124
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DOS ALIMENTOS Área de Nutrição Experimental Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio. Influência de polimorfismos e ação sobre o estresse oxidativo. Ariana Vieira Rocha Tese para obtenção do grau de DOUTOR Orientadora: Profª. Titular Silvia Maria Franciscato Cozzolino Co-orientadora: Profª. Déborah Inês Teixeira Fávaro SÃO PAULO 2015

Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio

0

UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO

FACULDADE DE CIEcircNCIAS FARMACEcircUTICAS

PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM CIEcircNCIA DOS ALIMENTOS

Aacuterea de Nutriccedilatildeo Experimental

Status de selecircnio de uma populaccedilatildeo residente em aacuterea de risco de

contaminaccedilatildeo por mercuacuterio Influecircncia de polimorfismos e accedilatildeo

sobre o estresse oxidativo

Ariana Vieira Rocha

Tese para obtenccedilatildeo do grau de

DOUTOR

Orientadora Profordf Titular Silvia Maria Franciscato Cozzolino

Co-orientadora Profordf Deacuteborah Inecircs Teixeira Faacutevaro

SAtildeO PAULO

2015

1

UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO

FACULDADE DE CIEcircNCIAS FARMACEcircUTICAS

PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM CIEcircNCIA DOS ALIMENTOS

Aacuterea de Nutriccedilatildeo Experimental

Status de selecircnio de uma populaccedilatildeo residente em aacuterea de risco de

contaminaccedilatildeo por mercuacuterio Influecircncia de polimorfismos e accedilatildeo

sobre o estresse oxidativo

Ariana Vieira Rocha

Tese para obtenccedilatildeo do grau de

DOUTOR

Orientadora Profordf Titular Silvia Maria Franciscato Cozzolino

Co-orientadora Profordf Deacuteborah Inecircs Teixeira Faacutevaro

SAtildeO PAULO

2015

2

Ariana Vieira Rocha

Status de selecircnio de uma populaccedilatildeo residente em aacuterea de risco de

contaminaccedilatildeo por mercuacuterio Influecircncia de polimorfismos e accedilatildeo

sobre o estresse oxidativo

Comissatildeo Julgadora da Tese para obtenccedilatildeo do grau de Doutor

_______________________________________________

Profordf Titular Silvia Maria Franciscato Cozzolino

(OrientadoraPresidente)

________________________________________________

1ordm Examinador

________________________________________________

2ordm Examinador

________________________________________________

3ordm Examinador

________________________________________________

4ordm Examinador

SAtildeO PAULO _____ de ___________________de 2015

3

4

Gastei uma hora pensando um verso que a pena natildeo quer escrever

No entanto ele estaacute caacute dentro inquieto vivo

Ele estaacute caacute dentro e natildeo quer sair

Mas a poesia deste momento inunda minha vida inteira

Carlos Drumonnd de Andrade

5

A todas as voluntaacuterias desta pesquisa pelo carinho esforccedilo e dedicaccedilatildeo

Agraves amigas Daniela Zancan Dayane Zancan Laiacutes Maria e Larissa Matheus pela ajuda

imensuraacutevel durante a coleta de dados

Especialmente aos meus tios Ivanilde Rocha e Cristovatildeo Vieira que me ergueram

no momento em que mais precisei

6

AGRADECIMENTOS

A Deus que me ilumina e daacute forccedilas para seguir sempre em frente e ao Espiacuterito Santo por

todas as becircnccedilatildeos

Agrave luz da minha vida minha matildee Nair Lima por tudo que tem feito e ainda faz por mim

Meu modelo de iacutendole e dignidade Meu amuleto

Agrave orientadora Silvia Maria Franciscato Cozzolino exemplo de serenidade em momentos de

dificuldades Sou muito grata pela oportunidade de ter sido sua aluna e orientanda Obrigada

ainda por ter me abraccedilado desde o primeiro momento

Agrave professora Deacuteborah Faacutevaro pensar em vocecirc me causa garra e alegria Obrigada pela

parceria e disponibilidade na realizaccedilatildeo das anaacutelises de mercuacuterio Foi um prazer indescritiacutevel

tecirc-la ao meu lado na bancada

Agrave Julie Christine Luana Janaiacutena Cleonilce Oliveira Gisele Dias Natsue Kosin Larissa

Freitas Luana Cardozo e Yara Salviano por disponibilizarem do seu tempo por uma

causa a ciecircncia

Agrave Jamile Sadeck Dina Horeay e Analu Barofaldi seres de luz que deram ajuda a uma

desconhecida sem pedir nada em troca e se hoje esta jornada estaacute sendo concretizada

tambeacutem eacute graccedilas a vocecircs Ensinaram-me na praacutetica a fazer o bem sem olhar a quem Que

esta bondade esteja sempre comigo para que eu possa passaacute-la adiante

Agrave Gabriela Pellucio (Gabi peluacutecia) e sua matildee Mirian Guizelini que abraccedilaram a minha

causa e pela ampla ajuda em conseguir voluntaacuterias Querida Gabi obrigada pelo carinho vocecirc

foi um anjinho na minha vida

Agrave amiga Silvane Maziero assim como ao Flaacutevio Terassini ao Thiago Abiorana e agrave Helen

Queite pela divulgaccedilatildeo da pesquisa em seus ambientes de estudo eou trabalho Obrigada de

coraccedilatildeo

Agrave Juliana Closs por permitir a divulgaccedilatildeo do projeto no curso de nutriccedilatildeo da Faculdade Satildeo

Lucas (FSL)

Agrave Mariana Modesto Roberta Valmorbida Simone Oliveira e Alcione Altini por natildeo

hesitarem em ajudar esta colega de classe na divulgaccedilatildeo da pesquisa no ambiente das

Faculdades Integradas Apariacutecio Carvalho (FIMCA)

Agrave ldquonossardquo equipe do laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo-Minerais Alexandre Pimentel Baacuterbara

Cardoso Bruna Reis Graziela Biude Isabela Saraiva Janaina Donadio Kaluce Almondes

7

Kaacutetia Callou Larissa Bezerra Leila Hashimoto Luciane Alencar e Verocircnica Bandeira

por serem apoio companhia e ajuda nos trabalhos realizados no cotidiano

Especialmente

Agrave Bruna Reis (Rabin) e Isabela Saraiva (Isa nojentinha do meu coraccedilatildeo) que me

proporcionaram uma amizade de cunho profissional e pessoal tornando esta jornada mais

viva leve e muito alegre Por todos os braccedilos e abraccedilos servidos nos momentos de ajuda

sem horaacuterio para acabar Por me fazerem lembrar desse trio com um enorme sorriso no

rosto

Agrave Kaluce Almondes (Kakaacute) querida companheira de anaacutelises que pareciam interminaacuteveis

(risos) obrigada pela parceria conversas filosoacuteficas e gargalhadas constantes inclusive em

momentos de afliccedilatildeo

Agrave Liliane Viana Pires (Lili medalhinha) luz em todos os momentos (desde 2006)

Mesmo com a distacircncia geograacutefica existente entre noacutes vocecirc eacute sempre presente Agradeccedilo

ainda por despertar em mim a vontade de ser sempre melhor

Agraves florzinhas da Liliane Pires Leila Hashimoto (Leilinha) Luciane Alencar (Lu) e

Verocircnica Bandeira (Vecirc) pela ajuda durante as anaacutelises de enzimas mesmo com tantos

afazeres e por me tratarem sempre com muito carinho e atenccedilatildeo

Agrave Baacuterbara Cardoso pelo abraccedilo apertado que diz muito em cada encontro

Agraves Fernandas Santana e Shinagawa agradeccedilo a ajuda a companhia a diversatildeo e a

amizade construiacuteda principalmente nos momentos extras de trabalho jaacute que nem sempre

conseguiacuteamos acabar no horaacuterio do expediente em virtude do nuacutemero de amostras (risos)

Agrave Lilian Mendes apoio e alicerce fundamentais nos uacuteltimos meses que atraveacutes do seu

coraccedilatildeo profissionalismo e vivecircncia de mundo ensinou-me a aceitar e conviver com o meu

eu interior e com a minha alma

Ao meu irmatildeo de coraccedilatildeo Guilber Diniz Barros pela forccedila e energia enviada por todas as

conversas na tentativa de me distrair ou esquecer algo por me ajudar agrave distacircncia e

principalmente por me ensinar a levantar sem laacutegrimas nos olhos e de cabeccedila erguida

Agrave Fabiana Yasuhara da Assessoria Cientiacutefica Life Technologies pelo suporte fundamental

realizado durante as anaacutelises do polimorfismo de deleccedilatildeo GSTM1

Agrave funcionaacuteria Maria de Lurdes Pedrosa (Lurdinha) pelo otimismo carinho e pelas

palavras ldquono fim tudo daacute certordquo

8

RESUMO

ROCHA AV Status de selecircnio de uma populaccedilatildeo residente em aacuterea de risco de

contaminaccedilatildeo por mercuacuterio Influecircncia de polimorfismos e accedilatildeo sobre o estresse

oxidativo 2015 133f (Tese de Doutorado) Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas (FCF)

Universidade de Satildeo Paulo (USP) 2015

Estudos apontam que a regiatildeo Amazocircnica apresenta concentraccedilotildees significativas de selecircnio

nos solos e que por isso a populaccedilatildeo natildeo estaria susceptiacutevel agrave deficiecircncia desse mineral Em

contrapartida a regiatildeo tambeacutem apresenta dados de concentraccedilotildees elevadas de mercuacuterio nos

solos e rios entretanto a populaccedilatildeo natildeo apresenta sinais cliacutenicos evidentes de contaminaccedilatildeo

Acredita-se que o selecircnio um mineral antioxidante possa ser um possiacutevel colaborador para a

aparente toleracircncia ao mercuacuterio pois uma das accedilotildees desse mineral eacute a de destoxificar o

organismo contra metais toacutexicos Dependendo das concentraccedilotildees no organismo o mercuacuterio

pode potencializar a geraccedilatildeo das espeacutecies reativas de oxigecircnio e dessa forma as defesas

antioxidantes intriacutensecas das ceacutelulas podem ser prejudicadas resultando na condiccedilatildeo

conhecida por estresse oxidativo A contaminaccedilatildeo por mercuacuterio pode ainda comprometer a

sauacutede tanto das mulheres quanto das crianccedilas pois esse metal na forma de metilmercuacuterio

pode atravessar a barreira placentaacuteria e se concentrar principalmente no ceacuterebro do feto

Aliado a isso a presenccedila de polimorfismos em certos genes podem alterar a expressatildeo de

enzimas antioxidantes como a glutationa peroxidase 1 que eacute dependente de selecircnio assim

como da glutationa S-transferase que atua na destoxificaccedilatildeo do mercuacuterio no organismo

Vaacuterios estudos apresentam dados de concentraccedilotildees de mercuacuterio em ribeirinhos da Amazocircnia

no entanto resultados referentes agraves concentraccedilotildees de selecircnio ao estresse oxidativo e a

polimorfismos geneacuteticos na populaccedilatildeo da aacuterea urbana satildeo raros Diante disso este estudo

objetivou avaliar o estado nutricional relativo ao selecircnio concentraccedilotildees de mercuacuterio e a

possiacutevel relaccedilatildeo desses paracircmetros com o estresse oxidativo e os polimorfimos Pro198Leu (rs

1050450) no gene da glutationa peroxidase 1 e GSTM1 no gene da glutationa S-transferase

em mulheres em idade feacutertil residentes em aacuterea de risco de exposiccedilatildeo ao mercuacuterio da cidade

de Porto Velho (RO) As voluntaacuterias foram avaliadas por meio de medidas antropomeacutetricas

(peso estatura e circunferecircncia da cintura) e aplicou-se o registro alimentar para avaliaccedilatildeo do

consumo alimentar Realizou-se uma coleta de sangue para anaacutelise de selecircnio atividade da

enzima glutationa peroxidase marcadores de estresse oxidativo e polimorfismos geneacuteticos O

selecircnio foi determinado por espectrometria de absorccedilatildeo atocircmica com geraccedilatildeo de hidretos

acoplados agrave cela de quartzo (HGQTAAS) Para anaacutelise de mercuacuterio foi coletada uma amostra

do cabelo das voluntaacuterias sendo sua concentraccedilatildeo determinada pelo meacutetodo de

espectrometria de absorccedilatildeo atocircmica com geraccedilatildeo de vapor frio (CV AAS) Para avaliar o

estresse oxidativo foram determinadas a concentraccedilatildeo plasmaacutetica de Malondialdeiacutedo (MDA)

e a Capacidade de Absorccedilatildeo de Radicais de Oxigecircnio (ORAC) Participaram do estudo 200

mulheres com idade entre 19 e 50 anos A ingestatildeo alimentar meacutedia de selecircnio foi de 493 plusmn

192 microgdia e a prevalecircncia de ingestatildeo inadequada foi de 409 As concentraccedilotildees meacutedias do

mineral no plasma e nos eritroacutecitos foram respectivamente 498 + 186 microgL e 754 + 299

microgL A atividade meacutedia da glutationa peroxidase foi de 451+ 194 Ug Hb A concentraccedilatildeo

meacutedia de mercuacuterio nos cabelos foi de 625 + 766 ng g-1

Ao avaliar a presenccedila do SNP

Pro198Leu observou-se que 567 das participantes apresentaram genoacutetipo selvagem 368

heterozigotos e 68 homoizgotos para leucina Quanto ao polimorfismo de deleccedilatildeo GSTM1

425 das voluntaacuterias apresentaram o genoacutetipo nulo ou deletado ou seja relacionado a

ausecircncia de expressatildeo da glutationa S-transferase Esses resultados permitem concluir que a

maioria das participantes apresentou estado nutricional deficiente em relaccedilatildeo ao selecircnio

Apesar disso tanto a atividade enzimaacutetica da glutationa peroxidase como os biomarcadores

9

do estresse oxidativo natildeo sofreram interferecircncia desta deficiecircncia O polimorfismo

Pro198Leu tambeacutem natildeo interferiu no status de selecircnio e no estresse oxidativo Quanto agrave

avaliaccedilatildeo do polimorfismo GSTM1 o genoacutetipo nulo ou deletado tambeacutem natildeo mostrou

associaccedilatildeo com as concentraccedilotildees de mercuacuterio e o estresse oxidativo

Palavras-chave selecircnio estresse oxidativo polimorfismo geneacutetico e mercuacuterio

10

ABSTRACT

ROCHA AV Selenium status of a population living in a mercury contamination risk

area Influence of polymorphisms and action on oxidative stress 2015 133f (Tese de

Doutorado) Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo

2015

Studies have shown that the Amazon region has significant concentrations of selenium in

soils and therefore the population is not susceptible to deficiency of this mineral However

the region also presents data from high levels of mercury in soils and rivers however the

population has no obvious clinical signs of contamination It is believed that selenium an

antioxidant mineral may be a possible contributor to the apparent tolerance because of its

actions in the detoxification of the body from toxic metals Depending on the concentrations

in the body mercury can increase the generation of reactive oxygen species and thus the

intrinsic antioxidant defenses of cells can be damaged resulting in the condition known as

oxidative stress The mercury contamination may also compromise the health of both women

and children since this metal in the form of methylmercury can cross the placental barrier and

concentrate mainly in the fetal brain In addition the presence of genetic polymorphisms can

alter the expression of antioxidant enzymes such as glutathione peroxidase 1 which is

selenium dependent as well as glutathione S-transferase which can be responsible for the

mercury detoxification in the body Several studies have shown mercury levels of riverine

people from Amazon however results regarding selenium concentrations oxidative stress

and polymorphisms in the urban population are area Thus this study aimed to evaluate

selenium status mercury levels and the possible relationship of these with oxidative stress and

genetic polymorphisms Pro198Leu (rs 1050450) in glutathione peroxidase 1 gene and

GSTM1 in the glutathione S-transferase gene in women living in mercury exposure risk area

from the city of Porto Velho (RO) The of the volunteers was assessed using anthropometric

measurements (weight height and waist circumference) and evaluation of food consumption

by the food record Blood samples were collected for selenium analysis glutathione

peroxidase enzymersquos activity oxidative stress and genetic polymorphisms Selenium was

determined by hydride generation quartz tube atomic absorption spectroscopy (HGQT AAS)

For mercury analysis a hair sample of volunteers was collected and its concentration was

determined by atomic absorption spectrometry method with cold vapor (CV AAS) To

evaluate oxidative stress plasma concentrations of malondialdehyde (MDA) and Oxygen

Radical Absorbance Capacity (ORAC) were determined We enrolled 200 volunteers aged

between 19 and 50 The average of selenium intake was 493 plusmn 192 microgday and the

prevalence of inadequate intake was 409 Mean selenium concentration on plasma and

erythrocytes were respectively 498 + 186 microgL and 754 + 299 microgL Glutathione

peroxidase showed mean activity of 451 + 194 Ug Hb and mercury levels of 625 + 766 ng g-

1 Evaluating the presence of the SNP Pro198Leu it was observed that 567 of the were

participants had wild type genotype 368 heterozygous and 68 were homozygous for

leucine For the GSTM1 null deletion polymorphism 425 of the volunteers had a null

genotype ie do not express the enzyme glutathione S-transferase These results indicate that

the majority of participants had selenium deficiency in plasma and erythrocytes Nevertheless

most of them had adequate activity of glutathione peroxidase There was no association

between selenium concentrations and the biomarkers used to assess oxidative stress The

Pro198Leu polymorphism did not interfere in selenium concentrations as well as in the

oxidative stress The evaluation of GSTM1 polymorphism had no association with mercury

levels and oxidative stress

Keywords selenium oxidative stress polymorphisms and mercury

11

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Concentraccedilatildeo de Se (microgg) em castanha-do-brasil da regiatildeo Amazocircnica

22

Quadro 2 Ingestatildeo Dieteacutetica de Referecircncia (DRIs) relativas ao Se em microgdia a

partir de um ano de idade de acordo com o Institute of Medicine (IOM

2006)

23

Quadro 3 Frequecircncia genotiacutepica do polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) no

gene que codifica para GPx 1 encontrada em pesquisas realizadas no

Brasil por pesquisadores do Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo e Minerais da

Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo

(USP)

37

Quadro 4 Distribuiccedilatildeo da frequecircncia do polimorfismo GSTM1(ABAB0) no gene

da GST em diferentes etnias

39

Quadro 5 Classificaccedilatildeo do Iacutendice de Massa Corpoacuterea (IMC) para adultos segundo

WHO (2000)

45

Quadro 6 Intervalos de recomendaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de macronutrientes em

percentual de contribuiccedilatildeo energeacutetica (AMDR) de acordo com IOM

(2006)

46

Quadro 7 Valores de referecircncias adotados para concentraccedilatildeo de Se no plasma e

eritroacutecitos

47

Quadro 8 Resultados das anaacutelises dos materiais de referecircncia utilizados na

determinaccedilatildeo de Hg total

49

12

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas das voluntaacuterias

55

Tabela 2 Classificaccedilatildeo das participantes segundo o IMC

56

Tabela 3 Ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) das participantes (n = 194)

59

Tabela 4 Concentraccedilatildeo de Se (microgL) no plasma e nos eritroacutecitos das participantes

(n=194)

61

Tabela 5 Coeficiente de regressatildeo da ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) como

variaacutevel independente que influenciou a concentraccedilatildeo do mineral no

plasma (microgL) das participantes

64

Tabela 6

Tabela 7

Coeficiente de regressatildeo da ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) como

variaacutevel independente que influenciou a concentraccedilatildeo do mineral nos

eritroacutecitos (microgL) das participantes

Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram

as concentraccedilotildees de Hg (ng g-1

) nos cabelos (variaacutevel dependente) das

participantes

64

71

Tabela 8 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram

a capacidade antioxidante ndash ORAC (mmol eq troloxg de amostra)

(variaacutevel dependente) das participantes

71

Tabela 9 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram

a concentraccedilatildeo plasmaacutetica de MDA (microM) (variaacutevel dependente) das

participantes

72

Tabela 10 Distribuiccedilatildeo do SNP Pro198Leu (rs 1050450) no gene que codifica para

a GPx 1 nas participantes (n=190)

73

Tabela 11 Concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio atividade da enzima

GPx MDA e ORAC de acordo com o genoacutetipo para o polimorfismo

Pro198Leu (rs1050450) no gene que codifica a GPx

76

Tabela 12 Distribuiccedilatildeo do polimorfismo GSTM1 no gene da GST das participantes

(n = 180)

76

Tabela 13 Concentraccedilotildees de Hg de MDA e ORAC de acordo com o genoacutetipo para

o polimorfismo GSTM1 no gene da GST das participantes

77

13

LISTA DE ABREVIATURAS

Se - Selecircnio

Hg - Mercuacuterio

MeHg - Metilmercuacuterio

dimetilHg - Dimetilmercuacuterio

GPx - Glutationa Peroxidase

GST - Glutationa S-Transferase

GR - Glutationa Redutase

GSH - Glutationa Reduzida

SOD - Superoacutexido Dismutase

Hb - Hemoglobina

T3 - Tri-iodotironina

T4 - Tiroxina

SeO32-

- Selenito

SeO42-

- Selenato

Cd - Caacutedmio

Rd - Raacutedio

As - Arsecircnio

Cu - Cobre

Ag - Prata

Pb - Chumbo

Pt - Platina

DRI - Recomendaccedilatildeo de Ingestatildeo de Referecircncia

EAR - Necessidade Meacutedia Estimada

UL - Niacutevel Maacuteximo de Ingestatildeo Toleraacutevel

RDA - Ingestatildeo Dieteacutetica Recomendada

EER - Necessidade Energeacutetica Estimada

AMDR - Acceptable Macronutrient Distribution Range

IOM - Institute of Medicine

ADI - Ingestatildeo Diaacuteria Aceitaacutevel

PTWI - Ingestatildeo Semanal Toleraacutevel Provisoacuteria

DCNT - Doenccedilas Crocircnicas natildeo Transmissiacuteveis

14

WHO - World Health Organization

AP - Amapaacute

PA - Paraacute

RO - Rondocircnia

AM - Amazonas

EDTA - Aacutecido Etilenodiamino Tetraceacutetico

O2 - Oxigecircnio

ERO - Eacutespecies Reativas de Oxigecircnio

ERN - Eacutespecies Reativas de Nitrogecircnio

RSS e SR - Selenosulfidos

SNP - Single Nucleotide Polymorfism

STR - Simple Tandem Repeats

VNTR - Variable Number of Tandem Repeats

PCK - Proteiacutena Quinases

DNA - Aacutecido Desoxirribonucleico

C - Citocina

T - Timina

SDM - Seleno Dimetil ndash Mercuacuterio

MDA - Malondialdeiacutedo

ORAC - Capacidade Antioxidante

8-OHdG - 8 Hidroxidodesoxiguanosina

CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente

Na - Soacutedio

Se-Met - Selenometionina

mv - MassaVolume

PA - Pureza Analiacutetica

LAN - Anaacutelise por Ativaccedilatildeo Neutrocircnica

AOAC - Association of Official Analytical Chemists

NCHS - National Center of Health and Statistics

HGQTAAS - Espectrometria de Absorccedilatildeo Atocircmica por Geraccedilatildeo de Hidretos

Acoplados agrave Cela de Quartzo

CVAAS - Espectrometria de Absorccedilatildeo Atocircmica com Geraccedilatildeo de Vapor Frio

IPEN - Instituto de Pesquisa Energeacutetica Nuclear

IMC -Iacutendice de Massa Corpoacuterea

15

CC - Circunferecircncia da Cintura

LD - Limite de Detecccedilatildeo

LQ - Limite de Quantificaccedilatildeo

PNJ

IAEA

- Parque Nacional do Jauacute

- Agecircncia Internacional de Energia Atocircmica

UNIR - Universidade Federal de Rondocircnia

SEDUC - Secretaria de Educaccedilatildeo

SESAU - Secretaria da Sauacutede

ABESO - Associaccedilatildeo Brasileira para Estudo da Obesidade e da Siacutendrome Metaboacutelica

LANCRPq - Laboratoacuterio de Anaacutelise por Ativaccedilatildeo Neutrocircnica

IPENCNEN - Instituto de Pesquisas Energeacuteticas Nucleares

FCF - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas

USP - Universidade de Satildeo Paulo

16

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 18

2 REVISAtildeO DA LITERATURA 20

21 SELEcircNIO 20

211 Fontes Biodisponibilidade e Recomendaccedilatildeo 21

212 Aspectos Fisioloacutegicos Absorccedilatildeo Biodisponibilidade Armazenamento e Excreccedilatildeo 24

213 Funccedilotildees e Accedilotildees 25

214 Deficiecircncia e Toxicidade 29

22 MERCUacuteRIO30

23 ESTRESSE OXIDATIVO 33

24 POLIMORFISMOS 35

241 Polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) no Gene da GPx 36

242 Polimorfismo GSTM1 no Gene da GST 38

3 OBJETIVOS 41

31 OBJETIVO GERAL 41

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 41

4 METODOLOGIA 42

41 CASUIacuteSTICA E DELINEAMENTO 42

42 COLETA DE DADOS42

43 AVALIACcedilAtildeO ANTROPOMEacuteTRICA 45

44 CONSUMO ALIMENTAR 46

45 DETERMINACcedilAtildeO DA CONCENTRACcedilAtildeO DE SELEcircNIO NO PLASMA E ERITROacuteCITOS 47

46 DETERMINACcedilAtildeO DA ATIVIDADE DA GPx 48

47 PROCESSAMENTO E ANAacuteLISE DE MERCUacuteRIO NOS CABELOS 48

48 DETERMINACcedilAtildeO DA CONCENTRACcedilAtildeO PLASMAacuteTICA DE MALONDIALDEIacuteDO 50

49 DETERMINACcedilAtildeO DA CAPACIDADE DE ABSORCcedilAtildeO DE RADICAIS DE OXIGEcircNIO 51

410 PREPARACcedilAtildeO DAS AMOSTRAS PARA ANAacuteLISE DOS POLIMORFISMOS 52

4101 Determinaccedilatildeo do Polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) 52

4102 Determinaccedilatildeo do Polimorfismo GSTM1 53

411 ANAacuteLISES ESTATIacuteSTICAS 53

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 54

51 CARACTERIZACcedilAtildeO DA POPULACcedilAtildeO 54

52 AVALIACcedilAtildeO ANTROPOMEacuteTRICA 55

53 CONSUMO ALIMENTAR 57

17

54 MARCADORES BIOQUIacuteMICOS DO ESTADO NUTRICIONAL RELATIVO AO SELEcircNIO 60

55 SEEcircNIO E ATIVIDADE DA ENZIMA GPx 1 65

56 SELEcircNIO E CONCENTRACcedilOtildeES DE MERCUacuteRIO 67

57 SELEcircNIO E AVALIACcedilAtildeO DO ESTRESSE OXIDATIVO MDA E ORAC 71

58 POLIMORFISMO PRO198LEU 73

59 POLIMORFISMO GSTM1 76

6 CONCLUSAtildeO 80

7 CRONOGRAMA 81

REFEREcircNCIAS 82

APEcircNDICES 100

ANEXOS 118

18

1 INTRODUCcedilAtildeO

O selecircnio (Se) eacute um mineral traccedilo essencial para a biologia humana e esta

essencialidade foi reconhecida em 1979 apesar deste elemento ter sido descoberto em 1817

Dentre as funccedilotildees atribuiacutedas a este mineral destacam-se a funccedilatildeo antioxidante e proteccedilatildeo

contra accedilatildeo nociva de metais toacutexicos aleacutem de atuar em niacutevel de sistema imunoloacutegico

(NAVARRO-ALARCON e LOacutePEZ-MARTINEZ 2000 REILLY 1996) A funccedilatildeo

antioxidante estaacute relacionada agraves selenoproteiacutenas como a P e agraves glutationas peroxidases (GPx)

que satildeo dependentes de Se (HSIEH et al 2006) As GPx satildeo selenoproteiacutenas encontradas em

todos os tecidos de mamiacuteferos em que haacute processos oxidativos cuja accedilatildeo eacute reduzir a produccedilatildeo

de Espeacutecies Reativas de Oxigecircnio (ERO) contribuindo para a proteccedilatildeo das macromoleacuteculas e

membranas do organismo contra a oxidaccedilatildeo (GONZAGA et al 2005)

O homem obteacutem Se por meio da alimentaccedilatildeo (REILLY 1996 FAacuteVARO et al 2000

GONZAGA 2002 THOMSON 2006) e a quantidade do mineral presente nos alimentos

reflete a concentraccedilatildeo do solo sendo essa distribuiccedilatildeo heterogecircnea ou seja um alimento da

mesma espeacutecie proveniente de aacutereas distintas pode apresentar concentraccedilotildees de Se diferentes

(AMOUROUX et al 2001 MARTENS e COZZOLINO 2012) No Brasil Cozzolino et al

(2007) evidenciaram que feijotildees produzidos no estado de Satildeo Paulo tinham menores

concentraccedilotildees de Se (0016 μg de Seg) quando comparados aos feijotildees do Cearaacute (12 μg de

Seg)

Dessa forma pode-se supor que as regiotildees norte e nordeste apresentam maiores

concentraccedilotildees de Se no solo enquanto as regiotildees centro-oeste e sudeste tendem a apresentar

concentraccedilotildees menores indicando maior risco de desenvolvimento da deficiecircncia do mineral

nas duas uacuteltimas regiotildees (COZZOLINO et al 2007 MARTENS e COZZOLINO 2012) A

regiatildeo norte aleacutem de ser considerada uma das aacutereas com solos mais ricos em Se tambeacutem

apresenta de forma abundante o alimento considerado a melhor fonte do mineral a castanha-

do-brasil (Bertholletia excelsa) (ROCHA et al 2014)

Um estudo realizado por Gonzaga (2002) avaliou o estado nutricional relativo ao Se

em 41 crianccedilas de Macapaacute (AP) e de Beleacutem (PA) de acordo com os resultados as crianccedilas

avaliadas natildeo apresentaram deficiecircncia em Se

Rocha et al (2014) tambeacutem avaliaram crianccedilas da regiatildeo norte em duas localidades

ribeirinhas da cidade de Porto Velho (RO) obtendo um total de 42 participantes As crianccedilas

ribeirinhas de Demarcaccedilatildeo apresentaram concentraccedilotildees plasmaacuteticas de Se abaixo da

19

referecircncia para a faixa etaacuteria enquanto as crianccedilas da segunda localidade Gleba do Rio Preto

apresentaram concentraccedilotildees elevadas constituindo risco de toxicidade

Bortoli (2010) avaliou 55 mulheres de uma comunidade ribeirinha de Manaus (AM)

denominada de Novo Airatildeo e observou que a meacutedia de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio estava

dos valores da normalidade

Com base nesses estudos observa-se que natildeo eacute possiacutevel estabelecer um diagnoacutestico

preciso sobre o status de Se na regiatildeo norte sendo necessaacuterios mais estudos principalmente

com a populaccedilatildeo das cidades

Em contrapartida agrave suposiccedilatildeo que a regiatildeo norte ou amazocircnica pode ter solos ricos em

Se a mesma tambeacutem eacute considerada uma aacuterea de risco de exposiccedilatildeo ao mercuacuterio (Hg) um

metal toacutexico que natildeo exerce funccedilatildeo bioloacutegica Segundo Fadini e Jardim (2001) esta

contaminaccedilatildeo eacute devida aos processos naturais e antroacutepicos

Alguns autores sugerem que a populaccedilatildeo da Amazocircnia apresenta a mais alta exposiccedilatildeo

ao Hg relatada no mundo e isso pode exigir um aumento da quantidade de Se no organismo

na tentativa de compensar tanto o estresse oxidativo quanto os efeitos toacutexicos provocados pelo

metal bem como para manter a atividade ideais de enzimas antioxidantes (FORDYCE 2005

RAYMAN 2008 LEMIRE et al 2010 PASSOS MERGLER 2008)

Diante desse cenaacuterio este projeto avaliou o estado nutricional relativo ao Se

concentraccedilotildees de Hg estresse oxidativo e a presenccedila dos polimorfismos geneacuteticos Pro198Leu

no gene da GPx e GSTM1 no gene da glutationa S-transferase (GST) de mulheres residentes

na cidade de Porto Velho (RO) Vale mencionar que estudos sobre o Se satildeo inexistentes nesta

populaccedilatildeo e a maioria das pesquisas realizadas com o Hg na Amazocircnia avaliou apenas

populaccedilotildees ribeirinhas

20

2 REVISAtildeO DA LITERATURA

21 SELEcircNIO

O Se foi descoberto pelo quiacutemico sueco Jons Jakob Berzelius no ano de 1817 em seus

experimentos sobre a oxidaccedilatildeo do aacutecido sulfuacuterico pesquisando agentes toacutexicos (FOX

FAIRWEATHER 1999) Em 1957 Schwartz e Foltz descobriram a sua importacircncia para a

sauacutede animal quando verificaram que pequenas quantidades de Se apresentavam accedilatildeo

protetora em ratos com necrose hepaacutetica e deficiecircncia em vitamina E (NAVARRO-

ALARCON LOacutePEZ-MARTINEZ 2000) Em 1973 Rotruck isolou a enzima GPx e verificou

a presenccedila de Se em seu siacutetio ativo (BAYOUMY-EL 2001) A essencialidade do Se para os

humanos foi reconhecida em 1979 quando cientistas chineses descobriram uma doenccedila por

deficiecircncia de Se em uma regiatildeo da China chamada Keshan a qual deu origem ao nome desta

doenccedila e quando a suplementaccedilatildeo com Se atuou em caso de distrofia muscular (ESTADOS

UNIDOS - IOMFNB 2001)

No processo de evoluccedilatildeo da terra o Se foi incorporado ao solo oriundo dos magmas e

gases vulcacircnicos e apoacutes o degelo da era glacial esse semi-metal foi espalhado por algumas

aacutereas do globo terrestre de forma heterogecircnea (KOHRLE 1999) Dessa forma as

caracteriacutesticas geoloacutegicas de cada regiatildeo influenciaram as concentraccedilotildees de Se nos solos

existindo locais onde esta concentraccedilatildeo eacute tatildeo elevada que pode causar intoxicaccedilatildeo em animais

que consomem as pastagens cultivadas (REILLY 1996) e em outras eacute tatildeo baixa que pode

causar deficiecircncia (SILVA et al 1993)

Solos com concentraccedilatildeo de Se ao redor de 005 microgg tendem a proporcionar dietas

com concentraccedilotildees menores que 01 microgg causando deficiecircncia do mineral enquanto solos

com mais de 5 microgg do mineral contribuem para a intoxicaccedilatildeo (OLDFIELD 1999) Por isso a

quantidade de Se existente nos alimentos na aacutegua e no ar reflete o teor deste mineral no solo

sendo dependente de fatores geoquiacutemicos como o pH sendo que solos com pH menor que

55 (aacutecido) apresentam baixa biodisponibilidade de Se e solos com pH maior que 75

(alcalino) apresentam Se mais biodisponiacutevel A natureza da rocha originaacuteria tambeacutem interfere

nas quantidades de Se no ambiente sendo aquelas ricas em granito e basalto pobres em Se e

as vulcacircnicas incandescentes calcaacuterias de carvatildeo e de pirita mais ricas no mineral

(BAOYAN ZHANG 2002 REILLY 1996 FOX FAIRWEATHER-TAIT 1999 GONZAGA

MARTENS COZZOLINO 2007 2012) Isso explica porque a quantidade de Se no mesmo tipo

de alimento proveniente de aacutereas diferentes pode ser muito heterogecircnea (AMAROUX et al

21

2001) Estima-se que cerca de 50 a 77 do Se presente na superfiacutecie da terra seja oriundo

dos oceanos que se depositou por via uacutemida ou seca por meio dos gases dimetilselenido e

dimetilselenilsulfido produzidos de forma sazonal por fitoplacircnctons em especial pelas

bacteacuterias Coccolithophorid e por isso as aacutereas mais proacuteximas de oceanos possuem solos com

maior concentraccedilatildeo de Se (AMAROUX et al 2001)

No Brasil Martens e Cozzolino (2002) avaliaram alguns cultivares de feijotildees de cada

regiatildeo do paiacutes e verificaram que a concentraccedilatildeo de Se foi maior nos alimentos cultivados nas

regiotildees Norte e Nordeste sugerindo que os solos destes locais apresentam maiores

concentraccedilatildeo do mineral Os pesquisadores constataram tambeacutem que os solos com elevadas

concentraccedilotildees de Se produziram alimentos mais ricos neste nutriente e consequentemente

um consumo alimentar adequado Por outro lado em estados como Satildeo Paulo e Mato Grosso

foram encontradas menores concentraccedilotildees de Se nos solos e os indiviacuteduos residentes nestes

estados apresentaram maiores inadequaccedilotildees da ingestatildeo alimentar de Se (COZZOLINO

2007)

Na natureza o Se se encontra em 4 quatro estados de oxidaccedilatildeo nos solos aacutecidos como

Se elementar (0) selenido (+2) e selenito (+4) que satildeo menos soluacuteveis e assimilaacuteveis

enquanto em terras alcalinas tecircm mais selenato (+6) mais soluacutevel e assimilaacutevel pelas plantas

e animais (ORTUNtildeO et al 1997 GONZAGA MARTENS COZZOLINO 2012) Nos

alimentos o Se pode ser encontrado sob as formas orgacircnica e inorgacircnica na forma orgacircnica

como selenometionina (alimentos de origem vegetal e animal e em alguns suplementos

alimentares) como selenocisteiacutena principalmente em fontes de origem animal e como

selenometilselenocisteiacutena principal forma encontrada em vegetais (NAVARRO-ALARCON

2008) Na forma inorgacircnica como selenito (SeO32-

) e selenato (SeO42) em suplementos pois

essas formas aparecem em poucas quantidades nos alimentos (RAYMAN 2000)

211 Fontes Biodisponibilidade e Recomendaccedilatildeo

A castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa famiacutelia Lecythidaceae) eacute considerada o

alimento mais rico em Se com concentraccedilotildees que variam de 8 a 126 microgg (GONZAGA

2002 REILLY 1996 THOMSON 2006 GONZAGA MARTENS COZZOLINO 2012)

Diversos estudos com essa amecircndoa foram conduzidos com a finalidade de determinar o seu

teor de Se Souza e Menezes (2004) avaliaram 70kg de castanha-do-Brasil com casca da

safra de 2001 obtidas de lote a granel na Centrais de Abastecimento de Campinas SA

(CEASA) em Satildeo Paulo e observaram concentraccedilatildeo de 204 microgg (correspondente a 204

22

microg100g) de Se Chang et al (1995) analisaram dois lotes de castanha-do-brasil um

proveniente da regiatildeo do AcreRondocircnia e outro da regiatildeo de ManausBeleacutem e as

concentraccedilotildees de Se variaram de 306 a 401 microgg e 360 a 500 microgg respectivamente

Trabalhos realizados pelos pesquisadores do Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo-Minerais da

Universidade de Satildeo Paulo tambeacutem avaliaram as concentraccedilotildees de Se em castanha-do-brasil

oriundas da regiatildeo norte (Quadro 1)

Quadro 1 Concentraccedilatildeo de Se (microgg) em castanha-do-brasil da regiatildeo norte do Brasil

Concentraccedilatildeo de Se (microgg)

COUTINHO (2001) GONZAGA (2002) BEHR (2004) MARTENS e COZZOLINO (2002) ROCHA (2014) STOCLER PINTO (2009) COMINETTI (2010) PIRES (2012)

19 40 17 43

583 58 58 115

Dados natildeo publicados - Meacutedia referente agrave determinaccedilatildeo de Se em dezoito lotes de castanha-do-brasil (safra 2011)

As frutas e as verduras em geral satildeo pobres em Se com exceccedilatildeo dos vegetais que satildeo

considerados acumuladores tais como o alho a mostarda indiana o broacutecolis a couve-de-

bruxelas a couve-flor o repolho a cebola e alguns cogumelos os quais podem fornecer boas

quantidades do mineral Nas regiotildees cujos solos tecircm quantidades significativas de Se o trigo

eacute uma boa fonte do mineral assim como os patildees e cereais (NAVARRO-ALARCON e

LOacutePEZ-MARTINEZ 2008)

A quantidade de proteiacutena presente no alimento deve ser considerada pois os alimentos

proteicos incorporam o Se de forma mais eficiente principalmente aqueles que possuem

maior concentraccedilatildeo de aminoaacutecidos que contenham enxofre como metionina e cisteiacutena

(BURK 1998) Alimentos como carne bovina frango peixe e ovos tambeacutem apresentam

quantidades significativas de Se assim como leite e seus derivados de acordo com a espeacutecie

animal e quantidade de gordura pois tanto o leite de vaca quanto os outros tipos que

apresentam maior quantidade de gordura possuem menores concentraccedilotildees do mineral

(NAVARRO-ALARCON 2008)

As melhores fontes de Se natildeo satildeo necessariamente as de maior biodisponibilidade Os

vegetais por exemplo em geral satildeo pobres no mineral entretanto apresentam uma

biodisponibilidade elevada variando de 85 a 100 Nos pescados que tambeacutem satildeo

23

considerados oacutetimas fontes de Se a biodisponibilidade varia de 20 a 50 Alguns

pesquisadores relacionam esta baixa biodisponibilidade agrave interaccedilatildeo do Se com o metal Hg que

pode estar presente nesses alimentos (ORTUNtildeO 1997 MARTENS et al 2012)

Com a descoberta da doenccedila de Keshan uma cardiomiopatia ocasionada pela

deficiecircncia de Se foi possiacutevel estabelecer recomendaccedilatildeo desse nutriente pois a doenccedila natildeo se

manifestava quando a quantidade consumida era igual ou maior que 191 microgdia em indiviacuteduo

adulto com 60 kg Acreditava-se que essa concentraccedilatildeo seria o menor valor de associaccedilatildeo

com o natildeo aparecimento dos sinais cliacutenicos da deficiecircncia do mineral (SHILS et al1994)

Entretanto atualmente sabe-se que a deficiecircncia de Se ocorre quando a ingestatildeo diaacuteria por

longos periacuteodos eacute menor ou igual a 11 microgdia Outro dado utilizado para determinar a

recomendaccedilatildeo de Se foi realizado atraveacutes da relaccedilatildeo entre a atividade da GPx no plasma e a

ingestatildeo do Se em indiviacuteduos adultos chineses residentes em uma aacuterea com solos

considerados pobres no mineral Os voluntaacuterios foram distribuiacutedos em cinco grupos e

receberam doses graduais de 0 10 30 60 e 90 microgdia de Se por via oral na forma de DL-

selenometionina Apoacutes cinco a oito meses a atividade da GPx respondeu de forma similar

para os trecircs concentraccedilotildees mais altos e esses resultados mostraram que uma ingestatildeo em torno

de 41 microgdia o equivalente a 30 microg da suplementaccedilatildeo mais 11 microg da dieta normal em um

homem de 60 kg eram suficientes para saturar a atividade da GPx (IOM 2001)

Com bases nesses dados foi possiacutevel estabelecer uma recomendaccedilatildeo de Se de acordo

com o Institute of Medicine (2001) A Ingestatildeo Dieteacutetica Recomendada (RDA) de Se para

indiviacuteduos adultos a partir dos 19 anos de idade foi estabelecida em 55 microgdia natildeo devendo

ultrapassar o niacutevel maacuteximo de Ingestatildeo Toleraacutevel (UL) estabelecido de 400 microgdia O Quadro

2 apresenta as Ingestotildees Dieteacuteticas de Referecircncia (DRI) de Se propostas pelo IOM (2006)

para populaccedilatildeo adulta

Quadro 2 Ingestatildeo Dieteacutetica de Referecircncia (DRIs) relativas ao Se em microgdia a partir de 1 ano

de idade de acordo com o Institute of Medicine (IOM 2006)

Idade (anos) EAR

Se microgdia

RDA

Se microgdia

UL

Se microgdia

˃ 14 45 55 400

EAR ndash Necessidade Meacutedia Estimada valor de ingestatildeo diaacuteria de um nutriente suficiente para suprir a

necessidade de metade dos indiviacuteduos saudaacuteveis de um determinado grupo do mesmo gecircnero e estaacutegio de vida

RDA ndash Ingestatildeo Dieteacutetica Recomendada eacute o niacutevel de ingestatildeo dieteacutetica diaacuteria suficiente para atender agraves

necessidades de um determinado nutriente de praticamente todos (97 a 98) os indiviacuteduos saudaacuteveis de um

determinado grupo do mesmo gecircnero e estaacutegio de vida

24

UL ndash Niacutevel Maacuteximo de Ingestatildeo Toleraacutevel eacute o valor mais alto da ingestatildeo diaacuteria continuada de um nutriente que

aparentemente natildeo oferece nenhum efeito adverso agrave sauacutede para todos os indiviacuteduos de um mesmo estaacutegio de

vida ou gecircnero

212 Aspectos Fisioloacutegicos Absorccedilatildeo Biodisponibilidade Armazenamento e Excreccedilatildeo

A absorccedilatildeo do Se acontece no duodeno ceco e coacutelon onde a selenometionina eacute

absorvida por um mecanismo de transporte ativo o selenito por difusatildeo simples o selenato

em conjunto com o sulfato por meio de carreadores mediados por soacutedio e a selenocisteiacutena por

transporte ativo comum aos aminoaacutecidos baacutesicos (histidina lisina e arginina) A

selenometilselenocisteiacutena natildeo eacute incorporada como selenometionina sendo convertida

rapidamente em metilselenol (FAIRWEATHERTAIT et al 2011)

Nos enteroacutecitos o Se eacute reduzido a selenito (H2Se) e em seguida transportado no

sangue ligado a proteiacutenas principalmente a fraccedilotildees de β-lipo proteiacutena de muito baixa

densidade e em menor quantidade em outros tipos de proteiacutenas como a albumina

especialmente quando a selenometionina eacute a principal forma presente nos alimentos

(REILLY 1996 PAPP et al 2007)

A biodisponibilidade do Se pode ser prejudicada por alguns fatores quantidade

ingerida a partir da dieta origem do Se consumido interaccedilatildeo com metais toacutexicos eficiecircncia

da digestatildeo formaccedilatildeo de compostos absorviacuteveis tempo do tracircnsito intestinal estado

nutricional do organismo em relaccedilatildeo ao Se doenccedilas do trato gastrintestinal conversatildeo para

formas biologicamente ativas apoacutes absorccedilatildeo e incorporaccedilatildeo agrave enzima GPx (IOM 2001) Na

determinaccedilatildeo da biodisponibilidade do Se alimentar a etapa limitante eacute a incorporaccedilatildeo da

forma biologicamente ativa selenocisteiacutena agrave GPx ou agraves 5 deiodinases nos tecidos

(HOLBEN SMITH 1999)

A excreccedilatildeo do Se ocorre principalmente pela via urinaacuteria (REILLY 1996 PAPP et

al 2007) e os compostos de Se tanto aqueles que entram no pool de selenito como os

convertidos a metilselenol satildeo metilados por tioacuteis-metiltransferases e geram diferentes formas

metaboacutelicas metiladas do mineral que seratildeo excretadas contribuindo para a homeostase Na

urina predominam as formas monometiladas nos casos de baixas ingestotildees e o

trimetilselenocircnio quando o Se eacute consumido em altas quantidades Quando os iacuteons de

trimetilselenocircnio atingem seu platocirc metaboacutelico ocorre a excreccedilatildeo pulmonar de

dimetilselenocircnio volaacutetil responsaacutevel pelo odor caracteriacutestico de alho na respiraccedilatildeo

(LETAVAYOVAacute et al 2006 PAPP et al 2007)

25

A Figura 1 ilustra o metabolismo do Se em mamiacuteferos onde os metaboacutelitos de Se

provenientes da alimentaccedilatildeo entram na ceacutelula e se juntam ao pool existente gerando selenito

que seraacute utilizado como fonte de Se para a siacutentese da selenocisteiacutena precursora das

selenoproteiacutenas (PAPP et al 2007)

Figura 1 Aspectos fisioloacutegicos do Se em mamiacuteferos

Adaptado de PAPP et al (2007)

(GSH = glutationa TrxRTrx = tioredoxina redutasetioredoxina)

213 Funccedilotildees e Accedilotildees

A propriedade antioxidante do Se estaacute relacionada agraves GPx que satildeo dependentes deste

mineral As GPx agem na proteccedilatildeo celular contra os danos provocados por radicais livres

juntamente com um sistema antioxidante complexo que envolve outras substacircncias

(HOLBEN SMITH 1999)

O Se eacute incorporado na forma de selenocisteiacutena no siacutetio ativo de um grande nuacutemero de

proteiacutenas Acredita-se que cerca de 100 selenoproteiacutenas possam existir no organismo de

mamiacuteferos Atualmente satildeo conhecidas 22 selenoproteiacutenas organizadas em grupos diferentes

Se Alimentar

Selenometionina

Selenito

Selenato

Selenocisteiacutena

(Sec)

Outras formas

ENTEROacuteCITO

Pool Intracelular de Selecircnio

Selenometionina

Selenito Selenato

GSS e SG (selenodiglutationa)

CH3SeH (metilselenol) etc

Incorporaccedilatildeo natildeo especiacutefica de

proteiacutenas ligadoras de selecircnio

Selenoproteiacutenas

Liases

GSH

TrxRTrx

H2Se

(selenido)

Sec

26

em funccedilatildeo da localizaccedilatildeo e das propriedades funcionais da selenocisteiacutena sendo que metade

destas apresenta caracteriacutesticas antioxidantes O grupo das GPx eacute o mais abundante Estas

selenoproteiacutenas satildeo encontradas em todos os tecidos de mamiacuteferos em que haacute processos

oxidativos e podem reduzir a produccedilatildeo de espeacutecies reativas de oxigecircnio contribuindo para a

proteccedilatildeo das macromoleacuteculas e membranas do organismo contra a oxidaccedilatildeo (BROWN et al

2001 TAPIERO et al 2003 GONZAGA et al 2005)

A GPx 1 tambeacutem conhecida como GPx citosoacutelica foi a primeira enzima dependente

de Se a ser identificada em 1953 em eritroacutecitos onde protege a hemoglobina de danos

oxidativos Essa GPx eacute encontrada no citosol das ceacutelulas sendo expressa em todos os tecidos

(BROWN 2001 LEI 2007) e tem como funccedilatildeo reduzir o peroacutexido de hidrogecircnio e

hidroperoacutexidos orgacircnicos livres transformando-os em aacutegua e aacutelcool respectivamente

(GONZAGA et al 2005)

A segunda isoforma GPx 2 ou gastrintestinal eacute encontrada no trato gastrintestinal e

no fiacutegado e age protegendo o organismo contra os hidroperoacutexidos na passagem pelo trato

gastrintestinal (GONZAGA et al 2005) A GPx 3 ou plasmaacutetica eacute sintetizada primeiramente

nas ceacutelulas tubulares renais e sua funccedilatildeo eacute servir de barreira antioxidante para o sangue

filtrado e proteger as ceacutelulas endoteliais do dano oxidativo (DUMONT 2006) A quarta

isoforma GPx 4 ou fosfolipiacutedio hidroperoacutexido tem como funccedilatildeo proteger as membranas das

ceacutelulas contra a accedilatildeo dos hidroperoacutexidos de aacutecidos graxos e tambeacutem reduzir a formaccedilatildeo de

hidroperoacutexidos de colesterol e de eacutester de colesterol nas membranas e nas lipoproteiacutenas de

baixa densidade (LDL) (SAVASKAN et al 2007)

Aleacutem dessas quatro isoformas foram descobertas tambeacutem a GPx 6 no epiteacutelio do

olfato e tecidos embrionaacuterios e outras variantes na qual o resiacuteduo de selenocisteiacutena eacute

substituiacutedo por cisteiacutena incluindo a GPx 5 com expressatildeo restrita no epidiacutedimo e a GPx 7

(PAPP et al 2007) Entretanto ainda natildeo se sabe exatamente qual a accedilatildeo dessas GPx

(HERBETTE et al 2007)

O Se pode interagir com um grande nuacutemero de metais toacutexicos como arsecircnio (As)

caacutedmio (Cd) Hg cobre (Cu) prata (Ag) chumbo (Pb) e platina (Pt) podendo alterar a

toxicidade e prevenir possiacuteveis manifestaccedilotildees toxicoloacutegicas em razatildeo da exposiccedilatildeo aos

mesmos (ORTUNtildeO et al 1997) Uma das hipoacuteteses para explicar essa interaccedilatildeo seria uma

reaccedilatildeo direta desses metais com o Se na forma inorgacircnica formando substacircncias

biologicamente inativas no interior do trato gastrintestinal Este mecanismo de interaccedilatildeo foi

encontrado em estudos com o Cd Pt Pb Ag e Hg Uma segunda hipoacutetese seria a reaccedilatildeo do

Se com grupos tioacuteis de algumas moleacuteculas para formar selenosulfidos (RSSeSR) que

27

possuem forte afinidade por metais (ORTUNtildeO et al 1997 ALARCOacuteN e MARTINEZ

2000)

A interaccedilatildeo entre o Hg e o Se tem sido estudada haacute mais de trecircs deacutecadas e envolve

uma variedade de processos bioquiacutemicos e toxicoacutelogicos ainda desconhecidos (CHEN et al

2006) Estudos conduzidos em animais foram realizados para tentar esclarecer os mecanismos

dessa interaccedilatildeo mesmo assim estes natildeo foram completamente elucidados (GREGUS et al

2001) Pesquisas in vitro sugerem que o efeito protetor do Se em relaccedilatildeo aos efeitos toacutexicos do Hg

seja em razatildeo da formaccedilatildeo de um complexo inerte Hg-Se (11) ligado agrave selenoproteiacutena P (Sepp1) no

sangue (DRASCH et al 2000)

A Figura 2 ilustra um possiacutevel mecanismo de destoxificaccedilatildeo muacutetua de Se e Hg elaborado

por Gailer et al (2000) onde o Se na forma de selenito ao ser incorporado nos eritroacutecitos eacute

reduzido atraveacutes da glutationa e no plasma liga-se agrave albumina proteiacutena responsaacutevel pelo transporte

sanguiacuteneo de Hg Sendo assim o Se natildeo reagiria de forma direta com o Hg livre mas com o Hg

ligado agrave albumina formando o complexo Hg-Se que por sua vez liga-se agrave selenoproteiacutena P e

tambeacutem aos resiacuteduos de histidina e cisteiacutena presentes na proteiacutena

Vale mencionar que a selenoproteiacutena P eacute uma glicoproteiacutena que transporta a maior parte de

Se no plasma dessa forma nos casos em que haacute deficiecircncia em Se a siacutentese de selenoproteiacutena P

pode estar prejudicada assim como a sua concentraccedilatildeo no plasma A existecircncia da selenoproteiacutena P

foi relatada haacute aproximadamente 30 anos poreacutem o progresso na tentativa de esclarecer as suas

funccedilotildees tecircm se destacado nos uacuteltimos anos (BURK HILL 2009)

Figura 2 Esquema de um possiacutevel mecanismo de destoxificaccedilatildeo muacutetua de Se e Hg

Adaptado de Gailer et al (2000)

SeO32-

e Se2-

= selenito Hg2+

= mercuacuterio livre HgSe = complexo Hg Se

HgSe

SeO32-

SeO32- Se2-GSH

Eritroacutecito

Se2-

Hg2+ (albumina)HgSe

Selenoproteiacutena P

HgSeHgSe

HgSe

28

Concentraccedilotildees adequadas de Se tambeacutem estatildeo relacionadas ao funcionamento

adequado do sistema imunoloacutegico Propriedades como quimiotaxia migraccedilatildeo e atividade

fungicida satildeo indicadores claramente dependentes da concentraccedilatildeo de Se nas ceacutelulas

fagocitaacuterias Efeitos reguladores do sistema imunoloacutegico satildeo explicados pela manutenccedilatildeo da

integridade das membranas das ceacutelulas imunocompetentes em condiccedilotildees adequadas de Se

Por isso satildeo atribuiacutedas ao Se funccedilotildees nas ceacutelulas do sistema imunoloacutegico como manutenccedilatildeo

da integridade das ceacutelulas imunocompetentes reduccedilatildeo dos peroacutexidos orgacircnicos e inorgacircnicos

formados por reaccedilotildees originadas dos radicais livres na ceacutelula regulaccedilatildeo do metabolismo dos

hidroperoacutexidos que levam agrave siacutentese de leucotrienos tromboxanos prostaglandinas e

lipoacutexidos e modulaccedilatildeo dos produtos oxidativos na respiraccedilatildeo das ceacutelulas fagocitaacuterias

(ORTUNtildeO et al 1997)

O Se tambeacutem participa na conversatildeo de tiroxina (T4) em tritiodotironina (T3) por

meio das deiodinases tipo I II e III A deficiecircncia em Se no organismo causa um decreacutescimo

de 15 a 20 na conversatildeo de T4 em T3 A enzima 5rsquo-deiodinase tipo 1 (IDI) eacute uma

selenoproteiacutena encontrada principalmente no fiacutegado e rins responsaacutevel pela conversatildeo da

forma inativa do proacute-hormocircnio T4 que eacute secretado pela tireoide agrave forma metabolicamente ativa

triiodotironina (T3) Nos casos de deficiecircncia em Se o T4 estaacute aumentado no plasma enquanto o T3

estaacute diminuiacutedo (KOumlHRLE 2000)

Outras accedilotildees protetoras do Se tecircm sido descritas no contexto das Doenccedilas Crocircnicas

Natildeo Transmissiacuteveis (DCNT) Alguns mecanismos foram propostos para esclarecer a inibiccedilatildeo

do aparecimento do cacircncer pela accedilatildeo do Se como reduccedilatildeo da hipermetilaccedilatildeo do DNA

causada pelo aumento da atividade da DNA metiltransferase regulaccedilatildeo da hipometilaccedilatildeo do

DNA que paradoxalmente ocorre durante a progressatildeo do tumor e proteccedilatildeo antioxidante que

promove equiliacutebrio entre a formaccedilatildeo de radicais livres e o funcionamento celular normal (DAVIS e

UTHUS 2002) Quando esse equiliacutebrio eacute interrompido pelo acuacutemulo de radicais livres a ceacutelula

entra em estresse oxidativo e consequentemente em instabilidade geneacutetica alterando certos

fatores de transcriccedilatildeo ou oxidando o DNA na sua base 8-hidroxidodesoxiguanosina (8-OHdG)

