Passagens Conflitantes Nos três Evangelhos Sinópticos.
Elaborado e digitado por Eliezer Lucena 1
SINÓPSE DE
TRECHOS DOS EVANGELHOS
E O ANTISEMITISMO TARDIO DO
EVANGELHO DE MATEUS
Passagens Conflitantes Nos três Evangelhos Sinópticos.
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INDICE :
1. A Cura Do Centurião Romano.
2. A Cura Do Homem Da Mão Ressequida.
3. O Comer Sem Lavar As Mãos.
4. Quem Iria Rejeitar Jesus.
5. Quem Condenaria Jesus.
6. A Parábola Da Vinha E O Dono Da Vinha.
7. A Parábola Da Grande Ceia.
8. Jesus E As Autoridades Judaicas.
9. A Ressurreição E Aparições De Jesus.
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Passagens Paralelas Conflitantes Nos Três Evangelhos Sinópticos
1) A Cura Do Centurião Romano
MATEUS 8:
5 Tendo JESUS entrado em Cafarnaum, chegou-se a ele um
centurião e rogou-lhe:
6 Senhor, o meu criado jaz em casa paralítico, padecendo
horrivelmente.
7 Disse-lhe ele: Eu irei curá-lo.
8 Mas o centurião respondeu: Senhor, não sou digno de que
entres em minha casa; porém dize somente uma palavra, e o
meu criado há de sarar.
9 Pois também eu sou homem sujeito à autoridade, e tenho
soldados às minhas ordens, e digo a um: Vai ali, e ele vai; a
outro: Vem cá, e ele vem; e ao meu servo: Faze isto, e ele o
faz.
10 JESUS, ouvindo isto, admirou-se e disse aos que o
acompanhavam: Em verdade vos afirmo que nem mesmo em
Israel achei tamanha fé.
11 Digo-vos que muitos virão do oriente e do ocidente, e hão
de sentar-se com Abraão, Isaque e Jacó no reino dos céus;
12 mas os filhos do reino serão lançados nas trevas exteriores;
ali haverá o choro e o ranger de dentes.
13 Disse JESUS ao centurião: Vai-te e como creste, assim te
seja feito. Naquela mesma hora sarou o criado.
MARCOS:
LUCAS 7:
1 Tendo JESUS concluído todos os seus discursos dirigidos ao
povo, entrou em Cafarnaum.
2 Um servo de um centurião, a quem este muito estimava, estava
doente, quase à morte.
3 O centurião, tendo ouvido falar a respeito de JESUS, enviou-
lhe alguns anciãos dos judeus, pedindo-lhe que viesse curar
o seu servo.
4 Estes, chegando-se a JESUS, com instância lhe suplicaram: Ele
é digno de que lhe faças isto;
5 pois é amigo do nosso povo, e ele mesmo edificou a nossa
sinagoga.
6 JESUS foi com eles. Quando ia chegando à casa, o centurião
enviou-lhe amigos para lhe dizer: Senhor, não te incomodes,
porque não sou digno de que entres em minha casa.
7 Por isso eu mesmo não me julguei digno de vir a ti; mas dize
uma palavra, e o meu criado ficará são.
8 Pois também eu sou homem sujeito à autoridade, e tenho
soldados às minhas ordens, e digo a um: Vai ali, e ele vai; e
a outro: Vem cá, e ele vem; e ao meu servo: Faze isto, e ele o
faz.
9 JESUS, ouvindo isto, admirou-se e, virando-se para a multidão
que o acompanhava, disse: Eu vos afirmo que nem mesmo
em Israel achei tamanha fé.
10 Voltando para casa os que haviam sido enviados,
encontraram o servo de perfeita saúde.
Comentário: A mesma passagem do centurião Romano, está narrada na terceira coluna desta sinopse no evangelho de Lucas. Como você pode perceber o texto em
vermelho no evangelho de Mateus, não consta na mesma história no evangelho de Lucas. É sabido que Mateus e Lucas usaram duas fontes em comuns
para escrever seus respectivos evangelhos; fontes estas que são: o evangelho de Marcos, e a chamada fonte “Q”. Se você retirar dos evangelhos de
Mateus e Lucas o material que eles copiaram de Marcos, um lembrete, para quem não sabe tanto Mateus quanto Lucas contêm 90 % do evangelho de
Marcos. O que sobrar você compara, nesta comparação Mateus e Lucas têm aproximadamente 250 versículos em comum que não estão na fonte do
evangelho de Marcos que foi usado por eles. Quando se compara este material em comum que os especialistas chamam de fonte “Q” existem algumas
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diferenças entre este material, porém é provado que a fonte usada para este mesmo material foi à mesma. Como explicar estas diferenças? É sabido
também que Mateus é o mais hebraico ou judaico dos evangelhos. Porém é de se estranhar que o mais judaico dos evangelhos contenha uma sentença
tão forte e discriminatória contra os judeus como a que está em vermelho acima, ou seja, o pseudo Mateus ou algum revisor tardio introduziu,
acrescentou, interpolou, adulterou ou como você quiser chamar este ato, tais sentenças e maldições dizendo que Israel seria rejeitado e um povo que
viria do oriente e do ocidente tomariam o lugar de Israel na mesa junto com Abraão, Isaque e Jacó no reino de deus. Note comparando que Lucas que
era de origem grega não diz nada disto e Mateus que dizem que seria um judeu coloca uma condenação tamanha desta contra todo o povo de Israel de
todos os tempos e épocas. Para mim não existe outra explicação a não ser um acréscimo posterior por algum gentio anti-semita, ou até mesmo por um
judeus nazareno em momentos de grande disputa contra o judaísmo rabínico farisaico, sugeriria a época de Simão bar kochba, em 134 d.C., época do
rabino Akiva, onde o próprio bar kochba se intitulou o messias, e liderou uma guerra contra Roma, e os JUDEUS NAZARENOS se negaram a
participar, pois não aceitavam a idéia de Bar Kochba como messias.
Rab Akiva e Bar kochba
No inicio do II século, mais precisamente por volta do ano 132 ao ano 135, eclodiu a segunda guerra judaica romana, na época do imperador Adriano,
um dos maiores rabinos da época chamado RAB AKIVA nomeou BAR KOCHBA como o messias guerreiro descendente de Davi tão esperado pelo
povo judeu que finalmente os libertaria da tirania de Roma. A principio Bar Kochba foi muito bem sucedido e conseguiu humilhar as tropas romanas
vencendo-as e libertando a Judéia do jugo romano. A Judéia gozou de autonomia e liberdade como estado judeu independente por quatro anos graças a
Bar Kochba...
As fontes judaicas que podem ser utilizadas para elucidar o período são:
1. A observação de Justino de que Bar Kochba ameaçou os judeus messiânicos caso não negassem que Jesus é o Cristo (Justino, Apologia I, 31).
Tal observação mostra que havia judeus messiânicos até 132-135 d.C.;
2. A 12ª Bênção da Oração das Dezoito Preces;
3. Toseftá Hul 11.20-24, que restringe o contato dos judeus com hereges, entre os quais estão os judeus messiânicos;
4. Shab 13.5, da Toseftá, que menciona que o relacionamento com os gentios é menos escandaloso que aquele feito com os hereges. Nesse texto,
o rabi Tarfon afirma preferir se refugiar num templo pagão que na casa de um herege, detalhe, um herege aqui se entenda um NAZARENO.
No período que se inicia em 66 d. C. quando da primeira guerra judaica contra Roma até ao ano de 136 d.C. quando da segunda guerra judaica contra
Roma, houve uma perseguição terrível de Roma contra todos os judeus indiscriminadamente, para Roma não interessava se era um judeu saduceu, ou
um judeu fariseu, ou um judeu batista, ou um judeu zelote, sicário, ou um judeu nazareno. Roma perseguia os judeus independentes da seita a que eles
pertencessem. Coincidentemente esta é a época que o judaísmo Nazareno ou o judaísmo do Caminho se distancia cada vez mais da religião judaica.
Como os nazarenos e os do Caminho estavam sendo expulsos das sinagogas ou até mesmo perseguidos e levados para serem julgados nas mesmas,
deu-se inicio um processo de lançar contra os perseguidores e os detratores tudo quanto Jesus já havia dito contra os Escribas e Saduceus, ou seja, para
justificarem as mexidas nos seus evangelhos os cristãos nazarenos tentaram colocar estas palavras na boca do próprio mestre deles.
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Terceira guerra judaico-romana
Terceira guerra judaico-romana, também chamada de Revolta de Bar Kokhba, foi uma rebelião de judeus contra o Império Romano, que explodiu
na Judeia, em 132. Para os historiadores que não incluem a Guerra de Kitos entre as guerras judaico-romanas, esta teria sido a segunda guerra dos
judeus contra o domínio romano.
Índice
1 Origens
2 A Revolta
o 2.1 Filho da Estrela
o 2.2 Reação romana
3 Depois
4 Referências
5 Bibliografia
6 Ver também
Origens
Há muita incerteza acerca da causa imediata dessa revolta, pois dela só possuímos documentação esparsa e não-contemporânea (Dião Cássio [1]
e
Eusébio) [2]
, além de algumas descobertas arqueológicas nas grutas dos desertos da Judéia.
O que se sabe é que ela ocorreu após a viagem do imperador Adriano, pelo Oriente, entre os anos 130 e 131, ocasião em que ele deixou claro seu
propósito de revitalizar o helenismo enquanto esteio cultural do Império Romano, naquela região. Entre seus planos estava a reconstrução de Jerusalém
como uma cidade helenística e onde, sobre o monte do templo, seria erguido um santuário dedicado a Júpiter Capitolino, decisão que feriu os
sentimentos religiosos dos judeus.
Este parece ter sido o estopim da revolta na Judeia. [3]
, embora Dião Cássio afirme que ela já vinha sendo preparada, a partir das comunidades da
Diáspora, desde o levante de 115 d.C. (Segunda guerra judaico-romana).
A Revolta
Quando a revolta começou, os romanos foram apanhados de surpresa. Grupos de judeus armados emboscaram coortes da Legio X Fretensis, infligindo-
lhes pesadas perdas. Ato contínuo, a fortaleza romana em Cesareia foi atacada e parcialmente destruída.
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Como um rastilho de pólvora, a revolta se espalhou por toda a província, com os rebeldes fabricando e reunindo armas, e fortificando cidades.
O legado imperial, Quinto Tineio Rufo, que governava a Judeia, mostrou-se incapaz de sufocar o levante, e mesmo quando o governador da Síria,
Publício Marcelo, recebeu ordens para ajudá-lo, e deslocou a Legio II Traiana Fortis e a Legio VI Ferrata para a Judeia, não foi possível impedir que
os amotinados tomassem Jerusalém.
Filho da Estrela
A essa altura, evidenciou-se, entre os combatentes judeus, a liderança de um jovem comandante, Simão bar Koziba, em quem o Rabi Akiva reconheceu
o "Mashiach" (Messias) davídico, aguardado ansiosamente, e lhe trocou o nome para "bar Kokhba" (filho da estrela). À frente de seus comandados,
Simão entrou em Jerusalém, foi saudado como "Príncipe de Israel", e proclamou a independência do estado judeu. Moedas foram cunhadas com os
dizeres "Primeiro ano da libertação de Jerusalém" e "Primeiro ano da redenção de Israel".
Pelas cartas e outros vestígios arqueológicos descobertos nos desertos a oeste do Mar Morto, têm-se uma ideia do tipo de guerra que os rebeldes
empreenderam contra os romanos, atuando em pequenos grupos, atacando o inimigo de emboscada e refugiando-se em cavernas. "Em cada penhasco,
em cada rochedo, ocultava-se um guerrilheiro judeu, impiedoso e desesperado, que não tinha nem esperava misericórdia" [4]
. Comunidades de gentios
desprotegidos, tais como os descendentes dos veteranos da Legio XV Apollinaris, que se tinham estabelecido em Emaús, em 71, foram atacadas e
dizimadas sem piedade. Por cerca de três anos e meio, esses guerrilheiros atacaram os romanos - legionários e civis.
Essas cartas também mostram o controle que Simão exercia sobre o povo das aldeias: confisco de cereais, recrutamento compulsório e outras medidas
coercitivas [5]
, a exemplo das praticadas na Primeira Revolta Judaica.
Reação romana
A situação tornou-se tão séria que Adriano despachou para a Judeia seu melhor general, Sexto Júlio Severo, que estava governando a Britânia.
Contando com dez legiões, além de tropas auxiliares (ao todo, cerca de cem mil homens), Severo usou a mesma tática dos guerrilheiros judeus: dividiu
sua forças em grupos de pequenas unidades móveis, comandadas por tribunos e centuriões, formando grupos de reação rápida que podiam responder
prontamente, sempre que chegavam relatórios de atividades de guerrilha. Além disso, localizou e cercou os redutos rebeldes, obrigando-os à rendição
ou à morte por fome.
Dião Cássio nos diz que cerca de 50 esconderijos dos rebeldes foram localizados e eliminados. Diz também que 985 vilas judias foram destruídas na
campanha e 580 mil judeus mortos pela espada (além dos que morreram por fome).[6]
.
Até que, em 135, Severo finalmente encurralou bar Kokhba em Betar, 6 milhas a sudoeste de Jerusalém.[7]
Apesar da tenacidade de seus defensores, o
reduto foi invadido e os romanos massacraram todos os que nele encontraram. Foi o fim do "Filho da Estrela" e da terceira revolta judaica.
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Depois
Terminada a guerra, a Judeia estava devastada. Dião Cássio descreve-a como "quase um deserto". Centenas de milhares de judeus morreram lutando,
de fome ou por doenças. Prisioneiros judeus abarrotavam os mercados de escravos, aviltando os preços dos cativos ("Um escravo tornou-se mais barato
do que um cavalo" [8]
). Os inaptos ao trabalho eram enviados aos circos, para servir de entretenimento a plateias sanguinárias, que apreciavam vê-los
ser retalhados pelas lâminas dos gladiadores ou dilacerados pelas presas de animais selvagens.
