0
UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO
FACULDADE DE CIEcircNCIAS FARMACEcircUTICAS
PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM CIEcircNCIA DOS ALIMENTOS
Aacuterea de Nutriccedilatildeo Experimental
Status de selecircnio de uma populaccedilatildeo residente em aacuterea de risco de
contaminaccedilatildeo por mercuacuterio Influecircncia de polimorfismos e accedilatildeo
sobre o estresse oxidativo
Ariana Vieira Rocha
Tese para obtenccedilatildeo do grau de
DOUTOR
Orientadora Profordf Titular Silvia Maria Franciscato Cozzolino
Co-orientadora Profordf Deacuteborah Inecircs Teixeira Faacutevaro
SAtildeO PAULO
2015
1
UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO
FACULDADE DE CIEcircNCIAS FARMACEcircUTICAS
PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM CIEcircNCIA DOS ALIMENTOS
Aacuterea de Nutriccedilatildeo Experimental
Status de selecircnio de uma populaccedilatildeo residente em aacuterea de risco de
contaminaccedilatildeo por mercuacuterio Influecircncia de polimorfismos e accedilatildeo
sobre o estresse oxidativo
Ariana Vieira Rocha
Tese para obtenccedilatildeo do grau de
DOUTOR
Orientadora Profordf Titular Silvia Maria Franciscato Cozzolino
Co-orientadora Profordf Deacuteborah Inecircs Teixeira Faacutevaro
SAtildeO PAULO
2015
2
Ariana Vieira Rocha
Status de selecircnio de uma populaccedilatildeo residente em aacuterea de risco de
contaminaccedilatildeo por mercuacuterio Influecircncia de polimorfismos e accedilatildeo
sobre o estresse oxidativo
Comissatildeo Julgadora da Tese para obtenccedilatildeo do grau de Doutor
_______________________________________________
Profordf Titular Silvia Maria Franciscato Cozzolino
(OrientadoraPresidente)
________________________________________________
1ordm Examinador
________________________________________________
2ordm Examinador
________________________________________________
3ordm Examinador
________________________________________________
4ordm Examinador
SAtildeO PAULO _____ de ___________________de 2015
3
4
Gastei uma hora pensando um verso que a pena natildeo quer escrever
No entanto ele estaacute caacute dentro inquieto vivo
Ele estaacute caacute dentro e natildeo quer sair
Mas a poesia deste momento inunda minha vida inteira
Carlos Drumonnd de Andrade
5
A todas as voluntaacuterias desta pesquisa pelo carinho esforccedilo e dedicaccedilatildeo
Agraves amigas Daniela Zancan Dayane Zancan Laiacutes Maria e Larissa Matheus pela ajuda
imensuraacutevel durante a coleta de dados
Especialmente aos meus tios Ivanilde Rocha e Cristovatildeo Vieira que me ergueram
no momento em que mais precisei
6
AGRADECIMENTOS
A Deus que me ilumina e daacute forccedilas para seguir sempre em frente e ao Espiacuterito Santo por
todas as becircnccedilatildeos
Agrave luz da minha vida minha matildee Nair Lima por tudo que tem feito e ainda faz por mim
Meu modelo de iacutendole e dignidade Meu amuleto
Agrave orientadora Silvia Maria Franciscato Cozzolino exemplo de serenidade em momentos de
dificuldades Sou muito grata pela oportunidade de ter sido sua aluna e orientanda Obrigada
ainda por ter me abraccedilado desde o primeiro momento
Agrave professora Deacuteborah Faacutevaro pensar em vocecirc me causa garra e alegria Obrigada pela
parceria e disponibilidade na realizaccedilatildeo das anaacutelises de mercuacuterio Foi um prazer indescritiacutevel
tecirc-la ao meu lado na bancada
Agrave Julie Christine Luana Janaiacutena Cleonilce Oliveira Gisele Dias Natsue Kosin Larissa
Freitas Luana Cardozo e Yara Salviano por disponibilizarem do seu tempo por uma
causa a ciecircncia
Agrave Jamile Sadeck Dina Horeay e Analu Barofaldi seres de luz que deram ajuda a uma
desconhecida sem pedir nada em troca e se hoje esta jornada estaacute sendo concretizada
tambeacutem eacute graccedilas a vocecircs Ensinaram-me na praacutetica a fazer o bem sem olhar a quem Que
esta bondade esteja sempre comigo para que eu possa passaacute-la adiante
Agrave Gabriela Pellucio (Gabi peluacutecia) e sua matildee Mirian Guizelini que abraccedilaram a minha
causa e pela ampla ajuda em conseguir voluntaacuterias Querida Gabi obrigada pelo carinho vocecirc
foi um anjinho na minha vida
Agrave amiga Silvane Maziero assim como ao Flaacutevio Terassini ao Thiago Abiorana e agrave Helen
Queite pela divulgaccedilatildeo da pesquisa em seus ambientes de estudo eou trabalho Obrigada de
coraccedilatildeo
Agrave Juliana Closs por permitir a divulgaccedilatildeo do projeto no curso de nutriccedilatildeo da Faculdade Satildeo
Lucas (FSL)
Agrave Mariana Modesto Roberta Valmorbida Simone Oliveira e Alcione Altini por natildeo
hesitarem em ajudar esta colega de classe na divulgaccedilatildeo da pesquisa no ambiente das
Faculdades Integradas Apariacutecio Carvalho (FIMCA)
Agrave ldquonossardquo equipe do laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo-Minerais Alexandre Pimentel Baacuterbara
Cardoso Bruna Reis Graziela Biude Isabela Saraiva Janaina Donadio Kaluce Almondes
7
Kaacutetia Callou Larissa Bezerra Leila Hashimoto Luciane Alencar e Verocircnica Bandeira
por serem apoio companhia e ajuda nos trabalhos realizados no cotidiano
Especialmente
Agrave Bruna Reis (Rabin) e Isabela Saraiva (Isa nojentinha do meu coraccedilatildeo) que me
proporcionaram uma amizade de cunho profissional e pessoal tornando esta jornada mais
viva leve e muito alegre Por todos os braccedilos e abraccedilos servidos nos momentos de ajuda
sem horaacuterio para acabar Por me fazerem lembrar desse trio com um enorme sorriso no
rosto
Agrave Kaluce Almondes (Kakaacute) querida companheira de anaacutelises que pareciam interminaacuteveis
(risos) obrigada pela parceria conversas filosoacuteficas e gargalhadas constantes inclusive em
momentos de afliccedilatildeo
Agrave Liliane Viana Pires (Lili medalhinha) luz em todos os momentos (desde 2006)
Mesmo com a distacircncia geograacutefica existente entre noacutes vocecirc eacute sempre presente Agradeccedilo
ainda por despertar em mim a vontade de ser sempre melhor
Agraves florzinhas da Liliane Pires Leila Hashimoto (Leilinha) Luciane Alencar (Lu) e
Verocircnica Bandeira (Vecirc) pela ajuda durante as anaacutelises de enzimas mesmo com tantos
afazeres e por me tratarem sempre com muito carinho e atenccedilatildeo
Agrave Baacuterbara Cardoso pelo abraccedilo apertado que diz muito em cada encontro
Agraves Fernandas Santana e Shinagawa agradeccedilo a ajuda a companhia a diversatildeo e a
amizade construiacuteda principalmente nos momentos extras de trabalho jaacute que nem sempre
conseguiacuteamos acabar no horaacuterio do expediente em virtude do nuacutemero de amostras (risos)
Agrave Lilian Mendes apoio e alicerce fundamentais nos uacuteltimos meses que atraveacutes do seu
coraccedilatildeo profissionalismo e vivecircncia de mundo ensinou-me a aceitar e conviver com o meu
eu interior e com a minha alma
Ao meu irmatildeo de coraccedilatildeo Guilber Diniz Barros pela forccedila e energia enviada por todas as
conversas na tentativa de me distrair ou esquecer algo por me ajudar agrave distacircncia e
principalmente por me ensinar a levantar sem laacutegrimas nos olhos e de cabeccedila erguida
Agrave Fabiana Yasuhara da Assessoria Cientiacutefica Life Technologies pelo suporte fundamental
realizado durante as anaacutelises do polimorfismo de deleccedilatildeo GSTM1
Agrave funcionaacuteria Maria de Lurdes Pedrosa (Lurdinha) pelo otimismo carinho e pelas
palavras ldquono fim tudo daacute certordquo
8
RESUMO
ROCHA AV Status de selecircnio de uma populaccedilatildeo residente em aacuterea de risco de
contaminaccedilatildeo por mercuacuterio Influecircncia de polimorfismos e accedilatildeo sobre o estresse
oxidativo 2015 133f (Tese de Doutorado) Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas (FCF)
Universidade de Satildeo Paulo (USP) 2015
Estudos apontam que a regiatildeo Amazocircnica apresenta concentraccedilotildees significativas de selecircnio
nos solos e que por isso a populaccedilatildeo natildeo estaria susceptiacutevel agrave deficiecircncia desse mineral Em
contrapartida a regiatildeo tambeacutem apresenta dados de concentraccedilotildees elevadas de mercuacuterio nos
solos e rios entretanto a populaccedilatildeo natildeo apresenta sinais cliacutenicos evidentes de contaminaccedilatildeo
Acredita-se que o selecircnio um mineral antioxidante possa ser um possiacutevel colaborador para a
aparente toleracircncia ao mercuacuterio pois uma das accedilotildees desse mineral eacute a de destoxificar o
organismo contra metais toacutexicos Dependendo das concentraccedilotildees no organismo o mercuacuterio
pode potencializar a geraccedilatildeo das espeacutecies reativas de oxigecircnio e dessa forma as defesas
antioxidantes intriacutensecas das ceacutelulas podem ser prejudicadas resultando na condiccedilatildeo
conhecida por estresse oxidativo A contaminaccedilatildeo por mercuacuterio pode ainda comprometer a
sauacutede tanto das mulheres quanto das crianccedilas pois esse metal na forma de metilmercuacuterio
pode atravessar a barreira placentaacuteria e se concentrar principalmente no ceacuterebro do feto
Aliado a isso a presenccedila de polimorfismos em certos genes podem alterar a expressatildeo de
enzimas antioxidantes como a glutationa peroxidase 1 que eacute dependente de selecircnio assim
como da glutationa S-transferase que atua na destoxificaccedilatildeo do mercuacuterio no organismo
Vaacuterios estudos apresentam dados de concentraccedilotildees de mercuacuterio em ribeirinhos da Amazocircnia
no entanto resultados referentes agraves concentraccedilotildees de selecircnio ao estresse oxidativo e a
polimorfismos geneacuteticos na populaccedilatildeo da aacuterea urbana satildeo raros Diante disso este estudo
objetivou avaliar o estado nutricional relativo ao selecircnio concentraccedilotildees de mercuacuterio e a
possiacutevel relaccedilatildeo desses paracircmetros com o estresse oxidativo e os polimorfimos Pro198Leu (rs
1050450) no gene da glutationa peroxidase 1 e GSTM1 no gene da glutationa S-transferase
em mulheres em idade feacutertil residentes em aacuterea de risco de exposiccedilatildeo ao mercuacuterio da cidade
de Porto Velho (RO) As voluntaacuterias foram avaliadas por meio de medidas antropomeacutetricas
(peso estatura e circunferecircncia da cintura) e aplicou-se o registro alimentar para avaliaccedilatildeo do
consumo alimentar Realizou-se uma coleta de sangue para anaacutelise de selecircnio atividade da
enzima glutationa peroxidase marcadores de estresse oxidativo e polimorfismos geneacuteticos O
selecircnio foi determinado por espectrometria de absorccedilatildeo atocircmica com geraccedilatildeo de hidretos
acoplados agrave cela de quartzo (HGQTAAS) Para anaacutelise de mercuacuterio foi coletada uma amostra
do cabelo das voluntaacuterias sendo sua concentraccedilatildeo determinada pelo meacutetodo de
espectrometria de absorccedilatildeo atocircmica com geraccedilatildeo de vapor frio (CV AAS) Para avaliar o
estresse oxidativo foram determinadas a concentraccedilatildeo plasmaacutetica de Malondialdeiacutedo (MDA)
e a Capacidade de Absorccedilatildeo de Radicais de Oxigecircnio (ORAC) Participaram do estudo 200
mulheres com idade entre 19 e 50 anos A ingestatildeo alimentar meacutedia de selecircnio foi de 493 plusmn
192 microgdia e a prevalecircncia de ingestatildeo inadequada foi de 409 As concentraccedilotildees meacutedias do
mineral no plasma e nos eritroacutecitos foram respectivamente 498 + 186 microgL e 754 + 299
microgL A atividade meacutedia da glutationa peroxidase foi de 451+ 194 Ug Hb A concentraccedilatildeo
meacutedia de mercuacuterio nos cabelos foi de 625 + 766 ng g-1
Ao avaliar a presenccedila do SNP
Pro198Leu observou-se que 567 das participantes apresentaram genoacutetipo selvagem 368
heterozigotos e 68 homoizgotos para leucina Quanto ao polimorfismo de deleccedilatildeo GSTM1
425 das voluntaacuterias apresentaram o genoacutetipo nulo ou deletado ou seja relacionado a
ausecircncia de expressatildeo da glutationa S-transferase Esses resultados permitem concluir que a
maioria das participantes apresentou estado nutricional deficiente em relaccedilatildeo ao selecircnio
Apesar disso tanto a atividade enzimaacutetica da glutationa peroxidase como os biomarcadores
9
do estresse oxidativo natildeo sofreram interferecircncia desta deficiecircncia O polimorfismo
Pro198Leu tambeacutem natildeo interferiu no status de selecircnio e no estresse oxidativo Quanto agrave
avaliaccedilatildeo do polimorfismo GSTM1 o genoacutetipo nulo ou deletado tambeacutem natildeo mostrou
associaccedilatildeo com as concentraccedilotildees de mercuacuterio e o estresse oxidativo
Palavras-chave selecircnio estresse oxidativo polimorfismo geneacutetico e mercuacuterio
10
ABSTRACT
ROCHA AV Selenium status of a population living in a mercury contamination risk
area Influence of polymorphisms and action on oxidative stress 2015 133f (Tese de
Doutorado) Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo
2015
Studies have shown that the Amazon region has significant concentrations of selenium in
soils and therefore the population is not susceptible to deficiency of this mineral However
the region also presents data from high levels of mercury in soils and rivers however the
population has no obvious clinical signs of contamination It is believed that selenium an
antioxidant mineral may be a possible contributor to the apparent tolerance because of its
actions in the detoxification of the body from toxic metals Depending on the concentrations
in the body mercury can increase the generation of reactive oxygen species and thus the
intrinsic antioxidant defenses of cells can be damaged resulting in the condition known as
oxidative stress The mercury contamination may also compromise the health of both women
and children since this metal in the form of methylmercury can cross the placental barrier and
concentrate mainly in the fetal brain In addition the presence of genetic polymorphisms can
alter the expression of antioxidant enzymes such as glutathione peroxidase 1 which is
selenium dependent as well as glutathione S-transferase which can be responsible for the
mercury detoxification in the body Several studies have shown mercury levels of riverine
people from Amazon however results regarding selenium concentrations oxidative stress
and polymorphisms in the urban population are area Thus this study aimed to evaluate
selenium status mercury levels and the possible relationship of these with oxidative stress and
genetic polymorphisms Pro198Leu (rs 1050450) in glutathione peroxidase 1 gene and
GSTM1 in the glutathione S-transferase gene in women living in mercury exposure risk area
from the city of Porto Velho (RO) The of the volunteers was assessed using anthropometric
measurements (weight height and waist circumference) and evaluation of food consumption
by the food record Blood samples were collected for selenium analysis glutathione
peroxidase enzymersquos activity oxidative stress and genetic polymorphisms Selenium was
determined by hydride generation quartz tube atomic absorption spectroscopy (HGQT AAS)
For mercury analysis a hair sample of volunteers was collected and its concentration was
determined by atomic absorption spectrometry method with cold vapor (CV AAS) To
evaluate oxidative stress plasma concentrations of malondialdehyde (MDA) and Oxygen
Radical Absorbance Capacity (ORAC) were determined We enrolled 200 volunteers aged
between 19 and 50 The average of selenium intake was 493 plusmn 192 microgday and the
prevalence of inadequate intake was 409 Mean selenium concentration on plasma and
erythrocytes were respectively 498 + 186 microgL and 754 + 299 microgL Glutathione
peroxidase showed mean activity of 451 + 194 Ug Hb and mercury levels of 625 + 766 ng g-
1 Evaluating the presence of the SNP Pro198Leu it was observed that 567 of the were
participants had wild type genotype 368 heterozygous and 68 were homozygous for
leucine For the GSTM1 null deletion polymorphism 425 of the volunteers had a null
genotype ie do not express the enzyme glutathione S-transferase These results indicate that
the majority of participants had selenium deficiency in plasma and erythrocytes Nevertheless
most of them had adequate activity of glutathione peroxidase There was no association
between selenium concentrations and the biomarkers used to assess oxidative stress The
Pro198Leu polymorphism did not interfere in selenium concentrations as well as in the
oxidative stress The evaluation of GSTM1 polymorphism had no association with mercury
levels and oxidative stress
Keywords selenium oxidative stress polymorphisms and mercury
11
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 Concentraccedilatildeo de Se (microgg) em castanha-do-brasil da regiatildeo Amazocircnica
22
Quadro 2 Ingestatildeo Dieteacutetica de Referecircncia (DRIs) relativas ao Se em microgdia a
partir de um ano de idade de acordo com o Institute of Medicine (IOM
2006)
23
Quadro 3 Frequecircncia genotiacutepica do polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) no
gene que codifica para GPx 1 encontrada em pesquisas realizadas no
Brasil por pesquisadores do Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo e Minerais da
Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo
(USP)
37
Quadro 4 Distribuiccedilatildeo da frequecircncia do polimorfismo GSTM1(ABAB0) no gene
da GST em diferentes etnias
39
Quadro 5 Classificaccedilatildeo do Iacutendice de Massa Corpoacuterea (IMC) para adultos segundo
WHO (2000)
45
Quadro 6 Intervalos de recomendaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de macronutrientes em
percentual de contribuiccedilatildeo energeacutetica (AMDR) de acordo com IOM
(2006)
46
Quadro 7 Valores de referecircncias adotados para concentraccedilatildeo de Se no plasma e
eritroacutecitos
47
Quadro 8 Resultados das anaacutelises dos materiais de referecircncia utilizados na
determinaccedilatildeo de Hg total
49
12
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas das voluntaacuterias
55
Tabela 2 Classificaccedilatildeo das participantes segundo o IMC
56
Tabela 3 Ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) das participantes (n = 194)
59
Tabela 4 Concentraccedilatildeo de Se (microgL) no plasma e nos eritroacutecitos das participantes
(n=194)
61
Tabela 5 Coeficiente de regressatildeo da ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) como
variaacutevel independente que influenciou a concentraccedilatildeo do mineral no
plasma (microgL) das participantes
64
Tabela 6
Tabela 7
Coeficiente de regressatildeo da ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) como
variaacutevel independente que influenciou a concentraccedilatildeo do mineral nos
eritroacutecitos (microgL) das participantes
Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram
as concentraccedilotildees de Hg (ng g-1
) nos cabelos (variaacutevel dependente) das
participantes
64
71
Tabela 8 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram
a capacidade antioxidante ndash ORAC (mmol eq troloxg de amostra)
(variaacutevel dependente) das participantes
71
Tabela 9 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram
a concentraccedilatildeo plasmaacutetica de MDA (microM) (variaacutevel dependente) das
participantes
72
Tabela 10 Distribuiccedilatildeo do SNP Pro198Leu (rs 1050450) no gene que codifica para
a GPx 1 nas participantes (n=190)
73
Tabela 11 Concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio atividade da enzima
GPx MDA e ORAC de acordo com o genoacutetipo para o polimorfismo
Pro198Leu (rs1050450) no gene que codifica a GPx
76
Tabela 12 Distribuiccedilatildeo do polimorfismo GSTM1 no gene da GST das participantes
(n = 180)
76
Tabela 13 Concentraccedilotildees de Hg de MDA e ORAC de acordo com o genoacutetipo para
o polimorfismo GSTM1 no gene da GST das participantes
77
13
LISTA DE ABREVIATURAS
Se - Selecircnio
Hg - Mercuacuterio
MeHg - Metilmercuacuterio
dimetilHg - Dimetilmercuacuterio
GPx - Glutationa Peroxidase
GST - Glutationa S-Transferase
GR - Glutationa Redutase
GSH - Glutationa Reduzida
SOD - Superoacutexido Dismutase
Hb - Hemoglobina
T3 - Tri-iodotironina
T4 - Tiroxina
SeO32-
- Selenito
SeO42-
- Selenato
Cd - Caacutedmio
Rd - Raacutedio
As - Arsecircnio
Cu - Cobre
Ag - Prata
Pb - Chumbo
Pt - Platina
DRI - Recomendaccedilatildeo de Ingestatildeo de Referecircncia
EAR - Necessidade Meacutedia Estimada
UL - Niacutevel Maacuteximo de Ingestatildeo Toleraacutevel
RDA - Ingestatildeo Dieteacutetica Recomendada
EER - Necessidade Energeacutetica Estimada
AMDR - Acceptable Macronutrient Distribution Range
IOM - Institute of Medicine
ADI - Ingestatildeo Diaacuteria Aceitaacutevel
PTWI - Ingestatildeo Semanal Toleraacutevel Provisoacuteria
DCNT - Doenccedilas Crocircnicas natildeo Transmissiacuteveis
14
WHO - World Health Organization
AP - Amapaacute
PA - Paraacute
RO - Rondocircnia
AM - Amazonas
EDTA - Aacutecido Etilenodiamino Tetraceacutetico
O2 - Oxigecircnio
ERO - Eacutespecies Reativas de Oxigecircnio
ERN - Eacutespecies Reativas de Nitrogecircnio
RSS e SR - Selenosulfidos
SNP - Single Nucleotide Polymorfism
STR - Simple Tandem Repeats
VNTR - Variable Number of Tandem Repeats
PCK - Proteiacutena Quinases
DNA - Aacutecido Desoxirribonucleico
C - Citocina
T - Timina
SDM - Seleno Dimetil ndash Mercuacuterio
MDA - Malondialdeiacutedo
ORAC - Capacidade Antioxidante
8-OHdG - 8 Hidroxidodesoxiguanosina
CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente
Na - Soacutedio
Se-Met - Selenometionina
mv - MassaVolume
PA - Pureza Analiacutetica
LAN - Anaacutelise por Ativaccedilatildeo Neutrocircnica
AOAC - Association of Official Analytical Chemists
NCHS - National Center of Health and Statistics
HGQTAAS - Espectrometria de Absorccedilatildeo Atocircmica por Geraccedilatildeo de Hidretos
Acoplados agrave Cela de Quartzo
CVAAS - Espectrometria de Absorccedilatildeo Atocircmica com Geraccedilatildeo de Vapor Frio
IPEN - Instituto de Pesquisa Energeacutetica Nuclear
IMC -Iacutendice de Massa Corpoacuterea
15
CC - Circunferecircncia da Cintura
LD - Limite de Detecccedilatildeo
LQ - Limite de Quantificaccedilatildeo
PNJ
IAEA
- Parque Nacional do Jauacute
- Agecircncia Internacional de Energia Atocircmica
UNIR - Universidade Federal de Rondocircnia
SEDUC - Secretaria de Educaccedilatildeo
SESAU - Secretaria da Sauacutede
ABESO - Associaccedilatildeo Brasileira para Estudo da Obesidade e da Siacutendrome Metaboacutelica
LANCRPq - Laboratoacuterio de Anaacutelise por Ativaccedilatildeo Neutrocircnica
IPENCNEN - Instituto de Pesquisas Energeacuteticas Nucleares
FCF - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas
USP - Universidade de Satildeo Paulo
16
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 18
2 REVISAtildeO DA LITERATURA 20
21 SELEcircNIO 20
211 Fontes Biodisponibilidade e Recomendaccedilatildeo 21
212 Aspectos Fisioloacutegicos Absorccedilatildeo Biodisponibilidade Armazenamento e Excreccedilatildeo 24
213 Funccedilotildees e Accedilotildees 25
214 Deficiecircncia e Toxicidade 29
22 MERCUacuteRIO30
23 ESTRESSE OXIDATIVO 33
24 POLIMORFISMOS 35
241 Polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) no Gene da GPx 36
242 Polimorfismo GSTM1 no Gene da GST 38
3 OBJETIVOS 41
31 OBJETIVO GERAL 41
32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 41
4 METODOLOGIA 42
41 CASUIacuteSTICA E DELINEAMENTO 42
42 COLETA DE DADOS42
43 AVALIACcedilAtildeO ANTROPOMEacuteTRICA 45
44 CONSUMO ALIMENTAR 46
45 DETERMINACcedilAtildeO DA CONCENTRACcedilAtildeO DE SELEcircNIO NO PLASMA E ERITROacuteCITOS 47
46 DETERMINACcedilAtildeO DA ATIVIDADE DA GPx 48
47 PROCESSAMENTO E ANAacuteLISE DE MERCUacuteRIO NOS CABELOS 48
48 DETERMINACcedilAtildeO DA CONCENTRACcedilAtildeO PLASMAacuteTICA DE MALONDIALDEIacuteDO 50
49 DETERMINACcedilAtildeO DA CAPACIDADE DE ABSORCcedilAtildeO DE RADICAIS DE OXIGEcircNIO 51
410 PREPARACcedilAtildeO DAS AMOSTRAS PARA ANAacuteLISE DOS POLIMORFISMOS 52
4101 Determinaccedilatildeo do Polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) 52
4102 Determinaccedilatildeo do Polimorfismo GSTM1 53
411 ANAacuteLISES ESTATIacuteSTICAS 53
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 54
51 CARACTERIZACcedilAtildeO DA POPULACcedilAtildeO 54
52 AVALIACcedilAtildeO ANTROPOMEacuteTRICA 55
53 CONSUMO ALIMENTAR 57
17
54 MARCADORES BIOQUIacuteMICOS DO ESTADO NUTRICIONAL RELATIVO AO SELEcircNIO 60
55 SEEcircNIO E ATIVIDADE DA ENZIMA GPx 1 65
56 SELEcircNIO E CONCENTRACcedilOtildeES DE MERCUacuteRIO 67
57 SELEcircNIO E AVALIACcedilAtildeO DO ESTRESSE OXIDATIVO MDA E ORAC 71
58 POLIMORFISMO PRO198LEU 73
59 POLIMORFISMO GSTM1 76
6 CONCLUSAtildeO 80
7 CRONOGRAMA 81
REFEREcircNCIAS 82
APEcircNDICES 100
ANEXOS 118
18
1 INTRODUCcedilAtildeO
O selecircnio (Se) eacute um mineral traccedilo essencial para a biologia humana e esta
essencialidade foi reconhecida em 1979 apesar deste elemento ter sido descoberto em 1817
Dentre as funccedilotildees atribuiacutedas a este mineral destacam-se a funccedilatildeo antioxidante e proteccedilatildeo
contra accedilatildeo nociva de metais toacutexicos aleacutem de atuar em niacutevel de sistema imunoloacutegico
(NAVARRO-ALARCON e LOacutePEZ-MARTINEZ 2000 REILLY 1996) A funccedilatildeo
antioxidante estaacute relacionada agraves selenoproteiacutenas como a P e agraves glutationas peroxidases (GPx)
que satildeo dependentes de Se (HSIEH et al 2006) As GPx satildeo selenoproteiacutenas encontradas em
todos os tecidos de mamiacuteferos em que haacute processos oxidativos cuja accedilatildeo eacute reduzir a produccedilatildeo
de Espeacutecies Reativas de Oxigecircnio (ERO) contribuindo para a proteccedilatildeo das macromoleacuteculas e
membranas do organismo contra a oxidaccedilatildeo (GONZAGA et al 2005)
O homem obteacutem Se por meio da alimentaccedilatildeo (REILLY 1996 FAacuteVARO et al 2000
GONZAGA 2002 THOMSON 2006) e a quantidade do mineral presente nos alimentos
reflete a concentraccedilatildeo do solo sendo essa distribuiccedilatildeo heterogecircnea ou seja um alimento da
mesma espeacutecie proveniente de aacutereas distintas pode apresentar concentraccedilotildees de Se diferentes
(AMOUROUX et al 2001 MARTENS e COZZOLINO 2012) No Brasil Cozzolino et al
(2007) evidenciaram que feijotildees produzidos no estado de Satildeo Paulo tinham menores
concentraccedilotildees de Se (0016 μg de Seg) quando comparados aos feijotildees do Cearaacute (12 μg de
Seg)
Dessa forma pode-se supor que as regiotildees norte e nordeste apresentam maiores
concentraccedilotildees de Se no solo enquanto as regiotildees centro-oeste e sudeste tendem a apresentar
concentraccedilotildees menores indicando maior risco de desenvolvimento da deficiecircncia do mineral
nas duas uacuteltimas regiotildees (COZZOLINO et al 2007 MARTENS e COZZOLINO 2012) A
regiatildeo norte aleacutem de ser considerada uma das aacutereas com solos mais ricos em Se tambeacutem
apresenta de forma abundante o alimento considerado a melhor fonte do mineral a castanha-
do-brasil (Bertholletia excelsa) (ROCHA et al 2014)
Um estudo realizado por Gonzaga (2002) avaliou o estado nutricional relativo ao Se
em 41 crianccedilas de Macapaacute (AP) e de Beleacutem (PA) de acordo com os resultados as crianccedilas
avaliadas natildeo apresentaram deficiecircncia em Se
Rocha et al (2014) tambeacutem avaliaram crianccedilas da regiatildeo norte em duas localidades
ribeirinhas da cidade de Porto Velho (RO) obtendo um total de 42 participantes As crianccedilas
ribeirinhas de Demarcaccedilatildeo apresentaram concentraccedilotildees plasmaacuteticas de Se abaixo da
19
referecircncia para a faixa etaacuteria enquanto as crianccedilas da segunda localidade Gleba do Rio Preto
apresentaram concentraccedilotildees elevadas constituindo risco de toxicidade
Bortoli (2010) avaliou 55 mulheres de uma comunidade ribeirinha de Manaus (AM)
denominada de Novo Airatildeo e observou que a meacutedia de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio estava
dos valores da normalidade
Com base nesses estudos observa-se que natildeo eacute possiacutevel estabelecer um diagnoacutestico
preciso sobre o status de Se na regiatildeo norte sendo necessaacuterios mais estudos principalmente
com a populaccedilatildeo das cidades
Em contrapartida agrave suposiccedilatildeo que a regiatildeo norte ou amazocircnica pode ter solos ricos em
Se a mesma tambeacutem eacute considerada uma aacuterea de risco de exposiccedilatildeo ao mercuacuterio (Hg) um
metal toacutexico que natildeo exerce funccedilatildeo bioloacutegica Segundo Fadini e Jardim (2001) esta
contaminaccedilatildeo eacute devida aos processos naturais e antroacutepicos
Alguns autores sugerem que a populaccedilatildeo da Amazocircnia apresenta a mais alta exposiccedilatildeo
ao Hg relatada no mundo e isso pode exigir um aumento da quantidade de Se no organismo
na tentativa de compensar tanto o estresse oxidativo quanto os efeitos toacutexicos provocados pelo
metal bem como para manter a atividade ideais de enzimas antioxidantes (FORDYCE 2005
RAYMAN 2008 LEMIRE et al 2010 PASSOS MERGLER 2008)
Diante desse cenaacuterio este projeto avaliou o estado nutricional relativo ao Se
concentraccedilotildees de Hg estresse oxidativo e a presenccedila dos polimorfismos geneacuteticos Pro198Leu
no gene da GPx e GSTM1 no gene da glutationa S-transferase (GST) de mulheres residentes
na cidade de Porto Velho (RO) Vale mencionar que estudos sobre o Se satildeo inexistentes nesta
populaccedilatildeo e a maioria das pesquisas realizadas com o Hg na Amazocircnia avaliou apenas
populaccedilotildees ribeirinhas
20
2 REVISAtildeO DA LITERATURA
21 SELEcircNIO
O Se foi descoberto pelo quiacutemico sueco Jons Jakob Berzelius no ano de 1817 em seus
experimentos sobre a oxidaccedilatildeo do aacutecido sulfuacuterico pesquisando agentes toacutexicos (FOX
FAIRWEATHER 1999) Em 1957 Schwartz e Foltz descobriram a sua importacircncia para a
sauacutede animal quando verificaram que pequenas quantidades de Se apresentavam accedilatildeo
protetora em ratos com necrose hepaacutetica e deficiecircncia em vitamina E (NAVARRO-
ALARCON LOacutePEZ-MARTINEZ 2000) Em 1973 Rotruck isolou a enzima GPx e verificou
a presenccedila de Se em seu siacutetio ativo (BAYOUMY-EL 2001) A essencialidade do Se para os
humanos foi reconhecida em 1979 quando cientistas chineses descobriram uma doenccedila por
deficiecircncia de Se em uma regiatildeo da China chamada Keshan a qual deu origem ao nome desta
doenccedila e quando a suplementaccedilatildeo com Se atuou em caso de distrofia muscular (ESTADOS
UNIDOS - IOMFNB 2001)
No processo de evoluccedilatildeo da terra o Se foi incorporado ao solo oriundo dos magmas e
gases vulcacircnicos e apoacutes o degelo da era glacial esse semi-metal foi espalhado por algumas
aacutereas do globo terrestre de forma heterogecircnea (KOHRLE 1999) Dessa forma as
caracteriacutesticas geoloacutegicas de cada regiatildeo influenciaram as concentraccedilotildees de Se nos solos
existindo locais onde esta concentraccedilatildeo eacute tatildeo elevada que pode causar intoxicaccedilatildeo em animais
que consomem as pastagens cultivadas (REILLY 1996) e em outras eacute tatildeo baixa que pode
causar deficiecircncia (SILVA et al 1993)
Solos com concentraccedilatildeo de Se ao redor de 005 microgg tendem a proporcionar dietas
com concentraccedilotildees menores que 01 microgg causando deficiecircncia do mineral enquanto solos
com mais de 5 microgg do mineral contribuem para a intoxicaccedilatildeo (OLDFIELD 1999) Por isso a
quantidade de Se existente nos alimentos na aacutegua e no ar reflete o teor deste mineral no solo
sendo dependente de fatores geoquiacutemicos como o pH sendo que solos com pH menor que
55 (aacutecido) apresentam baixa biodisponibilidade de Se e solos com pH maior que 75
(alcalino) apresentam Se mais biodisponiacutevel A natureza da rocha originaacuteria tambeacutem interfere
nas quantidades de Se no ambiente sendo aquelas ricas em granito e basalto pobres em Se e
as vulcacircnicas incandescentes calcaacuterias de carvatildeo e de pirita mais ricas no mineral
(BAOYAN ZHANG 2002 REILLY 1996 FOX FAIRWEATHER-TAIT 1999 GONZAGA
MARTENS COZZOLINO 2007 2012) Isso explica porque a quantidade de Se no mesmo tipo
de alimento proveniente de aacutereas diferentes pode ser muito heterogecircnea (AMAROUX et al
21
2001) Estima-se que cerca de 50 a 77 do Se presente na superfiacutecie da terra seja oriundo
dos oceanos que se depositou por via uacutemida ou seca por meio dos gases dimetilselenido e
dimetilselenilsulfido produzidos de forma sazonal por fitoplacircnctons em especial pelas
bacteacuterias Coccolithophorid e por isso as aacutereas mais proacuteximas de oceanos possuem solos com
maior concentraccedilatildeo de Se (AMAROUX et al 2001)
No Brasil Martens e Cozzolino (2002) avaliaram alguns cultivares de feijotildees de cada
regiatildeo do paiacutes e verificaram que a concentraccedilatildeo de Se foi maior nos alimentos cultivados nas
regiotildees Norte e Nordeste sugerindo que os solos destes locais apresentam maiores
concentraccedilatildeo do mineral Os pesquisadores constataram tambeacutem que os solos com elevadas
concentraccedilotildees de Se produziram alimentos mais ricos neste nutriente e consequentemente
um consumo alimentar adequado Por outro lado em estados como Satildeo Paulo e Mato Grosso
foram encontradas menores concentraccedilotildees de Se nos solos e os indiviacuteduos residentes nestes
estados apresentaram maiores inadequaccedilotildees da ingestatildeo alimentar de Se (COZZOLINO
2007)
Na natureza o Se se encontra em 4 quatro estados de oxidaccedilatildeo nos solos aacutecidos como
Se elementar (0) selenido (+2) e selenito (+4) que satildeo menos soluacuteveis e assimilaacuteveis
enquanto em terras alcalinas tecircm mais selenato (+6) mais soluacutevel e assimilaacutevel pelas plantas
e animais (ORTUNtildeO et al 1997 GONZAGA MARTENS COZZOLINO 2012) Nos
alimentos o Se pode ser encontrado sob as formas orgacircnica e inorgacircnica na forma orgacircnica
como selenometionina (alimentos de origem vegetal e animal e em alguns suplementos
alimentares) como selenocisteiacutena principalmente em fontes de origem animal e como
selenometilselenocisteiacutena principal forma encontrada em vegetais (NAVARRO-ALARCON
2008) Na forma inorgacircnica como selenito (SeO32-
) e selenato (SeO42) em suplementos pois
essas formas aparecem em poucas quantidades nos alimentos (RAYMAN 2000)
211 Fontes Biodisponibilidade e Recomendaccedilatildeo
A castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa famiacutelia Lecythidaceae) eacute considerada o
alimento mais rico em Se com concentraccedilotildees que variam de 8 a 126 microgg (GONZAGA
2002 REILLY 1996 THOMSON 2006 GONZAGA MARTENS COZZOLINO 2012)
Diversos estudos com essa amecircndoa foram conduzidos com a finalidade de determinar o seu
teor de Se Souza e Menezes (2004) avaliaram 70kg de castanha-do-Brasil com casca da
safra de 2001 obtidas de lote a granel na Centrais de Abastecimento de Campinas SA
(CEASA) em Satildeo Paulo e observaram concentraccedilatildeo de 204 microgg (correspondente a 204
22
microg100g) de Se Chang et al (1995) analisaram dois lotes de castanha-do-brasil um
proveniente da regiatildeo do AcreRondocircnia e outro da regiatildeo de ManausBeleacutem e as
concentraccedilotildees de Se variaram de 306 a 401 microgg e 360 a 500 microgg respectivamente
Trabalhos realizados pelos pesquisadores do Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo-Minerais da
Universidade de Satildeo Paulo tambeacutem avaliaram as concentraccedilotildees de Se em castanha-do-brasil
oriundas da regiatildeo norte (Quadro 1)
Quadro 1 Concentraccedilatildeo de Se (microgg) em castanha-do-brasil da regiatildeo norte do Brasil
Concentraccedilatildeo de Se (microgg)
COUTINHO (2001) GONZAGA (2002) BEHR (2004) MARTENS e COZZOLINO (2002) ROCHA (2014) STOCLER PINTO (2009) COMINETTI (2010) PIRES (2012)
19 40 17 43
583 58 58 115
Dados natildeo publicados - Meacutedia referente agrave determinaccedilatildeo de Se em dezoito lotes de castanha-do-brasil (safra 2011)
As frutas e as verduras em geral satildeo pobres em Se com exceccedilatildeo dos vegetais que satildeo
considerados acumuladores tais como o alho a mostarda indiana o broacutecolis a couve-de-
bruxelas a couve-flor o repolho a cebola e alguns cogumelos os quais podem fornecer boas
quantidades do mineral Nas regiotildees cujos solos tecircm quantidades significativas de Se o trigo
eacute uma boa fonte do mineral assim como os patildees e cereais (NAVARRO-ALARCON e
LOacutePEZ-MARTINEZ 2008)
A quantidade de proteiacutena presente no alimento deve ser considerada pois os alimentos
proteicos incorporam o Se de forma mais eficiente principalmente aqueles que possuem
maior concentraccedilatildeo de aminoaacutecidos que contenham enxofre como metionina e cisteiacutena
(BURK 1998) Alimentos como carne bovina frango peixe e ovos tambeacutem apresentam
quantidades significativas de Se assim como leite e seus derivados de acordo com a espeacutecie
animal e quantidade de gordura pois tanto o leite de vaca quanto os outros tipos que
apresentam maior quantidade de gordura possuem menores concentraccedilotildees do mineral
(NAVARRO-ALARCON 2008)
As melhores fontes de Se natildeo satildeo necessariamente as de maior biodisponibilidade Os
vegetais por exemplo em geral satildeo pobres no mineral entretanto apresentam uma
biodisponibilidade elevada variando de 85 a 100 Nos pescados que tambeacutem satildeo
23
considerados oacutetimas fontes de Se a biodisponibilidade varia de 20 a 50 Alguns
pesquisadores relacionam esta baixa biodisponibilidade agrave interaccedilatildeo do Se com o metal Hg que
pode estar presente nesses alimentos (ORTUNtildeO 1997 MARTENS et al 2012)
Com a descoberta da doenccedila de Keshan uma cardiomiopatia ocasionada pela
deficiecircncia de Se foi possiacutevel estabelecer recomendaccedilatildeo desse nutriente pois a doenccedila natildeo se
manifestava quando a quantidade consumida era igual ou maior que 191 microgdia em indiviacuteduo
adulto com 60 kg Acreditava-se que essa concentraccedilatildeo seria o menor valor de associaccedilatildeo
com o natildeo aparecimento dos sinais cliacutenicos da deficiecircncia do mineral (SHILS et al1994)
Entretanto atualmente sabe-se que a deficiecircncia de Se ocorre quando a ingestatildeo diaacuteria por
longos periacuteodos eacute menor ou igual a 11 microgdia Outro dado utilizado para determinar a
recomendaccedilatildeo de Se foi realizado atraveacutes da relaccedilatildeo entre a atividade da GPx no plasma e a
ingestatildeo do Se em indiviacuteduos adultos chineses residentes em uma aacuterea com solos
considerados pobres no mineral Os voluntaacuterios foram distribuiacutedos em cinco grupos e
receberam doses graduais de 0 10 30 60 e 90 microgdia de Se por via oral na forma de DL-
selenometionina Apoacutes cinco a oito meses a atividade da GPx respondeu de forma similar
para os trecircs concentraccedilotildees mais altos e esses resultados mostraram que uma ingestatildeo em torno
de 41 microgdia o equivalente a 30 microg da suplementaccedilatildeo mais 11 microg da dieta normal em um
homem de 60 kg eram suficientes para saturar a atividade da GPx (IOM 2001)
Com bases nesses dados foi possiacutevel estabelecer uma recomendaccedilatildeo de Se de acordo
com o Institute of Medicine (2001) A Ingestatildeo Dieteacutetica Recomendada (RDA) de Se para
indiviacuteduos adultos a partir dos 19 anos de idade foi estabelecida em 55 microgdia natildeo devendo
ultrapassar o niacutevel maacuteximo de Ingestatildeo Toleraacutevel (UL) estabelecido de 400 microgdia O Quadro
2 apresenta as Ingestotildees Dieteacuteticas de Referecircncia (DRI) de Se propostas pelo IOM (2006)
para populaccedilatildeo adulta
Quadro 2 Ingestatildeo Dieteacutetica de Referecircncia (DRIs) relativas ao Se em microgdia a partir de 1 ano
de idade de acordo com o Institute of Medicine (IOM 2006)
Idade (anos) EAR
Se microgdia
RDA
Se microgdia
UL
Se microgdia
˃ 14 45 55 400
EAR ndash Necessidade Meacutedia Estimada valor de ingestatildeo diaacuteria de um nutriente suficiente para suprir a
necessidade de metade dos indiviacuteduos saudaacuteveis de um determinado grupo do mesmo gecircnero e estaacutegio de vida
RDA ndash Ingestatildeo Dieteacutetica Recomendada eacute o niacutevel de ingestatildeo dieteacutetica diaacuteria suficiente para atender agraves
necessidades de um determinado nutriente de praticamente todos (97 a 98) os indiviacuteduos saudaacuteveis de um
determinado grupo do mesmo gecircnero e estaacutegio de vida
24
UL ndash Niacutevel Maacuteximo de Ingestatildeo Toleraacutevel eacute o valor mais alto da ingestatildeo diaacuteria continuada de um nutriente que
aparentemente natildeo oferece nenhum efeito adverso agrave sauacutede para todos os indiviacuteduos de um mesmo estaacutegio de
vida ou gecircnero
212 Aspectos Fisioloacutegicos Absorccedilatildeo Biodisponibilidade Armazenamento e Excreccedilatildeo
A absorccedilatildeo do Se acontece no duodeno ceco e coacutelon onde a selenometionina eacute
absorvida por um mecanismo de transporte ativo o selenito por difusatildeo simples o selenato
em conjunto com o sulfato por meio de carreadores mediados por soacutedio e a selenocisteiacutena por
transporte ativo comum aos aminoaacutecidos baacutesicos (histidina lisina e arginina) A
selenometilselenocisteiacutena natildeo eacute incorporada como selenometionina sendo convertida
rapidamente em metilselenol (FAIRWEATHERTAIT et al 2011)
Nos enteroacutecitos o Se eacute reduzido a selenito (H2Se) e em seguida transportado no
sangue ligado a proteiacutenas principalmente a fraccedilotildees de β-lipo proteiacutena de muito baixa
densidade e em menor quantidade em outros tipos de proteiacutenas como a albumina
especialmente quando a selenometionina eacute a principal forma presente nos alimentos
(REILLY 1996 PAPP et al 2007)
A biodisponibilidade do Se pode ser prejudicada por alguns fatores quantidade
ingerida a partir da dieta origem do Se consumido interaccedilatildeo com metais toacutexicos eficiecircncia
da digestatildeo formaccedilatildeo de compostos absorviacuteveis tempo do tracircnsito intestinal estado
nutricional do organismo em relaccedilatildeo ao Se doenccedilas do trato gastrintestinal conversatildeo para
formas biologicamente ativas apoacutes absorccedilatildeo e incorporaccedilatildeo agrave enzima GPx (IOM 2001) Na
determinaccedilatildeo da biodisponibilidade do Se alimentar a etapa limitante eacute a incorporaccedilatildeo da
forma biologicamente ativa selenocisteiacutena agrave GPx ou agraves 5 deiodinases nos tecidos
(HOLBEN SMITH 1999)
A excreccedilatildeo do Se ocorre principalmente pela via urinaacuteria (REILLY 1996 PAPP et
al 2007) e os compostos de Se tanto aqueles que entram no pool de selenito como os
convertidos a metilselenol satildeo metilados por tioacuteis-metiltransferases e geram diferentes formas
metaboacutelicas metiladas do mineral que seratildeo excretadas contribuindo para a homeostase Na
urina predominam as formas monometiladas nos casos de baixas ingestotildees e o
trimetilselenocircnio quando o Se eacute consumido em altas quantidades Quando os iacuteons de
trimetilselenocircnio atingem seu platocirc metaboacutelico ocorre a excreccedilatildeo pulmonar de
dimetilselenocircnio volaacutetil responsaacutevel pelo odor caracteriacutestico de alho na respiraccedilatildeo
(LETAVAYOVAacute et al 2006 PAPP et al 2007)
25
A Figura 1 ilustra o metabolismo do Se em mamiacuteferos onde os metaboacutelitos de Se
provenientes da alimentaccedilatildeo entram na ceacutelula e se juntam ao pool existente gerando selenito
que seraacute utilizado como fonte de Se para a siacutentese da selenocisteiacutena precursora das
selenoproteiacutenas (PAPP et al 2007)
Figura 1 Aspectos fisioloacutegicos do Se em mamiacuteferos
Adaptado de PAPP et al (2007)
(GSH = glutationa TrxRTrx = tioredoxina redutasetioredoxina)
213 Funccedilotildees e Accedilotildees
A propriedade antioxidante do Se estaacute relacionada agraves GPx que satildeo dependentes deste
mineral As GPx agem na proteccedilatildeo celular contra os danos provocados por radicais livres
juntamente com um sistema antioxidante complexo que envolve outras substacircncias
(HOLBEN SMITH 1999)
O Se eacute incorporado na forma de selenocisteiacutena no siacutetio ativo de um grande nuacutemero de
proteiacutenas Acredita-se que cerca de 100 selenoproteiacutenas possam existir no organismo de
mamiacuteferos Atualmente satildeo conhecidas 22 selenoproteiacutenas organizadas em grupos diferentes
Se Alimentar
Selenometionina
Selenito
Selenato
Selenocisteiacutena
(Sec)
Outras formas
ENTEROacuteCITO
Pool Intracelular de Selecircnio
Selenometionina
Selenito Selenato
GSS e SG (selenodiglutationa)
CH3SeH (metilselenol) etc
Incorporaccedilatildeo natildeo especiacutefica de
proteiacutenas ligadoras de selecircnio
Selenoproteiacutenas
Liases
GSH
TrxRTrx
H2Se
(selenido)
Sec
26
em funccedilatildeo da localizaccedilatildeo e das propriedades funcionais da selenocisteiacutena sendo que metade
destas apresenta caracteriacutesticas antioxidantes O grupo das GPx eacute o mais abundante Estas
selenoproteiacutenas satildeo encontradas em todos os tecidos de mamiacuteferos em que haacute processos
oxidativos e podem reduzir a produccedilatildeo de espeacutecies reativas de oxigecircnio contribuindo para a
proteccedilatildeo das macromoleacuteculas e membranas do organismo contra a oxidaccedilatildeo (BROWN et al
2001 TAPIERO et al 2003 GONZAGA et al 2005)
A GPx 1 tambeacutem conhecida como GPx citosoacutelica foi a primeira enzima dependente
de Se a ser identificada em 1953 em eritroacutecitos onde protege a hemoglobina de danos
oxidativos Essa GPx eacute encontrada no citosol das ceacutelulas sendo expressa em todos os tecidos
(BROWN 2001 LEI 2007) e tem como funccedilatildeo reduzir o peroacutexido de hidrogecircnio e
hidroperoacutexidos orgacircnicos livres transformando-os em aacutegua e aacutelcool respectivamente
(GONZAGA et al 2005)
A segunda isoforma GPx 2 ou gastrintestinal eacute encontrada no trato gastrintestinal e
no fiacutegado e age protegendo o organismo contra os hidroperoacutexidos na passagem pelo trato
gastrintestinal (GONZAGA et al 2005) A GPx 3 ou plasmaacutetica eacute sintetizada primeiramente
nas ceacutelulas tubulares renais e sua funccedilatildeo eacute servir de barreira antioxidante para o sangue
filtrado e proteger as ceacutelulas endoteliais do dano oxidativo (DUMONT 2006) A quarta
isoforma GPx 4 ou fosfolipiacutedio hidroperoacutexido tem como funccedilatildeo proteger as membranas das
ceacutelulas contra a accedilatildeo dos hidroperoacutexidos de aacutecidos graxos e tambeacutem reduzir a formaccedilatildeo de
hidroperoacutexidos de colesterol e de eacutester de colesterol nas membranas e nas lipoproteiacutenas de
baixa densidade (LDL) (SAVASKAN et al 2007)
Aleacutem dessas quatro isoformas foram descobertas tambeacutem a GPx 6 no epiteacutelio do
olfato e tecidos embrionaacuterios e outras variantes na qual o resiacuteduo de selenocisteiacutena eacute
substituiacutedo por cisteiacutena incluindo a GPx 5 com expressatildeo restrita no epidiacutedimo e a GPx 7
(PAPP et al 2007) Entretanto ainda natildeo se sabe exatamente qual a accedilatildeo dessas GPx
(HERBETTE et al 2007)
O Se pode interagir com um grande nuacutemero de metais toacutexicos como arsecircnio (As)
caacutedmio (Cd) Hg cobre (Cu) prata (Ag) chumbo (Pb) e platina (Pt) podendo alterar a
toxicidade e prevenir possiacuteveis manifestaccedilotildees toxicoloacutegicas em razatildeo da exposiccedilatildeo aos
mesmos (ORTUNtildeO et al 1997) Uma das hipoacuteteses para explicar essa interaccedilatildeo seria uma
reaccedilatildeo direta desses metais com o Se na forma inorgacircnica formando substacircncias
biologicamente inativas no interior do trato gastrintestinal Este mecanismo de interaccedilatildeo foi
encontrado em estudos com o Cd Pt Pb Ag e Hg Uma segunda hipoacutetese seria a reaccedilatildeo do
Se com grupos tioacuteis de algumas moleacuteculas para formar selenosulfidos (RSSeSR) que
27
possuem forte afinidade por metais (ORTUNtildeO et al 1997 ALARCOacuteN e MARTINEZ
2000)
A interaccedilatildeo entre o Hg e o Se tem sido estudada haacute mais de trecircs deacutecadas e envolve
uma variedade de processos bioquiacutemicos e toxicoacutelogicos ainda desconhecidos (CHEN et al
2006) Estudos conduzidos em animais foram realizados para tentar esclarecer os mecanismos
dessa interaccedilatildeo mesmo assim estes natildeo foram completamente elucidados (GREGUS et al
2001) Pesquisas in vitro sugerem que o efeito protetor do Se em relaccedilatildeo aos efeitos toacutexicos do Hg
seja em razatildeo da formaccedilatildeo de um complexo inerte Hg-Se (11) ligado agrave selenoproteiacutena P (Sepp1) no
sangue (DRASCH et al 2000)
A Figura 2 ilustra um possiacutevel mecanismo de destoxificaccedilatildeo muacutetua de Se e Hg elaborado
por Gailer et al (2000) onde o Se na forma de selenito ao ser incorporado nos eritroacutecitos eacute
reduzido atraveacutes da glutationa e no plasma liga-se agrave albumina proteiacutena responsaacutevel pelo transporte
sanguiacuteneo de Hg Sendo assim o Se natildeo reagiria de forma direta com o Hg livre mas com o Hg
ligado agrave albumina formando o complexo Hg-Se que por sua vez liga-se agrave selenoproteiacutena P e
tambeacutem aos resiacuteduos de histidina e cisteiacutena presentes na proteiacutena
Vale mencionar que a selenoproteiacutena P eacute uma glicoproteiacutena que transporta a maior parte de
Se no plasma dessa forma nos casos em que haacute deficiecircncia em Se a siacutentese de selenoproteiacutena P
pode estar prejudicada assim como a sua concentraccedilatildeo no plasma A existecircncia da selenoproteiacutena P
foi relatada haacute aproximadamente 30 anos poreacutem o progresso na tentativa de esclarecer as suas
funccedilotildees tecircm se destacado nos uacuteltimos anos (BURK HILL 2009)
Figura 2 Esquema de um possiacutevel mecanismo de destoxificaccedilatildeo muacutetua de Se e Hg
Adaptado de Gailer et al (2000)
SeO32-
e Se2-
= selenito Hg2+
= mercuacuterio livre HgSe = complexo Hg Se
HgSe
SeO32-
SeO32- Se2-GSH
Eritroacutecito
Se2-
Hg2+ (albumina)HgSe
Selenoproteiacutena P
HgSeHgSe
HgSe
28
Concentraccedilotildees adequadas de Se tambeacutem estatildeo relacionadas ao funcionamento
adequado do sistema imunoloacutegico Propriedades como quimiotaxia migraccedilatildeo e atividade
fungicida satildeo indicadores claramente dependentes da concentraccedilatildeo de Se nas ceacutelulas
fagocitaacuterias Efeitos reguladores do sistema imunoloacutegico satildeo explicados pela manutenccedilatildeo da
integridade das membranas das ceacutelulas imunocompetentes em condiccedilotildees adequadas de Se
Por isso satildeo atribuiacutedas ao Se funccedilotildees nas ceacutelulas do sistema imunoloacutegico como manutenccedilatildeo
da integridade das ceacutelulas imunocompetentes reduccedilatildeo dos peroacutexidos orgacircnicos e inorgacircnicos
formados por reaccedilotildees originadas dos radicais livres na ceacutelula regulaccedilatildeo do metabolismo dos
hidroperoacutexidos que levam agrave siacutentese de leucotrienos tromboxanos prostaglandinas e
lipoacutexidos e modulaccedilatildeo dos produtos oxidativos na respiraccedilatildeo das ceacutelulas fagocitaacuterias
(ORTUNtildeO et al 1997)
O Se tambeacutem participa na conversatildeo de tiroxina (T4) em tritiodotironina (T3) por
meio das deiodinases tipo I II e III A deficiecircncia em Se no organismo causa um decreacutescimo
de 15 a 20 na conversatildeo de T4 em T3 A enzima 5rsquo-deiodinase tipo 1 (IDI) eacute uma
selenoproteiacutena encontrada principalmente no fiacutegado e rins responsaacutevel pela conversatildeo da
forma inativa do proacute-hormocircnio T4 que eacute secretado pela tireoide agrave forma metabolicamente ativa
triiodotironina (T3) Nos casos de deficiecircncia em Se o T4 estaacute aumentado no plasma enquanto o T3
estaacute diminuiacutedo (KOumlHRLE 2000)
Outras accedilotildees protetoras do Se tecircm sido descritas no contexto das Doenccedilas Crocircnicas
Natildeo Transmissiacuteveis (DCNT) Alguns mecanismos foram propostos para esclarecer a inibiccedilatildeo
do aparecimento do cacircncer pela accedilatildeo do Se como reduccedilatildeo da hipermetilaccedilatildeo do DNA
causada pelo aumento da atividade da DNA metiltransferase regulaccedilatildeo da hipometilaccedilatildeo do
DNA que paradoxalmente ocorre durante a progressatildeo do tumor e proteccedilatildeo antioxidante que
promove equiliacutebrio entre a formaccedilatildeo de radicais livres e o funcionamento celular normal (DAVIS e
UTHUS 2002) Quando esse equiliacutebrio eacute interrompido pelo acuacutemulo de radicais livres a ceacutelula
entra em estresse oxidativo e consequentemente em instabilidade geneacutetica alterando certos
fatores de transcriccedilatildeo ou oxidando o DNA na sua base 8-hidroxidodesoxiguanosina (8-OHdG)
(BAYOUMY-EL 2001)
Estudos epidemioloacutegicos mostram correlaccedilatildeo positiva entre maior ingestatildeo de Se e
menor incidecircncia de cacircncer de tireoide pele mama ovaacuterio proacutestata e trato gastrintestinal
especialmente o coloretal (ORTUNtildeO et al 1997 NAVARRO-ALARCON e LOacutePEZ-
MARTINEZ 2000 DAVIS e UTHUS 2002) O Se tambeacutem pode diminuir o risco de
outras doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis como aterosclerose trombose arteri al e
diabetes melito (NAVARRO-ALARCON e LOacutePEZ-MARTINEZ 2000)
29
214 Deficiecircncia e Toxicidade
A deficiecircncia em Se ocorre quando a ingestatildeo diaacuteria eacute menor ou igual a 11 microgdia
enquanto ingestotildees acima de 400 microgdia podem levar agrave toxicidade (IOMFNB 2001 ZHANG
et al 2002) Os grupos mais vulneraacuteveis agrave deficiecircncia satildeo fumantes idosos gestantes
lactentes crianccedilas de 2 a 10 anos adolescentes do gecircnero feminino indiviacuteduos submetidos agrave
nutriccedilatildeo parenteral total sem suplementaccedilatildeo com Se por um periacuteodo superior a 20 ou 30 dias
enfermos de doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis indiviacuteduos sujeitos a elevado estresse e
doenccedilas debilitantes (AIDS hepatite C hanseniacutease) populaccedilotildees que habitam aacutereas com solos
pobres em Se aleacutem de populaccedilotildees que habitam aacutereas antropogecircnicas ou naturalmente
contaminadas por Hg (ORTUNtildeO et al 1997 BURKE e OPESKIN 2002 MARTENS et al
2012)
A doenccedila de Kesha definida como uma cardiomiopatia que afeta crianccedilas e mulheres
jovens estaacute diretamente relacionada agrave baixa ingestatildeo alimentar de Se a forma aguda eacute
caracterizada por insuficiecircncia suacutebita da funccedilatildeo cardiacuteaca e a fase crocircnica degeneraccedilatildeo dos
muacutesculos (especialmente necrose multifocal e fibrose no miocaacuterdio) cardiomegalia isquemia
do miocaacuterdio eletrocardiograma anormal e edema pulmonar Outra consequecircncia associada agrave
deficiecircncia eacute a doenccedila de Kashin-Beck osteoartrite endecircmica que ocorre durante a preacute-adolescecircncia
ou adolescecircncia podendo resultar em nanismo e deformaccedilatildeo das articulaccedilotildees (HOLBEN e SMITH
1999) Ressalta-se que no Brasil natildeo haacute relatos dessas deficiecircncias graves
Jaacute os sintomas da intoxicaccedilatildeo por Se satildeo distuacuterbios gastrintestinais graves paladar
metaacutelico odor de alho exalado pelas vias respiratoacuterias distuacuterbios neuroloacutegicos siacutendrome do
estresse respiratoacuterio infarto do miocaacuterdio e falecircncia renal (HOLBEN e SMITH 1999) A
toxicidade crocircnica tanto pelas formas orgacircnicas quanto inorgacircnicas apresenta caracteriacutesticas
cliacutenicas semelhantes poreacutem as concentraccedilotildees teciduais do mineral satildeo diferentes (IOM
2000)
De acordo com Yang et al (1983) os tecidos e oacutergatildeos mais afetados pela toxicidade de
Se satildeo as unhas cabelos pele e sistema nervoso As unhas tornam-se quebradiccedilas com
pontos brancos e estrias longitudinais na superfiacutecie seguido de queda da parede da unha
iniciada nos polegares Os cabelos tornam-se sem brilho e quebram-se facilmente na raiz e
aqueles que nascem em geral satildeo despigmentados Esta caracteriacutestica pode ser observada em
outros locais como axilas braccedilos e aacuterea puacutebica As lesotildees de pele ocorrem principalmente em
quatro pontos palma das matildeos e peacutes nuca cotovelos e pernas com aparecircncia inflamada e
eruptiva agraves vezes ulcerada As anormalidades no sistema nervoso soacute ocorrem nos casos de
30
maior gravidade e os sintomas incluem paralisia perifeacuterica formigamentos hiper-reflexatildeo dos
tendotildees espasmos distuacuterbio motor e hemiplegia (YANG et al 1983)
Vaacuterios fatores podem influenciar a gravidade e o tempo de aparecimento dos sinais
cliacutenicos da intoxicaccedilatildeo por Se como idade estado de nutriccedilatildeo e sauacutede do indiviacuteduo e
recidivas de alta ingestatildeo do mineral (IOMFNB 2001) Segundo Zhang et al (2002)
indiviacuteduos que jaacute sofreram intoxicaccedilatildeo por alta ingestatildeo de Se satildeo mais susceptiacuteveis a outra
intoxicaccedilatildeo provocada por menores quantidades do mineral Ingestatildeo de 910 microgdia pode
causar alteraccedilotildees nas unhas (IOMFNB 2001) Registros sobre intoxicaccedilatildeo por Se foram
encontrados em Enshi (China) onde a prevalecircncia da doenccedila ocorreu entre os anos de 1961 e
1964 com uma taxa de mortalidade de 50 da populaccedilatildeo de 248 habitantes (REILLY 1996)
Na Venezuela em um local chamado Vila Bruzual foram registrados casos de intoxicaccedilatildeo
nas crianccedilas em fase escolar sendo esta regiatildeo considerada seleniacutefera (JAFFEacute et al 1972)
22 MERCUacuteRIO
O Hg eacute o uacutenico metal que se apresenta no estado liacutequido em temperatura ambiente e a
0degC (BISINOTI 2005) presente naturalmente na crosta terrestre aacutegua e atmosfera Dentre as
diferentes formas quiacutemicas a espeacutecie de distribuiccedilatildeo mais ampla eacute o Hg na forma de vapor
predominante na atmosfera seguido da forma inorgacircnica dominante em aacuteguas naturais e do
metilmercuacuterio que eacute de extrema importacircncia ambiental em razatildeo de sua elevada toxicidade
principalmente em mamiacuteferos (GALVAtildeO et al 2007)
As primeiras evidecircncias dos efeitos neurotoxicoloacutegicos do Hg em consequecircncia da
ingestatildeo materna de alimentos contaminados foram observadas em crianccedilas na cidade de
Minamata no Japatildeo onde o metilmercuacuterio liberado de uma induacutestria quiacutemica contaminou as
aacuteguas da baiacutea e os peixes consumidos pela populaccedilatildeo Em 1953 a doenccedila de Minamata foi
reconhecida como uma doenccedila neuroloacutegica e chamou atenccedilatildeo do mundo para o problema da
intoxicaccedilatildeo por metais toacutexicos (TAKEUCKI e ETO 1999 FARIAS et al 2006) O Hg entatildeo
passou a ser considerado um dos metais mais perigosos no que diz respeito agrave contaminaccedilatildeo
ambiental e agrave sauacutede humana (FARIAS et al 2006)
Apoacutes a intoxicaccedilatildeo por Hg em Minamata as pesquisas foram direcionadas para os
possiacuteveis efeitos da exposiccedilatildeo crocircnica assim como concentraccedilotildees baixas de metilmercuacuterio
principalmente em crianccedilas em virtude da transferecircncia materna infantil durante a gestaccedilatildeo
uma vez que esse metal ultrapassa facilmente a barreira placentaacuteria e pode causar
31
consequecircncias graves agrave sauacutede do bebecirc que eacute sensiacutevel a menores concentraccedilotildees quando
comparados aos adultos (GALVAtildeO et al 2007)
A exposiccedilatildeo e acumulo do Hg durante o desenvolvimento fetal e amamentaccedilatildeo estatildeo
diretamente relacionados com a carga materna e a transferecircncia desse metal para a placenta e
leite materno (STEUERWALD et al 2000 CEacuteZAR 2002 MARQUES 2002) O alimento
que mais contribui para a contaminaccedilatildeo por Hg eacute o peixe pois as espeacutecies aquaacuteticas absorvem
o Hg na forma de metilmercuacuterio (DOMINGUES 2000) e o grau de exposiccedilatildeo eacute influenciado
por fatores como a frequecircncia da ingestatildeo de pescados a preferecircncia (peixes carniacutevoros
apresentam maiores quantidade de Hg) tamanho e niacutevel troacutefico (PARADIS et al 1997)
O Hg ao entrar na circulaccedilatildeo sanguiacutenea se liga a proteiacutenas e se distribui pelos tecidos
concentrando-se nos rins fiacutegado medula oacutessea ceacuterebro ossos e pulmotildees (SAacute et al 2006)
Os sinais e sintomas da intoxicaccedilatildeo dependem de vaacuterios fatores como gecircnero idade
hormocircnios taxa de hemoglobina e capacidade de induccedilatildeo das metalotioneiacutenas que podem
funcionar como barreiras protetoras do ceacuterebro e cerebelo (EPA 1997) No homem o
sistema nervoso central eacute o principal oacutergatildeo acometido pelo metilmercuacuterio e os sintomas
cliacutenicos incluem parestesia (alteraccedilotildees sensoriais) ataxia (falta de coordenaccedilatildeo nos
movimentos) e disartria (dificuldade na articulaccedilatildeo das palavras) aleacutem de distuacuterbios visuais e
auditivos A ocorrecircncia dos sintomas cliacutenicos tambeacutem eacute dose dependente (IPCS 1990) Aleacutem
de tremor vertigem entorpecimento dor de cabeccedila catildeibra fraqueza depressatildeo dispneia
tosse inflamaccedilotildees gastrintestinais queda de cabelo naacuteusea e vocircmitos (CANELA 1995) O
quadro cliacutenico tiacutepico das crianccedilas geradas sob tais exposiccedilotildees inclui microcefalia (maacute
formaccedilatildeo no crescimento do ceacuterebro) hiper-reflexia (reflexos muito ativos ou responsivos em
excesso) e deficiecircncia visual auditiva mental e motora (IPCS 1990)
A excreccedilatildeo do Hg do corpo humano ocorre por via urinaacuteria ou fecal diferindo de
acordo com a forma dose e tempo apoacutes a exposiccedilatildeo Uma pequena fraccedilatildeo eacute eliminada pela
respiraccedilatildeo mas a excreccedilatildeo fecal eacute a maior e a principal via apoacutes a exposiccedilatildeo ao Hg (FORD et
al 2001)
Segundo Fadini e Jardim (2001) a presenccedila do Hg na regiatildeo Amazocircnica se deve
principalmente agrave extraccedilatildeo de ouro e aos processos naturais e antroacutepicos Aleacutem disso como os
solos da bacia Amazocircnica satildeo antigos apresentam capacidade elevada de reter o Hg e acumulaacute-lo
durante anos (MIRETZKY et al 2005) A poluiccedilatildeo do Hg na Amazocircnia eacute um problema
ambiental grave pois 70 a 170 toneladas deste metal satildeo lanccedilados anualmente no meio
ambiente pela atividade informal de mineraccedilatildeo de ouro e queimadas o que representa uma
fonte primaacuteria de emissatildeo do Hg Como resultado uma grande quantidade do metal sofre
32
metilaccedilatildeo e se acumula nos peixes da cadeia alimentar (MEECH 1997 PINHEIRO et al
2000)
Em relaccedilatildeo agrave genotoxicidade do Hg tecircm-se descrito que este metal pode ser
responsaacutevel por mutaccedilotildees em niacuteveis cromossocircmico e gecircnico sendo a compreensatildeo destes
efeitos de grande importacircncia em razatildeo de suas consequecircncias para a sauacutede humana
(AZEVEDO 2003) O Hg produz depleccedilatildeo dos principais antioxidantes celulares
principalmente os que contecircm grupos tioacutelicos e pode tambeacutem aumentar a geraccedilatildeo das espeacutecies
reativas de oxigecircnio como os radicais hidroxila (HO) os radicais superoacutexido (O2-) ou
peroacutexido de hidrogecircnio (H2O2) aumentando o estresse oxidativo e assim causar alteraccedilotildees
nas funccedilotildees das ceacutelulas (ERCAL et al 2001 PEROTTONI et al 2004)
A Figura 3 apresenta possiacuteveis mecanismos moleculares de genotoxicidade do Hg o
qual entra na ceacutelula atraveacutes da membrana plasmaacutetica ou por meio de transportadores podendo
afetar o DNA de diversas formas Uma delas eacute aumentando a produccedilatildeo de ERRO as quais
podem reagir diretamente com o DNA ou indiretamente ao induzir mudanccedilas
conformacionais nas proteiacutenas responsaacuteveis pela formaccedilatildeo e manutenccedilatildeo do mesmo Tambeacutem
pode reagir de forma direta nos microtuacutebulos evitando a organizaccedilatildeo em fuso dos
cromossomos durante a atividade mitoacutetica Esses danos ao DNA podem ser causados tanto
pelos radicais livres gerados pelo Hg como pelo proacuteprio metal (CRESPO-LOacutePEZ et al
2009)
Figura 3 Mecanismos moleculares de genotoxicidade do Hg
Fonte Adaptado de Crespo-Loacutepez et al (2009)
EROS Espeacutecies Reativas de Oxigecircnio
EROS
D
N
A
M
E
R
C
Uacute
R
I
O
Microtuacutebulos
33
De acordo com os pesquisadores Pinheiro et al (2006) e Harada et al (2001)
concentraccedilotildees de Hg dez vezes menores que os valores de referecircncia estabelecidos pela World
Health Organization (WHO) foram relacionados com a genotoxicidade no sistema nervoso
central apontando para a necessidade de uma revisatildeo dos padrotildees adotados pela WHO
(1990)
Evidencia-se que populaccedilotildees residentes em aacutereas de risco de contaminaccedilatildeo por Hg
podem estar mais susceptiacuteveis a um aumento do estresse oxidativo Entretanto a intensidade
dos danos dependeraacute de fatores como a amplitude da geraccedilatildeo de ERO nos alvos celulares da
atividade dos sistemas de defesa antioxidante e da presenccedila ou da ausecircncia de metais de
transiccedilatildeo (HALLIWELL e CHIRICO 1993) Dependeraacute ainda da ingestatildeo de nutrientes
pois o consumo inadequado de Se estaacute relacionado com uma reduccedilatildeo da atividade da GPx
prejudicando o sistema de defesa antioxidante do organismo (COMINETTI 2011)
23 ESTRESSE OXIDATIVO
O estresse oxidativo eacute caracterizado pelo desequiliacutebrio entre substacircncias antioxidantes
e oxidantes e o efeito das espeacutecies reativas eacute equilibrado pela accedilatildeo antioxidante enzimaacutetica e
natildeo enzimaacutetica do sistema bioloacutegico (VALKO et al 2006)
As espeacutecies reativas de oxigecircnio (ERO) bem como as Espeacutecies Reativas de Nitrogecircnio
(RNS) satildeo moleacuteculas que contecircm oxigecircnio ou nitrogecircnio respectivamente com um ou mais
eleacutetrons desemparelhados o que as torna instaacuteveis e reativas Essas moleacuteculas satildeo produtos do
metabolismo celular normal que exercem um papel duplo no organismo uma vez que podem
atuar de forma beneacutefica ou prejudicial Os efeitos beneacuteficos ocorrem em baixas eou
moderadas concentraccedilotildees e envolvem funccedilotildees fisioloacutegicas como atuaccedilatildeo na defesa do
organismo contra agentes infecciosos e em sistemas de sinalizaccedilatildeo celular aleacutem da induccedilatildeo
de resposta mitogecircnica (RIDNOUR et al 2005 VALKO et al 2006)
Com o objetivo de emparelhar seus eleacutetrons estas substacircncias podem adquirir eleacutetrons
de outras moleacuteculas tornando-as instaacuteveis e convertendo-se em radicais livres Como exemplo
de radicais livres destacam-se o superoacutexido (O2) a hidroxila (OH) o tiol (SH-) o
triclorometil (CCl3) e o oacutexido niacutetrico (NO) Vale ressaltar que caso essas espeacutecies natildeo sejam
removidas ou neutralizadas podem reagir com lipiacutedios proteiacutenas e aacutecidos nucleicos
causando danos nas funccedilotildees celulares (CHAUHAN e CHAUHAN 2006) Dentre os prejuiacutezos
ao metabolismo celular podem ocorrer ruptura das fitas do DNA aumento na concentraccedilatildeo
34
de caacutelcio intracelular livre danos em transportadores de iacuteons ou em outras proteiacutenas
especiacuteficas e peroxidaccedilatildeo de lipiacutedios (HALLIWELL e CHIRICO 1993)
Aleacutem disso os aacutecidos graxos poli insaturados que estatildeo presentes em grande
quantidade nas ceacutelulas satildeo mais susceptiacuteveis agrave oxidaccedilatildeo em razatildeo da presenccedila de grupos
metilecircnicos entre duplas ligaccedilotildees e por isso tornam-se alvos mais provaacuteveis quando
comparados ao DNA (LOUREIRO et al 2002) A peroxidaccedilatildeo lipiacutedica se inicia com o
ataque agrave bicamada lipiacutedica por qualquer espeacutecie reativa capaz de abstrair um aacutetomo de
hidrogecircnio de um aacutecido graxo poli insaturado e apoacutes a iniciaccedilatildeo esse processo eacute cataliacutetico o
que favorece a formaccedilatildeo de hidroperoacutexidos Com a abstraccedilatildeo do aacutetomo de hidrogecircnio do
aacutecido graxo poli insaturado (LH) eacute formado o radical lipiacutedico (Lbull) que eacute rapidamente
adicionado a uma moleacutecula de oxigecircnio levando agrave formaccedilatildeo do radical peroxil (LOObull) sendo
capaz de reagir com outro aacutecido graxo poli insaturado iniciando uma nova cadeia de oxidaccedilatildeo
a partir da formaccedilatildeo de outro radical lipiacutedico (Lbull) (LOUREIRO et al 2002) O radical peroxil
pode ser rearranjado via reaccedilotildees de ciclizaccedilatildeo de endoperoacutexidos e como produto final o
malondialdeiacutedo (MDA) que eacute considerado mutagecircnico em ceacutelulas de mamiacuteferos pois pode
reagir com as bases nitrogenadas guanina adenina e citosina formando adutos que levam a
ligaccedilotildees cruzadas de DNA-DNA ou DNA-proteiacutenas ocasionando aumento do estresse
oxidativo (VALKO et al 2006) Menciona-se tambeacutem as oxidaccedilotildees enzimaacuteticas do aacutecido
araquidocircnico que ocorrem durante a siacutentese de eicosanoacuteides bem como as reaccedilotildees
catalisadas por ciclo oxigenases ou lipoxigenases que satildeo importantes fontes de ERO ou
hidroperoacutexidos lipiacutedicos (LOUREIRO et al 2002)
Por outro lado o organismo dispotildee de mecanismos que tecircm a finalidade de proteccedilatildeo
contra os processos oxidativos Estas defesas antioxidantes satildeo de extrema importacircncia pois
satildeo responsaacuteveis pela remoccedilatildeo direta dos radicais livres promovendo maacutexima proteccedilatildeo aos
siacutetios bioloacutegicos (VALKO et al 2006)
O principal sistema antioxidante eacute o enzimaacutetico que inclui enzimas como a
superoacutexido dismutase (SOD) que converte radicais superoacutexido em peroacutexido de hidrogecircnio a
catalase e a GPx as quais reduzem peroacutexido de hidrogecircnio e hidroperoacutexidos lipiacutedicos
(COMINETTI et al 2011 HAMANASHI et al 2004) A glutationa redutase (GR) tambeacutem
eacute uma enzima que participa desse processo pois eacute responsaacutevel pela regeneraccedilatildeo da glutationa
em sua forma reduzida (GSH) que eacute utilizada como substrato da enzima GPx (PRADA et al
2004) Existem
Quanto ao sistema antioxidante natildeo enzimaacutetico inclui compostos antioxidantes de
origem alimentar que muitas vezes satildeo utilizados como cofatores pelas enzimas antioxidantes
35
(BARBOSA et al 2010) Como exemplo de compostos que atuam por meio da neutralizaccedilatildeo
das ERO produzidas tanto no meio intra quanto extracelular tem-se o tocoferol (vitamina E) o
beta-caroteno (proacute-vitamina A) o Se cofator enzimaacutetico da GPx o cobre o zinco e o aacutecido
ascoacuterbico (BERGER 2005 PRADA et al 2004 PAPP et al 2007) Aleacutem do Se como
exemplo de cofator enzimaacutetico antioxidante destacam-se o zinco e o cobre que participam da
estrutura das enzimas Zn-Cu-SOD (SOD1) e SOD extracelular (SOD3) (FORMIGARI et al
2007 COMINETTI et al 2011) Existem ainda varredores de radicais livres hidrofiacutelicos
como o ascorbato e flavonoacuteides (CASTRO e FREEMAN 2001)
Aleacutem da relaccedilatildeo entre estresse oxidativo e sistema de defesa antioxidante ressalta-se a
importacircncia de se avaliar as caracteriacutesticas geneacuteticas individuais como por exemplo a
presenccedila de polimorfismos geneacuteticos uma vez que estes podem inferir nas concentraccedilotildees de
nutrientes organismo (VIVANCO et al 2006)
24 POLIMORFISMOS GENEacuteTICOS
Por meio do projeto genoma humano foi possiacutevel revelar natildeo somente o
sequenciamento completo dos genes humanos mas tambeacutem as interaccedilotildees entre os genes e o
meio ambiente Diversas mutaccedilotildees foram descobertas apoacutes o sequenciamento e os
polimorfismos satildeo resultantes destas alteraccedilotildees sendo os diferentes modelos decorrentes do
tipo de mutaccedilatildeo que os originou (BROOKES 1999 YAMADA 2010) Os polimorfismos
podem ser de inserccedilotildees de pares de base uacutenica de deleccedilotildees ou substituiccedilotildees de um par de
bases por outro
O tipo mais comum de polimorfismo eacute denominado SNP (Single Nucleotide
Polymorfism) ou polimorfismo de nucleotiacutedeo uacutenico que eacute uma mutaccedilatildeo simples na qual
acontece a troca de um nucleotiacutedeo por outro em determinado ponto do DNA A ocorrecircncia
de SNPs eacute de aproximadamente um em cada mil bases do genoma humano estimando a
ocorrecircncia em milhotildees (BROOKES 1999)
Os polimorfismos que resultam da inserccedilatildeo ou da deleccedilatildeo de nucleotiacutedeos em
fragmentos da moleacutecula de DNA ocorrem em um deacutecimo de frequecircncia dos SNP Os tipos
mais comuns de polimorfismo de inserccedilatildeo eou deleccedilatildeo satildeo os de bases repetidas chamados
de STR (Simple Tandem Repeats) ou microssateacutelites e os de padrotildees de nucleotiacutedeos
repetidos em uma regiatildeo do DNA conhecidos como VNTR (Variable Number of Tandem
Repeats) ou minissateacutelites (SCHORK et al 2000)
36
Aqueles polimorfismos que podem causar alteraccedilotildees nas sequecircncias de aminoaacutecidos
codificados acarretando danos nas funccedilotildees como alteraccedilatildeo nos siacutetios de interaccedilatildeo na
solubilidade e na estabilidade da proteiacutena estatildeo localizados nos eacutexons regiatildeo codificadora do
gene e satildeo chamadas de non-synonymous SNP ndash nsSNP (RAMENSKY et al 2002)
Estudos que envolvem genocircmica nutricional tecircm sido relacionados a importantes
associaccedilotildees entre polimorfismos e consumo de nutrientes permitindo melhor compreensatildeo de
como a nutriccedilatildeo influencia as vias de homeostase metaboacutelica Essa descoberta possibilitou
uma perspectiva na reduccedilatildeo do risco de doenccedilas uma vez que as interaccedilotildees existentes entre os
genes e os nutrientes permitem descrever a modulaccedilatildeo dos efeitos dos componentes
alimentares em um fenoacutetipo especiacutefico associado a um polimorfismo geneacutetico
(STRATIGOPOULOS et al 2008 KAUWELL 2005)
Como exemplo de SNP que pode estar relacionado ao status de Se pode-se destacar o
Pro198Leu no gene da GPx 1 Jaacute como exemplo de um polimorfismo de deleccedilatildeo que pode
interferir nas concentraccedilotildees de Hg no organismo destaca-se o GSTM1 no gene da GST
241 Polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) no Gene da GPx 1
De acordo com Hesketh (2008) polimorfismos na regiatildeo codificadora dos genes de
selenoproteiacutenas podem alterar a incorporaccedilatildeo do Se e influenciar a capacidade antioxidante
No gene humano da GPx 1 que eacute a isoforma intracelular citosoacutelica mais abundante nos
sistemas bioloacutegicos localizado na regiatildeo cromossomica 3p213 foram descobertos vaacuterios
polimorfismos sendo mais de 30 SNP dentre eles o Pro198Leu (rs 1050450) Nesse SNP
ocorre uma substituiccedilatildeo da base nitrogenada citosina por timina (CrarrT) no exoacuten 2 do
nucleotiacutedio 594 do gene resultando na troca do aminoaacutecido prolina por leucina no coacutedon 198
(FOSBERG et al 1999) A troca do aminoaacutecido prolina por leucina pode causar
consequecircncias na atividade da enzima GPx 1 pois a prolina eacute o uacutenico aminoaacutecido sem grupo
amino livre no carbono alfa ocasionando uma torccedilatildeo na estrutura secundaacuteria dos peptiacutedeos
(FOSBERG et al 2000 JABLONSKA et al 2009 ARSOVA-SARAFINOVSKA et al
2009)
Segundo Suzen et al (2010) que avaliaram a frequecircncia dos alelos e genoacutetipos de
diversas populaccedilotildees do mundo o maior percentual geralmente eacute de indiviacuteduos com genoacutetipos
selvagens (ProPro) seguidos por heterozigotos para o polimorfismo ou seja com um alelo
variante (ProLeu) e depois por indiviacuteduos homozigotos (LeuLeu)
37
No Brasil em relaccedilatildeo agrave frequecircncia desse polimorfismo aleacutem desse estudo
pesquisadores do Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo - Minerais da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas
da Universidade de Satildeo Paulo determinaram por meio de vaacuterios estudos a frequecircncia
genotiacutepica do Pro198Leu em vaacuterias populaccedilotildees de cidades do Brasil e os resultados estatildeo
ilustrados no Quadro 3 a seguir
Quadro 3 Frequecircncia genotiacutepica em relaccedilatildeo ao polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) no
gene que codifica GPx1 encontrada em pesquisas realizadas no Brasil no Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo e Minerais da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo
(USP)
Estado Nuacutemero de
participantes
ProPro
()
ProLeu
()
LeuLeu
()
SANTOS (2013) Cearaacute 176 55 38 7
ROCHA (2015) Rondocircnia 190 56 37 7
NISHIMURA
(2010) Satildeo Paulo
175 (Caso)
203 (Controle)
50
51
43
43
7
6
DONADIO
(2011) Satildeo Paulo 124 49 48 3
COMINETTI et
al (2011) Satildeo Paulo 37 49 38 13
CARDOSO et
al (2012) Satildeo Paulo
28 (Caso)
29 (Controle)
75
72
14
14
11
14
Uma das principais descobertas dos estudos sobre o polimorfismo Pro198Leu estaacute
relacionada agrave presenccedila do alelo Leu pois algumas pesquisas verificaram que esse genoacutetipo
pode diminuir a atividade da GPx 1 e aleacutem disso estudos associaram a concentraccedilatildeo
eritrocitaacuteria de Se com a sua atividade indicando que o genoacutetipo LeuLeu pode influenciar
tambeacutem o estado nutricional dos indiviacuteduos relativo ao Se (JABLONSKA et al 2009)
Em indiviacuteduos natildeo doentes Forsberg et al (2000) e Jablonska et al (2009) natildeo
observaram associaccedilotildees entre a atividade da enzima GPx 1 e o genoacutetipo Poreacutem na pesquisa
de Jablonska et al (2009) foi obtida uma associaccedilatildeo significativamente diferente entre cada
grupo de genoacutetipo avaliado em relaccedilatildeo agrave atividade da GPx 1 e a concentraccedilatildeo de Se Dessa
forma os pesquisadores presumiram que a resposta agrave ingestatildeo ou agrave suplementaccedilatildeo de Se
assim como a atividade da enzima pode estar relacionadas aos genoacutetipo do indiviacuteduo Aleacutem
disso os autores sugeriram que carreavam indiviacuteduos que possuiacuteam ao menos um alelo Pro
teriam maior atividade da enzima quando comparados agravequeles com ambos alelos Leu
38
Ravn-Haren et al (2006) observaram em mulheres com cacircncer de mama que a
atividade da GPx 1 foi significativamente menor nas participantes com a presenccedila do genoacutetipo
Leu em comparaccedilatildeo agravequelas com genoacutetipo Pro Isso foi observado tanto nas mulheres doentes
quanto naquelas do grupo controle Aleacutem de alguns tipos de cacircncer como o de bexiga
colorretal de pulmatildeo e de mama outras doenccedilas satildeo relacionadas com o polimorfismo
Pro198Leu tais como siacutendrome metaboacutelica (KUZUYA et al 2008) e concentraccedilotildees elevados
de triacilgliceroacuteis em pacientes com diabetes melito tipo 2 (CHEN et al 2012)
242 Polimorfismo GSTM1 no Gene da GST
A GST eacute uma famiacutelia de enzimas intracelulares localizadas no citosol que modulam a
accedilatildeo de toxinas endoacutegenas e exoacutegenas sobre as ceacutelulas evitando danos ao DNA
(MANNERVIK et al 1985 MORAIS et al 2008 CASTRO e LIMA 2013) Este grupo de
enzimas tem sido amplamente estudado pois estatildeo envolvidas no metabolismo de muitos
carcinoacutegenos poluentes ambientais e drogas anticanceriacutegenas Dessa forma supotildee-se que a
inexistecircncia de enzimas especiacuteficas ou deleccedilotildees homozigoacuteticas possam ocasionar ao
organismo maior susceptibilidade a desenvolver neoplasias como cacircncer de bexiga coacutelon
pulmatildeo pele estocircmago e mama aleacutem de diabetes e asma (ZHENG etal 2002 CHARRIER
et al 1999 PARK et al 2003 ANTON et al 2010 CASTRO e LIMA 2013)
Existem cinco classes de genes da GST (alfa mu pi theta e zeta) Nos genes da classe
mu tecircm-se o GSTM1 GSTM2 GSTM3 GSTM4 e GSTM5 na regiatildeo cromossocircmica 1p133 O
polimorfismo no locus M1 eacute o mais estudado e apresenta trecircs alelos dois considerados ativos
GSTM1A e GSTM1B e o terceiro alelo nulo ou deletado (GSTM10) O que difere o
GSTM1A do GSTM1B apesar de serem proteiacutenas funcionalmente idecircnticas eacute que o
GSTM1A contecircm a proteiacutena lisina na posiccedilatildeo 172 e o GSTM1B contecircm a asparagina nessa
mesma posiccedilatildeo (DEJONG et al 1988 WIDERSTEN et al 1991)
Dessa forma o polimorfismo GSTM10 no gene da GST eacute classificado como
polimorfismo de deleccedilatildeo ou seja indiviacuteduos homozigotos que carreiam o genoacutetipo
GSTM10 apresentam deleccedilatildeo do gene inteiro e natildeo expressam a proteiacutena GST (KLATAU-
GUIMARAtildeES et al 2005 JAIN et al 2006 MANNERVICK et al 2005)
Klatau-Guimaratildees et al (2005) avaliaram a suscetibilidade agrave contaminaccedilatildeo por Hg e a
relaccedilatildeo com o polimorfismo da enzima GST atraveacutes de biomarcadores moleculares em
algumas tribos indiacutegenas da Amazocircnia Apoacutes a obtenccedilatildeo dos resultados observou-se que
fatores geneacuteticos podem influenciar o acuacutemulo de Hg no organismo pois os indiviacuteduos que
39
carreavam o genoacutetipo GSTM10 (deletado) apresentaram concentraccedilotildees maiores deste metal
nos cabelos quando comparados aos indiviacuteduos com genoacutetipo GSTM1 Com a ausecircncia desta
enzima o organismo pode natildeo estar apto a destoxificar o Hg de forma adequada uma vez que
esta eacute uma das funccedilotildees atribuiacutedas agrave GST Sendo assim esses indiviacuteduos podem apresentar
maiores concentraccedilotildees ou retenccedilatildeo de Hg no organismo
Naganuma et al (1990) e Choi et al (1996) afirmam que a deficiecircncia de GST estaacute
associada com a sensibilidade ao cloreto de Hg e ao metilmercuacuterio Entretanto ainda existem
inconsistecircncias na relaccedilatildeo entre o polimorfismo GSTM1 e a concentraccedilatildeo de Hg no
organismo (GUNDACKER et al 2007) De acordo com Hatagima et al (2000) a frequecircncia
do polimorfismo no gene da classe mu estaacute ausente ou deletado (GSTM10) de forma
homozigoacutetica em torno de 40 a 50 em diferentes populaccedilotildees eacutetnicas conforme ilustrado no
Quadro 4 que mostra a frequecircncia deste alelo assim como do GSTM1A GSTM1B
GSTM1AB inclusive na populaccedilatildeo brasileira
Quadro 4 Distribuiccedilatildeo da frequecircncia do polimorfismo GSTM1(ABAB0) no gene da GST em
diferentes etnias
Etnias GSTM1
A B AB 0
Brasileiros (Rio de Janeiro) 197 (30) 105 (16) 51 (8) 305 (46)
Brasileiros (Distrito Federal) 43 (24) 33 (184) 16 (9) 87 (486)
Brasileiros (Satildeo Paulo) 21 (29) 10 (14) 7 (9) 35 (48)
Nigerianos 49 (71) 4 (6) 1 (13) 15 (217)
Japoneses 13 (8) 68 (41) 5 (3) 80 (482)
Chineses 10 (10) 28 (30) 2 (2) 56 (583)
Indiacutegenas 15 (35) 7 (16) 6 (14) 15 (35)
Franceses 24 (43) 5 (9) 3 (5) 24 (43)
Ingleses 158 (28) 74 (135) 23 (4) 306 (545)
Fonte Hatagima et al (2000)
Considerando a importacircncia do polimorfismo GSTM10 no gene da GST e o fato da
populaccedilatildeo deste estudo residir em aacuterea de risco de contaminaccedilatildeo por Hg a anaacutelise de tais
40
dados torna-se necessaacuteria uma vez que o genoacutetipo nulo ou deletado pode influenciar as
concentraccedilotildees do metal no organismo
41
3 OBJETIVOS
31 OBJETIVO GERAL
Avaliar o estado nutricional relativo ao Se concentraccedilotildees de Hg e suas relaccedilotildees com o
estresse oxidativo e os polimorfismos Pro198Leu no gene da GPx 1 e GSTM1 no gene da
GST em mulheres residentes em aacuterea de risco de contaminaccedilatildeo por Hg
32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Avaliar o estado nutricional das voluntaacuterias em relaccedilatildeo agrave antropometria
Analisar a ingestatildeo alimentar de energia macronutrientes e Se
Determinar as concentraccedilotildees plasmaacuteticas e eritrocitaacuterias de Se e a atividade
eritrocitaacuteria total da enzima GPx
Avaliar as concentraccedilotildees de Hg nos cabelos
Associar a presenccedila dos polimorfismos Pro198leu e GSTM1 com os biomarcadores do
estado nutricional relativo ao Se e Hg respectivamente bem como com as
concentraccedilotildees de MDA e ORAC
42
4 METODOLOGIA
41 CASUIacuteSTICA E DELINEAMENTO
O estudo foi do tipo transversal descritivo com abordagem quantitativa e qualitativa
dos dados Participaram da pesquisa mulheres entre 19 e 50 anos residentes da cidade de
Porto Velho Rondocircnia (RO) Para o caacutelculo do tamanho da amostra considerou-se a
prevalecircncia do alelo variante Pro198Leu de 32 Fixou-se o niacutevel de significacircncia de 5 (
= 005) e um erro amostral de 65 Esses valores aplicados na equaccedilatildeo abaixo indicada para
populaccedilotildees infinitas proporcionou uma amostra de tamanho n igual a 200 mulheres
O projeto foi aprovado pelo comitecirc de eacutetica da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas
da Universidade de Satildeo Paulo (FCFUSP) parecer 119 e protocolo 574 (ANEXO 1) Na
Figura 4 abaixo estaacute representado o mapa do Brasil com destaque para o estado de Rondocircnia
e a cidade de Porto Velho onde a pesquisa foi realizada
Figura 4 Representaccedilatildeo do mapa do Brasil do estado de Rondocircnia e da cidade de Porto
Velho (RO)
Adaptado de Campos et al (2002)
43
Para ampla divulgaccedilatildeo da pesquisa cartazes com informaccedilotildees a respeito do estudo
foram espalhados pela cidade de Porto Velho em pontos de ocircnibus na secretaria de educaccedilatildeo
(SEDUC) na secretaria de sauacutede (SESAU) em academias de ginaacutestica em faculdades
particulares e tambeacutem na Universidade Federal de Rondocircnia (UNIR) (APEcircNDICE 1) Apoacutes
as procuras e declaraccedilotildees de interesse em participar da pesquisa as voluntaacuterias que se
adequavam ao perfil do estudo assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(APEcircNDICE 2) e em seguida responderam um questionaacuterio com informaccedilotildees
socioeconocircmicas presenccedila de doenccedilas e estilo de vida (APEcircNDICE 3) Natildeo foram incluiacutedas
no estudo mulheres com idade inferior a 19 ou superior a 50 anos fumantes com doenccedilas
crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e infecciosas (auto-relatadas) poacutes-menopausa que realizavam
atividade fiacutesica de forma intensa que utilizavam suplementos vitamiacutenicos eou minerais e que
residiam em local diferente do estabelecido
42 COLETA DE DADOS
A coleta dos dados (consumo alimentar antropometria material bioloacutegico) foi
realizada no laboratoacuterio Alphaclin (Porto Velho ndash RO) entre os meses de fevereiro a maio de
2011 entretanto todas as anaacutelises em material bioloacutegico foram realizadas em Laboratoacuterios da
Universidade de Satildeo Paulo (USP)
Para avaliar o consumo alimentar todas as participantes foram instruiacutedas pela
responsaacutevel da pesquisa a preencher um formulaacuterio de registro alimentar de 24 horas
(APEcircNDICE 4) que continha instruccedilotildees de preenchimento e fotos ilustrativas de medidas
caseiras de alguns alimentos com a finalidade de facilitar a obtenccedilatildeo dos dados de consumo
bem como para o melhor entendimento das voluntaacuterias reduzindo dessa forma as duacutevidas e
os erros de preenchimento Aleacutem do registro de 24 horas as voluntaacuterias responderam um
formulaacuterio a respeito do consumo de peixes da regiatildeo que poderiam estar relacionados com o
risco de contaminaccedilatildeo de Hg (ANEXO 2)
Os dados antropomeacutetricos (peso estatura e circunferecircncia da cintura) foram obtidos
apoacutes a entrega dos formulaacuterios de registros alimentares Em seguida para determinar as
concentraccedilotildees de Hg total cortou-se uma pequena quantidade de cabelo das voluntaacuterias
(aproximadamente 1g de amostra) da parte posterior da cabeccedila proacuteximo agrave regiatildeo occipital
(nuca) com auxiacutelio de uma tesoura de accedilo inoxidaacutevel que foi higienizada com acetona a cada
corte
44
Com a finalidade de avaliar o estado nutricional das participantes em relaccedilatildeo ao Se
atividade da enzima GPx estresse oxidativo e determinaccedilatildeo dos polimorfismos foram
coletados 20 mL de sangue por punccedilatildeo venosa Esse procedimento foi realizado no periacuteodo da
manhatilde por um profissional de enfermagem capacitado estando as voluntaacuterias em jejum de 10
a 12 horas
A coleta foi realizada com seringas plaacutesticas descartaacuteveis e agulhas de accedilo inoxidaacutevel
esteacutereis e descartaacuteveis Todos os materiais bioloacutegicos foram distribuiacutedos em tubos de vidro
contendo anticoagulante EDTA (aacutecido etilenodiamino tetraceacutetico) sendo que uma pequena
quantidade (sangue total) de todas as amostras foi armazenada em microtubos esteacutereis e
autoclavados para anaacutelise dos polimorfismos
O plasma foi separado do sangue total por centrifugaccedilatildeo a 3000 rpm durante 15
minutos a 4ordmC sendo extraiacutedo com pipeta automaacutetica e acondicionado em microtubos
previamente desmineralizados para determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo plasmaacutetica de Se
malondialdeiacutedo (MDA) e da capacidade de absorccedilatildeo de radicais livres de oxigecircnio (ORAC)
Em seguida o resiacuteduo contendo os eritroacutecitos foi lavado trecircs vezes com 5 mL de soluccedilatildeo
fisioloacutegica de cloreto de soacutedio a 09 homogeneizado lentamente por inversatildeo e centrifugado
a 10000 rpm por 10 minutos a 4ordmC sendo o sobrenadante descartado e dessa forma obtendo-
se a massa eritrocitaacuteria que foi extraiacuteda cuidadosamente com micropipeta e armazenada em
tubos de polipropileno desmineralizados para determinaccedilatildeo do Se eritrocitaacuterio e da atividade
da enzima GPx
Todas as amostras foram acondicionadas em gelo seco e transportadas em um
recipiente teacutermico por via aeacuterea de Porto Velho para Satildeo Paulo onde as amostras foram
armazenadas em freezer -80ordmC ateacute o momento das anaacutelises no laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo -
Minerais da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo (FCFUSP)
Quanto agraves amostras de cabelo coletadas estas foram armazenadas em envelopes de papel e
acondicionados em temperatura ambiente ateacute o momento das anaacutelises no Laboratoacuterio de
Anaacutelise por Ativaccedilatildeo Neutrocircnica - LANCRPq ndash Instituto de Pesquisas Energeacuteticas Nucleares
(IPENCNEN) ndash SP
Todos os materiais utilizados (vidrarias plaacutesticos ponteiras etc) foram
desmineralizados em banho de aacutecido niacutetrico a 20 por no miacutenimo 12 horas e enxaguados
pelo menos 10 vezes consecutivas com aacutegua ultra pura Milli-Q (resistividade de 182 MΩcm
a 25ordmC) para evitar a contaminaccedilatildeo por minerais Os reagentes utilizados nas anaacutelises tinham
um grau de pureza analiacutetica (PA) e a aacutegua ultrapura Milli-Q foi utilizada no preparo das
soluccedilotildees e diluiccedilatildeo das amostras
45
43 AVALIACcedilAtildeO ANTROPOMEacuteTRICA
Para avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica foram aferidos o peso a estatura e a circunferecircncia da
cintura (CC) Todas as afericcedilotildees foram realizadas por nutricionista segundo teacutecnicas
preconizadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2004)
O peso foi mensurado em balanccedila antropomeacutetrica da marca Filizolareg
modelo
ldquoWelmyrdquo com capacidade de 150 kg e graduaccedilatildeo de 100 g A estatura foi aferida em
estadiocircmetro com reacutegua antropomeacutetrica de ateacute 2 m e divisatildeo de 05 cm acoplado agrave balanccedila A
adequaccedilatildeo do peso das participantes foi avaliado pelo indicador Iacutendice de Massa Corporal ndash
IMC (Kgm2) calculado pela razatildeo do peso corporal em quilos pelo quadrado da altura em
metros Em seguida utilizou-se a classificaccedilatildeo da World Health Organization (WHO 2000)
de acordo com o Quadro 5 a seguir como um dos criteacuterios para classificar o IMC das
participantes
Quadro 5 Classificaccedilatildeo do Iacutendice de Massa Corpoacuterea (IMC) para adultos
Classificaccedilatildeo IMC (kgm2) Risco de Comorbidades
Baixo Peso
˂ 185
Baixo
Peso Normal ou
Eutrofia 185 - 249
Meacutedio
Sobrepeso
ge 25 ndash 299
Aumentado
Obesidade I 300 - 349 Moderado
Obesidade II 350 ndash 399 Grave
Obesidade III ˃ 40 Muito Grave
Fonte (WHO 2000)
A circunferecircncia da cintura (CC) foi aferida com uma trena antropomeacutetrica inelaacutestica e
flexiacutevel com 2 m de comprimento da marca Sannyreg
Para classificaccedilatildeo utilizou-se tambeacutem a
referecircncia da World Health Organization (WHO 2000) citada pela Associaccedilatildeo Brasileira
para o Estudo da Obesidade e da Siacutendrome Metaboacutelica (ABESO 20092010) a qual
estabelece como ponto de corte para risco cardiovascular aumentado a medida da
circunferecircncia igual ou superior a 80 cm em mulheres caucasianas
46
44 CONSUMO ALIMENTAR
O consumo alimentar foi avaliado por meio do registro alimentar de 24 horas aplicado
durante trecircs dias sendo dois dias da semana e um dia no final de semana A ingestatildeo
alimentar das participantes foi calculada com auxiacutelio do software NUTWIN (Departamento de
Informaacutetica da Escola Paulista de Medicina - UNIFESP) Considerando que as tabelas de
composiccedilatildeo de alimentos disponiacuteveis em alguns softwares natildeo dispotildeem de dados completos
acerca do teor de Se nos alimentos estes dados foram incluiacutedos manualmente baseados em
anaacutelises realizadas no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo e Minerais da USP
Como houve correlaccedilatildeo significativa entre os valores de energia e de Se os
macronutrientes e o mineral foram ajustados pela energia e correccedilatildeo da variabilidade
intrapessoal e interpessoal (WILLET et al 1997 WILLET et al 1998 SLATER et al
2004)
A avaliaccedilatildeo da ingestatildeo alimentar dos macronutrientes foi realizada de acordo com a
contribuiccedilatildeo energeacutetica em percentual da ingestatildeo caloacuterica total utilizando o Acceptable
Macronutrient Distribution Ranges (AMDR) do Institute of Medicine (IOM 2006) conforme
Quadro 6 As participantes foram classificadas em trecircs categorias sendo elas abaixo da
recomendaccedilatildeo dentro do intervalo de recomendaccedilatildeo e acima da recomendaccedilatildeo
Quadro 6 Intervalos de recomendaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de macronutrientes em percentual de
contribuiccedilatildeo energeacutetica (AMDR) de acordo com IOM (2006)
Macronutrientes AMDR (Adultos ˃18 anos)
Carboidratos 45 ndash 65
Proteiacutenas 10 ndash 35
Lipiacutedios 20 ndash 35
Fonte IOM 2006 AMDR Acceptable Macronutrient Distribution Ranges
Em relaccedilatildeo agrave prevalecircncia de ingestatildeo inadequada de Se esta foi calculada utilizando a
foacutermula proposta por Beaton (1994)
Z = (EAR ndash meacutedia) desvio padratildeo
Os valores da Necessidade Meacutedia Estimada (EAR) utilizados para avaliar a adequaccedilatildeo
da ingestatildeo de Se tambeacutem foram estabelecidos pelo IOM 2006
47
45 DETERMINACcedilAtildeO DA CONCENTRACcedilAtildeO DE SELEcircNIO NO PLASMA E
ERITROacuteCITOS
Com a finalidade de determinar as concentraccedilotildees de Se no plasma e nos eritroacutecitos as
amostras foram pesadas em triplicata (300microL) em tubos de micro kjehdal em seguida foram
adicionados 5 mL de aacutecido niacutetrico 65 (Merck
) e os tubos foram acondicionados em bloco
digestor O material foi digerido por via uacutemida aacutecida a uma temperatura maacutexima de 1500
C
Apoacutes este procedimento o Se contido nas amostras foi reduzido da forma VI para a forma IV
com adiccedilatildeo de aacutecido cloriacutedrico (HCl) 12 N durante duas horas a temperatura de 1000
C As
soluccedilotildees finais foram diluiacutedas para um volume de 25 mL e realizou-se a leitura por
espectrometria de absorccedilatildeo atocircmica com geraccedilatildeo de hidretos acoplados agrave cela de quartzo
(HGQTAAS) (HITACHI
modelo Z-5000) A curva de calibraccedilatildeo foi preparada utilizando os
respectivos pontos 00 microgL 01 microgL 03 microgL 05 microgL 10 microgL 30 microgL e 50 microgL O
limite de detecccedilatildeo (LD) foi de 00016 microgL e adotou-se um limite de confianccedila de 95 O
desvio padratildeo adotado para cada amostra ˂ que 5 e os resultados foram expressos em microgL
O controle de qualidade externo foi realizado utilizando o material de referecircncia
certificado (SERONORM SEROreg) que tambeacutem foi submetido aos mesmos procedimentos
realizados com as amostras O estado nutricional em relaccedilatildeo ao Se das participantes foi
classificado de acordo com os paracircmetros descritos no Quadro 7
Quadro 7 Valores de referecircncias adotados para concentraccedilatildeo de Se no plasma e eritroacutecitos
Se Valores de Normalidade
(microgL)
Plasmaacutetico
60 ndash 120
Eritrocitaacuterio 90 - 190
Fonte VAN DAEL DEELSTRA (1993) ORTUNtildeO (1997)
As participantes que apresentaram concentraccedilotildees plasmaacuteticas abaixo de 60 microgL foram
consideradas deficientes enquanto aquelas com concentraccedilotildees acima de 120 microgL em risco
de toxicidade Em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees nos eritroacutecitos foram consideradas deficientes
aquelas abaixo de 90 microgL e em risco de toxicidade acima de 190 microgL
Aleacutem dos valores de referecircncia descritos na Tabela 9 adotaram-se ainda os
paracircmetros propostos por Thomson (2004) que estabelece a concentraccedilatildeo miacutenima de Se
48
plasmaacutetico para o natildeo surgimento da doenccedila de Keshan como 21 microgL o valor aceitaacutevel para
otimizaccedilatildeo da atividade das enzimas deiodinases como ˃ 65 microgL o intervalo de 80 a 95 microgL
para maximizaccedilatildeo da atividade da GPx e selenoproteiacutena P e o valor superior a 115 microgL para
proteccedilatildeo contra alguns tipos de cacircncer
46 DETERMINACcedilAtildeO DA ATIVIDADE DA GPx
A atividade da enzima GPx foi determinada nos eritroacutecitos com o auxiacutelio de kit
comercial (Ransel 505-RANDOX Laboratories CrumlinUK) adaptado para o uso no
analisador bioquiacutemico automaacutetico (LiasysregMAS Rome Italy) Este meacutetodo se baseia na
reaccedilatildeo em que a enzima GPx catalisa a oxidaccedilatildeo da GR por um hidroperoacutexido Na presenccedila
de GPx e NADPH a GSH eacute convertida agrave forma reduzida com a oxidaccedilatildeo concomitante do
NADPH em NADH+ A diminuiccedilatildeo na absorbacircncia a 340 ηm eacute entatildeo determinada
(PAGLIA e VALENTINE 1967) A faixa de normalidade proposta pelo kit comercial
utilizado eacute de 275 - 736 UgHb A concentraccedilatildeo da hemoglobina (Hb) tambeacutem foi
determinada uma vez que a atividade da enzima foi expressa em UgHb
47 PROCESSAMENTO E ANAacuteLISE DE MERCUacuteRIO NOS CABELOS
Na primeira etapa do processamento para determinaccedilatildeo do Hg total os cabelos foram
picotados em pedaccedilos de aproximadamente 05 mm de comprimento com tesoura de accedilo inox
higienizada com acetona a cada troca de amostra Depois disso transferiram-se os cabelos
para um beacutequer limpo onde foram submersos em acetona e em seguida enxaguados trecircs
vezes com aacutegua Milli Q e mais uma vez com acetona conforme procedimento recomendado
pela Agecircncia Internacional de Energia Atocircmica (IAEA) (FARIAS 2006) As amostras foram
secas em temperatura ambiente e o armazenamento foi realizado em envelopes de papel
devidamente identificados
Para anaacutelise das amostras e materiais de referecircncia foram pesados cerca de 01 a 015
g de amostra diretamente em um frasco de teflon fechado da marca Savillexreg com capacidade
de 182 mL Apoacutes a pesagem foram adicionados 4 mL de aacutecido niacutetrico (HNO3) e 2 mL de
aacutecido sulfuacuterico (H2SO4) ambos concentrados e da marca Merckreg que foram mantidos assim
durante a noite No dia seguinte para digestatildeo das amostras em sistema fechado os frascos
foram colocados em bloco digestor na temperatura de 90ordm durante 3 h Depois da digestatildeo os
49
frascos foram colocados em banho de gelo ateacute o completo resfriamento e em seguida foram
adicionados 250 microL de soluccedilatildeo de dicromato de potaacutessio (K2Cr2O7) a 10 (mv) para a
estabilizaccedilatildeo do Hg
A determinaccedilatildeo de Hg total nos cabelos foi realizada pelo meacutetodo de espectrometria
de absorccedilatildeo atocircmica com geraccedilatildeo de vapor frio (CV AAS) em equipamento FIMS-100
(Perkin Elmerreg
) A validaccedilatildeo da metodologia em relaccedilatildeo agrave precisatildeo e exatidatildeo foi realizada
por meio da anaacutelise em triplicata dos materiais de referecircncia (Human Hair- IAEA 086 GBW
09101 - Human Hair e BCR CRM 397 - Human Hair) com valor certificado de concentraccedilatildeo
para Hg total e os resultados obtidos estatildeo presentes no Quadro 8
As determinaccedilotildees de Hg total em cabelos foram realizadas no Laboratoacuterio de Anaacutelise
por Ativaccedilatildeo Neutrocircnica (LAN) do Centro do Reator de Pesquisas (CRPq) do IPEN ndash
CNENSP
Quadro 8 Resultados (meacutedia plusmn desvio padratildeo da meacutedia) das anaacutelises dos materiais de
referecircncia utilizados na determinaccedilatildeo de Hg total (n= nuacutemero de determinaccedilotildees)
Amostras
Valores
Certificados
(microg kg -1
)
Valores Obtidos
(Meacutedia plusmn desvio)
(microg kg -1
)
DPR
()
ER
()
IAEA 086
(n =8) 573 plusmn 39
615 plusmn 68 111 73
GBW 09101
(n=4) 2160 plusmn 210
1975 plusmn 86 43 86
BCR CRM 397
(n=2) 12300 plusmn 500
11688 plusmn 32 027 50
IAEA- International Atomic Energy Agency
IAEA 086 - Methylmercury Total Mercury and other trace elements in Human Hair (IAEA May 2000)
CRM 397 - Certified Reference Material Trace Elements in Human Hair BCR- Community Bureau of Reference
(Brussels January 1991)
GBW 09101 - Certified Reference Material Human Hair (China April 1988)
DPR- Desvio Padratildeo Relativo
ER- Erro relativo
Quanto ao limite de detecccedilatildeo (LD) minus a menor concentraccedilatildeo do analito em uma amostra
que pode ser detectada mas natildeo necessariamente quantificada sob determinadas condiccedilotildees
experimentais minus foi determinado diretamente da curva de calibraccedilatildeo construiacuteda utilizando a
50
teacutecnica de regressatildeo e considerando um niacutevel de confianccedila de 95 O valor encontrado para o
limite inferior de detecccedilatildeo foi da ordem de 001 ng mL-1
resultado compatiacutevel com os estudos
encontrados na literatura para determinaccedilatildeo de Hg (HORVAT 1996 SKOOG et al 2002
FARIAS 2009) Em relaccedilatildeo ao limite de quantificaccedilatildeo (LQ) tambeacutem conhecido como limite
de determinaccedilatildeo que indica qual a menor concentraccedilatildeo do analito que pode ser detectada por
um meacutetodo qualquer que estaacute sendo empregado com um niacutevel aceitaacutevel de precisatildeo e
veracidade Pode ser considerado ainda como a concentraccedilatildeo do analito correspondente ao
valor meacutedio do branco mais 5 e 6 ou 10 desvios padratildeo (FARIAS 2009) O valor encontrado
para o limite de quantificaccedilatildeo para esta pesquisa foi da ordem de 1 ng mL-1
Os resultados das anaacutelises dos materiais de referecircncia apresentaram desvio padratildeo
relativo (DPR) variando de 027 a 11 e ER (Erro Relativo) de 5 a 86 comprovando a
precisatildeo e exatidatildeo do meacutetodo respectivamente
Para classificar o diagnoacutestico em relaccedilatildeo as concentraccedilotildees de Hg nos cabelos das
participantes os resultados encontrados foram comparados aos estabelecidos pela WHO
(1990) o qual considera 2000 ng g-1
para populaccedilotildees natildeo expostas e 6000 ng g-1
como
indicador de exposiccedilatildeo para Hg
48 DETERMINACcedilAtildeO DA CONCENTRACcedilAtildeO PLASMAacuteTICA DE
MALONDIALDEIacuteDO (MDA)
A peroxidaccedilatildeo lipiacutedica foi determinada por meio das concentraccedilotildees de MDA no
plasma obtidas por cromatografia liacutequida de alta eficiecircncia (HPLCPDA) quantificando a
reaccedilatildeo do MDA com dinitrofenilhidrazina (DNPH) utilizando absorbacircncia de 308 nm de
acordo com o meacutetodo adaptado de Rezaei Jamshidzadeh e Sanati (2013) Antes do
processamento das amostras foi construiacuteda uma curva de calibraccedilatildeo utilizando uma soluccedilatildeo
estoque de MDA com 22 μL de tetrametoxipropano e 10 mL de aacutecido sulfuacuterico a 1 Os
pontos da curva utilizados foram 00 025 05 10 20 40 60 e 120 μM Utilizou-se o
aparelho de HPLC da marca Shimadzu (Kyoto Japatildeo) equipado com coluna Phenomenex
Reverse-phase C18 de 240 mm x 46 mm com partiacuteculas de 5μm (Phenomenex Torrance
CA) A temperatura no amostrador foi mantida em 4degC e a temperatura da coluna a 25degC A
eluiccedilatildeo foi realizada em modo isocraacutetico com uma fase moacutevel constituiacuteda de 50 de H2O
deionizada e 50 de acetonitrila acidificada com 2 de aacutecido aceacutetico A taxa de fluxo de
ingestatildeo da amostra foi de 1 mLminuto e o tempo de corrida de 15 minutos
51
Com o objetivo de liberar o MDA das proteiacutenas plasmaacuteticas foram adicionados 10 μL
de hidroacutexido de soacutedio 4M nos microtubos que continham 100 μL de plasma e em seguida
estes foram agitados em voacutertex Apoacutes este procedimento as amostras foram incubadas no
aparelho Vortempreg a 60degC durante 30 minutos para posteriormente serem acondicionadas no
gelo por 5 minutos Depois do resfriamento foram adicionados 150 μL de aacutecido sulfuacuterico a
1 e agitou-se em voacutertex vigorosamente para precipitaccedilatildeo das proteiacutenas Novamente
incubou-se no gelo por mais 5 minutos seguindo-se de uma centrifugaccedilatildeo a 14000 rpm por
10 minutos Foram retirados 175 μL do sobrenadante que foram transferidos para um novo
microtubo onde foi adicionado 25 microL de DNPH (0001 gmL) permanecendo agrave temperatura
ambiente por 30 minutos protegidos de luz Centrifugou-se novamente o microtubo a 14000
rpm por 5 minutos e 150 μL do sobrenadante foi transferido para um vial do qual foi injetado
100 μL no aparelho HPLC
A determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo plasmaacutetica de malondialdeiacutedo foi realizada no
Departamento de Anaacutelises Cliacutenicas e Toxicoloacutegicas no laboratoacuterio de Toxicologia que tem
como responsaacutevel a professora Ana Paula de Melo Loureiro da Faculdade de Ciecircncias
Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo (USP)
49 DETERMINACcedilAtildeO DA CAPACIDADE DE ABSORCcedilAtildeO DE RADICAIS DE
OXIGEcircNIO (ORAC)
A capacidade antioxidante total do plasma foi realizada por meio do meacutetodo ORAC
proposto por Prior et al (2003) que baseia-se na mensuraccedilatildeo da inibiccedilatildeo do radical peroxil o
que demostra resistecircncia aos danos oxidativos Para isso o plasma foi desproteinizado com
aacutecido percloacuterico e posteriormente as amostras foram diluiacutedas 10x com tampatildeo fosfato (pH
74)
As anaacutelises foram realizadas em triplicata utilizando 25 microL de amostra em microplaca
de 48 poccedilos adicionando-se posteriormente 150 microL de soluccedilatildeo de fluoresceiacutena e 25 microL de
22-azobis (aminopropano) di-hidroclorido (AAPH) por injetores automaacuteticos do leitor de
microplacas (Biotech Synergy H1)
Utilizou-se uma curva padratildeo de Trolox preparada com as seguintes concentraccedilotildees
100 microM 50 microM 25 microM 125 microM 625 microM e os resultados foram expressos em μmol de
Trolox (μmol TEmL)
52
410 PREPARACcedilAtildeO DAS AMOSTRAS PARA ANAacuteLISE DOS POLIMORFISMOS
Para extraccedilatildeo do DNA de sangue total utilizou-se o kit PureLinkTM
Genomic DNA
(Invitrogen CA USA) seguindo as instruccedilotildees do fabricante Em seguida foi feita a leitura em
espectrofotocircmetro (Nanodropreg) nos comprimentos de onda () de 260nm (DNA) e 280nm
(proteiacutena) O DNA foi considerado iacutentegro e de boa qualidade quando a razatildeo 260280 foi
maior que 18 sendo descartadas aquelas com valores abaixo deste paracircmetro A
quantificaccedilatildeo do DNA das amostras foi realizada neste mesmo equipamento sendo os
resultados obtidos em ngmicroL As amostras com concentraccedilotildees inferiores a 10 ngmicroL foram
descartadas tendo em vista que esta era concentraccedilatildeo miacutenima padronizada
4101 Determinaccedilatildeo do Polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450)
Para anaacutelise de genotipagem o DNA do sangue total seraacute extraiacutedo a partir do
kit Purelink Genomic DNA da Invitrogen Life Technologies e em seguida o mesmo seraacute
quantificado no espectrofotocircmetro Nanodrop sendo o resultado expresso em ngmL Seraacute
utilizada a razatildeo 260280 superior a 17 e inferior a 20 como paracircmetro de qualidade do
DNA Amostras com a razatildeo abaixo desse valor seratildeo reextraiacutedas O DNA genocircmico de todas
as amostras seraacute ajustado em aacutegua autoclavada para uma concentraccedilatildeo de 10 ngmL e volume
final de 20 μL Um total de 2 μL de DNA seraacute usado para a reaccedilatildeo em cadeia da polimerase e
18 μL de soluccedilatildeo contendo o master mix especiacutefico para o ensaio de genotipagem (TaqManreg
genotyping master mix ndash Applied Biosystemsreg) com sondas TaqMan (Custom TaqMan
reg SNP
Genotyping Assay Human Alelo 1 VICMGB-NFQ Alelo 2 FAMMGB-NFQ part number
4331349) e primers especiacuteficos para o SNP (RS1050450) primer forward CATCGAAGCCCTGCTGTCT
e primer reverse CACTGCAACTBCCAAGCA
A genotipagem da populaccedilatildeo do estudo seraacute realizada pelo sistema TaqMan SNP
Genotyping Assays da Applied Biosystemsreg utilizando as condiccedilotildees de termociclagem
recomendadas pelo fabricante Este sistema eacute baseado na anaacutelise end-point da RT-PCR (Real
time ndash PCR ou Reaccedilatildeo em cadeia da Polimerase em Tempo Real)
53
4102 Determinaccedilatildeo do Polimorfismo GSTM1
As reaccedilotildees de PCR em tempo real (qPCR) foram realizadas em placas especiacuteficas de
96 poccedilos no equipamento StepOne Plus utilizando o sistema para detecccedilatildeo de produtos de
amplificaccedilatildeo TaqManreg (Applied Biosystems Foster City CA USA) Para o polimorfismo
GSTM1 foram selecionados primers forward 5prime-AAGATTCGTGTGGACATTTTGGA-3prime e
reverse 5prime TCTGGATTGTAGCAGATCATGCC-3prime e probes (FAM-CAGACCATGGACA-
ACCA-MGB 100 microM) marcados com fluoroacuteforo FAM Para controle endoacutegeno utilizou-se a
β-2-microglobulina (B2M) forward 5prime-TTGTTTCACTGTCCTGAGGACTATTTAT-3prime e
reverse 5prime-ATGTTACTCTGTCAATGTTCTCCACAT-3prime Os probes utilizados foram
marcados com fluoroacuteforo VIC (VIC-CTCTAACATGATAACCCTCAC-MGB 100 microM)
(COVAULT et al 2003)
As amostras foram submetidas agrave seguinte termociclagem 50degC por 2 min 95degC por
10 min seguidos de 40 ciclos a 95degC por 15 segundos e 60degC por 1 min Ao final eram
considerados vaacutelidos apenas os resultados cuja reaccedilatildeo apresentasse curva de dissociaccedilatildeo com
apenas um pico referente agrave temperatura de melting do primer utilizado em cada reaccedilatildeo A
presenccedila da deleccedilatildeo no gene GSTM1 foi estabelecida quando os valores de Ct (threshold
cycle) foram superiores a 35 ciclos conforme padronizaccedilatildeo realizada por Covault et al
(2003) De forma aleatoacuteria foram selecionadas 20 das amostras deletadas para confirmar a
deleccedilatildeo e em 100 delas houve concordacircncia dos resultados
411 ANAacuteLISES ESTATIacuteSTICAS
Os dados obtidos foram analisados no software SPSS versatildeo 200 e os resultados
expressos como meacutedia desvio padratildeo valores miacutenimos e maacuteximos Testou-se a normalidade
dos dados usando o teste de Kolmogorov-Smirnov e a homogeneidade de variacircncia o de
Levene O teste T-Student para amostras independentes e o ANOVA seguido de Tukey para
comparaccedilatildeo de meacutedias entre os paracircmetros Para o teste de correlaccedilatildeo utilizou-se o de
Pearson Nas anaacutelises de regressatildeo empregou-se o modelo de regressatildeo linear simples e o
modelo de regressatildeo linear muacuteltipla para selecionar as variaacuteveis de ajuste As variaacuteveis
testadas nos ajustes dos modelos muacuteltiplos foram idade iacutendice de massa corpoacuterea
escolaridade renda e ingestatildeo energeacutetica Para estes adotou-se o meacutetodo de backward
Foram consideradas estatisticamente significantes as anaacutelises com p lt 005
54
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
51 CARACTERIZACcedilAtildeO DA POPULACcedilAtildeO
Participaram do estudo 200 mulheres voluntaacuterias da cidade de Porto Velho (RO)
selecionadas de uma amostra de conveniecircncia A meacutedia de idade das participantes foi de 263
+ 75 anos Conforme a etnia relatada pelas voluntaacuterias 93 informaram ser pardas e a
maioria cursava o ensino superior Quanto agrave renda houve uma maior prevalecircncia de
participantes que ganhavam mais de quatro salaacuterios miacutenimos e 75 afirmaram natildeo realizar
atividade fiacutesica Em relaccedilatildeo ao histoacuterico de doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis na famiacutelia as
mais descritas foram hipertensatildeo arterial e diabetes Nenhuma participante era fumante ou
fazia uso de bebidas alcooacutelicas Todas residiam no estado de Rondocircnia haacute no miacutenimo 10 anos
Os dados acima mencionados estatildeo representados de forma detalhada na Tabela 1
De acordo com o censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
(IBGE 2011) a populaccedilatildeo brasileira era constituiacuteda de 190755799 de habitantes sendo que
428527 pertenciam agrave cidade de Porto Velho Desse total 492 eram do gecircnero feminino
Ainda neste censo 477 dos habitantes do Brasil classificaram-se como brancos
76 como pretos 43 como pardos 11 como amarelos e 04 como indiacutegenas A
distribuiccedilatildeo por cor ou raccedila reflete padrotildees histoacutericos de ocupaccedilatildeo e movimentos relacionados
agrave dinacircmica econocircmica As maiores proporccedilotildees de pardos (58) estatildeo nas regiotildees norte e
nordeste enquanto os pretos estatildeo mais presentes na Bahia (17) e no Rio de Janeiro
(124) Em Rondocircnia 353 se declararam brancos 556 pardos e 69 pretos
corroborando com dados obtidos nesta pesquisa
Dentre os dados apresentados ressalta-se ainda a presenccedila de DCNT nos antecedentes
familiares das participantes De acordo com Silva-Junior (2009) e Schmidt et al (2011)
72 das mortes ocorridas em 2007 no Brasil foram atribuiacutedas agraves DCNT O aumento da
prevalecircncia de diabetes e hipertensatildeo paralelamente ao excesso de peso estaacute associado agrave
mudanccedilas desfavoraacuteveis na dieta e na atividade fiacutesica (SCHMIDT et al 2011)
O Brasil tem colocado em praacutetica importantes poliacuteticas para prevenccedilatildeo das DCNT
Como exemplo destaca-se a implantaccedilatildeo do plano de accedilatildeo de 2008 a 2013 da Organizaccedilatildeo
Mundial da Sauacutede (WHO) que teve como foco quatro doenccedilas cardiovasculares diabetes
cacircncer e doenccedilas respiratoacuterias crocircnicas responsaacuteveis por 58 das mortes no Brasil em 2007
(WHO 2010 SCHMIDT et al 2011) O elevado nuacutemero de casos dessas doenccedilas nos dias
55
atuais justifica os resultados da porcentagem relatada pelas participantes do estudo sobre o
histoacuterico de doenccedilas na famiacutelia
Tabela 1 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas das voluntaacuterias
1Salaacuterio Miacutenimo vigente no ano de 2011 (R$ 54500)
52 AVALIACcedilAtildeO ANTROPOMEacuteTRICA
Os resultados antropomeacutetricos de acordo com o Iacutendice de Massa Corpoacuterea (IMC)
estatildeo apresentados na tabela 2 a seguir
n
Etnia (n=200)
Parda 186 930
Branca 11 55
Negra 2 10
Indiacutegena 0 0
Oriental 1 05
Escolaridade (n=173)
Fundamental 8 50
Ensino Meacutedio 19 100
Superior Incompleto 103 600
Superior Completo 40 230
Poacutes-Graduaccedilatildeo 3 20
Renda (n=163)
Ateacute 1 Salaacuterio Miacutenimo1
9 60
2 a 3 Salaacuterios Miacutenimos 58 350
Acima de 4 Salaacuterios Miacutenimos 96 590
Atividade Fiacutesica (n=200)
Sim 51 250
Natildeo 149 750
DCNT (n=186)
Dislipidemias 16 86
Obesidade 37 200
Diabetes 62 333
Hipertensatildeo Arterial 58 311
Outras 13 70
56
Tabela 2 Classificaccedilatildeo das participantes segundo o Iacutendice de Massa Corporeacutea (IMC)
Classificaccedilatildeo do IMC (kgm2) n
Eutrofia (185 - 249) 186 93
Sobrepeso (ge 25 ndash 299) 13 65
Obesidade grau I (300 - 349) 1 05
A Figura 5 apresenta os resultados da Circunferecircncia da Cintura (CC) das
participantes Do total 172 voluntaacuterias (891) apresentavam CC dentro dos valores de
normalidade e 21 (109) em risco aumentado de DCNT
Figura 5 Circunferecircncia da Cintura das voluntaacuterias de acordo com WHO (2000) Ponto de
corte assinalado em azul (80 cm) constitui risco aumentado para o desenvolvimento de
DCNT Porto Velho 2015
Considerando as estimativas de prevalecircncia das condiccedilotildees deacuteficit e excesso de peso
de acordo com o IMC os dados da POF 20082009 da populaccedilatildeo brasileira acima de 19 anos
de idade revelaram que 36 das mulheres brasileiras foram classificadas com deacuteficit de peso
principalmente nas mulheres muito jovens (20 a 24 anos de idade) ou muito idosas (75 anos
57
ou mais) O excesso de peso foi diagnosticado em cerca de metade das mulheres excedendo
em 13 vezes a frequecircncia de deacuteficit de peso nestas e o diagnoacutestico de obesidade foi de 169
Ainda de acordo com a POF 20082009 observou-se que tanto o excesso de peso
como a obesidade aumentaram de frequecircncia nas idades entre 55 a 64 anos declinando nas
idades subsequentes Em relaccedilatildeo agraves mulheres da regiatildeo norte o deacuteficit de peso foi de 35 no
domiciacutelio urbano e 42 no rural o excesso de peso 48 no urbano e 479 no rural e a
obesidade 17 e 165 respectivamente
53 CONSUMO ALIMENTAR
A ingestatildeo meacutedia de energia das voluntaacuterias foi 131801 plusmn 26548 kcaldia Os
macronutrientes foram avaliados de acordo com os intervalos de recomendaccedilatildeo da
distribuiccedilatildeo em percentual da contribuiccedilatildeo energeacutetica (AMDR) do Institute of Medicine
(2006) Verificou-se que a maioria (59) das participantes apresentou uma ingestatildeo de
carboidratos abaixo da recomendaccedilatildeo enquanto em relaccedilatildeo agraves proteiacutenas uma elevada
porcentagem (76) apresentou ingestatildeo dentro do intervalo de referecircncia e o consumo de
lipiacutedios foi acima da recomendaccedilatildeo em 48 delas (Figura 6)
Figura 6 Distribuiccedilatildeo das participantes segundo a adequaccedilatildeo da ingestatildeo dos
macronutrientes de acordo com a recomendaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em percentual da energia
(IOM 2006) Porto Velho 2015
59
10 13
26
76
39
44
14
48
Carboidratos Proteiacutenas Lipiacutedios
Abaixo da Recomendaccedilatildeo Dentro do Intervalo de Recomendaccedilatildeo
Acima da Recomendaccedilatildeo
58
A Pesquisa de Orccedilamentos Familiares (POF 20082009) avaliou o consumo alimentar
de 34003 brasileiros levando em consideraccedilatildeo o gecircnero e a faixa etaacuteria Foi observado que o
consumo energeacutetico meacutedio da populaccedilatildeo brasileira em geral variou de 1490 a 2289 kcal Na
regiatildeo norte observaram-se meacutedias de ingestatildeo energeacutetica acima da meacutedia nacional e das
demais regiotildees do paiacutes variando de 1660 a 2496 kcal Entre as mulheres a faixa etaacuteria de 19
a 59 anos apresentou ingestatildeo energeacutetica meacutedia de 1710 kcal sendo a meacutedia na aacuterea urbana
de 1713 e na aacuterea rural 1694 kcal
Dados do Estudo Nacional de Despesa Familiar (ENDEF) de 197475 e as POFs
(198788 199596 e 200203) verificaram diminuiccedilatildeo de cerca de 9 na participaccedilatildeo relativa
de carboidratos acarretando valores considerados miacutenimos para este macronutriente (559)
No entanto no estudo da POF 20082009 a porcentagem de contribuiccedilatildeo dos macronutrientes
obedeceu agraves faixas de recomendaccedilatildeo A meacutedia da porcentagem de contribuiccedilatildeo de
carboidratos nas dietas das mulheres brasileiras foi de 562 a 576 a de proteiacutena de 16 4 e
de lipiacutedio 272 Ao avaliar as participantes da regiatildeo norte as meacutedias de contribuiccedilatildeo foram
565 para carboidrato 176 para proteiacutena e 256 para lipiacutedio
A manutenccedilatildeo do peso corpoacutereo eacute primariamente determinada pelo consumo e
utilizaccedilatildeo de carboidratos e lipiacutedeos As proteiacutenas contribuiram com uma fraccedilatildeo pequena e
relativamente constante no consumo energeacutetico total A auto regulaccedilatildeo dos estoques de
carboidratos e proteiacutenas no organismo humano ocorre de maneira eficiente enquanto o
mecanismo de regulaccedilatildeo de armazenamento de lipiacutedios eacute pouco eficiente O papel
fundamental dos carboidratos (accediluacutecares e amido) eacute o de fornecer energia para as ceacutelulas do
organismo particularmente para o ceacuterebro uacutenico oacutergatildeo dependente exclusivamente destes
nutrientes (EGASHIRA MIZIARA LEONI 2014)
Os lipiacutedios satildeo importantes na alimentaccedilatildeo pois fornecem energia de alta densidade e
participam no valor energeacutetico total da dieta Ao longo dos uacuteltimos anos raacutepidas mudanccedilas na
dieta e no estilo de vida vecircm ocorrendo com a industrializaccedilatildeo urbanizaccedilatildeo desenvolvimento
econocircmico e mais recentemente a globalizaccedilatildeo propiciando significativo impacto na sauacutede e
no estado nutricional da populaccedilatildeo do mundo As DCNT incluindo obesidade diabetes
melito doenccedilas cardiovasculares hipertensatildeo arterial e alguns tipos de cacircncer tecircm
comprometido o periacuteodo de vida economicamente ativo de vaacuterios indiviacuteduos Com relaccedilatildeo agraves
mudanccedilas dieteacuteticas uma das principais alteraccedilotildees observadas eacute o incremento de oacuteleos e
gorduras em preparaccedilotildees e em alimentos industrializados (SANTOS e AQUINO 2014)
Apesar de as voluntaacuterias natildeo apresentarem doenccedilas crocircnicas auto-relatadas destaca-se que
59
houve histoacuterico de vaacuterias DCNT na famiacutelia constituindo fator de risco para desenvolvimento
destas nas participantes
A ingestatildeo alimentar de Se tambeacutem foi avaliada nestas participantes apresentando
meacutedia de consumo de 493 plusmn 191 microgdia (Tabela 3) Observou-se que esta meacutedia foi superior
agrave recomendaccedilatildeo da EAR (45 microgdia) entretanto em relaccedilatildeo agrave prevalecircncia de ingestatildeo
inadequada de Se estimada conforme a foacutermula de Beaton (1994) notou-se que 409 das
participantes apresentaram inadequaccedilatildeo da ingestatildeo ou seja consumo abaixo da EAR
Tabela 3 Ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) das participantes (n = 193)
Se (microgdia)
Meacutedia 4934
Desvio Padratildeo 1915
Mediana 4643
Miacutenimo 1038
Maacuteximo 18520
Segundo os resultados da POF 20082009 a meacutedia do consumo de Se da populaccedilatildeo
feminina com idade entre 19 e 59 anos foi de 762 microgdia Na regiatildeo norte este mesmo grupo
apresentou consumo meacutedio de 1048 microgdia superior ao das outras regiotildees do Brasil centro-
oeste (697 microg) nordeste (793 microg) sudeste (714 microg) e sul (737 microg) Tais resultados
independente da regiatildeo foram superiores ao obtido neste estudo A prevalecircncia de
inadequaccedilatildeo da ingestatildeo de Se neste mesmo grupo foi de 137 no paiacutes sendo de 91 na
regiatildeo norte
Silva (2013) ao avaliar a ingestatildeo alimentar de Se de adultos saudaacuteveis da cidade de
Fortaleza (CE) observou consumo meacutedio de 79 microgdia e somente 151 dos participantes
apresentaram meacutedia de ingestatildeo abaixo da EAR
De acordo com as pesquisas realizadas no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo - Minerais a
ingestatildeo de Se na populaccedilatildeo brasileira varia de 18 a 200 microgdia (CINTRA 1990 BORTOLI
2010 DONADIO 2011 MAIA 2008 SILVA 2013)
Donadio (2011) avaliou indiviacuteduos adultos saudaacuteveis do estado de Satildeo Paulo e
observou um consumo meacutedio de 412 microgdia No estudo de Bortoli (2010) realizado com
mulheres da cidade de Satildeo Paulo Cubatatildeo (SP) e Novo Airatildeo (AM) verificou-se um
consumo meacutedio de 571 microgdia 533 microgdia e 539 microgdia respectivamente Esses dados
60
mostraram que natildeo houve diferenccedila significativa entre as cidades eou estados avaliados
Rocha et al (2014) ao avaliarem o consumo alimentar de Se de crianccedilas de duas comunidades
ribeirinhas de Porto Velho (RO) verificaram que as crianccedilas que residiam na localidade de
Demarcaccedilatildeo consumiam menos Se (418 microgdia) que a localidade denominada Gleba do Rio
Preto (179 microgdia) A diferenccedila observada foi atribuiacuteda ao fato de as crianccedilas da segunda
comunidade consumirem mais alimentos in natura enquanto as crianccedilas da primeira em
virtude da sua localizaccedilatildeo geograacutefica tinham mais acesso a alimentos industrializados
Ressalta-se que todos esses dados referentes ao consumo brasileiro de Se
independente da regiatildeo natildeo ultrapassaram o Limite Superior Toleraacutevel de Ingestatildeo (UL) de
400 microg dia (IOM 2006)
A determinaccedilatildeo do consumo de Se natildeo eacute uma tarefa faacutecil em virtude das dificuldades
existentes em relaccedilatildeo aos meacutetodos que avaliam a ingestatildeo alimentar e aleacutem disso em razatildeo
do nuacutemero reduzido de tabelas que apresentam a concentraccedilatildeo do mineral nos alimentos
brasileiros (FERREIRA 2002) Aliado a essas questotildees eacute preciso ressaltar que as
concentraccedilotildees do mineral nos alimentos satildeo proporcionais agrave quantidade do mesmo nos solos
dessa forma um mesmo alimento pode conter concentraccedilotildees de Se muito diferentes Por isso
os valores de ingestatildeo de Se apresentados poderiam ser diferentes caso houvesse dados da
concentraccedilatildeo do mineral em alimentos cultivados em solo rondoniense Mesmo assim a
dificuldade em estimar a ingestatildeo do Se continuaria existindo pois natildeo seria faacutecil rastrear de
forma rigorosa a origem dos alimentos consumidos pelas participantes
A ingestatildeo de castanha-do-brasil tambeacutem foi mensurada visto que eacute considerado o
alimento mais rico em Se Apenas uma voluntaacuteria afirmou ter o haacutebito de consumi-la
regularmente coincidindo ser justamente aquela que apresentou o maior consumo de Se
(43897 microgdia) bem como as maiores concentraccedilotildees do mineral no sangue Por isso essa
participante natildeo foi incluiacuteda nas anaacutelises por ser considerada como outlier
54 MARCADORES BIOQUIacuteMICOS DO ESTADO NUTRICIONAL RELATIVO AO
SELEcircNIO
A tabela 4 apresenta as concentraccedilotildees de Se (microgL) no plasma e eritroacutecitos das
participantes
61
Tabela 4 Concentraccedilatildeo de Se (microgL) no plasma e nos eritroacutecitos das participantes (n=192)
PLASMA ERITROacuteCITOS
Meacutedia + DP 498 + 186 754 + 299
Mediana 470 730
Miacutenimo 58 184
Maacuteximo 1094 1532
DP Desvio Padratildeo
Destaca-se que o plasma reflete o estado nutricional atual (FAIRWEATHER-TAIT
1997) De acordo com Thomson (2004) e Van Dael e Deelstra (1993) o Se plasmaacutetico eacute
considerado o biomarcador mais acessiacutevel para avaliaccedilatildeo do status do mineral por isso eacute o
mais utilizado pois permite avaliar as mudanccedilas em curto prazo respondendo de forma
raacutepida e sensiacutevel conforme a ingestatildeo alimentar Eacute importante mencionar que essa resposta
pode ser influenciada por fatores como a idade o estado fisioloacutegico do indiviacuteduo e a forma do
Se consumida
De acordo com o paracircmetro proposto por Van Dael e Deelstra (1993) verificou-se que
a maioria das participantes apresentou deficiecircncia de Se (69) enquanto uma porcentagem
menor apresentou adequaccedilatildeo (295) e outra mais reduzida em risco de toxicidade (15)
A Figura 7 apresenta os resultados da concentraccedilatildeo de Se plasmaacutetico conforme os
paracircmetros proposto por Van Dael e Deelstra (1993) assim como os intervalos estipulados
por Thomson (2004) que propotildee valores miacutenimos de Se no soro para prevenccedilatildeo da doenccedila de
Keshan otimizaccedilatildeo da atividade das deiodinases maximizaccedilatildeo da atividade da GPx e da
selenoproteiacutena P e ainda para proteccedilatildeo contra alguns tipos de cacircncer
Apenas 41 das voluntaacuterias apresentaram-se em risco para doenccedila de Keshan e
784 delas baixa otimizaccedilatildeo para as deiodinases Para o ponto de corte de otimizaccedilatildeo da
GPx e selenoproteiacutena P a maioria (933) apresentou baixa otimizaccedilatildeo Quanto ao intervalo
de proteccedilatildeo contra alguns tipos de cacircncer 99 natildeo estavam protegidas
Dessa forma de acordo com as duas referecircncias selecionadas para avaliar a
concentraccedilatildeo de Se no plasma verifica-se que a maioria das voluntaacuterias aleacutem de apresentar
deficiecircncia do mineral
No Brasil poucos estudos avaliaram o estado nutricional relativo ao Se em adultos
saudaacuteveis Coutinho (2003) avaliou este paracircmetro em praticantes de capoeria residentes em
Satildeo Paulo e observou a meacutedia de 787 microgL de Se no plasma Maia (2008) avaliou 29
62
paulistanos e 28 cearenses e observou uma meacutedia de Se plasmaacutetico de 665 microgL e 576 microgL
respectivamente
Figura 7 Distribuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo plasmaacutetica de Se (microgL) das participantes (n=194)
segundo os paracircmetros porpostos por Van Dael e Deelstra (1993) e Thomson (2004) Porto
Velho 2015
a Intervalo proposto por Van Dael e Deelstra (1993) (60 - 120 μgL)
Pontos de corte propostos por Thomson (2004) b Prevenccedilatildeo do surgimento da doenccedila de Keshan (gt 21 μgL)
c Otimizaccedilatildeo da atividade das deiodinases (gt 65 μgL)
d Maximizaccedilatildeo da GPx e selenoproteiacutena P (gt 80 - 95 μgL)
e Proteccedilatildeo contra alguns tipos de cacircncer (gt 115 μgL)
Bortoli (2010) avaliou mulheres saudaacuteveis e encontrou uma meacutedia de 817 microgL nas
voluntaacuterias residentes em Satildeo Paulo 607 microgL no grupo de Cubatatildeo (SP) e de 1018 microgL
nas mulheres de Novo Airatildeo (AM) A meacutedia de Se plasmaacutetico obtida na uacuteltima localidade
citada foi justificada pelo fato de a populaccedilatildeo ter como haacutebito o consumo regular de castanha-
do-brasil Donadio (2011) ao avaliar 124 indiviacuteduos residentes em Satildeo Paulo obteve a meacutedia
de 541 microgL Santos (2013) tambeacutem determinou as concentraccedilotildees do mineral no plasma de
176 indiviacuteduos do Cearaacute e observou uma meacutedia de 626 microgL
63
A Figura 8 apresenta a distribuiccedilatildeo das concentraccedilotildees eritrocitaacuterias de Se das
participantes Nos eritroacutecitos 125 participantes (645) apresentaram concentraccedilotildees abaixo
do intervalo de referecircncia
Figura 8 Distribuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo eritrocitaacuteria de Se das participantes (n=194) Intervalo
assinalado em azul (90 - 190 μgL) constitui os paracircmetros de normalidade proposto por Van
Dael e Deelstra (1993) e Ortuntildeo (1997) Porto Velho 2015
Ao contraacuterio do plasma a concentraccedilatildeo de Se eritrocitaacuterio reflete o estado nutricional
pregresso por responder de forma mais lenta agraves alteraccedilotildees no estado nutricional Essa resposta estaacute
relacionada com o tempo de meia vida das hemaacutecias que eacute de aproximadamente 120 dias
(FAIRWEATHER-TAIT 1997 VAN DAEL e DEELSTRA 1993)
Houve correlaccedilatildeo entre as concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio (r = 0629 p ˂
0001) ou seja quanto maior a concentraccedilatildeo de Se no plasma maior a sua concentraccedilatildeo nos
eritroacutecitos
As Tabelas 5 e 6 apresentam os resultados das anaacutelises de regressatildeo da ingestatildeo
alimentar de Se em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees do mineral no plasma e nos eritroacutecitos
respectivamente
64
Tabela 5 Coeficiente de regressatildeo da ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) como variaacutevel
independente que influenciou a concentraccedilatildeo do mineral no plasma (microgL) das participantes
Variaacutevel independente β p-valora
R2 ajustado p-valor
b
Ingestatildeo alimentar de Se (microgdia)c 0278 0112 0277 0026
Modelo ajustado pela escolaridade (anos de estudo) idade (anos) ingestatildeo energeacutetica (kcaldia) e circunferecircncia
da cintura (cm)
a Valor de p referente ao coeficiente β
b Valor de p referente ao R
2 ajustado
As anaacutelises de regressatildeo mostraram que houve associaccedilatildeo positiva entre o consumo de
alimentar de Se (microgdia) e as concentraccedilotildees do mineral no plasma (microgL) e nos eritroacutecitos
(microgL) O coeficiente de correlaccedilatildeo (R2) da ingestatildeo alimentar de Se em relaccedilatildeo ao plasma foi
277 e nos eritroacutecitos 363 Estes coeficientes expressam a porcentagem da variabilidade
das concentraccedilotildees sanguiacuteneas de Se que satildeo explicadas pela ingestatildeo alimentar do mineral
Tabela 6 Coeficiente de regressatildeo da ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) como variaacutevel
independente que influenciou a concentraccedilatildeo do mineral nos eritroacutecitos (microgL) das
participantes
Variaacutevel independente β p-valora
R2 ajustado p-valor
b
Ingestatildeo alimentar de Se (microgdia)c 0154 0301 0363 0001
Modelo ajustado pelo consumo alimentar de Se (microgdia) idade (anos) circunferecircncia da cintura (cm) iacutendice de
massa corpoacuterea (kgm2) escolaridade (anos de estudo) e renda (salaacuterios miacutenimos)
a Valor de p referente ao coeficiente β
b Valor de p referente ao R
2 ajustado
No estudo de Maia (2008) a meacutedia da concentraccedilatildeo eritrocitaacuteria de Se em adultos residentes
em Satildeo Paulo foi de 80 microgL e do Cearaacute 1224 microgL Silva (2013) encontrou a meacutedia de 1015
microgL de Se nos eritroacutecitos dos participantes do Cearaacute Adame et al (2012) que avaliou
espanhois encontrou a meacutedia de 104 6 microgL
Bortoli (2010) obteve a meacutedia de 833 microgL nas participantes de Satildeo Paulo 859 microgL
no grupo de Cubatatildeo (SP) e de 1998 microgL nas muheres de Novo Airatildeo (AM) A meacutedia
elevada encontrada na comunidade de Novo Airatildeo foI justificada pelo fato de a populaccedilatildeo do
estado do Amazonas apresentar o haacutebito de consumir regularmente a castanha-do-brasil
Houve ainda correlaccedilatildeo positiva entre os valores de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio indicando
65
que aquelas participantes cujo o teor estava mais elevado em um dos compartimentos
sanguiacuteneos tambeacutem se encontrava da mesma forma no outro (r = 07018 plt 00001)
Segundo Lemire et al (2006) a populaccedilatildeo da Amazocircnia brasileira apresenta
concentraccedilatildeo de Se no sangue total que varia de normal a relativamente alto Entretanto este
resultado natildeo foi observado no presente estudo pois a maioria das participantes apresentou
concentraccedilotildees abaixo da referecircncia Todavia esta pesquisa foi composta por mulheres
residentes em uma capital urbana diferente dos locais de trabalho das pesquisas de Lemire et
al (2006) realizados em comunidades ribeirinhas do Paraacute Estes pesquisadores avaliaram 236
adultos de seis comunidades ribeirinhas ao longo do rio Tapajoacutes e verificaram que 343
possuiacuteam concentraccedilotildees elevadas e nove indiviacuteduos (38) apresentaram valores acima dos
estipulados para toxicidade O valor mais baixo encontrado do mineral foi de 142 microgL
Em outra pesquisa realizada por Lemire et al (2011) na mesma regiatildeo foram
avaliados 407 voluntaacuterios e apenas seis participantes (15) apresentaram deficiecircncia de Se
enquanto 32 apresentaram concentraccedilotildees entre 560 e 1000 microgL e 10 concentraccedilotildees
superiores a 1000 microgL Segundo os pesquisadores a concentraccedilatildeo elevada de Se no sangue
foi devida aos haacutebitos alimentares da populaccedilatildeo uma vez que a mesma sobrevive de
alimentos cultivados nas proacuteprias comunidades
De acordo com os estudos de Pinheiro et al (2005) Rocha et al (2014) e Lemire et al
(2006 2009 2010 e 2011) que avaliaram o status de Se em comunidades ribeirinhas da
Amazocircnia observa-se que haacute uma relaccedilatildeo entre a concentraccedilatildeo do mineral no sangue e a
cultura alimentar regional
Natildeo existem muitos trabalhos realizados no Brasil e no mundo que tenham avaliado o
status de Se de populaccedilotildees natildeo acometidas por doenccedilas a maioria das pesquisas avaliou
indiviacuteduos doentes Portanto este trabalho contribuiraacute para o melhor conhecimento das
condiccedilotildees dessa populaccedilatildeo quanto a esse mineral Constatou-se que o haacutebito alimentar urbano
natildeo incluiacutea o consumo de castanha-do-brasil nem de outros alimentos cultivados em solos da
regiatildeo que constituiriam dessa forma uma excelente fonte do mineral
55 SELEcircNIO E ATIVIDADE DA ENZIMA GPx
A atividade da enzima GPx foi avaliada nos eritroacutecitos de 195 participantes e os seus
valores foram corrigidos e ajustados pela concentraccedilatildeo de hemoglobina sendo apresentados
em Ug Hb Apenas 6 das voluntaacuterias avaliadas apresentaram baixa atividade da enzima e
66
87 atividade normal (Figura 9) O valor meacutedio da atividade da GPx foi de 451 + 193 Ug
Hb Dessa forma pode-se inferir que a ingestatildeo alimentar de Se embora baixa natildeo teve influecircncia
na atividade enzimatica da GPx que eacute um biomarcador sensiacutevel e que avaliado nos eritroacutecitos
pode refletir a ingestatildeo em longo prazo do mineral (BROWN 2001 LEI 2007)
Figura 9 A atividade da enzima GPx peroxidase das participantes Intervalo assinalado em
azul (275 a 736 Ug Hb) representa a referecircncia proposta pelo Kit da Randoxreg Porto Velho
2015
Dados da literatura sobre atividade eritrocitaacuteria da GPx satildeo escassos os existentes
avaliaram a atividade da enzima no plasma dificultando as comparaccedilotildees com os resultados
deste trabalho No entanto Olusi (2002) ao realizar seu estudo no Kwait com adultos
eutroacuteficos observou meacutedia de 983 Ug Hb sendo este valor considerado elevado Ko et al
(2005) ao avaliar chineses encontrou a meacutedia de atividade da GPx nos eritroacutecitos de 513
Ug Hb enquanto Moradi et al (2009) ao avaliar em mulheres iranianas observaram a meacutedia
de 20 3 Ug Hb
De acordo com os estudos brasileiros Maia (2008) observou atividade meacutedia de 477
Ug Hb para adultos residentes em Satildeo Paulo e de 528 Ug Hb no Cearaacute Bortoli (2010)
observou a meacutedia de 733 Ug Hb nas mulheres amazonenses 371 Ug Hb nas voluntaacuterias de
Satildeo Paulo e de 382 Ug Hb nas de Cubatatildeo A meacutedia na pesquisa de Donadio (2011) com
paulistanos foi de 401 Ug Hb e Silva (2013) em voluntaacuterias do Cearaacute obteve 386 Ug Hb
67
A atividade da GPx estaacute fortemente correlacionada com a concentraccedilatildeo sanguiacutenea de
Se portanto um consumo inadequado de Se pode ocasionar reduccedilatildeo da atividade da GPx o
que por sua vez afeta a resposta celular em relaccedilatildeo agrave accedilatildeo de agentes oxidantes
desencadeando o surgimento do estresse oxidativo (COMINETTI et al 2011)
Segundo Crespo-Loacutepez et al (2009) as glutationas podem atuar como a principal
linha de defesa contra os compostos de Hg e conforme Herculano et al (2006) altas
concentraccedilotildees da enzima podem servir de proteccedilatildeo contra a intoxicaccedilatildeo do metal
Pinheiro et al (2008) realizou uma comparaccedilatildeo entre concentraccedilotildees de Hg e a defesa
antioxidante de mulheres saudaacuteveis residentes em trecircs comunidades ribeirinhas da Amazocircnia
sendo duas comunidades consideradas expostas ao metal localizadas na bacia do rio Tapajoacutes
e a outra localizada na bacia do rio Tocantins O estudo tinha como finalidade detectar
possiacuteveis alteraccedilotildees no estado antioxidante em razatildeo da exposiccedilatildeo ao Hg Dentre outros
paracircmetros foram avaliados a concentraccedilatildeo da GPx no sangue total e as concentraccedilotildees de Hg
nos cabelos Foi observada correlaccedilatildeo positiva entre as concentraccedilotildees de Hg e o aumento da
concentraccedilatildeo da enzima ou seja os indiviacuteduos com alto teor de Hg apresentaram tambeacutem
concentraccedilotildees elevadas de GPx
56 SELEcircNIO E CONCENTRACcedilOtildeES CAPILARES DE MERCUacuteRIO
Os resultados das anaacutelises de Hg nos cabelos das voluntaacuterias encontram-se descritos
na Figura 10 Das 200 participantes avaliadas apenas seis (30) apresentaram concentraccedilotildees
de Hg superiores ao valor de referecircncia estabelecido pela WHO (1990) e apenas uma
apresentou concentraccedilatildeo do metal abaixo do limite de quantificaccedilatildeo (˂ 1 ng g-1
)
Em relaccedilatildeo aos resultados do formulaacuterio de Hg para coleta dos cabelos foi perguntado
para as participantes se estas possuiacuteam tintura ou qualquer tipo de alisamento e a maioria
(635) natildeo possuiacutea nenhum tipo de alisamento e 585 natildeo tinham cabelos pintados A
concentraccedilatildeo meacutedia de Hg nos cabelos foi de 625 + 766 ng g-1
A concentraccedilatildeo de Hg no sangue reflete a exposiccedilatildeo ao metal nas formas orgacircnica e
inorgacircnica e pode ser influenciada pelo consumo de alimentos contaminados O Hg
permanece na corrente sanguiacutenea apenas alguns dias apoacutes a exposiccedilatildeo desta maneira a anaacutelise
deve ser feita rapidamente a fim de detectar exposiccedilotildees recentes (EPA 2005) Em relaccedilatildeo agrave
concentraccedilatildeo de Hg nos cabelos esta eacute proporcional agrave do sangue uma vez que este metal se
incorpora aos fios (WHO 1990) A anaacutelise do cabelo reflete uma exposiccedilatildeo mais prolongada
68
ao Hg possibilitando a avaliaccedilatildeo da concentraccedilatildeo deste elemento durante periacuteodos de tempo
maiores (PASCALICCHIO 2002)
Figura 10 Distribuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo de Hg (ng g-1
) nos cabelos das participantes (n=
200) Ponto de corte assinalado em azul representa o valor de referecircncia (2000 ng g-1
)
proposto pela WHO (1990) Porto Velho-RO 2015
Os peixes da regiatildeo Amazocircnica segundo alguns pesquisadores apresentam elevado risco de
contaminaccedilatildeo por Hg (MUCKE et al 2001 BAacuteRAacuteNY et al 2002 KARITA e SUZUKI
2002 LINDBERG et al 2004 HANSEN et al 2004) Entretanto 975 das participantes
avaliadas informaram consumir este alimento de forma esporaacutedica Dessa forma pode-se
inferir que as participantes deste estudo natildeo apresentaram alta contaminaccedilatildeo por Hg em
decorrecircncia da baixa ingestatildeo de peixes no haacutebito alimentar Poreacutem Marques et al (2007) ao
avaliar as concentraccedilotildees de Hg de 82 mulheres urbanas de Porto Velho (RO) observaram
que mesmo com um baixo consumo de peixes o niacutevel meacutedio de Hg nos cabelos foi elevado
(3500 ng g-1
)
Em outra pesquisa realizada por Marques et al (2013) foram avaliadas mulheres de
comunidades ribeirinhas da bacia do rio Madeira Os autores observaram que as
concentraccedilotildees meacutedias de Hg nos cabelos (12120 ng g-1
) daquelas que moravam agraves margens
do rio foram superiores agravequeles das residentes em aacuterea urbana (5360 ng g-1
)
69
Rocha et al (2014) determinaram as concentraccedilotildees de Hg nos cabelos de crianccedilas de
duas comunidades ribeirinhas de Porto Velho sendo elas Demarcaccedilatildeo localizada as margens
do rio Machado e Gleba do Rio Preto no rio Preto As crianccedilas da primeira comunidade
apresentaram concentraccedilatildeo meacutedia de Hg de 3570 + 1860 ng g-1
enquanto as crianccedilas da
Gleba do Rio Preto concentraccedilotildees meacutedias de 6240 + 5890 ng g-1
ou seja 50 acima do
valor encontrado na comunidade Demarcaccedilatildeo
Bastos et al (2006) ao avaliar as concentraccedilotildees de Hg em 713 indiviacuteduos do rio
Madeira obtiveram a meacutedia de 15200 ng g-1
Boischio e Henshel (2000) ao avaliar 90 matildees e
89 crianccedilas encontraram meacutedias de 12600 ng g-1
e 10200 ng g-1
respectivamente
Hacon et al (2014) avaliaram cinco aacutereas na regiatildeo de Porto Velho no rio Madeira
Das cinco comunidades estudadas quatro faziam parte da regiatildeo ribeirinha de Santo Antocircnio
Participaram do estudo 1945 indiviacuteduos cujas concentraccedilotildees de Hg foram avaliados em
amostras de cabelos Apenas 09 dos voluntaacuterios apresentaram concentraccedilotildees de Hg
superiores a 50000 ng g-1
e 90 concentraccedilotildees inferiores a 10000 ng g-1
O estudo ressaltou
que as concentraccedilotildees de Hg nas mulheres de 16 a 49 anos de idade variou de 2400 a 5300 ng
g-1
dependendo da regiatildeo onde residiam Os pesquisadores concluiacuteram que as concentraccedilotildees
de Hg foram altos em todas as comunidades e este resultado foi relacionado ao consumo de
peixes da regiatildeo
Bortoli (2010) que tambeacutem avaliou as concentraccedilotildees de Hg nos cabelos de mulheres
de Satildeo Paulo (SP) Cubatatildeo (SP) e Novo Airatildeo (AM) encontrou meacutedia de 180 ng g-1
nas
paulistanas 190 ng g-1
nas Cubatenses e de 5670 ng g-1
nas participantes do Amazonas
Dentre as participantes dos dois primeiros grupos nenhuma apresentou concentraccedilatildeo de Hg
acima de 2000 ng g-1
concentraccedilatildeo para adultos natildeo expostos ocupacionalmente de acordo
com a WHO (1990) No grupo das mulheres amazonenses 218 apresentaram valores
abaixo dessa referecircncia De acordo com os valores maacuteximos em regiotildees onde haacute exposiccedilatildeo
reconhecida por Hg (6000 ng g-1
) foi observado que 309 destas participantes tinham
concentraccedilotildees de Hg nos cabelos acima desse valor de referecircncia A pesquisadora ressaltou
que 927 das mulheres de Novo Airatildeo relataram consumir peixes da regiatildeo pelo menos uma
vez por semana
Pinheiro et al (2005) ao avaliarem 40 mulheres de trecircs comunidades da bacia do rio
Tapajoacutes verificaram que natildeo houve diferenccedila estatiacutestica em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees de Hg
total nas amostras de cabelos nas diferentes comunidades O primeiro grupo composto por
gestantes apresentou a meacutedia de concentraccedilatildeo de Hg de 8250 ng g-1
enquanto o segundo
composto por mulheres natildeo gestantes 9390 ng g-1
do metal No entanto os pesquisadores
70
observaram que as concentraccedilotildees do Hg no terceiro trimestre de gravidez eram maiores
(9650 ng g-1
) que no primeiro (6620 ng g-1
) e segundo trimestres (6710 ng g-1
)
Pinheiro et al (2008) analisaram novamente duas comunidades da mesma regiatildeo que
o estudo anterior Poreacutem selecionaram mulheres de uma comunidade ribeirinha da bacia do
rio Tocantins que formaram o grupo controle do estudo pois estas natildeo pertenciam a uma
regiatildeo considerada contaminada por Hg Os autores observaram que nas comunidades da
bacia do rio Tapajoacutes as voluntaacuterias apresentaram concentraccedilotildees de Hg no cabelo
significativamente maiores (12926 ng g-1
) em relaccedilatildeo agrave comunidade da bacia do rio Tocantins
(3290 ng g-1
)
Estudos epidemioloacutegicos tecircm evidenciado correlaccedilatildeo positiva entre as concentraccedilotildees
de Se e Hg no sangue (MUCKE et al 2001 BAacuteRAacuteNY et al 2002 KARITA e SUZUKI
2002 LINDBERG et al 2004 HANSEN et al 2004) Tal evidecircncia foi verificada nesta
pesquisa em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees plasmaacuteticas do mineral conforme as anaacutelises de
regressatildeo Os coeficientes de correlaccedilatildeo (R2) das concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico e
eritrocitaacuterio foram 59 e 37 respectivamente (Tabela 7) Estes coeficientes expressam a
porcentagem da variabilidade no niacutevel de Hg nos cabelos (ng g-1
) que eacute explicada pelas
variaacuteveis independentes
De acordo com Gailer et al (2000) o efeito protetor do Se tem sido associado a uma
maior retenccedilatildeo de Hg ao inveacutes de maior excreccedilatildeo Desta forma acredita-se que o Se
juntamente com o Hg forme um complexo Hg-Se que por sua vez liga-se a selenoproteiacutena P
favorecendo uma redistribuiccedilatildeo corporal do metal Poreacutem segundo Baacuteraacuteny et al (2005) e
Lindberg et al (2004) os estudos sobre como esta interaccedilatildeo acontece ainda natildeo satildeo
suficientes para elucidar a dinacircmica desse complexo Sugere-se que uma ingestatildeo adequada de
Se possa promover um efeito de proteccedilatildeo contra o Hg e seus compostos toacutexicos
Apesar dos valores elevados de Hg encontrados na regiatildeo Amazocircnica poucos trabalhos
avaliaram sintomas ou sinais cliacutenicos referentes a essa intoxicaccedilatildeo
No estudo de Dorea et al (2003) com mulheres vivendo em comunidades ribeirinhas
do Rio Negro os sintomas pesquisados foram fraquezas musculares amortecimentos de
membros tremores desequiliacutebrio e alteraccedilotildees sensoriais No entanto na populaccedilatildeo deste
estudo tais sinais natildeo foram observados Malm et al (1995) realizaram outra pesquisa com
populaccedilotildees ribeirinhas no Paraacute e tambeacutem natildeo encontraram tais sinais (desequiliacutebrio sensitivo
constriccedilatildeo de campo visual ataxia reduccedilatildeo da capacidade auditiva tremores reflexos de
tendotildees e desequiliacutebrios mentais e salivares)
71
Tabela 7 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram as
concentraccedilotildees de Hg (ng g-1
) nos cabelos (variaacutevel dependente) das participantes
Variaacuteveis independentes β p-valora
R2 ajustado p-valor
b
Se no Plasma (microgL)c 3117 0177 0059 0020
Se no Eritroacutecito (microgL)d 0970 0656 0037 0096
a Valor de p referente ao coeficiente β
b Valor de p referente ao R
2 ajustado
c Modelo ajustado pelo indice de massa corporeacutea (kgm
2) escolaridade (anos de estudo) idade (anos) e renda
(salaacuterios miacutenimos) d Modelo ajustado pelo pelo indice de massa corporeacutea (kgm
2) circunferecircncia da cintura (cm) escolaridade (anos
de estudo) idade (anos) ingestatildeo energeacutetica (kcaldia) e renda (salaacuterios miacutenimos)
57 SELEcircNIO E AVALIACcedilAtildeO DO ESTRESSE OXIDATIVO MDA E ORAC
O meacutetodo de ORAC (Capacidade de Absorccedilatildeo de Radicais de Oxigecircnio) avalia a
capacidade do plasma de inibir o radical peroxil mostrando resistecircncia aos danos oxidativos
Dessa forma verifica-se que quanto maiores as concentraccedilotildees do Se no sangue maior seraacute a
capacidade antioxidante total sendo este dado relacionado agrave accedilatildeo ou funccedilatildeo antioxidante do
mineral
De acordo com as anaacutelises de regressatildeo houve associaccedilatildeo entre as concentraccedilotildees de
Se no plasma e nos eritroacutecitos com o ORAC (Tabela 8) Os coeficientes de correlaccedilatildeo (R2)
das concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio foram 60 e 77 respectivamente Estes
coeficientes expressam a porcentagem da variabilidade do ORAC que eacute explicado pelas
variaacuteveis independentes (Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio) Natildeo foram encontrados estudos que
avaliaram a capacidade antioxidante por meio do ORAC que relacionem ou associem com as
concentraccedilotildees de Se em indiviacuteduos saudaacuteveis
Tabela 8 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram a
capacidade antioxidante ndash ORAC (mmol eq troloxg de amostra) (variaacutevel dependente) das
participantes
Variaacuteveis independentes β p-valora
R2 ajustado p-valor
b
Se no Plasma (microgL)c -0002 0555 0060 0015
Se no Eritroacutecito (microgL)d -0005 0094 0077 0005
a Valor de p referente ao coeficiente β
b Valor de p referente ao R
2 ajustado
c Modelo ajustado pelo indice de massa corporeacutea (kgm
2) circunferecircncia da cintura (cm) renda (salaacuterios
miacutenimos) d
Modelo ajustado pelo pelo indice de massa corporeacutea (kgm2) circunferecircncia da cintura (cm) renda (salaacuterios
miacutenimos)
72
Os radicais livres de oxigecircnio podem induzir a reaccedilatildeo de peroxidaccedilatildeo lipiacutedica Os
aacutecidos graxos insaturados no plasma em uacuteltima instacircncia podem gerar produtos de
peroxidaccedilatildeo lipiacutedica tais como o malondialdeiacutedo (MDA) Dessa forma as concentraccedilotildees de
MDA podem refletir o niacutevel de estresse oxidativo do organismo De acordo com as anaacutelises
de regressatildeo natildeo houve associaccedilatildeo entre as concentraccedilotildees de Se no plasma e nos eritroacutecitos
com o MDA (Tabela 9)
Tabela 9 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram a
concentraccedilatildeo plasmaacutetica de malondialdeiacutedo (microM) (variaacutevel dependente) das participantes
Variaacuteveis independentes β p-valora
R2 ajustado p-valor
b
Se no Plasma (microgL)c 10 x 10
-4 0980 -0015 0675
Se no Eritroacutecito (microgL)c 10 x 10
-3 0239 -0005 0505
a Valor de p referente ao coeficiente β
b Valor de p referente ao R
2 ajustado
c Modelo ajustado pelo indice de massa corporeacutea (kgm
2) idade (anos) ingestatildeo energeacutetica (kcaldia)
circunferecircncia da cintura (cm) renda (salaacuterios miacutenimos) e escolaridade (anos de estudo)
O estudo de Gaacutec et al (2014) tinha como objetivo definir a relaccedilatildeo entre as
concentraccedilotildees de Se no sangue e estresse oxidativo (concentraccedilatildeo de MDA) em 337 crianccedilas
saudaacuteveis da Espanha A concentraccedilatildeo de Se natildeo exerceu nenhum efeito direto nas
concentraccedilotildees de MDA (r = 008 pgt005) Em outro estudo espanhol Galan-Chilet et al
(2014) avaliaram em uma populaccedilatildeo adulta a associaccedilatildeo entre o Se no plasma e as
concentraccedilotildees de MDA na urina Os autores tambeacutem natildeo observaram correlaccedilotildees
siginificativas entre esses marcadores
Krishnan e Rani (2014) tambeacutem natildeo encontraram nenhuma correlaccedilatildeo significativa
entre a concentraccedilatildeo de Se e MDA em pacientes com doenccedila de Alzheimer ou demecircncia de
origem vascular Entretanto outros estudos verificaram uma diminuiccedilatildeo das concentraccedilotildees de
MDA apoacutes a suplementaccedilatildeo com Se (ZHANG et al 2005 FABIAN et al 2013 SITTA et
al 2011 SMOLKOVAacute et al 2004 GRYGIEL-GOacuteRNIAK et al 2014)
73
58 POLIMORFISMO PRO198LEU
Ao avaliar a presenccedila do SNP (rs 1050450) no gene que codifica a enzima glutation
peroxidase1 nas 190 amostras do estudo foi observado que 567 das participantes
apresentaram genoacutetipo selvagem (ProPro) ou seja homozigotos para prolina 368 dos
indiviacuteduos heterozigotos (ProLeu) e 68 homozigotos para leucina (LeuLeu) A frequecircncia
relativa do alelo variante foi de 025
Os resultados da genotipagem apresentaram-se de acordo com o equiliacutebrio de Hardy
Weinberg o qual determina que as frequecircncias aleacutelicas devem permanecer constantes ao
longo das geraccedilotildees caso natildeo sejam interferidas por nenhum fator evolutivo Dessa forma o
teste de qui-quadrado (χ2) foi aplicado e o valor encontrado foi de 01127 e a probabilidade
associada a esse valor considerando um grau de liberdade foi maior que 5 indicando que a
populaccedilatildeo estava de acordo com o equiliacutebrio
A Tabela 10 ilustra a distribuiccedilatildeo das participantes de acordo com o SNP Pro198Leu
Tabela 10 Distribuiccedilatildeo do SNP Pro198Leu (rs 1050450) no gene que codifica GPx 1 nas
participantes (n=190)
Genoacutetipos coacutedon 198 da GPx 1 n
ProPro 107 563
ProLeu 70 368
LeuLeu 13 68
Quatro pesquisas descrevem a frequecircncia do polimorfismo Pro198Leu na populaccedilatildeo
da cidade de Satildeo Paulo Nishimura (2010) em seu estudo com 175 pacientes com cacircncer da
cavidade orofariacutengea encontrou prevalecircncia de 50 de indiviacuteduos com genoacutetipo selvagem
(ProPro) 43 heterozigoto (ProLeu) e 7 de homozigoto (LeuLeu) para o polimorfismo
Em seu grupo controle que foi constituiacutedo por 203 indiviacuteduos da mesma cidade 51
ProPro 43 ProLeu e 6 LeuLeu
Cominetti et al (2011) no seu trabalho realizado com 37 mulheres obesas
observaram 49 de ProPro 38 de ProLeu e 13 de LeuLeu Donadio (2011) ao avaliar
124 indiviacuteduos adultos natildeo doentes verificou que a prevalecircncia de ProPro foi de 49 de
ProLeu 47 e apenas 3 de LeuLeu
Cardoso et al (2012) ao determinar o polimorfismo em um grupo de 28 idosos com
doenccedila de Alzheimer observaram que 75 apresentaram genoacutetipo ProPro 14 de
74
heterozigotos e 11 de LeuLeu No mesmo estudo no grupo controle formado por 29
idosos sem a doenccedila os pesquisadores encontraram 72 com genoacutetipo ProPro 14 de
ProLeu e 14 de homozigotos LeuLeu
Silva (2013) em seu trabalho realizado com a populaccedilatildeo cearense observou que
545 dos indiviacuteduos apresentaram genoacutetipo ProPro 381 genoacutetipo ProLeu e 74 de
genoacutetipo LeuLeu
Hiragi et al (2011) avaliaram a frequecircncia do polimorfismo em 304 indiviacuteduos
pertencentes a trecircs grupos eacutetnicos diferentes No grupo constituiacutedo por 60 adultos indiacutegenas
95 possuiacuteam genoacutetipo selvagem (ProPro) 3 eram heterozigotos (ProLeu) e 2
homozigotos (LeuLeu) No grupo composto por 72 indiviacuteduos afrodescendentes 71 eram
ProPro 22 ProLeu e 7 LeuLeu O terceiro grupo formado por 172 indiviacuteduos que
residiam no Distrito Federal 47 eram ProPro 40 ProLeu e 13 LeuLeu
Fosberg et al (1999) em anaacutelise realizada com 25 suecos encontrou 52 de
indiviacuteduos homozigotos para prolina (selvagens) 36 de heterozigotos e 12 de
homozigotos para leucina Em outro estudo Fosberg et al (2000) determinaram a frequecircncia
de alelos para esse polimorfismo em uma populaccedilatildeo sueca e outra finlandesa A populaccedilatildeo
sueca foi formada por 101 indiviacuteduos infartados e 214 formaram o grupo controle A
distribuiccedilatildeo dos genoacutetipos dos indiviacuteduos do grupo caso foi de 55 homozigotos selvagens
38 heterozigotos e 7 de homozigotos para leucina No grupo controle a frequecircncia dos
genoacutetipos foi de 53 40 e 7 respectivamente No grupo da Finlacircndia dos 66 indiviacuteduos
avaliados 35 eram homozigotos para prolina 48 heterozigotos e 17 homozigotos para
leucina
De acordo com os trabalhos citados a menor distribuiccedilatildeo conforme os genoacutetipos estaacute
relacionada ao homozigoto LeuLeu Algumas pesquisas afirmam que a presenccedila do alelo Leu
reduz a atividade da enzima GPx nos indiviacuteduos com este alelo variante (HANSEN et al
2009 RAVN-HAREN et al 2006) Dessa forma se haacute uma diminuiccedilatildeo da atividade
enzimaacutetica da GPx o sistema antioxidante dos indiviacuteduos que apresentam o alelo Leu pode
ser afetado Estudos tambeacutem tecircm associado a presenccedila deste alelo variante a um aumento do
risco de alguns tipos de cacircncer (RATNASINGHE et al 2000 HU e DIAMOND 2003
ZHAO et al 2005) Entretanto essas associaccedilotildees natildeo foram observadas em todas as
populaccedilotildees estudadas uma vez que a frequecircncia do alelo Leu varia de acordo com o grupo
eacutetnico (ZHAO et al 2005)
De acordo com Pena et al (2011) a origem geneacutetica da populaccedilatildeo brasileira eacute o
resultado de vaacuterias miscigenaccedilotildees e apesar disso apresenta uma uniformidade maior que o
75
esperado No trabalho desses pesquisadores foi avaliado a ascendecircncia total de 934 brasileiros
de diferentes raccedilas residentes em quatro regiotildees do paiacutes com excessatildeo da regiatildeo centro-oeste
Foram avaliados polimorfismos de inserccedilatildeo e deleccedilatildeo e os genoacutetipos encontrados foram
utilizados para estimar os componentes europeus africanos e ameriacutendios dos indiviacuteduos Os
resultados mostraram que a ancestralidade das diferentes populaccedilotildees das regiotildees do Brasil eacute
semelhante
A populaccedilatildeo de Rondocircnia eacute umas das mais diversificadas do Brasil composta de
migrantes oriundos de todas as regiotildees do paiacutes O interior do Estado eacute formado por goianos
paranaenses paulistas mineiros gauacutechos capixabas baianos mato grossenses e sergipanos
enquanto a capital eacute formada por cearenses maranhenses amazonenses e acreanos (IBGE
2014)
Poucos estudos associaram o polimorfismo Pro198Leu com biomarcadores do estado
nutricional relativo ao Se em indiviacuteduos saudaacuteveis A Tabela 11 apresenta uma comparaccedilatildeo
das meacutedias das concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico eritrocitaacuterio atividade da GPx MDA e
ORAC de acordo com o genoacutetipo para o polimorfismo Pro198Leu Observou-se que natildeo
houve diferenccedila significativa entre os paracircmetros avaliados
Donadio (2011) encontrou diferenccedila significativa entre a atividade da GPx em
mulheres paulistanas avaliadas de acordo com os genoacutetipos do Pro198Leu Silva (2013)
tambeacutem encontrou a mesma diferenccedila em mulheres cearenses indicando que a influecircncia do
gecircnero eacute um importante fator que deve ser considerado em estudos sobre esse polimorfismo
Cominetti et al (2011) natildeo observaram diferenccedilas nas concentraccedilotildees de Se
plasmaacutetico eritrocitaacuterio e atividade da GPx entre os genoacutetipos em ambas as fases de seu
estudo (preacute e poacutes suplementaccedilatildeo de castanha-do-brasil) poreacutem encontraram correlaccedilatildeo entre
o Se eritrocitaacuterio e a atividade da GPx apenas para o grupo ProPro em ambas as fases O
mesmo resultado foi observado no estudo de Cardoso et al (2012) que tambeacutem observaram
correlaccedilatildeo entre o Se eritrocitaacuterio e a atividade da GPx apenas para o grupo ProPro tanto nos
indiviacuteduos com Alzheimer quanto no grupo controle A mesma correlaccedilatildeo foi descrita por
Jablonska et al (2009) Hu e Diamond (2003) e Karunashinghe et al (2011) Estes dados satildeo
uacuteteis para entender os mecanismos e a manutenccedilatildeo da variabilidade geneacutetica na populaccedilatildeo
bem como para a identificaccedilatildeo de genes associados com doenccedilas complexas (HIRAGI et al
2011) Todos esses resultados mostram que o efeito do polimorfismo Pro198Leu deve
continuar sendo investigado em diferentes populaccedilotildees
76
Tabela 11 Concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico eritrocitaacuterio atividade da enzima GPx MDA e
ORAC de acordo com o genoacutetipo para o polimorfismo Pro198Leu (rs1050450) no gene que
codifica para GPx 1 das participantes
Variaacuteveis ProPro
MD (DP) (n= 107)
ProLeu
MD (DP) (n = 70)
LeuLeu
MD (DP) (n = 13)
pa
Se no Plasma (microgL) 5366 (5225) 5417 (3993) 5577 (1866) 099
Se no Eritroacutecito (microgL) 7804 (3883) 7769 (3618) 7935 (2944) 099
GPx Eritrocitaacuteria (Ug Hb) 4751 (2277) 4426 (2604) 4261 (1374) 058
MDA (microM) 097 (111) 084 (022) 085 (023) 060
ORAC (mmol eq troloxg de amostra) 163 (151) 159 (130) 128 (076) 071
a Valor de p calculado pela ANOVA MD - Meacutedia DP - Desvio Padratildeo
59 POLIMORFISMO GSTM1
A GST faz parte de uma famiacutelia de enzimas intracelulares que modullam a accedilatildeo de
toxinas endoacutegenas e exoacutegenas sobre as ceacutelulas evitando danos ao DNA (MANNERVICK
1985) Esta famiacutelia de enzimas estaacute envolvida no metabolismo de muitos carcinoacutegenos
poluentes ambientais e drogas anticanceriacutegenas por isso a inexistecircncia de isoenzimas
especiacuteficas pode gerar efeito significativo na toleracircncia do organismo ao estresse oxidativo
(ZHENG et al 2002 MORAIS et al 2008) O gene da classe mu (GSTM1) abordado nesta
pesquisa eacute polimoacuterfico em humanos e estatildeo ausentes ou deletados de forma homozigoacutetica em
40 a 50 em diferentes populaccedilotildees eacutetnicas (NELSON et al 1995 HATAGIMA et al 2000
GISNBERG et al 2009)
A Tabela 12 apresenta a distribuiccedilatildeo das participantes de acordo com o genoacutetipo do
polimorfismo GSTM1 O genoacutetipo nulo ou deletado (--) indica que o gene inteiro apresenta
deleccedilatildeo e portanto o indiviacuteduo natildeo expressa a proteiacutena GST O genoacutetipo presente (++) eacute a
forma selvagem ou seja natildeo apresenta deleccedilatildeo do gene e o indiviacuteduo expressa a GST
Tabela 12 Distribuiccedilatildeo do polimorfismo GSTM1 no gene da GST das participantes (n =
180)
GSTM1 n
Presente (++) 104 5780
Nulo ou Deletado (--) 76 4220
77
Natildeo foram observadas diferenccedilas entre as concentraccedilotildees de Hg na populaccedilatildeo avaliada
de acordo com os genoacutetipos do polimorfismo GSTM1 bem como os paracircmetros relativos ao
estresse oxidativo (Tabela 13)
Tabela 13 Concentraccedilotildees de Hg de MDA e valores de ORAC de acordo com o genoacutetipo
para o polimorfismo GSTM1 no gene da GST das participantes
Variaacuteveis Presente (++)
MD (DP)
(n= 104)
Nulo (--)
MD (DP)
(n = 76)
pa
Hg (ng g-1
) 56365 (69475) 70863 (75295) 0184
MDA (microM) 095 (113) 087 (027) 0570
ORAC (mmol eq troloxg de amostra) 165 (159) 158 (117) 0730 a Valor de p calculado pelo teste T-Student
Klatau-Gimaratildees et al (2005) verificaram que em algumas tribos indiacutegenas da
Amazocircnia os indiviacuteduos que carreavam o genoacutetipo nulo ou seja deleccedilatildeo do gene inteiro
tinham maiores concentraccedilotildees de Hg nos cabelos Tais pesquisadores concluiacuteram que os
fatores geneacuteticos podem influenciar o acuacutemulo de Hg no organismo e os indiviacuteduos com
genoacutetipo nulo natildeo estatildeo aptos a destoxificar o metal pois essa funccedilatildeo eacute atribuiacuteda agrave GST
Entretanto outros estudos natildeo encontraram correlaccedilatildeo entre as concentraccedilotildees do metal
com os genoacutetipos do GSTM1 Gundacker et al (2007) em seu estudo com 222 estudantes da
Universidade de Viena relacionaram as concentraccedilotildees de Hg no sangue e na urina com os
genoacutetipos presente ou nulo do polimorfismo Os autores natildeo encontraram associaccedilatildeo entre
esses dois paracircmetros mas foi observado que as pessoas com genoacutetipo nulo apresentavam
valores mais elevados do metal Os autores verificaram que 56 dos indiviacuteduos carreavam o
genoacutetipo nulo tinham concentraccedilotildees mais baixas de Hg no sangue coincidindo com
concentraccedilotildees tiacutepicas de populaccedilotildees natildeo expostas agrave toxicidade Os resultados levaram agrave
hipoacutetese de que os indiviacuteduos com a deleccedilatildeo para GST apresentam atividade cataliacutetica
prejudicada e satildeo menos capazes de aumentar a sua capacidade de excreccedilatildeo do Hg levando a
uma maior acumulaccedilatildeo do metal no organismo
Estudos sobre a relaccedilatildeo entre o polimorfismo da GST e as concentraccedilotildees de Hg em
humanos satildeo escassos Custodio et al (2004 e 2005) verificaram que o polimorfismo GSTM1
natildeo teve efeito sobre as concentraccedilotildees de Hg no sangue total plasma e urina Entretanto
concluiacuteram que indiviacuteduos carreadores do genoacutetipo deletado apresentam atividade da enzima
reduzida e dessa forma maiores concentraccedilotildees e retenccedilatildeo de Hg
78
Lee et al (2009) analisaram o polimorfismo GSTM1 associado agrave exposiccedilatildeo intra-
uterina de Hg e o peso ao nascer de crianccedilas de etnia coreana Dentre as 417 gestantes
avaliadas 595 carreavam genoacutetipo nulo sem diferenccedila significativa nas concentraccedilotildees de
Hg no sangue e no cordatildeo umbilical em relaccedilatildeo agravequelas com genoacutetipo selvagem Apesar
disso os autores observaram que as crianccedilas cujas matildees carreavam o genoacutetipo nulo
apresentaram relaccedilatildeo inversa do peso ao nascer com as concentraccedilotildees de Hg no cordatildeo
umbilical Entretanto esta relaccedilatildeo natildeo foi observada nas crianccedilas filhas de matildees com genoacutetipo
selvagem Os pesquisadores afirmaram que este fato pode ser explicado em razatildeo do Hg ser
transferido para o feto atraveacutes da placenta Dessa forma foi demosntrado que o polimorfismo
GSTM1 pode desempenhar papel importante na relaccedilatildeo entre a concentraccedilatildeo de Hg e o peso
ao nascer
Na populaccedilatildeo brasileira a frequecircncia desse polimorfismo tambeacutem eacute elevada
Hatagima et al (2000) avaliaram 658 indiviacuteduos do Rio de Janeiro e 179 de Brasiacutelia e a
frequecircncia do genoacutetipo nulo foi semelhante nas duas populaccedilotildees 46 na populaccedilatildeo carioca e
49 na brasiliense Gattaacutes et al (2004) analisaram a frequecircncia em 594 indiviacuteduos
selecionados na cidade de Satildeo Paulo e 137 homens da aacuterea rural da Bahia A distribuiccedilatildeo do
genoacutetipo nulo avaliado foi mais frequente nos indiviacuteduos brancos (554) que nos pardos
(414) e negros (328) em Satildeo Paulo Na Bahia essa frequecircncia foi de 357
Hiragi et al (2011) determinaram a frequecircncia do polimorfismo em 304 indiviacuteduos
pertencentes a trecircs grupos eacutetnicos diferentes No grupo constituiacutedo por 60 adultos indiacutegenas
55 apresentaram genoacutetipo nulo e no grupo composto por 72 indiviacuteduos afrodescendentes
53 No terceiro grupo que foi formado por 172 indiviacuteduos que residiam no Distrito Federal
63 apresentaram genoacutetipo deletado
Em um estudo com 120 pacientes com diagnoacutestico de diabetes tipo 2 de Goiacircnia (GO)
Pinheiro et al (2013) observaram uma frequecircncia do genoacutetipo nulo de 41 no grupo caso
enquanto no grupo controle foi de 122 Natildeo foi observada qualquer associaccedilatildeo da deleccedilatildeo
com a suscetibilidade agrave doenccedila na populaccedilatildeo estudada apesar de ter sido observada uma
associaccedilatildeo com aumento significativo da glicemia de jejum hemoglobina glicada e pressatildeo
arterial
Anton et al (2010) verificaram a influecircncia do polimorfismo GSTM1 na
susceptibilidade ao cacircncer de mama em 15 mulheres com diagnoacutestico da doenccedila e em 30
mulheres saudaacuteveis atendidas em um hospital do sul do Brasil Foi observado que 467 das
mulheres carreavam o genoacutetipo nulo e 433 das mulheres do grupo controle tambeacutem
apresentaram a deleccedilatildeo do genoacutetipo Os pesquisadores sugeriram que a deleccedilatildeo homozigoacutetica
79
do gene pode estar associada com maior susceptibilidade ao cacircncer de mama na populaccedilatildeo
estudada entretanto mais estudos satildeo necessaacuterios
Possuelo et al (2013) tambeacutem avaliaram a frequecircncia do polimorfismo GSTM1 em 49
pacientes diagnosticadas com cacircncer de mama e 49 mulheres saudaacuteveis A frequecircncia de
alelos nulos foi significativamente maior no grupo caso (588) em comparaccedilatildeo ao grupo
controle (412) sugerindo uma possiacutevel influecircncia deste genoacutetipo na susceptibilidade agrave
doenccedila
Em trabalhos internacionais verificam-se porcentagens semelhantes aos resultados
apresentados Conforme Ginsberg et al (2009) a porcentagem de indiviacuteduos com genoacutetipo
nulo em afro-americanos eacute de 21 em chineses de 58 em japoneses 45 em mexicanos
41 e em caucasianos 53 Segundo Hatagima et al (2000) a porcentagem em ingleses eacute de
545 e em franceses 429
80
6 CONCLUSAtildeO
Pode-se concluir que as mulheres rondonienses residentes em aacuterea urbana considerada
de risco de contaminaccedilatildeo por Hg apresentaram status de Se inferior ao recomendado e
independente do genoacutetipo em relaccedilatildeo ao SNP Pro198Leu no gene da GPx A concentraccedilatildeo de
Hg nos cabelos estava dentro dos limites seguros e natildeo houve relaccedilatildeo com o polimorfismo de
deleccedilatildeo no gene GSTM1 Os referidos polimorfismos tambeacutem natildeo afetaram os biomarcadores
de estresse oxidativo avaliados
81
7 CRONOGRAMA
Atividades Desenvolvidas
(2010 ndash 2015)
2010 - 2011 2012 - 2015
Revisatildeo da Literatura X
Submissatildeo do projeto ao Comitecirc de Eacutetica (CEP) X
Disciplinas (20 Creacuteditos) X X
Preparo dos Materiais para Coleta X
Coleta de Dados X
Anaacutelise do Consumo Alimentar e Antropometria X X
Anaacutelises da enzima GPx X
Anaacutelise de Hemoglobina X
Anaacutelise Determinaccedilatildeo do Hg nos cabelos X
Anaacutelise de Se (Plasma e Eritroacutecito) X
Qualificaccedilatildeo da Tese X
Anaacutelise Estresse Oxidativo (MDA) X
Anaacutelise Estresse Oxidativo (ORAC) X
Determinaccedilotildees dos Polimorfismos Pro198Leu e
GSTM1 X
Tabulaccedilatildeo de Dados X
Anaacutelise Estatiacutestica X
Tese do Doutorado X
Artigo Cientiacutefico X
82
REFEREcircNCIAS
ADAME EM FLOREA D PEacuteREZ LS LOacutePEZ JM LOacutePEZ-GONZAacuteLEZ B
CRUZ AP Deficient selenium status of a healthy adult spanish population Nutricion
Hospitalaria v27 n2 p524-528 2012
AMORIM MI MERGLER D BAHIA MO DUBEAU H MIRANDA D LEBEL J
BURBANO RR LUCOTTE M Cytogenetic damage related to low levels of
methylmercury contamination in the Brazilian Amazon Anais da Academia Brasileira de
Ciecircncias v72 n4 p497ndash507 2000
AMOUROUX DA LISS PSB TESSIER EA HAMREN-LARSSON MB
DONARD OFX Role of oceans as biogenic sources of selenium Earth and Planetary
Science Letters v189 n34 p277-283 2001
ARSOVA-SARAFINOVSKA Z MZTEVSKA N EKEN A PETROVSKI D BANEV
S DZIKOVA S GEORGIEV V SIKOLE A ERDEM O SAYAL A AYDIN A
DIMOVSKI AJ GPx1 genetic polymorfism erytrocyte GPx activity and prostate cacircncer
risk International Urology and Nephrologuy v41 n1 p63-70 2009
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA OBESIDADE E DA SIacuteNDROME
METABOacuteLICA Diretrizes brasileiras de obesidade 20092010 3ed Itapevi AC
Farmacecircutica 2009 83p
AZEVEDO FA Toxicologia do mercuacuterio Satildeo Carlos Rima 2003 292p
BAEYENS WRG EBIGHAUS R VASILIEV OF eds Global and regional mercury
cycles sources fluxes and mass balances Dordrecht Kluwer Academic 1996 563p (NATO
ASI series Partnership sub-series 2 environment v21) [Proceedings of the NATO Advanced
Research Workshop on Regional and Global Mercury Cycles sources fluxes and mass
balances Novosibirsk Russia july 10-14 1995]
BAacuteRAacuteNY E BERGDAHL IA BRATTEBY LE LUNDH T SAMUELSON G
SCHUTZ A SKERFVING S OSKARSSON A Relationship between trace element
concentrations in human blood and serum Toxicology Letters v134 n13 p177ndash184
2002
BASTOS WR GOMES JPO OLIVEIRA RC ALMEIDA R NASCIMENTO EL
BERNARDI JVE LACERDA LD SILVEIRA EG PFEIFFER WC Mercury in the
environment and riverside population in the Madeira River Basin Amazon Brazil Science of
the Total Environment v368 n1 p344-351 2006 [Selected papers from the 7th
International Conference on Mercury as a Global Pollutant Ljubljana Slovenia June 27 - July
2 2004]
BEATON GH 1994 Criteria of an adequate diet In Shils RE Olson JA Shike M eds
Modern Nutrition in Health and Disease 8th edition Philadelphia Lea amp Febiger Pp 1491ndash
1505
BISINOTI MC Biogeoquiacutemica aquaacutetica do mercuacuterio orgacircnico na bacia do Rio Negro
Amazocircnia Campinas 2005 169p Tese de Doutorado ndash Instituto de Quiacutemica - Universidade
Estadual de Campinas
83
BISINOTI MC JARDIM WF O comportamento do metilmercuacuterio (meHg) no ambiente
Quiacutemica Nova v27 n4 p593-600 2004
BOENING DW Ecological effects transport and fate of mercury a general review
Chemosphere v40 n12 p1335-1351 2000
BOISCHIO AA HENSHEL DS Linear regression models of methyl mercury exposure
during prenatal and early postnatal life among riverside people along the upper Madeira river
Amazon Environmental Research v83 n2 p150-161 2000
BORTOLI MC Avaliaccedilatildeo dos niacuteveis sanguiacuteneos do hormocircnio tireiodiano ativo (T3) e do
estado nutricional relativo ao selecircnio de mulheres residentes em aacutereas de exposiccedilatildeo ao
mercuacuterio Satildeo Paulo 2010 130p Tese de Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas
- Universidade de Satildeo Paulo
BRABO ES SANTOS EO JESUS IM MASCARENHAS AF FAIAL KF Niacuteveis
de mercuacuterio em peixes consumidos pela comunidade indiacutegena de Sai Cinza na Reserva
Munduruku Municiacutepio de Jacareacanga Estado do Paraacute Brasil Cadernos de Sauacutede
Puacuteblica v15 n2 p325-332 1999
BRASIL Resoluccedilatildeo CONAMA n5 de 5 de agosto de 1993 Dispotildee sobre o gerenciamento
de resiacuteduos soacutelidos gerados nos portos aeroportos terminais ferroviaacuterios e rodoviaacuterios
(Revogadas as disposiccedilotildees que tratam de resiacuteduos soacutelidos oriundos de serviccedilos de sauacutede pela
Resoluccedilatildeo n35805) Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia n166 31 de agosto de 1993 Seccedilatildeo
1 p12996-12998
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo
Baacutesica Coordenaccedilatildeo geral da Poliacutetica de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo Sisvan antropometria
como pesar e medir Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004
BRENNEISEN P STEINBRENNER H SIES H Selenium oxidative stress and health
aspects Molecular Aspects of Medicine v26 n45 p256-267 2005
BROOKES AJ The essence of SNPs Gene v234 n2 p177-186 1999
BROWN KM ARTHUR JR Selenium selenoproteins and human health a review Public
Health Nutrition v4 n2b p593-599 2001
BURK RF Recent developments in trace element metabolism and function newer roles of
selenium in nutrition Journal of Nutrition v119 n7 p1051-1054 1998
BURIM RV CANALLE R MARTINELLI ALC TAKAHASHI CS Polymorphisms
in glutathione S-transferases GSTM1 GSTT1 and GSTP1 and cytochromes P450 CYP2E1
and CYP1A1 and susceptibility to cirrhosis or pancreatitis in alcoholics Mutagenesis v19
n4 p291ndash298 2004
CAMPOS MS SARKIS JES MULLER RCS BRABO ES SANTOS EO
Correlation between mercury and selenium concentrations in Indian hair from Rondocircnia
State Amazon region Brazil Science of the Total Environment v287 n12 p155-161
2002
84
CANELA MC Determinaccedilatildeo de mercuacuterio a niacutevel de traccedilo aplicaccedilatildeo em amostras de
interesse ambiental Campinas 1995 79p Dissertaccedilatildeo de Mestrado ndash Instituto de Quiacutemica ndash
Universidade Estadual de Campinas
CARDOSO BR ONG TP JACOB-FILHO W JALUUL O FREITAS MI
COZZOLINO SM Nutritional status of selenium in Alzheimerrsquos disease patients Britsh
Journal of Nutrition v103 n6 p803-806 2010
CARDOSO BR ONG TP JACOB-FILHO W JALUUL O FREITAS MI
COMINETTI C COZZOLINO SM Glutathione peroxidase 1 polymorphism in Brazilian
Alzheimers disease patients relations to the enzyme activity and to selenium status Journal
of Nutrigenetic and Nutrigenomics v5 n2 p72-80 2012
CASTRO L FREEMAN BA Reactive oxygen species in human health and disease
Nutrition v17 n2 p161-165 2001
CASTRO NSS LIMA MO Biomarkers of mercury exposure in the Amazon BioMed
Research International v2014 art867069 p1-10 2014 [Review]
CEZAR MRS Avaliaccedilatildeo da exposiccedilatildeo ao mercuacuterio e seus compostos em matildees e seus
receacutem-nascidos em Porto Velho ndash RO Beleacutem 2002 69p Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Nuacutecleo
de Medicina Tropical - Universidade Federal do Paraacute
CINTRA RMGC Biodisponibilidade de selecircnio em dieta regional de Satildeo Paulo Satildeo
Paulo 1990 74p Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas ndash
Universidade de Satildeo Paulo
CHANG JC GUTENMANN WH REID CM LISK DJ Selenium content of Brazil
nuts from two geographic locations in Brazil Chemosphere v30 n4 p801-802 1995
CHARRIER J MAUGARD CM LE MEVEL B BIGNON YJ Allelotype influence at
glutathione S-transferase M1 locus in breast cancer susceptibility British Journal of
Cancer v79 n2 p346-53 1999
CHAUHAN A CHAUHAN V Oxidative stress in autism Pathophysiology v13 n13
p171-181 2006
CHEN CL LIU Q RELLING MV Simultaneous characterization of glutathione S-
transferase M1 and T1 polymorphisms by polymerase-chain reaction in American whites and
blacks Pharmacogenetics v6 n2 p187-191 1996
CHEN C OU L LI B XING L GUANG J TIACHENG W YUXI G PEIQUN Z
MEI L WEI C ZHIFANG C Increased Oxidative DNA Damage as assessed by urinary
8-hidroxy-2 deoxyguanosine concentrations and serum redox status in persons exposed to
mercury Clinical Chemistry v51 n4 p759-767 2005
CHEN H YU M LI M ZHAO R ZHU Q ZHOU W LU M LU Y ZHENG T
JIANQ J ZHAO W XIANG K JIA W LIU L Polymorphic variations in manganese
superoxide dismutase (MnSOD) glutathione peroxidase ndash 1 (GPx 1) and catalase (CAT)
contribuite to elevated plasma triglyceride levels in Chinese patients with type 2 diabetes or
diabetic cardiovascular disease Molecular Cell Biochemistry v363 p85ndash91 2012
85
CHEN Y KAPETANOVIC I CROWELL J IP C MORRISSEY R LYUBIMOV A
Thirteen week oral (Gavage) toxicity study of L-Se-Methylselenocysteine (SeMC) in rats
Toxicological Science v90 n1-S p343 2006
COLOMBO J ROSSIT ARB CAETANO A BORIM AA WORNRATH D
SILVA AE GSTT1 GSTM1 and CYP2E1 genetic polymorphisms in gastric cancer and
chronic gastritis in a Brazilian population World Journal of Gastroenterology v10 n9
p1240ndash1245 2004
COMBS Jr GF WATTS JC JACKSON MI JOHNSON LK ZENG H SCHEETT
AJ UTHUS EO SCHOMBURG L HOEG A HOEFIG CS DAVIS CD
MILNER JA Determinants of selenium status in healthy adults Nutrition Journal v10
p75 2011
COMINETTI C Efeito da suplementaccedilatildeo com castanha do Brasil (Bertholletia excelsa
H B K) sobre o estresse oxidativo em mulheres obesas e sua relaccedilatildeo com o
polimorfismo Pro198Leu no gene da glutationa peroxidase 1 Satildeo Paulo 2010 115p Tese
de Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo
COMINETTI C BORTOLI MC ABDALLA DSP COZZOLINO SMF
Considerations about oxidative stress selenium and nutrigenetics Nutrire v36 n3 p131-
153 2011 [Review]
COMINETTI C BORTOLI MC PURGATTO E ONG TP MORENO FS
GARRIDO Jr BG COZZOLINO SMF Associations between glutathione peroxidase-1
Pro198Leu polymorphism selenium status and DNA damage levels in obese women after
consumption of Brazil nuts Nutrition v27 n9 p891-896 2011
COUTINHO VE Efeito da suplementaccedilatildeo de selecircnio por meio da ingestatildeo de castanhas-
do-Brasil (Bertholletia excelsa HBK) no estado nutricional relativo ao selecircnio de
praticantes de atividade fiacutesica (capoeira) Satildeo Paulo 2001 150p Tese de Doutorado -
Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo
COVAULT J ABREU C KRANZLER H ONCKEN C Quantitative real-time PCR for
gene dosage determinations in microdeletion genotypes BioTechniques v35 n3 p594-
598 2003
COZZOLINO SMF Deficiecircncias de minerais Estudos Avanccedilados v21 n60 p119-126
2007
CRESPO-LOPEZ ME SA AL HERCULANO AM BURBANO RR
NASCIMENTO JLM Methylmercury genotoxicity a novel effect in human cell lines of the
central nervous system Environment International v33 n2 p141ndash146 2007
CUSTODIO HM BROBERG K WENNBERG M JANSSON JH VESSBY B
HALLMANS G STEGMAYR B SKERFVING S Polymorphisms in glutathione-related
genes affect methylmercury retention Archives of Environmental Health v59 n11
p588ndash595 2004
CRESPO-LOacutePEZ ME SANTOS ECO BRABO ES RODRIGUES AR COcircRTES
MIT SILVEIRA LCL Comparative study of human exposure to mercury in riverside
86
communities of Amazon Brazilian Journal of Medical and Biological Research v39 n3
p411-414 2006
CUSTODIO HM HARARI R GERHARDSSON L SKERFVING S BROBERG K
Genetic influences on the retention of inorganic mercury Archives of Environmental amp
Occupational Health v60 n1 p17ndash23 2005
DAVIS CD UTHUS EO Dietary selenite and azadeoxycytidine treatments affect
dimethilhidrazine-induced aberrant crypt formation in rat colon and DNA methylation in HT
ndash 29 cells Journal of Nutrition v132 n2 p292-297 2002
DEJONG JL CHANG CM WHANG-PERNG J KNUTSEN T TU CPD The
human liver glutathione S-transferase gene superfamily expression and chromosome
mapping of Hb subunit cDNA Nucleic Acids Research v16 n17 p8541-8554 1988
DI PIETRO A VISALLI G LA MAESTRA S MICALE R BALUCE B
MATARESE G CINGANO L SCOGLIO ME Biomonitoring of DNA damage in
peripheral blood lymphocytes of subjects with dental restorative fillings Mutation Research
v650 n2 p115ndash122 2008
DOMINGUES J Determinaccedilatildeo de mercuacuterio total em amostras de cabelo e sua relaccedilatildeo
com o desenvolvimento psicomotor de crianccedilas na comunidade de Barreiras Paraacute
Beleacutem 2000 91p Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Nuacutecleo de Medicina Tropical - Universidade
Federal do Paraacute
DONADIO JLS Polimorfismos nos genes da enzima glutationa peroxidase e
biomarcadores do estado nutricional relativo ao selecircnio em populaccedilatildeo adulta de Satildeo
Paulo Satildeo Paulo 2011 75p Disssertaccedilatildeo de Mestrado - Faculdade de Ciecircncias
Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo
DRASCH G MAILAumlNDER S SCHLOSSER C ROIDER G Content of non-mercury-
associated selenium in human tissues Biological Trace Element Research v77 n3 p219-
230 2000
DUMONT E VANHAECKE F CORNELIS R Selenium speciation from food source to
metabolites a critical review Analytical and Bioanalytical Chemistry v385 n7 p1304-
1323 2006
DUSINSKAacute M VALLOVAacute B URSIacuteNYOVAacute M HLADIacuteKOVAacute V SMOLKOVAacute B
WSOacuteLOVAacute L RASLOVAacute K COLLINS AR DNA damageand antioxidants
fluctuations through the year in a central European population group Food and Chemical
Toxicology v40 n8 p1119ndash1123 2002
EGASHIRA EM MIZIARA APB LEONI LAB Grupo do arroz patildeo massa batata e
mandioca PHILIPPI ST org Piracircmide dos alimentos fundamentos baacutesicos da nutriccedilatildeo
2ed Barueri Manole 2014 (Guias de Nutriccedilatildeo e Alimentaccedilatildeo)
EPA (US Environmental Protection Agency) Mercury in Medical Facilities Revised August
2003 Updated 2005
87
ERCAL N GURER-ORHAN H AYKIN-BURNS N Toxic metals and oxidative stress
Part I Mechanisms involved in metal-induced oxidative damage Current Topics in
Medicinal Chemistry v1 n6 p529-539 2001
FABIAN E POLOSKEY P KOacuteSA L ELMADFA I REacuteTHY LA Nutritional
supplements and plasma antioxidants in childhood asthma Wiener Klinische
Wochenschrift v125 n1112 p309ndash315 2013
FADINI PS JARDIM WF Is the Negro River Basin (Amazon) impacted by naturally
occurring mercury Science of the Total Environment v275 n13 p71-82 2001
FAIRWEATHER-TAIT SJ BAO Y BROADLEY MR COLLINGS R FORD D
HESKETH JE HURST R Selenium in human health and disease Antioxidants amp Redox
Signaling v14 n7 p1337-1383 2011
FARELLA N Les fermes familiales de la reacutegion frontiegravere du Tapajoacutes en Amazonie
breacutesilienne relations entre les origines les pratiques agricoles les impacts sur les sols et le
deacuteboisement Montreacuteal 2005 209p Tese de Doutorado ndash Universiteacute Du Queacutebec agrave Montreacuteal
FARIAS LA FAVARO DIT VASCONCELLOS MBA Determinaccedilatildeo de mercuacuterio e
metilmercuacuterio em amostras de cabelo e peixes Revista do Instituto Adolfo Lutz v68 n3
p451-460 2009
FARIAS LA SANTOS NR FAVARO DIT BRAGA ES Mercuacuterio total em cabelo de
crianccedilas de uma populaccedilatildeo costeira Cananeacuteia Satildeo Paulo Brasil Cadernos de Sauacutede
Puacuteblica v24 n10 p2249-2256 2008
FARIAS LA Avaliaccedilatildeo do conteuacutedo de mercuacuterio metilmercuacuterio e outros elementos de
interesse em peixes e em amostras de cabelos e dietas de preacute-escolares da Regiatildeo
Amazocircnica Satildeo Paulo 2006 233p Tese de Doutorado ndash Instituto de Pesquisas Energeacuteticas e
Nucleares - Universidade de Satildeo Paulo
FARIAS LA FAacuteVARO DIT MAIHARA VA VASCONCELOS MBA
YUYAMA LK AGUIAR JPL ALENCAR FH Assessment of daily dietary intake of
Hg and some essential elements in diets of children from the Amazon region Journal of
Radioanalytical and Nuclear Chemistry v270 n1 p217-223 2006
FOLVEN KI GLOVER CN MALDE MK LINDEBEYE AK Does selenium modify
neurobehavioral impacts of developmental methylmercury exposure in mice Environmental
Toxicology and Pharmacology v28 n1 p111-119 2009
FORD M DELANEY KA LING L ERICKSON T Clinical toxicology Philadelphia
W B Saunders 2001 p737ndash742
FORSBERG L DE FAIRE U MARKLUND SL ANDERSSON PM STEGMAYR
B MORGENSTERN R Phenotype determination of a common Pro-Leu polymorphism in
human glutathione peroxidase 1 Blood Cells Molecules amp Diseases v26 n5 p423-426
2000
FOSBERG L DE FAIRE U MORGENSTERN R Low yield of polymorphisms from
EST blast searching analysis of genes related to oxidative stress and verification of the
P197L polymorphism in GPX1 Human Mutation v13 n4 p294-300 1999
88
FOX T FAIRWEATHER-TAIT SJ Selenium In HURRELL R ed The mineral
fortification of foods Leatherhead Leatherhead Publishing 1999 v2 p1-44 (A
Leatherhead Food RA publication)
FRISANCHO AR Anthropometric standards for the assessment of growth and
nutritional status Ann Arbor University of Michigan Press 1990 189p
GAacuteC P PAWLAS N POREBA R POREBA M MARKIEWICZ-GOacuteRKA I
JANUSZEWSKA L OLSZOWY Z PAWLAS K Interaction between blood selenium
concentration and a levels of oxidative stress and antioxidative capacity in healthy children
Environmental Toxicology and Pharmacology v39 n1 p137-144 2014
GAILER J GRAHAM NG PICKERING IJ MADDEN S PRINCE RC YU EY
DENTON MB YOUNIS HS APOSHIAN HV Structural Basis of the Antagonism
between Inorganic Mercury and Selenium in mammals ChemResToxicol 2000 13-1135-
1142
GALAN-CHILET I TELLEZ-PLAZA M GUALLAR E MARCO G LOPEZ-
IZQUIERDO R GONZALEZ-MANZANO I TORMOS MC MARTIN-NUNtildeEZ GM
ROJO-MARTINEZ G SAEZ GT MARTIacuteN-ESCUDERO JC REDON J JAVIER-
CHAVES F Plasma selenium and oxidative stress biomarkers a gene-environment
interaction population based study Free Radical Biology and Medicine v74 p229-236
2014
GALVAtildeO RCF BERNARDI JVE ALMEIDA R BASTOS WR GOMES JPO
Relaccedilatildeo espacial do mercuacuterio e elementos traccedilos em sedimento de fundo no Alto Rio
Madeira In SEMINAacuteRIO DE RECURSOS HIacuteDRICOS DA BACIA HIDROGRAacuteFICA DO
PARAIacuteBA DO SUL O EUCALIPTO E O CICLO HIDROLOacuteGICO 1 Taubateacute 2007
Anais Taubateacute IPABHi 2007 p51-57
GANTHER HE SUNDE ML Factors in fish modifying methylmercury toxicity and
metabolism Biological Trace Element Research v119 n3 p221-233 2007
GATTAacuteS GHF KATO M SOARES-VIEIRA JA SIRAQUE MS KOHLER P
GOMES L REGO MAV BYDLOWSKI SP Ethnicity and glutathione S-transferase
(GSTM1 GSTT1) polymorphisms in a Brazilian population Brazilian Journal of Medical
and Biological Research v37 n4 p451-458 2004
GINSBERG G SMOLENSKI S HATTIS D GUYTON KZ JOHNS DO
SONAWANE B Genetic polymorphism in glutathione transferases (GST) population
distribution of GSTM1 T1 and P1 conjugating activity Journal of Toxicology and
Environmental Health Part B Critical Reviews v12 n56 p389-439 2009
GONZAGA IB MARTENS A COZZOLINO SMF Selecircnio In COZZOLINO SMF
org Biodisponibilidade de nutrientes 2ed Barueri Manole 2007 Cap28 p575-613
GONZAGA IB Avaliaccedilatildeo nutricional relativa ao selecircnio em crianccedilas com dieta
enriquecida de castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa L) Satildeo Paulo 2002 157p Tese
de Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo
GONZAGA IB MARTENS A COZZOLINO SMF Selecircnio In COZZOLINO SMF
org Biodisponibilidade de nutrientes Barueri Manole 2005 cap26 p539-577
89
GREGUS Z GYURASICS AI CSANAKY I PINTER Z Effects of methylmercury and
organic acid on the disposition of exogenous selenium in rats Toxicology and Applied
Pharmacology v174 n2 p177ndash187 2001
GRYGIEL-GOacuteRNIAK B MARCINKOWSKA J SZCZEPANIK A PRZYSLAWSKI J
Nutritional habits and oxidative stress in postmenopausal age Polskie Archiwum Medycyny
Wewnetrznej v124 n6 p298ndash305 2014
GUNDACKER C KOMARNICKI G ZOumlDL B FORSTER C SHUSTER E
WITTMANN K Whole blood mercury and selenium concentrations in a selected Austrian
population Does gender matter Science of the Total Environment v372 n1 p76-86
2006
GUNDACKER C KOMARNICKI G JAGIELLO P GENCIKOVA A DAHMEN N
WITTMANN KJ GENCIK M Glutathione-S-transferase polymorphism metallothionein
expression and mercury levels among students in Austria Science of the Total
Environment v385 n13 p37-47 2007
HACON SS DOacuteREA JG FONSECA MF OLIVEIRA BA MOURAtildeO DS RUIZ
CMV GONCcedilALVES RA MARIANI CF BASTOS WR The influence of chances in
lifestyle and mercury exposure in riverine populations of the Madeira River (Amazon Basin)
near a hydroelectric project International Journal of Environmental Research and Public
Health v11 n3 p2437-2455 2014
HALLIWELL B CHIRICO S Lipid peroxidation its mechanisms measurement and
significance American Journal and Clinical Nutrition v57 n5 suppl p715S-725S
1993
HAMANASHI T FURUTA H KATO H DOI A TAMAI M SHIMOMURA H
SAKAGASHIRA S NISHI M SASAKI H SANKE T NANJO K Functional variants
in the glutathione peroxidase-1 (GPx-1) gene are associated with increased intima-media
thickness of carotid arteries and risk of macrovascular disease in Japanese type 2 diabetic
patients Diabetes v53 n9 p2455-2460 2004
HARADA M NAKANISHI J YASODA E PINHEIRO MCN OIKAWA TAG
GUIMARAcircES GA CARDOSO BS KIZAKI T OHNO H Mercury pollution in the
Tapajos River basin Amazon mercury level of head hair and health effects Environment
International v27 n4 p285ndash290 2001
HATAGIMA A KLATAU-GUIMARAtildeES MZ SILVA FP CABELLO PH
Glutathione S-transferase M1 (GSTM1) polymorfism in two Brazillian populations Genetics
and Molecular Biology v23 n4 p709-713 2000
HERBETTE S ROECKEL-DREVET P DREVET JR Seleno-independent glutathione
peroxidases more than simple antioxidant scavengers FEBS Journal v274 n9 p2163-
2180 2007
HERCULANO AM CRESPO-LOacutePEZ ME LIMA SMA PINCANCcedilO DINIZ
DLW NASCIMENTO JLM Methylmercury intoxication activates nitric oxide synthase
in chick retinal cell culture Brazilian Journal of Medical and Biological Research v39
n3 p415ndash418 2006
90
HOLBEN DH SMITH AM The diverse role of selenium within selenoproteins a review
Journal of the American Dietetic Association v99 n7 p836-843 1999
HORVAT M BAEYENS W EBINGHAUS R VASILIEV O Mercury analysis and
speciation in environmental samples In NATO ASI SERIES 2 ENVIRONMENT global and
regional mercury cycles sources fluxes and mass balances Novosibirsk 1996 Kluwer
1996 p1-31
HU YJ DIAMOND AM Role of glutathione peroxidase 1 in breast cancer loss of
heterozygosity and allelic differences in the response to selenium Cancer Research v63
n12 p3347-3351 2003
HSIEH YY SHEN WS LEE LY WU TL NING HC SUN CF Long-term
changes in trace elements in patients undergoing chronic hemodialysis Biological Trace
Element Research v109 n2 p115-121 2006
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Atlas do Censo demograacutefico 2010 Rio de
Janeiro IBGE 2013 Disponiacutevel em httpbibliotecaibgegovbrvisualizacaolivrosliv64529_capa_sumpdf
Acesso em 02 Jan 2015
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Censo demograacutefico 2010 caracteriacutesticas
da populaccedilatildeo e dos domiciacutelios resultados do universo Rio de Janeiro IBGE 2011 270p Disponiacutevel em
httpbibliotecaibgegovbrvisualizacaoperiodicos93cd_2010_caracteristicas_populacao_domiciliospdf
Acesso em 02 Jan 2015
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Estimativas da populaccedilatildeo residente no
Brasil e unidades da Federaccedilatildeo com data de referecircncia em 1ordm de julho de 2014 2014 8p Disponiacutevel em
ftpftpibgegovbrEstimativas_de_PopulacaoEstimativas_2014nota_metodologica_2014pdf Acesso em 02
Jan 2015
INSTITUTE OF MEDICINE (United States) Dietary reference intakes for vitamin C
vitamin E selenium and carotenoides Washington National Academy Press 2000 529p
INTERNATIONAL PROGRAM ON CHEMICAL SAFETY UNITED NATIONS
ENVIRONMENT PROGRAMME WORLD HEALTH ORGANIZATION
Methylmercury Geneva World Health Organization 1990 v118 144p (Methylmercury in
environmental health criteria 101)
INSTITUTE OF MEDICINE (United States) Introduction to dietary reference intakes In
______ Dietary reference intakes for vitamin C vitamin E selenium and carotenoides
Washington National Academy Press 2000 cap1 p21-34
INTERNATIONAL PROGRAM ON CHEMICAL SAFETY UNITED NATIONS
ENVIRONMENT PROGRAMME WORLD HEALTH ORGANIZATION
Methylmercury Geneva World Health Organization 1990 v118 144p (Methylmercury in
environmental health criteria 101)
INSTITUTE OF MEDICINE (United States) Nutrient assessment of individuals statistical
foundations In ______ Dietary reference intakes applications in dietary assessment
Washington National Academy 2000 append B p185-210
91
JABLONSKA E GROMADZINSKA J RESZKA E WASOWICZ W SOBALA W
SZESZENIA-DABROWSKA N BOFFETTA P Association between GPx1 Pro198Leu
polymorphism GPx1 activity and plasma selenium concentration in humans European
Journal of Nutrition v48 n6 p383ndash386 2009
JAFFEacute WG RUPHAEL MD MONDRAGON MC CUEVAS MA Estudio cliacutenico e
bioquiacutemicos em nintildeos escolares de uma zona seleniacutefera Archivos Latinoamericanos de
Nutricioacuten v22 n4 p595-611 1972
JAIN M KUMAR S RASTOGI N LAL P GHOSHAL UC TIWARI A PANT
MC BAIQ MQ MITTAL B GSTT1 GSTM1 and GSTP1 genetic polymorphisms and
interaction with tobacco alcohol and occupational exposure in esophageal cancer patients
from North India Cancer Letters v242 n1 p60ndash67 2006
JONES DP Redefining oxidative stress forum review Antioxidants amp Redox Signaling
v8 n910 p1865-1879 2006
KAUWELL GPA Emerging concepts in nutrigenomics a preview of what is to come
Nutrition in Clinical Practice v20 n1 p75-87 2005
KARUNASINGLE N HAN DY ZHU S YU J LANGE K DUAN H MEDHORA
R SINGH N KAN J ALZAHER W CHEN B KO S TRIGGS CM FERGUSON
LR Serum selenium and single-nucleotide polymorphisms in genes for selenoproteins
relationship to markers of oxidative stress in men from Auckland New Zealand Genes amp
Nutrition v7 n2 p179-190 2012
KLAUTAU-GUIMARAtildeES MN DrsquoASCENCcedilAtildeO R CALDART FA GRISOLIA CK
SOUZA JR BARBOSA AC CORDEIRO CMT FERRARI I Analysis of genetic
susceptibility to mercury contamination evaluated through molecular biomarkers in at-risk
Amazon Amerindian populations Genetics and Molecular Biology v28 n4 p827-832
2005
KO WS GUO CH YEAH MS LIN LY HSU GS CHEN PC LUO MC LIN
CY Blood micronutrient oxidative stress and viral lood in patients with chronic hepatitis C
World Journal of Gastroenterology v14 n30 p4697ndash4702 2005
KOumlHRLE J The trace element selenium and the thyroid gland Biochimie v81 p527-533
1999
KOumlHRLE J FLOHEacute BR BOCK A GARTNER R MEYER O FLOHEacute L Selenium
in biology facts and medical perspectives Biological Chemistry v381 n910 p849-864
2000
KRISHNAN S RANI P Evaluation of selenium redox statusand their association with
plasma amyloidtau in Alzheimerrsquos disease Biological Trace Element Research v158 n2
p158ndash165 2014
KUZUYA M ANDO F IGUCHI A SHIMOKATA H Glutathione peroxidase 1
Pro198Leu variant contributes to the metabolic syndrome in men in a large Japanese cohort
American Journal of Clinical Nutrition v87 n6 p1939ndash1944 2008
92
LACERDA LD Distribuiccedilatildeo e comportamento do mercuacuterio no ambiente Amazocircnico In
HACON S LACERDA LD PFEIFFER WC CARVALHO D orgs Riscos e
consequecircncias do uso do mercuacuterio Rio de Janeiro Ministeacuterio da Sauacutede FINEP IBAMA
CNPQ 1990 p80-90 [Seminaacuterio Nacional ldquoRiscos e Consequumlecircncias do Uso do Mercuacuteriordquo
de 12 a 15 de setembro de 1989 Brasilia - DF]
LAumlRSTAD M LJUNGKVIST G OLIN AC TOREacuteN K Determination of
malondialdehyde in breath condensate by high-performance liquid chromatography with
fluorescence detection Journal of Chromatography B Analytical Technologies in the
Biomedical and Life Sciences v766 n1 p107-114 2002
LEE BE HONG YC PARK H HA M KOO BS CHANG N ROH YM KIM
BN KIM YJ KIM BM JO SJ HA EH Interaction between GSTM1GSTT1
polymorphism and blood mercury on birth weight Environmental Health Perspectives
v118 n3 p437-443 2010
LEI XG CHENG W McCLUNG JP Metabolic regulation and function of glutathione
peroxidase-1 Annual Review of Nutrition v27 p41-61 2007
LEMIRE M FILLION M FRENETTE BT PASSOS CJS GUIMARAtildeES JRD
BARBOSA Jr F MERGLER D Selenium from dietary sources and motor functions in the
Brazilian Amazon Neurotoxicology v32 n6 p944-953 2011
LEMIRE M FILLION M FRENETTE BT MAYER A PHILIBERT A PASSOS
CJS GUIMARAtildeES JR BARBOSA FJ MERGLER D Selenium and mercury in the
Brazilian Amazon opposing influences on age-related cataracts Environmental Health
Perspectives v118 n11 p1584-1589 2010
LEMIRE M MERGLER D FILLION M PASSOS CJS GUIMARAtildeES JRD
DAVIDSON R LUCOTTE M Elevated blood selenium levels in the Brazilian Amazon
Science of the Total Environment v366 n1 p101-111 2006
LEMIRE M MERGLER D HUEL G PASSOS CJS FILLION M PHILIBERT A
GUIMARAtildeES JR RHEAULT I BORDUAS J NORMAND G Biomarkers of selenium
status in the Amazonian context blood urine and sequential hair segments Journal of
Exposure Science amp Environmental Epidemiology v19 n2 p213-222 2009
LETAVAYOVAacute L VLCKOVAacute V BROZMANOVAacute J Selenium from cancer
prevention to DNA damage Toxicology v227 n12 p1-14 2006
LINDBERG A BJORNBERG KA VAHTER M BERGLUNG M Exposure to
methylmercury in non-fish eating people in Sweden Environmental Research v96 n1
p28-33 2004
LIVAK KJ FLOOD SJA MARMARO J GIUSTI W DEETZ K Oligonucleotides
with fluorescent dyes at opposite ends provide a quenched probe system useful for detecting
PCR product and nucleic acid hybridization PCR Methods and Applications v4 n6
p357-362 1995
MAIA CSC O selecircnio e a glacircndula tireoacuteide um estudo em pacientes portadores de
disfunccedilotildees tireoidianas nos estados do Cearaacute e Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2008 117p Tese de
Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo
93
MANNERVICK B The isoenzymes of glutathione transferase Advances in Enzymology
and Related Areas of Molecular Biology v57 p357-417 1985
MARQUES RC Avaliaccedilatildeo da exposiccedilatildeo ao mercuacuterio e seus compostos sobre o
desenvolvimento neuropsicomotor em crianccedilas de Porto Velho-RO Beleacutem 2002 102p
Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Nuacutecleo de Medicina Tropical - Universidade Federal do Paraacute
MARQUES RC DOacuteREA JG BASTOS WR REBELO MF FONSECA MF
MALM O Maternal mercury exposure and neuro-motor development in breastfed infants
from Porto Velho (Amazon) Brazil Int J Hyg Environ Health v210 p51ndash60 2007 Int
J Environ Res Public Health 2013
MARQUES RC BERNARDI JVE DOREA JG BRANDAtildeO KG BUENO L
LEAtildeO RS MALM O Fish consumption during pregnancy mercury transfer and birth
weight along Madeira River basin in Amazonia International Journal of Environmental
Research and Public Health v10 n6 p2150-2163 2013
MARTENS AVS COZZOLINO SMF Mapeamento da distribuiccedilatildeo de selecircnio em
territoacuterio brasileiro por meio da anaacutelise de alimentos nativos feijatildeo (fascolos vulgaris L) e
carne bovina para o consumo humano e aacuteguas e solo oriundos Satildeo Paulo FAPESP 2002
Processo n0011578-3 [Relatoacuterio Cientifiacuteco]
MARTENS IBG MARTENS A COZZOLINO SMF Selecircnio In COZZOLINO
SMF org Biodisponibilidade de nutrientes 4ed Barueri Manole 2012 p721-765
MEECH JA VEIGA MM THOMASNS D Emissions and stability of mercury in the
Amazon Canadian Metallurgical Quarterly v36 n4 p231-239 1997
MIRETZKY P BISINOTI MC JARDIM WF Sorption of mercury (II) in Amazon soils
from column studies Chemosphere v60 n11 p1583-1589 2005
MORADI M EFYEKHARI MH TALEI A FARD ARA Comparative study of
selenium concentration and glutathione peroxidase activity in normal and breast cancer
Public Health Nutrition v12 n1 p59-63 2009
MORAIS LMTS CARDOSO FILHO C LOURENCcedilO GJ SHINZATO JY
ZEFERINO LC LIMA CSP GURGEL MSC Caracteriacutesticas mamograacuteficas do cacircncer
de mama associadas aos polimorfismos GSTM1 e GSTT1 Revista da Associaccedilatildeo Meacutedica
Brasileira v54 n1 p61-66 2008
MUCCI A MONTGOMERY S LUCOTTE M PLOURDE Y PICHET P VANTRA
H Mercury remobilization from flooded soils in a hydroelectric reservoir of Northern
Quebec La Grande-2 results of a soil resuspension experiment Canadian Journal of
Fisheries and Aquatic Sciences v52 n11 p2507-2517 1995
NAGANUMA A ANDERSON ME MEISTER A Cellular glutathione as a determinant
sensitivity to mercury chloride prevention of toxicity by giving glutathione monoester
Biochemical Parmacology v40 n4 p693-697 1990
NAVARRO-ALARCON M CABRERA-VIQUE C Selenium in food and the human body
a review Science of the Total Environment v400 n13 p115-141 2008
94
NAVARRO-ALARCON M LOacutePEZ-MARTINEZ MC Essentiality of selenium in the
human body relationship with different diseases Science of the Total Environment v249
n13 p347-371 2000
NATIONAL RESEARCH COUNCIL Nutrient requeriments of dairy cattle 7ed
Washington National Academy Press 2001381p
NISHIMURA LS Polimorfismo Pro198Leu no gene para a enzima antioxidante
dependente de selecircnio glutationa peroxidase 1 e risco de cacircncer epidermoide da cavidade
oral e orofaringe 2010 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncia dos Alimentos) ndash Faculdade
de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010
OLUSI SO Obesity is independent risk factor for plasma lipid peroxidation and depletion of
erythrocyte cytoprotectic enzymes in humans International Journal of Obesity and
Related Metabolic Disorders v26 n9 p1159ndash1164 2002
ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Elementos traccedilo na nutriccedilatildeo e sauacutede humana
Satildeo Paulo Roca 1998 p63-91
ORTUNtildeO J ROS G PERIAGO MJ MARTINEZ C LOPEZ G RODRIGO J
Importacircncia nutricional del selenio Archivos Latinoamericanos de Nutricioacuten v47 n1
p6-13 1997
PAGLIA DE VALENTINE WN Studies on the quantitative and qualitative
characterization of erythrocyte glutathione peroxidase Journal of laboratory and clinical
medicine v70 n1 p158-169 1967
PAPP LV LU J HOLMGREN A KHANNA KK From selenium to selenoproteins
synthesis identity and their role in human health Antioxidants amp Redox Signaling v9 n7
p776-796 2007
PARADIS S WHEATLEY B BOSWELL-PURDY J BEacuteLISLE D COLE M
LICKERS H HAYTON A DAVIES K Mercury contamination through fish
consumption a model for predicting and preventing hazardous behavior on a community
level Mercury as a Global Pollutant Human Health Issues v97 p147-158 1997
PARK SK KANG D NOH DY LEE KM KIM SU CHOI JY CHOI IM
AHN SH CHOE KJ HIRVONEN A STRICKLAND PT YOO KY Reproductive
factors glutathione S-transferase M1 and T1 genetic polymorphism and breast cancer risk
Breast Cancer Research and Treatment v78 n1 p89-96 2003
PASSOS CJ MERGLER D GASPAR E MORAIS S LUCOTT M LARRIBE F
DAVIDSON R GROSBOIS S Eating tropical fruit reduces mercury exposure from fish
consumption in the Brazilian Amazon Environmental Research v93 n2 p123-130 2003
PASSOS CJ MERGLER D LEMIRE M FILLION M GUIMARAtildeES JR Fish
consumption and bioindicators of inorganic mercury exposure Science of the Total
Environment v373 n1 p68ndash76 2007
PASCALICCHIO AAE Contaminaccedilatildeo por metais pesados sauacutede puacuteblica e medicina
ortomolecular Satildeo Paulo Annablume 2002 132p
95
PEROTTONI J LOBATO LP SILVEIRA A ROCHA JBT EMANUELLI T Effects
of mercury and selenite on D-aminolevulinate dehydratase activity and on selected oxidative
stress parameters in rats Environmental Research v95 n2 p166-173 2004
PINHEIRO MCN GUIMARAtildeES GA NAKANISHI J OIKAWA T VIEIRA JL
QUARESMA M CARDOSO B AMORAS W Avaliaccedilatildeo da contaminaccedilatildeo mercurial
mediante anaacutelise do teor de Hg total em amostras de cabelo em comunidades ribeirinhas do
Tapajoacutes Paraacute Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v33 n2
p181-194 2000
PINHEIRO MCN MACCHI BM VIEIRA JLF OIKAWA T AMORAS WW
GUIMARAtildeES GA COSTA CA CRESPO-LOacutePEZ ME HERCULANO AM
SILVEIRA LC NASCIMENTO JL Mercury exposure and antioxidant defenses in
women a comparative study in the Amazon Environmental Research v107 n1 p53ndash59
2008
PINHEIRO MCN MULLER RCS SARKIS JE VIEIRA JLF OIKAWA T
GOMES MSV GUIMARAtildeES GA NASCIMENTO JLM SILVEIRA LCL
Mercury and selenium concentrations in hair samples of women in fertile age from Amazon
riverside communities Science of the Total Environment v349 n13 p284-288 2005
PINHEIRO DS ROCHA FILHO CR MUNDIM CA MARCO Jr P ULHOA CJ
REIS AAS GHEDINI PC Evaluation of glutathione S-transferase GSTM1 and GSTT1
deletion polymorphisms on type-2 diabetes mellitus risk PLoS One v8 n10 arte76262
p1-5 2013
PIRES LV Efeito da suplementaccedilatildeo com castanha-do-Brasil (Bertholletia excelsa
HBK) na expressatildeo gecircnica de citocinas inflamatoacuterias e sua relaccedilatildeo com o estresse
oxidativo e pacientes com diabetes mellitus tipo 1 Satildeo Paulo 2012 130p Tese de
Doutorado ndash Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo
POSSUELO LG PERACcedilA CF EISENHARDT MF DOLTO ML CAPPELLETTI
L FOLETTO E VALIM ARM Polymorphisms of GSTM1 and GSTT1 genes in breast
cancer susceptibility a case-control study Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetriacutecia
v35 n12 p569-574 2013
PRIOR RL HOANG H GU L WU X BACCHIACA M HOWARD L
HAMPSCH-WOODILL M HUANG D OU B JACOB B Assays for hydrophilic and
lipophilic antioxidant capacity (oxygen radical absorbance capacity (ORACFL)) of plasma
and other biological and food samples Journal of Agricultural and Food Chemistry v51
n11 p3273-3279 2003
RAVN-HAREN G OLSEN A TJONNELAND A DRAGSTED LO NEXO BA
WALLIN H OVERVAD K RASCHOU-NIELSENL O VOGEL U Associations
between GPx 1 Pro198Leu polymorphism erythrocyte GPx activity alcohol consumption and
breast cancer risk in a prospective cohort study Carcinogenesis v27 n4 p820-825 2006
RAYMAN MP The importance of selenium to human health Lancet v356 n9225 p233-
241 2000
RAYMOND LJ RALSTON NVC Mercury selenium interactions and health
implications Seychelles Medical and Dental Journal v7 n1 spiss p72-77 2004
96
REILLY C Selenium in food and health London Blackie Academic and Professional
1996 338p
REZAEI Z JAMSHIDZADEH A SANATI E A rapid and sensitive method for the
determination of malondialdehyde as its hydralazine derivative in human plasma using high
performance liquid chromatography Analytical Methods v5 n12 p2995-2999 2013
RICHIE Jr JP MUSCAT JE ELLISION I CALCAGNOTTO A KLEINMAN W
EL-BAYOUMY K Association of selenium status and blood glutathione concentrations in
blacks and whites Nutrition and Cancer v63 n3 p367ndash375 2011
RIDNOUR LA ISENBERG JS ESPEY MG THOMAS DD ROBERTS DD Nitric
oxide regulates angiogenesis through a functional switch involving thrombospondin-1
Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America v102
n37 p13147-13152 2005
ROCHA AV Estado nutricional relative ao selecircnio de crianccedilas residentes em duas
localidades de Rondocircnia Amazocircnia Ocidental Satildeo Paulo 2009 109p Dissertaccedilatildeo de
Mestrado ndash Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas ndash Universidade de Satildeo Paulo
ROCHA AV CARDOSO BR COMINETTI C BUENO RB BORTOLI MC
FARIAS LA FAVARO DIT CAMARGO LMA COZZOLINO SMF Selenium
status and hair mercury leves in riverine children from Rondocircnia Amazonia Nutrition v30
n11-12 p1318-1323 2014
SAacute AL HERCULANO AM PINHEIRO MC SILVEIRAS LCL NASCIMENTO
JLM CRESPO-LOacutePEZ ME Exposiccedilatildeo humana ao mercuacuterio na regiatildeo oeste do Estado do
Paraacute Revista Paraense de Medicina v20 n1 p19-25 2006
SAMPAIO DS LUCOTTE M ROULET HP MERGLER D CROSSA M Mercuacuterio
nos peixes do Rio Tapajoacutes Amazocircnia brasileira InterfacEHS v1 n1 art 6 p1-31 2006
Disponiacutevel em
httpwwwunitesuqamcagmfcarusodoccarusosampaiosampaio_et_al_2006pdf Acesso
em 24 Dez 2014
SANTOS KMO AQUINO RC Grupo dos oacuteleos e gorduras In PHILIPPI ST Piracircmide
dos alimentos fundamentos baacutesicos da nutriccedilatildeo 2ed Barueri Manole 2014 p251-303
SANTOS LB Polimorfismo Pro198Leu no gene que codifica para glutationa
peroxidase 1 e sua relaccedilatildeo com o estado nutricional relativo ao selecircnio de uma populaccedilatildeo
adulta residente no municiacutepio de Fortaleza Cearaacute 201393f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash
Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2013
SAVASKAN NE UFER C KUHN H BORCHERT A Molecular biology of
glutathione peroxidase 4 from genomic structure to developmental expression and neural
function Biological Chemistry v388 n10 p1007ndash1017 2007
SCHMIDT MI DUNCAN BB SILVA GA MENEZES AM MONTEIRO CA
BARRETO SM CHOR D MENEZES PR Doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis no
Brasil carga e desafios atuais 2011 (Sauacutede no Brasil 4) Disponiacutevel em
httpdownloadthelancetcomflatcontentassetspdfsbrazilbrazilpor4pdf Acesso em 10 Jan
2015
97
SCHORK NJ FALLIN D LANCHBURY J Single Nucleotide Polymorphisms and the
future of genetic epidemiology Clinical Genetics v58 n4 p250-264 2000
SILVA JJRF WILLIAMS RJP The biological chemistry of the elements the
inorganic chemistry of life Oxford Oxford University Press New York Clarendon Press
1993 561p
SITTA A VANZIN CS BIANCINI GB MANFREDINI V OLIVEIRA AB
WAYHS CA RIBAS GO GIUGLIANI L SCHWARTZ IV BOHRER D
GARCIA SC WAJNER M VARGAS CR Evidence that L-carnitine and selenium
supplementation reduces oxidative stress in phenylketonuric patients Cellular and
Molecular Neurobiology v31 n3 p429ndash436 2011
SKOOG DA HOLLER FJ NIEMAN TA Princiacutepios de anaacutelise instrumental 5ed
Satildeo Paulo Bookman 2002 836p
SMOLKOVAacute B DUSINSKAacute M RASLOVAacute K BARANCOKOVAacute M
KAZIMIacuteROVAacute A HORSKAacute A SPUSTOVAacute V COLLINS A Folate levels determine
effect of antioxidant supplementation on micronuclei in subjects with cardiovascular risk
Mutagenesis v19 n6 p469ndash476 2004
SOUZA JR BARBOSA AC Contaminaccedilatildeo por Hg e o caso da Amazocircnia Quiacutemica Nova
na Escola n12 p23-25 2000
SOUZA ML MENEZES HC Processamentos de amecircndoa e torta de castanhandashdondashBrasil e
farinha de mandioca paracircmetros de qualidade Ciecircncia Tecnologia e Alimentos v24 n1
p120-128 2004
STEUERWALD U WEIHE P JORGENSEN PJ BJERVE K BROCK J HEINZOW
B BUDTZ-JORGENSEN E GRANDJEAN P Maternal seafood diet methylmercury
exposure and neonatal neurologic function Journal of Pediatrics v136 n5 p599-605
2000
STOCKLER-PINTO MB FARAGE NE BOAVENTURA GT COZZOLINO SM
Effect of Brazil nut supplementation on the blood levels of selenium and glutathione
peroxidase in hemodialysis patients Nutrition v26 n1112 p1065ndash1069 2010
SLATER B MARCHIONI DL FISBERG RM Estimando a prevalecircncia da ingestatildeo
inadequada de Nutrientes Rev Sauacutede Puacuteblica v33 n4 p599-605 2004
SUZEN HS GUCYENER E SAKALLI O UCKUN Z KOSE G USTEL D
DUYDU Y CAT C-262T and GPx 1 Pro198Leu polimorphisms in a Turkish population
Molecular Biology Reports v37 n1 p87-92 2010
TAKEUCKI T ETO K The pathology of Minamata disease a tragic story of water
pollution Kyushu Kyushu University Press 1999 310p
TAPIERO H TOWNSEND DM TEW KD The antioxidant role of selenium and seleno-
compounds Biomedicine amp Pharmacotherapy v57 n34 p134ndash144 2003
TINKOV AA SKALNAYA MG DEMIDOV VA SEREBRYANSKY EP
NIKONOROV AA SKALNY AV Hair mercury association with selenium serum lipid
98
spectrum and gama-glutamyl transferase activity in adults Biological Trace Element
Research v161 n3 p255-262 2014
UNITED NATIONS Enviroment Programme Chemicals Impacts of mercury on the
environment In ______ Global mercury assessment Geneva UNEP 2002 cap5 p73-
86
UNITED STATES Department of Health and Human Services Public Heath Services
Agency for Toxic Substances and Disease Registry Toxicological Profile for Mercury
Atlanta ATSDR 1999 676p
VAN DAEL P DEELSTRA H Selenium International Journal for Vitamin and
Nutrition Research v63 n4 p312-316 1993
VIVANCO RHC MENGE FGW BARRIGA PAC Variaciones de la fragilidad
osmoacutetica eritrocitaria en bovinos a pastoreo sobre praderas con bajo contenido de selenio y
suplementados o no con selecircnio Revista Cientiacutefica vXVI n3 p227-231 2006
WIDERSTEN M PEARSON WR ENGSTROEM A MANNERVIK B Heterologous
expression of the allelic variant μ-class glutathione transferases μ and ψ Biochemical
Journal v276 n2 p519-5241991
WILLETT WC Inssues in analysis and presentation of dietary data In ______ Nutritional
epidemiology 2ed New York Oxford University Press 1998 p321ndash345 (Monographs in
epidemiology and biostatistics 30)
WILLET WCHOWE GR KUSHI LH Adjustment for total energy in epidemiologic
studies Am J Clin Nutr v65 p1220-28 1997
WILLET W STAMPFER M Implications of total energy intake for epidemiologic
analyses In Willet WC Nutrition epidemiology 2 ed New York Oxford University Press
p514 1998
WORLD HEALTH ORGANIZATION Obesity preventing and managing the global
epidemic report of a WHO consultation on obesity Geneva World Health Organization
2000 p256 (WHO Obesity Technical Report Series n284)
XU S WANG Y ROE B PEARSON WR Characterization of the human class Mu
glutathione S-transferase gene cluster and GSTM1 deletion Journal of Biological
Chemistry v273 n6 p3517-3527 1998
YANG GQ WANG SZ ZHAU RH SUN SZ Endemic selenium intoxication of
humans in China American Journal of Clinical Nutrition v37 n5 p872-881 1983
ZACHARA BA UKLEJA-ADAMOWICZ M NARTOWICZ E LECKA J Increased
plasma glutathione peroxidase activity in patients with acute myocardial infarction Medical
Science Monitor v7 n3 p415-420 2001
ZHANG FA YU W HARGROVE JL GREENSPAN PA DEAN RG TAYLOR
EW HARTLE DK Inhibition of TNF- induced ICAM-1 VCAM-1 and E-selectin
expression by selenium Atherosclerosis v161 n2 p381-386 2002
99
ZHANG M MA AG ZHANG XZ GE S SHI XX Effect of multiple micronutrients
supplementation on anti-oxidative activity and oxidized DNA damage of lymphocytes in
children Zhonghua Liu Xing Bing Xue Za Zhi v26 n4 p268ndash272 2005
ZHENG W WEN WQ GUSTAFSON DR GROSS M CERHAN JR FOLSOM
AR GSTM1 and GSTT1 polymorfism and postmenopausal breast cancer risk breast cancer
Breast Cancer Research and Treatment v74 n1 p9-16 2002
100
APEcircNDICES
APEcircNDICE 1 Cartaz de divulgaccedilatildeo da pesquisa
APEcircNDICE 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)
APEcircNDICE 3 Ficha de Identificaccedilatildeo e Controle
(Anamnese peso estatura IMC coleta de sangue e cabelos)
APEcircNDICE 4 Caderno de Registro do Consumo Alimentar
101
102
UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO
FACULDADE DE CIEcircNCIAS FARMACEcircUTICAS ndash FCFUSP
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE
1 Informaccedilotildees do Sujeito da Pesquisa
Nome
Documento de Identidade nordm Sexo ( ) M ( )F
Data de Nascimento
Endereccedilo Nordm Complemento Bairro Cidade Estado
CEP Telefones
2 Informaccedilotildees do Responsaacutevel Legal
Nome Natureza (grau de parentesco tutor curador etc) Documento de Identidade nordm Sexo ( ) M ( )F Data de Nascimento Endereccedilo Nordm Complemento Bairro Cidade Estado CEP Telefones
Tiacutetulo do Projeto de Pesquisa Estado nutricional relativo ao selecircnio concentraccedilotildees de
mercuacuterio estresse oxidativo e os polimorfismos Pro198Leu no gene da glutationa
peroxidase 1 (GPx1) e GSTM1 no gene da glutationa S- transferase (GST) em mulheres
residentes em aacuterea de risco de contaminaccedilatildeo por mercuacuterio
3 Duraccedilatildeo da Pesquisa 24 meses
4 Nome do pesquisador responsaacutevel Silvia Maria Franciscato Cozzolino Cargo Funccedilatildeo
Professora Titular do Programa de poacutes-graduaccedilatildeo em Ciecircncia dos Alimentos da Faculdade de Ciecircncias
Farmacecircuticas FCFUSP
Nordm do Registro do Conselho Regional CRN30621
Instituiccedilatildeo Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo USP
Sravoluntaacuteria essa pesquisa tem como tiacutetulo Estado nutricional relativo ao selecircnio e
concentraccedilotildees de mercuacuterio e a relaccedilatildeo com estresse oxidativo e os polimorfismos Pro198Leu
e GSTM1 em mulheres na idade feacutertil em aacuterea exposta agrave contaminaccedilatildeo por mercuacuterio A
responsaacutevel por esse estudo eacute a professora titular Silvia Maria Franciscato Cozzolino e como
103
colaborada a estudante de doutorado Ariana Vieira Rocha Ambas pertencem a Faculdade de
Ciecircncias Farmacecircuticas (FCF) da Universidade de Satildeo Paulo (USP)
De acordo com algumas pesquisas as mulheres da Amazocircnia apresentam
concentraccedilotildees elevadas de mercuacuterio e essa contaminaccedilatildeo pode comprometer a sauacutede natildeo soacute
delas como tambeacutem das crianccedilas pois uma das formas do mercuacuterio atravessa facilmente a
barreira placentaacuteria e o mercuacuterio acaba se concentrando no ceacuterebro das crianccedilas Isso pode
inibir o desenvolvimento cerebral Por isso eacute preocupante a exposiccedilatildeo das mulheres na idade
feacutertil ao mercuacuterio Acredita-se que o mineral selecircnio possa ser um possiacutevel colaborador para
a populaccedilatildeo natildeo apresentar sinais cliacutenicos evidentes da contaminaccedilatildeo por mercuacuterio Isso pode
ser devido a algumas atribuiccedilotildees do selecircnio pois este mineral tem como uma das suas accedilotildees
atuar como antioxidante e isso pode neutralizar os danos causados pela contaminaccedilatildeo do
mercuacuterio
Desta forma estamos por meio desse documento lhe convidando a participar desse
estudo que tem como objetivo principal avaliar o estado nutricional relativo ao selecircnio assim
como as concentraccedilotildees de mercuacuterio e a relaccedilatildeo desses com o estresse gerado nas ceacutelulas e
tambeacutem com algumas alteraccedilotildees geneacuteticas em mulheres na idade feacutertil em aacuterea exposta ao
mercuacuterio Nesta pesquisa participaraacute 200 mulheres voluntaacuterias da cidade de Porto Velho
Rondocircnia
Se vocecirc concordar em participar passaraacute pelos seguintes procedimentos avaliaccedilatildeo
nutricional onde seratildeo obtidos os dados de peso estatura e circunferecircncia da cintura e
tambeacutem seratildeo anotados os seus dados sobre o consumo alimentar ou seja tudo o que foi
consumido no periacuteodo de 3 dias sendo 2 dia da semana e 1 dia do fim de semana Seraacute
realizada ainda uma coleta de sangue de (20mL) em jejum de 10 a 12 horas para a realizaccedilatildeo
da determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo do mineral selecircnio e avaliar o estresse gerado nas ceacutelulas e
se haacute uma alteraccedilatildeo geneacutetica que possa interferir na concentraccedilatildeo de selecircnio ou mercuacuterio no
organismo Por fim seraacute coletado em torno de (1g) de cabelo na regiatildeo detraacutes do pescoccedilo para
avaliar as concentraccedilotildees de mercuacuterio A pesquisa possui um risco miacutenimo em virtude da
coleta de sangue que pode causar um desconforto poreacutem este seraacute coletado por um
profissional de enfermagem capacitado A obtenccedilatildeo desses dados seraacute realizada no
Laboratoacuterio Alphaclin localizado na Avenida Calama 2215 Bairro Satildeo Joatildeo Bosco Apoacutes
essas coletas seraacute distribuiacutedo um kit lanche contendo bolacha de aacutegua e sal ou biscoito
integral uma fruta e um suco de fruta de caixinha de 200mL O seu sangue seraacute armazenado
no laboratoacuterio de nutriccedilatildeo-minerais da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade
de Satildeo Paulo (USP) sob a responsabilidade da professora titular Silvia Maria Franciscato
Cozzolino para pesquisas futuras Poreacutem se isso acontecer vocecirc seraacute consultado a respeito e
um novo projeto seraacute submetido ao Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
Vocecirc autoriza o armazenamento do seu sangue para pesquisas futuras
( )sim ( )natildeo
Os resultados obtidos seratildeo arquivados e mantidos em sigilo conforme eacutetica Eacute direito
de cada participante obter os resultados das anaacutelises que seratildeo feitas bem como informaccedilotildees
sobre o andamento da pesquisa procedimentos utilizados riscos e benefiacutecios relacionados em
qualquer fase do estudo a fim de esclarecer eventuais duacutevidas Deve ser ressaltado que a
participaccedilatildeo na pesquisa poderaacute ser desfeita em qualquer momento que o Sra achar
conveniente sem sofrer nenhum tipo de constrangimento Natildeo haveraacute nenhuma despesa
financeira para a natildeo participaccedilatildeo neste estudo assim como natildeo haveraacute recompensa
financeira relacionada agrave participaccedilatildeo na pesquisa
Esse estudo traraacute benefiacutecios pois existem evidecircncias que o selecircnio pode exercer um
efeito protetor no organismo contra os malefiacutecios do mercuacuterio Logo os resultados
contribuiratildeo para uma melhor qualidade de vida atraveacutes do conhecimento da avaliaccedilatildeo do
104
estado nutricional Aleacutem do que seraacute realizada uma avaliaccedilatildeo nutricional completa por uma
nutricionista e seratildeo oferecidas orientaccedilotildees quanto agrave alimentaccedilatildeo
ndash INFORMACcedilOtildeES DE NOMES ENDERECcedilOS E TELEFONES DOS RESPONSAacuteVEIS PELO
ACOMPANHAMENTO DA PESQUISA PARA CONTATO EM CASO DE INTERCORREcircNCIAS
CLIacuteNICAS E REACcedilOtildeES ADVERSAS
Silvia Maria Franciscato Cozzolino ndash (Professora Titular do programa de Poacutes-
graduaccedilatildeo em Ciecircncia dos Alimentos da Faculdade de Ciecircncias FarmacecircuticasFCF
(USP) Telefone(11)3091-3625 Endereccedilo da Faculdade Cidade Universitaacuteria Av Lineu
Prestes 580 ndash Bloco 14
Telefone (11) 3091 -3625 (Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo ndash Minerais)
Ariana Vieira Rocha - (Doutoranda do programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Ciecircncia dos
Alimentos da Faculdade de Ciecircncias FarmacecircuticasFCF (USP) Endereccedilo Residencial
Bairro Liberdade Rua da Gloacuteria - 654 Apto 84 CEP 01510-000 ndash Satildeo Paulo ndash SP Telefone
(11) 98532-2125
Endereccedilo da Faculdade Cidade Universitaacuteria Av Lineu Prestes 580 ndash Bloco 14
Telefone 3091 -3625 (Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo ndash Minerais)
Consentimento Poacutes-Esclarecido
Declaro que apoacutes convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ter entendido o que me
foi explicado consinto em participar do presente Protocolo de Pesquisa
Porto Velhodede
_______________________________
Assinatura do sujeito de pesquisa
Ou responsaacutevel legal
___________________________________
Assinatura do pesquisador responsaacutevel
Para qualquer questatildeo duacutevida esclarecimento ou reclamaccedilatildeo sobre aspectos eacuteticos dessa
pesquisa favor entrar em contato com o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas da Faculdade de
Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo ndash Av Prof Lineu Prestes 580 - Bloco
13A ndash Butantatilde ndash Satildeo Paulo ndash CEP 05508-900 Fone 3091-3622 fone-fax 3091-3677 ndash e-
mail cepfcfuspbr
105
Universidade de Satildeo Paulo
Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas
Avaliaccedilatildeo Nutricional
Antropometria
Nome Data de Nascimento
DADOS ANTROPOMEacuteTRICOS
Idade anos
Circunferecircncia da Cintura (CC) Classificaccedilatildeo
Peso kg
Estaturacm
IMC Classificaccedilatildeo
Classificaccedilatildeo do estado nutricional para adultos segundo o Iacutendice de Massa Corpoacuterea (IMC)
Classificaccedilatildeo IMC (kgm2)
Risco de Comorbidades
Baixo Peso
˂ 185 Baixo
Peso Normal ou
Eutrofia 185 - 249
Meacutedio
Sobrepeso
ge 25 ndash 299 Aumentado
Obesidade I 300 - 349 Moderado
Obesidade II 350 ndash 399 Grave
Obesidade III ˃ 40 Muito Grave
Fonte WHO (2000)
106
Universidade de Satildeo Paulo
Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas
Pesquisador Ariana Vieira Rocha
Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo e Minerais(11) 3091-3625
Formulaacuterio Mercuacuterio (Hg)
Identificaccedilatildeo Data
Nome
Idade Sexo Raccedila
Endereccedilo
Haacute quanto tempo reside em Porto Velho
Onde residia anteriormente
Ocupaccedilatildeo principal Quanto tempo hdia
Haacutebitos
Come peixe sim natildeo
Procedecircncia do peixe consumido Nome do Rio
Espeacutecie mais consumida
Frequecircncia de consumo de peixe Quantidade
Frequecircncia de consumo de frutos do mar Quantidade
Ficou doente nos uacuteltimos seis meses sim natildeo
Tomou algum medicamento sim natildeo Qual Frequecircncia
No tratamento do cabelo vocecirc usa
soacute sabonete xampuacute condicionador tintura
liacutequido para permanente alisamento outros Quais
Qual a aacutegua que usa para tomar banho
caerd poccedilo ou mina outra procedecircncia qual
Qual a aacutegua que usa para beber
caerd e filtrada natildeo filtra de poccedilo ou mina galatildeo outra procedecircncia qual
107
ACOMPANHAMENTO NUTRICIONAL
Nome
Responsaacutevel Nutricionista Ariana Vieira Rocha
Universidade de Satildeo Paulo-USP
Telefone (69) 8118-4633 (11) 8532-2125
108
INFORMACcedilOtildeES
Pesquisas tentam explicar a presenccedila do Hg na regiatildeo amazocircnica pois os solos
ambientes aquaacuteticos e consequentemente os peixes apresentarem concentraccedilotildees elevados
deste metal assim como alguns indiviacuteduos que vivem nestas aacutereas poreacutem estes natildeo
apresentam sintomas e sinais cliacutenicos evidentes de contaminaccedilatildeo Supotildee-se que o selecircnio um
mineral antioxidante presente naturalmente no solo da regiatildeo seja um protetor para a aparente
toleracircncia destas populaccedilotildees agrave intoxicaccedilatildeo crocircnica por Hg Dentre outras funccedilotildees e accedilotildees o
selecircnio atua no fortalecimento do sistema imunoloacutegico e tambeacutem ajuda organismo a se
proteger dos danos causados pelos metais toacutexicos como por exemplo o Hg Dessa forma a
ingestatildeo adequada de selecircnio pode ter um efeito protetor contra a contaminaccedilatildeo por Hg
Este caderno tem como objetivo avaliar o estado nutricional relativo ao mineral
selecircnio Por isso eacute muito importante que todas as recomendaccedilotildees e orientaccedilotildees prestadas
durante o acompanhamento nutricional sejam atendidas
Ariana Vieira Rocha
Doutoranda em Ciecircncia dos Alimentos-FCFUSP
Porto Velho 2012
01
109
DADOS DE IDENTIFICACcedilAtildeO
1 Nome
Documento de Identidade nordm
Sexo ( X ) Feminino
Data de Nascimento
Naturalidade Escolaridade
Endereccedilo nordm
Bairro
Cidade
Cep Telefone Celular
Renda Familiar ( ) 1 SM ( ) 2 a 3 SM ( ) Acima de 4 SM
2 Histoacuteria Cliacutenica
Faz uso de anticonpepcional ( ) natildeo ( )sim
Se sim qual Quanto tempo
Antecedentes familiares ( )Dislipidemias ( )Diabetes mellitus
( )Hipertensatildeo arterial ( ) Obesidade
Outras qual
Faz atividade Fiacutesica ( ) natildeo ( ) sim qual
Quantas vezes por semana
02
110
ORIENTACcedilOtildeES QUANTO AO REGISTRO DOS ALIMENTOS
1 Anotar todos os alimentos consumidos durante todo o dia e a noite desde a hora que
acordar ateacute a hora em que for dormir
2 Colocar o horaacuterio das refeiccedilotildees
3 Natildeo esquecer de anotar os alimentos eou qualquer guloseima consumida (balas
chicletes etc) durante as refeiccedilotildees e nos intervalos
4 Anotar a quantidade do alimento consumido na forma de medidas caseiras (fotos
ilustrativas nas proacuteximas paacuteginas) Exemplo
colher de servir colher de sopa colher de sobremesa colher de chaacute ou cafeacute
concha escumadeira copo americano copo de requeijatildeo copo descartaacutevel de 180 ou
200 mL
xiacutecara de chaacute ou cafeacute
prato de mesa prato de sopa prato de sobremesa ou pires
5 Descrever com maior detalhe os tipos de alimentos ou marcas como por exemplo
leite desnatado integral tipo C em poacute
patildeo francecircs integral de forma de leite de batata de mel doce ou caseiro
bolachas recheadas aacutegua e sal chocolate sem recheio SEMPRE colocar o sabor e a
marca
frutas (anotar tipo e tamanho) por exemplo laranja lima meacutedia mamatildeo papaya (meia
unidade)
vegetais folhosos (anotar tipo e preparaccedilatildeo) por exemplo acelga refogada ou crua
manteiga ou margarina (o tipo a marca a quantidade consumida anotada em ponta de
faca ou em colheres de chaacute cafeacute sobremesa ou sopa)
salada de frutas (colocar tipo de frutas e os ingredientes incluiacutedos na salada)
bolo (sabor com ou sem recheio com ou sem cobertura de festa ndash se possiacutevel
escrever os principais ingredientes)
6 Lembrar de escrever o tipo de preparaccedilatildeo se o alimento eacute cozido frito grelhado
ensopado ou agrave milanesa (empanado)
7 Registrar os alimentos em unidades ou porccedilotildees como por exemplo bife meacutedio
pequeno coxa de frango peixe (pedaccedilo pequeno meacutedio ou grande)
8 Anotar as preparaccedilotildees que utilizem mais de um ingrediente e descrevecirc-los um a um
como por exemplo Sopa de legumes (quais is ingredientes e legumes utilizados nesta
preparaccedilatildeo)
03
111
MEDIDAS CASEIRAS
Colocamos ao lado de cada item uma caixa de foacutesforos ilustrativa para fins de
referecircncia quanto ao tamanho das medidas
04
112
Colocamos ao lado de cada item uma caixa de foacutesforos ilustrativa para fins de
referecircncia quanto ao tamanho das medidas
05
113
Margarina ou Manteiga
Colocamos ao lado de cada item uma caixa de foacutesforos ilustrativa para fins de
referecircncia quanto ao tamanho das medidas
06
114
REGISTRO DE ALIMENTOS
Dia 1
Data Dia da semana
Horaacuterio e Local Alimentos ou
Preparaccedilotildees
Quantidade
(medida caseira)
Marca Comercial
07
115
REGISTRO DE ALIMENTOS
Dia 2
Data Dia da semana
Horaacuterio e Local Alimentos ou
Preparaccedilotildees
Quantidade
(medida caseira)
Marca Comercial
08
116
REGISTRO DE ALIMENTOS
Dia 3
Data Dia da semana
Horaacuterio e Local Alimentos ou
Preparaccedilotildees
Quantidade
(medida caseira)
Marca Comercial
09
117
AGRADECEMOS A SUA COLABORACcedilAtildeO
Mestre Ariana Vieira Rocha (Nutricionista mestre e doutoranda do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncia dos
Alimentos Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo)
Doutora Silvia Maria F Cozzolino (Nutricionista Professora Titular do Departamento de Alimentos e Nutriccedilatildeo Experimental