(BAYOUMY-EL 2001)

Estudos epidemioloacutegicos mostram correlaccedilatildeo positiva entre maior ingestatildeo de Se e

menor incidecircncia de cacircncer de tireoide pele mama ovaacuterio proacutestata e trato gastrintestinal

especialmente o coloretal (ORTUNtildeO et al 1997 NAVARRO-ALARCON e LOacutePEZ-

MARTINEZ 2000 DAVIS e UTHUS 2002) O Se tambeacutem pode diminuir o risco de

outras doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis como aterosclerose trombose arteri al e

diabetes melito (NAVARRO-ALARCON e LOacutePEZ-MARTINEZ 2000)

29

214 Deficiecircncia e Toxicidade

A deficiecircncia em Se ocorre quando a ingestatildeo diaacuteria eacute menor ou igual a 11 microgdia

enquanto ingestotildees acima de 400 microgdia podem levar agrave toxicidade (IOMFNB 2001 ZHANG

et al 2002) Os grupos mais vulneraacuteveis agrave deficiecircncia satildeo fumantes idosos gestantes

lactentes crianccedilas de 2 a 10 anos adolescentes do gecircnero feminino indiviacuteduos submetidos agrave

nutriccedilatildeo parenteral total sem suplementaccedilatildeo com Se por um periacuteodo superior a 20 ou 30 dias

enfermos de doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis indiviacuteduos sujeitos a elevado estresse e

doenccedilas debilitantes (AIDS hepatite C hanseniacutease) populaccedilotildees que habitam aacutereas com solos

pobres em Se aleacutem de populaccedilotildees que habitam aacutereas antropogecircnicas ou naturalmente

contaminadas por Hg (ORTUNtildeO et al 1997 BURKE e OPESKIN 2002 MARTENS et al

2012)

A doenccedila de Kesha definida como uma cardiomiopatia que afeta crianccedilas e mulheres

jovens estaacute diretamente relacionada agrave baixa ingestatildeo alimentar de Se a forma aguda eacute

caracterizada por insuficiecircncia suacutebita da funccedilatildeo cardiacuteaca e a fase crocircnica degeneraccedilatildeo dos

muacutesculos (especialmente necrose multifocal e fibrose no miocaacuterdio) cardiomegalia isquemia

do miocaacuterdio eletrocardiograma anormal e edema pulmonar Outra consequecircncia associada agrave

deficiecircncia eacute a doenccedila de Kashin-Beck osteoartrite endecircmica que ocorre durante a preacute-adolescecircncia

ou adolescecircncia podendo resultar em nanismo e deformaccedilatildeo das articulaccedilotildees (HOLBEN e SMITH

1999) Ressalta-se que no Brasil natildeo haacute relatos dessas deficiecircncias graves

Jaacute os sintomas da intoxicaccedilatildeo por Se satildeo distuacuterbios gastrintestinais graves paladar

metaacutelico odor de alho exalado pelas vias respiratoacuterias distuacuterbios neuroloacutegicos siacutendrome do

estresse respiratoacuterio infarto do miocaacuterdio e falecircncia renal (HOLBEN e SMITH 1999) A

toxicidade crocircnica tanto pelas formas orgacircnicas quanto inorgacircnicas apresenta caracteriacutesticas

cliacutenicas semelhantes poreacutem as concentraccedilotildees teciduais do mineral satildeo diferentes (IOM

2000)

De acordo com Yang et al (1983) os tecidos e oacutergatildeos mais afetados pela toxicidade de

Se satildeo as unhas cabelos pele e sistema nervoso As unhas tornam-se quebradiccedilas com

pontos brancos e estrias longitudinais na superfiacutecie seguido de queda da parede da unha

iniciada nos polegares Os cabelos tornam-se sem brilho e quebram-se facilmente na raiz e

aqueles que nascem em geral satildeo despigmentados Esta caracteriacutestica pode ser observada em

outros locais como axilas braccedilos e aacuterea puacutebica As lesotildees de pele ocorrem principalmente em

quatro pontos palma das matildeos e peacutes nuca cotovelos e pernas com aparecircncia inflamada e

eruptiva agraves vezes ulcerada As anormalidades no sistema nervoso soacute ocorrem nos casos de

30

maior gravidade e os sintomas incluem paralisia perifeacuterica formigamentos hiper-reflexatildeo dos

tendotildees espasmos distuacuterbio motor e hemiplegia (YANG et al 1983)

Vaacuterios fatores podem influenciar a gravidade e o tempo de aparecimento dos sinais

cliacutenicos da intoxicaccedilatildeo por Se como idade estado de nutriccedilatildeo e sauacutede do indiviacuteduo e

recidivas de alta ingestatildeo do mineral (IOMFNB 2001) Segundo Zhang et al (2002)

indiviacuteduos que jaacute sofreram intoxicaccedilatildeo por alta ingestatildeo de Se satildeo mais susceptiacuteveis a outra

intoxicaccedilatildeo provocada por menores quantidades do mineral Ingestatildeo de 910 microgdia pode

causar alteraccedilotildees nas unhas (IOMFNB 2001) Registros sobre intoxicaccedilatildeo por Se foram

encontrados em Enshi (China) onde a prevalecircncia da doenccedila ocorreu entre os anos de 1961 e

1964 com uma taxa de mortalidade de 50 da populaccedilatildeo de 248 habitantes (REILLY 1996)

Na Venezuela em um local chamado Vila Bruzual foram registrados casos de intoxicaccedilatildeo

nas crianccedilas em fase escolar sendo esta regiatildeo considerada seleniacutefera (JAFFEacute et al 1972)

22 MERCUacuteRIO

O Hg eacute o uacutenico metal que se apresenta no estado liacutequido em temperatura ambiente e a

0degC (BISINOTI 2005) presente naturalmente na crosta terrestre aacutegua e atmosfera Dentre as

diferentes formas quiacutemicas a espeacutecie de distribuiccedilatildeo mais ampla eacute o Hg na forma de vapor

predominante na atmosfera seguido da forma inorgacircnica dominante em aacuteguas naturais e do

metilmercuacuterio que eacute de extrema importacircncia ambiental em razatildeo de sua elevada toxicidade

principalmente em mamiacuteferos (GALVAtildeO et al 2007)

As primeiras evidecircncias dos efeitos neurotoxicoloacutegicos do Hg em consequecircncia da

ingestatildeo materna de alimentos contaminados foram observadas em crianccedilas na cidade de

Minamata no Japatildeo onde o metilmercuacuterio liberado de uma induacutestria quiacutemica contaminou as

aacuteguas da baiacutea e os peixes consumidos pela populaccedilatildeo Em 1953 a doenccedila de Minamata foi

reconhecida como uma doenccedila neuroloacutegica e chamou atenccedilatildeo do mundo para o problema da

intoxicaccedilatildeo por metais toacutexicos (TAKEUCKI e ETO 1999 FARIAS et al 2006) O Hg entatildeo

passou a ser considerado um dos metais mais perigosos no que diz respeito agrave contaminaccedilatildeo

ambiental e agrave sauacutede humana (FARIAS et al 2006)

Apoacutes a intoxicaccedilatildeo por Hg em Minamata as pesquisas foram direcionadas para os

possiacuteveis efeitos da exposiccedilatildeo crocircnica assim como concentraccedilotildees baixas de metilmercuacuterio

principalmente em crianccedilas em virtude da transferecircncia materna infantil durante a gestaccedilatildeo

uma vez que esse metal ultrapassa facilmente a barreira placentaacuteria e pode causar

31

consequecircncias graves agrave sauacutede do bebecirc que eacute sensiacutevel a menores concentraccedilotildees quando

comparados aos adultos (GALVAtildeO et al 2007)

A exposiccedilatildeo e acumulo do Hg durante o desenvolvimento fetal e amamentaccedilatildeo estatildeo

diretamente relacionados com a carga materna e a transferecircncia desse metal para a placenta e

leite materno (STEUERWALD et al 2000 CEacuteZAR 2002 MARQUES 2002) O alimento

que mais contribui para a contaminaccedilatildeo por Hg eacute o peixe pois as espeacutecies aquaacuteticas absorvem

o Hg na forma de metilmercuacuterio (DOMINGUES 2000) e o grau de exposiccedilatildeo eacute influenciado

por fatores como a frequecircncia da ingestatildeo de pescados a preferecircncia (peixes carniacutevoros

apresentam maiores quantidade de Hg) tamanho e niacutevel troacutefico (PARADIS et al 1997)

O Hg ao entrar na circulaccedilatildeo sanguiacutenea se liga a proteiacutenas e se distribui pelos tecidos

concentrando-se nos rins fiacutegado medula oacutessea ceacuterebro ossos e pulmotildees (SAacute et al 2006)

Os sinais e sintomas da intoxicaccedilatildeo dependem de vaacuterios fatores como gecircnero idade

hormocircnios taxa de hemoglobina e capacidade de induccedilatildeo das metalotioneiacutenas que podem

funcionar como barreiras protetoras do ceacuterebro e cerebelo (EPA 1997) No homem o

sistema nervoso central eacute o principal oacutergatildeo acometido pelo metilmercuacuterio e os sintomas

cliacutenicos incluem parestesia (alteraccedilotildees sensoriais) ataxia (falta de coordenaccedilatildeo nos

movimentos) e disartria (dificuldade na articulaccedilatildeo das palavras) aleacutem de distuacuterbios visuais e

auditivos A ocorrecircncia dos sintomas cliacutenicos tambeacutem eacute dose dependente (IPCS 1990) Aleacutem

de tremor vertigem entorpecimento dor de cabeccedila catildeibra fraqueza depressatildeo dispneia

tosse inflamaccedilotildees gastrintestinais queda de cabelo naacuteusea e vocircmitos (CANELA 1995) O

quadro cliacutenico tiacutepico das crianccedilas geradas sob tais exposiccedilotildees inclui microcefalia (maacute

formaccedilatildeo no crescimento do ceacuterebro) hiper-reflexia (reflexos muito ativos ou responsivos em

excesso) e deficiecircncia visual auditiva mental e motora (IPCS 1990)

A excreccedilatildeo do Hg do corpo humano ocorre por via urinaacuteria ou fecal diferindo de

acordo com a forma dose e tempo apoacutes a exposiccedilatildeo Uma pequena fraccedilatildeo eacute eliminada pela

respiraccedilatildeo mas a excreccedilatildeo fecal eacute a maior e a principal via apoacutes a exposiccedilatildeo ao Hg (FORD et

al 2001)

Segundo Fadini e Jardim (2001) a presenccedila do Hg na regiatildeo Amazocircnica se deve

principalmente agrave extraccedilatildeo de ouro e aos processos naturais e antroacutepicos Aleacutem disso como os

solos da bacia Amazocircnica satildeo antigos apresentam capacidade elevada de reter o Hg e acumulaacute-lo

durante anos (MIRETZKY et al 2005) A poluiccedilatildeo do Hg na Amazocircnia eacute um problema

ambiental grave pois 70 a 170 toneladas deste metal satildeo lanccedilados anualmente no meio

ambiente pela atividade informal de mineraccedilatildeo de ouro e queimadas o que representa uma

fonte primaacuteria de emissatildeo do Hg Como resultado uma grande quantidade do metal sofre

32

metilaccedilatildeo e se acumula nos peixes da cadeia alimentar (MEECH 1997 PINHEIRO et al

2000)

Em relaccedilatildeo agrave genotoxicidade do Hg tecircm-se descrito que este metal pode ser

responsaacutevel por mutaccedilotildees em niacuteveis cromossocircmico e gecircnico sendo a compreensatildeo destes

efeitos de grande importacircncia em razatildeo de suas consequecircncias para a sauacutede humana

(AZEVEDO 2003) O Hg produz depleccedilatildeo dos principais antioxidantes celulares

principalmente os que contecircm grupos tioacutelicos e pode tambeacutem aumentar a geraccedilatildeo das espeacutecies

reativas de oxigecircnio como os radicais hidroxila (HO) os radicais superoacutexido (O2-) ou

peroacutexido de hidrogecircnio (H2O2) aumentando o estresse oxidativo e assim causar alteraccedilotildees

nas funccedilotildees das ceacutelulas (ERCAL et al 2001 PEROTTONI et al 2004)

A Figura 3 apresenta possiacuteveis mecanismos moleculares de genotoxicidade do Hg o

qual entra na ceacutelula atraveacutes da membrana plasmaacutetica ou por meio de transportadores podendo

afetar o DNA de diversas formas Uma delas eacute aumentando a produccedilatildeo de ERRO as quais

podem reagir diretamente com o DNA ou indiretamente ao induzir mudanccedilas

conformacionais nas proteiacutenas responsaacuteveis pela formaccedilatildeo e manutenccedilatildeo do mesmo Tambeacutem

pode reagir de forma direta nos microtuacutebulos evitando a organizaccedilatildeo em fuso dos

cromossomos durante a atividade mitoacutetica Esses danos ao DNA podem ser causados tanto

pelos radicais livres gerados pelo Hg como pelo proacuteprio metal (CRESPO-LOacutePEZ et al

2009)

Figura 3 Mecanismos moleculares de genotoxicidade do Hg

Fonte Adaptado de Crespo-Loacutepez et al (2009)

EROS Espeacutecies Reativas de Oxigecircnio

EROS

D

N

A

M

E

R

C

Uacute

R

I

O

Microtuacutebulos

33

De acordo com os pesquisadores Pinheiro et al (2006) e Harada et al (2001)

concentraccedilotildees de Hg dez vezes menores que os valores de referecircncia estabelecidos pela World

Health Organization (WHO) foram relacionados com a genotoxicidade no sistema nervoso

central apontando para a necessidade de uma revisatildeo dos padrotildees adotados pela WHO

(1990)

Evidencia-se que populaccedilotildees residentes em aacutereas de risco de contaminaccedilatildeo por Hg

podem estar mais susceptiacuteveis a um aumento do estresse oxidativo Entretanto a intensidade

dos danos dependeraacute de fatores como a amplitude da geraccedilatildeo de ERO nos alvos celulares da

atividade dos sistemas de defesa antioxidante e da presenccedila ou da ausecircncia de metais de

transiccedilatildeo (HALLIWELL e CHIRICO 1993) Dependeraacute ainda da ingestatildeo de nutrientes

pois o consumo inadequado de Se estaacute relacionado com uma reduccedilatildeo da atividade da GPx

prejudicando o sistema de defesa antioxidante do organismo (COMINETTI 2011)

23 ESTRESSE OXIDATIVO

O estresse oxidativo eacute caracterizado pelo desequiliacutebrio entre substacircncias antioxidantes

e oxidantes e o efeito das espeacutecies reativas eacute equilibrado pela accedilatildeo antioxidante enzimaacutetica e

natildeo enzimaacutetica do sistema bioloacutegico (VALKO et al 2006)

As espeacutecies reativas de oxigecircnio (ERO) bem como as Espeacutecies Reativas de Nitrogecircnio

(RNS) satildeo moleacuteculas que contecircm oxigecircnio ou nitrogecircnio respectivamente com um ou mais

eleacutetrons desemparelhados o que as torna instaacuteveis e reativas Essas moleacuteculas satildeo produtos do

metabolismo celular normal que exercem um papel duplo no organismo uma vez que podem

atuar de forma beneacutefica ou prejudicial Os efeitos beneacuteficos ocorrem em baixas eou

moderadas concentraccedilotildees e envolvem funccedilotildees fisioloacutegicas como atuaccedilatildeo na defesa do

organismo contra agentes infecciosos e em sistemas de sinalizaccedilatildeo celular aleacutem da induccedilatildeo

de resposta mitogecircnica (RIDNOUR et al 2005 VALKO et al 2006)

Com o objetivo de emparelhar seus eleacutetrons estas substacircncias podem adquirir eleacutetrons

de outras moleacuteculas tornando-as instaacuteveis e convertendo-se em radicais livres Como exemplo

de radicais livres destacam-se o superoacutexido (O2) a hidroxila (OH) o tiol (SH-) o

triclorometil (CCl3) e o oacutexido niacutetrico (NO) Vale ressaltar que caso essas espeacutecies natildeo sejam

removidas ou neutralizadas podem reagir com lipiacutedios proteiacutenas e aacutecidos nucleicos

causando danos nas funccedilotildees celulares (CHAUHAN e CHAUHAN 2006) Dentre os prejuiacutezos

ao metabolismo celular podem ocorrer ruptura das fitas do DNA aumento na concentraccedilatildeo

34

de caacutelcio intracelular livre danos em transportadores de iacuteons ou em outras proteiacutenas

especiacuteficas e peroxidaccedilatildeo de lipiacutedios (HALLIWELL e CHIRICO 1993)

Aleacutem disso os aacutecidos graxos poli insaturados que estatildeo presentes em grande

quantidade nas ceacutelulas satildeo mais susceptiacuteveis agrave oxidaccedilatildeo em razatildeo da presenccedila de grupos

metilecircnicos entre duplas ligaccedilotildees e por isso tornam-se alvos mais provaacuteveis quando

comparados ao DNA (LOUREIRO et al 2002) A peroxidaccedilatildeo lipiacutedica se inicia com o

ataque agrave bicamada lipiacutedica por qualquer espeacutecie reativa capaz de abstrair um aacutetomo de

hidrogecircnio de um aacutecido graxo poli insaturado e apoacutes a iniciaccedilatildeo esse processo eacute cataliacutetico o

que favorece a formaccedilatildeo de hidroperoacutexidos Com a abstraccedilatildeo do aacutetomo de hidrogecircnio do

aacutecido graxo poli insaturado (LH) eacute formado o radical lipiacutedico (Lbull) que eacute rapidamente

adicionado a uma moleacutecula de oxigecircnio levando agrave formaccedilatildeo do radical peroxil (LOObull) sendo

capaz de reagir com outro aacutecido graxo poli insaturado iniciando uma nova cadeia de oxidaccedilatildeo

a partir da formaccedilatildeo de outro radical lipiacutedico (Lbull) (LOUREIRO et al 2002) O radical peroxil

pode ser rearranjado via reaccedilotildees de ciclizaccedilatildeo de endoperoacutexidos e como produto final o

malondialdeiacutedo (MDA) que eacute considerado mutagecircnico em ceacutelulas de mamiacuteferos pois pode

reagir com as bases nitrogenadas guanina adenina e citosina formando adutos que levam a

ligaccedilotildees cruzadas de DNA-DNA ou DNA-proteiacutenas ocasionando aumento do estresse

oxidativo (VALKO et al 2006) Menciona-se tambeacutem as oxidaccedilotildees enzimaacuteticas do aacutecido

araquidocircnico que ocorrem durante a siacutentese de eicosanoacuteides bem como as reaccedilotildees

catalisadas por ciclo oxigenases ou lipoxigenases que satildeo importantes fontes de ERO ou

hidroperoacutexidos lipiacutedicos (LOUREIRO et al 2002)

Por outro lado o organismo dispotildee de mecanismos que tecircm a finalidade de proteccedilatildeo

contra os processos oxidativos Estas defesas antioxidantes satildeo de extrema importacircncia pois

satildeo responsaacuteveis pela remoccedilatildeo direta dos radicais livres promovendo maacutexima proteccedilatildeo aos

siacutetios bioloacutegicos (VALKO et al 2006)

O principal sistema antioxidante eacute o enzimaacutetico que inclui enzimas como a

superoacutexido dismutase (SOD) que converte radicais superoacutexido em peroacutexido de hidrogecircnio a

catalase e a GPx as quais reduzem peroacutexido de hidrogecircnio e hidroperoacutexidos lipiacutedicos

(COMINETTI et al 2011 HAMANASHI et al 2004) A glutationa redutase (GR) tambeacutem

eacute uma enzima que participa desse processo pois eacute responsaacutevel pela regeneraccedilatildeo da glutationa

em sua forma reduzida (GSH) que eacute utilizada como substrato da enzima GPx (PRADA et al

2004) Existem

Quanto ao sistema antioxidante natildeo enzimaacutetico inclui compostos antioxidantes de

origem alimentar que muitas vezes satildeo utilizados como cofatores pelas enzimas antioxidantes

35

(BARBOSA et al 2010) Como exemplo de compostos que atuam por meio da neutralizaccedilatildeo

das ERO produzidas tanto no meio intra quanto extracelular tem-se o tocoferol (vitamina E) o

beta-caroteno (proacute-vitamina A) o Se cofator enzimaacutetico da GPx o cobre o zinco e o aacutecido

ascoacuterbico (BERGER 2005 PRADA et al 2004 PAPP et al 2007) Aleacutem do Se como

exemplo de cofator enzimaacutetico antioxidante destacam-se o zinco e o cobre que participam da

estrutura das enzimas Zn-Cu-SOD (SOD1) e SOD extracelular (SOD3) (FORMIGARI et al

2007 COMINETTI et al 2011) Existem ainda varredores de radicais livres hidrofiacutelicos

como o ascorbato e flavonoacuteides (CASTRO e FREEMAN 2001)

Aleacutem da relaccedilatildeo entre estresse oxidativo e sistema de defesa antioxidante ressalta-se a

importacircncia de se avaliar as caracteriacutesticas geneacuteticas individuais como por exemplo a

presenccedila de polimorfismos geneacuteticos uma vez que estes podem inferir nas concentraccedilotildees de

nutrientes organismo (VIVANCO et al 2006)

24 POLIMORFISMOS GENEacuteTICOS

Por meio do projeto genoma humano foi possiacutevel revelar natildeo somente o

sequenciamento completo dos genes humanos mas tambeacutem as interaccedilotildees entre os genes e o

meio ambiente Diversas mutaccedilotildees foram descobertas apoacutes o sequenciamento e os

polimorfismos satildeo resultantes destas alteraccedilotildees sendo os diferentes modelos decorrentes do

tipo de mutaccedilatildeo que os originou (BROOKES 1999 YAMADA 2010) Os polimorfismos

podem ser de inserccedilotildees de pares de base uacutenica de deleccedilotildees ou substituiccedilotildees de um par de

bases por outro

O tipo mais comum de polimorfismo eacute denominado SNP (Single Nucleotide

Polymorfism) ou polimorfismo de nucleotiacutedeo uacutenico que eacute uma mutaccedilatildeo simples na qual

acontece a troca de um nucleotiacutedeo por outro em determinado ponto do DNA A ocorrecircncia

de SNPs eacute de aproximadamente um em cada mil bases do genoma humano estimando a

ocorrecircncia em milhotildees (BROOKES 1999)

Os polimorfismos que resultam da inserccedilatildeo ou da deleccedilatildeo de nucleotiacutedeos em

fragmentos da moleacutecula de DNA ocorrem em um deacutecimo de frequecircncia dos SNP Os tipos

mais comuns de polimorfismo de inserccedilatildeo eou deleccedilatildeo satildeo os de bases repetidas chamados

de STR (Simple Tandem Repeats) ou microssateacutelites e os de padrotildees de nucleotiacutedeos

repetidos em uma regiatildeo do DNA conhecidos como VNTR (Variable Number of Tandem

Repeats) ou minissateacutelites (SCHORK et al 2000)

36

Aqueles polimorfismos que podem causar alteraccedilotildees nas sequecircncias de aminoaacutecidos

codificados acarretando danos nas funccedilotildees como alteraccedilatildeo nos siacutetios de interaccedilatildeo na

solubilidade e na estabilidade da proteiacutena estatildeo localizados nos eacutexons regiatildeo codificadora do

gene e satildeo chamadas de non-synonymous SNP ndash nsSNP (RAMENSKY et al 2002)

Estudos que envolvem genocircmica nutricional tecircm sido relacionados a importantes

associaccedilotildees entre polimorfismos e consumo de nutrientes permitindo melhor compreensatildeo de

como a nutriccedilatildeo influencia as vias de homeostase metaboacutelica Essa descoberta possibilitou

uma perspectiva na reduccedilatildeo do risco de doenccedilas uma vez que as interaccedilotildees existentes entre os

genes e os nutrientes permitem descrever a modulaccedilatildeo dos efeitos dos componentes

alimentares em um fenoacutetipo especiacutefico associado a um polimorfismo geneacutetico

(STRATIGOPOULOS et al 2008 KAUWELL 2005)

Como exemplo de SNP que pode estar relacionado ao status de Se pode-se destacar o

Pro198Leu no gene da GPx 1 Jaacute como exemplo de um polimorfismo de deleccedilatildeo que pode

interferir nas concentraccedilotildees de Hg no organismo destaca-se o GSTM1 no gene da GST

241 Polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) no Gene da GPx 1

De acordo com Hesketh (2008) polimorfismos na regiatildeo codificadora dos genes de

selenoproteiacutenas podem alterar a incorporaccedilatildeo do Se e influenciar a capacidade antioxidante

No gene humano da GPx 1 que eacute a isoforma intracelular citosoacutelica mais abundante nos

sistemas bioloacutegicos localizado na regiatildeo cromossomica 3p213 foram descobertos vaacuterios

polimorfismos sendo mais de 30 SNP dentre eles o Pro198Leu (rs 1050450) Nesse SNP

ocorre uma substituiccedilatildeo da base nitrogenada citosina por timina (CrarrT) no exoacuten 2 do

nucleotiacutedio 594 do gene resultando na troca do aminoaacutecido prolina por leucina no coacutedon 198

(FOSBERG et al 1999) A troca do aminoaacutecido prolina por leucina pode causar

consequecircncias na atividade da enzima GPx 1 pois a prolina eacute o uacutenico aminoaacutecido sem grupo

amino livre no carbono alfa ocasionando uma torccedilatildeo na estrutura secundaacuteria dos peptiacutedeos

(FOSBERG et al 2000 JABLONSKA et al 2009 ARSOVA-SARAFINOVSKA et al

2009)

Segundo Suzen et al (2010) que avaliaram a frequecircncia dos alelos e genoacutetipos de

diversas populaccedilotildees do mundo o maior percentual geralmente eacute de indiviacuteduos com genoacutetipos

selvagens (ProPro) seguidos por heterozigotos para o polimorfismo ou seja com um alelo

variante (ProLeu) e depois por indiviacuteduos homozigotos (LeuLeu)

37

No Brasil em relaccedilatildeo agrave frequecircncia desse polimorfismo aleacutem desse estudo

pesquisadores do Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo - Minerais da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas

da Universidade de Satildeo Paulo determinaram por meio de vaacuterios estudos a frequecircncia

genotiacutepica do Pro198Leu em vaacuterias populaccedilotildees de cidades do Brasil e os resultados estatildeo

ilustrados no Quadro 3 a seguir

Quadro 3 Frequecircncia genotiacutepica em relaccedilatildeo ao polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) no

gene que codifica GPx1 encontrada em pesquisas realizadas no Brasil no Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo e Minerais da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo

(USP)

Estado Nuacutemero de

participantes

ProPro

()

ProLeu

()

LeuLeu

()

SANTOS (2013) Cearaacute 176 55 38 7

ROCHA (2015) Rondocircnia 190 56 37 7

NISHIMURA

(2010) Satildeo Paulo

175 (Caso)

203 (Controle)

50

51

43

43

7

6

DONADIO

(2011) Satildeo Paulo 124 49 48 3

COMINETTI et

al (2011) Satildeo Paulo 37 49 38 13

CARDOSO et

al (2012) Satildeo Paulo

28 (Caso)

29 (Controle)

75

72

14

14

11

14

Uma das principais descobertas dos estudos sobre o polimorfismo Pro198Leu estaacute

relacionada agrave presenccedila do alelo Leu pois algumas pesquisas verificaram que esse genoacutetipo

pode diminuir a atividade da GPx 1 e aleacutem disso estudos associaram a concentraccedilatildeo

eritrocitaacuteria de Se com a sua atividade indicando que o genoacutetipo LeuLeu pode influenciar

tambeacutem o estado nutricional dos indiviacuteduos relativo ao Se (JABLONSKA et al 2009)

Em indiviacuteduos natildeo doentes Forsberg et al (2000) e Jablonska et al (2009) natildeo

observaram associaccedilotildees entre a atividade da enzima GPx 1 e o genoacutetipo Poreacutem na pesquisa

de Jablonska et al (2009) foi obtida uma associaccedilatildeo significativamente diferente entre cada

grupo de genoacutetipo avaliado em relaccedilatildeo agrave atividade da GPx 1 e a concentraccedilatildeo de Se Dessa

forma os pesquisadores presumiram que a resposta agrave ingestatildeo ou agrave suplementaccedilatildeo de Se

assim como a atividade da enzima pode estar relacionadas aos genoacutetipo do indiviacuteduo Aleacutem

disso os autores sugeriram que carreavam indiviacuteduos que possuiacuteam ao menos um alelo Pro

teriam maior atividade da enzima quando comparados agravequeles com ambos alelos Leu

38

Ravn-Haren et al (2006) observaram em mulheres com cacircncer de mama que a

atividade da GPx 1 foi significativamente menor nas participantes com a presenccedila do genoacutetipo

Leu em comparaccedilatildeo agravequelas com genoacutetipo Pro Isso foi observado tanto nas mulheres doentes

quanto naquelas do grupo controle Aleacutem de alguns tipos de cacircncer como o de bexiga

colorretal de pulmatildeo e de mama outras doenccedilas satildeo relacionadas com o polimorfismo

Pro198Leu tais como siacutendrome metaboacutelica (KUZUYA et al 2008) e concentraccedilotildees elevados

de triacilgliceroacuteis em pacientes com diabetes melito tipo 2 (CHEN et al 2012)

242 Polimorfismo GSTM1 no Gene da GST

A GST eacute uma famiacutelia de enzimas intracelulares localizadas no citosol que modulam a

accedilatildeo de toxinas endoacutegenas e exoacutegenas sobre as ceacutelulas evitando danos ao DNA

(MANNERVIK et al 1985 MORAIS et al 2008 CASTRO e LIMA 2013) Este grupo de

enzimas tem sido amplamente estudado pois estatildeo envolvidas no metabolismo de muitos

carcinoacutegenos poluentes ambientais e drogas anticanceriacutegenas Dessa forma supotildee-se que a

inexistecircncia de enzimas especiacuteficas ou deleccedilotildees homozigoacuteticas possam ocasionar ao

organismo maior susceptibilidade a desenvolver neoplasias como cacircncer de bexiga coacutelon

pulmatildeo pele estocircmago e mama aleacutem de diabetes e asma (ZHENG etal 2002 CHARRIER

et al 1999 PARK et al 2003 ANTON et al 2010 CASTRO e LIMA 2013)

Existem cinco classes de genes da GST (alfa mu pi theta e zeta) Nos genes da classe

mu tecircm-se o GSTM1 GSTM2 GSTM3 GSTM4 e GSTM5 na regiatildeo cromossocircmica 1p133 O

polimorfismo no locus M1 eacute o mais estudado e apresenta trecircs alelos dois considerados ativos

GSTM1A e GSTM1B e o terceiro alelo nulo ou deletado (GSTM10) O que difere o

GSTM1A do GSTM1B apesar de serem proteiacutenas funcionalmente idecircnticas eacute que o

GSTM1A contecircm a proteiacutena lisina na posiccedilatildeo 172 e o GSTM1B contecircm a asparagina nessa

mesma posiccedilatildeo (DEJONG et al 1988 WIDERSTEN et al 1991)

Dessa forma o polimorfismo GSTM10 no gene da GST eacute classificado como

polimorfismo de deleccedilatildeo ou seja indiviacuteduos homozigotos que carreiam o genoacutetipo

GSTM10 apresentam deleccedilatildeo do gene inteiro e natildeo expressam a proteiacutena GST (KLATAU-

GUIMARAtildeES et al 2005 JAIN et al 2006 MANNERVICK et al 2005)

Klatau-Guimaratildees et al (2005) avaliaram a suscetibilidade agrave contaminaccedilatildeo por Hg e a

relaccedilatildeo com o polimorfismo da enzima GST atraveacutes de biomarcadores moleculares em

algumas tribos indiacutegenas da Amazocircnia Apoacutes a obtenccedilatildeo dos resultados observou-se que

fatores geneacuteticos podem influenciar o acuacutemulo de Hg no organismo pois os indiviacuteduos que

39

carreavam o genoacutetipo GSTM10 (deletado) apresentaram concentraccedilotildees maiores deste metal

nos cabelos quando comparados aos indiviacuteduos com genoacutetipo GSTM1 Com a ausecircncia desta

enzima o organismo pode natildeo estar apto a destoxificar o Hg de forma adequada uma vez que

esta eacute uma das funccedilotildees atribuiacutedas agrave GST Sendo assim esses indiviacuteduos podem apresentar

maiores concentraccedilotildees ou retenccedilatildeo de Hg no organismo

Naganuma et al (1990) e Choi et al (1996) afirmam que a deficiecircncia de GST estaacute

associada com a sensibilidade ao cloreto de Hg e ao metilmercuacuterio Entretanto ainda existem

inconsistecircncias na relaccedilatildeo entre o polimorfismo GSTM1 e a concentraccedilatildeo de Hg no

organismo (GUNDACKER et al 2007) De acordo com Hatagima et al (2000) a frequecircncia

do polimorfismo no gene da classe mu estaacute ausente ou deletado (GSTM10) de forma

homozigoacutetica em torno de 40 a 50 em diferentes populaccedilotildees eacutetnicas conforme ilustrado no

Quadro 4 que mostra a frequecircncia deste alelo assim como do GSTM1A GSTM1B

GSTM1AB inclusive na populaccedilatildeo brasileira

Quadro 4 Distribuiccedilatildeo da frequecircncia do polimorfismo GSTM1(ABAB0) no gene da GST em

diferentes etnias

Etnias GSTM1

A B AB 0

Brasileiros (Rio de Janeiro) 197 (30) 105 (16) 51 (8) 305 (46)

Brasileiros (Distrito Federal) 43 (24) 33 (184) 16 (9) 87 (486)

Brasileiros (Satildeo Paulo) 21 (29) 10 (14) 7 (9) 35 (48)

Nigerianos 49 (71) 4 (6) 1 (13) 15 (217)

Japoneses 13 (8) 68 (41) 5 (3) 80 (482)

Chineses 10 (10) 28 (30) 2 (2) 56 (583)

Indiacutegenas 15 (35) 7 (16) 6 (14) 15 (35)

Franceses 24 (43) 5 (9) 3 (5) 24 (43)

Ingleses 158 (28) 74 (135) 23 (4) 306 (545)

Fonte Hatagima et al (2000)

Considerando a importacircncia do polimorfismo GSTM10 no gene da GST e o fato da

populaccedilatildeo deste estudo residir em aacuterea de risco de contaminaccedilatildeo por Hg a anaacutelise de tais

40

dados torna-se necessaacuteria uma vez que o genoacutetipo nulo ou deletado pode influenciar as

concentraccedilotildees do metal no organismo

41

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Avaliar o estado nutricional relativo ao Se concentraccedilotildees de Hg e suas relaccedilotildees com o

estresse oxidativo e os polimorfismos Pro198Leu no gene da GPx 1 e GSTM1 no gene da

GST em mulheres residentes em aacuterea de risco de contaminaccedilatildeo por Hg

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Avaliar o estado nutricional das voluntaacuterias em relaccedilatildeo agrave antropometria

Analisar a ingestatildeo alimentar de energia macronutrientes e Se

Determinar as concentraccedilotildees plasmaacuteticas e eritrocitaacuterias de Se e a atividade

eritrocitaacuteria total da enzima GPx

Avaliar as concentraccedilotildees de Hg nos cabelos

Associar a presenccedila dos polimorfismos Pro198leu e GSTM1 com os biomarcadores do

estado nutricional relativo ao Se e Hg respectivamente bem como com as

concentraccedilotildees de MDA e ORAC

42

4 METODOLOGIA

41 CASUIacuteSTICA E DELINEAMENTO

O estudo foi do tipo transversal descritivo com abordagem quantitativa e qualitativa

dos dados Participaram da pesquisa mulheres entre 19 e 50 anos residentes da cidade de

Porto Velho Rondocircnia (RO) Para o caacutelculo do tamanho da amostra considerou-se a

prevalecircncia do alelo variante Pro198Leu de 32 Fixou-se o niacutevel de significacircncia de 5 (

= 005) e um erro amostral de 65 Esses valores aplicados na equaccedilatildeo abaixo indicada para

populaccedilotildees infinitas proporcionou uma amostra de tamanho n igual a 200 mulheres

O projeto foi aprovado pelo comitecirc de eacutetica da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas

da Universidade de Satildeo Paulo (FCFUSP) parecer 119 e protocolo 574 (ANEXO 1) Na

Figura 4 abaixo estaacute representado o mapa do Brasil com destaque para o estado de Rondocircnia

e a cidade de Porto Velho onde a pesquisa foi realizada

Figura 4 Representaccedilatildeo do mapa do Brasil do estado de Rondocircnia e da cidade de Porto

Velho (RO)

Adaptado de Campos et al (2002)

43

Para ampla divulgaccedilatildeo da pesquisa cartazes com informaccedilotildees a respeito do estudo

foram espalhados pela cidade de Porto Velho em pontos de ocircnibus na secretaria de educaccedilatildeo

(SEDUC) na secretaria de sauacutede (SESAU) em academias de ginaacutestica em faculdades

particulares e tambeacutem na Universidade Federal de Rondocircnia (UNIR) (APEcircNDICE 1) Apoacutes

as procuras e declaraccedilotildees de interesse em participar da pesquisa as voluntaacuterias que se

adequavam ao perfil do estudo assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(APEcircNDICE 2) e em seguida responderam um questionaacuterio com informaccedilotildees

socioeconocircmicas presenccedila de doenccedilas e estilo de vida (APEcircNDICE 3) Natildeo foram incluiacutedas

no estudo mulheres com idade inferior a 19 ou superior a 50 anos fumantes com doenccedilas

crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e infecciosas (auto-relatadas) poacutes-menopausa que realizavam

atividade fiacutesica de forma intensa que utilizavam suplementos vitamiacutenicos eou minerais e que

residiam em local diferente do estabelecido

42 COLETA DE DADOS

A coleta dos dados (consumo alimentar antropometria material bioloacutegico) foi

realizada no laboratoacuterio Alphaclin (Porto Velho ndash RO) entre os meses de fevereiro a maio de

2011 entretanto todas as anaacutelises em material bioloacutegico foram realizadas em Laboratoacuterios da

Universidade de Satildeo Paulo (USP)

Para avaliar o consumo alimentar todas as participantes foram instruiacutedas pela

responsaacutevel da pesquisa a preencher um formulaacuterio de registro alimentar de 24 horas

(APEcircNDICE 4) que continha instruccedilotildees de preenchimento e fotos ilustrativas de medidas

caseiras de alguns alimentos com a finalidade de facilitar a obtenccedilatildeo dos dados de consumo

bem como para o melhor entendimento das voluntaacuterias reduzindo dessa forma as duacutevidas e

os erros de preenchimento Aleacutem do registro de 24 horas as voluntaacuterias responderam um

formulaacuterio a respeito do consumo de peixes da regiatildeo que poderiam estar relacionados com o

risco de contaminaccedilatildeo de Hg (ANEXO 2)

Os dados antropomeacutetricos (peso estatura e circunferecircncia da cintura) foram obtidos

apoacutes a entrega dos formulaacuterios de registros alimentares Em seguida para determinar as

concentraccedilotildees de Hg total cortou-se uma pequena quantidade de cabelo das voluntaacuterias

(aproximadamente 1g de amostra) da parte posterior da cabeccedila proacuteximo agrave regiatildeo occipital

(nuca) com auxiacutelio de uma tesoura de accedilo inoxidaacutevel que foi higienizada com acetona a cada

corte

44

Com a finalidade de avaliar o estado nutricional das participantes em relaccedilatildeo ao Se

atividade da enzima GPx estresse oxidativo e determinaccedilatildeo dos polimorfismos foram

coletados 20 mL de sangue por punccedilatildeo venosa Esse procedimento foi realizado no periacuteodo da

manhatilde por um profissional de enfermagem capacitado estando as voluntaacuterias em jejum de 10

a 12 horas

A coleta foi realizada com seringas plaacutesticas descartaacuteveis e agulhas de accedilo inoxidaacutevel

esteacutereis e descartaacuteveis Todos os materiais bioloacutegicos foram distribuiacutedos em tubos de vidro

contendo anticoagulante EDTA (aacutecido etilenodiamino tetraceacutetico) sendo que uma pequena

quantidade (sangue total) de todas as amostras foi armazenada em microtubos esteacutereis e

autoclavados para anaacutelise dos polimorfismos

O plasma foi separado do sangue total por centrifugaccedilatildeo a 3000 rpm durante 15

minutos a 4ordmC sendo extraiacutedo com pipeta automaacutetica e acondicionado em microtubos

previamente desmineralizados para determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo plasmaacutetica de Se

malondialdeiacutedo (MDA) e da capacidade de absorccedilatildeo de radicais livres de oxigecircnio (ORAC)

Em seguida o resiacuteduo contendo os eritroacutecitos foi lavado trecircs vezes com 5 mL de soluccedilatildeo

fisioloacutegica de cloreto de soacutedio a 09 homogeneizado lentamente por inversatildeo e centrifugado

a 10000 rpm por 10 minutos a 4ordmC sendo o sobrenadante descartado e dessa forma obtendo-

se a massa eritrocitaacuteria que foi extraiacuteda cuidadosamente com micropipeta e armazenada em

tubos de polipropileno desmineralizados para determinaccedilatildeo do Se eritrocitaacuterio e da atividade

da enzima GPx

Todas as amostras foram acondicionadas em gelo seco e transportadas em um

recipiente teacutermico por via aeacuterea de Porto Velho para Satildeo Paulo onde as amostras foram

armazenadas em freezer -80ordmC ateacute o momento das anaacutelises no laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo -

Minerais da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo (FCFUSP)

Quanto agraves amostras de cabelo coletadas estas foram armazenadas em envelopes de papel e

acondicionados em temperatura ambiente ateacute o momento das anaacutelises no Laboratoacuterio de

Anaacutelise por Ativaccedilatildeo Neutrocircnica - LANCRPq ndash Instituto de Pesquisas Energeacuteticas Nucleares

(IPENCNEN) ndash SP

Todos os materiais utilizados (vidrarias plaacutesticos ponteiras etc) foram

desmineralizados em banho de aacutecido niacutetrico a 20 por no miacutenimo 12 horas e enxaguados

pelo menos 10 vezes consecutivas com aacutegua ultra pura Milli-Q (resistividade de 182 MΩcm

a 25ordmC) para evitar a contaminaccedilatildeo por minerais Os reagentes utilizados nas anaacutelises tinham

um grau de pureza analiacutetica (PA) e a aacutegua ultrapura Milli-Q foi utilizada no preparo das

soluccedilotildees e diluiccedilatildeo das amostras

45

43 AVALIACcedilAtildeO ANTROPOMEacuteTRICA

Para avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica foram aferidos o peso a estatura e a circunferecircncia da

cintura (CC) Todas as afericcedilotildees foram realizadas por nutricionista segundo teacutecnicas

preconizadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2004)

O peso foi mensurado em balanccedila antropomeacutetrica da marca Filizolareg

modelo

ldquoWelmyrdquo com capacidade de 150 kg e graduaccedilatildeo de 100 g A estatura foi aferida em

estadiocircmetro com reacutegua antropomeacutetrica de ateacute 2 m e divisatildeo de 05 cm acoplado agrave balanccedila A

adequaccedilatildeo do peso das participantes foi avaliado pelo indicador Iacutendice de Massa Corporal ndash

IMC (Kgm2) calculado pela razatildeo do peso corporal em quilos pelo quadrado da altura em

metros Em seguida utilizou-se a classificaccedilatildeo da World Health Organization (WHO 2000)

de acordo com o Quadro 5 a seguir como um dos criteacuterios para classificar o IMC das

participantes

Quadro 5 Classificaccedilatildeo do Iacutendice de Massa Corpoacuterea (IMC) para adultos

Classificaccedilatildeo IMC (kgm2) Risco de Comorbidades

Baixo Peso

˂ 185

Baixo

Peso Normal ou

Eutrofia 185 - 249

Meacutedio

Sobrepeso

ge 25 ndash 299

Aumentado

Obesidade I 300 - 349 Moderado

Obesidade II 350 ndash 399 Grave

Obesidade III ˃ 40 Muito Grave

Fonte (WHO 2000)

A circunferecircncia da cintura (CC) foi aferida com uma trena antropomeacutetrica inelaacutestica e

flexiacutevel com 2 m de comprimento da marca Sannyreg

Para classificaccedilatildeo utilizou-se tambeacutem a

referecircncia da World Health Organization (WHO 2000) citada pela Associaccedilatildeo Brasileira

para o Estudo da Obesidade e da Siacutendrome Metaboacutelica (ABESO 20092010) a qual

estabelece como ponto de corte para risco cardiovascular aumentado a medida da

circunferecircncia igual ou superior a 80 cm em mulheres caucasianas

46

44 CONSUMO ALIMENTAR

O consumo alimentar foi avaliado por meio do registro alimentar de 24 horas aplicado

durante trecircs dias sendo dois dias da semana e um dia no final de semana A ingestatildeo

alimentar das participantes foi calculada com auxiacutelio do software NUTWIN (Departamento de

Informaacutetica da Escola Paulista de Medicina - UNIFESP) Considerando que as tabelas de

composiccedilatildeo de alimentos disponiacuteveis em alguns softwares natildeo dispotildeem de dados completos

acerca do teor de Se nos alimentos estes dados foram incluiacutedos manualmente baseados em

anaacutelises realizadas no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo e Minerais da USP

Como houve correlaccedilatildeo significativa entre os valores de energia e de Se os

macronutrientes e o mineral foram ajustados pela energia e correccedilatildeo da variabilidade

intrapessoal e interpessoal (WILLET et al 1997 WILLET et al 1998 SLATER et al

2004)

A avaliaccedilatildeo da ingestatildeo alimentar dos macronutrientes foi realizada de acordo com a

contribuiccedilatildeo energeacutetica em percentual da ingestatildeo caloacuterica total utilizando o Acceptable

Macronutrient Distribution Ranges (AMDR) do Institute of Medicine (IOM 2006) conforme

Quadro 6 As participantes foram classificadas em trecircs categorias sendo elas abaixo da

recomendaccedilatildeo dentro do intervalo de recomendaccedilatildeo e acima da recomendaccedilatildeo

Quadro 6 Intervalos de recomendaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de macronutrientes em percentual de

contribuiccedilatildeo energeacutetica (AMDR) de acordo com IOM (2006)

Macronutrientes AMDR (Adultos ˃18 anos)

Carboidratos 45 ndash 65

Proteiacutenas 10 ndash 35

Lipiacutedios 20 ndash 35

Fonte IOM 2006 AMDR Acceptable Macronutrient Distribution Ranges

Em relaccedilatildeo agrave prevalecircncia de ingestatildeo inadequada de Se esta foi calculada utilizando a

foacutermula proposta por Beaton (1994)

Z = (EAR ndash meacutedia) desvio padratildeo

Os valores da Necessidade Meacutedia Estimada (EAR) utilizados para avaliar a adequaccedilatildeo

da ingestatildeo de Se tambeacutem foram estabelecidos pelo IOM 2006

47

45 DETERMINACcedilAtildeO DA CONCENTRACcedilAtildeO DE SELEcircNIO NO PLASMA E

ERITROacuteCITOS

Com a finalidade de determinar as concentraccedilotildees de Se no plasma e nos eritroacutecitos as

amostras foram pesadas em triplicata (300microL) em tubos de micro kjehdal em seguida foram

adicionados 5 mL de aacutecido niacutetrico 65 (Merck

) e os tubos foram acondicionados em bloco

digestor O material foi digerido por via uacutemida aacutecida a uma temperatura maacutexima de 1500

C

Apoacutes este procedimento o Se contido nas amostras foi reduzido da forma VI para a forma IV

com adiccedilatildeo de aacutecido cloriacutedrico (HCl) 12 N durante duas horas a temperatura de 1000

C As

soluccedilotildees finais foram diluiacutedas para um volume de 25 mL e realizou-se a leitura por

espectrometria de absorccedilatildeo atocircmica com geraccedilatildeo de hidretos acoplados agrave cela de quartzo

(HGQTAAS) (HITACHI

modelo Z-5000) A curva de calibraccedilatildeo foi preparada utilizando os

respectivos pontos 00 microgL 01 microgL 03 microgL 05 microgL 10 microgL 30 microgL e 50 microgL O

limite de detecccedilatildeo (LD) foi de 00016 microgL e adotou-se um limite de confianccedila de 95 O

desvio padratildeo adotado para cada amostra ˂ que 5 e os resultados foram expressos em microgL

O controle de qualidade externo foi realizado utilizando o material de referecircncia

certificado (SERONORM SEROreg) que tambeacutem foi submetido aos mesmos procedimentos

realizados com as amostras O estado nutricional em relaccedilatildeo ao Se das participantes foi

classificado de acordo com os paracircmetros descritos no Quadro 7

Quadro 7 Valores de referecircncias adotados para concentraccedilatildeo de Se no plasma e eritroacutecitos

Se Valores de Normalidade

(microgL)

Plasmaacutetico

60 ndash 120

Eritrocitaacuterio 90 - 190

Fonte VAN DAEL DEELSTRA (1993) ORTUNtildeO (1997)

As participantes que apresentaram concentraccedilotildees plasmaacuteticas abaixo de 60 microgL foram

consideradas deficientes enquanto aquelas com concentraccedilotildees acima de 120 microgL em risco

de toxicidade Em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees nos eritroacutecitos foram consideradas deficientes

aquelas abaixo de 90 microgL e em risco de toxicidade acima de 190 microgL

Aleacutem dos valores de referecircncia descritos na Tabela 9 adotaram-se ainda os

paracircmetros propostos por Thomson (2004) que estabelece a concentraccedilatildeo miacutenima de Se

48

plasmaacutetico para o natildeo surgimento da doenccedila de Keshan como 21 microgL o valor aceitaacutevel para

otimizaccedilatildeo da atividade das enzimas deiodinases como ˃ 65 microgL o intervalo de 80 a 95 microgL

para maximizaccedilatildeo da atividade da GPx e selenoproteiacutena P e o valor superior a 115 microgL para

proteccedilatildeo contra alguns tipos de cacircncer

46 DETERMINACcedilAtildeO DA ATIVIDADE DA GPx

A atividade da enzima GPx foi determinada nos eritroacutecitos com o auxiacutelio de kit

comercial (Ransel 505-RANDOX Laboratories CrumlinUK) adaptado para o uso no

analisador bioquiacutemico automaacutetico (LiasysregMAS Rome Italy) Este meacutetodo se baseia na

reaccedilatildeo em que a enzima GPx catalisa a oxidaccedilatildeo da GR por um hidroperoacutexido Na presenccedila

de GPx e NADPH a GSH eacute convertida agrave forma reduzida com a oxidaccedilatildeo concomitante do

NADPH em NADH+ A diminuiccedilatildeo na absorbacircncia a 340 ηm eacute entatildeo determinada

(PAGLIA e VALENTINE 1967) A faixa de normalidade proposta pelo kit comercial

utilizado eacute de 275 - 736 UgHb A concentraccedilatildeo da hemoglobina (Hb) tambeacutem foi

determinada uma vez que a atividade da enzima foi expressa em UgHb

47 PROCESSAMENTO E ANAacuteLISE DE MERCUacuteRIO NOS CABELOS

Na primeira etapa do processamento para determinaccedilatildeo do Hg total os cabelos foram

picotados em pedaccedilos de aproximadamente 05 mm de comprimento com tesoura de accedilo inox

higienizada com acetona a cada troca de amostra Depois disso transferiram-se os cabelos

para um beacutequer limpo onde foram submersos em acetona e em seguida enxaguados trecircs

vezes com aacutegua Milli Q e mais uma vez com acetona conforme procedimento recomendado

pela Agecircncia Internacional de Energia Atocircmica (IAEA) (FARIAS 2006) As amostras foram

secas em temperatura ambiente e o armazenamento foi realizado em envelopes de papel

devidamente identificados

Para anaacutelise das amostras e materiais de referecircncia foram pesados cerca de 01 a 015

g de amostra diretamente em um frasco de teflon fechado da marca Savillexreg com capacidade

de 182 mL Apoacutes a pesagem foram adicionados 4 mL de aacutecido niacutetrico (HNO3) e 2 mL de

aacutecido sulfuacuterico (H2SO4) ambos concentrados e da marca Merckreg que foram mantidos assim

durante a noite No dia seguinte para digestatildeo das amostras em sistema fechado os frascos

foram colocados em bloco digestor na temperatura de 90ordm durante 3 h Depois da digestatildeo os

49

frascos foram colocados em banho de gelo ateacute o completo resfriamento e em seguida foram

adicionados 250 microL de soluccedilatildeo de dicromato de potaacutessio (K2Cr2O7) a 10 (mv) para a

estabilizaccedilatildeo do Hg

A determinaccedilatildeo de Hg total nos cabelos foi realizada pelo meacutetodo de espectrometria

de absorccedilatildeo atocircmica com geraccedilatildeo de vapor frio (CV AAS) em equipamento FIMS-100

(Perkin Elmerreg

) A validaccedilatildeo da metodologia em relaccedilatildeo agrave precisatildeo e exatidatildeo foi realizada

por meio da anaacutelise em triplicata dos materiais de referecircncia (Human Hair- IAEA 086 GBW

09101 - Human Hair e BCR CRM 397 - Human Hair) com valor certificado de concentraccedilatildeo

para Hg total e os resultados obtidos estatildeo presentes no Quadro 8

As determinaccedilotildees de Hg total em cabelos foram realizadas no Laboratoacuterio de Anaacutelise

por Ativaccedilatildeo Neutrocircnica (LAN) do Centro do Reator de Pesquisas (CRPq) do IPEN ndash

CNENSP

Quadro 8 Resultados (meacutedia plusmn desvio padratildeo da meacutedia) das anaacutelises dos materiais de

referecircncia utilizados na determinaccedilatildeo de Hg total (n= nuacutemero de determinaccedilotildees)

Amostras

Valores

Certificados

(microg kg -1

)

Valores Obtidos

(Meacutedia plusmn desvio)

(microg kg -1

)

DPR

()

ER

()

IAEA 086

(n =8) 573 plusmn 39

615 plusmn 68 111 73

GBW 09101

(n=4) 2160 plusmn 210

1975 plusmn 86 43 86

BCR CRM 397

(n=2) 12300 plusmn 500

11688 plusmn 32 027 50

IAEA- International Atomic Energy Agency

IAEA 086 - Methylmercury Total Mercury and other trace elements in Human Hair (IAEA May 2000)

CRM 397 - Certified Reference Material Trace Elements in Human Hair BCR- Community Bureau of Reference

(Brussels January 1991)

GBW 09101 - Certified Reference Material Human Hair (China April 1988)

DPR- Desvio Padratildeo Relativo

ER- Erro relativo

Quanto ao limite de detecccedilatildeo (LD) minus a menor concentraccedilatildeo do analito em uma amostra

que pode ser detectada mas natildeo necessariamente quantificada sob determinadas condiccedilotildees

experimentais minus foi determinado diretamente da curva de calibraccedilatildeo construiacuteda utilizando a

50

teacutecnica de regressatildeo e considerando um niacutevel de confianccedila de 95 O valor encontrado para o

limite inferior de detecccedilatildeo foi da ordem de 001 ng mL-1

resultado compatiacutevel com os estudos

encontrados na literatura para determinaccedilatildeo de Hg (HORVAT 1996 SKOOG et al 2002

FARIAS 2009) Em relaccedilatildeo ao limite de quantificaccedilatildeo (LQ) tambeacutem conhecido como limite

de determinaccedilatildeo que indica qual a menor concentraccedilatildeo do analito que pode ser detectada por

um meacutetodo qualquer que estaacute sendo empregado com um niacutevel aceitaacutevel de precisatildeo e

veracidade Pode ser considerado ainda como a concentraccedilatildeo do analito correspondente ao

valor meacutedio do branco mais 5 e 6 ou 10 desvios padratildeo (FARIAS 2009) O valor encontrado

para o limite de quantificaccedilatildeo para esta pesquisa foi da ordem de 1 ng mL-1

Os resultados das anaacutelises dos materiais de referecircncia apresentaram desvio padratildeo

relativo (DPR) variando de 027 a 11 e ER (Erro Relativo) de 5 a 86 comprovando a

precisatildeo e exatidatildeo do meacutetodo respectivamente

Para classificar o diagnoacutestico em relaccedilatildeo as concentraccedilotildees de Hg nos cabelos das

participantes os resultados encontrados foram comparados aos estabelecidos pela WHO

(1990) o qual considera 2000 ng g-1

para populaccedilotildees natildeo expostas e 6000 ng g-1

como

indicador de exposiccedilatildeo para Hg

48 DETERMINACcedilAtildeO DA CONCENTRACcedilAtildeO PLASMAacuteTICA DE

MALONDIALDEIacuteDO (MDA)

A peroxidaccedilatildeo lipiacutedica foi determinada por meio das concentraccedilotildees de MDA no

plasma obtidas por cromatografia liacutequida de alta eficiecircncia (HPLCPDA) quantificando a

reaccedilatildeo do MDA com dinitrofenilhidrazina (DNPH) utilizando absorbacircncia de 308 nm de

acordo com o meacutetodo adaptado de Rezaei Jamshidzadeh e Sanati (2013) Antes do

processamento das amostras foi construiacuteda uma curva de calibraccedilatildeo utilizando uma soluccedilatildeo

estoque de MDA com 22 μL de tetrametoxipropano e 10 mL de aacutecido sulfuacuterico a 1 Os

pontos da curva utilizados foram 00 025 05 10 20 40 60 e 120 μM Utilizou-se o

aparelho de HPLC da marca Shimadzu (Kyoto Japatildeo) equipado com coluna Phenomenex

Reverse-phase C18 de 240 mm x 46 mm com partiacuteculas de 5μm (Phenomenex Torrance