Os romanos também sofreram perdas consideráveis. Em 135 d.C., ao informar ao senado sobre o fim da guerra, o imperador Adriano, preferiu omitir a
fórmula habitual: "Eu e as legiões estamos bem".
Jerusalém foi reconstruída de acordo com o projeto do imperador, recebendo o nome de Aelia Capitolina [9]
, onde os judeus ficaram proibidos de
entrar, sob pena de morte, enquanto o nome da província foi mudado de Judeia para Síria-Palestina (Syria Palaestina).
Além disso, um édito imperial que combatia a prática da mutilação, equiparou a circuncisão à castração, proibindo os judeus de praticá-la. E como os
recalcitrantes se valessem de argumentos religiosos, ficaram também proibidos o ensinamento da Torah e a ordenação de novos Rabinos. Rabi Akiva
negou-se a obedecer, continuando a dirigir o povo judaico. Surpreendido ensinando a Torah, pagou com a vida sua fidelidade à Lei Mosaica.
Referências
1. ↑ Dion Cassio I xis 12-14
2. ↑ Eusébio. Historia Ecclesiae iv, 6,8.
3. ↑ De acordo com Eusébio, os excessos do governador romano (massacres, confisco de bens, etc), em muito contribuíram para aguçar o clima de
revolta.
4. ↑ Allegro, John. The Chose People. London. Hodder and Stoughton Ltd, 1971. P.234
5. ↑ Allegro, John. The Chose People. London. Hodder and Stoughton Ltd, 1971.
6. ↑ Dion Cassio I xis 14
7. ↑ Restos da muralha circundante romana, desenterrados por arqueólogos, podem ainda ser vistos no local.
8. ↑ Borger, Hans. Uma história do povo judeu, vol.1. São Paulo. Ed. Sefer, 199
9. ↑ "Aelia" refere-se ao imperador, cujo nome gentílico era Aelius
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FARISEUS SÁBIOS OU BANDIDOS
Marcos 2: 15 Achando-se Jesus à mesa na casa de Levi, estavam juntamente com ele e com seus discípulos muitos publicanos e pecadores; porque
estes eram em grande número e também o seguiam. 16 Os escribas dos fariseus, vendo-o comer em companhia dos pecadores e publicanos,
perguntavam aos discípulos dele: Por que come e bebe ele com os publicanos e pecadores? 17 Tendo Jesus ouvido isto, respondeu-lhes: Os sãos não
precisam de médico, e sim os doentes; não vim chamar justos, e sim pecadores.
O texto: Os escribas dos fariseus conforme o texto padrão de Nestle Aland, O Textus Receptus de Erasmo de Roterdã e a grande quantidade do
manuscritos do Texto Majoritario, ou seja, O texto Bizantino omitem a palavra “Fariseu”, ou seja, isto posto em outras palavras: Mexeram em vários
manuscritos de Marcos colocando os Fariseus juntamente com os demais adversários ou inimigos de Jesus, porém esta situação era uma situação que
os discípulos de Jesus estavam passando cerca de 100 anos após sua morte, e não que Jesus tenha enfrentado uma oposição ferrenha dos fariseus.
Nesta época os cristãos também estavam sendo perseguidos por Roma porque para Roma os cristãos não passavam de mais uma seita judaica que
pregavam um Messias Judeu e viviam como os demais judeus viviam. Mas os cristão para dizerem ao Império Romano que eles eram diferentes,
começaram a se distanciar cada vez mais dos ritos judaicos, da Lei judaica, para provarem isto mexeram em seus escritos sagrados colocando sentenças
contra a circuncisão, o Shabat, e a Lei em geral, e eles cristãos até começaram a acusar os judeus de terem matado seu Mestre que era o Messias, ou
seja REI, mas não deste mundo e nem deste reino na terra, para não ofender ao imperador e cair nas graças de Roma. Eles chegaram ao cumulo de
colocar Pilatos o governador romano da Judéia como um herói que tentou salvar o mestre deles visto que ele era inocente, e não apresentava perigo ou
afronta a Roma. Os cristãos agora queriam mostrar para o império romano que eles cristãos eram diferentes dos judeus, é como se eles estivessem
dizendo:
“Olha, nós não somos judeus, nós não guardamos a Lei dos judeus , nós não respeitamos o Shabat dos judeus, nós não somos a favor da circuncisão,
nós até tivemos vários romanos que se simpatizaram com nosso movimento, lembram de Pôncio Pilatos o governador da Judéia ele foi simpático a
nós e inocentou nosso mestre, porém foi forçado a executar a pena de morte sobre ele por causa do judeus vossos inimigos!”
E assim então subsistiu esta estória e vários manuscritos para respaldá-la, mas o que impressiona é que a grande maioria esmagadora dos nossos
manuscritos sobreviventes não trazem no evangelho de Marcos que os fariseus participaram do complô para matar Jesus e mesmo assim as traduções
modernas da Bíblia insistem em preservar isto. Realmente é lamentável.
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FARISEUS COM HERODIANOS? SERÁ VERDADE?
Marcos 3:6 Retirando-se os fariseus, conspiravam logo com os herodianos, contra ele, em como lhe tirariam a vida.
Marcos 12:13 E enviaram-lhe alguns dos fariseus e dos herodianos, para que o apanhassem em alguma palavra.
ANTIGUIDADES JUDAICAS DE FLAVIO JOSEFO - LIVRO 17, CAPITULO 3: Herodes já sabia algo, pois tinham desconfiado; mas ia com precaução, porque conhecia o caráter de sua irmã, que não tinha escrúpulos em inventar calúnias, e sabia que ela e
todas as outras mulheres de que falamos eram muito afeiçoadas a uma seita de homens que querem que os julguemos mais instruídos que os outros na religião, que
eles são tão queridos de Deus, que Ele se lhes comunica e dá-lhes o conhecimento das coisas futuras. São chamados fariseus. Eles são muito astuciosos e atrevidos,
não temendo, nem mesmo às vezes, erguer-se contra os reis e atacá-los abertamente. Assim, toda a nação dos judeus obrigou-se por juramento a ser fiel ao rei e ao
imperador; mais de seis mil deles, porém, recusaram-se a fazer esse juramento. Herodes condenou-os a uma multa e a mulher de Feroras pagou-a por eles. Para agra-
decer esse favor, eles disseram-lhe que a vontade de Deus era que se tirasse o reino a Herodes e aos seus descendentes para dá-lo a Feroras, seu marido, e aos filhos que tivesse dele.
Salomé descobriu ainda essa conjuração e disse que alguns da corte a ela haviam sido conquistados, por meio de presentes. Ela avisou ao rei e ele mandou matar os fariseus que
foram descobertos como principais autores da trama, como também o eunuco Bagoas Caro que ele amava pela sua extrema beleza e, em geral, todos os seus domésticos que eles
acusaram de ter aderido àquela conspiração. Os fariseus tinham feito Bagoas crer que não somente o novo rei, cuja grandeza prediziam, considerá-lo-ia como seu benfeitor e como seu
pai, mas ele mesmo casar-se-ia e poderia ainda gerar filhos.
Depois que Herodes fez morrer os fariseus, reuniu seus amigos e disse-lhes que a mulher de Feroras, que estava presente, tinha sido a causa da injúria que ele lhe tinha feito de
recusar desposar as princesas suas filhas; que ela nada tinha esquecido naquela ocasião e em todas as outras, para ajuntá-los; que ela tinha pago a multa à qual ele tinha condenado os
fariseus rebeldes, e que ela era culpada daquela última conspiração. E assim, Feroras não devia esperar que ele lhe rogasse, para repudiar uma pessoa que só procurava lançar a divisão
entre eles, pois não podia conservá-la sem romper com ele.
Como mostra texto acima do testemunho de Flavio Josefo nas Antiguidades Judaicas, os fariseus eram inimigos de Herodes a ponto de conspirarem
contra ele para usurparem o poder em pró de Feroras. Este incidente levou a morte muitos fariseus, no texto não especifica a quantidade que Herodes
mandou matar, mas dá uma deixa da quantidade de fariseus que não fizeram o juramento de lealdade a Herodes e ao Imperador Cesar que foram Seis
Mil fariseus. Os fariseus tinham uma inimizade contra Herodes e conseqüentemente com os herodianos, porem o Evangelho de Marcos em 2 ou 3
oportunidades cita-os como parceiros. Seria isto história propriamente dita? Até que ponto seria isto verossímil? Não acredito que Marcos tenho escrito
isto, pode mais provavelmente ser um acréscimo tardio do século II por volta do ano 135 da segunda guerra judaica contra Roma. Tal revisor do
evangelho de Marcos deve ter-se inspirado na briga entre Fariseus e nazarenos e acrescentado tais passagens.
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2) A Cura Do Homem Da Mão Ressequida
MATEUS 12:
9 Tendo JESUS partido dali, entrou na sinagoga deles.
10 Achava-se ali um homem que tinha uma das mãos
ressequida; e eles, então, com o intuito de acusá-lo,
perguntaram a JESUS: É lícito curar no sábado?
11 Ao que lhes respondeu: Qual dentre vós será o homem
que, tendo uma ovelha, e, num sábado, esta cair numa
cova, não fará todo o esforço, tirando-a dali?
12 Ora, quanto mais vale um homem que uma ovelha?
Logo, é lícito, nos sábados, fazer o bem.
13 Então, disse ao homem: Estende a mão. Estendeu-a, e
ela ficou sã como a outra.
14 Retirando-se, porém, os fariseus, conspiravam contra
ele, sobre como lhe tirariam a vida.
Em Mateus quem conspirava contra a vida de JESUS?
1- somente os fariseus.
MARCOS 3:
1 De novo, entrou JESUS na sinagoga e estava ali um
homem que tinha ressequida uma das mãos.
2 E estavam observando a JESUS para ver se o curaria
em dia de sábado, a fim de o acusarem.
3 E disse JESUS ao homem da mão ressequida: Vem para
o meio!
4 Então, lhes perguntou: É lícito nos sábados fazer o bem
ou fazer o mal? Salvar a vida ou tirá-la? Mas eles
ficaram em silêncio.
5 Olhando-os ao redor, indignado e condoído com a
dureza do seu coração, disse ao homem: Estende a
mão. Estendeu-a, e a mão lhe foi restaurada.
6 Retirando-se os fariseus, conspiravam logo com os
herodianos, contra ele, em como lhe tirariam a vida.
Em Marcus quem conspirava contra a vida de JESUS?
1- fariseus.
2- Herodianos.
LUCAS 6:
7 Os escribas e os fariseus observavam-no, procurando
ver se ele faria uma cura no sábado, a fim de
acharem de que o acusar.
8 Mas ele, conhecendo-lhes os pensamentos, disse ao
homem da mão ressequida: Levanta-te e vem para o
meio; e ele, levantando-se, permaneceu de pé.
9 Então, disse JESUS a eles: Que vos parece? É lícito, no
sábado, fazer o bem ou o mal? Salvar a vida ou deixá-
la perecer?
10 E, fitando todos ao redor, disse ao homem: Estende a
mão. Ele assim o fez, e a mão lhe foi restaurada.
11 Mas eles se encheram de furor e discutiam entre si
quanto ao que fariam a JESUS.
Em Lucas quem conspirava contra a vida de JESUS?
1- Escribas
2- Fariseus.
Mateus narra o mesmo faro de Marcos, porém com muita magoa aparente e deixa transparecer, observe que Marcos diz: “De novo, entrou JESUS na
sinagoga”, enquanto que Mateus diz: “Tendo JESUS partido dali, entrou na sinagoga deles.” Por que Mateus diz na sinagoga deles? Sinceramente
comentando, por pura magoa. Magoa porque os nazarenos nesta altura do campeonato já haviam sido expulsos das sinagogas dos fariseus por causa do
episódio do rab Akiva e Bar Kochba. E sinceramente falando, o versículo 6 do capitulo 3 do evangelho de Marcos, com certeza absoluta como dois
mais dois são quatro, se trata de um acréscimo talvez até do mesmo camarada que acrescentou os mesmos versículos no evangelho de Mateus. Por que
chegamos a esta conclusão? Porque é o único versículo do evangelho de Marcos que tem uma sentença colocando os fariseus como possíveis co-
responsáveis pela armação da trama que resultou na morte de Jesus. Este mesmo revisor do evangelho de Mateus mexeu no evangelho de Marcos como
também provaremos que mexeu no Evangelho de João:
RA - João 1: 19 Este foi o testemunho de João, quando os judeus lhe enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para lhe perguntarem: Quem és
tu? 20 Ele confessou e não negou; confessou: Eu não sou o Cristo. 21 Então, lhe perguntaram: Quem és, pois? És tu Elias? Ele disse: Não sou. És tu o
profeta? Respondeu: Não. 22 Disseram-lhe, pois: Declara-nos quem és, para que demos resposta àqueles que nos enviaram; que dizes a respeito de ti
mesmo? 23 Então, ele respondeu: Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías. 24 Ora, os que
haviam sido enviados eram de entre os fariseus. 25 E perguntaram-lhe: Então, por que batizas, se não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta? 26
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Respondeu-lhes João: Eu batizo com água; mas, no meio de vós, está quem vós não conheceis, 27 o qual vem após mim, do qual não sou digno de
desatar-lhe as correias das sandálias. 28 Estas coisas se passaram em Betânia, do outro lado do Jordão, onde João estava batizando.