Faculdade de Ciecircncias FarmacecircuticasUniversidade de Satildeo Paulo)
10
118
ANEXOS
ANEXO 1 Informaccedilotildees para os membros de bancas julgadoras
ANEXO 2 Parecer do Comitecirc de Eacutetica (CEP)
ANEXO 3 Ficha de Aluno
119
UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas
Secretaria de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Informaccedilotildees para os Membros de Bancas Julgadoras de
MestradoDoutorado
1 O candidato faraacute uma apresentaccedilatildeo oral do seu trabalho com duraccedilatildeo
maacutexima de trinta minutos
2 Os membros da banca faratildeo a arguumliccedilatildeo oral Cada examinador
disporaacute no maacuteximo de trinta minutos para arguumlir o candidato exclusivamente sobre o
tema do trabalho apresentado e o candidato disporaacute de trinta minutos para sua
resposta
21 Com a devida anuecircncia das partes (examinador e candidato) eacute
facultada a arguumliccedilatildeo na forma de diaacutelogo em ateacute sessenta minutos por examinador
3 A sessatildeo de defesa seraacute aberta ao puacuteblico
4 Terminada a arguumliccedilatildeo por todos os membros da banca a mesma se
reuniraacute reservadamente e expressaraacute na ata (relatoacuterio de defesa) a aprovaccedilatildeo ou
reprovaccedilatildeo do candidato baseando-se no trabalho escrito e na arguumliccedilatildeo
41 Caso algum membro da banca reprove o candidato a Comissatildeo
Julgadora deveraacute emitir um parecer a ser escrito em campo exclusivamente indicado
na ata
42 Seraacute considerado aprovado o aluno que obtiver aprovaccedilatildeo por
unanimidade ou pela maioria da banca
5 Duacutevidas poderatildeo ser esclarecidas junto agrave Secretaria de Poacutes-
Graduaccedilatildeo pgfarmauspbr (11) 3091 3621
Satildeo Paulo 23 de maio de 2014
Prof Dr Adalberto Pessoa Junior Presidente da CPGFCFUSP
Av Prof Lineu Prestes 580 Bloco 13 A - Cidade Universitaacuteria - CEP 05508-900 - Satildeo Paulo - SP Fone (11) 3091 3621 - Fax (11) 3091 3141 ndash e-mail pgfarmauspbr
120
121
122
123
1
UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO
FACULDADE DE CIEcircNCIAS FARMACEcircUTICAS
PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM CIEcircNCIA DOS ALIMENTOS
Aacuterea de Nutriccedilatildeo Experimental
Status de selecircnio de uma populaccedilatildeo residente em aacuterea de risco de
contaminaccedilatildeo por mercuacuterio Influecircncia de polimorfismos e accedilatildeo
sobre o estresse oxidativo
Ariana Vieira Rocha
Tese para obtenccedilatildeo do grau de
DOUTOR
Orientadora Profordf Titular Silvia Maria Franciscato Cozzolino
Co-orientadora Profordf Deacuteborah Inecircs Teixeira Faacutevaro
SAtildeO PAULO
2015
2
Ariana Vieira Rocha
Status de selecircnio de uma populaccedilatildeo residente em aacuterea de risco de
contaminaccedilatildeo por mercuacuterio Influecircncia de polimorfismos e accedilatildeo
sobre o estresse oxidativo
Comissatildeo Julgadora da Tese para obtenccedilatildeo do grau de Doutor
_______________________________________________
Profordf Titular Silvia Maria Franciscato Cozzolino
(OrientadoraPresidente)
________________________________________________
1ordm Examinador
________________________________________________
2ordm Examinador
________________________________________________
3ordm Examinador
________________________________________________
4ordm Examinador
SAtildeO PAULO _____ de ___________________de 2015
3
4
Gastei uma hora pensando um verso que a pena natildeo quer escrever
No entanto ele estaacute caacute dentro inquieto vivo
Ele estaacute caacute dentro e natildeo quer sair
Mas a poesia deste momento inunda minha vida inteira
Carlos Drumonnd de Andrade
5
A todas as voluntaacuterias desta pesquisa pelo carinho esforccedilo e dedicaccedilatildeo
Agraves amigas Daniela Zancan Dayane Zancan Laiacutes Maria e Larissa Matheus pela ajuda
imensuraacutevel durante a coleta de dados
Especialmente aos meus tios Ivanilde Rocha e Cristovatildeo Vieira que me ergueram
no momento em que mais precisei
6
AGRADECIMENTOS
A Deus que me ilumina e daacute forccedilas para seguir sempre em frente e ao Espiacuterito Santo por
todas as becircnccedilatildeos
Agrave luz da minha vida minha matildee Nair Lima por tudo que tem feito e ainda faz por mim
Meu modelo de iacutendole e dignidade Meu amuleto
Agrave orientadora Silvia Maria Franciscato Cozzolino exemplo de serenidade em momentos de
dificuldades Sou muito grata pela oportunidade de ter sido sua aluna e orientanda Obrigada
ainda por ter me abraccedilado desde o primeiro momento
Agrave professora Deacuteborah Faacutevaro pensar em vocecirc me causa garra e alegria Obrigada pela
parceria e disponibilidade na realizaccedilatildeo das anaacutelises de mercuacuterio Foi um prazer indescritiacutevel
tecirc-la ao meu lado na bancada
Agrave Julie Christine Luana Janaiacutena Cleonilce Oliveira Gisele Dias Natsue Kosin Larissa
Freitas Luana Cardozo e Yara Salviano por disponibilizarem do seu tempo por uma
causa a ciecircncia
Agrave Jamile Sadeck Dina Horeay e Analu Barofaldi seres de luz que deram ajuda a uma
desconhecida sem pedir nada em troca e se hoje esta jornada estaacute sendo concretizada
tambeacutem eacute graccedilas a vocecircs Ensinaram-me na praacutetica a fazer o bem sem olhar a quem Que
esta bondade esteja sempre comigo para que eu possa passaacute-la adiante
Agrave Gabriela Pellucio (Gabi peluacutecia) e sua matildee Mirian Guizelini que abraccedilaram a minha
causa e pela ampla ajuda em conseguir voluntaacuterias Querida Gabi obrigada pelo carinho vocecirc
foi um anjinho na minha vida
Agrave amiga Silvane Maziero assim como ao Flaacutevio Terassini ao Thiago Abiorana e agrave Helen
Queite pela divulgaccedilatildeo da pesquisa em seus ambientes de estudo eou trabalho Obrigada de
coraccedilatildeo
Agrave Juliana Closs por permitir a divulgaccedilatildeo do projeto no curso de nutriccedilatildeo da Faculdade Satildeo
Lucas (FSL)
Agrave Mariana Modesto Roberta Valmorbida Simone Oliveira e Alcione Altini por natildeo
hesitarem em ajudar esta colega de classe na divulgaccedilatildeo da pesquisa no ambiente das
Faculdades Integradas Apariacutecio Carvalho (FIMCA)
Agrave ldquonossardquo equipe do laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo-Minerais Alexandre Pimentel Baacuterbara
Cardoso Bruna Reis Graziela Biude Isabela Saraiva Janaina Donadio Kaluce Almondes
7
Kaacutetia Callou Larissa Bezerra Leila Hashimoto Luciane Alencar e Verocircnica Bandeira
por serem apoio companhia e ajuda nos trabalhos realizados no cotidiano
Especialmente
Agrave Bruna Reis (Rabin) e Isabela Saraiva (Isa nojentinha do meu coraccedilatildeo) que me
proporcionaram uma amizade de cunho profissional e pessoal tornando esta jornada mais
viva leve e muito alegre Por todos os braccedilos e abraccedilos servidos nos momentos de ajuda
sem horaacuterio para acabar Por me fazerem lembrar desse trio com um enorme sorriso no
rosto
Agrave Kaluce Almondes (Kakaacute) querida companheira de anaacutelises que pareciam interminaacuteveis
(risos) obrigada pela parceria conversas filosoacuteficas e gargalhadas constantes inclusive em
momentos de afliccedilatildeo
Agrave Liliane Viana Pires (Lili medalhinha) luz em todos os momentos (desde 2006)
Mesmo com a distacircncia geograacutefica existente entre noacutes vocecirc eacute sempre presente Agradeccedilo
ainda por despertar em mim a vontade de ser sempre melhor
Agraves florzinhas da Liliane Pires Leila Hashimoto (Leilinha) Luciane Alencar (Lu) e
Verocircnica Bandeira (Vecirc) pela ajuda durante as anaacutelises de enzimas mesmo com tantos
afazeres e por me tratarem sempre com muito carinho e atenccedilatildeo
Agrave Baacuterbara Cardoso pelo abraccedilo apertado que diz muito em cada encontro
Agraves Fernandas Santana e Shinagawa agradeccedilo a ajuda a companhia a diversatildeo e a
amizade construiacuteda principalmente nos momentos extras de trabalho jaacute que nem sempre
conseguiacuteamos acabar no horaacuterio do expediente em virtude do nuacutemero de amostras (risos)
Agrave Lilian Mendes apoio e alicerce fundamentais nos uacuteltimos meses que atraveacutes do seu
coraccedilatildeo profissionalismo e vivecircncia de mundo ensinou-me a aceitar e conviver com o meu
eu interior e com a minha alma
Ao meu irmatildeo de coraccedilatildeo Guilber Diniz Barros pela forccedila e energia enviada por todas as
conversas na tentativa de me distrair ou esquecer algo por me ajudar agrave distacircncia e
principalmente por me ensinar a levantar sem laacutegrimas nos olhos e de cabeccedila erguida
Agrave Fabiana Yasuhara da Assessoria Cientiacutefica Life Technologies pelo suporte fundamental
realizado durante as anaacutelises do polimorfismo de deleccedilatildeo GSTM1
Agrave funcionaacuteria Maria de Lurdes Pedrosa (Lurdinha) pelo otimismo carinho e pelas
palavras ldquono fim tudo daacute certordquo
8
RESUMO
ROCHA AV Status de selecircnio de uma populaccedilatildeo residente em aacuterea de risco de
contaminaccedilatildeo por mercuacuterio Influecircncia de polimorfismos e accedilatildeo sobre o estresse
oxidativo 2015 133f (Tese de Doutorado) Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas (FCF)
Universidade de Satildeo Paulo (USP) 2015
Estudos apontam que a regiatildeo Amazocircnica apresenta concentraccedilotildees significativas de selecircnio
nos solos e que por isso a populaccedilatildeo natildeo estaria susceptiacutevel agrave deficiecircncia desse mineral Em
contrapartida a regiatildeo tambeacutem apresenta dados de concentraccedilotildees elevadas de mercuacuterio nos
solos e rios entretanto a populaccedilatildeo natildeo apresenta sinais cliacutenicos evidentes de contaminaccedilatildeo
Acredita-se que o selecircnio um mineral antioxidante possa ser um possiacutevel colaborador para a
aparente toleracircncia ao mercuacuterio pois uma das accedilotildees desse mineral eacute a de destoxificar o
organismo contra metais toacutexicos Dependendo das concentraccedilotildees no organismo o mercuacuterio
pode potencializar a geraccedilatildeo das espeacutecies reativas de oxigecircnio e dessa forma as defesas
antioxidantes intriacutensecas das ceacutelulas podem ser prejudicadas resultando na condiccedilatildeo
conhecida por estresse oxidativo A contaminaccedilatildeo por mercuacuterio pode ainda comprometer a
sauacutede tanto das mulheres quanto das crianccedilas pois esse metal na forma de metilmercuacuterio
pode atravessar a barreira placentaacuteria e se concentrar principalmente no ceacuterebro do feto
Aliado a isso a presenccedila de polimorfismos em certos genes podem alterar a expressatildeo de
enzimas antioxidantes como a glutationa peroxidase 1 que eacute dependente de selecircnio assim
como da glutationa S-transferase que atua na destoxificaccedilatildeo do mercuacuterio no organismo
Vaacuterios estudos apresentam dados de concentraccedilotildees de mercuacuterio em ribeirinhos da Amazocircnia
no entanto resultados referentes agraves concentraccedilotildees de selecircnio ao estresse oxidativo e a
polimorfismos geneacuteticos na populaccedilatildeo da aacuterea urbana satildeo raros Diante disso este estudo
objetivou avaliar o estado nutricional relativo ao selecircnio concentraccedilotildees de mercuacuterio e a
possiacutevel relaccedilatildeo desses paracircmetros com o estresse oxidativo e os polimorfimos Pro198Leu (rs
1050450) no gene da glutationa peroxidase 1 e GSTM1 no gene da glutationa S-transferase
em mulheres em idade feacutertil residentes em aacuterea de risco de exposiccedilatildeo ao mercuacuterio da cidade
de Porto Velho (RO) As voluntaacuterias foram avaliadas por meio de medidas antropomeacutetricas
(peso estatura e circunferecircncia da cintura) e aplicou-se o registro alimentar para avaliaccedilatildeo do
consumo alimentar Realizou-se uma coleta de sangue para anaacutelise de selecircnio atividade da
enzima glutationa peroxidase marcadores de estresse oxidativo e polimorfismos geneacuteticos O
selecircnio foi determinado por espectrometria de absorccedilatildeo atocircmica com geraccedilatildeo de hidretos
acoplados agrave cela de quartzo (HGQTAAS) Para anaacutelise de mercuacuterio foi coletada uma amostra
do cabelo das voluntaacuterias sendo sua concentraccedilatildeo determinada pelo meacutetodo de
espectrometria de absorccedilatildeo atocircmica com geraccedilatildeo de vapor frio (CV AAS) Para avaliar o
estresse oxidativo foram determinadas a concentraccedilatildeo plasmaacutetica de Malondialdeiacutedo (MDA)
e a Capacidade de Absorccedilatildeo de Radicais de Oxigecircnio (ORAC) Participaram do estudo 200
mulheres com idade entre 19 e 50 anos A ingestatildeo alimentar meacutedia de selecircnio foi de 493 plusmn
192 microgdia e a prevalecircncia de ingestatildeo inadequada foi de 409 As concentraccedilotildees meacutedias do
mineral no plasma e nos eritroacutecitos foram respectivamente 498 + 186 microgL e 754 + 299
microgL A atividade meacutedia da glutationa peroxidase foi de 451+ 194 Ug Hb A concentraccedilatildeo
meacutedia de mercuacuterio nos cabelos foi de 625 + 766 ng g-1
Ao avaliar a presenccedila do SNP
Pro198Leu observou-se que 567 das participantes apresentaram genoacutetipo selvagem 368
heterozigotos e 68 homoizgotos para leucina Quanto ao polimorfismo de deleccedilatildeo GSTM1
425 das voluntaacuterias apresentaram o genoacutetipo nulo ou deletado ou seja relacionado a
ausecircncia de expressatildeo da glutationa S-transferase Esses resultados permitem concluir que a
maioria das participantes apresentou estado nutricional deficiente em relaccedilatildeo ao selecircnio
Apesar disso tanto a atividade enzimaacutetica da glutationa peroxidase como os biomarcadores
9
do estresse oxidativo natildeo sofreram interferecircncia desta deficiecircncia O polimorfismo
Pro198Leu tambeacutem natildeo interferiu no status de selecircnio e no estresse oxidativo Quanto agrave
avaliaccedilatildeo do polimorfismo GSTM1 o genoacutetipo nulo ou deletado tambeacutem natildeo mostrou
associaccedilatildeo com as concentraccedilotildees de mercuacuterio e o estresse oxidativo
Palavras-chave selecircnio estresse oxidativo polimorfismo geneacutetico e mercuacuterio
10
ABSTRACT
ROCHA AV Selenium status of a population living in a mercury contamination risk
area Influence of polymorphisms and action on oxidative stress 2015 133f (Tese de
Doutorado) Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo
2015
Studies have shown that the Amazon region has significant concentrations of selenium in
soils and therefore the population is not susceptible to deficiency of this mineral However
the region also presents data from high levels of mercury in soils and rivers however the
population has no obvious clinical signs of contamination It is believed that selenium an
antioxidant mineral may be a possible contributor to the apparent tolerance because of its
actions in the detoxification of the body from toxic metals Depending on the concentrations
in the body mercury can increase the generation of reactive oxygen species and thus the
intrinsic antioxidant defenses of cells can be damaged resulting in the condition known as
oxidative stress The mercury contamination may also compromise the health of both women
and children since this metal in the form of methylmercury can cross the placental barrier and
concentrate mainly in the fetal brain In addition the presence of genetic polymorphisms can
alter the expression of antioxidant enzymes such as glutathione peroxidase 1 which is
selenium dependent as well as glutathione S-transferase which can be responsible for the
mercury detoxification in the body Several studies have shown mercury levels of riverine
people from Amazon however results regarding selenium concentrations oxidative stress
and polymorphisms in the urban population are area Thus this study aimed to evaluate
selenium status mercury levels and the possible relationship of these with oxidative stress and
genetic polymorphisms Pro198Leu (rs 1050450) in glutathione peroxidase 1 gene and
GSTM1 in the glutathione S-transferase gene in women living in mercury exposure risk area
from the city of Porto Velho (RO) The of the volunteers was assessed using anthropometric
measurements (weight height and waist circumference) and evaluation of food consumption
by the food record Blood samples were collected for selenium analysis glutathione
peroxidase enzymersquos activity oxidative stress and genetic polymorphisms Selenium was
determined by hydride generation quartz tube atomic absorption spectroscopy (HGQT AAS)
For mercury analysis a hair sample of volunteers was collected and its concentration was
determined by atomic absorption spectrometry method with cold vapor (CV AAS) To
evaluate oxidative stress plasma concentrations of malondialdehyde (MDA) and Oxygen
Radical Absorbance Capacity (ORAC) were determined We enrolled 200 volunteers aged
between 19 and 50 The average of selenium intake was 493 plusmn 192 microgday and the
prevalence of inadequate intake was 409 Mean selenium concentration on plasma and
erythrocytes were respectively 498 + 186 microgL and 754 + 299 microgL Glutathione
peroxidase showed mean activity of 451 + 194 Ug Hb and mercury levels of 625 + 766 ng g-
1 Evaluating the presence of the SNP Pro198Leu it was observed that 567 of the were
participants had wild type genotype 368 heterozygous and 68 were homozygous for
leucine For the GSTM1 null deletion polymorphism 425 of the volunteers had a null
genotype ie do not express the enzyme glutathione S-transferase These results indicate that
the majority of participants had selenium deficiency in plasma and erythrocytes Nevertheless
most of them had adequate activity of glutathione peroxidase There was no association
between selenium concentrations and the biomarkers used to assess oxidative stress The
Pro198Leu polymorphism did not interfere in selenium concentrations as well as in the
oxidative stress The evaluation of GSTM1 polymorphism had no association with mercury
levels and oxidative stress
Keywords selenium oxidative stress polymorphisms and mercury
11
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 Concentraccedilatildeo de Se (microgg) em castanha-do-brasil da regiatildeo Amazocircnica
22
Quadro 2 Ingestatildeo Dieteacutetica de Referecircncia (DRIs) relativas ao Se em microgdia a
partir de um ano de idade de acordo com o Institute of Medicine (IOM
2006)
23
Quadro 3 Frequecircncia genotiacutepica do polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) no
gene que codifica para GPx 1 encontrada em pesquisas realizadas no
Brasil por pesquisadores do Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo e Minerais da
Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo
(USP)
37
Quadro 4 Distribuiccedilatildeo da frequecircncia do polimorfismo GSTM1(ABAB0) no gene
da GST em diferentes etnias
39
Quadro 5 Classificaccedilatildeo do Iacutendice de Massa Corpoacuterea (IMC) para adultos segundo
WHO (2000)
45
Quadro 6 Intervalos de recomendaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de macronutrientes em
percentual de contribuiccedilatildeo energeacutetica (AMDR) de acordo com IOM
(2006)
46
Quadro 7 Valores de referecircncias adotados para concentraccedilatildeo de Se no plasma e
eritroacutecitos
47
Quadro 8 Resultados das anaacutelises dos materiais de referecircncia utilizados na
determinaccedilatildeo de Hg total
49
12
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas das voluntaacuterias
55
Tabela 2 Classificaccedilatildeo das participantes segundo o IMC
56
Tabela 3 Ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) das participantes (n = 194)
59
Tabela 4 Concentraccedilatildeo de Se (microgL) no plasma e nos eritroacutecitos das participantes
(n=194)
61
Tabela 5 Coeficiente de regressatildeo da ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) como
variaacutevel independente que influenciou a concentraccedilatildeo do mineral no
plasma (microgL) das participantes
64
Tabela 6
Tabela 7
Coeficiente de regressatildeo da ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) como
variaacutevel independente que influenciou a concentraccedilatildeo do mineral nos
eritroacutecitos (microgL) das participantes
Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram
as concentraccedilotildees de Hg (ng g-1
) nos cabelos (variaacutevel dependente) das
participantes
64
71
Tabela 8 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram
a capacidade antioxidante ndash ORAC (mmol eq troloxg de amostra)
(variaacutevel dependente) das participantes
71
Tabela 9 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram
a concentraccedilatildeo plasmaacutetica de MDA (microM) (variaacutevel dependente) das
participantes
72
Tabela 10 Distribuiccedilatildeo do SNP Pro198Leu (rs 1050450) no gene que codifica para
a GPx 1 nas participantes (n=190)
73
Tabela 11 Concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio atividade da enzima
GPx MDA e ORAC de acordo com o genoacutetipo para o polimorfismo
Pro198Leu (rs1050450) no gene que codifica a GPx
76
Tabela 12 Distribuiccedilatildeo do polimorfismo GSTM1 no gene da GST das participantes
(n = 180)
76
Tabela 13 Concentraccedilotildees de Hg de MDA e ORAC de acordo com o genoacutetipo para
o polimorfismo GSTM1 no gene da GST das participantes
77
13
LISTA DE ABREVIATURAS
Se - Selecircnio
Hg - Mercuacuterio
MeHg - Metilmercuacuterio
dimetilHg - Dimetilmercuacuterio
GPx - Glutationa Peroxidase
GST - Glutationa S-Transferase
GR - Glutationa Redutase
GSH - Glutationa Reduzida
SOD - Superoacutexido Dismutase
Hb - Hemoglobina
T3 - Tri-iodotironina
T4 - Tiroxina
SeO32-
- Selenito
SeO42-
- Selenato
Cd - Caacutedmio
Rd - Raacutedio
As - Arsecircnio
Cu - Cobre
Ag - Prata
Pb - Chumbo
Pt - Platina
DRI - Recomendaccedilatildeo de Ingestatildeo de Referecircncia
EAR - Necessidade Meacutedia Estimada
UL - Niacutevel Maacuteximo de Ingestatildeo Toleraacutevel
RDA - Ingestatildeo Dieteacutetica Recomendada
EER - Necessidade Energeacutetica Estimada
AMDR - Acceptable Macronutrient Distribution Range
IOM - Institute of Medicine
ADI - Ingestatildeo Diaacuteria Aceitaacutevel
PTWI - Ingestatildeo Semanal Toleraacutevel Provisoacuteria
DCNT - Doenccedilas Crocircnicas natildeo Transmissiacuteveis
14
WHO - World Health Organization
AP - Amapaacute
PA - Paraacute
RO - Rondocircnia
AM - Amazonas
EDTA - Aacutecido Etilenodiamino Tetraceacutetico
O2 - Oxigecircnio
ERO - Eacutespecies Reativas de Oxigecircnio
ERN - Eacutespecies Reativas de Nitrogecircnio
RSS e SR - Selenosulfidos
SNP - Single Nucleotide Polymorfism
STR - Simple Tandem Repeats
VNTR - Variable Number of Tandem Repeats
PCK - Proteiacutena Quinases
DNA - Aacutecido Desoxirribonucleico
C - Citocina
T - Timina
SDM - Seleno Dimetil ndash Mercuacuterio
MDA - Malondialdeiacutedo
ORAC - Capacidade Antioxidante
8-OHdG - 8 Hidroxidodesoxiguanosina
CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente
Na - Soacutedio
Se-Met - Selenometionina
mv - MassaVolume
PA - Pureza Analiacutetica
LAN - Anaacutelise por Ativaccedilatildeo Neutrocircnica
AOAC - Association of Official Analytical Chemists
NCHS - National Center of Health and Statistics
HGQTAAS - Espectrometria de Absorccedilatildeo Atocircmica por Geraccedilatildeo de Hidretos
Acoplados agrave Cela de Quartzo
CVAAS - Espectrometria de Absorccedilatildeo Atocircmica com Geraccedilatildeo de Vapor Frio
IPEN - Instituto de Pesquisa Energeacutetica Nuclear
IMC -Iacutendice de Massa Corpoacuterea
15
CC - Circunferecircncia da Cintura
LD - Limite de Detecccedilatildeo
LQ - Limite de Quantificaccedilatildeo
PNJ
IAEA
- Parque Nacional do Jauacute
- Agecircncia Internacional de Energia Atocircmica
UNIR - Universidade Federal de Rondocircnia
SEDUC - Secretaria de Educaccedilatildeo
SESAU - Secretaria da Sauacutede
ABESO - Associaccedilatildeo Brasileira para Estudo da Obesidade e da Siacutendrome Metaboacutelica
LANCRPq - Laboratoacuterio de Anaacutelise por Ativaccedilatildeo Neutrocircnica
IPENCNEN - Instituto de Pesquisas Energeacuteticas Nucleares
FCF - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas
USP - Universidade de Satildeo Paulo
16
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 18
2 REVISAtildeO DA LITERATURA 20
21 SELEcircNIO 20
211 Fontes Biodisponibilidade e Recomendaccedilatildeo 21
212 Aspectos Fisioloacutegicos Absorccedilatildeo Biodisponibilidade Armazenamento e Excreccedilatildeo 24
213 Funccedilotildees e Accedilotildees 25
214 Deficiecircncia e Toxicidade 29
22 MERCUacuteRIO30
23 ESTRESSE OXIDATIVO 33
24 POLIMORFISMOS 35
241 Polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) no Gene da GPx 36
242 Polimorfismo GSTM1 no Gene da GST 38
3 OBJETIVOS 41
31 OBJETIVO GERAL 41
32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 41
4 METODOLOGIA 42
41 CASUIacuteSTICA E DELINEAMENTO 42
42 COLETA DE DADOS42
43 AVALIACcedilAtildeO ANTROPOMEacuteTRICA 45
44 CONSUMO ALIMENTAR 46
45 DETERMINACcedilAtildeO DA CONCENTRACcedilAtildeO DE SELEcircNIO NO PLASMA E ERITROacuteCITOS 47
46 DETERMINACcedilAtildeO DA ATIVIDADE DA GPx 48
47 PROCESSAMENTO E ANAacuteLISE DE MERCUacuteRIO NOS CABELOS 48
48 DETERMINACcedilAtildeO DA CONCENTRACcedilAtildeO PLASMAacuteTICA DE MALONDIALDEIacuteDO 50
49 DETERMINACcedilAtildeO DA CAPACIDADE DE ABSORCcedilAtildeO DE RADICAIS DE OXIGEcircNIO 51
410 PREPARACcedilAtildeO DAS AMOSTRAS PARA ANAacuteLISE DOS POLIMORFISMOS 52
4101 Determinaccedilatildeo do Polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) 52
4102 Determinaccedilatildeo do Polimorfismo GSTM1 53
411 ANAacuteLISES ESTATIacuteSTICAS 53
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 54
51 CARACTERIZACcedilAtildeO DA POPULACcedilAtildeO 54
52 AVALIACcedilAtildeO ANTROPOMEacuteTRICA 55
53 CONSUMO ALIMENTAR 57
17
54 MARCADORES BIOQUIacuteMICOS DO ESTADO NUTRICIONAL RELATIVO AO SELEcircNIO 60
55 SEEcircNIO E ATIVIDADE DA ENZIMA GPx 1 65
56 SELEcircNIO E CONCENTRACcedilOtildeES DE MERCUacuteRIO 67
57 SELEcircNIO E AVALIACcedilAtildeO DO ESTRESSE OXIDATIVO MDA E ORAC 71
58 POLIMORFISMO PRO198LEU 73
59 POLIMORFISMO GSTM1 76
6 CONCLUSAtildeO 80
7 CRONOGRAMA 81
REFEREcircNCIAS 82
APEcircNDICES 100
ANEXOS 118
18
1 INTRODUCcedilAtildeO
O selecircnio (Se) eacute um mineral traccedilo essencial para a biologia humana e esta
essencialidade foi reconhecida em 1979 apesar deste elemento ter sido descoberto em 1817
Dentre as funccedilotildees atribuiacutedas a este mineral destacam-se a funccedilatildeo antioxidante e proteccedilatildeo
contra accedilatildeo nociva de metais toacutexicos aleacutem de atuar em niacutevel de sistema imunoloacutegico
(NAVARRO-ALARCON e LOacutePEZ-MARTINEZ 2000 REILLY 1996) A funccedilatildeo
antioxidante estaacute relacionada agraves selenoproteiacutenas como a P e agraves glutationas peroxidases (GPx)
que satildeo dependentes de Se (HSIEH et al 2006) As GPx satildeo selenoproteiacutenas encontradas em
todos os tecidos de mamiacuteferos em que haacute processos oxidativos cuja accedilatildeo eacute reduzir a produccedilatildeo
de Espeacutecies Reativas de Oxigecircnio (ERO) contribuindo para a proteccedilatildeo das macromoleacuteculas e
membranas do organismo contra a oxidaccedilatildeo (GONZAGA et al 2005)
O homem obteacutem Se por meio da alimentaccedilatildeo (REILLY 1996 FAacuteVARO et al 2000
GONZAGA 2002 THOMSON 2006) e a quantidade do mineral presente nos alimentos
reflete a concentraccedilatildeo do solo sendo essa distribuiccedilatildeo heterogecircnea ou seja um alimento da
mesma espeacutecie proveniente de aacutereas distintas pode apresentar concentraccedilotildees de Se diferentes
(AMOUROUX et al 2001 MARTENS e COZZOLINO 2012) No Brasil Cozzolino et al
(2007) evidenciaram que feijotildees produzidos no estado de Satildeo Paulo tinham menores
concentraccedilotildees de Se (0016 μg de Seg) quando comparados aos feijotildees do Cearaacute (12 μg de
Seg)
Dessa forma pode-se supor que as regiotildees norte e nordeste apresentam maiores
concentraccedilotildees de Se no solo enquanto as regiotildees centro-oeste e sudeste tendem a apresentar
concentraccedilotildees menores indicando maior risco de desenvolvimento da deficiecircncia do mineral
nas duas uacuteltimas regiotildees (COZZOLINO et al 2007 MARTENS e COZZOLINO 2012) A
regiatildeo norte aleacutem de ser considerada uma das aacutereas com solos mais ricos em Se tambeacutem
apresenta de forma abundante o alimento considerado a melhor fonte do mineral a castanha-
do-brasil (Bertholletia excelsa) (ROCHA et al 2014)
Um estudo realizado por Gonzaga (2002) avaliou o estado nutricional relativo ao Se
em 41 crianccedilas de Macapaacute (AP) e de Beleacutem (PA) de acordo com os resultados as crianccedilas
avaliadas natildeo apresentaram deficiecircncia em Se
Rocha et al (2014) tambeacutem avaliaram crianccedilas da regiatildeo norte em duas localidades
ribeirinhas da cidade de Porto Velho (RO) obtendo um total de 42 participantes As crianccedilas
ribeirinhas de Demarcaccedilatildeo apresentaram concentraccedilotildees plasmaacuteticas de Se abaixo da
19
referecircncia para a faixa etaacuteria enquanto as crianccedilas da segunda localidade Gleba do Rio Preto
apresentaram concentraccedilotildees elevadas constituindo risco de toxicidade
Bortoli (2010) avaliou 55 mulheres de uma comunidade ribeirinha de Manaus (AM)
denominada de Novo Airatildeo e observou que a meacutedia de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio estava
dos valores da normalidade
Com base nesses estudos observa-se que natildeo eacute possiacutevel estabelecer um diagnoacutestico
preciso sobre o status de Se na regiatildeo norte sendo necessaacuterios mais estudos principalmente
com a populaccedilatildeo das cidades
Em contrapartida agrave suposiccedilatildeo que a regiatildeo norte ou amazocircnica pode ter solos ricos em
Se a mesma tambeacutem eacute considerada uma aacuterea de risco de exposiccedilatildeo ao mercuacuterio (Hg) um
metal toacutexico que natildeo exerce funccedilatildeo bioloacutegica Segundo Fadini e Jardim (2001) esta
contaminaccedilatildeo eacute devida aos processos naturais e antroacutepicos
Alguns autores sugerem que a populaccedilatildeo da Amazocircnia apresenta a mais alta exposiccedilatildeo
ao Hg relatada no mundo e isso pode exigir um aumento da quantidade de Se no organismo
na tentativa de compensar tanto o estresse oxidativo quanto os efeitos toacutexicos provocados pelo
metal bem como para manter a atividade ideais de enzimas antioxidantes (FORDYCE 2005
RAYMAN 2008 LEMIRE et al 2010 PASSOS MERGLER 2008)
Diante desse cenaacuterio este projeto avaliou o estado nutricional relativo ao Se
concentraccedilotildees de Hg estresse oxidativo e a presenccedila dos polimorfismos geneacuteticos Pro198Leu
no gene da GPx e GSTM1 no gene da glutationa S-transferase (GST) de mulheres residentes
na cidade de Porto Velho (RO) Vale mencionar que estudos sobre o Se satildeo inexistentes nesta
populaccedilatildeo e a maioria das pesquisas realizadas com o Hg na Amazocircnia avaliou apenas
populaccedilotildees ribeirinhas
20
2 REVISAtildeO DA LITERATURA
21 SELEcircNIO
O Se foi descoberto pelo quiacutemico sueco Jons Jakob Berzelius no ano de 1817 em seus
experimentos sobre a oxidaccedilatildeo do aacutecido sulfuacuterico pesquisando agentes toacutexicos (FOX
FAIRWEATHER 1999) Em 1957 Schwartz e Foltz descobriram a sua importacircncia para a
sauacutede animal quando verificaram que pequenas quantidades de Se apresentavam accedilatildeo
protetora em ratos com necrose hepaacutetica e deficiecircncia em vitamina E (NAVARRO-
ALARCON LOacutePEZ-MARTINEZ 2000) Em 1973 Rotruck isolou a enzima GPx e verificou
a presenccedila de Se em seu siacutetio ativo (BAYOUMY-EL 2001) A essencialidade do Se para os
humanos foi reconhecida em 1979 quando cientistas chineses descobriram uma doenccedila por
deficiecircncia de Se em uma regiatildeo da China chamada Keshan a qual deu origem ao nome desta
doenccedila e quando a suplementaccedilatildeo com Se atuou em caso de distrofia muscular (ESTADOS
UNIDOS - IOMFNB 2001)
No processo de evoluccedilatildeo da terra o Se foi incorporado ao solo oriundo dos magmas e
gases vulcacircnicos e apoacutes o degelo da era glacial esse semi-metal foi espalhado por algumas
aacutereas do globo terrestre de forma heterogecircnea (KOHRLE 1999) Dessa forma as
caracteriacutesticas geoloacutegicas de cada regiatildeo influenciaram as concentraccedilotildees de Se nos solos
existindo locais onde esta concentraccedilatildeo eacute tatildeo elevada que pode causar intoxicaccedilatildeo em animais
que consomem as pastagens cultivadas (REILLY 1996) e em outras eacute tatildeo baixa que pode
causar deficiecircncia (SILVA et al 1993)
Solos com concentraccedilatildeo de Se ao redor de 005 microgg tendem a proporcionar dietas
com concentraccedilotildees menores que 01 microgg causando deficiecircncia do mineral enquanto solos
com mais de 5 microgg do mineral contribuem para a intoxicaccedilatildeo (OLDFIELD 1999) Por isso a
quantidade de Se existente nos alimentos na aacutegua e no ar reflete o teor deste mineral no solo
sendo dependente de fatores geoquiacutemicos como o pH sendo que solos com pH menor que
55 (aacutecido) apresentam baixa biodisponibilidade de Se e solos com pH maior que 75
(alcalino) apresentam Se mais biodisponiacutevel A natureza da rocha originaacuteria tambeacutem interfere
nas quantidades de Se no ambiente sendo aquelas ricas em granito e basalto pobres em Se e
as vulcacircnicas incandescentes calcaacuterias de carvatildeo e de pirita mais ricas no mineral
(BAOYAN ZHANG 2002 REILLY 1996 FOX FAIRWEATHER-TAIT 1999 GONZAGA
MARTENS COZZOLINO 2007 2012) Isso explica porque a quantidade de Se no mesmo tipo
de alimento proveniente de aacutereas diferentes pode ser muito heterogecircnea (AMAROUX et al
21
2001) Estima-se que cerca de 50 a 77 do Se presente na superfiacutecie da terra seja oriundo
dos oceanos que se depositou por via uacutemida ou seca por meio dos gases dimetilselenido e
dimetilselenilsulfido produzidos de forma sazonal por fitoplacircnctons em especial pelas
bacteacuterias Coccolithophorid e por isso as aacutereas mais proacuteximas de oceanos possuem solos com
maior concentraccedilatildeo de Se (AMAROUX et al 2001)
No Brasil Martens e Cozzolino (2002) avaliaram alguns cultivares de feijotildees de cada
regiatildeo do paiacutes e verificaram que a concentraccedilatildeo de Se foi maior nos alimentos cultivados nas
regiotildees Norte e Nordeste sugerindo que os solos destes locais apresentam maiores
concentraccedilatildeo do mineral Os pesquisadores constataram tambeacutem que os solos com elevadas
concentraccedilotildees de Se produziram alimentos mais ricos neste nutriente e consequentemente
um consumo alimentar adequado Por outro lado em estados como Satildeo Paulo e Mato Grosso
foram encontradas menores concentraccedilotildees de Se nos solos e os indiviacuteduos residentes nestes
estados apresentaram maiores inadequaccedilotildees da ingestatildeo alimentar de Se (COZZOLINO
2007)
Na natureza o Se se encontra em 4 quatro estados de oxidaccedilatildeo nos solos aacutecidos como
Se elementar (0) selenido (+2) e selenito (+4) que satildeo menos soluacuteveis e assimilaacuteveis
enquanto em terras alcalinas tecircm mais selenato (+6) mais soluacutevel e assimilaacutevel pelas plantas
e animais (ORTUNtildeO et al 1997 GONZAGA MARTENS COZZOLINO 2012) Nos
alimentos o Se pode ser encontrado sob as formas orgacircnica e inorgacircnica na forma orgacircnica
como selenometionina (alimentos de origem vegetal e animal e em alguns suplementos
alimentares) como selenocisteiacutena principalmente em fontes de origem animal e como
selenometilselenocisteiacutena principal forma encontrada em vegetais (NAVARRO-ALARCON
2008) Na forma inorgacircnica como selenito (SeO32-
) e selenato (SeO42) em suplementos pois
essas formas aparecem em poucas quantidades nos alimentos (RAYMAN 2000)
211 Fontes Biodisponibilidade e Recomendaccedilatildeo
A castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa famiacutelia Lecythidaceae) eacute considerada o
alimento mais rico em Se com concentraccedilotildees que variam de 8 a 126 microgg (GONZAGA
2002 REILLY 1996 THOMSON 2006 GONZAGA MARTENS COZZOLINO 2012)
Diversos estudos com essa amecircndoa foram conduzidos com a finalidade de determinar o seu
teor de Se Souza e Menezes (2004) avaliaram 70kg de castanha-do-Brasil com casca da
safra de 2001 obtidas de lote a granel na Centrais de Abastecimento de Campinas SA
(CEASA) em Satildeo Paulo e observaram concentraccedilatildeo de 204 microgg (correspondente a 204
22
microg100g) de Se Chang et al (1995) analisaram dois lotes de castanha-do-brasil um
proveniente da regiatildeo do AcreRondocircnia e outro da regiatildeo de ManausBeleacutem e as
concentraccedilotildees de Se variaram de 306 a 401 microgg e 360 a 500 microgg respectivamente
Trabalhos realizados pelos pesquisadores do Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo-Minerais da
Universidade de Satildeo Paulo tambeacutem avaliaram as concentraccedilotildees de Se em castanha-do-brasil
oriundas da regiatildeo norte (Quadro 1)
Quadro 1 Concentraccedilatildeo de Se (microgg) em castanha-do-brasil da regiatildeo norte do Brasil
Concentraccedilatildeo de Se (microgg)
COUTINHO (2001) GONZAGA (2002) BEHR (2004) MARTENS e COZZOLINO (2002) ROCHA (2014) STOCLER PINTO (2009) COMINETTI (2010) PIRES (2012)
19 40 17 43
583 58 58 115
Dados natildeo publicados - Meacutedia referente agrave determinaccedilatildeo de Se em dezoito lotes de castanha-do-brasil (safra 2011)
As frutas e as verduras em geral satildeo pobres em Se com exceccedilatildeo dos vegetais que satildeo
considerados acumuladores tais como o alho a mostarda indiana o broacutecolis a couve-de-
bruxelas a couve-flor o repolho a cebola e alguns cogumelos os quais podem fornecer boas
quantidades do mineral Nas regiotildees cujos solos tecircm quantidades significativas de Se o trigo
eacute uma boa fonte do mineral assim como os patildees e cereais (NAVARRO-ALARCON e
LOacutePEZ-MARTINEZ 2008)
A quantidade de proteiacutena presente no alimento deve ser considerada pois os alimentos
proteicos incorporam o Se de forma mais eficiente principalmente aqueles que possuem
maior concentraccedilatildeo de aminoaacutecidos que contenham enxofre como metionina e cisteiacutena
(BURK 1998) Alimentos como carne bovina frango peixe e ovos tambeacutem apresentam
quantidades significativas de Se assim como leite e seus derivados de acordo com a espeacutecie
animal e quantidade de gordura pois tanto o leite de vaca quanto os outros tipos que
apresentam maior quantidade de gordura possuem menores concentraccedilotildees do mineral
(NAVARRO-ALARCON 2008)
As melhores fontes de Se natildeo satildeo necessariamente as de maior biodisponibilidade Os
vegetais por exemplo em geral satildeo pobres no mineral entretanto apresentam uma
biodisponibilidade elevada variando de 85 a 100 Nos pescados que tambeacutem satildeo
23
considerados oacutetimas fontes de Se a biodisponibilidade varia de 20 a 50 Alguns
pesquisadores relacionam esta baixa biodisponibilidade agrave interaccedilatildeo do Se com o metal Hg que
pode estar presente nesses alimentos (ORTUNtildeO 1997 MARTENS et al 2012)
Com a descoberta da doenccedila de Keshan uma cardiomiopatia ocasionada pela
deficiecircncia de Se foi possiacutevel estabelecer recomendaccedilatildeo desse nutriente pois a doenccedila natildeo se
manifestava quando a quantidade consumida era igual ou maior que 191 microgdia em indiviacuteduo
adulto com 60 kg Acreditava-se que essa concentraccedilatildeo seria o menor valor de associaccedilatildeo
com o natildeo aparecimento dos sinais cliacutenicos da deficiecircncia do mineral (SHILS et al1994)
Entretanto atualmente sabe-se que a deficiecircncia de Se ocorre quando a ingestatildeo diaacuteria por
longos periacuteodos eacute menor ou igual a 11 microgdia Outro dado utilizado para determinar a
recomendaccedilatildeo de Se foi realizado atraveacutes da relaccedilatildeo entre a atividade da GPx no plasma e a
ingestatildeo do Se em indiviacuteduos adultos chineses residentes em uma aacuterea com solos
considerados pobres no mineral Os voluntaacuterios foram distribuiacutedos em cinco grupos e
receberam doses graduais de 0 10 30 60 e 90 microgdia de Se por via oral na forma de DL-
selenometionina Apoacutes cinco a oito meses a atividade da GPx respondeu de forma similar
para os trecircs concentraccedilotildees mais altos e esses resultados mostraram que uma ingestatildeo em torno
de 41 microgdia o equivalente a 30 microg da suplementaccedilatildeo mais 11 microg da dieta normal em um
homem de 60 kg eram suficientes para saturar a atividade da GPx (IOM 2001)
Com bases nesses dados foi possiacutevel estabelecer uma recomendaccedilatildeo de Se de acordo
com o Institute of Medicine (2001) A Ingestatildeo Dieteacutetica Recomendada (RDA) de Se para
indiviacuteduos adultos a partir dos 19 anos de idade foi estabelecida em 55 microgdia natildeo devendo
ultrapassar o niacutevel maacuteximo de Ingestatildeo Toleraacutevel (UL) estabelecido de 400 microgdia O Quadro
2 apresenta as Ingestotildees Dieteacuteticas de Referecircncia (DRI) de Se propostas pelo IOM (2006)
para populaccedilatildeo adulta
Quadro 2 Ingestatildeo Dieteacutetica de Referecircncia (DRIs) relativas ao Se em microgdia a partir de 1 ano
de idade de acordo com o Institute of Medicine (IOM 2006)
Idade (anos) EAR
Se microgdia
RDA
Se microgdia
UL
Se microgdia
˃ 14 45 55 400
EAR ndash Necessidade Meacutedia Estimada valor de ingestatildeo diaacuteria de um nutriente suficiente para suprir a
necessidade de metade dos indiviacuteduos saudaacuteveis de um determinado grupo do mesmo gecircnero e estaacutegio de vida
RDA ndash Ingestatildeo Dieteacutetica Recomendada eacute o niacutevel de ingestatildeo dieteacutetica diaacuteria suficiente para atender agraves
necessidades de um determinado nutriente de praticamente todos (97 a 98) os indiviacuteduos saudaacuteveis de um
determinado grupo do mesmo gecircnero e estaacutegio de vida
24
UL ndash Niacutevel Maacuteximo de Ingestatildeo Toleraacutevel eacute o valor mais alto da ingestatildeo diaacuteria continuada de um nutriente que
aparentemente natildeo oferece nenhum efeito adverso agrave sauacutede para todos os indiviacuteduos de um mesmo estaacutegio de
vida ou gecircnero
212 Aspectos Fisioloacutegicos Absorccedilatildeo Biodisponibilidade Armazenamento e Excreccedilatildeo
A absorccedilatildeo do Se acontece no duodeno ceco e coacutelon onde a selenometionina eacute
absorvida por um mecanismo de transporte ativo o selenito por difusatildeo simples o selenato
em conjunto com o sulfato por meio de carreadores mediados por soacutedio e a selenocisteiacutena por
transporte ativo comum aos aminoaacutecidos baacutesicos (histidina lisina e arginina) A
selenometilselenocisteiacutena natildeo eacute incorporada como selenometionina sendo convertida
rapidamente em metilselenol (FAIRWEATHERTAIT et al 2011)
Nos enteroacutecitos o Se eacute reduzido a selenito (H2Se) e em seguida transportado no
sangue ligado a proteiacutenas principalmente a fraccedilotildees de β-lipo proteiacutena de muito baixa
densidade e em menor quantidade em outros tipos de proteiacutenas como a albumina
especialmente quando a selenometionina eacute a principal forma presente nos alimentos
(REILLY 1996 PAPP et al 2007)
A biodisponibilidade do Se pode ser prejudicada por alguns fatores quantidade
ingerida a partir da dieta origem do Se consumido interaccedilatildeo com metais toacutexicos eficiecircncia
da digestatildeo formaccedilatildeo de compostos absorviacuteveis tempo do tracircnsito intestinal estado
nutricional do organismo em relaccedilatildeo ao Se doenccedilas do trato gastrintestinal conversatildeo para
formas biologicamente ativas apoacutes absorccedilatildeo e incorporaccedilatildeo agrave enzima GPx (IOM 2001) Na
determinaccedilatildeo da biodisponibilidade do Se alimentar a etapa limitante eacute a incorporaccedilatildeo da
forma biologicamente ativa selenocisteiacutena agrave GPx ou agraves 5 deiodinases nos tecidos
(HOLBEN SMITH 1999)
A excreccedilatildeo do Se ocorre principalmente pela via urinaacuteria (REILLY 1996 PAPP et
al 2007) e os compostos de Se tanto aqueles que entram no pool de selenito como os
convertidos a metilselenol satildeo metilados por tioacuteis-metiltransferases e geram diferentes formas
metaboacutelicas metiladas do mineral que seratildeo excretadas contribuindo para a homeostase Na
urina predominam as formas monometiladas nos casos de baixas ingestotildees e o
trimetilselenocircnio quando o Se eacute consumido em altas quantidades Quando os iacuteons de
trimetilselenocircnio atingem seu platocirc metaboacutelico ocorre a excreccedilatildeo pulmonar de
dimetilselenocircnio volaacutetil responsaacutevel pelo odor caracteriacutestico de alho na respiraccedilatildeo
(LETAVAYOVAacute et al 2006 PAPP et al 2007)
25
A Figura 1 ilustra o metabolismo do Se em mamiacuteferos onde os metaboacutelitos de Se
provenientes da alimentaccedilatildeo entram na ceacutelula e se juntam ao pool existente gerando selenito
que seraacute utilizado como fonte de Se para a siacutentese da selenocisteiacutena precursora das
selenoproteiacutenas (PAPP et al 2007)
Figura 1 Aspectos fisioloacutegicos do Se em mamiacuteferos
Adaptado de PAPP et al (2007)
(GSH = glutationa TrxRTrx = tioredoxina redutasetioredoxina)
213 Funccedilotildees e Accedilotildees
A propriedade antioxidante do Se estaacute relacionada agraves GPx que satildeo dependentes deste
mineral As GPx agem na proteccedilatildeo celular contra os danos provocados por radicais livres
juntamente com um sistema antioxidante complexo que envolve outras substacircncias
(HOLBEN SMITH 1999)
O Se eacute incorporado na forma de selenocisteiacutena no siacutetio ativo de um grande nuacutemero de
proteiacutenas Acredita-se que cerca de 100 selenoproteiacutenas possam existir no organismo de
mamiacuteferos Atualmente satildeo conhecidas 22 selenoproteiacutenas organizadas em grupos diferentes
Se Alimentar
Selenometionina
Selenito
Selenato
Selenocisteiacutena
(Sec)
Outras formas
ENTEROacuteCITO
Pool Intracelular de Selecircnio
Selenometionina
Selenito Selenato
GSS e SG (selenodiglutationa)
CH3SeH (metilselenol) etc
Incorporaccedilatildeo natildeo especiacutefica de
proteiacutenas ligadoras de selecircnio
Selenoproteiacutenas
Liases
GSH
TrxRTrx
H2Se
(selenido)
Sec
26
em funccedilatildeo da localizaccedilatildeo e das propriedades funcionais da selenocisteiacutena sendo que metade
destas apresenta caracteriacutesticas antioxidantes O grupo das GPx eacute o mais abundante Estas
selenoproteiacutenas satildeo encontradas em todos os tecidos de mamiacuteferos em que haacute processos
oxidativos e podem reduzir a produccedilatildeo de espeacutecies reativas de oxigecircnio contribuindo para a
proteccedilatildeo das macromoleacuteculas e membranas do organismo contra a oxidaccedilatildeo (BROWN et al
2001 TAPIERO et al 2003 GONZAGA et al 2005)
A GPx 1 tambeacutem conhecida como GPx citosoacutelica foi a primeira enzima dependente
de Se a ser identificada em 1953 em eritroacutecitos onde protege a hemoglobina de danos
oxidativos Essa GPx eacute encontrada no citosol das ceacutelulas sendo expressa em todos os tecidos
(BROWN 2001 LEI 2007) e tem como funccedilatildeo reduzir o peroacutexido de hidrogecircnio e
hidroperoacutexidos orgacircnicos livres transformando-os em aacutegua e aacutelcool respectivamente
(GONZAGA et al 2005)
A segunda isoforma GPx 2 ou gastrintestinal eacute encontrada no trato gastrintestinal e
no fiacutegado e age protegendo o organismo contra os hidroperoacutexidos na passagem pelo trato
gastrintestinal (GONZAGA et al 2005) A GPx 3 ou plasmaacutetica eacute sintetizada primeiramente
nas ceacutelulas tubulares renais e sua funccedilatildeo eacute servir de barreira antioxidante para o sangue
filtrado e proteger as ceacutelulas endoteliais do dano oxidativo (DUMONT 2006) A quarta
isoforma GPx 4 ou fosfolipiacutedio hidroperoacutexido tem como funccedilatildeo proteger as membranas das
ceacutelulas contra a accedilatildeo dos hidroperoacutexidos de aacutecidos graxos e tambeacutem reduzir a formaccedilatildeo de
hidroperoacutexidos de colesterol e de eacutester de colesterol nas membranas e nas lipoproteiacutenas de
baixa densidade (LDL) (SAVASKAN et al 2007)
Aleacutem dessas quatro isoformas foram descobertas tambeacutem a GPx 6 no epiteacutelio do
olfato e tecidos embrionaacuterios e outras variantes na qual o resiacuteduo de selenocisteiacutena eacute
substituiacutedo por cisteiacutena incluindo a GPx 5 com expressatildeo restrita no epidiacutedimo e a GPx 7
(PAPP et al 2007) Entretanto ainda natildeo se sabe exatamente qual a accedilatildeo dessas GPx
(HERBETTE et al 2007)
O Se pode interagir com um grande nuacutemero de metais toacutexicos como arsecircnio (As)
caacutedmio (Cd) Hg cobre (Cu) prata (Ag) chumbo (Pb) e platina (Pt) podendo alterar a
toxicidade e prevenir possiacuteveis manifestaccedilotildees toxicoloacutegicas em razatildeo da exposiccedilatildeo aos
mesmos (ORTUNtildeO et al 1997) Uma das hipoacuteteses para explicar essa interaccedilatildeo seria uma
reaccedilatildeo direta desses metais com o Se na forma inorgacircnica formando substacircncias
biologicamente inativas no interior do trato gastrintestinal Este mecanismo de interaccedilatildeo foi
encontrado em estudos com o Cd Pt Pb Ag e Hg Uma segunda hipoacutetese seria a reaccedilatildeo do
Se com grupos tioacuteis de algumas moleacuteculas para formar selenosulfidos (RSSeSR) que
27
possuem forte afinidade por metais (ORTUNtildeO et al 1997 ALARCOacuteN e MARTINEZ
2000)
A interaccedilatildeo entre o Hg e o Se tem sido estudada haacute mais de trecircs deacutecadas e envolve
uma variedade de processos bioquiacutemicos e toxicoacutelogicos ainda desconhecidos (CHEN et al
2006) Estudos conduzidos em animais foram realizados para tentar esclarecer os mecanismos
dessa interaccedilatildeo mesmo assim estes natildeo foram completamente elucidados (GREGUS et al
2001) Pesquisas in vitro sugerem que o efeito protetor do Se em relaccedilatildeo aos efeitos toacutexicos do Hg
seja em razatildeo da formaccedilatildeo de um complexo inerte Hg-Se (11) ligado agrave selenoproteiacutena P (Sepp1) no
sangue (DRASCH et al 2000)
A Figura 2 ilustra um possiacutevel mecanismo de destoxificaccedilatildeo muacutetua de Se e Hg elaborado
por Gailer et al (2000) onde o Se na forma de selenito ao ser incorporado nos eritroacutecitos eacute
reduzido atraveacutes da glutationa e no plasma liga-se agrave albumina proteiacutena responsaacutevel pelo transporte
sanguiacuteneo de Hg Sendo assim o Se natildeo reagiria de forma direta com o Hg livre mas com o Hg
ligado agrave albumina formando o complexo Hg-Se que por sua vez liga-se agrave selenoproteiacutena P e
tambeacutem aos resiacuteduos de histidina e cisteiacutena presentes na proteiacutena
Vale mencionar que a selenoproteiacutena P eacute uma glicoproteiacutena que transporta a maior parte de
Se no plasma dessa forma nos casos em que haacute deficiecircncia em Se a siacutentese de selenoproteiacutena P
pode estar prejudicada assim como a sua concentraccedilatildeo no plasma A existecircncia da selenoproteiacutena P
foi relatada haacute aproximadamente 30 anos poreacutem o progresso na tentativa de esclarecer as suas
funccedilotildees tecircm se destacado nos uacuteltimos anos (BURK HILL 2009)
Figura 2 Esquema de um possiacutevel mecanismo de destoxificaccedilatildeo muacutetua de Se e Hg
Adaptado de Gailer et al (2000)
SeO32-
e Se2-
= selenito Hg2+
= mercuacuterio livre HgSe = complexo Hg Se
HgSe
SeO32-
SeO32- Se2-GSH
Eritroacutecito
Se2-
Hg2+ (albumina)HgSe
Selenoproteiacutena P
HgSeHgSe
HgSe
28
Concentraccedilotildees adequadas de Se tambeacutem estatildeo relacionadas ao funcionamento
adequado do sistema imunoloacutegico Propriedades como quimiotaxia migraccedilatildeo e atividade
fungicida satildeo indicadores claramente dependentes da concentraccedilatildeo de Se nas ceacutelulas
fagocitaacuterias Efeitos reguladores do sistema imunoloacutegico satildeo explicados pela manutenccedilatildeo da
integridade das membranas das ceacutelulas imunocompetentes em condiccedilotildees adequadas de Se
Por isso satildeo atribuiacutedas ao Se funccedilotildees nas ceacutelulas do sistema imunoloacutegico como manutenccedilatildeo
da integridade das ceacutelulas imunocompetentes reduccedilatildeo dos peroacutexidos orgacircnicos e inorgacircnicos
formados por reaccedilotildees originadas dos radicais livres na ceacutelula regulaccedilatildeo do metabolismo dos
hidroperoacutexidos que levam agrave siacutentese de leucotrienos tromboxanos prostaglandinas e
lipoacutexidos e modulaccedilatildeo dos produtos oxidativos na respiraccedilatildeo das ceacutelulas fagocitaacuterias
(ORTUNtildeO et al 1997)
O Se tambeacutem participa na conversatildeo de tiroxina (T4) em tritiodotironina (T3) por
meio das deiodinases tipo I II e III A deficiecircncia em Se no organismo causa um decreacutescimo
de 15 a 20 na conversatildeo de T4 em T3 A enzima 5rsquo-deiodinase tipo 1 (IDI) eacute uma
selenoproteiacutena encontrada principalmente no fiacutegado e rins responsaacutevel pela conversatildeo da
forma inativa do proacute-hormocircnio T4 que eacute secretado pela tireoide agrave forma metabolicamente ativa
triiodotironina (T3) Nos casos de deficiecircncia em Se o T4 estaacute aumentado no plasma enquanto o T3
estaacute diminuiacutedo (KOumlHRLE 2000)
Outras accedilotildees protetoras do Se tecircm sido descritas no contexto das Doenccedilas Crocircnicas
Natildeo Transmissiacuteveis (DCNT) Alguns mecanismos foram propostos para esclarecer a inibiccedilatildeo
do aparecimento do cacircncer pela accedilatildeo do Se como reduccedilatildeo da hipermetilaccedilatildeo do DNA
causada pelo aumento da atividade da DNA metiltransferase regulaccedilatildeo da hipometilaccedilatildeo do
DNA que paradoxalmente ocorre durante a progressatildeo do tumor e proteccedilatildeo antioxidante que
promove equiliacutebrio entre a formaccedilatildeo de radicais livres e o funcionamento celular normal (DAVIS e
UTHUS 2002) Quando esse equiliacutebrio eacute interrompido pelo acuacutemulo de radicais livres a ceacutelula
entra em estresse oxidativo e consequentemente em instabilidade geneacutetica alterando certos
fatores de transcriccedilatildeo ou oxidando o DNA na sua base 8-hidroxidodesoxiguanosina (8-OHdG)
(BAYOUMY-EL 2001)
Estudos epidemioloacutegicos mostram correlaccedilatildeo positiva entre maior ingestatildeo de Se e
menor incidecircncia de cacircncer de tireoide pele mama ovaacuterio proacutestata e trato gastrintestinal
especialmente o coloretal (ORTUNtildeO et al 1997 NAVARRO-ALARCON e LOacutePEZ-
MARTINEZ 2000 DAVIS e UTHUS 2002) O Se tambeacutem pode diminuir o risco de
outras doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis como aterosclerose trombose arteri al e
diabetes melito (NAVARRO-ALARCON e LOacutePEZ-MARTINEZ 2000)
29
214 Deficiecircncia e Toxicidade
A deficiecircncia em Se ocorre quando a ingestatildeo diaacuteria eacute menor ou igual a 11 microgdia
enquanto ingestotildees acima de 400 microgdia podem levar agrave toxicidade (IOMFNB 2001 ZHANG
et al 2002) Os grupos mais vulneraacuteveis agrave deficiecircncia satildeo fumantes idosos gestantes
lactentes crianccedilas de 2 a 10 anos adolescentes do gecircnero feminino indiviacuteduos submetidos agrave
nutriccedilatildeo parenteral total sem suplementaccedilatildeo com Se por um periacuteodo superior a 20 ou 30 dias
enfermos de doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis indiviacuteduos sujeitos a elevado estresse e
doenccedilas debilitantes (AIDS hepatite C hanseniacutease) populaccedilotildees que habitam aacutereas com solos
pobres em Se aleacutem de populaccedilotildees que habitam aacutereas antropogecircnicas ou naturalmente
contaminadas por Hg (ORTUNtildeO et al 1997 BURKE e OPESKIN 2002 MARTENS et al
2012)
A doenccedila de Kesha definida como uma cardiomiopatia que afeta crianccedilas e mulheres
jovens estaacute diretamente relacionada agrave baixa ingestatildeo alimentar de Se a forma aguda eacute
caracterizada por insuficiecircncia suacutebita da funccedilatildeo cardiacuteaca e a fase crocircnica degeneraccedilatildeo dos
muacutesculos (especialmente necrose multifocal e fibrose no miocaacuterdio) cardiomegalia isquemia
do miocaacuterdio eletrocardiograma anormal e edema pulmonar Outra consequecircncia associada agrave
deficiecircncia eacute a doenccedila de Kashin-Beck osteoartrite endecircmica que ocorre durante a preacute-adolescecircncia
ou adolescecircncia podendo resultar em nanismo e deformaccedilatildeo das articulaccedilotildees (HOLBEN e SMITH
1999) Ressalta-se que no Brasil natildeo haacute relatos dessas deficiecircncias graves
Jaacute os sintomas da intoxicaccedilatildeo por Se satildeo distuacuterbios gastrintestinais graves paladar
metaacutelico odor de alho exalado pelas vias respiratoacuterias distuacuterbios neuroloacutegicos siacutendrome do
estresse respiratoacuterio infarto do miocaacuterdio e falecircncia renal (HOLBEN e SMITH 1999) A
toxicidade crocircnica tanto pelas formas orgacircnicas quanto inorgacircnicas apresenta caracteriacutesticas
cliacutenicas semelhantes poreacutem as concentraccedilotildees teciduais do mineral satildeo diferentes (IOM
2000)
De acordo com Yang et al (1983) os tecidos e oacutergatildeos mais afetados pela toxicidade de
Se satildeo as unhas cabelos pele e sistema nervoso As unhas tornam-se quebradiccedilas com
pontos brancos e estrias longitudinais na superfiacutecie seguido de queda da parede da unha
iniciada nos polegares Os cabelos tornam-se sem brilho e quebram-se facilmente na raiz e
aqueles que nascem em geral satildeo despigmentados Esta caracteriacutestica pode ser observada em
outros locais como axilas braccedilos e aacuterea puacutebica As lesotildees de pele ocorrem principalmente em
quatro pontos palma das matildeos e peacutes nuca cotovelos e pernas com aparecircncia inflamada e
eruptiva agraves vezes ulcerada As anormalidades no sistema nervoso soacute ocorrem nos casos de
30
maior gravidade e os sintomas incluem paralisia perifeacuterica formigamentos hiper-reflexatildeo dos
tendotildees espasmos distuacuterbio motor e hemiplegia (YANG et al 1983)
Vaacuterios fatores podem influenciar a gravidade e o tempo de aparecimento dos sinais
cliacutenicos da intoxicaccedilatildeo por Se como idade estado de nutriccedilatildeo e sauacutede do indiviacuteduo e
recidivas de alta ingestatildeo do mineral (IOMFNB 2001) Segundo Zhang et al (2002)
indiviacuteduos que jaacute sofreram intoxicaccedilatildeo por alta ingestatildeo de Se satildeo mais susceptiacuteveis a outra
intoxicaccedilatildeo provocada por menores quantidades do mineral Ingestatildeo de 910 microgdia pode
causar alteraccedilotildees nas unhas (IOMFNB 2001) Registros sobre intoxicaccedilatildeo por Se foram
encontrados em Enshi (China) onde a prevalecircncia da doenccedila ocorreu entre os anos de 1961 e
1964 com uma taxa de mortalidade de 50 da populaccedilatildeo de 248 habitantes (REILLY 1996)
Na Venezuela em um local chamado Vila Bruzual foram registrados casos de intoxicaccedilatildeo
nas crianccedilas em fase escolar sendo esta regiatildeo considerada seleniacutefera (JAFFEacute et al 1972)
22 MERCUacuteRIO
O Hg eacute o uacutenico metal que se apresenta no estado liacutequido em temperatura ambiente e a
0degC (BISINOTI 2005) presente naturalmente na crosta terrestre aacutegua e atmosfera Dentre as
diferentes formas quiacutemicas a espeacutecie de distribuiccedilatildeo mais ampla eacute o Hg na forma de vapor
predominante na atmosfera seguido da forma inorgacircnica dominante em aacuteguas naturais e do
metilmercuacuterio que eacute de extrema importacircncia ambiental em razatildeo de sua elevada toxicidade
principalmente em mamiacuteferos (GALVAtildeO et al 2007)
As primeiras evidecircncias dos efeitos neurotoxicoloacutegicos do Hg em consequecircncia da
ingestatildeo materna de alimentos contaminados foram observadas em crianccedilas na cidade de
Minamata no Japatildeo onde o metilmercuacuterio liberado de uma induacutestria quiacutemica contaminou as
aacuteguas da baiacutea e os peixes consumidos pela populaccedilatildeo Em 1953 a doenccedila de Minamata foi
reconhecida como uma doenccedila neuroloacutegica e chamou atenccedilatildeo do mundo para o problema da
intoxicaccedilatildeo por metais toacutexicos (TAKEUCKI e ETO 1999 FARIAS et al 2006) O Hg entatildeo
passou a ser considerado um dos metais mais perigosos no que diz respeito agrave contaminaccedilatildeo
ambiental e agrave sauacutede humana (FARIAS et al 2006)
Apoacutes a intoxicaccedilatildeo por Hg em Minamata as pesquisas foram direcionadas para os
possiacuteveis efeitos da exposiccedilatildeo crocircnica assim como concentraccedilotildees baixas de metilmercuacuterio
principalmente em crianccedilas em virtude da transferecircncia materna infantil durante a gestaccedilatildeo
uma vez que esse metal ultrapassa facilmente a barreira placentaacuteria e pode causar
31
consequecircncias graves agrave sauacutede do bebecirc que eacute sensiacutevel a menores concentraccedilotildees quando
comparados aos adultos (GALVAtildeO et al 2007)
A exposiccedilatildeo e acumulo do Hg durante o desenvolvimento fetal e amamentaccedilatildeo estatildeo
diretamente relacionados com a carga materna e a transferecircncia desse metal para a placenta e
leite materno (STEUERWALD et al 2000 CEacuteZAR 2002 MARQUES 2002) O alimento
que mais contribui para a contaminaccedilatildeo por Hg eacute o peixe pois as espeacutecies aquaacuteticas absorvem
o Hg na forma de metilmercuacuterio (DOMINGUES 2000) e o grau de exposiccedilatildeo eacute influenciado
por fatores como a frequecircncia da ingestatildeo de pescados a preferecircncia (peixes carniacutevoros
apresentam maiores quantidade de Hg) tamanho e niacutevel troacutefico (PARADIS et al 1997)
O Hg ao entrar na circulaccedilatildeo sanguiacutenea se liga a proteiacutenas e se distribui pelos tecidos
concentrando-se nos rins fiacutegado medula oacutessea ceacuterebro ossos e pulmotildees (SAacute et al 2006)
Os sinais e sintomas da intoxicaccedilatildeo dependem de vaacuterios fatores como gecircnero idade
hormocircnios taxa de hemoglobina e capacidade de induccedilatildeo das metalotioneiacutenas que podem
funcionar como barreiras protetoras do ceacuterebro e cerebelo (EPA 1997) No homem o
sistema nervoso central eacute o principal oacutergatildeo acometido pelo metilmercuacuterio e os sintomas
cliacutenicos incluem parestesia (alteraccedilotildees sensoriais) ataxia (falta de coordenaccedilatildeo nos
movimentos) e disartria (dificuldade na articulaccedilatildeo das palavras) aleacutem de distuacuterbios visuais e
auditivos A ocorrecircncia dos sintomas cliacutenicos tambeacutem eacute dose dependente (IPCS 1990) Aleacutem
de tremor vertigem entorpecimento dor de cabeccedila catildeibra fraqueza depressatildeo dispneia
tosse inflamaccedilotildees gastrintestinais queda de cabelo naacuteusea e vocircmitos (CANELA 1995) O
quadro cliacutenico tiacutepico das crianccedilas geradas sob tais exposiccedilotildees inclui microcefalia (maacute
formaccedilatildeo no crescimento do ceacuterebro) hiper-reflexia (reflexos muito ativos ou responsivos em
excesso) e deficiecircncia visual auditiva mental e motora (IPCS 1990)
A excreccedilatildeo do Hg do corpo humano ocorre por via urinaacuteria ou fecal diferindo de
acordo com a forma dose e tempo apoacutes a exposiccedilatildeo Uma pequena fraccedilatildeo eacute eliminada pela
respiraccedilatildeo mas a excreccedilatildeo fecal eacute a maior e a principal via apoacutes a exposiccedilatildeo ao Hg (FORD et
al 2001)
Segundo Fadini e Jardim (2001) a presenccedila do Hg na regiatildeo Amazocircnica se deve
principalmente agrave extraccedilatildeo de ouro e aos processos naturais e antroacutepicos Aleacutem disso como os
solos da bacia Amazocircnica satildeo antigos apresentam capacidade elevada de reter o Hg e acumulaacute-lo
durante anos (MIRETZKY et al 2005) A poluiccedilatildeo do Hg na Amazocircnia eacute um problema
ambiental grave pois 70 a 170 toneladas deste metal satildeo lanccedilados anualmente no meio
ambiente pela atividade informal de mineraccedilatildeo de ouro e queimadas o que representa uma
fonte primaacuteria de emissatildeo do Hg Como resultado uma grande quantidade do metal sofre
32
metilaccedilatildeo e se acumula nos peixes da cadeia alimentar (MEECH 1997 PINHEIRO et al
2000)
Em relaccedilatildeo agrave genotoxicidade do Hg tecircm-se descrito que este metal pode ser
responsaacutevel por mutaccedilotildees em niacuteveis cromossocircmico e gecircnico sendo a compreensatildeo destes
efeitos de grande importacircncia em razatildeo de suas consequecircncias para a sauacutede humana
(AZEVEDO 2003) O Hg produz depleccedilatildeo dos principais antioxidantes celulares
principalmente os que contecircm grupos tioacutelicos e pode tambeacutem aumentar a geraccedilatildeo das espeacutecies
reativas de oxigecircnio como os radicais hidroxila (HO) os radicais superoacutexido (O2-) ou
peroacutexido de hidrogecircnio (H2O2) aumentando o estresse oxidativo e assim causar alteraccedilotildees
nas funccedilotildees das ceacutelulas (ERCAL et al 2001 PEROTTONI et al 2004)
A Figura 3 apresenta possiacuteveis mecanismos moleculares de genotoxicidade do Hg o
qual entra na ceacutelula atraveacutes da membrana plasmaacutetica ou por meio de transportadores podendo
afetar o DNA de diversas formas Uma delas eacute aumentando a produccedilatildeo de ERRO as quais
podem reagir diretamente com o DNA ou indiretamente ao induzir mudanccedilas
conformacionais nas proteiacutenas responsaacuteveis pela formaccedilatildeo e manutenccedilatildeo do mesmo Tambeacutem
pode reagir de forma direta nos microtuacutebulos evitando a organizaccedilatildeo em fuso dos
cromossomos durante a atividade mitoacutetica Esses danos ao DNA podem ser causados tanto
pelos radicais livres gerados pelo Hg como pelo proacuteprio metal (CRESPO-LOacutePEZ et al
2009)
Figura 3 Mecanismos moleculares de genotoxicidade do Hg
Fonte Adaptado de Crespo-Loacutepez et al (2009)
EROS Espeacutecies Reativas de Oxigecircnio
EROS
D
N
A
M
E
R
C
Uacute
R
I
O
Microtuacutebulos
33
De acordo com os pesquisadores Pinheiro et al (2006) e Harada et al (2001)
concentraccedilotildees de Hg dez vezes menores que os valores de referecircncia estabelecidos pela World
Health Organization (WHO) foram relacionados com a genotoxicidade no sistema nervoso
central apontando para a necessidade de uma revisatildeo dos padrotildees adotados pela WHO
(1990)
Evidencia-se que populaccedilotildees residentes em aacutereas de risco de contaminaccedilatildeo por Hg
podem estar mais susceptiacuteveis a um aumento do estresse oxidativo Entretanto a intensidade
dos danos dependeraacute de fatores como a amplitude da geraccedilatildeo de ERO nos alvos celulares da
atividade dos sistemas de defesa antioxidante e da presenccedila ou da ausecircncia de metais de
transiccedilatildeo (HALLIWELL e CHIRICO 1993) Dependeraacute ainda da ingestatildeo de nutrientes
pois o consumo inadequado de Se estaacute relacionado com uma reduccedilatildeo da atividade da GPx
prejudicando o sistema de defesa antioxidante do organismo (COMINETTI 2011)
23 ESTRESSE OXIDATIVO
O estresse oxidativo eacute caracterizado pelo desequiliacutebrio entre substacircncias antioxidantes
e oxidantes e o efeito das espeacutecies reativas eacute equilibrado pela accedilatildeo antioxidante enzimaacutetica e
natildeo enzimaacutetica do sistema bioloacutegico (VALKO et al 2006)
As espeacutecies reativas de oxigecircnio (ERO) bem como as Espeacutecies Reativas de Nitrogecircnio
(RNS) satildeo moleacuteculas que contecircm oxigecircnio ou nitrogecircnio respectivamente com um ou mais
eleacutetrons desemparelhados o que as torna instaacuteveis e reativas Essas moleacuteculas satildeo produtos do
metabolismo celular normal que exercem um papel duplo no organismo uma vez que podem
atuar de forma beneacutefica ou prejudicial Os efeitos beneacuteficos ocorrem em baixas eou
moderadas concentraccedilotildees e envolvem funccedilotildees fisioloacutegicas como atuaccedilatildeo na defesa do
organismo contra agentes infecciosos e em sistemas de sinalizaccedilatildeo celular aleacutem da induccedilatildeo
de resposta mitogecircnica (RIDNOUR et al 2005 VALKO et al 2006)
Com o objetivo de emparelhar seus eleacutetrons estas substacircncias podem adquirir eleacutetrons
de outras moleacuteculas tornando-as instaacuteveis e convertendo-se em radicais livres Como exemplo
de radicais livres destacam-se o superoacutexido (O2) a hidroxila (OH) o tiol (SH-) o
triclorometil (CCl3) e o oacutexido niacutetrico (NO) Vale ressaltar que caso essas espeacutecies natildeo sejam
removidas ou neutralizadas podem reagir com lipiacutedios proteiacutenas e aacutecidos nucleicos
causando danos nas funccedilotildees celulares (CHAUHAN e CHAUHAN 2006) Dentre os prejuiacutezos
ao metabolismo celular podem ocorrer ruptura das fitas do DNA aumento na concentraccedilatildeo
34
de caacutelcio intracelular livre danos em transportadores de iacuteons ou em outras proteiacutenas
especiacuteficas e peroxidaccedilatildeo de lipiacutedios (HALLIWELL e CHIRICO 1993)
Aleacutem disso os aacutecidos graxos poli insaturados que estatildeo presentes em grande
quantidade nas ceacutelulas satildeo mais susceptiacuteveis agrave oxidaccedilatildeo em razatildeo da presenccedila de grupos
metilecircnicos entre duplas ligaccedilotildees e por isso tornam-se alvos mais provaacuteveis quando
comparados ao DNA (LOUREIRO et al 2002) A peroxidaccedilatildeo lipiacutedica se inicia com o
ataque agrave bicamada lipiacutedica por qualquer espeacutecie reativa capaz de abstrair um aacutetomo de
hidrogecircnio de um aacutecido graxo poli insaturado e apoacutes a iniciaccedilatildeo esse processo eacute cataliacutetico o
que favorece a formaccedilatildeo de hidroperoacutexidos Com a abstraccedilatildeo do aacutetomo de hidrogecircnio do
aacutecido graxo poli insaturado (LH) eacute formado o radical lipiacutedico (Lbull) que eacute rapidamente
adicionado a uma moleacutecula de oxigecircnio levando agrave formaccedilatildeo do radical peroxil (LOObull) sendo
capaz de reagir com outro aacutecido graxo poli insaturado iniciando uma nova cadeia de oxidaccedilatildeo
a partir da formaccedilatildeo de outro radical lipiacutedico (Lbull) (LOUREIRO et al 2002) O radical peroxil
pode ser rearranjado via reaccedilotildees de ciclizaccedilatildeo de endoperoacutexidos e como produto final o
malondialdeiacutedo (MDA) que eacute considerado mutagecircnico em ceacutelulas de mamiacuteferos pois pode
reagir com as bases nitrogenadas guanina adenina e citosina formando adutos que levam a
ligaccedilotildees cruzadas de DNA-DNA ou DNA-proteiacutenas ocasionando aumento do estresse
oxidativo (VALKO et al 2006) Menciona-se tambeacutem as oxidaccedilotildees enzimaacuteticas do aacutecido
araquidocircnico que ocorrem durante a siacutentese de eicosanoacuteides bem como as reaccedilotildees
catalisadas por ciclo oxigenases ou lipoxigenases que satildeo importantes fontes de ERO ou
hidroperoacutexidos lipiacutedicos (LOUREIRO et al 2002)
Por outro lado o organismo dispotildee de mecanismos que tecircm a finalidade de proteccedilatildeo
contra os processos oxidativos Estas defesas antioxidantes satildeo de extrema importacircncia pois
satildeo responsaacuteveis pela remoccedilatildeo direta dos radicais livres promovendo maacutexima proteccedilatildeo aos
siacutetios bioloacutegicos (VALKO et al 2006)
O principal sistema antioxidante eacute o enzimaacutetico que inclui enzimas como a
superoacutexido dismutase (SOD) que converte radicais superoacutexido em peroacutexido de hidrogecircnio a
catalase e a GPx as quais reduzem peroacutexido de hidrogecircnio e hidroperoacutexidos lipiacutedicos
(COMINETTI et al 2011 HAMANASHI et al 2004) A glutationa redutase (GR) tambeacutem
eacute uma enzima que participa desse processo pois eacute responsaacutevel pela regeneraccedilatildeo da glutationa
em sua forma reduzida (GSH) que eacute utilizada como substrato da enzima GPx (PRADA et al
2004) Existem
Quanto ao sistema antioxidante natildeo enzimaacutetico inclui compostos antioxidantes de
origem alimentar que muitas vezes satildeo utilizados como cofatores pelas enzimas antioxidantes
35
(BARBOSA et al 2010) Como exemplo de compostos que atuam por meio da neutralizaccedilatildeo
das ERO produzidas tanto no meio intra quanto extracelular tem-se o tocoferol (vitamina E) o
beta-caroteno (proacute-vitamina A) o Se cofator enzimaacutetico da GPx o cobre o zinco e o aacutecido
ascoacuterbico (BERGER 2005 PRADA et al 2004 PAPP et al 2007) Aleacutem do Se como
exemplo de cofator enzimaacutetico antioxidante destacam-se o zinco e o cobre que participam da
estrutura das enzimas Zn-Cu-SOD (SOD1) e SOD extracelular (SOD3) (FORMIGARI et al
2007 COMINETTI et al 2011) Existem ainda varredores de radicais livres hidrofiacutelicos
como o ascorbato e flavonoacuteides (CASTRO e FREEMAN 2001)
Aleacutem da relaccedilatildeo entre estresse oxidativo e sistema de defesa antioxidante ressalta-se a
importacircncia de se avaliar as caracteriacutesticas geneacuteticas individuais como por exemplo a
presenccedila de polimorfismos geneacuteticos uma vez que estes podem inferir nas concentraccedilotildees de
nutrientes organismo (VIVANCO et al 2006)
24 POLIMORFISMOS GENEacuteTICOS
Por meio do projeto genoma humano foi possiacutevel revelar natildeo somente o
sequenciamento completo dos genes humanos mas tambeacutem as interaccedilotildees entre os genes e o
meio ambiente Diversas mutaccedilotildees foram descobertas apoacutes o sequenciamento e os
polimorfismos satildeo resultantes destas alteraccedilotildees sendo os diferentes modelos decorrentes do
tipo de mutaccedilatildeo que os originou (BROOKES 1999 YAMADA 2010) Os polimorfismos
podem ser de inserccedilotildees de pares de base uacutenica de deleccedilotildees ou substituiccedilotildees de um par de
bases por outro
O tipo mais comum de polimorfismo eacute denominado SNP (Single Nucleotide
Polymorfism) ou polimorfismo de nucleotiacutedeo uacutenico que eacute uma mutaccedilatildeo simples na qual
acontece a troca de um nucleotiacutedeo por outro em determinado ponto do DNA A ocorrecircncia
de SNPs eacute de aproximadamente um em cada mil bases do genoma humano estimando a
ocorrecircncia em milhotildees (BROOKES 1999)
Os polimorfismos que resultam da inserccedilatildeo ou da deleccedilatildeo de nucleotiacutedeos em
fragmentos da moleacutecula de DNA ocorrem em um deacutecimo de frequecircncia dos SNP Os tipos
mais comuns de polimorfismo de inserccedilatildeo eou deleccedilatildeo satildeo os de bases repetidas chamados
de STR (Simple Tandem Repeats) ou microssateacutelites e os de padrotildees de nucleotiacutedeos
repetidos em uma regiatildeo do DNA conhecidos como VNTR (Variable Number of Tandem
Repeats) ou minissateacutelites (SCHORK et al 2000)
36
Aqueles polimorfismos que podem causar alteraccedilotildees nas sequecircncias de aminoaacutecidos
codificados acarretando danos nas funccedilotildees como alteraccedilatildeo nos siacutetios de interaccedilatildeo na
solubilidade e na estabilidade da proteiacutena estatildeo localizados nos eacutexons regiatildeo codificadora do
gene e satildeo chamadas de non-synonymous SNP ndash nsSNP (RAMENSKY et al 2002)
Estudos que envolvem genocircmica nutricional tecircm sido relacionados a importantes
associaccedilotildees entre polimorfismos e consumo de nutrientes permitindo melhor compreensatildeo de
como a nutriccedilatildeo influencia as vias de homeostase metaboacutelica Essa descoberta possibilitou
uma perspectiva na reduccedilatildeo do risco de doenccedilas uma vez que as interaccedilotildees existentes entre os
genes e os nutrientes permitem descrever a modulaccedilatildeo dos efeitos dos componentes
alimentares em um fenoacutetipo especiacutefico associado a um polimorfismo geneacutetico
(STRATIGOPOULOS et al 2008 KAUWELL 2005)
Como exemplo de SNP que pode estar relacionado ao status de Se pode-se destacar o
Pro198Leu no gene da GPx 1 Jaacute como exemplo de um polimorfismo de deleccedilatildeo que pode
interferir nas concentraccedilotildees de Hg no organismo destaca-se o GSTM1 no gene da GST
241 Polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) no Gene da GPx 1
De acordo com Hesketh (2008) polimorfismos na regiatildeo codificadora dos genes de
selenoproteiacutenas podem alterar a incorporaccedilatildeo do Se e influenciar a capacidade antioxidante
No gene humano da GPx 1 que eacute a isoforma intracelular citosoacutelica mais abundante nos
sistemas bioloacutegicos localizado na regiatildeo cromossomica 3p213 foram descobertos vaacuterios
polimorfismos sendo mais de 30 SNP dentre eles o Pro198Leu (rs 1050450) Nesse SNP
ocorre uma substituiccedilatildeo da base nitrogenada citosina por timina (CrarrT) no exoacuten 2 do
nucleotiacutedio 594 do gene resultando na troca do aminoaacutecido prolina por leucina no coacutedon 198
(FOSBERG et al 1999) A troca do aminoaacutecido prolina por leucina pode causar
consequecircncias na atividade da enzima GPx 1 pois a prolina eacute o uacutenico aminoaacutecido sem grupo
amino livre no carbono alfa ocasionando uma torccedilatildeo na estrutura secundaacuteria dos peptiacutedeos
(FOSBERG et al 2000 JABLONSKA et al 2009 ARSOVA-SARAFINOVSKA et al
2009)
Segundo Suzen et al (2010) que avaliaram a frequecircncia dos alelos e genoacutetipos de
diversas populaccedilotildees do mundo o maior percentual geralmente eacute de indiviacuteduos com genoacutetipos
selvagens (ProPro) seguidos por heterozigotos para o polimorfismo ou seja com um alelo
variante (ProLeu) e depois por indiviacuteduos homozigotos (LeuLeu)
37
No Brasil em relaccedilatildeo agrave frequecircncia desse polimorfismo aleacutem desse estudo
pesquisadores do Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo - Minerais da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas
da Universidade de Satildeo Paulo determinaram por meio de vaacuterios estudos a frequecircncia
genotiacutepica do Pro198Leu em vaacuterias populaccedilotildees de cidades do Brasil e os resultados estatildeo
ilustrados no Quadro 3 a seguir
Quadro 3 Frequecircncia genotiacutepica em relaccedilatildeo ao polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) no
gene que codifica GPx1 encontrada em pesquisas realizadas no Brasil no Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo e Minerais da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo
(USP)
Estado Nuacutemero de
participantes
ProPro
()
ProLeu
()
LeuLeu
()
SANTOS (2013) Cearaacute 176 55 38 7
ROCHA (2015) Rondocircnia 190 56 37 7
NISHIMURA
(2010) Satildeo Paulo
175 (Caso)
203 (Controle)
50
51
43
43
7
6
DONADIO
(2011) Satildeo Paulo 124 49 48 3
COMINETTI et
al (2011) Satildeo Paulo 37 49 38 13
CARDOSO et
al (2012) Satildeo Paulo
28 (Caso)
29 (Controle)
75
72
14
14
11
14
Uma das principais descobertas dos estudos sobre o polimorfismo Pro198Leu estaacute
relacionada agrave presenccedila do alelo Leu pois algumas pesquisas verificaram que esse genoacutetipo
pode diminuir a atividade da GPx 1 e aleacutem disso estudos associaram a concentraccedilatildeo
eritrocitaacuteria de Se com a sua atividade indicando que o genoacutetipo LeuLeu pode influenciar
tambeacutem o estado nutricional dos indiviacuteduos relativo ao Se (JABLONSKA et al 2009)
Em indiviacuteduos natildeo doentes Forsberg et al (2000) e Jablonska et al (2009) natildeo
observaram associaccedilotildees entre a atividade da enzima GPx 1 e o genoacutetipo Poreacutem na pesquisa
de Jablonska et al (2009) foi obtida uma associaccedilatildeo significativamente diferente entre cada
grupo de genoacutetipo avaliado em relaccedilatildeo agrave atividade da GPx 1 e a concentraccedilatildeo de Se Dessa
forma os pesquisadores presumiram que a resposta agrave ingestatildeo ou agrave suplementaccedilatildeo de Se
assim como a atividade da enzima pode estar relacionadas aos genoacutetipo do indiviacuteduo Aleacutem
disso os autores sugeriram que carreavam indiviacuteduos que possuiacuteam ao menos um alelo Pro
teriam maior atividade da enzima quando comparados agravequeles com ambos alelos Leu
38
Ravn-Haren et al (2006) observaram em mulheres com cacircncer de mama que a
atividade da GPx 1 foi significativamente menor nas participantes com a presenccedila do genoacutetipo
Leu em comparaccedilatildeo agravequelas com genoacutetipo Pro Isso foi observado tanto nas mulheres doentes
quanto naquelas do grupo controle Aleacutem de alguns tipos de cacircncer como o de bexiga
colorretal de pulmatildeo e de mama outras doenccedilas satildeo relacionadas com o polimorfismo
Pro198Leu tais como siacutendrome metaboacutelica (KUZUYA et al 2008) e concentraccedilotildees elevados
de triacilgliceroacuteis em pacientes com diabetes melito tipo 2 (CHEN et al 2012)
242 Polimorfismo GSTM1 no Gene da GST
A GST eacute uma famiacutelia de enzimas intracelulares localizadas no citosol que modulam a
accedilatildeo de toxinas endoacutegenas e exoacutegenas sobre as ceacutelulas evitando danos ao DNA
(MANNERVIK et al 1985 MORAIS et al 2008 CASTRO e LIMA 2013) Este grupo de
enzimas tem sido amplamente estudado pois estatildeo envolvidas no metabolismo de muitos
carcinoacutegenos poluentes ambientais e drogas anticanceriacutegenas Dessa forma supotildee-se que a
inexistecircncia de enzimas especiacuteficas ou deleccedilotildees homozigoacuteticas possam ocasionar ao
organismo maior susceptibilidade a desenvolver neoplasias como cacircncer de bexiga coacutelon
pulmatildeo pele estocircmago e mama aleacutem de diabetes e asma (ZHENG etal 2002 CHARRIER
et al 1999 PARK et al 2003 ANTON et al 2010 CASTRO e LIMA 2013)
Existem cinco classes de genes da GST (alfa mu pi theta e zeta) Nos genes da classe
mu tecircm-se o GSTM1 GSTM2 GSTM3 GSTM4 e GSTM5 na regiatildeo cromossocircmica 1p133 O
polimorfismo no locus M1 eacute o mais estudado e apresenta trecircs alelos dois considerados ativos
GSTM1A e GSTM1B e o terceiro alelo nulo ou deletado (GSTM10) O que difere o
GSTM1A do GSTM1B apesar de serem proteiacutenas funcionalmente idecircnticas eacute que o
GSTM1A contecircm a proteiacutena lisina na posiccedilatildeo 172 e o GSTM1B contecircm a asparagina nessa
mesma posiccedilatildeo (DEJONG et al 1988 WIDERSTEN et al 1991)
Dessa forma o polimorfismo GSTM10 no gene da GST eacute classificado como
polimorfismo de deleccedilatildeo ou seja indiviacuteduos homozigotos que carreiam o genoacutetipo
GSTM10 apresentam deleccedilatildeo do gene inteiro e natildeo expressam a proteiacutena GST (KLATAU-
GUIMARAtildeES et al 2005 JAIN et al 2006 MANNERVICK et al 2005)
Klatau-Guimaratildees et al (2005) avaliaram a suscetibilidade agrave contaminaccedilatildeo por Hg e a
relaccedilatildeo com o polimorfismo da enzima GST atraveacutes de biomarcadores moleculares em
algumas tribos indiacutegenas da Amazocircnia Apoacutes a obtenccedilatildeo dos resultados observou-se que
fatores geneacuteticos podem influenciar o acuacutemulo de Hg no organismo pois os indiviacuteduos que
39
carreavam o genoacutetipo GSTM10 (deletado) apresentaram concentraccedilotildees maiores deste metal
nos cabelos quando comparados aos indiviacuteduos com genoacutetipo GSTM1 Com a ausecircncia desta
enzima o organismo pode natildeo estar apto a destoxificar o Hg de forma adequada uma vez que
esta eacute uma das funccedilotildees atribuiacutedas agrave GST Sendo assim esses indiviacuteduos podem apresentar
maiores concentraccedilotildees ou retenccedilatildeo de Hg no organismo
Naganuma et al (1990) e Choi et al (1996) afirmam que a deficiecircncia de GST estaacute
associada com a sensibilidade ao cloreto de Hg e ao metilmercuacuterio Entretanto ainda existem
inconsistecircncias na relaccedilatildeo entre o polimorfismo GSTM1 e a concentraccedilatildeo de Hg no
organismo (GUNDACKER et al 2007) De acordo com Hatagima et al (2000) a frequecircncia
do polimorfismo no gene da classe mu estaacute ausente ou deletado (GSTM10) de forma
homozigoacutetica em torno de 40 a 50 em diferentes populaccedilotildees eacutetnicas conforme ilustrado no
Quadro 4 que mostra a frequecircncia deste alelo assim como do GSTM1A GSTM1B
GSTM1AB inclusive na populaccedilatildeo brasileira
Quadro 4 Distribuiccedilatildeo da frequecircncia do polimorfismo GSTM1(ABAB0) no gene da GST em
diferentes etnias
Etnias GSTM1
A B AB 0
Brasileiros (Rio de Janeiro) 197 (30) 105 (16) 51 (8) 305 (46)
Brasileiros (Distrito Federal) 43 (24) 33 (184) 16 (9) 87 (486)
Brasileiros (Satildeo Paulo) 21 (29) 10 (14) 7 (9) 35 (48)
Nigerianos 49 (71) 4 (6) 1 (13) 15 (217)
Japoneses 13 (8) 68 (41) 5 (3) 80 (482)
Chineses 10 (10) 28 (30) 2 (2) 56 (583)
Indiacutegenas 15 (35) 7 (16) 6 (14) 15 (35)
Franceses 24 (43) 5 (9) 3 (5) 24 (43)
Ingleses 158 (28) 74 (135) 23 (4) 306 (545)
Fonte Hatagima et al (2000)
Considerando a importacircncia do polimorfismo GSTM10 no gene da GST e o fato da
populaccedilatildeo deste estudo residir em aacuterea de risco de contaminaccedilatildeo por Hg a anaacutelise de tais
40
dados torna-se necessaacuteria uma vez que o genoacutetipo nulo ou deletado pode influenciar as
concentraccedilotildees do metal no organismo
41
3 OBJETIVOS
31 OBJETIVO GERAL
Avaliar o estado nutricional relativo ao Se concentraccedilotildees de Hg e suas relaccedilotildees com o
estresse oxidativo e os polimorfismos Pro198Leu no gene da GPx 1 e GSTM1 no gene da
GST em mulheres residentes em aacuterea de risco de contaminaccedilatildeo por Hg
32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Avaliar o estado nutricional das voluntaacuterias em relaccedilatildeo agrave antropometria
Analisar a ingestatildeo alimentar de energia macronutrientes e Se
Determinar as concentraccedilotildees plasmaacuteticas e eritrocitaacuterias de Se e a atividade
eritrocitaacuteria total da enzima GPx
Avaliar as concentraccedilotildees de Hg nos cabelos
Associar a presenccedila dos polimorfismos Pro198leu e GSTM1 com os biomarcadores do
estado nutricional relativo ao Se e Hg respectivamente bem como com as
concentraccedilotildees de MDA e ORAC
42
4 METODOLOGIA
41 CASUIacuteSTICA E DELINEAMENTO
O estudo foi do tipo transversal descritivo com abordagem quantitativa e qualitativa
dos dados Participaram da pesquisa mulheres entre 19 e 50 anos residentes da cidade de
Porto Velho Rondocircnia (RO) Para o caacutelculo do tamanho da amostra considerou-se a
prevalecircncia do alelo variante Pro198Leu de 32 Fixou-se o niacutevel de significacircncia de 5 (
= 005) e um erro amostral de 65 Esses valores aplicados na equaccedilatildeo abaixo indicada para
populaccedilotildees infinitas proporcionou uma amostra de tamanho n igual a 200 mulheres
O projeto foi aprovado pelo comitecirc de eacutetica da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas
da Universidade de Satildeo Paulo (FCFUSP) parecer 119 e protocolo 574 (ANEXO 1) Na
Figura 4 abaixo estaacute representado o mapa do Brasil com destaque para o estado de Rondocircnia
e a cidade de Porto Velho onde a pesquisa foi realizada
Figura 4 Representaccedilatildeo do mapa do Brasil do estado de Rondocircnia e da cidade de Porto
Velho (RO)
Adaptado de Campos et al (2002)
43
Para ampla divulgaccedilatildeo da pesquisa cartazes com informaccedilotildees a respeito do estudo
foram espalhados pela cidade de Porto Velho em pontos de ocircnibus na secretaria de educaccedilatildeo
(SEDUC) na secretaria de sauacutede (SESAU) em academias de ginaacutestica em faculdades
particulares e tambeacutem na Universidade Federal de Rondocircnia (UNIR) (APEcircNDICE 1) Apoacutes
as procuras e declaraccedilotildees de interesse em participar da pesquisa as voluntaacuterias que se
adequavam ao perfil do estudo assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(APEcircNDICE 2) e em seguida responderam um questionaacuterio com informaccedilotildees
socioeconocircmicas presenccedila de doenccedilas e estilo de vida (APEcircNDICE 3) Natildeo foram incluiacutedas
no estudo mulheres com idade inferior a 19 ou superior a 50 anos fumantes com doenccedilas
crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e infecciosas (auto-relatadas) poacutes-menopausa que realizavam
atividade fiacutesica de forma intensa que utilizavam suplementos vitamiacutenicos eou minerais e que
residiam em local diferente do estabelecido
42 COLETA DE DADOS
A coleta dos dados (consumo alimentar antropometria material bioloacutegico) foi
realizada no laboratoacuterio Alphaclin (Porto Velho ndash RO) entre os meses de fevereiro a maio de
2011 entretanto todas as anaacutelises em material bioloacutegico foram realizadas em Laboratoacuterios da
Universidade de Satildeo Paulo (USP)
Para avaliar o consumo alimentar todas as participantes foram instruiacutedas pela
responsaacutevel da pesquisa a preencher um formulaacuterio de registro alimentar de 24 horas
(APEcircNDICE 4) que continha instruccedilotildees de preenchimento e fotos ilustrativas de medidas
caseiras de alguns alimentos com a finalidade de facilitar a obtenccedilatildeo dos dados de consumo
bem como para o melhor entendimento das voluntaacuterias reduzindo dessa forma as duacutevidas e
os erros de preenchimento Aleacutem do registro de 24 horas as voluntaacuterias responderam um
formulaacuterio a respeito do consumo de peixes da regiatildeo que poderiam estar relacionados com o
risco de contaminaccedilatildeo de Hg (ANEXO 2)
Os dados antropomeacutetricos (peso estatura e circunferecircncia da cintura) foram obtidos
apoacutes a entrega dos formulaacuterios de registros alimentares Em seguida para determinar as
concentraccedilotildees de Hg total cortou-se uma pequena quantidade de cabelo das voluntaacuterias
(aproximadamente 1g de amostra) da parte posterior da cabeccedila proacuteximo agrave regiatildeo occipital
(nuca) com auxiacutelio de uma tesoura de accedilo inoxidaacutevel que foi higienizada com acetona a cada
corte
44
Com a finalidade de avaliar o estado nutricional das participantes em relaccedilatildeo ao Se
atividade da enzima GPx estresse oxidativo e determinaccedilatildeo dos polimorfismos foram
coletados 20 mL de sangue por punccedilatildeo venosa Esse procedimento foi realizado no periacuteodo da
manhatilde por um profissional de enfermagem capacitado estando as voluntaacuterias em jejum de 10
a 12 horas
A coleta foi realizada com seringas plaacutesticas descartaacuteveis e agulhas de accedilo inoxidaacutevel
esteacutereis e descartaacuteveis Todos os materiais bioloacutegicos foram distribuiacutedos em tubos de vidro
contendo anticoagulante EDTA (aacutecido etilenodiamino tetraceacutetico) sendo que uma pequena
quantidade (sangue total) de todas as amostras foi armazenada em microtubos esteacutereis e
autoclavados para anaacutelise dos polimorfismos
O plasma foi separado do sangue total por centrifugaccedilatildeo a 3000 rpm durante 15
minutos a 4ordmC sendo extraiacutedo com pipeta automaacutetica e acondicionado em microtubos
previamente desmineralizados para determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo plasmaacutetica de Se
malondialdeiacutedo (MDA) e da capacidade de absorccedilatildeo de radicais livres de oxigecircnio (ORAC)
Em seguida o resiacuteduo contendo os eritroacutecitos foi lavado trecircs vezes com 5 mL de soluccedilatildeo
fisioloacutegica de cloreto de soacutedio a 09 homogeneizado lentamente por inversatildeo e centrifugado
a 10000 rpm por 10 minutos a 4ordmC sendo o sobrenadante descartado e dessa forma obtendo-
se a massa eritrocitaacuteria que foi extraiacuteda cuidadosamente com micropipeta e armazenada em
tubos de polipropileno desmineralizados para determinaccedilatildeo do Se eritrocitaacuterio e da atividade
da enzima GPx
Todas as amostras foram acondicionadas em gelo seco e transportadas em um
recipiente teacutermico por via aeacuterea de Porto Velho para Satildeo Paulo onde as amostras foram
armazenadas em freezer -80ordmC ateacute o momento das anaacutelises no laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo -
Minerais da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo (FCFUSP)
Quanto agraves amostras de cabelo coletadas estas foram armazenadas em envelopes de papel e
acondicionados em temperatura ambiente ateacute o momento das anaacutelises no Laboratoacuterio de
Anaacutelise por Ativaccedilatildeo Neutrocircnica - LANCRPq ndash Instituto de Pesquisas Energeacuteticas Nucleares
(IPENCNEN) ndash SP
Todos os materiais utilizados (vidrarias plaacutesticos ponteiras etc) foram
desmineralizados em banho de aacutecido niacutetrico a 20 por no miacutenimo 12 horas e enxaguados
pelo menos 10 vezes consecutivas com aacutegua ultra pura Milli-Q (resistividade de 182 MΩcm
a 25ordmC) para evitar a contaminaccedilatildeo por minerais Os reagentes utilizados nas anaacutelises tinham
um grau de pureza analiacutetica (PA) e a aacutegua ultrapura Milli-Q foi utilizada no preparo das
soluccedilotildees e diluiccedilatildeo das amostras
45
43 AVALIACcedilAtildeO ANTROPOMEacuteTRICA
Para avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica foram aferidos o peso a estatura e a circunferecircncia da
cintura (CC) Todas as afericcedilotildees foram realizadas por nutricionista segundo teacutecnicas
preconizadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2004)
O peso foi mensurado em balanccedila antropomeacutetrica da marca Filizolareg
modelo
ldquoWelmyrdquo com capacidade de 150 kg e graduaccedilatildeo de 100 g A estatura foi aferida em
estadiocircmetro com reacutegua antropomeacutetrica de ateacute 2 m e divisatildeo de 05 cm acoplado agrave balanccedila A
adequaccedilatildeo do peso das participantes foi avaliado pelo indicador Iacutendice de Massa Corporal ndash
IMC (Kgm2) calculado pela razatildeo do peso corporal em quilos pelo quadrado da altura em
metros Em seguida utilizou-se a classificaccedilatildeo da World Health Organization (WHO 2000)
de acordo com o Quadro 5 a seguir como um dos criteacuterios para classificar o IMC das
participantes
Quadro 5 Classificaccedilatildeo do Iacutendice de Massa Corpoacuterea (IMC) para adultos
Classificaccedilatildeo IMC (kgm2) Risco de Comorbidades
Baixo Peso
˂ 185
Baixo
Peso Normal ou
Eutrofia 185 - 249
Meacutedio
Sobrepeso
ge 25 ndash 299
Aumentado
Obesidade I 300 - 349 Moderado
Obesidade II 350 ndash 399 Grave
Obesidade III ˃ 40 Muito Grave
Fonte (WHO 2000)
A circunferecircncia da cintura (CC) foi aferida com uma trena antropomeacutetrica inelaacutestica e
flexiacutevel com 2 m de comprimento da marca Sannyreg
Para classificaccedilatildeo utilizou-se tambeacutem a
referecircncia da World Health Organization (WHO 2000) citada pela Associaccedilatildeo Brasileira
para o Estudo da Obesidade e da Siacutendrome Metaboacutelica (ABESO 20092010) a qual
estabelece como ponto de corte para risco cardiovascular aumentado a medida da
circunferecircncia igual ou superior a 80 cm em mulheres caucasianas
46
44 CONSUMO ALIMENTAR
O consumo alimentar foi avaliado por meio do registro alimentar de 24 horas aplicado
durante trecircs dias sendo dois dias da semana e um dia no final de semana A ingestatildeo
alimentar das participantes foi calculada com auxiacutelio do software NUTWIN (Departamento de
Informaacutetica da Escola Paulista de Medicina - UNIFESP) Considerando que as tabelas de
composiccedilatildeo de alimentos disponiacuteveis em alguns softwares natildeo dispotildeem de dados completos
acerca do teor de Se nos alimentos estes dados foram incluiacutedos manualmente baseados em
anaacutelises realizadas no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo e Minerais da USP
Como houve correlaccedilatildeo significativa entre os valores de energia e de Se os
macronutrientes e o mineral foram ajustados pela energia e correccedilatildeo da variabilidade
intrapessoal e interpessoal (WILLET et al 1997 WILLET et al 1998 SLATER et al
2004)
A avaliaccedilatildeo da ingestatildeo alimentar dos macronutrientes foi realizada de acordo com a
contribuiccedilatildeo energeacutetica em percentual da ingestatildeo caloacuterica total utilizando o Acceptable
Macronutrient Distribution Ranges (AMDR) do Institute of Medicine (IOM 2006) conforme
Quadro 6 As participantes foram classificadas em trecircs categorias sendo elas abaixo da
recomendaccedilatildeo dentro do intervalo de recomendaccedilatildeo e acima da recomendaccedilatildeo
Quadro 6 Intervalos de recomendaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de macronutrientes em percentual de
contribuiccedilatildeo energeacutetica (AMDR) de acordo com IOM (2006)
Macronutrientes AMDR (Adultos ˃18 anos)
Carboidratos 45 ndash 65
Proteiacutenas 10 ndash 35
Lipiacutedios 20 ndash 35
Fonte IOM 2006 AMDR Acceptable Macronutrient Distribution Ranges
Em relaccedilatildeo agrave prevalecircncia de ingestatildeo inadequada de Se esta foi calculada utilizando a
foacutermula proposta por Beaton (1994)
Z = (EAR ndash meacutedia) desvio padratildeo
Os valores da Necessidade Meacutedia Estimada (EAR) utilizados para avaliar a adequaccedilatildeo
da ingestatildeo de Se tambeacutem foram estabelecidos pelo IOM 2006
47
45 DETERMINACcedilAtildeO DA CONCENTRACcedilAtildeO DE SELEcircNIO NO PLASMA E
ERITROacuteCITOS
Com a finalidade de determinar as concentraccedilotildees de Se no plasma e nos eritroacutecitos as
amostras foram pesadas em triplicata (300microL) em tubos de micro kjehdal em seguida foram
adicionados 5 mL de aacutecido niacutetrico 65 (Merck
) e os tubos foram acondicionados em bloco
digestor O material foi digerido por via uacutemida aacutecida a uma temperatura maacutexima de 1500
C
Apoacutes este procedimento o Se contido nas amostras foi reduzido da forma VI para a forma IV
com adiccedilatildeo de aacutecido cloriacutedrico (HCl) 12 N durante duas horas a temperatura de 1000
C As
soluccedilotildees finais foram diluiacutedas para um volume de 25 mL e realizou-se a leitura por
espectrometria de absorccedilatildeo atocircmica com geraccedilatildeo de hidretos acoplados agrave cela de quartzo
(HGQTAAS) (HITACHI
modelo Z-5000) A curva de calibraccedilatildeo foi preparada utilizando os
respectivos pontos 00 microgL 01 microgL 03 microgL 05 microgL 10 microgL 30 microgL e 50 microgL O
limite de detecccedilatildeo (LD) foi de 00016 microgL e adotou-se um limite de confianccedila de 95 O
desvio padratildeo adotado para cada amostra ˂ que 5 e os resultados foram expressos em microgL
O controle de qualidade externo foi realizado utilizando o material de referecircncia
certificado (SERONORM SEROreg) que tambeacutem foi submetido aos mesmos procedimentos
realizados com as amostras O estado nutricional em relaccedilatildeo ao Se das participantes foi
classificado de acordo com os paracircmetros descritos no Quadro 7
Quadro 7 Valores de referecircncias adotados para concentraccedilatildeo de Se no plasma e eritroacutecitos
Se Valores de Normalidade
(microgL)
Plasmaacutetico
60 ndash 120
Eritrocitaacuterio 90 - 190
Fonte VAN DAEL DEELSTRA (1993) ORTUNtildeO (1997)
As participantes que apresentaram concentraccedilotildees plasmaacuteticas abaixo de 60 microgL foram
consideradas deficientes enquanto aquelas com concentraccedilotildees acima de 120 microgL em risco
de toxicidade Em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees nos eritroacutecitos foram consideradas deficientes
aquelas abaixo de 90 microgL e em risco de toxicidade acima de 190 microgL
Aleacutem dos valores de referecircncia descritos na Tabela 9 adotaram-se ainda os
paracircmetros propostos por Thomson (2004) que estabelece a concentraccedilatildeo miacutenima de Se
48
plasmaacutetico para o natildeo surgimento da doenccedila de Keshan como 21 microgL o valor aceitaacutevel para
otimizaccedilatildeo da atividade das enzimas deiodinases como ˃ 65 microgL o intervalo de 80 a 95 microgL
para maximizaccedilatildeo da atividade da GPx e selenoproteiacutena P e o valor superior a 115 microgL para
proteccedilatildeo contra alguns tipos de cacircncer
46 DETERMINACcedilAtildeO DA ATIVIDADE DA GPx
A atividade da enzima GPx foi determinada nos eritroacutecitos com o auxiacutelio de kit
comercial (Ransel 505-RANDOX Laboratories CrumlinUK) adaptado para o uso no
analisador bioquiacutemico automaacutetico (LiasysregMAS Rome Italy) Este meacutetodo se baseia na
reaccedilatildeo em que a enzima GPx catalisa a oxidaccedilatildeo da GR por um hidroperoacutexido Na presenccedila
de GPx e NADPH a GSH eacute convertida agrave forma reduzida com a oxidaccedilatildeo concomitante do
NADPH em NADH+ A diminuiccedilatildeo na absorbacircncia a 340 ηm eacute entatildeo determinada
(PAGLIA e VALENTINE 1967) A faixa de normalidade proposta pelo kit comercial
utilizado eacute de 275 - 736 UgHb A concentraccedilatildeo da hemoglobina (Hb) tambeacutem foi
determinada uma vez que a atividade da enzima foi expressa em UgHb
47 PROCESSAMENTO E ANAacuteLISE DE MERCUacuteRIO NOS CABELOS
Na primeira etapa do processamento para determinaccedilatildeo do Hg total os cabelos foram
picotados em pedaccedilos de aproximadamente 05 mm de comprimento com tesoura de accedilo inox
higienizada com acetona a cada troca de amostra Depois disso transferiram-se os cabelos
para um beacutequer limpo onde foram submersos em acetona e em seguida enxaguados trecircs
vezes com aacutegua Milli Q e mais uma vez com acetona conforme procedimento recomendado
pela Agecircncia Internacional de Energia Atocircmica (IAEA) (FARIAS 2006) As amostras foram
secas em temperatura ambiente e o armazenamento foi realizado em envelopes de papel
devidamente identificados
Para anaacutelise das amostras e materiais de referecircncia foram pesados cerca de 01 a 015
g de amostra diretamente em um frasco de teflon fechado da marca Savillexreg com capacidade
de 182 mL Apoacutes a pesagem foram adicionados 4 mL de aacutecido niacutetrico (HNO3) e 2 mL de
aacutecido sulfuacuterico (H2SO4) ambos concentrados e da marca Merckreg que foram mantidos assim
durante a noite No dia seguinte para digestatildeo das amostras em sistema fechado os frascos
foram colocados em bloco digestor na temperatura de 90ordm durante 3 h Depois da digestatildeo os
49
frascos foram colocados em banho de gelo ateacute o completo resfriamento e em seguida foram
adicionados 250 microL de soluccedilatildeo de dicromato de potaacutessio (K2Cr2O7) a 10 (mv) para a
estabilizaccedilatildeo do Hg
A determinaccedilatildeo de Hg total nos cabelos foi realizada pelo meacutetodo de espectrometria
de absorccedilatildeo atocircmica com geraccedilatildeo de vapor frio (CV AAS) em equipamento FIMS-100
(Perkin Elmerreg
) A validaccedilatildeo da metodologia em relaccedilatildeo agrave precisatildeo e exatidatildeo foi realizada
por meio da anaacutelise em triplicata dos materiais de referecircncia (Human Hair- IAEA 086 GBW
09101 - Human Hair e BCR CRM 397 - Human Hair) com valor certificado de concentraccedilatildeo
para Hg total e os resultados obtidos estatildeo presentes no Quadro 8
As determinaccedilotildees de Hg total em cabelos foram realizadas no Laboratoacuterio de Anaacutelise
por Ativaccedilatildeo Neutrocircnica (LAN) do Centro do Reator de Pesquisas (CRPq) do IPEN ndash
CNENSP
Quadro 8 Resultados (meacutedia plusmn desvio padratildeo da meacutedia) das anaacutelises dos materiais de
referecircncia utilizados na determinaccedilatildeo de Hg total (n= nuacutemero de determinaccedilotildees)
Amostras
Valores
Certificados
(microg kg -1
)
Valores Obtidos
(Meacutedia plusmn desvio)
(microg kg -1
)
DPR
()
ER
()
IAEA 086
(n =8) 573 plusmn 39
615 plusmn 68 111 73
GBW 09101
(n=4) 2160 plusmn 210
1975 plusmn 86 43 86
BCR CRM 397
(n=2) 12300 plusmn 500
11688 plusmn 32 027 50
IAEA- International Atomic Energy Agency
IAEA 086 - Methylmercury Total Mercury and other trace elements in Human Hair (IAEA May 2000)
CRM 397 - Certified Reference Material Trace Elements in Human Hair BCR- Community Bureau of Reference
(Brussels January 1991)
GBW 09101 - Certified Reference Material Human Hair (China April 1988)
DPR- Desvio Padratildeo Relativo
ER- Erro relativo
Quanto ao limite de detecccedilatildeo (LD) minus a menor concentraccedilatildeo do analito em uma amostra
que pode ser detectada mas natildeo necessariamente quantificada sob determinadas condiccedilotildees
experimentais minus foi determinado diretamente da curva de calibraccedilatildeo construiacuteda utilizando a
50
teacutecnica de regressatildeo e considerando um niacutevel de confianccedila de 95 O valor encontrado para o
limite inferior de detecccedilatildeo foi da ordem de 001 ng mL-1
resultado compatiacutevel com os estudos
encontrados na literatura para determinaccedilatildeo de Hg (HORVAT 1996 SKOOG et al 2002
FARIAS 2009) Em relaccedilatildeo ao limite de quantificaccedilatildeo (LQ) tambeacutem conhecido como limite
de determinaccedilatildeo que indica qual a menor concentraccedilatildeo do analito que pode ser detectada por
um meacutetodo qualquer que estaacute sendo empregado com um niacutevel aceitaacutevel de precisatildeo e
veracidade Pode ser considerado ainda como a concentraccedilatildeo do analito correspondente ao
valor meacutedio do branco mais 5 e 6 ou 10 desvios padratildeo (FARIAS 2009) O valor encontrado
para o limite de quantificaccedilatildeo para esta pesquisa foi da ordem de 1 ng mL-1
Os resultados das anaacutelises dos materiais de referecircncia apresentaram desvio padratildeo
relativo (DPR) variando de 027 a 11 e ER (Erro Relativo) de 5 a 86 comprovando a
precisatildeo e exatidatildeo do meacutetodo respectivamente
Para classificar o diagnoacutestico em relaccedilatildeo as concentraccedilotildees de Hg nos cabelos das
participantes os resultados encontrados foram comparados aos estabelecidos pela WHO
(1990) o qual considera 2000 ng g-1
para populaccedilotildees natildeo expostas e 6000 ng g-1
como
indicador de exposiccedilatildeo para Hg
48 DETERMINACcedilAtildeO DA CONCENTRACcedilAtildeO PLASMAacuteTICA DE
MALONDIALDEIacuteDO (MDA)
A peroxidaccedilatildeo lipiacutedica foi determinada por meio das concentraccedilotildees de MDA no
plasma obtidas por cromatografia liacutequida de alta eficiecircncia (HPLCPDA) quantificando a
reaccedilatildeo do MDA com dinitrofenilhidrazina (DNPH) utilizando absorbacircncia de 308 nm de
acordo com o meacutetodo adaptado de Rezaei Jamshidzadeh e Sanati (2013) Antes do
processamento das amostras foi construiacuteda uma curva de calibraccedilatildeo utilizando uma soluccedilatildeo
estoque de MDA com 22 μL de tetrametoxipropano e 10 mL de aacutecido sulfuacuterico a 1 Os
pontos da curva utilizados foram 00 025 05 10 20 40 60 e 120 μM Utilizou-se o
aparelho de HPLC da marca Shimadzu (Kyoto Japatildeo) equipado com coluna Phenomenex
Reverse-phase C18 de 240 mm x 46 mm com partiacuteculas de 5μm (Phenomenex Torrance
CA) A temperatura no amostrador foi mantida em 4degC e a temperatura da coluna a 25degC A
eluiccedilatildeo foi realizada em modo isocraacutetico com uma fase moacutevel constituiacuteda de 50 de H2O
deionizada e 50 de acetonitrila acidificada com 2 de aacutecido aceacutetico A taxa de fluxo de
ingestatildeo da amostra foi de 1 mLminuto e o tempo de corrida de 15 minutos
51
Com o objetivo de liberar o MDA das proteiacutenas plasmaacuteticas foram adicionados 10 μL
de hidroacutexido de soacutedio 4M nos microtubos que continham 100 μL de plasma e em seguida
estes foram agitados em voacutertex Apoacutes este procedimento as amostras foram incubadas no
aparelho Vortempreg a 60degC durante 30 minutos para posteriormente serem acondicionadas no
gelo por 5 minutos Depois do resfriamento foram adicionados 150 μL de aacutecido sulfuacuterico a
1 e agitou-se em voacutertex vigorosamente para precipitaccedilatildeo das proteiacutenas Novamente
incubou-se no gelo por mais 5 minutos seguindo-se de uma centrifugaccedilatildeo a 14000 rpm por
10 minutos Foram retirados 175 μL do sobrenadante que foram transferidos para um novo
microtubo onde foi adicionado 25 microL de DNPH (0001 gmL) permanecendo agrave temperatura
ambiente por 30 minutos protegidos de luz Centrifugou-se novamente o microtubo a 14000
rpm por 5 minutos e 150 μL do sobrenadante foi transferido para um vial do qual foi injetado
100 μL no aparelho HPLC
A determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo plasmaacutetica de malondialdeiacutedo foi realizada no
Departamento de Anaacutelises Cliacutenicas e Toxicoloacutegicas no laboratoacuterio de Toxicologia que tem
como responsaacutevel a professora Ana Paula de Melo Loureiro da Faculdade de Ciecircncias
Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo (USP)
49 DETERMINACcedilAtildeO DA CAPACIDADE DE ABSORCcedilAtildeO DE RADICAIS DE
OXIGEcircNIO (ORAC)
A capacidade antioxidante total do plasma foi realizada por meio do meacutetodo ORAC
proposto por Prior et al (2003) que baseia-se na mensuraccedilatildeo da inibiccedilatildeo do radical peroxil o
que demostra resistecircncia aos danos oxidativos Para isso o plasma foi desproteinizado com
aacutecido percloacuterico e posteriormente as amostras foram diluiacutedas 10x com tampatildeo fosfato (pH
74)
As anaacutelises foram realizadas em triplicata utilizando 25 microL de amostra em microplaca
de 48 poccedilos adicionando-se posteriormente 150 microL de soluccedilatildeo de fluoresceiacutena e 25 microL de
22-azobis (aminopropano) di-hidroclorido (AAPH) por injetores automaacuteticos do leitor de
microplacas (Biotech Synergy H1)
Utilizou-se uma curva padratildeo de Trolox preparada com as seguintes concentraccedilotildees
100 microM 50 microM 25 microM 125 microM 625 microM e os resultados foram expressos em μmol de
Trolox (μmol TEmL)
52
410 PREPARACcedilAtildeO DAS AMOSTRAS PARA ANAacuteLISE DOS POLIMORFISMOS
Para extraccedilatildeo do DNA de sangue total utilizou-se o kit PureLinkTM
Genomic DNA
(Invitrogen CA USA) seguindo as instruccedilotildees do fabricante Em seguida foi feita a leitura em
espectrofotocircmetro (Nanodropreg) nos comprimentos de onda () de 260nm (DNA) e 280nm
(proteiacutena) O DNA foi considerado iacutentegro e de boa qualidade quando a razatildeo 260280 foi
maior que 18 sendo descartadas aquelas com valores abaixo deste paracircmetro A
quantificaccedilatildeo do DNA das amostras foi realizada neste mesmo equipamento sendo os
resultados obtidos em ngmicroL As amostras com concentraccedilotildees inferiores a 10 ngmicroL foram
descartadas tendo em vista que esta era concentraccedilatildeo miacutenima padronizada
4101 Determinaccedilatildeo do Polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450)
Para anaacutelise de genotipagem o DNA do sangue total seraacute extraiacutedo a partir do
kit Purelink Genomic DNA da Invitrogen Life Technologies e em seguida o mesmo seraacute
quantificado no espectrofotocircmetro Nanodrop sendo o resultado expresso em ngmL Seraacute
utilizada a razatildeo 260280 superior a 17 e inferior a 20 como paracircmetro de qualidade do
DNA Amostras com a razatildeo abaixo desse valor seratildeo reextraiacutedas O DNA genocircmico de todas
as amostras seraacute ajustado em aacutegua autoclavada para uma concentraccedilatildeo de 10 ngmL e volume
final de 20 μL Um total de 2 μL de DNA seraacute usado para a reaccedilatildeo em cadeia da polimerase e
18 μL de soluccedilatildeo contendo o master mix especiacutefico para o ensaio de genotipagem (TaqManreg
genotyping master mix ndash Applied Biosystemsreg) com sondas TaqMan (Custom TaqMan
reg SNP
Genotyping Assay Human Alelo 1 VICMGB-NFQ Alelo 2 FAMMGB-NFQ part number
4331349) e primers especiacuteficos para o SNP (RS1050450) primer forward CATCGAAGCCCTGCTGTCT
e primer reverse CACTGCAACTBCCAAGCA
A genotipagem da populaccedilatildeo do estudo seraacute realizada pelo sistema TaqMan SNP
Genotyping Assays da Applied Biosystemsreg utilizando as condiccedilotildees de termociclagem
recomendadas pelo fabricante Este sistema eacute baseado na anaacutelise end-point da RT-PCR (Real
time ndash PCR ou Reaccedilatildeo em cadeia da Polimerase em Tempo Real)
53
4102 Determinaccedilatildeo do Polimorfismo GSTM1
As reaccedilotildees de PCR em tempo real (qPCR) foram realizadas em placas especiacuteficas de
96 poccedilos no equipamento StepOne Plus utilizando o sistema para detecccedilatildeo de produtos de
amplificaccedilatildeo TaqManreg (Applied Biosystems Foster City CA USA) Para o polimorfismo
GSTM1 foram selecionados primers forward 5prime-AAGATTCGTGTGGACATTTTGGA-3prime e
reverse 5prime TCTGGATTGTAGCAGATCATGCC-3prime e probes (FAM-CAGACCATGGACA-
ACCA-MGB 100 microM) marcados com fluoroacuteforo FAM Para controle endoacutegeno utilizou-se a
β-2-microglobulina (B2M) forward 5prime-TTGTTTCACTGTCCTGAGGACTATTTAT-3prime e
reverse 5prime-ATGTTACTCTGTCAATGTTCTCCACAT-3prime Os probes utilizados foram
marcados com fluoroacuteforo VIC (VIC-CTCTAACATGATAACCCTCAC-MGB 100 microM)
(COVAULT et al 2003)
As amostras foram submetidas agrave seguinte termociclagem 50degC por 2 min 95degC por
10 min seguidos de 40 ciclos a 95degC por 15 segundos e 60degC por 1 min Ao final eram
considerados vaacutelidos apenas os resultados cuja reaccedilatildeo apresentasse curva de dissociaccedilatildeo com
apenas um pico referente agrave temperatura de melting do primer utilizado em cada reaccedilatildeo A
presenccedila da deleccedilatildeo no gene GSTM1 foi estabelecida quando os valores de Ct (threshold
cycle) foram superiores a 35 ciclos conforme padronizaccedilatildeo realizada por Covault et al
(2003) De forma aleatoacuteria foram selecionadas 20 das amostras deletadas para confirmar a
deleccedilatildeo e em 100 delas houve concordacircncia dos resultados
411 ANAacuteLISES ESTATIacuteSTICAS
Os dados obtidos foram analisados no software SPSS versatildeo 200 e os resultados
expressos como meacutedia desvio padratildeo valores miacutenimos e maacuteximos Testou-se a normalidade
dos dados usando o teste de Kolmogorov-Smirnov e a homogeneidade de variacircncia o de
Levene O teste T-Student para amostras independentes e o ANOVA seguido de Tukey para
comparaccedilatildeo de meacutedias entre os paracircmetros Para o teste de correlaccedilatildeo utilizou-se o de
Pearson Nas anaacutelises de regressatildeo empregou-se o modelo de regressatildeo linear simples e o
modelo de regressatildeo linear muacuteltipla para selecionar as variaacuteveis de ajuste As variaacuteveis
testadas nos ajustes dos modelos muacuteltiplos foram idade iacutendice de massa corpoacuterea
escolaridade renda e ingestatildeo energeacutetica Para estes adotou-se o meacutetodo de backward
Foram consideradas estatisticamente significantes as anaacutelises com p lt 005
54
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
51 CARACTERIZACcedilAtildeO DA POPULACcedilAtildeO
Participaram do estudo 200 mulheres voluntaacuterias da cidade de Porto Velho (RO)
selecionadas de uma amostra de conveniecircncia A meacutedia de idade das participantes foi de 263
+ 75 anos Conforme a etnia relatada pelas voluntaacuterias 93 informaram ser pardas e a
maioria cursava o ensino superior Quanto agrave renda houve uma maior prevalecircncia de
participantes que ganhavam mais de quatro salaacuterios miacutenimos e 75 afirmaram natildeo realizar
atividade fiacutesica Em relaccedilatildeo ao histoacuterico de doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis na famiacutelia as
mais descritas foram hipertensatildeo arterial e diabetes Nenhuma participante era fumante ou
fazia uso de bebidas alcooacutelicas Todas residiam no estado de Rondocircnia haacute no miacutenimo 10 anos
Os dados acima mencionados estatildeo representados de forma detalhada na Tabela 1
De acordo com o censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
(IBGE 2011) a populaccedilatildeo brasileira era constituiacuteda de 190755799 de habitantes sendo que
428527 pertenciam agrave cidade de Porto Velho Desse total 492 eram do gecircnero feminino
Ainda neste censo 477 dos habitantes do Brasil classificaram-se como brancos
76 como pretos 43 como pardos 11 como amarelos e 04 como indiacutegenas A
distribuiccedilatildeo por cor ou raccedila reflete padrotildees histoacutericos de ocupaccedilatildeo e movimentos relacionados
agrave dinacircmica econocircmica As maiores proporccedilotildees de pardos (58) estatildeo nas regiotildees norte e
nordeste enquanto os pretos estatildeo mais presentes na Bahia (17) e no Rio de Janeiro
(124) Em Rondocircnia 353 se declararam brancos 556 pardos e 69 pretos
corroborando com dados obtidos nesta pesquisa
Dentre os dados apresentados ressalta-se ainda a presenccedila de DCNT nos antecedentes
familiares das participantes De acordo com Silva-Junior (2009) e Schmidt et al (2011)
72 das mortes ocorridas em 2007 no Brasil foram atribuiacutedas agraves DCNT O aumento da
prevalecircncia de diabetes e hipertensatildeo paralelamente ao excesso de peso estaacute associado agrave
mudanccedilas desfavoraacuteveis na dieta e na atividade fiacutesica (SCHMIDT et al 2011)
O Brasil tem colocado em praacutetica importantes poliacuteticas para prevenccedilatildeo das DCNT
Como exemplo destaca-se a implantaccedilatildeo do plano de accedilatildeo de 2008 a 2013 da Organizaccedilatildeo
Mundial da Sauacutede (WHO) que teve como foco quatro doenccedilas cardiovasculares diabetes
cacircncer e doenccedilas respiratoacuterias crocircnicas responsaacuteveis por 58 das mortes no Brasil em 2007
(WHO 2010 SCHMIDT et al 2011) O elevado nuacutemero de casos dessas doenccedilas nos dias
55
atuais justifica os resultados da porcentagem relatada pelas participantes do estudo sobre o
histoacuterico de doenccedilas na famiacutelia
Tabela 1 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas das voluntaacuterias
1Salaacuterio Miacutenimo vigente no ano de 2011 (R$ 54500)
52 AVALIACcedilAtildeO ANTROPOMEacuteTRICA
Os resultados antropomeacutetricos de acordo com o Iacutendice de Massa Corpoacuterea (IMC)
estatildeo apresentados na tabela 2 a seguir
n
Etnia (n=200)
Parda 186 930
Branca 11 55
Negra 2 10
Indiacutegena 0 0
Oriental 1 05
Escolaridade (n=173)
Fundamental 8 50
Ensino Meacutedio 19 100
Superior Incompleto 103 600
Superior Completo 40 230
Poacutes-Graduaccedilatildeo 3 20
Renda (n=163)
Ateacute 1 Salaacuterio Miacutenimo1
9 60
2 a 3 Salaacuterios Miacutenimos 58 350
Acima de 4 Salaacuterios Miacutenimos 96 590
Atividade Fiacutesica (n=200)
Sim 51 250
Natildeo 149 750
DCNT (n=186)
Dislipidemias 16 86
Obesidade 37 200
Diabetes 62 333
Hipertensatildeo Arterial 58 311
Outras 13 70
56
Tabela 2 Classificaccedilatildeo das participantes segundo o Iacutendice de Massa Corporeacutea (IMC)
Classificaccedilatildeo do IMC (kgm2) n
Eutrofia (185 - 249) 186 93
Sobrepeso (ge 25 ndash 299) 13 65
Obesidade grau I (300 - 349) 1 05
A Figura 5 apresenta os resultados da Circunferecircncia da Cintura (CC) das
participantes Do total 172 voluntaacuterias (891) apresentavam CC dentro dos valores de
normalidade e 21 (109) em risco aumentado de DCNT
Figura 5 Circunferecircncia da Cintura das voluntaacuterias de acordo com WHO (2000) Ponto de
corte assinalado em azul (80 cm) constitui risco aumentado para o desenvolvimento de
DCNT Porto Velho 2015
Considerando as estimativas de prevalecircncia das condiccedilotildees deacuteficit e excesso de peso
de acordo com o IMC os dados da POF 20082009 da populaccedilatildeo brasileira acima de 19 anos
de idade revelaram que 36 das mulheres brasileiras foram classificadas com deacuteficit de peso
principalmente nas mulheres muito jovens (20 a 24 anos de idade) ou muito idosas (75 anos
57
ou mais) O excesso de peso foi diagnosticado em cerca de metade das mulheres excedendo
em 13 vezes a frequecircncia de deacuteficit de peso nestas e o diagnoacutestico de obesidade foi de 169
Ainda de acordo com a POF 20082009 observou-se que tanto o excesso de peso
como a obesidade aumentaram de frequecircncia nas idades entre 55 a 64 anos declinando nas
idades subsequentes Em relaccedilatildeo agraves mulheres da regiatildeo norte o deacuteficit de peso foi de 35 no
domiciacutelio urbano e 42 no rural o excesso de peso 48 no urbano e 479 no rural e a
obesidade 17 e 165 respectivamente
53 CONSUMO ALIMENTAR
A ingestatildeo meacutedia de energia das voluntaacuterias foi 131801 plusmn 26548 kcaldia Os
macronutrientes foram avaliados de acordo com os intervalos de recomendaccedilatildeo da
distribuiccedilatildeo em percentual da contribuiccedilatildeo energeacutetica (AMDR) do Institute of Medicine
(2006) Verificou-se que a maioria (59) das participantes apresentou uma ingestatildeo de
carboidratos abaixo da recomendaccedilatildeo enquanto em relaccedilatildeo agraves proteiacutenas uma elevada
porcentagem (76) apresentou ingestatildeo dentro do intervalo de referecircncia e o consumo de
lipiacutedios foi acima da recomendaccedilatildeo em 48 delas (Figura 6)
Figura 6 Distribuiccedilatildeo das participantes segundo a adequaccedilatildeo da ingestatildeo dos
macronutrientes de acordo com a recomendaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em percentual da energia
(IOM 2006) Porto Velho 2015
59
10 13
26
76
39
44
14
48
Carboidratos Proteiacutenas Lipiacutedios
Abaixo da Recomendaccedilatildeo Dentro do Intervalo de Recomendaccedilatildeo
Acima da Recomendaccedilatildeo
58
A Pesquisa de Orccedilamentos Familiares (POF 20082009) avaliou o consumo alimentar
de 34003 brasileiros levando em consideraccedilatildeo o gecircnero e a faixa etaacuteria Foi observado que o
consumo energeacutetico meacutedio da populaccedilatildeo brasileira em geral variou de 1490 a 2289 kcal Na
regiatildeo norte observaram-se meacutedias de ingestatildeo energeacutetica acima da meacutedia nacional e das
demais regiotildees do paiacutes variando de 1660 a 2496 kcal Entre as mulheres a faixa etaacuteria de 19
a 59 anos apresentou ingestatildeo energeacutetica meacutedia de 1710 kcal sendo a meacutedia na aacuterea urbana
de 1713 e na aacuterea rural 1694 kcal
Dados do Estudo Nacional de Despesa Familiar (ENDEF) de 197475 e as POFs
(198788 199596 e 200203) verificaram diminuiccedilatildeo de cerca de 9 na participaccedilatildeo relativa
de carboidratos acarretando valores considerados miacutenimos para este macronutriente (559)
No entanto no estudo da POF 20082009 a porcentagem de contribuiccedilatildeo dos macronutrientes
obedeceu agraves faixas de recomendaccedilatildeo A meacutedia da porcentagem de contribuiccedilatildeo de
carboidratos nas dietas das mulheres brasileiras foi de 562 a 576 a de proteiacutena de 16 4 e
de lipiacutedio 272 Ao avaliar as participantes da regiatildeo norte as meacutedias de contribuiccedilatildeo foram
565 para carboidrato 176 para proteiacutena e 256 para lipiacutedio
A manutenccedilatildeo do peso corpoacutereo eacute primariamente determinada pelo consumo e
utilizaccedilatildeo de carboidratos e lipiacutedeos As proteiacutenas contribuiram com uma fraccedilatildeo pequena e
relativamente constante no consumo energeacutetico total A auto regulaccedilatildeo dos estoques de
carboidratos e proteiacutenas no organismo humano ocorre de maneira eficiente enquanto o
mecanismo de regulaccedilatildeo de armazenamento de lipiacutedios eacute pouco eficiente O papel
fundamental dos carboidratos (accediluacutecares e amido) eacute o de fornecer energia para as ceacutelulas do
organismo particularmente para o ceacuterebro uacutenico oacutergatildeo dependente exclusivamente destes
nutrientes (EGASHIRA MIZIARA LEONI 2014)
Os lipiacutedios satildeo importantes na alimentaccedilatildeo pois fornecem energia de alta densidade e
participam no valor energeacutetico total da dieta Ao longo dos uacuteltimos anos raacutepidas mudanccedilas na
dieta e no estilo de vida vecircm ocorrendo com a industrializaccedilatildeo urbanizaccedilatildeo desenvolvimento
econocircmico e mais recentemente a globalizaccedilatildeo propiciando significativo impacto na sauacutede e
no estado nutricional da populaccedilatildeo do mundo As DCNT incluindo obesidade diabetes
melito doenccedilas cardiovasculares hipertensatildeo arterial e alguns tipos de cacircncer tecircm
comprometido o periacuteodo de vida economicamente ativo de vaacuterios indiviacuteduos Com relaccedilatildeo agraves
mudanccedilas dieteacuteticas uma das principais alteraccedilotildees observadas eacute o incremento de oacuteleos e
gorduras em preparaccedilotildees e em alimentos industrializados (SANTOS e AQUINO 2014)
Apesar de as voluntaacuterias natildeo apresentarem doenccedilas crocircnicas auto-relatadas destaca-se que
59
houve histoacuterico de vaacuterias DCNT na famiacutelia constituindo fator de risco para desenvolvimento
destas nas participantes
A ingestatildeo alimentar de Se tambeacutem foi avaliada nestas participantes apresentando
meacutedia de consumo de 493 plusmn 191 microgdia (Tabela 3) Observou-se que esta meacutedia foi superior
agrave recomendaccedilatildeo da EAR (45 microgdia) entretanto em relaccedilatildeo agrave prevalecircncia de ingestatildeo
inadequada de Se estimada conforme a foacutermula de Beaton (1994) notou-se que 409 das
participantes apresentaram inadequaccedilatildeo da ingestatildeo ou seja consumo abaixo da EAR
Tabela 3 Ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) das participantes (n = 193)
Se (microgdia)
Meacutedia 4934
Desvio Padratildeo 1915
Mediana 4643
Miacutenimo 1038
Maacuteximo 18520
Segundo os resultados da POF 20082009 a meacutedia do consumo de Se da populaccedilatildeo
feminina com idade entre 19 e 59 anos foi de 762 microgdia Na regiatildeo norte este mesmo grupo
apresentou consumo meacutedio de 1048 microgdia superior ao das outras regiotildees do Brasil centro-
oeste (697 microg) nordeste (793 microg) sudeste (714 microg) e sul (737 microg) Tais resultados
independente da regiatildeo foram superiores ao obtido neste estudo A prevalecircncia de
inadequaccedilatildeo da ingestatildeo de Se neste mesmo grupo foi de 137 no paiacutes sendo de 91 na
regiatildeo norte
Silva (2013) ao avaliar a ingestatildeo alimentar de Se de adultos saudaacuteveis da cidade de
Fortaleza (CE) observou consumo meacutedio de 79 microgdia e somente 151 dos participantes
apresentaram meacutedia de ingestatildeo abaixo da EAR
De acordo com as pesquisas realizadas no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo - Minerais a
ingestatildeo de Se na populaccedilatildeo brasileira varia de 18 a 200 microgdia (CINTRA 1990 BORTOLI
2010 DONADIO 2011 MAIA 2008 SILVA 2013)
Donadio (2011) avaliou indiviacuteduos adultos saudaacuteveis do estado de Satildeo Paulo e
observou um consumo meacutedio de 412 microgdia No estudo de Bortoli (2010) realizado com
mulheres da cidade de Satildeo Paulo Cubatatildeo (SP) e Novo Airatildeo (AM) verificou-se um
consumo meacutedio de 571 microgdia 533 microgdia e 539 microgdia respectivamente Esses dados
60
mostraram que natildeo houve diferenccedila significativa entre as cidades eou estados avaliados
Rocha et al (2014) ao avaliarem o consumo alimentar de Se de crianccedilas de duas comunidades
ribeirinhas de Porto Velho (RO) verificaram que as crianccedilas que residiam na localidade de
Demarcaccedilatildeo consumiam menos Se (418 microgdia) que a localidade denominada Gleba do Rio
Preto (179 microgdia) A diferenccedila observada foi atribuiacuteda ao fato de as crianccedilas da segunda
comunidade consumirem mais alimentos in natura enquanto as crianccedilas da primeira em
virtude da sua localizaccedilatildeo geograacutefica tinham mais acesso a alimentos industrializados
Ressalta-se que todos esses dados referentes ao consumo brasileiro de Se
independente da regiatildeo natildeo ultrapassaram o Limite Superior Toleraacutevel de Ingestatildeo (UL) de
400 microg dia (IOM 2006)
A determinaccedilatildeo do consumo de Se natildeo eacute uma tarefa faacutecil em virtude das dificuldades
existentes em relaccedilatildeo aos meacutetodos que avaliam a ingestatildeo alimentar e aleacutem disso em razatildeo
do nuacutemero reduzido de tabelas que apresentam a concentraccedilatildeo do mineral nos alimentos
brasileiros (FERREIRA 2002) Aliado a essas questotildees eacute preciso ressaltar que as
concentraccedilotildees do mineral nos alimentos satildeo proporcionais agrave quantidade do mesmo nos solos
dessa forma um mesmo alimento pode conter concentraccedilotildees de Se muito diferentes Por isso
os valores de ingestatildeo de Se apresentados poderiam ser diferentes caso houvesse dados da
concentraccedilatildeo do mineral em alimentos cultivados em solo rondoniense Mesmo assim a
dificuldade em estimar a ingestatildeo do Se continuaria existindo pois natildeo seria faacutecil rastrear de
forma rigorosa a origem dos alimentos consumidos pelas participantes
A ingestatildeo de castanha-do-brasil tambeacutem foi mensurada visto que eacute considerado o
alimento mais rico em Se Apenas uma voluntaacuteria afirmou ter o haacutebito de consumi-la
regularmente coincidindo ser justamente aquela que apresentou o maior consumo de Se
(43897 microgdia) bem como as maiores concentraccedilotildees do mineral no sangue Por isso essa
participante natildeo foi incluiacuteda nas anaacutelises por ser considerada como outlier
54 MARCADORES BIOQUIacuteMICOS DO ESTADO NUTRICIONAL RELATIVO AO
SELEcircNIO
A tabela 4 apresenta as concentraccedilotildees de Se (microgL) no plasma e eritroacutecitos das
participantes
61
Tabela 4 Concentraccedilatildeo de Se (microgL) no plasma e nos eritroacutecitos das participantes (n=192)
PLASMA ERITROacuteCITOS
Meacutedia + DP 498 + 186 754 + 299
Mediana 470 730
Miacutenimo 58 184
Maacuteximo 1094 1532
DP Desvio Padratildeo
Destaca-se que o plasma reflete o estado nutricional atual (FAIRWEATHER-TAIT
1997) De acordo com Thomson (2004) e Van Dael e Deelstra (1993) o Se plasmaacutetico eacute
considerado o biomarcador mais acessiacutevel para avaliaccedilatildeo do status do mineral por isso eacute o
mais utilizado pois permite avaliar as mudanccedilas em curto prazo respondendo de forma
raacutepida e sensiacutevel conforme a ingestatildeo alimentar Eacute importante mencionar que essa resposta
pode ser influenciada por fatores como a idade o estado fisioloacutegico do indiviacuteduo e a forma do
Se consumida
De acordo com o paracircmetro proposto por Van Dael e Deelstra (1993) verificou-se que
a maioria das participantes apresentou deficiecircncia de Se (69) enquanto uma porcentagem
menor apresentou adequaccedilatildeo (295) e outra mais reduzida em risco de toxicidade (15)
A Figura 7 apresenta os resultados da concentraccedilatildeo de Se plasmaacutetico conforme os
paracircmetros proposto por Van Dael e Deelstra (1993) assim como os intervalos estipulados
por Thomson (2004) que propotildee valores miacutenimos de Se no soro para prevenccedilatildeo da doenccedila de
Keshan otimizaccedilatildeo da atividade das deiodinases maximizaccedilatildeo da atividade da GPx e da
selenoproteiacutena P e ainda para proteccedilatildeo contra alguns tipos de cacircncer
Apenas 41 das voluntaacuterias apresentaram-se em risco para doenccedila de Keshan e
784 delas baixa otimizaccedilatildeo para as deiodinases Para o ponto de corte de otimizaccedilatildeo da
GPx e selenoproteiacutena P a maioria (933) apresentou baixa otimizaccedilatildeo Quanto ao intervalo
de proteccedilatildeo contra alguns tipos de cacircncer 99 natildeo estavam protegidas
Dessa forma de acordo com as duas referecircncias selecionadas para avaliar a
concentraccedilatildeo de Se no plasma verifica-se que a maioria das voluntaacuterias aleacutem de apresentar
deficiecircncia do mineral
No Brasil poucos estudos avaliaram o estado nutricional relativo ao Se em adultos
saudaacuteveis Coutinho (2003) avaliou este paracircmetro em praticantes de capoeria residentes em
Satildeo Paulo e observou a meacutedia de 787 microgL de Se no plasma Maia (2008) avaliou 29
62
paulistanos e 28 cearenses e observou uma meacutedia de Se plasmaacutetico de 665 microgL e 576 microgL
respectivamente
Figura 7 Distribuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo plasmaacutetica de Se (microgL) das participantes (n=194)
segundo os paracircmetros porpostos por Van Dael e Deelstra (1993) e Thomson (2004) Porto
Velho 2015
a Intervalo proposto por Van Dael e Deelstra (1993) (60 - 120 μgL)
Pontos de corte propostos por Thomson (2004) b Prevenccedilatildeo do surgimento da doenccedila de Keshan (gt 21 μgL)
c Otimizaccedilatildeo da atividade das deiodinases (gt 65 μgL)
d Maximizaccedilatildeo da GPx e selenoproteiacutena P (gt 80 - 95 μgL)
e Proteccedilatildeo contra alguns tipos de cacircncer (gt 115 μgL)
Bortoli (2010) avaliou mulheres saudaacuteveis e encontrou uma meacutedia de 817 microgL nas
voluntaacuterias residentes em Satildeo Paulo 607 microgL no grupo de Cubatatildeo (SP) e de 1018 microgL
nas mulheres de Novo Airatildeo (AM) A meacutedia de Se plasmaacutetico obtida na uacuteltima localidade
citada foi justificada pelo fato de a populaccedilatildeo ter como haacutebito o consumo regular de castanha-
do-brasil Donadio (2011) ao avaliar 124 indiviacuteduos residentes em Satildeo Paulo obteve a meacutedia
de 541 microgL Santos (2013) tambeacutem determinou as concentraccedilotildees do mineral no plasma de
176 indiviacuteduos do Cearaacute e observou uma meacutedia de 626 microgL
63
A Figura 8 apresenta a distribuiccedilatildeo das concentraccedilotildees eritrocitaacuterias de Se das
participantes Nos eritroacutecitos 125 participantes (645) apresentaram concentraccedilotildees abaixo
do intervalo de referecircncia
Figura 8 Distribuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo eritrocitaacuteria de Se das participantes (n=194) Intervalo
assinalado em azul (90 - 190 μgL) constitui os paracircmetros de normalidade proposto por Van
Dael e Deelstra (1993) e Ortuntildeo (1997) Porto Velho 2015
Ao contraacuterio do plasma a concentraccedilatildeo de Se eritrocitaacuterio reflete o estado nutricional
pregresso por responder de forma mais lenta agraves alteraccedilotildees no estado nutricional Essa resposta estaacute
relacionada com o tempo de meia vida das hemaacutecias que eacute de aproximadamente 120 dias
(FAIRWEATHER-TAIT 1997 VAN DAEL e DEELSTRA 1993)
Houve correlaccedilatildeo entre as concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio (r = 0629 p ˂
0001) ou seja quanto maior a concentraccedilatildeo de Se no plasma maior a sua concentraccedilatildeo nos
eritroacutecitos
As Tabelas 5 e 6 apresentam os resultados das anaacutelises de regressatildeo da ingestatildeo
alimentar de Se em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees do mineral no plasma e nos eritroacutecitos
respectivamente
64
Tabela 5 Coeficiente de regressatildeo da ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) como variaacutevel
independente que influenciou a concentraccedilatildeo do mineral no plasma (microgL) das participantes
Variaacutevel independente β p-valora
R2 ajustado p-valor
b
Ingestatildeo alimentar de Se (microgdia)c 0278 0112 0277 0026
Modelo ajustado pela escolaridade (anos de estudo) idade (anos) ingestatildeo energeacutetica (kcaldia) e circunferecircncia
da cintura (cm)
a Valor de p referente ao coeficiente β
b Valor de p referente ao R
2 ajustado
As anaacutelises de regressatildeo mostraram que houve associaccedilatildeo positiva entre o consumo de
alimentar de Se (microgdia) e as concentraccedilotildees do mineral no plasma (microgL) e nos eritroacutecitos
(microgL) O coeficiente de correlaccedilatildeo (R2) da ingestatildeo alimentar de Se em relaccedilatildeo ao plasma foi
277 e nos eritroacutecitos 363 Estes coeficientes expressam a porcentagem da variabilidade
das concentraccedilotildees sanguiacuteneas de Se que satildeo explicadas pela ingestatildeo alimentar do mineral
Tabela 6 Coeficiente de regressatildeo da ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) como variaacutevel
independente que influenciou a concentraccedilatildeo do mineral nos eritroacutecitos (microgL) das
participantes
Variaacutevel independente β p-valora
R2 ajustado p-valor
b
Ingestatildeo alimentar de Se (microgdia)c 0154 0301 0363 0001
Modelo ajustado pelo consumo alimentar de Se (microgdia) idade (anos) circunferecircncia da cintura (cm) iacutendice de
massa corpoacuterea (kgm2) escolaridade (anos de estudo) e renda (salaacuterios miacutenimos)
a Valor de p referente ao coeficiente β
b Valor de p referente ao R
2 ajustado
No estudo de Maia (2008) a meacutedia da concentraccedilatildeo eritrocitaacuteria de Se em adultos residentes
em Satildeo Paulo foi de 80 microgL e do Cearaacute 1224 microgL Silva (2013) encontrou a meacutedia de 1015
microgL de Se nos eritroacutecitos dos participantes do Cearaacute Adame et al (2012) que avaliou
espanhois encontrou a meacutedia de 104 6 microgL
Bortoli (2010) obteve a meacutedia de 833 microgL nas participantes de Satildeo Paulo 859 microgL
no grupo de Cubatatildeo (SP) e de 1998 microgL nas muheres de Novo Airatildeo (AM) A meacutedia
elevada encontrada na comunidade de Novo Airatildeo foI justificada pelo fato de a populaccedilatildeo do
estado do Amazonas apresentar o haacutebito de consumir regularmente a castanha-do-brasil
Houve ainda correlaccedilatildeo positiva entre os valores de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio indicando
65
que aquelas participantes cujo o teor estava mais elevado em um dos compartimentos
sanguiacuteneos tambeacutem se encontrava da mesma forma no outro (r = 07018 plt 00001)
Segundo Lemire et al (2006) a populaccedilatildeo da Amazocircnia brasileira apresenta
concentraccedilatildeo de Se no sangue total que varia de normal a relativamente alto Entretanto este
resultado natildeo foi observado no presente estudo pois a maioria das participantes apresentou
concentraccedilotildees abaixo da referecircncia Todavia esta pesquisa foi composta por mulheres
residentes em uma capital urbana diferente dos locais de trabalho das pesquisas de Lemire et
al (2006) realizados em comunidades ribeirinhas do Paraacute Estes pesquisadores avaliaram 236
adultos de seis comunidades ribeirinhas ao longo do rio Tapajoacutes e verificaram que 343
possuiacuteam concentraccedilotildees elevadas e nove indiviacuteduos (38) apresentaram valores acima dos
estipulados para toxicidade O valor mais baixo encontrado do mineral foi de 142 microgL
Em outra pesquisa realizada por Lemire et al (2011) na mesma regiatildeo foram
avaliados 407 voluntaacuterios e apenas seis participantes (15) apresentaram deficiecircncia de Se
enquanto 32 apresentaram concentraccedilotildees entre 560 e 1000 microgL e 10 concentraccedilotildees
superiores a 1000 microgL Segundo os pesquisadores a concentraccedilatildeo elevada de Se no sangue
foi devida aos haacutebitos alimentares da populaccedilatildeo uma vez que a mesma sobrevive de
alimentos cultivados nas proacuteprias comunidades
De acordo com os estudos de Pinheiro et al (2005) Rocha et al (2014) e Lemire et al
(2006 2009 2010 e 2011) que avaliaram o status de Se em comunidades ribeirinhas da
Amazocircnia observa-se que haacute uma relaccedilatildeo entre a concentraccedilatildeo do mineral no sangue e a
cultura alimentar regional
Natildeo existem muitos trabalhos realizados no Brasil e no mundo que tenham avaliado o
status de Se de populaccedilotildees natildeo acometidas por doenccedilas a maioria das pesquisas avaliou
indiviacuteduos doentes Portanto este trabalho contribuiraacute para o melhor conhecimento das
condiccedilotildees dessa populaccedilatildeo quanto a esse mineral Constatou-se que o haacutebito alimentar urbano
natildeo incluiacutea o consumo de castanha-do-brasil nem de outros alimentos cultivados em solos da
regiatildeo que constituiriam dessa forma uma excelente fonte do mineral
55 SELEcircNIO E ATIVIDADE DA ENZIMA GPx
A atividade da enzima GPx foi avaliada nos eritroacutecitos de 195 participantes e os seus
valores foram corrigidos e ajustados pela concentraccedilatildeo de hemoglobina sendo apresentados
em Ug Hb Apenas 6 das voluntaacuterias avaliadas apresentaram baixa atividade da enzima e
66
87 atividade normal (Figura 9) O valor meacutedio da atividade da GPx foi de 451 + 193 Ug
Hb Dessa forma pode-se inferir que a ingestatildeo alimentar de Se embora baixa natildeo teve influecircncia
na atividade enzimatica da GPx que eacute um biomarcador sensiacutevel e que avaliado nos eritroacutecitos
pode refletir a ingestatildeo em longo prazo do mineral (BROWN 2001 LEI 2007)
Figura 9 A atividade da enzima GPx peroxidase das participantes Intervalo assinalado em
azul (275 a 736 Ug Hb) representa a referecircncia proposta pelo Kit da Randoxreg Porto Velho
2015
Dados da literatura sobre atividade eritrocitaacuteria da GPx satildeo escassos os existentes
avaliaram a atividade da enzima no plasma dificultando as comparaccedilotildees com os resultados
deste trabalho No entanto Olusi (2002) ao realizar seu estudo no Kwait com adultos
eutroacuteficos observou meacutedia de 983 Ug Hb sendo este valor considerado elevado Ko et al
(2005) ao avaliar chineses encontrou a meacutedia de atividade da GPx nos eritroacutecitos de 513
Ug Hb enquanto Moradi et al (2009) ao avaliar em mulheres iranianas observaram a meacutedia
de 20 3 Ug Hb
De acordo com os estudos brasileiros Maia (2008) observou atividade meacutedia de 477
Ug Hb para adultos residentes em Satildeo Paulo e de 528 Ug Hb no Cearaacute Bortoli (2010)
observou a meacutedia de 733 Ug Hb nas mulheres amazonenses 371 Ug Hb nas voluntaacuterias de
Satildeo Paulo e de 382 Ug Hb nas de Cubatatildeo A meacutedia na pesquisa de Donadio (2011) com
paulistanos foi de 401 Ug Hb e Silva (2013) em voluntaacuterias do Cearaacute obteve 386 Ug Hb
67
A atividade da GPx estaacute fortemente correlacionada com a concentraccedilatildeo sanguiacutenea de
Se portanto um consumo inadequado de Se pode ocasionar reduccedilatildeo da atividade da GPx o
que por sua vez afeta a resposta celular em relaccedilatildeo agrave accedilatildeo de agentes oxidantes
desencadeando o surgimento do estresse oxidativo (COMINETTI et al 2011)
Segundo Crespo-Loacutepez et al (2009) as glutationas podem atuar como a principal
linha de defesa contra os compostos de Hg e conforme Herculano et al (2006) altas
concentraccedilotildees da enzima podem servir de proteccedilatildeo contra a intoxicaccedilatildeo do metal
Pinheiro et al (2008) realizou uma comparaccedilatildeo entre concentraccedilotildees de Hg e a defesa
antioxidante de mulheres saudaacuteveis residentes em trecircs comunidades ribeirinhas da Amazocircnia
sendo duas comunidades consideradas expostas ao metal localizadas na bacia do rio Tapajoacutes
e a outra localizada na bacia do rio Tocantins O estudo tinha como finalidade detectar
possiacuteveis alteraccedilotildees no estado antioxidante em razatildeo da exposiccedilatildeo ao Hg Dentre outros
paracircmetros foram avaliados a concentraccedilatildeo da GPx no sangue total e as concentraccedilotildees de Hg
nos cabelos Foi observada correlaccedilatildeo positiva entre as concentraccedilotildees de Hg e o aumento da
concentraccedilatildeo da enzima ou seja os indiviacuteduos com alto teor de Hg apresentaram tambeacutem
concentraccedilotildees elevadas de GPx
56 SELEcircNIO E CONCENTRACcedilOtildeES CAPILARES DE MERCUacuteRIO
Os resultados das anaacutelises de Hg nos cabelos das voluntaacuterias encontram-se descritos
na Figura 10 Das 200 participantes avaliadas apenas seis (30) apresentaram concentraccedilotildees
de Hg superiores ao valor de referecircncia estabelecido pela WHO (1990) e apenas uma
apresentou concentraccedilatildeo do metal abaixo do limite de quantificaccedilatildeo (˂ 1 ng g-1
)
Em relaccedilatildeo aos resultados do formulaacuterio de Hg para coleta dos cabelos foi perguntado
para as participantes se estas possuiacuteam tintura ou qualquer tipo de alisamento e a maioria
(635) natildeo possuiacutea nenhum tipo de alisamento e 585 natildeo tinham cabelos pintados A
concentraccedilatildeo meacutedia de Hg nos cabelos foi de 625 + 766 ng g-1
A concentraccedilatildeo de Hg no sangue reflete a exposiccedilatildeo ao metal nas formas orgacircnica e
inorgacircnica e pode ser influenciada pelo consumo de alimentos contaminados O Hg
permanece na corrente sanguiacutenea apenas alguns dias apoacutes a exposiccedilatildeo desta maneira a anaacutelise
deve ser feita rapidamente a fim de detectar exposiccedilotildees recentes (EPA 2005) Em relaccedilatildeo agrave
concentraccedilatildeo de Hg nos cabelos esta eacute proporcional agrave do sangue uma vez que este metal se
incorpora aos fios (WHO 1990) A anaacutelise do cabelo reflete uma exposiccedilatildeo mais prolongada
68
ao Hg possibilitando a avaliaccedilatildeo da concentraccedilatildeo deste elemento durante periacuteodos de tempo
maiores (PASCALICCHIO 2002)
Figura 10 Distribuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo de Hg (ng g-1
) nos cabelos das participantes (n=
200) Ponto de corte assinalado em azul representa o valor de referecircncia (2000 ng g-1
)
proposto pela WHO (1990) Porto Velho-RO 2015
Os peixes da regiatildeo Amazocircnica segundo alguns pesquisadores apresentam elevado risco de
contaminaccedilatildeo por Hg (MUCKE et al 2001 BAacuteRAacuteNY et al 2002 KARITA e SUZUKI
2002 LINDBERG et al 2004 HANSEN et al 2004) Entretanto 975 das participantes
avaliadas informaram consumir este alimento de forma esporaacutedica Dessa forma pode-se
inferir que as participantes deste estudo natildeo apresentaram alta contaminaccedilatildeo por Hg em
decorrecircncia da baixa ingestatildeo de peixes no haacutebito alimentar Poreacutem Marques et al (2007) ao
avaliar as concentraccedilotildees de Hg de 82 mulheres urbanas de Porto Velho (RO) observaram
que mesmo com um baixo consumo de peixes o niacutevel meacutedio de Hg nos cabelos foi elevado
(3500 ng g-1
)
Em outra pesquisa realizada por Marques et al (2013) foram avaliadas mulheres de
comunidades ribeirinhas da bacia do rio Madeira Os autores observaram que as
concentraccedilotildees meacutedias de Hg nos cabelos (12120 ng g-1
) daquelas que moravam agraves margens
do rio foram superiores agravequeles das residentes em aacuterea urbana (5360 ng g-1
)
69
Rocha et al (2014) determinaram as concentraccedilotildees de Hg nos cabelos de crianccedilas de
duas comunidades ribeirinhas de Porto Velho sendo elas Demarcaccedilatildeo localizada as margens
do rio Machado e Gleba do Rio Preto no rio Preto As crianccedilas da primeira comunidade
apresentaram concentraccedilatildeo meacutedia de Hg de 3570 + 1860 ng g-1
enquanto as crianccedilas da
Gleba do Rio Preto concentraccedilotildees meacutedias de 6240 + 5890 ng g-1
ou seja 50 acima do
valor encontrado na comunidade Demarcaccedilatildeo
Bastos et al (2006) ao avaliar as concentraccedilotildees de Hg em 713 indiviacuteduos do rio
Madeira obtiveram a meacutedia de 15200 ng g-1
Boischio e Henshel (2000) ao avaliar 90 matildees e
89 crianccedilas encontraram meacutedias de 12600 ng g-1
e 10200 ng g-1
respectivamente
Hacon et al (2014) avaliaram cinco aacutereas na regiatildeo de Porto Velho no rio Madeira
Das cinco comunidades estudadas quatro faziam parte da regiatildeo ribeirinha de Santo Antocircnio
Participaram do estudo 1945 indiviacuteduos cujas concentraccedilotildees de Hg foram avaliados em
amostras de cabelos Apenas 09 dos voluntaacuterios apresentaram concentraccedilotildees de Hg
superiores a 50000 ng g-1
e 90 concentraccedilotildees inferiores a 10000 ng g-1
O estudo ressaltou
que as concentraccedilotildees de Hg nas mulheres de 16 a 49 anos de idade variou de 2400 a 5300 ng
g-1
dependendo da regiatildeo onde residiam Os pesquisadores concluiacuteram que as concentraccedilotildees
de Hg foram altos em todas as comunidades e este resultado foi relacionado ao consumo de
peixes da regiatildeo
Bortoli (2010) que tambeacutem avaliou as concentraccedilotildees de Hg nos cabelos de mulheres
de Satildeo Paulo (SP) Cubatatildeo (SP) e Novo Airatildeo (AM) encontrou meacutedia de 180 ng g-1
nas
paulistanas 190 ng g-1
nas Cubatenses e de 5670 ng g-1
nas participantes do Amazonas
Dentre as participantes dos dois primeiros grupos nenhuma apresentou concentraccedilatildeo de Hg
acima de 2000 ng g-1
concentraccedilatildeo para adultos natildeo expostos ocupacionalmente de acordo
com a WHO (1990) No grupo das mulheres amazonenses 218 apresentaram valores
abaixo dessa referecircncia De acordo com os valores maacuteximos em regiotildees onde haacute exposiccedilatildeo
reconhecida por Hg (6000 ng g-1
) foi observado que 309 destas participantes tinham
concentraccedilotildees de Hg nos cabelos acima desse valor de referecircncia A pesquisadora ressaltou
que 927 das mulheres de Novo Airatildeo relataram consumir peixes da regiatildeo pelo menos uma
vez por semana
Pinheiro et al (2005) ao avaliarem 40 mulheres de trecircs comunidades da bacia do rio
Tapajoacutes verificaram que natildeo houve diferenccedila estatiacutestica em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees de Hg
total nas amostras de cabelos nas diferentes comunidades O primeiro grupo composto por
gestantes apresentou a meacutedia de concentraccedilatildeo de Hg de 8250 ng g-1
enquanto o segundo
composto por mulheres natildeo gestantes 9390 ng g-1
do metal No entanto os pesquisadores
70
observaram que as concentraccedilotildees do Hg no terceiro trimestre de gravidez eram maiores
(9650 ng g-1
) que no primeiro (6620 ng g-1
) e segundo trimestres (6710 ng g-1
)
Pinheiro et al (2008) analisaram novamente duas comunidades da mesma regiatildeo que
o estudo anterior Poreacutem selecionaram mulheres de uma comunidade ribeirinha da bacia do
rio Tocantins que formaram o grupo controle do estudo pois estas natildeo pertenciam a uma
regiatildeo considerada contaminada por Hg Os autores observaram que nas comunidades da
bacia do rio Tapajoacutes as voluntaacuterias apresentaram concentraccedilotildees de Hg no cabelo
significativamente maiores (12926 ng g-1
) em relaccedilatildeo agrave comunidade da bacia do rio Tocantins
(3290 ng g-1
)
Estudos epidemioloacutegicos tecircm evidenciado correlaccedilatildeo positiva entre as concentraccedilotildees
de Se e Hg no sangue (MUCKE et al 2001 BAacuteRAacuteNY et al 2002 KARITA e SUZUKI
2002 LINDBERG et al 2004 HANSEN et al 2004) Tal evidecircncia foi verificada nesta
pesquisa em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees plasmaacuteticas do mineral conforme as anaacutelises de
regressatildeo Os coeficientes de correlaccedilatildeo (R2) das concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico e
eritrocitaacuterio foram 59 e 37 respectivamente (Tabela 7) Estes coeficientes expressam a
porcentagem da variabilidade no niacutevel de Hg nos cabelos (ng g-1
) que eacute explicada pelas
variaacuteveis independentes
De acordo com Gailer et al (2000) o efeito protetor do Se tem sido associado a uma
maior retenccedilatildeo de Hg ao inveacutes de maior excreccedilatildeo Desta forma acredita-se que o Se
juntamente com o Hg forme um complexo Hg-Se que por sua vez liga-se a selenoproteiacutena P
favorecendo uma redistribuiccedilatildeo corporal do metal Poreacutem segundo Baacuteraacuteny et al (2005) e
Lindberg et al (2004) os estudos sobre como esta interaccedilatildeo acontece ainda natildeo satildeo
suficientes para elucidar a dinacircmica desse complexo Sugere-se que uma ingestatildeo adequada de
Se possa promover um efeito de proteccedilatildeo contra o Hg e seus compostos toacutexicos
Apesar dos valores elevados de Hg encontrados na regiatildeo Amazocircnica poucos trabalhos
avaliaram sintomas ou sinais cliacutenicos referentes a essa intoxicaccedilatildeo
No estudo de Dorea et al (2003) com mulheres vivendo em comunidades ribeirinhas
do Rio Negro os sintomas pesquisados foram fraquezas musculares amortecimentos de
membros tremores desequiliacutebrio e alteraccedilotildees sensoriais No entanto na populaccedilatildeo deste
estudo tais sinais natildeo foram observados Malm et al (1995) realizaram outra pesquisa com
populaccedilotildees ribeirinhas no Paraacute e tambeacutem natildeo encontraram tais sinais (desequiliacutebrio sensitivo
constriccedilatildeo de campo visual ataxia reduccedilatildeo da capacidade auditiva tremores reflexos de
tendotildees e desequiliacutebrios mentais e salivares)
71
Tabela 7 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram as
concentraccedilotildees de Hg (ng g-1
) nos cabelos (variaacutevel dependente) das participantes
Variaacuteveis independentes β p-valora
R2 ajustado p-valor
b
Se no Plasma (microgL)c 3117 0177 0059 0020
Se no Eritroacutecito (microgL)d 0970 0656 0037 0096
a Valor de p referente ao coeficiente β
b Valor de p referente ao R
2 ajustado
c Modelo ajustado pelo indice de massa corporeacutea (kgm
2) escolaridade (anos de estudo) idade (anos) e renda
(salaacuterios miacutenimos) d Modelo ajustado pelo pelo indice de massa corporeacutea (kgm
2) circunferecircncia da cintura (cm) escolaridade (anos
de estudo) idade (anos) ingestatildeo energeacutetica (kcaldia) e renda (salaacuterios miacutenimos)
57 SELEcircNIO E AVALIACcedilAtildeO DO ESTRESSE OXIDATIVO MDA E ORAC
O meacutetodo de ORAC (Capacidade de Absorccedilatildeo de Radicais de Oxigecircnio) avalia a
capacidade do plasma de inibir o radical peroxil mostrando resistecircncia aos danos oxidativos
Dessa forma verifica-se que quanto maiores as concentraccedilotildees do Se no sangue maior seraacute a
capacidade antioxidante total sendo este dado relacionado agrave accedilatildeo ou funccedilatildeo antioxidante do
mineral
De acordo com as anaacutelises de regressatildeo houve associaccedilatildeo entre as concentraccedilotildees de
Se no plasma e nos eritroacutecitos com o ORAC (Tabela 8) Os coeficientes de correlaccedilatildeo (R2)
das concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio foram 60 e 77 respectivamente Estes
coeficientes expressam a porcentagem da variabilidade do ORAC que eacute explicado pelas
variaacuteveis independentes (Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio) Natildeo foram encontrados estudos que
avaliaram a capacidade antioxidante por meio do ORAC que relacionem ou associem com as
concentraccedilotildees de Se em indiviacuteduos saudaacuteveis
Tabela 8 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram a
capacidade antioxidante ndash ORAC (mmol eq troloxg de amostra) (variaacutevel dependente) das
participantes
Variaacuteveis independentes β p-valora
R2 ajustado p-valor
b
Se no Plasma (microgL)c -0002 0555 0060 0015
Se no Eritroacutecito (microgL)d -0005 0094 0077 0005
a Valor de p referente ao coeficiente β
b Valor de p referente ao R
2 ajustado
c Modelo ajustado pelo indice de massa corporeacutea (kgm
2) circunferecircncia da cintura (cm) renda (salaacuterios
miacutenimos) d
Modelo ajustado pelo pelo indice de massa corporeacutea (kgm2) circunferecircncia da cintura (cm) renda (salaacuterios
miacutenimos)
72
Os radicais livres de oxigecircnio podem induzir a reaccedilatildeo de peroxidaccedilatildeo lipiacutedica Os
aacutecidos graxos insaturados no plasma em uacuteltima instacircncia podem gerar produtos de
peroxidaccedilatildeo lipiacutedica tais como o malondialdeiacutedo (MDA) Dessa forma as concentraccedilotildees de
MDA podem refletir o niacutevel de estresse oxidativo do organismo De acordo com as anaacutelises
de regressatildeo natildeo houve associaccedilatildeo entre as concentraccedilotildees de Se no plasma e nos eritroacutecitos
com o MDA (Tabela 9)
Tabela 9 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram a
concentraccedilatildeo plasmaacutetica de malondialdeiacutedo (microM) (variaacutevel dependente) das participantes
Variaacuteveis independentes β p-valora
R2 ajustado p-valor
b
Se no Plasma (microgL)c 10 x 10
-4 0980 -0015 0675
Se no Eritroacutecito (microgL)c 10 x 10
-3 0239 -0005 0505
a Valor de p referente ao coeficiente β
b Valor de p referente ao R
2 ajustado
c Modelo ajustado pelo indice de massa corporeacutea (kgm
2) idade (anos) ingestatildeo energeacutetica (kcaldia)
circunferecircncia da cintura (cm) renda (salaacuterios miacutenimos) e escolaridade (anos de estudo)
O estudo de Gaacutec et al (2014) tinha como objetivo definir a relaccedilatildeo entre as
concentraccedilotildees de Se no sangue e estresse oxidativo (concentraccedilatildeo de MDA) em 337 crianccedilas
saudaacuteveis da Espanha A concentraccedilatildeo de Se natildeo exerceu nenhum efeito direto nas
concentraccedilotildees de MDA (r = 008 pgt005) Em outro estudo espanhol Galan-Chilet et al
(2014) avaliaram em uma populaccedilatildeo adulta a associaccedilatildeo entre o Se no plasma e as
concentraccedilotildees de MDA na urina Os autores tambeacutem natildeo observaram correlaccedilotildees
siginificativas entre esses marcadores
Krishnan e Rani (2014) tambeacutem natildeo encontraram nenhuma correlaccedilatildeo significativa
entre a concentraccedilatildeo de Se e MDA em pacientes com doenccedila de Alzheimer ou demecircncia de
origem vascular Entretanto outros estudos verificaram uma diminuiccedilatildeo das concentraccedilotildees de
MDA apoacutes a suplementaccedilatildeo com Se (ZHANG et al 2005 FABIAN et al 2013 SITTA et
al 2011 SMOLKOVAacute et al 2004 GRYGIEL-GOacuteRNIAK et al 2014)
73
58 POLIMORFISMO PRO198LEU
Ao avaliar a presenccedila do SNP (rs 1050450) no gene que codifica a enzima glutation
peroxidase1 nas 190 amostras do estudo foi observado que 567 das participantes
apresentaram genoacutetipo selvagem (ProPro) ou seja homozigotos para prolina 368 dos
indiviacuteduos heterozigotos (ProLeu) e 68 homozigotos para leucina (LeuLeu) A frequecircncia
relativa do alelo variante foi de 025
Os resultados da genotipagem apresentaram-se de acordo com o equiliacutebrio de Hardy
Weinberg o qual determina que as frequecircncias aleacutelicas devem permanecer constantes ao
longo das geraccedilotildees caso natildeo sejam interferidas por nenhum fator evolutivo Dessa forma o
teste de qui-quadrado (χ2) foi aplicado e o valor encontrado foi de 01127 e a probabilidade
associada a esse valor considerando um grau de liberdade foi maior que 5 indicando que a
populaccedilatildeo estava de acordo com o equiliacutebrio
A Tabela 10 ilustra a distribuiccedilatildeo das participantes de acordo com o SNP Pro198Leu
Tabela 10 Distribuiccedilatildeo do SNP Pro198Leu (rs 1050450) no gene que codifica GPx 1 nas
participantes (n=190)
Genoacutetipos coacutedon 198 da GPx 1 n
ProPro 107 563
ProLeu 70 368
LeuLeu 13 68
Quatro pesquisas descrevem a frequecircncia do polimorfismo Pro198Leu na populaccedilatildeo
da cidade de Satildeo Paulo Nishimura (2010) em seu estudo com 175 pacientes com cacircncer da
cavidade orofariacutengea encontrou prevalecircncia de 50 de indiviacuteduos com genoacutetipo selvagem
(ProPro) 43 heterozigoto (ProLeu) e 7 de homozigoto (LeuLeu) para o polimorfismo
Em seu grupo controle que foi constituiacutedo por 203 indiviacuteduos da mesma cidade 51
ProPro 43 ProLeu e 6 LeuLeu
Cominetti et al (2011) no seu trabalho realizado com 37 mulheres obesas
observaram 49 de ProPro 38 de ProLeu e 13 de LeuLeu Donadio (2011) ao avaliar
124 indiviacuteduos adultos natildeo doentes verificou que a prevalecircncia de ProPro foi de 49 de
ProLeu 47 e apenas 3 de LeuLeu
Cardoso et al (2012) ao determinar o polimorfismo em um grupo de 28 idosos com
doenccedila de Alzheimer observaram que 75 apresentaram genoacutetipo ProPro 14 de
74
heterozigotos e 11 de LeuLeu No mesmo estudo no grupo controle formado por 29
idosos sem a doenccedila os pesquisadores encontraram 72 com genoacutetipo ProPro 14 de
ProLeu e 14 de homozigotos LeuLeu
Silva (2013) em seu trabalho realizado com a populaccedilatildeo cearense observou que
545 dos indiviacuteduos apresentaram genoacutetipo ProPro 381 genoacutetipo ProLeu e 74 de
genoacutetipo LeuLeu
Hiragi et al (2011) avaliaram a frequecircncia do polimorfismo em 304 indiviacuteduos
pertencentes a trecircs grupos eacutetnicos diferentes No grupo constituiacutedo por 60 adultos indiacutegenas
95 possuiacuteam genoacutetipo selvagem (ProPro) 3 eram heterozigotos (ProLeu) e 2
homozigotos (LeuLeu) No grupo composto por 72 indiviacuteduos afrodescendentes 71 eram
ProPro 22 ProLeu e 7 LeuLeu O terceiro grupo formado por 172 indiviacuteduos que
residiam no Distrito Federal 47 eram ProPro 40 ProLeu e 13 LeuLeu
Fosberg et al (1999) em anaacutelise realizada com 25 suecos encontrou 52 de
indiviacuteduos homozigotos para prolina (selvagens) 36 de heterozigotos e 12 de
homozigotos para leucina Em outro estudo Fosberg et al (2000) determinaram a frequecircncia
de alelos para esse polimorfismo em uma populaccedilatildeo sueca e outra finlandesa A populaccedilatildeo
sueca foi formada por 101 indiviacuteduos infartados e 214 formaram o grupo controle A
distribuiccedilatildeo dos genoacutetipos dos indiviacuteduos do grupo caso foi de 55 homozigotos selvagens
38 heterozigotos e 7 de homozigotos para leucina No grupo controle a frequecircncia dos
genoacutetipos foi de 53 40 e 7 respectivamente No grupo da Finlacircndia dos 66 indiviacuteduos
avaliados 35 eram homozigotos para prolina 48 heterozigotos e 17 homozigotos para
leucina
De acordo com os trabalhos citados a menor distribuiccedilatildeo conforme os genoacutetipos estaacute
relacionada ao homozigoto LeuLeu Algumas pesquisas afirmam que a presenccedila do alelo Leu
reduz a atividade da enzima GPx nos indiviacuteduos com este alelo variante (HANSEN et al
2009 RAVN-HAREN et al 2006) Dessa forma se haacute uma diminuiccedilatildeo da atividade
enzimaacutetica da GPx o sistema antioxidante dos indiviacuteduos que apresentam o alelo Leu pode
ser afetado Estudos tambeacutem tecircm associado a presenccedila deste alelo variante a um aumento do
risco de alguns tipos de cacircncer (RATNASINGHE et al 2000 HU e DIAMOND 2003
ZHAO et al 2005) Entretanto essas associaccedilotildees natildeo foram observadas em todas as
populaccedilotildees estudadas uma vez que a frequecircncia do alelo Leu varia de acordo com o grupo
eacutetnico (ZHAO et al 2005)
De acordo com Pena et al (2011) a origem geneacutetica da populaccedilatildeo brasileira eacute o
resultado de vaacuterias miscigenaccedilotildees e apesar disso apresenta uma uniformidade maior que o
75
esperado No trabalho desses pesquisadores foi avaliado a ascendecircncia total de 934 brasileiros
de diferentes raccedilas residentes em quatro regiotildees do paiacutes com excessatildeo da regiatildeo centro-oeste
Foram avaliados polimorfismos de inserccedilatildeo e deleccedilatildeo e os genoacutetipos encontrados foram
utilizados para estimar os componentes europeus africanos e ameriacutendios dos indiviacuteduos Os
resultados mostraram que a ancestralidade das diferentes populaccedilotildees das regiotildees do Brasil eacute
semelhante
A populaccedilatildeo de Rondocircnia eacute umas das mais diversificadas do Brasil composta de
migrantes oriundos de todas as regiotildees do paiacutes O interior do Estado eacute formado por goianos
paranaenses paulistas mineiros gauacutechos capixabas baianos mato grossenses e sergipanos
enquanto a capital eacute formada por cearenses maranhenses amazonenses e acreanos (IBGE
2014)
Poucos estudos associaram o polimorfismo Pro198Leu com biomarcadores do estado
nutricional relativo ao Se em indiviacuteduos saudaacuteveis A Tabela 11 apresenta uma comparaccedilatildeo
das meacutedias das concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico eritrocitaacuterio atividade da GPx MDA e
ORAC de acordo com o genoacutetipo para o polimorfismo Pro198Leu Observou-se que natildeo
houve diferenccedila significativa entre os paracircmetros avaliados
Donadio (2011) encontrou diferenccedila significativa entre a atividade da GPx em
mulheres paulistanas avaliadas de acordo com os genoacutetipos do Pro198Leu Silva (2013)
tambeacutem encontrou a mesma diferenccedila em mulheres cearenses indicando que a influecircncia do
gecircnero eacute um importante fator que deve ser considerado em estudos sobre esse polimorfismo
Cominetti et al (2011) natildeo observaram diferenccedilas nas concentraccedilotildees de Se
plasmaacutetico eritrocitaacuterio e atividade da GPx entre os genoacutetipos em ambas as fases de seu
estudo (preacute e poacutes suplementaccedilatildeo de castanha-do-brasil) poreacutem encontraram correlaccedilatildeo entre
o Se eritrocitaacuterio e a atividade da GPx apenas para o grupo ProPro em ambas as fases O
mesmo resultado foi observado no estudo de Cardoso et al (2012) que tambeacutem observaram
correlaccedilatildeo entre o Se eritrocitaacuterio e a atividade da GPx apenas para o grupo ProPro tanto nos
indiviacuteduos com Alzheimer quanto no grupo controle A mesma correlaccedilatildeo foi descrita por
Jablonska et al (2009) Hu e Diamond (2003) e Karunashinghe et al (2011) Estes dados satildeo
uacuteteis para entender os mecanismos e a manutenccedilatildeo da variabilidade geneacutetica na populaccedilatildeo
bem como para a identificaccedilatildeo de genes associados com doenccedilas complexas (HIRAGI et al
2011) Todos esses resultados mostram que o efeito do polimorfismo Pro198Leu deve
continuar sendo investigado em diferentes populaccedilotildees
76
Tabela 11 Concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico eritrocitaacuterio atividade da enzima GPx MDA e
ORAC de acordo com o genoacutetipo para o polimorfismo Pro198Leu (rs1050450) no gene que
codifica para GPx 1 das participantes
Variaacuteveis ProPro
MD (DP) (n= 107)
ProLeu
MD (DP) (n = 70)
LeuLeu
MD (DP) (n = 13)
pa
Se no Plasma (microgL) 5366 (5225) 5417 (3993) 5577 (1866) 099
Se no Eritroacutecito (microgL) 7804 (3883) 7769 (3618) 7935 (2944) 099
GPx Eritrocitaacuteria (Ug Hb) 4751 (2277) 4426 (2604) 4261 (1374) 058
MDA (microM) 097 (111) 084 (022) 085 (023) 060
ORAC (mmol eq troloxg de amostra) 163 (151) 159 (130) 128 (076) 071
a Valor de p calculado pela ANOVA MD - Meacutedia DP - Desvio Padratildeo
59 POLIMORFISMO GSTM1
A GST faz parte de uma famiacutelia de enzimas intracelulares que modullam a accedilatildeo de
toxinas endoacutegenas e exoacutegenas sobre as ceacutelulas evitando danos ao DNA (MANNERVICK
1985) Esta famiacutelia de enzimas estaacute envolvida no metabolismo de muitos carcinoacutegenos
poluentes ambientais e drogas anticanceriacutegenas por isso a inexistecircncia de isoenzimas
especiacuteficas pode gerar efeito significativo na toleracircncia do organismo ao estresse oxidativo
(ZHENG et al 2002 MORAIS et al 2008) O gene da classe mu (GSTM1) abordado nesta
pesquisa eacute polimoacuterfico em humanos e estatildeo ausentes ou deletados de forma homozigoacutetica em
40 a 50 em diferentes populaccedilotildees eacutetnicas (NELSON et al 1995 HATAGIMA et al 2000
GISNBERG et al 2009)
A Tabela 12 apresenta a distribuiccedilatildeo das participantes de acordo com o genoacutetipo do
polimorfismo GSTM1 O genoacutetipo nulo ou deletado (--) indica que o gene inteiro apresenta
deleccedilatildeo e portanto o indiviacuteduo natildeo expressa a proteiacutena GST O genoacutetipo presente (++) eacute a
forma selvagem ou seja natildeo apresenta deleccedilatildeo do gene e o indiviacuteduo expressa a GST
Tabela 12 Distribuiccedilatildeo do polimorfismo GSTM1 no gene da GST das participantes (n =
180)
GSTM1 n
Presente (++) 104 5780
Nulo ou Deletado (--) 76 4220
77
Natildeo foram observadas diferenccedilas entre as concentraccedilotildees de Hg na populaccedilatildeo avaliada
de acordo com os genoacutetipos do polimorfismo GSTM1 bem como os paracircmetros relativos ao
estresse oxidativo (Tabela 13)
Tabela 13 Concentraccedilotildees de Hg de MDA e valores de ORAC de acordo com o genoacutetipo
para o polimorfismo GSTM1 no gene da GST das participantes
Variaacuteveis Presente (++)
MD (DP)
(n= 104)
Nulo (--)
MD (DP)
(n = 76)
pa
Hg (ng g-1
) 56365 (69475) 70863 (75295) 0184
MDA (microM) 095 (113) 087 (027) 0570
ORAC (mmol eq troloxg de amostra) 165 (159) 158 (117) 0730 a Valor de p calculado pelo teste T-Student
Klatau-Gimaratildees et al (2005) verificaram que em algumas tribos indiacutegenas da
Amazocircnia os indiviacuteduos que carreavam o genoacutetipo nulo ou seja deleccedilatildeo do gene inteiro
tinham maiores concentraccedilotildees de Hg nos cabelos Tais pesquisadores concluiacuteram que os
fatores geneacuteticos podem influenciar o acuacutemulo de Hg no organismo e os indiviacuteduos com
genoacutetipo nulo natildeo estatildeo aptos a destoxificar o metal pois essa funccedilatildeo eacute atribuiacuteda agrave GST
Entretanto outros estudos natildeo encontraram correlaccedilatildeo entre as concentraccedilotildees do metal
com os genoacutetipos do GSTM1 Gundacker et al (2007) em seu estudo com 222 estudantes da
Universidade de Viena relacionaram as concentraccedilotildees de Hg no sangue e na urina com os
genoacutetipos presente ou nulo do polimorfismo Os autores natildeo encontraram associaccedilatildeo entre
esses dois paracircmetros mas foi observado que as pessoas com genoacutetipo nulo apresentavam
valores mais elevados do metal Os autores verificaram que 56 dos indiviacuteduos carreavam o
genoacutetipo nulo tinham concentraccedilotildees mais baixas de Hg no sangue coincidindo com
concentraccedilotildees tiacutepicas de populaccedilotildees natildeo expostas agrave toxicidade Os resultados levaram agrave
hipoacutetese de que os indiviacuteduos com a deleccedilatildeo para GST apresentam atividade cataliacutetica
prejudicada e satildeo menos capazes de aumentar a sua capacidade de excreccedilatildeo do Hg levando a
uma maior acumulaccedilatildeo do metal no organismo
Estudos sobre a relaccedilatildeo entre o polimorfismo da GST e as concentraccedilotildees de Hg em
humanos satildeo escassos Custodio et al (2004 e 2005) verificaram que o polimorfismo GSTM1
natildeo teve efeito sobre as concentraccedilotildees de Hg no sangue total plasma e urina Entretanto
concluiacuteram que indiviacuteduos carreadores do genoacutetipo deletado apresentam atividade da enzima
reduzida e dessa forma maiores concentraccedilotildees e retenccedilatildeo de Hg
78
Lee et al (2009) analisaram o polimorfismo GSTM1 associado agrave exposiccedilatildeo intra-
uterina de Hg e o peso ao nascer de crianccedilas de etnia coreana Dentre as 417 gestantes
avaliadas 595 carreavam genoacutetipo nulo sem diferenccedila significativa nas concentraccedilotildees de
Hg no sangue e no cordatildeo umbilical em relaccedilatildeo agravequelas com genoacutetipo selvagem Apesar
disso os autores observaram que as crianccedilas cujas matildees carreavam o genoacutetipo nulo
apresentaram relaccedilatildeo inversa do peso ao nascer com as concentraccedilotildees de Hg no cordatildeo
umbilical Entretanto esta relaccedilatildeo natildeo foi observada nas crianccedilas filhas de matildees com genoacutetipo
selvagem Os pesquisadores afirmaram que este fato pode ser explicado em razatildeo do Hg ser
transferido para o feto atraveacutes da placenta Dessa forma foi demosntrado que o polimorfismo
GSTM1 pode desempenhar papel importante na relaccedilatildeo entre a concentraccedilatildeo de Hg e o peso
ao nascer
Na populaccedilatildeo brasileira a frequecircncia desse polimorfismo tambeacutem eacute elevada
Hatagima et al (2000) avaliaram 658 indiviacuteduos do Rio de Janeiro e 179 de Brasiacutelia e a
frequecircncia do genoacutetipo nulo foi semelhante nas duas populaccedilotildees 46 na populaccedilatildeo carioca e
49 na brasiliense Gattaacutes et al (2004) analisaram a frequecircncia em 594 indiviacuteduos
selecionados na cidade de Satildeo Paulo e 137 homens da aacuterea rural da Bahia A distribuiccedilatildeo do
genoacutetipo nulo avaliado foi mais frequente nos indiviacuteduos brancos (554) que nos pardos
(414) e negros (328) em Satildeo Paulo Na Bahia essa frequecircncia foi de 357
Hiragi et al (2011) determinaram a frequecircncia do polimorfismo em 304 indiviacuteduos
pertencentes a trecircs grupos eacutetnicos diferentes No grupo constituiacutedo por 60 adultos indiacutegenas
55 apresentaram genoacutetipo nulo e no grupo composto por 72 indiviacuteduos afrodescendentes
53 No terceiro grupo que foi formado por 172 indiviacuteduos que residiam no Distrito Federal
63 apresentaram genoacutetipo deletado
Em um estudo com 120 pacientes com diagnoacutestico de diabetes tipo 2 de Goiacircnia (GO)
Pinheiro et al (2013) observaram uma frequecircncia do genoacutetipo nulo de 41 no grupo caso
enquanto no grupo controle foi de 122 Natildeo foi observada qualquer associaccedilatildeo da deleccedilatildeo
com a suscetibilidade agrave doenccedila na populaccedilatildeo estudada apesar de ter sido observada uma
associaccedilatildeo com aumento significativo da glicemia de jejum hemoglobina glicada e pressatildeo
arterial
Anton et al (2010) verificaram a influecircncia do polimorfismo GSTM1 na
susceptibilidade ao cacircncer de mama em 15 mulheres com diagnoacutestico da doenccedila e em 30
mulheres saudaacuteveis atendidas em um hospital do sul do Brasil Foi observado que 467 das
mulheres carreavam o genoacutetipo nulo e 433 das mulheres do grupo controle tambeacutem
apresentaram a deleccedilatildeo do genoacutetipo Os pesquisadores sugeriram que a deleccedilatildeo homozigoacutetica
79
do gene pode estar associada com maior susceptibilidade ao cacircncer de mama na populaccedilatildeo
estudada entretanto mais estudos satildeo necessaacuterios
Possuelo et al (2013) tambeacutem avaliaram a frequecircncia do polimorfismo GSTM1 em 49
pacientes diagnosticadas com cacircncer de mama e 49 mulheres saudaacuteveis A frequecircncia de
alelos nulos foi significativamente maior no grupo caso (588) em comparaccedilatildeo ao grupo
controle (412) sugerindo uma possiacutevel influecircncia deste genoacutetipo na susceptibilidade agrave
doenccedila
Em trabalhos internacionais verificam-se porcentagens semelhantes aos resultados
apresentados Conforme Ginsberg et al (2009) a porcentagem de indiviacuteduos com genoacutetipo
nulo em afro-americanos eacute de 21 em chineses de 58 em japoneses 45 em mexicanos
41 e em caucasianos 53 Segundo Hatagima et al (2000) a porcentagem em ingleses eacute de
545 e em franceses 429
80
6 CONCLUSAtildeO
Pode-se concluir que as mulheres rondonienses residentes em aacuterea urbana considerada
de risco de contaminaccedilatildeo por Hg apresentaram status de Se inferior ao recomendado e
independente do genoacutetipo em relaccedilatildeo ao SNP Pro198Leu no gene da GPx A concentraccedilatildeo de
Hg nos cabelos estava dentro dos limites seguros e natildeo houve relaccedilatildeo com o polimorfismo de
deleccedilatildeo no gene GSTM1 Os referidos polimorfismos tambeacutem natildeo afetaram os biomarcadores
de estresse oxidativo avaliados
81
7 CRONOGRAMA
Atividades Desenvolvidas
(2010 ndash 2015)
2010 - 2011 2012 - 2015
Revisatildeo da Literatura X
Submissatildeo do projeto ao Comitecirc de Eacutetica (CEP) X
Disciplinas (20 Creacuteditos) X X
Preparo dos Materiais para Coleta X
Coleta de Dados X
Anaacutelise do Consumo Alimentar e Antropometria X X
Anaacutelises da enzima GPx X
Anaacutelise de Hemoglobina X
Anaacutelise Determinaccedilatildeo do Hg nos cabelos X
Anaacutelise de Se (Plasma e Eritroacutecito) X
Qualificaccedilatildeo da Tese X
Anaacutelise Estresse Oxidativo (MDA) X
Anaacutelise Estresse Oxidativo (ORAC) X
Determinaccedilotildees dos Polimorfismos Pro198Leu e
GSTM1 X
Tabulaccedilatildeo de Dados X
Anaacutelise Estatiacutestica X
Tese do Doutorado X
Artigo Cientiacutefico X
82
REFEREcircNCIAS
ADAME EM FLOREA D PEacuteREZ LS LOacutePEZ JM LOacutePEZ-GONZAacuteLEZ B
CRUZ AP Deficient selenium status of a healthy adult spanish population Nutricion
Hospitalaria v27 n2 p524-528 2012
AMORIM MI MERGLER D BAHIA MO DUBEAU H MIRANDA D LEBEL J
BURBANO RR LUCOTTE M Cytogenetic damage related to low levels of
methylmercury contamination in the Brazilian Amazon Anais da Academia Brasileira de
Ciecircncias v72 n4 p497ndash507 2000
AMOUROUX DA LISS PSB TESSIER EA HAMREN-LARSSON MB
DONARD OFX Role of oceans as biogenic sources of selenium Earth and Planetary
Science Letters v189 n34 p277-283 2001
ARSOVA-SARAFINOVSKA Z MZTEVSKA N EKEN A PETROVSKI D BANEV
S DZIKOVA S GEORGIEV V SIKOLE A ERDEM O SAYAL A AYDIN A
DIMOVSKI AJ GPx1 genetic polymorfism erytrocyte GPx activity and prostate cacircncer
risk International Urology and Nephrologuy v41 n1 p63-70 2009
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA OBESIDADE E DA SIacuteNDROME
METABOacuteLICA Diretrizes brasileiras de obesidade 20092010 3ed Itapevi AC
Farmacecircutica 2009 83p
AZEVEDO FA Toxicologia do mercuacuterio Satildeo Carlos Rima 2003 292p
BAEYENS WRG EBIGHAUS R VASILIEV OF eds Global and regional mercury
cycles sources fluxes and mass balances Dordrecht Kluwer Academic 1996 563p (NATO
ASI series Partnership sub-series 2 environment v21) [Proceedings of the NATO Advanced
Research Workshop on Regional and Global Mercury Cycles sources fluxes and mass
balances Novosibirsk Russia july 10-14 1995]
BAacuteRAacuteNY E BERGDAHL IA BRATTEBY LE LUNDH T SAMUELSON G
SCHUTZ A SKERFVING S OSKARSSON A Relationship between trace element
concentrations in human blood and serum Toxicology Letters v134 n13 p177ndash184
2002
BASTOS WR GOMES JPO OLIVEIRA RC ALMEIDA R NASCIMENTO EL
BERNARDI JVE LACERDA LD SILVEIRA EG PFEIFFER WC Mercury in the
environment and riverside population in the Madeira River Basin Amazon Brazil Science of
the Total Environment v368 n1 p344-351 2006 [Selected papers from the 7th
International Conference on Mercury as a Global Pollutant Ljubljana Slovenia June 27 - July
2 2004]
BEATON GH 1994 Criteria of an adequate diet In Shils RE Olson JA Shike M eds
Modern Nutrition in Health and Disease 8th edition Philadelphia Lea amp Febiger Pp 1491ndash
1505
BISINOTI MC Biogeoquiacutemica aquaacutetica do mercuacuterio orgacircnico na bacia do Rio Negro
Amazocircnia Campinas 2005 169p Tese de Doutorado ndash Instituto de Quiacutemica - Universidade
Estadual de Campinas
83
BISINOTI MC JARDIM WF O comportamento do metilmercuacuterio (meHg) no ambiente
Quiacutemica Nova v27 n4 p593-600 2004
BOENING DW Ecological effects transport and fate of mercury a general review
Chemosphere v40 n12 p1335-1351 2000
BOISCHIO AA HENSHEL DS Linear regression models of methyl mercury exposure
during prenatal and early postnatal life among riverside people along the upper Madeira river
Amazon Environmental Research v83 n2 p150-161 2000
BORTOLI MC Avaliaccedilatildeo dos niacuteveis sanguiacuteneos do hormocircnio tireiodiano ativo (T3) e do
estado nutricional relativo ao selecircnio de mulheres residentes em aacutereas de exposiccedilatildeo ao
mercuacuterio Satildeo Paulo 2010 130p Tese de Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas
- Universidade de Satildeo Paulo
BRABO ES SANTOS EO JESUS IM MASCARENHAS AF FAIAL KF Niacuteveis
de mercuacuterio em peixes consumidos pela comunidade indiacutegena de Sai Cinza na Reserva
Munduruku Municiacutepio de Jacareacanga Estado do Paraacute Brasil Cadernos de Sauacutede
Puacuteblica v15 n2 p325-332 1999
BRASIL Resoluccedilatildeo CONAMA n5 de 5 de agosto de 1993 Dispotildee sobre o gerenciamento
de resiacuteduos soacutelidos gerados nos portos aeroportos terminais ferroviaacuterios e rodoviaacuterios
(Revogadas as disposiccedilotildees que tratam de resiacuteduos soacutelidos oriundos de serviccedilos de sauacutede pela
Resoluccedilatildeo n35805) Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia n166 31 de agosto de 1993 Seccedilatildeo
1 p12996-12998
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo
Baacutesica Coordenaccedilatildeo geral da Poliacutetica de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo Sisvan antropometria
como pesar e medir Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004
BRENNEISEN P STEINBRENNER H SIES H Selenium oxidative stress and health
aspects Molecular Aspects of Medicine v26 n45 p256-267 2005
BROOKES AJ The essence of SNPs Gene v234 n2 p177-186 1999
BROWN KM ARTHUR JR Selenium selenoproteins and human health a review Public
Health Nutrition v4 n2b p593-599 2001
BURK RF Recent developments in trace element metabolism and function newer roles of
selenium in nutrition Journal of Nutrition v119 n7 p1051-1054 1998
BURIM RV CANALLE R MARTINELLI ALC TAKAHASHI CS Polymorphisms
in glutathione S-transferases GSTM1 GSTT1 and GSTP1 and cytochromes P450 CYP2E1
and CYP1A1 and susceptibility to cirrhosis or pancreatitis in alcoholics Mutagenesis v19
n4 p291ndash298 2004
CAMPOS MS SARKIS JES MULLER RCS BRABO ES SANTOS EO
Correlation between mercury and selenium concentrations in Indian hair from Rondocircnia
State Amazon region Brazil Science of the Total Environment v287 n12 p155-161
2002
84
CANELA MC Determinaccedilatildeo de mercuacuterio a niacutevel de traccedilo aplicaccedilatildeo em amostras de
interesse ambiental Campinas 1995 79p Dissertaccedilatildeo de Mestrado ndash Instituto de Quiacutemica ndash
Universidade Estadual de Campinas
CARDOSO BR ONG TP JACOB-FILHO W JALUUL O FREITAS MI
COZZOLINO SM Nutritional status of selenium in Alzheimerrsquos disease patients Britsh
Journal of Nutrition v103 n6 p803-806 2010
CARDOSO BR ONG TP JACOB-FILHO W JALUUL O FREITAS MI
COMINETTI C COZZOLINO SM Glutathione peroxidase 1 polymorphism in Brazilian
Alzheimers disease patients relations to the enzyme activity and to selenium status Journal
of Nutrigenetic and Nutrigenomics v5 n2 p72-80 2012
CASTRO L FREEMAN BA Reactive oxygen species in human health and disease
Nutrition v17 n2 p161-165 2001
CASTRO NSS LIMA MO Biomarkers of mercury exposure in the Amazon BioMed
Research International v2014 art867069 p1-10 2014 [Review]
CEZAR MRS Avaliaccedilatildeo da exposiccedilatildeo ao mercuacuterio e seus compostos em matildees e seus
receacutem-nascidos em Porto Velho ndash RO Beleacutem 2002 69p Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Nuacutecleo
de Medicina Tropical - Universidade Federal do Paraacute
CINTRA RMGC Biodisponibilidade de selecircnio em dieta regional de Satildeo Paulo Satildeo
Paulo 1990 74p Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas ndash
Universidade de Satildeo Paulo
CHANG JC GUTENMANN WH REID CM LISK DJ Selenium content of Brazil
nuts from two geographic locations in Brazil Chemosphere v30 n4 p801-802 1995
CHARRIER J MAUGARD CM LE MEVEL B BIGNON YJ Allelotype influence at
glutathione S-transferase M1 locus in breast cancer susceptibility British Journal of
Cancer v79 n2 p346-53 1999
CHAUHAN A CHAUHAN V Oxidative stress in autism Pathophysiology v13 n13
p171-181 2006
CHEN CL LIU Q RELLING MV Simultaneous characterization of glutathione S-
transferase M1 and T1 polymorphisms by polymerase-chain reaction in American whites and
blacks Pharmacogenetics v6 n2 p187-191 1996
CHEN C OU L LI B XING L GUANG J TIACHENG W YUXI G PEIQUN Z
MEI L WEI C ZHIFANG C Increased Oxidative DNA Damage as assessed by urinary
8-hidroxy-2 deoxyguanosine concentrations and serum redox status in persons exposed to
mercury Clinical Chemistry v51 n4 p759-767 2005
CHEN H YU M LI M ZHAO R ZHU Q ZHOU W LU M LU Y ZHENG T
JIANQ J ZHAO W XIANG K JIA W LIU L Polymorphic variations in manganese
superoxide dismutase (MnSOD) glutathione peroxidase ndash 1 (GPx 1) and catalase (CAT)
contribuite to elevated plasma triglyceride levels in Chinese patients with type 2 diabetes or
diabetic cardiovascular disease Molecular Cell Biochemistry v363 p85ndash91 2012
85
CHEN Y KAPETANOVIC I CROWELL J IP C MORRISSEY R LYUBIMOV A
Thirteen week oral (Gavage) toxicity study of L-Se-Methylselenocysteine (SeMC) in rats
Toxicological Science v90 n1-S p343 2006
COLOMBO J ROSSIT ARB CAETANO A BORIM AA WORNRATH D
SILVA AE GSTT1 GSTM1 and CYP2E1 genetic polymorphisms in gastric cancer and
chronic gastritis in a Brazilian population World Journal of Gastroenterology v10 n9
p1240ndash1245 2004
COMBS Jr GF WATTS JC JACKSON MI JOHNSON LK ZENG H SCHEETT
AJ UTHUS EO SCHOMBURG L HOEG A HOEFIG CS DAVIS CD
MILNER JA Determinants of selenium status in healthy adults Nutrition Journal v10
p75 2011
COMINETTI C Efeito da suplementaccedilatildeo com castanha do Brasil (Bertholletia excelsa
H B K) sobre o estresse oxidativo em mulheres obesas e sua relaccedilatildeo com o
polimorfismo Pro198Leu no gene da glutationa peroxidase 1 Satildeo Paulo 2010 115p Tese
de Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo
COMINETTI C BORTOLI MC ABDALLA DSP COZZOLINO SMF
Considerations about oxidative stress selenium and nutrigenetics Nutrire v36 n3 p131-
153 2011 [Review]
COMINETTI C BORTOLI MC PURGATTO E ONG TP MORENO FS
GARRIDO Jr BG COZZOLINO SMF Associations between glutathione peroxidase-1
Pro198Leu polymorphism selenium status and DNA damage levels in obese women after
consumption of Brazil nuts Nutrition v27 n9 p891-896 2011
COUTINHO VE Efeito da suplementaccedilatildeo de selecircnio por meio da ingestatildeo de castanhas-
do-Brasil (Bertholletia excelsa HBK) no estado nutricional relativo ao selecircnio de
praticantes de atividade fiacutesica (capoeira) Satildeo Paulo 2001 150p Tese de Doutorado -
Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo
COVAULT J ABREU C KRANZLER H ONCKEN C Quantitative real-time PCR for
gene dosage determinations in microdeletion genotypes BioTechniques v35 n3 p594-
598 2003
COZZOLINO SMF Deficiecircncias de minerais Estudos Avanccedilados v21 n60 p119-126
2007
CRESPO-LOPEZ ME SA AL HERCULANO AM BURBANO RR
NASCIMENTO JLM Methylmercury genotoxicity a novel effect in human cell lines of the
central nervous system Environment International v33 n2 p141ndash146 2007
CUSTODIO HM BROBERG K WENNBERG M JANSSON JH VESSBY B
HALLMANS G STEGMAYR B SKERFVING S Polymorphisms in glutathione-related
genes affect methylmercury retention Archives of Environmental Health v59 n11
p588ndash595 2004
CRESPO-LOacutePEZ ME SANTOS ECO BRABO ES RODRIGUES AR COcircRTES
MIT SILVEIRA LCL Comparative study of human exposure to mercury in riverside
86
communities of Amazon Brazilian Journal of Medical and Biological Research v39 n3
p411-414 2006
CUSTODIO HM HARARI R GERHARDSSON L SKERFVING S BROBERG K
Genetic influences on the retention of inorganic mercury Archives of Environmental amp
Occupational Health v60 n1 p17ndash23 2005
DAVIS CD UTHUS EO Dietary selenite and azadeoxycytidine treatments affect
dimethilhidrazine-induced aberrant crypt formation in rat colon and DNA methylation in HT
ndash 29 cells Journal of Nutrition v132 n2 p292-297 2002
DEJONG JL CHANG CM WHANG-PERNG J KNUTSEN T TU CPD The
human liver glutathione S-transferase gene superfamily expression and chromosome
mapping of Hb subunit cDNA Nucleic Acids Research v16 n17 p8541-8554 1988
DI PIETRO A VISALLI G LA MAESTRA S MICALE R BALUCE B
MATARESE G CINGANO L SCOGLIO ME Biomonitoring of DNA damage in
peripheral blood lymphocytes of subjects with dental restorative fillings Mutation Research
v650 n2 p115ndash122 2008
DOMINGUES J Determinaccedilatildeo de mercuacuterio total em amostras de cabelo e sua relaccedilatildeo
com o desenvolvimento psicomotor de crianccedilas na comunidade de Barreiras Paraacute
Beleacutem 2000 91p Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Nuacutecleo de Medicina Tropical - Universidade
Federal do Paraacute
DONADIO JLS Polimorfismos nos genes da enzima glutationa peroxidase e
biomarcadores do estado nutricional relativo ao selecircnio em populaccedilatildeo adulta de Satildeo
Paulo Satildeo Paulo 2011 75p Disssertaccedilatildeo de Mestrado - Faculdade de Ciecircncias
Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo
DRASCH G MAILAumlNDER S SCHLOSSER C ROIDER G Content of non-mercury-
associated selenium in human tissues Biological Trace Element Research v77 n3 p219-
230 2000
DUMONT E VANHAECKE F CORNELIS R Selenium speciation from food source to
metabolites a critical review Analytical and Bioanalytical Chemistry v385 n7 p1304-
1323 2006
DUSINSKAacute M VALLOVAacute B URSIacuteNYOVAacute M HLADIacuteKOVAacute V SMOLKOVAacute B
WSOacuteLOVAacute L RASLOVAacute K COLLINS AR DNA damageand antioxidants
fluctuations through the year in a central European population group Food and Chemical
Toxicology v40 n8 p1119ndash1123 2002
EGASHIRA EM MIZIARA APB LEONI LAB Grupo do arroz patildeo massa batata e
mandioca PHILIPPI ST org Piracircmide dos alimentos fundamentos baacutesicos da nutriccedilatildeo
2ed Barueri Manole 2014 (Guias de Nutriccedilatildeo e Alimentaccedilatildeo)
EPA (US Environmental Protection Agency) Mercury in Medical Facilities Revised August
2003 Updated 2005
87
ERCAL N GURER-ORHAN H AYKIN-BURNS N Toxic metals and oxidative stress
Part I Mechanisms involved in metal-induced oxidative damage Current Topics in
Medicinal Chemistry v1 n6 p529-539 2001
FABIAN E POLOSKEY P KOacuteSA L ELMADFA I REacuteTHY LA Nutritional
supplements and plasma antioxidants in childhood asthma Wiener Klinische
Wochenschrift v125 n1112 p309ndash315 2013
FADINI PS JARDIM WF Is the Negro River Basin (Amazon) impacted by naturally
occurring mercury Science of the Total Environment v275 n13 p71-82 2001
FAIRWEATHER-TAIT SJ BAO Y BROADLEY MR COLLINGS R FORD D
HESKETH JE HURST R Selenium in human health and disease Antioxidants amp Redox
Signaling v14 n7 p1337-1383 2011
FARELLA N Les fermes familiales de la reacutegion frontiegravere du Tapajoacutes en Amazonie
breacutesilienne relations entre les origines les pratiques agricoles les impacts sur les sols et le
deacuteboisement Montreacuteal 2005 209p Tese de Doutorado ndash Universiteacute Du Queacutebec agrave Montreacuteal
FARIAS LA FAVARO DIT VASCONCELLOS MBA Determinaccedilatildeo de mercuacuterio e
metilmercuacuterio em amostras de cabelo e peixes Revista do Instituto Adolfo Lutz v68 n3
p451-460 2009
FARIAS LA SANTOS NR FAVARO DIT BRAGA ES Mercuacuterio total em cabelo de
crianccedilas de uma populaccedilatildeo costeira Cananeacuteia Satildeo Paulo Brasil Cadernos de Sauacutede
Puacuteblica v24 n10 p2249-2256 2008
FARIAS LA Avaliaccedilatildeo do conteuacutedo de mercuacuterio metilmercuacuterio e outros elementos de
interesse em peixes e em amostras de cabelos e dietas de preacute-escolares da Regiatildeo
Amazocircnica Satildeo Paulo 2006 233p Tese de Doutorado ndash Instituto de Pesquisas Energeacuteticas e
Nucleares - Universidade de Satildeo Paulo
FARIAS LA FAacuteVARO DIT MAIHARA VA VASCONCELOS MBA
YUYAMA LK AGUIAR JPL ALENCAR FH Assessment of daily dietary intake of
Hg and some essential elements in diets of children from the Amazon region Journal of
Radioanalytical and Nuclear Chemistry v270 n1 p217-223 2006
FOLVEN KI GLOVER CN MALDE MK LINDEBEYE AK Does selenium modify
neurobehavioral impacts of developmental methylmercury exposure in mice Environmental
Toxicology and Pharmacology v28 n1 p111-119 2009
FORD M DELANEY KA LING L ERICKSON T Clinical toxicology Philadelphia
W B Saunders 2001 p737ndash742
FORSBERG L DE FAIRE U MARKLUND SL ANDERSSON PM STEGMAYR
B MORGENSTERN R Phenotype determination of a common Pro-Leu polymorphism in
human glutathione peroxidase 1 Blood Cells Molecules amp Diseases v26 n5 p423-426
2000
FOSBERG L DE FAIRE U MORGENSTERN R Low yield of polymorphisms from
EST blast searching analysis of genes related to oxidative stress and verification of the
P197L polymorphism in GPX1 Human Mutation v13 n4 p294-300 1999
88
FOX T FAIRWEATHER-TAIT SJ Selenium In HURRELL R ed The mineral
fortification of foods Leatherhead Leatherhead Publishing 1999 v2 p1-44 (A
Leatherhead Food RA publication)
FRISANCHO AR Anthropometric standards for the assessment of growth and
nutritional status Ann Arbor University of Michigan Press 1990 189p
GAacuteC P PAWLAS N POREBA R POREBA M MARKIEWICZ-GOacuteRKA I
JANUSZEWSKA L OLSZOWY Z PAWLAS K Interaction between blood selenium
concentration and a levels of oxidative stress and antioxidative capacity in healthy children
Environmental Toxicology and Pharmacology v39 n1 p137-144 2014
GAILER J GRAHAM NG PICKERING IJ MADDEN S PRINCE RC YU EY
DENTON MB YOUNIS HS APOSHIAN HV Structural Basis of the Antagonism
between Inorganic Mercury and Selenium in mammals ChemResToxicol 2000 13-1135-
1142
GALAN-CHILET I TELLEZ-PLAZA M GUALLAR E MARCO G LOPEZ-
IZQUIERDO R GONZALEZ-MANZANO I TORMOS MC MARTIN-NUNtildeEZ GM
ROJO-MARTINEZ G SAEZ GT MARTIacuteN-ESCUDERO JC REDON J JAVIER-
CHAVES F Plasma selenium and oxidative stress biomarkers a gene-environment
interaction population based study Free Radical Biology and Medicine v74 p229-236
2014
GALVAtildeO RCF BERNARDI JVE ALMEIDA R BASTOS WR GOMES JPO
Relaccedilatildeo espacial do mercuacuterio e elementos traccedilos em sedimento de fundo no Alto Rio
Madeira In SEMINAacuteRIO DE RECURSOS HIacuteDRICOS DA BACIA HIDROGRAacuteFICA DO
PARAIacuteBA DO SUL O EUCALIPTO E O CICLO HIDROLOacuteGICO 1 Taubateacute 2007
Anais Taubateacute IPABHi 2007 p51-57
GANTHER HE SUNDE ML Factors in fish modifying methylmercury toxicity and
metabolism Biological Trace Element Research v119 n3 p221-233 2007
GATTAacuteS GHF KATO M SOARES-VIEIRA JA SIRAQUE MS KOHLER P
GOMES L REGO MAV BYDLOWSKI SP Ethnicity and glutathione S-transferase
(GSTM1 GSTT1) polymorphisms in a Brazilian population Brazilian Journal of Medical
and Biological Research v37 n4 p451-458 2004
GINSBERG G SMOLENSKI S HATTIS D GUYTON KZ JOHNS DO
SONAWANE B Genetic polymorphism in glutathione transferases (GST) population
distribution of GSTM1 T1 and P1 conjugating activity Journal of Toxicology and
Environmental Health Part B Critical Reviews v12 n56 p389-439 2009
GONZAGA IB MARTENS A COZZOLINO SMF Selecircnio In COZZOLINO SMF
org Biodisponibilidade de nutrientes 2ed Barueri Manole 2007 Cap28 p575-613
GONZAGA IB Avaliaccedilatildeo nutricional relativa ao selecircnio em crianccedilas com dieta
enriquecida de castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa L) Satildeo Paulo 2002 157p Tese
de Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo
GONZAGA IB MARTENS A COZZOLINO SMF Selecircnio In COZZOLINO SMF
org Biodisponibilidade de nutrientes Barueri Manole 2005 cap26 p539-577
89
GREGUS Z GYURASICS AI CSANAKY I PINTER Z Effects of methylmercury and
organic acid on the disposition of exogenous selenium in rats Toxicology and Applied
Pharmacology v174 n2 p177ndash187 2001
GRYGIEL-GOacuteRNIAK B MARCINKOWSKA J SZCZEPANIK A PRZYSLAWSKI J
Nutritional habits and oxidative stress in postmenopausal age Polskie Archiwum Medycyny
Wewnetrznej v124 n6 p298ndash305 2014
GUNDACKER C KOMARNICKI G ZOumlDL B FORSTER C SHUSTER E
WITTMANN K Whole blood mercury and selenium concentrations in a selected Austrian
population Does gender matter Science of the Total Environment v372 n1 p76-86
2006
GUNDACKER C KOMARNICKI G JAGIELLO P GENCIKOVA A DAHMEN N
WITTMANN KJ GENCIK M Glutathione-S-transferase polymorphism metallothionein
expression and mercury levels among students in Austria Science of the Total
Environment v385 n13 p37-47 2007
HACON SS DOacuteREA JG FONSECA MF OLIVEIRA BA MOURAtildeO DS RUIZ
CMV GONCcedilALVES RA MARIANI CF BASTOS WR The influence of chances in
lifestyle and mercury exposure in riverine populations of the Madeira River (Amazon Basin)
near a hydroelectric project International Journal of Environmental Research and Public
Health v11 n3 p2437-2455 2014
HALLIWELL B CHIRICO S Lipid peroxidation its mechanisms measurement and
significance American Journal and Clinical Nutrition v57 n5 suppl p715S-725S
1993
HAMANASHI T FURUTA H KATO H DOI A TAMAI M SHIMOMURA H
SAKAGASHIRA S NISHI M SASAKI H SANKE T NANJO K Functional variants
in the glutathione peroxidase-1 (GPx-1) gene are associated with increased intima-media
thickness of carotid arteries and risk of macrovascular disease in Japanese type 2 diabetic
patients Diabetes v53 n9 p2455-2460 2004
HARADA M NAKANISHI J YASODA E PINHEIRO MCN OIKAWA TAG
GUIMARAcircES GA CARDOSO BS KIZAKI T OHNO H Mercury pollution in the
Tapajos River basin Amazon mercury level of head hair and health effects Environment
International v27 n4 p285ndash290 2001
HATAGIMA A KLATAU-GUIMARAtildeES MZ SILVA FP CABELLO PH
Glutathione S-transferase M1 (GSTM1) polymorfism in two Brazillian populations Genetics
and Molecular Biology v23 n4 p709-713 2000
HERBETTE S ROECKEL-DREVET P DREVET JR Seleno-independent glutathione
peroxidases more than simple antioxidant scavengers FEBS Journal v274 n9 p2163-
2180 2007
HERCULANO AM CRESPO-LOacutePEZ ME LIMA SMA PINCANCcedilO DINIZ
DLW NASCIMENTO JLM Methylmercury intoxication activates nitric oxide synthase
in chick retinal cell culture Brazilian Journal of Medical and Biological Research v39
n3 p415ndash418 2006
90
HOLBEN DH SMITH AM The diverse role of selenium within selenoproteins a review
Journal of the American Dietetic Association v99 n7 p836-843 1999
HORVAT M BAEYENS W EBINGHAUS R VASILIEV O Mercury analysis and
speciation in environmental samples In NATO ASI SERIES 2 ENVIRONMENT global and
regional mercury cycles sources fluxes and mass balances Novosibirsk 1996 Kluwer
1996 p1-31
HU YJ DIAMOND AM Role of glutathione peroxidase 1 in breast cancer loss of
heterozygosity and allelic differences in the response to selenium Cancer Research v63
n12 p3347-3351 2003
HSIEH YY SHEN WS LEE LY WU TL NING HC SUN CF Long-term
changes in trace elements in patients undergoing chronic hemodialysis Biological Trace
Element Research v109 n2 p115-121 2006
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Atlas do Censo demograacutefico 2010 Rio de
Janeiro IBGE 2013 Disponiacutevel em httpbibliotecaibgegovbrvisualizacaolivrosliv64529_capa_sumpdf
Acesso em 02 Jan 2015
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Censo demograacutefico 2010 caracteriacutesticas
da populaccedilatildeo e dos domiciacutelios resultados do universo Rio de Janeiro IBGE 2011 270p Disponiacutevel em
httpbibliotecaibgegovbrvisualizacaoperiodicos93cd_2010_caracteristicas_populacao_domiciliospdf
Acesso em 02 Jan 2015
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Estimativas da populaccedilatildeo residente no
Brasil e unidades da Federaccedilatildeo com data de referecircncia em 1ordm de julho de 2014 2014 8p Disponiacutevel em
ftpftpibgegovbrEstimativas_de_PopulacaoEstimativas_2014nota_metodologica_2014pdf Acesso em 02
Jan 2015
INSTITUTE OF MEDICINE (United States) Dietary reference intakes for vitamin C
vitamin E selenium and carotenoides Washington National Academy Press 2000 529p
INTERNATIONAL PROGRAM ON CHEMICAL SAFETY UNITED NATIONS
ENVIRONMENT PROGRAMME WORLD HEALTH ORGANIZATION
Methylmercury Geneva World Health Organization 1990 v118 144p (Methylmercury in
environmental health criteria 101)
INSTITUTE OF MEDICINE (United States) Introduction to dietary reference intakes In
______ Dietary reference intakes for vitamin C vitamin E selenium and carotenoides
Washington National Academy Press 2000 cap1 p21-34
INTERNATIONAL PROGRAM ON CHEMICAL SAFETY UNITED NATIONS
ENVIRONMENT PROGRAMME WORLD HEALTH ORGANIZATION
Methylmercury Geneva World Health Organization 1990 v118 144p (Methylmercury in
environmental health criteria 101)
INSTITUTE OF MEDICINE (United States) Nutrient assessment of individuals statistical
foundations In ______ Dietary reference intakes applications in dietary assessment
Washington National Academy 2000 append B p185-210
91
JABLONSKA E GROMADZINSKA J RESZKA E WASOWICZ W SOBALA W
SZESZENIA-DABROWSKA N BOFFETTA P Association between GPx1 Pro198Leu
polymorphism GPx1 activity and plasma selenium concentration in humans European
Journal of Nutrition v48 n6 p383ndash386 2009
JAFFEacute WG RUPHAEL MD MONDRAGON MC CUEVAS MA Estudio cliacutenico e
bioquiacutemicos em nintildeos escolares de uma zona seleniacutefera Archivos Latinoamericanos de
Nutricioacuten v22 n4 p595-611 1972
JAIN M KUMAR S RASTOGI N LAL P GHOSHAL UC TIWARI A PANT
MC BAIQ MQ MITTAL B GSTT1 GSTM1 and GSTP1 genetic polymorphisms and
interaction with tobacco alcohol and occupational exposure in esophageal cancer patients
from North India Cancer Letters v242 n1 p60ndash67 2006
JONES DP Redefining oxidative stress forum review Antioxidants amp Redox Signaling
v8 n910 p1865-1879 2006
KAUWELL GPA Emerging concepts in nutrigenomics a preview of what is to come
Nutrition in Clinical Practice v20 n1 p75-87 2005
KARUNASINGLE N HAN DY ZHU S YU J LANGE K DUAN H MEDHORA
R SINGH N KAN J ALZAHER W CHEN B KO S TRIGGS CM FERGUSON
LR Serum selenium and single-nucleotide polymorphisms in genes for selenoproteins
relationship to markers of oxidative stress in men from Auckland New Zealand Genes amp
Nutrition v7 n2 p179-190 2012
KLAUTAU-GUIMARAtildeES MN DrsquoASCENCcedilAtildeO R CALDART FA GRISOLIA CK
SOUZA JR BARBOSA AC CORDEIRO CMT FERRARI I Analysis of genetic
susceptibility to mercury contamination evaluated through molecular biomarkers in at-risk
Amazon Amerindian populations Genetics and Molecular Biology v28 n4 p827-832
2005
KO WS GUO CH YEAH MS LIN LY HSU GS CHEN PC LUO MC LIN
CY Blood micronutrient oxidative stress and viral lood in patients with chronic hepatitis C
World Journal of Gastroenterology v14 n30 p4697ndash4702 2005
KOumlHRLE J The trace element selenium and the thyroid gland Biochimie v81 p527-533
1999
KOumlHRLE J FLOHEacute BR BOCK A GARTNER R MEYER O FLOHEacute L Selenium
in biology facts and medical perspectives Biological Chemistry v381 n910 p849-864
2000
KRISHNAN S RANI P Evaluation of selenium redox statusand their association with
plasma amyloidtau in Alzheimerrsquos disease Biological Trace Element Research v158 n2
p158ndash165 2014
KUZUYA M ANDO F IGUCHI A SHIMOKATA H Glutathione peroxidase 1
Pro198Leu variant contributes to the metabolic syndrome in men in a large Japanese cohort
American Journal of Clinical Nutrition v87 n6 p1939ndash1944 2008
92
LACERDA LD Distribuiccedilatildeo e comportamento do mercuacuterio no ambiente Amazocircnico In
HACON S LACERDA LD PFEIFFER WC CARVALHO D orgs Riscos e
consequecircncias do uso do mercuacuterio Rio de Janeiro Ministeacuterio da Sauacutede FINEP IBAMA
CNPQ 1990 p80-90 [Seminaacuterio Nacional ldquoRiscos e Consequumlecircncias do Uso do Mercuacuteriordquo
de 12 a 15 de setembro de 1989 Brasilia - DF]
LAumlRSTAD M LJUNGKVIST G OLIN AC TOREacuteN K Determination of
malondialdehyde in breath condensate by high-performance liquid chromatography with
fluorescence detection Journal of Chromatography B Analytical Technologies in the
Biomedical and Life Sciences v766 n1 p107-114 2002
LEE BE HONG YC PARK H HA M KOO BS CHANG N ROH YM KIM
BN KIM YJ KIM BM JO SJ HA EH Interaction between GSTM1GSTT1
polymorphism and blood mercury on birth weight Environmental Health Perspectives
v118 n3 p437-443 2010
LEI XG CHENG W McCLUNG JP Metabolic regulation and function of glutathione
peroxidase-1 Annual Review of Nutrition v27 p41-61 2007
LEMIRE M FILLION M FRENETTE BT PASSOS CJS GUIMARAtildeES JRD
BARBOSA Jr F MERGLER D Selenium from dietary sources and motor functions in the
Brazilian Amazon Neurotoxicology v32 n6 p944-953 2011
LEMIRE M FILLION M FRENETTE BT MAYER A PHILIBERT A PASSOS
CJS GUIMARAtildeES JR BARBOSA FJ MERGLER D Selenium and mercury in the
Brazilian Amazon opposing influences on age-related cataracts Environmental Health
Perspectives v118 n11 p1584-1589 2010
LEMIRE M MERGLER D FILLION M PASSOS CJS GUIMARAtildeES JRD
DAVIDSON R LUCOTTE M Elevated blood selenium levels in the Brazilian Amazon
Science of the Total Environment v366 n1 p101-111 2006
LEMIRE M MERGLER D HUEL G PASSOS CJS FILLION M PHILIBERT A
GUIMARAtildeES JR RHEAULT I BORDUAS J NORMAND G Biomarkers of selenium
status in the Amazonian context blood urine and sequential hair segments Journal of
Exposure Science amp Environmental Epidemiology v19 n2 p213-222 2009
LETAVAYOVAacute L VLCKOVAacute V BROZMANOVAacute J Selenium from cancer
prevention to DNA damage Toxicology v227 n12 p1-14 2006
LINDBERG A BJORNBERG KA VAHTER M BERGLUNG M Exposure to
methylmercury in non-fish eating people in Sweden Environmental Research v96 n1
p28-33 2004
LIVAK KJ FLOOD SJA MARMARO J GIUSTI W DEETZ K Oligonucleotides
with fluorescent dyes at opposite ends provide a quenched probe system useful for detecting
PCR product and nucleic acid hybridization PCR Methods and Applications v4 n6
p357-362 1995
MAIA CSC O selecircnio e a glacircndula tireoacuteide um estudo em pacientes portadores de
disfunccedilotildees tireoidianas nos estados do Cearaacute e Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2008 117p Tese de
Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo
93
MANNERVICK B The isoenzymes of glutathione transferase Advances in Enzymology
and Related Areas of Molecular Biology v57 p357-417 1985
MARQUES RC Avaliaccedilatildeo da exposiccedilatildeo ao mercuacuterio e seus compostos sobre o
desenvolvimento neuropsicomotor em crianccedilas de Porto Velho-RO Beleacutem 2002 102p
Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Nuacutecleo de Medicina Tropical - Universidade Federal do Paraacute
MARQUES RC DOacuteREA JG BASTOS WR REBELO MF FONSECA MF
MALM O Maternal mercury exposure and neuro-motor development in breastfed infants
from Porto Velho (Amazon) Brazil Int J Hyg Environ Health v210 p51ndash60 2007 Int
J Environ Res Public Health 2013
MARQUES RC BERNARDI JVE DOREA JG BRANDAtildeO KG BUENO L
LEAtildeO RS MALM O Fish consumption during pregnancy mercury transfer and birth
weight along Madeira River basin in Amazonia International Journal of Environmental
Research and Public Health v10 n6 p2150-2163 2013
MARTENS AVS COZZOLINO SMF Mapeamento da distribuiccedilatildeo de selecircnio em
territoacuterio brasileiro por meio da anaacutelise de alimentos nativos feijatildeo (fascolos vulgaris L) e
carne bovina para o consumo humano e aacuteguas e solo oriundos Satildeo Paulo FAPESP 2002
Processo n0011578-3 [Relatoacuterio Cientifiacuteco]
MARTENS IBG MARTENS A COZZOLINO SMF Selecircnio In COZZOLINO
SMF org Biodisponibilidade de nutrientes 4ed Barueri Manole 2012 p721-765
MEECH JA VEIGA MM THOMASNS D Emissions and stability of mercury in the
Amazon Canadian Metallurgical Quarterly v36 n4 p231-239 1997
MIRETZKY P BISINOTI MC JARDIM WF Sorption of mercury (II) in Amazon soils
from column studies Chemosphere v60 n11 p1583-1589 2005
MORADI M EFYEKHARI MH TALEI A FARD ARA Comparative study of
selenium concentration and glutathione peroxidase activity in normal and breast cancer
Public Health Nutrition v12 n1 p59-63 2009
MORAIS LMTS CARDOSO FILHO C LOURENCcedilO GJ SHINZATO JY
ZEFERINO LC LIMA CSP GURGEL MSC Caracteriacutesticas mamograacuteficas do cacircncer
de mama associadas aos polimorfismos GSTM1 e GSTT1 Revista da Associaccedilatildeo Meacutedica
Brasileira v54 n1 p61-66 2008
MUCCI A MONTGOMERY S LUCOTTE M PLOURDE Y PICHET P VANTRA
H Mercury remobilization from flooded soils in a hydroelectric reservoir of Northern
Quebec La Grande-2 results of a soil resuspension experiment Canadian Journal of
Fisheries and Aquatic Sciences v52 n11 p2507-2517 1995
NAGANUMA A ANDERSON ME MEISTER A Cellular glutathione as a determinant
sensitivity to mercury chloride prevention of toxicity by giving glutathione monoester
Biochemical Parmacology v40 n4 p693-697 1990
NAVARRO-ALARCON M CABRERA-VIQUE C Selenium in food and the human body
a review Science of the Total Environment v400 n13 p115-141 2008
94
NAVARRO-ALARCON M LOacutePEZ-MARTINEZ MC Essentiality of selenium in the
human body relationship with different diseases Science of the Total Environment v249
n13 p347-371 2000
NATIONAL RESEARCH COUNCIL Nutrient requeriments of dairy cattle 7ed
Washington National Academy Press 2001381p
NISHIMURA LS Polimorfismo Pro198Leu no gene para a enzima antioxidante
dependente de selecircnio glutationa peroxidase 1 e risco de cacircncer epidermoide da cavidade
oral e orofaringe 2010 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncia dos Alimentos) ndash Faculdade
de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010
OLUSI SO Obesity is independent risk factor for plasma lipid peroxidation and depletion of
erythrocyte cytoprotectic enzymes in humans International Journal of Obesity and
Related Metabolic Disorders v26 n9 p1159ndash1164 2002
ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Elementos traccedilo na nutriccedilatildeo e sauacutede humana
Satildeo Paulo Roca 1998 p63-91
ORTUNtildeO J ROS G PERIAGO MJ MARTINEZ C LOPEZ G RODRIGO J
Importacircncia nutricional del selenio Archivos Latinoamericanos de Nutricioacuten v47 n1
p6-13 1997
PAGLIA DE VALENTINE WN Studies on the quantitative and qualitative
characterization of erythrocyte glutathione peroxidase Journal of laboratory and clinical
medicine v70 n1 p158-169 1967
PAPP LV LU J HOLMGREN A KHANNA KK From selenium to selenoproteins
synthesis identity and their role in human health Antioxidants amp Redox Signaling v9 n7
p776-796 2007
PARADIS S WHEATLEY B BOSWELL-PURDY J BEacuteLISLE D COLE M
LICKERS H HAYTON A DAVIES K Mercury contamination through fish
consumption a model for predicting and preventing hazardous behavior on a community
level Mercury as a Global Pollutant Human Health Issues v97 p147-158 1997
PARK SK KANG D NOH DY LEE KM KIM SU CHOI JY CHOI IM
AHN SH CHOE KJ HIRVONEN A STRICKLAND PT YOO KY Reproductive
factors glutathione S-transferase M1 and T1 genetic polymorphism and breast cancer risk
Breast Cancer Research and Treatment v78 n1 p89-96 2003
PASSOS CJ MERGLER D GASPAR E MORAIS S LUCOTT M LARRIBE F
DAVIDSON R GROSBOIS S Eating tropical fruit reduces mercury exposure from fish
consumption in the Brazilian Amazon Environmental Research v93 n2 p123-130 2003
PASSOS CJ MERGLER D LEMIRE M FILLION M GUIMARAtildeES JR Fish
consumption and bioindicators of inorganic mercury exposure Science of the Total
Environment v373 n1 p68ndash76 2007
PASCALICCHIO AAE Contaminaccedilatildeo por metais pesados sauacutede puacuteblica e medicina
ortomolecular Satildeo Paulo Annablume 2002 132p
95
PEROTTONI J LOBATO LP SILVEIRA A ROCHA JBT EMANUELLI T Effects
of mercury and selenite on D-aminolevulinate dehydratase activity and on selected oxidative
stress parameters in rats Environmental Research v95 n2 p166-173 2004
PINHEIRO MCN GUIMARAtildeES GA NAKANISHI J OIKAWA T VIEIRA JL
QUARESMA M CARDOSO B AMORAS W Avaliaccedilatildeo da contaminaccedilatildeo mercurial
mediante anaacutelise do teor de Hg total em amostras de cabelo em comunidades ribeirinhas do
Tapajoacutes Paraacute Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v33 n2
p181-194 2000
PINHEIRO MCN MACCHI BM VIEIRA JLF OIKAWA T AMORAS WW
GUIMARAtildeES GA COSTA CA CRESPO-LOacutePEZ ME HERCULANO AM
SILVEIRA LC NASCIMENTO JL Mercury exposure and antioxidant defenses in
women a comparative study in the Amazon Environmental Research v107 n1 p53ndash59
2008
PINHEIRO MCN MULLER RCS SARKIS JE VIEIRA JLF OIKAWA T
GOMES MSV GUIMARAtildeES GA NASCIMENTO JLM SILVEIRA LCL
Mercury and selenium concentrations in hair samples of women in fertile age from Amazon
riverside communities Science of the Total Environment v349 n13 p284-288 2005
PINHEIRO DS ROCHA FILHO CR MUNDIM CA MARCO Jr P ULHOA CJ
REIS AAS GHEDINI PC Evaluation of glutathione S-transferase GSTM1 and GSTT1
deletion polymorphisms on type-2 diabetes mellitus risk PLoS One v8 n10 arte76262
p1-5 2013
PIRES LV Efeito da suplementaccedilatildeo com castanha-do-Brasil (Bertholletia excelsa
HBK) na expressatildeo gecircnica de citocinas inflamatoacuterias e sua relaccedilatildeo com o estresse
oxidativo e pacientes com diabetes mellitus tipo 1 Satildeo Paulo 2012 130p Tese de
Doutorado ndash Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo
POSSUELO LG PERACcedilA CF EISENHARDT MF DOLTO ML CAPPELLETTI
L FOLETTO E VALIM ARM Polymorphisms of GSTM1 and GSTT1 genes in breast
cancer susceptibility a case-control study Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetriacutecia
v35 n12 p569-574 2013
PRIOR RL HOANG H GU L WU X BACCHIACA M HOWARD L
HAMPSCH-WOODILL M HUANG D OU B JACOB B Assays for hydrophilic and
lipophilic antioxidant capacity (oxygen radical absorbance capacity (ORACFL)) of plasma
and other biological and food samples Journal of Agricultural and Food Chemistry v51
n11 p3273-3279 2003
RAVN-HAREN G OLSEN A TJONNELAND A DRAGSTED LO NEXO BA
WALLIN H OVERVAD K RASCHOU-NIELSENL O VOGEL U Associations
between GPx 1 Pro198Leu polymorphism erythrocyte GPx activity alcohol consumption and
breast cancer risk in a prospective cohort study Carcinogenesis v27 n4 p820-825 2006
RAYMAN MP The importance of selenium to human health Lancet v356 n9225 p233-
241 2000
RAYMOND LJ RALSTON NVC Mercury selenium interactions and health
implications Seychelles Medical and Dental Journal v7 n1 spiss p72-77 2004
96
REILLY C Selenium in food and health London Blackie Academic and Professional
1996 338p
REZAEI Z JAMSHIDZADEH A SANATI E A rapid and sensitive method for the
determination of malondialdehyde as its hydralazine derivative in human plasma using high
performance liquid chromatography Analytical Methods v5 n12 p2995-2999 2013
RICHIE Jr JP MUSCAT JE ELLISION I CALCAGNOTTO A KLEINMAN W
EL-BAYOUMY K Association of selenium status and blood glutathione concentrations in
blacks and whites Nutrition and Cancer v63 n3 p367ndash375 2011
RIDNOUR LA ISENBERG JS ESPEY MG THOMAS DD ROBERTS DD Nitric
oxide regulates angiogenesis through a functional switch involving thrombospondin-1
Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America v102
n37 p13147-13152 2005
ROCHA AV Estado nutricional relative ao selecircnio de crianccedilas residentes em duas
localidades de Rondocircnia Amazocircnia Ocidental Satildeo Paulo 2009 109p Dissertaccedilatildeo de
Mestrado ndash Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas ndash Universidade de Satildeo Paulo
ROCHA AV CARDOSO BR COMINETTI C BUENO RB BORTOLI MC
FARIAS LA FAVARO DIT CAMARGO LMA COZZOLINO SMF Selenium
status and hair mercury leves in riverine children from Rondocircnia Amazonia Nutrition v30
n11-12 p1318-1323 2014
SAacute AL HERCULANO AM PINHEIRO MC SILVEIRAS LCL NASCIMENTO
JLM CRESPO-LOacutePEZ ME Exposiccedilatildeo humana ao mercuacuterio na regiatildeo oeste do Estado do
Paraacute Revista Paraense de Medicina v20 n1 p19-25 2006
SAMPAIO DS LUCOTTE M ROULET HP MERGLER D CROSSA M Mercuacuterio
nos peixes do Rio Tapajoacutes Amazocircnia brasileira InterfacEHS v1 n1 art 6 p1-31 2006
Disponiacutevel em
httpwwwunitesuqamcagmfcarusodoccarusosampaiosampaio_et_al_2006pdf Acesso
em 24 Dez 2014
SANTOS KMO AQUINO RC Grupo dos oacuteleos e gorduras In PHILIPPI ST Piracircmide
dos alimentos fundamentos baacutesicos da nutriccedilatildeo 2ed Barueri Manole 2014 p251-303
SANTOS LB Polimorfismo Pro198Leu no gene que codifica para glutationa
peroxidase 1 e sua relaccedilatildeo com o estado nutricional relativo ao selecircnio de uma populaccedilatildeo
adulta residente no municiacutepio de Fortaleza Cearaacute 201393f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash
Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2013
SAVASKAN NE UFER C KUHN H BORCHERT A Molecular biology of
glutathione peroxidase 4 from genomic structure to developmental expression and neural
function Biological Chemistry v388 n10 p1007ndash1017 2007
SCHMIDT MI DUNCAN BB SILVA GA MENEZES AM MONTEIRO CA
BARRETO SM CHOR D MENEZES PR Doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis no
Brasil carga e desafios atuais 2011 (Sauacutede no Brasil 4) Disponiacutevel em
httpdownloadthelancetcomflatcontentassetspdfsbrazilbrazilpor4pdf Acesso em 10 Jan
2015
97
SCHORK NJ FALLIN D LANCHBURY J Single Nucleotide Polymorphisms and the
future of genetic epidemiology Clinical Genetics v58 n4 p250-264 2000
SILVA JJRF WILLIAMS RJP The biological chemistry of the elements the
inorganic chemistry of life Oxford Oxford University Press New York Clarendon Press
1993 561p
SITTA A VANZIN CS BIANCINI GB MANFREDINI V OLIVEIRA AB
WAYHS CA RIBAS GO GIUGLIANI L SCHWARTZ IV BOHRER D
GARCIA SC WAJNER M VARGAS CR Evidence that L-carnitine and selenium
supplementation reduces oxidative stress in phenylketonuric patients Cellular and
Molecular Neurobiology v31 n3 p429ndash436 2011
SKOOG DA HOLLER FJ NIEMAN TA Princiacutepios de anaacutelise instrumental 5ed
Satildeo Paulo Bookman 2002 836p
SMOLKOVAacute B DUSINSKAacute M RASLOVAacute K BARANCOKOVAacute M
KAZIMIacuteROVAacute A HORSKAacute A SPUSTOVAacute V COLLINS A Folate levels determine
effect of antioxidant supplementation on micronuclei in subjects with cardiovascular risk
Mutagenesis v19 n6 p469ndash476 2004
SOUZA JR BARBOSA AC Contaminaccedilatildeo por Hg e o caso da Amazocircnia Quiacutemica Nova
na Escola n12 p23-25 2000
SOUZA ML MENEZES HC Processamentos de amecircndoa e torta de castanhandashdondashBrasil e
farinha de mandioca paracircmetros de qualidade Ciecircncia Tecnologia e Alimentos v24 n1
p120-128 2004
STEUERWALD U WEIHE P JORGENSEN PJ BJERVE K BROCK J HEINZOW
B BUDTZ-JORGENSEN E GRANDJEAN P Maternal seafood diet methylmercury
exposure and neonatal neurologic function Journal of Pediatrics v136 n5 p599-605
2000
STOCKLER-PINTO MB FARAGE NE BOAVENTURA GT COZZOLINO SM
Effect of Brazil nut supplementation on the blood levels of selenium and glutathione
peroxidase in hemodialysis patients Nutrition v26 n1112 p1065ndash1069 2010
SLATER B MARCHIONI DL FISBERG RM Estimando a prevalecircncia da ingestatildeo
inadequada de Nutrientes Rev Sauacutede Puacuteblica v33 n4 p599-605 2004
SUZEN HS GUCYENER E SAKALLI O UCKUN Z KOSE G USTEL D
DUYDU Y CAT C-262T and GPx 1 Pro198Leu polimorphisms in a Turkish population
Molecular Biology Reports v37 n1 p87-92 2010
TAKEUCKI T ETO K The pathology of Minamata disease a tragic story of water
pollution Kyushu Kyushu University Press 1999 310p
TAPIERO H TOWNSEND DM TEW KD The antioxidant role of selenium and seleno-
compounds Biomedicine amp Pharmacotherapy v57 n34 p134ndash144 2003
TINKOV AA SKALNAYA MG DEMIDOV VA SEREBRYANSKY EP
NIKONOROV AA SKALNY AV Hair mercury association with selenium serum lipid
98
spectrum and gama-glutamyl transferase activity in adults Biological Trace Element
Research v161 n3 p255-262 2014
UNITED NATIONS Enviroment Programme Chemicals Impacts of mercury on the
environment In ______ Global mercury assessment Geneva UNEP 2002 cap5 p73-
86
UNITED STATES Department of Health and Human Services Public Heath Services
Agency for Toxic Substances and Disease Registry Toxicological Profile for Mercury
Atlanta ATSDR 1999 676p
VAN DAEL P DEELSTRA H Selenium International Journal for Vitamin and
Nutrition Research v63 n4 p312-316 1993
VIVANCO RHC MENGE FGW BARRIGA PAC Variaciones de la fragilidad
osmoacutetica eritrocitaria en bovinos a pastoreo sobre praderas con bajo contenido de selenio y
suplementados o no con selecircnio Revista Cientiacutefica vXVI n3 p227-231 2006
WIDERSTEN M PEARSON WR ENGSTROEM A MANNERVIK B Heterologous
expression of the allelic variant μ-class glutathione transferases μ and ψ Biochemical
Journal v276 n2 p519-5241991
WILLETT WC Inssues in analysis and presentation of dietary data In ______ Nutritional
epidemiology 2ed New York Oxford University Press 1998 p321ndash345 (Monographs in
epidemiology and biostatistics 30)
WILLET WCHOWE GR KUSHI LH Adjustment for total energy in epidemiologic
studies Am J Clin Nutr v65 p1220-28 1997
WILLET W STAMPFER M Implications of total energy intake for epidemiologic
analyses In Willet WC Nutrition epidemiology 2 ed New York Oxford University Press
p514 1998
WORLD HEALTH ORGANIZATION Obesity preventing and managing the global
epidemic report of a WHO consultation on obesity Geneva World Health Organization
2000 p256 (WHO Obesity Technical Report Series n284)
XU S WANG Y ROE B PEARSON WR Characterization of the human class Mu
glutathione S-transferase gene cluster and GSTM1 deletion Journal of Biological
Chemistry v273 n6 p3517-3527 1998
YANG GQ WANG SZ ZHAU RH SUN SZ Endemic selenium intoxication of
humans in China American Journal of Clinical Nutrition v37 n5 p872-881 1983
ZACHARA BA UKLEJA-ADAMOWICZ M NARTOWICZ E LECKA J Increased
plasma glutathione peroxidase activity in patients with acute myocardial infarction Medical
Science Monitor v7 n3 p415-420 2001
ZHANG FA YU W HARGROVE JL GREENSPAN PA DEAN RG TAYLOR
EW HARTLE DK Inhibition of TNF- induced ICAM-1 VCAM-1 and E-selectin
expression by selenium Atherosclerosis v161 n2 p381-386 2002
99
ZHANG M MA AG ZHANG XZ GE S SHI XX Effect of multiple micronutrients
supplementation on anti-oxidative activity and oxidized DNA damage of lymphocytes in
children Zhonghua Liu Xing Bing Xue Za Zhi v26 n4 p268ndash272 2005
ZHENG W WEN WQ GUSTAFSON DR GROSS M CERHAN JR FOLSOM
AR GSTM1 and GSTT1 polymorfism and postmenopausal breast cancer risk breast cancer
Breast Cancer Research and Treatment v74 n1 p9-16 2002
100
APEcircNDICES
APEcircNDICE 1 Cartaz de divulgaccedilatildeo da pesquisa
APEcircNDICE 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)
APEcircNDICE 3 Ficha de Identificaccedilatildeo e Controle
(Anamnese peso estatura IMC coleta de sangue e cabelos)
APEcircNDICE 4 Caderno de Registro do Consumo Alimentar
101
102
UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO
FACULDADE DE CIEcircNCIAS FARMACEcircUTICAS ndash FCFUSP
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE
1 Informaccedilotildees do Sujeito da Pesquisa
Nome
Documento de Identidade nordm Sexo ( ) M ( )F
Data de Nascimento
Endereccedilo Nordm Complemento Bairro Cidade Estado
CEP Telefones
2 Informaccedilotildees do Responsaacutevel Legal
Nome Natureza (grau de parentesco tutor curador etc) Documento de Identidade nordm Sexo ( ) M ( )F Data de Nascimento Endereccedilo Nordm Complemento Bairro Cidade Estado CEP Telefones
Tiacutetulo do Projeto de Pesquisa Estado nutricional relativo ao selecircnio concentraccedilotildees de
mercuacuterio estresse oxidativo e os polimorfismos Pro198Leu no gene da glutationa
peroxidase 1 (GPx1) e GSTM1 no gene da glutationa S- transferase (GST) em mulheres
residentes em aacuterea de risco de contaminaccedilatildeo por mercuacuterio
3 Duraccedilatildeo da Pesquisa 24 meses
4 Nome do pesquisador responsaacutevel Silvia Maria Franciscato Cozzolino Cargo Funccedilatildeo
Professora Titular do Programa de poacutes-graduaccedilatildeo em Ciecircncia dos Alimentos da Faculdade de Ciecircncias
Farmacecircuticas FCFUSP
Nordm do Registro do Conselho Regional CRN30621
Instituiccedilatildeo Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo USP
Sravoluntaacuteria essa pesquisa tem como tiacutetulo Estado nutricional relativo ao selecircnio e
concentraccedilotildees de mercuacuterio e a relaccedilatildeo com estresse oxidativo e os polimorfismos Pro198Leu
e GSTM1 em mulheres na idade feacutertil em aacuterea exposta agrave contaminaccedilatildeo por mercuacuterio A
responsaacutevel por esse estudo eacute a professora titular Silvia Maria Franciscato Cozzolino e como
103
colaborada a estudante de doutorado Ariana Vieira Rocha Ambas pertencem a Faculdade de
Ciecircncias Farmacecircuticas (FCF) da Universidade de Satildeo Paulo (USP)
De acordo com algumas pesquisas as mulheres da Amazocircnia apresentam
concentraccedilotildees elevadas de mercuacuterio e essa contaminaccedilatildeo pode comprometer a sauacutede natildeo soacute
delas como tambeacutem das crianccedilas pois uma das formas do mercuacuterio atravessa facilmente a
barreira placentaacuteria e o mercuacuterio acaba se concentrando no ceacuterebro das crianccedilas Isso pode
inibir o desenvolvimento cerebral Por isso eacute preocupante a exposiccedilatildeo das mulheres na idade
feacutertil ao mercuacuterio Acredita-se que o mineral selecircnio possa ser um possiacutevel colaborador para
a populaccedilatildeo natildeo apresentar sinais cliacutenicos evidentes da contaminaccedilatildeo por mercuacuterio Isso pode
ser devido a algumas atribuiccedilotildees do selecircnio pois este mineral tem como uma das suas accedilotildees
atuar como antioxidante e isso pode neutralizar os danos causados pela contaminaccedilatildeo do
mercuacuterio
Desta forma estamos por meio desse documento lhe convidando a participar desse
estudo que tem como objetivo principal avaliar o estado nutricional relativo ao selecircnio assim
como as concentraccedilotildees de mercuacuterio e a relaccedilatildeo desses com o estresse gerado nas ceacutelulas e
tambeacutem com algumas alteraccedilotildees geneacuteticas em mulheres na idade feacutertil em aacuterea exposta ao
mercuacuterio Nesta pesquisa participaraacute 200 mulheres voluntaacuterias da cidade de Porto Velho
Rondocircnia
Se vocecirc concordar em participar passaraacute pelos seguintes procedimentos avaliaccedilatildeo
nutricional onde seratildeo obtidos os dados de peso estatura e circunferecircncia da cintura e
tambeacutem seratildeo anotados os seus dados sobre o consumo alimentar ou seja tudo o que foi
consumido no periacuteodo de 3 dias sendo 2 dia da semana e 1 dia do fim de semana Seraacute
realizada ainda uma coleta de sangue de (20mL) em jejum de 10 a 12 horas para a realizaccedilatildeo
da determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo do mineral selecircnio e avaliar o estresse gerado nas ceacutelulas e
se haacute uma alteraccedilatildeo geneacutetica que possa interferir na concentraccedilatildeo de selecircnio ou mercuacuterio no
organismo Por fim seraacute coletado em torno de (1g) de cabelo na regiatildeo detraacutes do pescoccedilo para
avaliar as concentraccedilotildees de mercuacuterio A pesquisa possui um risco miacutenimo em virtude da
coleta de sangue que pode causar um desconforto poreacutem este seraacute coletado por um
profissional de enfermagem capacitado A obtenccedilatildeo desses dados seraacute realizada no
Laboratoacuterio Alphaclin localizado na Avenida Calama 2215 Bairro Satildeo Joatildeo Bosco Apoacutes
essas coletas seraacute distribuiacutedo um kit lanche contendo bolacha de aacutegua e sal ou biscoito
integral uma fruta e um suco de fruta de caixinha de 200mL O seu sangue seraacute armazenado
no laboratoacuterio de nutriccedilatildeo-minerais da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade
de Satildeo Paulo (USP) sob a responsabilidade da professora titular Silvia Maria Franciscato
Cozzolino para pesquisas futuras Poreacutem se isso acontecer vocecirc seraacute consultado a respeito e
um novo projeto seraacute submetido ao Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
Vocecirc autoriza o armazenamento do seu sangue para pesquisas futuras
( )sim ( )natildeo
Os resultados obtidos seratildeo arquivados e mantidos em sigilo conforme eacutetica Eacute direito
de cada participante obter os resultados das anaacutelises que seratildeo feitas bem como informaccedilotildees
sobre o andamento da pesquisa procedimentos utilizados riscos e benefiacutecios relacionados em
qualquer fase do estudo a fim de esclarecer eventuais duacutevidas Deve ser ressaltado que a
participaccedilatildeo na pesquisa poderaacute ser desfeita em qualquer momento que o Sra achar
conveniente sem sofrer nenhum tipo de constrangimento Natildeo haveraacute nenhuma despesa
financeira para a natildeo participaccedilatildeo neste estudo assim como natildeo haveraacute recompensa
financeira relacionada agrave participaccedilatildeo na pesquisa
Esse estudo traraacute benefiacutecios pois existem evidecircncias que o selecircnio pode exercer um
efeito protetor no organismo contra os malefiacutecios do mercuacuterio Logo os resultados
contribuiratildeo para uma melhor qualidade de vida atraveacutes do conhecimento da avaliaccedilatildeo do
104
estado nutricional Aleacutem do que seraacute realizada uma avaliaccedilatildeo nutricional completa por uma
nutricionista e seratildeo oferecidas orientaccedilotildees quanto agrave alimentaccedilatildeo
ndash INFORMACcedilOtildeES DE NOMES ENDERECcedilOS E TELEFONES DOS RESPONSAacuteVEIS PELO
ACOMPANHAMENTO DA PESQUISA PARA CONTATO EM CASO DE INTERCORREcircNCIAS
CLIacuteNICAS E REACcedilOtildeES ADVERSAS
Silvia Maria Franciscato Cozzolino ndash (Professora Titular do programa de Poacutes-
graduaccedilatildeo em Ciecircncia dos Alimentos da Faculdade de Ciecircncias FarmacecircuticasFCF
(USP) Telefone(11)3091-3625 Endereccedilo da Faculdade Cidade Universitaacuteria Av Lineu
Prestes 580 ndash Bloco 14
Telefone (11) 3091 -3625 (Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo ndash Minerais)
Ariana Vieira Rocha - (Doutoranda do programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Ciecircncia dos
Alimentos da Faculdade de Ciecircncias FarmacecircuticasFCF (USP) Endereccedilo Residencial
Bairro Liberdade Rua da Gloacuteria - 654 Apto 84 CEP 01510-000 ndash Satildeo Paulo ndash SP Telefone
(11) 98532-2125
Endereccedilo da Faculdade Cidade Universitaacuteria Av Lineu Prestes 580 ndash Bloco 14
Telefone 3091 -3625 (Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo ndash Minerais)
Consentimento Poacutes-Esclarecido
Declaro que apoacutes convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ter entendido o que me
foi explicado consinto em participar do presente Protocolo de Pesquisa
Porto Velhodede
_______________________________
Assinatura do sujeito de pesquisa
Ou responsaacutevel legal
___________________________________
Assinatura do pesquisador responsaacutevel
Para qualquer questatildeo duacutevida esclarecimento ou reclamaccedilatildeo sobre aspectos eacuteticos dessa
pesquisa favor entrar em contato com o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas da Faculdade de
Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo ndash Av Prof Lineu Prestes 580 - Bloco
13A ndash Butantatilde ndash Satildeo Paulo ndash CEP 05508-900 Fone 3091-3622 fone-fax 3091-3677 ndash e-
mail cepfcfuspbr
105
Universidade de Satildeo Paulo
Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas
Avaliaccedilatildeo Nutricional
Antropometria
Nome Data de Nascimento
DADOS ANTROPOMEacuteTRICOS
Idade anos
Circunferecircncia da Cintura (CC) Classificaccedilatildeo
Peso kg
Estaturacm
IMC Classificaccedilatildeo
Classificaccedilatildeo do estado nutricional para adultos segundo o Iacutendice de Massa Corpoacuterea (IMC)
Classificaccedilatildeo IMC (kgm2)
Risco de Comorbidades
Baixo Peso
˂ 185 Baixo
Peso Normal ou
Eutrofia 185 - 249
Meacutedio
Sobrepeso
ge 25 ndash 299 Aumentado
Obesidade I 300 - 349 Moderado
Obesidade II 350 ndash 399 Grave
Obesidade III ˃ 40 Muito Grave
Fonte WHO (2000)
106
Universidade de Satildeo Paulo
Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas
Pesquisador Ariana Vieira Rocha
Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo e Minerais(11) 3091-3625
Formulaacuterio Mercuacuterio (Hg)
Identificaccedilatildeo Data
Nome
Idade Sexo Raccedila
Endereccedilo
Haacute quanto tempo reside em Porto Velho
Onde residia anteriormente
Ocupaccedilatildeo principal Quanto tempo hdia
Haacutebitos
Come peixe sim natildeo
Procedecircncia do peixe consumido Nome do Rio
Espeacutecie mais consumida
Frequecircncia de consumo de peixe Quantidade
Frequecircncia de consumo de frutos do mar Quantidade
Ficou doente nos uacuteltimos seis meses sim natildeo
Tomou algum medicamento sim natildeo Qual Frequecircncia
No tratamento do cabelo vocecirc usa
soacute sabonete xampuacute condicionador tintura
liacutequido para permanente alisamento outros Quais
Qual a aacutegua que usa para tomar banho
caerd poccedilo ou mina outra procedecircncia qual
Qual a aacutegua que usa para beber
caerd e filtrada natildeo filtra de poccedilo ou mina galatildeo outra procedecircncia qual
107
ACOMPANHAMENTO NUTRICIONAL
Nome
Responsaacutevel Nutricionista Ariana Vieira Rocha
Universidade de Satildeo Paulo-USP
Telefone (69) 8118-4633 (11) 8532-2125
108
INFORMACcedilOtildeES
Pesquisas tentam explicar a presenccedila do Hg na regiatildeo amazocircnica pois os solos
ambientes aquaacuteticos e consequentemente os peixes apresentarem concentraccedilotildees elevados
deste metal assim como alguns indiviacuteduos que vivem nestas aacutereas poreacutem estes natildeo
apresentam sintomas e sinais cliacutenicos evidentes de contaminaccedilatildeo Supotildee-se que o selecircnio um
mineral antioxidante presente naturalmente no solo da regiatildeo seja um protetor para a aparente
toleracircncia destas populaccedilotildees agrave intoxicaccedilatildeo crocircnica por Hg Dentre outras funccedilotildees e accedilotildees o
selecircnio atua no fortalecimento do sistema imunoloacutegico e tambeacutem ajuda organismo a se
proteger dos danos causados pelos metais toacutexicos como por exemplo o Hg Dessa forma a
ingestatildeo adequada de selecircnio pode ter um efeito protetor contra a contaminaccedilatildeo por Hg
Este caderno tem como objetivo avaliar o estado nutricional relativo ao mineral
selecircnio Por isso eacute muito importante que todas as recomendaccedilotildees e orientaccedilotildees prestadas
durante o acompanhamento nutricional sejam atendidas
Ariana Vieira Rocha
Doutoranda em Ciecircncia dos Alimentos-FCFUSP
Porto Velho 2012
01
109
DADOS DE IDENTIFICACcedilAtildeO
1 Nome
Documento de Identidade nordm
Sexo ( X ) Feminino
Data de Nascimento
Naturalidade Escolaridade
Endereccedilo nordm
Bairro
Cidade
Cep Telefone Celular
Renda Familiar ( ) 1 SM ( ) 2 a 3 SM ( ) Acima de 4 SM
2 Histoacuteria Cliacutenica
Faz uso de anticonpepcional ( ) natildeo ( )sim
Se sim qual Quanto tempo
Antecedentes familiares ( )Dislipidemias ( )Diabetes mellitus
( )Hipertensatildeo arterial ( ) Obesidade
Outras qual
Faz atividade Fiacutesica ( ) natildeo ( ) sim qual
Quantas vezes por semana
02
110
ORIENTACcedilOtildeES QUANTO AO REGISTRO DOS ALIMENTOS
1 Anotar todos os alimentos consumidos durante todo o dia e a noite desde a hora que
acordar ateacute a hora em que for dormir
2 Colocar o horaacuterio das refeiccedilotildees
3 Natildeo esquecer de anotar os alimentos eou qualquer guloseima consumida (balas
chicletes etc) durante as refeiccedilotildees e nos intervalos
4 Anotar a quantidade do alimento consumido na forma de medidas caseiras (fotos
ilustrativas nas proacuteximas paacuteginas) Exemplo
colher de servir colher de sopa colher de sobremesa colher de chaacute ou cafeacute
concha escumadeira copo americano copo de requeijatildeo copo descartaacutevel de 180 ou
200 mL
xiacutecara de chaacute ou cafeacute
prato de mesa prato de sopa prato de sobremesa ou pires
5 Descrever com maior detalhe os tipos de alimentos ou marcas como por exemplo
leite desnatado integral tipo C em poacute
patildeo francecircs integral de forma de leite de batata de mel doce ou caseiro
bolachas recheadas aacutegua e sal chocolate sem recheio SEMPRE colocar o sabor e a
marca
frutas (anotar tipo e tamanho) por exemplo laranja lima meacutedia mamatildeo papaya (meia
unidade)
vegetais folhosos (anotar tipo e preparaccedilatildeo) por exemplo acelga refogada ou crua
manteiga ou margarina (o tipo a marca a quantidade consumida anotada em ponta de
faca ou em colheres de chaacute cafeacute sobremesa ou sopa)
salada de frutas (colocar tipo de frutas e os ingredientes incluiacutedos na salada)
bolo (sabor com ou sem recheio com ou sem cobertura de festa ndash se possiacutevel
escrever os principais ingredientes)
6 Lembrar de escrever o tipo de preparaccedilatildeo se o alimento eacute cozido frito grelhado
ensopado ou agrave milanesa (empanado)
7 Registrar os alimentos em unidades ou porccedilotildees como por exemplo bife meacutedio
pequeno coxa de frango peixe (pedaccedilo pequeno meacutedio ou grande)
8 Anotar as preparaccedilotildees que utilizem mais de um ingrediente e descrevecirc-los um a um
como por exemplo Sopa de legumes (quais is ingredientes e legumes utilizados nesta
