
decisões para realimentação dos documentos para verificação de como anda o
ensino, assim como propor soluções,implementando a democracia na escola.
c-) Grêmio Estudantil:
Situação atual: É um colegiado que não tem função significativa dentro do
estabelecimento, sua participação restrita no âmbito escolar. A documentação está
atualizada.
Proposição: Direção, equipe pedagógica, professores e funcionários devem
se aproximar do grêmio estudantil, envolvendo-o nas atividades escolares para que
se torne fortalecido dentro do estabelecimento.
40
Da atuação dos alunos que participam de órgãos colegiados e que cursam
níveis e séries diferentes, é que se inicia a construção do pensamento crítico, para
atuar numa sociedade tão cheia de desafios.
Há vários motivos para articular ações conjuntas com o grêmio, o que precisa
são envolvimentos e informações de estudos, para análise e julgamento, que
proponham sacudir o arrefecimento dos educandos nas questões educacionais e
políticas do país.
1.2 Relação da Direção com a Comunidade Externa:
a-) Associações e movimentos sociais da comunidade (moradores, bairros e
outros).
Situação Atual: O relacionamento é bom, a comunidade comparece à escola
sempre que convidada a participar de algum evento, principalmente no tocante às
obrigações como entrega de boletins, reuniões e chamadas por necessidade de
atendimento particular na resolução de problemas de seus filhos.
Proposição: A proposta é continuar acolhendo a comunidade toda vez que
essa precisar da escola. Esse acolhimento é essencial para que a confiança se
estabeleça e, com isso, traga as vantagens para resolver os problemas que
porventura virão a ocorrer. O que está faltando é a direção envolvê-los mais nas
questões do ensino-aprendizagem, incentivando a participação nas APMFs,
Conselhos Escolares e palestras.
b-) Conselho Tutelar: Trabalha em parceria com a escola e precisa ser preservado
o bom relacionamento, pois esse órgão é o apoio das escolas no tocante ao menor
infrator com problemas cujas soluções ultrapassam a autonomia da escola.
c-) Promotoria Pública: Sempre tivemos um bom relacionamento com os
promotores(as). Pelo fato da freqüente substituição dessas autoridades, na
Comarca procuramos nos apresentar, fazendo visitas ao Fórum de Justiça. Sempre
que necessitamos somos bem atendidos, motivo pelo qual precisamos continuar a
realizar um bom trabalho a fim de que esse órgão continue nos dando o respaldo e o
amparo das leis, quando do surgimento de questões que não estão em nossa alçada
resolvê-los.
41
d-) Conselhos de Saúde: A escola realiza trabalhos em parceria com esse
conselho. Sempre que há necessidade dos serviços, quando nossos alunos
precisam de atendimento emergencial nas áreas de apoio, as salas de recurso como
encaminhamento a psicólogo, psiquiatra, psicopedagogo, dentre outros
atendimentos que necessitamos para os alunos, somos bem atendidos.
A proposição é continuar com essa parceria importante para a escola.
e-) Conselho de Segurança: Dedicamos muito respeito aos representantes da
segurança do nosso município e enaltecemos o fundamental apoio desse órgão para
com a escola, somos atendidos muito bem quando necessitamos. Precisamos
continuar com essa parceria.
j-) Centro Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente: Trabalhamos em
parceria. Principalmente no controle da assiduidade dos alunos,objetivando a
continuidade do auxílio do programa “Bolsa Família”, assim como o cadastramento
de alunos que necessitam ser inseridos em projetos sociais. Precisamos continuar
com essa parceria.
1.3 Relações da direção com a Comunidade Interna:
a-) Professores e Equipe Pedagógica ( organização da hora-atividade e outras.)
A Direção enseja proporcionar um clima de harmonia, respeito e
profissionalismo dentro do estabelecimento, procurando em seu trabalho a efetiva
colaboração para melhoria na qualidade do desempenho desses profissionais,
através dos diálogos, ouvindo os anseios e sempre incentivando a busca de meios
para vencer os desafios que temos todos os dias. A hora- atividade do professor já é
realizada em dias pré-estabelecidos, sendo cumprida com atividades diversas, tais
quais: trabalho pedagógico com estudos de capacitações oferecidas pela escola e
entrevistas com os pais e alunos com maiores problemas dentro de sala de aula.
b) Equipe Técnico Administrativo e Assistentes de Execução.
A direção procura proporcionar um clima de harmonia, respeito e
profissionalismo, assim como, através de reuniões, incentivá-los para vencer os
desafios que temos todos os dias.
42
c-) Alunos.
A direção empenha-se junto com a equipe pedagógica, para atuar, através
do diálogo, na conscientização das regras da escola, no incentivo aos estudos,
atendendo aos que não possui uniforme e material escolar. Mantém os alunos
informados e atualizados sobre as questões educacionais e calendário e solicita
colaboração das comunidades escolar e local para conseguir a melhoria no
comportamento e, consequentemente um ensino de qualidade.
e) Pais e/ou responsáveis. A direção procura sempre atuar com base no diálogo,
recebendo os pais convocados nos momentos em que se fizerem necessários, para
reuniões ou atendimento de algum fato que ocorra com seus filhos na escola. São
atendidos com respeito na entrega de boletins, reuniões e outras atividades
realizadas dentro ou fora da escola. Aproveitamos, ainda, o momento em que os
pais permanecem na escola para ajudá-los nas questões educacionais, com
profissionalismo, ética e responsabilidade.
f) Atualização dos documentos: Regimento Escolar, Projeto Político Pedagógico
(PPP), da Proposta Pedagógica Curricular (PPC) e do Plano de Trabalho Docente
(PTD) Sempre que solicitado, a documentação da escola é atualizada.
Proposição: Os documentos precisam ser atualizados conforme vai mudando
a estrutura de espaço e pedagógico da escola. Essa realimentação se faz através de
reuniões com a participação efetiva de toda a comunidade escolar.
Deverá ocorrer, sempre que possível, para que estejam sempre atualizadas
as propostas de documentação do estabelecimento. O gestor precisa ficar alerta,
observando os trabalhos dentro da escola, para ajudar na atualização e mediação
de modo que os trabalhos ocorram no âmbito democrático.
1.4 Relações com o NRE e SEED:
a) Formação Continuada para o corpo docente: As convocações para cursos e
reuniões são sempre acatadas e o incentivo para o estudo e capacitação sempre
presente.
43
b) Eventos com pais e alunos. A realização de eventos para a comunidade
escolar, como a festa Junina, feira de ciências, festa do dia do estudante, jogos
escolares, semana cultural, formatura, e demais datas comemorativas, fazem parte
do calendário escolar. Para a comunidade local, principalmente para os pais,
realizam-se encontros com pais são as reuniões em geral.
c) Formação Continuada para Equipe Técnico Administrativo e Assistente de
Execução. Sempre que o NRE e a SEED solicitam atividades de formação
continuada aos funcionários, procuramos incentivá-los para os estudos. Estamos
sempre prontos a colaborar.
d) Formação Continuada para Equipe Auxiliar Operacional Sempre que o NRE
e a SEED solicitam atividade dessa formação, estamos sempre prontos a colaborar e
realizar os estudos ou outras propostas a executar.
e) Participação da direção e direção auxiliar em Cursos de Formação
Continuada: Sempre que o NRE e SEED, solicitam nossa participação ou nos
convocam, estamos sempre prontos a realizar os estudos ou capacitações.
Entendemos a necessidade do estudo para enfrentamentos dos problemas.
Colocamo-nos prontos a atender as solicitações do NRE e da SEED para que a
escola esteja informada e adequada às determinações que propiciam o bom
desempenho escolar.
1.5 Relações com Programas e Projetos do Governo Federal.
a) Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE). Os gastos são de acordo com as
necessidades de cada setor e têm acompanhamento da APMF e Conselho Escolar.
b) Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE-Escola) Incentivar os
professores a participarem sempre quando possível
c) Programa Nacional de Informática na Educação (PROINFO). Há professores e
funcionários participando do Proinfo, Continuar incentivando e dando apoio aos
professores e funcionários a participarem deste Programa – Proinfo, é o nosso
objetivo.
d) Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares Não temos
o hábito de participar das capacitações oferecidas para esse conselho. A pretensão
44
é mudar propósito em incentivar os membros a fazer os cursos oferecidos pela
SEED, para melhor atuação desse órgão dentro do estabelecimento.
g) Programa Bolsa Família. São frequentes as reuniões com esse órgão, com os
professores e funcionários. Aproveitando a parceria busca-se identificar que
necessitam estar na relação do Programa bolsa família, observando sempre o
relatório sobre seu comparecimento na sala de aula.
h) Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) Reuniões com os alunos
e pais, são realizadas periodicamente e, na oportunidade sobre a erradicação do
trabalho infantil. Inúmeros de alunos frequentam este programa ofertado em
contraturno.
i) Outros
1.5 Relações com Programas e Projetos do Governo Estadual
a) Fera Com Ciência: Incentivou-se a participação dos professores nesses projetos.
b) Jogos Escolares: Incentivamos a participação dos alunos e professores.
e) Patrulha Escolar: É bem-vinda à escola, que valoriza seu trabalho, solicitamos
sempre sua presença, pois consciente de a segurança escolar. Quando há
ocorrência de algum fato que fuja as decisões pedagógicas, além de sua presença
solicitamos atuação pertinente ao caso.
Viva a Escola: Esse projeto é relevante para a vida da escola. Assim o incentivo à
participação dos professores é nossa preocupação constante.
g) Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE)
Esse programa veio para vivificar a atuação do educador no desempenho de
suas funções como ator no processo ensino-aprendizagem. Assim, considerando,
cabe-nos alertar o profissional da educação para que não perca essa oportunidade
inédita que lhe está sendo oferecida.
h) Outros
1.6 Programas e Parcerias com outras instituições.
45
-Prefeitura Municipal, Promotoria de Justiça, Policia Militar, Patrulha escolar, Igrejas,
Comércio, Emater, Secretaria da Agricultura, Conselho Tutelar, Grupos religiosos,
APAE, Centro de Saúde, Biblioteca Municipal, Vereadores Mirins, PETI, Bolsa
Família.
Dar continuidade a essas parcerias, pois estão acontecendo com sucesso, vale,
portanto, preservá-las, trabalhando para aperfeiçoá-las.
1.7 Outros
Na apresentação do plano de Ação da Direção, não se pode desprezar a
essencialidade do quesito clareza na atuação do gestor, no presente momento.