CA) A temperatura no amostrador foi mantida em 4degC e a temperatura da coluna a 25degC A

eluiccedilatildeo foi realizada em modo isocraacutetico com uma fase moacutevel constituiacuteda de 50 de H2O

deionizada e 50 de acetonitrila acidificada com 2 de aacutecido aceacutetico A taxa de fluxo de

ingestatildeo da amostra foi de 1 mLminuto e o tempo de corrida de 15 minutos

51

Com o objetivo de liberar o MDA das proteiacutenas plasmaacuteticas foram adicionados 10 μL

de hidroacutexido de soacutedio 4M nos microtubos que continham 100 μL de plasma e em seguida

estes foram agitados em voacutertex Apoacutes este procedimento as amostras foram incubadas no

aparelho Vortempreg a 60degC durante 30 minutos para posteriormente serem acondicionadas no

gelo por 5 minutos Depois do resfriamento foram adicionados 150 μL de aacutecido sulfuacuterico a

1 e agitou-se em voacutertex vigorosamente para precipitaccedilatildeo das proteiacutenas Novamente

incubou-se no gelo por mais 5 minutos seguindo-se de uma centrifugaccedilatildeo a 14000 rpm por

10 minutos Foram retirados 175 μL do sobrenadante que foram transferidos para um novo

microtubo onde foi adicionado 25 microL de DNPH (0001 gmL) permanecendo agrave temperatura

ambiente por 30 minutos protegidos de luz Centrifugou-se novamente o microtubo a 14000

rpm por 5 minutos e 150 μL do sobrenadante foi transferido para um vial do qual foi injetado

100 μL no aparelho HPLC

A determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo plasmaacutetica de malondialdeiacutedo foi realizada no

Departamento de Anaacutelises Cliacutenicas e Toxicoloacutegicas no laboratoacuterio de Toxicologia que tem

como responsaacutevel a professora Ana Paula de Melo Loureiro da Faculdade de Ciecircncias

Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo (USP)

49 DETERMINACcedilAtildeO DA CAPACIDADE DE ABSORCcedilAtildeO DE RADICAIS DE

OXIGEcircNIO (ORAC)

A capacidade antioxidante total do plasma foi realizada por meio do meacutetodo ORAC

proposto por Prior et al (2003) que baseia-se na mensuraccedilatildeo da inibiccedilatildeo do radical peroxil o

que demostra resistecircncia aos danos oxidativos Para isso o plasma foi desproteinizado com

aacutecido percloacuterico e posteriormente as amostras foram diluiacutedas 10x com tampatildeo fosfato (pH

74)

As anaacutelises foram realizadas em triplicata utilizando 25 microL de amostra em microplaca

de 48 poccedilos adicionando-se posteriormente 150 microL de soluccedilatildeo de fluoresceiacutena e 25 microL de

22-azobis (aminopropano) di-hidroclorido (AAPH) por injetores automaacuteticos do leitor de

microplacas (Biotech Synergy H1)

Utilizou-se uma curva padratildeo de Trolox preparada com as seguintes concentraccedilotildees

100 microM 50 microM 25 microM 125 microM 625 microM e os resultados foram expressos em μmol de

Trolox (μmol TEmL)

52

410 PREPARACcedilAtildeO DAS AMOSTRAS PARA ANAacuteLISE DOS POLIMORFISMOS

Para extraccedilatildeo do DNA de sangue total utilizou-se o kit PureLinkTM

Genomic DNA

(Invitrogen CA USA) seguindo as instruccedilotildees do fabricante Em seguida foi feita a leitura em

espectrofotocircmetro (Nanodropreg) nos comprimentos de onda () de 260nm (DNA) e 280nm

(proteiacutena) O DNA foi considerado iacutentegro e de boa qualidade quando a razatildeo 260280 foi

maior que 18 sendo descartadas aquelas com valores abaixo deste paracircmetro A

quantificaccedilatildeo do DNA das amostras foi realizada neste mesmo equipamento sendo os

resultados obtidos em ngmicroL As amostras com concentraccedilotildees inferiores a 10 ngmicroL foram

descartadas tendo em vista que esta era concentraccedilatildeo miacutenima padronizada

4101 Determinaccedilatildeo do Polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450)

Para anaacutelise de genotipagem o DNA do sangue total seraacute extraiacutedo a partir do

kit Purelink Genomic DNA da Invitrogen Life Technologies e em seguida o mesmo seraacute

quantificado no espectrofotocircmetro Nanodrop sendo o resultado expresso em ngmL Seraacute

utilizada a razatildeo 260280 superior a 17 e inferior a 20 como paracircmetro de qualidade do

DNA Amostras com a razatildeo abaixo desse valor seratildeo reextraiacutedas O DNA genocircmico de todas

as amostras seraacute ajustado em aacutegua autoclavada para uma concentraccedilatildeo de 10 ngmL e volume

final de 20 μL Um total de 2 μL de DNA seraacute usado para a reaccedilatildeo em cadeia da polimerase e

18 μL de soluccedilatildeo contendo o master mix especiacutefico para o ensaio de genotipagem (TaqManreg

genotyping master mix ndash Applied Biosystemsreg) com sondas TaqMan (Custom TaqMan

reg SNP

Genotyping Assay Human Alelo 1 VICMGB-NFQ Alelo 2 FAMMGB-NFQ part number

4331349) e primers especiacuteficos para o SNP (RS1050450) primer forward CATCGAAGCCCTGCTGTCT

e primer reverse CACTGCAACTBCCAAGCA

A genotipagem da populaccedilatildeo do estudo seraacute realizada pelo sistema TaqMan SNP

Genotyping Assays da Applied Biosystemsreg utilizando as condiccedilotildees de termociclagem

recomendadas pelo fabricante Este sistema eacute baseado na anaacutelise end-point da RT-PCR (Real

time ndash PCR ou Reaccedilatildeo em cadeia da Polimerase em Tempo Real)

53

4102 Determinaccedilatildeo do Polimorfismo GSTM1

As reaccedilotildees de PCR em tempo real (qPCR) foram realizadas em placas especiacuteficas de

96 poccedilos no equipamento StepOne Plus utilizando o sistema para detecccedilatildeo de produtos de

amplificaccedilatildeo TaqManreg (Applied Biosystems Foster City CA USA) Para o polimorfismo

GSTM1 foram selecionados primers forward 5prime-AAGATTCGTGTGGACATTTTGGA-3prime e

reverse 5prime TCTGGATTGTAGCAGATCATGCC-3prime e probes (FAM-CAGACCATGGACA-

ACCA-MGB 100 microM) marcados com fluoroacuteforo FAM Para controle endoacutegeno utilizou-se a

β-2-microglobulina (B2M) forward 5prime-TTGTTTCACTGTCCTGAGGACTATTTAT-3prime e

reverse 5prime-ATGTTACTCTGTCAATGTTCTCCACAT-3prime Os probes utilizados foram

marcados com fluoroacuteforo VIC (VIC-CTCTAACATGATAACCCTCAC-MGB 100 microM)

(COVAULT et al 2003)

As amostras foram submetidas agrave seguinte termociclagem 50degC por 2 min 95degC por

10 min seguidos de 40 ciclos a 95degC por 15 segundos e 60degC por 1 min Ao final eram

considerados vaacutelidos apenas os resultados cuja reaccedilatildeo apresentasse curva de dissociaccedilatildeo com

apenas um pico referente agrave temperatura de melting do primer utilizado em cada reaccedilatildeo A

presenccedila da deleccedilatildeo no gene GSTM1 foi estabelecida quando os valores de Ct (threshold

cycle) foram superiores a 35 ciclos conforme padronizaccedilatildeo realizada por Covault et al

(2003) De forma aleatoacuteria foram selecionadas 20 das amostras deletadas para confirmar a

deleccedilatildeo e em 100 delas houve concordacircncia dos resultados

411 ANAacuteLISES ESTATIacuteSTICAS

Os dados obtidos foram analisados no software SPSS versatildeo 200 e os resultados

expressos como meacutedia desvio padratildeo valores miacutenimos e maacuteximos Testou-se a normalidade

dos dados usando o teste de Kolmogorov-Smirnov e a homogeneidade de variacircncia o de

Levene O teste T-Student para amostras independentes e o ANOVA seguido de Tukey para

comparaccedilatildeo de meacutedias entre os paracircmetros Para o teste de correlaccedilatildeo utilizou-se o de

Pearson Nas anaacutelises de regressatildeo empregou-se o modelo de regressatildeo linear simples e o

modelo de regressatildeo linear muacuteltipla para selecionar as variaacuteveis de ajuste As variaacuteveis

testadas nos ajustes dos modelos muacuteltiplos foram idade iacutendice de massa corpoacuterea

escolaridade renda e ingestatildeo energeacutetica Para estes adotou-se o meacutetodo de backward

Foram consideradas estatisticamente significantes as anaacutelises com p lt 005

54

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51 CARACTERIZACcedilAtildeO DA POPULACcedilAtildeO

Participaram do estudo 200 mulheres voluntaacuterias da cidade de Porto Velho (RO)

selecionadas de uma amostra de conveniecircncia A meacutedia de idade das participantes foi de 263

+ 75 anos Conforme a etnia relatada pelas voluntaacuterias 93 informaram ser pardas e a

maioria cursava o ensino superior Quanto agrave renda houve uma maior prevalecircncia de

participantes que ganhavam mais de quatro salaacuterios miacutenimos e 75 afirmaram natildeo realizar

atividade fiacutesica Em relaccedilatildeo ao histoacuterico de doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis na famiacutelia as

mais descritas foram hipertensatildeo arterial e diabetes Nenhuma participante era fumante ou

fazia uso de bebidas alcooacutelicas Todas residiam no estado de Rondocircnia haacute no miacutenimo 10 anos

Os dados acima mencionados estatildeo representados de forma detalhada na Tabela 1

De acordo com o censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

(IBGE 2011) a populaccedilatildeo brasileira era constituiacuteda de 190755799 de habitantes sendo que

428527 pertenciam agrave cidade de Porto Velho Desse total 492 eram do gecircnero feminino

Ainda neste censo 477 dos habitantes do Brasil classificaram-se como brancos

76 como pretos 43 como pardos 11 como amarelos e 04 como indiacutegenas A

distribuiccedilatildeo por cor ou raccedila reflete padrotildees histoacutericos de ocupaccedilatildeo e movimentos relacionados

agrave dinacircmica econocircmica As maiores proporccedilotildees de pardos (58) estatildeo nas regiotildees norte e

nordeste enquanto os pretos estatildeo mais presentes na Bahia (17) e no Rio de Janeiro

(124) Em Rondocircnia 353 se declararam brancos 556 pardos e 69 pretos

corroborando com dados obtidos nesta pesquisa

Dentre os dados apresentados ressalta-se ainda a presenccedila de DCNT nos antecedentes

familiares das participantes De acordo com Silva-Junior (2009) e Schmidt et al (2011)

72 das mortes ocorridas em 2007 no Brasil foram atribuiacutedas agraves DCNT O aumento da

prevalecircncia de diabetes e hipertensatildeo paralelamente ao excesso de peso estaacute associado agrave

mudanccedilas desfavoraacuteveis na dieta e na atividade fiacutesica (SCHMIDT et al 2011)

O Brasil tem colocado em praacutetica importantes poliacuteticas para prevenccedilatildeo das DCNT

Como exemplo destaca-se a implantaccedilatildeo do plano de accedilatildeo de 2008 a 2013 da Organizaccedilatildeo

Mundial da Sauacutede (WHO) que teve como foco quatro doenccedilas cardiovasculares diabetes

cacircncer e doenccedilas respiratoacuterias crocircnicas responsaacuteveis por 58 das mortes no Brasil em 2007

(WHO 2010 SCHMIDT et al 2011) O elevado nuacutemero de casos dessas doenccedilas nos dias

55

atuais justifica os resultados da porcentagem relatada pelas participantes do estudo sobre o

histoacuterico de doenccedilas na famiacutelia

Tabela 1 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas das voluntaacuterias

1Salaacuterio Miacutenimo vigente no ano de 2011 (R$ 54500)

52 AVALIACcedilAtildeO ANTROPOMEacuteTRICA

Os resultados antropomeacutetricos de acordo com o Iacutendice de Massa Corpoacuterea (IMC)

estatildeo apresentados na tabela 2 a seguir

n

Etnia (n=200)

Parda 186 930

Branca 11 55

Negra 2 10

Indiacutegena 0 0

Oriental 1 05

Escolaridade (n=173)

Fundamental 8 50

Ensino Meacutedio 19 100

Superior Incompleto 103 600

Superior Completo 40 230

Poacutes-Graduaccedilatildeo 3 20

Renda (n=163)

Ateacute 1 Salaacuterio Miacutenimo1

9 60

2 a 3 Salaacuterios Miacutenimos 58 350

Acima de 4 Salaacuterios Miacutenimos 96 590

Atividade Fiacutesica (n=200)

Sim 51 250

Natildeo 149 750

DCNT (n=186)

Dislipidemias 16 86

Obesidade 37 200

Diabetes 62 333

Hipertensatildeo Arterial 58 311

Outras 13 70

56

Tabela 2 Classificaccedilatildeo das participantes segundo o Iacutendice de Massa Corporeacutea (IMC)

Classificaccedilatildeo do IMC (kgm2) n

Eutrofia (185 - 249) 186 93

Sobrepeso (ge 25 ndash 299) 13 65

Obesidade grau I (300 - 349) 1 05

A Figura 5 apresenta os resultados da Circunferecircncia da Cintura (CC) das

participantes Do total 172 voluntaacuterias (891) apresentavam CC dentro dos valores de

normalidade e 21 (109) em risco aumentado de DCNT

Figura 5 Circunferecircncia da Cintura das voluntaacuterias de acordo com WHO (2000) Ponto de

corte assinalado em azul (80 cm) constitui risco aumentado para o desenvolvimento de

DCNT Porto Velho 2015

Considerando as estimativas de prevalecircncia das condiccedilotildees deacuteficit e excesso de peso

de acordo com o IMC os dados da POF 20082009 da populaccedilatildeo brasileira acima de 19 anos

de idade revelaram que 36 das mulheres brasileiras foram classificadas com deacuteficit de peso

principalmente nas mulheres muito jovens (20 a 24 anos de idade) ou muito idosas (75 anos

57

ou mais) O excesso de peso foi diagnosticado em cerca de metade das mulheres excedendo

em 13 vezes a frequecircncia de deacuteficit de peso nestas e o diagnoacutestico de obesidade foi de 169

Ainda de acordo com a POF 20082009 observou-se que tanto o excesso de peso

como a obesidade aumentaram de frequecircncia nas idades entre 55 a 64 anos declinando nas

idades subsequentes Em relaccedilatildeo agraves mulheres da regiatildeo norte o deacuteficit de peso foi de 35 no

domiciacutelio urbano e 42 no rural o excesso de peso 48 no urbano e 479 no rural e a

obesidade 17 e 165 respectivamente

53 CONSUMO ALIMENTAR

A ingestatildeo meacutedia de energia das voluntaacuterias foi 131801 plusmn 26548 kcaldia Os

macronutrientes foram avaliados de acordo com os intervalos de recomendaccedilatildeo da

distribuiccedilatildeo em percentual da contribuiccedilatildeo energeacutetica (AMDR) do Institute of Medicine

(2006) Verificou-se que a maioria (59) das participantes apresentou uma ingestatildeo de

carboidratos abaixo da recomendaccedilatildeo enquanto em relaccedilatildeo agraves proteiacutenas uma elevada

porcentagem (76) apresentou ingestatildeo dentro do intervalo de referecircncia e o consumo de

lipiacutedios foi acima da recomendaccedilatildeo em 48 delas (Figura 6)

Figura 6 Distribuiccedilatildeo das participantes segundo a adequaccedilatildeo da ingestatildeo dos

macronutrientes de acordo com a recomendaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em percentual da energia

(IOM 2006) Porto Velho 2015

59

10 13

26

76

39

44

14

48

Carboidratos Proteiacutenas Lipiacutedios

Abaixo da Recomendaccedilatildeo Dentro do Intervalo de Recomendaccedilatildeo

Acima da Recomendaccedilatildeo

58

A Pesquisa de Orccedilamentos Familiares (POF 20082009) avaliou o consumo alimentar

de 34003 brasileiros levando em consideraccedilatildeo o gecircnero e a faixa etaacuteria Foi observado que o

consumo energeacutetico meacutedio da populaccedilatildeo brasileira em geral variou de 1490 a 2289 kcal Na

regiatildeo norte observaram-se meacutedias de ingestatildeo energeacutetica acima da meacutedia nacional e das

demais regiotildees do paiacutes variando de 1660 a 2496 kcal Entre as mulheres a faixa etaacuteria de 19

a 59 anos apresentou ingestatildeo energeacutetica meacutedia de 1710 kcal sendo a meacutedia na aacuterea urbana

de 1713 e na aacuterea rural 1694 kcal

Dados do Estudo Nacional de Despesa Familiar (ENDEF) de 197475 e as POFs

(198788 199596 e 200203) verificaram diminuiccedilatildeo de cerca de 9 na participaccedilatildeo relativa

de carboidratos acarretando valores considerados miacutenimos para este macronutriente (559)

No entanto no estudo da POF 20082009 a porcentagem de contribuiccedilatildeo dos macronutrientes

obedeceu agraves faixas de recomendaccedilatildeo A meacutedia da porcentagem de contribuiccedilatildeo de

carboidratos nas dietas das mulheres brasileiras foi de 562 a 576 a de proteiacutena de 16 4 e

de lipiacutedio 272 Ao avaliar as participantes da regiatildeo norte as meacutedias de contribuiccedilatildeo foram

565 para carboidrato 176 para proteiacutena e 256 para lipiacutedio

A manutenccedilatildeo do peso corpoacutereo eacute primariamente determinada pelo consumo e

utilizaccedilatildeo de carboidratos e lipiacutedeos As proteiacutenas contribuiram com uma fraccedilatildeo pequena e

relativamente constante no consumo energeacutetico total A auto regulaccedilatildeo dos estoques de

carboidratos e proteiacutenas no organismo humano ocorre de maneira eficiente enquanto o

mecanismo de regulaccedilatildeo de armazenamento de lipiacutedios eacute pouco eficiente O papel

fundamental dos carboidratos (accediluacutecares e amido) eacute o de fornecer energia para as ceacutelulas do

organismo particularmente para o ceacuterebro uacutenico oacutergatildeo dependente exclusivamente destes

nutrientes (EGASHIRA MIZIARA LEONI 2014)

Os lipiacutedios satildeo importantes na alimentaccedilatildeo pois fornecem energia de alta densidade e

participam no valor energeacutetico total da dieta Ao longo dos uacuteltimos anos raacutepidas mudanccedilas na

dieta e no estilo de vida vecircm ocorrendo com a industrializaccedilatildeo urbanizaccedilatildeo desenvolvimento

econocircmico e mais recentemente a globalizaccedilatildeo propiciando significativo impacto na sauacutede e

no estado nutricional da populaccedilatildeo do mundo As DCNT incluindo obesidade diabetes

melito doenccedilas cardiovasculares hipertensatildeo arterial e alguns tipos de cacircncer tecircm

comprometido o periacuteodo de vida economicamente ativo de vaacuterios indiviacuteduos Com relaccedilatildeo agraves

mudanccedilas dieteacuteticas uma das principais alteraccedilotildees observadas eacute o incremento de oacuteleos e

gorduras em preparaccedilotildees e em alimentos industrializados (SANTOS e AQUINO 2014)

Apesar de as voluntaacuterias natildeo apresentarem doenccedilas crocircnicas auto-relatadas destaca-se que

59

houve histoacuterico de vaacuterias DCNT na famiacutelia constituindo fator de risco para desenvolvimento

destas nas participantes

A ingestatildeo alimentar de Se tambeacutem foi avaliada nestas participantes apresentando

meacutedia de consumo de 493 plusmn 191 microgdia (Tabela 3) Observou-se que esta meacutedia foi superior

agrave recomendaccedilatildeo da EAR (45 microgdia) entretanto em relaccedilatildeo agrave prevalecircncia de ingestatildeo

inadequada de Se estimada conforme a foacutermula de Beaton (1994) notou-se que 409 das

participantes apresentaram inadequaccedilatildeo da ingestatildeo ou seja consumo abaixo da EAR

Tabela 3 Ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) das participantes (n = 193)

Se (microgdia)

Meacutedia 4934

Desvio Padratildeo 1915

Mediana 4643

Miacutenimo 1038

Maacuteximo 18520

Segundo os resultados da POF 20082009 a meacutedia do consumo de Se da populaccedilatildeo

feminina com idade entre 19 e 59 anos foi de 762 microgdia Na regiatildeo norte este mesmo grupo

apresentou consumo meacutedio de 1048 microgdia superior ao das outras regiotildees do Brasil centro-

oeste (697 microg) nordeste (793 microg) sudeste (714 microg) e sul (737 microg) Tais resultados

independente da regiatildeo foram superiores ao obtido neste estudo A prevalecircncia de

inadequaccedilatildeo da ingestatildeo de Se neste mesmo grupo foi de 137 no paiacutes sendo de 91 na

regiatildeo norte

Silva (2013) ao avaliar a ingestatildeo alimentar de Se de adultos saudaacuteveis da cidade de

Fortaleza (CE) observou consumo meacutedio de 79 microgdia e somente 151 dos participantes

apresentaram meacutedia de ingestatildeo abaixo da EAR

De acordo com as pesquisas realizadas no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo - Minerais a

ingestatildeo de Se na populaccedilatildeo brasileira varia de 18 a 200 microgdia (CINTRA 1990 BORTOLI

2010 DONADIO 2011 MAIA 2008 SILVA 2013)

Donadio (2011) avaliou indiviacuteduos adultos saudaacuteveis do estado de Satildeo Paulo e

observou um consumo meacutedio de 412 microgdia No estudo de Bortoli (2010) realizado com

mulheres da cidade de Satildeo Paulo Cubatatildeo (SP) e Novo Airatildeo (AM) verificou-se um

consumo meacutedio de 571 microgdia 533 microgdia e 539 microgdia respectivamente Esses dados

60

mostraram que natildeo houve diferenccedila significativa entre as cidades eou estados avaliados

Rocha et al (2014) ao avaliarem o consumo alimentar de Se de crianccedilas de duas comunidades

ribeirinhas de Porto Velho (RO) verificaram que as crianccedilas que residiam na localidade de

Demarcaccedilatildeo consumiam menos Se (418 microgdia) que a localidade denominada Gleba do Rio

Preto (179 microgdia) A diferenccedila observada foi atribuiacuteda ao fato de as crianccedilas da segunda

comunidade consumirem mais alimentos in natura enquanto as crianccedilas da primeira em

virtude da sua localizaccedilatildeo geograacutefica tinham mais acesso a alimentos industrializados

Ressalta-se que todos esses dados referentes ao consumo brasileiro de Se

independente da regiatildeo natildeo ultrapassaram o Limite Superior Toleraacutevel de Ingestatildeo (UL) de

400 microg dia (IOM 2006)

A determinaccedilatildeo do consumo de Se natildeo eacute uma tarefa faacutecil em virtude das dificuldades

existentes em relaccedilatildeo aos meacutetodos que avaliam a ingestatildeo alimentar e aleacutem disso em razatildeo

do nuacutemero reduzido de tabelas que apresentam a concentraccedilatildeo do mineral nos alimentos

brasileiros (FERREIRA 2002) Aliado a essas questotildees eacute preciso ressaltar que as

concentraccedilotildees do mineral nos alimentos satildeo proporcionais agrave quantidade do mesmo nos solos

dessa forma um mesmo alimento pode conter concentraccedilotildees de Se muito diferentes Por isso

os valores de ingestatildeo de Se apresentados poderiam ser diferentes caso houvesse dados da

concentraccedilatildeo do mineral em alimentos cultivados em solo rondoniense Mesmo assim a

dificuldade em estimar a ingestatildeo do Se continuaria existindo pois natildeo seria faacutecil rastrear de

forma rigorosa a origem dos alimentos consumidos pelas participantes

A ingestatildeo de castanha-do-brasil tambeacutem foi mensurada visto que eacute considerado o

alimento mais rico em Se Apenas uma voluntaacuteria afirmou ter o haacutebito de consumi-la

regularmente coincidindo ser justamente aquela que apresentou o maior consumo de Se

(43897 microgdia) bem como as maiores concentraccedilotildees do mineral no sangue Por isso essa

participante natildeo foi incluiacuteda nas anaacutelises por ser considerada como outlier

54 MARCADORES BIOQUIacuteMICOS DO ESTADO NUTRICIONAL RELATIVO AO

SELEcircNIO

A tabela 4 apresenta as concentraccedilotildees de Se (microgL) no plasma e eritroacutecitos das

participantes

61

Tabela 4 Concentraccedilatildeo de Se (microgL) no plasma e nos eritroacutecitos das participantes (n=192)

PLASMA ERITROacuteCITOS

Meacutedia + DP 498 + 186 754 + 299

Mediana 470 730

Miacutenimo 58 184

Maacuteximo 1094 1532

DP Desvio Padratildeo

Destaca-se que o plasma reflete o estado nutricional atual (FAIRWEATHER-TAIT

1997) De acordo com Thomson (2004) e Van Dael e Deelstra (1993) o Se plasmaacutetico eacute

considerado o biomarcador mais acessiacutevel para avaliaccedilatildeo do status do mineral por isso eacute o

mais utilizado pois permite avaliar as mudanccedilas em curto prazo respondendo de forma

raacutepida e sensiacutevel conforme a ingestatildeo alimentar Eacute importante mencionar que essa resposta

pode ser influenciada por fatores como a idade o estado fisioloacutegico do indiviacuteduo e a forma do

Se consumida

De acordo com o paracircmetro proposto por Van Dael e Deelstra (1993) verificou-se que

a maioria das participantes apresentou deficiecircncia de Se (69) enquanto uma porcentagem

menor apresentou adequaccedilatildeo (295) e outra mais reduzida em risco de toxicidade (15)

A Figura 7 apresenta os resultados da concentraccedilatildeo de Se plasmaacutetico conforme os

paracircmetros proposto por Van Dael e Deelstra (1993) assim como os intervalos estipulados

por Thomson (2004) que propotildee valores miacutenimos de Se no soro para prevenccedilatildeo da doenccedila de

Keshan otimizaccedilatildeo da atividade das deiodinases maximizaccedilatildeo da atividade da GPx e da

selenoproteiacutena P e ainda para proteccedilatildeo contra alguns tipos de cacircncer

Apenas 41 das voluntaacuterias apresentaram-se em risco para doenccedila de Keshan e

784 delas baixa otimizaccedilatildeo para as deiodinases Para o ponto de corte de otimizaccedilatildeo da

GPx e selenoproteiacutena P a maioria (933) apresentou baixa otimizaccedilatildeo Quanto ao intervalo

de proteccedilatildeo contra alguns tipos de cacircncer 99 natildeo estavam protegidas

Dessa forma de acordo com as duas referecircncias selecionadas para avaliar a

concentraccedilatildeo de Se no plasma verifica-se que a maioria das voluntaacuterias aleacutem de apresentar

deficiecircncia do mineral

No Brasil poucos estudos avaliaram o estado nutricional relativo ao Se em adultos

saudaacuteveis Coutinho (2003) avaliou este paracircmetro em praticantes de capoeria residentes em

Satildeo Paulo e observou a meacutedia de 787 microgL de Se no plasma Maia (2008) avaliou 29

62

paulistanos e 28 cearenses e observou uma meacutedia de Se plasmaacutetico de 665 microgL e 576 microgL

respectivamente

Figura 7 Distribuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo plasmaacutetica de Se (microgL) das participantes (n=194)

segundo os paracircmetros porpostos por Van Dael e Deelstra (1993) e Thomson (2004) Porto

Velho 2015

a Intervalo proposto por Van Dael e Deelstra (1993) (60 - 120 μgL)

Pontos de corte propostos por Thomson (2004) b Prevenccedilatildeo do surgimento da doenccedila de Keshan (gt 21 μgL)

c Otimizaccedilatildeo da atividade das deiodinases (gt 65 μgL)

d Maximizaccedilatildeo da GPx e selenoproteiacutena P (gt 80 - 95 μgL)

e Proteccedilatildeo contra alguns tipos de cacircncer (gt 115 μgL)

Bortoli (2010) avaliou mulheres saudaacuteveis e encontrou uma meacutedia de 817 microgL nas

voluntaacuterias residentes em Satildeo Paulo 607 microgL no grupo de Cubatatildeo (SP) e de 1018 microgL

nas mulheres de Novo Airatildeo (AM) A meacutedia de Se plasmaacutetico obtida na uacuteltima localidade

citada foi justificada pelo fato de a populaccedilatildeo ter como haacutebito o consumo regular de castanha-

do-brasil Donadio (2011) ao avaliar 124 indiviacuteduos residentes em Satildeo Paulo obteve a meacutedia

de 541 microgL Santos (2013) tambeacutem determinou as concentraccedilotildees do mineral no plasma de

176 indiviacuteduos do Cearaacute e observou uma meacutedia de 626 microgL

63

A Figura 8 apresenta a distribuiccedilatildeo das concentraccedilotildees eritrocitaacuterias de Se das

participantes Nos eritroacutecitos 125 participantes (645) apresentaram concentraccedilotildees abaixo

do intervalo de referecircncia

Figura 8 Distribuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo eritrocitaacuteria de Se das participantes (n=194) Intervalo

assinalado em azul (90 - 190 μgL) constitui os paracircmetros de normalidade proposto por Van

Dael e Deelstra (1993) e Ortuntildeo (1997) Porto Velho 2015

Ao contraacuterio do plasma a concentraccedilatildeo de Se eritrocitaacuterio reflete o estado nutricional

pregresso por responder de forma mais lenta agraves alteraccedilotildees no estado nutricional Essa resposta estaacute

relacionada com o tempo de meia vida das hemaacutecias que eacute de aproximadamente 120 dias

(FAIRWEATHER-TAIT 1997 VAN DAEL e DEELSTRA 1993)

Houve correlaccedilatildeo entre as concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio (r = 0629 p ˂

0001) ou seja quanto maior a concentraccedilatildeo de Se no plasma maior a sua concentraccedilatildeo nos

eritroacutecitos

As Tabelas 5 e 6 apresentam os resultados das anaacutelises de regressatildeo da ingestatildeo

alimentar de Se em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees do mineral no plasma e nos eritroacutecitos

respectivamente

64

Tabela 5 Coeficiente de regressatildeo da ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) como variaacutevel

independente que influenciou a concentraccedilatildeo do mineral no plasma (microgL) das participantes

Variaacutevel independente β p-valora

R2 ajustado p-valor

b

Ingestatildeo alimentar de Se (microgdia)c 0278 0112 0277 0026

Modelo ajustado pela escolaridade (anos de estudo) idade (anos) ingestatildeo energeacutetica (kcaldia) e circunferecircncia

da cintura (cm)

a Valor de p referente ao coeficiente β

b Valor de p referente ao R

2 ajustado

As anaacutelises de regressatildeo mostraram que houve associaccedilatildeo positiva entre o consumo de

alimentar de Se (microgdia) e as concentraccedilotildees do mineral no plasma (microgL) e nos eritroacutecitos

(microgL) O coeficiente de correlaccedilatildeo (R2) da ingestatildeo alimentar de Se em relaccedilatildeo ao plasma foi

277 e nos eritroacutecitos 363 Estes coeficientes expressam a porcentagem da variabilidade

das concentraccedilotildees sanguiacuteneas de Se que satildeo explicadas pela ingestatildeo alimentar do mineral

Tabela 6 Coeficiente de regressatildeo da ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) como variaacutevel

independente que influenciou a concentraccedilatildeo do mineral nos eritroacutecitos (microgL) das

participantes

Variaacutevel independente β p-valora

R2 ajustado p-valor

b

Ingestatildeo alimentar de Se (microgdia)c 0154 0301 0363 0001

Modelo ajustado pelo consumo alimentar de Se (microgdia) idade (anos) circunferecircncia da cintura (cm) iacutendice de

massa corpoacuterea (kgm2) escolaridade (anos de estudo) e renda (salaacuterios miacutenimos)

a Valor de p referente ao coeficiente β

b Valor de p referente ao R

2 ajustado

No estudo de Maia (2008) a meacutedia da concentraccedilatildeo eritrocitaacuteria de Se em adultos residentes

em Satildeo Paulo foi de 80 microgL e do Cearaacute 1224 microgL Silva (2013) encontrou a meacutedia de 1015

microgL de Se nos eritroacutecitos dos participantes do Cearaacute Adame et al (2012) que avaliou

espanhois encontrou a meacutedia de 104 6 microgL

Bortoli (2010) obteve a meacutedia de 833 microgL nas participantes de Satildeo Paulo 859 microgL

no grupo de Cubatatildeo (SP) e de 1998 microgL nas muheres de Novo Airatildeo (AM) A meacutedia

elevada encontrada na comunidade de Novo Airatildeo foI justificada pelo fato de a populaccedilatildeo do

estado do Amazonas apresentar o haacutebito de consumir regularmente a castanha-do-brasil

Houve ainda correlaccedilatildeo positiva entre os valores de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio indicando

65

que aquelas participantes cujo o teor estava mais elevado em um dos compartimentos

sanguiacuteneos tambeacutem se encontrava da mesma forma no outro (r = 07018 plt 00001)

Segundo Lemire et al (2006) a populaccedilatildeo da Amazocircnia brasileira apresenta

concentraccedilatildeo de Se no sangue total que varia de normal a relativamente alto Entretanto este

resultado natildeo foi observado no presente estudo pois a maioria das participantes apresentou

concentraccedilotildees abaixo da referecircncia Todavia esta pesquisa foi composta por mulheres

residentes em uma capital urbana diferente dos locais de trabalho das pesquisas de Lemire et

al (2006) realizados em comunidades ribeirinhas do Paraacute Estes pesquisadores avaliaram 236

adultos de seis comunidades ribeirinhas ao longo do rio Tapajoacutes e verificaram que 343

possuiacuteam concentraccedilotildees elevadas e nove indiviacuteduos (38) apresentaram valores acima dos

estipulados para toxicidade O valor mais baixo encontrado do mineral foi de 142 microgL

Em outra pesquisa realizada por Lemire et al (2011) na mesma regiatildeo foram

avaliados 407 voluntaacuterios e apenas seis participantes (15) apresentaram deficiecircncia de Se

enquanto 32 apresentaram concentraccedilotildees entre 560 e 1000 microgL e 10 concentraccedilotildees

superiores a 1000 microgL Segundo os pesquisadores a concentraccedilatildeo elevada de Se no sangue

foi devida aos haacutebitos alimentares da populaccedilatildeo uma vez que a mesma sobrevive de

alimentos cultivados nas proacuteprias comunidades

De acordo com os estudos de Pinheiro et al (2005) Rocha et al (2014) e Lemire et al

(2006 2009 2010 e 2011) que avaliaram o status de Se em comunidades ribeirinhas da

Amazocircnia observa-se que haacute uma relaccedilatildeo entre a concentraccedilatildeo do mineral no sangue e a

cultura alimentar regional

Natildeo existem muitos trabalhos realizados no Brasil e no mundo que tenham avaliado o

status de Se de populaccedilotildees natildeo acometidas por doenccedilas a maioria das pesquisas avaliou

indiviacuteduos doentes Portanto este trabalho contribuiraacute para o melhor conhecimento das

condiccedilotildees dessa populaccedilatildeo quanto a esse mineral Constatou-se que o haacutebito alimentar urbano

natildeo incluiacutea o consumo de castanha-do-brasil nem de outros alimentos cultivados em solos da

regiatildeo que constituiriam dessa forma uma excelente fonte do mineral

55 SELEcircNIO E ATIVIDADE DA ENZIMA GPx

A atividade da enzima GPx foi avaliada nos eritroacutecitos de 195 participantes e os seus

valores foram corrigidos e ajustados pela concentraccedilatildeo de hemoglobina sendo apresentados

em Ug Hb Apenas 6 das voluntaacuterias avaliadas apresentaram baixa atividade da enzima e

66

87 atividade normal (Figura 9) O valor meacutedio da atividade da GPx foi de 451 + 193 Ug

Hb Dessa forma pode-se inferir que a ingestatildeo alimentar de Se embora baixa natildeo teve influecircncia

na atividade enzimatica da GPx que eacute um biomarcador sensiacutevel e que avaliado nos eritroacutecitos

pode refletir a ingestatildeo em longo prazo do mineral (BROWN 2001 LEI 2007)

Figura 9 A atividade da enzima GPx peroxidase das participantes Intervalo assinalado em

azul (275 a 736 Ug Hb) representa a referecircncia proposta pelo Kit da Randoxreg Porto Velho

2015

Dados da literatura sobre atividade eritrocitaacuteria da GPx satildeo escassos os existentes

avaliaram a atividade da enzima no plasma dificultando as comparaccedilotildees com os resultados

deste trabalho No entanto Olusi (2002) ao realizar seu estudo no Kwait com adultos

eutroacuteficos observou meacutedia de 983 Ug Hb sendo este valor considerado elevado Ko et al

(2005) ao avaliar chineses encontrou a meacutedia de atividade da GPx nos eritroacutecitos de 513

Ug Hb enquanto Moradi et al (2009) ao avaliar em mulheres iranianas observaram a meacutedia

de 20 3 Ug Hb

De acordo com os estudos brasileiros Maia (2008) observou atividade meacutedia de 477

Ug Hb para adultos residentes em Satildeo Paulo e de 528 Ug Hb no Cearaacute Bortoli (2010)

observou a meacutedia de 733 Ug Hb nas mulheres amazonenses 371 Ug Hb nas voluntaacuterias de

Satildeo Paulo e de 382 Ug Hb nas de Cubatatildeo A meacutedia na pesquisa de Donadio (2011) com

paulistanos foi de 401 Ug Hb e Silva (2013) em voluntaacuterias do Cearaacute obteve 386 Ug Hb

67

A atividade da GPx estaacute fortemente correlacionada com a concentraccedilatildeo sanguiacutenea de

Se portanto um consumo inadequado de Se pode ocasionar reduccedilatildeo da atividade da GPx o

que por sua vez afeta a resposta celular em relaccedilatildeo agrave accedilatildeo de agentes oxidantes

desencadeando o surgimento do estresse oxidativo (COMINETTI et al 2011)

Segundo Crespo-Loacutepez et al (2009) as glutationas podem atuar como a principal

linha de defesa contra os compostos de Hg e conforme Herculano et al (2006) altas

concentraccedilotildees da enzima podem servir de proteccedilatildeo contra a intoxicaccedilatildeo do metal

Pinheiro et al (2008) realizou uma comparaccedilatildeo entre concentraccedilotildees de Hg e a defesa

antioxidante de mulheres saudaacuteveis residentes em trecircs comunidades ribeirinhas da Amazocircnia

sendo duas comunidades consideradas expostas ao metal localizadas na bacia do rio Tapajoacutes

e a outra localizada na bacia do rio Tocantins O estudo tinha como finalidade detectar

possiacuteveis alteraccedilotildees no estado antioxidante em razatildeo da exposiccedilatildeo ao Hg Dentre outros

paracircmetros foram avaliados a concentraccedilatildeo da GPx no sangue total e as concentraccedilotildees de Hg

nos cabelos Foi observada correlaccedilatildeo positiva entre as concentraccedilotildees de Hg e o aumento da

concentraccedilatildeo da enzima ou seja os indiviacuteduos com alto teor de Hg apresentaram tambeacutem

concentraccedilotildees elevadas de GPx

56 SELEcircNIO E CONCENTRACcedilOtildeES CAPILARES DE MERCUacuteRIO

Os resultados das anaacutelises de Hg nos cabelos das voluntaacuterias encontram-se descritos

na Figura 10 Das 200 participantes avaliadas apenas seis (30) apresentaram concentraccedilotildees

de Hg superiores ao valor de referecircncia estabelecido pela WHO (1990) e apenas uma

apresentou concentraccedilatildeo do metal abaixo do limite de quantificaccedilatildeo (˂ 1 ng g-1

)

Em relaccedilatildeo aos resultados do formulaacuterio de Hg para coleta dos cabelos foi perguntado

para as participantes se estas possuiacuteam tintura ou qualquer tipo de alisamento e a maioria

(635) natildeo possuiacutea nenhum tipo de alisamento e 585 natildeo tinham cabelos pintados A

concentraccedilatildeo meacutedia de Hg nos cabelos foi de 625 + 766 ng g-1

A concentraccedilatildeo de Hg no sangue reflete a exposiccedilatildeo ao metal nas formas orgacircnica e

inorgacircnica e pode ser influenciada pelo consumo de alimentos contaminados O Hg

permanece na corrente sanguiacutenea apenas alguns dias apoacutes a exposiccedilatildeo desta maneira a anaacutelise

deve ser feita rapidamente a fim de detectar exposiccedilotildees recentes (EPA 2005) Em relaccedilatildeo agrave

concentraccedilatildeo de Hg nos cabelos esta eacute proporcional agrave do sangue uma vez que este metal se

incorpora aos fios (WHO 1990) A anaacutelise do cabelo reflete uma exposiccedilatildeo mais prolongada

68

ao Hg possibilitando a avaliaccedilatildeo da concentraccedilatildeo deste elemento durante periacuteodos de tempo

maiores (PASCALICCHIO 2002)

Figura 10 Distribuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo de Hg (ng g-1

) nos cabelos das participantes (n=

200) Ponto de corte assinalado em azul representa o valor de referecircncia (2000 ng g-1

)

proposto pela WHO (1990) Porto Velho-RO 2015

Os peixes da regiatildeo Amazocircnica segundo alguns pesquisadores apresentam elevado risco de

contaminaccedilatildeo por Hg (MUCKE et al 2001 BAacuteRAacuteNY et al 2002 KARITA e SUZUKI

2002 LINDBERG et al 2004 HANSEN et al 2004) Entretanto 975 das participantes

avaliadas informaram consumir este alimento de forma esporaacutedica Dessa forma pode-se

inferir que as participantes deste estudo natildeo apresentaram alta contaminaccedilatildeo por Hg em

decorrecircncia da baixa ingestatildeo de peixes no haacutebito alimentar Poreacutem Marques et al (2007) ao

avaliar as concentraccedilotildees de Hg de 82 mulheres urbanas de Porto Velho (RO) observaram

que mesmo com um baixo consumo de peixes o niacutevel meacutedio de Hg nos cabelos foi elevado

(3500 ng g-1

)

Em outra pesquisa realizada por Marques et al (2013) foram avaliadas mulheres de

comunidades ribeirinhas da bacia do rio Madeira Os autores observaram que as

concentraccedilotildees meacutedias de Hg nos cabelos (12120 ng g-1

) daquelas que moravam agraves margens

do rio foram superiores agravequeles das residentes em aacuterea urbana (5360 ng g-1

)

69

Rocha et al (2014) determinaram as concentraccedilotildees de Hg nos cabelos de crianccedilas de

duas comunidades ribeirinhas de Porto Velho sendo elas Demarcaccedilatildeo localizada as margens

do rio Machado e Gleba do Rio Preto no rio Preto As crianccedilas da primeira comunidade

apresentaram concentraccedilatildeo meacutedia de Hg de 3570 + 1860 ng g-1

enquanto as crianccedilas da

Gleba do Rio Preto concentraccedilotildees meacutedias de 6240 + 5890 ng g-1

ou seja 50 acima do

valor encontrado na comunidade Demarcaccedilatildeo

Bastos et al (2006) ao avaliar as concentraccedilotildees de Hg em 713 indiviacuteduos do rio

Madeira obtiveram a meacutedia de 15200 ng g-1

Boischio e Henshel (2000) ao avaliar 90 matildees e

89 crianccedilas encontraram meacutedias de 12600 ng g-1

e 10200 ng g-1

respectivamente

Hacon et al (2014) avaliaram cinco aacutereas na regiatildeo de Porto Velho no rio Madeira

Das cinco comunidades estudadas quatro faziam parte da regiatildeo ribeirinha de Santo Antocircnio

Participaram do estudo 1945 indiviacuteduos cujas concentraccedilotildees de Hg foram avaliados em

amostras de cabelos Apenas 09 dos voluntaacuterios apresentaram concentraccedilotildees de Hg

superiores a 50000 ng g-1

e 90 concentraccedilotildees inferiores a 10000 ng g-1

O estudo ressaltou

que as concentraccedilotildees de Hg nas mulheres de 16 a 49 anos de idade variou de 2400 a 5300 ng

g-1

dependendo da regiatildeo onde residiam Os pesquisadores concluiacuteram que as concentraccedilotildees

de Hg foram altos em todas as comunidades e este resultado foi relacionado ao consumo de

peixes da regiatildeo

Bortoli (2010) que tambeacutem avaliou as concentraccedilotildees de Hg nos cabelos de mulheres

de Satildeo Paulo (SP) Cubatatildeo (SP) e Novo Airatildeo (AM) encontrou meacutedia de 180 ng g-1

nas

paulistanas 190 ng g-1

nas Cubatenses e de 5670 ng g-1

nas participantes do Amazonas

Dentre as participantes dos dois primeiros grupos nenhuma apresentou concentraccedilatildeo de Hg

acima de 2000 ng g-1

concentraccedilatildeo para adultos natildeo expostos ocupacionalmente de acordo

com a WHO (1990) No grupo das mulheres amazonenses 218 apresentaram valores

abaixo dessa referecircncia De acordo com os valores maacuteximos em regiotildees onde haacute exposiccedilatildeo

reconhecida por Hg (6000 ng g-1

) foi observado que 309 destas participantes tinham

concentraccedilotildees de Hg nos cabelos acima desse valor de referecircncia A pesquisadora ressaltou

que 927 das mulheres de Novo Airatildeo relataram consumir peixes da regiatildeo pelo menos uma

vez por semana

Pinheiro et al (2005) ao avaliarem 40 mulheres de trecircs comunidades da bacia do rio

Tapajoacutes verificaram que natildeo houve diferenccedila estatiacutestica em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees de Hg

total nas amostras de cabelos nas diferentes comunidades O primeiro grupo composto por

gestantes apresentou a meacutedia de concentraccedilatildeo de Hg de 8250 ng g-1

enquanto o segundo

composto por mulheres natildeo gestantes 9390 ng g-1

do metal No entanto os pesquisadores

70

observaram que as concentraccedilotildees do Hg no terceiro trimestre de gravidez eram maiores

(9650 ng g-1

) que no primeiro (6620 ng g-1

) e segundo trimestres (6710 ng g-1

)

Pinheiro et al (2008) analisaram novamente duas comunidades da mesma regiatildeo que

o estudo anterior Poreacutem selecionaram mulheres de uma comunidade ribeirinha da bacia do

rio Tocantins que formaram o grupo controle do estudo pois estas natildeo pertenciam a uma

regiatildeo considerada contaminada por Hg Os autores observaram que nas comunidades da

bacia do rio Tapajoacutes as voluntaacuterias apresentaram concentraccedilotildees de Hg no cabelo

significativamente maiores (12926 ng g-1

) em relaccedilatildeo agrave comunidade da bacia do rio Tocantins

(3290 ng g-1

)

Estudos epidemioloacutegicos tecircm evidenciado correlaccedilatildeo positiva entre as concentraccedilotildees

de Se e Hg no sangue (MUCKE et al 2001 BAacuteRAacuteNY et al 2002 KARITA e SUZUKI

2002 LINDBERG et al 2004 HANSEN et al 2004) Tal evidecircncia foi verificada nesta

pesquisa em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees plasmaacuteticas do mineral conforme as anaacutelises de

regressatildeo Os coeficientes de correlaccedilatildeo (R2) das concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico e

eritrocitaacuterio foram 59 e 37 respectivamente (Tabela 7) Estes coeficientes expressam a

porcentagem da variabilidade no niacutevel de Hg nos cabelos (ng g-1

) que eacute explicada pelas

variaacuteveis independentes

De acordo com Gailer et al (2000) o efeito protetor do Se tem sido associado a uma

maior retenccedilatildeo de Hg ao inveacutes de maior excreccedilatildeo Desta forma acredita-se que o Se

juntamente com o Hg forme um complexo Hg-Se que por sua vez liga-se a selenoproteiacutena P

favorecendo uma redistribuiccedilatildeo corporal do metal Poreacutem segundo Baacuteraacuteny et al (2005) e

Lindberg et al (2004) os estudos sobre como esta interaccedilatildeo acontece ainda natildeo satildeo

suficientes para elucidar a dinacircmica desse complexo Sugere-se que uma ingestatildeo adequada de

Se possa promover um efeito de proteccedilatildeo contra o Hg e seus compostos toacutexicos

Apesar dos valores elevados de Hg encontrados na regiatildeo Amazocircnica poucos trabalhos

avaliaram sintomas ou sinais cliacutenicos referentes a essa intoxicaccedilatildeo

No estudo de Dorea et al (2003) com mulheres vivendo em comunidades ribeirinhas

do Rio Negro os sintomas pesquisados foram fraquezas musculares amortecimentos de

membros tremores desequiliacutebrio e alteraccedilotildees sensoriais No entanto na populaccedilatildeo deste

estudo tais sinais natildeo foram observados Malm et al (1995) realizaram outra pesquisa com

populaccedilotildees ribeirinhas no Paraacute e tambeacutem natildeo encontraram tais sinais (desequiliacutebrio sensitivo

constriccedilatildeo de campo visual ataxia reduccedilatildeo da capacidade auditiva tremores reflexos de

tendotildees e desequiliacutebrios mentais e salivares)

71

Tabela 7 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram as

concentraccedilotildees de Hg (ng g-1

) nos cabelos (variaacutevel dependente) das participantes

Variaacuteveis independentes β p-valora

R2 ajustado p-valor

b

Se no Plasma (microgL)c 3117 0177 0059 0020

Se no Eritroacutecito (microgL)d 0970 0656 0037 0096

a Valor de p referente ao coeficiente β

b Valor de p referente ao R

2 ajustado

c Modelo ajustado pelo indice de massa corporeacutea (kgm

2) escolaridade (anos de estudo) idade (anos) e renda

(salaacuterios miacutenimos) d Modelo ajustado pelo pelo indice de massa corporeacutea (kgm

2) circunferecircncia da cintura (cm) escolaridade (anos

de estudo) idade (anos) ingestatildeo energeacutetica (kcaldia) e renda (salaacuterios miacutenimos)

57 SELEcircNIO E AVALIACcedilAtildeO DO ESTRESSE OXIDATIVO MDA E ORAC

O meacutetodo de ORAC (Capacidade de Absorccedilatildeo de Radicais de Oxigecircnio) avalia a

capacidade do plasma de inibir o radical peroxil mostrando resistecircncia aos danos oxidativos

Dessa forma verifica-se que quanto maiores as concentraccedilotildees do Se no sangue maior seraacute a

capacidade antioxidante total sendo este dado relacionado agrave accedilatildeo ou funccedilatildeo antioxidante do

mineral

De acordo com as anaacutelises de regressatildeo houve associaccedilatildeo entre as concentraccedilotildees de

Se no plasma e nos eritroacutecitos com o ORAC (Tabela 8) Os coeficientes de correlaccedilatildeo (R2)

das concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio foram 60 e 77 respectivamente Estes

coeficientes expressam a porcentagem da variabilidade do ORAC que eacute explicado pelas

variaacuteveis independentes (Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio) Natildeo foram encontrados estudos que

avaliaram a capacidade antioxidante por meio do ORAC que relacionem ou associem com as

concentraccedilotildees de Se em indiviacuteduos saudaacuteveis

Tabela 8 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram a

capacidade antioxidante ndash ORAC (mmol eq troloxg de amostra) (variaacutevel dependente) das

participantes

Variaacuteveis independentes β p-valora

R2 ajustado p-valor

b

Se no Plasma (microgL)c -0002 0555 0060 0015

Se no Eritroacutecito (microgL)d -0005 0094 0077 0005

a Valor de p referente ao coeficiente β

b Valor de p referente ao R

2 ajustado

c Modelo ajustado pelo indice de massa corporeacutea (kgm

2) circunferecircncia da cintura (cm) renda (salaacuterios

miacutenimos) d

Modelo ajustado pelo pelo indice de massa corporeacutea (kgm2) circunferecircncia da cintura (cm) renda (salaacuterios

miacutenimos)

72

Os radicais livres de oxigecircnio podem induzir a reaccedilatildeo de peroxidaccedilatildeo lipiacutedica Os

aacutecidos graxos insaturados no plasma em uacuteltima instacircncia podem gerar produtos de

peroxidaccedilatildeo lipiacutedica tais como o malondialdeiacutedo (MDA) Dessa forma as concentraccedilotildees de

MDA podem refletir o niacutevel de estresse oxidativo do organismo De acordo com as anaacutelises

de regressatildeo natildeo houve associaccedilatildeo entre as concentraccedilotildees de Se no plasma e nos eritroacutecitos

com o MDA (Tabela 9)

Tabela 9 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram a

concentraccedilatildeo plasmaacutetica de malondialdeiacutedo (microM) (variaacutevel dependente) das participantes

Variaacuteveis independentes β p-valora

R2 ajustado p-valor

b

Se no Plasma (microgL)c 10 x 10

-4 0980 -0015 0675

Se no Eritroacutecito (microgL)c 10 x 10

-3 0239 -0005 0505

a Valor de p referente ao coeficiente β

b Valor de p referente ao R

2 ajustado

c Modelo ajustado pelo indice de massa corporeacutea (kgm

2) idade (anos) ingestatildeo energeacutetica (kcaldia)

circunferecircncia da cintura (cm) renda (salaacuterios miacutenimos) e escolaridade (anos de estudo)

O estudo de Gaacutec et al (2014) tinha como objetivo definir a relaccedilatildeo entre as

concentraccedilotildees de Se no sangue e estresse oxidativo (concentraccedilatildeo de MDA) em 337 crianccedilas

saudaacuteveis da Espanha A concentraccedilatildeo de Se natildeo exerceu nenhum efeito direto nas

concentraccedilotildees de MDA (r = 008 pgt005) Em outro estudo espanhol Galan-Chilet et al

(2014) avaliaram em uma populaccedilatildeo adulta a associaccedilatildeo entre o Se no plasma e as

concentraccedilotildees de MDA na urina Os autores tambeacutem natildeo observaram correlaccedilotildees

siginificativas entre esses marcadores

Krishnan e Rani (2014) tambeacutem natildeo encontraram nenhuma correlaccedilatildeo significativa

entre a concentraccedilatildeo de Se e MDA em pacientes com doenccedila de Alzheimer ou demecircncia de

origem vascular Entretanto outros estudos verificaram uma diminuiccedilatildeo das concentraccedilotildees de

MDA apoacutes a suplementaccedilatildeo com Se (ZHANG et al 2005 FABIAN et al 2013 SITTA et

al 2011 SMOLKOVAacute et al 2004 GRYGIEL-GOacuteRNIAK et al 2014)

73

58 POLIMORFISMO PRO198LEU

Ao avaliar a presenccedila do SNP (rs 1050450) no gene que codifica a enzima glutation

peroxidase1 nas 190 amostras do estudo foi observado que 567 das participantes

apresentaram genoacutetipo selvagem (ProPro) ou seja homozigotos para prolina 368 dos

indiviacuteduos heterozigotos (ProLeu) e 68 homozigotos para leucina (LeuLeu) A frequecircncia

relativa do alelo variante foi de 025

Os resultados da genotipagem apresentaram-se de acordo com o equiliacutebrio de Hardy

Weinberg o qual determina que as frequecircncias aleacutelicas devem permanecer constantes ao

longo das geraccedilotildees caso natildeo sejam interferidas por nenhum fator evolutivo Dessa forma o

teste de qui-quadrado (χ2) foi aplicado e o valor encontrado foi de 01127 e a probabilidade

associada a esse valor considerando um grau de liberdade foi maior que 5 indicando que a

populaccedilatildeo estava de acordo com o equiliacutebrio

A Tabela 10 ilustra a distribuiccedilatildeo das participantes de acordo com o SNP Pro198Leu

Tabela 10 Distribuiccedilatildeo do SNP Pro198Leu (rs 1050450) no gene que codifica GPx 1 nas

participantes (n=190)

Genoacutetipos coacutedon 198 da GPx 1 n

ProPro 107 563

ProLeu 70 368

LeuLeu 13 68

Quatro pesquisas descrevem a frequecircncia do polimorfismo Pro198Leu na populaccedilatildeo

da cidade de Satildeo Paulo Nishimura (2010) em seu estudo com 175 pacientes com cacircncer da

cavidade orofariacutengea encontrou prevalecircncia de 50 de indiviacuteduos com genoacutetipo selvagem

(ProPro) 43 heterozigoto (ProLeu) e 7 de homozigoto (LeuLeu) para o polimorfismo

Em seu grupo controle que foi constituiacutedo por 203 indiviacuteduos da mesma cidade 51

ProPro 43 ProLeu e 6 LeuLeu

Cominetti et al (2011) no seu trabalho realizado com 37 mulheres obesas

observaram 49 de ProPro 38 de ProLeu e 13 de LeuLeu Donadio (2011) ao avaliar

124 indiviacuteduos adultos natildeo doentes verificou que a prevalecircncia de ProPro foi de 49 de

ProLeu 47 e apenas 3 de LeuLeu

Cardoso et al (2012) ao determinar o polimorfismo em um grupo de 28 idosos com

doenccedila de Alzheimer observaram que 75 apresentaram genoacutetipo ProPro 14 de

74

heterozigotos e 11 de LeuLeu No mesmo estudo no grupo controle formado por 29

idosos sem a doenccedila os pesquisadores encontraram 72 com genoacutetipo ProPro 14 de

ProLeu e 14 de homozigotos LeuLeu

Silva (2013) em seu trabalho realizado com a populaccedilatildeo cearense observou que

545 dos indiviacuteduos apresentaram genoacutetipo ProPro 381 genoacutetipo ProLeu e 74 de

genoacutetipo LeuLeu

Hiragi et al (2011) avaliaram a frequecircncia do polimorfismo em 304 indiviacuteduos

pertencentes a trecircs grupos eacutetnicos diferentes No grupo constituiacutedo por 60 adultos indiacutegenas

95 possuiacuteam genoacutetipo selvagem (ProPro) 3 eram heterozigotos (ProLeu) e 2

homozigotos (LeuLeu) No grupo composto por 72 indiviacuteduos afrodescendentes 71 eram

