AÇÕES DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA EM REDUÇÃOE CONTROLE DE PERDAS DE ÁGUA E USOEFICIENTE DE ENERGIA ELÉTRICA
PERDASAPARENTES
Secretaria Nacional de Saneamento
Ambiental - SNSA
VERSÃO REVISADA
2018
MINISTÉRIO DAS CIDADES
Ministro das CidadesAlexandre Baldy de Sant’anna Braga
Secretário ExecutivoSilvani Alves Pereira
Secretário Nacional de Saneamento AmbientalAdailton Ferreira Trindade
Diretor do Departamento de Planejamento e Re-gulaçãoErnani Ciríaco de Miranda
Coordenadora da UGP/SNSAWilma Miranda Tomé Machado
Equipe Técnica do INTERÁGUASAndré Braga Galvão Silveira, José Dias Corrêa Vaz de Lima, Paulo Rogério dos Santos e Silva
Consultor INTERÁGUASAirton Sampaio Gomes
BANCO MUNDIAL
Gerente de ProjetoMarcos Thadeu AbicalilPaula Pedreira de Freitas de Oliveira
INSTITUTO INTERAMERICANO DE COOPERAÇÃO PARA A AGRICULTURA – IICA
Representante do IICAJorge Hernán Chiriboga
Equipe Técnica IICACristina Costa, Kilmara Ramos, Gertjan Beekman
CONSÓRICO WMI - NG INFRA - SAGE
Equipe TécnicaAlexandra De Nicola, Alexandre Savio Pereira Ramos, Álvaro José Menezes da Costa, Ana Lú-cia Floriano Rosa Vieira, Andrey Barbosa Dantas Souza, Augusto Nelson Carvalho Viana, Bertrand Dardenne, Cássio Caçula de Lima, Clênio Alberto
Argôlo Lopes, Diogo da Fonseca Reis, Eduardo Augusto Ribeiro Bulhões Filho, Eudes de Olivei-ra Bomfim, Fátima Carteado, Franz Bessa da Silva, Geraldo Prado de Almeida, Hamilton Pollis, He-ber Pimentel Gomes, Hudson Tiago dos Santos Pedrosa, Hugo Fagner dos Santos Pedrosa, Ítala Gomes dos Santos Jesus, Jair Jackson Dias Santi-les, Jairo Tardelli Filho, Jardel Almeida de Oliveira, Jean Morillas, João Gustavo Ferreira Junior, João Roberto Rocha Moraes, José Fabiano Barbosa, Julian Thornton, Ksnard Ramos Dantas, Leandro Moreira, Lineu Andrade de Almeida, Luís Carlos Rosas, Luís Guilherme de Carvalho Bechuate, Luiz Fernando Rainkober, Mariana Freire dos Santos, Maurício Alves Fourniol, Maurício André Garcia, Michel Vermersch, Milene Cássia França Aguiar de Salvo, Nilson Massami Taira, Paula Alessandra Bo-nin Costa Violante, Paulo Cezar de Carvalho, Pedro Frigério Paulo, Pedro Gilberto Rodrigues da Mota, Pedro Paulo da Silva Filho, Pertony Ribeiro Gui-marães, Rodolfo Alexandre Cascão Inácio, Rodrigo Andrade de Matos, Rodrigo Martin Teresi, Sílvio Henrique Campolongo, Thatiane Medeiros Soares de Almeida, Vinicius Kabakian, Wantuir Matos de Carvalho, Wellington Luiz de Carvalho Santos
Coordenação editorialAlexandra De Nicola (MTb 23.341-SP), Rodolfo Alexandre Cascão Inácio
RedaçãoAlexandra De Nicola, Andrey Barbosa Dantas Sou-za, Eduardo Augusto Ribeiro Bulhões Filho, João Gustavo Ferreira Júnior, Ksnard Ramos Dantas, Luís Guilherme de Carvalho Bechuate, Maurício Alves Fourniol, Rodolfo Alexandre Cascão Inácio.
RevisãoAirton Sampaio Gomes, Alexandra De Nicola, An-dré Braga Galvão Silveira, José Dias Corrêa Vaz de Lima, Maurício Alves Fourniol, Rodolfo Alexandre Cascão Inácio
DiagramaçãoÍtala Gomes dos Santos Jesus, Wellington Luiz de Carvalho Santos
Agosto/2018
Sumário1. A SISTEMATIZAÇÃO DO PROJETO – METODOLOGIA E ESTUDOS DE CASO .......................................5
1.1 O registro do projeto COM+ÁGUA.2 .......................................................................................................5
2. AS PERDAS APARENTES .........................................................................................................................62.1 Aspectos Conceituais ...................................................................................................................................62.2 Evolução na última Década.......................................................................................................................8
3. Metodologia ......................................................................................................................................... 113.1 Detalhamento da Metodologia da AT 3 ............................................................................................. 113.2 Desenvolvimento do Cadastro Comercial ......................................................................................... 12
3.2.1 Uma abordagem sobre suas conexões com as perdas aparentes ..................................... 123.2.2 Amplitudes e Potencialidades de uma Pesquisa e Atualização Cadastral ...................... 14
3.2.2.1 Objetivos Esperados ................................................................................................................ 143.2.2.2 Dinâmica das Demandas de Campo................................................................................... 14
3.2.3 Etapas Metodológicas da Pesquisa e Atualização Cadastral ............................................... 153.2.3.1 Aporte de Ferramentas de Tecnologia da Informação ................................................ 153.2.3.2 Estabelecimento do Layout Cadastral ............................................................................... 163.2.3.3 Preparação da Base Cartográfica ........................................................................................ 193.2.3.4 Envio e Recebimento dos Dados para os Coletores e Respectivos Trabalhos de Campo ................................................................................................................................................... 203.2.3.5 Controle de Qualidade e Atualização dos Dados e Informações ............................. 213.2.3.6 Controle de Mapas e Finalização ........................................................................................ 21
3.3 Desenvolvimento da Micromedição .................................................................................................... 233.3.1 Introdução ............................................................................................................................................. 233.3.2 Os Avanços Normativos .................................................................................................................... 23
3.3.2.1 O advento da NBR 15.538/2014 ......................................................................................... 233.3.2.2 Portaria do INMETRO nº 295, de 29 de junho de 2018 .............................................. 25
3.3.3 O Ponto Nevrálgico da Submedição ............................................................................................ 263.3.4 Histórico das Tecnologias de Micromedição e Tendências de Intensificação de Uso e Aplicação ...............................................................................................................................................273.3.5 Mensuração de Desempenho do Parque de Hidrômetros .................................................... 313.3.6 Levantamento de Perfis de Consumo dos Clientes ................................................................. 313.3.7 Ensaios em Bancada para Determinação da Tendência de Erros de Medição dos Hidrômetros ............................................................................................................................................ 333.3.8 Critérios Norteadores para Dimensionamento de Hidrômetros .........................................373.3.9 A Escolha do Melhor Hidrômetro .................................................................................................. 393.3.10 Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira dos Investimentos em Adequação da Micromedição ........................................................................................................................................... 403.3.11 Plano de Ação de Adequação da Micromedição ................................................................... 41
3.3.11.1 Inovações Tecnológicas na Rotina de Leitura e Totalização de Consumos ....... 443.4 Combate aos Usos Não Autorizados ................................................................................................... 45
3.4.1 Mecanismos de Combate aos Consumos Não Autorizados .................................................. 49
4. DESAFIOS PARA MELHORIA DE DESEMPENHO NOS PRESTADORES ............................................ 56
Lista de FigurasFigura 1 Análoga da “Cruz de Lambert” para as Perdas Aparentes ................................................................. 7Figura 2 Fluxo de Processos de Controle de Perdas Aparentes .......................................................................8Figura 3 Fluxograma para Implantação e Gestão de DMC ............................................................................. 11Figura 4 Demandas do Recadastro .......................................................................................................................... 15Figura 5 Exemplo de Tela de Recadastro .............................................................................................................. 16
Figura 6 Relatório de Situação Antes e Depois do Recadastro ..................................................................... 16Figura 7 Exemplos de Telas de Aplicativo para Dispositivo Móvel Cadastral ...........................................17Figura 8 Exemplos de Telas de Aplicativo para Dispositivo Móvel Cadastral ...........................................17Figura 9 Chaveamento de Quadras ......................................................................................................................... 19Figura 10 Desenho de Lotes no Qgis ...................................................................................................................... 22Figura 11 Fluxograma do Recadastramento ........................................................................................................ 22Figura 12 Pequenos Medidores e suas Características .................................................................................... 30Figura 13 Perfil de Consumo Referencial da NBR 15.538/2014 ................................................................... 32Figura 14 Perfil Típico de Consumo - DMC Feira de Santana ......................................................................... 33Figura 15 resultado de ensaios de verificação de erros .................................................................................. 36Figura 16 Sistema Informático com Análise Econômico-Financeira para Substituição de Hidrômetros ........................................................................................................................... 41Figura 17 Desenvolvimento da Micromedição .................................................................................................... 43Figura 18 Evolução das Ligações Inativas nos Estados - 2006 a 2016 ...................................................... 46Figura 19 Descrição do Procedimento de Combate aos Usos Não Autorizados ...................................... 55
Lista de FotosFoto 1 Recadastro Comercial ..................................................................................................................................... 20Foto 2 Levantamento de Perfil ................................................................................................................................. 32Foto 3 Ensaio de Bancada .......................................................................................................................................... 36Foto 4 Ocupação Irregular de Encosta na Bacia da Represa Guarapiranga ............................................. 48Foto 5 Exemplo de Conjuntos de Ramais Precários ......................................................................................... 48Foto 6 Ações de Mobilização na Comunidade e na Escola ............................................................................. 49Foto 7 Ações de Mobilização na Comunidade e na Escola ............................................................................. 50Foto 8 Ação Integrada entre Polícia Militar e Embasa ..................................................................................... 51Foto 9 Auscultação de Ruídos no Cavalete .......................................................................................................... 52Foto 10 Ação da Operação Burla - Embasa .......................................................................................................... 54
Lista de TabelasTabela 1 Interface do Balanço Hídrico para Dimensionamento dos Volumes de Perdas por Usos Não Autorizados............................................................................................ 13Tabela 2 Ensaios Previstos pela Norma NBR 15.538 ........................................................................................ 25Tabela 3 Vazões Características do Hidrômetro .................................................................................................. 25Tabela 4 Vazões Permanentes ................................................................................................................................... 26Tabela 5 Valores de R ................................................................................................................................................... 26Tabela 6 Valores das Vazões de Transição ............................................................................................................ 28Tabela 7 Resultado de Ensaios de Verificação de Erros ................................................................................... 35Tabela 8 Critérios de Reflexão para Elaboração de um Plano de Manutenção do Parque de Hidrômetros ......................................................................................................................................... 42Tabela 9 Critérios para Seleção de Casos Suspeitos de Usos Não Autorizados ...................................... 53
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1. A SISTEMATIZAÇÃO DO PROJETO – METODOLOGIA E ESTUDOS DE CASO
1.1 O REGISTRO DO PROJETO COM+ÁGUA.2
A metodologia do Projeto COM+ÁGUA.2, para a gestão integrada e participativa visando o combate e o controle das perdas de água e o uso eficiente de energia
elétrica em sistemas de abastecimento de água selecionados na Chamada Pública nº 104/2014, está descrita em seis livretos que compõem o Compêndio Metodológico COM+ÁGUA.2:
• O Projeto COM+ÁGUA.2;• Caderno Temático 1 - Mobilização Social;• Caderno Temático 2 - Perdas Reais;• Caderno Temático 3 - Perdas Aparentes;• Caderno Temático 4 - Gestão da Energia;• Caderno Temático 5 - Planejamento e Gestão.