Qualquer que seja o trabalho, ele deve estar alicerçado nos diálogos mantidos entre
os que se preocupam com o coletivo escolar, isso deve ser transparente e sincero. É
preciso, ainda, manter viva a capacidade de conciliar a distribuição das tarefas,
diante das tantas relações que convergem para estabelecimento de ensino.
Não podemos nos esquecer de mais um questionamento sobre democracia:
as políticas educacionais repletas de boas intenções para com as camadas
populares, visando à igualdade de direitos. Será?
É correta a definição das políticas educacionais que trazem no bojo as discussões de uma nova era na
universalização da escola para todos.
Faltaram os recursos: o que era destinado às minorias continuou, quantitativamente, o mesmo, enquanto a
quantidade de alunos nas escolas cresceu. Como, nessas circunstancias de deficiência de recursos, fazer uma
escola para todos? Ela tem que ser democrática.
É democrático na escola: uma educação com qualidade; a socialização do saber construído historicamente pela humanidade; a elevação cultural das massas; o tratamento igualitário a todos; a participação ativa dos cidadãos na vida pública (tendo como exercício desta a tomada de decisões dentro da escola); o exercício da cidadania; a participação dos profissionais e da comunidade escolar; a autonomia de gestão administrativa e pedagógica; a mobilização dos segmentos de gestão a partir de suas várias instâncias – Conselhos escolares, Grêmios estudantis; Associação de Pais, mestres e
46
funcionários, enfim, a construção coletiva do projeto político pedagógico. Ou seja: é também, e essencialmente, na perspectiva do controle social que se
espraia a concepção de gestão democrática (FANK, Edições Publicizadas.).
O bom gestor não se abate pela falta de recursos. Independente deles, o bom
profissional se agarra à sua tarefa e dissemina os conhecimentos necessários ao
coletivo escolar, dispondo de recursos humanos, físicos ou financeiros. Não
queremos com isso defender que uma escola não precisa de disponibilidades
econômicas, o apelo urgente a nossos governantes, para melhorias, a cada dia,
estrutural, pedagógico de capacitação e valorização através dos planos de cargos,
carreiras e salários, aqui fica. Essas realizações são necessárias para que, os
profissionais tenham condições, cada vez mais, de promover melhorias na qualidade
das aulas, o foco de toda existência escolar.
Nesse contexto em que permeiam insuficiências e incapacidades, cabe ao
gestor buscar meios de sobrevivência quando esses não estão a contento. As
realidades de muitas escolas estão longe dos olhares de nossos dirigentes. O
desempenho escolar, entretanto precisa caminhar sempre, e os nossos alunos não
podem ficar desinformados da cultura que vai guiá-los para uma vida mais atuante,
além do mais, futuramente esses recursos poderão faltar, também a seus filhos.
Essa é uma corrente natural, por isso precisamos da esperteza hoje, para vencer
amanhã, e só se consegue através do conhecimento.
Numa escola, gestor, professores e funcionários só serão democráticos se
cooperarem para que o educando supere a ignorância do não conhecimento e
também atue na questão dos seus direitos. Sendo assim, a abertura dada para que
isso ocorra não serão suficientes se não houver a conscientização de todos os
setores na busca incessante desses mesmos conhecimentos.
Sendo assim, a participação da comunidade escolar não depende somente da abertura propiciada pelo corpo diretivo da Escola, mas principalmente da CONSCIENTIZAÇÃO dos diversos segmentos acerca da importância de cada um no processo pedagógico. Entendemos que esse não é um processo rápido, mas se bem conduzido, será lento, mas eficiente, afinal não estaremos construindo paredes e muros e sim CONSTRUINDO CIDADAOS, autônomos, responsáveis e participativos (Curso Experimental).
47
Fonte livre: clip-art – Microsoft Word 97
TAREFA! Vamos aferir o que cada um sabe e o que todos sabem sobre o assunto abordado.
Fonte livre: Clip-art – Microsoft Word 97 Fonte livre: Clip-art – Microsoft Word 97
Após esse rol de indagações, o coletivo escolar precisa colocar em ação o
que estudou até o momento. Reunir-se-ão em grupos para debater e responder
sobre os questionamentos em relação à democracia dentro da escola.
Após, os grupo irão socializar as respostas obtidas, num seminário
integrador.
Para melhor aprofundamento das questões educacionais é necessário ir além dos escritos e
embasamentos que as escolas promovem.
Visite
*http://www.rieoei.org/deloslectores/2420Borges.pdfVis
É eu escolhi o
caminho da
democracia!
48
Gestão Democrática e participação na escola pública popular. Artigo de Maria
Célia Borges Dalberio – Universidade Federal de Uberlândia Campus do
Pontal, Minas Gerais, Brasil. Acesso em 20/04/2011.
*http://www.moodle.ufba.br/mod/book/view.php?id=10246&chapterid=9649 Gestão de Pessoas e ambiente Físico – curso experimental 1- Edméa. Acesso em 18/06/2011. *http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-
15741999000200013&script=sci_arttext
* http://seer.ufrgs.br/rbpae/article/view/19144
A gestão democrática na escola e o direito à educação. Artigo de Carlos
Roberto Jamil Cury. Acesso em 20/06/2011.
Quer aprofundar mais sobre os conhecimentos educacionais? Faça a leitura.
Gestão Democrática da escola pública de Vitor Henrique Paro, São Paulo Ática 1998.
Gestão democrática da educação: atuais tendências, novos desafios de Naura S. Carapeto Ferreira (Org.) São Paulo: Cortez, 1998, 120p.
REFERENCIAS
CHAUÍ, Marilena. Cultura e Democracia – São Paulo, Ed. Cortez 1980.
DALBEN, Ângela et al. Coleção Didática e Prática de Ensino, Belo Horizonte Autêntica, 2004. DERMEVAL, Saviani. Escola e Democracia, São Paulo, Ed. Cortez 1991. GIGLIO, Célia M. Benedicto. Autoridade e Autonomia na escola: alternativas teóricas e práticas / Julio Aquino (org.). São Paulo: Summus, 1999. LIBÂNEO, José Carlos. Didática São Paulo, Ed. Cortez 1991. OLIVEIRA, Mônica Raimundo Pimentel. Plano de Ação da Direção 2009.
PADILHA, Paulo Roberto. Educação em direitos humanos sob a ótica dos ensinamentos de Paulo Freire. São Paulo, Cortez, 2005.
49
PILETTI, Nelson e Claudino Piletti. História da Educação, 7ª ed. São Paulo Ed. Ática 2010. VIEIRA, Evaldo. Democracia e Política Social. São Paulo: Ed. Cortez: Autores Associados, 1992.
http://www.moodle.ufba.br/mod/book/view.php?id=10246&chapterid=9649 Gestão de Pessoas e ambiente Físico – curso experimental 1- Edméa. Acesso em 18/06/11.
UNIDADE III
50
Plano de Ação da Equipe Pedagógica: Mediação para intervenção efetiva no ensino-aprendizagem.
QUAL TRABALHO REALIZAR PRIMEIRO?
Fonte livre Clip-art – Microsoft Word 97
Nesta unidade pretendemos abordar o trabalho da equipe pedagógica como
mediadora de todo o processo ensino-aprendizagem em um estabelecimento de
ensino.
O papel do professor pedagogo, como hoje ele é chamado por determinação
da Lei Complementar nº 103/2004 da Secretaria de Estado da Educação (SEED) em
defesa da importância do trabalho desses profissionais junto à gestão escolar, é
claro dentro da instituição escolar. Confirma-se no texto que segue:
Frente à defesa do papel do pedagogo, a Secretaria de Estado da Educação do Paraná, no edital nº 10/2007 de seleção para concurso público, indica princípios da participação do pedagogo na gestão escolar: -Coordenar e elaborar coletiva e acompanhar a efetivação do Projeto político-Pedagógico e do Plano de Ação da Escola. -promover e coordenar reuniões pedagógicas e grupos de estudo para reflexão e aprofundamento de temas relativos ao trabalho pedagógico e para elaboração de propostas de intervenção na realidade da escola: -participar e intervir, junto à direção, da organização do trabalho pedagógico escolar no sentido de realizar a função social e a especificidade da educação escolar. -sistematizar, junto à comunidade escolar, atividades que levem à efetivação do processo ensino e aprendizagem, de modo a garantir o atendimento às necessidades do educando; -participar da elaboração do projeto de formação continuada de todos os profissionais da escola e promover ações para sua efetivação, tendo como finalidade a realização e o aprimoramento do trabalho pedagógico escolar.
51
-analisar as propostas de natureza pedagógica a serem implantadas na escola, observando a legislação educacional em vigor e o Estatuto da Criança e do Adolescente, como fundamentos da prática educativa. -coordenar a organização do espaço-tempo escolar a partir do Projeto Político Pedagógico e da Proposta Curricular da Escola; -orientar a comunidade escolar na proposição e construção de um Projeto pedagógico numa perspectiva transformadora (TAQUES - SEED-Pr).
O que hoje percebemos é a proposta de valorização desse profissional cuja
atuação, no passado foi alvo de tantas distorções, as quais levarão algum tempo
para que sejam atenuadas. Vale dizer que não era de própria vontade que agia, sua
forma de trabalho era determinada pelo período político em que foi criado o cargo:
na época em que o país vivia um sistema de ensino tecnicista e ditatorial.
Hoje esse profissional é de extrema importância dentro da escola. É ele, com
a direção, o mediador de todo o processo ensino-aprendizagem junto ao professor,
quando da organização do trabalho pedagógico do dia a dia dos educadores, dentro
do estabelecimento de ensino.
Assim seu trabalho vai se legitimando, através de reuniões, capacitações dos
professores, no entendimento de coordenação do trabalho pedagógico, na
construção de elaboração de princípios democráticos de participação coletiva junto à
gestão escolar.
Para que a função do pedagogo seja devidamente valorizada, vale destacar
seu trabalho, hoje, dentro da instituição escolar – merecem destaque aquelas
atividades que precisam, hoje, serem revistas no trabalho desse profissional, no dia
a dia escolar. A revisão faz-se necessária face ao emocional do profissional
prejudicado pelo acúmulo de tarefas que são as pedagógicas como: efetivação do
seu plano de ação, organização para efetivação do Projeto Político-Pedagógico,
Plano de Ação da Escola, cumprimento do Regimento Escolar e as tarefas
burocráticas, como a digitalização de documentos pedagógicos, acrescidos de carga
horária no papel de fiscal de aluno, quando o estabelecimento não conta com esse
profissional, fazer horários para as aulas, dentre tantos outros que não é seu
fundamental papel. Essa diversificação de tarefas consome todo o tempo do
profissional, não o deixando atuar na sua área específica.