NTLH - João 1: 19 Os líderes judeus enviaram de Jerusalém alguns sacerdotes e levitas para perguntarem a João quem ele era. 20 João afirmou
claramente: —Eu não sou o Messias. 21 Eles tornaram a perguntar: —Então, quem é você? Você é Elias? —Não, eu não sou! —respondeu João. —
Você é o Profeta que estamos esperando? —Não! —respondeu ele. 22 Aí eles disseram a João: —Diga quem é você para podermos levar uma resposta
aos que nos enviaram. O que é que você diz a respeito de você mesmo? 23 João respondeu, citando o profeta Isaías: —“Eu sou aquele que grita assim no
deserto: preparem o caminho para o Senhor passar.” 24 Os que foram enviados eram do grupo dos fariseus; 25 eles perguntaram a João: —Se
você não é o Messias, nem Elias, nem o Profeta que estamos esperando, por que é que você batiza? 26 João respondeu: —Eu batizo com água, mas no
meio de vocês está alguém que vocês não conhecem. 27 Ele vem depois de mim, mas eu não mereço a honra de desamarrar as correias das sandálias
dele. 28 Isso aconteceu no povoado de Betânia, no lado leste do rio Jordão, onde João estava batizando.
Vamos raciocinar juntos baseados nas duas traduções acima da mesma passagem do evangelho de João capitulo 1: 19-28. No inicio do parágrafo no
versículo 19 o evangelista João diz que os lideres dos judeus, ou seja, os lideres do Templo, que eram os Saduceus enviaram Sacerdotes e Levitas até
João o Batista para saber quem ele era, porém no versículo 24 diz que os enviados eram da seita dos fariseus? É para ficar indignado ver tal coisa,
como puderam mexer no texto dos evangelhos para harmonizar as tais maldições contra os fariseus que, praticamente não tiveram nada que ver com a
trama da morte de Jesus, isto se chama injustiça histórica.
Ainda na passagem acima, a cura de um homem que tinha uma das mãos aleijada, essa cura ocorreu num sábado, a própria mishná, que era um código
rabínico da época de JESUS, já previa que salvar uma vida no sábado não consistia em violar o sábado, então curar uma vida muito menos ainda.
Porém não é disso que queremos discorrer. Reparem como Mateus cita apenas os fariseus como aqueles que conspiravam para tirar a vida de JESUS.
Marcos cita os fariseus e os herodianos, ou seja, aqueles que eram a favor do rei Herodes como quem conspirava para tirar a vida de JESUS. Já Lucas
cita os escribas e fariseus como aqueles que apenas discutiam o que deveriam fazer com JESUS. Mateus tenta jogar a culpa somente nos fariseus,
prova clara de ele Mateus ou o revisor do evangelho de Mateus foi fortemente influenciado por uma intriga muito forte entre judaísmo e cristianismo.
Como já comentei no episódio anterior, creio que esta intriga e divórcio definitivo entre judaísmo rabínico farisaico e o judaísmo nazareno se deu na II
guerra dos judeus contra Roma em 135 D. c. com SIMÃO BAR KOCHBA liderando os judeus e se auto intitulando o MESSIAS. Que fique também
claro que os fariseus eram uma coisa, escribas eram outra totalmente diferente e ainda os herodianos nem se fale. Fico profundamente impressionado
em notar que nessas passagens em nenhum evangelho citaram os saduceus, os reais e verdadeiros inimigos de JESUS e do judaísmo nazareno que viria
a ser o cristianismo.
Passagens Conflitantes Nos três Evangelhos Sinópticos.
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3) O Comer Sem Lavar As Mãos
MATEUS 15:
10 E, tendo convocado a multidão, lhes disse: Ouvi e
entendei:
11 não é o que entra pela boca o que contamina o homem,
mas o que sai da boca, isto, sim, contamina o homem.
12 Então, aproximando-se dele os discípulos, disseram:
Sabes que os fariseus, ouvindo a tua palavra, se
escandalizaram?
13 Ele, porém, respondeu: Toda planta que meu Pai
celestial não plantou será arrancada.
14 Deixai-os; são cegos, guias de cegos. Ora, se um cego
guiar outro cego, cairão ambos no barranco.
15 Então, lhe disse Pedro: Explica-nos a parábola.
16 JESUS, porém, disse: Também vós não entendeis
ainda?
17 Não compreendeis que tudo o que entra pela boca
desce para o ventre e, depois, é lançado em lugar
escuso?
18 Mas o que sai da boca vem do coração, e é isso que
contamina o homem.
19 Porque do coração procedem maus desígnios,
homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos
testemunhos, blasfêmias.
20 São estas as coisas que contaminam o homem; mas o
comer sem lavar as mãos não o contamina.
MARCOS 7:
17 Quando entrou em casa, deixando a multidão, os seus
discípulos o interrogaram acerca da parábola.
18 Então, lhes disse: Assim vós também não entendeis?
Não compreendeis que tudo o que de fora entra no
homem não o pode contaminar,
19 porque não lhe entra no coração, mas no ventre, e sai
para lugar escuso? E, assim, considerou ele puros
todos os alimentos.
20 E dizia: O que sai do homem, isso é o que o contamina.
21 Porque de dentro, do coração dos homens, é que
procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos,
os homicídios, os adultérios,
22 a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a
blasfêmia, a soberba, a loucura.
23 Ora, todos estes males vêm de dentro e contaminam o
homem.
LUCAS
O autor do evangelho de Mateus ou o seu revisor tardio, que eu acho que é bem mais provável, não perdeu a oportunidade novamente de acrescentar
mais uma sentença tendenciosa contra os fariseus, ou seja, nesta altura do campeonato, os judaísmo da época pós templo, os herdeiros do judaísmo
farisaico, o judaísmo rabínico. O ano mais provável com certeza deve ter sido depois de 73 d.c. O templo já não existia mais, o judaísmo saduceu
condenado a extinção pois não havia mais templo, o partido herodiano também não mais existia visto que não precisava mais de rei, pois a Judéia e
Jerusalém estava em ruínas, tudo leva a crer que só haveria espaço para o judaísmo rabínico que seria herdeiro do judaísmo farisaico. Então havia
motivos de sobras agora na II guerra dos judeus contra Roma para tais declarações.
Observe ainda que, se você tirar os versículos em vermelho, a passagem fica idêntica ao evangelho de Marcos e Lucas, ou seja, os versículos em
vermelho estão como verdadeiros intrusos na passagem, e fica claro, portanto que se trata de um acréscimo posterior num momento de grande tensão
entre judeus nazarenos e o judaísmo farisaico. E a passagem sem os versículos em vermelho do evangelho de Mateus flui muito melhor e se harmoniza
com os demais evangelhos. Existe uma grande prova deste conflito entre judaísmo rabínico e o judaísmo nazareno no próprio sidur o livro de orações
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dos judeus, existem cópias do I e II séculos do sidur contendo uma maldição numa oração chamada Amidah que originalmente continha 18 bênçãos e
após este conflito passou a ter 18 bênçãos e uma maldição contra os notzorim, ou seja, os nazarenos. Muito tempo depois talvez séculos depois o
judaísmo modificou esta maldição colocando-a contra os hereges. Resumindo de ambos os lados houve intolerância e usaram de má fé alterando seus
textos religiosos para lançar maldições uns contra os outros. Hoje eu pergunto se os cristãos dizem que seguem Jesus e assim são seus discípulos, os
discípulos seguem os ensinamentos do seu mestre, e tentam imita-lo, correto? Jesus nos ensinou a amar até os nossos inimigos. E disse que se nós
amarmos somente os nossos amigos que recompensa teremos? Pois os idolatras fazem a mesma coisa, ou seja, amam somente as pessoas que amam
eles. Será que Jesus lançaria este monte de maldições sobre os fariseus, ou judeus, que eram seus irmãos de sangue e compatriotas de? Se foi Jesus que
lançou estas maldições então ele era um hipócrita que ensinava uma coisa e fazia outra totalmente contraria ao que ensinou. Porém eu tenho certeza
que não foi o rabi da galiléia que disse estas maldições. Tudo isto se trata de ódio e intrigas humanas e diabólicas.
4) Quem Iria Rejeitar Jesus
MATEUS 16:
21 Desde esse tempo começou JESUS Cristo a mostrar a
seus discípulos que lhe era necessário ir a Jerusalém
e padecer muitas coisas dos anciãos, dos principais
sacerdotes e dos escribas, ser morto e ressuscitar ao
terceiro dia.
MARCOS 8:
31 Então começou a ensinar-lhes que era necessário que o
Filho do homem padecesse muitas coisas, que fosse
rejeitado pelos anciãos, pelos principais sacerdotes e
pelos escribas, que fosse morto e que depois de três
dias ressuscitasse.
LUCAS 9:
22 dizendo: É necessário que o Filho do homem padeça
muitas coisas e seja rejeitado pelos anciãos, pelos
principais sacerdotes e pelos escribas, que seja morto
e ao terceiro dia seja ressuscitado.
A passagem acima nem precisaria de comentário, visto que a mesma passagem está idêntica nos três evangelhos, isto prova que o revisor do evangelho
de Mateus não viu ou deixou passar despercebida esta passagem que dá nome aos bois quanto a quem iria rejeitar e condenar Jesus, graças a Deus pois
assim podemos ver e perceber que o evangelho de Mateus foi um dos mais adulterados e mexidos de todos. É o revisor esqueceu de mudar estes textos
e assim caiu em contradição com ele mesmo em relação às demais alterações e maldições contra os fariseus. Cadê os fariseus nesta passagem? Não
foram eles que conspiravam e tramavam matar Jesus? Porém com este esquecimento por parte do adúltero que alterou os textos essa passagem fica
afinadíssima e, portanto, em harmonia com o evangelho de Marcos e o de Lucas, precisa mais provas? Continuando, estão assim afinados os três
evangelhos a respeito de quem iria rejeitar e condenar Jesus a morte, ou seja:
1. Os anciãos.
2. Os principais dos sacerdotes, ou seja, os saduceus.
3. E os escribas.
A passagem não fala que o povo judeu rejeitaria Jesus e muito menos os fariseus.
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5) Quem Condenaria Jesus À Morte
MATEUS 20:
18 Eis que subimos para Jerusalém, e o Filho do Homem
será entregue aos principais sacerdotes e aos
escribas. Eles o condenarão à morte.
19 E o entregarão aos gentios para ser escarnecido,
açoitado e crucificado; mas, ao terceiro dia,
ressurgirá.
MARCOS 10:
33 Eis que subimos para Jerusalém, e o Filho do Homem
será entregue aos principais sacerdotes e aos
escribas; condená-lo-ão à morte e o entregarão aos
gentios;
34 hão de escarnecê-lo, cuspir nele, açoitá-lo e matá-lo;
mas, depois de três dias, ressuscitará.
LUCAS 18:
31 Tomando consigo os doze, disse-lhes JESUS: Eis que
subimos para Jerusalém, e vai cumprir-se ali tudo
quanto está escrito por intermédio dos profetas, no
tocante ao Filho do Homem;
32 pois será ele entregue aos gentios, escarnecido,
ultrajado e cuspido;
Esta passagem Mateus e Marcos narram que Jesus seria condenado à morte pelos principais dos sacerdotes, ou seja, os saduceus e também pelos
escribas e depois entregue aos Romanos que escarneceriam dele, o açoitariam, cuspiriam nele e o matariam. Lucas não cita as autoridades judaicas que
o condenariam e cita apenas os Romanos que escarneceriam, ultrajariam e cuspiriam nele e depois o matariam. O revisor do evangelho de Mateus mais
uma vez cometeu uma gafe, em outras palavras, ele se esqueceu de adulterar esta passagem também, deixando assim mais uma grande prova do crime
por ele cometido. Qual foi o crime? Revisar e adulterar os textos do evangelho de Mateus adaptando o mesmo para lançar a culpa da morte e
condenação de Jesus contra os fariseus e os judeus em geral.
6) A Parábola Da Vinha E O Dono Da Vinha
MATEUS 21:
33 Atentai noutra parábola. Havia um homem, dono de
casa, que plantou uma vinha. Cercou-a de uma sebe,
construiu nela um lagar, edificou-lhe uma torre e
arrendou-a a uns lavradores. Depois, se ausentou do
país.
34 Ao tempo da colheita, enviou os seus servos aos
lavradores, para receber os frutos que lhe tocavam.
35 E os lavradores, agarrando os servos, espancaram a
um, mataram a outro e a outro apedrejaram.
36 Enviou ainda outros servos em maior número; e
trataram-nos da mesma sorte.
37 E, por último, enviou-lhes o seu próprio filho, dizendo:
A meu filho respeitarão.
38 Mas os lavradores, vendo o filho, disseram entre si:
Este é o herdeiro; ora, vamos, matemo-lo e
apoderemo-nos da sua herança.
39 E, agarrando-o, lançaram-no fora da vinha e o
MARCOS 11:
27 Então, regressaram para Jerusalém. E, andando ele
pelo templo, vieram ao seu encontro os principais
sacerdotes, os escribas e os anciãos...
MARCOS 12:
1 Depois, começou JESUS a falar-lhes por parábola: Um
homem plantou uma vinha, cercou-a de uma sebe,
construiu um lagar, edificou uma torre, arrendou-a a
uns lavradores e ausentou-se do país.
2 No tempo da colheita, enviou um servo aos lavradores
para que recebesse deles dos frutos da vinha;
3 eles, porém, o agarraram, espancaram e o despacharam
vazio.
4 De novo, lhes enviou outro servo, e eles o esbordoaram
na cabeça e o insultaram.
5 Ainda outro lhes mandou, e a este mataram. Muitos
outros lhes enviou, dos quais espancaram uns e
mataram outros.
LUCAS 20:
9 Começou a propor ao povo esta parábola: Um homem
plantou uma vinha, arrendou-a a alguns lavradores, e
partiu para outro país onde se demorou muito.
10 No tempo próprio mandou um servo aos lavradores,
para que lhe dessem do fruto da vinha; os lavradores,
porém, depois de o espancarem, mandaram-no
embora sem coisa alguma.
11 Tornou a enviar outro servo; e a este, depois de o
espancarem e ultrajarem, despediram vazio.
12 Enviou ainda outro, e feriram também a este e
enxotaram-no.