ProPro 22 ProLeu e 7 LeuLeu O terceiro grupo formado por 172 indiviacuteduos que

residiam no Distrito Federal 47 eram ProPro 40 ProLeu e 13 LeuLeu

Fosberg et al (1999) em anaacutelise realizada com 25 suecos encontrou 52 de

indiviacuteduos homozigotos para prolina (selvagens) 36 de heterozigotos e 12 de

homozigotos para leucina Em outro estudo Fosberg et al (2000) determinaram a frequecircncia

de alelos para esse polimorfismo em uma populaccedilatildeo sueca e outra finlandesa A populaccedilatildeo

sueca foi formada por 101 indiviacuteduos infartados e 214 formaram o grupo controle A

distribuiccedilatildeo dos genoacutetipos dos indiviacuteduos do grupo caso foi de 55 homozigotos selvagens

38 heterozigotos e 7 de homozigotos para leucina No grupo controle a frequecircncia dos

genoacutetipos foi de 53 40 e 7 respectivamente No grupo da Finlacircndia dos 66 indiviacuteduos

avaliados 35 eram homozigotos para prolina 48 heterozigotos e 17 homozigotos para

leucina

De acordo com os trabalhos citados a menor distribuiccedilatildeo conforme os genoacutetipos estaacute

relacionada ao homozigoto LeuLeu Algumas pesquisas afirmam que a presenccedila do alelo Leu

reduz a atividade da enzima GPx nos indiviacuteduos com este alelo variante (HANSEN et al

2009 RAVN-HAREN et al 2006) Dessa forma se haacute uma diminuiccedilatildeo da atividade

enzimaacutetica da GPx o sistema antioxidante dos indiviacuteduos que apresentam o alelo Leu pode

ser afetado Estudos tambeacutem tecircm associado a presenccedila deste alelo variante a um aumento do

risco de alguns tipos de cacircncer (RATNASINGHE et al 2000 HU e DIAMOND 2003

ZHAO et al 2005) Entretanto essas associaccedilotildees natildeo foram observadas em todas as

populaccedilotildees estudadas uma vez que a frequecircncia do alelo Leu varia de acordo com o grupo

eacutetnico (ZHAO et al 2005)

De acordo com Pena et al (2011) a origem geneacutetica da populaccedilatildeo brasileira eacute o

resultado de vaacuterias miscigenaccedilotildees e apesar disso apresenta uma uniformidade maior que o

75

esperado No trabalho desses pesquisadores foi avaliado a ascendecircncia total de 934 brasileiros

de diferentes raccedilas residentes em quatro regiotildees do paiacutes com excessatildeo da regiatildeo centro-oeste

Foram avaliados polimorfismos de inserccedilatildeo e deleccedilatildeo e os genoacutetipos encontrados foram

utilizados para estimar os componentes europeus africanos e ameriacutendios dos indiviacuteduos Os

resultados mostraram que a ancestralidade das diferentes populaccedilotildees das regiotildees do Brasil eacute

semelhante

A populaccedilatildeo de Rondocircnia eacute umas das mais diversificadas do Brasil composta de

migrantes oriundos de todas as regiotildees do paiacutes O interior do Estado eacute formado por goianos

paranaenses paulistas mineiros gauacutechos capixabas baianos mato grossenses e sergipanos

enquanto a capital eacute formada por cearenses maranhenses amazonenses e acreanos (IBGE

2014)

Poucos estudos associaram o polimorfismo Pro198Leu com biomarcadores do estado

nutricional relativo ao Se em indiviacuteduos saudaacuteveis A Tabela 11 apresenta uma comparaccedilatildeo

das meacutedias das concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico eritrocitaacuterio atividade da GPx MDA e

ORAC de acordo com o genoacutetipo para o polimorfismo Pro198Leu Observou-se que natildeo

houve diferenccedila significativa entre os paracircmetros avaliados

Donadio (2011) encontrou diferenccedila significativa entre a atividade da GPx em

mulheres paulistanas avaliadas de acordo com os genoacutetipos do Pro198Leu Silva (2013)

tambeacutem encontrou a mesma diferenccedila em mulheres cearenses indicando que a influecircncia do

gecircnero eacute um importante fator que deve ser considerado em estudos sobre esse polimorfismo

Cominetti et al (2011) natildeo observaram diferenccedilas nas concentraccedilotildees de Se

plasmaacutetico eritrocitaacuterio e atividade da GPx entre os genoacutetipos em ambas as fases de seu

estudo (preacute e poacutes suplementaccedilatildeo de castanha-do-brasil) poreacutem encontraram correlaccedilatildeo entre

o Se eritrocitaacuterio e a atividade da GPx apenas para o grupo ProPro em ambas as fases O

mesmo resultado foi observado no estudo de Cardoso et al (2012) que tambeacutem observaram

correlaccedilatildeo entre o Se eritrocitaacuterio e a atividade da GPx apenas para o grupo ProPro tanto nos

indiviacuteduos com Alzheimer quanto no grupo controle A mesma correlaccedilatildeo foi descrita por

Jablonska et al (2009) Hu e Diamond (2003) e Karunashinghe et al (2011) Estes dados satildeo

uacuteteis para entender os mecanismos e a manutenccedilatildeo da variabilidade geneacutetica na populaccedilatildeo

bem como para a identificaccedilatildeo de genes associados com doenccedilas complexas (HIRAGI et al

2011) Todos esses resultados mostram que o efeito do polimorfismo Pro198Leu deve

continuar sendo investigado em diferentes populaccedilotildees

76

Tabela 11 Concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico eritrocitaacuterio atividade da enzima GPx MDA e

ORAC de acordo com o genoacutetipo para o polimorfismo Pro198Leu (rs1050450) no gene que

codifica para GPx 1 das participantes

Variaacuteveis ProPro

MD (DP) (n= 107)

ProLeu

MD (DP) (n = 70)

LeuLeu

MD (DP) (n = 13)

pa

Se no Plasma (microgL) 5366 (5225) 5417 (3993) 5577 (1866) 099

Se no Eritroacutecito (microgL) 7804 (3883) 7769 (3618) 7935 (2944) 099

GPx Eritrocitaacuteria (Ug Hb) 4751 (2277) 4426 (2604) 4261 (1374) 058

MDA (microM) 097 (111) 084 (022) 085 (023) 060

ORAC (mmol eq troloxg de amostra) 163 (151) 159 (130) 128 (076) 071

a Valor de p calculado pela ANOVA MD - Meacutedia DP - Desvio Padratildeo

59 POLIMORFISMO GSTM1

A GST faz parte de uma famiacutelia de enzimas intracelulares que modullam a accedilatildeo de

toxinas endoacutegenas e exoacutegenas sobre as ceacutelulas evitando danos ao DNA (MANNERVICK

1985) Esta famiacutelia de enzimas estaacute envolvida no metabolismo de muitos carcinoacutegenos

poluentes ambientais e drogas anticanceriacutegenas por isso a inexistecircncia de isoenzimas

especiacuteficas pode gerar efeito significativo na toleracircncia do organismo ao estresse oxidativo

(ZHENG et al 2002 MORAIS et al 2008) O gene da classe mu (GSTM1) abordado nesta

pesquisa eacute polimoacuterfico em humanos e estatildeo ausentes ou deletados de forma homozigoacutetica em

40 a 50 em diferentes populaccedilotildees eacutetnicas (NELSON et al 1995 HATAGIMA et al 2000

GISNBERG et al 2009)

A Tabela 12 apresenta a distribuiccedilatildeo das participantes de acordo com o genoacutetipo do

polimorfismo GSTM1 O genoacutetipo nulo ou deletado (--) indica que o gene inteiro apresenta

deleccedilatildeo e portanto o indiviacuteduo natildeo expressa a proteiacutena GST O genoacutetipo presente (++) eacute a

forma selvagem ou seja natildeo apresenta deleccedilatildeo do gene e o indiviacuteduo expressa a GST

Tabela 12 Distribuiccedilatildeo do polimorfismo GSTM1 no gene da GST das participantes (n =

180)

GSTM1 n

Presente (++) 104 5780

Nulo ou Deletado (--) 76 4220

77

Natildeo foram observadas diferenccedilas entre as concentraccedilotildees de Hg na populaccedilatildeo avaliada

de acordo com os genoacutetipos do polimorfismo GSTM1 bem como os paracircmetros relativos ao

estresse oxidativo (Tabela 13)

Tabela 13 Concentraccedilotildees de Hg de MDA e valores de ORAC de acordo com o genoacutetipo

para o polimorfismo GSTM1 no gene da GST das participantes

Variaacuteveis Presente (++)

MD (DP)

(n= 104)

Nulo (--)

MD (DP)

(n = 76)

pa

Hg (ng g-1

) 56365 (69475) 70863 (75295) 0184

MDA (microM) 095 (113) 087 (027) 0570

ORAC (mmol eq troloxg de amostra) 165 (159) 158 (117) 0730 a Valor de p calculado pelo teste T-Student

Klatau-Gimaratildees et al (2005) verificaram que em algumas tribos indiacutegenas da

Amazocircnia os indiviacuteduos que carreavam o genoacutetipo nulo ou seja deleccedilatildeo do gene inteiro

tinham maiores concentraccedilotildees de Hg nos cabelos Tais pesquisadores concluiacuteram que os

fatores geneacuteticos podem influenciar o acuacutemulo de Hg no organismo e os indiviacuteduos com

genoacutetipo nulo natildeo estatildeo aptos a destoxificar o metal pois essa funccedilatildeo eacute atribuiacuteda agrave GST

Entretanto outros estudos natildeo encontraram correlaccedilatildeo entre as concentraccedilotildees do metal

com os genoacutetipos do GSTM1 Gundacker et al (2007) em seu estudo com 222 estudantes da

Universidade de Viena relacionaram as concentraccedilotildees de Hg no sangue e na urina com os

genoacutetipos presente ou nulo do polimorfismo Os autores natildeo encontraram associaccedilatildeo entre

esses dois paracircmetros mas foi observado que as pessoas com genoacutetipo nulo apresentavam

valores mais elevados do metal Os autores verificaram que 56 dos indiviacuteduos carreavam o

genoacutetipo nulo tinham concentraccedilotildees mais baixas de Hg no sangue coincidindo com

concentraccedilotildees tiacutepicas de populaccedilotildees natildeo expostas agrave toxicidade Os resultados levaram agrave

hipoacutetese de que os indiviacuteduos com a deleccedilatildeo para GST apresentam atividade cataliacutetica

prejudicada e satildeo menos capazes de aumentar a sua capacidade de excreccedilatildeo do Hg levando a

uma maior acumulaccedilatildeo do metal no organismo

Estudos sobre a relaccedilatildeo entre o polimorfismo da GST e as concentraccedilotildees de Hg em

humanos satildeo escassos Custodio et al (2004 e 2005) verificaram que o polimorfismo GSTM1

natildeo teve efeito sobre as concentraccedilotildees de Hg no sangue total plasma e urina Entretanto

concluiacuteram que indiviacuteduos carreadores do genoacutetipo deletado apresentam atividade da enzima

reduzida e dessa forma maiores concentraccedilotildees e retenccedilatildeo de Hg

78

Lee et al (2009) analisaram o polimorfismo GSTM1 associado agrave exposiccedilatildeo intra-

uterina de Hg e o peso ao nascer de crianccedilas de etnia coreana Dentre as 417 gestantes

avaliadas 595 carreavam genoacutetipo nulo sem diferenccedila significativa nas concentraccedilotildees de

Hg no sangue e no cordatildeo umbilical em relaccedilatildeo agravequelas com genoacutetipo selvagem Apesar

disso os autores observaram que as crianccedilas cujas matildees carreavam o genoacutetipo nulo

apresentaram relaccedilatildeo inversa do peso ao nascer com as concentraccedilotildees de Hg no cordatildeo

umbilical Entretanto esta relaccedilatildeo natildeo foi observada nas crianccedilas filhas de matildees com genoacutetipo

selvagem Os pesquisadores afirmaram que este fato pode ser explicado em razatildeo do Hg ser

transferido para o feto atraveacutes da placenta Dessa forma foi demosntrado que o polimorfismo

GSTM1 pode desempenhar papel importante na relaccedilatildeo entre a concentraccedilatildeo de Hg e o peso

ao nascer

Na populaccedilatildeo brasileira a frequecircncia desse polimorfismo tambeacutem eacute elevada

Hatagima et al (2000) avaliaram 658 indiviacuteduos do Rio de Janeiro e 179 de Brasiacutelia e a

frequecircncia do genoacutetipo nulo foi semelhante nas duas populaccedilotildees 46 na populaccedilatildeo carioca e

49 na brasiliense Gattaacutes et al (2004) analisaram a frequecircncia em 594 indiviacuteduos

selecionados na cidade de Satildeo Paulo e 137 homens da aacuterea rural da Bahia A distribuiccedilatildeo do

genoacutetipo nulo avaliado foi mais frequente nos indiviacuteduos brancos (554) que nos pardos

(414) e negros (328) em Satildeo Paulo Na Bahia essa frequecircncia foi de 357

Hiragi et al (2011) determinaram a frequecircncia do polimorfismo em 304 indiviacuteduos

pertencentes a trecircs grupos eacutetnicos diferentes No grupo constituiacutedo por 60 adultos indiacutegenas

55 apresentaram genoacutetipo nulo e no grupo composto por 72 indiviacuteduos afrodescendentes

53 No terceiro grupo que foi formado por 172 indiviacuteduos que residiam no Distrito Federal

63 apresentaram genoacutetipo deletado

Em um estudo com 120 pacientes com diagnoacutestico de diabetes tipo 2 de Goiacircnia (GO)

Pinheiro et al (2013) observaram uma frequecircncia do genoacutetipo nulo de 41 no grupo caso

enquanto no grupo controle foi de 122 Natildeo foi observada qualquer associaccedilatildeo da deleccedilatildeo

com a suscetibilidade agrave doenccedila na populaccedilatildeo estudada apesar de ter sido observada uma

associaccedilatildeo com aumento significativo da glicemia de jejum hemoglobina glicada e pressatildeo

arterial

Anton et al (2010) verificaram a influecircncia do polimorfismo GSTM1 na

susceptibilidade ao cacircncer de mama em 15 mulheres com diagnoacutestico da doenccedila e em 30

mulheres saudaacuteveis atendidas em um hospital do sul do Brasil Foi observado que 467 das

mulheres carreavam o genoacutetipo nulo e 433 das mulheres do grupo controle tambeacutem

apresentaram a deleccedilatildeo do genoacutetipo Os pesquisadores sugeriram que a deleccedilatildeo homozigoacutetica

79

do gene pode estar associada com maior susceptibilidade ao cacircncer de mama na populaccedilatildeo

estudada entretanto mais estudos satildeo necessaacuterios

Possuelo et al (2013) tambeacutem avaliaram a frequecircncia do polimorfismo GSTM1 em 49

pacientes diagnosticadas com cacircncer de mama e 49 mulheres saudaacuteveis A frequecircncia de

alelos nulos foi significativamente maior no grupo caso (588) em comparaccedilatildeo ao grupo

controle (412) sugerindo uma possiacutevel influecircncia deste genoacutetipo na susceptibilidade agrave

doenccedila

Em trabalhos internacionais verificam-se porcentagens semelhantes aos resultados

apresentados Conforme Ginsberg et al (2009) a porcentagem de indiviacuteduos com genoacutetipo

nulo em afro-americanos eacute de 21 em chineses de 58 em japoneses 45 em mexicanos

41 e em caucasianos 53 Segundo Hatagima et al (2000) a porcentagem em ingleses eacute de

545 e em franceses 429

80

6 CONCLUSAtildeO

Pode-se concluir que as mulheres rondonienses residentes em aacuterea urbana considerada

de risco de contaminaccedilatildeo por Hg apresentaram status de Se inferior ao recomendado e

independente do genoacutetipo em relaccedilatildeo ao SNP Pro198Leu no gene da GPx A concentraccedilatildeo de

Hg nos cabelos estava dentro dos limites seguros e natildeo houve relaccedilatildeo com o polimorfismo de

deleccedilatildeo no gene GSTM1 Os referidos polimorfismos tambeacutem natildeo afetaram os biomarcadores

de estresse oxidativo avaliados

81

7 CRONOGRAMA

Atividades Desenvolvidas

(2010 ndash 2015)

2010 - 2011 2012 - 2015

Revisatildeo da Literatura X

Submissatildeo do projeto ao Comitecirc de Eacutetica (CEP) X

Disciplinas (20 Creacuteditos) X X

Preparo dos Materiais para Coleta X

Coleta de Dados X

Anaacutelise do Consumo Alimentar e Antropometria X X

Anaacutelises da enzima GPx X

Anaacutelise de Hemoglobina X

Anaacutelise Determinaccedilatildeo do Hg nos cabelos X

Anaacutelise de Se (Plasma e Eritroacutecito) X

Qualificaccedilatildeo da Tese X

Anaacutelise Estresse Oxidativo (MDA) X

Anaacutelise Estresse Oxidativo (ORAC) X

Determinaccedilotildees dos Polimorfismos Pro198Leu e

GSTM1 X

Tabulaccedilatildeo de Dados X

Anaacutelise Estatiacutestica X

Tese do Doutorado X

Artigo Cientiacutefico X

82

REFEREcircNCIAS

ADAME EM FLOREA D PEacuteREZ LS LOacutePEZ JM LOacutePEZ-GONZAacuteLEZ B

CRUZ AP Deficient selenium status of a healthy adult spanish population Nutricion

Hospitalaria v27 n2 p524-528 2012

AMORIM MI MERGLER D BAHIA MO DUBEAU H MIRANDA D LEBEL J

BURBANO RR LUCOTTE M Cytogenetic damage related to low levels of

methylmercury contamination in the Brazilian Amazon Anais da Academia Brasileira de

Ciecircncias v72 n4 p497ndash507 2000

AMOUROUX DA LISS PSB TESSIER EA HAMREN-LARSSON MB

DONARD OFX Role of oceans as biogenic sources of selenium Earth and Planetary

Science Letters v189 n34 p277-283 2001

ARSOVA-SARAFINOVSKA Z MZTEVSKA N EKEN A PETROVSKI D BANEV

S DZIKOVA S GEORGIEV V SIKOLE A ERDEM O SAYAL A AYDIN A

DIMOVSKI AJ GPx1 genetic polymorfism erytrocyte GPx activity and prostate cacircncer

risk International Urology and Nephrologuy v41 n1 p63-70 2009

ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA OBESIDADE E DA SIacuteNDROME

METABOacuteLICA Diretrizes brasileiras de obesidade 20092010 3ed Itapevi AC

Farmacecircutica 2009 83p

AZEVEDO FA Toxicologia do mercuacuterio Satildeo Carlos Rima 2003 292p

BAEYENS WRG EBIGHAUS R VASILIEV OF eds Global and regional mercury

cycles sources fluxes and mass balances Dordrecht Kluwer Academic 1996 563p (NATO

ASI series Partnership sub-series 2 environment v21) [Proceedings of the NATO Advanced

Research Workshop on Regional and Global Mercury Cycles sources fluxes and mass

balances Novosibirsk Russia july 10-14 1995]

BAacuteRAacuteNY E BERGDAHL IA BRATTEBY LE LUNDH T SAMUELSON G

SCHUTZ A SKERFVING S OSKARSSON A Relationship between trace element

concentrations in human blood and serum Toxicology Letters v134 n13 p177ndash184

2002

BASTOS WR GOMES JPO OLIVEIRA RC ALMEIDA R NASCIMENTO EL

BERNARDI JVE LACERDA LD SILVEIRA EG PFEIFFER WC Mercury in the

environment and riverside population in the Madeira River Basin Amazon Brazil Science of

the Total Environment v368 n1 p344-351 2006 [Selected papers from the 7th

International Conference on Mercury as a Global Pollutant Ljubljana Slovenia June 27 - July

2 2004]

BEATON GH 1994 Criteria of an adequate diet In Shils RE Olson JA Shike M eds

Modern Nutrition in Health and Disease 8th edition Philadelphia Lea amp Febiger Pp 1491ndash

1505

BISINOTI MC Biogeoquiacutemica aquaacutetica do mercuacuterio orgacircnico na bacia do Rio Negro

Amazocircnia Campinas 2005 169p Tese de Doutorado ndash Instituto de Quiacutemica - Universidade

Estadual de Campinas

83

BISINOTI MC JARDIM WF O comportamento do metilmercuacuterio (meHg) no ambiente

Quiacutemica Nova v27 n4 p593-600 2004

BOENING DW Ecological effects transport and fate of mercury a general review

Chemosphere v40 n12 p1335-1351 2000

BOISCHIO AA HENSHEL DS Linear regression models of methyl mercury exposure

during prenatal and early postnatal life among riverside people along the upper Madeira river

Amazon Environmental Research v83 n2 p150-161 2000

BORTOLI MC Avaliaccedilatildeo dos niacuteveis sanguiacuteneos do hormocircnio tireiodiano ativo (T3) e do

estado nutricional relativo ao selecircnio de mulheres residentes em aacutereas de exposiccedilatildeo ao

mercuacuterio Satildeo Paulo 2010 130p Tese de Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas

- Universidade de Satildeo Paulo

BRABO ES SANTOS EO JESUS IM MASCARENHAS AF FAIAL KF Niacuteveis

de mercuacuterio em peixes consumidos pela comunidade indiacutegena de Sai Cinza na Reserva

Munduruku Municiacutepio de Jacareacanga Estado do Paraacute Brasil Cadernos de Sauacutede

Puacuteblica v15 n2 p325-332 1999

BRASIL Resoluccedilatildeo CONAMA n5 de 5 de agosto de 1993 Dispotildee sobre o gerenciamento

de resiacuteduos soacutelidos gerados nos portos aeroportos terminais ferroviaacuterios e rodoviaacuterios

(Revogadas as disposiccedilotildees que tratam de resiacuteduos soacutelidos oriundos de serviccedilos de sauacutede pela

Resoluccedilatildeo n35805) Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia n166 31 de agosto de 1993 Seccedilatildeo

1 p12996-12998

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo

Baacutesica Coordenaccedilatildeo geral da Poliacutetica de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo Sisvan antropometria

como pesar e medir Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

BRENNEISEN P STEINBRENNER H SIES H Selenium oxidative stress and health

aspects Molecular Aspects of Medicine v26 n45 p256-267 2005

BROOKES AJ The essence of SNPs Gene v234 n2 p177-186 1999

BROWN KM ARTHUR JR Selenium selenoproteins and human health a review Public

Health Nutrition v4 n2b p593-599 2001

BURK RF Recent developments in trace element metabolism and function newer roles of

selenium in nutrition Journal of Nutrition v119 n7 p1051-1054 1998

BURIM RV CANALLE R MARTINELLI ALC TAKAHASHI CS Polymorphisms

in glutathione S-transferases GSTM1 GSTT1 and GSTP1 and cytochromes P450 CYP2E1

and CYP1A1 and susceptibility to cirrhosis or pancreatitis in alcoholics Mutagenesis v19

n4 p291ndash298 2004

CAMPOS MS SARKIS JES MULLER RCS BRABO ES SANTOS EO

Correlation between mercury and selenium concentrations in Indian hair from Rondocircnia

State Amazon region Brazil Science of the Total Environment v287 n12 p155-161

2002

84

CANELA MC Determinaccedilatildeo de mercuacuterio a niacutevel de traccedilo aplicaccedilatildeo em amostras de

interesse ambiental Campinas 1995 79p Dissertaccedilatildeo de Mestrado ndash Instituto de Quiacutemica ndash

Universidade Estadual de Campinas

CARDOSO BR ONG TP JACOB-FILHO W JALUUL O FREITAS MI

COZZOLINO SM Nutritional status of selenium in Alzheimerrsquos disease patients Britsh

Journal of Nutrition v103 n6 p803-806 2010

CARDOSO BR ONG TP JACOB-FILHO W JALUUL O FREITAS MI

COMINETTI C COZZOLINO SM Glutathione peroxidase 1 polymorphism in Brazilian

Alzheimers disease patients relations to the enzyme activity and to selenium status Journal

of Nutrigenetic and Nutrigenomics v5 n2 p72-80 2012

CASTRO L FREEMAN BA Reactive oxygen species in human health and disease

Nutrition v17 n2 p161-165 2001

CASTRO NSS LIMA MO Biomarkers of mercury exposure in the Amazon BioMed

Research International v2014 art867069 p1-10 2014 [Review]

CEZAR MRS Avaliaccedilatildeo da exposiccedilatildeo ao mercuacuterio e seus compostos em matildees e seus

receacutem-nascidos em Porto Velho ndash RO Beleacutem 2002 69p Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Nuacutecleo

de Medicina Tropical - Universidade Federal do Paraacute

CINTRA RMGC Biodisponibilidade de selecircnio em dieta regional de Satildeo Paulo Satildeo

Paulo 1990 74p Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas ndash

Universidade de Satildeo Paulo

CHANG JC GUTENMANN WH REID CM LISK DJ Selenium content of Brazil

nuts from two geographic locations in Brazil Chemosphere v30 n4 p801-802 1995

CHARRIER J MAUGARD CM LE MEVEL B BIGNON YJ Allelotype influence at

glutathione S-transferase M1 locus in breast cancer susceptibility British Journal of

Cancer v79 n2 p346-53 1999

CHAUHAN A CHAUHAN V Oxidative stress in autism Pathophysiology v13 n13

p171-181 2006

CHEN CL LIU Q RELLING MV Simultaneous characterization of glutathione S-

transferase M1 and T1 polymorphisms by polymerase-chain reaction in American whites and

blacks Pharmacogenetics v6 n2 p187-191 1996

CHEN C OU L LI B XING L GUANG J TIACHENG W YUXI G PEIQUN Z

MEI L WEI C ZHIFANG C Increased Oxidative DNA Damage as assessed by urinary

8-hidroxy-2 deoxyguanosine concentrations and serum redox status in persons exposed to

mercury Clinical Chemistry v51 n4 p759-767 2005

CHEN H YU M LI M ZHAO R ZHU Q ZHOU W LU M LU Y ZHENG T

JIANQ J ZHAO W XIANG K JIA W LIU L Polymorphic variations in manganese

superoxide dismutase (MnSOD) glutathione peroxidase ndash 1 (GPx 1) and catalase (CAT)

contribuite to elevated plasma triglyceride levels in Chinese patients with type 2 diabetes or

diabetic cardiovascular disease Molecular Cell Biochemistry v363 p85ndash91 2012

85

CHEN Y KAPETANOVIC I CROWELL J IP C MORRISSEY R LYUBIMOV A

Thirteen week oral (Gavage) toxicity study of L-Se-Methylselenocysteine (SeMC) in rats

Toxicological Science v90 n1-S p343 2006

COLOMBO J ROSSIT ARB CAETANO A BORIM AA WORNRATH D

SILVA AE GSTT1 GSTM1 and CYP2E1 genetic polymorphisms in gastric cancer and

chronic gastritis in a Brazilian population World Journal of Gastroenterology v10 n9

p1240ndash1245 2004

COMBS Jr GF WATTS JC JACKSON MI JOHNSON LK ZENG H SCHEETT

AJ UTHUS EO SCHOMBURG L HOEG A HOEFIG CS DAVIS CD

MILNER JA Determinants of selenium status in healthy adults Nutrition Journal v10

p75 2011

COMINETTI C Efeito da suplementaccedilatildeo com castanha do Brasil (Bertholletia excelsa

H B K) sobre o estresse oxidativo em mulheres obesas e sua relaccedilatildeo com o

polimorfismo Pro198Leu no gene da glutationa peroxidase 1 Satildeo Paulo 2010 115p Tese

de Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo

COMINETTI C BORTOLI MC ABDALLA DSP COZZOLINO SMF

Considerations about oxidative stress selenium and nutrigenetics Nutrire v36 n3 p131-

153 2011 [Review]

COMINETTI C BORTOLI MC PURGATTO E ONG TP MORENO FS

GARRIDO Jr BG COZZOLINO SMF Associations between glutathione peroxidase-1

Pro198Leu polymorphism selenium status and DNA damage levels in obese women after

consumption of Brazil nuts Nutrition v27 n9 p891-896 2011

COUTINHO VE Efeito da suplementaccedilatildeo de selecircnio por meio da ingestatildeo de castanhas-

do-Brasil (Bertholletia excelsa HBK) no estado nutricional relativo ao selecircnio de

praticantes de atividade fiacutesica (capoeira) Satildeo Paulo 2001 150p Tese de Doutorado -

Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo

COVAULT J ABREU C KRANZLER H ONCKEN C Quantitative real-time PCR for

gene dosage determinations in microdeletion genotypes BioTechniques v35 n3 p594-

598 2003

COZZOLINO SMF Deficiecircncias de minerais Estudos Avanccedilados v21 n60 p119-126

2007

CRESPO-LOPEZ ME SA AL HERCULANO AM BURBANO RR

NASCIMENTO JLM Methylmercury genotoxicity a novel effect in human cell lines of the

central nervous system Environment International v33 n2 p141ndash146 2007

CUSTODIO HM BROBERG K WENNBERG M JANSSON JH VESSBY B

HALLMANS G STEGMAYR B SKERFVING S Polymorphisms in glutathione-related

genes affect methylmercury retention Archives of Environmental Health v59 n11

p588ndash595 2004

CRESPO-LOacutePEZ ME SANTOS ECO BRABO ES RODRIGUES AR COcircRTES

MIT SILVEIRA LCL Comparative study of human exposure to mercury in riverside

86

communities of Amazon Brazilian Journal of Medical and Biological Research v39 n3

p411-414 2006

CUSTODIO HM HARARI R GERHARDSSON L SKERFVING S BROBERG K

Genetic influences on the retention of inorganic mercury Archives of Environmental amp

Occupational Health v60 n1 p17ndash23 2005

DAVIS CD UTHUS EO Dietary selenite and azadeoxycytidine treatments affect

dimethilhidrazine-induced aberrant crypt formation in rat colon and DNA methylation in HT

ndash 29 cells Journal of Nutrition v132 n2 p292-297 2002

DEJONG JL CHANG CM WHANG-PERNG J KNUTSEN T TU CPD The

human liver glutathione S-transferase gene superfamily expression and chromosome

mapping of Hb subunit cDNA Nucleic Acids Research v16 n17 p8541-8554 1988

DI PIETRO A VISALLI G LA MAESTRA S MICALE R BALUCE B

MATARESE G CINGANO L SCOGLIO ME Biomonitoring of DNA damage in

peripheral blood lymphocytes of subjects with dental restorative fillings Mutation Research

v650 n2 p115ndash122 2008

DOMINGUES J Determinaccedilatildeo de mercuacuterio total em amostras de cabelo e sua relaccedilatildeo

com o desenvolvimento psicomotor de crianccedilas na comunidade de Barreiras Paraacute

Beleacutem 2000 91p Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Nuacutecleo de Medicina Tropical - Universidade

Federal do Paraacute

DONADIO JLS Polimorfismos nos genes da enzima glutationa peroxidase e

biomarcadores do estado nutricional relativo ao selecircnio em populaccedilatildeo adulta de Satildeo

Paulo Satildeo Paulo 2011 75p Disssertaccedilatildeo de Mestrado - Faculdade de Ciecircncias

Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo

DRASCH G MAILAumlNDER S SCHLOSSER C ROIDER G Content of non-mercury-

associated selenium in human tissues Biological Trace Element Research v77 n3 p219-

230 2000

DUMONT E VANHAECKE F CORNELIS R Selenium speciation from food source to

metabolites a critical review Analytical and Bioanalytical Chemistry v385 n7 p1304-

1323 2006

DUSINSKAacute M VALLOVAacute B URSIacuteNYOVAacute M HLADIacuteKOVAacute V SMOLKOVAacute B

WSOacuteLOVAacute L RASLOVAacute K COLLINS AR DNA damageand antioxidants

fluctuations through the year in a central European population group Food and Chemical

Toxicology v40 n8 p1119ndash1123 2002

EGASHIRA EM MIZIARA APB LEONI LAB Grupo do arroz patildeo massa batata e

mandioca PHILIPPI ST org Piracircmide dos alimentos fundamentos baacutesicos da nutriccedilatildeo

2ed Barueri Manole 2014 (Guias de Nutriccedilatildeo e Alimentaccedilatildeo)

EPA (US Environmental Protection Agency) Mercury in Medical Facilities Revised August

2003 Updated 2005

87

ERCAL N GURER-ORHAN H AYKIN-BURNS N Toxic metals and oxidative stress

Part I Mechanisms involved in metal-induced oxidative damage Current Topics in

Medicinal Chemistry v1 n6 p529-539 2001

FABIAN E POLOSKEY P KOacuteSA L ELMADFA I REacuteTHY LA Nutritional

supplements and plasma antioxidants in childhood asthma Wiener Klinische

Wochenschrift v125 n1112 p309ndash315 2013

FADINI PS JARDIM WF Is the Negro River Basin (Amazon) impacted by naturally

occurring mercury Science of the Total Environment v275 n13 p71-82 2001

FAIRWEATHER-TAIT SJ BAO Y BROADLEY MR COLLINGS R FORD D

HESKETH JE HURST R Selenium in human health and disease Antioxidants amp Redox

Signaling v14 n7 p1337-1383 2011

FARELLA N Les fermes familiales de la reacutegion frontiegravere du Tapajoacutes en Amazonie

breacutesilienne relations entre les origines les pratiques agricoles les impacts sur les sols et le

deacuteboisement Montreacuteal 2005 209p Tese de Doutorado ndash Universiteacute Du Queacutebec agrave Montreacuteal

FARIAS LA FAVARO DIT VASCONCELLOS MBA Determinaccedilatildeo de mercuacuterio e

metilmercuacuterio em amostras de cabelo e peixes Revista do Instituto Adolfo Lutz v68 n3

p451-460 2009

FARIAS LA SANTOS NR FAVARO DIT BRAGA ES Mercuacuterio total em cabelo de

crianccedilas de uma populaccedilatildeo costeira Cananeacuteia Satildeo Paulo Brasil Cadernos de Sauacutede

Puacuteblica v24 n10 p2249-2256 2008

FARIAS LA Avaliaccedilatildeo do conteuacutedo de mercuacuterio metilmercuacuterio e outros elementos de

interesse em peixes e em amostras de cabelos e dietas de preacute-escolares da Regiatildeo

Amazocircnica Satildeo Paulo 2006 233p Tese de Doutorado ndash Instituto de Pesquisas Energeacuteticas e

Nucleares - Universidade de Satildeo Paulo

FARIAS LA FAacuteVARO DIT MAIHARA VA VASCONCELOS MBA

YUYAMA LK AGUIAR JPL ALENCAR FH Assessment of daily dietary intake of

Hg and some essential elements in diets of children from the Amazon region Journal of

Radioanalytical and Nuclear Chemistry v270 n1 p217-223 2006

FOLVEN KI GLOVER CN MALDE MK LINDEBEYE AK Does selenium modify

neurobehavioral impacts of developmental methylmercury exposure in mice Environmental

Toxicology and Pharmacology v28 n1 p111-119 2009

FORD M DELANEY KA LING L ERICKSON T Clinical toxicology Philadelphia

W B Saunders 2001 p737ndash742

FORSBERG L DE FAIRE U MARKLUND SL ANDERSSON PM STEGMAYR

B MORGENSTERN R Phenotype determination of a common Pro-Leu polymorphism in

human glutathione peroxidase 1 Blood Cells Molecules amp Diseases v26 n5 p423-426

2000

FOSBERG L DE FAIRE U MORGENSTERN R Low yield of polymorphisms from

EST blast searching analysis of genes related to oxidative stress and verification of the

P197L polymorphism in GPX1 Human Mutation v13 n4 p294-300 1999

88

FOX T FAIRWEATHER-TAIT SJ Selenium In HURRELL R ed The mineral

fortification of foods Leatherhead Leatherhead Publishing 1999 v2 p1-44 (A

Leatherhead Food RA publication)

FRISANCHO AR Anthropometric standards for the assessment of growth and

nutritional status Ann Arbor University of Michigan Press 1990 189p

GAacuteC P PAWLAS N POREBA R POREBA M MARKIEWICZ-GOacuteRKA I

JANUSZEWSKA L OLSZOWY Z PAWLAS K Interaction between blood selenium

concentration and a levels of oxidative stress and antioxidative capacity in healthy children

Environmental Toxicology and Pharmacology v39 n1 p137-144 2014

GAILER J GRAHAM NG PICKERING IJ MADDEN S PRINCE RC YU EY

DENTON MB YOUNIS HS APOSHIAN HV Structural Basis of the Antagonism

between Inorganic Mercury and Selenium in mammals ChemResToxicol 2000 13-1135-

1142

GALAN-CHILET I TELLEZ-PLAZA M GUALLAR E MARCO G LOPEZ-

IZQUIERDO R GONZALEZ-MANZANO I TORMOS MC MARTIN-NUNtildeEZ GM

ROJO-MARTINEZ G SAEZ GT MARTIacuteN-ESCUDERO JC REDON J JAVIER-

CHAVES F Plasma selenium and oxidative stress biomarkers a gene-environment

interaction population based study Free Radical Biology and Medicine v74 p229-236

2014

GALVAtildeO RCF BERNARDI JVE ALMEIDA R BASTOS WR GOMES JPO

Relaccedilatildeo espacial do mercuacuterio e elementos traccedilos em sedimento de fundo no Alto Rio

Madeira In SEMINAacuteRIO DE RECURSOS HIacuteDRICOS DA BACIA HIDROGRAacuteFICA DO

PARAIacuteBA DO SUL O EUCALIPTO E O CICLO HIDROLOacuteGICO 1 Taubateacute 2007

Anais Taubateacute IPABHi 2007 p51-57

GANTHER HE SUNDE ML Factors in fish modifying methylmercury toxicity and

metabolism Biological Trace Element Research v119 n3 p221-233 2007

GATTAacuteS GHF KATO M SOARES-VIEIRA JA SIRAQUE MS KOHLER P

GOMES L REGO MAV BYDLOWSKI SP Ethnicity and glutathione S-transferase

(GSTM1 GSTT1) polymorphisms in a Brazilian population Brazilian Journal of Medical

and Biological Research v37 n4 p451-458 2004

GINSBERG G SMOLENSKI S HATTIS D GUYTON KZ JOHNS DO

SONAWANE B Genetic polymorphism in glutathione transferases (GST) population

distribution of GSTM1 T1 and P1 conjugating activity Journal of Toxicology and

Environmental Health Part B Critical Reviews v12 n56 p389-439 2009

GONZAGA IB MARTENS A COZZOLINO SMF Selecircnio In COZZOLINO SMF

org Biodisponibilidade de nutrientes 2ed Barueri Manole 2007 Cap28 p575-613

GONZAGA IB Avaliaccedilatildeo nutricional relativa ao selecircnio em crianccedilas com dieta

enriquecida de castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa L) Satildeo Paulo 2002 157p Tese

de Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo

GONZAGA IB MARTENS A COZZOLINO SMF Selecircnio In COZZOLINO SMF

org Biodisponibilidade de nutrientes Barueri Manole 2005 cap26 p539-577

89

GREGUS Z GYURASICS AI CSANAKY I PINTER Z Effects of methylmercury and

organic acid on the disposition of exogenous selenium in rats Toxicology and Applied

Pharmacology v174 n2 p177ndash187 2001

GRYGIEL-GOacuteRNIAK B MARCINKOWSKA J SZCZEPANIK A PRZYSLAWSKI J

Nutritional habits and oxidative stress in postmenopausal age Polskie Archiwum Medycyny

Wewnetrznej v124 n6 p298ndash305 2014

GUNDACKER C KOMARNICKI G ZOumlDL B FORSTER C SHUSTER E

WITTMANN K Whole blood mercury and selenium concentrations in a selected Austrian

population Does gender matter Science of the Total Environment v372 n1 p76-86

2006

GUNDACKER C KOMARNICKI G JAGIELLO P GENCIKOVA A DAHMEN N

WITTMANN KJ GENCIK M Glutathione-S-transferase polymorphism metallothionein

expression and mercury levels among students in Austria Science of the Total

Environment v385 n13 p37-47 2007

HACON SS DOacuteREA JG FONSECA MF OLIVEIRA BA MOURAtildeO DS RUIZ

CMV GONCcedilALVES RA MARIANI CF BASTOS WR The influence of chances in

lifestyle and mercury exposure in riverine populations of the Madeira River (Amazon Basin)

near a hydroelectric project International Journal of Environmental Research and Public

Health v11 n3 p2437-2455 2014

HALLIWELL B CHIRICO S Lipid peroxidation its mechanisms measurement and

significance American Journal and Clinical Nutrition v57 n5 suppl p715S-725S

1993

HAMANASHI T FURUTA H KATO H DOI A TAMAI M SHIMOMURA H

SAKAGASHIRA S NISHI M SASAKI H SANKE T NANJO K Functional variants

in the glutathione peroxidase-1 (GPx-1) gene are associated with increased intima-media

thickness of carotid arteries and risk of macrovascular disease in Japanese type 2 diabetic

patients Diabetes v53 n9 p2455-2460 2004

HARADA M NAKANISHI J YASODA E PINHEIRO MCN OIKAWA TAG

GUIMARAcircES GA CARDOSO BS KIZAKI T OHNO H Mercury pollution in the

Tapajos River basin Amazon mercury level of head hair and health effects Environment

International v27 n4 p285ndash290 2001

HATAGIMA A KLATAU-GUIMARAtildeES MZ SILVA FP CABELLO PH

Glutathione S-transferase M1 (GSTM1) polymorfism in two Brazillian populations Genetics

and Molecular Biology v23 n4 p709-713 2000

HERBETTE S ROECKEL-DREVET P DREVET JR Seleno-independent glutathione

peroxidases more than simple antioxidant scavengers FEBS Journal v274 n9 p2163-

2180 2007

HERCULANO AM CRESPO-LOacutePEZ ME LIMA SMA PINCANCcedilO DINIZ

DLW NASCIMENTO JLM Methylmercury intoxication activates nitric oxide synthase

in chick retinal cell culture Brazilian Journal of Medical and Biological Research v39

n3 p415ndash418 2006

90

HOLBEN DH SMITH AM The diverse role of selenium within selenoproteins a review

Journal of the American Dietetic Association v99 n7 p836-843 1999

HORVAT M BAEYENS W EBINGHAUS R VASILIEV O Mercury analysis and

speciation in environmental samples In NATO ASI SERIES 2 ENVIRONMENT global and

regional mercury cycles sources fluxes and mass balances Novosibirsk 1996 Kluwer

1996 p1-31

HU YJ DIAMOND AM Role of glutathione peroxidase 1 in breast cancer loss of

heterozygosity and allelic differences in the response to selenium Cancer Research v63

n12 p3347-3351 2003

HSIEH YY SHEN WS LEE LY WU TL NING HC SUN CF Long-term

changes in trace elements in patients undergoing chronic hemodialysis Biological Trace

Element Research v109 n2 p115-121 2006

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Atlas do Censo demograacutefico 2010 Rio de

Janeiro IBGE 2013 Disponiacutevel em httpbibliotecaibgegovbrvisualizacaolivrosliv64529_capa_sumpdf

Acesso em 02 Jan 2015

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Censo demograacutefico 2010 caracteriacutesticas

da populaccedilatildeo e dos domiciacutelios resultados do universo Rio de Janeiro IBGE 2011 270p Disponiacutevel em

httpbibliotecaibgegovbrvisualizacaoperiodicos93cd_2010_caracteristicas_populacao_domiciliospdf

Acesso em 02 Jan 2015

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Estimativas da populaccedilatildeo residente no

Brasil e unidades da Federaccedilatildeo com data de referecircncia em 1ordm de julho de 2014 2014 8p Disponiacutevel em

ftpftpibgegovbrEstimativas_de_PopulacaoEstimativas_2014nota_metodologica_2014pdf Acesso em 02

Jan 2015

INSTITUTE OF MEDICINE (United States) Dietary reference intakes for vitamin C

vitamin E selenium and carotenoides Washington National Academy Press 2000 529p

INTERNATIONAL PROGRAM ON CHEMICAL SAFETY UNITED NATIONS

ENVIRONMENT PROGRAMME WORLD HEALTH ORGANIZATION

Methylmercury Geneva World Health Organization 1990 v118 144p (Methylmercury in

environmental health criteria 101)

INSTITUTE OF MEDICINE (United States) Introduction to dietary reference intakes In

______ Dietary reference intakes for vitamin C vitamin E selenium and carotenoides

Washington National Academy Press 2000 cap1 p21-34

INTERNATIONAL PROGRAM ON CHEMICAL SAFETY UNITED NATIONS

ENVIRONMENT PROGRAMME WORLD HEALTH ORGANIZATION

Methylmercury Geneva World Health Organization 1990 v118 144p (Methylmercury in

environmental health criteria 101)

INSTITUTE OF MEDICINE (United States) Nutrient assessment of individuals statistical

foundations In ______ Dietary reference intakes applications in dietary assessment

Washington National Academy 2000 append B p185-210

91

JABLONSKA E GROMADZINSKA J RESZKA E WASOWICZ W SOBALA W

SZESZENIA-DABROWSKA N BOFFETTA P Association between GPx1 Pro198Leu

polymorphism GPx1 activity and plasma selenium concentration in humans European

Journal of Nutrition v48 n6 p383ndash386 2009

JAFFEacute WG RUPHAEL MD MONDRAGON MC CUEVAS MA Estudio cliacutenico e

bioquiacutemicos em nintildeos escolares de uma zona seleniacutefera Archivos Latinoamericanos de

Nutricioacuten v22 n4 p595-611 1972

JAIN M KUMAR S RASTOGI N LAL P GHOSHAL UC TIWARI A PANT

MC BAIQ MQ MITTAL B GSTT1 GSTM1 and GSTP1 genetic polymorphisms and

interaction with tobacco alcohol and occupational exposure in esophageal cancer patients

from North India Cancer Letters v242 n1 p60ndash67 2006

JONES DP Redefining oxidative stress forum review Antioxidants amp Redox Signaling

v8 n910 p1865-1879 2006

KAUWELL GPA Emerging concepts in nutrigenomics a preview of what is to come

Nutrition in Clinical Practice v20 n1 p75-87 2005

KARUNASINGLE N HAN DY ZHU S YU J LANGE K DUAN H MEDHORA

R SINGH N KAN J ALZAHER W CHEN B KO S TRIGGS CM FERGUSON

LR Serum selenium and single-nucleotide polymorphisms in genes for selenoproteins

relationship to markers of oxidative stress in men from Auckland New Zealand Genes amp

Nutrition v7 n2 p179-190 2012

KLAUTAU-GUIMARAtildeES MN DrsquoASCENCcedilAtildeO R CALDART FA GRISOLIA CK

SOUZA JR BARBOSA AC CORDEIRO CMT FERRARI I Analysis of genetic

susceptibility to mercury contamination evaluated through molecular biomarkers in at-risk

Amazon Amerindian populations Genetics and Molecular Biology v28 n4 p827-832

2005

KO WS GUO CH YEAH MS LIN LY HSU GS CHEN PC LUO MC LIN

CY Blood micronutrient oxidative stress and viral lood in patients with chronic hepatitis C

World Journal of Gastroenterology v14 n30 p4697ndash4702 2005

KOumlHRLE J The trace element selenium and the thyroid gland Biochimie v81 p527-533

1999

KOumlHRLE J FLOHEacute BR BOCK A GARTNER R MEYER O FLOHEacute L Selenium

in biology facts and medical perspectives Biological Chemistry v381 n910 p849-864

2000

KRISHNAN S RANI P Evaluation of selenium redox statusand their association with

plasma amyloidtau in Alzheimerrsquos disease Biological Trace Element Research v158 n2

p158ndash165 2014

KUZUYA M ANDO F IGUCHI A SHIMOKATA H Glutathione peroxidase 1

Pro198Leu variant contributes to the metabolic syndrome in men in a large Japanese cohort

American Journal of Clinical Nutrition v87 n6 p1939ndash1944 2008

92

LACERDA LD Distribuiccedilatildeo e comportamento do mercuacuterio no ambiente Amazocircnico In

HACON S LACERDA LD PFEIFFER WC CARVALHO D orgs Riscos e

consequecircncias do uso do mercuacuterio Rio de Janeiro Ministeacuterio da Sauacutede FINEP IBAMA

CNPQ 1990 p80-90 [Seminaacuterio Nacional ldquoRiscos e Consequumlecircncias do Uso do Mercuacuteriordquo

de 12 a 15 de setembro de 1989 Brasilia - DF]

LAumlRSTAD M LJUNGKVIST G OLIN AC TOREacuteN K Determination of

malondialdehyde in breath condensate by high-performance liquid chromatography with

fluorescence detection Journal of Chromatography B Analytical Technologies in the

Biomedical and Life Sciences v766 n1 p107-114 2002

LEE BE HONG YC PARK H HA M KOO BS CHANG N ROH YM KIM

BN KIM YJ KIM BM JO SJ HA EH Interaction between GSTM1GSTT1

polymorphism and blood mercury on birth weight Environmental Health Perspectives

v118 n3 p437-443 2010

LEI XG CHENG W McCLUNG JP Metabolic regulation and function of glutathione

peroxidase-1 Annual Review of Nutrition v27 p41-61 2007

LEMIRE M FILLION M FRENETTE BT PASSOS CJS GUIMARAtildeES JRD

BARBOSA Jr F MERGLER D Selenium from dietary sources and motor functions in the

Brazilian Amazon Neurotoxicology v32 n6 p944-953 2011

LEMIRE M FILLION M FRENETTE BT MAYER A PHILIBERT A PASSOS

CJS GUIMARAtildeES JR BARBOSA FJ MERGLER D Selenium and mercury in the

Brazilian Amazon opposing influences on age-related cataracts Environmental Health

Perspectives v118 n11 p1584-1589 2010

LEMIRE M MERGLER D FILLION M PASSOS CJS GUIMARAtildeES JRD

DAVIDSON R LUCOTTE M Elevated blood selenium levels in the Brazilian Amazon

Science of the Total Environment v366 n1 p101-111 2006

LEMIRE M MERGLER D HUEL G PASSOS CJS FILLION M PHILIBERT A

GUIMARAtildeES JR RHEAULT I BORDUAS J NORMAND G Biomarkers of selenium

status in the Amazonian context blood urine and sequential hair segments Journal of

Exposure Science amp Environmental Epidemiology v19 n2 p213-222 2009

LETAVAYOVAacute L VLCKOVAacute V BROZMANOVAacute J Selenium from cancer

prevention to DNA damage Toxicology v227 n12 p1-14 2006

LINDBERG A BJORNBERG KA VAHTER M BERGLUNG M Exposure to

methylmercury in non-fish eating people in Sweden Environmental Research v96 n1

p28-33 2004

LIVAK KJ FLOOD SJA MARMARO J GIUSTI W DEETZ K Oligonucleotides

with fluorescent dyes at opposite ends provide a quenched probe system useful for detecting

PCR product and nucleic acid hybridization PCR Methods and Applications v4 n6

p357-362 1995

MAIA CSC O selecircnio e a glacircndula tireoacuteide um estudo em pacientes portadores de

disfunccedilotildees tireoidianas nos estados do Cearaacute e Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2008 117p Tese de

Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo

93

MANNERVICK B The isoenzymes of glutathione transferase Advances in Enzymology

and Related Areas of Molecular Biology v57 p357-417 1985

MARQUES RC Avaliaccedilatildeo da exposiccedilatildeo ao mercuacuterio e seus compostos sobre o

desenvolvimento neuropsicomotor em crianccedilas de Porto Velho-RO Beleacutem 2002 102p

Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Nuacutecleo de Medicina Tropical - Universidade Federal do Paraacute

MARQUES RC DOacuteREA JG BASTOS WR REBELO MF FONSECA MF

MALM O Maternal mercury exposure and neuro-motor development in breastfed infants

from Porto Velho (Amazon) Brazil Int J Hyg Environ Health v210 p51ndash60 2007 Int

J Environ Res Public Health 2013

MARQUES RC BERNARDI JVE DOREA JG BRANDAtildeO KG BUENO L

LEAtildeO RS MALM O Fish consumption during pregnancy mercury transfer and birth

weight along Madeira River basin in Amazonia International Journal of Environmental

Research and Public Health v10 n6 p2150-2163 2013

MARTENS AVS COZZOLINO SMF Mapeamento da distribuiccedilatildeo de selecircnio em

territoacuterio brasileiro por meio da anaacutelise de alimentos nativos feijatildeo (fascolos vulgaris L) e

carne bovina para o consumo humano e aacuteguas e solo oriundos Satildeo Paulo FAPESP 2002

Processo n0011578-3 [Relatoacuterio Cientifiacuteco]

MARTENS IBG MARTENS A COZZOLINO SMF Selecircnio In COZZOLINO

SMF org Biodisponibilidade de nutrientes 4ed Barueri Manole 2012 p721-765

MEECH JA VEIGA MM THOMASNS D Emissions and stability of mercury in the

Amazon Canadian Metallurgical Quarterly v36 n4 p231-239 1997

MIRETZKY P BISINOTI MC JARDIM WF Sorption of mercury (II) in Amazon soils

from column studies Chemosphere v60 n11 p1583-1589 2005

MORADI M EFYEKHARI MH TALEI A FARD ARA Comparative study of

selenium concentration and glutathione peroxidase activity in normal and breast cancer

Public Health Nutrition v12 n1 p59-63 2009

MORAIS LMTS CARDOSO FILHO C LOURENCcedilO GJ SHINZATO JY

ZEFERINO LC LIMA CSP GURGEL MSC Caracteriacutesticas mamograacuteficas do cacircncer

de mama associadas aos polimorfismos GSTM1 e GSTT1 Revista da Associaccedilatildeo Meacutedica

Brasileira v54 n1 p61-66 2008

MUCCI A MONTGOMERY S LUCOTTE M PLOURDE Y PICHET P VANTRA

H Mercury remobilization from flooded soils in a hydroelectric reservoir of Northern

Quebec La Grande-2 results of a soil resuspension experiment Canadian Journal of

Fisheries and Aquatic Sciences v52 n11 p2507-2517 1995

NAGANUMA A ANDERSON ME MEISTER A Cellular glutathione as a determinant

sensitivity to mercury chloride prevention of toxicity by giving glutathione monoester

Biochemical Parmacology v40 n4 p693-697 1990

NAVARRO-ALARCON M CABRERA-VIQUE C Selenium in food and the human body

a review Science of the Total Environment v400 n13 p115-141 2008

94

NAVARRO-ALARCON M LOacutePEZ-MARTINEZ MC Essentiality of selenium in the

human body relationship with different diseases Science of the Total Environment v249

n13 p347-371 2000

NATIONAL RESEARCH COUNCIL Nutrient requeriments of dairy cattle 7ed

Washington National Academy Press 2001381p

NISHIMURA LS Polimorfismo Pro198Leu no gene para a enzima antioxidante

dependente de selecircnio glutationa peroxidase 1 e risco de cacircncer epidermoide da cavidade

oral e orofaringe 2010 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncia dos Alimentos) ndash Faculdade

de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

OLUSI SO Obesity is independent risk factor for plasma lipid peroxidation and depletion of

erythrocyte cytoprotectic enzymes in humans International Journal of Obesity and

Related Metabolic Disorders v26 n9 p1159ndash1164 2002

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Elementos traccedilo na nutriccedilatildeo e sauacutede humana

Satildeo Paulo Roca 1998 p63-91

ORTUNtildeO J ROS G PERIAGO MJ MARTINEZ C LOPEZ G RODRIGO J

Importacircncia nutricional del selenio Archivos Latinoamericanos de Nutricioacuten v47 n1

p6-13 1997

PAGLIA DE VALENTINE WN Studies on the quantitative and qualitative

characterization of erythrocyte glutathione peroxidase Journal of laboratory and clinical

medicine v70 n1 p158-169 1967

PAPP LV LU J HOLMGREN A KHANNA KK From selenium to selenoproteins

synthesis identity and their role in human health Antioxidants amp Redox Signaling v9 n7

p776-796 2007

PARADIS S WHEATLEY B BOSWELL-PURDY J BEacuteLISLE D COLE M

LICKERS H HAYTON A DAVIES K Mercury contamination through fish

consumption a model for predicting and preventing hazardous behavior on a community

level Mercury as a Global Pollutant Human Health Issues v97 p147-158 1997

PARK SK KANG D NOH DY LEE KM KIM SU CHOI JY CHOI IM

AHN SH CHOE KJ HIRVONEN A STRICKLAND PT YOO KY Reproductive

factors glutathione S-transferase M1 and T1 genetic polymorphism and breast cancer risk

Breast Cancer Research and Treatment v78 n1 p89-96 2003

PASSOS CJ MERGLER D GASPAR E MORAIS S LUCOTT M LARRIBE F

DAVIDSON R GROSBOIS S Eating tropical fruit reduces mercury exposure from fish

consumption in the Brazilian Amazon Environmental Research v93 n2 p123-130 2003

PASSOS CJ MERGLER D LEMIRE M FILLION M GUIMARAtildeES JR Fish

consumption and bioindicators of inorganic mercury exposure Science of the Total

Environment v373 n1 p68ndash76 2007

PASCALICCHIO AAE Contaminaccedilatildeo por metais pesados sauacutede puacuteblica e medicina

ortomolecular Satildeo Paulo Annablume 2002 132p

95

PEROTTONI J LOBATO LP SILVEIRA A ROCHA JBT EMANUELLI T Effects

of mercury and selenite on D-aminolevulinate dehydratase activity and on selected oxidative

stress parameters in rats Environmental Research v95 n2 p166-173 2004

PINHEIRO MCN GUIMARAtildeES GA NAKANISHI J OIKAWA T VIEIRA JL

QUARESMA M CARDOSO B AMORAS W Avaliaccedilatildeo da contaminaccedilatildeo mercurial

mediante anaacutelise do teor de Hg total em amostras de cabelo em comunidades ribeirinhas do

Tapajoacutes Paraacute Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v33 n2

p181-194 2000

PINHEIRO MCN MACCHI BM VIEIRA JLF OIKAWA T AMORAS WW

GUIMARAtildeES GA COSTA CA CRESPO-LOacutePEZ ME HERCULANO AM

SILVEIRA LC NASCIMENTO JL Mercury exposure and antioxidant defenses in

women a comparative study in the Amazon Environmental Research v107 n1 p53ndash59