O primeiro livreto é uma apresentação ge-ral do COM+ÁGUA.2, suas Áreas Temáticas - AT e a integração entre elas, as capacitações ge-rais e em processo e aspectos metodológicos. Os seguintes são dedicados a cada uma das AT, detalhando-as para melhor compreensão e re-plicação da metodologia.
E a aplicação prática do projeto nas duas áreas prioritárias selecionadas na chamada pú-blica, ocorrida por meio de assistência técnica de consultores do Consórcio WMI/NG INFRA/
SAGE às equipes da Companhia Pernambucana de Saneamento - COMPESA e Empresa Baiana de Água e Saneamento S.A. - EMBASA, são apresen-tadas em dois livretos de estudos de caso:
• Estudos de caso – COMPESA;• Estudos de caso – EMBASA.
Juntas, as oito publicações compõem uma caixa de onde se podem sacar oportunidades de conhecer uma metodologia diferenciada, em que a Gestão Integrada & Participativa e a Mobilização Social se apresentam como fatores de mudança cultural a provocar as empresas de saneamento a encontrarem um caminho fértil para o controle e diminuição das perdas em seus sistemas de produção e abastecimento de água.
Boa leitura e uso!
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2.1 ASPECTOS CONCEITUAIS
2. AS PERDAS APARENTES
A s perdas reais e aparentes, têm nature-zas totalmente distintas. Enquanto as perdas reais se caracterizam pela perda do produto, no caso a água, tratada ou não, nos diversos processos, as perdas aparentes corres-pondem ao volume de água consumido, mas não registrado pelos prestadores de serviços de saneamento, decorrente de erros de medição nos hidrômetros, fraudes, ligações clandestinas e falhas no cadastro comercial. Nesse caso, en-tão, a água é efetivamente consumida, mas não é faturada.
A perda real pode ser associada ao custo de produção e distribuição de água ou custo margi-nal da água. Assim, quanto melhor for a eficiência de um sistema em relação às suas perdas reais, menores serão seus marginais. São impactados por esse tipo de perda os custos de energia elé-trica, de produtos químicos, de manutenção de redes e ramais, entre outros. A redução das per-das reais poderá ser valorada por tarifa em uma companhia na medida em que a redução destas perdas possa suprir áreas antes não atendidas. A ponderação desses impactos num programa de redução de perdas depende muito da natureza e das condições estruturais de abastecimento de um determinado sistema, mas configuram ferra-menta importante de argumentação na defesa das ações que se pretenda promover.
As perdas aparentes, por outro lado, impac-tam diretamente no faturamento da companhia, pois quanto melhor a eficiência da micromedição
e mais preciso o cadastro comercial, maior ten-derá a ser o faturamento. De uma forma geral, as ações deste segmento custam relativamente me-nos, pois não demandam obras de grande porte e os benefícios são valorados por tarifas médias. Isso equivale a dizer que as ações de controle das perdas aparentes frequentemente têm retorno do investimento mais rápido que os das perdas reais.
Contudo, pode-se considerar a perda zero como uma pretensão inatingível. Há perdas apa-rentes inevitáveis na contabilização do volume entregue ao consumidor final, o que ocorre por erros ou incertezas do cadastro comercial, pelo grau de exatidão dos medidores e também por fraudes nos hidrômetros e nas ligações. Isto implica em se deve trabalhar com um nível de perdas aparentes inevitáveis que venha a ser considerado aceitável. Além disso, o caminho de eficiência nesse segmento tem forte vínculo com as ferramentas de gestão e a sua boa apli-cação pelo prestador de serviço.
Com estas ressalvas, as perdas aparentes podem e devem ser reduzidas a níveis compatí-veis com as condições ambientais e econômicas específicas da região e da realidade em que se inserem os prestadores.
As ações de combate às perdas aparentes de água estão retratadas na figura adiante, de ma-neira análoga à chamada Cruz de Lambert para as perdas reais.
A figura ilustra a situação dos níveis de per-das aparentes, divididos da seguinte forma:
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Figura 1. Análoga da “cruz de lambert” para as perdas aparentes
Fonte: Allan Lambert
PerdaAparenteInevitável
Redução de erros de medidores
mão de obra
Redução de fraudes
Melhoria no sistema comercial
Nível Econômico de Perdas Aparentes
Perda Aparente Corrente
e Perda aparente inevitável: consiste no pata-mar mínimo atingível de perdas aparentes, abaixo do qual não se conseguirá redução;
e Nível econômico de perdas aparentes: pata-mar de performance onde o controle e redu-ção de perdas começam a ser considerados satisfatórios na ótica da relação custo-bene-
fício de implementação e manutenção. De-pende do nível tarifário praticado e de outras variáveis;
e Perda aparente corrente: consiste na condi-ção presente dos níveis de perdas aparentes do sistema analisado.
As perdas aparentes, diferentemente das per-das reais, têm a mesma natureza dos consumos, pouco dependendo das pressões médias, espe-cialmente na presença de sistemas de reservação intradomiciliares, que normalizam a pressão a que estão submetidos os pontos de consumo.
As ações de redução e controle de per-das aparentes demandam esforço continuado, aliando o emprego de tecnologias adequadas de medição de água a políticas firmes de edu-cação ambiental, comunicação social, controle de fraudes e sistemas de atualização cadastral. O afrouxamento destas frentes de atuação com-promete o sucesso desse trabalho, especialmen-te num país com tantas diferenças sociais, onde o crescimento descontrolado de áreas urbanas pressiona o sistema público de abastecimento, impulsionando a realização de fraudes, ligações clandestinas, despressurização das redes, entre outros problemas, que vão até o extremo de in-
viabilizar a atuação do prestador pela imposição de violência empregada em áreas dominadas por facções criminosas.
A manutenção do parque de hidrômetros consiste num esforço contínuo, pois estes equi-pamentos possuem uma vida útil ao longo da qual vão perdendo eficácia de medição. Daí a importância da existência de programas que permitam a troca dirigida de medidores, visan-do à maximização de resultados. O combate às fraudes e ligações clandestinas, por sua vez, pre-cisa ter por base procedimentos firmes de com-bate, baseadas em sistemas cadastrais atualiza-dos e políticas que aliem a punição com cortes e supressões, educação ambiental e comunicação social, sem as quais o apoio da comunidade aos serviços de saneamento fica em xeque, compro-metendo a sua sustentabilidade.
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Figura 2. Fluxo de processos de controle de perdas aparentes
Fonte: (*) International Benchmarking Network for Water and Sanitation Utilities - IBNET - 2016
AtualizaçãoCadastral
Troca Dirigidade
Hidrometros
Educação Ambiental/
Comunicação Social
Parceria com outros
Serviços Públicos
Combate à Fraudes
A eficiência no controle das perdas, em es-pecial das perdas aparentes, está assim muito mais ligada à qualidade da gestão do prestador de serviço do que à sua capacidade de investi-mento. Por este motivo é que se verificam, na
realidade brasileira, prestadores que enfrentam adversidades similares em relação à ocupação urbana, investimentos e condições operacionais, mas que conseguem alcançar resultados distin-tos no combate às perdas aparentes.