13 Então disse o dono da vinha: Que farei? Enviarei meu
filho amado, a ele talvez respeitarão.
14 Mas quando os lavradores o viram, discorreram entre
si, dizendo: Este é o herdeiro, matemo-lo para que a
herança seja nossa.
15 Lançaram-no fora da vinha e o mataram. Que lhes
Passagens Conflitantes Nos três Evangelhos Sinópticos.
Elaborado e digitado por Eliezer Lucena 15
mataram.
40 Quando, pois, vier o senhor da vinha, que fará àqueles
lavradores?
41 Responderam-lhe: Fará perecer horrivelmente a estes
malvados e arrendará a vinha a outros lavradores
que lhe remetam os frutos nos seus devidos tempos.
42 Perguntou-lhes JESUS: Nunca lestes nas Escrituras: A
pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser
a principal pedra, angular; isto procede do Senhor e
é maravilhoso aos nossos olhos?
43 Portanto, vos digo que o reino de Deus vos será
tirado e será entregue a um povo que lhe produza os
respectivos frutos.
44 Todo o que cair sobre esta pedra ficará em pedaços; e
aquele sobre quem ela cair ficará reduzido a pó.
45 Os principais sacerdotes e os fariseus, ouvindo estas
parábolas, entenderam que era a respeito deles que
JESUS falava;
46 e, conquanto buscassem prendê-lo, temeram as
multidões, porque estas o consideravam como profeta.
1- PRINCIPAIS SACERDOTES
2- FARISEUS
6 Restava-lhe ainda um, seu filho amado; a este lhes
enviou, por fim, dizendo: Respeitarão a meu filho.
7 Mas os tais lavradores disseram entre si: Este é o
herdeiro; ora, vamos, matemo-lo, e a herança será
nossa.
8 E, agarrando-o, mataram-no e o atiraram para fora da
vinha.
9 Que fará, pois, o dono da vinha? Virá, exterminará
aqueles lavradores e passará a vinha a outros.
10 Ainda não lestes esta Escritura: A pedra que os
construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal
pedra, angular;
11 isto procede do Senhor, e é maravilhoso aos nossos
olhos?
12 E procuravam prendê-lo, mas temiam o povo; porque
compreenderam que contra eles proferira esta
parábola. Então, desistindo, retiraram-se.
15 E foram para Jerusalém. Entrando ele no templo,
passou a expulsar os que ali vendiam e compravam;
derribou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que
vendiam pombas.
16 Não permitia que alguém conduzisse qualquer utensílio
pelo templo;
17 também os ensinava e dizia: Não está escrito: A minha
casa será chamada casa de oração para todas as
nações? Vós, porém, a tendes transformado em covil
de salteadores.
18 E os principais sacerdotes e escribas ouviam estas
coisas e procuravam um modo de lhe tirar a vida;
pois o temiam, porque toda a multidão se
maravilhava de sua doutrina.
3- PRINCIPAIS SACERDOTES - SADUCEUS
4- ESCRIBAS
fará, pois, o dono da vinha?
16 Virá e exterminará estes lavradores, e dará a vinha a
outros. Ao ouvirem isto, disseram: Tal não aconteça!
17 Mas JESUS, olhando para eles, disse: Que quer, então,
dizer o que está escrito: A pedra que os edificadores
rejeitaram, Esta foi posta como a pedra angular?
18 Todo o que cair sobre esta pedra, ficará em pedaços;
mas aquele sobre quem ela cair, será reduzido a pó.
19 Naquela mesma hora os escribas e os principais
sacerdotes procuraram pôr-lhe as mãos, mas
temeram o povo; pois perceberam que em referência
a eles havia dito esta parábola.
5- PRINCIPAIS SACERDOTES - SADUCEUS
6- ESCRIBAS
Mateus diz na passagem acima que os principais dos sacerdotes e os fariseus buscavam ocasião para prender Jesus. Marcos diz que eram os principais
dos sacerdotes e os escribas. Escribas ou anciãos para quem não sabe, eram eles que faziam parte do sinédrio, ou seja, parte da corte suprema judaica
composta por setenta homens. Lucas diz que eram os escribas e os principais dos sacerdotes que Jesus havia dirigido a parábola e assim queriam por as
mãos sobre ele e está portanto, Lucas dá testemunho igual ao testemunho de Marcos. Já Mateus ou o revisor tardio do evangelho de Mateus destila seu
ódio mais uma vez contra o judaísmo farisaico, isto deve ter ocorrido como que por reflexo devido o mesmo judaísmo farisaico na II guerra contra
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Roma em 135 d. C. Ter considerado os judeus nazarenos traidores, por não terem se envolvido na guerra contra os Romanos e também por terem aceito
Shimom Bar Kochba como o messias. Duas coisas que Jesus havia pregado contra:
1) a violência, e, 2) ter outro messias, ou seja, motivo de sobra para um grande conflito dentro dos dois grupos judaicos que sobreviveram das mais ou
menos 10 ou 12 seitas judaicas da época, extinção esta devido a destruição do templo e da cidade de Jesus.
Note bem o texto em vermelho como não consta nem no evangelho de Marcos e nem tão pouco em Lucas, são palavras de muito ódio contra o povo
judeu, e mostra a total rejeição e substituição de Israel pelos gentios, agora os gentios seriam os verdadeiros Israelitas segundo o evangelho de Mateus.
Muitos teólogos que são contra a teologia da substituição dizem que foi Roma que desenvolveu esta teologia, eu, porém, vou muito, mais muito mais
longe, voltando bem para trás lá no século I e inicio do II, e afirmo que Mateus ou um revisor tardio do seu evangelho são os responsáveis pela grande
perseguição aos judeus imposta pelos gentios, baseando-se em suas escrituras tidas como divinamente inspiradas. Gente, pelo amor de deus! Jesus
pregou o amor incondicional e ensinou a amar os inimigos, não foi isto que ele o mais santo de todos os homens ensinou a humanidade. Pense e reflita
bem sobre o assunto. No velho testamento o vinhedo é Israel (Isaias 5:7), Mateus muda isto, e agora o vinhedo é o reino de deus, os trabalhadores maus
deveriam ser os saduceus e os escribas e até mesmo Herodes, quem sabe até Pilatos, porém Mateus é cruel com o povo judeu e o condena a exclusão
eterna do reino de deus. O reino de deus será tirado de Israel e dado a um novo povo, ou seja, os gentios, quem diria que Mateus era um judeu, hein?
Observe ainda que, se você tirar os versículos em vermelho, a passagem fica idêntica e igual ao evangelho de Marcos e Lucas, ou seja, os versículos
em vermelho estão como verdadeiros intrusos na passagem, e fica claro, portanto que se trata de um acréscimo bem posterior num momento de tensão
entre judeus nazarenos e o judaísmo farisaico. E a passagem sem os versículos em vermelho flui melhor e se harmoniza com os demais evangelhos.
Outra coisa importante de ser dita, é que são dois testemunhos contra um, ou seja, o testemunho de Marcos e Lucas contra Mateus que fica isolado e
ilhado nestas comparações que não deixam dúvida nenhuma da trama maldita e maligna do adúltero escriba que adulterou as cópias do evangelho de
Mateus o tornando o mais anti-semita contendo as piores sentenças já escritas contra o povo judeu tudo em nome da intolerância religiosa.
7) A Parábola Da Grande Ceia
MATEUS 22:
1 De novo, entrou JESUS a falar por parábolas, dizendo-
lhes:
2 O reino dos céus é semelhante a um rei que celebrou as
bodas de seu filho.
3 Então, enviou os seus servos a chamar os convidados
para as bodas; mas estes não quiseram vir.
4 Enviou ainda outros servos, com esta ordem: Dizei aos
convidados: Eis que já preparei o meu banquete; os
meus bois e cevados já foram abatidos, e tudo está
pronto; vinde para as bodas.
MARCOS
LUCAS 14:
15 Ora, ouvindo tais palavras, um dos que estavam com
ele à mesa, disse-lhe: Bem-aventurado aquele que
comer pão no reino de Deus.
16 Ele, porém, respondeu: Certo homem deu uma grande
ceia e convidou muitos.
17 À hora da ceia, enviou o seu servo para avisar aos
convidados: Vinde, porque tudo já está preparado.
18 Não obstante, todos, à uma, começaram a escusar-se.
Disse o primeiro: Comprei um campo e preciso ir vê-
lo; rogo-te que me tenhas por escusado.
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Elaborado e digitado por Eliezer Lucena 17
5 Eles, porém, não se importaram e se foram, um para o
seu campo, outro para o seu negócio;
6 e os outros, agarrando os servos, os maltrataram e
mataram.
7 O rei ficou irado e, enviando as suas tropas,
exterminou aqueles assassinos e lhes incendiou a
cidade.
8 Então, disse aos seus servos: Está pronta a festa, mas
os convidados não eram dignos.
9 Ide, pois, para as encruzilhadas dos caminhos e
convidai para as bodas a quantos encontrardes.
10 E, saindo aqueles servos pelas estradas, reuniram
todos os que encontraram, maus e bons; e a sala do
banquete ficou repleta de convidados.
19 Outro disse: Comprei cinco juntas de bois e vou
experimentá-las; rogo-te que me tenhas por escusado.
20 E outro disse: Casei-me e, por isso, não posso ir.
21 Voltando o servo, tudo contou ao seu senhor. Então,
irado, o dono da casa disse ao seu servo: Sai depressa
para as ruas e becos da cidade e traze para aqui os
pobres, os aleijados, os cegos e os coxos.
22 Depois, lhe disse o servo: Senhor, feito está como
mandaste, e ainda há lugar.
23 Respondeu-lhe o senhor: Sai pelos caminhos e atalhos
e obriga a todos a entrar, para que fique cheia a
minha casa.
24 Porque vos declaro que nenhum daqueles homens que
foram convidados provará a minha ceia.
A passagem da grande ceia em Mateus é muito tendenciosa, pois diz os convidados mataram os servos do senhor do banquete, ou seja, os judeus foram
convidados para participarem da grande ceia do reino de deus, porém, além de rejeitarem e desprezarem o convite e mataram os servos que saíram a
convidar as pessoas, e assim mataram primeiro Jesus, e depois os apóstolos e discípulos de Jesus, o castigo inevitável seria a destruição de Jerusalém ,
como castigo também seriam rejeitados eternamente da grande ceia do reino de deus. Isto exigiria a eleição de um novo povo para participar da grande
ceia, ou seja, os gentios, pois os judeus são inescusáveis, é a teologia da substituição que é mais antiga do que se pensava. Lucas totalmente diferente
em seu relato não sabe da parte da parábola que os convidados matam os servos do senhor da grande ceia e, portanto, faz uma declaração mais
universal sem destilar ódio contra povo nenhum, e é isento ao dizer que quem não aceitou o convite não participará da ceia independentemente de
nacionalidade se for judeu, ou grego, ou Romano e etc. Fica cada vez mais obvio que ou Mateus ou o revisor de seu evangelho escreveram estes
trechos após a destruição de Jerusalém, quem sabe se no conflito entre o judaísmo rabínico farisaico e os judeus nazarenos citado anteriormente.
Observe ainda que, se você tirar os versículos em vermelho do evangelho de Mateus, a passagem fica idêntica ao evangelho de Marcos e Lucas, ou
seja, os versículos em vermelho estão como intrusos na passagem, e fica claro, portanto que se trata de um acréscimo posterior num momento de
tensão entre judaísmos diferentes. E a passagem sem os versículos em vermelho flui melhor e se harmoniza com Lucas ficando a passagem idêntica
tanto no evangelho segundo Mateus quanto em Lucas.
8) Jesus E As Autoridades Judaicas
MATEUS 23:
1 Então, falou JESUS às multidões e aos seus discípulos:
2 Na cadeira de Moisés, se assentaram os escribas e os fariseus.
3 Fazei e guardai, pois, tudo quanto eles vos disserem, porém
não os imiteis nas suas obras; porque dizem e não fazem.
4 Atam fardos pesados e difíceis de carregar e os põem sobre os
ombros dos homens; entretanto, eles mesmos nem com o
dedo querem movê-los.
MARCOS 12:
38 E, ao ensinar, dizia ele: Guardai-vos dos escribas, que
gostam de andar com vestes talares e das saudações nas
praças;
39 e das primeiras cadeiras nas sinagogas e dos primeiros
lugares nos banquetes;
40 os quais devoram as casas das viúvas e, para o justificar,
fazem longas orações; estes sofrerão juízo muito mais
LUCAS 11:
37 Ao falar JESUS estas palavras, um fariseu o convidou para ir
comer com ele; então, entrando, tomou lugar à mesa.
38 O fariseu, porém, admirou-se ao ver que JESUS não se lavara
primeiro, antes de comer.
39 O Senhor, porém, lhe disse: Vós, fariseus, limpais o exterior
do copo e do prato; mas o vosso interior está cheio de
rapina e perversidade.
Passagens Conflitantes Nos três Evangelhos Sinópticos.
Elaborado e digitado por Eliezer Lucena 18
5 Praticam, porém, todas as suas obras com o fim de serem
vistos dos homens; pois alargam os seus filactérios e
alongam as suas franjas.
6 Amam o primeiro lugar nos banquetes e as primeiras cadeiras
nas sinagogas,
7 as saudações nas praças e o serem chamados mestres pelos
homens.
13 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque fechais o
reino dos céus diante dos homens; pois vós não entrais, nem
deixais entrar os que estão entrando!
14 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque devorais as
casas das viúvas e, para o justificar, fazeis longas orações;
por isso, sofrereis juízo muito mais severo!
15 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque rodeais o
mar e a terra para fazer um prosélito; e, uma vez feito, o
tornais filho do inferno duas vezes mais do que vós!
16 Ai de vós, guias cegos, que dizeis: Quem jurar pelo
santuário, isso é nada; mas, se alguém jurar pelo ouro do
santuário, fica obrigado pelo que jurou!