Cabem a esses profissionais junto à direção, reivindicar atuação apenas em
seu verdadeiro papel, que é a mediação do tempo-espaço escolar no ensino-
aprendizagem junto ao professor. A mediação e orientação aos docentes nas horas
atividades e outras pendências, são trabalhos voltados às promoções intelectuais
52
que se devem sistematizar para que ocorram as almejadas mudanças nos métodos
e nas práticas dos professores.
Refém dessa sobrecarga de tarefas, e sem respaldo para questionar a sua
atuação, às vezes, o próprio pedagogo considera que toda essa tarefa é sua. Cabe
então a questionar: Quando surgir um imprevisto fora de sua atuação, o que fazer?
A escola não tem porteiro, nem fiscal de aluno, um professor falta, e daí, para onde
correr?
Fonte livre: clip-art – Microsoft Word 97 Fonte livre: Clip-art – Microsoft Word 97 Fonte livre: clip-art – Microsoft Word 97
A atuação do pedagogo escolar é imprescindível na ajuda aos professores no aprimoramento do seu desempenho na sala da aula (conteúdos, métodos, técnicas, formas de organização da classe), na análise e compreensão das situações de ensino com base nos conhecimentos teóricos, ou seja, na vinculação entre as áreas do conhecimento pedagógico e o trabalho de sala de aula. [...] são tarefas complexas que requerem habilidades e conhecimentos especializados, tanto quanto se requer por parte do professor conhecimento especializado da matéria que leciona (LIBANEO, 2010, p.61).
Voltando à questão de para onde correr quando os imprevistos surgem,
acreditamos nos embasamentos teóricos para sustentação das questões, assim
como também serão úteis aos professores. Temos a consciência de que se o estudo
de uma boa prática de trabalho estiver agregado ao envolvimento da prática do
Projeto Político-Pedagógico, do Plano de Trabalho Docente, compondo práticas
consistentes sobre as metodologias que devem ser aplicados aos alunos, e apoio de
formas inovadoras sobre avaliação aliados as atividades do conselho de classe
disposto a refletir sobre os problemas que devem ser levantados para a promoção
tanto do professor quanto do aluno, acreditamos,sim, que a autonomia desse setor
pedagógico já esteja consolidada através de tais práticas.
Cuidar do portão de entrada!
Alunos brigando?
Temos documen-tos para fazer!
53
O porteiro e o fiscal de aluno não vão, então, fazer falta, e o pedagogo não irá
precisar cobrir ninguém no portão, nem no pátio, para assegurar que o aluno não vai
fugir da sala de aula em busca de maiores atrações, fora dela. Quanto à disciplina, o
professor terá domínio porque quando ele passa entender o conteúdo pedagógico,
ele consegue disseminar esses conhecimentos atuando com práticas sustentadas
pelo diálogo, e o compromisso com o ensino-aprendizagem surge através desses
conhecimentos.
O trabalho do pedagogo é deveras estafante: a mediação entre o professor e
ele é ininterrupta, valendo-se das horas atividades e reuniões para que tudo isso
ocorra. O professor que não for orientado por esse profissional, com certeza, será o
que trará dificuldades, pois não terá comportamento apropriado ao tratar dos
assuntos, nem postura pertinente a uma boa atuação de professor. Se não houver
esses entendimentos, não teremos uma boa prática, e o pedagogo volta a atuar fora
de sua área, atendendo desavenças ocorrentes.
Fonte Livre: Clip-art – Microsoft Word 97 Fonte livre: Clip-art – Microsoft Word 97
Quando se atribuem ao pedagogo as tarefas de coordenar e prestar
assistência pedagógico-didática ao professor, não está se supondo que ele
deva ter domínio dos conteúdos-métodos de todas as matérias. Sua contribuição vem dos campos do conhecimento implicados no processo educativo-docente, operando uma inserção entre a teoria pedagógica e os conteúdos-métodos específicos de cada matéria de ensino, entre o conhecimento pedagógico e sala de aula (LIBÂNEO, 2010, p.62).
A boa prática desenvolvida no ambiente escolar, considerando, a postura
responsável e democrática, só traz ganhos ao professor e ao aluno, porque o
educando, quando demonstra interesse em aprender, é cúmplice do professor. Para
que se complete esse quadro positivo é necessário que o professor aprenda a
Assim eu pudesse
descansar!
Professor!
Precisamos
verificar
seu PTD.
54
mediar conflitos em sala de aula e convença o aluno de que o espaço da escola é
destinado ao aprendizado.
Para o professor não deve existir nada mais satisfatório que o educando
atento aos seus ensinamentos. É evidente, portanto, que vale a pena tentar novos
caminhos através dos estudos, para aprender como lidar com as diferenças
existentes dentro do espaço escolar .
Fonte livre Clip-art Microsoft Word 97 fonte livre Clip-art Microsoft Word 97
É notório também que gente que trabalha satisfeita tem pouca probabilidade
de doenças, então não haverá tantos horários vagos, e o pedagogo poderá atuar em
sua função específica.
Não se trata, obviamente, de submeter o trabalho do professor ao controle do pedagogo. Ao contrário, são especialistas que se respeitam, sem imposição de métodos e sem romper drasticamente com os modos usuais de agir. Ou seja, pedagogos e docentes têm suas atividades mutuamente fecundadas por conta da especialidade de cada um, da experiência profissional, do trato cotidiano das questões de ensino e aprendizagem das matérias, dos encontros de trabalho em que o geral e o específico de ensino vão se interpenetrando (LIBÂNEO, 2010, p.63).
Para que o trabalho do pedagogo seja efetivado, com caráter de necessidade
dentro de todas as instituições escolares, precisamos aparar muitas arestas que
restaram, ao longo dos anos, quando da criação do cargo de supervisão e
orientação escolar, como esclarecido no início desta unidade. Fazer entender que
um estabelecimento sem esse profissional está fadado ao fracasso, pois é ele o
guardião do conhecimento pedagógico para orientação de ações e mediação de
conflitos, no âmbito escolar dando encaminhamento para o bom funcionamento da
instituição.
Não chore! Você vai conseguir!
Como você se interes-sou pela aula hoje!
A sua aula estava boa professor!
55
A formação do educador necessita abranger o elemento técnico de especialização em uma área do saber (e a capacitação contínua) e também a dimensão pedagógica da capacidade de ensinar; a discussão sobre tal dimensão envolve ainda temas mais amplos como a democratização da relação professor/aluno, a democratização da relação dos educadores entre si e com as instâncias dirigentes, a gestão democrática englobando as comunidades e por fim, com objetivo político/social mais equânime, a democratização do saber (CORTELLA, 2008, p.15).
A retrospectiva dessas muitas colocações e atuações distorcidas do papel do
pedagogo é que vem consolidar, hoje, um profissional diferente, com mais clareza
no seu papel, colocando preceitos importantes no plano de ação, como suporte para
entendimento do seu trabalho.
Profissional apagador de incêndio: de onde e por que surgiu essa imagem nas equipes pedagógicas das
escolas?
Para ilustrar, lembramos aqui um fato interessante.
Esse conceito foi causa de debate em reuniões realizadas nas capacitações
para gestores, onde se levantou a problemática de um depoimento dos bombeiros,
quando houve críticas negativamente à comparação implícita.
Perguntou-se em que situação o pedagogo é comparado ao bombeiro. A
resposta foi, quando do atendimento de alguma briga em sala de aula ou nos
arredores da escola, o pedagogo tem a função de apaziguar os ânimos. Os
bombeiros se irritaram e afirmaram que o seu trabalho tem sempre um norte, um
rumo, com metas traçadas para o sucesso do trabalho, eles não saem apagando
fogo como se saíssem para separar brigas.
Foram unânimes em afirmar que a corporação tem um objetivo principal que é
guardar vidas; não, apagar fogo. Se necessário apagar fogo para guardar vidas aí
sim, mas com o intuito maior que a preservação da vida. Concluíram que seu
trabalho é coisa séria e que foram comparados como se comparam inutilidades,
apagar fogo por apagar, com apartar brigas de quem não tem o que fazer dentro das
escolas.
Essa é uma lição a ser assimilada. Tirar dessa fala o que é essencial para nós
educadores: a valorização que o profissional dá a seu trabalho e, o principal, ele
próprio enaltece a sua atuação.
56
Espelhando-se nesse exemplo de vida, direção e equipe pedagógica
precisam traçar metas de trabalho e apresentá-las ao coletivo, precisa atuar nas
suas especificidades e prioridades, deixando as tarefas burocráticas para o setor
administrativo, no atendimento a outros setores, em especial àqueles com
problemas de disciplinas recorrentes nas salas de aulas, esse trabalho não pode ser
fragmentado, deve haver a mediação pelo profissional competente para estar
presentes todas as partes envolvidas no processo.
Pelo fato de o professor estar em sala de aula, o atendimento poderá ocorrer
na hora atividade ou em outro período que o professor disponibilizar para o
atendimento.
O que podemos reafirmar é a importância da equipe pedagógica fazer a
exposição do seu plano de ação para a comunidade escolar, porque ali estará
expresso todo seu plano de trabalho, toda a importância que esse profissional
assume dentro da instituição como mediador da organização do trabalho pedagógico
para o professor, planejando, organizando e articulando juntos o dia a dia para os
discentes.
A função do pedagogo na escola é descaracterizada por atividades que imputam a ele a exigência de ações imediatas não planejadas. A necessidade dessas intervenções não é desconsiderada, no entanto, a organização do trabalho do pedagogo por meio de um plano de trabalho deverá, no processo de construção de identidade, ser apresentado à comunidade escolar como resultado de reflexões acerca do que vem se apresentando cotidianamente, de forma elaborada, para que todos os envolvidos no processo pedagógico visualizem o que faz um pedagogo na escola (LOPEZ, Produções publicizadas).
Isso viabiliza aos professores o acompanhamento pedagógico que lhes
permite atuar e resolver os próprios problemas dentro da sala de aula, sob a
orientação da equipe pedagógica. A dedicação dos profissionais da educação a
esses estudos e capacitações, mostrando o entendimento da atuação do professor
como fundamental dentro da escola, no discernimento do que é certo ou errado
fazer dentro da escola, leva-nos a crer em melhoras no trabalho de todos os
participantes do processo ensino-aprendizagem.