2008

PINHEIRO MCN MULLER RCS SARKIS JE VIEIRA JLF OIKAWA T

GOMES MSV GUIMARAtildeES GA NASCIMENTO JLM SILVEIRA LCL

Mercury and selenium concentrations in hair samples of women in fertile age from Amazon

riverside communities Science of the Total Environment v349 n13 p284-288 2005

PINHEIRO DS ROCHA FILHO CR MUNDIM CA MARCO Jr P ULHOA CJ

REIS AAS GHEDINI PC Evaluation of glutathione S-transferase GSTM1 and GSTT1

deletion polymorphisms on type-2 diabetes mellitus risk PLoS One v8 n10 arte76262

p1-5 2013

PIRES LV Efeito da suplementaccedilatildeo com castanha-do-Brasil (Bertholletia excelsa

HBK) na expressatildeo gecircnica de citocinas inflamatoacuterias e sua relaccedilatildeo com o estresse

oxidativo e pacientes com diabetes mellitus tipo 1 Satildeo Paulo 2012 130p Tese de

Doutorado ndash Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo

POSSUELO LG PERACcedilA CF EISENHARDT MF DOLTO ML CAPPELLETTI

L FOLETTO E VALIM ARM Polymorphisms of GSTM1 and GSTT1 genes in breast

cancer susceptibility a case-control study Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetriacutecia

v35 n12 p569-574 2013

PRIOR RL HOANG H GU L WU X BACCHIACA M HOWARD L

HAMPSCH-WOODILL M HUANG D OU B JACOB B Assays for hydrophilic and

lipophilic antioxidant capacity (oxygen radical absorbance capacity (ORACFL)) of plasma

and other biological and food samples Journal of Agricultural and Food Chemistry v51

n11 p3273-3279 2003

RAVN-HAREN G OLSEN A TJONNELAND A DRAGSTED LO NEXO BA

WALLIN H OVERVAD K RASCHOU-NIELSENL O VOGEL U Associations

between GPx 1 Pro198Leu polymorphism erythrocyte GPx activity alcohol consumption and

breast cancer risk in a prospective cohort study Carcinogenesis v27 n4 p820-825 2006

RAYMAN MP The importance of selenium to human health Lancet v356 n9225 p233-

241 2000

RAYMOND LJ RALSTON NVC Mercury selenium interactions and health

implications Seychelles Medical and Dental Journal v7 n1 spiss p72-77 2004

96

REILLY C Selenium in food and health London Blackie Academic and Professional

1996 338p

REZAEI Z JAMSHIDZADEH A SANATI E A rapid and sensitive method for the

determination of malondialdehyde as its hydralazine derivative in human plasma using high

performance liquid chromatography Analytical Methods v5 n12 p2995-2999 2013

RICHIE Jr JP MUSCAT JE ELLISION I CALCAGNOTTO A KLEINMAN W

EL-BAYOUMY K Association of selenium status and blood glutathione concentrations in

blacks and whites Nutrition and Cancer v63 n3 p367ndash375 2011

RIDNOUR LA ISENBERG JS ESPEY MG THOMAS DD ROBERTS DD Nitric

oxide regulates angiogenesis through a functional switch involving thrombospondin-1

Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America v102

n37 p13147-13152 2005

ROCHA AV Estado nutricional relative ao selecircnio de crianccedilas residentes em duas

localidades de Rondocircnia Amazocircnia Ocidental Satildeo Paulo 2009 109p Dissertaccedilatildeo de

Mestrado ndash Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas ndash Universidade de Satildeo Paulo

ROCHA AV CARDOSO BR COMINETTI C BUENO RB BORTOLI MC

FARIAS LA FAVARO DIT CAMARGO LMA COZZOLINO SMF Selenium

status and hair mercury leves in riverine children from Rondocircnia Amazonia Nutrition v30

n11-12 p1318-1323 2014

SAacute AL HERCULANO AM PINHEIRO MC SILVEIRAS LCL NASCIMENTO

JLM CRESPO-LOacutePEZ ME Exposiccedilatildeo humana ao mercuacuterio na regiatildeo oeste do Estado do

Paraacute Revista Paraense de Medicina v20 n1 p19-25 2006

SAMPAIO DS LUCOTTE M ROULET HP MERGLER D CROSSA M Mercuacuterio

nos peixes do Rio Tapajoacutes Amazocircnia brasileira InterfacEHS v1 n1 art 6 p1-31 2006

Disponiacutevel em

httpwwwunitesuqamcagmfcarusodoccarusosampaiosampaio_et_al_2006pdf Acesso

em 24 Dez 2014

SANTOS KMO AQUINO RC Grupo dos oacuteleos e gorduras In PHILIPPI ST Piracircmide

dos alimentos fundamentos baacutesicos da nutriccedilatildeo 2ed Barueri Manole 2014 p251-303

SANTOS LB Polimorfismo Pro198Leu no gene que codifica para glutationa

peroxidase 1 e sua relaccedilatildeo com o estado nutricional relativo ao selecircnio de uma populaccedilatildeo

adulta residente no municiacutepio de Fortaleza Cearaacute 201393f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash

Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2013

SAVASKAN NE UFER C KUHN H BORCHERT A Molecular biology of

glutathione peroxidase 4 from genomic structure to developmental expression and neural

function Biological Chemistry v388 n10 p1007ndash1017 2007

SCHMIDT MI DUNCAN BB SILVA GA MENEZES AM MONTEIRO CA

BARRETO SM CHOR D MENEZES PR Doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis no

Brasil carga e desafios atuais 2011 (Sauacutede no Brasil 4) Disponiacutevel em

httpdownloadthelancetcomflatcontentassetspdfsbrazilbrazilpor4pdf Acesso em 10 Jan

2015

97

SCHORK NJ FALLIN D LANCHBURY J Single Nucleotide Polymorphisms and the

future of genetic epidemiology Clinical Genetics v58 n4 p250-264 2000

SILVA JJRF WILLIAMS RJP The biological chemistry of the elements the

inorganic chemistry of life Oxford Oxford University Press New York Clarendon Press

1993 561p

SITTA A VANZIN CS BIANCINI GB MANFREDINI V OLIVEIRA AB

WAYHS CA RIBAS GO GIUGLIANI L SCHWARTZ IV BOHRER D

GARCIA SC WAJNER M VARGAS CR Evidence that L-carnitine and selenium

supplementation reduces oxidative stress in phenylketonuric patients Cellular and

Molecular Neurobiology v31 n3 p429ndash436 2011

SKOOG DA HOLLER FJ NIEMAN TA Princiacutepios de anaacutelise instrumental 5ed

Satildeo Paulo Bookman 2002 836p

SMOLKOVAacute B DUSINSKAacute M RASLOVAacute K BARANCOKOVAacute M

KAZIMIacuteROVAacute A HORSKAacute A SPUSTOVAacute V COLLINS A Folate levels determine

effect of antioxidant supplementation on micronuclei in subjects with cardiovascular risk

Mutagenesis v19 n6 p469ndash476 2004

SOUZA JR BARBOSA AC Contaminaccedilatildeo por Hg e o caso da Amazocircnia Quiacutemica Nova

na Escola n12 p23-25 2000

SOUZA ML MENEZES HC Processamentos de amecircndoa e torta de castanhandashdondashBrasil e

farinha de mandioca paracircmetros de qualidade Ciecircncia Tecnologia e Alimentos v24 n1

p120-128 2004

STEUERWALD U WEIHE P JORGENSEN PJ BJERVE K BROCK J HEINZOW

B BUDTZ-JORGENSEN E GRANDJEAN P Maternal seafood diet methylmercury

exposure and neonatal neurologic function Journal of Pediatrics v136 n5 p599-605

2000

STOCKLER-PINTO MB FARAGE NE BOAVENTURA GT COZZOLINO SM

Effect of Brazil nut supplementation on the blood levels of selenium and glutathione

peroxidase in hemodialysis patients Nutrition v26 n1112 p1065ndash1069 2010

SLATER B MARCHIONI DL FISBERG RM Estimando a prevalecircncia da ingestatildeo

inadequada de Nutrientes Rev Sauacutede Puacuteblica v33 n4 p599-605 2004

SUZEN HS GUCYENER E SAKALLI O UCKUN Z KOSE G USTEL D

DUYDU Y CAT C-262T and GPx 1 Pro198Leu polimorphisms in a Turkish population

Molecular Biology Reports v37 n1 p87-92 2010

TAKEUCKI T ETO K The pathology of Minamata disease a tragic story of water

pollution Kyushu Kyushu University Press 1999 310p

TAPIERO H TOWNSEND DM TEW KD The antioxidant role of selenium and seleno-

compounds Biomedicine amp Pharmacotherapy v57 n34 p134ndash144 2003

TINKOV AA SKALNAYA MG DEMIDOV VA SEREBRYANSKY EP

NIKONOROV AA SKALNY AV Hair mercury association with selenium serum lipid

98

spectrum and gama-glutamyl transferase activity in adults Biological Trace Element

Research v161 n3 p255-262 2014

UNITED NATIONS Enviroment Programme Chemicals Impacts of mercury on the

environment In ______ Global mercury assessment Geneva UNEP 2002 cap5 p73-

86

UNITED STATES Department of Health and Human Services Public Heath Services

Agency for Toxic Substances and Disease Registry Toxicological Profile for Mercury

Atlanta ATSDR 1999 676p

VAN DAEL P DEELSTRA H Selenium International Journal for Vitamin and

Nutrition Research v63 n4 p312-316 1993

VIVANCO RHC MENGE FGW BARRIGA PAC Variaciones de la fragilidad

osmoacutetica eritrocitaria en bovinos a pastoreo sobre praderas con bajo contenido de selenio y

suplementados o no con selecircnio Revista Cientiacutefica vXVI n3 p227-231 2006

WIDERSTEN M PEARSON WR ENGSTROEM A MANNERVIK B Heterologous

expression of the allelic variant μ-class glutathione transferases μ and ψ Biochemical

Journal v276 n2 p519-5241991

WILLETT WC Inssues in analysis and presentation of dietary data In ______ Nutritional

epidemiology 2ed New York Oxford University Press 1998 p321ndash345 (Monographs in

epidemiology and biostatistics 30)

WILLET WCHOWE GR KUSHI LH Adjustment for total energy in epidemiologic

studies Am J Clin Nutr v65 p1220-28 1997

WILLET W STAMPFER M Implications of total energy intake for epidemiologic

analyses In Willet WC Nutrition epidemiology 2 ed New York Oxford University Press

p514 1998

WORLD HEALTH ORGANIZATION Obesity preventing and managing the global

epidemic report of a WHO consultation on obesity Geneva World Health Organization

2000 p256 (WHO Obesity Technical Report Series n284)

XU S WANG Y ROE B PEARSON WR Characterization of the human class Mu

glutathione S-transferase gene cluster and GSTM1 deletion Journal of Biological

Chemistry v273 n6 p3517-3527 1998

YANG GQ WANG SZ ZHAU RH SUN SZ Endemic selenium intoxication of

humans in China American Journal of Clinical Nutrition v37 n5 p872-881 1983

ZACHARA BA UKLEJA-ADAMOWICZ M NARTOWICZ E LECKA J Increased

plasma glutathione peroxidase activity in patients with acute myocardial infarction Medical

Science Monitor v7 n3 p415-420 2001

ZHANG FA YU W HARGROVE JL GREENSPAN PA DEAN RG TAYLOR

EW HARTLE DK Inhibition of TNF- induced ICAM-1 VCAM-1 and E-selectin

expression by selenium Atherosclerosis v161 n2 p381-386 2002

99

ZHANG M MA AG ZHANG XZ GE S SHI XX Effect of multiple micronutrients

supplementation on anti-oxidative activity and oxidized DNA damage of lymphocytes in

children Zhonghua Liu Xing Bing Xue Za Zhi v26 n4 p268ndash272 2005

ZHENG W WEN WQ GUSTAFSON DR GROSS M CERHAN JR FOLSOM

AR GSTM1 and GSTT1 polymorfism and postmenopausal breast cancer risk breast cancer

Breast Cancer Research and Treatment v74 n1 p9-16 2002

100

APEcircNDICES

APEcircNDICE 1 Cartaz de divulgaccedilatildeo da pesquisa

APEcircNDICE 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

APEcircNDICE 3 Ficha de Identificaccedilatildeo e Controle

(Anamnese peso estatura IMC coleta de sangue e cabelos)

APEcircNDICE 4 Caderno de Registro do Consumo Alimentar

101

102

UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO

FACULDADE DE CIEcircNCIAS FARMACEcircUTICAS ndash FCFUSP

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE

1 Informaccedilotildees do Sujeito da Pesquisa

Nome

Documento de Identidade nordm Sexo ( ) M ( )F

Data de Nascimento

Endereccedilo Nordm Complemento Bairro Cidade Estado

CEP Telefones

2 Informaccedilotildees do Responsaacutevel Legal

Nome Natureza (grau de parentesco tutor curador etc) Documento de Identidade nordm Sexo ( ) M ( )F Data de Nascimento Endereccedilo Nordm Complemento Bairro Cidade Estado CEP Telefones

Tiacutetulo do Projeto de Pesquisa Estado nutricional relativo ao selecircnio concentraccedilotildees de

mercuacuterio estresse oxidativo e os polimorfismos Pro198Leu no gene da glutationa

peroxidase 1 (GPx1) e GSTM1 no gene da glutationa S- transferase (GST) em mulheres

residentes em aacuterea de risco de contaminaccedilatildeo por mercuacuterio

3 Duraccedilatildeo da Pesquisa 24 meses

4 Nome do pesquisador responsaacutevel Silvia Maria Franciscato Cozzolino Cargo Funccedilatildeo

Professora Titular do Programa de poacutes-graduaccedilatildeo em Ciecircncia dos Alimentos da Faculdade de Ciecircncias

Farmacecircuticas FCFUSP

Nordm do Registro do Conselho Regional CRN30621

Instituiccedilatildeo Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo USP

Sravoluntaacuteria essa pesquisa tem como tiacutetulo Estado nutricional relativo ao selecircnio e

concentraccedilotildees de mercuacuterio e a relaccedilatildeo com estresse oxidativo e os polimorfismos Pro198Leu

e GSTM1 em mulheres na idade feacutertil em aacuterea exposta agrave contaminaccedilatildeo por mercuacuterio A

responsaacutevel por esse estudo eacute a professora titular Silvia Maria Franciscato Cozzolino e como

103

colaborada a estudante de doutorado Ariana Vieira Rocha Ambas pertencem a Faculdade de

Ciecircncias Farmacecircuticas (FCF) da Universidade de Satildeo Paulo (USP)

De acordo com algumas pesquisas as mulheres da Amazocircnia apresentam

concentraccedilotildees elevadas de mercuacuterio e essa contaminaccedilatildeo pode comprometer a sauacutede natildeo soacute

delas como tambeacutem das crianccedilas pois uma das formas do mercuacuterio atravessa facilmente a

barreira placentaacuteria e o mercuacuterio acaba se concentrando no ceacuterebro das crianccedilas Isso pode

inibir o desenvolvimento cerebral Por isso eacute preocupante a exposiccedilatildeo das mulheres na idade

feacutertil ao mercuacuterio Acredita-se que o mineral selecircnio possa ser um possiacutevel colaborador para

a populaccedilatildeo natildeo apresentar sinais cliacutenicos evidentes da contaminaccedilatildeo por mercuacuterio Isso pode

ser devido a algumas atribuiccedilotildees do selecircnio pois este mineral tem como uma das suas accedilotildees

atuar como antioxidante e isso pode neutralizar os danos causados pela contaminaccedilatildeo do

mercuacuterio

Desta forma estamos por meio desse documento lhe convidando a participar desse

estudo que tem como objetivo principal avaliar o estado nutricional relativo ao selecircnio assim

como as concentraccedilotildees de mercuacuterio e a relaccedilatildeo desses com o estresse gerado nas ceacutelulas e

tambeacutem com algumas alteraccedilotildees geneacuteticas em mulheres na idade feacutertil em aacuterea exposta ao

mercuacuterio Nesta pesquisa participaraacute 200 mulheres voluntaacuterias da cidade de Porto Velho

Rondocircnia

Se vocecirc concordar em participar passaraacute pelos seguintes procedimentos avaliaccedilatildeo

nutricional onde seratildeo obtidos os dados de peso estatura e circunferecircncia da cintura e

tambeacutem seratildeo anotados os seus dados sobre o consumo alimentar ou seja tudo o que foi

consumido no periacuteodo de 3 dias sendo 2 dia da semana e 1 dia do fim de semana Seraacute

realizada ainda uma coleta de sangue de (20mL) em jejum de 10 a 12 horas para a realizaccedilatildeo

da determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo do mineral selecircnio e avaliar o estresse gerado nas ceacutelulas e

se haacute uma alteraccedilatildeo geneacutetica que possa interferir na concentraccedilatildeo de selecircnio ou mercuacuterio no

organismo Por fim seraacute coletado em torno de (1g) de cabelo na regiatildeo detraacutes do pescoccedilo para

avaliar as concentraccedilotildees de mercuacuterio A pesquisa possui um risco miacutenimo em virtude da

coleta de sangue que pode causar um desconforto poreacutem este seraacute coletado por um

profissional de enfermagem capacitado A obtenccedilatildeo desses dados seraacute realizada no

Laboratoacuterio Alphaclin localizado na Avenida Calama 2215 Bairro Satildeo Joatildeo Bosco Apoacutes

essas coletas seraacute distribuiacutedo um kit lanche contendo bolacha de aacutegua e sal ou biscoito

integral uma fruta e um suco de fruta de caixinha de 200mL O seu sangue seraacute armazenado

no laboratoacuterio de nutriccedilatildeo-minerais da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade

de Satildeo Paulo (USP) sob a responsabilidade da professora titular Silvia Maria Franciscato

Cozzolino para pesquisas futuras Poreacutem se isso acontecer vocecirc seraacute consultado a respeito e

um novo projeto seraacute submetido ao Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

Vocecirc autoriza o armazenamento do seu sangue para pesquisas futuras

( )sim ( )natildeo

Os resultados obtidos seratildeo arquivados e mantidos em sigilo conforme eacutetica Eacute direito

de cada participante obter os resultados das anaacutelises que seratildeo feitas bem como informaccedilotildees

sobre o andamento da pesquisa procedimentos utilizados riscos e benefiacutecios relacionados em

qualquer fase do estudo a fim de esclarecer eventuais duacutevidas Deve ser ressaltado que a

participaccedilatildeo na pesquisa poderaacute ser desfeita em qualquer momento que o Sra achar

conveniente sem sofrer nenhum tipo de constrangimento Natildeo haveraacute nenhuma despesa

financeira para a natildeo participaccedilatildeo neste estudo assim como natildeo haveraacute recompensa

financeira relacionada agrave participaccedilatildeo na pesquisa

Esse estudo traraacute benefiacutecios pois existem evidecircncias que o selecircnio pode exercer um

efeito protetor no organismo contra os malefiacutecios do mercuacuterio Logo os resultados

contribuiratildeo para uma melhor qualidade de vida atraveacutes do conhecimento da avaliaccedilatildeo do

104

estado nutricional Aleacutem do que seraacute realizada uma avaliaccedilatildeo nutricional completa por uma

nutricionista e seratildeo oferecidas orientaccedilotildees quanto agrave alimentaccedilatildeo

ndash INFORMACcedilOtildeES DE NOMES ENDERECcedilOS E TELEFONES DOS RESPONSAacuteVEIS PELO

ACOMPANHAMENTO DA PESQUISA PARA CONTATO EM CASO DE INTERCORREcircNCIAS

CLIacuteNICAS E REACcedilOtildeES ADVERSAS

Silvia Maria Franciscato Cozzolino ndash (Professora Titular do programa de Poacutes-

graduaccedilatildeo em Ciecircncia dos Alimentos da Faculdade de Ciecircncias FarmacecircuticasFCF

(USP) Telefone(11)3091-3625 Endereccedilo da Faculdade Cidade Universitaacuteria Av Lineu

Prestes 580 ndash Bloco 14

Telefone (11) 3091 -3625 (Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo ndash Minerais)

Ariana Vieira Rocha - (Doutoranda do programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Ciecircncia dos

Alimentos da Faculdade de Ciecircncias FarmacecircuticasFCF (USP) Endereccedilo Residencial

Bairro Liberdade Rua da Gloacuteria - 654 Apto 84 CEP 01510-000 ndash Satildeo Paulo ndash SP Telefone

(11) 98532-2125

Endereccedilo da Faculdade Cidade Universitaacuteria Av Lineu Prestes 580 ndash Bloco 14

Telefone 3091 -3625 (Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo ndash Minerais)

Consentimento Poacutes-Esclarecido

Declaro que apoacutes convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ter entendido o que me

foi explicado consinto em participar do presente Protocolo de Pesquisa

Porto Velhodede

_______________________________

Assinatura do sujeito de pesquisa

Ou responsaacutevel legal

___________________________________

Assinatura do pesquisador responsaacutevel

Para qualquer questatildeo duacutevida esclarecimento ou reclamaccedilatildeo sobre aspectos eacuteticos dessa

pesquisa favor entrar em contato com o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas da Faculdade de

Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo ndash Av Prof Lineu Prestes 580 - Bloco

13A ndash Butantatilde ndash Satildeo Paulo ndash CEP 05508-900 Fone 3091-3622 fone-fax 3091-3677 ndash e-

mail cepfcfuspbr

105

Universidade de Satildeo Paulo

Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas

Avaliaccedilatildeo Nutricional

Antropometria

Nome Data de Nascimento

DADOS ANTROPOMEacuteTRICOS

Idade anos

Circunferecircncia da Cintura (CC) Classificaccedilatildeo

Peso kg

Estaturacm

IMC Classificaccedilatildeo

Classificaccedilatildeo do estado nutricional para adultos segundo o Iacutendice de Massa Corpoacuterea (IMC)

Classificaccedilatildeo IMC (kgm2)

Risco de Comorbidades

Baixo Peso

˂ 185 Baixo

Peso Normal ou

Eutrofia 185 - 249

Meacutedio

Sobrepeso

ge 25 ndash 299 Aumentado

Obesidade I 300 - 349 Moderado

Obesidade II 350 ndash 399 Grave

Obesidade III ˃ 40 Muito Grave

Fonte WHO (2000)

106

Universidade de Satildeo Paulo

Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas

Pesquisador Ariana Vieira Rocha

Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo e Minerais(11) 3091-3625

Formulaacuterio Mercuacuterio (Hg)

Identificaccedilatildeo Data

Nome

Idade Sexo Raccedila

Endereccedilo

Haacute quanto tempo reside em Porto Velho

Onde residia anteriormente

Ocupaccedilatildeo principal Quanto tempo hdia

Haacutebitos

Come peixe sim natildeo

Procedecircncia do peixe consumido Nome do Rio

Espeacutecie mais consumida

Frequecircncia de consumo de peixe Quantidade

Frequecircncia de consumo de frutos do mar Quantidade

Ficou doente nos uacuteltimos seis meses sim natildeo

Tomou algum medicamento sim natildeo Qual Frequecircncia

No tratamento do cabelo vocecirc usa

soacute sabonete xampuacute condicionador tintura

liacutequido para permanente alisamento outros Quais

Qual a aacutegua que usa para tomar banho

caerd poccedilo ou mina outra procedecircncia qual

Qual a aacutegua que usa para beber

caerd e filtrada natildeo filtra de poccedilo ou mina galatildeo outra procedecircncia qual

107

ACOMPANHAMENTO NUTRICIONAL

Nome

Responsaacutevel Nutricionista Ariana Vieira Rocha

Universidade de Satildeo Paulo-USP

Telefone (69) 8118-4633 (11) 8532-2125

108

INFORMACcedilOtildeES

Pesquisas tentam explicar a presenccedila do Hg na regiatildeo amazocircnica pois os solos

ambientes aquaacuteticos e consequentemente os peixes apresentarem concentraccedilotildees elevados

deste metal assim como alguns indiviacuteduos que vivem nestas aacutereas poreacutem estes natildeo

apresentam sintomas e sinais cliacutenicos evidentes de contaminaccedilatildeo Supotildee-se que o selecircnio um

mineral antioxidante presente naturalmente no solo da regiatildeo seja um protetor para a aparente

toleracircncia destas populaccedilotildees agrave intoxicaccedilatildeo crocircnica por Hg Dentre outras funccedilotildees e accedilotildees o

selecircnio atua no fortalecimento do sistema imunoloacutegico e tambeacutem ajuda organismo a se

proteger dos danos causados pelos metais toacutexicos como por exemplo o Hg Dessa forma a

ingestatildeo adequada de selecircnio pode ter um efeito protetor contra a contaminaccedilatildeo por Hg

Este caderno tem como objetivo avaliar o estado nutricional relativo ao mineral

selecircnio Por isso eacute muito importante que todas as recomendaccedilotildees e orientaccedilotildees prestadas

durante o acompanhamento nutricional sejam atendidas

Ariana Vieira Rocha

Doutoranda em Ciecircncia dos Alimentos-FCFUSP

Porto Velho 2012

01

109

DADOS DE IDENTIFICACcedilAtildeO

1 Nome

Documento de Identidade nordm

Sexo ( X ) Feminino

Data de Nascimento

Naturalidade Escolaridade

Endereccedilo nordm

Bairro

Cidade

Cep Telefone Celular

Renda Familiar ( ) 1 SM ( ) 2 a 3 SM ( ) Acima de 4 SM

2 Histoacuteria Cliacutenica

Faz uso de anticonpepcional ( ) natildeo ( )sim

Se sim qual Quanto tempo

Antecedentes familiares ( )Dislipidemias ( )Diabetes mellitus

( )Hipertensatildeo arterial ( ) Obesidade

Outras qual

Faz atividade Fiacutesica ( ) natildeo ( ) sim qual

Quantas vezes por semana

02

110

ORIENTACcedilOtildeES QUANTO AO REGISTRO DOS ALIMENTOS

1 Anotar todos os alimentos consumidos durante todo o dia e a noite desde a hora que

acordar ateacute a hora em que for dormir

2 Colocar o horaacuterio das refeiccedilotildees

3 Natildeo esquecer de anotar os alimentos eou qualquer guloseima consumida (balas

chicletes etc) durante as refeiccedilotildees e nos intervalos

4 Anotar a quantidade do alimento consumido na forma de medidas caseiras (fotos

ilustrativas nas proacuteximas paacuteginas) Exemplo

colher de servir colher de sopa colher de sobremesa colher de chaacute ou cafeacute

concha escumadeira copo americano copo de requeijatildeo copo descartaacutevel de 180 ou

200 mL

xiacutecara de chaacute ou cafeacute

prato de mesa prato de sopa prato de sobremesa ou pires

5 Descrever com maior detalhe os tipos de alimentos ou marcas como por exemplo

leite desnatado integral tipo C em poacute

patildeo francecircs integral de forma de leite de batata de mel doce ou caseiro

bolachas recheadas aacutegua e sal chocolate sem recheio SEMPRE colocar o sabor e a

marca

frutas (anotar tipo e tamanho) por exemplo laranja lima meacutedia mamatildeo papaya (meia

unidade)

vegetais folhosos (anotar tipo e preparaccedilatildeo) por exemplo acelga refogada ou crua

manteiga ou margarina (o tipo a marca a quantidade consumida anotada em ponta de

faca ou em colheres de chaacute cafeacute sobremesa ou sopa)

salada de frutas (colocar tipo de frutas e os ingredientes incluiacutedos na salada)

bolo (sabor com ou sem recheio com ou sem cobertura de festa ndash se possiacutevel

escrever os principais ingredientes)

6 Lembrar de escrever o tipo de preparaccedilatildeo se o alimento eacute cozido frito grelhado

ensopado ou agrave milanesa (empanado)

7 Registrar os alimentos em unidades ou porccedilotildees como por exemplo bife meacutedio

pequeno coxa de frango peixe (pedaccedilo pequeno meacutedio ou grande)

8 Anotar as preparaccedilotildees que utilizem mais de um ingrediente e descrevecirc-los um a um

como por exemplo Sopa de legumes (quais is ingredientes e legumes utilizados nesta

preparaccedilatildeo)

03

111

MEDIDAS CASEIRAS

Colocamos ao lado de cada item uma caixa de foacutesforos ilustrativa para fins de

referecircncia quanto ao tamanho das medidas

04

112

Colocamos ao lado de cada item uma caixa de foacutesforos ilustrativa para fins de

referecircncia quanto ao tamanho das medidas

05

113

Margarina ou Manteiga

Colocamos ao lado de cada item uma caixa de foacutesforos ilustrativa para fins de

referecircncia quanto ao tamanho das medidas

06

114

REGISTRO DE ALIMENTOS

Dia 1

Data Dia da semana

Horaacuterio e Local Alimentos ou

Preparaccedilotildees

Quantidade

(medida caseira)

Marca Comercial

07

115

REGISTRO DE ALIMENTOS

Dia 2

Data Dia da semana

Horaacuterio e Local Alimentos ou

Preparaccedilotildees

Quantidade

(medida caseira)

Marca Comercial

08

116

REGISTRO DE ALIMENTOS

Dia 3

Data Dia da semana

Horaacuterio e Local Alimentos ou

Preparaccedilotildees

Quantidade

(medida caseira)

Marca Comercial

09

117

AGRADECEMOS A SUA COLABORACcedilAtildeO

Mestre Ariana Vieira Rocha (Nutricionista mestre e doutoranda do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncia dos

Alimentos Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo)

Doutora Silvia Maria F Cozzolino (Nutricionista Professora Titular do Departamento de Alimentos e Nutriccedilatildeo Experimental

Faculdade de Ciecircncias FarmacecircuticasUniversidade de Satildeo Paulo)

10

118

ANEXOS

ANEXO 1 Informaccedilotildees para os membros de bancas julgadoras

ANEXO 2 Parecer do Comitecirc de Eacutetica (CEP)

ANEXO 3 Ficha de Aluno

119

UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas

Secretaria de Poacutes-Graduaccedilatildeo

Informaccedilotildees para os Membros de Bancas Julgadoras de

MestradoDoutorado

1 O candidato faraacute uma apresentaccedilatildeo oral do seu trabalho com duraccedilatildeo

maacutexima de trinta minutos

2 Os membros da banca faratildeo a arguumliccedilatildeo oral Cada examinador

disporaacute no maacuteximo de trinta minutos para arguumlir o candidato exclusivamente sobre o

tema do trabalho apresentado e o candidato disporaacute de trinta minutos para sua

resposta

21 Com a devida anuecircncia das partes (examinador e candidato) eacute

facultada a arguumliccedilatildeo na forma de diaacutelogo em ateacute sessenta minutos por examinador

3 A sessatildeo de defesa seraacute aberta ao puacuteblico

4 Terminada a arguumliccedilatildeo por todos os membros da banca a mesma se

reuniraacute reservadamente e expressaraacute na ata (relatoacuterio de defesa) a aprovaccedilatildeo ou

reprovaccedilatildeo do candidato baseando-se no trabalho escrito e na arguumliccedilatildeo

41 Caso algum membro da banca reprove o candidato a Comissatildeo

Julgadora deveraacute emitir um parecer a ser escrito em campo exclusivamente indicado

na ata

42 Seraacute considerado aprovado o aluno que obtiver aprovaccedilatildeo por

unanimidade ou pela maioria da banca

5 Duacutevidas poderatildeo ser esclarecidas junto agrave Secretaria de Poacutes-

Graduaccedilatildeo pgfarmauspbr (11) 3091 3621

Satildeo Paulo 23 de maio de 2014

Prof Dr Adalberto Pessoa Junior Presidente da CPGFCFUSP

Av Prof Lineu Prestes 580 Bloco 13 A - Cidade Universitaacuteria - CEP 05508-900 - Satildeo Paulo - SP Fone (11) 3091 3621 - Fax (11) 3091 3141 ndash e-mail pgfarmauspbr

120

121

122

123

Page 2: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio

1

UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO

FACULDADE DE CIEcircNCIAS FARMACEcircUTICAS

PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM CIEcircNCIA DOS ALIMENTOS

Aacuterea de Nutriccedilatildeo Experimental

Status de selecircnio de uma populaccedilatildeo residente em aacuterea de risco de

contaminaccedilatildeo por mercuacuterio Influecircncia de polimorfismos e accedilatildeo

sobre o estresse oxidativo

Ariana Vieira Rocha

Tese para obtenccedilatildeo do grau de

DOUTOR

Orientadora Profordf Titular Silvia Maria Franciscato Cozzolino

Co-orientadora Profordf Deacuteborah Inecircs Teixeira Faacutevaro

SAtildeO PAULO

2015

2

Ariana Vieira Rocha

Status de selecircnio de uma populaccedilatildeo residente em aacuterea de risco de

contaminaccedilatildeo por mercuacuterio Influecircncia de polimorfismos e accedilatildeo

sobre o estresse oxidativo

Comissatildeo Julgadora da Tese para obtenccedilatildeo do grau de Doutor

_______________________________________________

Profordf Titular Silvia Maria Franciscato Cozzolino

(OrientadoraPresidente)

________________________________________________

1ordm Examinador

________________________________________________

2ordm Examinador

________________________________________________

3ordm Examinador

________________________________________________

4ordm Examinador

SAtildeO PAULO _____ de ___________________de 2015

3

4

Gastei uma hora pensando um verso que a pena natildeo quer escrever

No entanto ele estaacute caacute dentro inquieto vivo

Ele estaacute caacute dentro e natildeo quer sair

Mas a poesia deste momento inunda minha vida inteira

Carlos Drumonnd de Andrade

5

A todas as voluntaacuterias desta pesquisa pelo carinho esforccedilo e dedicaccedilatildeo

Agraves amigas Daniela Zancan Dayane Zancan Laiacutes Maria e Larissa Matheus pela ajuda

imensuraacutevel durante a coleta de dados

Especialmente aos meus tios Ivanilde Rocha e Cristovatildeo Vieira que me ergueram

no momento em que mais precisei

6

AGRADECIMENTOS

A Deus que me ilumina e daacute forccedilas para seguir sempre em frente e ao Espiacuterito Santo por

todas as becircnccedilatildeos

Agrave luz da minha vida minha matildee Nair Lima por tudo que tem feito e ainda faz por mim

Meu modelo de iacutendole e dignidade Meu amuleto

Agrave orientadora Silvia Maria Franciscato Cozzolino exemplo de serenidade em momentos de

dificuldades Sou muito grata pela oportunidade de ter sido sua aluna e orientanda Obrigada

ainda por ter me abraccedilado desde o primeiro momento

Agrave professora Deacuteborah Faacutevaro pensar em vocecirc me causa garra e alegria Obrigada pela

parceria e disponibilidade na realizaccedilatildeo das anaacutelises de mercuacuterio Foi um prazer indescritiacutevel

tecirc-la ao meu lado na bancada

Agrave Julie Christine Luana Janaiacutena Cleonilce Oliveira Gisele Dias Natsue Kosin Larissa

Freitas Luana Cardozo e Yara Salviano por disponibilizarem do seu tempo por uma

causa a ciecircncia

Agrave Jamile Sadeck Dina Horeay e Analu Barofaldi seres de luz que deram ajuda a uma

desconhecida sem pedir nada em troca e se hoje esta jornada estaacute sendo concretizada

tambeacutem eacute graccedilas a vocecircs Ensinaram-me na praacutetica a fazer o bem sem olhar a quem Que

esta bondade esteja sempre comigo para que eu possa passaacute-la adiante

Agrave Gabriela Pellucio (Gabi peluacutecia) e sua matildee Mirian Guizelini que abraccedilaram a minha

causa e pela ampla ajuda em conseguir voluntaacuterias Querida Gabi obrigada pelo carinho vocecirc

foi um anjinho na minha vida

Agrave amiga Silvane Maziero assim como ao Flaacutevio Terassini ao Thiago Abiorana e agrave Helen

Queite pela divulgaccedilatildeo da pesquisa em seus ambientes de estudo eou trabalho Obrigada de

coraccedilatildeo

Agrave Juliana Closs por permitir a divulgaccedilatildeo do projeto no curso de nutriccedilatildeo da Faculdade Satildeo

Lucas (FSL)

Agrave Mariana Modesto Roberta Valmorbida Simone Oliveira e Alcione Altini por natildeo

hesitarem em ajudar esta colega de classe na divulgaccedilatildeo da pesquisa no ambiente das

Faculdades Integradas Apariacutecio Carvalho (FIMCA)

Agrave ldquonossardquo equipe do laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo-Minerais Alexandre Pimentel Baacuterbara

Cardoso Bruna Reis Graziela Biude Isabela Saraiva Janaina Donadio Kaluce Almondes

7

Kaacutetia Callou Larissa Bezerra Leila Hashimoto Luciane Alencar e Verocircnica Bandeira

por serem apoio companhia e ajuda nos trabalhos realizados no cotidiano

Especialmente

Agrave Bruna Reis (Rabin) e Isabela Saraiva (Isa nojentinha do meu coraccedilatildeo) que me

proporcionaram uma amizade de cunho profissional e pessoal tornando esta jornada mais

viva leve e muito alegre Por todos os braccedilos e abraccedilos servidos nos momentos de ajuda

sem horaacuterio para acabar Por me fazerem lembrar desse trio com um enorme sorriso no

rosto

Agrave Kaluce Almondes (Kakaacute) querida companheira de anaacutelises que pareciam interminaacuteveis

(risos) obrigada pela parceria conversas filosoacuteficas e gargalhadas constantes inclusive em

momentos de afliccedilatildeo

Agrave Liliane Viana Pires (Lili medalhinha) luz em todos os momentos (desde 2006)

Mesmo com a distacircncia geograacutefica existente entre noacutes vocecirc eacute sempre presente Agradeccedilo

ainda por despertar em mim a vontade de ser sempre melhor

Agraves florzinhas da Liliane Pires Leila Hashimoto (Leilinha) Luciane Alencar (Lu) e

Verocircnica Bandeira (Vecirc) pela ajuda durante as anaacutelises de enzimas mesmo com tantos

afazeres e por me tratarem sempre com muito carinho e atenccedilatildeo

Agrave Baacuterbara Cardoso pelo abraccedilo apertado que diz muito em cada encontro

Agraves Fernandas Santana e Shinagawa agradeccedilo a ajuda a companhia a diversatildeo e a

amizade construiacuteda principalmente nos momentos extras de trabalho jaacute que nem sempre

conseguiacuteamos acabar no horaacuterio do expediente em virtude do nuacutemero de amostras (risos)

Agrave Lilian Mendes apoio e alicerce fundamentais nos uacuteltimos meses que atraveacutes do seu

coraccedilatildeo profissionalismo e vivecircncia de mundo ensinou-me a aceitar e conviver com o meu

eu interior e com a minha alma

Ao meu irmatildeo de coraccedilatildeo Guilber Diniz Barros pela forccedila e energia enviada por todas as

conversas na tentativa de me distrair ou esquecer algo por me ajudar agrave distacircncia e

principalmente por me ensinar a levantar sem laacutegrimas nos olhos e de cabeccedila erguida

Agrave Fabiana Yasuhara da Assessoria Cientiacutefica Life Technologies pelo suporte fundamental

realizado durante as anaacutelises do polimorfismo de deleccedilatildeo GSTM1

Agrave funcionaacuteria Maria de Lurdes Pedrosa (Lurdinha) pelo otimismo carinho e pelas

palavras ldquono fim tudo daacute certordquo

8

RESUMO

ROCHA AV Status de selecircnio de uma populaccedilatildeo residente em aacuterea de risco de

contaminaccedilatildeo por mercuacuterio Influecircncia de polimorfismos e accedilatildeo sobre o estresse

oxidativo 2015 133f (Tese de Doutorado) Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas (FCF)

Universidade de Satildeo Paulo (USP) 2015

Estudos apontam que a regiatildeo Amazocircnica apresenta concentraccedilotildees significativas de selecircnio

nos solos e que por isso a populaccedilatildeo natildeo estaria susceptiacutevel agrave deficiecircncia desse mineral Em

contrapartida a regiatildeo tambeacutem apresenta dados de concentraccedilotildees elevadas de mercuacuterio nos

solos e rios entretanto a populaccedilatildeo natildeo apresenta sinais cliacutenicos evidentes de contaminaccedilatildeo

Acredita-se que o selecircnio um mineral antioxidante possa ser um possiacutevel colaborador para a

aparente toleracircncia ao mercuacuterio pois uma das accedilotildees desse mineral eacute a de destoxificar o

organismo contra metais toacutexicos Dependendo das concentraccedilotildees no organismo o mercuacuterio

pode potencializar a geraccedilatildeo das espeacutecies reativas de oxigecircnio e dessa forma as defesas

antioxidantes intriacutensecas das ceacutelulas podem ser prejudicadas resultando na condiccedilatildeo

conhecida por estresse oxidativo A contaminaccedilatildeo por mercuacuterio pode ainda comprometer a

sauacutede tanto das mulheres quanto das crianccedilas pois esse metal na forma de metilmercuacuterio

pode atravessar a barreira placentaacuteria e se concentrar principalmente no ceacuterebro do feto

Aliado a isso a presenccedila de polimorfismos em certos genes podem alterar a expressatildeo de

enzimas antioxidantes como a glutationa peroxidase 1 que eacute dependente de selecircnio assim

como da glutationa S-transferase que atua na destoxificaccedilatildeo do mercuacuterio no organismo

Vaacuterios estudos apresentam dados de concentraccedilotildees de mercuacuterio em ribeirinhos da Amazocircnia

no entanto resultados referentes agraves concentraccedilotildees de selecircnio ao estresse oxidativo e a

polimorfismos geneacuteticos na populaccedilatildeo da aacuterea urbana satildeo raros Diante disso este estudo

objetivou avaliar o estado nutricional relativo ao selecircnio concentraccedilotildees de mercuacuterio e a

possiacutevel relaccedilatildeo desses paracircmetros com o estresse oxidativo e os polimorfimos Pro198Leu (rs

1050450) no gene da glutationa peroxidase 1 e GSTM1 no gene da glutationa S-transferase

em mulheres em idade feacutertil residentes em aacuterea de risco de exposiccedilatildeo ao mercuacuterio da cidade

de Porto Velho (RO) As voluntaacuterias foram avaliadas por meio de medidas antropomeacutetricas

(peso estatura e circunferecircncia da cintura) e aplicou-se o registro alimentar para avaliaccedilatildeo do

consumo alimentar Realizou-se uma coleta de sangue para anaacutelise de selecircnio atividade da

enzima glutationa peroxidase marcadores de estresse oxidativo e polimorfismos geneacuteticos O

selecircnio foi determinado por espectrometria de absorccedilatildeo atocircmica com geraccedilatildeo de hidretos

acoplados agrave cela de quartzo (HGQTAAS) Para anaacutelise de mercuacuterio foi coletada uma amostra

do cabelo das voluntaacuterias sendo sua concentraccedilatildeo determinada pelo meacutetodo de

espectrometria de absorccedilatildeo atocircmica com geraccedilatildeo de vapor frio (CV AAS) Para avaliar o

estresse oxidativo foram determinadas a concentraccedilatildeo plasmaacutetica de Malondialdeiacutedo (MDA)

e a Capacidade de Absorccedilatildeo de Radicais de Oxigecircnio (ORAC) Participaram do estudo 200

mulheres com idade entre 19 e 50 anos A ingestatildeo alimentar meacutedia de selecircnio foi de 493 plusmn

192 microgdia e a prevalecircncia de ingestatildeo inadequada foi de 409 As concentraccedilotildees meacutedias do

mineral no plasma e nos eritroacutecitos foram respectivamente 498 + 186 microgL e 754 + 299

microgL A atividade meacutedia da glutationa peroxidase foi de 451+ 194 Ug Hb A concentraccedilatildeo

meacutedia de mercuacuterio nos cabelos foi de 625 + 766 ng g-1

Ao avaliar a presenccedila do SNP

Pro198Leu observou-se que 567 das participantes apresentaram genoacutetipo selvagem 368

heterozigotos e 68 homoizgotos para leucina Quanto ao polimorfismo de deleccedilatildeo GSTM1

425 das voluntaacuterias apresentaram o genoacutetipo nulo ou deletado ou seja relacionado a

ausecircncia de expressatildeo da glutationa S-transferase Esses resultados permitem concluir que a

maioria das participantes apresentou estado nutricional deficiente em relaccedilatildeo ao selecircnio

Apesar disso tanto a atividade enzimaacutetica da glutationa peroxidase como os biomarcadores

9

do estresse oxidativo natildeo sofreram interferecircncia desta deficiecircncia O polimorfismo

Pro198Leu tambeacutem natildeo interferiu no status de selecircnio e no estresse oxidativo Quanto agrave

avaliaccedilatildeo do polimorfismo GSTM1 o genoacutetipo nulo ou deletado tambeacutem natildeo mostrou

associaccedilatildeo com as concentraccedilotildees de mercuacuterio e o estresse oxidativo

Palavras-chave selecircnio estresse oxidativo polimorfismo geneacutetico e mercuacuterio

10

ABSTRACT

ROCHA AV Selenium status of a population living in a mercury contamination risk

area Influence of polymorphisms and action on oxidative stress 2015 133f (Tese de

Doutorado) Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo

2015

Studies have shown that the Amazon region has significant concentrations of selenium in

soils and therefore the population is not susceptible to deficiency of this mineral However

the region also presents data from high levels of mercury in soils and rivers however the

population has no obvious clinical signs of contamination It is believed that selenium an

antioxidant mineral may be a possible contributor to the apparent tolerance because of its

actions in the detoxification of the body from toxic metals Depending on the concentrations

in the body mercury can increase the generation of reactive oxygen species and thus the

intrinsic antioxidant defenses of cells can be damaged resulting in the condition known as

oxidative stress The mercury contamination may also compromise the health of both women

and children since this metal in the form of methylmercury can cross the placental barrier and

concentrate mainly in the fetal brain In addition the presence of genetic polymorphisms can

alter the expression of antioxidant enzymes such as glutathione peroxidase 1 which is

selenium dependent as well as glutathione S-transferase which can be responsible for the

mercury detoxification in the body Several studies have shown mercury levels of riverine

people from Amazon however results regarding selenium concentrations oxidative stress

and polymorphisms in the urban population are area Thus this study aimed to evaluate

selenium status mercury levels and the possible relationship of these with oxidative stress and

genetic polymorphisms Pro198Leu (rs 1050450) in glutathione peroxidase 1 gene and

GSTM1 in the glutathione S-transferase gene in women living in mercury exposure risk area

from the city of Porto Velho (RO) The of the volunteers was assessed using anthropometric

measurements (weight height and waist circumference) and evaluation of food consumption

by the food record Blood samples were collected for selenium analysis glutathione

peroxidase enzymersquos activity oxidative stress and genetic polymorphisms Selenium was

determined by hydride generation quartz tube atomic absorption spectroscopy (HGQT AAS)

For mercury analysis a hair sample of volunteers was collected and its concentration was

determined by atomic absorption spectrometry method with cold vapor (CV AAS) To

evaluate oxidative stress plasma concentrations of malondialdehyde (MDA) and Oxygen

Radical Absorbance Capacity (ORAC) were determined We enrolled 200 volunteers aged

between 19 and 50 The average of selenium intake was 493 plusmn 192 microgday and the

prevalence of inadequate intake was 409 Mean selenium concentration on plasma and

erythrocytes were respectively 498 + 186 microgL and 754 + 299 microgL Glutathione

peroxidase showed mean activity of 451 + 194 Ug Hb and mercury levels of 625 + 766 ng g-

1 Evaluating the presence of the SNP Pro198Leu it was observed that 567 of the were

participants had wild type genotype 368 heterozygous and 68 were homozygous for

leucine For the GSTM1 null deletion polymorphism 425 of the volunteers had a null

genotype ie do not express the enzyme glutathione S-transferase These results indicate that

the majority of participants had selenium deficiency in plasma and erythrocytes Nevertheless

most of them had adequate activity of glutathione peroxidase There was no association

between selenium concentrations and the biomarkers used to assess oxidative stress The

Pro198Leu polymorphism did not interfere in selenium concentrations as well as in the

oxidative stress The evaluation of GSTM1 polymorphism had no association with mercury

levels and oxidative stress

Keywords selenium oxidative stress polymorphisms and mercury

11

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Concentraccedilatildeo de Se (microgg) em castanha-do-brasil da regiatildeo Amazocircnica

22

Quadro 2 Ingestatildeo Dieteacutetica de Referecircncia (DRIs) relativas ao Se em microgdia a

partir de um ano de idade de acordo com o Institute of Medicine (IOM

2006)

23

Quadro 3 Frequecircncia genotiacutepica do polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) no

gene que codifica para GPx 1 encontrada em pesquisas realizadas no

Brasil por pesquisadores do Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo e Minerais da

Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo

(USP)

37

Quadro 4 Distribuiccedilatildeo da frequecircncia do polimorfismo GSTM1(ABAB0) no gene

da GST em diferentes etnias

39

Quadro 5 Classificaccedilatildeo do Iacutendice de Massa Corpoacuterea (IMC) para adultos segundo

WHO (2000)

45

Quadro 6 Intervalos de recomendaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de macronutrientes em

percentual de contribuiccedilatildeo energeacutetica (AMDR) de acordo com IOM

(2006)

46

Quadro 7 Valores de referecircncias adotados para concentraccedilatildeo de Se no plasma e

eritroacutecitos

47

Quadro 8 Resultados das anaacutelises dos materiais de referecircncia utilizados na

determinaccedilatildeo de Hg total

49

12

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas das voluntaacuterias

55

Tabela 2 Classificaccedilatildeo das participantes segundo o IMC

56

Tabela 3 Ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) das participantes (n = 194)

59

Tabela 4 Concentraccedilatildeo de Se (microgL) no plasma e nos eritroacutecitos das participantes

(n=194)

61

Tabela 5 Coeficiente de regressatildeo da ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) como

variaacutevel independente que influenciou a concentraccedilatildeo do mineral no

plasma (microgL) das participantes

64

Tabela 6

Tabela 7

Coeficiente de regressatildeo da ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) como

variaacutevel independente que influenciou a concentraccedilatildeo do mineral nos

eritroacutecitos (microgL) das participantes

Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram

as concentraccedilotildees de Hg (ng g-1

) nos cabelos (variaacutevel dependente) das

participantes

64

71

Tabela 8 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram

a capacidade antioxidante ndash ORAC (mmol eq troloxg de amostra)

(variaacutevel dependente) das participantes

71

Tabela 9 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram

a concentraccedilatildeo plasmaacutetica de MDA (microM) (variaacutevel dependente) das

participantes

72

Tabela 10 Distribuiccedilatildeo do SNP Pro198Leu (rs 1050450) no gene que codifica para

a GPx 1 nas participantes (n=190)

73

Tabela 11 Concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio atividade da enzima

GPx MDA e ORAC de acordo com o genoacutetipo para o polimorfismo

Pro198Leu (rs1050450) no gene que codifica a GPx

76

Tabela 12 Distribuiccedilatildeo do polimorfismo GSTM1 no gene da GST das participantes

(n = 180)

76

Tabela 13 Concentraccedilotildees de Hg de MDA e ORAC de acordo com o genoacutetipo para

o polimorfismo GSTM1 no gene da GST das participantes

77

13

LISTA DE ABREVIATURAS

Se - Selecircnio

Hg - Mercuacuterio

MeHg - Metilmercuacuterio

dimetilHg - Dimetilmercuacuterio

GPx - Glutationa Peroxidase

GST - Glutationa S-Transferase

GR - Glutationa Redutase

GSH - Glutationa Reduzida

SOD - Superoacutexido Dismutase

Hb - Hemoglobina

T3 - Tri-iodotironina

T4 - Tiroxina

SeO32-

- Selenito

SeO42-

- Selenato

Cd - Caacutedmio

Rd - Raacutedio

As - Arsecircnio

Cu - Cobre

Ag - Prata

Pb - Chumbo

Pt - Platina

DRI - Recomendaccedilatildeo de Ingestatildeo de Referecircncia

EAR - Necessidade Meacutedia Estimada

UL - Niacutevel Maacuteximo de Ingestatildeo Toleraacutevel

RDA - Ingestatildeo Dieteacutetica Recomendada

EER - Necessidade Energeacutetica Estimada

AMDR - Acceptable Macronutrient Distribution Range

IOM - Institute of Medicine

ADI - Ingestatildeo Diaacuteria Aceitaacutevel

PTWI - Ingestatildeo Semanal Toleraacutevel Provisoacuteria

DCNT - Doenccedilas Crocircnicas natildeo Transmissiacuteveis

14

WHO - World Health Organization

AP - Amapaacute

PA - Paraacute

RO - Rondocircnia

AM - Amazonas

EDTA - Aacutecido Etilenodiamino Tetraceacutetico

O2 - Oxigecircnio

ERO - Eacutespecies Reativas de Oxigecircnio

ERN - Eacutespecies Reativas de Nitrogecircnio

RSS e SR - Selenosulfidos

SNP - Single Nucleotide Polymorfism

STR - Simple Tandem Repeats

VNTR - Variable Number of Tandem Repeats

PCK - Proteiacutena Quinases

DNA - Aacutecido Desoxirribonucleico

C - Citocina

T - Timina

SDM - Seleno Dimetil ndash Mercuacuterio

MDA - Malondialdeiacutedo

ORAC - Capacidade Antioxidante

8-OHdG - 8 Hidroxidodesoxiguanosina

CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente

Na - Soacutedio

Se-Met - Selenometionina

mv - MassaVolume

PA - Pureza Analiacutetica

LAN - Anaacutelise por Ativaccedilatildeo Neutrocircnica

AOAC - Association of Official Analytical Chemists

NCHS - National Center of Health and Statistics

HGQTAAS - Espectrometria de Absorccedilatildeo Atocircmica por Geraccedilatildeo de Hidretos

Acoplados agrave Cela de Quartzo

CVAAS - Espectrometria de Absorccedilatildeo Atocircmica com Geraccedilatildeo de Vapor Frio

IPEN - Instituto de Pesquisa Energeacutetica Nuclear

IMC -Iacutendice de Massa Corpoacuterea

15

CC - Circunferecircncia da Cintura

LD - Limite de Detecccedilatildeo

LQ - Limite de Quantificaccedilatildeo

PNJ

IAEA

- Parque Nacional do Jauacute

- Agecircncia Internacional de Energia Atocircmica

UNIR - Universidade Federal de Rondocircnia

SEDUC - Secretaria de Educaccedilatildeo

SESAU - Secretaria da Sauacutede

ABESO - Associaccedilatildeo Brasileira para Estudo da Obesidade e da Siacutendrome Metaboacutelica

LANCRPq - Laboratoacuterio de Anaacutelise por Ativaccedilatildeo Neutrocircnica

IPENCNEN - Instituto de Pesquisas Energeacuteticas Nucleares

FCF - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas

USP - Universidade de Satildeo Paulo

16

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 18

2 REVISAtildeO DA LITERATURA 20

21 SELEcircNIO 20

211 Fontes Biodisponibilidade e Recomendaccedilatildeo 21

212 Aspectos Fisioloacutegicos Absorccedilatildeo Biodisponibilidade Armazenamento e Excreccedilatildeo 24

213 Funccedilotildees e Accedilotildees 25

214 Deficiecircncia e Toxicidade 29

22 MERCUacuteRIO30

23 ESTRESSE OXIDATIVO 33

24 POLIMORFISMOS 35

241 Polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) no Gene da GPx 36

242 Polimorfismo GSTM1 no Gene da GST 38

3 OBJETIVOS 41

31 OBJETIVO GERAL 41

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 41

4 METODOLOGIA 42

41 CASUIacuteSTICA E DELINEAMENTO 42

42 COLETA DE DADOS42

43 AVALIACcedilAtildeO ANTROPOMEacuteTRICA 45

44 CONSUMO ALIMENTAR 46

45 DETERMINACcedilAtildeO DA CONCENTRACcedilAtildeO DE SELEcircNIO NO PLASMA E ERITROacuteCITOS 47

46 DETERMINACcedilAtildeO DA ATIVIDADE DA GPx 48

47 PROCESSAMENTO E ANAacuteLISE DE MERCUacuteRIO NOS CABELOS 48

48 DETERMINACcedilAtildeO DA CONCENTRACcedilAtildeO PLASMAacuteTICA DE MALONDIALDEIacuteDO 50

49 DETERMINACcedilAtildeO DA CAPACIDADE DE ABSORCcedilAtildeO DE RADICAIS DE OXIGEcircNIO 51

410 PREPARACcedilAtildeO DAS AMOSTRAS PARA ANAacuteLISE DOS POLIMORFISMOS 52

4101 Determinaccedilatildeo do Polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) 52

4102 Determinaccedilatildeo do Polimorfismo GSTM1 53

411 ANAacuteLISES ESTATIacuteSTICAS 53

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 54

51 CARACTERIZACcedilAtildeO DA POPULACcedilAtildeO 54

52 AVALIACcedilAtildeO ANTROPOMEacuteTRICA 55

53 CONSUMO ALIMENTAR 57

17

54 MARCADORES BIOQUIacuteMICOS DO ESTADO NUTRICIONAL RELATIVO AO SELEcircNIO 60

55 SEEcircNIO E ATIVIDADE DA ENZIMA GPx 1 65

56 SELEcircNIO E CONCENTRACcedilOtildeES DE MERCUacuteRIO 67

57 SELEcircNIO E AVALIACcedilAtildeO DO ESTRESSE OXIDATIVO MDA E ORAC 71

58 POLIMORFISMO PRO198LEU 73

59 POLIMORFISMO GSTM1 76

6 CONCLUSAtildeO 80

7 CRONOGRAMA 81

REFEREcircNCIAS 82

APEcircNDICES 100

ANEXOS 118

18

1 INTRODUCcedilAtildeO

O selecircnio (Se) eacute um mineral traccedilo essencial para a biologia humana e esta

essencialidade foi reconhecida em 1979 apesar deste elemento ter sido descoberto em 1817

Dentre as funccedilotildees atribuiacutedas a este mineral destacam-se a funccedilatildeo antioxidante e proteccedilatildeo

contra accedilatildeo nociva de metais toacutexicos aleacutem de atuar em niacutevel de sistema imunoloacutegico

(NAVARRO-ALARCON e LOacutePEZ-MARTINEZ 2000 REILLY 1996) A funccedilatildeo

antioxidante estaacute relacionada agraves selenoproteiacutenas como a P e agraves glutationas peroxidases (GPx)

que satildeo dependentes de Se (HSIEH et al 2006) As GPx satildeo selenoproteiacutenas encontradas em

todos os tecidos de mamiacuteferos em que haacute processos oxidativos cuja accedilatildeo eacute reduzir a produccedilatildeo

de Espeacutecies Reativas de Oxigecircnio (ERO) contribuindo para a proteccedilatildeo das macromoleacuteculas e

membranas do organismo contra a oxidaccedilatildeo (GONZAGA et al 2005)