preparaccedilatildeo)
03
111
MEDIDAS CASEIRAS
Colocamos ao lado de cada item uma caixa de foacutesforos ilustrativa para fins de
referecircncia quanto ao tamanho das medidas
04
112
Colocamos ao lado de cada item uma caixa de foacutesforos ilustrativa para fins de
referecircncia quanto ao tamanho das medidas
05
113
Margarina ou Manteiga
Colocamos ao lado de cada item uma caixa de foacutesforos ilustrativa para fins de
referecircncia quanto ao tamanho das medidas
06
114
REGISTRO DE ALIMENTOS
Dia 1
Data Dia da semana
Horaacuterio e Local Alimentos ou
Preparaccedilotildees
Quantidade
(medida caseira)
Marca Comercial
07
115
REGISTRO DE ALIMENTOS
Dia 2
Data Dia da semana
Horaacuterio e Local Alimentos ou
Preparaccedilotildees
Quantidade
(medida caseira)
Marca Comercial
08
116
REGISTRO DE ALIMENTOS
Dia 3
Data Dia da semana
Horaacuterio e Local Alimentos ou
Preparaccedilotildees
Quantidade
(medida caseira)
Marca Comercial
09
117
AGRADECEMOS A SUA COLABORACcedilAtildeO
Mestre Ariana Vieira Rocha (Nutricionista mestre e doutoranda do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncia dos
Alimentos Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo)
Doutora Silvia Maria F Cozzolino (Nutricionista Professora Titular do Departamento de Alimentos e Nutriccedilatildeo Experimental
Faculdade de Ciecircncias FarmacecircuticasUniversidade de Satildeo Paulo)
10
118
ANEXOS
ANEXO 1 Informaccedilotildees para os membros de bancas julgadoras
ANEXO 2 Parecer do Comitecirc de Eacutetica (CEP)
ANEXO 3 Ficha de Aluno
119
UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas
Secretaria de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Informaccedilotildees para os Membros de Bancas Julgadoras de
MestradoDoutorado
1 O candidato faraacute uma apresentaccedilatildeo oral do seu trabalho com duraccedilatildeo
maacutexima de trinta minutos
2 Os membros da banca faratildeo a arguumliccedilatildeo oral Cada examinador
disporaacute no maacuteximo de trinta minutos para arguumlir o candidato exclusivamente sobre o
tema do trabalho apresentado e o candidato disporaacute de trinta minutos para sua
resposta
21 Com a devida anuecircncia das partes (examinador e candidato) eacute
facultada a arguumliccedilatildeo na forma de diaacutelogo em ateacute sessenta minutos por examinador
3 A sessatildeo de defesa seraacute aberta ao puacuteblico
4 Terminada a arguumliccedilatildeo por todos os membros da banca a mesma se
reuniraacute reservadamente e expressaraacute na ata (relatoacuterio de defesa) a aprovaccedilatildeo ou
reprovaccedilatildeo do candidato baseando-se no trabalho escrito e na arguumliccedilatildeo
41 Caso algum membro da banca reprove o candidato a Comissatildeo
Julgadora deveraacute emitir um parecer a ser escrito em campo exclusivamente indicado
na ata
42 Seraacute considerado aprovado o aluno que obtiver aprovaccedilatildeo por
unanimidade ou pela maioria da banca
5 Duacutevidas poderatildeo ser esclarecidas junto agrave Secretaria de Poacutes-
Graduaccedilatildeo pgfarmauspbr (11) 3091 3621
Satildeo Paulo 23 de maio de 2014
Prof Dr Adalberto Pessoa Junior Presidente da CPGFCFUSP
Av Prof Lineu Prestes 580 Bloco 13 A - Cidade Universitaacuteria - CEP 05508-900 - Satildeo Paulo - SP Fone (11) 3091 3621 - Fax (11) 3091 3141 ndash e-mail pgfarmauspbr
120
121
122
123
2
Ariana Vieira Rocha
Status de selecircnio de uma populaccedilatildeo residente em aacuterea de risco de
contaminaccedilatildeo por mercuacuterio Influecircncia de polimorfismos e accedilatildeo
sobre o estresse oxidativo
Comissatildeo Julgadora da Tese para obtenccedilatildeo do grau de Doutor
_______________________________________________
Profordf Titular Silvia Maria Franciscato Cozzolino
(OrientadoraPresidente)
________________________________________________
1ordm Examinador
________________________________________________
2ordm Examinador
________________________________________________
3ordm Examinador
________________________________________________
4ordm Examinador
SAtildeO PAULO _____ de ___________________de 2015
3
4
Gastei uma hora pensando um verso que a pena natildeo quer escrever
No entanto ele estaacute caacute dentro inquieto vivo
Ele estaacute caacute dentro e natildeo quer sair
Mas a poesia deste momento inunda minha vida inteira
Carlos Drumonnd de Andrade
5
A todas as voluntaacuterias desta pesquisa pelo carinho esforccedilo e dedicaccedilatildeo
Agraves amigas Daniela Zancan Dayane Zancan Laiacutes Maria e Larissa Matheus pela ajuda
imensuraacutevel durante a coleta de dados
Especialmente aos meus tios Ivanilde Rocha e Cristovatildeo Vieira que me ergueram
no momento em que mais precisei
6
AGRADECIMENTOS
A Deus que me ilumina e daacute forccedilas para seguir sempre em frente e ao Espiacuterito Santo por
todas as becircnccedilatildeos
Agrave luz da minha vida minha matildee Nair Lima por tudo que tem feito e ainda faz por mim
Meu modelo de iacutendole e dignidade Meu amuleto
Agrave orientadora Silvia Maria Franciscato Cozzolino exemplo de serenidade em momentos de
dificuldades Sou muito grata pela oportunidade de ter sido sua aluna e orientanda Obrigada
ainda por ter me abraccedilado desde o primeiro momento
Agrave professora Deacuteborah Faacutevaro pensar em vocecirc me causa garra e alegria Obrigada pela
parceria e disponibilidade na realizaccedilatildeo das anaacutelises de mercuacuterio Foi um prazer indescritiacutevel
tecirc-la ao meu lado na bancada
Agrave Julie Christine Luana Janaiacutena Cleonilce Oliveira Gisele Dias Natsue Kosin Larissa
Freitas Luana Cardozo e Yara Salviano por disponibilizarem do seu tempo por uma
causa a ciecircncia
Agrave Jamile Sadeck Dina Horeay e Analu Barofaldi seres de luz que deram ajuda a uma
desconhecida sem pedir nada em troca e se hoje esta jornada estaacute sendo concretizada
tambeacutem eacute graccedilas a vocecircs Ensinaram-me na praacutetica a fazer o bem sem olhar a quem Que
esta bondade esteja sempre comigo para que eu possa passaacute-la adiante
Agrave Gabriela Pellucio (Gabi peluacutecia) e sua matildee Mirian Guizelini que abraccedilaram a minha
causa e pela ampla ajuda em conseguir voluntaacuterias Querida Gabi obrigada pelo carinho vocecirc
foi um anjinho na minha vida
Agrave amiga Silvane Maziero assim como ao Flaacutevio Terassini ao Thiago Abiorana e agrave Helen
Queite pela divulgaccedilatildeo da pesquisa em seus ambientes de estudo eou trabalho Obrigada de
coraccedilatildeo
Agrave Juliana Closs por permitir a divulgaccedilatildeo do projeto no curso de nutriccedilatildeo da Faculdade Satildeo
Lucas (FSL)
Agrave Mariana Modesto Roberta Valmorbida Simone Oliveira e Alcione Altini por natildeo
hesitarem em ajudar esta colega de classe na divulgaccedilatildeo da pesquisa no ambiente das
Faculdades Integradas Apariacutecio Carvalho (FIMCA)
Agrave ldquonossardquo equipe do laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo-Minerais Alexandre Pimentel Baacuterbara
Cardoso Bruna Reis Graziela Biude Isabela Saraiva Janaina Donadio Kaluce Almondes
7
Kaacutetia Callou Larissa Bezerra Leila Hashimoto Luciane Alencar e Verocircnica Bandeira
por serem apoio companhia e ajuda nos trabalhos realizados no cotidiano
Especialmente
Agrave Bruna Reis (Rabin) e Isabela Saraiva (Isa nojentinha do meu coraccedilatildeo) que me
proporcionaram uma amizade de cunho profissional e pessoal tornando esta jornada mais
viva leve e muito alegre Por todos os braccedilos e abraccedilos servidos nos momentos de ajuda
sem horaacuterio para acabar Por me fazerem lembrar desse trio com um enorme sorriso no
rosto
Agrave Kaluce Almondes (Kakaacute) querida companheira de anaacutelises que pareciam interminaacuteveis
(risos) obrigada pela parceria conversas filosoacuteficas e gargalhadas constantes inclusive em
momentos de afliccedilatildeo
Agrave Liliane Viana Pires (Lili medalhinha) luz em todos os momentos (desde 2006)
Mesmo com a distacircncia geograacutefica existente entre noacutes vocecirc eacute sempre presente Agradeccedilo
ainda por despertar em mim a vontade de ser sempre melhor
Agraves florzinhas da Liliane Pires Leila Hashimoto (Leilinha) Luciane Alencar (Lu) e
Verocircnica Bandeira (Vecirc) pela ajuda durante as anaacutelises de enzimas mesmo com tantos
afazeres e por me tratarem sempre com muito carinho e atenccedilatildeo
Agrave Baacuterbara Cardoso pelo abraccedilo apertado que diz muito em cada encontro
Agraves Fernandas Santana e Shinagawa agradeccedilo a ajuda a companhia a diversatildeo e a
amizade construiacuteda principalmente nos momentos extras de trabalho jaacute que nem sempre
conseguiacuteamos acabar no horaacuterio do expediente em virtude do nuacutemero de amostras (risos)
Agrave Lilian Mendes apoio e alicerce fundamentais nos uacuteltimos meses que atraveacutes do seu
coraccedilatildeo profissionalismo e vivecircncia de mundo ensinou-me a aceitar e conviver com o meu
eu interior e com a minha alma
Ao meu irmatildeo de coraccedilatildeo Guilber Diniz Barros pela forccedila e energia enviada por todas as
conversas na tentativa de me distrair ou esquecer algo por me ajudar agrave distacircncia e
principalmente por me ensinar a levantar sem laacutegrimas nos olhos e de cabeccedila erguida
Agrave Fabiana Yasuhara da Assessoria Cientiacutefica Life Technologies pelo suporte fundamental
realizado durante as anaacutelises do polimorfismo de deleccedilatildeo GSTM1
Agrave funcionaacuteria Maria de Lurdes Pedrosa (Lurdinha) pelo otimismo carinho e pelas
palavras ldquono fim tudo daacute certordquo
8
RESUMO
ROCHA AV Status de selecircnio de uma populaccedilatildeo residente em aacuterea de risco de
contaminaccedilatildeo por mercuacuterio Influecircncia de polimorfismos e accedilatildeo sobre o estresse
oxidativo 2015 133f (Tese de Doutorado) Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas (FCF)
Universidade de Satildeo Paulo (USP) 2015
Estudos apontam que a regiatildeo Amazocircnica apresenta concentraccedilotildees significativas de selecircnio
nos solos e que por isso a populaccedilatildeo natildeo estaria susceptiacutevel agrave deficiecircncia desse mineral Em
contrapartida a regiatildeo tambeacutem apresenta dados de concentraccedilotildees elevadas de mercuacuterio nos
solos e rios entretanto a populaccedilatildeo natildeo apresenta sinais cliacutenicos evidentes de contaminaccedilatildeo
Acredita-se que o selecircnio um mineral antioxidante possa ser um possiacutevel colaborador para a
aparente toleracircncia ao mercuacuterio pois uma das accedilotildees desse mineral eacute a de destoxificar o
organismo contra metais toacutexicos Dependendo das concentraccedilotildees no organismo o mercuacuterio
pode potencializar a geraccedilatildeo das espeacutecies reativas de oxigecircnio e dessa forma as defesas
antioxidantes intriacutensecas das ceacutelulas podem ser prejudicadas resultando na condiccedilatildeo
conhecida por estresse oxidativo A contaminaccedilatildeo por mercuacuterio pode ainda comprometer a
sauacutede tanto das mulheres quanto das crianccedilas pois esse metal na forma de metilmercuacuterio
pode atravessar a barreira placentaacuteria e se concentrar principalmente no ceacuterebro do feto
Aliado a isso a presenccedila de polimorfismos em certos genes podem alterar a expressatildeo de
enzimas antioxidantes como a glutationa peroxidase 1 que eacute dependente de selecircnio assim
como da glutationa S-transferase que atua na destoxificaccedilatildeo do mercuacuterio no organismo
Vaacuterios estudos apresentam dados de concentraccedilotildees de mercuacuterio em ribeirinhos da Amazocircnia
no entanto resultados referentes agraves concentraccedilotildees de selecircnio ao estresse oxidativo e a
polimorfismos geneacuteticos na populaccedilatildeo da aacuterea urbana satildeo raros Diante disso este estudo
objetivou avaliar o estado nutricional relativo ao selecircnio concentraccedilotildees de mercuacuterio e a
possiacutevel relaccedilatildeo desses paracircmetros com o estresse oxidativo e os polimorfimos Pro198Leu (rs
1050450) no gene da glutationa peroxidase 1 e GSTM1 no gene da glutationa S-transferase
em mulheres em idade feacutertil residentes em aacuterea de risco de exposiccedilatildeo ao mercuacuterio da cidade
de Porto Velho (RO) As voluntaacuterias foram avaliadas por meio de medidas antropomeacutetricas
(peso estatura e circunferecircncia da cintura) e aplicou-se o registro alimentar para avaliaccedilatildeo do
consumo alimentar Realizou-se uma coleta de sangue para anaacutelise de selecircnio atividade da
enzima glutationa peroxidase marcadores de estresse oxidativo e polimorfismos geneacuteticos O
selecircnio foi determinado por espectrometria de absorccedilatildeo atocircmica com geraccedilatildeo de hidretos
acoplados agrave cela de quartzo (HGQTAAS) Para anaacutelise de mercuacuterio foi coletada uma amostra
do cabelo das voluntaacuterias sendo sua concentraccedilatildeo determinada pelo meacutetodo de
espectrometria de absorccedilatildeo atocircmica com geraccedilatildeo de vapor frio (CV AAS) Para avaliar o
estresse oxidativo foram determinadas a concentraccedilatildeo plasmaacutetica de Malondialdeiacutedo (MDA)
e a Capacidade de Absorccedilatildeo de Radicais de Oxigecircnio (ORAC) Participaram do estudo 200
mulheres com idade entre 19 e 50 anos A ingestatildeo alimentar meacutedia de selecircnio foi de 493 plusmn
192 microgdia e a prevalecircncia de ingestatildeo inadequada foi de 409 As concentraccedilotildees meacutedias do
mineral no plasma e nos eritroacutecitos foram respectivamente 498 + 186 microgL e 754 + 299
microgL A atividade meacutedia da glutationa peroxidase foi de 451+ 194 Ug Hb A concentraccedilatildeo
meacutedia de mercuacuterio nos cabelos foi de 625 + 766 ng g-1
Ao avaliar a presenccedila do SNP
Pro198Leu observou-se que 567 das participantes apresentaram genoacutetipo selvagem 368
heterozigotos e 68 homoizgotos para leucina Quanto ao polimorfismo de deleccedilatildeo GSTM1
425 das voluntaacuterias apresentaram o genoacutetipo nulo ou deletado ou seja relacionado a
ausecircncia de expressatildeo da glutationa S-transferase Esses resultados permitem concluir que a
maioria das participantes apresentou estado nutricional deficiente em relaccedilatildeo ao selecircnio
Apesar disso tanto a atividade enzimaacutetica da glutationa peroxidase como os biomarcadores
9
do estresse oxidativo natildeo sofreram interferecircncia desta deficiecircncia O polimorfismo
Pro198Leu tambeacutem natildeo interferiu no status de selecircnio e no estresse oxidativo Quanto agrave
avaliaccedilatildeo do polimorfismo GSTM1 o genoacutetipo nulo ou deletado tambeacutem natildeo mostrou
associaccedilatildeo com as concentraccedilotildees de mercuacuterio e o estresse oxidativo
Palavras-chave selecircnio estresse oxidativo polimorfismo geneacutetico e mercuacuterio
10
ABSTRACT
ROCHA AV Selenium status of a population living in a mercury contamination risk
area Influence of polymorphisms and action on oxidative stress 2015 133f (Tese de
Doutorado) Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo
2015
Studies have shown that the Amazon region has significant concentrations of selenium in
soils and therefore the population is not susceptible to deficiency of this mineral However
the region also presents data from high levels of mercury in soils and rivers however the
population has no obvious clinical signs of contamination It is believed that selenium an
antioxidant mineral may be a possible contributor to the apparent tolerance because of its
actions in the detoxification of the body from toxic metals Depending on the concentrations
in the body mercury can increase the generation of reactive oxygen species and thus the
intrinsic antioxidant defenses of cells can be damaged resulting in the condition known as
oxidative stress The mercury contamination may also compromise the health of both women
and children since this metal in the form of methylmercury can cross the placental barrier and
concentrate mainly in the fetal brain In addition the presence of genetic polymorphisms can
alter the expression of antioxidant enzymes such as glutathione peroxidase 1 which is
selenium dependent as well as glutathione S-transferase which can be responsible for the
mercury detoxification in the body Several studies have shown mercury levels of riverine
people from Amazon however results regarding selenium concentrations oxidative stress
and polymorphisms in the urban population are area Thus this study aimed to evaluate
selenium status mercury levels and the possible relationship of these with oxidative stress and
genetic polymorphisms Pro198Leu (rs 1050450) in glutathione peroxidase 1 gene and
GSTM1 in the glutathione S-transferase gene in women living in mercury exposure risk area
from the city of Porto Velho (RO) The of the volunteers was assessed using anthropometric
measurements (weight height and waist circumference) and evaluation of food consumption
by the food record Blood samples were collected for selenium analysis glutathione
peroxidase enzymersquos activity oxidative stress and genetic polymorphisms Selenium was
determined by hydride generation quartz tube atomic absorption spectroscopy (HGQT AAS)
For mercury analysis a hair sample of volunteers was collected and its concentration was
determined by atomic absorption spectrometry method with cold vapor (CV AAS) To
evaluate oxidative stress plasma concentrations of malondialdehyde (MDA) and Oxygen
Radical Absorbance Capacity (ORAC) were determined We enrolled 200 volunteers aged
between 19 and 50 The average of selenium intake was 493 plusmn 192 microgday and the
prevalence of inadequate intake was 409 Mean selenium concentration on plasma and
erythrocytes were respectively 498 + 186 microgL and 754 + 299 microgL Glutathione
peroxidase showed mean activity of 451 + 194 Ug Hb and mercury levels of 625 + 766 ng g-
1 Evaluating the presence of the SNP Pro198Leu it was observed that 567 of the were
participants had wild type genotype 368 heterozygous and 68 were homozygous for
leucine For the GSTM1 null deletion polymorphism 425 of the volunteers had a null
genotype ie do not express the enzyme glutathione S-transferase These results indicate that
the majority of participants had selenium deficiency in plasma and erythrocytes Nevertheless
most of them had adequate activity of glutathione peroxidase There was no association
between selenium concentrations and the biomarkers used to assess oxidative stress The
Pro198Leu polymorphism did not interfere in selenium concentrations as well as in the
oxidative stress The evaluation of GSTM1 polymorphism had no association with mercury
levels and oxidative stress
Keywords selenium oxidative stress polymorphisms and mercury
11
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 Concentraccedilatildeo de Se (microgg) em castanha-do-brasil da regiatildeo Amazocircnica
22
Quadro 2 Ingestatildeo Dieteacutetica de Referecircncia (DRIs) relativas ao Se em microgdia a
partir de um ano de idade de acordo com o Institute of Medicine (IOM
2006)
23
Quadro 3 Frequecircncia genotiacutepica do polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) no
gene que codifica para GPx 1 encontrada em pesquisas realizadas no
Brasil por pesquisadores do Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo e Minerais da
Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo
(USP)
37
Quadro 4 Distribuiccedilatildeo da frequecircncia do polimorfismo GSTM1(ABAB0) no gene
da GST em diferentes etnias
39
Quadro 5 Classificaccedilatildeo do Iacutendice de Massa Corpoacuterea (IMC) para adultos segundo
WHO (2000)
45
Quadro 6 Intervalos de recomendaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de macronutrientes em
percentual de contribuiccedilatildeo energeacutetica (AMDR) de acordo com IOM
(2006)
46
Quadro 7 Valores de referecircncias adotados para concentraccedilatildeo de Se no plasma e
eritroacutecitos
47
Quadro 8 Resultados das anaacutelises dos materiais de referecircncia utilizados na
determinaccedilatildeo de Hg total
49
12
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas das voluntaacuterias
55
Tabela 2 Classificaccedilatildeo das participantes segundo o IMC
56
Tabela 3 Ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) das participantes (n = 194)
59
Tabela 4 Concentraccedilatildeo de Se (microgL) no plasma e nos eritroacutecitos das participantes
(n=194)
61
Tabela 5 Coeficiente de regressatildeo da ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) como
variaacutevel independente que influenciou a concentraccedilatildeo do mineral no
plasma (microgL) das participantes
64
Tabela 6
Tabela 7
Coeficiente de regressatildeo da ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) como
variaacutevel independente que influenciou a concentraccedilatildeo do mineral nos
eritroacutecitos (microgL) das participantes
Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram
as concentraccedilotildees de Hg (ng g-1
) nos cabelos (variaacutevel dependente) das
participantes
64
71
Tabela 8 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram
a capacidade antioxidante ndash ORAC (mmol eq troloxg de amostra)
(variaacutevel dependente) das participantes
71
Tabela 9 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram
a concentraccedilatildeo plasmaacutetica de MDA (microM) (variaacutevel dependente) das
participantes
72
Tabela 10 Distribuiccedilatildeo do SNP Pro198Leu (rs 1050450) no gene que codifica para
a GPx 1 nas participantes (n=190)
73
Tabela 11 Concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio atividade da enzima
GPx MDA e ORAC de acordo com o genoacutetipo para o polimorfismo
Pro198Leu (rs1050450) no gene que codifica a GPx
76
Tabela 12 Distribuiccedilatildeo do polimorfismo GSTM1 no gene da GST das participantes
(n = 180)
76
Tabela 13 Concentraccedilotildees de Hg de MDA e ORAC de acordo com o genoacutetipo para
o polimorfismo GSTM1 no gene da GST das participantes
77
13
LISTA DE ABREVIATURAS
Se - Selecircnio
Hg - Mercuacuterio
MeHg - Metilmercuacuterio
dimetilHg - Dimetilmercuacuterio
GPx - Glutationa Peroxidase
GST - Glutationa S-Transferase
GR - Glutationa Redutase
GSH - Glutationa Reduzida
SOD - Superoacutexido Dismutase
Hb - Hemoglobina
T3 - Tri-iodotironina
T4 - Tiroxina
SeO32-
- Selenito
SeO42-
- Selenato
Cd - Caacutedmio
Rd - Raacutedio
As - Arsecircnio
Cu - Cobre
Ag - Prata
Pb - Chumbo
Pt - Platina
DRI - Recomendaccedilatildeo de Ingestatildeo de Referecircncia
EAR - Necessidade Meacutedia Estimada
UL - Niacutevel Maacuteximo de Ingestatildeo Toleraacutevel
RDA - Ingestatildeo Dieteacutetica Recomendada
EER - Necessidade Energeacutetica Estimada
AMDR - Acceptable Macronutrient Distribution Range
IOM - Institute of Medicine
ADI - Ingestatildeo Diaacuteria Aceitaacutevel
PTWI - Ingestatildeo Semanal Toleraacutevel Provisoacuteria
DCNT - Doenccedilas Crocircnicas natildeo Transmissiacuteveis
14
WHO - World Health Organization
AP - Amapaacute
PA - Paraacute
RO - Rondocircnia
AM - Amazonas
EDTA - Aacutecido Etilenodiamino Tetraceacutetico
O2 - Oxigecircnio
ERO - Eacutespecies Reativas de Oxigecircnio
ERN - Eacutespecies Reativas de Nitrogecircnio
RSS e SR - Selenosulfidos
SNP - Single Nucleotide Polymorfism
STR - Simple Tandem Repeats
VNTR - Variable Number of Tandem Repeats
PCK - Proteiacutena Quinases
DNA - Aacutecido Desoxirribonucleico
C - Citocina
T - Timina
SDM - Seleno Dimetil ndash Mercuacuterio
MDA - Malondialdeiacutedo
ORAC - Capacidade Antioxidante
8-OHdG - 8 Hidroxidodesoxiguanosina
CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente
Na - Soacutedio
Se-Met - Selenometionina
mv - MassaVolume
PA - Pureza Analiacutetica
LAN - Anaacutelise por Ativaccedilatildeo Neutrocircnica
AOAC - Association of Official Analytical Chemists
NCHS - National Center of Health and Statistics
HGQTAAS - Espectrometria de Absorccedilatildeo Atocircmica por Geraccedilatildeo de Hidretos
Acoplados agrave Cela de Quartzo
CVAAS - Espectrometria de Absorccedilatildeo Atocircmica com Geraccedilatildeo de Vapor Frio
IPEN - Instituto de Pesquisa Energeacutetica Nuclear
IMC -Iacutendice de Massa Corpoacuterea
15
CC - Circunferecircncia da Cintura
LD - Limite de Detecccedilatildeo
LQ - Limite de Quantificaccedilatildeo
PNJ
IAEA
- Parque Nacional do Jauacute
- Agecircncia Internacional de Energia Atocircmica
UNIR - Universidade Federal de Rondocircnia
SEDUC - Secretaria de Educaccedilatildeo
SESAU - Secretaria da Sauacutede
ABESO - Associaccedilatildeo Brasileira para Estudo da Obesidade e da Siacutendrome Metaboacutelica
LANCRPq - Laboratoacuterio de Anaacutelise por Ativaccedilatildeo Neutrocircnica
IPENCNEN - Instituto de Pesquisas Energeacuteticas Nucleares
FCF - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas
USP - Universidade de Satildeo Paulo
16
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 18
2 REVISAtildeO DA LITERATURA 20
21 SELEcircNIO 20
211 Fontes Biodisponibilidade e Recomendaccedilatildeo 21
212 Aspectos Fisioloacutegicos Absorccedilatildeo Biodisponibilidade Armazenamento e Excreccedilatildeo 24
213 Funccedilotildees e Accedilotildees 25
214 Deficiecircncia e Toxicidade 29
22 MERCUacuteRIO30
23 ESTRESSE OXIDATIVO 33
24 POLIMORFISMOS 35
241 Polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) no Gene da GPx 36
242 Polimorfismo GSTM1 no Gene da GST 38
3 OBJETIVOS 41
31 OBJETIVO GERAL 41
32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 41
4 METODOLOGIA 42
41 CASUIacuteSTICA E DELINEAMENTO 42
42 COLETA DE DADOS42
43 AVALIACcedilAtildeO ANTROPOMEacuteTRICA 45
44 CONSUMO ALIMENTAR 46
45 DETERMINACcedilAtildeO DA CONCENTRACcedilAtildeO DE SELEcircNIO NO PLASMA E ERITROacuteCITOS 47
46 DETERMINACcedilAtildeO DA ATIVIDADE DA GPx 48
47 PROCESSAMENTO E ANAacuteLISE DE MERCUacuteRIO NOS CABELOS 48
48 DETERMINACcedilAtildeO DA CONCENTRACcedilAtildeO PLASMAacuteTICA DE MALONDIALDEIacuteDO 50
49 DETERMINACcedilAtildeO DA CAPACIDADE DE ABSORCcedilAtildeO DE RADICAIS DE OXIGEcircNIO 51
410 PREPARACcedilAtildeO DAS AMOSTRAS PARA ANAacuteLISE DOS POLIMORFISMOS 52
4101 Determinaccedilatildeo do Polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) 52
4102 Determinaccedilatildeo do Polimorfismo GSTM1 53
411 ANAacuteLISES ESTATIacuteSTICAS 53
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 54
51 CARACTERIZACcedilAtildeO DA POPULACcedilAtildeO 54
52 AVALIACcedilAtildeO ANTROPOMEacuteTRICA 55
53 CONSUMO ALIMENTAR 57
17
54 MARCADORES BIOQUIacuteMICOS DO ESTADO NUTRICIONAL RELATIVO AO SELEcircNIO 60
55 SEEcircNIO E ATIVIDADE DA ENZIMA GPx 1 65
56 SELEcircNIO E CONCENTRACcedilOtildeES DE MERCUacuteRIO 67
57 SELEcircNIO E AVALIACcedilAtildeO DO ESTRESSE OXIDATIVO MDA E ORAC 71
58 POLIMORFISMO PRO198LEU 73
59 POLIMORFISMO GSTM1 76
6 CONCLUSAtildeO 80
7 CRONOGRAMA 81
REFEREcircNCIAS 82
APEcircNDICES 100
ANEXOS 118
18
1 INTRODUCcedilAtildeO
O selecircnio (Se) eacute um mineral traccedilo essencial para a biologia humana e esta
essencialidade foi reconhecida em 1979 apesar deste elemento ter sido descoberto em 1817
Dentre as funccedilotildees atribuiacutedas a este mineral destacam-se a funccedilatildeo antioxidante e proteccedilatildeo
contra accedilatildeo nociva de metais toacutexicos aleacutem de atuar em niacutevel de sistema imunoloacutegico
(NAVARRO-ALARCON e LOacutePEZ-MARTINEZ 2000 REILLY 1996) A funccedilatildeo
antioxidante estaacute relacionada agraves selenoproteiacutenas como a P e agraves glutationas peroxidases (GPx)
que satildeo dependentes de Se (HSIEH et al 2006) As GPx satildeo selenoproteiacutenas encontradas em
todos os tecidos de mamiacuteferos em que haacute processos oxidativos cuja accedilatildeo eacute reduzir a produccedilatildeo
de Espeacutecies Reativas de Oxigecircnio (ERO) contribuindo para a proteccedilatildeo das macromoleacuteculas e
membranas do organismo contra a oxidaccedilatildeo (GONZAGA et al 2005)
O homem obteacutem Se por meio da alimentaccedilatildeo (REILLY 1996 FAacuteVARO et al 2000
GONZAGA 2002 THOMSON 2006) e a quantidade do mineral presente nos alimentos
reflete a concentraccedilatildeo do solo sendo essa distribuiccedilatildeo heterogecircnea ou seja um alimento da
mesma espeacutecie proveniente de aacutereas distintas pode apresentar concentraccedilotildees de Se diferentes
(AMOUROUX et al 2001 MARTENS e COZZOLINO 2012) No Brasil Cozzolino et al
(2007) evidenciaram que feijotildees produzidos no estado de Satildeo Paulo tinham menores
concentraccedilotildees de Se (0016 μg de Seg) quando comparados aos feijotildees do Cearaacute (12 μg de
Seg)
Dessa forma pode-se supor que as regiotildees norte e nordeste apresentam maiores
concentraccedilotildees de Se no solo enquanto as regiotildees centro-oeste e sudeste tendem a apresentar
concentraccedilotildees menores indicando maior risco de desenvolvimento da deficiecircncia do mineral
nas duas uacuteltimas regiotildees (COZZOLINO et al 2007 MARTENS e COZZOLINO 2012) A
regiatildeo norte aleacutem de ser considerada uma das aacutereas com solos mais ricos em Se tambeacutem
apresenta de forma abundante o alimento considerado a melhor fonte do mineral a castanha-
do-brasil (Bertholletia excelsa) (ROCHA et al 2014)
Um estudo realizado por Gonzaga (2002) avaliou o estado nutricional relativo ao Se
em 41 crianccedilas de Macapaacute (AP) e de Beleacutem (PA) de acordo com os resultados as crianccedilas
avaliadas natildeo apresentaram deficiecircncia em Se
Rocha et al (2014) tambeacutem avaliaram crianccedilas da regiatildeo norte em duas localidades
ribeirinhas da cidade de Porto Velho (RO) obtendo um total de 42 participantes As crianccedilas
ribeirinhas de Demarcaccedilatildeo apresentaram concentraccedilotildees plasmaacuteticas de Se abaixo da
19
referecircncia para a faixa etaacuteria enquanto as crianccedilas da segunda localidade Gleba do Rio Preto
apresentaram concentraccedilotildees elevadas constituindo risco de toxicidade
Bortoli (2010) avaliou 55 mulheres de uma comunidade ribeirinha de Manaus (AM)
denominada de Novo Airatildeo e observou que a meacutedia de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio estava
dos valores da normalidade
Com base nesses estudos observa-se que natildeo eacute possiacutevel estabelecer um diagnoacutestico
preciso sobre o status de Se na regiatildeo norte sendo necessaacuterios mais estudos principalmente
com a populaccedilatildeo das cidades
Em contrapartida agrave suposiccedilatildeo que a regiatildeo norte ou amazocircnica pode ter solos ricos em
Se a mesma tambeacutem eacute considerada uma aacuterea de risco de exposiccedilatildeo ao mercuacuterio (Hg) um
metal toacutexico que natildeo exerce funccedilatildeo bioloacutegica Segundo Fadini e Jardim (2001) esta
contaminaccedilatildeo eacute devida aos processos naturais e antroacutepicos
Alguns autores sugerem que a populaccedilatildeo da Amazocircnia apresenta a mais alta exposiccedilatildeo
ao Hg relatada no mundo e isso pode exigir um aumento da quantidade de Se no organismo
na tentativa de compensar tanto o estresse oxidativo quanto os efeitos toacutexicos provocados pelo
metal bem como para manter a atividade ideais de enzimas antioxidantes (FORDYCE 2005
RAYMAN 2008 LEMIRE et al 2010 PASSOS MERGLER 2008)
Diante desse cenaacuterio este projeto avaliou o estado nutricional relativo ao Se
concentraccedilotildees de Hg estresse oxidativo e a presenccedila dos polimorfismos geneacuteticos Pro198Leu
no gene da GPx e GSTM1 no gene da glutationa S-transferase (GST) de mulheres residentes
na cidade de Porto Velho (RO) Vale mencionar que estudos sobre o Se satildeo inexistentes nesta
populaccedilatildeo e a maioria das pesquisas realizadas com o Hg na Amazocircnia avaliou apenas
populaccedilotildees ribeirinhas
20
2 REVISAtildeO DA LITERATURA
21 SELEcircNIO
O Se foi descoberto pelo quiacutemico sueco Jons Jakob Berzelius no ano de 1817 em seus
experimentos sobre a oxidaccedilatildeo do aacutecido sulfuacuterico pesquisando agentes toacutexicos (FOX
FAIRWEATHER 1999) Em 1957 Schwartz e Foltz descobriram a sua importacircncia para a
sauacutede animal quando verificaram que pequenas quantidades de Se apresentavam accedilatildeo
protetora em ratos com necrose hepaacutetica e deficiecircncia em vitamina E (NAVARRO-
ALARCON LOacutePEZ-MARTINEZ 2000) Em 1973 Rotruck isolou a enzima GPx e verificou
a presenccedila de Se em seu siacutetio ativo (BAYOUMY-EL 2001) A essencialidade do Se para os
humanos foi reconhecida em 1979 quando cientistas chineses descobriram uma doenccedila por
deficiecircncia de Se em uma regiatildeo da China chamada Keshan a qual deu origem ao nome desta
doenccedila e quando a suplementaccedilatildeo com Se atuou em caso de distrofia muscular (ESTADOS
UNIDOS - IOMFNB 2001)
No processo de evoluccedilatildeo da terra o Se foi incorporado ao solo oriundo dos magmas e
gases vulcacircnicos e apoacutes o degelo da era glacial esse semi-metal foi espalhado por algumas
aacutereas do globo terrestre de forma heterogecircnea (KOHRLE 1999) Dessa forma as
caracteriacutesticas geoloacutegicas de cada regiatildeo influenciaram as concentraccedilotildees de Se nos solos
existindo locais onde esta concentraccedilatildeo eacute tatildeo elevada que pode causar intoxicaccedilatildeo em animais
que consomem as pastagens cultivadas (REILLY 1996) e em outras eacute tatildeo baixa que pode
causar deficiecircncia (SILVA et al 1993)
Solos com concentraccedilatildeo de Se ao redor de 005 microgg tendem a proporcionar dietas
com concentraccedilotildees menores que 01 microgg causando deficiecircncia do mineral enquanto solos
com mais de 5 microgg do mineral contribuem para a intoxicaccedilatildeo (OLDFIELD 1999) Por isso a
quantidade de Se existente nos alimentos na aacutegua e no ar reflete o teor deste mineral no solo
sendo dependente de fatores geoquiacutemicos como o pH sendo que solos com pH menor que
55 (aacutecido) apresentam baixa biodisponibilidade de Se e solos com pH maior que 75
(alcalino) apresentam Se mais biodisponiacutevel A natureza da rocha originaacuteria tambeacutem interfere
nas quantidades de Se no ambiente sendo aquelas ricas em granito e basalto pobres em Se e
as vulcacircnicas incandescentes calcaacuterias de carvatildeo e de pirita mais ricas no mineral
(BAOYAN ZHANG 2002 REILLY 1996 FOX FAIRWEATHER-TAIT 1999 GONZAGA
MARTENS COZZOLINO 2007 2012) Isso explica porque a quantidade de Se no mesmo tipo
de alimento proveniente de aacutereas diferentes pode ser muito heterogecircnea (AMAROUX et al
21
2001) Estima-se que cerca de 50 a 77 do Se presente na superfiacutecie da terra seja oriundo
dos oceanos que se depositou por via uacutemida ou seca por meio dos gases dimetilselenido e
dimetilselenilsulfido produzidos de forma sazonal por fitoplacircnctons em especial pelas
bacteacuterias Coccolithophorid e por isso as aacutereas mais proacuteximas de oceanos possuem solos com
maior concentraccedilatildeo de Se (AMAROUX et al 2001)
No Brasil Martens e Cozzolino (2002) avaliaram alguns cultivares de feijotildees de cada
regiatildeo do paiacutes e verificaram que a concentraccedilatildeo de Se foi maior nos alimentos cultivados nas
regiotildees Norte e Nordeste sugerindo que os solos destes locais apresentam maiores
concentraccedilatildeo do mineral Os pesquisadores constataram tambeacutem que os solos com elevadas
concentraccedilotildees de Se produziram alimentos mais ricos neste nutriente e consequentemente
um consumo alimentar adequado Por outro lado em estados como Satildeo Paulo e Mato Grosso
foram encontradas menores concentraccedilotildees de Se nos solos e os indiviacuteduos residentes nestes
estados apresentaram maiores inadequaccedilotildees da ingestatildeo alimentar de Se (COZZOLINO
2007)
Na natureza o Se se encontra em 4 quatro estados de oxidaccedilatildeo nos solos aacutecidos como
Se elementar (0) selenido (+2) e selenito (+4) que satildeo menos soluacuteveis e assimilaacuteveis
enquanto em terras alcalinas tecircm mais selenato (+6) mais soluacutevel e assimilaacutevel pelas plantas
e animais (ORTUNtildeO et al 1997 GONZAGA MARTENS COZZOLINO 2012) Nos
alimentos o Se pode ser encontrado sob as formas orgacircnica e inorgacircnica na forma orgacircnica
como selenometionina (alimentos de origem vegetal e animal e em alguns suplementos
alimentares) como selenocisteiacutena principalmente em fontes de origem animal e como
selenometilselenocisteiacutena principal forma encontrada em vegetais (NAVARRO-ALARCON
2008) Na forma inorgacircnica como selenito (SeO32-
) e selenato (SeO42) em suplementos pois
essas formas aparecem em poucas quantidades nos alimentos (RAYMAN 2000)
211 Fontes Biodisponibilidade e Recomendaccedilatildeo
A castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa famiacutelia Lecythidaceae) eacute considerada o
alimento mais rico em Se com concentraccedilotildees que variam de 8 a 126 microgg (GONZAGA
2002 REILLY 1996 THOMSON 2006 GONZAGA MARTENS COZZOLINO 2012)
Diversos estudos com essa amecircndoa foram conduzidos com a finalidade de determinar o seu
teor de Se Souza e Menezes (2004) avaliaram 70kg de castanha-do-Brasil com casca da
safra de 2001 obtidas de lote a granel na Centrais de Abastecimento de Campinas SA
(CEASA) em Satildeo Paulo e observaram concentraccedilatildeo de 204 microgg (correspondente a 204
22
microg100g) de Se Chang et al (1995) analisaram dois lotes de castanha-do-brasil um
proveniente da regiatildeo do AcreRondocircnia e outro da regiatildeo de ManausBeleacutem e as
concentraccedilotildees de Se variaram de 306 a 401 microgg e 360 a 500 microgg respectivamente
Trabalhos realizados pelos pesquisadores do Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo-Minerais da
Universidade de Satildeo Paulo tambeacutem avaliaram as concentraccedilotildees de Se em castanha-do-brasil
oriundas da regiatildeo norte (Quadro 1)
Quadro 1 Concentraccedilatildeo de Se (microgg) em castanha-do-brasil da regiatildeo norte do Brasil
Concentraccedilatildeo de Se (microgg)
COUTINHO (2001) GONZAGA (2002) BEHR (2004) MARTENS e COZZOLINO (2002) ROCHA (2014) STOCLER PINTO (2009) COMINETTI (2010) PIRES (2012)
19 40 17 43
583 58 58 115
Dados natildeo publicados - Meacutedia referente agrave determinaccedilatildeo de Se em dezoito lotes de castanha-do-brasil (safra 2011)
As frutas e as verduras em geral satildeo pobres em Se com exceccedilatildeo dos vegetais que satildeo
considerados acumuladores tais como o alho a mostarda indiana o broacutecolis a couve-de-
bruxelas a couve-flor o repolho a cebola e alguns cogumelos os quais podem fornecer boas
quantidades do mineral Nas regiotildees cujos solos tecircm quantidades significativas de Se o trigo
eacute uma boa fonte do mineral assim como os patildees e cereais (NAVARRO-ALARCON e
LOacutePEZ-MARTINEZ 2008)
A quantidade de proteiacutena presente no alimento deve ser considerada pois os alimentos
proteicos incorporam o Se de forma mais eficiente principalmente aqueles que possuem
maior concentraccedilatildeo de aminoaacutecidos que contenham enxofre como metionina e cisteiacutena
(BURK 1998) Alimentos como carne bovina frango peixe e ovos tambeacutem apresentam
quantidades significativas de Se assim como leite e seus derivados de acordo com a espeacutecie
animal e quantidade de gordura pois tanto o leite de vaca quanto os outros tipos que
apresentam maior quantidade de gordura possuem menores concentraccedilotildees do mineral
(NAVARRO-ALARCON 2008)
As melhores fontes de Se natildeo satildeo necessariamente as de maior biodisponibilidade Os
vegetais por exemplo em geral satildeo pobres no mineral entretanto apresentam uma
biodisponibilidade elevada variando de 85 a 100 Nos pescados que tambeacutem satildeo
23
considerados oacutetimas fontes de Se a biodisponibilidade varia de 20 a 50 Alguns
pesquisadores relacionam esta baixa biodisponibilidade agrave interaccedilatildeo do Se com o metal Hg que
pode estar presente nesses alimentos (ORTUNtildeO 1997 MARTENS et al 2012)
Com a descoberta da doenccedila de Keshan uma cardiomiopatia ocasionada pela
deficiecircncia de Se foi possiacutevel estabelecer recomendaccedilatildeo desse nutriente pois a doenccedila natildeo se
manifestava quando a quantidade consumida era igual ou maior que 191 microgdia em indiviacuteduo
adulto com 60 kg Acreditava-se que essa concentraccedilatildeo seria o menor valor de associaccedilatildeo
com o natildeo aparecimento dos sinais cliacutenicos da deficiecircncia do mineral (SHILS et al1994)
Entretanto atualmente sabe-se que a deficiecircncia de Se ocorre quando a ingestatildeo diaacuteria por
longos periacuteodos eacute menor ou igual a 11 microgdia Outro dado utilizado para determinar a
recomendaccedilatildeo de Se foi realizado atraveacutes da relaccedilatildeo entre a atividade da GPx no plasma e a
ingestatildeo do Se em indiviacuteduos adultos chineses residentes em uma aacuterea com solos
considerados pobres no mineral Os voluntaacuterios foram distribuiacutedos em cinco grupos e
receberam doses graduais de 0 10 30 60 e 90 microgdia de Se por via oral na forma de DL-
selenometionina Apoacutes cinco a oito meses a atividade da GPx respondeu de forma similar
para os trecircs concentraccedilotildees mais altos e esses resultados mostraram que uma ingestatildeo em torno
de 41 microgdia o equivalente a 30 microg da suplementaccedilatildeo mais 11 microg da dieta normal em um
homem de 60 kg eram suficientes para saturar a atividade da GPx (IOM 2001)
Com bases nesses dados foi possiacutevel estabelecer uma recomendaccedilatildeo de Se de acordo
com o Institute of Medicine (2001) A Ingestatildeo Dieteacutetica Recomendada (RDA) de Se para
indiviacuteduos adultos a partir dos 19 anos de idade foi estabelecida em 55 microgdia natildeo devendo
ultrapassar o niacutevel maacuteximo de Ingestatildeo Toleraacutevel (UL) estabelecido de 400 microgdia O Quadro
2 apresenta as Ingestotildees Dieteacuteticas de Referecircncia (DRI) de Se propostas pelo IOM (2006)
para populaccedilatildeo adulta
Quadro 2 Ingestatildeo Dieteacutetica de Referecircncia (DRIs) relativas ao Se em microgdia a partir de 1 ano
de idade de acordo com o Institute of Medicine (IOM 2006)
Idade (anos) EAR
Se microgdia
RDA
Se microgdia
UL
Se microgdia
˃ 14 45 55 400
EAR ndash Necessidade Meacutedia Estimada valor de ingestatildeo diaacuteria de um nutriente suficiente para suprir a
necessidade de metade dos indiviacuteduos saudaacuteveis de um determinado grupo do mesmo gecircnero e estaacutegio de vida
RDA ndash Ingestatildeo Dieteacutetica Recomendada eacute o niacutevel de ingestatildeo dieteacutetica diaacuteria suficiente para atender agraves
necessidades de um determinado nutriente de praticamente todos (97 a 98) os indiviacuteduos saudaacuteveis de um
determinado grupo do mesmo gecircnero e estaacutegio de vida
24
UL ndash Niacutevel Maacuteximo de Ingestatildeo Toleraacutevel eacute o valor mais alto da ingestatildeo diaacuteria continuada de um nutriente que
aparentemente natildeo oferece nenhum efeito adverso agrave sauacutede para todos os indiviacuteduos de um mesmo estaacutegio de
vida ou gecircnero
212 Aspectos Fisioloacutegicos Absorccedilatildeo Biodisponibilidade Armazenamento e Excreccedilatildeo
A absorccedilatildeo do Se acontece no duodeno ceco e coacutelon onde a selenometionina eacute
absorvida por um mecanismo de transporte ativo o selenito por difusatildeo simples o selenato
em conjunto com o sulfato por meio de carreadores mediados por soacutedio e a selenocisteiacutena por
transporte ativo comum aos aminoaacutecidos baacutesicos (histidina lisina e arginina) A
selenometilselenocisteiacutena natildeo eacute incorporada como selenometionina sendo convertida
rapidamente em metilselenol (FAIRWEATHERTAIT et al 2011)
Nos enteroacutecitos o Se eacute reduzido a selenito (H2Se) e em seguida transportado no
sangue ligado a proteiacutenas principalmente a fraccedilotildees de β-lipo proteiacutena de muito baixa
densidade e em menor quantidade em outros tipos de proteiacutenas como a albumina
especialmente quando a selenometionina eacute a principal forma presente nos alimentos
(REILLY 1996 PAPP et al 2007)
A biodisponibilidade do Se pode ser prejudicada por alguns fatores quantidade
ingerida a partir da dieta origem do Se consumido interaccedilatildeo com metais toacutexicos eficiecircncia
da digestatildeo formaccedilatildeo de compostos absorviacuteveis tempo do tracircnsito intestinal estado
nutricional do organismo em relaccedilatildeo ao Se doenccedilas do trato gastrintestinal conversatildeo para
formas biologicamente ativas apoacutes absorccedilatildeo e incorporaccedilatildeo agrave enzima GPx (IOM 2001) Na
determinaccedilatildeo da biodisponibilidade do Se alimentar a etapa limitante eacute a incorporaccedilatildeo da
forma biologicamente ativa selenocisteiacutena agrave GPx ou agraves 5 deiodinases nos tecidos
(HOLBEN SMITH 1999)
A excreccedilatildeo do Se ocorre principalmente pela via urinaacuteria (REILLY 1996 PAPP et
al 2007) e os compostos de Se tanto aqueles que entram no pool de selenito como os
convertidos a metilselenol satildeo metilados por tioacuteis-metiltransferases e geram diferentes formas
metaboacutelicas metiladas do mineral que seratildeo excretadas contribuindo para a homeostase Na
urina predominam as formas monometiladas nos casos de baixas ingestotildees e o
trimetilselenocircnio quando o Se eacute consumido em altas quantidades Quando os iacuteons de
trimetilselenocircnio atingem seu platocirc metaboacutelico ocorre a excreccedilatildeo pulmonar de
dimetilselenocircnio volaacutetil responsaacutevel pelo odor caracteriacutestico de alho na respiraccedilatildeo
(LETAVAYOVAacute et al 2006 PAPP et al 2007)
25
A Figura 1 ilustra o metabolismo do Se em mamiacuteferos onde os metaboacutelitos de Se
provenientes da alimentaccedilatildeo entram na ceacutelula e se juntam ao pool existente gerando selenito
que seraacute utilizado como fonte de Se para a siacutentese da selenocisteiacutena precursora das
selenoproteiacutenas (PAPP et al 2007)
Figura 1 Aspectos fisioloacutegicos do Se em mamiacuteferos
Adaptado de PAPP et al (2007)
(GSH = glutationa TrxRTrx = tioredoxina redutasetioredoxina)
213 Funccedilotildees e Accedilotildees
A propriedade antioxidante do Se estaacute relacionada agraves GPx que satildeo dependentes deste
mineral As GPx agem na proteccedilatildeo celular contra os danos provocados por radicais livres
juntamente com um sistema antioxidante complexo que envolve outras substacircncias
(HOLBEN SMITH 1999)
O Se eacute incorporado na forma de selenocisteiacutena no siacutetio ativo de um grande nuacutemero de
proteiacutenas Acredita-se que cerca de 100 selenoproteiacutenas possam existir no organismo de
mamiacuteferos Atualmente satildeo conhecidas 22 selenoproteiacutenas organizadas em grupos diferentes
Se Alimentar
Selenometionina
Selenito
Selenato
Selenocisteiacutena
(Sec)
Outras formas
ENTEROacuteCITO
Pool Intracelular de Selecircnio
Selenometionina
Selenito Selenato
GSS e SG (selenodiglutationa)
CH3SeH (metilselenol) etc
Incorporaccedilatildeo natildeo especiacutefica de
proteiacutenas ligadoras de selecircnio
Selenoproteiacutenas
Liases
GSH
TrxRTrx
H2Se
(selenido)
Sec
26
em funccedilatildeo da localizaccedilatildeo e das propriedades funcionais da selenocisteiacutena sendo que metade
destas apresenta caracteriacutesticas antioxidantes O grupo das GPx eacute o mais abundante Estas
selenoproteiacutenas satildeo encontradas em todos os tecidos de mamiacuteferos em que haacute processos
oxidativos e podem reduzir a produccedilatildeo de espeacutecies reativas de oxigecircnio contribuindo para a
proteccedilatildeo das macromoleacuteculas e membranas do organismo contra a oxidaccedilatildeo (BROWN et al
2001 TAPIERO et al 2003 GONZAGA et al 2005)
A GPx 1 tambeacutem conhecida como GPx citosoacutelica foi a primeira enzima dependente
de Se a ser identificada em 1953 em eritroacutecitos onde protege a hemoglobina de danos
oxidativos Essa GPx eacute encontrada no citosol das ceacutelulas sendo expressa em todos os tecidos
(BROWN 2001 LEI 2007) e tem como funccedilatildeo reduzir o peroacutexido de hidrogecircnio e
hidroperoacutexidos orgacircnicos livres transformando-os em aacutegua e aacutelcool respectivamente
(GONZAGA et al 2005)
A segunda isoforma GPx 2 ou gastrintestinal eacute encontrada no trato gastrintestinal e
no fiacutegado e age protegendo o organismo contra os hidroperoacutexidos na passagem pelo trato
gastrintestinal (GONZAGA et al 2005) A GPx 3 ou plasmaacutetica eacute sintetizada primeiramente
nas ceacutelulas tubulares renais e sua funccedilatildeo eacute servir de barreira antioxidante para o sangue
filtrado e proteger as ceacutelulas endoteliais do dano oxidativo (DUMONT 2006) A quarta
isoforma GPx 4 ou fosfolipiacutedio hidroperoacutexido tem como funccedilatildeo proteger as membranas das
ceacutelulas contra a accedilatildeo dos hidroperoacutexidos de aacutecidos graxos e tambeacutem reduzir a formaccedilatildeo de
hidroperoacutexidos de colesterol e de eacutester de colesterol nas membranas e nas lipoproteiacutenas de
baixa densidade (LDL) (SAVASKAN et al 2007)
Aleacutem dessas quatro isoformas foram descobertas tambeacutem a GPx 6 no epiteacutelio do
olfato e tecidos embrionaacuterios e outras variantes na qual o resiacuteduo de selenocisteiacutena eacute
substituiacutedo por cisteiacutena incluindo a GPx 5 com expressatildeo restrita no epidiacutedimo e a GPx 7
(PAPP et al 2007) Entretanto ainda natildeo se sabe exatamente qual a accedilatildeo dessas GPx
(HERBETTE et al 2007)
O Se pode interagir com um grande nuacutemero de metais toacutexicos como arsecircnio (As)
caacutedmio (Cd) Hg cobre (Cu) prata (Ag) chumbo (Pb) e platina (Pt) podendo alterar a
toxicidade e prevenir possiacuteveis manifestaccedilotildees toxicoloacutegicas em razatildeo da exposiccedilatildeo aos
mesmos (ORTUNtildeO et al 1997) Uma das hipoacuteteses para explicar essa interaccedilatildeo seria uma
reaccedilatildeo direta desses metais com o Se na forma inorgacircnica formando substacircncias
biologicamente inativas no interior do trato gastrintestinal Este mecanismo de interaccedilatildeo foi
encontrado em estudos com o Cd Pt Pb Ag e Hg Uma segunda hipoacutetese seria a reaccedilatildeo do
Se com grupos tioacuteis de algumas moleacuteculas para formar selenosulfidos (RSSeSR) que
27
possuem forte afinidade por metais (ORTUNtildeO et al 1997 ALARCOacuteN e MARTINEZ
2000)
A interaccedilatildeo entre o Hg e o Se tem sido estudada haacute mais de trecircs deacutecadas e envolve
uma variedade de processos bioquiacutemicos e toxicoacutelogicos ainda desconhecidos (CHEN et al
2006) Estudos conduzidos em animais foram realizados para tentar esclarecer os mecanismos
dessa interaccedilatildeo mesmo assim estes natildeo foram completamente elucidados (GREGUS et al
2001) Pesquisas in vitro sugerem que o efeito protetor do Se em relaccedilatildeo aos efeitos toacutexicos do Hg
seja em razatildeo da formaccedilatildeo de um complexo inerte Hg-Se (11) ligado agrave selenoproteiacutena P (Sepp1) no
sangue (DRASCH et al 2000)
A Figura 2 ilustra um possiacutevel mecanismo de destoxificaccedilatildeo muacutetua de Se e Hg elaborado
por Gailer et al (2000) onde o Se na forma de selenito ao ser incorporado nos eritroacutecitos eacute
reduzido atraveacutes da glutationa e no plasma liga-se agrave albumina proteiacutena responsaacutevel pelo transporte
sanguiacuteneo de Hg Sendo assim o Se natildeo reagiria de forma direta com o Hg livre mas com o Hg
ligado agrave albumina formando o complexo Hg-Se que por sua vez liga-se agrave selenoproteiacutena P e
tambeacutem aos resiacuteduos de histidina e cisteiacutena presentes na proteiacutena
Vale mencionar que a selenoproteiacutena P eacute uma glicoproteiacutena que transporta a maior parte de
Se no plasma dessa forma nos casos em que haacute deficiecircncia em Se a siacutentese de selenoproteiacutena P
pode estar prejudicada assim como a sua concentraccedilatildeo no plasma A existecircncia da selenoproteiacutena P
foi relatada haacute aproximadamente 30 anos poreacutem o progresso na tentativa de esclarecer as suas
funccedilotildees tecircm se destacado nos uacuteltimos anos (BURK HILL 2009)
Figura 2 Esquema de um possiacutevel mecanismo de destoxificaccedilatildeo muacutetua de Se e Hg
Adaptado de Gailer et al (2000)
SeO32-
e Se2-
= selenito Hg2+
= mercuacuterio livre HgSe = complexo Hg Se
HgSe
SeO32-
SeO32- Se2-GSH
Eritroacutecito
Se2-
Hg2+ (albumina)HgSe
Selenoproteiacutena P
HgSeHgSe
HgSe
28
Concentraccedilotildees adequadas de Se tambeacutem estatildeo relacionadas ao funcionamento
adequado do sistema imunoloacutegico Propriedades como quimiotaxia migraccedilatildeo e atividade
fungicida satildeo indicadores claramente dependentes da concentraccedilatildeo de Se nas ceacutelulas
fagocitaacuterias Efeitos reguladores do sistema imunoloacutegico satildeo explicados pela manutenccedilatildeo da
integridade das membranas das ceacutelulas imunocompetentes em condiccedilotildees adequadas de Se
Por isso satildeo atribuiacutedas ao Se funccedilotildees nas ceacutelulas do sistema imunoloacutegico como manutenccedilatildeo
da integridade das ceacutelulas imunocompetentes reduccedilatildeo dos peroacutexidos orgacircnicos e inorgacircnicos
formados por reaccedilotildees originadas dos radicais livres na ceacutelula regulaccedilatildeo do metabolismo dos
hidroperoacutexidos que levam agrave siacutentese de leucotrienos tromboxanos prostaglandinas e
lipoacutexidos e modulaccedilatildeo dos produtos oxidativos na respiraccedilatildeo das ceacutelulas fagocitaacuterias
(ORTUNtildeO et al 1997)
O Se tambeacutem participa na conversatildeo de tiroxina (T4) em tritiodotironina (T3) por
meio das deiodinases tipo I II e III A deficiecircncia em Se no organismo causa um decreacutescimo
de 15 a 20 na conversatildeo de T4 em T3 A enzima 5rsquo-deiodinase tipo 1 (IDI) eacute uma
selenoproteiacutena encontrada principalmente no fiacutegado e rins responsaacutevel pela conversatildeo da
forma inativa do proacute-hormocircnio T4 que eacute secretado pela tireoide agrave forma metabolicamente ativa
triiodotironina (T3) Nos casos de deficiecircncia em Se o T4 estaacute aumentado no plasma enquanto o T3
estaacute diminuiacutedo (KOumlHRLE 2000)
Outras accedilotildees protetoras do Se tecircm sido descritas no contexto das Doenccedilas Crocircnicas
Natildeo Transmissiacuteveis (DCNT) Alguns mecanismos foram propostos para esclarecer a inibiccedilatildeo
do aparecimento do cacircncer pela accedilatildeo do Se como reduccedilatildeo da hipermetilaccedilatildeo do DNA
causada pelo aumento da atividade da DNA metiltransferase regulaccedilatildeo da hipometilaccedilatildeo do
DNA que paradoxalmente ocorre durante a progressatildeo do tumor e proteccedilatildeo antioxidante que
promove equiliacutebrio entre a formaccedilatildeo de radicais livres e o funcionamento celular normal (DAVIS e
UTHUS 2002) Quando esse equiliacutebrio eacute interrompido pelo acuacutemulo de radicais livres a ceacutelula
entra em estresse oxidativo e consequentemente em instabilidade geneacutetica alterando certos
fatores de transcriccedilatildeo ou oxidando o DNA na sua base 8-hidroxidodesoxiguanosina (8-OHdG)
(BAYOUMY-EL 2001)
Estudos epidemioloacutegicos mostram correlaccedilatildeo positiva entre maior ingestatildeo de Se e
menor incidecircncia de cacircncer de tireoide pele mama ovaacuterio proacutestata e trato gastrintestinal
especialmente o coloretal (ORTUNtildeO et al 1997 NAVARRO-ALARCON e LOacutePEZ-
MARTINEZ 2000 DAVIS e UTHUS 2002) O Se tambeacutem pode diminuir o risco de
outras doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis como aterosclerose trombose arteri al e
diabetes melito (NAVARRO-ALARCON e LOacutePEZ-MARTINEZ 2000)
29
214 Deficiecircncia e Toxicidade
A deficiecircncia em Se ocorre quando a ingestatildeo diaacuteria eacute menor ou igual a 11 microgdia
enquanto ingestotildees acima de 400 microgdia podem levar agrave toxicidade (IOMFNB 2001 ZHANG
et al 2002) Os grupos mais vulneraacuteveis agrave deficiecircncia satildeo fumantes idosos gestantes
lactentes crianccedilas de 2 a 10 anos adolescentes do gecircnero feminino indiviacuteduos submetidos agrave
nutriccedilatildeo parenteral total sem suplementaccedilatildeo com Se por um periacuteodo superior a 20 ou 30 dias
enfermos de doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis indiviacuteduos sujeitos a elevado estresse e
doenccedilas debilitantes (AIDS hepatite C hanseniacutease) populaccedilotildees que habitam aacutereas com solos
pobres em Se aleacutem de populaccedilotildees que habitam aacutereas antropogecircnicas ou naturalmente
contaminadas por Hg (ORTUNtildeO et al 1997 BURKE e OPESKIN 2002 MARTENS et al
2012)
A doenccedila de Kesha definida como uma cardiomiopatia que afeta crianccedilas e mulheres
jovens estaacute diretamente relacionada agrave baixa ingestatildeo alimentar de Se a forma aguda eacute
caracterizada por insuficiecircncia suacutebita da funccedilatildeo cardiacuteaca e a fase crocircnica degeneraccedilatildeo dos
muacutesculos (especialmente necrose multifocal e fibrose no miocaacuterdio) cardiomegalia isquemia
do miocaacuterdio eletrocardiograma anormal e edema pulmonar Outra consequecircncia associada agrave
deficiecircncia eacute a doenccedila de Kashin-Beck osteoartrite endecircmica que ocorre durante a preacute-adolescecircncia
ou adolescecircncia podendo resultar em nanismo e deformaccedilatildeo das articulaccedilotildees (HOLBEN e SMITH
1999) Ressalta-se que no Brasil natildeo haacute relatos dessas deficiecircncias graves
Jaacute os sintomas da intoxicaccedilatildeo por Se satildeo distuacuterbios gastrintestinais graves paladar
metaacutelico odor de alho exalado pelas vias respiratoacuterias distuacuterbios neuroloacutegicos siacutendrome do
estresse respiratoacuterio infarto do miocaacuterdio e falecircncia renal (HOLBEN e SMITH 1999) A
toxicidade crocircnica tanto pelas formas orgacircnicas quanto inorgacircnicas apresenta caracteriacutesticas
cliacutenicas semelhantes poreacutem as concentraccedilotildees teciduais do mineral satildeo diferentes (IOM
2000)
De acordo com Yang et al (1983) os tecidos e oacutergatildeos mais afetados pela toxicidade de
Se satildeo as unhas cabelos pele e sistema nervoso As unhas tornam-se quebradiccedilas com
pontos brancos e estrias longitudinais na superfiacutecie seguido de queda da parede da unha
iniciada nos polegares Os cabelos tornam-se sem brilho e quebram-se facilmente na raiz e
aqueles que nascem em geral satildeo despigmentados Esta caracteriacutestica pode ser observada em
outros locais como axilas braccedilos e aacuterea puacutebica As lesotildees de pele ocorrem principalmente em
quatro pontos palma das matildeos e peacutes nuca cotovelos e pernas com aparecircncia inflamada e
eruptiva agraves vezes ulcerada As anormalidades no sistema nervoso soacute ocorrem nos casos de
30
maior gravidade e os sintomas incluem paralisia perifeacuterica formigamentos hiper-reflexatildeo dos
tendotildees espasmos distuacuterbio motor e hemiplegia (YANG et al 1983)
Vaacuterios fatores podem influenciar a gravidade e o tempo de aparecimento dos sinais
cliacutenicos da intoxicaccedilatildeo por Se como idade estado de nutriccedilatildeo e sauacutede do indiviacuteduo e
recidivas de alta ingestatildeo do mineral (IOMFNB 2001) Segundo Zhang et al (2002)
indiviacuteduos que jaacute sofreram intoxicaccedilatildeo por alta ingestatildeo de Se satildeo mais susceptiacuteveis a outra
intoxicaccedilatildeo provocada por menores quantidades do mineral Ingestatildeo de 910 microgdia pode
causar alteraccedilotildees nas unhas (IOMFNB 2001) Registros sobre intoxicaccedilatildeo por Se foram
encontrados em Enshi (China) onde a prevalecircncia da doenccedila ocorreu entre os anos de 1961 e
1964 com uma taxa de mortalidade de 50 da populaccedilatildeo de 248 habitantes (REILLY 1996)
Na Venezuela em um local chamado Vila Bruzual foram registrados casos de intoxicaccedilatildeo
nas crianccedilas em fase escolar sendo esta regiatildeo considerada seleniacutefera (JAFFEacute et al 1972)
22 MERCUacuteRIO
O Hg eacute o uacutenico metal que se apresenta no estado liacutequido em temperatura ambiente e a
0degC (BISINOTI 2005) presente naturalmente na crosta terrestre aacutegua e atmosfera Dentre as
diferentes formas quiacutemicas a espeacutecie de distribuiccedilatildeo mais ampla eacute o Hg na forma de vapor
predominante na atmosfera seguido da forma inorgacircnica dominante em aacuteguas naturais e do
metilmercuacuterio que eacute de extrema importacircncia ambiental em razatildeo de sua elevada toxicidade
principalmente em mamiacuteferos (GALVAtildeO et al 2007)
As primeiras evidecircncias dos efeitos neurotoxicoloacutegicos do Hg em consequecircncia da
ingestatildeo materna de alimentos contaminados foram observadas em crianccedilas na cidade de
Minamata no Japatildeo onde o metilmercuacuterio liberado de uma induacutestria quiacutemica contaminou as
aacuteguas da baiacutea e os peixes consumidos pela populaccedilatildeo Em 1953 a doenccedila de Minamata foi
reconhecida como uma doenccedila neuroloacutegica e chamou atenccedilatildeo do mundo para o problema da
intoxicaccedilatildeo por metais toacutexicos (TAKEUCKI e ETO 1999 FARIAS et al 2006) O Hg entatildeo
passou a ser considerado um dos metais mais perigosos no que diz respeito agrave contaminaccedilatildeo
ambiental e agrave sauacutede humana (FARIAS et al 2006)
Apoacutes a intoxicaccedilatildeo por Hg em Minamata as pesquisas foram direcionadas para os
possiacuteveis efeitos da exposiccedilatildeo crocircnica assim como concentraccedilotildees baixas de metilmercuacuterio
principalmente em crianccedilas em virtude da transferecircncia materna infantil durante a gestaccedilatildeo
uma vez que esse metal ultrapassa facilmente a barreira placentaacuteria e pode causar
31
consequecircncias graves agrave sauacutede do bebecirc que eacute sensiacutevel a menores concentraccedilotildees quando
comparados aos adultos (GALVAtildeO et al 2007)
A exposiccedilatildeo e acumulo do Hg durante o desenvolvimento fetal e amamentaccedilatildeo estatildeo
diretamente relacionados com a carga materna e a transferecircncia desse metal para a placenta e
leite materno (STEUERWALD et al 2000 CEacuteZAR 2002 MARQUES 2002) O alimento
que mais contribui para a contaminaccedilatildeo por Hg eacute o peixe pois as espeacutecies aquaacuteticas absorvem
o Hg na forma de metilmercuacuterio (DOMINGUES 2000) e o grau de exposiccedilatildeo eacute influenciado
por fatores como a frequecircncia da ingestatildeo de pescados a preferecircncia (peixes carniacutevoros
apresentam maiores quantidade de Hg) tamanho e niacutevel troacutefico (PARADIS et al 1997)
O Hg ao entrar na circulaccedilatildeo sanguiacutenea se liga a proteiacutenas e se distribui pelos tecidos
concentrando-se nos rins fiacutegado medula oacutessea ceacuterebro ossos e pulmotildees (SAacute et al 2006)
Os sinais e sintomas da intoxicaccedilatildeo dependem de vaacuterios fatores como gecircnero idade
hormocircnios taxa de hemoglobina e capacidade de induccedilatildeo das metalotioneiacutenas que podem
funcionar como barreiras protetoras do ceacuterebro e cerebelo (EPA 1997) No homem o
sistema nervoso central eacute o principal oacutergatildeo acometido pelo metilmercuacuterio e os sintomas
cliacutenicos incluem parestesia (alteraccedilotildees sensoriais) ataxia (falta de coordenaccedilatildeo nos
movimentos) e disartria (dificuldade na articulaccedilatildeo das palavras) aleacutem de distuacuterbios visuais e
auditivos A ocorrecircncia dos sintomas cliacutenicos tambeacutem eacute dose dependente (IPCS 1990) Aleacutem
de tremor vertigem entorpecimento dor de cabeccedila catildeibra fraqueza depressatildeo dispneia
tosse inflamaccedilotildees gastrintestinais queda de cabelo naacuteusea e vocircmitos (CANELA 1995) O
quadro cliacutenico tiacutepico das crianccedilas geradas sob tais exposiccedilotildees inclui microcefalia (maacute
formaccedilatildeo no crescimento do ceacuterebro) hiper-reflexia (reflexos muito ativos ou responsivos em
excesso) e deficiecircncia visual auditiva mental e motora (IPCS 1990)
A excreccedilatildeo do Hg do corpo humano ocorre por via urinaacuteria ou fecal diferindo de
acordo com a forma dose e tempo apoacutes a exposiccedilatildeo Uma pequena fraccedilatildeo eacute eliminada pela
respiraccedilatildeo mas a excreccedilatildeo fecal eacute a maior e a principal via apoacutes a exposiccedilatildeo ao Hg (FORD et
al 2001)
Segundo Fadini e Jardim (2001) a presenccedila do Hg na regiatildeo Amazocircnica se deve
principalmente agrave extraccedilatildeo de ouro e aos processos naturais e antroacutepicos Aleacutem disso como os
solos da bacia Amazocircnica satildeo antigos apresentam capacidade elevada de reter o Hg e acumulaacute-lo
durante anos (MIRETZKY et al 2005) A poluiccedilatildeo do Hg na Amazocircnia eacute um problema
ambiental grave pois 70 a 170 toneladas deste metal satildeo lanccedilados anualmente no meio
ambiente pela atividade informal de mineraccedilatildeo de ouro e queimadas o que representa uma
fonte primaacuteria de emissatildeo do Hg Como resultado uma grande quantidade do metal sofre
32
metilaccedilatildeo e se acumula nos peixes da cadeia alimentar (MEECH 1997 PINHEIRO et al
2000)
Em relaccedilatildeo agrave genotoxicidade do Hg tecircm-se descrito que este metal pode ser
responsaacutevel por mutaccedilotildees em niacuteveis cromossocircmico e gecircnico sendo a compreensatildeo destes
efeitos de grande importacircncia em razatildeo de suas consequecircncias para a sauacutede humana
(AZEVEDO 2003) O Hg produz depleccedilatildeo dos principais antioxidantes celulares
principalmente os que contecircm grupos tioacutelicos e pode tambeacutem aumentar a geraccedilatildeo das espeacutecies
reativas de oxigecircnio como os radicais hidroxila (HO) os radicais superoacutexido (O2-) ou
peroacutexido de hidrogecircnio (H2O2) aumentando o estresse oxidativo e assim causar alteraccedilotildees
nas funccedilotildees das ceacutelulas (ERCAL et al 2001 PEROTTONI et al 2004)
A Figura 3 apresenta possiacuteveis mecanismos moleculares de genotoxicidade do Hg o
qual entra na ceacutelula atraveacutes da membrana plasmaacutetica ou por meio de transportadores podendo
afetar o DNA de diversas formas Uma delas eacute aumentando a produccedilatildeo de ERRO as quais
podem reagir diretamente com o DNA ou indiretamente ao induzir mudanccedilas
conformacionais nas proteiacutenas responsaacuteveis pela formaccedilatildeo e manutenccedilatildeo do mesmo Tambeacutem
pode reagir de forma direta nos microtuacutebulos evitando a organizaccedilatildeo em fuso dos
cromossomos durante a atividade mitoacutetica Esses danos ao DNA podem ser causados tanto
pelos radicais livres gerados pelo Hg como pelo proacuteprio metal (CRESPO-LOacutePEZ et al
2009)
Figura 3 Mecanismos moleculares de genotoxicidade do Hg
Fonte Adaptado de Crespo-Loacutepez et al (2009)
EROS Espeacutecies Reativas de Oxigecircnio
EROS
D
N
A
M
E
R
C
Uacute
R
I
O
Microtuacutebulos
33
De acordo com os pesquisadores Pinheiro et al (2006) e Harada et al (2001)
concentraccedilotildees de Hg dez vezes menores que os valores de referecircncia estabelecidos pela World
Health Organization (WHO) foram relacionados com a genotoxicidade no sistema nervoso
central apontando para a necessidade de uma revisatildeo dos padrotildees adotados pela WHO
(1990)
Evidencia-se que populaccedilotildees residentes em aacutereas de risco de contaminaccedilatildeo por Hg
podem estar mais susceptiacuteveis a um aumento do estresse oxidativo Entretanto a intensidade
dos danos dependeraacute de fatores como a amplitude da geraccedilatildeo de ERO nos alvos celulares da
atividade dos sistemas de defesa antioxidante e da presenccedila ou da ausecircncia de metais de
transiccedilatildeo (HALLIWELL e CHIRICO 1993) Dependeraacute ainda da ingestatildeo de nutrientes
pois o consumo inadequado de Se estaacute relacionado com uma reduccedilatildeo da atividade da GPx
prejudicando o sistema de defesa antioxidante do organismo (COMINETTI 2011)
23 ESTRESSE OXIDATIVO
O estresse oxidativo eacute caracterizado pelo desequiliacutebrio entre substacircncias antioxidantes
e oxidantes e o efeito das espeacutecies reativas eacute equilibrado pela accedilatildeo antioxidante enzimaacutetica e
natildeo enzimaacutetica do sistema bioloacutegico (VALKO et al 2006)
As espeacutecies reativas de oxigecircnio (ERO) bem como as Espeacutecies Reativas de Nitrogecircnio
(RNS) satildeo moleacuteculas que contecircm oxigecircnio ou nitrogecircnio respectivamente com um ou mais
eleacutetrons desemparelhados o que as torna instaacuteveis e reativas Essas moleacuteculas satildeo produtos do
metabolismo celular normal que exercem um papel duplo no organismo uma vez que podem
atuar de forma beneacutefica ou prejudicial Os efeitos beneacuteficos ocorrem em baixas eou
moderadas concentraccedilotildees e envolvem funccedilotildees fisioloacutegicas como atuaccedilatildeo na defesa do
organismo contra agentes infecciosos e em sistemas de sinalizaccedilatildeo celular aleacutem da induccedilatildeo
de resposta mitogecircnica (RIDNOUR et al 2005 VALKO et al 2006)
Com o objetivo de emparelhar seus eleacutetrons estas substacircncias podem adquirir eleacutetrons
de outras moleacuteculas tornando-as instaacuteveis e convertendo-se em radicais livres Como exemplo
de radicais livres destacam-se o superoacutexido (O2) a hidroxila (OH) o tiol (SH-) o
triclorometil (CCl3) e o oacutexido niacutetrico (NO) Vale ressaltar que caso essas espeacutecies natildeo sejam
removidas ou neutralizadas podem reagir com lipiacutedios proteiacutenas e aacutecidos nucleicos
causando danos nas funccedilotildees celulares (CHAUHAN e CHAUHAN 2006) Dentre os prejuiacutezos
ao metabolismo celular podem ocorrer ruptura das fitas do DNA aumento na concentraccedilatildeo
34
de caacutelcio intracelular livre danos em transportadores de iacuteons ou em outras proteiacutenas
especiacuteficas e peroxidaccedilatildeo de lipiacutedios (HALLIWELL e CHIRICO 1993)
Aleacutem disso os aacutecidos graxos poli insaturados que estatildeo presentes em grande
quantidade nas ceacutelulas satildeo mais susceptiacuteveis agrave oxidaccedilatildeo em razatildeo da presenccedila de grupos
metilecircnicos entre duplas ligaccedilotildees e por isso tornam-se alvos mais provaacuteveis quando
comparados ao DNA (LOUREIRO et al 2002) A peroxidaccedilatildeo lipiacutedica se inicia com o
ataque agrave bicamada lipiacutedica por qualquer espeacutecie reativa capaz de abstrair um aacutetomo de
hidrogecircnio de um aacutecido graxo poli insaturado e apoacutes a iniciaccedilatildeo esse processo eacute cataliacutetico o
que favorece a formaccedilatildeo de hidroperoacutexidos Com a abstraccedilatildeo do aacutetomo de hidrogecircnio do
aacutecido graxo poli insaturado (LH) eacute formado o radical lipiacutedico (Lbull) que eacute rapidamente
adicionado a uma moleacutecula de oxigecircnio levando agrave formaccedilatildeo do radical peroxil (LOObull) sendo
capaz de reagir com outro aacutecido graxo poli insaturado iniciando uma nova cadeia de oxidaccedilatildeo
a partir da formaccedilatildeo de outro radical lipiacutedico (Lbull) (LOUREIRO et al 2002) O radical peroxil
pode ser rearranjado via reaccedilotildees de ciclizaccedilatildeo de endoperoacutexidos e como produto final o
malondialdeiacutedo (MDA) que eacute considerado mutagecircnico em ceacutelulas de mamiacuteferos pois pode
reagir com as bases nitrogenadas guanina adenina e citosina formando adutos que levam a
ligaccedilotildees cruzadas de DNA-DNA ou DNA-proteiacutenas ocasionando aumento do estresse
oxidativo (VALKO et al 2006) Menciona-se tambeacutem as oxidaccedilotildees enzimaacuteticas do aacutecido
araquidocircnico que ocorrem durante a siacutentese de eicosanoacuteides bem como as reaccedilotildees
catalisadas por ciclo oxigenases ou lipoxigenases que satildeo importantes fontes de ERO ou
hidroperoacutexidos lipiacutedicos (LOUREIRO et al 2002)
Por outro lado o organismo dispotildee de mecanismos que tecircm a finalidade de proteccedilatildeo
contra os processos oxidativos Estas defesas antioxidantes satildeo de extrema importacircncia pois
satildeo responsaacuteveis pela remoccedilatildeo direta dos radicais livres promovendo maacutexima proteccedilatildeo aos
siacutetios bioloacutegicos (VALKO et al 2006)
O principal sistema antioxidante eacute o enzimaacutetico que inclui enzimas como a
superoacutexido dismutase (SOD) que converte radicais superoacutexido em peroacutexido de hidrogecircnio a
catalase e a GPx as quais reduzem peroacutexido de hidrogecircnio e hidroperoacutexidos lipiacutedicos
(COMINETTI et al 2011 HAMANASHI et al 2004) A glutationa redutase (GR) tambeacutem
eacute uma enzima que participa desse processo pois eacute responsaacutevel pela regeneraccedilatildeo da glutationa
em sua forma reduzida (GSH) que eacute utilizada como substrato da enzima GPx (PRADA et al
2004) Existem
Quanto ao sistema antioxidante natildeo enzimaacutetico inclui compostos antioxidantes de
origem alimentar que muitas vezes satildeo utilizados como cofatores pelas enzimas antioxidantes
35
(BARBOSA et al 2010) Como exemplo de compostos que atuam por meio da neutralizaccedilatildeo
das ERO produzidas tanto no meio intra quanto extracelular tem-se o tocoferol (vitamina E) o
beta-caroteno (proacute-vitamina A) o Se cofator enzimaacutetico da GPx o cobre o zinco e o aacutecido
ascoacuterbico (BERGER 2005 PRADA et al 2004 PAPP et al 2007) Aleacutem do Se como
exemplo de cofator enzimaacutetico antioxidante destacam-se o zinco e o cobre que participam da
estrutura das enzimas Zn-Cu-SOD (SOD1) e SOD extracelular (SOD3) (FORMIGARI et al
2007 COMINETTI et al 2011) Existem ainda varredores de radicais livres hidrofiacutelicos
como o ascorbato e flavonoacuteides (CASTRO e FREEMAN 2001)
Aleacutem da relaccedilatildeo entre estresse oxidativo e sistema de defesa antioxidante ressalta-se a
importacircncia de se avaliar as caracteriacutesticas geneacuteticas individuais como por exemplo a
presenccedila de polimorfismos geneacuteticos uma vez que estes podem inferir nas concentraccedilotildees de
nutrientes organismo (VIVANCO et al 2006)
24 POLIMORFISMOS GENEacuteTICOS
Por meio do projeto genoma humano foi possiacutevel revelar natildeo somente o
sequenciamento completo dos genes humanos mas tambeacutem as interaccedilotildees entre os genes e o
meio ambiente Diversas mutaccedilotildees foram descobertas apoacutes o sequenciamento e os
polimorfismos satildeo resultantes destas alteraccedilotildees sendo os diferentes modelos decorrentes do
tipo de mutaccedilatildeo que os originou (BROOKES 1999 YAMADA 2010) Os polimorfismos
podem ser de inserccedilotildees de pares de base uacutenica de deleccedilotildees ou substituiccedilotildees de um par de
bases por outro
O tipo mais comum de polimorfismo eacute denominado SNP (Single Nucleotide
Polymorfism) ou polimorfismo de nucleotiacutedeo uacutenico que eacute uma mutaccedilatildeo simples na qual
acontece a troca de um nucleotiacutedeo por outro em determinado ponto do DNA A ocorrecircncia
de SNPs eacute de aproximadamente um em cada mil bases do genoma humano estimando a
ocorrecircncia em milhotildees (BROOKES 1999)
Os polimorfismos que resultam da inserccedilatildeo ou da deleccedilatildeo de nucleotiacutedeos em
fragmentos da moleacutecula de DNA ocorrem em um deacutecimo de frequecircncia dos SNP Os tipos
mais comuns de polimorfismo de inserccedilatildeo eou deleccedilatildeo satildeo os de bases repetidas chamados
de STR (Simple Tandem Repeats) ou microssateacutelites e os de padrotildees de nucleotiacutedeos
repetidos em uma regiatildeo do DNA conhecidos como VNTR (Variable Number of Tandem
Repeats) ou minissateacutelites (SCHORK et al 2000)
36
Aqueles polimorfismos que podem causar alteraccedilotildees nas sequecircncias de aminoaacutecidos
codificados acarretando danos nas funccedilotildees como alteraccedilatildeo nos siacutetios de interaccedilatildeo na
solubilidade e na estabilidade da proteiacutena estatildeo localizados nos eacutexons regiatildeo codificadora do
gene e satildeo chamadas de non-synonymous SNP ndash nsSNP (RAMENSKY et al 2002)
Estudos que envolvem genocircmica nutricional tecircm sido relacionados a importantes
associaccedilotildees entre polimorfismos e consumo de nutrientes permitindo melhor compreensatildeo de
como a nutriccedilatildeo influencia as vias de homeostase metaboacutelica Essa descoberta possibilitou
uma perspectiva na reduccedilatildeo do risco de doenccedilas uma vez que as interaccedilotildees existentes entre os
genes e os nutrientes permitem descrever a modulaccedilatildeo dos efeitos dos componentes
alimentares em um fenoacutetipo especiacutefico associado a um polimorfismo geneacutetico
(STRATIGOPOULOS et al 2008 KAUWELL 2005)
Como exemplo de SNP que pode estar relacionado ao status de Se pode-se destacar o
Pro198Leu no gene da GPx 1 Jaacute como exemplo de um polimorfismo de deleccedilatildeo que pode
interferir nas concentraccedilotildees de Hg no organismo destaca-se o GSTM1 no gene da GST
241 Polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) no Gene da GPx 1
De acordo com Hesketh (2008) polimorfismos na regiatildeo codificadora dos genes de
selenoproteiacutenas podem alterar a incorporaccedilatildeo do Se e influenciar a capacidade antioxidante
No gene humano da GPx 1 que eacute a isoforma intracelular citosoacutelica mais abundante nos
sistemas bioloacutegicos localizado na regiatildeo cromossomica 3p213 foram descobertos vaacuterios
polimorfismos sendo mais de 30 SNP dentre eles o Pro198Leu (rs 1050450) Nesse SNP
ocorre uma substituiccedilatildeo da base nitrogenada citosina por timina (CrarrT) no exoacuten 2 do
nucleotiacutedio 594 do gene resultando na troca do aminoaacutecido prolina por leucina no coacutedon 198
(FOSBERG et al 1999) A troca do aminoaacutecido prolina por leucina pode causar
consequecircncias na atividade da enzima GPx 1 pois a prolina eacute o uacutenico aminoaacutecido sem grupo
amino livre no carbono alfa ocasionando uma torccedilatildeo na estrutura secundaacuteria dos peptiacutedeos
(FOSBERG et al 2000 JABLONSKA et al 2009 ARSOVA-SARAFINOVSKA et al
2009)
Segundo Suzen et al (2010) que avaliaram a frequecircncia dos alelos e genoacutetipos de
diversas populaccedilotildees do mundo o maior percentual geralmente eacute de indiviacuteduos com genoacutetipos
selvagens (ProPro) seguidos por heterozigotos para o polimorfismo ou seja com um alelo
variante (ProLeu) e depois por indiviacuteduos homozigotos (LeuLeu)
37
No Brasil em relaccedilatildeo agrave frequecircncia desse polimorfismo aleacutem desse estudo
pesquisadores do Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo - Minerais da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas
da Universidade de Satildeo Paulo determinaram por meio de vaacuterios estudos a frequecircncia
genotiacutepica do Pro198Leu em vaacuterias populaccedilotildees de cidades do Brasil e os resultados estatildeo
ilustrados no Quadro 3 a seguir
Quadro 3 Frequecircncia genotiacutepica em relaccedilatildeo ao polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) no
gene que codifica GPx1 encontrada em pesquisas realizadas no Brasil no Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo e Minerais da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo
(USP)
Estado Nuacutemero de
participantes
ProPro
()
ProLeu
()
LeuLeu
()
SANTOS (2013) Cearaacute 176 55 38 7
ROCHA (2015) Rondocircnia 190 56 37 7
NISHIMURA
(2010) Satildeo Paulo
175 (Caso)
203 (Controle)
50
51
43
43
7
6
DONADIO
(2011) Satildeo Paulo 124 49 48 3
COMINETTI et
al (2011) Satildeo Paulo 37 49 38 13
CARDOSO et
al (2012) Satildeo Paulo
28 (Caso)
29 (Controle)
75
72
14
14
11
14
Uma das principais descobertas dos estudos sobre o polimorfismo Pro198Leu estaacute
relacionada agrave presenccedila do alelo Leu pois algumas pesquisas verificaram que esse genoacutetipo
pode diminuir a atividade da GPx 1 e aleacutem disso estudos associaram a concentraccedilatildeo
eritrocitaacuteria de Se com a sua atividade indicando que o genoacutetipo LeuLeu pode influenciar
tambeacutem o estado nutricional dos indiviacuteduos relativo ao Se (JABLONSKA et al 2009)
Em indiviacuteduos natildeo doentes Forsberg et al (2000) e Jablonska et al (2009) natildeo
observaram associaccedilotildees entre a atividade da enzima GPx 1 e o genoacutetipo Poreacutem na pesquisa
de Jablonska et al (2009) foi obtida uma associaccedilatildeo significativamente diferente entre cada
grupo de genoacutetipo avaliado em relaccedilatildeo agrave atividade da GPx 1 e a concentraccedilatildeo de Se Dessa
forma os pesquisadores presumiram que a resposta agrave ingestatildeo ou agrave suplementaccedilatildeo de Se
assim como a atividade da enzima pode estar relacionadas aos genoacutetipo do indiviacuteduo Aleacutem
disso os autores sugeriram que carreavam indiviacuteduos que possuiacuteam ao menos um alelo Pro
teriam maior atividade da enzima quando comparados agravequeles com ambos alelos Leu
38
Ravn-Haren et al (2006) observaram em mulheres com cacircncer de mama que a
atividade da GPx 1 foi significativamente menor nas participantes com a presenccedila do genoacutetipo
Leu em comparaccedilatildeo agravequelas com genoacutetipo Pro Isso foi observado tanto nas mulheres doentes
quanto naquelas do grupo controle Aleacutem de alguns tipos de cacircncer como o de bexiga
colorretal de pulmatildeo e de mama outras doenccedilas satildeo relacionadas com o polimorfismo
Pro198Leu tais como siacutendrome metaboacutelica (KUZUYA et al 2008) e concentraccedilotildees elevados
de triacilgliceroacuteis em pacientes com diabetes melito tipo 2 (CHEN et al 2012)
242 Polimorfismo GSTM1 no Gene da GST
A GST eacute uma famiacutelia de enzimas intracelulares localizadas no citosol que modulam a
accedilatildeo de toxinas endoacutegenas e exoacutegenas sobre as ceacutelulas evitando danos ao DNA
(MANNERVIK et al 1985 MORAIS et al 2008 CASTRO e LIMA 2013) Este grupo de
enzimas tem sido amplamente estudado pois estatildeo envolvidas no metabolismo de muitos
carcinoacutegenos poluentes ambientais e drogas anticanceriacutegenas Dessa forma supotildee-se que a
inexistecircncia de enzimas especiacuteficas ou deleccedilotildees homozigoacuteticas possam ocasionar ao
organismo maior susceptibilidade a desenvolver neoplasias como cacircncer de bexiga coacutelon
pulmatildeo pele estocircmago e mama aleacutem de diabetes e asma (ZHENG etal 2002 CHARRIER
et al 1999 PARK et al 2003 ANTON et al 2010 CASTRO e LIMA 2013)
Existem cinco classes de genes da GST (alfa mu pi theta e zeta) Nos genes da classe
mu tecircm-se o GSTM1 GSTM2 GSTM3 GSTM4 e GSTM5 na regiatildeo cromossocircmica 1p133 O
polimorfismo no locus M1 eacute o mais estudado e apresenta trecircs alelos dois considerados ativos
GSTM1A e GSTM1B e o terceiro alelo nulo ou deletado (GSTM10) O que difere o
GSTM1A do GSTM1B apesar de serem proteiacutenas funcionalmente idecircnticas eacute que o
GSTM1A contecircm a proteiacutena lisina na posiccedilatildeo 172 e o GSTM1B contecircm a asparagina nessa
mesma posiccedilatildeo (DEJONG et al 1988 WIDERSTEN et al 1991)
Dessa forma o polimorfismo GSTM10 no gene da GST eacute classificado como
polimorfismo de deleccedilatildeo ou seja indiviacuteduos homozigotos que carreiam o genoacutetipo
GSTM10 apresentam deleccedilatildeo do gene inteiro e natildeo expressam a proteiacutena GST (KLATAU-
GUIMARAtildeES et al 2005 JAIN et al 2006 MANNERVICK et al 2005)
Klatau-Guimaratildees et al (2005) avaliaram a suscetibilidade agrave contaminaccedilatildeo por Hg e a
relaccedilatildeo com o polimorfismo da enzima GST atraveacutes de biomarcadores moleculares em
algumas tribos indiacutegenas da Amazocircnia Apoacutes a obtenccedilatildeo dos resultados observou-se que
fatores geneacuteticos podem influenciar o acuacutemulo de Hg no organismo pois os indiviacuteduos que
39
carreavam o genoacutetipo GSTM10 (deletado) apresentaram concentraccedilotildees maiores deste metal
nos cabelos quando comparados aos indiviacuteduos com genoacutetipo GSTM1 Com a ausecircncia desta
enzima o organismo pode natildeo estar apto a destoxificar o Hg de forma adequada uma vez que
esta eacute uma das funccedilotildees atribuiacutedas agrave GST Sendo assim esses indiviacuteduos podem apresentar
maiores concentraccedilotildees ou retenccedilatildeo de Hg no organismo
Naganuma et al (1990) e Choi et al (1996) afirmam que a deficiecircncia de GST estaacute
associada com a sensibilidade ao cloreto de Hg e ao metilmercuacuterio Entretanto ainda existem
inconsistecircncias na relaccedilatildeo entre o polimorfismo GSTM1 e a concentraccedilatildeo de Hg no
organismo (GUNDACKER et al 2007) De acordo com Hatagima et al (2000) a frequecircncia
do polimorfismo no gene da classe mu estaacute ausente ou deletado (GSTM10) de forma
homozigoacutetica em torno de 40 a 50 em diferentes populaccedilotildees eacutetnicas conforme ilustrado no
Quadro 4 que mostra a frequecircncia deste alelo assim como do GSTM1A GSTM1B
GSTM1AB inclusive na populaccedilatildeo brasileira
Quadro 4 Distribuiccedilatildeo da frequecircncia do polimorfismo GSTM1(ABAB0) no gene da GST em
diferentes etnias
Etnias GSTM1
A B AB 0
Brasileiros (Rio de Janeiro) 197 (30) 105 (16) 51 (8) 305 (46)
Brasileiros (Distrito Federal) 43 (24) 33 (184) 16 (9) 87 (486)
Brasileiros (Satildeo Paulo) 21 (29) 10 (14) 7 (9) 35 (48)
Nigerianos 49 (71) 4 (6) 1 (13) 15 (217)
Japoneses 13 (8) 68 (41) 5 (3) 80 (482)
Chineses 10 (10) 28 (30) 2 (2) 56 (583)
Indiacutegenas 15 (35) 7 (16) 6 (14) 15 (35)
Franceses 24 (43) 5 (9) 3 (5) 24 (43)
Ingleses 158 (28) 74 (135) 23 (4) 306 (545)
Fonte Hatagima et al (2000)
Considerando a importacircncia do polimorfismo GSTM10 no gene da GST e o fato da
populaccedilatildeo deste estudo residir em aacuterea de risco de contaminaccedilatildeo por Hg a anaacutelise de tais
40
dados torna-se necessaacuteria uma vez que o genoacutetipo nulo ou deletado pode influenciar as
concentraccedilotildees do metal no organismo
41
3 OBJETIVOS
31 OBJETIVO GERAL
Avaliar o estado nutricional relativo ao Se concentraccedilotildees de Hg e suas relaccedilotildees com o
estresse oxidativo e os polimorfismos Pro198Leu no gene da GPx 1 e GSTM1 no gene da
GST em mulheres residentes em aacuterea de risco de contaminaccedilatildeo por Hg
32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Avaliar o estado nutricional das voluntaacuterias em relaccedilatildeo agrave antropometria
Analisar a ingestatildeo alimentar de energia macronutrientes e Se
Determinar as concentraccedilotildees plasmaacuteticas e eritrocitaacuterias de Se e a atividade
eritrocitaacuteria total da enzima GPx
Avaliar as concentraccedilotildees de Hg nos cabelos
Associar a presenccedila dos polimorfismos Pro198leu e GSTM1 com os biomarcadores do
estado nutricional relativo ao Se e Hg respectivamente bem como com as
concentraccedilotildees de MDA e ORAC
42
4 METODOLOGIA
41 CASUIacuteSTICA E DELINEAMENTO
O estudo foi do tipo transversal descritivo com abordagem quantitativa e qualitativa
dos dados Participaram da pesquisa mulheres entre 19 e 50 anos residentes da cidade de
Porto Velho Rondocircnia (RO) Para o caacutelculo do tamanho da amostra considerou-se a
prevalecircncia do alelo variante Pro198Leu de 32 Fixou-se o niacutevel de significacircncia de 5 (
= 005) e um erro amostral de 65 Esses valores aplicados na equaccedilatildeo abaixo indicada para
populaccedilotildees infinitas proporcionou uma amostra de tamanho n igual a 200 mulheres
O projeto foi aprovado pelo comitecirc de eacutetica da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas
da Universidade de Satildeo Paulo (FCFUSP) parecer 119 e protocolo 574 (ANEXO 1) Na
Figura 4 abaixo estaacute representado o mapa do Brasil com destaque para o estado de Rondocircnia
e a cidade de Porto Velho onde a pesquisa foi realizada
Figura 4 Representaccedilatildeo do mapa do Brasil do estado de Rondocircnia e da cidade de Porto
Velho (RO)
Adaptado de Campos et al (2002)
43
Para ampla divulgaccedilatildeo da pesquisa cartazes com informaccedilotildees a respeito do estudo
foram espalhados pela cidade de Porto Velho em pontos de ocircnibus na secretaria de educaccedilatildeo
(SEDUC) na secretaria de sauacutede (SESAU) em academias de ginaacutestica em faculdades
particulares e tambeacutem na Universidade Federal de Rondocircnia (UNIR) (APEcircNDICE 1) Apoacutes
as procuras e declaraccedilotildees de interesse em participar da pesquisa as voluntaacuterias que se
adequavam ao perfil do estudo assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(APEcircNDICE 2) e em seguida responderam um questionaacuterio com informaccedilotildees
socioeconocircmicas presenccedila de doenccedilas e estilo de vida (APEcircNDICE 3) Natildeo foram incluiacutedas
no estudo mulheres com idade inferior a 19 ou superior a 50 anos fumantes com doenccedilas
crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e infecciosas (auto-relatadas) poacutes-menopausa que realizavam
atividade fiacutesica de forma intensa que utilizavam suplementos vitamiacutenicos eou minerais e que
residiam em local diferente do estabelecido
42 COLETA DE DADOS
A coleta dos dados (consumo alimentar antropometria material bioloacutegico) foi
realizada no laboratoacuterio Alphaclin (Porto Velho ndash RO) entre os meses de fevereiro a maio de
2011 entretanto todas as anaacutelises em material bioloacutegico foram realizadas em Laboratoacuterios da
Universidade de Satildeo Paulo (USP)
Para avaliar o consumo alimentar todas as participantes foram instruiacutedas pela
responsaacutevel da pesquisa a preencher um formulaacuterio de registro alimentar de 24 horas
(APEcircNDICE 4) que continha instruccedilotildees de preenchimento e fotos ilustrativas de medidas
caseiras de alguns alimentos com a finalidade de facilitar a obtenccedilatildeo dos dados de consumo
bem como para o melhor entendimento das voluntaacuterias reduzindo dessa forma as duacutevidas e
os erros de preenchimento Aleacutem do registro de 24 horas as voluntaacuterias responderam um
formulaacuterio a respeito do consumo de peixes da regiatildeo que poderiam estar relacionados com o
risco de contaminaccedilatildeo de Hg (ANEXO 2)
Os dados antropomeacutetricos (peso estatura e circunferecircncia da cintura) foram obtidos
apoacutes a entrega dos formulaacuterios de registros alimentares Em seguida para determinar as
concentraccedilotildees de Hg total cortou-se uma pequena quantidade de cabelo das voluntaacuterias
(aproximadamente 1g de amostra) da parte posterior da cabeccedila proacuteximo agrave regiatildeo occipital
(nuca) com auxiacutelio de uma tesoura de accedilo inoxidaacutevel que foi higienizada com acetona a cada
corte
44
Com a finalidade de avaliar o estado nutricional das participantes em relaccedilatildeo ao Se
atividade da enzima GPx estresse oxidativo e determinaccedilatildeo dos polimorfismos foram
coletados 20 mL de sangue por punccedilatildeo venosa Esse procedimento foi realizado no periacuteodo da
manhatilde por um profissional de enfermagem capacitado estando as voluntaacuterias em jejum de 10
a 12 horas
A coleta foi realizada com seringas plaacutesticas descartaacuteveis e agulhas de accedilo inoxidaacutevel
esteacutereis e descartaacuteveis Todos os materiais bioloacutegicos foram distribuiacutedos em tubos de vidro
contendo anticoagulante EDTA (aacutecido etilenodiamino tetraceacutetico) sendo que uma pequena
quantidade (sangue total) de todas as amostras foi armazenada em microtubos esteacutereis e
autoclavados para anaacutelise dos polimorfismos
O plasma foi separado do sangue total por centrifugaccedilatildeo a 3000 rpm durante 15
minutos a 4ordmC sendo extraiacutedo com pipeta automaacutetica e acondicionado em microtubos
previamente desmineralizados para determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo plasmaacutetica de Se
malondialdeiacutedo (MDA) e da capacidade de absorccedilatildeo de radicais livres de oxigecircnio (ORAC)
Em seguida o resiacuteduo contendo os eritroacutecitos foi lavado trecircs vezes com 5 mL de soluccedilatildeo
fisioloacutegica de cloreto de soacutedio a 09 homogeneizado lentamente por inversatildeo e centrifugado
a 10000 rpm por 10 minutos a 4ordmC sendo o sobrenadante descartado e dessa forma obtendo-
se a massa eritrocitaacuteria que foi extraiacuteda cuidadosamente com micropipeta e armazenada em
tubos de polipropileno desmineralizados para determinaccedilatildeo do Se eritrocitaacuterio e da atividade
da enzima GPx
Todas as amostras foram acondicionadas em gelo seco e transportadas em um
recipiente teacutermico por via aeacuterea de Porto Velho para Satildeo Paulo onde as amostras foram
armazenadas em freezer -80ordmC ateacute o momento das anaacutelises no laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo -
Minerais da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo (FCFUSP)
Quanto agraves amostras de cabelo coletadas estas foram armazenadas em envelopes de papel e
acondicionados em temperatura ambiente ateacute o momento das anaacutelises no Laboratoacuterio de
Anaacutelise por Ativaccedilatildeo Neutrocircnica - LANCRPq ndash Instituto de Pesquisas Energeacuteticas Nucleares
(IPENCNEN) ndash SP
Todos os materiais utilizados (vidrarias plaacutesticos ponteiras etc) foram
desmineralizados em banho de aacutecido niacutetrico a 20 por no miacutenimo 12 horas e enxaguados
pelo menos 10 vezes consecutivas com aacutegua ultra pura Milli-Q (resistividade de 182 MΩcm
a 25ordmC) para evitar a contaminaccedilatildeo por minerais Os reagentes utilizados nas anaacutelises tinham
um grau de pureza analiacutetica (PA) e a aacutegua ultrapura Milli-Q foi utilizada no preparo das
soluccedilotildees e diluiccedilatildeo das amostras
45
43 AVALIACcedilAtildeO ANTROPOMEacuteTRICA
Para avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica foram aferidos o peso a estatura e a circunferecircncia da
cintura (CC) Todas as afericcedilotildees foram realizadas por nutricionista segundo teacutecnicas
preconizadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2004)
O peso foi mensurado em balanccedila antropomeacutetrica da marca Filizolareg
modelo
ldquoWelmyrdquo com capacidade de 150 kg e graduaccedilatildeo de 100 g A estatura foi aferida em
estadiocircmetro com reacutegua antropomeacutetrica de ateacute 2 m e divisatildeo de 05 cm acoplado agrave balanccedila A
adequaccedilatildeo do peso das participantes foi avaliado pelo indicador Iacutendice de Massa Corporal ndash
IMC (Kgm2) calculado pela razatildeo do peso corporal em quilos pelo quadrado da altura em
metros Em seguida utilizou-se a classificaccedilatildeo da World Health Organization (WHO 2000)
de acordo com o Quadro 5 a seguir como um dos criteacuterios para classificar o IMC das
participantes
Quadro 5 Classificaccedilatildeo do Iacutendice de Massa Corpoacuterea (IMC) para adultos
Classificaccedilatildeo IMC (kgm2) Risco de Comorbidades
Baixo Peso
˂ 185
Baixo
Peso Normal ou
Eutrofia 185 - 249
Meacutedio
Sobrepeso
ge 25 ndash 299
Aumentado
Obesidade I 300 - 349 Moderado
Obesidade II 350 ndash 399 Grave
Obesidade III ˃ 40 Muito Grave
Fonte (WHO 2000)
A circunferecircncia da cintura (CC) foi aferida com uma trena antropomeacutetrica inelaacutestica e
flexiacutevel com 2 m de comprimento da marca Sannyreg
Para classificaccedilatildeo utilizou-se tambeacutem a
referecircncia da World Health Organization (WHO 2000) citada pela Associaccedilatildeo Brasileira
para o Estudo da Obesidade e da Siacutendrome Metaboacutelica (ABESO 20092010) a qual
estabelece como ponto de corte para risco cardiovascular aumentado a medida da
circunferecircncia igual ou superior a 80 cm em mulheres caucasianas
46
44 CONSUMO ALIMENTAR
O consumo alimentar foi avaliado por meio do registro alimentar de 24 horas aplicado
durante trecircs dias sendo dois dias da semana e um dia no final de semana A ingestatildeo
alimentar das participantes foi calculada com auxiacutelio do software NUTWIN (Departamento de
Informaacutetica da Escola Paulista de Medicina - UNIFESP) Considerando que as tabelas de
composiccedilatildeo de alimentos disponiacuteveis em alguns softwares natildeo dispotildeem de dados completos
acerca do teor de Se nos alimentos estes dados foram incluiacutedos manualmente baseados em
anaacutelises realizadas no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo e Minerais da USP
Como houve correlaccedilatildeo significativa entre os valores de energia e de Se os
macronutrientes e o mineral foram ajustados pela energia e correccedilatildeo da variabilidade
intrapessoal e interpessoal (WILLET et al 1997 WILLET et al 1998 SLATER et al
2004)
A avaliaccedilatildeo da ingestatildeo alimentar dos macronutrientes foi realizada de acordo com a
contribuiccedilatildeo energeacutetica em percentual da ingestatildeo caloacuterica total utilizando o Acceptable
Macronutrient Distribution Ranges (AMDR) do Institute of Medicine (IOM 2006) conforme
Quadro 6 As participantes foram classificadas em trecircs categorias sendo elas abaixo da
recomendaccedilatildeo dentro do intervalo de recomendaccedilatildeo e acima da recomendaccedilatildeo
Quadro 6 Intervalos de recomendaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de macronutrientes em percentual de
contribuiccedilatildeo energeacutetica (AMDR) de acordo com IOM (2006)
Macronutrientes AMDR (Adultos ˃18 anos)
Carboidratos 45 ndash 65
Proteiacutenas 10 ndash 35
Lipiacutedios 20 ndash 35
Fonte IOM 2006 AMDR Acceptable Macronutrient Distribution Ranges
Em relaccedilatildeo agrave prevalecircncia de ingestatildeo inadequada de Se esta foi calculada utilizando a
foacutermula proposta por Beaton (1994)
Z = (EAR ndash meacutedia) desvio padratildeo
Os valores da Necessidade Meacutedia Estimada (EAR) utilizados para avaliar a adequaccedilatildeo
da ingestatildeo de Se tambeacutem foram estabelecidos pelo IOM 2006
47
45 DETERMINACcedilAtildeO DA CONCENTRACcedilAtildeO DE SELEcircNIO NO PLASMA E
ERITROacuteCITOS
Com a finalidade de determinar as concentraccedilotildees de Se no plasma e nos eritroacutecitos as
amostras foram pesadas em triplicata (300microL) em tubos de micro kjehdal em seguida foram
adicionados 5 mL de aacutecido niacutetrico 65 (Merck
) e os tubos foram acondicionados em bloco
digestor O material foi digerido por via uacutemida aacutecida a uma temperatura maacutexima de 1500
C
Apoacutes este procedimento o Se contido nas amostras foi reduzido da forma VI para a forma IV
com adiccedilatildeo de aacutecido cloriacutedrico (HCl) 12 N durante duas horas a temperatura de 1000
C As
soluccedilotildees finais foram diluiacutedas para um volume de 25 mL e realizou-se a leitura por
espectrometria de absorccedilatildeo atocircmica com geraccedilatildeo de hidretos acoplados agrave cela de quartzo
(HGQTAAS) (HITACHI
modelo Z-5000) A curva de calibraccedilatildeo foi preparada utilizando os
respectivos pontos 00 microgL 01 microgL 03 microgL 05 microgL 10 microgL 30 microgL e 50 microgL O
limite de detecccedilatildeo (LD) foi de 00016 microgL e adotou-se um limite de confianccedila de 95 O
desvio padratildeo adotado para cada amostra ˂ que 5 e os resultados foram expressos em microgL
O controle de qualidade externo foi realizado utilizando o material de referecircncia
certificado (SERONORM SEROreg) que tambeacutem foi submetido aos mesmos procedimentos
realizados com as amostras O estado nutricional em relaccedilatildeo ao Se das participantes foi
classificado de acordo com os paracircmetros descritos no Quadro 7
Quadro 7 Valores de referecircncias adotados para concentraccedilatildeo de Se no plasma e eritroacutecitos
Se Valores de Normalidade
(microgL)
Plasmaacutetico
60 ndash 120
Eritrocitaacuterio 90 - 190
Fonte VAN DAEL DEELSTRA (1993) ORTUNtildeO (1997)
As participantes que apresentaram concentraccedilotildees plasmaacuteticas abaixo de 60 microgL foram
consideradas deficientes enquanto aquelas com concentraccedilotildees acima de 120 microgL em risco
de toxicidade Em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees nos eritroacutecitos foram consideradas deficientes
aquelas abaixo de 90 microgL e em risco de toxicidade acima de 190 microgL
Aleacutem dos valores de referecircncia descritos na Tabela 9 adotaram-se ainda os
paracircmetros propostos por Thomson (2004) que estabelece a concentraccedilatildeo miacutenima de Se
48
plasmaacutetico para o natildeo surgimento da doenccedila de Keshan como 21 microgL o valor aceitaacutevel para
otimizaccedilatildeo da atividade das enzimas deiodinases como ˃ 65 microgL o intervalo de 80 a 95 microgL
para maximizaccedilatildeo da atividade da GPx e selenoproteiacutena P e o valor superior a 115 microgL para
proteccedilatildeo contra alguns tipos de cacircncer
46 DETERMINACcedilAtildeO DA ATIVIDADE DA GPx
A atividade da enzima GPx foi determinada nos eritroacutecitos com o auxiacutelio de kit
comercial (Ransel 505-RANDOX Laboratories CrumlinUK) adaptado para o uso no
analisador bioquiacutemico automaacutetico (LiasysregMAS Rome Italy) Este meacutetodo se baseia na
reaccedilatildeo em que a enzima GPx catalisa a oxidaccedilatildeo da GR por um hidroperoacutexido Na presenccedila
de GPx e NADPH a GSH eacute convertida agrave forma reduzida com a oxidaccedilatildeo concomitante do
NADPH em NADH+ A diminuiccedilatildeo na absorbacircncia a 340 ηm eacute entatildeo determinada
(PAGLIA e VALENTINE 1967) A faixa de normalidade proposta pelo kit comercial
utilizado eacute de 275 - 736 UgHb A concentraccedilatildeo da hemoglobina (Hb) tambeacutem foi
determinada uma vez que a atividade da enzima foi expressa em UgHb
47 PROCESSAMENTO E ANAacuteLISE DE MERCUacuteRIO NOS CABELOS
Na primeira etapa do processamento para determinaccedilatildeo do Hg total os cabelos foram
picotados em pedaccedilos de aproximadamente 05 mm de comprimento com tesoura de accedilo inox
higienizada com acetona a cada troca de amostra Depois disso transferiram-se os cabelos
para um beacutequer limpo onde foram submersos em acetona e em seguida enxaguados trecircs
vezes com aacutegua Milli Q e mais uma vez com acetona conforme procedimento recomendado
pela Agecircncia Internacional de Energia Atocircmica (IAEA) (FARIAS 2006) As amostras foram
secas em temperatura ambiente e o armazenamento foi realizado em envelopes de papel
devidamente identificados
Para anaacutelise das amostras e materiais de referecircncia foram pesados cerca de 01 a 015
g de amostra diretamente em um frasco de teflon fechado da marca Savillexreg com capacidade
de 182 mL Apoacutes a pesagem foram adicionados 4 mL de aacutecido niacutetrico (HNO3) e 2 mL de
aacutecido sulfuacuterico (H2SO4) ambos concentrados e da marca Merckreg que foram mantidos assim
durante a noite No dia seguinte para digestatildeo das amostras em sistema fechado os frascos
foram colocados em bloco digestor na temperatura de 90ordm durante 3 h Depois da digestatildeo os
49
frascos foram colocados em banho de gelo ateacute o completo resfriamento e em seguida foram
adicionados 250 microL de soluccedilatildeo de dicromato de potaacutessio (K2Cr2O7) a 10 (mv) para a
estabilizaccedilatildeo do Hg
A determinaccedilatildeo de Hg total nos cabelos foi realizada pelo meacutetodo de espectrometria
de absorccedilatildeo atocircmica com geraccedilatildeo de vapor frio (CV AAS) em equipamento FIMS-100
(Perkin Elmerreg
) A validaccedilatildeo da metodologia em relaccedilatildeo agrave precisatildeo e exatidatildeo foi realizada
por meio da anaacutelise em triplicata dos materiais de referecircncia (Human Hair- IAEA 086 GBW
09101 - Human Hair e BCR CRM 397 - Human Hair) com valor certificado de concentraccedilatildeo
para Hg total e os resultados obtidos estatildeo presentes no Quadro 8
As determinaccedilotildees de Hg total em cabelos foram realizadas no Laboratoacuterio de Anaacutelise
por Ativaccedilatildeo Neutrocircnica (LAN) do Centro do Reator de Pesquisas (CRPq) do IPEN ndash
CNENSP
Quadro 8 Resultados (meacutedia plusmn desvio padratildeo da meacutedia) das anaacutelises dos materiais de
referecircncia utilizados na determinaccedilatildeo de Hg total (n= nuacutemero de determinaccedilotildees)
Amostras
Valores
Certificados
(microg kg -1
)
Valores Obtidos
(Meacutedia plusmn desvio)
(microg kg -1
)
DPR
()
ER
()
IAEA 086
(n =8) 573 plusmn 39
615 plusmn 68 111 73
GBW 09101
(n=4) 2160 plusmn 210
1975 plusmn 86 43 86
BCR CRM 397
(n=2) 12300 plusmn 500
11688 plusmn 32 027 50
IAEA- International Atomic Energy Agency
IAEA 086 - Methylmercury Total Mercury and other trace elements in Human Hair (IAEA May 2000)
CRM 397 - Certified Reference Material Trace Elements in Human Hair BCR- Community Bureau of Reference
(Brussels January 1991)
GBW 09101 - Certified Reference Material Human Hair (China April 1988)
DPR- Desvio Padratildeo Relativo
ER- Erro relativo
Quanto ao limite de detecccedilatildeo (LD) minus a menor concentraccedilatildeo do analito em uma amostra
que pode ser detectada mas natildeo necessariamente quantificada sob determinadas condiccedilotildees
experimentais minus foi determinado diretamente da curva de calibraccedilatildeo construiacuteda utilizando a
50
teacutecnica de regressatildeo e considerando um niacutevel de confianccedila de 95 O valor encontrado para o
limite inferior de detecccedilatildeo foi da ordem de 001 ng mL-1
resultado compatiacutevel com os estudos
encontrados na literatura para determinaccedilatildeo de Hg (HORVAT 1996 SKOOG et al 2002
FARIAS 2009) Em relaccedilatildeo ao limite de quantificaccedilatildeo (LQ) tambeacutem conhecido como limite
de determinaccedilatildeo que indica qual a menor concentraccedilatildeo do analito que pode ser detectada por
um meacutetodo qualquer que estaacute sendo empregado com um niacutevel aceitaacutevel de precisatildeo e
veracidade Pode ser considerado ainda como a concentraccedilatildeo do analito correspondente ao
valor meacutedio do branco mais 5 e 6 ou 10 desvios padratildeo (FARIAS 2009) O valor encontrado
para o limite de quantificaccedilatildeo para esta pesquisa foi da ordem de 1 ng mL-1
Os resultados das anaacutelises dos materiais de referecircncia apresentaram desvio padratildeo
relativo (DPR) variando de 027 a 11 e ER (Erro Relativo) de 5 a 86 comprovando a
precisatildeo e exatidatildeo do meacutetodo respectivamente
Para classificar o diagnoacutestico em relaccedilatildeo as concentraccedilotildees de Hg nos cabelos das
participantes os resultados encontrados foram comparados aos estabelecidos pela WHO
(1990) o qual considera 2000 ng g-1
para populaccedilotildees natildeo expostas e 6000 ng g-1
como
indicador de exposiccedilatildeo para Hg
48 DETERMINACcedilAtildeO DA CONCENTRACcedilAtildeO PLASMAacuteTICA DE
MALONDIALDEIacuteDO (MDA)
A peroxidaccedilatildeo lipiacutedica foi determinada por meio das concentraccedilotildees de MDA no
plasma obtidas por cromatografia liacutequida de alta eficiecircncia (HPLCPDA) quantificando a
reaccedilatildeo do MDA com dinitrofenilhidrazina (DNPH) utilizando absorbacircncia de 308 nm de
acordo com o meacutetodo adaptado de Rezaei Jamshidzadeh e Sanati (2013) Antes do
processamento das amostras foi construiacuteda uma curva de calibraccedilatildeo utilizando uma soluccedilatildeo
estoque de MDA com 22 μL de tetrametoxipropano e 10 mL de aacutecido sulfuacuterico a 1 Os
pontos da curva utilizados foram 00 025 05 10 20 40 60 e 120 μM Utilizou-se o
aparelho de HPLC da marca Shimadzu (Kyoto Japatildeo) equipado com coluna Phenomenex
Reverse-phase C18 de 240 mm x 46 mm com partiacuteculas de 5μm (Phenomenex Torrance
CA) A temperatura no amostrador foi mantida em 4degC e a temperatura da coluna a 25degC A
eluiccedilatildeo foi realizada em modo isocraacutetico com uma fase moacutevel constituiacuteda de 50 de H2O
deionizada e 50 de acetonitrila acidificada com 2 de aacutecido aceacutetico A taxa de fluxo de
ingestatildeo da amostra foi de 1 mLminuto e o tempo de corrida de 15 minutos
51
Com o objetivo de liberar o MDA das proteiacutenas plasmaacuteticas foram adicionados 10 μL
de hidroacutexido de soacutedio 4M nos microtubos que continham 100 μL de plasma e em seguida
estes foram agitados em voacutertex Apoacutes este procedimento as amostras foram incubadas no
aparelho Vortempreg a 60degC durante 30 minutos para posteriormente serem acondicionadas no
gelo por 5 minutos Depois do resfriamento foram adicionados 150 μL de aacutecido sulfuacuterico a
1 e agitou-se em voacutertex vigorosamente para precipitaccedilatildeo das proteiacutenas Novamente
incubou-se no gelo por mais 5 minutos seguindo-se de uma centrifugaccedilatildeo a 14000 rpm por
10 minutos Foram retirados 175 μL do sobrenadante que foram transferidos para um novo
microtubo onde foi adicionado 25 microL de DNPH (0001 gmL) permanecendo agrave temperatura
ambiente por 30 minutos protegidos de luz Centrifugou-se novamente o microtubo a 14000
rpm por 5 minutos e 150 μL do sobrenadante foi transferido para um vial do qual foi injetado
100 μL no aparelho HPLC
A determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo plasmaacutetica de malondialdeiacutedo foi realizada no
Departamento de Anaacutelises Cliacutenicas e Toxicoloacutegicas no laboratoacuterio de Toxicologia que tem
como responsaacutevel a professora Ana Paula de Melo Loureiro da Faculdade de Ciecircncias
Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo (USP)
49 DETERMINACcedilAtildeO DA CAPACIDADE DE ABSORCcedilAtildeO DE RADICAIS DE
OXIGEcircNIO (ORAC)
A capacidade antioxidante total do plasma foi realizada por meio do meacutetodo ORAC
proposto por Prior et al (2003) que baseia-se na mensuraccedilatildeo da inibiccedilatildeo do radical peroxil o
que demostra resistecircncia aos danos oxidativos Para isso o plasma foi desproteinizado com
aacutecido percloacuterico e posteriormente as amostras foram diluiacutedas 10x com tampatildeo fosfato (pH
74)
As anaacutelises foram realizadas em triplicata utilizando 25 microL de amostra em microplaca
de 48 poccedilos adicionando-se posteriormente 150 microL de soluccedilatildeo de fluoresceiacutena e 25 microL de
22-azobis (aminopropano) di-hidroclorido (AAPH) por injetores automaacuteticos do leitor de
microplacas (Biotech Synergy H1)
Utilizou-se uma curva padratildeo de Trolox preparada com as seguintes concentraccedilotildees
100 microM 50 microM 25 microM 125 microM 625 microM e os resultados foram expressos em μmol de
Trolox (μmol TEmL)
52
410 PREPARACcedilAtildeO DAS AMOSTRAS PARA ANAacuteLISE DOS POLIMORFISMOS
Para extraccedilatildeo do DNA de sangue total utilizou-se o kit PureLinkTM
Genomic DNA
(Invitrogen CA USA) seguindo as instruccedilotildees do fabricante Em seguida foi feita a leitura em
espectrofotocircmetro (Nanodropreg) nos comprimentos de onda () de 260nm (DNA) e 280nm
(proteiacutena) O DNA foi considerado iacutentegro e de boa qualidade quando a razatildeo 260280 foi
maior que 18 sendo descartadas aquelas com valores abaixo deste paracircmetro A
quantificaccedilatildeo do DNA das amostras foi realizada neste mesmo equipamento sendo os
resultados obtidos em ngmicroL As amostras com concentraccedilotildees inferiores a 10 ngmicroL foram
descartadas tendo em vista que esta era concentraccedilatildeo miacutenima padronizada
4101 Determinaccedilatildeo do Polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450)
Para anaacutelise de genotipagem o DNA do sangue total seraacute extraiacutedo a partir do
kit Purelink Genomic DNA da Invitrogen Life Technologies e em seguida o mesmo seraacute
quantificado no espectrofotocircmetro Nanodrop sendo o resultado expresso em ngmL Seraacute
utilizada a razatildeo 260280 superior a 17 e inferior a 20 como paracircmetro de qualidade do
DNA Amostras com a razatildeo abaixo desse valor seratildeo reextraiacutedas O DNA genocircmico de todas
as amostras seraacute ajustado em aacutegua autoclavada para uma concentraccedilatildeo de 10 ngmL e volume
final de 20 μL Um total de 2 μL de DNA seraacute usado para a reaccedilatildeo em cadeia da polimerase e
18 μL de soluccedilatildeo contendo o master mix especiacutefico para o ensaio de genotipagem (TaqManreg
genotyping master mix ndash Applied Biosystemsreg) com sondas TaqMan (Custom TaqMan
reg SNP
Genotyping Assay Human Alelo 1 VICMGB-NFQ Alelo 2 FAMMGB-NFQ part number
4331349) e primers especiacuteficos para o SNP (RS1050450) primer forward CATCGAAGCCCTGCTGTCT
e primer reverse CACTGCAACTBCCAAGCA
A genotipagem da populaccedilatildeo do estudo seraacute realizada pelo sistema TaqMan SNP
Genotyping Assays da Applied Biosystemsreg utilizando as condiccedilotildees de termociclagem
recomendadas pelo fabricante Este sistema eacute baseado na anaacutelise end-point da RT-PCR (Real
time ndash PCR ou Reaccedilatildeo em cadeia da Polimerase em Tempo Real)
53
4102 Determinaccedilatildeo do Polimorfismo GSTM1
As reaccedilotildees de PCR em tempo real (qPCR) foram realizadas em placas especiacuteficas de
96 poccedilos no equipamento StepOne Plus utilizando o sistema para detecccedilatildeo de produtos de
amplificaccedilatildeo TaqManreg (Applied Biosystems Foster City CA USA) Para o polimorfismo
GSTM1 foram selecionados primers forward 5prime-AAGATTCGTGTGGACATTTTGGA-3prime e
reverse 5prime TCTGGATTGTAGCAGATCATGCC-3prime e probes (FAM-CAGACCATGGACA-
ACCA-MGB 100 microM) marcados com fluoroacuteforo FAM Para controle endoacutegeno utilizou-se a
β-2-microglobulina (B2M) forward 5prime-TTGTTTCACTGTCCTGAGGACTATTTAT-3prime e
reverse 5prime-ATGTTACTCTGTCAATGTTCTCCACAT-3prime Os probes utilizados foram
marcados com fluoroacuteforo VIC (VIC-CTCTAACATGATAACCCTCAC-MGB 100 microM)
(COVAULT et al 2003)
As amostras foram submetidas agrave seguinte termociclagem 50degC por 2 min 95degC por
10 min seguidos de 40 ciclos a 95degC por 15 segundos e 60degC por 1 min Ao final eram
considerados vaacutelidos apenas os resultados cuja reaccedilatildeo apresentasse curva de dissociaccedilatildeo com
apenas um pico referente agrave temperatura de melting do primer utilizado em cada reaccedilatildeo A
presenccedila da deleccedilatildeo no gene GSTM1 foi estabelecida quando os valores de Ct (threshold
cycle) foram superiores a 35 ciclos conforme padronizaccedilatildeo realizada por Covault et al
(2003) De forma aleatoacuteria foram selecionadas 20 das amostras deletadas para confirmar a
deleccedilatildeo e em 100 delas houve concordacircncia dos resultados
411 ANAacuteLISES ESTATIacuteSTICAS
Os dados obtidos foram analisados no software SPSS versatildeo 200 e os resultados
expressos como meacutedia desvio padratildeo valores miacutenimos e maacuteximos Testou-se a normalidade
dos dados usando o teste de Kolmogorov-Smirnov e a homogeneidade de variacircncia o de
Levene O teste T-Student para amostras independentes e o ANOVA seguido de Tukey para
comparaccedilatildeo de meacutedias entre os paracircmetros Para o teste de correlaccedilatildeo utilizou-se o de
Pearson Nas anaacutelises de regressatildeo empregou-se o modelo de regressatildeo linear simples e o
modelo de regressatildeo linear muacuteltipla para selecionar as variaacuteveis de ajuste As variaacuteveis
testadas nos ajustes dos modelos muacuteltiplos foram idade iacutendice de massa corpoacuterea
escolaridade renda e ingestatildeo energeacutetica Para estes adotou-se o meacutetodo de backward
Foram consideradas estatisticamente significantes as anaacutelises com p lt 005
54
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
51 CARACTERIZACcedilAtildeO DA POPULACcedilAtildeO
Participaram do estudo 200 mulheres voluntaacuterias da cidade de Porto Velho (RO)
selecionadas de uma amostra de conveniecircncia A meacutedia de idade das participantes foi de 263
+ 75 anos Conforme a etnia relatada pelas voluntaacuterias 93 informaram ser pardas e a
maioria cursava o ensino superior Quanto agrave renda houve uma maior prevalecircncia de
participantes que ganhavam mais de quatro salaacuterios miacutenimos e 75 afirmaram natildeo realizar
atividade fiacutesica Em relaccedilatildeo ao histoacuterico de doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis na famiacutelia as
mais descritas foram hipertensatildeo arterial e diabetes Nenhuma participante era fumante ou
fazia uso de bebidas alcooacutelicas Todas residiam no estado de Rondocircnia haacute no miacutenimo 10 anos
Os dados acima mencionados estatildeo representados de forma detalhada na Tabela 1
De acordo com o censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
(IBGE 2011) a populaccedilatildeo brasileira era constituiacuteda de 190755799 de habitantes sendo que
428527 pertenciam agrave cidade de Porto Velho Desse total 492 eram do gecircnero feminino
Ainda neste censo 477 dos habitantes do Brasil classificaram-se como brancos
76 como pretos 43 como pardos 11 como amarelos e 04 como indiacutegenas A
distribuiccedilatildeo por cor ou raccedila reflete padrotildees histoacutericos de ocupaccedilatildeo e movimentos relacionados
agrave dinacircmica econocircmica As maiores proporccedilotildees de pardos (58) estatildeo nas regiotildees norte e
nordeste enquanto os pretos estatildeo mais presentes na Bahia (17) e no Rio de Janeiro
(124) Em Rondocircnia 353 se declararam brancos 556 pardos e 69 pretos
corroborando com dados obtidos nesta pesquisa
Dentre os dados apresentados ressalta-se ainda a presenccedila de DCNT nos antecedentes
familiares das participantes De acordo com Silva-Junior (2009) e Schmidt et al (2011)
72 das mortes ocorridas em 2007 no Brasil foram atribuiacutedas agraves DCNT O aumento da
prevalecircncia de diabetes e hipertensatildeo paralelamente ao excesso de peso estaacute associado agrave
mudanccedilas desfavoraacuteveis na dieta e na atividade fiacutesica (SCHMIDT et al 2011)
O Brasil tem colocado em praacutetica importantes poliacuteticas para prevenccedilatildeo das DCNT
Como exemplo destaca-se a implantaccedilatildeo do plano de accedilatildeo de 2008 a 2013 da Organizaccedilatildeo
Mundial da Sauacutede (WHO) que teve como foco quatro doenccedilas cardiovasculares diabetes
cacircncer e doenccedilas respiratoacuterias crocircnicas responsaacuteveis por 58 das mortes no Brasil em 2007
(WHO 2010 SCHMIDT et al 2011) O elevado nuacutemero de casos dessas doenccedilas nos dias
55
atuais justifica os resultados da porcentagem relatada pelas participantes do estudo sobre o
histoacuterico de doenccedilas na famiacutelia
Tabela 1 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas das voluntaacuterias
1Salaacuterio Miacutenimo vigente no ano de 2011 (R$ 54500)
52 AVALIACcedilAtildeO ANTROPOMEacuteTRICA
Os resultados antropomeacutetricos de acordo com o Iacutendice de Massa Corpoacuterea (IMC)
estatildeo apresentados na tabela 2 a seguir
n
Etnia (n=200)
Parda 186 930
Branca 11 55
Negra 2 10
Indiacutegena 0 0
Oriental 1 05
Escolaridade (n=173)
Fundamental 8 50
Ensino Meacutedio 19 100
Superior Incompleto 103 600
Superior Completo 40 230
Poacutes-Graduaccedilatildeo 3 20
Renda (n=163)
Ateacute 1 Salaacuterio Miacutenimo1
9 60
2 a 3 Salaacuterios Miacutenimos 58 350
Acima de 4 Salaacuterios Miacutenimos 96 590
Atividade Fiacutesica (n=200)
Sim 51 250
Natildeo 149 750
DCNT (n=186)
Dislipidemias 16 86
Obesidade 37 200
Diabetes 62 333
Hipertensatildeo Arterial 58 311
Outras 13 70
56
Tabela 2 Classificaccedilatildeo das participantes segundo o Iacutendice de Massa Corporeacutea (IMC)
Classificaccedilatildeo do IMC (kgm2) n
Eutrofia (185 - 249) 186 93
Sobrepeso (ge 25 ndash 299) 13 65
Obesidade grau I (300 - 349) 1 05
A Figura 5 apresenta os resultados da Circunferecircncia da Cintura (CC) das
participantes Do total 172 voluntaacuterias (891) apresentavam CC dentro dos valores de
normalidade e 21 (109) em risco aumentado de DCNT
Figura 5 Circunferecircncia da Cintura das voluntaacuterias de acordo com WHO (2000) Ponto de
corte assinalado em azul (80 cm) constitui risco aumentado para o desenvolvimento de
DCNT Porto Velho 2015
Considerando as estimativas de prevalecircncia das condiccedilotildees deacuteficit e excesso de peso
de acordo com o IMC os dados da POF 20082009 da populaccedilatildeo brasileira acima de 19 anos
de idade revelaram que 36 das mulheres brasileiras foram classificadas com deacuteficit de peso
principalmente nas mulheres muito jovens (20 a 24 anos de idade) ou muito idosas (75 anos
57
ou mais) O excesso de peso foi diagnosticado em cerca de metade das mulheres excedendo
em 13 vezes a frequecircncia de deacuteficit de peso nestas e o diagnoacutestico de obesidade foi de 169
Ainda de acordo com a POF 20082009 observou-se que tanto o excesso de peso
como a obesidade aumentaram de frequecircncia nas idades entre 55 a 64 anos declinando nas
idades subsequentes Em relaccedilatildeo agraves mulheres da regiatildeo norte o deacuteficit de peso foi de 35 no
domiciacutelio urbano e 42 no rural o excesso de peso 48 no urbano e 479 no rural e a
obesidade 17 e 165 respectivamente
53 CONSUMO ALIMENTAR
A ingestatildeo meacutedia de energia das voluntaacuterias foi 131801 plusmn 26548 kcaldia Os
macronutrientes foram avaliados de acordo com os intervalos de recomendaccedilatildeo da
distribuiccedilatildeo em percentual da contribuiccedilatildeo energeacutetica (AMDR) do Institute of Medicine
(2006) Verificou-se que a maioria (59) das participantes apresentou uma ingestatildeo de
carboidratos abaixo da recomendaccedilatildeo enquanto em relaccedilatildeo agraves proteiacutenas uma elevada
porcentagem (76) apresentou ingestatildeo dentro do intervalo de referecircncia e o consumo de
lipiacutedios foi acima da recomendaccedilatildeo em 48 delas (Figura 6)
Figura 6 Distribuiccedilatildeo das participantes segundo a adequaccedilatildeo da ingestatildeo dos
macronutrientes de acordo com a recomendaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em percentual da energia
(IOM 2006) Porto Velho 2015
59
10 13
26
76
39
44
14
48
Carboidratos Proteiacutenas Lipiacutedios
Abaixo da Recomendaccedilatildeo Dentro do Intervalo de Recomendaccedilatildeo
Acima da Recomendaccedilatildeo
58
A Pesquisa de Orccedilamentos Familiares (POF 20082009) avaliou o consumo alimentar
de 34003 brasileiros levando em consideraccedilatildeo o gecircnero e a faixa etaacuteria Foi observado que o
consumo energeacutetico meacutedio da populaccedilatildeo brasileira em geral variou de 1490 a 2289 kcal Na
regiatildeo norte observaram-se meacutedias de ingestatildeo energeacutetica acima da meacutedia nacional e das
demais regiotildees do paiacutes variando de 1660 a 2496 kcal Entre as mulheres a faixa etaacuteria de 19
a 59 anos apresentou ingestatildeo energeacutetica meacutedia de 1710 kcal sendo a meacutedia na aacuterea urbana
de 1713 e na aacuterea rural 1694 kcal
Dados do Estudo Nacional de Despesa Familiar (ENDEF) de 197475 e as POFs
(198788 199596 e 200203) verificaram diminuiccedilatildeo de cerca de 9 na participaccedilatildeo relativa
de carboidratos acarretando valores considerados miacutenimos para este macronutriente (559)
No entanto no estudo da POF 20082009 a porcentagem de contribuiccedilatildeo dos macronutrientes
obedeceu agraves faixas de recomendaccedilatildeo A meacutedia da porcentagem de contribuiccedilatildeo de
carboidratos nas dietas das mulheres brasileiras foi de 562 a 576 a de proteiacutena de 16 4 e
de lipiacutedio 272 Ao avaliar as participantes da regiatildeo norte as meacutedias de contribuiccedilatildeo foram
565 para carboidrato 176 para proteiacutena e 256 para lipiacutedio
A manutenccedilatildeo do peso corpoacutereo eacute primariamente determinada pelo consumo e
utilizaccedilatildeo de carboidratos e lipiacutedeos As proteiacutenas contribuiram com uma fraccedilatildeo pequena e
relativamente constante no consumo energeacutetico total A auto regulaccedilatildeo dos estoques de
carboidratos e proteiacutenas no organismo humano ocorre de maneira eficiente enquanto o
mecanismo de regulaccedilatildeo de armazenamento de lipiacutedios eacute pouco eficiente O papel
fundamental dos carboidratos (accediluacutecares e amido) eacute o de fornecer energia para as ceacutelulas do
organismo particularmente para o ceacuterebro uacutenico oacutergatildeo dependente exclusivamente destes
nutrientes (EGASHIRA MIZIARA LEONI 2014)
Os lipiacutedios satildeo importantes na alimentaccedilatildeo pois fornecem energia de alta densidade e
participam no valor energeacutetico total da dieta Ao longo dos uacuteltimos anos raacutepidas mudanccedilas na
dieta e no estilo de vida vecircm ocorrendo com a industrializaccedilatildeo urbanizaccedilatildeo desenvolvimento
econocircmico e mais recentemente a globalizaccedilatildeo propiciando significativo impacto na sauacutede e
no estado nutricional da populaccedilatildeo do mundo As DCNT incluindo obesidade diabetes
melito doenccedilas cardiovasculares hipertensatildeo arterial e alguns tipos de cacircncer tecircm
comprometido o periacuteodo de vida economicamente ativo de vaacuterios indiviacuteduos Com relaccedilatildeo agraves
mudanccedilas dieteacuteticas uma das principais alteraccedilotildees observadas eacute o incremento de oacuteleos e
gorduras em preparaccedilotildees e em alimentos industrializados (SANTOS e AQUINO 2014)
Apesar de as voluntaacuterias natildeo apresentarem doenccedilas crocircnicas auto-relatadas destaca-se que
59
houve histoacuterico de vaacuterias DCNT na famiacutelia constituindo fator de risco para desenvolvimento
destas nas participantes
A ingestatildeo alimentar de Se tambeacutem foi avaliada nestas participantes apresentando
meacutedia de consumo de 493 plusmn 191 microgdia (Tabela 3) Observou-se que esta meacutedia foi superior
agrave recomendaccedilatildeo da EAR (45 microgdia) entretanto em relaccedilatildeo agrave prevalecircncia de ingestatildeo
inadequada de Se estimada conforme a foacutermula de Beaton (1994) notou-se que 409 das
participantes apresentaram inadequaccedilatildeo da ingestatildeo ou seja consumo abaixo da EAR
Tabela 3 Ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) das participantes (n = 193)
Se (microgdia)
Meacutedia 4934
Desvio Padratildeo 1915
Mediana 4643
Miacutenimo 1038
Maacuteximo 18520
Segundo os resultados da POF 20082009 a meacutedia do consumo de Se da populaccedilatildeo
feminina com idade entre 19 e 59 anos foi de 762 microgdia Na regiatildeo norte este mesmo grupo
apresentou consumo meacutedio de 1048 microgdia superior ao das outras regiotildees do Brasil centro-
oeste (697 microg) nordeste (793 microg) sudeste (714 microg) e sul (737 microg) Tais resultados
independente da regiatildeo foram superiores ao obtido neste estudo A prevalecircncia de
inadequaccedilatildeo da ingestatildeo de Se neste mesmo grupo foi de 137 no paiacutes sendo de 91 na
regiatildeo norte
Silva (2013) ao avaliar a ingestatildeo alimentar de Se de adultos saudaacuteveis da cidade de
Fortaleza (CE) observou consumo meacutedio de 79 microgdia e somente 151 dos participantes
apresentaram meacutedia de ingestatildeo abaixo da EAR
De acordo com as pesquisas realizadas no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo - Minerais a
ingestatildeo de Se na populaccedilatildeo brasileira varia de 18 a 200 microgdia (CINTRA 1990 BORTOLI
2010 DONADIO 2011 MAIA 2008 SILVA 2013)
Donadio (2011) avaliou indiviacuteduos adultos saudaacuteveis do estado de Satildeo Paulo e
observou um consumo meacutedio de 412 microgdia No estudo de Bortoli (2010) realizado com
mulheres da cidade de Satildeo Paulo Cubatatildeo (SP) e Novo Airatildeo (AM) verificou-se um
consumo meacutedio de 571 microgdia 533 microgdia e 539 microgdia respectivamente Esses dados
60
mostraram que natildeo houve diferenccedila significativa entre as cidades eou estados avaliados
Rocha et al (2014) ao avaliarem o consumo alimentar de Se de crianccedilas de duas comunidades
ribeirinhas de Porto Velho (RO) verificaram que as crianccedilas que residiam na localidade de
Demarcaccedilatildeo consumiam menos Se (418 microgdia) que a localidade denominada Gleba do Rio
Preto (179 microgdia) A diferenccedila observada foi atribuiacuteda ao fato de as crianccedilas da segunda
comunidade consumirem mais alimentos in natura enquanto as crianccedilas da primeira em
virtude da sua localizaccedilatildeo geograacutefica tinham mais acesso a alimentos industrializados
Ressalta-se que todos esses dados referentes ao consumo brasileiro de Se
independente da regiatildeo natildeo ultrapassaram o Limite Superior Toleraacutevel de Ingestatildeo (UL) de
400 microg dia (IOM 2006)
A determinaccedilatildeo do consumo de Se natildeo eacute uma tarefa faacutecil em virtude das dificuldades
existentes em relaccedilatildeo aos meacutetodos que avaliam a ingestatildeo alimentar e aleacutem disso em razatildeo
do nuacutemero reduzido de tabelas que apresentam a concentraccedilatildeo do mineral nos alimentos
brasileiros (FERREIRA 2002) Aliado a essas questotildees eacute preciso ressaltar que as
concentraccedilotildees do mineral nos alimentos satildeo proporcionais agrave quantidade do mesmo nos solos
dessa forma um mesmo alimento pode conter concentraccedilotildees de Se muito diferentes Por isso
os valores de ingestatildeo de Se apresentados poderiam ser diferentes caso houvesse dados da
concentraccedilatildeo do mineral em alimentos cultivados em solo rondoniense Mesmo assim a
dificuldade em estimar a ingestatildeo do Se continuaria existindo pois natildeo seria faacutecil rastrear de
forma rigorosa a origem dos alimentos consumidos pelas participantes
A ingestatildeo de castanha-do-brasil tambeacutem foi mensurada visto que eacute considerado o
alimento mais rico em Se Apenas uma voluntaacuteria afirmou ter o haacutebito de consumi-la
regularmente coincidindo ser justamente aquela que apresentou o maior consumo de Se
(43897 microgdia) bem como as maiores concentraccedilotildees do mineral no sangue Por isso essa
participante natildeo foi incluiacuteda nas anaacutelises por ser considerada como outlier
54 MARCADORES BIOQUIacuteMICOS DO ESTADO NUTRICIONAL RELATIVO AO
SELEcircNIO
A tabela 4 apresenta as concentraccedilotildees de Se (microgL) no plasma e eritroacutecitos das
participantes
61
Tabela 4 Concentraccedilatildeo de Se (microgL) no plasma e nos eritroacutecitos das participantes (n=192)
PLASMA ERITROacuteCITOS
Meacutedia + DP 498 + 186 754 + 299
Mediana 470 730
Miacutenimo 58 184
Maacuteximo 1094 1532
DP Desvio Padratildeo
Destaca-se que o plasma reflete o estado nutricional atual (FAIRWEATHER-TAIT
1997) De acordo com Thomson (2004) e Van Dael e Deelstra (1993) o Se plasmaacutetico eacute
considerado o biomarcador mais acessiacutevel para avaliaccedilatildeo do status do mineral por isso eacute o
mais utilizado pois permite avaliar as mudanccedilas em curto prazo respondendo de forma
raacutepida e sensiacutevel conforme a ingestatildeo alimentar Eacute importante mencionar que essa resposta
pode ser influenciada por fatores como a idade o estado fisioloacutegico do indiviacuteduo e a forma do
Se consumida
De acordo com o paracircmetro proposto por Van Dael e Deelstra (1993) verificou-se que
a maioria das participantes apresentou deficiecircncia de Se (69) enquanto uma porcentagem
menor apresentou adequaccedilatildeo (295) e outra mais reduzida em risco de toxicidade (15)
A Figura 7 apresenta os resultados da concentraccedilatildeo de Se plasmaacutetico conforme os
paracircmetros proposto por Van Dael e Deelstra (1993) assim como os intervalos estipulados
por Thomson (2004) que propotildee valores miacutenimos de Se no soro para prevenccedilatildeo da doenccedila de
Keshan otimizaccedilatildeo da atividade das deiodinases maximizaccedilatildeo da atividade da GPx e da
selenoproteiacutena P e ainda para proteccedilatildeo contra alguns tipos de cacircncer
Apenas 41 das voluntaacuterias apresentaram-se em risco para doenccedila de Keshan e
784 delas baixa otimizaccedilatildeo para as deiodinases Para o ponto de corte de otimizaccedilatildeo da
GPx e selenoproteiacutena P a maioria (933) apresentou baixa otimizaccedilatildeo Quanto ao intervalo
de proteccedilatildeo contra alguns tipos de cacircncer 99 natildeo estavam protegidas
Dessa forma de acordo com as duas referecircncias selecionadas para avaliar a
concentraccedilatildeo de Se no plasma verifica-se que a maioria das voluntaacuterias aleacutem de apresentar
deficiecircncia do mineral
No Brasil poucos estudos avaliaram o estado nutricional relativo ao Se em adultos
saudaacuteveis Coutinho (2003) avaliou este paracircmetro em praticantes de capoeria residentes em
Satildeo Paulo e observou a meacutedia de 787 microgL de Se no plasma Maia (2008) avaliou 29
62
paulistanos e 28 cearenses e observou uma meacutedia de Se plasmaacutetico de 665 microgL e 576 microgL
respectivamente
Figura 7 Distribuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo plasmaacutetica de Se (microgL) das participantes (n=194)
segundo os paracircmetros porpostos por Van Dael e Deelstra (1993) e Thomson (2004) Porto
Velho 2015
a Intervalo proposto por Van Dael e Deelstra (1993) (60 - 120 μgL)
Pontos de corte propostos por Thomson (2004) b Prevenccedilatildeo do surgimento da doenccedila de Keshan (gt 21 μgL)
c Otimizaccedilatildeo da atividade das deiodinases (gt 65 μgL)
d Maximizaccedilatildeo da GPx e selenoproteiacutena P (gt 80 - 95 μgL)
e Proteccedilatildeo contra alguns tipos de cacircncer (gt 115 μgL)
Bortoli (2010) avaliou mulheres saudaacuteveis e encontrou uma meacutedia de 817 microgL nas
voluntaacuterias residentes em Satildeo Paulo 607 microgL no grupo de Cubatatildeo (SP) e de 1018 microgL
nas mulheres de Novo Airatildeo (AM) A meacutedia de Se plasmaacutetico obtida na uacuteltima localidade
citada foi justificada pelo fato de a populaccedilatildeo ter como haacutebito o consumo regular de castanha-
do-brasil Donadio (2011) ao avaliar 124 indiviacuteduos residentes em Satildeo Paulo obteve a meacutedia
de 541 microgL Santos (2013) tambeacutem determinou as concentraccedilotildees do mineral no plasma de
176 indiviacuteduos do Cearaacute e observou uma meacutedia de 626 microgL
63
A Figura 8 apresenta a distribuiccedilatildeo das concentraccedilotildees eritrocitaacuterias de Se das
participantes Nos eritroacutecitos 125 participantes (645) apresentaram concentraccedilotildees abaixo
do intervalo de referecircncia
Figura 8 Distribuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo eritrocitaacuteria de Se das participantes (n=194) Intervalo
assinalado em azul (90 - 190 μgL) constitui os paracircmetros de normalidade proposto por Van
Dael e Deelstra (1993) e Ortuntildeo (1997) Porto Velho 2015
Ao contraacuterio do plasma a concentraccedilatildeo de Se eritrocitaacuterio reflete o estado nutricional
pregresso por responder de forma mais lenta agraves alteraccedilotildees no estado nutricional Essa resposta estaacute
relacionada com o tempo de meia vida das hemaacutecias que eacute de aproximadamente 120 dias
(FAIRWEATHER-TAIT 1997 VAN DAEL e DEELSTRA 1993)
Houve correlaccedilatildeo entre as concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio (r = 0629 p ˂
0001) ou seja quanto maior a concentraccedilatildeo de Se no plasma maior a sua concentraccedilatildeo nos
eritroacutecitos
As Tabelas 5 e 6 apresentam os resultados das anaacutelises de regressatildeo da ingestatildeo
alimentar de Se em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees do mineral no plasma e nos eritroacutecitos
respectivamente
64
Tabela 5 Coeficiente de regressatildeo da ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) como variaacutevel
independente que influenciou a concentraccedilatildeo do mineral no plasma (microgL) das participantes
Variaacutevel independente β p-valora
R2 ajustado p-valor
b
Ingestatildeo alimentar de Se (microgdia)c 0278 0112 0277 0026
Modelo ajustado pela escolaridade (anos de estudo) idade (anos) ingestatildeo energeacutetica (kcaldia) e circunferecircncia
da cintura (cm)
a Valor de p referente ao coeficiente β
b Valor de p referente ao R
2 ajustado
As anaacutelises de regressatildeo mostraram que houve associaccedilatildeo positiva entre o consumo de
alimentar de Se (microgdia) e as concentraccedilotildees do mineral no plasma (microgL) e nos eritroacutecitos
(microgL) O coeficiente de correlaccedilatildeo (R2) da ingestatildeo alimentar de Se em relaccedilatildeo ao plasma foi
277 e nos eritroacutecitos 363 Estes coeficientes expressam a porcentagem da variabilidade
das concentraccedilotildees sanguiacuteneas de Se que satildeo explicadas pela ingestatildeo alimentar do mineral
Tabela 6 Coeficiente de regressatildeo da ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) como variaacutevel
independente que influenciou a concentraccedilatildeo do mineral nos eritroacutecitos (microgL) das
participantes
Variaacutevel independente β p-valora
R2 ajustado p-valor
b
Ingestatildeo alimentar de Se (microgdia)c 0154 0301 0363 0001
Modelo ajustado pelo consumo alimentar de Se (microgdia) idade (anos) circunferecircncia da cintura (cm) iacutendice de
massa corpoacuterea (kgm2) escolaridade (anos de estudo) e renda (salaacuterios miacutenimos)
a Valor de p referente ao coeficiente β
b Valor de p referente ao R
2 ajustado
No estudo de Maia (2008) a meacutedia da concentraccedilatildeo eritrocitaacuteria de Se em adultos residentes
em Satildeo Paulo foi de 80 microgL e do Cearaacute 1224 microgL Silva (2013) encontrou a meacutedia de 1015
microgL de Se nos eritroacutecitos dos participantes do Cearaacute Adame et al (2012) que avaliou
espanhois encontrou a meacutedia de 104 6 microgL
Bortoli (2010) obteve a meacutedia de 833 microgL nas participantes de Satildeo Paulo 859 microgL
no grupo de Cubatatildeo (SP) e de 1998 microgL nas muheres de Novo Airatildeo (AM) A meacutedia
elevada encontrada na comunidade de Novo Airatildeo foI justificada pelo fato de a populaccedilatildeo do
estado do Amazonas apresentar o haacutebito de consumir regularmente a castanha-do-brasil
Houve ainda correlaccedilatildeo positiva entre os valores de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio indicando
65
que aquelas participantes cujo o teor estava mais elevado em um dos compartimentos
sanguiacuteneos tambeacutem se encontrava da mesma forma no outro (r = 07018 plt 00001)
Segundo Lemire et al (2006) a populaccedilatildeo da Amazocircnia brasileira apresenta
concentraccedilatildeo de Se no sangue total que varia de normal a relativamente alto Entretanto este
resultado natildeo foi observado no presente estudo pois a maioria das participantes apresentou
concentraccedilotildees abaixo da referecircncia Todavia esta pesquisa foi composta por mulheres
residentes em uma capital urbana diferente dos locais de trabalho das pesquisas de Lemire et
al (2006) realizados em comunidades ribeirinhas do Paraacute Estes pesquisadores avaliaram 236
adultos de seis comunidades ribeirinhas ao longo do rio Tapajoacutes e verificaram que 343
possuiacuteam concentraccedilotildees elevadas e nove indiviacuteduos (38) apresentaram valores acima dos
estipulados para toxicidade O valor mais baixo encontrado do mineral foi de 142 microgL
Em outra pesquisa realizada por Lemire et al (2011) na mesma regiatildeo foram
avaliados 407 voluntaacuterios e apenas seis participantes (15) apresentaram deficiecircncia de Se
enquanto 32 apresentaram concentraccedilotildees entre 560 e 1000 microgL e 10 concentraccedilotildees
superiores a 1000 microgL Segundo os pesquisadores a concentraccedilatildeo elevada de Se no sangue
foi devida aos haacutebitos alimentares da populaccedilatildeo uma vez que a mesma sobrevive de
alimentos cultivados nas proacuteprias comunidades
De acordo com os estudos de Pinheiro et al (2005) Rocha et al (2014) e Lemire et al
(2006 2009 2010 e 2011) que avaliaram o status de Se em comunidades ribeirinhas da
Amazocircnia observa-se que haacute uma relaccedilatildeo entre a concentraccedilatildeo do mineral no sangue e a
cultura alimentar regional
Natildeo existem muitos trabalhos realizados no Brasil e no mundo que tenham avaliado o
status de Se de populaccedilotildees natildeo acometidas por doenccedilas a maioria das pesquisas avaliou
indiviacuteduos doentes Portanto este trabalho contribuiraacute para o melhor conhecimento das
condiccedilotildees dessa populaccedilatildeo quanto a esse mineral Constatou-se que o haacutebito alimentar urbano
natildeo incluiacutea o consumo de castanha-do-brasil nem de outros alimentos cultivados em solos da
regiatildeo que constituiriam dessa forma uma excelente fonte do mineral
55 SELEcircNIO E ATIVIDADE DA ENZIMA GPx
A atividade da enzima GPx foi avaliada nos eritroacutecitos de 195 participantes e os seus
valores foram corrigidos e ajustados pela concentraccedilatildeo de hemoglobina sendo apresentados
em Ug Hb Apenas 6 das voluntaacuterias avaliadas apresentaram baixa atividade da enzima e
66
87 atividade normal (Figura 9) O valor meacutedio da atividade da GPx foi de 451 + 193 Ug
Hb Dessa forma pode-se inferir que a ingestatildeo alimentar de Se embora baixa natildeo teve influecircncia
na atividade enzimatica da GPx que eacute um biomarcador sensiacutevel e que avaliado nos eritroacutecitos
pode refletir a ingestatildeo em longo prazo do mineral (BROWN 2001 LEI 2007)
Figura 9 A atividade da enzima GPx peroxidase das participantes Intervalo assinalado em
azul (275 a 736 Ug Hb) representa a referecircncia proposta pelo Kit da Randoxreg Porto Velho
2015
Dados da literatura sobre atividade eritrocitaacuteria da GPx satildeo escassos os existentes
avaliaram a atividade da enzima no plasma dificultando as comparaccedilotildees com os resultados
deste trabalho No entanto Olusi (2002) ao realizar seu estudo no Kwait com adultos
eutroacuteficos observou meacutedia de 983 Ug Hb sendo este valor considerado elevado Ko et al
(2005) ao avaliar chineses encontrou a meacutedia de atividade da GPx nos eritroacutecitos de 513
Ug Hb enquanto Moradi et al (2009) ao avaliar em mulheres iranianas observaram a meacutedia
de 20 3 Ug Hb
De acordo com os estudos brasileiros Maia (2008) observou atividade meacutedia de 477
Ug Hb para adultos residentes em Satildeo Paulo e de 528 Ug Hb no Cearaacute Bortoli (2010)
observou a meacutedia de 733 Ug Hb nas mulheres amazonenses 371 Ug Hb nas voluntaacuterias de
Satildeo Paulo e de 382 Ug Hb nas de Cubatatildeo A meacutedia na pesquisa de Donadio (2011) com
paulistanos foi de 401 Ug Hb e Silva (2013) em voluntaacuterias do Cearaacute obteve 386 Ug Hb
67
A atividade da GPx estaacute fortemente correlacionada com a concentraccedilatildeo sanguiacutenea de
Se portanto um consumo inadequado de Se pode ocasionar reduccedilatildeo da atividade da GPx o
que por sua vez afeta a resposta celular em relaccedilatildeo agrave accedilatildeo de agentes oxidantes
desencadeando o surgimento do estresse oxidativo (COMINETTI et al 2011)
Segundo Crespo-Loacutepez et al (2009) as glutationas podem atuar como a principal
linha de defesa contra os compostos de Hg e conforme Herculano et al (2006) altas
concentraccedilotildees da enzima podem servir de proteccedilatildeo contra a intoxicaccedilatildeo do metal
Pinheiro et al (2008) realizou uma comparaccedilatildeo entre concentraccedilotildees de Hg e a defesa
antioxidante de mulheres saudaacuteveis residentes em trecircs comunidades ribeirinhas da Amazocircnia
sendo duas comunidades consideradas expostas ao metal localizadas na bacia do rio Tapajoacutes
e a outra localizada na bacia do rio Tocantins O estudo tinha como finalidade detectar
possiacuteveis alteraccedilotildees no estado antioxidante em razatildeo da exposiccedilatildeo ao Hg Dentre outros
paracircmetros foram avaliados a concentraccedilatildeo da GPx no sangue total e as concentraccedilotildees de Hg
nos cabelos Foi observada correlaccedilatildeo positiva entre as concentraccedilotildees de Hg e o aumento da
concentraccedilatildeo da enzima ou seja os indiviacuteduos com alto teor de Hg apresentaram tambeacutem
concentraccedilotildees elevadas de GPx
56 SELEcircNIO E CONCENTRACcedilOtildeES CAPILARES DE MERCUacuteRIO
Os resultados das anaacutelises de Hg nos cabelos das voluntaacuterias encontram-se descritos
na Figura 10 Das 200 participantes avaliadas apenas seis (30) apresentaram concentraccedilotildees
de Hg superiores ao valor de referecircncia estabelecido pela WHO (1990) e apenas uma
apresentou concentraccedilatildeo do metal abaixo do limite de quantificaccedilatildeo (˂ 1 ng g-1
)
Em relaccedilatildeo aos resultados do formulaacuterio de Hg para coleta dos cabelos foi perguntado
para as participantes se estas possuiacuteam tintura ou qualquer tipo de alisamento e a maioria
(635) natildeo possuiacutea nenhum tipo de alisamento e 585 natildeo tinham cabelos pintados A
concentraccedilatildeo meacutedia de Hg nos cabelos foi de 625 + 766 ng g-1
A concentraccedilatildeo de Hg no sangue reflete a exposiccedilatildeo ao metal nas formas orgacircnica e
inorgacircnica e pode ser influenciada pelo consumo de alimentos contaminados O Hg
permanece na corrente sanguiacutenea apenas alguns dias apoacutes a exposiccedilatildeo desta maneira a anaacutelise
deve ser feita rapidamente a fim de detectar exposiccedilotildees recentes (EPA 2005) Em relaccedilatildeo agrave
concentraccedilatildeo de Hg nos cabelos esta eacute proporcional agrave do sangue uma vez que este metal se
incorpora aos fios (WHO 1990) A anaacutelise do cabelo reflete uma exposiccedilatildeo mais prolongada
68
ao Hg possibilitando a avaliaccedilatildeo da concentraccedilatildeo deste elemento durante periacuteodos de tempo
maiores (PASCALICCHIO 2002)
Figura 10 Distribuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo de Hg (ng g-1
) nos cabelos das participantes (n=
200) Ponto de corte assinalado em azul representa o valor de referecircncia (2000 ng g-1
)
proposto pela WHO (1990) Porto Velho-RO 2015
Os peixes da regiatildeo Amazocircnica segundo alguns pesquisadores apresentam elevado risco de
contaminaccedilatildeo por Hg (MUCKE et al 2001 BAacuteRAacuteNY et al 2002 KARITA e SUZUKI
2002 LINDBERG et al 2004 HANSEN et al 2004) Entretanto 975 das participantes
avaliadas informaram consumir este alimento de forma esporaacutedica Dessa forma pode-se
inferir que as participantes deste estudo natildeo apresentaram alta contaminaccedilatildeo por Hg em
decorrecircncia da baixa ingestatildeo de peixes no haacutebito alimentar Poreacutem Marques et al (2007) ao
avaliar as concentraccedilotildees de Hg de 82 mulheres urbanas de Porto Velho (RO) observaram
que mesmo com um baixo consumo de peixes o niacutevel meacutedio de Hg nos cabelos foi elevado
(3500 ng g-1
)
Em outra pesquisa realizada por Marques et al (2013) foram avaliadas mulheres de
comunidades ribeirinhas da bacia do rio Madeira Os autores observaram que as
concentraccedilotildees meacutedias de Hg nos cabelos (12120 ng g-1
) daquelas que moravam agraves margens
do rio foram superiores agravequeles das residentes em aacuterea urbana (5360 ng g-1
)
69
Rocha et al (2014) determinaram as concentraccedilotildees de Hg nos cabelos de crianccedilas de
duas comunidades ribeirinhas de Porto Velho sendo elas Demarcaccedilatildeo localizada as margens
do rio Machado e Gleba do Rio Preto no rio Preto As crianccedilas da primeira comunidade
apresentaram concentraccedilatildeo meacutedia de Hg de 3570 + 1860 ng g-1
enquanto as crianccedilas da
Gleba do Rio Preto concentraccedilotildees meacutedias de 6240 + 5890 ng g-1
ou seja 50 acima do
valor encontrado na comunidade Demarcaccedilatildeo
Bastos et al (2006) ao avaliar as concentraccedilotildees de Hg em 713 indiviacuteduos do rio
Madeira obtiveram a meacutedia de 15200 ng g-1
Boischio e Henshel (2000) ao avaliar 90 matildees e
89 crianccedilas encontraram meacutedias de 12600 ng g-1
e 10200 ng g-1
respectivamente
Hacon et al (2014) avaliaram cinco aacutereas na regiatildeo de Porto Velho no rio Madeira
Das cinco comunidades estudadas quatro faziam parte da regiatildeo ribeirinha de Santo Antocircnio
Participaram do estudo 1945 indiviacuteduos cujas concentraccedilotildees de Hg foram avaliados em
amostras de cabelos Apenas 09 dos voluntaacuterios apresentaram concentraccedilotildees de Hg
superiores a 50000 ng g-1
e 90 concentraccedilotildees inferiores a 10000 ng g-1
O estudo ressaltou
que as concentraccedilotildees de Hg nas mulheres de 16 a 49 anos de idade variou de 2400 a 5300 ng
g-1
dependendo da regiatildeo onde residiam Os pesquisadores concluiacuteram que as concentraccedilotildees
de Hg foram altos em todas as comunidades e este resultado foi relacionado ao consumo de
peixes da regiatildeo
Bortoli (2010) que tambeacutem avaliou as concentraccedilotildees de Hg nos cabelos de mulheres
de Satildeo Paulo (SP) Cubatatildeo (SP) e Novo Airatildeo (AM) encontrou meacutedia de 180 ng g-1
nas
paulistanas 190 ng g-1
nas Cubatenses e de 5670 ng g-1
nas participantes do Amazonas
Dentre as participantes dos dois primeiros grupos nenhuma apresentou concentraccedilatildeo de Hg
acima de 2000 ng g-1
concentraccedilatildeo para adultos natildeo expostos ocupacionalmente de acordo
com a WHO (1990) No grupo das mulheres amazonenses 218 apresentaram valores
abaixo dessa referecircncia De acordo com os valores maacuteximos em regiotildees onde haacute exposiccedilatildeo
reconhecida por Hg (6000 ng g-1
) foi observado que 309 destas participantes tinham
concentraccedilotildees de Hg nos cabelos acima desse valor de referecircncia A pesquisadora ressaltou
que 927 das mulheres de Novo Airatildeo relataram consumir peixes da regiatildeo pelo menos uma
vez por semana
Pinheiro et al (2005) ao avaliarem 40 mulheres de trecircs comunidades da bacia do rio
Tapajoacutes verificaram que natildeo houve diferenccedila estatiacutestica em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees de Hg
total nas amostras de cabelos nas diferentes comunidades O primeiro grupo composto por
gestantes apresentou a meacutedia de concentraccedilatildeo de Hg de 8250 ng g-1
enquanto o segundo
composto por mulheres natildeo gestantes 9390 ng g-1
do metal No entanto os pesquisadores
70
observaram que as concentraccedilotildees do Hg no terceiro trimestre de gravidez eram maiores
(9650 ng g-1
) que no primeiro (6620 ng g-1
) e segundo trimestres (6710 ng g-1
)
Pinheiro et al (2008) analisaram novamente duas comunidades da mesma regiatildeo que
o estudo anterior Poreacutem selecionaram mulheres de uma comunidade ribeirinha da bacia do
rio Tocantins que formaram o grupo controle do estudo pois estas natildeo pertenciam a uma
regiatildeo considerada contaminada por Hg Os autores observaram que nas comunidades da
bacia do rio Tapajoacutes as voluntaacuterias apresentaram concentraccedilotildees de Hg no cabelo
significativamente maiores (12926 ng g-1
) em relaccedilatildeo agrave comunidade da bacia do rio Tocantins
(3290 ng g-1
)
Estudos epidemioloacutegicos tecircm evidenciado correlaccedilatildeo positiva entre as concentraccedilotildees
de Se e Hg no sangue (MUCKE et al 2001 BAacuteRAacuteNY et al 2002 KARITA e SUZUKI
2002 LINDBERG et al 2004 HANSEN et al 2004) Tal evidecircncia foi verificada nesta
pesquisa em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees plasmaacuteticas do mineral conforme as anaacutelises de
regressatildeo Os coeficientes de correlaccedilatildeo (R2) das concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico e
eritrocitaacuterio foram 59 e 37 respectivamente (Tabela 7) Estes coeficientes expressam a
porcentagem da variabilidade no niacutevel de Hg nos cabelos (ng g-1
) que eacute explicada pelas
variaacuteveis independentes
De acordo com Gailer et al (2000) o efeito protetor do Se tem sido associado a uma
maior retenccedilatildeo de Hg ao inveacutes de maior excreccedilatildeo Desta forma acredita-se que o Se
juntamente com o Hg forme um complexo Hg-Se que por sua vez liga-se a selenoproteiacutena P
favorecendo uma redistribuiccedilatildeo corporal do metal Poreacutem segundo Baacuteraacuteny et al (2005) e
Lindberg et al (2004) os estudos sobre como esta interaccedilatildeo acontece ainda natildeo satildeo
suficientes para elucidar a dinacircmica desse complexo Sugere-se que uma ingestatildeo adequada de
Se possa promover um efeito de proteccedilatildeo contra o Hg e seus compostos toacutexicos
Apesar dos valores elevados de Hg encontrados na regiatildeo Amazocircnica poucos trabalhos
avaliaram sintomas ou sinais cliacutenicos referentes a essa intoxicaccedilatildeo
No estudo de Dorea et al (2003) com mulheres vivendo em comunidades ribeirinhas
do Rio Negro os sintomas pesquisados foram fraquezas musculares amortecimentos de
membros tremores desequiliacutebrio e alteraccedilotildees sensoriais No entanto na populaccedilatildeo deste
estudo tais sinais natildeo foram observados Malm et al (1995) realizaram outra pesquisa com
populaccedilotildees ribeirinhas no Paraacute e tambeacutem natildeo encontraram tais sinais (desequiliacutebrio sensitivo
constriccedilatildeo de campo visual ataxia reduccedilatildeo da capacidade auditiva tremores reflexos de
tendotildees e desequiliacutebrios mentais e salivares)
71
Tabela 7 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram as
concentraccedilotildees de Hg (ng g-1
) nos cabelos (variaacutevel dependente) das participantes
Variaacuteveis independentes β p-valora
R2 ajustado p-valor
b
Se no Plasma (microgL)c 3117 0177 0059 0020
Se no Eritroacutecito (microgL)d 0970 0656 0037 0096
a Valor de p referente ao coeficiente β
b Valor de p referente ao R
2 ajustado
c Modelo ajustado pelo indice de massa corporeacutea (kgm
2) escolaridade (anos de estudo) idade (anos) e renda
(salaacuterios miacutenimos) d Modelo ajustado pelo pelo indice de massa corporeacutea (kgm
2) circunferecircncia da cintura (cm) escolaridade (anos
de estudo) idade (anos) ingestatildeo energeacutetica (kcaldia) e renda (salaacuterios miacutenimos)
57 SELEcircNIO E AVALIACcedilAtildeO DO ESTRESSE OXIDATIVO MDA E ORAC
O meacutetodo de ORAC (Capacidade de Absorccedilatildeo de Radicais de Oxigecircnio) avalia a
capacidade do plasma de inibir o radical peroxil mostrando resistecircncia aos danos oxidativos
Dessa forma verifica-se que quanto maiores as concentraccedilotildees do Se no sangue maior seraacute a
capacidade antioxidante total sendo este dado relacionado agrave accedilatildeo ou funccedilatildeo antioxidante do
mineral
De acordo com as anaacutelises de regressatildeo houve associaccedilatildeo entre as concentraccedilotildees de
Se no plasma e nos eritroacutecitos com o ORAC (Tabela 8) Os coeficientes de correlaccedilatildeo (R2)
das concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio foram 60 e 77 respectivamente Estes
coeficientes expressam a porcentagem da variabilidade do ORAC que eacute explicado pelas
variaacuteveis independentes (Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio) Natildeo foram encontrados estudos que
avaliaram a capacidade antioxidante por meio do ORAC que relacionem ou associem com as
concentraccedilotildees de Se em indiviacuteduos saudaacuteveis
Tabela 8 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram a
capacidade antioxidante ndash ORAC (mmol eq troloxg de amostra) (variaacutevel dependente) das
participantes
Variaacuteveis independentes β p-valora
R2 ajustado p-valor
b
Se no Plasma (microgL)c -0002 0555 0060 0015
Se no Eritroacutecito (microgL)d -0005 0094 0077 0005
a Valor de p referente ao coeficiente β
b Valor de p referente ao R
2 ajustado
c Modelo ajustado pelo indice de massa corporeacutea (kgm
2) circunferecircncia da cintura (cm) renda (salaacuterios
miacutenimos) d
Modelo ajustado pelo pelo indice de massa corporeacutea (kgm2) circunferecircncia da cintura (cm) renda (salaacuterios
miacutenimos)
72
Os radicais livres de oxigecircnio podem induzir a reaccedilatildeo de peroxidaccedilatildeo lipiacutedica Os
aacutecidos graxos insaturados no plasma em uacuteltima instacircncia podem gerar produtos de
peroxidaccedilatildeo lipiacutedica tais como o malondialdeiacutedo (MDA) Dessa forma as concentraccedilotildees de
MDA podem refletir o niacutevel de estresse oxidativo do organismo De acordo com as anaacutelises
de regressatildeo natildeo houve associaccedilatildeo entre as concentraccedilotildees de Se no plasma e nos eritroacutecitos
com o MDA (Tabela 9)
Tabela 9 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram a
concentraccedilatildeo plasmaacutetica de malondialdeiacutedo (microM) (variaacutevel dependente) das participantes
Variaacuteveis independentes β p-valora
R2 ajustado p-valor
b
Se no Plasma (microgL)c 10 x 10
-4 0980 -0015 0675
Se no Eritroacutecito (microgL)c 10 x 10
-3 0239 -0005 0505
a Valor de p referente ao coeficiente β
b Valor de p referente ao R
2 ajustado
c Modelo ajustado pelo indice de massa corporeacutea (kgm
2) idade (anos) ingestatildeo energeacutetica (kcaldia)
circunferecircncia da cintura (cm) renda (salaacuterios miacutenimos) e escolaridade (anos de estudo)
O estudo de Gaacutec et al (2014) tinha como objetivo definir a relaccedilatildeo entre as
concentraccedilotildees de Se no sangue e estresse oxidativo (concentraccedilatildeo de MDA) em 337 crianccedilas
saudaacuteveis da Espanha A concentraccedilatildeo de Se natildeo exerceu nenhum efeito direto nas
concentraccedilotildees de MDA (r = 008 pgt005) Em outro estudo espanhol Galan-Chilet et al
(2014) avaliaram em uma populaccedilatildeo adulta a associaccedilatildeo entre o Se no plasma e as
concentraccedilotildees de MDA na urina Os autores tambeacutem natildeo observaram correlaccedilotildees
siginificativas entre esses marcadores
Krishnan e Rani (2014) tambeacutem natildeo encontraram nenhuma correlaccedilatildeo significativa
entre a concentraccedilatildeo de Se e MDA em pacientes com doenccedila de Alzheimer ou demecircncia de
origem vascular Entretanto outros estudos verificaram uma diminuiccedilatildeo das concentraccedilotildees de
MDA apoacutes a suplementaccedilatildeo com Se (ZHANG et al 2005 FABIAN et al 2013 SITTA et
al 2011 SMOLKOVAacute et al 2004 GRYGIEL-GOacuteRNIAK et al 2014)
73
58 POLIMORFISMO PRO198LEU
Ao avaliar a presenccedila do SNP (rs 1050450) no gene que codifica a enzima glutation
peroxidase1 nas 190 amostras do estudo foi observado que 567 das participantes
apresentaram genoacutetipo selvagem (ProPro) ou seja homozigotos para prolina 368 dos
indiviacuteduos heterozigotos (ProLeu) e 68 homozigotos para leucina (LeuLeu) A frequecircncia
relativa do alelo variante foi de 025
Os resultados da genotipagem apresentaram-se de acordo com o equiliacutebrio de Hardy
Weinberg o qual determina que as frequecircncias aleacutelicas devem permanecer constantes ao
longo das geraccedilotildees caso natildeo sejam interferidas por nenhum fator evolutivo Dessa forma o
teste de qui-quadrado (χ2) foi aplicado e o valor encontrado foi de 01127 e a probabilidade
associada a esse valor considerando um grau de liberdade foi maior que 5 indicando que a
populaccedilatildeo estava de acordo com o equiliacutebrio
A Tabela 10 ilustra a distribuiccedilatildeo das participantes de acordo com o SNP Pro198Leu
Tabela 10 Distribuiccedilatildeo do SNP Pro198Leu (rs 1050450) no gene que codifica GPx 1 nas
participantes (n=190)
Genoacutetipos coacutedon 198 da GPx 1 n
ProPro 107 563
ProLeu 70 368
LeuLeu 13 68
Quatro pesquisas descrevem a frequecircncia do polimorfismo Pro198Leu na populaccedilatildeo
da cidade de Satildeo Paulo Nishimura (2010) em seu estudo com 175 pacientes com cacircncer da
cavidade orofariacutengea encontrou prevalecircncia de 50 de indiviacuteduos com genoacutetipo selvagem
(ProPro) 43 heterozigoto (ProLeu) e 7 de homozigoto (LeuLeu) para o polimorfismo
Em seu grupo controle que foi constituiacutedo por 203 indiviacuteduos da mesma cidade 51
ProPro 43 ProLeu e 6 LeuLeu
Cominetti et al (2011) no seu trabalho realizado com 37 mulheres obesas
observaram 49 de ProPro 38 de ProLeu e 13 de LeuLeu Donadio (2011) ao avaliar
124 indiviacuteduos adultos natildeo doentes verificou que a prevalecircncia de ProPro foi de 49 de
ProLeu 47 e apenas 3 de LeuLeu
Cardoso et al (2012) ao determinar o polimorfismo em um grupo de 28 idosos com
doenccedila de Alzheimer observaram que 75 apresentaram genoacutetipo ProPro 14 de
74
heterozigotos e 11 de LeuLeu No mesmo estudo no grupo controle formado por 29
idosos sem a doenccedila os pesquisadores encontraram 72 com genoacutetipo ProPro 14 de
ProLeu e 14 de homozigotos LeuLeu
Silva (2013) em seu trabalho realizado com a populaccedilatildeo cearense observou que
545 dos indiviacuteduos apresentaram genoacutetipo ProPro 381 genoacutetipo ProLeu e 74 de
genoacutetipo LeuLeu
Hiragi et al (2011) avaliaram a frequecircncia do polimorfismo em 304 indiviacuteduos
pertencentes a trecircs grupos eacutetnicos diferentes No grupo constituiacutedo por 60 adultos indiacutegenas
95 possuiacuteam genoacutetipo selvagem (ProPro) 3 eram heterozigotos (ProLeu) e 2
homozigotos (LeuLeu) No grupo composto por 72 indiviacuteduos afrodescendentes 71 eram
ProPro 22 ProLeu e 7 LeuLeu O terceiro grupo formado por 172 indiviacuteduos que
residiam no Distrito Federal 47 eram ProPro 40 ProLeu e 13 LeuLeu
Fosberg et al (1999) em anaacutelise realizada com 25 suecos encontrou 52 de
indiviacuteduos homozigotos para prolina (selvagens) 36 de heterozigotos e 12 de
homozigotos para leucina Em outro estudo Fosberg et al (2000) determinaram a frequecircncia
de alelos para esse polimorfismo em uma populaccedilatildeo sueca e outra finlandesa A populaccedilatildeo
sueca foi formada por 101 indiviacuteduos infartados e 214 formaram o grupo controle A
distribuiccedilatildeo dos genoacutetipos dos indiviacuteduos do grupo caso foi de 55 homozigotos selvagens
38 heterozigotos e 7 de homozigotos para leucina No grupo controle a frequecircncia dos
genoacutetipos foi de 53 40 e 7 respectivamente No grupo da Finlacircndia dos 66 indiviacuteduos
avaliados 35 eram homozigotos para prolina 48 heterozigotos e 17 homozigotos para
leucina
De acordo com os trabalhos citados a menor distribuiccedilatildeo conforme os genoacutetipos estaacute
relacionada ao homozigoto LeuLeu Algumas pesquisas afirmam que a presenccedila do alelo Leu
reduz a atividade da enzima GPx nos indiviacuteduos com este alelo variante (HANSEN et al
2009 RAVN-HAREN et al 2006) Dessa forma se haacute uma diminuiccedilatildeo da atividade
enzimaacutetica da GPx o sistema antioxidante dos indiviacuteduos que apresentam o alelo Leu pode
ser afetado Estudos tambeacutem tecircm associado a presenccedila deste alelo variante a um aumento do
risco de alguns tipos de cacircncer (RATNASINGHE et al 2000 HU e DIAMOND 2003
ZHAO et al 2005) Entretanto essas associaccedilotildees natildeo foram observadas em todas as
populaccedilotildees estudadas uma vez que a frequecircncia do alelo Leu varia de acordo com o grupo
eacutetnico (ZHAO et al 2005)
De acordo com Pena et al (2011) a origem geneacutetica da populaccedilatildeo brasileira eacute o
resultado de vaacuterias miscigenaccedilotildees e apesar disso apresenta uma uniformidade maior que o
75
esperado No trabalho desses pesquisadores foi avaliado a ascendecircncia total de 934 brasileiros
de diferentes raccedilas residentes em quatro regiotildees do paiacutes com excessatildeo da regiatildeo centro-oeste
Foram avaliados polimorfismos de inserccedilatildeo e deleccedilatildeo e os genoacutetipos encontrados foram
utilizados para estimar os componentes europeus africanos e ameriacutendios dos indiviacuteduos Os
resultados mostraram que a ancestralidade das diferentes populaccedilotildees das regiotildees do Brasil eacute
semelhante
A populaccedilatildeo de Rondocircnia eacute umas das mais diversificadas do Brasil composta de
migrantes oriundos de todas as regiotildees do paiacutes O interior do Estado eacute formado por goianos
paranaenses paulistas mineiros gauacutechos capixabas baianos mato grossenses e sergipanos
enquanto a capital eacute formada por cearenses maranhenses amazonenses e acreanos (IBGE
2014)
Poucos estudos associaram o polimorfismo Pro198Leu com biomarcadores do estado
nutricional relativo ao Se em indiviacuteduos saudaacuteveis A Tabela 11 apresenta uma comparaccedilatildeo
das meacutedias das concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico eritrocitaacuterio atividade da GPx MDA e
ORAC de acordo com o genoacutetipo para o polimorfismo Pro198Leu Observou-se que natildeo
houve diferenccedila significativa entre os paracircmetros avaliados
Donadio (2011) encontrou diferenccedila significativa entre a atividade da GPx em
mulheres paulistanas avaliadas de acordo com os genoacutetipos do Pro198Leu Silva (2013)
tambeacutem encontrou a mesma diferenccedila em mulheres cearenses indicando que a influecircncia do
gecircnero eacute um importante fator que deve ser considerado em estudos sobre esse polimorfismo
Cominetti et al (2011) natildeo observaram diferenccedilas nas concentraccedilotildees de Se
plasmaacutetico eritrocitaacuterio e atividade da GPx entre os genoacutetipos em ambas as fases de seu
estudo (preacute e poacutes suplementaccedilatildeo de castanha-do-brasil) poreacutem encontraram correlaccedilatildeo entre
o Se eritrocitaacuterio e a atividade da GPx apenas para o grupo ProPro em ambas as fases O
mesmo resultado foi observado no estudo de Cardoso et al (2012) que tambeacutem observaram
correlaccedilatildeo entre o Se eritrocitaacuterio e a atividade da GPx apenas para o grupo ProPro tanto nos
indiviacuteduos com Alzheimer quanto no grupo controle A mesma correlaccedilatildeo foi descrita por
Jablonska et al (2009) Hu e Diamond (2003) e Karunashinghe et al (2011) Estes dados satildeo
uacuteteis para entender os mecanismos e a manutenccedilatildeo da variabilidade geneacutetica na populaccedilatildeo
bem como para a identificaccedilatildeo de genes associados com doenccedilas complexas (HIRAGI et al
2011) Todos esses resultados mostram que o efeito do polimorfismo Pro198Leu deve
continuar sendo investigado em diferentes populaccedilotildees
76
Tabela 11 Concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico eritrocitaacuterio atividade da enzima GPx MDA e
ORAC de acordo com o genoacutetipo para o polimorfismo Pro198Leu (rs1050450) no gene que
codifica para GPx 1 das participantes
Variaacuteveis ProPro
MD (DP) (n= 107)
ProLeu
MD (DP) (n = 70)
LeuLeu
MD (DP) (n = 13)
pa
Se no Plasma (microgL) 5366 (5225) 5417 (3993) 5577 (1866) 099
Se no Eritroacutecito (microgL) 7804 (3883) 7769 (3618) 7935 (2944) 099
GPx Eritrocitaacuteria (Ug Hb) 4751 (2277) 4426 (2604) 4261 (1374) 058
MDA (microM) 097 (111) 084 (022) 085 (023) 060
ORAC (mmol eq troloxg de amostra) 163 (151) 159 (130) 128 (076) 071
a Valor de p calculado pela ANOVA MD - Meacutedia DP - Desvio Padratildeo
59 POLIMORFISMO GSTM1
A GST faz parte de uma famiacutelia de enzimas intracelulares que modullam a accedilatildeo de
toxinas endoacutegenas e exoacutegenas sobre as ceacutelulas evitando danos ao DNA (MANNERVICK
1985) Esta famiacutelia de enzimas estaacute envolvida no metabolismo de muitos carcinoacutegenos
poluentes ambientais e drogas anticanceriacutegenas por isso a inexistecircncia de isoenzimas
especiacuteficas pode gerar efeito significativo na toleracircncia do organismo ao estresse oxidativo
(ZHENG et al 2002 MORAIS et al 2008) O gene da classe mu (GSTM1) abordado nesta
pesquisa eacute polimoacuterfico em humanos e estatildeo ausentes ou deletados de forma homozigoacutetica em
40 a 50 em diferentes populaccedilotildees eacutetnicas (NELSON et al 1995 HATAGIMA et al 2000
GISNBERG et al 2009)
A Tabela 12 apresenta a distribuiccedilatildeo das participantes de acordo com o genoacutetipo do
polimorfismo GSTM1 O genoacutetipo nulo ou deletado (--) indica que o gene inteiro apresenta
deleccedilatildeo e portanto o indiviacuteduo natildeo expressa a proteiacutena GST O genoacutetipo presente (++) eacute a
forma selvagem ou seja natildeo apresenta deleccedilatildeo do gene e o indiviacuteduo expressa a GST
Tabela 12 Distribuiccedilatildeo do polimorfismo GSTM1 no gene da GST das participantes (n =
180)
GSTM1 n
Presente (++) 104 5780
Nulo ou Deletado (--) 76 4220
77
Natildeo foram observadas diferenccedilas entre as concentraccedilotildees de Hg na populaccedilatildeo avaliada
de acordo com os genoacutetipos do polimorfismo GSTM1 bem como os paracircmetros relativos ao
estresse oxidativo (Tabela 13)
Tabela 13 Concentraccedilotildees de Hg de MDA e valores de ORAC de acordo com o genoacutetipo
para o polimorfismo GSTM1 no gene da GST das participantes
Variaacuteveis Presente (++)
MD (DP)
(n= 104)
Nulo (--)
MD (DP)
(n = 76)
pa
Hg (ng g-1
) 56365 (69475) 70863 (75295) 0184
MDA (microM) 095 (113) 087 (027) 0570
ORAC (mmol eq troloxg de amostra) 165 (159) 158 (117) 0730 a Valor de p calculado pelo teste T-Student
Klatau-Gimaratildees et al (2005) verificaram que em algumas tribos indiacutegenas da
Amazocircnia os indiviacuteduos que carreavam o genoacutetipo nulo ou seja deleccedilatildeo do gene inteiro
tinham maiores concentraccedilotildees de Hg nos cabelos Tais pesquisadores concluiacuteram que os
fatores geneacuteticos podem influenciar o acuacutemulo de Hg no organismo e os indiviacuteduos com
genoacutetipo nulo natildeo estatildeo aptos a destoxificar o metal pois essa funccedilatildeo eacute atribuiacuteda agrave GST
Entretanto outros estudos natildeo encontraram correlaccedilatildeo entre as concentraccedilotildees do metal
com os genoacutetipos do GSTM1 Gundacker et al (2007) em seu estudo com 222 estudantes da
Universidade de Viena relacionaram as concentraccedilotildees de Hg no sangue e na urina com os
genoacutetipos presente ou nulo do polimorfismo Os autores natildeo encontraram associaccedilatildeo entre
esses dois paracircmetros mas foi observado que as pessoas com genoacutetipo nulo apresentavam
valores mais elevados do metal Os autores verificaram que 56 dos indiviacuteduos carreavam o
genoacutetipo nulo tinham concentraccedilotildees mais baixas de Hg no sangue coincidindo com
concentraccedilotildees tiacutepicas de populaccedilotildees natildeo expostas agrave toxicidade Os resultados levaram agrave
hipoacutetese de que os indiviacuteduos com a deleccedilatildeo para GST apresentam atividade cataliacutetica
prejudicada e satildeo menos capazes de aumentar a sua capacidade de excreccedilatildeo do Hg levando a
uma maior acumulaccedilatildeo do metal no organismo
Estudos sobre a relaccedilatildeo entre o polimorfismo da GST e as concentraccedilotildees de Hg em
humanos satildeo escassos Custodio et al (2004 e 2005) verificaram que o polimorfismo GSTM1
natildeo teve efeito sobre as concentraccedilotildees de Hg no sangue total plasma e urina Entretanto
concluiacuteram que indiviacuteduos carreadores do genoacutetipo deletado apresentam atividade da enzima
reduzida e dessa forma maiores concentraccedilotildees e retenccedilatildeo de Hg
78
Lee et al (2009) analisaram o polimorfismo GSTM1 associado agrave exposiccedilatildeo intra-
uterina de Hg e o peso ao nascer de crianccedilas de etnia coreana Dentre as 417 gestantes
avaliadas 595 carreavam genoacutetipo nulo sem diferenccedila significativa nas concentraccedilotildees de
Hg no sangue e no cordatildeo umbilical em relaccedilatildeo agravequelas com genoacutetipo selvagem Apesar
disso os autores observaram que as crianccedilas cujas matildees carreavam o genoacutetipo nulo
apresentaram relaccedilatildeo inversa do peso ao nascer com as concentraccedilotildees de Hg no cordatildeo
umbilical Entretanto esta relaccedilatildeo natildeo foi observada nas crianccedilas filhas de matildees com genoacutetipo
selvagem Os pesquisadores afirmaram que este fato pode ser explicado em razatildeo do Hg ser
transferido para o feto atraveacutes da placenta Dessa forma foi demosntrado que o polimorfismo
GSTM1 pode desempenhar papel importante na relaccedilatildeo entre a concentraccedilatildeo de Hg e o peso
ao nascer
Na populaccedilatildeo brasileira a frequecircncia desse polimorfismo tambeacutem eacute elevada
Hatagima et al (2000) avaliaram 658 indiviacuteduos do Rio de Janeiro e 179 de Brasiacutelia e a
frequecircncia do genoacutetipo nulo foi semelhante nas duas populaccedilotildees 46 na populaccedilatildeo carioca e
49 na brasiliense Gattaacutes et al (2004) analisaram a frequecircncia em 594 indiviacuteduos
selecionados na cidade de Satildeo Paulo e 137 homens da aacuterea rural da Bahia A distribuiccedilatildeo do
genoacutetipo nulo avaliado foi mais frequente nos indiviacuteduos brancos (554) que nos pardos
(414) e negros (328) em Satildeo Paulo Na Bahia essa frequecircncia foi de 357
Hiragi et al (2011) determinaram a frequecircncia do polimorfismo em 304 indiviacuteduos
pertencentes a trecircs grupos eacutetnicos diferentes No grupo constituiacutedo por 60 adultos indiacutegenas
55 apresentaram genoacutetipo nulo e no grupo composto por 72 indiviacuteduos afrodescendentes
53 No terceiro grupo que foi formado por 172 indiviacuteduos que residiam no Distrito Federal
63 apresentaram genoacutetipo deletado
Em um estudo com 120 pacientes com diagnoacutestico de diabetes tipo 2 de Goiacircnia (GO)
Pinheiro et al (2013) observaram uma frequecircncia do genoacutetipo nulo de 41 no grupo caso
enquanto no grupo controle foi de 122 Natildeo foi observada qualquer associaccedilatildeo da deleccedilatildeo
com a suscetibilidade agrave doenccedila na populaccedilatildeo estudada apesar de ter sido observada uma
associaccedilatildeo com aumento significativo da glicemia de jejum hemoglobina glicada e pressatildeo
arterial
Anton et al (2010) verificaram a influecircncia do polimorfismo GSTM1 na
susceptibilidade ao cacircncer de mama em 15 mulheres com diagnoacutestico da doenccedila e em 30
mulheres saudaacuteveis atendidas em um hospital do sul do Brasil Foi observado que 467 das
mulheres carreavam o genoacutetipo nulo e 433 das mulheres do grupo controle tambeacutem
apresentaram a deleccedilatildeo do genoacutetipo Os pesquisadores sugeriram que a deleccedilatildeo homozigoacutetica
79
do gene pode estar associada com maior susceptibilidade ao cacircncer de mama na populaccedilatildeo
estudada entretanto mais estudos satildeo necessaacuterios
Possuelo et al (2013) tambeacutem avaliaram a frequecircncia do polimorfismo GSTM1 em 49
pacientes diagnosticadas com cacircncer de mama e 49 mulheres saudaacuteveis A frequecircncia de
alelos nulos foi significativamente maior no grupo caso (588) em comparaccedilatildeo ao grupo
controle (412) sugerindo uma possiacutevel influecircncia deste genoacutetipo na susceptibilidade agrave
doenccedila
Em trabalhos internacionais verificam-se porcentagens semelhantes aos resultados
apresentados Conforme Ginsberg et al (2009) a porcentagem de indiviacuteduos com genoacutetipo
nulo em afro-americanos eacute de 21 em chineses de 58 em japoneses 45 em mexicanos
41 e em caucasianos 53 Segundo Hatagima et al (2000) a porcentagem em ingleses eacute de
545 e em franceses 429
80
6 CONCLUSAtildeO
Pode-se concluir que as mulheres rondonienses residentes em aacuterea urbana considerada
de risco de contaminaccedilatildeo por Hg apresentaram status de Se inferior ao recomendado e
independente do genoacutetipo em relaccedilatildeo ao SNP Pro198Leu no gene da GPx A concentraccedilatildeo de
Hg nos cabelos estava dentro dos limites seguros e natildeo houve relaccedilatildeo com o polimorfismo de
deleccedilatildeo no gene GSTM1 Os referidos polimorfismos tambeacutem natildeo afetaram os biomarcadores
de estresse oxidativo avaliados
81
7 CRONOGRAMA
Atividades Desenvolvidas
(2010 ndash 2015)
2010 - 2011 2012 - 2015
Revisatildeo da Literatura X
Submissatildeo do projeto ao Comitecirc de Eacutetica (CEP) X
Disciplinas (20 Creacuteditos) X X
Preparo dos Materiais para Coleta X
Coleta de Dados X
Anaacutelise do Consumo Alimentar e Antropometria X X
Anaacutelises da enzima GPx X
Anaacutelise de Hemoglobina X
Anaacutelise Determinaccedilatildeo do Hg nos cabelos X
Anaacutelise de Se (Plasma e Eritroacutecito) X
Qualificaccedilatildeo da Tese X
Anaacutelise Estresse Oxidativo (MDA) X
Anaacutelise Estresse Oxidativo (ORAC) X
Determinaccedilotildees dos Polimorfismos Pro198Leu e
GSTM1 X
Tabulaccedilatildeo de Dados X
Anaacutelise Estatiacutestica X
Tese do Doutorado X
Artigo Cientiacutefico X
82
REFEREcircNCIAS
ADAME EM FLOREA D PEacuteREZ LS LOacutePEZ JM LOacutePEZ-GONZAacuteLEZ B
CRUZ AP Deficient selenium status of a healthy adult spanish population Nutricion
Hospitalaria v27 n2 p524-528 2012
AMORIM MI MERGLER D BAHIA MO DUBEAU H MIRANDA D LEBEL J
BURBANO RR LUCOTTE M Cytogenetic damage related to low levels of
methylmercury contamination in the Brazilian Amazon Anais da Academia Brasileira de
Ciecircncias v72 n4 p497ndash507 2000
AMOUROUX DA LISS PSB TESSIER EA HAMREN-LARSSON MB
DONARD OFX Role of oceans as biogenic sources of selenium Earth and Planetary
Science Letters v189 n34 p277-283 2001
ARSOVA-SARAFINOVSKA Z MZTEVSKA N EKEN A PETROVSKI D BANEV
S DZIKOVA S GEORGIEV V SIKOLE A ERDEM O SAYAL A AYDIN A
DIMOVSKI AJ GPx1 genetic polymorfism erytrocyte GPx activity and prostate cacircncer
risk International Urology and Nephrologuy v41 n1 p63-70 2009
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA OBESIDADE E DA SIacuteNDROME
METABOacuteLICA Diretrizes brasileiras de obesidade 20092010 3ed Itapevi AC
Farmacecircutica 2009 83p
AZEVEDO FA Toxicologia do mercuacuterio Satildeo Carlos Rima 2003 292p
BAEYENS WRG EBIGHAUS R VASILIEV OF eds Global and regional mercury
cycles sources fluxes and mass balances Dordrecht Kluwer Academic 1996 563p (NATO
ASI series Partnership sub-series 2 environment v21) [Proceedings of the NATO Advanced
Research Workshop on Regional and Global Mercury Cycles sources fluxes and mass
balances Novosibirsk Russia july 10-14 1995]
BAacuteRAacuteNY E BERGDAHL IA BRATTEBY LE LUNDH T SAMUELSON G
SCHUTZ A SKERFVING S OSKARSSON A Relationship between trace element
concentrations in human blood and serum Toxicology Letters v134 n13 p177ndash184
2002
BASTOS WR GOMES JPO OLIVEIRA RC ALMEIDA R NASCIMENTO EL
BERNARDI JVE LACERDA LD SILVEIRA EG PFEIFFER WC Mercury in the
environment and riverside population in the Madeira River Basin Amazon Brazil Science of
the Total Environment v368 n1 p344-351 2006 [Selected papers from the 7th
International Conference on Mercury as a Global Pollutant Ljubljana Slovenia June 27 - July
2 2004]
BEATON GH 1994 Criteria of an adequate diet In Shils RE Olson JA Shike M eds
Modern Nutrition in Health and Disease 8th edition Philadelphia Lea amp Febiger Pp 1491ndash
1505
BISINOTI MC Biogeoquiacutemica aquaacutetica do mercuacuterio orgacircnico na bacia do Rio Negro
Amazocircnia Campinas 2005 169p Tese de Doutorado ndash Instituto de Quiacutemica - Universidade
Estadual de Campinas
83
BISINOTI MC JARDIM WF O comportamento do metilmercuacuterio (meHg) no ambiente
Quiacutemica Nova v27 n4 p593-600 2004
BOENING DW Ecological effects transport and fate of mercury a general review
Chemosphere v40 n12 p1335-1351 2000
BOISCHIO AA HENSHEL DS Linear regression models of methyl mercury exposure
during prenatal and early postnatal life among riverside people along the upper Madeira river
Amazon Environmental Research v83 n2 p150-161 2000
BORTOLI MC Avaliaccedilatildeo dos niacuteveis sanguiacuteneos do hormocircnio tireiodiano ativo (T3) e do
estado nutricional relativo ao selecircnio de mulheres residentes em aacutereas de exposiccedilatildeo ao
mercuacuterio Satildeo Paulo 2010 130p Tese de Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas
- Universidade de Satildeo Paulo
BRABO ES SANTOS EO JESUS IM MASCARENHAS AF FAIAL KF Niacuteveis
de mercuacuterio em peixes consumidos pela comunidade indiacutegena de Sai Cinza na Reserva
Munduruku Municiacutepio de Jacareacanga Estado do Paraacute Brasil Cadernos de Sauacutede
Puacuteblica v15 n2 p325-332 1999
BRASIL Resoluccedilatildeo CONAMA n5 de 5 de agosto de 1993 Dispotildee sobre o gerenciamento
de resiacuteduos soacutelidos gerados nos portos aeroportos terminais ferroviaacuterios e rodoviaacuterios
(Revogadas as disposiccedilotildees que tratam de resiacuteduos soacutelidos oriundos de serviccedilos de sauacutede pela
Resoluccedilatildeo n35805) Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia n166 31 de agosto de 1993 Seccedilatildeo
1 p12996-12998
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo
Baacutesica Coordenaccedilatildeo geral da Poliacutetica de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo Sisvan antropometria
como pesar e medir Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004
BRENNEISEN P STEINBRENNER H SIES H Selenium oxidative stress and health
aspects Molecular Aspects of Medicine v26 n45 p256-267 2005
BROOKES AJ The essence of SNPs Gene v234 n2 p177-186 1999
BROWN KM ARTHUR JR Selenium selenoproteins and human health a review Public
Health Nutrition v4 n2b p593-599 2001
BURK RF Recent developments in trace element metabolism and function newer roles of
selenium in nutrition Journal of Nutrition v119 n7 p1051-1054 1998
BURIM RV CANALLE R MARTINELLI ALC TAKAHASHI CS Polymorphisms
in glutathione S-transferases GSTM1 GSTT1 and GSTP1 and cytochromes P450 CYP2E1
and CYP1A1 and susceptibility to cirrhosis or pancreatitis in alcoholics Mutagenesis v19
n4 p291ndash298 2004
CAMPOS MS SARKIS JES MULLER RCS BRABO ES SANTOS EO
Correlation between mercury and selenium concentrations in Indian hair from Rondocircnia
State Amazon region Brazil Science of the Total Environment v287 n12 p155-161
2002
84
CANELA MC Determinaccedilatildeo de mercuacuterio a niacutevel de traccedilo aplicaccedilatildeo em amostras de
interesse ambiental Campinas 1995 79p Dissertaccedilatildeo de Mestrado ndash Instituto de Quiacutemica ndash
Universidade Estadual de Campinas
CARDOSO BR ONG TP JACOB-FILHO W JALUUL O FREITAS MI
COZZOLINO SM Nutritional status of selenium in Alzheimerrsquos disease patients Britsh
Journal of Nutrition v103 n6 p803-806 2010
CARDOSO BR ONG TP JACOB-FILHO W JALUUL O FREITAS MI
COMINETTI C COZZOLINO SM Glutathione peroxidase 1 polymorphism in Brazilian
Alzheimers disease patients relations to the enzyme activity and to selenium status Journal
of Nutrigenetic and Nutrigenomics v5 n2 p72-80 2012
CASTRO L FREEMAN BA Reactive oxygen species in human health and disease
Nutrition v17 n2 p161-165 2001
CASTRO NSS LIMA MO Biomarkers of mercury exposure in the Amazon BioMed
Research International v2014 art867069 p1-10 2014 [Review]
CEZAR MRS Avaliaccedilatildeo da exposiccedilatildeo ao mercuacuterio e seus compostos em matildees e seus
receacutem-nascidos em Porto Velho ndash RO Beleacutem 2002 69p Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Nuacutecleo
de Medicina Tropical - Universidade Federal do Paraacute
CINTRA RMGC Biodisponibilidade de selecircnio em dieta regional de Satildeo Paulo Satildeo
Paulo 1990 74p Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas ndash
Universidade de Satildeo Paulo
CHANG JC GUTENMANN WH REID CM LISK DJ Selenium content of Brazil
nuts from two geographic locations in Brazil Chemosphere v30 n4 p801-802 1995
CHARRIER J MAUGARD CM LE MEVEL B BIGNON YJ Allelotype influence at
glutathione S-transferase M1 locus in breast cancer susceptibility British Journal of
Cancer v79 n2 p346-53 1999
CHAUHAN A CHAUHAN V Oxidative stress in autism Pathophysiology v13 n13
p171-181 2006
CHEN CL LIU Q RELLING MV Simultaneous characterization of glutathione S-
transferase M1 and T1 polymorphisms by polymerase-chain reaction in American whites and
blacks Pharmacogenetics v6 n2 p187-191 1996
CHEN C OU L LI B XING L GUANG J TIACHENG W YUXI G PEIQUN Z
MEI L WEI C ZHIFANG C Increased Oxidative DNA Damage as assessed by urinary
8-hidroxy-2 deoxyguanosine concentrations and serum redox status in persons exposed to
mercury Clinical Chemistry v51 n4 p759-767 2005
CHEN H YU M LI M ZHAO R ZHU Q ZHOU W LU M LU Y ZHENG T
JIANQ J ZHAO W XIANG K JIA W LIU L Polymorphic variations in manganese
superoxide dismutase (MnSOD) glutathione peroxidase ndash 1 (GPx 1) and catalase (CAT)
contribuite to elevated plasma triglyceride levels in Chinese patients with type 2 diabetes or
diabetic cardiovascular disease Molecular Cell Biochemistry v363 p85ndash91 2012
85
CHEN Y KAPETANOVIC I CROWELL J IP C MORRISSEY R LYUBIMOV A
Thirteen week oral (Gavage) toxicity study of L-Se-Methylselenocysteine (SeMC) in rats
Toxicological Science v90 n1-S p343 2006
COLOMBO J ROSSIT ARB CAETANO A BORIM AA WORNRATH D
SILVA AE GSTT1 GSTM1 and CYP2E1 genetic polymorphisms in gastric cancer and
chronic gastritis in a Brazilian population World Journal of Gastroenterology v10 n9
p1240ndash1245 2004
COMBS Jr GF WATTS JC JACKSON MI JOHNSON LK ZENG H SCHEETT
AJ UTHUS EO SCHOMBURG L HOEG A HOEFIG CS DAVIS CD
MILNER JA Determinants of selenium status in healthy adults Nutrition Journal v10
p75 2011
COMINETTI C Efeito da suplementaccedilatildeo com castanha do Brasil (Bertholletia excelsa
H B K) sobre o estresse oxidativo em mulheres obesas e sua relaccedilatildeo com o
polimorfismo Pro198Leu no gene da glutationa peroxidase 1 Satildeo Paulo 2010 115p Tese
de Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo
COMINETTI C BORTOLI MC ABDALLA DSP COZZOLINO SMF
Considerations about oxidative stress selenium and nutrigenetics Nutrire v36 n3 p131-
153 2011 [Review]
COMINETTI C BORTOLI MC PURGATTO E ONG TP MORENO FS
GARRIDO Jr BG COZZOLINO SMF Associations between glutathione peroxidase-1
Pro198Leu polymorphism selenium status and DNA damage levels in obese women after
consumption of Brazil nuts Nutrition v27 n9 p891-896 2011
COUTINHO VE Efeito da suplementaccedilatildeo de selecircnio por meio da ingestatildeo de castanhas-
do-Brasil (Bertholletia excelsa HBK) no estado nutricional relativo ao selecircnio de
praticantes de atividade fiacutesica (capoeira) Satildeo Paulo 2001 150p Tese de Doutorado -
Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo
COVAULT J ABREU C KRANZLER H ONCKEN C Quantitative real-time PCR for
gene dosage determinations in microdeletion genotypes BioTechniques v35 n3 p594-
598 2003
COZZOLINO SMF Deficiecircncias de minerais Estudos Avanccedilados v21 n60 p119-126
2007
CRESPO-LOPEZ ME SA AL HERCULANO AM BURBANO RR
NASCIMENTO JLM Methylmercury genotoxicity a novel effect in human cell lines of the
central nervous system Environment International v33 n2 p141ndash146 2007
CUSTODIO HM BROBERG K WENNBERG M JANSSON JH VESSBY B
HALLMANS G STEGMAYR B SKERFVING S Polymorphisms in glutathione-related
genes affect methylmercury retention Archives of Environmental Health v59 n11
p588ndash595 2004
CRESPO-LOacutePEZ ME SANTOS ECO BRABO ES RODRIGUES AR COcircRTES
MIT SILVEIRA LCL Comparative study of human exposure to mercury in riverside
86
communities of Amazon Brazilian Journal of Medical and Biological Research v39 n3
p411-414 2006
CUSTODIO HM HARARI R GERHARDSSON L SKERFVING S BROBERG K
Genetic influences on the retention of inorganic mercury Archives of Environmental amp
Occupational Health v60 n1 p17ndash23 2005
DAVIS CD UTHUS EO Dietary selenite and azadeoxycytidine treatments affect
dimethilhidrazine-induced aberrant crypt formation in rat colon and DNA methylation in HT
ndash 29 cells Journal of Nutrition v132 n2 p292-297 2002
DEJONG JL CHANG CM WHANG-PERNG J KNUTSEN T TU CPD The
human liver glutathione S-transferase gene superfamily expression and chromosome
mapping of Hb subunit cDNA Nucleic Acids Research v16 n17 p8541-8554 1988
DI PIETRO A VISALLI G LA MAESTRA S MICALE R BALUCE B
MATARESE G CINGANO L SCOGLIO ME Biomonitoring of DNA damage in
peripheral blood lymphocytes of subjects with dental restorative fillings Mutation Research
v650 n2 p115ndash122 2008
DOMINGUES J Determinaccedilatildeo de mercuacuterio total em amostras de cabelo e sua relaccedilatildeo
com o desenvolvimento psicomotor de crianccedilas na comunidade de Barreiras Paraacute
Beleacutem 2000 91p Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Nuacutecleo de Medicina Tropical - Universidade
Federal do Paraacute
DONADIO JLS Polimorfismos nos genes da enzima glutationa peroxidase e
biomarcadores do estado nutricional relativo ao selecircnio em populaccedilatildeo adulta de Satildeo
Paulo Satildeo Paulo 2011 75p Disssertaccedilatildeo de Mestrado - Faculdade de Ciecircncias
Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo
DRASCH G MAILAumlNDER S SCHLOSSER C ROIDER G Content of non-mercury-
associated selenium in human tissues Biological Trace Element Research v77 n3 p219-
230 2000
DUMONT E VANHAECKE F CORNELIS R Selenium speciation from food source to
metabolites a critical review Analytical and Bioanalytical Chemistry v385 n7 p1304-
1323 2006
DUSINSKAacute M VALLOVAacute B URSIacuteNYOVAacute M HLADIacuteKOVAacute V SMOLKOVAacute B
WSOacuteLOVAacute L RASLOVAacute K COLLINS AR DNA damageand antioxidants
fluctuations through the year in a central European population group Food and Chemical
Toxicology v40 n8 p1119ndash1123 2002
EGASHIRA EM MIZIARA APB LEONI LAB Grupo do arroz patildeo massa batata e
mandioca PHILIPPI ST org Piracircmide dos alimentos fundamentos baacutesicos da nutriccedilatildeo
2ed Barueri Manole 2014 (Guias de Nutriccedilatildeo e Alimentaccedilatildeo)
EPA (US Environmental Protection Agency) Mercury in Medical Facilities Revised August
2003 Updated 2005
87
ERCAL N GURER-ORHAN H AYKIN-BURNS N Toxic metals and oxidative stress
Part I Mechanisms involved in metal-induced oxidative damage Current Topics in
Medicinal Chemistry v1 n6 p529-539 2001
FABIAN E POLOSKEY P KOacuteSA L ELMADFA I REacuteTHY LA Nutritional
supplements and plasma antioxidants in childhood asthma Wiener Klinische
Wochenschrift v125 n1112 p309ndash315 2013
FADINI PS JARDIM WF Is the Negro River Basin (Amazon) impacted by naturally
occurring mercury Science of the Total Environment v275 n13 p71-82 2001
FAIRWEATHER-TAIT SJ BAO Y BROADLEY MR COLLINGS R FORD D
HESKETH JE HURST R Selenium in human health and disease Antioxidants amp Redox
Signaling v14 n7 p1337-1383 2011
FARELLA N Les fermes familiales de la reacutegion frontiegravere du Tapajoacutes en Amazonie
breacutesilienne relations entre les origines les pratiques agricoles les impacts sur les sols et le
deacuteboisement Montreacuteal 2005 209p Tese de Doutorado ndash Universiteacute Du Queacutebec agrave Montreacuteal
FARIAS LA FAVARO DIT VASCONCELLOS MBA Determinaccedilatildeo de mercuacuterio e
metilmercuacuterio em amostras de cabelo e peixes Revista do Instituto Adolfo Lutz v68 n3
p451-460 2009
FARIAS LA SANTOS NR FAVARO DIT BRAGA ES Mercuacuterio total em cabelo de
crianccedilas de uma populaccedilatildeo costeira Cananeacuteia Satildeo Paulo Brasil Cadernos de Sauacutede
Puacuteblica v24 n10 p2249-2256 2008
FARIAS LA Avaliaccedilatildeo do conteuacutedo de mercuacuterio metilmercuacuterio e outros elementos de
interesse em peixes e em amostras de cabelos e dietas de preacute-escolares da Regiatildeo
Amazocircnica Satildeo Paulo 2006 233p Tese de Doutorado ndash Instituto de Pesquisas Energeacuteticas e
Nucleares - Universidade de Satildeo Paulo
FARIAS LA FAacuteVARO DIT MAIHARA VA VASCONCELOS MBA
YUYAMA LK AGUIAR JPL ALENCAR FH Assessment of daily dietary intake of
Hg and some essential elements in diets of children from the Amazon region Journal of
Radioanalytical and Nuclear Chemistry v270 n1 p217-223 2006
FOLVEN KI GLOVER CN MALDE MK LINDEBEYE AK Does selenium modify
neurobehavioral impacts of developmental methylmercury exposure in mice Environmental
Toxicology and Pharmacology v28 n1 p111-119 2009
FORD M DELANEY KA LING L ERICKSON T Clinical toxicology Philadelphia
W B Saunders 2001 p737ndash742
FORSBERG L DE FAIRE U MARKLUND SL ANDERSSON PM STEGMAYR
B MORGENSTERN R Phenotype determination of a common Pro-Leu polymorphism in
human glutathione peroxidase 1 Blood Cells Molecules amp Diseases v26 n5 p423-426
2000
FOSBERG L DE FAIRE U MORGENSTERN R Low yield of polymorphisms from
EST blast searching analysis of genes related to oxidative stress and verification of the
P197L polymorphism in GPX1 Human Mutation v13 n4 p294-300 1999
88
FOX T FAIRWEATHER-TAIT SJ Selenium In HURRELL R ed The mineral
fortification of foods Leatherhead Leatherhead Publishing 1999 v2 p1-44 (A
Leatherhead Food RA publication)
FRISANCHO AR Anthropometric standards for the assessment of growth and
nutritional status Ann Arbor University of Michigan Press 1990 189p
GAacuteC P PAWLAS N POREBA R POREBA M MARKIEWICZ-GOacuteRKA I
JANUSZEWSKA L OLSZOWY Z PAWLAS K Interaction between blood selenium
concentration and a levels of oxidative stress and antioxidative capacity in healthy children
Environmental Toxicology and Pharmacology v39 n1 p137-144 2014
GAILER J GRAHAM NG PICKERING IJ MADDEN S PRINCE RC YU EY
DENTON MB YOUNIS HS APOSHIAN HV Structural Basis of the Antagonism
between Inorganic Mercury and Selenium in mammals ChemResToxicol 2000 13-1135-
1142
GALAN-CHILET I TELLEZ-PLAZA M GUALLAR E MARCO G LOPEZ-
IZQUIERDO R GONZALEZ-MANZANO I TORMOS MC MARTIN-NUNtildeEZ GM
ROJO-MARTINEZ G SAEZ GT MARTIacuteN-ESCUDERO JC REDON J JAVIER-
CHAVES F Plasma selenium and oxidative stress biomarkers a gene-environment
interaction population based study Free Radical Biology and Medicine v74 p229-236
2014
GALVAtildeO RCF BERNARDI JVE ALMEIDA R BASTOS WR GOMES JPO
Relaccedilatildeo espacial do mercuacuterio e elementos traccedilos em sedimento de fundo no Alto Rio
Madeira In SEMINAacuteRIO DE RECURSOS HIacuteDRICOS DA BACIA HIDROGRAacuteFICA DO
PARAIacuteBA DO SUL O EUCALIPTO E O CICLO HIDROLOacuteGICO 1 Taubateacute 2007
Anais Taubateacute IPABHi 2007 p51-57
GANTHER HE SUNDE ML Factors in fish modifying methylmercury toxicity and
metabolism Biological Trace Element Research v119 n3 p221-233 2007
GATTAacuteS GHF KATO M SOARES-VIEIRA JA SIRAQUE MS KOHLER P
GOMES L REGO MAV BYDLOWSKI SP Ethnicity and glutathione S-transferase
(GSTM1 GSTT1) polymorphisms in a Brazilian population Brazilian Journal of Medical
and Biological Research v37 n4 p451-458 2004
GINSBERG G SMOLENSKI S HATTIS D GUYTON KZ JOHNS DO
SONAWANE B Genetic polymorphism in glutathione transferases (GST) population
distribution of GSTM1 T1 and P1 conjugating activity Journal of Toxicology and
Environmental Health Part B Critical Reviews v12 n56 p389-439 2009
GONZAGA IB MARTENS A COZZOLINO SMF Selecircnio In COZZOLINO SMF
org Biodisponibilidade de nutrientes 2ed Barueri Manole 2007 Cap28 p575-613
GONZAGA IB Avaliaccedilatildeo nutricional relativa ao selecircnio em crianccedilas com dieta
enriquecida de castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa L) Satildeo Paulo 2002 157p Tese
de Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo
GONZAGA IB MARTENS A COZZOLINO SMF Selecircnio In COZZOLINO SMF
org Biodisponibilidade de nutrientes Barueri Manole 2005 cap26 p539-577
89
GREGUS Z GYURASICS AI CSANAKY I PINTER Z Effects of methylmercury and
organic acid on the disposition of exogenous selenium in rats Toxicology and Applied
Pharmacology v174 n2 p177ndash187 2001
GRYGIEL-GOacuteRNIAK B MARCINKOWSKA J SZCZEPANIK A PRZYSLAWSKI J
Nutritional habits and oxidative stress in postmenopausal age Polskie Archiwum Medycyny
Wewnetrznej v124 n6 p298ndash305 2014
GUNDACKER C KOMARNICKI G ZOumlDL B FORSTER C SHUSTER E
WITTMANN K Whole blood mercury and selenium concentrations in a selected Austrian
population Does gender matter Science of the Total Environment v372 n1 p76-86
2006
GUNDACKER C KOMARNICKI G JAGIELLO P GENCIKOVA A DAHMEN N
WITTMANN KJ GENCIK M Glutathione-S-transferase polymorphism metallothionein
expression and mercury levels among students in Austria Science of the Total
Environment v385 n13 p37-47 2007
HACON SS DOacuteREA JG FONSECA MF OLIVEIRA BA MOURAtildeO DS RUIZ
CMV GONCcedilALVES RA MARIANI CF BASTOS WR The influence of chances in
lifestyle and mercury exposure in riverine populations of the Madeira River (Amazon Basin)
near a hydroelectric project International Journal of Environmental Research and Public
Health v11 n3 p2437-2455 2014
HALLIWELL B CHIRICO S Lipid peroxidation its mechanisms measurement and
significance American Journal and Clinical Nutrition v57 n5 suppl p715S-725S
1993
HAMANASHI T FURUTA H KATO H DOI A TAMAI M SHIMOMURA H
SAKAGASHIRA S NISHI M SASAKI H SANKE T NANJO K Functional variants
in the glutathione peroxidase-1 (GPx-1) gene are associated with increased intima-media
thickness of carotid arteries and risk of macrovascular disease in Japanese type 2 diabetic
patients Diabetes v53 n9 p2455-2460 2004
HARADA M NAKANISHI J YASODA E PINHEIRO MCN OIKAWA TAG
GUIMARAcircES GA CARDOSO BS KIZAKI T OHNO H Mercury pollution in the
Tapajos River basin Amazon mercury level of head hair and health effects Environment
International v27 n4 p285ndash290 2001
HATAGIMA A KLATAU-GUIMARAtildeES MZ SILVA FP CABELLO PH
Glutathione S-transferase M1 (GSTM1) polymorfism in two Brazillian populations Genetics
and Molecular Biology v23 n4 p709-713 2000
HERBETTE S ROECKEL-DREVET P DREVET JR Seleno-independent glutathione
peroxidases more than simple antioxidant scavengers FEBS Journal v274 n9 p2163-
2180 2007
HERCULANO AM CRESPO-LOacutePEZ ME LIMA SMA PINCANCcedilO DINIZ
DLW NASCIMENTO JLM Methylmercury intoxication activates nitric oxide synthase
in chick retinal cell culture Brazilian Journal of Medical and Biological Research v39
n3 p415ndash418 2006
90
HOLBEN DH SMITH AM The diverse role of selenium within selenoproteins a review
Journal of the American Dietetic Association v99 n7 p836-843 1999
HORVAT M BAEYENS W EBINGHAUS R VASILIEV O Mercury analysis and
speciation in environmental samples In NATO ASI SERIES 2 ENVIRONMENT global and
regional mercury cycles sources fluxes and mass balances Novosibirsk 1996 Kluwer
1996 p1-31
HU YJ DIAMOND AM Role of glutathione peroxidase 1 in breast cancer loss of
heterozygosity and allelic differences in the response to selenium Cancer Research v63
n12 p3347-3351 2003
HSIEH YY SHEN WS LEE LY WU TL NING HC SUN CF Long-term
changes in trace elements in patients undergoing chronic hemodialysis Biological Trace
Element Research v109 n2 p115-121 2006
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Atlas do Censo demograacutefico 2010 Rio de
Janeiro IBGE 2013 Disponiacutevel em httpbibliotecaibgegovbrvisualizacaolivrosliv64529_capa_sumpdf
Acesso em 02 Jan 2015
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Censo demograacutefico 2010 caracteriacutesticas
da populaccedilatildeo e dos domiciacutelios resultados do universo Rio de Janeiro IBGE 2011 270p Disponiacutevel em
httpbibliotecaibgegovbrvisualizacaoperiodicos93cd_2010_caracteristicas_populacao_domiciliospdf
Acesso em 02 Jan 2015
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Estimativas da populaccedilatildeo residente no
Brasil e unidades da Federaccedilatildeo com data de referecircncia em 1ordm de julho de 2014 2014 8p Disponiacutevel em
ftpftpibgegovbrEstimativas_de_PopulacaoEstimativas_2014nota_metodologica_2014pdf Acesso em 02
Jan 2015
INSTITUTE OF MEDICINE (United States) Dietary reference intakes for vitamin C
vitamin E selenium and carotenoides Washington National Academy Press 2000 529p
INTERNATIONAL PROGRAM ON CHEMICAL SAFETY UNITED NATIONS
ENVIRONMENT PROGRAMME WORLD HEALTH ORGANIZATION
Methylmercury Geneva World Health Organization 1990 v118 144p (Methylmercury in
environmental health criteria 101)
INSTITUTE OF MEDICINE (United States) Introduction to dietary reference intakes In
______ Dietary reference intakes for vitamin C vitamin E selenium and carotenoides
Washington National Academy Press 2000 cap1 p21-34
INTERNATIONAL PROGRAM ON CHEMICAL SAFETY UNITED NATIONS
ENVIRONMENT PROGRAMME WORLD HEALTH ORGANIZATION
Methylmercury Geneva World Health Organization 1990 v118 144p (Methylmercury in
environmental health criteria 101)
INSTITUTE OF MEDICINE (United States) Nutrient assessment of individuals statistical
foundations In ______ Dietary reference intakes applications in dietary assessment
Washington National Academy 2000 append B p185-210
91
JABLONSKA E GROMADZINSKA J RESZKA E WASOWICZ W SOBALA W
SZESZENIA-DABROWSKA N BOFFETTA P Association between GPx1 Pro198Leu
polymorphism GPx1 activity and plasma selenium concentration in humans European
Journal of Nutrition v48 n6 p383ndash386 2009
JAFFEacute WG RUPHAEL MD MONDRAGON MC CUEVAS MA Estudio cliacutenico e
bioquiacutemicos em nintildeos escolares de uma zona seleniacutefera Archivos Latinoamericanos de
Nutricioacuten v22 n4 p595-611 1972
JAIN M KUMAR S RASTOGI N LAL P GHOSHAL UC TIWARI A PANT
MC BAIQ MQ MITTAL B GSTT1 GSTM1 and GSTP1 genetic polymorphisms and
interaction with tobacco alcohol and occupational exposure in esophageal cancer patients
from North India Cancer Letters v242 n1 p60ndash67 2006
JONES DP Redefining oxidative stress forum review Antioxidants amp Redox Signaling
v8 n910 p1865-1879 2006
KAUWELL GPA Emerging concepts in nutrigenomics a preview of what is to come
Nutrition in Clinical Practice v20 n1 p75-87 2005
KARUNASINGLE N HAN DY ZHU S YU J LANGE K DUAN H MEDHORA
R SINGH N KAN J ALZAHER W CHEN B KO S TRIGGS CM FERGUSON
LR Serum selenium and single-nucleotide polymorphisms in genes for selenoproteins
relationship to markers of oxidative stress in men from Auckland New Zealand Genes amp
Nutrition v7 n2 p179-190 2012
KLAUTAU-GUIMARAtildeES MN DrsquoASCENCcedilAtildeO R CALDART FA GRISOLIA CK
SOUZA JR BARBOSA AC CORDEIRO CMT FERRARI I Analysis of genetic
susceptibility to mercury contamination evaluated through molecular biomarkers in at-risk
Amazon Amerindian populations Genetics and Molecular Biology v28 n4 p827-832
2005
KO WS GUO CH YEAH MS LIN LY HSU GS CHEN PC LUO MC LIN
CY Blood micronutrient oxidative stress and viral lood in patients with chronic hepatitis C
World Journal of Gastroenterology v14 n30 p4697ndash4702 2005
KOumlHRLE J The trace element selenium and the thyroid gland Biochimie v81 p527-533
1999
KOumlHRLE J FLOHEacute BR BOCK A GARTNER R MEYER O FLOHEacute L Selenium
in biology facts and medical perspectives Biological Chemistry v381 n910 p849-864
2000
KRISHNAN S RANI P Evaluation of selenium redox statusand their association with
plasma amyloidtau in Alzheimerrsquos disease Biological Trace Element Research v158 n2
p158ndash165 2014
KUZUYA M ANDO F IGUCHI A SHIMOKATA H Glutathione peroxidase 1
Pro198Leu variant contributes to the metabolic syndrome in men in a large Japanese cohort
American Journal of Clinical Nutrition v87 n6 p1939ndash1944 2008
92
LACERDA LD Distribuiccedilatildeo e comportamento do mercuacuterio no ambiente Amazocircnico In
HACON S LACERDA LD PFEIFFER WC CARVALHO D orgs Riscos e
consequecircncias do uso do mercuacuterio Rio de Janeiro Ministeacuterio da Sauacutede FINEP IBAMA
CNPQ 1990 p80-90 [Seminaacuterio Nacional ldquoRiscos e Consequumlecircncias do Uso do Mercuacuteriordquo
de 12 a 15 de setembro de 1989 Brasilia - DF]
LAumlRSTAD M LJUNGKVIST G OLIN AC TOREacuteN K Determination of
malondialdehyde in breath condensate by high-performance liquid chromatography with
fluorescence detection Journal of Chromatography B Analytical Technologies in the
Biomedical and Life Sciences v766 n1 p107-114 2002
LEE BE HONG YC PARK H HA M KOO BS CHANG N ROH YM KIM
BN KIM YJ KIM BM JO SJ HA EH Interaction between GSTM1GSTT1
polymorphism and blood mercury on birth weight Environmental Health Perspectives
v118 n3 p437-443 2010
LEI XG CHENG W McCLUNG JP Metabolic regulation and function of glutathione
peroxidase-1 Annual Review of Nutrition v27 p41-61 2007
LEMIRE M FILLION M FRENETTE BT PASSOS CJS GUIMARAtildeES JRD
BARBOSA Jr F MERGLER D Selenium from dietary sources and motor functions in the
Brazilian Amazon Neurotoxicology v32 n6 p944-953 2011
LEMIRE M FILLION M FRENETTE BT MAYER A PHILIBERT A PASSOS
CJS GUIMARAtildeES JR BARBOSA FJ MERGLER D Selenium and mercury in the
Brazilian Amazon opposing influences on age-related cataracts Environmental Health
Perspectives v118 n11 p1584-1589 2010
LEMIRE M MERGLER D FILLION M PASSOS CJS GUIMARAtildeES JRD
DAVIDSON R LUCOTTE M Elevated blood selenium levels in the Brazilian Amazon
Science of the Total Environment v366 n1 p101-111 2006
LEMIRE M MERGLER D HUEL G PASSOS CJS FILLION M PHILIBERT A
GUIMARAtildeES JR RHEAULT I BORDUAS J NORMAND G Biomarkers of selenium
status in the Amazonian context blood urine and sequential hair segments Journal of
Exposure Science amp Environmental Epidemiology v19 n2 p213-222 2009
LETAVAYOVAacute L VLCKOVAacute V BROZMANOVAacute J Selenium from cancer
prevention to DNA damage Toxicology v227 n12 p1-14 2006
LINDBERG A BJORNBERG KA VAHTER M BERGLUNG M Exposure to
methylmercury in non-fish eating people in Sweden Environmental Research v96 n1
p28-33 2004
LIVAK KJ FLOOD SJA MARMARO J GIUSTI W DEETZ K Oligonucleotides
with fluorescent dyes at opposite ends provide a quenched probe system useful for detecting
PCR product and nucleic acid hybridization PCR Methods and Applications v4 n6
p357-362 1995
MAIA CSC O selecircnio e a glacircndula tireoacuteide um estudo em pacientes portadores de
disfunccedilotildees tireoidianas nos estados do Cearaacute e Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2008 117p Tese de
Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo
93
MANNERVICK B The isoenzymes of glutathione transferase Advances in Enzymology
and Related Areas of Molecular Biology v57 p357-417 1985
MARQUES RC Avaliaccedilatildeo da exposiccedilatildeo ao mercuacuterio e seus compostos sobre o
desenvolvimento neuropsicomotor em crianccedilas de Porto Velho-RO Beleacutem 2002 102p
Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Nuacutecleo de Medicina Tropical - Universidade Federal do Paraacute
MARQUES RC DOacuteREA JG BASTOS WR REBELO MF FONSECA MF
MALM O Maternal mercury exposure and neuro-motor development in breastfed infants
from Porto Velho (Amazon) Brazil Int J Hyg Environ Health v210 p51ndash60 2007 Int
J Environ Res Public Health 2013
MARQUES RC BERNARDI JVE DOREA JG BRANDAtildeO KG BUENO L
LEAtildeO RS MALM O Fish consumption during pregnancy mercury transfer and birth
weight along Madeira River basin in Amazonia International Journal of Environmental
Research and Public Health v10 n6 p2150-2163 2013
MARTENS AVS COZZOLINO SMF Mapeamento da distribuiccedilatildeo de selecircnio em
territoacuterio brasileiro por meio da anaacutelise de alimentos nativos feijatildeo (fascolos vulgaris L) e
carne bovina para o consumo humano e aacuteguas e solo oriundos Satildeo Paulo FAPESP 2002
Processo n0011578-3 [Relatoacuterio Cientifiacuteco]
MARTENS IBG MARTENS A COZZOLINO SMF Selecircnio In COZZOLINO
SMF org Biodisponibilidade de nutrientes 4ed Barueri Manole 2012 p721-765
MEECH JA VEIGA MM THOMASNS D Emissions and stability of mercury in the
Amazon Canadian Metallurgical Quarterly v36 n4 p231-239 1997
MIRETZKY P BISINOTI MC JARDIM WF Sorption of mercury (II) in Amazon soils
from column studies Chemosphere v60 n11 p1583-1589 2005
MORADI M EFYEKHARI MH TALEI A FARD ARA Comparative study of
selenium concentration and glutathione peroxidase activity in normal and breast cancer
Public Health Nutrition v12 n1 p59-63 2009
MORAIS LMTS CARDOSO FILHO C LOURENCcedilO GJ SHINZATO JY
ZEFERINO LC LIMA CSP GURGEL MSC Caracteriacutesticas mamograacuteficas do cacircncer
de mama associadas aos polimorfismos GSTM1 e GSTT1 Revista da Associaccedilatildeo Meacutedica
Brasileira v54 n1 p61-66 2008
MUCCI A MONTGOMERY S LUCOTTE M PLOURDE Y PICHET P VANTRA
H Mercury remobilization from flooded soils in a hydroelectric reservoir of Northern
Quebec La Grande-2 results of a soil resuspension experiment Canadian Journal of
Fisheries and Aquatic Sciences v52 n11 p2507-2517 1995
NAGANUMA A ANDERSON ME MEISTER A Cellular glutathione as a determinant
sensitivity to mercury chloride prevention of toxicity by giving glutathione monoester
Biochemical Parmacology v40 n4 p693-697 1990
NAVARRO-ALARCON M CABRERA-VIQUE C Selenium in food and the human body
a review Science of the Total Environment v400 n13 p115-141 2008
94
NAVARRO-ALARCON M LOacutePEZ-MARTINEZ MC Essentiality of selenium in the
human body relationship with different diseases Science of the Total Environment v249
n13 p347-371 2000
NATIONAL RESEARCH COUNCIL Nutrient requeriments of dairy cattle 7ed
Washington National Academy Press 2001381p
NISHIMURA LS Polimorfismo Pro198Leu no gene para a enzima antioxidante
dependente de selecircnio glutationa peroxidase 1 e risco de cacircncer epidermoide da cavidade
oral e orofaringe 2010 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncia dos Alimentos) ndash Faculdade
de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010
OLUSI SO Obesity is independent risk factor for plasma lipid peroxidation and depletion of
erythrocyte cytoprotectic enzymes in humans International Journal of Obesity and
Related Metabolic Disorders v26 n9 p1159ndash1164 2002
ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Elementos traccedilo na nutriccedilatildeo e sauacutede humana
Satildeo Paulo Roca 1998 p63-91
ORTUNtildeO J ROS G PERIAGO MJ MARTINEZ C LOPEZ G RODRIGO J
Importacircncia nutricional del selenio Archivos Latinoamericanos de Nutricioacuten v47 n1
p6-13 1997
PAGLIA DE VALENTINE WN Studies on the quantitative and qualitative
characterization of erythrocyte glutathione peroxidase Journal of laboratory and clinical
medicine v70 n1 p158-169 1967
PAPP LV LU J HOLMGREN A KHANNA KK From selenium to selenoproteins
synthesis identity and their role in human health Antioxidants amp Redox Signaling v9 n7
p776-796 2007
PARADIS S WHEATLEY B BOSWELL-PURDY J BEacuteLISLE D COLE M
LICKERS H HAYTON A DAVIES K Mercury contamination through fish
consumption a model for predicting and preventing hazardous behavior on a community
level Mercury as a Global Pollutant Human Health Issues v97 p147-158 1997
PARK SK KANG D NOH DY LEE KM KIM SU CHOI JY CHOI IM
AHN SH CHOE KJ HIRVONEN A STRICKLAND PT YOO KY Reproductive
factors glutathione S-transferase M1 and T1 genetic polymorphism and breast cancer risk
Breast Cancer Research and Treatment v78 n1 p89-96 2003
PASSOS CJ MERGLER D GASPAR E MORAIS S LUCOTT M LARRIBE F
DAVIDSON R GROSBOIS S Eating tropical fruit reduces mercury exposure from fish
consumption in the Brazilian Amazon Environmental Research v93 n2 p123-130 2003
PASSOS CJ MERGLER D LEMIRE M FILLION M GUIMARAtildeES JR Fish
consumption and bioindicators of inorganic mercury exposure Science of the Total
Environment v373 n1 p68ndash76 2007
PASCALICCHIO AAE Contaminaccedilatildeo por metais pesados sauacutede puacuteblica e medicina
ortomolecular Satildeo Paulo Annablume 2002 132p
95
PEROTTONI J LOBATO LP SILVEIRA A ROCHA JBT EMANUELLI T Effects
of mercury and selenite on D-aminolevulinate dehydratase activity and on selected oxidative
stress parameters in rats Environmental Research v95 n2 p166-173 2004
PINHEIRO MCN GUIMARAtildeES GA NAKANISHI J OIKAWA T VIEIRA JL
QUARESMA M CARDOSO B AMORAS W Avaliaccedilatildeo da contaminaccedilatildeo mercurial
mediante anaacutelise do teor de Hg total em amostras de cabelo em comunidades ribeirinhas do
Tapajoacutes Paraacute Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v33 n2
p181-194 2000
PINHEIRO MCN MACCHI BM VIEIRA JLF OIKAWA T AMORAS WW
GUIMARAtildeES GA COSTA CA CRESPO-LOacutePEZ ME HERCULANO AM
SILVEIRA LC NASCIMENTO JL Mercury exposure and antioxidant defenses in
women a comparative study in the Amazon Environmental Research v107 n1 p53ndash59
2008
PINHEIRO MCN MULLER RCS SARKIS JE VIEIRA JLF OIKAWA T
GOMES MSV GUIMARAtildeES GA NASCIMENTO JLM SILVEIRA LCL
Mercury and selenium concentrations in hair samples of women in fertile age from Amazon
riverside communities Science of the Total Environment v349 n13 p284-288 2005
PINHEIRO DS ROCHA FILHO CR MUNDIM CA MARCO Jr P ULHOA CJ
REIS AAS GHEDINI PC Evaluation of glutathione S-transferase GSTM1 and GSTT1
deletion polymorphisms on type-2 diabetes mellitus risk PLoS One v8 n10 arte76262
p1-5 2013
PIRES LV Efeito da suplementaccedilatildeo com castanha-do-Brasil (Bertholletia excelsa
HBK) na expressatildeo gecircnica de citocinas inflamatoacuterias e sua relaccedilatildeo com o estresse
oxidativo e pacientes com diabetes mellitus tipo 1 Satildeo Paulo 2012 130p Tese de
Doutorado ndash Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo
POSSUELO LG PERACcedilA CF EISENHARDT MF DOLTO ML CAPPELLETTI
L FOLETTO E VALIM ARM Polymorphisms of GSTM1 and GSTT1 genes in breast
cancer susceptibility a case-control study Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetriacutecia
v35 n12 p569-574 2013
PRIOR RL HOANG H GU L WU X BACCHIACA M HOWARD L
HAMPSCH-WOODILL M HUANG D OU B JACOB B Assays for hydrophilic and
lipophilic antioxidant capacity (oxygen radical absorbance capacity (ORACFL)) of plasma
and other biological and food samples Journal of Agricultural and Food Chemistry v51
n11 p3273-3279 2003
RAVN-HAREN G OLSEN A TJONNELAND A DRAGSTED LO NEXO BA
WALLIN H OVERVAD K RASCHOU-NIELSENL O VOGEL U Associations
between GPx 1 Pro198Leu polymorphism erythrocyte GPx activity alcohol consumption and
breast cancer risk in a prospective cohort study Carcinogenesis v27 n4 p820-825 2006
RAYMAN MP The importance of selenium to human health Lancet v356 n9225 p233-
241 2000
RAYMOND LJ RALSTON NVC Mercury selenium interactions and health
implications Seychelles Medical and Dental Journal v7 n1 spiss p72-77 2004
96
REILLY C Selenium in food and health London Blackie Academic and Professional
1996 338p
REZAEI Z JAMSHIDZADEH A SANATI E A rapid and sensitive method for the
determination of malondialdehyde as its hydralazine derivative in human plasma using high
performance liquid chromatography Analytical Methods v5 n12 p2995-2999 2013
RICHIE Jr JP MUSCAT JE ELLISION I CALCAGNOTTO A KLEINMAN W
EL-BAYOUMY K Association of selenium status and blood glutathione concentrations in
blacks and whites Nutrition and Cancer v63 n3 p367ndash375 2011
RIDNOUR LA ISENBERG JS ESPEY MG THOMAS DD ROBERTS DD Nitric
oxide regulates angiogenesis through a functional switch involving thrombospondin-1
Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America v102
n37 p13147-13152 2005
ROCHA AV Estado nutricional relative ao selecircnio de crianccedilas residentes em duas
localidades de Rondocircnia Amazocircnia Ocidental Satildeo Paulo 2009 109p Dissertaccedilatildeo de
Mestrado ndash Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas ndash Universidade de Satildeo Paulo
ROCHA AV CARDOSO BR COMINETTI C BUENO RB BORTOLI MC
FARIAS LA FAVARO DIT CAMARGO LMA COZZOLINO SMF Selenium
status and hair mercury leves in riverine children from Rondocircnia Amazonia Nutrition v30
n11-12 p1318-1323 2014
SAacute AL HERCULANO AM PINHEIRO MC SILVEIRAS LCL NASCIMENTO
JLM CRESPO-LOacutePEZ ME Exposiccedilatildeo humana ao mercuacuterio na regiatildeo oeste do Estado do
Paraacute Revista Paraense de Medicina v20 n1 p19-25 2006
SAMPAIO DS LUCOTTE M ROULET HP MERGLER D CROSSA M Mercuacuterio
nos peixes do Rio Tapajoacutes Amazocircnia brasileira InterfacEHS v1 n1 art 6 p1-31 2006
Disponiacutevel em
httpwwwunitesuqamcagmfcarusodoccarusosampaiosampaio_et_al_2006pdf Acesso
em 24 Dez 2014
SANTOS KMO AQUINO RC Grupo dos oacuteleos e gorduras In PHILIPPI ST Piracircmide
dos alimentos fundamentos baacutesicos da nutriccedilatildeo 2ed Barueri Manole 2014 p251-303
SANTOS LB Polimorfismo Pro198Leu no gene que codifica para glutationa
peroxidase 1 e sua relaccedilatildeo com o estado nutricional relativo ao selecircnio de uma populaccedilatildeo
adulta residente no municiacutepio de Fortaleza Cearaacute 201393f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash
Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2013
SAVASKAN NE UFER C KUHN H BORCHERT A Molecular biology of
glutathione peroxidase 4 from genomic structure to developmental expression and neural
function Biological Chemistry v388 n10 p1007ndash1017 2007
SCHMIDT MI DUNCAN BB SILVA GA MENEZES AM MONTEIRO CA
BARRETO SM CHOR D MENEZES PR Doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis no
Brasil carga e desafios atuais 2011 (Sauacutede no Brasil 4) Disponiacutevel em
httpdownloadthelancetcomflatcontentassetspdfsbrazilbrazilpor4pdf Acesso em 10 Jan
2015
97
SCHORK NJ FALLIN D LANCHBURY J Single Nucleotide Polymorphisms and the
future of genetic epidemiology Clinical Genetics v58 n4 p250-264 2000
SILVA JJRF WILLIAMS RJP The biological chemistry of the elements the
inorganic chemistry of life Oxford Oxford University Press New York Clarendon Press
1993 561p
SITTA A VANZIN CS BIANCINI GB MANFREDINI V OLIVEIRA AB
WAYHS CA RIBAS GO GIUGLIANI L SCHWARTZ IV BOHRER D
GARCIA SC WAJNER M VARGAS CR Evidence that L-carnitine and selenium
supplementation reduces oxidative stress in phenylketonuric patients Cellular and
Molecular Neurobiology v31 n3 p429ndash436 2011
SKOOG DA HOLLER FJ NIEMAN TA Princiacutepios de anaacutelise instrumental 5ed
Satildeo Paulo Bookman 2002 836p
SMOLKOVAacute B DUSINSKAacute M RASLOVAacute K BARANCOKOVAacute M
KAZIMIacuteROVAacute A HORSKAacute A SPUSTOVAacute V COLLINS A Folate levels determine
effect of antioxidant supplementation on micronuclei in subjects with cardiovascular risk
Mutagenesis v19 n6 p469ndash476 2004
SOUZA JR BARBOSA AC Contaminaccedilatildeo por Hg e o caso da Amazocircnia Quiacutemica Nova
na Escola n12 p23-25 2000
SOUZA ML MENEZES HC Processamentos de amecircndoa e torta de castanhandashdondashBrasil e
farinha de mandioca paracircmetros de qualidade Ciecircncia Tecnologia e Alimentos v24 n1
p120-128 2004
STEUERWALD U WEIHE P JORGENSEN PJ BJERVE K BROCK J HEINZOW
B BUDTZ-JORGENSEN E GRANDJEAN P Maternal seafood diet methylmercury
exposure and neonatal neurologic function Journal of Pediatrics v136 n5 p599-605
2000
STOCKLER-PINTO MB FARAGE NE BOAVENTURA GT COZZOLINO SM
Effect of Brazil nut supplementation on the blood levels of selenium and glutathione
peroxidase in hemodialysis patients Nutrition v26 n1112 p1065ndash1069 2010
SLATER B MARCHIONI DL FISBERG RM Estimando a prevalecircncia da ingestatildeo
inadequada de Nutrientes Rev Sauacutede Puacuteblica v33 n4 p599-605 2004
SUZEN HS GUCYENER E SAKALLI O UCKUN Z KOSE G USTEL D
DUYDU Y CAT C-262T and GPx 1 Pro198Leu polimorphisms in a Turkish population
Molecular Biology Reports v37 n1 p87-92 2010
TAKEUCKI T ETO K The pathology of Minamata disease a tragic story of water
pollution Kyushu Kyushu University Press 1999 310p
TAPIERO H TOWNSEND DM TEW KD The antioxidant role of selenium and seleno-
compounds Biomedicine amp Pharmacotherapy v57 n34 p134ndash144 2003
TINKOV AA SKALNAYA MG DEMIDOV VA SEREBRYANSKY EP
NIKONOROV AA SKALNY AV Hair mercury association with selenium serum lipid
98
spectrum and gama-glutamyl transferase activity in adults Biological Trace Element
Research v161 n3 p255-262 2014
UNITED NATIONS Enviroment Programme Chemicals Impacts of mercury on the
environment In ______ Global mercury assessment Geneva UNEP 2002 cap5 p73-
86
UNITED STATES Department of Health and Human Services Public Heath Services
Agency for Toxic Substances and Disease Registry Toxicological Profile for Mercury
Atlanta ATSDR 1999 676p
VAN DAEL P DEELSTRA H Selenium International Journal for Vitamin and
Nutrition Research v63 n4 p312-316 1993
VIVANCO RHC MENGE FGW BARRIGA PAC Variaciones de la fragilidad
osmoacutetica eritrocitaria en bovinos a pastoreo sobre praderas con bajo contenido de selenio y
suplementados o no con selecircnio Revista Cientiacutefica vXVI n3 p227-231 2006
WIDERSTEN M PEARSON WR ENGSTROEM A MANNERVIK B Heterologous
expression of the allelic variant μ-class glutathione transferases μ and ψ Biochemical
Journal v276 n2 p519-5241991
WILLETT WC Inssues in analysis and presentation of dietary data In ______ Nutritional
epidemiology 2ed New York Oxford University Press 1998 p321ndash345 (Monographs in
epidemiology and biostatistics 30)
WILLET WCHOWE GR KUSHI LH Adjustment for total energy in epidemiologic
studies Am J Clin Nutr v65 p1220-28 1997
WILLET W STAMPFER M Implications of total energy intake for epidemiologic
analyses In Willet WC Nutrition epidemiology 2 ed New York Oxford University Press
p514 1998
WORLD HEALTH ORGANIZATION Obesity preventing and managing the global
epidemic report of a WHO consultation on obesity Geneva World Health Organization
2000 p256 (WHO Obesity Technical Report Series n284)
XU S WANG Y ROE B PEARSON WR Characterization of the human class Mu
glutathione S-transferase gene cluster and GSTM1 deletion Journal of Biological
Chemistry v273 n6 p3517-3527 1998
YANG GQ WANG SZ ZHAU RH SUN SZ Endemic selenium intoxication of
humans in China American Journal of Clinical Nutrition v37 n5 p872-881 1983
ZACHARA BA UKLEJA-ADAMOWICZ M NARTOWICZ E LECKA J Increased
plasma glutathione peroxidase activity in patients with acute myocardial infarction Medical
Science Monitor v7 n3 p415-420 2001
ZHANG FA YU W HARGROVE JL GREENSPAN PA DEAN RG TAYLOR
EW HARTLE DK Inhibition of TNF- induced ICAM-1 VCAM-1 and E-selectin
expression by selenium Atherosclerosis v161 n2 p381-386 2002
99
ZHANG M MA AG ZHANG XZ GE S SHI XX Effect of multiple micronutrients
supplementation on anti-oxidative activity and oxidized DNA damage of lymphocytes in
children Zhonghua Liu Xing Bing Xue Za Zhi v26 n4 p268ndash272 2005
ZHENG W WEN WQ GUSTAFSON DR GROSS M CERHAN JR FOLSOM
AR GSTM1 and GSTT1 polymorfism and postmenopausal breast cancer risk breast cancer
Breast Cancer Research and Treatment v74 n1 p9-16 2002
100
APEcircNDICES
APEcircNDICE 1 Cartaz de divulgaccedilatildeo da pesquisa
APEcircNDICE 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)
APEcircNDICE 3 Ficha de Identificaccedilatildeo e Controle
(Anamnese peso estatura IMC coleta de sangue e cabelos)
APEcircNDICE 4 Caderno de Registro do Consumo Alimentar
101
102
UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO
FACULDADE DE CIEcircNCIAS FARMACEcircUTICAS ndash FCFUSP
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE
1 Informaccedilotildees do Sujeito da Pesquisa
Nome
Documento de Identidade nordm Sexo ( ) M ( )F
Data de Nascimento
Endereccedilo Nordm Complemento Bairro Cidade Estado
CEP Telefones
2 Informaccedilotildees do Responsaacutevel Legal
Nome Natureza (grau de parentesco tutor curador etc) Documento de Identidade nordm Sexo ( ) M ( )F Data de Nascimento Endereccedilo Nordm Complemento Bairro Cidade Estado CEP Telefones
Tiacutetulo do Projeto de Pesquisa Estado nutricional relativo ao selecircnio concentraccedilotildees de
mercuacuterio estresse oxidativo e os polimorfismos Pro198Leu no gene da glutationa
peroxidase 1 (GPx1) e GSTM1 no gene da glutationa S- transferase (GST) em mulheres
residentes em aacuterea de risco de contaminaccedilatildeo por mercuacuterio
3 Duraccedilatildeo da Pesquisa 24 meses
4 Nome do pesquisador responsaacutevel Silvia Maria Franciscato Cozzolino Cargo Funccedilatildeo
Professora Titular do Programa de poacutes-graduaccedilatildeo em Ciecircncia dos Alimentos da Faculdade de Ciecircncias
Farmacecircuticas FCFUSP
Nordm do Registro do Conselho Regional CRN30621
Instituiccedilatildeo Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo USP
Sravoluntaacuteria essa pesquisa tem como tiacutetulo Estado nutricional relativo ao selecircnio e
concentraccedilotildees de mercuacuterio e a relaccedilatildeo com estresse oxidativo e os polimorfismos Pro198Leu
e GSTM1 em mulheres na idade feacutertil em aacuterea exposta agrave contaminaccedilatildeo por mercuacuterio A
responsaacutevel por esse estudo eacute a professora titular Silvia Maria Franciscato Cozzolino e como
103
colaborada a estudante de doutorado Ariana Vieira Rocha Ambas pertencem a Faculdade de
Ciecircncias Farmacecircuticas (FCF) da Universidade de Satildeo Paulo (USP)
De acordo com algumas pesquisas as mulheres da Amazocircnia apresentam
concentraccedilotildees elevadas de mercuacuterio e essa contaminaccedilatildeo pode comprometer a sauacutede natildeo soacute
delas como tambeacutem das crianccedilas pois uma das formas do mercuacuterio atravessa facilmente a
barreira placentaacuteria e o mercuacuterio acaba se concentrando no ceacuterebro das crianccedilas Isso pode
inibir o desenvolvimento cerebral Por isso eacute preocupante a exposiccedilatildeo das mulheres na idade
feacutertil ao mercuacuterio Acredita-se que o mineral selecircnio possa ser um possiacutevel colaborador para
a populaccedilatildeo natildeo apresentar sinais cliacutenicos evidentes da contaminaccedilatildeo por mercuacuterio Isso pode
ser devido a algumas atribuiccedilotildees do selecircnio pois este mineral tem como uma das suas accedilotildees
atuar como antioxidante e isso pode neutralizar os danos causados pela contaminaccedilatildeo do
mercuacuterio
Desta forma estamos por meio desse documento lhe convidando a participar desse
estudo que tem como objetivo principal avaliar o estado nutricional relativo ao selecircnio assim
como as concentraccedilotildees de mercuacuterio e a relaccedilatildeo desses com o estresse gerado nas ceacutelulas e
tambeacutem com algumas alteraccedilotildees geneacuteticas em mulheres na idade feacutertil em aacuterea exposta ao
mercuacuterio Nesta pesquisa participaraacute 200 mulheres voluntaacuterias da cidade de Porto Velho
Rondocircnia
Se vocecirc concordar em participar passaraacute pelos seguintes procedimentos avaliaccedilatildeo
nutricional onde seratildeo obtidos os dados de peso estatura e circunferecircncia da cintura e
tambeacutem seratildeo anotados os seus dados sobre o consumo alimentar ou seja tudo o que foi
consumido no periacuteodo de 3 dias sendo 2 dia da semana e 1 dia do fim de semana Seraacute
realizada ainda uma coleta de sangue de (20mL) em jejum de 10 a 12 horas para a realizaccedilatildeo
da determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo do mineral selecircnio e avaliar o estresse gerado nas ceacutelulas e
se haacute uma alteraccedilatildeo geneacutetica que possa interferir na concentraccedilatildeo de selecircnio ou mercuacuterio no
organismo Por fim seraacute coletado em torno de (1g) de cabelo na regiatildeo detraacutes do pescoccedilo para
avaliar as concentraccedilotildees de mercuacuterio A pesquisa possui um risco miacutenimo em virtude da
coleta de sangue que pode causar um desconforto poreacutem este seraacute coletado por um
profissional de enfermagem capacitado A obtenccedilatildeo desses dados seraacute realizada no
Laboratoacuterio Alphaclin localizado na Avenida Calama 2215 Bairro Satildeo Joatildeo Bosco Apoacutes
essas coletas seraacute distribuiacutedo um kit lanche contendo bolacha de aacutegua e sal ou biscoito
integral uma fruta e um suco de fruta de caixinha de 200mL O seu sangue seraacute armazenado
no laboratoacuterio de nutriccedilatildeo-minerais da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade
de Satildeo Paulo (USP) sob a responsabilidade da professora titular Silvia Maria Franciscato
Cozzolino para pesquisas futuras Poreacutem se isso acontecer vocecirc seraacute consultado a respeito e
um novo projeto seraacute submetido ao Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
Vocecirc autoriza o armazenamento do seu sangue para pesquisas futuras
( )sim ( )natildeo
Os resultados obtidos seratildeo arquivados e mantidos em sigilo conforme eacutetica Eacute direito
de cada participante obter os resultados das anaacutelises que seratildeo feitas bem como informaccedilotildees
sobre o andamento da pesquisa procedimentos utilizados riscos e benefiacutecios relacionados em
qualquer fase do estudo a fim de esclarecer eventuais duacutevidas Deve ser ressaltado que a
participaccedilatildeo na pesquisa poderaacute ser desfeita em qualquer momento que o Sra achar
conveniente sem sofrer nenhum tipo de constrangimento Natildeo haveraacute nenhuma despesa
financeira para a natildeo participaccedilatildeo neste estudo assim como natildeo haveraacute recompensa
financeira relacionada agrave participaccedilatildeo na pesquisa
Esse estudo traraacute benefiacutecios pois existem evidecircncias que o selecircnio pode exercer um
efeito protetor no organismo contra os malefiacutecios do mercuacuterio Logo os resultados
contribuiratildeo para uma melhor qualidade de vida atraveacutes do conhecimento da avaliaccedilatildeo do
104
estado nutricional Aleacutem do que seraacute realizada uma avaliaccedilatildeo nutricional completa por uma
nutricionista e seratildeo oferecidas orientaccedilotildees quanto agrave alimentaccedilatildeo
ndash INFORMACcedilOtildeES DE NOMES ENDERECcedilOS E TELEFONES DOS RESPONSAacuteVEIS PELO
ACOMPANHAMENTO DA PESQUISA PARA CONTATO EM CASO DE INTERCORREcircNCIAS
CLIacuteNICAS E REACcedilOtildeES ADVERSAS
Silvia Maria Franciscato Cozzolino ndash (Professora Titular do programa de Poacutes-
graduaccedilatildeo em Ciecircncia dos Alimentos da Faculdade de Ciecircncias FarmacecircuticasFCF
(USP) Telefone(11)3091-3625 Endereccedilo da Faculdade Cidade Universitaacuteria Av Lineu
Prestes 580 ndash Bloco 14
Telefone (11) 3091 -3625 (Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo ndash Minerais)
Ariana Vieira Rocha - (Doutoranda do programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Ciecircncia dos
Alimentos da Faculdade de Ciecircncias FarmacecircuticasFCF (USP) Endereccedilo Residencial
Bairro Liberdade Rua da Gloacuteria - 654 Apto 84 CEP 01510-000 ndash Satildeo Paulo ndash SP Telefone
(11) 98532-2125
Endereccedilo da Faculdade Cidade Universitaacuteria Av Lineu Prestes 580 ndash Bloco 14
Telefone 3091 -3625 (Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo ndash Minerais)
Consentimento Poacutes-Esclarecido
Declaro que apoacutes convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ter entendido o que me
foi explicado consinto em participar do presente Protocolo de Pesquisa
Porto Velhodede
_______________________________
Assinatura do sujeito de pesquisa
Ou responsaacutevel legal
___________________________________
Assinatura do pesquisador responsaacutevel
Para qualquer questatildeo duacutevida esclarecimento ou reclamaccedilatildeo sobre aspectos eacuteticos dessa
pesquisa favor entrar em contato com o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas da Faculdade de
Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo ndash Av Prof Lineu Prestes 580 - Bloco
13A ndash Butantatilde ndash Satildeo Paulo ndash CEP 05508-900 Fone 3091-3622 fone-fax 3091-3677 ndash e-
mail cepfcfuspbr
105
Universidade de Satildeo Paulo
Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas
Avaliaccedilatildeo Nutricional
Antropometria
Nome Data de Nascimento
DADOS ANTROPOMEacuteTRICOS
Idade anos
Circunferecircncia da Cintura (CC) Classificaccedilatildeo
Peso kg
Estaturacm
IMC Classificaccedilatildeo
Classificaccedilatildeo do estado nutricional para adultos segundo o Iacutendice de Massa Corpoacuterea (IMC)
Classificaccedilatildeo IMC (kgm2)
Risco de Comorbidades
Baixo Peso
˂ 185 Baixo
Peso Normal ou
Eutrofia 185 - 249
Meacutedio
Sobrepeso
ge 25 ndash 299 Aumentado
Obesidade I 300 - 349 Moderado
Obesidade II 350 ndash 399 Grave
Obesidade III ˃ 40 Muito Grave
Fonte WHO (2000)
106
Universidade de Satildeo Paulo
Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas
Pesquisador Ariana Vieira Rocha
Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo e Minerais(11) 3091-3625
Formulaacuterio Mercuacuterio (Hg)
Identificaccedilatildeo Data
Nome
Idade Sexo Raccedila
Endereccedilo
Haacute quanto tempo reside em Porto Velho
Onde residia anteriormente
Ocupaccedilatildeo principal Quanto tempo hdia
Haacutebitos
Come peixe sim natildeo
Procedecircncia do peixe consumido Nome do Rio
Espeacutecie mais consumida
Frequecircncia de consumo de peixe Quantidade
Frequecircncia de consumo de frutos do mar Quantidade
Ficou doente nos uacuteltimos seis meses sim natildeo
Tomou algum medicamento sim natildeo Qual Frequecircncia
No tratamento do cabelo vocecirc usa
soacute sabonete xampuacute condicionador tintura
liacutequido para permanente alisamento outros Quais
Qual a aacutegua que usa para tomar banho
caerd poccedilo ou mina outra procedecircncia qual
Qual a aacutegua que usa para beber
caerd e filtrada natildeo filtra de poccedilo ou mina galatildeo outra procedecircncia qual
107
ACOMPANHAMENTO NUTRICIONAL
Nome
Responsaacutevel Nutricionista Ariana Vieira Rocha
Universidade de Satildeo Paulo-USP
Telefone (69) 8118-4633 (11) 8532-2125
108
INFORMACcedilOtildeES
Pesquisas tentam explicar a presenccedila do Hg na regiatildeo amazocircnica pois os solos
ambientes aquaacuteticos e consequentemente os peixes apresentarem concentraccedilotildees elevados
deste metal assim como alguns indiviacuteduos que vivem nestas aacutereas poreacutem estes natildeo
apresentam sintomas e sinais cliacutenicos evidentes de contaminaccedilatildeo Supotildee-se que o selecircnio um
mineral antioxidante presente naturalmente no solo da regiatildeo seja um protetor para a aparente
toleracircncia destas populaccedilotildees agrave intoxicaccedilatildeo crocircnica por Hg Dentre outras funccedilotildees e accedilotildees o
selecircnio atua no fortalecimento do sistema imunoloacutegico e tambeacutem ajuda organismo a se
proteger dos danos causados pelos metais toacutexicos como por exemplo o Hg Dessa forma a
ingestatildeo adequada de selecircnio pode ter um efeito protetor contra a contaminaccedilatildeo por Hg
Este caderno tem como objetivo avaliar o estado nutricional relativo ao mineral
selecircnio Por isso eacute muito importante que todas as recomendaccedilotildees e orientaccedilotildees prestadas
durante o acompanhamento nutricional sejam atendidas
Ariana Vieira Rocha
Doutoranda em Ciecircncia dos Alimentos-FCFUSP
Porto Velho 2012
01
109
DADOS DE IDENTIFICACcedilAtildeO
1 Nome
Documento de Identidade nordm
Sexo ( X ) Feminino
Data de Nascimento
Naturalidade Escolaridade
Endereccedilo nordm
Bairro
Cidade
Cep Telefone Celular
Renda Familiar ( ) 1 SM ( ) 2 a 3 SM ( ) Acima de 4 SM
2 Histoacuteria Cliacutenica
Faz uso de anticonpepcional ( ) natildeo ( )sim
Se sim qual Quanto tempo
Antecedentes familiares ( )Dislipidemias ( )Diabetes mellitus
( )Hipertensatildeo arterial ( ) Obesidade
Outras qual
Faz atividade Fiacutesica ( ) natildeo ( ) sim qual
Quantas vezes por semana
02
110
ORIENTACcedilOtildeES QUANTO AO REGISTRO DOS ALIMENTOS
1 Anotar todos os alimentos consumidos durante todo o dia e a noite desde a hora que
acordar ateacute a hora em que for dormir
2 Colocar o horaacuterio das refeiccedilotildees
3 Natildeo esquecer de anotar os alimentos eou qualquer guloseima consumida (balas
chicletes etc) durante as refeiccedilotildees e nos intervalos
4 Anotar a quantidade do alimento consumido na forma de medidas caseiras (fotos
ilustrativas nas proacuteximas paacuteginas) Exemplo
colher de servir colher de sopa colher de sobremesa colher de chaacute ou cafeacute
concha escumadeira copo americano copo de requeijatildeo copo descartaacutevel de 180 ou
200 mL
xiacutecara de chaacute ou cafeacute
prato de mesa prato de sopa prato de sobremesa ou pires
5 Descrever com maior detalhe os tipos de alimentos ou marcas como por exemplo
leite desnatado integral tipo C em poacute
patildeo francecircs integral de forma de leite de batata de mel doce ou caseiro
bolachas recheadas aacutegua e sal chocolate sem recheio SEMPRE colocar o sabor e a
marca
frutas (anotar tipo e tamanho) por exemplo laranja lima meacutedia mamatildeo papaya (meia
unidade)
vegetais folhosos (anotar tipo e preparaccedilatildeo) por exemplo acelga refogada ou crua
manteiga ou margarina (o tipo a marca a quantidade consumida anotada em ponta de