Se não ocorrer a prática de colocar o coletivo a parte, da tarefa que cada um
deve desempenhar dentro da escola, pode incorrer em erro, de cada pessoa estar
num mesmo local, num mesmo horário, com objetivos comuns e cada um falando
uma linguagem diferente, pois não há interação dos afazeres, e o que não pode
ocorrer é a prática das pessoas serem dissociadas.
57
Do Pedagogo unitário ao trabalho coletivo.
O trabalho coletivo é primordial dentro do contexto educacional, para que se
possa situar nos contextos das frequentes indagações:
Que educação se quer? Para formar qual tipo de
cidadão?
“Uma ave sozinha não faz verão”. É a sabedoria popular que nos ensina a
necessidade da ação conjunta para discutir ideias, elaborar ações, debater questões
que podem dar certo, acolher opiniões para ir avançando na transformação que a
escola reclama.
Se o pedagogo atuar sozinho, não têm projetos da singularidade e sim a
pluralidade de concepções, que cabem práticas junto aos docentes, mediando o que
está posto no PPP, e PPC, garantindo assim sua efetivação no Plano de Trabalho
Docente (PTD).
O trabalho fragmentado precisa deixar de existir: quanto maior for a
pluralidade de ideias, tanto melhor para a educação. É fato que nem todos
entendem de tudo, haja vista a vastidão do conhecimento, assim,quando julgamos
entender alguma coisa, na sua totalidade, ainda há muito por aprender. E na
disseminação de conhecimentos que as pessoas se enriquecem mutuamente.
A ação inteligente e sensata, com certeza, é aquela que divide tarefas. Faz
bem para as pessoas, porque também se dividido as responsabilidades e, com isso,
o peso das costas de um só é repartido com mais pessoas. Se ocorrer o sucesso
das ações, esse também deverá ser dividido porque não existe nenhuma
comemoração a sós - é muito prazeroso saber que pertencemos a uma equipe
ativa, dinâmica. Isso traz contentamentos para o grupo.
Tanto nos problemas quanto nas vitórias precisamos contar com o apoio de
equipe. Fica mais democrático, e condiz com a pedida dos estudos que estão à
tona, em relação à democracia dentro das escolas.
58
Fonte livre Clip-art - Microsoft Word 97
A autora defende a equipe pedagógica como forma de trabalho coletivo.
E embora saibamos que o papel do pedagogo tem sido alvo de muitas discussões, na perspectiva que temos defendido a este profissional não cabe mais a lógica economicista, reproduzindo a fragmentação das relações de trabalho, assim como acontece na dualização do profissional pedagogo em supervisor e orientador. Para tanto, cabe nos questionar os que ainda agem e defendem a lógica tecnicista, na qual o supervisor controla o trabalho dos professores, em questões burocráticas e não de ensino e aprendizagem e o orientador recorre ao assistencialismo aos alunos e às famílias (TAQUES, SEED – PR).
O desafio de conciliar tantas tarefas que despencam dentro da instituição
escolar todos os dias, cuja organização cabe ao pedagogo, é complexo.
Mediante o plano de ação, a equipe pedagógica precisa reunir e trazer para
dentro do grupo a dialética do que deve ser realizado e de como realizar o trabalho
de acompanhamento ao professor, numa intervenção que engloba motivação,
aprendizado e compreensão de como mudar as práticas já instituídas ao longo dos
anos.
Nenhum profissional, principalmente os educadores, pode se afastar dos
hábitos de estudos. O percentual de tempo não utilizado com estudos são
condizentes ao percentual de tempo que se leva para a contextualização e
compreensão daquilo que deveria ser debatido. Sem questionamentos os problemas
vão sendo protelados, o que constitui erro grave. Os acompanhamentos embasados
nos estudos devem ocorrer com frequência, para que os educadores não caiam num
pragmatismo acentuado sem promoção alguma para a educação.
É muito do-
cumento pra
mim!
59
Essa promoção de conhecimentos precisa estar contemplada no PPP da
escola, com articulação da equipe pedagógica para colocá-la em prática
constantemente, visando à conquista gradativa da práxis.
O ponto de partida são os problemas que ele vem enfrentando cotidianamente e que vem implicando na tomada de decisão para a solução de um problema ou pseudoproblema que leva a solução paliativa, imediata, mas pouco duradoura. [...]. A dificuldade maior está em organizar o coletivo da escola para instigar a necessidade de aprofundamento teórico em virtude da organização do calendário escolar, pois a forma como é planejado delimita momentos e assuntos a ser tratada nos dias destinados a formação continuada, cabendo ao pedagogo encontrar e organizar momentos em que o tempo possa ser bem aproveitado. Destaca-se o quanto é importante o feedback constante dos processos alcançados para que todos possam perceber o caminho já percorrido, como forma de dar sustentação a continuidade do processo que é constante e
ininterrupto (LOPEZ, produções publicizadas).
Mencionamos a seguir algumas colocações da Secretaria Estadual de
Educação (SEED), que vêm para respaldar o profissional no que Compete à
Equipe Pedagógica realizar dentro de uma instituição escolar.
A equipe pedagógica é responsável pela coordenação, implantação e
implementação, no estabelecimento de ensino, das Diretrizes Curriculares definidas
no Projeto Político-Pedagógico e no Regimento Escolar, em consonância com a
política educacional e orientações emanadas da Secretaria de Estado da Educação.
-Coordenar a elaboração coletiva e acompanhar a efetivação do Projeto Político-
Pedagógico e do Plano de Ação do estabelecimento de ensino;
-Orientar a comunidade escolar na construção de um processo pedagógico, em uma
perspectiva democrática;
-Participar e intervir, junto à direção, na organização do trabalho pedagógico escolar,
no sentido de realizar a função social e a especificidade da educação escolar;
-Coordenar a construção coletiva e a efetivação da Proposta Pedagógica Curricular
do estabelecimento de ensino, a partir das políticas educacionais da Secretaria de
Estado da Educação e das Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais;
-Orientar o processo de elaboração dos Planos de Trabalho Docente junto ao
coletivo de professores do estabelecimento de ensino;
-Promover e coordenar reuniões pedagógicas e grupos de estudo para reflexão e
aprofundamento de temas relativos ao trabalho pedagógico visando à elaboração de
propostas de intervenção para a qualidade de ensino para todos;
-Participar da elaboração de projetos de formação continuada dos profissionais do
60
estabelecimento de ensino, que tenham como finalidade a realização e o
aprimoramento do trabalho pedagógico escolar;
-Organizar, junto à direção da escola, a realização dos Pré-Conselhos e dos
Conselhos de Classe, de forma a garantir um processo coletivo de reflexão-ação
sobre o trabalho pedagógico desenvolvido no estabelecimento de ensino;
-Coordenar a elaboração e acompanhar a efetivação de propostas de intervenção
decorrentes das decisões do Conselho de Classe;
-Subsidiar o aprimoramento teórico-metodológico do coletivo de professores do
estabelecimento de ensino, promovendo estudos sistemáticos, troca de experiência,
debates e oficinas pedagógicas;
-Organizar a hora-atividade dos professores do estabelecimento de ensino, de
maneira a garantir que esse espaço-tempo seja de efetivo trabalho pedagógico;
-Proceder à análise dos dados do aproveitamento escolar de forma a desencadear
um processo de reflexão sobre esses dados, junto à comunidade escolar, com vistas
a promover a aprendizagem de todos os alunos;
-Coordenar o processo coletivo de elaboração e aprimoramento do Regimento
Escolar, garantindo a participação democrática de toda a comunidade escolar;
-Participar do Conselho Escolar, quando representante do seu segmento, sub-
sidiando teórica e metodologicamente as discussões e reflexões acerca da or-
ganização e efetivação do trabalho pedagógico escolar;
-Orientar e acompanhar a distribuição, conservação e utilização dos livros e demais
materiais pedagógicos, no estabelecimento de ensino, fornecidos pelo Fundo
Nacional de Desenvolvimento da Educação/MEC – FNDE;
-Coordenar a elaboração de critérios para aquisição, empréstimo e seleção de
materiais, equipamentos e/ou livros de uso didático-pedagógico, a partir do Projeto
Político-Pedagógico do estabelecimento de ensino;
-Participar da organização pedagógica da biblioteca do estabelecimento de ensino,
assim como do processo de aquisição de livros, revistas, fomentando ações e
projetos de incentivo à leitura;
-Acompanhar as atividades desenvolvidas nos Laboratórios de Química, Física e
Biologia e de Informática;
-Propiciar o desenvolvimento da representatividade dos alunos e de sua participação
nos diversos momentos e Órgãos Colegiados da escola;
61
-Coordenar o processo democrático de representação docente de cada turma;
-Colaborar com a direção na distribuição das aulas, conforme orientação da
Secretaria de Estado da Educação;
-Coordenar, junto à direção, o processo de distribuição de aulas e disciplinas, a
partir de critérios legais, didático-pedagógicos e do Projeto Político-Pedagógico do
estabelecimento de ensino;
-Acompanhar os estagiários das instituições de ensino quanto às atividades a serem
desenvolvidas no estabelecimento de ensino;
-Acompanhar o desenvolvimento do Programa Nacional de Valorização dos
Trabalhadores em Educação - Profuncionário tanto na organização do curso, quanto
no acompanhamento da Prática Profissional Supervisionada dos funcionários
cursistas da escola e/ou de outras unidades escolares;
-Promover a construção de estratégias pedagógicas de superação de todas as
formas de discriminação, preconceito e exclusão social;
-Coordenar a análise de projetos a serem inseridos no Projeto Político-Pedagógico
do estabelecimento de ensino;
-Acompanhar o processo de avaliação institucional do estabelecimento de ensino;
-Participar na elaboração do Regulamento de uso dos espaços pedagógicos;
-Orientar, coordenar e acompanhar a efetivação de procedimentos didático-
pedagógicos referentes à avaliação processual e aos processos de classificação,
reclassificação, aproveitamento de estudos, adaptação e progressão parcial,
conforme legislação em vigor;
-Organizar e acompanhar, juntamente com a direção, as reposições de dias letivos,
horas e conteúdos aos discentes;
-Orientar, acompanhar e visar periodicamente os Livros Registro de Classe
-Organizar registros de acompanhamento da vida escolar do aluno;
-Organizar registros para o acompanhamento da prática pedagógica dos
profissionais do estabelecimento de ensino;
-Solicitar autorização dos pais ou responsáveis para realização da Avaliação
Educacional do Contexto Escolar, a fim de identificar possíveis necessidades
educacionais especiais;
-Coordenar e acompanhar o processo de Avaliação Educacional no Contexto
Escolar, para os alunos com dificuldades acentuadas de aprendizagem, visando
encaminhamento aos serviços e apoios especializados da Educação Especial, se
62
necessário;
-Acompanhar os aspectos de sociabilização e aprendizagem dos alunos, realizando
contato com a família com o intuito de promover ações para o seu desenvolvimento
integral;
-Acompanhar a frequência escolar dos alunos, contatando as famílias e
encaminhando-os aos órgãos competentes, quando necessário;
-Acionar serviços de proteção à criança e ao adolescente, sempre que houver
necessidade de encaminhamentos;
-Orientar e acompanhar o desenvolvimento escolar dos alunos com necessidades
educativas especiais, nos aspectos pedagógicos, adaptações físicas e curriculares e
no processo de inclusão na escola;
- Manter contato com os professores dos serviços e apoios especializados de alunos
com necessidades educacionais especiais, para intercâmbio de informações e
trocas de experiências, visando à articulação do trabalho pedagógico entre
Educação Especial e ensino regular;
-Assessorar os professores do Centro de Línguas Estrangeiras Modernas e
acompanhar as turmas, quando o estabelecimento de ensino ofertar o ensino
extracurricular plurilinguístico de Língua Estrangeira Moderna;
-Orientar e acompanhar a elaboração dos guias de estudos dos alunos para cada
disciplina, na modalidade Educação de Jovens e Adultos;
-Assegurar a realização do processo de avaliação institucional do estabelecimento
de ensino;
-Manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com colegas, alunos,
pais e demais segmentos da comunidade escolar;
-Zelar pelo sigilo de informações pessoais de alunos, professores, funcionários e
famílias;
-Elaborar seu Plano de Ação;
- Cumprir e fazer cumprir o disposto no Regimento Escolar.