O homem obteacutem Se por meio da alimentaccedilatildeo (REILLY 1996 FAacuteVARO et al 2000

GONZAGA 2002 THOMSON 2006) e a quantidade do mineral presente nos alimentos

reflete a concentraccedilatildeo do solo sendo essa distribuiccedilatildeo heterogecircnea ou seja um alimento da

mesma espeacutecie proveniente de aacutereas distintas pode apresentar concentraccedilotildees de Se diferentes

(AMOUROUX et al 2001 MARTENS e COZZOLINO 2012) No Brasil Cozzolino et al

(2007) evidenciaram que feijotildees produzidos no estado de Satildeo Paulo tinham menores

concentraccedilotildees de Se (0016 μg de Seg) quando comparados aos feijotildees do Cearaacute (12 μg de

Seg)

Dessa forma pode-se supor que as regiotildees norte e nordeste apresentam maiores

concentraccedilotildees de Se no solo enquanto as regiotildees centro-oeste e sudeste tendem a apresentar

concentraccedilotildees menores indicando maior risco de desenvolvimento da deficiecircncia do mineral

nas duas uacuteltimas regiotildees (COZZOLINO et al 2007 MARTENS e COZZOLINO 2012) A

regiatildeo norte aleacutem de ser considerada uma das aacutereas com solos mais ricos em Se tambeacutem

apresenta de forma abundante o alimento considerado a melhor fonte do mineral a castanha-

do-brasil (Bertholletia excelsa) (ROCHA et al 2014)

Um estudo realizado por Gonzaga (2002) avaliou o estado nutricional relativo ao Se

em 41 crianccedilas de Macapaacute (AP) e de Beleacutem (PA) de acordo com os resultados as crianccedilas

avaliadas natildeo apresentaram deficiecircncia em Se

Rocha et al (2014) tambeacutem avaliaram crianccedilas da regiatildeo norte em duas localidades

ribeirinhas da cidade de Porto Velho (RO) obtendo um total de 42 participantes As crianccedilas

ribeirinhas de Demarcaccedilatildeo apresentaram concentraccedilotildees plasmaacuteticas de Se abaixo da

19

referecircncia para a faixa etaacuteria enquanto as crianccedilas da segunda localidade Gleba do Rio Preto

apresentaram concentraccedilotildees elevadas constituindo risco de toxicidade

Bortoli (2010) avaliou 55 mulheres de uma comunidade ribeirinha de Manaus (AM)

denominada de Novo Airatildeo e observou que a meacutedia de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio estava

dos valores da normalidade

Com base nesses estudos observa-se que natildeo eacute possiacutevel estabelecer um diagnoacutestico

preciso sobre o status de Se na regiatildeo norte sendo necessaacuterios mais estudos principalmente

com a populaccedilatildeo das cidades

Em contrapartida agrave suposiccedilatildeo que a regiatildeo norte ou amazocircnica pode ter solos ricos em

Se a mesma tambeacutem eacute considerada uma aacuterea de risco de exposiccedilatildeo ao mercuacuterio (Hg) um

metal toacutexico que natildeo exerce funccedilatildeo bioloacutegica Segundo Fadini e Jardim (2001) esta

contaminaccedilatildeo eacute devida aos processos naturais e antroacutepicos

Alguns autores sugerem que a populaccedilatildeo da Amazocircnia apresenta a mais alta exposiccedilatildeo

ao Hg relatada no mundo e isso pode exigir um aumento da quantidade de Se no organismo

na tentativa de compensar tanto o estresse oxidativo quanto os efeitos toacutexicos provocados pelo

metal bem como para manter a atividade ideais de enzimas antioxidantes (FORDYCE 2005

RAYMAN 2008 LEMIRE et al 2010 PASSOS MERGLER 2008)

Diante desse cenaacuterio este projeto avaliou o estado nutricional relativo ao Se

concentraccedilotildees de Hg estresse oxidativo e a presenccedila dos polimorfismos geneacuteticos Pro198Leu

no gene da GPx e GSTM1 no gene da glutationa S-transferase (GST) de mulheres residentes

na cidade de Porto Velho (RO) Vale mencionar que estudos sobre o Se satildeo inexistentes nesta

populaccedilatildeo e a maioria das pesquisas realizadas com o Hg na Amazocircnia avaliou apenas

populaccedilotildees ribeirinhas

20

2 REVISAtildeO DA LITERATURA

21 SELEcircNIO

O Se foi descoberto pelo quiacutemico sueco Jons Jakob Berzelius no ano de 1817 em seus

experimentos sobre a oxidaccedilatildeo do aacutecido sulfuacuterico pesquisando agentes toacutexicos (FOX

FAIRWEATHER 1999) Em 1957 Schwartz e Foltz descobriram a sua importacircncia para a

sauacutede animal quando verificaram que pequenas quantidades de Se apresentavam accedilatildeo

protetora em ratos com necrose hepaacutetica e deficiecircncia em vitamina E (NAVARRO-

ALARCON LOacutePEZ-MARTINEZ 2000) Em 1973 Rotruck isolou a enzima GPx e verificou

a presenccedila de Se em seu siacutetio ativo (BAYOUMY-EL 2001) A essencialidade do Se para os

humanos foi reconhecida em 1979 quando cientistas chineses descobriram uma doenccedila por

deficiecircncia de Se em uma regiatildeo da China chamada Keshan a qual deu origem ao nome desta

doenccedila e quando a suplementaccedilatildeo com Se atuou em caso de distrofia muscular (ESTADOS

UNIDOS - IOMFNB 2001)

No processo de evoluccedilatildeo da terra o Se foi incorporado ao solo oriundo dos magmas e

gases vulcacircnicos e apoacutes o degelo da era glacial esse semi-metal foi espalhado por algumas

aacutereas do globo terrestre de forma heterogecircnea (KOHRLE 1999) Dessa forma as

caracteriacutesticas geoloacutegicas de cada regiatildeo influenciaram as concentraccedilotildees de Se nos solos

existindo locais onde esta concentraccedilatildeo eacute tatildeo elevada que pode causar intoxicaccedilatildeo em animais

que consomem as pastagens cultivadas (REILLY 1996) e em outras eacute tatildeo baixa que pode

causar deficiecircncia (SILVA et al 1993)

Solos com concentraccedilatildeo de Se ao redor de 005 microgg tendem a proporcionar dietas

com concentraccedilotildees menores que 01 microgg causando deficiecircncia do mineral enquanto solos

com mais de 5 microgg do mineral contribuem para a intoxicaccedilatildeo (OLDFIELD 1999) Por isso a

quantidade de Se existente nos alimentos na aacutegua e no ar reflete o teor deste mineral no solo

sendo dependente de fatores geoquiacutemicos como o pH sendo que solos com pH menor que

55 (aacutecido) apresentam baixa biodisponibilidade de Se e solos com pH maior que 75

(alcalino) apresentam Se mais biodisponiacutevel A natureza da rocha originaacuteria tambeacutem interfere

nas quantidades de Se no ambiente sendo aquelas ricas em granito e basalto pobres em Se e

as vulcacircnicas incandescentes calcaacuterias de carvatildeo e de pirita mais ricas no mineral

(BAOYAN ZHANG 2002 REILLY 1996 FOX FAIRWEATHER-TAIT 1999 GONZAGA

MARTENS COZZOLINO 2007 2012) Isso explica porque a quantidade de Se no mesmo tipo

de alimento proveniente de aacutereas diferentes pode ser muito heterogecircnea (AMAROUX et al

21

2001) Estima-se que cerca de 50 a 77 do Se presente na superfiacutecie da terra seja oriundo

dos oceanos que se depositou por via uacutemida ou seca por meio dos gases dimetilselenido e

dimetilselenilsulfido produzidos de forma sazonal por fitoplacircnctons em especial pelas

bacteacuterias Coccolithophorid e por isso as aacutereas mais proacuteximas de oceanos possuem solos com

maior concentraccedilatildeo de Se (AMAROUX et al 2001)

No Brasil Martens e Cozzolino (2002) avaliaram alguns cultivares de feijotildees de cada

regiatildeo do paiacutes e verificaram que a concentraccedilatildeo de Se foi maior nos alimentos cultivados nas

regiotildees Norte e Nordeste sugerindo que os solos destes locais apresentam maiores

concentraccedilatildeo do mineral Os pesquisadores constataram tambeacutem que os solos com elevadas

concentraccedilotildees de Se produziram alimentos mais ricos neste nutriente e consequentemente

um consumo alimentar adequado Por outro lado em estados como Satildeo Paulo e Mato Grosso

foram encontradas menores concentraccedilotildees de Se nos solos e os indiviacuteduos residentes nestes

estados apresentaram maiores inadequaccedilotildees da ingestatildeo alimentar de Se (COZZOLINO

2007)

Na natureza o Se se encontra em 4 quatro estados de oxidaccedilatildeo nos solos aacutecidos como

Se elementar (0) selenido (+2) e selenito (+4) que satildeo menos soluacuteveis e assimilaacuteveis

enquanto em terras alcalinas tecircm mais selenato (+6) mais soluacutevel e assimilaacutevel pelas plantas

e animais (ORTUNtildeO et al 1997 GONZAGA MARTENS COZZOLINO 2012) Nos

alimentos o Se pode ser encontrado sob as formas orgacircnica e inorgacircnica na forma orgacircnica

como selenometionina (alimentos de origem vegetal e animal e em alguns suplementos

alimentares) como selenocisteiacutena principalmente em fontes de origem animal e como

selenometilselenocisteiacutena principal forma encontrada em vegetais (NAVARRO-ALARCON

2008) Na forma inorgacircnica como selenito (SeO32-

) e selenato (SeO42) em suplementos pois

essas formas aparecem em poucas quantidades nos alimentos (RAYMAN 2000)

211 Fontes Biodisponibilidade e Recomendaccedilatildeo

A castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa famiacutelia Lecythidaceae) eacute considerada o

alimento mais rico em Se com concentraccedilotildees que variam de 8 a 126 microgg (GONZAGA

2002 REILLY 1996 THOMSON 2006 GONZAGA MARTENS COZZOLINO 2012)

Diversos estudos com essa amecircndoa foram conduzidos com a finalidade de determinar o seu

teor de Se Souza e Menezes (2004) avaliaram 70kg de castanha-do-Brasil com casca da

safra de 2001 obtidas de lote a granel na Centrais de Abastecimento de Campinas SA

(CEASA) em Satildeo Paulo e observaram concentraccedilatildeo de 204 microgg (correspondente a 204

22

microg100g) de Se Chang et al (1995) analisaram dois lotes de castanha-do-brasil um

proveniente da regiatildeo do AcreRondocircnia e outro da regiatildeo de ManausBeleacutem e as

concentraccedilotildees de Se variaram de 306 a 401 microgg e 360 a 500 microgg respectivamente

Trabalhos realizados pelos pesquisadores do Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo-Minerais da

Universidade de Satildeo Paulo tambeacutem avaliaram as concentraccedilotildees de Se em castanha-do-brasil

oriundas da regiatildeo norte (Quadro 1)

Quadro 1 Concentraccedilatildeo de Se (microgg) em castanha-do-brasil da regiatildeo norte do Brasil

Concentraccedilatildeo de Se (microgg)

COUTINHO (2001) GONZAGA (2002) BEHR (2004) MARTENS e COZZOLINO (2002) ROCHA (2014) STOCLER PINTO (2009) COMINETTI (2010) PIRES (2012)

19 40 17 43

583 58 58 115

Dados natildeo publicados - Meacutedia referente agrave determinaccedilatildeo de Se em dezoito lotes de castanha-do-brasil (safra 2011)

As frutas e as verduras em geral satildeo pobres em Se com exceccedilatildeo dos vegetais que satildeo

considerados acumuladores tais como o alho a mostarda indiana o broacutecolis a couve-de-

bruxelas a couve-flor o repolho a cebola e alguns cogumelos os quais podem fornecer boas

quantidades do mineral Nas regiotildees cujos solos tecircm quantidades significativas de Se o trigo

eacute uma boa fonte do mineral assim como os patildees e cereais (NAVARRO-ALARCON e

LOacutePEZ-MARTINEZ 2008)

A quantidade de proteiacutena presente no alimento deve ser considerada pois os alimentos

proteicos incorporam o Se de forma mais eficiente principalmente aqueles que possuem

maior concentraccedilatildeo de aminoaacutecidos que contenham enxofre como metionina e cisteiacutena

(BURK 1998) Alimentos como carne bovina frango peixe e ovos tambeacutem apresentam

quantidades significativas de Se assim como leite e seus derivados de acordo com a espeacutecie

animal e quantidade de gordura pois tanto o leite de vaca quanto os outros tipos que

apresentam maior quantidade de gordura possuem menores concentraccedilotildees do mineral

(NAVARRO-ALARCON 2008)

As melhores fontes de Se natildeo satildeo necessariamente as de maior biodisponibilidade Os

vegetais por exemplo em geral satildeo pobres no mineral entretanto apresentam uma

biodisponibilidade elevada variando de 85 a 100 Nos pescados que tambeacutem satildeo

23

considerados oacutetimas fontes de Se a biodisponibilidade varia de 20 a 50 Alguns

pesquisadores relacionam esta baixa biodisponibilidade agrave interaccedilatildeo do Se com o metal Hg que

pode estar presente nesses alimentos (ORTUNtildeO 1997 MARTENS et al 2012)

Com a descoberta da doenccedila de Keshan uma cardiomiopatia ocasionada pela

deficiecircncia de Se foi possiacutevel estabelecer recomendaccedilatildeo desse nutriente pois a doenccedila natildeo se

manifestava quando a quantidade consumida era igual ou maior que 191 microgdia em indiviacuteduo

adulto com 60 kg Acreditava-se que essa concentraccedilatildeo seria o menor valor de associaccedilatildeo

com o natildeo aparecimento dos sinais cliacutenicos da deficiecircncia do mineral (SHILS et al1994)

Entretanto atualmente sabe-se que a deficiecircncia de Se ocorre quando a ingestatildeo diaacuteria por

longos periacuteodos eacute menor ou igual a 11 microgdia Outro dado utilizado para determinar a

recomendaccedilatildeo de Se foi realizado atraveacutes da relaccedilatildeo entre a atividade da GPx no plasma e a

ingestatildeo do Se em indiviacuteduos adultos chineses residentes em uma aacuterea com solos

considerados pobres no mineral Os voluntaacuterios foram distribuiacutedos em cinco grupos e

receberam doses graduais de 0 10 30 60 e 90 microgdia de Se por via oral na forma de DL-

selenometionina Apoacutes cinco a oito meses a atividade da GPx respondeu de forma similar

para os trecircs concentraccedilotildees mais altos e esses resultados mostraram que uma ingestatildeo em torno

de 41 microgdia o equivalente a 30 microg da suplementaccedilatildeo mais 11 microg da dieta normal em um

homem de 60 kg eram suficientes para saturar a atividade da GPx (IOM 2001)

Com bases nesses dados foi possiacutevel estabelecer uma recomendaccedilatildeo de Se de acordo

com o Institute of Medicine (2001) A Ingestatildeo Dieteacutetica Recomendada (RDA) de Se para

indiviacuteduos adultos a partir dos 19 anos de idade foi estabelecida em 55 microgdia natildeo devendo

ultrapassar o niacutevel maacuteximo de Ingestatildeo Toleraacutevel (UL) estabelecido de 400 microgdia O Quadro

2 apresenta as Ingestotildees Dieteacuteticas de Referecircncia (DRI) de Se propostas pelo IOM (2006)

para populaccedilatildeo adulta

Quadro 2 Ingestatildeo Dieteacutetica de Referecircncia (DRIs) relativas ao Se em microgdia a partir de 1 ano

de idade de acordo com o Institute of Medicine (IOM 2006)

Idade (anos) EAR

Se microgdia

RDA

Se microgdia

UL

Se microgdia

˃ 14 45 55 400

EAR ndash Necessidade Meacutedia Estimada valor de ingestatildeo diaacuteria de um nutriente suficiente para suprir a

necessidade de metade dos indiviacuteduos saudaacuteveis de um determinado grupo do mesmo gecircnero e estaacutegio de vida

RDA ndash Ingestatildeo Dieteacutetica Recomendada eacute o niacutevel de ingestatildeo dieteacutetica diaacuteria suficiente para atender agraves

necessidades de um determinado nutriente de praticamente todos (97 a 98) os indiviacuteduos saudaacuteveis de um

determinado grupo do mesmo gecircnero e estaacutegio de vida

24

UL ndash Niacutevel Maacuteximo de Ingestatildeo Toleraacutevel eacute o valor mais alto da ingestatildeo diaacuteria continuada de um nutriente que

aparentemente natildeo oferece nenhum efeito adverso agrave sauacutede para todos os indiviacuteduos de um mesmo estaacutegio de

vida ou gecircnero

212 Aspectos Fisioloacutegicos Absorccedilatildeo Biodisponibilidade Armazenamento e Excreccedilatildeo

A absorccedilatildeo do Se acontece no duodeno ceco e coacutelon onde a selenometionina eacute

absorvida por um mecanismo de transporte ativo o selenito por difusatildeo simples o selenato

em conjunto com o sulfato por meio de carreadores mediados por soacutedio e a selenocisteiacutena por

transporte ativo comum aos aminoaacutecidos baacutesicos (histidina lisina e arginina) A

selenometilselenocisteiacutena natildeo eacute incorporada como selenometionina sendo convertida

rapidamente em metilselenol (FAIRWEATHERTAIT et al 2011)

Nos enteroacutecitos o Se eacute reduzido a selenito (H2Se) e em seguida transportado no

sangue ligado a proteiacutenas principalmente a fraccedilotildees de β-lipo proteiacutena de muito baixa

densidade e em menor quantidade em outros tipos de proteiacutenas como a albumina

especialmente quando a selenometionina eacute a principal forma presente nos alimentos

(REILLY 1996 PAPP et al 2007)

A biodisponibilidade do Se pode ser prejudicada por alguns fatores quantidade

ingerida a partir da dieta origem do Se consumido interaccedilatildeo com metais toacutexicos eficiecircncia

da digestatildeo formaccedilatildeo de compostos absorviacuteveis tempo do tracircnsito intestinal estado

nutricional do organismo em relaccedilatildeo ao Se doenccedilas do trato gastrintestinal conversatildeo para

formas biologicamente ativas apoacutes absorccedilatildeo e incorporaccedilatildeo agrave enzima GPx (IOM 2001) Na

determinaccedilatildeo da biodisponibilidade do Se alimentar a etapa limitante eacute a incorporaccedilatildeo da

forma biologicamente ativa selenocisteiacutena agrave GPx ou agraves 5 deiodinases nos tecidos

(HOLBEN SMITH 1999)

A excreccedilatildeo do Se ocorre principalmente pela via urinaacuteria (REILLY 1996 PAPP et

al 2007) e os compostos de Se tanto aqueles que entram no pool de selenito como os

convertidos a metilselenol satildeo metilados por tioacuteis-metiltransferases e geram diferentes formas

metaboacutelicas metiladas do mineral que seratildeo excretadas contribuindo para a homeostase Na

urina predominam as formas monometiladas nos casos de baixas ingestotildees e o

trimetilselenocircnio quando o Se eacute consumido em altas quantidades Quando os iacuteons de

trimetilselenocircnio atingem seu platocirc metaboacutelico ocorre a excreccedilatildeo pulmonar de

dimetilselenocircnio volaacutetil responsaacutevel pelo odor caracteriacutestico de alho na respiraccedilatildeo

(LETAVAYOVAacute et al 2006 PAPP et al 2007)

25

A Figura 1 ilustra o metabolismo do Se em mamiacuteferos onde os metaboacutelitos de Se

provenientes da alimentaccedilatildeo entram na ceacutelula e se juntam ao pool existente gerando selenito

que seraacute utilizado como fonte de Se para a siacutentese da selenocisteiacutena precursora das

selenoproteiacutenas (PAPP et al 2007)

Figura 1 Aspectos fisioloacutegicos do Se em mamiacuteferos

Adaptado de PAPP et al (2007)

(GSH = glutationa TrxRTrx = tioredoxina redutasetioredoxina)

213 Funccedilotildees e Accedilotildees

A propriedade antioxidante do Se estaacute relacionada agraves GPx que satildeo dependentes deste

mineral As GPx agem na proteccedilatildeo celular contra os danos provocados por radicais livres

juntamente com um sistema antioxidante complexo que envolve outras substacircncias

(HOLBEN SMITH 1999)

O Se eacute incorporado na forma de selenocisteiacutena no siacutetio ativo de um grande nuacutemero de

proteiacutenas Acredita-se que cerca de 100 selenoproteiacutenas possam existir no organismo de

mamiacuteferos Atualmente satildeo conhecidas 22 selenoproteiacutenas organizadas em grupos diferentes

Se Alimentar

Selenometionina

Selenito

Selenato

Selenocisteiacutena

(Sec)

Outras formas

ENTEROacuteCITO

Pool Intracelular de Selecircnio

Selenometionina

Selenito Selenato

GSS e SG (selenodiglutationa)

CH3SeH (metilselenol) etc

Incorporaccedilatildeo natildeo especiacutefica de

proteiacutenas ligadoras de selecircnio

Selenoproteiacutenas

Liases

GSH

TrxRTrx

H2Se

(selenido)

Sec

26

em funccedilatildeo da localizaccedilatildeo e das propriedades funcionais da selenocisteiacutena sendo que metade

destas apresenta caracteriacutesticas antioxidantes O grupo das GPx eacute o mais abundante Estas

selenoproteiacutenas satildeo encontradas em todos os tecidos de mamiacuteferos em que haacute processos

oxidativos e podem reduzir a produccedilatildeo de espeacutecies reativas de oxigecircnio contribuindo para a

proteccedilatildeo das macromoleacuteculas e membranas do organismo contra a oxidaccedilatildeo (BROWN et al

2001 TAPIERO et al 2003 GONZAGA et al 2005)

A GPx 1 tambeacutem conhecida como GPx citosoacutelica foi a primeira enzima dependente

de Se a ser identificada em 1953 em eritroacutecitos onde protege a hemoglobina de danos

oxidativos Essa GPx eacute encontrada no citosol das ceacutelulas sendo expressa em todos os tecidos

(BROWN 2001 LEI 2007) e tem como funccedilatildeo reduzir o peroacutexido de hidrogecircnio e

hidroperoacutexidos orgacircnicos livres transformando-os em aacutegua e aacutelcool respectivamente

(GONZAGA et al 2005)

A segunda isoforma GPx 2 ou gastrintestinal eacute encontrada no trato gastrintestinal e

no fiacutegado e age protegendo o organismo contra os hidroperoacutexidos na passagem pelo trato

gastrintestinal (GONZAGA et al 2005) A GPx 3 ou plasmaacutetica eacute sintetizada primeiramente

nas ceacutelulas tubulares renais e sua funccedilatildeo eacute servir de barreira antioxidante para o sangue

filtrado e proteger as ceacutelulas endoteliais do dano oxidativo (DUMONT 2006) A quarta

isoforma GPx 4 ou fosfolipiacutedio hidroperoacutexido tem como funccedilatildeo proteger as membranas das

ceacutelulas contra a accedilatildeo dos hidroperoacutexidos de aacutecidos graxos e tambeacutem reduzir a formaccedilatildeo de

hidroperoacutexidos de colesterol e de eacutester de colesterol nas membranas e nas lipoproteiacutenas de

baixa densidade (LDL) (SAVASKAN et al 2007)

Aleacutem dessas quatro isoformas foram descobertas tambeacutem a GPx 6 no epiteacutelio do

olfato e tecidos embrionaacuterios e outras variantes na qual o resiacuteduo de selenocisteiacutena eacute

substituiacutedo por cisteiacutena incluindo a GPx 5 com expressatildeo restrita no epidiacutedimo e a GPx 7

(PAPP et al 2007) Entretanto ainda natildeo se sabe exatamente qual a accedilatildeo dessas GPx

(HERBETTE et al 2007)

O Se pode interagir com um grande nuacutemero de metais toacutexicos como arsecircnio (As)

caacutedmio (Cd) Hg cobre (Cu) prata (Ag) chumbo (Pb) e platina (Pt) podendo alterar a

toxicidade e prevenir possiacuteveis manifestaccedilotildees toxicoloacutegicas em razatildeo da exposiccedilatildeo aos

mesmos (ORTUNtildeO et al 1997) Uma das hipoacuteteses para explicar essa interaccedilatildeo seria uma

reaccedilatildeo direta desses metais com o Se na forma inorgacircnica formando substacircncias

biologicamente inativas no interior do trato gastrintestinal Este mecanismo de interaccedilatildeo foi

encontrado em estudos com o Cd Pt Pb Ag e Hg Uma segunda hipoacutetese seria a reaccedilatildeo do

Se com grupos tioacuteis de algumas moleacuteculas para formar selenosulfidos (RSSeSR) que

27

possuem forte afinidade por metais (ORTUNtildeO et al 1997 ALARCOacuteN e MARTINEZ

2000)

A interaccedilatildeo entre o Hg e o Se tem sido estudada haacute mais de trecircs deacutecadas e envolve

uma variedade de processos bioquiacutemicos e toxicoacutelogicos ainda desconhecidos (CHEN et al

2006) Estudos conduzidos em animais foram realizados para tentar esclarecer os mecanismos

dessa interaccedilatildeo mesmo assim estes natildeo foram completamente elucidados (GREGUS et al

2001) Pesquisas in vitro sugerem que o efeito protetor do Se em relaccedilatildeo aos efeitos toacutexicos do Hg

seja em razatildeo da formaccedilatildeo de um complexo inerte Hg-Se (11) ligado agrave selenoproteiacutena P (Sepp1) no

sangue (DRASCH et al 2000)

A Figura 2 ilustra um possiacutevel mecanismo de destoxificaccedilatildeo muacutetua de Se e Hg elaborado

por Gailer et al (2000) onde o Se na forma de selenito ao ser incorporado nos eritroacutecitos eacute

reduzido atraveacutes da glutationa e no plasma liga-se agrave albumina proteiacutena responsaacutevel pelo transporte

sanguiacuteneo de Hg Sendo assim o Se natildeo reagiria de forma direta com o Hg livre mas com o Hg

ligado agrave albumina formando o complexo Hg-Se que por sua vez liga-se agrave selenoproteiacutena P e

tambeacutem aos resiacuteduos de histidina e cisteiacutena presentes na proteiacutena

Vale mencionar que a selenoproteiacutena P eacute uma glicoproteiacutena que transporta a maior parte de

Se no plasma dessa forma nos casos em que haacute deficiecircncia em Se a siacutentese de selenoproteiacutena P

pode estar prejudicada assim como a sua concentraccedilatildeo no plasma A existecircncia da selenoproteiacutena P

foi relatada haacute aproximadamente 30 anos poreacutem o progresso na tentativa de esclarecer as suas

funccedilotildees tecircm se destacado nos uacuteltimos anos (BURK HILL 2009)

Figura 2 Esquema de um possiacutevel mecanismo de destoxificaccedilatildeo muacutetua de Se e Hg

Adaptado de Gailer et al (2000)

SeO32-

e Se2-

= selenito Hg2+

= mercuacuterio livre HgSe = complexo Hg Se

HgSe

SeO32-

SeO32- Se2-GSH

Eritroacutecito

Se2-

Hg2+ (albumina)HgSe

Selenoproteiacutena P

HgSeHgSe

HgSe

28

Concentraccedilotildees adequadas de Se tambeacutem estatildeo relacionadas ao funcionamento

adequado do sistema imunoloacutegico Propriedades como quimiotaxia migraccedilatildeo e atividade

fungicida satildeo indicadores claramente dependentes da concentraccedilatildeo de Se nas ceacutelulas

fagocitaacuterias Efeitos reguladores do sistema imunoloacutegico satildeo explicados pela manutenccedilatildeo da

integridade das membranas das ceacutelulas imunocompetentes em condiccedilotildees adequadas de Se

Por isso satildeo atribuiacutedas ao Se funccedilotildees nas ceacutelulas do sistema imunoloacutegico como manutenccedilatildeo

da integridade das ceacutelulas imunocompetentes reduccedilatildeo dos peroacutexidos orgacircnicos e inorgacircnicos

formados por reaccedilotildees originadas dos radicais livres na ceacutelula regulaccedilatildeo do metabolismo dos

hidroperoacutexidos que levam agrave siacutentese de leucotrienos tromboxanos prostaglandinas e

lipoacutexidos e modulaccedilatildeo dos produtos oxidativos na respiraccedilatildeo das ceacutelulas fagocitaacuterias

(ORTUNtildeO et al 1997)

O Se tambeacutem participa na conversatildeo de tiroxina (T4) em tritiodotironina (T3) por

meio das deiodinases tipo I II e III A deficiecircncia em Se no organismo causa um decreacutescimo

de 15 a 20 na conversatildeo de T4 em T3 A enzima 5rsquo-deiodinase tipo 1 (IDI) eacute uma

selenoproteiacutena encontrada principalmente no fiacutegado e rins responsaacutevel pela conversatildeo da

forma inativa do proacute-hormocircnio T4 que eacute secretado pela tireoide agrave forma metabolicamente ativa

triiodotironina (T3) Nos casos de deficiecircncia em Se o T4 estaacute aumentado no plasma enquanto o T3

estaacute diminuiacutedo (KOumlHRLE 2000)

Outras accedilotildees protetoras do Se tecircm sido descritas no contexto das Doenccedilas Crocircnicas

Natildeo Transmissiacuteveis (DCNT) Alguns mecanismos foram propostos para esclarecer a inibiccedilatildeo

do aparecimento do cacircncer pela accedilatildeo do Se como reduccedilatildeo da hipermetilaccedilatildeo do DNA

causada pelo aumento da atividade da DNA metiltransferase regulaccedilatildeo da hipometilaccedilatildeo do

DNA que paradoxalmente ocorre durante a progressatildeo do tumor e proteccedilatildeo antioxidante que

promove equiliacutebrio entre a formaccedilatildeo de radicais livres e o funcionamento celular normal (DAVIS e

UTHUS 2002) Quando esse equiliacutebrio eacute interrompido pelo acuacutemulo de radicais livres a ceacutelula

entra em estresse oxidativo e consequentemente em instabilidade geneacutetica alterando certos

fatores de transcriccedilatildeo ou oxidando o DNA na sua base 8-hidroxidodesoxiguanosina (8-OHdG)

(BAYOUMY-EL 2001)

Estudos epidemioloacutegicos mostram correlaccedilatildeo positiva entre maior ingestatildeo de Se e

menor incidecircncia de cacircncer de tireoide pele mama ovaacuterio proacutestata e trato gastrintestinal

especialmente o coloretal (ORTUNtildeO et al 1997 NAVARRO-ALARCON e LOacutePEZ-

MARTINEZ 2000 DAVIS e UTHUS 2002) O Se tambeacutem pode diminuir o risco de

outras doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis como aterosclerose trombose arteri al e

diabetes melito (NAVARRO-ALARCON e LOacutePEZ-MARTINEZ 2000)

29

214 Deficiecircncia e Toxicidade

A deficiecircncia em Se ocorre quando a ingestatildeo diaacuteria eacute menor ou igual a 11 microgdia

enquanto ingestotildees acima de 400 microgdia podem levar agrave toxicidade (IOMFNB 2001 ZHANG

et al 2002) Os grupos mais vulneraacuteveis agrave deficiecircncia satildeo fumantes idosos gestantes

lactentes crianccedilas de 2 a 10 anos adolescentes do gecircnero feminino indiviacuteduos submetidos agrave

nutriccedilatildeo parenteral total sem suplementaccedilatildeo com Se por um periacuteodo superior a 20 ou 30 dias

enfermos de doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis indiviacuteduos sujeitos a elevado estresse e

doenccedilas debilitantes (AIDS hepatite C hanseniacutease) populaccedilotildees que habitam aacutereas com solos

pobres em Se aleacutem de populaccedilotildees que habitam aacutereas antropogecircnicas ou naturalmente

contaminadas por Hg (ORTUNtildeO et al 1997 BURKE e OPESKIN 2002 MARTENS et al

2012)

A doenccedila de Kesha definida como uma cardiomiopatia que afeta crianccedilas e mulheres

jovens estaacute diretamente relacionada agrave baixa ingestatildeo alimentar de Se a forma aguda eacute

caracterizada por insuficiecircncia suacutebita da funccedilatildeo cardiacuteaca e a fase crocircnica degeneraccedilatildeo dos

muacutesculos (especialmente necrose multifocal e fibrose no miocaacuterdio) cardiomegalia isquemia

do miocaacuterdio eletrocardiograma anormal e edema pulmonar Outra consequecircncia associada agrave

deficiecircncia eacute a doenccedila de Kashin-Beck osteoartrite endecircmica que ocorre durante a preacute-adolescecircncia

ou adolescecircncia podendo resultar em nanismo e deformaccedilatildeo das articulaccedilotildees (HOLBEN e SMITH

1999) Ressalta-se que no Brasil natildeo haacute relatos dessas deficiecircncias graves

Jaacute os sintomas da intoxicaccedilatildeo por Se satildeo distuacuterbios gastrintestinais graves paladar

metaacutelico odor de alho exalado pelas vias respiratoacuterias distuacuterbios neuroloacutegicos siacutendrome do

estresse respiratoacuterio infarto do miocaacuterdio e falecircncia renal (HOLBEN e SMITH 1999) A

toxicidade crocircnica tanto pelas formas orgacircnicas quanto inorgacircnicas apresenta caracteriacutesticas

cliacutenicas semelhantes poreacutem as concentraccedilotildees teciduais do mineral satildeo diferentes (IOM

2000)

De acordo com Yang et al (1983) os tecidos e oacutergatildeos mais afetados pela toxicidade de

Se satildeo as unhas cabelos pele e sistema nervoso As unhas tornam-se quebradiccedilas com

pontos brancos e estrias longitudinais na superfiacutecie seguido de queda da parede da unha

iniciada nos polegares Os cabelos tornam-se sem brilho e quebram-se facilmente na raiz e

aqueles que nascem em geral satildeo despigmentados Esta caracteriacutestica pode ser observada em

outros locais como axilas braccedilos e aacuterea puacutebica As lesotildees de pele ocorrem principalmente em

quatro pontos palma das matildeos e peacutes nuca cotovelos e pernas com aparecircncia inflamada e

eruptiva agraves vezes ulcerada As anormalidades no sistema nervoso soacute ocorrem nos casos de

30

maior gravidade e os sintomas incluem paralisia perifeacuterica formigamentos hiper-reflexatildeo dos

tendotildees espasmos distuacuterbio motor e hemiplegia (YANG et al 1983)

Vaacuterios fatores podem influenciar a gravidade e o tempo de aparecimento dos sinais

cliacutenicos da intoxicaccedilatildeo por Se como idade estado de nutriccedilatildeo e sauacutede do indiviacuteduo e

recidivas de alta ingestatildeo do mineral (IOMFNB 2001) Segundo Zhang et al (2002)

indiviacuteduos que jaacute sofreram intoxicaccedilatildeo por alta ingestatildeo de Se satildeo mais susceptiacuteveis a outra

intoxicaccedilatildeo provocada por menores quantidades do mineral Ingestatildeo de 910 microgdia pode

causar alteraccedilotildees nas unhas (IOMFNB 2001) Registros sobre intoxicaccedilatildeo por Se foram

encontrados em Enshi (China) onde a prevalecircncia da doenccedila ocorreu entre os anos de 1961 e

1964 com uma taxa de mortalidade de 50 da populaccedilatildeo de 248 habitantes (REILLY 1996)

Na Venezuela em um local chamado Vila Bruzual foram registrados casos de intoxicaccedilatildeo

nas crianccedilas em fase escolar sendo esta regiatildeo considerada seleniacutefera (JAFFEacute et al 1972)

22 MERCUacuteRIO

O Hg eacute o uacutenico metal que se apresenta no estado liacutequido em temperatura ambiente e a

0degC (BISINOTI 2005) presente naturalmente na crosta terrestre aacutegua e atmosfera Dentre as

diferentes formas quiacutemicas a espeacutecie de distribuiccedilatildeo mais ampla eacute o Hg na forma de vapor

predominante na atmosfera seguido da forma inorgacircnica dominante em aacuteguas naturais e do

metilmercuacuterio que eacute de extrema importacircncia ambiental em razatildeo de sua elevada toxicidade

principalmente em mamiacuteferos (GALVAtildeO et al 2007)

As primeiras evidecircncias dos efeitos neurotoxicoloacutegicos do Hg em consequecircncia da

ingestatildeo materna de alimentos contaminados foram observadas em crianccedilas na cidade de

Minamata no Japatildeo onde o metilmercuacuterio liberado de uma induacutestria quiacutemica contaminou as

aacuteguas da baiacutea e os peixes consumidos pela populaccedilatildeo Em 1953 a doenccedila de Minamata foi

reconhecida como uma doenccedila neuroloacutegica e chamou atenccedilatildeo do mundo para o problema da

intoxicaccedilatildeo por metais toacutexicos (TAKEUCKI e ETO 1999 FARIAS et al 2006) O Hg entatildeo

passou a ser considerado um dos metais mais perigosos no que diz respeito agrave contaminaccedilatildeo

ambiental e agrave sauacutede humana (FARIAS et al 2006)

Apoacutes a intoxicaccedilatildeo por Hg em Minamata as pesquisas foram direcionadas para os

possiacuteveis efeitos da exposiccedilatildeo crocircnica assim como concentraccedilotildees baixas de metilmercuacuterio

principalmente em crianccedilas em virtude da transferecircncia materna infantil durante a gestaccedilatildeo

uma vez que esse metal ultrapassa facilmente a barreira placentaacuteria e pode causar

31

consequecircncias graves agrave sauacutede do bebecirc que eacute sensiacutevel a menores concentraccedilotildees quando

comparados aos adultos (GALVAtildeO et al 2007)

A exposiccedilatildeo e acumulo do Hg durante o desenvolvimento fetal e amamentaccedilatildeo estatildeo

diretamente relacionados com a carga materna e a transferecircncia desse metal para a placenta e

leite materno (STEUERWALD et al 2000 CEacuteZAR 2002 MARQUES 2002) O alimento

que mais contribui para a contaminaccedilatildeo por Hg eacute o peixe pois as espeacutecies aquaacuteticas absorvem

o Hg na forma de metilmercuacuterio (DOMINGUES 2000) e o grau de exposiccedilatildeo eacute influenciado

por fatores como a frequecircncia da ingestatildeo de pescados a preferecircncia (peixes carniacutevoros

apresentam maiores quantidade de Hg) tamanho e niacutevel troacutefico (PARADIS et al 1997)

O Hg ao entrar na circulaccedilatildeo sanguiacutenea se liga a proteiacutenas e se distribui pelos tecidos

concentrando-se nos rins fiacutegado medula oacutessea ceacuterebro ossos e pulmotildees (SAacute et al 2006)

Os sinais e sintomas da intoxicaccedilatildeo dependem de vaacuterios fatores como gecircnero idade

hormocircnios taxa de hemoglobina e capacidade de induccedilatildeo das metalotioneiacutenas que podem

funcionar como barreiras protetoras do ceacuterebro e cerebelo (EPA 1997) No homem o

sistema nervoso central eacute o principal oacutergatildeo acometido pelo metilmercuacuterio e os sintomas

cliacutenicos incluem parestesia (alteraccedilotildees sensoriais) ataxia (falta de coordenaccedilatildeo nos

movimentos) e disartria (dificuldade na articulaccedilatildeo das palavras) aleacutem de distuacuterbios visuais e

auditivos A ocorrecircncia dos sintomas cliacutenicos tambeacutem eacute dose dependente (IPCS 1990) Aleacutem

de tremor vertigem entorpecimento dor de cabeccedila catildeibra fraqueza depressatildeo dispneia

tosse inflamaccedilotildees gastrintestinais queda de cabelo naacuteusea e vocircmitos (CANELA 1995) O

quadro cliacutenico tiacutepico das crianccedilas geradas sob tais exposiccedilotildees inclui microcefalia (maacute

formaccedilatildeo no crescimento do ceacuterebro) hiper-reflexia (reflexos muito ativos ou responsivos em

excesso) e deficiecircncia visual auditiva mental e motora (IPCS 1990)

A excreccedilatildeo do Hg do corpo humano ocorre por via urinaacuteria ou fecal diferindo de

acordo com a forma dose e tempo apoacutes a exposiccedilatildeo Uma pequena fraccedilatildeo eacute eliminada pela

respiraccedilatildeo mas a excreccedilatildeo fecal eacute a maior e a principal via apoacutes a exposiccedilatildeo ao Hg (FORD et

al 2001)

Segundo Fadini e Jardim (2001) a presenccedila do Hg na regiatildeo Amazocircnica se deve

principalmente agrave extraccedilatildeo de ouro e aos processos naturais e antroacutepicos Aleacutem disso como os

solos da bacia Amazocircnica satildeo antigos apresentam capacidade elevada de reter o Hg e acumulaacute-lo

durante anos (MIRETZKY et al 2005) A poluiccedilatildeo do Hg na Amazocircnia eacute um problema

ambiental grave pois 70 a 170 toneladas deste metal satildeo lanccedilados anualmente no meio

ambiente pela atividade informal de mineraccedilatildeo de ouro e queimadas o que representa uma

fonte primaacuteria de emissatildeo do Hg Como resultado uma grande quantidade do metal sofre

32

metilaccedilatildeo e se acumula nos peixes da cadeia alimentar (MEECH 1997 PINHEIRO et al

2000)

Em relaccedilatildeo agrave genotoxicidade do Hg tecircm-se descrito que este metal pode ser

responsaacutevel por mutaccedilotildees em niacuteveis cromossocircmico e gecircnico sendo a compreensatildeo destes

efeitos de grande importacircncia em razatildeo de suas consequecircncias para a sauacutede humana

(AZEVEDO 2003) O Hg produz depleccedilatildeo dos principais antioxidantes celulares

principalmente os que contecircm grupos tioacutelicos e pode tambeacutem aumentar a geraccedilatildeo das espeacutecies

reativas de oxigecircnio como os radicais hidroxila (HO) os radicais superoacutexido (O2-) ou

peroacutexido de hidrogecircnio (H2O2) aumentando o estresse oxidativo e assim causar alteraccedilotildees

nas funccedilotildees das ceacutelulas (ERCAL et al 2001 PEROTTONI et al 2004)

A Figura 3 apresenta possiacuteveis mecanismos moleculares de genotoxicidade do Hg o

qual entra na ceacutelula atraveacutes da membrana plasmaacutetica ou por meio de transportadores podendo

afetar o DNA de diversas formas Uma delas eacute aumentando a produccedilatildeo de ERRO as quais

podem reagir diretamente com o DNA ou indiretamente ao induzir mudanccedilas

conformacionais nas proteiacutenas responsaacuteveis pela formaccedilatildeo e manutenccedilatildeo do mesmo Tambeacutem

pode reagir de forma direta nos microtuacutebulos evitando a organizaccedilatildeo em fuso dos

cromossomos durante a atividade mitoacutetica Esses danos ao DNA podem ser causados tanto

pelos radicais livres gerados pelo Hg como pelo proacuteprio metal (CRESPO-LOacutePEZ et al

2009)

Figura 3 Mecanismos moleculares de genotoxicidade do Hg

Fonte Adaptado de Crespo-Loacutepez et al (2009)

EROS Espeacutecies Reativas de Oxigecircnio

EROS

D

N

A

M

E

R

C

Uacute

R

I

O

Microtuacutebulos

33

De acordo com os pesquisadores Pinheiro et al (2006) e Harada et al (2001)

concentraccedilotildees de Hg dez vezes menores que os valores de referecircncia estabelecidos pela World

Health Organization (WHO) foram relacionados com a genotoxicidade no sistema nervoso

central apontando para a necessidade de uma revisatildeo dos padrotildees adotados pela WHO

(1990)

Evidencia-se que populaccedilotildees residentes em aacutereas de risco de contaminaccedilatildeo por Hg

podem estar mais susceptiacuteveis a um aumento do estresse oxidativo Entretanto a intensidade

dos danos dependeraacute de fatores como a amplitude da geraccedilatildeo de ERO nos alvos celulares da

atividade dos sistemas de defesa antioxidante e da presenccedila ou da ausecircncia de metais de

transiccedilatildeo (HALLIWELL e CHIRICO 1993) Dependeraacute ainda da ingestatildeo de nutrientes

pois o consumo inadequado de Se estaacute relacionado com uma reduccedilatildeo da atividade da GPx

prejudicando o sistema de defesa antioxidante do organismo (COMINETTI 2011)

23 ESTRESSE OXIDATIVO

O estresse oxidativo eacute caracterizado pelo desequiliacutebrio entre substacircncias antioxidantes

e oxidantes e o efeito das espeacutecies reativas eacute equilibrado pela accedilatildeo antioxidante enzimaacutetica e

natildeo enzimaacutetica do sistema bioloacutegico (VALKO et al 2006)

As espeacutecies reativas de oxigecircnio (ERO) bem como as Espeacutecies Reativas de Nitrogecircnio

(RNS) satildeo moleacuteculas que contecircm oxigecircnio ou nitrogecircnio respectivamente com um ou mais

eleacutetrons desemparelhados o que as torna instaacuteveis e reativas Essas moleacuteculas satildeo produtos do

metabolismo celular normal que exercem um papel duplo no organismo uma vez que podem

atuar de forma beneacutefica ou prejudicial Os efeitos beneacuteficos ocorrem em baixas eou

moderadas concentraccedilotildees e envolvem funccedilotildees fisioloacutegicas como atuaccedilatildeo na defesa do

organismo contra agentes infecciosos e em sistemas de sinalizaccedilatildeo celular aleacutem da induccedilatildeo

de resposta mitogecircnica (RIDNOUR et al 2005 VALKO et al 2006)

Com o objetivo de emparelhar seus eleacutetrons estas substacircncias podem adquirir eleacutetrons

de outras moleacuteculas tornando-as instaacuteveis e convertendo-se em radicais livres Como exemplo

de radicais livres destacam-se o superoacutexido (O2) a hidroxila (OH) o tiol (SH-) o

triclorometil (CCl3) e o oacutexido niacutetrico (NO) Vale ressaltar que caso essas espeacutecies natildeo sejam

removidas ou neutralizadas podem reagir com lipiacutedios proteiacutenas e aacutecidos nucleicos

causando danos nas funccedilotildees celulares (CHAUHAN e CHAUHAN 2006) Dentre os prejuiacutezos

ao metabolismo celular podem ocorrer ruptura das fitas do DNA aumento na concentraccedilatildeo

34

de caacutelcio intracelular livre danos em transportadores de iacuteons ou em outras proteiacutenas

especiacuteficas e peroxidaccedilatildeo de lipiacutedios (HALLIWELL e CHIRICO 1993)

Aleacutem disso os aacutecidos graxos poli insaturados que estatildeo presentes em grande

quantidade nas ceacutelulas satildeo mais susceptiacuteveis agrave oxidaccedilatildeo em razatildeo da presenccedila de grupos

metilecircnicos entre duplas ligaccedilotildees e por isso tornam-se alvos mais provaacuteveis quando

comparados ao DNA (LOUREIRO et al 2002) A peroxidaccedilatildeo lipiacutedica se inicia com o

ataque agrave bicamada lipiacutedica por qualquer espeacutecie reativa capaz de abstrair um aacutetomo de

hidrogecircnio de um aacutecido graxo poli insaturado e apoacutes a iniciaccedilatildeo esse processo eacute cataliacutetico o

que favorece a formaccedilatildeo de hidroperoacutexidos Com a abstraccedilatildeo do aacutetomo de hidrogecircnio do

aacutecido graxo poli insaturado (LH) eacute formado o radical lipiacutedico (Lbull) que eacute rapidamente

adicionado a uma moleacutecula de oxigecircnio levando agrave formaccedilatildeo do radical peroxil (LOObull) sendo

capaz de reagir com outro aacutecido graxo poli insaturado iniciando uma nova cadeia de oxidaccedilatildeo

a partir da formaccedilatildeo de outro radical lipiacutedico (Lbull) (LOUREIRO et al 2002) O radical peroxil

pode ser rearranjado via reaccedilotildees de ciclizaccedilatildeo de endoperoacutexidos e como produto final o

malondialdeiacutedo (MDA) que eacute considerado mutagecircnico em ceacutelulas de mamiacuteferos pois pode

reagir com as bases nitrogenadas guanina adenina e citosina formando adutos que levam a

ligaccedilotildees cruzadas de DNA-DNA ou DNA-proteiacutenas ocasionando aumento do estresse

oxidativo (VALKO et al 2006) Menciona-se tambeacutem as oxidaccedilotildees enzimaacuteticas do aacutecido

araquidocircnico que ocorrem durante a siacutentese de eicosanoacuteides bem como as reaccedilotildees

catalisadas por ciclo oxigenases ou lipoxigenases que satildeo importantes fontes de ERO ou

hidroperoacutexidos lipiacutedicos (LOUREIRO et al 2002)

Por outro lado o organismo dispotildee de mecanismos que tecircm a finalidade de proteccedilatildeo

contra os processos oxidativos Estas defesas antioxidantes satildeo de extrema importacircncia pois

satildeo responsaacuteveis pela remoccedilatildeo direta dos radicais livres promovendo maacutexima proteccedilatildeo aos

siacutetios bioloacutegicos (VALKO et al 2006)

O principal sistema antioxidante eacute o enzimaacutetico que inclui enzimas como a

superoacutexido dismutase (SOD) que converte radicais superoacutexido em peroacutexido de hidrogecircnio a

catalase e a GPx as quais reduzem peroacutexido de hidrogecircnio e hidroperoacutexidos lipiacutedicos

(COMINETTI et al 2011 HAMANASHI et al 2004) A glutationa redutase (GR) tambeacutem

eacute uma enzima que participa desse processo pois eacute responsaacutevel pela regeneraccedilatildeo da glutationa

em sua forma reduzida (GSH) que eacute utilizada como substrato da enzima GPx (PRADA et al

2004) Existem

Quanto ao sistema antioxidante natildeo enzimaacutetico inclui compostos antioxidantes de

origem alimentar que muitas vezes satildeo utilizados como cofatores pelas enzimas antioxidantes

35

(BARBOSA et al 2010) Como exemplo de compostos que atuam por meio da neutralizaccedilatildeo

das ERO produzidas tanto no meio intra quanto extracelular tem-se o tocoferol (vitamina E) o

beta-caroteno (proacute-vitamina A) o Se cofator enzimaacutetico da GPx o cobre o zinco e o aacutecido

ascoacuterbico (BERGER 2005 PRADA et al 2004 PAPP et al 2007) Aleacutem do Se como

exemplo de cofator enzimaacutetico antioxidante destacam-se o zinco e o cobre que participam da

estrutura das enzimas Zn-Cu-SOD (SOD1) e SOD extracelular (SOD3) (FORMIGARI et al

2007 COMINETTI et al 2011) Existem ainda varredores de radicais livres hidrofiacutelicos

como o ascorbato e flavonoacuteides (CASTRO e FREEMAN 2001)

Aleacutem da relaccedilatildeo entre estresse oxidativo e sistema de defesa antioxidante ressalta-se a

importacircncia de se avaliar as caracteriacutesticas geneacuteticas individuais como por exemplo a

presenccedila de polimorfismos geneacuteticos uma vez que estes podem inferir nas concentraccedilotildees de

nutrientes organismo (VIVANCO et al 2006)

24 POLIMORFISMOS GENEacuteTICOS

Por meio do projeto genoma humano foi possiacutevel revelar natildeo somente o

sequenciamento completo dos genes humanos mas tambeacutem as interaccedilotildees entre os genes e o

meio ambiente Diversas mutaccedilotildees foram descobertas apoacutes o sequenciamento e os

polimorfismos satildeo resultantes destas alteraccedilotildees sendo os diferentes modelos decorrentes do

tipo de mutaccedilatildeo que os originou (BROOKES 1999 YAMADA 2010) Os polimorfismos

podem ser de inserccedilotildees de pares de base uacutenica de deleccedilotildees ou substituiccedilotildees de um par de

bases por outro

O tipo mais comum de polimorfismo eacute denominado SNP (Single Nucleotide

Polymorfism) ou polimorfismo de nucleotiacutedeo uacutenico que eacute uma mutaccedilatildeo simples na qual

acontece a troca de um nucleotiacutedeo por outro em determinado ponto do DNA A ocorrecircncia

de SNPs eacute de aproximadamente um em cada mil bases do genoma humano estimando a

ocorrecircncia em milhotildees (BROOKES 1999)

Os polimorfismos que resultam da inserccedilatildeo ou da deleccedilatildeo de nucleotiacutedeos em

fragmentos da moleacutecula de DNA ocorrem em um deacutecimo de frequecircncia dos SNP Os tipos

mais comuns de polimorfismo de inserccedilatildeo eou deleccedilatildeo satildeo os de bases repetidas chamados

de STR (Simple Tandem Repeats) ou microssateacutelites e os de padrotildees de nucleotiacutedeos

repetidos em uma regiatildeo do DNA conhecidos como VNTR (Variable Number of Tandem

Repeats) ou minissateacutelites (SCHORK et al 2000)

36

Aqueles polimorfismos que podem causar alteraccedilotildees nas sequecircncias de aminoaacutecidos

codificados acarretando danos nas funccedilotildees como alteraccedilatildeo nos siacutetios de interaccedilatildeo na

solubilidade e na estabilidade da proteiacutena estatildeo localizados nos eacutexons regiatildeo codificadora do

gene e satildeo chamadas de non-synonymous SNP ndash nsSNP (RAMENSKY et al 2002)

Estudos que envolvem genocircmica nutricional tecircm sido relacionados a importantes

associaccedilotildees entre polimorfismos e consumo de nutrientes permitindo melhor compreensatildeo de

como a nutriccedilatildeo influencia as vias de homeostase metaboacutelica Essa descoberta possibilitou

uma perspectiva na reduccedilatildeo do risco de doenccedilas uma vez que as interaccedilotildees existentes entre os

genes e os nutrientes permitem descrever a modulaccedilatildeo dos efeitos dos componentes

alimentares em um fenoacutetipo especiacutefico associado a um polimorfismo geneacutetico

(STRATIGOPOULOS et al 2008 KAUWELL 2005)

Como exemplo de SNP que pode estar relacionado ao status de Se pode-se destacar o

Pro198Leu no gene da GPx 1 Jaacute como exemplo de um polimorfismo de deleccedilatildeo que pode

interferir nas concentraccedilotildees de Hg no organismo destaca-se o GSTM1 no gene da GST

241 Polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) no Gene da GPx 1

De acordo com Hesketh (2008) polimorfismos na regiatildeo codificadora dos genes de

selenoproteiacutenas podem alterar a incorporaccedilatildeo do Se e influenciar a capacidade antioxidante

No gene humano da GPx 1 que eacute a isoforma intracelular citosoacutelica mais abundante nos

sistemas bioloacutegicos localizado na regiatildeo cromossomica 3p213 foram descobertos vaacuterios

polimorfismos sendo mais de 30 SNP dentre eles o Pro198Leu (rs 1050450) Nesse SNP

ocorre uma substituiccedilatildeo da base nitrogenada citosina por timina (CrarrT) no exoacuten 2 do

nucleotiacutedio 594 do gene resultando na troca do aminoaacutecido prolina por leucina no coacutedon 198

(FOSBERG et al 1999) A troca do aminoaacutecido prolina por leucina pode causar

consequecircncias na atividade da enzima GPx 1 pois a prolina eacute o uacutenico aminoaacutecido sem grupo

amino livre no carbono alfa ocasionando uma torccedilatildeo na estrutura secundaacuteria dos peptiacutedeos

(FOSBERG et al 2000 JABLONSKA et al 2009 ARSOVA-SARAFINOVSKA et al

2009)

Segundo Suzen et al (2010) que avaliaram a frequecircncia dos alelos e genoacutetipos de

diversas populaccedilotildees do mundo o maior percentual geralmente eacute de indiviacuteduos com genoacutetipos

selvagens (ProPro) seguidos por heterozigotos para o polimorfismo ou seja com um alelo

variante (ProLeu) e depois por indiviacuteduos homozigotos (LeuLeu)

37

No Brasil em relaccedilatildeo agrave frequecircncia desse polimorfismo aleacutem desse estudo

pesquisadores do Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo - Minerais da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas

da Universidade de Satildeo Paulo determinaram por meio de vaacuterios estudos a frequecircncia

genotiacutepica do Pro198Leu em vaacuterias populaccedilotildees de cidades do Brasil e os resultados estatildeo

ilustrados no Quadro 3 a seguir

Quadro 3 Frequecircncia genotiacutepica em relaccedilatildeo ao polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) no

gene que codifica GPx1 encontrada em pesquisas realizadas no Brasil no Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo e Minerais da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo

(USP)

Estado Nuacutemero de

participantes

ProPro

()

ProLeu

()

LeuLeu

()

SANTOS (2013) Cearaacute 176 55 38 7

ROCHA (2015) Rondocircnia 190 56 37 7

NISHIMURA

(2010) Satildeo Paulo

175 (Caso)

203 (Controle)

50

51

43

43

7

6

DONADIO

(2011) Satildeo Paulo 124 49 48 3

COMINETTI et

al (2011) Satildeo Paulo 37 49 38 13

CARDOSO et

al (2012) Satildeo Paulo

28 (Caso)

29 (Controle)

75

72

14

14

11

14

Uma das principais descobertas dos estudos sobre o polimorfismo Pro198Leu estaacute

relacionada agrave presenccedila do alelo Leu pois algumas pesquisas verificaram que esse genoacutetipo

pode diminuir a atividade da GPx 1 e aleacutem disso estudos associaram a concentraccedilatildeo

eritrocitaacuteria de Se com a sua atividade indicando que o genoacutetipo LeuLeu pode influenciar

tambeacutem o estado nutricional dos indiviacuteduos relativo ao Se (JABLONSKA et al 2009)