faca ou em colheres de chaacute cafeacute sobremesa ou sopa)
salada de frutas (colocar tipo de frutas e os ingredientes incluiacutedos na salada)
bolo (sabor com ou sem recheio com ou sem cobertura de festa ndash se possiacutevel
escrever os principais ingredientes)
6 Lembrar de escrever o tipo de preparaccedilatildeo se o alimento eacute cozido frito grelhado
ensopado ou agrave milanesa (empanado)
7 Registrar os alimentos em unidades ou porccedilotildees como por exemplo bife meacutedio
pequeno coxa de frango peixe (pedaccedilo pequeno meacutedio ou grande)
8 Anotar as preparaccedilotildees que utilizem mais de um ingrediente e descrevecirc-los um a um
como por exemplo Sopa de legumes (quais is ingredientes e legumes utilizados nesta
preparaccedilatildeo)
03
111
MEDIDAS CASEIRAS
Colocamos ao lado de cada item uma caixa de foacutesforos ilustrativa para fins de
referecircncia quanto ao tamanho das medidas
04
112
Colocamos ao lado de cada item uma caixa de foacutesforos ilustrativa para fins de
referecircncia quanto ao tamanho das medidas
05
113
Margarina ou Manteiga
Colocamos ao lado de cada item uma caixa de foacutesforos ilustrativa para fins de
referecircncia quanto ao tamanho das medidas
06
114
REGISTRO DE ALIMENTOS
Dia 1
Data Dia da semana
Horaacuterio e Local Alimentos ou
Preparaccedilotildees
Quantidade
(medida caseira)
Marca Comercial
07
115
REGISTRO DE ALIMENTOS
Dia 2
Data Dia da semana
Horaacuterio e Local Alimentos ou
Preparaccedilotildees
Quantidade
(medida caseira)
Marca Comercial
08
116
REGISTRO DE ALIMENTOS
Dia 3
Data Dia da semana
Horaacuterio e Local Alimentos ou
Preparaccedilotildees
Quantidade
(medida caseira)
Marca Comercial
09
117
AGRADECEMOS A SUA COLABORACcedilAtildeO
Mestre Ariana Vieira Rocha (Nutricionista mestre e doutoranda do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncia dos
Alimentos Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo)
Doutora Silvia Maria F Cozzolino (Nutricionista Professora Titular do Departamento de Alimentos e Nutriccedilatildeo Experimental
Faculdade de Ciecircncias FarmacecircuticasUniversidade de Satildeo Paulo)
10
118
ANEXOS
ANEXO 1 Informaccedilotildees para os membros de bancas julgadoras
ANEXO 2 Parecer do Comitecirc de Eacutetica (CEP)
ANEXO 3 Ficha de Aluno
119
UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas
Secretaria de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Informaccedilotildees para os Membros de Bancas Julgadoras de
MestradoDoutorado
1 O candidato faraacute uma apresentaccedilatildeo oral do seu trabalho com duraccedilatildeo
maacutexima de trinta minutos
2 Os membros da banca faratildeo a arguumliccedilatildeo oral Cada examinador
disporaacute no maacuteximo de trinta minutos para arguumlir o candidato exclusivamente sobre o
tema do trabalho apresentado e o candidato disporaacute de trinta minutos para sua
resposta
21 Com a devida anuecircncia das partes (examinador e candidato) eacute
facultada a arguumliccedilatildeo na forma de diaacutelogo em ateacute sessenta minutos por examinador
3 A sessatildeo de defesa seraacute aberta ao puacuteblico
4 Terminada a arguumliccedilatildeo por todos os membros da banca a mesma se
reuniraacute reservadamente e expressaraacute na ata (relatoacuterio de defesa) a aprovaccedilatildeo ou
reprovaccedilatildeo do candidato baseando-se no trabalho escrito e na arguumliccedilatildeo
41 Caso algum membro da banca reprove o candidato a Comissatildeo
Julgadora deveraacute emitir um parecer a ser escrito em campo exclusivamente indicado
na ata
42 Seraacute considerado aprovado o aluno que obtiver aprovaccedilatildeo por
unanimidade ou pela maioria da banca
5 Duacutevidas poderatildeo ser esclarecidas junto agrave Secretaria de Poacutes-
Graduaccedilatildeo pgfarmauspbr (11) 3091 3621
Satildeo Paulo 23 de maio de 2014
Prof Dr Adalberto Pessoa Junior Presidente da CPGFCFUSP
Av Prof Lineu Prestes 580 Bloco 13 A - Cidade Universitaacuteria - CEP 05508-900 - Satildeo Paulo - SP Fone (11) 3091 3621 - Fax (11) 3091 3141 ndash e-mail pgfarmauspbr
120
121
122
123
3
4
Gastei uma hora pensando um verso que a pena natildeo quer escrever
No entanto ele estaacute caacute dentro inquieto vivo
Ele estaacute caacute dentro e natildeo quer sair
Mas a poesia deste momento inunda minha vida inteira
Carlos Drumonnd de Andrade
5
A todas as voluntaacuterias desta pesquisa pelo carinho esforccedilo e dedicaccedilatildeo
Agraves amigas Daniela Zancan Dayane Zancan Laiacutes Maria e Larissa Matheus pela ajuda
imensuraacutevel durante a coleta de dados
Especialmente aos meus tios Ivanilde Rocha e Cristovatildeo Vieira que me ergueram
no momento em que mais precisei
6
AGRADECIMENTOS
A Deus que me ilumina e daacute forccedilas para seguir sempre em frente e ao Espiacuterito Santo por
todas as becircnccedilatildeos
Agrave luz da minha vida minha matildee Nair Lima por tudo que tem feito e ainda faz por mim
Meu modelo de iacutendole e dignidade Meu amuleto
Agrave orientadora Silvia Maria Franciscato Cozzolino exemplo de serenidade em momentos de
dificuldades Sou muito grata pela oportunidade de ter sido sua aluna e orientanda Obrigada
ainda por ter me abraccedilado desde o primeiro momento
Agrave professora Deacuteborah Faacutevaro pensar em vocecirc me causa garra e alegria Obrigada pela
parceria e disponibilidade na realizaccedilatildeo das anaacutelises de mercuacuterio Foi um prazer indescritiacutevel
tecirc-la ao meu lado na bancada
Agrave Julie Christine Luana Janaiacutena Cleonilce Oliveira Gisele Dias Natsue Kosin Larissa
Freitas Luana Cardozo e Yara Salviano por disponibilizarem do seu tempo por uma
causa a ciecircncia
Agrave Jamile Sadeck Dina Horeay e Analu Barofaldi seres de luz que deram ajuda a uma
desconhecida sem pedir nada em troca e se hoje esta jornada estaacute sendo concretizada
tambeacutem eacute graccedilas a vocecircs Ensinaram-me na praacutetica a fazer o bem sem olhar a quem Que
esta bondade esteja sempre comigo para que eu possa passaacute-la adiante
Agrave Gabriela Pellucio (Gabi peluacutecia) e sua matildee Mirian Guizelini que abraccedilaram a minha
causa e pela ampla ajuda em conseguir voluntaacuterias Querida Gabi obrigada pelo carinho vocecirc
foi um anjinho na minha vida
Agrave amiga Silvane Maziero assim como ao Flaacutevio Terassini ao Thiago Abiorana e agrave Helen
Queite pela divulgaccedilatildeo da pesquisa em seus ambientes de estudo eou trabalho Obrigada de
coraccedilatildeo
Agrave Juliana Closs por permitir a divulgaccedilatildeo do projeto no curso de nutriccedilatildeo da Faculdade Satildeo
Lucas (FSL)
Agrave Mariana Modesto Roberta Valmorbida Simone Oliveira e Alcione Altini por natildeo
hesitarem em ajudar esta colega de classe na divulgaccedilatildeo da pesquisa no ambiente das
Faculdades Integradas Apariacutecio Carvalho (FIMCA)
Agrave ldquonossardquo equipe do laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo-Minerais Alexandre Pimentel Baacuterbara
Cardoso Bruna Reis Graziela Biude Isabela Saraiva Janaina Donadio Kaluce Almondes
7
Kaacutetia Callou Larissa Bezerra Leila Hashimoto Luciane Alencar e Verocircnica Bandeira
por serem apoio companhia e ajuda nos trabalhos realizados no cotidiano
Especialmente
Agrave Bruna Reis (Rabin) e Isabela Saraiva (Isa nojentinha do meu coraccedilatildeo) que me
proporcionaram uma amizade de cunho profissional e pessoal tornando esta jornada mais
viva leve e muito alegre Por todos os braccedilos e abraccedilos servidos nos momentos de ajuda
sem horaacuterio para acabar Por me fazerem lembrar desse trio com um enorme sorriso no
rosto
Agrave Kaluce Almondes (Kakaacute) querida companheira de anaacutelises que pareciam interminaacuteveis
(risos) obrigada pela parceria conversas filosoacuteficas e gargalhadas constantes inclusive em
momentos de afliccedilatildeo
Agrave Liliane Viana Pires (Lili medalhinha) luz em todos os momentos (desde 2006)
Mesmo com a distacircncia geograacutefica existente entre noacutes vocecirc eacute sempre presente Agradeccedilo
ainda por despertar em mim a vontade de ser sempre melhor
Agraves florzinhas da Liliane Pires Leila Hashimoto (Leilinha) Luciane Alencar (Lu) e
Verocircnica Bandeira (Vecirc) pela ajuda durante as anaacutelises de enzimas mesmo com tantos
afazeres e por me tratarem sempre com muito carinho e atenccedilatildeo
Agrave Baacuterbara Cardoso pelo abraccedilo apertado que diz muito em cada encontro
Agraves Fernandas Santana e Shinagawa agradeccedilo a ajuda a companhia a diversatildeo e a
amizade construiacuteda principalmente nos momentos extras de trabalho jaacute que nem sempre
conseguiacuteamos acabar no horaacuterio do expediente em virtude do nuacutemero de amostras (risos)
Agrave Lilian Mendes apoio e alicerce fundamentais nos uacuteltimos meses que atraveacutes do seu
coraccedilatildeo profissionalismo e vivecircncia de mundo ensinou-me a aceitar e conviver com o meu
eu interior e com a minha alma
Ao meu irmatildeo de coraccedilatildeo Guilber Diniz Barros pela forccedila e energia enviada por todas as
conversas na tentativa de me distrair ou esquecer algo por me ajudar agrave distacircncia e
principalmente por me ensinar a levantar sem laacutegrimas nos olhos e de cabeccedila erguida
Agrave Fabiana Yasuhara da Assessoria Cientiacutefica Life Technologies pelo suporte fundamental
realizado durante as anaacutelises do polimorfismo de deleccedilatildeo GSTM1
Agrave funcionaacuteria Maria de Lurdes Pedrosa (Lurdinha) pelo otimismo carinho e pelas
palavras ldquono fim tudo daacute certordquo
8
RESUMO
ROCHA AV Status de selecircnio de uma populaccedilatildeo residente em aacuterea de risco de
contaminaccedilatildeo por mercuacuterio Influecircncia de polimorfismos e accedilatildeo sobre o estresse
oxidativo 2015 133f (Tese de Doutorado) Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas (FCF)
Universidade de Satildeo Paulo (USP) 2015
Estudos apontam que a regiatildeo Amazocircnica apresenta concentraccedilotildees significativas de selecircnio
nos solos e que por isso a populaccedilatildeo natildeo estaria susceptiacutevel agrave deficiecircncia desse mineral Em
contrapartida a regiatildeo tambeacutem apresenta dados de concentraccedilotildees elevadas de mercuacuterio nos
solos e rios entretanto a populaccedilatildeo natildeo apresenta sinais cliacutenicos evidentes de contaminaccedilatildeo
Acredita-se que o selecircnio um mineral antioxidante possa ser um possiacutevel colaborador para a
aparente toleracircncia ao mercuacuterio pois uma das accedilotildees desse mineral eacute a de destoxificar o
organismo contra metais toacutexicos Dependendo das concentraccedilotildees no organismo o mercuacuterio
pode potencializar a geraccedilatildeo das espeacutecies reativas de oxigecircnio e dessa forma as defesas
antioxidantes intriacutensecas das ceacutelulas podem ser prejudicadas resultando na condiccedilatildeo
conhecida por estresse oxidativo A contaminaccedilatildeo por mercuacuterio pode ainda comprometer a
sauacutede tanto das mulheres quanto das crianccedilas pois esse metal na forma de metilmercuacuterio
pode atravessar a barreira placentaacuteria e se concentrar principalmente no ceacuterebro do feto
Aliado a isso a presenccedila de polimorfismos em certos genes podem alterar a expressatildeo de
enzimas antioxidantes como a glutationa peroxidase 1 que eacute dependente de selecircnio assim
como da glutationa S-transferase que atua na destoxificaccedilatildeo do mercuacuterio no organismo
Vaacuterios estudos apresentam dados de concentraccedilotildees de mercuacuterio em ribeirinhos da Amazocircnia
no entanto resultados referentes agraves concentraccedilotildees de selecircnio ao estresse oxidativo e a
polimorfismos geneacuteticos na populaccedilatildeo da aacuterea urbana satildeo raros Diante disso este estudo
objetivou avaliar o estado nutricional relativo ao selecircnio concentraccedilotildees de mercuacuterio e a
possiacutevel relaccedilatildeo desses paracircmetros com o estresse oxidativo e os polimorfimos Pro198Leu (rs
1050450) no gene da glutationa peroxidase 1 e GSTM1 no gene da glutationa S-transferase
em mulheres em idade feacutertil residentes em aacuterea de risco de exposiccedilatildeo ao mercuacuterio da cidade
de Porto Velho (RO) As voluntaacuterias foram avaliadas por meio de medidas antropomeacutetricas
(peso estatura e circunferecircncia da cintura) e aplicou-se o registro alimentar para avaliaccedilatildeo do
consumo alimentar Realizou-se uma coleta de sangue para anaacutelise de selecircnio atividade da
enzima glutationa peroxidase marcadores de estresse oxidativo e polimorfismos geneacuteticos O
selecircnio foi determinado por espectrometria de absorccedilatildeo atocircmica com geraccedilatildeo de hidretos
acoplados agrave cela de quartzo (HGQTAAS) Para anaacutelise de mercuacuterio foi coletada uma amostra
do cabelo das voluntaacuterias sendo sua concentraccedilatildeo determinada pelo meacutetodo de
espectrometria de absorccedilatildeo atocircmica com geraccedilatildeo de vapor frio (CV AAS) Para avaliar o
estresse oxidativo foram determinadas a concentraccedilatildeo plasmaacutetica de Malondialdeiacutedo (MDA)
e a Capacidade de Absorccedilatildeo de Radicais de Oxigecircnio (ORAC) Participaram do estudo 200
mulheres com idade entre 19 e 50 anos A ingestatildeo alimentar meacutedia de selecircnio foi de 493 plusmn
192 microgdia e a prevalecircncia de ingestatildeo inadequada foi de 409 As concentraccedilotildees meacutedias do
mineral no plasma e nos eritroacutecitos foram respectivamente 498 + 186 microgL e 754 + 299
microgL A atividade meacutedia da glutationa peroxidase foi de 451+ 194 Ug Hb A concentraccedilatildeo
meacutedia de mercuacuterio nos cabelos foi de 625 + 766 ng g-1
Ao avaliar a presenccedila do SNP
Pro198Leu observou-se que 567 das participantes apresentaram genoacutetipo selvagem 368
heterozigotos e 68 homoizgotos para leucina Quanto ao polimorfismo de deleccedilatildeo GSTM1
425 das voluntaacuterias apresentaram o genoacutetipo nulo ou deletado ou seja relacionado a
ausecircncia de expressatildeo da glutationa S-transferase Esses resultados permitem concluir que a
maioria das participantes apresentou estado nutricional deficiente em relaccedilatildeo ao selecircnio
Apesar disso tanto a atividade enzimaacutetica da glutationa peroxidase como os biomarcadores
9
do estresse oxidativo natildeo sofreram interferecircncia desta deficiecircncia O polimorfismo
Pro198Leu tambeacutem natildeo interferiu no status de selecircnio e no estresse oxidativo Quanto agrave
avaliaccedilatildeo do polimorfismo GSTM1 o genoacutetipo nulo ou deletado tambeacutem natildeo mostrou
associaccedilatildeo com as concentraccedilotildees de mercuacuterio e o estresse oxidativo
Palavras-chave selecircnio estresse oxidativo polimorfismo geneacutetico e mercuacuterio
10
ABSTRACT
ROCHA AV Selenium status of a population living in a mercury contamination risk
area Influence of polymorphisms and action on oxidative stress 2015 133f (Tese de
Doutorado) Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo
2015
Studies have shown that the Amazon region has significant concentrations of selenium in
soils and therefore the population is not susceptible to deficiency of this mineral However
the region also presents data from high levels of mercury in soils and rivers however the
population has no obvious clinical signs of contamination It is believed that selenium an
antioxidant mineral may be a possible contributor to the apparent tolerance because of its
actions in the detoxification of the body from toxic metals Depending on the concentrations
in the body mercury can increase the generation of reactive oxygen species and thus the
intrinsic antioxidant defenses of cells can be damaged resulting in the condition known as
oxidative stress The mercury contamination may also compromise the health of both women
and children since this metal in the form of methylmercury can cross the placental barrier and
concentrate mainly in the fetal brain In addition the presence of genetic polymorphisms can
alter the expression of antioxidant enzymes such as glutathione peroxidase 1 which is
selenium dependent as well as glutathione S-transferase which can be responsible for the
mercury detoxification in the body Several studies have shown mercury levels of riverine
people from Amazon however results regarding selenium concentrations oxidative stress
and polymorphisms in the urban population are area Thus this study aimed to evaluate
selenium status mercury levels and the possible relationship of these with oxidative stress and
genetic polymorphisms Pro198Leu (rs 1050450) in glutathione peroxidase 1 gene and
GSTM1 in the glutathione S-transferase gene in women living in mercury exposure risk area
from the city of Porto Velho (RO) The of the volunteers was assessed using anthropometric
measurements (weight height and waist circumference) and evaluation of food consumption
by the food record Blood samples were collected for selenium analysis glutathione
peroxidase enzymersquos activity oxidative stress and genetic polymorphisms Selenium was
determined by hydride generation quartz tube atomic absorption spectroscopy (HGQT AAS)
For mercury analysis a hair sample of volunteers was collected and its concentration was
determined by atomic absorption spectrometry method with cold vapor (CV AAS) To
evaluate oxidative stress plasma concentrations of malondialdehyde (MDA) and Oxygen
Radical Absorbance Capacity (ORAC) were determined We enrolled 200 volunteers aged
between 19 and 50 The average of selenium intake was 493 plusmn 192 microgday and the
prevalence of inadequate intake was 409 Mean selenium concentration on plasma and
erythrocytes were respectively 498 + 186 microgL and 754 + 299 microgL Glutathione
peroxidase showed mean activity of 451 + 194 Ug Hb and mercury levels of 625 + 766 ng g-
1 Evaluating the presence of the SNP Pro198Leu it was observed that 567 of the were
participants had wild type genotype 368 heterozygous and 68 were homozygous for
leucine For the GSTM1 null deletion polymorphism 425 of the volunteers had a null
genotype ie do not express the enzyme glutathione S-transferase These results indicate that
the majority of participants had selenium deficiency in plasma and erythrocytes Nevertheless
most of them had adequate activity of glutathione peroxidase There was no association
between selenium concentrations and the biomarkers used to assess oxidative stress The
Pro198Leu polymorphism did not interfere in selenium concentrations as well as in the
oxidative stress The evaluation of GSTM1 polymorphism had no association with mercury
levels and oxidative stress
Keywords selenium oxidative stress polymorphisms and mercury
11
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 Concentraccedilatildeo de Se (microgg) em castanha-do-brasil da regiatildeo Amazocircnica
22
Quadro 2 Ingestatildeo Dieteacutetica de Referecircncia (DRIs) relativas ao Se em microgdia a
partir de um ano de idade de acordo com o Institute of Medicine (IOM
2006)
23
Quadro 3 Frequecircncia genotiacutepica do polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) no
gene que codifica para GPx 1 encontrada em pesquisas realizadas no
Brasil por pesquisadores do Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo e Minerais da
Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo
(USP)
37
Quadro 4 Distribuiccedilatildeo da frequecircncia do polimorfismo GSTM1(ABAB0) no gene
da GST em diferentes etnias
39
Quadro 5 Classificaccedilatildeo do Iacutendice de Massa Corpoacuterea (IMC) para adultos segundo
WHO (2000)
45
Quadro 6 Intervalos de recomendaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de macronutrientes em
percentual de contribuiccedilatildeo energeacutetica (AMDR) de acordo com IOM
(2006)
46
Quadro 7 Valores de referecircncias adotados para concentraccedilatildeo de Se no plasma e
eritroacutecitos
47
Quadro 8 Resultados das anaacutelises dos materiais de referecircncia utilizados na
determinaccedilatildeo de Hg total
49
12
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas das voluntaacuterias
55
Tabela 2 Classificaccedilatildeo das participantes segundo o IMC
56
Tabela 3 Ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) das participantes (n = 194)
59
Tabela 4 Concentraccedilatildeo de Se (microgL) no plasma e nos eritroacutecitos das participantes
(n=194)
61
Tabela 5 Coeficiente de regressatildeo da ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) como
variaacutevel independente que influenciou a concentraccedilatildeo do mineral no
plasma (microgL) das participantes
64
Tabela 6
Tabela 7
Coeficiente de regressatildeo da ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) como
variaacutevel independente que influenciou a concentraccedilatildeo do mineral nos
eritroacutecitos (microgL) das participantes
Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram
as concentraccedilotildees de Hg (ng g-1
) nos cabelos (variaacutevel dependente) das
participantes
64
71
Tabela 8 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram
a capacidade antioxidante ndash ORAC (mmol eq troloxg de amostra)
(variaacutevel dependente) das participantes
71
Tabela 9 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram
a concentraccedilatildeo plasmaacutetica de MDA (microM) (variaacutevel dependente) das
participantes
72
Tabela 10 Distribuiccedilatildeo do SNP Pro198Leu (rs 1050450) no gene que codifica para
a GPx 1 nas participantes (n=190)
73
Tabela 11 Concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio atividade da enzima
GPx MDA e ORAC de acordo com o genoacutetipo para o polimorfismo
Pro198Leu (rs1050450) no gene que codifica a GPx
76
Tabela 12 Distribuiccedilatildeo do polimorfismo GSTM1 no gene da GST das participantes
(n = 180)
76
Tabela 13 Concentraccedilotildees de Hg de MDA e ORAC de acordo com o genoacutetipo para
o polimorfismo GSTM1 no gene da GST das participantes
77
13
LISTA DE ABREVIATURAS
Se - Selecircnio
Hg - Mercuacuterio
MeHg - Metilmercuacuterio
dimetilHg - Dimetilmercuacuterio
GPx - Glutationa Peroxidase
GST - Glutationa S-Transferase
GR - Glutationa Redutase
GSH - Glutationa Reduzida
SOD - Superoacutexido Dismutase
Hb - Hemoglobina
T3 - Tri-iodotironina
T4 - Tiroxina
SeO32-
- Selenito
SeO42-
- Selenato
Cd - Caacutedmio
Rd - Raacutedio
As - Arsecircnio
Cu - Cobre
Ag - Prata
Pb - Chumbo
Pt - Platina
DRI - Recomendaccedilatildeo de Ingestatildeo de Referecircncia
EAR - Necessidade Meacutedia Estimada
UL - Niacutevel Maacuteximo de Ingestatildeo Toleraacutevel
RDA - Ingestatildeo Dieteacutetica Recomendada
EER - Necessidade Energeacutetica Estimada
AMDR - Acceptable Macronutrient Distribution Range
IOM - Institute of Medicine
ADI - Ingestatildeo Diaacuteria Aceitaacutevel
PTWI - Ingestatildeo Semanal Toleraacutevel Provisoacuteria
DCNT - Doenccedilas Crocircnicas natildeo Transmissiacuteveis
14
WHO - World Health Organization
AP - Amapaacute
PA - Paraacute
RO - Rondocircnia
AM - Amazonas
EDTA - Aacutecido Etilenodiamino Tetraceacutetico
O2 - Oxigecircnio
ERO - Eacutespecies Reativas de Oxigecircnio
ERN - Eacutespecies Reativas de Nitrogecircnio
RSS e SR - Selenosulfidos
SNP - Single Nucleotide Polymorfism
STR - Simple Tandem Repeats
VNTR - Variable Number of Tandem Repeats
PCK - Proteiacutena Quinases
DNA - Aacutecido Desoxirribonucleico
C - Citocina
T - Timina
SDM - Seleno Dimetil ndash Mercuacuterio
MDA - Malondialdeiacutedo
ORAC - Capacidade Antioxidante
8-OHdG - 8 Hidroxidodesoxiguanosina
CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente
Na - Soacutedio
Se-Met - Selenometionina
mv - MassaVolume
PA - Pureza Analiacutetica
LAN - Anaacutelise por Ativaccedilatildeo Neutrocircnica
AOAC - Association of Official Analytical Chemists
NCHS - National Center of Health and Statistics
HGQTAAS - Espectrometria de Absorccedilatildeo Atocircmica por Geraccedilatildeo de Hidretos
Acoplados agrave Cela de Quartzo
CVAAS - Espectrometria de Absorccedilatildeo Atocircmica com Geraccedilatildeo de Vapor Frio
IPEN - Instituto de Pesquisa Energeacutetica Nuclear
IMC -Iacutendice de Massa Corpoacuterea
15
CC - Circunferecircncia da Cintura
LD - Limite de Detecccedilatildeo
LQ - Limite de Quantificaccedilatildeo
PNJ
IAEA
- Parque Nacional do Jauacute
- Agecircncia Internacional de Energia Atocircmica
UNIR - Universidade Federal de Rondocircnia
SEDUC - Secretaria de Educaccedilatildeo
SESAU - Secretaria da Sauacutede
ABESO - Associaccedilatildeo Brasileira para Estudo da Obesidade e da Siacutendrome Metaboacutelica
LANCRPq - Laboratoacuterio de Anaacutelise por Ativaccedilatildeo Neutrocircnica
IPENCNEN - Instituto de Pesquisas Energeacuteticas Nucleares
FCF - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas
USP - Universidade de Satildeo Paulo
16
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 18
2 REVISAtildeO DA LITERATURA 20
21 SELEcircNIO 20
211 Fontes Biodisponibilidade e Recomendaccedilatildeo 21
212 Aspectos Fisioloacutegicos Absorccedilatildeo Biodisponibilidade Armazenamento e Excreccedilatildeo 24
213 Funccedilotildees e Accedilotildees 25
214 Deficiecircncia e Toxicidade 29
22 MERCUacuteRIO30
23 ESTRESSE OXIDATIVO 33
24 POLIMORFISMOS 35
241 Polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) no Gene da GPx 36
242 Polimorfismo GSTM1 no Gene da GST 38
3 OBJETIVOS 41
31 OBJETIVO GERAL 41
32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 41
4 METODOLOGIA 42
41 CASUIacuteSTICA E DELINEAMENTO 42
42 COLETA DE DADOS42
43 AVALIACcedilAtildeO ANTROPOMEacuteTRICA 45
44 CONSUMO ALIMENTAR 46
45 DETERMINACcedilAtildeO DA CONCENTRACcedilAtildeO DE SELEcircNIO NO PLASMA E ERITROacuteCITOS 47
46 DETERMINACcedilAtildeO DA ATIVIDADE DA GPx 48
47 PROCESSAMENTO E ANAacuteLISE DE MERCUacuteRIO NOS CABELOS 48
48 DETERMINACcedilAtildeO DA CONCENTRACcedilAtildeO PLASMAacuteTICA DE MALONDIALDEIacuteDO 50
49 DETERMINACcedilAtildeO DA CAPACIDADE DE ABSORCcedilAtildeO DE RADICAIS DE OXIGEcircNIO 51
410 PREPARACcedilAtildeO DAS AMOSTRAS PARA ANAacuteLISE DOS POLIMORFISMOS 52
4101 Determinaccedilatildeo do Polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) 52
4102 Determinaccedilatildeo do Polimorfismo GSTM1 53
411 ANAacuteLISES ESTATIacuteSTICAS 53
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 54
51 CARACTERIZACcedilAtildeO DA POPULACcedilAtildeO 54
52 AVALIACcedilAtildeO ANTROPOMEacuteTRICA 55
53 CONSUMO ALIMENTAR 57
17
54 MARCADORES BIOQUIacuteMICOS DO ESTADO NUTRICIONAL RELATIVO AO SELEcircNIO 60
55 SEEcircNIO E ATIVIDADE DA ENZIMA GPx 1 65
56 SELEcircNIO E CONCENTRACcedilOtildeES DE MERCUacuteRIO 67
57 SELEcircNIO E AVALIACcedilAtildeO DO ESTRESSE OXIDATIVO MDA E ORAC 71
58 POLIMORFISMO PRO198LEU 73
59 POLIMORFISMO GSTM1 76
6 CONCLUSAtildeO 80
7 CRONOGRAMA 81
REFEREcircNCIAS 82
APEcircNDICES 100
ANEXOS 118
18
1 INTRODUCcedilAtildeO
O selecircnio (Se) eacute um mineral traccedilo essencial para a biologia humana e esta
essencialidade foi reconhecida em 1979 apesar deste elemento ter sido descoberto em 1817
Dentre as funccedilotildees atribuiacutedas a este mineral destacam-se a funccedilatildeo antioxidante e proteccedilatildeo
contra accedilatildeo nociva de metais toacutexicos aleacutem de atuar em niacutevel de sistema imunoloacutegico
(NAVARRO-ALARCON e LOacutePEZ-MARTINEZ 2000 REILLY 1996) A funccedilatildeo
antioxidante estaacute relacionada agraves selenoproteiacutenas como a P e agraves glutationas peroxidases (GPx)
que satildeo dependentes de Se (HSIEH et al 2006) As GPx satildeo selenoproteiacutenas encontradas em
todos os tecidos de mamiacuteferos em que haacute processos oxidativos cuja accedilatildeo eacute reduzir a produccedilatildeo
de Espeacutecies Reativas de Oxigecircnio (ERO) contribuindo para a proteccedilatildeo das macromoleacuteculas e
membranas do organismo contra a oxidaccedilatildeo (GONZAGA et al 2005)
O homem obteacutem Se por meio da alimentaccedilatildeo (REILLY 1996 FAacuteVARO et al 2000
GONZAGA 2002 THOMSON 2006) e a quantidade do mineral presente nos alimentos
reflete a concentraccedilatildeo do solo sendo essa distribuiccedilatildeo heterogecircnea ou seja um alimento da
mesma espeacutecie proveniente de aacutereas distintas pode apresentar concentraccedilotildees de Se diferentes
(AMOUROUX et al 2001 MARTENS e COZZOLINO 2012) No Brasil Cozzolino et al
(2007) evidenciaram que feijotildees produzidos no estado de Satildeo Paulo tinham menores
concentraccedilotildees de Se (0016 μg de Seg) quando comparados aos feijotildees do Cearaacute (12 μg de
Seg)
Dessa forma pode-se supor que as regiotildees norte e nordeste apresentam maiores
concentraccedilotildees de Se no solo enquanto as regiotildees centro-oeste e sudeste tendem a apresentar
concentraccedilotildees menores indicando maior risco de desenvolvimento da deficiecircncia do mineral
nas duas uacuteltimas regiotildees (COZZOLINO et al 2007 MARTENS e COZZOLINO 2012) A
regiatildeo norte aleacutem de ser considerada uma das aacutereas com solos mais ricos em Se tambeacutem
apresenta de forma abundante o alimento considerado a melhor fonte do mineral a castanha-
do-brasil (Bertholletia excelsa) (ROCHA et al 2014)
Um estudo realizado por Gonzaga (2002) avaliou o estado nutricional relativo ao Se
em 41 crianccedilas de Macapaacute (AP) e de Beleacutem (PA) de acordo com os resultados as crianccedilas
avaliadas natildeo apresentaram deficiecircncia em Se
Rocha et al (2014) tambeacutem avaliaram crianccedilas da regiatildeo norte em duas localidades
ribeirinhas da cidade de Porto Velho (RO) obtendo um total de 42 participantes As crianccedilas
ribeirinhas de Demarcaccedilatildeo apresentaram concentraccedilotildees plasmaacuteticas de Se abaixo da
19
referecircncia para a faixa etaacuteria enquanto as crianccedilas da segunda localidade Gleba do Rio Preto
apresentaram concentraccedilotildees elevadas constituindo risco de toxicidade
Bortoli (2010) avaliou 55 mulheres de uma comunidade ribeirinha de Manaus (AM)
denominada de Novo Airatildeo e observou que a meacutedia de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio estava
dos valores da normalidade
Com base nesses estudos observa-se que natildeo eacute possiacutevel estabelecer um diagnoacutestico
preciso sobre o status de Se na regiatildeo norte sendo necessaacuterios mais estudos principalmente
com a populaccedilatildeo das cidades
Em contrapartida agrave suposiccedilatildeo que a regiatildeo norte ou amazocircnica pode ter solos ricos em
Se a mesma tambeacutem eacute considerada uma aacuterea de risco de exposiccedilatildeo ao mercuacuterio (Hg) um
metal toacutexico que natildeo exerce funccedilatildeo bioloacutegica Segundo Fadini e Jardim (2001) esta
contaminaccedilatildeo eacute devida aos processos naturais e antroacutepicos
Alguns autores sugerem que a populaccedilatildeo da Amazocircnia apresenta a mais alta exposiccedilatildeo
ao Hg relatada no mundo e isso pode exigir um aumento da quantidade de Se no organismo
na tentativa de compensar tanto o estresse oxidativo quanto os efeitos toacutexicos provocados pelo
metal bem como para manter a atividade ideais de enzimas antioxidantes (FORDYCE 2005
RAYMAN 2008 LEMIRE et al 2010 PASSOS MERGLER 2008)
Diante desse cenaacuterio este projeto avaliou o estado nutricional relativo ao Se
concentraccedilotildees de Hg estresse oxidativo e a presenccedila dos polimorfismos geneacuteticos Pro198Leu
no gene da GPx e GSTM1 no gene da glutationa S-transferase (GST) de mulheres residentes
na cidade de Porto Velho (RO) Vale mencionar que estudos sobre o Se satildeo inexistentes nesta
populaccedilatildeo e a maioria das pesquisas realizadas com o Hg na Amazocircnia avaliou apenas
populaccedilotildees ribeirinhas
20
2 REVISAtildeO DA LITERATURA
21 SELEcircNIO
O Se foi descoberto pelo quiacutemico sueco Jons Jakob Berzelius no ano de 1817 em seus
experimentos sobre a oxidaccedilatildeo do aacutecido sulfuacuterico pesquisando agentes toacutexicos (FOX
FAIRWEATHER 1999) Em 1957 Schwartz e Foltz descobriram a sua importacircncia para a
sauacutede animal quando verificaram que pequenas quantidades de Se apresentavam accedilatildeo
protetora em ratos com necrose hepaacutetica e deficiecircncia em vitamina E (NAVARRO-
ALARCON LOacutePEZ-MARTINEZ 2000) Em 1973 Rotruck isolou a enzima GPx e verificou
a presenccedila de Se em seu siacutetio ativo (BAYOUMY-EL 2001) A essencialidade do Se para os
humanos foi reconhecida em 1979 quando cientistas chineses descobriram uma doenccedila por
deficiecircncia de Se em uma regiatildeo da China chamada Keshan a qual deu origem ao nome desta
doenccedila e quando a suplementaccedilatildeo com Se atuou em caso de distrofia muscular (ESTADOS
UNIDOS - IOMFNB 2001)
No processo de evoluccedilatildeo da terra o Se foi incorporado ao solo oriundo dos magmas e
gases vulcacircnicos e apoacutes o degelo da era glacial esse semi-metal foi espalhado por algumas
aacutereas do globo terrestre de forma heterogecircnea (KOHRLE 1999) Dessa forma as
caracteriacutesticas geoloacutegicas de cada regiatildeo influenciaram as concentraccedilotildees de Se nos solos
existindo locais onde esta concentraccedilatildeo eacute tatildeo elevada que pode causar intoxicaccedilatildeo em animais
que consomem as pastagens cultivadas (REILLY 1996) e em outras eacute tatildeo baixa que pode
causar deficiecircncia (SILVA et al 1993)
Solos com concentraccedilatildeo de Se ao redor de 005 microgg tendem a proporcionar dietas
com concentraccedilotildees menores que 01 microgg causando deficiecircncia do mineral enquanto solos
com mais de 5 microgg do mineral contribuem para a intoxicaccedilatildeo (OLDFIELD 1999) Por isso a
quantidade de Se existente nos alimentos na aacutegua e no ar reflete o teor deste mineral no solo
sendo dependente de fatores geoquiacutemicos como o pH sendo que solos com pH menor que
55 (aacutecido) apresentam baixa biodisponibilidade de Se e solos com pH maior que 75
(alcalino) apresentam Se mais biodisponiacutevel A natureza da rocha originaacuteria tambeacutem interfere
nas quantidades de Se no ambiente sendo aquelas ricas em granito e basalto pobres em Se e
as vulcacircnicas incandescentes calcaacuterias de carvatildeo e de pirita mais ricas no mineral
(BAOYAN ZHANG 2002 REILLY 1996 FOX FAIRWEATHER-TAIT 1999 GONZAGA
MARTENS COZZOLINO 2007 2012) Isso explica porque a quantidade de Se no mesmo tipo
de alimento proveniente de aacutereas diferentes pode ser muito heterogecircnea (AMAROUX et al
21
2001) Estima-se que cerca de 50 a 77 do Se presente na superfiacutecie da terra seja oriundo
dos oceanos que se depositou por via uacutemida ou seca por meio dos gases dimetilselenido e
dimetilselenilsulfido produzidos de forma sazonal por fitoplacircnctons em especial pelas
bacteacuterias Coccolithophorid e por isso as aacutereas mais proacuteximas de oceanos possuem solos com
maior concentraccedilatildeo de Se (AMAROUX et al 2001)
No Brasil Martens e Cozzolino (2002) avaliaram alguns cultivares de feijotildees de cada
regiatildeo do paiacutes e verificaram que a concentraccedilatildeo de Se foi maior nos alimentos cultivados nas
regiotildees Norte e Nordeste sugerindo que os solos destes locais apresentam maiores
concentraccedilatildeo do mineral Os pesquisadores constataram tambeacutem que os solos com elevadas
concentraccedilotildees de Se produziram alimentos mais ricos neste nutriente e consequentemente
um consumo alimentar adequado Por outro lado em estados como Satildeo Paulo e Mato Grosso
foram encontradas menores concentraccedilotildees de Se nos solos e os indiviacuteduos residentes nestes
estados apresentaram maiores inadequaccedilotildees da ingestatildeo alimentar de Se (COZZOLINO
2007)
Na natureza o Se se encontra em 4 quatro estados de oxidaccedilatildeo nos solos aacutecidos como
Se elementar (0) selenido (+2) e selenito (+4) que satildeo menos soluacuteveis e assimilaacuteveis
enquanto em terras alcalinas tecircm mais selenato (+6) mais soluacutevel e assimilaacutevel pelas plantas
e animais (ORTUNtildeO et al 1997 GONZAGA MARTENS COZZOLINO 2012) Nos
alimentos o Se pode ser encontrado sob as formas orgacircnica e inorgacircnica na forma orgacircnica
como selenometionina (alimentos de origem vegetal e animal e em alguns suplementos
alimentares) como selenocisteiacutena principalmente em fontes de origem animal e como
selenometilselenocisteiacutena principal forma encontrada em vegetais (NAVARRO-ALARCON
2008) Na forma inorgacircnica como selenito (SeO32-
) e selenato (SeO42) em suplementos pois
essas formas aparecem em poucas quantidades nos alimentos (RAYMAN 2000)
211 Fontes Biodisponibilidade e Recomendaccedilatildeo
A castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa famiacutelia Lecythidaceae) eacute considerada o
alimento mais rico em Se com concentraccedilotildees que variam de 8 a 126 microgg (GONZAGA
2002 REILLY 1996 THOMSON 2006 GONZAGA MARTENS COZZOLINO 2012)
Diversos estudos com essa amecircndoa foram conduzidos com a finalidade de determinar o seu
teor de Se Souza e Menezes (2004) avaliaram 70kg de castanha-do-Brasil com casca da
safra de 2001 obtidas de lote a granel na Centrais de Abastecimento de Campinas SA
(CEASA) em Satildeo Paulo e observaram concentraccedilatildeo de 204 microgg (correspondente a 204
22
microg100g) de Se Chang et al (1995) analisaram dois lotes de castanha-do-brasil um
proveniente da regiatildeo do AcreRondocircnia e outro da regiatildeo de ManausBeleacutem e as
concentraccedilotildees de Se variaram de 306 a 401 microgg e 360 a 500 microgg respectivamente
Trabalhos realizados pelos pesquisadores do Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo-Minerais da
Universidade de Satildeo Paulo tambeacutem avaliaram as concentraccedilotildees de Se em castanha-do-brasil
oriundas da regiatildeo norte (Quadro 1)
Quadro 1 Concentraccedilatildeo de Se (microgg) em castanha-do-brasil da regiatildeo norte do Brasil
Concentraccedilatildeo de Se (microgg)
COUTINHO (2001) GONZAGA (2002) BEHR (2004) MARTENS e COZZOLINO (2002) ROCHA (2014) STOCLER PINTO (2009) COMINETTI (2010) PIRES (2012)
19 40 17 43
583 58 58 115
Dados natildeo publicados - Meacutedia referente agrave determinaccedilatildeo de Se em dezoito lotes de castanha-do-brasil (safra 2011)
As frutas e as verduras em geral satildeo pobres em Se com exceccedilatildeo dos vegetais que satildeo
considerados acumuladores tais como o alho a mostarda indiana o broacutecolis a couve-de-
bruxelas a couve-flor o repolho a cebola e alguns cogumelos os quais podem fornecer boas
quantidades do mineral Nas regiotildees cujos solos tecircm quantidades significativas de Se o trigo
eacute uma boa fonte do mineral assim como os patildees e cereais (NAVARRO-ALARCON e
LOacutePEZ-MARTINEZ 2008)
A quantidade de proteiacutena presente no alimento deve ser considerada pois os alimentos
proteicos incorporam o Se de forma mais eficiente principalmente aqueles que possuem
maior concentraccedilatildeo de aminoaacutecidos que contenham enxofre como metionina e cisteiacutena
(BURK 1998) Alimentos como carne bovina frango peixe e ovos tambeacutem apresentam
quantidades significativas de Se assim como leite e seus derivados de acordo com a espeacutecie
animal e quantidade de gordura pois tanto o leite de vaca quanto os outros tipos que
apresentam maior quantidade de gordura possuem menores concentraccedilotildees do mineral
(NAVARRO-ALARCON 2008)
As melhores fontes de Se natildeo satildeo necessariamente as de maior biodisponibilidade Os
vegetais por exemplo em geral satildeo pobres no mineral entretanto apresentam uma
biodisponibilidade elevada variando de 85 a 100 Nos pescados que tambeacutem satildeo
23
considerados oacutetimas fontes de Se a biodisponibilidade varia de 20 a 50 Alguns
pesquisadores relacionam esta baixa biodisponibilidade agrave interaccedilatildeo do Se com o metal Hg que
pode estar presente nesses alimentos (ORTUNtildeO 1997 MARTENS et al 2012)
Com a descoberta da doenccedila de Keshan uma cardiomiopatia ocasionada pela
deficiecircncia de Se foi possiacutevel estabelecer recomendaccedilatildeo desse nutriente pois a doenccedila natildeo se
manifestava quando a quantidade consumida era igual ou maior que 191 microgdia em indiviacuteduo
adulto com 60 kg Acreditava-se que essa concentraccedilatildeo seria o menor valor de associaccedilatildeo
com o natildeo aparecimento dos sinais cliacutenicos da deficiecircncia do mineral (SHILS et al1994)
Entretanto atualmente sabe-se que a deficiecircncia de Se ocorre quando a ingestatildeo diaacuteria por
longos periacuteodos eacute menor ou igual a 11 microgdia Outro dado utilizado para determinar a
recomendaccedilatildeo de Se foi realizado atraveacutes da relaccedilatildeo entre a atividade da GPx no plasma e a
ingestatildeo do Se em indiviacuteduos adultos chineses residentes em uma aacuterea com solos
considerados pobres no mineral Os voluntaacuterios foram distribuiacutedos em cinco grupos e
receberam doses graduais de 0 10 30 60 e 90 microgdia de Se por via oral na forma de DL-
selenometionina Apoacutes cinco a oito meses a atividade da GPx respondeu de forma similar
para os trecircs concentraccedilotildees mais altos e esses resultados mostraram que uma ingestatildeo em torno
de 41 microgdia o equivalente a 30 microg da suplementaccedilatildeo mais 11 microg da dieta normal em um
homem de 60 kg eram suficientes para saturar a atividade da GPx (IOM 2001)
Com bases nesses dados foi possiacutevel estabelecer uma recomendaccedilatildeo de Se de acordo
com o Institute of Medicine (2001) A Ingestatildeo Dieteacutetica Recomendada (RDA) de Se para
indiviacuteduos adultos a partir dos 19 anos de idade foi estabelecida em 55 microgdia natildeo devendo
ultrapassar o niacutevel maacuteximo de Ingestatildeo Toleraacutevel (UL) estabelecido de 400 microgdia O Quadro
2 apresenta as Ingestotildees Dieteacuteticas de Referecircncia (DRI) de Se propostas pelo IOM (2006)
para populaccedilatildeo adulta
Quadro 2 Ingestatildeo Dieteacutetica de Referecircncia (DRIs) relativas ao Se em microgdia a partir de 1 ano
de idade de acordo com o Institute of Medicine (IOM 2006)
Idade (anos) EAR
Se microgdia
RDA
Se microgdia
UL
Se microgdia
˃ 14 45 55 400
EAR ndash Necessidade Meacutedia Estimada valor de ingestatildeo diaacuteria de um nutriente suficiente para suprir a
necessidade de metade dos indiviacuteduos saudaacuteveis de um determinado grupo do mesmo gecircnero e estaacutegio de vida
RDA ndash Ingestatildeo Dieteacutetica Recomendada eacute o niacutevel de ingestatildeo dieteacutetica diaacuteria suficiente para atender agraves
necessidades de um determinado nutriente de praticamente todos (97 a 98) os indiviacuteduos saudaacuteveis de um
determinado grupo do mesmo gecircnero e estaacutegio de vida
24
UL ndash Niacutevel Maacuteximo de Ingestatildeo Toleraacutevel eacute o valor mais alto da ingestatildeo diaacuteria continuada de um nutriente que
aparentemente natildeo oferece nenhum efeito adverso agrave sauacutede para todos os indiviacuteduos de um mesmo estaacutegio de
vida ou gecircnero
212 Aspectos Fisioloacutegicos Absorccedilatildeo Biodisponibilidade Armazenamento e Excreccedilatildeo
A absorccedilatildeo do Se acontece no duodeno ceco e coacutelon onde a selenometionina eacute
absorvida por um mecanismo de transporte ativo o selenito por difusatildeo simples o selenato
em conjunto com o sulfato por meio de carreadores mediados por soacutedio e a selenocisteiacutena por
transporte ativo comum aos aminoaacutecidos baacutesicos (histidina lisina e arginina) A
selenometilselenocisteiacutena natildeo eacute incorporada como selenometionina sendo convertida
rapidamente em metilselenol (FAIRWEATHERTAIT et al 2011)
Nos enteroacutecitos o Se eacute reduzido a selenito (H2Se) e em seguida transportado no
sangue ligado a proteiacutenas principalmente a fraccedilotildees de β-lipo proteiacutena de muito baixa
densidade e em menor quantidade em outros tipos de proteiacutenas como a albumina
especialmente quando a selenometionina eacute a principal forma presente nos alimentos
(REILLY 1996 PAPP et al 2007)
A biodisponibilidade do Se pode ser prejudicada por alguns fatores quantidade
ingerida a partir da dieta origem do Se consumido interaccedilatildeo com metais toacutexicos eficiecircncia
da digestatildeo formaccedilatildeo de compostos absorviacuteveis tempo do tracircnsito intestinal estado
nutricional do organismo em relaccedilatildeo ao Se doenccedilas do trato gastrintestinal conversatildeo para
formas biologicamente ativas apoacutes absorccedilatildeo e incorporaccedilatildeo agrave enzima GPx (IOM 2001) Na
determinaccedilatildeo da biodisponibilidade do Se alimentar a etapa limitante eacute a incorporaccedilatildeo da
forma biologicamente ativa selenocisteiacutena agrave GPx ou agraves 5 deiodinases nos tecidos
(HOLBEN SMITH 1999)
A excreccedilatildeo do Se ocorre principalmente pela via urinaacuteria (REILLY 1996 PAPP et
al 2007) e os compostos de Se tanto aqueles que entram no pool de selenito como os
convertidos a metilselenol satildeo metilados por tioacuteis-metiltransferases e geram diferentes formas
metaboacutelicas metiladas do mineral que seratildeo excretadas contribuindo para a homeostase Na
urina predominam as formas monometiladas nos casos de baixas ingestotildees e o
trimetilselenocircnio quando o Se eacute consumido em altas quantidades Quando os iacuteons de
trimetilselenocircnio atingem seu platocirc metaboacutelico ocorre a excreccedilatildeo pulmonar de
dimetilselenocircnio volaacutetil responsaacutevel pelo odor caracteriacutestico de alho na respiraccedilatildeo
(LETAVAYOVAacute et al 2006 PAPP et al 2007)
25
A Figura 1 ilustra o metabolismo do Se em mamiacuteferos onde os metaboacutelitos de Se
provenientes da alimentaccedilatildeo entram na ceacutelula e se juntam ao pool existente gerando selenito
que seraacute utilizado como fonte de Se para a siacutentese da selenocisteiacutena precursora das
selenoproteiacutenas (PAPP et al 2007)
Figura 1 Aspectos fisioloacutegicos do Se em mamiacuteferos
Adaptado de PAPP et al (2007)
(GSH = glutationa TrxRTrx = tioredoxina redutasetioredoxina)
213 Funccedilotildees e Accedilotildees
A propriedade antioxidante do Se estaacute relacionada agraves GPx que satildeo dependentes deste
mineral As GPx agem na proteccedilatildeo celular contra os danos provocados por radicais livres
juntamente com um sistema antioxidante complexo que envolve outras substacircncias
(HOLBEN SMITH 1999)
O Se eacute incorporado na forma de selenocisteiacutena no siacutetio ativo de um grande nuacutemero de
proteiacutenas Acredita-se que cerca de 100 selenoproteiacutenas possam existir no organismo de
mamiacuteferos Atualmente satildeo conhecidas 22 selenoproteiacutenas organizadas em grupos diferentes
Se Alimentar
Selenometionina
Selenito
Selenato
Selenocisteiacutena
(Sec)
Outras formas
ENTEROacuteCITO
Pool Intracelular de Selecircnio
Selenometionina
Selenito Selenato
GSS e SG (selenodiglutationa)
CH3SeH (metilselenol) etc
Incorporaccedilatildeo natildeo especiacutefica de
proteiacutenas ligadoras de selecircnio
Selenoproteiacutenas
Liases
GSH
TrxRTrx
H2Se
(selenido)
Sec
26
em funccedilatildeo da localizaccedilatildeo e das propriedades funcionais da selenocisteiacutena sendo que metade
destas apresenta caracteriacutesticas antioxidantes O grupo das GPx eacute o mais abundante Estas
selenoproteiacutenas satildeo encontradas em todos os tecidos de mamiacuteferos em que haacute processos
oxidativos e podem reduzir a produccedilatildeo de espeacutecies reativas de oxigecircnio contribuindo para a
proteccedilatildeo das macromoleacuteculas e membranas do organismo contra a oxidaccedilatildeo (BROWN et al
2001 TAPIERO et al 2003 GONZAGA et al 2005)
A GPx 1 tambeacutem conhecida como GPx citosoacutelica foi a primeira enzima dependente
de Se a ser identificada em 1953 em eritroacutecitos onde protege a hemoglobina de danos
oxidativos Essa GPx eacute encontrada no citosol das ceacutelulas sendo expressa em todos os tecidos
(BROWN 2001 LEI 2007) e tem como funccedilatildeo reduzir o peroacutexido de hidrogecircnio e
hidroperoacutexidos orgacircnicos livres transformando-os em aacutegua e aacutelcool respectivamente
(GONZAGA et al 2005)
A segunda isoforma GPx 2 ou gastrintestinal eacute encontrada no trato gastrintestinal e
no fiacutegado e age protegendo o organismo contra os hidroperoacutexidos na passagem pelo trato
gastrintestinal (GONZAGA et al 2005) A GPx 3 ou plasmaacutetica eacute sintetizada primeiramente
nas ceacutelulas tubulares renais e sua funccedilatildeo eacute servir de barreira antioxidante para o sangue
filtrado e proteger as ceacutelulas endoteliais do dano oxidativo (DUMONT 2006) A quarta
isoforma GPx 4 ou fosfolipiacutedio hidroperoacutexido tem como funccedilatildeo proteger as membranas das
ceacutelulas contra a accedilatildeo dos hidroperoacutexidos de aacutecidos graxos e tambeacutem reduzir a formaccedilatildeo de
hidroperoacutexidos de colesterol e de eacutester de colesterol nas membranas e nas lipoproteiacutenas de
baixa densidade (LDL) (SAVASKAN et al 2007)
Aleacutem dessas quatro isoformas foram descobertas tambeacutem a GPx 6 no epiteacutelio do
olfato e tecidos embrionaacuterios e outras variantes na qual o resiacuteduo de selenocisteiacutena eacute
substituiacutedo por cisteiacutena incluindo a GPx 5 com expressatildeo restrita no epidiacutedimo e a GPx 7
(PAPP et al 2007) Entretanto ainda natildeo se sabe exatamente qual a accedilatildeo dessas GPx
(HERBETTE et al 2007)
O Se pode interagir com um grande nuacutemero de metais toacutexicos como arsecircnio (As)
caacutedmio (Cd) Hg cobre (Cu) prata (Ag) chumbo (Pb) e platina (Pt) podendo alterar a
toxicidade e prevenir possiacuteveis manifestaccedilotildees toxicoloacutegicas em razatildeo da exposiccedilatildeo aos
mesmos (ORTUNtildeO et al 1997) Uma das hipoacuteteses para explicar essa interaccedilatildeo seria uma
reaccedilatildeo direta desses metais com o Se na forma inorgacircnica formando substacircncias
biologicamente inativas no interior do trato gastrintestinal Este mecanismo de interaccedilatildeo foi
encontrado em estudos com o Cd Pt Pb Ag e Hg Uma segunda hipoacutetese seria a reaccedilatildeo do
Se com grupos tioacuteis de algumas moleacuteculas para formar selenosulfidos (RSSeSR) que
27
possuem forte afinidade por metais (ORTUNtildeO et al 1997 ALARCOacuteN e MARTINEZ
2000)
A interaccedilatildeo entre o Hg e o Se tem sido estudada haacute mais de trecircs deacutecadas e envolve
uma variedade de processos bioquiacutemicos e toxicoacutelogicos ainda desconhecidos (CHEN et al
2006) Estudos conduzidos em animais foram realizados para tentar esclarecer os mecanismos
dessa interaccedilatildeo mesmo assim estes natildeo foram completamente elucidados (GREGUS et al
2001) Pesquisas in vitro sugerem que o efeito protetor do Se em relaccedilatildeo aos efeitos toacutexicos do Hg
seja em razatildeo da formaccedilatildeo de um complexo inerte Hg-Se (11) ligado agrave selenoproteiacutena P (Sepp1) no
sangue (DRASCH et al 2000)
A Figura 2 ilustra um possiacutevel mecanismo de destoxificaccedilatildeo muacutetua de Se e Hg elaborado
por Gailer et al (2000) onde o Se na forma de selenito ao ser incorporado nos eritroacutecitos eacute
reduzido atraveacutes da glutationa e no plasma liga-se agrave albumina proteiacutena responsaacutevel pelo transporte
sanguiacuteneo de Hg Sendo assim o Se natildeo reagiria de forma direta com o Hg livre mas com o Hg
ligado agrave albumina formando o complexo Hg-Se que por sua vez liga-se agrave selenoproteiacutena P e
tambeacutem aos resiacuteduos de histidina e cisteiacutena presentes na proteiacutena
Vale mencionar que a selenoproteiacutena P eacute uma glicoproteiacutena que transporta a maior parte de
Se no plasma dessa forma nos casos em que haacute deficiecircncia em Se a siacutentese de selenoproteiacutena P
pode estar prejudicada assim como a sua concentraccedilatildeo no plasma A existecircncia da selenoproteiacutena P
foi relatada haacute aproximadamente 30 anos poreacutem o progresso na tentativa de esclarecer as suas
funccedilotildees tecircm se destacado nos uacuteltimos anos (BURK HILL 2009)
Figura 2 Esquema de um possiacutevel mecanismo de destoxificaccedilatildeo muacutetua de Se e Hg
Adaptado de Gailer et al (2000)
SeO32-
e Se2-
= selenito Hg2+
= mercuacuterio livre HgSe = complexo Hg Se
HgSe
SeO32-
SeO32- Se2-GSH
Eritroacutecito
Se2-
Hg2+ (albumina)HgSe
Selenoproteiacutena P
HgSeHgSe
HgSe
28
Concentraccedilotildees adequadas de Se tambeacutem estatildeo relacionadas ao funcionamento
adequado do sistema imunoloacutegico Propriedades como quimiotaxia migraccedilatildeo e atividade
fungicida satildeo indicadores claramente dependentes da concentraccedilatildeo de Se nas ceacutelulas
fagocitaacuterias Efeitos reguladores do sistema imunoloacutegico satildeo explicados pela manutenccedilatildeo da
integridade das membranas das ceacutelulas imunocompetentes em condiccedilotildees adequadas de Se
Por isso satildeo atribuiacutedas ao Se funccedilotildees nas ceacutelulas do sistema imunoloacutegico como manutenccedilatildeo
da integridade das ceacutelulas imunocompetentes reduccedilatildeo dos peroacutexidos orgacircnicos e inorgacircnicos
formados por reaccedilotildees originadas dos radicais livres na ceacutelula regulaccedilatildeo do metabolismo dos
hidroperoacutexidos que levam agrave siacutentese de leucotrienos tromboxanos prostaglandinas e
lipoacutexidos e modulaccedilatildeo dos produtos oxidativos na respiraccedilatildeo das ceacutelulas fagocitaacuterias
(ORTUNtildeO et al 1997)
O Se tambeacutem participa na conversatildeo de tiroxina (T4) em tritiodotironina (T3) por
meio das deiodinases tipo I II e III A deficiecircncia em Se no organismo causa um decreacutescimo
de 15 a 20 na conversatildeo de T4 em T3 A enzima 5rsquo-deiodinase tipo 1 (IDI) eacute uma
selenoproteiacutena encontrada principalmente no fiacutegado e rins responsaacutevel pela conversatildeo da
forma inativa do proacute-hormocircnio T4 que eacute secretado pela tireoide agrave forma metabolicamente ativa
triiodotironina (T3) Nos casos de deficiecircncia em Se o T4 estaacute aumentado no plasma enquanto o T3
estaacute diminuiacutedo (KOumlHRLE 2000)
Outras accedilotildees protetoras do Se tecircm sido descritas no contexto das Doenccedilas Crocircnicas
Natildeo Transmissiacuteveis (DCNT) Alguns mecanismos foram propostos para esclarecer a inibiccedilatildeo
do aparecimento do cacircncer pela accedilatildeo do Se como reduccedilatildeo da hipermetilaccedilatildeo do DNA
causada pelo aumento da atividade da DNA metiltransferase regulaccedilatildeo da hipometilaccedilatildeo do
DNA que paradoxalmente ocorre durante a progressatildeo do tumor e proteccedilatildeo antioxidante que
promove equiliacutebrio entre a formaccedilatildeo de radicais livres e o funcionamento celular normal (DAVIS e
UTHUS 2002) Quando esse equiliacutebrio eacute interrompido pelo acuacutemulo de radicais livres a ceacutelula
entra em estresse oxidativo e consequentemente em instabilidade geneacutetica alterando certos
fatores de transcriccedilatildeo ou oxidando o DNA na sua base 8-hidroxidodesoxiguanosina (8-OHdG)
(BAYOUMY-EL 2001)
Estudos epidemioloacutegicos mostram correlaccedilatildeo positiva entre maior ingestatildeo de Se e
menor incidecircncia de cacircncer de tireoide pele mama ovaacuterio proacutestata e trato gastrintestinal
especialmente o coloretal (ORTUNtildeO et al 1997 NAVARRO-ALARCON e LOacutePEZ-
MARTINEZ 2000 DAVIS e UTHUS 2002) O Se tambeacutem pode diminuir o risco de
outras doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis como aterosclerose trombose arteri al e
diabetes melito (NAVARRO-ALARCON e LOacutePEZ-MARTINEZ 2000)
29
214 Deficiecircncia e Toxicidade
A deficiecircncia em Se ocorre quando a ingestatildeo diaacuteria eacute menor ou igual a 11 microgdia
enquanto ingestotildees acima de 400 microgdia podem levar agrave toxicidade (IOMFNB 2001 ZHANG
et al 2002) Os grupos mais vulneraacuteveis agrave deficiecircncia satildeo fumantes idosos gestantes
lactentes crianccedilas de 2 a 10 anos adolescentes do gecircnero feminino indiviacuteduos submetidos agrave
nutriccedilatildeo parenteral total sem suplementaccedilatildeo com Se por um periacuteodo superior a 20 ou 30 dias
enfermos de doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis indiviacuteduos sujeitos a elevado estresse e
doenccedilas debilitantes (AIDS hepatite C hanseniacutease) populaccedilotildees que habitam aacutereas com solos
pobres em Se aleacutem de populaccedilotildees que habitam aacutereas antropogecircnicas ou naturalmente
contaminadas por Hg (ORTUNtildeO et al 1997 BURKE e OPESKIN 2002 MARTENS et al
2012)
A doenccedila de Kesha definida como uma cardiomiopatia que afeta crianccedilas e mulheres
jovens estaacute diretamente relacionada agrave baixa ingestatildeo alimentar de Se a forma aguda eacute
caracterizada por insuficiecircncia suacutebita da funccedilatildeo cardiacuteaca e a fase crocircnica degeneraccedilatildeo dos
muacutesculos (especialmente necrose multifocal e fibrose no miocaacuterdio) cardiomegalia isquemia
do miocaacuterdio eletrocardiograma anormal e edema pulmonar Outra consequecircncia associada agrave
deficiecircncia eacute a doenccedila de Kashin-Beck osteoartrite endecircmica que ocorre durante a preacute-adolescecircncia
ou adolescecircncia podendo resultar em nanismo e deformaccedilatildeo das articulaccedilotildees (HOLBEN e SMITH
1999) Ressalta-se que no Brasil natildeo haacute relatos dessas deficiecircncias graves
Jaacute os sintomas da intoxicaccedilatildeo por Se satildeo distuacuterbios gastrintestinais graves paladar
metaacutelico odor de alho exalado pelas vias respiratoacuterias distuacuterbios neuroloacutegicos siacutendrome do
estresse respiratoacuterio infarto do miocaacuterdio e falecircncia renal (HOLBEN e SMITH 1999) A
toxicidade crocircnica tanto pelas formas orgacircnicas quanto inorgacircnicas apresenta caracteriacutesticas
cliacutenicas semelhantes poreacutem as concentraccedilotildees teciduais do mineral satildeo diferentes (IOM
2000)
De acordo com Yang et al (1983) os tecidos e oacutergatildeos mais afetados pela toxicidade de
Se satildeo as unhas cabelos pele e sistema nervoso As unhas tornam-se quebradiccedilas com
pontos brancos e estrias longitudinais na superfiacutecie seguido de queda da parede da unha
iniciada nos polegares Os cabelos tornam-se sem brilho e quebram-se facilmente na raiz e
aqueles que nascem em geral satildeo despigmentados Esta caracteriacutestica pode ser observada em
outros locais como axilas braccedilos e aacuterea puacutebica As lesotildees de pele ocorrem principalmente em
quatro pontos palma das matildeos e peacutes nuca cotovelos e pernas com aparecircncia inflamada e
eruptiva agraves vezes ulcerada As anormalidades no sistema nervoso soacute ocorrem nos casos de
30
maior gravidade e os sintomas incluem paralisia perifeacuterica formigamentos hiper-reflexatildeo dos
tendotildees espasmos distuacuterbio motor e hemiplegia (YANG et al 1983)
Vaacuterios fatores podem influenciar a gravidade e o tempo de aparecimento dos sinais
cliacutenicos da intoxicaccedilatildeo por Se como idade estado de nutriccedilatildeo e sauacutede do indiviacuteduo e
recidivas de alta ingestatildeo do mineral (IOMFNB 2001) Segundo Zhang et al (2002)
indiviacuteduos que jaacute sofreram intoxicaccedilatildeo por alta ingestatildeo de Se satildeo mais susceptiacuteveis a outra
intoxicaccedilatildeo provocada por menores quantidades do mineral Ingestatildeo de 910 microgdia pode
causar alteraccedilotildees nas unhas (IOMFNB 2001) Registros sobre intoxicaccedilatildeo por Se foram
encontrados em Enshi (China) onde a prevalecircncia da doenccedila ocorreu entre os anos de 1961 e
1964 com uma taxa de mortalidade de 50 da populaccedilatildeo de 248 habitantes (REILLY 1996)
Na Venezuela em um local chamado Vila Bruzual foram registrados casos de intoxicaccedilatildeo
nas crianccedilas em fase escolar sendo esta regiatildeo considerada seleniacutefera (JAFFEacute et al 1972)
22 MERCUacuteRIO
O Hg eacute o uacutenico metal que se apresenta no estado liacutequido em temperatura ambiente e a
0degC (BISINOTI 2005) presente naturalmente na crosta terrestre aacutegua e atmosfera Dentre as
diferentes formas quiacutemicas a espeacutecie de distribuiccedilatildeo mais ampla eacute o Hg na forma de vapor
predominante na atmosfera seguido da forma inorgacircnica dominante em aacuteguas naturais e do
metilmercuacuterio que eacute de extrema importacircncia ambiental em razatildeo de sua elevada toxicidade
principalmente em mamiacuteferos (GALVAtildeO et al 2007)
As primeiras evidecircncias dos efeitos neurotoxicoloacutegicos do Hg em consequecircncia da
ingestatildeo materna de alimentos contaminados foram observadas em crianccedilas na cidade de
Minamata no Japatildeo onde o metilmercuacuterio liberado de uma induacutestria quiacutemica contaminou as
aacuteguas da baiacutea e os peixes consumidos pela populaccedilatildeo Em 1953 a doenccedila de Minamata foi
reconhecida como uma doenccedila neuroloacutegica e chamou atenccedilatildeo do mundo para o problema da
intoxicaccedilatildeo por metais toacutexicos (TAKEUCKI e ETO 1999 FARIAS et al 2006) O Hg entatildeo
passou a ser considerado um dos metais mais perigosos no que diz respeito agrave contaminaccedilatildeo
ambiental e agrave sauacutede humana (FARIAS et al 2006)
Apoacutes a intoxicaccedilatildeo por Hg em Minamata as pesquisas foram direcionadas para os
possiacuteveis efeitos da exposiccedilatildeo crocircnica assim como concentraccedilotildees baixas de metilmercuacuterio
principalmente em crianccedilas em virtude da transferecircncia materna infantil durante a gestaccedilatildeo
uma vez que esse metal ultrapassa facilmente a barreira placentaacuteria e pode causar
31
consequecircncias graves agrave sauacutede do bebecirc que eacute sensiacutevel a menores concentraccedilotildees quando
comparados aos adultos (GALVAtildeO et al 2007)
A exposiccedilatildeo e acumulo do Hg durante o desenvolvimento fetal e amamentaccedilatildeo estatildeo
diretamente relacionados com a carga materna e a transferecircncia desse metal para a placenta e
leite materno (STEUERWALD et al 2000 CEacuteZAR 2002 MARQUES 2002) O alimento
que mais contribui para a contaminaccedilatildeo por Hg eacute o peixe pois as espeacutecies aquaacuteticas absorvem
o Hg na forma de metilmercuacuterio (DOMINGUES 2000) e o grau de exposiccedilatildeo eacute influenciado
por fatores como a frequecircncia da ingestatildeo de pescados a preferecircncia (peixes carniacutevoros
apresentam maiores quantidade de Hg) tamanho e niacutevel troacutefico (PARADIS et al 1997)
O Hg ao entrar na circulaccedilatildeo sanguiacutenea se liga a proteiacutenas e se distribui pelos tecidos
concentrando-se nos rins fiacutegado medula oacutessea ceacuterebro ossos e pulmotildees (SAacute et al 2006)
Os sinais e sintomas da intoxicaccedilatildeo dependem de vaacuterios fatores como gecircnero idade
hormocircnios taxa de hemoglobina e capacidade de induccedilatildeo das metalotioneiacutenas que podem
funcionar como barreiras protetoras do ceacuterebro e cerebelo (EPA 1997) No homem o
sistema nervoso central eacute o principal oacutergatildeo acometido pelo metilmercuacuterio e os sintomas
cliacutenicos incluem parestesia (alteraccedilotildees sensoriais) ataxia (falta de coordenaccedilatildeo nos
movimentos) e disartria (dificuldade na articulaccedilatildeo das palavras) aleacutem de distuacuterbios visuais e
auditivos A ocorrecircncia dos sintomas cliacutenicos tambeacutem eacute dose dependente (IPCS 1990) Aleacutem
de tremor vertigem entorpecimento dor de cabeccedila catildeibra fraqueza depressatildeo dispneia
tosse inflamaccedilotildees gastrintestinais queda de cabelo naacuteusea e vocircmitos (CANELA 1995) O
quadro cliacutenico tiacutepico das crianccedilas geradas sob tais exposiccedilotildees inclui microcefalia (maacute
formaccedilatildeo no crescimento do ceacuterebro) hiper-reflexia (reflexos muito ativos ou responsivos em
excesso) e deficiecircncia visual auditiva mental e motora (IPCS 1990)
A excreccedilatildeo do Hg do corpo humano ocorre por via urinaacuteria ou fecal diferindo de
acordo com a forma dose e tempo apoacutes a exposiccedilatildeo Uma pequena fraccedilatildeo eacute eliminada pela
respiraccedilatildeo mas a excreccedilatildeo fecal eacute a maior e a principal via apoacutes a exposiccedilatildeo ao Hg (FORD et
al 2001)
Segundo Fadini e Jardim (2001) a presenccedila do Hg na regiatildeo Amazocircnica se deve
principalmente agrave extraccedilatildeo de ouro e aos processos naturais e antroacutepicos Aleacutem disso como os
solos da bacia Amazocircnica satildeo antigos apresentam capacidade elevada de reter o Hg e acumulaacute-lo
durante anos (MIRETZKY et al 2005) A poluiccedilatildeo do Hg na Amazocircnia eacute um problema
ambiental grave pois 70 a 170 toneladas deste metal satildeo lanccedilados anualmente no meio
ambiente pela atividade informal de mineraccedilatildeo de ouro e queimadas o que representa uma
fonte primaacuteria de emissatildeo do Hg Como resultado uma grande quantidade do metal sofre
32
metilaccedilatildeo e se acumula nos peixes da cadeia alimentar (MEECH 1997 PINHEIRO et al
2000)
Em relaccedilatildeo agrave genotoxicidade do Hg tecircm-se descrito que este metal pode ser
responsaacutevel por mutaccedilotildees em niacuteveis cromossocircmico e gecircnico sendo a compreensatildeo destes
efeitos de grande importacircncia em razatildeo de suas consequecircncias para a sauacutede humana
(AZEVEDO 2003) O Hg produz depleccedilatildeo dos principais antioxidantes celulares
principalmente os que contecircm grupos tioacutelicos e pode tambeacutem aumentar a geraccedilatildeo das espeacutecies
reativas de oxigecircnio como os radicais hidroxila (HO) os radicais superoacutexido (O2-) ou
peroacutexido de hidrogecircnio (H2O2) aumentando o estresse oxidativo e assim causar alteraccedilotildees
nas funccedilotildees das ceacutelulas (ERCAL et al 2001 PEROTTONI et al 2004)
A Figura 3 apresenta possiacuteveis mecanismos moleculares de genotoxicidade do Hg o
qual entra na ceacutelula atraveacutes da membrana plasmaacutetica ou por meio de transportadores podendo
afetar o DNA de diversas formas Uma delas eacute aumentando a produccedilatildeo de ERRO as quais
podem reagir diretamente com o DNA ou indiretamente ao induzir mudanccedilas
conformacionais nas proteiacutenas responsaacuteveis pela formaccedilatildeo e manutenccedilatildeo do mesmo Tambeacutem
pode reagir de forma direta nos microtuacutebulos evitando a organizaccedilatildeo em fuso dos
cromossomos durante a atividade mitoacutetica Esses danos ao DNA podem ser causados tanto
pelos radicais livres gerados pelo Hg como pelo proacuteprio metal (CRESPO-LOacutePEZ et al
2009)
Figura 3 Mecanismos moleculares de genotoxicidade do Hg
Fonte Adaptado de Crespo-Loacutepez et al (2009)
EROS Espeacutecies Reativas de Oxigecircnio
EROS
D
N
A
M
E
R
C
Uacute
R
I
O
Microtuacutebulos
33
De acordo com os pesquisadores Pinheiro et al (2006) e Harada et al (2001)
concentraccedilotildees de Hg dez vezes menores que os valores de referecircncia estabelecidos pela World
Health Organization (WHO) foram relacionados com a genotoxicidade no sistema nervoso
central apontando para a necessidade de uma revisatildeo dos padrotildees adotados pela WHO
(1990)
Evidencia-se que populaccedilotildees residentes em aacutereas de risco de contaminaccedilatildeo por Hg
podem estar mais susceptiacuteveis a um aumento do estresse oxidativo Entretanto a intensidade
dos danos dependeraacute de fatores como a amplitude da geraccedilatildeo de ERO nos alvos celulares da
atividade dos sistemas de defesa antioxidante e da presenccedila ou da ausecircncia de metais de
transiccedilatildeo (HALLIWELL e CHIRICO 1993) Dependeraacute ainda da ingestatildeo de nutrientes
pois o consumo inadequado de Se estaacute relacionado com uma reduccedilatildeo da atividade da GPx
prejudicando o sistema de defesa antioxidante do organismo (COMINETTI 2011)
23 ESTRESSE OXIDATIVO
O estresse oxidativo eacute caracterizado pelo desequiliacutebrio entre substacircncias antioxidantes
e oxidantes e o efeito das espeacutecies reativas eacute equilibrado pela accedilatildeo antioxidante enzimaacutetica e
natildeo enzimaacutetica do sistema bioloacutegico (VALKO et al 2006)
As espeacutecies reativas de oxigecircnio (ERO) bem como as Espeacutecies Reativas de Nitrogecircnio
(RNS) satildeo moleacuteculas que contecircm oxigecircnio ou nitrogecircnio respectivamente com um ou mais
eleacutetrons desemparelhados o que as torna instaacuteveis e reativas Essas moleacuteculas satildeo produtos do
metabolismo celular normal que exercem um papel duplo no organismo uma vez que podem
atuar de forma beneacutefica ou prejudicial Os efeitos beneacuteficos ocorrem em baixas eou
moderadas concentraccedilotildees e envolvem funccedilotildees fisioloacutegicas como atuaccedilatildeo na defesa do
organismo contra agentes infecciosos e em sistemas de sinalizaccedilatildeo celular aleacutem da induccedilatildeo
de resposta mitogecircnica (RIDNOUR et al 2005 VALKO et al 2006)
Com o objetivo de emparelhar seus eleacutetrons estas substacircncias podem adquirir eleacutetrons
de outras moleacuteculas tornando-as instaacuteveis e convertendo-se em radicais livres Como exemplo
de radicais livres destacam-se o superoacutexido (O2) a hidroxila (OH) o tiol (SH-) o
triclorometil (CCl3) e o oacutexido niacutetrico (NO) Vale ressaltar que caso essas espeacutecies natildeo sejam
removidas ou neutralizadas podem reagir com lipiacutedios proteiacutenas e aacutecidos nucleicos
causando danos nas funccedilotildees celulares (CHAUHAN e CHAUHAN 2006) Dentre os prejuiacutezos
ao metabolismo celular podem ocorrer ruptura das fitas do DNA aumento na concentraccedilatildeo
34
de caacutelcio intracelular livre danos em transportadores de iacuteons ou em outras proteiacutenas
especiacuteficas e peroxidaccedilatildeo de lipiacutedios (HALLIWELL e CHIRICO 1993)
Aleacutem disso os aacutecidos graxos poli insaturados que estatildeo presentes em grande
quantidade nas ceacutelulas satildeo mais susceptiacuteveis agrave oxidaccedilatildeo em razatildeo da presenccedila de grupos
metilecircnicos entre duplas ligaccedilotildees e por isso tornam-se alvos mais provaacuteveis quando
comparados ao DNA (LOUREIRO et al 2002) A peroxidaccedilatildeo lipiacutedica se inicia com o
ataque agrave bicamada lipiacutedica por qualquer espeacutecie reativa capaz de abstrair um aacutetomo de
hidrogecircnio de um aacutecido graxo poli insaturado e apoacutes a iniciaccedilatildeo esse processo eacute cataliacutetico o
que favorece a formaccedilatildeo de hidroperoacutexidos Com a abstraccedilatildeo do aacutetomo de hidrogecircnio do
aacutecido graxo poli insaturado (LH) eacute formado o radical lipiacutedico (Lbull) que eacute rapidamente
adicionado a uma moleacutecula de oxigecircnio levando agrave formaccedilatildeo do radical peroxil (LOObull) sendo
capaz de reagir com outro aacutecido graxo poli insaturado iniciando uma nova cadeia de oxidaccedilatildeo
a partir da formaccedilatildeo de outro radical lipiacutedico (Lbull) (LOUREIRO et al 2002) O radical peroxil
pode ser rearranjado via reaccedilotildees de ciclizaccedilatildeo de endoperoacutexidos e como produto final o
malondialdeiacutedo (MDA) que eacute considerado mutagecircnico em ceacutelulas de mamiacuteferos pois pode
reagir com as bases nitrogenadas guanina adenina e citosina formando adutos que levam a
ligaccedilotildees cruzadas de DNA-DNA ou DNA-proteiacutenas ocasionando aumento do estresse
oxidativo (VALKO et al 2006) Menciona-se tambeacutem as oxidaccedilotildees enzimaacuteticas do aacutecido
araquidocircnico que ocorrem durante a siacutentese de eicosanoacuteides bem como as reaccedilotildees
catalisadas por ciclo oxigenases ou lipoxigenases que satildeo importantes fontes de ERO ou
hidroperoacutexidos lipiacutedicos (LOUREIRO et al 2002)
Por outro lado o organismo dispotildee de mecanismos que tecircm a finalidade de proteccedilatildeo
contra os processos oxidativos Estas defesas antioxidantes satildeo de extrema importacircncia pois
satildeo responsaacuteveis pela remoccedilatildeo direta dos radicais livres promovendo maacutexima proteccedilatildeo aos
siacutetios bioloacutegicos (VALKO et al 2006)
O principal sistema antioxidante eacute o enzimaacutetico que inclui enzimas como a
superoacutexido dismutase (SOD) que converte radicais superoacutexido em peroacutexido de hidrogecircnio a
catalase e a GPx as quais reduzem peroacutexido de hidrogecircnio e hidroperoacutexidos lipiacutedicos
(COMINETTI et al 2011 HAMANASHI et al 2004) A glutationa redutase (GR) tambeacutem
eacute uma enzima que participa desse processo pois eacute responsaacutevel pela regeneraccedilatildeo da glutationa
em sua forma reduzida (GSH) que eacute utilizada como substrato da enzima GPx (PRADA et al
2004) Existem
Quanto ao sistema antioxidante natildeo enzimaacutetico inclui compostos antioxidantes de
origem alimentar que muitas vezes satildeo utilizados como cofatores pelas enzimas antioxidantes
35
(BARBOSA et al 2010) Como exemplo de compostos que atuam por meio da neutralizaccedilatildeo
das ERO produzidas tanto no meio intra quanto extracelular tem-se o tocoferol (vitamina E) o
beta-caroteno (proacute-vitamina A) o Se cofator enzimaacutetico da GPx o cobre o zinco e o aacutecido
ascoacuterbico (BERGER 2005 PRADA et al 2004 PAPP et al 2007) Aleacutem do Se como
exemplo de cofator enzimaacutetico antioxidante destacam-se o zinco e o cobre que participam da
estrutura das enzimas Zn-Cu-SOD (SOD1) e SOD extracelular (SOD3) (FORMIGARI et al
2007 COMINETTI et al 2011) Existem ainda varredores de radicais livres hidrofiacutelicos
como o ascorbato e flavonoacuteides (CASTRO e FREEMAN 2001)
Aleacutem da relaccedilatildeo entre estresse oxidativo e sistema de defesa antioxidante ressalta-se a
importacircncia de se avaliar as caracteriacutesticas geneacuteticas individuais como por exemplo a
presenccedila de polimorfismos geneacuteticos uma vez que estes podem inferir nas concentraccedilotildees de
nutrientes organismo (VIVANCO et al 2006)
24 POLIMORFISMOS GENEacuteTICOS
Por meio do projeto genoma humano foi possiacutevel revelar natildeo somente o
sequenciamento completo dos genes humanos mas tambeacutem as interaccedilotildees entre os genes e o
meio ambiente Diversas mutaccedilotildees foram descobertas apoacutes o sequenciamento e os
polimorfismos satildeo resultantes destas alteraccedilotildees sendo os diferentes modelos decorrentes do
tipo de mutaccedilatildeo que os originou (BROOKES 1999 YAMADA 2010) Os polimorfismos
podem ser de inserccedilotildees de pares de base uacutenica de deleccedilotildees ou substituiccedilotildees de um par de
bases por outro
O tipo mais comum de polimorfismo eacute denominado SNP (Single Nucleotide
Polymorfism) ou polimorfismo de nucleotiacutedeo uacutenico que eacute uma mutaccedilatildeo simples na qual
acontece a troca de um nucleotiacutedeo por outro em determinado ponto do DNA A ocorrecircncia
de SNPs eacute de aproximadamente um em cada mil bases do genoma humano estimando a
ocorrecircncia em milhotildees (BROOKES 1999)
Os polimorfismos que resultam da inserccedilatildeo ou da deleccedilatildeo de nucleotiacutedeos em
fragmentos da moleacutecula de DNA ocorrem em um deacutecimo de frequecircncia dos SNP Os tipos
mais comuns de polimorfismo de inserccedilatildeo eou deleccedilatildeo satildeo os de bases repetidas chamados
de STR (Simple Tandem Repeats) ou microssateacutelites e os de padrotildees de nucleotiacutedeos
repetidos em uma regiatildeo do DNA conhecidos como VNTR (Variable Number of Tandem
Repeats) ou minissateacutelites (SCHORK et al 2000)
36
Aqueles polimorfismos que podem causar alteraccedilotildees nas sequecircncias de aminoaacutecidos
codificados acarretando danos nas funccedilotildees como alteraccedilatildeo nos siacutetios de interaccedilatildeo na
solubilidade e na estabilidade da proteiacutena estatildeo localizados nos eacutexons regiatildeo codificadora do
gene e satildeo chamadas de non-synonymous SNP ndash nsSNP (RAMENSKY et al 2002)
Estudos que envolvem genocircmica nutricional tecircm sido relacionados a importantes
associaccedilotildees entre polimorfismos e consumo de nutrientes permitindo melhor compreensatildeo de
como a nutriccedilatildeo influencia as vias de homeostase metaboacutelica Essa descoberta possibilitou
uma perspectiva na reduccedilatildeo do risco de doenccedilas uma vez que as interaccedilotildees existentes entre os
genes e os nutrientes permitem descrever a modulaccedilatildeo dos efeitos dos componentes
alimentares em um fenoacutetipo especiacutefico associado a um polimorfismo geneacutetico
(STRATIGOPOULOS et al 2008 KAUWELL 2005)
Como exemplo de SNP que pode estar relacionado ao status de Se pode-se destacar o
Pro198Leu no gene da GPx 1 Jaacute como exemplo de um polimorfismo de deleccedilatildeo que pode
interferir nas concentraccedilotildees de Hg no organismo destaca-se o GSTM1 no gene da GST
241 Polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) no Gene da GPx 1
De acordo com Hesketh (2008) polimorfismos na regiatildeo codificadora dos genes de
selenoproteiacutenas podem alterar a incorporaccedilatildeo do Se e influenciar a capacidade antioxidante
No gene humano da GPx 1 que eacute a isoforma intracelular citosoacutelica mais abundante nos
sistemas bioloacutegicos localizado na regiatildeo cromossomica 3p213 foram descobertos vaacuterios
polimorfismos sendo mais de 30 SNP dentre eles o Pro198Leu (rs 1050450) Nesse SNP
ocorre uma substituiccedilatildeo da base nitrogenada citosina por timina (CrarrT) no exoacuten 2 do
nucleotiacutedio 594 do gene resultando na troca do aminoaacutecido prolina por leucina no coacutedon 198
(FOSBERG et al 1999) A troca do aminoaacutecido prolina por leucina pode causar
consequecircncias na atividade da enzima GPx 1 pois a prolina eacute o uacutenico aminoaacutecido sem grupo
amino livre no carbono alfa ocasionando uma torccedilatildeo na estrutura secundaacuteria dos peptiacutedeos
(FOSBERG et al 2000 JABLONSKA et al 2009 ARSOVA-SARAFINOVSKA et al
2009)
Segundo Suzen et al (2010) que avaliaram a frequecircncia dos alelos e genoacutetipos de
diversas populaccedilotildees do mundo o maior percentual geralmente eacute de indiviacuteduos com genoacutetipos
selvagens (ProPro) seguidos por heterozigotos para o polimorfismo ou seja com um alelo
variante (ProLeu) e depois por indiviacuteduos homozigotos (LeuLeu)
37
No Brasil em relaccedilatildeo agrave frequecircncia desse polimorfismo aleacutem desse estudo
pesquisadores do Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo - Minerais da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas
da Universidade de Satildeo Paulo determinaram por meio de vaacuterios estudos a frequecircncia
genotiacutepica do Pro198Leu em vaacuterias populaccedilotildees de cidades do Brasil e os resultados estatildeo
ilustrados no Quadro 3 a seguir
Quadro 3 Frequecircncia genotiacutepica em relaccedilatildeo ao polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) no
gene que codifica GPx1 encontrada em pesquisas realizadas no Brasil no Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo e Minerais da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo
(USP)
Estado Nuacutemero de
participantes
ProPro
()
ProLeu
()
LeuLeu
()
SANTOS (2013) Cearaacute 176 55 38 7
ROCHA (2015) Rondocircnia 190 56 37 7
NISHIMURA
(2010) Satildeo Paulo
175 (Caso)
203 (Controle)
50
51
43
43
7
6
DONADIO
(2011) Satildeo Paulo 124 49 48 3
COMINETTI et
al (2011) Satildeo Paulo 37 49 38 13
CARDOSO et
al (2012) Satildeo Paulo
28 (Caso)
29 (Controle)
75
72
14
14
11
14
Uma das principais descobertas dos estudos sobre o polimorfismo Pro198Leu estaacute
relacionada agrave presenccedila do alelo Leu pois algumas pesquisas verificaram que esse genoacutetipo
pode diminuir a atividade da GPx 1 e aleacutem disso estudos associaram a concentraccedilatildeo
eritrocitaacuteria de Se com a sua atividade indicando que o genoacutetipo LeuLeu pode influenciar
tambeacutem o estado nutricional dos indiviacuteduos relativo ao Se (JABLONSKA et al 2009)
Em indiviacuteduos natildeo doentes Forsberg et al (2000) e Jablonska et al (2009) natildeo
observaram associaccedilotildees entre a atividade da enzima GPx 1 e o genoacutetipo Poreacutem na pesquisa
de Jablonska et al (2009) foi obtida uma associaccedilatildeo significativamente diferente entre cada
grupo de genoacutetipo avaliado em relaccedilatildeo agrave atividade da GPx 1 e a concentraccedilatildeo de Se Dessa
forma os pesquisadores presumiram que a resposta agrave ingestatildeo ou agrave suplementaccedilatildeo de Se
assim como a atividade da enzima pode estar relacionadas aos genoacutetipo do indiviacuteduo Aleacutem
disso os autores sugeriram que carreavam indiviacuteduos que possuiacuteam ao menos um alelo Pro
teriam maior atividade da enzima quando comparados agravequeles com ambos alelos Leu
38
Ravn-Haren et al (2006) observaram em mulheres com cacircncer de mama que a
atividade da GPx 1 foi significativamente menor nas participantes com a presenccedila do genoacutetipo
Leu em comparaccedilatildeo agravequelas com genoacutetipo Pro Isso foi observado tanto nas mulheres doentes
quanto naquelas do grupo controle Aleacutem de alguns tipos de cacircncer como o de bexiga
colorretal de pulmatildeo e de mama outras doenccedilas satildeo relacionadas com o polimorfismo
Pro198Leu tais como siacutendrome metaboacutelica (KUZUYA et al 2008) e concentraccedilotildees elevados
de triacilgliceroacuteis em pacientes com diabetes melito tipo 2 (CHEN et al 2012)
242 Polimorfismo GSTM1 no Gene da GST
A GST eacute uma famiacutelia de enzimas intracelulares localizadas no citosol que modulam a
accedilatildeo de toxinas endoacutegenas e exoacutegenas sobre as ceacutelulas evitando danos ao DNA
(MANNERVIK et al 1985 MORAIS et al 2008 CASTRO e LIMA 2013) Este grupo de
enzimas tem sido amplamente estudado pois estatildeo envolvidas no metabolismo de muitos
carcinoacutegenos poluentes ambientais e drogas anticanceriacutegenas Dessa forma supotildee-se que a
inexistecircncia de enzimas especiacuteficas ou deleccedilotildees homozigoacuteticas possam ocasionar ao
organismo maior susceptibilidade a desenvolver neoplasias como cacircncer de bexiga coacutelon
pulmatildeo pele estocircmago e mama aleacutem de diabetes e asma (ZHENG etal 2002 CHARRIER
et al 1999 PARK et al 2003 ANTON et al 2010 CASTRO e LIMA 2013)
Existem cinco classes de genes da GST (alfa mu pi theta e zeta) Nos genes da classe
mu tecircm-se o GSTM1 GSTM2 GSTM3 GSTM4 e GSTM5 na regiatildeo cromossocircmica 1p133 O
polimorfismo no locus M1 eacute o mais estudado e apresenta trecircs alelos dois considerados ativos
GSTM1A e GSTM1B e o terceiro alelo nulo ou deletado (GSTM10) O que difere o
GSTM1A do GSTM1B apesar de serem proteiacutenas funcionalmente idecircnticas eacute que o
GSTM1A contecircm a proteiacutena lisina na posiccedilatildeo 172 e o GSTM1B contecircm a asparagina nessa
mesma posiccedilatildeo (DEJONG et al 1988 WIDERSTEN et al 1991)
Dessa forma o polimorfismo GSTM10 no gene da GST eacute classificado como
polimorfismo de deleccedilatildeo ou seja indiviacuteduos homozigotos que carreiam o genoacutetipo
GSTM10 apresentam deleccedilatildeo do gene inteiro e natildeo expressam a proteiacutena GST (KLATAU-
GUIMARAtildeES et al 2005 JAIN et al 2006 MANNERVICK et al 2005)
Klatau-Guimaratildees et al (2005) avaliaram a suscetibilidade agrave contaminaccedilatildeo por Hg e a
relaccedilatildeo com o polimorfismo da enzima GST atraveacutes de biomarcadores moleculares em
algumas tribos indiacutegenas da Amazocircnia Apoacutes a obtenccedilatildeo dos resultados observou-se que
fatores geneacuteticos podem influenciar o acuacutemulo de Hg no organismo pois os indiviacuteduos que
39
carreavam o genoacutetipo GSTM10 (deletado) apresentaram concentraccedilotildees maiores deste metal
nos cabelos quando comparados aos indiviacuteduos com genoacutetipo GSTM1 Com a ausecircncia desta
enzima o organismo pode natildeo estar apto a destoxificar o Hg de forma adequada uma vez que
esta eacute uma das funccedilotildees atribuiacutedas agrave GST Sendo assim esses indiviacuteduos podem apresentar
maiores concentraccedilotildees ou retenccedilatildeo de Hg no organismo
Naganuma et al (1990) e Choi et al (1996) afirmam que a deficiecircncia de GST estaacute
associada com a sensibilidade ao cloreto de Hg e ao metilmercuacuterio Entretanto ainda existem
inconsistecircncias na relaccedilatildeo entre o polimorfismo GSTM1 e a concentraccedilatildeo de Hg no
organismo (GUNDACKER et al 2007) De acordo com Hatagima et al (2000) a frequecircncia
do polimorfismo no gene da classe mu estaacute ausente ou deletado (GSTM10) de forma
homozigoacutetica em torno de 40 a 50 em diferentes populaccedilotildees eacutetnicas conforme ilustrado no
Quadro 4 que mostra a frequecircncia deste alelo assim como do GSTM1A GSTM1B
GSTM1AB inclusive na populaccedilatildeo brasileira
Quadro 4 Distribuiccedilatildeo da frequecircncia do polimorfismo GSTM1(ABAB0) no gene da GST em
diferentes etnias
Etnias GSTM1
A B AB 0
Brasileiros (Rio de Janeiro) 197 (30) 105 (16) 51 (8) 305 (46)
Brasileiros (Distrito Federal) 43 (24) 33 (184) 16 (9) 87 (486)
Brasileiros (Satildeo Paulo) 21 (29) 10 (14) 7 (9) 35 (48)
Nigerianos 49 (71) 4 (6) 1 (13) 15 (217)
Japoneses 13 (8) 68 (41) 5 (3) 80 (482)
Chineses 10 (10) 28 (30) 2 (2) 56 (583)
Indiacutegenas 15 (35) 7 (16) 6 (14) 15 (35)
Franceses 24 (43) 5 (9) 3 (5) 24 (43)
Ingleses 158 (28) 74 (135) 23 (4) 306 (545)
Fonte Hatagima et al (2000)
Considerando a importacircncia do polimorfismo GSTM10 no gene da GST e o fato da
populaccedilatildeo deste estudo residir em aacuterea de risco de contaminaccedilatildeo por Hg a anaacutelise de tais
40
dados torna-se necessaacuteria uma vez que o genoacutetipo nulo ou deletado pode influenciar as
concentraccedilotildees do metal no organismo
41
3 OBJETIVOS
31 OBJETIVO GERAL
Avaliar o estado nutricional relativo ao Se concentraccedilotildees de Hg e suas relaccedilotildees com o
estresse oxidativo e os polimorfismos Pro198Leu no gene da GPx 1 e GSTM1 no gene da
GST em mulheres residentes em aacuterea de risco de contaminaccedilatildeo por Hg
32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Avaliar o estado nutricional das voluntaacuterias em relaccedilatildeo agrave antropometria
Analisar a ingestatildeo alimentar de energia macronutrientes e Se
Determinar as concentraccedilotildees plasmaacuteticas e eritrocitaacuterias de Se e a atividade
eritrocitaacuteria total da enzima GPx
Avaliar as concentraccedilotildees de Hg nos cabelos
Associar a presenccedila dos polimorfismos Pro198leu e GSTM1 com os biomarcadores do
estado nutricional relativo ao Se e Hg respectivamente bem como com as
concentraccedilotildees de MDA e ORAC
42
4 METODOLOGIA
41 CASUIacuteSTICA E DELINEAMENTO
O estudo foi do tipo transversal descritivo com abordagem quantitativa e qualitativa
dos dados Participaram da pesquisa mulheres entre 19 e 50 anos residentes da cidade de
Porto Velho Rondocircnia (RO) Para o caacutelculo do tamanho da amostra considerou-se a
prevalecircncia do alelo variante Pro198Leu de 32 Fixou-se o niacutevel de significacircncia de 5 (
= 005) e um erro amostral de 65 Esses valores aplicados na equaccedilatildeo abaixo indicada para
populaccedilotildees infinitas proporcionou uma amostra de tamanho n igual a 200 mulheres
O projeto foi aprovado pelo comitecirc de eacutetica da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas
da Universidade de Satildeo Paulo (FCFUSP) parecer 119 e protocolo 574 (ANEXO 1) Na
Figura 4 abaixo estaacute representado o mapa do Brasil com destaque para o estado de Rondocircnia
e a cidade de Porto Velho onde a pesquisa foi realizada
Figura 4 Representaccedilatildeo do mapa do Brasil do estado de Rondocircnia e da cidade de Porto
Velho (RO)
Adaptado de Campos et al (2002)
43
Para ampla divulgaccedilatildeo da pesquisa cartazes com informaccedilotildees a respeito do estudo
foram espalhados pela cidade de Porto Velho em pontos de ocircnibus na secretaria de educaccedilatildeo
(SEDUC) na secretaria de sauacutede (SESAU) em academias de ginaacutestica em faculdades
particulares e tambeacutem na Universidade Federal de Rondocircnia (UNIR) (APEcircNDICE 1) Apoacutes
as procuras e declaraccedilotildees de interesse em participar da pesquisa as voluntaacuterias que se
adequavam ao perfil do estudo assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(APEcircNDICE 2) e em seguida responderam um questionaacuterio com informaccedilotildees
socioeconocircmicas presenccedila de doenccedilas e estilo de vida (APEcircNDICE 3) Natildeo foram incluiacutedas
no estudo mulheres com idade inferior a 19 ou superior a 50 anos fumantes com doenccedilas
crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e infecciosas (auto-relatadas) poacutes-menopausa que realizavam
atividade fiacutesica de forma intensa que utilizavam suplementos vitamiacutenicos eou minerais e que
residiam em local diferente do estabelecido
42 COLETA DE DADOS
A coleta dos dados (consumo alimentar antropometria material bioloacutegico) foi
realizada no laboratoacuterio Alphaclin (Porto Velho ndash RO) entre os meses de fevereiro a maio de
2011 entretanto todas as anaacutelises em material bioloacutegico foram realizadas em Laboratoacuterios da
Universidade de Satildeo Paulo (USP)
Para avaliar o consumo alimentar todas as participantes foram instruiacutedas pela
responsaacutevel da pesquisa a preencher um formulaacuterio de registro alimentar de 24 horas
(APEcircNDICE 4) que continha instruccedilotildees de preenchimento e fotos ilustrativas de medidas
caseiras de alguns alimentos com a finalidade de facilitar a obtenccedilatildeo dos dados de consumo
bem como para o melhor entendimento das voluntaacuterias reduzindo dessa forma as duacutevidas e
os erros de preenchimento Aleacutem do registro de 24 horas as voluntaacuterias responderam um
formulaacuterio a respeito do consumo de peixes da regiatildeo que poderiam estar relacionados com o
risco de contaminaccedilatildeo de Hg (ANEXO 2)
Os dados antropomeacutetricos (peso estatura e circunferecircncia da cintura) foram obtidos
apoacutes a entrega dos formulaacuterios de registros alimentares Em seguida para determinar as
concentraccedilotildees de Hg total cortou-se uma pequena quantidade de cabelo das voluntaacuterias
(aproximadamente 1g de amostra) da parte posterior da cabeccedila proacuteximo agrave regiatildeo occipital
(nuca) com auxiacutelio de uma tesoura de accedilo inoxidaacutevel que foi higienizada com acetona a cada
corte
44
Com a finalidade de avaliar o estado nutricional das participantes em relaccedilatildeo ao Se
atividade da enzima GPx estresse oxidativo e determinaccedilatildeo dos polimorfismos foram
coletados 20 mL de sangue por punccedilatildeo venosa Esse procedimento foi realizado no periacuteodo da
manhatilde por um profissional de enfermagem capacitado estando as voluntaacuterias em jejum de 10
a 12 horas
A coleta foi realizada com seringas plaacutesticas descartaacuteveis e agulhas de accedilo inoxidaacutevel
esteacutereis e descartaacuteveis Todos os materiais bioloacutegicos foram distribuiacutedos em tubos de vidro
contendo anticoagulante EDTA (aacutecido etilenodiamino tetraceacutetico) sendo que uma pequena
quantidade (sangue total) de todas as amostras foi armazenada em microtubos esteacutereis e
autoclavados para anaacutelise dos polimorfismos
O plasma foi separado do sangue total por centrifugaccedilatildeo a 3000 rpm durante 15
minutos a 4ordmC sendo extraiacutedo com pipeta automaacutetica e acondicionado em microtubos
previamente desmineralizados para determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo plasmaacutetica de Se
malondialdeiacutedo (MDA) e da capacidade de absorccedilatildeo de radicais livres de oxigecircnio (ORAC)
Em seguida o resiacuteduo contendo os eritroacutecitos foi lavado trecircs vezes com 5 mL de soluccedilatildeo
fisioloacutegica de cloreto de soacutedio a 09 homogeneizado lentamente por inversatildeo e centrifugado
a 10000 rpm por 10 minutos a 4ordmC sendo o sobrenadante descartado e dessa forma obtendo-
se a massa eritrocitaacuteria que foi extraiacuteda cuidadosamente com micropipeta e armazenada em
tubos de polipropileno desmineralizados para determinaccedilatildeo do Se eritrocitaacuterio e da atividade
da enzima GPx
Todas as amostras foram acondicionadas em gelo seco e transportadas em um
recipiente teacutermico por via aeacuterea de Porto Velho para Satildeo Paulo onde as amostras foram
armazenadas em freezer -80ordmC ateacute o momento das anaacutelises no laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo -
Minerais da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo (FCFUSP)
Quanto agraves amostras de cabelo coletadas estas foram armazenadas em envelopes de papel e
acondicionados em temperatura ambiente ateacute o momento das anaacutelises no Laboratoacuterio de
Anaacutelise por Ativaccedilatildeo Neutrocircnica - LANCRPq ndash Instituto de Pesquisas Energeacuteticas Nucleares
(IPENCNEN) ndash SP
Todos os materiais utilizados (vidrarias plaacutesticos ponteiras etc) foram
desmineralizados em banho de aacutecido niacutetrico a 20 por no miacutenimo 12 horas e enxaguados
pelo menos 10 vezes consecutivas com aacutegua ultra pura Milli-Q (resistividade de 182 MΩcm
a 25ordmC) para evitar a contaminaccedilatildeo por minerais Os reagentes utilizados nas anaacutelises tinham
um grau de pureza analiacutetica (PA) e a aacutegua ultrapura Milli-Q foi utilizada no preparo das
soluccedilotildees e diluiccedilatildeo das amostras
45
43 AVALIACcedilAtildeO ANTROPOMEacuteTRICA
Para avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica foram aferidos o peso a estatura e a circunferecircncia da
cintura (CC) Todas as afericcedilotildees foram realizadas por nutricionista segundo teacutecnicas
preconizadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2004)
O peso foi mensurado em balanccedila antropomeacutetrica da marca Filizolareg
modelo
ldquoWelmyrdquo com capacidade de 150 kg e graduaccedilatildeo de 100 g A estatura foi aferida em
estadiocircmetro com reacutegua antropomeacutetrica de ateacute 2 m e divisatildeo de 05 cm acoplado agrave balanccedila A
adequaccedilatildeo do peso das participantes foi avaliado pelo indicador Iacutendice de Massa Corporal ndash
IMC (Kgm2) calculado pela razatildeo do peso corporal em quilos pelo quadrado da altura em
metros Em seguida utilizou-se a classificaccedilatildeo da World Health Organization (WHO 2000)
de acordo com o Quadro 5 a seguir como um dos criteacuterios para classificar o IMC das
participantes
Quadro 5 Classificaccedilatildeo do Iacutendice de Massa Corpoacuterea (IMC) para adultos
Classificaccedilatildeo IMC (kgm2) Risco de Comorbidades
Baixo Peso
˂ 185
Baixo
Peso Normal ou
Eutrofia 185 - 249
Meacutedio
Sobrepeso
ge 25 ndash 299
Aumentado
Obesidade I 300 - 349 Moderado
Obesidade II 350 ndash 399 Grave
Obesidade III ˃ 40 Muito Grave
Fonte (WHO 2000)
A circunferecircncia da cintura (CC) foi aferida com uma trena antropomeacutetrica inelaacutestica e
flexiacutevel com 2 m de comprimento da marca Sannyreg
Para classificaccedilatildeo utilizou-se tambeacutem a
referecircncia da World Health Organization (WHO 2000) citada pela Associaccedilatildeo Brasileira
para o Estudo da Obesidade e da Siacutendrome Metaboacutelica (ABESO 20092010) a qual
estabelece como ponto de corte para risco cardiovascular aumentado a medida da
circunferecircncia igual ou superior a 80 cm em mulheres caucasianas
46
44 CONSUMO ALIMENTAR
O consumo alimentar foi avaliado por meio do registro alimentar de 24 horas aplicado
durante trecircs dias sendo dois dias da semana e um dia no final de semana A ingestatildeo
alimentar das participantes foi calculada com auxiacutelio do software NUTWIN (Departamento de
Informaacutetica da Escola Paulista de Medicina - UNIFESP) Considerando que as tabelas de
composiccedilatildeo de alimentos disponiacuteveis em alguns softwares natildeo dispotildeem de dados completos
acerca do teor de Se nos alimentos estes dados foram incluiacutedos manualmente baseados em
anaacutelises realizadas no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo e Minerais da USP
Como houve correlaccedilatildeo significativa entre os valores de energia e de Se os
macronutrientes e o mineral foram ajustados pela energia e correccedilatildeo da variabilidade
intrapessoal e interpessoal (WILLET et al 1997 WILLET et al 1998 SLATER et al
2004)
A avaliaccedilatildeo da ingestatildeo alimentar dos macronutrientes foi realizada de acordo com a
contribuiccedilatildeo energeacutetica em percentual da ingestatildeo caloacuterica total utilizando o Acceptable
Macronutrient Distribution Ranges (AMDR) do Institute of Medicine (IOM 2006) conforme
Quadro 6 As participantes foram classificadas em trecircs categorias sendo elas abaixo da
recomendaccedilatildeo dentro do intervalo de recomendaccedilatildeo e acima da recomendaccedilatildeo
Quadro 6 Intervalos de recomendaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de macronutrientes em percentual de
contribuiccedilatildeo energeacutetica (AMDR) de acordo com IOM (2006)
Macronutrientes AMDR (Adultos ˃18 anos)
Carboidratos 45 ndash 65
Proteiacutenas 10 ndash 35
Lipiacutedios 20 ndash 35
Fonte IOM 2006 AMDR Acceptable Macronutrient Distribution Ranges
Em relaccedilatildeo agrave prevalecircncia de ingestatildeo inadequada de Se esta foi calculada utilizando a
foacutermula proposta por Beaton (1994)
Z = (EAR ndash meacutedia) desvio padratildeo
Os valores da Necessidade Meacutedia Estimada (EAR) utilizados para avaliar a adequaccedilatildeo
da ingestatildeo de Se tambeacutem foram estabelecidos pelo IOM 2006
47
45 DETERMINACcedilAtildeO DA CONCENTRACcedilAtildeO DE SELEcircNIO NO PLASMA E
ERITROacuteCITOS
Com a finalidade de determinar as concentraccedilotildees de Se no plasma e nos eritroacutecitos as
amostras foram pesadas em triplicata (300microL) em tubos de micro kjehdal em seguida foram
adicionados 5 mL de aacutecido niacutetrico 65 (Merck
) e os tubos foram acondicionados em bloco
digestor O material foi digerido por via uacutemida aacutecida a uma temperatura maacutexima de 1500
C
Apoacutes este procedimento o Se contido nas amostras foi reduzido da forma VI para a forma IV
com adiccedilatildeo de aacutecido cloriacutedrico (HCl) 12 N durante duas horas a temperatura de 1000
C As
soluccedilotildees finais foram diluiacutedas para um volume de 25 mL e realizou-se a leitura por
espectrometria de absorccedilatildeo atocircmica com geraccedilatildeo de hidretos acoplados agrave cela de quartzo
(HGQTAAS) (HITACHI
modelo Z-5000) A curva de calibraccedilatildeo foi preparada utilizando os
respectivos pontos 00 microgL 01 microgL 03 microgL 05 microgL 10 microgL 30 microgL e 50 microgL O
limite de detecccedilatildeo (LD) foi de 00016 microgL e adotou-se um limite de confianccedila de 95 O
desvio padratildeo adotado para cada amostra ˂ que 5 e os resultados foram expressos em microgL
O controle de qualidade externo foi realizado utilizando o material de referecircncia
certificado (SERONORM SEROreg) que tambeacutem foi submetido aos mesmos procedimentos
realizados com as amostras O estado nutricional em relaccedilatildeo ao Se das participantes foi
classificado de acordo com os paracircmetros descritos no Quadro 7
Quadro 7 Valores de referecircncias adotados para concentraccedilatildeo de Se no plasma e eritroacutecitos
Se Valores de Normalidade
(microgL)
Plasmaacutetico
60 ndash 120
Eritrocitaacuterio 90 - 190
Fonte VAN DAEL DEELSTRA (1993) ORTUNtildeO (1997)
As participantes que apresentaram concentraccedilotildees plasmaacuteticas abaixo de 60 microgL foram
consideradas deficientes enquanto aquelas com concentraccedilotildees acima de 120 microgL em risco
de toxicidade Em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees nos eritroacutecitos foram consideradas deficientes
aquelas abaixo de 90 microgL e em risco de toxicidade acima de 190 microgL
Aleacutem dos valores de referecircncia descritos na Tabela 9 adotaram-se ainda os
paracircmetros propostos por Thomson (2004) que estabelece a concentraccedilatildeo miacutenima de Se
48
plasmaacutetico para o natildeo surgimento da doenccedila de Keshan como 21 microgL o valor aceitaacutevel para
otimizaccedilatildeo da atividade das enzimas deiodinases como ˃ 65 microgL o intervalo de 80 a 95 microgL
para maximizaccedilatildeo da atividade da GPx e selenoproteiacutena P e o valor superior a 115 microgL para
proteccedilatildeo contra alguns tipos de cacircncer
46 DETERMINACcedilAtildeO DA ATIVIDADE DA GPx
A atividade da enzima GPx foi determinada nos eritroacutecitos com o auxiacutelio de kit
comercial (Ransel 505-RANDOX Laboratories CrumlinUK) adaptado para o uso no
analisador bioquiacutemico automaacutetico (LiasysregMAS Rome Italy) Este meacutetodo se baseia na
reaccedilatildeo em que a enzima GPx catalisa a oxidaccedilatildeo da GR por um hidroperoacutexido Na presenccedila
de GPx e NADPH a GSH eacute convertida agrave forma reduzida com a oxidaccedilatildeo concomitante do
NADPH em NADH+ A diminuiccedilatildeo na absorbacircncia a 340 ηm eacute entatildeo determinada
(PAGLIA e VALENTINE 1967) A faixa de normalidade proposta pelo kit comercial
utilizado eacute de 275 - 736 UgHb A concentraccedilatildeo da hemoglobina (Hb) tambeacutem foi
determinada uma vez que a atividade da enzima foi expressa em UgHb
47 PROCESSAMENTO E ANAacuteLISE DE MERCUacuteRIO NOS CABELOS
Na primeira etapa do processamento para determinaccedilatildeo do Hg total os cabelos foram
picotados em pedaccedilos de aproximadamente 05 mm de comprimento com tesoura de accedilo inox
higienizada com acetona a cada troca de amostra Depois disso transferiram-se os cabelos
para um beacutequer limpo onde foram submersos em acetona e em seguida enxaguados trecircs
vezes com aacutegua Milli Q e mais uma vez com acetona conforme procedimento recomendado
pela Agecircncia Internacional de Energia Atocircmica (IAEA) (FARIAS 2006) As amostras foram
secas em temperatura ambiente e o armazenamento foi realizado em envelopes de papel
devidamente identificados
Para anaacutelise das amostras e materiais de referecircncia foram pesados cerca de 01 a 015
g de amostra diretamente em um frasco de teflon fechado da marca Savillexreg com capacidade
de 182 mL Apoacutes a pesagem foram adicionados 4 mL de aacutecido niacutetrico (HNO3) e 2 mL de
aacutecido sulfuacuterico (H2SO4) ambos concentrados e da marca Merckreg que foram mantidos assim
durante a noite No dia seguinte para digestatildeo das amostras em sistema fechado os frascos
foram colocados em bloco digestor na temperatura de 90ordm durante 3 h Depois da digestatildeo os
49
frascos foram colocados em banho de gelo ateacute o completo resfriamento e em seguida foram
adicionados 250 microL de soluccedilatildeo de dicromato de potaacutessio (K2Cr2O7) a 10 (mv) para a
estabilizaccedilatildeo do Hg
A determinaccedilatildeo de Hg total nos cabelos foi realizada pelo meacutetodo de espectrometria
de absorccedilatildeo atocircmica com geraccedilatildeo de vapor frio (CV AAS) em equipamento FIMS-100
(Perkin Elmerreg
) A validaccedilatildeo da metodologia em relaccedilatildeo agrave precisatildeo e exatidatildeo foi realizada
por meio da anaacutelise em triplicata dos materiais de referecircncia (Human Hair- IAEA 086 GBW
09101 - Human Hair e BCR CRM 397 - Human Hair) com valor certificado de concentraccedilatildeo
para Hg total e os resultados obtidos estatildeo presentes no Quadro 8
As determinaccedilotildees de Hg total em cabelos foram realizadas no Laboratoacuterio de Anaacutelise
por Ativaccedilatildeo Neutrocircnica (LAN) do Centro do Reator de Pesquisas (CRPq) do IPEN ndash
CNENSP
Quadro 8 Resultados (meacutedia plusmn desvio padratildeo da meacutedia) das anaacutelises dos materiais de
referecircncia utilizados na determinaccedilatildeo de Hg total (n= nuacutemero de determinaccedilotildees)
Amostras
Valores
Certificados
(microg kg -1
)
Valores Obtidos
(Meacutedia plusmn desvio)
(microg kg -1
)
DPR
()
ER
()
IAEA 086
(n =8) 573 plusmn 39
615 plusmn 68 111 73
GBW 09101
(n=4) 2160 plusmn 210
1975 plusmn 86 43 86
BCR CRM 397
(n=2) 12300 plusmn 500
11688 plusmn 32 027 50
IAEA- International Atomic Energy Agency
IAEA 086 - Methylmercury Total Mercury and other trace elements in Human Hair (IAEA May 2000)
CRM 397 - Certified Reference Material Trace Elements in Human Hair BCR- Community Bureau of Reference
(Brussels January 1991)
GBW 09101 - Certified Reference Material Human Hair (China April 1988)
DPR- Desvio Padratildeo Relativo
ER- Erro relativo
Quanto ao limite de detecccedilatildeo (LD) minus a menor concentraccedilatildeo do analito em uma amostra
que pode ser detectada mas natildeo necessariamente quantificada sob determinadas condiccedilotildees
experimentais minus foi determinado diretamente da curva de calibraccedilatildeo construiacuteda utilizando a
50
teacutecnica de regressatildeo e considerando um niacutevel de confianccedila de 95 O valor encontrado para o
limite inferior de detecccedilatildeo foi da ordem de 001 ng mL-1
resultado compatiacutevel com os estudos
encontrados na literatura para determinaccedilatildeo de Hg (HORVAT 1996 SKOOG et al 2002
FARIAS 2009) Em relaccedilatildeo ao limite de quantificaccedilatildeo (LQ) tambeacutem conhecido como limite
de determinaccedilatildeo que indica qual a menor concentraccedilatildeo do analito que pode ser detectada por
um meacutetodo qualquer que estaacute sendo empregado com um niacutevel aceitaacutevel de precisatildeo e
veracidade Pode ser considerado ainda como a concentraccedilatildeo do analito correspondente ao
valor meacutedio do branco mais 5 e 6 ou 10 desvios padratildeo (FARIAS 2009) O valor encontrado
para o limite de quantificaccedilatildeo para esta pesquisa foi da ordem de 1 ng mL-1
Os resultados das anaacutelises dos materiais de referecircncia apresentaram desvio padratildeo
relativo (DPR) variando de 027 a 11 e ER (Erro Relativo) de 5 a 86 comprovando a
precisatildeo e exatidatildeo do meacutetodo respectivamente
Para classificar o diagnoacutestico em relaccedilatildeo as concentraccedilotildees de Hg nos cabelos das
participantes os resultados encontrados foram comparados aos estabelecidos pela WHO
(1990) o qual considera 2000 ng g-1
para populaccedilotildees natildeo expostas e 6000 ng g-1
como
indicador de exposiccedilatildeo para Hg
48 DETERMINACcedilAtildeO DA CONCENTRACcedilAtildeO PLASMAacuteTICA DE
MALONDIALDEIacuteDO (MDA)
A peroxidaccedilatildeo lipiacutedica foi determinada por meio das concentraccedilotildees de MDA no
plasma obtidas por cromatografia liacutequida de alta eficiecircncia (HPLCPDA) quantificando a
reaccedilatildeo do MDA com dinitrofenilhidrazina (DNPH) utilizando absorbacircncia de 308 nm de
acordo com o meacutetodo adaptado de Rezaei Jamshidzadeh e Sanati (2013) Antes do
processamento das amostras foi construiacuteda uma curva de calibraccedilatildeo utilizando uma soluccedilatildeo
estoque de MDA com 22 μL de tetrametoxipropano e 10 mL de aacutecido sulfuacuterico a 1 Os
pontos da curva utilizados foram 00 025 05 10 20 40 60 e 120 μM Utilizou-se o
aparelho de HPLC da marca Shimadzu (Kyoto Japatildeo) equipado com coluna Phenomenex
Reverse-phase C18 de 240 mm x 46 mm com partiacuteculas de 5μm (Phenomenex Torrance
CA) A temperatura no amostrador foi mantida em 4degC e a temperatura da coluna a 25degC A
eluiccedilatildeo foi realizada em modo isocraacutetico com uma fase moacutevel constituiacuteda de 50 de H2O
deionizada e 50 de acetonitrila acidificada com 2 de aacutecido aceacutetico A taxa de fluxo de
ingestatildeo da amostra foi de 1 mLminuto e o tempo de corrida de 15 minutos
51
Com o objetivo de liberar o MDA das proteiacutenas plasmaacuteticas foram adicionados 10 μL
de hidroacutexido de soacutedio 4M nos microtubos que continham 100 μL de plasma e em seguida
estes foram agitados em voacutertex Apoacutes este procedimento as amostras foram incubadas no
aparelho Vortempreg a 60degC durante 30 minutos para posteriormente serem acondicionadas no
gelo por 5 minutos Depois do resfriamento foram adicionados 150 μL de aacutecido sulfuacuterico a
1 e agitou-se em voacutertex vigorosamente para precipitaccedilatildeo das proteiacutenas Novamente
incubou-se no gelo por mais 5 minutos seguindo-se de uma centrifugaccedilatildeo a 14000 rpm por
10 minutos Foram retirados 175 μL do sobrenadante que foram transferidos para um novo
microtubo onde foi adicionado 25 microL de DNPH (0001 gmL) permanecendo agrave temperatura
ambiente por 30 minutos protegidos de luz Centrifugou-se novamente o microtubo a 14000
rpm por 5 minutos e 150 μL do sobrenadante foi transferido para um vial do qual foi injetado
100 μL no aparelho HPLC
A determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo plasmaacutetica de malondialdeiacutedo foi realizada no
Departamento de Anaacutelises Cliacutenicas e Toxicoloacutegicas no laboratoacuterio de Toxicologia que tem
como responsaacutevel a professora Ana Paula de Melo Loureiro da Faculdade de Ciecircncias
Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo (USP)
49 DETERMINACcedilAtildeO DA CAPACIDADE DE ABSORCcedilAtildeO DE RADICAIS DE
OXIGEcircNIO (ORAC)
A capacidade antioxidante total do plasma foi realizada por meio do meacutetodo ORAC
proposto por Prior et al (2003) que baseia-se na mensuraccedilatildeo da inibiccedilatildeo do radical peroxil o
que demostra resistecircncia aos danos oxidativos Para isso o plasma foi desproteinizado com
aacutecido percloacuterico e posteriormente as amostras foram diluiacutedas 10x com tampatildeo fosfato (pH
74)
As anaacutelises foram realizadas em triplicata utilizando 25 microL de amostra em microplaca
de 48 poccedilos adicionando-se posteriormente 150 microL de soluccedilatildeo de fluoresceiacutena e 25 microL de
22-azobis (aminopropano) di-hidroclorido (AAPH) por injetores automaacuteticos do leitor de
microplacas (Biotech Synergy H1)
Utilizou-se uma curva padratildeo de Trolox preparada com as seguintes concentraccedilotildees
100 microM 50 microM 25 microM 125 microM 625 microM e os resultados foram expressos em μmol de
Trolox (μmol TEmL)
52
410 PREPARACcedilAtildeO DAS AMOSTRAS PARA ANAacuteLISE DOS POLIMORFISMOS
Para extraccedilatildeo do DNA de sangue total utilizou-se o kit PureLinkTM
Genomic DNA
(Invitrogen CA USA) seguindo as instruccedilotildees do fabricante Em seguida foi feita a leitura em
espectrofotocircmetro (Nanodropreg) nos comprimentos de onda () de 260nm (DNA) e 280nm
(proteiacutena) O DNA foi considerado iacutentegro e de boa qualidade quando a razatildeo 260280 foi
maior que 18 sendo descartadas aquelas com valores abaixo deste paracircmetro A
quantificaccedilatildeo do DNA das amostras foi realizada neste mesmo equipamento sendo os
resultados obtidos em ngmicroL As amostras com concentraccedilotildees inferiores a 10 ngmicroL foram
descartadas tendo em vista que esta era concentraccedilatildeo miacutenima padronizada
4101 Determinaccedilatildeo do Polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450)
Para anaacutelise de genotipagem o DNA do sangue total seraacute extraiacutedo a partir do
kit Purelink Genomic DNA da Invitrogen Life Technologies e em seguida o mesmo seraacute
quantificado no espectrofotocircmetro Nanodrop sendo o resultado expresso em ngmL Seraacute
utilizada a razatildeo 260280 superior a 17 e inferior a 20 como paracircmetro de qualidade do
DNA Amostras com a razatildeo abaixo desse valor seratildeo reextraiacutedas O DNA genocircmico de todas
as amostras seraacute ajustado em aacutegua autoclavada para uma concentraccedilatildeo de 10 ngmL e volume
final de 20 μL Um total de 2 μL de DNA seraacute usado para a reaccedilatildeo em cadeia da polimerase e
18 μL de soluccedilatildeo contendo o master mix especiacutefico para o ensaio de genotipagem (TaqManreg
genotyping master mix ndash Applied Biosystemsreg) com sondas TaqMan (Custom TaqMan
reg SNP
Genotyping Assay Human Alelo 1 VICMGB-NFQ Alelo 2 FAMMGB-NFQ part number
4331349) e primers especiacuteficos para o SNP (RS1050450) primer forward CATCGAAGCCCTGCTGTCT
e primer reverse CACTGCAACTBCCAAGCA
A genotipagem da populaccedilatildeo do estudo seraacute realizada pelo sistema TaqMan SNP
Genotyping Assays da Applied Biosystemsreg utilizando as condiccedilotildees de termociclagem
recomendadas pelo fabricante Este sistema eacute baseado na anaacutelise end-point da RT-PCR (Real
time ndash PCR ou Reaccedilatildeo em cadeia da Polimerase em Tempo Real)
53
4102 Determinaccedilatildeo do Polimorfismo GSTM1
As reaccedilotildees de PCR em tempo real (qPCR) foram realizadas em placas especiacuteficas de
96 poccedilos no equipamento StepOne Plus utilizando o sistema para detecccedilatildeo de produtos de
amplificaccedilatildeo TaqManreg (Applied Biosystems Foster City CA USA) Para o polimorfismo
GSTM1 foram selecionados primers forward 5prime-AAGATTCGTGTGGACATTTTGGA-3prime e
reverse 5prime TCTGGATTGTAGCAGATCATGCC-3prime e probes (FAM-CAGACCATGGACA-
ACCA-MGB 100 microM) marcados com fluoroacuteforo FAM Para controle endoacutegeno utilizou-se a
β-2-microglobulina (B2M) forward 5prime-TTGTTTCACTGTCCTGAGGACTATTTAT-3prime e
reverse 5prime-ATGTTACTCTGTCAATGTTCTCCACAT-3prime Os probes utilizados foram
marcados com fluoroacuteforo VIC (VIC-CTCTAACATGATAACCCTCAC-MGB 100 microM)
(COVAULT et al 2003)
As amostras foram submetidas agrave seguinte termociclagem 50degC por 2 min 95degC por
10 min seguidos de 40 ciclos a 95degC por 15 segundos e 60degC por 1 min Ao final eram
considerados vaacutelidos apenas os resultados cuja reaccedilatildeo apresentasse curva de dissociaccedilatildeo com
apenas um pico referente agrave temperatura de melting do primer utilizado em cada reaccedilatildeo A
presenccedila da deleccedilatildeo no gene GSTM1 foi estabelecida quando os valores de Ct (threshold
cycle) foram superiores a 35 ciclos conforme padronizaccedilatildeo realizada por Covault et al
(2003) De forma aleatoacuteria foram selecionadas 20 das amostras deletadas para confirmar a
deleccedilatildeo e em 100 delas houve concordacircncia dos resultados
411 ANAacuteLISES ESTATIacuteSTICAS
Os dados obtidos foram analisados no software SPSS versatildeo 200 e os resultados
expressos como meacutedia desvio padratildeo valores miacutenimos e maacuteximos Testou-se a normalidade
dos dados usando o teste de Kolmogorov-Smirnov e a homogeneidade de variacircncia o de
Levene O teste T-Student para amostras independentes e o ANOVA seguido de Tukey para
comparaccedilatildeo de meacutedias entre os paracircmetros Para o teste de correlaccedilatildeo utilizou-se o de
Pearson Nas anaacutelises de regressatildeo empregou-se o modelo de regressatildeo linear simples e o
modelo de regressatildeo linear muacuteltipla para selecionar as variaacuteveis de ajuste As variaacuteveis
testadas nos ajustes dos modelos muacuteltiplos foram idade iacutendice de massa corpoacuterea
escolaridade renda e ingestatildeo energeacutetica Para estes adotou-se o meacutetodo de backward
Foram consideradas estatisticamente significantes as anaacutelises com p lt 005
54
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
51 CARACTERIZACcedilAtildeO DA POPULACcedilAtildeO
Participaram do estudo 200 mulheres voluntaacuterias da cidade de Porto Velho (RO)
selecionadas de uma amostra de conveniecircncia A meacutedia de idade das participantes foi de 263
+ 75 anos Conforme a etnia relatada pelas voluntaacuterias 93 informaram ser pardas e a
maioria cursava o ensino superior Quanto agrave renda houve uma maior prevalecircncia de
participantes que ganhavam mais de quatro salaacuterios miacutenimos e 75 afirmaram natildeo realizar
atividade fiacutesica Em relaccedilatildeo ao histoacuterico de doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis na famiacutelia as
mais descritas foram hipertensatildeo arterial e diabetes Nenhuma participante era fumante ou
fazia uso de bebidas alcooacutelicas Todas residiam no estado de Rondocircnia haacute no miacutenimo 10 anos
Os dados acima mencionados estatildeo representados de forma detalhada na Tabela 1
De acordo com o censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
(IBGE 2011) a populaccedilatildeo brasileira era constituiacuteda de 190755799 de habitantes sendo que
428527 pertenciam agrave cidade de Porto Velho Desse total 492 eram do gecircnero feminino
Ainda neste censo 477 dos habitantes do Brasil classificaram-se como brancos
76 como pretos 43 como pardos 11 como amarelos e 04 como indiacutegenas A
distribuiccedilatildeo por cor ou raccedila reflete padrotildees histoacutericos de ocupaccedilatildeo e movimentos relacionados
agrave dinacircmica econocircmica As maiores proporccedilotildees de pardos (58) estatildeo nas regiotildees norte e
nordeste enquanto os pretos estatildeo mais presentes na Bahia (17) e no Rio de Janeiro
(124) Em Rondocircnia 353 se declararam brancos 556 pardos e 69 pretos
corroborando com dados obtidos nesta pesquisa
Dentre os dados apresentados ressalta-se ainda a presenccedila de DCNT nos antecedentes
familiares das participantes De acordo com Silva-Junior (2009) e Schmidt et al (2011)
72 das mortes ocorridas em 2007 no Brasil foram atribuiacutedas agraves DCNT O aumento da
prevalecircncia de diabetes e hipertensatildeo paralelamente ao excesso de peso estaacute associado agrave
mudanccedilas desfavoraacuteveis na dieta e na atividade fiacutesica (SCHMIDT et al 2011)
O Brasil tem colocado em praacutetica importantes poliacuteticas para prevenccedilatildeo das DCNT
Como exemplo destaca-se a implantaccedilatildeo do plano de accedilatildeo de 2008 a 2013 da Organizaccedilatildeo
Mundial da Sauacutede (WHO) que teve como foco quatro doenccedilas cardiovasculares diabetes
cacircncer e doenccedilas respiratoacuterias crocircnicas responsaacuteveis por 58 das mortes no Brasil em 2007
(WHO 2010 SCHMIDT et al 2011) O elevado nuacutemero de casos dessas doenccedilas nos dias
55
atuais justifica os resultados da porcentagem relatada pelas participantes do estudo sobre o
histoacuterico de doenccedilas na famiacutelia
Tabela 1 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas das voluntaacuterias
1Salaacuterio Miacutenimo vigente no ano de 2011 (R$ 54500)
52 AVALIACcedilAtildeO ANTROPOMEacuteTRICA
Os resultados antropomeacutetricos de acordo com o Iacutendice de Massa Corpoacuterea (IMC)
estatildeo apresentados na tabela 2 a seguir
n
Etnia (n=200)
Parda 186 930
Branca 11 55
Negra 2 10
Indiacutegena 0 0
Oriental 1 05
Escolaridade (n=173)
Fundamental 8 50
Ensino Meacutedio 19 100
Superior Incompleto 103 600
Superior Completo 40 230
Poacutes-Graduaccedilatildeo 3 20
Renda (n=163)
Ateacute 1 Salaacuterio Miacutenimo1
9 60
2 a 3 Salaacuterios Miacutenimos 58 350
Acima de 4 Salaacuterios Miacutenimos 96 590
Atividade Fiacutesica (n=200)
Sim 51 250
Natildeo 149 750
DCNT (n=186)
Dislipidemias 16 86
Obesidade 37 200
Diabetes 62 333
Hipertensatildeo Arterial 58 311
Outras 13 70
56
Tabela 2 Classificaccedilatildeo das participantes segundo o Iacutendice de Massa Corporeacutea (IMC)
Classificaccedilatildeo do IMC (kgm2) n
Eutrofia (185 - 249) 186 93
Sobrepeso (ge 25 ndash 299) 13 65
Obesidade grau I (300 - 349) 1 05
A Figura 5 apresenta os resultados da Circunferecircncia da Cintura (CC) das
participantes Do total 172 voluntaacuterias (891) apresentavam CC dentro dos valores de
normalidade e 21 (109) em risco aumentado de DCNT
Figura 5 Circunferecircncia da Cintura das voluntaacuterias de acordo com WHO (2000) Ponto de
corte assinalado em azul (80 cm) constitui risco aumentado para o desenvolvimento de
DCNT Porto Velho 2015
Considerando as estimativas de prevalecircncia das condiccedilotildees deacuteficit e excesso de peso
de acordo com o IMC os dados da POF 20082009 da populaccedilatildeo brasileira acima de 19 anos
de idade revelaram que 36 das mulheres brasileiras foram classificadas com deacuteficit de peso
principalmente nas mulheres muito jovens (20 a 24 anos de idade) ou muito idosas (75 anos
57
ou mais) O excesso de peso foi diagnosticado em cerca de metade das mulheres excedendo
em 13 vezes a frequecircncia de deacuteficit de peso nestas e o diagnoacutestico de obesidade foi de 169
Ainda de acordo com a POF 20082009 observou-se que tanto o excesso de peso
como a obesidade aumentaram de frequecircncia nas idades entre 55 a 64 anos declinando nas
idades subsequentes Em relaccedilatildeo agraves mulheres da regiatildeo norte o deacuteficit de peso foi de 35 no
domiciacutelio urbano e 42 no rural o excesso de peso 48 no urbano e 479 no rural e a
obesidade 17 e 165 respectivamente
53 CONSUMO ALIMENTAR
A ingestatildeo meacutedia de energia das voluntaacuterias foi 131801 plusmn 26548 kcaldia Os
macronutrientes foram avaliados de acordo com os intervalos de recomendaccedilatildeo da
distribuiccedilatildeo em percentual da contribuiccedilatildeo energeacutetica (AMDR) do Institute of Medicine
(2006) Verificou-se que a maioria (59) das participantes apresentou uma ingestatildeo de
carboidratos abaixo da recomendaccedilatildeo enquanto em relaccedilatildeo agraves proteiacutenas uma elevada
porcentagem (76) apresentou ingestatildeo dentro do intervalo de referecircncia e o consumo de
lipiacutedios foi acima da recomendaccedilatildeo em 48 delas (Figura 6)
Figura 6 Distribuiccedilatildeo das participantes segundo a adequaccedilatildeo da ingestatildeo dos
macronutrientes de acordo com a recomendaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em percentual da energia
(IOM 2006) Porto Velho 2015
59
10 13
26
76
39
44
14
48
Carboidratos Proteiacutenas Lipiacutedios
Abaixo da Recomendaccedilatildeo Dentro do Intervalo de Recomendaccedilatildeo
Acima da Recomendaccedilatildeo
58
A Pesquisa de Orccedilamentos Familiares (POF 20082009) avaliou o consumo alimentar
de 34003 brasileiros levando em consideraccedilatildeo o gecircnero e a faixa etaacuteria Foi observado que o
consumo energeacutetico meacutedio da populaccedilatildeo brasileira em geral variou de 1490 a 2289 kcal Na
regiatildeo norte observaram-se meacutedias de ingestatildeo energeacutetica acima da meacutedia nacional e das
demais regiotildees do paiacutes variando de 1660 a 2496 kcal Entre as mulheres a faixa etaacuteria de 19
a 59 anos apresentou ingestatildeo energeacutetica meacutedia de 1710 kcal sendo a meacutedia na aacuterea urbana
de 1713 e na aacuterea rural 1694 kcal
Dados do Estudo Nacional de Despesa Familiar (ENDEF) de 197475 e as POFs
(198788 199596 e 200203) verificaram diminuiccedilatildeo de cerca de 9 na participaccedilatildeo relativa
de carboidratos acarretando valores considerados miacutenimos para este macronutriente (559)
No entanto no estudo da POF 20082009 a porcentagem de contribuiccedilatildeo dos macronutrientes
obedeceu agraves faixas de recomendaccedilatildeo A meacutedia da porcentagem de contribuiccedilatildeo de
carboidratos nas dietas das mulheres brasileiras foi de 562 a 576 a de proteiacutena de 16 4 e
de lipiacutedio 272 Ao avaliar as participantes da regiatildeo norte as meacutedias de contribuiccedilatildeo foram
565 para carboidrato 176 para proteiacutena e 256 para lipiacutedio
A manutenccedilatildeo do peso corpoacutereo eacute primariamente determinada pelo consumo e
utilizaccedilatildeo de carboidratos e lipiacutedeos As proteiacutenas contribuiram com uma fraccedilatildeo pequena e
relativamente constante no consumo energeacutetico total A auto regulaccedilatildeo dos estoques de
carboidratos e proteiacutenas no organismo humano ocorre de maneira eficiente enquanto o
mecanismo de regulaccedilatildeo de armazenamento de lipiacutedios eacute pouco eficiente O papel
fundamental dos carboidratos (accediluacutecares e amido) eacute o de fornecer energia para as ceacutelulas do
organismo particularmente para o ceacuterebro uacutenico oacutergatildeo dependente exclusivamente destes
nutrientes (EGASHIRA MIZIARA LEONI 2014)
Os lipiacutedios satildeo importantes na alimentaccedilatildeo pois fornecem energia de alta densidade e
participam no valor energeacutetico total da dieta Ao longo dos uacuteltimos anos raacutepidas mudanccedilas na
dieta e no estilo de vida vecircm ocorrendo com a industrializaccedilatildeo urbanizaccedilatildeo desenvolvimento
econocircmico e mais recentemente a globalizaccedilatildeo propiciando significativo impacto na sauacutede e
no estado nutricional da populaccedilatildeo do mundo As DCNT incluindo obesidade diabetes
melito doenccedilas cardiovasculares hipertensatildeo arterial e alguns tipos de cacircncer tecircm
comprometido o periacuteodo de vida economicamente ativo de vaacuterios indiviacuteduos Com relaccedilatildeo agraves
mudanccedilas dieteacuteticas uma das principais alteraccedilotildees observadas eacute o incremento de oacuteleos e
gorduras em preparaccedilotildees e em alimentos industrializados (SANTOS e AQUINO 2014)
Apesar de as voluntaacuterias natildeo apresentarem doenccedilas crocircnicas auto-relatadas destaca-se que
59
houve histoacuterico de vaacuterias DCNT na famiacutelia constituindo fator de risco para desenvolvimento
destas nas participantes
A ingestatildeo alimentar de Se tambeacutem foi avaliada nestas participantes apresentando
meacutedia de consumo de 493 plusmn 191 microgdia (Tabela 3) Observou-se que esta meacutedia foi superior
agrave recomendaccedilatildeo da EAR (45 microgdia) entretanto em relaccedilatildeo agrave prevalecircncia de ingestatildeo
inadequada de Se estimada conforme a foacutermula de Beaton (1994) notou-se que 409 das
participantes apresentaram inadequaccedilatildeo da ingestatildeo ou seja consumo abaixo da EAR
Tabela 3 Ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) das participantes (n = 193)
Se (microgdia)
Meacutedia 4934
Desvio Padratildeo 1915
Mediana 4643
Miacutenimo 1038
Maacuteximo 18520
Segundo os resultados da POF 20082009 a meacutedia do consumo de Se da populaccedilatildeo
feminina com idade entre 19 e 59 anos foi de 762 microgdia Na regiatildeo norte este mesmo grupo
apresentou consumo meacutedio de 1048 microgdia superior ao das outras regiotildees do Brasil centro-
oeste (697 microg) nordeste (793 microg) sudeste (714 microg) e sul (737 microg) Tais resultados
independente da regiatildeo foram superiores ao obtido neste estudo A prevalecircncia de
inadequaccedilatildeo da ingestatildeo de Se neste mesmo grupo foi de 137 no paiacutes sendo de 91 na
regiatildeo norte
Silva (2013) ao avaliar a ingestatildeo alimentar de Se de adultos saudaacuteveis da cidade de
Fortaleza (CE) observou consumo meacutedio de 79 microgdia e somente 151 dos participantes
apresentaram meacutedia de ingestatildeo abaixo da EAR
De acordo com as pesquisas realizadas no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo - Minerais a
ingestatildeo de Se na populaccedilatildeo brasileira varia de 18 a 200 microgdia (CINTRA 1990 BORTOLI
2010 DONADIO 2011 MAIA 2008 SILVA 2013)
Donadio (2011) avaliou indiviacuteduos adultos saudaacuteveis do estado de Satildeo Paulo e
observou um consumo meacutedio de 412 microgdia No estudo de Bortoli (2010) realizado com
mulheres da cidade de Satildeo Paulo Cubatatildeo (SP) e Novo Airatildeo (AM) verificou-se um
consumo meacutedio de 571 microgdia 533 microgdia e 539 microgdia respectivamente Esses dados
60
mostraram que natildeo houve diferenccedila significativa entre as cidades eou estados avaliados
Rocha et al (2014) ao avaliarem o consumo alimentar de Se de crianccedilas de duas comunidades
ribeirinhas de Porto Velho (RO) verificaram que as crianccedilas que residiam na localidade de
Demarcaccedilatildeo consumiam menos Se (418 microgdia) que a localidade denominada Gleba do Rio
Preto (179 microgdia) A diferenccedila observada foi atribuiacuteda ao fato de as crianccedilas da segunda
comunidade consumirem mais alimentos in natura enquanto as crianccedilas da primeira em
virtude da sua localizaccedilatildeo geograacutefica tinham mais acesso a alimentos industrializados
Ressalta-se que todos esses dados referentes ao consumo brasileiro de Se
independente da regiatildeo natildeo ultrapassaram o Limite Superior Toleraacutevel de Ingestatildeo (UL) de
400 microg dia (IOM 2006)
A determinaccedilatildeo do consumo de Se natildeo eacute uma tarefa faacutecil em virtude das dificuldades
existentes em relaccedilatildeo aos meacutetodos que avaliam a ingestatildeo alimentar e aleacutem disso em razatildeo
do nuacutemero reduzido de tabelas que apresentam a concentraccedilatildeo do mineral nos alimentos
brasileiros (FERREIRA 2002) Aliado a essas questotildees eacute preciso ressaltar que as
concentraccedilotildees do mineral nos alimentos satildeo proporcionais agrave quantidade do mesmo nos solos
dessa forma um mesmo alimento pode conter concentraccedilotildees de Se muito diferentes Por isso
os valores de ingestatildeo de Se apresentados poderiam ser diferentes caso houvesse dados da
concentraccedilatildeo do mineral em alimentos cultivados em solo rondoniense Mesmo assim a
dificuldade em estimar a ingestatildeo do Se continuaria existindo pois natildeo seria faacutecil rastrear de
forma rigorosa a origem dos alimentos consumidos pelas participantes
A ingestatildeo de castanha-do-brasil tambeacutem foi mensurada visto que eacute considerado o
alimento mais rico em Se Apenas uma voluntaacuteria afirmou ter o haacutebito de consumi-la
regularmente coincidindo ser justamente aquela que apresentou o maior consumo de Se
(43897 microgdia) bem como as maiores concentraccedilotildees do mineral no sangue Por isso essa
participante natildeo foi incluiacuteda nas anaacutelises por ser considerada como outlier
54 MARCADORES BIOQUIacuteMICOS DO ESTADO NUTRICIONAL RELATIVO AO
SELEcircNIO
A tabela 4 apresenta as concentraccedilotildees de Se (microgL) no plasma e eritroacutecitos das
participantes
61
Tabela 4 Concentraccedilatildeo de Se (microgL) no plasma e nos eritroacutecitos das participantes (n=192)
PLASMA ERITROacuteCITOS
Meacutedia + DP 498 + 186 754 + 299
Mediana 470 730
Miacutenimo 58 184
Maacuteximo 1094 1532
DP Desvio Padratildeo
Destaca-se que o plasma reflete o estado nutricional atual (FAIRWEATHER-TAIT
1997) De acordo com Thomson (2004) e Van Dael e Deelstra (1993) o Se plasmaacutetico eacute
considerado o biomarcador mais acessiacutevel para avaliaccedilatildeo do status do mineral por isso eacute o
mais utilizado pois permite avaliar as mudanccedilas em curto prazo respondendo de forma
raacutepida e sensiacutevel conforme a ingestatildeo alimentar Eacute importante mencionar que essa resposta
pode ser influenciada por fatores como a idade o estado fisioloacutegico do indiviacuteduo e a forma do
Se consumida
De acordo com o paracircmetro proposto por Van Dael e Deelstra (1993) verificou-se que
a maioria das participantes apresentou deficiecircncia de Se (69) enquanto uma porcentagem
menor apresentou adequaccedilatildeo (295) e outra mais reduzida em risco de toxicidade (15)
A Figura 7 apresenta os resultados da concentraccedilatildeo de Se plasmaacutetico conforme os
paracircmetros proposto por Van Dael e Deelstra (1993) assim como os intervalos estipulados
por Thomson (2004) que propotildee valores miacutenimos de Se no soro para prevenccedilatildeo da doenccedila de
Keshan otimizaccedilatildeo da atividade das deiodinases maximizaccedilatildeo da atividade da GPx e da
selenoproteiacutena P e ainda para proteccedilatildeo contra alguns tipos de cacircncer
Apenas 41 das voluntaacuterias apresentaram-se em risco para doenccedila de Keshan e
784 delas baixa otimizaccedilatildeo para as deiodinases Para o ponto de corte de otimizaccedilatildeo da
GPx e selenoproteiacutena P a maioria (933) apresentou baixa otimizaccedilatildeo Quanto ao intervalo
de proteccedilatildeo contra alguns tipos de cacircncer 99 natildeo estavam protegidas
Dessa forma de acordo com as duas referecircncias selecionadas para avaliar a
concentraccedilatildeo de Se no plasma verifica-se que a maioria das voluntaacuterias aleacutem de apresentar
deficiecircncia do mineral
No Brasil poucos estudos avaliaram o estado nutricional relativo ao Se em adultos
saudaacuteveis Coutinho (2003) avaliou este paracircmetro em praticantes de capoeria residentes em
Satildeo Paulo e observou a meacutedia de 787 microgL de Se no plasma Maia (2008) avaliou 29
62
paulistanos e 28 cearenses e observou uma meacutedia de Se plasmaacutetico de 665 microgL e 576 microgL
respectivamente
Figura 7 Distribuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo plasmaacutetica de Se (microgL) das participantes (n=194)
segundo os paracircmetros porpostos por Van Dael e Deelstra (1993) e Thomson (2004) Porto
Velho 2015
a Intervalo proposto por Van Dael e Deelstra (1993) (60 - 120 μgL)
Pontos de corte propostos por Thomson (2004) b Prevenccedilatildeo do surgimento da doenccedila de Keshan (gt 21 μgL)
c Otimizaccedilatildeo da atividade das deiodinases (gt 65 μgL)
d Maximizaccedilatildeo da GPx e selenoproteiacutena P (gt 80 - 95 μgL)
e Proteccedilatildeo contra alguns tipos de cacircncer (gt 115 μgL)
Bortoli (2010) avaliou mulheres saudaacuteveis e encontrou uma meacutedia de 817 microgL nas
voluntaacuterias residentes em Satildeo Paulo 607 microgL no grupo de Cubatatildeo (SP) e de 1018 microgL
nas mulheres de Novo Airatildeo (AM) A meacutedia de Se plasmaacutetico obtida na uacuteltima localidade
citada foi justificada pelo fato de a populaccedilatildeo ter como haacutebito o consumo regular de castanha-
do-brasil Donadio (2011) ao avaliar 124 indiviacuteduos residentes em Satildeo Paulo obteve a meacutedia
de 541 microgL Santos (2013) tambeacutem determinou as concentraccedilotildees do mineral no plasma de
176 indiviacuteduos do Cearaacute e observou uma meacutedia de 626 microgL
63
A Figura 8 apresenta a distribuiccedilatildeo das concentraccedilotildees eritrocitaacuterias de Se das
participantes Nos eritroacutecitos 125 participantes (645) apresentaram concentraccedilotildees abaixo
do intervalo de referecircncia
Figura 8 Distribuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo eritrocitaacuteria de Se das participantes (n=194) Intervalo
assinalado em azul (90 - 190 μgL) constitui os paracircmetros de normalidade proposto por Van
Dael e Deelstra (1993) e Ortuntildeo (1997) Porto Velho 2015
Ao contraacuterio do plasma a concentraccedilatildeo de Se eritrocitaacuterio reflete o estado nutricional
pregresso por responder de forma mais lenta agraves alteraccedilotildees no estado nutricional Essa resposta estaacute
relacionada com o tempo de meia vida das hemaacutecias que eacute de aproximadamente 120 dias
(FAIRWEATHER-TAIT 1997 VAN DAEL e DEELSTRA 1993)
Houve correlaccedilatildeo entre as concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio (r = 0629 p ˂
0001) ou seja quanto maior a concentraccedilatildeo de Se no plasma maior a sua concentraccedilatildeo nos
eritroacutecitos
As Tabelas 5 e 6 apresentam os resultados das anaacutelises de regressatildeo da ingestatildeo
alimentar de Se em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees do mineral no plasma e nos eritroacutecitos
respectivamente
64
Tabela 5 Coeficiente de regressatildeo da ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) como variaacutevel
independente que influenciou a concentraccedilatildeo do mineral no plasma (microgL) das participantes
Variaacutevel independente β p-valora
R2 ajustado p-valor
b
Ingestatildeo alimentar de Se (microgdia)c 0278 0112 0277 0026
Modelo ajustado pela escolaridade (anos de estudo) idade (anos) ingestatildeo energeacutetica (kcaldia) e circunferecircncia
da cintura (cm)
a Valor de p referente ao coeficiente β
b Valor de p referente ao R
2 ajustado
As anaacutelises de regressatildeo mostraram que houve associaccedilatildeo positiva entre o consumo de
alimentar de Se (microgdia) e as concentraccedilotildees do mineral no plasma (microgL) e nos eritroacutecitos
(microgL) O coeficiente de correlaccedilatildeo (R2) da ingestatildeo alimentar de Se em relaccedilatildeo ao plasma foi
277 e nos eritroacutecitos 363 Estes coeficientes expressam a porcentagem da variabilidade
das concentraccedilotildees sanguiacuteneas de Se que satildeo explicadas pela ingestatildeo alimentar do mineral
Tabela 6 Coeficiente de regressatildeo da ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) como variaacutevel
independente que influenciou a concentraccedilatildeo do mineral nos eritroacutecitos (microgL) das
participantes
Variaacutevel independente β p-valora
R2 ajustado p-valor
b
Ingestatildeo alimentar de Se (microgdia)c 0154 0301 0363 0001
Modelo ajustado pelo consumo alimentar de Se (microgdia) idade (anos) circunferecircncia da cintura (cm) iacutendice de
massa corpoacuterea (kgm2) escolaridade (anos de estudo) e renda (salaacuterios miacutenimos)
a Valor de p referente ao coeficiente β
b Valor de p referente ao R
2 ajustado
No estudo de Maia (2008) a meacutedia da concentraccedilatildeo eritrocitaacuteria de Se em adultos residentes
em Satildeo Paulo foi de 80 microgL e do Cearaacute 1224 microgL Silva (2013) encontrou a meacutedia de 1015
microgL de Se nos eritroacutecitos dos participantes do Cearaacute Adame et al (2012) que avaliou
espanhois encontrou a meacutedia de 104 6 microgL
Bortoli (2010) obteve a meacutedia de 833 microgL nas participantes de Satildeo Paulo 859 microgL
no grupo de Cubatatildeo (SP) e de 1998 microgL nas muheres de Novo Airatildeo (AM) A meacutedia
elevada encontrada na comunidade de Novo Airatildeo foI justificada pelo fato de a populaccedilatildeo do
estado do Amazonas apresentar o haacutebito de consumir regularmente a castanha-do-brasil
Houve ainda correlaccedilatildeo positiva entre os valores de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio indicando
65
que aquelas participantes cujo o teor estava mais elevado em um dos compartimentos
sanguiacuteneos tambeacutem se encontrava da mesma forma no outro (r = 07018 plt 00001)
Segundo Lemire et al (2006) a populaccedilatildeo da Amazocircnia brasileira apresenta
concentraccedilatildeo de Se no sangue total que varia de normal a relativamente alto Entretanto este
resultado natildeo foi observado no presente estudo pois a maioria das participantes apresentou
concentraccedilotildees abaixo da referecircncia Todavia esta pesquisa foi composta por mulheres
residentes em uma capital urbana diferente dos locais de trabalho das pesquisas de Lemire et
al (2006) realizados em comunidades ribeirinhas do Paraacute Estes pesquisadores avaliaram 236
adultos de seis comunidades ribeirinhas ao longo do rio Tapajoacutes e verificaram que 343
possuiacuteam concentraccedilotildees elevadas e nove indiviacuteduos (38) apresentaram valores acima dos
estipulados para toxicidade O valor mais baixo encontrado do mineral foi de 142 microgL
Em outra pesquisa realizada por Lemire et al (2011) na mesma regiatildeo foram
avaliados 407 voluntaacuterios e apenas seis participantes (15) apresentaram deficiecircncia de Se
enquanto 32 apresentaram concentraccedilotildees entre 560 e 1000 microgL e 10 concentraccedilotildees
superiores a 1000 microgL Segundo os pesquisadores a concentraccedilatildeo elevada de Se no sangue
foi devida aos haacutebitos alimentares da populaccedilatildeo uma vez que a mesma sobrevive de
alimentos cultivados nas proacuteprias comunidades
De acordo com os estudos de Pinheiro et al (2005) Rocha et al (2014) e Lemire et al
(2006 2009 2010 e 2011) que avaliaram o status de Se em comunidades ribeirinhas da
Amazocircnia observa-se que haacute uma relaccedilatildeo entre a concentraccedilatildeo do mineral no sangue e a
cultura alimentar regional
Natildeo existem muitos trabalhos realizados no Brasil e no mundo que tenham avaliado o
status de Se de populaccedilotildees natildeo acometidas por doenccedilas a maioria das pesquisas avaliou
indiviacuteduos doentes Portanto este trabalho contribuiraacute para o melhor conhecimento das
condiccedilotildees dessa populaccedilatildeo quanto a esse mineral Constatou-se que o haacutebito alimentar urbano
natildeo incluiacutea o consumo de castanha-do-brasil nem de outros alimentos cultivados em solos da
regiatildeo que constituiriam dessa forma uma excelente fonte do mineral
55 SELEcircNIO E ATIVIDADE DA ENZIMA GPx
A atividade da enzima GPx foi avaliada nos eritroacutecitos de 195 participantes e os seus
valores foram corrigidos e ajustados pela concentraccedilatildeo de hemoglobina sendo apresentados
em Ug Hb Apenas 6 das voluntaacuterias avaliadas apresentaram baixa atividade da enzima e
66
87 atividade normal (Figura 9) O valor meacutedio da atividade da GPx foi de 451 + 193 Ug
Hb Dessa forma pode-se inferir que a ingestatildeo alimentar de Se embora baixa natildeo teve influecircncia
na atividade enzimatica da GPx que eacute um biomarcador sensiacutevel e que avaliado nos eritroacutecitos
pode refletir a ingestatildeo em longo prazo do mineral (BROWN 2001 LEI 2007)
Figura 9 A atividade da enzima GPx peroxidase das participantes Intervalo assinalado em
azul (275 a 736 Ug Hb) representa a referecircncia proposta pelo Kit da Randoxreg Porto Velho
2015
Dados da literatura sobre atividade eritrocitaacuteria da GPx satildeo escassos os existentes
avaliaram a atividade da enzima no plasma dificultando as comparaccedilotildees com os resultados
deste trabalho No entanto Olusi (2002) ao realizar seu estudo no Kwait com adultos
eutroacuteficos observou meacutedia de 983 Ug Hb sendo este valor considerado elevado Ko et al
(2005) ao avaliar chineses encontrou a meacutedia de atividade da GPx nos eritroacutecitos de 513
Ug Hb enquanto Moradi et al (2009) ao avaliar em mulheres iranianas observaram a meacutedia
de 20 3 Ug Hb
De acordo com os estudos brasileiros Maia (2008) observou atividade meacutedia de 477
Ug Hb para adultos residentes em Satildeo Paulo e de 528 Ug Hb no Cearaacute Bortoli (2010)
observou a meacutedia de 733 Ug Hb nas mulheres amazonenses 371 Ug Hb nas voluntaacuterias de
Satildeo Paulo e de 382 Ug Hb nas de Cubatatildeo A meacutedia na pesquisa de Donadio (2011) com
paulistanos foi de 401 Ug Hb e Silva (2013) em voluntaacuterias do Cearaacute obteve 386 Ug Hb
67
A atividade da GPx estaacute fortemente correlacionada com a concentraccedilatildeo sanguiacutenea de
Se portanto um consumo inadequado de Se pode ocasionar reduccedilatildeo da atividade da GPx o
que por sua vez afeta a resposta celular em relaccedilatildeo agrave accedilatildeo de agentes oxidantes
desencadeando o surgimento do estresse oxidativo (COMINETTI et al 2011)
Segundo Crespo-Loacutepez et al (2009) as glutationas podem atuar como a principal
linha de defesa contra os compostos de Hg e conforme Herculano et al (2006) altas
concentraccedilotildees da enzima podem servir de proteccedilatildeo contra a intoxicaccedilatildeo do metal
Pinheiro et al (2008) realizou uma comparaccedilatildeo entre concentraccedilotildees de Hg e a defesa
antioxidante de mulheres saudaacuteveis residentes em trecircs comunidades ribeirinhas da Amazocircnia
sendo duas comunidades consideradas expostas ao metal localizadas na bacia do rio Tapajoacutes
e a outra localizada na bacia do rio Tocantins O estudo tinha como finalidade detectar
possiacuteveis alteraccedilotildees no estado antioxidante em razatildeo da exposiccedilatildeo ao Hg Dentre outros
paracircmetros foram avaliados a concentraccedilatildeo da GPx no sangue total e as concentraccedilotildees de Hg
nos cabelos Foi observada correlaccedilatildeo positiva entre as concentraccedilotildees de Hg e o aumento da
concentraccedilatildeo da enzima ou seja os indiviacuteduos com alto teor de Hg apresentaram tambeacutem
concentraccedilotildees elevadas de GPx
56 SELEcircNIO E CONCENTRACcedilOtildeES CAPILARES DE MERCUacuteRIO
Os resultados das anaacutelises de Hg nos cabelos das voluntaacuterias encontram-se descritos
na Figura 10 Das 200 participantes avaliadas apenas seis (30) apresentaram concentraccedilotildees
de Hg superiores ao valor de referecircncia estabelecido pela WHO (1990) e apenas uma
apresentou concentraccedilatildeo do metal abaixo do limite de quantificaccedilatildeo (˂ 1 ng g-1
)
Em relaccedilatildeo aos resultados do formulaacuterio de Hg para coleta dos cabelos foi perguntado
para as participantes se estas possuiacuteam tintura ou qualquer tipo de alisamento e a maioria
(635) natildeo possuiacutea nenhum tipo de alisamento e 585 natildeo tinham cabelos pintados A
concentraccedilatildeo meacutedia de Hg nos cabelos foi de 625 + 766 ng g-1
A concentraccedilatildeo de Hg no sangue reflete a exposiccedilatildeo ao metal nas formas orgacircnica e
inorgacircnica e pode ser influenciada pelo consumo de alimentos contaminados O Hg
permanece na corrente sanguiacutenea apenas alguns dias apoacutes a exposiccedilatildeo desta maneira a anaacutelise
deve ser feita rapidamente a fim de detectar exposiccedilotildees recentes (EPA 2005) Em relaccedilatildeo agrave
concentraccedilatildeo de Hg nos cabelos esta eacute proporcional agrave do sangue uma vez que este metal se
incorpora aos fios (WHO 1990) A anaacutelise do cabelo reflete uma exposiccedilatildeo mais prolongada
68
ao Hg possibilitando a avaliaccedilatildeo da concentraccedilatildeo deste elemento durante periacuteodos de tempo
maiores (PASCALICCHIO 2002)
Figura 10 Distribuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo de Hg (ng g-1
) nos cabelos das participantes (n=
200) Ponto de corte assinalado em azul representa o valor de referecircncia (2000 ng g-1
)
proposto pela WHO (1990) Porto Velho-RO 2015
Os peixes da regiatildeo Amazocircnica segundo alguns pesquisadores apresentam elevado risco de
contaminaccedilatildeo por Hg (MUCKE et al 2001 BAacuteRAacuteNY et al 2002 KARITA e SUZUKI
2002 LINDBERG et al 2004 HANSEN et al 2004) Entretanto 975 das participantes
avaliadas informaram consumir este alimento de forma esporaacutedica Dessa forma pode-se
inferir que as participantes deste estudo natildeo apresentaram alta contaminaccedilatildeo por Hg em
decorrecircncia da baixa ingestatildeo de peixes no haacutebito alimentar Poreacutem Marques et al (2007) ao
avaliar as concentraccedilotildees de Hg de 82 mulheres urbanas de Porto Velho (RO) observaram
que mesmo com um baixo consumo de peixes o niacutevel meacutedio de Hg nos cabelos foi elevado
(3500 ng g-1
)
Em outra pesquisa realizada por Marques et al (2013) foram avaliadas mulheres de
comunidades ribeirinhas da bacia do rio Madeira Os autores observaram que as
concentraccedilotildees meacutedias de Hg nos cabelos (12120 ng g-1
) daquelas que moravam agraves margens
do rio foram superiores agravequeles das residentes em aacuterea urbana (5360 ng g-1
)
69
Rocha et al (2014) determinaram as concentraccedilotildees de Hg nos cabelos de crianccedilas de
duas comunidades ribeirinhas de Porto Velho sendo elas Demarcaccedilatildeo localizada as margens
do rio Machado e Gleba do Rio Preto no rio Preto As crianccedilas da primeira comunidade
apresentaram concentraccedilatildeo meacutedia de Hg de 3570 + 1860 ng g-1
enquanto as crianccedilas da
Gleba do Rio Preto concentraccedilotildees meacutedias de 6240 + 5890 ng g-1
ou seja 50 acima do
valor encontrado na comunidade Demarcaccedilatildeo
Bastos et al (2006) ao avaliar as concentraccedilotildees de Hg em 713 indiviacuteduos do rio
Madeira obtiveram a meacutedia de 15200 ng g-1
Boischio e Henshel (2000) ao avaliar 90 matildees e
89 crianccedilas encontraram meacutedias de 12600 ng g-1
e 10200 ng g-1
respectivamente
Hacon et al (2014) avaliaram cinco aacutereas na regiatildeo de Porto Velho no rio Madeira
Das cinco comunidades estudadas quatro faziam parte da regiatildeo ribeirinha de Santo Antocircnio
Participaram do estudo 1945 indiviacuteduos cujas concentraccedilotildees de Hg foram avaliados em
amostras de cabelos Apenas 09 dos voluntaacuterios apresentaram concentraccedilotildees de Hg
superiores a 50000 ng g-1
e 90 concentraccedilotildees inferiores a 10000 ng g-1
O estudo ressaltou
que as concentraccedilotildees de Hg nas mulheres de 16 a 49 anos de idade variou de 2400 a 5300 ng
g-1
dependendo da regiatildeo onde residiam Os pesquisadores concluiacuteram que as concentraccedilotildees
de Hg foram altos em todas as comunidades e este resultado foi relacionado ao consumo de
peixes da regiatildeo
Bortoli (2010) que tambeacutem avaliou as concentraccedilotildees de Hg nos cabelos de mulheres
de Satildeo Paulo (SP) Cubatatildeo (SP) e Novo Airatildeo (AM) encontrou meacutedia de 180 ng g-1
nas
paulistanas 190 ng g-1
nas Cubatenses e de 5670 ng g-1
nas participantes do Amazonas
Dentre as participantes dos dois primeiros grupos nenhuma apresentou concentraccedilatildeo de Hg
acima de 2000 ng g-1
concentraccedilatildeo para adultos natildeo expostos ocupacionalmente de acordo
com a WHO (1990) No grupo das mulheres amazonenses 218 apresentaram valores
abaixo dessa referecircncia De acordo com os valores maacuteximos em regiotildees onde haacute exposiccedilatildeo
reconhecida por Hg (6000 ng g-1
) foi observado que 309 destas participantes tinham
concentraccedilotildees de Hg nos cabelos acima desse valor de referecircncia A pesquisadora ressaltou
que 927 das mulheres de Novo Airatildeo relataram consumir peixes da regiatildeo pelo menos uma
vez por semana
Pinheiro et al (2005) ao avaliarem 40 mulheres de trecircs comunidades da bacia do rio
Tapajoacutes verificaram que natildeo houve diferenccedila estatiacutestica em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees de Hg
total nas amostras de cabelos nas diferentes comunidades O primeiro grupo composto por
gestantes apresentou a meacutedia de concentraccedilatildeo de Hg de 8250 ng g-1
enquanto o segundo
composto por mulheres natildeo gestantes 9390 ng g-1
do metal No entanto os pesquisadores
70
observaram que as concentraccedilotildees do Hg no terceiro trimestre de gravidez eram maiores
(9650 ng g-1
) que no primeiro (6620 ng g-1
) e segundo trimestres (6710 ng g-1
)
Pinheiro et al (2008) analisaram novamente duas comunidades da mesma regiatildeo que
o estudo anterior Poreacutem selecionaram mulheres de uma comunidade ribeirinha da bacia do
rio Tocantins que formaram o grupo controle do estudo pois estas natildeo pertenciam a uma
regiatildeo considerada contaminada por Hg Os autores observaram que nas comunidades da
bacia do rio Tapajoacutes as voluntaacuterias apresentaram concentraccedilotildees de Hg no cabelo
significativamente maiores (12926 ng g-1
) em relaccedilatildeo agrave comunidade da bacia do rio Tocantins
(3290 ng g-1
)
Estudos epidemioloacutegicos tecircm evidenciado correlaccedilatildeo positiva entre as concentraccedilotildees
de Se e Hg no sangue (MUCKE et al 2001 BAacuteRAacuteNY et al 2002 KARITA e SUZUKI
2002 LINDBERG et al 2004 HANSEN et al 2004) Tal evidecircncia foi verificada nesta
pesquisa em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees plasmaacuteticas do mineral conforme as anaacutelises de
regressatildeo Os coeficientes de correlaccedilatildeo (R2) das concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico e
eritrocitaacuterio foram 59 e 37 respectivamente (Tabela 7) Estes coeficientes expressam a
porcentagem da variabilidade no niacutevel de Hg nos cabelos (ng g-1
) que eacute explicada pelas
variaacuteveis independentes
De acordo com Gailer et al (2000) o efeito protetor do Se tem sido associado a uma
maior retenccedilatildeo de Hg ao inveacutes de maior excreccedilatildeo Desta forma acredita-se que o Se
juntamente com o Hg forme um complexo Hg-Se que por sua vez liga-se a selenoproteiacutena P
favorecendo uma redistribuiccedilatildeo corporal do metal Poreacutem segundo Baacuteraacuteny et al (2005) e
Lindberg et al (2004) os estudos sobre como esta interaccedilatildeo acontece ainda natildeo satildeo
suficientes para elucidar a dinacircmica desse complexo Sugere-se que uma ingestatildeo adequada de
Se possa promover um efeito de proteccedilatildeo contra o Hg e seus compostos toacutexicos
Apesar dos valores elevados de Hg encontrados na regiatildeo Amazocircnica poucos trabalhos
avaliaram sintomas ou sinais cliacutenicos referentes a essa intoxicaccedilatildeo
No estudo de Dorea et al (2003) com mulheres vivendo em comunidades ribeirinhas
do Rio Negro os sintomas pesquisados foram fraquezas musculares amortecimentos de
membros tremores desequiliacutebrio e alteraccedilotildees sensoriais No entanto na populaccedilatildeo deste
estudo tais sinais natildeo foram observados Malm et al (1995) realizaram outra pesquisa com
populaccedilotildees ribeirinhas no Paraacute e tambeacutem natildeo encontraram tais sinais (desequiliacutebrio sensitivo
constriccedilatildeo de campo visual ataxia reduccedilatildeo da capacidade auditiva tremores reflexos de
tendotildees e desequiliacutebrios mentais e salivares)
71
Tabela 7 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram as
concentraccedilotildees de Hg (ng g-1
) nos cabelos (variaacutevel dependente) das participantes
Variaacuteveis independentes β p-valora
R2 ajustado p-valor
b
Se no Plasma (microgL)c 3117 0177 0059 0020
Se no Eritroacutecito (microgL)d 0970 0656 0037 0096
a Valor de p referente ao coeficiente β
b Valor de p referente ao R
2 ajustado
c Modelo ajustado pelo indice de massa corporeacutea (kgm
2) escolaridade (anos de estudo) idade (anos) e renda
(salaacuterios miacutenimos) d Modelo ajustado pelo pelo indice de massa corporeacutea (kgm
2) circunferecircncia da cintura (cm) escolaridade (anos
de estudo) idade (anos) ingestatildeo energeacutetica (kcaldia) e renda (salaacuterios miacutenimos)
57 SELEcircNIO E AVALIACcedilAtildeO DO ESTRESSE OXIDATIVO MDA E ORAC
O meacutetodo de ORAC (Capacidade de Absorccedilatildeo de Radicais de Oxigecircnio) avalia a
capacidade do plasma de inibir o radical peroxil mostrando resistecircncia aos danos oxidativos
Dessa forma verifica-se que quanto maiores as concentraccedilotildees do Se no sangue maior seraacute a
capacidade antioxidante total sendo este dado relacionado agrave accedilatildeo ou funccedilatildeo antioxidante do
mineral
De acordo com as anaacutelises de regressatildeo houve associaccedilatildeo entre as concentraccedilotildees de
Se no plasma e nos eritroacutecitos com o ORAC (Tabela 8) Os coeficientes de correlaccedilatildeo (R2)
das concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio foram 60 e 77 respectivamente Estes
coeficientes expressam a porcentagem da variabilidade do ORAC que eacute explicado pelas
variaacuteveis independentes (Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio) Natildeo foram encontrados estudos que
avaliaram a capacidade antioxidante por meio do ORAC que relacionem ou associem com as
concentraccedilotildees de Se em indiviacuteduos saudaacuteveis
Tabela 8 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram a
capacidade antioxidante ndash ORAC (mmol eq troloxg de amostra) (variaacutevel dependente) das
participantes
Variaacuteveis independentes β p-valora
R2 ajustado p-valor
b
Se no Plasma (microgL)c -0002 0555 0060 0015
Se no Eritroacutecito (microgL)d -0005 0094 0077 0005
a Valor de p referente ao coeficiente β
b Valor de p referente ao R
2 ajustado
c Modelo ajustado pelo indice de massa corporeacutea (kgm
2) circunferecircncia da cintura (cm) renda (salaacuterios
miacutenimos) d
Modelo ajustado pelo pelo indice de massa corporeacutea (kgm2) circunferecircncia da cintura (cm) renda (salaacuterios
miacutenimos)
72
Os radicais livres de oxigecircnio podem induzir a reaccedilatildeo de peroxidaccedilatildeo lipiacutedica Os
aacutecidos graxos insaturados no plasma em uacuteltima instacircncia podem gerar produtos de
peroxidaccedilatildeo lipiacutedica tais como o malondialdeiacutedo (MDA) Dessa forma as concentraccedilotildees de
MDA podem refletir o niacutevel de estresse oxidativo do organismo De acordo com as anaacutelises
de regressatildeo natildeo houve associaccedilatildeo entre as concentraccedilotildees de Se no plasma e nos eritroacutecitos
com o MDA (Tabela 9)
Tabela 9 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram a
concentraccedilatildeo plasmaacutetica de malondialdeiacutedo (microM) (variaacutevel dependente) das participantes
Variaacuteveis independentes β p-valora
R2 ajustado p-valor
b
Se no Plasma (microgL)c 10 x 10
-4 0980 -0015 0675
Se no Eritroacutecito (microgL)c 10 x 10
-3 0239 -0005 0505
a Valor de p referente ao coeficiente β
b Valor de p referente ao R
2 ajustado
c Modelo ajustado pelo indice de massa corporeacutea (kgm
2) idade (anos) ingestatildeo energeacutetica (kcaldia)
circunferecircncia da cintura (cm) renda (salaacuterios miacutenimos) e escolaridade (anos de estudo)
O estudo de Gaacutec et al (2014) tinha como objetivo definir a relaccedilatildeo entre as
concentraccedilotildees de Se no sangue e estresse oxidativo (concentraccedilatildeo de MDA) em 337 crianccedilas
saudaacuteveis da Espanha A concentraccedilatildeo de Se natildeo exerceu nenhum efeito direto nas
concentraccedilotildees de MDA (r = 008 pgt005) Em outro estudo espanhol Galan-Chilet et al
(2014) avaliaram em uma populaccedilatildeo adulta a associaccedilatildeo entre o Se no plasma e as
concentraccedilotildees de MDA na urina Os autores tambeacutem natildeo observaram correlaccedilotildees
siginificativas entre esses marcadores
Krishnan e Rani (2014) tambeacutem natildeo encontraram nenhuma correlaccedilatildeo significativa
entre a concentraccedilatildeo de Se e MDA em pacientes com doenccedila de Alzheimer ou demecircncia de
origem vascular Entretanto outros estudos verificaram uma diminuiccedilatildeo das concentraccedilotildees de
MDA apoacutes a suplementaccedilatildeo com Se (ZHANG et al 2005 FABIAN et al 2013 SITTA et
al 2011 SMOLKOVAacute et al 2004 GRYGIEL-GOacuteRNIAK et al 2014)
73
58 POLIMORFISMO PRO198LEU
Ao avaliar a presenccedila do SNP (rs 1050450) no gene que codifica a enzima glutation
peroxidase1 nas 190 amostras do estudo foi observado que 567 das participantes
apresentaram genoacutetipo selvagem (ProPro) ou seja homozigotos para prolina 368 dos
indiviacuteduos heterozigotos (ProLeu) e 68 homozigotos para leucina (LeuLeu) A frequecircncia
relativa do alelo variante foi de 025
Os resultados da genotipagem apresentaram-se de acordo com o equiliacutebrio de Hardy
Weinberg o qual determina que as frequecircncias aleacutelicas devem permanecer constantes ao
longo das geraccedilotildees caso natildeo sejam interferidas por nenhum fator evolutivo Dessa forma o
teste de qui-quadrado (χ2) foi aplicado e o valor encontrado foi de 01127 e a probabilidade
associada a esse valor considerando um grau de liberdade foi maior que 5 indicando que a
populaccedilatildeo estava de acordo com o equiliacutebrio
A Tabela 10 ilustra a distribuiccedilatildeo das participantes de acordo com o SNP Pro198Leu
Tabela 10 Distribuiccedilatildeo do SNP Pro198Leu (rs 1050450) no gene que codifica GPx 1 nas
participantes (n=190)
Genoacutetipos coacutedon 198 da GPx 1 n
ProPro 107 563
ProLeu 70 368
LeuLeu 13 68
Quatro pesquisas descrevem a frequecircncia do polimorfismo Pro198Leu na populaccedilatildeo
da cidade de Satildeo Paulo Nishimura (2010) em seu estudo com 175 pacientes com cacircncer da
cavidade orofariacutengea encontrou prevalecircncia de 50 de indiviacuteduos com genoacutetipo selvagem
(ProPro) 43 heterozigoto (ProLeu) e 7 de homozigoto (LeuLeu) para o polimorfismo
Em seu grupo controle que foi constituiacutedo por 203 indiviacuteduos da mesma cidade 51
ProPro 43 ProLeu e 6 LeuLeu
Cominetti et al (2011) no seu trabalho realizado com 37 mulheres obesas
observaram 49 de ProPro 38 de ProLeu e 13 de LeuLeu Donadio (2011) ao avaliar
124 indiviacuteduos adultos natildeo doentes verificou que a prevalecircncia de ProPro foi de 49 de
ProLeu 47 e apenas 3 de LeuLeu
Cardoso et al (2012) ao determinar o polimorfismo em um grupo de 28 idosos com
doenccedila de Alzheimer observaram que 75 apresentaram genoacutetipo ProPro 14 de
74
heterozigotos e 11 de LeuLeu No mesmo estudo no grupo controle formado por 29
idosos sem a doenccedila os pesquisadores encontraram 72 com genoacutetipo ProPro 14 de
ProLeu e 14 de homozigotos LeuLeu
Silva (2013) em seu trabalho realizado com a populaccedilatildeo cearense observou que
545 dos indiviacuteduos apresentaram genoacutetipo ProPro 381 genoacutetipo ProLeu e 74 de
genoacutetipo LeuLeu
Hiragi et al (2011) avaliaram a frequecircncia do polimorfismo em 304 indiviacuteduos
pertencentes a trecircs grupos eacutetnicos diferentes No grupo constituiacutedo por 60 adultos indiacutegenas
95 possuiacuteam genoacutetipo selvagem (ProPro) 3 eram heterozigotos (ProLeu) e 2
homozigotos (LeuLeu) No grupo composto por 72 indiviacuteduos afrodescendentes 71 eram
ProPro 22 ProLeu e 7 LeuLeu O terceiro grupo formado por 172 indiviacuteduos que
residiam no Distrito Federal 47 eram ProPro 40 ProLeu e 13 LeuLeu
Fosberg et al (1999) em anaacutelise realizada com 25 suecos encontrou 52 de
indiviacuteduos homozigotos para prolina (selvagens) 36 de heterozigotos e 12 de
homozigotos para leucina Em outro estudo Fosberg et al (2000) determinaram a frequecircncia
de alelos para esse polimorfismo em uma populaccedilatildeo sueca e outra finlandesa A populaccedilatildeo
sueca foi formada por 101 indiviacuteduos infartados e 214 formaram o grupo controle A
distribuiccedilatildeo dos genoacutetipos dos indiviacuteduos do grupo caso foi de 55 homozigotos selvagens
38 heterozigotos e 7 de homozigotos para leucina No grupo controle a frequecircncia dos
genoacutetipos foi de 53 40 e 7 respectivamente No grupo da Finlacircndia dos 66 indiviacuteduos
avaliados 35 eram homozigotos para prolina 48 heterozigotos e 17 homozigotos para
leucina
De acordo com os trabalhos citados a menor distribuiccedilatildeo conforme os genoacutetipos estaacute
relacionada ao homozigoto LeuLeu Algumas pesquisas afirmam que a presenccedila do alelo Leu
reduz a atividade da enzima GPx nos indiviacuteduos com este alelo variante (HANSEN et al
2009 RAVN-HAREN et al 2006) Dessa forma se haacute uma diminuiccedilatildeo da atividade
enzimaacutetica da GPx o sistema antioxidante dos indiviacuteduos que apresentam o alelo Leu pode
ser afetado Estudos tambeacutem tecircm associado a presenccedila deste alelo variante a um aumento do
risco de alguns tipos de cacircncer (RATNASINGHE et al 2000 HU e DIAMOND 2003
ZHAO et al 2005) Entretanto essas associaccedilotildees natildeo foram observadas em todas as
populaccedilotildees estudadas uma vez que a frequecircncia do alelo Leu varia de acordo com o grupo
eacutetnico (ZHAO et al 2005)
De acordo com Pena et al (2011) a origem geneacutetica da populaccedilatildeo brasileira eacute o
resultado de vaacuterias miscigenaccedilotildees e apesar disso apresenta uma uniformidade maior que o
75
esperado No trabalho desses pesquisadores foi avaliado a ascendecircncia total de 934 brasileiros
de diferentes raccedilas residentes em quatro regiotildees do paiacutes com excessatildeo da regiatildeo centro-oeste
Foram avaliados polimorfismos de inserccedilatildeo e deleccedilatildeo e os genoacutetipos encontrados foram
utilizados para estimar os componentes europeus africanos e ameriacutendios dos indiviacuteduos Os
resultados mostraram que a ancestralidade das diferentes populaccedilotildees das regiotildees do Brasil eacute
semelhante
A populaccedilatildeo de Rondocircnia eacute umas das mais diversificadas do Brasil composta de
migrantes oriundos de todas as regiotildees do paiacutes O interior do Estado eacute formado por goianos
paranaenses paulistas mineiros gauacutechos capixabas baianos mato grossenses e sergipanos
enquanto a capital eacute formada por cearenses maranhenses amazonenses e acreanos (IBGE
2014)
Poucos estudos associaram o polimorfismo Pro198Leu com biomarcadores do estado
nutricional relativo ao Se em indiviacuteduos saudaacuteveis A Tabela 11 apresenta uma comparaccedilatildeo
das meacutedias das concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico eritrocitaacuterio atividade da GPx MDA e
ORAC de acordo com o genoacutetipo para o polimorfismo Pro198Leu Observou-se que natildeo
houve diferenccedila significativa entre os paracircmetros avaliados
Donadio (2011) encontrou diferenccedila significativa entre a atividade da GPx em
mulheres paulistanas avaliadas de acordo com os genoacutetipos do Pro198Leu Silva (2013)
tambeacutem encontrou a mesma diferenccedila em mulheres cearenses indicando que a influecircncia do
gecircnero eacute um importante fator que deve ser considerado em estudos sobre esse polimorfismo
Cominetti et al (2011) natildeo observaram diferenccedilas nas concentraccedilotildees de Se
plasmaacutetico eritrocitaacuterio e atividade da GPx entre os genoacutetipos em ambas as fases de seu
estudo (preacute e poacutes suplementaccedilatildeo de castanha-do-brasil) poreacutem encontraram correlaccedilatildeo entre
o Se eritrocitaacuterio e a atividade da GPx apenas para o grupo ProPro em ambas as fases O
mesmo resultado foi observado no estudo de Cardoso et al (2012) que tambeacutem observaram
correlaccedilatildeo entre o Se eritrocitaacuterio e a atividade da GPx apenas para o grupo ProPro tanto nos
indiviacuteduos com Alzheimer quanto no grupo controle A mesma correlaccedilatildeo foi descrita por
Jablonska et al (2009) Hu e Diamond (2003) e Karunashinghe et al (2011) Estes dados satildeo
uacuteteis para entender os mecanismos e a manutenccedilatildeo da variabilidade geneacutetica na populaccedilatildeo
bem como para a identificaccedilatildeo de genes associados com doenccedilas complexas (HIRAGI et al
2011) Todos esses resultados mostram que o efeito do polimorfismo Pro198Leu deve
continuar sendo investigado em diferentes populaccedilotildees
76
Tabela 11 Concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico eritrocitaacuterio atividade da enzima GPx MDA e
ORAC de acordo com o genoacutetipo para o polimorfismo Pro198Leu (rs1050450) no gene que
codifica para GPx 1 das participantes
Variaacuteveis ProPro
MD (DP) (n= 107)
ProLeu
MD (DP) (n = 70)
LeuLeu
MD (DP) (n = 13)
pa
Se no Plasma (microgL) 5366 (5225) 5417 (3993) 5577 (1866) 099
Se no Eritroacutecito (microgL) 7804 (3883) 7769 (3618) 7935 (2944) 099
GPx Eritrocitaacuteria (Ug Hb) 4751 (2277) 4426 (2604) 4261 (1374) 058
MDA (microM) 097 (111) 084 (022) 085 (023) 060
ORAC (mmol eq troloxg de amostra) 163 (151) 159 (130) 128 (076) 071
a Valor de p calculado pela ANOVA MD - Meacutedia DP - Desvio Padratildeo
59 POLIMORFISMO GSTM1
A GST faz parte de uma famiacutelia de enzimas intracelulares que modullam a accedilatildeo de
toxinas endoacutegenas e exoacutegenas sobre as ceacutelulas evitando danos ao DNA (MANNERVICK
1985) Esta famiacutelia de enzimas estaacute envolvida no metabolismo de muitos carcinoacutegenos
poluentes ambientais e drogas anticanceriacutegenas por isso a inexistecircncia de isoenzimas
especiacuteficas pode gerar efeito significativo na toleracircncia do organismo ao estresse oxidativo
(ZHENG et al 2002 MORAIS et al 2008) O gene da classe mu (GSTM1) abordado nesta
pesquisa eacute polimoacuterfico em humanos e estatildeo ausentes ou deletados de forma homozigoacutetica em
40 a 50 em diferentes populaccedilotildees eacutetnicas (NELSON et al 1995 HATAGIMA et al 2000
GISNBERG et al 2009)
A Tabela 12 apresenta a distribuiccedilatildeo das participantes de acordo com o genoacutetipo do
polimorfismo GSTM1 O genoacutetipo nulo ou deletado (--) indica que o gene inteiro apresenta
deleccedilatildeo e portanto o indiviacuteduo natildeo expressa a proteiacutena GST O genoacutetipo presente (++) eacute a
forma selvagem ou seja natildeo apresenta deleccedilatildeo do gene e o indiviacuteduo expressa a GST
Tabela 12 Distribuiccedilatildeo do polimorfismo GSTM1 no gene da GST das participantes (n =
180)
GSTM1 n
Presente (++) 104 5780
Nulo ou Deletado (--) 76 4220
77
Natildeo foram observadas diferenccedilas entre as concentraccedilotildees de Hg na populaccedilatildeo avaliada
de acordo com os genoacutetipos do polimorfismo GSTM1 bem como os paracircmetros relativos ao
estresse oxidativo (Tabela 13)
Tabela 13 Concentraccedilotildees de Hg de MDA e valores de ORAC de acordo com o genoacutetipo
para o polimorfismo GSTM1 no gene da GST das participantes
Variaacuteveis Presente (++)
MD (DP)
(n= 104)
Nulo (--)
MD (DP)
(n = 76)
pa
Hg (ng g-1
) 56365 (69475) 70863 (75295) 0184
MDA (microM) 095 (113) 087 (027) 0570
ORAC (mmol eq troloxg de amostra) 165 (159) 158 (117) 0730 a Valor de p calculado pelo teste T-Student
Klatau-Gimaratildees et al (2005) verificaram que em algumas tribos indiacutegenas da
Amazocircnia os indiviacuteduos que carreavam o genoacutetipo nulo ou seja deleccedilatildeo do gene inteiro
tinham maiores concentraccedilotildees de Hg nos cabelos Tais pesquisadores concluiacuteram que os
fatores geneacuteticos podem influenciar o acuacutemulo de Hg no organismo e os indiviacuteduos com
genoacutetipo nulo natildeo estatildeo aptos a destoxificar o metal pois essa funccedilatildeo eacute atribuiacuteda agrave GST
Entretanto outros estudos natildeo encontraram correlaccedilatildeo entre as concentraccedilotildees do metal
com os genoacutetipos do GSTM1 Gundacker et al (2007) em seu estudo com 222 estudantes da
Universidade de Viena relacionaram as concentraccedilotildees de Hg no sangue e na urina com os
genoacutetipos presente ou nulo do polimorfismo Os autores natildeo encontraram associaccedilatildeo entre
esses dois paracircmetros mas foi observado que as pessoas com genoacutetipo nulo apresentavam
valores mais elevados do metal Os autores verificaram que 56 dos indiviacuteduos carreavam o
genoacutetipo nulo tinham concentraccedilotildees mais baixas de Hg no sangue coincidindo com
concentraccedilotildees tiacutepicas de populaccedilotildees natildeo expostas agrave toxicidade Os resultados levaram agrave
hipoacutetese de que os indiviacuteduos com a deleccedilatildeo para GST apresentam atividade cataliacutetica
prejudicada e satildeo menos capazes de aumentar a sua capacidade de excreccedilatildeo do Hg levando a
uma maior acumulaccedilatildeo do metal no organismo
Estudos sobre a relaccedilatildeo entre o polimorfismo da GST e as concentraccedilotildees de Hg em
humanos satildeo escassos Custodio et al (2004 e 2005) verificaram que o polimorfismo GSTM1
natildeo teve efeito sobre as concentraccedilotildees de Hg no sangue total plasma e urina Entretanto
concluiacuteram que indiviacuteduos carreadores do genoacutetipo deletado apresentam atividade da enzima
reduzida e dessa forma maiores concentraccedilotildees e retenccedilatildeo de Hg
78
Lee et al (2009) analisaram o polimorfismo GSTM1 associado agrave exposiccedilatildeo intra-
uterina de Hg e o peso ao nascer de crianccedilas de etnia coreana Dentre as 417 gestantes
avaliadas 595 carreavam genoacutetipo nulo sem diferenccedila significativa nas concentraccedilotildees de
Hg no sangue e no cordatildeo umbilical em relaccedilatildeo agravequelas com genoacutetipo selvagem Apesar
disso os autores observaram que as crianccedilas cujas matildees carreavam o genoacutetipo nulo
apresentaram relaccedilatildeo inversa do peso ao nascer com as concentraccedilotildees de Hg no cordatildeo
umbilical Entretanto esta relaccedilatildeo natildeo foi observada nas crianccedilas filhas de matildees com genoacutetipo
selvagem Os pesquisadores afirmaram que este fato pode ser explicado em razatildeo do Hg ser
transferido para o feto atraveacutes da placenta Dessa forma foi demosntrado que o polimorfismo
GSTM1 pode desempenhar papel importante na relaccedilatildeo entre a concentraccedilatildeo de Hg e o peso
ao nascer
Na populaccedilatildeo brasileira a frequecircncia desse polimorfismo tambeacutem eacute elevada
Hatagima et al (2000) avaliaram 658 indiviacuteduos do Rio de Janeiro e 179 de Brasiacutelia e a
frequecircncia do genoacutetipo nulo foi semelhante nas duas populaccedilotildees 46 na populaccedilatildeo carioca e
49 na brasiliense Gattaacutes et al (2004) analisaram a frequecircncia em 594 indiviacuteduos
selecionados na cidade de Satildeo Paulo e 137 homens da aacuterea rural da Bahia A distribuiccedilatildeo do
genoacutetipo nulo avaliado foi mais frequente nos indiviacuteduos brancos (554) que nos pardos
(414) e negros (328) em Satildeo Paulo Na Bahia essa frequecircncia foi de 357
Hiragi et al (2011) determinaram a frequecircncia do polimorfismo em 304 indiviacuteduos
pertencentes a trecircs grupos eacutetnicos diferentes No grupo constituiacutedo por 60 adultos indiacutegenas
55 apresentaram genoacutetipo nulo e no grupo composto por 72 indiviacuteduos afrodescendentes
53 No terceiro grupo que foi formado por 172 indiviacuteduos que residiam no Distrito Federal
63 apresentaram genoacutetipo deletado
Em um estudo com 120 pacientes com diagnoacutestico de diabetes tipo 2 de Goiacircnia (GO)
Pinheiro et al (2013) observaram uma frequecircncia do genoacutetipo nulo de 41 no grupo caso
enquanto no grupo controle foi de 122 Natildeo foi observada qualquer associaccedilatildeo da deleccedilatildeo
com a suscetibilidade agrave doenccedila na populaccedilatildeo estudada apesar de ter sido observada uma
associaccedilatildeo com aumento significativo da glicemia de jejum hemoglobina glicada e pressatildeo
arterial
Anton et al (2010) verificaram a influecircncia do polimorfismo GSTM1 na
susceptibilidade ao cacircncer de mama em 15 mulheres com diagnoacutestico da doenccedila e em 30
mulheres saudaacuteveis atendidas em um hospital do sul do Brasil Foi observado que 467 das
mulheres carreavam o genoacutetipo nulo e 433 das mulheres do grupo controle tambeacutem
apresentaram a deleccedilatildeo do genoacutetipo Os pesquisadores sugeriram que a deleccedilatildeo homozigoacutetica
79
do gene pode estar associada com maior susceptibilidade ao cacircncer de mama na populaccedilatildeo
estudada entretanto mais estudos satildeo necessaacuterios
Possuelo et al (2013) tambeacutem avaliaram a frequecircncia do polimorfismo GSTM1 em 49
pacientes diagnosticadas com cacircncer de mama e 49 mulheres saudaacuteveis A frequecircncia de
alelos nulos foi significativamente maior no grupo caso (588) em comparaccedilatildeo ao grupo
controle (412) sugerindo uma possiacutevel influecircncia deste genoacutetipo na susceptibilidade agrave
doenccedila
Em trabalhos internacionais verificam-se porcentagens semelhantes aos resultados
apresentados Conforme Ginsberg et al (2009) a porcentagem de indiviacuteduos com genoacutetipo
nulo em afro-americanos eacute de 21 em chineses de 58 em japoneses 45 em mexicanos
41 e em caucasianos 53 Segundo Hatagima et al (2000) a porcentagem em ingleses eacute de
545 e em franceses 429
80
6 CONCLUSAtildeO
Pode-se concluir que as mulheres rondonienses residentes em aacuterea urbana considerada
de risco de contaminaccedilatildeo por Hg apresentaram status de Se inferior ao recomendado e
independente do genoacutetipo em relaccedilatildeo ao SNP Pro198Leu no gene da GPx A concentraccedilatildeo de
Hg nos cabelos estava dentro dos limites seguros e natildeo houve relaccedilatildeo com o polimorfismo de
deleccedilatildeo no gene GSTM1 Os referidos polimorfismos tambeacutem natildeo afetaram os biomarcadores
de estresse oxidativo avaliados
81
7 CRONOGRAMA
Atividades Desenvolvidas
(2010 ndash 2015)
2010 - 2011 2012 - 2015
Revisatildeo da Literatura X
Submissatildeo do projeto ao Comitecirc de Eacutetica (CEP) X
Disciplinas (20 Creacuteditos) X X
Preparo dos Materiais para Coleta X
Coleta de Dados X
Anaacutelise do Consumo Alimentar e Antropometria X X
Anaacutelises da enzima GPx X
Anaacutelise de Hemoglobina X
Anaacutelise Determinaccedilatildeo do Hg nos cabelos X
Anaacutelise de Se (Plasma e Eritroacutecito) X
Qualificaccedilatildeo da Tese X
Anaacutelise Estresse Oxidativo (MDA) X
Anaacutelise Estresse Oxidativo (ORAC) X
Determinaccedilotildees dos Polimorfismos Pro198Leu e
GSTM1 X
Tabulaccedilatildeo de Dados X
Anaacutelise Estatiacutestica X
Tese do Doutorado X
Artigo Cientiacutefico X
82
REFEREcircNCIAS
ADAME EM FLOREA D PEacuteREZ LS LOacutePEZ JM LOacutePEZ-GONZAacuteLEZ B
CRUZ AP Deficient selenium status of a healthy adult spanish population Nutricion
Hospitalaria v27 n2 p524-528 2012
AMORIM MI MERGLER D BAHIA MO DUBEAU H MIRANDA D LEBEL J
BURBANO RR LUCOTTE M Cytogenetic damage related to low levels of
methylmercury contamination in the Brazilian Amazon Anais da Academia Brasileira de
Ciecircncias v72 n4 p497ndash507 2000
AMOUROUX DA LISS PSB TESSIER EA HAMREN-LARSSON MB
DONARD OFX Role of oceans as biogenic sources of selenium Earth and Planetary
Science Letters v189 n34 p277-283 2001
ARSOVA-SARAFINOVSKA Z MZTEVSKA N EKEN A PETROVSKI D BANEV
S DZIKOVA S GEORGIEV V SIKOLE A ERDEM O SAYAL A AYDIN A
DIMOVSKI AJ GPx1 genetic polymorfism erytrocyte GPx activity and prostate cacircncer
risk International Urology and Nephrologuy v41 n1 p63-70 2009
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA OBESIDADE E DA SIacuteNDROME
METABOacuteLICA Diretrizes brasileiras de obesidade 20092010 3ed Itapevi AC
Farmacecircutica 2009 83p
AZEVEDO FA Toxicologia do mercuacuterio Satildeo Carlos Rima 2003 292p
BAEYENS WRG EBIGHAUS R VASILIEV OF eds Global and regional mercury
cycles sources fluxes and mass balances Dordrecht Kluwer Academic 1996 563p (NATO
ASI series Partnership sub-series 2 environment v21) [Proceedings of the NATO Advanced
Research Workshop on Regional and Global Mercury Cycles sources fluxes and mass
balances Novosibirsk Russia july 10-14 1995]
BAacuteRAacuteNY E BERGDAHL IA BRATTEBY LE LUNDH T SAMUELSON G
SCHUTZ A SKERFVING S OSKARSSON A Relationship between trace element
concentrations in human blood and serum Toxicology Letters v134 n13 p177ndash184
2002
BASTOS WR GOMES JPO OLIVEIRA RC ALMEIDA R NASCIMENTO EL
BERNARDI JVE LACERDA LD SILVEIRA EG PFEIFFER WC Mercury in the
environment and riverside population in the Madeira River Basin Amazon Brazil Science of
the Total Environment v368 n1 p344-351 2006 [Selected papers from the 7th
International Conference on Mercury as a Global Pollutant Ljubljana Slovenia June 27 - July
2 2004]
BEATON GH 1994 Criteria of an adequate diet In Shils RE Olson JA Shike M eds
Modern Nutrition in Health and Disease 8th edition Philadelphia Lea amp Febiger Pp 1491ndash
1505
BISINOTI MC Biogeoquiacutemica aquaacutetica do mercuacuterio orgacircnico na bacia do Rio Negro
Amazocircnia Campinas 2005 169p Tese de Doutorado ndash Instituto de Quiacutemica - Universidade
Estadual de Campinas
83
BISINOTI MC JARDIM WF O comportamento do metilmercuacuterio (meHg) no ambiente
Quiacutemica Nova v27 n4 p593-600 2004
BOENING DW Ecological effects transport and fate of mercury a general review
Chemosphere v40 n12 p1335-1351 2000
BOISCHIO AA HENSHEL DS Linear regression models of methyl mercury exposure
during prenatal and early postnatal life among riverside people along the upper Madeira river
Amazon Environmental Research v83 n2 p150-161 2000
BORTOLI MC Avaliaccedilatildeo dos niacuteveis sanguiacuteneos do hormocircnio tireiodiano ativo (T3) e do
estado nutricional relativo ao selecircnio de mulheres residentes em aacutereas de exposiccedilatildeo ao
mercuacuterio Satildeo Paulo 2010 130p Tese de Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas
- Universidade de Satildeo Paulo
BRABO ES SANTOS EO JESUS IM MASCARENHAS AF FAIAL KF Niacuteveis
de mercuacuterio em peixes consumidos pela comunidade indiacutegena de Sai Cinza na Reserva
Munduruku Municiacutepio de Jacareacanga Estado do Paraacute Brasil Cadernos de Sauacutede
Puacuteblica v15 n2 p325-332 1999
BRASIL Resoluccedilatildeo CONAMA n5 de 5 de agosto de 1993 Dispotildee sobre o gerenciamento
de resiacuteduos soacutelidos gerados nos portos aeroportos terminais ferroviaacuterios e rodoviaacuterios
(Revogadas as disposiccedilotildees que tratam de resiacuteduos soacutelidos oriundos de serviccedilos de sauacutede pela
Resoluccedilatildeo n35805) Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia n166 31 de agosto de 1993 Seccedilatildeo
1 p12996-12998
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo
Baacutesica Coordenaccedilatildeo geral da Poliacutetica de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo Sisvan antropometria
como pesar e medir Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004
BRENNEISEN P STEINBRENNER H SIES H Selenium oxidative stress and health
aspects Molecular Aspects of Medicine v26 n45 p256-267 2005
BROOKES AJ The essence of SNPs Gene v234 n2 p177-186 1999
BROWN KM ARTHUR JR Selenium selenoproteins and human health a review Public
Health Nutrition v4 n2b p593-599 2001
BURK RF Recent developments in trace element metabolism and function newer roles of
selenium in nutrition Journal of Nutrition v119 n7 p1051-1054 1998
BURIM RV CANALLE R MARTINELLI ALC TAKAHASHI CS Polymorphisms
in glutathione S-transferases GSTM1 GSTT1 and GSTP1 and cytochromes P450 CYP2E1
and CYP1A1 and susceptibility to cirrhosis or pancreatitis in alcoholics Mutagenesis v19
n4 p291ndash298 2004
CAMPOS MS SARKIS JES MULLER RCS BRABO ES SANTOS EO
Correlation between mercury and selenium concentrations in Indian hair from Rondocircnia
State Amazon region Brazil Science of the Total Environment v287 n12 p155-161
2002
84
CANELA MC Determinaccedilatildeo de mercuacuterio a niacutevel de traccedilo aplicaccedilatildeo em amostras de
interesse ambiental Campinas 1995 79p Dissertaccedilatildeo de Mestrado ndash Instituto de Quiacutemica ndash
Universidade Estadual de Campinas
CARDOSO BR ONG TP JACOB-FILHO W JALUUL O FREITAS MI
COZZOLINO SM Nutritional status of selenium in Alzheimerrsquos disease patients Britsh
Journal of Nutrition v103 n6 p803-806 2010
CARDOSO BR ONG TP JACOB-FILHO W JALUUL O FREITAS MI
COMINETTI C COZZOLINO SM Glutathione peroxidase 1 polymorphism in Brazilian
Alzheimers disease patients relations to the enzyme activity and to selenium status Journal
of Nutrigenetic and Nutrigenomics v5 n2 p72-80 2012
CASTRO L FREEMAN BA Reactive oxygen species in human health and disease
Nutrition v17 n2 p161-165 2001
CASTRO NSS LIMA MO Biomarkers of mercury exposure in the Amazon BioMed
Research International v2014 art867069 p1-10 2014 [Review]
CEZAR MRS Avaliaccedilatildeo da exposiccedilatildeo ao mercuacuterio e seus compostos em matildees e seus
receacutem-nascidos em Porto Velho ndash RO Beleacutem 2002 69p Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Nuacutecleo
de Medicina Tropical - Universidade Federal do Paraacute
CINTRA RMGC Biodisponibilidade de selecircnio em dieta regional de Satildeo Paulo Satildeo
Paulo 1990 74p Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas ndash
Universidade de Satildeo Paulo
CHANG JC GUTENMANN WH REID CM LISK DJ Selenium content of Brazil
nuts from two geographic locations in Brazil Chemosphere v30 n4 p801-802 1995
CHARRIER J MAUGARD CM LE MEVEL B BIGNON YJ Allelotype influence at
glutathione S-transferase M1 locus in breast cancer susceptibility British Journal of
Cancer v79 n2 p346-53 1999
CHAUHAN A CHAUHAN V Oxidative stress in autism Pathophysiology v13 n13
p171-181 2006
CHEN CL LIU Q RELLING MV Simultaneous characterization of glutathione S-
transferase M1 and T1 polymorphisms by polymerase-chain reaction in American whites and
blacks Pharmacogenetics v6 n2 p187-191 1996
CHEN C OU L LI B XING L GUANG J TIACHENG W YUXI G PEIQUN Z
MEI L WEI C ZHIFANG C Increased Oxidative DNA Damage as assessed by urinary
8-hidroxy-2 deoxyguanosine concentrations and serum redox status in persons exposed to
mercury Clinical Chemistry v51 n4 p759-767 2005
CHEN H YU M LI M ZHAO R ZHU Q ZHOU W LU M LU Y ZHENG T
JIANQ J ZHAO W XIANG K JIA W LIU L Polymorphic variations in manganese
superoxide dismutase (MnSOD) glutathione peroxidase ndash 1 (GPx 1) and catalase (CAT)
contribuite to elevated plasma triglyceride levels in Chinese patients with type 2 diabetes or
diabetic cardiovascular disease Molecular Cell Biochemistry v363 p85ndash91 2012
85
CHEN Y KAPETANOVIC I CROWELL J IP C MORRISSEY R LYUBIMOV A
Thirteen week oral (Gavage) toxicity study of L-Se-Methylselenocysteine (SeMC) in rats
Toxicological Science v90 n1-S p343 2006
COLOMBO J ROSSIT ARB CAETANO A BORIM AA WORNRATH D
SILVA AE GSTT1 GSTM1 and CYP2E1 genetic polymorphisms in gastric cancer and
chronic gastritis in a Brazilian population World Journal of Gastroenterology v10 n9
p1240ndash1245 2004
COMBS Jr GF WATTS JC JACKSON MI JOHNSON LK ZENG H SCHEETT
AJ UTHUS EO SCHOMBURG L HOEG A HOEFIG CS DAVIS CD
MILNER JA Determinants of selenium status in healthy adults Nutrition Journal v10
p75 2011
COMINETTI C Efeito da suplementaccedilatildeo com castanha do Brasil (Bertholletia excelsa
H B K) sobre o estresse oxidativo em mulheres obesas e sua relaccedilatildeo com o
polimorfismo Pro198Leu no gene da glutationa peroxidase 1 Satildeo Paulo 2010 115p Tese
de Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo
COMINETTI C BORTOLI MC ABDALLA DSP COZZOLINO SMF
Considerations about oxidative stress selenium and nutrigenetics Nutrire v36 n3 p131-
153 2011 [Review]
COMINETTI C BORTOLI MC PURGATTO E ONG TP MORENO FS
GARRIDO Jr BG COZZOLINO SMF Associations between glutathione peroxidase-1
Pro198Leu polymorphism selenium status and DNA damage levels in obese women after
consumption of Brazil nuts Nutrition v27 n9 p891-896 2011
COUTINHO VE Efeito da suplementaccedilatildeo de selecircnio por meio da ingestatildeo de castanhas-
do-Brasil (Bertholletia excelsa HBK) no estado nutricional relativo ao selecircnio de
praticantes de atividade fiacutesica (capoeira) Satildeo Paulo 2001 150p Tese de Doutorado -
Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo
COVAULT J ABREU C KRANZLER H ONCKEN C Quantitative real-time PCR for
gene dosage determinations in microdeletion genotypes BioTechniques v35 n3 p594-
598 2003
COZZOLINO SMF Deficiecircncias de minerais Estudos Avanccedilados v21 n60 p119-126
2007
CRESPO-LOPEZ ME SA AL HERCULANO AM BURBANO RR
NASCIMENTO JLM Methylmercury genotoxicity a novel effect in human cell lines of the
central nervous system Environment International v33 n2 p141ndash146 2007
CUSTODIO HM BROBERG K WENNBERG M JANSSON JH VESSBY B
HALLMANS G STEGMAYR B SKERFVING S Polymorphisms in glutathione-related
genes affect methylmercury retention Archives of Environmental Health v59 n11
p588ndash595 2004
CRESPO-LOacutePEZ ME SANTOS ECO BRABO ES RODRIGUES AR COcircRTES
MIT SILVEIRA LCL Comparative study of human exposure to mercury in riverside
86
communities of Amazon Brazilian Journal of Medical and Biological Research v39 n3
p411-414 2006
CUSTODIO HM HARARI R GERHARDSSON L SKERFVING S BROBERG K
Genetic influences on the retention of inorganic mercury Archives of Environmental amp
Occupational Health v60 n1 p17ndash23 2005
DAVIS CD UTHUS EO Dietary selenite and azadeoxycytidine treatments affect
dimethilhidrazine-induced aberrant crypt formation in rat colon and DNA methylation in HT
ndash 29 cells Journal of Nutrition v132 n2 p292-297 2002
DEJONG JL CHANG CM WHANG-PERNG J KNUTSEN T TU CPD The
human liver glutathione S-transferase gene superfamily expression and chromosome
mapping of Hb subunit cDNA Nucleic Acids Research v16 n17 p8541-8554 1988
DI PIETRO A VISALLI G LA MAESTRA S MICALE R BALUCE B
MATARESE G CINGANO L SCOGLIO ME Biomonitoring of DNA damage in
peripheral blood lymphocytes of subjects with dental restorative fillings Mutation Research
v650 n2 p115ndash122 2008
DOMINGUES J Determinaccedilatildeo de mercuacuterio total em amostras de cabelo e sua relaccedilatildeo
com o desenvolvimento psicomotor de crianccedilas na comunidade de Barreiras Paraacute
Beleacutem 2000 91p Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Nuacutecleo de Medicina Tropical - Universidade
Federal do Paraacute
DONADIO JLS Polimorfismos nos genes da enzima glutationa peroxidase e
biomarcadores do estado nutricional relativo ao selecircnio em populaccedilatildeo adulta de Satildeo
Paulo Satildeo Paulo 2011 75p Disssertaccedilatildeo de Mestrado - Faculdade de Ciecircncias
Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo
DRASCH G MAILAumlNDER S SCHLOSSER C ROIDER G Content of non-mercury-
associated selenium in human tissues Biological Trace Element Research v77 n3 p219-
230 2000
DUMONT E VANHAECKE F CORNELIS R Selenium speciation from food source to
metabolites a critical review Analytical and Bioanalytical Chemistry v385 n7 p1304-
1323 2006
DUSINSKAacute M VALLOVAacute B URSIacuteNYOVAacute M HLADIacuteKOVAacute V SMOLKOVAacute B
WSOacuteLOVAacute L RASLOVAacute K COLLINS AR DNA damageand antioxidants
fluctuations through the year in a central European population group Food and Chemical
Toxicology v40 n8 p1119ndash1123 2002
EGASHIRA EM MIZIARA APB LEONI LAB Grupo do arroz patildeo massa batata e
mandioca PHILIPPI ST org Piracircmide dos alimentos fundamentos baacutesicos da nutriccedilatildeo
2ed Barueri Manole 2014 (Guias de Nutriccedilatildeo e Alimentaccedilatildeo)
EPA (US Environmental Protection Agency) Mercury in Medical Facilities Revised August
2003 Updated 2005
87
ERCAL N GURER-ORHAN H AYKIN-BURNS N Toxic metals and oxidative stress
Part I Mechanisms involved in metal-induced oxidative damage Current Topics in
Medicinal Chemistry v1 n6 p529-539 2001
FABIAN E POLOSKEY P KOacuteSA L ELMADFA I REacuteTHY LA Nutritional
supplements and plasma antioxidants in childhood asthma Wiener Klinische
Wochenschrift v125 n1112 p309ndash315 2013
FADINI PS JARDIM WF Is the Negro River Basin (Amazon) impacted by naturally
occurring mercury Science of the Total Environment v275 n13 p71-82 2001
FAIRWEATHER-TAIT SJ BAO Y BROADLEY MR COLLINGS R FORD D
HESKETH JE HURST R Selenium in human health and disease Antioxidants amp Redox
Signaling v14 n7 p1337-1383 2011
FARELLA N Les fermes familiales de la reacutegion frontiegravere du Tapajoacutes en Amazonie
breacutesilienne relations entre les origines les pratiques agricoles les impacts sur les sols et le
deacuteboisement Montreacuteal 2005 209p Tese de Doutorado ndash Universiteacute Du Queacutebec agrave Montreacuteal
FARIAS LA FAVARO DIT VASCONCELLOS MBA Determinaccedilatildeo de mercuacuterio e
metilmercuacuterio em amostras de cabelo e peixes Revista do Instituto Adolfo Lutz v68 n3
p451-460 2009
FARIAS LA SANTOS NR FAVARO DIT BRAGA ES Mercuacuterio total em cabelo de
crianccedilas de uma populaccedilatildeo costeira Cananeacuteia Satildeo Paulo Brasil Cadernos de Sauacutede
Puacuteblica v24 n10 p2249-2256 2008
FARIAS LA Avaliaccedilatildeo do conteuacutedo de mercuacuterio metilmercuacuterio e outros elementos de
interesse em peixes e em amostras de cabelos e dietas de preacute-escolares da Regiatildeo
Amazocircnica Satildeo Paulo 2006 233p Tese de Doutorado ndash Instituto de Pesquisas Energeacuteticas e
Nucleares - Universidade de Satildeo Paulo
FARIAS LA FAacuteVARO DIT MAIHARA VA VASCONCELOS MBA
YUYAMA LK AGUIAR JPL ALENCAR FH Assessment of daily dietary intake of
Hg and some essential elements in diets of children from the Amazon region Journal of
Radioanalytical and Nuclear Chemistry v270 n1 p217-223 2006
FOLVEN KI GLOVER CN MALDE MK LINDEBEYE AK Does selenium modify
neurobehavioral impacts of developmental methylmercury exposure in mice Environmental
Toxicology and Pharmacology v28 n1 p111-119 2009
FORD M DELANEY KA LING L ERICKSON T Clinical toxicology Philadelphia
W B Saunders 2001 p737ndash742
FORSBERG L DE FAIRE U MARKLUND SL ANDERSSON PM STEGMAYR
B MORGENSTERN R Phenotype determination of a common Pro-Leu polymorphism in
human glutathione peroxidase 1 Blood Cells Molecules amp Diseases v26 n5 p423-426
2000
FOSBERG L DE FAIRE U MORGENSTERN R Low yield of polymorphisms from
EST blast searching analysis of genes related to oxidative stress and verification of the
P197L polymorphism in GPX1 Human Mutation v13 n4 p294-300 1999
88
FOX T FAIRWEATHER-TAIT SJ Selenium In HURRELL R ed The mineral
fortification of foods Leatherhead Leatherhead Publishing 1999 v2 p1-44 (A
Leatherhead Food RA publication)
FRISANCHO AR Anthropometric standards for the assessment of growth and
nutritional status Ann Arbor University of Michigan Press 1990 189p
GAacuteC P PAWLAS N POREBA R POREBA M MARKIEWICZ-GOacuteRKA I
JANUSZEWSKA L OLSZOWY Z PAWLAS K Interaction between blood selenium
concentration and a levels of oxidative stress and antioxidative capacity in healthy children
Environmental Toxicology and Pharmacology v39 n1 p137-144 2014
GAILER J GRAHAM NG PICKERING IJ MADDEN S PRINCE RC YU EY
DENTON MB YOUNIS HS APOSHIAN HV Structural Basis of the Antagonism
between Inorganic Mercury and Selenium in mammals ChemResToxicol 2000 13-1135-
1142
GALAN-CHILET I TELLEZ-PLAZA M GUALLAR E MARCO G LOPEZ-
IZQUIERDO R GONZALEZ-MANZANO I TORMOS MC MARTIN-NUNtildeEZ GM
ROJO-MARTINEZ G SAEZ GT MARTIacuteN-ESCUDERO JC REDON J JAVIER-
CHAVES F Plasma selenium and oxidative stress biomarkers a gene-environment
interaction population based study Free Radical Biology and Medicine v74 p229-236
2014
GALVAtildeO RCF BERNARDI JVE ALMEIDA R BASTOS WR GOMES JPO
Relaccedilatildeo espacial do mercuacuterio e elementos traccedilos em sedimento de fundo no Alto Rio
Madeira In SEMINAacuteRIO DE RECURSOS HIacuteDRICOS DA BACIA HIDROGRAacuteFICA DO
PARAIacuteBA DO SUL O EUCALIPTO E O CICLO HIDROLOacuteGICO 1 Taubateacute 2007
Anais Taubateacute IPABHi 2007 p51-57
GANTHER HE SUNDE ML Factors in fish modifying methylmercury toxicity and
metabolism Biological Trace Element Research v119 n3 p221-233 2007
GATTAacuteS GHF KATO M SOARES-VIEIRA JA SIRAQUE MS KOHLER P
GOMES L REGO MAV BYDLOWSKI SP Ethnicity and glutathione S-transferase
(GSTM1 GSTT1) polymorphisms in a Brazilian population Brazilian Journal of Medical
and Biological Research v37 n4 p451-458 2004
GINSBERG G SMOLENSKI S HATTIS D GUYTON KZ JOHNS DO
SONAWANE B Genetic polymorphism in glutathione transferases (GST) population
distribution of GSTM1 T1 and P1 conjugating activity Journal of Toxicology and
Environmental Health Part B Critical Reviews v12 n56 p389-439 2009
GONZAGA IB MARTENS A COZZOLINO SMF Selecircnio In COZZOLINO SMF
org Biodisponibilidade de nutrientes 2ed Barueri Manole 2007 Cap28 p575-613
GONZAGA IB Avaliaccedilatildeo nutricional relativa ao selecircnio em crianccedilas com dieta
enriquecida de castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa L) Satildeo Paulo 2002 157p Tese
de Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo
GONZAGA IB MARTENS A COZZOLINO SMF Selecircnio In COZZOLINO SMF
org Biodisponibilidade de nutrientes Barueri Manole 2005 cap26 p539-577
89
GREGUS Z GYURASICS AI CSANAKY I PINTER Z Effects of methylmercury and
organic acid on the disposition of exogenous selenium in rats Toxicology and Applied
Pharmacology v174 n2 p177ndash187 2001
GRYGIEL-GOacuteRNIAK B MARCINKOWSKA J SZCZEPANIK A PRZYSLAWSKI J
Nutritional habits and oxidative stress in postmenopausal age Polskie Archiwum Medycyny
Wewnetrznej v124 n6 p298ndash305 2014
GUNDACKER C KOMARNICKI G ZOumlDL B FORSTER C SHUSTER E
WITTMANN K Whole blood mercury and selenium concentrations in a selected Austrian
population Does gender matter Science of the Total Environment v372 n1 p76-86
2006
GUNDACKER C KOMARNICKI G JAGIELLO P GENCIKOVA A DAHMEN N
WITTMANN KJ GENCIK M Glutathione-S-transferase polymorphism metallothionein
expression and mercury levels among students in Austria Science of the Total
Environment v385 n13 p37-47 2007
HACON SS DOacuteREA JG FONSECA MF OLIVEIRA BA MOURAtildeO DS RUIZ
CMV GONCcedilALVES RA MARIANI CF BASTOS WR The influence of chances in
lifestyle and mercury exposure in riverine populations of the Madeira River (Amazon Basin)
near a hydroelectric project International Journal of Environmental Research and Public
Health v11 n3 p2437-2455 2014
HALLIWELL B CHIRICO S Lipid peroxidation its mechanisms measurement and
significance American Journal and Clinical Nutrition v57 n5 suppl p715S-725S
1993
HAMANASHI T FURUTA H KATO H DOI A TAMAI M SHIMOMURA H
SAKAGASHIRA S NISHI M SASAKI H SANKE T NANJO K Functional variants
in the glutathione peroxidase-1 (GPx-1) gene are associated with increased intima-media
thickness of carotid arteries and risk of macrovascular disease in Japanese type 2 diabetic
patients Diabetes v53 n9 p2455-2460 2004
HARADA M NAKANISHI J YASODA E PINHEIRO MCN OIKAWA TAG
GUIMARAcircES GA CARDOSO BS KIZAKI T OHNO H Mercury pollution in the
Tapajos River basin Amazon mercury level of head hair and health effects Environment
International v27 n4 p285ndash290 2001
HATAGIMA A KLATAU-GUIMARAtildeES MZ SILVA FP CABELLO PH
Glutathione S-transferase M1 (GSTM1) polymorfism in two Brazillian populations Genetics
and Molecular Biology v23 n4 p709-713 2000
HERBETTE S ROECKEL-DREVET P DREVET JR Seleno-independent glutathione
peroxidases more than simple antioxidant scavengers FEBS Journal v274 n9 p2163-
2180 2007
HERCULANO AM CRESPO-LOacutePEZ ME LIMA SMA PINCANCcedilO DINIZ
DLW NASCIMENTO JLM Methylmercury intoxication activates nitric oxide synthase
in chick retinal cell culture Brazilian Journal of Medical and Biological Research v39
n3 p415ndash418 2006
90
HOLBEN DH SMITH AM The diverse role of selenium within selenoproteins a review
Journal of the American Dietetic Association v99 n7 p836-843 1999
HORVAT M BAEYENS W EBINGHAUS R VASILIEV O Mercury analysis and
speciation in environmental samples In NATO ASI SERIES 2 ENVIRONMENT global and
regional mercury cycles sources fluxes and mass balances Novosibirsk 1996 Kluwer
1996 p1-31
HU YJ DIAMOND AM Role of glutathione peroxidase 1 in breast cancer loss of
heterozygosity and allelic differences in the response to selenium Cancer Research v63
n12 p3347-3351 2003
HSIEH YY SHEN WS LEE LY WU TL NING HC SUN CF Long-term
changes in trace elements in patients undergoing chronic hemodialysis Biological Trace
Element Research v109 n2 p115-121 2006
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Atlas do Censo demograacutefico 2010 Rio de
Janeiro IBGE 2013 Disponiacutevel em httpbibliotecaibgegovbrvisualizacaolivrosliv64529_capa_sumpdf
Acesso em 02 Jan 2015
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Censo demograacutefico 2010 caracteriacutesticas
da populaccedilatildeo e dos domiciacutelios resultados do universo Rio de Janeiro IBGE 2011 270p Disponiacutevel em
httpbibliotecaibgegovbrvisualizacaoperiodicos93cd_2010_caracteristicas_populacao_domiciliospdf
Acesso em 02 Jan 2015
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Estimativas da populaccedilatildeo residente no
Brasil e unidades da Federaccedilatildeo com data de referecircncia em 1ordm de julho de 2014 2014 8p Disponiacutevel em
ftpftpibgegovbrEstimativas_de_PopulacaoEstimativas_2014nota_metodologica_2014pdf Acesso em 02
Jan 2015
INSTITUTE OF MEDICINE (United States) Dietary reference intakes for vitamin C
vitamin E selenium and carotenoides Washington National Academy Press 2000 529p
INTERNATIONAL PROGRAM ON CHEMICAL SAFETY UNITED NATIONS
ENVIRONMENT PROGRAMME WORLD HEALTH ORGANIZATION
Methylmercury Geneva World Health Organization 1990 v118 144p (Methylmercury in
environmental health criteria 101)
INSTITUTE OF MEDICINE (United States) Introduction to dietary reference intakes In
______ Dietary reference intakes for vitamin C vitamin E selenium and carotenoides
Washington National Academy Press 2000 cap1 p21-34
INTERNATIONAL PROGRAM ON CHEMICAL SAFETY UNITED NATIONS
ENVIRONMENT PROGRAMME WORLD HEALTH ORGANIZATION
Methylmercury Geneva World Health Organization 1990 v118 144p (Methylmercury in
environmental health criteria 101)
INSTITUTE OF MEDICINE (United States) Nutrient assessment of individuals statistical
foundations In ______ Dietary reference intakes applications in dietary assessment
Washington National Academy 2000 append B p185-210
91
JABLONSKA E GROMADZINSKA J RESZKA E WASOWICZ W SOBALA W
SZESZENIA-DABROWSKA N BOFFETTA P Association between GPx1 Pro198Leu
polymorphism GPx1 activity and plasma selenium concentration in humans European
Journal of Nutrition v48 n6 p383ndash386 2009
JAFFEacute WG RUPHAEL MD MONDRAGON MC CUEVAS MA Estudio cliacutenico e
bioquiacutemicos em nintildeos escolares de uma zona seleniacutefera Archivos Latinoamericanos de
Nutricioacuten v22 n4 p595-611 1972
JAIN M KUMAR S RASTOGI N LAL P GHOSHAL UC TIWARI A PANT
MC BAIQ MQ MITTAL B GSTT1 GSTM1 and GSTP1 genetic polymorphisms and
interaction with tobacco alcohol and occupational exposure in esophageal cancer patients
from North India Cancer Letters v242 n1 p60ndash67 2006
JONES DP Redefining oxidative stress forum review Antioxidants amp Redox Signaling
v8 n910 p1865-1879 2006
KAUWELL GPA Emerging concepts in nutrigenomics a preview of what is to come
Nutrition in Clinical Practice v20 n1 p75-87 2005
KARUNASINGLE N HAN DY ZHU S YU J LANGE K DUAN H MEDHORA
R SINGH N KAN J ALZAHER W CHEN B KO S TRIGGS CM FERGUSON
LR Serum selenium and single-nucleotide polymorphisms in genes for selenoproteins
relationship to markers of oxidative stress in men from Auckland New Zealand Genes amp
Nutrition v7 n2 p179-190 2012
KLAUTAU-GUIMARAtildeES MN DrsquoASCENCcedilAtildeO R CALDART FA GRISOLIA CK
SOUZA JR BARBOSA AC CORDEIRO CMT FERRARI I Analysis of genetic
susceptibility to mercury contamination evaluated through molecular biomarkers in at-risk
Amazon Amerindian populations Genetics and Molecular Biology v28 n4 p827-832
2005
KO WS GUO CH YEAH MS LIN LY HSU GS CHEN PC LUO MC LIN
CY Blood micronutrient oxidative stress and viral lood in patients with chronic hepatitis C
World Journal of Gastroenterology v14 n30 p4697ndash4702 2005
KOumlHRLE J The trace element selenium and the thyroid gland Biochimie v81 p527-533
1999
KOumlHRLE J FLOHEacute BR BOCK A GARTNER R MEYER O FLOHEacute L Selenium
in biology facts and medical perspectives Biological Chemistry v381 n910 p849-864
2000
KRISHNAN S RANI P Evaluation of selenium redox statusand their association with
plasma amyloidtau in Alzheimerrsquos disease Biological Trace Element Research v158 n2
p158ndash165 2014
KUZUYA M ANDO F IGUCHI A SHIMOKATA H Glutathione peroxidase 1
Pro198Leu variant contributes to the metabolic syndrome in men in a large Japanese cohort
American Journal of Clinical Nutrition v87 n6 p1939ndash1944 2008
92
LACERDA LD Distribuiccedilatildeo e comportamento do mercuacuterio no ambiente Amazocircnico In
HACON S LACERDA LD PFEIFFER WC CARVALHO D orgs Riscos e
consequecircncias do uso do mercuacuterio Rio de Janeiro Ministeacuterio da Sauacutede FINEP IBAMA
CNPQ 1990 p80-90 [Seminaacuterio Nacional ldquoRiscos e Consequumlecircncias do Uso do Mercuacuteriordquo
de 12 a 15 de setembro de 1989 Brasilia - DF]
LAumlRSTAD M LJUNGKVIST G OLIN AC TOREacuteN K Determination of
malondialdehyde in breath condensate by high-performance liquid chromatography with
fluorescence detection Journal of Chromatography B Analytical Technologies in the
Biomedical and Life Sciences v766 n1 p107-114 2002
LEE BE HONG YC PARK H HA M KOO BS CHANG N ROH YM KIM
BN KIM YJ KIM BM JO SJ HA EH Interaction between GSTM1GSTT1
polymorphism and blood mercury on birth weight Environmental Health Perspectives
v118 n3 p437-443 2010
LEI XG CHENG W McCLUNG JP Metabolic regulation and function of glutathione
peroxidase-1 Annual Review of Nutrition v27 p41-61 2007
LEMIRE M FILLION M FRENETTE BT PASSOS CJS GUIMARAtildeES JRD
BARBOSA Jr F MERGLER D Selenium from dietary sources and motor functions in the
Brazilian Amazon Neurotoxicology v32 n6 p944-953 2011
LEMIRE M FILLION M FRENETTE BT MAYER A PHILIBERT A PASSOS
CJS GUIMARAtildeES JR BARBOSA FJ MERGLER D Selenium and mercury in the
Brazilian Amazon opposing influences on age-related cataracts Environmental Health
Perspectives v118 n11 p1584-1589 2010
LEMIRE M MERGLER D FILLION M PASSOS CJS GUIMARAtildeES JRD
DAVIDSON R LUCOTTE M Elevated blood selenium levels in the Brazilian Amazon
Science of the Total Environment v366 n1 p101-111 2006
LEMIRE M MERGLER D HUEL G PASSOS CJS FILLION M PHILIBERT A
GUIMARAtildeES JR RHEAULT I BORDUAS J NORMAND G Biomarkers of selenium
status in the Amazonian context blood urine and sequential hair segments Journal of
Exposure Science amp Environmental Epidemiology v19 n2 p213-222 2009
LETAVAYOVAacute L VLCKOVAacute V BROZMANOVAacute J Selenium from cancer
prevention to DNA damage Toxicology v227 n12 p1-14 2006
LINDBERG A BJORNBERG KA VAHTER M BERGLUNG M Exposure to
methylmercury in non-fish eating people in Sweden Environmental Research v96 n1
p28-33 2004
LIVAK KJ FLOOD SJA MARMARO J GIUSTI W DEETZ K Oligonucleotides
with fluorescent dyes at opposite ends provide a quenched probe system useful for detecting
PCR product and nucleic acid hybridization PCR Methods and Applications v4 n6
p357-362 1995
MAIA CSC O selecircnio e a glacircndula tireoacuteide um estudo em pacientes portadores de
disfunccedilotildees tireoidianas nos estados do Cearaacute e Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2008 117p Tese de
Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo
93
MANNERVICK B The isoenzymes of glutathione transferase Advances in Enzymology
and Related Areas of Molecular Biology v57 p357-417 1985
MARQUES RC Avaliaccedilatildeo da exposiccedilatildeo ao mercuacuterio e seus compostos sobre o
desenvolvimento neuropsicomotor em crianccedilas de Porto Velho-RO Beleacutem 2002 102p
Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Nuacutecleo de Medicina Tropical - Universidade Federal do Paraacute
MARQUES RC DOacuteREA JG BASTOS WR REBELO MF FONSECA MF
MALM O Maternal mercury exposure and neuro-motor development in breastfed infants
from Porto Velho (Amazon) Brazil Int J Hyg Environ Health v210 p51ndash60 2007 Int
J Environ Res Public Health 2013
MARQUES RC BERNARDI JVE DOREA JG BRANDAtildeO KG BUENO L
LEAtildeO RS MALM O Fish consumption during pregnancy mercury transfer and birth
weight along Madeira River basin in Amazonia International Journal of Environmental
Research and Public Health v10 n6 p2150-2163 2013
MARTENS AVS COZZOLINO SMF Mapeamento da distribuiccedilatildeo de selecircnio em
territoacuterio brasileiro por meio da anaacutelise de alimentos nativos feijatildeo (fascolos vulgaris L) e
carne bovina para o consumo humano e aacuteguas e solo oriundos Satildeo Paulo FAPESP 2002
Processo n0011578-3 [Relatoacuterio Cientifiacuteco]
MARTENS IBG MARTENS A COZZOLINO SMF Selecircnio In COZZOLINO
SMF org Biodisponibilidade de nutrientes 4ed Barueri Manole 2012 p721-765
MEECH JA VEIGA MM THOMASNS D Emissions and stability of mercury in the
Amazon Canadian Metallurgical Quarterly v36 n4 p231-239 1997
MIRETZKY P BISINOTI MC JARDIM WF Sorption of mercury (II) in Amazon soils
from column studies Chemosphere v60 n11 p1583-1589 2005
MORADI M EFYEKHARI MH TALEI A FARD ARA Comparative study of
selenium concentration and glutathione peroxidase activity in normal and breast cancer
Public Health Nutrition v12 n1 p59-63 2009
MORAIS LMTS CARDOSO FILHO C LOURENCcedilO GJ SHINZATO JY
ZEFERINO LC LIMA CSP GURGEL MSC Caracteriacutesticas mamograacuteficas do cacircncer
de mama associadas aos polimorfismos GSTM1 e GSTT1 Revista da Associaccedilatildeo Meacutedica
Brasileira v54 n1 p61-66 2008
MUCCI A MONTGOMERY S LUCOTTE M PLOURDE Y PICHET P VANTRA
H Mercury remobilization from flooded soils in a hydroelectric reservoir of Northern
Quebec La Grande-2 results of a soil resuspension experiment Canadian Journal of
Fisheries and Aquatic Sciences v52 n11 p2507-2517 1995
NAGANUMA A ANDERSON ME MEISTER A Cellular glutathione as a determinant
sensitivity to mercury chloride prevention of toxicity by giving glutathione monoester
Biochemical Parmacology v40 n4 p693-697 1990
NAVARRO-ALARCON M CABRERA-VIQUE C Selenium in food and the human body
a review Science of the Total Environment v400 n13 p115-141 2008
94
NAVARRO-ALARCON M LOacutePEZ-MARTINEZ MC Essentiality of selenium in the
human body relationship with different diseases Science of the Total Environment v249
n13 p347-371 2000
NATIONAL RESEARCH COUNCIL Nutrient requeriments of dairy cattle 7ed
Washington National Academy Press 2001381p
NISHIMURA LS Polimorfismo Pro198Leu no gene para a enzima antioxidante
dependente de selecircnio glutationa peroxidase 1 e risco de cacircncer epidermoide da cavidade
oral e orofaringe 2010 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncia dos Alimentos) ndash Faculdade
de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010
OLUSI SO Obesity is independent risk factor for plasma lipid peroxidation and depletion of
erythrocyte cytoprotectic enzymes in humans International Journal of Obesity and
Related Metabolic Disorders v26 n9 p1159ndash1164 2002
ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Elementos traccedilo na nutriccedilatildeo e sauacutede humana
Satildeo Paulo Roca 1998 p63-91
ORTUNtildeO J ROS G PERIAGO MJ MARTINEZ C LOPEZ G RODRIGO J
Importacircncia nutricional del selenio Archivos Latinoamericanos de Nutricioacuten v47 n1
p6-13 1997
PAGLIA DE VALENTINE WN Studies on the quantitative and qualitative
characterization of erythrocyte glutathione peroxidase Journal of laboratory and clinical
medicine v70 n1 p158-169 1967
PAPP LV LU J HOLMGREN A KHANNA KK From selenium to selenoproteins
synthesis identity and their role in human health Antioxidants amp Redox Signaling v9 n7
p776-796 2007
PARADIS S WHEATLEY B BOSWELL-PURDY J BEacuteLISLE D COLE M
LICKERS H HAYTON A DAVIES K Mercury contamination through fish
consumption a model for predicting and preventing hazardous behavior on a community
level Mercury as a Global Pollutant Human Health Issues v97 p147-158 1997
PARK SK KANG D NOH DY LEE KM KIM SU CHOI JY CHOI IM
AHN SH CHOE KJ HIRVONEN A STRICKLAND PT YOO KY Reproductive
factors glutathione S-transferase M1 and T1 genetic polymorphism and breast cancer risk
Breast Cancer Research and Treatment v78 n1 p89-96 2003
PASSOS CJ MERGLER D GASPAR E MORAIS S LUCOTT M LARRIBE F
DAVIDSON R GROSBOIS S Eating tropical fruit reduces mercury exposure from fish
consumption in the Brazilian Amazon Environmental Research v93 n2 p123-130 2003
PASSOS CJ MERGLER D LEMIRE M FILLION M GUIMARAtildeES JR Fish
consumption and bioindicators of inorganic mercury exposure Science of the Total
Environment v373 n1 p68ndash76 2007
PASCALICCHIO AAE Contaminaccedilatildeo por metais pesados sauacutede puacuteblica e medicina
ortomolecular Satildeo Paulo Annablume 2002 132p
95
PEROTTONI J LOBATO LP SILVEIRA A ROCHA JBT EMANUELLI T Effects
of mercury and selenite on D-aminolevulinate dehydratase activity and on selected oxidative
stress parameters in rats Environmental Research v95 n2 p166-173 2004
PINHEIRO MCN GUIMARAtildeES GA NAKANISHI J OIKAWA T VIEIRA JL
QUARESMA M CARDOSO B AMORAS W Avaliaccedilatildeo da contaminaccedilatildeo mercurial
mediante anaacutelise do teor de Hg total em amostras de cabelo em comunidades ribeirinhas do
Tapajoacutes Paraacute Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v33 n2
p181-194 2000
PINHEIRO MCN MACCHI BM VIEIRA JLF OIKAWA T AMORAS WW
GUIMARAtildeES GA COSTA CA CRESPO-LOacutePEZ ME HERCULANO AM
SILVEIRA LC NASCIMENTO JL Mercury exposure and antioxidant defenses in
women a comparative study in the Amazon Environmental Research v107 n1 p53ndash59
2008
PINHEIRO MCN MULLER RCS SARKIS JE VIEIRA JLF OIKAWA T
GOMES MSV GUIMARAtildeES GA NASCIMENTO JLM SILVEIRA LCL
Mercury and selenium concentrations in hair samples of women in fertile age from Amazon
riverside communities Science of the Total Environment v349 n13 p284-288 2005
PINHEIRO DS ROCHA FILHO CR MUNDIM CA MARCO Jr P ULHOA CJ
REIS AAS GHEDINI PC Evaluation of glutathione S-transferase GSTM1 and GSTT1
deletion polymorphisms on type-2 diabetes mellitus risk PLoS One v8 n10 arte76262
p1-5 2013
PIRES LV Efeito da suplementaccedilatildeo com castanha-do-Brasil (Bertholletia excelsa
HBK) na expressatildeo gecircnica de citocinas inflamatoacuterias e sua relaccedilatildeo com o estresse
oxidativo e pacientes com diabetes mellitus tipo 1 Satildeo Paulo 2012 130p Tese de
Doutorado ndash Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo
POSSUELO LG PERACcedilA CF EISENHARDT MF DOLTO ML CAPPELLETTI
L FOLETTO E VALIM ARM Polymorphisms of GSTM1 and GSTT1 genes in breast
cancer susceptibility a case-control study Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetriacutecia
v35 n12 p569-574 2013
PRIOR RL HOANG H GU L WU X BACCHIACA M HOWARD L
HAMPSCH-WOODILL M HUANG D OU B JACOB B Assays for hydrophilic and
lipophilic antioxidant capacity (oxygen radical absorbance capacity (ORACFL)) of plasma
and other biological and food samples Journal of Agricultural and Food Chemistry v51
n11 p3273-3279 2003
RAVN-HAREN G OLSEN A TJONNELAND A DRAGSTED LO NEXO BA
WALLIN H OVERVAD K RASCHOU-NIELSENL O VOGEL U Associations
between GPx 1 Pro198Leu polymorphism erythrocyte GPx activity alcohol consumption and
breast cancer risk in a prospective cohort study Carcinogenesis v27 n4 p820-825 2006
RAYMAN MP The importance of selenium to human health Lancet v356 n9225 p233-
241 2000
RAYMOND LJ RALSTON NVC Mercury selenium interactions and health
implications Seychelles Medical and Dental Journal v7 n1 spiss p72-77 2004
96
REILLY C Selenium in food and health London Blackie Academic and Professional
1996 338p
REZAEI Z JAMSHIDZADEH A SANATI E A rapid and sensitive method for the
determination of malondialdehyde as its hydralazine derivative in human plasma using high
performance liquid chromatography Analytical Methods v5 n12 p2995-2999 2013
RICHIE Jr JP MUSCAT JE ELLISION I CALCAGNOTTO A KLEINMAN W
EL-BAYOUMY K Association of selenium status and blood glutathione concentrations in
blacks and whites Nutrition and Cancer v63 n3 p367ndash375 2011
RIDNOUR LA ISENBERG JS ESPEY MG THOMAS DD ROBERTS DD Nitric
oxide regulates angiogenesis through a functional switch involving thrombospondin-1
Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America v102
n37 p13147-13152 2005
ROCHA AV Estado nutricional relative ao selecircnio de crianccedilas residentes em duas
localidades de Rondocircnia Amazocircnia Ocidental Satildeo Paulo 2009 109p Dissertaccedilatildeo de
Mestrado ndash Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas ndash Universidade de Satildeo Paulo
ROCHA AV CARDOSO BR COMINETTI C BUENO RB BORTOLI MC
FARIAS LA FAVARO DIT CAMARGO LMA COZZOLINO SMF Selenium
status and hair mercury leves in riverine children from Rondocircnia Amazonia Nutrition v30
n11-12 p1318-1323 2014
SAacute AL HERCULANO AM PINHEIRO MC SILVEIRAS LCL NASCIMENTO
JLM CRESPO-LOacutePEZ ME Exposiccedilatildeo humana ao mercuacuterio na regiatildeo oeste do Estado do
Paraacute Revista Paraense de Medicina v20 n1 p19-25 2006
SAMPAIO DS LUCOTTE M ROULET HP MERGLER D CROSSA M Mercuacuterio
nos peixes do Rio Tapajoacutes Amazocircnia brasileira InterfacEHS v1 n1 art 6 p1-31 2006
Disponiacutevel em
httpwwwunitesuqamcagmfcarusodoccarusosampaiosampaio_et_al_2006pdf Acesso
em 24 Dez 2014
SANTOS KMO AQUINO RC Grupo dos oacuteleos e gorduras In PHILIPPI ST Piracircmide
dos alimentos fundamentos baacutesicos da nutriccedilatildeo 2ed Barueri Manole 2014 p251-303
SANTOS LB Polimorfismo Pro198Leu no gene que codifica para glutationa
peroxidase 1 e sua relaccedilatildeo com o estado nutricional relativo ao selecircnio de uma populaccedilatildeo
adulta residente no municiacutepio de Fortaleza Cearaacute 201393f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash
Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2013
SAVASKAN NE UFER C KUHN H BORCHERT A Molecular biology of
glutathione peroxidase 4 from genomic structure to developmental expression and neural
function Biological Chemistry v388 n10 p1007ndash1017 2007
SCHMIDT MI DUNCAN BB SILVA GA MENEZES AM MONTEIRO CA
BARRETO SM CHOR D MENEZES PR Doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis no
Brasil carga e desafios atuais 2011 (Sauacutede no Brasil 4) Disponiacutevel em
httpdownloadthelancetcomflatcontentassetspdfsbrazilbrazilpor4pdf Acesso em 10 Jan
2015
97
SCHORK NJ FALLIN D LANCHBURY J Single Nucleotide Polymorphisms and the
future of genetic epidemiology Clinical Genetics v58 n4 p250-264 2000
SILVA JJRF WILLIAMS RJP The biological chemistry of the elements the
inorganic chemistry of life Oxford Oxford University Press New York Clarendon Press
1993 561p
SITTA A VANZIN CS BIANCINI GB MANFREDINI V OLIVEIRA AB
WAYHS CA RIBAS GO GIUGLIANI L SCHWARTZ IV BOHRER D
GARCIA SC WAJNER M VARGAS CR Evidence that L-carnitine and selenium
supplementation reduces oxidative stress in phenylketonuric patients Cellular and
Molecular Neurobiology v31 n3 p429ndash436 2011
SKOOG DA HOLLER FJ NIEMAN TA Princiacutepios de anaacutelise instrumental 5ed
Satildeo Paulo Bookman 2002 836p
SMOLKOVAacute B DUSINSKAacute M RASLOVAacute K BARANCOKOVAacute M
KAZIMIacuteROVAacute A HORSKAacute A SPUSTOVAacute V COLLINS A Folate levels determine
effect of antioxidant supplementation on micronuclei in subjects with cardiovascular risk
Mutagenesis v19 n6 p469ndash476 2004
SOUZA JR BARBOSA AC Contaminaccedilatildeo por Hg e o caso da Amazocircnia Quiacutemica Nova
na Escola n12 p23-25 2000
SOUZA ML MENEZES HC Processamentos de amecircndoa e torta de castanhandashdondashBrasil e
farinha de mandioca paracircmetros de qualidade Ciecircncia Tecnologia e Alimentos v24 n1
p120-128 2004
STEUERWALD U WEIHE P JORGENSEN PJ BJERVE K BROCK J HEINZOW
B BUDTZ-JORGENSEN E GRANDJEAN P Maternal seafood diet methylmercury
exposure and neonatal neurologic function Journal of Pediatrics v136 n5 p599-605
2000
STOCKLER-PINTO MB FARAGE NE BOAVENTURA GT COZZOLINO SM
Effect of Brazil nut supplementation on the blood levels of selenium and glutathione
peroxidase in hemodialysis patients Nutrition v26 n1112 p1065ndash1069 2010
SLATER B MARCHIONI DL FISBERG RM Estimando a prevalecircncia da ingestatildeo
inadequada de Nutrientes Rev Sauacutede Puacuteblica v33 n4 p599-605 2004
SUZEN HS GUCYENER E SAKALLI O UCKUN Z KOSE G USTEL D
DUYDU Y CAT C-262T and GPx 1 Pro198Leu polimorphisms in a Turkish population
Molecular Biology Reports v37 n1 p87-92 2010
TAKEUCKI T ETO K The pathology of Minamata disease a tragic story of water
pollution Kyushu Kyushu University Press 1999 310p
TAPIERO H TOWNSEND DM TEW KD The antioxidant role of selenium and seleno-
compounds Biomedicine amp Pharmacotherapy v57 n34 p134ndash144 2003
TINKOV AA SKALNAYA MG DEMIDOV VA SEREBRYANSKY EP
NIKONOROV AA SKALNY AV Hair mercury association with selenium serum lipid
98
spectrum and gama-glutamyl transferase activity in adults Biological Trace Element
Research v161 n3 p255-262 2014
UNITED NATIONS Enviroment Programme Chemicals Impacts of mercury on the
environment In ______ Global mercury assessment Geneva UNEP 2002 cap5 p73-
86
UNITED STATES Department of Health and Human Services Public Heath Services
Agency for Toxic Substances and Disease Registry Toxicological Profile for Mercury
Atlanta ATSDR 1999 676p
VAN DAEL P DEELSTRA H Selenium International Journal for Vitamin and
Nutrition Research v63 n4 p312-316 1993
VIVANCO RHC MENGE FGW BARRIGA PAC Variaciones de la fragilidad
osmoacutetica eritrocitaria en bovinos a pastoreo sobre praderas con bajo contenido de selenio y
suplementados o no con selecircnio Revista Cientiacutefica vXVI n3 p227-231 2006
WIDERSTEN M PEARSON WR ENGSTROEM A MANNERVIK B Heterologous
expression of the allelic variant μ-class glutathione transferases μ and ψ Biochemical
Journal v276 n2 p519-5241991
WILLETT WC Inssues in analysis and presentation of dietary data In ______ Nutritional
epidemiology 2ed New York Oxford University Press 1998 p321ndash345 (Monographs in
epidemiology and biostatistics 30)
WILLET WCHOWE GR KUSHI LH Adjustment for total energy in epidemiologic
studies Am J Clin Nutr v65 p1220-28 1997
WILLET W STAMPFER M Implications of total energy intake for epidemiologic
analyses In Willet WC Nutrition epidemiology 2 ed New York Oxford University Press
p514 1998
WORLD HEALTH ORGANIZATION Obesity preventing and managing the global
epidemic report of a WHO consultation on obesity Geneva World Health Organization
2000 p256 (WHO Obesity Technical Report Series n284)
XU S WANG Y ROE B PEARSON WR Characterization of the human class Mu
glutathione S-transferase gene cluster and GSTM1 deletion Journal of Biological
Chemistry v273 n6 p3517-3527 1998
YANG GQ WANG SZ ZHAU RH SUN SZ Endemic selenium intoxication of
humans in China American Journal of Clinical Nutrition v37 n5 p872-881 1983
ZACHARA BA UKLEJA-ADAMOWICZ M NARTOWICZ E LECKA J Increased
plasma glutathione peroxidase activity in patients with acute myocardial infarction Medical
Science Monitor v7 n3 p415-420 2001
ZHANG FA YU W HARGROVE JL GREENSPAN PA DEAN RG TAYLOR
EW HARTLE DK Inhibition of TNF- induced ICAM-1 VCAM-1 and E-selectin
expression by selenium Atherosclerosis v161 n2 p381-386 2002
99
ZHANG M MA AG ZHANG XZ GE S SHI XX Effect of multiple micronutrients
supplementation on anti-oxidative activity and oxidized DNA damage of lymphocytes in
children Zhonghua Liu Xing Bing Xue Za Zhi v26 n4 p268ndash272 2005
ZHENG W WEN WQ GUSTAFSON DR GROSS M CERHAN JR FOLSOM
AR GSTM1 and GSTT1 polymorfism and postmenopausal breast cancer risk breast cancer
Breast Cancer Research and Treatment v74 n1 p9-16 2002
100
APEcircNDICES
APEcircNDICE 1 Cartaz de divulgaccedilatildeo da pesquisa
APEcircNDICE 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)
APEcircNDICE 3 Ficha de Identificaccedilatildeo e Controle
(Anamnese peso estatura IMC coleta de sangue e cabelos)
APEcircNDICE 4 Caderno de Registro do Consumo Alimentar
101
102
UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO
FACULDADE DE CIEcircNCIAS FARMACEcircUTICAS ndash FCFUSP
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE
1 Informaccedilotildees do Sujeito da Pesquisa
Nome
Documento de Identidade nordm Sexo ( ) M ( )F
Data de Nascimento
Endereccedilo Nordm Complemento Bairro Cidade Estado
CEP Telefones
2 Informaccedilotildees do Responsaacutevel Legal
Nome Natureza (grau de parentesco tutor curador etc) Documento de Identidade nordm Sexo ( ) M ( )F Data de Nascimento Endereccedilo Nordm Complemento Bairro Cidade Estado CEP Telefones
Tiacutetulo do Projeto de Pesquisa Estado nutricional relativo ao selecircnio concentraccedilotildees de
mercuacuterio estresse oxidativo e os polimorfismos Pro198Leu no gene da glutationa
peroxidase 1 (GPx1) e GSTM1 no gene da glutationa S- transferase (GST) em mulheres
residentes em aacuterea de risco de contaminaccedilatildeo por mercuacuterio
3 Duraccedilatildeo da Pesquisa 24 meses
4 Nome do pesquisador responsaacutevel Silvia Maria Franciscato Cozzolino Cargo Funccedilatildeo
Professora Titular do Programa de poacutes-graduaccedilatildeo em Ciecircncia dos Alimentos da Faculdade de Ciecircncias
Farmacecircuticas FCFUSP
Nordm do Registro do Conselho Regional CRN30621
Instituiccedilatildeo Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo USP
Sravoluntaacuteria essa pesquisa tem como tiacutetulo Estado nutricional relativo ao selecircnio e
concentraccedilotildees de mercuacuterio e a relaccedilatildeo com estresse oxidativo e os polimorfismos Pro198Leu
e GSTM1 em mulheres na idade feacutertil em aacuterea exposta agrave contaminaccedilatildeo por mercuacuterio A
responsaacutevel por esse estudo eacute a professora titular Silvia Maria Franciscato Cozzolino e como
103
colaborada a estudante de doutorado Ariana Vieira Rocha Ambas pertencem a Faculdade de
Ciecircncias Farmacecircuticas (FCF) da Universidade de Satildeo Paulo (USP)
De acordo com algumas pesquisas as mulheres da Amazocircnia apresentam
concentraccedilotildees elevadas de mercuacuterio e essa contaminaccedilatildeo pode comprometer a sauacutede natildeo soacute
delas como tambeacutem das crianccedilas pois uma das formas do mercuacuterio atravessa facilmente a
barreira placentaacuteria e o mercuacuterio acaba se concentrando no ceacuterebro das crianccedilas Isso pode
inibir o desenvolvimento cerebral Por isso eacute preocupante a exposiccedilatildeo das mulheres na idade
feacutertil ao mercuacuterio Acredita-se que o mineral selecircnio possa ser um possiacutevel colaborador para
a populaccedilatildeo natildeo apresentar sinais cliacutenicos evidentes da contaminaccedilatildeo por mercuacuterio Isso pode
ser devido a algumas atribuiccedilotildees do selecircnio pois este mineral tem como uma das suas accedilotildees
atuar como antioxidante e isso pode neutralizar os danos causados pela contaminaccedilatildeo do
mercuacuterio
Desta forma estamos por meio desse documento lhe convidando a participar desse
estudo que tem como objetivo principal avaliar o estado nutricional relativo ao selecircnio assim
como as concentraccedilotildees de mercuacuterio e a relaccedilatildeo desses com o estresse gerado nas ceacutelulas e
tambeacutem com algumas alteraccedilotildees geneacuteticas em mulheres na idade feacutertil em aacuterea exposta ao
mercuacuterio Nesta pesquisa participaraacute 200 mulheres voluntaacuterias da cidade de Porto Velho
Rondocircnia
Se vocecirc concordar em participar passaraacute pelos seguintes procedimentos avaliaccedilatildeo
nutricional onde seratildeo obtidos os dados de peso estatura e circunferecircncia da cintura e
tambeacutem seratildeo anotados os seus dados sobre o consumo alimentar ou seja tudo o que foi
consumido no periacuteodo de 3 dias sendo 2 dia da semana e 1 dia do fim de semana Seraacute
realizada ainda uma coleta de sangue de (20mL) em jejum de 10 a 12 horas para a realizaccedilatildeo
da determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo do mineral selecircnio e avaliar o estresse gerado nas ceacutelulas e
se haacute uma alteraccedilatildeo geneacutetica que possa interferir na concentraccedilatildeo de selecircnio ou mercuacuterio no
organismo Por fim seraacute coletado em torno de (1g) de cabelo na regiatildeo detraacutes do pescoccedilo para
avaliar as concentraccedilotildees de mercuacuterio A pesquisa possui um risco miacutenimo em virtude da
coleta de sangue que pode causar um desconforto poreacutem este seraacute coletado por um
profissional de enfermagem capacitado A obtenccedilatildeo desses dados seraacute realizada no
Laboratoacuterio Alphaclin localizado na Avenida Calama 2215 Bairro Satildeo Joatildeo Bosco Apoacutes
essas coletas seraacute distribuiacutedo um kit lanche contendo bolacha de aacutegua e sal ou biscoito
integral uma fruta e um suco de fruta de caixinha de 200mL O seu sangue seraacute armazenado
no laboratoacuterio de nutriccedilatildeo-minerais da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade
de Satildeo Paulo (USP) sob a responsabilidade da professora titular Silvia Maria Franciscato
Cozzolino para pesquisas futuras Poreacutem se isso acontecer vocecirc seraacute consultado a respeito e
um novo projeto seraacute submetido ao Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
Vocecirc autoriza o armazenamento do seu sangue para pesquisas futuras
( )sim ( )natildeo
Os resultados obtidos seratildeo arquivados e mantidos em sigilo conforme eacutetica Eacute direito
de cada participante obter os resultados das anaacutelises que seratildeo feitas bem como informaccedilotildees
sobre o andamento da pesquisa procedimentos utilizados riscos e benefiacutecios relacionados em
qualquer fase do estudo a fim de esclarecer eventuais duacutevidas Deve ser ressaltado que a
participaccedilatildeo na pesquisa poderaacute ser desfeita em qualquer momento que o Sra achar
conveniente sem sofrer nenhum tipo de constrangimento Natildeo haveraacute nenhuma despesa
financeira para a natildeo participaccedilatildeo neste estudo assim como natildeo haveraacute recompensa
financeira relacionada agrave participaccedilatildeo na pesquisa
Esse estudo traraacute benefiacutecios pois existem evidecircncias que o selecircnio pode exercer um
efeito protetor no organismo contra os malefiacutecios do mercuacuterio Logo os resultados
contribuiratildeo para uma melhor qualidade de vida atraveacutes do conhecimento da avaliaccedilatildeo do
104
estado nutricional Aleacutem do que seraacute realizada uma avaliaccedilatildeo nutricional completa por uma
nutricionista e seratildeo oferecidas orientaccedilotildees quanto agrave alimentaccedilatildeo
ndash INFORMACcedilOtildeES DE NOMES ENDERECcedilOS E TELEFONES DOS RESPONSAacuteVEIS PELO
ACOMPANHAMENTO DA PESQUISA PARA CONTATO EM CASO DE INTERCORREcircNCIAS
CLIacuteNICAS E REACcedilOtildeES ADVERSAS
Silvia Maria Franciscato Cozzolino ndash (Professora Titular do programa de Poacutes-
graduaccedilatildeo em Ciecircncia dos Alimentos da Faculdade de Ciecircncias FarmacecircuticasFCF
(USP) Telefone(11)3091-3625 Endereccedilo da Faculdade Cidade Universitaacuteria Av Lineu
Prestes 580 ndash Bloco 14
Telefone (11) 3091 -3625 (Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo ndash Minerais)
Ariana Vieira Rocha - (Doutoranda do programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Ciecircncia dos
Alimentos da Faculdade de Ciecircncias FarmacecircuticasFCF (USP) Endereccedilo Residencial
Bairro Liberdade Rua da Gloacuteria - 654 Apto 84 CEP 01510-000 ndash Satildeo Paulo ndash SP Telefone
(11) 98532-2125
Endereccedilo da Faculdade Cidade Universitaacuteria Av Lineu Prestes 580 ndash Bloco 14
Telefone 3091 -3625 (Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo ndash Minerais)
Consentimento Poacutes-Esclarecido
Declaro que apoacutes convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ter entendido o que me
foi explicado consinto em participar do presente Protocolo de Pesquisa
Porto Velhodede
_______________________________
Assinatura do sujeito de pesquisa
Ou responsaacutevel legal
___________________________________
Assinatura do pesquisador responsaacutevel
Para qualquer questatildeo duacutevida esclarecimento ou reclamaccedilatildeo sobre aspectos eacuteticos dessa
pesquisa favor entrar em contato com o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas da Faculdade de
Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo ndash Av Prof Lineu Prestes 580 - Bloco
13A ndash Butantatilde ndash Satildeo Paulo ndash CEP 05508-900 Fone 3091-3622 fone-fax 3091-3677 ndash e-
mail cepfcfuspbr
105
Universidade de Satildeo Paulo
Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas
Avaliaccedilatildeo Nutricional
Antropometria
Nome Data de Nascimento
DADOS ANTROPOMEacuteTRICOS
Idade anos
Circunferecircncia da Cintura (CC) Classificaccedilatildeo
Peso kg
Estaturacm
IMC Classificaccedilatildeo
Classificaccedilatildeo do estado nutricional para adultos segundo o Iacutendice de Massa Corpoacuterea (IMC)
Classificaccedilatildeo IMC (kgm2)
Risco de Comorbidades
Baixo Peso
˂ 185 Baixo
Peso Normal ou
Eutrofia 185 - 249
Meacutedio
Sobrepeso
ge 25 ndash 299 Aumentado
Obesidade I 300 - 349 Moderado
Obesidade II 350 ndash 399 Grave
Obesidade III ˃ 40 Muito Grave
Fonte WHO (2000)
106
Universidade de Satildeo Paulo
Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas
Pesquisador Ariana Vieira Rocha
Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo e Minerais(11) 3091-3625
Formulaacuterio Mercuacuterio (Hg)
Identificaccedilatildeo Data
Nome
Idade Sexo Raccedila
Endereccedilo
Haacute quanto tempo reside em Porto Velho
Onde residia anteriormente
Ocupaccedilatildeo principal Quanto tempo hdia
Haacutebitos
Come peixe sim natildeo
Procedecircncia do peixe consumido Nome do Rio
Espeacutecie mais consumida
Frequecircncia de consumo de peixe Quantidade
Frequecircncia de consumo de frutos do mar Quantidade
Ficou doente nos uacuteltimos seis meses sim natildeo
Tomou algum medicamento sim natildeo Qual Frequecircncia
No tratamento do cabelo vocecirc usa
soacute sabonete xampuacute condicionador tintura
liacutequido para permanente alisamento outros Quais
Qual a aacutegua que usa para tomar banho
caerd poccedilo ou mina outra procedecircncia qual
Qual a aacutegua que usa para beber
caerd e filtrada natildeo filtra de poccedilo ou mina galatildeo outra procedecircncia qual
107
ACOMPANHAMENTO NUTRICIONAL
Nome
Responsaacutevel Nutricionista Ariana Vieira Rocha
Universidade de Satildeo Paulo-USP
Telefone (69) 8118-4633 (11) 8532-2125
108
INFORMACcedilOtildeES
Pesquisas tentam explicar a presenccedila do Hg na regiatildeo amazocircnica pois os solos
ambientes aquaacuteticos e consequentemente os peixes apresentarem concentraccedilotildees elevados
deste metal assim como alguns indiviacuteduos que vivem nestas aacutereas poreacutem estes natildeo
apresentam sintomas e sinais cliacutenicos evidentes de contaminaccedilatildeo Supotildee-se que o selecircnio um
mineral antioxidante presente naturalmente no solo da regiatildeo seja um protetor para a aparente
toleracircncia destas populaccedilotildees agrave intoxicaccedilatildeo crocircnica por Hg Dentre outras funccedilotildees e accedilotildees o
selecircnio atua no fortalecimento do sistema imunoloacutegico e tambeacutem ajuda organismo a se
proteger dos danos causados pelos metais toacutexicos como por exemplo o Hg Dessa forma a
ingestatildeo adequada de selecircnio pode ter um efeito protetor contra a contaminaccedilatildeo por Hg
Este caderno tem como objetivo avaliar o estado nutricional relativo ao mineral
selecircnio Por isso eacute muito importante que todas as recomendaccedilotildees e orientaccedilotildees prestadas
durante o acompanhamento nutricional sejam atendidas
Ariana Vieira Rocha
Doutoranda em Ciecircncia dos Alimentos-FCFUSP
Porto Velho 2012
01
109
DADOS DE IDENTIFICACcedilAtildeO
1 Nome
Documento de Identidade nordm
Sexo ( X ) Feminino
Data de Nascimento
Naturalidade Escolaridade
Endereccedilo nordm
Bairro
Cidade
Cep Telefone Celular
Renda Familiar ( ) 1 SM ( ) 2 a 3 SM ( ) Acima de 4 SM
2 Histoacuteria Cliacutenica
Faz uso de anticonpepcional ( ) natildeo ( )sim
Se sim qual Quanto tempo
Antecedentes familiares ( )Dislipidemias ( )Diabetes mellitus
( )Hipertensatildeo arterial ( ) Obesidade
Outras qual
Faz atividade Fiacutesica ( ) natildeo ( ) sim qual
Quantas vezes por semana
02
110
ORIENTACcedilOtildeES QUANTO AO REGISTRO DOS ALIMENTOS
1 Anotar todos os alimentos consumidos durante todo o dia e a noite desde a hora que
acordar ateacute a hora em que for dormir
2 Colocar o horaacuterio das refeiccedilotildees
3 Natildeo esquecer de anotar os alimentos eou qualquer guloseima consumida (balas
chicletes etc) durante as refeiccedilotildees e nos intervalos
4 Anotar a quantidade do alimento consumido na forma de medidas caseiras (fotos
ilustrativas nas proacuteximas paacuteginas) Exemplo
colher de servir colher de sopa colher de sobremesa colher de chaacute ou cafeacute
concha escumadeira copo americano copo de requeijatildeo copo descartaacutevel de 180 ou
200 mL
xiacutecara de chaacute ou cafeacute
prato de mesa prato de sopa prato de sobremesa ou pires
5 Descrever com maior detalhe os tipos de alimentos ou marcas como por exemplo
leite desnatado integral tipo C em poacute
patildeo francecircs integral de forma de leite de batata de mel doce ou caseiro
bolachas recheadas aacutegua e sal chocolate sem recheio SEMPRE colocar o sabor e a
marca
frutas (anotar tipo e tamanho) por exemplo laranja lima meacutedia mamatildeo papaya (meia
unidade)
vegetais folhosos (anotar tipo e preparaccedilatildeo) por exemplo acelga refogada ou crua
manteiga ou margarina (o tipo a marca a quantidade consumida anotada em ponta de
faca ou em colheres de chaacute cafeacute sobremesa ou sopa)