2.2 EVOLUÇÃO NA ÚLTIMA DÉCADAA evolução natural das atividades e fer-
ramentas do arcabouço técnico proposto no COM+ÁGUA, seja pelas experiências de campo que trouxeram novos cenários, seja pela evolu-ção tecnológica de equipamentos e softwares que possibilitaram melhores e mais rápidos resultados, proporcionou que o COM+ÁGUA.2 intensificasse e fortalecesse a necessidade dos usos dos conceitos e ferramentas no controle e redução das perdas aparentes.
A evolução tecnológica na última década, as-sociada à diminuição nos custos de equipamen-tos, favoreceu uma revolução na maneira de como controlar e reduzir as perdas aparentes de água.
A capacitação dos prestadores se faz fun-damental, muitos softwares livres de apoio ao controle e redução de perdas aparentes e de georreferenciamento estão disponíveis e a atua-
lização do corpo técnico é um dos requisitos para que se obtenha sucesso em um programa de redução de perdas.
A implantação de Distrito de Medição e Con-trole - DMC é a melhor estratégia para o controle e gestão das perdas de água para os prestadores, com ou sem capacidade de investimento, com abastecimento contínuo ou intermitente. A imple-mentação do conceito de DMC possibilita, além da sistematização do controle ativo de vazamen-tos, a integração das ações de combate às perdas, viabilizando a medição e controle dos resultados, fazendo com que os recursos disponíveis, huma-nos ou orçamentários, possam ser mais bem utili-zados, maximizando os resultados de um progra-ma de combate e gestão de perdas de água.
As quatro abordagens descritas na “Análoga da Cruz de Lambert” são as mesmas. Contudo, a
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maneira de executá-las evoluiu e fez com que os prestadores, obrigatoriamente, tivessem que se habilitar em novas tecnologias e processos. Este caderno temático contempla as melhores prá-ticas, tecnologias e metodologias para o trata-mento de cada subprojeto de perdas aparentes. Na evolução do COM+ÁGUA para o COM+ÁGUA.2 se sobressaem os seguintes aspectos e avanços:
e Os sistemas cadastrais continuam se carac-terizando como um calcanhar de Aquiles para o desenvolvimento da eficiência ope-racional das companhias no Brasil. Em que pese a grande disponibilidade de softwares livres, de bons técnicos no mercado e da ex-periência de diversos segmentos relaciona-dos à dinâmica urbana, a evolução de uma forma geral foi muito pequena. Existem ci-dades que seguem com parcela significativa de seus consumidores sem estarem cadas-trados em bancos de dados, às vezes 5% a 10% do universo de consumidores, além de sistemas que sequer possuem cadastro de redes e operam o sistema quase que intui-tivamente.
Do lado positivo, ainda que não amplamen-te difundido e aplicado pelos prestadores, já existem alguns prestadores mais engajados na preocupação de observar com maior fre-quência, em processos de atualização, a ca-tegoria e porte dos seus clientes, estruturan-do e atualizando de forma mais sistemática políticas diferenciadas de tratamento.
Assim, ações de recenseamento já vêm en-contrando maior valorização nos prestado-res, como forma de manter atualizado o per-fil dos clientes e buscar informações quanto à responsabilidade pela ligação de água e sua adimplência, com a coleta de Cadastro de Pessoa Física - CPF, Registro Geral - RG e canais de comunicação. Isso além de via-bilizar as campanhas de comunicação social que permitem também ações mais contun-dentes de cobrança com eventual protesto e negativação de inadimplentes. Alguns pres-tadores vêm tentando desenvolver esses trabalhos com a diversificação das atribui-ções de leituristas, o que muitas vezes en-contra conflitos pelas regras contratuais dos
contratos de terceirização, ou mesmo pela falta de capacitação e mobilização desses agentes. Tais fenômenos vêm demonstrando a importância de ações efetivas de recen-seamento em períodos particulares a cada prestador, mas que garantem um melhor co-nhecimento do universo de clientes.
e A problemática dos usos não autorizados cresce de forma geral no país. Essa observa-ção se faz clara quando se analisa a evolução das ligações inativas nos sistemas brasileiros. A inativação em grande parte se explica pela perda do cliente que se torna inadimplente insolúvel e que em seguida passa a ser um fraudador do sistema, com uso não autorizado. Este fenômeno se observa em todas as regiões do país, sendo que atualmente grandes comu-nidades de baixa renda chegam a apresentar entre 20% a 30% de ligações inativadas no cadastro. Por diversas vezes esse problema se agrava pela existência de áreas dominadas por facções criminosas que impedem o acesso do prestador.
Esse crescimento do uso não autorizado, es-pecialmente em áreas de baixa renda, evi-dencia fortemente a necessidade de uma mudança na forma como os prestadores vêm tratando o abastecimento e o comportamen-to dos consumidores nessas áreas. Torna-se premente a integração de esforços entre diversos serviços públicos, envolvendo for-te trabalho de mobilização e comunicação social, com o envolvimento de lideranças co-munitárias. O que se observa é um crescente afastamento do prestador de serviços em re-lação a essa clientela. Algumas experiências exitosas vêm demostrando a mobilização social e a integração de esforços como fator chave de sucesso nessas áreas.
Ainda sobre a questão dos usos não autori-zados, existem também os casos de polícia, por exemplo, nos crimes de furto de água. Nestes casos, algumas ações exitosas vêm sendo implementadas com parcerias entre órgãos de segurança e promotorias a fim de punir tais atitudes, como também coibir e educar quanto ao respeito ao prestador e ao cumprimento de obrigações sociais e cida-dãs, como o pagamento pelo uso da água.
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e Um avanço importante que se observou nessa década que intercala as edições do projeto COM+ÁGUA foi a evolução metroló-gica, com a revisão normativa nesse tema. Até recentemente, o normativo de ensaio de hidrômetros especificava somente ensaios para vazões máxima, nominal e transição, o que não representava as condições de operação nos sistemas brasileiros, onde os perfis de consumo têm predominância de baixas vazões devido ao abastecimento in-direto muito comum no país.
Com o advento da NBR 15538/2014, que especifica os critérios e os procedimentos para avaliação da eficiência em medidores de água potável fria com vazão permanente (Q3), até 2,5 m³/h, foi estabelecido um novo método para a avaliação de desempenho dos hidrômetros, mais adequado a medido-res utilizados em sistemas com o abasteci-mento indireto e que leva em consideração os perfis de consumo, agregando análises como o Erro Médio Ponderado - EMP e o Ín-dice de Desempenho Metrológico - IDM.
Não obstante, também foi aprovado o novo Regulamento Técnico Metrológico-RTM (Portaria 295 de 29/06/2018), com um pe-ríodo de transição de 3 anos para aplicação dos novos requisitos metrológicos, onde as vazões referenciais até então conhecidas por Qmáx, Qn, Qt e Qmin dão lugar a outras: Q4 = 1,25 x Q3; Q3: definida conforme tabe-la do RTM; Q2 = 1,6 x Q1; Q1: definida pela Relação Q3/Q1, dos valores definidos em ta-bela do RTM.
e Outro fator importante, do ponto de vista tecnológico, foi a maior difusão e acesso aos hidrômetros classe C, que possuem melhor sensibilidade a baixas vazões e apresentam em geral um menor desgaste ao longo do tempo. Esse medidor ainda tem sua aplica-ção bastante restrita no Brasil, mesmo nas companhias mais avançadas em controle de perdas, mas em alguns projetos em que vêm sendo empregados, demonstram boa rela-ção custo-benefício.
Ainda na vertente tecnológica estão dispo-níveis no mercado os medidores ultrassôni-cos, que não apresentam partes mecânicas
ou móveis e, portanto, estão menos suscetí-veis ao desgaste do tempo. Esses medidores podem ser instalados em qualquer posição, podendo ser alimentados com baterias in-ternas. Seu custo relativo ainda é bastante elevado quando comparado a medidores mecânicos convencionais, mas já vêm sendo utilizados em algumas companhias, seja em caráter de teste ou mesmo em consumidores especiais.
No COM+ÁGUA.2 foram escolhidos DMC dentro das áreas prioritárias para que funcio-nassem como um laboratório de aplicação das metodologias de combate às perdas reais e apa-rentes, de forma integrada como precursores para a disseminação desta estratégia entre os prestadores.
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3. METODOLOGIA
3.1 DETALHAMENTO DA METODOLOGIA DA AT 3
A metodologia preconizada no COM+ ÁGUA.2 tem como base estruturante os DMC como pilares estratégicos no com-bate às perdas de água.
Desta forma, a escolha da sequência dos dis-tritos de medição e controle a serem implanta-dos é fundamental para a otimização dos recur-sos disponíveis e maximização dos resultados de um programa de combate e gestão de perdas. De forma geral, os prestadores conhecem onde es-tão as maiores perdas de água em seus sistemas,
mesmo que de maneira empírica, e por isso a escolha do setor ou zona de abastecimento para início dos trabalhos de implantação de DMC deve basear-se neste conhecimento, porém, não apenas nele. O grau de facilidade para isolar os DMC deve ser outro critério, começando-se dos mais fáceis para os mais difíceis, principalmente se os recursos financeiros e humanos ainda são escassos para a gestão do sistema com base em novos paradigmas.
O fluxograma a seguir sintetiza o caminho para implantação e gestão do DMC.
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Figura 3. Fluxograma para implantação e gestão de dmc
Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2
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Perdas Aparentes
13
3.2 Desenvolvimento do Cadastro Comercial
3.2.1 Uma abordagem sobre suas conexões com as perdas aparentes
Do ponto de vista da redução e controle de perdas aparentes torna-se relevante o estabele-cimento de uma rotina sistemática e periódica de pesquisa e atualização dos dados cadastrais dos clientes em campo.