17 Insensatos e cegos! Pois qual é maior: o ouro ou o santuário
que santifica o ouro?
18 E dizeis: Quem jurar pelo altar, isso é nada; quem, porém,
jurar pela oferta que está sobre o altar fica obrigado pelo
que jurou.
23 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque dais o
dízimo da hortelã, do endro e do cominho e tendes
negligenciado os preceitos mais importantes da Lei: a
justiça, a misericórdia e a fé; devíeis, porém, fazer estas
coisas, sem omitir aquelas!
24 Guias cegos, que coais o mosquito e engolis o camelo!
25 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque limpais o
exterior do copo e do prato, mas estes, por dentro, estão
cheios de rapina e intemperança!
26 Fariseu cego, limpa primeiro o interior do copo, para que
também o seu exterior fique limpo!
27 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque sois
semelhantes aos sepulcros caiados, que, por fora, se
mostram belos, mas interiormente estão cheios de ossos de
mortos e de toda imundícia!
28 Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens,
mas, por dentro, estais cheios de hipocrisia e de iniqüidade.
29 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque edificais os
sepulcros dos profetas, adornais os túmulos dos justos
30 e dizeis: Se tivéssemos vivido nos dias de nossos pais, não
teríamos sido seus cúmplices no sangue dos profetas!
31 Assim, contra vós mesmos, testificais que sois filhos dos que
severo.
40 Insensatos! Quem fez o exterior não é o mesmo que fez o
interior?
41 Antes, dai esmola do que tiverdes, e tudo vos será limpo.
42 Mas ai de vós, fariseus! Porque dais o dízimo da hortelã, da
arruda e de todas as hortaliças e desprezais a justiça e o
amor de Deus; devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir
aquelas.
43 Ai de vós, fariseus! Porque gostais da primeira cadeira nas
sinagogas e das saudações nas praças.
44 Ai de vós que sois como as sepulturas invisíveis, sobre as
quais os homens passam sem o saber!
45 Então, respondendo um dos intérpretes da Lei, disse a
JESUS: Mestre, dizendo estas coisas, também nos ofendes
a nós outros!
46 Mas ele respondeu: Ai de vós também, intérpretes da Lei!
Porque sobrecarregais os homens com fardos superiores às
suas forças, mas vós mesmos nem com um dedo os tocais.
47 Ai de vós! Porque edificais os túmulos dos profetas que
vossos pais assassinaram.
48 Assim, sois testemunhas e aprovais com cumplicidade as
obras dos vossos pais; porque eles mataram os profetas, e
vós lhes edificais os túmulos.
49 Por isso, também disse a sabedoria de Deus: Enviar-lhes-ei
profetas e apóstolos, e a alguns deles matarão e a outros
perseguirão,
50 para que desta geração se peçam contas do sangue dos
profetas, derramado desde a fundação do mundo;
51 desde o sangue de Abel até ao de Zacarias, que foi
assassinado entre o altar e a casa de Deus. Sim, eu vos
afirmo, contas serão pedidas a esta geração.
52 Ai de vós, intérpretes da Lei! Porque tomastes a chave da
ciência; contudo, vós mesmos não entrastes e impedistes os
que estavam entrando.
Passagens Conflitantes Nos três Evangelhos Sinópticos.
Elaborado e digitado por Eliezer Lucena 19
mataram os profetas.
32 Enchei vós, pois, a medida de vossos pais.
33 Serpentes, raça de víboras! Como escapareis da condenação
do inferno?
34 Por isso, eis que eu vos envio profetas, sábios e escribas. A
uns matareis e crucificareis; a outros açoitareis nas vossas
sinagogas e perseguireis de cidade em cidade;
35 para que sobre vós recaia todo o sangue justo derramado
sobre a terra, desde o sangue do justo Abel até ao sangue
de Zacarias, filho de Baraquias, a quem matastes entre o
santuário e o altar.
36 Em verdade vos digo que todas estas coisas hão de vir sobre
a presente geração.
Estas passagens paralelas que estão nos três evangelhos sinópticos para mim são as mais difíceis de harmonizarem e até mesmo de se comentar.
Contudo, porém, gostaria de começar comentando a grande gafe que o revisor do evangelho de Mateus cometeu pra variar tinha que ser ele! Em
primeiro lugar a passagem da morte de Zacarias no versículo 35 de Mateus, onde ele confunde os Zacarias, ou seja, o Zacarias que ele fala é o profeta
Zacarias do livro profético, porém, não foi ele quem foi assassinado entre o santuário e o altar do templo, este é outro Zacarias não o conhecido profeta
do livro de Zacarias. Este relato sobre a morte deste Zacarias está em II crônicas 24:17-22, confira em sua bíblia a passagem. O Zacarias que foi
morto era filho do sacerdote Joiada e a época foi outra, erro este gravíssimo. Após o comentário acima tudo é possível de acontecer em Mateus.
Em segundo lugar quero comentar sobre o versículo 14 de Mateus que se trata de um acréscimo mais tardio ainda, ou seja, o manuscrito do evangelho
de Mateus já havia sido adulterado num dado momento no final do I século, e este versículo na ocasião não existia no evangelho de Mateus foi
adicionado numa revisão posterior. Vamos aos fatos e as provas. Marcos em seu evangelho que foi escrito antes dos de Mateus, Lucas e João, relata
que Jesus ensina para tomar cuidado com os escribas e não com os fariseus. Por que deveria os discípulos tomar cuidado com os escribas? Devido ao
fato de que os escribas eram altos funcionários dos saduceus e do templo, eram eles que escreviam e copiavam as cópias da torah e dos profetas, ou
seja, da lei e dos profetas e demais escritos sagrados, mas também eram eles que escreviam os contratos com as pessoas endividadas por causa de taxas
e tributos tanto Romanos como judaicos. Então eram eles que devoravam as casa das viúvas, ou seja, tomavam a casa das pobres viúvas por causa de
dividas e faziam até seus filhos de escravos para pagar dividas, dito estas coisas cabe lembrar que esta função de escriba não era uma função dos
fariseus, pois se trata de duas coisas bem diferentes. Resumindo tentaram jogar a culpa nos fariseus de uma coisa que não era função e nem fazia parte
do oficio deles quando acrescentaram este versículo 14 de 23 de Mateus numa revisão bem posterior, e isto é sabido hoje até pelas sociedades bíblicas
que traduzem o versículo entre colchetes [ ], ou seja, provando que o texto é acréscimo.
Após citar dois erros gravíssimos do evangelho de Mateus e explica-los. Agora vem a parte mais difícil que é falar quase do capitulo inteiro de 23 de
Mateus. A verdade é que, todas as maldições lançadas contra os fariseus no evangelho de Mateus capitulo 23, são acréscimos e revisões feitas num
momento de grande conflito entre o judaísmo rabínico e o judaísmo nazareno, e foi neste dado momento que eles se divorciaram de uma vez por todas,
definitivamente, e assim a partir daí iniciou o processo que deu inicio ao cristianismo, ou seja, uma seita de origem judaica, porém que pregava contra
os judeus, embora o seu messias fosse um rabino judeu, pregador da torah de moshe. Infelizmente este divórcio permanece até ao dia de hoje onde os
cristãos ainda continuam em suas reuniões a amaldiçoarem os judeus com as mesmas sentenças que foram acrescentadas em Mateus. Os judeus já
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revisaram seu livro de orações tirando a maldição contra os nazarenos colocada nesta ocasião, creio que já passou da hora de se pregar ódio em nome
daquele que só pregou o amor a Deus em primeiro lugar e ao próximo como a ti mesmo, mesmo que este próximo fosse o teu inimigo. É muito
difícil conciliar estas maldições com os ensinos de Jesus.
Perdoe-me se fui muito repetitivo e redundante, porém isto se fez necessário para destacar este período lamentável da historia do divórcio do judaísmo
rabínico com o judaísmo nazareno.
Comentários sobre o evangelho de Mateus Por que as maldições do evangelho de Mateus se dirigiam somente aos judeus fariseus? Por quê ? Existiam mais de dez seitas judaicas no período de
Jesus e dos seus talmidim. É de se estranhar que somente os fariseus levassem a culpa por todos os males, tanto que Jesus e os seus talmidim os
nazarenos sofreram, como também a culpa por todos os males que sobrevieram sobre os judeus e sobre Jerusalém.
E os saduceus como ficam? Não existe nenhuma sentença de maldição contra ou sobre os saduceus, e olha que eles eram a elite da elite dos judeus, os
que oprimiam o povo e através deles Roma governava a Judéia com mão de ferro. E os zelotes? Eles que espalharam tanta violência na época da
guerra contra os Romanos? Nem mesmo contra eles que espalharam violência e morte não há nenhuma sentença condenatória ou de maldição contra
eles. Será que os talmidim de Jesus eram a favor da violência e não reagiram nem com palavras condenando os zelotes por tais atos, que na maioria
das vezes eram de barbáries sem comum e sem precedentes?
E os essênios? Eles nunca são citados nem mesmo em nenhum dos quatro evangelhos? E os funcionários dos saduceus? Parece que foram inclusos
meio que para despistar o ódio encoberto contra os fariseus. E o incrível é que ninguém numa igreja fala em tom pejorativo contra os saduceus ou
contra os escribas?
Você é um saduceu!!!
Você é um escriba!!!
Seu escriba hipócrita!!!
Infelizmente são poucas vozes que se levantam para tentar dar um basta em tamanha injustiça histórica que se cometeu e se comete ate hoje contra os
fariseus, pois quando alguém ataca os fariseus está atacando o judaísmo atual que é herdeiro do judaísmo farisaico, que se diga de passagem, foi o
único que sobreviveu com a destruição do templo e com a diáspora de Roma.
E o pior de tudo é que o deus dos cristãos, ou melhor, que eles dizem que é deus, que eu prefiro chamar de o maior homem de todos, chamado Jesus,
ensinou o amor incondicional e a lei da não reação, ele também disse,
1. Bendito os pacificadores porque eles herdarão a terra.
2. Bendito os misericordiosos porque eles alcançarão misericórdia.
3. Ame o eterno teu Deus de todo o teu coração, de todo o teu entendimento e de todas as tuas forças.
4. E ame ao teu próximo como a ti mesmo.
5. Tudo o que tu queres que os outros vos façam, fazei vós primeiro a eles. Esta e a lei e os profetas.
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6. Se amardes apenas os vossos amigos ou as pessoas que vos amam que recompensa tereis, assim fazem os idolatras também, porem eu vos digo
amai aos vossos inimigos, porque Deus não faz acepção de pessoas e faz a chuva cair sobre justos e injustos e o sol nascer sobre bons e maus.
7. Sede perfeito como perfeito e vosso pai celestial que ama aos bons e aos ruins.
Eu poderia alistar mais algumas citações de Jesus porem creio que seja desnecessário já nesta altura do campeonato. Estas palavras acima são as
doutrinas de Jesus, e não amaldiçoar os inimigos ou os irmãos ou os compatriotas....
Jesus era simpatizante da seita dos fariseus? Não podemos nos esquecer que foi um famoso fariseu de seu tempo, José de Arimatéia, quem cedeu seu tumulo para que Jesus fosse enterrado depois
da crucificação. E foram alguns grupos de fariseus que foram avisar Jesus, para que ele fugisse, ao saberem que Herodes estava à sua procura para
matá-lo. Pois bem, uma pergunta se impõe de imediato: como é possível que Jesus fosse um fariseu se os quatro evangelhos apresentam os seguidores
dessa seita como seus grandes inimigos e perseguidores? A explicação que hoje se dá a essa pergunta é muito simples. Parece que, quando os
evangelhos foram escritos – o que coincide com o momento em que as primeiras comunidades cristãs começam a se afastar de suas raízes judaicas para
entrar em contato com o mundo gentílico, ou seja, os pagãos e gentios, entre eles os romanos e gregos - , os fariseus eram o grupo dominante do
judaísmo, tudo aconteceu por volta do ano 70 ao ano 135 d.C., por ocasião das duas guerras judaicas contra o império romano, uma guerra de 66 à 70 e
a outra no ano 135, nesta época um crescimento espantoso da seita dos fariseus que foram os únicos sobreviventes e a única seita judaica que restou
após estas duas guerras, já não havia mais templo e com isto não havia mais saduceus, os essênios foram destruídos junto com seus quartéis generais
em Qumran no Mar Morto, os zelotes galileus também tiveram o mesmo destino. Os fariseus se reuniram na cidade de IAVNÉ para salvar o judaísmo
e assim começaram a compilar o TALMUD, e tiveram grande êxito e cresceram muito em numero. Após a segunda guerra judaica romana no ano 135
onde os judeus se uniram através do RABI AKIVA sob a bandeira da independência, assim o RABI AKIVA intitulou e proclamou BAR KOCHBA
como o Messias Guerreiro da linhagem de Davi que libertaria a JUDÉIA do PODER E SUBMISSÃO DO império romano. Os judeus que se negaram
a aceitar BAR KOCHBA como Messias e se negaram a guerrear contra Roma foram excluídos como traidores, este foi o caso dos nazarenos que não
podiam aceitar outro Messias além de YESHUA. E além disso os fariseus desta época não vendo com bons olhos a abertura do judaico-cristianismo
para uma religião universalista, perseguiram duramente os judeu-cristãos, impedindo-os, por exemplo, de continuar a freqüentar as sinagogas, como
haviam feito até então os judeus circuncidados que criam que YESHUA era o Messias.
Nestas circunstancias os evangelistas atribuíram aos fariseus do tempo de Jesus – que eram muito diferentes - , coisas que correspondiam ao que eles
estavam vivendo, ou seja, estavam sendo expulsos das sinagogas no ano 135 e sendo perseguidos também como traidores. Assim, todos os ataques
sofridos por Jesus, partissem de quem quer que fosse, foram atribuídos aos fariseus. Todas as disputas e os insultos a Jesus foram atribuídos a eles,
quando o normal seria que os maiores adversários de Jesus dentro do judaísmo fossem, não os fariseus, que eram uma seita liberal – acreditando até na
ressurreição dos mortos – mas os saduceus, que representavam a elite e a oficialidade do Templo.