salada de frutas (colocar tipo de frutas e os ingredientes incluiacutedos na salada)
bolo (sabor com ou sem recheio com ou sem cobertura de festa ndash se possiacutevel
escrever os principais ingredientes)
6 Lembrar de escrever o tipo de preparaccedilatildeo se o alimento eacute cozido frito grelhado
ensopado ou agrave milanesa (empanado)
7 Registrar os alimentos em unidades ou porccedilotildees como por exemplo bife meacutedio
pequeno coxa de frango peixe (pedaccedilo pequeno meacutedio ou grande)
8 Anotar as preparaccedilotildees que utilizem mais de um ingrediente e descrevecirc-los um a um
como por exemplo Sopa de legumes (quais is ingredientes e legumes utilizados nesta
preparaccedilatildeo)
03
111
MEDIDAS CASEIRAS
Colocamos ao lado de cada item uma caixa de foacutesforos ilustrativa para fins de
referecircncia quanto ao tamanho das medidas
04
112
Colocamos ao lado de cada item uma caixa de foacutesforos ilustrativa para fins de
referecircncia quanto ao tamanho das medidas
05
113
Margarina ou Manteiga
Colocamos ao lado de cada item uma caixa de foacutesforos ilustrativa para fins de
referecircncia quanto ao tamanho das medidas
06
114
REGISTRO DE ALIMENTOS
Dia 1
Data Dia da semana
Horaacuterio e Local Alimentos ou
Preparaccedilotildees
Quantidade
(medida caseira)
Marca Comercial
07
115
REGISTRO DE ALIMENTOS
Dia 2
Data Dia da semana
Horaacuterio e Local Alimentos ou
Preparaccedilotildees
Quantidade
(medida caseira)
Marca Comercial
08
116
REGISTRO DE ALIMENTOS
Dia 3
Data Dia da semana
Horaacuterio e Local Alimentos ou
Preparaccedilotildees
Quantidade
(medida caseira)
Marca Comercial
09
117
AGRADECEMOS A SUA COLABORACcedilAtildeO
Mestre Ariana Vieira Rocha (Nutricionista mestre e doutoranda do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncia dos
Alimentos Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo)
Doutora Silvia Maria F Cozzolino (Nutricionista Professora Titular do Departamento de Alimentos e Nutriccedilatildeo Experimental
Faculdade de Ciecircncias FarmacecircuticasUniversidade de Satildeo Paulo)
10
118
ANEXOS
ANEXO 1 Informaccedilotildees para os membros de bancas julgadoras
ANEXO 2 Parecer do Comitecirc de Eacutetica (CEP)
ANEXO 3 Ficha de Aluno
119
UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas
Secretaria de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Informaccedilotildees para os Membros de Bancas Julgadoras de
MestradoDoutorado
1 O candidato faraacute uma apresentaccedilatildeo oral do seu trabalho com duraccedilatildeo
maacutexima de trinta minutos
2 Os membros da banca faratildeo a arguumliccedilatildeo oral Cada examinador
disporaacute no maacuteximo de trinta minutos para arguumlir o candidato exclusivamente sobre o
tema do trabalho apresentado e o candidato disporaacute de trinta minutos para sua
resposta
21 Com a devida anuecircncia das partes (examinador e candidato) eacute
facultada a arguumliccedilatildeo na forma de diaacutelogo em ateacute sessenta minutos por examinador
3 A sessatildeo de defesa seraacute aberta ao puacuteblico
4 Terminada a arguumliccedilatildeo por todos os membros da banca a mesma se
reuniraacute reservadamente e expressaraacute na ata (relatoacuterio de defesa) a aprovaccedilatildeo ou
reprovaccedilatildeo do candidato baseando-se no trabalho escrito e na arguumliccedilatildeo
41 Caso algum membro da banca reprove o candidato a Comissatildeo
Julgadora deveraacute emitir um parecer a ser escrito em campo exclusivamente indicado
na ata
42 Seraacute considerado aprovado o aluno que obtiver aprovaccedilatildeo por
unanimidade ou pela maioria da banca
5 Duacutevidas poderatildeo ser esclarecidas junto agrave Secretaria de Poacutes-
Graduaccedilatildeo pgfarmauspbr (11) 3091 3621
Satildeo Paulo 23 de maio de 2014
Prof Dr Adalberto Pessoa Junior Presidente da CPGFCFUSP
Av Prof Lineu Prestes 580 Bloco 13 A - Cidade Universitaacuteria - CEP 05508-900 - Satildeo Paulo - SP Fone (11) 3091 3621 - Fax (11) 3091 3141 ndash e-mail pgfarmauspbr
120
121
122
123
4
Gastei uma hora pensando um verso que a pena natildeo quer escrever
No entanto ele estaacute caacute dentro inquieto vivo
Ele estaacute caacute dentro e natildeo quer sair
Mas a poesia deste momento inunda minha vida inteira
Carlos Drumonnd de Andrade
5
A todas as voluntaacuterias desta pesquisa pelo carinho esforccedilo e dedicaccedilatildeo
Agraves amigas Daniela Zancan Dayane Zancan Laiacutes Maria e Larissa Matheus pela ajuda
imensuraacutevel durante a coleta de dados
Especialmente aos meus tios Ivanilde Rocha e Cristovatildeo Vieira que me ergueram
no momento em que mais precisei
6
AGRADECIMENTOS
A Deus que me ilumina e daacute forccedilas para seguir sempre em frente e ao Espiacuterito Santo por
todas as becircnccedilatildeos
Agrave luz da minha vida minha matildee Nair Lima por tudo que tem feito e ainda faz por mim
Meu modelo de iacutendole e dignidade Meu amuleto
Agrave orientadora Silvia Maria Franciscato Cozzolino exemplo de serenidade em momentos de
dificuldades Sou muito grata pela oportunidade de ter sido sua aluna e orientanda Obrigada
ainda por ter me abraccedilado desde o primeiro momento
Agrave professora Deacuteborah Faacutevaro pensar em vocecirc me causa garra e alegria Obrigada pela
parceria e disponibilidade na realizaccedilatildeo das anaacutelises de mercuacuterio Foi um prazer indescritiacutevel
tecirc-la ao meu lado na bancada
Agrave Julie Christine Luana Janaiacutena Cleonilce Oliveira Gisele Dias Natsue Kosin Larissa
Freitas Luana Cardozo e Yara Salviano por disponibilizarem do seu tempo por uma
causa a ciecircncia
Agrave Jamile Sadeck Dina Horeay e Analu Barofaldi seres de luz que deram ajuda a uma
desconhecida sem pedir nada em troca e se hoje esta jornada estaacute sendo concretizada
tambeacutem eacute graccedilas a vocecircs Ensinaram-me na praacutetica a fazer o bem sem olhar a quem Que
esta bondade esteja sempre comigo para que eu possa passaacute-la adiante
Agrave Gabriela Pellucio (Gabi peluacutecia) e sua matildee Mirian Guizelini que abraccedilaram a minha
causa e pela ampla ajuda em conseguir voluntaacuterias Querida Gabi obrigada pelo carinho vocecirc
foi um anjinho na minha vida
Agrave amiga Silvane Maziero assim como ao Flaacutevio Terassini ao Thiago Abiorana e agrave Helen
Queite pela divulgaccedilatildeo da pesquisa em seus ambientes de estudo eou trabalho Obrigada de
coraccedilatildeo
Agrave Juliana Closs por permitir a divulgaccedilatildeo do projeto no curso de nutriccedilatildeo da Faculdade Satildeo
Lucas (FSL)
Agrave Mariana Modesto Roberta Valmorbida Simone Oliveira e Alcione Altini por natildeo
hesitarem em ajudar esta colega de classe na divulgaccedilatildeo da pesquisa no ambiente das
Faculdades Integradas Apariacutecio Carvalho (FIMCA)
Agrave ldquonossardquo equipe do laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo-Minerais Alexandre Pimentel Baacuterbara
Cardoso Bruna Reis Graziela Biude Isabela Saraiva Janaina Donadio Kaluce Almondes
7
Kaacutetia Callou Larissa Bezerra Leila Hashimoto Luciane Alencar e Verocircnica Bandeira
por serem apoio companhia e ajuda nos trabalhos realizados no cotidiano
Especialmente
Agrave Bruna Reis (Rabin) e Isabela Saraiva (Isa nojentinha do meu coraccedilatildeo) que me
proporcionaram uma amizade de cunho profissional e pessoal tornando esta jornada mais
viva leve e muito alegre Por todos os braccedilos e abraccedilos servidos nos momentos de ajuda
sem horaacuterio para acabar Por me fazerem lembrar desse trio com um enorme sorriso no
rosto
Agrave Kaluce Almondes (Kakaacute) querida companheira de anaacutelises que pareciam interminaacuteveis
(risos) obrigada pela parceria conversas filosoacuteficas e gargalhadas constantes inclusive em
momentos de afliccedilatildeo
Agrave Liliane Viana Pires (Lili medalhinha) luz em todos os momentos (desde 2006)
Mesmo com a distacircncia geograacutefica existente entre noacutes vocecirc eacute sempre presente Agradeccedilo
ainda por despertar em mim a vontade de ser sempre melhor
Agraves florzinhas da Liliane Pires Leila Hashimoto (Leilinha) Luciane Alencar (Lu) e
Verocircnica Bandeira (Vecirc) pela ajuda durante as anaacutelises de enzimas mesmo com tantos
afazeres e por me tratarem sempre com muito carinho e atenccedilatildeo
Agrave Baacuterbara Cardoso pelo abraccedilo apertado que diz muito em cada encontro
Agraves Fernandas Santana e Shinagawa agradeccedilo a ajuda a companhia a diversatildeo e a
amizade construiacuteda principalmente nos momentos extras de trabalho jaacute que nem sempre
conseguiacuteamos acabar no horaacuterio do expediente em virtude do nuacutemero de amostras (risos)
Agrave Lilian Mendes apoio e alicerce fundamentais nos uacuteltimos meses que atraveacutes do seu
coraccedilatildeo profissionalismo e vivecircncia de mundo ensinou-me a aceitar e conviver com o meu
eu interior e com a minha alma
Ao meu irmatildeo de coraccedilatildeo Guilber Diniz Barros pela forccedila e energia enviada por todas as
conversas na tentativa de me distrair ou esquecer algo por me ajudar agrave distacircncia e
principalmente por me ensinar a levantar sem laacutegrimas nos olhos e de cabeccedila erguida
Agrave Fabiana Yasuhara da Assessoria Cientiacutefica Life Technologies pelo suporte fundamental
realizado durante as anaacutelises do polimorfismo de deleccedilatildeo GSTM1
Agrave funcionaacuteria Maria de Lurdes Pedrosa (Lurdinha) pelo otimismo carinho e pelas
palavras ldquono fim tudo daacute certordquo
8
RESUMO
ROCHA AV Status de selecircnio de uma populaccedilatildeo residente em aacuterea de risco de
contaminaccedilatildeo por mercuacuterio Influecircncia de polimorfismos e accedilatildeo sobre o estresse
oxidativo 2015 133f (Tese de Doutorado) Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas (FCF)
Universidade de Satildeo Paulo (USP) 2015
Estudos apontam que a regiatildeo Amazocircnica apresenta concentraccedilotildees significativas de selecircnio
nos solos e que por isso a populaccedilatildeo natildeo estaria susceptiacutevel agrave deficiecircncia desse mineral Em
contrapartida a regiatildeo tambeacutem apresenta dados de concentraccedilotildees elevadas de mercuacuterio nos
solos e rios entretanto a populaccedilatildeo natildeo apresenta sinais cliacutenicos evidentes de contaminaccedilatildeo
Acredita-se que o selecircnio um mineral antioxidante possa ser um possiacutevel colaborador para a
aparente toleracircncia ao mercuacuterio pois uma das accedilotildees desse mineral eacute a de destoxificar o
organismo contra metais toacutexicos Dependendo das concentraccedilotildees no organismo o mercuacuterio
pode potencializar a geraccedilatildeo das espeacutecies reativas de oxigecircnio e dessa forma as defesas
antioxidantes intriacutensecas das ceacutelulas podem ser prejudicadas resultando na condiccedilatildeo
conhecida por estresse oxidativo A contaminaccedilatildeo por mercuacuterio pode ainda comprometer a
sauacutede tanto das mulheres quanto das crianccedilas pois esse metal na forma de metilmercuacuterio
pode atravessar a barreira placentaacuteria e se concentrar principalmente no ceacuterebro do feto
Aliado a isso a presenccedila de polimorfismos em certos genes podem alterar a expressatildeo de
enzimas antioxidantes como a glutationa peroxidase 1 que eacute dependente de selecircnio assim
como da glutationa S-transferase que atua na destoxificaccedilatildeo do mercuacuterio no organismo
Vaacuterios estudos apresentam dados de concentraccedilotildees de mercuacuterio em ribeirinhos da Amazocircnia
no entanto resultados referentes agraves concentraccedilotildees de selecircnio ao estresse oxidativo e a
polimorfismos geneacuteticos na populaccedilatildeo da aacuterea urbana satildeo raros Diante disso este estudo
objetivou avaliar o estado nutricional relativo ao selecircnio concentraccedilotildees de mercuacuterio e a
possiacutevel relaccedilatildeo desses paracircmetros com o estresse oxidativo e os polimorfimos Pro198Leu (rs
1050450) no gene da glutationa peroxidase 1 e GSTM1 no gene da glutationa S-transferase
em mulheres em idade feacutertil residentes em aacuterea de risco de exposiccedilatildeo ao mercuacuterio da cidade
de Porto Velho (RO) As voluntaacuterias foram avaliadas por meio de medidas antropomeacutetricas
(peso estatura e circunferecircncia da cintura) e aplicou-se o registro alimentar para avaliaccedilatildeo do
consumo alimentar Realizou-se uma coleta de sangue para anaacutelise de selecircnio atividade da
enzima glutationa peroxidase marcadores de estresse oxidativo e polimorfismos geneacuteticos O
selecircnio foi determinado por espectrometria de absorccedilatildeo atocircmica com geraccedilatildeo de hidretos
acoplados agrave cela de quartzo (HGQTAAS) Para anaacutelise de mercuacuterio foi coletada uma amostra
do cabelo das voluntaacuterias sendo sua concentraccedilatildeo determinada pelo meacutetodo de
espectrometria de absorccedilatildeo atocircmica com geraccedilatildeo de vapor frio (CV AAS) Para avaliar o
estresse oxidativo foram determinadas a concentraccedilatildeo plasmaacutetica de Malondialdeiacutedo (MDA)
e a Capacidade de Absorccedilatildeo de Radicais de Oxigecircnio (ORAC) Participaram do estudo 200
mulheres com idade entre 19 e 50 anos A ingestatildeo alimentar meacutedia de selecircnio foi de 493 plusmn
192 microgdia e a prevalecircncia de ingestatildeo inadequada foi de 409 As concentraccedilotildees meacutedias do
mineral no plasma e nos eritroacutecitos foram respectivamente 498 + 186 microgL e 754 + 299
microgL A atividade meacutedia da glutationa peroxidase foi de 451+ 194 Ug Hb A concentraccedilatildeo
meacutedia de mercuacuterio nos cabelos foi de 625 + 766 ng g-1
Ao avaliar a presenccedila do SNP
Pro198Leu observou-se que 567 das participantes apresentaram genoacutetipo selvagem 368
heterozigotos e 68 homoizgotos para leucina Quanto ao polimorfismo de deleccedilatildeo GSTM1
425 das voluntaacuterias apresentaram o genoacutetipo nulo ou deletado ou seja relacionado a
ausecircncia de expressatildeo da glutationa S-transferase Esses resultados permitem concluir que a
maioria das participantes apresentou estado nutricional deficiente em relaccedilatildeo ao selecircnio
Apesar disso tanto a atividade enzimaacutetica da glutationa peroxidase como os biomarcadores
9
do estresse oxidativo natildeo sofreram interferecircncia desta deficiecircncia O polimorfismo
Pro198Leu tambeacutem natildeo interferiu no status de selecircnio e no estresse oxidativo Quanto agrave
avaliaccedilatildeo do polimorfismo GSTM1 o genoacutetipo nulo ou deletado tambeacutem natildeo mostrou
associaccedilatildeo com as concentraccedilotildees de mercuacuterio e o estresse oxidativo
Palavras-chave selecircnio estresse oxidativo polimorfismo geneacutetico e mercuacuterio
10
ABSTRACT
ROCHA AV Selenium status of a population living in a mercury contamination risk
area Influence of polymorphisms and action on oxidative stress 2015 133f (Tese de
Doutorado) Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo
2015
Studies have shown that the Amazon region has significant concentrations of selenium in
soils and therefore the population is not susceptible to deficiency of this mineral However
the region also presents data from high levels of mercury in soils and rivers however the
population has no obvious clinical signs of contamination It is believed that selenium an
antioxidant mineral may be a possible contributor to the apparent tolerance because of its
actions in the detoxification of the body from toxic metals Depending on the concentrations
in the body mercury can increase the generation of reactive oxygen species and thus the
intrinsic antioxidant defenses of cells can be damaged resulting in the condition known as
oxidative stress The mercury contamination may also compromise the health of both women
and children since this metal in the form of methylmercury can cross the placental barrier and
concentrate mainly in the fetal brain In addition the presence of genetic polymorphisms can
alter the expression of antioxidant enzymes such as glutathione peroxidase 1 which is
selenium dependent as well as glutathione S-transferase which can be responsible for the
mercury detoxification in the body Several studies have shown mercury levels of riverine
people from Amazon however results regarding selenium concentrations oxidative stress
and polymorphisms in the urban population are area Thus this study aimed to evaluate
selenium status mercury levels and the possible relationship of these with oxidative stress and
genetic polymorphisms Pro198Leu (rs 1050450) in glutathione peroxidase 1 gene and
GSTM1 in the glutathione S-transferase gene in women living in mercury exposure risk area
from the city of Porto Velho (RO) The of the volunteers was assessed using anthropometric
measurements (weight height and waist circumference) and evaluation of food consumption
by the food record Blood samples were collected for selenium analysis glutathione
peroxidase enzymersquos activity oxidative stress and genetic polymorphisms Selenium was
determined by hydride generation quartz tube atomic absorption spectroscopy (HGQT AAS)
For mercury analysis a hair sample of volunteers was collected and its concentration was
determined by atomic absorption spectrometry method with cold vapor (CV AAS) To
evaluate oxidative stress plasma concentrations of malondialdehyde (MDA) and Oxygen
Radical Absorbance Capacity (ORAC) were determined We enrolled 200 volunteers aged
between 19 and 50 The average of selenium intake was 493 plusmn 192 microgday and the
prevalence of inadequate intake was 409 Mean selenium concentration on plasma and
erythrocytes were respectively 498 + 186 microgL and 754 + 299 microgL Glutathione
peroxidase showed mean activity of 451 + 194 Ug Hb and mercury levels of 625 + 766 ng g-
1 Evaluating the presence of the SNP Pro198Leu it was observed that 567 of the were
participants had wild type genotype 368 heterozygous and 68 were homozygous for
leucine For the GSTM1 null deletion polymorphism 425 of the volunteers had a null
genotype ie do not express the enzyme glutathione S-transferase These results indicate that
the majority of participants had selenium deficiency in plasma and erythrocytes Nevertheless
most of them had adequate activity of glutathione peroxidase There was no association
between selenium concentrations and the biomarkers used to assess oxidative stress The
Pro198Leu polymorphism did not interfere in selenium concentrations as well as in the
oxidative stress The evaluation of GSTM1 polymorphism had no association with mercury
levels and oxidative stress
Keywords selenium oxidative stress polymorphisms and mercury
11
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 Concentraccedilatildeo de Se (microgg) em castanha-do-brasil da regiatildeo Amazocircnica
22
Quadro 2 Ingestatildeo Dieteacutetica de Referecircncia (DRIs) relativas ao Se em microgdia a
partir de um ano de idade de acordo com o Institute of Medicine (IOM
2006)
23
Quadro 3 Frequecircncia genotiacutepica do polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) no
gene que codifica para GPx 1 encontrada em pesquisas realizadas no
Brasil por pesquisadores do Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo e Minerais da
Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo
(USP)
37
Quadro 4 Distribuiccedilatildeo da frequecircncia do polimorfismo GSTM1(ABAB0) no gene
da GST em diferentes etnias
39
Quadro 5 Classificaccedilatildeo do Iacutendice de Massa Corpoacuterea (IMC) para adultos segundo
WHO (2000)
45
Quadro 6 Intervalos de recomendaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de macronutrientes em
percentual de contribuiccedilatildeo energeacutetica (AMDR) de acordo com IOM
(2006)
46
Quadro 7 Valores de referecircncias adotados para concentraccedilatildeo de Se no plasma e
eritroacutecitos
47
Quadro 8 Resultados das anaacutelises dos materiais de referecircncia utilizados na
determinaccedilatildeo de Hg total
49
12
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas das voluntaacuterias
55
Tabela 2 Classificaccedilatildeo das participantes segundo o IMC
56
Tabela 3 Ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) das participantes (n = 194)
59
Tabela 4 Concentraccedilatildeo de Se (microgL) no plasma e nos eritroacutecitos das participantes
(n=194)
61
Tabela 5 Coeficiente de regressatildeo da ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) como
variaacutevel independente que influenciou a concentraccedilatildeo do mineral no
plasma (microgL) das participantes
64
Tabela 6
Tabela 7
Coeficiente de regressatildeo da ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) como
variaacutevel independente que influenciou a concentraccedilatildeo do mineral nos
eritroacutecitos (microgL) das participantes
Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram
as concentraccedilotildees de Hg (ng g-1
) nos cabelos (variaacutevel dependente) das
participantes
64
71
Tabela 8 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram
a capacidade antioxidante ndash ORAC (mmol eq troloxg de amostra)
(variaacutevel dependente) das participantes
71
Tabela 9 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram
a concentraccedilatildeo plasmaacutetica de MDA (microM) (variaacutevel dependente) das
participantes
72
Tabela 10 Distribuiccedilatildeo do SNP Pro198Leu (rs 1050450) no gene que codifica para
a GPx 1 nas participantes (n=190)
73
Tabela 11 Concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio atividade da enzima
GPx MDA e ORAC de acordo com o genoacutetipo para o polimorfismo
Pro198Leu (rs1050450) no gene que codifica a GPx
76
Tabela 12 Distribuiccedilatildeo do polimorfismo GSTM1 no gene da GST das participantes
(n = 180)
76
Tabela 13 Concentraccedilotildees de Hg de MDA e ORAC de acordo com o genoacutetipo para
o polimorfismo GSTM1 no gene da GST das participantes
77
13
LISTA DE ABREVIATURAS
Se - Selecircnio
Hg - Mercuacuterio
MeHg - Metilmercuacuterio
dimetilHg - Dimetilmercuacuterio
GPx - Glutationa Peroxidase
GST - Glutationa S-Transferase
GR - Glutationa Redutase
GSH - Glutationa Reduzida
SOD - Superoacutexido Dismutase
Hb - Hemoglobina
T3 - Tri-iodotironina
T4 - Tiroxina
SeO32-
- Selenito
SeO42-
- Selenato
Cd - Caacutedmio
Rd - Raacutedio
As - Arsecircnio
Cu - Cobre
Ag - Prata
Pb - Chumbo
Pt - Platina
DRI - Recomendaccedilatildeo de Ingestatildeo de Referecircncia
EAR - Necessidade Meacutedia Estimada
UL - Niacutevel Maacuteximo de Ingestatildeo Toleraacutevel
RDA - Ingestatildeo Dieteacutetica Recomendada
EER - Necessidade Energeacutetica Estimada
AMDR - Acceptable Macronutrient Distribution Range
IOM - Institute of Medicine
ADI - Ingestatildeo Diaacuteria Aceitaacutevel
PTWI - Ingestatildeo Semanal Toleraacutevel Provisoacuteria
DCNT - Doenccedilas Crocircnicas natildeo Transmissiacuteveis
14
WHO - World Health Organization
AP - Amapaacute
PA - Paraacute
RO - Rondocircnia
AM - Amazonas
EDTA - Aacutecido Etilenodiamino Tetraceacutetico
O2 - Oxigecircnio
ERO - Eacutespecies Reativas de Oxigecircnio
ERN - Eacutespecies Reativas de Nitrogecircnio
RSS e SR - Selenosulfidos
SNP - Single Nucleotide Polymorfism
STR - Simple Tandem Repeats
VNTR - Variable Number of Tandem Repeats
PCK - Proteiacutena Quinases
DNA - Aacutecido Desoxirribonucleico
C - Citocina
T - Timina
SDM - Seleno Dimetil ndash Mercuacuterio
MDA - Malondialdeiacutedo
ORAC - Capacidade Antioxidante
8-OHdG - 8 Hidroxidodesoxiguanosina
CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente
Na - Soacutedio
Se-Met - Selenometionina
mv - MassaVolume
PA - Pureza Analiacutetica
LAN - Anaacutelise por Ativaccedilatildeo Neutrocircnica
AOAC - Association of Official Analytical Chemists
NCHS - National Center of Health and Statistics
HGQTAAS - Espectrometria de Absorccedilatildeo Atocircmica por Geraccedilatildeo de Hidretos
Acoplados agrave Cela de Quartzo
CVAAS - Espectrometria de Absorccedilatildeo Atocircmica com Geraccedilatildeo de Vapor Frio
IPEN - Instituto de Pesquisa Energeacutetica Nuclear
IMC -Iacutendice de Massa Corpoacuterea
15
CC - Circunferecircncia da Cintura
LD - Limite de Detecccedilatildeo
LQ - Limite de Quantificaccedilatildeo
PNJ
IAEA
- Parque Nacional do Jauacute
- Agecircncia Internacional de Energia Atocircmica
UNIR - Universidade Federal de Rondocircnia
SEDUC - Secretaria de Educaccedilatildeo
SESAU - Secretaria da Sauacutede
ABESO - Associaccedilatildeo Brasileira para Estudo da Obesidade e da Siacutendrome Metaboacutelica
LANCRPq - Laboratoacuterio de Anaacutelise por Ativaccedilatildeo Neutrocircnica
IPENCNEN - Instituto de Pesquisas Energeacuteticas Nucleares
FCF - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas
USP - Universidade de Satildeo Paulo
16
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 18
2 REVISAtildeO DA LITERATURA 20
21 SELEcircNIO 20
211 Fontes Biodisponibilidade e Recomendaccedilatildeo 21
212 Aspectos Fisioloacutegicos Absorccedilatildeo Biodisponibilidade Armazenamento e Excreccedilatildeo 24
213 Funccedilotildees e Accedilotildees 25
214 Deficiecircncia e Toxicidade 29
22 MERCUacuteRIO30
23 ESTRESSE OXIDATIVO 33
24 POLIMORFISMOS 35
241 Polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) no Gene da GPx 36
242 Polimorfismo GSTM1 no Gene da GST 38
3 OBJETIVOS 41
31 OBJETIVO GERAL 41
32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 41
4 METODOLOGIA 42
41 CASUIacuteSTICA E DELINEAMENTO 42
42 COLETA DE DADOS42
43 AVALIACcedilAtildeO ANTROPOMEacuteTRICA 45
44 CONSUMO ALIMENTAR 46
45 DETERMINACcedilAtildeO DA CONCENTRACcedilAtildeO DE SELEcircNIO NO PLASMA E ERITROacuteCITOS 47
46 DETERMINACcedilAtildeO DA ATIVIDADE DA GPx 48
47 PROCESSAMENTO E ANAacuteLISE DE MERCUacuteRIO NOS CABELOS 48
48 DETERMINACcedilAtildeO DA CONCENTRACcedilAtildeO PLASMAacuteTICA DE MALONDIALDEIacuteDO 50
49 DETERMINACcedilAtildeO DA CAPACIDADE DE ABSORCcedilAtildeO DE RADICAIS DE OXIGEcircNIO 51
410 PREPARACcedilAtildeO DAS AMOSTRAS PARA ANAacuteLISE DOS POLIMORFISMOS 52
4101 Determinaccedilatildeo do Polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) 52
4102 Determinaccedilatildeo do Polimorfismo GSTM1 53
411 ANAacuteLISES ESTATIacuteSTICAS 53
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 54
51 CARACTERIZACcedilAtildeO DA POPULACcedilAtildeO 54
52 AVALIACcedilAtildeO ANTROPOMEacuteTRICA 55
53 CONSUMO ALIMENTAR 57
17
54 MARCADORES BIOQUIacuteMICOS DO ESTADO NUTRICIONAL RELATIVO AO SELEcircNIO 60
55 SEEcircNIO E ATIVIDADE DA ENZIMA GPx 1 65
56 SELEcircNIO E CONCENTRACcedilOtildeES DE MERCUacuteRIO 67
57 SELEcircNIO E AVALIACcedilAtildeO DO ESTRESSE OXIDATIVO MDA E ORAC 71
58 POLIMORFISMO PRO198LEU 73
59 POLIMORFISMO GSTM1 76
6 CONCLUSAtildeO 80
7 CRONOGRAMA 81
REFEREcircNCIAS 82
APEcircNDICES 100
ANEXOS 118
18
1 INTRODUCcedilAtildeO
O selecircnio (Se) eacute um mineral traccedilo essencial para a biologia humana e esta
essencialidade foi reconhecida em 1979 apesar deste elemento ter sido descoberto em 1817
Dentre as funccedilotildees atribuiacutedas a este mineral destacam-se a funccedilatildeo antioxidante e proteccedilatildeo
contra accedilatildeo nociva de metais toacutexicos aleacutem de atuar em niacutevel de sistema imunoloacutegico
(NAVARRO-ALARCON e LOacutePEZ-MARTINEZ 2000 REILLY 1996) A funccedilatildeo
antioxidante estaacute relacionada agraves selenoproteiacutenas como a P e agraves glutationas peroxidases (GPx)
que satildeo dependentes de Se (HSIEH et al 2006) As GPx satildeo selenoproteiacutenas encontradas em
todos os tecidos de mamiacuteferos em que haacute processos oxidativos cuja accedilatildeo eacute reduzir a produccedilatildeo
de Espeacutecies Reativas de Oxigecircnio (ERO) contribuindo para a proteccedilatildeo das macromoleacuteculas e
membranas do organismo contra a oxidaccedilatildeo (GONZAGA et al 2005)
O homem obteacutem Se por meio da alimentaccedilatildeo (REILLY 1996 FAacuteVARO et al 2000
GONZAGA 2002 THOMSON 2006) e a quantidade do mineral presente nos alimentos
reflete a concentraccedilatildeo do solo sendo essa distribuiccedilatildeo heterogecircnea ou seja um alimento da
mesma espeacutecie proveniente de aacutereas distintas pode apresentar concentraccedilotildees de Se diferentes
(AMOUROUX et al 2001 MARTENS e COZZOLINO 2012) No Brasil Cozzolino et al
(2007) evidenciaram que feijotildees produzidos no estado de Satildeo Paulo tinham menores
concentraccedilotildees de Se (0016 μg de Seg) quando comparados aos feijotildees do Cearaacute (12 μg de
Seg)
Dessa forma pode-se supor que as regiotildees norte e nordeste apresentam maiores
concentraccedilotildees de Se no solo enquanto as regiotildees centro-oeste e sudeste tendem a apresentar
concentraccedilotildees menores indicando maior risco de desenvolvimento da deficiecircncia do mineral
nas duas uacuteltimas regiotildees (COZZOLINO et al 2007 MARTENS e COZZOLINO 2012) A
regiatildeo norte aleacutem de ser considerada uma das aacutereas com solos mais ricos em Se tambeacutem
apresenta de forma abundante o alimento considerado a melhor fonte do mineral a castanha-
do-brasil (Bertholletia excelsa) (ROCHA et al 2014)
Um estudo realizado por Gonzaga (2002) avaliou o estado nutricional relativo ao Se
em 41 crianccedilas de Macapaacute (AP) e de Beleacutem (PA) de acordo com os resultados as crianccedilas
avaliadas natildeo apresentaram deficiecircncia em Se
Rocha et al (2014) tambeacutem avaliaram crianccedilas da regiatildeo norte em duas localidades
ribeirinhas da cidade de Porto Velho (RO) obtendo um total de 42 participantes As crianccedilas
ribeirinhas de Demarcaccedilatildeo apresentaram concentraccedilotildees plasmaacuteticas de Se abaixo da
19
referecircncia para a faixa etaacuteria enquanto as crianccedilas da segunda localidade Gleba do Rio Preto
apresentaram concentraccedilotildees elevadas constituindo risco de toxicidade
Bortoli (2010) avaliou 55 mulheres de uma comunidade ribeirinha de Manaus (AM)
denominada de Novo Airatildeo e observou que a meacutedia de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio estava
dos valores da normalidade
Com base nesses estudos observa-se que natildeo eacute possiacutevel estabelecer um diagnoacutestico
preciso sobre o status de Se na regiatildeo norte sendo necessaacuterios mais estudos principalmente
com a populaccedilatildeo das cidades
Em contrapartida agrave suposiccedilatildeo que a regiatildeo norte ou amazocircnica pode ter solos ricos em
Se a mesma tambeacutem eacute considerada uma aacuterea de risco de exposiccedilatildeo ao mercuacuterio (Hg) um
metal toacutexico que natildeo exerce funccedilatildeo bioloacutegica Segundo Fadini e Jardim (2001) esta
contaminaccedilatildeo eacute devida aos processos naturais e antroacutepicos
Alguns autores sugerem que a populaccedilatildeo da Amazocircnia apresenta a mais alta exposiccedilatildeo
ao Hg relatada no mundo e isso pode exigir um aumento da quantidade de Se no organismo
na tentativa de compensar tanto o estresse oxidativo quanto os efeitos toacutexicos provocados pelo
metal bem como para manter a atividade ideais de enzimas antioxidantes (FORDYCE 2005
RAYMAN 2008 LEMIRE et al 2010 PASSOS MERGLER 2008)
Diante desse cenaacuterio este projeto avaliou o estado nutricional relativo ao Se
concentraccedilotildees de Hg estresse oxidativo e a presenccedila dos polimorfismos geneacuteticos Pro198Leu
no gene da GPx e GSTM1 no gene da glutationa S-transferase (GST) de mulheres residentes
na cidade de Porto Velho (RO) Vale mencionar que estudos sobre o Se satildeo inexistentes nesta
populaccedilatildeo e a maioria das pesquisas realizadas com o Hg na Amazocircnia avaliou apenas
populaccedilotildees ribeirinhas
20
2 REVISAtildeO DA LITERATURA
21 SELEcircNIO
O Se foi descoberto pelo quiacutemico sueco Jons Jakob Berzelius no ano de 1817 em seus
experimentos sobre a oxidaccedilatildeo do aacutecido sulfuacuterico pesquisando agentes toacutexicos (FOX
FAIRWEATHER 1999) Em 1957 Schwartz e Foltz descobriram a sua importacircncia para a
sauacutede animal quando verificaram que pequenas quantidades de Se apresentavam accedilatildeo
protetora em ratos com necrose hepaacutetica e deficiecircncia em vitamina E (NAVARRO-
ALARCON LOacutePEZ-MARTINEZ 2000) Em 1973 Rotruck isolou a enzima GPx e verificou
a presenccedila de Se em seu siacutetio ativo (BAYOUMY-EL 2001) A essencialidade do Se para os
humanos foi reconhecida em 1979 quando cientistas chineses descobriram uma doenccedila por
deficiecircncia de Se em uma regiatildeo da China chamada Keshan a qual deu origem ao nome desta
doenccedila e quando a suplementaccedilatildeo com Se atuou em caso de distrofia muscular (ESTADOS
UNIDOS - IOMFNB 2001)
No processo de evoluccedilatildeo da terra o Se foi incorporado ao solo oriundo dos magmas e
gases vulcacircnicos e apoacutes o degelo da era glacial esse semi-metal foi espalhado por algumas
aacutereas do globo terrestre de forma heterogecircnea (KOHRLE 1999) Dessa forma as
caracteriacutesticas geoloacutegicas de cada regiatildeo influenciaram as concentraccedilotildees de Se nos solos
existindo locais onde esta concentraccedilatildeo eacute tatildeo elevada que pode causar intoxicaccedilatildeo em animais
que consomem as pastagens cultivadas (REILLY 1996) e em outras eacute tatildeo baixa que pode
causar deficiecircncia (SILVA et al 1993)
Solos com concentraccedilatildeo de Se ao redor de 005 microgg tendem a proporcionar dietas
com concentraccedilotildees menores que 01 microgg causando deficiecircncia do mineral enquanto solos
com mais de 5 microgg do mineral contribuem para a intoxicaccedilatildeo (OLDFIELD 1999) Por isso a
quantidade de Se existente nos alimentos na aacutegua e no ar reflete o teor deste mineral no solo
sendo dependente de fatores geoquiacutemicos como o pH sendo que solos com pH menor que
55 (aacutecido) apresentam baixa biodisponibilidade de Se e solos com pH maior que 75
(alcalino) apresentam Se mais biodisponiacutevel A natureza da rocha originaacuteria tambeacutem interfere
nas quantidades de Se no ambiente sendo aquelas ricas em granito e basalto pobres em Se e
as vulcacircnicas incandescentes calcaacuterias de carvatildeo e de pirita mais ricas no mineral
(BAOYAN ZHANG 2002 REILLY 1996 FOX FAIRWEATHER-TAIT 1999 GONZAGA
MARTENS COZZOLINO 2007 2012) Isso explica porque a quantidade de Se no mesmo tipo
de alimento proveniente de aacutereas diferentes pode ser muito heterogecircnea (AMAROUX et al
21
2001) Estima-se que cerca de 50 a 77 do Se presente na superfiacutecie da terra seja oriundo
dos oceanos que se depositou por via uacutemida ou seca por meio dos gases dimetilselenido e
dimetilselenilsulfido produzidos de forma sazonal por fitoplacircnctons em especial pelas
bacteacuterias Coccolithophorid e por isso as aacutereas mais proacuteximas de oceanos possuem solos com
maior concentraccedilatildeo de Se (AMAROUX et al 2001)
No Brasil Martens e Cozzolino (2002) avaliaram alguns cultivares de feijotildees de cada
regiatildeo do paiacutes e verificaram que a concentraccedilatildeo de Se foi maior nos alimentos cultivados nas
regiotildees Norte e Nordeste sugerindo que os solos destes locais apresentam maiores
concentraccedilatildeo do mineral Os pesquisadores constataram tambeacutem que os solos com elevadas
concentraccedilotildees de Se produziram alimentos mais ricos neste nutriente e consequentemente
um consumo alimentar adequado Por outro lado em estados como Satildeo Paulo e Mato Grosso
foram encontradas menores concentraccedilotildees de Se nos solos e os indiviacuteduos residentes nestes
estados apresentaram maiores inadequaccedilotildees da ingestatildeo alimentar de Se (COZZOLINO
2007)
Na natureza o Se se encontra em 4 quatro estados de oxidaccedilatildeo nos solos aacutecidos como
Se elementar (0) selenido (+2) e selenito (+4) que satildeo menos soluacuteveis e assimilaacuteveis
enquanto em terras alcalinas tecircm mais selenato (+6) mais soluacutevel e assimilaacutevel pelas plantas
e animais (ORTUNtildeO et al 1997 GONZAGA MARTENS COZZOLINO 2012) Nos
alimentos o Se pode ser encontrado sob as formas orgacircnica e inorgacircnica na forma orgacircnica
como selenometionina (alimentos de origem vegetal e animal e em alguns suplementos
alimentares) como selenocisteiacutena principalmente em fontes de origem animal e como
selenometilselenocisteiacutena principal forma encontrada em vegetais (NAVARRO-ALARCON
2008) Na forma inorgacircnica como selenito (SeO32-
) e selenato (SeO42) em suplementos pois
essas formas aparecem em poucas quantidades nos alimentos (RAYMAN 2000)
211 Fontes Biodisponibilidade e Recomendaccedilatildeo
A castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa famiacutelia Lecythidaceae) eacute considerada o
alimento mais rico em Se com concentraccedilotildees que variam de 8 a 126 microgg (GONZAGA
2002 REILLY 1996 THOMSON 2006 GONZAGA MARTENS COZZOLINO 2012)
Diversos estudos com essa amecircndoa foram conduzidos com a finalidade de determinar o seu
teor de Se Souza e Menezes (2004) avaliaram 70kg de castanha-do-Brasil com casca da
safra de 2001 obtidas de lote a granel na Centrais de Abastecimento de Campinas SA
(CEASA) em Satildeo Paulo e observaram concentraccedilatildeo de 204 microgg (correspondente a 204
22
microg100g) de Se Chang et al (1995) analisaram dois lotes de castanha-do-brasil um
proveniente da regiatildeo do AcreRondocircnia e outro da regiatildeo de ManausBeleacutem e as
concentraccedilotildees de Se variaram de 306 a 401 microgg e 360 a 500 microgg respectivamente
Trabalhos realizados pelos pesquisadores do Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo-Minerais da
Universidade de Satildeo Paulo tambeacutem avaliaram as concentraccedilotildees de Se em castanha-do-brasil
oriundas da regiatildeo norte (Quadro 1)
Quadro 1 Concentraccedilatildeo de Se (microgg) em castanha-do-brasil da regiatildeo norte do Brasil
Concentraccedilatildeo de Se (microgg)
COUTINHO (2001) GONZAGA (2002) BEHR (2004) MARTENS e COZZOLINO (2002) ROCHA (2014) STOCLER PINTO (2009) COMINETTI (2010) PIRES (2012)
19 40 17 43
583 58 58 115
Dados natildeo publicados - Meacutedia referente agrave determinaccedilatildeo de Se em dezoito lotes de castanha-do-brasil (safra 2011)
As frutas e as verduras em geral satildeo pobres em Se com exceccedilatildeo dos vegetais que satildeo
considerados acumuladores tais como o alho a mostarda indiana o broacutecolis a couve-de-
bruxelas a couve-flor o repolho a cebola e alguns cogumelos os quais podem fornecer boas
quantidades do mineral Nas regiotildees cujos solos tecircm quantidades significativas de Se o trigo
eacute uma boa fonte do mineral assim como os patildees e cereais (NAVARRO-ALARCON e
LOacutePEZ-MARTINEZ 2008)
A quantidade de proteiacutena presente no alimento deve ser considerada pois os alimentos
proteicos incorporam o Se de forma mais eficiente principalmente aqueles que possuem
maior concentraccedilatildeo de aminoaacutecidos que contenham enxofre como metionina e cisteiacutena
(BURK 1998) Alimentos como carne bovina frango peixe e ovos tambeacutem apresentam
quantidades significativas de Se assim como leite e seus derivados de acordo com a espeacutecie
animal e quantidade de gordura pois tanto o leite de vaca quanto os outros tipos que
apresentam maior quantidade de gordura possuem menores concentraccedilotildees do mineral
(NAVARRO-ALARCON 2008)
As melhores fontes de Se natildeo satildeo necessariamente as de maior biodisponibilidade Os
vegetais por exemplo em geral satildeo pobres no mineral entretanto apresentam uma
biodisponibilidade elevada variando de 85 a 100 Nos pescados que tambeacutem satildeo
23
considerados oacutetimas fontes de Se a biodisponibilidade varia de 20 a 50 Alguns
pesquisadores relacionam esta baixa biodisponibilidade agrave interaccedilatildeo do Se com o metal Hg que
pode estar presente nesses alimentos (ORTUNtildeO 1997 MARTENS et al 2012)
Com a descoberta da doenccedila de Keshan uma cardiomiopatia ocasionada pela
deficiecircncia de Se foi possiacutevel estabelecer recomendaccedilatildeo desse nutriente pois a doenccedila natildeo se
manifestava quando a quantidade consumida era igual ou maior que 191 microgdia em indiviacuteduo
adulto com 60 kg Acreditava-se que essa concentraccedilatildeo seria o menor valor de associaccedilatildeo
com o natildeo aparecimento dos sinais cliacutenicos da deficiecircncia do mineral (SHILS et al1994)
Entretanto atualmente sabe-se que a deficiecircncia de Se ocorre quando a ingestatildeo diaacuteria por
longos periacuteodos eacute menor ou igual a 11 microgdia Outro dado utilizado para determinar a
recomendaccedilatildeo de Se foi realizado atraveacutes da relaccedilatildeo entre a atividade da GPx no plasma e a
ingestatildeo do Se em indiviacuteduos adultos chineses residentes em uma aacuterea com solos
considerados pobres no mineral Os voluntaacuterios foram distribuiacutedos em cinco grupos e
receberam doses graduais de 0 10 30 60 e 90 microgdia de Se por via oral na forma de DL-
selenometionina Apoacutes cinco a oito meses a atividade da GPx respondeu de forma similar
para os trecircs concentraccedilotildees mais altos e esses resultados mostraram que uma ingestatildeo em torno
de 41 microgdia o equivalente a 30 microg da suplementaccedilatildeo mais 11 microg da dieta normal em um
homem de 60 kg eram suficientes para saturar a atividade da GPx (IOM 2001)
Com bases nesses dados foi possiacutevel estabelecer uma recomendaccedilatildeo de Se de acordo
com o Institute of Medicine (2001) A Ingestatildeo Dieteacutetica Recomendada (RDA) de Se para
indiviacuteduos adultos a partir dos 19 anos de idade foi estabelecida em 55 microgdia natildeo devendo
ultrapassar o niacutevel maacuteximo de Ingestatildeo Toleraacutevel (UL) estabelecido de 400 microgdia O Quadro
2 apresenta as Ingestotildees Dieteacuteticas de Referecircncia (DRI) de Se propostas pelo IOM (2006)
para populaccedilatildeo adulta
Quadro 2 Ingestatildeo Dieteacutetica de Referecircncia (DRIs) relativas ao Se em microgdia a partir de 1 ano
de idade de acordo com o Institute of Medicine (IOM 2006)
Idade (anos) EAR
Se microgdia
RDA
Se microgdia
UL
Se microgdia
˃ 14 45 55 400
EAR ndash Necessidade Meacutedia Estimada valor de ingestatildeo diaacuteria de um nutriente suficiente para suprir a
necessidade de metade dos indiviacuteduos saudaacuteveis de um determinado grupo do mesmo gecircnero e estaacutegio de vida
RDA ndash Ingestatildeo Dieteacutetica Recomendada eacute o niacutevel de ingestatildeo dieteacutetica diaacuteria suficiente para atender agraves
necessidades de um determinado nutriente de praticamente todos (97 a 98) os indiviacuteduos saudaacuteveis de um
determinado grupo do mesmo gecircnero e estaacutegio de vida
24
UL ndash Niacutevel Maacuteximo de Ingestatildeo Toleraacutevel eacute o valor mais alto da ingestatildeo diaacuteria continuada de um nutriente que
aparentemente natildeo oferece nenhum efeito adverso agrave sauacutede para todos os indiviacuteduos de um mesmo estaacutegio de
vida ou gecircnero
212 Aspectos Fisioloacutegicos Absorccedilatildeo Biodisponibilidade Armazenamento e Excreccedilatildeo
A absorccedilatildeo do Se acontece no duodeno ceco e coacutelon onde a selenometionina eacute
absorvida por um mecanismo de transporte ativo o selenito por difusatildeo simples o selenato
em conjunto com o sulfato por meio de carreadores mediados por soacutedio e a selenocisteiacutena por
transporte ativo comum aos aminoaacutecidos baacutesicos (histidina lisina e arginina) A
selenometilselenocisteiacutena natildeo eacute incorporada como selenometionina sendo convertida
rapidamente em metilselenol (FAIRWEATHERTAIT et al 2011)
Nos enteroacutecitos o Se eacute reduzido a selenito (H2Se) e em seguida transportado no
sangue ligado a proteiacutenas principalmente a fraccedilotildees de β-lipo proteiacutena de muito baixa
densidade e em menor quantidade em outros tipos de proteiacutenas como a albumina
especialmente quando a selenometionina eacute a principal forma presente nos alimentos
(REILLY 1996 PAPP et al 2007)
A biodisponibilidade do Se pode ser prejudicada por alguns fatores quantidade
ingerida a partir da dieta origem do Se consumido interaccedilatildeo com metais toacutexicos eficiecircncia
da digestatildeo formaccedilatildeo de compostos absorviacuteveis tempo do tracircnsito intestinal estado
nutricional do organismo em relaccedilatildeo ao Se doenccedilas do trato gastrintestinal conversatildeo para
formas biologicamente ativas apoacutes absorccedilatildeo e incorporaccedilatildeo agrave enzima GPx (IOM 2001) Na
determinaccedilatildeo da biodisponibilidade do Se alimentar a etapa limitante eacute a incorporaccedilatildeo da
forma biologicamente ativa selenocisteiacutena agrave GPx ou agraves 5 deiodinases nos tecidos
(HOLBEN SMITH 1999)
A excreccedilatildeo do Se ocorre principalmente pela via urinaacuteria (REILLY 1996 PAPP et
al 2007) e os compostos de Se tanto aqueles que entram no pool de selenito como os
convertidos a metilselenol satildeo metilados por tioacuteis-metiltransferases e geram diferentes formas
metaboacutelicas metiladas do mineral que seratildeo excretadas contribuindo para a homeostase Na
urina predominam as formas monometiladas nos casos de baixas ingestotildees e o
trimetilselenocircnio quando o Se eacute consumido em altas quantidades Quando os iacuteons de
trimetilselenocircnio atingem seu platocirc metaboacutelico ocorre a excreccedilatildeo pulmonar de
dimetilselenocircnio volaacutetil responsaacutevel pelo odor caracteriacutestico de alho na respiraccedilatildeo
(LETAVAYOVAacute et al 2006 PAPP et al 2007)
25
A Figura 1 ilustra o metabolismo do Se em mamiacuteferos onde os metaboacutelitos de Se
provenientes da alimentaccedilatildeo entram na ceacutelula e se juntam ao pool existente gerando selenito
que seraacute utilizado como fonte de Se para a siacutentese da selenocisteiacutena precursora das
selenoproteiacutenas (PAPP et al 2007)
Figura 1 Aspectos fisioloacutegicos do Se em mamiacuteferos
Adaptado de PAPP et al (2007)
(GSH = glutationa TrxRTrx = tioredoxina redutasetioredoxina)
213 Funccedilotildees e Accedilotildees
A propriedade antioxidante do Se estaacute relacionada agraves GPx que satildeo dependentes deste
mineral As GPx agem na proteccedilatildeo celular contra os danos provocados por radicais livres
juntamente com um sistema antioxidante complexo que envolve outras substacircncias
(HOLBEN SMITH 1999)
O Se eacute incorporado na forma de selenocisteiacutena no siacutetio ativo de um grande nuacutemero de
proteiacutenas Acredita-se que cerca de 100 selenoproteiacutenas possam existir no organismo de
mamiacuteferos Atualmente satildeo conhecidas 22 selenoproteiacutenas organizadas em grupos diferentes
Se Alimentar
Selenometionina
Selenito
Selenato
Selenocisteiacutena
(Sec)
Outras formas
ENTEROacuteCITO
Pool Intracelular de Selecircnio
Selenometionina
Selenito Selenato
GSS e SG (selenodiglutationa)
CH3SeH (metilselenol) etc
Incorporaccedilatildeo natildeo especiacutefica de
proteiacutenas ligadoras de selecircnio
Selenoproteiacutenas
Liases
GSH
TrxRTrx
H2Se
(selenido)
Sec
26
em funccedilatildeo da localizaccedilatildeo e das propriedades funcionais da selenocisteiacutena sendo que metade
destas apresenta caracteriacutesticas antioxidantes O grupo das GPx eacute o mais abundante Estas
selenoproteiacutenas satildeo encontradas em todos os tecidos de mamiacuteferos em que haacute processos
oxidativos e podem reduzir a produccedilatildeo de espeacutecies reativas de oxigecircnio contribuindo para a
proteccedilatildeo das macromoleacuteculas e membranas do organismo contra a oxidaccedilatildeo (BROWN et al
2001 TAPIERO et al 2003 GONZAGA et al 2005)
A GPx 1 tambeacutem conhecida como GPx citosoacutelica foi a primeira enzima dependente
de Se a ser identificada em 1953 em eritroacutecitos onde protege a hemoglobina de danos
oxidativos Essa GPx eacute encontrada no citosol das ceacutelulas sendo expressa em todos os tecidos
(BROWN 2001 LEI 2007) e tem como funccedilatildeo reduzir o peroacutexido de hidrogecircnio e
hidroperoacutexidos orgacircnicos livres transformando-os em aacutegua e aacutelcool respectivamente
(GONZAGA et al 2005)
A segunda isoforma GPx 2 ou gastrintestinal eacute encontrada no trato gastrintestinal e
no fiacutegado e age protegendo o organismo contra os hidroperoacutexidos na passagem pelo trato
gastrintestinal (GONZAGA et al 2005) A GPx 3 ou plasmaacutetica eacute sintetizada primeiramente
nas ceacutelulas tubulares renais e sua funccedilatildeo eacute servir de barreira antioxidante para o sangue
filtrado e proteger as ceacutelulas endoteliais do dano oxidativo (DUMONT 2006) A quarta
isoforma GPx 4 ou fosfolipiacutedio hidroperoacutexido tem como funccedilatildeo proteger as membranas das
ceacutelulas contra a accedilatildeo dos hidroperoacutexidos de aacutecidos graxos e tambeacutem reduzir a formaccedilatildeo de
hidroperoacutexidos de colesterol e de eacutester de colesterol nas membranas e nas lipoproteiacutenas de
baixa densidade (LDL) (SAVASKAN et al 2007)
Aleacutem dessas quatro isoformas foram descobertas tambeacutem a GPx 6 no epiteacutelio do
olfato e tecidos embrionaacuterios e outras variantes na qual o resiacuteduo de selenocisteiacutena eacute
substituiacutedo por cisteiacutena incluindo a GPx 5 com expressatildeo restrita no epidiacutedimo e a GPx 7
(PAPP et al 2007) Entretanto ainda natildeo se sabe exatamente qual a accedilatildeo dessas GPx
(HERBETTE et al 2007)
O Se pode interagir com um grande nuacutemero de metais toacutexicos como arsecircnio (As)
caacutedmio (Cd) Hg cobre (Cu) prata (Ag) chumbo (Pb) e platina (Pt) podendo alterar a
toxicidade e prevenir possiacuteveis manifestaccedilotildees toxicoloacutegicas em razatildeo da exposiccedilatildeo aos
mesmos (ORTUNtildeO et al 1997) Uma das hipoacuteteses para explicar essa interaccedilatildeo seria uma
reaccedilatildeo direta desses metais com o Se na forma inorgacircnica formando substacircncias
biologicamente inativas no interior do trato gastrintestinal Este mecanismo de interaccedilatildeo foi
encontrado em estudos com o Cd Pt Pb Ag e Hg Uma segunda hipoacutetese seria a reaccedilatildeo do
Se com grupos tioacuteis de algumas moleacuteculas para formar selenosulfidos (RSSeSR) que
27
possuem forte afinidade por metais (ORTUNtildeO et al 1997 ALARCOacuteN e MARTINEZ
2000)
A interaccedilatildeo entre o Hg e o Se tem sido estudada haacute mais de trecircs deacutecadas e envolve
uma variedade de processos bioquiacutemicos e toxicoacutelogicos ainda desconhecidos (CHEN et al
2006) Estudos conduzidos em animais foram realizados para tentar esclarecer os mecanismos
dessa interaccedilatildeo mesmo assim estes natildeo foram completamente elucidados (GREGUS et al
2001) Pesquisas in vitro sugerem que o efeito protetor do Se em relaccedilatildeo aos efeitos toacutexicos do Hg
seja em razatildeo da formaccedilatildeo de um complexo inerte Hg-Se (11) ligado agrave selenoproteiacutena P (Sepp1) no
sangue (DRASCH et al 2000)
A Figura 2 ilustra um possiacutevel mecanismo de destoxificaccedilatildeo muacutetua de Se e Hg elaborado
por Gailer et al (2000) onde o Se na forma de selenito ao ser incorporado nos eritroacutecitos eacute
reduzido atraveacutes da glutationa e no plasma liga-se agrave albumina proteiacutena responsaacutevel pelo transporte
sanguiacuteneo de Hg Sendo assim o Se natildeo reagiria de forma direta com o Hg livre mas com o Hg
ligado agrave albumina formando o complexo Hg-Se que por sua vez liga-se agrave selenoproteiacutena P e
tambeacutem aos resiacuteduos de histidina e cisteiacutena presentes na proteiacutena
Vale mencionar que a selenoproteiacutena P eacute uma glicoproteiacutena que transporta a maior parte de
Se no plasma dessa forma nos casos em que haacute deficiecircncia em Se a siacutentese de selenoproteiacutena P
pode estar prejudicada assim como a sua concentraccedilatildeo no plasma A existecircncia da selenoproteiacutena P
foi relatada haacute aproximadamente 30 anos poreacutem o progresso na tentativa de esclarecer as suas
funccedilotildees tecircm se destacado nos uacuteltimos anos (BURK HILL 2009)
Figura 2 Esquema de um possiacutevel mecanismo de destoxificaccedilatildeo muacutetua de Se e Hg
Adaptado de Gailer et al (2000)
SeO32-
e Se2-
= selenito Hg2+
= mercuacuterio livre HgSe = complexo Hg Se
HgSe
SeO32-
SeO32- Se2-GSH
Eritroacutecito
Se2-
Hg2+ (albumina)HgSe
Selenoproteiacutena P
HgSeHgSe
HgSe
28
Concentraccedilotildees adequadas de Se tambeacutem estatildeo relacionadas ao funcionamento
adequado do sistema imunoloacutegico Propriedades como quimiotaxia migraccedilatildeo e atividade
fungicida satildeo indicadores claramente dependentes da concentraccedilatildeo de Se nas ceacutelulas
fagocitaacuterias Efeitos reguladores do sistema imunoloacutegico satildeo explicados pela manutenccedilatildeo da
integridade das membranas das ceacutelulas imunocompetentes em condiccedilotildees adequadas de Se
Por isso satildeo atribuiacutedas ao Se funccedilotildees nas ceacutelulas do sistema imunoloacutegico como manutenccedilatildeo
da integridade das ceacutelulas imunocompetentes reduccedilatildeo dos peroacutexidos orgacircnicos e inorgacircnicos
formados por reaccedilotildees originadas dos radicais livres na ceacutelula regulaccedilatildeo do metabolismo dos
hidroperoacutexidos que levam agrave siacutentese de leucotrienos tromboxanos prostaglandinas e
lipoacutexidos e modulaccedilatildeo dos produtos oxidativos na respiraccedilatildeo das ceacutelulas fagocitaacuterias
(ORTUNtildeO et al 1997)
O Se tambeacutem participa na conversatildeo de tiroxina (T4) em tritiodotironina (T3) por
meio das deiodinases tipo I II e III A deficiecircncia em Se no organismo causa um decreacutescimo
de 15 a 20 na conversatildeo de T4 em T3 A enzima 5rsquo-deiodinase tipo 1 (IDI) eacute uma
selenoproteiacutena encontrada principalmente no fiacutegado e rins responsaacutevel pela conversatildeo da
forma inativa do proacute-hormocircnio T4 que eacute secretado pela tireoide agrave forma metabolicamente ativa
triiodotironina (T3) Nos casos de deficiecircncia em Se o T4 estaacute aumentado no plasma enquanto o T3
estaacute diminuiacutedo (KOumlHRLE 2000)
Outras accedilotildees protetoras do Se tecircm sido descritas no contexto das Doenccedilas Crocircnicas
Natildeo Transmissiacuteveis (DCNT) Alguns mecanismos foram propostos para esclarecer a inibiccedilatildeo
do aparecimento do cacircncer pela accedilatildeo do Se como reduccedilatildeo da hipermetilaccedilatildeo do DNA
causada pelo aumento da atividade da DNA metiltransferase regulaccedilatildeo da hipometilaccedilatildeo do
DNA que paradoxalmente ocorre durante a progressatildeo do tumor e proteccedilatildeo antioxidante que
promove equiliacutebrio entre a formaccedilatildeo de radicais livres e o funcionamento celular normal (DAVIS e
UTHUS 2002) Quando esse equiliacutebrio eacute interrompido pelo acuacutemulo de radicais livres a ceacutelula
entra em estresse oxidativo e consequentemente em instabilidade geneacutetica alterando certos
fatores de transcriccedilatildeo ou oxidando o DNA na sua base 8-hidroxidodesoxiguanosina (8-OHdG)
(BAYOUMY-EL 2001)
Estudos epidemioloacutegicos mostram correlaccedilatildeo positiva entre maior ingestatildeo de Se e
menor incidecircncia de cacircncer de tireoide pele mama ovaacuterio proacutestata e trato gastrintestinal
especialmente o coloretal (ORTUNtildeO et al 1997 NAVARRO-ALARCON e LOacutePEZ-
MARTINEZ 2000 DAVIS e UTHUS 2002) O Se tambeacutem pode diminuir o risco de
outras doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis como aterosclerose trombose arteri al e
diabetes melito (NAVARRO-ALARCON e LOacutePEZ-MARTINEZ 2000)
29
214 Deficiecircncia e Toxicidade
A deficiecircncia em Se ocorre quando a ingestatildeo diaacuteria eacute menor ou igual a 11 microgdia
enquanto ingestotildees acima de 400 microgdia podem levar agrave toxicidade (IOMFNB 2001 ZHANG
et al 2002) Os grupos mais vulneraacuteveis agrave deficiecircncia satildeo fumantes idosos gestantes
lactentes crianccedilas de 2 a 10 anos adolescentes do gecircnero feminino indiviacuteduos submetidos agrave
nutriccedilatildeo parenteral total sem suplementaccedilatildeo com Se por um periacuteodo superior a 20 ou 30 dias
enfermos de doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis indiviacuteduos sujeitos a elevado estresse e
doenccedilas debilitantes (AIDS hepatite C hanseniacutease) populaccedilotildees que habitam aacutereas com solos
pobres em Se aleacutem de populaccedilotildees que habitam aacutereas antropogecircnicas ou naturalmente
contaminadas por Hg (ORTUNtildeO et al 1997 BURKE e OPESKIN 2002 MARTENS et al
2012)
A doenccedila de Kesha definida como uma cardiomiopatia que afeta crianccedilas e mulheres
jovens estaacute diretamente relacionada agrave baixa ingestatildeo alimentar de Se a forma aguda eacute
caracterizada por insuficiecircncia suacutebita da funccedilatildeo cardiacuteaca e a fase crocircnica degeneraccedilatildeo dos
muacutesculos (especialmente necrose multifocal e fibrose no miocaacuterdio) cardiomegalia isquemia
do miocaacuterdio eletrocardiograma anormal e edema pulmonar Outra consequecircncia associada agrave
deficiecircncia eacute a doenccedila de Kashin-Beck osteoartrite endecircmica que ocorre durante a preacute-adolescecircncia
ou adolescecircncia podendo resultar em nanismo e deformaccedilatildeo das articulaccedilotildees (HOLBEN e SMITH
1999) Ressalta-se que no Brasil natildeo haacute relatos dessas deficiecircncias graves
Jaacute os sintomas da intoxicaccedilatildeo por Se satildeo distuacuterbios gastrintestinais graves paladar
metaacutelico odor de alho exalado pelas vias respiratoacuterias distuacuterbios neuroloacutegicos siacutendrome do
estresse respiratoacuterio infarto do miocaacuterdio e falecircncia renal (HOLBEN e SMITH 1999) A
toxicidade crocircnica tanto pelas formas orgacircnicas quanto inorgacircnicas apresenta caracteriacutesticas
cliacutenicas semelhantes poreacutem as concentraccedilotildees teciduais do mineral satildeo diferentes (IOM
2000)
De acordo com Yang et al (1983) os tecidos e oacutergatildeos mais afetados pela toxicidade de
Se satildeo as unhas cabelos pele e sistema nervoso As unhas tornam-se quebradiccedilas com
pontos brancos e estrias longitudinais na superfiacutecie seguido de queda da parede da unha
iniciada nos polegares Os cabelos tornam-se sem brilho e quebram-se facilmente na raiz e
aqueles que nascem em geral satildeo despigmentados Esta caracteriacutestica pode ser observada em
outros locais como axilas braccedilos e aacuterea puacutebica As lesotildees de pele ocorrem principalmente em
quatro pontos palma das matildeos e peacutes nuca cotovelos e pernas com aparecircncia inflamada e
eruptiva agraves vezes ulcerada As anormalidades no sistema nervoso soacute ocorrem nos casos de
30
maior gravidade e os sintomas incluem paralisia perifeacuterica formigamentos hiper-reflexatildeo dos
tendotildees espasmos distuacuterbio motor e hemiplegia (YANG et al 1983)
Vaacuterios fatores podem influenciar a gravidade e o tempo de aparecimento dos sinais
cliacutenicos da intoxicaccedilatildeo por Se como idade estado de nutriccedilatildeo e sauacutede do indiviacuteduo e
recidivas de alta ingestatildeo do mineral (IOMFNB 2001) Segundo Zhang et al (2002)
indiviacuteduos que jaacute sofreram intoxicaccedilatildeo por alta ingestatildeo de Se satildeo mais susceptiacuteveis a outra
intoxicaccedilatildeo provocada por menores quantidades do mineral Ingestatildeo de 910 microgdia pode
causar alteraccedilotildees nas unhas (IOMFNB 2001) Registros sobre intoxicaccedilatildeo por Se foram
encontrados em Enshi (China) onde a prevalecircncia da doenccedila ocorreu entre os anos de 1961 e
1964 com uma taxa de mortalidade de 50 da populaccedilatildeo de 248 habitantes (REILLY 1996)
Na Venezuela em um local chamado Vila Bruzual foram registrados casos de intoxicaccedilatildeo
nas crianccedilas em fase escolar sendo esta regiatildeo considerada seleniacutefera (JAFFEacute et al 1972)
22 MERCUacuteRIO
O Hg eacute o uacutenico metal que se apresenta no estado liacutequido em temperatura ambiente e a
0degC (BISINOTI 2005) presente naturalmente na crosta terrestre aacutegua e atmosfera Dentre as
diferentes formas quiacutemicas a espeacutecie de distribuiccedilatildeo mais ampla eacute o Hg na forma de vapor
predominante na atmosfera seguido da forma inorgacircnica dominante em aacuteguas naturais e do
metilmercuacuterio que eacute de extrema importacircncia ambiental em razatildeo de sua elevada toxicidade
principalmente em mamiacuteferos (GALVAtildeO et al 2007)
As primeiras evidecircncias dos efeitos neurotoxicoloacutegicos do Hg em consequecircncia da
ingestatildeo materna de alimentos contaminados foram observadas em crianccedilas na cidade de
Minamata no Japatildeo onde o metilmercuacuterio liberado de uma induacutestria quiacutemica contaminou as
aacuteguas da baiacutea e os peixes consumidos pela populaccedilatildeo Em 1953 a doenccedila de Minamata foi
reconhecida como uma doenccedila neuroloacutegica e chamou atenccedilatildeo do mundo para o problema da
intoxicaccedilatildeo por metais toacutexicos (TAKEUCKI e ETO 1999 FARIAS et al 2006) O Hg entatildeo
passou a ser considerado um dos metais mais perigosos no que diz respeito agrave contaminaccedilatildeo
ambiental e agrave sauacutede humana (FARIAS et al 2006)
Apoacutes a intoxicaccedilatildeo por Hg em Minamata as pesquisas foram direcionadas para os
possiacuteveis efeitos da exposiccedilatildeo crocircnica assim como concentraccedilotildees baixas de metilmercuacuterio
principalmente em crianccedilas em virtude da transferecircncia materna infantil durante a gestaccedilatildeo
uma vez que esse metal ultrapassa facilmente a barreira placentaacuteria e pode causar
31
consequecircncias graves agrave sauacutede do bebecirc que eacute sensiacutevel a menores concentraccedilotildees quando
comparados aos adultos (GALVAtildeO et al 2007)
A exposiccedilatildeo e acumulo do Hg durante o desenvolvimento fetal e amamentaccedilatildeo estatildeo
diretamente relacionados com a carga materna e a transferecircncia desse metal para a placenta e
leite materno (STEUERWALD et al 2000 CEacuteZAR 2002 MARQUES 2002) O alimento
que mais contribui para a contaminaccedilatildeo por Hg eacute o peixe pois as espeacutecies aquaacuteticas absorvem
o Hg na forma de metilmercuacuterio (DOMINGUES 2000) e o grau de exposiccedilatildeo eacute influenciado
por fatores como a frequecircncia da ingestatildeo de pescados a preferecircncia (peixes carniacutevoros
apresentam maiores quantidade de Hg) tamanho e niacutevel troacutefico (PARADIS et al 1997)
O Hg ao entrar na circulaccedilatildeo sanguiacutenea se liga a proteiacutenas e se distribui pelos tecidos
concentrando-se nos rins fiacutegado medula oacutessea ceacuterebro ossos e pulmotildees (SAacute et al 2006)
Os sinais e sintomas da intoxicaccedilatildeo dependem de vaacuterios fatores como gecircnero idade
hormocircnios taxa de hemoglobina e capacidade de induccedilatildeo das metalotioneiacutenas que podem
funcionar como barreiras protetoras do ceacuterebro e cerebelo (EPA 1997) No homem o
sistema nervoso central eacute o principal oacutergatildeo acometido pelo metilmercuacuterio e os sintomas
cliacutenicos incluem parestesia (alteraccedilotildees sensoriais) ataxia (falta de coordenaccedilatildeo nos
movimentos) e disartria (dificuldade na articulaccedilatildeo das palavras) aleacutem de distuacuterbios visuais e
auditivos A ocorrecircncia dos sintomas cliacutenicos tambeacutem eacute dose dependente (IPCS 1990) Aleacutem
de tremor vertigem entorpecimento dor de cabeccedila catildeibra fraqueza depressatildeo dispneia
tosse inflamaccedilotildees gastrintestinais queda de cabelo naacuteusea e vocircmitos (CANELA 1995) O
quadro cliacutenico tiacutepico das crianccedilas geradas sob tais exposiccedilotildees inclui microcefalia (maacute
formaccedilatildeo no crescimento do ceacuterebro) hiper-reflexia (reflexos muito ativos ou responsivos em
excesso) e deficiecircncia visual auditiva mental e motora (IPCS 1990)
A excreccedilatildeo do Hg do corpo humano ocorre por via urinaacuteria ou fecal diferindo de
acordo com a forma dose e tempo apoacutes a exposiccedilatildeo Uma pequena fraccedilatildeo eacute eliminada pela
respiraccedilatildeo mas a excreccedilatildeo fecal eacute a maior e a principal via apoacutes a exposiccedilatildeo ao Hg (FORD et
al 2001)
Segundo Fadini e Jardim (2001) a presenccedila do Hg na regiatildeo Amazocircnica se deve
principalmente agrave extraccedilatildeo de ouro e aos processos naturais e antroacutepicos Aleacutem disso como os
solos da bacia Amazocircnica satildeo antigos apresentam capacidade elevada de reter o Hg e acumulaacute-lo
durante anos (MIRETZKY et al 2005) A poluiccedilatildeo do Hg na Amazocircnia eacute um problema
ambiental grave pois 70 a 170 toneladas deste metal satildeo lanccedilados anualmente no meio
ambiente pela atividade informal de mineraccedilatildeo de ouro e queimadas o que representa uma
fonte primaacuteria de emissatildeo do Hg Como resultado uma grande quantidade do metal sofre
32
metilaccedilatildeo e se acumula nos peixes da cadeia alimentar (MEECH 1997 PINHEIRO et al
2000)
Em relaccedilatildeo agrave genotoxicidade do Hg tecircm-se descrito que este metal pode ser
responsaacutevel por mutaccedilotildees em niacuteveis cromossocircmico e gecircnico sendo a compreensatildeo destes
efeitos de grande importacircncia em razatildeo de suas consequecircncias para a sauacutede humana
(AZEVEDO 2003) O Hg produz depleccedilatildeo dos principais antioxidantes celulares
principalmente os que contecircm grupos tioacutelicos e pode tambeacutem aumentar a geraccedilatildeo das espeacutecies
reativas de oxigecircnio como os radicais hidroxila (HO) os radicais superoacutexido (O2-) ou
peroacutexido de hidrogecircnio (H2O2) aumentando o estresse oxidativo e assim causar alteraccedilotildees
nas funccedilotildees das ceacutelulas (ERCAL et al 2001 PEROTTONI et al 2004)
A Figura 3 apresenta possiacuteveis mecanismos moleculares de genotoxicidade do Hg o
qual entra na ceacutelula atraveacutes da membrana plasmaacutetica ou por meio de transportadores podendo
afetar o DNA de diversas formas Uma delas eacute aumentando a produccedilatildeo de ERRO as quais
podem reagir diretamente com o DNA ou indiretamente ao induzir mudanccedilas
conformacionais nas proteiacutenas responsaacuteveis pela formaccedilatildeo e manutenccedilatildeo do mesmo Tambeacutem
pode reagir de forma direta nos microtuacutebulos evitando a organizaccedilatildeo em fuso dos
cromossomos durante a atividade mitoacutetica Esses danos ao DNA podem ser causados tanto
pelos radicais livres gerados pelo Hg como pelo proacuteprio metal (CRESPO-LOacutePEZ et al
2009)
Figura 3 Mecanismos moleculares de genotoxicidade do Hg
Fonte Adaptado de Crespo-Loacutepez et al (2009)
EROS Espeacutecies Reativas de Oxigecircnio
EROS
D
N
A
M
E
R
C
Uacute
R
I
O
Microtuacutebulos
33
De acordo com os pesquisadores Pinheiro et al (2006) e Harada et al (2001)
concentraccedilotildees de Hg dez vezes menores que os valores de referecircncia estabelecidos pela World
Health Organization (WHO) foram relacionados com a genotoxicidade no sistema nervoso
central apontando para a necessidade de uma revisatildeo dos padrotildees adotados pela WHO
(1990)
Evidencia-se que populaccedilotildees residentes em aacutereas de risco de contaminaccedilatildeo por Hg
podem estar mais susceptiacuteveis a um aumento do estresse oxidativo Entretanto a intensidade
dos danos dependeraacute de fatores como a amplitude da geraccedilatildeo de ERO nos alvos celulares da
atividade dos sistemas de defesa antioxidante e da presenccedila ou da ausecircncia de metais de
transiccedilatildeo (HALLIWELL e CHIRICO 1993) Dependeraacute ainda da ingestatildeo de nutrientes
pois o consumo inadequado de Se estaacute relacionado com uma reduccedilatildeo da atividade da GPx
prejudicando o sistema de defesa antioxidante do organismo (COMINETTI 2011)
23 ESTRESSE OXIDATIVO
O estresse oxidativo eacute caracterizado pelo desequiliacutebrio entre substacircncias antioxidantes
e oxidantes e o efeito das espeacutecies reativas eacute equilibrado pela accedilatildeo antioxidante enzimaacutetica e
natildeo enzimaacutetica do sistema bioloacutegico (VALKO et al 2006)
As espeacutecies reativas de oxigecircnio (ERO) bem como as Espeacutecies Reativas de Nitrogecircnio
(RNS) satildeo moleacuteculas que contecircm oxigecircnio ou nitrogecircnio respectivamente com um ou mais
eleacutetrons desemparelhados o que as torna instaacuteveis e reativas Essas moleacuteculas satildeo produtos do
metabolismo celular normal que exercem um papel duplo no organismo uma vez que podem
atuar de forma beneacutefica ou prejudicial Os efeitos beneacuteficos ocorrem em baixas eou
moderadas concentraccedilotildees e envolvem funccedilotildees fisioloacutegicas como atuaccedilatildeo na defesa do
organismo contra agentes infecciosos e em sistemas de sinalizaccedilatildeo celular aleacutem da induccedilatildeo
de resposta mitogecircnica (RIDNOUR et al 2005 VALKO et al 2006)
Com o objetivo de emparelhar seus eleacutetrons estas substacircncias podem adquirir eleacutetrons
de outras moleacuteculas tornando-as instaacuteveis e convertendo-se em radicais livres Como exemplo
de radicais livres destacam-se o superoacutexido (O2) a hidroxila (OH) o tiol (SH-) o
triclorometil (CCl3) e o oacutexido niacutetrico (NO) Vale ressaltar que caso essas espeacutecies natildeo sejam
removidas ou neutralizadas podem reagir com lipiacutedios proteiacutenas e aacutecidos nucleicos
causando danos nas funccedilotildees celulares (CHAUHAN e CHAUHAN 2006) Dentre os prejuiacutezos
ao metabolismo celular podem ocorrer ruptura das fitas do DNA aumento na concentraccedilatildeo
34
de caacutelcio intracelular livre danos em transportadores de iacuteons ou em outras proteiacutenas
especiacuteficas e peroxidaccedilatildeo de lipiacutedios (HALLIWELL e CHIRICO 1993)
Aleacutem disso os aacutecidos graxos poli insaturados que estatildeo presentes em grande
quantidade nas ceacutelulas satildeo mais susceptiacuteveis agrave oxidaccedilatildeo em razatildeo da presenccedila de grupos
metilecircnicos entre duplas ligaccedilotildees e por isso tornam-se alvos mais provaacuteveis quando
comparados ao DNA (LOUREIRO et al 2002) A peroxidaccedilatildeo lipiacutedica se inicia com o
ataque agrave bicamada lipiacutedica por qualquer espeacutecie reativa capaz de abstrair um aacutetomo de
hidrogecircnio de um aacutecido graxo poli insaturado e apoacutes a iniciaccedilatildeo esse processo eacute cataliacutetico o
que favorece a formaccedilatildeo de hidroperoacutexidos Com a abstraccedilatildeo do aacutetomo de hidrogecircnio do
aacutecido graxo poli insaturado (LH) eacute formado o radical lipiacutedico (Lbull) que eacute rapidamente
adicionado a uma moleacutecula de oxigecircnio levando agrave formaccedilatildeo do radical peroxil (LOObull) sendo
capaz de reagir com outro aacutecido graxo poli insaturado iniciando uma nova cadeia de oxidaccedilatildeo
a partir da formaccedilatildeo de outro radical lipiacutedico (Lbull) (LOUREIRO et al 2002) O radical peroxil
pode ser rearranjado via reaccedilotildees de ciclizaccedilatildeo de endoperoacutexidos e como produto final o
malondialdeiacutedo (MDA) que eacute considerado mutagecircnico em ceacutelulas de mamiacuteferos pois pode
reagir com as bases nitrogenadas guanina adenina e citosina formando adutos que levam a
ligaccedilotildees cruzadas de DNA-DNA ou DNA-proteiacutenas ocasionando aumento do estresse
oxidativo (VALKO et al 2006) Menciona-se tambeacutem as oxidaccedilotildees enzimaacuteticas do aacutecido
araquidocircnico que ocorrem durante a siacutentese de eicosanoacuteides bem como as reaccedilotildees
catalisadas por ciclo oxigenases ou lipoxigenases que satildeo importantes fontes de ERO ou
hidroperoacutexidos lipiacutedicos (LOUREIRO et al 2002)
Por outro lado o organismo dispotildee de mecanismos que tecircm a finalidade de proteccedilatildeo
contra os processos oxidativos Estas defesas antioxidantes satildeo de extrema importacircncia pois
satildeo responsaacuteveis pela remoccedilatildeo direta dos radicais livres promovendo maacutexima proteccedilatildeo aos
siacutetios bioloacutegicos (VALKO et al 2006)
O principal sistema antioxidante eacute o enzimaacutetico que inclui enzimas como a
superoacutexido dismutase (SOD) que converte radicais superoacutexido em peroacutexido de hidrogecircnio a
catalase e a GPx as quais reduzem peroacutexido de hidrogecircnio e hidroperoacutexidos lipiacutedicos
(COMINETTI et al 2011 HAMANASHI et al 2004) A glutationa redutase (GR) tambeacutem
eacute uma enzima que participa desse processo pois eacute responsaacutevel pela regeneraccedilatildeo da glutationa
em sua forma reduzida (GSH) que eacute utilizada como substrato da enzima GPx (PRADA et al
2004) Existem
Quanto ao sistema antioxidante natildeo enzimaacutetico inclui compostos antioxidantes de
origem alimentar que muitas vezes satildeo utilizados como cofatores pelas enzimas antioxidantes
35
(BARBOSA et al 2010) Como exemplo de compostos que atuam por meio da neutralizaccedilatildeo
das ERO produzidas tanto no meio intra quanto extracelular tem-se o tocoferol (vitamina E) o
beta-caroteno (proacute-vitamina A) o Se cofator enzimaacutetico da GPx o cobre o zinco e o aacutecido
ascoacuterbico (BERGER 2005 PRADA et al 2004 PAPP et al 2007) Aleacutem do Se como
exemplo de cofator enzimaacutetico antioxidante destacam-se o zinco e o cobre que participam da
estrutura das enzimas Zn-Cu-SOD (SOD1) e SOD extracelular (SOD3) (FORMIGARI et al
2007 COMINETTI et al 2011) Existem ainda varredores de radicais livres hidrofiacutelicos
como o ascorbato e flavonoacuteides (CASTRO e FREEMAN 2001)
Aleacutem da relaccedilatildeo entre estresse oxidativo e sistema de defesa antioxidante ressalta-se a
importacircncia de se avaliar as caracteriacutesticas geneacuteticas individuais como por exemplo a
presenccedila de polimorfismos geneacuteticos uma vez que estes podem inferir nas concentraccedilotildees de
nutrientes organismo (VIVANCO et al 2006)
24 POLIMORFISMOS GENEacuteTICOS
Por meio do projeto genoma humano foi possiacutevel revelar natildeo somente o
sequenciamento completo dos genes humanos mas tambeacutem as interaccedilotildees entre os genes e o
meio ambiente Diversas mutaccedilotildees foram descobertas apoacutes o sequenciamento e os
polimorfismos satildeo resultantes destas alteraccedilotildees sendo os diferentes modelos decorrentes do
tipo de mutaccedilatildeo que os originou (BROOKES 1999 YAMADA 2010) Os polimorfismos
podem ser de inserccedilotildees de pares de base uacutenica de deleccedilotildees ou substituiccedilotildees de um par de
bases por outro
O tipo mais comum de polimorfismo eacute denominado SNP (Single Nucleotide
Polymorfism) ou polimorfismo de nucleotiacutedeo uacutenico que eacute uma mutaccedilatildeo simples na qual
acontece a troca de um nucleotiacutedeo por outro em determinado ponto do DNA A ocorrecircncia
de SNPs eacute de aproximadamente um em cada mil bases do genoma humano estimando a
ocorrecircncia em milhotildees (BROOKES 1999)
Os polimorfismos que resultam da inserccedilatildeo ou da deleccedilatildeo de nucleotiacutedeos em
fragmentos da moleacutecula de DNA ocorrem em um deacutecimo de frequecircncia dos SNP Os tipos
mais comuns de polimorfismo de inserccedilatildeo eou deleccedilatildeo satildeo os de bases repetidas chamados
de STR (Simple Tandem Repeats) ou microssateacutelites e os de padrotildees de nucleotiacutedeos
repetidos em uma regiatildeo do DNA conhecidos como VNTR (Variable Number of Tandem
Repeats) ou minissateacutelites (SCHORK et al 2000)
36
Aqueles polimorfismos que podem causar alteraccedilotildees nas sequecircncias de aminoaacutecidos
codificados acarretando danos nas funccedilotildees como alteraccedilatildeo nos siacutetios de interaccedilatildeo na
solubilidade e na estabilidade da proteiacutena estatildeo localizados nos eacutexons regiatildeo codificadora do
gene e satildeo chamadas de non-synonymous SNP ndash nsSNP (RAMENSKY et al 2002)
Estudos que envolvem genocircmica nutricional tecircm sido relacionados a importantes
associaccedilotildees entre polimorfismos e consumo de nutrientes permitindo melhor compreensatildeo de
como a nutriccedilatildeo influencia as vias de homeostase metaboacutelica Essa descoberta possibilitou
uma perspectiva na reduccedilatildeo do risco de doenccedilas uma vez que as interaccedilotildees existentes entre os
genes e os nutrientes permitem descrever a modulaccedilatildeo dos efeitos dos componentes
alimentares em um fenoacutetipo especiacutefico associado a um polimorfismo geneacutetico
(STRATIGOPOULOS et al 2008 KAUWELL 2005)
Como exemplo de SNP que pode estar relacionado ao status de Se pode-se destacar o
Pro198Leu no gene da GPx 1 Jaacute como exemplo de um polimorfismo de deleccedilatildeo que pode
interferir nas concentraccedilotildees de Hg no organismo destaca-se o GSTM1 no gene da GST
241 Polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) no Gene da GPx 1
De acordo com Hesketh (2008) polimorfismos na regiatildeo codificadora dos genes de
selenoproteiacutenas podem alterar a incorporaccedilatildeo do Se e influenciar a capacidade antioxidante
No gene humano da GPx 1 que eacute a isoforma intracelular citosoacutelica mais abundante nos
sistemas bioloacutegicos localizado na regiatildeo cromossomica 3p213 foram descobertos vaacuterios
polimorfismos sendo mais de 30 SNP dentre eles o Pro198Leu (rs 1050450) Nesse SNP
ocorre uma substituiccedilatildeo da base nitrogenada citosina por timina (CrarrT) no exoacuten 2 do
nucleotiacutedio 594 do gene resultando na troca do aminoaacutecido prolina por leucina no coacutedon 198
(FOSBERG et al 1999) A troca do aminoaacutecido prolina por leucina pode causar
consequecircncias na atividade da enzima GPx 1 pois a prolina eacute o uacutenico aminoaacutecido sem grupo
amino livre no carbono alfa ocasionando uma torccedilatildeo na estrutura secundaacuteria dos peptiacutedeos
(FOSBERG et al 2000 JABLONSKA et al 2009 ARSOVA-SARAFINOVSKA et al
2009)
Segundo Suzen et al (2010) que avaliaram a frequecircncia dos alelos e genoacutetipos de
diversas populaccedilotildees do mundo o maior percentual geralmente eacute de indiviacuteduos com genoacutetipos
selvagens (ProPro) seguidos por heterozigotos para o polimorfismo ou seja com um alelo
variante (ProLeu) e depois por indiviacuteduos homozigotos (LeuLeu)
37
No Brasil em relaccedilatildeo agrave frequecircncia desse polimorfismo aleacutem desse estudo
pesquisadores do Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo - Minerais da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas
da Universidade de Satildeo Paulo determinaram por meio de vaacuterios estudos a frequecircncia
genotiacutepica do Pro198Leu em vaacuterias populaccedilotildees de cidades do Brasil e os resultados estatildeo
ilustrados no Quadro 3 a seguir
Quadro 3 Frequecircncia genotiacutepica em relaccedilatildeo ao polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) no
gene que codifica GPx1 encontrada em pesquisas realizadas no Brasil no Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo e Minerais da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo
(USP)
Estado Nuacutemero de
participantes
ProPro
()
ProLeu
()
LeuLeu
()
SANTOS (2013) Cearaacute 176 55 38 7
ROCHA (2015) Rondocircnia 190 56 37 7
NISHIMURA
(2010) Satildeo Paulo
175 (Caso)
203 (Controle)
50
51
43
43
7
6
DONADIO
(2011) Satildeo Paulo 124 49 48 3
COMINETTI et
al (2011) Satildeo Paulo 37 49 38 13
CARDOSO et
al (2012) Satildeo Paulo
28 (Caso)
29 (Controle)
75
72
14
14
11
14
Uma das principais descobertas dos estudos sobre o polimorfismo Pro198Leu estaacute
relacionada agrave presenccedila do alelo Leu pois algumas pesquisas verificaram que esse genoacutetipo
pode diminuir a atividade da GPx 1 e aleacutem disso estudos associaram a concentraccedilatildeo
eritrocitaacuteria de Se com a sua atividade indicando que o genoacutetipo LeuLeu pode influenciar
tambeacutem o estado nutricional dos indiviacuteduos relativo ao Se (JABLONSKA et al 2009)
Em indiviacuteduos natildeo doentes Forsberg et al (2000) e Jablonska et al (2009) natildeo
observaram associaccedilotildees entre a atividade da enzima GPx 1 e o genoacutetipo Poreacutem na pesquisa
de Jablonska et al (2009) foi obtida uma associaccedilatildeo significativamente diferente entre cada
grupo de genoacutetipo avaliado em relaccedilatildeo agrave atividade da GPx 1 e a concentraccedilatildeo de Se Dessa
forma os pesquisadores presumiram que a resposta agrave ingestatildeo ou agrave suplementaccedilatildeo de Se
assim como a atividade da enzima pode estar relacionadas aos genoacutetipo do indiviacuteduo Aleacutem
disso os autores sugeriram que carreavam indiviacuteduos que possuiacuteam ao menos um alelo Pro
teriam maior atividade da enzima quando comparados agravequeles com ambos alelos Leu
38
Ravn-Haren et al (2006) observaram em mulheres com cacircncer de mama que a
atividade da GPx 1 foi significativamente menor nas participantes com a presenccedila do genoacutetipo
Leu em comparaccedilatildeo agravequelas com genoacutetipo Pro Isso foi observado tanto nas mulheres doentes
quanto naquelas do grupo controle Aleacutem de alguns tipos de cacircncer como o de bexiga
colorretal de pulmatildeo e de mama outras doenccedilas satildeo relacionadas com o polimorfismo
Pro198Leu tais como siacutendrome metaboacutelica (KUZUYA et al 2008) e concentraccedilotildees elevados
de triacilgliceroacuteis em pacientes com diabetes melito tipo 2 (CHEN et al 2012)
242 Polimorfismo GSTM1 no Gene da GST
A GST eacute uma famiacutelia de enzimas intracelulares localizadas no citosol que modulam a
accedilatildeo de toxinas endoacutegenas e exoacutegenas sobre as ceacutelulas evitando danos ao DNA
(MANNERVIK et al 1985 MORAIS et al 2008 CASTRO e LIMA 2013) Este grupo de
enzimas tem sido amplamente estudado pois estatildeo envolvidas no metabolismo de muitos
carcinoacutegenos poluentes ambientais e drogas anticanceriacutegenas Dessa forma supotildee-se que a
inexistecircncia de enzimas especiacuteficas ou deleccedilotildees homozigoacuteticas possam ocasionar ao
organismo maior susceptibilidade a desenvolver neoplasias como cacircncer de bexiga coacutelon
pulmatildeo pele estocircmago e mama aleacutem de diabetes e asma (ZHENG etal 2002 CHARRIER
et al 1999 PARK et al 2003 ANTON et al 2010 CASTRO e LIMA 2013)
Existem cinco classes de genes da GST (alfa mu pi theta e zeta) Nos genes da classe
mu tecircm-se o GSTM1 GSTM2 GSTM3 GSTM4 e GSTM5 na regiatildeo cromossocircmica 1p133 O
polimorfismo no locus M1 eacute o mais estudado e apresenta trecircs alelos dois considerados ativos
GSTM1A e GSTM1B e o terceiro alelo nulo ou deletado (GSTM10) O que difere o
GSTM1A do GSTM1B apesar de serem proteiacutenas funcionalmente idecircnticas eacute que o
GSTM1A contecircm a proteiacutena lisina na posiccedilatildeo 172 e o GSTM1B contecircm a asparagina nessa
mesma posiccedilatildeo (DEJONG et al 1988 WIDERSTEN et al 1991)
Dessa forma o polimorfismo GSTM10 no gene da GST eacute classificado como
polimorfismo de deleccedilatildeo ou seja indiviacuteduos homozigotos que carreiam o genoacutetipo
GSTM10 apresentam deleccedilatildeo do gene inteiro e natildeo expressam a proteiacutena GST (KLATAU-
GUIMARAtildeES et al 2005 JAIN et al 2006 MANNERVICK et al 2005)
Klatau-Guimaratildees et al (2005) avaliaram a suscetibilidade agrave contaminaccedilatildeo por Hg e a
relaccedilatildeo com o polimorfismo da enzima GST atraveacutes de biomarcadores moleculares em
algumas tribos indiacutegenas da Amazocircnia Apoacutes a obtenccedilatildeo dos resultados observou-se que
fatores geneacuteticos podem influenciar o acuacutemulo de Hg no organismo pois os indiviacuteduos que
39
carreavam o genoacutetipo GSTM10 (deletado) apresentaram concentraccedilotildees maiores deste metal
nos cabelos quando comparados aos indiviacuteduos com genoacutetipo GSTM1 Com a ausecircncia desta
enzima o organismo pode natildeo estar apto a destoxificar o Hg de forma adequada uma vez que
esta eacute uma das funccedilotildees atribuiacutedas agrave GST Sendo assim esses indiviacuteduos podem apresentar
maiores concentraccedilotildees ou retenccedilatildeo de Hg no organismo
Naganuma et al (1990) e Choi et al (1996) afirmam que a deficiecircncia de GST estaacute
associada com a sensibilidade ao cloreto de Hg e ao metilmercuacuterio Entretanto ainda existem
inconsistecircncias na relaccedilatildeo entre o polimorfismo GSTM1 e a concentraccedilatildeo de Hg no
organismo (GUNDACKER et al 2007) De acordo com Hatagima et al (2000) a frequecircncia
do polimorfismo no gene da classe mu estaacute ausente ou deletado (GSTM10) de forma
homozigoacutetica em torno de 40 a 50 em diferentes populaccedilotildees eacutetnicas conforme ilustrado no
Quadro 4 que mostra a frequecircncia deste alelo assim como do GSTM1A GSTM1B
GSTM1AB inclusive na populaccedilatildeo brasileira
Quadro 4 Distribuiccedilatildeo da frequecircncia do polimorfismo GSTM1(ABAB0) no gene da GST em
diferentes etnias
Etnias GSTM1
A B AB 0
Brasileiros (Rio de Janeiro) 197 (30) 105 (16) 51 (8) 305 (46)
Brasileiros (Distrito Federal) 43 (24) 33 (184) 16 (9) 87 (486)
Brasileiros (Satildeo Paulo) 21 (29) 10 (14) 7 (9) 35 (48)
Nigerianos 49 (71) 4 (6) 1 (13) 15 (217)
Japoneses 13 (8) 68 (41) 5 (3) 80 (482)
Chineses 10 (10) 28 (30) 2 (2) 56 (583)
Indiacutegenas 15 (35) 7 (16) 6 (14) 15 (35)
Franceses 24 (43) 5 (9) 3 (5) 24 (43)
Ingleses 158 (28) 74 (135) 23 (4) 306 (545)
Fonte Hatagima et al (2000)
Considerando a importacircncia do polimorfismo GSTM10 no gene da GST e o fato da
populaccedilatildeo deste estudo residir em aacuterea de risco de contaminaccedilatildeo por Hg a anaacutelise de tais
40
dados torna-se necessaacuteria uma vez que o genoacutetipo nulo ou deletado pode influenciar as
concentraccedilotildees do metal no organismo
41
3 OBJETIVOS
31 OBJETIVO GERAL
Avaliar o estado nutricional relativo ao Se concentraccedilotildees de Hg e suas relaccedilotildees com o
estresse oxidativo e os polimorfismos Pro198Leu no gene da GPx 1 e GSTM1 no gene da
GST em mulheres residentes em aacuterea de risco de contaminaccedilatildeo por Hg
32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Avaliar o estado nutricional das voluntaacuterias em relaccedilatildeo agrave antropometria
Analisar a ingestatildeo alimentar de energia macronutrientes e Se
Determinar as concentraccedilotildees plasmaacuteticas e eritrocitaacuterias de Se e a atividade
eritrocitaacuteria total da enzima GPx
Avaliar as concentraccedilotildees de Hg nos cabelos
Associar a presenccedila dos polimorfismos Pro198leu e GSTM1 com os biomarcadores do
estado nutricional relativo ao Se e Hg respectivamente bem como com as
concentraccedilotildees de MDA e ORAC
42
4 METODOLOGIA
41 CASUIacuteSTICA E DELINEAMENTO
O estudo foi do tipo transversal descritivo com abordagem quantitativa e qualitativa
dos dados Participaram da pesquisa mulheres entre 19 e 50 anos residentes da cidade de
Porto Velho Rondocircnia (RO) Para o caacutelculo do tamanho da amostra considerou-se a
prevalecircncia do alelo variante Pro198Leu de 32 Fixou-se o niacutevel de significacircncia de 5 (
= 005) e um erro amostral de 65 Esses valores aplicados na equaccedilatildeo abaixo indicada para
populaccedilotildees infinitas proporcionou uma amostra de tamanho n igual a 200 mulheres
O projeto foi aprovado pelo comitecirc de eacutetica da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas
da Universidade de Satildeo Paulo (FCFUSP) parecer 119 e protocolo 574 (ANEXO 1) Na
Figura 4 abaixo estaacute representado o mapa do Brasil com destaque para o estado de Rondocircnia
e a cidade de Porto Velho onde a pesquisa foi realizada
Figura 4 Representaccedilatildeo do mapa do Brasil do estado de Rondocircnia e da cidade de Porto
Velho (RO)
Adaptado de Campos et al (2002)
43
Para ampla divulgaccedilatildeo da pesquisa cartazes com informaccedilotildees a respeito do estudo
foram espalhados pela cidade de Porto Velho em pontos de ocircnibus na secretaria de educaccedilatildeo
(SEDUC) na secretaria de sauacutede (SESAU) em academias de ginaacutestica em faculdades
particulares e tambeacutem na Universidade Federal de Rondocircnia (UNIR) (APEcircNDICE 1) Apoacutes
as procuras e declaraccedilotildees de interesse em participar da pesquisa as voluntaacuterias que se
adequavam ao perfil do estudo assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(APEcircNDICE 2) e em seguida responderam um questionaacuterio com informaccedilotildees
socioeconocircmicas presenccedila de doenccedilas e estilo de vida (APEcircNDICE 3) Natildeo foram incluiacutedas
no estudo mulheres com idade inferior a 19 ou superior a 50 anos fumantes com doenccedilas
crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e infecciosas (auto-relatadas) poacutes-menopausa que realizavam
atividade fiacutesica de forma intensa que utilizavam suplementos vitamiacutenicos eou minerais e que
residiam em local diferente do estabelecido
42 COLETA DE DADOS
A coleta dos dados (consumo alimentar antropometria material bioloacutegico) foi
realizada no laboratoacuterio Alphaclin (Porto Velho ndash RO) entre os meses de fevereiro a maio de
2011 entretanto todas as anaacutelises em material bioloacutegico foram realizadas em Laboratoacuterios da
Universidade de Satildeo Paulo (USP)
Para avaliar o consumo alimentar todas as participantes foram instruiacutedas pela
responsaacutevel da pesquisa a preencher um formulaacuterio de registro alimentar de 24 horas
(APEcircNDICE 4) que continha instruccedilotildees de preenchimento e fotos ilustrativas de medidas
caseiras de alguns alimentos com a finalidade de facilitar a obtenccedilatildeo dos dados de consumo
bem como para o melhor entendimento das voluntaacuterias reduzindo dessa forma as duacutevidas e
os erros de preenchimento Aleacutem do registro de 24 horas as voluntaacuterias responderam um
formulaacuterio a respeito do consumo de peixes da regiatildeo que poderiam estar relacionados com o
risco de contaminaccedilatildeo de Hg (ANEXO 2)
Os dados antropomeacutetricos (peso estatura e circunferecircncia da cintura) foram obtidos
apoacutes a entrega dos formulaacuterios de registros alimentares Em seguida para determinar as
concentraccedilotildees de Hg total cortou-se uma pequena quantidade de cabelo das voluntaacuterias
(aproximadamente 1g de amostra) da parte posterior da cabeccedila proacuteximo agrave regiatildeo occipital
(nuca) com auxiacutelio de uma tesoura de accedilo inoxidaacutevel que foi higienizada com acetona a cada
corte
44
Com a finalidade de avaliar o estado nutricional das participantes em relaccedilatildeo ao Se
atividade da enzima GPx estresse oxidativo e determinaccedilatildeo dos polimorfismos foram
coletados 20 mL de sangue por punccedilatildeo venosa Esse procedimento foi realizado no periacuteodo da
manhatilde por um profissional de enfermagem capacitado estando as voluntaacuterias em jejum de 10
a 12 horas
A coleta foi realizada com seringas plaacutesticas descartaacuteveis e agulhas de accedilo inoxidaacutevel
esteacutereis e descartaacuteveis Todos os materiais bioloacutegicos foram distribuiacutedos em tubos de vidro
contendo anticoagulante EDTA (aacutecido etilenodiamino tetraceacutetico) sendo que uma pequena
quantidade (sangue total) de todas as amostras foi armazenada em microtubos esteacutereis e
autoclavados para anaacutelise dos polimorfismos
O plasma foi separado do sangue total por centrifugaccedilatildeo a 3000 rpm durante 15
minutos a 4ordmC sendo extraiacutedo com pipeta automaacutetica e acondicionado em microtubos
previamente desmineralizados para determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo plasmaacutetica de Se
malondialdeiacutedo (MDA) e da capacidade de absorccedilatildeo de radicais livres de oxigecircnio (ORAC)
Em seguida o resiacuteduo contendo os eritroacutecitos foi lavado trecircs vezes com 5 mL de soluccedilatildeo
fisioloacutegica de cloreto de soacutedio a 09 homogeneizado lentamente por inversatildeo e centrifugado
a 10000 rpm por 10 minutos a 4ordmC sendo o sobrenadante descartado e dessa forma obtendo-
se a massa eritrocitaacuteria que foi extraiacuteda cuidadosamente com micropipeta e armazenada em
tubos de polipropileno desmineralizados para determinaccedilatildeo do Se eritrocitaacuterio e da atividade
da enzima GPx
Todas as amostras foram acondicionadas em gelo seco e transportadas em um
recipiente teacutermico por via aeacuterea de Porto Velho para Satildeo Paulo onde as amostras foram
armazenadas em freezer -80ordmC ateacute o momento das anaacutelises no laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo -
Minerais da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo (FCFUSP)
Quanto agraves amostras de cabelo coletadas estas foram armazenadas em envelopes de papel e
acondicionados em temperatura ambiente ateacute o momento das anaacutelises no Laboratoacuterio de
Anaacutelise por Ativaccedilatildeo Neutrocircnica - LANCRPq ndash Instituto de Pesquisas Energeacuteticas Nucleares
(IPENCNEN) ndash SP
Todos os materiais utilizados (vidrarias plaacutesticos ponteiras etc) foram
desmineralizados em banho de aacutecido niacutetrico a 20 por no miacutenimo 12 horas e enxaguados
pelo menos 10 vezes consecutivas com aacutegua ultra pura Milli-Q (resistividade de 182 MΩcm
a 25ordmC) para evitar a contaminaccedilatildeo por minerais Os reagentes utilizados nas anaacutelises tinham
um grau de pureza analiacutetica (PA) e a aacutegua ultrapura Milli-Q foi utilizada no preparo das
soluccedilotildees e diluiccedilatildeo das amostras
45
43 AVALIACcedilAtildeO ANTROPOMEacuteTRICA
Para avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica foram aferidos o peso a estatura e a circunferecircncia da
cintura (CC) Todas as afericcedilotildees foram realizadas por nutricionista segundo teacutecnicas
preconizadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2004)
O peso foi mensurado em balanccedila antropomeacutetrica da marca Filizolareg
modelo
ldquoWelmyrdquo com capacidade de 150 kg e graduaccedilatildeo de 100 g A estatura foi aferida em
estadiocircmetro com reacutegua antropomeacutetrica de ateacute 2 m e divisatildeo de 05 cm acoplado agrave balanccedila A
adequaccedilatildeo do peso das participantes foi avaliado pelo indicador Iacutendice de Massa Corporal ndash
IMC (Kgm2) calculado pela razatildeo do peso corporal em quilos pelo quadrado da altura em
metros Em seguida utilizou-se a classificaccedilatildeo da World Health Organization (WHO 2000)
de acordo com o Quadro 5 a seguir como um dos criteacuterios para classificar o IMC das
participantes
Quadro 5 Classificaccedilatildeo do Iacutendice de Massa Corpoacuterea (IMC) para adultos
Classificaccedilatildeo IMC (kgm2) Risco de Comorbidades
Baixo Peso
˂ 185
Baixo
Peso Normal ou
Eutrofia 185 - 249
Meacutedio
Sobrepeso
ge 25 ndash 299
Aumentado
Obesidade I 300 - 349 Moderado
Obesidade II 350 ndash 399 Grave
Obesidade III ˃ 40 Muito Grave
Fonte (WHO 2000)
A circunferecircncia da cintura (CC) foi aferida com uma trena antropomeacutetrica inelaacutestica e
flexiacutevel com 2 m de comprimento da marca Sannyreg
Para classificaccedilatildeo utilizou-se tambeacutem a
referecircncia da World Health Organization (WHO 2000) citada pela Associaccedilatildeo Brasileira
para o Estudo da Obesidade e da Siacutendrome Metaboacutelica (ABESO 20092010) a qual
estabelece como ponto de corte para risco cardiovascular aumentado a medida da
circunferecircncia igual ou superior a 80 cm em mulheres caucasianas
46
44 CONSUMO ALIMENTAR
O consumo alimentar foi avaliado por meio do registro alimentar de 24 horas aplicado
durante trecircs dias sendo dois dias da semana e um dia no final de semana A ingestatildeo
alimentar das participantes foi calculada com auxiacutelio do software NUTWIN (Departamento de
Informaacutetica da Escola Paulista de Medicina - UNIFESP) Considerando que as tabelas de
composiccedilatildeo de alimentos disponiacuteveis em alguns softwares natildeo dispotildeem de dados completos
acerca do teor de Se nos alimentos estes dados foram incluiacutedos manualmente baseados em
anaacutelises realizadas no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo e Minerais da USP
Como houve correlaccedilatildeo significativa entre os valores de energia e de Se os
macronutrientes e o mineral foram ajustados pela energia e correccedilatildeo da variabilidade
intrapessoal e interpessoal (WILLET et al 1997 WILLET et al 1998 SLATER et al
2004)
A avaliaccedilatildeo da ingestatildeo alimentar dos macronutrientes foi realizada de acordo com a
contribuiccedilatildeo energeacutetica em percentual da ingestatildeo caloacuterica total utilizando o Acceptable
Macronutrient Distribution Ranges (AMDR) do Institute of Medicine (IOM 2006) conforme
Quadro 6 As participantes foram classificadas em trecircs categorias sendo elas abaixo da
recomendaccedilatildeo dentro do intervalo de recomendaccedilatildeo e acima da recomendaccedilatildeo
Quadro 6 Intervalos de recomendaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de macronutrientes em percentual de
contribuiccedilatildeo energeacutetica (AMDR) de acordo com IOM (2006)
Macronutrientes AMDR (Adultos ˃18 anos)
Carboidratos 45 ndash 65
Proteiacutenas 10 ndash 35
Lipiacutedios 20 ndash 35
Fonte IOM 2006 AMDR Acceptable Macronutrient Distribution Ranges
Em relaccedilatildeo agrave prevalecircncia de ingestatildeo inadequada de Se esta foi calculada utilizando a
foacutermula proposta por Beaton (1994)
Z = (EAR ndash meacutedia) desvio padratildeo
Os valores da Necessidade Meacutedia Estimada (EAR) utilizados para avaliar a adequaccedilatildeo
da ingestatildeo de Se tambeacutem foram estabelecidos pelo IOM 2006
47
45 DETERMINACcedilAtildeO DA CONCENTRACcedilAtildeO DE SELEcircNIO NO PLASMA E
ERITROacuteCITOS
Com a finalidade de determinar as concentraccedilotildees de Se no plasma e nos eritroacutecitos as
amostras foram pesadas em triplicata (300microL) em tubos de micro kjehdal em seguida foram
adicionados 5 mL de aacutecido niacutetrico 65 (Merck
) e os tubos foram acondicionados em bloco
digestor O material foi digerido por via uacutemida aacutecida a uma temperatura maacutexima de 1500
C
Apoacutes este procedimento o Se contido nas amostras foi reduzido da forma VI para a forma IV
com adiccedilatildeo de aacutecido cloriacutedrico (HCl) 12 N durante duas horas a temperatura de 1000
C As
soluccedilotildees finais foram diluiacutedas para um volume de 25 mL e realizou-se a leitura por
espectrometria de absorccedilatildeo atocircmica com geraccedilatildeo de hidretos acoplados agrave cela de quartzo
(HGQTAAS) (HITACHI
modelo Z-5000) A curva de calibraccedilatildeo foi preparada utilizando os
respectivos pontos 00 microgL 01 microgL 03 microgL 05 microgL 10 microgL 30 microgL e 50 microgL O
limite de detecccedilatildeo (LD) foi de 00016 microgL e adotou-se um limite de confianccedila de 95 O
desvio padratildeo adotado para cada amostra ˂ que 5 e os resultados foram expressos em microgL
O controle de qualidade externo foi realizado utilizando o material de referecircncia
certificado (SERONORM SEROreg) que tambeacutem foi submetido aos mesmos procedimentos
realizados com as amostras O estado nutricional em relaccedilatildeo ao Se das participantes foi
classificado de acordo com os paracircmetros descritos no Quadro 7
Quadro 7 Valores de referecircncias adotados para concentraccedilatildeo de Se no plasma e eritroacutecitos
Se Valores de Normalidade
(microgL)
Plasmaacutetico
60 ndash 120
Eritrocitaacuterio 90 - 190
Fonte VAN DAEL DEELSTRA (1993) ORTUNtildeO (1997)
As participantes que apresentaram concentraccedilotildees plasmaacuteticas abaixo de 60 microgL foram
consideradas deficientes enquanto aquelas com concentraccedilotildees acima de 120 microgL em risco
de toxicidade Em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees nos eritroacutecitos foram consideradas deficientes
aquelas abaixo de 90 microgL e em risco de toxicidade acima de 190 microgL
Aleacutem dos valores de referecircncia descritos na Tabela 9 adotaram-se ainda os
paracircmetros propostos por Thomson (2004) que estabelece a concentraccedilatildeo miacutenima de Se
48
plasmaacutetico para o natildeo surgimento da doenccedila de Keshan como 21 microgL o valor aceitaacutevel para
otimizaccedilatildeo da atividade das enzimas deiodinases como ˃ 65 microgL o intervalo de 80 a 95 microgL
para maximizaccedilatildeo da atividade da GPx e selenoproteiacutena P e o valor superior a 115 microgL para
proteccedilatildeo contra alguns tipos de cacircncer
46 DETERMINACcedilAtildeO DA ATIVIDADE DA GPx
A atividade da enzima GPx foi determinada nos eritroacutecitos com o auxiacutelio de kit
comercial (Ransel 505-RANDOX Laboratories CrumlinUK) adaptado para o uso no
analisador bioquiacutemico automaacutetico (LiasysregMAS Rome Italy) Este meacutetodo se baseia na
reaccedilatildeo em que a enzima GPx catalisa a oxidaccedilatildeo da GR por um hidroperoacutexido Na presenccedila
de GPx e NADPH a GSH eacute convertida agrave forma reduzida com a oxidaccedilatildeo concomitante do
NADPH em NADH+ A diminuiccedilatildeo na absorbacircncia a 340 ηm eacute entatildeo determinada
(PAGLIA e VALENTINE 1967) A faixa de normalidade proposta pelo kit comercial
utilizado eacute de 275 - 736 UgHb A concentraccedilatildeo da hemoglobina (Hb) tambeacutem foi
determinada uma vez que a atividade da enzima foi expressa em UgHb
47 PROCESSAMENTO E ANAacuteLISE DE MERCUacuteRIO NOS CABELOS
Na primeira etapa do processamento para determinaccedilatildeo do Hg total os cabelos foram
picotados em pedaccedilos de aproximadamente 05 mm de comprimento com tesoura de accedilo inox
higienizada com acetona a cada troca de amostra Depois disso transferiram-se os cabelos
para um beacutequer limpo onde foram submersos em acetona e em seguida enxaguados trecircs
vezes com aacutegua Milli Q e mais uma vez com acetona conforme procedimento recomendado
pela Agecircncia Internacional de Energia Atocircmica (IAEA) (FARIAS 2006) As amostras foram
secas em temperatura ambiente e o armazenamento foi realizado em envelopes de papel
devidamente identificados
Para anaacutelise das amostras e materiais de referecircncia foram pesados cerca de 01 a 015
g de amostra diretamente em um frasco de teflon fechado da marca Savillexreg com capacidade
de 182 mL Apoacutes a pesagem foram adicionados 4 mL de aacutecido niacutetrico (HNO3) e 2 mL de
aacutecido sulfuacuterico (H2SO4) ambos concentrados e da marca Merckreg que foram mantidos assim
durante a noite No dia seguinte para digestatildeo das amostras em sistema fechado os frascos
foram colocados em bloco digestor na temperatura de 90ordm durante 3 h Depois da digestatildeo os
49
frascos foram colocados em banho de gelo ateacute o completo resfriamento e em seguida foram
adicionados 250 microL de soluccedilatildeo de dicromato de potaacutessio (K2Cr2O7) a 10 (mv) para a
estabilizaccedilatildeo do Hg
A determinaccedilatildeo de Hg total nos cabelos foi realizada pelo meacutetodo de espectrometria
de absorccedilatildeo atocircmica com geraccedilatildeo de vapor frio (CV AAS) em equipamento FIMS-100
(Perkin Elmerreg
) A validaccedilatildeo da metodologia em relaccedilatildeo agrave precisatildeo e exatidatildeo foi realizada
por meio da anaacutelise em triplicata dos materiais de referecircncia (Human Hair- IAEA 086 GBW
09101 - Human Hair e BCR CRM 397 - Human Hair) com valor certificado de concentraccedilatildeo
para Hg total e os resultados obtidos estatildeo presentes no Quadro 8
As determinaccedilotildees de Hg total em cabelos foram realizadas no Laboratoacuterio de Anaacutelise
por Ativaccedilatildeo Neutrocircnica (LAN) do Centro do Reator de Pesquisas (CRPq) do IPEN ndash
CNENSP
Quadro 8 Resultados (meacutedia plusmn desvio padratildeo da meacutedia) das anaacutelises dos materiais de
referecircncia utilizados na determinaccedilatildeo de Hg total (n= nuacutemero de determinaccedilotildees)
Amostras
Valores
Certificados
(microg kg -1
)
Valores Obtidos
(Meacutedia plusmn desvio)
(microg kg -1
)
DPR
()
ER
()
IAEA 086
(n =8) 573 plusmn 39
615 plusmn 68 111 73
GBW 09101
(n=4) 2160 plusmn 210
1975 plusmn 86 43 86
BCR CRM 397
(n=2) 12300 plusmn 500
11688 plusmn 32 027 50
IAEA- International Atomic Energy Agency
IAEA 086 - Methylmercury Total Mercury and other trace elements in Human Hair (IAEA May 2000)
CRM 397 - Certified Reference Material Trace Elements in Human Hair BCR- Community Bureau of Reference
(Brussels January 1991)
GBW 09101 - Certified Reference Material Human Hair (China April 1988)
DPR- Desvio Padratildeo Relativo
ER- Erro relativo
Quanto ao limite de detecccedilatildeo (LD) minus a menor concentraccedilatildeo do analito em uma amostra
que pode ser detectada mas natildeo necessariamente quantificada sob determinadas condiccedilotildees
experimentais minus foi determinado diretamente da curva de calibraccedilatildeo construiacuteda utilizando a
50
teacutecnica de regressatildeo e considerando um niacutevel de confianccedila de 95 O valor encontrado para o
limite inferior de detecccedilatildeo foi da ordem de 001 ng mL-1
resultado compatiacutevel com os estudos
encontrados na literatura para determinaccedilatildeo de Hg (HORVAT 1996 SKOOG et al 2002
FARIAS 2009) Em relaccedilatildeo ao limite de quantificaccedilatildeo (LQ) tambeacutem conhecido como limite
de determinaccedilatildeo que indica qual a menor concentraccedilatildeo do analito que pode ser detectada por
um meacutetodo qualquer que estaacute sendo empregado com um niacutevel aceitaacutevel de precisatildeo e
veracidade Pode ser considerado ainda como a concentraccedilatildeo do analito correspondente ao
valor meacutedio do branco mais 5 e 6 ou 10 desvios padratildeo (FARIAS 2009) O valor encontrado
para o limite de quantificaccedilatildeo para esta pesquisa foi da ordem de 1 ng mL-1
Os resultados das anaacutelises dos materiais de referecircncia apresentaram desvio padratildeo
relativo (DPR) variando de 027 a 11 e ER (Erro Relativo) de 5 a 86 comprovando a
precisatildeo e exatidatildeo do meacutetodo respectivamente
Para classificar o diagnoacutestico em relaccedilatildeo as concentraccedilotildees de Hg nos cabelos das
participantes os resultados encontrados foram comparados aos estabelecidos pela WHO
(1990) o qual considera 2000 ng g-1
para populaccedilotildees natildeo expostas e 6000 ng g-1
como
indicador de exposiccedilatildeo para Hg
48 DETERMINACcedilAtildeO DA CONCENTRACcedilAtildeO PLASMAacuteTICA DE
MALONDIALDEIacuteDO (MDA)
A peroxidaccedilatildeo lipiacutedica foi determinada por meio das concentraccedilotildees de MDA no
plasma obtidas por cromatografia liacutequida de alta eficiecircncia (HPLCPDA) quantificando a
reaccedilatildeo do MDA com dinitrofenilhidrazina (DNPH) utilizando absorbacircncia de 308 nm de
acordo com o meacutetodo adaptado de Rezaei Jamshidzadeh e Sanati (2013) Antes do
processamento das amostras foi construiacuteda uma curva de calibraccedilatildeo utilizando uma soluccedilatildeo
estoque de MDA com 22 μL de tetrametoxipropano e 10 mL de aacutecido sulfuacuterico a 1 Os
pontos da curva utilizados foram 00 025 05 10 20 40 60 e 120 μM Utilizou-se o
aparelho de HPLC da marca Shimadzu (Kyoto Japatildeo) equipado com coluna Phenomenex
Reverse-phase C18 de 240 mm x 46 mm com partiacuteculas de 5μm (Phenomenex Torrance
CA) A temperatura no amostrador foi mantida em 4degC e a temperatura da coluna a 25degC A
eluiccedilatildeo foi realizada em modo isocraacutetico com uma fase moacutevel constituiacuteda de 50 de H2O
deionizada e 50 de acetonitrila acidificada com 2 de aacutecido aceacutetico A taxa de fluxo de
ingestatildeo da amostra foi de 1 mLminuto e o tempo de corrida de 15 minutos
51
Com o objetivo de liberar o MDA das proteiacutenas plasmaacuteticas foram adicionados 10 μL
de hidroacutexido de soacutedio 4M nos microtubos que continham 100 μL de plasma e em seguida
estes foram agitados em voacutertex Apoacutes este procedimento as amostras foram incubadas no
aparelho Vortempreg a 60degC durante 30 minutos para posteriormente serem acondicionadas no
gelo por 5 minutos Depois do resfriamento foram adicionados 150 μL de aacutecido sulfuacuterico a
1 e agitou-se em voacutertex vigorosamente para precipitaccedilatildeo das proteiacutenas Novamente
incubou-se no gelo por mais 5 minutos seguindo-se de uma centrifugaccedilatildeo a 14000 rpm por
10 minutos Foram retirados 175 μL do sobrenadante que foram transferidos para um novo
microtubo onde foi adicionado 25 microL de DNPH (0001 gmL) permanecendo agrave temperatura
ambiente por 30 minutos protegidos de luz Centrifugou-se novamente o microtubo a 14000
rpm por 5 minutos e 150 μL do sobrenadante foi transferido para um vial do qual foi injetado
100 μL no aparelho HPLC
A determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo plasmaacutetica de malondialdeiacutedo foi realizada no
Departamento de Anaacutelises Cliacutenicas e Toxicoloacutegicas no laboratoacuterio de Toxicologia que tem
como responsaacutevel a professora Ana Paula de Melo Loureiro da Faculdade de Ciecircncias
Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo (USP)
49 DETERMINACcedilAtildeO DA CAPACIDADE DE ABSORCcedilAtildeO DE RADICAIS DE
OXIGEcircNIO (ORAC)
A capacidade antioxidante total do plasma foi realizada por meio do meacutetodo ORAC
proposto por Prior et al (2003) que baseia-se na mensuraccedilatildeo da inibiccedilatildeo do radical peroxil o
que demostra resistecircncia aos danos oxidativos Para isso o plasma foi desproteinizado com
aacutecido percloacuterico e posteriormente as amostras foram diluiacutedas 10x com tampatildeo fosfato (pH
74)
As anaacutelises foram realizadas em triplicata utilizando 25 microL de amostra em microplaca
de 48 poccedilos adicionando-se posteriormente 150 microL de soluccedilatildeo de fluoresceiacutena e 25 microL de
22-azobis (aminopropano) di-hidroclorido (AAPH) por injetores automaacuteticos do leitor de
microplacas (Biotech Synergy H1)
Utilizou-se uma curva padratildeo de Trolox preparada com as seguintes concentraccedilotildees
100 microM 50 microM 25 microM 125 microM 625 microM e os resultados foram expressos em μmol de
Trolox (μmol TEmL)
52
410 PREPARACcedilAtildeO DAS AMOSTRAS PARA ANAacuteLISE DOS POLIMORFISMOS
Para extraccedilatildeo do DNA de sangue total utilizou-se o kit PureLinkTM
Genomic DNA
(Invitrogen CA USA) seguindo as instruccedilotildees do fabricante Em seguida foi feita a leitura em
espectrofotocircmetro (Nanodropreg) nos comprimentos de onda () de 260nm (DNA) e 280nm
(proteiacutena) O DNA foi considerado iacutentegro e de boa qualidade quando a razatildeo 260280 foi
maior que 18 sendo descartadas aquelas com valores abaixo deste paracircmetro A
quantificaccedilatildeo do DNA das amostras foi realizada neste mesmo equipamento sendo os
resultados obtidos em ngmicroL As amostras com concentraccedilotildees inferiores a 10 ngmicroL foram
descartadas tendo em vista que esta era concentraccedilatildeo miacutenima padronizada
4101 Determinaccedilatildeo do Polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450)
Para anaacutelise de genotipagem o DNA do sangue total seraacute extraiacutedo a partir do
kit Purelink Genomic DNA da Invitrogen Life Technologies e em seguida o mesmo seraacute
quantificado no espectrofotocircmetro Nanodrop sendo o resultado expresso em ngmL Seraacute
utilizada a razatildeo 260280 superior a 17 e inferior a 20 como paracircmetro de qualidade do
DNA Amostras com a razatildeo abaixo desse valor seratildeo reextraiacutedas O DNA genocircmico de todas
as amostras seraacute ajustado em aacutegua autoclavada para uma concentraccedilatildeo de 10 ngmL e volume
final de 20 μL Um total de 2 μL de DNA seraacute usado para a reaccedilatildeo em cadeia da polimerase e
18 μL de soluccedilatildeo contendo o master mix especiacutefico para o ensaio de genotipagem (TaqManreg
genotyping master mix ndash Applied Biosystemsreg) com sondas TaqMan (Custom TaqMan
reg SNP
Genotyping Assay Human Alelo 1 VICMGB-NFQ Alelo 2 FAMMGB-NFQ part number
4331349) e primers especiacuteficos para o SNP (RS1050450) primer forward CATCGAAGCCCTGCTGTCT
e primer reverse CACTGCAACTBCCAAGCA
A genotipagem da populaccedilatildeo do estudo seraacute realizada pelo sistema TaqMan SNP
Genotyping Assays da Applied Biosystemsreg utilizando as condiccedilotildees de termociclagem
recomendadas pelo fabricante Este sistema eacute baseado na anaacutelise end-point da RT-PCR (Real
time ndash PCR ou Reaccedilatildeo em cadeia da Polimerase em Tempo Real)
53
4102 Determinaccedilatildeo do Polimorfismo GSTM1
As reaccedilotildees de PCR em tempo real (qPCR) foram realizadas em placas especiacuteficas de
96 poccedilos no equipamento StepOne Plus utilizando o sistema para detecccedilatildeo de produtos de
amplificaccedilatildeo TaqManreg (Applied Biosystems Foster City CA USA) Para o polimorfismo
GSTM1 foram selecionados primers forward 5prime-AAGATTCGTGTGGACATTTTGGA-3prime e
reverse 5prime TCTGGATTGTAGCAGATCATGCC-3prime e probes (FAM-CAGACCATGGACA-
ACCA-MGB 100 microM) marcados com fluoroacuteforo FAM Para controle endoacutegeno utilizou-se a
β-2-microglobulina (B2M) forward 5prime-TTGTTTCACTGTCCTGAGGACTATTTAT-3prime e
reverse 5prime-ATGTTACTCTGTCAATGTTCTCCACAT-3prime Os probes utilizados foram
marcados com fluoroacuteforo VIC (VIC-CTCTAACATGATAACCCTCAC-MGB 100 microM)
(COVAULT et al 2003)
As amostras foram submetidas agrave seguinte termociclagem 50degC por 2 min 95degC por
10 min seguidos de 40 ciclos a 95degC por 15 segundos e 60degC por 1 min Ao final eram
considerados vaacutelidos apenas os resultados cuja reaccedilatildeo apresentasse curva de dissociaccedilatildeo com
apenas um pico referente agrave temperatura de melting do primer utilizado em cada reaccedilatildeo A
presenccedila da deleccedilatildeo no gene GSTM1 foi estabelecida quando os valores de Ct (threshold
cycle) foram superiores a 35 ciclos conforme padronizaccedilatildeo realizada por Covault et al
(2003) De forma aleatoacuteria foram selecionadas 20 das amostras deletadas para confirmar a
deleccedilatildeo e em 100 delas houve concordacircncia dos resultados
411 ANAacuteLISES ESTATIacuteSTICAS
Os dados obtidos foram analisados no software SPSS versatildeo 200 e os resultados
expressos como meacutedia desvio padratildeo valores miacutenimos e maacuteximos Testou-se a normalidade
dos dados usando o teste de Kolmogorov-Smirnov e a homogeneidade de variacircncia o de
Levene O teste T-Student para amostras independentes e o ANOVA seguido de Tukey para
comparaccedilatildeo de meacutedias entre os paracircmetros Para o teste de correlaccedilatildeo utilizou-se o de
Pearson Nas anaacutelises de regressatildeo empregou-se o modelo de regressatildeo linear simples e o
modelo de regressatildeo linear muacuteltipla para selecionar as variaacuteveis de ajuste As variaacuteveis
testadas nos ajustes dos modelos muacuteltiplos foram idade iacutendice de massa corpoacuterea
escolaridade renda e ingestatildeo energeacutetica Para estes adotou-se o meacutetodo de backward
Foram consideradas estatisticamente significantes as anaacutelises com p lt 005
54
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
51 CARACTERIZACcedilAtildeO DA POPULACcedilAtildeO
Participaram do estudo 200 mulheres voluntaacuterias da cidade de Porto Velho (RO)
selecionadas de uma amostra de conveniecircncia A meacutedia de idade das participantes foi de 263
+ 75 anos Conforme a etnia relatada pelas voluntaacuterias 93 informaram ser pardas e a
maioria cursava o ensino superior Quanto agrave renda houve uma maior prevalecircncia de
participantes que ganhavam mais de quatro salaacuterios miacutenimos e 75 afirmaram natildeo realizar
atividade fiacutesica Em relaccedilatildeo ao histoacuterico de doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis na famiacutelia as
mais descritas foram hipertensatildeo arterial e diabetes Nenhuma participante era fumante ou
fazia uso de bebidas alcooacutelicas Todas residiam no estado de Rondocircnia haacute no miacutenimo 10 anos
Os dados acima mencionados estatildeo representados de forma detalhada na Tabela 1
De acordo com o censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
(IBGE 2011) a populaccedilatildeo brasileira era constituiacuteda de 190755799 de habitantes sendo que
428527 pertenciam agrave cidade de Porto Velho Desse total 492 eram do gecircnero feminino
Ainda neste censo 477 dos habitantes do Brasil classificaram-se como brancos
76 como pretos 43 como pardos 11 como amarelos e 04 como indiacutegenas A
distribuiccedilatildeo por cor ou raccedila reflete padrotildees histoacutericos de ocupaccedilatildeo e movimentos relacionados
agrave dinacircmica econocircmica As maiores proporccedilotildees de pardos (58) estatildeo nas regiotildees norte e
nordeste enquanto os pretos estatildeo mais presentes na Bahia (17) e no Rio de Janeiro
(124) Em Rondocircnia 353 se declararam brancos 556 pardos e 69 pretos
corroborando com dados obtidos nesta pesquisa
Dentre os dados apresentados ressalta-se ainda a presenccedila de DCNT nos antecedentes
familiares das participantes De acordo com Silva-Junior (2009) e Schmidt et al (2011)
72 das mortes ocorridas em 2007 no Brasil foram atribuiacutedas agraves DCNT O aumento da
prevalecircncia de diabetes e hipertensatildeo paralelamente ao excesso de peso estaacute associado agrave
mudanccedilas desfavoraacuteveis na dieta e na atividade fiacutesica (SCHMIDT et al 2011)
O Brasil tem colocado em praacutetica importantes poliacuteticas para prevenccedilatildeo das DCNT
Como exemplo destaca-se a implantaccedilatildeo do plano de accedilatildeo de 2008 a 2013 da Organizaccedilatildeo
Mundial da Sauacutede (WHO) que teve como foco quatro doenccedilas cardiovasculares diabetes
cacircncer e doenccedilas respiratoacuterias crocircnicas responsaacuteveis por 58 das mortes no Brasil em 2007
(WHO 2010 SCHMIDT et al 2011) O elevado nuacutemero de casos dessas doenccedilas nos dias
55
atuais justifica os resultados da porcentagem relatada pelas participantes do estudo sobre o
histoacuterico de doenccedilas na famiacutelia
Tabela 1 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas das voluntaacuterias
1Salaacuterio Miacutenimo vigente no ano de 2011 (R$ 54500)
52 AVALIACcedilAtildeO ANTROPOMEacuteTRICA
Os resultados antropomeacutetricos de acordo com o Iacutendice de Massa Corpoacuterea (IMC)
estatildeo apresentados na tabela 2 a seguir
n
Etnia (n=200)
Parda 186 930
Branca 11 55
Negra 2 10
Indiacutegena 0 0
Oriental 1 05
Escolaridade (n=173)
Fundamental 8 50
Ensino Meacutedio 19 100
Superior Incompleto 103 600
Superior Completo 40 230
Poacutes-Graduaccedilatildeo 3 20
Renda (n=163)
Ateacute 1 Salaacuterio Miacutenimo1
9 60
2 a 3 Salaacuterios Miacutenimos 58 350
Acima de 4 Salaacuterios Miacutenimos 96 590
Atividade Fiacutesica (n=200)
Sim 51 250
Natildeo 149 750
DCNT (n=186)
Dislipidemias 16 86
Obesidade 37 200
Diabetes 62 333
Hipertensatildeo Arterial 58 311
Outras 13 70
56
Tabela 2 Classificaccedilatildeo das participantes segundo o Iacutendice de Massa Corporeacutea (IMC)
Classificaccedilatildeo do IMC (kgm2) n
Eutrofia (185 - 249) 186 93
Sobrepeso (ge 25 ndash 299) 13 65
Obesidade grau I (300 - 349) 1 05
A Figura 5 apresenta os resultados da Circunferecircncia da Cintura (CC) das
participantes Do total 172 voluntaacuterias (891) apresentavam CC dentro dos valores de
normalidade e 21 (109) em risco aumentado de DCNT
Figura 5 Circunferecircncia da Cintura das voluntaacuterias de acordo com WHO (2000) Ponto de
corte assinalado em azul (80 cm) constitui risco aumentado para o desenvolvimento de
DCNT Porto Velho 2015
Considerando as estimativas de prevalecircncia das condiccedilotildees deacuteficit e excesso de peso
de acordo com o IMC os dados da POF 20082009 da populaccedilatildeo brasileira acima de 19 anos
de idade revelaram que 36 das mulheres brasileiras foram classificadas com deacuteficit de peso
principalmente nas mulheres muito jovens (20 a 24 anos de idade) ou muito idosas (75 anos
57
ou mais) O excesso de peso foi diagnosticado em cerca de metade das mulheres excedendo
em 13 vezes a frequecircncia de deacuteficit de peso nestas e o diagnoacutestico de obesidade foi de 169
Ainda de acordo com a POF 20082009 observou-se que tanto o excesso de peso
como a obesidade aumentaram de frequecircncia nas idades entre 55 a 64 anos declinando nas
idades subsequentes Em relaccedilatildeo agraves mulheres da regiatildeo norte o deacuteficit de peso foi de 35 no
domiciacutelio urbano e 42 no rural o excesso de peso 48 no urbano e 479 no rural e a
obesidade 17 e 165 respectivamente
53 CONSUMO ALIMENTAR
A ingestatildeo meacutedia de energia das voluntaacuterias foi 131801 plusmn 26548 kcaldia Os
macronutrientes foram avaliados de acordo com os intervalos de recomendaccedilatildeo da
distribuiccedilatildeo em percentual da contribuiccedilatildeo energeacutetica (AMDR) do Institute of Medicine
(2006) Verificou-se que a maioria (59) das participantes apresentou uma ingestatildeo de
carboidratos abaixo da recomendaccedilatildeo enquanto em relaccedilatildeo agraves proteiacutenas uma elevada
porcentagem (76) apresentou ingestatildeo dentro do intervalo de referecircncia e o consumo de
lipiacutedios foi acima da recomendaccedilatildeo em 48 delas (Figura 6)
Figura 6 Distribuiccedilatildeo das participantes segundo a adequaccedilatildeo da ingestatildeo dos
macronutrientes de acordo com a recomendaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em percentual da energia
(IOM 2006) Porto Velho 2015
59
10 13
26
76
39
44
14
48
Carboidratos Proteiacutenas Lipiacutedios
Abaixo da Recomendaccedilatildeo Dentro do Intervalo de Recomendaccedilatildeo
Acima da Recomendaccedilatildeo
58
A Pesquisa de Orccedilamentos Familiares (POF 20082009) avaliou o consumo alimentar
de 34003 brasileiros levando em consideraccedilatildeo o gecircnero e a faixa etaacuteria Foi observado que o
consumo energeacutetico meacutedio da populaccedilatildeo brasileira em geral variou de 1490 a 2289 kcal Na
regiatildeo norte observaram-se meacutedias de ingestatildeo energeacutetica acima da meacutedia nacional e das
demais regiotildees do paiacutes variando de 1660 a 2496 kcal Entre as mulheres a faixa etaacuteria de 19
a 59 anos apresentou ingestatildeo energeacutetica meacutedia de 1710 kcal sendo a meacutedia na aacuterea urbana
de 1713 e na aacuterea rural 1694 kcal
Dados do Estudo Nacional de Despesa Familiar (ENDEF) de 197475 e as POFs
(198788 199596 e 200203) verificaram diminuiccedilatildeo de cerca de 9 na participaccedilatildeo relativa
de carboidratos acarretando valores considerados miacutenimos para este macronutriente (559)
No entanto no estudo da POF 20082009 a porcentagem de contribuiccedilatildeo dos macronutrientes
obedeceu agraves faixas de recomendaccedilatildeo A meacutedia da porcentagem de contribuiccedilatildeo de
carboidratos nas dietas das mulheres brasileiras foi de 562 a 576 a de proteiacutena de 16 4 e
de lipiacutedio 272 Ao avaliar as participantes da regiatildeo norte as meacutedias de contribuiccedilatildeo foram
565 para carboidrato 176 para proteiacutena e 256 para lipiacutedio
A manutenccedilatildeo do peso corpoacutereo eacute primariamente determinada pelo consumo e
utilizaccedilatildeo de carboidratos e lipiacutedeos As proteiacutenas contribuiram com uma fraccedilatildeo pequena e
relativamente constante no consumo energeacutetico total A auto regulaccedilatildeo dos estoques de
carboidratos e proteiacutenas no organismo humano ocorre de maneira eficiente enquanto o
mecanismo de regulaccedilatildeo de armazenamento de lipiacutedios eacute pouco eficiente O papel
fundamental dos carboidratos (accediluacutecares e amido) eacute o de fornecer energia para as ceacutelulas do
organismo particularmente para o ceacuterebro uacutenico oacutergatildeo dependente exclusivamente destes
nutrientes (EGASHIRA MIZIARA LEONI 2014)
Os lipiacutedios satildeo importantes na alimentaccedilatildeo pois fornecem energia de alta densidade e
participam no valor energeacutetico total da dieta Ao longo dos uacuteltimos anos raacutepidas mudanccedilas na
dieta e no estilo de vida vecircm ocorrendo com a industrializaccedilatildeo urbanizaccedilatildeo desenvolvimento
econocircmico e mais recentemente a globalizaccedilatildeo propiciando significativo impacto na sauacutede e
no estado nutricional da populaccedilatildeo do mundo As DCNT incluindo obesidade diabetes
melito doenccedilas cardiovasculares hipertensatildeo arterial e alguns tipos de cacircncer tecircm
comprometido o periacuteodo de vida economicamente ativo de vaacuterios indiviacuteduos Com relaccedilatildeo agraves
mudanccedilas dieteacuteticas uma das principais alteraccedilotildees observadas eacute o incremento de oacuteleos e
gorduras em preparaccedilotildees e em alimentos industrializados (SANTOS e AQUINO 2014)
Apesar de as voluntaacuterias natildeo apresentarem doenccedilas crocircnicas auto-relatadas destaca-se que
59
houve histoacuterico de vaacuterias DCNT na famiacutelia constituindo fator de risco para desenvolvimento
destas nas participantes
A ingestatildeo alimentar de Se tambeacutem foi avaliada nestas participantes apresentando
meacutedia de consumo de 493 plusmn 191 microgdia (Tabela 3) Observou-se que esta meacutedia foi superior
agrave recomendaccedilatildeo da EAR (45 microgdia) entretanto em relaccedilatildeo agrave prevalecircncia de ingestatildeo
inadequada de Se estimada conforme a foacutermula de Beaton (1994) notou-se que 409 das
participantes apresentaram inadequaccedilatildeo da ingestatildeo ou seja consumo abaixo da EAR
Tabela 3 Ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) das participantes (n = 193)
Se (microgdia)
Meacutedia 4934
Desvio Padratildeo 1915
Mediana 4643
Miacutenimo 1038
Maacuteximo 18520
Segundo os resultados da POF 20082009 a meacutedia do consumo de Se da populaccedilatildeo
feminina com idade entre 19 e 59 anos foi de 762 microgdia Na regiatildeo norte este mesmo grupo
apresentou consumo meacutedio de 1048 microgdia superior ao das outras regiotildees do Brasil centro-
oeste (697 microg) nordeste (793 microg) sudeste (714 microg) e sul (737 microg) Tais resultados
independente da regiatildeo foram superiores ao obtido neste estudo A prevalecircncia de
inadequaccedilatildeo da ingestatildeo de Se neste mesmo grupo foi de 137 no paiacutes sendo de 91 na
regiatildeo norte
Silva (2013) ao avaliar a ingestatildeo alimentar de Se de adultos saudaacuteveis da cidade de
Fortaleza (CE) observou consumo meacutedio de 79 microgdia e somente 151 dos participantes
apresentaram meacutedia de ingestatildeo abaixo da EAR
De acordo com as pesquisas realizadas no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo - Minerais a
ingestatildeo de Se na populaccedilatildeo brasileira varia de 18 a 200 microgdia (CINTRA 1990 BORTOLI
2010 DONADIO 2011 MAIA 2008 SILVA 2013)
Donadio (2011) avaliou indiviacuteduos adultos saudaacuteveis do estado de Satildeo Paulo e
observou um consumo meacutedio de 412 microgdia No estudo de Bortoli (2010) realizado com
mulheres da cidade de Satildeo Paulo Cubatatildeo (SP) e Novo Airatildeo (AM) verificou-se um
consumo meacutedio de 571 microgdia 533 microgdia e 539 microgdia respectivamente Esses dados
60
mostraram que natildeo houve diferenccedila significativa entre as cidades eou estados avaliados
Rocha et al (2014) ao avaliarem o consumo alimentar de Se de crianccedilas de duas comunidades
ribeirinhas de Porto Velho (RO) verificaram que as crianccedilas que residiam na localidade de
Demarcaccedilatildeo consumiam menos Se (418 microgdia) que a localidade denominada Gleba do Rio
Preto (179 microgdia) A diferenccedila observada foi atribuiacuteda ao fato de as crianccedilas da segunda
comunidade consumirem mais alimentos in natura enquanto as crianccedilas da primeira em
virtude da sua localizaccedilatildeo geograacutefica tinham mais acesso a alimentos industrializados
Ressalta-se que todos esses dados referentes ao consumo brasileiro de Se
independente da regiatildeo natildeo ultrapassaram o Limite Superior Toleraacutevel de Ingestatildeo (UL) de
400 microg dia (IOM 2006)
A determinaccedilatildeo do consumo de Se natildeo eacute uma tarefa faacutecil em virtude das dificuldades
existentes em relaccedilatildeo aos meacutetodos que avaliam a ingestatildeo alimentar e aleacutem disso em razatildeo
do nuacutemero reduzido de tabelas que apresentam a concentraccedilatildeo do mineral nos alimentos
brasileiros (FERREIRA 2002) Aliado a essas questotildees eacute preciso ressaltar que as
concentraccedilotildees do mineral nos alimentos satildeo proporcionais agrave quantidade do mesmo nos solos
dessa forma um mesmo alimento pode conter concentraccedilotildees de Se muito diferentes Por isso
os valores de ingestatildeo de Se apresentados poderiam ser diferentes caso houvesse dados da
concentraccedilatildeo do mineral em alimentos cultivados em solo rondoniense Mesmo assim a
dificuldade em estimar a ingestatildeo do Se continuaria existindo pois natildeo seria faacutecil rastrear de
forma rigorosa a origem dos alimentos consumidos pelas participantes
A ingestatildeo de castanha-do-brasil tambeacutem foi mensurada visto que eacute considerado o
alimento mais rico em Se Apenas uma voluntaacuteria afirmou ter o haacutebito de consumi-la
regularmente coincidindo ser justamente aquela que apresentou o maior consumo de Se
(43897 microgdia) bem como as maiores concentraccedilotildees do mineral no sangue Por isso essa
participante natildeo foi incluiacuteda nas anaacutelises por ser considerada como outlier
54 MARCADORES BIOQUIacuteMICOS DO ESTADO NUTRICIONAL RELATIVO AO
SELEcircNIO
A tabela 4 apresenta as concentraccedilotildees de Se (microgL) no plasma e eritroacutecitos das
participantes
61
Tabela 4 Concentraccedilatildeo de Se (microgL) no plasma e nos eritroacutecitos das participantes (n=192)
PLASMA ERITROacuteCITOS
Meacutedia + DP 498 + 186 754 + 299
Mediana 470 730
Miacutenimo 58 184
Maacuteximo 1094 1532
DP Desvio Padratildeo
Destaca-se que o plasma reflete o estado nutricional atual (FAIRWEATHER-TAIT
1997) De acordo com Thomson (2004) e Van Dael e Deelstra (1993) o Se plasmaacutetico eacute
considerado o biomarcador mais acessiacutevel para avaliaccedilatildeo do status do mineral por isso eacute o
mais utilizado pois permite avaliar as mudanccedilas em curto prazo respondendo de forma
raacutepida e sensiacutevel conforme a ingestatildeo alimentar Eacute importante mencionar que essa resposta
pode ser influenciada por fatores como a idade o estado fisioloacutegico do indiviacuteduo e a forma do
Se consumida
De acordo com o paracircmetro proposto por Van Dael e Deelstra (1993) verificou-se que
a maioria das participantes apresentou deficiecircncia de Se (69) enquanto uma porcentagem
menor apresentou adequaccedilatildeo (295) e outra mais reduzida em risco de toxicidade (15)
A Figura 7 apresenta os resultados da concentraccedilatildeo de Se plasmaacutetico conforme os
paracircmetros proposto por Van Dael e Deelstra (1993) assim como os intervalos estipulados
por Thomson (2004) que propotildee valores miacutenimos de Se no soro para prevenccedilatildeo da doenccedila de
Keshan otimizaccedilatildeo da atividade das deiodinases maximizaccedilatildeo da atividade da GPx e da
selenoproteiacutena P e ainda para proteccedilatildeo contra alguns tipos de cacircncer
Apenas 41 das voluntaacuterias apresentaram-se em risco para doenccedila de Keshan e
784 delas baixa otimizaccedilatildeo para as deiodinases Para o ponto de corte de otimizaccedilatildeo da
GPx e selenoproteiacutena P a maioria (933) apresentou baixa otimizaccedilatildeo Quanto ao intervalo
de proteccedilatildeo contra alguns tipos de cacircncer 99 natildeo estavam protegidas
Dessa forma de acordo com as duas referecircncias selecionadas para avaliar a
concentraccedilatildeo de Se no plasma verifica-se que a maioria das voluntaacuterias aleacutem de apresentar
deficiecircncia do mineral
No Brasil poucos estudos avaliaram o estado nutricional relativo ao Se em adultos
saudaacuteveis Coutinho (2003) avaliou este paracircmetro em praticantes de capoeria residentes em
Satildeo Paulo e observou a meacutedia de 787 microgL de Se no plasma Maia (2008) avaliou 29
62
paulistanos e 28 cearenses e observou uma meacutedia de Se plasmaacutetico de 665 microgL e 576 microgL
respectivamente
Figura 7 Distribuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo plasmaacutetica de Se (microgL) das participantes (n=194)
segundo os paracircmetros porpostos por Van Dael e Deelstra (1993) e Thomson (2004) Porto
Velho 2015
a Intervalo proposto por Van Dael e Deelstra (1993) (60 - 120 μgL)
Pontos de corte propostos por Thomson (2004) b Prevenccedilatildeo do surgimento da doenccedila de Keshan (gt 21 μgL)
c Otimizaccedilatildeo da atividade das deiodinases (gt 65 μgL)
d Maximizaccedilatildeo da GPx e selenoproteiacutena P (gt 80 - 95 μgL)
e Proteccedilatildeo contra alguns tipos de cacircncer (gt 115 μgL)
Bortoli (2010) avaliou mulheres saudaacuteveis e encontrou uma meacutedia de 817 microgL nas
voluntaacuterias residentes em Satildeo Paulo 607 microgL no grupo de Cubatatildeo (SP) e de 1018 microgL
nas mulheres de Novo Airatildeo (AM) A meacutedia de Se plasmaacutetico obtida na uacuteltima localidade
citada foi justificada pelo fato de a populaccedilatildeo ter como haacutebito o consumo regular de castanha-
do-brasil Donadio (2011) ao avaliar 124 indiviacuteduos residentes em Satildeo Paulo obteve a meacutedia
de 541 microgL Santos (2013) tambeacutem determinou as concentraccedilotildees do mineral no plasma de
176 indiviacuteduos do Cearaacute e observou uma meacutedia de 626 microgL
63
A Figura 8 apresenta a distribuiccedilatildeo das concentraccedilotildees eritrocitaacuterias de Se das
participantes Nos eritroacutecitos 125 participantes (645) apresentaram concentraccedilotildees abaixo
do intervalo de referecircncia
Figura 8 Distribuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo eritrocitaacuteria de Se das participantes (n=194) Intervalo
assinalado em azul (90 - 190 μgL) constitui os paracircmetros de normalidade proposto por Van
Dael e Deelstra (1993) e Ortuntildeo (1997) Porto Velho 2015
Ao contraacuterio do plasma a concentraccedilatildeo de Se eritrocitaacuterio reflete o estado nutricional
pregresso por responder de forma mais lenta agraves alteraccedilotildees no estado nutricional Essa resposta estaacute
relacionada com o tempo de meia vida das hemaacutecias que eacute de aproximadamente 120 dias
(FAIRWEATHER-TAIT 1997 VAN DAEL e DEELSTRA 1993)
Houve correlaccedilatildeo entre as concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio (r = 0629 p ˂
0001) ou seja quanto maior a concentraccedilatildeo de Se no plasma maior a sua concentraccedilatildeo nos
eritroacutecitos
As Tabelas 5 e 6 apresentam os resultados das anaacutelises de regressatildeo da ingestatildeo
alimentar de Se em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees do mineral no plasma e nos eritroacutecitos
respectivamente
64
Tabela 5 Coeficiente de regressatildeo da ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) como variaacutevel
independente que influenciou a concentraccedilatildeo do mineral no plasma (microgL) das participantes
Variaacutevel independente β p-valora
R2 ajustado p-valor
b
Ingestatildeo alimentar de Se (microgdia)c 0278 0112 0277 0026
Modelo ajustado pela escolaridade (anos de estudo) idade (anos) ingestatildeo energeacutetica (kcaldia) e circunferecircncia
da cintura (cm)
a Valor de p referente ao coeficiente β
b Valor de p referente ao R
2 ajustado
As anaacutelises de regressatildeo mostraram que houve associaccedilatildeo positiva entre o consumo de
alimentar de Se (microgdia) e as concentraccedilotildees do mineral no plasma (microgL) e nos eritroacutecitos
(microgL) O coeficiente de correlaccedilatildeo (R2) da ingestatildeo alimentar de Se em relaccedilatildeo ao plasma foi
277 e nos eritroacutecitos 363 Estes coeficientes expressam a porcentagem da variabilidade
das concentraccedilotildees sanguiacuteneas de Se que satildeo explicadas pela ingestatildeo alimentar do mineral
Tabela 6 Coeficiente de regressatildeo da ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) como variaacutevel
independente que influenciou a concentraccedilatildeo do mineral nos eritroacutecitos (microgL) das
participantes
Variaacutevel independente β p-valora
R2 ajustado p-valor
b
Ingestatildeo alimentar de Se (microgdia)c 0154 0301 0363 0001
Modelo ajustado pelo consumo alimentar de Se (microgdia) idade (anos) circunferecircncia da cintura (cm) iacutendice de
massa corpoacuterea (kgm2) escolaridade (anos de estudo) e renda (salaacuterios miacutenimos)
a Valor de p referente ao coeficiente β
b Valor de p referente ao R
2 ajustado
No estudo de Maia (2008) a meacutedia da concentraccedilatildeo eritrocitaacuteria de Se em adultos residentes
em Satildeo Paulo foi de 80 microgL e do Cearaacute 1224 microgL Silva (2013) encontrou a meacutedia de 1015
microgL de Se nos eritroacutecitos dos participantes do Cearaacute Adame et al (2012) que avaliou
espanhois encontrou a meacutedia de 104 6 microgL
Bortoli (2010) obteve a meacutedia de 833 microgL nas participantes de Satildeo Paulo 859 microgL
no grupo de Cubatatildeo (SP) e de 1998 microgL nas muheres de Novo Airatildeo (AM) A meacutedia
elevada encontrada na comunidade de Novo Airatildeo foI justificada pelo fato de a populaccedilatildeo do
estado do Amazonas apresentar o haacutebito de consumir regularmente a castanha-do-brasil
Houve ainda correlaccedilatildeo positiva entre os valores de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio indicando
65
que aquelas participantes cujo o teor estava mais elevado em um dos compartimentos
sanguiacuteneos tambeacutem se encontrava da mesma forma no outro (r = 07018 plt 00001)
Segundo Lemire et al (2006) a populaccedilatildeo da Amazocircnia brasileira apresenta
concentraccedilatildeo de Se no sangue total que varia de normal a relativamente alto Entretanto este
resultado natildeo foi observado no presente estudo pois a maioria das participantes apresentou
concentraccedilotildees abaixo da referecircncia Todavia esta pesquisa foi composta por mulheres
residentes em uma capital urbana diferente dos locais de trabalho das pesquisas de Lemire et
al (2006) realizados em comunidades ribeirinhas do Paraacute Estes pesquisadores avaliaram 236
adultos de seis comunidades ribeirinhas ao longo do rio Tapajoacutes e verificaram que 343
possuiacuteam concentraccedilotildees elevadas e nove indiviacuteduos (38) apresentaram valores acima dos
estipulados para toxicidade O valor mais baixo encontrado do mineral foi de 142 microgL
Em outra pesquisa realizada por Lemire et al (2011) na mesma regiatildeo foram
avaliados 407 voluntaacuterios e apenas seis participantes (15) apresentaram deficiecircncia de Se
enquanto 32 apresentaram concentraccedilotildees entre 560 e 1000 microgL e 10 concentraccedilotildees
superiores a 1000 microgL Segundo os pesquisadores a concentraccedilatildeo elevada de Se no sangue
foi devida aos haacutebitos alimentares da populaccedilatildeo uma vez que a mesma sobrevive de
alimentos cultivados nas proacuteprias comunidades
De acordo com os estudos de Pinheiro et al (2005) Rocha et al (2014) e Lemire et al
(2006 2009 2010 e 2011) que avaliaram o status de Se em comunidades ribeirinhas da
Amazocircnia observa-se que haacute uma relaccedilatildeo entre a concentraccedilatildeo do mineral no sangue e a
cultura alimentar regional
Natildeo existem muitos trabalhos realizados no Brasil e no mundo que tenham avaliado o
status de Se de populaccedilotildees natildeo acometidas por doenccedilas a maioria das pesquisas avaliou
indiviacuteduos doentes Portanto este trabalho contribuiraacute para o melhor conhecimento das
condiccedilotildees dessa populaccedilatildeo quanto a esse mineral Constatou-se que o haacutebito alimentar urbano
natildeo incluiacutea o consumo de castanha-do-brasil nem de outros alimentos cultivados em solos da
regiatildeo que constituiriam dessa forma uma excelente fonte do mineral
55 SELEcircNIO E ATIVIDADE DA ENZIMA GPx
A atividade da enzima GPx foi avaliada nos eritroacutecitos de 195 participantes e os seus
valores foram corrigidos e ajustados pela concentraccedilatildeo de hemoglobina sendo apresentados
em Ug Hb Apenas 6 das voluntaacuterias avaliadas apresentaram baixa atividade da enzima e
66
87 atividade normal (Figura 9) O valor meacutedio da atividade da GPx foi de 451 + 193 Ug
Hb Dessa forma pode-se inferir que a ingestatildeo alimentar de Se embora baixa natildeo teve influecircncia
na atividade enzimatica da GPx que eacute um biomarcador sensiacutevel e que avaliado nos eritroacutecitos
pode refletir a ingestatildeo em longo prazo do mineral (BROWN 2001 LEI 2007)
Figura 9 A atividade da enzima GPx peroxidase das participantes Intervalo assinalado em
azul (275 a 736 Ug Hb) representa a referecircncia proposta pelo Kit da Randoxreg Porto Velho
2015
Dados da literatura sobre atividade eritrocitaacuteria da GPx satildeo escassos os existentes
avaliaram a atividade da enzima no plasma dificultando as comparaccedilotildees com os resultados
deste trabalho No entanto Olusi (2002) ao realizar seu estudo no Kwait com adultos
eutroacuteficos observou meacutedia de 983 Ug Hb sendo este valor considerado elevado Ko et al
(2005) ao avaliar chineses encontrou a meacutedia de atividade da GPx nos eritroacutecitos de 513
Ug Hb enquanto Moradi et al (2009) ao avaliar em mulheres iranianas observaram a meacutedia
de 20 3 Ug Hb
De acordo com os estudos brasileiros Maia (2008) observou atividade meacutedia de 477
Ug Hb para adultos residentes em Satildeo Paulo e de 528 Ug Hb no Cearaacute Bortoli (2010)
observou a meacutedia de 733 Ug Hb nas mulheres amazonenses 371 Ug Hb nas voluntaacuterias de
Satildeo Paulo e de 382 Ug Hb nas de Cubatatildeo A meacutedia na pesquisa de Donadio (2011) com
paulistanos foi de 401 Ug Hb e Silva (2013) em voluntaacuterias do Cearaacute obteve 386 Ug Hb
67
A atividade da GPx estaacute fortemente correlacionada com a concentraccedilatildeo sanguiacutenea de
Se portanto um consumo inadequado de Se pode ocasionar reduccedilatildeo da atividade da GPx o
que por sua vez afeta a resposta celular em relaccedilatildeo agrave accedilatildeo de agentes oxidantes
desencadeando o surgimento do estresse oxidativo (COMINETTI et al 2011)
Segundo Crespo-Loacutepez et al (2009) as glutationas podem atuar como a principal
linha de defesa contra os compostos de Hg e conforme Herculano et al (2006) altas
concentraccedilotildees da enzima podem servir de proteccedilatildeo contra a intoxicaccedilatildeo do metal
Pinheiro et al (2008) realizou uma comparaccedilatildeo entre concentraccedilotildees de Hg e a defesa
antioxidante de mulheres saudaacuteveis residentes em trecircs comunidades ribeirinhas da Amazocircnia
sendo duas comunidades consideradas expostas ao metal localizadas na bacia do rio Tapajoacutes
e a outra localizada na bacia do rio Tocantins O estudo tinha como finalidade detectar
possiacuteveis alteraccedilotildees no estado antioxidante em razatildeo da exposiccedilatildeo ao Hg Dentre outros
paracircmetros foram avaliados a concentraccedilatildeo da GPx no sangue total e as concentraccedilotildees de Hg
nos cabelos Foi observada correlaccedilatildeo positiva entre as concentraccedilotildees de Hg e o aumento da
concentraccedilatildeo da enzima ou seja os indiviacuteduos com alto teor de Hg apresentaram tambeacutem
concentraccedilotildees elevadas de GPx
56 SELEcircNIO E CONCENTRACcedilOtildeES CAPILARES DE MERCUacuteRIO
Os resultados das anaacutelises de Hg nos cabelos das voluntaacuterias encontram-se descritos
na Figura 10 Das 200 participantes avaliadas apenas seis (30) apresentaram concentraccedilotildees
de Hg superiores ao valor de referecircncia estabelecido pela WHO (1990) e apenas uma
apresentou concentraccedilatildeo do metal abaixo do limite de quantificaccedilatildeo (˂ 1 ng g-1
)
Em relaccedilatildeo aos resultados do formulaacuterio de Hg para coleta dos cabelos foi perguntado
para as participantes se estas possuiacuteam tintura ou qualquer tipo de alisamento e a maioria
(635) natildeo possuiacutea nenhum tipo de alisamento e 585 natildeo tinham cabelos pintados A
concentraccedilatildeo meacutedia de Hg nos cabelos foi de 625 + 766 ng g-1
A concentraccedilatildeo de Hg no sangue reflete a exposiccedilatildeo ao metal nas formas orgacircnica e
inorgacircnica e pode ser influenciada pelo consumo de alimentos contaminados O Hg
permanece na corrente sanguiacutenea apenas alguns dias apoacutes a exposiccedilatildeo desta maneira a anaacutelise
deve ser feita rapidamente a fim de detectar exposiccedilotildees recentes (EPA 2005) Em relaccedilatildeo agrave
concentraccedilatildeo de Hg nos cabelos esta eacute proporcional agrave do sangue uma vez que este metal se
incorpora aos fios (WHO 1990) A anaacutelise do cabelo reflete uma exposiccedilatildeo mais prolongada
68
ao Hg possibilitando a avaliaccedilatildeo da concentraccedilatildeo deste elemento durante periacuteodos de tempo
maiores (PASCALICCHIO 2002)
Figura 10 Distribuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo de Hg (ng g-1
) nos cabelos das participantes (n=
200) Ponto de corte assinalado em azul representa o valor de referecircncia (2000 ng g-1
)
proposto pela WHO (1990) Porto Velho-RO 2015
Os peixes da regiatildeo Amazocircnica segundo alguns pesquisadores apresentam elevado risco de
contaminaccedilatildeo por Hg (MUCKE et al 2001 BAacuteRAacuteNY et al 2002 KARITA e SUZUKI
2002 LINDBERG et al 2004 HANSEN et al 2004) Entretanto 975 das participantes
avaliadas informaram consumir este alimento de forma esporaacutedica Dessa forma pode-se
inferir que as participantes deste estudo natildeo apresentaram alta contaminaccedilatildeo por Hg em
decorrecircncia da baixa ingestatildeo de peixes no haacutebito alimentar Poreacutem Marques et al (2007) ao
avaliar as concentraccedilotildees de Hg de 82 mulheres urbanas de Porto Velho (RO) observaram
que mesmo com um baixo consumo de peixes o niacutevel meacutedio de Hg nos cabelos foi elevado
(3500 ng g-1
)
Em outra pesquisa realizada por Marques et al (2013) foram avaliadas mulheres de
comunidades ribeirinhas da bacia do rio Madeira Os autores observaram que as
concentraccedilotildees meacutedias de Hg nos cabelos (12120 ng g-1
) daquelas que moravam agraves margens
do rio foram superiores agravequeles das residentes em aacuterea urbana (5360 ng g-1
)
69
Rocha et al (2014) determinaram as concentraccedilotildees de Hg nos cabelos de crianccedilas de
duas comunidades ribeirinhas de Porto Velho sendo elas Demarcaccedilatildeo localizada as margens
do rio Machado e Gleba do Rio Preto no rio Preto As crianccedilas da primeira comunidade
apresentaram concentraccedilatildeo meacutedia de Hg de 3570 + 1860 ng g-1
enquanto as crianccedilas da
Gleba do Rio Preto concentraccedilotildees meacutedias de 6240 + 5890 ng g-1
ou seja 50 acima do
valor encontrado na comunidade Demarcaccedilatildeo
Bastos et al (2006) ao avaliar as concentraccedilotildees de Hg em 713 indiviacuteduos do rio
Madeira obtiveram a meacutedia de 15200 ng g-1
Boischio e Henshel (2000) ao avaliar 90 matildees e
89 crianccedilas encontraram meacutedias de 12600 ng g-1
e 10200 ng g-1
respectivamente
Hacon et al (2014) avaliaram cinco aacutereas na regiatildeo de Porto Velho no rio Madeira
Das cinco comunidades estudadas quatro faziam parte da regiatildeo ribeirinha de Santo Antocircnio
Participaram do estudo 1945 indiviacuteduos cujas concentraccedilotildees de Hg foram avaliados em
amostras de cabelos Apenas 09 dos voluntaacuterios apresentaram concentraccedilotildees de Hg
superiores a 50000 ng g-1
e 90 concentraccedilotildees inferiores a 10000 ng g-1
O estudo ressaltou
que as concentraccedilotildees de Hg nas mulheres de 16 a 49 anos de idade variou de 2400 a 5300 ng
g-1
dependendo da regiatildeo onde residiam Os pesquisadores concluiacuteram que as concentraccedilotildees
de Hg foram altos em todas as comunidades e este resultado foi relacionado ao consumo de
peixes da regiatildeo
Bortoli (2010) que tambeacutem avaliou as concentraccedilotildees de Hg nos cabelos de mulheres
de Satildeo Paulo (SP) Cubatatildeo (SP) e Novo Airatildeo (AM) encontrou meacutedia de 180 ng g-1
nas
paulistanas 190 ng g-1
nas Cubatenses e de 5670 ng g-1
nas participantes do Amazonas
Dentre as participantes dos dois primeiros grupos nenhuma apresentou concentraccedilatildeo de Hg
acima de 2000 ng g-1
concentraccedilatildeo para adultos natildeo expostos ocupacionalmente de acordo
com a WHO (1990) No grupo das mulheres amazonenses 218 apresentaram valores
abaixo dessa referecircncia De acordo com os valores maacuteximos em regiotildees onde haacute exposiccedilatildeo
reconhecida por Hg (6000 ng g-1
) foi observado que 309 destas participantes tinham
concentraccedilotildees de Hg nos cabelos acima desse valor de referecircncia A pesquisadora ressaltou
que 927 das mulheres de Novo Airatildeo relataram consumir peixes da regiatildeo pelo menos uma
vez por semana
Pinheiro et al (2005) ao avaliarem 40 mulheres de trecircs comunidades da bacia do rio
Tapajoacutes verificaram que natildeo houve diferenccedila estatiacutestica em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees de Hg
total nas amostras de cabelos nas diferentes comunidades O primeiro grupo composto por
gestantes apresentou a meacutedia de concentraccedilatildeo de Hg de 8250 ng g-1
enquanto o segundo
composto por mulheres natildeo gestantes 9390 ng g-1
do metal No entanto os pesquisadores
70
observaram que as concentraccedilotildees do Hg no terceiro trimestre de gravidez eram maiores
(9650 ng g-1
) que no primeiro (6620 ng g-1
) e segundo trimestres (6710 ng g-1
)
Pinheiro et al (2008) analisaram novamente duas comunidades da mesma regiatildeo que
o estudo anterior Poreacutem selecionaram mulheres de uma comunidade ribeirinha da bacia do
rio Tocantins que formaram o grupo controle do estudo pois estas natildeo pertenciam a uma
regiatildeo considerada contaminada por Hg Os autores observaram que nas comunidades da
bacia do rio Tapajoacutes as voluntaacuterias apresentaram concentraccedilotildees de Hg no cabelo
significativamente maiores (12926 ng g-1
) em relaccedilatildeo agrave comunidade da bacia do rio Tocantins
(3290 ng g-1
)
Estudos epidemioloacutegicos tecircm evidenciado correlaccedilatildeo positiva entre as concentraccedilotildees
de Se e Hg no sangue (MUCKE et al 2001 BAacuteRAacuteNY et al 2002 KARITA e SUZUKI
2002 LINDBERG et al 2004 HANSEN et al 2004) Tal evidecircncia foi verificada nesta
pesquisa em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees plasmaacuteticas do mineral conforme as anaacutelises de
regressatildeo Os coeficientes de correlaccedilatildeo (R2) das concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico e
eritrocitaacuterio foram 59 e 37 respectivamente (Tabela 7) Estes coeficientes expressam a
porcentagem da variabilidade no niacutevel de Hg nos cabelos (ng g-1
) que eacute explicada pelas
variaacuteveis independentes
De acordo com Gailer et al (2000) o efeito protetor do Se tem sido associado a uma
maior retenccedilatildeo de Hg ao inveacutes de maior excreccedilatildeo Desta forma acredita-se que o Se
juntamente com o Hg forme um complexo Hg-Se que por sua vez liga-se a selenoproteiacutena P
favorecendo uma redistribuiccedilatildeo corporal do metal Poreacutem segundo Baacuteraacuteny et al (2005) e
Lindberg et al (2004) os estudos sobre como esta interaccedilatildeo acontece ainda natildeo satildeo
suficientes para elucidar a dinacircmica desse complexo Sugere-se que uma ingestatildeo adequada de
Se possa promover um efeito de proteccedilatildeo contra o Hg e seus compostos toacutexicos
Apesar dos valores elevados de Hg encontrados na regiatildeo Amazocircnica poucos trabalhos
avaliaram sintomas ou sinais cliacutenicos referentes a essa intoxicaccedilatildeo
No estudo de Dorea et al (2003) com mulheres vivendo em comunidades ribeirinhas
do Rio Negro os sintomas pesquisados foram fraquezas musculares amortecimentos de
membros tremores desequiliacutebrio e alteraccedilotildees sensoriais No entanto na populaccedilatildeo deste
estudo tais sinais natildeo foram observados Malm et al (1995) realizaram outra pesquisa com
populaccedilotildees ribeirinhas no Paraacute e tambeacutem natildeo encontraram tais sinais (desequiliacutebrio sensitivo
constriccedilatildeo de campo visual ataxia reduccedilatildeo da capacidade auditiva tremores reflexos de
tendotildees e desequiliacutebrios mentais e salivares)
71
Tabela 7 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram as
concentraccedilotildees de Hg (ng g-1
) nos cabelos (variaacutevel dependente) das participantes
Variaacuteveis independentes β p-valora
R2 ajustado p-valor
b
Se no Plasma (microgL)c 3117 0177 0059 0020
Se no Eritroacutecito (microgL)d 0970 0656 0037 0096
a Valor de p referente ao coeficiente β
b Valor de p referente ao R
2 ajustado
c Modelo ajustado pelo indice de massa corporeacutea (kgm
2) escolaridade (anos de estudo) idade (anos) e renda
(salaacuterios miacutenimos) d Modelo ajustado pelo pelo indice de massa corporeacutea (kgm
2) circunferecircncia da cintura (cm) escolaridade (anos
de estudo) idade (anos) ingestatildeo energeacutetica (kcaldia) e renda (salaacuterios miacutenimos)
57 SELEcircNIO E AVALIACcedilAtildeO DO ESTRESSE OXIDATIVO MDA E ORAC
O meacutetodo de ORAC (Capacidade de Absorccedilatildeo de Radicais de Oxigecircnio) avalia a
capacidade do plasma de inibir o radical peroxil mostrando resistecircncia aos danos oxidativos
Dessa forma verifica-se que quanto maiores as concentraccedilotildees do Se no sangue maior seraacute a
capacidade antioxidante total sendo este dado relacionado agrave accedilatildeo ou funccedilatildeo antioxidante do
mineral
De acordo com as anaacutelises de regressatildeo houve associaccedilatildeo entre as concentraccedilotildees de
Se no plasma e nos eritroacutecitos com o ORAC (Tabela 8) Os coeficientes de correlaccedilatildeo (R2)
das concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio foram 60 e 77 respectivamente Estes
coeficientes expressam a porcentagem da variabilidade do ORAC que eacute explicado pelas
variaacuteveis independentes (Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio) Natildeo foram encontrados estudos que
avaliaram a capacidade antioxidante por meio do ORAC que relacionem ou associem com as
concentraccedilotildees de Se em indiviacuteduos saudaacuteveis
Tabela 8 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram a
capacidade antioxidante ndash ORAC (mmol eq troloxg de amostra) (variaacutevel dependente) das
participantes
Variaacuteveis independentes β p-valora
R2 ajustado p-valor
b
Se no Plasma (microgL)c -0002 0555 0060 0015
Se no Eritroacutecito (microgL)d -0005 0094 0077 0005
a Valor de p referente ao coeficiente β
b Valor de p referente ao R
2 ajustado
c Modelo ajustado pelo indice de massa corporeacutea (kgm
2) circunferecircncia da cintura (cm) renda (salaacuterios
miacutenimos) d
Modelo ajustado pelo pelo indice de massa corporeacutea (kgm2) circunferecircncia da cintura (cm) renda (salaacuterios
miacutenimos)
72
Os radicais livres de oxigecircnio podem induzir a reaccedilatildeo de peroxidaccedilatildeo lipiacutedica Os
aacutecidos graxos insaturados no plasma em uacuteltima instacircncia podem gerar produtos de
peroxidaccedilatildeo lipiacutedica tais como o malondialdeiacutedo (MDA) Dessa forma as concentraccedilotildees de
MDA podem refletir o niacutevel de estresse oxidativo do organismo De acordo com as anaacutelises
de regressatildeo natildeo houve associaccedilatildeo entre as concentraccedilotildees de Se no plasma e nos eritroacutecitos
com o MDA (Tabela 9)
Tabela 9 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram a
concentraccedilatildeo plasmaacutetica de malondialdeiacutedo (microM) (variaacutevel dependente) das participantes
Variaacuteveis independentes β p-valora
R2 ajustado p-valor
b
Se no Plasma (microgL)c 10 x 10
-4 0980 -0015 0675
Se no Eritroacutecito (microgL)c 10 x 10
-3 0239 -0005 0505
a Valor de p referente ao coeficiente β
b Valor de p referente ao R
2 ajustado
c Modelo ajustado pelo indice de massa corporeacutea (kgm
2) idade (anos) ingestatildeo energeacutetica (kcaldia)
circunferecircncia da cintura (cm) renda (salaacuterios miacutenimos) e escolaridade (anos de estudo)
O estudo de Gaacutec et al (2014) tinha como objetivo definir a relaccedilatildeo entre as
concentraccedilotildees de Se no sangue e estresse oxidativo (concentraccedilatildeo de MDA) em 337 crianccedilas
saudaacuteveis da Espanha A concentraccedilatildeo de Se natildeo exerceu nenhum efeito direto nas
concentraccedilotildees de MDA (r = 008 pgt005) Em outro estudo espanhol Galan-Chilet et al
(2014) avaliaram em uma populaccedilatildeo adulta a associaccedilatildeo entre o Se no plasma e as
concentraccedilotildees de MDA na urina Os autores tambeacutem natildeo observaram correlaccedilotildees
siginificativas entre esses marcadores
Krishnan e Rani (2014) tambeacutem natildeo encontraram nenhuma correlaccedilatildeo significativa
entre a concentraccedilatildeo de Se e MDA em pacientes com doenccedila de Alzheimer ou demecircncia de
origem vascular Entretanto outros estudos verificaram uma diminuiccedilatildeo das concentraccedilotildees de
MDA apoacutes a suplementaccedilatildeo com Se (ZHANG et al 2005 FABIAN et al 2013 SITTA et
al 2011 SMOLKOVAacute et al 2004 GRYGIEL-GOacuteRNIAK et al 2014)
73
58 POLIMORFISMO PRO198LEU
Ao avaliar a presenccedila do SNP (rs 1050450) no gene que codifica a enzima glutation
peroxidase1 nas 190 amostras do estudo foi observado que 567 das participantes
apresentaram genoacutetipo selvagem (ProPro) ou seja homozigotos para prolina 368 dos
indiviacuteduos heterozigotos (ProLeu) e 68 homozigotos para leucina (LeuLeu) A frequecircncia
relativa do alelo variante foi de 025
Os resultados da genotipagem apresentaram-se de acordo com o equiliacutebrio de Hardy
Weinberg o qual determina que as frequecircncias aleacutelicas devem permanecer constantes ao
longo das geraccedilotildees caso natildeo sejam interferidas por nenhum fator evolutivo Dessa forma o
teste de qui-quadrado (χ2) foi aplicado e o valor encontrado foi de 01127 e a probabilidade
associada a esse valor considerando um grau de liberdade foi maior que 5 indicando que a
populaccedilatildeo estava de acordo com o equiliacutebrio
A Tabela 10 ilustra a distribuiccedilatildeo das participantes de acordo com o SNP Pro198Leu
Tabela 10 Distribuiccedilatildeo do SNP Pro198Leu (rs 1050450) no gene que codifica GPx 1 nas
participantes (n=190)
Genoacutetipos coacutedon 198 da GPx 1 n
ProPro 107 563
ProLeu 70 368
LeuLeu 13 68
Quatro pesquisas descrevem a frequecircncia do polimorfismo Pro198Leu na populaccedilatildeo
da cidade de Satildeo Paulo Nishimura (2010) em seu estudo com 175 pacientes com cacircncer da
cavidade orofariacutengea encontrou prevalecircncia de 50 de indiviacuteduos com genoacutetipo selvagem
(ProPro) 43 heterozigoto (ProLeu) e 7 de homozigoto (LeuLeu) para o polimorfismo
Em seu grupo controle que foi constituiacutedo por 203 indiviacuteduos da mesma cidade 51
ProPro 43 ProLeu e 6 LeuLeu
Cominetti et al (2011) no seu trabalho realizado com 37 mulheres obesas
observaram 49 de ProPro 38 de ProLeu e 13 de LeuLeu Donadio (2011) ao avaliar
124 indiviacuteduos adultos natildeo doentes verificou que a prevalecircncia de ProPro foi de 49 de
ProLeu 47 e apenas 3 de LeuLeu
Cardoso et al (2012) ao determinar o polimorfismo em um grupo de 28 idosos com
doenccedila de Alzheimer observaram que 75 apresentaram genoacutetipo ProPro 14 de
74
heterozigotos e 11 de LeuLeu No mesmo estudo no grupo controle formado por 29
idosos sem a doenccedila os pesquisadores encontraram 72 com genoacutetipo ProPro 14 de
ProLeu e 14 de homozigotos LeuLeu
Silva (2013) em seu trabalho realizado com a populaccedilatildeo cearense observou que
545 dos indiviacuteduos apresentaram genoacutetipo ProPro 381 genoacutetipo ProLeu e 74 de
genoacutetipo LeuLeu
Hiragi et al (2011) avaliaram a frequecircncia do polimorfismo em 304 indiviacuteduos
pertencentes a trecircs grupos eacutetnicos diferentes No grupo constituiacutedo por 60 adultos indiacutegenas
95 possuiacuteam genoacutetipo selvagem (ProPro) 3 eram heterozigotos (ProLeu) e 2
homozigotos (LeuLeu) No grupo composto por 72 indiviacuteduos afrodescendentes 71 eram
ProPro 22 ProLeu e 7 LeuLeu O terceiro grupo formado por 172 indiviacuteduos que
residiam no Distrito Federal 47 eram ProPro 40 ProLeu e 13 LeuLeu
Fosberg et al (1999) em anaacutelise realizada com 25 suecos encontrou 52 de
indiviacuteduos homozigotos para prolina (selvagens) 36 de heterozigotos e 12 de
homozigotos para leucina Em outro estudo Fosberg et al (2000) determinaram a frequecircncia
de alelos para esse polimorfismo em uma populaccedilatildeo sueca e outra finlandesa A populaccedilatildeo
sueca foi formada por 101 indiviacuteduos infartados e 214 formaram o grupo controle A
distribuiccedilatildeo dos genoacutetipos dos indiviacuteduos do grupo caso foi de 55 homozigotos selvagens
38 heterozigotos e 7 de homozigotos para leucina No grupo controle a frequecircncia dos
genoacutetipos foi de 53 40 e 7 respectivamente No grupo da Finlacircndia dos 66 indiviacuteduos
avaliados 35 eram homozigotos para prolina 48 heterozigotos e 17 homozigotos para
leucina
De acordo com os trabalhos citados a menor distribuiccedilatildeo conforme os genoacutetipos estaacute
relacionada ao homozigoto LeuLeu Algumas pesquisas afirmam que a presenccedila do alelo Leu
reduz a atividade da enzima GPx nos indiviacuteduos com este alelo variante (HANSEN et al
2009 RAVN-HAREN et al 2006) Dessa forma se haacute uma diminuiccedilatildeo da atividade
enzimaacutetica da GPx o sistema antioxidante dos indiviacuteduos que apresentam o alelo Leu pode
ser afetado Estudos tambeacutem tecircm associado a presenccedila deste alelo variante a um aumento do
risco de alguns tipos de cacircncer (RATNASINGHE et al 2000 HU e DIAMOND 2003
ZHAO et al 2005) Entretanto essas associaccedilotildees natildeo foram observadas em todas as
populaccedilotildees estudadas uma vez que a frequecircncia do alelo Leu varia de acordo com o grupo
eacutetnico (ZHAO et al 2005)
De acordo com Pena et al (2011) a origem geneacutetica da populaccedilatildeo brasileira eacute o
resultado de vaacuterias miscigenaccedilotildees e apesar disso apresenta uma uniformidade maior que o
75
esperado No trabalho desses pesquisadores foi avaliado a ascendecircncia total de 934 brasileiros
de diferentes raccedilas residentes em quatro regiotildees do paiacutes com excessatildeo da regiatildeo centro-oeste
Foram avaliados polimorfismos de inserccedilatildeo e deleccedilatildeo e os genoacutetipos encontrados foram
utilizados para estimar os componentes europeus africanos e ameriacutendios dos indiviacuteduos Os
resultados mostraram que a ancestralidade das diferentes populaccedilotildees das regiotildees do Brasil eacute
semelhante
A populaccedilatildeo de Rondocircnia eacute umas das mais diversificadas do Brasil composta de
migrantes oriundos de todas as regiotildees do paiacutes O interior do Estado eacute formado por goianos
paranaenses paulistas mineiros gauacutechos capixabas baianos mato grossenses e sergipanos
enquanto a capital eacute formada por cearenses maranhenses amazonenses e acreanos (IBGE
2014)
Poucos estudos associaram o polimorfismo Pro198Leu com biomarcadores do estado
nutricional relativo ao Se em indiviacuteduos saudaacuteveis A Tabela 11 apresenta uma comparaccedilatildeo
das meacutedias das concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico eritrocitaacuterio atividade da GPx MDA e
ORAC de acordo com o genoacutetipo para o polimorfismo Pro198Leu Observou-se que natildeo
houve diferenccedila significativa entre os paracircmetros avaliados
Donadio (2011) encontrou diferenccedila significativa entre a atividade da GPx em
mulheres paulistanas avaliadas de acordo com os genoacutetipos do Pro198Leu Silva (2013)
tambeacutem encontrou a mesma diferenccedila em mulheres cearenses indicando que a influecircncia do
gecircnero eacute um importante fator que deve ser considerado em estudos sobre esse polimorfismo
Cominetti et al (2011) natildeo observaram diferenccedilas nas concentraccedilotildees de Se
plasmaacutetico eritrocitaacuterio e atividade da GPx entre os genoacutetipos em ambas as fases de seu
estudo (preacute e poacutes suplementaccedilatildeo de castanha-do-brasil) poreacutem encontraram correlaccedilatildeo entre
o Se eritrocitaacuterio e a atividade da GPx apenas para o grupo ProPro em ambas as fases O
mesmo resultado foi observado no estudo de Cardoso et al (2012) que tambeacutem observaram
correlaccedilatildeo entre o Se eritrocitaacuterio e a atividade da GPx apenas para o grupo ProPro tanto nos
indiviacuteduos com Alzheimer quanto no grupo controle A mesma correlaccedilatildeo foi descrita por
Jablonska et al (2009) Hu e Diamond (2003) e Karunashinghe et al (2011) Estes dados satildeo
uacuteteis para entender os mecanismos e a manutenccedilatildeo da variabilidade geneacutetica na populaccedilatildeo
bem como para a identificaccedilatildeo de genes associados com doenccedilas complexas (HIRAGI et al
2011) Todos esses resultados mostram que o efeito do polimorfismo Pro198Leu deve
continuar sendo investigado em diferentes populaccedilotildees
76
Tabela 11 Concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico eritrocitaacuterio atividade da enzima GPx MDA e
ORAC de acordo com o genoacutetipo para o polimorfismo Pro198Leu (rs1050450) no gene que
codifica para GPx 1 das participantes
Variaacuteveis ProPro
MD (DP) (n= 107)
ProLeu
MD (DP) (n = 70)
LeuLeu
MD (DP) (n = 13)
pa
Se no Plasma (microgL) 5366 (5225) 5417 (3993) 5577 (1866) 099
Se no Eritroacutecito (microgL) 7804 (3883) 7769 (3618) 7935 (2944) 099
GPx Eritrocitaacuteria (Ug Hb) 4751 (2277) 4426 (2604) 4261 (1374) 058
MDA (microM) 097 (111) 084 (022) 085 (023) 060
ORAC (mmol eq troloxg de amostra) 163 (151) 159 (130) 128 (076) 071
a Valor de p calculado pela ANOVA MD - Meacutedia DP - Desvio Padratildeo
59 POLIMORFISMO GSTM1
A GST faz parte de uma famiacutelia de enzimas intracelulares que modullam a accedilatildeo de
toxinas endoacutegenas e exoacutegenas sobre as ceacutelulas evitando danos ao DNA (MANNERVICK
1985) Esta famiacutelia de enzimas estaacute envolvida no metabolismo de muitos carcinoacutegenos
poluentes ambientais e drogas anticanceriacutegenas por isso a inexistecircncia de isoenzimas
especiacuteficas pode gerar efeito significativo na toleracircncia do organismo ao estresse oxidativo
(ZHENG et al 2002 MORAIS et al 2008) O gene da classe mu (GSTM1) abordado nesta
pesquisa eacute polimoacuterfico em humanos e estatildeo ausentes ou deletados de forma homozigoacutetica em
40 a 50 em diferentes populaccedilotildees eacutetnicas (NELSON et al 1995 HATAGIMA et al 2000
GISNBERG et al 2009)
A Tabela 12 apresenta a distribuiccedilatildeo das participantes de acordo com o genoacutetipo do
polimorfismo GSTM1 O genoacutetipo nulo ou deletado (--) indica que o gene inteiro apresenta
deleccedilatildeo e portanto o indiviacuteduo natildeo expressa a proteiacutena GST O genoacutetipo presente (++) eacute a
forma selvagem ou seja natildeo apresenta deleccedilatildeo do gene e o indiviacuteduo expressa a GST
Tabela 12 Distribuiccedilatildeo do polimorfismo GSTM1 no gene da GST das participantes (n =
180)
GSTM1 n
Presente (++) 104 5780
Nulo ou Deletado (--) 76 4220
77
Natildeo foram observadas diferenccedilas entre as concentraccedilotildees de Hg na populaccedilatildeo avaliada
de acordo com os genoacutetipos do polimorfismo GSTM1 bem como os paracircmetros relativos ao
estresse oxidativo (Tabela 13)
Tabela 13 Concentraccedilotildees de Hg de MDA e valores de ORAC de acordo com o genoacutetipo
para o polimorfismo GSTM1 no gene da GST das participantes
Variaacuteveis Presente (++)
MD (DP)
(n= 104)
Nulo (--)
MD (DP)
(n = 76)
pa
Hg (ng g-1
) 56365 (69475) 70863 (75295) 0184
MDA (microM) 095 (113) 087 (027) 0570
ORAC (mmol eq troloxg de amostra) 165 (159) 158 (117) 0730 a Valor de p calculado pelo teste T-Student
Klatau-Gimaratildees et al (2005) verificaram que em algumas tribos indiacutegenas da
Amazocircnia os indiviacuteduos que carreavam o genoacutetipo nulo ou seja deleccedilatildeo do gene inteiro
tinham maiores concentraccedilotildees de Hg nos cabelos Tais pesquisadores concluiacuteram que os
fatores geneacuteticos podem influenciar o acuacutemulo de Hg no organismo e os indiviacuteduos com
genoacutetipo nulo natildeo estatildeo aptos a destoxificar o metal pois essa funccedilatildeo eacute atribuiacuteda agrave GST
Entretanto outros estudos natildeo encontraram correlaccedilatildeo entre as concentraccedilotildees do metal
com os genoacutetipos do GSTM1 Gundacker et al (2007) em seu estudo com 222 estudantes da
Universidade de Viena relacionaram as concentraccedilotildees de Hg no sangue e na urina com os
genoacutetipos presente ou nulo do polimorfismo Os autores natildeo encontraram associaccedilatildeo entre
esses dois paracircmetros mas foi observado que as pessoas com genoacutetipo nulo apresentavam
valores mais elevados do metal Os autores verificaram que 56 dos indiviacuteduos carreavam o
genoacutetipo nulo tinham concentraccedilotildees mais baixas de Hg no sangue coincidindo com
concentraccedilotildees tiacutepicas de populaccedilotildees natildeo expostas agrave toxicidade Os resultados levaram agrave
hipoacutetese de que os indiviacuteduos com a deleccedilatildeo para GST apresentam atividade cataliacutetica
prejudicada e satildeo menos capazes de aumentar a sua capacidade de excreccedilatildeo do Hg levando a
uma maior acumulaccedilatildeo do metal no organismo
Estudos sobre a relaccedilatildeo entre o polimorfismo da GST e as concentraccedilotildees de Hg em
humanos satildeo escassos Custodio et al (2004 e 2005) verificaram que o polimorfismo GSTM1
natildeo teve efeito sobre as concentraccedilotildees de Hg no sangue total plasma e urina Entretanto
concluiacuteram que indiviacuteduos carreadores do genoacutetipo deletado apresentam atividade da enzima
reduzida e dessa forma maiores concentraccedilotildees e retenccedilatildeo de Hg
78
Lee et al (2009) analisaram o polimorfismo GSTM1 associado agrave exposiccedilatildeo intra-
uterina de Hg e o peso ao nascer de crianccedilas de etnia coreana Dentre as 417 gestantes
avaliadas 595 carreavam genoacutetipo nulo sem diferenccedila significativa nas concentraccedilotildees de
Hg no sangue e no cordatildeo umbilical em relaccedilatildeo agravequelas com genoacutetipo selvagem Apesar
disso os autores observaram que as crianccedilas cujas matildees carreavam o genoacutetipo nulo
apresentaram relaccedilatildeo inversa do peso ao nascer com as concentraccedilotildees de Hg no cordatildeo
umbilical Entretanto esta relaccedilatildeo natildeo foi observada nas crianccedilas filhas de matildees com genoacutetipo
selvagem Os pesquisadores afirmaram que este fato pode ser explicado em razatildeo do Hg ser
transferido para o feto atraveacutes da placenta Dessa forma foi demosntrado que o polimorfismo
GSTM1 pode desempenhar papel importante na relaccedilatildeo entre a concentraccedilatildeo de Hg e o peso
ao nascer
Na populaccedilatildeo brasileira a frequecircncia desse polimorfismo tambeacutem eacute elevada
Hatagima et al (2000) avaliaram 658 indiviacuteduos do Rio de Janeiro e 179 de Brasiacutelia e a
frequecircncia do genoacutetipo nulo foi semelhante nas duas populaccedilotildees 46 na populaccedilatildeo carioca e
49 na brasiliense Gattaacutes et al (2004) analisaram a frequecircncia em 594 indiviacuteduos
selecionados na cidade de Satildeo Paulo e 137 homens da aacuterea rural da Bahia A distribuiccedilatildeo do
genoacutetipo nulo avaliado foi mais frequente nos indiviacuteduos brancos (554) que nos pardos
(414) e negros (328) em Satildeo Paulo Na Bahia essa frequecircncia foi de 357
Hiragi et al (2011) determinaram a frequecircncia do polimorfismo em 304 indiviacuteduos
pertencentes a trecircs grupos eacutetnicos diferentes No grupo constituiacutedo por 60 adultos indiacutegenas
55 apresentaram genoacutetipo nulo e no grupo composto por 72 indiviacuteduos afrodescendentes
53 No terceiro grupo que foi formado por 172 indiviacuteduos que residiam no Distrito Federal
63 apresentaram genoacutetipo deletado
Em um estudo com 120 pacientes com diagnoacutestico de diabetes tipo 2 de Goiacircnia (GO)
Pinheiro et al (2013) observaram uma frequecircncia do genoacutetipo nulo de 41 no grupo caso
enquanto no grupo controle foi de 122 Natildeo foi observada qualquer associaccedilatildeo da deleccedilatildeo
com a suscetibilidade agrave doenccedila na populaccedilatildeo estudada apesar de ter sido observada uma
associaccedilatildeo com aumento significativo da glicemia de jejum hemoglobina glicada e pressatildeo
arterial
Anton et al (2010) verificaram a influecircncia do polimorfismo GSTM1 na
susceptibilidade ao cacircncer de mama em 15 mulheres com diagnoacutestico da doenccedila e em 30
mulheres saudaacuteveis atendidas em um hospital do sul do Brasil Foi observado que 467 das
mulheres carreavam o genoacutetipo nulo e 433 das mulheres do grupo controle tambeacutem
apresentaram a deleccedilatildeo do genoacutetipo Os pesquisadores sugeriram que a deleccedilatildeo homozigoacutetica
79
do gene pode estar associada com maior susceptibilidade ao cacircncer de mama na populaccedilatildeo
estudada entretanto mais estudos satildeo necessaacuterios
Possuelo et al (2013) tambeacutem avaliaram a frequecircncia do polimorfismo GSTM1 em 49
pacientes diagnosticadas com cacircncer de mama e 49 mulheres saudaacuteveis A frequecircncia de
alelos nulos foi significativamente maior no grupo caso (588) em comparaccedilatildeo ao grupo
controle (412) sugerindo uma possiacutevel influecircncia deste genoacutetipo na susceptibilidade agrave
doenccedila
Em trabalhos internacionais verificam-se porcentagens semelhantes aos resultados
apresentados Conforme Ginsberg et al (2009) a porcentagem de indiviacuteduos com genoacutetipo
nulo em afro-americanos eacute de 21 em chineses de 58 em japoneses 45 em mexicanos
41 e em caucasianos 53 Segundo Hatagima et al (2000) a porcentagem em ingleses eacute de
545 e em franceses 429
80
6 CONCLUSAtildeO
Pode-se concluir que as mulheres rondonienses residentes em aacuterea urbana considerada
de risco de contaminaccedilatildeo por Hg apresentaram status de Se inferior ao recomendado e
independente do genoacutetipo em relaccedilatildeo ao SNP Pro198Leu no gene da GPx A concentraccedilatildeo de
Hg nos cabelos estava dentro dos limites seguros e natildeo houve relaccedilatildeo com o polimorfismo de
deleccedilatildeo no gene GSTM1 Os referidos polimorfismos tambeacutem natildeo afetaram os biomarcadores
de estresse oxidativo avaliados
81
7 CRONOGRAMA
Atividades Desenvolvidas
(2010 ndash 2015)
2010 - 2011 2012 - 2015
Revisatildeo da Literatura X
Submissatildeo do projeto ao Comitecirc de Eacutetica (CEP) X
Disciplinas (20 Creacuteditos) X X
Preparo dos Materiais para Coleta X
Coleta de Dados X
Anaacutelise do Consumo Alimentar e Antropometria X X
Anaacutelises da enzima GPx X
Anaacutelise de Hemoglobina X
Anaacutelise Determinaccedilatildeo do Hg nos cabelos X
Anaacutelise de Se (Plasma e Eritroacutecito) X
Qualificaccedilatildeo da Tese X
Anaacutelise Estresse Oxidativo (MDA) X
Anaacutelise Estresse Oxidativo (ORAC) X
Determinaccedilotildees dos Polimorfismos Pro198Leu e
GSTM1 X
Tabulaccedilatildeo de Dados X
Anaacutelise Estatiacutestica X
Tese do Doutorado X
Artigo Cientiacutefico X
82
REFEREcircNCIAS
ADAME EM FLOREA D PEacuteREZ LS LOacutePEZ JM LOacutePEZ-GONZAacuteLEZ B
CRUZ AP Deficient selenium status of a healthy adult spanish population Nutricion
Hospitalaria v27 n2 p524-528 2012
AMORIM MI MERGLER D BAHIA MO DUBEAU H MIRANDA D LEBEL J
BURBANO RR LUCOTTE M Cytogenetic damage related to low levels of
methylmercury contamination in the Brazilian Amazon Anais da Academia Brasileira de
Ciecircncias v72 n4 p497ndash507 2000
AMOUROUX DA LISS PSB TESSIER EA HAMREN-LARSSON MB
DONARD OFX Role of oceans as biogenic sources of selenium Earth and Planetary
Science Letters v189 n34 p277-283 2001
ARSOVA-SARAFINOVSKA Z MZTEVSKA N EKEN A PETROVSKI D BANEV
S DZIKOVA S GEORGIEV V SIKOLE A ERDEM O SAYAL A AYDIN A
DIMOVSKI AJ GPx1 genetic polymorfism erytrocyte GPx activity and prostate cacircncer
risk International Urology and Nephrologuy v41 n1 p63-70 2009
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA OBESIDADE E DA SIacuteNDROME
METABOacuteLICA Diretrizes brasileiras de obesidade 20092010 3ed Itapevi AC
Farmacecircutica 2009 83p
AZEVEDO FA Toxicologia do mercuacuterio Satildeo Carlos Rima 2003 292p
BAEYENS WRG EBIGHAUS R VASILIEV OF eds Global and regional mercury
cycles sources fluxes and mass balances Dordrecht Kluwer Academic 1996 563p (NATO
ASI series Partnership sub-series 2 environment v21) [Proceedings of the NATO Advanced
Research Workshop on Regional and Global Mercury Cycles sources fluxes and mass
balances Novosibirsk Russia july 10-14 1995]
BAacuteRAacuteNY E BERGDAHL IA BRATTEBY LE LUNDH T SAMUELSON G
SCHUTZ A SKERFVING S OSKARSSON A Relationship between trace element
concentrations in human blood and serum Toxicology Letters v134 n13 p177ndash184
2002
BASTOS WR GOMES JPO OLIVEIRA RC ALMEIDA R NASCIMENTO EL
BERNARDI JVE LACERDA LD SILVEIRA EG PFEIFFER WC Mercury in the
environment and riverside population in the Madeira River Basin Amazon Brazil Science of
the Total Environment v368 n1 p344-351 2006 [Selected papers from the 7th
International Conference on Mercury as a Global Pollutant Ljubljana Slovenia June 27 - July
2 2004]
BEATON GH 1994 Criteria of an adequate diet In Shils RE Olson JA Shike M eds
Modern Nutrition in Health and Disease 8th edition Philadelphia Lea amp Febiger Pp 1491ndash
1505
BISINOTI MC Biogeoquiacutemica aquaacutetica do mercuacuterio orgacircnico na bacia do Rio Negro
Amazocircnia Campinas 2005 169p Tese de Doutorado ndash Instituto de Quiacutemica - Universidade
Estadual de Campinas
83
BISINOTI MC JARDIM WF O comportamento do metilmercuacuterio (meHg) no ambiente
Quiacutemica Nova v27 n4 p593-600 2004
BOENING DW Ecological effects transport and fate of mercury a general review
Chemosphere v40 n12 p1335-1351 2000
BOISCHIO AA HENSHEL DS Linear regression models of methyl mercury exposure
during prenatal and early postnatal life among riverside people along the upper Madeira river
Amazon Environmental Research v83 n2 p150-161 2000
BORTOLI MC Avaliaccedilatildeo dos niacuteveis sanguiacuteneos do hormocircnio tireiodiano ativo (T3) e do
estado nutricional relativo ao selecircnio de mulheres residentes em aacutereas de exposiccedilatildeo ao
mercuacuterio Satildeo Paulo 2010 130p Tese de Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas
- Universidade de Satildeo Paulo
BRABO ES SANTOS EO JESUS IM MASCARENHAS AF FAIAL KF Niacuteveis
de mercuacuterio em peixes consumidos pela comunidade indiacutegena de Sai Cinza na Reserva
Munduruku Municiacutepio de Jacareacanga Estado do Paraacute Brasil Cadernos de Sauacutede
Puacuteblica v15 n2 p325-332 1999
BRASIL Resoluccedilatildeo CONAMA n5 de 5 de agosto de 1993 Dispotildee sobre o gerenciamento
de resiacuteduos soacutelidos gerados nos portos aeroportos terminais ferroviaacuterios e rodoviaacuterios
(Revogadas as disposiccedilotildees que tratam de resiacuteduos soacutelidos oriundos de serviccedilos de sauacutede pela
Resoluccedilatildeo n35805) Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia n166 31 de agosto de 1993 Seccedilatildeo
1 p12996-12998
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo
Baacutesica Coordenaccedilatildeo geral da Poliacutetica de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo Sisvan antropometria
como pesar e medir Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004
BRENNEISEN P STEINBRENNER H SIES H Selenium oxidative stress and health
aspects Molecular Aspects of Medicine v26 n45 p256-267 2005
BROOKES AJ The essence of SNPs Gene v234 n2 p177-186 1999
BROWN KM ARTHUR JR Selenium selenoproteins and human health a review Public
Health Nutrition v4 n2b p593-599 2001
BURK RF Recent developments in trace element metabolism and function newer roles of
selenium in nutrition Journal of Nutrition v119 n7 p1051-1054 1998
BURIM RV CANALLE R MARTINELLI ALC TAKAHASHI CS Polymorphisms
in glutathione S-transferases GSTM1 GSTT1 and GSTP1 and cytochromes P450 CYP2E1
and CYP1A1 and susceptibility to cirrhosis or pancreatitis in alcoholics Mutagenesis v19
n4 p291ndash298 2004
CAMPOS MS SARKIS JES MULLER RCS BRABO ES SANTOS EO
Correlation between mercury and selenium concentrations in Indian hair from Rondocircnia
State Amazon region Brazil Science of the Total Environment v287 n12 p155-161
2002
84
CANELA MC Determinaccedilatildeo de mercuacuterio a niacutevel de traccedilo aplicaccedilatildeo em amostras de
interesse ambiental Campinas 1995 79p Dissertaccedilatildeo de Mestrado ndash Instituto de Quiacutemica ndash
Universidade Estadual de Campinas
CARDOSO BR ONG TP JACOB-FILHO W JALUUL O FREITAS MI
COZZOLINO SM Nutritional status of selenium in Alzheimerrsquos disease patients Britsh
Journal of Nutrition v103 n6 p803-806 2010
CARDOSO BR ONG TP JACOB-FILHO W JALUUL O FREITAS MI
COMINETTI C COZZOLINO SM Glutathione peroxidase 1 polymorphism in Brazilian
Alzheimers disease patients relations to the enzyme activity and to selenium status Journal
of Nutrigenetic and Nutrigenomics v5 n2 p72-80 2012
CASTRO L FREEMAN BA Reactive oxygen species in human health and disease
Nutrition v17 n2 p161-165 2001
CASTRO NSS LIMA MO Biomarkers of mercury exposure in the Amazon BioMed
Research International v2014 art867069 p1-10 2014 [Review]
CEZAR MRS Avaliaccedilatildeo da exposiccedilatildeo ao mercuacuterio e seus compostos em matildees e seus
receacutem-nascidos em Porto Velho ndash RO Beleacutem 2002 69p Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Nuacutecleo
de Medicina Tropical - Universidade Federal do Paraacute
CINTRA RMGC Biodisponibilidade de selecircnio em dieta regional de Satildeo Paulo Satildeo
Paulo 1990 74p Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas ndash
Universidade de Satildeo Paulo
CHANG JC GUTENMANN WH REID CM LISK DJ Selenium content of Brazil
nuts from two geographic locations in Brazil Chemosphere v30 n4 p801-802 1995
CHARRIER J MAUGARD CM LE MEVEL B BIGNON YJ Allelotype influence at
glutathione S-transferase M1 locus in breast cancer susceptibility British Journal of
Cancer v79 n2 p346-53 1999
CHAUHAN A CHAUHAN V Oxidative stress in autism Pathophysiology v13 n13
p171-181 2006
CHEN CL LIU Q RELLING MV Simultaneous characterization of glutathione S-
transferase M1 and T1 polymorphisms by polymerase-chain reaction in American whites and
blacks Pharmacogenetics v6 n2 p187-191 1996
CHEN C OU L LI B XING L GUANG J TIACHENG W YUXI G PEIQUN Z
MEI L WEI C ZHIFANG C Increased Oxidative DNA Damage as assessed by urinary
8-hidroxy-2 deoxyguanosine concentrations and serum redox status in persons exposed to
mercury Clinical Chemistry v51 n4 p759-767 2005
CHEN H YU M LI M ZHAO R ZHU Q ZHOU W LU M LU Y ZHENG T
JIANQ J ZHAO W XIANG K JIA W LIU L Polymorphic variations in manganese
superoxide dismutase (MnSOD) glutathione peroxidase ndash 1 (GPx 1) and catalase (CAT)
contribuite to elevated plasma triglyceride levels in Chinese patients with type 2 diabetes or
diabetic cardiovascular disease Molecular Cell Biochemistry v363 p85ndash91 2012
85
CHEN Y KAPETANOVIC I CROWELL J IP C MORRISSEY R LYUBIMOV A
Thirteen week oral (Gavage) toxicity study of L-Se-Methylselenocysteine (SeMC) in rats
Toxicological Science v90 n1-S p343 2006
COLOMBO J ROSSIT ARB CAETANO A BORIM AA WORNRATH D
SILVA AE GSTT1 GSTM1 and CYP2E1 genetic polymorphisms in gastric cancer and
chronic gastritis in a Brazilian population World Journal of Gastroenterology v10 n9
p1240ndash1245 2004
COMBS Jr GF WATTS JC JACKSON MI JOHNSON LK ZENG H SCHEETT
AJ UTHUS EO SCHOMBURG L HOEG A HOEFIG CS DAVIS CD
MILNER JA Determinants of selenium status in healthy adults Nutrition Journal v10
p75 2011
COMINETTI C Efeito da suplementaccedilatildeo com castanha do Brasil (Bertholletia excelsa
H B K) sobre o estresse oxidativo em mulheres obesas e sua relaccedilatildeo com o
polimorfismo Pro198Leu no gene da glutationa peroxidase 1 Satildeo Paulo 2010 115p Tese
de Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo
COMINETTI C BORTOLI MC ABDALLA DSP COZZOLINO SMF
Considerations about oxidative stress selenium and nutrigenetics Nutrire v36 n3 p131-
153 2011 [Review]
COMINETTI C BORTOLI MC PURGATTO E ONG TP MORENO FS
GARRIDO Jr BG COZZOLINO SMF Associations between glutathione peroxidase-1
Pro198Leu polymorphism selenium status and DNA damage levels in obese women after
consumption of Brazil nuts Nutrition v27 n9 p891-896 2011
COUTINHO VE Efeito da suplementaccedilatildeo de selecircnio por meio da ingestatildeo de castanhas-
do-Brasil (Bertholletia excelsa HBK) no estado nutricional relativo ao selecircnio de
praticantes de atividade fiacutesica (capoeira) Satildeo Paulo 2001 150p Tese de Doutorado -
Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo
COVAULT J ABREU C KRANZLER H ONCKEN C Quantitative real-time PCR for
gene dosage determinations in microdeletion genotypes BioTechniques v35 n3 p594-
598 2003
COZZOLINO SMF Deficiecircncias de minerais Estudos Avanccedilados v21 n60 p119-126
2007
CRESPO-LOPEZ ME SA AL HERCULANO AM BURBANO RR
NASCIMENTO JLM Methylmercury genotoxicity a novel effect in human cell lines of the
central nervous system Environment International v33 n2 p141ndash146 2007
CUSTODIO HM BROBERG K WENNBERG M JANSSON JH VESSBY B
HALLMANS G STEGMAYR B SKERFVING S Polymorphisms in glutathione-related
genes affect methylmercury retention Archives of Environmental Health v59 n11
p588ndash595 2004
CRESPO-LOacutePEZ ME SANTOS ECO BRABO ES RODRIGUES AR COcircRTES
MIT SILVEIRA LCL Comparative study of human exposure to mercury in riverside
86
communities of Amazon Brazilian Journal of Medical and Biological Research v39 n3
p411-414 2006
CUSTODIO HM HARARI R GERHARDSSON L SKERFVING S BROBERG K
Genetic influences on the retention of inorganic mercury Archives of Environmental amp
Occupational Health v60 n1 p17ndash23 2005
DAVIS CD UTHUS EO Dietary selenite and azadeoxycytidine treatments affect
dimethilhidrazine-induced aberrant crypt formation in rat colon and DNA methylation in HT
ndash 29 cells Journal of Nutrition v132 n2 p292-297 2002
DEJONG JL CHANG CM WHANG-PERNG J KNUTSEN T TU CPD The
human liver glutathione S-transferase gene superfamily expression and chromosome
mapping of Hb subunit cDNA Nucleic Acids Research v16 n17 p8541-8554 1988
DI PIETRO A VISALLI G LA MAESTRA S MICALE R BALUCE B
MATARESE G CINGANO L SCOGLIO ME Biomonitoring of DNA damage in
peripheral blood lymphocytes of subjects with dental restorative fillings Mutation Research
v650 n2 p115ndash122 2008
DOMINGUES J Determinaccedilatildeo de mercuacuterio total em amostras de cabelo e sua relaccedilatildeo
com o desenvolvimento psicomotor de crianccedilas na comunidade de Barreiras Paraacute
Beleacutem 2000 91p Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Nuacutecleo de Medicina Tropical - Universidade
Federal do Paraacute
DONADIO JLS Polimorfismos nos genes da enzima glutationa peroxidase e
biomarcadores do estado nutricional relativo ao selecircnio em populaccedilatildeo adulta de Satildeo
Paulo Satildeo Paulo 2011 75p Disssertaccedilatildeo de Mestrado - Faculdade de Ciecircncias
Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo
DRASCH G MAILAumlNDER S SCHLOSSER C ROIDER G Content of non-mercury-
associated selenium in human tissues Biological Trace Element Research v77 n3 p219-
230 2000
DUMONT E VANHAECKE F CORNELIS R Selenium speciation from food source to
metabolites a critical review Analytical and Bioanalytical Chemistry v385 n7 p1304-
1323 2006
DUSINSKAacute M VALLOVAacute B URSIacuteNYOVAacute M HLADIacuteKOVAacute V SMOLKOVAacute B
WSOacuteLOVAacute L RASLOVAacute K COLLINS AR DNA damageand antioxidants
fluctuations through the year in a central European population group Food and Chemical
Toxicology v40 n8 p1119ndash1123 2002
EGASHIRA EM MIZIARA APB LEONI LAB Grupo do arroz patildeo massa batata e
mandioca PHILIPPI ST org Piracircmide dos alimentos fundamentos baacutesicos da nutriccedilatildeo
2ed Barueri Manole 2014 (Guias de Nutriccedilatildeo e Alimentaccedilatildeo)
EPA (US Environmental Protection Agency) Mercury in Medical Facilities Revised August
2003 Updated 2005
87
ERCAL N GURER-ORHAN H AYKIN-BURNS N Toxic metals and oxidative stress
Part I Mechanisms involved in metal-induced oxidative damage Current Topics in
Medicinal Chemistry v1 n6 p529-539 2001
FABIAN E POLOSKEY P KOacuteSA L ELMADFA I REacuteTHY LA Nutritional
supplements and plasma antioxidants in childhood asthma Wiener Klinische
Wochenschrift v125 n1112 p309ndash315 2013
FADINI PS JARDIM WF Is the Negro River Basin (Amazon) impacted by naturally
occurring mercury Science of the Total Environment v275 n13 p71-82 2001
FAIRWEATHER-TAIT SJ BAO Y BROADLEY MR COLLINGS R FORD D
HESKETH JE HURST R Selenium in human health and disease Antioxidants amp Redox
Signaling v14 n7 p1337-1383 2011
FARELLA N Les fermes familiales de la reacutegion frontiegravere du Tapajoacutes en Amazonie
breacutesilienne relations entre les origines les pratiques agricoles les impacts sur les sols et le
deacuteboisement Montreacuteal 2005 209p Tese de Doutorado ndash Universiteacute Du Queacutebec agrave Montreacuteal
FARIAS LA FAVARO DIT VASCONCELLOS MBA Determinaccedilatildeo de mercuacuterio e
metilmercuacuterio em amostras de cabelo e peixes Revista do Instituto Adolfo Lutz v68 n3
p451-460 2009
FARIAS LA SANTOS NR FAVARO DIT BRAGA ES Mercuacuterio total em cabelo de
crianccedilas de uma populaccedilatildeo costeira Cananeacuteia Satildeo Paulo Brasil Cadernos de Sauacutede
Puacuteblica v24 n10 p2249-2256 2008
FARIAS LA Avaliaccedilatildeo do conteuacutedo de mercuacuterio metilmercuacuterio e outros elementos de
interesse em peixes e em amostras de cabelos e dietas de preacute-escolares da Regiatildeo
Amazocircnica Satildeo Paulo 2006 233p Tese de Doutorado ndash Instituto de Pesquisas Energeacuteticas e
Nucleares - Universidade de Satildeo Paulo
FARIAS LA FAacuteVARO DIT MAIHARA VA VASCONCELOS MBA
YUYAMA LK AGUIAR JPL ALENCAR FH Assessment of daily dietary intake of
Hg and some essential elements in diets of children from the Amazon region Journal of
Radioanalytical and Nuclear Chemistry v270 n1 p217-223 2006
FOLVEN KI GLOVER CN MALDE MK LINDEBEYE AK Does selenium modify
neurobehavioral impacts of developmental methylmercury exposure in mice Environmental
Toxicology and Pharmacology v28 n1 p111-119 2009
FORD M DELANEY KA LING L ERICKSON T Clinical toxicology Philadelphia
W B Saunders 2001 p737ndash742
FORSBERG L DE FAIRE U MARKLUND SL ANDERSSON PM STEGMAYR
B MORGENSTERN R Phenotype determination of a common Pro-Leu polymorphism in
human glutathione peroxidase 1 Blood Cells Molecules amp Diseases v26 n5 p423-426
2000
FOSBERG L DE FAIRE U MORGENSTERN R Low yield of polymorphisms from
EST blast searching analysis of genes related to oxidative stress and verification of the
P197L polymorphism in GPX1 Human Mutation v13 n4 p294-300 1999
88
FOX T FAIRWEATHER-TAIT SJ Selenium In HURRELL R ed The mineral
fortification of foods Leatherhead Leatherhead Publishing 1999 v2 p1-44 (A
Leatherhead Food RA publication)
FRISANCHO AR Anthropometric standards for the assessment of growth and
nutritional status Ann Arbor University of Michigan Press 1990 189p
GAacuteC P PAWLAS N POREBA R POREBA M MARKIEWICZ-GOacuteRKA I
JANUSZEWSKA L OLSZOWY Z PAWLAS K Interaction between blood selenium
concentration and a levels of oxidative stress and antioxidative capacity in healthy children
Environmental Toxicology and Pharmacology v39 n1 p137-144 2014
GAILER J GRAHAM NG PICKERING IJ MADDEN S PRINCE RC YU EY
DENTON MB YOUNIS HS APOSHIAN HV Structural Basis of the Antagonism
between Inorganic Mercury and Selenium in mammals ChemResToxicol 2000 13-1135-
1142
GALAN-CHILET I TELLEZ-PLAZA M GUALLAR E MARCO G LOPEZ-
IZQUIERDO R GONZALEZ-MANZANO I TORMOS MC MARTIN-NUNtildeEZ GM
ROJO-MARTINEZ G SAEZ GT MARTIacuteN-ESCUDERO JC REDON J JAVIER-
CHAVES F Plasma selenium and oxidative stress biomarkers a gene-environment
interaction population based study Free Radical Biology and Medicine v74 p229-236
2014
GALVAtildeO RCF BERNARDI JVE ALMEIDA R BASTOS WR GOMES JPO
Relaccedilatildeo espacial do mercuacuterio e elementos traccedilos em sedimento de fundo no Alto Rio
Madeira In SEMINAacuteRIO DE RECURSOS HIacuteDRICOS DA BACIA HIDROGRAacuteFICA DO
PARAIacuteBA DO SUL O EUCALIPTO E O CICLO HIDROLOacuteGICO 1 Taubateacute 2007
Anais Taubateacute IPABHi 2007 p51-57
GANTHER HE SUNDE ML Factors in fish modifying methylmercury toxicity and
metabolism Biological Trace Element Research v119 n3 p221-233 2007
GATTAacuteS GHF KATO M SOARES-VIEIRA JA SIRAQUE MS KOHLER P
GOMES L REGO MAV BYDLOWSKI SP Ethnicity and glutathione S-transferase
(GSTM1 GSTT1) polymorphisms in a Brazilian population Brazilian Journal of Medical
and Biological Research v37 n4 p451-458 2004
GINSBERG G SMOLENSKI S HATTIS D GUYTON KZ JOHNS DO
SONAWANE B Genetic polymorphism in glutathione transferases (GST) population
distribution of GSTM1 T1 and P1 conjugating activity Journal of Toxicology and
Environmental Health Part B Critical Reviews v12 n56 p389-439 2009
GONZAGA IB MARTENS A COZZOLINO SMF Selecircnio In COZZOLINO SMF
org Biodisponibilidade de nutrientes 2ed Barueri Manole 2007 Cap28 p575-613
GONZAGA IB Avaliaccedilatildeo nutricional relativa ao selecircnio em crianccedilas com dieta
enriquecida de castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa L) Satildeo Paulo 2002 157p Tese
de Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo
GONZAGA IB MARTENS A COZZOLINO SMF Selecircnio In COZZOLINO SMF
org Biodisponibilidade de nutrientes Barueri Manole 2005 cap26 p539-577
89
GREGUS Z GYURASICS AI CSANAKY I PINTER Z Effects of methylmercury and
organic acid on the disposition of exogenous selenium in rats Toxicology and Applied
Pharmacology v174 n2 p177ndash187 2001
GRYGIEL-GOacuteRNIAK B MARCINKOWSKA J SZCZEPANIK A PRZYSLAWSKI J
Nutritional habits and oxidative stress in postmenopausal age Polskie Archiwum Medycyny
Wewnetrznej v124 n6 p298ndash305 2014
GUNDACKER C KOMARNICKI G ZOumlDL B FORSTER C SHUSTER E
WITTMANN K Whole blood mercury and selenium concentrations in a selected Austrian
population Does gender matter Science of the Total Environment v372 n1 p76-86
2006
GUNDACKER C KOMARNICKI G JAGIELLO P GENCIKOVA A DAHMEN N
WITTMANN KJ GENCIK M Glutathione-S-transferase polymorphism metallothionein
expression and mercury levels among students in Austria Science of the Total
Environment v385 n13 p37-47 2007
HACON SS DOacuteREA JG FONSECA MF OLIVEIRA BA MOURAtildeO DS RUIZ
CMV GONCcedilALVES RA MARIANI CF BASTOS WR The influence of chances in
lifestyle and mercury exposure in riverine populations of the Madeira River (Amazon Basin)
near a hydroelectric project International Journal of Environmental Research and Public
Health v11 n3 p2437-2455 2014
HALLIWELL B CHIRICO S Lipid peroxidation its mechanisms measurement and
significance American Journal and Clinical Nutrition v57 n5 suppl p715S-725S
1993
HAMANASHI T FURUTA H KATO H DOI A TAMAI M SHIMOMURA H
SAKAGASHIRA S NISHI M SASAKI H SANKE T NANJO K Functional variants
in the glutathione peroxidase-1 (GPx-1) gene are associated with increased intima-media
thickness of carotid arteries and risk of macrovascular disease in Japanese type 2 diabetic
patients Diabetes v53 n9 p2455-2460 2004
HARADA M NAKANISHI J YASODA E PINHEIRO MCN OIKAWA TAG
GUIMARAcircES GA CARDOSO BS KIZAKI T OHNO H Mercury pollution in the
Tapajos River basin Amazon mercury level of head hair and health effects Environment
International v27 n4 p285ndash290 2001
HATAGIMA A KLATAU-GUIMARAtildeES MZ SILVA FP CABELLO PH
Glutathione S-transferase M1 (GSTM1) polymorfism in two Brazillian populations Genetics
and Molecular Biology v23 n4 p709-713 2000
HERBETTE S ROECKEL-DREVET P DREVET JR Seleno-independent glutathione
peroxidases more than simple antioxidant scavengers FEBS Journal v274 n9 p2163-
2180 2007
HERCULANO AM CRESPO-LOacutePEZ ME LIMA SMA PINCANCcedilO DINIZ
DLW NASCIMENTO JLM Methylmercury intoxication activates nitric oxide synthase
in chick retinal cell culture Brazilian Journal of Medical and Biological Research v39
n3 p415ndash418 2006
90
HOLBEN DH SMITH AM The diverse role of selenium within selenoproteins a review
Journal of the American Dietetic Association v99 n7 p836-843 1999
HORVAT M BAEYENS W EBINGHAUS R VASILIEV O Mercury analysis and
speciation in environmental samples In NATO ASI SERIES 2 ENVIRONMENT global and
regional mercury cycles sources fluxes and mass balances Novosibirsk 1996 Kluwer
1996 p1-31
HU YJ DIAMOND AM Role of glutathione peroxidase 1 in breast cancer loss of
heterozygosity and allelic differences in the response to selenium Cancer Research v63
n12 p3347-3351 2003
HSIEH YY SHEN WS LEE LY WU TL NING HC SUN CF Long-term
changes in trace elements in patients undergoing chronic hemodialysis Biological Trace
Element Research v109 n2 p115-121 2006
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Atlas do Censo demograacutefico 2010 Rio de
Janeiro IBGE 2013 Disponiacutevel em httpbibliotecaibgegovbrvisualizacaolivrosliv64529_capa_sumpdf
Acesso em 02 Jan 2015
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Censo demograacutefico 2010 caracteriacutesticas
da populaccedilatildeo e dos domiciacutelios resultados do universo Rio de Janeiro IBGE 2011 270p Disponiacutevel em
httpbibliotecaibgegovbrvisualizacaoperiodicos93cd_2010_caracteristicas_populacao_domiciliospdf
Acesso em 02 Jan 2015
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Estimativas da populaccedilatildeo residente no
Brasil e unidades da Federaccedilatildeo com data de referecircncia em 1ordm de julho de 2014 2014 8p Disponiacutevel em
ftpftpibgegovbrEstimativas_de_PopulacaoEstimativas_2014nota_metodologica_2014pdf Acesso em 02
Jan 2015
INSTITUTE OF MEDICINE (United States) Dietary reference intakes for vitamin C
vitamin E selenium and carotenoides Washington National Academy Press 2000 529p
INTERNATIONAL PROGRAM ON CHEMICAL SAFETY UNITED NATIONS
ENVIRONMENT PROGRAMME WORLD HEALTH ORGANIZATION
Methylmercury Geneva World Health Organization 1990 v118 144p (Methylmercury in
environmental health criteria 101)
INSTITUTE OF MEDICINE (United States) Introduction to dietary reference intakes In
______ Dietary reference intakes for vitamin C vitamin E selenium and carotenoides
Washington National Academy Press 2000 cap1 p21-34
INTERNATIONAL PROGRAM ON CHEMICAL SAFETY UNITED NATIONS
ENVIRONMENT PROGRAMME WORLD HEALTH ORGANIZATION
Methylmercury Geneva World Health Organization 1990 v118 144p (Methylmercury in
environmental health criteria 101)
INSTITUTE OF MEDICINE (United States) Nutrient assessment of individuals statistical
foundations In ______ Dietary reference intakes applications in dietary assessment
Washington National Academy 2000 append B p185-210
91
JABLONSKA E GROMADZINSKA J RESZKA E WASOWICZ W SOBALA W
SZESZENIA-DABROWSKA N BOFFETTA P Association between GPx1 Pro198Leu
polymorphism GPx1 activity and plasma selenium concentration in humans European
Journal of Nutrition v48 n6 p383ndash386 2009
JAFFEacute WG RUPHAEL MD MONDRAGON MC CUEVAS MA Estudio cliacutenico e
bioquiacutemicos em nintildeos escolares de uma zona seleniacutefera Archivos Latinoamericanos de
Nutricioacuten v22 n4 p595-611 1972
JAIN M KUMAR S RASTOGI N LAL P GHOSHAL UC TIWARI A PANT
MC BAIQ MQ MITTAL B GSTT1 GSTM1 and GSTP1 genetic polymorphisms and
interaction with tobacco alcohol and occupational exposure in esophageal cancer patients
from North India Cancer Letters v242 n1 p60ndash67 2006
JONES DP Redefining oxidative stress forum review Antioxidants amp Redox Signaling
v8 n910 p1865-1879 2006
KAUWELL GPA Emerging concepts in nutrigenomics a preview of what is to come
Nutrition in Clinical Practice v20 n1 p75-87 2005
KARUNASINGLE N HAN DY ZHU S YU J LANGE K DUAN H MEDHORA
R SINGH N KAN J ALZAHER W CHEN B KO S TRIGGS CM FERGUSON
LR Serum selenium and single-nucleotide polymorphisms in genes for selenoproteins
relationship to markers of oxidative stress in men from Auckland New Zealand Genes amp
Nutrition v7 n2 p179-190 2012
KLAUTAU-GUIMARAtildeES MN DrsquoASCENCcedilAtildeO R CALDART FA GRISOLIA CK
SOUZA JR BARBOSA AC CORDEIRO CMT FERRARI I Analysis of genetic
susceptibility to mercury contamination evaluated through molecular biomarkers in at-risk
Amazon Amerindian populations Genetics and Molecular Biology v28 n4 p827-832
2005
KO WS GUO CH YEAH MS LIN LY HSU GS CHEN PC LUO MC LIN
CY Blood micronutrient oxidative stress and viral lood in patients with chronic hepatitis C
World Journal of Gastroenterology v14 n30 p4697ndash4702 2005
KOumlHRLE J The trace element selenium and the thyroid gland Biochimie v81 p527-533
1999
KOumlHRLE J FLOHEacute BR BOCK A GARTNER R MEYER O FLOHEacute L Selenium
in biology facts and medical perspectives Biological Chemistry v381 n910 p849-864
2000
KRISHNAN S RANI P Evaluation of selenium redox statusand their association with
plasma amyloidtau in Alzheimerrsquos disease Biological Trace Element Research v158 n2
p158ndash165 2014
KUZUYA M ANDO F IGUCHI A SHIMOKATA H Glutathione peroxidase 1
Pro198Leu variant contributes to the metabolic syndrome in men in a large Japanese cohort
American Journal of Clinical Nutrition v87 n6 p1939ndash1944 2008
92
LACERDA LD Distribuiccedilatildeo e comportamento do mercuacuterio no ambiente Amazocircnico In
HACON S LACERDA LD PFEIFFER WC CARVALHO D orgs Riscos e
consequecircncias do uso do mercuacuterio Rio de Janeiro Ministeacuterio da Sauacutede FINEP IBAMA
CNPQ 1990 p80-90 [Seminaacuterio Nacional ldquoRiscos e Consequumlecircncias do Uso do Mercuacuteriordquo
de 12 a 15 de setembro de 1989 Brasilia - DF]
LAumlRSTAD M LJUNGKVIST G OLIN AC TOREacuteN K Determination of
malondialdehyde in breath condensate by high-performance liquid chromatography with
fluorescence detection Journal of Chromatography B Analytical Technologies in the
Biomedical and Life Sciences v766 n1 p107-114 2002
LEE BE HONG YC PARK H HA M KOO BS CHANG N ROH YM KIM
BN KIM YJ KIM BM JO SJ HA EH Interaction between GSTM1GSTT1
polymorphism and blood mercury on birth weight Environmental Health Perspectives
v118 n3 p437-443 2010
LEI XG CHENG W McCLUNG JP Metabolic regulation and function of glutathione
peroxidase-1 Annual Review of Nutrition v27 p41-61 2007
LEMIRE M FILLION M FRENETTE BT PASSOS CJS GUIMARAtildeES JRD
BARBOSA Jr F MERGLER D Selenium from dietary sources and motor functions in the
Brazilian Amazon Neurotoxicology v32 n6 p944-953 2011
LEMIRE M FILLION M FRENETTE BT MAYER A PHILIBERT A PASSOS
CJS GUIMARAtildeES JR BARBOSA FJ MERGLER D Selenium and mercury in the
Brazilian Amazon opposing influences on age-related cataracts Environmental Health
Perspectives v118 n11 p1584-1589 2010
LEMIRE M MERGLER D FILLION M PASSOS CJS GUIMARAtildeES JRD
DAVIDSON R LUCOTTE M Elevated blood selenium levels in the Brazilian Amazon
Science of the Total Environment v366 n1 p101-111 2006
LEMIRE M MERGLER D HUEL G PASSOS CJS FILLION M PHILIBERT A
GUIMARAtildeES JR RHEAULT I BORDUAS J NORMAND G Biomarkers of selenium
status in the Amazonian context blood urine and sequential hair segments Journal of
Exposure Science amp Environmental Epidemiology v19 n2 p213-222 2009
LETAVAYOVAacute L VLCKOVAacute V BROZMANOVAacute J Selenium from cancer
prevention to DNA damage Toxicology v227 n12 p1-14 2006
LINDBERG A BJORNBERG KA VAHTER M BERGLUNG M Exposure to
methylmercury in non-fish eating people in Sweden Environmental Research v96 n1
p28-33 2004
LIVAK KJ FLOOD SJA MARMARO J GIUSTI W DEETZ K Oligonucleotides
with fluorescent dyes at opposite ends provide a quenched probe system useful for detecting
PCR product and nucleic acid hybridization PCR Methods and Applications v4 n6
p357-362 1995
MAIA CSC O selecircnio e a glacircndula tireoacuteide um estudo em pacientes portadores de
disfunccedilotildees tireoidianas nos estados do Cearaacute e Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2008 117p Tese de
Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo
93
MANNERVICK B The isoenzymes of glutathione transferase Advances in Enzymology
and Related Areas of Molecular Biology v57 p357-417 1985
MARQUES RC Avaliaccedilatildeo da exposiccedilatildeo ao mercuacuterio e seus compostos sobre o
desenvolvimento neuropsicomotor em crianccedilas de Porto Velho-RO Beleacutem 2002 102p
Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Nuacutecleo de Medicina Tropical - Universidade Federal do Paraacute
MARQUES RC DOacuteREA JG BASTOS WR REBELO MF FONSECA MF
MALM O Maternal mercury exposure and neuro-motor development in breastfed infants
from Porto Velho (Amazon) Brazil Int J Hyg Environ Health v210 p51ndash60 2007 Int
J Environ Res Public Health 2013
MARQUES RC BERNARDI JVE DOREA JG BRANDAtildeO KG BUENO L
LEAtildeO RS MALM O Fish consumption during pregnancy mercury transfer and birth
weight along Madeira River basin in Amazonia International Journal of Environmental
Research and Public Health v10 n6 p2150-2163 2013
MARTENS AVS COZZOLINO SMF Mapeamento da distribuiccedilatildeo de selecircnio em
territoacuterio brasileiro por meio da anaacutelise de alimentos nativos feijatildeo (fascolos vulgaris L) e
carne bovina para o consumo humano e aacuteguas e solo oriundos Satildeo Paulo FAPESP 2002
Processo n0011578-3 [Relatoacuterio Cientifiacuteco]
MARTENS IBG MARTENS A COZZOLINO SMF Selecircnio In COZZOLINO
SMF org Biodisponibilidade de nutrientes 4ed Barueri Manole 2012 p721-765
MEECH JA VEIGA MM THOMASNS D Emissions and stability of mercury in the
Amazon Canadian Metallurgical Quarterly v36 n4 p231-239 1997
MIRETZKY P BISINOTI MC JARDIM WF Sorption of mercury (II) in Amazon soils
from column studies Chemosphere v60 n11 p1583-1589 2005
MORADI M EFYEKHARI MH TALEI A FARD ARA Comparative study of
selenium concentration and glutathione peroxidase activity in normal and breast cancer
Public Health Nutrition v12 n1 p59-63 2009
MORAIS LMTS CARDOSO FILHO C LOURENCcedilO GJ SHINZATO JY
ZEFERINO LC LIMA CSP GURGEL MSC Caracteriacutesticas mamograacuteficas do cacircncer
de mama associadas aos polimorfismos GSTM1 e GSTT1 Revista da Associaccedilatildeo Meacutedica
Brasileira v54 n1 p61-66 2008
MUCCI A MONTGOMERY S LUCOTTE M PLOURDE Y PICHET P VANTRA
H Mercury remobilization from flooded soils in a hydroelectric reservoir of Northern
Quebec La Grande-2 results of a soil resuspension experiment Canadian Journal of
Fisheries and Aquatic Sciences v52 n11 p2507-2517 1995
NAGANUMA A ANDERSON ME MEISTER A Cellular glutathione as a determinant
sensitivity to mercury chloride prevention of toxicity by giving glutathione monoester
Biochemical Parmacology v40 n4 p693-697 1990
NAVARRO-ALARCON M CABRERA-VIQUE C Selenium in food and the human body
a review Science of the Total Environment v400 n13 p115-141 2008
94
NAVARRO-ALARCON M LOacutePEZ-MARTINEZ MC Essentiality of selenium in the
human body relationship with different diseases Science of the Total Environment v249
n13 p347-371 2000
NATIONAL RESEARCH COUNCIL Nutrient requeriments of dairy cattle 7ed
Washington National Academy Press 2001381p
NISHIMURA LS Polimorfismo Pro198Leu no gene para a enzima antioxidante
dependente de selecircnio glutationa peroxidase 1 e risco de cacircncer epidermoide da cavidade
oral e orofaringe 2010 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncia dos Alimentos) ndash Faculdade
de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010
OLUSI SO Obesity is independent risk factor for plasma lipid peroxidation and depletion of
erythrocyte cytoprotectic enzymes in humans International Journal of Obesity and
Related Metabolic Disorders v26 n9 p1159ndash1164 2002
ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Elementos traccedilo na nutriccedilatildeo e sauacutede humana
Satildeo Paulo Roca 1998 p63-91
ORTUNtildeO J ROS G PERIAGO MJ MARTINEZ C LOPEZ G RODRIGO J
Importacircncia nutricional del selenio Archivos Latinoamericanos de Nutricioacuten v47 n1
p6-13 1997
PAGLIA DE VALENTINE WN Studies on the quantitative and qualitative
characterization of erythrocyte glutathione peroxidase Journal of laboratory and clinical
medicine v70 n1 p158-169 1967
PAPP LV LU J HOLMGREN A KHANNA KK From selenium to selenoproteins
synthesis identity and their role in human health Antioxidants amp Redox Signaling v9 n7
p776-796 2007
PARADIS S WHEATLEY B BOSWELL-PURDY J BEacuteLISLE D COLE M
LICKERS H HAYTON A DAVIES K Mercury contamination through fish
consumption a model for predicting and preventing hazardous behavior on a community
level Mercury as a Global Pollutant Human Health Issues v97 p147-158 1997
PARK SK KANG D NOH DY LEE KM KIM SU CHOI JY CHOI IM
AHN SH CHOE KJ HIRVONEN A STRICKLAND PT YOO KY Reproductive
factors glutathione S-transferase M1 and T1 genetic polymorphism and breast cancer risk
Breast Cancer Research and Treatment v78 n1 p89-96 2003
PASSOS CJ MERGLER D GASPAR E MORAIS S LUCOTT M LARRIBE F
DAVIDSON R GROSBOIS S Eating tropical fruit reduces mercury exposure from fish
consumption in the Brazilian Amazon Environmental Research v93 n2 p123-130 2003
PASSOS CJ MERGLER D LEMIRE M FILLION M GUIMARAtildeES JR Fish
consumption and bioindicators of inorganic mercury exposure Science of the Total
Environment v373 n1 p68ndash76 2007
PASCALICCHIO AAE Contaminaccedilatildeo por metais pesados sauacutede puacuteblica e medicina
ortomolecular Satildeo Paulo Annablume 2002 132p
95
PEROTTONI J LOBATO LP SILVEIRA A ROCHA JBT EMANUELLI T Effects
of mercury and selenite on D-aminolevulinate dehydratase activity and on selected oxidative
stress parameters in rats Environmental Research v95 n2 p166-173 2004
PINHEIRO MCN GUIMARAtildeES GA NAKANISHI J OIKAWA T VIEIRA JL
QUARESMA M CARDOSO B AMORAS W Avaliaccedilatildeo da contaminaccedilatildeo mercurial
mediante anaacutelise do teor de Hg total em amostras de cabelo em comunidades ribeirinhas do
Tapajoacutes Paraacute Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v33 n2
p181-194 2000
PINHEIRO MCN MACCHI BM VIEIRA JLF OIKAWA T AMORAS WW
GUIMARAtildeES GA COSTA CA CRESPO-LOacutePEZ ME HERCULANO AM
SILVEIRA LC NASCIMENTO JL Mercury exposure and antioxidant defenses in
women a comparative study in the Amazon Environmental Research v107 n1 p53ndash59
2008
PINHEIRO MCN MULLER RCS SARKIS JE VIEIRA JLF OIKAWA T
GOMES MSV GUIMARAtildeES GA NASCIMENTO JLM SILVEIRA LCL
Mercury and selenium concentrations in hair samples of women in fertile age from Amazon
riverside communities Science of the Total Environment v349 n13 p284-288 2005
PINHEIRO DS ROCHA FILHO CR MUNDIM CA MARCO Jr P ULHOA CJ
REIS AAS GHEDINI PC Evaluation of glutathione S-transferase GSTM1 and GSTT1
deletion polymorphisms on type-2 diabetes mellitus risk PLoS One v8 n10 arte76262
p1-5 2013
PIRES LV Efeito da suplementaccedilatildeo com castanha-do-Brasil (Bertholletia excelsa
HBK) na expressatildeo gecircnica de citocinas inflamatoacuterias e sua relaccedilatildeo com o estresse
oxidativo e pacientes com diabetes mellitus tipo 1 Satildeo Paulo 2012 130p Tese de
Doutorado ndash Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo
POSSUELO LG PERACcedilA CF EISENHARDT MF DOLTO ML CAPPELLETTI
L FOLETTO E VALIM ARM Polymorphisms of GSTM1 and GSTT1 genes in breast
cancer susceptibility a case-control study Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetriacutecia
v35 n12 p569-574 2013
PRIOR RL HOANG H GU L WU X BACCHIACA M HOWARD L
HAMPSCH-WOODILL M HUANG D OU B JACOB B Assays for hydrophilic and
lipophilic antioxidant capacity (oxygen radical absorbance capacity (ORACFL)) of plasma
and other biological and food samples Journal of Agricultural and Food Chemistry v51
n11 p3273-3279 2003
RAVN-HAREN G OLSEN A TJONNELAND A DRAGSTED LO NEXO BA
WALLIN H OVERVAD K RASCHOU-NIELSENL O VOGEL U Associations
between GPx 1 Pro198Leu polymorphism erythrocyte GPx activity alcohol consumption and
breast cancer risk in a prospective cohort study Carcinogenesis v27 n4 p820-825 2006
RAYMAN MP The importance of selenium to human health Lancet v356 n9225 p233-
241 2000
RAYMOND LJ RALSTON NVC Mercury selenium interactions and health
implications Seychelles Medical and Dental Journal v7 n1 spiss p72-77 2004
96
REILLY C Selenium in food and health London Blackie Academic and Professional
1996 338p
REZAEI Z JAMSHIDZADEH A SANATI E A rapid and sensitive method for the
determination of malondialdehyde as its hydralazine derivative in human plasma using high
performance liquid chromatography Analytical Methods v5 n12 p2995-2999 2013
RICHIE Jr JP MUSCAT JE ELLISION I CALCAGNOTTO A KLEINMAN W
EL-BAYOUMY K Association of selenium status and blood glutathione concentrations in
blacks and whites Nutrition and Cancer v63 n3 p367ndash375 2011
RIDNOUR LA ISENBERG JS ESPEY MG THOMAS DD ROBERTS DD Nitric
oxide regulates angiogenesis through a functional switch involving thrombospondin-1
Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America v102
n37 p13147-13152 2005
ROCHA AV Estado nutricional relative ao selecircnio de crianccedilas residentes em duas
localidades de Rondocircnia Amazocircnia Ocidental Satildeo Paulo 2009 109p Dissertaccedilatildeo de
Mestrado ndash Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas ndash Universidade de Satildeo Paulo
ROCHA AV CARDOSO BR COMINETTI C BUENO RB BORTOLI MC
FARIAS LA FAVARO DIT CAMARGO LMA COZZOLINO SMF Selenium
status and hair mercury leves in riverine children from Rondocircnia Amazonia Nutrition v30
n11-12 p1318-1323 2014
SAacute AL HERCULANO AM PINHEIRO MC SILVEIRAS LCL NASCIMENTO
JLM CRESPO-LOacutePEZ ME Exposiccedilatildeo humana ao mercuacuterio na regiatildeo oeste do Estado do
Paraacute Revista Paraense de Medicina v20 n1 p19-25 2006
SAMPAIO DS LUCOTTE M ROULET HP MERGLER D CROSSA M Mercuacuterio
nos peixes do Rio Tapajoacutes Amazocircnia brasileira InterfacEHS v1 n1 art 6 p1-31 2006
Disponiacutevel em
httpwwwunitesuqamcagmfcarusodoccarusosampaiosampaio_et_al_2006pdf Acesso
em 24 Dez 2014
SANTOS KMO AQUINO RC Grupo dos oacuteleos e gorduras In PHILIPPI ST Piracircmide
dos alimentos fundamentos baacutesicos da nutriccedilatildeo 2ed Barueri Manole 2014 p251-303
SANTOS LB Polimorfismo Pro198Leu no gene que codifica para glutationa
peroxidase 1 e sua relaccedilatildeo com o estado nutricional relativo ao selecircnio de uma populaccedilatildeo
adulta residente no municiacutepio de Fortaleza Cearaacute 201393f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash
Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2013
SAVASKAN NE UFER C KUHN H BORCHERT A Molecular biology of
glutathione peroxidase 4 from genomic structure to developmental expression and neural
function Biological Chemistry v388 n10 p1007ndash1017 2007
SCHMIDT MI DUNCAN BB SILVA GA MENEZES AM MONTEIRO CA
BARRETO SM CHOR D MENEZES PR Doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis no
Brasil carga e desafios atuais 2011 (Sauacutede no Brasil 4) Disponiacutevel em
httpdownloadthelancetcomflatcontentassetspdfsbrazilbrazilpor4pdf Acesso em 10 Jan
2015
97
SCHORK NJ FALLIN D LANCHBURY J Single Nucleotide Polymorphisms and the
future of genetic epidemiology Clinical Genetics v58 n4 p250-264 2000
SILVA JJRF WILLIAMS RJP The biological chemistry of the elements the
inorganic chemistry of life Oxford Oxford University Press New York Clarendon Press
1993 561p
SITTA A VANZIN CS BIANCINI GB MANFREDINI V OLIVEIRA AB
WAYHS CA RIBAS GO GIUGLIANI L SCHWARTZ IV BOHRER D
GARCIA SC WAJNER M VARGAS CR Evidence that L-carnitine and selenium
supplementation reduces oxidative stress in phenylketonuric patients Cellular and
Molecular Neurobiology v31 n3 p429ndash436 2011
SKOOG DA HOLLER FJ NIEMAN TA Princiacutepios de anaacutelise instrumental 5ed
Satildeo Paulo Bookman 2002 836p
SMOLKOVAacute B DUSINSKAacute M RASLOVAacute K BARANCOKOVAacute M
KAZIMIacuteROVAacute A HORSKAacute A SPUSTOVAacute V COLLINS A Folate levels determine
effect of antioxidant supplementation on micronuclei in subjects with cardiovascular risk
Mutagenesis v19 n6 p469ndash476 2004
SOUZA JR BARBOSA AC Contaminaccedilatildeo por Hg e o caso da Amazocircnia Quiacutemica Nova
na Escola n12 p23-25 2000
SOUZA ML MENEZES HC Processamentos de amecircndoa e torta de castanhandashdondashBrasil e
farinha de mandioca paracircmetros de qualidade Ciecircncia Tecnologia e Alimentos v24 n1
p120-128 2004
STEUERWALD U WEIHE P JORGENSEN PJ BJERVE K BROCK J HEINZOW
B BUDTZ-JORGENSEN E GRANDJEAN P Maternal seafood diet methylmercury
exposure and neonatal neurologic function Journal of Pediatrics v136 n5 p599-605
2000
STOCKLER-PINTO MB FARAGE NE BOAVENTURA GT COZZOLINO SM
Effect of Brazil nut supplementation on the blood levels of selenium and glutathione
peroxidase in hemodialysis patients Nutrition v26 n1112 p1065ndash1069 2010
SLATER B MARCHIONI DL FISBERG RM Estimando a prevalecircncia da ingestatildeo
inadequada de Nutrientes Rev Sauacutede Puacuteblica v33 n4 p599-605 2004
SUZEN HS GUCYENER E SAKALLI O UCKUN Z KOSE G USTEL D
DUYDU Y CAT C-262T and GPx 1 Pro198Leu polimorphisms in a Turkish population
Molecular Biology Reports v37 n1 p87-92 2010
TAKEUCKI T ETO K The pathology of Minamata disease a tragic story of water
pollution Kyushu Kyushu University Press 1999 310p
TAPIERO H TOWNSEND DM TEW KD The antioxidant role of selenium and seleno-
compounds Biomedicine amp Pharmacotherapy v57 n34 p134ndash144 2003
TINKOV AA SKALNAYA MG DEMIDOV VA SEREBRYANSKY EP
NIKONOROV AA SKALNY AV Hair mercury association with selenium serum lipid
98
spectrum and gama-glutamyl transferase activity in adults Biological Trace Element
Research v161 n3 p255-262 2014
UNITED NATIONS Enviroment Programme Chemicals Impacts of mercury on the
environment In ______ Global mercury assessment Geneva UNEP 2002 cap5 p73-
86
UNITED STATES Department of Health and Human Services Public Heath Services
Agency for Toxic Substances and Disease Registry Toxicological Profile for Mercury
Atlanta ATSDR 1999 676p
VAN DAEL P DEELSTRA H Selenium International Journal for Vitamin and
Nutrition Research v63 n4 p312-316 1993
VIVANCO RHC MENGE FGW BARRIGA PAC Variaciones de la fragilidad
osmoacutetica eritrocitaria en bovinos a pastoreo sobre praderas con bajo contenido de selenio y
suplementados o no con selecircnio Revista Cientiacutefica vXVI n3 p227-231 2006
WIDERSTEN M PEARSON WR ENGSTROEM A MANNERVIK B Heterologous
expression of the allelic variant μ-class glutathione transferases μ and ψ Biochemical
Journal v276 n2 p519-5241991
WILLETT WC Inssues in analysis and presentation of dietary data In ______ Nutritional
epidemiology 2ed New York Oxford University Press 1998 p321ndash345 (Monographs in
epidemiology and biostatistics 30)
WILLET WCHOWE GR KUSHI LH Adjustment for total energy in epidemiologic
studies Am J Clin Nutr v65 p1220-28 1997
WILLET W STAMPFER M Implications of total energy intake for epidemiologic
analyses In Willet WC Nutrition epidemiology 2 ed New York Oxford University Press
p514 1998
WORLD HEALTH ORGANIZATION Obesity preventing and managing the global
epidemic report of a WHO consultation on obesity Geneva World Health Organization
2000 p256 (WHO Obesity Technical Report Series n284)
XU S WANG Y ROE B PEARSON WR Characterization of the human class Mu
glutathione S-transferase gene cluster and GSTM1 deletion Journal of Biological
Chemistry v273 n6 p3517-3527 1998
YANG GQ WANG SZ ZHAU RH SUN SZ Endemic selenium intoxication of
humans in China American Journal of Clinical Nutrition v37 n5 p872-881 1983
ZACHARA BA UKLEJA-ADAMOWICZ M NARTOWICZ E LECKA J Increased
plasma glutathione peroxidase activity in patients with acute myocardial infarction Medical
Science Monitor v7 n3 p415-420 2001
ZHANG FA YU W HARGROVE JL GREENSPAN PA DEAN RG TAYLOR
EW HARTLE DK Inhibition of TNF- induced ICAM-1 VCAM-1 and E-selectin
expression by selenium Atherosclerosis v161 n2 p381-386 2002
99
ZHANG M MA AG ZHANG XZ GE S SHI XX Effect of multiple micronutrients
supplementation on anti-oxidative activity and oxidized DNA damage of lymphocytes in
children Zhonghua Liu Xing Bing Xue Za Zhi v26 n4 p268ndash272 2005
ZHENG W WEN WQ GUSTAFSON DR GROSS M CERHAN JR FOLSOM
AR GSTM1 and GSTT1 polymorfism and postmenopausal breast cancer risk breast cancer
Breast Cancer Research and Treatment v74 n1 p9-16 2002
100
APEcircNDICES
APEcircNDICE 1 Cartaz de divulgaccedilatildeo da pesquisa
APEcircNDICE 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)
APEcircNDICE 3 Ficha de Identificaccedilatildeo e Controle
(Anamnese peso estatura IMC coleta de sangue e cabelos)
APEcircNDICE 4 Caderno de Registro do Consumo Alimentar
101
102
UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO
FACULDADE DE CIEcircNCIAS FARMACEcircUTICAS ndash FCFUSP
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE
1 Informaccedilotildees do Sujeito da Pesquisa
Nome
Documento de Identidade nordm Sexo ( ) M ( )F
Data de Nascimento
Endereccedilo Nordm Complemento Bairro Cidade Estado
CEP Telefones
2 Informaccedilotildees do Responsaacutevel Legal
Nome Natureza (grau de parentesco tutor curador etc) Documento de Identidade nordm Sexo ( ) M ( )F Data de Nascimento Endereccedilo Nordm Complemento Bairro Cidade Estado CEP Telefones
Tiacutetulo do Projeto de Pesquisa Estado nutricional relativo ao selecircnio concentraccedilotildees de
mercuacuterio estresse oxidativo e os polimorfismos Pro198Leu no gene da glutationa
peroxidase 1 (GPx1) e GSTM1 no gene da glutationa S- transferase (GST) em mulheres
residentes em aacuterea de risco de contaminaccedilatildeo por mercuacuterio
3 Duraccedilatildeo da Pesquisa 24 meses
4 Nome do pesquisador responsaacutevel Silvia Maria Franciscato Cozzolino Cargo Funccedilatildeo
Professora Titular do Programa de poacutes-graduaccedilatildeo em Ciecircncia dos Alimentos da Faculdade de Ciecircncias
Farmacecircuticas FCFUSP
Nordm do Registro do Conselho Regional CRN30621
Instituiccedilatildeo Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo USP
Sravoluntaacuteria essa pesquisa tem como tiacutetulo Estado nutricional relativo ao selecircnio e
concentraccedilotildees de mercuacuterio e a relaccedilatildeo com estresse oxidativo e os polimorfismos Pro198Leu
e GSTM1 em mulheres na idade feacutertil em aacuterea exposta agrave contaminaccedilatildeo por mercuacuterio A
responsaacutevel por esse estudo eacute a professora titular Silvia Maria Franciscato Cozzolino e como
103
colaborada a estudante de doutorado Ariana Vieira Rocha Ambas pertencem a Faculdade de
Ciecircncias Farmacecircuticas (FCF) da Universidade de Satildeo Paulo (USP)
De acordo com algumas pesquisas as mulheres da Amazocircnia apresentam
concentraccedilotildees elevadas de mercuacuterio e essa contaminaccedilatildeo pode comprometer a sauacutede natildeo soacute
delas como tambeacutem das crianccedilas pois uma das formas do mercuacuterio atravessa facilmente a
barreira placentaacuteria e o mercuacuterio acaba se concentrando no ceacuterebro das crianccedilas Isso pode
inibir o desenvolvimento cerebral Por isso eacute preocupante a exposiccedilatildeo das mulheres na idade
feacutertil ao mercuacuterio Acredita-se que o mineral selecircnio possa ser um possiacutevel colaborador para
a populaccedilatildeo natildeo apresentar sinais cliacutenicos evidentes da contaminaccedilatildeo por mercuacuterio Isso pode
ser devido a algumas atribuiccedilotildees do selecircnio pois este mineral tem como uma das suas accedilotildees
atuar como antioxidante e isso pode neutralizar os danos causados pela contaminaccedilatildeo do
mercuacuterio
Desta forma estamos por meio desse documento lhe convidando a participar desse
estudo que tem como objetivo principal avaliar o estado nutricional relativo ao selecircnio assim
como as concentraccedilotildees de mercuacuterio e a relaccedilatildeo desses com o estresse gerado nas ceacutelulas e
tambeacutem com algumas alteraccedilotildees geneacuteticas em mulheres na idade feacutertil em aacuterea exposta ao
mercuacuterio Nesta pesquisa participaraacute 200 mulheres voluntaacuterias da cidade de Porto Velho
Rondocircnia
Se vocecirc concordar em participar passaraacute pelos seguintes procedimentos avaliaccedilatildeo
nutricional onde seratildeo obtidos os dados de peso estatura e circunferecircncia da cintura e
tambeacutem seratildeo anotados os seus dados sobre o consumo alimentar ou seja tudo o que foi
consumido no periacuteodo de 3 dias sendo 2 dia da semana e 1 dia do fim de semana Seraacute
realizada ainda uma coleta de sangue de (20mL) em jejum de 10 a 12 horas para a realizaccedilatildeo
da determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo do mineral selecircnio e avaliar o estresse gerado nas ceacutelulas e
se haacute uma alteraccedilatildeo geneacutetica que possa interferir na concentraccedilatildeo de selecircnio ou mercuacuterio no
organismo Por fim seraacute coletado em torno de (1g) de cabelo na regiatildeo detraacutes do pescoccedilo para
avaliar as concentraccedilotildees de mercuacuterio A pesquisa possui um risco miacutenimo em virtude da
coleta de sangue que pode causar um desconforto poreacutem este seraacute coletado por um
profissional de enfermagem capacitado A obtenccedilatildeo desses dados seraacute realizada no
Laboratoacuterio Alphaclin localizado na Avenida Calama 2215 Bairro Satildeo Joatildeo Bosco Apoacutes
essas coletas seraacute distribuiacutedo um kit lanche contendo bolacha de aacutegua e sal ou biscoito
integral uma fruta e um suco de fruta de caixinha de 200mL O seu sangue seraacute armazenado
no laboratoacuterio de nutriccedilatildeo-minerais da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade
de Satildeo Paulo (USP) sob a responsabilidade da professora titular Silvia Maria Franciscato
Cozzolino para pesquisas futuras Poreacutem se isso acontecer vocecirc seraacute consultado a respeito e
um novo projeto seraacute submetido ao Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
Vocecirc autoriza o armazenamento do seu sangue para pesquisas futuras
( )sim ( )natildeo
Os resultados obtidos seratildeo arquivados e mantidos em sigilo conforme eacutetica Eacute direito
de cada participante obter os resultados das anaacutelises que seratildeo feitas bem como informaccedilotildees
sobre o andamento da pesquisa procedimentos utilizados riscos e benefiacutecios relacionados em
qualquer fase do estudo a fim de esclarecer eventuais duacutevidas Deve ser ressaltado que a
participaccedilatildeo na pesquisa poderaacute ser desfeita em qualquer momento que o Sra achar
conveniente sem sofrer nenhum tipo de constrangimento Natildeo haveraacute nenhuma despesa
financeira para a natildeo participaccedilatildeo neste estudo assim como natildeo haveraacute recompensa
financeira relacionada agrave participaccedilatildeo na pesquisa
Esse estudo traraacute benefiacutecios pois existem evidecircncias que o selecircnio pode exercer um
efeito protetor no organismo contra os malefiacutecios do mercuacuterio Logo os resultados
contribuiratildeo para uma melhor qualidade de vida atraveacutes do conhecimento da avaliaccedilatildeo do
104
estado nutricional Aleacutem do que seraacute realizada uma avaliaccedilatildeo nutricional completa por uma
nutricionista e seratildeo oferecidas orientaccedilotildees quanto agrave alimentaccedilatildeo
ndash INFORMACcedilOtildeES DE NOMES ENDERECcedilOS E TELEFONES DOS RESPONSAacuteVEIS PELO
ACOMPANHAMENTO DA PESQUISA PARA CONTATO EM CASO DE INTERCORREcircNCIAS
CLIacuteNICAS E REACcedilOtildeES ADVERSAS
Silvia Maria Franciscato Cozzolino ndash (Professora Titular do programa de Poacutes-
graduaccedilatildeo em Ciecircncia dos Alimentos da Faculdade de Ciecircncias FarmacecircuticasFCF
(USP) Telefone(11)3091-3625 Endereccedilo da Faculdade Cidade Universitaacuteria Av Lineu
Prestes 580 ndash Bloco 14
Telefone (11) 3091 -3625 (Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo ndash Minerais)
Ariana Vieira Rocha - (Doutoranda do programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Ciecircncia dos
Alimentos da Faculdade de Ciecircncias FarmacecircuticasFCF (USP) Endereccedilo Residencial
Bairro Liberdade Rua da Gloacuteria - 654 Apto 84 CEP 01510-000 ndash Satildeo Paulo ndash SP Telefone
(11) 98532-2125
Endereccedilo da Faculdade Cidade Universitaacuteria Av Lineu Prestes 580 ndash Bloco 14
Telefone 3091 -3625 (Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo ndash Minerais)
Consentimento Poacutes-Esclarecido
Declaro que apoacutes convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ter entendido o que me
foi explicado consinto em participar do presente Protocolo de Pesquisa
Porto Velhodede
_______________________________
Assinatura do sujeito de pesquisa
Ou responsaacutevel legal
___________________________________
Assinatura do pesquisador responsaacutevel
Para qualquer questatildeo duacutevida esclarecimento ou reclamaccedilatildeo sobre aspectos eacuteticos dessa
pesquisa favor entrar em contato com o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas da Faculdade de
Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo ndash Av Prof Lineu Prestes 580 - Bloco
13A ndash Butantatilde ndash Satildeo Paulo ndash CEP 05508-900 Fone 3091-3622 fone-fax 3091-3677 ndash e-
mail cepfcfuspbr
105
Universidade de Satildeo Paulo
Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas
Avaliaccedilatildeo Nutricional
Antropometria
Nome Data de Nascimento
DADOS ANTROPOMEacuteTRICOS
Idade anos
Circunferecircncia da Cintura (CC) Classificaccedilatildeo
Peso kg
Estaturacm
IMC Classificaccedilatildeo
Classificaccedilatildeo do estado nutricional para adultos segundo o Iacutendice de Massa Corpoacuterea (IMC)
Classificaccedilatildeo IMC (kgm2)
Risco de Comorbidades
Baixo Peso
˂ 185 Baixo
Peso Normal ou
Eutrofia 185 - 249
Meacutedio
Sobrepeso
ge 25 ndash 299 Aumentado
Obesidade I 300 - 349 Moderado
Obesidade II 350 ndash 399 Grave
Obesidade III ˃ 40 Muito Grave
Fonte WHO (2000)
106
Universidade de Satildeo Paulo
Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas
Pesquisador Ariana Vieira Rocha
Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo e Minerais(11) 3091-3625
Formulaacuterio Mercuacuterio (Hg)
Identificaccedilatildeo Data
Nome
Idade Sexo Raccedila
Endereccedilo
Haacute quanto tempo reside em Porto Velho
Onde residia anteriormente
Ocupaccedilatildeo principal Quanto tempo hdia
Haacutebitos
Come peixe sim natildeo
Procedecircncia do peixe consumido Nome do Rio
Espeacutecie mais consumida
Frequecircncia de consumo de peixe Quantidade
Frequecircncia de consumo de frutos do mar Quantidade
Ficou doente nos uacuteltimos seis meses sim natildeo
Tomou algum medicamento sim natildeo Qual Frequecircncia
No tratamento do cabelo vocecirc usa
soacute sabonete xampuacute condicionador tintura
liacutequido para permanente alisamento outros Quais
Qual a aacutegua que usa para tomar banho
caerd poccedilo ou mina outra procedecircncia qual
Qual a aacutegua que usa para beber
caerd e filtrada natildeo filtra de poccedilo ou mina galatildeo outra procedecircncia qual
107
ACOMPANHAMENTO NUTRICIONAL
Nome
Responsaacutevel Nutricionista Ariana Vieira Rocha
Universidade de Satildeo Paulo-USP
Telefone (69) 8118-4633 (11) 8532-2125
108
INFORMACcedilOtildeES
Pesquisas tentam explicar a presenccedila do Hg na regiatildeo amazocircnica pois os solos
ambientes aquaacuteticos e consequentemente os peixes apresentarem concentraccedilotildees elevados
deste metal assim como alguns indiviacuteduos que vivem nestas aacutereas poreacutem estes natildeo
apresentam sintomas e sinais cliacutenicos evidentes de contaminaccedilatildeo Supotildee-se que o selecircnio um
mineral antioxidante presente naturalmente no solo da regiatildeo seja um protetor para a aparente
toleracircncia destas populaccedilotildees agrave intoxicaccedilatildeo crocircnica por Hg Dentre outras funccedilotildees e accedilotildees o
selecircnio atua no fortalecimento do sistema imunoloacutegico e tambeacutem ajuda organismo a se
proteger dos danos causados pelos metais toacutexicos como por exemplo o Hg Dessa forma a
ingestatildeo adequada de selecircnio pode ter um efeito protetor contra a contaminaccedilatildeo por Hg
Este caderno tem como objetivo avaliar o estado nutricional relativo ao mineral
selecircnio Por isso eacute muito importante que todas as recomendaccedilotildees e orientaccedilotildees prestadas
durante o acompanhamento nutricional sejam atendidas
Ariana Vieira Rocha
Doutoranda em Ciecircncia dos Alimentos-FCFUSP
Porto Velho 2012
01
109
DADOS DE IDENTIFICACcedilAtildeO
1 Nome
Documento de Identidade nordm
Sexo ( X ) Feminino
Data de Nascimento
Naturalidade Escolaridade
Endereccedilo nordm
Bairro
Cidade
Cep Telefone Celular
Renda Familiar ( ) 1 SM ( ) 2 a 3 SM ( ) Acima de 4 SM
2 Histoacuteria Cliacutenica
Faz uso de anticonpepcional ( ) natildeo ( )sim
Se sim qual Quanto tempo
Antecedentes familiares ( )Dislipidemias ( )Diabetes mellitus
( )Hipertensatildeo arterial ( ) Obesidade
Outras qual
Faz atividade Fiacutesica ( ) natildeo ( ) sim qual
Quantas vezes por semana
02
110
ORIENTACcedilOtildeES QUANTO AO REGISTRO DOS ALIMENTOS
1 Anotar todos os alimentos consumidos durante todo o dia e a noite desde a hora que
acordar ateacute a hora em que for dormir
2 Colocar o horaacuterio das refeiccedilotildees
3 Natildeo esquecer de anotar os alimentos eou qualquer guloseima consumida (balas
chicletes etc) durante as refeiccedilotildees e nos intervalos
4 Anotar a quantidade do alimento consumido na forma de medidas caseiras (fotos
ilustrativas nas proacuteximas paacuteginas) Exemplo
colher de servir colher de sopa colher de sobremesa colher de chaacute ou cafeacute
concha escumadeira copo americano copo de requeijatildeo copo descartaacutevel de 180 ou
200 mL
xiacutecara de chaacute ou cafeacute
prato de mesa prato de sopa prato de sobremesa ou pires
5 Descrever com maior detalhe os tipos de alimentos ou marcas como por exemplo
leite desnatado integral tipo C em poacute
patildeo francecircs integral de forma de leite de batata de mel doce ou caseiro
bolachas recheadas aacutegua e sal chocolate sem recheio SEMPRE colocar o sabor e a
marca
frutas (anotar tipo e tamanho) por exemplo laranja lima meacutedia mamatildeo papaya (meia
unidade)
vegetais folhosos (anotar tipo e preparaccedilatildeo) por exemplo acelga refogada ou crua
manteiga ou margarina (o tipo a marca a quantidade consumida anotada em ponta de
faca ou em colheres de chaacute cafeacute sobremesa ou sopa)
salada de frutas (colocar tipo de frutas e os ingredientes incluiacutedos na salada)