Casos de interferência direta no volume de perdas aparentes passam por ligações que não se encontram cadastradas no banco de dados, ou seja, sequer existem para os prestadores, até aquelas que se encontram, mas a quantificação e/ou qualificação do dado e/ou informação não são verídicos, adequados ou completos, isto pos-to tanto para as ligações hidrometradas ou não.
Também vale complementar, já sem a devi-da interferência no volume de perdas aparen-tes, casos de ligações com respectivo cadastro comercial desatualizado, acarretando impacto direto no volume faturado e nas regras tarifárias.
Trazendo a ferramenta do Balanço Hídri-co para dinamizar o leque de reflexões acerca dos dados e informações oriundos do cadastro comercial, fica latente que a dificuldade de de-finição de premissas no balanço hídrico num ambiente de carência de informações leva ao inadequado dimensionamento das perdas apa-rentes no sistema de água estudado e, conse-quentemente, pode provocar subestimação ou superestimação de componentes, além do in-correto direcionamento posterior de esforços a serem empreendidos nas ações corretivas.
A definição de premissas dos usos não au-torizados está intimamente relacionada com a variedade de situações de consumos irregulares encontradas em campo e na dinâmica de cálculo das perdas aparentes. Estimar a quantidade de casos em cada situação é uma iniciativa decisiva
no sentido de se buscar uma maior precisão da dimensão do volume desses consumos.
Baseando-se em fontes de dados e informa-ções sem a confiabilidade adequada, o cálculo fica exposto a desvios de estimativa do volume de água consumido irregularmente. Portanto, mesmo que por vezes se faça apenas uma pes-quisa e atualização cadastral em escala piloto, sem o objetivo maior de combater as perdas apa-rentes, ela é fundamental para se buscar maior assertividade na quantificação dos usos não au-torizados e refinamento do balanço hídrico.
Para melhor ilustrar o assunto, observa-se na figura adiante que no bloco de consumos não autorizados é reservada uma área de lançamen-to de dados que recebe uma estimativa de casos de usos de água não quantificados resultantes de incorreção e desatualização dos dados co-merciais dos clientes. Nesta etapa são quanti-ficados os casos de ligações com fornecimento interrompido por regras de cobrança e religados à revelia, além de situações de localidades com abastecimento regular provido pelo prestador, porém com clientes não cadastrados e com con-sumo não quantificado.
Fica claro que uma pesquisa e atualização cadastral em campo, seja em escala piloto ou não, podem não só esclarecer e refinar melhor as premissas de cálculo do terceiro bloco - Fa-lhas de Cadastro -, mas também fornecer subsí-dios extremamente importantes quando conju-gados com um bom trabalho complementar de pesquisa de irregularidades para melhor pre-cisar os dois primeiros blocos - Ligações Clan-destinas na Rede Distribuidora e Fraudes nas Ligações de Água.
Diante desse contexto, é importante ressal-tar que esse percurso metodológico é aplicável
a qualquer prestador de serviço.
Perdas Aparentes
14
Tabela 1. Interface do balanço hídrico para dimensionamento dos volumes de perdas por usos não autorizados
Fonte: Guia Prático para Quantificação de Balanços Hídricos e Indicadores de Desempenho Operacional, Aesbe, 2014
CONSUMOS NÃO AUTORIZADOS E FALHAS DE CADASTRO
Veja-se o GUIA PRÁTICO PARA ESTIMAÇÃO DE CONSUMOS NÃO AUTORIZADOS E VOLUMES NÃO APROPRIADOS POR FALHAS DE CADASTROS
Tipo Descrição Quant. Estimada
unid
Margem de erro ( + %)
Habit-antes por domicílio
Consumo per capta l/hab/dia
Total m³ por anoLigação Clandestina na rede distribuidora
Uso residencialAcesso indevido por parte do usuário não cadastrado à rede distribuidora da companhia, visando o furto de água para uso residencial
1500 50,0% 3,2 180 315.360
Uso comercial, industrial ou público
Acesso indevido por parte do usuário não cadastrado à rede distribuidora da companhia, visando o furto de água para outros usos que não o residencial
150 50,0% 3,2 300 52.560
1650 SUBTOTAL 367.920
Fraudes nas ligações de águaQuant.
Estimadaunid
Margem de erro ( + %)
Consumo per capta l/hab/dia
Total m³ por ano
Violação de hidrômetro
Qualquer tipo de intervenção direta ou manipula-ção por parte do usuário no medidor da companhia visando evitar ou reduzir o registro de volumes
1500 50,0 700 383.250
Ligação direta para o próprio imóvel
Acesso indevido por parte do usuário com ligação cadastrada da companhia ao ramal predial ou à rede formal, antes do medidor, visando subtrair volumes ao registro de consumos, para uso do próprio imóvel.
0
Ligação direta para terceiros
Acesso indevido por parte do usuário ao ramal predial formal, antes do medidor, visando subtrair volumes ao registro de consumos, para uso de terceiros.
0
SUBTOTAL 383.250
Falhas de cadastroQuant.
Estimadaunid
Margem de erro ( + %)
período(qtd dias)
Volume por diam³/dia
Totalm³/ano
Religados à revelia
Usuários que violaram a restrição de fornecimento imposta legalmente pela companhia, qualquer que tenha sido o mecanismo, sem que a companhia tenha sido capaz de impor ao usuário a regularização e o registro dos consumos.
0
imóvel não cadastrado
Imóvel regularmente conectado à rede distribuidora, porém ainda não constante no banco de dados da companhia ou con-stante apenas como usuário factível.
0
Hidrômetro não cadastrado
Hidrômetro regularmente instalado no ramal do usuário, porém ainda não constante no banco de dados da companhia.
0
SUBTOTAL 0
TOTAIS 751.170
Perdas Aparentes
15
3.2.2 AMPLITUDES E POTENCIALIDA-DES DE UMA PESQUISA E ATUALIZA-ÇÃO CADASTRAL
3.2.2.1 Objetivos Esperados
A grande expectativa que deve permear uma pesquisa e atualização do cadastro comercial é a de possuir uma base de dados de clientes, imóveis e hidrômetros que permita:
e Correto enquadramento tarifário - em função da classificação de categoria e economia dos imóveis;
e Facilidade e consistência nas ações de co-brança administrativa e redução de recla-mações de cobranças indevidas, a partir dos dados corretos de nome, Cadastro de Pessoa Física - CPF, Registro Geral - RG e uso do imó-vel;
e Estabelecer ações de manutenção corretiva e preventiva de hidrômetros a partir de in-formações completas dos equipamentos ins-talados, tais como ano, estado de funciona-mento, estado da instalação e padronização.
Em relação à base cartográfica de clientes, imóveis e hidrômetros, deve-se garantir:
e A correta localização física do imóvel;e A otimização das rotas de leitura e entrega
de contas. Ademais, deve-se estabelecer um
cronograma de faturamento que respeite as diretrizes mínimas de eficiência, como por exemplo:
e Produtividade da equipe de leitura, garan-tindo a leitura no período máximo de 30 dias, com uma equipe bem ajustada às con-dições locais;
e Racionalidade do caminho percorrido pelo leiturista, evitando desgaste excedente do profissional e foco na atuação principal;
e Redução do índice de faturas não-entregues;e Redução de faturas entregues com atraso;e Redução de reclamações de troca de faturas
por endereço errado. Adicionalmente deverá ser elaborada uma
sistemática em campo para identificar, de maneira mais precisa, as demandas no tocante a:
e Regularização de usos não autorizados;e Manutenção do parque de hidrômetros.
3.2.2.2 Dinâmica das Demandas de Campo
A pesquisa e atualização cadastral em cam-po é um momento ímpar e de rara oportunidade de coleta de dados e informações de diversas naturezas, trazendo um retrato real do campo naquele momento, provendo elementos para os mais variados tipos de análises e elementos de tomada de decisões corretivas e preventivas.
Porém, para usufruir plenamente deste con-texto, é indispensável que as diversas áreas do prestador estejam preparadas para atacar os di-versos temas levantados em campo. O diagrama a seguir ilustra as diversas potencialidades da pesquisa e atualização cadastral.
Perdas Aparentes
16
Figura 4. Demandas do recadastro
Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2
1Pesquisa e
atualizaçõesCadastrais em
campo
23
4
5
Demandas de Vazamentos- Reparo de Vazamentos em Cavaletes;-Reparo de Vazamentosem Ramais;
Demandas de Vazamentos- Reparo de Vazamentos em Cavaletes;-Reparo de Vazamentosem Ramais;
Demandas de Cortes/ Supressões/ Cobranças- Recorte/Supressão em Ligação Religada Ilegalmente
Demandas de Cortes/ Supressões/ Cobranças- Recorte/Supressão em Ligação Religada Ilegalmente
- Pesquisas e constatações em campo de fraudes encontradas no recadastramento;- Análise da base de dados dos consumi-dores, a partir de ferramentas específicas do SISTEMA DE INFORMAÇÕES, para averiguação em campo.
- Pesquisas e constatações em campo de fraudes encontradas no recadastramento;- Análise da base de dados dos consumi-dores, a partir de ferramentas específicas do SISTEMA DE INFORMAÇÕES, para averiguação em campo.
- Substituição de Medidores invertidos;- Substituição de Medidores Fraudados (Perfurados + Danificados + Violados);- Regularização de Torneira antes do Medidor;- Regularização de Bypass;- Regularização de Ramal Clandestino.
