Seminário da Associação Nacional dos Servidores de Carreira do
Planejamento e Orçamento, - 2014
Repartição de competências e recursos entre entes federados: como fortalecer os governos estaduais e municipais?
Aristides Monteiro Neto – IPEA, DF
Governos Estaduaisno Federalismo Brasileiro
Anos 1990• Abertura comercial e financeira• Plano Real• Lei Camata• Renegociação das dívidas
estaduais (LRF)• Clima institucional de
permanentes reformas• Baixo crescimento econômico• Privatização de Bancos
Estaduais
Anos 2000• Retomada do crescimento
econômico• Ativismo governamental
• PAC• Esferas federativas desobstruídas
• Conselhão (CDES)• Consórcios Municipais
• Avanço da Política Social Federal• Desonerações tributárias• Pré-Sal• Folga para Endividamento
Estadual
Governos Estaduaisno Federalismo Brasileiro
• Pergunta:
• Passada a fase mais dura do ajustamento fiscal (1995-2003) os governos estaduais estariam prontos e capazes para se beneficiar do novo ciclo (2005-2010) de crescimento da economia brasileira?
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• Desdobramentos:
• Limitada capacidade de geração de Receita Própria• Limitada capacidade de investimento público estadual• Executor (com dificuldades) das políticas sociais do governo
federal (educação, saúde e assistência social)• Limitada capacidade estratégica para criar/delinear
“estratégias de desenvolvimento de longo prazo”
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Anos Escolhidos
Carga Tributária
Total(% do PIB)
(A)
Carga Tributária por Ente Federativo (%) da União
no Total
(B/A)
(%) dos Estados no Total
(C/A)
(%) dos Municípios
no Total
(D/A)
União(% do PIB)
(B)
Estados
(% do PIB)
(C)
Municípios(% do PIB)
(D)
1990 30,50 20,53 9,02 0,95 67,31 29,57 3,11
1995 29,76 20,01 8,32 1,43 67,23 27,95 4,80
2000 33,18 22,97 8,69 1,52 69,22 26,19 4,58
2005 37,37 26,18 9,62 1,57 70,04 25,75 4,20
2010 33,56 23,46 8,47 1,63 69,90 25,23 4,85
2012* 31,37 17,65 8,35 5,38 68,90 25,90 6,20
* Receitas tributárias e de contribuições, exceto receitas patrimoniais.
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Receitas Tributárias RT pós TransferênciasAno (A) (B) (B)/(A)
R$ BR=100 R$ BR=100Brasil 1.068,3 100,0 1.458,5 100,0 1,4
NO 619,2 58,0 1.383,4 94,9 2,2NE 518,0 48,5 949,3 65,1 1,8SE 1.502,3 140,6 1.751,8 120,1 1,2SU 1.027,1 96,1 1.352,9 92,8 1,3CO 1.214,3 113,7 2.032,7 139,4 1,7
Brasil 1.399,3 100,0 1.916,6 100,0 1,4NO 929,7 66,4 1.957,6 102,2 2,1NE 738,5 52,8 1.399,5 73,0 1,9SE 1.824,9 130,4 2.136,9 111,5 1,2SU 1.542,1 110,2 2.037,4 106,3 1,3CO 1.714,4 122,5 2.328,1 121,5 1,4
Fonte: Dados Brutos: STN/Ministério da Fazenda.
Receitas Tributárias no Federalismo BrasileiroValores por Habitante - Em R$ de 2008
2000
2010
Governos Estaduaisno Federalismo Brasileiro
Receitas Tributárias RT pós TransferênciasAno (A) (B) (B)/(A)
Brasil 1,1606 1,1005 0,95NO 0,0810 0,0796 0,98NE 0,0414 0,0122 0,30SE 0,0366 0,0234 0,64SU 0,0301 0,0140 0,47CO 0,0416 0,1506 3,62
Brasil 0,0939 0,0340 0,36NO 0,0650 0,0815 1,25NE 0,0221 0,0126 0,57SE 0,0179 0,0094 0,53SU 0,0067 0,0042 0,63CO 0,0377 0,0318 0,84
Fonte: Dados Brutos: STN/Ministério da Fazenda.