Em indiviacuteduos natildeo doentes Forsberg et al (2000) e Jablonska et al (2009) natildeo

observaram associaccedilotildees entre a atividade da enzima GPx 1 e o genoacutetipo Poreacutem na pesquisa

de Jablonska et al (2009) foi obtida uma associaccedilatildeo significativamente diferente entre cada

grupo de genoacutetipo avaliado em relaccedilatildeo agrave atividade da GPx 1 e a concentraccedilatildeo de Se Dessa

forma os pesquisadores presumiram que a resposta agrave ingestatildeo ou agrave suplementaccedilatildeo de Se

assim como a atividade da enzima pode estar relacionadas aos genoacutetipo do indiviacuteduo Aleacutem

disso os autores sugeriram que carreavam indiviacuteduos que possuiacuteam ao menos um alelo Pro

teriam maior atividade da enzima quando comparados agravequeles com ambos alelos Leu

38

Ravn-Haren et al (2006) observaram em mulheres com cacircncer de mama que a

atividade da GPx 1 foi significativamente menor nas participantes com a presenccedila do genoacutetipo

Leu em comparaccedilatildeo agravequelas com genoacutetipo Pro Isso foi observado tanto nas mulheres doentes

quanto naquelas do grupo controle Aleacutem de alguns tipos de cacircncer como o de bexiga

colorretal de pulmatildeo e de mama outras doenccedilas satildeo relacionadas com o polimorfismo

Pro198Leu tais como siacutendrome metaboacutelica (KUZUYA et al 2008) e concentraccedilotildees elevados

de triacilgliceroacuteis em pacientes com diabetes melito tipo 2 (CHEN et al 2012)

242 Polimorfismo GSTM1 no Gene da GST

A GST eacute uma famiacutelia de enzimas intracelulares localizadas no citosol que modulam a

accedilatildeo de toxinas endoacutegenas e exoacutegenas sobre as ceacutelulas evitando danos ao DNA

(MANNERVIK et al 1985 MORAIS et al 2008 CASTRO e LIMA 2013) Este grupo de

enzimas tem sido amplamente estudado pois estatildeo envolvidas no metabolismo de muitos

carcinoacutegenos poluentes ambientais e drogas anticanceriacutegenas Dessa forma supotildee-se que a

inexistecircncia de enzimas especiacuteficas ou deleccedilotildees homozigoacuteticas possam ocasionar ao

organismo maior susceptibilidade a desenvolver neoplasias como cacircncer de bexiga coacutelon

pulmatildeo pele estocircmago e mama aleacutem de diabetes e asma (ZHENG etal 2002 CHARRIER

et al 1999 PARK et al 2003 ANTON et al 2010 CASTRO e LIMA 2013)

Existem cinco classes de genes da GST (alfa mu pi theta e zeta) Nos genes da classe

mu tecircm-se o GSTM1 GSTM2 GSTM3 GSTM4 e GSTM5 na regiatildeo cromossocircmica 1p133 O

polimorfismo no locus M1 eacute o mais estudado e apresenta trecircs alelos dois considerados ativos

GSTM1A e GSTM1B e o terceiro alelo nulo ou deletado (GSTM10) O que difere o

GSTM1A do GSTM1B apesar de serem proteiacutenas funcionalmente idecircnticas eacute que o

GSTM1A contecircm a proteiacutena lisina na posiccedilatildeo 172 e o GSTM1B contecircm a asparagina nessa

mesma posiccedilatildeo (DEJONG et al 1988 WIDERSTEN et al 1991)

Dessa forma o polimorfismo GSTM10 no gene da GST eacute classificado como

polimorfismo de deleccedilatildeo ou seja indiviacuteduos homozigotos que carreiam o genoacutetipo

GSTM10 apresentam deleccedilatildeo do gene inteiro e natildeo expressam a proteiacutena GST (KLATAU-

GUIMARAtildeES et al 2005 JAIN et al 2006 MANNERVICK et al 2005)

Klatau-Guimaratildees et al (2005) avaliaram a suscetibilidade agrave contaminaccedilatildeo por Hg e a

relaccedilatildeo com o polimorfismo da enzima GST atraveacutes de biomarcadores moleculares em

algumas tribos indiacutegenas da Amazocircnia Apoacutes a obtenccedilatildeo dos resultados observou-se que

fatores geneacuteticos podem influenciar o acuacutemulo de Hg no organismo pois os indiviacuteduos que

39

carreavam o genoacutetipo GSTM10 (deletado) apresentaram concentraccedilotildees maiores deste metal

nos cabelos quando comparados aos indiviacuteduos com genoacutetipo GSTM1 Com a ausecircncia desta

enzima o organismo pode natildeo estar apto a destoxificar o Hg de forma adequada uma vez que

esta eacute uma das funccedilotildees atribuiacutedas agrave GST Sendo assim esses indiviacuteduos podem apresentar

maiores concentraccedilotildees ou retenccedilatildeo de Hg no organismo

Naganuma et al (1990) e Choi et al (1996) afirmam que a deficiecircncia de GST estaacute

associada com a sensibilidade ao cloreto de Hg e ao metilmercuacuterio Entretanto ainda existem

inconsistecircncias na relaccedilatildeo entre o polimorfismo GSTM1 e a concentraccedilatildeo de Hg no

organismo (GUNDACKER et al 2007) De acordo com Hatagima et al (2000) a frequecircncia

do polimorfismo no gene da classe mu estaacute ausente ou deletado (GSTM10) de forma

homozigoacutetica em torno de 40 a 50 em diferentes populaccedilotildees eacutetnicas conforme ilustrado no

Quadro 4 que mostra a frequecircncia deste alelo assim como do GSTM1A GSTM1B

GSTM1AB inclusive na populaccedilatildeo brasileira

Quadro 4 Distribuiccedilatildeo da frequecircncia do polimorfismo GSTM1(ABAB0) no gene da GST em

diferentes etnias

Etnias GSTM1

A B AB 0

Brasileiros (Rio de Janeiro) 197 (30) 105 (16) 51 (8) 305 (46)

Brasileiros (Distrito Federal) 43 (24) 33 (184) 16 (9) 87 (486)

Brasileiros (Satildeo Paulo) 21 (29) 10 (14) 7 (9) 35 (48)

Nigerianos 49 (71) 4 (6) 1 (13) 15 (217)

Japoneses 13 (8) 68 (41) 5 (3) 80 (482)

Chineses 10 (10) 28 (30) 2 (2) 56 (583)

Indiacutegenas 15 (35) 7 (16) 6 (14) 15 (35)

Franceses 24 (43) 5 (9) 3 (5) 24 (43)

Ingleses 158 (28) 74 (135) 23 (4) 306 (545)

Fonte Hatagima et al (2000)

Considerando a importacircncia do polimorfismo GSTM10 no gene da GST e o fato da

populaccedilatildeo deste estudo residir em aacuterea de risco de contaminaccedilatildeo por Hg a anaacutelise de tais

40

dados torna-se necessaacuteria uma vez que o genoacutetipo nulo ou deletado pode influenciar as

concentraccedilotildees do metal no organismo

41

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Avaliar o estado nutricional relativo ao Se concentraccedilotildees de Hg e suas relaccedilotildees com o

estresse oxidativo e os polimorfismos Pro198Leu no gene da GPx 1 e GSTM1 no gene da

GST em mulheres residentes em aacuterea de risco de contaminaccedilatildeo por Hg

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Avaliar o estado nutricional das voluntaacuterias em relaccedilatildeo agrave antropometria

Analisar a ingestatildeo alimentar de energia macronutrientes e Se

Determinar as concentraccedilotildees plasmaacuteticas e eritrocitaacuterias de Se e a atividade

eritrocitaacuteria total da enzima GPx

Avaliar as concentraccedilotildees de Hg nos cabelos

Associar a presenccedila dos polimorfismos Pro198leu e GSTM1 com os biomarcadores do

estado nutricional relativo ao Se e Hg respectivamente bem como com as

concentraccedilotildees de MDA e ORAC

42

4 METODOLOGIA

41 CASUIacuteSTICA E DELINEAMENTO

O estudo foi do tipo transversal descritivo com abordagem quantitativa e qualitativa

dos dados Participaram da pesquisa mulheres entre 19 e 50 anos residentes da cidade de

Porto Velho Rondocircnia (RO) Para o caacutelculo do tamanho da amostra considerou-se a

prevalecircncia do alelo variante Pro198Leu de 32 Fixou-se o niacutevel de significacircncia de 5 (

= 005) e um erro amostral de 65 Esses valores aplicados na equaccedilatildeo abaixo indicada para

populaccedilotildees infinitas proporcionou uma amostra de tamanho n igual a 200 mulheres

O projeto foi aprovado pelo comitecirc de eacutetica da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas

da Universidade de Satildeo Paulo (FCFUSP) parecer 119 e protocolo 574 (ANEXO 1) Na

Figura 4 abaixo estaacute representado o mapa do Brasil com destaque para o estado de Rondocircnia

e a cidade de Porto Velho onde a pesquisa foi realizada

Figura 4 Representaccedilatildeo do mapa do Brasil do estado de Rondocircnia e da cidade de Porto

Velho (RO)

Adaptado de Campos et al (2002)

43

Para ampla divulgaccedilatildeo da pesquisa cartazes com informaccedilotildees a respeito do estudo

foram espalhados pela cidade de Porto Velho em pontos de ocircnibus na secretaria de educaccedilatildeo

(SEDUC) na secretaria de sauacutede (SESAU) em academias de ginaacutestica em faculdades

particulares e tambeacutem na Universidade Federal de Rondocircnia (UNIR) (APEcircNDICE 1) Apoacutes

as procuras e declaraccedilotildees de interesse em participar da pesquisa as voluntaacuterias que se

adequavam ao perfil do estudo assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(APEcircNDICE 2) e em seguida responderam um questionaacuterio com informaccedilotildees

socioeconocircmicas presenccedila de doenccedilas e estilo de vida (APEcircNDICE 3) Natildeo foram incluiacutedas

no estudo mulheres com idade inferior a 19 ou superior a 50 anos fumantes com doenccedilas

crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e infecciosas (auto-relatadas) poacutes-menopausa que realizavam

atividade fiacutesica de forma intensa que utilizavam suplementos vitamiacutenicos eou minerais e que

residiam em local diferente do estabelecido

42 COLETA DE DADOS

A coleta dos dados (consumo alimentar antropometria material bioloacutegico) foi

realizada no laboratoacuterio Alphaclin (Porto Velho ndash RO) entre os meses de fevereiro a maio de

2011 entretanto todas as anaacutelises em material bioloacutegico foram realizadas em Laboratoacuterios da

Universidade de Satildeo Paulo (USP)

Para avaliar o consumo alimentar todas as participantes foram instruiacutedas pela

responsaacutevel da pesquisa a preencher um formulaacuterio de registro alimentar de 24 horas

(APEcircNDICE 4) que continha instruccedilotildees de preenchimento e fotos ilustrativas de medidas

caseiras de alguns alimentos com a finalidade de facilitar a obtenccedilatildeo dos dados de consumo

bem como para o melhor entendimento das voluntaacuterias reduzindo dessa forma as duacutevidas e

os erros de preenchimento Aleacutem do registro de 24 horas as voluntaacuterias responderam um

formulaacuterio a respeito do consumo de peixes da regiatildeo que poderiam estar relacionados com o

risco de contaminaccedilatildeo de Hg (ANEXO 2)

Os dados antropomeacutetricos (peso estatura e circunferecircncia da cintura) foram obtidos

apoacutes a entrega dos formulaacuterios de registros alimentares Em seguida para determinar as

concentraccedilotildees de Hg total cortou-se uma pequena quantidade de cabelo das voluntaacuterias

(aproximadamente 1g de amostra) da parte posterior da cabeccedila proacuteximo agrave regiatildeo occipital

(nuca) com auxiacutelio de uma tesoura de accedilo inoxidaacutevel que foi higienizada com acetona a cada

corte

44

Com a finalidade de avaliar o estado nutricional das participantes em relaccedilatildeo ao Se

atividade da enzima GPx estresse oxidativo e determinaccedilatildeo dos polimorfismos foram

coletados 20 mL de sangue por punccedilatildeo venosa Esse procedimento foi realizado no periacuteodo da

manhatilde por um profissional de enfermagem capacitado estando as voluntaacuterias em jejum de 10

a 12 horas

A coleta foi realizada com seringas plaacutesticas descartaacuteveis e agulhas de accedilo inoxidaacutevel

esteacutereis e descartaacuteveis Todos os materiais bioloacutegicos foram distribuiacutedos em tubos de vidro

contendo anticoagulante EDTA (aacutecido etilenodiamino tetraceacutetico) sendo que uma pequena

quantidade (sangue total) de todas as amostras foi armazenada em microtubos esteacutereis e

autoclavados para anaacutelise dos polimorfismos

O plasma foi separado do sangue total por centrifugaccedilatildeo a 3000 rpm durante 15

minutos a 4ordmC sendo extraiacutedo com pipeta automaacutetica e acondicionado em microtubos

previamente desmineralizados para determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo plasmaacutetica de Se

malondialdeiacutedo (MDA) e da capacidade de absorccedilatildeo de radicais livres de oxigecircnio (ORAC)

Em seguida o resiacuteduo contendo os eritroacutecitos foi lavado trecircs vezes com 5 mL de soluccedilatildeo

fisioloacutegica de cloreto de soacutedio a 09 homogeneizado lentamente por inversatildeo e centrifugado

a 10000 rpm por 10 minutos a 4ordmC sendo o sobrenadante descartado e dessa forma obtendo-

se a massa eritrocitaacuteria que foi extraiacuteda cuidadosamente com micropipeta e armazenada em

tubos de polipropileno desmineralizados para determinaccedilatildeo do Se eritrocitaacuterio e da atividade

da enzima GPx

Todas as amostras foram acondicionadas em gelo seco e transportadas em um

recipiente teacutermico por via aeacuterea de Porto Velho para Satildeo Paulo onde as amostras foram

armazenadas em freezer -80ordmC ateacute o momento das anaacutelises no laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo -

Minerais da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo (FCFUSP)

Quanto agraves amostras de cabelo coletadas estas foram armazenadas em envelopes de papel e

acondicionados em temperatura ambiente ateacute o momento das anaacutelises no Laboratoacuterio de

Anaacutelise por Ativaccedilatildeo Neutrocircnica - LANCRPq ndash Instituto de Pesquisas Energeacuteticas Nucleares

(IPENCNEN) ndash SP

Todos os materiais utilizados (vidrarias plaacutesticos ponteiras etc) foram

desmineralizados em banho de aacutecido niacutetrico a 20 por no miacutenimo 12 horas e enxaguados

pelo menos 10 vezes consecutivas com aacutegua ultra pura Milli-Q (resistividade de 182 MΩcm

a 25ordmC) para evitar a contaminaccedilatildeo por minerais Os reagentes utilizados nas anaacutelises tinham

um grau de pureza analiacutetica (PA) e a aacutegua ultrapura Milli-Q foi utilizada no preparo das

soluccedilotildees e diluiccedilatildeo das amostras

45

43 AVALIACcedilAtildeO ANTROPOMEacuteTRICA

Para avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica foram aferidos o peso a estatura e a circunferecircncia da

cintura (CC) Todas as afericcedilotildees foram realizadas por nutricionista segundo teacutecnicas

preconizadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2004)

O peso foi mensurado em balanccedila antropomeacutetrica da marca Filizolareg

modelo

ldquoWelmyrdquo com capacidade de 150 kg e graduaccedilatildeo de 100 g A estatura foi aferida em

estadiocircmetro com reacutegua antropomeacutetrica de ateacute 2 m e divisatildeo de 05 cm acoplado agrave balanccedila A

adequaccedilatildeo do peso das participantes foi avaliado pelo indicador Iacutendice de Massa Corporal ndash

IMC (Kgm2) calculado pela razatildeo do peso corporal em quilos pelo quadrado da altura em

metros Em seguida utilizou-se a classificaccedilatildeo da World Health Organization (WHO 2000)

de acordo com o Quadro 5 a seguir como um dos criteacuterios para classificar o IMC das

participantes

Quadro 5 Classificaccedilatildeo do Iacutendice de Massa Corpoacuterea (IMC) para adultos

Classificaccedilatildeo IMC (kgm2) Risco de Comorbidades

Baixo Peso

˂ 185

Baixo

Peso Normal ou

Eutrofia 185 - 249

Meacutedio

Sobrepeso

ge 25 ndash 299

Aumentado

Obesidade I 300 - 349 Moderado

Obesidade II 350 ndash 399 Grave

Obesidade III ˃ 40 Muito Grave

Fonte (WHO 2000)

A circunferecircncia da cintura (CC) foi aferida com uma trena antropomeacutetrica inelaacutestica e

flexiacutevel com 2 m de comprimento da marca Sannyreg

Para classificaccedilatildeo utilizou-se tambeacutem a

referecircncia da World Health Organization (WHO 2000) citada pela Associaccedilatildeo Brasileira

para o Estudo da Obesidade e da Siacutendrome Metaboacutelica (ABESO 20092010) a qual

estabelece como ponto de corte para risco cardiovascular aumentado a medida da

circunferecircncia igual ou superior a 80 cm em mulheres caucasianas

46

44 CONSUMO ALIMENTAR

O consumo alimentar foi avaliado por meio do registro alimentar de 24 horas aplicado

durante trecircs dias sendo dois dias da semana e um dia no final de semana A ingestatildeo

alimentar das participantes foi calculada com auxiacutelio do software NUTWIN (Departamento de

Informaacutetica da Escola Paulista de Medicina - UNIFESP) Considerando que as tabelas de

composiccedilatildeo de alimentos disponiacuteveis em alguns softwares natildeo dispotildeem de dados completos

acerca do teor de Se nos alimentos estes dados foram incluiacutedos manualmente baseados em

anaacutelises realizadas no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo e Minerais da USP

Como houve correlaccedilatildeo significativa entre os valores de energia e de Se os

macronutrientes e o mineral foram ajustados pela energia e correccedilatildeo da variabilidade

intrapessoal e interpessoal (WILLET et al 1997 WILLET et al 1998 SLATER et al

2004)

A avaliaccedilatildeo da ingestatildeo alimentar dos macronutrientes foi realizada de acordo com a

contribuiccedilatildeo energeacutetica em percentual da ingestatildeo caloacuterica total utilizando o Acceptable

Macronutrient Distribution Ranges (AMDR) do Institute of Medicine (IOM 2006) conforme

Quadro 6 As participantes foram classificadas em trecircs categorias sendo elas abaixo da

recomendaccedilatildeo dentro do intervalo de recomendaccedilatildeo e acima da recomendaccedilatildeo

Quadro 6 Intervalos de recomendaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de macronutrientes em percentual de

contribuiccedilatildeo energeacutetica (AMDR) de acordo com IOM (2006)

Macronutrientes AMDR (Adultos ˃18 anos)

Carboidratos 45 ndash 65

Proteiacutenas 10 ndash 35

Lipiacutedios 20 ndash 35

Fonte IOM 2006 AMDR Acceptable Macronutrient Distribution Ranges

Em relaccedilatildeo agrave prevalecircncia de ingestatildeo inadequada de Se esta foi calculada utilizando a

foacutermula proposta por Beaton (1994)

Z = (EAR ndash meacutedia) desvio padratildeo

Os valores da Necessidade Meacutedia Estimada (EAR) utilizados para avaliar a adequaccedilatildeo

da ingestatildeo de Se tambeacutem foram estabelecidos pelo IOM 2006

47

45 DETERMINACcedilAtildeO DA CONCENTRACcedilAtildeO DE SELEcircNIO NO PLASMA E

ERITROacuteCITOS

Com a finalidade de determinar as concentraccedilotildees de Se no plasma e nos eritroacutecitos as

amostras foram pesadas em triplicata (300microL) em tubos de micro kjehdal em seguida foram

adicionados 5 mL de aacutecido niacutetrico 65 (Merck

) e os tubos foram acondicionados em bloco

digestor O material foi digerido por via uacutemida aacutecida a uma temperatura maacutexima de 1500

C

Apoacutes este procedimento o Se contido nas amostras foi reduzido da forma VI para a forma IV

com adiccedilatildeo de aacutecido cloriacutedrico (HCl) 12 N durante duas horas a temperatura de 1000

C As

soluccedilotildees finais foram diluiacutedas para um volume de 25 mL e realizou-se a leitura por

espectrometria de absorccedilatildeo atocircmica com geraccedilatildeo de hidretos acoplados agrave cela de quartzo

(HGQTAAS) (HITACHI

modelo Z-5000) A curva de calibraccedilatildeo foi preparada utilizando os

respectivos pontos 00 microgL 01 microgL 03 microgL 05 microgL 10 microgL 30 microgL e 50 microgL O

limite de detecccedilatildeo (LD) foi de 00016 microgL e adotou-se um limite de confianccedila de 95 O

desvio padratildeo adotado para cada amostra ˂ que 5 e os resultados foram expressos em microgL

O controle de qualidade externo foi realizado utilizando o material de referecircncia

certificado (SERONORM SEROreg) que tambeacutem foi submetido aos mesmos procedimentos

realizados com as amostras O estado nutricional em relaccedilatildeo ao Se das participantes foi

classificado de acordo com os paracircmetros descritos no Quadro 7

Quadro 7 Valores de referecircncias adotados para concentraccedilatildeo de Se no plasma e eritroacutecitos

Se Valores de Normalidade

(microgL)

Plasmaacutetico

60 ndash 120

Eritrocitaacuterio 90 - 190

Fonte VAN DAEL DEELSTRA (1993) ORTUNtildeO (1997)

As participantes que apresentaram concentraccedilotildees plasmaacuteticas abaixo de 60 microgL foram

consideradas deficientes enquanto aquelas com concentraccedilotildees acima de 120 microgL em risco

de toxicidade Em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees nos eritroacutecitos foram consideradas deficientes

aquelas abaixo de 90 microgL e em risco de toxicidade acima de 190 microgL

Aleacutem dos valores de referecircncia descritos na Tabela 9 adotaram-se ainda os

paracircmetros propostos por Thomson (2004) que estabelece a concentraccedilatildeo miacutenima de Se

48

plasmaacutetico para o natildeo surgimento da doenccedila de Keshan como 21 microgL o valor aceitaacutevel para

otimizaccedilatildeo da atividade das enzimas deiodinases como ˃ 65 microgL o intervalo de 80 a 95 microgL

para maximizaccedilatildeo da atividade da GPx e selenoproteiacutena P e o valor superior a 115 microgL para

proteccedilatildeo contra alguns tipos de cacircncer

46 DETERMINACcedilAtildeO DA ATIVIDADE DA GPx

A atividade da enzima GPx foi determinada nos eritroacutecitos com o auxiacutelio de kit

comercial (Ransel 505-RANDOX Laboratories CrumlinUK) adaptado para o uso no

analisador bioquiacutemico automaacutetico (LiasysregMAS Rome Italy) Este meacutetodo se baseia na

reaccedilatildeo em que a enzima GPx catalisa a oxidaccedilatildeo da GR por um hidroperoacutexido Na presenccedila

de GPx e NADPH a GSH eacute convertida agrave forma reduzida com a oxidaccedilatildeo concomitante do

NADPH em NADH+ A diminuiccedilatildeo na absorbacircncia a 340 ηm eacute entatildeo determinada

(PAGLIA e VALENTINE 1967) A faixa de normalidade proposta pelo kit comercial

utilizado eacute de 275 - 736 UgHb A concentraccedilatildeo da hemoglobina (Hb) tambeacutem foi

determinada uma vez que a atividade da enzima foi expressa em UgHb

47 PROCESSAMENTO E ANAacuteLISE DE MERCUacuteRIO NOS CABELOS

Na primeira etapa do processamento para determinaccedilatildeo do Hg total os cabelos foram

picotados em pedaccedilos de aproximadamente 05 mm de comprimento com tesoura de accedilo inox

higienizada com acetona a cada troca de amostra Depois disso transferiram-se os cabelos

para um beacutequer limpo onde foram submersos em acetona e em seguida enxaguados trecircs

vezes com aacutegua Milli Q e mais uma vez com acetona conforme procedimento recomendado

pela Agecircncia Internacional de Energia Atocircmica (IAEA) (FARIAS 2006) As amostras foram

secas em temperatura ambiente e o armazenamento foi realizado em envelopes de papel

devidamente identificados

Para anaacutelise das amostras e materiais de referecircncia foram pesados cerca de 01 a 015

g de amostra diretamente em um frasco de teflon fechado da marca Savillexreg com capacidade

de 182 mL Apoacutes a pesagem foram adicionados 4 mL de aacutecido niacutetrico (HNO3) e 2 mL de

aacutecido sulfuacuterico (H2SO4) ambos concentrados e da marca Merckreg que foram mantidos assim

durante a noite No dia seguinte para digestatildeo das amostras em sistema fechado os frascos

foram colocados em bloco digestor na temperatura de 90ordm durante 3 h Depois da digestatildeo os

49

frascos foram colocados em banho de gelo ateacute o completo resfriamento e em seguida foram

adicionados 250 microL de soluccedilatildeo de dicromato de potaacutessio (K2Cr2O7) a 10 (mv) para a

estabilizaccedilatildeo do Hg

A determinaccedilatildeo de Hg total nos cabelos foi realizada pelo meacutetodo de espectrometria

de absorccedilatildeo atocircmica com geraccedilatildeo de vapor frio (CV AAS) em equipamento FIMS-100

(Perkin Elmerreg

) A validaccedilatildeo da metodologia em relaccedilatildeo agrave precisatildeo e exatidatildeo foi realizada

por meio da anaacutelise em triplicata dos materiais de referecircncia (Human Hair- IAEA 086 GBW

09101 - Human Hair e BCR CRM 397 - Human Hair) com valor certificado de concentraccedilatildeo

para Hg total e os resultados obtidos estatildeo presentes no Quadro 8

As determinaccedilotildees de Hg total em cabelos foram realizadas no Laboratoacuterio de Anaacutelise

por Ativaccedilatildeo Neutrocircnica (LAN) do Centro do Reator de Pesquisas (CRPq) do IPEN ndash

CNENSP

Quadro 8 Resultados (meacutedia plusmn desvio padratildeo da meacutedia) das anaacutelises dos materiais de

referecircncia utilizados na determinaccedilatildeo de Hg total (n= nuacutemero de determinaccedilotildees)

Amostras

Valores

Certificados

(microg kg -1

)

Valores Obtidos

(Meacutedia plusmn desvio)

(microg kg -1

)

DPR

()

ER

()

IAEA 086

(n =8) 573 plusmn 39

615 plusmn 68 111 73

GBW 09101

(n=4) 2160 plusmn 210

1975 plusmn 86 43 86

BCR CRM 397

(n=2) 12300 plusmn 500

11688 plusmn 32 027 50

IAEA- International Atomic Energy Agency

IAEA 086 - Methylmercury Total Mercury and other trace elements in Human Hair (IAEA May 2000)

CRM 397 - Certified Reference Material Trace Elements in Human Hair BCR- Community Bureau of Reference

(Brussels January 1991)

GBW 09101 - Certified Reference Material Human Hair (China April 1988)

DPR- Desvio Padratildeo Relativo

ER- Erro relativo

Quanto ao limite de detecccedilatildeo (LD) minus a menor concentraccedilatildeo do analito em uma amostra

que pode ser detectada mas natildeo necessariamente quantificada sob determinadas condiccedilotildees

experimentais minus foi determinado diretamente da curva de calibraccedilatildeo construiacuteda utilizando a

50

teacutecnica de regressatildeo e considerando um niacutevel de confianccedila de 95 O valor encontrado para o

limite inferior de detecccedilatildeo foi da ordem de 001 ng mL-1

resultado compatiacutevel com os estudos

encontrados na literatura para determinaccedilatildeo de Hg (HORVAT 1996 SKOOG et al 2002

FARIAS 2009) Em relaccedilatildeo ao limite de quantificaccedilatildeo (LQ) tambeacutem conhecido como limite

de determinaccedilatildeo que indica qual a menor concentraccedilatildeo do analito que pode ser detectada por

um meacutetodo qualquer que estaacute sendo empregado com um niacutevel aceitaacutevel de precisatildeo e

veracidade Pode ser considerado ainda como a concentraccedilatildeo do analito correspondente ao

valor meacutedio do branco mais 5 e 6 ou 10 desvios padratildeo (FARIAS 2009) O valor encontrado

para o limite de quantificaccedilatildeo para esta pesquisa foi da ordem de 1 ng mL-1

Os resultados das anaacutelises dos materiais de referecircncia apresentaram desvio padratildeo

relativo (DPR) variando de 027 a 11 e ER (Erro Relativo) de 5 a 86 comprovando a

precisatildeo e exatidatildeo do meacutetodo respectivamente

Para classificar o diagnoacutestico em relaccedilatildeo as concentraccedilotildees de Hg nos cabelos das

participantes os resultados encontrados foram comparados aos estabelecidos pela WHO

(1990) o qual considera 2000 ng g-1

para populaccedilotildees natildeo expostas e 6000 ng g-1

como

indicador de exposiccedilatildeo para Hg

48 DETERMINACcedilAtildeO DA CONCENTRACcedilAtildeO PLASMAacuteTICA DE

MALONDIALDEIacuteDO (MDA)

A peroxidaccedilatildeo lipiacutedica foi determinada por meio das concentraccedilotildees de MDA no

plasma obtidas por cromatografia liacutequida de alta eficiecircncia (HPLCPDA) quantificando a

reaccedilatildeo do MDA com dinitrofenilhidrazina (DNPH) utilizando absorbacircncia de 308 nm de

acordo com o meacutetodo adaptado de Rezaei Jamshidzadeh e Sanati (2013) Antes do

processamento das amostras foi construiacuteda uma curva de calibraccedilatildeo utilizando uma soluccedilatildeo

estoque de MDA com 22 μL de tetrametoxipropano e 10 mL de aacutecido sulfuacuterico a 1 Os

pontos da curva utilizados foram 00 025 05 10 20 40 60 e 120 μM Utilizou-se o

aparelho de HPLC da marca Shimadzu (Kyoto Japatildeo) equipado com coluna Phenomenex

Reverse-phase C18 de 240 mm x 46 mm com partiacuteculas de 5μm (Phenomenex Torrance

CA) A temperatura no amostrador foi mantida em 4degC e a temperatura da coluna a 25degC A

eluiccedilatildeo foi realizada em modo isocraacutetico com uma fase moacutevel constituiacuteda de 50 de H2O

deionizada e 50 de acetonitrila acidificada com 2 de aacutecido aceacutetico A taxa de fluxo de

ingestatildeo da amostra foi de 1 mLminuto e o tempo de corrida de 15 minutos

51

Com o objetivo de liberar o MDA das proteiacutenas plasmaacuteticas foram adicionados 10 μL

de hidroacutexido de soacutedio 4M nos microtubos que continham 100 μL de plasma e em seguida

estes foram agitados em voacutertex Apoacutes este procedimento as amostras foram incubadas no

aparelho Vortempreg a 60degC durante 30 minutos para posteriormente serem acondicionadas no

gelo por 5 minutos Depois do resfriamento foram adicionados 150 μL de aacutecido sulfuacuterico a

1 e agitou-se em voacutertex vigorosamente para precipitaccedilatildeo das proteiacutenas Novamente

incubou-se no gelo por mais 5 minutos seguindo-se de uma centrifugaccedilatildeo a 14000 rpm por

10 minutos Foram retirados 175 μL do sobrenadante que foram transferidos para um novo

microtubo onde foi adicionado 25 microL de DNPH (0001 gmL) permanecendo agrave temperatura

ambiente por 30 minutos protegidos de luz Centrifugou-se novamente o microtubo a 14000

rpm por 5 minutos e 150 μL do sobrenadante foi transferido para um vial do qual foi injetado

100 μL no aparelho HPLC

A determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo plasmaacutetica de malondialdeiacutedo foi realizada no

Departamento de Anaacutelises Cliacutenicas e Toxicoloacutegicas no laboratoacuterio de Toxicologia que tem

como responsaacutevel a professora Ana Paula de Melo Loureiro da Faculdade de Ciecircncias

Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo (USP)

49 DETERMINACcedilAtildeO DA CAPACIDADE DE ABSORCcedilAtildeO DE RADICAIS DE

OXIGEcircNIO (ORAC)

A capacidade antioxidante total do plasma foi realizada por meio do meacutetodo ORAC

proposto por Prior et al (2003) que baseia-se na mensuraccedilatildeo da inibiccedilatildeo do radical peroxil o

que demostra resistecircncia aos danos oxidativos Para isso o plasma foi desproteinizado com

aacutecido percloacuterico e posteriormente as amostras foram diluiacutedas 10x com tampatildeo fosfato (pH

74)

As anaacutelises foram realizadas em triplicata utilizando 25 microL de amostra em microplaca

de 48 poccedilos adicionando-se posteriormente 150 microL de soluccedilatildeo de fluoresceiacutena e 25 microL de

22-azobis (aminopropano) di-hidroclorido (AAPH) por injetores automaacuteticos do leitor de

microplacas (Biotech Synergy H1)

Utilizou-se uma curva padratildeo de Trolox preparada com as seguintes concentraccedilotildees

100 microM 50 microM 25 microM 125 microM 625 microM e os resultados foram expressos em μmol de

Trolox (μmol TEmL)

52

410 PREPARACcedilAtildeO DAS AMOSTRAS PARA ANAacuteLISE DOS POLIMORFISMOS

Para extraccedilatildeo do DNA de sangue total utilizou-se o kit PureLinkTM

Genomic DNA

(Invitrogen CA USA) seguindo as instruccedilotildees do fabricante Em seguida foi feita a leitura em

espectrofotocircmetro (Nanodropreg) nos comprimentos de onda () de 260nm (DNA) e 280nm

(proteiacutena) O DNA foi considerado iacutentegro e de boa qualidade quando a razatildeo 260280 foi

maior que 18 sendo descartadas aquelas com valores abaixo deste paracircmetro A

quantificaccedilatildeo do DNA das amostras foi realizada neste mesmo equipamento sendo os

resultados obtidos em ngmicroL As amostras com concentraccedilotildees inferiores a 10 ngmicroL foram

descartadas tendo em vista que esta era concentraccedilatildeo miacutenima padronizada

4101 Determinaccedilatildeo do Polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450)

Para anaacutelise de genotipagem o DNA do sangue total seraacute extraiacutedo a partir do

kit Purelink Genomic DNA da Invitrogen Life Technologies e em seguida o mesmo seraacute

quantificado no espectrofotocircmetro Nanodrop sendo o resultado expresso em ngmL Seraacute

utilizada a razatildeo 260280 superior a 17 e inferior a 20 como paracircmetro de qualidade do

DNA Amostras com a razatildeo abaixo desse valor seratildeo reextraiacutedas O DNA genocircmico de todas

as amostras seraacute ajustado em aacutegua autoclavada para uma concentraccedilatildeo de 10 ngmL e volume

final de 20 μL Um total de 2 μL de DNA seraacute usado para a reaccedilatildeo em cadeia da polimerase e

18 μL de soluccedilatildeo contendo o master mix especiacutefico para o ensaio de genotipagem (TaqManreg

genotyping master mix ndash Applied Biosystemsreg) com sondas TaqMan (Custom TaqMan

reg SNP

Genotyping Assay Human Alelo 1 VICMGB-NFQ Alelo 2 FAMMGB-NFQ part number

4331349) e primers especiacuteficos para o SNP (RS1050450) primer forward CATCGAAGCCCTGCTGTCT

e primer reverse CACTGCAACTBCCAAGCA

A genotipagem da populaccedilatildeo do estudo seraacute realizada pelo sistema TaqMan SNP

Genotyping Assays da Applied Biosystemsreg utilizando as condiccedilotildees de termociclagem

recomendadas pelo fabricante Este sistema eacute baseado na anaacutelise end-point da RT-PCR (Real

time ndash PCR ou Reaccedilatildeo em cadeia da Polimerase em Tempo Real)

53

4102 Determinaccedilatildeo do Polimorfismo GSTM1

As reaccedilotildees de PCR em tempo real (qPCR) foram realizadas em placas especiacuteficas de

96 poccedilos no equipamento StepOne Plus utilizando o sistema para detecccedilatildeo de produtos de

amplificaccedilatildeo TaqManreg (Applied Biosystems Foster City CA USA) Para o polimorfismo

GSTM1 foram selecionados primers forward 5prime-AAGATTCGTGTGGACATTTTGGA-3prime e

reverse 5prime TCTGGATTGTAGCAGATCATGCC-3prime e probes (FAM-CAGACCATGGACA-

ACCA-MGB 100 microM) marcados com fluoroacuteforo FAM Para controle endoacutegeno utilizou-se a

β-2-microglobulina (B2M) forward 5prime-TTGTTTCACTGTCCTGAGGACTATTTAT-3prime e

reverse 5prime-ATGTTACTCTGTCAATGTTCTCCACAT-3prime Os probes utilizados foram

marcados com fluoroacuteforo VIC (VIC-CTCTAACATGATAACCCTCAC-MGB 100 microM)

(COVAULT et al 2003)

As amostras foram submetidas agrave seguinte termociclagem 50degC por 2 min 95degC por

10 min seguidos de 40 ciclos a 95degC por 15 segundos e 60degC por 1 min Ao final eram

considerados vaacutelidos apenas os resultados cuja reaccedilatildeo apresentasse curva de dissociaccedilatildeo com

apenas um pico referente agrave temperatura de melting do primer utilizado em cada reaccedilatildeo A

presenccedila da deleccedilatildeo no gene GSTM1 foi estabelecida quando os valores de Ct (threshold

cycle) foram superiores a 35 ciclos conforme padronizaccedilatildeo realizada por Covault et al

(2003) De forma aleatoacuteria foram selecionadas 20 das amostras deletadas para confirmar a

deleccedilatildeo e em 100 delas houve concordacircncia dos resultados

411 ANAacuteLISES ESTATIacuteSTICAS

Os dados obtidos foram analisados no software SPSS versatildeo 200 e os resultados

expressos como meacutedia desvio padratildeo valores miacutenimos e maacuteximos Testou-se a normalidade

dos dados usando o teste de Kolmogorov-Smirnov e a homogeneidade de variacircncia o de

Levene O teste T-Student para amostras independentes e o ANOVA seguido de Tukey para

comparaccedilatildeo de meacutedias entre os paracircmetros Para o teste de correlaccedilatildeo utilizou-se o de

Pearson Nas anaacutelises de regressatildeo empregou-se o modelo de regressatildeo linear simples e o

modelo de regressatildeo linear muacuteltipla para selecionar as variaacuteveis de ajuste As variaacuteveis

testadas nos ajustes dos modelos muacuteltiplos foram idade iacutendice de massa corpoacuterea

escolaridade renda e ingestatildeo energeacutetica Para estes adotou-se o meacutetodo de backward

Foram consideradas estatisticamente significantes as anaacutelises com p lt 005

54

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51 CARACTERIZACcedilAtildeO DA POPULACcedilAtildeO

Participaram do estudo 200 mulheres voluntaacuterias da cidade de Porto Velho (RO)

selecionadas de uma amostra de conveniecircncia A meacutedia de idade das participantes foi de 263

+ 75 anos Conforme a etnia relatada pelas voluntaacuterias 93 informaram ser pardas e a

maioria cursava o ensino superior Quanto agrave renda houve uma maior prevalecircncia de

participantes que ganhavam mais de quatro salaacuterios miacutenimos e 75 afirmaram natildeo realizar

atividade fiacutesica Em relaccedilatildeo ao histoacuterico de doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis na famiacutelia as

mais descritas foram hipertensatildeo arterial e diabetes Nenhuma participante era fumante ou

fazia uso de bebidas alcooacutelicas Todas residiam no estado de Rondocircnia haacute no miacutenimo 10 anos

Os dados acima mencionados estatildeo representados de forma detalhada na Tabela 1

De acordo com o censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

(IBGE 2011) a populaccedilatildeo brasileira era constituiacuteda de 190755799 de habitantes sendo que

428527 pertenciam agrave cidade de Porto Velho Desse total 492 eram do gecircnero feminino

Ainda neste censo 477 dos habitantes do Brasil classificaram-se como brancos

76 como pretos 43 como pardos 11 como amarelos e 04 como indiacutegenas A

distribuiccedilatildeo por cor ou raccedila reflete padrotildees histoacutericos de ocupaccedilatildeo e movimentos relacionados

agrave dinacircmica econocircmica As maiores proporccedilotildees de pardos (58) estatildeo nas regiotildees norte e

nordeste enquanto os pretos estatildeo mais presentes na Bahia (17) e no Rio de Janeiro

(124) Em Rondocircnia 353 se declararam brancos 556 pardos e 69 pretos

corroborando com dados obtidos nesta pesquisa

Dentre os dados apresentados ressalta-se ainda a presenccedila de DCNT nos antecedentes

familiares das participantes De acordo com Silva-Junior (2009) e Schmidt et al (2011)

72 das mortes ocorridas em 2007 no Brasil foram atribuiacutedas agraves DCNT O aumento da

prevalecircncia de diabetes e hipertensatildeo paralelamente ao excesso de peso estaacute associado agrave

mudanccedilas desfavoraacuteveis na dieta e na atividade fiacutesica (SCHMIDT et al 2011)

O Brasil tem colocado em praacutetica importantes poliacuteticas para prevenccedilatildeo das DCNT

Como exemplo destaca-se a implantaccedilatildeo do plano de accedilatildeo de 2008 a 2013 da Organizaccedilatildeo

Mundial da Sauacutede (WHO) que teve como foco quatro doenccedilas cardiovasculares diabetes

cacircncer e doenccedilas respiratoacuterias crocircnicas responsaacuteveis por 58 das mortes no Brasil em 2007

(WHO 2010 SCHMIDT et al 2011) O elevado nuacutemero de casos dessas doenccedilas nos dias

55

atuais justifica os resultados da porcentagem relatada pelas participantes do estudo sobre o

histoacuterico de doenccedilas na famiacutelia

Tabela 1 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas das voluntaacuterias

1Salaacuterio Miacutenimo vigente no ano de 2011 (R$ 54500)

52 AVALIACcedilAtildeO ANTROPOMEacuteTRICA

Os resultados antropomeacutetricos de acordo com o Iacutendice de Massa Corpoacuterea (IMC)

estatildeo apresentados na tabela 2 a seguir

n

Etnia (n=200)

Parda 186 930

Branca 11 55

Negra 2 10

Indiacutegena 0 0

Oriental 1 05

Escolaridade (n=173)

Fundamental 8 50

Ensino Meacutedio 19 100

Superior Incompleto 103 600

Superior Completo 40 230

Poacutes-Graduaccedilatildeo 3 20

Renda (n=163)

Ateacute 1 Salaacuterio Miacutenimo1

9 60

2 a 3 Salaacuterios Miacutenimos 58 350

Acima de 4 Salaacuterios Miacutenimos 96 590

Atividade Fiacutesica (n=200)

Sim 51 250

Natildeo 149 750

DCNT (n=186)

Dislipidemias 16 86

Obesidade 37 200

Diabetes 62 333

Hipertensatildeo Arterial 58 311

Outras 13 70

56

Tabela 2 Classificaccedilatildeo das participantes segundo o Iacutendice de Massa Corporeacutea (IMC)

Classificaccedilatildeo do IMC (kgm2) n

Eutrofia (185 - 249) 186 93

Sobrepeso (ge 25 ndash 299) 13 65

Obesidade grau I (300 - 349) 1 05

A Figura 5 apresenta os resultados da Circunferecircncia da Cintura (CC) das

participantes Do total 172 voluntaacuterias (891) apresentavam CC dentro dos valores de

normalidade e 21 (109) em risco aumentado de DCNT

Figura 5 Circunferecircncia da Cintura das voluntaacuterias de acordo com WHO (2000) Ponto de

corte assinalado em azul (80 cm) constitui risco aumentado para o desenvolvimento de

DCNT Porto Velho 2015

Considerando as estimativas de prevalecircncia das condiccedilotildees deacuteficit e excesso de peso

de acordo com o IMC os dados da POF 20082009 da populaccedilatildeo brasileira acima de 19 anos

de idade revelaram que 36 das mulheres brasileiras foram classificadas com deacuteficit de peso

principalmente nas mulheres muito jovens (20 a 24 anos de idade) ou muito idosas (75 anos

57

ou mais) O excesso de peso foi diagnosticado em cerca de metade das mulheres excedendo

em 13 vezes a frequecircncia de deacuteficit de peso nestas e o diagnoacutestico de obesidade foi de 169

Ainda de acordo com a POF 20082009 observou-se que tanto o excesso de peso

como a obesidade aumentaram de frequecircncia nas idades entre 55 a 64 anos declinando nas

idades subsequentes Em relaccedilatildeo agraves mulheres da regiatildeo norte o deacuteficit de peso foi de 35 no

domiciacutelio urbano e 42 no rural o excesso de peso 48 no urbano e 479 no rural e a

obesidade 17 e 165 respectivamente

53 CONSUMO ALIMENTAR

A ingestatildeo meacutedia de energia das voluntaacuterias foi 131801 plusmn 26548 kcaldia Os

macronutrientes foram avaliados de acordo com os intervalos de recomendaccedilatildeo da

distribuiccedilatildeo em percentual da contribuiccedilatildeo energeacutetica (AMDR) do Institute of Medicine

(2006) Verificou-se que a maioria (59) das participantes apresentou uma ingestatildeo de

carboidratos abaixo da recomendaccedilatildeo enquanto em relaccedilatildeo agraves proteiacutenas uma elevada

porcentagem (76) apresentou ingestatildeo dentro do intervalo de referecircncia e o consumo de

lipiacutedios foi acima da recomendaccedilatildeo em 48 delas (Figura 6)

Figura 6 Distribuiccedilatildeo das participantes segundo a adequaccedilatildeo da ingestatildeo dos

macronutrientes de acordo com a recomendaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em percentual da energia

(IOM 2006) Porto Velho 2015

59

10 13

26

76

39

44

14

48

Carboidratos Proteiacutenas Lipiacutedios

Abaixo da Recomendaccedilatildeo Dentro do Intervalo de Recomendaccedilatildeo

Acima da Recomendaccedilatildeo

58

A Pesquisa de Orccedilamentos Familiares (POF 20082009) avaliou o consumo alimentar

de 34003 brasileiros levando em consideraccedilatildeo o gecircnero e a faixa etaacuteria Foi observado que o

consumo energeacutetico meacutedio da populaccedilatildeo brasileira em geral variou de 1490 a 2289 kcal Na

regiatildeo norte observaram-se meacutedias de ingestatildeo energeacutetica acima da meacutedia nacional e das

demais regiotildees do paiacutes variando de 1660 a 2496 kcal Entre as mulheres a faixa etaacuteria de 19

a 59 anos apresentou ingestatildeo energeacutetica meacutedia de 1710 kcal sendo a meacutedia na aacuterea urbana

de 1713 e na aacuterea rural 1694 kcal

Dados do Estudo Nacional de Despesa Familiar (ENDEF) de 197475 e as POFs

(198788 199596 e 200203) verificaram diminuiccedilatildeo de cerca de 9 na participaccedilatildeo relativa

de carboidratos acarretando valores considerados miacutenimos para este macronutriente (559)

No entanto no estudo da POF 20082009 a porcentagem de contribuiccedilatildeo dos macronutrientes

obedeceu agraves faixas de recomendaccedilatildeo A meacutedia da porcentagem de contribuiccedilatildeo de

carboidratos nas dietas das mulheres brasileiras foi de 562 a 576 a de proteiacutena de 16 4 e

de lipiacutedio 272 Ao avaliar as participantes da regiatildeo norte as meacutedias de contribuiccedilatildeo foram

565 para carboidrato 176 para proteiacutena e 256 para lipiacutedio

A manutenccedilatildeo do peso corpoacutereo eacute primariamente determinada pelo consumo e

utilizaccedilatildeo de carboidratos e lipiacutedeos As proteiacutenas contribuiram com uma fraccedilatildeo pequena e

relativamente constante no consumo energeacutetico total A auto regulaccedilatildeo dos estoques de

carboidratos e proteiacutenas no organismo humano ocorre de maneira eficiente enquanto o

mecanismo de regulaccedilatildeo de armazenamento de lipiacutedios eacute pouco eficiente O papel

fundamental dos carboidratos (accediluacutecares e amido) eacute o de fornecer energia para as ceacutelulas do

organismo particularmente para o ceacuterebro uacutenico oacutergatildeo dependente exclusivamente destes

nutrientes (EGASHIRA MIZIARA LEONI 2014)

Os lipiacutedios satildeo importantes na alimentaccedilatildeo pois fornecem energia de alta densidade e

participam no valor energeacutetico total da dieta Ao longo dos uacuteltimos anos raacutepidas mudanccedilas na

dieta e no estilo de vida vecircm ocorrendo com a industrializaccedilatildeo urbanizaccedilatildeo desenvolvimento

econocircmico e mais recentemente a globalizaccedilatildeo propiciando significativo impacto na sauacutede e

no estado nutricional da populaccedilatildeo do mundo As DCNT incluindo obesidade diabetes

melito doenccedilas cardiovasculares hipertensatildeo arterial e alguns tipos de cacircncer tecircm

comprometido o periacuteodo de vida economicamente ativo de vaacuterios indiviacuteduos Com relaccedilatildeo agraves

mudanccedilas dieteacuteticas uma das principais alteraccedilotildees observadas eacute o incremento de oacuteleos e

gorduras em preparaccedilotildees e em alimentos industrializados (SANTOS e AQUINO 2014)

Apesar de as voluntaacuterias natildeo apresentarem doenccedilas crocircnicas auto-relatadas destaca-se que

59

houve histoacuterico de vaacuterias DCNT na famiacutelia constituindo fator de risco para desenvolvimento

destas nas participantes

A ingestatildeo alimentar de Se tambeacutem foi avaliada nestas participantes apresentando

meacutedia de consumo de 493 plusmn 191 microgdia (Tabela 3) Observou-se que esta meacutedia foi superior

agrave recomendaccedilatildeo da EAR (45 microgdia) entretanto em relaccedilatildeo agrave prevalecircncia de ingestatildeo

inadequada de Se estimada conforme a foacutermula de Beaton (1994) notou-se que 409 das

participantes apresentaram inadequaccedilatildeo da ingestatildeo ou seja consumo abaixo da EAR

Tabela 3 Ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) das participantes (n = 193)

Se (microgdia)

Meacutedia 4934

Desvio Padratildeo 1915

Mediana 4643

Miacutenimo 1038

Maacuteximo 18520

Segundo os resultados da POF 20082009 a meacutedia do consumo de Se da populaccedilatildeo

feminina com idade entre 19 e 59 anos foi de 762 microgdia Na regiatildeo norte este mesmo grupo

apresentou consumo meacutedio de 1048 microgdia superior ao das outras regiotildees do Brasil centro-

oeste (697 microg) nordeste (793 microg) sudeste (714 microg) e sul (737 microg) Tais resultados

independente da regiatildeo foram superiores ao obtido neste estudo A prevalecircncia de

inadequaccedilatildeo da ingestatildeo de Se neste mesmo grupo foi de 137 no paiacutes sendo de 91 na

regiatildeo norte

Silva (2013) ao avaliar a ingestatildeo alimentar de Se de adultos saudaacuteveis da cidade de

Fortaleza (CE) observou consumo meacutedio de 79 microgdia e somente 151 dos participantes

apresentaram meacutedia de ingestatildeo abaixo da EAR

De acordo com as pesquisas realizadas no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo - Minerais a

ingestatildeo de Se na populaccedilatildeo brasileira varia de 18 a 200 microgdia (CINTRA 1990 BORTOLI

2010 DONADIO 2011 MAIA 2008 SILVA 2013)

Donadio (2011) avaliou indiviacuteduos adultos saudaacuteveis do estado de Satildeo Paulo e

observou um consumo meacutedio de 412 microgdia No estudo de Bortoli (2010) realizado com

mulheres da cidade de Satildeo Paulo Cubatatildeo (SP) e Novo Airatildeo (AM) verificou-se um

consumo meacutedio de 571 microgdia 533 microgdia e 539 microgdia respectivamente Esses dados

60

mostraram que natildeo houve diferenccedila significativa entre as cidades eou estados avaliados

Rocha et al (2014) ao avaliarem o consumo alimentar de Se de crianccedilas de duas comunidades

ribeirinhas de Porto Velho (RO) verificaram que as crianccedilas que residiam na localidade de

Demarcaccedilatildeo consumiam menos Se (418 microgdia) que a localidade denominada Gleba do Rio

Preto (179 microgdia) A diferenccedila observada foi atribuiacuteda ao fato de as crianccedilas da segunda

comunidade consumirem mais alimentos in natura enquanto as crianccedilas da primeira em

virtude da sua localizaccedilatildeo geograacutefica tinham mais acesso a alimentos industrializados

Ressalta-se que todos esses dados referentes ao consumo brasileiro de Se

independente da regiatildeo natildeo ultrapassaram o Limite Superior Toleraacutevel de Ingestatildeo (UL) de

400 microg dia (IOM 2006)

A determinaccedilatildeo do consumo de Se natildeo eacute uma tarefa faacutecil em virtude das dificuldades

existentes em relaccedilatildeo aos meacutetodos que avaliam a ingestatildeo alimentar e aleacutem disso em razatildeo

do nuacutemero reduzido de tabelas que apresentam a concentraccedilatildeo do mineral nos alimentos

brasileiros (FERREIRA 2002) Aliado a essas questotildees eacute preciso ressaltar que as

concentraccedilotildees do mineral nos alimentos satildeo proporcionais agrave quantidade do mesmo nos solos

dessa forma um mesmo alimento pode conter concentraccedilotildees de Se muito diferentes Por isso

os valores de ingestatildeo de Se apresentados poderiam ser diferentes caso houvesse dados da

concentraccedilatildeo do mineral em alimentos cultivados em solo rondoniense Mesmo assim a

dificuldade em estimar a ingestatildeo do Se continuaria existindo pois natildeo seria faacutecil rastrear de

forma rigorosa a origem dos alimentos consumidos pelas participantes

A ingestatildeo de castanha-do-brasil tambeacutem foi mensurada visto que eacute considerado o

alimento mais rico em Se Apenas uma voluntaacuteria afirmou ter o haacutebito de consumi-la

regularmente coincidindo ser justamente aquela que apresentou o maior consumo de Se

(43897 microgdia) bem como as maiores concentraccedilotildees do mineral no sangue Por isso essa

participante natildeo foi incluiacuteda nas anaacutelises por ser considerada como outlier

54 MARCADORES BIOQUIacuteMICOS DO ESTADO NUTRICIONAL RELATIVO AO

SELEcircNIO

A tabela 4 apresenta as concentraccedilotildees de Se (microgL) no plasma e eritroacutecitos das

participantes

61

Tabela 4 Concentraccedilatildeo de Se (microgL) no plasma e nos eritroacutecitos das participantes (n=192)

PLASMA ERITROacuteCITOS

Meacutedia + DP 498 + 186 754 + 299

Mediana 470 730

Miacutenimo 58 184

Maacuteximo 1094 1532

DP Desvio Padratildeo

Destaca-se que o plasma reflete o estado nutricional atual (FAIRWEATHER-TAIT

1997) De acordo com Thomson (2004) e Van Dael e Deelstra (1993) o Se plasmaacutetico eacute

considerado o biomarcador mais acessiacutevel para avaliaccedilatildeo do status do mineral por isso eacute o

mais utilizado pois permite avaliar as mudanccedilas em curto prazo respondendo de forma

raacutepida e sensiacutevel conforme a ingestatildeo alimentar Eacute importante mencionar que essa resposta

pode ser influenciada por fatores como a idade o estado fisioloacutegico do indiviacuteduo e a forma do

Se consumida

De acordo com o paracircmetro proposto por Van Dael e Deelstra (1993) verificou-se que

a maioria das participantes apresentou deficiecircncia de Se (69) enquanto uma porcentagem

menor apresentou adequaccedilatildeo (295) e outra mais reduzida em risco de toxicidade (15)

A Figura 7 apresenta os resultados da concentraccedilatildeo de Se plasmaacutetico conforme os

paracircmetros proposto por Van Dael e Deelstra (1993) assim como os intervalos estipulados

por Thomson (2004) que propotildee valores miacutenimos de Se no soro para prevenccedilatildeo da doenccedila de

Keshan otimizaccedilatildeo da atividade das deiodinases maximizaccedilatildeo da atividade da GPx e da

selenoproteiacutena P e ainda para proteccedilatildeo contra alguns tipos de cacircncer

Apenas 41 das voluntaacuterias apresentaram-se em risco para doenccedila de Keshan e

784 delas baixa otimizaccedilatildeo para as deiodinases Para o ponto de corte de otimizaccedilatildeo da

GPx e selenoproteiacutena P a maioria (933) apresentou baixa otimizaccedilatildeo Quanto ao intervalo

de proteccedilatildeo contra alguns tipos de cacircncer 99 natildeo estavam protegidas

Dessa forma de acordo com as duas referecircncias selecionadas para avaliar a

concentraccedilatildeo de Se no plasma verifica-se que a maioria das voluntaacuterias aleacutem de apresentar

deficiecircncia do mineral

No Brasil poucos estudos avaliaram o estado nutricional relativo ao Se em adultos

saudaacuteveis Coutinho (2003) avaliou este paracircmetro em praticantes de capoeria residentes em

Satildeo Paulo e observou a meacutedia de 787 microgL de Se no plasma Maia (2008) avaliou 29

62

paulistanos e 28 cearenses e observou uma meacutedia de Se plasmaacutetico de 665 microgL e 576 microgL

respectivamente

Figura 7 Distribuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo plasmaacutetica de Se (microgL) das participantes (n=194)

segundo os paracircmetros porpostos por Van Dael e Deelstra (1993) e Thomson (2004) Porto

Velho 2015

a Intervalo proposto por Van Dael e Deelstra (1993) (60 - 120 μgL)

Pontos de corte propostos por Thomson (2004) b Prevenccedilatildeo do surgimento da doenccedila de Keshan (gt 21 μgL)

c Otimizaccedilatildeo da atividade das deiodinases (gt 65 μgL)

d Maximizaccedilatildeo da GPx e selenoproteiacutena P (gt 80 - 95 μgL)

e Proteccedilatildeo contra alguns tipos de cacircncer (gt 115 μgL)