- Substituição de Medidores invertidos;- Substituição de Medidores Fraudados (Perfurados + Danificados + Violados);- Regularização de Torneira antes do Medidor;- Regularização de Bypass;- Regularização de Ramal Clandestino.
Demandas de CadastroInclusões;Exclusões;Acompanhamento das Mudanças de:Categoria/Número de Economias/Situação da Ligação de Água/Situação da Ligação de Esgoto/O-corrência;Atualização Posterior, com dados da Prefeitura, das Tabelas de Bairros e Logradouros;Ajustes e Redimensiona-mentos Posteriores dos Setores e Rotas.
Demandas de CadastroInclusões;Exclusões;Acompanhamento das Mudanças de:Categoria/Número de Economias/Situação da Ligação de Água/Situação da Ligação de Esgoto/O-corrência;Atualização Posterior, com dados da Prefeitura, das Tabelas de Bairros e Logradouros;Ajustes e Redimensiona-mentos Posteriores dos Setores e Rotas.
Demandas de Micromedição- Instalação de Medidores em Ligações Não Medidas; - Substituição de Medidores Parados/ Quebrados/ De Difícil Acesso/ Com Vazamentos/ Profundo/ Dentro dos imóveis/ Soterrados/ Sem Número/ Com Cúpula Embaçada sem Possibilidade de Leitura;- Substituição de Medidores por Manutenção Preventiva com Rendimento;- Substituição de Medidores por Redimensionamento
Demandas de Micromedição- Instalação de Medidores em Ligações Não Medidas; - Substituição de Medidores Parados/ Quebrados/ De Difícil Acesso/ Com Vazamentos/ Profundo/ Dentro dos imóveis/ Soterrados/ Sem Número/ Com Cúpula Embaçada sem Possibilidade de Leitura;- Substituição de Medidores por Manutenção Preventiva com Rendimento;- Substituição de Medidores por Redimensionamento
Assistência Técnica Micromedição- Análise da base de dados dos consumidores, a partir de ferramentas específicas do SISTEMA DE INFORMAÇÕES;- Levantamento do perfis de consumo típico (em campos com datalog-gers) por 7 dias contínuos;- Estudos, análises e testes em bancada de aferição, com relação ao parque de medidores instalados, bem como de novos medidores;- Cálculo do Erro Médio Ponderado - EMP dos vários medidores (perfis típicos x curvas de erros).
Assistência Técnica Micromedição- Análise da base de dados dos consumidores, a partir de ferramentas específicas do SISTEMA DE INFORMAÇÕES;- Levantamento do perfis de consumo típico (em campos com datalog-gers) por 7 dias contínuos;- Estudos, análises e testes em bancada de aferição, com relação ao parque de medidores instalados, bem como de novos medidores;- Cálculo do Erro Médio Ponderado - EMP dos vários medidores (perfis típicos x curvas de erros).
Eventual Transferência do
Padrão para a Testada do
Imóvel com o novo abrigo
Eventual Transferência do
Padrão para a Testada do
Imóvel com o novo abrigo
Transferência do Padrão
para a Testada do Imóvel
Transferência do Padrão
para a Testada do Imóvel
+
+
Assistência Técnica Usos Não Autorizados
Demandas de Usos Não Autorizados
Perdas Aparentes
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3.2.3 Etapas Metodológicas da Pesqui-sa e Atualização Cadastral
3.2.3.1 Aporte de Ferramentas de Tecnolo-gia da Informação
É importante que o prestador se utilize de ferramentas de tecnologia da informação que possam automatizar as etapas do processo de recadastramento e avaliar as diversas atuali-zações de dados e informações. Hoje em dia é quase inviável conduzir uma pesquisa desta na-tureza com registros em papel: a supressão da etapa de digitação de dados garante níveis de confiabilidade muito maiores.
O sistema e o aplicativo dos coletores de dados devem ser customizados respeitando os campos integrantes do layout do formulário de levantamento. A ferramenta deve estar prepa-rada para gerar todos os relatórios necessários para a gestão das informações e para a apresen-tação de resultados, apontando divergência de informações e alertas de inconsistências.
O sistema deve atender aos requisitos mí-nimos de padrões de confiabilidade de coleta de informações em campo, garantindo que no ato da coleta de dados as inconsistências sejam minimizadas.
Perdas Aparentes
18
Figura 5. Exemplo de tela de recadastro
Fonte: COM+AGUA.2
Perdas Aparentes
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Figura 6. Relatório de situação antes e depois do recadastro
Fonte: COM+AGUA.2
Perdas Aparentes
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3.2.3.2 Estabelecimento do Layout Cadastral
Os campos do formulário devem ser definidos buscando roteirizar o procedimento do levan-tamento, direcionando o agente de pesquisa no momento da visita, reforçando a necessidade da coleta completa de informações, atentando-se a critérios técnicos que regem as atualizações.
É nesta etapa que se define quais informa-ções serão coletadas e atualizados em campo. Consequentemente, os objetivos gerais do le-vantamento devem estar bem estabelecidos, definindo um layout satisfatório frente ao que se busca.
O enriquecimento do banco de dados de um prestador, tanto por meio de coleta de novas in-formações ou por atualizações de informações
já existentes, reflete em ações e estudos cada vez mais assertivos.
Neste contexto, pode-se estabelecer seis grupos de informações que melhor organizam o layout de levantamento dos dados:
e Localização e identificação do cliente;e Dados pessoais dos titulares e inquilinos
beneficiados;e Características do imóvel e finalidade do uso
da água;e Condições de operação do equipamento de
medição de água;e Identificação de consumos de água não
autorizados;e Registro fotográfico.
Figura 7. Exemplos de telas de aplicativo para dispositivo móvel cadastral
Fonte: COM+AGUA.2
Perdas Aparentes
21
Fonte: COM+AGUA.2
Figura 8. Exemplos de telas de aplicativo para dispositivo móvel cadastral
Localização e identificação do cliente: as in-formações destinadas à localização já contidas na base de dados devem constar no layout para serem submetidas a avaliações e revisões em campo. Estas informações servirão de referência logística e orientação em campo, ao passo em que também podem ser avaliadas e atualizadas. Recomenda-se carregar informações chaves no coletor de dados, tais como matrícula, localida-de cadastral, bairro, logradouro, número do imó-vel, complemento e coordenadas geográficas.
Dados pessoais dos titulares e beneficiados: os dados relacionados ao responsável pela con-ta devem constar no coletor de dados, tanto para efeito de fiscalização como para a confirmação da localização do cliente.
Recomenda-se não realizar a mudança de
propriedade no momento do recadastramento em campo, porém, a mudança de titularidade poderá ser sinalizada no coletor junto com as in-formações do interessado com nome, CPF e RG.
Recomenda-se verificar o nome do entrevis-tado, grau de parentesco com o titular da conta, nome do titular da conta, CPF/Cadastro Nacio-nal de Pessoa Jurídica - CNPJ do titular da conta, contatos telefônicos e número de pessoas utili-zando os serviços.
Características do imóvel e finalidade do uso da água: neste grupo é importante que a maioria dos campos seja levantada e fiscalizada. Importante exigir a vistoria completa desses as-pectos observando que os principais resultados financeiros provenientes desses serviços depen-derão da correta atualização dos mesmos.
Perdas Aparentes
22
Esta etapa do levantamento depende de in-teração entre o agente de pesquisa e o cliente. Recomenda-se levantar a situação do forneci-mento de água e da coleta do esgoto, existência de fonte de abastecimento alternativa, categoria de uso do serviço, quantidade de economias, ra-mos de atividade, existência de fossa, situação do imóvel, pavimentação da rua, pavimentação da calçada, testada do lote, área construída, existência de jardim, quantidade de pontos de utilização, existência de reservatório domiciliar, volume do reservatório, existência de piscina, além de reservar espaço para outras observa-ções que possam ser importantes e pertinentes.
Condições de operação do equipamento de medição de água: neste grupo o recomendado é que todas as informações relacionadas à micro-medição sejam submetidas às avaliações e audi-torias. Assim como no grupo de dados do imóvel, o agente de pesquisa deverá necessariamente investigar todas as informações constantes no coletor de dados.
Recomenda-se verificar ou atualizar os cam-pos de número do hidrômetro, local de insta-lação, condições da caixa de proteção, verificar condições diversas de operação, tais como: se o hidrômetro se encontra parado, inclinado, com difícil acesso, embaçado, sem registro, não loca-lizado, com abrigo alagado ou com entulho, se o abrigo está quebrado, sem tampa, soterrado, com vazamento no cavalete ou no ramal.
Identificação de consumos de água não au-torizados: nesta etapa o agente de pesquisa, em caso de evidência ou suspeita de usos não auto-rizados, deverá reportar através das opções do coletor de dados a situação identificada.
As evidências em grande escala passam por hidrômetro invertido, hidrômetro perfurado, torneira antes do hidrômetro, hidrômetro dani-ficado e ligação não ativa religada à revelia. Os casos não evidentes acabam passando por sus-peita de ligação clandestina e de by-pass.
Registro fotográfico: as fotos servirão de elemento complementar de crítica às informa-ções atualizadas, ou seja, sempre que houver dificuldade de interpretação relacionada aos dados coletados no momento da visita, como
também poderão dar um melhor esclarecimento de determinadas situações e apoio nas decisões.
Recomenda-se realizar registro fotográfico da fachada do imóvel, preferencialmente com um determinado ângulo mostrando o uso de catego-ria do imóvel, o lote dentro do contexto da vizi-nhança e a localização da instalação do hidrôme-tro. Necessário também registrar as condições de instalação do hidrômetro, mostrando modelo de abrigo e detalhe que se julgue importante.