Sem duvida, Jesus deve ter tido seus conflitos com os fariseus, sobretudo com os mais legalistas, mais atentos à letra da Lei que ao espírito da Lei, mas
não a ponto de eles serem os grandes inimigos do Mestre. Tanto assim que não se fala no envolvimento de nenhum fariseu durante o processo que
levaria Jesus à condenação e à morte na cruz. Na verdade, muitos tinham sido tão amigos de Jesus que o convidaram para comer em suas casas.
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A postura dos evangelistas contra os fariseus foi tão dura que “fariseu” virou sinônimo de “hipócrita”, palavra que puseram na boca de Jesus contra os
fariseus. Agora uma coisa parece certa: se Jesus não pertencesse de algum modo ao grupo dos fariseus, estes não teriam perdido tempo discutindo com
ele; simplesmente o teriam desprezado ou o teriam ignorado, como mais um louco que se fazia passar pelo Messias.
Hoje a verdade é muito diferente. Poucos sabem, por exemplo, que boa parte das afirmações atribuídas a Jesus já pertenciam à doutrina liberal dos
fariseus. Por exemplo, a famosa frase de Jesus, “ o sábado foi criado para o homem e não o homem para o sábado”, usada pelos fariseus para
contrapor-se aos grupos mais tradicionais, que faziam da lei sabática algo estritamente formal. Igualmente, a regra de ouro, “Não façais aos outros o
que não quiserdes que os outros vos façam”, vinham da doutrina farisaica, para ser mais preciso, estes ensinamentos vinham da escola do grande sábio
Hillel avô de Gamaliel citado no livro das Atos dos Apóstolos, escola esta que defendia o espírito da TORAH (Lei) e não a letra da TORAH. Ao
mesmo tempo que os fariseus recusavam a pratica do “olho por olho e dente por dente”, também questionada Por Jesus ao pregar o contrario, o perdão
e o amor aos inimigos.
Acontece que os fariseus, além das normas escritas da Lei, defendiam uma tradição oral não codificada e nem escrita, em que constava, por exemplo,
que a circuncisão realizada no oitavo dia não violava o sábado. Mesmo as questões de maior controvérsia entre Jesus e os fariseus eram tópicos
doutrinários já em discussão entre os vários grupos de fariseus, que tinham diferentes interpretações das leis e tradições judaicas. Tais discussões de
Jesus com os diferentes grupos de fariseus vêm provar que, mesmo que Jesus não pertencesse estritamente è seita dos fariseus, ele, no mínimo, a
conhecia bem a fundo e adotara muitas de suas doutrinas.
A doutrina pregada por Jesus não era totalmente nova e original. O fato é que quase nenhuma das afirmações feitas por Jesus é totalmente original.
Nem sequer a do amor aos inimigos. Tudo isso já aparecia em algum dos textos da literatura rabínica que recolhem as discussões dos diferentes grupos
religiosos judaicos sobre a interpretação da TORAH (Lei).
Jesus sempre atacou a interpretação estreita e legalista de certos textos das Escrituras e das Leis feita pelo grupo conservador dos saduceus, algo
semelhante ao que ocorre hoje nas igrejas cristãs relativo as várias interpretações das Escrituras.
O que deve ser verdade, sim, é que Jesus defendeu com mais força e mais amplamente uma doutrina farisaica livre de suas interpretações mais
legalistas. Jesus fugia de tudo que fosse submissão à letra da Lei, valorizando o espírito da Lei. Um exemplo típico é a lei sabática. Jesus nunca foi
contra o preceito do descanso sabático, e sim contra sua degeneração que criava caricaturas, algumas das quais ainda vigoram entre os judeus
ortodoxos mais tradicionais, que por exemplo, não podem acender a luz elétrica ou dar a corda no relógio, no sábado, porque o consideram um
trabalho.
Mas o espírito da Lei sabática era muito positivo. Tratava-se de proibir qualquer atividade que impedisse o individuo de dedicar o dia do Senhor à
oração e à meditação. Não era permitido nem mesmo cozinhar neste dia para não roubar tempo às atividades do espírito. Por isso, cozinhava-se no dia
anterior. Algo parecido com o que, na verdade, deveria ser o descanso dominical para os cristãos,copiado, sem duvida, dos costumes judaicos, mas que
acabou desvirtuado, chegando-se ao absurdo de às vezes se trabalhar mais no domingo, ou de se fazer de tudo no domingo menos dedicar-se ao espírito
e as coisas do espírito. Hoje, Jesus sem duvida atacaria o domingo, como fez em sua época para com o sábado judaico.
No tempo de Jesus, também os saduceus levaram o descanso sabático a tais extremos de rigidez que, se um burro caísse num buraco, o camponês tinha
que deixa-lo morrer, mesmo que ele fosse sua única riqueza, sendo-lhe proibido resgata-lo, já que isso significaria trabalhar. Ou, se alguém tivesse
fome no sábado, como aconteceu com Jesus e seus discípulos, não poderia colher espigas do campo para sacia-los. Por causa disso, já existiam na
época cerca de quarenta exceções à regra, para evitar alguns dos absurdos e exageros defendidos pelos saduceus.
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Jesus, portanto, não foi um judeu iconoclasta que atacou a religião de seus pais e de seu povo. Ele criticou, sim, os exageros dos que se diziam
puritanos na aparência daquele tempo, que punham – como fazem ainda hoje não poucos religiosos – os preceitos jurídicos das leis acima do espírito
que elas representavam, sujeitando a elas a consciência das pessoas.
Quem foi o sábio Hillel Fundadores das escolas conhecidas por seus nomes (Bet Hillel e Bet Shamai), ambos envolveram-se em numerosas discussões e controvérsias a
respeito da lei judaica. Viveram no século I a.C. e começo do século I d. C. O Talmud registra 316 controvérsias entre as escolas de Hillel e Shamai;
deste número, somente 55 vezes a escola de Shamai fez regras mais leves do que a escola de Hillel. Esta última, ou seja, a escola de Hillel era mais
pacificadora, porque seu fundador estabeleceu um padrão indulgente, sem desviar-se da Lei. Hillel dizia: “Seja dos discípulos de Aarão, ama a paz e
busca a paz, ama as criaturas e aproxima-as da Torah”. Hillel, também chamado Hillel hazaken, nasceu na Babilônia por volta de 30 a.C. e morreu na
Judéia por volta de 20 d. C. Foi um dos maiores mestres fariseus de todos os tempos, e sua ética serviu de fundamento ao judaísmo rabínico. Sua busca
da Chochmah (sabedoria) era orientada no sentido da virtude, e sua própria forma de praticá-la tinha um enorme peso para o povo judeu, que sempre
buscava imitar Hillel quanto ao amor fraternal, à paz, à humildade e à benevolência. Chegado à terra de Israel, proveniente da Babilônia, aos 40 anos,
Hillel pagava a metade de seus ganhos diários como trabalhador comum ao porteiro, para poder entrar na academia Shemaiá e Avtalion. Na Palestina,
gozou de relativa simpatia entre os herodianos, pois não se deixou fascinar pelas especulações apocalípticas, nem pelos impulsos de caráter
messiânicos desatados mais tarde entre os zelotes.
Hillel viveu numa época de transição e mudanças. Durante o período herodiano, os sistemas legais e as instituições jurídicas entraram em crise e
perderam muito de sua antiga força coercitiva. Com o tempo, Hillel tornou-se um discípulo devotado. Em determinada ocasião, os chefes do judaísmo
não conseguiram resolver uma questão da Lei, e Hillel o conseguiu. Tornou-se Nassi, presidente do Sahedrin, o grande conselho jurídico e religioso de
Jerusalém, ou seja, Presidente do Sinédrio. Uma vez, um eco celestial testemunhou que, se sua geração tivesse feito jus a isto, s Presença Divina teria
repousado sobre ele, para torná-lo um profeta; quando morreu, foi elogiado como piedoso, modesto e “discípulo de Esdras”. Foi Hillel quem pela
primeira vez, ensinou a Regra de Ouro da Torah a um candidato à conversão, ou seja, um resumo sucinto da Torah e do judaísmo: “ Não faças a outros
o que não queres que te façam. Esta é toda a Torah, o resto é comentário”. Hillel promulgava normas e ensinava a doutrina baseando-se mais na
lógica e na dedução racional que na tradição e nas autoridades. Consultado sobre um caso de divergências entre as legislações relativas à festa da
Páscoa e ao cumprimento do Shabat, Hillel se entregou ao estudo das Escrituras, porém seus interlocutores não admitiram os “argumentos da
Escritura” e não aceitaram sua proposta, enquanto não fez referência à tradição e ao ensinamento recebido de seus mestres Shemaiá e Avtalon. Hillel
criou as condições para a possibilidade de controle racional da Torah.
A interpretação e a aplicação da lei em seu sentido literal puro podem, em algumas ocasiões, ser contrárias ao verdadeiro espírito da lei, simplesmente,
por exemplo, porque mudaram as circunstâncias históricas para as quais a lei tinha sido criada. Por isso Hillel promulgava novos decretos, seguindo
para cada caso as exigências do momento. Não se importava em mudar, se fosse preciso, a letra da lei, contanto que salvasse seu sentido e seu fim
primordial. Os rigoristas adversários de Hillel podiam reprova-lo porque, insistindo na interpretação racional da Torah, desatendia à exigência do
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cumprimento efetivo da lei. Hillel respondia com o argumento de que sua interpretação racional tornava possível salvar a validez e a aplicabilidade da
lei a novos tempos e a novos lugares da diáspora judaica, que, de outro modo, não aceitariam a aplicação de leis de tempos remotos, pensadas para o
âmbito da terra de Israel. Ante as novas situações não previstas no direito judaico vigente, Hillel promulgava novos decretos, inclusive naqueles casos
em que a nova normativa não estava ainda baseada numa Halachá Bíblica, pois o desenvolvimento exegético de Halachá ainda não tinha terminado de
fundar uma nova normativa para a antiga legislação bíblica. Hillel foi um homem de caráter santo, praticava a sinceridade, a modéstia e a humildade
em sua vida privada. Conforme um Midrash, ele viveu 120 anos (o mesmo tempo da vida de Moisés), e sua vida foi dividida em três períodos: até os
40, foi trabalhador na Babilônia; de 40 a 80, estudou na Terra de Israel; dos 80 em diante, foi Nassi, presidente ou príncipe do Sinédrio em Jerusalém.
Um de seus mais conhecidos e vigorosos pensamentos éticos e morais é:
“ Se eu não for por mim, quem será por mim? Mas, se eu for só por mim, o que sou eu? E, se não agora, quando?”
A Regra de Ouro ou Regra Áurea que já citamos acima de autoria de Hillel é uma evolução progressiva de Leviticos 19:18,33,34. Segue texto:
Leviticos 19: 18 Não te vingarás, nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o SENHOR.
Leviticos 19: 33 Se o estrangeiro peregrinar na vossa terra, não o oprimireis. 34 Como o natural, será entre vós o estrangeiro que peregrina convosco; amá-lo-eis como a vós
mesmos, pois estrangeiros fostes na terra do Egito. Eu sou o SENHOR, vosso Deus.
Estes versículos deram origem a Regra de Ouro:
“ Não faças a outros o que não queres que te façam. Esta é toda a Torah, o resto é comentário” Talmud Shabat 31ª,
Deste contexto deduz-se que o conceito de próximo não compreende somente os israelitas, infelizmente muitos cristãos pensam que quem criou o
resumo da Lei foi Jesus, porém isto é um erro e uma injustiça sem precedentes, e pior ainda defendem às vezes que Jesus é o Messias baseados em tal
afirmação “ não, porque Jesus resumiu a Lei em dois mandamentos”. Espero ter colaborado com os textos acima extraído de livros que você pode
consultar na bibliografia.
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Paralelos entre Jesus e a escola do rabino fariseu Hillel
Hillel Disse... Jesus Disse...
1) A ESCOLA DE HILLEL DISSE:
"se alguém busca te fazer o mal, farás bem em orar por ele".
(Testamento de Yossef XVIII.2).
2) A ESCOLA DE HILLEL DISSE:
Em Menahot 4, no Talmud, encontramos o Rabino Shamai querendo fazer tsitsit mais
largos do que os seguidores da Escola de Hillel.
(Menahot 4).
3) A ESCOLA DE HILLEL DISSE:
"Se o mundo inteiro estivesse reunido para destruir o yud, que é a menor letra da Torá,
eles não seriam bem sucedidos" (Canticos Rabá 5.11; Leviticus Rabá 19). "Nenhuma
letra da Torá jamais será abolida" (Exodus Rabá 6.1).
4) A ESCOLA DE HILLEL DISSE:
"Aquele que é misericordioso para com os outros receberá misericórdia do Céu"
(Talmud - Shabat 151b; - compare com);
5) A ESCOLA DE HILLEL DISSE:
"Eles falam 'Remova o cisco do seu olho?' Ele retrucará, 'Remova a trave do seu
próprio olho" (Talmud - Baba Bathra 15b).
6) A ESCOLA DE HILLEL DISSE:
"É lícito violar um Shabat para que muitos outros possam ser observados; as leis
foram dadas para que o homem vivesse por elas, não para que o homem morresse
por elas." Todas as seguintes coisas eram lícitas no Shabat, segundo a escola de Hillel
(os p'rushim que debatiam com JESUS certamente eram da escola de Shamai): salvar
vidas, aliviar dores agudas, curar picadas de cobra, e cozinhar para os doentes (Shabat
18.3; Tosefta Shabat 15.14; Yoma 84b; Tosefta Yoma 84.15)
1) O RABINO JESUS DISSE:
"Eu vos digo ainda: Amai aos inimigos de vocês, e orai pelos que vos
perseguem;" (Mateus 5:44).