bolo (sabor com ou sem recheio com ou sem cobertura de festa ndash se possiacutevel
escrever os principais ingredientes)
6 Lembrar de escrever o tipo de preparaccedilatildeo se o alimento eacute cozido frito grelhado
ensopado ou agrave milanesa (empanado)
7 Registrar os alimentos em unidades ou porccedilotildees como por exemplo bife meacutedio
pequeno coxa de frango peixe (pedaccedilo pequeno meacutedio ou grande)
8 Anotar as preparaccedilotildees que utilizem mais de um ingrediente e descrevecirc-los um a um
como por exemplo Sopa de legumes (quais is ingredientes e legumes utilizados nesta
preparaccedilatildeo)
03
111
MEDIDAS CASEIRAS
Colocamos ao lado de cada item uma caixa de foacutesforos ilustrativa para fins de
referecircncia quanto ao tamanho das medidas
04
112
Colocamos ao lado de cada item uma caixa de foacutesforos ilustrativa para fins de
referecircncia quanto ao tamanho das medidas
05
113
Margarina ou Manteiga
Colocamos ao lado de cada item uma caixa de foacutesforos ilustrativa para fins de
referecircncia quanto ao tamanho das medidas
06
114
REGISTRO DE ALIMENTOS
Dia 1
Data Dia da semana
Horaacuterio e Local Alimentos ou
Preparaccedilotildees
Quantidade
(medida caseira)
Marca Comercial
07
115
REGISTRO DE ALIMENTOS
Dia 2
Data Dia da semana
Horaacuterio e Local Alimentos ou
Preparaccedilotildees
Quantidade
(medida caseira)
Marca Comercial
08
116
REGISTRO DE ALIMENTOS
Dia 3
Data Dia da semana
Horaacuterio e Local Alimentos ou
Preparaccedilotildees
Quantidade
(medida caseira)
Marca Comercial
09
117
AGRADECEMOS A SUA COLABORACcedilAtildeO
Mestre Ariana Vieira Rocha (Nutricionista mestre e doutoranda do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncia dos
Alimentos Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo)
Doutora Silvia Maria F Cozzolino (Nutricionista Professora Titular do Departamento de Alimentos e Nutriccedilatildeo Experimental
Faculdade de Ciecircncias FarmacecircuticasUniversidade de Satildeo Paulo)
10
118
ANEXOS
ANEXO 1 Informaccedilotildees para os membros de bancas julgadoras
ANEXO 2 Parecer do Comitecirc de Eacutetica (CEP)
ANEXO 3 Ficha de Aluno
119
UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas
Secretaria de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Informaccedilotildees para os Membros de Bancas Julgadoras de
MestradoDoutorado
1 O candidato faraacute uma apresentaccedilatildeo oral do seu trabalho com duraccedilatildeo
maacutexima de trinta minutos
2 Os membros da banca faratildeo a arguumliccedilatildeo oral Cada examinador
disporaacute no maacuteximo de trinta minutos para arguumlir o candidato exclusivamente sobre o
tema do trabalho apresentado e o candidato disporaacute de trinta minutos para sua
resposta
21 Com a devida anuecircncia das partes (examinador e candidato) eacute
facultada a arguumliccedilatildeo na forma de diaacutelogo em ateacute sessenta minutos por examinador
3 A sessatildeo de defesa seraacute aberta ao puacuteblico
4 Terminada a arguumliccedilatildeo por todos os membros da banca a mesma se
reuniraacute reservadamente e expressaraacute na ata (relatoacuterio de defesa) a aprovaccedilatildeo ou
reprovaccedilatildeo do candidato baseando-se no trabalho escrito e na arguumliccedilatildeo
41 Caso algum membro da banca reprove o candidato a Comissatildeo
Julgadora deveraacute emitir um parecer a ser escrito em campo exclusivamente indicado
na ata
42 Seraacute considerado aprovado o aluno que obtiver aprovaccedilatildeo por
unanimidade ou pela maioria da banca
5 Duacutevidas poderatildeo ser esclarecidas junto agrave Secretaria de Poacutes-
Graduaccedilatildeo pgfarmauspbr (11) 3091 3621
Satildeo Paulo 23 de maio de 2014
Prof Dr Adalberto Pessoa Junior Presidente da CPGFCFUSP
Av Prof Lineu Prestes 580 Bloco 13 A - Cidade Universitaacuteria - CEP 05508-900 - Satildeo Paulo - SP Fone (11) 3091 3621 - Fax (11) 3091 3141 ndash e-mail pgfarmauspbr
120
121
122
123
5
A todas as voluntaacuterias desta pesquisa pelo carinho esforccedilo e dedicaccedilatildeo
Agraves amigas Daniela Zancan Dayane Zancan Laiacutes Maria e Larissa Matheus pela ajuda
imensuraacutevel durante a coleta de dados
Especialmente aos meus tios Ivanilde Rocha e Cristovatildeo Vieira que me ergueram
no momento em que mais precisei
6
AGRADECIMENTOS
A Deus que me ilumina e daacute forccedilas para seguir sempre em frente e ao Espiacuterito Santo por
todas as becircnccedilatildeos
Agrave luz da minha vida minha matildee Nair Lima por tudo que tem feito e ainda faz por mim
Meu modelo de iacutendole e dignidade Meu amuleto
Agrave orientadora Silvia Maria Franciscato Cozzolino exemplo de serenidade em momentos de
dificuldades Sou muito grata pela oportunidade de ter sido sua aluna e orientanda Obrigada
ainda por ter me abraccedilado desde o primeiro momento
Agrave professora Deacuteborah Faacutevaro pensar em vocecirc me causa garra e alegria Obrigada pela
parceria e disponibilidade na realizaccedilatildeo das anaacutelises de mercuacuterio Foi um prazer indescritiacutevel
tecirc-la ao meu lado na bancada
Agrave Julie Christine Luana Janaiacutena Cleonilce Oliveira Gisele Dias Natsue Kosin Larissa
Freitas Luana Cardozo e Yara Salviano por disponibilizarem do seu tempo por uma
causa a ciecircncia
Agrave Jamile Sadeck Dina Horeay e Analu Barofaldi seres de luz que deram ajuda a uma
desconhecida sem pedir nada em troca e se hoje esta jornada estaacute sendo concretizada
tambeacutem eacute graccedilas a vocecircs Ensinaram-me na praacutetica a fazer o bem sem olhar a quem Que
esta bondade esteja sempre comigo para que eu possa passaacute-la adiante
Agrave Gabriela Pellucio (Gabi peluacutecia) e sua matildee Mirian Guizelini que abraccedilaram a minha
causa e pela ampla ajuda em conseguir voluntaacuterias Querida Gabi obrigada pelo carinho vocecirc
foi um anjinho na minha vida
Agrave amiga Silvane Maziero assim como ao Flaacutevio Terassini ao Thiago Abiorana e agrave Helen
Queite pela divulgaccedilatildeo da pesquisa em seus ambientes de estudo eou trabalho Obrigada de
coraccedilatildeo
Agrave Juliana Closs por permitir a divulgaccedilatildeo do projeto no curso de nutriccedilatildeo da Faculdade Satildeo
Lucas (FSL)
Agrave Mariana Modesto Roberta Valmorbida Simone Oliveira e Alcione Altini por natildeo
hesitarem em ajudar esta colega de classe na divulgaccedilatildeo da pesquisa no ambiente das
Faculdades Integradas Apariacutecio Carvalho (FIMCA)
Agrave ldquonossardquo equipe do laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo-Minerais Alexandre Pimentel Baacuterbara
Cardoso Bruna Reis Graziela Biude Isabela Saraiva Janaina Donadio Kaluce Almondes
7
Kaacutetia Callou Larissa Bezerra Leila Hashimoto Luciane Alencar e Verocircnica Bandeira
por serem apoio companhia e ajuda nos trabalhos realizados no cotidiano
Especialmente
Agrave Bruna Reis (Rabin) e Isabela Saraiva (Isa nojentinha do meu coraccedilatildeo) que me
proporcionaram uma amizade de cunho profissional e pessoal tornando esta jornada mais
viva leve e muito alegre Por todos os braccedilos e abraccedilos servidos nos momentos de ajuda
sem horaacuterio para acabar Por me fazerem lembrar desse trio com um enorme sorriso no
rosto
Agrave Kaluce Almondes (Kakaacute) querida companheira de anaacutelises que pareciam interminaacuteveis
(risos) obrigada pela parceria conversas filosoacuteficas e gargalhadas constantes inclusive em
momentos de afliccedilatildeo
Agrave Liliane Viana Pires (Lili medalhinha) luz em todos os momentos (desde 2006)
Mesmo com a distacircncia geograacutefica existente entre noacutes vocecirc eacute sempre presente Agradeccedilo
ainda por despertar em mim a vontade de ser sempre melhor
Agraves florzinhas da Liliane Pires Leila Hashimoto (Leilinha) Luciane Alencar (Lu) e
Verocircnica Bandeira (Vecirc) pela ajuda durante as anaacutelises de enzimas mesmo com tantos
afazeres e por me tratarem sempre com muito carinho e atenccedilatildeo
Agrave Baacuterbara Cardoso pelo abraccedilo apertado que diz muito em cada encontro
Agraves Fernandas Santana e Shinagawa agradeccedilo a ajuda a companhia a diversatildeo e a
amizade construiacuteda principalmente nos momentos extras de trabalho jaacute que nem sempre
conseguiacuteamos acabar no horaacuterio do expediente em virtude do nuacutemero de amostras (risos)
Agrave Lilian Mendes apoio e alicerce fundamentais nos uacuteltimos meses que atraveacutes do seu
coraccedilatildeo profissionalismo e vivecircncia de mundo ensinou-me a aceitar e conviver com o meu
eu interior e com a minha alma
Ao meu irmatildeo de coraccedilatildeo Guilber Diniz Barros pela forccedila e energia enviada por todas as
conversas na tentativa de me distrair ou esquecer algo por me ajudar agrave distacircncia e
principalmente por me ensinar a levantar sem laacutegrimas nos olhos e de cabeccedila erguida
Agrave Fabiana Yasuhara da Assessoria Cientiacutefica Life Technologies pelo suporte fundamental
realizado durante as anaacutelises do polimorfismo de deleccedilatildeo GSTM1
Agrave funcionaacuteria Maria de Lurdes Pedrosa (Lurdinha) pelo otimismo carinho e pelas
palavras ldquono fim tudo daacute certordquo
8
RESUMO
ROCHA AV Status de selecircnio de uma populaccedilatildeo residente em aacuterea de risco de
contaminaccedilatildeo por mercuacuterio Influecircncia de polimorfismos e accedilatildeo sobre o estresse
oxidativo 2015 133f (Tese de Doutorado) Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas (FCF)
Universidade de Satildeo Paulo (USP) 2015
Estudos apontam que a regiatildeo Amazocircnica apresenta concentraccedilotildees significativas de selecircnio
nos solos e que por isso a populaccedilatildeo natildeo estaria susceptiacutevel agrave deficiecircncia desse mineral Em
contrapartida a regiatildeo tambeacutem apresenta dados de concentraccedilotildees elevadas de mercuacuterio nos
solos e rios entretanto a populaccedilatildeo natildeo apresenta sinais cliacutenicos evidentes de contaminaccedilatildeo
Acredita-se que o selecircnio um mineral antioxidante possa ser um possiacutevel colaborador para a
aparente toleracircncia ao mercuacuterio pois uma das accedilotildees desse mineral eacute a de destoxificar o
organismo contra metais toacutexicos Dependendo das concentraccedilotildees no organismo o mercuacuterio
pode potencializar a geraccedilatildeo das espeacutecies reativas de oxigecircnio e dessa forma as defesas
antioxidantes intriacutensecas das ceacutelulas podem ser prejudicadas resultando na condiccedilatildeo
conhecida por estresse oxidativo A contaminaccedilatildeo por mercuacuterio pode ainda comprometer a
sauacutede tanto das mulheres quanto das crianccedilas pois esse metal na forma de metilmercuacuterio
pode atravessar a barreira placentaacuteria e se concentrar principalmente no ceacuterebro do feto
Aliado a isso a presenccedila de polimorfismos em certos genes podem alterar a expressatildeo de
enzimas antioxidantes como a glutationa peroxidase 1 que eacute dependente de selecircnio assim
como da glutationa S-transferase que atua na destoxificaccedilatildeo do mercuacuterio no organismo
Vaacuterios estudos apresentam dados de concentraccedilotildees de mercuacuterio em ribeirinhos da Amazocircnia
no entanto resultados referentes agraves concentraccedilotildees de selecircnio ao estresse oxidativo e a
polimorfismos geneacuteticos na populaccedilatildeo da aacuterea urbana satildeo raros Diante disso este estudo
objetivou avaliar o estado nutricional relativo ao selecircnio concentraccedilotildees de mercuacuterio e a
possiacutevel relaccedilatildeo desses paracircmetros com o estresse oxidativo e os polimorfimos Pro198Leu (rs
1050450) no gene da glutationa peroxidase 1 e GSTM1 no gene da glutationa S-transferase
em mulheres em idade feacutertil residentes em aacuterea de risco de exposiccedilatildeo ao mercuacuterio da cidade
de Porto Velho (RO) As voluntaacuterias foram avaliadas por meio de medidas antropomeacutetricas
(peso estatura e circunferecircncia da cintura) e aplicou-se o registro alimentar para avaliaccedilatildeo do
consumo alimentar Realizou-se uma coleta de sangue para anaacutelise de selecircnio atividade da
enzima glutationa peroxidase marcadores de estresse oxidativo e polimorfismos geneacuteticos O
selecircnio foi determinado por espectrometria de absorccedilatildeo atocircmica com geraccedilatildeo de hidretos
acoplados agrave cela de quartzo (HGQTAAS) Para anaacutelise de mercuacuterio foi coletada uma amostra
do cabelo das voluntaacuterias sendo sua concentraccedilatildeo determinada pelo meacutetodo de
espectrometria de absorccedilatildeo atocircmica com geraccedilatildeo de vapor frio (CV AAS) Para avaliar o
estresse oxidativo foram determinadas a concentraccedilatildeo plasmaacutetica de Malondialdeiacutedo (MDA)
e a Capacidade de Absorccedilatildeo de Radicais de Oxigecircnio (ORAC) Participaram do estudo 200
mulheres com idade entre 19 e 50 anos A ingestatildeo alimentar meacutedia de selecircnio foi de 493 plusmn
192 microgdia e a prevalecircncia de ingestatildeo inadequada foi de 409 As concentraccedilotildees meacutedias do
mineral no plasma e nos eritroacutecitos foram respectivamente 498 + 186 microgL e 754 + 299
microgL A atividade meacutedia da glutationa peroxidase foi de 451+ 194 Ug Hb A concentraccedilatildeo
meacutedia de mercuacuterio nos cabelos foi de 625 + 766 ng g-1
Ao avaliar a presenccedila do SNP
Pro198Leu observou-se que 567 das participantes apresentaram genoacutetipo selvagem 368
heterozigotos e 68 homoizgotos para leucina Quanto ao polimorfismo de deleccedilatildeo GSTM1
425 das voluntaacuterias apresentaram o genoacutetipo nulo ou deletado ou seja relacionado a
ausecircncia de expressatildeo da glutationa S-transferase Esses resultados permitem concluir que a
maioria das participantes apresentou estado nutricional deficiente em relaccedilatildeo ao selecircnio
Apesar disso tanto a atividade enzimaacutetica da glutationa peroxidase como os biomarcadores
9
do estresse oxidativo natildeo sofreram interferecircncia desta deficiecircncia O polimorfismo
Pro198Leu tambeacutem natildeo interferiu no status de selecircnio e no estresse oxidativo Quanto agrave
avaliaccedilatildeo do polimorfismo GSTM1 o genoacutetipo nulo ou deletado tambeacutem natildeo mostrou
associaccedilatildeo com as concentraccedilotildees de mercuacuterio e o estresse oxidativo
Palavras-chave selecircnio estresse oxidativo polimorfismo geneacutetico e mercuacuterio
10
ABSTRACT
ROCHA AV Selenium status of a population living in a mercury contamination risk
area Influence of polymorphisms and action on oxidative stress 2015 133f (Tese de
Doutorado) Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo
2015
Studies have shown that the Amazon region has significant concentrations of selenium in
soils and therefore the population is not susceptible to deficiency of this mineral However
the region also presents data from high levels of mercury in soils and rivers however the
population has no obvious clinical signs of contamination It is believed that selenium an
antioxidant mineral may be a possible contributor to the apparent tolerance because of its
actions in the detoxification of the body from toxic metals Depending on the concentrations
in the body mercury can increase the generation of reactive oxygen species and thus the
intrinsic antioxidant defenses of cells can be damaged resulting in the condition known as
oxidative stress The mercury contamination may also compromise the health of both women
and children since this metal in the form of methylmercury can cross the placental barrier and
concentrate mainly in the fetal brain In addition the presence of genetic polymorphisms can
alter the expression of antioxidant enzymes such as glutathione peroxidase 1 which is
selenium dependent as well as glutathione S-transferase which can be responsible for the
mercury detoxification in the body Several studies have shown mercury levels of riverine
people from Amazon however results regarding selenium concentrations oxidative stress
and polymorphisms in the urban population are area Thus this study aimed to evaluate
selenium status mercury levels and the possible relationship of these with oxidative stress and
genetic polymorphisms Pro198Leu (rs 1050450) in glutathione peroxidase 1 gene and
GSTM1 in the glutathione S-transferase gene in women living in mercury exposure risk area
from the city of Porto Velho (RO) The of the volunteers was assessed using anthropometric
measurements (weight height and waist circumference) and evaluation of food consumption
by the food record Blood samples were collected for selenium analysis glutathione
peroxidase enzymersquos activity oxidative stress and genetic polymorphisms Selenium was
determined by hydride generation quartz tube atomic absorption spectroscopy (HGQT AAS)
For mercury analysis a hair sample of volunteers was collected and its concentration was
determined by atomic absorption spectrometry method with cold vapor (CV AAS) To
evaluate oxidative stress plasma concentrations of malondialdehyde (MDA) and Oxygen
Radical Absorbance Capacity (ORAC) were determined We enrolled 200 volunteers aged
between 19 and 50 The average of selenium intake was 493 plusmn 192 microgday and the
prevalence of inadequate intake was 409 Mean selenium concentration on plasma and
erythrocytes were respectively 498 + 186 microgL and 754 + 299 microgL Glutathione
peroxidase showed mean activity of 451 + 194 Ug Hb and mercury levels of 625 + 766 ng g-
1 Evaluating the presence of the SNP Pro198Leu it was observed that 567 of the were
participants had wild type genotype 368 heterozygous and 68 were homozygous for
leucine For the GSTM1 null deletion polymorphism 425 of the volunteers had a null
genotype ie do not express the enzyme glutathione S-transferase These results indicate that
the majority of participants had selenium deficiency in plasma and erythrocytes Nevertheless
most of them had adequate activity of glutathione peroxidase There was no association
between selenium concentrations and the biomarkers used to assess oxidative stress The
Pro198Leu polymorphism did not interfere in selenium concentrations as well as in the
oxidative stress The evaluation of GSTM1 polymorphism had no association with mercury
levels and oxidative stress
Keywords selenium oxidative stress polymorphisms and mercury
11
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 Concentraccedilatildeo de Se (microgg) em castanha-do-brasil da regiatildeo Amazocircnica
22
Quadro 2 Ingestatildeo Dieteacutetica de Referecircncia (DRIs) relativas ao Se em microgdia a
partir de um ano de idade de acordo com o Institute of Medicine (IOM
2006)
23
Quadro 3 Frequecircncia genotiacutepica do polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) no
gene que codifica para GPx 1 encontrada em pesquisas realizadas no
Brasil por pesquisadores do Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo e Minerais da
Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo
(USP)
37
Quadro 4 Distribuiccedilatildeo da frequecircncia do polimorfismo GSTM1(ABAB0) no gene
da GST em diferentes etnias
39
Quadro 5 Classificaccedilatildeo do Iacutendice de Massa Corpoacuterea (IMC) para adultos segundo
WHO (2000)
45
Quadro 6 Intervalos de recomendaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de macronutrientes em
percentual de contribuiccedilatildeo energeacutetica (AMDR) de acordo com IOM
(2006)
46
Quadro 7 Valores de referecircncias adotados para concentraccedilatildeo de Se no plasma e
eritroacutecitos
47
Quadro 8 Resultados das anaacutelises dos materiais de referecircncia utilizados na
determinaccedilatildeo de Hg total
49
12
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas das voluntaacuterias
55
Tabela 2 Classificaccedilatildeo das participantes segundo o IMC
56
Tabela 3 Ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) das participantes (n = 194)
59
Tabela 4 Concentraccedilatildeo de Se (microgL) no plasma e nos eritroacutecitos das participantes
(n=194)
61
Tabela 5 Coeficiente de regressatildeo da ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) como
variaacutevel independente que influenciou a concentraccedilatildeo do mineral no
plasma (microgL) das participantes
64
Tabela 6
Tabela 7
Coeficiente de regressatildeo da ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) como
variaacutevel independente que influenciou a concentraccedilatildeo do mineral nos
eritroacutecitos (microgL) das participantes
Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram
as concentraccedilotildees de Hg (ng g-1
) nos cabelos (variaacutevel dependente) das
participantes
64
71
Tabela 8 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram
a capacidade antioxidante ndash ORAC (mmol eq troloxg de amostra)
(variaacutevel dependente) das participantes
71
Tabela 9 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram
a concentraccedilatildeo plasmaacutetica de MDA (microM) (variaacutevel dependente) das
participantes
72
Tabela 10 Distribuiccedilatildeo do SNP Pro198Leu (rs 1050450) no gene que codifica para
a GPx 1 nas participantes (n=190)
73
Tabela 11 Concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio atividade da enzima
GPx MDA e ORAC de acordo com o genoacutetipo para o polimorfismo
Pro198Leu (rs1050450) no gene que codifica a GPx
76
Tabela 12 Distribuiccedilatildeo do polimorfismo GSTM1 no gene da GST das participantes
(n = 180)
76
Tabela 13 Concentraccedilotildees de Hg de MDA e ORAC de acordo com o genoacutetipo para
o polimorfismo GSTM1 no gene da GST das participantes
77
13
LISTA DE ABREVIATURAS
Se - Selecircnio
Hg - Mercuacuterio
MeHg - Metilmercuacuterio
dimetilHg - Dimetilmercuacuterio
GPx - Glutationa Peroxidase
GST - Glutationa S-Transferase
GR - Glutationa Redutase
GSH - Glutationa Reduzida
SOD - Superoacutexido Dismutase
Hb - Hemoglobina
T3 - Tri-iodotironina
T4 - Tiroxina
SeO32-
- Selenito
SeO42-
- Selenato
Cd - Caacutedmio
Rd - Raacutedio
As - Arsecircnio
Cu - Cobre
Ag - Prata
Pb - Chumbo
Pt - Platina
DRI - Recomendaccedilatildeo de Ingestatildeo de Referecircncia
EAR - Necessidade Meacutedia Estimada
UL - Niacutevel Maacuteximo de Ingestatildeo Toleraacutevel
RDA - Ingestatildeo Dieteacutetica Recomendada
EER - Necessidade Energeacutetica Estimada
AMDR - Acceptable Macronutrient Distribution Range
IOM - Institute of Medicine
ADI - Ingestatildeo Diaacuteria Aceitaacutevel
PTWI - Ingestatildeo Semanal Toleraacutevel Provisoacuteria
DCNT - Doenccedilas Crocircnicas natildeo Transmissiacuteveis
14
WHO - World Health Organization
AP - Amapaacute
PA - Paraacute
RO - Rondocircnia
AM - Amazonas
EDTA - Aacutecido Etilenodiamino Tetraceacutetico
O2 - Oxigecircnio
ERO - Eacutespecies Reativas de Oxigecircnio
ERN - Eacutespecies Reativas de Nitrogecircnio
RSS e SR - Selenosulfidos
SNP - Single Nucleotide Polymorfism
STR - Simple Tandem Repeats
VNTR - Variable Number of Tandem Repeats
PCK - Proteiacutena Quinases
DNA - Aacutecido Desoxirribonucleico
C - Citocina
T - Timina
SDM - Seleno Dimetil ndash Mercuacuterio
MDA - Malondialdeiacutedo
ORAC - Capacidade Antioxidante
8-OHdG - 8 Hidroxidodesoxiguanosina
CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente
Na - Soacutedio
Se-Met - Selenometionina
mv - MassaVolume
PA - Pureza Analiacutetica
LAN - Anaacutelise por Ativaccedilatildeo Neutrocircnica
AOAC - Association of Official Analytical Chemists
NCHS - National Center of Health and Statistics
HGQTAAS - Espectrometria de Absorccedilatildeo Atocircmica por Geraccedilatildeo de Hidretos
Acoplados agrave Cela de Quartzo
CVAAS - Espectrometria de Absorccedilatildeo Atocircmica com Geraccedilatildeo de Vapor Frio
IPEN - Instituto de Pesquisa Energeacutetica Nuclear
IMC -Iacutendice de Massa Corpoacuterea
15
CC - Circunferecircncia da Cintura
LD - Limite de Detecccedilatildeo
LQ - Limite de Quantificaccedilatildeo
PNJ
IAEA
- Parque Nacional do Jauacute
- Agecircncia Internacional de Energia Atocircmica
UNIR - Universidade Federal de Rondocircnia
SEDUC - Secretaria de Educaccedilatildeo
SESAU - Secretaria da Sauacutede
ABESO - Associaccedilatildeo Brasileira para Estudo da Obesidade e da Siacutendrome Metaboacutelica
LANCRPq - Laboratoacuterio de Anaacutelise por Ativaccedilatildeo Neutrocircnica
IPENCNEN - Instituto de Pesquisas Energeacuteticas Nucleares
FCF - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas
USP - Universidade de Satildeo Paulo
16
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 18
2 REVISAtildeO DA LITERATURA 20
21 SELEcircNIO 20
211 Fontes Biodisponibilidade e Recomendaccedilatildeo 21
212 Aspectos Fisioloacutegicos Absorccedilatildeo Biodisponibilidade Armazenamento e Excreccedilatildeo 24
213 Funccedilotildees e Accedilotildees 25
214 Deficiecircncia e Toxicidade 29
22 MERCUacuteRIO30
23 ESTRESSE OXIDATIVO 33
24 POLIMORFISMOS 35
241 Polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) no Gene da GPx 36
242 Polimorfismo GSTM1 no Gene da GST 38
3 OBJETIVOS 41
31 OBJETIVO GERAL 41
32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 41
4 METODOLOGIA 42
41 CASUIacuteSTICA E DELINEAMENTO 42
42 COLETA DE DADOS42
43 AVALIACcedilAtildeO ANTROPOMEacuteTRICA 45
44 CONSUMO ALIMENTAR 46
45 DETERMINACcedilAtildeO DA CONCENTRACcedilAtildeO DE SELEcircNIO NO PLASMA E ERITROacuteCITOS 47
46 DETERMINACcedilAtildeO DA ATIVIDADE DA GPx 48
47 PROCESSAMENTO E ANAacuteLISE DE MERCUacuteRIO NOS CABELOS 48
48 DETERMINACcedilAtildeO DA CONCENTRACcedilAtildeO PLASMAacuteTICA DE MALONDIALDEIacuteDO 50
49 DETERMINACcedilAtildeO DA CAPACIDADE DE ABSORCcedilAtildeO DE RADICAIS DE OXIGEcircNIO 51
410 PREPARACcedilAtildeO DAS AMOSTRAS PARA ANAacuteLISE DOS POLIMORFISMOS 52
4101 Determinaccedilatildeo do Polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) 52
4102 Determinaccedilatildeo do Polimorfismo GSTM1 53
411 ANAacuteLISES ESTATIacuteSTICAS 53
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 54
51 CARACTERIZACcedilAtildeO DA POPULACcedilAtildeO 54
52 AVALIACcedilAtildeO ANTROPOMEacuteTRICA 55
53 CONSUMO ALIMENTAR 57
17
54 MARCADORES BIOQUIacuteMICOS DO ESTADO NUTRICIONAL RELATIVO AO SELEcircNIO 60
55 SEEcircNIO E ATIVIDADE DA ENZIMA GPx 1 65
56 SELEcircNIO E CONCENTRACcedilOtildeES DE MERCUacuteRIO 67
57 SELEcircNIO E AVALIACcedilAtildeO DO ESTRESSE OXIDATIVO MDA E ORAC 71
58 POLIMORFISMO PRO198LEU 73
59 POLIMORFISMO GSTM1 76
6 CONCLUSAtildeO 80
7 CRONOGRAMA 81
REFEREcircNCIAS 82
APEcircNDICES 100
ANEXOS 118
18
1 INTRODUCcedilAtildeO
O selecircnio (Se) eacute um mineral traccedilo essencial para a biologia humana e esta
essencialidade foi reconhecida em 1979 apesar deste elemento ter sido descoberto em 1817
Dentre as funccedilotildees atribuiacutedas a este mineral destacam-se a funccedilatildeo antioxidante e proteccedilatildeo
contra accedilatildeo nociva de metais toacutexicos aleacutem de atuar em niacutevel de sistema imunoloacutegico
(NAVARRO-ALARCON e LOacutePEZ-MARTINEZ 2000 REILLY 1996) A funccedilatildeo
antioxidante estaacute relacionada agraves selenoproteiacutenas como a P e agraves glutationas peroxidases (GPx)
que satildeo dependentes de Se (HSIEH et al 2006) As GPx satildeo selenoproteiacutenas encontradas em
todos os tecidos de mamiacuteferos em que haacute processos oxidativos cuja accedilatildeo eacute reduzir a produccedilatildeo
de Espeacutecies Reativas de Oxigecircnio (ERO) contribuindo para a proteccedilatildeo das macromoleacuteculas e
membranas do organismo contra a oxidaccedilatildeo (GONZAGA et al 2005)
O homem obteacutem Se por meio da alimentaccedilatildeo (REILLY 1996 FAacuteVARO et al 2000
GONZAGA 2002 THOMSON 2006) e a quantidade do mineral presente nos alimentos
reflete a concentraccedilatildeo do solo sendo essa distribuiccedilatildeo heterogecircnea ou seja um alimento da
mesma espeacutecie proveniente de aacutereas distintas pode apresentar concentraccedilotildees de Se diferentes
(AMOUROUX et al 2001 MARTENS e COZZOLINO 2012) No Brasil Cozzolino et al
(2007) evidenciaram que feijotildees produzidos no estado de Satildeo Paulo tinham menores
concentraccedilotildees de Se (0016 μg de Seg) quando comparados aos feijotildees do Cearaacute (12 μg de
Seg)
Dessa forma pode-se supor que as regiotildees norte e nordeste apresentam maiores
concentraccedilotildees de Se no solo enquanto as regiotildees centro-oeste e sudeste tendem a apresentar
concentraccedilotildees menores indicando maior risco de desenvolvimento da deficiecircncia do mineral
nas duas uacuteltimas regiotildees (COZZOLINO et al 2007 MARTENS e COZZOLINO 2012) A
regiatildeo norte aleacutem de ser considerada uma das aacutereas com solos mais ricos em Se tambeacutem
apresenta de forma abundante o alimento considerado a melhor fonte do mineral a castanha-
do-brasil (Bertholletia excelsa) (ROCHA et al 2014)
Um estudo realizado por Gonzaga (2002) avaliou o estado nutricional relativo ao Se
em 41 crianccedilas de Macapaacute (AP) e de Beleacutem (PA) de acordo com os resultados as crianccedilas
avaliadas natildeo apresentaram deficiecircncia em Se
Rocha et al (2014) tambeacutem avaliaram crianccedilas da regiatildeo norte em duas localidades
ribeirinhas da cidade de Porto Velho (RO) obtendo um total de 42 participantes As crianccedilas
ribeirinhas de Demarcaccedilatildeo apresentaram concentraccedilotildees plasmaacuteticas de Se abaixo da
19
referecircncia para a faixa etaacuteria enquanto as crianccedilas da segunda localidade Gleba do Rio Preto
apresentaram concentraccedilotildees elevadas constituindo risco de toxicidade
Bortoli (2010) avaliou 55 mulheres de uma comunidade ribeirinha de Manaus (AM)
denominada de Novo Airatildeo e observou que a meacutedia de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio estava
dos valores da normalidade
Com base nesses estudos observa-se que natildeo eacute possiacutevel estabelecer um diagnoacutestico
preciso sobre o status de Se na regiatildeo norte sendo necessaacuterios mais estudos principalmente
com a populaccedilatildeo das cidades
Em contrapartida agrave suposiccedilatildeo que a regiatildeo norte ou amazocircnica pode ter solos ricos em
Se a mesma tambeacutem eacute considerada uma aacuterea de risco de exposiccedilatildeo ao mercuacuterio (Hg) um
metal toacutexico que natildeo exerce funccedilatildeo bioloacutegica Segundo Fadini e Jardim (2001) esta
contaminaccedilatildeo eacute devida aos processos naturais e antroacutepicos
Alguns autores sugerem que a populaccedilatildeo da Amazocircnia apresenta a mais alta exposiccedilatildeo
ao Hg relatada no mundo e isso pode exigir um aumento da quantidade de Se no organismo
na tentativa de compensar tanto o estresse oxidativo quanto os efeitos toacutexicos provocados pelo
metal bem como para manter a atividade ideais de enzimas antioxidantes (FORDYCE 2005
RAYMAN 2008 LEMIRE et al 2010 PASSOS MERGLER 2008)
Diante desse cenaacuterio este projeto avaliou o estado nutricional relativo ao Se
concentraccedilotildees de Hg estresse oxidativo e a presenccedila dos polimorfismos geneacuteticos Pro198Leu
no gene da GPx e GSTM1 no gene da glutationa S-transferase (GST) de mulheres residentes
na cidade de Porto Velho (RO) Vale mencionar que estudos sobre o Se satildeo inexistentes nesta
populaccedilatildeo e a maioria das pesquisas realizadas com o Hg na Amazocircnia avaliou apenas
populaccedilotildees ribeirinhas
20
2 REVISAtildeO DA LITERATURA
21 SELEcircNIO
O Se foi descoberto pelo quiacutemico sueco Jons Jakob Berzelius no ano de 1817 em seus
experimentos sobre a oxidaccedilatildeo do aacutecido sulfuacuterico pesquisando agentes toacutexicos (FOX
FAIRWEATHER 1999) Em 1957 Schwartz e Foltz descobriram a sua importacircncia para a
sauacutede animal quando verificaram que pequenas quantidades de Se apresentavam accedilatildeo
protetora em ratos com necrose hepaacutetica e deficiecircncia em vitamina E (NAVARRO-
ALARCON LOacutePEZ-MARTINEZ 2000) Em 1973 Rotruck isolou a enzima GPx e verificou
a presenccedila de Se em seu siacutetio ativo (BAYOUMY-EL 2001) A essencialidade do Se para os
humanos foi reconhecida em 1979 quando cientistas chineses descobriram uma doenccedila por
deficiecircncia de Se em uma regiatildeo da China chamada Keshan a qual deu origem ao nome desta
doenccedila e quando a suplementaccedilatildeo com Se atuou em caso de distrofia muscular (ESTADOS
UNIDOS - IOMFNB 2001)
No processo de evoluccedilatildeo da terra o Se foi incorporado ao solo oriundo dos magmas e
gases vulcacircnicos e apoacutes o degelo da era glacial esse semi-metal foi espalhado por algumas
aacutereas do globo terrestre de forma heterogecircnea (KOHRLE 1999) Dessa forma as
caracteriacutesticas geoloacutegicas de cada regiatildeo influenciaram as concentraccedilotildees de Se nos solos
existindo locais onde esta concentraccedilatildeo eacute tatildeo elevada que pode causar intoxicaccedilatildeo em animais
que consomem as pastagens cultivadas (REILLY 1996) e em outras eacute tatildeo baixa que pode
causar deficiecircncia (SILVA et al 1993)
Solos com concentraccedilatildeo de Se ao redor de 005 microgg tendem a proporcionar dietas
com concentraccedilotildees menores que 01 microgg causando deficiecircncia do mineral enquanto solos
com mais de 5 microgg do mineral contribuem para a intoxicaccedilatildeo (OLDFIELD 1999) Por isso a
quantidade de Se existente nos alimentos na aacutegua e no ar reflete o teor deste mineral no solo
sendo dependente de fatores geoquiacutemicos como o pH sendo que solos com pH menor que
55 (aacutecido) apresentam baixa biodisponibilidade de Se e solos com pH maior que 75
(alcalino) apresentam Se mais biodisponiacutevel A natureza da rocha originaacuteria tambeacutem interfere
nas quantidades de Se no ambiente sendo aquelas ricas em granito e basalto pobres em Se e
as vulcacircnicas incandescentes calcaacuterias de carvatildeo e de pirita mais ricas no mineral
(BAOYAN ZHANG 2002 REILLY 1996 FOX FAIRWEATHER-TAIT 1999 GONZAGA
MARTENS COZZOLINO 2007 2012) Isso explica porque a quantidade de Se no mesmo tipo
de alimento proveniente de aacutereas diferentes pode ser muito heterogecircnea (AMAROUX et al
21
2001) Estima-se que cerca de 50 a 77 do Se presente na superfiacutecie da terra seja oriundo
dos oceanos que se depositou por via uacutemida ou seca por meio dos gases dimetilselenido e
dimetilselenilsulfido produzidos de forma sazonal por fitoplacircnctons em especial pelas
bacteacuterias Coccolithophorid e por isso as aacutereas mais proacuteximas de oceanos possuem solos com
maior concentraccedilatildeo de Se (AMAROUX et al 2001)
No Brasil Martens e Cozzolino (2002) avaliaram alguns cultivares de feijotildees de cada
regiatildeo do paiacutes e verificaram que a concentraccedilatildeo de Se foi maior nos alimentos cultivados nas
regiotildees Norte e Nordeste sugerindo que os solos destes locais apresentam maiores
concentraccedilatildeo do mineral Os pesquisadores constataram tambeacutem que os solos com elevadas
concentraccedilotildees de Se produziram alimentos mais ricos neste nutriente e consequentemente
um consumo alimentar adequado Por outro lado em estados como Satildeo Paulo e Mato Grosso
foram encontradas menores concentraccedilotildees de Se nos solos e os indiviacuteduos residentes nestes
estados apresentaram maiores inadequaccedilotildees da ingestatildeo alimentar de Se (COZZOLINO
2007)
Na natureza o Se se encontra em 4 quatro estados de oxidaccedilatildeo nos solos aacutecidos como
Se elementar (0) selenido (+2) e selenito (+4) que satildeo menos soluacuteveis e assimilaacuteveis
enquanto em terras alcalinas tecircm mais selenato (+6) mais soluacutevel e assimilaacutevel pelas plantas
e animais (ORTUNtildeO et al 1997 GONZAGA MARTENS COZZOLINO 2012) Nos
alimentos o Se pode ser encontrado sob as formas orgacircnica e inorgacircnica na forma orgacircnica
como selenometionina (alimentos de origem vegetal e animal e em alguns suplementos
alimentares) como selenocisteiacutena principalmente em fontes de origem animal e como
selenometilselenocisteiacutena principal forma encontrada em vegetais (NAVARRO-ALARCON
2008) Na forma inorgacircnica como selenito (SeO32-
) e selenato (SeO42) em suplementos pois
essas formas aparecem em poucas quantidades nos alimentos (RAYMAN 2000)
211 Fontes Biodisponibilidade e Recomendaccedilatildeo
A castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa famiacutelia Lecythidaceae) eacute considerada o
alimento mais rico em Se com concentraccedilotildees que variam de 8 a 126 microgg (GONZAGA
2002 REILLY 1996 THOMSON 2006 GONZAGA MARTENS COZZOLINO 2012)
Diversos estudos com essa amecircndoa foram conduzidos com a finalidade de determinar o seu
teor de Se Souza e Menezes (2004) avaliaram 70kg de castanha-do-Brasil com casca da
safra de 2001 obtidas de lote a granel na Centrais de Abastecimento de Campinas SA
(CEASA) em Satildeo Paulo e observaram concentraccedilatildeo de 204 microgg (correspondente a 204
22
microg100g) de Se Chang et al (1995) analisaram dois lotes de castanha-do-brasil um
proveniente da regiatildeo do AcreRondocircnia e outro da regiatildeo de ManausBeleacutem e as
concentraccedilotildees de Se variaram de 306 a 401 microgg e 360 a 500 microgg respectivamente
Trabalhos realizados pelos pesquisadores do Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo-Minerais da
Universidade de Satildeo Paulo tambeacutem avaliaram as concentraccedilotildees de Se em castanha-do-brasil
oriundas da regiatildeo norte (Quadro 1)
Quadro 1 Concentraccedilatildeo de Se (microgg) em castanha-do-brasil da regiatildeo norte do Brasil
Concentraccedilatildeo de Se (microgg)
COUTINHO (2001) GONZAGA (2002) BEHR (2004) MARTENS e COZZOLINO (2002) ROCHA (2014) STOCLER PINTO (2009) COMINETTI (2010) PIRES (2012)
19 40 17 43
583 58 58 115
Dados natildeo publicados - Meacutedia referente agrave determinaccedilatildeo de Se em dezoito lotes de castanha-do-brasil (safra 2011)
As frutas e as verduras em geral satildeo pobres em Se com exceccedilatildeo dos vegetais que satildeo
considerados acumuladores tais como o alho a mostarda indiana o broacutecolis a couve-de-
bruxelas a couve-flor o repolho a cebola e alguns cogumelos os quais podem fornecer boas
quantidades do mineral Nas regiotildees cujos solos tecircm quantidades significativas de Se o trigo
eacute uma boa fonte do mineral assim como os patildees e cereais (NAVARRO-ALARCON e
LOacutePEZ-MARTINEZ 2008)
A quantidade de proteiacutena presente no alimento deve ser considerada pois os alimentos
proteicos incorporam o Se de forma mais eficiente principalmente aqueles que possuem
maior concentraccedilatildeo de aminoaacutecidos que contenham enxofre como metionina e cisteiacutena
(BURK 1998) Alimentos como carne bovina frango peixe e ovos tambeacutem apresentam
quantidades significativas de Se assim como leite e seus derivados de acordo com a espeacutecie
animal e quantidade de gordura pois tanto o leite de vaca quanto os outros tipos que
apresentam maior quantidade de gordura possuem menores concentraccedilotildees do mineral
(NAVARRO-ALARCON 2008)
As melhores fontes de Se natildeo satildeo necessariamente as de maior biodisponibilidade Os
vegetais por exemplo em geral satildeo pobres no mineral entretanto apresentam uma
biodisponibilidade elevada variando de 85 a 100 Nos pescados que tambeacutem satildeo
23
considerados oacutetimas fontes de Se a biodisponibilidade varia de 20 a 50 Alguns
pesquisadores relacionam esta baixa biodisponibilidade agrave interaccedilatildeo do Se com o metal Hg que
pode estar presente nesses alimentos (ORTUNtildeO 1997 MARTENS et al 2012)
Com a descoberta da doenccedila de Keshan uma cardiomiopatia ocasionada pela
deficiecircncia de Se foi possiacutevel estabelecer recomendaccedilatildeo desse nutriente pois a doenccedila natildeo se
manifestava quando a quantidade consumida era igual ou maior que 191 microgdia em indiviacuteduo
adulto com 60 kg Acreditava-se que essa concentraccedilatildeo seria o menor valor de associaccedilatildeo
com o natildeo aparecimento dos sinais cliacutenicos da deficiecircncia do mineral (SHILS et al1994)
Entretanto atualmente sabe-se que a deficiecircncia de Se ocorre quando a ingestatildeo diaacuteria por
longos periacuteodos eacute menor ou igual a 11 microgdia Outro dado utilizado para determinar a
recomendaccedilatildeo de Se foi realizado atraveacutes da relaccedilatildeo entre a atividade da GPx no plasma e a
ingestatildeo do Se em indiviacuteduos adultos chineses residentes em uma aacuterea com solos
considerados pobres no mineral Os voluntaacuterios foram distribuiacutedos em cinco grupos e
receberam doses graduais de 0 10 30 60 e 90 microgdia de Se por via oral na forma de DL-
selenometionina Apoacutes cinco a oito meses a atividade da GPx respondeu de forma similar
para os trecircs concentraccedilotildees mais altos e esses resultados mostraram que uma ingestatildeo em torno
de 41 microgdia o equivalente a 30 microg da suplementaccedilatildeo mais 11 microg da dieta normal em um
homem de 60 kg eram suficientes para saturar a atividade da GPx (IOM 2001)
Com bases nesses dados foi possiacutevel estabelecer uma recomendaccedilatildeo de Se de acordo
com o Institute of Medicine (2001) A Ingestatildeo Dieteacutetica Recomendada (RDA) de Se para
indiviacuteduos adultos a partir dos 19 anos de idade foi estabelecida em 55 microgdia natildeo devendo
ultrapassar o niacutevel maacuteximo de Ingestatildeo Toleraacutevel (UL) estabelecido de 400 microgdia O Quadro
2 apresenta as Ingestotildees Dieteacuteticas de Referecircncia (DRI) de Se propostas pelo IOM (2006)
para populaccedilatildeo adulta
Quadro 2 Ingestatildeo Dieteacutetica de Referecircncia (DRIs) relativas ao Se em microgdia a partir de 1 ano
de idade de acordo com o Institute of Medicine (IOM 2006)
Idade (anos) EAR
Se microgdia
RDA
Se microgdia
UL
Se microgdia
˃ 14 45 55 400
EAR ndash Necessidade Meacutedia Estimada valor de ingestatildeo diaacuteria de um nutriente suficiente para suprir a
necessidade de metade dos indiviacuteduos saudaacuteveis de um determinado grupo do mesmo gecircnero e estaacutegio de vida
RDA ndash Ingestatildeo Dieteacutetica Recomendada eacute o niacutevel de ingestatildeo dieteacutetica diaacuteria suficiente para atender agraves
necessidades de um determinado nutriente de praticamente todos (97 a 98) os indiviacuteduos saudaacuteveis de um
determinado grupo do mesmo gecircnero e estaacutegio de vida
24
UL ndash Niacutevel Maacuteximo de Ingestatildeo Toleraacutevel eacute o valor mais alto da ingestatildeo diaacuteria continuada de um nutriente que
aparentemente natildeo oferece nenhum efeito adverso agrave sauacutede para todos os indiviacuteduos de um mesmo estaacutegio de
vida ou gecircnero
212 Aspectos Fisioloacutegicos Absorccedilatildeo Biodisponibilidade Armazenamento e Excreccedilatildeo
A absorccedilatildeo do Se acontece no duodeno ceco e coacutelon onde a selenometionina eacute
absorvida por um mecanismo de transporte ativo o selenito por difusatildeo simples o selenato
em conjunto com o sulfato por meio de carreadores mediados por soacutedio e a selenocisteiacutena por
transporte ativo comum aos aminoaacutecidos baacutesicos (histidina lisina e arginina) A
selenometilselenocisteiacutena natildeo eacute incorporada como selenometionina sendo convertida
rapidamente em metilselenol (FAIRWEATHERTAIT et al 2011)
Nos enteroacutecitos o Se eacute reduzido a selenito (H2Se) e em seguida transportado no
sangue ligado a proteiacutenas principalmente a fraccedilotildees de β-lipo proteiacutena de muito baixa
densidade e em menor quantidade em outros tipos de proteiacutenas como a albumina
especialmente quando a selenometionina eacute a principal forma presente nos alimentos
(REILLY 1996 PAPP et al 2007)
A biodisponibilidade do Se pode ser prejudicada por alguns fatores quantidade
ingerida a partir da dieta origem do Se consumido interaccedilatildeo com metais toacutexicos eficiecircncia
da digestatildeo formaccedilatildeo de compostos absorviacuteveis tempo do tracircnsito intestinal estado
nutricional do organismo em relaccedilatildeo ao Se doenccedilas do trato gastrintestinal conversatildeo para
formas biologicamente ativas apoacutes absorccedilatildeo e incorporaccedilatildeo agrave enzima GPx (IOM 2001) Na
determinaccedilatildeo da biodisponibilidade do Se alimentar a etapa limitante eacute a incorporaccedilatildeo da
forma biologicamente ativa selenocisteiacutena agrave GPx ou agraves 5 deiodinases nos tecidos
(HOLBEN SMITH 1999)
A excreccedilatildeo do Se ocorre principalmente pela via urinaacuteria (REILLY 1996 PAPP et
al 2007) e os compostos de Se tanto aqueles que entram no pool de selenito como os
convertidos a metilselenol satildeo metilados por tioacuteis-metiltransferases e geram diferentes formas
metaboacutelicas metiladas do mineral que seratildeo excretadas contribuindo para a homeostase Na
urina predominam as formas monometiladas nos casos de baixas ingestotildees e o
trimetilselenocircnio quando o Se eacute consumido em altas quantidades Quando os iacuteons de
trimetilselenocircnio atingem seu platocirc metaboacutelico ocorre a excreccedilatildeo pulmonar de
dimetilselenocircnio volaacutetil responsaacutevel pelo odor caracteriacutestico de alho na respiraccedilatildeo
(LETAVAYOVAacute et al 2006 PAPP et al 2007)
25
A Figura 1 ilustra o metabolismo do Se em mamiacuteferos onde os metaboacutelitos de Se
provenientes da alimentaccedilatildeo entram na ceacutelula e se juntam ao pool existente gerando selenito
que seraacute utilizado como fonte de Se para a siacutentese da selenocisteiacutena precursora das
selenoproteiacutenas (PAPP et al 2007)
Figura 1 Aspectos fisioloacutegicos do Se em mamiacuteferos
Adaptado de PAPP et al (2007)
(GSH = glutationa TrxRTrx = tioredoxina redutasetioredoxina)
213 Funccedilotildees e Accedilotildees
A propriedade antioxidante do Se estaacute relacionada agraves GPx que satildeo dependentes deste
mineral As GPx agem na proteccedilatildeo celular contra os danos provocados por radicais livres
juntamente com um sistema antioxidante complexo que envolve outras substacircncias
(HOLBEN SMITH 1999)
O Se eacute incorporado na forma de selenocisteiacutena no siacutetio ativo de um grande nuacutemero de
proteiacutenas Acredita-se que cerca de 100 selenoproteiacutenas possam existir no organismo de
mamiacuteferos Atualmente satildeo conhecidas 22 selenoproteiacutenas organizadas em grupos diferentes
Se Alimentar
Selenometionina
Selenito
Selenato
Selenocisteiacutena
(Sec)
Outras formas
ENTEROacuteCITO
Pool Intracelular de Selecircnio
Selenometionina
Selenito Selenato
GSS e SG (selenodiglutationa)
CH3SeH (metilselenol) etc
Incorporaccedilatildeo natildeo especiacutefica de
proteiacutenas ligadoras de selecircnio
Selenoproteiacutenas
Liases
GSH
TrxRTrx
H2Se
(selenido)
Sec
26
em funccedilatildeo da localizaccedilatildeo e das propriedades funcionais da selenocisteiacutena sendo que metade
destas apresenta caracteriacutesticas antioxidantes O grupo das GPx eacute o mais abundante Estas
selenoproteiacutenas satildeo encontradas em todos os tecidos de mamiacuteferos em que haacute processos
oxidativos e podem reduzir a produccedilatildeo de espeacutecies reativas de oxigecircnio contribuindo para a
proteccedilatildeo das macromoleacuteculas e membranas do organismo contra a oxidaccedilatildeo (BROWN et al
2001 TAPIERO et al 2003 GONZAGA et al 2005)
A GPx 1 tambeacutem conhecida como GPx citosoacutelica foi a primeira enzima dependente
de Se a ser identificada em 1953 em eritroacutecitos onde protege a hemoglobina de danos
oxidativos Essa GPx eacute encontrada no citosol das ceacutelulas sendo expressa em todos os tecidos
(BROWN 2001 LEI 2007) e tem como funccedilatildeo reduzir o peroacutexido de hidrogecircnio e
hidroperoacutexidos orgacircnicos livres transformando-os em aacutegua e aacutelcool respectivamente
(GONZAGA et al 2005)
A segunda isoforma GPx 2 ou gastrintestinal eacute encontrada no trato gastrintestinal e
no fiacutegado e age protegendo o organismo contra os hidroperoacutexidos na passagem pelo trato
gastrintestinal (GONZAGA et al 2005) A GPx 3 ou plasmaacutetica eacute sintetizada primeiramente
nas ceacutelulas tubulares renais e sua funccedilatildeo eacute servir de barreira antioxidante para o sangue
filtrado e proteger as ceacutelulas endoteliais do dano oxidativo (DUMONT 2006) A quarta
isoforma GPx 4 ou fosfolipiacutedio hidroperoacutexido tem como funccedilatildeo proteger as membranas das
ceacutelulas contra a accedilatildeo dos hidroperoacutexidos de aacutecidos graxos e tambeacutem reduzir a formaccedilatildeo de
hidroperoacutexidos de colesterol e de eacutester de colesterol nas membranas e nas lipoproteiacutenas de
baixa densidade (LDL) (SAVASKAN et al 2007)
Aleacutem dessas quatro isoformas foram descobertas tambeacutem a GPx 6 no epiteacutelio do
olfato e tecidos embrionaacuterios e outras variantes na qual o resiacuteduo de selenocisteiacutena eacute
substituiacutedo por cisteiacutena incluindo a GPx 5 com expressatildeo restrita no epidiacutedimo e a GPx 7
(PAPP et al 2007) Entretanto ainda natildeo se sabe exatamente qual a accedilatildeo dessas GPx
(HERBETTE et al 2007)
O Se pode interagir com um grande nuacutemero de metais toacutexicos como arsecircnio (As)
caacutedmio (Cd) Hg cobre (Cu) prata (Ag) chumbo (Pb) e platina (Pt) podendo alterar a
toxicidade e prevenir possiacuteveis manifestaccedilotildees toxicoloacutegicas em razatildeo da exposiccedilatildeo aos
mesmos (ORTUNtildeO et al 1997) Uma das hipoacuteteses para explicar essa interaccedilatildeo seria uma
reaccedilatildeo direta desses metais com o Se na forma inorgacircnica formando substacircncias
biologicamente inativas no interior do trato gastrintestinal Este mecanismo de interaccedilatildeo foi
encontrado em estudos com o Cd Pt Pb Ag e Hg Uma segunda hipoacutetese seria a reaccedilatildeo do
Se com grupos tioacuteis de algumas moleacuteculas para formar selenosulfidos (RSSeSR) que
27
possuem forte afinidade por metais (ORTUNtildeO et al 1997 ALARCOacuteN e MARTINEZ
2000)
A interaccedilatildeo entre o Hg e o Se tem sido estudada haacute mais de trecircs deacutecadas e envolve
uma variedade de processos bioquiacutemicos e toxicoacutelogicos ainda desconhecidos (CHEN et al
2006) Estudos conduzidos em animais foram realizados para tentar esclarecer os mecanismos
dessa interaccedilatildeo mesmo assim estes natildeo foram completamente elucidados (GREGUS et al
2001) Pesquisas in vitro sugerem que o efeito protetor do Se em relaccedilatildeo aos efeitos toacutexicos do Hg
seja em razatildeo da formaccedilatildeo de um complexo inerte Hg-Se (11) ligado agrave selenoproteiacutena P (Sepp1) no
sangue (DRASCH et al 2000)
A Figura 2 ilustra um possiacutevel mecanismo de destoxificaccedilatildeo muacutetua de Se e Hg elaborado
por Gailer et al (2000) onde o Se na forma de selenito ao ser incorporado nos eritroacutecitos eacute
reduzido atraveacutes da glutationa e no plasma liga-se agrave albumina proteiacutena responsaacutevel pelo transporte
sanguiacuteneo de Hg Sendo assim o Se natildeo reagiria de forma direta com o Hg livre mas com o Hg
ligado agrave albumina formando o complexo Hg-Se que por sua vez liga-se agrave selenoproteiacutena P e
tambeacutem aos resiacuteduos de histidina e cisteiacutena presentes na proteiacutena
Vale mencionar que a selenoproteiacutena P eacute uma glicoproteiacutena que transporta a maior parte de
Se no plasma dessa forma nos casos em que haacute deficiecircncia em Se a siacutentese de selenoproteiacutena P
pode estar prejudicada assim como a sua concentraccedilatildeo no plasma A existecircncia da selenoproteiacutena P
foi relatada haacute aproximadamente 30 anos poreacutem o progresso na tentativa de esclarecer as suas
funccedilotildees tecircm se destacado nos uacuteltimos anos (BURK HILL 2009)
Figura 2 Esquema de um possiacutevel mecanismo de destoxificaccedilatildeo muacutetua de Se e Hg
Adaptado de Gailer et al (2000)
SeO32-
e Se2-
= selenito Hg2+
= mercuacuterio livre HgSe = complexo Hg Se
HgSe
SeO32-
SeO32- Se2-GSH
Eritroacutecito
Se2-
Hg2+ (albumina)HgSe
Selenoproteiacutena P
HgSeHgSe
HgSe
28
Concentraccedilotildees adequadas de Se tambeacutem estatildeo relacionadas ao funcionamento
adequado do sistema imunoloacutegico Propriedades como quimiotaxia migraccedilatildeo e atividade
fungicida satildeo indicadores claramente dependentes da concentraccedilatildeo de Se nas ceacutelulas
fagocitaacuterias Efeitos reguladores do sistema imunoloacutegico satildeo explicados pela manutenccedilatildeo da
integridade das membranas das ceacutelulas imunocompetentes em condiccedilotildees adequadas de Se
Por isso satildeo atribuiacutedas ao Se funccedilotildees nas ceacutelulas do sistema imunoloacutegico como manutenccedilatildeo
da integridade das ceacutelulas imunocompetentes reduccedilatildeo dos peroacutexidos orgacircnicos e inorgacircnicos
formados por reaccedilotildees originadas dos radicais livres na ceacutelula regulaccedilatildeo do metabolismo dos
hidroperoacutexidos que levam agrave siacutentese de leucotrienos tromboxanos prostaglandinas e
lipoacutexidos e modulaccedilatildeo dos produtos oxidativos na respiraccedilatildeo das ceacutelulas fagocitaacuterias
(ORTUNtildeO et al 1997)
O Se tambeacutem participa na conversatildeo de tiroxina (T4) em tritiodotironina (T3) por
meio das deiodinases tipo I II e III A deficiecircncia em Se no organismo causa um decreacutescimo
de 15 a 20 na conversatildeo de T4 em T3 A enzima 5rsquo-deiodinase tipo 1 (IDI) eacute uma
selenoproteiacutena encontrada principalmente no fiacutegado e rins responsaacutevel pela conversatildeo da
forma inativa do proacute-hormocircnio T4 que eacute secretado pela tireoide agrave forma metabolicamente ativa
triiodotironina (T3) Nos casos de deficiecircncia em Se o T4 estaacute aumentado no plasma enquanto o T3
estaacute diminuiacutedo (KOumlHRLE 2000)
Outras accedilotildees protetoras do Se tecircm sido descritas no contexto das Doenccedilas Crocircnicas
Natildeo Transmissiacuteveis (DCNT) Alguns mecanismos foram propostos para esclarecer a inibiccedilatildeo
do aparecimento do cacircncer pela accedilatildeo do Se como reduccedilatildeo da hipermetilaccedilatildeo do DNA
causada pelo aumento da atividade da DNA metiltransferase regulaccedilatildeo da hipometilaccedilatildeo do
DNA que paradoxalmente ocorre durante a progressatildeo do tumor e proteccedilatildeo antioxidante que
promove equiliacutebrio entre a formaccedilatildeo de radicais livres e o funcionamento celular normal (DAVIS e
UTHUS 2002) Quando esse equiliacutebrio eacute interrompido pelo acuacutemulo de radicais livres a ceacutelula
entra em estresse oxidativo e consequentemente em instabilidade geneacutetica alterando certos
fatores de transcriccedilatildeo ou oxidando o DNA na sua base 8-hidroxidodesoxiguanosina (8-OHdG)
(BAYOUMY-EL 2001)
Estudos epidemioloacutegicos mostram correlaccedilatildeo positiva entre maior ingestatildeo de Se e
menor incidecircncia de cacircncer de tireoide pele mama ovaacuterio proacutestata e trato gastrintestinal
especialmente o coloretal (ORTUNtildeO et al 1997 NAVARRO-ALARCON e LOacutePEZ-
MARTINEZ 2000 DAVIS e UTHUS 2002) O Se tambeacutem pode diminuir o risco de
outras doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis como aterosclerose trombose arteri al e
diabetes melito (NAVARRO-ALARCON e LOacutePEZ-MARTINEZ 2000)
29
214 Deficiecircncia e Toxicidade
A deficiecircncia em Se ocorre quando a ingestatildeo diaacuteria eacute menor ou igual a 11 microgdia
enquanto ingestotildees acima de 400 microgdia podem levar agrave toxicidade (IOMFNB 2001 ZHANG
et al 2002) Os grupos mais vulneraacuteveis agrave deficiecircncia satildeo fumantes idosos gestantes
lactentes crianccedilas de 2 a 10 anos adolescentes do gecircnero feminino indiviacuteduos submetidos agrave
nutriccedilatildeo parenteral total sem suplementaccedilatildeo com Se por um periacuteodo superior a 20 ou 30 dias
enfermos de doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis indiviacuteduos sujeitos a elevado estresse e
doenccedilas debilitantes (AIDS hepatite C hanseniacutease) populaccedilotildees que habitam aacutereas com solos
pobres em Se aleacutem de populaccedilotildees que habitam aacutereas antropogecircnicas ou naturalmente
contaminadas por Hg (ORTUNtildeO et al 1997 BURKE e OPESKIN 2002 MARTENS et al
2012)
A doenccedila de Kesha definida como uma cardiomiopatia que afeta crianccedilas e mulheres
jovens estaacute diretamente relacionada agrave baixa ingestatildeo alimentar de Se a forma aguda eacute
caracterizada por insuficiecircncia suacutebita da funccedilatildeo cardiacuteaca e a fase crocircnica degeneraccedilatildeo dos
muacutesculos (especialmente necrose multifocal e fibrose no miocaacuterdio) cardiomegalia isquemia
do miocaacuterdio eletrocardiograma anormal e edema pulmonar Outra consequecircncia associada agrave
deficiecircncia eacute a doenccedila de Kashin-Beck osteoartrite endecircmica que ocorre durante a preacute-adolescecircncia
ou adolescecircncia podendo resultar em nanismo e deformaccedilatildeo das articulaccedilotildees (HOLBEN e SMITH
1999) Ressalta-se que no Brasil natildeo haacute relatos dessas deficiecircncias graves
Jaacute os sintomas da intoxicaccedilatildeo por Se satildeo distuacuterbios gastrintestinais graves paladar
metaacutelico odor de alho exalado pelas vias respiratoacuterias distuacuterbios neuroloacutegicos siacutendrome do
estresse respiratoacuterio infarto do miocaacuterdio e falecircncia renal (HOLBEN e SMITH 1999) A
toxicidade crocircnica tanto pelas formas orgacircnicas quanto inorgacircnicas apresenta caracteriacutesticas
cliacutenicas semelhantes poreacutem as concentraccedilotildees teciduais do mineral satildeo diferentes (IOM
2000)
De acordo com Yang et al (1983) os tecidos e oacutergatildeos mais afetados pela toxicidade de
Se satildeo as unhas cabelos pele e sistema nervoso As unhas tornam-se quebradiccedilas com
pontos brancos e estrias longitudinais na superfiacutecie seguido de queda da parede da unha
iniciada nos polegares Os cabelos tornam-se sem brilho e quebram-se facilmente na raiz e
aqueles que nascem em geral satildeo despigmentados Esta caracteriacutestica pode ser observada em
outros locais como axilas braccedilos e aacuterea puacutebica As lesotildees de pele ocorrem principalmente em
quatro pontos palma das matildeos e peacutes nuca cotovelos e pernas com aparecircncia inflamada e
eruptiva agraves vezes ulcerada As anormalidades no sistema nervoso soacute ocorrem nos casos de
30
maior gravidade e os sintomas incluem paralisia perifeacuterica formigamentos hiper-reflexatildeo dos
tendotildees espasmos distuacuterbio motor e hemiplegia (YANG et al 1983)
Vaacuterios fatores podem influenciar a gravidade e o tempo de aparecimento dos sinais
cliacutenicos da intoxicaccedilatildeo por Se como idade estado de nutriccedilatildeo e sauacutede do indiviacuteduo e
recidivas de alta ingestatildeo do mineral (IOMFNB 2001) Segundo Zhang et al (2002)
indiviacuteduos que jaacute sofreram intoxicaccedilatildeo por alta ingestatildeo de Se satildeo mais susceptiacuteveis a outra
intoxicaccedilatildeo provocada por menores quantidades do mineral Ingestatildeo de 910 microgdia pode
causar alteraccedilotildees nas unhas (IOMFNB 2001) Registros sobre intoxicaccedilatildeo por Se foram
encontrados em Enshi (China) onde a prevalecircncia da doenccedila ocorreu entre os anos de 1961 e
1964 com uma taxa de mortalidade de 50 da populaccedilatildeo de 248 habitantes (REILLY 1996)
Na Venezuela em um local chamado Vila Bruzual foram registrados casos de intoxicaccedilatildeo
nas crianccedilas em fase escolar sendo esta regiatildeo considerada seleniacutefera (JAFFEacute et al 1972)
22 MERCUacuteRIO
O Hg eacute o uacutenico metal que se apresenta no estado liacutequido em temperatura ambiente e a
0degC (BISINOTI 2005) presente naturalmente na crosta terrestre aacutegua e atmosfera Dentre as
diferentes formas quiacutemicas a espeacutecie de distribuiccedilatildeo mais ampla eacute o Hg na forma de vapor
predominante na atmosfera seguido da forma inorgacircnica dominante em aacuteguas naturais e do
metilmercuacuterio que eacute de extrema importacircncia ambiental em razatildeo de sua elevada toxicidade
principalmente em mamiacuteferos (GALVAtildeO et al 2007)
As primeiras evidecircncias dos efeitos neurotoxicoloacutegicos do Hg em consequecircncia da
ingestatildeo materna de alimentos contaminados foram observadas em crianccedilas na cidade de
Minamata no Japatildeo onde o metilmercuacuterio liberado de uma induacutestria quiacutemica contaminou as
aacuteguas da baiacutea e os peixes consumidos pela populaccedilatildeo Em 1953 a doenccedila de Minamata foi
reconhecida como uma doenccedila neuroloacutegica e chamou atenccedilatildeo do mundo para o problema da
intoxicaccedilatildeo por metais toacutexicos (TAKEUCKI e ETO 1999 FARIAS et al 2006) O Hg entatildeo
passou a ser considerado um dos metais mais perigosos no que diz respeito agrave contaminaccedilatildeo
ambiental e agrave sauacutede humana (FARIAS et al 2006)
Apoacutes a intoxicaccedilatildeo por Hg em Minamata as pesquisas foram direcionadas para os
possiacuteveis efeitos da exposiccedilatildeo crocircnica assim como concentraccedilotildees baixas de metilmercuacuterio
principalmente em crianccedilas em virtude da transferecircncia materna infantil durante a gestaccedilatildeo
uma vez que esse metal ultrapassa facilmente a barreira placentaacuteria e pode causar
31
consequecircncias graves agrave sauacutede do bebecirc que eacute sensiacutevel a menores concentraccedilotildees quando
comparados aos adultos (GALVAtildeO et al 2007)
A exposiccedilatildeo e acumulo do Hg durante o desenvolvimento fetal e amamentaccedilatildeo estatildeo
diretamente relacionados com a carga materna e a transferecircncia desse metal para a placenta e
leite materno (STEUERWALD et al 2000 CEacuteZAR 2002 MARQUES 2002) O alimento
que mais contribui para a contaminaccedilatildeo por Hg eacute o peixe pois as espeacutecies aquaacuteticas absorvem
o Hg na forma de metilmercuacuterio (DOMINGUES 2000) e o grau de exposiccedilatildeo eacute influenciado
por fatores como a frequecircncia da ingestatildeo de pescados a preferecircncia (peixes carniacutevoros
apresentam maiores quantidade de Hg) tamanho e niacutevel troacutefico (PARADIS et al 1997)
O Hg ao entrar na circulaccedilatildeo sanguiacutenea se liga a proteiacutenas e se distribui pelos tecidos
concentrando-se nos rins fiacutegado medula oacutessea ceacuterebro ossos e pulmotildees (SAacute et al 2006)
Os sinais e sintomas da intoxicaccedilatildeo dependem de vaacuterios fatores como gecircnero idade
hormocircnios taxa de hemoglobina e capacidade de induccedilatildeo das metalotioneiacutenas que podem
funcionar como barreiras protetoras do ceacuterebro e cerebelo (EPA 1997) No homem o
sistema nervoso central eacute o principal oacutergatildeo acometido pelo metilmercuacuterio e os sintomas
cliacutenicos incluem parestesia (alteraccedilotildees sensoriais) ataxia (falta de coordenaccedilatildeo nos
movimentos) e disartria (dificuldade na articulaccedilatildeo das palavras) aleacutem de distuacuterbios visuais e
auditivos A ocorrecircncia dos sintomas cliacutenicos tambeacutem eacute dose dependente (IPCS 1990) Aleacutem
de tremor vertigem entorpecimento dor de cabeccedila catildeibra fraqueza depressatildeo dispneia
tosse inflamaccedilotildees gastrintestinais queda de cabelo naacuteusea e vocircmitos (CANELA 1995) O
quadro cliacutenico tiacutepico das crianccedilas geradas sob tais exposiccedilotildees inclui microcefalia (maacute
formaccedilatildeo no crescimento do ceacuterebro) hiper-reflexia (reflexos muito ativos ou responsivos em
excesso) e deficiecircncia visual auditiva mental e motora (IPCS 1990)
A excreccedilatildeo do Hg do corpo humano ocorre por via urinaacuteria ou fecal diferindo de
acordo com a forma dose e tempo apoacutes a exposiccedilatildeo Uma pequena fraccedilatildeo eacute eliminada pela
respiraccedilatildeo mas a excreccedilatildeo fecal eacute a maior e a principal via apoacutes a exposiccedilatildeo ao Hg (FORD et
al 2001)
Segundo Fadini e Jardim (2001) a presenccedila do Hg na regiatildeo Amazocircnica se deve
principalmente agrave extraccedilatildeo de ouro e aos processos naturais e antroacutepicos Aleacutem disso como os
solos da bacia Amazocircnica satildeo antigos apresentam capacidade elevada de reter o Hg e acumulaacute-lo
durante anos (MIRETZKY et al 2005) A poluiccedilatildeo do Hg na Amazocircnia eacute um problema
ambiental grave pois 70 a 170 toneladas deste metal satildeo lanccedilados anualmente no meio
ambiente pela atividade informal de mineraccedilatildeo de ouro e queimadas o que representa uma
fonte primaacuteria de emissatildeo do Hg Como resultado uma grande quantidade do metal sofre
32
metilaccedilatildeo e se acumula nos peixes da cadeia alimentar (MEECH 1997 PINHEIRO et al
2000)
Em relaccedilatildeo agrave genotoxicidade do Hg tecircm-se descrito que este metal pode ser
responsaacutevel por mutaccedilotildees em niacuteveis cromossocircmico e gecircnico sendo a compreensatildeo destes
efeitos de grande importacircncia em razatildeo de suas consequecircncias para a sauacutede humana
(AZEVEDO 2003) O Hg produz depleccedilatildeo dos principais antioxidantes celulares
principalmente os que contecircm grupos tioacutelicos e pode tambeacutem aumentar a geraccedilatildeo das espeacutecies
reativas de oxigecircnio como os radicais hidroxila (HO) os radicais superoacutexido (O2-) ou
peroacutexido de hidrogecircnio (H2O2) aumentando o estresse oxidativo e assim causar alteraccedilotildees
nas funccedilotildees das ceacutelulas (ERCAL et al 2001 PEROTTONI et al 2004)
A Figura 3 apresenta possiacuteveis mecanismos moleculares de genotoxicidade do Hg o
qual entra na ceacutelula atraveacutes da membrana plasmaacutetica ou por meio de transportadores podendo
afetar o DNA de diversas formas Uma delas eacute aumentando a produccedilatildeo de ERRO as quais
podem reagir diretamente com o DNA ou indiretamente ao induzir mudanccedilas
conformacionais nas proteiacutenas responsaacuteveis pela formaccedilatildeo e manutenccedilatildeo do mesmo Tambeacutem
pode reagir de forma direta nos microtuacutebulos evitando a organizaccedilatildeo em fuso dos
cromossomos durante a atividade mitoacutetica Esses danos ao DNA podem ser causados tanto
pelos radicais livres gerados pelo Hg como pelo proacuteprio metal (CRESPO-LOacutePEZ et al
2009)
Figura 3 Mecanismos moleculares de genotoxicidade do Hg
Fonte Adaptado de Crespo-Loacutepez et al (2009)
EROS Espeacutecies Reativas de Oxigecircnio
EROS
D
N
A
M
E
R
C
Uacute
R
I
O
Microtuacutebulos
33
De acordo com os pesquisadores Pinheiro et al (2006) e Harada et al (2001)
concentraccedilotildees de Hg dez vezes menores que os valores de referecircncia estabelecidos pela World
Health Organization (WHO) foram relacionados com a genotoxicidade no sistema nervoso
central apontando para a necessidade de uma revisatildeo dos padrotildees adotados pela WHO
(1990)
Evidencia-se que populaccedilotildees residentes em aacutereas de risco de contaminaccedilatildeo por Hg
podem estar mais susceptiacuteveis a um aumento do estresse oxidativo Entretanto a intensidade
dos danos dependeraacute de fatores como a amplitude da geraccedilatildeo de ERO nos alvos celulares da
atividade dos sistemas de defesa antioxidante e da presenccedila ou da ausecircncia de metais de
transiccedilatildeo (HALLIWELL e CHIRICO 1993) Dependeraacute ainda da ingestatildeo de nutrientes
pois o consumo inadequado de Se estaacute relacionado com uma reduccedilatildeo da atividade da GPx
prejudicando o sistema de defesa antioxidante do organismo (COMINETTI 2011)
23 ESTRESSE OXIDATIVO
O estresse oxidativo eacute caracterizado pelo desequiliacutebrio entre substacircncias antioxidantes
e oxidantes e o efeito das espeacutecies reativas eacute equilibrado pela accedilatildeo antioxidante enzimaacutetica e
natildeo enzimaacutetica do sistema bioloacutegico (VALKO et al 2006)
As espeacutecies reativas de oxigecircnio (ERO) bem como as Espeacutecies Reativas de Nitrogecircnio
(RNS) satildeo moleacuteculas que contecircm oxigecircnio ou nitrogecircnio respectivamente com um ou mais
eleacutetrons desemparelhados o que as torna instaacuteveis e reativas Essas moleacuteculas satildeo produtos do
metabolismo celular normal que exercem um papel duplo no organismo uma vez que podem
atuar de forma beneacutefica ou prejudicial Os efeitos beneacuteficos ocorrem em baixas eou
moderadas concentraccedilotildees e envolvem funccedilotildees fisioloacutegicas como atuaccedilatildeo na defesa do
organismo contra agentes infecciosos e em sistemas de sinalizaccedilatildeo celular aleacutem da induccedilatildeo
de resposta mitogecircnica (RIDNOUR et al 2005 VALKO et al 2006)
Com o objetivo de emparelhar seus eleacutetrons estas substacircncias podem adquirir eleacutetrons
de outras moleacuteculas tornando-as instaacuteveis e convertendo-se em radicais livres Como exemplo
de radicais livres destacam-se o superoacutexido (O2) a hidroxila (OH) o tiol (SH-) o
triclorometil (CCl3) e o oacutexido niacutetrico (NO) Vale ressaltar que caso essas espeacutecies natildeo sejam
removidas ou neutralizadas podem reagir com lipiacutedios proteiacutenas e aacutecidos nucleicos
causando danos nas funccedilotildees celulares (CHAUHAN e CHAUHAN 2006) Dentre os prejuiacutezos
ao metabolismo celular podem ocorrer ruptura das fitas do DNA aumento na concentraccedilatildeo
34
de caacutelcio intracelular livre danos em transportadores de iacuteons ou em outras proteiacutenas
especiacuteficas e peroxidaccedilatildeo de lipiacutedios (HALLIWELL e CHIRICO 1993)
Aleacutem disso os aacutecidos graxos poli insaturados que estatildeo presentes em grande
quantidade nas ceacutelulas satildeo mais susceptiacuteveis agrave oxidaccedilatildeo em razatildeo da presenccedila de grupos
metilecircnicos entre duplas ligaccedilotildees e por isso tornam-se alvos mais provaacuteveis quando
comparados ao DNA (LOUREIRO et al 2002) A peroxidaccedilatildeo lipiacutedica se inicia com o
ataque agrave bicamada lipiacutedica por qualquer espeacutecie reativa capaz de abstrair um aacutetomo de
hidrogecircnio de um aacutecido graxo poli insaturado e apoacutes a iniciaccedilatildeo esse processo eacute cataliacutetico o
que favorece a formaccedilatildeo de hidroperoacutexidos Com a abstraccedilatildeo do aacutetomo de hidrogecircnio do
aacutecido graxo poli insaturado (LH) eacute formado o radical lipiacutedico (Lbull) que eacute rapidamente
adicionado a uma moleacutecula de oxigecircnio levando agrave formaccedilatildeo do radical peroxil (LOObull) sendo
capaz de reagir com outro aacutecido graxo poli insaturado iniciando uma nova cadeia de oxidaccedilatildeo
a partir da formaccedilatildeo de outro radical lipiacutedico (Lbull) (LOUREIRO et al 2002) O radical peroxil
pode ser rearranjado via reaccedilotildees de ciclizaccedilatildeo de endoperoacutexidos e como produto final o
malondialdeiacutedo (MDA) que eacute considerado mutagecircnico em ceacutelulas de mamiacuteferos pois pode
reagir com as bases nitrogenadas guanina adenina e citosina formando adutos que levam a
ligaccedilotildees cruzadas de DNA-DNA ou DNA-proteiacutenas ocasionando aumento do estresse
oxidativo (VALKO et al 2006) Menciona-se tambeacutem as oxidaccedilotildees enzimaacuteticas do aacutecido
araquidocircnico que ocorrem durante a siacutentese de eicosanoacuteides bem como as reaccedilotildees
catalisadas por ciclo oxigenases ou lipoxigenases que satildeo importantes fontes de ERO ou
hidroperoacutexidos lipiacutedicos (LOUREIRO et al 2002)
Por outro lado o organismo dispotildee de mecanismos que tecircm a finalidade de proteccedilatildeo
contra os processos oxidativos Estas defesas antioxidantes satildeo de extrema importacircncia pois
satildeo responsaacuteveis pela remoccedilatildeo direta dos radicais livres promovendo maacutexima proteccedilatildeo aos
siacutetios bioloacutegicos (VALKO et al 2006)
O principal sistema antioxidante eacute o enzimaacutetico que inclui enzimas como a
superoacutexido dismutase (SOD) que converte radicais superoacutexido em peroacutexido de hidrogecircnio a
catalase e a GPx as quais reduzem peroacutexido de hidrogecircnio e hidroperoacutexidos lipiacutedicos
(COMINETTI et al 2011 HAMANASHI et al 2004) A glutationa redutase (GR) tambeacutem
eacute uma enzima que participa desse processo pois eacute responsaacutevel pela regeneraccedilatildeo da glutationa
em sua forma reduzida (GSH) que eacute utilizada como substrato da enzima GPx (PRADA et al
2004) Existem
Quanto ao sistema antioxidante natildeo enzimaacutetico inclui compostos antioxidantes de
origem alimentar que muitas vezes satildeo utilizados como cofatores pelas enzimas antioxidantes
35
(BARBOSA et al 2010) Como exemplo de compostos que atuam por meio da neutralizaccedilatildeo
das ERO produzidas tanto no meio intra quanto extracelular tem-se o tocoferol (vitamina E) o
beta-caroteno (proacute-vitamina A) o Se cofator enzimaacutetico da GPx o cobre o zinco e o aacutecido
ascoacuterbico (BERGER 2005 PRADA et al 2004 PAPP et al 2007) Aleacutem do Se como
exemplo de cofator enzimaacutetico antioxidante destacam-se o zinco e o cobre que participam da
estrutura das enzimas Zn-Cu-SOD (SOD1) e SOD extracelular (SOD3) (FORMIGARI et al
2007 COMINETTI et al 2011) Existem ainda varredores de radicais livres hidrofiacutelicos
como o ascorbato e flavonoacuteides (CASTRO e FREEMAN 2001)
Aleacutem da relaccedilatildeo entre estresse oxidativo e sistema de defesa antioxidante ressalta-se a
importacircncia de se avaliar as caracteriacutesticas geneacuteticas individuais como por exemplo a
presenccedila de polimorfismos geneacuteticos uma vez que estes podem inferir nas concentraccedilotildees de
nutrientes organismo (VIVANCO et al 2006)
24 POLIMORFISMOS GENEacuteTICOS
Por meio do projeto genoma humano foi possiacutevel revelar natildeo somente o
sequenciamento completo dos genes humanos mas tambeacutem as interaccedilotildees entre os genes e o
meio ambiente Diversas mutaccedilotildees foram descobertas apoacutes o sequenciamento e os
polimorfismos satildeo resultantes destas alteraccedilotildees sendo os diferentes modelos decorrentes do
tipo de mutaccedilatildeo que os originou (BROOKES 1999 YAMADA 2010) Os polimorfismos
podem ser de inserccedilotildees de pares de base uacutenica de deleccedilotildees ou substituiccedilotildees de um par de
bases por outro
O tipo mais comum de polimorfismo eacute denominado SNP (Single Nucleotide
Polymorfism) ou polimorfismo de nucleotiacutedeo uacutenico que eacute uma mutaccedilatildeo simples na qual
acontece a troca de um nucleotiacutedeo por outro em determinado ponto do DNA A ocorrecircncia
de SNPs eacute de aproximadamente um em cada mil bases do genoma humano estimando a
ocorrecircncia em milhotildees (BROOKES 1999)
Os polimorfismos que resultam da inserccedilatildeo ou da deleccedilatildeo de nucleotiacutedeos em
fragmentos da moleacutecula de DNA ocorrem em um deacutecimo de frequecircncia dos SNP Os tipos
mais comuns de polimorfismo de inserccedilatildeo eou deleccedilatildeo satildeo os de bases repetidas chamados
de STR (Simple Tandem Repeats) ou microssateacutelites e os de padrotildees de nucleotiacutedeos
repetidos em uma regiatildeo do DNA conhecidos como VNTR (Variable Number of Tandem
Repeats) ou minissateacutelites (SCHORK et al 2000)
36
Aqueles polimorfismos que podem causar alteraccedilotildees nas sequecircncias de aminoaacutecidos
codificados acarretando danos nas funccedilotildees como alteraccedilatildeo nos siacutetios de interaccedilatildeo na
solubilidade e na estabilidade da proteiacutena estatildeo localizados nos eacutexons regiatildeo codificadora do
gene e satildeo chamadas de non-synonymous SNP ndash nsSNP (RAMENSKY et al 2002)
Estudos que envolvem genocircmica nutricional tecircm sido relacionados a importantes
associaccedilotildees entre polimorfismos e consumo de nutrientes permitindo melhor compreensatildeo de
como a nutriccedilatildeo influencia as vias de homeostase metaboacutelica Essa descoberta possibilitou
uma perspectiva na reduccedilatildeo do risco de doenccedilas uma vez que as interaccedilotildees existentes entre os
genes e os nutrientes permitem descrever a modulaccedilatildeo dos efeitos dos componentes
alimentares em um fenoacutetipo especiacutefico associado a um polimorfismo geneacutetico
(STRATIGOPOULOS et al 2008 KAUWELL 2005)
Como exemplo de SNP que pode estar relacionado ao status de Se pode-se destacar o
Pro198Leu no gene da GPx 1 Jaacute como exemplo de um polimorfismo de deleccedilatildeo que pode
interferir nas concentraccedilotildees de Hg no organismo destaca-se o GSTM1 no gene da GST
241 Polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) no Gene da GPx 1
De acordo com Hesketh (2008) polimorfismos na regiatildeo codificadora dos genes de
selenoproteiacutenas podem alterar a incorporaccedilatildeo do Se e influenciar a capacidade antioxidante
No gene humano da GPx 1 que eacute a isoforma intracelular citosoacutelica mais abundante nos
sistemas bioloacutegicos localizado na regiatildeo cromossomica 3p213 foram descobertos vaacuterios
polimorfismos sendo mais de 30 SNP dentre eles o Pro198Leu (rs 1050450) Nesse SNP
ocorre uma substituiccedilatildeo da base nitrogenada citosina por timina (CrarrT) no exoacuten 2 do
nucleotiacutedio 594 do gene resultando na troca do aminoaacutecido prolina por leucina no coacutedon 198
(FOSBERG et al 1999) A troca do aminoaacutecido prolina por leucina pode causar
consequecircncias na atividade da enzima GPx 1 pois a prolina eacute o uacutenico aminoaacutecido sem grupo
amino livre no carbono alfa ocasionando uma torccedilatildeo na estrutura secundaacuteria dos peptiacutedeos
(FOSBERG et al 2000 JABLONSKA et al 2009 ARSOVA-SARAFINOVSKA et al
2009)
Segundo Suzen et al (2010) que avaliaram a frequecircncia dos alelos e genoacutetipos de
diversas populaccedilotildees do mundo o maior percentual geralmente eacute de indiviacuteduos com genoacutetipos
selvagens (ProPro) seguidos por heterozigotos para o polimorfismo ou seja com um alelo
variante (ProLeu) e depois por indiviacuteduos homozigotos (LeuLeu)
37
No Brasil em relaccedilatildeo agrave frequecircncia desse polimorfismo aleacutem desse estudo
pesquisadores do Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo - Minerais da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas
da Universidade de Satildeo Paulo determinaram por meio de vaacuterios estudos a frequecircncia
genotiacutepica do Pro198Leu em vaacuterias populaccedilotildees de cidades do Brasil e os resultados estatildeo
ilustrados no Quadro 3 a seguir
Quadro 3 Frequecircncia genotiacutepica em relaccedilatildeo ao polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) no
gene que codifica GPx1 encontrada em pesquisas realizadas no Brasil no Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo e Minerais da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo
(USP)
Estado Nuacutemero de
participantes
ProPro
()
ProLeu
()
LeuLeu
()
SANTOS (2013) Cearaacute 176 55 38 7
ROCHA (2015) Rondocircnia 190 56 37 7
NISHIMURA
(2010) Satildeo Paulo
175 (Caso)
203 (Controle)
50
51
43
43
7
6
DONADIO
(2011) Satildeo Paulo 124 49 48 3
COMINETTI et
al (2011) Satildeo Paulo 37 49 38 13
CARDOSO et
al (2012) Satildeo Paulo
28 (Caso)
29 (Controle)
75
72
14
14
11
14
Uma das principais descobertas dos estudos sobre o polimorfismo Pro198Leu estaacute
relacionada agrave presenccedila do alelo Leu pois algumas pesquisas verificaram que esse genoacutetipo
pode diminuir a atividade da GPx 1 e aleacutem disso estudos associaram a concentraccedilatildeo
eritrocitaacuteria de Se com a sua atividade indicando que o genoacutetipo LeuLeu pode influenciar
tambeacutem o estado nutricional dos indiviacuteduos relativo ao Se (JABLONSKA et al 2009)
Em indiviacuteduos natildeo doentes Forsberg et al (2000) e Jablonska et al (2009) natildeo
observaram associaccedilotildees entre a atividade da enzima GPx 1 e o genoacutetipo Poreacutem na pesquisa
de Jablonska et al (2009) foi obtida uma associaccedilatildeo significativamente diferente entre cada
grupo de genoacutetipo avaliado em relaccedilatildeo agrave atividade da GPx 1 e a concentraccedilatildeo de Se Dessa
forma os pesquisadores presumiram que a resposta agrave ingestatildeo ou agrave suplementaccedilatildeo de Se
assim como a atividade da enzima pode estar relacionadas aos genoacutetipo do indiviacuteduo Aleacutem
disso os autores sugeriram que carreavam indiviacuteduos que possuiacuteam ao menos um alelo Pro
teriam maior atividade da enzima quando comparados agravequeles com ambos alelos Leu
38
Ravn-Haren et al (2006) observaram em mulheres com cacircncer de mama que a
atividade da GPx 1 foi significativamente menor nas participantes com a presenccedila do genoacutetipo
Leu em comparaccedilatildeo agravequelas com genoacutetipo Pro Isso foi observado tanto nas mulheres doentes
quanto naquelas do grupo controle Aleacutem de alguns tipos de cacircncer como o de bexiga
colorretal de pulmatildeo e de mama outras doenccedilas satildeo relacionadas com o polimorfismo
Pro198Leu tais como siacutendrome metaboacutelica (KUZUYA et al 2008) e concentraccedilotildees elevados
de triacilgliceroacuteis em pacientes com diabetes melito tipo 2 (CHEN et al 2012)
242 Polimorfismo GSTM1 no Gene da GST
A GST eacute uma famiacutelia de enzimas intracelulares localizadas no citosol que modulam a
accedilatildeo de toxinas endoacutegenas e exoacutegenas sobre as ceacutelulas evitando danos ao DNA
(MANNERVIK et al 1985 MORAIS et al 2008 CASTRO e LIMA 2013) Este grupo de
enzimas tem sido amplamente estudado pois estatildeo envolvidas no metabolismo de muitos
carcinoacutegenos poluentes ambientais e drogas anticanceriacutegenas Dessa forma supotildee-se que a
inexistecircncia de enzimas especiacuteficas ou deleccedilotildees homozigoacuteticas possam ocasionar ao
organismo maior susceptibilidade a desenvolver neoplasias como cacircncer de bexiga coacutelon
pulmatildeo pele estocircmago e mama aleacutem de diabetes e asma (ZHENG etal 2002 CHARRIER
et al 1999 PARK et al 2003 ANTON et al 2010 CASTRO e LIMA 2013)
Existem cinco classes de genes da GST (alfa mu pi theta e zeta) Nos genes da classe
mu tecircm-se o GSTM1 GSTM2 GSTM3 GSTM4 e GSTM5 na regiatildeo cromossocircmica 1p133 O
polimorfismo no locus M1 eacute o mais estudado e apresenta trecircs alelos dois considerados ativos
GSTM1A e GSTM1B e o terceiro alelo nulo ou deletado (GSTM10) O que difere o
GSTM1A do GSTM1B apesar de serem proteiacutenas funcionalmente idecircnticas eacute que o
GSTM1A contecircm a proteiacutena lisina na posiccedilatildeo 172 e o GSTM1B contecircm a asparagina nessa
mesma posiccedilatildeo (DEJONG et al 1988 WIDERSTEN et al 1991)
Dessa forma o polimorfismo GSTM10 no gene da GST eacute classificado como
polimorfismo de deleccedilatildeo ou seja indiviacuteduos homozigotos que carreiam o genoacutetipo
GSTM10 apresentam deleccedilatildeo do gene inteiro e natildeo expressam a proteiacutena GST (KLATAU-
GUIMARAtildeES et al 2005 JAIN et al 2006 MANNERVICK et al 2005)
Klatau-Guimaratildees et al (2005) avaliaram a suscetibilidade agrave contaminaccedilatildeo por Hg e a
relaccedilatildeo com o polimorfismo da enzima GST atraveacutes de biomarcadores moleculares em
algumas tribos indiacutegenas da Amazocircnia Apoacutes a obtenccedilatildeo dos resultados observou-se que
fatores geneacuteticos podem influenciar o acuacutemulo de Hg no organismo pois os indiviacuteduos que
39
carreavam o genoacutetipo GSTM10 (deletado) apresentaram concentraccedilotildees maiores deste metal
nos cabelos quando comparados aos indiviacuteduos com genoacutetipo GSTM1 Com a ausecircncia desta
enzima o organismo pode natildeo estar apto a destoxificar o Hg de forma adequada uma vez que
esta eacute uma das funccedilotildees atribuiacutedas agrave GST Sendo assim esses indiviacuteduos podem apresentar
maiores concentraccedilotildees ou retenccedilatildeo de Hg no organismo
Naganuma et al (1990) e Choi et al (1996) afirmam que a deficiecircncia de GST estaacute
associada com a sensibilidade ao cloreto de Hg e ao metilmercuacuterio Entretanto ainda existem
inconsistecircncias na relaccedilatildeo entre o polimorfismo GSTM1 e a concentraccedilatildeo de Hg no
organismo (GUNDACKER et al 2007) De acordo com Hatagima et al (2000) a frequecircncia
do polimorfismo no gene da classe mu estaacute ausente ou deletado (GSTM10) de forma
homozigoacutetica em torno de 40 a 50 em diferentes populaccedilotildees eacutetnicas conforme ilustrado no
Quadro 4 que mostra a frequecircncia deste alelo assim como do GSTM1A GSTM1B
GSTM1AB inclusive na populaccedilatildeo brasileira
Quadro 4 Distribuiccedilatildeo da frequecircncia do polimorfismo GSTM1(ABAB0) no gene da GST em
diferentes etnias
Etnias GSTM1
A B AB 0
Brasileiros (Rio de Janeiro) 197 (30) 105 (16) 51 (8) 305 (46)
Brasileiros (Distrito Federal) 43 (24) 33 (184) 16 (9) 87 (486)
Brasileiros (Satildeo Paulo) 21 (29) 10 (14) 7 (9) 35 (48)
Nigerianos 49 (71) 4 (6) 1 (13) 15 (217)
Japoneses 13 (8) 68 (41) 5 (3) 80 (482)
Chineses 10 (10) 28 (30) 2 (2) 56 (583)
Indiacutegenas 15 (35) 7 (16) 6 (14) 15 (35)
Franceses 24 (43) 5 (9) 3 (5) 24 (43)
Ingleses 158 (28) 74 (135) 23 (4) 306 (545)
Fonte Hatagima et al (2000)
Considerando a importacircncia do polimorfismo GSTM10 no gene da GST e o fato da
populaccedilatildeo deste estudo residir em aacuterea de risco de contaminaccedilatildeo por Hg a anaacutelise de tais
40
dados torna-se necessaacuteria uma vez que o genoacutetipo nulo ou deletado pode influenciar as
concentraccedilotildees do metal no organismo
41
3 OBJETIVOS
31 OBJETIVO GERAL
Avaliar o estado nutricional relativo ao Se concentraccedilotildees de Hg e suas relaccedilotildees com o
estresse oxidativo e os polimorfismos Pro198Leu no gene da GPx 1 e GSTM1 no gene da
GST em mulheres residentes em aacuterea de risco de contaminaccedilatildeo por Hg
32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Avaliar o estado nutricional das voluntaacuterias em relaccedilatildeo agrave antropometria
Analisar a ingestatildeo alimentar de energia macronutrientes e Se
Determinar as concentraccedilotildees plasmaacuteticas e eritrocitaacuterias de Se e a atividade
eritrocitaacuteria total da enzima GPx
Avaliar as concentraccedilotildees de Hg nos cabelos
Associar a presenccedila dos polimorfismos Pro198leu e GSTM1 com os biomarcadores do
estado nutricional relativo ao Se e Hg respectivamente bem como com as
concentraccedilotildees de MDA e ORAC
42
4 METODOLOGIA
41 CASUIacuteSTICA E DELINEAMENTO
O estudo foi do tipo transversal descritivo com abordagem quantitativa e qualitativa
dos dados Participaram da pesquisa mulheres entre 19 e 50 anos residentes da cidade de
Porto Velho Rondocircnia (RO) Para o caacutelculo do tamanho da amostra considerou-se a
prevalecircncia do alelo variante Pro198Leu de 32 Fixou-se o niacutevel de significacircncia de 5 (
= 005) e um erro amostral de 65 Esses valores aplicados na equaccedilatildeo abaixo indicada para
populaccedilotildees infinitas proporcionou uma amostra de tamanho n igual a 200 mulheres
O projeto foi aprovado pelo comitecirc de eacutetica da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas
da Universidade de Satildeo Paulo (FCFUSP) parecer 119 e protocolo 574 (ANEXO 1) Na
Figura 4 abaixo estaacute representado o mapa do Brasil com destaque para o estado de Rondocircnia
e a cidade de Porto Velho onde a pesquisa foi realizada
Figura 4 Representaccedilatildeo do mapa do Brasil do estado de Rondocircnia e da cidade de Porto
Velho (RO)
Adaptado de Campos et al (2002)
43
Para ampla divulgaccedilatildeo da pesquisa cartazes com informaccedilotildees a respeito do estudo
foram espalhados pela cidade de Porto Velho em pontos de ocircnibus na secretaria de educaccedilatildeo
(SEDUC) na secretaria de sauacutede (SESAU) em academias de ginaacutestica em faculdades
particulares e tambeacutem na Universidade Federal de Rondocircnia (UNIR) (APEcircNDICE 1) Apoacutes
as procuras e declaraccedilotildees de interesse em participar da pesquisa as voluntaacuterias que se
adequavam ao perfil do estudo assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(APEcircNDICE 2) e em seguida responderam um questionaacuterio com informaccedilotildees
socioeconocircmicas presenccedila de doenccedilas e estilo de vida (APEcircNDICE 3) Natildeo foram incluiacutedas
no estudo mulheres com idade inferior a 19 ou superior a 50 anos fumantes com doenccedilas
crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e infecciosas (auto-relatadas) poacutes-menopausa que realizavam
atividade fiacutesica de forma intensa que utilizavam suplementos vitamiacutenicos eou minerais e que
residiam em local diferente do estabelecido
42 COLETA DE DADOS
A coleta dos dados (consumo alimentar antropometria material bioloacutegico) foi
realizada no laboratoacuterio Alphaclin (Porto Velho ndash RO) entre os meses de fevereiro a maio de
2011 entretanto todas as anaacutelises em material bioloacutegico foram realizadas em Laboratoacuterios da
Universidade de Satildeo Paulo (USP)
Para avaliar o consumo alimentar todas as participantes foram instruiacutedas pela
responsaacutevel da pesquisa a preencher um formulaacuterio de registro alimentar de 24 horas
(APEcircNDICE 4) que continha instruccedilotildees de preenchimento e fotos ilustrativas de medidas
caseiras de alguns alimentos com a finalidade de facilitar a obtenccedilatildeo dos dados de consumo
bem como para o melhor entendimento das voluntaacuterias reduzindo dessa forma as duacutevidas e
os erros de preenchimento Aleacutem do registro de 24 horas as voluntaacuterias responderam um
formulaacuterio a respeito do consumo de peixes da regiatildeo que poderiam estar relacionados com o
risco de contaminaccedilatildeo de Hg (ANEXO 2)
Os dados antropomeacutetricos (peso estatura e circunferecircncia da cintura) foram obtidos
apoacutes a entrega dos formulaacuterios de registros alimentares Em seguida para determinar as
concentraccedilotildees de Hg total cortou-se uma pequena quantidade de cabelo das voluntaacuterias
(aproximadamente 1g de amostra) da parte posterior da cabeccedila proacuteximo agrave regiatildeo occipital
(nuca) com auxiacutelio de uma tesoura de accedilo inoxidaacutevel que foi higienizada com acetona a cada
corte
44
Com a finalidade de avaliar o estado nutricional das participantes em relaccedilatildeo ao Se
atividade da enzima GPx estresse oxidativo e determinaccedilatildeo dos polimorfismos foram
coletados 20 mL de sangue por punccedilatildeo venosa Esse procedimento foi realizado no periacuteodo da
manhatilde por um profissional de enfermagem capacitado estando as voluntaacuterias em jejum de 10
a 12 horas
A coleta foi realizada com seringas plaacutesticas descartaacuteveis e agulhas de accedilo inoxidaacutevel
esteacutereis e descartaacuteveis Todos os materiais bioloacutegicos foram distribuiacutedos em tubos de vidro
contendo anticoagulante EDTA (aacutecido etilenodiamino tetraceacutetico) sendo que uma pequena
quantidade (sangue total) de todas as amostras foi armazenada em microtubos esteacutereis e
autoclavados para anaacutelise dos polimorfismos
O plasma foi separado do sangue total por centrifugaccedilatildeo a 3000 rpm durante 15
minutos a 4ordmC sendo extraiacutedo com pipeta automaacutetica e acondicionado em microtubos
previamente desmineralizados para determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo plasmaacutetica de Se
malondialdeiacutedo (MDA) e da capacidade de absorccedilatildeo de radicais livres de oxigecircnio (ORAC)
Em seguida o resiacuteduo contendo os eritroacutecitos foi lavado trecircs vezes com 5 mL de soluccedilatildeo
fisioloacutegica de cloreto de soacutedio a 09 homogeneizado lentamente por inversatildeo e centrifugado
a 10000 rpm por 10 minutos a 4ordmC sendo o sobrenadante descartado e dessa forma obtendo-
se a massa eritrocitaacuteria que foi extraiacuteda cuidadosamente com micropipeta e armazenada em
tubos de polipropileno desmineralizados para determinaccedilatildeo do Se eritrocitaacuterio e da atividade
da enzima GPx
Todas as amostras foram acondicionadas em gelo seco e transportadas em um
recipiente teacutermico por via aeacuterea de Porto Velho para Satildeo Paulo onde as amostras foram
armazenadas em freezer -80ordmC ateacute o momento das anaacutelises no laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo -
Minerais da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo (FCFUSP)
Quanto agraves amostras de cabelo coletadas estas foram armazenadas em envelopes de papel e
acondicionados em temperatura ambiente ateacute o momento das anaacutelises no Laboratoacuterio de
Anaacutelise por Ativaccedilatildeo Neutrocircnica - LANCRPq ndash Instituto de Pesquisas Energeacuteticas Nucleares
(IPENCNEN) ndash SP
Todos os materiais utilizados (vidrarias plaacutesticos ponteiras etc) foram
desmineralizados em banho de aacutecido niacutetrico a 20 por no miacutenimo 12 horas e enxaguados
pelo menos 10 vezes consecutivas com aacutegua ultra pura Milli-Q (resistividade de 182 MΩcm
a 25ordmC) para evitar a contaminaccedilatildeo por minerais Os reagentes utilizados nas anaacutelises tinham
um grau de pureza analiacutetica (PA) e a aacutegua ultrapura Milli-Q foi utilizada no preparo das
soluccedilotildees e diluiccedilatildeo das amostras
45
43 AVALIACcedilAtildeO ANTROPOMEacuteTRICA
Para avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica foram aferidos o peso a estatura e a circunferecircncia da
cintura (CC) Todas as afericcedilotildees foram realizadas por nutricionista segundo teacutecnicas
preconizadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2004)
O peso foi mensurado em balanccedila antropomeacutetrica da marca Filizolareg
modelo
ldquoWelmyrdquo com capacidade de 150 kg e graduaccedilatildeo de 100 g A estatura foi aferida em
estadiocircmetro com reacutegua antropomeacutetrica de ateacute 2 m e divisatildeo de 05 cm acoplado agrave balanccedila A
adequaccedilatildeo do peso das participantes foi avaliado pelo indicador Iacutendice de Massa Corporal ndash
IMC (Kgm2) calculado pela razatildeo do peso corporal em quilos pelo quadrado da altura em
metros Em seguida utilizou-se a classificaccedilatildeo da World Health Organization (WHO 2000)
de acordo com o Quadro 5 a seguir como um dos criteacuterios para classificar o IMC das
participantes
Quadro 5 Classificaccedilatildeo do Iacutendice de Massa Corpoacuterea (IMC) para adultos
Classificaccedilatildeo IMC (kgm2) Risco de Comorbidades
Baixo Peso
˂ 185
Baixo
Peso Normal ou
Eutrofia 185 - 249
Meacutedio
Sobrepeso
ge 25 ndash 299
Aumentado
Obesidade I 300 - 349 Moderado
Obesidade II 350 ndash 399 Grave
Obesidade III ˃ 40 Muito Grave
Fonte (WHO 2000)
A circunferecircncia da cintura (CC) foi aferida com uma trena antropomeacutetrica inelaacutestica e
flexiacutevel com 2 m de comprimento da marca Sannyreg
Para classificaccedilatildeo utilizou-se tambeacutem a
referecircncia da World Health Organization (WHO 2000) citada pela Associaccedilatildeo Brasileira
para o Estudo da Obesidade e da Siacutendrome Metaboacutelica (ABESO 20092010) a qual
estabelece como ponto de corte para risco cardiovascular aumentado a medida da
circunferecircncia igual ou superior a 80 cm em mulheres caucasianas
46
44 CONSUMO ALIMENTAR
O consumo alimentar foi avaliado por meio do registro alimentar de 24 horas aplicado
durante trecircs dias sendo dois dias da semana e um dia no final de semana A ingestatildeo
alimentar das participantes foi calculada com auxiacutelio do software NUTWIN (Departamento de
Informaacutetica da Escola Paulista de Medicina - UNIFESP) Considerando que as tabelas de
composiccedilatildeo de alimentos disponiacuteveis em alguns softwares natildeo dispotildeem de dados completos
acerca do teor de Se nos alimentos estes dados foram incluiacutedos manualmente baseados em
anaacutelises realizadas no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo e Minerais da USP
Como houve correlaccedilatildeo significativa entre os valores de energia e de Se os
macronutrientes e o mineral foram ajustados pela energia e correccedilatildeo da variabilidade
intrapessoal e interpessoal (WILLET et al 1997 WILLET et al 1998 SLATER et al
2004)
A avaliaccedilatildeo da ingestatildeo alimentar dos macronutrientes foi realizada de acordo com a
contribuiccedilatildeo energeacutetica em percentual da ingestatildeo caloacuterica total utilizando o Acceptable
Macronutrient Distribution Ranges (AMDR) do Institute of Medicine (IOM 2006) conforme
Quadro 6 As participantes foram classificadas em trecircs categorias sendo elas abaixo da
recomendaccedilatildeo dentro do intervalo de recomendaccedilatildeo e acima da recomendaccedilatildeo
Quadro 6 Intervalos de recomendaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de macronutrientes em percentual de
contribuiccedilatildeo energeacutetica (AMDR) de acordo com IOM (2006)
Macronutrientes AMDR (Adultos ˃18 anos)
Carboidratos 45 ndash 65
Proteiacutenas 10 ndash 35
Lipiacutedios 20 ndash 35
Fonte IOM 2006 AMDR Acceptable Macronutrient Distribution Ranges
Em relaccedilatildeo agrave prevalecircncia de ingestatildeo inadequada de Se esta foi calculada utilizando a
foacutermula proposta por Beaton (1994)
Z = (EAR ndash meacutedia) desvio padratildeo
Os valores da Necessidade Meacutedia Estimada (EAR) utilizados para avaliar a adequaccedilatildeo
da ingestatildeo de Se tambeacutem foram estabelecidos pelo IOM 2006
47
45 DETERMINACcedilAtildeO DA CONCENTRACcedilAtildeO DE SELEcircNIO NO PLASMA E
ERITROacuteCITOS
Com a finalidade de determinar as concentraccedilotildees de Se no plasma e nos eritroacutecitos as
amostras foram pesadas em triplicata (300microL) em tubos de micro kjehdal em seguida foram
adicionados 5 mL de aacutecido niacutetrico 65 (Merck
) e os tubos foram acondicionados em bloco
digestor O material foi digerido por via uacutemida aacutecida a uma temperatura maacutexima de 1500
C
Apoacutes este procedimento o Se contido nas amostras foi reduzido da forma VI para a forma IV
com adiccedilatildeo de aacutecido cloriacutedrico (HCl) 12 N durante duas horas a temperatura de 1000
C As
soluccedilotildees finais foram diluiacutedas para um volume de 25 mL e realizou-se a leitura por
espectrometria de absorccedilatildeo atocircmica com geraccedilatildeo de hidretos acoplados agrave cela de quartzo
(HGQTAAS) (HITACHI
modelo Z-5000) A curva de calibraccedilatildeo foi preparada utilizando os
respectivos pontos 00 microgL 01 microgL 03 microgL 05 microgL 10 microgL 30 microgL e 50 microgL O
limite de detecccedilatildeo (LD) foi de 00016 microgL e adotou-se um limite de confianccedila de 95 O
desvio padratildeo adotado para cada amostra ˂ que 5 e os resultados foram expressos em microgL
O controle de qualidade externo foi realizado utilizando o material de referecircncia
certificado (SERONORM SEROreg) que tambeacutem foi submetido aos mesmos procedimentos
realizados com as amostras O estado nutricional em relaccedilatildeo ao Se das participantes foi
classificado de acordo com os paracircmetros descritos no Quadro 7
Quadro 7 Valores de referecircncias adotados para concentraccedilatildeo de Se no plasma e eritroacutecitos
Se Valores de Normalidade
(microgL)
Plasmaacutetico
60 ndash 120
Eritrocitaacuterio 90 - 190
Fonte VAN DAEL DEELSTRA (1993) ORTUNtildeO (1997)
As participantes que apresentaram concentraccedilotildees plasmaacuteticas abaixo de 60 microgL foram
consideradas deficientes enquanto aquelas com concentraccedilotildees acima de 120 microgL em risco
de toxicidade Em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees nos eritroacutecitos foram consideradas deficientes
aquelas abaixo de 90 microgL e em risco de toxicidade acima de 190 microgL
Aleacutem dos valores de referecircncia descritos na Tabela 9 adotaram-se ainda os
paracircmetros propostos por Thomson (2004) que estabelece a concentraccedilatildeo miacutenima de Se
48
plasmaacutetico para o natildeo surgimento da doenccedila de Keshan como 21 microgL o valor aceitaacutevel para
otimizaccedilatildeo da atividade das enzimas deiodinases como ˃ 65 microgL o intervalo de 80 a 95 microgL
para maximizaccedilatildeo da atividade da GPx e selenoproteiacutena P e o valor superior a 115 microgL para
proteccedilatildeo contra alguns tipos de cacircncer
46 DETERMINACcedilAtildeO DA ATIVIDADE DA GPx
A atividade da enzima GPx foi determinada nos eritroacutecitos com o auxiacutelio de kit
comercial (Ransel 505-RANDOX Laboratories CrumlinUK) adaptado para o uso no
analisador bioquiacutemico automaacutetico (LiasysregMAS Rome Italy) Este meacutetodo se baseia na
reaccedilatildeo em que a enzima GPx catalisa a oxidaccedilatildeo da GR por um hidroperoacutexido Na presenccedila
de GPx e NADPH a GSH eacute convertida agrave forma reduzida com a oxidaccedilatildeo concomitante do
NADPH em NADH+ A diminuiccedilatildeo na absorbacircncia a 340 ηm eacute entatildeo determinada
(PAGLIA e VALENTINE 1967) A faixa de normalidade proposta pelo kit comercial
utilizado eacute de 275 - 736 UgHb A concentraccedilatildeo da hemoglobina (Hb) tambeacutem foi
determinada uma vez que a atividade da enzima foi expressa em UgHb
47 PROCESSAMENTO E ANAacuteLISE DE MERCUacuteRIO NOS CABELOS
Na primeira etapa do processamento para determinaccedilatildeo do Hg total os cabelos foram
picotados em pedaccedilos de aproximadamente 05 mm de comprimento com tesoura de accedilo inox
higienizada com acetona a cada troca de amostra Depois disso transferiram-se os cabelos
para um beacutequer limpo onde foram submersos em acetona e em seguida enxaguados trecircs
vezes com aacutegua Milli Q e mais uma vez com acetona conforme procedimento recomendado
pela Agecircncia Internacional de Energia Atocircmica (IAEA) (FARIAS 2006) As amostras foram
secas em temperatura ambiente e o armazenamento foi realizado em envelopes de papel
devidamente identificados
Para anaacutelise das amostras e materiais de referecircncia foram pesados cerca de 01 a 015
g de amostra diretamente em um frasco de teflon fechado da marca Savillexreg com capacidade
de 182 mL Apoacutes a pesagem foram adicionados 4 mL de aacutecido niacutetrico (HNO3) e 2 mL de
aacutecido sulfuacuterico (H2SO4) ambos concentrados e da marca Merckreg que foram mantidos assim
durante a noite No dia seguinte para digestatildeo das amostras em sistema fechado os frascos
foram colocados em bloco digestor na temperatura de 90ordm durante 3 h Depois da digestatildeo os
49
frascos foram colocados em banho de gelo ateacute o completo resfriamento e em seguida foram
adicionados 250 microL de soluccedilatildeo de dicromato de potaacutessio (K2Cr2O7) a 10 (mv) para a
estabilizaccedilatildeo do Hg
A determinaccedilatildeo de Hg total nos cabelos foi realizada pelo meacutetodo de espectrometria
de absorccedilatildeo atocircmica com geraccedilatildeo de vapor frio (CV AAS) em equipamento FIMS-100
(Perkin Elmerreg
) A validaccedilatildeo da metodologia em relaccedilatildeo agrave precisatildeo e exatidatildeo foi realizada
por meio da anaacutelise em triplicata dos materiais de referecircncia (Human Hair- IAEA 086 GBW
09101 - Human Hair e BCR CRM 397 - Human Hair) com valor certificado de concentraccedilatildeo
para Hg total e os resultados obtidos estatildeo presentes no Quadro 8
As determinaccedilotildees de Hg total em cabelos foram realizadas no Laboratoacuterio de Anaacutelise
por Ativaccedilatildeo Neutrocircnica (LAN) do Centro do Reator de Pesquisas (CRPq) do IPEN ndash
CNENSP
Quadro 8 Resultados (meacutedia plusmn desvio padratildeo da meacutedia) das anaacutelises dos materiais de
referecircncia utilizados na determinaccedilatildeo de Hg total (n= nuacutemero de determinaccedilotildees)
Amostras
Valores
Certificados
(microg kg -1
)
Valores Obtidos
(Meacutedia plusmn desvio)
(microg kg -1
)
DPR
()
ER
()
IAEA 086
(n =8) 573 plusmn 39
615 plusmn 68 111 73
GBW 09101
(n=4) 2160 plusmn 210
1975 plusmn 86 43 86
BCR CRM 397
(n=2) 12300 plusmn 500
11688 plusmn 32 027 50
IAEA- International Atomic Energy Agency
IAEA 086 - Methylmercury Total Mercury and other trace elements in Human Hair (IAEA May 2000)
CRM 397 - Certified Reference Material Trace Elements in Human Hair BCR- Community Bureau of Reference
(Brussels January 1991)
GBW 09101 - Certified Reference Material Human Hair (China April 1988)
DPR- Desvio Padratildeo Relativo
ER- Erro relativo
Quanto ao limite de detecccedilatildeo (LD) minus a menor concentraccedilatildeo do analito em uma amostra
que pode ser detectada mas natildeo necessariamente quantificada sob determinadas condiccedilotildees
experimentais minus foi determinado diretamente da curva de calibraccedilatildeo construiacuteda utilizando a
50
teacutecnica de regressatildeo e considerando um niacutevel de confianccedila de 95 O valor encontrado para o
limite inferior de detecccedilatildeo foi da ordem de 001 ng mL-1
resultado compatiacutevel com os estudos
encontrados na literatura para determinaccedilatildeo de Hg (HORVAT 1996 SKOOG et al 2002
FARIAS 2009) Em relaccedilatildeo ao limite de quantificaccedilatildeo (LQ) tambeacutem conhecido como limite
de determinaccedilatildeo que indica qual a menor concentraccedilatildeo do analito que pode ser detectada por
um meacutetodo qualquer que estaacute sendo empregado com um niacutevel aceitaacutevel de precisatildeo e
veracidade Pode ser considerado ainda como a concentraccedilatildeo do analito correspondente ao
valor meacutedio do branco mais 5 e 6 ou 10 desvios padratildeo (FARIAS 2009) O valor encontrado
para o limite de quantificaccedilatildeo para esta pesquisa foi da ordem de 1 ng mL-1
Os resultados das anaacutelises dos materiais de referecircncia apresentaram desvio padratildeo
relativo (DPR) variando de 027 a 11 e ER (Erro Relativo) de 5 a 86 comprovando a
precisatildeo e exatidatildeo do meacutetodo respectivamente
Para classificar o diagnoacutestico em relaccedilatildeo as concentraccedilotildees de Hg nos cabelos das
participantes os resultados encontrados foram comparados aos estabelecidos pela WHO
(1990) o qual considera 2000 ng g-1
para populaccedilotildees natildeo expostas e 6000 ng g-1
como
indicador de exposiccedilatildeo para Hg
48 DETERMINACcedilAtildeO DA CONCENTRACcedilAtildeO PLASMAacuteTICA DE
MALONDIALDEIacuteDO (MDA)
A peroxidaccedilatildeo lipiacutedica foi determinada por meio das concentraccedilotildees de MDA no
plasma obtidas por cromatografia liacutequida de alta eficiecircncia (HPLCPDA) quantificando a
reaccedilatildeo do MDA com dinitrofenilhidrazina (DNPH) utilizando absorbacircncia de 308 nm de
acordo com o meacutetodo adaptado de Rezaei Jamshidzadeh e Sanati (2013) Antes do
processamento das amostras foi construiacuteda uma curva de calibraccedilatildeo utilizando uma soluccedilatildeo
estoque de MDA com 22 μL de tetrametoxipropano e 10 mL de aacutecido sulfuacuterico a 1 Os
pontos da curva utilizados foram 00 025 05 10 20 40 60 e 120 μM Utilizou-se o
aparelho de HPLC da marca Shimadzu (Kyoto Japatildeo) equipado com coluna Phenomenex
Reverse-phase C18 de 240 mm x 46 mm com partiacuteculas de 5μm (Phenomenex Torrance
CA) A temperatura no amostrador foi mantida em 4degC e a temperatura da coluna a 25degC A
eluiccedilatildeo foi realizada em modo isocraacutetico com uma fase moacutevel constituiacuteda de 50 de H2O
deionizada e 50 de acetonitrila acidificada com 2 de aacutecido aceacutetico A taxa de fluxo de
ingestatildeo da amostra foi de 1 mLminuto e o tempo de corrida de 15 minutos
51
Com o objetivo de liberar o MDA das proteiacutenas plasmaacuteticas foram adicionados 10 μL
de hidroacutexido de soacutedio 4M nos microtubos que continham 100 μL de plasma e em seguida
estes foram agitados em voacutertex Apoacutes este procedimento as amostras foram incubadas no
aparelho Vortempreg a 60degC durante 30 minutos para posteriormente serem acondicionadas no
gelo por 5 minutos Depois do resfriamento foram adicionados 150 μL de aacutecido sulfuacuterico a
1 e agitou-se em voacutertex vigorosamente para precipitaccedilatildeo das proteiacutenas Novamente
incubou-se no gelo por mais 5 minutos seguindo-se de uma centrifugaccedilatildeo a 14000 rpm por
10 minutos Foram retirados 175 μL do sobrenadante que foram transferidos para um novo
microtubo onde foi adicionado 25 microL de DNPH (0001 gmL) permanecendo agrave temperatura
ambiente por 30 minutos protegidos de luz Centrifugou-se novamente o microtubo a 14000
rpm por 5 minutos e 150 μL do sobrenadante foi transferido para um vial do qual foi injetado
100 μL no aparelho HPLC
A determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo plasmaacutetica de malondialdeiacutedo foi realizada no
Departamento de Anaacutelises Cliacutenicas e Toxicoloacutegicas no laboratoacuterio de Toxicologia que tem
como responsaacutevel a professora Ana Paula de Melo Loureiro da Faculdade de Ciecircncias
Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo (USP)
49 DETERMINACcedilAtildeO DA CAPACIDADE DE ABSORCcedilAtildeO DE RADICAIS DE
OXIGEcircNIO (ORAC)
A capacidade antioxidante total do plasma foi realizada por meio do meacutetodo ORAC
proposto por Prior et al (2003) que baseia-se na mensuraccedilatildeo da inibiccedilatildeo do radical peroxil o
que demostra resistecircncia aos danos oxidativos Para isso o plasma foi desproteinizado com
aacutecido percloacuterico e posteriormente as amostras foram diluiacutedas 10x com tampatildeo fosfato (pH
74)
As anaacutelises foram realizadas em triplicata utilizando 25 microL de amostra em microplaca
de 48 poccedilos adicionando-se posteriormente 150 microL de soluccedilatildeo de fluoresceiacutena e 25 microL de
22-azobis (aminopropano) di-hidroclorido (AAPH) por injetores automaacuteticos do leitor de
microplacas (Biotech Synergy H1)
Utilizou-se uma curva padratildeo de Trolox preparada com as seguintes concentraccedilotildees
100 microM 50 microM 25 microM 125 microM 625 microM e os resultados foram expressos em μmol de
Trolox (μmol TEmL)
52
410 PREPARACcedilAtildeO DAS AMOSTRAS PARA ANAacuteLISE DOS POLIMORFISMOS
Para extraccedilatildeo do DNA de sangue total utilizou-se o kit PureLinkTM
Genomic DNA
(Invitrogen CA USA) seguindo as instruccedilotildees do fabricante Em seguida foi feita a leitura em
espectrofotocircmetro (Nanodropreg) nos comprimentos de onda () de 260nm (DNA) e 280nm
(proteiacutena) O DNA foi considerado iacutentegro e de boa qualidade quando a razatildeo 260280 foi
maior que 18 sendo descartadas aquelas com valores abaixo deste paracircmetro A
quantificaccedilatildeo do DNA das amostras foi realizada neste mesmo equipamento sendo os
resultados obtidos em ngmicroL As amostras com concentraccedilotildees inferiores a 10 ngmicroL foram
descartadas tendo em vista que esta era concentraccedilatildeo miacutenima padronizada
4101 Determinaccedilatildeo do Polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450)
Para anaacutelise de genotipagem o DNA do sangue total seraacute extraiacutedo a partir do
kit Purelink Genomic DNA da Invitrogen Life Technologies e em seguida o mesmo seraacute
quantificado no espectrofotocircmetro Nanodrop sendo o resultado expresso em ngmL Seraacute
utilizada a razatildeo 260280 superior a 17 e inferior a 20 como paracircmetro de qualidade do
DNA Amostras com a razatildeo abaixo desse valor seratildeo reextraiacutedas O DNA genocircmico de todas
as amostras seraacute ajustado em aacutegua autoclavada para uma concentraccedilatildeo de 10 ngmL e volume
final de 20 μL Um total de 2 μL de DNA seraacute usado para a reaccedilatildeo em cadeia da polimerase e
18 μL de soluccedilatildeo contendo o master mix especiacutefico para o ensaio de genotipagem (TaqManreg
genotyping master mix ndash Applied Biosystemsreg) com sondas TaqMan (Custom TaqMan
reg SNP
Genotyping Assay Human Alelo 1 VICMGB-NFQ Alelo 2 FAMMGB-NFQ part number
4331349) e primers especiacuteficos para o SNP (RS1050450) primer forward CATCGAAGCCCTGCTGTCT
e primer reverse CACTGCAACTBCCAAGCA
A genotipagem da populaccedilatildeo do estudo seraacute realizada pelo sistema TaqMan SNP
Genotyping Assays da Applied Biosystemsreg utilizando as condiccedilotildees de termociclagem
recomendadas pelo fabricante Este sistema eacute baseado na anaacutelise end-point da RT-PCR (Real
time ndash PCR ou Reaccedilatildeo em cadeia da Polimerase em Tempo Real)
53
4102 Determinaccedilatildeo do Polimorfismo GSTM1
As reaccedilotildees de PCR em tempo real (qPCR) foram realizadas em placas especiacuteficas de
96 poccedilos no equipamento StepOne Plus utilizando o sistema para detecccedilatildeo de produtos de
amplificaccedilatildeo TaqManreg (Applied Biosystems Foster City CA USA) Para o polimorfismo
GSTM1 foram selecionados primers forward 5prime-AAGATTCGTGTGGACATTTTGGA-3prime e
reverse 5prime TCTGGATTGTAGCAGATCATGCC-3prime e probes (FAM-CAGACCATGGACA-
ACCA-MGB 100 microM) marcados com fluoroacuteforo FAM Para controle endoacutegeno utilizou-se a
β-2-microglobulina (B2M) forward 5prime-TTGTTTCACTGTCCTGAGGACTATTTAT-3prime e
reverse 5prime-ATGTTACTCTGTCAATGTTCTCCACAT-3prime Os probes utilizados foram
marcados com fluoroacuteforo VIC (VIC-CTCTAACATGATAACCCTCAC-MGB 100 microM)
(COVAULT et al 2003)
As amostras foram submetidas agrave seguinte termociclagem 50degC por 2 min 95degC por
10 min seguidos de 40 ciclos a 95degC por 15 segundos e 60degC por 1 min Ao final eram
considerados vaacutelidos apenas os resultados cuja reaccedilatildeo apresentasse curva de dissociaccedilatildeo com
apenas um pico referente agrave temperatura de melting do primer utilizado em cada reaccedilatildeo A
presenccedila da deleccedilatildeo no gene GSTM1 foi estabelecida quando os valores de Ct (threshold
cycle) foram superiores a 35 ciclos conforme padronizaccedilatildeo realizada por Covault et al
(2003) De forma aleatoacuteria foram selecionadas 20 das amostras deletadas para confirmar a
deleccedilatildeo e em 100 delas houve concordacircncia dos resultados
411 ANAacuteLISES ESTATIacuteSTICAS
Os dados obtidos foram analisados no software SPSS versatildeo 200 e os resultados
expressos como meacutedia desvio padratildeo valores miacutenimos e maacuteximos Testou-se a normalidade
dos dados usando o teste de Kolmogorov-Smirnov e a homogeneidade de variacircncia o de
Levene O teste T-Student para amostras independentes e o ANOVA seguido de Tukey para
comparaccedilatildeo de meacutedias entre os paracircmetros Para o teste de correlaccedilatildeo utilizou-se o de
Pearson Nas anaacutelises de regressatildeo empregou-se o modelo de regressatildeo linear simples e o
modelo de regressatildeo linear muacuteltipla para selecionar as variaacuteveis de ajuste As variaacuteveis
testadas nos ajustes dos modelos muacuteltiplos foram idade iacutendice de massa corpoacuterea
escolaridade renda e ingestatildeo energeacutetica Para estes adotou-se o meacutetodo de backward
Foram consideradas estatisticamente significantes as anaacutelises com p lt 005
54
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
51 CARACTERIZACcedilAtildeO DA POPULACcedilAtildeO
Participaram do estudo 200 mulheres voluntaacuterias da cidade de Porto Velho (RO)
selecionadas de uma amostra de conveniecircncia A meacutedia de idade das participantes foi de 263
+ 75 anos Conforme a etnia relatada pelas voluntaacuterias 93 informaram ser pardas e a
maioria cursava o ensino superior Quanto agrave renda houve uma maior prevalecircncia de
participantes que ganhavam mais de quatro salaacuterios miacutenimos e 75 afirmaram natildeo realizar
atividade fiacutesica Em relaccedilatildeo ao histoacuterico de doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis na famiacutelia as
mais descritas foram hipertensatildeo arterial e diabetes Nenhuma participante era fumante ou
fazia uso de bebidas alcooacutelicas Todas residiam no estado de Rondocircnia haacute no miacutenimo 10 anos
Os dados acima mencionados estatildeo representados de forma detalhada na Tabela 1
De acordo com o censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
(IBGE 2011) a populaccedilatildeo brasileira era constituiacuteda de 190755799 de habitantes sendo que
428527 pertenciam agrave cidade de Porto Velho Desse total 492 eram do gecircnero feminino
Ainda neste censo 477 dos habitantes do Brasil classificaram-se como brancos
76 como pretos 43 como pardos 11 como amarelos e 04 como indiacutegenas A
distribuiccedilatildeo por cor ou raccedila reflete padrotildees histoacutericos de ocupaccedilatildeo e movimentos relacionados
agrave dinacircmica econocircmica As maiores proporccedilotildees de pardos (58) estatildeo nas regiotildees norte e
nordeste enquanto os pretos estatildeo mais presentes na Bahia (17) e no Rio de Janeiro
(124) Em Rondocircnia 353 se declararam brancos 556 pardos e 69 pretos
corroborando com dados obtidos nesta pesquisa
Dentre os dados apresentados ressalta-se ainda a presenccedila de DCNT nos antecedentes
familiares das participantes De acordo com Silva-Junior (2009) e Schmidt et al (2011)
72 das mortes ocorridas em 2007 no Brasil foram atribuiacutedas agraves DCNT O aumento da
prevalecircncia de diabetes e hipertensatildeo paralelamente ao excesso de peso estaacute associado agrave
mudanccedilas desfavoraacuteveis na dieta e na atividade fiacutesica (SCHMIDT et al 2011)
O Brasil tem colocado em praacutetica importantes poliacuteticas para prevenccedilatildeo das DCNT
Como exemplo destaca-se a implantaccedilatildeo do plano de accedilatildeo de 2008 a 2013 da Organizaccedilatildeo
Mundial da Sauacutede (WHO) que teve como foco quatro doenccedilas cardiovasculares diabetes
cacircncer e doenccedilas respiratoacuterias crocircnicas responsaacuteveis por 58 das mortes no Brasil em 2007
(WHO 2010 SCHMIDT et al 2011) O elevado nuacutemero de casos dessas doenccedilas nos dias
55
atuais justifica os resultados da porcentagem relatada pelas participantes do estudo sobre o
histoacuterico de doenccedilas na famiacutelia
Tabela 1 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas das voluntaacuterias
1Salaacuterio Miacutenimo vigente no ano de 2011 (R$ 54500)
52 AVALIACcedilAtildeO ANTROPOMEacuteTRICA
Os resultados antropomeacutetricos de acordo com o Iacutendice de Massa Corpoacuterea (IMC)
estatildeo apresentados na tabela 2 a seguir
n
Etnia (n=200)
Parda 186 930
Branca 11 55
Negra 2 10
Indiacutegena 0 0
Oriental 1 05
Escolaridade (n=173)
Fundamental 8 50
Ensino Meacutedio 19 100
Superior Incompleto 103 600
Superior Completo 40 230
Poacutes-Graduaccedilatildeo 3 20
Renda (n=163)
Ateacute 1 Salaacuterio Miacutenimo1
9 60
2 a 3 Salaacuterios Miacutenimos 58 350
Acima de 4 Salaacuterios Miacutenimos 96 590
Atividade Fiacutesica (n=200)
Sim 51 250
Natildeo 149 750
DCNT (n=186)
Dislipidemias 16 86
Obesidade 37 200
Diabetes 62 333
Hipertensatildeo Arterial 58 311
Outras 13 70
56
Tabela 2 Classificaccedilatildeo das participantes segundo o Iacutendice de Massa Corporeacutea (IMC)
Classificaccedilatildeo do IMC (kgm2) n
Eutrofia (185 - 249) 186 93
Sobrepeso (ge 25 ndash 299) 13 65
Obesidade grau I (300 - 349) 1 05
A Figura 5 apresenta os resultados da Circunferecircncia da Cintura (CC) das
participantes Do total 172 voluntaacuterias (891) apresentavam CC dentro dos valores de
normalidade e 21 (109) em risco aumentado de DCNT
Figura 5 Circunferecircncia da Cintura das voluntaacuterias de acordo com WHO (2000) Ponto de
corte assinalado em azul (80 cm) constitui risco aumentado para o desenvolvimento de
DCNT Porto Velho 2015
Considerando as estimativas de prevalecircncia das condiccedilotildees deacuteficit e excesso de peso
de acordo com o IMC os dados da POF 20082009 da populaccedilatildeo brasileira acima de 19 anos
de idade revelaram que 36 das mulheres brasileiras foram classificadas com deacuteficit de peso
principalmente nas mulheres muito jovens (20 a 24 anos de idade) ou muito idosas (75 anos
57
ou mais) O excesso de peso foi diagnosticado em cerca de metade das mulheres excedendo
em 13 vezes a frequecircncia de deacuteficit de peso nestas e o diagnoacutestico de obesidade foi de 169
Ainda de acordo com a POF 20082009 observou-se que tanto o excesso de peso
como a obesidade aumentaram de frequecircncia nas idades entre 55 a 64 anos declinando nas
idades subsequentes Em relaccedilatildeo agraves mulheres da regiatildeo norte o deacuteficit de peso foi de 35 no
domiciacutelio urbano e 42 no rural o excesso de peso 48 no urbano e 479 no rural e a
obesidade 17 e 165 respectivamente
53 CONSUMO ALIMENTAR
A ingestatildeo meacutedia de energia das voluntaacuterias foi 131801 plusmn 26548 kcaldia Os
macronutrientes foram avaliados de acordo com os intervalos de recomendaccedilatildeo da
distribuiccedilatildeo em percentual da contribuiccedilatildeo energeacutetica (AMDR) do Institute of Medicine
(2006) Verificou-se que a maioria (59) das participantes apresentou uma ingestatildeo de
carboidratos abaixo da recomendaccedilatildeo enquanto em relaccedilatildeo agraves proteiacutenas uma elevada
porcentagem (76) apresentou ingestatildeo dentro do intervalo de referecircncia e o consumo de
lipiacutedios foi acima da recomendaccedilatildeo em 48 delas (Figura 6)
Figura 6 Distribuiccedilatildeo das participantes segundo a adequaccedilatildeo da ingestatildeo dos
macronutrientes de acordo com a recomendaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em percentual da energia
(IOM 2006) Porto Velho 2015
59
10 13
26
76
39
44
14
48
Carboidratos Proteiacutenas Lipiacutedios
Abaixo da Recomendaccedilatildeo Dentro do Intervalo de Recomendaccedilatildeo
Acima da Recomendaccedilatildeo
58
A Pesquisa de Orccedilamentos Familiares (POF 20082009) avaliou o consumo alimentar
de 34003 brasileiros levando em consideraccedilatildeo o gecircnero e a faixa etaacuteria Foi observado que o
consumo energeacutetico meacutedio da populaccedilatildeo brasileira em geral variou de 1490 a 2289 kcal Na
regiatildeo norte observaram-se meacutedias de ingestatildeo energeacutetica acima da meacutedia nacional e das
demais regiotildees do paiacutes variando de 1660 a 2496 kcal Entre as mulheres a faixa etaacuteria de 19
a 59 anos apresentou ingestatildeo energeacutetica meacutedia de 1710 kcal sendo a meacutedia na aacuterea urbana
de 1713 e na aacuterea rural 1694 kcal
Dados do Estudo Nacional de Despesa Familiar (ENDEF) de 197475 e as POFs
(198788 199596 e 200203) verificaram diminuiccedilatildeo de cerca de 9 na participaccedilatildeo relativa
de carboidratos acarretando valores considerados miacutenimos para este macronutriente (559)
No entanto no estudo da POF 20082009 a porcentagem de contribuiccedilatildeo dos macronutrientes
obedeceu agraves faixas de recomendaccedilatildeo A meacutedia da porcentagem de contribuiccedilatildeo de
carboidratos nas dietas das mulheres brasileiras foi de 562 a 576 a de proteiacutena de 16 4 e
de lipiacutedio 272 Ao avaliar as participantes da regiatildeo norte as meacutedias de contribuiccedilatildeo foram
565 para carboidrato 176 para proteiacutena e 256 para lipiacutedio
A manutenccedilatildeo do peso corpoacutereo eacute primariamente determinada pelo consumo e
utilizaccedilatildeo de carboidratos e lipiacutedeos As proteiacutenas contribuiram com uma fraccedilatildeo pequena e
relativamente constante no consumo energeacutetico total A auto regulaccedilatildeo dos estoques de
carboidratos e proteiacutenas no organismo humano ocorre de maneira eficiente enquanto o
mecanismo de regulaccedilatildeo de armazenamento de lipiacutedios eacute pouco eficiente O papel
fundamental dos carboidratos (accediluacutecares e amido) eacute o de fornecer energia para as ceacutelulas do
organismo particularmente para o ceacuterebro uacutenico oacutergatildeo dependente exclusivamente destes
nutrientes (EGASHIRA MIZIARA LEONI 2014)
Os lipiacutedios satildeo importantes na alimentaccedilatildeo pois fornecem energia de alta densidade e
participam no valor energeacutetico total da dieta Ao longo dos uacuteltimos anos raacutepidas mudanccedilas na
dieta e no estilo de vida vecircm ocorrendo com a industrializaccedilatildeo urbanizaccedilatildeo desenvolvimento
econocircmico e mais recentemente a globalizaccedilatildeo propiciando significativo impacto na sauacutede e
no estado nutricional da populaccedilatildeo do mundo As DCNT incluindo obesidade diabetes
melito doenccedilas cardiovasculares hipertensatildeo arterial e alguns tipos de cacircncer tecircm
comprometido o periacuteodo de vida economicamente ativo de vaacuterios indiviacuteduos Com relaccedilatildeo agraves
mudanccedilas dieteacuteticas uma das principais alteraccedilotildees observadas eacute o incremento de oacuteleos e
gorduras em preparaccedilotildees e em alimentos industrializados (SANTOS e AQUINO 2014)
Apesar de as voluntaacuterias natildeo apresentarem doenccedilas crocircnicas auto-relatadas destaca-se que
59
houve histoacuterico de vaacuterias DCNT na famiacutelia constituindo fator de risco para desenvolvimento
destas nas participantes
A ingestatildeo alimentar de Se tambeacutem foi avaliada nestas participantes apresentando
meacutedia de consumo de 493 plusmn 191 microgdia (Tabela 3) Observou-se que esta meacutedia foi superior
agrave recomendaccedilatildeo da EAR (45 microgdia) entretanto em relaccedilatildeo agrave prevalecircncia de ingestatildeo
inadequada de Se estimada conforme a foacutermula de Beaton (1994) notou-se que 409 das
participantes apresentaram inadequaccedilatildeo da ingestatildeo ou seja consumo abaixo da EAR
Tabela 3 Ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) das participantes (n = 193)
Se (microgdia)
Meacutedia 4934
Desvio Padratildeo 1915
Mediana 4643
Miacutenimo 1038
Maacuteximo 18520
Segundo os resultados da POF 20082009 a meacutedia do consumo de Se da populaccedilatildeo
feminina com idade entre 19 e 59 anos foi de 762 microgdia Na regiatildeo norte este mesmo grupo
apresentou consumo meacutedio de 1048 microgdia superior ao das outras regiotildees do Brasil centro-
oeste (697 microg) nordeste (793 microg) sudeste (714 microg) e sul (737 microg) Tais resultados
independente da regiatildeo foram superiores ao obtido neste estudo A prevalecircncia de
inadequaccedilatildeo da ingestatildeo de Se neste mesmo grupo foi de 137 no paiacutes sendo de 91 na
regiatildeo norte
Silva (2013) ao avaliar a ingestatildeo alimentar de Se de adultos saudaacuteveis da cidade de
Fortaleza (CE) observou consumo meacutedio de 79 microgdia e somente 151 dos participantes
apresentaram meacutedia de ingestatildeo abaixo da EAR
De acordo com as pesquisas realizadas no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo - Minerais a
ingestatildeo de Se na populaccedilatildeo brasileira varia de 18 a 200 microgdia (CINTRA 1990 BORTOLI
2010 DONADIO 2011 MAIA 2008 SILVA 2013)
Donadio (2011) avaliou indiviacuteduos adultos saudaacuteveis do estado de Satildeo Paulo e
observou um consumo meacutedio de 412 microgdia No estudo de Bortoli (2010) realizado com
mulheres da cidade de Satildeo Paulo Cubatatildeo (SP) e Novo Airatildeo (AM) verificou-se um
consumo meacutedio de 571 microgdia 533 microgdia e 539 microgdia respectivamente Esses dados
60
mostraram que natildeo houve diferenccedila significativa entre as cidades eou estados avaliados
Rocha et al (2014) ao avaliarem o consumo alimentar de Se de crianccedilas de duas comunidades
ribeirinhas de Porto Velho (RO) verificaram que as crianccedilas que residiam na localidade de
Demarcaccedilatildeo consumiam menos Se (418 microgdia) que a localidade denominada Gleba do Rio
Preto (179 microgdia) A diferenccedila observada foi atribuiacuteda ao fato de as crianccedilas da segunda
comunidade consumirem mais alimentos in natura enquanto as crianccedilas da primeira em
virtude da sua localizaccedilatildeo geograacutefica tinham mais acesso a alimentos industrializados
Ressalta-se que todos esses dados referentes ao consumo brasileiro de Se
independente da regiatildeo natildeo ultrapassaram o Limite Superior Toleraacutevel de Ingestatildeo (UL) de
400 microg dia (IOM 2006)
A determinaccedilatildeo do consumo de Se natildeo eacute uma tarefa faacutecil em virtude das dificuldades
existentes em relaccedilatildeo aos meacutetodos que avaliam a ingestatildeo alimentar e aleacutem disso em razatildeo
do nuacutemero reduzido de tabelas que apresentam a concentraccedilatildeo do mineral nos alimentos
brasileiros (FERREIRA 2002) Aliado a essas questotildees eacute preciso ressaltar que as
concentraccedilotildees do mineral nos alimentos satildeo proporcionais agrave quantidade do mesmo nos solos
dessa forma um mesmo alimento pode conter concentraccedilotildees de Se muito diferentes Por isso
os valores de ingestatildeo de Se apresentados poderiam ser diferentes caso houvesse dados da
concentraccedilatildeo do mineral em alimentos cultivados em solo rondoniense Mesmo assim a
dificuldade em estimar a ingestatildeo do Se continuaria existindo pois natildeo seria faacutecil rastrear de
forma rigorosa a origem dos alimentos consumidos pelas participantes
A ingestatildeo de castanha-do-brasil tambeacutem foi mensurada visto que eacute considerado o
alimento mais rico em Se Apenas uma voluntaacuteria afirmou ter o haacutebito de consumi-la
regularmente coincidindo ser justamente aquela que apresentou o maior consumo de Se
(43897 microgdia) bem como as maiores concentraccedilotildees do mineral no sangue Por isso essa
participante natildeo foi incluiacuteda nas anaacutelises por ser considerada como outlier
54 MARCADORES BIOQUIacuteMICOS DO ESTADO NUTRICIONAL RELATIVO AO
SELEcircNIO
A tabela 4 apresenta as concentraccedilotildees de Se (microgL) no plasma e eritroacutecitos das
participantes
61
Tabela 4 Concentraccedilatildeo de Se (microgL) no plasma e nos eritroacutecitos das participantes (n=192)
PLASMA ERITROacuteCITOS
Meacutedia + DP 498 + 186 754 + 299
Mediana 470 730
Miacutenimo 58 184
Maacuteximo 1094 1532
DP Desvio Padratildeo
Destaca-se que o plasma reflete o estado nutricional atual (FAIRWEATHER-TAIT
1997) De acordo com Thomson (2004) e Van Dael e Deelstra (1993) o Se plasmaacutetico eacute
considerado o biomarcador mais acessiacutevel para avaliaccedilatildeo do status do mineral por isso eacute o
mais utilizado pois permite avaliar as mudanccedilas em curto prazo respondendo de forma
raacutepida e sensiacutevel conforme a ingestatildeo alimentar Eacute importante mencionar que essa resposta
pode ser influenciada por fatores como a idade o estado fisioloacutegico do indiviacuteduo e a forma do
Se consumida
De acordo com o paracircmetro proposto por Van Dael e Deelstra (1993) verificou-se que
a maioria das participantes apresentou deficiecircncia de Se (69) enquanto uma porcentagem
menor apresentou adequaccedilatildeo (295) e outra mais reduzida em risco de toxicidade (15)
A Figura 7 apresenta os resultados da concentraccedilatildeo de Se plasmaacutetico conforme os
paracircmetros proposto por Van Dael e Deelstra (1993) assim como os intervalos estipulados
por Thomson (2004) que propotildee valores miacutenimos de Se no soro para prevenccedilatildeo da doenccedila de
Keshan otimizaccedilatildeo da atividade das deiodinases maximizaccedilatildeo da atividade da GPx e da
selenoproteiacutena P e ainda para proteccedilatildeo contra alguns tipos de cacircncer
Apenas 41 das voluntaacuterias apresentaram-se em risco para doenccedila de Keshan e
784 delas baixa otimizaccedilatildeo para as deiodinases Para o ponto de corte de otimizaccedilatildeo da
GPx e selenoproteiacutena P a maioria (933) apresentou baixa otimizaccedilatildeo Quanto ao intervalo
de proteccedilatildeo contra alguns tipos de cacircncer 99 natildeo estavam protegidas
Dessa forma de acordo com as duas referecircncias selecionadas para avaliar a
concentraccedilatildeo de Se no plasma verifica-se que a maioria das voluntaacuterias aleacutem de apresentar
deficiecircncia do mineral
No Brasil poucos estudos avaliaram o estado nutricional relativo ao Se em adultos
saudaacuteveis Coutinho (2003) avaliou este paracircmetro em praticantes de capoeria residentes em
Satildeo Paulo e observou a meacutedia de 787 microgL de Se no plasma Maia (2008) avaliou 29
62
paulistanos e 28 cearenses e observou uma meacutedia de Se plasmaacutetico de 665 microgL e 576 microgL
respectivamente
Figura 7 Distribuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo plasmaacutetica de Se (microgL) das participantes (n=194)
segundo os paracircmetros porpostos por Van Dael e Deelstra (1993) e Thomson (2004) Porto
Velho 2015
a Intervalo proposto por Van Dael e Deelstra (1993) (60 - 120 μgL)
Pontos de corte propostos por Thomson (2004) b Prevenccedilatildeo do surgimento da doenccedila de Keshan (gt 21 μgL)
c Otimizaccedilatildeo da atividade das deiodinases (gt 65 μgL)
d Maximizaccedilatildeo da GPx e selenoproteiacutena P (gt 80 - 95 μgL)
e Proteccedilatildeo contra alguns tipos de cacircncer (gt 115 μgL)
Bortoli (2010) avaliou mulheres saudaacuteveis e encontrou uma meacutedia de 817 microgL nas
voluntaacuterias residentes em Satildeo Paulo 607 microgL no grupo de Cubatatildeo (SP) e de 1018 microgL
nas mulheres de Novo Airatildeo (AM) A meacutedia de Se plasmaacutetico obtida na uacuteltima localidade
citada foi justificada pelo fato de a populaccedilatildeo ter como haacutebito o consumo regular de castanha-
do-brasil Donadio (2011) ao avaliar 124 indiviacuteduos residentes em Satildeo Paulo obteve a meacutedia
de 541 microgL Santos (2013) tambeacutem determinou as concentraccedilotildees do mineral no plasma de
176 indiviacuteduos do Cearaacute e observou uma meacutedia de 626 microgL
63
A Figura 8 apresenta a distribuiccedilatildeo das concentraccedilotildees eritrocitaacuterias de Se das
participantes Nos eritroacutecitos 125 participantes (645) apresentaram concentraccedilotildees abaixo
do intervalo de referecircncia
Figura 8 Distribuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo eritrocitaacuteria de Se das participantes (n=194) Intervalo
assinalado em azul (90 - 190 μgL) constitui os paracircmetros de normalidade proposto por Van
Dael e Deelstra (1993) e Ortuntildeo (1997) Porto Velho 2015
Ao contraacuterio do plasma a concentraccedilatildeo de Se eritrocitaacuterio reflete o estado nutricional
pregresso por responder de forma mais lenta agraves alteraccedilotildees no estado nutricional Essa resposta estaacute
relacionada com o tempo de meia vida das hemaacutecias que eacute de aproximadamente 120 dias
(FAIRWEATHER-TAIT 1997 VAN DAEL e DEELSTRA 1993)
Houve correlaccedilatildeo entre as concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio (r = 0629 p ˂
0001) ou seja quanto maior a concentraccedilatildeo de Se no plasma maior a sua concentraccedilatildeo nos
eritroacutecitos
As Tabelas 5 e 6 apresentam os resultados das anaacutelises de regressatildeo da ingestatildeo
alimentar de Se em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees do mineral no plasma e nos eritroacutecitos
respectivamente
64
Tabela 5 Coeficiente de regressatildeo da ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) como variaacutevel
independente que influenciou a concentraccedilatildeo do mineral no plasma (microgL) das participantes
Variaacutevel independente β p-valora
R2 ajustado p-valor
b
Ingestatildeo alimentar de Se (microgdia)c 0278 0112 0277 0026
Modelo ajustado pela escolaridade (anos de estudo) idade (anos) ingestatildeo energeacutetica (kcaldia) e circunferecircncia
da cintura (cm)
a Valor de p referente ao coeficiente β
b Valor de p referente ao R
2 ajustado
As anaacutelises de regressatildeo mostraram que houve associaccedilatildeo positiva entre o consumo de
alimentar de Se (microgdia) e as concentraccedilotildees do mineral no plasma (microgL) e nos eritroacutecitos
(microgL) O coeficiente de correlaccedilatildeo (R2) da ingestatildeo alimentar de Se em relaccedilatildeo ao plasma foi
277 e nos eritroacutecitos 363 Estes coeficientes expressam a porcentagem da variabilidade
das concentraccedilotildees sanguiacuteneas de Se que satildeo explicadas pela ingestatildeo alimentar do mineral
Tabela 6 Coeficiente de regressatildeo da ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) como variaacutevel
independente que influenciou a concentraccedilatildeo do mineral nos eritroacutecitos (microgL) das
participantes
Variaacutevel independente β p-valora
R2 ajustado p-valor
b
Ingestatildeo alimentar de Se (microgdia)c 0154 0301 0363 0001
Modelo ajustado pelo consumo alimentar de Se (microgdia) idade (anos) circunferecircncia da cintura (cm) iacutendice de
massa corpoacuterea (kgm2) escolaridade (anos de estudo) e renda (salaacuterios miacutenimos)
a Valor de p referente ao coeficiente β
b Valor de p referente ao R
2 ajustado
No estudo de Maia (2008) a meacutedia da concentraccedilatildeo eritrocitaacuteria de Se em adultos residentes
em Satildeo Paulo foi de 80 microgL e do Cearaacute 1224 microgL Silva (2013) encontrou a meacutedia de 1015
microgL de Se nos eritroacutecitos dos participantes do Cearaacute Adame et al (2012) que avaliou
espanhois encontrou a meacutedia de 104 6 microgL
Bortoli (2010) obteve a meacutedia de 833 microgL nas participantes de Satildeo Paulo 859 microgL
no grupo de Cubatatildeo (SP) e de 1998 microgL nas muheres de Novo Airatildeo (AM) A meacutedia
elevada encontrada na comunidade de Novo Airatildeo foI justificada pelo fato de a populaccedilatildeo do
estado do Amazonas apresentar o haacutebito de consumir regularmente a castanha-do-brasil
Houve ainda correlaccedilatildeo positiva entre os valores de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio indicando
65
que aquelas participantes cujo o teor estava mais elevado em um dos compartimentos
sanguiacuteneos tambeacutem se encontrava da mesma forma no outro (r = 07018 plt 00001)
Segundo Lemire et al (2006) a populaccedilatildeo da Amazocircnia brasileira apresenta
concentraccedilatildeo de Se no sangue total que varia de normal a relativamente alto Entretanto este
resultado natildeo foi observado no presente estudo pois a maioria das participantes apresentou
concentraccedilotildees abaixo da referecircncia Todavia esta pesquisa foi composta por mulheres
residentes em uma capital urbana diferente dos locais de trabalho das pesquisas de Lemire et
al (2006) realizados em comunidades ribeirinhas do Paraacute Estes pesquisadores avaliaram 236
adultos de seis comunidades ribeirinhas ao longo do rio Tapajoacutes e verificaram que 343
possuiacuteam concentraccedilotildees elevadas e nove indiviacuteduos (38) apresentaram valores acima dos
estipulados para toxicidade O valor mais baixo encontrado do mineral foi de 142 microgL
Em outra pesquisa realizada por Lemire et al (2011) na mesma regiatildeo foram
avaliados 407 voluntaacuterios e apenas seis participantes (15) apresentaram deficiecircncia de Se
enquanto 32 apresentaram concentraccedilotildees entre 560 e 1000 microgL e 10 concentraccedilotildees
superiores a 1000 microgL Segundo os pesquisadores a concentraccedilatildeo elevada de Se no sangue
foi devida aos haacutebitos alimentares da populaccedilatildeo uma vez que a mesma sobrevive de
alimentos cultivados nas proacuteprias comunidades
De acordo com os estudos de Pinheiro et al (2005) Rocha et al (2014) e Lemire et al
(2006 2009 2010 e 2011) que avaliaram o status de Se em comunidades ribeirinhas da
Amazocircnia observa-se que haacute uma relaccedilatildeo entre a concentraccedilatildeo do mineral no sangue e a
cultura alimentar regional
Natildeo existem muitos trabalhos realizados no Brasil e no mundo que tenham avaliado o
status de Se de populaccedilotildees natildeo acometidas por doenccedilas a maioria das pesquisas avaliou
indiviacuteduos doentes Portanto este trabalho contribuiraacute para o melhor conhecimento das
condiccedilotildees dessa populaccedilatildeo quanto a esse mineral Constatou-se que o haacutebito alimentar urbano
natildeo incluiacutea o consumo de castanha-do-brasil nem de outros alimentos cultivados em solos da
regiatildeo que constituiriam dessa forma uma excelente fonte do mineral
55 SELEcircNIO E ATIVIDADE DA ENZIMA GPx
A atividade da enzima GPx foi avaliada nos eritroacutecitos de 195 participantes e os seus
valores foram corrigidos e ajustados pela concentraccedilatildeo de hemoglobina sendo apresentados
em Ug Hb Apenas 6 das voluntaacuterias avaliadas apresentaram baixa atividade da enzima e
66
87 atividade normal (Figura 9) O valor meacutedio da atividade da GPx foi de 451 + 193 Ug
Hb Dessa forma pode-se inferir que a ingestatildeo alimentar de Se embora baixa natildeo teve influecircncia
na atividade enzimatica da GPx que eacute um biomarcador sensiacutevel e que avaliado nos eritroacutecitos
pode refletir a ingestatildeo em longo prazo do mineral (BROWN 2001 LEI 2007)
Figura 9 A atividade da enzima GPx peroxidase das participantes Intervalo assinalado em
azul (275 a 736 Ug Hb) representa a referecircncia proposta pelo Kit da Randoxreg Porto Velho
2015
Dados da literatura sobre atividade eritrocitaacuteria da GPx satildeo escassos os existentes
avaliaram a atividade da enzima no plasma dificultando as comparaccedilotildees com os resultados
deste trabalho No entanto Olusi (2002) ao realizar seu estudo no Kwait com adultos
eutroacuteficos observou meacutedia de 983 Ug Hb sendo este valor considerado elevado Ko et al
(2005) ao avaliar chineses encontrou a meacutedia de atividade da GPx nos eritroacutecitos de 513
Ug Hb enquanto Moradi et al (2009) ao avaliar em mulheres iranianas observaram a meacutedia
de 20 3 Ug Hb
De acordo com os estudos brasileiros Maia (2008) observou atividade meacutedia de 477
Ug Hb para adultos residentes em Satildeo Paulo e de 528 Ug Hb no Cearaacute Bortoli (2010)
observou a meacutedia de 733 Ug Hb nas mulheres amazonenses 371 Ug Hb nas voluntaacuterias de
Satildeo Paulo e de 382 Ug Hb nas de Cubatatildeo A meacutedia na pesquisa de Donadio (2011) com
paulistanos foi de 401 Ug Hb e Silva (2013) em voluntaacuterias do Cearaacute obteve 386 Ug Hb
67
A atividade da GPx estaacute fortemente correlacionada com a concentraccedilatildeo sanguiacutenea de
Se portanto um consumo inadequado de Se pode ocasionar reduccedilatildeo da atividade da GPx o
que por sua vez afeta a resposta celular em relaccedilatildeo agrave accedilatildeo de agentes oxidantes
desencadeando o surgimento do estresse oxidativo (COMINETTI et al 2011)
Segundo Crespo-Loacutepez et al (2009) as glutationas podem atuar como a principal
linha de defesa contra os compostos de Hg e conforme Herculano et al (2006) altas
concentraccedilotildees da enzima podem servir de proteccedilatildeo contra a intoxicaccedilatildeo do metal
Pinheiro et al (2008) realizou uma comparaccedilatildeo entre concentraccedilotildees de Hg e a defesa
antioxidante de mulheres saudaacuteveis residentes em trecircs comunidades ribeirinhas da Amazocircnia
sendo duas comunidades consideradas expostas ao metal localizadas na bacia do rio Tapajoacutes
e a outra localizada na bacia do rio Tocantins O estudo tinha como finalidade detectar
possiacuteveis alteraccedilotildees no estado antioxidante em razatildeo da exposiccedilatildeo ao Hg Dentre outros
paracircmetros foram avaliados a concentraccedilatildeo da GPx no sangue total e as concentraccedilotildees de Hg
nos cabelos Foi observada correlaccedilatildeo positiva entre as concentraccedilotildees de Hg e o aumento da
concentraccedilatildeo da enzima ou seja os indiviacuteduos com alto teor de Hg apresentaram tambeacutem
concentraccedilotildees elevadas de GPx
56 SELEcircNIO E CONCENTRACcedilOtildeES CAPILARES DE MERCUacuteRIO
Os resultados das anaacutelises de Hg nos cabelos das voluntaacuterias encontram-se descritos
na Figura 10 Das 200 participantes avaliadas apenas seis (30) apresentaram concentraccedilotildees
de Hg superiores ao valor de referecircncia estabelecido pela WHO (1990) e apenas uma
apresentou concentraccedilatildeo do metal abaixo do limite de quantificaccedilatildeo (˂ 1 ng g-1
)
Em relaccedilatildeo aos resultados do formulaacuterio de Hg para coleta dos cabelos foi perguntado
para as participantes se estas possuiacuteam tintura ou qualquer tipo de alisamento e a maioria
(635) natildeo possuiacutea nenhum tipo de alisamento e 585 natildeo tinham cabelos pintados A
concentraccedilatildeo meacutedia de Hg nos cabelos foi de 625 + 766 ng g-1
A concentraccedilatildeo de Hg no sangue reflete a exposiccedilatildeo ao metal nas formas orgacircnica e
inorgacircnica e pode ser influenciada pelo consumo de alimentos contaminados O Hg
permanece na corrente sanguiacutenea apenas alguns dias apoacutes a exposiccedilatildeo desta maneira a anaacutelise
deve ser feita rapidamente a fim de detectar exposiccedilotildees recentes (EPA 2005) Em relaccedilatildeo agrave
concentraccedilatildeo de Hg nos cabelos esta eacute proporcional agrave do sangue uma vez que este metal se
incorpora aos fios (WHO 1990) A anaacutelise do cabelo reflete uma exposiccedilatildeo mais prolongada
68
ao Hg possibilitando a avaliaccedilatildeo da concentraccedilatildeo deste elemento durante periacuteodos de tempo
maiores (PASCALICCHIO 2002)
Figura 10 Distribuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo de Hg (ng g-1
) nos cabelos das participantes (n=
200) Ponto de corte assinalado em azul representa o valor de referecircncia (2000 ng g-1
)
proposto pela WHO (1990) Porto Velho-RO 2015
Os peixes da regiatildeo Amazocircnica segundo alguns pesquisadores apresentam elevado risco de
contaminaccedilatildeo por Hg (MUCKE et al 2001 BAacuteRAacuteNY et al 2002 KARITA e SUZUKI
2002 LINDBERG et al 2004 HANSEN et al 2004) Entretanto 975 das participantes
avaliadas informaram consumir este alimento de forma esporaacutedica Dessa forma pode-se
inferir que as participantes deste estudo natildeo apresentaram alta contaminaccedilatildeo por Hg em
decorrecircncia da baixa ingestatildeo de peixes no haacutebito alimentar Poreacutem Marques et al (2007) ao
avaliar as concentraccedilotildees de Hg de 82 mulheres urbanas de Porto Velho (RO) observaram
que mesmo com um baixo consumo de peixes o niacutevel meacutedio de Hg nos cabelos foi elevado
(3500 ng g-1
)
Em outra pesquisa realizada por Marques et al (2013) foram avaliadas mulheres de
comunidades ribeirinhas da bacia do rio Madeira Os autores observaram que as
concentraccedilotildees meacutedias de Hg nos cabelos (12120 ng g-1
) daquelas que moravam agraves margens
do rio foram superiores agravequeles das residentes em aacuterea urbana (5360 ng g-1
)
69
Rocha et al (2014) determinaram as concentraccedilotildees de Hg nos cabelos de crianccedilas de
duas comunidades ribeirinhas de Porto Velho sendo elas Demarcaccedilatildeo localizada as margens
do rio Machado e Gleba do Rio Preto no rio Preto As crianccedilas da primeira comunidade
apresentaram concentraccedilatildeo meacutedia de Hg de 3570 + 1860 ng g-1
enquanto as crianccedilas da
Gleba do Rio Preto concentraccedilotildees meacutedias de 6240 + 5890 ng g-1
ou seja 50 acima do
valor encontrado na comunidade Demarcaccedilatildeo
Bastos et al (2006) ao avaliar as concentraccedilotildees de Hg em 713 indiviacuteduos do rio
Madeira obtiveram a meacutedia de 15200 ng g-1
Boischio e Henshel (2000) ao avaliar 90 matildees e
89 crianccedilas encontraram meacutedias de 12600 ng g-1
e 10200 ng g-1
respectivamente
Hacon et al (2014) avaliaram cinco aacutereas na regiatildeo de Porto Velho no rio Madeira
Das cinco comunidades estudadas quatro faziam parte da regiatildeo ribeirinha de Santo Antocircnio
Participaram do estudo 1945 indiviacuteduos cujas concentraccedilotildees de Hg foram avaliados em
amostras de cabelos Apenas 09 dos voluntaacuterios apresentaram concentraccedilotildees de Hg
superiores a 50000 ng g-1
e 90 concentraccedilotildees inferiores a 10000 ng g-1
O estudo ressaltou
que as concentraccedilotildees de Hg nas mulheres de 16 a 49 anos de idade variou de 2400 a 5300 ng
g-1
dependendo da regiatildeo onde residiam Os pesquisadores concluiacuteram que as concentraccedilotildees
de Hg foram altos em todas as comunidades e este resultado foi relacionado ao consumo de
peixes da regiatildeo
Bortoli (2010) que tambeacutem avaliou as concentraccedilotildees de Hg nos cabelos de mulheres
de Satildeo Paulo (SP) Cubatatildeo (SP) e Novo Airatildeo (AM) encontrou meacutedia de 180 ng g-1
nas
paulistanas 190 ng g-1
nas Cubatenses e de 5670 ng g-1
nas participantes do Amazonas
Dentre as participantes dos dois primeiros grupos nenhuma apresentou concentraccedilatildeo de Hg
acima de 2000 ng g-1
concentraccedilatildeo para adultos natildeo expostos ocupacionalmente de acordo
com a WHO (1990) No grupo das mulheres amazonenses 218 apresentaram valores
abaixo dessa referecircncia De acordo com os valores maacuteximos em regiotildees onde haacute exposiccedilatildeo
reconhecida por Hg (6000 ng g-1
) foi observado que 309 destas participantes tinham
concentraccedilotildees de Hg nos cabelos acima desse valor de referecircncia A pesquisadora ressaltou
que 927 das mulheres de Novo Airatildeo relataram consumir peixes da regiatildeo pelo menos uma
vez por semana
Pinheiro et al (2005) ao avaliarem 40 mulheres de trecircs comunidades da bacia do rio
Tapajoacutes verificaram que natildeo houve diferenccedila estatiacutestica em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees de Hg
total nas amostras de cabelos nas diferentes comunidades O primeiro grupo composto por
gestantes apresentou a meacutedia de concentraccedilatildeo de Hg de 8250 ng g-1
enquanto o segundo
composto por mulheres natildeo gestantes 9390 ng g-1
do metal No entanto os pesquisadores
70
observaram que as concentraccedilotildees do Hg no terceiro trimestre de gravidez eram maiores
(9650 ng g-1
) que no primeiro (6620 ng g-1
) e segundo trimestres (6710 ng g-1
)
Pinheiro et al (2008) analisaram novamente duas comunidades da mesma regiatildeo que
o estudo anterior Poreacutem selecionaram mulheres de uma comunidade ribeirinha da bacia do
rio Tocantins que formaram o grupo controle do estudo pois estas natildeo pertenciam a uma
regiatildeo considerada contaminada por Hg Os autores observaram que nas comunidades da
bacia do rio Tapajoacutes as voluntaacuterias apresentaram concentraccedilotildees de Hg no cabelo
significativamente maiores (12926 ng g-1
) em relaccedilatildeo agrave comunidade da bacia do rio Tocantins
(3290 ng g-1
)
Estudos epidemioloacutegicos tecircm evidenciado correlaccedilatildeo positiva entre as concentraccedilotildees
de Se e Hg no sangue (MUCKE et al 2001 BAacuteRAacuteNY et al 2002 KARITA e SUZUKI
2002 LINDBERG et al 2004 HANSEN et al 2004) Tal evidecircncia foi verificada nesta
pesquisa em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees plasmaacuteticas do mineral conforme as anaacutelises de
regressatildeo Os coeficientes de correlaccedilatildeo (R2) das concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico e
eritrocitaacuterio foram 59 e 37 respectivamente (Tabela 7) Estes coeficientes expressam a
porcentagem da variabilidade no niacutevel de Hg nos cabelos (ng g-1
) que eacute explicada pelas
variaacuteveis independentes
De acordo com Gailer et al (2000) o efeito protetor do Se tem sido associado a uma
maior retenccedilatildeo de Hg ao inveacutes de maior excreccedilatildeo Desta forma acredita-se que o Se
juntamente com o Hg forme um complexo Hg-Se que por sua vez liga-se a selenoproteiacutena P
favorecendo uma redistribuiccedilatildeo corporal do metal Poreacutem segundo Baacuteraacuteny et al (2005) e
Lindberg et al (2004) os estudos sobre como esta interaccedilatildeo acontece ainda natildeo satildeo
suficientes para elucidar a dinacircmica desse complexo Sugere-se que uma ingestatildeo adequada de
Se possa promover um efeito de proteccedilatildeo contra o Hg e seus compostos toacutexicos
Apesar dos valores elevados de Hg encontrados na regiatildeo Amazocircnica poucos trabalhos
avaliaram sintomas ou sinais cliacutenicos referentes a essa intoxicaccedilatildeo
No estudo de Dorea et al (2003) com mulheres vivendo em comunidades ribeirinhas
do Rio Negro os sintomas pesquisados foram fraquezas musculares amortecimentos de
membros tremores desequiliacutebrio e alteraccedilotildees sensoriais No entanto na populaccedilatildeo deste
estudo tais sinais natildeo foram observados Malm et al (1995) realizaram outra pesquisa com
populaccedilotildees ribeirinhas no Paraacute e tambeacutem natildeo encontraram tais sinais (desequiliacutebrio sensitivo
constriccedilatildeo de campo visual ataxia reduccedilatildeo da capacidade auditiva tremores reflexos de
tendotildees e desequiliacutebrios mentais e salivares)
71
Tabela 7 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram as
concentraccedilotildees de Hg (ng g-1
) nos cabelos (variaacutevel dependente) das participantes
Variaacuteveis independentes β p-valora
R2 ajustado p-valor
b
Se no Plasma (microgL)c 3117 0177 0059 0020
Se no Eritroacutecito (microgL)d 0970 0656 0037 0096
a Valor de p referente ao coeficiente β
b Valor de p referente ao R
2 ajustado
c Modelo ajustado pelo indice de massa corporeacutea (kgm
2) escolaridade (anos de estudo) idade (anos) e renda
(salaacuterios miacutenimos) d Modelo ajustado pelo pelo indice de massa corporeacutea (kgm
2) circunferecircncia da cintura (cm) escolaridade (anos
de estudo) idade (anos) ingestatildeo energeacutetica (kcaldia) e renda (salaacuterios miacutenimos)
57 SELEcircNIO E AVALIACcedilAtildeO DO ESTRESSE OXIDATIVO MDA E ORAC
O meacutetodo de ORAC (Capacidade de Absorccedilatildeo de Radicais de Oxigecircnio) avalia a
capacidade do plasma de inibir o radical peroxil mostrando resistecircncia aos danos oxidativos
Dessa forma verifica-se que quanto maiores as concentraccedilotildees do Se no sangue maior seraacute a
capacidade antioxidante total sendo este dado relacionado agrave accedilatildeo ou funccedilatildeo antioxidante do
mineral
De acordo com as anaacutelises de regressatildeo houve associaccedilatildeo entre as concentraccedilotildees de
Se no plasma e nos eritroacutecitos com o ORAC (Tabela 8) Os coeficientes de correlaccedilatildeo (R2)
das concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio foram 60 e 77 respectivamente Estes
coeficientes expressam a porcentagem da variabilidade do ORAC que eacute explicado pelas
variaacuteveis independentes (Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio) Natildeo foram encontrados estudos que
avaliaram a capacidade antioxidante por meio do ORAC que relacionem ou associem com as
concentraccedilotildees de Se em indiviacuteduos saudaacuteveis
Tabela 8 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram a
capacidade antioxidante ndash ORAC (mmol eq troloxg de amostra) (variaacutevel dependente) das
participantes
Variaacuteveis independentes β p-valora
R2 ajustado p-valor
b
Se no Plasma (microgL)c -0002 0555 0060 0015
Se no Eritroacutecito (microgL)d -0005 0094 0077 0005
a Valor de p referente ao coeficiente β
b Valor de p referente ao R
2 ajustado
c Modelo ajustado pelo indice de massa corporeacutea (kgm
2) circunferecircncia da cintura (cm) renda (salaacuterios
miacutenimos) d
Modelo ajustado pelo pelo indice de massa corporeacutea (kgm2) circunferecircncia da cintura (cm) renda (salaacuterios
miacutenimos)
72
Os radicais livres de oxigecircnio podem induzir a reaccedilatildeo de peroxidaccedilatildeo lipiacutedica Os
aacutecidos graxos insaturados no plasma em uacuteltima instacircncia podem gerar produtos de
peroxidaccedilatildeo lipiacutedica tais como o malondialdeiacutedo (MDA) Dessa forma as concentraccedilotildees de
MDA podem refletir o niacutevel de estresse oxidativo do organismo De acordo com as anaacutelises
de regressatildeo natildeo houve associaccedilatildeo entre as concentraccedilotildees de Se no plasma e nos eritroacutecitos
com o MDA (Tabela 9)
Tabela 9 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram a
concentraccedilatildeo plasmaacutetica de malondialdeiacutedo (microM) (variaacutevel dependente) das participantes
Variaacuteveis independentes β p-valora
R2 ajustado p-valor
b
Se no Plasma (microgL)c 10 x 10
-4 0980 -0015 0675
Se no Eritroacutecito (microgL)c 10 x 10
-3 0239 -0005 0505
a Valor de p referente ao coeficiente β
b Valor de p referente ao R
2 ajustado
c Modelo ajustado pelo indice de massa corporeacutea (kgm
2) idade (anos) ingestatildeo energeacutetica (kcaldia)
circunferecircncia da cintura (cm) renda (salaacuterios miacutenimos) e escolaridade (anos de estudo)
O estudo de Gaacutec et al (2014) tinha como objetivo definir a relaccedilatildeo entre as
concentraccedilotildees de Se no sangue e estresse oxidativo (concentraccedilatildeo de MDA) em 337 crianccedilas
saudaacuteveis da Espanha A concentraccedilatildeo de Se natildeo exerceu nenhum efeito direto nas
concentraccedilotildees de MDA (r = 008 pgt005) Em outro estudo espanhol Galan-Chilet et al
(2014) avaliaram em uma populaccedilatildeo adulta a associaccedilatildeo entre o Se no plasma e as
concentraccedilotildees de MDA na urina Os autores tambeacutem natildeo observaram correlaccedilotildees
siginificativas entre esses marcadores
Krishnan e Rani (2014) tambeacutem natildeo encontraram nenhuma correlaccedilatildeo significativa
entre a concentraccedilatildeo de Se e MDA em pacientes com doenccedila de Alzheimer ou demecircncia de
origem vascular Entretanto outros estudos verificaram uma diminuiccedilatildeo das concentraccedilotildees de
MDA apoacutes a suplementaccedilatildeo com Se (ZHANG et al 2005 FABIAN et al 2013 SITTA et
al 2011 SMOLKOVAacute et al 2004 GRYGIEL-GOacuteRNIAK et al 2014)
73
58 POLIMORFISMO PRO198LEU
Ao avaliar a presenccedila do SNP (rs 1050450) no gene que codifica a enzima glutation
peroxidase1 nas 190 amostras do estudo foi observado que 567 das participantes
apresentaram genoacutetipo selvagem (ProPro) ou seja homozigotos para prolina 368 dos
indiviacuteduos heterozigotos (ProLeu) e 68 homozigotos para leucina (LeuLeu) A frequecircncia
relativa do alelo variante foi de 025
Os resultados da genotipagem apresentaram-se de acordo com o equiliacutebrio de Hardy
Weinberg o qual determina que as frequecircncias aleacutelicas devem permanecer constantes ao
longo das geraccedilotildees caso natildeo sejam interferidas por nenhum fator evolutivo Dessa forma o
teste de qui-quadrado (χ2) foi aplicado e o valor encontrado foi de 01127 e a probabilidade
associada a esse valor considerando um grau de liberdade foi maior que 5 indicando que a
populaccedilatildeo estava de acordo com o equiliacutebrio
A Tabela 10 ilustra a distribuiccedilatildeo das participantes de acordo com o SNP Pro198Leu
Tabela 10 Distribuiccedilatildeo do SNP Pro198Leu (rs 1050450) no gene que codifica GPx 1 nas
participantes (n=190)
Genoacutetipos coacutedon 198 da GPx 1 n
ProPro 107 563
ProLeu 70 368
LeuLeu 13 68
Quatro pesquisas descrevem a frequecircncia do polimorfismo Pro198Leu na populaccedilatildeo
da cidade de Satildeo Paulo Nishimura (2010) em seu estudo com 175 pacientes com cacircncer da
cavidade orofariacutengea encontrou prevalecircncia de 50 de indiviacuteduos com genoacutetipo selvagem
(ProPro) 43 heterozigoto (ProLeu) e 7 de homozigoto (LeuLeu) para o polimorfismo
Em seu grupo controle que foi constituiacutedo por 203 indiviacuteduos da mesma cidade 51
ProPro 43 ProLeu e 6 LeuLeu
Cominetti et al (2011) no seu trabalho realizado com 37 mulheres obesas
observaram 49 de ProPro 38 de ProLeu e 13 de LeuLeu Donadio (2011) ao avaliar
124 indiviacuteduos adultos natildeo doentes verificou que a prevalecircncia de ProPro foi de 49 de
ProLeu 47 e apenas 3 de LeuLeu
Cardoso et al (2012) ao determinar o polimorfismo em um grupo de 28 idosos com
doenccedila de Alzheimer observaram que 75 apresentaram genoacutetipo ProPro 14 de
74
heterozigotos e 11 de LeuLeu No mesmo estudo no grupo controle formado por 29
idosos sem a doenccedila os pesquisadores encontraram 72 com genoacutetipo ProPro 14 de
ProLeu e 14 de homozigotos LeuLeu
Silva (2013) em seu trabalho realizado com a populaccedilatildeo cearense observou que
545 dos indiviacuteduos apresentaram genoacutetipo ProPro 381 genoacutetipo ProLeu e 74 de
genoacutetipo LeuLeu
Hiragi et al (2011) avaliaram a frequecircncia do polimorfismo em 304 indiviacuteduos
pertencentes a trecircs grupos eacutetnicos diferentes No grupo constituiacutedo por 60 adultos indiacutegenas
95 possuiacuteam genoacutetipo selvagem (ProPro) 3 eram heterozigotos (ProLeu) e 2
homozigotos (LeuLeu) No grupo composto por 72 indiviacuteduos afrodescendentes 71 eram
ProPro 22 ProLeu e 7 LeuLeu O terceiro grupo formado por 172 indiviacuteduos que
residiam no Distrito Federal 47 eram ProPro 40 ProLeu e 13 LeuLeu
Fosberg et al (1999) em anaacutelise realizada com 25 suecos encontrou 52 de
indiviacuteduos homozigotos para prolina (selvagens) 36 de heterozigotos e 12 de
homozigotos para leucina Em outro estudo Fosberg et al (2000) determinaram a frequecircncia
de alelos para esse polimorfismo em uma populaccedilatildeo sueca e outra finlandesa A populaccedilatildeo
sueca foi formada por 101 indiviacuteduos infartados e 214 formaram o grupo controle A
distribuiccedilatildeo dos genoacutetipos dos indiviacuteduos do grupo caso foi de 55 homozigotos selvagens
38 heterozigotos e 7 de homozigotos para leucina No grupo controle a frequecircncia dos
genoacutetipos foi de 53 40 e 7 respectivamente No grupo da Finlacircndia dos 66 indiviacuteduos
avaliados 35 eram homozigotos para prolina 48 heterozigotos e 17 homozigotos para
leucina
De acordo com os trabalhos citados a menor distribuiccedilatildeo conforme os genoacutetipos estaacute
relacionada ao homozigoto LeuLeu Algumas pesquisas afirmam que a presenccedila do alelo Leu
reduz a atividade da enzima GPx nos indiviacuteduos com este alelo variante (HANSEN et al
2009 RAVN-HAREN et al 2006) Dessa forma se haacute uma diminuiccedilatildeo da atividade
enzimaacutetica da GPx o sistema antioxidante dos indiviacuteduos que apresentam o alelo Leu pode
ser afetado Estudos tambeacutem tecircm associado a presenccedila deste alelo variante a um aumento do
risco de alguns tipos de cacircncer (RATNASINGHE et al 2000 HU e DIAMOND 2003
ZHAO et al 2005) Entretanto essas associaccedilotildees natildeo foram observadas em todas as
populaccedilotildees estudadas uma vez que a frequecircncia do alelo Leu varia de acordo com o grupo
eacutetnico (ZHAO et al 2005)
De acordo com Pena et al (2011) a origem geneacutetica da populaccedilatildeo brasileira eacute o
resultado de vaacuterias miscigenaccedilotildees e apesar disso apresenta uma uniformidade maior que o
75
esperado No trabalho desses pesquisadores foi avaliado a ascendecircncia total de 934 brasileiros
de diferentes raccedilas residentes em quatro regiotildees do paiacutes com excessatildeo da regiatildeo centro-oeste
Foram avaliados polimorfismos de inserccedilatildeo e deleccedilatildeo e os genoacutetipos encontrados foram
utilizados para estimar os componentes europeus africanos e ameriacutendios dos indiviacuteduos Os
resultados mostraram que a ancestralidade das diferentes populaccedilotildees das regiotildees do Brasil eacute
semelhante
A populaccedilatildeo de Rondocircnia eacute umas das mais diversificadas do Brasil composta de
migrantes oriundos de todas as regiotildees do paiacutes O interior do Estado eacute formado por goianos
paranaenses paulistas mineiros gauacutechos capixabas baianos mato grossenses e sergipanos
enquanto a capital eacute formada por cearenses maranhenses amazonenses e acreanos (IBGE
2014)
Poucos estudos associaram o polimorfismo Pro198Leu com biomarcadores do estado
nutricional relativo ao Se em indiviacuteduos saudaacuteveis A Tabela 11 apresenta uma comparaccedilatildeo
das meacutedias das concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico eritrocitaacuterio atividade da GPx MDA e
ORAC de acordo com o genoacutetipo para o polimorfismo Pro198Leu Observou-se que natildeo
houve diferenccedila significativa entre os paracircmetros avaliados
Donadio (2011) encontrou diferenccedila significativa entre a atividade da GPx em
mulheres paulistanas avaliadas de acordo com os genoacutetipos do Pro198Leu Silva (2013)
tambeacutem encontrou a mesma diferenccedila em mulheres cearenses indicando que a influecircncia do
gecircnero eacute um importante fator que deve ser considerado em estudos sobre esse polimorfismo
Cominetti et al (2011) natildeo observaram diferenccedilas nas concentraccedilotildees de Se
plasmaacutetico eritrocitaacuterio e atividade da GPx entre os genoacutetipos em ambas as fases de seu
estudo (preacute e poacutes suplementaccedilatildeo de castanha-do-brasil) poreacutem encontraram correlaccedilatildeo entre
o Se eritrocitaacuterio e a atividade da GPx apenas para o grupo ProPro em ambas as fases O
mesmo resultado foi observado no estudo de Cardoso et al (2012) que tambeacutem observaram
correlaccedilatildeo entre o Se eritrocitaacuterio e a atividade da GPx apenas para o grupo ProPro tanto nos
indiviacuteduos com Alzheimer quanto no grupo controle A mesma correlaccedilatildeo foi descrita por
Jablonska et al (2009) Hu e Diamond (2003) e Karunashinghe et al (2011) Estes dados satildeo
uacuteteis para entender os mecanismos e a manutenccedilatildeo da variabilidade geneacutetica na populaccedilatildeo
bem como para a identificaccedilatildeo de genes associados com doenccedilas complexas (HIRAGI et al
2011) Todos esses resultados mostram que o efeito do polimorfismo Pro198Leu deve
continuar sendo investigado em diferentes populaccedilotildees
76
Tabela 11 Concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico eritrocitaacuterio atividade da enzima GPx MDA e
ORAC de acordo com o genoacutetipo para o polimorfismo Pro198Leu (rs1050450) no gene que
codifica para GPx 1 das participantes
Variaacuteveis ProPro
MD (DP) (n= 107)
ProLeu
MD (DP) (n = 70)
LeuLeu
MD (DP) (n = 13)
pa
Se no Plasma (microgL) 5366 (5225) 5417 (3993) 5577 (1866) 099
Se no Eritroacutecito (microgL) 7804 (3883) 7769 (3618) 7935 (2944) 099
GPx Eritrocitaacuteria (Ug Hb) 4751 (2277) 4426 (2604) 4261 (1374) 058
MDA (microM) 097 (111) 084 (022) 085 (023) 060
ORAC (mmol eq troloxg de amostra) 163 (151) 159 (130) 128 (076) 071
a Valor de p calculado pela ANOVA MD - Meacutedia DP - Desvio Padratildeo
59 POLIMORFISMO GSTM1
A GST faz parte de uma famiacutelia de enzimas intracelulares que modullam a accedilatildeo de
toxinas endoacutegenas e exoacutegenas sobre as ceacutelulas evitando danos ao DNA (MANNERVICK
1985) Esta famiacutelia de enzimas estaacute envolvida no metabolismo de muitos carcinoacutegenos
poluentes ambientais e drogas anticanceriacutegenas por isso a inexistecircncia de isoenzimas
especiacuteficas pode gerar efeito significativo na toleracircncia do organismo ao estresse oxidativo
(ZHENG et al 2002 MORAIS et al 2008) O gene da classe mu (GSTM1) abordado nesta
pesquisa eacute polimoacuterfico em humanos e estatildeo ausentes ou deletados de forma homozigoacutetica em
40 a 50 em diferentes populaccedilotildees eacutetnicas (NELSON et al 1995 HATAGIMA et al 2000
GISNBERG et al 2009)
A Tabela 12 apresenta a distribuiccedilatildeo das participantes de acordo com o genoacutetipo do
polimorfismo GSTM1 O genoacutetipo nulo ou deletado (--) indica que o gene inteiro apresenta
deleccedilatildeo e portanto o indiviacuteduo natildeo expressa a proteiacutena GST O genoacutetipo presente (++) eacute a
forma selvagem ou seja natildeo apresenta deleccedilatildeo do gene e o indiviacuteduo expressa a GST
Tabela 12 Distribuiccedilatildeo do polimorfismo GSTM1 no gene da GST das participantes (n =
180)
GSTM1 n
Presente (++) 104 5780
Nulo ou Deletado (--) 76 4220
77
Natildeo foram observadas diferenccedilas entre as concentraccedilotildees de Hg na populaccedilatildeo avaliada
de acordo com os genoacutetipos do polimorfismo GSTM1 bem como os paracircmetros relativos ao
estresse oxidativo (Tabela 13)
Tabela 13 Concentraccedilotildees de Hg de MDA e valores de ORAC de acordo com o genoacutetipo
para o polimorfismo GSTM1 no gene da GST das participantes
Variaacuteveis Presente (++)
MD (DP)
(n= 104)
Nulo (--)
MD (DP)
(n = 76)
pa
Hg (ng g-1
) 56365 (69475) 70863 (75295) 0184
MDA (microM) 095 (113) 087 (027) 0570
ORAC (mmol eq troloxg de amostra) 165 (159) 158 (117) 0730 a Valor de p calculado pelo teste T-Student
Klatau-Gimaratildees et al (2005) verificaram que em algumas tribos indiacutegenas da
Amazocircnia os indiviacuteduos que carreavam o genoacutetipo nulo ou seja deleccedilatildeo do gene inteiro
tinham maiores concentraccedilotildees de Hg nos cabelos Tais pesquisadores concluiacuteram que os
fatores geneacuteticos podem influenciar o acuacutemulo de Hg no organismo e os indiviacuteduos com
genoacutetipo nulo natildeo estatildeo aptos a destoxificar o metal pois essa funccedilatildeo eacute atribuiacuteda agrave GST
Entretanto outros estudos natildeo encontraram correlaccedilatildeo entre as concentraccedilotildees do metal
com os genoacutetipos do GSTM1 Gundacker et al (2007) em seu estudo com 222 estudantes da
Universidade de Viena relacionaram as concentraccedilotildees de Hg no sangue e na urina com os
genoacutetipos presente ou nulo do polimorfismo Os autores natildeo encontraram associaccedilatildeo entre
esses dois paracircmetros mas foi observado que as pessoas com genoacutetipo nulo apresentavam
valores mais elevados do metal Os autores verificaram que 56 dos indiviacuteduos carreavam o
genoacutetipo nulo tinham concentraccedilotildees mais baixas de Hg no sangue coincidindo com
concentraccedilotildees tiacutepicas de populaccedilotildees natildeo expostas agrave toxicidade Os resultados levaram agrave
hipoacutetese de que os indiviacuteduos com a deleccedilatildeo para GST apresentam atividade cataliacutetica
prejudicada e satildeo menos capazes de aumentar a sua capacidade de excreccedilatildeo do Hg levando a
uma maior acumulaccedilatildeo do metal no organismo
Estudos sobre a relaccedilatildeo entre o polimorfismo da GST e as concentraccedilotildees de Hg em
humanos satildeo escassos Custodio et al (2004 e 2005) verificaram que o polimorfismo GSTM1
natildeo teve efeito sobre as concentraccedilotildees de Hg no sangue total plasma e urina Entretanto
concluiacuteram que indiviacuteduos carreadores do genoacutetipo deletado apresentam atividade da enzima
reduzida e dessa forma maiores concentraccedilotildees e retenccedilatildeo de Hg
78
Lee et al (2009) analisaram o polimorfismo GSTM1 associado agrave exposiccedilatildeo intra-
uterina de Hg e o peso ao nascer de crianccedilas de etnia coreana Dentre as 417 gestantes
avaliadas 595 carreavam genoacutetipo nulo sem diferenccedila significativa nas concentraccedilotildees de
Hg no sangue e no cordatildeo umbilical em relaccedilatildeo agravequelas com genoacutetipo selvagem Apesar
disso os autores observaram que as crianccedilas cujas matildees carreavam o genoacutetipo nulo
apresentaram relaccedilatildeo inversa do peso ao nascer com as concentraccedilotildees de Hg no cordatildeo
umbilical Entretanto esta relaccedilatildeo natildeo foi observada nas crianccedilas filhas de matildees com genoacutetipo
selvagem Os pesquisadores afirmaram que este fato pode ser explicado em razatildeo do Hg ser
transferido para o feto atraveacutes da placenta Dessa forma foi demosntrado que o polimorfismo
GSTM1 pode desempenhar papel importante na relaccedilatildeo entre a concentraccedilatildeo de Hg e o peso
ao nascer
Na populaccedilatildeo brasileira a frequecircncia desse polimorfismo tambeacutem eacute elevada
Hatagima et al (2000) avaliaram 658 indiviacuteduos do Rio de Janeiro e 179 de Brasiacutelia e a
frequecircncia do genoacutetipo nulo foi semelhante nas duas populaccedilotildees 46 na populaccedilatildeo carioca e
49 na brasiliense Gattaacutes et al (2004) analisaram a frequecircncia em 594 indiviacuteduos
selecionados na cidade de Satildeo Paulo e 137 homens da aacuterea rural da Bahia A distribuiccedilatildeo do
genoacutetipo nulo avaliado foi mais frequente nos indiviacuteduos brancos (554) que nos pardos
(414) e negros (328) em Satildeo Paulo Na Bahia essa frequecircncia foi de 357
Hiragi et al (2011) determinaram a frequecircncia do polimorfismo em 304 indiviacuteduos
pertencentes a trecircs grupos eacutetnicos diferentes No grupo constituiacutedo por 60 adultos indiacutegenas
55 apresentaram genoacutetipo nulo e no grupo composto por 72 indiviacuteduos afrodescendentes
53 No terceiro grupo que foi formado por 172 indiviacuteduos que residiam no Distrito Federal
63 apresentaram genoacutetipo deletado
Em um estudo com 120 pacientes com diagnoacutestico de diabetes tipo 2 de Goiacircnia (GO)
Pinheiro et al (2013) observaram uma frequecircncia do genoacutetipo nulo de 41 no grupo caso
enquanto no grupo controle foi de 122 Natildeo foi observada qualquer associaccedilatildeo da deleccedilatildeo
com a suscetibilidade agrave doenccedila na populaccedilatildeo estudada apesar de ter sido observada uma
associaccedilatildeo com aumento significativo da glicemia de jejum hemoglobina glicada e pressatildeo
arterial
Anton et al (2010) verificaram a influecircncia do polimorfismo GSTM1 na
susceptibilidade ao cacircncer de mama em 15 mulheres com diagnoacutestico da doenccedila e em 30
mulheres saudaacuteveis atendidas em um hospital do sul do Brasil Foi observado que 467 das
mulheres carreavam o genoacutetipo nulo e 433 das mulheres do grupo controle tambeacutem
apresentaram a deleccedilatildeo do genoacutetipo Os pesquisadores sugeriram que a deleccedilatildeo homozigoacutetica
79
do gene pode estar associada com maior susceptibilidade ao cacircncer de mama na populaccedilatildeo
estudada entretanto mais estudos satildeo necessaacuterios
Possuelo et al (2013) tambeacutem avaliaram a frequecircncia do polimorfismo GSTM1 em 49
pacientes diagnosticadas com cacircncer de mama e 49 mulheres saudaacuteveis A frequecircncia de
alelos nulos foi significativamente maior no grupo caso (588) em comparaccedilatildeo ao grupo
controle (412) sugerindo uma possiacutevel influecircncia deste genoacutetipo na susceptibilidade agrave
doenccedila
Em trabalhos internacionais verificam-se porcentagens semelhantes aos resultados
apresentados Conforme Ginsberg et al (2009) a porcentagem de indiviacuteduos com genoacutetipo
nulo em afro-americanos eacute de 21 em chineses de 58 em japoneses 45 em mexicanos
41 e em caucasianos 53 Segundo Hatagima et al (2000) a porcentagem em ingleses eacute de
545 e em franceses 429
80
6 CONCLUSAtildeO
Pode-se concluir que as mulheres rondonienses residentes em aacuterea urbana considerada
de risco de contaminaccedilatildeo por Hg apresentaram status de Se inferior ao recomendado e
independente do genoacutetipo em relaccedilatildeo ao SNP Pro198Leu no gene da GPx A concentraccedilatildeo de
Hg nos cabelos estava dentro dos limites seguros e natildeo houve relaccedilatildeo com o polimorfismo de
deleccedilatildeo no gene GSTM1 Os referidos polimorfismos tambeacutem natildeo afetaram os biomarcadores
de estresse oxidativo avaliados
81
7 CRONOGRAMA
Atividades Desenvolvidas
(2010 ndash 2015)
2010 - 2011 2012 - 2015
Revisatildeo da Literatura X
Submissatildeo do projeto ao Comitecirc de Eacutetica (CEP) X
Disciplinas (20 Creacuteditos) X X
Preparo dos Materiais para Coleta X
Coleta de Dados X
Anaacutelise do Consumo Alimentar e Antropometria X X
Anaacutelises da enzima GPx X
Anaacutelise de Hemoglobina X
Anaacutelise Determinaccedilatildeo do Hg nos cabelos X
Anaacutelise de Se (Plasma e Eritroacutecito) X
Qualificaccedilatildeo da Tese X
Anaacutelise Estresse Oxidativo (MDA) X
Anaacutelise Estresse Oxidativo (ORAC) X
Determinaccedilotildees dos Polimorfismos Pro198Leu e
GSTM1 X
Tabulaccedilatildeo de Dados X
Anaacutelise Estatiacutestica X
Tese do Doutorado X
Artigo Cientiacutefico X
82
REFEREcircNCIAS
ADAME EM FLOREA D PEacuteREZ LS LOacutePEZ JM LOacutePEZ-GONZAacuteLEZ B
CRUZ AP Deficient selenium status of a healthy adult spanish population Nutricion
Hospitalaria v27 n2 p524-528 2012
AMORIM MI MERGLER D BAHIA MO DUBEAU H MIRANDA D LEBEL J
BURBANO RR LUCOTTE M Cytogenetic damage related to low levels of
methylmercury contamination in the Brazilian Amazon Anais da Academia Brasileira de
Ciecircncias v72 n4 p497ndash507 2000
AMOUROUX DA LISS PSB TESSIER EA HAMREN-LARSSON MB
DONARD OFX Role of oceans as biogenic sources of selenium Earth and Planetary
Science Letters v189 n34 p277-283 2001
ARSOVA-SARAFINOVSKA Z MZTEVSKA N EKEN A PETROVSKI D BANEV
S DZIKOVA S GEORGIEV V SIKOLE A ERDEM O SAYAL A AYDIN A
DIMOVSKI AJ GPx1 genetic polymorfism erytrocyte GPx activity and prostate cacircncer
risk International Urology and Nephrologuy v41 n1 p63-70 2009
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA OBESIDADE E DA SIacuteNDROME
METABOacuteLICA Diretrizes brasileiras de obesidade 20092010 3ed Itapevi AC
Farmacecircutica 2009 83p
AZEVEDO FA Toxicologia do mercuacuterio Satildeo Carlos Rima 2003 292p
BAEYENS WRG EBIGHAUS R VASILIEV OF eds Global and regional mercury
cycles sources fluxes and mass balances Dordrecht Kluwer Academic 1996 563p (NATO
ASI series Partnership sub-series 2 environment v21) [Proceedings of the NATO Advanced
Research Workshop on Regional and Global Mercury Cycles sources fluxes and mass
balances Novosibirsk Russia july 10-14 1995]
BAacuteRAacuteNY E BERGDAHL IA BRATTEBY LE LUNDH T SAMUELSON G
SCHUTZ A SKERFVING S OSKARSSON A Relationship between trace element
concentrations in human blood and serum Toxicology Letters v134 n13 p177ndash184
2002
BASTOS WR GOMES JPO OLIVEIRA RC ALMEIDA R NASCIMENTO EL
BERNARDI JVE LACERDA LD SILVEIRA EG PFEIFFER WC Mercury in the
environment and riverside population in the Madeira River Basin Amazon Brazil Science of
the Total Environment v368 n1 p344-351 2006 [Selected papers from the 7th
International Conference on Mercury as a Global Pollutant Ljubljana Slovenia June 27 - July
2 2004]
BEATON GH 1994 Criteria of an adequate diet In Shils RE Olson JA Shike M eds
Modern Nutrition in Health and Disease 8th edition Philadelphia Lea amp Febiger Pp 1491ndash
1505
BISINOTI MC Biogeoquiacutemica aquaacutetica do mercuacuterio orgacircnico na bacia do Rio Negro
Amazocircnia Campinas 2005 169p Tese de Doutorado ndash Instituto de Quiacutemica - Universidade
Estadual de Campinas
83
BISINOTI MC JARDIM WF O comportamento do metilmercuacuterio (meHg) no ambiente
Quiacutemica Nova v27 n4 p593-600 2004
BOENING DW Ecological effects transport and fate of mercury a general review
Chemosphere v40 n12 p1335-1351 2000
BOISCHIO AA HENSHEL DS Linear regression models of methyl mercury exposure
during prenatal and early postnatal life among riverside people along the upper Madeira river
Amazon Environmental Research v83 n2 p150-161 2000
BORTOLI MC Avaliaccedilatildeo dos niacuteveis sanguiacuteneos do hormocircnio tireiodiano ativo (T3) e do
estado nutricional relativo ao selecircnio de mulheres residentes em aacutereas de exposiccedilatildeo ao
mercuacuterio Satildeo Paulo 2010 130p Tese de Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas
- Universidade de Satildeo Paulo
BRABO ES SANTOS EO JESUS IM MASCARENHAS AF FAIAL KF Niacuteveis
de mercuacuterio em peixes consumidos pela comunidade indiacutegena de Sai Cinza na Reserva
Munduruku Municiacutepio de Jacareacanga Estado do Paraacute Brasil Cadernos de Sauacutede
Puacuteblica v15 n2 p325-332 1999
BRASIL Resoluccedilatildeo CONAMA n5 de 5 de agosto de 1993 Dispotildee sobre o gerenciamento
de resiacuteduos soacutelidos gerados nos portos aeroportos terminais ferroviaacuterios e rodoviaacuterios
(Revogadas as disposiccedilotildees que tratam de resiacuteduos soacutelidos oriundos de serviccedilos de sauacutede pela
Resoluccedilatildeo n35805) Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia n166 31 de agosto de 1993 Seccedilatildeo
1 p12996-12998
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo
Baacutesica Coordenaccedilatildeo geral da Poliacutetica de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo Sisvan antropometria
como pesar e medir Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004
BRENNEISEN P STEINBRENNER H SIES H Selenium oxidative stress and health
aspects Molecular Aspects of Medicine v26 n45 p256-267 2005
BROOKES AJ The essence of SNPs Gene v234 n2 p177-186 1999
BROWN KM ARTHUR JR Selenium selenoproteins and human health a review Public
Health Nutrition v4 n2b p593-599 2001
BURK RF Recent developments in trace element metabolism and function newer roles of
selenium in nutrition Journal of Nutrition v119 n7 p1051-1054 1998
BURIM RV CANALLE R MARTINELLI ALC TAKAHASHI CS Polymorphisms
in glutathione S-transferases GSTM1 GSTT1 and GSTP1 and cytochromes P450 CYP2E1
and CYP1A1 and susceptibility to cirrhosis or pancreatitis in alcoholics Mutagenesis v19
n4 p291ndash298 2004
CAMPOS MS SARKIS JES MULLER RCS BRABO ES SANTOS EO
Correlation between mercury and selenium concentrations in Indian hair from Rondocircnia
State Amazon region Brazil Science of the Total Environment v287 n12 p155-161
2002
84
CANELA MC Determinaccedilatildeo de mercuacuterio a niacutevel de traccedilo aplicaccedilatildeo em amostras de
interesse ambiental Campinas 1995 79p Dissertaccedilatildeo de Mestrado ndash Instituto de Quiacutemica ndash
Universidade Estadual de Campinas
CARDOSO BR ONG TP JACOB-FILHO W JALUUL O FREITAS MI
COZZOLINO SM Nutritional status of selenium in Alzheimerrsquos disease patients Britsh
Journal of Nutrition v103 n6 p803-806 2010
CARDOSO BR ONG TP JACOB-FILHO W JALUUL O FREITAS MI
COMINETTI C COZZOLINO SM Glutathione peroxidase 1 polymorphism in Brazilian
Alzheimers disease patients relations to the enzyme activity and to selenium status Journal
of Nutrigenetic and Nutrigenomics v5 n2 p72-80 2012
CASTRO L FREEMAN BA Reactive oxygen species in human health and disease
Nutrition v17 n2 p161-165 2001
CASTRO NSS LIMA MO Biomarkers of mercury exposure in the Amazon BioMed
Research International v2014 art867069 p1-10 2014 [Review]
CEZAR MRS Avaliaccedilatildeo da exposiccedilatildeo ao mercuacuterio e seus compostos em matildees e seus
receacutem-nascidos em Porto Velho ndash RO Beleacutem 2002 69p Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Nuacutecleo
de Medicina Tropical - Universidade Federal do Paraacute
CINTRA RMGC Biodisponibilidade de selecircnio em dieta regional de Satildeo Paulo Satildeo
Paulo 1990 74p Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas ndash
Universidade de Satildeo Paulo
CHANG JC GUTENMANN WH REID CM LISK DJ Selenium content of Brazil
nuts from two geographic locations in Brazil Chemosphere v30 n4 p801-802 1995
CHARRIER J MAUGARD CM LE MEVEL B BIGNON YJ Allelotype influence at
glutathione S-transferase M1 locus in breast cancer susceptibility British Journal of
Cancer v79 n2 p346-53 1999
CHAUHAN A CHAUHAN V Oxidative stress in autism Pathophysiology v13 n13
p171-181 2006
CHEN CL LIU Q RELLING MV Simultaneous characterization of glutathione S-
transferase M1 and T1 polymorphisms by polymerase-chain reaction in American whites and
blacks Pharmacogenetics v6 n2 p187-191 1996
CHEN C OU L LI B XING L GUANG J TIACHENG W YUXI G PEIQUN Z
MEI L WEI C ZHIFANG C Increased Oxidative DNA Damage as assessed by urinary
8-hidroxy-2 deoxyguanosine concentrations and serum redox status in persons exposed to
mercury Clinical Chemistry v51 n4 p759-767 2005
CHEN H YU M LI M ZHAO R ZHU Q ZHOU W LU M LU Y ZHENG T
JIANQ J ZHAO W XIANG K JIA W LIU L Polymorphic variations in manganese
superoxide dismutase (MnSOD) glutathione peroxidase ndash 1 (GPx 1) and catalase (CAT)
contribuite to elevated plasma triglyceride levels in Chinese patients with type 2 diabetes or
diabetic cardiovascular disease Molecular Cell Biochemistry v363 p85ndash91 2012
85
CHEN Y KAPETANOVIC I CROWELL J IP C MORRISSEY R LYUBIMOV A
Thirteen week oral (Gavage) toxicity study of L-Se-Methylselenocysteine (SeMC) in rats
Toxicological Science v90 n1-S p343 2006
COLOMBO J ROSSIT ARB CAETANO A BORIM AA WORNRATH D
SILVA AE GSTT1 GSTM1 and CYP2E1 genetic polymorphisms in gastric cancer and
chronic gastritis in a Brazilian population World Journal of Gastroenterology v10 n9
p1240ndash1245 2004
COMBS Jr GF WATTS JC JACKSON MI JOHNSON LK ZENG H SCHEETT
AJ UTHUS EO SCHOMBURG L HOEG A HOEFIG CS DAVIS CD
MILNER JA Determinants of selenium status in healthy adults Nutrition Journal v10
p75 2011
COMINETTI C Efeito da suplementaccedilatildeo com castanha do Brasil (Bertholletia excelsa
H B K) sobre o estresse oxidativo em mulheres obesas e sua relaccedilatildeo com o
polimorfismo Pro198Leu no gene da glutationa peroxidase 1 Satildeo Paulo 2010 115p Tese
de Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo
COMINETTI C BORTOLI MC ABDALLA DSP COZZOLINO SMF
Considerations about oxidative stress selenium and nutrigenetics Nutrire v36 n3 p131-
153 2011 [Review]
COMINETTI C BORTOLI MC PURGATTO E ONG TP MORENO FS
GARRIDO Jr BG COZZOLINO SMF Associations between glutathione peroxidase-1
Pro198Leu polymorphism selenium status and DNA damage levels in obese women after
consumption of Brazil nuts Nutrition v27 n9 p891-896 2011
COUTINHO VE Efeito da suplementaccedilatildeo de selecircnio por meio da ingestatildeo de castanhas-
do-Brasil (Bertholletia excelsa HBK) no estado nutricional relativo ao selecircnio de
praticantes de atividade fiacutesica (capoeira) Satildeo Paulo 2001 150p Tese de Doutorado -
Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo
COVAULT J ABREU C KRANZLER H ONCKEN C Quantitative real-time PCR for
gene dosage determinations in microdeletion genotypes BioTechniques v35 n3 p594-
598 2003
COZZOLINO SMF Deficiecircncias de minerais Estudos Avanccedilados v21 n60 p119-126
2007
CRESPO-LOPEZ ME SA AL HERCULANO AM BURBANO RR
NASCIMENTO JLM Methylmercury genotoxicity a novel effect in human cell lines of the
central nervous system Environment International v33 n2 p141ndash146 2007
CUSTODIO HM BROBERG K WENNBERG M JANSSON JH VESSBY B
HALLMANS G STEGMAYR B SKERFVING S Polymorphisms in glutathione-related
genes affect methylmercury retention Archives of Environmental Health v59 n11
p588ndash595 2004
CRESPO-LOacutePEZ ME SANTOS ECO BRABO ES RODRIGUES AR COcircRTES
MIT SILVEIRA LCL Comparative study of human exposure to mercury in riverside
86
communities of Amazon Brazilian Journal of Medical and Biological Research v39 n3
p411-414 2006
CUSTODIO HM HARARI R GERHARDSSON L SKERFVING S BROBERG K
Genetic influences on the retention of inorganic mercury Archives of Environmental amp
Occupational Health v60 n1 p17ndash23 2005
DAVIS CD UTHUS EO Dietary selenite and azadeoxycytidine treatments affect
dimethilhidrazine-induced aberrant crypt formation in rat colon and DNA methylation in HT
ndash 29 cells Journal of Nutrition v132 n2 p292-297 2002
DEJONG JL CHANG CM WHANG-PERNG J KNUTSEN T TU CPD The
human liver glutathione S-transferase gene superfamily expression and chromosome
mapping of Hb subunit cDNA Nucleic Acids Research v16 n17 p8541-8554 1988
DI PIETRO A VISALLI G LA MAESTRA S MICALE R BALUCE B
MATARESE G CINGANO L SCOGLIO ME Biomonitoring of DNA damage in
peripheral blood lymphocytes of subjects with dental restorative fillings Mutation Research
v650 n2 p115ndash122 2008
DOMINGUES J Determinaccedilatildeo de mercuacuterio total em amostras de cabelo e sua relaccedilatildeo
com o desenvolvimento psicomotor de crianccedilas na comunidade de Barreiras Paraacute
Beleacutem 2000 91p Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Nuacutecleo de Medicina Tropical - Universidade
Federal do Paraacute
DONADIO JLS Polimorfismos nos genes da enzima glutationa peroxidase e
biomarcadores do estado nutricional relativo ao selecircnio em populaccedilatildeo adulta de Satildeo
Paulo Satildeo Paulo 2011 75p Disssertaccedilatildeo de Mestrado - Faculdade de Ciecircncias
Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo
DRASCH G MAILAumlNDER S SCHLOSSER C ROIDER G Content of non-mercury-
associated selenium in human tissues Biological Trace Element Research v77 n3 p219-
230 2000
DUMONT E VANHAECKE F CORNELIS R Selenium speciation from food source to
metabolites a critical review Analytical and Bioanalytical Chemistry v385 n7 p1304-
1323 2006
DUSINSKAacute M VALLOVAacute B URSIacuteNYOVAacute M HLADIacuteKOVAacute V SMOLKOVAacute B
WSOacuteLOVAacute L RASLOVAacute K COLLINS AR DNA damageand antioxidants
fluctuations through the year in a central European population group Food and Chemical
Toxicology v40 n8 p1119ndash1123 2002
EGASHIRA EM MIZIARA APB LEONI LAB Grupo do arroz patildeo massa batata e
mandioca PHILIPPI ST org Piracircmide dos alimentos fundamentos baacutesicos da nutriccedilatildeo
2ed Barueri Manole 2014 (Guias de Nutriccedilatildeo e Alimentaccedilatildeo)
EPA (US Environmental Protection Agency) Mercury in Medical Facilities Revised August
2003 Updated 2005
87
ERCAL N GURER-ORHAN H AYKIN-BURNS N Toxic metals and oxidative stress
Part I Mechanisms involved in metal-induced oxidative damage Current Topics in
Medicinal Chemistry v1 n6 p529-539 2001
FABIAN E POLOSKEY P KOacuteSA L ELMADFA I REacuteTHY LA Nutritional
supplements and plasma antioxidants in childhood asthma Wiener Klinische
Wochenschrift v125 n1112 p309ndash315 2013
FADINI PS JARDIM WF Is the Negro River Basin (Amazon) impacted by naturally
occurring mercury Science of the Total Environment v275 n13 p71-82 2001
FAIRWEATHER-TAIT SJ BAO Y BROADLEY MR COLLINGS R FORD D
HESKETH JE HURST R Selenium in human health and disease Antioxidants amp Redox
Signaling v14 n7 p1337-1383 2011
FARELLA N Les fermes familiales de la reacutegion frontiegravere du Tapajoacutes en Amazonie
breacutesilienne relations entre les origines les pratiques agricoles les impacts sur les sols et le
deacuteboisement Montreacuteal 2005 209p Tese de Doutorado ndash Universiteacute Du Queacutebec agrave Montreacuteal
FARIAS LA FAVARO DIT VASCONCELLOS MBA Determinaccedilatildeo de mercuacuterio e
metilmercuacuterio em amostras de cabelo e peixes Revista do Instituto Adolfo Lutz v68 n3
p451-460 2009
FARIAS LA SANTOS NR FAVARO DIT BRAGA ES Mercuacuterio total em cabelo de
crianccedilas de uma populaccedilatildeo costeira Cananeacuteia Satildeo Paulo Brasil Cadernos de Sauacutede
Puacuteblica v24 n10 p2249-2256 2008
FARIAS LA Avaliaccedilatildeo do conteuacutedo de mercuacuterio metilmercuacuterio e outros elementos de
interesse em peixes e em amostras de cabelos e dietas de preacute-escolares da Regiatildeo
Amazocircnica Satildeo Paulo 2006 233p Tese de Doutorado ndash Instituto de Pesquisas Energeacuteticas e
Nucleares - Universidade de Satildeo Paulo
FARIAS LA FAacuteVARO DIT MAIHARA VA VASCONCELOS MBA
YUYAMA LK AGUIAR JPL ALENCAR FH Assessment of daily dietary intake of
Hg and some essential elements in diets of children from the Amazon region Journal of
Radioanalytical and Nuclear Chemistry v270 n1 p217-223 2006
FOLVEN KI GLOVER CN MALDE MK LINDEBEYE AK Does selenium modify
neurobehavioral impacts of developmental methylmercury exposure in mice Environmental
Toxicology and Pharmacology v28 n1 p111-119 2009
FORD M DELANEY KA LING L ERICKSON T Clinical toxicology Philadelphia
W B Saunders 2001 p737ndash742
FORSBERG L DE FAIRE U MARKLUND SL ANDERSSON PM STEGMAYR
B MORGENSTERN R Phenotype determination of a common Pro-Leu polymorphism in
human glutathione peroxidase 1 Blood Cells Molecules amp Diseases v26 n5 p423-426
2000
FOSBERG L DE FAIRE U MORGENSTERN R Low yield of polymorphisms from
EST blast searching analysis of genes related to oxidative stress and verification of the
P197L polymorphism in GPX1 Human Mutation v13 n4 p294-300 1999
88
FOX T FAIRWEATHER-TAIT SJ Selenium In HURRELL R ed The mineral
fortification of foods Leatherhead Leatherhead Publishing 1999 v2 p1-44 (A
Leatherhead Food RA publication)
FRISANCHO AR Anthropometric standards for the assessment of growth and
nutritional status Ann Arbor University of Michigan Press 1990 189p
GAacuteC P PAWLAS N POREBA R POREBA M MARKIEWICZ-GOacuteRKA I
JANUSZEWSKA L OLSZOWY Z PAWLAS K Interaction between blood selenium
concentration and a levels of oxidative stress and antioxidative capacity in healthy children
Environmental Toxicology and Pharmacology v39 n1 p137-144 2014
GAILER J GRAHAM NG PICKERING IJ MADDEN S PRINCE RC YU EY
DENTON MB YOUNIS HS APOSHIAN HV Structural Basis of the Antagonism
between Inorganic Mercury and Selenium in mammals ChemResToxicol 2000 13-1135-
1142
GALAN-CHILET I TELLEZ-PLAZA M GUALLAR E MARCO G LOPEZ-
IZQUIERDO R GONZALEZ-MANZANO I TORMOS MC MARTIN-NUNtildeEZ GM
ROJO-MARTINEZ G SAEZ GT MARTIacuteN-ESCUDERO JC REDON J JAVIER-
CHAVES F Plasma selenium and oxidative stress biomarkers a gene-environment
interaction population based study Free Radical Biology and Medicine v74 p229-236
2014
GALVAtildeO RCF BERNARDI JVE ALMEIDA R BASTOS WR GOMES JPO
Relaccedilatildeo espacial do mercuacuterio e elementos traccedilos em sedimento de fundo no Alto Rio
Madeira In SEMINAacuteRIO DE RECURSOS HIacuteDRICOS DA BACIA HIDROGRAacuteFICA DO
PARAIacuteBA DO SUL O EUCALIPTO E O CICLO HIDROLOacuteGICO 1 Taubateacute 2007
Anais Taubateacute IPABHi 2007 p51-57
GANTHER HE SUNDE ML Factors in fish modifying methylmercury toxicity and
metabolism Biological Trace Element Research v119 n3 p221-233 2007
GATTAacuteS GHF KATO M SOARES-VIEIRA JA SIRAQUE MS KOHLER P
GOMES L REGO MAV BYDLOWSKI SP Ethnicity and glutathione S-transferase
(GSTM1 GSTT1) polymorphisms in a Brazilian population Brazilian Journal of Medical
and Biological Research v37 n4 p451-458 2004
GINSBERG G SMOLENSKI S HATTIS D GUYTON KZ JOHNS DO
SONAWANE B Genetic polymorphism in glutathione transferases (GST) population
distribution of GSTM1 T1 and P1 conjugating activity Journal of Toxicology and
Environmental Health Part B Critical Reviews v12 n56 p389-439 2009
GONZAGA IB MARTENS A COZZOLINO SMF Selecircnio In COZZOLINO SMF
org Biodisponibilidade de nutrientes 2ed Barueri Manole 2007 Cap28 p575-613
GONZAGA IB Avaliaccedilatildeo nutricional relativa ao selecircnio em crianccedilas com dieta
enriquecida de castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa L) Satildeo Paulo 2002 157p Tese
de Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo
GONZAGA IB MARTENS A COZZOLINO SMF Selecircnio In COZZOLINO SMF
org Biodisponibilidade de nutrientes Barueri Manole 2005 cap26 p539-577
89
GREGUS Z GYURASICS AI CSANAKY I PINTER Z Effects of methylmercury and
organic acid on the disposition of exogenous selenium in rats Toxicology and Applied
Pharmacology v174 n2 p177ndash187 2001
GRYGIEL-GOacuteRNIAK B MARCINKOWSKA J SZCZEPANIK A PRZYSLAWSKI J
Nutritional habits and oxidative stress in postmenopausal age Polskie Archiwum Medycyny
Wewnetrznej v124 n6 p298ndash305 2014
GUNDACKER C KOMARNICKI G ZOumlDL B FORSTER C SHUSTER E
WITTMANN K Whole blood mercury and selenium concentrations in a selected Austrian
population Does gender matter Science of the Total Environment v372 n1 p76-86
2006
GUNDACKER C KOMARNICKI G JAGIELLO P GENCIKOVA A DAHMEN N
WITTMANN KJ GENCIK M Glutathione-S-transferase polymorphism metallothionein
expression and mercury levels among students in Austria Science of the Total
Environment v385 n13 p37-47 2007
HACON SS DOacuteREA JG FONSECA MF OLIVEIRA BA MOURAtildeO DS RUIZ
CMV GONCcedilALVES RA MARIANI CF BASTOS WR The influence of chances in
lifestyle and mercury exposure in riverine populations of the Madeira River (Amazon Basin)
near a hydroelectric project International Journal of Environmental Research and Public
Health v11 n3 p2437-2455 2014
HALLIWELL B CHIRICO S Lipid peroxidation its mechanisms measurement and
significance American Journal and Clinical Nutrition v57 n5 suppl p715S-725S
1993
HAMANASHI T FURUTA H KATO H DOI A TAMAI M SHIMOMURA H
SAKAGASHIRA S NISHI M SASAKI H SANKE T NANJO K Functional variants
in the glutathione peroxidase-1 (GPx-1) gene are associated with increased intima-media
thickness of carotid arteries and risk of macrovascular disease in Japanese type 2 diabetic
patients Diabetes v53 n9 p2455-2460 2004
HARADA M NAKANISHI J YASODA E PINHEIRO MCN OIKAWA TAG
GUIMARAcircES GA CARDOSO BS KIZAKI T OHNO H Mercury pollution in the
Tapajos River basin Amazon mercury level of head hair and health effects Environment
International v27 n4 p285ndash290 2001
HATAGIMA A KLATAU-GUIMARAtildeES MZ SILVA FP CABELLO PH
Glutathione S-transferase M1 (GSTM1) polymorfism in two Brazillian populations Genetics
and Molecular Biology v23 n4 p709-713 2000
HERBETTE S ROECKEL-DREVET P DREVET JR Seleno-independent glutathione
peroxidases more than simple antioxidant scavengers FEBS Journal v274 n9 p2163-
2180 2007
HERCULANO AM CRESPO-LOacutePEZ ME LIMA SMA PINCANCcedilO DINIZ
DLW NASCIMENTO JLM Methylmercury intoxication activates nitric oxide synthase
in chick retinal cell culture Brazilian Journal of Medical and Biological Research v39
n3 p415ndash418 2006
90
HOLBEN DH SMITH AM The diverse role of selenium within selenoproteins a review
Journal of the American Dietetic Association v99 n7 p836-843 1999
HORVAT M BAEYENS W EBINGHAUS R VASILIEV O Mercury analysis and
speciation in environmental samples In NATO ASI SERIES 2 ENVIRONMENT global and
regional mercury cycles sources fluxes and mass balances Novosibirsk 1996 Kluwer
1996 p1-31
HU YJ DIAMOND AM Role of glutathione peroxidase 1 in breast cancer loss of
heterozygosity and allelic differences in the response to selenium Cancer Research v63
n12 p3347-3351 2003
HSIEH YY SHEN WS LEE LY WU TL NING HC SUN CF Long-term
changes in trace elements in patients undergoing chronic hemodialysis Biological Trace
Element Research v109 n2 p115-121 2006
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Atlas do Censo demograacutefico 2010 Rio de
Janeiro IBGE 2013 Disponiacutevel em httpbibliotecaibgegovbrvisualizacaolivrosliv64529_capa_sumpdf
Acesso em 02 Jan 2015
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Censo demograacutefico 2010 caracteriacutesticas
da populaccedilatildeo e dos domiciacutelios resultados do universo Rio de Janeiro IBGE 2011 270p Disponiacutevel em
httpbibliotecaibgegovbrvisualizacaoperiodicos93cd_2010_caracteristicas_populacao_domiciliospdf
Acesso em 02 Jan 2015
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Estimativas da populaccedilatildeo residente no
Brasil e unidades da Federaccedilatildeo com data de referecircncia em 1ordm de julho de 2014 2014 8p Disponiacutevel em
ftpftpibgegovbrEstimativas_de_PopulacaoEstimativas_2014nota_metodologica_2014pdf Acesso em 02
Jan 2015
INSTITUTE OF MEDICINE (United States) Dietary reference intakes for vitamin C
vitamin E selenium and carotenoides Washington National Academy Press 2000 529p
INTERNATIONAL PROGRAM ON CHEMICAL SAFETY UNITED NATIONS
ENVIRONMENT PROGRAMME WORLD HEALTH ORGANIZATION
Methylmercury Geneva World Health Organization 1990 v118 144p (Methylmercury in
environmental health criteria 101)
INSTITUTE OF MEDICINE (United States) Introduction to dietary reference intakes In
______ Dietary reference intakes for vitamin C vitamin E selenium and carotenoides
Washington National Academy Press 2000 cap1 p21-34
INTERNATIONAL PROGRAM ON CHEMICAL SAFETY UNITED NATIONS
ENVIRONMENT PROGRAMME WORLD HEALTH ORGANIZATION
Methylmercury Geneva World Health Organization 1990 v118 144p (Methylmercury in
environmental health criteria 101)
INSTITUTE OF MEDICINE (United States) Nutrient assessment of individuals statistical
foundations In ______ Dietary reference intakes applications in dietary assessment
Washington National Academy 2000 append B p185-210
91
JABLONSKA E GROMADZINSKA J RESZKA E WASOWICZ W SOBALA W
SZESZENIA-DABROWSKA N BOFFETTA P Association between GPx1 Pro198Leu
polymorphism GPx1 activity and plasma selenium concentration in humans European
Journal of Nutrition v48 n6 p383ndash386 2009
JAFFEacute WG RUPHAEL MD MONDRAGON MC CUEVAS MA Estudio cliacutenico e
bioquiacutemicos em nintildeos escolares de uma zona seleniacutefera Archivos Latinoamericanos de
Nutricioacuten v22 n4 p595-611 1972
JAIN M KUMAR S RASTOGI N LAL P GHOSHAL UC TIWARI A PANT
MC BAIQ MQ MITTAL B GSTT1 GSTM1 and GSTP1 genetic polymorphisms and
interaction with tobacco alcohol and occupational exposure in esophageal cancer patients
from North India Cancer Letters v242 n1 p60ndash67 2006
JONES DP Redefining oxidative stress forum review Antioxidants amp Redox Signaling
v8 n910 p1865-1879 2006
KAUWELL GPA Emerging concepts in nutrigenomics a preview of what is to come
Nutrition in Clinical Practice v20 n1 p75-87 2005
KARUNASINGLE N HAN DY ZHU S YU J LANGE K DUAN H MEDHORA
R SINGH N KAN J ALZAHER W CHEN B KO S TRIGGS CM FERGUSON
LR Serum selenium and single-nucleotide polymorphisms in genes for selenoproteins
relationship to markers of oxidative stress in men from Auckland New Zealand Genes amp
Nutrition v7 n2 p179-190 2012
KLAUTAU-GUIMARAtildeES MN DrsquoASCENCcedilAtildeO R CALDART FA GRISOLIA CK
SOUZA JR BARBOSA AC CORDEIRO CMT FERRARI I Analysis of genetic
susceptibility to mercury contamination evaluated through molecular biomarkers in at-risk
Amazon Amerindian populations Genetics and Molecular Biology v28 n4 p827-832
2005
KO WS GUO CH YEAH MS LIN LY HSU GS CHEN PC LUO MC LIN
CY Blood micronutrient oxidative stress and viral lood in patients with chronic hepatitis C
World Journal of Gastroenterology v14 n30 p4697ndash4702 2005
KOumlHRLE J The trace element selenium and the thyroid gland Biochimie v81 p527-533
1999
KOumlHRLE J FLOHEacute BR BOCK A GARTNER R MEYER O FLOHEacute L Selenium
in biology facts and medical perspectives Biological Chemistry v381 n910 p849-864
2000
KRISHNAN S RANI P Evaluation of selenium redox statusand their association with
plasma amyloidtau in Alzheimerrsquos disease Biological Trace Element Research v158 n2
p158ndash165 2014
KUZUYA M ANDO F IGUCHI A SHIMOKATA H Glutathione peroxidase 1
Pro198Leu variant contributes to the metabolic syndrome in men in a large Japanese cohort
American Journal of Clinical Nutrition v87 n6 p1939ndash1944 2008
92
LACERDA LD Distribuiccedilatildeo e comportamento do mercuacuterio no ambiente Amazocircnico In
HACON S LACERDA LD PFEIFFER WC CARVALHO D orgs Riscos e
consequecircncias do uso do mercuacuterio Rio de Janeiro Ministeacuterio da Sauacutede FINEP IBAMA
CNPQ 1990 p80-90 [Seminaacuterio Nacional ldquoRiscos e Consequumlecircncias do Uso do Mercuacuteriordquo
de 12 a 15 de setembro de 1989 Brasilia - DF]
LAumlRSTAD M LJUNGKVIST G OLIN AC TOREacuteN K Determination of
malondialdehyde in breath condensate by high-performance liquid chromatography with
fluorescence detection Journal of Chromatography B Analytical Technologies in the
Biomedical and Life Sciences v766 n1 p107-114 2002
LEE BE HONG YC PARK H HA M KOO BS CHANG N ROH YM KIM
BN KIM YJ KIM BM JO SJ HA EH Interaction between GSTM1GSTT1
polymorphism and blood mercury on birth weight Environmental Health Perspectives
v118 n3 p437-443 2010
LEI XG CHENG W McCLUNG JP Metabolic regulation and function of glutathione
peroxidase-1 Annual Review of Nutrition v27 p41-61 2007
LEMIRE M FILLION M FRENETTE BT PASSOS CJS GUIMARAtildeES JRD
BARBOSA Jr F MERGLER D Selenium from dietary sources and motor functions in the
Brazilian Amazon Neurotoxicology v32 n6 p944-953 2011
LEMIRE M FILLION M FRENETTE BT MAYER A PHILIBERT A PASSOS
CJS GUIMARAtildeES JR BARBOSA FJ MERGLER D Selenium and mercury in the
Brazilian Amazon opposing influences on age-related cataracts Environmental Health
Perspectives v118 n11 p1584-1589 2010
LEMIRE M MERGLER D FILLION M PASSOS CJS GUIMARAtildeES JRD
DAVIDSON R LUCOTTE M Elevated blood selenium levels in the Brazilian Amazon
Science of the Total Environment v366 n1 p101-111 2006
LEMIRE M MERGLER D HUEL G PASSOS CJS FILLION M PHILIBERT A
GUIMARAtildeES JR RHEAULT I BORDUAS J NORMAND G Biomarkers of selenium
status in the Amazonian context blood urine and sequential hair segments Journal of
Exposure Science amp Environmental Epidemiology v19 n2 p213-222 2009
LETAVAYOVAacute L VLCKOVAacute V BROZMANOVAacute J Selenium from cancer
prevention to DNA damage Toxicology v227 n12 p1-14 2006
LINDBERG A BJORNBERG KA VAHTER M BERGLUNG M Exposure to
methylmercury in non-fish eating people in Sweden Environmental Research v96 n1
p28-33 2004
LIVAK KJ FLOOD SJA MARMARO J GIUSTI W DEETZ K Oligonucleotides
with fluorescent dyes at opposite ends provide a quenched probe system useful for detecting
PCR product and nucleic acid hybridization PCR Methods and Applications v4 n6
p357-362 1995
MAIA CSC O selecircnio e a glacircndula tireoacuteide um estudo em pacientes portadores de
disfunccedilotildees tireoidianas nos estados do Cearaacute e Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2008 117p Tese de
Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo
93
MANNERVICK B The isoenzymes of glutathione transferase Advances in Enzymology
and Related Areas of Molecular Biology v57 p357-417 1985
MARQUES RC Avaliaccedilatildeo da exposiccedilatildeo ao mercuacuterio e seus compostos sobre o
desenvolvimento neuropsicomotor em crianccedilas de Porto Velho-RO Beleacutem 2002 102p
Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Nuacutecleo de Medicina Tropical - Universidade Federal do Paraacute
MARQUES RC DOacuteREA JG BASTOS WR REBELO MF FONSECA MF
MALM O Maternal mercury exposure and neuro-motor development in breastfed infants
from Porto Velho (Amazon) Brazil Int J Hyg Environ Health v210 p51ndash60 2007 Int
J Environ Res Public Health 2013
MARQUES RC BERNARDI JVE DOREA JG BRANDAtildeO KG BUENO L
LEAtildeO RS MALM O Fish consumption during pregnancy mercury transfer and birth
weight along Madeira River basin in Amazonia International Journal of Environmental
Research and Public Health v10 n6 p2150-2163 2013
MARTENS AVS COZZOLINO SMF Mapeamento da distribuiccedilatildeo de selecircnio em
territoacuterio brasileiro por meio da anaacutelise de alimentos nativos feijatildeo (fascolos vulgaris L) e
carne bovina para o consumo humano e aacuteguas e solo oriundos Satildeo Paulo FAPESP 2002
Processo n0011578-3 [Relatoacuterio Cientifiacuteco]
MARTENS IBG MARTENS A COZZOLINO SMF Selecircnio In COZZOLINO
SMF org Biodisponibilidade de nutrientes 4ed Barueri Manole 2012 p721-765
MEECH JA VEIGA MM THOMASNS D Emissions and stability of mercury in the
Amazon Canadian Metallurgical Quarterly v36 n4 p231-239 1997
MIRETZKY P BISINOTI MC JARDIM WF Sorption of mercury (II) in Amazon soils
from column studies Chemosphere v60 n11 p1583-1589 2005
MORADI M EFYEKHARI MH TALEI A FARD ARA Comparative study of
selenium concentration and glutathione peroxidase activity in normal and breast cancer
Public Health Nutrition v12 n1 p59-63 2009
MORAIS LMTS CARDOSO FILHO C LOURENCcedilO GJ SHINZATO JY
ZEFERINO LC LIMA CSP GURGEL MSC Caracteriacutesticas mamograacuteficas do cacircncer
de mama associadas aos polimorfismos GSTM1 e GSTT1 Revista da Associaccedilatildeo Meacutedica
Brasileira v54 n1 p61-66 2008
MUCCI A MONTGOMERY S LUCOTTE M PLOURDE Y PICHET P VANTRA
H Mercury remobilization from flooded soils in a hydroelectric reservoir of Northern
Quebec La Grande-2 results of a soil resuspension experiment Canadian Journal of
Fisheries and Aquatic Sciences v52 n11 p2507-2517 1995
NAGANUMA A ANDERSON ME MEISTER A Cellular glutathione as a determinant
sensitivity to mercury chloride prevention of toxicity by giving glutathione monoester
Biochemical Parmacology v40 n4 p693-697 1990
NAVARRO-ALARCON M CABRERA-VIQUE C Selenium in food and the human body
a review Science of the Total Environment v400 n13 p115-141 2008
94
NAVARRO-ALARCON M LOacutePEZ-MARTINEZ MC Essentiality of selenium in the
human body relationship with different diseases Science of the Total Environment v249
n13 p347-371 2000
NATIONAL RESEARCH COUNCIL Nutrient requeriments of dairy cattle 7ed
Washington National Academy Press 2001381p
NISHIMURA LS Polimorfismo Pro198Leu no gene para a enzima antioxidante
dependente de selecircnio glutationa peroxidase 1 e risco de cacircncer epidermoide da cavidade
oral e orofaringe 2010 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncia dos Alimentos) ndash Faculdade
de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010
OLUSI SO Obesity is independent risk factor for plasma lipid peroxidation and depletion of
erythrocyte cytoprotectic enzymes in humans International Journal of Obesity and
Related Metabolic Disorders v26 n9 p1159ndash1164 2002
ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Elementos traccedilo na nutriccedilatildeo e sauacutede humana
Satildeo Paulo Roca 1998 p63-91
ORTUNtildeO J ROS G PERIAGO MJ MARTINEZ C LOPEZ G RODRIGO J
Importacircncia nutricional del selenio Archivos Latinoamericanos de Nutricioacuten v47 n1
p6-13 1997
PAGLIA DE VALENTINE WN Studies on the quantitative and qualitative
characterization of erythrocyte glutathione peroxidase Journal of laboratory and clinical
medicine v70 n1 p158-169 1967
PAPP LV LU J HOLMGREN A KHANNA KK From selenium to selenoproteins
synthesis identity and their role in human health Antioxidants amp Redox Signaling v9 n7
p776-796 2007
PARADIS S WHEATLEY B BOSWELL-PURDY J BEacuteLISLE D COLE M
LICKERS H HAYTON A DAVIES K Mercury contamination through fish
consumption a model for predicting and preventing hazardous behavior on a community
level Mercury as a Global Pollutant Human Health Issues v97 p147-158 1997
PARK SK KANG D NOH DY LEE KM KIM SU CHOI JY CHOI IM
AHN SH CHOE KJ HIRVONEN A STRICKLAND PT YOO KY Reproductive
factors glutathione S-transferase M1 and T1 genetic polymorphism and breast cancer risk
Breast Cancer Research and Treatment v78 n1 p89-96 2003
PASSOS CJ MERGLER D GASPAR E MORAIS S LUCOTT M LARRIBE F
DAVIDSON R GROSBOIS S Eating tropical fruit reduces mercury exposure from fish
consumption in the Brazilian Amazon Environmental Research v93 n2 p123-130 2003
PASSOS CJ MERGLER D LEMIRE M FILLION M GUIMARAtildeES JR Fish
consumption and bioindicators of inorganic mercury exposure Science of the Total
Environment v373 n1 p68ndash76 2007
PASCALICCHIO AAE Contaminaccedilatildeo por metais pesados sauacutede puacuteblica e medicina
ortomolecular Satildeo Paulo Annablume 2002 132p
95
PEROTTONI J LOBATO LP SILVEIRA A ROCHA JBT EMANUELLI T Effects
of mercury and selenite on D-aminolevulinate dehydratase activity and on selected oxidative
stress parameters in rats Environmental Research v95 n2 p166-173 2004
PINHEIRO MCN GUIMARAtildeES GA NAKANISHI J OIKAWA T VIEIRA JL
QUARESMA M CARDOSO B AMORAS W Avaliaccedilatildeo da contaminaccedilatildeo mercurial
mediante anaacutelise do teor de Hg total em amostras de cabelo em comunidades ribeirinhas do
Tapajoacutes Paraacute Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v33 n2
p181-194 2000
PINHEIRO MCN MACCHI BM VIEIRA JLF OIKAWA T AMORAS WW
GUIMARAtildeES GA COSTA CA CRESPO-LOacutePEZ ME HERCULANO AM
SILVEIRA LC NASCIMENTO JL Mercury exposure and antioxidant defenses in
women a comparative study in the Amazon Environmental Research v107 n1 p53ndash59
2008
PINHEIRO MCN MULLER RCS SARKIS JE VIEIRA JLF OIKAWA T
GOMES MSV GUIMARAtildeES GA NASCIMENTO JLM SILVEIRA LCL
Mercury and selenium concentrations in hair samples of women in fertile age from Amazon
riverside communities Science of the Total Environment v349 n13 p284-288 2005
PINHEIRO DS ROCHA FILHO CR MUNDIM CA MARCO Jr P ULHOA CJ
REIS AAS GHEDINI PC Evaluation of glutathione S-transferase GSTM1 and GSTT1
deletion polymorphisms on type-2 diabetes mellitus risk PLoS One v8 n10 arte76262
p1-5 2013
PIRES LV Efeito da suplementaccedilatildeo com castanha-do-Brasil (Bertholletia excelsa
HBK) na expressatildeo gecircnica de citocinas inflamatoacuterias e sua relaccedilatildeo com o estresse
oxidativo e pacientes com diabetes mellitus tipo 1 Satildeo Paulo 2012 130p Tese de
Doutorado ndash Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo
POSSUELO LG PERACcedilA CF EISENHARDT MF DOLTO ML CAPPELLETTI
L FOLETTO E VALIM ARM Polymorphisms of GSTM1 and GSTT1 genes in breast
cancer susceptibility a case-control study Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetriacutecia
v35 n12 p569-574 2013
PRIOR RL HOANG H GU L WU X BACCHIACA M HOWARD L
HAMPSCH-WOODILL M HUANG D OU B JACOB B Assays for hydrophilic and
lipophilic antioxidant capacity (oxygen radical absorbance capacity (ORACFL)) of plasma
and other biological and food samples Journal of Agricultural and Food Chemistry v51
n11 p3273-3279 2003
RAVN-HAREN G OLSEN A TJONNELAND A DRAGSTED LO NEXO BA
WALLIN H OVERVAD K RASCHOU-NIELSENL O VOGEL U Associations
between GPx 1 Pro198Leu polymorphism erythrocyte GPx activity alcohol consumption and
breast cancer risk in a prospective cohort study Carcinogenesis v27 n4 p820-825 2006
RAYMAN MP The importance of selenium to human health Lancet v356 n9225 p233-
241 2000
RAYMOND LJ RALSTON NVC Mercury selenium interactions and health
implications Seychelles Medical and Dental Journal v7 n1 spiss p72-77 2004
96
REILLY C Selenium in food and health London Blackie Academic and Professional
1996 338p
REZAEI Z JAMSHIDZADEH A SANATI E A rapid and sensitive method for the
determination of malondialdehyde as its hydralazine derivative in human plasma using high
performance liquid chromatography Analytical Methods v5 n12 p2995-2999 2013
RICHIE Jr JP MUSCAT JE ELLISION I CALCAGNOTTO A KLEINMAN W
EL-BAYOUMY K Association of selenium status and blood glutathione concentrations in
blacks and whites Nutrition and Cancer v63 n3 p367ndash375 2011
RIDNOUR LA ISENBERG JS ESPEY MG THOMAS DD ROBERTS DD Nitric
oxide regulates angiogenesis through a functional switch involving thrombospondin-1
Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America v102
n37 p13147-13152 2005
ROCHA AV Estado nutricional relative ao selecircnio de crianccedilas residentes em duas
localidades de Rondocircnia Amazocircnia Ocidental Satildeo Paulo 2009 109p Dissertaccedilatildeo de
Mestrado ndash Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas ndash Universidade de Satildeo Paulo
ROCHA AV CARDOSO BR COMINETTI C BUENO RB BORTOLI MC
FARIAS LA FAVARO DIT CAMARGO LMA COZZOLINO SMF Selenium
status and hair mercury leves in riverine children from Rondocircnia Amazonia Nutrition v30
n11-12 p1318-1323 2014
SAacute AL HERCULANO AM PINHEIRO MC SILVEIRAS LCL NASCIMENTO
JLM CRESPO-LOacutePEZ ME Exposiccedilatildeo humana ao mercuacuterio na regiatildeo oeste do Estado do
Paraacute Revista Paraense de Medicina v20 n1 p19-25 2006
SAMPAIO DS LUCOTTE M ROULET HP MERGLER D CROSSA M Mercuacuterio
nos peixes do Rio Tapajoacutes Amazocircnia brasileira InterfacEHS v1 n1 art 6 p1-31 2006
Disponiacutevel em
httpwwwunitesuqamcagmfcarusodoccarusosampaiosampaio_et_al_2006pdf Acesso
em 24 Dez 2014
SANTOS KMO AQUINO RC Grupo dos oacuteleos e gorduras In PHILIPPI ST Piracircmide
dos alimentos fundamentos baacutesicos da nutriccedilatildeo 2ed Barueri Manole 2014 p251-303
SANTOS LB Polimorfismo Pro198Leu no gene que codifica para glutationa
peroxidase 1 e sua relaccedilatildeo com o estado nutricional relativo ao selecircnio de uma populaccedilatildeo
adulta residente no municiacutepio de Fortaleza Cearaacute 201393f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash
Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2013
SAVASKAN NE UFER C KUHN H BORCHERT A Molecular biology of
glutathione peroxidase 4 from genomic structure to developmental expression and neural
function Biological Chemistry v388 n10 p1007ndash1017 2007
SCHMIDT MI DUNCAN BB SILVA GA MENEZES AM MONTEIRO CA
BARRETO SM CHOR D MENEZES PR Doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis no
Brasil carga e desafios atuais 2011 (Sauacutede no Brasil 4) Disponiacutevel em
httpdownloadthelancetcomflatcontentassetspdfsbrazilbrazilpor4pdf Acesso em 10 Jan
2015
97
SCHORK NJ FALLIN D LANCHBURY J Single Nucleotide Polymorphisms and the
future of genetic epidemiology Clinical Genetics v58 n4 p250-264 2000
SILVA JJRF WILLIAMS RJP The biological chemistry of the elements the
inorganic chemistry of life Oxford Oxford University Press New York Clarendon Press
1993 561p
SITTA A VANZIN CS BIANCINI GB MANFREDINI V OLIVEIRA AB
WAYHS CA RIBAS GO GIUGLIANI L SCHWARTZ IV BOHRER D
GARCIA SC WAJNER M VARGAS CR Evidence that L-carnitine and selenium
supplementation reduces oxidative stress in phenylketonuric patients Cellular and
Molecular Neurobiology v31 n3 p429ndash436 2011
SKOOG DA HOLLER FJ NIEMAN TA Princiacutepios de anaacutelise instrumental 5ed
Satildeo Paulo Bookman 2002 836p
SMOLKOVAacute B DUSINSKAacute M RASLOVAacute K BARANCOKOVAacute M
KAZIMIacuteROVAacute A HORSKAacute A SPUSTOVAacute V COLLINS A Folate levels determine
effect of antioxidant supplementation on micronuclei in subjects with cardiovascular risk
Mutagenesis v19 n6 p469ndash476 2004
SOUZA JR BARBOSA AC Contaminaccedilatildeo por Hg e o caso da Amazocircnia Quiacutemica Nova
na Escola n12 p23-25 2000
SOUZA ML MENEZES HC Processamentos de amecircndoa e torta de castanhandashdondashBrasil e
farinha de mandioca paracircmetros de qualidade Ciecircncia Tecnologia e Alimentos v24 n1
p120-128 2004
STEUERWALD U WEIHE P JORGENSEN PJ BJERVE K BROCK J HEINZOW
B BUDTZ-JORGENSEN E GRANDJEAN P Maternal seafood diet methylmercury
exposure and neonatal neurologic function Journal of Pediatrics v136 n5 p599-605
2000
STOCKLER-PINTO MB FARAGE NE BOAVENTURA GT COZZOLINO SM
Effect of Brazil nut supplementation on the blood levels of selenium and glutathione
peroxidase in hemodialysis patients Nutrition v26 n1112 p1065ndash1069 2010
SLATER B MARCHIONI DL FISBERG RM Estimando a prevalecircncia da ingestatildeo
inadequada de Nutrientes Rev Sauacutede Puacuteblica v33 n4 p599-605 2004
SUZEN HS GUCYENER E SAKALLI O UCKUN Z KOSE G USTEL D
DUYDU Y CAT C-262T and GPx 1 Pro198Leu polimorphisms in a Turkish population
Molecular Biology Reports v37 n1 p87-92 2010
TAKEUCKI T ETO K The pathology of Minamata disease a tragic story of water
pollution Kyushu Kyushu University Press 1999 310p
TAPIERO H TOWNSEND DM TEW KD The antioxidant role of selenium and seleno-
compounds Biomedicine amp Pharmacotherapy v57 n34 p134ndash144 2003
TINKOV AA SKALNAYA MG DEMIDOV VA SEREBRYANSKY EP
NIKONOROV AA SKALNY AV Hair mercury association with selenium serum lipid
98
spectrum and gama-glutamyl transferase activity in adults Biological Trace Element
Research v161 n3 p255-262 2014
UNITED NATIONS Enviroment Programme Chemicals Impacts of mercury on the
environment In ______ Global mercury assessment Geneva UNEP 2002 cap5 p73-
86
UNITED STATES Department of Health and Human Services Public Heath Services
Agency for Toxic Substances and Disease Registry Toxicological Profile for Mercury
Atlanta ATSDR 1999 676p
VAN DAEL P DEELSTRA H Selenium International Journal for Vitamin and
Nutrition Research v63 n4 p312-316 1993
VIVANCO RHC MENGE FGW BARRIGA PAC Variaciones de la fragilidad
osmoacutetica eritrocitaria en bovinos a pastoreo sobre praderas con bajo contenido de selenio y
suplementados o no con selecircnio Revista Cientiacutefica vXVI n3 p227-231 2006
WIDERSTEN M PEARSON WR ENGSTROEM A MANNERVIK B Heterologous
expression of the allelic variant μ-class glutathione transferases μ and ψ Biochemical
Journal v276 n2 p519-5241991
WILLETT WC Inssues in analysis and presentation of dietary data In ______ Nutritional
epidemiology 2ed New York Oxford University Press 1998 p321ndash345 (Monographs in
epidemiology and biostatistics 30)
WILLET WCHOWE GR KUSHI LH Adjustment for total energy in epidemiologic
studies Am J Clin Nutr v65 p1220-28 1997
WILLET W STAMPFER M Implications of total energy intake for epidemiologic
analyses In Willet WC Nutrition epidemiology 2 ed New York Oxford University Press
p514 1998
WORLD HEALTH ORGANIZATION Obesity preventing and managing the global
epidemic report of a WHO consultation on obesity Geneva World Health Organization
2000 p256 (WHO Obesity Technical Report Series n284)
XU S WANG Y ROE B PEARSON WR Characterization of the human class Mu
glutathione S-transferase gene cluster and GSTM1 deletion Journal of Biological
Chemistry v273 n6 p3517-3527 1998
YANG GQ WANG SZ ZHAU RH SUN SZ Endemic selenium intoxication of
humans in China American Journal of Clinical Nutrition v37 n5 p872-881 1983
ZACHARA BA UKLEJA-ADAMOWICZ M NARTOWICZ E LECKA J Increased
plasma glutathione peroxidase activity in patients with acute myocardial infarction Medical
Science Monitor v7 n3 p415-420 2001
ZHANG FA YU W HARGROVE JL GREENSPAN PA DEAN RG TAYLOR
EW HARTLE DK Inhibition of TNF- induced ICAM-1 VCAM-1 and E-selectin
expression by selenium Atherosclerosis v161 n2 p381-386 2002
99
ZHANG M MA AG ZHANG XZ GE S SHI XX Effect of multiple micronutrients
supplementation on anti-oxidative activity and oxidized DNA damage of lymphocytes in
children Zhonghua Liu Xing Bing Xue Za Zhi v26 n4 p268ndash272 2005
ZHENG W WEN WQ GUSTAFSON DR GROSS M CERHAN JR FOLSOM
AR GSTM1 and GSTT1 polymorfism and postmenopausal breast cancer risk breast cancer
Breast Cancer Research and Treatment v74 n1 p9-16 2002
100
APEcircNDICES
APEcircNDICE 1 Cartaz de divulgaccedilatildeo da pesquisa
APEcircNDICE 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)
APEcircNDICE 3 Ficha de Identificaccedilatildeo e Controle
(Anamnese peso estatura IMC coleta de sangue e cabelos)
APEcircNDICE 4 Caderno de Registro do Consumo Alimentar
101
102
UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO
FACULDADE DE CIEcircNCIAS FARMACEcircUTICAS ndash FCFUSP
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE
1 Informaccedilotildees do Sujeito da Pesquisa
Nome
Documento de Identidade nordm Sexo ( ) M ( )F
Data de Nascimento
Endereccedilo Nordm Complemento Bairro Cidade Estado
CEP Telefones
2 Informaccedilotildees do Responsaacutevel Legal
Nome Natureza (grau de parentesco tutor curador etc) Documento de Identidade nordm Sexo ( ) M ( )F Data de Nascimento Endereccedilo Nordm Complemento Bairro Cidade Estado CEP Telefones
Tiacutetulo do Projeto de Pesquisa Estado nutricional relativo ao selecircnio concentraccedilotildees de
mercuacuterio estresse oxidativo e os polimorfismos Pro198Leu no gene da glutationa
peroxidase 1 (GPx1) e GSTM1 no gene da glutationa S- transferase (GST) em mulheres
residentes em aacuterea de risco de contaminaccedilatildeo por mercuacuterio
3 Duraccedilatildeo da Pesquisa 24 meses
4 Nome do pesquisador responsaacutevel Silvia Maria Franciscato Cozzolino Cargo Funccedilatildeo
Professora Titular do Programa de poacutes-graduaccedilatildeo em Ciecircncia dos Alimentos da Faculdade de Ciecircncias
Farmacecircuticas FCFUSP
Nordm do Registro do Conselho Regional CRN30621
Instituiccedilatildeo Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo USP
Sravoluntaacuteria essa pesquisa tem como tiacutetulo Estado nutricional relativo ao selecircnio e
concentraccedilotildees de mercuacuterio e a relaccedilatildeo com estresse oxidativo e os polimorfismos Pro198Leu
e GSTM1 em mulheres na idade feacutertil em aacuterea exposta agrave contaminaccedilatildeo por mercuacuterio A
responsaacutevel por esse estudo eacute a professora titular Silvia Maria Franciscato Cozzolino e como
103
colaborada a estudante de doutorado Ariana Vieira Rocha Ambas pertencem a Faculdade de
Ciecircncias Farmacecircuticas (FCF) da Universidade de Satildeo Paulo (USP)
De acordo com algumas pesquisas as mulheres da Amazocircnia apresentam
concentraccedilotildees elevadas de mercuacuterio e essa contaminaccedilatildeo pode comprometer a sauacutede natildeo soacute
delas como tambeacutem das crianccedilas pois uma das formas do mercuacuterio atravessa facilmente a
barreira placentaacuteria e o mercuacuterio acaba se concentrando no ceacuterebro das crianccedilas Isso pode
inibir o desenvolvimento cerebral Por isso eacute preocupante a exposiccedilatildeo das mulheres na idade
feacutertil ao mercuacuterio Acredita-se que o mineral selecircnio possa ser um possiacutevel colaborador para
a populaccedilatildeo natildeo apresentar sinais cliacutenicos evidentes da contaminaccedilatildeo por mercuacuterio Isso pode
ser devido a algumas atribuiccedilotildees do selecircnio pois este mineral tem como uma das suas accedilotildees
atuar como antioxidante e isso pode neutralizar os danos causados pela contaminaccedilatildeo do
mercuacuterio
Desta forma estamos por meio desse documento lhe convidando a participar desse
estudo que tem como objetivo principal avaliar o estado nutricional relativo ao selecircnio assim
como as concentraccedilotildees de mercuacuterio e a relaccedilatildeo desses com o estresse gerado nas ceacutelulas e
tambeacutem com algumas alteraccedilotildees geneacuteticas em mulheres na idade feacutertil em aacuterea exposta ao
mercuacuterio Nesta pesquisa participaraacute 200 mulheres voluntaacuterias da cidade de Porto Velho
Rondocircnia
Se vocecirc concordar em participar passaraacute pelos seguintes procedimentos avaliaccedilatildeo
nutricional onde seratildeo obtidos os dados de peso estatura e circunferecircncia da cintura e
tambeacutem seratildeo anotados os seus dados sobre o consumo alimentar ou seja tudo o que foi
consumido no periacuteodo de 3 dias sendo 2 dia da semana e 1 dia do fim de semana Seraacute
realizada ainda uma coleta de sangue de (20mL) em jejum de 10 a 12 horas para a realizaccedilatildeo
da determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo do mineral selecircnio e avaliar o estresse gerado nas ceacutelulas e
se haacute uma alteraccedilatildeo geneacutetica que possa interferir na concentraccedilatildeo de selecircnio ou mercuacuterio no
organismo Por fim seraacute coletado em torno de (1g) de cabelo na regiatildeo detraacutes do pescoccedilo para
avaliar as concentraccedilotildees de mercuacuterio A pesquisa possui um risco miacutenimo em virtude da
coleta de sangue que pode causar um desconforto poreacutem este seraacute coletado por um
profissional de enfermagem capacitado A obtenccedilatildeo desses dados seraacute realizada no
Laboratoacuterio Alphaclin localizado na Avenida Calama 2215 Bairro Satildeo Joatildeo Bosco Apoacutes
essas coletas seraacute distribuiacutedo um kit lanche contendo bolacha de aacutegua e sal ou biscoito
integral uma fruta e um suco de fruta de caixinha de 200mL O seu sangue seraacute armazenado
no laboratoacuterio de nutriccedilatildeo-minerais da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade
de Satildeo Paulo (USP) sob a responsabilidade da professora titular Silvia Maria Franciscato
Cozzolino para pesquisas futuras Poreacutem se isso acontecer vocecirc seraacute consultado a respeito e
um novo projeto seraacute submetido ao Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
Vocecirc autoriza o armazenamento do seu sangue para pesquisas futuras
( )sim ( )natildeo
Os resultados obtidos seratildeo arquivados e mantidos em sigilo conforme eacutetica Eacute direito
de cada participante obter os resultados das anaacutelises que seratildeo feitas bem como informaccedilotildees
sobre o andamento da pesquisa procedimentos utilizados riscos e benefiacutecios relacionados em
qualquer fase do estudo a fim de esclarecer eventuais duacutevidas Deve ser ressaltado que a
participaccedilatildeo na pesquisa poderaacute ser desfeita em qualquer momento que o Sra achar
conveniente sem sofrer nenhum tipo de constrangimento Natildeo haveraacute nenhuma despesa
financeira para a natildeo participaccedilatildeo neste estudo assim como natildeo haveraacute recompensa
financeira relacionada agrave participaccedilatildeo na pesquisa
Esse estudo traraacute benefiacutecios pois existem evidecircncias que o selecircnio pode exercer um
efeito protetor no organismo contra os malefiacutecios do mercuacuterio Logo os resultados
contribuiratildeo para uma melhor qualidade de vida atraveacutes do conhecimento da avaliaccedilatildeo do
104
estado nutricional Aleacutem do que seraacute realizada uma avaliaccedilatildeo nutricional completa por uma
nutricionista e seratildeo oferecidas orientaccedilotildees quanto agrave alimentaccedilatildeo
ndash INFORMACcedilOtildeES DE NOMES ENDERECcedilOS E TELEFONES DOS RESPONSAacuteVEIS PELO
ACOMPANHAMENTO DA PESQUISA PARA CONTATO EM CASO DE INTERCORREcircNCIAS
CLIacuteNICAS E REACcedilOtildeES ADVERSAS
Silvia Maria Franciscato Cozzolino ndash (Professora Titular do programa de Poacutes-
graduaccedilatildeo em Ciecircncia dos Alimentos da Faculdade de Ciecircncias FarmacecircuticasFCF
(USP) Telefone(11)3091-3625 Endereccedilo da Faculdade Cidade Universitaacuteria Av Lineu
Prestes 580 ndash Bloco 14
Telefone (11) 3091 -3625 (Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo ndash Minerais)
Ariana Vieira Rocha - (Doutoranda do programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Ciecircncia dos
Alimentos da Faculdade de Ciecircncias FarmacecircuticasFCF (USP) Endereccedilo Residencial
Bairro Liberdade Rua da Gloacuteria - 654 Apto 84 CEP 01510-000 ndash Satildeo Paulo ndash SP Telefone
(11) 98532-2125
Endereccedilo da Faculdade Cidade Universitaacuteria Av Lineu Prestes 580 ndash Bloco 14
Telefone 3091 -3625 (Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo ndash Minerais)
Consentimento Poacutes-Esclarecido
Declaro que apoacutes convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ter entendido o que me
foi explicado consinto em participar do presente Protocolo de Pesquisa
Porto Velhodede
_______________________________
Assinatura do sujeito de pesquisa
Ou responsaacutevel legal
___________________________________
Assinatura do pesquisador responsaacutevel
Para qualquer questatildeo duacutevida esclarecimento ou reclamaccedilatildeo sobre aspectos eacuteticos dessa
pesquisa favor entrar em contato com o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas da Faculdade de
Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo ndash Av Prof Lineu Prestes 580 - Bloco
13A ndash Butantatilde ndash Satildeo Paulo ndash CEP 05508-900 Fone 3091-3622 fone-fax 3091-3677 ndash e-
mail cepfcfuspbr
105
Universidade de Satildeo Paulo
Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas
Avaliaccedilatildeo Nutricional
Antropometria
Nome Data de Nascimento
DADOS ANTROPOMEacuteTRICOS
Idade anos
Circunferecircncia da Cintura (CC) Classificaccedilatildeo
Peso kg
Estaturacm
IMC Classificaccedilatildeo
Classificaccedilatildeo do estado nutricional para adultos segundo o Iacutendice de Massa Corpoacuterea (IMC)
Classificaccedilatildeo IMC (kgm2)
Risco de Comorbidades
Baixo Peso
˂ 185 Baixo
Peso Normal ou
Eutrofia 185 - 249
Meacutedio
Sobrepeso
ge 25 ndash 299 Aumentado
Obesidade I 300 - 349 Moderado
Obesidade II 350 ndash 399 Grave
Obesidade III ˃ 40 Muito Grave
Fonte WHO (2000)
106
Universidade de Satildeo Paulo
Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas
Pesquisador Ariana Vieira Rocha
Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo e Minerais(11) 3091-3625
Formulaacuterio Mercuacuterio (Hg)
Identificaccedilatildeo Data
Nome
Idade Sexo Raccedila
Endereccedilo
Haacute quanto tempo reside em Porto Velho
Onde residia anteriormente
Ocupaccedilatildeo principal Quanto tempo hdia
Haacutebitos
Come peixe sim natildeo
Procedecircncia do peixe consumido Nome do Rio
Espeacutecie mais consumida
Frequecircncia de consumo de peixe Quantidade
Frequecircncia de consumo de frutos do mar Quantidade
Ficou doente nos uacuteltimos seis meses sim natildeo
Tomou algum medicamento sim natildeo Qual Frequecircncia
No tratamento do cabelo vocecirc usa
soacute sabonete xampuacute condicionador tintura
liacutequido para permanente alisamento outros Quais
Qual a aacutegua que usa para tomar banho
caerd poccedilo ou mina outra procedecircncia qual
Qual a aacutegua que usa para beber
caerd e filtrada natildeo filtra de poccedilo ou mina galatildeo outra procedecircncia qual
107
ACOMPANHAMENTO NUTRICIONAL
Nome
Responsaacutevel Nutricionista Ariana Vieira Rocha
Universidade de Satildeo Paulo-USP
Telefone (69) 8118-4633 (11) 8532-2125
108
INFORMACcedilOtildeES
Pesquisas tentam explicar a presenccedila do Hg na regiatildeo amazocircnica pois os solos
ambientes aquaacuteticos e consequentemente os peixes apresentarem concentraccedilotildees elevados
deste metal assim como alguns indiviacuteduos que vivem nestas aacutereas poreacutem estes natildeo
apresentam sintomas e sinais cliacutenicos evidentes de contaminaccedilatildeo Supotildee-se que o selecircnio um
mineral antioxidante presente naturalmente no solo da regiatildeo seja um protetor para a aparente
toleracircncia destas populaccedilotildees agrave intoxicaccedilatildeo crocircnica por Hg Dentre outras funccedilotildees e accedilotildees o
selecircnio atua no fortalecimento do sistema imunoloacutegico e tambeacutem ajuda organismo a se
proteger dos danos causados pelos metais toacutexicos como por exemplo o Hg Dessa forma a
ingestatildeo adequada de selecircnio pode ter um efeito protetor contra a contaminaccedilatildeo por Hg
Este caderno tem como objetivo avaliar o estado nutricional relativo ao mineral
selecircnio Por isso eacute muito importante que todas as recomendaccedilotildees e orientaccedilotildees prestadas
durante o acompanhamento nutricional sejam atendidas
Ariana Vieira Rocha
Doutoranda em Ciecircncia dos Alimentos-FCFUSP
Porto Velho 2012
01
109
DADOS DE IDENTIFICACcedilAtildeO
1 Nome
Documento de Identidade nordm
Sexo ( X ) Feminino
Data de Nascimento
Naturalidade Escolaridade
Endereccedilo nordm
Bairro
Cidade
Cep Telefone Celular
Renda Familiar ( ) 1 SM ( ) 2 a 3 SM ( ) Acima de 4 SM
2 Histoacuteria Cliacutenica
Faz uso de anticonpepcional ( ) natildeo ( )sim
Se sim qual Quanto tempo
Antecedentes familiares ( )Dislipidemias ( )Diabetes mellitus
( )Hipertensatildeo arterial ( ) Obesidade
Outras qual
Faz atividade Fiacutesica ( ) natildeo ( ) sim qual
Quantas vezes por semana
02
110
ORIENTACcedilOtildeES QUANTO AO REGISTRO DOS ALIMENTOS
1 Anotar todos os alimentos consumidos durante todo o dia e a noite desde a hora que
acordar ateacute a hora em que for dormir
2 Colocar o horaacuterio das refeiccedilotildees
3 Natildeo esquecer de anotar os alimentos eou qualquer guloseima consumida (balas
chicletes etc) durante as refeiccedilotildees e nos intervalos
4 Anotar a quantidade do alimento consumido na forma de medidas caseiras (fotos
ilustrativas nas proacuteximas paacuteginas) Exemplo
colher de servir colher de sopa colher de sobremesa colher de chaacute ou cafeacute
concha escumadeira copo americano copo de requeijatildeo copo descartaacutevel de 180 ou
200 mL
xiacutecara de chaacute ou cafeacute
prato de mesa prato de sopa prato de sobremesa ou pires
5 Descrever com maior detalhe os tipos de alimentos ou marcas como por exemplo
leite desnatado integral tipo C em poacute
patildeo francecircs integral de forma de leite de batata de mel doce ou caseiro
bolachas recheadas aacutegua e sal chocolate sem recheio SEMPRE colocar o sabor e a
marca
frutas (anotar tipo e tamanho) por exemplo laranja lima meacutedia mamatildeo papaya (meia
unidade)
vegetais folhosos (anotar tipo e preparaccedilatildeo) por exemplo acelga refogada ou crua
manteiga ou margarina (o tipo a marca a quantidade consumida anotada em ponta de
faca ou em colheres de chaacute cafeacute sobremesa ou sopa)
salada de frutas (colocar tipo de frutas e os ingredientes incluiacutedos na salada)
bolo (sabor com ou sem recheio com ou sem cobertura de festa ndash se possiacutevel
escrever os principais ingredientes)
6 Lembrar de escrever o tipo de preparaccedilatildeo se o alimento eacute cozido frito grelhado
ensopado ou agrave milanesa (empanado)