Vale ressaltar que também é importante fa-zer registro dos documentos pessoais do titular da matrícula. Por fim, caso seja apontada alguma suspeita, o flagrante de irregularidade de consu-mo deverá ser registrado.
3.2.3.3 Preparação da Base Cartográfica
No âmbito do processo de pesquisa e atua-lização cadastral o desenvolvimento da base cartográfica se configura como ambiente de es-pacialização dos imóveis e localização dos con-sumidores, além de representar uma importante ferramenta de gestão comercial e operacional dos serviços.
Diante do amplo amadurecimento das tec-nologias de Geographic Information System - GIS hoje disponíveis no mercado, inclusive as gra-tuitas e que funcionam na sua plenitude, não se deve mais abrir mão de desenvolver a base cartográfica em ambiente georreferenciado, observando a possibilidade de padronização de referência e facilitando a integração das in-formações do cadastro comercial e do cadastro técnico de redes.
Reforçando a ideia de oportunidade concre-tizada pela rotina de levantamentos em campo, observa-se a necessidade de atualizações car-tográficas já que os mapas em geral não estão georreferenciados e os desenhos não represen-tam fielmente a realidade. Deverão ser incluídas nas prioridades do levantamento algumas con-firmações e verificações geográficas dos lotes e das quadras.
Considerando um cenário de total ausência de uma base georreferenciada recomenda-se seguir as devidas etapas de elaboração e desen-volvimento:
Perdas Aparentes
23
Figura 9. Chaveamento de quadras
Fonte: Elaboração COM+AGUA.2
e Desenho e/ou ajuste das quadras na base cartográfica;
e Chaveamento das quadras à base de dados;e Desenho dos lotes;e Chaveamento dos lotes às quadras e base de
dados;e Vinculação das ligações às quadras.
Todo este trabalho do mapa deve ser realiza-
do antes dos agentes de pesquisa irem a campo, de forma que os mesmos já possam dispor do mapa de quadra para atualizar e fazer propostas de modificações quando das visitas.
A partir de uma base cartográfica inicial é possível dimensionar e estimar atividades diá-rias pré-programadas, permitindo um planeja-mento mais detalhado em relação ao avanço das atividades em campo no dia a dia.
3.2.3.4 Envio e recebimento dos dados para os coletores e respectivos trabalhos de campo
Esta etapa consiste em enviar as informa-
ções dos clientes de cada quadra para os coleto-
res e disponibiliza-las aos agentes de pesquisa,
sendo possível enviar mais de uma quadra para
um mesmo agente de pesquisa.
Perdas Aparentes
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A produtividade em campo é muito variá-vel, depende de vários fatores que passam pelo detalhamento do formulário de levantamento de dados (ou seja, o layout cadastral definido), adensamento das áreas, características socioe-conômicas de ocupação, entre outros aspectos.
Necessário se faz prever no formulário de registro de levantamento as ocorrências cadas-trais, traduzidas pelas diversas possibilidades que o agente de pesquisa poderá se deparar em campo no momento da visita aos imóveis. As ocorrências cadastrais mais comuns são:
Não realizado: em campo, caso o agente de pes-quisa não consiga visitar um determinado cliente.
Ocorrência normal: nos casos em que o agente de pesquisa visitou o imóvel e conse-guiu realizar a entrevista e coletar no mínimo as informações obrigatórias.
Casa fechada: caso o agente de pesquisa vi-site o imóvel e não encontre nenhum morador responsável ou o imóvel propriamente fechado. Sugere-se, como sequencial, que o agente de pesquisa realize uma segunda visita neste imó-vel no próximo dia útil. Por fim, sugere-se uma terceira e última visita, que deve ocorrer nos fi-nais de semana, em especial aos sábados.
Morador impediu: em alguns casos o agente de pesquisa irá se deparar com clientes e/ou mo-radores que não aceitaram realizar o recadastra-mento, se negando a passar as informações.
Terreno baldio: apontar esta ocorrência sempre que no local do cadastro exista um ter-reno vazio sem imóvel construído.
Demolido: apontar esta ocorrência sempre que no local do cadastro exista um imóvel de-molido ou em ruinas.
Inclusões: neste bloco devem ser tratados todos os casos de imóveis que não estão cadas-trados no banco de dados da companhia. Tratan-do-se da questão das inclusões é de extrema importância que todos os imóveis e lotes da quadra sejam recadastrados ou cadastrados no coletor de dados, independente da sua situação de abastecimento.
Em algumas situações é possível identificar separações distintas entre imóveis. Em casos como este, quando um dos imóveis não possuir cadastro na base de dados, a evidência da inclu-são será nítida. Porém, em locais com topografia que estimula o crescimento vertical dos imóveis é muito comum a existência de entrelaçamen-to de construções, dificultando a distinção clara
Foto 1. Recadastro comercial
Foto: Acervo COM+AGUA.2
Perdas Aparentes
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entre um imóvel e outro. Neste contexto reco-menda-se que, caso os proprietários não mani-festem interesse em solicitar ligações de água individuais, o agente de pesquisa deve tratar as possíveis inclusões como uma ou mais econo-mias do imóvel que já possui cadastro na base de dados.
O coletor de dados deve estar preparado para gerar um novo cadastro com os campos não preenchidos. Consequentemente, o agente de pesquisa deve, desde o início, inserir todas as informações mínimas para criar a respectiva in-clusão. As regras de inserção de informação nos casos de inclusão devem respeitar as diretrizes técnicas e comerciais ditadas pelo prestador.
3.2.3.5 Controle de Qualidade e Atualiza-ção dos Dados e Informações
Após a pesquisa passar por todas as etapas de coleta de dados e informações em campo, os casos críticos devem ser filtrados pelas ferra-mentas de tecnologia da informação, seguindo critérios de seleção previamente especificados.
Recomenda-se os seguintes critérios, cadas-tros com:
e Mudança de categoria;e Mudança na quantidade de economias;e Suspeitas de fraudes;e Mudança na situação de água e/ou esgoto;e Com mesma numeração de hidrômetro;e Inclusões;e Exclusões.
Os casos críticos podem ser enviados para campos impressos ou diretamente no coletor de dados. Em larga escala são considerados casos crí-ticos todos aqueles que, após passarem pelo pro-cesso de recadastramento, sofrerão algum tipo de alteração que impactará em seu faturamento.
Em campo, o fiscal de qualidade deve audi-tar o principal motivo que tornou o cadastro um caso crítico. Somente em casos confusos ou que haja a necessidade de entrar no imóvel é que o fiscal deve fazer contato com o cliente.
Assim que todos os casos críticos da quadra forem auditados, a quadra poderá então ser vali-dada plenamente. Com isso, os dados da quadra estarão prontos para serem processados e atua-lizados na base de dados do prestador.
3.2.3.6 Controle de Mapas e Finalização
Alguns mapas podem retornar de campo com ajustes efetuados pelos agentes de pes-quisa no momento da investigação dos imóveis. Estes ajustes devem ser avaliados e conferidos para então serem repassados no mapa final.
Neste momento, todas as entidades são cha-veadas e georreferenciadas no GIS. Com a matrí-cula em cada lote, tanto as informações do reca-dastro quanto as do banco de dados comercial podem ser integradas num GIS.
O fluxograma a seguir apresenta a dinâmica dos trabalhos de campo e escritório para uma pesquisa e atualização cadastral tradicional.
Perdas Aparentes
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Figura 10. Desenho de lotes no QGIS
Fonte: COM+AGUA.2
Perdas Aparentes
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Figura 11. Fluxograma do recadastramento
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Fonte: Elaboração COM+AGUA.2
Perdas Aparentes
28
3.3.1 Introdução
O registro do volume micromedido com erros de indicação acima dos limites máximos estabelecidos nas normas e Regulamento Téc-nico Metrológico - RTM, comumente denomina-da submedição, ocorre por causas diversas, tais como: dimensionamento incorreto (capacidade e/ou classe metrológica), tecnologia inadequa-da do medidor, instalação inadequada (inclina-ção do hidrômetro no cavalete, hidrômetro su-jeito a esforço mecânico, choques/vibrações e intempéries), regime de vazões do ramal predial afetado pelo abastecimento indireto, com ação da boia da caixa d’água prejudicando a medição em vazões muito baixas (período noturno e/ou vazamentos internos).
Outras questões associadas ao hidrômetro como deficiências na manutenção da rede de distribuição (o que provoca a existência de par-tículas sólidas, notadamente partículas de ferro que podem danificar o hidrômetro e/ou interfe-rir na sua sensibilidade), bem como deficiência no programa de manutenção e substituição de hidrômetros, intensificam o problema.
3.3.2 Os Avanços Normativos
Nos anos 2.000, a indústria brasileira de hi-drômetros iniciou o debate envolvendo a ado-ção de um novo RTM, baseado na International Organisation of Legal Metrology - OIML R49, em concomitância com as discussões que vinham ocorrendo em várias partes do mundo, mais em especial na Europa, que capitaneou a elabora-ção destas recomendações. A OIML R49 vinha trazendo grandes novidades para a época, uma vez que seu escopo ficou mais abrangente, reu-nindo em um só texto todas as tecnologias em uso, tanto de medidores convencionais, medi-dores híbridos (sensor mecânico e relojoaria eletrônica), quanto medidores eletrônicos. Além de regulamentar as novas tecnologias, os requi-sitos metrológicos também foram adaptados a esta realidade, passando de uma tabela com apenas quatro classes metrológicas (A/B/C/D),
para uma nova configuração com a introdução do conceito de range ou R, representando a relação Q3/Q1 (que no regulamento anterior equivale a Qn/Qmin), sendo estabelecido 15 possibilidades diferentes (no anterior eram quatro). Outro ponto fundamental foi a definição das capacidades, que podem ser escolhidas em até 20 valores diferen-tes. Em resumo, a OIML R49 passou a abranger qualquer hidrômetro, do menor ao maior, de qual-quer princípio construtivo, colocando disponível ao setor de saneamento uma regulamentação em toda a cadeia de medição de água potável.