Receitas Tributárias no Federalismo BrasileiroÍndice de Theil para Desigualdades Estaduais
2010
2000
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Brasil: Investimentos Públicos (União, Empresas Estatais e Estados) como % do Pib (2000-2009)
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Governo Central 0,75 0,77 0,83 0,31 0,47 0,48 0,64 0,72 0,87 1,03 0,95 Empresas Estatais 0,84 0,98 1,27 1,28 1,24 1,31 1,38 1,50 1,77 2,28 2,26
Sub-Total 1,59 1,75 2,10 1,59 1,71 1,79 2,03 2,22 2,64 3,31 3,21 Governos Estaduais 0,87 0,97 0,95 0,68 0,72 0,85 0,93 0,70 0,97 0,99 1,19
Total 2,46 2,72 3,05 2,27 2,43 2,64 2,96 2,92 3,61 4,30 4,40 Fonte: Dados do Governo Central e Empresas Estatais obtidos em Oliva & Zendron (2010);
Dados para os governos estaduais obtidos em Silva et alli (2013).
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• Os estados da federação não se recuperaram adequadamente da etapa de renegociação das dívidas estaduais junto ao governo federal;
• A retomada do nível de investimento público ainda é insuficiente. Na média da década (2000-2011) a relação investimento/pib manteve-se em 0,89%, não superando nem mesmo o patamar de 1% do Pib;
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• A primeira metade da década (2000-2005) foi mais dura para as finanças estaduais que a segunda (2006-2011). A média de investimentos como proporção do pib na primeira fase foi de 0,84%. Na segunda, foi de 0,93%;
• A despeito dos efeitos positivos de um ambiente econômico mais dinâmico na segunda metade da década, os investimentos públicos estaduais continuaram travados no final da década: média anual de R$ 26,5 bilhões entre 2000-2005 e R$ 37,3 bilhões nos anos 2006-2011 (valores reais de 2012);
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• Em 2012, o gasto em investimento conjunto dos governos estaduais foi de R$ 39,5 bi, o que corresponde a 0,90% do Pib nacional;
• Em 2013, dados recentes apontam para um nível de investimento de R$ 53,4 bi, o que corresponde a 1,10% do Pib nacional;
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Situação Fiscal e Classificação de Risco (Ministério da Fazenda, Portaria No. 306 de 2012)
• (A+, A, A-) = muito boa• (B+, B, B-) = boa• (C+, C, C-) = fraca• (D+, D, D-) = desequilíbrio fiscal
• Em 2009, dezoito estados com notas B (nenhum A); sete com notas C e dois com notas D
• Em 2014, sete estados com notas B (nenhum A); dezenove com notas C; e um com nota D
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• Crise/conflito versus Coordenação
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Tensões (inesperadas?) Federativas Atuais: algumas razões
• Desonerações Tributárias federais e impactos nos recursos do FPM, FPE e Fundos Constitucionais (FCO, FNO e FNE)(Forte dependência do governo central)
• Gargalo do endividamento dos Estados e Municípios• O PAC e seus limites de execução• Guerra fiscal por investimentos• Movimentos secessionistas (AM, MT, PI, MA e PA)
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• O endividamento estadual junto à União continua sendo um fator limitativo da possibilidade de construírem trajetórias duradouras de desenvolvimento.
• Sem que se comprometa o ideário de Responsabilidade Fiscal, como superar este gargalo?• Dívida Consolidada Líquida / Receita Corrente Líquida =
BR = 1,7 em 2000; 1,53 em 2005, 1,12 em 2010 e 1,04 em 2011
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• Reflexões Gerais
• A situação atual das finanças é ainda de fortes restrições para governos estaduais.
• Avanços estão em curso com o investimento e o crescimento buscando consolidar-se.
• Entretanto, tensões federativas voltaram a ocorrer com mais intensidade apontando para fragilidades nas relações entre os entes federados
• O protagonismo do Governo Federal na coordenação de políticas públicas vem definindo as iniciativas dos governos estaduais: • Descentralização de competências (policy-making), sim. Descentralização
de autoridade decisória (policy decision-making), não.
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OBRIGADO !!!!!