7 Registrar os alimentos em unidades ou porccedilotildees como por exemplo bife meacutedio
pequeno coxa de frango peixe (pedaccedilo pequeno meacutedio ou grande)
8 Anotar as preparaccedilotildees que utilizem mais de um ingrediente e descrevecirc-los um a um
como por exemplo Sopa de legumes (quais is ingredientes e legumes utilizados nesta
preparaccedilatildeo)
03
111
MEDIDAS CASEIRAS
Colocamos ao lado de cada item uma caixa de foacutesforos ilustrativa para fins de
referecircncia quanto ao tamanho das medidas
04
112
Colocamos ao lado de cada item uma caixa de foacutesforos ilustrativa para fins de
referecircncia quanto ao tamanho das medidas
05
113
Margarina ou Manteiga
Colocamos ao lado de cada item uma caixa de foacutesforos ilustrativa para fins de
referecircncia quanto ao tamanho das medidas
06
114
REGISTRO DE ALIMENTOS
Dia 1
Data Dia da semana
Horaacuterio e Local Alimentos ou
Preparaccedilotildees
Quantidade
(medida caseira)
Marca Comercial
07
115
REGISTRO DE ALIMENTOS
Dia 2
Data Dia da semana
Horaacuterio e Local Alimentos ou
Preparaccedilotildees
Quantidade
(medida caseira)
Marca Comercial
08
116
REGISTRO DE ALIMENTOS
Dia 3
Data Dia da semana
Horaacuterio e Local Alimentos ou
Preparaccedilotildees
Quantidade
(medida caseira)
Marca Comercial
09
117
AGRADECEMOS A SUA COLABORACcedilAtildeO
Mestre Ariana Vieira Rocha (Nutricionista mestre e doutoranda do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncia dos
Alimentos Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo)
Doutora Silvia Maria F Cozzolino (Nutricionista Professora Titular do Departamento de Alimentos e Nutriccedilatildeo Experimental
Faculdade de Ciecircncias FarmacecircuticasUniversidade de Satildeo Paulo)
10
118
ANEXOS
ANEXO 1 Informaccedilotildees para os membros de bancas julgadoras
ANEXO 2 Parecer do Comitecirc de Eacutetica (CEP)
ANEXO 3 Ficha de Aluno
119
UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas
Secretaria de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Informaccedilotildees para os Membros de Bancas Julgadoras de
MestradoDoutorado
1 O candidato faraacute uma apresentaccedilatildeo oral do seu trabalho com duraccedilatildeo
maacutexima de trinta minutos
2 Os membros da banca faratildeo a arguumliccedilatildeo oral Cada examinador
disporaacute no maacuteximo de trinta minutos para arguumlir o candidato exclusivamente sobre o
tema do trabalho apresentado e o candidato disporaacute de trinta minutos para sua
resposta
21 Com a devida anuecircncia das partes (examinador e candidato) eacute
facultada a arguumliccedilatildeo na forma de diaacutelogo em ateacute sessenta minutos por examinador
3 A sessatildeo de defesa seraacute aberta ao puacuteblico
4 Terminada a arguumliccedilatildeo por todos os membros da banca a mesma se
reuniraacute reservadamente e expressaraacute na ata (relatoacuterio de defesa) a aprovaccedilatildeo ou
reprovaccedilatildeo do candidato baseando-se no trabalho escrito e na arguumliccedilatildeo
41 Caso algum membro da banca reprove o candidato a Comissatildeo
Julgadora deveraacute emitir um parecer a ser escrito em campo exclusivamente indicado
na ata
42 Seraacute considerado aprovado o aluno que obtiver aprovaccedilatildeo por
unanimidade ou pela maioria da banca
5 Duacutevidas poderatildeo ser esclarecidas junto agrave Secretaria de Poacutes-
Graduaccedilatildeo pgfarmauspbr (11) 3091 3621
Satildeo Paulo 23 de maio de 2014
Prof Dr Adalberto Pessoa Junior Presidente da CPGFCFUSP
Av Prof Lineu Prestes 580 Bloco 13 A - Cidade Universitaacuteria - CEP 05508-900 - Satildeo Paulo - SP Fone (11) 3091 3621 - Fax (11) 3091 3141 ndash e-mail pgfarmauspbr
120
121
122
123
6
AGRADECIMENTOS
A Deus que me ilumina e daacute forccedilas para seguir sempre em frente e ao Espiacuterito Santo por
todas as becircnccedilatildeos
Agrave luz da minha vida minha matildee Nair Lima por tudo que tem feito e ainda faz por mim
Meu modelo de iacutendole e dignidade Meu amuleto
Agrave orientadora Silvia Maria Franciscato Cozzolino exemplo de serenidade em momentos de
dificuldades Sou muito grata pela oportunidade de ter sido sua aluna e orientanda Obrigada
ainda por ter me abraccedilado desde o primeiro momento
Agrave professora Deacuteborah Faacutevaro pensar em vocecirc me causa garra e alegria Obrigada pela
parceria e disponibilidade na realizaccedilatildeo das anaacutelises de mercuacuterio Foi um prazer indescritiacutevel
tecirc-la ao meu lado na bancada
Agrave Julie Christine Luana Janaiacutena Cleonilce Oliveira Gisele Dias Natsue Kosin Larissa
Freitas Luana Cardozo e Yara Salviano por disponibilizarem do seu tempo por uma
causa a ciecircncia
Agrave Jamile Sadeck Dina Horeay e Analu Barofaldi seres de luz que deram ajuda a uma
desconhecida sem pedir nada em troca e se hoje esta jornada estaacute sendo concretizada
tambeacutem eacute graccedilas a vocecircs Ensinaram-me na praacutetica a fazer o bem sem olhar a quem Que
esta bondade esteja sempre comigo para que eu possa passaacute-la adiante
Agrave Gabriela Pellucio (Gabi peluacutecia) e sua matildee Mirian Guizelini que abraccedilaram a minha
causa e pela ampla ajuda em conseguir voluntaacuterias Querida Gabi obrigada pelo carinho vocecirc
foi um anjinho na minha vida
Agrave amiga Silvane Maziero assim como ao Flaacutevio Terassini ao Thiago Abiorana e agrave Helen
Queite pela divulgaccedilatildeo da pesquisa em seus ambientes de estudo eou trabalho Obrigada de
coraccedilatildeo
Agrave Juliana Closs por permitir a divulgaccedilatildeo do projeto no curso de nutriccedilatildeo da Faculdade Satildeo
Lucas (FSL)
Agrave Mariana Modesto Roberta Valmorbida Simone Oliveira e Alcione Altini por natildeo
hesitarem em ajudar esta colega de classe na divulgaccedilatildeo da pesquisa no ambiente das
Faculdades Integradas Apariacutecio Carvalho (FIMCA)
Agrave ldquonossardquo equipe do laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo-Minerais Alexandre Pimentel Baacuterbara
Cardoso Bruna Reis Graziela Biude Isabela Saraiva Janaina Donadio Kaluce Almondes
7
Kaacutetia Callou Larissa Bezerra Leila Hashimoto Luciane Alencar e Verocircnica Bandeira
por serem apoio companhia e ajuda nos trabalhos realizados no cotidiano
Especialmente
Agrave Bruna Reis (Rabin) e Isabela Saraiva (Isa nojentinha do meu coraccedilatildeo) que me
proporcionaram uma amizade de cunho profissional e pessoal tornando esta jornada mais
viva leve e muito alegre Por todos os braccedilos e abraccedilos servidos nos momentos de ajuda
sem horaacuterio para acabar Por me fazerem lembrar desse trio com um enorme sorriso no
rosto
Agrave Kaluce Almondes (Kakaacute) querida companheira de anaacutelises que pareciam interminaacuteveis
(risos) obrigada pela parceria conversas filosoacuteficas e gargalhadas constantes inclusive em
momentos de afliccedilatildeo
Agrave Liliane Viana Pires (Lili medalhinha) luz em todos os momentos (desde 2006)
Mesmo com a distacircncia geograacutefica existente entre noacutes vocecirc eacute sempre presente Agradeccedilo
ainda por despertar em mim a vontade de ser sempre melhor
Agraves florzinhas da Liliane Pires Leila Hashimoto (Leilinha) Luciane Alencar (Lu) e
Verocircnica Bandeira (Vecirc) pela ajuda durante as anaacutelises de enzimas mesmo com tantos
afazeres e por me tratarem sempre com muito carinho e atenccedilatildeo
Agrave Baacuterbara Cardoso pelo abraccedilo apertado que diz muito em cada encontro
Agraves Fernandas Santana e Shinagawa agradeccedilo a ajuda a companhia a diversatildeo e a
amizade construiacuteda principalmente nos momentos extras de trabalho jaacute que nem sempre
conseguiacuteamos acabar no horaacuterio do expediente em virtude do nuacutemero de amostras (risos)
Agrave Lilian Mendes apoio e alicerce fundamentais nos uacuteltimos meses que atraveacutes do seu
coraccedilatildeo profissionalismo e vivecircncia de mundo ensinou-me a aceitar e conviver com o meu
eu interior e com a minha alma
Ao meu irmatildeo de coraccedilatildeo Guilber Diniz Barros pela forccedila e energia enviada por todas as
conversas na tentativa de me distrair ou esquecer algo por me ajudar agrave distacircncia e
principalmente por me ensinar a levantar sem laacutegrimas nos olhos e de cabeccedila erguida
Agrave Fabiana Yasuhara da Assessoria Cientiacutefica Life Technologies pelo suporte fundamental
realizado durante as anaacutelises do polimorfismo de deleccedilatildeo GSTM1
Agrave funcionaacuteria Maria de Lurdes Pedrosa (Lurdinha) pelo otimismo carinho e pelas
palavras ldquono fim tudo daacute certordquo
8
RESUMO
ROCHA AV Status de selecircnio de uma populaccedilatildeo residente em aacuterea de risco de
contaminaccedilatildeo por mercuacuterio Influecircncia de polimorfismos e accedilatildeo sobre o estresse
oxidativo 2015 133f (Tese de Doutorado) Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas (FCF)
Universidade de Satildeo Paulo (USP) 2015
Estudos apontam que a regiatildeo Amazocircnica apresenta concentraccedilotildees significativas de selecircnio
nos solos e que por isso a populaccedilatildeo natildeo estaria susceptiacutevel agrave deficiecircncia desse mineral Em
contrapartida a regiatildeo tambeacutem apresenta dados de concentraccedilotildees elevadas de mercuacuterio nos
solos e rios entretanto a populaccedilatildeo natildeo apresenta sinais cliacutenicos evidentes de contaminaccedilatildeo
Acredita-se que o selecircnio um mineral antioxidante possa ser um possiacutevel colaborador para a
aparente toleracircncia ao mercuacuterio pois uma das accedilotildees desse mineral eacute a de destoxificar o
organismo contra metais toacutexicos Dependendo das concentraccedilotildees no organismo o mercuacuterio
pode potencializar a geraccedilatildeo das espeacutecies reativas de oxigecircnio e dessa forma as defesas
antioxidantes intriacutensecas das ceacutelulas podem ser prejudicadas resultando na condiccedilatildeo
conhecida por estresse oxidativo A contaminaccedilatildeo por mercuacuterio pode ainda comprometer a
sauacutede tanto das mulheres quanto das crianccedilas pois esse metal na forma de metilmercuacuterio
pode atravessar a barreira placentaacuteria e se concentrar principalmente no ceacuterebro do feto
Aliado a isso a presenccedila de polimorfismos em certos genes podem alterar a expressatildeo de
enzimas antioxidantes como a glutationa peroxidase 1 que eacute dependente de selecircnio assim
como da glutationa S-transferase que atua na destoxificaccedilatildeo do mercuacuterio no organismo
Vaacuterios estudos apresentam dados de concentraccedilotildees de mercuacuterio em ribeirinhos da Amazocircnia
no entanto resultados referentes agraves concentraccedilotildees de selecircnio ao estresse oxidativo e a
polimorfismos geneacuteticos na populaccedilatildeo da aacuterea urbana satildeo raros Diante disso este estudo
objetivou avaliar o estado nutricional relativo ao selecircnio concentraccedilotildees de mercuacuterio e a
possiacutevel relaccedilatildeo desses paracircmetros com o estresse oxidativo e os polimorfimos Pro198Leu (rs
1050450) no gene da glutationa peroxidase 1 e GSTM1 no gene da glutationa S-transferase
em mulheres em idade feacutertil residentes em aacuterea de risco de exposiccedilatildeo ao mercuacuterio da cidade
de Porto Velho (RO) As voluntaacuterias foram avaliadas por meio de medidas antropomeacutetricas
(peso estatura e circunferecircncia da cintura) e aplicou-se o registro alimentar para avaliaccedilatildeo do
consumo alimentar Realizou-se uma coleta de sangue para anaacutelise de selecircnio atividade da
enzima glutationa peroxidase marcadores de estresse oxidativo e polimorfismos geneacuteticos O
selecircnio foi determinado por espectrometria de absorccedilatildeo atocircmica com geraccedilatildeo de hidretos
acoplados agrave cela de quartzo (HGQTAAS) Para anaacutelise de mercuacuterio foi coletada uma amostra
do cabelo das voluntaacuterias sendo sua concentraccedilatildeo determinada pelo meacutetodo de
espectrometria de absorccedilatildeo atocircmica com geraccedilatildeo de vapor frio (CV AAS) Para avaliar o
estresse oxidativo foram determinadas a concentraccedilatildeo plasmaacutetica de Malondialdeiacutedo (MDA)
e a Capacidade de Absorccedilatildeo de Radicais de Oxigecircnio (ORAC) Participaram do estudo 200
mulheres com idade entre 19 e 50 anos A ingestatildeo alimentar meacutedia de selecircnio foi de 493 plusmn
192 microgdia e a prevalecircncia de ingestatildeo inadequada foi de 409 As concentraccedilotildees meacutedias do
mineral no plasma e nos eritroacutecitos foram respectivamente 498 + 186 microgL e 754 + 299
microgL A atividade meacutedia da glutationa peroxidase foi de 451+ 194 Ug Hb A concentraccedilatildeo
meacutedia de mercuacuterio nos cabelos foi de 625 + 766 ng g-1
Ao avaliar a presenccedila do SNP
Pro198Leu observou-se que 567 das participantes apresentaram genoacutetipo selvagem 368
heterozigotos e 68 homoizgotos para leucina Quanto ao polimorfismo de deleccedilatildeo GSTM1
425 das voluntaacuterias apresentaram o genoacutetipo nulo ou deletado ou seja relacionado a
ausecircncia de expressatildeo da glutationa S-transferase Esses resultados permitem concluir que a
maioria das participantes apresentou estado nutricional deficiente em relaccedilatildeo ao selecircnio
Apesar disso tanto a atividade enzimaacutetica da glutationa peroxidase como os biomarcadores
9
do estresse oxidativo natildeo sofreram interferecircncia desta deficiecircncia O polimorfismo
Pro198Leu tambeacutem natildeo interferiu no status de selecircnio e no estresse oxidativo Quanto agrave
avaliaccedilatildeo do polimorfismo GSTM1 o genoacutetipo nulo ou deletado tambeacutem natildeo mostrou
associaccedilatildeo com as concentraccedilotildees de mercuacuterio e o estresse oxidativo
Palavras-chave selecircnio estresse oxidativo polimorfismo geneacutetico e mercuacuterio
10
ABSTRACT
ROCHA AV Selenium status of a population living in a mercury contamination risk
area Influence of polymorphisms and action on oxidative stress 2015 133f (Tese de
Doutorado) Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo
2015
Studies have shown that the Amazon region has significant concentrations of selenium in
soils and therefore the population is not susceptible to deficiency of this mineral However
the region also presents data from high levels of mercury in soils and rivers however the
population has no obvious clinical signs of contamination It is believed that selenium an
antioxidant mineral may be a possible contributor to the apparent tolerance because of its
actions in the detoxification of the body from toxic metals Depending on the concentrations
in the body mercury can increase the generation of reactive oxygen species and thus the
intrinsic antioxidant defenses of cells can be damaged resulting in the condition known as
oxidative stress The mercury contamination may also compromise the health of both women
and children since this metal in the form of methylmercury can cross the placental barrier and
concentrate mainly in the fetal brain In addition the presence of genetic polymorphisms can
alter the expression of antioxidant enzymes such as glutathione peroxidase 1 which is
selenium dependent as well as glutathione S-transferase which can be responsible for the
mercury detoxification in the body Several studies have shown mercury levels of riverine
people from Amazon however results regarding selenium concentrations oxidative stress
and polymorphisms in the urban population are area Thus this study aimed to evaluate
selenium status mercury levels and the possible relationship of these with oxidative stress and
genetic polymorphisms Pro198Leu (rs 1050450) in glutathione peroxidase 1 gene and
GSTM1 in the glutathione S-transferase gene in women living in mercury exposure risk area
from the city of Porto Velho (RO) The of the volunteers was assessed using anthropometric
measurements (weight height and waist circumference) and evaluation of food consumption
by the food record Blood samples were collected for selenium analysis glutathione
peroxidase enzymersquos activity oxidative stress and genetic polymorphisms Selenium was
determined by hydride generation quartz tube atomic absorption spectroscopy (HGQT AAS)
For mercury analysis a hair sample of volunteers was collected and its concentration was
determined by atomic absorption spectrometry method with cold vapor (CV AAS) To
evaluate oxidative stress plasma concentrations of malondialdehyde (MDA) and Oxygen
Radical Absorbance Capacity (ORAC) were determined We enrolled 200 volunteers aged
between 19 and 50 The average of selenium intake was 493 plusmn 192 microgday and the
prevalence of inadequate intake was 409 Mean selenium concentration on plasma and
erythrocytes were respectively 498 + 186 microgL and 754 + 299 microgL Glutathione
peroxidase showed mean activity of 451 + 194 Ug Hb and mercury levels of 625 + 766 ng g-
1 Evaluating the presence of the SNP Pro198Leu it was observed that 567 of the were
participants had wild type genotype 368 heterozygous and 68 were homozygous for
leucine For the GSTM1 null deletion polymorphism 425 of the volunteers had a null
genotype ie do not express the enzyme glutathione S-transferase These results indicate that
the majority of participants had selenium deficiency in plasma and erythrocytes Nevertheless
most of them had adequate activity of glutathione peroxidase There was no association
between selenium concentrations and the biomarkers used to assess oxidative stress The
Pro198Leu polymorphism did not interfere in selenium concentrations as well as in the
oxidative stress The evaluation of GSTM1 polymorphism had no association with mercury
levels and oxidative stress
Keywords selenium oxidative stress polymorphisms and mercury
11
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 Concentraccedilatildeo de Se (microgg) em castanha-do-brasil da regiatildeo Amazocircnica
22
Quadro 2 Ingestatildeo Dieteacutetica de Referecircncia (DRIs) relativas ao Se em microgdia a
partir de um ano de idade de acordo com o Institute of Medicine (IOM
2006)
23
Quadro 3 Frequecircncia genotiacutepica do polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) no
gene que codifica para GPx 1 encontrada em pesquisas realizadas no
Brasil por pesquisadores do Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo e Minerais da
Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo
(USP)
37
Quadro 4 Distribuiccedilatildeo da frequecircncia do polimorfismo GSTM1(ABAB0) no gene
da GST em diferentes etnias
39
Quadro 5 Classificaccedilatildeo do Iacutendice de Massa Corpoacuterea (IMC) para adultos segundo
WHO (2000)
45
Quadro 6 Intervalos de recomendaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de macronutrientes em
percentual de contribuiccedilatildeo energeacutetica (AMDR) de acordo com IOM
(2006)
46
Quadro 7 Valores de referecircncias adotados para concentraccedilatildeo de Se no plasma e
eritroacutecitos
47
Quadro 8 Resultados das anaacutelises dos materiais de referecircncia utilizados na
determinaccedilatildeo de Hg total
49
12
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas das voluntaacuterias
55
Tabela 2 Classificaccedilatildeo das participantes segundo o IMC
56
Tabela 3 Ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) das participantes (n = 194)
59
Tabela 4 Concentraccedilatildeo de Se (microgL) no plasma e nos eritroacutecitos das participantes
(n=194)
61
Tabela 5 Coeficiente de regressatildeo da ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) como
variaacutevel independente que influenciou a concentraccedilatildeo do mineral no
plasma (microgL) das participantes
64
Tabela 6
Tabela 7
Coeficiente de regressatildeo da ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) como
variaacutevel independente que influenciou a concentraccedilatildeo do mineral nos
eritroacutecitos (microgL) das participantes
Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram
as concentraccedilotildees de Hg (ng g-1
) nos cabelos (variaacutevel dependente) das
participantes
64
71
Tabela 8 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram
a capacidade antioxidante ndash ORAC (mmol eq troloxg de amostra)
(variaacutevel dependente) das participantes
71
Tabela 9 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram
a concentraccedilatildeo plasmaacutetica de MDA (microM) (variaacutevel dependente) das
participantes
72
Tabela 10 Distribuiccedilatildeo do SNP Pro198Leu (rs 1050450) no gene que codifica para
a GPx 1 nas participantes (n=190)
73
Tabela 11 Concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio atividade da enzima
GPx MDA e ORAC de acordo com o genoacutetipo para o polimorfismo
Pro198Leu (rs1050450) no gene que codifica a GPx
76
Tabela 12 Distribuiccedilatildeo do polimorfismo GSTM1 no gene da GST das participantes
(n = 180)
76
Tabela 13 Concentraccedilotildees de Hg de MDA e ORAC de acordo com o genoacutetipo para
o polimorfismo GSTM1 no gene da GST das participantes
77
13
LISTA DE ABREVIATURAS
Se - Selecircnio
Hg - Mercuacuterio
MeHg - Metilmercuacuterio
dimetilHg - Dimetilmercuacuterio
GPx - Glutationa Peroxidase
GST - Glutationa S-Transferase
GR - Glutationa Redutase
GSH - Glutationa Reduzida
SOD - Superoacutexido Dismutase
Hb - Hemoglobina
T3 - Tri-iodotironina
T4 - Tiroxina
SeO32-
- Selenito
SeO42-
- Selenato
Cd - Caacutedmio
Rd - Raacutedio
As - Arsecircnio
Cu - Cobre
Ag - Prata
Pb - Chumbo
Pt - Platina
DRI - Recomendaccedilatildeo de Ingestatildeo de Referecircncia
EAR - Necessidade Meacutedia Estimada
UL - Niacutevel Maacuteximo de Ingestatildeo Toleraacutevel
RDA - Ingestatildeo Dieteacutetica Recomendada
EER - Necessidade Energeacutetica Estimada
AMDR - Acceptable Macronutrient Distribution Range
IOM - Institute of Medicine
ADI - Ingestatildeo Diaacuteria Aceitaacutevel
PTWI - Ingestatildeo Semanal Toleraacutevel Provisoacuteria
DCNT - Doenccedilas Crocircnicas natildeo Transmissiacuteveis
14
WHO - World Health Organization
AP - Amapaacute
PA - Paraacute
RO - Rondocircnia
AM - Amazonas
EDTA - Aacutecido Etilenodiamino Tetraceacutetico
O2 - Oxigecircnio
ERO - Eacutespecies Reativas de Oxigecircnio
ERN - Eacutespecies Reativas de Nitrogecircnio
RSS e SR - Selenosulfidos
SNP - Single Nucleotide Polymorfism
STR - Simple Tandem Repeats
VNTR - Variable Number of Tandem Repeats
PCK - Proteiacutena Quinases
DNA - Aacutecido Desoxirribonucleico
C - Citocina
T - Timina
SDM - Seleno Dimetil ndash Mercuacuterio
MDA - Malondialdeiacutedo
ORAC - Capacidade Antioxidante
8-OHdG - 8 Hidroxidodesoxiguanosina
CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente
Na - Soacutedio
Se-Met - Selenometionina
mv - MassaVolume
PA - Pureza Analiacutetica
LAN - Anaacutelise por Ativaccedilatildeo Neutrocircnica
AOAC - Association of Official Analytical Chemists
NCHS - National Center of Health and Statistics
HGQTAAS - Espectrometria de Absorccedilatildeo Atocircmica por Geraccedilatildeo de Hidretos
Acoplados agrave Cela de Quartzo
CVAAS - Espectrometria de Absorccedilatildeo Atocircmica com Geraccedilatildeo de Vapor Frio
IPEN - Instituto de Pesquisa Energeacutetica Nuclear
IMC -Iacutendice de Massa Corpoacuterea
15
CC - Circunferecircncia da Cintura
LD - Limite de Detecccedilatildeo
LQ - Limite de Quantificaccedilatildeo
PNJ
IAEA
- Parque Nacional do Jauacute
- Agecircncia Internacional de Energia Atocircmica
UNIR - Universidade Federal de Rondocircnia
SEDUC - Secretaria de Educaccedilatildeo
SESAU - Secretaria da Sauacutede
ABESO - Associaccedilatildeo Brasileira para Estudo da Obesidade e da Siacutendrome Metaboacutelica
LANCRPq - Laboratoacuterio de Anaacutelise por Ativaccedilatildeo Neutrocircnica
IPENCNEN - Instituto de Pesquisas Energeacuteticas Nucleares
FCF - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas
USP - Universidade de Satildeo Paulo
16
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 18
2 REVISAtildeO DA LITERATURA 20
21 SELEcircNIO 20
211 Fontes Biodisponibilidade e Recomendaccedilatildeo 21
212 Aspectos Fisioloacutegicos Absorccedilatildeo Biodisponibilidade Armazenamento e Excreccedilatildeo 24
213 Funccedilotildees e Accedilotildees 25
214 Deficiecircncia e Toxicidade 29
22 MERCUacuteRIO30
23 ESTRESSE OXIDATIVO 33
24 POLIMORFISMOS 35
241 Polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) no Gene da GPx 36
242 Polimorfismo GSTM1 no Gene da GST 38
3 OBJETIVOS 41
31 OBJETIVO GERAL 41
32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 41
4 METODOLOGIA 42
41 CASUIacuteSTICA E DELINEAMENTO 42
42 COLETA DE DADOS42
43 AVALIACcedilAtildeO ANTROPOMEacuteTRICA 45
44 CONSUMO ALIMENTAR 46
45 DETERMINACcedilAtildeO DA CONCENTRACcedilAtildeO DE SELEcircNIO NO PLASMA E ERITROacuteCITOS 47
46 DETERMINACcedilAtildeO DA ATIVIDADE DA GPx 48
47 PROCESSAMENTO E ANAacuteLISE DE MERCUacuteRIO NOS CABELOS 48
48 DETERMINACcedilAtildeO DA CONCENTRACcedilAtildeO PLASMAacuteTICA DE MALONDIALDEIacuteDO 50
49 DETERMINACcedilAtildeO DA CAPACIDADE DE ABSORCcedilAtildeO DE RADICAIS DE OXIGEcircNIO 51
410 PREPARACcedilAtildeO DAS AMOSTRAS PARA ANAacuteLISE DOS POLIMORFISMOS 52
4101 Determinaccedilatildeo do Polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) 52
4102 Determinaccedilatildeo do Polimorfismo GSTM1 53
411 ANAacuteLISES ESTATIacuteSTICAS 53
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 54
51 CARACTERIZACcedilAtildeO DA POPULACcedilAtildeO 54
52 AVALIACcedilAtildeO ANTROPOMEacuteTRICA 55
53 CONSUMO ALIMENTAR 57
17
54 MARCADORES BIOQUIacuteMICOS DO ESTADO NUTRICIONAL RELATIVO AO SELEcircNIO 60
55 SEEcircNIO E ATIVIDADE DA ENZIMA GPx 1 65
56 SELEcircNIO E CONCENTRACcedilOtildeES DE MERCUacuteRIO 67
57 SELEcircNIO E AVALIACcedilAtildeO DO ESTRESSE OXIDATIVO MDA E ORAC 71
58 POLIMORFISMO PRO198LEU 73
59 POLIMORFISMO GSTM1 76
6 CONCLUSAtildeO 80
7 CRONOGRAMA 81
REFEREcircNCIAS 82
APEcircNDICES 100
ANEXOS 118
18
1 INTRODUCcedilAtildeO
O selecircnio (Se) eacute um mineral traccedilo essencial para a biologia humana e esta
essencialidade foi reconhecida em 1979 apesar deste elemento ter sido descoberto em 1817
Dentre as funccedilotildees atribuiacutedas a este mineral destacam-se a funccedilatildeo antioxidante e proteccedilatildeo
contra accedilatildeo nociva de metais toacutexicos aleacutem de atuar em niacutevel de sistema imunoloacutegico
(NAVARRO-ALARCON e LOacutePEZ-MARTINEZ 2000 REILLY 1996) A funccedilatildeo
antioxidante estaacute relacionada agraves selenoproteiacutenas como a P e agraves glutationas peroxidases (GPx)
que satildeo dependentes de Se (HSIEH et al 2006) As GPx satildeo selenoproteiacutenas encontradas em
todos os tecidos de mamiacuteferos em que haacute processos oxidativos cuja accedilatildeo eacute reduzir a produccedilatildeo
de Espeacutecies Reativas de Oxigecircnio (ERO) contribuindo para a proteccedilatildeo das macromoleacuteculas e
membranas do organismo contra a oxidaccedilatildeo (GONZAGA et al 2005)
O homem obteacutem Se por meio da alimentaccedilatildeo (REILLY 1996 FAacuteVARO et al 2000
GONZAGA 2002 THOMSON 2006) e a quantidade do mineral presente nos alimentos
reflete a concentraccedilatildeo do solo sendo essa distribuiccedilatildeo heterogecircnea ou seja um alimento da
mesma espeacutecie proveniente de aacutereas distintas pode apresentar concentraccedilotildees de Se diferentes
(AMOUROUX et al 2001 MARTENS e COZZOLINO 2012) No Brasil Cozzolino et al
(2007) evidenciaram que feijotildees produzidos no estado de Satildeo Paulo tinham menores
concentraccedilotildees de Se (0016 μg de Seg) quando comparados aos feijotildees do Cearaacute (12 μg de
Seg)
Dessa forma pode-se supor que as regiotildees norte e nordeste apresentam maiores
concentraccedilotildees de Se no solo enquanto as regiotildees centro-oeste e sudeste tendem a apresentar
concentraccedilotildees menores indicando maior risco de desenvolvimento da deficiecircncia do mineral
nas duas uacuteltimas regiotildees (COZZOLINO et al 2007 MARTENS e COZZOLINO 2012) A
regiatildeo norte aleacutem de ser considerada uma das aacutereas com solos mais ricos em Se tambeacutem
apresenta de forma abundante o alimento considerado a melhor fonte do mineral a castanha-
do-brasil (Bertholletia excelsa) (ROCHA et al 2014)
Um estudo realizado por Gonzaga (2002) avaliou o estado nutricional relativo ao Se
em 41 crianccedilas de Macapaacute (AP) e de Beleacutem (PA) de acordo com os resultados as crianccedilas
avaliadas natildeo apresentaram deficiecircncia em Se
Rocha et al (2014) tambeacutem avaliaram crianccedilas da regiatildeo norte em duas localidades
ribeirinhas da cidade de Porto Velho (RO) obtendo um total de 42 participantes As crianccedilas
ribeirinhas de Demarcaccedilatildeo apresentaram concentraccedilotildees plasmaacuteticas de Se abaixo da
19
referecircncia para a faixa etaacuteria enquanto as crianccedilas da segunda localidade Gleba do Rio Preto
apresentaram concentraccedilotildees elevadas constituindo risco de toxicidade
Bortoli (2010) avaliou 55 mulheres de uma comunidade ribeirinha de Manaus (AM)
denominada de Novo Airatildeo e observou que a meacutedia de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio estava
dos valores da normalidade
Com base nesses estudos observa-se que natildeo eacute possiacutevel estabelecer um diagnoacutestico
preciso sobre o status de Se na regiatildeo norte sendo necessaacuterios mais estudos principalmente
com a populaccedilatildeo das cidades
Em contrapartida agrave suposiccedilatildeo que a regiatildeo norte ou amazocircnica pode ter solos ricos em
Se a mesma tambeacutem eacute considerada uma aacuterea de risco de exposiccedilatildeo ao mercuacuterio (Hg) um
metal toacutexico que natildeo exerce funccedilatildeo bioloacutegica Segundo Fadini e Jardim (2001) esta
contaminaccedilatildeo eacute devida aos processos naturais e antroacutepicos
Alguns autores sugerem que a populaccedilatildeo da Amazocircnia apresenta a mais alta exposiccedilatildeo
ao Hg relatada no mundo e isso pode exigir um aumento da quantidade de Se no organismo
na tentativa de compensar tanto o estresse oxidativo quanto os efeitos toacutexicos provocados pelo
metal bem como para manter a atividade ideais de enzimas antioxidantes (FORDYCE 2005
RAYMAN 2008 LEMIRE et al 2010 PASSOS MERGLER 2008)
Diante desse cenaacuterio este projeto avaliou o estado nutricional relativo ao Se
concentraccedilotildees de Hg estresse oxidativo e a presenccedila dos polimorfismos geneacuteticos Pro198Leu
no gene da GPx e GSTM1 no gene da glutationa S-transferase (GST) de mulheres residentes
na cidade de Porto Velho (RO) Vale mencionar que estudos sobre o Se satildeo inexistentes nesta
populaccedilatildeo e a maioria das pesquisas realizadas com o Hg na Amazocircnia avaliou apenas
populaccedilotildees ribeirinhas
20
2 REVISAtildeO DA LITERATURA
21 SELEcircNIO
O Se foi descoberto pelo quiacutemico sueco Jons Jakob Berzelius no ano de 1817 em seus
experimentos sobre a oxidaccedilatildeo do aacutecido sulfuacuterico pesquisando agentes toacutexicos (FOX
FAIRWEATHER 1999) Em 1957 Schwartz e Foltz descobriram a sua importacircncia para a
sauacutede animal quando verificaram que pequenas quantidades de Se apresentavam accedilatildeo
protetora em ratos com necrose hepaacutetica e deficiecircncia em vitamina E (NAVARRO-
ALARCON LOacutePEZ-MARTINEZ 2000) Em 1973 Rotruck isolou a enzima GPx e verificou
a presenccedila de Se em seu siacutetio ativo (BAYOUMY-EL 2001) A essencialidade do Se para os
humanos foi reconhecida em 1979 quando cientistas chineses descobriram uma doenccedila por
deficiecircncia de Se em uma regiatildeo da China chamada Keshan a qual deu origem ao nome desta
doenccedila e quando a suplementaccedilatildeo com Se atuou em caso de distrofia muscular (ESTADOS
UNIDOS - IOMFNB 2001)
No processo de evoluccedilatildeo da terra o Se foi incorporado ao solo oriundo dos magmas e
gases vulcacircnicos e apoacutes o degelo da era glacial esse semi-metal foi espalhado por algumas
aacutereas do globo terrestre de forma heterogecircnea (KOHRLE 1999) Dessa forma as
caracteriacutesticas geoloacutegicas de cada regiatildeo influenciaram as concentraccedilotildees de Se nos solos
existindo locais onde esta concentraccedilatildeo eacute tatildeo elevada que pode causar intoxicaccedilatildeo em animais
que consomem as pastagens cultivadas (REILLY 1996) e em outras eacute tatildeo baixa que pode
causar deficiecircncia (SILVA et al 1993)
Solos com concentraccedilatildeo de Se ao redor de 005 microgg tendem a proporcionar dietas
com concentraccedilotildees menores que 01 microgg causando deficiecircncia do mineral enquanto solos
com mais de 5 microgg do mineral contribuem para a intoxicaccedilatildeo (OLDFIELD 1999) Por isso a
quantidade de Se existente nos alimentos na aacutegua e no ar reflete o teor deste mineral no solo
sendo dependente de fatores geoquiacutemicos como o pH sendo que solos com pH menor que
55 (aacutecido) apresentam baixa biodisponibilidade de Se e solos com pH maior que 75
(alcalino) apresentam Se mais biodisponiacutevel A natureza da rocha originaacuteria tambeacutem interfere
nas quantidades de Se no ambiente sendo aquelas ricas em granito e basalto pobres em Se e
as vulcacircnicas incandescentes calcaacuterias de carvatildeo e de pirita mais ricas no mineral
(BAOYAN ZHANG 2002 REILLY 1996 FOX FAIRWEATHER-TAIT 1999 GONZAGA
MARTENS COZZOLINO 2007 2012) Isso explica porque a quantidade de Se no mesmo tipo
de alimento proveniente de aacutereas diferentes pode ser muito heterogecircnea (AMAROUX et al
21
2001) Estima-se que cerca de 50 a 77 do Se presente na superfiacutecie da terra seja oriundo
dos oceanos que se depositou por via uacutemida ou seca por meio dos gases dimetilselenido e
dimetilselenilsulfido produzidos de forma sazonal por fitoplacircnctons em especial pelas
bacteacuterias Coccolithophorid e por isso as aacutereas mais proacuteximas de oceanos possuem solos com
maior concentraccedilatildeo de Se (AMAROUX et al 2001)
No Brasil Martens e Cozzolino (2002) avaliaram alguns cultivares de feijotildees de cada
regiatildeo do paiacutes e verificaram que a concentraccedilatildeo de Se foi maior nos alimentos cultivados nas
regiotildees Norte e Nordeste sugerindo que os solos destes locais apresentam maiores
concentraccedilatildeo do mineral Os pesquisadores constataram tambeacutem que os solos com elevadas
concentraccedilotildees de Se produziram alimentos mais ricos neste nutriente e consequentemente
um consumo alimentar adequado Por outro lado em estados como Satildeo Paulo e Mato Grosso
foram encontradas menores concentraccedilotildees de Se nos solos e os indiviacuteduos residentes nestes
estados apresentaram maiores inadequaccedilotildees da ingestatildeo alimentar de Se (COZZOLINO
2007)
Na natureza o Se se encontra em 4 quatro estados de oxidaccedilatildeo nos solos aacutecidos como
Se elementar (0) selenido (+2) e selenito (+4) que satildeo menos soluacuteveis e assimilaacuteveis
enquanto em terras alcalinas tecircm mais selenato (+6) mais soluacutevel e assimilaacutevel pelas plantas
e animais (ORTUNtildeO et al 1997 GONZAGA MARTENS COZZOLINO 2012) Nos
alimentos o Se pode ser encontrado sob as formas orgacircnica e inorgacircnica na forma orgacircnica
como selenometionina (alimentos de origem vegetal e animal e em alguns suplementos
alimentares) como selenocisteiacutena principalmente em fontes de origem animal e como
selenometilselenocisteiacutena principal forma encontrada em vegetais (NAVARRO-ALARCON
2008) Na forma inorgacircnica como selenito (SeO32-
) e selenato (SeO42) em suplementos pois
essas formas aparecem em poucas quantidades nos alimentos (RAYMAN 2000)
211 Fontes Biodisponibilidade e Recomendaccedilatildeo
A castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa famiacutelia Lecythidaceae) eacute considerada o
alimento mais rico em Se com concentraccedilotildees que variam de 8 a 126 microgg (GONZAGA
2002 REILLY 1996 THOMSON 2006 GONZAGA MARTENS COZZOLINO 2012)
Diversos estudos com essa amecircndoa foram conduzidos com a finalidade de determinar o seu
teor de Se Souza e Menezes (2004) avaliaram 70kg de castanha-do-Brasil com casca da
safra de 2001 obtidas de lote a granel na Centrais de Abastecimento de Campinas SA
(CEASA) em Satildeo Paulo e observaram concentraccedilatildeo de 204 microgg (correspondente a 204
22
microg100g) de Se Chang et al (1995) analisaram dois lotes de castanha-do-brasil um
proveniente da regiatildeo do AcreRondocircnia e outro da regiatildeo de ManausBeleacutem e as
concentraccedilotildees de Se variaram de 306 a 401 microgg e 360 a 500 microgg respectivamente
Trabalhos realizados pelos pesquisadores do Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo-Minerais da
Universidade de Satildeo Paulo tambeacutem avaliaram as concentraccedilotildees de Se em castanha-do-brasil
oriundas da regiatildeo norte (Quadro 1)
Quadro 1 Concentraccedilatildeo de Se (microgg) em castanha-do-brasil da regiatildeo norte do Brasil
Concentraccedilatildeo de Se (microgg)
COUTINHO (2001) GONZAGA (2002) BEHR (2004) MARTENS e COZZOLINO (2002) ROCHA (2014) STOCLER PINTO (2009) COMINETTI (2010) PIRES (2012)
19 40 17 43
583 58 58 115
Dados natildeo publicados - Meacutedia referente agrave determinaccedilatildeo de Se em dezoito lotes de castanha-do-brasil (safra 2011)
As frutas e as verduras em geral satildeo pobres em Se com exceccedilatildeo dos vegetais que satildeo
considerados acumuladores tais como o alho a mostarda indiana o broacutecolis a couve-de-
bruxelas a couve-flor o repolho a cebola e alguns cogumelos os quais podem fornecer boas
quantidades do mineral Nas regiotildees cujos solos tecircm quantidades significativas de Se o trigo
eacute uma boa fonte do mineral assim como os patildees e cereais (NAVARRO-ALARCON e
LOacutePEZ-MARTINEZ 2008)
A quantidade de proteiacutena presente no alimento deve ser considerada pois os alimentos
proteicos incorporam o Se de forma mais eficiente principalmente aqueles que possuem
maior concentraccedilatildeo de aminoaacutecidos que contenham enxofre como metionina e cisteiacutena
(BURK 1998) Alimentos como carne bovina frango peixe e ovos tambeacutem apresentam
quantidades significativas de Se assim como leite e seus derivados de acordo com a espeacutecie
animal e quantidade de gordura pois tanto o leite de vaca quanto os outros tipos que
apresentam maior quantidade de gordura possuem menores concentraccedilotildees do mineral
(NAVARRO-ALARCON 2008)
As melhores fontes de Se natildeo satildeo necessariamente as de maior biodisponibilidade Os
vegetais por exemplo em geral satildeo pobres no mineral entretanto apresentam uma
biodisponibilidade elevada variando de 85 a 100 Nos pescados que tambeacutem satildeo
23
considerados oacutetimas fontes de Se a biodisponibilidade varia de 20 a 50 Alguns
pesquisadores relacionam esta baixa biodisponibilidade agrave interaccedilatildeo do Se com o metal Hg que
pode estar presente nesses alimentos (ORTUNtildeO 1997 MARTENS et al 2012)
Com a descoberta da doenccedila de Keshan uma cardiomiopatia ocasionada pela
deficiecircncia de Se foi possiacutevel estabelecer recomendaccedilatildeo desse nutriente pois a doenccedila natildeo se
manifestava quando a quantidade consumida era igual ou maior que 191 microgdia em indiviacuteduo
adulto com 60 kg Acreditava-se que essa concentraccedilatildeo seria o menor valor de associaccedilatildeo
com o natildeo aparecimento dos sinais cliacutenicos da deficiecircncia do mineral (SHILS et al1994)
Entretanto atualmente sabe-se que a deficiecircncia de Se ocorre quando a ingestatildeo diaacuteria por
longos periacuteodos eacute menor ou igual a 11 microgdia Outro dado utilizado para determinar a
recomendaccedilatildeo de Se foi realizado atraveacutes da relaccedilatildeo entre a atividade da GPx no plasma e a
ingestatildeo do Se em indiviacuteduos adultos chineses residentes em uma aacuterea com solos
considerados pobres no mineral Os voluntaacuterios foram distribuiacutedos em cinco grupos e
receberam doses graduais de 0 10 30 60 e 90 microgdia de Se por via oral na forma de DL-
selenometionina Apoacutes cinco a oito meses a atividade da GPx respondeu de forma similar
para os trecircs concentraccedilotildees mais altos e esses resultados mostraram que uma ingestatildeo em torno
de 41 microgdia o equivalente a 30 microg da suplementaccedilatildeo mais 11 microg da dieta normal em um
homem de 60 kg eram suficientes para saturar a atividade da GPx (IOM 2001)
Com bases nesses dados foi possiacutevel estabelecer uma recomendaccedilatildeo de Se de acordo
com o Institute of Medicine (2001) A Ingestatildeo Dieteacutetica Recomendada (RDA) de Se para
indiviacuteduos adultos a partir dos 19 anos de idade foi estabelecida em 55 microgdia natildeo devendo
ultrapassar o niacutevel maacuteximo de Ingestatildeo Toleraacutevel (UL) estabelecido de 400 microgdia O Quadro
2 apresenta as Ingestotildees Dieteacuteticas de Referecircncia (DRI) de Se propostas pelo IOM (2006)
para populaccedilatildeo adulta
Quadro 2 Ingestatildeo Dieteacutetica de Referecircncia (DRIs) relativas ao Se em microgdia a partir de 1 ano
de idade de acordo com o Institute of Medicine (IOM 2006)
Idade (anos) EAR
Se microgdia
RDA
Se microgdia
UL
Se microgdia
˃ 14 45 55 400
EAR ndash Necessidade Meacutedia Estimada valor de ingestatildeo diaacuteria de um nutriente suficiente para suprir a
necessidade de metade dos indiviacuteduos saudaacuteveis de um determinado grupo do mesmo gecircnero e estaacutegio de vida
RDA ndash Ingestatildeo Dieteacutetica Recomendada eacute o niacutevel de ingestatildeo dieteacutetica diaacuteria suficiente para atender agraves
necessidades de um determinado nutriente de praticamente todos (97 a 98) os indiviacuteduos saudaacuteveis de um
determinado grupo do mesmo gecircnero e estaacutegio de vida
24
UL ndash Niacutevel Maacuteximo de Ingestatildeo Toleraacutevel eacute o valor mais alto da ingestatildeo diaacuteria continuada de um nutriente que
aparentemente natildeo oferece nenhum efeito adverso agrave sauacutede para todos os indiviacuteduos de um mesmo estaacutegio de
vida ou gecircnero
212 Aspectos Fisioloacutegicos Absorccedilatildeo Biodisponibilidade Armazenamento e Excreccedilatildeo
A absorccedilatildeo do Se acontece no duodeno ceco e coacutelon onde a selenometionina eacute
absorvida por um mecanismo de transporte ativo o selenito por difusatildeo simples o selenato
em conjunto com o sulfato por meio de carreadores mediados por soacutedio e a selenocisteiacutena por
transporte ativo comum aos aminoaacutecidos baacutesicos (histidina lisina e arginina) A
selenometilselenocisteiacutena natildeo eacute incorporada como selenometionina sendo convertida
rapidamente em metilselenol (FAIRWEATHERTAIT et al 2011)
Nos enteroacutecitos o Se eacute reduzido a selenito (H2Se) e em seguida transportado no
sangue ligado a proteiacutenas principalmente a fraccedilotildees de β-lipo proteiacutena de muito baixa
densidade e em menor quantidade em outros tipos de proteiacutenas como a albumina
especialmente quando a selenometionina eacute a principal forma presente nos alimentos
(REILLY 1996 PAPP et al 2007)
A biodisponibilidade do Se pode ser prejudicada por alguns fatores quantidade
ingerida a partir da dieta origem do Se consumido interaccedilatildeo com metais toacutexicos eficiecircncia
da digestatildeo formaccedilatildeo de compostos absorviacuteveis tempo do tracircnsito intestinal estado
nutricional do organismo em relaccedilatildeo ao Se doenccedilas do trato gastrintestinal conversatildeo para
formas biologicamente ativas apoacutes absorccedilatildeo e incorporaccedilatildeo agrave enzima GPx (IOM 2001) Na
determinaccedilatildeo da biodisponibilidade do Se alimentar a etapa limitante eacute a incorporaccedilatildeo da
forma biologicamente ativa selenocisteiacutena agrave GPx ou agraves 5 deiodinases nos tecidos
(HOLBEN SMITH 1999)
A excreccedilatildeo do Se ocorre principalmente pela via urinaacuteria (REILLY 1996 PAPP et
al 2007) e os compostos de Se tanto aqueles que entram no pool de selenito como os
convertidos a metilselenol satildeo metilados por tioacuteis-metiltransferases e geram diferentes formas
metaboacutelicas metiladas do mineral que seratildeo excretadas contribuindo para a homeostase Na
urina predominam as formas monometiladas nos casos de baixas ingestotildees e o
trimetilselenocircnio quando o Se eacute consumido em altas quantidades Quando os iacuteons de
trimetilselenocircnio atingem seu platocirc metaboacutelico ocorre a excreccedilatildeo pulmonar de
dimetilselenocircnio volaacutetil responsaacutevel pelo odor caracteriacutestico de alho na respiraccedilatildeo
(LETAVAYOVAacute et al 2006 PAPP et al 2007)
25
A Figura 1 ilustra o metabolismo do Se em mamiacuteferos onde os metaboacutelitos de Se
provenientes da alimentaccedilatildeo entram na ceacutelula e se juntam ao pool existente gerando selenito
que seraacute utilizado como fonte de Se para a siacutentese da selenocisteiacutena precursora das
selenoproteiacutenas (PAPP et al 2007)
Figura 1 Aspectos fisioloacutegicos do Se em mamiacuteferos
Adaptado de PAPP et al (2007)
(GSH = glutationa TrxRTrx = tioredoxina redutasetioredoxina)
213 Funccedilotildees e Accedilotildees
A propriedade antioxidante do Se estaacute relacionada agraves GPx que satildeo dependentes deste
mineral As GPx agem na proteccedilatildeo celular contra os danos provocados por radicais livres
juntamente com um sistema antioxidante complexo que envolve outras substacircncias
(HOLBEN SMITH 1999)
O Se eacute incorporado na forma de selenocisteiacutena no siacutetio ativo de um grande nuacutemero de
proteiacutenas Acredita-se que cerca de 100 selenoproteiacutenas possam existir no organismo de
mamiacuteferos Atualmente satildeo conhecidas 22 selenoproteiacutenas organizadas em grupos diferentes
Se Alimentar
Selenometionina
Selenito
Selenato
Selenocisteiacutena
(Sec)
Outras formas
ENTEROacuteCITO
Pool Intracelular de Selecircnio
Selenometionina
Selenito Selenato
GSS e SG (selenodiglutationa)
CH3SeH (metilselenol) etc
Incorporaccedilatildeo natildeo especiacutefica de
proteiacutenas ligadoras de selecircnio
Selenoproteiacutenas
Liases
GSH
TrxRTrx
H2Se
(selenido)
Sec
26
em funccedilatildeo da localizaccedilatildeo e das propriedades funcionais da selenocisteiacutena sendo que metade
destas apresenta caracteriacutesticas antioxidantes O grupo das GPx eacute o mais abundante Estas
selenoproteiacutenas satildeo encontradas em todos os tecidos de mamiacuteferos em que haacute processos
oxidativos e podem reduzir a produccedilatildeo de espeacutecies reativas de oxigecircnio contribuindo para a
proteccedilatildeo das macromoleacuteculas e membranas do organismo contra a oxidaccedilatildeo (BROWN et al
2001 TAPIERO et al 2003 GONZAGA et al 2005)
A GPx 1 tambeacutem conhecida como GPx citosoacutelica foi a primeira enzima dependente
de Se a ser identificada em 1953 em eritroacutecitos onde protege a hemoglobina de danos
oxidativos Essa GPx eacute encontrada no citosol das ceacutelulas sendo expressa em todos os tecidos
(BROWN 2001 LEI 2007) e tem como funccedilatildeo reduzir o peroacutexido de hidrogecircnio e
hidroperoacutexidos orgacircnicos livres transformando-os em aacutegua e aacutelcool respectivamente
(GONZAGA et al 2005)
A segunda isoforma GPx 2 ou gastrintestinal eacute encontrada no trato gastrintestinal e
no fiacutegado e age protegendo o organismo contra os hidroperoacutexidos na passagem pelo trato
gastrintestinal (GONZAGA et al 2005) A GPx 3 ou plasmaacutetica eacute sintetizada primeiramente
nas ceacutelulas tubulares renais e sua funccedilatildeo eacute servir de barreira antioxidante para o sangue
filtrado e proteger as ceacutelulas endoteliais do dano oxidativo (DUMONT 2006) A quarta
isoforma GPx 4 ou fosfolipiacutedio hidroperoacutexido tem como funccedilatildeo proteger as membranas das
ceacutelulas contra a accedilatildeo dos hidroperoacutexidos de aacutecidos graxos e tambeacutem reduzir a formaccedilatildeo de
hidroperoacutexidos de colesterol e de eacutester de colesterol nas membranas e nas lipoproteiacutenas de
baixa densidade (LDL) (SAVASKAN et al 2007)
Aleacutem dessas quatro isoformas foram descobertas tambeacutem a GPx 6 no epiteacutelio do
olfato e tecidos embrionaacuterios e outras variantes na qual o resiacuteduo de selenocisteiacutena eacute
substituiacutedo por cisteiacutena incluindo a GPx 5 com expressatildeo restrita no epidiacutedimo e a GPx 7
(PAPP et al 2007) Entretanto ainda natildeo se sabe exatamente qual a accedilatildeo dessas GPx
(HERBETTE et al 2007)
O Se pode interagir com um grande nuacutemero de metais toacutexicos como arsecircnio (As)
caacutedmio (Cd) Hg cobre (Cu) prata (Ag) chumbo (Pb) e platina (Pt) podendo alterar a
toxicidade e prevenir possiacuteveis manifestaccedilotildees toxicoloacutegicas em razatildeo da exposiccedilatildeo aos
mesmos (ORTUNtildeO et al 1997) Uma das hipoacuteteses para explicar essa interaccedilatildeo seria uma
reaccedilatildeo direta desses metais com o Se na forma inorgacircnica formando substacircncias
biologicamente inativas no interior do trato gastrintestinal Este mecanismo de interaccedilatildeo foi
encontrado em estudos com o Cd Pt Pb Ag e Hg Uma segunda hipoacutetese seria a reaccedilatildeo do
Se com grupos tioacuteis de algumas moleacuteculas para formar selenosulfidos (RSSeSR) que
27
possuem forte afinidade por metais (ORTUNtildeO et al 1997 ALARCOacuteN e MARTINEZ
2000)
A interaccedilatildeo entre o Hg e o Se tem sido estudada haacute mais de trecircs deacutecadas e envolve
uma variedade de processos bioquiacutemicos e toxicoacutelogicos ainda desconhecidos (CHEN et al
2006) Estudos conduzidos em animais foram realizados para tentar esclarecer os mecanismos
dessa interaccedilatildeo mesmo assim estes natildeo foram completamente elucidados (GREGUS et al
2001) Pesquisas in vitro sugerem que o efeito protetor do Se em relaccedilatildeo aos efeitos toacutexicos do Hg
seja em razatildeo da formaccedilatildeo de um complexo inerte Hg-Se (11) ligado agrave selenoproteiacutena P (Sepp1) no
sangue (DRASCH et al 2000)
A Figura 2 ilustra um possiacutevel mecanismo de destoxificaccedilatildeo muacutetua de Se e Hg elaborado
por Gailer et al (2000) onde o Se na forma de selenito ao ser incorporado nos eritroacutecitos eacute
reduzido atraveacutes da glutationa e no plasma liga-se agrave albumina proteiacutena responsaacutevel pelo transporte
sanguiacuteneo de Hg Sendo assim o Se natildeo reagiria de forma direta com o Hg livre mas com o Hg
ligado agrave albumina formando o complexo Hg-Se que por sua vez liga-se agrave selenoproteiacutena P e
tambeacutem aos resiacuteduos de histidina e cisteiacutena presentes na proteiacutena
Vale mencionar que a selenoproteiacutena P eacute uma glicoproteiacutena que transporta a maior parte de
Se no plasma dessa forma nos casos em que haacute deficiecircncia em Se a siacutentese de selenoproteiacutena P
pode estar prejudicada assim como a sua concentraccedilatildeo no plasma A existecircncia da selenoproteiacutena P
foi relatada haacute aproximadamente 30 anos poreacutem o progresso na tentativa de esclarecer as suas
funccedilotildees tecircm se destacado nos uacuteltimos anos (BURK HILL 2009)
Figura 2 Esquema de um possiacutevel mecanismo de destoxificaccedilatildeo muacutetua de Se e Hg
Adaptado de Gailer et al (2000)
SeO32-
e Se2-
= selenito Hg2+
= mercuacuterio livre HgSe = complexo Hg Se
HgSe
SeO32-
SeO32- Se2-GSH
Eritroacutecito
Se2-
Hg2+ (albumina)HgSe
Selenoproteiacutena P
HgSeHgSe
HgSe
28
Concentraccedilotildees adequadas de Se tambeacutem estatildeo relacionadas ao funcionamento
adequado do sistema imunoloacutegico Propriedades como quimiotaxia migraccedilatildeo e atividade
fungicida satildeo indicadores claramente dependentes da concentraccedilatildeo de Se nas ceacutelulas
fagocitaacuterias Efeitos reguladores do sistema imunoloacutegico satildeo explicados pela manutenccedilatildeo da
integridade das membranas das ceacutelulas imunocompetentes em condiccedilotildees adequadas de Se
Por isso satildeo atribuiacutedas ao Se funccedilotildees nas ceacutelulas do sistema imunoloacutegico como manutenccedilatildeo
da integridade das ceacutelulas imunocompetentes reduccedilatildeo dos peroacutexidos orgacircnicos e inorgacircnicos
formados por reaccedilotildees originadas dos radicais livres na ceacutelula regulaccedilatildeo do metabolismo dos
hidroperoacutexidos que levam agrave siacutentese de leucotrienos tromboxanos prostaglandinas e
lipoacutexidos e modulaccedilatildeo dos produtos oxidativos na respiraccedilatildeo das ceacutelulas fagocitaacuterias
(ORTUNtildeO et al 1997)
O Se tambeacutem participa na conversatildeo de tiroxina (T4) em tritiodotironina (T3) por
meio das deiodinases tipo I II e III A deficiecircncia em Se no organismo causa um decreacutescimo
de 15 a 20 na conversatildeo de T4 em T3 A enzima 5rsquo-deiodinase tipo 1 (IDI) eacute uma
selenoproteiacutena encontrada principalmente no fiacutegado e rins responsaacutevel pela conversatildeo da
forma inativa do proacute-hormocircnio T4 que eacute secretado pela tireoide agrave forma metabolicamente ativa
triiodotironina (T3) Nos casos de deficiecircncia em Se o T4 estaacute aumentado no plasma enquanto o T3
estaacute diminuiacutedo (KOumlHRLE 2000)
Outras accedilotildees protetoras do Se tecircm sido descritas no contexto das Doenccedilas Crocircnicas
Natildeo Transmissiacuteveis (DCNT) Alguns mecanismos foram propostos para esclarecer a inibiccedilatildeo
do aparecimento do cacircncer pela accedilatildeo do Se como reduccedilatildeo da hipermetilaccedilatildeo do DNA
causada pelo aumento da atividade da DNA metiltransferase regulaccedilatildeo da hipometilaccedilatildeo do
DNA que paradoxalmente ocorre durante a progressatildeo do tumor e proteccedilatildeo antioxidante que
promove equiliacutebrio entre a formaccedilatildeo de radicais livres e o funcionamento celular normal (DAVIS e
UTHUS 2002) Quando esse equiliacutebrio eacute interrompido pelo acuacutemulo de radicais livres a ceacutelula
entra em estresse oxidativo e consequentemente em instabilidade geneacutetica alterando certos
fatores de transcriccedilatildeo ou oxidando o DNA na sua base 8-hidroxidodesoxiguanosina (8-OHdG)
(BAYOUMY-EL 2001)
Estudos epidemioloacutegicos mostram correlaccedilatildeo positiva entre maior ingestatildeo de Se e
menor incidecircncia de cacircncer de tireoide pele mama ovaacuterio proacutestata e trato gastrintestinal
especialmente o coloretal (ORTUNtildeO et al 1997 NAVARRO-ALARCON e LOacutePEZ-
MARTINEZ 2000 DAVIS e UTHUS 2002) O Se tambeacutem pode diminuir o risco de
outras doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis como aterosclerose trombose arteri al e
diabetes melito (NAVARRO-ALARCON e LOacutePEZ-MARTINEZ 2000)
29
214 Deficiecircncia e Toxicidade
A deficiecircncia em Se ocorre quando a ingestatildeo diaacuteria eacute menor ou igual a 11 microgdia
enquanto ingestotildees acima de 400 microgdia podem levar agrave toxicidade (IOMFNB 2001 ZHANG
et al 2002) Os grupos mais vulneraacuteveis agrave deficiecircncia satildeo fumantes idosos gestantes
lactentes crianccedilas de 2 a 10 anos adolescentes do gecircnero feminino indiviacuteduos submetidos agrave
nutriccedilatildeo parenteral total sem suplementaccedilatildeo com Se por um periacuteodo superior a 20 ou 30 dias
enfermos de doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis indiviacuteduos sujeitos a elevado estresse e
doenccedilas debilitantes (AIDS hepatite C hanseniacutease) populaccedilotildees que habitam aacutereas com solos
pobres em Se aleacutem de populaccedilotildees que habitam aacutereas antropogecircnicas ou naturalmente
contaminadas por Hg (ORTUNtildeO et al 1997 BURKE e OPESKIN 2002 MARTENS et al
2012)
A doenccedila de Kesha definida como uma cardiomiopatia que afeta crianccedilas e mulheres
jovens estaacute diretamente relacionada agrave baixa ingestatildeo alimentar de Se a forma aguda eacute
caracterizada por insuficiecircncia suacutebita da funccedilatildeo cardiacuteaca e a fase crocircnica degeneraccedilatildeo dos
muacutesculos (especialmente necrose multifocal e fibrose no miocaacuterdio) cardiomegalia isquemia
do miocaacuterdio eletrocardiograma anormal e edema pulmonar Outra consequecircncia associada agrave
deficiecircncia eacute a doenccedila de Kashin-Beck osteoartrite endecircmica que ocorre durante a preacute-adolescecircncia
ou adolescecircncia podendo resultar em nanismo e deformaccedilatildeo das articulaccedilotildees (HOLBEN e SMITH
1999) Ressalta-se que no Brasil natildeo haacute relatos dessas deficiecircncias graves
Jaacute os sintomas da intoxicaccedilatildeo por Se satildeo distuacuterbios gastrintestinais graves paladar
metaacutelico odor de alho exalado pelas vias respiratoacuterias distuacuterbios neuroloacutegicos siacutendrome do
estresse respiratoacuterio infarto do miocaacuterdio e falecircncia renal (HOLBEN e SMITH 1999) A
toxicidade crocircnica tanto pelas formas orgacircnicas quanto inorgacircnicas apresenta caracteriacutesticas
cliacutenicas semelhantes poreacutem as concentraccedilotildees teciduais do mineral satildeo diferentes (IOM
2000)
De acordo com Yang et al (1983) os tecidos e oacutergatildeos mais afetados pela toxicidade de
Se satildeo as unhas cabelos pele e sistema nervoso As unhas tornam-se quebradiccedilas com
pontos brancos e estrias longitudinais na superfiacutecie seguido de queda da parede da unha
iniciada nos polegares Os cabelos tornam-se sem brilho e quebram-se facilmente na raiz e
aqueles que nascem em geral satildeo despigmentados Esta caracteriacutestica pode ser observada em
outros locais como axilas braccedilos e aacuterea puacutebica As lesotildees de pele ocorrem principalmente em
quatro pontos palma das matildeos e peacutes nuca cotovelos e pernas com aparecircncia inflamada e
eruptiva agraves vezes ulcerada As anormalidades no sistema nervoso soacute ocorrem nos casos de
30
maior gravidade e os sintomas incluem paralisia perifeacuterica formigamentos hiper-reflexatildeo dos
tendotildees espasmos distuacuterbio motor e hemiplegia (YANG et al 1983)
Vaacuterios fatores podem influenciar a gravidade e o tempo de aparecimento dos sinais
cliacutenicos da intoxicaccedilatildeo por Se como idade estado de nutriccedilatildeo e sauacutede do indiviacuteduo e
recidivas de alta ingestatildeo do mineral (IOMFNB 2001) Segundo Zhang et al (2002)
indiviacuteduos que jaacute sofreram intoxicaccedilatildeo por alta ingestatildeo de Se satildeo mais susceptiacuteveis a outra
intoxicaccedilatildeo provocada por menores quantidades do mineral Ingestatildeo de 910 microgdia pode
causar alteraccedilotildees nas unhas (IOMFNB 2001) Registros sobre intoxicaccedilatildeo por Se foram
encontrados em Enshi (China) onde a prevalecircncia da doenccedila ocorreu entre os anos de 1961 e
1964 com uma taxa de mortalidade de 50 da populaccedilatildeo de 248 habitantes (REILLY 1996)
Na Venezuela em um local chamado Vila Bruzual foram registrados casos de intoxicaccedilatildeo
nas crianccedilas em fase escolar sendo esta regiatildeo considerada seleniacutefera (JAFFEacute et al 1972)
22 MERCUacuteRIO
O Hg eacute o uacutenico metal que se apresenta no estado liacutequido em temperatura ambiente e a
0degC (BISINOTI 2005) presente naturalmente na crosta terrestre aacutegua e atmosfera Dentre as
diferentes formas quiacutemicas a espeacutecie de distribuiccedilatildeo mais ampla eacute o Hg na forma de vapor
predominante na atmosfera seguido da forma inorgacircnica dominante em aacuteguas naturais e do
metilmercuacuterio que eacute de extrema importacircncia ambiental em razatildeo de sua elevada toxicidade
principalmente em mamiacuteferos (GALVAtildeO et al 2007)
As primeiras evidecircncias dos efeitos neurotoxicoloacutegicos do Hg em consequecircncia da
ingestatildeo materna de alimentos contaminados foram observadas em crianccedilas na cidade de
Minamata no Japatildeo onde o metilmercuacuterio liberado de uma induacutestria quiacutemica contaminou as
aacuteguas da baiacutea e os peixes consumidos pela populaccedilatildeo Em 1953 a doenccedila de Minamata foi
reconhecida como uma doenccedila neuroloacutegica e chamou atenccedilatildeo do mundo para o problema da
intoxicaccedilatildeo por metais toacutexicos (TAKEUCKI e ETO 1999 FARIAS et al 2006) O Hg entatildeo
passou a ser considerado um dos metais mais perigosos no que diz respeito agrave contaminaccedilatildeo
ambiental e agrave sauacutede humana (FARIAS et al 2006)
Apoacutes a intoxicaccedilatildeo por Hg em Minamata as pesquisas foram direcionadas para os
possiacuteveis efeitos da exposiccedilatildeo crocircnica assim como concentraccedilotildees baixas de metilmercuacuterio
principalmente em crianccedilas em virtude da transferecircncia materna infantil durante a gestaccedilatildeo
uma vez que esse metal ultrapassa facilmente a barreira placentaacuteria e pode causar
31
consequecircncias graves agrave sauacutede do bebecirc que eacute sensiacutevel a menores concentraccedilotildees quando
comparados aos adultos (GALVAtildeO et al 2007)
A exposiccedilatildeo e acumulo do Hg durante o desenvolvimento fetal e amamentaccedilatildeo estatildeo
diretamente relacionados com a carga materna e a transferecircncia desse metal para a placenta e
leite materno (STEUERWALD et al 2000 CEacuteZAR 2002 MARQUES 2002) O alimento
que mais contribui para a contaminaccedilatildeo por Hg eacute o peixe pois as espeacutecies aquaacuteticas absorvem
o Hg na forma de metilmercuacuterio (DOMINGUES 2000) e o grau de exposiccedilatildeo eacute influenciado
por fatores como a frequecircncia da ingestatildeo de pescados a preferecircncia (peixes carniacutevoros
apresentam maiores quantidade de Hg) tamanho e niacutevel troacutefico (PARADIS et al 1997)
O Hg ao entrar na circulaccedilatildeo sanguiacutenea se liga a proteiacutenas e se distribui pelos tecidos
concentrando-se nos rins fiacutegado medula oacutessea ceacuterebro ossos e pulmotildees (SAacute et al 2006)
Os sinais e sintomas da intoxicaccedilatildeo dependem de vaacuterios fatores como gecircnero idade
hormocircnios taxa de hemoglobina e capacidade de induccedilatildeo das metalotioneiacutenas que podem
funcionar como barreiras protetoras do ceacuterebro e cerebelo (EPA 1997) No homem o
sistema nervoso central eacute o principal oacutergatildeo acometido pelo metilmercuacuterio e os sintomas
cliacutenicos incluem parestesia (alteraccedilotildees sensoriais) ataxia (falta de coordenaccedilatildeo nos
movimentos) e disartria (dificuldade na articulaccedilatildeo das palavras) aleacutem de distuacuterbios visuais e
auditivos A ocorrecircncia dos sintomas cliacutenicos tambeacutem eacute dose dependente (IPCS 1990) Aleacutem
de tremor vertigem entorpecimento dor de cabeccedila catildeibra fraqueza depressatildeo dispneia
tosse inflamaccedilotildees gastrintestinais queda de cabelo naacuteusea e vocircmitos (CANELA 1995) O
quadro cliacutenico tiacutepico das crianccedilas geradas sob tais exposiccedilotildees inclui microcefalia (maacute
formaccedilatildeo no crescimento do ceacuterebro) hiper-reflexia (reflexos muito ativos ou responsivos em
excesso) e deficiecircncia visual auditiva mental e motora (IPCS 1990)
A excreccedilatildeo do Hg do corpo humano ocorre por via urinaacuteria ou fecal diferindo de
acordo com a forma dose e tempo apoacutes a exposiccedilatildeo Uma pequena fraccedilatildeo eacute eliminada pela
respiraccedilatildeo mas a excreccedilatildeo fecal eacute a maior e a principal via apoacutes a exposiccedilatildeo ao Hg (FORD et
al 2001)
Segundo Fadini e Jardim (2001) a presenccedila do Hg na regiatildeo Amazocircnica se deve
principalmente agrave extraccedilatildeo de ouro e aos processos naturais e antroacutepicos Aleacutem disso como os
solos da bacia Amazocircnica satildeo antigos apresentam capacidade elevada de reter o Hg e acumulaacute-lo
durante anos (MIRETZKY et al 2005) A poluiccedilatildeo do Hg na Amazocircnia eacute um problema
ambiental grave pois 70 a 170 toneladas deste metal satildeo lanccedilados anualmente no meio
ambiente pela atividade informal de mineraccedilatildeo de ouro e queimadas o que representa uma
fonte primaacuteria de emissatildeo do Hg Como resultado uma grande quantidade do metal sofre
32
metilaccedilatildeo e se acumula nos peixes da cadeia alimentar (MEECH 1997 PINHEIRO et al
2000)
Em relaccedilatildeo agrave genotoxicidade do Hg tecircm-se descrito que este metal pode ser
responsaacutevel por mutaccedilotildees em niacuteveis cromossocircmico e gecircnico sendo a compreensatildeo destes
efeitos de grande importacircncia em razatildeo de suas consequecircncias para a sauacutede humana
(AZEVEDO 2003) O Hg produz depleccedilatildeo dos principais antioxidantes celulares
principalmente os que contecircm grupos tioacutelicos e pode tambeacutem aumentar a geraccedilatildeo das espeacutecies
reativas de oxigecircnio como os radicais hidroxila (HO) os radicais superoacutexido (O2-) ou
peroacutexido de hidrogecircnio (H2O2) aumentando o estresse oxidativo e assim causar alteraccedilotildees
nas funccedilotildees das ceacutelulas (ERCAL et al 2001 PEROTTONI et al 2004)
A Figura 3 apresenta possiacuteveis mecanismos moleculares de genotoxicidade do Hg o
qual entra na ceacutelula atraveacutes da membrana plasmaacutetica ou por meio de transportadores podendo
afetar o DNA de diversas formas Uma delas eacute aumentando a produccedilatildeo de ERRO as quais
podem reagir diretamente com o DNA ou indiretamente ao induzir mudanccedilas
conformacionais nas proteiacutenas responsaacuteveis pela formaccedilatildeo e manutenccedilatildeo do mesmo Tambeacutem
pode reagir de forma direta nos microtuacutebulos evitando a organizaccedilatildeo em fuso dos
cromossomos durante a atividade mitoacutetica Esses danos ao DNA podem ser causados tanto
pelos radicais livres gerados pelo Hg como pelo proacuteprio metal (CRESPO-LOacutePEZ et al
2009)
Figura 3 Mecanismos moleculares de genotoxicidade do Hg
Fonte Adaptado de Crespo-Loacutepez et al (2009)
EROS Espeacutecies Reativas de Oxigecircnio
EROS
D
N
A
M
E
R
C
Uacute
R
I
O
Microtuacutebulos
33
De acordo com os pesquisadores Pinheiro et al (2006) e Harada et al (2001)
concentraccedilotildees de Hg dez vezes menores que os valores de referecircncia estabelecidos pela World
Health Organization (WHO) foram relacionados com a genotoxicidade no sistema nervoso
central apontando para a necessidade de uma revisatildeo dos padrotildees adotados pela WHO
(1990)
Evidencia-se que populaccedilotildees residentes em aacutereas de risco de contaminaccedilatildeo por Hg
podem estar mais susceptiacuteveis a um aumento do estresse oxidativo Entretanto a intensidade
dos danos dependeraacute de fatores como a amplitude da geraccedilatildeo de ERO nos alvos celulares da
atividade dos sistemas de defesa antioxidante e da presenccedila ou da ausecircncia de metais de
transiccedilatildeo (HALLIWELL e CHIRICO 1993) Dependeraacute ainda da ingestatildeo de nutrientes
pois o consumo inadequado de Se estaacute relacionado com uma reduccedilatildeo da atividade da GPx
prejudicando o sistema de defesa antioxidante do organismo (COMINETTI 2011)
23 ESTRESSE OXIDATIVO
O estresse oxidativo eacute caracterizado pelo desequiliacutebrio entre substacircncias antioxidantes
e oxidantes e o efeito das espeacutecies reativas eacute equilibrado pela accedilatildeo antioxidante enzimaacutetica e
natildeo enzimaacutetica do sistema bioloacutegico (VALKO et al 2006)
As espeacutecies reativas de oxigecircnio (ERO) bem como as Espeacutecies Reativas de Nitrogecircnio
(RNS) satildeo moleacuteculas que contecircm oxigecircnio ou nitrogecircnio respectivamente com um ou mais
eleacutetrons desemparelhados o que as torna instaacuteveis e reativas Essas moleacuteculas satildeo produtos do
metabolismo celular normal que exercem um papel duplo no organismo uma vez que podem
atuar de forma beneacutefica ou prejudicial Os efeitos beneacuteficos ocorrem em baixas eou
moderadas concentraccedilotildees e envolvem funccedilotildees fisioloacutegicas como atuaccedilatildeo na defesa do
organismo contra agentes infecciosos e em sistemas de sinalizaccedilatildeo celular aleacutem da induccedilatildeo
de resposta mitogecircnica (RIDNOUR et al 2005 VALKO et al 2006)
Com o objetivo de emparelhar seus eleacutetrons estas substacircncias podem adquirir eleacutetrons
de outras moleacuteculas tornando-as instaacuteveis e convertendo-se em radicais livres Como exemplo
de radicais livres destacam-se o superoacutexido (O2) a hidroxila (OH) o tiol (SH-) o
triclorometil (CCl3) e o oacutexido niacutetrico (NO) Vale ressaltar que caso essas espeacutecies natildeo sejam
removidas ou neutralizadas podem reagir com lipiacutedios proteiacutenas e aacutecidos nucleicos
causando danos nas funccedilotildees celulares (CHAUHAN e CHAUHAN 2006) Dentre os prejuiacutezos
ao metabolismo celular podem ocorrer ruptura das fitas do DNA aumento na concentraccedilatildeo
34
de caacutelcio intracelular livre danos em transportadores de iacuteons ou em outras proteiacutenas
especiacuteficas e peroxidaccedilatildeo de lipiacutedios (HALLIWELL e CHIRICO 1993)
Aleacutem disso os aacutecidos graxos poli insaturados que estatildeo presentes em grande
quantidade nas ceacutelulas satildeo mais susceptiacuteveis agrave oxidaccedilatildeo em razatildeo da presenccedila de grupos
metilecircnicos entre duplas ligaccedilotildees e por isso tornam-se alvos mais provaacuteveis quando
comparados ao DNA (LOUREIRO et al 2002) A peroxidaccedilatildeo lipiacutedica se inicia com o
ataque agrave bicamada lipiacutedica por qualquer espeacutecie reativa capaz de abstrair um aacutetomo de
hidrogecircnio de um aacutecido graxo poli insaturado e apoacutes a iniciaccedilatildeo esse processo eacute cataliacutetico o
que favorece a formaccedilatildeo de hidroperoacutexidos Com a abstraccedilatildeo do aacutetomo de hidrogecircnio do
aacutecido graxo poli insaturado (LH) eacute formado o radical lipiacutedico (Lbull) que eacute rapidamente
adicionado a uma moleacutecula de oxigecircnio levando agrave formaccedilatildeo do radical peroxil (LOObull) sendo
capaz de reagir com outro aacutecido graxo poli insaturado iniciando uma nova cadeia de oxidaccedilatildeo
a partir da formaccedilatildeo de outro radical lipiacutedico (Lbull) (LOUREIRO et al 2002) O radical peroxil
pode ser rearranjado via reaccedilotildees de ciclizaccedilatildeo de endoperoacutexidos e como produto final o
malondialdeiacutedo (MDA) que eacute considerado mutagecircnico em ceacutelulas de mamiacuteferos pois pode
reagir com as bases nitrogenadas guanina adenina e citosina formando adutos que levam a
ligaccedilotildees cruzadas de DNA-DNA ou DNA-proteiacutenas ocasionando aumento do estresse
oxidativo (VALKO et al 2006) Menciona-se tambeacutem as oxidaccedilotildees enzimaacuteticas do aacutecido
araquidocircnico que ocorrem durante a siacutentese de eicosanoacuteides bem como as reaccedilotildees
catalisadas por ciclo oxigenases ou lipoxigenases que satildeo importantes fontes de ERO ou
hidroperoacutexidos lipiacutedicos (LOUREIRO et al 2002)
Por outro lado o organismo dispotildee de mecanismos que tecircm a finalidade de proteccedilatildeo
contra os processos oxidativos Estas defesas antioxidantes satildeo de extrema importacircncia pois
satildeo responsaacuteveis pela remoccedilatildeo direta dos radicais livres promovendo maacutexima proteccedilatildeo aos
siacutetios bioloacutegicos (VALKO et al 2006)
O principal sistema antioxidante eacute o enzimaacutetico que inclui enzimas como a
superoacutexido dismutase (SOD) que converte radicais superoacutexido em peroacutexido de hidrogecircnio a
catalase e a GPx as quais reduzem peroacutexido de hidrogecircnio e hidroperoacutexidos lipiacutedicos
(COMINETTI et al 2011 HAMANASHI et al 2004) A glutationa redutase (GR) tambeacutem
eacute uma enzima que participa desse processo pois eacute responsaacutevel pela regeneraccedilatildeo da glutationa
em sua forma reduzida (GSH) que eacute utilizada como substrato da enzima GPx (PRADA et al
2004) Existem
Quanto ao sistema antioxidante natildeo enzimaacutetico inclui compostos antioxidantes de
origem alimentar que muitas vezes satildeo utilizados como cofatores pelas enzimas antioxidantes
35
(BARBOSA et al 2010) Como exemplo de compostos que atuam por meio da neutralizaccedilatildeo
das ERO produzidas tanto no meio intra quanto extracelular tem-se o tocoferol (vitamina E) o
beta-caroteno (proacute-vitamina A) o Se cofator enzimaacutetico da GPx o cobre o zinco e o aacutecido
ascoacuterbico (BERGER 2005 PRADA et al 2004 PAPP et al 2007) Aleacutem do Se como
exemplo de cofator enzimaacutetico antioxidante destacam-se o zinco e o cobre que participam da
estrutura das enzimas Zn-Cu-SOD (SOD1) e SOD extracelular (SOD3) (FORMIGARI et al
2007 COMINETTI et al 2011) Existem ainda varredores de radicais livres hidrofiacutelicos
como o ascorbato e flavonoacuteides (CASTRO e FREEMAN 2001)
Aleacutem da relaccedilatildeo entre estresse oxidativo e sistema de defesa antioxidante ressalta-se a
importacircncia de se avaliar as caracteriacutesticas geneacuteticas individuais como por exemplo a
presenccedila de polimorfismos geneacuteticos uma vez que estes podem inferir nas concentraccedilotildees de
nutrientes organismo (VIVANCO et al 2006)
24 POLIMORFISMOS GENEacuteTICOS
Por meio do projeto genoma humano foi possiacutevel revelar natildeo somente o
sequenciamento completo dos genes humanos mas tambeacutem as interaccedilotildees entre os genes e o
meio ambiente Diversas mutaccedilotildees foram descobertas apoacutes o sequenciamento e os
polimorfismos satildeo resultantes destas alteraccedilotildees sendo os diferentes modelos decorrentes do
tipo de mutaccedilatildeo que os originou (BROOKES 1999 YAMADA 2010) Os polimorfismos
podem ser de inserccedilotildees de pares de base uacutenica de deleccedilotildees ou substituiccedilotildees de um par de
bases por outro
O tipo mais comum de polimorfismo eacute denominado SNP (Single Nucleotide
Polymorfism) ou polimorfismo de nucleotiacutedeo uacutenico que eacute uma mutaccedilatildeo simples na qual
acontece a troca de um nucleotiacutedeo por outro em determinado ponto do DNA A ocorrecircncia
de SNPs eacute de aproximadamente um em cada mil bases do genoma humano estimando a
ocorrecircncia em milhotildees (BROOKES 1999)
Os polimorfismos que resultam da inserccedilatildeo ou da deleccedilatildeo de nucleotiacutedeos em
fragmentos da moleacutecula de DNA ocorrem em um deacutecimo de frequecircncia dos SNP Os tipos
mais comuns de polimorfismo de inserccedilatildeo eou deleccedilatildeo satildeo os de bases repetidas chamados
de STR (Simple Tandem Repeats) ou microssateacutelites e os de padrotildees de nucleotiacutedeos
repetidos em uma regiatildeo do DNA conhecidos como VNTR (Variable Number of Tandem
Repeats) ou minissateacutelites (SCHORK et al 2000)
36
Aqueles polimorfismos que podem causar alteraccedilotildees nas sequecircncias de aminoaacutecidos
codificados acarretando danos nas funccedilotildees como alteraccedilatildeo nos siacutetios de interaccedilatildeo na
solubilidade e na estabilidade da proteiacutena estatildeo localizados nos eacutexons regiatildeo codificadora do
gene e satildeo chamadas de non-synonymous SNP ndash nsSNP (RAMENSKY et al 2002)
Estudos que envolvem genocircmica nutricional tecircm sido relacionados a importantes
associaccedilotildees entre polimorfismos e consumo de nutrientes permitindo melhor compreensatildeo de
como a nutriccedilatildeo influencia as vias de homeostase metaboacutelica Essa descoberta possibilitou
uma perspectiva na reduccedilatildeo do risco de doenccedilas uma vez que as interaccedilotildees existentes entre os
genes e os nutrientes permitem descrever a modulaccedilatildeo dos efeitos dos componentes
alimentares em um fenoacutetipo especiacutefico associado a um polimorfismo geneacutetico
(STRATIGOPOULOS et al 2008 KAUWELL 2005)
Como exemplo de SNP que pode estar relacionado ao status de Se pode-se destacar o
Pro198Leu no gene da GPx 1 Jaacute como exemplo de um polimorfismo de deleccedilatildeo que pode
interferir nas concentraccedilotildees de Hg no organismo destaca-se o GSTM1 no gene da GST
241 Polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) no Gene da GPx 1
De acordo com Hesketh (2008) polimorfismos na regiatildeo codificadora dos genes de
selenoproteiacutenas podem alterar a incorporaccedilatildeo do Se e influenciar a capacidade antioxidante
No gene humano da GPx 1 que eacute a isoforma intracelular citosoacutelica mais abundante nos
sistemas bioloacutegicos localizado na regiatildeo cromossomica 3p213 foram descobertos vaacuterios
polimorfismos sendo mais de 30 SNP dentre eles o Pro198Leu (rs 1050450) Nesse SNP
ocorre uma substituiccedilatildeo da base nitrogenada citosina por timina (CrarrT) no exoacuten 2 do
nucleotiacutedio 594 do gene resultando na troca do aminoaacutecido prolina por leucina no coacutedon 198
(FOSBERG et al 1999) A troca do aminoaacutecido prolina por leucina pode causar
consequecircncias na atividade da enzima GPx 1 pois a prolina eacute o uacutenico aminoaacutecido sem grupo
amino livre no carbono alfa ocasionando uma torccedilatildeo na estrutura secundaacuteria dos peptiacutedeos
(FOSBERG et al 2000 JABLONSKA et al 2009 ARSOVA-SARAFINOVSKA et al
2009)
Segundo Suzen et al (2010) que avaliaram a frequecircncia dos alelos e genoacutetipos de
diversas populaccedilotildees do mundo o maior percentual geralmente eacute de indiviacuteduos com genoacutetipos
selvagens (ProPro) seguidos por heterozigotos para o polimorfismo ou seja com um alelo
variante (ProLeu) e depois por indiviacuteduos homozigotos (LeuLeu)
37
No Brasil em relaccedilatildeo agrave frequecircncia desse polimorfismo aleacutem desse estudo
pesquisadores do Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo - Minerais da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas
da Universidade de Satildeo Paulo determinaram por meio de vaacuterios estudos a frequecircncia
genotiacutepica do Pro198Leu em vaacuterias populaccedilotildees de cidades do Brasil e os resultados estatildeo
ilustrados no Quadro 3 a seguir
Quadro 3 Frequecircncia genotiacutepica em relaccedilatildeo ao polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) no
gene que codifica GPx1 encontrada em pesquisas realizadas no Brasil no Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo e Minerais da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo
(USP)
Estado Nuacutemero de
participantes
ProPro
()
ProLeu
()
LeuLeu
()
SANTOS (2013) Cearaacute 176 55 38 7
ROCHA (2015) Rondocircnia 190 56 37 7
NISHIMURA
(2010) Satildeo Paulo
175 (Caso)
203 (Controle)
50
51
43
43
7
6
DONADIO
(2011) Satildeo Paulo 124 49 48 3
COMINETTI et
al (2011) Satildeo Paulo 37 49 38 13
CARDOSO et
al (2012) Satildeo Paulo
28 (Caso)
29 (Controle)
75
72
14
14
11
14
Uma das principais descobertas dos estudos sobre o polimorfismo Pro198Leu estaacute
relacionada agrave presenccedila do alelo Leu pois algumas pesquisas verificaram que esse genoacutetipo
pode diminuir a atividade da GPx 1 e aleacutem disso estudos associaram a concentraccedilatildeo
eritrocitaacuteria de Se com a sua atividade indicando que o genoacutetipo LeuLeu pode influenciar
tambeacutem o estado nutricional dos indiviacuteduos relativo ao Se (JABLONSKA et al 2009)
Em indiviacuteduos natildeo doentes Forsberg et al (2000) e Jablonska et al (2009) natildeo
observaram associaccedilotildees entre a atividade da enzima GPx 1 e o genoacutetipo Poreacutem na pesquisa
de Jablonska et al (2009) foi obtida uma associaccedilatildeo significativamente diferente entre cada
grupo de genoacutetipo avaliado em relaccedilatildeo agrave atividade da GPx 1 e a concentraccedilatildeo de Se Dessa
forma os pesquisadores presumiram que a resposta agrave ingestatildeo ou agrave suplementaccedilatildeo de Se
assim como a atividade da enzima pode estar relacionadas aos genoacutetipo do indiviacuteduo Aleacutem
disso os autores sugeriram que carreavam indiviacuteduos que possuiacuteam ao menos um alelo Pro
teriam maior atividade da enzima quando comparados agravequeles com ambos alelos Leu
38
Ravn-Haren et al (2006) observaram em mulheres com cacircncer de mama que a
atividade da GPx 1 foi significativamente menor nas participantes com a presenccedila do genoacutetipo
Leu em comparaccedilatildeo agravequelas com genoacutetipo Pro Isso foi observado tanto nas mulheres doentes
quanto naquelas do grupo controle Aleacutem de alguns tipos de cacircncer como o de bexiga
colorretal de pulmatildeo e de mama outras doenccedilas satildeo relacionadas com o polimorfismo
Pro198Leu tais como siacutendrome metaboacutelica (KUZUYA et al 2008) e concentraccedilotildees elevados
de triacilgliceroacuteis em pacientes com diabetes melito tipo 2 (CHEN et al 2012)
242 Polimorfismo GSTM1 no Gene da GST
A GST eacute uma famiacutelia de enzimas intracelulares localizadas no citosol que modulam a
accedilatildeo de toxinas endoacutegenas e exoacutegenas sobre as ceacutelulas evitando danos ao DNA
(MANNERVIK et al 1985 MORAIS et al 2008 CASTRO e LIMA 2013) Este grupo de
enzimas tem sido amplamente estudado pois estatildeo envolvidas no metabolismo de muitos
carcinoacutegenos poluentes ambientais e drogas anticanceriacutegenas Dessa forma supotildee-se que a
inexistecircncia de enzimas especiacuteficas ou deleccedilotildees homozigoacuteticas possam ocasionar ao
organismo maior susceptibilidade a desenvolver neoplasias como cacircncer de bexiga coacutelon
pulmatildeo pele estocircmago e mama aleacutem de diabetes e asma (ZHENG etal 2002 CHARRIER
et al 1999 PARK et al 2003 ANTON et al 2010 CASTRO e LIMA 2013)
Existem cinco classes de genes da GST (alfa mu pi theta e zeta) Nos genes da classe
mu tecircm-se o GSTM1 GSTM2 GSTM3 GSTM4 e GSTM5 na regiatildeo cromossocircmica 1p133 O
polimorfismo no locus M1 eacute o mais estudado e apresenta trecircs alelos dois considerados ativos
GSTM1A e GSTM1B e o terceiro alelo nulo ou deletado (GSTM10) O que difere o
GSTM1A do GSTM1B apesar de serem proteiacutenas funcionalmente idecircnticas eacute que o
GSTM1A contecircm a proteiacutena lisina na posiccedilatildeo 172 e o GSTM1B contecircm a asparagina nessa
mesma posiccedilatildeo (DEJONG et al 1988 WIDERSTEN et al 1991)
Dessa forma o polimorfismo GSTM10 no gene da GST eacute classificado como
polimorfismo de deleccedilatildeo ou seja indiviacuteduos homozigotos que carreiam o genoacutetipo
GSTM10 apresentam deleccedilatildeo do gene inteiro e natildeo expressam a proteiacutena GST (KLATAU-
GUIMARAtildeES et al 2005 JAIN et al 2006 MANNERVICK et al 2005)
Klatau-Guimaratildees et al (2005) avaliaram a suscetibilidade agrave contaminaccedilatildeo por Hg e a
relaccedilatildeo com o polimorfismo da enzima GST atraveacutes de biomarcadores moleculares em
algumas tribos indiacutegenas da Amazocircnia Apoacutes a obtenccedilatildeo dos resultados observou-se que
fatores geneacuteticos podem influenciar o acuacutemulo de Hg no organismo pois os indiviacuteduos que
39
carreavam o genoacutetipo GSTM10 (deletado) apresentaram concentraccedilotildees maiores deste metal
nos cabelos quando comparados aos indiviacuteduos com genoacutetipo GSTM1 Com a ausecircncia desta
enzima o organismo pode natildeo estar apto a destoxificar o Hg de forma adequada uma vez que
esta eacute uma das funccedilotildees atribuiacutedas agrave GST Sendo assim esses indiviacuteduos podem apresentar
maiores concentraccedilotildees ou retenccedilatildeo de Hg no organismo
Naganuma et al (1990) e Choi et al (1996) afirmam que a deficiecircncia de GST estaacute
associada com a sensibilidade ao cloreto de Hg e ao metilmercuacuterio Entretanto ainda existem
inconsistecircncias na relaccedilatildeo entre o polimorfismo GSTM1 e a concentraccedilatildeo de Hg no
organismo (GUNDACKER et al 2007) De acordo com Hatagima et al (2000) a frequecircncia
do polimorfismo no gene da classe mu estaacute ausente ou deletado (GSTM10) de forma
homozigoacutetica em torno de 40 a 50 em diferentes populaccedilotildees eacutetnicas conforme ilustrado no
Quadro 4 que mostra a frequecircncia deste alelo assim como do GSTM1A GSTM1B
GSTM1AB inclusive na populaccedilatildeo brasileira
Quadro 4 Distribuiccedilatildeo da frequecircncia do polimorfismo GSTM1(ABAB0) no gene da GST em
diferentes etnias
Etnias GSTM1
A B AB 0
Brasileiros (Rio de Janeiro) 197 (30) 105 (16) 51 (8) 305 (46)
Brasileiros (Distrito Federal) 43 (24) 33 (184) 16 (9) 87 (486)
Brasileiros (Satildeo Paulo) 21 (29) 10 (14) 7 (9) 35 (48)
Nigerianos 49 (71) 4 (6) 1 (13) 15 (217)
Japoneses 13 (8) 68 (41) 5 (3) 80 (482)
Chineses 10 (10) 28 (30) 2 (2) 56 (583)
Indiacutegenas 15 (35) 7 (16) 6 (14) 15 (35)
Franceses 24 (43) 5 (9) 3 (5) 24 (43)
Ingleses 158 (28) 74 (135) 23 (4) 306 (545)
Fonte Hatagima et al (2000)
Considerando a importacircncia do polimorfismo GSTM10 no gene da GST e o fato da
populaccedilatildeo deste estudo residir em aacuterea de risco de contaminaccedilatildeo por Hg a anaacutelise de tais
40
dados torna-se necessaacuteria uma vez que o genoacutetipo nulo ou deletado pode influenciar as
concentraccedilotildees do metal no organismo
41
3 OBJETIVOS
31 OBJETIVO GERAL
Avaliar o estado nutricional relativo ao Se concentraccedilotildees de Hg e suas relaccedilotildees com o
estresse oxidativo e os polimorfismos Pro198Leu no gene da GPx 1 e GSTM1 no gene da
GST em mulheres residentes em aacuterea de risco de contaminaccedilatildeo por Hg
32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Avaliar o estado nutricional das voluntaacuterias em relaccedilatildeo agrave antropometria
Analisar a ingestatildeo alimentar de energia macronutrientes e Se
Determinar as concentraccedilotildees plasmaacuteticas e eritrocitaacuterias de Se e a atividade
eritrocitaacuteria total da enzima GPx
Avaliar as concentraccedilotildees de Hg nos cabelos
Associar a presenccedila dos polimorfismos Pro198leu e GSTM1 com os biomarcadores do
estado nutricional relativo ao Se e Hg respectivamente bem como com as
concentraccedilotildees de MDA e ORAC
42
4 METODOLOGIA
41 CASUIacuteSTICA E DELINEAMENTO
O estudo foi do tipo transversal descritivo com abordagem quantitativa e qualitativa
dos dados Participaram da pesquisa mulheres entre 19 e 50 anos residentes da cidade de
Porto Velho Rondocircnia (RO) Para o caacutelculo do tamanho da amostra considerou-se a
prevalecircncia do alelo variante Pro198Leu de 32 Fixou-se o niacutevel de significacircncia de 5 (
= 005) e um erro amostral de 65 Esses valores aplicados na equaccedilatildeo abaixo indicada para
populaccedilotildees infinitas proporcionou uma amostra de tamanho n igual a 200 mulheres
O projeto foi aprovado pelo comitecirc de eacutetica da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas
da Universidade de Satildeo Paulo (FCFUSP) parecer 119 e protocolo 574 (ANEXO 1) Na
Figura 4 abaixo estaacute representado o mapa do Brasil com destaque para o estado de Rondocircnia
e a cidade de Porto Velho onde a pesquisa foi realizada
Figura 4 Representaccedilatildeo do mapa do Brasil do estado de Rondocircnia e da cidade de Porto
Velho (RO)
Adaptado de Campos et al (2002)
43
Para ampla divulgaccedilatildeo da pesquisa cartazes com informaccedilotildees a respeito do estudo
foram espalhados pela cidade de Porto Velho em pontos de ocircnibus na secretaria de educaccedilatildeo
(SEDUC) na secretaria de sauacutede (SESAU) em academias de ginaacutestica em faculdades
particulares e tambeacutem na Universidade Federal de Rondocircnia (UNIR) (APEcircNDICE 1) Apoacutes
as procuras e declaraccedilotildees de interesse em participar da pesquisa as voluntaacuterias que se
adequavam ao perfil do estudo assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(APEcircNDICE 2) e em seguida responderam um questionaacuterio com informaccedilotildees
socioeconocircmicas presenccedila de doenccedilas e estilo de vida (APEcircNDICE 3) Natildeo foram incluiacutedas
no estudo mulheres com idade inferior a 19 ou superior a 50 anos fumantes com doenccedilas
crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e infecciosas (auto-relatadas) poacutes-menopausa que realizavam
atividade fiacutesica de forma intensa que utilizavam suplementos vitamiacutenicos eou minerais e que
residiam em local diferente do estabelecido
42 COLETA DE DADOS
A coleta dos dados (consumo alimentar antropometria material bioloacutegico) foi
realizada no laboratoacuterio Alphaclin (Porto Velho ndash RO) entre os meses de fevereiro a maio de
2011 entretanto todas as anaacutelises em material bioloacutegico foram realizadas em Laboratoacuterios da
Universidade de Satildeo Paulo (USP)
Para avaliar o consumo alimentar todas as participantes foram instruiacutedas pela
responsaacutevel da pesquisa a preencher um formulaacuterio de registro alimentar de 24 horas
(APEcircNDICE 4) que continha instruccedilotildees de preenchimento e fotos ilustrativas de medidas
caseiras de alguns alimentos com a finalidade de facilitar a obtenccedilatildeo dos dados de consumo
bem como para o melhor entendimento das voluntaacuterias reduzindo dessa forma as duacutevidas e
os erros de preenchimento Aleacutem do registro de 24 horas as voluntaacuterias responderam um
formulaacuterio a respeito do consumo de peixes da regiatildeo que poderiam estar relacionados com o
risco de contaminaccedilatildeo de Hg (ANEXO 2)
Os dados antropomeacutetricos (peso estatura e circunferecircncia da cintura) foram obtidos
apoacutes a entrega dos formulaacuterios de registros alimentares Em seguida para determinar as
concentraccedilotildees de Hg total cortou-se uma pequena quantidade de cabelo das voluntaacuterias
(aproximadamente 1g de amostra) da parte posterior da cabeccedila proacuteximo agrave regiatildeo occipital
(nuca) com auxiacutelio de uma tesoura de accedilo inoxidaacutevel que foi higienizada com acetona a cada
corte
44
Com a finalidade de avaliar o estado nutricional das participantes em relaccedilatildeo ao Se
atividade da enzima GPx estresse oxidativo e determinaccedilatildeo dos polimorfismos foram
coletados 20 mL de sangue por punccedilatildeo venosa Esse procedimento foi realizado no periacuteodo da
manhatilde por um profissional de enfermagem capacitado estando as voluntaacuterias em jejum de 10
a 12 horas
A coleta foi realizada com seringas plaacutesticas descartaacuteveis e agulhas de accedilo inoxidaacutevel
esteacutereis e descartaacuteveis Todos os materiais bioloacutegicos foram distribuiacutedos em tubos de vidro
contendo anticoagulante EDTA (aacutecido etilenodiamino tetraceacutetico) sendo que uma pequena
quantidade (sangue total) de todas as amostras foi armazenada em microtubos esteacutereis e
autoclavados para anaacutelise dos polimorfismos
O plasma foi separado do sangue total por centrifugaccedilatildeo a 3000 rpm durante 15
minutos a 4ordmC sendo extraiacutedo com pipeta automaacutetica e acondicionado em microtubos
previamente desmineralizados para determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo plasmaacutetica de Se
malondialdeiacutedo (MDA) e da capacidade de absorccedilatildeo de radicais livres de oxigecircnio (ORAC)
Em seguida o resiacuteduo contendo os eritroacutecitos foi lavado trecircs vezes com 5 mL de soluccedilatildeo
fisioloacutegica de cloreto de soacutedio a 09 homogeneizado lentamente por inversatildeo e centrifugado
a 10000 rpm por 10 minutos a 4ordmC sendo o sobrenadante descartado e dessa forma obtendo-
se a massa eritrocitaacuteria que foi extraiacuteda cuidadosamente com micropipeta e armazenada em
tubos de polipropileno desmineralizados para determinaccedilatildeo do Se eritrocitaacuterio e da atividade
da enzima GPx
Todas as amostras foram acondicionadas em gelo seco e transportadas em um
recipiente teacutermico por via aeacuterea de Porto Velho para Satildeo Paulo onde as amostras foram
armazenadas em freezer -80ordmC ateacute o momento das anaacutelises no laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo -
Minerais da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo (FCFUSP)
Quanto agraves amostras de cabelo coletadas estas foram armazenadas em envelopes de papel e
acondicionados em temperatura ambiente ateacute o momento das anaacutelises no Laboratoacuterio de
Anaacutelise por Ativaccedilatildeo Neutrocircnica - LANCRPq ndash Instituto de Pesquisas Energeacuteticas Nucleares
(IPENCNEN) ndash SP
Todos os materiais utilizados (vidrarias plaacutesticos ponteiras etc) foram
desmineralizados em banho de aacutecido niacutetrico a 20 por no miacutenimo 12 horas e enxaguados
pelo menos 10 vezes consecutivas com aacutegua ultra pura Milli-Q (resistividade de 182 MΩcm
a 25ordmC) para evitar a contaminaccedilatildeo por minerais Os reagentes utilizados nas anaacutelises tinham
um grau de pureza analiacutetica (PA) e a aacutegua ultrapura Milli-Q foi utilizada no preparo das
soluccedilotildees e diluiccedilatildeo das amostras
45
43 AVALIACcedilAtildeO ANTROPOMEacuteTRICA
Para avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica foram aferidos o peso a estatura e a circunferecircncia da
cintura (CC) Todas as afericcedilotildees foram realizadas por nutricionista segundo teacutecnicas
preconizadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2004)
O peso foi mensurado em balanccedila antropomeacutetrica da marca Filizolareg
modelo
ldquoWelmyrdquo com capacidade de 150 kg e graduaccedilatildeo de 100 g A estatura foi aferida em
estadiocircmetro com reacutegua antropomeacutetrica de ateacute 2 m e divisatildeo de 05 cm acoplado agrave balanccedila A
adequaccedilatildeo do peso das participantes foi avaliado pelo indicador Iacutendice de Massa Corporal ndash
IMC (Kgm2) calculado pela razatildeo do peso corporal em quilos pelo quadrado da altura em
metros Em seguida utilizou-se a classificaccedilatildeo da World Health Organization (WHO 2000)
de acordo com o Quadro 5 a seguir como um dos criteacuterios para classificar o IMC das
participantes
Quadro 5 Classificaccedilatildeo do Iacutendice de Massa Corpoacuterea (IMC) para adultos
Classificaccedilatildeo IMC (kgm2) Risco de Comorbidades
Baixo Peso
˂ 185
Baixo
Peso Normal ou
Eutrofia 185 - 249
Meacutedio
Sobrepeso
ge 25 ndash 299
Aumentado
Obesidade I 300 - 349 Moderado
Obesidade II 350 ndash 399 Grave
Obesidade III ˃ 40 Muito Grave
Fonte (WHO 2000)
A circunferecircncia da cintura (CC) foi aferida com uma trena antropomeacutetrica inelaacutestica e
flexiacutevel com 2 m de comprimento da marca Sannyreg
Para classificaccedilatildeo utilizou-se tambeacutem a
referecircncia da World Health Organization (WHO 2000) citada pela Associaccedilatildeo Brasileira
para o Estudo da Obesidade e da Siacutendrome Metaboacutelica (ABESO 20092010) a qual
estabelece como ponto de corte para risco cardiovascular aumentado a medida da
circunferecircncia igual ou superior a 80 cm em mulheres caucasianas
46
44 CONSUMO ALIMENTAR
O consumo alimentar foi avaliado por meio do registro alimentar de 24 horas aplicado
durante trecircs dias sendo dois dias da semana e um dia no final de semana A ingestatildeo
alimentar das participantes foi calculada com auxiacutelio do software NUTWIN (Departamento de
Informaacutetica da Escola Paulista de Medicina - UNIFESP) Considerando que as tabelas de
composiccedilatildeo de alimentos disponiacuteveis em alguns softwares natildeo dispotildeem de dados completos
acerca do teor de Se nos alimentos estes dados foram incluiacutedos manualmente baseados em
anaacutelises realizadas no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo e Minerais da USP
Como houve correlaccedilatildeo significativa entre os valores de energia e de Se os
macronutrientes e o mineral foram ajustados pela energia e correccedilatildeo da variabilidade
intrapessoal e interpessoal (WILLET et al 1997 WILLET et al 1998 SLATER et al
2004)
A avaliaccedilatildeo da ingestatildeo alimentar dos macronutrientes foi realizada de acordo com a
contribuiccedilatildeo energeacutetica em percentual da ingestatildeo caloacuterica total utilizando o Acceptable
Macronutrient Distribution Ranges (AMDR) do Institute of Medicine (IOM 2006) conforme
Quadro 6 As participantes foram classificadas em trecircs categorias sendo elas abaixo da
recomendaccedilatildeo dentro do intervalo de recomendaccedilatildeo e acima da recomendaccedilatildeo
Quadro 6 Intervalos de recomendaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de macronutrientes em percentual de
contribuiccedilatildeo energeacutetica (AMDR) de acordo com IOM (2006)
Macronutrientes AMDR (Adultos ˃18 anos)
Carboidratos 45 ndash 65
Proteiacutenas 10 ndash 35
Lipiacutedios 20 ndash 35
Fonte IOM 2006 AMDR Acceptable Macronutrient Distribution Ranges
Em relaccedilatildeo agrave prevalecircncia de ingestatildeo inadequada de Se esta foi calculada utilizando a
foacutermula proposta por Beaton (1994)
Z = (EAR ndash meacutedia) desvio padratildeo
Os valores da Necessidade Meacutedia Estimada (EAR) utilizados para avaliar a adequaccedilatildeo
da ingestatildeo de Se tambeacutem foram estabelecidos pelo IOM 2006
47
45 DETERMINACcedilAtildeO DA CONCENTRACcedilAtildeO DE SELEcircNIO NO PLASMA E
ERITROacuteCITOS
Com a finalidade de determinar as concentraccedilotildees de Se no plasma e nos eritroacutecitos as
amostras foram pesadas em triplicata (300microL) em tubos de micro kjehdal em seguida foram
adicionados 5 mL de aacutecido niacutetrico 65 (Merck
) e os tubos foram acondicionados em bloco
digestor O material foi digerido por via uacutemida aacutecida a uma temperatura maacutexima de 1500
C
Apoacutes este procedimento o Se contido nas amostras foi reduzido da forma VI para a forma IV
com adiccedilatildeo de aacutecido cloriacutedrico (HCl) 12 N durante duas horas a temperatura de 1000
C As
soluccedilotildees finais foram diluiacutedas para um volume de 25 mL e realizou-se a leitura por
espectrometria de absorccedilatildeo atocircmica com geraccedilatildeo de hidretos acoplados agrave cela de quartzo
(HGQTAAS) (HITACHI
modelo Z-5000) A curva de calibraccedilatildeo foi preparada utilizando os
respectivos pontos 00 microgL 01 microgL 03 microgL 05 microgL 10 microgL 30 microgL e 50 microgL O
limite de detecccedilatildeo (LD) foi de 00016 microgL e adotou-se um limite de confianccedila de 95 O
desvio padratildeo adotado para cada amostra ˂ que 5 e os resultados foram expressos em microgL
O controle de qualidade externo foi realizado utilizando o material de referecircncia
certificado (SERONORM SEROreg) que tambeacutem foi submetido aos mesmos procedimentos
realizados com as amostras O estado nutricional em relaccedilatildeo ao Se das participantes foi
classificado de acordo com os paracircmetros descritos no Quadro 7
Quadro 7 Valores de referecircncias adotados para concentraccedilatildeo de Se no plasma e eritroacutecitos
Se Valores de Normalidade
(microgL)
Plasmaacutetico
60 ndash 120
Eritrocitaacuterio 90 - 190
Fonte VAN DAEL DEELSTRA (1993) ORTUNtildeO (1997)
As participantes que apresentaram concentraccedilotildees plasmaacuteticas abaixo de 60 microgL foram
consideradas deficientes enquanto aquelas com concentraccedilotildees acima de 120 microgL em risco
de toxicidade Em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees nos eritroacutecitos foram consideradas deficientes
aquelas abaixo de 90 microgL e em risco de toxicidade acima de 190 microgL
Aleacutem dos valores de referecircncia descritos na Tabela 9 adotaram-se ainda os
paracircmetros propostos por Thomson (2004) que estabelece a concentraccedilatildeo miacutenima de Se
48
plasmaacutetico para o natildeo surgimento da doenccedila de Keshan como 21 microgL o valor aceitaacutevel para
otimizaccedilatildeo da atividade das enzimas deiodinases como ˃ 65 microgL o intervalo de 80 a 95 microgL
para maximizaccedilatildeo da atividade da GPx e selenoproteiacutena P e o valor superior a 115 microgL para
proteccedilatildeo contra alguns tipos de cacircncer
46 DETERMINACcedilAtildeO DA ATIVIDADE DA GPx
A atividade da enzima GPx foi determinada nos eritroacutecitos com o auxiacutelio de kit
comercial (Ransel 505-RANDOX Laboratories CrumlinUK) adaptado para o uso no
analisador bioquiacutemico automaacutetico (LiasysregMAS Rome Italy) Este meacutetodo se baseia na
reaccedilatildeo em que a enzima GPx catalisa a oxidaccedilatildeo da GR por um hidroperoacutexido Na presenccedila
de GPx e NADPH a GSH eacute convertida agrave forma reduzida com a oxidaccedilatildeo concomitante do
NADPH em NADH+ A diminuiccedilatildeo na absorbacircncia a 340 ηm eacute entatildeo determinada
(PAGLIA e VALENTINE 1967) A faixa de normalidade proposta pelo kit comercial
utilizado eacute de 275 - 736 UgHb A concentraccedilatildeo da hemoglobina (Hb) tambeacutem foi
determinada uma vez que a atividade da enzima foi expressa em UgHb
47 PROCESSAMENTO E ANAacuteLISE DE MERCUacuteRIO NOS CABELOS
Na primeira etapa do processamento para determinaccedilatildeo do Hg total os cabelos foram
picotados em pedaccedilos de aproximadamente 05 mm de comprimento com tesoura de accedilo inox
higienizada com acetona a cada troca de amostra Depois disso transferiram-se os cabelos
para um beacutequer limpo onde foram submersos em acetona e em seguida enxaguados trecircs
vezes com aacutegua Milli Q e mais uma vez com acetona conforme procedimento recomendado
pela Agecircncia Internacional de Energia Atocircmica (IAEA) (FARIAS 2006) As amostras foram
secas em temperatura ambiente e o armazenamento foi realizado em envelopes de papel
devidamente identificados
Para anaacutelise das amostras e materiais de referecircncia foram pesados cerca de 01 a 015
g de amostra diretamente em um frasco de teflon fechado da marca Savillexreg com capacidade
de 182 mL Apoacutes a pesagem foram adicionados 4 mL de aacutecido niacutetrico (HNO3) e 2 mL de
aacutecido sulfuacuterico (H2SO4) ambos concentrados e da marca Merckreg que foram mantidos assim
durante a noite No dia seguinte para digestatildeo das amostras em sistema fechado os frascos
foram colocados em bloco digestor na temperatura de 90ordm durante 3 h Depois da digestatildeo os
49
frascos foram colocados em banho de gelo ateacute o completo resfriamento e em seguida foram
adicionados 250 microL de soluccedilatildeo de dicromato de potaacutessio (K2Cr2O7) a 10 (mv) para a
estabilizaccedilatildeo do Hg
A determinaccedilatildeo de Hg total nos cabelos foi realizada pelo meacutetodo de espectrometria
de absorccedilatildeo atocircmica com geraccedilatildeo de vapor frio (CV AAS) em equipamento FIMS-100
(Perkin Elmerreg
) A validaccedilatildeo da metodologia em relaccedilatildeo agrave precisatildeo e exatidatildeo foi realizada
por meio da anaacutelise em triplicata dos materiais de referecircncia (Human Hair- IAEA 086 GBW
09101 - Human Hair e BCR CRM 397 - Human Hair) com valor certificado de concentraccedilatildeo
para Hg total e os resultados obtidos estatildeo presentes no Quadro 8
As determinaccedilotildees de Hg total em cabelos foram realizadas no Laboratoacuterio de Anaacutelise
por Ativaccedilatildeo Neutrocircnica (LAN) do Centro do Reator de Pesquisas (CRPq) do IPEN ndash
CNENSP
Quadro 8 Resultados (meacutedia plusmn desvio padratildeo da meacutedia) das anaacutelises dos materiais de
referecircncia utilizados na determinaccedilatildeo de Hg total (n= nuacutemero de determinaccedilotildees)
Amostras
Valores
Certificados
(microg kg -1
)
Valores Obtidos
(Meacutedia plusmn desvio)
(microg kg -1
)
DPR
()
ER
()
IAEA 086
(n =8) 573 plusmn 39
615 plusmn 68 111 73
GBW 09101
(n=4) 2160 plusmn 210
1975 plusmn 86 43 86
BCR CRM 397
(n=2) 12300 plusmn 500
11688 plusmn 32 027 50
IAEA- International Atomic Energy Agency
IAEA 086 - Methylmercury Total Mercury and other trace elements in Human Hair (IAEA May 2000)
CRM 397 - Certified Reference Material Trace Elements in Human Hair BCR- Community Bureau of Reference
(Brussels January 1991)
GBW 09101 - Certified Reference Material Human Hair (China April 1988)
DPR- Desvio Padratildeo Relativo
ER- Erro relativo
Quanto ao limite de detecccedilatildeo (LD) minus a menor concentraccedilatildeo do analito em uma amostra
que pode ser detectada mas natildeo necessariamente quantificada sob determinadas condiccedilotildees
experimentais minus foi determinado diretamente da curva de calibraccedilatildeo construiacuteda utilizando a
50
teacutecnica de regressatildeo e considerando um niacutevel de confianccedila de 95 O valor encontrado para o
limite inferior de detecccedilatildeo foi da ordem de 001 ng mL-1
resultado compatiacutevel com os estudos
encontrados na literatura para determinaccedilatildeo de Hg (HORVAT 1996 SKOOG et al 2002
FARIAS 2009) Em relaccedilatildeo ao limite de quantificaccedilatildeo (LQ) tambeacutem conhecido como limite
de determinaccedilatildeo que indica qual a menor concentraccedilatildeo do analito que pode ser detectada por
um meacutetodo qualquer que estaacute sendo empregado com um niacutevel aceitaacutevel de precisatildeo e
veracidade Pode ser considerado ainda como a concentraccedilatildeo do analito correspondente ao
valor meacutedio do branco mais 5 e 6 ou 10 desvios padratildeo (FARIAS 2009) O valor encontrado
para o limite de quantificaccedilatildeo para esta pesquisa foi da ordem de 1 ng mL-1
Os resultados das anaacutelises dos materiais de referecircncia apresentaram desvio padratildeo
relativo (DPR) variando de 027 a 11 e ER (Erro Relativo) de 5 a 86 comprovando a
precisatildeo e exatidatildeo do meacutetodo respectivamente
Para classificar o diagnoacutestico em relaccedilatildeo as concentraccedilotildees de Hg nos cabelos das
participantes os resultados encontrados foram comparados aos estabelecidos pela WHO
(1990) o qual considera 2000 ng g-1
para populaccedilotildees natildeo expostas e 6000 ng g-1
como
indicador de exposiccedilatildeo para Hg
48 DETERMINACcedilAtildeO DA CONCENTRACcedilAtildeO PLASMAacuteTICA DE
MALONDIALDEIacuteDO (MDA)
A peroxidaccedilatildeo lipiacutedica foi determinada por meio das concentraccedilotildees de MDA no
plasma obtidas por cromatografia liacutequida de alta eficiecircncia (HPLCPDA) quantificando a
reaccedilatildeo do MDA com dinitrofenilhidrazina (DNPH) utilizando absorbacircncia de 308 nm de
acordo com o meacutetodo adaptado de Rezaei Jamshidzadeh e Sanati (2013) Antes do
processamento das amostras foi construiacuteda uma curva de calibraccedilatildeo utilizando uma soluccedilatildeo
estoque de MDA com 22 μL de tetrametoxipropano e 10 mL de aacutecido sulfuacuterico a 1 Os
pontos da curva utilizados foram 00 025 05 10 20 40 60 e 120 μM Utilizou-se o
aparelho de HPLC da marca Shimadzu (Kyoto Japatildeo) equipado com coluna Phenomenex
Reverse-phase C18 de 240 mm x 46 mm com partiacuteculas de 5μm (Phenomenex Torrance
CA) A temperatura no amostrador foi mantida em 4degC e a temperatura da coluna a 25degC A
eluiccedilatildeo foi realizada em modo isocraacutetico com uma fase moacutevel constituiacuteda de 50 de H2O
deionizada e 50 de acetonitrila acidificada com 2 de aacutecido aceacutetico A taxa de fluxo de
ingestatildeo da amostra foi de 1 mLminuto e o tempo de corrida de 15 minutos
51
Com o objetivo de liberar o MDA das proteiacutenas plasmaacuteticas foram adicionados 10 μL
de hidroacutexido de soacutedio 4M nos microtubos que continham 100 μL de plasma e em seguida
estes foram agitados em voacutertex Apoacutes este procedimento as amostras foram incubadas no
aparelho Vortempreg a 60degC durante 30 minutos para posteriormente serem acondicionadas no
gelo por 5 minutos Depois do resfriamento foram adicionados 150 μL de aacutecido sulfuacuterico a
1 e agitou-se em voacutertex vigorosamente para precipitaccedilatildeo das proteiacutenas Novamente
incubou-se no gelo por mais 5 minutos seguindo-se de uma centrifugaccedilatildeo a 14000 rpm por
10 minutos Foram retirados 175 μL do sobrenadante que foram transferidos para um novo
microtubo onde foi adicionado 25 microL de DNPH (0001 gmL) permanecendo agrave temperatura
ambiente por 30 minutos protegidos de luz Centrifugou-se novamente o microtubo a 14000
rpm por 5 minutos e 150 μL do sobrenadante foi transferido para um vial do qual foi injetado
100 μL no aparelho HPLC
A determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo plasmaacutetica de malondialdeiacutedo foi realizada no
Departamento de Anaacutelises Cliacutenicas e Toxicoloacutegicas no laboratoacuterio de Toxicologia que tem
como responsaacutevel a professora Ana Paula de Melo Loureiro da Faculdade de Ciecircncias
Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo (USP)
49 DETERMINACcedilAtildeO DA CAPACIDADE DE ABSORCcedilAtildeO DE RADICAIS DE
OXIGEcircNIO (ORAC)
A capacidade antioxidante total do plasma foi realizada por meio do meacutetodo ORAC
proposto por Prior et al (2003) que baseia-se na mensuraccedilatildeo da inibiccedilatildeo do radical peroxil o
que demostra resistecircncia aos danos oxidativos Para isso o plasma foi desproteinizado com
aacutecido percloacuterico e posteriormente as amostras foram diluiacutedas 10x com tampatildeo fosfato (pH
74)
As anaacutelises foram realizadas em triplicata utilizando 25 microL de amostra em microplaca
de 48 poccedilos adicionando-se posteriormente 150 microL de soluccedilatildeo de fluoresceiacutena e 25 microL de
22-azobis (aminopropano) di-hidroclorido (AAPH) por injetores automaacuteticos do leitor de
microplacas (Biotech Synergy H1)
Utilizou-se uma curva padratildeo de Trolox preparada com as seguintes concentraccedilotildees
100 microM 50 microM 25 microM 125 microM 625 microM e os resultados foram expressos em μmol de
Trolox (μmol TEmL)
52
410 PREPARACcedilAtildeO DAS AMOSTRAS PARA ANAacuteLISE DOS POLIMORFISMOS
Para extraccedilatildeo do DNA de sangue total utilizou-se o kit PureLinkTM
Genomic DNA
(Invitrogen CA USA) seguindo as instruccedilotildees do fabricante Em seguida foi feita a leitura em
espectrofotocircmetro (Nanodropreg) nos comprimentos de onda () de 260nm (DNA) e 280nm
(proteiacutena) O DNA foi considerado iacutentegro e de boa qualidade quando a razatildeo 260280 foi
maior que 18 sendo descartadas aquelas com valores abaixo deste paracircmetro A
quantificaccedilatildeo do DNA das amostras foi realizada neste mesmo equipamento sendo os
resultados obtidos em ngmicroL As amostras com concentraccedilotildees inferiores a 10 ngmicroL foram
descartadas tendo em vista que esta era concentraccedilatildeo miacutenima padronizada
4101 Determinaccedilatildeo do Polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450)
Para anaacutelise de genotipagem o DNA do sangue total seraacute extraiacutedo a partir do
kit Purelink Genomic DNA da Invitrogen Life Technologies e em seguida o mesmo seraacute
quantificado no espectrofotocircmetro Nanodrop sendo o resultado expresso em ngmL Seraacute
utilizada a razatildeo 260280 superior a 17 e inferior a 20 como paracircmetro de qualidade do
DNA Amostras com a razatildeo abaixo desse valor seratildeo reextraiacutedas O DNA genocircmico de todas
as amostras seraacute ajustado em aacutegua autoclavada para uma concentraccedilatildeo de 10 ngmL e volume
final de 20 μL Um total de 2 μL de DNA seraacute usado para a reaccedilatildeo em cadeia da polimerase e
18 μL de soluccedilatildeo contendo o master mix especiacutefico para o ensaio de genotipagem (TaqManreg
genotyping master mix ndash Applied Biosystemsreg) com sondas TaqMan (Custom TaqMan
reg SNP
Genotyping Assay Human Alelo 1 VICMGB-NFQ Alelo 2 FAMMGB-NFQ part number
4331349) e primers especiacuteficos para o SNP (RS1050450) primer forward CATCGAAGCCCTGCTGTCT
e primer reverse CACTGCAACTBCCAAGCA
A genotipagem da populaccedilatildeo do estudo seraacute realizada pelo sistema TaqMan SNP
Genotyping Assays da Applied Biosystemsreg utilizando as condiccedilotildees de termociclagem
recomendadas pelo fabricante Este sistema eacute baseado na anaacutelise end-point da RT-PCR (Real
time ndash PCR ou Reaccedilatildeo em cadeia da Polimerase em Tempo Real)
53
4102 Determinaccedilatildeo do Polimorfismo GSTM1
As reaccedilotildees de PCR em tempo real (qPCR) foram realizadas em placas especiacuteficas de
96 poccedilos no equipamento StepOne Plus utilizando o sistema para detecccedilatildeo de produtos de
amplificaccedilatildeo TaqManreg (Applied Biosystems Foster City CA USA) Para o polimorfismo
GSTM1 foram selecionados primers forward 5prime-AAGATTCGTGTGGACATTTTGGA-3prime e
reverse 5prime TCTGGATTGTAGCAGATCATGCC-3prime e probes (FAM-CAGACCATGGACA-
ACCA-MGB 100 microM) marcados com fluoroacuteforo FAM Para controle endoacutegeno utilizou-se a
β-2-microglobulina (B2M) forward 5prime-TTGTTTCACTGTCCTGAGGACTATTTAT-3prime e
reverse 5prime-ATGTTACTCTGTCAATGTTCTCCACAT-3prime Os probes utilizados foram
marcados com fluoroacuteforo VIC (VIC-CTCTAACATGATAACCCTCAC-MGB 100 microM)
(COVAULT et al 2003)
As amostras foram submetidas agrave seguinte termociclagem 50degC por 2 min 95degC por
10 min seguidos de 40 ciclos a 95degC por 15 segundos e 60degC por 1 min Ao final eram
considerados vaacutelidos apenas os resultados cuja reaccedilatildeo apresentasse curva de dissociaccedilatildeo com
apenas um pico referente agrave temperatura de melting do primer utilizado em cada reaccedilatildeo A
presenccedila da deleccedilatildeo no gene GSTM1 foi estabelecida quando os valores de Ct (threshold
cycle) foram superiores a 35 ciclos conforme padronizaccedilatildeo realizada por Covault et al
(2003) De forma aleatoacuteria foram selecionadas 20 das amostras deletadas para confirmar a
deleccedilatildeo e em 100 delas houve concordacircncia dos resultados
411 ANAacuteLISES ESTATIacuteSTICAS
Os dados obtidos foram analisados no software SPSS versatildeo 200 e os resultados
expressos como meacutedia desvio padratildeo valores miacutenimos e maacuteximos Testou-se a normalidade
dos dados usando o teste de Kolmogorov-Smirnov e a homogeneidade de variacircncia o de
Levene O teste T-Student para amostras independentes e o ANOVA seguido de Tukey para
comparaccedilatildeo de meacutedias entre os paracircmetros Para o teste de correlaccedilatildeo utilizou-se o de
Pearson Nas anaacutelises de regressatildeo empregou-se o modelo de regressatildeo linear simples e o
modelo de regressatildeo linear muacuteltipla para selecionar as variaacuteveis de ajuste As variaacuteveis
testadas nos ajustes dos modelos muacuteltiplos foram idade iacutendice de massa corpoacuterea
escolaridade renda e ingestatildeo energeacutetica Para estes adotou-se o meacutetodo de backward
Foram consideradas estatisticamente significantes as anaacutelises com p lt 005
54
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
51 CARACTERIZACcedilAtildeO DA POPULACcedilAtildeO
Participaram do estudo 200 mulheres voluntaacuterias da cidade de Porto Velho (RO)
selecionadas de uma amostra de conveniecircncia A meacutedia de idade das participantes foi de 263
+ 75 anos Conforme a etnia relatada pelas voluntaacuterias 93 informaram ser pardas e a
maioria cursava o ensino superior Quanto agrave renda houve uma maior prevalecircncia de
participantes que ganhavam mais de quatro salaacuterios miacutenimos e 75 afirmaram natildeo realizar
atividade fiacutesica Em relaccedilatildeo ao histoacuterico de doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis na famiacutelia as
mais descritas foram hipertensatildeo arterial e diabetes Nenhuma participante era fumante ou
fazia uso de bebidas alcooacutelicas Todas residiam no estado de Rondocircnia haacute no miacutenimo 10 anos
Os dados acima mencionados estatildeo representados de forma detalhada na Tabela 1
De acordo com o censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
(IBGE 2011) a populaccedilatildeo brasileira era constituiacuteda de 190755799 de habitantes sendo que
428527 pertenciam agrave cidade de Porto Velho Desse total 492 eram do gecircnero feminino
Ainda neste censo 477 dos habitantes do Brasil classificaram-se como brancos
76 como pretos 43 como pardos 11 como amarelos e 04 como indiacutegenas A
distribuiccedilatildeo por cor ou raccedila reflete padrotildees histoacutericos de ocupaccedilatildeo e movimentos relacionados
agrave dinacircmica econocircmica As maiores proporccedilotildees de pardos (58) estatildeo nas regiotildees norte e
nordeste enquanto os pretos estatildeo mais presentes na Bahia (17) e no Rio de Janeiro
(124) Em Rondocircnia 353 se declararam brancos 556 pardos e 69 pretos
corroborando com dados obtidos nesta pesquisa
Dentre os dados apresentados ressalta-se ainda a presenccedila de DCNT nos antecedentes
familiares das participantes De acordo com Silva-Junior (2009) e Schmidt et al (2011)
72 das mortes ocorridas em 2007 no Brasil foram atribuiacutedas agraves DCNT O aumento da
prevalecircncia de diabetes e hipertensatildeo paralelamente ao excesso de peso estaacute associado agrave
mudanccedilas desfavoraacuteveis na dieta e na atividade fiacutesica (SCHMIDT et al 2011)
O Brasil tem colocado em praacutetica importantes poliacuteticas para prevenccedilatildeo das DCNT
Como exemplo destaca-se a implantaccedilatildeo do plano de accedilatildeo de 2008 a 2013 da Organizaccedilatildeo
Mundial da Sauacutede (WHO) que teve como foco quatro doenccedilas cardiovasculares diabetes
cacircncer e doenccedilas respiratoacuterias crocircnicas responsaacuteveis por 58 das mortes no Brasil em 2007
(WHO 2010 SCHMIDT et al 2011) O elevado nuacutemero de casos dessas doenccedilas nos dias
55
atuais justifica os resultados da porcentagem relatada pelas participantes do estudo sobre o
histoacuterico de doenccedilas na famiacutelia
Tabela 1 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas das voluntaacuterias
1Salaacuterio Miacutenimo vigente no ano de 2011 (R$ 54500)
52 AVALIACcedilAtildeO ANTROPOMEacuteTRICA
Os resultados antropomeacutetricos de acordo com o Iacutendice de Massa Corpoacuterea (IMC)
estatildeo apresentados na tabela 2 a seguir
n
Etnia (n=200)
Parda 186 930
Branca 11 55
Negra 2 10
Indiacutegena 0 0
Oriental 1 05
Escolaridade (n=173)
Fundamental 8 50
Ensino Meacutedio 19 100
Superior Incompleto 103 600
Superior Completo 40 230
Poacutes-Graduaccedilatildeo 3 20
Renda (n=163)
Ateacute 1 Salaacuterio Miacutenimo1
9 60
2 a 3 Salaacuterios Miacutenimos 58 350
Acima de 4 Salaacuterios Miacutenimos 96 590
Atividade Fiacutesica (n=200)
Sim 51 250
Natildeo 149 750
DCNT (n=186)
Dislipidemias 16 86
Obesidade 37 200
Diabetes 62 333
Hipertensatildeo Arterial 58 311
Outras 13 70
56
Tabela 2 Classificaccedilatildeo das participantes segundo o Iacutendice de Massa Corporeacutea (IMC)
Classificaccedilatildeo do IMC (kgm2) n
Eutrofia (185 - 249) 186 93
Sobrepeso (ge 25 ndash 299) 13 65
Obesidade grau I (300 - 349) 1 05
A Figura 5 apresenta os resultados da Circunferecircncia da Cintura (CC) das
participantes Do total 172 voluntaacuterias (891) apresentavam CC dentro dos valores de
normalidade e 21 (109) em risco aumentado de DCNT
Figura 5 Circunferecircncia da Cintura das voluntaacuterias de acordo com WHO (2000) Ponto de
corte assinalado em azul (80 cm) constitui risco aumentado para o desenvolvimento de
DCNT Porto Velho 2015
Considerando as estimativas de prevalecircncia das condiccedilotildees deacuteficit e excesso de peso
de acordo com o IMC os dados da POF 20082009 da populaccedilatildeo brasileira acima de 19 anos
de idade revelaram que 36 das mulheres brasileiras foram classificadas com deacuteficit de peso
principalmente nas mulheres muito jovens (20 a 24 anos de idade) ou muito idosas (75 anos
57
ou mais) O excesso de peso foi diagnosticado em cerca de metade das mulheres excedendo
em 13 vezes a frequecircncia de deacuteficit de peso nestas e o diagnoacutestico de obesidade foi de 169
Ainda de acordo com a POF 20082009 observou-se que tanto o excesso de peso
como a obesidade aumentaram de frequecircncia nas idades entre 55 a 64 anos declinando nas
idades subsequentes Em relaccedilatildeo agraves mulheres da regiatildeo norte o deacuteficit de peso foi de 35 no
domiciacutelio urbano e 42 no rural o excesso de peso 48 no urbano e 479 no rural e a
obesidade 17 e 165 respectivamente
53 CONSUMO ALIMENTAR
A ingestatildeo meacutedia de energia das voluntaacuterias foi 131801 plusmn 26548 kcaldia Os
macronutrientes foram avaliados de acordo com os intervalos de recomendaccedilatildeo da
distribuiccedilatildeo em percentual da contribuiccedilatildeo energeacutetica (AMDR) do Institute of Medicine
(2006) Verificou-se que a maioria (59) das participantes apresentou uma ingestatildeo de
carboidratos abaixo da recomendaccedilatildeo enquanto em relaccedilatildeo agraves proteiacutenas uma elevada
porcentagem (76) apresentou ingestatildeo dentro do intervalo de referecircncia e o consumo de
lipiacutedios foi acima da recomendaccedilatildeo em 48 delas (Figura 6)
Figura 6 Distribuiccedilatildeo das participantes segundo a adequaccedilatildeo da ingestatildeo dos
macronutrientes de acordo com a recomendaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em percentual da energia
(IOM 2006) Porto Velho 2015
59
10 13
26
76
39
44
14
48
Carboidratos Proteiacutenas Lipiacutedios
Abaixo da Recomendaccedilatildeo Dentro do Intervalo de Recomendaccedilatildeo
Acima da Recomendaccedilatildeo
58
A Pesquisa de Orccedilamentos Familiares (POF 20082009) avaliou o consumo alimentar
de 34003 brasileiros levando em consideraccedilatildeo o gecircnero e a faixa etaacuteria Foi observado que o
consumo energeacutetico meacutedio da populaccedilatildeo brasileira em geral variou de 1490 a 2289 kcal Na
regiatildeo norte observaram-se meacutedias de ingestatildeo energeacutetica acima da meacutedia nacional e das
demais regiotildees do paiacutes variando de 1660 a 2496 kcal Entre as mulheres a faixa etaacuteria de 19
a 59 anos apresentou ingestatildeo energeacutetica meacutedia de 1710 kcal sendo a meacutedia na aacuterea urbana
de 1713 e na aacuterea rural 1694 kcal
Dados do Estudo Nacional de Despesa Familiar (ENDEF) de 197475 e as POFs
(198788 199596 e 200203) verificaram diminuiccedilatildeo de cerca de 9 na participaccedilatildeo relativa
de carboidratos acarretando valores considerados miacutenimos para este macronutriente (559)
No entanto no estudo da POF 20082009 a porcentagem de contribuiccedilatildeo dos macronutrientes
obedeceu agraves faixas de recomendaccedilatildeo A meacutedia da porcentagem de contribuiccedilatildeo de
carboidratos nas dietas das mulheres brasileiras foi de 562 a 576 a de proteiacutena de 16 4 e
de lipiacutedio 272 Ao avaliar as participantes da regiatildeo norte as meacutedias de contribuiccedilatildeo foram
565 para carboidrato 176 para proteiacutena e 256 para lipiacutedio
A manutenccedilatildeo do peso corpoacutereo eacute primariamente determinada pelo consumo e
utilizaccedilatildeo de carboidratos e lipiacutedeos As proteiacutenas contribuiram com uma fraccedilatildeo pequena e
relativamente constante no consumo energeacutetico total A auto regulaccedilatildeo dos estoques de
carboidratos e proteiacutenas no organismo humano ocorre de maneira eficiente enquanto o
mecanismo de regulaccedilatildeo de armazenamento de lipiacutedios eacute pouco eficiente O papel
fundamental dos carboidratos (accediluacutecares e amido) eacute o de fornecer energia para as ceacutelulas do
organismo particularmente para o ceacuterebro uacutenico oacutergatildeo dependente exclusivamente destes
nutrientes (EGASHIRA MIZIARA LEONI 2014)
Os lipiacutedios satildeo importantes na alimentaccedilatildeo pois fornecem energia de alta densidade e
participam no valor energeacutetico total da dieta Ao longo dos uacuteltimos anos raacutepidas mudanccedilas na
dieta e no estilo de vida vecircm ocorrendo com a industrializaccedilatildeo urbanizaccedilatildeo desenvolvimento
econocircmico e mais recentemente a globalizaccedilatildeo propiciando significativo impacto na sauacutede e
no estado nutricional da populaccedilatildeo do mundo As DCNT incluindo obesidade diabetes
melito doenccedilas cardiovasculares hipertensatildeo arterial e alguns tipos de cacircncer tecircm
comprometido o periacuteodo de vida economicamente ativo de vaacuterios indiviacuteduos Com relaccedilatildeo agraves
mudanccedilas dieteacuteticas uma das principais alteraccedilotildees observadas eacute o incremento de oacuteleos e
gorduras em preparaccedilotildees e em alimentos industrializados (SANTOS e AQUINO 2014)
Apesar de as voluntaacuterias natildeo apresentarem doenccedilas crocircnicas auto-relatadas destaca-se que
59
houve histoacuterico de vaacuterias DCNT na famiacutelia constituindo fator de risco para desenvolvimento
destas nas participantes
A ingestatildeo alimentar de Se tambeacutem foi avaliada nestas participantes apresentando
meacutedia de consumo de 493 plusmn 191 microgdia (Tabela 3) Observou-se que esta meacutedia foi superior
agrave recomendaccedilatildeo da EAR (45 microgdia) entretanto em relaccedilatildeo agrave prevalecircncia de ingestatildeo
inadequada de Se estimada conforme a foacutermula de Beaton (1994) notou-se que 409 das
participantes apresentaram inadequaccedilatildeo da ingestatildeo ou seja consumo abaixo da EAR
Tabela 3 Ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) das participantes (n = 193)
Se (microgdia)
Meacutedia 4934
Desvio Padratildeo 1915
Mediana 4643
Miacutenimo 1038
Maacuteximo 18520
Segundo os resultados da POF 20082009 a meacutedia do consumo de Se da populaccedilatildeo
feminina com idade entre 19 e 59 anos foi de 762 microgdia Na regiatildeo norte este mesmo grupo
apresentou consumo meacutedio de 1048 microgdia superior ao das outras regiotildees do Brasil centro-
oeste (697 microg) nordeste (793 microg) sudeste (714 microg) e sul (737 microg) Tais resultados
independente da regiatildeo foram superiores ao obtido neste estudo A prevalecircncia de
inadequaccedilatildeo da ingestatildeo de Se neste mesmo grupo foi de 137 no paiacutes sendo de 91 na
regiatildeo norte
Silva (2013) ao avaliar a ingestatildeo alimentar de Se de adultos saudaacuteveis da cidade de
Fortaleza (CE) observou consumo meacutedio de 79 microgdia e somente 151 dos participantes
apresentaram meacutedia de ingestatildeo abaixo da EAR
De acordo com as pesquisas realizadas no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo - Minerais a
ingestatildeo de Se na populaccedilatildeo brasileira varia de 18 a 200 microgdia (CINTRA 1990 BORTOLI
2010 DONADIO 2011 MAIA 2008 SILVA 2013)
Donadio (2011) avaliou indiviacuteduos adultos saudaacuteveis do estado de Satildeo Paulo e
observou um consumo meacutedio de 412 microgdia No estudo de Bortoli (2010) realizado com
mulheres da cidade de Satildeo Paulo Cubatatildeo (SP) e Novo Airatildeo (AM) verificou-se um
consumo meacutedio de 571 microgdia 533 microgdia e 539 microgdia respectivamente Esses dados
60
mostraram que natildeo houve diferenccedila significativa entre as cidades eou estados avaliados
Rocha et al (2014) ao avaliarem o consumo alimentar de Se de crianccedilas de duas comunidades
ribeirinhas de Porto Velho (RO) verificaram que as crianccedilas que residiam na localidade de
Demarcaccedilatildeo consumiam menos Se (418 microgdia) que a localidade denominada Gleba do Rio
Preto (179 microgdia) A diferenccedila observada foi atribuiacuteda ao fato de as crianccedilas da segunda
comunidade consumirem mais alimentos in natura enquanto as crianccedilas da primeira em
virtude da sua localizaccedilatildeo geograacutefica tinham mais acesso a alimentos industrializados
Ressalta-se que todos esses dados referentes ao consumo brasileiro de Se
independente da regiatildeo natildeo ultrapassaram o Limite Superior Toleraacutevel de Ingestatildeo (UL) de
400 microg dia (IOM 2006)
A determinaccedilatildeo do consumo de Se natildeo eacute uma tarefa faacutecil em virtude das dificuldades
existentes em relaccedilatildeo aos meacutetodos que avaliam a ingestatildeo alimentar e aleacutem disso em razatildeo
do nuacutemero reduzido de tabelas que apresentam a concentraccedilatildeo do mineral nos alimentos
brasileiros (FERREIRA 2002) Aliado a essas questotildees eacute preciso ressaltar que as
concentraccedilotildees do mineral nos alimentos satildeo proporcionais agrave quantidade do mesmo nos solos
dessa forma um mesmo alimento pode conter concentraccedilotildees de Se muito diferentes Por isso
os valores de ingestatildeo de Se apresentados poderiam ser diferentes caso houvesse dados da
concentraccedilatildeo do mineral em alimentos cultivados em solo rondoniense Mesmo assim a
dificuldade em estimar a ingestatildeo do Se continuaria existindo pois natildeo seria faacutecil rastrear de
forma rigorosa a origem dos alimentos consumidos pelas participantes
A ingestatildeo de castanha-do-brasil tambeacutem foi mensurada visto que eacute considerado o
alimento mais rico em Se Apenas uma voluntaacuteria afirmou ter o haacutebito de consumi-la
regularmente coincidindo ser justamente aquela que apresentou o maior consumo de Se
(43897 microgdia) bem como as maiores concentraccedilotildees do mineral no sangue Por isso essa
participante natildeo foi incluiacuteda nas anaacutelises por ser considerada como outlier
54 MARCADORES BIOQUIacuteMICOS DO ESTADO NUTRICIONAL RELATIVO AO
SELEcircNIO
A tabela 4 apresenta as concentraccedilotildees de Se (microgL) no plasma e eritroacutecitos das
participantes
61
Tabela 4 Concentraccedilatildeo de Se (microgL) no plasma e nos eritroacutecitos das participantes (n=192)
PLASMA ERITROacuteCITOS
Meacutedia + DP 498 + 186 754 + 299
Mediana 470 730
Miacutenimo 58 184
Maacuteximo 1094 1532
DP Desvio Padratildeo
Destaca-se que o plasma reflete o estado nutricional atual (FAIRWEATHER-TAIT
1997) De acordo com Thomson (2004) e Van Dael e Deelstra (1993) o Se plasmaacutetico eacute
considerado o biomarcador mais acessiacutevel para avaliaccedilatildeo do status do mineral por isso eacute o
mais utilizado pois permite avaliar as mudanccedilas em curto prazo respondendo de forma
raacutepida e sensiacutevel conforme a ingestatildeo alimentar Eacute importante mencionar que essa resposta
pode ser influenciada por fatores como a idade o estado fisioloacutegico do indiviacuteduo e a forma do
Se consumida
De acordo com o paracircmetro proposto por Van Dael e Deelstra (1993) verificou-se que
a maioria das participantes apresentou deficiecircncia de Se (69) enquanto uma porcentagem
menor apresentou adequaccedilatildeo (295) e outra mais reduzida em risco de toxicidade (15)
A Figura 7 apresenta os resultados da concentraccedilatildeo de Se plasmaacutetico conforme os
paracircmetros proposto por Van Dael e Deelstra (1993) assim como os intervalos estipulados
por Thomson (2004) que propotildee valores miacutenimos de Se no soro para prevenccedilatildeo da doenccedila de
Keshan otimizaccedilatildeo da atividade das deiodinases maximizaccedilatildeo da atividade da GPx e da
selenoproteiacutena P e ainda para proteccedilatildeo contra alguns tipos de cacircncer
Apenas 41 das voluntaacuterias apresentaram-se em risco para doenccedila de Keshan e
784 delas baixa otimizaccedilatildeo para as deiodinases Para o ponto de corte de otimizaccedilatildeo da
GPx e selenoproteiacutena P a maioria (933) apresentou baixa otimizaccedilatildeo Quanto ao intervalo
de proteccedilatildeo contra alguns tipos de cacircncer 99 natildeo estavam protegidas
Dessa forma de acordo com as duas referecircncias selecionadas para avaliar a
concentraccedilatildeo de Se no plasma verifica-se que a maioria das voluntaacuterias aleacutem de apresentar
deficiecircncia do mineral
No Brasil poucos estudos avaliaram o estado nutricional relativo ao Se em adultos
saudaacuteveis Coutinho (2003) avaliou este paracircmetro em praticantes de capoeria residentes em
Satildeo Paulo e observou a meacutedia de 787 microgL de Se no plasma Maia (2008) avaliou 29
62
paulistanos e 28 cearenses e observou uma meacutedia de Se plasmaacutetico de 665 microgL e 576 microgL
respectivamente
Figura 7 Distribuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo plasmaacutetica de Se (microgL) das participantes (n=194)
segundo os paracircmetros porpostos por Van Dael e Deelstra (1993) e Thomson (2004) Porto
Velho 2015
a Intervalo proposto por Van Dael e Deelstra (1993) (60 - 120 μgL)
Pontos de corte propostos por Thomson (2004) b Prevenccedilatildeo do surgimento da doenccedila de Keshan (gt 21 μgL)
c Otimizaccedilatildeo da atividade das deiodinases (gt 65 μgL)
d Maximizaccedilatildeo da GPx e selenoproteiacutena P (gt 80 - 95 μgL)
e Proteccedilatildeo contra alguns tipos de cacircncer (gt 115 μgL)
Bortoli (2010) avaliou mulheres saudaacuteveis e encontrou uma meacutedia de 817 microgL nas
voluntaacuterias residentes em Satildeo Paulo 607 microgL no grupo de Cubatatildeo (SP) e de 1018 microgL
nas mulheres de Novo Airatildeo (AM) A meacutedia de Se plasmaacutetico obtida na uacuteltima localidade
citada foi justificada pelo fato de a populaccedilatildeo ter como haacutebito o consumo regular de castanha-
do-brasil Donadio (2011) ao avaliar 124 indiviacuteduos residentes em Satildeo Paulo obteve a meacutedia
de 541 microgL Santos (2013) tambeacutem determinou as concentraccedilotildees do mineral no plasma de
176 indiviacuteduos do Cearaacute e observou uma meacutedia de 626 microgL
63
A Figura 8 apresenta a distribuiccedilatildeo das concentraccedilotildees eritrocitaacuterias de Se das
participantes Nos eritroacutecitos 125 participantes (645) apresentaram concentraccedilotildees abaixo
do intervalo de referecircncia
Figura 8 Distribuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo eritrocitaacuteria de Se das participantes (n=194) Intervalo
assinalado em azul (90 - 190 μgL) constitui os paracircmetros de normalidade proposto por Van
Dael e Deelstra (1993) e Ortuntildeo (1997) Porto Velho 2015
Ao contraacuterio do plasma a concentraccedilatildeo de Se eritrocitaacuterio reflete o estado nutricional
pregresso por responder de forma mais lenta agraves alteraccedilotildees no estado nutricional Essa resposta estaacute
relacionada com o tempo de meia vida das hemaacutecias que eacute de aproximadamente 120 dias
(FAIRWEATHER-TAIT 1997 VAN DAEL e DEELSTRA 1993)
Houve correlaccedilatildeo entre as concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio (r = 0629 p ˂
0001) ou seja quanto maior a concentraccedilatildeo de Se no plasma maior a sua concentraccedilatildeo nos
eritroacutecitos
As Tabelas 5 e 6 apresentam os resultados das anaacutelises de regressatildeo da ingestatildeo
alimentar de Se em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees do mineral no plasma e nos eritroacutecitos
respectivamente
64
Tabela 5 Coeficiente de regressatildeo da ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) como variaacutevel
independente que influenciou a concentraccedilatildeo do mineral no plasma (microgL) das participantes
Variaacutevel independente β p-valora
R2 ajustado p-valor
b
Ingestatildeo alimentar de Se (microgdia)c 0278 0112 0277 0026
Modelo ajustado pela escolaridade (anos de estudo) idade (anos) ingestatildeo energeacutetica (kcaldia) e circunferecircncia
da cintura (cm)
a Valor de p referente ao coeficiente β
b Valor de p referente ao R
2 ajustado
As anaacutelises de regressatildeo mostraram que houve associaccedilatildeo positiva entre o consumo de
alimentar de Se (microgdia) e as concentraccedilotildees do mineral no plasma (microgL) e nos eritroacutecitos
(microgL) O coeficiente de correlaccedilatildeo (R2) da ingestatildeo alimentar de Se em relaccedilatildeo ao plasma foi
277 e nos eritroacutecitos 363 Estes coeficientes expressam a porcentagem da variabilidade
das concentraccedilotildees sanguiacuteneas de Se que satildeo explicadas pela ingestatildeo alimentar do mineral
Tabela 6 Coeficiente de regressatildeo da ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) como variaacutevel
independente que influenciou a concentraccedilatildeo do mineral nos eritroacutecitos (microgL) das
participantes
Variaacutevel independente β p-valora
R2 ajustado p-valor
b
Ingestatildeo alimentar de Se (microgdia)c 0154 0301 0363 0001
Modelo ajustado pelo consumo alimentar de Se (microgdia) idade (anos) circunferecircncia da cintura (cm) iacutendice de
massa corpoacuterea (kgm2) escolaridade (anos de estudo) e renda (salaacuterios miacutenimos)
a Valor de p referente ao coeficiente β
b Valor de p referente ao R
2 ajustado
No estudo de Maia (2008) a meacutedia da concentraccedilatildeo eritrocitaacuteria de Se em adultos residentes
em Satildeo Paulo foi de 80 microgL e do Cearaacute 1224 microgL Silva (2013) encontrou a meacutedia de 1015
microgL de Se nos eritroacutecitos dos participantes do Cearaacute Adame et al (2012) que avaliou
espanhois encontrou a meacutedia de 104 6 microgL
Bortoli (2010) obteve a meacutedia de 833 microgL nas participantes de Satildeo Paulo 859 microgL
no grupo de Cubatatildeo (SP) e de 1998 microgL nas muheres de Novo Airatildeo (AM) A meacutedia
elevada encontrada na comunidade de Novo Airatildeo foI justificada pelo fato de a populaccedilatildeo do
estado do Amazonas apresentar o haacutebito de consumir regularmente a castanha-do-brasil
Houve ainda correlaccedilatildeo positiva entre os valores de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio indicando
65
que aquelas participantes cujo o teor estava mais elevado em um dos compartimentos
sanguiacuteneos tambeacutem se encontrava da mesma forma no outro (r = 07018 plt 00001)
Segundo Lemire et al (2006) a populaccedilatildeo da Amazocircnia brasileira apresenta
concentraccedilatildeo de Se no sangue total que varia de normal a relativamente alto Entretanto este
resultado natildeo foi observado no presente estudo pois a maioria das participantes apresentou
concentraccedilotildees abaixo da referecircncia Todavia esta pesquisa foi composta por mulheres
residentes em uma capital urbana diferente dos locais de trabalho das pesquisas de Lemire et
al (2006) realizados em comunidades ribeirinhas do Paraacute Estes pesquisadores avaliaram 236
adultos de seis comunidades ribeirinhas ao longo do rio Tapajoacutes e verificaram que 343
possuiacuteam concentraccedilotildees elevadas e nove indiviacuteduos (38) apresentaram valores acima dos
estipulados para toxicidade O valor mais baixo encontrado do mineral foi de 142 microgL
Em outra pesquisa realizada por Lemire et al (2011) na mesma regiatildeo foram
avaliados 407 voluntaacuterios e apenas seis participantes (15) apresentaram deficiecircncia de Se
enquanto 32 apresentaram concentraccedilotildees entre 560 e 1000 microgL e 10 concentraccedilotildees
superiores a 1000 microgL Segundo os pesquisadores a concentraccedilatildeo elevada de Se no sangue
foi devida aos haacutebitos alimentares da populaccedilatildeo uma vez que a mesma sobrevive de
alimentos cultivados nas proacuteprias comunidades
De acordo com os estudos de Pinheiro et al (2005) Rocha et al (2014) e Lemire et al
(2006 2009 2010 e 2011) que avaliaram o status de Se em comunidades ribeirinhas da
Amazocircnia observa-se que haacute uma relaccedilatildeo entre a concentraccedilatildeo do mineral no sangue e a
cultura alimentar regional
Natildeo existem muitos trabalhos realizados no Brasil e no mundo que tenham avaliado o
status de Se de populaccedilotildees natildeo acometidas por doenccedilas a maioria das pesquisas avaliou
indiviacuteduos doentes Portanto este trabalho contribuiraacute para o melhor conhecimento das
condiccedilotildees dessa populaccedilatildeo quanto a esse mineral Constatou-se que o haacutebito alimentar urbano
natildeo incluiacutea o consumo de castanha-do-brasil nem de outros alimentos cultivados em solos da
regiatildeo que constituiriam dessa forma uma excelente fonte do mineral
55 SELEcircNIO E ATIVIDADE DA ENZIMA GPx
A atividade da enzima GPx foi avaliada nos eritroacutecitos de 195 participantes e os seus
valores foram corrigidos e ajustados pela concentraccedilatildeo de hemoglobina sendo apresentados
em Ug Hb Apenas 6 das voluntaacuterias avaliadas apresentaram baixa atividade da enzima e
66
87 atividade normal (Figura 9) O valor meacutedio da atividade da GPx foi de 451 + 193 Ug
Hb Dessa forma pode-se inferir que a ingestatildeo alimentar de Se embora baixa natildeo teve influecircncia
na atividade enzimatica da GPx que eacute um biomarcador sensiacutevel e que avaliado nos eritroacutecitos
pode refletir a ingestatildeo em longo prazo do mineral (BROWN 2001 LEI 2007)
Figura 9 A atividade da enzima GPx peroxidase das participantes Intervalo assinalado em
azul (275 a 736 Ug Hb) representa a referecircncia proposta pelo Kit da Randoxreg Porto Velho
2015
Dados da literatura sobre atividade eritrocitaacuteria da GPx satildeo escassos os existentes
avaliaram a atividade da enzima no plasma dificultando as comparaccedilotildees com os resultados
deste trabalho No entanto Olusi (2002) ao realizar seu estudo no Kwait com adultos
eutroacuteficos observou meacutedia de 983 Ug Hb sendo este valor considerado elevado Ko et al
(2005) ao avaliar chineses encontrou a meacutedia de atividade da GPx nos eritroacutecitos de 513
Ug Hb enquanto Moradi et al (2009) ao avaliar em mulheres iranianas observaram a meacutedia
de 20 3 Ug Hb
De acordo com os estudos brasileiros Maia (2008) observou atividade meacutedia de 477
Ug Hb para adultos residentes em Satildeo Paulo e de 528 Ug Hb no Cearaacute Bortoli (2010)
observou a meacutedia de 733 Ug Hb nas mulheres amazonenses 371 Ug Hb nas voluntaacuterias de
Satildeo Paulo e de 382 Ug Hb nas de Cubatatildeo A meacutedia na pesquisa de Donadio (2011) com
paulistanos foi de 401 Ug Hb e Silva (2013) em voluntaacuterias do Cearaacute obteve 386 Ug Hb
67
A atividade da GPx estaacute fortemente correlacionada com a concentraccedilatildeo sanguiacutenea de
Se portanto um consumo inadequado de Se pode ocasionar reduccedilatildeo da atividade da GPx o
que por sua vez afeta a resposta celular em relaccedilatildeo agrave accedilatildeo de agentes oxidantes
desencadeando o surgimento do estresse oxidativo (COMINETTI et al 2011)
Segundo Crespo-Loacutepez et al (2009) as glutationas podem atuar como a principal
linha de defesa contra os compostos de Hg e conforme Herculano et al (2006) altas
concentraccedilotildees da enzima podem servir de proteccedilatildeo contra a intoxicaccedilatildeo do metal
Pinheiro et al (2008) realizou uma comparaccedilatildeo entre concentraccedilotildees de Hg e a defesa
antioxidante de mulheres saudaacuteveis residentes em trecircs comunidades ribeirinhas da Amazocircnia
sendo duas comunidades consideradas expostas ao metal localizadas na bacia do rio Tapajoacutes
e a outra localizada na bacia do rio Tocantins O estudo tinha como finalidade detectar
possiacuteveis alteraccedilotildees no estado antioxidante em razatildeo da exposiccedilatildeo ao Hg Dentre outros
paracircmetros foram avaliados a concentraccedilatildeo da GPx no sangue total e as concentraccedilotildees de Hg
nos cabelos Foi observada correlaccedilatildeo positiva entre as concentraccedilotildees de Hg e o aumento da
concentraccedilatildeo da enzima ou seja os indiviacuteduos com alto teor de Hg apresentaram tambeacutem
concentraccedilotildees elevadas de GPx
56 SELEcircNIO E CONCENTRACcedilOtildeES CAPILARES DE MERCUacuteRIO
Os resultados das anaacutelises de Hg nos cabelos das voluntaacuterias encontram-se descritos
na Figura 10 Das 200 participantes avaliadas apenas seis (30) apresentaram concentraccedilotildees
de Hg superiores ao valor de referecircncia estabelecido pela WHO (1990) e apenas uma
apresentou concentraccedilatildeo do metal abaixo do limite de quantificaccedilatildeo (˂ 1 ng g-1
)
Em relaccedilatildeo aos resultados do formulaacuterio de Hg para coleta dos cabelos foi perguntado
para as participantes se estas possuiacuteam tintura ou qualquer tipo de alisamento e a maioria
(635) natildeo possuiacutea nenhum tipo de alisamento e 585 natildeo tinham cabelos pintados A
concentraccedilatildeo meacutedia de Hg nos cabelos foi de 625 + 766 ng g-1
A concentraccedilatildeo de Hg no sangue reflete a exposiccedilatildeo ao metal nas formas orgacircnica e
inorgacircnica e pode ser influenciada pelo consumo de alimentos contaminados O Hg
permanece na corrente sanguiacutenea apenas alguns dias apoacutes a exposiccedilatildeo desta maneira a anaacutelise
deve ser feita rapidamente a fim de detectar exposiccedilotildees recentes (EPA 2005) Em relaccedilatildeo agrave
concentraccedilatildeo de Hg nos cabelos esta eacute proporcional agrave do sangue uma vez que este metal se
incorpora aos fios (WHO 1990) A anaacutelise do cabelo reflete uma exposiccedilatildeo mais prolongada
68
ao Hg possibilitando a avaliaccedilatildeo da concentraccedilatildeo deste elemento durante periacuteodos de tempo
maiores (PASCALICCHIO 2002)
Figura 10 Distribuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo de Hg (ng g-1
) nos cabelos das participantes (n=
200) Ponto de corte assinalado em azul representa o valor de referecircncia (2000 ng g-1
)
proposto pela WHO (1990) Porto Velho-RO 2015
Os peixes da regiatildeo Amazocircnica segundo alguns pesquisadores apresentam elevado risco de
contaminaccedilatildeo por Hg (MUCKE et al 2001 BAacuteRAacuteNY et al 2002 KARITA e SUZUKI
2002 LINDBERG et al 2004 HANSEN et al 2004) Entretanto 975 das participantes
avaliadas informaram consumir este alimento de forma esporaacutedica Dessa forma pode-se
inferir que as participantes deste estudo natildeo apresentaram alta contaminaccedilatildeo por Hg em
decorrecircncia da baixa ingestatildeo de peixes no haacutebito alimentar Poreacutem Marques et al (2007) ao
avaliar as concentraccedilotildees de Hg de 82 mulheres urbanas de Porto Velho (RO) observaram
que mesmo com um baixo consumo de peixes o niacutevel meacutedio de Hg nos cabelos foi elevado
(3500 ng g-1
)
Em outra pesquisa realizada por Marques et al (2013) foram avaliadas mulheres de
comunidades ribeirinhas da bacia do rio Madeira Os autores observaram que as
concentraccedilotildees meacutedias de Hg nos cabelos (12120 ng g-1
) daquelas que moravam agraves margens
do rio foram superiores agravequeles das residentes em aacuterea urbana (5360 ng g-1
)
69
Rocha et al (2014) determinaram as concentraccedilotildees de Hg nos cabelos de crianccedilas de
duas comunidades ribeirinhas de Porto Velho sendo elas Demarcaccedilatildeo localizada as margens
do rio Machado e Gleba do Rio Preto no rio Preto As crianccedilas da primeira comunidade
apresentaram concentraccedilatildeo meacutedia de Hg de 3570 + 1860 ng g-1
enquanto as crianccedilas da
Gleba do Rio Preto concentraccedilotildees meacutedias de 6240 + 5890 ng g-1
ou seja 50 acima do
valor encontrado na comunidade Demarcaccedilatildeo
Bastos et al (2006) ao avaliar as concentraccedilotildees de Hg em 713 indiviacuteduos do rio
Madeira obtiveram a meacutedia de 15200 ng g-1
Boischio e Henshel (2000) ao avaliar 90 matildees e
89 crianccedilas encontraram meacutedias de 12600 ng g-1
e 10200 ng g-1
respectivamente
Hacon et al (2014) avaliaram cinco aacutereas na regiatildeo de Porto Velho no rio Madeira
Das cinco comunidades estudadas quatro faziam parte da regiatildeo ribeirinha de Santo Antocircnio
Participaram do estudo 1945 indiviacuteduos cujas concentraccedilotildees de Hg foram avaliados em
amostras de cabelos Apenas 09 dos voluntaacuterios apresentaram concentraccedilotildees de Hg
superiores a 50000 ng g-1
e 90 concentraccedilotildees inferiores a 10000 ng g-1
O estudo ressaltou
que as concentraccedilotildees de Hg nas mulheres de 16 a 49 anos de idade variou de 2400 a 5300 ng
g-1
dependendo da regiatildeo onde residiam Os pesquisadores concluiacuteram que as concentraccedilotildees
de Hg foram altos em todas as comunidades e este resultado foi relacionado ao consumo de
peixes da regiatildeo
Bortoli (2010) que tambeacutem avaliou as concentraccedilotildees de Hg nos cabelos de mulheres
de Satildeo Paulo (SP) Cubatatildeo (SP) e Novo Airatildeo (AM) encontrou meacutedia de 180 ng g-1
nas
paulistanas 190 ng g-1
nas Cubatenses e de 5670 ng g-1
nas participantes do Amazonas
Dentre as participantes dos dois primeiros grupos nenhuma apresentou concentraccedilatildeo de Hg
acima de 2000 ng g-1
concentraccedilatildeo para adultos natildeo expostos ocupacionalmente de acordo
com a WHO (1990) No grupo das mulheres amazonenses 218 apresentaram valores
abaixo dessa referecircncia De acordo com os valores maacuteximos em regiotildees onde haacute exposiccedilatildeo
reconhecida por Hg (6000 ng g-1
) foi observado que 309 destas participantes tinham
concentraccedilotildees de Hg nos cabelos acima desse valor de referecircncia A pesquisadora ressaltou
que 927 das mulheres de Novo Airatildeo relataram consumir peixes da regiatildeo pelo menos uma
vez por semana
Pinheiro et al (2005) ao avaliarem 40 mulheres de trecircs comunidades da bacia do rio
Tapajoacutes verificaram que natildeo houve diferenccedila estatiacutestica em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees de Hg
total nas amostras de cabelos nas diferentes comunidades O primeiro grupo composto por
gestantes apresentou a meacutedia de concentraccedilatildeo de Hg de 8250 ng g-1
enquanto o segundo
composto por mulheres natildeo gestantes 9390 ng g-1
do metal No entanto os pesquisadores
70
observaram que as concentraccedilotildees do Hg no terceiro trimestre de gravidez eram maiores
(9650 ng g-1
) que no primeiro (6620 ng g-1
) e segundo trimestres (6710 ng g-1
)
Pinheiro et al (2008) analisaram novamente duas comunidades da mesma regiatildeo que
o estudo anterior Poreacutem selecionaram mulheres de uma comunidade ribeirinha da bacia do
rio Tocantins que formaram o grupo controle do estudo pois estas natildeo pertenciam a uma
regiatildeo considerada contaminada por Hg Os autores observaram que nas comunidades da
bacia do rio Tapajoacutes as voluntaacuterias apresentaram concentraccedilotildees de Hg no cabelo
significativamente maiores (12926 ng g-1
) em relaccedilatildeo agrave comunidade da bacia do rio Tocantins
(3290 ng g-1
)
Estudos epidemioloacutegicos tecircm evidenciado correlaccedilatildeo positiva entre as concentraccedilotildees
de Se e Hg no sangue (MUCKE et al 2001 BAacuteRAacuteNY et al 2002 KARITA e SUZUKI
2002 LINDBERG et al 2004 HANSEN et al 2004) Tal evidecircncia foi verificada nesta
pesquisa em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees plasmaacuteticas do mineral conforme as anaacutelises de
regressatildeo Os coeficientes de correlaccedilatildeo (R2) das concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico e
eritrocitaacuterio foram 59 e 37 respectivamente (Tabela 7) Estes coeficientes expressam a
porcentagem da variabilidade no niacutevel de Hg nos cabelos (ng g-1
) que eacute explicada pelas
variaacuteveis independentes
De acordo com Gailer et al (2000) o efeito protetor do Se tem sido associado a uma
maior retenccedilatildeo de Hg ao inveacutes de maior excreccedilatildeo Desta forma acredita-se que o Se
juntamente com o Hg forme um complexo Hg-Se que por sua vez liga-se a selenoproteiacutena P
favorecendo uma redistribuiccedilatildeo corporal do metal Poreacutem segundo Baacuteraacuteny et al (2005) e
Lindberg et al (2004) os estudos sobre como esta interaccedilatildeo acontece ainda natildeo satildeo
suficientes para elucidar a dinacircmica desse complexo Sugere-se que uma ingestatildeo adequada de
Se possa promover um efeito de proteccedilatildeo contra o Hg e seus compostos toacutexicos
Apesar dos valores elevados de Hg encontrados na regiatildeo Amazocircnica poucos trabalhos
avaliaram sintomas ou sinais cliacutenicos referentes a essa intoxicaccedilatildeo
No estudo de Dorea et al (2003) com mulheres vivendo em comunidades ribeirinhas
do Rio Negro os sintomas pesquisados foram fraquezas musculares amortecimentos de
membros tremores desequiliacutebrio e alteraccedilotildees sensoriais No entanto na populaccedilatildeo deste
estudo tais sinais natildeo foram observados Malm et al (1995) realizaram outra pesquisa com
populaccedilotildees ribeirinhas no Paraacute e tambeacutem natildeo encontraram tais sinais (desequiliacutebrio sensitivo
constriccedilatildeo de campo visual ataxia reduccedilatildeo da capacidade auditiva tremores reflexos de
tendotildees e desequiliacutebrios mentais e salivares)
71
Tabela 7 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram as
concentraccedilotildees de Hg (ng g-1
) nos cabelos (variaacutevel dependente) das participantes
Variaacuteveis independentes β p-valora
R2 ajustado p-valor
b
Se no Plasma (microgL)c 3117 0177 0059 0020
Se no Eritroacutecito (microgL)d 0970 0656 0037 0096
a Valor de p referente ao coeficiente β
b Valor de p referente ao R
2 ajustado
c Modelo ajustado pelo indice de massa corporeacutea (kgm
2) escolaridade (anos de estudo) idade (anos) e renda
(salaacuterios miacutenimos) d Modelo ajustado pelo pelo indice de massa corporeacutea (kgm
2) circunferecircncia da cintura (cm) escolaridade (anos
de estudo) idade (anos) ingestatildeo energeacutetica (kcaldia) e renda (salaacuterios miacutenimos)
57 SELEcircNIO E AVALIACcedilAtildeO DO ESTRESSE OXIDATIVO MDA E ORAC
O meacutetodo de ORAC (Capacidade de Absorccedilatildeo de Radicais de Oxigecircnio) avalia a
capacidade do plasma de inibir o radical peroxil mostrando resistecircncia aos danos oxidativos
Dessa forma verifica-se que quanto maiores as concentraccedilotildees do Se no sangue maior seraacute a
capacidade antioxidante total sendo este dado relacionado agrave accedilatildeo ou funccedilatildeo antioxidante do
mineral
De acordo com as anaacutelises de regressatildeo houve associaccedilatildeo entre as concentraccedilotildees de
Se no plasma e nos eritroacutecitos com o ORAC (Tabela 8) Os coeficientes de correlaccedilatildeo (R2)
das concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio foram 60 e 77 respectivamente Estes
coeficientes expressam a porcentagem da variabilidade do ORAC que eacute explicado pelas
variaacuteveis independentes (Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio) Natildeo foram encontrados estudos que
avaliaram a capacidade antioxidante por meio do ORAC que relacionem ou associem com as
concentraccedilotildees de Se em indiviacuteduos saudaacuteveis
Tabela 8 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram a
capacidade antioxidante ndash ORAC (mmol eq troloxg de amostra) (variaacutevel dependente) das
participantes
Variaacuteveis independentes β p-valora
R2 ajustado p-valor
b
Se no Plasma (microgL)c -0002 0555 0060 0015
Se no Eritroacutecito (microgL)d -0005 0094 0077 0005
a Valor de p referente ao coeficiente β
b Valor de p referente ao R
2 ajustado
c Modelo ajustado pelo indice de massa corporeacutea (kgm
2) circunferecircncia da cintura (cm) renda (salaacuterios
miacutenimos) d
Modelo ajustado pelo pelo indice de massa corporeacutea (kgm2) circunferecircncia da cintura (cm) renda (salaacuterios
miacutenimos)
72
Os radicais livres de oxigecircnio podem induzir a reaccedilatildeo de peroxidaccedilatildeo lipiacutedica Os
aacutecidos graxos insaturados no plasma em uacuteltima instacircncia podem gerar produtos de
peroxidaccedilatildeo lipiacutedica tais como o malondialdeiacutedo (MDA) Dessa forma as concentraccedilotildees de
MDA podem refletir o niacutevel de estresse oxidativo do organismo De acordo com as anaacutelises
de regressatildeo natildeo houve associaccedilatildeo entre as concentraccedilotildees de Se no plasma e nos eritroacutecitos
com o MDA (Tabela 9)
Tabela 9 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram a
concentraccedilatildeo plasmaacutetica de malondialdeiacutedo (microM) (variaacutevel dependente) das participantes
Variaacuteveis independentes β p-valora
R2 ajustado p-valor
b
Se no Plasma (microgL)c 10 x 10
-4 0980 -0015 0675
Se no Eritroacutecito (microgL)c 10 x 10
-3 0239 -0005 0505
a Valor de p referente ao coeficiente β
b Valor de p referente ao R
2 ajustado
c Modelo ajustado pelo indice de massa corporeacutea (kgm
2) idade (anos) ingestatildeo energeacutetica (kcaldia)
circunferecircncia da cintura (cm) renda (salaacuterios miacutenimos) e escolaridade (anos de estudo)
O estudo de Gaacutec et al (2014) tinha como objetivo definir a relaccedilatildeo entre as
concentraccedilotildees de Se no sangue e estresse oxidativo (concentraccedilatildeo de MDA) em 337 crianccedilas
saudaacuteveis da Espanha A concentraccedilatildeo de Se natildeo exerceu nenhum efeito direto nas
concentraccedilotildees de MDA (r = 008 pgt005) Em outro estudo espanhol Galan-Chilet et al
(2014) avaliaram em uma populaccedilatildeo adulta a associaccedilatildeo entre o Se no plasma e as
concentraccedilotildees de MDA na urina Os autores tambeacutem natildeo observaram correlaccedilotildees
siginificativas entre esses marcadores
Krishnan e Rani (2014) tambeacutem natildeo encontraram nenhuma correlaccedilatildeo significativa
entre a concentraccedilatildeo de Se e MDA em pacientes com doenccedila de Alzheimer ou demecircncia de
origem vascular Entretanto outros estudos verificaram uma diminuiccedilatildeo das concentraccedilotildees de
MDA apoacutes a suplementaccedilatildeo com Se (ZHANG et al 2005 FABIAN et al 2013 SITTA et
al 2011 SMOLKOVAacute et al 2004 GRYGIEL-GOacuteRNIAK et al 2014)
73
58 POLIMORFISMO PRO198LEU
Ao avaliar a presenccedila do SNP (rs 1050450) no gene que codifica a enzima glutation
peroxidase1 nas 190 amostras do estudo foi observado que 567 das participantes
apresentaram genoacutetipo selvagem (ProPro) ou seja homozigotos para prolina 368 dos
indiviacuteduos heterozigotos (ProLeu) e 68 homozigotos para leucina (LeuLeu) A frequecircncia
relativa do alelo variante foi de 025
Os resultados da genotipagem apresentaram-se de acordo com o equiliacutebrio de Hardy
Weinberg o qual determina que as frequecircncias aleacutelicas devem permanecer constantes ao
longo das geraccedilotildees caso natildeo sejam interferidas por nenhum fator evolutivo Dessa forma o
teste de qui-quadrado (χ2) foi aplicado e o valor encontrado foi de 01127 e a probabilidade
associada a esse valor considerando um grau de liberdade foi maior que 5 indicando que a
populaccedilatildeo estava de acordo com o equiliacutebrio
A Tabela 10 ilustra a distribuiccedilatildeo das participantes de acordo com o SNP Pro198Leu
Tabela 10 Distribuiccedilatildeo do SNP Pro198Leu (rs 1050450) no gene que codifica GPx 1 nas
participantes (n=190)
Genoacutetipos coacutedon 198 da GPx 1 n
ProPro 107 563
ProLeu 70 368
LeuLeu 13 68
Quatro pesquisas descrevem a frequecircncia do polimorfismo Pro198Leu na populaccedilatildeo
da cidade de Satildeo Paulo Nishimura (2010) em seu estudo com 175 pacientes com cacircncer da
cavidade orofariacutengea encontrou prevalecircncia de 50 de indiviacuteduos com genoacutetipo selvagem
(ProPro) 43 heterozigoto (ProLeu) e 7 de homozigoto (LeuLeu) para o polimorfismo
Em seu grupo controle que foi constituiacutedo por 203 indiviacuteduos da mesma cidade 51
ProPro 43 ProLeu e 6 LeuLeu
Cominetti et al (2011) no seu trabalho realizado com 37 mulheres obesas
observaram 49 de ProPro 38 de ProLeu e 13 de LeuLeu Donadio (2011) ao avaliar
124 indiviacuteduos adultos natildeo doentes verificou que a prevalecircncia de ProPro foi de 49 de
ProLeu 47 e apenas 3 de LeuLeu
Cardoso et al (2012) ao determinar o polimorfismo em um grupo de 28 idosos com
doenccedila de Alzheimer observaram que 75 apresentaram genoacutetipo ProPro 14 de
74
heterozigotos e 11 de LeuLeu No mesmo estudo no grupo controle formado por 29
idosos sem a doenccedila os pesquisadores encontraram 72 com genoacutetipo ProPro 14 de
ProLeu e 14 de homozigotos LeuLeu
Silva (2013) em seu trabalho realizado com a populaccedilatildeo cearense observou que
545 dos indiviacuteduos apresentaram genoacutetipo ProPro 381 genoacutetipo ProLeu e 74 de
genoacutetipo LeuLeu
Hiragi et al (2011) avaliaram a frequecircncia do polimorfismo em 304 indiviacuteduos
pertencentes a trecircs grupos eacutetnicos diferentes No grupo constituiacutedo por 60 adultos indiacutegenas
95 possuiacuteam genoacutetipo selvagem (ProPro) 3 eram heterozigotos (ProLeu) e 2
homozigotos (LeuLeu) No grupo composto por 72 indiviacuteduos afrodescendentes 71 eram
ProPro 22 ProLeu e 7 LeuLeu O terceiro grupo formado por 172 indiviacuteduos que
residiam no Distrito Federal 47 eram ProPro 40 ProLeu e 13 LeuLeu
Fosberg et al (1999) em anaacutelise realizada com 25 suecos encontrou 52 de
indiviacuteduos homozigotos para prolina (selvagens) 36 de heterozigotos e 12 de
homozigotos para leucina Em outro estudo Fosberg et al (2000) determinaram a frequecircncia
de alelos para esse polimorfismo em uma populaccedilatildeo sueca e outra finlandesa A populaccedilatildeo
sueca foi formada por 101 indiviacuteduos infartados e 214 formaram o grupo controle A
distribuiccedilatildeo dos genoacutetipos dos indiviacuteduos do grupo caso foi de 55 homozigotos selvagens
38 heterozigotos e 7 de homozigotos para leucina No grupo controle a frequecircncia dos
genoacutetipos foi de 53 40 e 7 respectivamente No grupo da Finlacircndia dos 66 indiviacuteduos
avaliados 35 eram homozigotos para prolina 48 heterozigotos e 17 homozigotos para
leucina
De acordo com os trabalhos citados a menor distribuiccedilatildeo conforme os genoacutetipos estaacute
relacionada ao homozigoto LeuLeu Algumas pesquisas afirmam que a presenccedila do alelo Leu
reduz a atividade da enzima GPx nos indiviacuteduos com este alelo variante (HANSEN et al
2009 RAVN-HAREN et al 2006) Dessa forma se haacute uma diminuiccedilatildeo da atividade
enzimaacutetica da GPx o sistema antioxidante dos indiviacuteduos que apresentam o alelo Leu pode
ser afetado Estudos tambeacutem tecircm associado a presenccedila deste alelo variante a um aumento do
risco de alguns tipos de cacircncer (RATNASINGHE et al 2000 HU e DIAMOND 2003
ZHAO et al 2005) Entretanto essas associaccedilotildees natildeo foram observadas em todas as
populaccedilotildees estudadas uma vez que a frequecircncia do alelo Leu varia de acordo com o grupo
eacutetnico (ZHAO et al 2005)
De acordo com Pena et al (2011) a origem geneacutetica da populaccedilatildeo brasileira eacute o
resultado de vaacuterias miscigenaccedilotildees e apesar disso apresenta uma uniformidade maior que o
75
esperado No trabalho desses pesquisadores foi avaliado a ascendecircncia total de 934 brasileiros
de diferentes raccedilas residentes em quatro regiotildees do paiacutes com excessatildeo da regiatildeo centro-oeste
Foram avaliados polimorfismos de inserccedilatildeo e deleccedilatildeo e os genoacutetipos encontrados foram
utilizados para estimar os componentes europeus africanos e ameriacutendios dos indiviacuteduos Os
resultados mostraram que a ancestralidade das diferentes populaccedilotildees das regiotildees do Brasil eacute
semelhante
A populaccedilatildeo de Rondocircnia eacute umas das mais diversificadas do Brasil composta de
migrantes oriundos de todas as regiotildees do paiacutes O interior do Estado eacute formado por goianos
paranaenses paulistas mineiros gauacutechos capixabas baianos mato grossenses e sergipanos
enquanto a capital eacute formada por cearenses maranhenses amazonenses e acreanos (IBGE
2014)
Poucos estudos associaram o polimorfismo Pro198Leu com biomarcadores do estado
nutricional relativo ao Se em indiviacuteduos saudaacuteveis A Tabela 11 apresenta uma comparaccedilatildeo
das meacutedias das concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico eritrocitaacuterio atividade da GPx MDA e
ORAC de acordo com o genoacutetipo para o polimorfismo Pro198Leu Observou-se que natildeo
houve diferenccedila significativa entre os paracircmetros avaliados
Donadio (2011) encontrou diferenccedila significativa entre a atividade da GPx em
mulheres paulistanas avaliadas de acordo com os genoacutetipos do Pro198Leu Silva (2013)
tambeacutem encontrou a mesma diferenccedila em mulheres cearenses indicando que a influecircncia do
gecircnero eacute um importante fator que deve ser considerado em estudos sobre esse polimorfismo
Cominetti et al (2011) natildeo observaram diferenccedilas nas concentraccedilotildees de Se
plasmaacutetico eritrocitaacuterio e atividade da GPx entre os genoacutetipos em ambas as fases de seu
estudo (preacute e poacutes suplementaccedilatildeo de castanha-do-brasil) poreacutem encontraram correlaccedilatildeo entre
o Se eritrocitaacuterio e a atividade da GPx apenas para o grupo ProPro em ambas as fases O
mesmo resultado foi observado no estudo de Cardoso et al (2012) que tambeacutem observaram
correlaccedilatildeo entre o Se eritrocitaacuterio e a atividade da GPx apenas para o grupo ProPro tanto nos
indiviacuteduos com Alzheimer quanto no grupo controle A mesma correlaccedilatildeo foi descrita por
Jablonska et al (2009) Hu e Diamond (2003) e Karunashinghe et al (2011) Estes dados satildeo
uacuteteis para entender os mecanismos e a manutenccedilatildeo da variabilidade geneacutetica na populaccedilatildeo
bem como para a identificaccedilatildeo de genes associados com doenccedilas complexas (HIRAGI et al
2011) Todos esses resultados mostram que o efeito do polimorfismo Pro198Leu deve
continuar sendo investigado em diferentes populaccedilotildees
76
Tabela 11 Concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico eritrocitaacuterio atividade da enzima GPx MDA e
ORAC de acordo com o genoacutetipo para o polimorfismo Pro198Leu (rs1050450) no gene que
codifica para GPx 1 das participantes
Variaacuteveis ProPro
MD (DP) (n= 107)
ProLeu
MD (DP) (n = 70)
LeuLeu
MD (DP) (n = 13)
pa
Se no Plasma (microgL) 5366 (5225) 5417 (3993) 5577 (1866) 099
Se no Eritroacutecito (microgL) 7804 (3883) 7769 (3618) 7935 (2944) 099
GPx Eritrocitaacuteria (Ug Hb) 4751 (2277) 4426 (2604) 4261 (1374) 058
MDA (microM) 097 (111) 084 (022) 085 (023) 060
ORAC (mmol eq troloxg de amostra) 163 (151) 159 (130) 128 (076) 071
a Valor de p calculado pela ANOVA MD - Meacutedia DP - Desvio Padratildeo
59 POLIMORFISMO GSTM1
A GST faz parte de uma famiacutelia de enzimas intracelulares que modullam a accedilatildeo de
toxinas endoacutegenas e exoacutegenas sobre as ceacutelulas evitando danos ao DNA (MANNERVICK
1985) Esta famiacutelia de enzimas estaacute envolvida no metabolismo de muitos carcinoacutegenos
poluentes ambientais e drogas anticanceriacutegenas por isso a inexistecircncia de isoenzimas
especiacuteficas pode gerar efeito significativo na toleracircncia do organismo ao estresse oxidativo
(ZHENG et al 2002 MORAIS et al 2008) O gene da classe mu (GSTM1) abordado nesta
pesquisa eacute polimoacuterfico em humanos e estatildeo ausentes ou deletados de forma homozigoacutetica em
40 a 50 em diferentes populaccedilotildees eacutetnicas (NELSON et al 1995 HATAGIMA et al 2000
GISNBERG et al 2009)
A Tabela 12 apresenta a distribuiccedilatildeo das participantes de acordo com o genoacutetipo do
polimorfismo GSTM1 O genoacutetipo nulo ou deletado (--) indica que o gene inteiro apresenta
deleccedilatildeo e portanto o indiviacuteduo natildeo expressa a proteiacutena GST O genoacutetipo presente (++) eacute a
forma selvagem ou seja natildeo apresenta deleccedilatildeo do gene e o indiviacuteduo expressa a GST
Tabela 12 Distribuiccedilatildeo do polimorfismo GSTM1 no gene da GST das participantes (n =
180)
GSTM1 n
Presente (++) 104 5780
Nulo ou Deletado (--) 76 4220
77
Natildeo foram observadas diferenccedilas entre as concentraccedilotildees de Hg na populaccedilatildeo avaliada
de acordo com os genoacutetipos do polimorfismo GSTM1 bem como os paracircmetros relativos ao
estresse oxidativo (Tabela 13)
Tabela 13 Concentraccedilotildees de Hg de MDA e valores de ORAC de acordo com o genoacutetipo
para o polimorfismo GSTM1 no gene da GST das participantes
Variaacuteveis Presente (++)
MD (DP)
(n= 104)
Nulo (--)
MD (DP)
(n = 76)
pa
Hg (ng g-1
) 56365 (69475) 70863 (75295) 0184
MDA (microM) 095 (113) 087 (027) 0570
ORAC (mmol eq troloxg de amostra) 165 (159) 158 (117) 0730 a Valor de p calculado pelo teste T-Student
Klatau-Gimaratildees et al (2005) verificaram que em algumas tribos indiacutegenas da
Amazocircnia os indiviacuteduos que carreavam o genoacutetipo nulo ou seja deleccedilatildeo do gene inteiro
tinham maiores concentraccedilotildees de Hg nos cabelos Tais pesquisadores concluiacuteram que os
fatores geneacuteticos podem influenciar o acuacutemulo de Hg no organismo e os indiviacuteduos com
genoacutetipo nulo natildeo estatildeo aptos a destoxificar o metal pois essa funccedilatildeo eacute atribuiacuteda agrave GST
Entretanto outros estudos natildeo encontraram correlaccedilatildeo entre as concentraccedilotildees do metal
com os genoacutetipos do GSTM1 Gundacker et al (2007) em seu estudo com 222 estudantes da
Universidade de Viena relacionaram as concentraccedilotildees de Hg no sangue e na urina com os
genoacutetipos presente ou nulo do polimorfismo Os autores natildeo encontraram associaccedilatildeo entre
esses dois paracircmetros mas foi observado que as pessoas com genoacutetipo nulo apresentavam
valores mais elevados do metal Os autores verificaram que 56 dos indiviacuteduos carreavam o
genoacutetipo nulo tinham concentraccedilotildees mais baixas de Hg no sangue coincidindo com
concentraccedilotildees tiacutepicas de populaccedilotildees natildeo expostas agrave toxicidade Os resultados levaram agrave
hipoacutetese de que os indiviacuteduos com a deleccedilatildeo para GST apresentam atividade cataliacutetica
prejudicada e satildeo menos capazes de aumentar a sua capacidade de excreccedilatildeo do Hg levando a
uma maior acumulaccedilatildeo do metal no organismo
Estudos sobre a relaccedilatildeo entre o polimorfismo da GST e as concentraccedilotildees de Hg em
humanos satildeo escassos Custodio et al (2004 e 2005) verificaram que o polimorfismo GSTM1
natildeo teve efeito sobre as concentraccedilotildees de Hg no sangue total plasma e urina Entretanto
concluiacuteram que indiviacuteduos carreadores do genoacutetipo deletado apresentam atividade da enzima
reduzida e dessa forma maiores concentraccedilotildees e retenccedilatildeo de Hg
78
Lee et al (2009) analisaram o polimorfismo GSTM1 associado agrave exposiccedilatildeo intra-
uterina de Hg e o peso ao nascer de crianccedilas de etnia coreana Dentre as 417 gestantes
avaliadas 595 carreavam genoacutetipo nulo sem diferenccedila significativa nas concentraccedilotildees de
Hg no sangue e no cordatildeo umbilical em relaccedilatildeo agravequelas com genoacutetipo selvagem Apesar
disso os autores observaram que as crianccedilas cujas matildees carreavam o genoacutetipo nulo
apresentaram relaccedilatildeo inversa do peso ao nascer com as concentraccedilotildees de Hg no cordatildeo
umbilical Entretanto esta relaccedilatildeo natildeo foi observada nas crianccedilas filhas de matildees com genoacutetipo
selvagem Os pesquisadores afirmaram que este fato pode ser explicado em razatildeo do Hg ser
transferido para o feto atraveacutes da placenta Dessa forma foi demosntrado que o polimorfismo
GSTM1 pode desempenhar papel importante na relaccedilatildeo entre a concentraccedilatildeo de Hg e o peso
ao nascer
Na populaccedilatildeo brasileira a frequecircncia desse polimorfismo tambeacutem eacute elevada
Hatagima et al (2000) avaliaram 658 indiviacuteduos do Rio de Janeiro e 179 de Brasiacutelia e a
frequecircncia do genoacutetipo nulo foi semelhante nas duas populaccedilotildees 46 na populaccedilatildeo carioca e
49 na brasiliense Gattaacutes et al (2004) analisaram a frequecircncia em 594 indiviacuteduos
selecionados na cidade de Satildeo Paulo e 137 homens da aacuterea rural da Bahia A distribuiccedilatildeo do
genoacutetipo nulo avaliado foi mais frequente nos indiviacuteduos brancos (554) que nos pardos
(414) e negros (328) em Satildeo Paulo Na Bahia essa frequecircncia foi de 357
Hiragi et al (2011) determinaram a frequecircncia do polimorfismo em 304 indiviacuteduos
pertencentes a trecircs grupos eacutetnicos diferentes No grupo constituiacutedo por 60 adultos indiacutegenas
55 apresentaram genoacutetipo nulo e no grupo composto por 72 indiviacuteduos afrodescendentes
53 No terceiro grupo que foi formado por 172 indiviacuteduos que residiam no Distrito Federal
63 apresentaram genoacutetipo deletado
Em um estudo com 120 pacientes com diagnoacutestico de diabetes tipo 2 de Goiacircnia (GO)
Pinheiro et al (2013) observaram uma frequecircncia do genoacutetipo nulo de 41 no grupo caso
enquanto no grupo controle foi de 122 Natildeo foi observada qualquer associaccedilatildeo da deleccedilatildeo
com a suscetibilidade agrave doenccedila na populaccedilatildeo estudada apesar de ter sido observada uma
associaccedilatildeo com aumento significativo da glicemia de jejum hemoglobina glicada e pressatildeo
arterial
Anton et al (2010) verificaram a influecircncia do polimorfismo GSTM1 na
susceptibilidade ao cacircncer de mama em 15 mulheres com diagnoacutestico da doenccedila e em 30
mulheres saudaacuteveis atendidas em um hospital do sul do Brasil Foi observado que 467 das
mulheres carreavam o genoacutetipo nulo e 433 das mulheres do grupo controle tambeacutem
apresentaram a deleccedilatildeo do genoacutetipo Os pesquisadores sugeriram que a deleccedilatildeo homozigoacutetica
79
do gene pode estar associada com maior susceptibilidade ao cacircncer de mama na populaccedilatildeo
estudada entretanto mais estudos satildeo necessaacuterios
Possuelo et al (2013) tambeacutem avaliaram a frequecircncia do polimorfismo GSTM1 em 49
pacientes diagnosticadas com cacircncer de mama e 49 mulheres saudaacuteveis A frequecircncia de
alelos nulos foi significativamente maior no grupo caso (588) em comparaccedilatildeo ao grupo
controle (412) sugerindo uma possiacutevel influecircncia deste genoacutetipo na susceptibilidade agrave
doenccedila
Em trabalhos internacionais verificam-se porcentagens semelhantes aos resultados
apresentados Conforme Ginsberg et al (2009) a porcentagem de indiviacuteduos com genoacutetipo
nulo em afro-americanos eacute de 21 em chineses de 58 em japoneses 45 em mexicanos
41 e em caucasianos 53 Segundo Hatagima et al (2000) a porcentagem em ingleses eacute de
545 e em franceses 429
80
6 CONCLUSAtildeO
Pode-se concluir que as mulheres rondonienses residentes em aacuterea urbana considerada
de risco de contaminaccedilatildeo por Hg apresentaram status de Se inferior ao recomendado e
independente do genoacutetipo em relaccedilatildeo ao SNP Pro198Leu no gene da GPx A concentraccedilatildeo de
Hg nos cabelos estava dentro dos limites seguros e natildeo houve relaccedilatildeo com o polimorfismo de
deleccedilatildeo no gene GSTM1 Os referidos polimorfismos tambeacutem natildeo afetaram os biomarcadores
de estresse oxidativo avaliados
81
7 CRONOGRAMA
Atividades Desenvolvidas
(2010 ndash 2015)
2010 - 2011 2012 - 2015
Revisatildeo da Literatura X
Submissatildeo do projeto ao Comitecirc de Eacutetica (CEP) X
Disciplinas (20 Creacuteditos) X X
Preparo dos Materiais para Coleta X
Coleta de Dados X
Anaacutelise do Consumo Alimentar e Antropometria X X
Anaacutelises da enzima GPx X
Anaacutelise de Hemoglobina X
Anaacutelise Determinaccedilatildeo do Hg nos cabelos X
Anaacutelise de Se (Plasma e Eritroacutecito) X
Qualificaccedilatildeo da Tese X
Anaacutelise Estresse Oxidativo (MDA) X
Anaacutelise Estresse Oxidativo (ORAC) X
Determinaccedilotildees dos Polimorfismos Pro198Leu e
GSTM1 X
Tabulaccedilatildeo de Dados X
Anaacutelise Estatiacutestica X
Tese do Doutorado X
Artigo Cientiacutefico X
82
REFEREcircNCIAS
ADAME EM FLOREA D PEacuteREZ LS LOacutePEZ JM LOacutePEZ-GONZAacuteLEZ B
CRUZ AP Deficient selenium status of a healthy adult spanish population Nutricion
Hospitalaria v27 n2 p524-528 2012
AMORIM MI MERGLER D BAHIA MO DUBEAU H MIRANDA D LEBEL J
BURBANO RR LUCOTTE M Cytogenetic damage related to low levels of
methylmercury contamination in the Brazilian Amazon Anais da Academia Brasileira de
Ciecircncias v72 n4 p497ndash507 2000
AMOUROUX DA LISS PSB TESSIER EA HAMREN-LARSSON MB
DONARD OFX Role of oceans as biogenic sources of selenium Earth and Planetary
Science Letters v189 n34 p277-283 2001
ARSOVA-SARAFINOVSKA Z MZTEVSKA N EKEN A PETROVSKI D BANEV
S DZIKOVA S GEORGIEV V SIKOLE A ERDEM O SAYAL A AYDIN A
DIMOVSKI AJ GPx1 genetic polymorfism erytrocyte GPx activity and prostate cacircncer
risk International Urology and Nephrologuy v41 n1 p63-70 2009
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA OBESIDADE E DA SIacuteNDROME
METABOacuteLICA Diretrizes brasileiras de obesidade 20092010 3ed Itapevi AC
Farmacecircutica 2009 83p
AZEVEDO FA Toxicologia do mercuacuterio Satildeo Carlos Rima 2003 292p
BAEYENS WRG EBIGHAUS R VASILIEV OF eds Global and regional mercury
cycles sources fluxes and mass balances Dordrecht Kluwer Academic 1996 563p (NATO
ASI series Partnership sub-series 2 environment v21) [Proceedings of the NATO Advanced
Research Workshop on Regional and Global Mercury Cycles sources fluxes and mass
balances Novosibirsk Russia july 10-14 1995]
BAacuteRAacuteNY E BERGDAHL IA BRATTEBY LE LUNDH T SAMUELSON G
SCHUTZ A SKERFVING S OSKARSSON A Relationship between trace element
concentrations in human blood and serum Toxicology Letters v134 n13 p177ndash184
2002
BASTOS WR GOMES JPO OLIVEIRA RC ALMEIDA R NASCIMENTO EL
BERNARDI JVE LACERDA LD SILVEIRA EG PFEIFFER WC Mercury in the
environment and riverside population in the Madeira River Basin Amazon Brazil Science of
the Total Environment v368 n1 p344-351 2006 [Selected papers from the 7th
International Conference on Mercury as a Global Pollutant Ljubljana Slovenia June 27 - July
2 2004]
BEATON GH 1994 Criteria of an adequate diet In Shils RE Olson JA Shike M eds
Modern Nutrition in Health and Disease 8th edition Philadelphia Lea amp Febiger Pp 1491ndash
1505
BISINOTI MC Biogeoquiacutemica aquaacutetica do mercuacuterio orgacircnico na bacia do Rio Negro
Amazocircnia Campinas 2005 169p Tese de Doutorado ndash Instituto de Quiacutemica - Universidade
Estadual de Campinas
83
BISINOTI MC JARDIM WF O comportamento do metilmercuacuterio (meHg) no ambiente
Quiacutemica Nova v27 n4 p593-600 2004
BOENING DW Ecological effects transport and fate of mercury a general review
Chemosphere v40 n12 p1335-1351 2000
BOISCHIO AA HENSHEL DS Linear regression models of methyl mercury exposure
during prenatal and early postnatal life among riverside people along the upper Madeira river
Amazon Environmental Research v83 n2 p150-161 2000
BORTOLI MC Avaliaccedilatildeo dos niacuteveis sanguiacuteneos do hormocircnio tireiodiano ativo (T3) e do
estado nutricional relativo ao selecircnio de mulheres residentes em aacutereas de exposiccedilatildeo ao
mercuacuterio Satildeo Paulo 2010 130p Tese de Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas
- Universidade de Satildeo Paulo
BRABO ES SANTOS EO JESUS IM MASCARENHAS AF FAIAL KF Niacuteveis
de mercuacuterio em peixes consumidos pela comunidade indiacutegena de Sai Cinza na Reserva
Munduruku Municiacutepio de Jacareacanga Estado do Paraacute Brasil Cadernos de Sauacutede
Puacuteblica v15 n2 p325-332 1999
BRASIL Resoluccedilatildeo CONAMA n5 de 5 de agosto de 1993 Dispotildee sobre o gerenciamento
de resiacuteduos soacutelidos gerados nos portos aeroportos terminais ferroviaacuterios e rodoviaacuterios
(Revogadas as disposiccedilotildees que tratam de resiacuteduos soacutelidos oriundos de serviccedilos de sauacutede pela
Resoluccedilatildeo n35805) Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia n166 31 de agosto de 1993 Seccedilatildeo
1 p12996-12998
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo
Baacutesica Coordenaccedilatildeo geral da Poliacutetica de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo Sisvan antropometria
como pesar e medir Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004
BRENNEISEN P STEINBRENNER H SIES H Selenium oxidative stress and health
aspects Molecular Aspects of Medicine v26 n45 p256-267 2005
BROOKES AJ The essence of SNPs Gene v234 n2 p177-186 1999
BROWN KM ARTHUR JR Selenium selenoproteins and human health a review Public
Health Nutrition v4 n2b p593-599 2001
BURK RF Recent developments in trace element metabolism and function newer roles of
selenium in nutrition Journal of Nutrition v119 n7 p1051-1054 1998
BURIM RV CANALLE R MARTINELLI ALC TAKAHASHI CS Polymorphisms
in glutathione S-transferases GSTM1 GSTT1 and GSTP1 and cytochromes P450 CYP2E1
and CYP1A1 and susceptibility to cirrhosis or pancreatitis in alcoholics Mutagenesis v19
n4 p291ndash298 2004
CAMPOS MS SARKIS JES MULLER RCS BRABO ES SANTOS EO
Correlation between mercury and selenium concentrations in Indian hair from Rondocircnia
State Amazon region Brazil Science of the Total Environment v287 n12 p155-161
2002
84
CANELA MC Determinaccedilatildeo de mercuacuterio a niacutevel de traccedilo aplicaccedilatildeo em amostras de
interesse ambiental Campinas 1995 79p Dissertaccedilatildeo de Mestrado ndash Instituto de Quiacutemica ndash
Universidade Estadual de Campinas
CARDOSO BR ONG TP JACOB-FILHO W JALUUL O FREITAS MI
COZZOLINO SM Nutritional status of selenium in Alzheimerrsquos disease patients Britsh
Journal of Nutrition v103 n6 p803-806 2010
CARDOSO BR ONG TP JACOB-FILHO W JALUUL O FREITAS MI
COMINETTI C COZZOLINO SM Glutathione peroxidase 1 polymorphism in Brazilian
Alzheimers disease patients relations to the enzyme activity and to selenium status Journal
of Nutrigenetic and Nutrigenomics v5 n2 p72-80 2012
CASTRO L FREEMAN BA Reactive oxygen species in human health and disease
Nutrition v17 n2 p161-165 2001
CASTRO NSS LIMA MO Biomarkers of mercury exposure in the Amazon BioMed
Research International v2014 art867069 p1-10 2014 [Review]
CEZAR MRS Avaliaccedilatildeo da exposiccedilatildeo ao mercuacuterio e seus compostos em matildees e seus
receacutem-nascidos em Porto Velho ndash RO Beleacutem 2002 69p Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Nuacutecleo
de Medicina Tropical - Universidade Federal do Paraacute
CINTRA RMGC Biodisponibilidade de selecircnio em dieta regional de Satildeo Paulo Satildeo
Paulo 1990 74p Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas ndash
Universidade de Satildeo Paulo
CHANG JC GUTENMANN WH REID CM LISK DJ Selenium content of Brazil
nuts from two geographic locations in Brazil Chemosphere v30 n4 p801-802 1995
CHARRIER J MAUGARD CM LE MEVEL B BIGNON YJ Allelotype influence at
glutathione S-transferase M1 locus in breast cancer susceptibility British Journal of
Cancer v79 n2 p346-53 1999
CHAUHAN A CHAUHAN V Oxidative stress in autism Pathophysiology v13 n13
p171-181 2006
CHEN CL LIU Q RELLING MV Simultaneous characterization of glutathione S-
transferase M1 and T1 polymorphisms by polymerase-chain reaction in American whites and
blacks Pharmacogenetics v6 n2 p187-191 1996
CHEN C OU L LI B XING L GUANG J TIACHENG W YUXI G PEIQUN Z
MEI L WEI C ZHIFANG C Increased Oxidative DNA Damage as assessed by urinary
8-hidroxy-2 deoxyguanosine concentrations and serum redox status in persons exposed to
mercury Clinical Chemistry v51 n4 p759-767 2005
CHEN H YU M LI M ZHAO R ZHU Q ZHOU W LU M LU Y ZHENG T
JIANQ J ZHAO W XIANG K JIA W LIU L Polymorphic variations in manganese
superoxide dismutase (MnSOD) glutathione peroxidase ndash 1 (GPx 1) and catalase (CAT)
contribuite to elevated plasma triglyceride levels in Chinese patients with type 2 diabetes or
diabetic cardiovascular disease Molecular Cell Biochemistry v363 p85ndash91 2012
85
CHEN Y KAPETANOVIC I CROWELL J IP C MORRISSEY R LYUBIMOV A
Thirteen week oral (Gavage) toxicity study of L-Se-Methylselenocysteine (SeMC) in rats
Toxicological Science v90 n1-S p343 2006
COLOMBO J ROSSIT ARB CAETANO A BORIM AA WORNRATH D
SILVA AE GSTT1 GSTM1 and CYP2E1 genetic polymorphisms in gastric cancer and
chronic gastritis in a Brazilian population World Journal of Gastroenterology v10 n9
p1240ndash1245 2004
COMBS Jr GF WATTS JC JACKSON MI JOHNSON LK ZENG H SCHEETT
AJ UTHUS EO SCHOMBURG L HOEG A HOEFIG CS DAVIS CD
MILNER JA Determinants of selenium status in healthy adults Nutrition Journal v10
p75 2011
COMINETTI C Efeito da suplementaccedilatildeo com castanha do Brasil (Bertholletia excelsa
H B K) sobre o estresse oxidativo em mulheres obesas e sua relaccedilatildeo com o
polimorfismo Pro198Leu no gene da glutationa peroxidase 1 Satildeo Paulo 2010 115p Tese
de Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo
COMINETTI C BORTOLI MC ABDALLA DSP COZZOLINO SMF
Considerations about oxidative stress selenium and nutrigenetics Nutrire v36 n3 p131-
153 2011 [Review]
COMINETTI C BORTOLI MC PURGATTO E ONG TP MORENO FS
GARRIDO Jr BG COZZOLINO SMF Associations between glutathione peroxidase-1
Pro198Leu polymorphism selenium status and DNA damage levels in obese women after
consumption of Brazil nuts Nutrition v27 n9 p891-896 2011
COUTINHO VE Efeito da suplementaccedilatildeo de selecircnio por meio da ingestatildeo de castanhas-
do-Brasil (Bertholletia excelsa HBK) no estado nutricional relativo ao selecircnio de
praticantes de atividade fiacutesica (capoeira) Satildeo Paulo 2001 150p Tese de Doutorado -
Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo
COVAULT J ABREU C KRANZLER H ONCKEN C Quantitative real-time PCR for
gene dosage determinations in microdeletion genotypes BioTechniques v35 n3 p594-
598 2003
COZZOLINO SMF Deficiecircncias de minerais Estudos Avanccedilados v21 n60 p119-126
2007
CRESPO-LOPEZ ME SA AL HERCULANO AM BURBANO RR
NASCIMENTO JLM Methylmercury genotoxicity a novel effect in human cell lines of the
central nervous system Environment International v33 n2 p141ndash146 2007
CUSTODIO HM BROBERG K WENNBERG M JANSSON JH VESSBY B
HALLMANS G STEGMAYR B SKERFVING S Polymorphisms in glutathione-related
genes affect methylmercury retention Archives of Environmental Health v59 n11
p588ndash595 2004
CRESPO-LOacutePEZ ME SANTOS ECO BRABO ES RODRIGUES AR COcircRTES
MIT SILVEIRA LCL Comparative study of human exposure to mercury in riverside
86
communities of Amazon Brazilian Journal of Medical and Biological Research v39 n3
p411-414 2006
CUSTODIO HM HARARI R GERHARDSSON L SKERFVING S BROBERG K
Genetic influences on the retention of inorganic mercury Archives of Environmental amp
Occupational Health v60 n1 p17ndash23 2005
DAVIS CD UTHUS EO Dietary selenite and azadeoxycytidine treatments affect
dimethilhidrazine-induced aberrant crypt formation in rat colon and DNA methylation in HT
ndash 29 cells Journal of Nutrition v132 n2 p292-297 2002
DEJONG JL CHANG CM WHANG-PERNG J KNUTSEN T TU CPD The
human liver glutathione S-transferase gene superfamily expression and chromosome
mapping of Hb subunit cDNA Nucleic Acids Research v16 n17 p8541-8554 1988
DI PIETRO A VISALLI G LA MAESTRA S MICALE R BALUCE B
MATARESE G CINGANO L SCOGLIO ME Biomonitoring of DNA damage in
peripheral blood lymphocytes of subjects with dental restorative fillings Mutation Research
v650 n2 p115ndash122 2008
DOMINGUES J Determinaccedilatildeo de mercuacuterio total em amostras de cabelo e sua relaccedilatildeo
com o desenvolvimento psicomotor de crianccedilas na comunidade de Barreiras Paraacute
Beleacutem 2000 91p Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Nuacutecleo de Medicina Tropical - Universidade
Federal do Paraacute
DONADIO JLS Polimorfismos nos genes da enzima glutationa peroxidase e
biomarcadores do estado nutricional relativo ao selecircnio em populaccedilatildeo adulta de Satildeo
Paulo Satildeo Paulo 2011 75p Disssertaccedilatildeo de Mestrado - Faculdade de Ciecircncias
Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo
DRASCH G MAILAumlNDER S SCHLOSSER C ROIDER G Content of non-mercury-
associated selenium in human tissues Biological Trace Element Research v77 n3 p219-
230 2000
DUMONT E VANHAECKE F CORNELIS R Selenium speciation from food source to
metabolites a critical review Analytical and Bioanalytical Chemistry v385 n7 p1304-
1323 2006
DUSINSKAacute M VALLOVAacute B URSIacuteNYOVAacute M HLADIacuteKOVAacute V SMOLKOVAacute B
WSOacuteLOVAacute L RASLOVAacute K COLLINS AR DNA damageand antioxidants
fluctuations through the year in a central European population group Food and Chemical
Toxicology v40 n8 p1119ndash1123 2002
EGASHIRA EM MIZIARA APB LEONI LAB Grupo do arroz patildeo massa batata e
mandioca PHILIPPI ST org Piracircmide dos alimentos fundamentos baacutesicos da nutriccedilatildeo
2ed Barueri Manole 2014 (Guias de Nutriccedilatildeo e Alimentaccedilatildeo)
EPA (US Environmental Protection Agency) Mercury in Medical Facilities Revised August
2003 Updated 2005
87
ERCAL N GURER-ORHAN H AYKIN-BURNS N Toxic metals and oxidative stress
Part I Mechanisms involved in metal-induced oxidative damage Current Topics in
Medicinal Chemistry v1 n6 p529-539 2001
FABIAN E POLOSKEY P KOacuteSA L ELMADFA I REacuteTHY LA Nutritional
supplements and plasma antioxidants in childhood asthma Wiener Klinische
Wochenschrift v125 n1112 p309ndash315 2013
FADINI PS JARDIM WF Is the Negro River Basin (Amazon) impacted by naturally
occurring mercury Science of the Total Environment v275 n13 p71-82 2001
FAIRWEATHER-TAIT SJ BAO Y BROADLEY MR COLLINGS R FORD D
HESKETH JE HURST R Selenium in human health and disease Antioxidants amp Redox
Signaling v14 n7 p1337-1383 2011
FARELLA N Les fermes familiales de la reacutegion frontiegravere du Tapajoacutes en Amazonie
breacutesilienne relations entre les origines les pratiques agricoles les impacts sur les sols et le
deacuteboisement Montreacuteal 2005 209p Tese de Doutorado ndash Universiteacute Du Queacutebec agrave Montreacuteal
FARIAS LA FAVARO DIT VASCONCELLOS MBA Determinaccedilatildeo de mercuacuterio e
metilmercuacuterio em amostras de cabelo e peixes Revista do Instituto Adolfo Lutz v68 n3
p451-460 2009
FARIAS LA SANTOS NR FAVARO DIT BRAGA ES Mercuacuterio total em cabelo de
crianccedilas de uma populaccedilatildeo costeira Cananeacuteia Satildeo Paulo Brasil Cadernos de Sauacutede
Puacuteblica v24 n10 p2249-2256 2008
FARIAS LA Avaliaccedilatildeo do conteuacutedo de mercuacuterio metilmercuacuterio e outros elementos de
interesse em peixes e em amostras de cabelos e dietas de preacute-escolares da Regiatildeo
Amazocircnica Satildeo Paulo 2006 233p Tese de Doutorado ndash Instituto de Pesquisas Energeacuteticas e
Nucleares - Universidade de Satildeo Paulo
FARIAS LA FAacuteVARO DIT MAIHARA VA VASCONCELOS MBA
YUYAMA LK AGUIAR JPL ALENCAR FH Assessment of daily dietary intake of
Hg and some essential elements in diets of children from the Amazon region Journal of
Radioanalytical and Nuclear Chemistry v270 n1 p217-223 2006
FOLVEN KI GLOVER CN MALDE MK LINDEBEYE AK Does selenium modify
neurobehavioral impacts of developmental methylmercury exposure in mice Environmental
Toxicology and Pharmacology v28 n1 p111-119 2009
FORD M DELANEY KA LING L ERICKSON T Clinical toxicology Philadelphia
W B Saunders 2001 p737ndash742
FORSBERG L DE FAIRE U MARKLUND SL ANDERSSON PM STEGMAYR
B MORGENSTERN R Phenotype determination of a common Pro-Leu polymorphism in
human glutathione peroxidase 1 Blood Cells Molecules amp Diseases v26 n5 p423-426
2000
FOSBERG L DE FAIRE U MORGENSTERN R Low yield of polymorphisms from
EST blast searching analysis of genes related to oxidative stress and verification of the
P197L polymorphism in GPX1 Human Mutation v13 n4 p294-300 1999
88
FOX T FAIRWEATHER-TAIT SJ Selenium In HURRELL R ed The mineral
fortification of foods Leatherhead Leatherhead Publishing 1999 v2 p1-44 (A
Leatherhead Food RA publication)
FRISANCHO AR Anthropometric standards for the assessment of growth and
nutritional status Ann Arbor University of Michigan Press 1990 189p
GAacuteC P PAWLAS N POREBA R POREBA M MARKIEWICZ-GOacuteRKA I
JANUSZEWSKA L OLSZOWY Z PAWLAS K Interaction between blood selenium
concentration and a levels of oxidative stress and antioxidative capacity in healthy children
Environmental Toxicology and Pharmacology v39 n1 p137-144 2014
GAILER J GRAHAM NG PICKERING IJ MADDEN S PRINCE RC YU EY
DENTON MB YOUNIS HS APOSHIAN HV Structural Basis of the Antagonism
between Inorganic Mercury and Selenium in mammals ChemResToxicol 2000 13-1135-
1142
GALAN-CHILET I TELLEZ-PLAZA M GUALLAR E MARCO G LOPEZ-
IZQUIERDO R GONZALEZ-MANZANO I TORMOS MC MARTIN-NUNtildeEZ GM
ROJO-MARTINEZ G SAEZ GT MARTIacuteN-ESCUDERO JC REDON J JAVIER-
CHAVES F Plasma selenium and oxidative stress biomarkers a gene-environment
interaction population based study Free Radical Biology and Medicine v74 p229-236
2014
GALVAtildeO RCF BERNARDI JVE ALMEIDA R BASTOS WR GOMES JPO
Relaccedilatildeo espacial do mercuacuterio e elementos traccedilos em sedimento de fundo no Alto Rio
Madeira In SEMINAacuteRIO DE RECURSOS HIacuteDRICOS DA BACIA HIDROGRAacuteFICA DO
PARAIacuteBA DO SUL O EUCALIPTO E O CICLO HIDROLOacuteGICO 1 Taubateacute 2007
Anais Taubateacute IPABHi 2007 p51-57
GANTHER HE SUNDE ML Factors in fish modifying methylmercury toxicity and
metabolism Biological Trace Element Research v119 n3 p221-233 2007
GATTAacuteS GHF KATO M SOARES-VIEIRA JA SIRAQUE MS KOHLER P
GOMES L REGO MAV BYDLOWSKI SP Ethnicity and glutathione S-transferase
(GSTM1 GSTT1) polymorphisms in a Brazilian population Brazilian Journal of Medical
and Biological Research v37 n4 p451-458 2004
GINSBERG G SMOLENSKI S HATTIS D GUYTON KZ JOHNS DO
SONAWANE B Genetic polymorphism in glutathione transferases (GST) population
distribution of GSTM1 T1 and P1 conjugating activity Journal of Toxicology and
Environmental Health Part B Critical Reviews v12 n56 p389-439 2009
GONZAGA IB MARTENS A COZZOLINO SMF Selecircnio In COZZOLINO SMF
org Biodisponibilidade de nutrientes 2ed Barueri Manole 2007 Cap28 p575-613
GONZAGA IB Avaliaccedilatildeo nutricional relativa ao selecircnio em crianccedilas com dieta
enriquecida de castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa L) Satildeo Paulo 2002 157p Tese
de Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo
GONZAGA IB MARTENS A COZZOLINO SMF Selecircnio In COZZOLINO SMF
org Biodisponibilidade de nutrientes Barueri Manole 2005 cap26 p539-577
89
GREGUS Z GYURASICS AI CSANAKY I PINTER Z Effects of methylmercury and
organic acid on the disposition of exogenous selenium in rats Toxicology and Applied
Pharmacology v174 n2 p177ndash187 2001
GRYGIEL-GOacuteRNIAK B MARCINKOWSKA J SZCZEPANIK A PRZYSLAWSKI J
Nutritional habits and oxidative stress in postmenopausal age Polskie Archiwum Medycyny
Wewnetrznej v124 n6 p298ndash305 2014
GUNDACKER C KOMARNICKI G ZOumlDL B FORSTER C SHUSTER E
WITTMANN K Whole blood mercury and selenium concentrations in a selected Austrian
population Does gender matter Science of the Total Environment v372 n1 p76-86
2006
GUNDACKER C KOMARNICKI G JAGIELLO P GENCIKOVA A DAHMEN N
WITTMANN KJ GENCIK M Glutathione-S-transferase polymorphism metallothionein
expression and mercury levels among students in Austria Science of the Total
Environment v385 n13 p37-47 2007
HACON SS DOacuteREA JG FONSECA MF OLIVEIRA BA MOURAtildeO DS RUIZ
CMV GONCcedilALVES RA MARIANI CF BASTOS WR The influence of chances in
lifestyle and mercury exposure in riverine populations of the Madeira River (Amazon Basin)
near a hydroelectric project International Journal of Environmental Research and Public
Health v11 n3 p2437-2455 2014
HALLIWELL B CHIRICO S Lipid peroxidation its mechanisms measurement and
significance American Journal and Clinical Nutrition v57 n5 suppl p715S-725S
1993
HAMANASHI T FURUTA H KATO H DOI A TAMAI M SHIMOMURA H
SAKAGASHIRA S NISHI M SASAKI H SANKE T NANJO K Functional variants
in the glutathione peroxidase-1 (GPx-1) gene are associated with increased intima-media
thickness of carotid arteries and risk of macrovascular disease in Japanese type 2 diabetic
patients Diabetes v53 n9 p2455-2460 2004
HARADA M NAKANISHI J YASODA E PINHEIRO MCN OIKAWA TAG
GUIMARAcircES GA CARDOSO BS KIZAKI T OHNO H Mercury pollution in the
Tapajos River basin Amazon mercury level of head hair and health effects Environment
International v27 n4 p285ndash290 2001
HATAGIMA A KLATAU-GUIMARAtildeES MZ SILVA FP CABELLO PH
Glutathione S-transferase M1 (GSTM1) polymorfism in two Brazillian populations Genetics
and Molecular Biology v23 n4 p709-713 2000
HERBETTE S ROECKEL-DREVET P DREVET JR Seleno-independent glutathione
peroxidases more than simple antioxidant scavengers FEBS Journal v274 n9 p2163-
2180 2007
HERCULANO AM CRESPO-LOacutePEZ ME LIMA SMA PINCANCcedilO DINIZ
DLW NASCIMENTO JLM Methylmercury intoxication activates nitric oxide synthase
in chick retinal cell culture Brazilian Journal of Medical and Biological Research v39
n3 p415ndash418 2006
90
HOLBEN DH SMITH AM The diverse role of selenium within selenoproteins a review
Journal of the American Dietetic Association v99 n7 p836-843 1999
HORVAT M BAEYENS W EBINGHAUS R VASILIEV O Mercury analysis and
speciation in environmental samples In NATO ASI SERIES 2 ENVIRONMENT global and
regional mercury cycles sources fluxes and mass balances Novosibirsk 1996 Kluwer
1996 p1-31
HU YJ DIAMOND AM Role of glutathione peroxidase 1 in breast cancer loss of
heterozygosity and allelic differences in the response to selenium Cancer Research v63
n12 p3347-3351 2003
HSIEH YY SHEN WS LEE LY WU TL NING HC SUN CF Long-term
changes in trace elements in patients undergoing chronic hemodialysis Biological Trace
Element Research v109 n2 p115-121 2006
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Atlas do Censo demograacutefico 2010 Rio de
Janeiro IBGE 2013 Disponiacutevel em httpbibliotecaibgegovbrvisualizacaolivrosliv64529_capa_sumpdf
Acesso em 02 Jan 2015
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Censo demograacutefico 2010 caracteriacutesticas
da populaccedilatildeo e dos domiciacutelios resultados do universo Rio de Janeiro IBGE 2011 270p Disponiacutevel em
httpbibliotecaibgegovbrvisualizacaoperiodicos93cd_2010_caracteristicas_populacao_domiciliospdf
Acesso em 02 Jan 2015
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Estimativas da populaccedilatildeo residente no
Brasil e unidades da Federaccedilatildeo com data de referecircncia em 1ordm de julho de 2014 2014 8p Disponiacutevel em
ftpftpibgegovbrEstimativas_de_PopulacaoEstimativas_2014nota_metodologica_2014pdf Acesso em 02
Jan 2015
INSTITUTE OF MEDICINE (United States) Dietary reference intakes for vitamin C
vitamin E selenium and carotenoides Washington National Academy Press 2000 529p
INTERNATIONAL PROGRAM ON CHEMICAL SAFETY UNITED NATIONS
ENVIRONMENT PROGRAMME WORLD HEALTH ORGANIZATION
Methylmercury Geneva World Health Organization 1990 v118 144p (Methylmercury in
environmental health criteria 101)
INSTITUTE OF MEDICINE (United States) Introduction to dietary reference intakes In
______ Dietary reference intakes for vitamin C vitamin E selenium and carotenoides
Washington National Academy Press 2000 cap1 p21-34
INTERNATIONAL PROGRAM ON CHEMICAL SAFETY UNITED NATIONS
ENVIRONMENT PROGRAMME WORLD HEALTH ORGANIZATION
Methylmercury Geneva World Health Organization 1990 v118 144p (Methylmercury in
environmental health criteria 101)
INSTITUTE OF MEDICINE (United States) Nutrient assessment of individuals statistical
foundations In ______ Dietary reference intakes applications in dietary assessment
Washington National Academy 2000 append B p185-210
91
JABLONSKA E GROMADZINSKA J RESZKA E WASOWICZ W SOBALA W
SZESZENIA-DABROWSKA N BOFFETTA P Association between GPx1 Pro198Leu
polymorphism GPx1 activity and plasma selenium concentration in humans European
Journal of Nutrition v48 n6 p383ndash386 2009
JAFFEacute WG RUPHAEL MD MONDRAGON MC CUEVAS MA Estudio cliacutenico e
bioquiacutemicos em nintildeos escolares de uma zona seleniacutefera Archivos Latinoamericanos de
Nutricioacuten v22 n4 p595-611 1972
JAIN M KUMAR S RASTOGI N LAL P GHOSHAL UC TIWARI A PANT
MC BAIQ MQ MITTAL B GSTT1 GSTM1 and GSTP1 genetic polymorphisms and
interaction with tobacco alcohol and occupational exposure in esophageal cancer patients
from North India Cancer Letters v242 n1 p60ndash67 2006
JONES DP Redefining oxidative stress forum review Antioxidants amp Redox Signaling
v8 n910 p1865-1879 2006
KAUWELL GPA Emerging concepts in nutrigenomics a preview of what is to come
Nutrition in Clinical Practice v20 n1 p75-87 2005
KARUNASINGLE N HAN DY ZHU S YU J LANGE K DUAN H MEDHORA
R SINGH N KAN J ALZAHER W CHEN B KO S TRIGGS CM FERGUSON
LR Serum selenium and single-nucleotide polymorphisms in genes for selenoproteins
relationship to markers of oxidative stress in men from Auckland New Zealand Genes amp
Nutrition v7 n2 p179-190 2012
KLAUTAU-GUIMARAtildeES MN DrsquoASCENCcedilAtildeO R CALDART FA GRISOLIA CK
SOUZA JR BARBOSA AC CORDEIRO CMT FERRARI I Analysis of genetic
susceptibility to mercury contamination evaluated through molecular biomarkers in at-risk
Amazon Amerindian populations Genetics and Molecular Biology v28 n4 p827-832
2005
KO WS GUO CH YEAH MS LIN LY HSU GS CHEN PC LUO MC LIN
CY Blood micronutrient oxidative stress and viral lood in patients with chronic hepatitis C
World Journal of Gastroenterology v14 n30 p4697ndash4702 2005
KOumlHRLE J The trace element selenium and the thyroid gland Biochimie v81 p527-533
1999
KOumlHRLE J FLOHEacute BR BOCK A GARTNER R MEYER O FLOHEacute L Selenium
in biology facts and medical perspectives Biological Chemistry v381 n910 p849-864
2000
KRISHNAN S RANI P Evaluation of selenium redox statusand their association with
plasma amyloidtau in Alzheimerrsquos disease Biological Trace Element Research v158 n2
p158ndash165 2014
KUZUYA M ANDO F IGUCHI A SHIMOKATA H Glutathione peroxidase 1
Pro198Leu variant contributes to the metabolic syndrome in men in a large Japanese cohort
American Journal of Clinical Nutrition v87 n6 p1939ndash1944 2008
92
LACERDA LD Distribuiccedilatildeo e comportamento do mercuacuterio no ambiente Amazocircnico In
HACON S LACERDA LD PFEIFFER WC CARVALHO D orgs Riscos e
consequecircncias do uso do mercuacuterio Rio de Janeiro Ministeacuterio da Sauacutede FINEP IBAMA
CNPQ 1990 p80-90 [Seminaacuterio Nacional ldquoRiscos e Consequumlecircncias do Uso do Mercuacuteriordquo
de 12 a 15 de setembro de 1989 Brasilia - DF]
LAumlRSTAD M LJUNGKVIST G OLIN AC TOREacuteN K Determination of
malondialdehyde in breath condensate by high-performance liquid chromatography with
fluorescence detection Journal of Chromatography B Analytical Technologies in the
Biomedical and Life Sciences v766 n1 p107-114 2002
LEE BE HONG YC PARK H HA M KOO BS CHANG N ROH YM KIM
BN KIM YJ KIM BM JO SJ HA EH Interaction between GSTM1GSTT1
polymorphism and blood mercury on birth weight Environmental Health Perspectives
v118 n3 p437-443 2010
LEI XG CHENG W McCLUNG JP Metabolic regulation and function of glutathione
peroxidase-1 Annual Review of Nutrition v27 p41-61 2007
LEMIRE M FILLION M FRENETTE BT PASSOS CJS GUIMARAtildeES JRD
BARBOSA Jr F MERGLER D Selenium from dietary sources and motor functions in the
Brazilian Amazon Neurotoxicology v32 n6 p944-953 2011
LEMIRE M FILLION M FRENETTE BT MAYER A PHILIBERT A PASSOS
CJS GUIMARAtildeES JR BARBOSA FJ MERGLER D Selenium and mercury in the
Brazilian Amazon opposing influences on age-related cataracts Environmental Health
Perspectives v118 n11 p1584-1589 2010
LEMIRE M MERGLER D FILLION M PASSOS CJS GUIMARAtildeES JRD
DAVIDSON R LUCOTTE M Elevated blood selenium levels in the Brazilian Amazon
Science of the Total Environment v366 n1 p101-111 2006
LEMIRE M MERGLER D HUEL G PASSOS CJS FILLION M PHILIBERT A
GUIMARAtildeES JR RHEAULT I BORDUAS J NORMAND G Biomarkers of selenium
status in the Amazonian context blood urine and sequential hair segments Journal of
Exposure Science amp Environmental Epidemiology v19 n2 p213-222 2009
LETAVAYOVAacute L VLCKOVAacute V BROZMANOVAacute J Selenium from cancer
prevention to DNA damage Toxicology v227 n12 p1-14 2006
LINDBERG A BJORNBERG KA VAHTER M BERGLUNG M Exposure to
methylmercury in non-fish eating people in Sweden Environmental Research v96 n1
p28-33 2004
LIVAK KJ FLOOD SJA MARMARO J GIUSTI W DEETZ K Oligonucleotides
with fluorescent dyes at opposite ends provide a quenched probe system useful for detecting
PCR product and nucleic acid hybridization PCR Methods and Applications v4 n6
p357-362 1995
MAIA CSC O selecircnio e a glacircndula tireoacuteide um estudo em pacientes portadores de
disfunccedilotildees tireoidianas nos estados do Cearaacute e Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2008 117p Tese de
Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo
93
MANNERVICK B The isoenzymes of glutathione transferase Advances in Enzymology
and Related Areas of Molecular Biology v57 p357-417 1985
MARQUES RC Avaliaccedilatildeo da exposiccedilatildeo ao mercuacuterio e seus compostos sobre o
desenvolvimento neuropsicomotor em crianccedilas de Porto Velho-RO Beleacutem 2002 102p
Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Nuacutecleo de Medicina Tropical - Universidade Federal do Paraacute
MARQUES RC DOacuteREA JG BASTOS WR REBELO MF FONSECA MF
MALM O Maternal mercury exposure and neuro-motor development in breastfed infants
from Porto Velho (Amazon) Brazil Int J Hyg Environ Health v210 p51ndash60 2007 Int
J Environ Res Public Health 2013
MARQUES RC BERNARDI JVE DOREA JG BRANDAtildeO KG BUENO L
LEAtildeO RS MALM O Fish consumption during pregnancy mercury transfer and birth
weight along Madeira River basin in Amazonia International Journal of Environmental
Research and Public Health v10 n6 p2150-2163 2013
MARTENS AVS COZZOLINO SMF Mapeamento da distribuiccedilatildeo de selecircnio em
territoacuterio brasileiro por meio da anaacutelise de alimentos nativos feijatildeo (fascolos vulgaris L) e
carne bovina para o consumo humano e aacuteguas e solo oriundos Satildeo Paulo FAPESP 2002
Processo n0011578-3 [Relatoacuterio Cientifiacuteco]
MARTENS IBG MARTENS A COZZOLINO SMF Selecircnio In COZZOLINO
SMF org Biodisponibilidade de nutrientes 4ed Barueri Manole 2012 p721-765
MEECH JA VEIGA MM THOMASNS D Emissions and stability of mercury in the
Amazon Canadian Metallurgical Quarterly v36 n4 p231-239 1997
MIRETZKY P BISINOTI MC JARDIM WF Sorption of mercury (II) in Amazon soils
from column studies Chemosphere v60 n11 p1583-1589 2005
MORADI M EFYEKHARI MH TALEI A FARD ARA Comparative study of
selenium concentration and glutathione peroxidase activity in normal and breast cancer
Public Health Nutrition v12 n1 p59-63 2009
MORAIS LMTS CARDOSO FILHO C LOURENCcedilO GJ SHINZATO JY
ZEFERINO LC LIMA CSP GURGEL MSC Caracteriacutesticas mamograacuteficas do cacircncer
de mama associadas aos polimorfismos GSTM1 e GSTT1 Revista da Associaccedilatildeo Meacutedica
Brasileira v54 n1 p61-66 2008
MUCCI A MONTGOMERY S LUCOTTE M PLOURDE Y PICHET P VANTRA
H Mercury remobilization from flooded soils in a hydroelectric reservoir of Northern
Quebec La Grande-2 results of a soil resuspension experiment Canadian Journal of
Fisheries and Aquatic Sciences v52 n11 p2507-2517 1995
NAGANUMA A ANDERSON ME MEISTER A Cellular glutathione as a determinant
sensitivity to mercury chloride prevention of toxicity by giving glutathione monoester
Biochemical Parmacology v40 n4 p693-697 1990
NAVARRO-ALARCON M CABRERA-VIQUE C Selenium in food and the human body
a review Science of the Total Environment v400 n13 p115-141 2008
94
NAVARRO-ALARCON M LOacutePEZ-MARTINEZ MC Essentiality of selenium in the
human body relationship with different diseases Science of the Total Environment v249
n13 p347-371 2000
NATIONAL RESEARCH COUNCIL Nutrient requeriments of dairy cattle 7ed
Washington National Academy Press 2001381p
NISHIMURA LS Polimorfismo Pro198Leu no gene para a enzima antioxidante
dependente de selecircnio glutationa peroxidase 1 e risco de cacircncer epidermoide da cavidade
oral e orofaringe 2010 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncia dos Alimentos) ndash Faculdade
de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010
OLUSI SO Obesity is independent risk factor for plasma lipid peroxidation and depletion of
erythrocyte cytoprotectic enzymes in humans International Journal of Obesity and
Related Metabolic Disorders v26 n9 p1159ndash1164 2002
ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Elementos traccedilo na nutriccedilatildeo e sauacutede humana
Satildeo Paulo Roca 1998 p63-91
ORTUNtildeO J ROS G PERIAGO MJ MARTINEZ C LOPEZ G RODRIGO J
Importacircncia nutricional del selenio Archivos Latinoamericanos de Nutricioacuten v47 n1
p6-13 1997
PAGLIA DE VALENTINE WN Studies on the quantitative and qualitative
characterization of erythrocyte glutathione peroxidase Journal of laboratory and clinical
medicine v70 n1 p158-169 1967
PAPP LV LU J HOLMGREN A KHANNA KK From selenium to selenoproteins
synthesis identity and their role in human health Antioxidants amp Redox Signaling v9 n7
p776-796 2007
PARADIS S WHEATLEY B BOSWELL-PURDY J BEacuteLISLE D COLE M
LICKERS H HAYTON A DAVIES K Mercury contamination through fish
consumption a model for predicting and preventing hazardous behavior on a community
level Mercury as a Global Pollutant Human Health Issues v97 p147-158 1997
PARK SK KANG D NOH DY LEE KM KIM SU CHOI JY CHOI IM
AHN SH CHOE KJ HIRVONEN A STRICKLAND PT YOO KY Reproductive
factors glutathione S-transferase M1 and T1 genetic polymorphism and breast cancer risk
Breast Cancer Research and Treatment v78 n1 p89-96 2003
PASSOS CJ MERGLER D GASPAR E MORAIS S LUCOTT M LARRIBE F
DAVIDSON R GROSBOIS S Eating tropical fruit reduces mercury exposure from fish
consumption in the Brazilian Amazon Environmental Research v93 n2 p123-130 2003
PASSOS CJ MERGLER D LEMIRE M FILLION M GUIMARAtildeES JR Fish
consumption and bioindicators of inorganic mercury exposure Science of the Total
Environment v373 n1 p68ndash76 2007
PASCALICCHIO AAE Contaminaccedilatildeo por metais pesados sauacutede puacuteblica e medicina
ortomolecular Satildeo Paulo Annablume 2002 132p
95
PEROTTONI J LOBATO LP SILVEIRA A ROCHA JBT EMANUELLI T Effects
of mercury and selenite on D-aminolevulinate dehydratase activity and on selected oxidative
stress parameters in rats Environmental Research v95 n2 p166-173 2004
PINHEIRO MCN GUIMARAtildeES GA NAKANISHI J OIKAWA T VIEIRA JL
QUARESMA M CARDOSO B AMORAS W Avaliaccedilatildeo da contaminaccedilatildeo mercurial
mediante anaacutelise do teor de Hg total em amostras de cabelo em comunidades ribeirinhas do
Tapajoacutes Paraacute Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v33 n2
p181-194 2000
PINHEIRO MCN MACCHI BM VIEIRA JLF OIKAWA T AMORAS WW
GUIMARAtildeES GA COSTA CA CRESPO-LOacutePEZ ME HERCULANO AM
SILVEIRA LC NASCIMENTO JL Mercury exposure and antioxidant defenses in
women a comparative study in the Amazon Environmental Research v107 n1 p53ndash59
2008
PINHEIRO MCN MULLER RCS SARKIS JE VIEIRA JLF OIKAWA T
GOMES MSV GUIMARAtildeES GA NASCIMENTO JLM SILVEIRA LCL
Mercury and selenium concentrations in hair samples of women in fertile age from Amazon
riverside communities Science of the Total Environment v349 n13 p284-288 2005
PINHEIRO DS ROCHA FILHO CR MUNDIM CA MARCO Jr P ULHOA CJ
REIS AAS GHEDINI PC Evaluation of glutathione S-transferase GSTM1 and GSTT1
deletion polymorphisms on type-2 diabetes mellitus risk PLoS One v8 n10 arte76262
p1-5 2013
PIRES LV Efeito da suplementaccedilatildeo com castanha-do-Brasil (Bertholletia excelsa
HBK) na expressatildeo gecircnica de citocinas inflamatoacuterias e sua relaccedilatildeo com o estresse
oxidativo e pacientes com diabetes mellitus tipo 1 Satildeo Paulo 2012 130p Tese de
Doutorado ndash Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo
POSSUELO LG PERACcedilA CF EISENHARDT MF DOLTO ML CAPPELLETTI
L FOLETTO E VALIM ARM Polymorphisms of GSTM1 and GSTT1 genes in breast
cancer susceptibility a case-control study Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetriacutecia
v35 n12 p569-574 2013
PRIOR RL HOANG H GU L WU X BACCHIACA M HOWARD L
HAMPSCH-WOODILL M HUANG D OU B JACOB B Assays for hydrophilic and
lipophilic antioxidant capacity (oxygen radical absorbance capacity (ORACFL)) of plasma
and other biological and food samples Journal of Agricultural and Food Chemistry v51
n11 p3273-3279 2003
RAVN-HAREN G OLSEN A TJONNELAND A DRAGSTED LO NEXO BA
WALLIN H OVERVAD K RASCHOU-NIELSENL O VOGEL U Associations
between GPx 1 Pro198Leu polymorphism erythrocyte GPx activity alcohol consumption and
breast cancer risk in a prospective cohort study Carcinogenesis v27 n4 p820-825 2006
RAYMAN MP The importance of selenium to human health Lancet v356 n9225 p233-
241 2000
RAYMOND LJ RALSTON NVC Mercury selenium interactions and health
implications Seychelles Medical and Dental Journal v7 n1 spiss p72-77 2004
96
REILLY C Selenium in food and health London Blackie Academic and Professional
1996 338p
REZAEI Z JAMSHIDZADEH A SANATI E A rapid and sensitive method for the
determination of malondialdehyde as its hydralazine derivative in human plasma using high
performance liquid chromatography Analytical Methods v5 n12 p2995-2999 2013
RICHIE Jr JP MUSCAT JE ELLISION I CALCAGNOTTO A KLEINMAN W
EL-BAYOUMY K Association of selenium status and blood glutathione concentrations in
blacks and whites Nutrition and Cancer v63 n3 p367ndash375 2011
RIDNOUR LA ISENBERG JS ESPEY MG THOMAS DD ROBERTS DD Nitric
oxide regulates angiogenesis through a functional switch involving thrombospondin-1
Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America v102
n37 p13147-13152 2005
ROCHA AV Estado nutricional relative ao selecircnio de crianccedilas residentes em duas
localidades de Rondocircnia Amazocircnia Ocidental Satildeo Paulo 2009 109p Dissertaccedilatildeo de
Mestrado ndash Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas ndash Universidade de Satildeo Paulo
ROCHA AV CARDOSO BR COMINETTI C BUENO RB BORTOLI MC
FARIAS LA FAVARO DIT CAMARGO LMA COZZOLINO SMF Selenium
status and hair mercury leves in riverine children from Rondocircnia Amazonia Nutrition v30
n11-12 p1318-1323 2014
SAacute AL HERCULANO AM PINHEIRO MC SILVEIRAS LCL NASCIMENTO
JLM CRESPO-LOacutePEZ ME Exposiccedilatildeo humana ao mercuacuterio na regiatildeo oeste do Estado do
Paraacute Revista Paraense de Medicina v20 n1 p19-25 2006
SAMPAIO DS LUCOTTE M ROULET HP MERGLER D CROSSA M Mercuacuterio
nos peixes do Rio Tapajoacutes Amazocircnia brasileira InterfacEHS v1 n1 art 6 p1-31 2006
Disponiacutevel em
httpwwwunitesuqamcagmfcarusodoccarusosampaiosampaio_et_al_2006pdf Acesso
em 24 Dez 2014
SANTOS KMO AQUINO RC Grupo dos oacuteleos e gorduras In PHILIPPI ST Piracircmide
dos alimentos fundamentos baacutesicos da nutriccedilatildeo 2ed Barueri Manole 2014 p251-303
SANTOS LB Polimorfismo Pro198Leu no gene que codifica para glutationa
peroxidase 1 e sua relaccedilatildeo com o estado nutricional relativo ao selecircnio de uma populaccedilatildeo
adulta residente no municiacutepio de Fortaleza Cearaacute 201393f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash
Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2013
SAVASKAN NE UFER C KUHN H BORCHERT A Molecular biology of
glutathione peroxidase 4 from genomic structure to developmental expression and neural
function Biological Chemistry v388 n10 p1007ndash1017 2007
SCHMIDT MI DUNCAN BB SILVA GA MENEZES AM MONTEIRO CA
BARRETO SM CHOR D MENEZES PR Doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis no
Brasil carga e desafios atuais 2011 (Sauacutede no Brasil 4) Disponiacutevel em
httpdownloadthelancetcomflatcontentassetspdfsbrazilbrazilpor4pdf Acesso em 10 Jan
2015
97
SCHORK NJ FALLIN D LANCHBURY J Single Nucleotide Polymorphisms and the
future of genetic epidemiology Clinical Genetics v58 n4 p250-264 2000
SILVA JJRF WILLIAMS RJP The biological chemistry of the elements the
inorganic chemistry of life Oxford Oxford University Press New York Clarendon Press
1993 561p
SITTA A VANZIN CS BIANCINI GB MANFREDINI V OLIVEIRA AB
WAYHS CA RIBAS GO GIUGLIANI L SCHWARTZ IV BOHRER D
GARCIA SC WAJNER M VARGAS CR Evidence that L-carnitine and selenium
supplementation reduces oxidative stress in phenylketonuric patients Cellular and
Molecular Neurobiology v31 n3 p429ndash436 2011
SKOOG DA HOLLER FJ NIEMAN TA Princiacutepios de anaacutelise instrumental 5ed
Satildeo Paulo Bookman 2002 836p
SMOLKOVAacute B DUSINSKAacute M RASLOVAacute K BARANCOKOVAacute M
KAZIMIacuteROVAacute A HORSKAacute A SPUSTOVAacute V COLLINS A Folate levels determine
effect of antioxidant supplementation on micronuclei in subjects with cardiovascular risk
Mutagenesis v19 n6 p469ndash476 2004
SOUZA JR BARBOSA AC Contaminaccedilatildeo por Hg e o caso da Amazocircnia Quiacutemica Nova
na Escola n12 p23-25 2000
SOUZA ML MENEZES HC Processamentos de amecircndoa e torta de castanhandashdondashBrasil e
farinha de mandioca paracircmetros de qualidade Ciecircncia Tecnologia e Alimentos v24 n1
p120-128 2004
STEUERWALD U WEIHE P JORGENSEN PJ BJERVE K BROCK J HEINZOW
B BUDTZ-JORGENSEN E GRANDJEAN P Maternal seafood diet methylmercury
exposure and neonatal neurologic function Journal of Pediatrics v136 n5 p599-605
2000
STOCKLER-PINTO MB FARAGE NE BOAVENTURA GT COZZOLINO SM
Effect of Brazil nut supplementation on the blood levels of selenium and glutathione
peroxidase in hemodialysis patients Nutrition v26 n1112 p1065ndash1069 2010
SLATER B MARCHIONI DL FISBERG RM Estimando a prevalecircncia da ingestatildeo
inadequada de Nutrientes Rev Sauacutede Puacuteblica v33 n4 p599-605 2004
SUZEN HS GUCYENER E SAKALLI O UCKUN Z KOSE G USTEL D
DUYDU Y CAT C-262T and GPx 1 Pro198Leu polimorphisms in a Turkish population
Molecular Biology Reports v37 n1 p87-92 2010
TAKEUCKI T ETO K The pathology of Minamata disease a tragic story of water
pollution Kyushu Kyushu University Press 1999 310p
TAPIERO H TOWNSEND DM TEW KD The antioxidant role of selenium and seleno-
compounds Biomedicine amp Pharmacotherapy v57 n34 p134ndash144 2003
TINKOV AA SKALNAYA MG DEMIDOV VA SEREBRYANSKY EP
NIKONOROV AA SKALNY AV Hair mercury association with selenium serum lipid
98
spectrum and gama-glutamyl transferase activity in adults Biological Trace Element
Research v161 n3 p255-262 2014
UNITED NATIONS Enviroment Programme Chemicals Impacts of mercury on the
environment In ______ Global mercury assessment Geneva UNEP 2002 cap5 p73-
86
UNITED STATES Department of Health and Human Services Public Heath Services
Agency for Toxic Substances and Disease Registry Toxicological Profile for Mercury
Atlanta ATSDR 1999 676p
VAN DAEL P DEELSTRA H Selenium International Journal for Vitamin and
Nutrition Research v63 n4 p312-316 1993
VIVANCO RHC MENGE FGW BARRIGA PAC Variaciones de la fragilidad
osmoacutetica eritrocitaria en bovinos a pastoreo sobre praderas con bajo contenido de selenio y
suplementados o no con selecircnio Revista Cientiacutefica vXVI n3 p227-231 2006
WIDERSTEN M PEARSON WR ENGSTROEM A MANNERVIK B Heterologous
expression of the allelic variant μ-class glutathione transferases μ and ψ Biochemical
Journal v276 n2 p519-5241991
WILLETT WC Inssues in analysis and presentation of dietary data In ______ Nutritional
epidemiology 2ed New York Oxford University Press 1998 p321ndash345 (Monographs in
epidemiology and biostatistics 30)
WILLET WCHOWE GR KUSHI LH Adjustment for total energy in epidemiologic
studies Am J Clin Nutr v65 p1220-28 1997
WILLET W STAMPFER M Implications of total energy intake for epidemiologic
analyses In Willet WC Nutrition epidemiology 2 ed New York Oxford University Press
p514 1998
WORLD HEALTH ORGANIZATION Obesity preventing and managing the global
epidemic report of a WHO consultation on obesity Geneva World Health Organization
2000 p256 (WHO Obesity Technical Report Series n284)
XU S WANG Y ROE B PEARSON WR Characterization of the human class Mu
glutathione S-transferase gene cluster and GSTM1 deletion Journal of Biological
Chemistry v273 n6 p3517-3527 1998
YANG GQ WANG SZ ZHAU RH SUN SZ Endemic selenium intoxication of
humans in China American Journal of Clinical Nutrition v37 n5 p872-881 1983
ZACHARA BA UKLEJA-ADAMOWICZ M NARTOWICZ E LECKA J Increased
plasma glutathione peroxidase activity in patients with acute myocardial infarction Medical
Science Monitor v7 n3 p415-420 2001
ZHANG FA YU W HARGROVE JL GREENSPAN PA DEAN RG TAYLOR
EW HARTLE DK Inhibition of TNF- induced ICAM-1 VCAM-1 and E-selectin
expression by selenium Atherosclerosis v161 n2 p381-386 2002
99
ZHANG M MA AG ZHANG XZ GE S SHI XX Effect of multiple micronutrients
supplementation on anti-oxidative activity and oxidized DNA damage of lymphocytes in
children Zhonghua Liu Xing Bing Xue Za Zhi v26 n4 p268ndash272 2005
ZHENG W WEN WQ GUSTAFSON DR GROSS M CERHAN JR FOLSOM
AR GSTM1 and GSTT1 polymorfism and postmenopausal breast cancer risk breast cancer
Breast Cancer Research and Treatment v74 n1 p9-16 2002
100
APEcircNDICES
APEcircNDICE 1 Cartaz de divulgaccedilatildeo da pesquisa
APEcircNDICE 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)
APEcircNDICE 3 Ficha de Identificaccedilatildeo e Controle
(Anamnese peso estatura IMC coleta de sangue e cabelos)
APEcircNDICE 4 Caderno de Registro do Consumo Alimentar
101
102
UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO
FACULDADE DE CIEcircNCIAS FARMACEcircUTICAS ndash FCFUSP
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE
1 Informaccedilotildees do Sujeito da Pesquisa
Nome
Documento de Identidade nordm Sexo ( ) M ( )F
Data de Nascimento
Endereccedilo Nordm Complemento Bairro Cidade Estado
CEP Telefones
2 Informaccedilotildees do Responsaacutevel Legal
Nome Natureza (grau de parentesco tutor curador etc) Documento de Identidade nordm Sexo ( ) M ( )F Data de Nascimento Endereccedilo Nordm Complemento Bairro Cidade Estado CEP Telefones
Tiacutetulo do Projeto de Pesquisa Estado nutricional relativo ao selecircnio concentraccedilotildees de
mercuacuterio estresse oxidativo e os polimorfismos Pro198Leu no gene da glutationa
peroxidase 1 (GPx1) e GSTM1 no gene da glutationa S- transferase (GST) em mulheres
residentes em aacuterea de risco de contaminaccedilatildeo por mercuacuterio
3 Duraccedilatildeo da Pesquisa 24 meses
4 Nome do pesquisador responsaacutevel Silvia Maria Franciscato Cozzolino Cargo Funccedilatildeo
Professora Titular do Programa de poacutes-graduaccedilatildeo em Ciecircncia dos Alimentos da Faculdade de Ciecircncias
Farmacecircuticas FCFUSP
Nordm do Registro do Conselho Regional CRN30621
Instituiccedilatildeo Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo USP
Sravoluntaacuteria essa pesquisa tem como tiacutetulo Estado nutricional relativo ao selecircnio e
concentraccedilotildees de mercuacuterio e a relaccedilatildeo com estresse oxidativo e os polimorfismos Pro198Leu
e GSTM1 em mulheres na idade feacutertil em aacuterea exposta agrave contaminaccedilatildeo por mercuacuterio A
responsaacutevel por esse estudo eacute a professora titular Silvia Maria Franciscato Cozzolino e como
103
colaborada a estudante de doutorado Ariana Vieira Rocha Ambas pertencem a Faculdade de
Ciecircncias Farmacecircuticas (FCF) da Universidade de Satildeo Paulo (USP)
De acordo com algumas pesquisas as mulheres da Amazocircnia apresentam
concentraccedilotildees elevadas de mercuacuterio e essa contaminaccedilatildeo pode comprometer a sauacutede natildeo soacute
delas como tambeacutem das crianccedilas pois uma das formas do mercuacuterio atravessa facilmente a
barreira placentaacuteria e o mercuacuterio acaba se concentrando no ceacuterebro das crianccedilas Isso pode
inibir o desenvolvimento cerebral Por isso eacute preocupante a exposiccedilatildeo das mulheres na idade
feacutertil ao mercuacuterio Acredita-se que o mineral selecircnio possa ser um possiacutevel colaborador para
a populaccedilatildeo natildeo apresentar sinais cliacutenicos evidentes da contaminaccedilatildeo por mercuacuterio Isso pode
ser devido a algumas atribuiccedilotildees do selecircnio pois este mineral tem como uma das suas accedilotildees
atuar como antioxidante e isso pode neutralizar os danos causados pela contaminaccedilatildeo do
mercuacuterio
Desta forma estamos por meio desse documento lhe convidando a participar desse
estudo que tem como objetivo principal avaliar o estado nutricional relativo ao selecircnio assim
como as concentraccedilotildees de mercuacuterio e a relaccedilatildeo desses com o estresse gerado nas ceacutelulas e
tambeacutem com algumas alteraccedilotildees geneacuteticas em mulheres na idade feacutertil em aacuterea exposta ao
mercuacuterio Nesta pesquisa participaraacute 200 mulheres voluntaacuterias da cidade de Porto Velho
Rondocircnia
Se vocecirc concordar em participar passaraacute pelos seguintes procedimentos avaliaccedilatildeo
nutricional onde seratildeo obtidos os dados de peso estatura e circunferecircncia da cintura e
tambeacutem seratildeo anotados os seus dados sobre o consumo alimentar ou seja tudo o que foi
consumido no periacuteodo de 3 dias sendo 2 dia da semana e 1 dia do fim de semana Seraacute
realizada ainda uma coleta de sangue de (20mL) em jejum de 10 a 12 horas para a realizaccedilatildeo
da determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo do mineral selecircnio e avaliar o estresse gerado nas ceacutelulas e
se haacute uma alteraccedilatildeo geneacutetica que possa interferir na concentraccedilatildeo de selecircnio ou mercuacuterio no
organismo Por fim seraacute coletado em torno de (1g) de cabelo na regiatildeo detraacutes do pescoccedilo para
avaliar as concentraccedilotildees de mercuacuterio A pesquisa possui um risco miacutenimo em virtude da
coleta de sangue que pode causar um desconforto poreacutem este seraacute coletado por um
profissional de enfermagem capacitado A obtenccedilatildeo desses dados seraacute realizada no
Laboratoacuterio Alphaclin localizado na Avenida Calama 2215 Bairro Satildeo Joatildeo Bosco Apoacutes
essas coletas seraacute distribuiacutedo um kit lanche contendo bolacha de aacutegua e sal ou biscoito
integral uma fruta e um suco de fruta de caixinha de 200mL O seu sangue seraacute armazenado
no laboratoacuterio de nutriccedilatildeo-minerais da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade
de Satildeo Paulo (USP) sob a responsabilidade da professora titular Silvia Maria Franciscato
Cozzolino para pesquisas futuras Poreacutem se isso acontecer vocecirc seraacute consultado a respeito e
um novo projeto seraacute submetido ao Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
Vocecirc autoriza o armazenamento do seu sangue para pesquisas futuras
( )sim ( )natildeo
Os resultados obtidos seratildeo arquivados e mantidos em sigilo conforme eacutetica Eacute direito
de cada participante obter os resultados das anaacutelises que seratildeo feitas bem como informaccedilotildees
sobre o andamento da pesquisa procedimentos utilizados riscos e benefiacutecios relacionados em
qualquer fase do estudo a fim de esclarecer eventuais duacutevidas Deve ser ressaltado que a
participaccedilatildeo na pesquisa poderaacute ser desfeita em qualquer momento que o Sra achar
conveniente sem sofrer nenhum tipo de constrangimento Natildeo haveraacute nenhuma despesa
financeira para a natildeo participaccedilatildeo neste estudo assim como natildeo haveraacute recompensa
financeira relacionada agrave participaccedilatildeo na pesquisa
Esse estudo traraacute benefiacutecios pois existem evidecircncias que o selecircnio pode exercer um
efeito protetor no organismo contra os malefiacutecios do mercuacuterio Logo os resultados
contribuiratildeo para uma melhor qualidade de vida atraveacutes do conhecimento da avaliaccedilatildeo do
104
estado nutricional Aleacutem do que seraacute realizada uma avaliaccedilatildeo nutricional completa por uma
nutricionista e seratildeo oferecidas orientaccedilotildees quanto agrave alimentaccedilatildeo
ndash INFORMACcedilOtildeES DE NOMES ENDERECcedilOS E TELEFONES DOS RESPONSAacuteVEIS PELO
ACOMPANHAMENTO DA PESQUISA PARA CONTATO EM CASO DE INTERCORREcircNCIAS
CLIacuteNICAS E REACcedilOtildeES ADVERSAS
Silvia Maria Franciscato Cozzolino ndash (Professora Titular do programa de Poacutes-
graduaccedilatildeo em Ciecircncia dos Alimentos da Faculdade de Ciecircncias FarmacecircuticasFCF
(USP) Telefone(11)3091-3625 Endereccedilo da Faculdade Cidade Universitaacuteria Av Lineu
Prestes 580 ndash Bloco 14
Telefone (11) 3091 -3625 (Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo ndash Minerais)
Ariana Vieira Rocha - (Doutoranda do programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Ciecircncia dos
Alimentos da Faculdade de Ciecircncias FarmacecircuticasFCF (USP) Endereccedilo Residencial
Bairro Liberdade Rua da Gloacuteria - 654 Apto 84 CEP 01510-000 ndash Satildeo Paulo ndash SP Telefone
(11) 98532-2125
Endereccedilo da Faculdade Cidade Universitaacuteria Av Lineu Prestes 580 ndash Bloco 14
Telefone 3091 -3625 (Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo ndash Minerais)
Consentimento Poacutes-Esclarecido
Declaro que apoacutes convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ter entendido o que me
foi explicado consinto em participar do presente Protocolo de Pesquisa
Porto Velhodede
_______________________________
Assinatura do sujeito de pesquisa
Ou responsaacutevel legal
___________________________________
Assinatura do pesquisador responsaacutevel
Para qualquer questatildeo duacutevida esclarecimento ou reclamaccedilatildeo sobre aspectos eacuteticos dessa
pesquisa favor entrar em contato com o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas da Faculdade de
Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo ndash Av Prof Lineu Prestes 580 - Bloco
13A ndash Butantatilde ndash Satildeo Paulo ndash CEP 05508-900 Fone 3091-3622 fone-fax 3091-3677 ndash e-
mail cepfcfuspbr
105
Universidade de Satildeo Paulo
Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas
Avaliaccedilatildeo Nutricional
Antropometria
Nome Data de Nascimento
DADOS ANTROPOMEacuteTRICOS
Idade anos
Circunferecircncia da Cintura (CC) Classificaccedilatildeo
Peso kg
Estaturacm
IMC Classificaccedilatildeo
Classificaccedilatildeo do estado nutricional para adultos segundo o Iacutendice de Massa Corpoacuterea (IMC)
Classificaccedilatildeo IMC (kgm2)
Risco de Comorbidades
Baixo Peso
˂ 185 Baixo
Peso Normal ou
Eutrofia 185 - 249
Meacutedio
Sobrepeso
ge 25 ndash 299 Aumentado
Obesidade I 300 - 349 Moderado
Obesidade II 350 ndash 399 Grave
Obesidade III ˃ 40 Muito Grave
Fonte WHO (2000)
106
Universidade de Satildeo Paulo
Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas
Pesquisador Ariana Vieira Rocha
Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo e Minerais(11) 3091-3625
Formulaacuterio Mercuacuterio (Hg)
Identificaccedilatildeo Data
Nome
Idade Sexo Raccedila
Endereccedilo
Haacute quanto tempo reside em Porto Velho
Onde residia anteriormente
Ocupaccedilatildeo principal Quanto tempo hdia
Haacutebitos
Come peixe sim natildeo
Procedecircncia do peixe consumido Nome do Rio
Espeacutecie mais consumida
Frequecircncia de consumo de peixe Quantidade
Frequecircncia de consumo de frutos do mar Quantidade
Ficou doente nos uacuteltimos seis meses sim natildeo
Tomou algum medicamento sim natildeo Qual Frequecircncia
No tratamento do cabelo vocecirc usa
soacute sabonete xampuacute condicionador tintura
liacutequido para permanente alisamento outros Quais
Qual a aacutegua que usa para tomar banho
caerd poccedilo ou mina outra procedecircncia qual
Qual a aacutegua que usa para beber
caerd e filtrada natildeo filtra de poccedilo ou mina galatildeo outra procedecircncia qual
107
ACOMPANHAMENTO NUTRICIONAL
Nome
Responsaacutevel Nutricionista Ariana Vieira Rocha
Universidade de Satildeo Paulo-USP
Telefone (69) 8118-4633 (11) 8532-2125
108
INFORMACcedilOtildeES
Pesquisas tentam explicar a presenccedila do Hg na regiatildeo amazocircnica pois os solos
ambientes aquaacuteticos e consequentemente os peixes apresentarem concentraccedilotildees elevados
deste metal assim como alguns indiviacuteduos que vivem nestas aacutereas poreacutem estes natildeo
apresentam sintomas e sinais cliacutenicos evidentes de contaminaccedilatildeo Supotildee-se que o selecircnio um
mineral antioxidante presente naturalmente no solo da regiatildeo seja um protetor para a aparente
toleracircncia destas populaccedilotildees agrave intoxicaccedilatildeo crocircnica por Hg Dentre outras funccedilotildees e accedilotildees o
selecircnio atua no fortalecimento do sistema imunoloacutegico e tambeacutem ajuda organismo a se
proteger dos danos causados pelos metais toacutexicos como por exemplo o Hg Dessa forma a
ingestatildeo adequada de selecircnio pode ter um efeito protetor contra a contaminaccedilatildeo por Hg
Este caderno tem como objetivo avaliar o estado nutricional relativo ao mineral
selecircnio Por isso eacute muito importante que todas as recomendaccedilotildees e orientaccedilotildees prestadas
durante o acompanhamento nutricional sejam atendidas
Ariana Vieira Rocha
Doutoranda em Ciecircncia dos Alimentos-FCFUSP
Porto Velho 2012
01
109
DADOS DE IDENTIFICACcedilAtildeO
1 Nome
Documento de Identidade nordm
Sexo ( X ) Feminino
Data de Nascimento
Naturalidade Escolaridade
Endereccedilo nordm
Bairro
Cidade
Cep Telefone Celular
Renda Familiar ( ) 1 SM ( ) 2 a 3 SM ( ) Acima de 4 SM
2 Histoacuteria Cliacutenica
Faz uso de anticonpepcional ( ) natildeo ( )sim
Se sim qual Quanto tempo
Antecedentes familiares ( )Dislipidemias ( )Diabetes mellitus
( )Hipertensatildeo arterial ( ) Obesidade
Outras qual
Faz atividade Fiacutesica ( ) natildeo ( ) sim qual
Quantas vezes por semana
02
110
ORIENTACcedilOtildeES QUANTO AO REGISTRO DOS ALIMENTOS
1 Anotar todos os alimentos consumidos durante todo o dia e a noite desde a hora que
acordar ateacute a hora em que for dormir
2 Colocar o horaacuterio das refeiccedilotildees
3 Natildeo esquecer de anotar os alimentos eou qualquer guloseima consumida (balas
chicletes etc) durante as refeiccedilotildees e nos intervalos
4 Anotar a quantidade do alimento consumido na forma de medidas caseiras (fotos
ilustrativas nas proacuteximas paacuteginas) Exemplo
colher de servir colher de sopa colher de sobremesa colher de chaacute ou cafeacute
concha escumadeira copo americano copo de requeijatildeo copo descartaacutevel de 180 ou
200 mL
xiacutecara de chaacute ou cafeacute
prato de mesa prato de sopa prato de sobremesa ou pires
5 Descrever com maior detalhe os tipos de alimentos ou marcas como por exemplo
leite desnatado integral tipo C em poacute
patildeo francecircs integral de forma de leite de batata de mel doce ou caseiro
bolachas recheadas aacutegua e sal chocolate sem recheio SEMPRE colocar o sabor e a
marca
frutas (anotar tipo e tamanho) por exemplo laranja lima meacutedia mamatildeo papaya (meia
unidade)
vegetais folhosos (anotar tipo e preparaccedilatildeo) por exemplo acelga refogada ou crua
manteiga ou margarina (o tipo a marca a quantidade consumida anotada em ponta de
faca ou em colheres de chaacute cafeacute sobremesa ou sopa)
salada de frutas (colocar tipo de frutas e os ingredientes incluiacutedos na salada)
bolo (sabor com ou sem recheio com ou sem cobertura de festa ndash se possiacutevel
escrever os principais ingredientes)
6 Lembrar de escrever o tipo de preparaccedilatildeo se o alimento eacute cozido frito grelhado
ensopado ou agrave milanesa (empanado)
7 Registrar os alimentos em unidades ou porccedilotildees como por exemplo bife meacutedio
pequeno coxa de frango peixe (pedaccedilo pequeno meacutedio ou grande)
8 Anotar as preparaccedilotildees que utilizem mais de um ingrediente e descrevecirc-los um a um
como por exemplo Sopa de legumes (quais is ingredientes e legumes utilizados nesta
preparaccedilatildeo)
03
111
MEDIDAS CASEIRAS
Colocamos ao lado de cada item uma caixa de foacutesforos ilustrativa para fins de
referecircncia quanto ao tamanho das medidas
04
112
Colocamos ao lado de cada item uma caixa de foacutesforos ilustrativa para fins de
referecircncia quanto ao tamanho das medidas