http://www.diaadia.pr.gov.br/cge/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=1
Considerando a totalidade dessas atribuições, esse profissional precisa se
organizar ao máximo para vencer tantos afazeres. Compete, então, ao diretor
colaborar nessas organizações, oferecendo o suporte necessário para otimizar
esses trabalhos, na elaboração de metas de seu plano voltado para o pedagógico,
63
contemplando, assim, o administrativo e o pedagógico, sem prejuízo de um ou de
outro.
A ação mais importante no exercício dessa prática pedagógica é chegar até a
sala de aula.
Ali o professor deve estar preparado para enfrentar todos os problemas advindos de
uma nova época de conceitos de família e educação, diferentes daqueles dos
séculos passados.
De nada adianta uma equipe bem formada com princípios pedagógicos fundamentados, apoiada em referências bibliográficas de alto nível, se tudo isso não chegar ao professor e à sala de aula. Ao analisarmos uma escola do século XVII, desde a sua estrutura arquitetônica, mobiliários, disposição das carteiras, campanhinhas, horários à prática da sala de aula constataremos que qualquer semelhança com a nossa escola hoje, século XXI, não é mera coincidência. Vivemos um modelo muito semelhante ao da escola daquele tempo, porém em épocas que além de distantes são muito diferentes. A educação se popularizou e a classe trabalhadora está presente, maciçamente no espaço escolar público. Ser educador num espaço onde os alunos, em sua maioria, são filhos de pais assalariados, outros desempregados, outros separados, enfim com uma gama de dificuldades próprias de um sistema social que foge ao controle da escola e dos educadores, exige, no mínimo, uma visão crítica por parte dos educadores, que culmine num comprometimento profissional que busca a transformação social pelo conhecimento que a escola tem como objetivo proporcionar aos seus alunos (ORRUTEA, Professora PDE/2008).
Não há como dispensar a atuação conjunta desses setores, equipe diretiva e
pedagógica, para tornar o trabalho coletivo e democrático.
Ao elaborar coletivamente estudos para a comunidade escolar, a equipe
diretiva e pedagógica vai desvelando o papel de mediação para poder assumir que,
advindos de uma sociedade capitalista, isso é fato, mas direcionados a outros
propósitos de educação: não somente educar para o mercado de trabalho, mas sim
educar para serem pessoas pensantes naquilo que faz. Essa é a tarefa das mais
importantes dentro do contexto escolar, devido sua abrangência e complexidade.
“quando a escola recupera o” principal ela se diferencia do que é
secundário; o principal é o compromisso com o saber, o secundário são todos os eventos, comemorações e temas que perpassam o currículo responsabilizando a escola por problemas pontuais que deslocam o papel do conteúdo e, portanto o próprio papel da escola (SAVIANI, 1985).
Tendo em vista que o pedagogo é parte fundamental do processo ensino-
aprendizagem no exercício de constantes mediações entre professores, evidencia-
se neste trabalho, a autonomia para que ocorram as articulações, do verdadeiro
64
papel de atuação que precisam ser consolidados com estudos, debates avaliações
dos resultados. A prática contínua e indispensável dessa tarefa a quem tem o poder
de decisão no caso, o Governador do Estado - a necessidade de dar mais condições
para a efetivação do refinado papel da equipe pedagógica dentro do
estabelecimento de ensino.
Para que isso ocorra o governo mostrar interesse pelos apelos de uma classe
trabalhadora - é preciso essa classe mostrar sua força de trabalho, força essa só
demonstrada através de estudos e entendimentos na sua atuação.
Caso contrário, esse profissional continuará a fazer tudo o que estiver a seu
alcance, tapando buracos de todos os lados e não sendo valorizado porque o papel
de tarefeiro qualquer um pode desempenhar. Essa é a verdade: há
estabelecimentos que não tem ninguém ocupando esse cargo, se eles vissem
importância desse profissional nenhuma escola funcionaria sem ter no quadro de
funcionários o pedagogo.
Finalizando o estudo sobre o Plano de Ação da Equipe Pedagógica:
Mediação para intervenção efetiva no ensino aprendizagem, a pretensão foi a
conscientização do que cada um poderá fazer para o avanço e promoção do ensino
e aprendizagem dentro da escola.
Lembrando que a comunidade escolar não poderá esquecer-se de avaliar
constantemente o papel que cabe a cada um dentro da instituição, nem deixar de
acentuar a cada momento o fortalecimento de métodos democráticos utilizado nos
trabalhos. Em reuniões e quando de necessidades surgidas, na sucessão dos dias,
aproveitar as estimativas de dúvidas que irão se confrontar para saber se realmente
o que estão fazendo, condiz com o que está posto como anseios, sonhos e
transformações da comunidade escolar.
TAREFA: Já que é para estudar, vamos estudar!
Para analisar criteriosamente o nosso papel, precisamos debater questões
sobre nossas atuações. Esse trabalho veio com a pretensão de contemplar, reforçar
a importância da equipe pedagógica dentro do estabelecimento de ensino. Para isso
precisamos que os pedagogos (as) apresentem seus planos de ação à comunidade
65
escolar, para entendimento do seu trabalho que não é de tarefeiro e nem
burocrático, mas organizador e mediador de todo espaço escolar.
Fonte livre: Clip-art – Microsoft Word 97.
Após apresentação do plano, pretendemos abrir espaço para perguntas,
oportunizando envolvimento coletivo da real situação encontrada em nosso trabalho
e o que podemos fazer para tornar concreto o que colocamos no papel.
Fonte livre: Clip-art – Microsoft Word 97
Dirimidas as dúvidas e entendidas as proposições, o coletivo da escola
precisa colocar em ação o que estudou até o momento. Reunirem-se em grupos
para debater e responder os questionamentos e, depois, socializar as respostas
obtidas, num seminário integrador.
Que legal! Estou aprendendo bas-tante, com esse
caminho que escolhi!
Agora va-
mos sociali-zar o que aprende-
mos!
66
REFERÊNCIAS:
CORTELLA, Mario Sérgio. A Escola e o Conhecimento: fundamentos epistemológicos e políticos. 12.ed.rev. e ampl. São Paulo: Cortez, 2008. LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia e Pedagogos, para quê? 12 ed. – São Paulo, Cortez, 2010. LOPEZ, Maria Aparecida Pinto. Pedagogo Mediador e Método de Ensino. http://www.seed.pr.gov.br/portals/producoescge/frm_exibirproducoespublicizadas.php. ORRUTEA, Aparecida da Silva. A Organização do Espaço e do Tempo na Escola Pública. Professora do Programa do Desenvolvimento Educacional PDE/2008 – Jacarezinho – Pr. www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1441-6.pdf . SAVIANI, Dermeval. Sentido da Pedagogia e o papel do pedagogo. In: Revista Ande, São Paulo, nº 9 1985. TAQUES, Mariana Fonseca. et al. O Papel do Pedagogo na Gestão: Possibilidades de Mediação do Currículo.allhttp://www.diaadia.pr.gov.br/cge/modules/conteudo/conteudo.php?conteud o=104
UNIDADE IV
67
Plano de Trabalho Docente (PTD): Antecipação da prática para
promoção do ensino aprendizagem.
Falar em educação de qualidade para os professores parecem assunto já
saturado e esgotado, pois os acontecimentos do dia a dia, dentro de uma escola,
são muito mais do que desgastantes e parece que tudo mais não tem solução.
A situação de desânimo e desmotivação de alguns alunos, em relação ao
estudo, vem ocasionando evasão, reprovação por nota e falta, indisciplina. Esses
fatores vêm tomando lugar de destaque nas escolas - não há abordagem mais
importante nas reuniões, sala dos professores - pelo simples motivo de o professor
não vislumbrar por onde começar um trabalho que domine esses determinantes do
fracasso escolar.
Fonte livre: Microsoft Word 97 Fonte livre: Microsoft Word 97 Fonte livre: Microsoft Word 97
Cabe, nesta unidade, apresentar os conceitos que pretendemos apontar para
uma possível melhoria dessa situação a que chegaram às escolas públicas, no
Brasil. Como sempre, não se pode dar conta do que ocorre no país, mas podemos
tomar conta do espaço onde os profissionais atuam como trabalhadores - esse é o
propósito deste material. Paulatinamente vamos percebendo o quanto se pode fazer
em busca de melhoria, para tornar mais prazeroso o ato de ensinar, que parece
estar arrefecido diante de tantos contratempos na educação.
Uma aranha executa operações semelhantes às do tecelão, e a abelha supera mais de um arquiteto ao construir sua colmeia. Mas o que distingue o pior arquiteto da melhor abelha é que ele figura na mente sua construção antes de transformá-la em realidade. No fim do processo do trabalho aparece um resultado que já existia idealmente na imaginação do trabalhador (MARX, 1998, p. 211, 212).