No Brasil, apesar da discussão sobre esta re-gulamentação ter se iniciado pouco depois da edição da nova OIML, diferentemente do que aconteceu nos países europeus, que já no início dos anos 2000 já estavam com seus regulamentos nacionais e as diretivas continentais discutidos e implementados, ocorreu um lapso significativo de tempo para esta implementação, tendo ocorrido somente em 2018. O novo RTM de Hidrômetros (Portaria 295 do Inmetro, de 29/06/2018) já está em vigor, mas ainda conviverá com o RTM ante-rior por 3 anos, período de transição estabelecido para o mercado para se adaptar, como ocorre em todos os países que são signatários da OIML.
No âmbito da Associação Brasileira de Nor-mas Técnicas - ABNT, alguns progressos ocorre-ram com o intuito de apoiar a atuação dos presta-dores no combate às perdas aparentes, trazendo uma nova metodologia de análise de desempe-nho dos medidores. Entre 2007/2008 foi lançada a primeira edição da Norma ABNT NBR 15.538, que introduziu no mercado a metodologia de cálculo do Índice de Desempenho Metrológico – IDM. Esta norma rapidamente começou a ser utilizada e veio a sofrer duas revisões, entre 2007 e 2014, para corrigir as imperfeições que foram detectadas ao longo da sua utilização, sendo que a versão atualmente válida é a 2014.
3.3.2.1 O advento da NBR 15.538/2014
A metodologia de análise do IDM está fo-cada em avaliar qual medidor oferece a melhor
3.3 Desenvolvimento da Micromedição
Perdas Aparentes
29
resposta em termos de medição em função de um determinado perfil de consumo. Qualquer que seja o princípio de funcionamento, a classe metrológica ou a capacidade (desde que com-patível com as ligações residenciais), o medidor que apresentar IDM mais alto será aquele que irá responder melhor ao efeito da submedição. Esta forma de análise é uma quebra de paradig-ma, pois o senso comum nos leva a imaginar que quanto maior o campo de medição de um ins-trumento, melhor será sua capacidade de medi-ção. Levando-se em consideração que a classe metrológica é um parâmetro para definição das vazões de ensaio em aprovação de modelo e verificação metrológica, mas não obrigatoria-mente irá definir a sensibilidade de um medi-dor para detectar baixas vazões, se tivermos um medidor de Qn 0,75 - classe metrológica A que tenha um IDM de 98% e um medidor de Qn 0,75 – classe metrológica B que tenha IDM de 95%, o primeiro conseguirá registrar um volume maior que o segundo, mesmo tendo uma classe metrológica que tenha um campo de medição menor. Devemos nos atentar ao fato de que o importante é selecionar um medidor que se en-caixe melhor na medição, que não será necessa-riamente um medidor classe C.
O IDM é um parâmetro de avaliação do desempenho do medidor que permite calcu-lar qual é a capacidade que um equipamento qualquer tem de registrar o volume por ele es-coado, baseado em um perfil de consumo (regi-me de vazões x volume totalizado). O método proposto consiste em submeter o medidor a um ensaio em 10 vazões distintas, cada vazão
representando uma faixa entre 0 e 1.500 L/h, calculando-se o erro de indicação do medidor nestas vazões para posteriormente calcular o erro ponderado, aplicando-se um determina-do peso a cada faixa de vazão de acordo com a representatividade de determinada faixa de vazão no todo. Na tabela adiante são apresenta-dos os parâmetros para determinação dos erros de indicação e cálculo do IDM, conforme valo-res normalizados. O perfil de consumo proposto pela NBR 15.538/2014 foi elaborado com base em ligações de água com abastecimento indi-reto, ou seja, com a presença de reservatório do tipo caixa d’água em ligações residenciais.
As fórmulas para cálculo dos Erros Pondera-dos - EP e do IDM são as seguintes:
EP% = ∑ [(erro Qx) x (Peso Qx)] / 100IDM = 100% + EP
Vale esclarecer que o perfil de consumo pro-posto pela NBR 15.538/2014 foi definido pelo grupo de trabalho de hidrômetros, que se reúne para elaborar as normas referentes aos hidrôme-tros utilizados no Brasil. Este grupo é formado por profissionais da área, sejam dos prestadores, fabricantes e interessados em geral.
Durante a elaboração da norma vários pres-tadores apresentaram seus estudos de levanta-mento de perfil que após avaliados, compara-dos e harmonizados, resultaram em um Perfil de Consumo que poderíamos chamar de Perfil de Consumo Típico no Brasil.
Perdas Aparentes
30
Tabela 2. Ensaios previstos pela norma NBR 15.538
Fonte: ABNT NBR 15.538/2014
3.3.2.2 Portaria do INMETRO nº 295, de 29 de junho de 2018
Como explicitado, o RTM instituído pela Por-taria 246/2.000 deu lugar àquele instituído pela Portaria 295/2.018, porém haverá um período
de transição de 3 anos para aplicação dos novos requisitos metrológicos.
A tabela adiante faz uma correlação das va-zões características do RTM anterior com rela-ção ao atual.
Tabela 3. Vazões características do hidrômetro
Fonte: Portaria INMETRO 295, de 29 de junho de 2018
intervalo de Vazão (L/h) Vazões para determinação dos Erros (L/h) Perfil de Consumo (%)
0 - 5 2,5 4,56
5 - 15 10 6,99
15 - 30 22,5 6,83
30 - 50 40 7,34
50 - 150 100 23,21
150 - 350 250 23,92
350 - 550 450 12,27
550 - 850 700 7,29
850 - 1.150 1.000 5,86
1.150 - 1.500 1.325 1,73
Para medidores com Q4
Perdas Aparentes
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Tabela 4. Vazões permanentes
Fonte: ABNT NBR 15.538/2014
De maneira a melhor elucidar as diferenças do RTM antigo e atual, por exemplo, um hidrô-
metro tradicional Qn 0,75 classe B, possui as se-guintes vazões características:
Tabela 5. Valores de R
Fonte: ABNT NBR 15.538/2014
Vazão Permanente - Q3 (m³/h)
1,0 1,6 2,5 4,0 6,3
10 16 25 40 63
100 160 250 400 630
1000 1600 2500 4000 6300
Relação Q3/Q1 - R (range)
40 50 63 80 100
125 160 200 250 315
400 500 630 800 1000
e Qn = 0,75 m³/h;e Qmax = 1,5 m³/h;e Qt = 60 L/h;e Qmin = 15 L/h.
Este medidor, no novo enquadramento me-trológico, escolhido o range de 63, passa a ter as vazões características:
e Q3 = 1,0 m³/h;e Q4 = 1,25 x Q3 = 1,25 x 1,0 = 1,25 m³/h;e Q1 para R = 63: Q3/Q1 = 63, então Q1 =
Q3/63 e Q1 = 1,0/63 = 0,0159 m³/h = 15,9 L/h;e Q2 = 1,6 x Q1 = 1,6 x 15,9 = 25,4 L/h.
Nota-se que a possibilidade de escolha de vários ranges desencadeia, por consequência, em configurações diversas dos medidores, am-pliando o leque de escolha do medidor mais apropriado à aplicação.
3.3.3 O Ponto Nevrálgico da Submedição
O foco principal de abordagem reside na busca por hidrômetros mais sensíveis, que per-mitam registrar o volume consumido em vazões mais baixas. Nos ramais prediais temos o regime de trabalho do hidrômetro regido pelos dispo-
sitivos hidráulicos instalados à jusante do me-didor. Focando nossa discussão nas economias residenciais, que representam o maior número de ligações, tipicamente temos a existência de reservatórios (caixa d’água), que têm a boia como dispositivo de corte do abastecimento. Nesta configuração o regime de vazões de abas-tecimento está condicionado à posição da boia, que em regime de abastecimento contínuo tem oscilações menores, pois sempre que há consu-mo (torneiras, bacia sanitária, máquinas de lavar, etc.), ocorre a reposição do nível do reservatório.
Ao longo do dia, quando o consumo das re-sidências tende a ser maior, observa-se que o hidrômetro irá registrar em vazões situadas no seu campo superior de medição, em que o inter-valo dos erros de indicação do instrumento é ± 2% para um medidor em uso. Durante o período noturno, em função da diminuição do consumo, observa-se que o hidrômetro tende a registrar em vazões situadas no seu campo inferior de medição, em que o intervalo dos erros de indica-ção do instrumento é de ± 5% para um medidor em uso. Tal fato ocorre em função do reservató-rio estar abastecido e a reposição do nível ocor-rer somente nos casos de um consumo eventual ou por motivo de vazamentos nos dispositivos
Perdas Aparentes
32
hidráulicos, que ocorrem em vazões baixas ou muitas vezes em vazões em que o hidrômetro não tem capacidade de registrar ou consegue registrar com erros de indicação maiores e ne-gativos, no que denominamos submedição.