2) O RABINO JESUS DISSE:
"Todas as suas obras eles fazem a fim de serem vistos pelos homens; pois
alargam as tiras dos seus tefilin, e aumentam os tsitsiyot dos seus mantos;"
(Mateus 23:5).
3) O RABINO JESUS DISSE:
"17 Não penseis que vim abolir a Torá ou os profetas; não vim abolir, mas
torna-los plenos. 18 Amen, e eu vos digo pois que, até que o céu e a terra
passem, de modo nenhum passará da Torá um só Yud ou um só traço, até
que tudo seja cumprido." – (Mateus 5:17-18).
4) O RABINO JESUS DISSE:
"Benditos os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia." -
(Mateus 5:7).
5) O RABINO JESUS DISSE:
"E por que vês o cisco no olho do teu irmão, e não reparas na trave que está
no teu olho?" – (Mateus 7:3).
6) O RABINO JESUS DISSE:
27 E acrescentou: O sábado foi estabelecido por causa do homem, e não o
homem por causa do sábado; 28 de sorte que o Filho do Homem
(HOMEM) é senhor também do sábado. (MARCOS 2:27-28)
" 4 Então lhes perguntou: É lícito no Shabat fazer bem, ou fazer mal? salvar
a vida ou matar? Eles, porém, se calaram."– (Marcus 3:4).
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7) A ESCOLA DE HILLEL DISSE:
"o Shabat foi feito para o homem, e não o homem para o Shabat," também aparece em
material rabínico (Mekilta 103b, Yoma 85b). Além disto, os Rabinos da escola de
Hillel frequentemente citavam Hoshea (Oséias) 6:6 para argumentar que ajudar os
outros era mais importante do que observar ritos e costumes (Suká 49b, Deuteronomy
Raba em 16:18, etc.),
8) A ESCOLA DE HILLEL DISSE:
A respeito dos exageros nos rituais de purificação, um rabino da escola de Hillel,
Yohanan ben Zakai, contemporâneo de JESUS, disse: "Na vida não são os mortos que
te fazem impuros; nem é a água, mas a ordenança do Rei dos Reis, que purifica."
9) A ESCOLA DE HILLEL DISSE:
A Escola de Hillel também teve disputas com Saduceus a respeito da questão da
ressurreição dos mortos. Veja o que o rabino Gamaliel, neto de Hillel e contemporâneo
de JESUS, disse, referindo os Saduceus a Devarim (Deuteronômio) 11:21 ou Shemot
(Êxodo) 6:4, ". . . a terra que o ETERNO jurou dar aos seus pais," o argumento é
lógico e convincente: "Os mortos não podem receber, mas eles viverão novamente
para receber a terra " (Talmud - Sanhedrin 90b)
10) O PRÓPRIO HILLEL DISSE:
"Sejam discípulos de Aaron, amando a paz e perseguindo a paz, amando as pessoas e
as trazendo para perto da Torá" (m.Avot 1:12)
11) A "REGRA DE OURO" DE HILLEL:
"...e [Hillel] disse a ele "Não faça aos outros o que não deseja que façam a você: esta é
toda a Torá, enquanto o resto é comentário disto; vai e aprende isto." (b.Shab. 31a)
Esta regra, que era a base de todo talmid (discípulo) da escola de Hillel, é citada
explicitamente por JESUS em MatitiYahu 7:12:
12) HILLEL DISSE:
“Ele Hillel costumava dizer: Aquele que procura engrandecer o seu nome, há de
perdê-lo. E aquele que não aumenta sua sabedoria perecerá.
( I MISHNÁ 13)
7) O RABINO JESUS DISSE:
"E prosseguiu: O Shabat foi feito por causa do homem, e não o homem por
causa do Shabat." – Marcus 2:27
8) O RABINO JESUS DISSE:
14 Convocando ele, de novo, a multidão, disse-lhes: Ouvi-me, todos, e
entendei. 15 Nada há fora do homem que, entrando nele, o possa
contaminar; mas o que sai do homem é o que o contamina.
(MARCOS 7:14-15)
9) O RABINO JESUS DISSE:
"Mas que os mortos hão de ressurgir, o próprio Moshe o mostrou, na
passagem a respeito da sarça, quando chama ao ETERNO ; Elohim de
Avraham, e Elohim de Yits'chak, e Elohim de Ya'akov. Ora, ele não é
Elohim de mortos, mas de vivos; porque para ele todos vivem." Lucas
20:37-38
10) O RABINO JESUS DISSE:
" Benditos os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Elohim."
– (Mateus) 5:9
"Uma nova mitsvá vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu
vos amei a vós, que também vós vos ameis uns aos outros." (João 13:34).
11) O RABINO JESUS DISSE:
"Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho
também vós a eles; porque esta é a Torá e os profetas." (Mateus) 7:12
12) O RABINO JESUS DISSE:
Mateus 16:25 Porquanto, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; e quem
perder a vida por minha causa achá-la-á.
Mateus 23:12 Quem a si mesmo se exaltar será humilhado; e quem a si
mesmo se humilhar será exaltado.
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O que é a Torah oral ou Tradição dos Pais Sabe-se que na época de Jesus, os judeus pertenciam a grupos religiosos diversos e, às vezes, opostos; nesse caso estavam sobretudo os fariseus e os
saduceus. Há, na teologia farisaica, um ponto fundamental, cuja importância positiva ultrapassa a controvérsia com os saduceus ou qualquer outro
grupo: é a existência da Tradição de Israel, recebida e transmitida como Palavra de Deus, a que os fariseus dão o nome de Torah oral. É uma pena que
esse ponto seja frequentemente desconhecido em meio não judeu e por conseqüência no mundo cristão. Da mesma forma, o Evangelho, antes de ser
consignado por escrito, foi anunciado e pregado: I Corintios 15: 1 Irmãos, venho lembrar-vos o evangelho que vos anunciei, o qual recebestes e no qual ainda perseverais; 11 Portanto, seja eu ou sejam eles, assim pregamos e
assim crestes.
Os fiéis acolheram esse Evangelho oral como Palavra de Deus: “ I Ts 2: 13 Outra razão ainda temos nós para, incessantemente, dar graças a Deus: é que, tendo vós recebido a palavra que de nós ouvistes, que é de Deus, acolhestes não como
palavra de homens, e sim como, em verdade é, a palavra de Deus, a qual, com efeito, está operando eficazmente em vós, os que credes.”
Como é possível, então, que o Evangelho tenha sido anunciado como Palavra de Deus, como Torah, por judeus a judeus? Não foi por que esses judeus
tinham uma visão da Torah, que tornava possível e compreensível esse fato? Não basta responder sim a essa pergunta; vale a pena dizer por quê; e por
que razão se deve valorizar o vínculo entre o Evangelho e a Torah oral dos fariseus. A Torah, a Palavra de Deus que os mestres fariseus ensinam ao
povo de Israel, já antes do tempo do Novo Testamento, não é apenas a Escritura, a Torah escrita. Compreende também, e antes de tudo, a Tradição que
deve ser denominada de Torah oral. A oralidade da Tradição é a de uma Palavra que é, na origem, recebida de Deus, que dá e alimenta a vida. O campo
da oralidade não se reduz, pois, ao que é dito pela boca e escutado pelo ouvido; estende-se a toda a experiência de vida. A convicção farisaica de que a
Tradição, discutida e examinada, deva chamar-se Torah, propagou-se em Israel, com continuidade autêntica, até os nossos dias. Ela se expressou de
muitas maneiras e através de múltiplas formulações não passíveis de organização em sistema, mas que revelam uma teologia consciente e coerente.
Quando os mestres de Israel se reúnem, depois da destruição do Templo, ano 70 da era cristã, em torno de Rabban Yohanan bem Zakkai, e depois,
Rabban Gamaliel, neto de Gamaliel – o mestre do apostolo Paulo -, sua maior preocupação é reconstruir a unidade do povo em torno da unidade da
Torah. Os problemas postos pela Escritura, a Torah escrita, são secundários em relação aos apresentados pela Tradição, a Torah oral. Esta,
efetivamente, marcada pelas divisões que desfiguraram o judaísmo antes da destruição do Templo, foi enfraquecida, mutilada pelos massacres da
guerra, pela morte de muitos mestres e discípulos, transmissores da Torah oral. É preciso reorganizar essa Torah oral em torno e a partir de uma
coletânea de tradições, à qual será reconhecida uma autoridade, um valor de referência, muito especiais. Essa coletânea, chamada Mishnah (coisa
estudada e ensinada por repetição), foi redigida de forma oral pelas gerações sucessivas entre os anos 80 e 220 mais ou menos. Publicada oralmente por
seu último redator, Rabbi Yehuda, o Príncipe, a Mishnah - “a nossa Mishnah”, dizem os judeus - apresenta um resumo de tradições relativas a todos os
campos da vida judaica. Certos tratados de Mishnah dão enunciados importantes da fé judaica, por exemplo, da fé na ressurreição dos mortos.
A Toráh Dual do Judaísmo Durante os últimos vinte anos tive a oportunidade de falar a muitos grupos cristãos sobre a tradição religiosa judaica. Quando os perguntei se pudessem
identificar os sagrados textos do Judaísmo, a maioria podia identificar a Toráh. Ulterior sondagem de que entenderam por essa palavra revelava a
tendência geral de pensar de Toráh como o rolo guardado no repositório duma sinagoga. Os melhor informados eram capazes de identificar esse rolo
como contendo o Pentateuco ou os primeiros cinco livros da Bíblia. Nada disso está errado, mas representa um entendimento muito limitado de como o
Judaísmo, pelo menos desde tempos pós-bíblicos, tem entendido o conceito de Toráh.
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Uma Toráh Oral Escrita Desde a antigüidade até o dia de hoje, o Judaísmo olhava não só o Pentateuco nem somente o inteiro corpo da Bíblia Hebraica. Seu cânon abrange uma
larga fila de sagrados Textos que se referem ao Pentateuco como a Toráh Escrita (Toráh Shebiktab) e fala também duma Toráh que não está escrita,
mas sim formulada e preservada na memória. Esta última Toráh está conhecida como a „Toráh Oral" (Toráh Shebe`al¯pé). Posto de maneira simples: o
Judaísmo tradicional mantém que a Toráh foi revelada a Moisés no monte Sinai em dois modos, um escrito e outro oral transmitido pelos profetas e
sábios (daí a referência a Toráh dual no título deste ensaio).
Na sua investigação de muitas fontes rabínicas que se referem à origem e desenvolvimento da Toráh Oral, Schimmel propõe que a lei escrita nunca
podia ter estado sozinha, e que ao mesmo tempo quando a lei escrita foi dada no Sinai, esta deve ter sido acompanhada por uma tradição oral".
De fato, é fácil argumentar que tal visão inerente no próprio caráter da própria Toráh Escrita. Assim, há muitos termos e instruções na Toráh que não
são definidos ou permanecem escuros. Proibindo trabalho no Sábado, a Toráh não define qual trabalho é proibido; mas o termo está elaborado na
Toráh Oral. Lidos sem tradição acompanhante, há também trechos na Bíblia que parecem contraditórios: em Êxodo (12,15), o número dos dias nos
quais deve ser comido pão não-fermentado é sete, enquanto no Deuteronômio (16,8) é seis. Fica deixado para a Toráh Oral tomar conta da divergência.
A Toráh Oral elabora também casos onde leis não são explicitamente estabelecidas. Onde lacunas estão em evidência, ela as enche. Por exemplo, a lei
de divorcio é mencionada somente de passagem no que se refere à instrução de que um homem não deve casar outra vez com sua mulher divorciada
depois de ela tiver casada outra vez e ter divorciada outra vez (Deuteronômio 24,1-4). O condenado ao espancamento não deve receber mais batidas
que as infligidas (Deuteronômio 25,1-3), mas não especifica em lugar algum quais transgressões envolvem punição de espancamento. Parece claro que
o próprio caráter da Toráh Escrita é tal que seria impossível regular a vida sem tradição oral que a acompanhasse desde o início. Seria igualmente
verdade dizer que a Toráh Oral não chegou à plena expressão senão depois do período que seguiu a destruição do Segundo Templo pelos romanos no
ano 70 E.C. (Era Comum), um acontecimento que precipitou uma crise de maiores proporções na vida judaica.
O Fundo Histórico O Templo de Jerusalém, junto com seu sistema de sacrifícios, constituíra o foco do Judaísmo para séculos. Comentando a centralidade do culto de
sacrifícios na vida judaica, Neusner observa (1995:320-321) que „o ciclo do santo tempo estava marcado por sacrifício ... O que fez Israel Israel (sic)
era o centro, o altar; a vida de Israel fluía do altar".
Com a destruição de Jerusalém e do Templo, porém, o foco existente da santa vida judaica desapareceu, o prospeto de religião sem sacrifício teria sido
duro de imaginar. Perderam seu Templo já uma vez antes (em 586 A.E.C.), mas então tinham de esperar somente setenta anos para ele ser
reconstruído. Desta vez porém, considerando a força de Roma e sua determinação de não permitir que o Templo estivesse de pé outra vez, os judeus
podiam facilmente ter decidido que o Judaísmo teria chegado ao fim com a destruição do Templo. Que o não fizeram está largamente devido ao gênio
do Rábi Yohanân ben Zákai e aos sábios que se reuniram em Yábneh, cidade ao leste de Jerusalém, que chegou a ser o novo centro da vida religiosa
judaica.