68
É hora de agir: direção, equipe pedagógica e professores precisam, com
urgência, ir a campo a fim de, através de análise detalhada, diagnosticar os
determinantes que levam grande parte de nossos educandos a não mais se
interessar pelos estudos. De posse dos diagnósticos teremos condições para o
exercício gradativo do incentivo a fim de que o aluno reconheça o poder do
conhecimento e deixe aflorar suas potencialidades, dentro e fora da escola.
Essa análise precisa também sofrer pela avaliação profissional, verificando a
eficiência do processo de ensino-aprendizagem que está sendo utilizado, processo
esse que consiste na avaliação do professor, sabedor de sua matéria e possuidor de
saberes sistematizados da atualidade, para atuar com consenso de que está
fazendo a coisa certa.
Afirma Zanella que ao professor, a qualificação - tanto nas suas áreas de
atuação, como nas demais que dão embasamentos teóricos para a compreensão de
mundo e sua totalidade - é uma necessidade para o próprio entendimento do seu
trabalho, tornando-o mais crítico, saindo assim do senso comum.
Ao professor como profissional do ensino ativo e ao mesmo tempo determinado, cabe a tarefa de estar qualificado, no domínio dos conhecimentos de sua área de ensino quanto no de como ensinar. A qualificação do professor na perspectiva da filosofia, pois o ato de ensinar, ato pedagógico, pressupõe uma pedagogia a qual pressupõe uma teoria e esta pressupõe uma filosofia. Assim, ensino, ciência e filosofia estão entrelaçados e, sem esta articulação orgânica (coerência, visão de mundo unitária) o professor age no senso comum (ZANELLA, 2003, p. 280-281).
As dúvidas que porventura surgirem durante a prática devem ser
esclarecidas, em consenso – professor e equipe pedagógica. O que não pode
ocorrer é o docente não buscar ajuda, por vaidade ou por receio de perder a
autoridade, porque em determinada circunstância não é capaz de resolver o caso
em pauta seja referente ao conteúdo escolar ou qualquer outro que se passe no
interior da escola.
Precisamos ter consciência de que somos uma equipe e, por isso solicitar
entendimento daquilo que não sabemos para aprender. Ninguém sabe tudo, pois o
campo do conhecimento é muito vasto. Perguntar é recurso para aprender.
Inadmissível é não tentar encontrar a solução, permanecendo várias aulas sem a
devida intervenção para atuar com segurança e tranquilidade. Não podemos
esquecer que a escola é lugar de contradição e que essa situação nos mostra que
precisamos buscar meios para tentar a superação dessas fragilidades.
69
No tocante à qualificação do professor, necessária para que atue com
segurança e conhecimento cabe a ele a busca desta qualificação - tanto a oferecida
pela escola e pelo Estado, como por outras fontes às quais o docente deve recorrer
para, a cada dia, ir construindo uma formação mais crítica, impulsionando sua
promoção pessoal e profissional.
Quanto mais o profissional se interessar pelas leituras - conteúdo de sua área
ou outras abordagens históricas e atuais - mais se munirá da visão do todo universal
e, com isso ele se torna capaz de participar mais ativamente de discussões sobre
educação. Poderá, então, contribuir nas reuniões, trazendo colocações para
dialéticas dentro do coletivo escolar, propondo intervenções na escola, pensando em
formas adequadas de socializar e polarizar a cultura que viabilize um ensino de
qualidade.
O ser humano ultrapassa o mero domínio da natureza, no seio da qual nasce na medida em que se apropria da cultura, por meio da educação. É por meio desta que, no decorrer da vida, o ser humano se diferencia cada vez mais da natureza e se transforma, em sua personalidade, no ser humano-histórico, ou seja, no ser humano educado [...] a cultura é mais do que informações, e a educação é a apropriação da cultura (PARO, 2007, p. 50,51).
O que a escola pode realizar é a introdução do tema “capacitação” quando
da realimentação do Projeto Político-Pedagógico (PPP), caso esse estudo esteja
pautado nesse documento, cabe colocar em prática a organização para a
efetividade desse fato. Esse trabalho pode ser realizado pela equipe pedagógica do
estabelecimento. Todos podem trazer a sua contribuição, discutindo, debatendo,
argumentando contextos atuais da educação epistêmica, assumindo os seus
lugares no processo educativo: o que reflete sobre a realidade social, na busca
efetiva para melhoria no nível dos conhecimentos pedagógicos.
Iniciativas como essas podem ocorrer no seio das discussões sobre temas
que precisam ser trabalhados. O apoio e incentivo caberão sempre que surgirem
ideias para realizações de troca de experiências e estudos dos afazeres escolares,
uma vez que todos tem o compromisso de buscar ações e sugerir ao coletivo,
induzindo à reflexão que leve as pessoas a pensarem no que estão fazendo - isso
não está a cargo somente da equipe de ensino, mas de todos que trabalham dentro
da escola.
Hoje temos reunião!
70
Fonte livre: clip-art – Microsoft Word 97 Fonte livre: Clip-art – Microsoft Word 97
Para entendimento sobre tantas contradições e fragilidades que existem
dentro de um estabelecimento de ensino, o trabalho coletivo e envolvimento de
todos na realização, implementação e avaliação dos documentos que amparam a
escola e nossa prática, é uma necessidade.
Quando a possível solução resulta das várias ocorrências de intervenções
dos professores, os resultados poderão ser mais satisfatórios - várias cabeças
pensam mais e melhor, assim, a autonomia para resolver questões simples de
entendimento, de como dar certo, quem sabe, está na elaboração das várias ideias.
Fonte livre: Microsoft Word 97
A individualidade de acesso e conhecimento aos documentos dos quais
precisamos fazer uso para dar amparo a nossa prática não denota isolamento, mas
não discuti-los coletivamente passa a ser um problema. O Regimento Escolar, o
Projeto Político-Pedagógico e o Plano de Trabalho Docente não terão portanto, vida
pedagógica.
Quais documentos importantes
para minha prática?
71
É interagindo com o que está contido neles que podemos embasar a nossa
atuação ao mesmo tempo em que se ganha consciência de que tudo o que se
coloca nos papéis é para ser analisado, praticado e avaliado constantemente pelo
coletivo da escola.
Buscar nos documentos que amparam a vida do estabelecimento escolar a
importância da nossa colocação todos precisa entender bem, e isso é o inicio para a
concretização de quaisquer propostas pedagógicas contidas num PPP construído
coletivamente, “Um diagnóstico é um conhecimento que adquirimos através de
dados que qualificamos e, por isso, nos permite uma decisão e uma intervenção
pedagógica”. (LUCKESI, 2005, p.43)
O documento pedagógico importante da escola não deixa de ser o PPP,
embora sejam necessários os documentos burocráticos para os embasamentos em
que se amparam e respaldam a nossa ação. Nem a escola, nem a prática docente
conseguiriam sobreviver se não fosse a organização para situar os profissionais nos
horizontes educacionais.
Agora vamos falar sobre o Plano de Trabalho Docente (PTD): Será que os professores gostam de elaborar o seu
plano de trabalho?
Na unidade I, falamos do PPP. Não poderíamos, porém, deixar de fazer
estudo de um outro documento, que é burocrático, entretanto é o guia que orienta o
professor na colocação dos seus anseios e chama-o para a realidade na colocação
do que ele pretende trabalhar como antecipação do futuro - assim é o que se
pretenda que seja o Plano de Trabalho Docente (PTD).
A maioria dos professores não gosta de elaborar planejamentos escritos. A
longa história sobre planejamentos mostra o porquê dessa rejeição: quando
solicitado esse documento, na maioria das vezes, ele tem somente cunho
burocrático, ou seja, uma tarefa a ser entregue para a equipe pedagógica.
De acordo com Fusari (1984, p. 31), os planejamentos foram realizados com
intuito de organização, para maior produção dentro de um regime extremamente
capitalista, não tendo caráter pedagógico e sim estratégico.
72
A aversão que muitos educadores demonstram em relação ao planejamento
educacional é resultado, principalmente, da prática instituída no país ao
longo do regime militar, que consolidou uma tecnologia educacional
importada, na qual o planejamento possuía papel estratégico, relacionado
diretamente à ideia de produtividade, eficiência e eficácia do ensino. Tal
estratégia solidificava-se à medida que viabilizava o controle direto sobre a
ação docente.
É preciso, evidentemente, um trabalho perseverante para promover a
mudança de práticas já instituídas ao longo dos anos e avançar para a clareza de
que ainda não se deu conta da riqueza pedagógica e cultural que se adquire ao
realizar o seu plano de trabalho docente que, às vezes, “é a única produção didática
que o docente realiza todos os anos dentro da escola”.
A necessidade de antecipar a prática, através dos escritos, de tudo que vai
ocorrer dentro da escola: nas participações em reuniões, nos conselhos de classes,
nos estudos em grupo, nos resultado final - aprovação, reprovação - na evasão, nos
conteúdos lecionados ou não lecionados, tudo precisa ser anotado e, no decorrer do
ano letivo sendo transformando em plano de trabalho dos docentes, para
embasamentos do dia a dia dos profissionais da educação.
A escola como mediadora entre o saber popular e o saber científico, não pode pautar seu trabalho em suposições, mas em ações planejadas, pois envolve a formação da pessoa com suas múltiplas determinações. Portanto, um trabalho superficial é no mínimo um descaso em relação à função social desta instituição e aos sujeitos que a ela frequentam, pois tratam-se em, sua maioria, de trabalhadores e filhos de trabalhadores, que tem na escola o único ou principal meio de acesso ao conhecimento científico.(BONKOSKI, Produções Pedagógicas publicizadas, CGE/SEED.)
PARA FAZER O PLANO DE TRABALHO DOCENTE É NECESSÁRIO CONHECER A REALIDADE?
Considerando as constatações contidas neste trabalho, pode se afirmar que
o professor necessita conhecer a realidade de sua escola e de seus alunos,
consequentemente está presente a necessidade de mediação do pedagogo na
confecção do PTD pelos docentes, para ficar claro o que significa antecipar o futuro.
Essa antecipação é a prática que precisamos visualizar antes de entrar na sala de
aula.
73
Fonte livre: Clip-art – Microsoft Word 97 Fonte livre: Clip-art – Microsoft Word 97
Daí a necessidade de mediação, pela equipe pedagógica entre os
professores regentes de turmas do presente ano letivo com os respectivos regentes
do ano anterior, a fim de verificar a vida escolar pregressa dos discentes e se inteirar
dos desafios a serem vencidos.