3.3.4 Histórico das Tecnologias de Micromedição e Tendências de Intensificação de Uso e Aplicação
Historicamente a elaboração das normas brasileiras, no âmbito da ABNT, se inicia pelo estudo das normas internacionais, visando ela-borar a norma nacional em consonância com a tecnologia vigente no mercado mundial. Apesar da relevância do mercado norte americano, tra-dicionalmente o mercado brasileiro seguiu as tendências da Europa Ocidental, tendo Alema-nha, França e Inglaterra como países que nos forneceram produtos e tecnologia neste seg-mento. No âmbito das normas de especificação de hidrômetros sempre houve similaridade das Normas ABNT com as Normas ISO (International Organization for Standardization), o que gerava discussões sobre até que ponto o que servia aos países europeus, serviria também à realidade do mercado brasileiro.
Até a criação da Norma ABNT NBR 15.538, em 2007, pouca diferença havia entre a Norma Brasileira de Hidrômetros e as Normas Deuts-ches Institut für Normung - DIN e Organização Internacional de Padronização - ISO. Alguns re-quisitos nacionais como a blindagem magnética, o medidor de Vazão Nominal – Qn 0,75 m³/h e diâmetros de ½” e ¾” para os medidores de Va-zão Nominal – Qn 0,75 e 1,5 m³/h, criados ao longo do tempo, diferenciava a norma brasileira das suas correlatas.
Desde o início da utilização de hidrômetros no Brasil até a década de 1980, os medidores mais utilizados na micromedição eram os hidrômetros multijato, com relojoaria de transmissão mecâni-ca, que estavam disponíveis para os diâmetros de
½” x Qn 1,5 m³/h até 2” x Qn 15 m³/h. Os hidrôme-tros mecânicos, em função das suas características construtivas, não alcançavam grande sensibilida-de, sendo produzidos para um campo de medição correspondente ao que temos para a classe me-trológica A ou range Qn/Qmin = 25. Para a época em que os desafios eram aumentar o número de ligações e implantar a medição, eliminando a co-brança por estimativa, a análise da performance e da adequação do medidor ao perfil de consumo era algo desejável, mas ainda distante.
Com a evolução do setor de saneamento, em especial com o amadurecimento dos prestado-res, uma vez que a urbanização cada vez mais intensa da sociedade brasileira exigia maior cobertura dos serviços e melhoria da eficiência para suportar a necessidade de crescimento da população atendida, o mercado passou a ofertar os medidores mecânicos com transmissão mag-nética, bem como os hidrômetros unijato, sendo então uma evolução tecnológica que proporcio-nou instrumentos mais sensíveis.
Ainda na década de 1980, o hidrômetro nor-malmente utilizado nas residências, de Qn 1,5 m³/h com range de medição 25, passou a ser produzido com um diferencial de sensibilida-de, pois a sua Vazão Mínima - Qmin, que pelas normas internacionais sempre foi de 60 L/h na norma brasileira foi estabelecida em 40 L/h, fazendo o range de medição subir de 25 para 37,5. Percebe-se que, naquele período, os hidrô-metros desta capacidade produzidos no Brasil atendiam a um valor de Qmin que estava situa-do entre os valores das classes A e B, ou seja, não era 60 e nem 30 L/h. Isto atendia, em parte, a necessidade dos prestadores pela busca de medidores mais sensíveis, uma vez que os mo-delos ofertados à época não estavam aptos a serem fabricados para a Classe Metrológica B. Na tabela a seguir são mostrados os valores das Vazões de Transição - Qt e Vazão Mínima - Qmin, em função da Vazão Nominal – Qn e da Classe Metrológica A/B/C.
Perdas Aparentes
33
Outra novidade à época foi o início da pro-dução de medidores unijato no Brasil. Num mercado que historicamente fabricou medi-dores multijato, a entrada destes medidores foi uma inovação, pois eram mais compactos e mais adequados para se atingir maior sen-sibilidade, por razão das suas características construtivas. Para o medidor unijato houve também uma adaptação surgida no mercado nacional, que foi estabelecer um medidor resi-dencial com capacidade menor, surgindo então o medidor Qn 0,75 m³/h. Esta diminuição da capacidade do medidor fez surgir um hidrôme-tro que passava a oferecer uma sensibilidade maior, com 30 L/h em Qmin. Mesmo sendo um medidor de range 25, por ter uma capacidade menor, oferecia uma Qmin ainda menor que os hidrômetros multijato, que era de 40 L/h.
O mercado evoluiu e, a partir da década de 1990, os prestadores passaram a especifi-car medidores cada vez mais aptos a registrar em vazões baixas, visando combater o efeito da submedição. Naquele momento, a Norma Brasi-leira, no âmbito da ABNT, estabelecia requisitos para os medidores de classe metrológica A/B/C. Quando, em 1994, o INMETRO estabeleceu o primeiro Regulamento Técnico Metrológico – RTM para hidrômetros e se iniciou o processo de aprovação de modelos, visando comprovar que os hidrômetros comercializados pelos fa-bricantes atendiam a este RTM, houve um gran-de número de modelos aprovados nas classes A e B, mas a produção em massa dos medidores classe B ainda demorou certo tempo para se estabilizar, visto que as melhorias de produtos
e processos de fabricação foram necessárias para conseguir adequar-se ao patamar de sen-sibilidade exigidos na fabricação dos medido-res de Classe Metrológica B.
Entre meados e final da década de 1990, os estudos referentes à submedição começaram a ganhar corpo, expondo a necessidade de con-tinuar a evolução dos hidrômetros fabricados no Brasil. Foi quando alguns prestadores pas-saram a comprar medidores de classe metroló-gica C, que ofereciam um range de 100, ou seja, o dobro em relação ao de classe B.
Inicialmente estes medidores foram im-portados da Europa, em especial da Alemanha, França e Itália, pois os fabricantes nacionais não estavam aptos a produzir estes equipamentos. Os resultados auferidos com medidores classe C, em relação ao volume medido, foram animado-res, pois estes medidores conseguiam diminuir as perdas pela submedição. Como na época ha-via uma política cambial que favoreceu aos pro-dutos importados, o mercado se abasteceu com esta tecnologia por algum tempo.
Com a mudança da política cambial, que aumentou o custo dos importados, alguns fa-bricantes começaram a produzir os medidores classe C no Brasil, mesmo que importando par-tes e peças. Ao mesmo tempo, com a evolução tecnológica da indústria nacional de hidrôme-tros, os medidores unijato de Qn 0,75 m³/h – B, que tem o mesmo valor de Qmin que um hidrô-metro Qn 1,5 m³/h – C, ou seja 15 L/h, foi se firmando como uma alternativa de baixo custo para a submedição, em especial quando o ra-
Tabela 6. Valores das vazões de transição
Fonte: Regulamento Técnico Metrológico - RTM da Portaria Inmetro 246/2.000
ClasseMetrológica
Vazão(L/h)
Vazão Nominal - Qn (m³/h)
0,6 0,75 1,0 1,5 2,5 3,5 5,0 6,0 10,0 15,0
AQmim 24 30 40 40 100 140 200 240 400 600
Qt 60 75 100 150 250 350 500 600 1000 1500
BQmim 12 15 20 30 50 70 100 120 200 300
Qt 48 60 80 120 200 280 400 480 800 1200
CQmim 6 7,5 10 15 25 35 50 60 100 150
Qt 9 11 15 22,5 37,5 52,5 75 90 150 225
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mal está em uma faixa de consumo baixa, que normalmente vai até 30 m³/mês, com alguma margem inferior e superior, a depender da polí-tica de cada prestador.
Observa-se que, mesmo sendo a Qmin de um medidor estabelecida no RTM, alguns prestadores passaram a especificar hidrôme-tros Qn 0,75 – B com 12 L/h em Qmin, au-mentando assim o range de medição, visando diminuir a submedição.
Em se tratando dos medidores de classe C é preciso detalhar alguns pontos que são mui-to importantes no contexto da submedição e da recuperação do volume medido. No âmbito dos consumidores residenciais há algumas fai-xas de consumo, mas que ficam limitadas aos medidores de diâmetro ½” e/ou ¾”, de Qn 1,5 ou 2,5 m³/h.
Nestas capacidades o que o mercado vem utilizando são os medidores velocimétricos que podem ser unijato ou multijato, bem como os volumétricos. Apesar de não haver diferença em termos metrológicos, ou seja, independente do princípio construtivo, os medidores preci-sam atender as mesmas vazões características (Qn/Qt/Qmin), as iniciativas dos prestadores de uso em escala operacional vêm sendo conduzi-das, visando comprovar qual a melhor relação custo benefício de um tipo ou outro.
Como há opções de medidores residenciais classe C com tipos construtivos diferentes (uni-jato, multijato ou volumétrico), que também podem ter variações quanto ao tipo de relojoa-ria (seca com transmissão magnética e úmida com transmissão mecânica), seria difícil, para não dizer arriscado, definir qual é a especifica-ção de um hidrômetro classe C que possa ser considerada padrão.
Consideram-se milhões de ligações a serem atendidas, sistemas de abastecimento com ca-
racterísticas variadas, perfil típico dos clientes, política tarifária, etc., então é prudente que cada prestador faça suas escolhas baseadas em ex-perimentações criteriosas, que permitam avaliar em escala operacional as diferentes opções, de forma que a tomada de decisão seja consistente.
O estado da arte na indústria de hidrôme-tros são os medidores eletrônicos, também denominados estático ou de estado sólido (sem partes móveis), que normalmente são de princípio eletromagnético ou ultrassônico. Estes medidores possuem algumas vantagens importantes em relação aos medidores mecâ-nicos, mas a