05
113
Margarina ou Manteiga
Colocamos ao lado de cada item uma caixa de foacutesforos ilustrativa para fins de
referecircncia quanto ao tamanho das medidas
06
114
REGISTRO DE ALIMENTOS
Dia 1
Data Dia da semana
Horaacuterio e Local Alimentos ou
Preparaccedilotildees
Quantidade
(medida caseira)
Marca Comercial
07
115
REGISTRO DE ALIMENTOS
Dia 2
Data Dia da semana
Horaacuterio e Local Alimentos ou
Preparaccedilotildees
Quantidade
(medida caseira)
Marca Comercial
08
116
REGISTRO DE ALIMENTOS
Dia 3
Data Dia da semana
Horaacuterio e Local Alimentos ou
Preparaccedilotildees
Quantidade
(medida caseira)
Marca Comercial
09
117
AGRADECEMOS A SUA COLABORACcedilAtildeO
Mestre Ariana Vieira Rocha (Nutricionista mestre e doutoranda do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncia dos
Alimentos Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo)
Doutora Silvia Maria F Cozzolino (Nutricionista Professora Titular do Departamento de Alimentos e Nutriccedilatildeo Experimental
Faculdade de Ciecircncias FarmacecircuticasUniversidade de Satildeo Paulo)
10
118
ANEXOS
ANEXO 1 Informaccedilotildees para os membros de bancas julgadoras
ANEXO 2 Parecer do Comitecirc de Eacutetica (CEP)
ANEXO 3 Ficha de Aluno
119
UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas
Secretaria de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Informaccedilotildees para os Membros de Bancas Julgadoras de
MestradoDoutorado
1 O candidato faraacute uma apresentaccedilatildeo oral do seu trabalho com duraccedilatildeo
maacutexima de trinta minutos
2 Os membros da banca faratildeo a arguumliccedilatildeo oral Cada examinador
disporaacute no maacuteximo de trinta minutos para arguumlir o candidato exclusivamente sobre o
tema do trabalho apresentado e o candidato disporaacute de trinta minutos para sua
resposta
21 Com a devida anuecircncia das partes (examinador e candidato) eacute
facultada a arguumliccedilatildeo na forma de diaacutelogo em ateacute sessenta minutos por examinador
3 A sessatildeo de defesa seraacute aberta ao puacuteblico
4 Terminada a arguumliccedilatildeo por todos os membros da banca a mesma se
reuniraacute reservadamente e expressaraacute na ata (relatoacuterio de defesa) a aprovaccedilatildeo ou
reprovaccedilatildeo do candidato baseando-se no trabalho escrito e na arguumliccedilatildeo
41 Caso algum membro da banca reprove o candidato a Comissatildeo
Julgadora deveraacute emitir um parecer a ser escrito em campo exclusivamente indicado
na ata
42 Seraacute considerado aprovado o aluno que obtiver aprovaccedilatildeo por
unanimidade ou pela maioria da banca
5 Duacutevidas poderatildeo ser esclarecidas junto agrave Secretaria de Poacutes-
Graduaccedilatildeo pgfarmauspbr (11) 3091 3621
Satildeo Paulo 23 de maio de 2014
Prof Dr Adalberto Pessoa Junior Presidente da CPGFCFUSP
Av Prof Lineu Prestes 580 Bloco 13 A - Cidade Universitaacuteria - CEP 05508-900 - Satildeo Paulo - SP Fone (11) 3091 3621 - Fax (11) 3091 3141 ndash e-mail pgfarmauspbr
120
121
122
123
7
Kaacutetia Callou Larissa Bezerra Leila Hashimoto Luciane Alencar e Verocircnica Bandeira
por serem apoio companhia e ajuda nos trabalhos realizados no cotidiano
Especialmente
Agrave Bruna Reis (Rabin) e Isabela Saraiva (Isa nojentinha do meu coraccedilatildeo) que me
proporcionaram uma amizade de cunho profissional e pessoal tornando esta jornada mais
viva leve e muito alegre Por todos os braccedilos e abraccedilos servidos nos momentos de ajuda
sem horaacuterio para acabar Por me fazerem lembrar desse trio com um enorme sorriso no
rosto
Agrave Kaluce Almondes (Kakaacute) querida companheira de anaacutelises que pareciam interminaacuteveis
(risos) obrigada pela parceria conversas filosoacuteficas e gargalhadas constantes inclusive em
momentos de afliccedilatildeo
Agrave Liliane Viana Pires (Lili medalhinha) luz em todos os momentos (desde 2006)
Mesmo com a distacircncia geograacutefica existente entre noacutes vocecirc eacute sempre presente Agradeccedilo
ainda por despertar em mim a vontade de ser sempre melhor
Agraves florzinhas da Liliane Pires Leila Hashimoto (Leilinha) Luciane Alencar (Lu) e
Verocircnica Bandeira (Vecirc) pela ajuda durante as anaacutelises de enzimas mesmo com tantos
afazeres e por me tratarem sempre com muito carinho e atenccedilatildeo
Agrave Baacuterbara Cardoso pelo abraccedilo apertado que diz muito em cada encontro
Agraves Fernandas Santana e Shinagawa agradeccedilo a ajuda a companhia a diversatildeo e a
amizade construiacuteda principalmente nos momentos extras de trabalho jaacute que nem sempre
conseguiacuteamos acabar no horaacuterio do expediente em virtude do nuacutemero de amostras (risos)
Agrave Lilian Mendes apoio e alicerce fundamentais nos uacuteltimos meses que atraveacutes do seu
coraccedilatildeo profissionalismo e vivecircncia de mundo ensinou-me a aceitar e conviver com o meu
eu interior e com a minha alma
Ao meu irmatildeo de coraccedilatildeo Guilber Diniz Barros pela forccedila e energia enviada por todas as
conversas na tentativa de me distrair ou esquecer algo por me ajudar agrave distacircncia e
principalmente por me ensinar a levantar sem laacutegrimas nos olhos e de cabeccedila erguida
Agrave Fabiana Yasuhara da Assessoria Cientiacutefica Life Technologies pelo suporte fundamental
realizado durante as anaacutelises do polimorfismo de deleccedilatildeo GSTM1
Agrave funcionaacuteria Maria de Lurdes Pedrosa (Lurdinha) pelo otimismo carinho e pelas
palavras ldquono fim tudo daacute certordquo
8
RESUMO
ROCHA AV Status de selecircnio de uma populaccedilatildeo residente em aacuterea de risco de
contaminaccedilatildeo por mercuacuterio Influecircncia de polimorfismos e accedilatildeo sobre o estresse
oxidativo 2015 133f (Tese de Doutorado) Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas (FCF)
Universidade de Satildeo Paulo (USP) 2015
Estudos apontam que a regiatildeo Amazocircnica apresenta concentraccedilotildees significativas de selecircnio
nos solos e que por isso a populaccedilatildeo natildeo estaria susceptiacutevel agrave deficiecircncia desse mineral Em
contrapartida a regiatildeo tambeacutem apresenta dados de concentraccedilotildees elevadas de mercuacuterio nos
solos e rios entretanto a populaccedilatildeo natildeo apresenta sinais cliacutenicos evidentes de contaminaccedilatildeo
Acredita-se que o selecircnio um mineral antioxidante possa ser um possiacutevel colaborador para a
aparente toleracircncia ao mercuacuterio pois uma das accedilotildees desse mineral eacute a de destoxificar o
organismo contra metais toacutexicos Dependendo das concentraccedilotildees no organismo o mercuacuterio
pode potencializar a geraccedilatildeo das espeacutecies reativas de oxigecircnio e dessa forma as defesas
antioxidantes intriacutensecas das ceacutelulas podem ser prejudicadas resultando na condiccedilatildeo
conhecida por estresse oxidativo A contaminaccedilatildeo por mercuacuterio pode ainda comprometer a
sauacutede tanto das mulheres quanto das crianccedilas pois esse metal na forma de metilmercuacuterio
pode atravessar a barreira placentaacuteria e se concentrar principalmente no ceacuterebro do feto
Aliado a isso a presenccedila de polimorfismos em certos genes podem alterar a expressatildeo de
enzimas antioxidantes como a glutationa peroxidase 1 que eacute dependente de selecircnio assim
como da glutationa S-transferase que atua na destoxificaccedilatildeo do mercuacuterio no organismo
Vaacuterios estudos apresentam dados de concentraccedilotildees de mercuacuterio em ribeirinhos da Amazocircnia
no entanto resultados referentes agraves concentraccedilotildees de selecircnio ao estresse oxidativo e a
polimorfismos geneacuteticos na populaccedilatildeo da aacuterea urbana satildeo raros Diante disso este estudo
objetivou avaliar o estado nutricional relativo ao selecircnio concentraccedilotildees de mercuacuterio e a
possiacutevel relaccedilatildeo desses paracircmetros com o estresse oxidativo e os polimorfimos Pro198Leu (rs
1050450) no gene da glutationa peroxidase 1 e GSTM1 no gene da glutationa S-transferase
em mulheres em idade feacutertil residentes em aacuterea de risco de exposiccedilatildeo ao mercuacuterio da cidade
de Porto Velho (RO) As voluntaacuterias foram avaliadas por meio de medidas antropomeacutetricas
(peso estatura e circunferecircncia da cintura) e aplicou-se o registro alimentar para avaliaccedilatildeo do
consumo alimentar Realizou-se uma coleta de sangue para anaacutelise de selecircnio atividade da
enzima glutationa peroxidase marcadores de estresse oxidativo e polimorfismos geneacuteticos O
selecircnio foi determinado por espectrometria de absorccedilatildeo atocircmica com geraccedilatildeo de hidretos
acoplados agrave cela de quartzo (HGQTAAS) Para anaacutelise de mercuacuterio foi coletada uma amostra
do cabelo das voluntaacuterias sendo sua concentraccedilatildeo determinada pelo meacutetodo de
espectrometria de absorccedilatildeo atocircmica com geraccedilatildeo de vapor frio (CV AAS) Para avaliar o
estresse oxidativo foram determinadas a concentraccedilatildeo plasmaacutetica de Malondialdeiacutedo (MDA)
e a Capacidade de Absorccedilatildeo de Radicais de Oxigecircnio (ORAC) Participaram do estudo 200
mulheres com idade entre 19 e 50 anos A ingestatildeo alimentar meacutedia de selecircnio foi de 493 plusmn
192 microgdia e a prevalecircncia de ingestatildeo inadequada foi de 409 As concentraccedilotildees meacutedias do
mineral no plasma e nos eritroacutecitos foram respectivamente 498 + 186 microgL e 754 + 299
microgL A atividade meacutedia da glutationa peroxidase foi de 451+ 194 Ug Hb A concentraccedilatildeo
meacutedia de mercuacuterio nos cabelos foi de 625 + 766 ng g-1
Ao avaliar a presenccedila do SNP
Pro198Leu observou-se que 567 das participantes apresentaram genoacutetipo selvagem 368
heterozigotos e 68 homoizgotos para leucina Quanto ao polimorfismo de deleccedilatildeo GSTM1
425 das voluntaacuterias apresentaram o genoacutetipo nulo ou deletado ou seja relacionado a
ausecircncia de expressatildeo da glutationa S-transferase Esses resultados permitem concluir que a
maioria das participantes apresentou estado nutricional deficiente em relaccedilatildeo ao selecircnio
Apesar disso tanto a atividade enzimaacutetica da glutationa peroxidase como os biomarcadores
9
do estresse oxidativo natildeo sofreram interferecircncia desta deficiecircncia O polimorfismo
Pro198Leu tambeacutem natildeo interferiu no status de selecircnio e no estresse oxidativo Quanto agrave
avaliaccedilatildeo do polimorfismo GSTM1 o genoacutetipo nulo ou deletado tambeacutem natildeo mostrou
associaccedilatildeo com as concentraccedilotildees de mercuacuterio e o estresse oxidativo
Palavras-chave selecircnio estresse oxidativo polimorfismo geneacutetico e mercuacuterio
10
ABSTRACT
ROCHA AV Selenium status of a population living in a mercury contamination risk
area Influence of polymorphisms and action on oxidative stress 2015 133f (Tese de
Doutorado) Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo
2015
Studies have shown that the Amazon region has significant concentrations of selenium in
soils and therefore the population is not susceptible to deficiency of this mineral However
the region also presents data from high levels of mercury in soils and rivers however the
population has no obvious clinical signs of contamination It is believed that selenium an
antioxidant mineral may be a possible contributor to the apparent tolerance because of its
actions in the detoxification of the body from toxic metals Depending on the concentrations
in the body mercury can increase the generation of reactive oxygen species and thus the
intrinsic antioxidant defenses of cells can be damaged resulting in the condition known as
oxidative stress The mercury contamination may also compromise the health of both women
and children since this metal in the form of methylmercury can cross the placental barrier and
concentrate mainly in the fetal brain In addition the presence of genetic polymorphisms can
alter the expression of antioxidant enzymes such as glutathione peroxidase 1 which is
selenium dependent as well as glutathione S-transferase which can be responsible for the
mercury detoxification in the body Several studies have shown mercury levels of riverine
people from Amazon however results regarding selenium concentrations oxidative stress
and polymorphisms in the urban population are area Thus this study aimed to evaluate
selenium status mercury levels and the possible relationship of these with oxidative stress and
genetic polymorphisms Pro198Leu (rs 1050450) in glutathione peroxidase 1 gene and
GSTM1 in the glutathione S-transferase gene in women living in mercury exposure risk area
from the city of Porto Velho (RO) The of the volunteers was assessed using anthropometric
measurements (weight height and waist circumference) and evaluation of food consumption
by the food record Blood samples were collected for selenium analysis glutathione
peroxidase enzymersquos activity oxidative stress and genetic polymorphisms Selenium was
determined by hydride generation quartz tube atomic absorption spectroscopy (HGQT AAS)
For mercury analysis a hair sample of volunteers was collected and its concentration was
determined by atomic absorption spectrometry method with cold vapor (CV AAS) To
evaluate oxidative stress plasma concentrations of malondialdehyde (MDA) and Oxygen
Radical Absorbance Capacity (ORAC) were determined We enrolled 200 volunteers aged
between 19 and 50 The average of selenium intake was 493 plusmn 192 microgday and the
prevalence of inadequate intake was 409 Mean selenium concentration on plasma and
erythrocytes were respectively 498 + 186 microgL and 754 + 299 microgL Glutathione
peroxidase showed mean activity of 451 + 194 Ug Hb and mercury levels of 625 + 766 ng g-
1 Evaluating the presence of the SNP Pro198Leu it was observed that 567 of the were
participants had wild type genotype 368 heterozygous and 68 were homozygous for
leucine For the GSTM1 null deletion polymorphism 425 of the volunteers had a null
genotype ie do not express the enzyme glutathione S-transferase These results indicate that
the majority of participants had selenium deficiency in plasma and erythrocytes Nevertheless
most of them had adequate activity of glutathione peroxidase There was no association
between selenium concentrations and the biomarkers used to assess oxidative stress The
Pro198Leu polymorphism did not interfere in selenium concentrations as well as in the
oxidative stress The evaluation of GSTM1 polymorphism had no association with mercury
levels and oxidative stress
Keywords selenium oxidative stress polymorphisms and mercury
11
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 Concentraccedilatildeo de Se (microgg) em castanha-do-brasil da regiatildeo Amazocircnica
22
Quadro 2 Ingestatildeo Dieteacutetica de Referecircncia (DRIs) relativas ao Se em microgdia a
partir de um ano de idade de acordo com o Institute of Medicine (IOM
2006)
23
Quadro 3 Frequecircncia genotiacutepica do polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) no
gene que codifica para GPx 1 encontrada em pesquisas realizadas no
Brasil por pesquisadores do Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo e Minerais da
Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo
(USP)
37
Quadro 4 Distribuiccedilatildeo da frequecircncia do polimorfismo GSTM1(ABAB0) no gene
da GST em diferentes etnias
39
Quadro 5 Classificaccedilatildeo do Iacutendice de Massa Corpoacuterea (IMC) para adultos segundo
WHO (2000)
45
Quadro 6 Intervalos de recomendaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de macronutrientes em
percentual de contribuiccedilatildeo energeacutetica (AMDR) de acordo com IOM
(2006)
46
Quadro 7 Valores de referecircncias adotados para concentraccedilatildeo de Se no plasma e
eritroacutecitos
47
Quadro 8 Resultados das anaacutelises dos materiais de referecircncia utilizados na
determinaccedilatildeo de Hg total
49
12
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas das voluntaacuterias
55
Tabela 2 Classificaccedilatildeo das participantes segundo o IMC
56
Tabela 3 Ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) das participantes (n = 194)
59
Tabela 4 Concentraccedilatildeo de Se (microgL) no plasma e nos eritroacutecitos das participantes
(n=194)
61
Tabela 5 Coeficiente de regressatildeo da ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) como
variaacutevel independente que influenciou a concentraccedilatildeo do mineral no
plasma (microgL) das participantes
64
Tabela 6
Tabela 7
Coeficiente de regressatildeo da ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) como
variaacutevel independente que influenciou a concentraccedilatildeo do mineral nos
eritroacutecitos (microgL) das participantes
Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram
as concentraccedilotildees de Hg (ng g-1
) nos cabelos (variaacutevel dependente) das
participantes
64
71
Tabela 8 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram
a capacidade antioxidante ndash ORAC (mmol eq troloxg de amostra)
(variaacutevel dependente) das participantes
71
Tabela 9 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram
a concentraccedilatildeo plasmaacutetica de MDA (microM) (variaacutevel dependente) das
participantes
72
Tabela 10 Distribuiccedilatildeo do SNP Pro198Leu (rs 1050450) no gene que codifica para
a GPx 1 nas participantes (n=190)
73
Tabela 11 Concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio atividade da enzima
GPx MDA e ORAC de acordo com o genoacutetipo para o polimorfismo
Pro198Leu (rs1050450) no gene que codifica a GPx
76
Tabela 12 Distribuiccedilatildeo do polimorfismo GSTM1 no gene da GST das participantes
(n = 180)
76
Tabela 13 Concentraccedilotildees de Hg de MDA e ORAC de acordo com o genoacutetipo para
o polimorfismo GSTM1 no gene da GST das participantes
77
13
LISTA DE ABREVIATURAS
Se - Selecircnio
Hg - Mercuacuterio
MeHg - Metilmercuacuterio
dimetilHg - Dimetilmercuacuterio
GPx - Glutationa Peroxidase
GST - Glutationa S-Transferase
GR - Glutationa Redutase
GSH - Glutationa Reduzida
SOD - Superoacutexido Dismutase
Hb - Hemoglobina
T3 - Tri-iodotironina
T4 - Tiroxina
SeO32-
- Selenito
SeO42-
- Selenato
Cd - Caacutedmio
Rd - Raacutedio
As - Arsecircnio
Cu - Cobre
Ag - Prata
Pb - Chumbo
Pt - Platina
DRI - Recomendaccedilatildeo de Ingestatildeo de Referecircncia
EAR - Necessidade Meacutedia Estimada
UL - Niacutevel Maacuteximo de Ingestatildeo Toleraacutevel
RDA - Ingestatildeo Dieteacutetica Recomendada
EER - Necessidade Energeacutetica Estimada
AMDR - Acceptable Macronutrient Distribution Range
IOM - Institute of Medicine
ADI - Ingestatildeo Diaacuteria Aceitaacutevel
PTWI - Ingestatildeo Semanal Toleraacutevel Provisoacuteria
DCNT - Doenccedilas Crocircnicas natildeo Transmissiacuteveis
14
WHO - World Health Organization
AP - Amapaacute
PA - Paraacute
RO - Rondocircnia
AM - Amazonas
EDTA - Aacutecido Etilenodiamino Tetraceacutetico
O2 - Oxigecircnio
ERO - Eacutespecies Reativas de Oxigecircnio
ERN - Eacutespecies Reativas de Nitrogecircnio
RSS e SR - Selenosulfidos
SNP - Single Nucleotide Polymorfism
STR - Simple Tandem Repeats
VNTR - Variable Number of Tandem Repeats
PCK - Proteiacutena Quinases
DNA - Aacutecido Desoxirribonucleico
C - Citocina
T - Timina
SDM - Seleno Dimetil ndash Mercuacuterio
MDA - Malondialdeiacutedo
ORAC - Capacidade Antioxidante
8-OHdG - 8 Hidroxidodesoxiguanosina
CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente
Na - Soacutedio
Se-Met - Selenometionina
mv - MassaVolume
PA - Pureza Analiacutetica
LAN - Anaacutelise por Ativaccedilatildeo Neutrocircnica
AOAC - Association of Official Analytical Chemists
NCHS - National Center of Health and Statistics
HGQTAAS - Espectrometria de Absorccedilatildeo Atocircmica por Geraccedilatildeo de Hidretos
Acoplados agrave Cela de Quartzo
CVAAS - Espectrometria de Absorccedilatildeo Atocircmica com Geraccedilatildeo de Vapor Frio
IPEN - Instituto de Pesquisa Energeacutetica Nuclear
IMC -Iacutendice de Massa Corpoacuterea
15
CC - Circunferecircncia da Cintura
LD - Limite de Detecccedilatildeo
LQ - Limite de Quantificaccedilatildeo
PNJ
IAEA
- Parque Nacional do Jauacute
- Agecircncia Internacional de Energia Atocircmica
UNIR - Universidade Federal de Rondocircnia
SEDUC - Secretaria de Educaccedilatildeo
SESAU - Secretaria da Sauacutede
ABESO - Associaccedilatildeo Brasileira para Estudo da Obesidade e da Siacutendrome Metaboacutelica
LANCRPq - Laboratoacuterio de Anaacutelise por Ativaccedilatildeo Neutrocircnica
IPENCNEN - Instituto de Pesquisas Energeacuteticas Nucleares
FCF - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas
USP - Universidade de Satildeo Paulo
16
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 18
2 REVISAtildeO DA LITERATURA 20
21 SELEcircNIO 20
211 Fontes Biodisponibilidade e Recomendaccedilatildeo 21
212 Aspectos Fisioloacutegicos Absorccedilatildeo Biodisponibilidade Armazenamento e Excreccedilatildeo 24
213 Funccedilotildees e Accedilotildees 25
214 Deficiecircncia e Toxicidade 29
22 MERCUacuteRIO30
23 ESTRESSE OXIDATIVO 33
24 POLIMORFISMOS 35
241 Polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) no Gene da GPx 36
242 Polimorfismo GSTM1 no Gene da GST 38
3 OBJETIVOS 41
31 OBJETIVO GERAL 41
32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 41
4 METODOLOGIA 42
41 CASUIacuteSTICA E DELINEAMENTO 42
42 COLETA DE DADOS42
43 AVALIACcedilAtildeO ANTROPOMEacuteTRICA 45
44 CONSUMO ALIMENTAR 46
45 DETERMINACcedilAtildeO DA CONCENTRACcedilAtildeO DE SELEcircNIO NO PLASMA E ERITROacuteCITOS 47
46 DETERMINACcedilAtildeO DA ATIVIDADE DA GPx 48
47 PROCESSAMENTO E ANAacuteLISE DE MERCUacuteRIO NOS CABELOS 48
48 DETERMINACcedilAtildeO DA CONCENTRACcedilAtildeO PLASMAacuteTICA DE MALONDIALDEIacuteDO 50
49 DETERMINACcedilAtildeO DA CAPACIDADE DE ABSORCcedilAtildeO DE RADICAIS DE OXIGEcircNIO 51
410 PREPARACcedilAtildeO DAS AMOSTRAS PARA ANAacuteLISE DOS POLIMORFISMOS 52
4101 Determinaccedilatildeo do Polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) 52
4102 Determinaccedilatildeo do Polimorfismo GSTM1 53
411 ANAacuteLISES ESTATIacuteSTICAS 53
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 54
51 CARACTERIZACcedilAtildeO DA POPULACcedilAtildeO 54
52 AVALIACcedilAtildeO ANTROPOMEacuteTRICA 55
53 CONSUMO ALIMENTAR 57
17
54 MARCADORES BIOQUIacuteMICOS DO ESTADO NUTRICIONAL RELATIVO AO SELEcircNIO 60
55 SEEcircNIO E ATIVIDADE DA ENZIMA GPx 1 65
56 SELEcircNIO E CONCENTRACcedilOtildeES DE MERCUacuteRIO 67
57 SELEcircNIO E AVALIACcedilAtildeO DO ESTRESSE OXIDATIVO MDA E ORAC 71
58 POLIMORFISMO PRO198LEU 73
59 POLIMORFISMO GSTM1 76
6 CONCLUSAtildeO 80
7 CRONOGRAMA 81
REFEREcircNCIAS 82
APEcircNDICES 100
ANEXOS 118
18
1 INTRODUCcedilAtildeO
O selecircnio (Se) eacute um mineral traccedilo essencial para a biologia humana e esta
essencialidade foi reconhecida em 1979 apesar deste elemento ter sido descoberto em 1817
Dentre as funccedilotildees atribuiacutedas a este mineral destacam-se a funccedilatildeo antioxidante e proteccedilatildeo
contra accedilatildeo nociva de metais toacutexicos aleacutem de atuar em niacutevel de sistema imunoloacutegico
(NAVARRO-ALARCON e LOacutePEZ-MARTINEZ 2000 REILLY 1996) A funccedilatildeo
antioxidante estaacute relacionada agraves selenoproteiacutenas como a P e agraves glutationas peroxidases (GPx)
que satildeo dependentes de Se (HSIEH et al 2006) As GPx satildeo selenoproteiacutenas encontradas em
todos os tecidos de mamiacuteferos em que haacute processos oxidativos cuja accedilatildeo eacute reduzir a produccedilatildeo
de Espeacutecies Reativas de Oxigecircnio (ERO) contribuindo para a proteccedilatildeo das macromoleacuteculas e
membranas do organismo contra a oxidaccedilatildeo (GONZAGA et al 2005)
O homem obteacutem Se por meio da alimentaccedilatildeo (REILLY 1996 FAacuteVARO et al 2000
GONZAGA 2002 THOMSON 2006) e a quantidade do mineral presente nos alimentos
reflete a concentraccedilatildeo do solo sendo essa distribuiccedilatildeo heterogecircnea ou seja um alimento da
mesma espeacutecie proveniente de aacutereas distintas pode apresentar concentraccedilotildees de Se diferentes
(AMOUROUX et al 2001 MARTENS e COZZOLINO 2012) No Brasil Cozzolino et al
(2007) evidenciaram que feijotildees produzidos no estado de Satildeo Paulo tinham menores
concentraccedilotildees de Se (0016 μg de Seg) quando comparados aos feijotildees do Cearaacute (12 μg de
Seg)
Dessa forma pode-se supor que as regiotildees norte e nordeste apresentam maiores
concentraccedilotildees de Se no solo enquanto as regiotildees centro-oeste e sudeste tendem a apresentar
concentraccedilotildees menores indicando maior risco de desenvolvimento da deficiecircncia do mineral
nas duas uacuteltimas regiotildees (COZZOLINO et al 2007 MARTENS e COZZOLINO 2012) A
regiatildeo norte aleacutem de ser considerada uma das aacutereas com solos mais ricos em Se tambeacutem
apresenta de forma abundante o alimento considerado a melhor fonte do mineral a castanha-
do-brasil (Bertholletia excelsa) (ROCHA et al 2014)
Um estudo realizado por Gonzaga (2002) avaliou o estado nutricional relativo ao Se
em 41 crianccedilas de Macapaacute (AP) e de Beleacutem (PA) de acordo com os resultados as crianccedilas
avaliadas natildeo apresentaram deficiecircncia em Se
Rocha et al (2014) tambeacutem avaliaram crianccedilas da regiatildeo norte em duas localidades
ribeirinhas da cidade de Porto Velho (RO) obtendo um total de 42 participantes As crianccedilas
ribeirinhas de Demarcaccedilatildeo apresentaram concentraccedilotildees plasmaacuteticas de Se abaixo da
19
referecircncia para a faixa etaacuteria enquanto as crianccedilas da segunda localidade Gleba do Rio Preto
apresentaram concentraccedilotildees elevadas constituindo risco de toxicidade
Bortoli (2010) avaliou 55 mulheres de uma comunidade ribeirinha de Manaus (AM)
denominada de Novo Airatildeo e observou que a meacutedia de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio estava
dos valores da normalidade
Com base nesses estudos observa-se que natildeo eacute possiacutevel estabelecer um diagnoacutestico
preciso sobre o status de Se na regiatildeo norte sendo necessaacuterios mais estudos principalmente
com a populaccedilatildeo das cidades
Em contrapartida agrave suposiccedilatildeo que a regiatildeo norte ou amazocircnica pode ter solos ricos em
Se a mesma tambeacutem eacute considerada uma aacuterea de risco de exposiccedilatildeo ao mercuacuterio (Hg) um
metal toacutexico que natildeo exerce funccedilatildeo bioloacutegica Segundo Fadini e Jardim (2001) esta
contaminaccedilatildeo eacute devida aos processos naturais e antroacutepicos
Alguns autores sugerem que a populaccedilatildeo da Amazocircnia apresenta a mais alta exposiccedilatildeo
ao Hg relatada no mundo e isso pode exigir um aumento da quantidade de Se no organismo
na tentativa de compensar tanto o estresse oxidativo quanto os efeitos toacutexicos provocados pelo
metal bem como para manter a atividade ideais de enzimas antioxidantes (FORDYCE 2005
RAYMAN 2008 LEMIRE et al 2010 PASSOS MERGLER 2008)
Diante desse cenaacuterio este projeto avaliou o estado nutricional relativo ao Se
concentraccedilotildees de Hg estresse oxidativo e a presenccedila dos polimorfismos geneacuteticos Pro198Leu
no gene da GPx e GSTM1 no gene da glutationa S-transferase (GST) de mulheres residentes
na cidade de Porto Velho (RO) Vale mencionar que estudos sobre o Se satildeo inexistentes nesta
populaccedilatildeo e a maioria das pesquisas realizadas com o Hg na Amazocircnia avaliou apenas
populaccedilotildees ribeirinhas
20
2 REVISAtildeO DA LITERATURA
21 SELEcircNIO
O Se foi descoberto pelo quiacutemico sueco Jons Jakob Berzelius no ano de 1817 em seus
experimentos sobre a oxidaccedilatildeo do aacutecido sulfuacuterico pesquisando agentes toacutexicos (FOX
FAIRWEATHER 1999) Em 1957 Schwartz e Foltz descobriram a sua importacircncia para a
sauacutede animal quando verificaram que pequenas quantidades de Se apresentavam accedilatildeo
protetora em ratos com necrose hepaacutetica e deficiecircncia em vitamina E (NAVARRO-
ALARCON LOacutePEZ-MARTINEZ 2000) Em 1973 Rotruck isolou a enzima GPx e verificou
a presenccedila de Se em seu siacutetio ativo (BAYOUMY-EL 2001) A essencialidade do Se para os
humanos foi reconhecida em 1979 quando cientistas chineses descobriram uma doenccedila por
deficiecircncia de Se em uma regiatildeo da China chamada Keshan a qual deu origem ao nome desta
doenccedila e quando a suplementaccedilatildeo com Se atuou em caso de distrofia muscular (ESTADOS
UNIDOS - IOMFNB 2001)
No processo de evoluccedilatildeo da terra o Se foi incorporado ao solo oriundo dos magmas e
gases vulcacircnicos e apoacutes o degelo da era glacial esse semi-metal foi espalhado por algumas
aacutereas do globo terrestre de forma heterogecircnea (KOHRLE 1999) Dessa forma as
caracteriacutesticas geoloacutegicas de cada regiatildeo influenciaram as concentraccedilotildees de Se nos solos
existindo locais onde esta concentraccedilatildeo eacute tatildeo elevada que pode causar intoxicaccedilatildeo em animais
que consomem as pastagens cultivadas (REILLY 1996) e em outras eacute tatildeo baixa que pode
causar deficiecircncia (SILVA et al 1993)
Solos com concentraccedilatildeo de Se ao redor de 005 microgg tendem a proporcionar dietas
com concentraccedilotildees menores que 01 microgg causando deficiecircncia do mineral enquanto solos
com mais de 5 microgg do mineral contribuem para a intoxicaccedilatildeo (OLDFIELD 1999) Por isso a
quantidade de Se existente nos alimentos na aacutegua e no ar reflete o teor deste mineral no solo
sendo dependente de fatores geoquiacutemicos como o pH sendo que solos com pH menor que
55 (aacutecido) apresentam baixa biodisponibilidade de Se e solos com pH maior que 75
(alcalino) apresentam Se mais biodisponiacutevel A natureza da rocha originaacuteria tambeacutem interfere
nas quantidades de Se no ambiente sendo aquelas ricas em granito e basalto pobres em Se e
as vulcacircnicas incandescentes calcaacuterias de carvatildeo e de pirita mais ricas no mineral
(BAOYAN ZHANG 2002 REILLY 1996 FOX FAIRWEATHER-TAIT 1999 GONZAGA
MARTENS COZZOLINO 2007 2012) Isso explica porque a quantidade de Se no mesmo tipo
de alimento proveniente de aacutereas diferentes pode ser muito heterogecircnea (AMAROUX et al
21
2001) Estima-se que cerca de 50 a 77 do Se presente na superfiacutecie da terra seja oriundo
dos oceanos que se depositou por via uacutemida ou seca por meio dos gases dimetilselenido e
dimetilselenilsulfido produzidos de forma sazonal por fitoplacircnctons em especial pelas
bacteacuterias Coccolithophorid e por isso as aacutereas mais proacuteximas de oceanos possuem solos com
maior concentraccedilatildeo de Se (AMAROUX et al 2001)
No Brasil Martens e Cozzolino (2002) avaliaram alguns cultivares de feijotildees de cada
regiatildeo do paiacutes e verificaram que a concentraccedilatildeo de Se foi maior nos alimentos cultivados nas
regiotildees Norte e Nordeste sugerindo que os solos destes locais apresentam maiores
concentraccedilatildeo do mineral Os pesquisadores constataram tambeacutem que os solos com elevadas
concentraccedilotildees de Se produziram alimentos mais ricos neste nutriente e consequentemente
um consumo alimentar adequado Por outro lado em estados como Satildeo Paulo e Mato Grosso
foram encontradas menores concentraccedilotildees de Se nos solos e os indiviacuteduos residentes nestes
estados apresentaram maiores inadequaccedilotildees da ingestatildeo alimentar de Se (COZZOLINO
2007)
Na natureza o Se se encontra em 4 quatro estados de oxidaccedilatildeo nos solos aacutecidos como
Se elementar (0) selenido (+2) e selenito (+4) que satildeo menos soluacuteveis e assimilaacuteveis
enquanto em terras alcalinas tecircm mais selenato (+6) mais soluacutevel e assimilaacutevel pelas plantas
e animais (ORTUNtildeO et al 1997 GONZAGA MARTENS COZZOLINO 2012) Nos
alimentos o Se pode ser encontrado sob as formas orgacircnica e inorgacircnica na forma orgacircnica
como selenometionina (alimentos de origem vegetal e animal e em alguns suplementos
alimentares) como selenocisteiacutena principalmente em fontes de origem animal e como
selenometilselenocisteiacutena principal forma encontrada em vegetais (NAVARRO-ALARCON
2008) Na forma inorgacircnica como selenito (SeO32-
) e selenato (SeO42) em suplementos pois
essas formas aparecem em poucas quantidades nos alimentos (RAYMAN 2000)
211 Fontes Biodisponibilidade e Recomendaccedilatildeo
A castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa famiacutelia Lecythidaceae) eacute considerada o
alimento mais rico em Se com concentraccedilotildees que variam de 8 a 126 microgg (GONZAGA
2002 REILLY 1996 THOMSON 2006 GONZAGA MARTENS COZZOLINO 2012)
Diversos estudos com essa amecircndoa foram conduzidos com a finalidade de determinar o seu
teor de Se Souza e Menezes (2004) avaliaram 70kg de castanha-do-Brasil com casca da
safra de 2001 obtidas de lote a granel na Centrais de Abastecimento de Campinas SA
(CEASA) em Satildeo Paulo e observaram concentraccedilatildeo de 204 microgg (correspondente a 204
22
microg100g) de Se Chang et al (1995) analisaram dois lotes de castanha-do-brasil um
proveniente da regiatildeo do AcreRondocircnia e outro da regiatildeo de ManausBeleacutem e as
concentraccedilotildees de Se variaram de 306 a 401 microgg e 360 a 500 microgg respectivamente
Trabalhos realizados pelos pesquisadores do Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo-Minerais da
Universidade de Satildeo Paulo tambeacutem avaliaram as concentraccedilotildees de Se em castanha-do-brasil
oriundas da regiatildeo norte (Quadro 1)
Quadro 1 Concentraccedilatildeo de Se (microgg) em castanha-do-brasil da regiatildeo norte do Brasil
Concentraccedilatildeo de Se (microgg)
COUTINHO (2001) GONZAGA (2002) BEHR (2004) MARTENS e COZZOLINO (2002) ROCHA (2014) STOCLER PINTO (2009) COMINETTI (2010) PIRES (2012)
19 40 17 43
583 58 58 115
Dados natildeo publicados - Meacutedia referente agrave determinaccedilatildeo de Se em dezoito lotes de castanha-do-brasil (safra 2011)
As frutas e as verduras em geral satildeo pobres em Se com exceccedilatildeo dos vegetais que satildeo
considerados acumuladores tais como o alho a mostarda indiana o broacutecolis a couve-de-
bruxelas a couve-flor o repolho a cebola e alguns cogumelos os quais podem fornecer boas
quantidades do mineral Nas regiotildees cujos solos tecircm quantidades significativas de Se o trigo
eacute uma boa fonte do mineral assim como os patildees e cereais (NAVARRO-ALARCON e
LOacutePEZ-MARTINEZ 2008)
A quantidade de proteiacutena presente no alimento deve ser considerada pois os alimentos
proteicos incorporam o Se de forma mais eficiente principalmente aqueles que possuem
maior concentraccedilatildeo de aminoaacutecidos que contenham enxofre como metionina e cisteiacutena
(BURK 1998) Alimentos como carne bovina frango peixe e ovos tambeacutem apresentam
quantidades significativas de Se assim como leite e seus derivados de acordo com a espeacutecie
animal e quantidade de gordura pois tanto o leite de vaca quanto os outros tipos que
apresentam maior quantidade de gordura possuem menores concentraccedilotildees do mineral
(NAVARRO-ALARCON 2008)
As melhores fontes de Se natildeo satildeo necessariamente as de maior biodisponibilidade Os
vegetais por exemplo em geral satildeo pobres no mineral entretanto apresentam uma
biodisponibilidade elevada variando de 85 a 100 Nos pescados que tambeacutem satildeo
23
considerados oacutetimas fontes de Se a biodisponibilidade varia de 20 a 50 Alguns
pesquisadores relacionam esta baixa biodisponibilidade agrave interaccedilatildeo do Se com o metal Hg que
pode estar presente nesses alimentos (ORTUNtildeO 1997 MARTENS et al 2012)
Com a descoberta da doenccedila de Keshan uma cardiomiopatia ocasionada pela
deficiecircncia de Se foi possiacutevel estabelecer recomendaccedilatildeo desse nutriente pois a doenccedila natildeo se
manifestava quando a quantidade consumida era igual ou maior que 191 microgdia em indiviacuteduo
adulto com 60 kg Acreditava-se que essa concentraccedilatildeo seria o menor valor de associaccedilatildeo
com o natildeo aparecimento dos sinais cliacutenicos da deficiecircncia do mineral (SHILS et al1994)
Entretanto atualmente sabe-se que a deficiecircncia de Se ocorre quando a ingestatildeo diaacuteria por
longos periacuteodos eacute menor ou igual a 11 microgdia Outro dado utilizado para determinar a
recomendaccedilatildeo de Se foi realizado atraveacutes da relaccedilatildeo entre a atividade da GPx no plasma e a
ingestatildeo do Se em indiviacuteduos adultos chineses residentes em uma aacuterea com solos
considerados pobres no mineral Os voluntaacuterios foram distribuiacutedos em cinco grupos e
receberam doses graduais de 0 10 30 60 e 90 microgdia de Se por via oral na forma de DL-
selenometionina Apoacutes cinco a oito meses a atividade da GPx respondeu de forma similar
para os trecircs concentraccedilotildees mais altos e esses resultados mostraram que uma ingestatildeo em torno
de 41 microgdia o equivalente a 30 microg da suplementaccedilatildeo mais 11 microg da dieta normal em um
homem de 60 kg eram suficientes para saturar a atividade da GPx (IOM 2001)
Com bases nesses dados foi possiacutevel estabelecer uma recomendaccedilatildeo de Se de acordo
com o Institute of Medicine (2001) A Ingestatildeo Dieteacutetica Recomendada (RDA) de Se para
indiviacuteduos adultos a partir dos 19 anos de idade foi estabelecida em 55 microgdia natildeo devendo
ultrapassar o niacutevel maacuteximo de Ingestatildeo Toleraacutevel (UL) estabelecido de 400 microgdia O Quadro
2 apresenta as Ingestotildees Dieteacuteticas de Referecircncia (DRI) de Se propostas pelo IOM (2006)
para populaccedilatildeo adulta
Quadro 2 Ingestatildeo Dieteacutetica de Referecircncia (DRIs) relativas ao Se em microgdia a partir de 1 ano
de idade de acordo com o Institute of Medicine (IOM 2006)
Idade (anos) EAR
Se microgdia
RDA
Se microgdia
UL
Se microgdia
˃ 14 45 55 400
EAR ndash Necessidade Meacutedia Estimada valor de ingestatildeo diaacuteria de um nutriente suficiente para suprir a
necessidade de metade dos indiviacuteduos saudaacuteveis de um determinado grupo do mesmo gecircnero e estaacutegio de vida
RDA ndash Ingestatildeo Dieteacutetica Recomendada eacute o niacutevel de ingestatildeo dieteacutetica diaacuteria suficiente para atender agraves
necessidades de um determinado nutriente de praticamente todos (97 a 98) os indiviacuteduos saudaacuteveis de um
determinado grupo do mesmo gecircnero e estaacutegio de vida
24
UL ndash Niacutevel Maacuteximo de Ingestatildeo Toleraacutevel eacute o valor mais alto da ingestatildeo diaacuteria continuada de um nutriente que
aparentemente natildeo oferece nenhum efeito adverso agrave sauacutede para todos os indiviacuteduos de um mesmo estaacutegio de
vida ou gecircnero
212 Aspectos Fisioloacutegicos Absorccedilatildeo Biodisponibilidade Armazenamento e Excreccedilatildeo
A absorccedilatildeo do Se acontece no duodeno ceco e coacutelon onde a selenometionina eacute
absorvida por um mecanismo de transporte ativo o selenito por difusatildeo simples o selenato
em conjunto com o sulfato por meio de carreadores mediados por soacutedio e a selenocisteiacutena por
transporte ativo comum aos aminoaacutecidos baacutesicos (histidina lisina e arginina) A
selenometilselenocisteiacutena natildeo eacute incorporada como selenometionina sendo convertida
rapidamente em metilselenol (FAIRWEATHERTAIT et al 2011)
Nos enteroacutecitos o Se eacute reduzido a selenito (H2Se) e em seguida transportado no
sangue ligado a proteiacutenas principalmente a fraccedilotildees de β-lipo proteiacutena de muito baixa
densidade e em menor quantidade em outros tipos de proteiacutenas como a albumina
especialmente quando a selenometionina eacute a principal forma presente nos alimentos
(REILLY 1996 PAPP et al 2007)
A biodisponibilidade do Se pode ser prejudicada por alguns fatores quantidade
ingerida a partir da dieta origem do Se consumido interaccedilatildeo com metais toacutexicos eficiecircncia
da digestatildeo formaccedilatildeo de compostos absorviacuteveis tempo do tracircnsito intestinal estado
nutricional do organismo em relaccedilatildeo ao Se doenccedilas do trato gastrintestinal conversatildeo para
formas biologicamente ativas apoacutes absorccedilatildeo e incorporaccedilatildeo agrave enzima GPx (IOM 2001) Na
determinaccedilatildeo da biodisponibilidade do Se alimentar a etapa limitante eacute a incorporaccedilatildeo da
forma biologicamente ativa selenocisteiacutena agrave GPx ou agraves 5 deiodinases nos tecidos
(HOLBEN SMITH 1999)
A excreccedilatildeo do Se ocorre principalmente pela via urinaacuteria (REILLY 1996 PAPP et
al 2007) e os compostos de Se tanto aqueles que entram no pool de selenito como os
convertidos a metilselenol satildeo metilados por tioacuteis-metiltransferases e geram diferentes formas
metaboacutelicas metiladas do mineral que seratildeo excretadas contribuindo para a homeostase Na
urina predominam as formas monometiladas nos casos de baixas ingestotildees e o
trimetilselenocircnio quando o Se eacute consumido em altas quantidades Quando os iacuteons de
trimetilselenocircnio atingem seu platocirc metaboacutelico ocorre a excreccedilatildeo pulmonar de
dimetilselenocircnio volaacutetil responsaacutevel pelo odor caracteriacutestico de alho na respiraccedilatildeo
(LETAVAYOVAacute et al 2006 PAPP et al 2007)
25
A Figura 1 ilustra o metabolismo do Se em mamiacuteferos onde os metaboacutelitos de Se
provenientes da alimentaccedilatildeo entram na ceacutelula e se juntam ao pool existente gerando selenito
que seraacute utilizado como fonte de Se para a siacutentese da selenocisteiacutena precursora das
selenoproteiacutenas (PAPP et al 2007)
Figura 1 Aspectos fisioloacutegicos do Se em mamiacuteferos
Adaptado de PAPP et al (2007)
(GSH = glutationa TrxRTrx = tioredoxina redutasetioredoxina)
213 Funccedilotildees e Accedilotildees
A propriedade antioxidante do Se estaacute relacionada agraves GPx que satildeo dependentes deste
mineral As GPx agem na proteccedilatildeo celular contra os danos provocados por radicais livres
juntamente com um sistema antioxidante complexo que envolve outras substacircncias
(HOLBEN SMITH 1999)
O Se eacute incorporado na forma de selenocisteiacutena no siacutetio ativo de um grande nuacutemero de
proteiacutenas Acredita-se que cerca de 100 selenoproteiacutenas possam existir no organismo de
mamiacuteferos Atualmente satildeo conhecidas 22 selenoproteiacutenas organizadas em grupos diferentes
Se Alimentar
Selenometionina
Selenito
Selenato
Selenocisteiacutena
(Sec)
Outras formas
ENTEROacuteCITO
Pool Intracelular de Selecircnio
Selenometionina
Selenito Selenato
GSS e SG (selenodiglutationa)
CH3SeH (metilselenol) etc
Incorporaccedilatildeo natildeo especiacutefica de
proteiacutenas ligadoras de selecircnio
Selenoproteiacutenas
Liases
GSH
TrxRTrx
H2Se
(selenido)
Sec
26
em funccedilatildeo da localizaccedilatildeo e das propriedades funcionais da selenocisteiacutena sendo que metade
destas apresenta caracteriacutesticas antioxidantes O grupo das GPx eacute o mais abundante Estas
selenoproteiacutenas satildeo encontradas em todos os tecidos de mamiacuteferos em que haacute processos
oxidativos e podem reduzir a produccedilatildeo de espeacutecies reativas de oxigecircnio contribuindo para a
proteccedilatildeo das macromoleacuteculas e membranas do organismo contra a oxidaccedilatildeo (BROWN et al
2001 TAPIERO et al 2003 GONZAGA et al 2005)
A GPx 1 tambeacutem conhecida como GPx citosoacutelica foi a primeira enzima dependente
de Se a ser identificada em 1953 em eritroacutecitos onde protege a hemoglobina de danos
oxidativos Essa GPx eacute encontrada no citosol das ceacutelulas sendo expressa em todos os tecidos
(BROWN 2001 LEI 2007) e tem como funccedilatildeo reduzir o peroacutexido de hidrogecircnio e
hidroperoacutexidos orgacircnicos livres transformando-os em aacutegua e aacutelcool respectivamente
(GONZAGA et al 2005)
A segunda isoforma GPx 2 ou gastrintestinal eacute encontrada no trato gastrintestinal e
no fiacutegado e age protegendo o organismo contra os hidroperoacutexidos na passagem pelo trato
gastrintestinal (GONZAGA et al 2005) A GPx 3 ou plasmaacutetica eacute sintetizada primeiramente
nas ceacutelulas tubulares renais e sua funccedilatildeo eacute servir de barreira antioxidante para o sangue
filtrado e proteger as ceacutelulas endoteliais do dano oxidativo (DUMONT 2006) A quarta
isoforma GPx 4 ou fosfolipiacutedio hidroperoacutexido tem como funccedilatildeo proteger as membranas das
ceacutelulas contra a accedilatildeo dos hidroperoacutexidos de aacutecidos graxos e tambeacutem reduzir a formaccedilatildeo de
hidroperoacutexidos de colesterol e de eacutester de colesterol nas membranas e nas lipoproteiacutenas de
baixa densidade (LDL) (SAVASKAN et al 2007)
Aleacutem dessas quatro isoformas foram descobertas tambeacutem a GPx 6 no epiteacutelio do
olfato e tecidos embrionaacuterios e outras variantes na qual o resiacuteduo de selenocisteiacutena eacute
substituiacutedo por cisteiacutena incluindo a GPx 5 com expressatildeo restrita no epidiacutedimo e a GPx 7
(PAPP et al 2007) Entretanto ainda natildeo se sabe exatamente qual a accedilatildeo dessas GPx
(HERBETTE et al 2007)
O Se pode interagir com um grande nuacutemero de metais toacutexicos como arsecircnio (As)
caacutedmio (Cd) Hg cobre (Cu) prata (Ag) chumbo (Pb) e platina (Pt) podendo alterar a
toxicidade e prevenir possiacuteveis manifestaccedilotildees toxicoloacutegicas em razatildeo da exposiccedilatildeo aos
mesmos (ORTUNtildeO et al 1997) Uma das hipoacuteteses para explicar essa interaccedilatildeo seria uma
reaccedilatildeo direta desses metais com o Se na forma inorgacircnica formando substacircncias
biologicamente inativas no interior do trato gastrintestinal Este mecanismo de interaccedilatildeo foi
encontrado em estudos com o Cd Pt Pb Ag e Hg Uma segunda hipoacutetese seria a reaccedilatildeo do
Se com grupos tioacuteis de algumas moleacuteculas para formar selenosulfidos (RSSeSR) que
27
possuem forte afinidade por metais (ORTUNtildeO et al 1997 ALARCOacuteN e MARTINEZ
2000)
A interaccedilatildeo entre o Hg e o Se tem sido estudada haacute mais de trecircs deacutecadas e envolve
uma variedade de processos bioquiacutemicos e toxicoacutelogicos ainda desconhecidos (CHEN et al
2006) Estudos conduzidos em animais foram realizados para tentar esclarecer os mecanismos
dessa interaccedilatildeo mesmo assim estes natildeo foram completamente elucidados (GREGUS et al
2001) Pesquisas in vitro sugerem que o efeito protetor do Se em relaccedilatildeo aos efeitos toacutexicos do Hg
seja em razatildeo da formaccedilatildeo de um complexo inerte Hg-Se (11) ligado agrave selenoproteiacutena P (Sepp1) no
sangue (DRASCH et al 2000)
A Figura 2 ilustra um possiacutevel mecanismo de destoxificaccedilatildeo muacutetua de Se e Hg elaborado
por Gailer et al (2000) onde o Se na forma de selenito ao ser incorporado nos eritroacutecitos eacute
reduzido atraveacutes da glutationa e no plasma liga-se agrave albumina proteiacutena responsaacutevel pelo transporte
sanguiacuteneo de Hg Sendo assim o Se natildeo reagiria de forma direta com o Hg livre mas com o Hg
ligado agrave albumina formando o complexo Hg-Se que por sua vez liga-se agrave selenoproteiacutena P e
tambeacutem aos resiacuteduos de histidina e cisteiacutena presentes na proteiacutena
Vale mencionar que a selenoproteiacutena P eacute uma glicoproteiacutena que transporta a maior parte de
Se no plasma dessa forma nos casos em que haacute deficiecircncia em Se a siacutentese de selenoproteiacutena P
pode estar prejudicada assim como a sua concentraccedilatildeo no plasma A existecircncia da selenoproteiacutena P
foi relatada haacute aproximadamente 30 anos poreacutem o progresso na tentativa de esclarecer as suas
funccedilotildees tecircm se destacado nos uacuteltimos anos (BURK HILL 2009)
Figura 2 Esquema de um possiacutevel mecanismo de destoxificaccedilatildeo muacutetua de Se e Hg
Adaptado de Gailer et al (2000)
SeO32-
e Se2-
= selenito Hg2+
= mercuacuterio livre HgSe = complexo Hg Se
HgSe
SeO32-
SeO32- Se2-GSH
Eritroacutecito
Se2-
Hg2+ (albumina)HgSe
Selenoproteiacutena P
HgSeHgSe
HgSe
28
Concentraccedilotildees adequadas de Se tambeacutem estatildeo relacionadas ao funcionamento
adequado do sistema imunoloacutegico Propriedades como quimiotaxia migraccedilatildeo e atividade
fungicida satildeo indicadores claramente dependentes da concentraccedilatildeo de Se nas ceacutelulas
fagocitaacuterias Efeitos reguladores do sistema imunoloacutegico satildeo explicados pela manutenccedilatildeo da
integridade das membranas das ceacutelulas imunocompetentes em condiccedilotildees adequadas de Se
Por isso satildeo atribuiacutedas ao Se funccedilotildees nas ceacutelulas do sistema imunoloacutegico como manutenccedilatildeo
da integridade das ceacutelulas imunocompetentes reduccedilatildeo dos peroacutexidos orgacircnicos e inorgacircnicos
formados por reaccedilotildees originadas dos radicais livres na ceacutelula regulaccedilatildeo do metabolismo dos
hidroperoacutexidos que levam agrave siacutentese de leucotrienos tromboxanos prostaglandinas e
lipoacutexidos e modulaccedilatildeo dos produtos oxidativos na respiraccedilatildeo das ceacutelulas fagocitaacuterias
(ORTUNtildeO et al 1997)
O Se tambeacutem participa na conversatildeo de tiroxina (T4) em tritiodotironina (T3) por
meio das deiodinases tipo I II e III A deficiecircncia em Se no organismo causa um decreacutescimo
de 15 a 20 na conversatildeo de T4 em T3 A enzima 5rsquo-deiodinase tipo 1 (IDI) eacute uma
selenoproteiacutena encontrada principalmente no fiacutegado e rins responsaacutevel pela conversatildeo da
forma inativa do proacute-hormocircnio T4 que eacute secretado pela tireoide agrave forma metabolicamente ativa
triiodotironina (T3) Nos casos de deficiecircncia em Se o T4 estaacute aumentado no plasma enquanto o T3
estaacute diminuiacutedo (KOumlHRLE 2000)
Outras accedilotildees protetoras do Se tecircm sido descritas no contexto das Doenccedilas Crocircnicas
Natildeo Transmissiacuteveis (DCNT) Alguns mecanismos foram propostos para esclarecer a inibiccedilatildeo
do aparecimento do cacircncer pela accedilatildeo do Se como reduccedilatildeo da hipermetilaccedilatildeo do DNA
causada pelo aumento da atividade da DNA metiltransferase regulaccedilatildeo da hipometilaccedilatildeo do
DNA que paradoxalmente ocorre durante a progressatildeo do tumor e proteccedilatildeo antioxidante que
promove equiliacutebrio entre a formaccedilatildeo de radicais livres e o funcionamento celular normal (DAVIS e
UTHUS 2002) Quando esse equiliacutebrio eacute interrompido pelo acuacutemulo de radicais livres a ceacutelula
entra em estresse oxidativo e consequentemente em instabilidade geneacutetica alterando certos
fatores de transcriccedilatildeo ou oxidando o DNA na sua base 8-hidroxidodesoxiguanosina (8-OHdG)
(BAYOUMY-EL 2001)
Estudos epidemioloacutegicos mostram correlaccedilatildeo positiva entre maior ingestatildeo de Se e
menor incidecircncia de cacircncer de tireoide pele mama ovaacuterio proacutestata e trato gastrintestinal
especialmente o coloretal (ORTUNtildeO et al 1997 NAVARRO-ALARCON e LOacutePEZ-
MARTINEZ 2000 DAVIS e UTHUS 2002) O Se tambeacutem pode diminuir o risco de
outras doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis como aterosclerose trombose arteri al e
diabetes melito (NAVARRO-ALARCON e LOacutePEZ-MARTINEZ 2000)
29
214 Deficiecircncia e Toxicidade
A deficiecircncia em Se ocorre quando a ingestatildeo diaacuteria eacute menor ou igual a 11 microgdia
enquanto ingestotildees acima de 400 microgdia podem levar agrave toxicidade (IOMFNB 2001 ZHANG
et al 2002) Os grupos mais vulneraacuteveis agrave deficiecircncia satildeo fumantes idosos gestantes
lactentes crianccedilas de 2 a 10 anos adolescentes do gecircnero feminino indiviacuteduos submetidos agrave
nutriccedilatildeo parenteral total sem suplementaccedilatildeo com Se por um periacuteodo superior a 20 ou 30 dias
enfermos de doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis indiviacuteduos sujeitos a elevado estresse e
doenccedilas debilitantes (AIDS hepatite C hanseniacutease) populaccedilotildees que habitam aacutereas com solos
pobres em Se aleacutem de populaccedilotildees que habitam aacutereas antropogecircnicas ou naturalmente
contaminadas por Hg (ORTUNtildeO et al 1997 BURKE e OPESKIN 2002 MARTENS et al
2012)
A doenccedila de Kesha definida como uma cardiomiopatia que afeta crianccedilas e mulheres
jovens estaacute diretamente relacionada agrave baixa ingestatildeo alimentar de Se a forma aguda eacute
caracterizada por insuficiecircncia suacutebita da funccedilatildeo cardiacuteaca e a fase crocircnica degeneraccedilatildeo dos
muacutesculos (especialmente necrose multifocal e fibrose no miocaacuterdio) cardiomegalia isquemia
do miocaacuterdio eletrocardiograma anormal e edema pulmonar Outra consequecircncia associada agrave
deficiecircncia eacute a doenccedila de Kashin-Beck osteoartrite endecircmica que ocorre durante a preacute-adolescecircncia
ou adolescecircncia podendo resultar em nanismo e deformaccedilatildeo das articulaccedilotildees (HOLBEN e SMITH
1999) Ressalta-se que no Brasil natildeo haacute relatos dessas deficiecircncias graves
Jaacute os sintomas da intoxicaccedilatildeo por Se satildeo distuacuterbios gastrintestinais graves paladar
metaacutelico odor de alho exalado pelas vias respiratoacuterias distuacuterbios neuroloacutegicos siacutendrome do
estresse respiratoacuterio infarto do miocaacuterdio e falecircncia renal (HOLBEN e SMITH 1999) A
toxicidade crocircnica tanto pelas formas orgacircnicas quanto inorgacircnicas apresenta caracteriacutesticas
cliacutenicas semelhantes poreacutem as concentraccedilotildees teciduais do mineral satildeo diferentes (IOM
2000)
De acordo com Yang et al (1983) os tecidos e oacutergatildeos mais afetados pela toxicidade de
Se satildeo as unhas cabelos pele e sistema nervoso As unhas tornam-se quebradiccedilas com
pontos brancos e estrias longitudinais na superfiacutecie seguido de queda da parede da unha
iniciada nos polegares Os cabelos tornam-se sem brilho e quebram-se facilmente na raiz e
aqueles que nascem em geral satildeo despigmentados Esta caracteriacutestica pode ser observada em
outros locais como axilas braccedilos e aacuterea puacutebica As lesotildees de pele ocorrem principalmente em
quatro pontos palma das matildeos e peacutes nuca cotovelos e pernas com aparecircncia inflamada e
eruptiva agraves vezes ulcerada As anormalidades no sistema nervoso soacute ocorrem nos casos de
30
maior gravidade e os sintomas incluem paralisia perifeacuterica formigamentos hiper-reflexatildeo dos
tendotildees espasmos distuacuterbio motor e hemiplegia (YANG et al 1983)
Vaacuterios fatores podem influenciar a gravidade e o tempo de aparecimento dos sinais
cliacutenicos da intoxicaccedilatildeo por Se como idade estado de nutriccedilatildeo e sauacutede do indiviacuteduo e
recidivas de alta ingestatildeo do mineral (IOMFNB 2001) Segundo Zhang et al (2002)
indiviacuteduos que jaacute sofreram intoxicaccedilatildeo por alta ingestatildeo de Se satildeo mais susceptiacuteveis a outra
intoxicaccedilatildeo provocada por menores quantidades do mineral Ingestatildeo de 910 microgdia pode
causar alteraccedilotildees nas unhas (IOMFNB 2001) Registros sobre intoxicaccedilatildeo por Se foram
encontrados em Enshi (China) onde a prevalecircncia da doenccedila ocorreu entre os anos de 1961 e
1964 com uma taxa de mortalidade de 50 da populaccedilatildeo de 248 habitantes (REILLY 1996)
Na Venezuela em um local chamado Vila Bruzual foram registrados casos de intoxicaccedilatildeo
nas crianccedilas em fase escolar sendo esta regiatildeo considerada seleniacutefera (JAFFEacute et al 1972)
22 MERCUacuteRIO
O Hg eacute o uacutenico metal que se apresenta no estado liacutequido em temperatura ambiente e a
0degC (BISINOTI 2005) presente naturalmente na crosta terrestre aacutegua e atmosfera Dentre as
diferentes formas quiacutemicas a espeacutecie de distribuiccedilatildeo mais ampla eacute o Hg na forma de vapor
predominante na atmosfera seguido da forma inorgacircnica dominante em aacuteguas naturais e do
metilmercuacuterio que eacute de extrema importacircncia ambiental em razatildeo de sua elevada toxicidade
principalmente em mamiacuteferos (GALVAtildeO et al 2007)
As primeiras evidecircncias dos efeitos neurotoxicoloacutegicos do Hg em consequecircncia da
ingestatildeo materna de alimentos contaminados foram observadas em crianccedilas na cidade de
Minamata no Japatildeo onde o metilmercuacuterio liberado de uma induacutestria quiacutemica contaminou as
aacuteguas da baiacutea e os peixes consumidos pela populaccedilatildeo Em 1953 a doenccedila de Minamata foi
reconhecida como uma doenccedila neuroloacutegica e chamou atenccedilatildeo do mundo para o problema da
intoxicaccedilatildeo por metais toacutexicos (TAKEUCKI e ETO 1999 FARIAS et al 2006) O Hg entatildeo
passou a ser considerado um dos metais mais perigosos no que diz respeito agrave contaminaccedilatildeo
ambiental e agrave sauacutede humana (FARIAS et al 2006)
Apoacutes a intoxicaccedilatildeo por Hg em Minamata as pesquisas foram direcionadas para os
possiacuteveis efeitos da exposiccedilatildeo crocircnica assim como concentraccedilotildees baixas de metilmercuacuterio
principalmente em crianccedilas em virtude da transferecircncia materna infantil durante a gestaccedilatildeo
uma vez que esse metal ultrapassa facilmente a barreira placentaacuteria e pode causar
31
consequecircncias graves agrave sauacutede do bebecirc que eacute sensiacutevel a menores concentraccedilotildees quando
comparados aos adultos (GALVAtildeO et al 2007)
A exposiccedilatildeo e acumulo do Hg durante o desenvolvimento fetal e amamentaccedilatildeo estatildeo
diretamente relacionados com a carga materna e a transferecircncia desse metal para a placenta e
leite materno (STEUERWALD et al 2000 CEacuteZAR 2002 MARQUES 2002) O alimento
que mais contribui para a contaminaccedilatildeo por Hg eacute o peixe pois as espeacutecies aquaacuteticas absorvem
o Hg na forma de metilmercuacuterio (DOMINGUES 2000) e o grau de exposiccedilatildeo eacute influenciado
por fatores como a frequecircncia da ingestatildeo de pescados a preferecircncia (peixes carniacutevoros
apresentam maiores quantidade de Hg) tamanho e niacutevel troacutefico (PARADIS et al 1997)
O Hg ao entrar na circulaccedilatildeo sanguiacutenea se liga a proteiacutenas e se distribui pelos tecidos
concentrando-se nos rins fiacutegado medula oacutessea ceacuterebro ossos e pulmotildees (SAacute et al 2006)
Os sinais e sintomas da intoxicaccedilatildeo dependem de vaacuterios fatores como gecircnero idade
hormocircnios taxa de hemoglobina e capacidade de induccedilatildeo das metalotioneiacutenas que podem
funcionar como barreiras protetoras do ceacuterebro e cerebelo (EPA 1997) No homem o
sistema nervoso central eacute o principal oacutergatildeo acometido pelo metilmercuacuterio e os sintomas
cliacutenicos incluem parestesia (alteraccedilotildees sensoriais) ataxia (falta de coordenaccedilatildeo nos
movimentos) e disartria (dificuldade na articulaccedilatildeo das palavras) aleacutem de distuacuterbios visuais e
auditivos A ocorrecircncia dos sintomas cliacutenicos tambeacutem eacute dose dependente (IPCS 1990) Aleacutem
de tremor vertigem entorpecimento dor de cabeccedila catildeibra fraqueza depressatildeo dispneia
tosse inflamaccedilotildees gastrintestinais queda de cabelo naacuteusea e vocircmitos (CANELA 1995) O
quadro cliacutenico tiacutepico das crianccedilas geradas sob tais exposiccedilotildees inclui microcefalia (maacute
formaccedilatildeo no crescimento do ceacuterebro) hiper-reflexia (reflexos muito ativos ou responsivos em
excesso) e deficiecircncia visual auditiva mental e motora (IPCS 1990)
A excreccedilatildeo do Hg do corpo humano ocorre por via urinaacuteria ou fecal diferindo de
acordo com a forma dose e tempo apoacutes a exposiccedilatildeo Uma pequena fraccedilatildeo eacute eliminada pela
respiraccedilatildeo mas a excreccedilatildeo fecal eacute a maior e a principal via apoacutes a exposiccedilatildeo ao Hg (FORD et
al 2001)
Segundo Fadini e Jardim (2001) a presenccedila do Hg na regiatildeo Amazocircnica se deve
principalmente agrave extraccedilatildeo de ouro e aos processos naturais e antroacutepicos Aleacutem disso como os
solos da bacia Amazocircnica satildeo antigos apresentam capacidade elevada de reter o Hg e acumulaacute-lo
durante anos (MIRETZKY et al 2005) A poluiccedilatildeo do Hg na Amazocircnia eacute um problema
ambiental grave pois 70 a 170 toneladas deste metal satildeo lanccedilados anualmente no meio
ambiente pela atividade informal de mineraccedilatildeo de ouro e queimadas o que representa uma
fonte primaacuteria de emissatildeo do Hg Como resultado uma grande quantidade do metal sofre
32
metilaccedilatildeo e se acumula nos peixes da cadeia alimentar (MEECH 1997 PINHEIRO et al
2000)
Em relaccedilatildeo agrave genotoxicidade do Hg tecircm-se descrito que este metal pode ser
responsaacutevel por mutaccedilotildees em niacuteveis cromossocircmico e gecircnico sendo a compreensatildeo destes
efeitos de grande importacircncia em razatildeo de suas consequecircncias para a sauacutede humana
(AZEVEDO 2003) O Hg produz depleccedilatildeo dos principais antioxidantes celulares
principalmente os que contecircm grupos tioacutelicos e pode tambeacutem aumentar a geraccedilatildeo das espeacutecies
reativas de oxigecircnio como os radicais hidroxila (HO) os radicais superoacutexido (O2-) ou
peroacutexido de hidrogecircnio (H2O2) aumentando o estresse oxidativo e assim causar alteraccedilotildees
nas funccedilotildees das ceacutelulas (ERCAL et al 2001 PEROTTONI et al 2004)
A Figura 3 apresenta possiacuteveis mecanismos moleculares de genotoxicidade do Hg o
qual entra na ceacutelula atraveacutes da membrana plasmaacutetica ou por meio de transportadores podendo
afetar o DNA de diversas formas Uma delas eacute aumentando a produccedilatildeo de ERRO as quais
podem reagir diretamente com o DNA ou indiretamente ao induzir mudanccedilas
conformacionais nas proteiacutenas responsaacuteveis pela formaccedilatildeo e manutenccedilatildeo do mesmo Tambeacutem
pode reagir de forma direta nos microtuacutebulos evitando a organizaccedilatildeo em fuso dos
cromossomos durante a atividade mitoacutetica Esses danos ao DNA podem ser causados tanto
pelos radicais livres gerados pelo Hg como pelo proacuteprio metal (CRESPO-LOacutePEZ et al
2009)
Figura 3 Mecanismos moleculares de genotoxicidade do Hg
Fonte Adaptado de Crespo-Loacutepez et al (2009)
EROS Espeacutecies Reativas de Oxigecircnio
EROS
D
N
A
M
E
R
C
Uacute
R
I
O
Microtuacutebulos
33
De acordo com os pesquisadores Pinheiro et al (2006) e Harada et al (2001)
concentraccedilotildees de Hg dez vezes menores que os valores de referecircncia estabelecidos pela World
Health Organization (WHO) foram relacionados com a genotoxicidade no sistema nervoso
central apontando para a necessidade de uma revisatildeo dos padrotildees adotados pela WHO
(1990)
Evidencia-se que populaccedilotildees residentes em aacutereas de risco de contaminaccedilatildeo por Hg
podem estar mais susceptiacuteveis a um aumento do estresse oxidativo Entretanto a intensidade
dos danos dependeraacute de fatores como a amplitude da geraccedilatildeo de ERO nos alvos celulares da
atividade dos sistemas de defesa antioxidante e da presenccedila ou da ausecircncia de metais de
transiccedilatildeo (HALLIWELL e CHIRICO 1993) Dependeraacute ainda da ingestatildeo de nutrientes
pois o consumo inadequado de Se estaacute relacionado com uma reduccedilatildeo da atividade da GPx
prejudicando o sistema de defesa antioxidante do organismo (COMINETTI 2011)
23 ESTRESSE OXIDATIVO
O estresse oxidativo eacute caracterizado pelo desequiliacutebrio entre substacircncias antioxidantes
e oxidantes e o efeito das espeacutecies reativas eacute equilibrado pela accedilatildeo antioxidante enzimaacutetica e
natildeo enzimaacutetica do sistema bioloacutegico (VALKO et al 2006)
As espeacutecies reativas de oxigecircnio (ERO) bem como as Espeacutecies Reativas de Nitrogecircnio
(RNS) satildeo moleacuteculas que contecircm oxigecircnio ou nitrogecircnio respectivamente com um ou mais
eleacutetrons desemparelhados o que as torna instaacuteveis e reativas Essas moleacuteculas satildeo produtos do
metabolismo celular normal que exercem um papel duplo no organismo uma vez que podem
atuar de forma beneacutefica ou prejudicial Os efeitos beneacuteficos ocorrem em baixas eou
moderadas concentraccedilotildees e envolvem funccedilotildees fisioloacutegicas como atuaccedilatildeo na defesa do
organismo contra agentes infecciosos e em sistemas de sinalizaccedilatildeo celular aleacutem da induccedilatildeo
de resposta mitogecircnica (RIDNOUR et al 2005 VALKO et al 2006)
Com o objetivo de emparelhar seus eleacutetrons estas substacircncias podem adquirir eleacutetrons
de outras moleacuteculas tornando-as instaacuteveis e convertendo-se em radicais livres Como exemplo
de radicais livres destacam-se o superoacutexido (O2) a hidroxila (OH) o tiol (SH-) o
triclorometil (CCl3) e o oacutexido niacutetrico (NO) Vale ressaltar que caso essas espeacutecies natildeo sejam
removidas ou neutralizadas podem reagir com lipiacutedios proteiacutenas e aacutecidos nucleicos
causando danos nas funccedilotildees celulares (CHAUHAN e CHAUHAN 2006) Dentre os prejuiacutezos
ao metabolismo celular podem ocorrer ruptura das fitas do DNA aumento na concentraccedilatildeo
34
de caacutelcio intracelular livre danos em transportadores de iacuteons ou em outras proteiacutenas
especiacuteficas e peroxidaccedilatildeo de lipiacutedios (HALLIWELL e CHIRICO 1993)
Aleacutem disso os aacutecidos graxos poli insaturados que estatildeo presentes em grande
quantidade nas ceacutelulas satildeo mais susceptiacuteveis agrave oxidaccedilatildeo em razatildeo da presenccedila de grupos
metilecircnicos entre duplas ligaccedilotildees e por isso tornam-se alvos mais provaacuteveis quando
comparados ao DNA (LOUREIRO et al 2002) A peroxidaccedilatildeo lipiacutedica se inicia com o
ataque agrave bicamada lipiacutedica por qualquer espeacutecie reativa capaz de abstrair um aacutetomo de
hidrogecircnio de um aacutecido graxo poli insaturado e apoacutes a iniciaccedilatildeo esse processo eacute cataliacutetico o
que favorece a formaccedilatildeo de hidroperoacutexidos Com a abstraccedilatildeo do aacutetomo de hidrogecircnio do
aacutecido graxo poli insaturado (LH) eacute formado o radical lipiacutedico (Lbull) que eacute rapidamente
adicionado a uma moleacutecula de oxigecircnio levando agrave formaccedilatildeo do radical peroxil (LOObull) sendo
capaz de reagir com outro aacutecido graxo poli insaturado iniciando uma nova cadeia de oxidaccedilatildeo
a partir da formaccedilatildeo de outro radical lipiacutedico (Lbull) (LOUREIRO et al 2002) O radical peroxil
pode ser rearranjado via reaccedilotildees de ciclizaccedilatildeo de endoperoacutexidos e como produto final o
malondialdeiacutedo (MDA) que eacute considerado mutagecircnico em ceacutelulas de mamiacuteferos pois pode
reagir com as bases nitrogenadas guanina adenina e citosina formando adutos que levam a
ligaccedilotildees cruzadas de DNA-DNA ou DNA-proteiacutenas ocasionando aumento do estresse
oxidativo (VALKO et al 2006) Menciona-se tambeacutem as oxidaccedilotildees enzimaacuteticas do aacutecido
araquidocircnico que ocorrem durante a siacutentese de eicosanoacuteides bem como as reaccedilotildees
catalisadas por ciclo oxigenases ou lipoxigenases que satildeo importantes fontes de ERO ou
hidroperoacutexidos lipiacutedicos (LOUREIRO et al 2002)
Por outro lado o organismo dispotildee de mecanismos que tecircm a finalidade de proteccedilatildeo
contra os processos oxidativos Estas defesas antioxidantes satildeo de extrema importacircncia pois
satildeo responsaacuteveis pela remoccedilatildeo direta dos radicais livres promovendo maacutexima proteccedilatildeo aos
siacutetios bioloacutegicos (VALKO et al 2006)
O principal sistema antioxidante eacute o enzimaacutetico que inclui enzimas como a
superoacutexido dismutase (SOD) que converte radicais superoacutexido em peroacutexido de hidrogecircnio a
catalase e a GPx as quais reduzem peroacutexido de hidrogecircnio e hidroperoacutexidos lipiacutedicos
(COMINETTI et al 2011 HAMANASHI et al 2004) A glutationa redutase (GR) tambeacutem
eacute uma enzima que participa desse processo pois eacute responsaacutevel pela regeneraccedilatildeo da glutationa
em sua forma reduzida (GSH) que eacute utilizada como substrato da enzima GPx (PRADA et al
2004) Existem
Quanto ao sistema antioxidante natildeo enzimaacutetico inclui compostos antioxidantes de
origem alimentar que muitas vezes satildeo utilizados como cofatores pelas enzimas antioxidantes
35
(BARBOSA et al 2010) Como exemplo de compostos que atuam por meio da neutralizaccedilatildeo
das ERO produzidas tanto no meio intra quanto extracelular tem-se o tocoferol (vitamina E) o
beta-caroteno (proacute-vitamina A) o Se cofator enzimaacutetico da GPx o cobre o zinco e o aacutecido
ascoacuterbico (BERGER 2005 PRADA et al 2004 PAPP et al 2007) Aleacutem do Se como
exemplo de cofator enzimaacutetico antioxidante destacam-se o zinco e o cobre que participam da
estrutura das enzimas Zn-Cu-SOD (SOD1) e SOD extracelular (SOD3) (FORMIGARI et al
2007 COMINETTI et al 2011) Existem ainda varredores de radicais livres hidrofiacutelicos
como o ascorbato e flavonoacuteides (CASTRO e FREEMAN 2001)
Aleacutem da relaccedilatildeo entre estresse oxidativo e sistema de defesa antioxidante ressalta-se a
importacircncia de se avaliar as caracteriacutesticas geneacuteticas individuais como por exemplo a
presenccedila de polimorfismos geneacuteticos uma vez que estes podem inferir nas concentraccedilotildees de
nutrientes organismo (VIVANCO et al 2006)
24 POLIMORFISMOS GENEacuteTICOS
Por meio do projeto genoma humano foi possiacutevel revelar natildeo somente o
sequenciamento completo dos genes humanos mas tambeacutem as interaccedilotildees entre os genes e o
meio ambiente Diversas mutaccedilotildees foram descobertas apoacutes o sequenciamento e os
polimorfismos satildeo resultantes destas alteraccedilotildees sendo os diferentes modelos decorrentes do
tipo de mutaccedilatildeo que os originou (BROOKES 1999 YAMADA 2010) Os polimorfismos
podem ser de inserccedilotildees de pares de base uacutenica de deleccedilotildees ou substituiccedilotildees de um par de
bases por outro
O tipo mais comum de polimorfismo eacute denominado SNP (Single Nucleotide
Polymorfism) ou polimorfismo de nucleotiacutedeo uacutenico que eacute uma mutaccedilatildeo simples na qual
acontece a troca de um nucleotiacutedeo por outro em determinado ponto do DNA A ocorrecircncia
de SNPs eacute de aproximadamente um em cada mil bases do genoma humano estimando a
ocorrecircncia em milhotildees (BROOKES 1999)
Os polimorfismos que resultam da inserccedilatildeo ou da deleccedilatildeo de nucleotiacutedeos em
fragmentos da moleacutecula de DNA ocorrem em um deacutecimo de frequecircncia dos SNP Os tipos
mais comuns de polimorfismo de inserccedilatildeo eou deleccedilatildeo satildeo os de bases repetidas chamados
de STR (Simple Tandem Repeats) ou microssateacutelites e os de padrotildees de nucleotiacutedeos
repetidos em uma regiatildeo do DNA conhecidos como VNTR (Variable Number of Tandem
Repeats) ou minissateacutelites (SCHORK et al 2000)
36
Aqueles polimorfismos que podem causar alteraccedilotildees nas sequecircncias de aminoaacutecidos
codificados acarretando danos nas funccedilotildees como alteraccedilatildeo nos siacutetios de interaccedilatildeo na
solubilidade e na estabilidade da proteiacutena estatildeo localizados nos eacutexons regiatildeo codificadora do
gene e satildeo chamadas de non-synonymous SNP ndash nsSNP (RAMENSKY et al 2002)
Estudos que envolvem genocircmica nutricional tecircm sido relacionados a importantes
associaccedilotildees entre polimorfismos e consumo de nutrientes permitindo melhor compreensatildeo de
como a nutriccedilatildeo influencia as vias de homeostase metaboacutelica Essa descoberta possibilitou
uma perspectiva na reduccedilatildeo do risco de doenccedilas uma vez que as interaccedilotildees existentes entre os
genes e os nutrientes permitem descrever a modulaccedilatildeo dos efeitos dos componentes
alimentares em um fenoacutetipo especiacutefico associado a um polimorfismo geneacutetico
(STRATIGOPOULOS et al 2008 KAUWELL 2005)
Como exemplo de SNP que pode estar relacionado ao status de Se pode-se destacar o
Pro198Leu no gene da GPx 1 Jaacute como exemplo de um polimorfismo de deleccedilatildeo que pode
interferir nas concentraccedilotildees de Hg no organismo destaca-se o GSTM1 no gene da GST
241 Polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) no Gene da GPx 1
De acordo com Hesketh (2008) polimorfismos na regiatildeo codificadora dos genes de
selenoproteiacutenas podem alterar a incorporaccedilatildeo do Se e influenciar a capacidade antioxidante
No gene humano da GPx 1 que eacute a isoforma intracelular citosoacutelica mais abundante nos
sistemas bioloacutegicos localizado na regiatildeo cromossomica 3p213 foram descobertos vaacuterios
polimorfismos sendo mais de 30 SNP dentre eles o Pro198Leu (rs 1050450) Nesse SNP
ocorre uma substituiccedilatildeo da base nitrogenada citosina por timina (CrarrT) no exoacuten 2 do
nucleotiacutedio 594 do gene resultando na troca do aminoaacutecido prolina por leucina no coacutedon 198
(FOSBERG et al 1999) A troca do aminoaacutecido prolina por leucina pode causar
consequecircncias na atividade da enzima GPx 1 pois a prolina eacute o uacutenico aminoaacutecido sem grupo
amino livre no carbono alfa ocasionando uma torccedilatildeo na estrutura secundaacuteria dos peptiacutedeos
(FOSBERG et al 2000 JABLONSKA et al 2009 ARSOVA-SARAFINOVSKA et al
2009)
Segundo Suzen et al (2010) que avaliaram a frequecircncia dos alelos e genoacutetipos de
diversas populaccedilotildees do mundo o maior percentual geralmente eacute de indiviacuteduos com genoacutetipos
selvagens (ProPro) seguidos por heterozigotos para o polimorfismo ou seja com um alelo
variante (ProLeu) e depois por indiviacuteduos homozigotos (LeuLeu)
37
No Brasil em relaccedilatildeo agrave frequecircncia desse polimorfismo aleacutem desse estudo
pesquisadores do Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo - Minerais da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas
da Universidade de Satildeo Paulo determinaram por meio de vaacuterios estudos a frequecircncia
genotiacutepica do Pro198Leu em vaacuterias populaccedilotildees de cidades do Brasil e os resultados estatildeo
ilustrados no Quadro 3 a seguir
Quadro 3 Frequecircncia genotiacutepica em relaccedilatildeo ao polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) no
gene que codifica GPx1 encontrada em pesquisas realizadas no Brasil no Laboratoacuterio de
Nutriccedilatildeo e Minerais da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo
(USP)
Estado Nuacutemero de
participantes
ProPro
()
ProLeu
()
LeuLeu
()
SANTOS (2013) Cearaacute 176 55 38 7
ROCHA (2015) Rondocircnia 190 56 37 7
NISHIMURA
(2010) Satildeo Paulo
175 (Caso)
203 (Controle)
50
51
43
43
7
6
DONADIO
(2011) Satildeo Paulo 124 49 48 3
COMINETTI et
al (2011) Satildeo Paulo 37 49 38 13
CARDOSO et
al (2012) Satildeo Paulo
28 (Caso)
29 (Controle)
75
72
14
14
11
14
Uma das principais descobertas dos estudos sobre o polimorfismo Pro198Leu estaacute
relacionada agrave presenccedila do alelo Leu pois algumas pesquisas verificaram que esse genoacutetipo
pode diminuir a atividade da GPx 1 e aleacutem disso estudos associaram a concentraccedilatildeo
eritrocitaacuteria de Se com a sua atividade indicando que o genoacutetipo LeuLeu pode influenciar
tambeacutem o estado nutricional dos indiviacuteduos relativo ao Se (JABLONSKA et al 2009)
Em indiviacuteduos natildeo doentes Forsberg et al (2000) e Jablonska et al (2009) natildeo
observaram associaccedilotildees entre a atividade da enzima GPx 1 e o genoacutetipo Poreacutem na pesquisa
de Jablonska et al (2009) foi obtida uma associaccedilatildeo significativamente diferente entre cada
grupo de genoacutetipo avaliado em relaccedilatildeo agrave atividade da GPx 1 e a concentraccedilatildeo de Se Dessa
forma os pesquisadores presumiram que a resposta agrave ingestatildeo ou agrave suplementaccedilatildeo de Se
assim como a atividade da enzima pode estar relacionadas aos genoacutetipo do indiviacuteduo Aleacutem
disso os autores sugeriram que carreavam indiviacuteduos que possuiacuteam ao menos um alelo Pro
teriam maior atividade da enzima quando comparados agravequeles com ambos alelos Leu
38
Ravn-Haren et al (2006) observaram em mulheres com cacircncer de mama que a
atividade da GPx 1 foi significativamente menor nas participantes com a presenccedila do genoacutetipo
Leu em comparaccedilatildeo agravequelas com genoacutetipo Pro Isso foi observado tanto nas mulheres doentes
quanto naquelas do grupo controle Aleacutem de alguns tipos de cacircncer como o de bexiga
colorretal de pulmatildeo e de mama outras doenccedilas satildeo relacionadas com o polimorfismo
Pro198Leu tais como siacutendrome metaboacutelica (KUZUYA et al 2008) e concentraccedilotildees elevados
de triacilgliceroacuteis em pacientes com diabetes melito tipo 2 (CHEN et al 2012)
242 Polimorfismo GSTM1 no Gene da GST
A GST eacute uma famiacutelia de enzimas intracelulares localizadas no citosol que modulam a
accedilatildeo de toxinas endoacutegenas e exoacutegenas sobre as ceacutelulas evitando danos ao DNA
(MANNERVIK et al 1985 MORAIS et al 2008 CASTRO e LIMA 2013) Este grupo de
enzimas tem sido amplamente estudado pois estatildeo envolvidas no metabolismo de muitos
carcinoacutegenos poluentes ambientais e drogas anticanceriacutegenas Dessa forma supotildee-se que a
inexistecircncia de enzimas especiacuteficas ou deleccedilotildees homozigoacuteticas possam ocasionar ao
organismo maior susceptibilidade a desenvolver neoplasias como cacircncer de bexiga coacutelon
pulmatildeo pele estocircmago e mama aleacutem de diabetes e asma (ZHENG etal 2002 CHARRIER
et al 1999 PARK et al 2003 ANTON et al 2010 CASTRO e LIMA 2013)
Existem cinco classes de genes da GST (alfa mu pi theta e zeta) Nos genes da classe
mu tecircm-se o GSTM1 GSTM2 GSTM3 GSTM4 e GSTM5 na regiatildeo cromossocircmica 1p133 O
polimorfismo no locus M1 eacute o mais estudado e apresenta trecircs alelos dois considerados ativos
GSTM1A e GSTM1B e o terceiro alelo nulo ou deletado (GSTM10) O que difere o
GSTM1A do GSTM1B apesar de serem proteiacutenas funcionalmente idecircnticas eacute que o
GSTM1A contecircm a proteiacutena lisina na posiccedilatildeo 172 e o GSTM1B contecircm a asparagina nessa
mesma posiccedilatildeo (DEJONG et al 1988 WIDERSTEN et al 1991)
Dessa forma o polimorfismo GSTM10 no gene da GST eacute classificado como
polimorfismo de deleccedilatildeo ou seja indiviacuteduos homozigotos que carreiam o genoacutetipo
GSTM10 apresentam deleccedilatildeo do gene inteiro e natildeo expressam a proteiacutena GST (KLATAU-
GUIMARAtildeES et al 2005 JAIN et al 2006 MANNERVICK et al 2005)
Klatau-Guimaratildees et al (2005) avaliaram a suscetibilidade agrave contaminaccedilatildeo por Hg e a
relaccedilatildeo com o polimorfismo da enzima GST atraveacutes de biomarcadores moleculares em
algumas tribos indiacutegenas da Amazocircnia Apoacutes a obtenccedilatildeo dos resultados observou-se que
fatores geneacuteticos podem influenciar o acuacutemulo de Hg no organismo pois os indiviacuteduos que
39
carreavam o genoacutetipo GSTM10 (deletado) apresentaram concentraccedilotildees maiores deste metal
nos cabelos quando comparados aos indiviacuteduos com genoacutetipo GSTM1 Com a ausecircncia desta
enzima o organismo pode natildeo estar apto a destoxificar o Hg de forma adequada uma vez que
esta eacute uma das funccedilotildees atribuiacutedas agrave GST Sendo assim esses indiviacuteduos podem apresentar
maiores concentraccedilotildees ou retenccedilatildeo de Hg no organismo
Naganuma et al (1990) e Choi et al (1996) afirmam que a deficiecircncia de GST estaacute
associada com a sensibilidade ao cloreto de Hg e ao metilmercuacuterio Entretanto ainda existem
inconsistecircncias na relaccedilatildeo entre o polimorfismo GSTM1 e a concentraccedilatildeo de Hg no
organismo (GUNDACKER et al 2007) De acordo com Hatagima et al (2000) a frequecircncia
do polimorfismo no gene da classe mu estaacute ausente ou deletado (GSTM10) de forma
homozigoacutetica em torno de 40 a 50 em diferentes populaccedilotildees eacutetnicas conforme ilustrado no
Quadro 4 que mostra a frequecircncia deste alelo assim como do GSTM1A GSTM1B
GSTM1AB inclusive na populaccedilatildeo brasileira
Quadro 4 Distribuiccedilatildeo da frequecircncia do polimorfismo GSTM1(ABAB0) no gene da GST em
diferentes etnias
Etnias GSTM1
A B AB 0
Brasileiros (Rio de Janeiro) 197 (30) 105 (16) 51 (8) 305 (46)
Brasileiros (Distrito Federal) 43 (24) 33 (184) 16 (9) 87 (486)
Brasileiros (Satildeo Paulo) 21 (29) 10 (14) 7 (9) 35 (48)
Nigerianos 49 (71) 4 (6) 1 (13) 15 (217)
Japoneses 13 (8) 68 (41) 5 (3) 80 (482)
Chineses 10 (10) 28 (30) 2 (2) 56 (583)
Indiacutegenas 15 (35) 7 (16) 6 (14) 15 (35)
Franceses 24 (43) 5 (9) 3 (5) 24 (43)
Ingleses 158 (28) 74 (135) 23 (4) 306 (545)
Fonte Hatagima et al (2000)
Considerando a importacircncia do polimorfismo GSTM10 no gene da GST e o fato da
populaccedilatildeo deste estudo residir em aacuterea de risco de contaminaccedilatildeo por Hg a anaacutelise de tais
40
dados torna-se necessaacuteria uma vez que o genoacutetipo nulo ou deletado pode influenciar as
concentraccedilotildees do metal no organismo
41
3 OBJETIVOS
31 OBJETIVO GERAL
Avaliar o estado nutricional relativo ao Se concentraccedilotildees de Hg e suas relaccedilotildees com o
estresse oxidativo e os polimorfismos Pro198Leu no gene da GPx 1 e GSTM1 no gene da
GST em mulheres residentes em aacuterea de risco de contaminaccedilatildeo por Hg
32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Avaliar o estado nutricional das voluntaacuterias em relaccedilatildeo agrave antropometria
Analisar a ingestatildeo alimentar de energia macronutrientes e Se
Determinar as concentraccedilotildees plasmaacuteticas e eritrocitaacuterias de Se e a atividade
eritrocitaacuteria total da enzima GPx
Avaliar as concentraccedilotildees de Hg nos cabelos
Associar a presenccedila dos polimorfismos Pro198leu e GSTM1 com os biomarcadores do
estado nutricional relativo ao Se e Hg respectivamente bem como com as
concentraccedilotildees de MDA e ORAC
42
4 METODOLOGIA
41 CASUIacuteSTICA E DELINEAMENTO
O estudo foi do tipo transversal descritivo com abordagem quantitativa e qualitativa
dos dados Participaram da pesquisa mulheres entre 19 e 50 anos residentes da cidade de
Porto Velho Rondocircnia (RO) Para o caacutelculo do tamanho da amostra considerou-se a
prevalecircncia do alelo variante Pro198Leu de 32 Fixou-se o niacutevel de significacircncia de 5 (
= 005) e um erro amostral de 65 Esses valores aplicados na equaccedilatildeo abaixo indicada para
populaccedilotildees infinitas proporcionou uma amostra de tamanho n igual a 200 mulheres
O projeto foi aprovado pelo comitecirc de eacutetica da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas
da Universidade de Satildeo Paulo (FCFUSP) parecer 119 e protocolo 574 (ANEXO 1) Na
Figura 4 abaixo estaacute representado o mapa do Brasil com destaque para o estado de Rondocircnia
e a cidade de Porto Velho onde a pesquisa foi realizada
Figura 4 Representaccedilatildeo do mapa do Brasil do estado de Rondocircnia e da cidade de Porto
Velho (RO)
Adaptado de Campos et al (2002)
43
Para ampla divulgaccedilatildeo da pesquisa cartazes com informaccedilotildees a respeito do estudo
foram espalhados pela cidade de Porto Velho em pontos de ocircnibus na secretaria de educaccedilatildeo
(SEDUC) na secretaria de sauacutede (SESAU) em academias de ginaacutestica em faculdades
particulares e tambeacutem na Universidade Federal de Rondocircnia (UNIR) (APEcircNDICE 1) Apoacutes
as procuras e declaraccedilotildees de interesse em participar da pesquisa as voluntaacuterias que se
adequavam ao perfil do estudo assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(APEcircNDICE 2) e em seguida responderam um questionaacuterio com informaccedilotildees
socioeconocircmicas presenccedila de doenccedilas e estilo de vida (APEcircNDICE 3) Natildeo foram incluiacutedas
no estudo mulheres com idade inferior a 19 ou superior a 50 anos fumantes com doenccedilas
crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e infecciosas (auto-relatadas) poacutes-menopausa que realizavam
atividade fiacutesica de forma intensa que utilizavam suplementos vitamiacutenicos eou minerais e que
residiam em local diferente do estabelecido
42 COLETA DE DADOS
A coleta dos dados (consumo alimentar antropometria material bioloacutegico) foi
realizada no laboratoacuterio Alphaclin (Porto Velho ndash RO) entre os meses de fevereiro a maio de
2011 entretanto todas as anaacutelises em material bioloacutegico foram realizadas em Laboratoacuterios da
Universidade de Satildeo Paulo (USP)
Para avaliar o consumo alimentar todas as participantes foram instruiacutedas pela
responsaacutevel da pesquisa a preencher um formulaacuterio de registro alimentar de 24 horas
(APEcircNDICE 4) que continha instruccedilotildees de preenchimento e fotos ilustrativas de medidas
caseiras de alguns alimentos com a finalidade de facilitar a obtenccedilatildeo dos dados de consumo
bem como para o melhor entendimento das voluntaacuterias reduzindo dessa forma as duacutevidas e
os erros de preenchimento Aleacutem do registro de 24 horas as voluntaacuterias responderam um
formulaacuterio a respeito do consumo de peixes da regiatildeo que poderiam estar relacionados com o
risco de contaminaccedilatildeo de Hg (ANEXO 2)
Os dados antropomeacutetricos (peso estatura e circunferecircncia da cintura) foram obtidos
apoacutes a entrega dos formulaacuterios de registros alimentares Em seguida para determinar as
concentraccedilotildees de Hg total cortou-se uma pequena quantidade de cabelo das voluntaacuterias
(aproximadamente 1g de amostra) da parte posterior da cabeccedila proacuteximo agrave regiatildeo occipital
(nuca) com auxiacutelio de uma tesoura de accedilo inoxidaacutevel que foi higienizada com acetona a cada
corte
44
Com a finalidade de avaliar o estado nutricional das participantes em relaccedilatildeo ao Se
atividade da enzima GPx estresse oxidativo e determinaccedilatildeo dos polimorfismos foram
coletados 20 mL de sangue por punccedilatildeo venosa Esse procedimento foi realizado no periacuteodo da
manhatilde por um profissional de enfermagem capacitado estando as voluntaacuterias em jejum de 10
a 12 horas
A coleta foi realizada com seringas plaacutesticas descartaacuteveis e agulhas de accedilo inoxidaacutevel
esteacutereis e descartaacuteveis Todos os materiais bioloacutegicos foram distribuiacutedos em tubos de vidro
contendo anticoagulante EDTA (aacutecido etilenodiamino tetraceacutetico) sendo que uma pequena
quantidade (sangue total) de todas as amostras foi armazenada em microtubos esteacutereis e
autoclavados para anaacutelise dos polimorfismos
O plasma foi separado do sangue total por centrifugaccedilatildeo a 3000 rpm durante 15
minutos a 4ordmC sendo extraiacutedo com pipeta automaacutetica e acondicionado em microtubos
previamente desmineralizados para determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo plasmaacutetica de Se
malondialdeiacutedo (MDA) e da capacidade de absorccedilatildeo de radicais livres de oxigecircnio (ORAC)
Em seguida o resiacuteduo contendo os eritroacutecitos foi lavado trecircs vezes com 5 mL de soluccedilatildeo
fisioloacutegica de cloreto de soacutedio a 09 homogeneizado lentamente por inversatildeo e centrifugado
a 10000 rpm por 10 minutos a 4ordmC sendo o sobrenadante descartado e dessa forma obtendo-
se a massa eritrocitaacuteria que foi extraiacuteda cuidadosamente com micropipeta e armazenada em
tubos de polipropileno desmineralizados para determinaccedilatildeo do Se eritrocitaacuterio e da atividade
da enzima GPx
Todas as amostras foram acondicionadas em gelo seco e transportadas em um
recipiente teacutermico por via aeacuterea de Porto Velho para Satildeo Paulo onde as amostras foram
armazenadas em freezer -80ordmC ateacute o momento das anaacutelises no laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo -
Minerais da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo (FCFUSP)
Quanto agraves amostras de cabelo coletadas estas foram armazenadas em envelopes de papel e
acondicionados em temperatura ambiente ateacute o momento das anaacutelises no Laboratoacuterio de
Anaacutelise por Ativaccedilatildeo Neutrocircnica - LANCRPq ndash Instituto de Pesquisas Energeacuteticas Nucleares
(IPENCNEN) ndash SP
Todos os materiais utilizados (vidrarias plaacutesticos ponteiras etc) foram
desmineralizados em banho de aacutecido niacutetrico a 20 por no miacutenimo 12 horas e enxaguados
pelo menos 10 vezes consecutivas com aacutegua ultra pura Milli-Q (resistividade de 182 MΩcm
a 25ordmC) para evitar a contaminaccedilatildeo por minerais Os reagentes utilizados nas anaacutelises tinham
um grau de pureza analiacutetica (PA) e a aacutegua ultrapura Milli-Q foi utilizada no preparo das
soluccedilotildees e diluiccedilatildeo das amostras
45
43 AVALIACcedilAtildeO ANTROPOMEacuteTRICA
Para avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica foram aferidos o peso a estatura e a circunferecircncia da
cintura (CC) Todas as afericcedilotildees foram realizadas por nutricionista segundo teacutecnicas
preconizadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2004)
O peso foi mensurado em balanccedila antropomeacutetrica da marca Filizolareg
modelo
ldquoWelmyrdquo com capacidade de 150 kg e graduaccedilatildeo de 100 g A estatura foi aferida em
estadiocircmetro com reacutegua antropomeacutetrica de ateacute 2 m e divisatildeo de 05 cm acoplado agrave balanccedila A
adequaccedilatildeo do peso das participantes foi avaliado pelo indicador Iacutendice de Massa Corporal ndash
IMC (Kgm2) calculado pela razatildeo do peso corporal em quilos pelo quadrado da altura em
metros Em seguida utilizou-se a classificaccedilatildeo da World Health Organization (WHO 2000)
de acordo com o Quadro 5 a seguir como um dos criteacuterios para classificar o IMC das
participantes
Quadro 5 Classificaccedilatildeo do Iacutendice de Massa Corpoacuterea (IMC) para adultos
Classificaccedilatildeo IMC (kgm2) Risco de Comorbidades
Baixo Peso
˂ 185
Baixo
Peso Normal ou
Eutrofia 185 - 249
Meacutedio
Sobrepeso
ge 25 ndash 299
Aumentado
Obesidade I 300 - 349 Moderado
Obesidade II 350 ndash 399 Grave
Obesidade III ˃ 40 Muito Grave
Fonte (WHO 2000)
A circunferecircncia da cintura (CC) foi aferida com uma trena antropomeacutetrica inelaacutestica e
flexiacutevel com 2 m de comprimento da marca Sannyreg
Para classificaccedilatildeo utilizou-se tambeacutem a
referecircncia da World Health Organization (WHO 2000) citada pela Associaccedilatildeo Brasileira
para o Estudo da Obesidade e da Siacutendrome Metaboacutelica (ABESO 20092010) a qual
estabelece como ponto de corte para risco cardiovascular aumentado a medida da
circunferecircncia igual ou superior a 80 cm em mulheres caucasianas
46
44 CONSUMO ALIMENTAR
O consumo alimentar foi avaliado por meio do registro alimentar de 24 horas aplicado
durante trecircs dias sendo dois dias da semana e um dia no final de semana A ingestatildeo
alimentar das participantes foi calculada com auxiacutelio do software NUTWIN (Departamento de
Informaacutetica da Escola Paulista de Medicina - UNIFESP) Considerando que as tabelas de
composiccedilatildeo de alimentos disponiacuteveis em alguns softwares natildeo dispotildeem de dados completos
acerca do teor de Se nos alimentos estes dados foram incluiacutedos manualmente baseados em
anaacutelises realizadas no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo e Minerais da USP
Como houve correlaccedilatildeo significativa entre os valores de energia e de Se os
macronutrientes e o mineral foram ajustados pela energia e correccedilatildeo da variabilidade
intrapessoal e interpessoal (WILLET et al 1997 WILLET et al 1998 SLATER et al
2004)
A avaliaccedilatildeo da ingestatildeo alimentar dos macronutrientes foi realizada de acordo com a
contribuiccedilatildeo energeacutetica em percentual da ingestatildeo caloacuterica total utilizando o Acceptable
Macronutrient Distribution Ranges (AMDR) do Institute of Medicine (IOM 2006) conforme
Quadro 6 As participantes foram classificadas em trecircs categorias sendo elas abaixo da
recomendaccedilatildeo dentro do intervalo de recomendaccedilatildeo e acima da recomendaccedilatildeo
Quadro 6 Intervalos de recomendaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de macronutrientes em percentual de
contribuiccedilatildeo energeacutetica (AMDR) de acordo com IOM (2006)
Macronutrientes AMDR (Adultos ˃18 anos)
Carboidratos 45 ndash 65
Proteiacutenas 10 ndash 35
Lipiacutedios 20 ndash 35
Fonte IOM 2006 AMDR Acceptable Macronutrient Distribution Ranges
Em relaccedilatildeo agrave prevalecircncia de ingestatildeo inadequada de Se esta foi calculada utilizando a
foacutermula proposta por Beaton (1994)
Z = (EAR ndash meacutedia) desvio padratildeo
Os valores da Necessidade Meacutedia Estimada (EAR) utilizados para avaliar a adequaccedilatildeo
da ingestatildeo de Se tambeacutem foram estabelecidos pelo IOM 2006
47
45 DETERMINACcedilAtildeO DA CONCENTRACcedilAtildeO DE SELEcircNIO NO PLASMA E
ERITROacuteCITOS
Com a finalidade de determinar as concentraccedilotildees de Se no plasma e nos eritroacutecitos as
amostras foram pesadas em triplicata (300microL) em tubos de micro kjehdal em seguida foram
adicionados 5 mL de aacutecido niacutetrico 65 (Merck
) e os tubos foram acondicionados em bloco
digestor O material foi digerido por via uacutemida aacutecida a uma temperatura maacutexima de 1500
C
Apoacutes este procedimento o Se contido nas amostras foi reduzido da forma VI para a forma IV
com adiccedilatildeo de aacutecido cloriacutedrico (HCl) 12 N durante duas horas a temperatura de 1000
C As
soluccedilotildees finais foram diluiacutedas para um volume de 25 mL e realizou-se a leitura por
espectrometria de absorccedilatildeo atocircmica com geraccedilatildeo de hidretos acoplados agrave cela de quartzo
(HGQTAAS) (HITACHI
modelo Z-5000) A curva de calibraccedilatildeo foi preparada utilizando os
respectivos pontos 00 microgL 01 microgL 03 microgL 05 microgL 10 microgL 30 microgL e 50 microgL O
limite de detecccedilatildeo (LD) foi de 00016 microgL e adotou-se um limite de confianccedila de 95 O
desvio padratildeo adotado para cada amostra ˂ que 5 e os resultados foram expressos em microgL
O controle de qualidade externo foi realizado utilizando o material de referecircncia
certificado (SERONORM SEROreg) que tambeacutem foi submetido aos mesmos procedimentos
realizados com as amostras O estado nutricional em relaccedilatildeo ao Se das participantes foi
classificado de acordo com os paracircmetros descritos no Quadro 7
Quadro 7 Valores de referecircncias adotados para concentraccedilatildeo de Se no plasma e eritroacutecitos
Se Valores de Normalidade
(microgL)
Plasmaacutetico
60 ndash 120
Eritrocitaacuterio 90 - 190
Fonte VAN DAEL DEELSTRA (1993) ORTUNtildeO (1997)
As participantes que apresentaram concentraccedilotildees plasmaacuteticas abaixo de 60 microgL foram
consideradas deficientes enquanto aquelas com concentraccedilotildees acima de 120 microgL em risco
de toxicidade Em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees nos eritroacutecitos foram consideradas deficientes
aquelas abaixo de 90 microgL e em risco de toxicidade acima de 190 microgL
Aleacutem dos valores de referecircncia descritos na Tabela 9 adotaram-se ainda os
paracircmetros propostos por Thomson (2004) que estabelece a concentraccedilatildeo miacutenima de Se
48
plasmaacutetico para o natildeo surgimento da doenccedila de Keshan como 21 microgL o valor aceitaacutevel para
otimizaccedilatildeo da atividade das enzimas deiodinases como ˃ 65 microgL o intervalo de 80 a 95 microgL
para maximizaccedilatildeo da atividade da GPx e selenoproteiacutena P e o valor superior a 115 microgL para
proteccedilatildeo contra alguns tipos de cacircncer
46 DETERMINACcedilAtildeO DA ATIVIDADE DA GPx
A atividade da enzima GPx foi determinada nos eritroacutecitos com o auxiacutelio de kit
comercial (Ransel 505-RANDOX Laboratories CrumlinUK) adaptado para o uso no
analisador bioquiacutemico automaacutetico (LiasysregMAS Rome Italy) Este meacutetodo se baseia na
reaccedilatildeo em que a enzima GPx catalisa a oxidaccedilatildeo da GR por um hidroperoacutexido Na presenccedila
de GPx e NADPH a GSH eacute convertida agrave forma reduzida com a oxidaccedilatildeo concomitante do
NADPH em NADH+ A diminuiccedilatildeo na absorbacircncia a 340 ηm eacute entatildeo determinada
(PAGLIA e VALENTINE 1967) A faixa de normalidade proposta pelo kit comercial
utilizado eacute de 275 - 736 UgHb A concentraccedilatildeo da hemoglobina (Hb) tambeacutem foi
determinada uma vez que a atividade da enzima foi expressa em UgHb
47 PROCESSAMENTO E ANAacuteLISE DE MERCUacuteRIO NOS CABELOS
Na primeira etapa do processamento para determinaccedilatildeo do Hg total os cabelos foram
picotados em pedaccedilos de aproximadamente 05 mm de comprimento com tesoura de accedilo inox
higienizada com acetona a cada troca de amostra Depois disso transferiram-se os cabelos
para um beacutequer limpo onde foram submersos em acetona e em seguida enxaguados trecircs
vezes com aacutegua Milli Q e mais uma vez com acetona conforme procedimento recomendado
pela Agecircncia Internacional de Energia Atocircmica (IAEA) (FARIAS 2006) As amostras foram
secas em temperatura ambiente e o armazenamento foi realizado em envelopes de papel
devidamente identificados
Para anaacutelise das amostras e materiais de referecircncia foram pesados cerca de 01 a 015
g de amostra diretamente em um frasco de teflon fechado da marca Savillexreg com capacidade
de 182 mL Apoacutes a pesagem foram adicionados 4 mL de aacutecido niacutetrico (HNO3) e 2 mL de
aacutecido sulfuacuterico (H2SO4) ambos concentrados e da marca Merckreg que foram mantidos assim
durante a noite No dia seguinte para digestatildeo das amostras em sistema fechado os frascos
foram colocados em bloco digestor na temperatura de 90ordm durante 3 h Depois da digestatildeo os
49
frascos foram colocados em banho de gelo ateacute o completo resfriamento e em seguida foram
adicionados 250 microL de soluccedilatildeo de dicromato de potaacutessio (K2Cr2O7) a 10 (mv) para a
estabilizaccedilatildeo do Hg
A determinaccedilatildeo de Hg total nos cabelos foi realizada pelo meacutetodo de espectrometria
de absorccedilatildeo atocircmica com geraccedilatildeo de vapor frio (CV AAS) em equipamento FIMS-100
(Perkin Elmerreg
) A validaccedilatildeo da metodologia em relaccedilatildeo agrave precisatildeo e exatidatildeo foi realizada
por meio da anaacutelise em triplicata dos materiais de referecircncia (Human Hair- IAEA 086 GBW
09101 - Human Hair e BCR CRM 397 - Human Hair) com valor certificado de concentraccedilatildeo
para Hg total e os resultados obtidos estatildeo presentes no Quadro 8
As determinaccedilotildees de Hg total em cabelos foram realizadas no Laboratoacuterio de Anaacutelise
por Ativaccedilatildeo Neutrocircnica (LAN) do Centro do Reator de Pesquisas (CRPq) do IPEN ndash
CNENSP
Quadro 8 Resultados (meacutedia plusmn desvio padratildeo da meacutedia) das anaacutelises dos materiais de
referecircncia utilizados na determinaccedilatildeo de Hg total (n= nuacutemero de determinaccedilotildees)
Amostras
Valores
Certificados
(microg kg -1
)
Valores Obtidos
(Meacutedia plusmn desvio)
(microg kg -1
)
DPR
()
ER
()
IAEA 086
(n =8) 573 plusmn 39
615 plusmn 68 111 73
GBW 09101
(n=4) 2160 plusmn 210
1975 plusmn 86 43 86
BCR CRM 397
(n=2) 12300 plusmn 500
11688 plusmn 32 027 50
IAEA- International Atomic Energy Agency
IAEA 086 - Methylmercury Total Mercury and other trace elements in Human Hair (IAEA May 2000)
CRM 397 - Certified Reference Material Trace Elements in Human Hair BCR- Community Bureau of Reference
(Brussels January 1991)
GBW 09101 - Certified Reference Material Human Hair (China April 1988)
DPR- Desvio Padratildeo Relativo
ER- Erro relativo
Quanto ao limite de detecccedilatildeo (LD) minus a menor concentraccedilatildeo do analito em uma amostra
que pode ser detectada mas natildeo necessariamente quantificada sob determinadas condiccedilotildees
experimentais minus foi determinado diretamente da curva de calibraccedilatildeo construiacuteda utilizando a
50
teacutecnica de regressatildeo e considerando um niacutevel de confianccedila de 95 O valor encontrado para o
limite inferior de detecccedilatildeo foi da ordem de 001 ng mL-1
resultado compatiacutevel com os estudos
encontrados na literatura para determinaccedilatildeo de Hg (HORVAT 1996 SKOOG et al 2002
FARIAS 2009) Em relaccedilatildeo ao limite de quantificaccedilatildeo (LQ) tambeacutem conhecido como limite
de determinaccedilatildeo que indica qual a menor concentraccedilatildeo do analito que pode ser detectada por
um meacutetodo qualquer que estaacute sendo empregado com um niacutevel aceitaacutevel de precisatildeo e
veracidade Pode ser considerado ainda como a concentraccedilatildeo do analito correspondente ao
valor meacutedio do branco mais 5 e 6 ou 10 desvios padratildeo (FARIAS 2009) O valor encontrado
para o limite de quantificaccedilatildeo para esta pesquisa foi da ordem de 1 ng mL-1
Os resultados das anaacutelises dos materiais de referecircncia apresentaram desvio padratildeo
relativo (DPR) variando de 027 a 11 e ER (Erro Relativo) de 5 a 86 comprovando a
precisatildeo e exatidatildeo do meacutetodo respectivamente
Para classificar o diagnoacutestico em relaccedilatildeo as concentraccedilotildees de Hg nos cabelos das
participantes os resultados encontrados foram comparados aos estabelecidos pela WHO
(1990) o qual considera 2000 ng g-1
para populaccedilotildees natildeo expostas e 6000 ng g-1
como
indicador de exposiccedilatildeo para Hg
48 DETERMINACcedilAtildeO DA CONCENTRACcedilAtildeO PLASMAacuteTICA DE
MALONDIALDEIacuteDO (MDA)
A peroxidaccedilatildeo lipiacutedica foi determinada por meio das concentraccedilotildees de MDA no
plasma obtidas por cromatografia liacutequida de alta eficiecircncia (HPLCPDA) quantificando a
reaccedilatildeo do MDA com dinitrofenilhidrazina (DNPH) utilizando absorbacircncia de 308 nm de
acordo com o meacutetodo adaptado de Rezaei Jamshidzadeh e Sanati (2013) Antes do
processamento das amostras foi construiacuteda uma curva de calibraccedilatildeo utilizando uma soluccedilatildeo
estoque de MDA com 22 μL de tetrametoxipropano e 10 mL de aacutecido sulfuacuterico a 1 Os
pontos da curva utilizados foram 00 025 05 10 20 40 60 e 120 μM Utilizou-se o
aparelho de HPLC da marca Shimadzu (Kyoto Japatildeo) equipado com coluna Phenomenex
Reverse-phase C18 de 240 mm x 46 mm com partiacuteculas de 5μm (Phenomenex Torrance
CA) A temperatura no amostrador foi mantida em 4degC e a temperatura da coluna a 25degC A
eluiccedilatildeo foi realizada em modo isocraacutetico com uma fase moacutevel constituiacuteda de 50 de H2O
deionizada e 50 de acetonitrila acidificada com 2 de aacutecido aceacutetico A taxa de fluxo de
ingestatildeo da amostra foi de 1 mLminuto e o tempo de corrida de 15 minutos
51
Com o objetivo de liberar o MDA das proteiacutenas plasmaacuteticas foram adicionados 10 μL
de hidroacutexido de soacutedio 4M nos microtubos que continham 100 μL de plasma e em seguida
estes foram agitados em voacutertex Apoacutes este procedimento as amostras foram incubadas no
aparelho Vortempreg a 60degC durante 30 minutos para posteriormente serem acondicionadas no
gelo por 5 minutos Depois do resfriamento foram adicionados 150 μL de aacutecido sulfuacuterico a
1 e agitou-se em voacutertex vigorosamente para precipitaccedilatildeo das proteiacutenas Novamente
incubou-se no gelo por mais 5 minutos seguindo-se de uma centrifugaccedilatildeo a 14000 rpm por
10 minutos Foram retirados 175 μL do sobrenadante que foram transferidos para um novo
microtubo onde foi adicionado 25 microL de DNPH (0001 gmL) permanecendo agrave temperatura
ambiente por 30 minutos protegidos de luz Centrifugou-se novamente o microtubo a 14000
rpm por 5 minutos e 150 μL do sobrenadante foi transferido para um vial do qual foi injetado
100 μL no aparelho HPLC
A determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo plasmaacutetica de malondialdeiacutedo foi realizada no
Departamento de Anaacutelises Cliacutenicas e Toxicoloacutegicas no laboratoacuterio de Toxicologia que tem
como responsaacutevel a professora Ana Paula de Melo Loureiro da Faculdade de Ciecircncias
Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo (USP)
49 DETERMINACcedilAtildeO DA CAPACIDADE DE ABSORCcedilAtildeO DE RADICAIS DE
OXIGEcircNIO (ORAC)
A capacidade antioxidante total do plasma foi realizada por meio do meacutetodo ORAC
proposto por Prior et al (2003) que baseia-se na mensuraccedilatildeo da inibiccedilatildeo do radical peroxil o
que demostra resistecircncia aos danos oxidativos Para isso o plasma foi desproteinizado com
aacutecido percloacuterico e posteriormente as amostras foram diluiacutedas 10x com tampatildeo fosfato (pH
74)
As anaacutelises foram realizadas em triplicata utilizando 25 microL de amostra em microplaca
de 48 poccedilos adicionando-se posteriormente 150 microL de soluccedilatildeo de fluoresceiacutena e 25 microL de
22-azobis (aminopropano) di-hidroclorido (AAPH) por injetores automaacuteticos do leitor de
microplacas (Biotech Synergy H1)
Utilizou-se uma curva padratildeo de Trolox preparada com as seguintes concentraccedilotildees
100 microM 50 microM 25 microM 125 microM 625 microM e os resultados foram expressos em μmol de
Trolox (μmol TEmL)
52
410 PREPARACcedilAtildeO DAS AMOSTRAS PARA ANAacuteLISE DOS POLIMORFISMOS
Para extraccedilatildeo do DNA de sangue total utilizou-se o kit PureLinkTM
Genomic DNA
(Invitrogen CA USA) seguindo as instruccedilotildees do fabricante Em seguida foi feita a leitura em
espectrofotocircmetro (Nanodropreg) nos comprimentos de onda () de 260nm (DNA) e 280nm
(proteiacutena) O DNA foi considerado iacutentegro e de boa qualidade quando a razatildeo 260280 foi
maior que 18 sendo descartadas aquelas com valores abaixo deste paracircmetro A
quantificaccedilatildeo do DNA das amostras foi realizada neste mesmo equipamento sendo os
resultados obtidos em ngmicroL As amostras com concentraccedilotildees inferiores a 10 ngmicroL foram
descartadas tendo em vista que esta era concentraccedilatildeo miacutenima padronizada
4101 Determinaccedilatildeo do Polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450)
Para anaacutelise de genotipagem o DNA do sangue total seraacute extraiacutedo a partir do
kit Purelink Genomic DNA da Invitrogen Life Technologies e em seguida o mesmo seraacute
quantificado no espectrofotocircmetro Nanodrop sendo o resultado expresso em ngmL Seraacute
utilizada a razatildeo 260280 superior a 17 e inferior a 20 como paracircmetro de qualidade do
DNA Amostras com a razatildeo abaixo desse valor seratildeo reextraiacutedas O DNA genocircmico de todas
as amostras seraacute ajustado em aacutegua autoclavada para uma concentraccedilatildeo de 10 ngmL e volume
final de 20 μL Um total de 2 μL de DNA seraacute usado para a reaccedilatildeo em cadeia da polimerase e
18 μL de soluccedilatildeo contendo o master mix especiacutefico para o ensaio de genotipagem (TaqManreg
genotyping master mix ndash Applied Biosystemsreg) com sondas TaqMan (Custom TaqMan
reg SNP
Genotyping Assay Human Alelo 1 VICMGB-NFQ Alelo 2 FAMMGB-NFQ part number
4331349) e primers especiacuteficos para o SNP (RS1050450) primer forward CATCGAAGCCCTGCTGTCT
e primer reverse CACTGCAACTBCCAAGCA
A genotipagem da populaccedilatildeo do estudo seraacute realizada pelo sistema TaqMan SNP
Genotyping Assays da Applied Biosystemsreg utilizando as condiccedilotildees de termociclagem
recomendadas pelo fabricante Este sistema eacute baseado na anaacutelise end-point da RT-PCR (Real
time ndash PCR ou Reaccedilatildeo em cadeia da Polimerase em Tempo Real)
53
4102 Determinaccedilatildeo do Polimorfismo GSTM1
As reaccedilotildees de PCR em tempo real (qPCR) foram realizadas em placas especiacuteficas de
96 poccedilos no equipamento StepOne Plus utilizando o sistema para detecccedilatildeo de produtos de
amplificaccedilatildeo TaqManreg (Applied Biosystems Foster City CA USA) Para o polimorfismo
GSTM1 foram selecionados primers forward 5prime-AAGATTCGTGTGGACATTTTGGA-3prime e
reverse 5prime TCTGGATTGTAGCAGATCATGCC-3prime e probes (FAM-CAGACCATGGACA-
ACCA-MGB 100 microM) marcados com fluoroacuteforo FAM Para controle endoacutegeno utilizou-se a
β-2-microglobulina (B2M) forward 5prime-TTGTTTCACTGTCCTGAGGACTATTTAT-3prime e
reverse 5prime-ATGTTACTCTGTCAATGTTCTCCACAT-3prime Os probes utilizados foram
marcados com fluoroacuteforo VIC (VIC-CTCTAACATGATAACCCTCAC-MGB 100 microM)
(COVAULT et al 2003)
As amostras foram submetidas agrave seguinte termociclagem 50degC por 2 min 95degC por
10 min seguidos de 40 ciclos a 95degC por 15 segundos e 60degC por 1 min Ao final eram
considerados vaacutelidos apenas os resultados cuja reaccedilatildeo apresentasse curva de dissociaccedilatildeo com
apenas um pico referente agrave temperatura de melting do primer utilizado em cada reaccedilatildeo A
presenccedila da deleccedilatildeo no gene GSTM1 foi estabelecida quando os valores de Ct (threshold
cycle) foram superiores a 35 ciclos conforme padronizaccedilatildeo realizada por Covault et al
(2003) De forma aleatoacuteria foram selecionadas 20 das amostras deletadas para confirmar a
deleccedilatildeo e em 100 delas houve concordacircncia dos resultados
411 ANAacuteLISES ESTATIacuteSTICAS
Os dados obtidos foram analisados no software SPSS versatildeo 200 e os resultados
expressos como meacutedia desvio padratildeo valores miacutenimos e maacuteximos Testou-se a normalidade
dos dados usando o teste de Kolmogorov-Smirnov e a homogeneidade de variacircncia o de
Levene O teste T-Student para amostras independentes e o ANOVA seguido de Tukey para
comparaccedilatildeo de meacutedias entre os paracircmetros Para o teste de correlaccedilatildeo utilizou-se o de
Pearson Nas anaacutelises de regressatildeo empregou-se o modelo de regressatildeo linear simples e o
modelo de regressatildeo linear muacuteltipla para selecionar as variaacuteveis de ajuste As variaacuteveis
testadas nos ajustes dos modelos muacuteltiplos foram idade iacutendice de massa corpoacuterea
escolaridade renda e ingestatildeo energeacutetica Para estes adotou-se o meacutetodo de backward
Foram consideradas estatisticamente significantes as anaacutelises com p lt 005
54
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
51 CARACTERIZACcedilAtildeO DA POPULACcedilAtildeO
Participaram do estudo 200 mulheres voluntaacuterias da cidade de Porto Velho (RO)
selecionadas de uma amostra de conveniecircncia A meacutedia de idade das participantes foi de 263
+ 75 anos Conforme a etnia relatada pelas voluntaacuterias 93 informaram ser pardas e a
maioria cursava o ensino superior Quanto agrave renda houve uma maior prevalecircncia de
participantes que ganhavam mais de quatro salaacuterios miacutenimos e 75 afirmaram natildeo realizar
atividade fiacutesica Em relaccedilatildeo ao histoacuterico de doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis na famiacutelia as
mais descritas foram hipertensatildeo arterial e diabetes Nenhuma participante era fumante ou
fazia uso de bebidas alcooacutelicas Todas residiam no estado de Rondocircnia haacute no miacutenimo 10 anos
Os dados acima mencionados estatildeo representados de forma detalhada na Tabela 1
De acordo com o censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
(IBGE 2011) a populaccedilatildeo brasileira era constituiacuteda de 190755799 de habitantes sendo que
428527 pertenciam agrave cidade de Porto Velho Desse total 492 eram do gecircnero feminino
Ainda neste censo 477 dos habitantes do Brasil classificaram-se como brancos
76 como pretos 43 como pardos 11 como amarelos e 04 como indiacutegenas A
distribuiccedilatildeo por cor ou raccedila reflete padrotildees histoacutericos de ocupaccedilatildeo e movimentos relacionados
agrave dinacircmica econocircmica As maiores proporccedilotildees de pardos (58) estatildeo nas regiotildees norte e
nordeste enquanto os pretos estatildeo mais presentes na Bahia (17) e no Rio de Janeiro
(124) Em Rondocircnia 353 se declararam brancos 556 pardos e 69 pretos
corroborando com dados obtidos nesta pesquisa
Dentre os dados apresentados ressalta-se ainda a presenccedila de DCNT nos antecedentes
familiares das participantes De acordo com Silva-Junior (2009) e Schmidt et al (2011)
72 das mortes ocorridas em 2007 no Brasil foram atribuiacutedas agraves DCNT O aumento da
prevalecircncia de diabetes e hipertensatildeo paralelamente ao excesso de peso estaacute associado agrave
mudanccedilas desfavoraacuteveis na dieta e na atividade fiacutesica (SCHMIDT et al 2011)
O Brasil tem colocado em praacutetica importantes poliacuteticas para prevenccedilatildeo das DCNT
Como exemplo destaca-se a implantaccedilatildeo do plano de accedilatildeo de 2008 a 2013 da Organizaccedilatildeo
Mundial da Sauacutede (WHO) que teve como foco quatro doenccedilas cardiovasculares diabetes
cacircncer e doenccedilas respiratoacuterias crocircnicas responsaacuteveis por 58 das mortes no Brasil em 2007
(WHO 2010 SCHMIDT et al 2011) O elevado nuacutemero de casos dessas doenccedilas nos dias
55
atuais justifica os resultados da porcentagem relatada pelas participantes do estudo sobre o
histoacuterico de doenccedilas na famiacutelia
Tabela 1 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas das voluntaacuterias
1Salaacuterio Miacutenimo vigente no ano de 2011 (R$ 54500)
52 AVALIACcedilAtildeO ANTROPOMEacuteTRICA
Os resultados antropomeacutetricos de acordo com o Iacutendice de Massa Corpoacuterea (IMC)
estatildeo apresentados na tabela 2 a seguir
n
Etnia (n=200)
Parda 186 930
Branca 11 55
Negra 2 10
Indiacutegena 0 0
Oriental 1 05
Escolaridade (n=173)
Fundamental 8 50
Ensino Meacutedio 19 100
Superior Incompleto 103 600
Superior Completo 40 230
Poacutes-Graduaccedilatildeo 3 20
Renda (n=163)
Ateacute 1 Salaacuterio Miacutenimo1
9 60
2 a 3 Salaacuterios Miacutenimos 58 350
Acima de 4 Salaacuterios Miacutenimos 96 590
Atividade Fiacutesica (n=200)
Sim 51 250
Natildeo 149 750
DCNT (n=186)
Dislipidemias 16 86
Obesidade 37 200
Diabetes 62 333
Hipertensatildeo Arterial 58 311
Outras 13 70
56
Tabela 2 Classificaccedilatildeo das participantes segundo o Iacutendice de Massa Corporeacutea (IMC)
Classificaccedilatildeo do IMC (kgm2) n
Eutrofia (185 - 249) 186 93
Sobrepeso (ge 25 ndash 299) 13 65
Obesidade grau I (300 - 349) 1 05
A Figura 5 apresenta os resultados da Circunferecircncia da Cintura (CC) das
participantes Do total 172 voluntaacuterias (891) apresentavam CC dentro dos valores de
normalidade e 21 (109) em risco aumentado de DCNT
Figura 5 Circunferecircncia da Cintura das voluntaacuterias de acordo com WHO (2000) Ponto de
corte assinalado em azul (80 cm) constitui risco aumentado para o desenvolvimento de
DCNT Porto Velho 2015
Considerando as estimativas de prevalecircncia das condiccedilotildees deacuteficit e excesso de peso
de acordo com o IMC os dados da POF 20082009 da populaccedilatildeo brasileira acima de 19 anos
de idade revelaram que 36 das mulheres brasileiras foram classificadas com deacuteficit de peso
principalmente nas mulheres muito jovens (20 a 24 anos de idade) ou muito idosas (75 anos
57
ou mais) O excesso de peso foi diagnosticado em cerca de metade das mulheres excedendo
em 13 vezes a frequecircncia de deacuteficit de peso nestas e o diagnoacutestico de obesidade foi de 169
Ainda de acordo com a POF 20082009 observou-se que tanto o excesso de peso
como a obesidade aumentaram de frequecircncia nas idades entre 55 a 64 anos declinando nas
idades subsequentes Em relaccedilatildeo agraves mulheres da regiatildeo norte o deacuteficit de peso foi de 35 no
domiciacutelio urbano e 42 no rural o excesso de peso 48 no urbano e 479 no rural e a
obesidade 17 e 165 respectivamente
53 CONSUMO ALIMENTAR
A ingestatildeo meacutedia de energia das voluntaacuterias foi 131801 plusmn 26548 kcaldia Os
macronutrientes foram avaliados de acordo com os intervalos de recomendaccedilatildeo da
distribuiccedilatildeo em percentual da contribuiccedilatildeo energeacutetica (AMDR) do Institute of Medicine
(2006) Verificou-se que a maioria (59) das participantes apresentou uma ingestatildeo de
carboidratos abaixo da recomendaccedilatildeo enquanto em relaccedilatildeo agraves proteiacutenas uma elevada
porcentagem (76) apresentou ingestatildeo dentro do intervalo de referecircncia e o consumo de
lipiacutedios foi acima da recomendaccedilatildeo em 48 delas (Figura 6)
Figura 6 Distribuiccedilatildeo das participantes segundo a adequaccedilatildeo da ingestatildeo dos
macronutrientes de acordo com a recomendaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em percentual da energia
(IOM 2006) Porto Velho 2015
59
10 13
26
76
39
44
14
48
Carboidratos Proteiacutenas Lipiacutedios
Abaixo da Recomendaccedilatildeo Dentro do Intervalo de Recomendaccedilatildeo
Acima da Recomendaccedilatildeo
58
A Pesquisa de Orccedilamentos Familiares (POF 20082009) avaliou o consumo alimentar
de 34003 brasileiros levando em consideraccedilatildeo o gecircnero e a faixa etaacuteria Foi observado que o
consumo energeacutetico meacutedio da populaccedilatildeo brasileira em geral variou de 1490 a 2289 kcal Na
regiatildeo norte observaram-se meacutedias de ingestatildeo energeacutetica acima da meacutedia nacional e das
demais regiotildees do paiacutes variando de 1660 a 2496 kcal Entre as mulheres a faixa etaacuteria de 19
a 59 anos apresentou ingestatildeo energeacutetica meacutedia de 1710 kcal sendo a meacutedia na aacuterea urbana
de 1713 e na aacuterea rural 1694 kcal
Dados do Estudo Nacional de Despesa Familiar (ENDEF) de 197475 e as POFs
(198788 199596 e 200203) verificaram diminuiccedilatildeo de cerca de 9 na participaccedilatildeo relativa
de carboidratos acarretando valores considerados miacutenimos para este macronutriente (559)
No entanto no estudo da POF 20082009 a porcentagem de contribuiccedilatildeo dos macronutrientes
obedeceu agraves faixas de recomendaccedilatildeo A meacutedia da porcentagem de contribuiccedilatildeo de
carboidratos nas dietas das mulheres brasileiras foi de 562 a 576 a de proteiacutena de 16 4 e
de lipiacutedio 272 Ao avaliar as participantes da regiatildeo norte as meacutedias de contribuiccedilatildeo foram
565 para carboidrato 176 para proteiacutena e 256 para lipiacutedio
A manutenccedilatildeo do peso corpoacutereo eacute primariamente determinada pelo consumo e
utilizaccedilatildeo de carboidratos e lipiacutedeos As proteiacutenas contribuiram com uma fraccedilatildeo pequena e
relativamente constante no consumo energeacutetico total A auto regulaccedilatildeo dos estoques de
carboidratos e proteiacutenas no organismo humano ocorre de maneira eficiente enquanto o
mecanismo de regulaccedilatildeo de armazenamento de lipiacutedios eacute pouco eficiente O papel
fundamental dos carboidratos (accediluacutecares e amido) eacute o de fornecer energia para as ceacutelulas do
organismo particularmente para o ceacuterebro uacutenico oacutergatildeo dependente exclusivamente destes
nutrientes (EGASHIRA MIZIARA LEONI 2014)
Os lipiacutedios satildeo importantes na alimentaccedilatildeo pois fornecem energia de alta densidade e
participam no valor energeacutetico total da dieta Ao longo dos uacuteltimos anos raacutepidas mudanccedilas na
dieta e no estilo de vida vecircm ocorrendo com a industrializaccedilatildeo urbanizaccedilatildeo desenvolvimento
econocircmico e mais recentemente a globalizaccedilatildeo propiciando significativo impacto na sauacutede e
no estado nutricional da populaccedilatildeo do mundo As DCNT incluindo obesidade diabetes
melito doenccedilas cardiovasculares hipertensatildeo arterial e alguns tipos de cacircncer tecircm
comprometido o periacuteodo de vida economicamente ativo de vaacuterios indiviacuteduos Com relaccedilatildeo agraves
mudanccedilas dieteacuteticas uma das principais alteraccedilotildees observadas eacute o incremento de oacuteleos e
gorduras em preparaccedilotildees e em alimentos industrializados (SANTOS e AQUINO 2014)
Apesar de as voluntaacuterias natildeo apresentarem doenccedilas crocircnicas auto-relatadas destaca-se que
59
houve histoacuterico de vaacuterias DCNT na famiacutelia constituindo fator de risco para desenvolvimento
destas nas participantes
A ingestatildeo alimentar de Se tambeacutem foi avaliada nestas participantes apresentando
meacutedia de consumo de 493 plusmn 191 microgdia (Tabela 3) Observou-se que esta meacutedia foi superior
agrave recomendaccedilatildeo da EAR (45 microgdia) entretanto em relaccedilatildeo agrave prevalecircncia de ingestatildeo
inadequada de Se estimada conforme a foacutermula de Beaton (1994) notou-se que 409 das
participantes apresentaram inadequaccedilatildeo da ingestatildeo ou seja consumo abaixo da EAR
Tabela 3 Ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) das participantes (n = 193)
Se (microgdia)
Meacutedia 4934
Desvio Padratildeo 1915
Mediana 4643
Miacutenimo 1038
Maacuteximo 18520
Segundo os resultados da POF 20082009 a meacutedia do consumo de Se da populaccedilatildeo
feminina com idade entre 19 e 59 anos foi de 762 microgdia Na regiatildeo norte este mesmo grupo
apresentou consumo meacutedio de 1048 microgdia superior ao das outras regiotildees do Brasil centro-
oeste (697 microg) nordeste (793 microg) sudeste (714 microg) e sul (737 microg) Tais resultados
independente da regiatildeo foram superiores ao obtido neste estudo A prevalecircncia de
inadequaccedilatildeo da ingestatildeo de Se neste mesmo grupo foi de 137 no paiacutes sendo de 91 na
regiatildeo norte
Silva (2013) ao avaliar a ingestatildeo alimentar de Se de adultos saudaacuteveis da cidade de
Fortaleza (CE) observou consumo meacutedio de 79 microgdia e somente 151 dos participantes
apresentaram meacutedia de ingestatildeo abaixo da EAR
De acordo com as pesquisas realizadas no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo - Minerais a
ingestatildeo de Se na populaccedilatildeo brasileira varia de 18 a 200 microgdia (CINTRA 1990 BORTOLI
2010 DONADIO 2011 MAIA 2008 SILVA 2013)
Donadio (2011) avaliou indiviacuteduos adultos saudaacuteveis do estado de Satildeo Paulo e
observou um consumo meacutedio de 412 microgdia No estudo de Bortoli (2010) realizado com
mulheres da cidade de Satildeo Paulo Cubatatildeo (SP) e Novo Airatildeo (AM) verificou-se um
consumo meacutedio de 571 microgdia 533 microgdia e 539 microgdia respectivamente Esses dados
60
mostraram que natildeo houve diferenccedila significativa entre as cidades eou estados avaliados
Rocha et al (2014) ao avaliarem o consumo alimentar de Se de crianccedilas de duas comunidades
ribeirinhas de Porto Velho (RO) verificaram que as crianccedilas que residiam na localidade de
Demarcaccedilatildeo consumiam menos Se (418 microgdia) que a localidade denominada Gleba do Rio
Preto (179 microgdia) A diferenccedila observada foi atribuiacuteda ao fato de as crianccedilas da segunda
comunidade consumirem mais alimentos in natura enquanto as crianccedilas da primeira em
virtude da sua localizaccedilatildeo geograacutefica tinham mais acesso a alimentos industrializados
Ressalta-se que todos esses dados referentes ao consumo brasileiro de Se
independente da regiatildeo natildeo ultrapassaram o Limite Superior Toleraacutevel de Ingestatildeo (UL) de
400 microg dia (IOM 2006)
A determinaccedilatildeo do consumo de Se natildeo eacute uma tarefa faacutecil em virtude das dificuldades
existentes em relaccedilatildeo aos meacutetodos que avaliam a ingestatildeo alimentar e aleacutem disso em razatildeo
do nuacutemero reduzido de tabelas que apresentam a concentraccedilatildeo do mineral nos alimentos
brasileiros (FERREIRA 2002) Aliado a essas questotildees eacute preciso ressaltar que as
concentraccedilotildees do mineral nos alimentos satildeo proporcionais agrave quantidade do mesmo nos solos
dessa forma um mesmo alimento pode conter concentraccedilotildees de Se muito diferentes Por isso
os valores de ingestatildeo de Se apresentados poderiam ser diferentes caso houvesse dados da
concentraccedilatildeo do mineral em alimentos cultivados em solo rondoniense Mesmo assim a
dificuldade em estimar a ingestatildeo do Se continuaria existindo pois natildeo seria faacutecil rastrear de
forma rigorosa a origem dos alimentos consumidos pelas participantes
A ingestatildeo de castanha-do-brasil tambeacutem foi mensurada visto que eacute considerado o
alimento mais rico em Se Apenas uma voluntaacuteria afirmou ter o haacutebito de consumi-la
regularmente coincidindo ser justamente aquela que apresentou o maior consumo de Se
(43897 microgdia) bem como as maiores concentraccedilotildees do mineral no sangue Por isso essa
participante natildeo foi incluiacuteda nas anaacutelises por ser considerada como outlier
54 MARCADORES BIOQUIacuteMICOS DO ESTADO NUTRICIONAL RELATIVO AO
SELEcircNIO
A tabela 4 apresenta as concentraccedilotildees de Se (microgL) no plasma e eritroacutecitos das
participantes
61
Tabela 4 Concentraccedilatildeo de Se (microgL) no plasma e nos eritroacutecitos das participantes (n=192)
PLASMA ERITROacuteCITOS
Meacutedia + DP 498 + 186 754 + 299
Mediana 470 730
Miacutenimo 58 184
Maacuteximo 1094 1532
DP Desvio Padratildeo
Destaca-se que o plasma reflete o estado nutricional atual (FAIRWEATHER-TAIT
1997) De acordo com Thomson (2004) e Van Dael e Deelstra (1993) o Se plasmaacutetico eacute
considerado o biomarcador mais acessiacutevel para avaliaccedilatildeo do status do mineral por isso eacute o
mais utilizado pois permite avaliar as mudanccedilas em curto prazo respondendo de forma
raacutepida e sensiacutevel conforme a ingestatildeo alimentar Eacute importante mencionar que essa resposta
pode ser influenciada por fatores como a idade o estado fisioloacutegico do indiviacuteduo e a forma do
Se consumida
De acordo com o paracircmetro proposto por Van Dael e Deelstra (1993) verificou-se que
a maioria das participantes apresentou deficiecircncia de Se (69) enquanto uma porcentagem
menor apresentou adequaccedilatildeo (295) e outra mais reduzida em risco de toxicidade (15)
A Figura 7 apresenta os resultados da concentraccedilatildeo de Se plasmaacutetico conforme os
paracircmetros proposto por Van Dael e Deelstra (1993) assim como os intervalos estipulados
por Thomson (2004) que propotildee valores miacutenimos de Se no soro para prevenccedilatildeo da doenccedila de
Keshan otimizaccedilatildeo da atividade das deiodinases maximizaccedilatildeo da atividade da GPx e da
selenoproteiacutena P e ainda para proteccedilatildeo contra alguns tipos de cacircncer
Apenas 41 das voluntaacuterias apresentaram-se em risco para doenccedila de Keshan e
784 delas baixa otimizaccedilatildeo para as deiodinases Para o ponto de corte de otimizaccedilatildeo da
GPx e selenoproteiacutena P a maioria (933) apresentou baixa otimizaccedilatildeo Quanto ao intervalo
de proteccedilatildeo contra alguns tipos de cacircncer 99 natildeo estavam protegidas
Dessa forma de acordo com as duas referecircncias selecionadas para avaliar a
concentraccedilatildeo de Se no plasma verifica-se que a maioria das voluntaacuterias aleacutem de apresentar
deficiecircncia do mineral
No Brasil poucos estudos avaliaram o estado nutricional relativo ao Se em adultos
saudaacuteveis Coutinho (2003) avaliou este paracircmetro em praticantes de capoeria residentes em
Satildeo Paulo e observou a meacutedia de 787 microgL de Se no plasma Maia (2008) avaliou 29
62
paulistanos e 28 cearenses e observou uma meacutedia de Se plasmaacutetico de 665 microgL e 576 microgL
respectivamente
Figura 7 Distribuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo plasmaacutetica de Se (microgL) das participantes (n=194)
segundo os paracircmetros porpostos por Van Dael e Deelstra (1993) e Thomson (2004) Porto
Velho 2015
a Intervalo proposto por Van Dael e Deelstra (1993) (60 - 120 μgL)
Pontos de corte propostos por Thomson (2004) b Prevenccedilatildeo do surgimento da doenccedila de Keshan (gt 21 μgL)
c Otimizaccedilatildeo da atividade das deiodinases (gt 65 μgL)
d Maximizaccedilatildeo da GPx e selenoproteiacutena P (gt 80 - 95 μgL)
e Proteccedilatildeo contra alguns tipos de cacircncer (gt 115 μgL)
Bortoli (2010) avaliou mulheres saudaacuteveis e encontrou uma meacutedia de 817 microgL nas
voluntaacuterias residentes em Satildeo Paulo 607 microgL no grupo de Cubatatildeo (SP) e de 1018 microgL
nas mulheres de Novo Airatildeo (AM) A meacutedia de Se plasmaacutetico obtida na uacuteltima localidade
citada foi justificada pelo fato de a populaccedilatildeo ter como haacutebito o consumo regular de castanha-
do-brasil Donadio (2011) ao avaliar 124 indiviacuteduos residentes em Satildeo Paulo obteve a meacutedia
de 541 microgL Santos (2013) tambeacutem determinou as concentraccedilotildees do mineral no plasma de
176 indiviacuteduos do Cearaacute e observou uma meacutedia de 626 microgL
63
A Figura 8 apresenta a distribuiccedilatildeo das concentraccedilotildees eritrocitaacuterias de Se das
participantes Nos eritroacutecitos 125 participantes (645) apresentaram concentraccedilotildees abaixo
do intervalo de referecircncia
Figura 8 Distribuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo eritrocitaacuteria de Se das participantes (n=194) Intervalo
assinalado em azul (90 - 190 μgL) constitui os paracircmetros de normalidade proposto por Van
Dael e Deelstra (1993) e Ortuntildeo (1997) Porto Velho 2015
Ao contraacuterio do plasma a concentraccedilatildeo de Se eritrocitaacuterio reflete o estado nutricional
pregresso por responder de forma mais lenta agraves alteraccedilotildees no estado nutricional Essa resposta estaacute
relacionada com o tempo de meia vida das hemaacutecias que eacute de aproximadamente 120 dias
(FAIRWEATHER-TAIT 1997 VAN DAEL e DEELSTRA 1993)
Houve correlaccedilatildeo entre as concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio (r = 0629 p ˂
0001) ou seja quanto maior a concentraccedilatildeo de Se no plasma maior a sua concentraccedilatildeo nos
eritroacutecitos
As Tabelas 5 e 6 apresentam os resultados das anaacutelises de regressatildeo da ingestatildeo
alimentar de Se em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees do mineral no plasma e nos eritroacutecitos
respectivamente
64
Tabela 5 Coeficiente de regressatildeo da ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) como variaacutevel
independente que influenciou a concentraccedilatildeo do mineral no plasma (microgL) das participantes
Variaacutevel independente β p-valora
R2 ajustado p-valor
b
Ingestatildeo alimentar de Se (microgdia)c 0278 0112 0277 0026
Modelo ajustado pela escolaridade (anos de estudo) idade (anos) ingestatildeo energeacutetica (kcaldia) e circunferecircncia
da cintura (cm)
a Valor de p referente ao coeficiente β
b Valor de p referente ao R
2 ajustado
As anaacutelises de regressatildeo mostraram que houve associaccedilatildeo positiva entre o consumo de
alimentar de Se (microgdia) e as concentraccedilotildees do mineral no plasma (microgL) e nos eritroacutecitos
(microgL) O coeficiente de correlaccedilatildeo (R2) da ingestatildeo alimentar de Se em relaccedilatildeo ao plasma foi
277 e nos eritroacutecitos 363 Estes coeficientes expressam a porcentagem da variabilidade
das concentraccedilotildees sanguiacuteneas de Se que satildeo explicadas pela ingestatildeo alimentar do mineral
Tabela 6 Coeficiente de regressatildeo da ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) como variaacutevel
independente que influenciou a concentraccedilatildeo do mineral nos eritroacutecitos (microgL) das
participantes
Variaacutevel independente β p-valora
R2 ajustado p-valor
b
Ingestatildeo alimentar de Se (microgdia)c 0154 0301 0363 0001
Modelo ajustado pelo consumo alimentar de Se (microgdia) idade (anos) circunferecircncia da cintura (cm) iacutendice de
massa corpoacuterea (kgm2) escolaridade (anos de estudo) e renda (salaacuterios miacutenimos)
a Valor de p referente ao coeficiente β
b Valor de p referente ao R
2 ajustado
No estudo de Maia (2008) a meacutedia da concentraccedilatildeo eritrocitaacuteria de Se em adultos residentes
em Satildeo Paulo foi de 80 microgL e do Cearaacute 1224 microgL Silva (2013) encontrou a meacutedia de 1015
microgL de Se nos eritroacutecitos dos participantes do Cearaacute Adame et al (2012) que avaliou
espanhois encontrou a meacutedia de 104 6 microgL
Bortoli (2010) obteve a meacutedia de 833 microgL nas participantes de Satildeo Paulo 859 microgL
no grupo de Cubatatildeo (SP) e de 1998 microgL nas muheres de Novo Airatildeo (AM) A meacutedia
elevada encontrada na comunidade de Novo Airatildeo foI justificada pelo fato de a populaccedilatildeo do
estado do Amazonas apresentar o haacutebito de consumir regularmente a castanha-do-brasil
Houve ainda correlaccedilatildeo positiva entre os valores de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio indicando
65
que aquelas participantes cujo o teor estava mais elevado em um dos compartimentos
sanguiacuteneos tambeacutem se encontrava da mesma forma no outro (r = 07018 plt 00001)
Segundo Lemire et al (2006) a populaccedilatildeo da Amazocircnia brasileira apresenta
concentraccedilatildeo de Se no sangue total que varia de normal a relativamente alto Entretanto este
resultado natildeo foi observado no presente estudo pois a maioria das participantes apresentou
concentraccedilotildees abaixo da referecircncia Todavia esta pesquisa foi composta por mulheres
residentes em uma capital urbana diferente dos locais de trabalho das pesquisas de Lemire et
al (2006) realizados em comunidades ribeirinhas do Paraacute Estes pesquisadores avaliaram 236
adultos de seis comunidades ribeirinhas ao longo do rio Tapajoacutes e verificaram que 343
possuiacuteam concentraccedilotildees elevadas e nove indiviacuteduos (38) apresentaram valores acima dos
estipulados para toxicidade O valor mais baixo encontrado do mineral foi de 142 microgL
Em outra pesquisa realizada por Lemire et al (2011) na mesma regiatildeo foram
avaliados 407 voluntaacuterios e apenas seis participantes (15) apresentaram deficiecircncia de Se
enquanto 32 apresentaram concentraccedilotildees entre 560 e 1000 microgL e 10 concentraccedilotildees
superiores a 1000 microgL Segundo os pesquisadores a concentraccedilatildeo elevada de Se no sangue
foi devida aos haacutebitos alimentares da populaccedilatildeo uma vez que a mesma sobrevive de
alimentos cultivados nas proacuteprias comunidades
De acordo com os estudos de Pinheiro et al (2005) Rocha et al (2014) e Lemire et al
(2006 2009 2010 e 2011) que avaliaram o status de Se em comunidades ribeirinhas da
Amazocircnia observa-se que haacute uma relaccedilatildeo entre a concentraccedilatildeo do mineral no sangue e a
cultura alimentar regional
Natildeo existem muitos trabalhos realizados no Brasil e no mundo que tenham avaliado o
status de Se de populaccedilotildees natildeo acometidas por doenccedilas a maioria das pesquisas avaliou
indiviacuteduos doentes Portanto este trabalho contribuiraacute para o melhor conhecimento das
condiccedilotildees dessa populaccedilatildeo quanto a esse mineral Constatou-se que o haacutebito alimentar urbano
natildeo incluiacutea o consumo de castanha-do-brasil nem de outros alimentos cultivados em solos da
regiatildeo que constituiriam dessa forma uma excelente fonte do mineral
55 SELEcircNIO E ATIVIDADE DA ENZIMA GPx
A atividade da enzima GPx foi avaliada nos eritroacutecitos de 195 participantes e os seus
valores foram corrigidos e ajustados pela concentraccedilatildeo de hemoglobina sendo apresentados
em Ug Hb Apenas 6 das voluntaacuterias avaliadas apresentaram baixa atividade da enzima e
66
87 atividade normal (Figura 9) O valor meacutedio da atividade da GPx foi de 451 + 193 Ug
Hb Dessa forma pode-se inferir que a ingestatildeo alimentar de Se embora baixa natildeo teve influecircncia
na atividade enzimatica da GPx que eacute um biomarcador sensiacutevel e que avaliado nos eritroacutecitos
pode refletir a ingestatildeo em longo prazo do mineral (BROWN 2001 LEI 2007)
Figura 9 A atividade da enzima GPx peroxidase das participantes Intervalo assinalado em
azul (275 a 736 Ug Hb) representa a referecircncia proposta pelo Kit da Randoxreg Porto Velho
2015
Dados da literatura sobre atividade eritrocitaacuteria da GPx satildeo escassos os existentes
avaliaram a atividade da enzima no plasma dificultando as comparaccedilotildees com os resultados
deste trabalho No entanto Olusi (2002) ao realizar seu estudo no Kwait com adultos
eutroacuteficos observou meacutedia de 983 Ug Hb sendo este valor considerado elevado Ko et al
(2005) ao avaliar chineses encontrou a meacutedia de atividade da GPx nos eritroacutecitos de 513
Ug Hb enquanto Moradi et al (2009) ao avaliar em mulheres iranianas observaram a meacutedia
de 20 3 Ug Hb
De acordo com os estudos brasileiros Maia (2008) observou atividade meacutedia de 477
Ug Hb para adultos residentes em Satildeo Paulo e de 528 Ug Hb no Cearaacute Bortoli (2010)
observou a meacutedia de 733 Ug Hb nas mulheres amazonenses 371 Ug Hb nas voluntaacuterias de
Satildeo Paulo e de 382 Ug Hb nas de Cubatatildeo A meacutedia na pesquisa de Donadio (2011) com
paulistanos foi de 401 Ug Hb e Silva (2013) em voluntaacuterias do Cearaacute obteve 386 Ug Hb
67
A atividade da GPx estaacute fortemente correlacionada com a concentraccedilatildeo sanguiacutenea de
Se portanto um consumo inadequado de Se pode ocasionar reduccedilatildeo da atividade da GPx o
que por sua vez afeta a resposta celular em relaccedilatildeo agrave accedilatildeo de agentes oxidantes
desencadeando o surgimento do estresse oxidativo (COMINETTI et al 2011)
Segundo Crespo-Loacutepez et al (2009) as glutationas podem atuar como a principal
linha de defesa contra os compostos de Hg e conforme Herculano et al (2006) altas
concentraccedilotildees da enzima podem servir de proteccedilatildeo contra a intoxicaccedilatildeo do metal
Pinheiro et al (2008) realizou uma comparaccedilatildeo entre concentraccedilotildees de Hg e a defesa
antioxidante de mulheres saudaacuteveis residentes em trecircs comunidades ribeirinhas da Amazocircnia
sendo duas comunidades consideradas expostas ao metal localizadas na bacia do rio Tapajoacutes
e a outra localizada na bacia do rio Tocantins O estudo tinha como finalidade detectar
possiacuteveis alteraccedilotildees no estado antioxidante em razatildeo da exposiccedilatildeo ao Hg Dentre outros
paracircmetros foram avaliados a concentraccedilatildeo da GPx no sangue total e as concentraccedilotildees de Hg
nos cabelos Foi observada correlaccedilatildeo positiva entre as concentraccedilotildees de Hg e o aumento da
concentraccedilatildeo da enzima ou seja os indiviacuteduos com alto teor de Hg apresentaram tambeacutem
concentraccedilotildees elevadas de GPx
56 SELEcircNIO E CONCENTRACcedilOtildeES CAPILARES DE MERCUacuteRIO
Os resultados das anaacutelises de Hg nos cabelos das voluntaacuterias encontram-se descritos
na Figura 10 Das 200 participantes avaliadas apenas seis (30) apresentaram concentraccedilotildees
de Hg superiores ao valor de referecircncia estabelecido pela WHO (1990) e apenas uma
apresentou concentraccedilatildeo do metal abaixo do limite de quantificaccedilatildeo (˂ 1 ng g-1
)
Em relaccedilatildeo aos resultados do formulaacuterio de Hg para coleta dos cabelos foi perguntado
para as participantes se estas possuiacuteam tintura ou qualquer tipo de alisamento e a maioria
(635) natildeo possuiacutea nenhum tipo de alisamento e 585 natildeo tinham cabelos pintados A
concentraccedilatildeo meacutedia de Hg nos cabelos foi de 625 + 766 ng g-1
A concentraccedilatildeo de Hg no sangue reflete a exposiccedilatildeo ao metal nas formas orgacircnica e
inorgacircnica e pode ser influenciada pelo consumo de alimentos contaminados O Hg
permanece na corrente sanguiacutenea apenas alguns dias apoacutes a exposiccedilatildeo desta maneira a anaacutelise
deve ser feita rapidamente a fim de detectar exposiccedilotildees recentes (EPA 2005) Em relaccedilatildeo agrave
concentraccedilatildeo de Hg nos cabelos esta eacute proporcional agrave do sangue uma vez que este metal se
incorpora aos fios (WHO 1990) A anaacutelise do cabelo reflete uma exposiccedilatildeo mais prolongada
68
ao Hg possibilitando a avaliaccedilatildeo da concentraccedilatildeo deste elemento durante periacuteodos de tempo
maiores (PASCALICCHIO 2002)
Figura 10 Distribuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo de Hg (ng g-1
) nos cabelos das participantes (n=
200) Ponto de corte assinalado em azul representa o valor de referecircncia (2000 ng g-1
)
proposto pela WHO (1990) Porto Velho-RO 2015
Os peixes da regiatildeo Amazocircnica segundo alguns pesquisadores apresentam elevado risco de
contaminaccedilatildeo por Hg (MUCKE et al 2001 BAacuteRAacuteNY et al 2002 KARITA e SUZUKI
2002 LINDBERG et al 2004 HANSEN et al 2004) Entretanto 975 das participantes
avaliadas informaram consumir este alimento de forma esporaacutedica Dessa forma pode-se
inferir que as participantes deste estudo natildeo apresentaram alta contaminaccedilatildeo por Hg em
decorrecircncia da baixa ingestatildeo de peixes no haacutebito alimentar Poreacutem Marques et al (2007) ao
avaliar as concentraccedilotildees de Hg de 82 mulheres urbanas de Porto Velho (RO) observaram
que mesmo com um baixo consumo de peixes o niacutevel meacutedio de Hg nos cabelos foi elevado
(3500 ng g-1
)
Em outra pesquisa realizada por Marques et al (2013) foram avaliadas mulheres de
comunidades ribeirinhas da bacia do rio Madeira Os autores observaram que as
concentraccedilotildees meacutedias de Hg nos cabelos (12120 ng g-1
) daquelas que moravam agraves margens
do rio foram superiores agravequeles das residentes em aacuterea urbana (5360 ng g-1
)
69
Rocha et al (2014) determinaram as concentraccedilotildees de Hg nos cabelos de crianccedilas de
duas comunidades ribeirinhas de Porto Velho sendo elas Demarcaccedilatildeo localizada as margens
do rio Machado e Gleba do Rio Preto no rio Preto As crianccedilas da primeira comunidade
apresentaram concentraccedilatildeo meacutedia de Hg de 3570 + 1860 ng g-1
enquanto as crianccedilas da
Gleba do Rio Preto concentraccedilotildees meacutedias de 6240 + 5890 ng g-1
ou seja 50 acima do
valor encontrado na comunidade Demarcaccedilatildeo
Bastos et al (2006) ao avaliar as concentraccedilotildees de Hg em 713 indiviacuteduos do rio
Madeira obtiveram a meacutedia de 15200 ng g-1
Boischio e Henshel (2000) ao avaliar 90 matildees e
89 crianccedilas encontraram meacutedias de 12600 ng g-1
e 10200 ng g-1
respectivamente
Hacon et al (2014) avaliaram cinco aacutereas na regiatildeo de Porto Velho no rio Madeira
Das cinco comunidades estudadas quatro faziam parte da regiatildeo ribeirinha de Santo Antocircnio
Participaram do estudo 1945 indiviacuteduos cujas concentraccedilotildees de Hg foram avaliados em
amostras de cabelos Apenas 09 dos voluntaacuterios apresentaram concentraccedilotildees de Hg
superiores a 50000 ng g-1
e 90 concentraccedilotildees inferiores a 10000 ng g-1
O estudo ressaltou
que as concentraccedilotildees de Hg nas mulheres de 16 a 49 anos de idade variou de 2400 a 5300 ng
g-1
dependendo da regiatildeo onde residiam Os pesquisadores concluiacuteram que as concentraccedilotildees
de Hg foram altos em todas as comunidades e este resultado foi relacionado ao consumo de
peixes da regiatildeo
Bortoli (2010) que tambeacutem avaliou as concentraccedilotildees de Hg nos cabelos de mulheres
de Satildeo Paulo (SP) Cubatatildeo (SP) e Novo Airatildeo (AM) encontrou meacutedia de 180 ng g-1
nas
paulistanas 190 ng g-1
nas Cubatenses e de 5670 ng g-1
nas participantes do Amazonas
Dentre as participantes dos dois primeiros grupos nenhuma apresentou concentraccedilatildeo de Hg
acima de 2000 ng g-1
concentraccedilatildeo para adultos natildeo expostos ocupacionalmente de acordo
com a WHO (1990) No grupo das mulheres amazonenses 218 apresentaram valores
abaixo dessa referecircncia De acordo com os valores maacuteximos em regiotildees onde haacute exposiccedilatildeo
reconhecida por Hg (6000 ng g-1
) foi observado que 309 destas participantes tinham
concentraccedilotildees de Hg nos cabelos acima desse valor de referecircncia A pesquisadora ressaltou
que 927 das mulheres de Novo Airatildeo relataram consumir peixes da regiatildeo pelo menos uma
vez por semana
Pinheiro et al (2005) ao avaliarem 40 mulheres de trecircs comunidades da bacia do rio
Tapajoacutes verificaram que natildeo houve diferenccedila estatiacutestica em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees de Hg
total nas amostras de cabelos nas diferentes comunidades O primeiro grupo composto por
gestantes apresentou a meacutedia de concentraccedilatildeo de Hg de 8250 ng g-1
enquanto o segundo
composto por mulheres natildeo gestantes 9390 ng g-1
do metal No entanto os pesquisadores
70
observaram que as concentraccedilotildees do Hg no terceiro trimestre de gravidez eram maiores
(9650 ng g-1
) que no primeiro (6620 ng g-1
) e segundo trimestres (6710 ng g-1
)
Pinheiro et al (2008) analisaram novamente duas comunidades da mesma regiatildeo que
o estudo anterior Poreacutem selecionaram mulheres de uma comunidade ribeirinha da bacia do
rio Tocantins que formaram o grupo controle do estudo pois estas natildeo pertenciam a uma
regiatildeo considerada contaminada por Hg Os autores observaram que nas comunidades da
bacia do rio Tapajoacutes as voluntaacuterias apresentaram concentraccedilotildees de Hg no cabelo
significativamente maiores (12926 ng g-1
) em relaccedilatildeo agrave comunidade da bacia do rio Tocantins
(3290 ng g-1
)
Estudos epidemioloacutegicos tecircm evidenciado correlaccedilatildeo positiva entre as concentraccedilotildees
de Se e Hg no sangue (MUCKE et al 2001 BAacuteRAacuteNY et al 2002 KARITA e SUZUKI
2002 LINDBERG et al 2004 HANSEN et al 2004) Tal evidecircncia foi verificada nesta
pesquisa em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees plasmaacuteticas do mineral conforme as anaacutelises de
regressatildeo Os coeficientes de correlaccedilatildeo (R2) das concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico e
eritrocitaacuterio foram 59 e 37 respectivamente (Tabela 7) Estes coeficientes expressam a
porcentagem da variabilidade no niacutevel de Hg nos cabelos (ng g-1
) que eacute explicada pelas
variaacuteveis independentes
De acordo com Gailer et al (2000) o efeito protetor do Se tem sido associado a uma
maior retenccedilatildeo de Hg ao inveacutes de maior excreccedilatildeo Desta forma acredita-se que o Se
juntamente com o Hg forme um complexo Hg-Se que por sua vez liga-se a selenoproteiacutena P
favorecendo uma redistribuiccedilatildeo corporal do metal Poreacutem segundo Baacuteraacuteny et al (2005) e
Lindberg et al (2004) os estudos sobre como esta interaccedilatildeo acontece ainda natildeo satildeo
suficientes para elucidar a dinacircmica desse complexo Sugere-se que uma ingestatildeo adequada de
Se possa promover um efeito de proteccedilatildeo contra o Hg e seus compostos toacutexicos
Apesar dos valores elevados de Hg encontrados na regiatildeo Amazocircnica poucos trabalhos
avaliaram sintomas ou sinais cliacutenicos referentes a essa intoxicaccedilatildeo
No estudo de Dorea et al (2003) com mulheres vivendo em comunidades ribeirinhas
do Rio Negro os sintomas pesquisados foram fraquezas musculares amortecimentos de
membros tremores desequiliacutebrio e alteraccedilotildees sensoriais No entanto na populaccedilatildeo deste
estudo tais sinais natildeo foram observados Malm et al (1995) realizaram outra pesquisa com
populaccedilotildees ribeirinhas no Paraacute e tambeacutem natildeo encontraram tais sinais (desequiliacutebrio sensitivo
constriccedilatildeo de campo visual ataxia reduccedilatildeo da capacidade auditiva tremores reflexos de
tendotildees e desequiliacutebrios mentais e salivares)
71
Tabela 7 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram as
concentraccedilotildees de Hg (ng g-1
) nos cabelos (variaacutevel dependente) das participantes
Variaacuteveis independentes β p-valora
R2 ajustado p-valor
b
Se no Plasma (microgL)c 3117 0177 0059 0020
Se no Eritroacutecito (microgL)d 0970 0656 0037 0096
a Valor de p referente ao coeficiente β
b Valor de p referente ao R
2 ajustado
c Modelo ajustado pelo indice de massa corporeacutea (kgm
2) escolaridade (anos de estudo) idade (anos) e renda
(salaacuterios miacutenimos) d Modelo ajustado pelo pelo indice de massa corporeacutea (kgm
2) circunferecircncia da cintura (cm) escolaridade (anos
de estudo) idade (anos) ingestatildeo energeacutetica (kcaldia) e renda (salaacuterios miacutenimos)
57 SELEcircNIO E AVALIACcedilAtildeO DO ESTRESSE OXIDATIVO MDA E ORAC
O meacutetodo de ORAC (Capacidade de Absorccedilatildeo de Radicais de Oxigecircnio) avalia a
capacidade do plasma de inibir o radical peroxil mostrando resistecircncia aos danos oxidativos
Dessa forma verifica-se que quanto maiores as concentraccedilotildees do Se no sangue maior seraacute a
capacidade antioxidante total sendo este dado relacionado agrave accedilatildeo ou funccedilatildeo antioxidante do
mineral
De acordo com as anaacutelises de regressatildeo houve associaccedilatildeo entre as concentraccedilotildees de
Se no plasma e nos eritroacutecitos com o ORAC (Tabela 8) Os coeficientes de correlaccedilatildeo (R2)
das concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio foram 60 e 77 respectivamente Estes
coeficientes expressam a porcentagem da variabilidade do ORAC que eacute explicado pelas
variaacuteveis independentes (Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio) Natildeo foram encontrados estudos que
avaliaram a capacidade antioxidante por meio do ORAC que relacionem ou associem com as
concentraccedilotildees de Se em indiviacuteduos saudaacuteveis
Tabela 8 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram a
capacidade antioxidante ndash ORAC (mmol eq troloxg de amostra) (variaacutevel dependente) das
participantes
Variaacuteveis independentes β p-valora
R2 ajustado p-valor
b
Se no Plasma (microgL)c -0002 0555 0060 0015
Se no Eritroacutecito (microgL)d -0005 0094 0077 0005
a Valor de p referente ao coeficiente β
b Valor de p referente ao R
2 ajustado
c Modelo ajustado pelo indice de massa corporeacutea (kgm
2) circunferecircncia da cintura (cm) renda (salaacuterios
miacutenimos) d
Modelo ajustado pelo pelo indice de massa corporeacutea (kgm2) circunferecircncia da cintura (cm) renda (salaacuterios
miacutenimos)
72
Os radicais livres de oxigecircnio podem induzir a reaccedilatildeo de peroxidaccedilatildeo lipiacutedica Os
aacutecidos graxos insaturados no plasma em uacuteltima instacircncia podem gerar produtos de
peroxidaccedilatildeo lipiacutedica tais como o malondialdeiacutedo (MDA) Dessa forma as concentraccedilotildees de
MDA podem refletir o niacutevel de estresse oxidativo do organismo De acordo com as anaacutelises
de regressatildeo natildeo houve associaccedilatildeo entre as concentraccedilotildees de Se no plasma e nos eritroacutecitos
com o MDA (Tabela 9)
Tabela 9 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram a
concentraccedilatildeo plasmaacutetica de malondialdeiacutedo (microM) (variaacutevel dependente) das participantes
Variaacuteveis independentes β p-valora
R2 ajustado p-valor
b
Se no Plasma (microgL)c 10 x 10
-4 0980 -0015 0675
Se no Eritroacutecito (microgL)c 10 x 10
-3 0239 -0005 0505
a Valor de p referente ao coeficiente β
b Valor de p referente ao R
2 ajustado
c Modelo ajustado pelo indice de massa corporeacutea (kgm
2) idade (anos) ingestatildeo energeacutetica (kcaldia)
circunferecircncia da cintura (cm) renda (salaacuterios miacutenimos) e escolaridade (anos de estudo)
O estudo de Gaacutec et al (2014) tinha como objetivo definir a relaccedilatildeo entre as
concentraccedilotildees de Se no sangue e estresse oxidativo (concentraccedilatildeo de MDA) em 337 crianccedilas
saudaacuteveis da Espanha A concentraccedilatildeo de Se natildeo exerceu nenhum efeito direto nas
concentraccedilotildees de MDA (r = 008 pgt005) Em outro estudo espanhol Galan-Chilet et al
(2014) avaliaram em uma populaccedilatildeo adulta a associaccedilatildeo entre o Se no plasma e as
concentraccedilotildees de MDA na urina Os autores tambeacutem natildeo observaram correlaccedilotildees
siginificativas entre esses marcadores
Krishnan e Rani (2014) tambeacutem natildeo encontraram nenhuma correlaccedilatildeo significativa
entre a concentraccedilatildeo de Se e MDA em pacientes com doenccedila de Alzheimer ou demecircncia de
origem vascular Entretanto outros estudos verificaram uma diminuiccedilatildeo das concentraccedilotildees de
MDA apoacutes a suplementaccedilatildeo com Se (ZHANG et al 2005 FABIAN et al 2013 SITTA et
al 2011 SMOLKOVAacute et al 2004 GRYGIEL-GOacuteRNIAK et al 2014)
73
58 POLIMORFISMO PRO198LEU
Ao avaliar a presenccedila do SNP (rs 1050450) no gene que codifica a enzima glutation
peroxidase1 nas 190 amostras do estudo foi observado que 567 das participantes
apresentaram genoacutetipo selvagem (ProPro) ou seja homozigotos para prolina 368 dos
indiviacuteduos heterozigotos (ProLeu) e 68 homozigotos para leucina (LeuLeu) A frequecircncia
relativa do alelo variante foi de 025
Os resultados da genotipagem apresentaram-se de acordo com o equiliacutebrio de Hardy
Weinberg o qual determina que as frequecircncias aleacutelicas devem permanecer constantes ao
longo das geraccedilotildees caso natildeo sejam interferidas por nenhum fator evolutivo Dessa forma o
teste de qui-quadrado (χ2) foi aplicado e o valor encontrado foi de 01127 e a probabilidade
associada a esse valor considerando um grau de liberdade foi maior que 5 indicando que a
populaccedilatildeo estava de acordo com o equiliacutebrio
A Tabela 10 ilustra a distribuiccedilatildeo das participantes de acordo com o SNP Pro198Leu
Tabela 10 Distribuiccedilatildeo do SNP Pro198Leu (rs 1050450) no gene que codifica GPx 1 nas
participantes (n=190)
Genoacutetipos coacutedon 198 da GPx 1 n
ProPro 107 563
ProLeu 70 368
LeuLeu 13 68
Quatro pesquisas descrevem a frequecircncia do polimorfismo Pro198Leu na populaccedilatildeo
da cidade de Satildeo Paulo Nishimura (2010) em seu estudo com 175 pacientes com cacircncer da
cavidade orofariacutengea encontrou prevalecircncia de 50 de indiviacuteduos com genoacutetipo selvagem
(ProPro) 43 heterozigoto (ProLeu) e 7 de homozigoto (LeuLeu) para o polimorfismo
Em seu grupo controle que foi constituiacutedo por 203 indiviacuteduos da mesma cidade 51
ProPro 43 ProLeu e 6 LeuLeu
Cominetti et al (2011) no seu trabalho realizado com 37 mulheres obesas
observaram 49 de ProPro 38 de ProLeu e 13 de LeuLeu Donadio (2011) ao avaliar
124 indiviacuteduos adultos natildeo doentes verificou que a prevalecircncia de ProPro foi de 49 de
ProLeu 47 e apenas 3 de LeuLeu
Cardoso et al (2012) ao determinar o polimorfismo em um grupo de 28 idosos com
doenccedila de Alzheimer observaram que 75 apresentaram genoacutetipo ProPro 14 de
74
heterozigotos e 11 de LeuLeu No mesmo estudo no grupo controle formado por 29
idosos sem a doenccedila os pesquisadores encontraram 72 com genoacutetipo ProPro 14 de
ProLeu e 14 de homozigotos LeuLeu
Silva (2013) em seu trabalho realizado com a populaccedilatildeo cearense observou que
545 dos indiviacuteduos apresentaram genoacutetipo ProPro 381 genoacutetipo ProLeu e 74 de
genoacutetipo LeuLeu
Hiragi et al (2011) avaliaram a frequecircncia do polimorfismo em 304 indiviacuteduos
pertencentes a trecircs grupos eacutetnicos diferentes No grupo constituiacutedo por 60 adultos indiacutegenas
95 possuiacuteam genoacutetipo selvagem (ProPro) 3 eram heterozigotos (ProLeu) e 2
homozigotos (LeuLeu) No grupo composto por 72 indiviacuteduos afrodescendentes 71 eram
ProPro 22 ProLeu e 7 LeuLeu O terceiro grupo formado por 172 indiviacuteduos que
residiam no Distrito Federal 47 eram ProPro 40 ProLeu e 13 LeuLeu
Fosberg et al (1999) em anaacutelise realizada com 25 suecos encontrou 52 de
indiviacuteduos homozigotos para prolina (selvagens) 36 de heterozigotos e 12 de
homozigotos para leucina Em outro estudo Fosberg et al (2000) determinaram a frequecircncia
de alelos para esse polimorfismo em uma populaccedilatildeo sueca e outra finlandesa A populaccedilatildeo
sueca foi formada por 101 indiviacuteduos infartados e 214 formaram o grupo controle A
distribuiccedilatildeo dos genoacutetipos dos indiviacuteduos do grupo caso foi de 55 homozigotos selvagens
38 heterozigotos e 7 de homozigotos para leucina No grupo controle a frequecircncia dos
genoacutetipos foi de 53 40 e 7 respectivamente No grupo da Finlacircndia dos 66 indiviacuteduos
avaliados 35 eram homozigotos para prolina 48 heterozigotos e 17 homozigotos para
leucina
De acordo com os trabalhos citados a menor distribuiccedilatildeo conforme os genoacutetipos estaacute
relacionada ao homozigoto LeuLeu Algumas pesquisas afirmam que a presenccedila do alelo Leu
reduz a atividade da enzima GPx nos indiviacuteduos com este alelo variante (HANSEN et al
2009 RAVN-HAREN et al 2006) Dessa forma se haacute uma diminuiccedilatildeo da atividade
enzimaacutetica da GPx o sistema antioxidante dos indiviacuteduos que apresentam o alelo Leu pode
ser afetado Estudos tambeacutem tecircm associado a presenccedila deste alelo variante a um aumento do
risco de alguns tipos de cacircncer (RATNASINGHE et al 2000 HU e DIAMOND 2003
ZHAO et al 2005) Entretanto essas associaccedilotildees natildeo foram observadas em todas as
populaccedilotildees estudadas uma vez que a frequecircncia do alelo Leu varia de acordo com o grupo
eacutetnico (ZHAO et al 2005)
De acordo com Pena et al (2011) a origem geneacutetica da populaccedilatildeo brasileira eacute o
resultado de vaacuterias miscigenaccedilotildees e apesar disso apresenta uma uniformidade maior que o
75
esperado No trabalho desses pesquisadores foi avaliado a ascendecircncia total de 934 brasileiros
de diferentes raccedilas residentes em quatro regiotildees do paiacutes com excessatildeo da regiatildeo centro-oeste
Foram avaliados polimorfismos de inserccedilatildeo e deleccedilatildeo e os genoacutetipos encontrados foram
utilizados para estimar os componentes europeus africanos e ameriacutendios dos indiviacuteduos Os
resultados mostraram que a ancestralidade das diferentes populaccedilotildees das regiotildees do Brasil eacute
semelhante
A populaccedilatildeo de Rondocircnia eacute umas das mais diversificadas do Brasil composta de
migrantes oriundos de todas as regiotildees do paiacutes O interior do Estado eacute formado por goianos
paranaenses paulistas mineiros gauacutechos capixabas baianos mato grossenses e sergipanos
enquanto a capital eacute formada por cearenses maranhenses amazonenses e acreanos (IBGE
2014)
Poucos estudos associaram o polimorfismo Pro198Leu com biomarcadores do estado
nutricional relativo ao Se em indiviacuteduos saudaacuteveis A Tabela 11 apresenta uma comparaccedilatildeo
das meacutedias das concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico eritrocitaacuterio atividade da GPx MDA e
ORAC de acordo com o genoacutetipo para o polimorfismo Pro198Leu Observou-se que natildeo
houve diferenccedila significativa entre os paracircmetros avaliados
Donadio (2011) encontrou diferenccedila significativa entre a atividade da GPx em
mulheres paulistanas avaliadas de acordo com os genoacutetipos do Pro198Leu Silva (2013)
tambeacutem encontrou a mesma diferenccedila em mulheres cearenses indicando que a influecircncia do
gecircnero eacute um importante fator que deve ser considerado em estudos sobre esse polimorfismo
Cominetti et al (2011) natildeo observaram diferenccedilas nas concentraccedilotildees de Se
plasmaacutetico eritrocitaacuterio e atividade da GPx entre os genoacutetipos em ambas as fases de seu
estudo (preacute e poacutes suplementaccedilatildeo de castanha-do-brasil) poreacutem encontraram correlaccedilatildeo entre
o Se eritrocitaacuterio e a atividade da GPx apenas para o grupo ProPro em ambas as fases O
mesmo resultado foi observado no estudo de Cardoso et al (2012) que tambeacutem observaram
correlaccedilatildeo entre o Se eritrocitaacuterio e a atividade da GPx apenas para o grupo ProPro tanto nos
indiviacuteduos com Alzheimer quanto no grupo controle A mesma correlaccedilatildeo foi descrita por
Jablonska et al (2009) Hu e Diamond (2003) e Karunashinghe et al (2011) Estes dados satildeo
uacuteteis para entender os mecanismos e a manutenccedilatildeo da variabilidade geneacutetica na populaccedilatildeo
bem como para a identificaccedilatildeo de genes associados com doenccedilas complexas (HIRAGI et al
2011) Todos esses resultados mostram que o efeito do polimorfismo Pro198Leu deve
continuar sendo investigado em diferentes populaccedilotildees
76
Tabela 11 Concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico eritrocitaacuterio atividade da enzima GPx MDA e
ORAC de acordo com o genoacutetipo para o polimorfismo Pro198Leu (rs1050450) no gene que
codifica para GPx 1 das participantes
Variaacuteveis ProPro
MD (DP) (n= 107)
ProLeu
MD (DP) (n = 70)
LeuLeu
MD (DP) (n = 13)
pa
Se no Plasma (microgL) 5366 (5225) 5417 (3993) 5577 (1866) 099
Se no Eritroacutecito (microgL) 7804 (3883) 7769 (3618) 7935 (2944) 099
GPx Eritrocitaacuteria (Ug Hb) 4751 (2277) 4426 (2604) 4261 (1374) 058
MDA (microM) 097 (111) 084 (022) 085 (023) 060
ORAC (mmol eq troloxg de amostra) 163 (151) 159 (130) 128 (076) 071
a Valor de p calculado pela ANOVA MD - Meacutedia DP - Desvio Padratildeo
59 POLIMORFISMO GSTM1
A GST faz parte de uma famiacutelia de enzimas intracelulares que modullam a accedilatildeo de
toxinas endoacutegenas e exoacutegenas sobre as ceacutelulas evitando danos ao DNA (MANNERVICK
1985) Esta famiacutelia de enzimas estaacute envolvida no metabolismo de muitos carcinoacutegenos
poluentes ambientais e drogas anticanceriacutegenas por isso a inexistecircncia de isoenzimas
especiacuteficas pode gerar efeito significativo na toleracircncia do organismo ao estresse oxidativo
(ZHENG et al 2002 MORAIS et al 2008) O gene da classe mu (GSTM1) abordado nesta
pesquisa eacute polimoacuterfico em humanos e estatildeo ausentes ou deletados de forma homozigoacutetica em
40 a 50 em diferentes populaccedilotildees eacutetnicas (NELSON et al 1995 HATAGIMA et al 2000
GISNBERG et al 2009)
A Tabela 12 apresenta a distribuiccedilatildeo das participantes de acordo com o genoacutetipo do
polimorfismo GSTM1 O genoacutetipo nulo ou deletado (--) indica que o gene inteiro apresenta
deleccedilatildeo e portanto o indiviacuteduo natildeo expressa a proteiacutena GST O genoacutetipo presente (++) eacute a
forma selvagem ou seja natildeo apresenta deleccedilatildeo do gene e o indiviacuteduo expressa a GST
Tabela 12 Distribuiccedilatildeo do polimorfismo GSTM1 no gene da GST das participantes (n =
180)
GSTM1 n
Presente (++) 104 5780
Nulo ou Deletado (--) 76 4220
77
Natildeo foram observadas diferenccedilas entre as concentraccedilotildees de Hg na populaccedilatildeo avaliada
de acordo com os genoacutetipos do polimorfismo GSTM1 bem como os paracircmetros relativos ao
estresse oxidativo (Tabela 13)
Tabela 13 Concentraccedilotildees de Hg de MDA e valores de ORAC de acordo com o genoacutetipo
para o polimorfismo GSTM1 no gene da GST das participantes
Variaacuteveis Presente (++)
MD (DP)
(n= 104)
Nulo (--)
MD (DP)
(n = 76)
pa
Hg (ng g-1
) 56365 (69475) 70863 (75295) 0184
MDA (microM) 095 (113) 087 (027) 0570
ORAC (mmol eq troloxg de amostra) 165 (159) 158 (117) 0730 a Valor de p calculado pelo teste T-Student
Klatau-Gimaratildees et al (2005) verificaram que em algumas tribos indiacutegenas da
Amazocircnia os indiviacuteduos que carreavam o genoacutetipo nulo ou seja deleccedilatildeo do gene inteiro
tinham maiores concentraccedilotildees de Hg nos cabelos Tais pesquisadores concluiacuteram que os
fatores geneacuteticos podem influenciar o acuacutemulo de Hg no organismo e os indiviacuteduos com
genoacutetipo nulo natildeo estatildeo aptos a destoxificar o metal pois essa funccedilatildeo eacute atribuiacuteda agrave GST
Entretanto outros estudos natildeo encontraram correlaccedilatildeo entre as concentraccedilotildees do metal
com os genoacutetipos do GSTM1 Gundacker et al (2007) em seu estudo com 222 estudantes da
Universidade de Viena relacionaram as concentraccedilotildees de Hg no sangue e na urina com os
genoacutetipos presente ou nulo do polimorfismo Os autores natildeo encontraram associaccedilatildeo entre
esses dois paracircmetros mas foi observado que as pessoas com genoacutetipo nulo apresentavam
valores mais elevados do metal Os autores verificaram que 56 dos indiviacuteduos carreavam o
genoacutetipo nulo tinham concentraccedilotildees mais baixas de Hg no sangue coincidindo com
concentraccedilotildees tiacutepicas de populaccedilotildees natildeo expostas agrave toxicidade Os resultados levaram agrave
hipoacutetese de que os indiviacuteduos com a deleccedilatildeo para GST apresentam atividade cataliacutetica
prejudicada e satildeo menos capazes de aumentar a sua capacidade de excreccedilatildeo do Hg levando a
uma maior acumulaccedilatildeo do metal no organismo
Estudos sobre a relaccedilatildeo entre o polimorfismo da GST e as concentraccedilotildees de Hg em
humanos satildeo escassos Custodio et al (2004 e 2005) verificaram que o polimorfismo GSTM1
natildeo teve efeito sobre as concentraccedilotildees de Hg no sangue total plasma e urina Entretanto
concluiacuteram que indiviacuteduos carreadores do genoacutetipo deletado apresentam atividade da enzima
reduzida e dessa forma maiores concentraccedilotildees e retenccedilatildeo de Hg
78
Lee et al (2009) analisaram o polimorfismo GSTM1 associado agrave exposiccedilatildeo intra-
uterina de Hg e o peso ao nascer de crianccedilas de etnia coreana Dentre as 417 gestantes
avaliadas 595 carreavam genoacutetipo nulo sem diferenccedila significativa nas concentraccedilotildees de
Hg no sangue e no cordatildeo umbilical em relaccedilatildeo agravequelas com genoacutetipo selvagem Apesar
disso os autores observaram que as crianccedilas cujas matildees carreavam o genoacutetipo nulo
apresentaram relaccedilatildeo inversa do peso ao nascer com as concentraccedilotildees de Hg no cordatildeo
umbilical Entretanto esta relaccedilatildeo natildeo foi observada nas crianccedilas filhas de matildees com genoacutetipo
selvagem Os pesquisadores afirmaram que este fato pode ser explicado em razatildeo do Hg ser
transferido para o feto atraveacutes da placenta Dessa forma foi demosntrado que o polimorfismo
GSTM1 pode desempenhar papel importante na relaccedilatildeo entre a concentraccedilatildeo de Hg e o peso
ao nascer
Na populaccedilatildeo brasileira a frequecircncia desse polimorfismo tambeacutem eacute elevada
Hatagima et al (2000) avaliaram 658 indiviacuteduos do Rio de Janeiro e 179 de Brasiacutelia e a
frequecircncia do genoacutetipo nulo foi semelhante nas duas populaccedilotildees 46 na populaccedilatildeo carioca e
49 na brasiliense Gattaacutes et al (2004) analisaram a frequecircncia em 594 indiviacuteduos
selecionados na cidade de Satildeo Paulo e 137 homens da aacuterea rural da Bahia A distribuiccedilatildeo do
genoacutetipo nulo avaliado foi mais frequente nos indiviacuteduos brancos (554) que nos pardos
(414) e negros (328) em Satildeo Paulo Na Bahia essa frequecircncia foi de 357
Hiragi et al (2011) determinaram a frequecircncia do polimorfismo em 304 indiviacuteduos
pertencentes a trecircs grupos eacutetnicos diferentes No grupo constituiacutedo por 60 adultos indiacutegenas
55 apresentaram genoacutetipo nulo e no grupo composto por 72 indiviacuteduos afrodescendentes
53 No terceiro grupo que foi formado por 172 indiviacuteduos que residiam no Distrito Federal
63 apresentaram genoacutetipo deletado
Em um estudo com 120 pacientes com diagnoacutestico de diabetes tipo 2 de Goiacircnia (GO)
Pinheiro et al (2013) observaram uma frequecircncia do genoacutetipo nulo de 41 no grupo caso
enquanto no grupo controle foi de 122 Natildeo foi observada qualquer associaccedilatildeo da deleccedilatildeo
com a suscetibilidade agrave doenccedila na populaccedilatildeo estudada apesar de ter sido observada uma
associaccedilatildeo com aumento significativo da glicemia de jejum hemoglobina glicada e pressatildeo
arterial
Anton et al (2010) verificaram a influecircncia do polimorfismo GSTM1 na
susceptibilidade ao cacircncer de mama em 15 mulheres com diagnoacutestico da doenccedila e em 30
mulheres saudaacuteveis atendidas em um hospital do sul do Brasil Foi observado que 467 das
mulheres carreavam o genoacutetipo nulo e 433 das mulheres do grupo controle tambeacutem
apresentaram a deleccedilatildeo do genoacutetipo Os pesquisadores sugeriram que a deleccedilatildeo homozigoacutetica
79
do gene pode estar associada com maior susceptibilidade ao cacircncer de mama na populaccedilatildeo
estudada entretanto mais estudos satildeo necessaacuterios
Possuelo et al (2013) tambeacutem avaliaram a frequecircncia do polimorfismo GSTM1 em 49
pacientes diagnosticadas com cacircncer de mama e 49 mulheres saudaacuteveis A frequecircncia de
alelos nulos foi significativamente maior no grupo caso (588) em comparaccedilatildeo ao grupo
controle (412) sugerindo uma possiacutevel influecircncia deste genoacutetipo na susceptibilidade agrave
doenccedila
Em trabalhos internacionais verificam-se porcentagens semelhantes aos resultados
apresentados Conforme Ginsberg et al (2009) a porcentagem de indiviacuteduos com genoacutetipo
nulo em afro-americanos eacute de 21 em chineses de 58 em japoneses 45 em mexicanos
41 e em caucasianos 53 Segundo Hatagima et al (2000) a porcentagem em ingleses eacute de
545 e em franceses 429
80
6 CONCLUSAtildeO
Pode-se concluir que as mulheres rondonienses residentes em aacuterea urbana considerada
de risco de contaminaccedilatildeo por Hg apresentaram status de Se inferior ao recomendado e
independente do genoacutetipo em relaccedilatildeo ao SNP Pro198Leu no gene da GPx A concentraccedilatildeo de
Hg nos cabelos estava dentro dos limites seguros e natildeo houve relaccedilatildeo com o polimorfismo de
deleccedilatildeo no gene GSTM1 Os referidos polimorfismos tambeacutem natildeo afetaram os biomarcadores
de estresse oxidativo avaliados
81
7 CRONOGRAMA
Atividades Desenvolvidas
(2010 ndash 2015)
2010 - 2011 2012 - 2015
Revisatildeo da Literatura X
Submissatildeo do projeto ao Comitecirc de Eacutetica (CEP) X
Disciplinas (20 Creacuteditos) X X
Preparo dos Materiais para Coleta X
Coleta de Dados X
Anaacutelise do Consumo Alimentar e Antropometria X X
Anaacutelises da enzima GPx X
Anaacutelise de Hemoglobina X
Anaacutelise Determinaccedilatildeo do Hg nos cabelos X
Anaacutelise de Se (Plasma e Eritroacutecito) X
Qualificaccedilatildeo da Tese X
Anaacutelise Estresse Oxidativo (MDA) X
Anaacutelise Estresse Oxidativo (ORAC) X
Determinaccedilotildees dos Polimorfismos Pro198Leu e
GSTM1 X
Tabulaccedilatildeo de Dados X
Anaacutelise Estatiacutestica X
Tese do Doutorado X
Artigo Cientiacutefico X
82
REFEREcircNCIAS
ADAME EM FLOREA D PEacuteREZ LS LOacutePEZ JM LOacutePEZ-GONZAacuteLEZ B
CRUZ AP Deficient selenium status of a healthy adult spanish population Nutricion
Hospitalaria v27 n2 p524-528 2012
AMORIM MI MERGLER D BAHIA MO DUBEAU H MIRANDA D LEBEL J
BURBANO RR LUCOTTE M Cytogenetic damage related to low levels of
methylmercury contamination in the Brazilian Amazon Anais da Academia Brasileira de
Ciecircncias v72 n4 p497ndash507 2000
AMOUROUX DA LISS PSB TESSIER EA HAMREN-LARSSON MB
DONARD OFX Role of oceans as biogenic sources of selenium Earth and Planetary
Science Letters v189 n34 p277-283 2001
ARSOVA-SARAFINOVSKA Z MZTEVSKA N EKEN A PETROVSKI D BANEV
S DZIKOVA S GEORGIEV V SIKOLE A ERDEM O SAYAL A AYDIN A
DIMOVSKI AJ GPx1 genetic polymorfism erytrocyte GPx activity and prostate cacircncer
risk International Urology and Nephrologuy v41 n1 p63-70 2009
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA OBESIDADE E DA SIacuteNDROME
METABOacuteLICA Diretrizes brasileiras de obesidade 20092010 3ed Itapevi AC
Farmacecircutica 2009 83p
AZEVEDO FA Toxicologia do mercuacuterio Satildeo Carlos Rima 2003 292p
BAEYENS WRG EBIGHAUS R VASILIEV OF eds Global and regional mercury
cycles sources fluxes and mass balances Dordrecht Kluwer Academic 1996 563p (NATO
ASI series Partnership sub-series 2 environment v21) [Proceedings of the NATO Advanced
Research Workshop on Regional and Global Mercury Cycles sources fluxes and mass
balances Novosibirsk Russia july 10-14 1995]
BAacuteRAacuteNY E BERGDAHL IA BRATTEBY LE LUNDH T SAMUELSON G
SCHUTZ A SKERFVING S OSKARSSON A Relationship between trace element
concentrations in human blood and serum Toxicology Letters v134 n13 p177ndash184
2002
BASTOS WR GOMES JPO OLIVEIRA RC ALMEIDA R NASCIMENTO EL
BERNARDI JVE LACERDA LD SILVEIRA EG PFEIFFER WC Mercury in the
environment and riverside population in the Madeira River Basin Amazon Brazil Science of
the Total Environment v368 n1 p344-351 2006 [Selected papers from the 7th
International Conference on Mercury as a Global Pollutant Ljubljana Slovenia June 27 - July
2 2004]
BEATON GH 1994 Criteria of an adequate diet In Shils RE Olson JA Shike M eds
Modern Nutrition in Health and Disease 8th edition Philadelphia Lea amp Febiger Pp 1491ndash
1505
BISINOTI MC Biogeoquiacutemica aquaacutetica do mercuacuterio orgacircnico na bacia do Rio Negro
Amazocircnia Campinas 2005 169p Tese de Doutorado ndash Instituto de Quiacutemica - Universidade
Estadual de Campinas
83
BISINOTI MC JARDIM WF O comportamento do metilmercuacuterio (meHg) no ambiente
Quiacutemica Nova v27 n4 p593-600 2004
BOENING DW Ecological effects transport and fate of mercury a general review
Chemosphere v40 n12 p1335-1351 2000
BOISCHIO AA HENSHEL DS Linear regression models of methyl mercury exposure
during prenatal and early postnatal life among riverside people along the upper Madeira river
Amazon Environmental Research v83 n2 p150-161 2000
BORTOLI MC Avaliaccedilatildeo dos niacuteveis sanguiacuteneos do hormocircnio tireiodiano ativo (T3) e do
estado nutricional relativo ao selecircnio de mulheres residentes em aacutereas de exposiccedilatildeo ao
mercuacuterio Satildeo Paulo 2010 130p Tese de Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas
- Universidade de Satildeo Paulo
BRABO ES SANTOS EO JESUS IM MASCARENHAS AF FAIAL KF Niacuteveis
de mercuacuterio em peixes consumidos pela comunidade indiacutegena de Sai Cinza na Reserva
Munduruku Municiacutepio de Jacareacanga Estado do Paraacute Brasil Cadernos de Sauacutede
Puacuteblica v15 n2 p325-332 1999
BRASIL Resoluccedilatildeo CONAMA n5 de 5 de agosto de 1993 Dispotildee sobre o gerenciamento
de resiacuteduos soacutelidos gerados nos portos aeroportos terminais ferroviaacuterios e rodoviaacuterios
(Revogadas as disposiccedilotildees que tratam de resiacuteduos soacutelidos oriundos de serviccedilos de sauacutede pela
Resoluccedilatildeo n35805) Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia n166 31 de agosto de 1993 Seccedilatildeo
1 p12996-12998
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo
Baacutesica Coordenaccedilatildeo geral da Poliacutetica de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo Sisvan antropometria
como pesar e medir Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004
BRENNEISEN P STEINBRENNER H SIES H Selenium oxidative stress and health
aspects Molecular Aspects of Medicine v26 n45 p256-267 2005
BROOKES AJ The essence of SNPs Gene v234 n2 p177-186 1999
BROWN KM ARTHUR JR Selenium selenoproteins and human health a review Public
Health Nutrition v4 n2b p593-599 2001
BURK RF Recent developments in trace element metabolism and function newer roles of
selenium in nutrition Journal of Nutrition v119 n7 p1051-1054 1998
BURIM RV CANALLE R MARTINELLI ALC TAKAHASHI CS Polymorphisms
in glutathione S-transferases GSTM1 GSTT1 and GSTP1 and cytochromes P450 CYP2E1
and CYP1A1 and susceptibility to cirrhosis or pancreatitis in alcoholics Mutagenesis v19
n4 p291ndash298 2004
CAMPOS MS SARKIS JES MULLER RCS BRABO ES SANTOS EO
Correlation between mercury and selenium concentrations in Indian hair from Rondocircnia
State Amazon region Brazil Science of the Total Environment v287 n12 p155-161
2002
84
CANELA MC Determinaccedilatildeo de mercuacuterio a niacutevel de traccedilo aplicaccedilatildeo em amostras de
interesse ambiental Campinas 1995 79p Dissertaccedilatildeo de Mestrado ndash Instituto de Quiacutemica ndash
Universidade Estadual de Campinas
CARDOSO BR ONG TP JACOB-FILHO W JALUUL O FREITAS MI
COZZOLINO SM Nutritional status of selenium in Alzheimerrsquos disease patients Britsh
Journal of Nutrition v103 n6 p803-806 2010
CARDOSO BR ONG TP JACOB-FILHO W JALUUL O FREITAS MI
COMINETTI C COZZOLINO SM Glutathione peroxidase 1 polymorphism in Brazilian
Alzheimers disease patients relations to the enzyme activity and to selenium status Journal
of Nutrigenetic and Nutrigenomics v5 n2 p72-80 2012
CASTRO L FREEMAN BA Reactive oxygen species in human health and disease
Nutrition v17 n2 p161-165 2001
CASTRO NSS LIMA MO Biomarkers of mercury exposure in the Amazon BioMed
Research International v2014 art867069 p1-10 2014 [Review]
CEZAR MRS Avaliaccedilatildeo da exposiccedilatildeo ao mercuacuterio e seus compostos em matildees e seus
receacutem-nascidos em Porto Velho ndash RO Beleacutem 2002 69p Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Nuacutecleo
de Medicina Tropical - Universidade Federal do Paraacute
CINTRA RMGC Biodisponibilidade de selecircnio em dieta regional de Satildeo Paulo Satildeo
Paulo 1990 74p Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas ndash
Universidade de Satildeo Paulo
CHANG JC GUTENMANN WH REID CM LISK DJ Selenium content of Brazil
nuts from two geographic locations in Brazil Chemosphere v30 n4 p801-802 1995
CHARRIER J MAUGARD CM LE MEVEL B BIGNON YJ Allelotype influence at
glutathione S-transferase M1 locus in breast cancer susceptibility British Journal of
Cancer v79 n2 p346-53 1999
CHAUHAN A CHAUHAN V Oxidative stress in autism Pathophysiology v13 n13
p171-181 2006
CHEN CL LIU Q RELLING MV Simultaneous characterization of glutathione S-
transferase M1 and T1 polymorphisms by polymerase-chain reaction in American whites and
blacks Pharmacogenetics v6 n2 p187-191 1996
CHEN C OU L LI B XING L GUANG J TIACHENG W YUXI G PEIQUN Z
MEI L WEI C ZHIFANG C Increased Oxidative DNA Damage as assessed by urinary
8-hidroxy-2 deoxyguanosine concentrations and serum redox status in persons exposed to
mercury Clinical Chemistry v51 n4 p759-767 2005
CHEN H YU M LI M ZHAO R ZHU Q ZHOU W LU M LU Y ZHENG T
JIANQ J ZHAO W XIANG K JIA W LIU L Polymorphic variations in manganese
superoxide dismutase (MnSOD) glutathione peroxidase ndash 1 (GPx 1) and catalase (CAT)
contribuite to elevated plasma triglyceride levels in Chinese patients with type 2 diabetes or
diabetic cardiovascular disease Molecular Cell Biochemistry v363 p85ndash91 2012
85
CHEN Y KAPETANOVIC I CROWELL J IP C MORRISSEY R LYUBIMOV A
Thirteen week oral (Gavage) toxicity study of L-Se-Methylselenocysteine (SeMC) in rats
Toxicological Science v90 n1-S p343 2006
COLOMBO J ROSSIT ARB CAETANO A BORIM AA WORNRATH D
SILVA AE GSTT1 GSTM1 and CYP2E1 genetic polymorphisms in gastric cancer and
chronic gastritis in a Brazilian population World Journal of Gastroenterology v10 n9
p1240ndash1245 2004
COMBS Jr GF WATTS JC JACKSON MI JOHNSON LK ZENG H SCHEETT
AJ UTHUS EO SCHOMBURG L HOEG A HOEFIG CS DAVIS CD
MILNER JA Determinants of selenium status in healthy adults Nutrition Journal v10
p75 2011
COMINETTI C Efeito da suplementaccedilatildeo com castanha do Brasil (Bertholletia excelsa
H B K) sobre o estresse oxidativo em mulheres obesas e sua relaccedilatildeo com o
polimorfismo Pro198Leu no gene da glutationa peroxidase 1 Satildeo Paulo 2010 115p Tese
de Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo
COMINETTI C BORTOLI MC ABDALLA DSP COZZOLINO SMF
Considerations about oxidative stress selenium and nutrigenetics Nutrire v36 n3 p131-
153 2011 [Review]
COMINETTI C BORTOLI MC PURGATTO E ONG TP MORENO FS
GARRIDO Jr BG COZZOLINO SMF Associations between glutathione peroxidase-1
Pro198Leu polymorphism selenium status and DNA damage levels in obese women after
consumption of Brazil nuts Nutrition v27 n9 p891-896 2011
COUTINHO VE Efeito da suplementaccedilatildeo de selecircnio por meio da ingestatildeo de castanhas-
do-Brasil (Bertholletia excelsa HBK) no estado nutricional relativo ao selecircnio de
praticantes de atividade fiacutesica (capoeira) Satildeo Paulo 2001 150p Tese de Doutorado -
Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo
COVAULT J ABREU C KRANZLER H ONCKEN C Quantitative real-time PCR for
gene dosage determinations in microdeletion genotypes BioTechniques v35 n3 p594-
598 2003
COZZOLINO SMF Deficiecircncias de minerais Estudos Avanccedilados v21 n60 p119-126
2007
CRESPO-LOPEZ ME SA AL HERCULANO AM BURBANO RR
NASCIMENTO JLM Methylmercury genotoxicity a novel effect in human cell lines of the
central nervous system Environment International v33 n2 p141ndash146 2007
CUSTODIO HM BROBERG K WENNBERG M JANSSON JH VESSBY B
HALLMANS G STEGMAYR B SKERFVING S Polymorphisms in glutathione-related
genes affect methylmercury retention Archives of Environmental Health v59 n11
p588ndash595 2004
CRESPO-LOacutePEZ ME SANTOS ECO BRABO ES RODRIGUES AR COcircRTES
MIT SILVEIRA LCL Comparative study of human exposure to mercury in riverside
86
communities of Amazon Brazilian Journal of Medical and Biological Research v39 n3
p411-414 2006
CUSTODIO HM HARARI R GERHARDSSON L SKERFVING S BROBERG K
Genetic influences on the retention of inorganic mercury Archives of Environmental amp
Occupational Health v60 n1 p17ndash23 2005
DAVIS CD UTHUS EO Dietary selenite and azadeoxycytidine treatments affect
dimethilhidrazine-induced aberrant crypt formation in rat colon and DNA methylation in HT
ndash 29 cells Journal of Nutrition v132 n2 p292-297 2002
DEJONG JL CHANG CM WHANG-PERNG J KNUTSEN T TU CPD The
human liver glutathione S-transferase gene superfamily expression and chromosome
mapping of Hb subunit cDNA Nucleic Acids Research v16 n17 p8541-8554 1988
DI PIETRO A VISALLI G LA MAESTRA S MICALE R BALUCE B
MATARESE G CINGANO L SCOGLIO ME Biomonitoring of DNA damage in
peripheral blood lymphocytes of subjects with dental restorative fillings Mutation Research
v650 n2 p115ndash122 2008
DOMINGUES J Determinaccedilatildeo de mercuacuterio total em amostras de cabelo e sua relaccedilatildeo
com o desenvolvimento psicomotor de crianccedilas na comunidade de Barreiras Paraacute
Beleacutem 2000 91p Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Nuacutecleo de Medicina Tropical - Universidade
Federal do Paraacute
DONADIO JLS Polimorfismos nos genes da enzima glutationa peroxidase e
biomarcadores do estado nutricional relativo ao selecircnio em populaccedilatildeo adulta de Satildeo
Paulo Satildeo Paulo 2011 75p Disssertaccedilatildeo de Mestrado - Faculdade de Ciecircncias
Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo
DRASCH G MAILAumlNDER S SCHLOSSER C ROIDER G Content of non-mercury-
associated selenium in human tissues Biological Trace Element Research v77 n3 p219-
230 2000
DUMONT E VANHAECKE F CORNELIS R Selenium speciation from food source to
metabolites a critical review Analytical and Bioanalytical Chemistry v385 n7 p1304-
1323 2006
DUSINSKAacute M VALLOVAacute B URSIacuteNYOVAacute M HLADIacuteKOVAacute V SMOLKOVAacute B
WSOacuteLOVAacute L RASLOVAacute K COLLINS AR DNA damageand antioxidants
fluctuations through the year in a central European population group Food and Chemical
Toxicology v40 n8 p1119ndash1123 2002
EGASHIRA EM MIZIARA APB LEONI LAB Grupo do arroz patildeo massa batata e
mandioca PHILIPPI ST org Piracircmide dos alimentos fundamentos baacutesicos da nutriccedilatildeo
2ed Barueri Manole 2014 (Guias de Nutriccedilatildeo e Alimentaccedilatildeo)
EPA (US Environmental Protection Agency) Mercury in Medical Facilities Revised August
2003 Updated 2005
87
ERCAL N GURER-ORHAN H AYKIN-BURNS N Toxic metals and oxidative stress
Part I Mechanisms involved in metal-induced oxidative damage Current Topics in
Medicinal Chemistry v1 n6 p529-539 2001
FABIAN E POLOSKEY P KOacuteSA L ELMADFA I REacuteTHY LA Nutritional
supplements and plasma antioxidants in childhood asthma Wiener Klinische
Wochenschrift v125 n1112 p309ndash315 2013
FADINI PS JARDIM WF Is the Negro River Basin (Amazon) impacted by naturally
occurring mercury Science of the Total Environment v275 n13 p71-82 2001
FAIRWEATHER-TAIT SJ BAO Y BROADLEY MR COLLINGS R FORD D
HESKETH JE HURST R Selenium in human health and disease Antioxidants amp Redox
Signaling v14 n7 p1337-1383 2011
FARELLA N Les fermes familiales de la reacutegion frontiegravere du Tapajoacutes en Amazonie
breacutesilienne relations entre les origines les pratiques agricoles les impacts sur les sols et le
deacuteboisement Montreacuteal 2005 209p Tese de Doutorado ndash Universiteacute Du Queacutebec agrave Montreacuteal
FARIAS LA FAVARO DIT VASCONCELLOS MBA Determinaccedilatildeo de mercuacuterio e
metilmercuacuterio em amostras de cabelo e peixes Revista do Instituto Adolfo Lutz v68 n3
p451-460 2009
FARIAS LA SANTOS NR FAVARO DIT BRAGA ES Mercuacuterio total em cabelo de
crianccedilas de uma populaccedilatildeo costeira Cananeacuteia Satildeo Paulo Brasil Cadernos de Sauacutede
Puacuteblica v24 n10 p2249-2256 2008
FARIAS LA Avaliaccedilatildeo do conteuacutedo de mercuacuterio metilmercuacuterio e outros elementos de
interesse em peixes e em amostras de cabelos e dietas de preacute-escolares da Regiatildeo
Amazocircnica Satildeo Paulo 2006 233p Tese de Doutorado ndash Instituto de Pesquisas Energeacuteticas e
Nucleares - Universidade de Satildeo Paulo
FARIAS LA FAacuteVARO DIT MAIHARA VA VASCONCELOS MBA
YUYAMA LK AGUIAR JPL ALENCAR FH Assessment of daily dietary intake of
Hg and some essential elements in diets of children from the Amazon region Journal of
Radioanalytical and Nuclear Chemistry v270 n1 p217-223 2006
FOLVEN KI GLOVER CN MALDE MK LINDEBEYE AK Does selenium modify
neurobehavioral impacts of developmental methylmercury exposure in mice Environmental
Toxicology and Pharmacology v28 n1 p111-119 2009
FORD M DELANEY KA LING L ERICKSON T Clinical toxicology Philadelphia
W B Saunders 2001 p737ndash742
FORSBERG L DE FAIRE U MARKLUND SL ANDERSSON PM STEGMAYR
B MORGENSTERN R Phenotype determination of a common Pro-Leu polymorphism in
human glutathione peroxidase 1 Blood Cells Molecules amp Diseases v26 n5 p423-426
2000
FOSBERG L DE FAIRE U MORGENSTERN R Low yield of polymorphisms from
EST blast searching analysis of genes related to oxidative stress and verification of the
P197L polymorphism in GPX1 Human Mutation v13 n4 p294-300 1999
88
FOX T FAIRWEATHER-TAIT SJ Selenium In HURRELL R ed The mineral
fortification of foods Leatherhead Leatherhead Publishing 1999 v2 p1-44 (A
Leatherhead Food RA publication)
FRISANCHO AR Anthropometric standards for the assessment of growth and
nutritional status Ann Arbor University of Michigan Press 1990 189p
GAacuteC P PAWLAS N POREBA R POREBA M MARKIEWICZ-GOacuteRKA I
JANUSZEWSKA L OLSZOWY Z PAWLAS K Interaction between blood selenium
concentration and a levels of oxidative stress and antioxidative capacity in healthy children
Environmental Toxicology and Pharmacology v39 n1 p137-144 2014
GAILER J GRAHAM NG PICKERING IJ MADDEN S PRINCE RC YU EY
DENTON MB YOUNIS HS APOSHIAN HV Structural Basis of the Antagonism
between Inorganic Mercury and Selenium in mammals ChemResToxicol 2000 13-1135-
1142
GALAN-CHILET I TELLEZ-PLAZA M GUALLAR E MARCO G LOPEZ-
IZQUIERDO R GONZALEZ-MANZANO I TORMOS MC MARTIN-NUNtildeEZ GM
ROJO-MARTINEZ G SAEZ GT MARTIacuteN-ESCUDERO JC REDON J JAVIER-
CHAVES F Plasma selenium and oxidative stress biomarkers a gene-environment
interaction population based study Free Radical Biology and Medicine v74 p229-236
2014
GALVAtildeO RCF BERNARDI JVE ALMEIDA R BASTOS WR GOMES JPO
Relaccedilatildeo espacial do mercuacuterio e elementos traccedilos em sedimento de fundo no Alto Rio
Madeira In SEMINAacuteRIO DE RECURSOS HIacuteDRICOS DA BACIA HIDROGRAacuteFICA DO
PARAIacuteBA DO SUL O EUCALIPTO E O CICLO HIDROLOacuteGICO 1 Taubateacute 2007
Anais Taubateacute IPABHi 2007 p51-57
GANTHER HE SUNDE ML Factors in fish modifying methylmercury toxicity and
metabolism Biological Trace Element Research v119 n3 p221-233 2007
GATTAacuteS GHF KATO M SOARES-VIEIRA JA SIRAQUE MS KOHLER P
GOMES L REGO MAV BYDLOWSKI SP Ethnicity and glutathione S-transferase
(GSTM1 GSTT1) polymorphisms in a Brazilian population Brazilian Journal of Medical
and Biological Research v37 n4 p451-458 2004
GINSBERG G SMOLENSKI S HATTIS D GUYTON KZ JOHNS DO
SONAWANE B Genetic polymorphism in glutathione transferases (GST) population
distribution of GSTM1 T1 and P1 conjugating activity Journal of Toxicology and
Environmental Health Part B Critical Reviews v12 n56 p389-439 2009
GONZAGA IB MARTENS A COZZOLINO SMF Selecircnio In COZZOLINO SMF
org Biodisponibilidade de nutrientes 2ed Barueri Manole 2007 Cap28 p575-613
GONZAGA IB Avaliaccedilatildeo nutricional relativa ao selecircnio em crianccedilas com dieta
enriquecida de castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa L) Satildeo Paulo 2002 157p Tese
de Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo
GONZAGA IB MARTENS A COZZOLINO SMF Selecircnio In COZZOLINO SMF
org Biodisponibilidade de nutrientes Barueri Manole 2005 cap26 p539-577
89
GREGUS Z GYURASICS AI CSANAKY I PINTER Z Effects of methylmercury and
organic acid on the disposition of exogenous selenium in rats Toxicology and Applied
Pharmacology v174 n2 p177ndash187 2001
GRYGIEL-GOacuteRNIAK B MARCINKOWSKA J SZCZEPANIK A PRZYSLAWSKI J
Nutritional habits and oxidative stress in postmenopausal age Polskie Archiwum Medycyny
Wewnetrznej v124 n6 p298ndash305 2014
GUNDACKER C KOMARNICKI G ZOumlDL B FORSTER C SHUSTER E
WITTMANN K Whole blood mercury and selenium concentrations in a selected Austrian
population Does gender matter Science of the Total Environment v372 n1 p76-86
2006
GUNDACKER C KOMARNICKI G JAGIELLO P GENCIKOVA A DAHMEN N
WITTMANN KJ GENCIK M Glutathione-S-transferase polymorphism metallothionein
expression and mercury levels among students in Austria Science of the Total
Environment v385 n13 p37-47 2007
HACON SS DOacuteREA JG FONSECA MF OLIVEIRA BA MOURAtildeO DS RUIZ
CMV GONCcedilALVES RA MARIANI CF BASTOS WR The influence of chances in
lifestyle and mercury exposure in riverine populations of the Madeira River (Amazon Basin)
near a hydroelectric project International Journal of Environmental Research and Public
Health v11 n3 p2437-2455 2014
HALLIWELL B CHIRICO S Lipid peroxidation its mechanisms measurement and
significance American Journal and Clinical Nutrition v57 n5 suppl p715S-725S
1993
HAMANASHI T FURUTA H KATO H DOI A TAMAI M SHIMOMURA H
SAKAGASHIRA S NISHI M SASAKI H SANKE T NANJO K Functional variants
in the glutathione peroxidase-1 (GPx-1) gene are associated with increased intima-media
thickness of carotid arteries and risk of macrovascular disease in Japanese type 2 diabetic
patients Diabetes v53 n9 p2455-2460 2004
HARADA M NAKANISHI J YASODA E PINHEIRO MCN OIKAWA TAG
GUIMARAcircES GA CARDOSO BS KIZAKI T OHNO H Mercury pollution in the
Tapajos River basin Amazon mercury level of head hair and health effects Environment
International v27 n4 p285ndash290 2001
HATAGIMA A KLATAU-GUIMARAtildeES MZ SILVA FP CABELLO PH
Glutathione S-transferase M1 (GSTM1) polymorfism in two Brazillian populations Genetics
and Molecular Biology v23 n4 p709-713 2000
HERBETTE S ROECKEL-DREVET P DREVET JR Seleno-independent glutathione
peroxidases more than simple antioxidant scavengers FEBS Journal v274 n9 p2163-
2180 2007
HERCULANO AM CRESPO-LOacutePEZ ME LIMA SMA PINCANCcedilO DINIZ
DLW NASCIMENTO JLM Methylmercury intoxication activates nitric oxide synthase
in chick retinal cell culture Brazilian Journal of Medical and Biological Research v39
n3 p415ndash418 2006
90
HOLBEN DH SMITH AM The diverse role of selenium within selenoproteins a review
Journal of the American Dietetic Association v99 n7 p836-843 1999
HORVAT M BAEYENS W EBINGHAUS R VASILIEV O Mercury analysis and
speciation in environmental samples In NATO ASI SERIES 2 ENVIRONMENT global and
regional mercury cycles sources fluxes and mass balances Novosibirsk 1996 Kluwer
1996 p1-31
HU YJ DIAMOND AM Role of glutathione peroxidase 1 in breast cancer loss of
heterozygosity and allelic differences in the response to selenium Cancer Research v63
n12 p3347-3351 2003
HSIEH YY SHEN WS LEE LY WU TL NING HC SUN CF Long-term
changes in trace elements in patients undergoing chronic hemodialysis Biological Trace
Element Research v109 n2 p115-121 2006
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Atlas do Censo demograacutefico 2010 Rio de
Janeiro IBGE 2013 Disponiacutevel em httpbibliotecaibgegovbrvisualizacaolivrosliv64529_capa_sumpdf
Acesso em 02 Jan 2015
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Censo demograacutefico 2010 caracteriacutesticas
da populaccedilatildeo e dos domiciacutelios resultados do universo Rio de Janeiro IBGE 2011 270p Disponiacutevel em
httpbibliotecaibgegovbrvisualizacaoperiodicos93cd_2010_caracteristicas_populacao_domiciliospdf
Acesso em 02 Jan 2015
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Estimativas da populaccedilatildeo residente no
Brasil e unidades da Federaccedilatildeo com data de referecircncia em 1ordm de julho de 2014 2014 8p Disponiacutevel em
ftpftpibgegovbrEstimativas_de_PopulacaoEstimativas_2014nota_metodologica_2014pdf Acesso em 02
Jan 2015
INSTITUTE OF MEDICINE (United States) Dietary reference intakes for vitamin C
vitamin E selenium and carotenoides Washington National Academy Press 2000 529p
INTERNATIONAL PROGRAM ON CHEMICAL SAFETY UNITED NATIONS
ENVIRONMENT PROGRAMME WORLD HEALTH ORGANIZATION
Methylmercury Geneva World Health Organization 1990 v118 144p (Methylmercury in
environmental health criteria 101)
INSTITUTE OF MEDICINE (United States) Introduction to dietary reference intakes In
______ Dietary reference intakes for vitamin C vitamin E selenium and carotenoides
Washington National Academy Press 2000 cap1 p21-34
INTERNATIONAL PROGRAM ON CHEMICAL SAFETY UNITED NATIONS
ENVIRONMENT PROGRAMME WORLD HEALTH ORGANIZATION
Methylmercury Geneva World Health Organization 1990 v118 144p (Methylmercury in
environmental health criteria 101)
INSTITUTE OF MEDICINE (United States) Nutrient assessment of individuals statistical
foundations In ______ Dietary reference intakes applications in dietary assessment
Washington National Academy 2000 append B p185-210
91
JABLONSKA E GROMADZINSKA J RESZKA E WASOWICZ W SOBALA W
SZESZENIA-DABROWSKA N BOFFETTA P Association between GPx1 Pro198Leu
polymorphism GPx1 activity and plasma selenium concentration in humans European
Journal of Nutrition v48 n6 p383ndash386 2009
JAFFEacute WG RUPHAEL MD MONDRAGON MC CUEVAS MA Estudio cliacutenico e
bioquiacutemicos em nintildeos escolares de uma zona seleniacutefera Archivos Latinoamericanos de
Nutricioacuten v22 n4 p595-611 1972
JAIN M KUMAR S RASTOGI N LAL P GHOSHAL UC TIWARI A PANT
MC BAIQ MQ MITTAL B GSTT1 GSTM1 and GSTP1 genetic polymorphisms and
interaction with tobacco alcohol and occupational exposure in esophageal cancer patients
from North India Cancer Letters v242 n1 p60ndash67 2006
JONES DP Redefining oxidative stress forum review Antioxidants amp Redox Signaling
v8 n910 p1865-1879 2006
KAUWELL GPA Emerging concepts in nutrigenomics a preview of what is to come
Nutrition in Clinical Practice v20 n1 p75-87 2005
KARUNASINGLE N HAN DY ZHU S YU J LANGE K DUAN H MEDHORA
R SINGH N KAN J ALZAHER W CHEN B KO S TRIGGS CM FERGUSON
LR Serum selenium and single-nucleotide polymorphisms in genes for selenoproteins
relationship to markers of oxidative stress in men from Auckland New Zealand Genes amp
Nutrition v7 n2 p179-190 2012
KLAUTAU-GUIMARAtildeES MN DrsquoASCENCcedilAtildeO R CALDART FA GRISOLIA CK
SOUZA JR BARBOSA AC CORDEIRO CMT FERRARI I Analysis of genetic
susceptibility to mercury contamination evaluated through molecular biomarkers in at-risk
Amazon Amerindian populations Genetics and Molecular Biology v28 n4 p827-832
2005
KO WS GUO CH YEAH MS LIN LY HSU GS CHEN PC LUO MC LIN
CY Blood micronutrient oxidative stress and viral lood in patients with chronic hepatitis C
World Journal of Gastroenterology v14 n30 p4697ndash4702 2005
KOumlHRLE J The trace element selenium and the thyroid gland Biochimie v81 p527-533
1999
KOumlHRLE J FLOHEacute BR BOCK A GARTNER R MEYER O FLOHEacute L Selenium
in biology facts and medical perspectives Biological Chemistry v381 n910 p849-864
2000
KRISHNAN S RANI P Evaluation of selenium redox statusand their association with
plasma amyloidtau in Alzheimerrsquos disease Biological Trace Element Research v158 n2
p158ndash165 2014
KUZUYA M ANDO F IGUCHI A SHIMOKATA H Glutathione peroxidase 1
Pro198Leu variant contributes to the metabolic syndrome in men in a large Japanese cohort
American Journal of Clinical Nutrition v87 n6 p1939ndash1944 2008
92
LACERDA LD Distribuiccedilatildeo e comportamento do mercuacuterio no ambiente Amazocircnico In
HACON S LACERDA LD PFEIFFER WC CARVALHO D orgs Riscos e
consequecircncias do uso do mercuacuterio Rio de Janeiro Ministeacuterio da Sauacutede FINEP IBAMA
CNPQ 1990 p80-90 [Seminaacuterio Nacional ldquoRiscos e Consequumlecircncias do Uso do Mercuacuteriordquo
de 12 a 15 de setembro de 1989 Brasilia - DF]
LAumlRSTAD M LJUNGKVIST G OLIN AC TOREacuteN K Determination of
malondialdehyde in breath condensate by high-performance liquid chromatography with
fluorescence detection Journal of Chromatography B Analytical Technologies in the
Biomedical and Life Sciences v766 n1 p107-114 2002
LEE BE HONG YC PARK H HA M KOO BS CHANG N ROH YM KIM
BN KIM YJ KIM BM JO SJ HA EH Interaction between GSTM1GSTT1
polymorphism and blood mercury on birth weight Environmental Health Perspectives
v118 n3 p437-443 2010
LEI XG CHENG W McCLUNG JP Metabolic regulation and function of glutathione
peroxidase-1 Annual Review of Nutrition v27 p41-61 2007
LEMIRE M FILLION M FRENETTE BT PASSOS CJS GUIMARAtildeES JRD
BARBOSA Jr F MERGLER D Selenium from dietary sources and motor functions in the
Brazilian Amazon Neurotoxicology v32 n6 p944-953 2011
LEMIRE M FILLION M FRENETTE BT MAYER A PHILIBERT A PASSOS
CJS GUIMARAtildeES JR BARBOSA FJ MERGLER D Selenium and mercury in the
Brazilian Amazon opposing influences on age-related cataracts Environmental Health
Perspectives v118 n11 p1584-1589 2010
LEMIRE M MERGLER D FILLION M PASSOS CJS GUIMARAtildeES JRD
DAVIDSON R LUCOTTE M Elevated blood selenium levels in the Brazilian Amazon
Science of the Total Environment v366 n1 p101-111 2006
LEMIRE M MERGLER D HUEL G PASSOS CJS FILLION M PHILIBERT A
GUIMARAtildeES JR RHEAULT I BORDUAS J NORMAND G Biomarkers of selenium
status in the Amazonian context blood urine and sequential hair segments Journal of
Exposure Science amp Environmental Epidemiology v19 n2 p213-222 2009
LETAVAYOVAacute L VLCKOVAacute V BROZMANOVAacute J Selenium from cancer
prevention to DNA damage Toxicology v227 n12 p1-14 2006
LINDBERG A BJORNBERG KA VAHTER M BERGLUNG M Exposure to
methylmercury in non-fish eating people in Sweden Environmental Research v96 n1
p28-33 2004
LIVAK KJ FLOOD SJA MARMARO J GIUSTI W DEETZ K Oligonucleotides
with fluorescent dyes at opposite ends provide a quenched probe system useful for detecting
PCR product and nucleic acid hybridization PCR Methods and Applications v4 n6
p357-362 1995
MAIA CSC O selecircnio e a glacircndula tireoacuteide um estudo em pacientes portadores de
disfunccedilotildees tireoidianas nos estados do Cearaacute e Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2008 117p Tese de
Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo
93
MANNERVICK B The isoenzymes of glutathione transferase Advances in Enzymology
and Related Areas of Molecular Biology v57 p357-417 1985
MARQUES RC Avaliaccedilatildeo da exposiccedilatildeo ao mercuacuterio e seus compostos sobre o
desenvolvimento neuropsicomotor em crianccedilas de Porto Velho-RO Beleacutem 2002 102p
Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Nuacutecleo de Medicina Tropical - Universidade Federal do Paraacute
MARQUES RC DOacuteREA JG BASTOS WR REBELO MF FONSECA MF
MALM O Maternal mercury exposure and neuro-motor development in breastfed infants
from Porto Velho (Amazon) Brazil Int J Hyg Environ Health v210 p51ndash60 2007 Int
J Environ Res Public Health 2013
MARQUES RC BERNARDI JVE DOREA JG BRANDAtildeO KG BUENO L
LEAtildeO RS MALM O Fish consumption during pregnancy mercury transfer and birth
weight along Madeira River basin in Amazonia International Journal of Environmental
Research and Public Health v10 n6 p2150-2163 2013
MARTENS AVS COZZOLINO SMF Mapeamento da distribuiccedilatildeo de selecircnio em
territoacuterio brasileiro por meio da anaacutelise de alimentos nativos feijatildeo (fascolos vulgaris L) e
carne bovina para o consumo humano e aacuteguas e solo oriundos Satildeo Paulo FAPESP 2002
Processo n0011578-3 [Relatoacuterio Cientifiacuteco]
MARTENS IBG MARTENS A COZZOLINO SMF Selecircnio In COZZOLINO
SMF org Biodisponibilidade de nutrientes 4ed Barueri Manole 2012 p721-765
MEECH JA VEIGA MM THOMASNS D Emissions and stability of mercury in the
Amazon Canadian Metallurgical Quarterly v36 n4 p231-239 1997
MIRETZKY P BISINOTI MC JARDIM WF Sorption of mercury (II) in Amazon soils
from column studies Chemosphere v60 n11 p1583-1589 2005
MORADI M EFYEKHARI MH TALEI A FARD ARA Comparative study of
selenium concentration and glutathione peroxidase activity in normal and breast cancer
Public Health Nutrition v12 n1 p59-63 2009
MORAIS LMTS CARDOSO FILHO C LOURENCcedilO GJ SHINZATO JY
ZEFERINO LC LIMA CSP GURGEL MSC Caracteriacutesticas mamograacuteficas do cacircncer
de mama associadas aos polimorfismos GSTM1 e GSTT1 Revista da Associaccedilatildeo Meacutedica
Brasileira v54 n1 p61-66 2008
MUCCI A MONTGOMERY S LUCOTTE M PLOURDE Y PICHET P VANTRA
H Mercury remobilization from flooded soils in a hydroelectric reservoir of Northern
Quebec La Grande-2 results of a soil resuspension experiment Canadian Journal of
Fisheries and Aquatic Sciences v52 n11 p2507-2517 1995
NAGANUMA A ANDERSON ME MEISTER A Cellular glutathione as a determinant
sensitivity to mercury chloride prevention of toxicity by giving glutathione monoester
Biochemical Parmacology v40 n4 p693-697 1990
NAVARRO-ALARCON M CABRERA-VIQUE C Selenium in food and the human body
a review Science of the Total Environment v400 n13 p115-141 2008
94
NAVARRO-ALARCON M LOacutePEZ-MARTINEZ MC Essentiality of selenium in the
human body relationship with different diseases Science of the Total Environment v249
n13 p347-371 2000
NATIONAL RESEARCH COUNCIL Nutrient requeriments of dairy cattle 7ed
Washington National Academy Press 2001381p
NISHIMURA LS Polimorfismo Pro198Leu no gene para a enzima antioxidante
dependente de selecircnio glutationa peroxidase 1 e risco de cacircncer epidermoide da cavidade
oral e orofaringe 2010 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncia dos Alimentos) ndash Faculdade
de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010
OLUSI SO Obesity is independent risk factor for plasma lipid peroxidation and depletion of
erythrocyte cytoprotectic enzymes in humans International Journal of Obesity and
Related Metabolic Disorders v26 n9 p1159ndash1164 2002
ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Elementos traccedilo na nutriccedilatildeo e sauacutede humana
Satildeo Paulo Roca 1998 p63-91
ORTUNtildeO J ROS G PERIAGO MJ MARTINEZ C LOPEZ G RODRIGO J
Importacircncia nutricional del selenio Archivos Latinoamericanos de Nutricioacuten v47 n1
p6-13 1997
PAGLIA DE VALENTINE WN Studies on the quantitative and qualitative
characterization of erythrocyte glutathione peroxidase Journal of laboratory and clinical
medicine v70 n1 p158-169 1967
PAPP LV LU J HOLMGREN A KHANNA KK From selenium to selenoproteins
synthesis identity and their role in human health Antioxidants amp Redox Signaling v9 n7
p776-796 2007
PARADIS S WHEATLEY B BOSWELL-PURDY J BEacuteLISLE D COLE M
LICKERS H HAYTON A DAVIES K Mercury contamination through fish
consumption a model for predicting and preventing hazardous behavior on a community
level Mercury as a Global Pollutant Human Health Issues v97 p147-158 1997
PARK SK KANG D NOH DY LEE KM KIM SU CHOI JY CHOI IM
AHN SH CHOE KJ HIRVONEN A STRICKLAND PT YOO KY Reproductive
factors glutathione S-transferase M1 and T1 genetic polymorphism and breast cancer risk
Breast Cancer Research and Treatment v78 n1 p89-96 2003
PASSOS CJ MERGLER D GASPAR E MORAIS S LUCOTT M LARRIBE F
DAVIDSON R GROSBOIS S Eating tropical fruit reduces mercury exposure from fish
consumption in the Brazilian Amazon Environmental Research v93 n2 p123-130 2003
PASSOS CJ MERGLER D LEMIRE M FILLION M GUIMARAtildeES JR Fish
consumption and bioindicators of inorganic mercury exposure Science of the Total
Environment v373 n1 p68ndash76 2007
PASCALICCHIO AAE Contaminaccedilatildeo por metais pesados sauacutede puacuteblica e medicina
ortomolecular Satildeo Paulo Annablume 2002 132p
95
PEROTTONI J LOBATO LP SILVEIRA A ROCHA JBT EMANUELLI T Effects
of mercury and selenite on D-aminolevulinate dehydratase activity and on selected oxidative
stress parameters in rats Environmental Research v95 n2 p166-173 2004
PINHEIRO MCN GUIMARAtildeES GA NAKANISHI J OIKAWA T VIEIRA JL
QUARESMA M CARDOSO B AMORAS W Avaliaccedilatildeo da contaminaccedilatildeo mercurial
mediante anaacutelise do teor de Hg total em amostras de cabelo em comunidades ribeirinhas do
Tapajoacutes Paraacute Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v33 n2
p181-194 2000
PINHEIRO MCN MACCHI BM VIEIRA JLF OIKAWA T AMORAS WW
GUIMARAtildeES GA COSTA CA CRESPO-LOacutePEZ ME HERCULANO AM
SILVEIRA LC NASCIMENTO JL Mercury exposure and antioxidant defenses in
women a comparative study in the Amazon Environmental Research v107 n1 p53ndash59
2008
PINHEIRO MCN MULLER RCS SARKIS JE VIEIRA JLF OIKAWA T
GOMES MSV GUIMARAtildeES GA NASCIMENTO JLM SILVEIRA LCL
Mercury and selenium concentrations in hair samples of women in fertile age from Amazon
riverside communities Science of the Total Environment v349 n13 p284-288 2005
PINHEIRO DS ROCHA FILHO CR MUNDIM CA MARCO Jr P ULHOA CJ
REIS AAS GHEDINI PC Evaluation of glutathione S-transferase GSTM1 and GSTT1
deletion polymorphisms on type-2 diabetes mellitus risk PLoS One v8 n10 arte76262
p1-5 2013
PIRES LV Efeito da suplementaccedilatildeo com castanha-do-Brasil (Bertholletia excelsa
HBK) na expressatildeo gecircnica de citocinas inflamatoacuterias e sua relaccedilatildeo com o estresse
oxidativo e pacientes com diabetes mellitus tipo 1 Satildeo Paulo 2012 130p Tese de
Doutorado ndash Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo
POSSUELO LG PERACcedilA CF EISENHARDT MF DOLTO ML CAPPELLETTI
L FOLETTO E VALIM ARM Polymorphisms of GSTM1 and GSTT1 genes in breast
cancer susceptibility a case-control study Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetriacutecia
v35 n12 p569-574 2013
PRIOR RL HOANG H GU L WU X BACCHIACA M HOWARD L
HAMPSCH-WOODILL M HUANG D OU B JACOB B Assays for hydrophilic and
lipophilic antioxidant capacity (oxygen radical absorbance capacity (ORACFL)) of plasma
and other biological and food samples Journal of Agricultural and Food Chemistry v51
n11 p3273-3279 2003
RAVN-HAREN G OLSEN A TJONNELAND A DRAGSTED LO NEXO BA
WALLIN H OVERVAD K RASCHOU-NIELSENL O VOGEL U Associations
between GPx 1 Pro198Leu polymorphism erythrocyte GPx activity alcohol consumption and
breast cancer risk in a prospective cohort study Carcinogenesis v27 n4 p820-825 2006
RAYMAN MP The importance of selenium to human health Lancet v356 n9225 p233-
241 2000
RAYMOND LJ RALSTON NVC Mercury selenium interactions and health
implications Seychelles Medical and Dental Journal v7 n1 spiss p72-77 2004
96
REILLY C Selenium in food and health London Blackie Academic and Professional
1996 338p
REZAEI Z JAMSHIDZADEH A SANATI E A rapid and sensitive method for the
determination of malondialdehyde as its hydralazine derivative in human plasma using high
performance liquid chromatography Analytical Methods v5 n12 p2995-2999 2013
RICHIE Jr JP MUSCAT JE ELLISION I CALCAGNOTTO A KLEINMAN W
EL-BAYOUMY K Association of selenium status and blood glutathione concentrations in
blacks and whites Nutrition and Cancer v63 n3 p367ndash375 2011
RIDNOUR LA ISENBERG JS ESPEY MG THOMAS DD ROBERTS DD Nitric
oxide regulates angiogenesis through a functional switch involving thrombospondin-1
Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America v102
n37 p13147-13152 2005
ROCHA AV Estado nutricional relative ao selecircnio de crianccedilas residentes em duas
localidades de Rondocircnia Amazocircnia Ocidental Satildeo Paulo 2009 109p Dissertaccedilatildeo de
Mestrado ndash Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas ndash Universidade de Satildeo Paulo
ROCHA AV CARDOSO BR COMINETTI C BUENO RB BORTOLI MC
FARIAS LA FAVARO DIT CAMARGO LMA COZZOLINO SMF Selenium
status and hair mercury leves in riverine children from Rondocircnia Amazonia Nutrition v30
n11-12 p1318-1323 2014
SAacute AL HERCULANO AM PINHEIRO MC SILVEIRAS LCL NASCIMENTO
JLM CRESPO-LOacutePEZ ME Exposiccedilatildeo humana ao mercuacuterio na regiatildeo oeste do Estado do
Paraacute Revista Paraense de Medicina v20 n1 p19-25 2006
SAMPAIO DS LUCOTTE M ROULET HP MERGLER D CROSSA M Mercuacuterio
nos peixes do Rio Tapajoacutes Amazocircnia brasileira InterfacEHS v1 n1 art 6 p1-31 2006
Disponiacutevel em
httpwwwunitesuqamcagmfcarusodoccarusosampaiosampaio_et_al_2006pdf Acesso
em 24 Dez 2014
SANTOS KMO AQUINO RC Grupo dos oacuteleos e gorduras In PHILIPPI ST Piracircmide
dos alimentos fundamentos baacutesicos da nutriccedilatildeo 2ed Barueri Manole 2014 p251-303
SANTOS LB Polimorfismo Pro198Leu no gene que codifica para glutationa
peroxidase 1 e sua relaccedilatildeo com o estado nutricional relativo ao selecircnio de uma populaccedilatildeo
adulta residente no municiacutepio de Fortaleza Cearaacute 201393f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash
Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2013
SAVASKAN NE UFER C KUHN H BORCHERT A Molecular biology of
glutathione peroxidase 4 from genomic structure to developmental expression and neural
function Biological Chemistry v388 n10 p1007ndash1017 2007
SCHMIDT MI DUNCAN BB SILVA GA MENEZES AM MONTEIRO CA
BARRETO SM CHOR D MENEZES PR Doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis no
Brasil carga e desafios atuais 2011 (Sauacutede no Brasil 4) Disponiacutevel em
httpdownloadthelancetcomflatcontentassetspdfsbrazilbrazilpor4pdf Acesso em 10 Jan
2015
97
SCHORK NJ FALLIN D LANCHBURY J Single Nucleotide Polymorphisms and the
future of genetic epidemiology Clinical Genetics v58 n4 p250-264 2000
SILVA JJRF WILLIAMS RJP The biological chemistry of the elements the
inorganic chemistry of life Oxford Oxford University Press New York Clarendon Press
1993 561p
SITTA A VANZIN CS BIANCINI GB MANFREDINI V OLIVEIRA AB
WAYHS CA RIBAS GO GIUGLIANI L SCHWARTZ IV BOHRER D
GARCIA SC WAJNER M VARGAS CR Evidence that L-carnitine and selenium
supplementation reduces oxidative stress in phenylketonuric patients Cellular and
Molecular Neurobiology v31 n3 p429ndash436 2011
SKOOG DA HOLLER FJ NIEMAN TA Princiacutepios de anaacutelise instrumental 5ed
Satildeo Paulo Bookman 2002 836p
SMOLKOVAacute B DUSINSKAacute M RASLOVAacute K BARANCOKOVAacute M
KAZIMIacuteROVAacute A HORSKAacute A SPUSTOVAacute V COLLINS A Folate levels determine
effect of antioxidant supplementation on micronuclei in subjects with cardiovascular risk
Mutagenesis v19 n6 p469ndash476 2004
SOUZA JR BARBOSA AC Contaminaccedilatildeo por Hg e o caso da Amazocircnia Quiacutemica Nova
na Escola n12 p23-25 2000
SOUZA ML MENEZES HC Processamentos de amecircndoa e torta de castanhandashdondashBrasil e
farinha de mandioca paracircmetros de qualidade Ciecircncia Tecnologia e Alimentos v24 n1
p120-128 2004
STEUERWALD U WEIHE P JORGENSEN PJ BJERVE K BROCK J HEINZOW
B BUDTZ-JORGENSEN E GRANDJEAN P Maternal seafood diet methylmercury
exposure and neonatal neurologic function Journal of Pediatrics v136 n5 p599-605
2000
STOCKLER-PINTO MB FARAGE NE BOAVENTURA GT COZZOLINO SM
Effect of Brazil nut supplementation on the blood levels of selenium and glutathione
peroxidase in hemodialysis patients Nutrition v26 n1112 p1065ndash1069 2010
SLATER B MARCHIONI DL FISBERG RM Estimando a prevalecircncia da ingestatildeo
inadequada de Nutrientes Rev Sauacutede Puacuteblica v33 n4 p599-605 2004
SUZEN HS GUCYENER E SAKALLI O UCKUN Z KOSE G USTEL D
DUYDU Y CAT C-262T and GPx 1 Pro198Leu polimorphisms in a Turkish population
Molecular Biology Reports v37 n1 p87-92 2010
TAKEUCKI T ETO K The pathology of Minamata disease a tragic story of water
pollution Kyushu Kyushu University Press 1999 310p
TAPIERO H TOWNSEND DM TEW KD The antioxidant role of selenium and seleno-
compounds Biomedicine amp Pharmacotherapy v57 n34 p134ndash144 2003
TINKOV AA SKALNAYA MG DEMIDOV VA SEREBRYANSKY EP
NIKONOROV AA SKALNY AV Hair mercury association with selenium serum lipid
98
spectrum and gama-glutamyl transferase activity in adults Biological Trace Element
Research v161 n3 p255-262 2014
UNITED NATIONS Enviroment Programme Chemicals Impacts of mercury on the
environment In ______ Global mercury assessment Geneva UNEP 2002 cap5 p73-
86
UNITED STATES Department of Health and Human Services Public Heath Services
Agency for Toxic Substances and Disease Registry Toxicological Profile for Mercury
Atlanta ATSDR 1999 676p
VAN DAEL P DEELSTRA H Selenium International Journal for Vitamin and
Nutrition Research v63 n4 p312-316 1993
VIVANCO RHC MENGE FGW BARRIGA PAC Variaciones de la fragilidad
osmoacutetica eritrocitaria en bovinos a pastoreo sobre praderas con bajo contenido de selenio y
suplementados o no con selecircnio Revista Cientiacutefica vXVI n3 p227-231 2006
WIDERSTEN M PEARSON WR ENGSTROEM A MANNERVIK B Heterologous
expression of the allelic variant μ-class glutathione transferases μ and ψ Biochemical
Journal v276 n2 p519-5241991
WILLETT WC Inssues in analysis and presentation of dietary data In ______ Nutritional
epidemiology 2ed New York Oxford University Press 1998 p321ndash345 (Monographs in
epidemiology and biostatistics 30)
WILLET WCHOWE GR KUSHI LH Adjustment for total energy in epidemiologic
studies Am J Clin Nutr v65 p1220-28 1997
WILLET W STAMPFER M Implications of total energy intake for epidemiologic
analyses In Willet WC Nutrition epidemiology 2 ed New York Oxford University Press
p514 1998
WORLD HEALTH ORGANIZATION Obesity preventing and managing the global
epidemic report of a WHO consultation on obesity Geneva World Health Organization
2000 p256 (WHO Obesity Technical Report Series n284)
XU S WANG Y ROE B PEARSON WR Characterization of the human class Mu
glutathione S-transferase gene cluster and GSTM1 deletion Journal of Biological
Chemistry v273 n6 p3517-3527 1998
YANG GQ WANG SZ ZHAU RH SUN SZ Endemic selenium intoxication of
humans in China American Journal of Clinical Nutrition v37 n5 p872-881 1983
ZACHARA BA UKLEJA-ADAMOWICZ M NARTOWICZ E LECKA J Increased
plasma glutathione peroxidase activity in patients with acute myocardial infarction Medical
Science Monitor v7 n3 p415-420 2001
ZHANG FA YU W HARGROVE JL GREENSPAN PA DEAN RG TAYLOR
EW HARTLE DK Inhibition of TNF- induced ICAM-1 VCAM-1 and E-selectin
expression by selenium Atherosclerosis v161 n2 p381-386 2002
99
ZHANG M MA AG ZHANG XZ GE S SHI XX Effect of multiple micronutrients
supplementation on anti-oxidative activity and oxidized DNA damage of lymphocytes in
children Zhonghua Liu Xing Bing Xue Za Zhi v26 n4 p268ndash272 2005
ZHENG W WEN WQ GUSTAFSON DR GROSS M CERHAN JR FOLSOM
AR GSTM1 and GSTT1 polymorfism and postmenopausal breast cancer risk breast cancer
Breast Cancer Research and Treatment v74 n1 p9-16 2002
100
APEcircNDICES
APEcircNDICE 1 Cartaz de divulgaccedilatildeo da pesquisa
APEcircNDICE 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)
APEcircNDICE 3 Ficha de Identificaccedilatildeo e Controle
(Anamnese peso estatura IMC coleta de sangue e cabelos)
APEcircNDICE 4 Caderno de Registro do Consumo Alimentar
101
102
UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO
FACULDADE DE CIEcircNCIAS FARMACEcircUTICAS ndash FCFUSP
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE
1 Informaccedilotildees do Sujeito da Pesquisa
Nome
Documento de Identidade nordm Sexo ( ) M ( )F
Data de Nascimento
Endereccedilo Nordm Complemento Bairro Cidade Estado
CEP Telefones
2 Informaccedilotildees do Responsaacutevel Legal
Nome Natureza (grau de parentesco tutor curador etc) Documento de Identidade nordm Sexo ( ) M ( )F Data de Nascimento Endereccedilo Nordm Complemento Bairro Cidade Estado CEP Telefones
Tiacutetulo do Projeto de Pesquisa Estado nutricional relativo ao selecircnio concentraccedilotildees de
mercuacuterio estresse oxidativo e os polimorfismos Pro198Leu no gene da glutationa
peroxidase 1 (GPx1) e GSTM1 no gene da glutationa S- transferase (GST) em mulheres
residentes em aacuterea de risco de contaminaccedilatildeo por mercuacuterio
3 Duraccedilatildeo da Pesquisa 24 meses
4 Nome do pesquisador responsaacutevel Silvia Maria Franciscato Cozzolino Cargo Funccedilatildeo
Professora Titular do Programa de poacutes-graduaccedilatildeo em Ciecircncia dos Alimentos da Faculdade de Ciecircncias
Farmacecircuticas FCFUSP
Nordm do Registro do Conselho Regional CRN30621
Instituiccedilatildeo Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo USP
Sravoluntaacuteria essa pesquisa tem como tiacutetulo Estado nutricional relativo ao selecircnio e
concentraccedilotildees de mercuacuterio e a relaccedilatildeo com estresse oxidativo e os polimorfismos Pro198Leu
e GSTM1 em mulheres na idade feacutertil em aacuterea exposta agrave contaminaccedilatildeo por mercuacuterio A
responsaacutevel por esse estudo eacute a professora titular Silvia Maria Franciscato Cozzolino e como
103
colaborada a estudante de doutorado Ariana Vieira Rocha Ambas pertencem a Faculdade de
Ciecircncias Farmacecircuticas (FCF) da Universidade de Satildeo Paulo (USP)
De acordo com algumas pesquisas as mulheres da Amazocircnia apresentam
concentraccedilotildees elevadas de mercuacuterio e essa contaminaccedilatildeo pode comprometer a sauacutede natildeo soacute
delas como tambeacutem das crianccedilas pois uma das formas do mercuacuterio atravessa facilmente a
barreira placentaacuteria e o mercuacuterio acaba se concentrando no ceacuterebro das crianccedilas Isso pode
inibir o desenvolvimento cerebral Por isso eacute preocupante a exposiccedilatildeo das mulheres na idade
feacutertil ao mercuacuterio Acredita-se que o mineral selecircnio possa ser um possiacutevel colaborador para
a populaccedilatildeo natildeo apresentar sinais cliacutenicos evidentes da contaminaccedilatildeo por mercuacuterio Isso pode
ser devido a algumas atribuiccedilotildees do selecircnio pois este mineral tem como uma das suas accedilotildees
atuar como antioxidante e isso pode neutralizar os danos causados pela contaminaccedilatildeo do
mercuacuterio
Desta forma estamos por meio desse documento lhe convidando a participar desse
estudo que tem como objetivo principal avaliar o estado nutricional relativo ao selecircnio assim
como as concentraccedilotildees de mercuacuterio e a relaccedilatildeo desses com o estresse gerado nas ceacutelulas e
tambeacutem com algumas alteraccedilotildees geneacuteticas em mulheres na idade feacutertil em aacuterea exposta ao
mercuacuterio Nesta pesquisa participaraacute 200 mulheres voluntaacuterias da cidade de Porto Velho
Rondocircnia
Se vocecirc concordar em participar passaraacute pelos seguintes procedimentos avaliaccedilatildeo
nutricional onde seratildeo obtidos os dados de peso estatura e circunferecircncia da cintura e
tambeacutem seratildeo anotados os seus dados sobre o consumo alimentar ou seja tudo o que foi
consumido no periacuteodo de 3 dias sendo 2 dia da semana e 1 dia do fim de semana Seraacute
realizada ainda uma coleta de sangue de (20mL) em jejum de 10 a 12 horas para a realizaccedilatildeo
da determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo do mineral selecircnio e avaliar o estresse gerado nas ceacutelulas e
se haacute uma alteraccedilatildeo geneacutetica que possa interferir na concentraccedilatildeo de selecircnio ou mercuacuterio no
organismo Por fim seraacute coletado em torno de (1g) de cabelo na regiatildeo detraacutes do pescoccedilo para
avaliar as concentraccedilotildees de mercuacuterio A pesquisa possui um risco miacutenimo em virtude da
coleta de sangue que pode causar um desconforto poreacutem este seraacute coletado por um
profissional de enfermagem capacitado A obtenccedilatildeo desses dados seraacute realizada no
Laboratoacuterio Alphaclin localizado na Avenida Calama 2215 Bairro Satildeo Joatildeo Bosco Apoacutes
essas coletas seraacute distribuiacutedo um kit lanche contendo bolacha de aacutegua e sal ou biscoito
integral uma fruta e um suco de fruta de caixinha de 200mL O seu sangue seraacute armazenado
no laboratoacuterio de nutriccedilatildeo-minerais da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade
de Satildeo Paulo (USP) sob a responsabilidade da professora titular Silvia Maria Franciscato
Cozzolino para pesquisas futuras Poreacutem se isso acontecer vocecirc seraacute consultado a respeito e
um novo projeto seraacute submetido ao Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
Vocecirc autoriza o armazenamento do seu sangue para pesquisas futuras
( )sim ( )natildeo
Os resultados obtidos seratildeo arquivados e mantidos em sigilo conforme eacutetica Eacute direito
de cada participante obter os resultados das anaacutelises que seratildeo feitas bem como informaccedilotildees
sobre o andamento da pesquisa procedimentos utilizados riscos e benefiacutecios relacionados em
qualquer fase do estudo a fim de esclarecer eventuais duacutevidas Deve ser ressaltado que a
participaccedilatildeo na pesquisa poderaacute ser desfeita em qualquer momento que o Sra achar
conveniente sem sofrer nenhum tipo de constrangimento Natildeo haveraacute nenhuma despesa
financeira para a natildeo participaccedilatildeo neste estudo assim como natildeo haveraacute recompensa
financeira relacionada agrave participaccedilatildeo na pesquisa
Esse estudo traraacute benefiacutecios pois existem evidecircncias que o selecircnio pode exercer um
efeito protetor no organismo contra os malefiacutecios do mercuacuterio Logo os resultados
contribuiratildeo para uma melhor qualidade de vida atraveacutes do conhecimento da avaliaccedilatildeo do
104
estado nutricional Aleacutem do que seraacute realizada uma avaliaccedilatildeo nutricional completa por uma
nutricionista e seratildeo oferecidas orientaccedilotildees quanto agrave alimentaccedilatildeo
ndash INFORMACcedilOtildeES DE NOMES ENDERECcedilOS E TELEFONES DOS RESPONSAacuteVEIS PELO
ACOMPANHAMENTO DA PESQUISA PARA CONTATO EM CASO DE INTERCORREcircNCIAS
CLIacuteNICAS E REACcedilOtildeES ADVERSAS
Silvia Maria Franciscato Cozzolino ndash (Professora Titular do programa de Poacutes-
graduaccedilatildeo em Ciecircncia dos Alimentos da Faculdade de Ciecircncias FarmacecircuticasFCF
(USP) Telefone(11)3091-3625 Endereccedilo da Faculdade Cidade Universitaacuteria Av Lineu
Prestes 580 ndash Bloco 14
Telefone (11) 3091 -3625 (Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo ndash Minerais)
Ariana Vieira Rocha - (Doutoranda do programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Ciecircncia dos
Alimentos da Faculdade de Ciecircncias FarmacecircuticasFCF (USP) Endereccedilo Residencial
Bairro Liberdade Rua da Gloacuteria - 654 Apto 84 CEP 01510-000 ndash Satildeo Paulo ndash SP Telefone
(11) 98532-2125
Endereccedilo da Faculdade Cidade Universitaacuteria Av Lineu Prestes 580 ndash Bloco 14
Telefone 3091 -3625 (Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo ndash Minerais)
Consentimento Poacutes-Esclarecido
Declaro que apoacutes convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ter entendido o que me
foi explicado consinto em participar do presente Protocolo de Pesquisa
Porto Velhodede
_______________________________
Assinatura do sujeito de pesquisa
Ou responsaacutevel legal
___________________________________
Assinatura do pesquisador responsaacutevel
Para qualquer questatildeo duacutevida esclarecimento ou reclamaccedilatildeo sobre aspectos eacuteticos dessa
pesquisa favor entrar em contato com o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas da Faculdade de
Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo ndash Av Prof Lineu Prestes 580 - Bloco
13A ndash Butantatilde ndash Satildeo Paulo ndash CEP 05508-900 Fone 3091-3622 fone-fax 3091-3677 ndash e-
mail cepfcfuspbr
105
Universidade de Satildeo Paulo
Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas
Avaliaccedilatildeo Nutricional
Antropometria
Nome Data de Nascimento
DADOS ANTROPOMEacuteTRICOS
Idade anos
Circunferecircncia da Cintura (CC) Classificaccedilatildeo
Peso kg
Estaturacm
IMC Classificaccedilatildeo
Classificaccedilatildeo do estado nutricional para adultos segundo o Iacutendice de Massa Corpoacuterea (IMC)
Classificaccedilatildeo IMC (kgm2)
Risco de Comorbidades
Baixo Peso
˂ 185 Baixo
Peso Normal ou
Eutrofia 185 - 249
Meacutedio
Sobrepeso
ge 25 ndash 299 Aumentado
Obesidade I 300 - 349 Moderado
Obesidade II 350 ndash 399 Grave
Obesidade III ˃ 40 Muito Grave
Fonte WHO (2000)
106
Universidade de Satildeo Paulo
Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas
Pesquisador Ariana Vieira Rocha
Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo e Minerais(11) 3091-3625
Formulaacuterio Mercuacuterio (Hg)
Identificaccedilatildeo Data
Nome
Idade Sexo Raccedila
Endereccedilo
Haacute quanto tempo reside em Porto Velho
Onde residia anteriormente
Ocupaccedilatildeo principal Quanto tempo hdia
Haacutebitos
Come peixe sim natildeo
Procedecircncia do peixe consumido Nome do Rio
Espeacutecie mais consumida
Frequecircncia de consumo de peixe Quantidade
Frequecircncia de consumo de frutos do mar Quantidade
Ficou doente nos uacuteltimos seis meses sim natildeo
Tomou algum medicamento sim natildeo Qual Frequecircncia
No tratamento do cabelo vocecirc usa
soacute sabonete xampuacute condicionador tintura
liacutequido para permanente alisamento outros Quais
Qual a aacutegua que usa para tomar banho
caerd poccedilo ou mina outra procedecircncia qual
Qual a aacutegua que usa para beber
caerd e filtrada natildeo filtra de poccedilo ou mina galatildeo outra procedecircncia qual
107
ACOMPANHAMENTO NUTRICIONAL
Nome
Responsaacutevel Nutricionista Ariana Vieira Rocha
Universidade de Satildeo Paulo-USP
Telefone (69) 8118-4633 (11) 8532-2125
108
INFORMACcedilOtildeES
Pesquisas tentam explicar a presenccedila do Hg na regiatildeo amazocircnica pois os solos
ambientes aquaacuteticos e consequentemente os peixes apresentarem concentraccedilotildees elevados
deste metal assim como alguns indiviacuteduos que vivem nestas aacutereas poreacutem estes natildeo
apresentam sintomas e sinais cliacutenicos evidentes de contaminaccedilatildeo Supotildee-se que o selecircnio um
mineral antioxidante presente naturalmente no solo da regiatildeo seja um protetor para a aparente
toleracircncia destas populaccedilotildees agrave intoxicaccedilatildeo crocircnica por Hg Dentre outras funccedilotildees e accedilotildees o
selecircnio atua no fortalecimento do sistema imunoloacutegico e tambeacutem ajuda organismo a se
proteger dos danos causados pelos metais toacutexicos como por exemplo o Hg Dessa forma a
ingestatildeo adequada de selecircnio pode ter um efeito protetor contra a contaminaccedilatildeo por Hg
Este caderno tem como objetivo avaliar o estado nutricional relativo ao mineral
selecircnio Por isso eacute muito importante que todas as recomendaccedilotildees e orientaccedilotildees prestadas
durante o acompanhamento nutricional sejam atendidas
Ariana Vieira Rocha
Doutoranda em Ciecircncia dos Alimentos-FCFUSP
Porto Velho 2012
01
109
DADOS DE IDENTIFICACcedilAtildeO
1 Nome
Documento de Identidade nordm
Sexo ( X ) Feminino
Data de Nascimento
Naturalidade Escolaridade
Endereccedilo nordm
Bairro
Cidade
Cep Telefone Celular
Renda Familiar ( ) 1 SM ( ) 2 a 3 SM ( ) Acima de 4 SM
2 Histoacuteria Cliacutenica
Faz uso de anticonpepcional ( ) natildeo ( )sim
Se sim qual Quanto tempo
Antecedentes familiares ( )Dislipidemias ( )Diabetes mellitus
( )Hipertensatildeo arterial ( ) Obesidade
Outras qual
Faz atividade Fiacutesica ( ) natildeo ( ) sim qual
Quantas vezes por semana
02
110
ORIENTACcedilOtildeES QUANTO AO REGISTRO DOS ALIMENTOS
1 Anotar todos os alimentos consumidos durante todo o dia e a noite desde a hora que
acordar ateacute a hora em que for dormir
2 Colocar o horaacuterio das refeiccedilotildees
3 Natildeo esquecer de anotar os alimentos eou qualquer guloseima consumida (balas
chicletes etc) durante as refeiccedilotildees e nos intervalos
4 Anotar a quantidade do alimento consumido na forma de medidas caseiras (fotos
ilustrativas nas proacuteximas paacuteginas) Exemplo
colher de servir colher de sopa colher de sobremesa colher de chaacute ou cafeacute
concha escumadeira copo americano copo de requeijatildeo copo descartaacutevel de 180 ou
200 mL
xiacutecara de chaacute ou cafeacute
prato de mesa prato de sopa prato de sobremesa ou pires
5 Descrever com maior detalhe os tipos de alimentos ou marcas como por exemplo
leite desnatado integral tipo C em poacute
patildeo francecircs integral de forma de leite de batata de mel doce ou caseiro
bolachas recheadas aacutegua e sal chocolate sem recheio SEMPRE colocar o sabor e a
marca
frutas (anotar tipo e tamanho) por exemplo laranja lima meacutedia mamatildeo papaya (meia
unidade)
vegetais folhosos (anotar tipo e preparaccedilatildeo) por exemplo acelga refogada ou crua
manteiga ou margarina (o tipo a marca a quantidade consumida anotada em ponta de
faca ou em colheres de chaacute cafeacute sobremesa ou sopa)
salada de frutas (colocar tipo de frutas e os ingredientes incluiacutedos na salada)
bolo (sabor com ou sem recheio com ou sem cobertura de festa ndash se possiacutevel
escrever os principais ingredientes)
6 Lembrar de escrever o tipo de preparaccedilatildeo se o alimento eacute cozido frito grelhado
ensopado ou agrave milanesa (empanado)
7 Registrar os alimentos em unidades ou porccedilotildees como por exemplo bife meacutedio
pequeno coxa de frango peixe (pedaccedilo pequeno meacutedio ou grande)
8 Anotar as preparaccedilotildees que utilizem mais de um ingrediente e descrevecirc-los um a um
como por exemplo Sopa de legumes (quais is ingredientes e legumes utilizados nesta
preparaccedilatildeo)
03
111
MEDIDAS CASEIRAS
Colocamos ao lado de cada item uma caixa de foacutesforos ilustrativa para fins de
referecircncia quanto ao tamanho das medidas
04
112
Colocamos ao lado de cada item uma caixa de foacutesforos ilustrativa para fins de
referecircncia quanto ao tamanho das medidas
05
113
Margarina ou Manteiga
Colocamos ao lado de cada item uma caixa de foacutesforos ilustrativa para fins de
referecircncia quanto ao tamanho das medidas
06
114
REGISTRO DE ALIMENTOS
Dia 1
Data Dia da semana
Horaacuterio e Local Alimentos ou
Preparaccedilotildees
Quantidade
(medida caseira)
Marca Comercial
07
115
REGISTRO DE ALIMENTOS
Dia 2
Data Dia da semana
Horaacuterio e Local Alimentos ou
Preparaccedilotildees
Quantidade
(medida caseira)
Marca Comercial
08
116
REGISTRO DE ALIMENTOS
Dia 3
Data Dia da semana
Horaacuterio e Local Alimentos ou
Preparaccedilotildees
Quantidade
(medida caseira)
Marca Comercial
09
117
AGRADECEMOS A SUA COLABORACcedilAtildeO
Mestre Ariana Vieira Rocha (Nutricionista mestre e doutoranda do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncia dos
Alimentos Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo)
Doutora Silvia Maria F Cozzolino (Nutricionista Professora Titular do Departamento de Alimentos e Nutriccedilatildeo Experimental
Faculdade de Ciecircncias FarmacecircuticasUniversidade de Satildeo Paulo)
10
118
ANEXOS
ANEXO 1 Informaccedilotildees para os membros de bancas julgadoras
ANEXO 2 Parecer do Comitecirc de Eacutetica (CEP)
ANEXO 3 Ficha de Aluno
119
UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas
Secretaria de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Informaccedilotildees para os Membros de Bancas Julgadoras de
MestradoDoutorado
1 O candidato faraacute uma apresentaccedilatildeo oral do seu trabalho com duraccedilatildeo
maacutexima de trinta minutos
2 Os membros da banca faratildeo a arguumliccedilatildeo oral Cada examinador
disporaacute no maacuteximo de trinta minutos para arguumlir o candidato exclusivamente sobre o
tema do trabalho apresentado e o candidato disporaacute de trinta minutos para sua
resposta
21 Com a devida anuecircncia das partes (examinador e candidato) eacute
facultada a arguumliccedilatildeo na forma de diaacutelogo em ateacute sessenta minutos por examinador
3 A sessatildeo de defesa seraacute aberta ao puacuteblico
4 Terminada a arguumliccedilatildeo por todos os membros da banca a mesma se
reuniraacute reservadamente e expressaraacute na ata (relatoacuterio de defesa) a aprovaccedilatildeo ou
reprovaccedilatildeo do candidato baseando-se no trabalho escrito e na arguumliccedilatildeo
41 Caso algum membro da banca reprove o candidato a Comissatildeo
Julgadora deveraacute emitir um parecer a ser escrito em campo exclusivamente indicado
na ata
42 Seraacute considerado aprovado o aluno que obtiver aprovaccedilatildeo por
unanimidade ou pela maioria da banca
5 Duacutevidas poderatildeo ser esclarecidas junto agrave Secretaria de Poacutes-
Graduaccedilatildeo pgfarmauspbr (11) 3091 3621
Satildeo Paulo 23 de maio de 2014
Prof Dr Adalberto Pessoa Junior Presidente da CPGFCFUSP
Av Prof Lineu Prestes 580 Bloco 13 A - Cidade Universitaacuteria - CEP 05508-900 - Satildeo Paulo - SP Fone (11) 3091 3621 - Fax (11) 3091 3141 ndash e-mail pgfarmauspbr
120
121
122
123