Essa mediação é de suma importância para o desvelamento desses afazeres
pedagógicos e pode apresentar solução para as várias ocorrências em sala de aula,
para as quais não há de imediato, a compreensão do docente, o que pode socorrê-lo
em momentos inesperados, se pego de surpresa, com todos os fatores que
envolvem uma turma de alunos, ele não consegue pensar também de imediato o
que fazer.
Daí a importância do conhecimento prévio das situações de cada um, para
que o professor tenha sempre carta na manga no caso daquele aluno que precisa da
sua intervenção. A efetividade desse trabalho de busca incessante deve ser a maior
preocupação do docente: ele precisa alcançar o sentido da ação de antecipar seu
trabalho, organizando passo a passo, uma vez que não dá para realizar tudo de uma
só vez.
A condição para que o fazer seja efetivo, é acreditar naquilo que se está fazendo, compreender aquilo dentro de um processo maior, como um passo ou uma estratégia de resistência dentro de uma luta ampla. Se não compreendermos o sentido da ação dentro de uma perspectiva maior, podemos achar pouco, fazer por um tempo e depois deixar de fazer, uma vez que no fundo não estamos convencidos. A questão é essa: buscar elementos para que possamos nos convencer de que é necessário e possível fazer alguma coisa; só que não dá para fazer tudo e de uma vez; é um processo. (VASCONCELLOS, 1995, p.140).
Todas essas ocorrências circunstanciais podem ser inseridas no PTD, os
professores não devem elaborar nada sem ter conhecimento da realidade,
preparando algo para quem não conhece; se esse trabalho for elaborado com
conhecimento em torno da realidade, tornar-se-á muito mais epistêmica - ação
74
baseada em reflexão a partir de um conjunto de conhecimentos - abandonando o
pragmatismo - trabalho prático, sem reflexão sobre a ação docente.
O PTD é uma necessidade dos professores, pois nele o educador pode
prever todos os seus sonhos, sonhos esses que dão vida e significado ao ato de
ensinar, aprender e encorajar o profissional a ir para o seu trabalho munido de
esperança de que, a cada dia, será melhor. Sem ser sonhador, podemos afirmar que
o professor da escola pública é aquela gota que falta para aqueles alunos, filhos dos
trabalhadores, e que possuem uma única oportunidade de conhecimento científico
elaborado. O professor estadual é essa a pessoa que foi destinada à tarefa de
ensinar.
Somente um bom plano não transforma, contudo, a prática de sala de aula,
daí que se espera do docente um profissional bem preparado, com competência
pedagógica, política e social para que ele venha a superar limitações eventuais que
ocorrem, a cada dia, na vida de um professor.
Para Freire, (1996, p.77) as pessoas não podem ficar somente observando o
que acontece sem uma mínima intervenção naquilo que se está vendo. Esse é o
verdadeiro papel das pessoas nesse mundo de ocorrências em que vivemos todos
os dias.
Meu papel no mundo não é só o de quem constata o que ocorre, mas também o de quem intervém como sujeito de ocorrências. Não sou apenas objeto da História, mas seu sujeito igualmente. No mundo da História, da cultura, da política, constato não para me adaptar, mas para mudar.
Fonte livre: Clip-art – Microsoft Word 97 Fonte livre: Clip-art – Microsoft Word 97
No planejamento, o professor registra suas ideias que se transformam em
práticas de ensino-aprendizagem capazes de prender, aguçar e, talvez, até encantar
o aluno com a persuasão na explicação de um ou outro conteúdo.
Prestem atenção!
Estamos prontos
professor!
75
Para Vasconcelos (2003, p. 22) “a sua atuação profissional enquanto docente,
não há como ignorar o fato de que o centro de toda e qualquer ação didático-
pedagógica está sempre no aluno e, mais precisamente, na aprendizagem que esse
aluno venha a realizar”.
O professor que, ainda nos dias de hoje, quer dar sua aula sentado à frente
de sua turma com um livro na mão e os alunos sentados, enfileirados, escutando,
não consegue por muito tempo, manter a aula sem que aconteçam intervenções dos
educandos. O motivo é claro: as gerações de hoje são advindas de uma época, em
que predominamos ideais de independência de autonomia, não são mais alunos
submissos, eles são mais livres que nós. O professor quer falar o tempo todo
sozinho e não dá a oportunidade do diálogo, ao aluno, com certeza este vai fazer
outra coisa qualquer dentro da aula: essa outra coisa é chamado, pelos professores
de indisciplina.
A indisciplina incomoda o educador, deixando-o muitas vezes, desmotivado
para o trabalho, achando que os alunos não se interessam por mais nada dentro da
escola. Cabe, então, ao coletivo escolar encontrar a solução para que esses alunos
venham a se interessar mais pelas produções científicas deixadas pela humanidade
ao longo desses anos.
A trajetória é longa. Vem se construindo a cada dia, aulas em que os alunos
só conversam ou copiam e o professor só fala, não há interesse em buscar
entendimento pela troca do que o educando aprendeu com o que se está ensinando.
Quando a ênfase da escola (por parte de orientação, coordenação, direção)
está voltada para o apoio à mudança da prática em sala de aula, até que o
professor abre espaço para repensar o “planejamento”; no entanto, quando a
ênfase está na “escola de papel”, o professor se fecha, não acredita. Constata-
se uma incoerência entre a importância que a escola diz que o planejamento
tem e as condições para se fizer um trabalho de acompanhamento do mesmo.
Fala-se muito do planejamento como processo, mas este “processo” não tem
condições objetivas para acontecer. “Gastam-se muitas horas para planejar e
depois aquilo não é retomado”. Não há tempo para rever o planejamento. Falta
tempo para discussão, mudanças e estudo. Falta comunicação entre
professores. Não é elaborado calmamente com a participação de todos. Falta
de revisões e avaliações periódicas (VASCONCELLOS, 1995, p.15).
O mestre de hoje precisa entender que não conseguimos mais domesticar a
fio o aluno. É preciso que haja um bom planejamento para suas aulas, de forma
inovadora, que prenda atenção com conteúdos pré-estabelecidos unidos ao contexto
de país e Mundo.
76
Fonte livre : Clip-art – Microsoft Word 97 Fonte livre: Clip-art – Microsoft Word 97 fonte livre: Clip-art – Microsoft Word 97
É preciso buscar uma forma para ele pensar no que está fazendo, não
deixando que ele se faça em seu dia escolar um mero copiador mecânico, sem
reflexão, nem entendimento do que e para que serve este ou aquele conteúdo.
A escola precisa ser local onde o pensamento de todos seja direcionado ao
estudo, à pesquisa, ao debate, ao diálogo, precisa ser local de muita gente contente.
Percebemos que ao educador falta clareza com relação à realidade em que ele vive, não dominando, por exemplo, como os fatos e fenômenos chegaram ao ponto em que estão hoje (dimensão sociológica, histórico-processual); falta clareza quanto à finalidade daquilo que ele faz: educação para que, a favor de quem, contra quem, que tipo de homem e de sociedade formar, etc. (dimensão política, filosófica) e, finalmente, falta clareza como apontamos antes, à sua ação mais específica em sala de aula (dimensão psicopedagógica). Efetivamente, faltando uma visão de realidade e de finalidade, fica difícil para o educador operacionalizar alguma prática, já que não sabe bem onde está, nem para onde ir (VASCONCELLOS, 1995, p.22).
Fonte livre: clip-art – Microsoft Word 97 Fonte livre: Clip-art – Microsoft Word 97
O aluno tem que ser conduzido a aprender a pensar e quem tem o poder de
concretizar essa atividade é o professor. Não existe no mundo um lugar onde se fica
tanto tempo com alguém num mesmo local como na escola: são 200 dias letivos,
Eu não sei
nada!
Agora a-
prendi!
Professor! Posso
perguntar?
77
com 833 horas/aula por ano. Se não atentarmos para isso, não percebemos que é
muito tempo para ficar memorizando sem reflexão daquilo que se faz.
Percebe-se, assim, a importância do papel do educador, o mérito da paz com
que viva a certeza de que faz parte de sua tarefa docente não apenas ensinar
os conteúdos, mas também ensinar a pensar certo. Daí a impossibilidade de vir
a tornar-se um professor crítico se, mecanicamente memorizador, é muito mais
um repetidor cadenciado de frases e de ideias inertes do que um desafiador. O
intelectual memorizador, que lê horas a fio, domesticando-se ao texto temeroso
de arriscar-se, fala de suas leituras quase como de estivesse recitando-as de
memória – não percebe, quando realmente existe, nenhuma relação entre o
que leu e o que vem ocorrendo no seu país, na sua cidade, no seu bairro.
(FREIRE, 1996, p.26).
São tantas informações que o professor precisa preservar o hábito de se
organizar, unindo teoria e prática, utilizando de diversos materiais, diversificando
sempre com inovações dos métodos de ensino, diversas formas de organização de
sala de aula. O mais importante, porém, não deixa de ser a formação que o
professor tem sobre a matéria para poder disseminar esses conhecimentos aos
alunos.
Fonte livre: Clip-art – Microsoft Word 97 Fonte livre: Clip-art – Microsoft Word 97 Fonte livre: Clip-art – Microsoft Word 97
Se os professores têm muito por conhecer, imaginem os alunos, e se eles não
se interessarem pelo assunto abordado, o docente vai ter trabalho a aula toda e não
vai conseguir ensiná-los. Motivo pelo qual o PTD precisa ser visto e revisto sempre
pelo educador, objetivando ministrar a aula para todos: para o aluno que é bom,
para o outro que não se interessa e, assim, para toda a turma, lançando mão de
recursos que façam todos se interessarem.
Não é fácil ser um
bom professor!
Professor, não é fácil ser aluno!
78
Mas, se a escola pública precisa ser competente, ela deve também levar em conta a necessidade de que seus alunos sejam seduzidos pelo desejo de aprender. Não há dúvida de que a escola pouco ou nada tem feito para tornar o ensino prazeroso, condição mais necessária para despertar o interesse do educando (PARO, 2007, p.15).
Dá muito trabalho, mas será prazeroso ver todos envolvidos nas tarefas.
Caso não se consiga da primeira vez, o docente não poderá desanimar e, a cada
dia, ir construindo os pilares de entendimento daquela classe.
Não podemos esquecer também que organização de sala faz parte da
construção dessas informações de que os docentes se valem para não cair em erro
quanto à democracia nas atitudes, na transmissão de conteúdos e na formação de
equipes ou grupos. Os processos precisam ser democráticos e não é do dia para a
noite que se consegue tudo isso.