Yohanân ben Zákai estava preocupado, não só com a sobrevivência do Judaísmo dentro da Palestina, mas também na Diáspora. Se os judeus,
dispersados como estavam por todo o Império Romano, estariam tempo demais isolados da mola principal dos centros religiosos na Palestina,
poderiam bem ter abandonado sua herança judaica. A questão que Yohanân ben Zákai e seus sábios encaravam em Jabneh, era a de como inventar uma
estrutura dentro da qual a identidade religiosa dos judeus podia ser preservada sem o Templo e culto de sacrifícios. O dilema que confrontava ben
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Zákai está graficamente formulado por Max Dimont (1971-141) como segue: “ Que medidas executáveis podia inventar, projetar ou ordenar para
preservar a identidade dos judeus sob essas circunstâncias? E mesmo se fosse bem sucedido, como as podia fazer cumprir sem polícia, sem exército,
sem organização política? Quanto podia confiar no dínamo carismático implantado nos judeus pelas Escrituras canonizadas? Atenderiam à mensagem
que lhes foi inculcada pelos profetas? O nacionalismo pregado por Ezra iria desintegrar-se ou se manter firme no exílio? Qual agente catalisador seria
necessário para fundir essas efêmeras ideologias numa sociedade judaica estável num mundo gentílico caótico?"
Defronte de tais questões os rábis chegaram a considerar a revelação duma Toráh Oral ao longo daquela da Toráh Escrita. De fato, a importância dessa
idéia para o desenvolvimento do Judaísmo pós-70 E.C. não pode ser superestimado. Neusner (1995:322), então, anota que, com a destruição do
Templo como o lugar de santidade dentro da sociedade judaica, "O Judaísmo da Toráh dual continua um ideal gêmeo: santificação da vida cotidiana
(meu relevo) no aqui e agora, o que plenamente realizado conduziria a salvação de todo o Israel no tempo a vir. Mas o quê ficou a ser santificado, já
que o Templo fora santificado pelo seu culto, e agora que o Templo se fora? Um lugar de santificação durava além de 70: o santo povo mesmo."
Assim, enquanto nos tempos do Templo a veneração era concentrada no culto de sacrifícios, agora a própria vida era para chegar a ser um ato de
venerar Deus através da aplicação da Toráh Oral e seus ensinamentos à vida cotidiana do judeu. Esses desenvolvimentos não ocorreram num vácuo
teológico ou histórico, tendo, de fato, suas raízes nas reformas introduzidas na vida judaica por Ezra, durante o início do período do Segundo Templo.
Era ele que começou a tarefa de organizar a comunidade judaica em Judéia ao redor das exigências da Toráh e pôs os fundamentos para o
desenvolvimento do Judaísmo como uma religião de escritura. Ezra está sendo freqüentemente chamado de o pai do Judaísmo porque os seus esforços
para popularizar o ensino e interpretação da Toráh iniciaram uma tendência na vida judaica que produziu uma nova classe de líderes religiosos,
conhecidos como soferím (escribas). Recebendo sua tarefa de Ezra, dedicaram-se à correta interpretação da Toráh para garantir que ela pudesse
propriamente ser aplicada à vida diária do povo e às variáveis circunstâncias desta. Os soferím, em conseqüência disso, chegaram a ser considerados
como tendo colocado dentro do Judaísmo os fundamentos para a Toráh Oral. Como os soferím, os Fariseus consideravam-se como os tradicionais
seguidores de Ezra, sua crença na existência da Toráh Oral e aderência nela são claramente atestadas nas escritas de Josefo. Todavia, foi a destruição
do Segundo Templo que proveu o ímpeto para a Toráh Oral ocupar o papel definitivo no desenvolvimento da vida judaica pós-70 E.C.
A literatura da Toráh Oral Embora falemos duma Toráh Oral, esta tradição encontra expressão numa vasta formação de escritos rabínicos. Além disso, esse corpo literário pode
ser dividido em duas grandes categorias. A primeira contém aquilo que conhecemos como tradição halahica ou legal do Judaísmo. O texto básico e
ponto de partida desta tradição é a Mishnáh, uma obra composta ao redor do ano 200 E.C. no país de Israel. Na Mishnáh, diz Neusner (1995:328):
"Ouvimos uma única mensagem forte. É a mensagem dum Judaísmo que responde a uma única concisa questão referente à duradoura santificação de
Israel, do povo, do País, do modo de viver. O quê, na outonada da destruição do santo lugar e santo culto, remanesceu da santidade do ... Santo País, e,
sobre tudo, do santo povo e do seu santo modo de vida? A resposta: Santidade persiste, indestrutível, em Israel, no povo, no seu modo de vida, no seu
País, no seu sacerdócio, na sua comida, no seu modo de sustentar vida, na sua maneira de procriar e assim manter a nação. Essa santidade vai durar. E a
Mishnáh expôs a estrutura da santificação. Detalhou o que significa viver uma vida santa."
Ao ser registrada, a Mishnáh chegou a ser objeto de estudo ulterior, de comentário e de amplificação; um processo que deu origem a dois Talmuds. O
Talmud de Jerusalém (Talmud Yerushalmi) era produto do país Israel cerca 400 E.C. Cerca de cem anos mais tarde, o Talmud Babilônico (Talmud
Babli) nasceu. Descrevendo seu impacto na vida judaica, Neusner observa (1995:328) que o último Talmud: "junto com seus comentários, códices de
lei dele derivando e instituições de administração autônoma apoiando-se nele, tem definido a vida da maioria dos judeus e o sistema judaico que
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prevalecia como normativo. Sua bem sucedida definição dos essenciais do Judaísmo depende da sua convincente força da sua explicação do que é ser
judeu, o quê quer dizer ser Israel, e como o santo povo deve elaborar sua vida no aqui e agora para conseguir salvação no fim do tempo."
A tradição halahica não terminou com o Talmud, comentários ou códigos de lei aos quais deu surgimento. Da necessidade de tratar novos assuntos e
situações emergiu mais um corpo de lei judaica que também faz parte da Toráh Oral – a literatura dos Responsa. Como o nome diz, ela consiste de
réplicas a questões específicas dirigidas a autoridades rabínicas, e que chegou a ser a maior fonte de precedente halahico. Dentro da literatura dos
Responsa encontram-se também referências a assuntos de teologia, movimentos históricos e controversas religiosas. Os Responsa começaram depois
da compilação do Talmud Babilônico, quando os sábios receberam pedidos escritos para explicações de passagens talmudicas escuras e para decisões
sobre assuntos de significância prática. Rábis ortodoxos trabalham hoje numa tradição muito semelhante, tratam questões sobre uma larga faixa de
assuntos contemporâneos, inclusive maternidade de aluguel, eutanásia no caso de alguém estar numa máquina de manter vivo, engenharia genética,
transplantes e cirurgia transexual. Os Responsa chegaram a ser o caminho definitivo a conseguir decisões de Rábis, bem como o meio pelo que a
tradição halahica continua encontrando expressão dentro da vida judaica contemporânea.
A Toráh Oral consiste também duma expansiva coleção literatura não-halahica chamada de agadáh. Essa tradição agádica está composta de escritos
rabínicos não-legais, que incluem comentários bíblicos, parábolas, anedotas, legendas, folclore, ensinamentos éticos, aforismos e especulação
teológica. O maior repositório da tradição agádica é a literatura do Midrash, compilada largamente na Palestina durante vários séculos. Este material
deriva de homilias e sermões proferidos por sábios em sinagogas e academias. O termo midrash (literalmente: busca) refere ao extrair de versos
bíblicos sentidos além do literal. Tipicamente, então, midrash interpreta um texto bíblico ou grupo de textos de acordo com sua relevância ou
significado contemporâneos. De passagem seja notado que a literatura midrash, que trata de versos legais da Bíblia pertence àquela parte da Toráh Oral
que compreende a tradição halahica do Judaísmo.
A autoridade da Toráh Oral Dada a centralidade da Toráh Oral no Judaísmo, resta, finalmente, inquirir a fonte de sua autoridade dentro da estrutura da vida e tradição judaicas.
Poder-se-ia argumentar que fé na origem sinaítica da Toráh Oral seria suficiente para estabelecer seu papel autoritativo. Essa fé, porém, não está
inteiramente sem problema. Quando várias fontes que tratam da natureza da revelação sinaítica são postas lado a lado, está-se sendo confrontado com
pontos de vista que parecem estar em contradição direta um com o outro.
O Talmud de Jerusalém (tratado Peah 2:4), por exemplo, alega que aquilo que foi revelado a Moisés no Sinai não era somente o Pentateuco mas
também a Mishnáh, as discussões talmúdicas, a tradição agádica e "mesmo o que um estudante maduro pudesse expor perante seu professor no futuro"
(minha ênfase). Isso sugere que a autoridade da tradição oral derive da fé de que uma linha direta e imediata possa ser traçada do corpo inteiro da
Toráh Oral (incluindo todo conhecimento futuro) para a revelação original no Sinai. Isso, porém, leva Schimmel a perguntar (1971:27): "os Sábios não
fizeram contribuição alguma à Lei Oral? E era tudo que disseram um mero eco da tradição que receberam no Sinai?" O preciso intento da declaração
talmúdica não está inteiramente claro, nem é evidente por si mesmo.
Além disso, a declaração radical no Talmud de Jerusalém parece contradizer uma afamada história no Talmud Babilônico (tratado Baba Mezia 59b).
Aqui lemos duma disputa rabínica referente a um ponto especial da lei judaica. Para provar que estaria certo, um dos protagonistas, Rábi Eliezer, pediu
uma intervenção divina, e conta-se que uma alfarrobeira desarraigou-se e um rio fluiu para trás. Quando, porém, isso não moveu seu oponente, Rábi
Joshua, Rábi Eliezer pediu ao Céu que testificasse que sua visão era a correta, nesse momento uma voz do Céu gritou que estaria ao lado de Rábi
Eliezer. Ao que Rábi Joshua proclamou "não está no céu!" O Talmud explica que isso significa que a Toráh já tinha sido transferida no Sinai, e que a
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partir desse momento decisões halahicas estariam baseadas em opiniões majoritárias dos sábios. Nessa história, então, há uma insistência no fator
humano na interpretação e desenvolvimento da Toráh Oral.
A julgar pela aparência, pareceria que a história contradiz à anteriormente citada declaração do Talmud de Jerusalém. Outra história, porém, contada
no Talmud Babilônico (tratado Menahot 29), representa algo de atitude harmonizante que reconcilia essas duas aproximações. Neste caso lemos de
Moisés sendo transportado ao futuro onde se encontra sentado na academia do grande Rábi Akiva. Incapaz de seguir a discussão, ficou triste. Em certo
momento os discípulos de Akiva perguntaram a este: Rábi, de onde derivas este ensino?" Na réplica, respondeu: "Isso é um regulamento passado para
baixo por Moisés do Sinai." Ouvindo isso, Moisés sentiu-se aliviado. Essa história paradoxal mostra como os rábis estavam cônscios da natureza do
processo halahico, sabiam que leis atribuídas a Moisés estariam de fato irreconhecíveis para ele. Isso, porém, não diminui a autenticidade das leis nem
a justeza da sua atribuição. Em outras palavras: a Toráh Oral está sendo considerada um como contínuo processo consistente estendendo-se do Sinai
até o presente.
Isso, então, permanece a posição definida do Judaísmo Ortodoxo até o dia de hoje, a Toráh Oral forma parte integral da revelação divina e é, por isso,
considerada como normativamente obrigatória. Todavia, a autoridade da tradição oral, nomeadamente a tradição halahica, é o único maior assunto que
divide os vários grupos denominacionais dentro do mundo religioso judeu hoje.
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Bibliografia: 1. O que Jesus disse? O que Jesus não disse? Bart D. Ehrman. Editota Prestigo/Ediouro
2. Verdades e mentira sobre o chamado Jesus. Aderbal Pacheco. Editora DPL.
3. A face oculta das religiões. José Reis Chaves. Editota Martin Claret.
4. O evangelho perdido de “Q” e as origens cristãs. Burton L. mack. Editota Imago.
5. Ditos primitivos de Jesus. Uma introdução ao ‘proto-evangelho de ditos”Q”. Santiago Guijarro Oporto.
6. As várias faces de Jesus. Geza Vermes. Editora Record.
7. A paixão. Geza Vermes. Editora Record.
8. Natividade. Geza Vermes. Editora Record.
9. Quem é quem na época de Jesus. Geza Vermes. Editora Record.
10. Jesus dentro do judaísmo. James H. Charlesworth. Editora Imago.
11. O judaísmo e as origens do cristianismo III. David Flusser. Editora Imago.
12. Quem matou Jesus. John Dominic Crossan. Editora Imago.
13. A Dinastia de Jesus. James D. Tabor. Editora Ediouro.
14. A ultima semana. Markus Brog e John Dominic Crossan. Editora ...
15. Como ler os evangelhos. Felix Moracho. Editora Paulus.
16. O quinto evangelho de Tomé. Huberto Rohden. Editora Martin Claret.
17. O evangelho de Judas. Bart D. Ehrman.
18. Cristo é a questão. Wayne Meeks. Editora Paulus.
19. Jesus: uma pequena biografia. Martin Forward. Editora Cultrix.
20. Os partidos religiosos hebraicos da época neotestamentária. Kurt Shubert. Editora Paulus.
21. Os manuscritos de qumran e o novo testamento. Gervásio F. Orrú.
22. A comunidade de qumran e a igreja do novo testamento. Karl Hrmann Schelkle. Edições Paulinas.
23. 101 perguntas sobre os manuscritos do mar morto. Joseph A. Fitzmeyer, SJ. Edições Loyola.
24. A odisséia dos essênios. Hugh Schonfield. Editora Mercuryo.
25. Anjos e Messias, messianismos judaicos e a origem da cristologia. Luigi Schiavo. Edições Paulinas.
26. História dos Hebreus. Flavio Josefo. Editora CPAD.
27. Guerras Judaicas. Flavio Josefo. Editora Juruá.
28. História Eclesiástica. Eusébio de Cesáreia. Editora CPAD.
29. A Bíblia de Jerusalém. Editora Paulus.