A democracia se constrói fazendo, e é preciso fazer todos os dias: incutir
professores e alunos novos hábitos de pensar e agir.
A escola se constrói na sua relação com a sociedade, sendo um reflexo das necessidades socioculturais de cada época [...] Esse processo não se faz de um dia para outro, exigindo dos sujeitos a reflexão crítica das práticas já sedimentadas e a construção de novas, gradativamente, incorporando as alterações necessárias para novos tempos [...] mais do que nunca, são exigido dos sujeitos uma participação intensa e efetiva, transparência em seus posicionamentos e a explicitação dos objetivos das suas decisões [...] nesse contexto os educadores de uma escola precisam ter clareza e discernimento para garantir a elaboração dos objetivos comuns a serem alcançados (DALBEN, 2004 p.23).
Nos dias de hoje não mais se admite uma aula que não contenha os
caminhos traçados pelo professor: tudo anotado para que ele próprio construa seu
portfólio, utilizando dos recursos tecnológicos que são atrativos para ensinar.
Também não mais se admite que seja aquela informação que o professor ouviu
falar, precisa se informar e depois transmitir para seus alunos, concatenando as
ideias, para acompanhar essa abertura que ganhou o mundo: o processo de
globalização, cheios de atrativos para quem quiser inovar e buscar assuntos novos.
A compreensão da busca de informações pelos docentes deve fazer parte do
cotidiano desses profissionais, adquirindo o hábito de fazer em cada aula, nem que
seja pequena, alguma inovação para que não fique repetitiva. Imaginem um
educador que dá aulas há vinte anos e usa os mesmos escritos para ensinar, e
imaginem que os alunos não estejam entendendo aquela aula e fazem perguntas.
79
No pensamento e na fala do professor: “eu já expliquei quinhentas vezes e
vocês ainda não aprenderam?”, e ele já explicou muitas vezes mesmo, mas ao
longo dos anos, e não para aquela turma. O próprio educador se torna enjoado
daquilo que ele está muitos anos a repetir. Daí a necessidade de buscar a cada aula
novas informações e novas formas atrativas de ensinar.
Assuntos novos devem interessar aos professores, - não só aos professores,
tudo que é novo se torna mais interessante para todos. No caso do educador, pela
busca de unir a teoria e a prática de que ele precisa para ensinar seus alunos, além
disso, a pesquisa vai revelando um educador conhecedor de múltiplas abordagens
do conhecimento. Inovar é um meio eficaz para exercer funções pedagógicas nos
dias de hoje.
A investigação do que quer que seja poderá ocorrer conforme se aprende,
ensina-anota-se. Vai se construindo maneira diferente de ver o mundo.
Fonte livre: Clip-art – Microsoft Word 97 Fonte livre: Clip-art – Microsoft Word 97 Fonte livre: Clip-art – Microsoft Word 97
Se não atentarmos para que a tecnologia esteja a nosso favor - e não contra
-, a nossa atuação fica respaldada em informações focadas somente naquilo que a
gente sabe de um ou outro escrito, de umas poucas leituras e aulas dadas nas
capacitações e, de repente, aquele professor das capacitações também não é
inovador e tudo se restringe ao senso comum, ninguém avança, nem educador nem
educando.
80
Fonte livre: Clip-art – Microsoft Word 97 Fonte livre: Clip-art – Microsoft Word 97
O professor de hoje precisa também entender que ele deve repartir o poder
com o aluno, dando voz e vez para que o aluno se expresse. Não podemos mais ser
estrelas únicas, quando atuávamos o tempo todo falando e achando que estávamos
ensinando. Convém dividir o estrelato, dando oportunidades para que o aluno
mostre o que aprendeu, não deixando que ele somente coloque isso no papel, nas
provas ou avaliações.
O professor que deseja inovar adquire a consciência crítica o poder que
comanda não o do autoritário, mas o poder de disseminar conhecimentos e
averiguar, através de debates, seminários, aulas práticas o que o aluno aprendeu.
Fonte livre: Microsoft Word 97 Fonte livre: Microsoft Word 97 Fonte livre: Microsoft Word 97
Fonte livre: Microsoft Word 97 Fonte livre: Microsoft Word 97 Fonte livre: Microsoft Word 97
Eu juro que vou usar os
seus co-nhecimen-
tos!
Não quero nem saber de compu-
tadores!
Não quero
nem saber!
81
A educação se popularizou e a classe trabalhadora está presente, maciçamente no espaço escolar público. Ser educador num espaço onde os alunos, em sua maioria, são filhos de pais assalariados, outros desempregados, outros separados, enfim com uma gama de dificuldades próprias de um sistema social que foge ao controle da escola e dos educadores, exige, no mínimo, uma visão crítica por parte dos educadores, que culmine num comprometimento profissional que busca a transformação social pelo conhecimento que a escola tem como objetivo proporcionar aos seus alunos (ORRUTEA, 2008).
Outro fator preponderante que avalia o professor quanto a sua atuação em
sala de aula é a avaliação realizada pelo aluno: ela precisa deixar de ser qualquer
tarefa, ela precisa ser o passaporte do sucesso do professor, precisa ser
apresentável, contextualizada, organizada, com assuntos relevantes para seu aluno.
A pergunta que o docente deve fazer sempre é, o que o aluno vai aprender e poder
usar para transformar a sua realidade?
O educador precisa fazer essa reflexão para valorizar-se perante os alunos:
Assim ele vai criando consideração dos alunos para com ele, e mais, vai se tornando
querido pela importância que ele está dando a seu aluno, não sendo enfadonho o
tempo todo.
Fonte livre: Clip-art – Microsoft Word 97 Fonte livre: Clip-art – Microsoft Word 97 Fonte livre: Clip-art – Microsoft Word 97
Para Saviani (1981, p. 19) “e preciso privilegiar a relação entre o que precisa ser
conhecido e o caminho que precisa ser trilhado para conhecer, ou seja, entre
conteúdo e método, na perspectiva da construção da autonomia intelectual e ética”.
Faz-se necessário deixar clara a autoridade do professor, no entanto cumpre ao professor saber também que não se obtém respeito pela coação, mas pelo talento e pelo exemplo. Neste caso, a ética será a luz do professor, pois pela ética é possível compreender que num espaço social eu nem sempre posso e nem devo fazer o que quero, a não ser o que é justo ser feito. O argumento ético é sempre esclarecedor porque é razoável (ORRUTEA, Professora PDE/2008).
82
Baseados nas colocações acima o que o professor pensa sobre PTD? Na sua escola ele é uma prática ou mero
documento burocrático?
Numa sociedade em que os filhos da classe trabalhadora estão dentro das
escolas, no mínimo precisamos embasar muito bem nossa ação para que, de
alguma forma, essas pessoas possam ser algum dia autônomas. Isso só irá ocorrer
quando do entendimento da necessidade de apropriação dessa classe ao saber
mais elaborado para, daí, passarem a enfrentar os determinantes dessa mesma
sociedade que discrimina e seleciona.
O papel do professor na sociedade diz que ele pode dar sua contribuição,
através de práticas mais elaboradas, situada na realidade do país, mostrando e
refletindo o que podemos ser se não pararmos para pensar no que estamos
realizando para que os alunos provenientes dessas pessoas trabalhadoras venham
a ter sucesso e continuidade nos estudos.
Essa tarefa é a nossa. Ela pode ser também da sociedade, das famílias,
mas, mostrar a realidade e conhecimentos históricos elaborados ao longo dos anos
pela humanidade através dos estudos é nosso papel.
Fonte livre: Clip-art – Microsoft Word 97
Parabéns!
83
TAREFA! Vamos aferir o que cada um sabe e o que todos sabem sobre o assunto abordado.
Fonte livre: Clip-art – Microsoft Word 97 Fonte livre: Clip-art – Microsoft Word 97
Após todos os questionamentos feitos, o coletivo escolar precisa colocar em
ação o que estudou até o momento. Reunindo-se em grupos para debater e
responder sobre as indagações sobre a realização, a efetivação e a avaliação do
PTD dentro da escola.
Após, cada grupo irá socializar as respostas obtidas com todos, num
seminário integrador.
Para entender e também envolver todos numa discussão coletiva, precisamos
saber como está à prática de cada um na construção do seu plano de trabalho
docente.
1- Será que é possível efetuarmos algum tipo de mudança na sua construção e
efetivação?
2- Como podemos observar a motivação do aluno em querer aprender. Será
que existe o que fazer na elaboração do PTD?
3- Será que estamos cumprindo com o nosso verdadeiro papel que é o de
ensinar?
4- A solução dos problemas escolares pode também, estar na realização de um
plano de trabalho, condizente com a realidade do educando?
É fato que a soberania da vontade pode realizar prodígios capazes de
transformar a existência do indivíduo.
Que cada um escolha, segundo sua vontade o seu verdadeiro caminho e que
ele seja de sucesso, tranquilidade e de muito otimismo para vencer todos os
obstáculos que, porventura, aparecerem em nosso dia a dia. Que a corrida seja
prazerosa em busca de novos desafios. Não podemos esquecer que quem traça o
trilhar de nossas vidas somos nós, e que o trilhar de um professor deve ser
comungado com os alunos, no momento da realização, efetivação e avaliação do
seu PTD.
84
REFERÊNCIAS
BONKOSKI, Cleonice. Produções Pedagógicas CGE/SEED. Disponível em: <
http://www.seed.pr.gov.br/portals/producoescge/frm_exibirproducoespublicizadas.ph
p>. Acesso em: 01/06/2011.
DALBEN, Ângela Imaculada Loureiro de Freitas. Conselhos de Classe e Avaliação. Perspectivas na Gestão Pedagógica da Escola – Campinas, SP. Papirus, 2004 Coleção Magistério: Formação e Trabalho Pedagógico. FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Paz e Terra,1996 (Coleção Leitura). LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar, Cortez Editora, São Paulo, 2005, 17ª edição, 180 páginas. MARX, Karl. O Capital livro 1 vol. 1. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira 1998. ORRUTEA, Aparecida da Silva Professora PDE/2008. Caderno Temático A Organização do Espaço e do tempo na escola público. PARO, Vitor Henrique. Gestão escolar, democracia e qualidade do ensino. São Paulo: Ática, 2007. VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Plano de Ensino-Aprendizagem e Projeto Educativo – Cadernos Pedagógicos do Libertad. V. 1 São Paulo: Libertad, 1995. ZANELLA, José Luís. O trabalho como princípio Educativo do Ensino.
Campinas, SP. 2003. Tese Doutorado. Acesso em 02/06/2011.
http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=vtls000311548&fd=y