Bortoli (2010) avaliou mulheres saudaacuteveis e encontrou uma meacutedia de 817 microgL nas

voluntaacuterias residentes em Satildeo Paulo 607 microgL no grupo de Cubatatildeo (SP) e de 1018 microgL

nas mulheres de Novo Airatildeo (AM) A meacutedia de Se plasmaacutetico obtida na uacuteltima localidade

citada foi justificada pelo fato de a populaccedilatildeo ter como haacutebito o consumo regular de castanha-

do-brasil Donadio (2011) ao avaliar 124 indiviacuteduos residentes em Satildeo Paulo obteve a meacutedia

de 541 microgL Santos (2013) tambeacutem determinou as concentraccedilotildees do mineral no plasma de

176 indiviacuteduos do Cearaacute e observou uma meacutedia de 626 microgL

63

A Figura 8 apresenta a distribuiccedilatildeo das concentraccedilotildees eritrocitaacuterias de Se das

participantes Nos eritroacutecitos 125 participantes (645) apresentaram concentraccedilotildees abaixo

do intervalo de referecircncia

Figura 8 Distribuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo eritrocitaacuteria de Se das participantes (n=194) Intervalo

assinalado em azul (90 - 190 μgL) constitui os paracircmetros de normalidade proposto por Van

Dael e Deelstra (1993) e Ortuntildeo (1997) Porto Velho 2015

Ao contraacuterio do plasma a concentraccedilatildeo de Se eritrocitaacuterio reflete o estado nutricional

pregresso por responder de forma mais lenta agraves alteraccedilotildees no estado nutricional Essa resposta estaacute

relacionada com o tempo de meia vida das hemaacutecias que eacute de aproximadamente 120 dias

(FAIRWEATHER-TAIT 1997 VAN DAEL e DEELSTRA 1993)

Houve correlaccedilatildeo entre as concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio (r = 0629 p ˂

0001) ou seja quanto maior a concentraccedilatildeo de Se no plasma maior a sua concentraccedilatildeo nos

eritroacutecitos

As Tabelas 5 e 6 apresentam os resultados das anaacutelises de regressatildeo da ingestatildeo

alimentar de Se em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees do mineral no plasma e nos eritroacutecitos

respectivamente

64

Tabela 5 Coeficiente de regressatildeo da ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) como variaacutevel

independente que influenciou a concentraccedilatildeo do mineral no plasma (microgL) das participantes

Variaacutevel independente β p-valora

R2 ajustado p-valor

b

Ingestatildeo alimentar de Se (microgdia)c 0278 0112 0277 0026

Modelo ajustado pela escolaridade (anos de estudo) idade (anos) ingestatildeo energeacutetica (kcaldia) e circunferecircncia

da cintura (cm)

a Valor de p referente ao coeficiente β

b Valor de p referente ao R

2 ajustado

As anaacutelises de regressatildeo mostraram que houve associaccedilatildeo positiva entre o consumo de

alimentar de Se (microgdia) e as concentraccedilotildees do mineral no plasma (microgL) e nos eritroacutecitos

(microgL) O coeficiente de correlaccedilatildeo (R2) da ingestatildeo alimentar de Se em relaccedilatildeo ao plasma foi

277 e nos eritroacutecitos 363 Estes coeficientes expressam a porcentagem da variabilidade

das concentraccedilotildees sanguiacuteneas de Se que satildeo explicadas pela ingestatildeo alimentar do mineral

Tabela 6 Coeficiente de regressatildeo da ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) como variaacutevel

independente que influenciou a concentraccedilatildeo do mineral nos eritroacutecitos (microgL) das

participantes

Variaacutevel independente β p-valora

R2 ajustado p-valor

b

Ingestatildeo alimentar de Se (microgdia)c 0154 0301 0363 0001

Modelo ajustado pelo consumo alimentar de Se (microgdia) idade (anos) circunferecircncia da cintura (cm) iacutendice de

massa corpoacuterea (kgm2) escolaridade (anos de estudo) e renda (salaacuterios miacutenimos)

a Valor de p referente ao coeficiente β

b Valor de p referente ao R

2 ajustado

No estudo de Maia (2008) a meacutedia da concentraccedilatildeo eritrocitaacuteria de Se em adultos residentes

em Satildeo Paulo foi de 80 microgL e do Cearaacute 1224 microgL Silva (2013) encontrou a meacutedia de 1015

microgL de Se nos eritroacutecitos dos participantes do Cearaacute Adame et al (2012) que avaliou

espanhois encontrou a meacutedia de 104 6 microgL

Bortoli (2010) obteve a meacutedia de 833 microgL nas participantes de Satildeo Paulo 859 microgL

no grupo de Cubatatildeo (SP) e de 1998 microgL nas muheres de Novo Airatildeo (AM) A meacutedia

elevada encontrada na comunidade de Novo Airatildeo foI justificada pelo fato de a populaccedilatildeo do

estado do Amazonas apresentar o haacutebito de consumir regularmente a castanha-do-brasil

Houve ainda correlaccedilatildeo positiva entre os valores de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio indicando

65

que aquelas participantes cujo o teor estava mais elevado em um dos compartimentos

sanguiacuteneos tambeacutem se encontrava da mesma forma no outro (r = 07018 plt 00001)

Segundo Lemire et al (2006) a populaccedilatildeo da Amazocircnia brasileira apresenta

concentraccedilatildeo de Se no sangue total que varia de normal a relativamente alto Entretanto este

resultado natildeo foi observado no presente estudo pois a maioria das participantes apresentou

concentraccedilotildees abaixo da referecircncia Todavia esta pesquisa foi composta por mulheres

residentes em uma capital urbana diferente dos locais de trabalho das pesquisas de Lemire et

al (2006) realizados em comunidades ribeirinhas do Paraacute Estes pesquisadores avaliaram 236

adultos de seis comunidades ribeirinhas ao longo do rio Tapajoacutes e verificaram que 343

possuiacuteam concentraccedilotildees elevadas e nove indiviacuteduos (38) apresentaram valores acima dos

estipulados para toxicidade O valor mais baixo encontrado do mineral foi de 142 microgL

Em outra pesquisa realizada por Lemire et al (2011) na mesma regiatildeo foram

avaliados 407 voluntaacuterios e apenas seis participantes (15) apresentaram deficiecircncia de Se

enquanto 32 apresentaram concentraccedilotildees entre 560 e 1000 microgL e 10 concentraccedilotildees

superiores a 1000 microgL Segundo os pesquisadores a concentraccedilatildeo elevada de Se no sangue

foi devida aos haacutebitos alimentares da populaccedilatildeo uma vez que a mesma sobrevive de

alimentos cultivados nas proacuteprias comunidades

De acordo com os estudos de Pinheiro et al (2005) Rocha et al (2014) e Lemire et al

(2006 2009 2010 e 2011) que avaliaram o status de Se em comunidades ribeirinhas da

Amazocircnia observa-se que haacute uma relaccedilatildeo entre a concentraccedilatildeo do mineral no sangue e a

cultura alimentar regional

Natildeo existem muitos trabalhos realizados no Brasil e no mundo que tenham avaliado o

status de Se de populaccedilotildees natildeo acometidas por doenccedilas a maioria das pesquisas avaliou

indiviacuteduos doentes Portanto este trabalho contribuiraacute para o melhor conhecimento das

condiccedilotildees dessa populaccedilatildeo quanto a esse mineral Constatou-se que o haacutebito alimentar urbano

natildeo incluiacutea o consumo de castanha-do-brasil nem de outros alimentos cultivados em solos da

regiatildeo que constituiriam dessa forma uma excelente fonte do mineral

55 SELEcircNIO E ATIVIDADE DA ENZIMA GPx

A atividade da enzima GPx foi avaliada nos eritroacutecitos de 195 participantes e os seus

valores foram corrigidos e ajustados pela concentraccedilatildeo de hemoglobina sendo apresentados

em Ug Hb Apenas 6 das voluntaacuterias avaliadas apresentaram baixa atividade da enzima e

66

87 atividade normal (Figura 9) O valor meacutedio da atividade da GPx foi de 451 + 193 Ug

Hb Dessa forma pode-se inferir que a ingestatildeo alimentar de Se embora baixa natildeo teve influecircncia

na atividade enzimatica da GPx que eacute um biomarcador sensiacutevel e que avaliado nos eritroacutecitos

pode refletir a ingestatildeo em longo prazo do mineral (BROWN 2001 LEI 2007)

Figura 9 A atividade da enzima GPx peroxidase das participantes Intervalo assinalado em

azul (275 a 736 Ug Hb) representa a referecircncia proposta pelo Kit da Randoxreg Porto Velho

2015

Dados da literatura sobre atividade eritrocitaacuteria da GPx satildeo escassos os existentes

avaliaram a atividade da enzima no plasma dificultando as comparaccedilotildees com os resultados

deste trabalho No entanto Olusi (2002) ao realizar seu estudo no Kwait com adultos

eutroacuteficos observou meacutedia de 983 Ug Hb sendo este valor considerado elevado Ko et al

(2005) ao avaliar chineses encontrou a meacutedia de atividade da GPx nos eritroacutecitos de 513

Ug Hb enquanto Moradi et al (2009) ao avaliar em mulheres iranianas observaram a meacutedia

de 20 3 Ug Hb

De acordo com os estudos brasileiros Maia (2008) observou atividade meacutedia de 477

Ug Hb para adultos residentes em Satildeo Paulo e de 528 Ug Hb no Cearaacute Bortoli (2010)

observou a meacutedia de 733 Ug Hb nas mulheres amazonenses 371 Ug Hb nas voluntaacuterias de

Satildeo Paulo e de 382 Ug Hb nas de Cubatatildeo A meacutedia na pesquisa de Donadio (2011) com

paulistanos foi de 401 Ug Hb e Silva (2013) em voluntaacuterias do Cearaacute obteve 386 Ug Hb

67

A atividade da GPx estaacute fortemente correlacionada com a concentraccedilatildeo sanguiacutenea de

Se portanto um consumo inadequado de Se pode ocasionar reduccedilatildeo da atividade da GPx o

que por sua vez afeta a resposta celular em relaccedilatildeo agrave accedilatildeo de agentes oxidantes

desencadeando o surgimento do estresse oxidativo (COMINETTI et al 2011)

Segundo Crespo-Loacutepez et al (2009) as glutationas podem atuar como a principal

linha de defesa contra os compostos de Hg e conforme Herculano et al (2006) altas

concentraccedilotildees da enzima podem servir de proteccedilatildeo contra a intoxicaccedilatildeo do metal

Pinheiro et al (2008) realizou uma comparaccedilatildeo entre concentraccedilotildees de Hg e a defesa

antioxidante de mulheres saudaacuteveis residentes em trecircs comunidades ribeirinhas da Amazocircnia

sendo duas comunidades consideradas expostas ao metal localizadas na bacia do rio Tapajoacutes

e a outra localizada na bacia do rio Tocantins O estudo tinha como finalidade detectar

possiacuteveis alteraccedilotildees no estado antioxidante em razatildeo da exposiccedilatildeo ao Hg Dentre outros

paracircmetros foram avaliados a concentraccedilatildeo da GPx no sangue total e as concentraccedilotildees de Hg

nos cabelos Foi observada correlaccedilatildeo positiva entre as concentraccedilotildees de Hg e o aumento da

concentraccedilatildeo da enzima ou seja os indiviacuteduos com alto teor de Hg apresentaram tambeacutem

concentraccedilotildees elevadas de GPx

56 SELEcircNIO E CONCENTRACcedilOtildeES CAPILARES DE MERCUacuteRIO

Os resultados das anaacutelises de Hg nos cabelos das voluntaacuterias encontram-se descritos

na Figura 10 Das 200 participantes avaliadas apenas seis (30) apresentaram concentraccedilotildees

de Hg superiores ao valor de referecircncia estabelecido pela WHO (1990) e apenas uma

apresentou concentraccedilatildeo do metal abaixo do limite de quantificaccedilatildeo (˂ 1 ng g-1

)

Em relaccedilatildeo aos resultados do formulaacuterio de Hg para coleta dos cabelos foi perguntado

para as participantes se estas possuiacuteam tintura ou qualquer tipo de alisamento e a maioria

(635) natildeo possuiacutea nenhum tipo de alisamento e 585 natildeo tinham cabelos pintados A

concentraccedilatildeo meacutedia de Hg nos cabelos foi de 625 + 766 ng g-1

A concentraccedilatildeo de Hg no sangue reflete a exposiccedilatildeo ao metal nas formas orgacircnica e

inorgacircnica e pode ser influenciada pelo consumo de alimentos contaminados O Hg

permanece na corrente sanguiacutenea apenas alguns dias apoacutes a exposiccedilatildeo desta maneira a anaacutelise

deve ser feita rapidamente a fim de detectar exposiccedilotildees recentes (EPA 2005) Em relaccedilatildeo agrave

concentraccedilatildeo de Hg nos cabelos esta eacute proporcional agrave do sangue uma vez que este metal se

incorpora aos fios (WHO 1990) A anaacutelise do cabelo reflete uma exposiccedilatildeo mais prolongada

68

ao Hg possibilitando a avaliaccedilatildeo da concentraccedilatildeo deste elemento durante periacuteodos de tempo

maiores (PASCALICCHIO 2002)

Figura 10 Distribuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo de Hg (ng g-1

) nos cabelos das participantes (n=

200) Ponto de corte assinalado em azul representa o valor de referecircncia (2000 ng g-1

)

proposto pela WHO (1990) Porto Velho-RO 2015

Os peixes da regiatildeo Amazocircnica segundo alguns pesquisadores apresentam elevado risco de

contaminaccedilatildeo por Hg (MUCKE et al 2001 BAacuteRAacuteNY et al 2002 KARITA e SUZUKI

2002 LINDBERG et al 2004 HANSEN et al 2004) Entretanto 975 das participantes

avaliadas informaram consumir este alimento de forma esporaacutedica Dessa forma pode-se

inferir que as participantes deste estudo natildeo apresentaram alta contaminaccedilatildeo por Hg em

decorrecircncia da baixa ingestatildeo de peixes no haacutebito alimentar Poreacutem Marques et al (2007) ao

avaliar as concentraccedilotildees de Hg de 82 mulheres urbanas de Porto Velho (RO) observaram

que mesmo com um baixo consumo de peixes o niacutevel meacutedio de Hg nos cabelos foi elevado

(3500 ng g-1

)

Em outra pesquisa realizada por Marques et al (2013) foram avaliadas mulheres de

comunidades ribeirinhas da bacia do rio Madeira Os autores observaram que as

concentraccedilotildees meacutedias de Hg nos cabelos (12120 ng g-1

) daquelas que moravam agraves margens

do rio foram superiores agravequeles das residentes em aacuterea urbana (5360 ng g-1

)

69

Rocha et al (2014) determinaram as concentraccedilotildees de Hg nos cabelos de crianccedilas de

duas comunidades ribeirinhas de Porto Velho sendo elas Demarcaccedilatildeo localizada as margens

do rio Machado e Gleba do Rio Preto no rio Preto As crianccedilas da primeira comunidade

apresentaram concentraccedilatildeo meacutedia de Hg de 3570 + 1860 ng g-1

enquanto as crianccedilas da

Gleba do Rio Preto concentraccedilotildees meacutedias de 6240 + 5890 ng g-1

ou seja 50 acima do

valor encontrado na comunidade Demarcaccedilatildeo

Bastos et al (2006) ao avaliar as concentraccedilotildees de Hg em 713 indiviacuteduos do rio

Madeira obtiveram a meacutedia de 15200 ng g-1

Boischio e Henshel (2000) ao avaliar 90 matildees e

89 crianccedilas encontraram meacutedias de 12600 ng g-1

e 10200 ng g-1

respectivamente

Hacon et al (2014) avaliaram cinco aacutereas na regiatildeo de Porto Velho no rio Madeira

Das cinco comunidades estudadas quatro faziam parte da regiatildeo ribeirinha de Santo Antocircnio

Participaram do estudo 1945 indiviacuteduos cujas concentraccedilotildees de Hg foram avaliados em

amostras de cabelos Apenas 09 dos voluntaacuterios apresentaram concentraccedilotildees de Hg

superiores a 50000 ng g-1

e 90 concentraccedilotildees inferiores a 10000 ng g-1

O estudo ressaltou

que as concentraccedilotildees de Hg nas mulheres de 16 a 49 anos de idade variou de 2400 a 5300 ng

g-1

dependendo da regiatildeo onde residiam Os pesquisadores concluiacuteram que as concentraccedilotildees

de Hg foram altos em todas as comunidades e este resultado foi relacionado ao consumo de

peixes da regiatildeo

Bortoli (2010) que tambeacutem avaliou as concentraccedilotildees de Hg nos cabelos de mulheres

de Satildeo Paulo (SP) Cubatatildeo (SP) e Novo Airatildeo (AM) encontrou meacutedia de 180 ng g-1

nas

paulistanas 190 ng g-1

nas Cubatenses e de 5670 ng g-1

nas participantes do Amazonas

Dentre as participantes dos dois primeiros grupos nenhuma apresentou concentraccedilatildeo de Hg

acima de 2000 ng g-1

concentraccedilatildeo para adultos natildeo expostos ocupacionalmente de acordo

com a WHO (1990) No grupo das mulheres amazonenses 218 apresentaram valores

abaixo dessa referecircncia De acordo com os valores maacuteximos em regiotildees onde haacute exposiccedilatildeo

reconhecida por Hg (6000 ng g-1

) foi observado que 309 destas participantes tinham

concentraccedilotildees de Hg nos cabelos acima desse valor de referecircncia A pesquisadora ressaltou

que 927 das mulheres de Novo Airatildeo relataram consumir peixes da regiatildeo pelo menos uma

vez por semana

Pinheiro et al (2005) ao avaliarem 40 mulheres de trecircs comunidades da bacia do rio

Tapajoacutes verificaram que natildeo houve diferenccedila estatiacutestica em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees de Hg

total nas amostras de cabelos nas diferentes comunidades O primeiro grupo composto por

gestantes apresentou a meacutedia de concentraccedilatildeo de Hg de 8250 ng g-1

enquanto o segundo

composto por mulheres natildeo gestantes 9390 ng g-1

do metal No entanto os pesquisadores

70

observaram que as concentraccedilotildees do Hg no terceiro trimestre de gravidez eram maiores

(9650 ng g-1

) que no primeiro (6620 ng g-1

) e segundo trimestres (6710 ng g-1

)

Pinheiro et al (2008) analisaram novamente duas comunidades da mesma regiatildeo que

o estudo anterior Poreacutem selecionaram mulheres de uma comunidade ribeirinha da bacia do

rio Tocantins que formaram o grupo controle do estudo pois estas natildeo pertenciam a uma

regiatildeo considerada contaminada por Hg Os autores observaram que nas comunidades da

bacia do rio Tapajoacutes as voluntaacuterias apresentaram concentraccedilotildees de Hg no cabelo

significativamente maiores (12926 ng g-1

) em relaccedilatildeo agrave comunidade da bacia do rio Tocantins

(3290 ng g-1

)

Estudos epidemioloacutegicos tecircm evidenciado correlaccedilatildeo positiva entre as concentraccedilotildees

de Se e Hg no sangue (MUCKE et al 2001 BAacuteRAacuteNY et al 2002 KARITA e SUZUKI

2002 LINDBERG et al 2004 HANSEN et al 2004) Tal evidecircncia foi verificada nesta

pesquisa em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees plasmaacuteticas do mineral conforme as anaacutelises de

regressatildeo Os coeficientes de correlaccedilatildeo (R2) das concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico e

eritrocitaacuterio foram 59 e 37 respectivamente (Tabela 7) Estes coeficientes expressam a

porcentagem da variabilidade no niacutevel de Hg nos cabelos (ng g-1

) que eacute explicada pelas

variaacuteveis independentes

De acordo com Gailer et al (2000) o efeito protetor do Se tem sido associado a uma

maior retenccedilatildeo de Hg ao inveacutes de maior excreccedilatildeo Desta forma acredita-se que o Se

juntamente com o Hg forme um complexo Hg-Se que por sua vez liga-se a selenoproteiacutena P

favorecendo uma redistribuiccedilatildeo corporal do metal Poreacutem segundo Baacuteraacuteny et al (2005) e

Lindberg et al (2004) os estudos sobre como esta interaccedilatildeo acontece ainda natildeo satildeo

suficientes para elucidar a dinacircmica desse complexo Sugere-se que uma ingestatildeo adequada de

Se possa promover um efeito de proteccedilatildeo contra o Hg e seus compostos toacutexicos

Apesar dos valores elevados de Hg encontrados na regiatildeo Amazocircnica poucos trabalhos

avaliaram sintomas ou sinais cliacutenicos referentes a essa intoxicaccedilatildeo

No estudo de Dorea et al (2003) com mulheres vivendo em comunidades ribeirinhas

do Rio Negro os sintomas pesquisados foram fraquezas musculares amortecimentos de

membros tremores desequiliacutebrio e alteraccedilotildees sensoriais No entanto na populaccedilatildeo deste

estudo tais sinais natildeo foram observados Malm et al (1995) realizaram outra pesquisa com

populaccedilotildees ribeirinhas no Paraacute e tambeacutem natildeo encontraram tais sinais (desequiliacutebrio sensitivo

constriccedilatildeo de campo visual ataxia reduccedilatildeo da capacidade auditiva tremores reflexos de

tendotildees e desequiliacutebrios mentais e salivares)

71

Tabela 7 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram as

concentraccedilotildees de Hg (ng g-1

) nos cabelos (variaacutevel dependente) das participantes

Variaacuteveis independentes β p-valora

R2 ajustado p-valor

b

Se no Plasma (microgL)c 3117 0177 0059 0020

Se no Eritroacutecito (microgL)d 0970 0656 0037 0096

a Valor de p referente ao coeficiente β

b Valor de p referente ao R

2 ajustado

c Modelo ajustado pelo indice de massa corporeacutea (kgm

2) escolaridade (anos de estudo) idade (anos) e renda

(salaacuterios miacutenimos) d Modelo ajustado pelo pelo indice de massa corporeacutea (kgm

2) circunferecircncia da cintura (cm) escolaridade (anos

de estudo) idade (anos) ingestatildeo energeacutetica (kcaldia) e renda (salaacuterios miacutenimos)

57 SELEcircNIO E AVALIACcedilAtildeO DO ESTRESSE OXIDATIVO MDA E ORAC

O meacutetodo de ORAC (Capacidade de Absorccedilatildeo de Radicais de Oxigecircnio) avalia a

capacidade do plasma de inibir o radical peroxil mostrando resistecircncia aos danos oxidativos

Dessa forma verifica-se que quanto maiores as concentraccedilotildees do Se no sangue maior seraacute a

capacidade antioxidante total sendo este dado relacionado agrave accedilatildeo ou funccedilatildeo antioxidante do

mineral

De acordo com as anaacutelises de regressatildeo houve associaccedilatildeo entre as concentraccedilotildees de

Se no plasma e nos eritroacutecitos com o ORAC (Tabela 8) Os coeficientes de correlaccedilatildeo (R2)

das concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio foram 60 e 77 respectivamente Estes

coeficientes expressam a porcentagem da variabilidade do ORAC que eacute explicado pelas

variaacuteveis independentes (Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio) Natildeo foram encontrados estudos que

avaliaram a capacidade antioxidante por meio do ORAC que relacionem ou associem com as

concentraccedilotildees de Se em indiviacuteduos saudaacuteveis

Tabela 8 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram a

capacidade antioxidante ndash ORAC (mmol eq troloxg de amostra) (variaacutevel dependente) das

participantes

Variaacuteveis independentes β p-valora

R2 ajustado p-valor

b

Se no Plasma (microgL)c -0002 0555 0060 0015

Se no Eritroacutecito (microgL)d -0005 0094 0077 0005

a Valor de p referente ao coeficiente β

b Valor de p referente ao R

2 ajustado

c Modelo ajustado pelo indice de massa corporeacutea (kgm

2) circunferecircncia da cintura (cm) renda (salaacuterios

miacutenimos) d

Modelo ajustado pelo pelo indice de massa corporeacutea (kgm2) circunferecircncia da cintura (cm) renda (salaacuterios

miacutenimos)

72

Os radicais livres de oxigecircnio podem induzir a reaccedilatildeo de peroxidaccedilatildeo lipiacutedica Os

aacutecidos graxos insaturados no plasma em uacuteltima instacircncia podem gerar produtos de

peroxidaccedilatildeo lipiacutedica tais como o malondialdeiacutedo (MDA) Dessa forma as concentraccedilotildees de

MDA podem refletir o niacutevel de estresse oxidativo do organismo De acordo com as anaacutelises

de regressatildeo natildeo houve associaccedilatildeo entre as concentraccedilotildees de Se no plasma e nos eritroacutecitos

com o MDA (Tabela 9)

Tabela 9 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram a

concentraccedilatildeo plasmaacutetica de malondialdeiacutedo (microM) (variaacutevel dependente) das participantes

Variaacuteveis independentes β p-valora

R2 ajustado p-valor

b

Se no Plasma (microgL)c 10 x 10

-4 0980 -0015 0675

Se no Eritroacutecito (microgL)c 10 x 10

-3 0239 -0005 0505

a Valor de p referente ao coeficiente β

b Valor de p referente ao R

2 ajustado

c Modelo ajustado pelo indice de massa corporeacutea (kgm

2) idade (anos) ingestatildeo energeacutetica (kcaldia)

circunferecircncia da cintura (cm) renda (salaacuterios miacutenimos) e escolaridade (anos de estudo)

O estudo de Gaacutec et al (2014) tinha como objetivo definir a relaccedilatildeo entre as

concentraccedilotildees de Se no sangue e estresse oxidativo (concentraccedilatildeo de MDA) em 337 crianccedilas

saudaacuteveis da Espanha A concentraccedilatildeo de Se natildeo exerceu nenhum efeito direto nas

concentraccedilotildees de MDA (r = 008 pgt005) Em outro estudo espanhol Galan-Chilet et al

(2014) avaliaram em uma populaccedilatildeo adulta a associaccedilatildeo entre o Se no plasma e as

concentraccedilotildees de MDA na urina Os autores tambeacutem natildeo observaram correlaccedilotildees

siginificativas entre esses marcadores

Krishnan e Rani (2014) tambeacutem natildeo encontraram nenhuma correlaccedilatildeo significativa

entre a concentraccedilatildeo de Se e MDA em pacientes com doenccedila de Alzheimer ou demecircncia de

origem vascular Entretanto outros estudos verificaram uma diminuiccedilatildeo das concentraccedilotildees de

MDA apoacutes a suplementaccedilatildeo com Se (ZHANG et al 2005 FABIAN et al 2013 SITTA et

al 2011 SMOLKOVAacute et al 2004 GRYGIEL-GOacuteRNIAK et al 2014)

73

58 POLIMORFISMO PRO198LEU

Ao avaliar a presenccedila do SNP (rs 1050450) no gene que codifica a enzima glutation

peroxidase1 nas 190 amostras do estudo foi observado que 567 das participantes

apresentaram genoacutetipo selvagem (ProPro) ou seja homozigotos para prolina 368 dos

indiviacuteduos heterozigotos (ProLeu) e 68 homozigotos para leucina (LeuLeu) A frequecircncia

relativa do alelo variante foi de 025

Os resultados da genotipagem apresentaram-se de acordo com o equiliacutebrio de Hardy

Weinberg o qual determina que as frequecircncias aleacutelicas devem permanecer constantes ao

longo das geraccedilotildees caso natildeo sejam interferidas por nenhum fator evolutivo Dessa forma o

teste de qui-quadrado (χ2) foi aplicado e o valor encontrado foi de 01127 e a probabilidade

associada a esse valor considerando um grau de liberdade foi maior que 5 indicando que a

populaccedilatildeo estava de acordo com o equiliacutebrio

A Tabela 10 ilustra a distribuiccedilatildeo das participantes de acordo com o SNP Pro198Leu

Tabela 10 Distribuiccedilatildeo do SNP Pro198Leu (rs 1050450) no gene que codifica GPx 1 nas

participantes (n=190)

Genoacutetipos coacutedon 198 da GPx 1 n

ProPro 107 563

ProLeu 70 368

LeuLeu 13 68

Quatro pesquisas descrevem a frequecircncia do polimorfismo Pro198Leu na populaccedilatildeo

da cidade de Satildeo Paulo Nishimura (2010) em seu estudo com 175 pacientes com cacircncer da

cavidade orofariacutengea encontrou prevalecircncia de 50 de indiviacuteduos com genoacutetipo selvagem

(ProPro) 43 heterozigoto (ProLeu) e 7 de homozigoto (LeuLeu) para o polimorfismo

Em seu grupo controle que foi constituiacutedo por 203 indiviacuteduos da mesma cidade 51

ProPro 43 ProLeu e 6 LeuLeu

Cominetti et al (2011) no seu trabalho realizado com 37 mulheres obesas

observaram 49 de ProPro 38 de ProLeu e 13 de LeuLeu Donadio (2011) ao avaliar

124 indiviacuteduos adultos natildeo doentes verificou que a prevalecircncia de ProPro foi de 49 de

ProLeu 47 e apenas 3 de LeuLeu

Cardoso et al (2012) ao determinar o polimorfismo em um grupo de 28 idosos com

doenccedila de Alzheimer observaram que 75 apresentaram genoacutetipo ProPro 14 de

74

heterozigotos e 11 de LeuLeu No mesmo estudo no grupo controle formado por 29

idosos sem a doenccedila os pesquisadores encontraram 72 com genoacutetipo ProPro 14 de

ProLeu e 14 de homozigotos LeuLeu

Silva (2013) em seu trabalho realizado com a populaccedilatildeo cearense observou que

545 dos indiviacuteduos apresentaram genoacutetipo ProPro 381 genoacutetipo ProLeu e 74 de

genoacutetipo LeuLeu

Hiragi et al (2011) avaliaram a frequecircncia do polimorfismo em 304 indiviacuteduos

pertencentes a trecircs grupos eacutetnicos diferentes No grupo constituiacutedo por 60 adultos indiacutegenas

95 possuiacuteam genoacutetipo selvagem (ProPro) 3 eram heterozigotos (ProLeu) e 2

homozigotos (LeuLeu) No grupo composto por 72 indiviacuteduos afrodescendentes 71 eram

ProPro 22 ProLeu e 7 LeuLeu O terceiro grupo formado por 172 indiviacuteduos que

residiam no Distrito Federal 47 eram ProPro 40 ProLeu e 13 LeuLeu

Fosberg et al (1999) em anaacutelise realizada com 25 suecos encontrou 52 de

indiviacuteduos homozigotos para prolina (selvagens) 36 de heterozigotos e 12 de

homozigotos para leucina Em outro estudo Fosberg et al (2000) determinaram a frequecircncia

de alelos para esse polimorfismo em uma populaccedilatildeo sueca e outra finlandesa A populaccedilatildeo

sueca foi formada por 101 indiviacuteduos infartados e 214 formaram o grupo controle A

distribuiccedilatildeo dos genoacutetipos dos indiviacuteduos do grupo caso foi de 55 homozigotos selvagens

38 heterozigotos e 7 de homozigotos para leucina No grupo controle a frequecircncia dos

genoacutetipos foi de 53 40 e 7 respectivamente No grupo da Finlacircndia dos 66 indiviacuteduos

avaliados 35 eram homozigotos para prolina 48 heterozigotos e 17 homozigotos para

leucina

De acordo com os trabalhos citados a menor distribuiccedilatildeo conforme os genoacutetipos estaacute

relacionada ao homozigoto LeuLeu Algumas pesquisas afirmam que a presenccedila do alelo Leu

reduz a atividade da enzima GPx nos indiviacuteduos com este alelo variante (HANSEN et al

2009 RAVN-HAREN et al 2006) Dessa forma se haacute uma diminuiccedilatildeo da atividade

enzimaacutetica da GPx o sistema antioxidante dos indiviacuteduos que apresentam o alelo Leu pode

ser afetado Estudos tambeacutem tecircm associado a presenccedila deste alelo variante a um aumento do

risco de alguns tipos de cacircncer (RATNASINGHE et al 2000 HU e DIAMOND 2003

ZHAO et al 2005) Entretanto essas associaccedilotildees natildeo foram observadas em todas as

populaccedilotildees estudadas uma vez que a frequecircncia do alelo Leu varia de acordo com o grupo

eacutetnico (ZHAO et al 2005)

De acordo com Pena et al (2011) a origem geneacutetica da populaccedilatildeo brasileira eacute o

resultado de vaacuterias miscigenaccedilotildees e apesar disso apresenta uma uniformidade maior que o

75

esperado No trabalho desses pesquisadores foi avaliado a ascendecircncia total de 934 brasileiros

de diferentes raccedilas residentes em quatro regiotildees do paiacutes com excessatildeo da regiatildeo centro-oeste

Foram avaliados polimorfismos de inserccedilatildeo e deleccedilatildeo e os genoacutetipos encontrados foram

utilizados para estimar os componentes europeus africanos e ameriacutendios dos indiviacuteduos Os

resultados mostraram que a ancestralidade das diferentes populaccedilotildees das regiotildees do Brasil eacute

semelhante

A populaccedilatildeo de Rondocircnia eacute umas das mais diversificadas do Brasil composta de

migrantes oriundos de todas as regiotildees do paiacutes O interior do Estado eacute formado por goianos

paranaenses paulistas mineiros gauacutechos capixabas baianos mato grossenses e sergipanos

enquanto a capital eacute formada por cearenses maranhenses amazonenses e acreanos (IBGE

2014)

Poucos estudos associaram o polimorfismo Pro198Leu com biomarcadores do estado

nutricional relativo ao Se em indiviacuteduos saudaacuteveis A Tabela 11 apresenta uma comparaccedilatildeo

das meacutedias das concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico eritrocitaacuterio atividade da GPx MDA e

ORAC de acordo com o genoacutetipo para o polimorfismo Pro198Leu Observou-se que natildeo

houve diferenccedila significativa entre os paracircmetros avaliados

Donadio (2011) encontrou diferenccedila significativa entre a atividade da GPx em

mulheres paulistanas avaliadas de acordo com os genoacutetipos do Pro198Leu Silva (2013)

tambeacutem encontrou a mesma diferenccedila em mulheres cearenses indicando que a influecircncia do

gecircnero eacute um importante fator que deve ser considerado em estudos sobre esse polimorfismo

Cominetti et al (2011) natildeo observaram diferenccedilas nas concentraccedilotildees de Se

plasmaacutetico eritrocitaacuterio e atividade da GPx entre os genoacutetipos em ambas as fases de seu

estudo (preacute e poacutes suplementaccedilatildeo de castanha-do-brasil) poreacutem encontraram correlaccedilatildeo entre

o Se eritrocitaacuterio e a atividade da GPx apenas para o grupo ProPro em ambas as fases O

mesmo resultado foi observado no estudo de Cardoso et al (2012) que tambeacutem observaram

correlaccedilatildeo entre o Se eritrocitaacuterio e a atividade da GPx apenas para o grupo ProPro tanto nos

indiviacuteduos com Alzheimer quanto no grupo controle A mesma correlaccedilatildeo foi descrita por

Jablonska et al (2009) Hu e Diamond (2003) e Karunashinghe et al (2011) Estes dados satildeo

uacuteteis para entender os mecanismos e a manutenccedilatildeo da variabilidade geneacutetica na populaccedilatildeo

bem como para a identificaccedilatildeo de genes associados com doenccedilas complexas (HIRAGI et al

2011) Todos esses resultados mostram que o efeito do polimorfismo Pro198Leu deve

continuar sendo investigado em diferentes populaccedilotildees

76

Tabela 11 Concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico eritrocitaacuterio atividade da enzima GPx MDA e

ORAC de acordo com o genoacutetipo para o polimorfismo Pro198Leu (rs1050450) no gene que

codifica para GPx 1 das participantes

Variaacuteveis ProPro

MD (DP) (n= 107)

ProLeu

MD (DP) (n = 70)

LeuLeu

MD (DP) (n = 13)

pa

Se no Plasma (microgL) 5366 (5225) 5417 (3993) 5577 (1866) 099

Se no Eritroacutecito (microgL) 7804 (3883) 7769 (3618) 7935 (2944) 099

GPx Eritrocitaacuteria (Ug Hb) 4751 (2277) 4426 (2604) 4261 (1374) 058

MDA (microM) 097 (111) 084 (022) 085 (023) 060

ORAC (mmol eq troloxg de amostra) 163 (151) 159 (130) 128 (076) 071

a Valor de p calculado pela ANOVA MD - Meacutedia DP - Desvio Padratildeo

59 POLIMORFISMO GSTM1

A GST faz parte de uma famiacutelia de enzimas intracelulares que modullam a accedilatildeo de

toxinas endoacutegenas e exoacutegenas sobre as ceacutelulas evitando danos ao DNA (MANNERVICK

1985) Esta famiacutelia de enzimas estaacute envolvida no metabolismo de muitos carcinoacutegenos

poluentes ambientais e drogas anticanceriacutegenas por isso a inexistecircncia de isoenzimas

especiacuteficas pode gerar efeito significativo na toleracircncia do organismo ao estresse oxidativo

(ZHENG et al 2002 MORAIS et al 2008) O gene da classe mu (GSTM1) abordado nesta

pesquisa eacute polimoacuterfico em humanos e estatildeo ausentes ou deletados de forma homozigoacutetica em

40 a 50 em diferentes populaccedilotildees eacutetnicas (NELSON et al 1995 HATAGIMA et al 2000

GISNBERG et al 2009)

A Tabela 12 apresenta a distribuiccedilatildeo das participantes de acordo com o genoacutetipo do

polimorfismo GSTM1 O genoacutetipo nulo ou deletado (--) indica que o gene inteiro apresenta

deleccedilatildeo e portanto o indiviacuteduo natildeo expressa a proteiacutena GST O genoacutetipo presente (++) eacute a

forma selvagem ou seja natildeo apresenta deleccedilatildeo do gene e o indiviacuteduo expressa a GST

Tabela 12 Distribuiccedilatildeo do polimorfismo GSTM1 no gene da GST das participantes (n =

180)

GSTM1 n

Presente (++) 104 5780

Nulo ou Deletado (--) 76 4220

77

Natildeo foram observadas diferenccedilas entre as concentraccedilotildees de Hg na populaccedilatildeo avaliada

de acordo com os genoacutetipos do polimorfismo GSTM1 bem como os paracircmetros relativos ao

estresse oxidativo (Tabela 13)

Tabela 13 Concentraccedilotildees de Hg de MDA e valores de ORAC de acordo com o genoacutetipo

para o polimorfismo GSTM1 no gene da GST das participantes

Variaacuteveis Presente (++)

MD (DP)

(n= 104)

Nulo (--)

MD (DP)

(n = 76)

pa

Hg (ng g-1

) 56365 (69475) 70863 (75295) 0184

MDA (microM) 095 (113) 087 (027) 0570

ORAC (mmol eq troloxg de amostra) 165 (159) 158 (117) 0730 a Valor de p calculado pelo teste T-Student

Klatau-Gimaratildees et al (2005) verificaram que em algumas tribos indiacutegenas da

Amazocircnia os indiviacuteduos que carreavam o genoacutetipo nulo ou seja deleccedilatildeo do gene inteiro

tinham maiores concentraccedilotildees de Hg nos cabelos Tais pesquisadores concluiacuteram que os

fatores geneacuteticos podem influenciar o acuacutemulo de Hg no organismo e os indiviacuteduos com

genoacutetipo nulo natildeo estatildeo aptos a destoxificar o metal pois essa funccedilatildeo eacute atribuiacuteda agrave GST

Entretanto outros estudos natildeo encontraram correlaccedilatildeo entre as concentraccedilotildees do metal

com os genoacutetipos do GSTM1 Gundacker et al (2007) em seu estudo com 222 estudantes da

Universidade de Viena relacionaram as concentraccedilotildees de Hg no sangue e na urina com os

genoacutetipos presente ou nulo do polimorfismo Os autores natildeo encontraram associaccedilatildeo entre

esses dois paracircmetros mas foi observado que as pessoas com genoacutetipo nulo apresentavam

valores mais elevados do metal Os autores verificaram que 56 dos indiviacuteduos carreavam o

genoacutetipo nulo tinham concentraccedilotildees mais baixas de Hg no sangue coincidindo com

concentraccedilotildees tiacutepicas de populaccedilotildees natildeo expostas agrave toxicidade Os resultados levaram agrave

hipoacutetese de que os indiviacuteduos com a deleccedilatildeo para GST apresentam atividade cataliacutetica

prejudicada e satildeo menos capazes de aumentar a sua capacidade de excreccedilatildeo do Hg levando a

uma maior acumulaccedilatildeo do metal no organismo

Estudos sobre a relaccedilatildeo entre o polimorfismo da GST e as concentraccedilotildees de Hg em

humanos satildeo escassos Custodio et al (2004 e 2005) verificaram que o polimorfismo GSTM1

natildeo teve efeito sobre as concentraccedilotildees de Hg no sangue total plasma e urina Entretanto

concluiacuteram que indiviacuteduos carreadores do genoacutetipo deletado apresentam atividade da enzima

reduzida e dessa forma maiores concentraccedilotildees e retenccedilatildeo de Hg

78

Lee et al (2009) analisaram o polimorfismo GSTM1 associado agrave exposiccedilatildeo intra-

uterina de Hg e o peso ao nascer de crianccedilas de etnia coreana Dentre as 417 gestantes

avaliadas 595 carreavam genoacutetipo nulo sem diferenccedila significativa nas concentraccedilotildees de

Hg no sangue e no cordatildeo umbilical em relaccedilatildeo agravequelas com genoacutetipo selvagem Apesar

disso os autores observaram que as crianccedilas cujas matildees carreavam o genoacutetipo nulo

apresentaram relaccedilatildeo inversa do peso ao nascer com as concentraccedilotildees de Hg no cordatildeo

umbilical Entretanto esta relaccedilatildeo natildeo foi observada nas crianccedilas filhas de matildees com genoacutetipo

selvagem Os pesquisadores afirmaram que este fato pode ser explicado em razatildeo do Hg ser

transferido para o feto atraveacutes da placenta Dessa forma foi demosntrado que o polimorfismo

GSTM1 pode desempenhar papel importante na relaccedilatildeo entre a concentraccedilatildeo de Hg e o peso

ao nascer

Na populaccedilatildeo brasileira a frequecircncia desse polimorfismo tambeacutem eacute elevada

Hatagima et al (2000) avaliaram 658 indiviacuteduos do Rio de Janeiro e 179 de Brasiacutelia e a

frequecircncia do genoacutetipo nulo foi semelhante nas duas populaccedilotildees 46 na populaccedilatildeo carioca e

49 na brasiliense Gattaacutes et al (2004) analisaram a frequecircncia em 594 indiviacuteduos

selecionados na cidade de Satildeo Paulo e 137 homens da aacuterea rural da Bahia A distribuiccedilatildeo do

genoacutetipo nulo avaliado foi mais frequente nos indiviacuteduos brancos (554) que nos pardos

(414) e negros (328) em Satildeo Paulo Na Bahia essa frequecircncia foi de 357

Hiragi et al (2011) determinaram a frequecircncia do polimorfismo em 304 indiviacuteduos

pertencentes a trecircs grupos eacutetnicos diferentes No grupo constituiacutedo por 60 adultos indiacutegenas

55 apresentaram genoacutetipo nulo e no grupo composto por 72 indiviacuteduos afrodescendentes

53 No terceiro grupo que foi formado por 172 indiviacuteduos que residiam no Distrito Federal

63 apresentaram genoacutetipo deletado

Em um estudo com 120 pacientes com diagnoacutestico de diabetes tipo 2 de Goiacircnia (GO)

Pinheiro et al (2013) observaram uma frequecircncia do genoacutetipo nulo de 41 no grupo caso

enquanto no grupo controle foi de 122 Natildeo foi observada qualquer associaccedilatildeo da deleccedilatildeo

com a suscetibilidade agrave doenccedila na populaccedilatildeo estudada apesar de ter sido observada uma

associaccedilatildeo com aumento significativo da glicemia de jejum hemoglobina glicada e pressatildeo

arterial

Anton et al (2010) verificaram a influecircncia do polimorfismo GSTM1 na

susceptibilidade ao cacircncer de mama em 15 mulheres com diagnoacutestico da doenccedila e em 30

mulheres saudaacuteveis atendidas em um hospital do sul do Brasil Foi observado que 467 das

mulheres carreavam o genoacutetipo nulo e 433 das mulheres do grupo controle tambeacutem

apresentaram a deleccedilatildeo do genoacutetipo Os pesquisadores sugeriram que a deleccedilatildeo homozigoacutetica

79

do gene pode estar associada com maior susceptibilidade ao cacircncer de mama na populaccedilatildeo

estudada entretanto mais estudos satildeo necessaacuterios

Possuelo et al (2013) tambeacutem avaliaram a frequecircncia do polimorfismo GSTM1 em 49

pacientes diagnosticadas com cacircncer de mama e 49 mulheres saudaacuteveis A frequecircncia de

alelos nulos foi significativamente maior no grupo caso (588) em comparaccedilatildeo ao grupo

controle (412) sugerindo uma possiacutevel influecircncia deste genoacutetipo na susceptibilidade agrave

doenccedila

Em trabalhos internacionais verificam-se porcentagens semelhantes aos resultados

apresentados Conforme Ginsberg et al (2009) a porcentagem de indiviacuteduos com genoacutetipo

nulo em afro-americanos eacute de 21 em chineses de 58 em japoneses 45 em mexicanos

41 e em caucasianos 53 Segundo Hatagima et al (2000) a porcentagem em ingleses eacute de

545 e em franceses 429

80

6 CONCLUSAtildeO

Pode-se concluir que as mulheres rondonienses residentes em aacuterea urbana considerada

de risco de contaminaccedilatildeo por Hg apresentaram status de Se inferior ao recomendado e

independente do genoacutetipo em relaccedilatildeo ao SNP Pro198Leu no gene da GPx A concentraccedilatildeo de

Hg nos cabelos estava dentro dos limites seguros e natildeo houve relaccedilatildeo com o polimorfismo de

deleccedilatildeo no gene GSTM1 Os referidos polimorfismos tambeacutem natildeo afetaram os biomarcadores

de estresse oxidativo avaliados

81

7 CRONOGRAMA

Atividades Desenvolvidas

(2010 ndash 2015)

2010 - 2011 2012 - 2015

Revisatildeo da Literatura X

Submissatildeo do projeto ao Comitecirc de Eacutetica (CEP) X

Disciplinas (20 Creacuteditos) X X

Preparo dos Materiais para Coleta X

Coleta de Dados X

Anaacutelise do Consumo Alimentar e Antropometria X X

Anaacutelises da enzima GPx X

Anaacutelise de Hemoglobina X

Anaacutelise Determinaccedilatildeo do Hg nos cabelos X

Anaacutelise de Se (Plasma e Eritroacutecito) X

Qualificaccedilatildeo da Tese X

Anaacutelise Estresse Oxidativo (MDA) X

Anaacutelise Estresse Oxidativo (ORAC) X

Determinaccedilotildees dos Polimorfismos Pro198Leu e

GSTM1 X

Tabulaccedilatildeo de Dados X

Anaacutelise Estatiacutestica X

Tese do Doutorado X

Artigo Cientiacutefico X

82

REFEREcircNCIAS

ADAME EM FLOREA D PEacuteREZ LS LOacutePEZ JM LOacutePEZ-GONZAacuteLEZ B

CRUZ AP Deficient selenium status of a healthy adult spanish population Nutricion

Hospitalaria v27 n2 p524-528 2012

AMORIM MI MERGLER D BAHIA MO DUBEAU H MIRANDA D LEBEL J

BURBANO RR LUCOTTE M Cytogenetic damage related to low levels of

methylmercury contamination in the Brazilian Amazon Anais da Academia Brasileira de

Ciecircncias v72 n4 p497ndash507 2000

AMOUROUX DA LISS PSB TESSIER EA HAMREN-LARSSON MB

DONARD OFX Role of oceans as biogenic sources of selenium Earth and Planetary

Science Letters v189 n34 p277-283 2001

ARSOVA-SARAFINOVSKA Z MZTEVSKA N EKEN A PETROVSKI D BANEV

S DZIKOVA S GEORGIEV V SIKOLE A ERDEM O SAYAL A AYDIN A

DIMOVSKI AJ GPx1 genetic polymorfism erytrocyte GPx activity and prostate cacircncer

risk International Urology and Nephrologuy v41 n1 p63-70 2009

ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA OBESIDADE E DA SIacuteNDROME

METABOacuteLICA Diretrizes brasileiras de obesidade 20092010 3ed Itapevi AC

Farmacecircutica 2009 83p

AZEVEDO FA Toxicologia do mercuacuterio Satildeo Carlos Rima 2003 292p

BAEYENS WRG EBIGHAUS R VASILIEV OF eds Global and regional mercury

cycles sources fluxes and mass balances Dordrecht Kluwer Academic 1996 563p (NATO

ASI series Partnership sub-series 2 environment v21) [Proceedings of the NATO Advanced

Research Workshop on Regional and Global Mercury Cycles sources fluxes and mass

balances Novosibirsk Russia july 10-14 1995]

BAacuteRAacuteNY E BERGDAHL IA BRATTEBY LE LUNDH T SAMUELSON G

SCHUTZ A SKERFVING S OSKARSSON A Relationship between trace element

concentrations in human blood and serum Toxicology Letters v134 n13 p177ndash184

2002

BASTOS WR GOMES JPO OLIVEIRA RC ALMEIDA R NASCIMENTO EL

BERNARDI JVE LACERDA LD SILVEIRA EG PFEIFFER WC Mercury in the

environment and riverside population in the Madeira River Basin Amazon Brazil Science of

the Total Environment v368 n1 p344-351 2006 [Selected papers from the 7th

International Conference on Mercury as a Global Pollutant Ljubljana Slovenia June 27 - July

2 2004]

BEATON GH 1994 Criteria of an adequate diet In Shils RE Olson JA Shike M eds

Modern Nutrition in Health and Disease 8th edition Philadelphia Lea amp Febiger Pp 1491ndash

1505

BISINOTI MC Biogeoquiacutemica aquaacutetica do mercuacuterio orgacircnico na bacia do Rio Negro

Amazocircnia Campinas 2005 169p Tese de Doutorado ndash Instituto de Quiacutemica - Universidade

Estadual de Campinas

83

BISINOTI MC JARDIM WF O comportamento do metilmercuacuterio (meHg) no ambiente

Quiacutemica Nova v27 n4 p593-600 2004

BOENING DW Ecological effects transport and fate of mercury a general review

Chemosphere v40 n12 p1335-1351 2000

BOISCHIO AA HENSHEL DS Linear regression models of methyl mercury exposure

during prenatal and early postnatal life among riverside people along the upper Madeira river

Amazon Environmental Research v83 n2 p150-161 2000

BORTOLI MC Avaliaccedilatildeo dos niacuteveis sanguiacuteneos do hormocircnio tireiodiano ativo (T3) e do

estado nutricional relativo ao selecircnio de mulheres residentes em aacutereas de exposiccedilatildeo ao

mercuacuterio Satildeo Paulo 2010 130p Tese de Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas

- Universidade de Satildeo Paulo

BRABO ES SANTOS EO JESUS IM MASCARENHAS AF FAIAL KF Niacuteveis

de mercuacuterio em peixes consumidos pela comunidade indiacutegena de Sai Cinza na Reserva

Munduruku Municiacutepio de Jacareacanga Estado do Paraacute Brasil Cadernos de Sauacutede

Puacuteblica v15 n2 p325-332 1999

BRASIL Resoluccedilatildeo CONAMA n5 de 5 de agosto de 1993 Dispotildee sobre o gerenciamento

de resiacuteduos soacutelidos gerados nos portos aeroportos terminais ferroviaacuterios e rodoviaacuterios

(Revogadas as disposiccedilotildees que tratam de resiacuteduos soacutelidos oriundos de serviccedilos de sauacutede pela

Resoluccedilatildeo n35805) Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia n166 31 de agosto de 1993 Seccedilatildeo

1 p12996-12998

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo

Baacutesica Coordenaccedilatildeo geral da Poliacutetica de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo Sisvan antropometria

como pesar e medir Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

BRENNEISEN P STEINBRENNER H SIES H Selenium oxidative stress and health

aspects Molecular Aspects of Medicine v26 n45 p256-267 2005

BROOKES AJ The essence of SNPs Gene v234 n2 p177-186 1999

BROWN KM ARTHUR JR Selenium selenoproteins and human health a review Public

Health Nutrition v4 n2b p593-599 2001

BURK RF Recent developments in trace element metabolism and function newer roles of

selenium in nutrition Journal of Nutrition v119 n7 p1051-1054 1998

BURIM RV CANALLE R MARTINELLI ALC TAKAHASHI CS Polymorphisms

in glutathione S-transferases GSTM1 GSTT1 and GSTP1 and cytochromes P450 CYP2E1

and CYP1A1 and susceptibility to cirrhosis or pancreatitis in alcoholics Mutagenesis v19

n4 p291ndash298 2004

CAMPOS MS SARKIS JES MULLER RCS BRABO ES SANTOS EO

Correlation between mercury and selenium concentrations in Indian hair from Rondocircnia

State Amazon region Brazil Science of the Total Environment v287 n12 p155-161

2002

84

CANELA MC Determinaccedilatildeo de mercuacuterio a niacutevel de traccedilo aplicaccedilatildeo em amostras de

interesse ambiental Campinas 1995 79p Dissertaccedilatildeo de Mestrado ndash Instituto de Quiacutemica ndash

Universidade Estadual de Campinas

CARDOSO BR ONG TP JACOB-FILHO W JALUUL O FREITAS MI

COZZOLINO SM Nutritional status of selenium in Alzheimerrsquos disease patients Britsh

Journal of Nutrition v103 n6 p803-806 2010

CARDOSO BR ONG TP JACOB-FILHO W JALUUL O FREITAS MI

COMINETTI C COZZOLINO SM Glutathione peroxidase 1 polymorphism in Brazilian

Alzheimers disease patients relations to the enzyme activity and to selenium status Journal

of Nutrigenetic and Nutrigenomics v5 n2 p72-80 2012

CASTRO L FREEMAN BA Reactive oxygen species in human health and disease

Nutrition v17 n2 p161-165 2001

CASTRO NSS LIMA MO Biomarkers of mercury exposure in the Amazon BioMed

Research International v2014 art867069 p1-10 2014 [Review]

CEZAR MRS Avaliaccedilatildeo da exposiccedilatildeo ao mercuacuterio e seus compostos em matildees e seus

receacutem-nascidos em Porto Velho ndash RO Beleacutem 2002 69p Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Nuacutecleo

de Medicina Tropical - Universidade Federal do Paraacute

CINTRA RMGC Biodisponibilidade de selecircnio em dieta regional de Satildeo Paulo Satildeo

Paulo 1990 74p Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas ndash

Universidade de Satildeo Paulo

CHANG JC GUTENMANN WH REID CM LISK DJ Selenium content of Brazil

nuts from two geographic locations in Brazil Chemosphere v30 n4 p801-802 1995

CHARRIER J MAUGARD CM LE MEVEL B BIGNON YJ Allelotype influence at

glutathione S-transferase M1 locus in breast cancer susceptibility British Journal of

Cancer v79 n2 p346-53 1999

CHAUHAN A CHAUHAN V Oxidative stress in autism Pathophysiology v13 n13

p171-181 2006

CHEN CL LIU Q RELLING MV Simultaneous characterization of glutathione S-

transferase M1 and T1 polymorphisms by polymerase-chain reaction in American whites and

blacks Pharmacogenetics v6 n2 p187-191 1996

CHEN C OU L LI B XING L GUANG J TIACHENG W YUXI G PEIQUN Z

MEI L WEI C ZHIFANG C Increased Oxidative DNA Damage as assessed by urinary

8-hidroxy-2 deoxyguanosine concentrations and serum redox status in persons exposed to

mercury Clinical Chemistry v51 n4 p759-767 2005

CHEN H YU M LI M ZHAO R ZHU Q ZHOU W LU M LU Y ZHENG T

JIANQ J ZHAO W XIANG K JIA W LIU L Polymorphic variations in manganese

superoxide dismutase (MnSOD) glutathione peroxidase ndash 1 (GPx 1) and catalase (CAT)

contribuite to elevated plasma triglyceride levels in Chinese patients with type 2 diabetes or

diabetic cardiovascular disease Molecular Cell Biochemistry v363 p85ndash91 2012

85

CHEN Y KAPETANOVIC I CROWELL J IP C MORRISSEY R LYUBIMOV A

Thirteen week oral (Gavage) toxicity study of L-Se-Methylselenocysteine (SeMC) in rats

Toxicological Science v90 n1-S p343 2006

COLOMBO J ROSSIT ARB CAETANO A BORIM AA WORNRATH D

SILVA AE GSTT1 GSTM1 and CYP2E1 genetic polymorphisms in gastric cancer and

chronic gastritis in a Brazilian population World Journal of Gastroenterology v10 n9

p1240ndash1245 2004

COMBS Jr GF WATTS JC JACKSON MI JOHNSON LK ZENG H SCHEETT

AJ UTHUS EO SCHOMBURG L HOEG A HOEFIG CS DAVIS CD

MILNER JA Determinants of selenium status in healthy adults Nutrition Journal v10

p75 2011

COMINETTI C Efeito da suplementaccedilatildeo com castanha do Brasil (Bertholletia excelsa

H B K) sobre o estresse oxidativo em mulheres obesas e sua relaccedilatildeo com o

polimorfismo Pro198Leu no gene da glutationa peroxidase 1 Satildeo Paulo 2010 115p Tese

de Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo

COMINETTI C BORTOLI MC ABDALLA DSP COZZOLINO SMF

Considerations about oxidative stress selenium and nutrigenetics Nutrire v36 n3 p131-

153 2011 [Review]

COMINETTI C BORTOLI MC PURGATTO E ONG TP MORENO FS

GARRIDO Jr BG COZZOLINO SMF Associations between glutathione peroxidase-1

Pro198Leu polymorphism selenium status and DNA damage levels in obese women after

consumption of Brazil nuts Nutrition v27 n9 p891-896 2011

COUTINHO VE Efeito da suplementaccedilatildeo de selecircnio por meio da ingestatildeo de castanhas-

do-Brasil (Bertholletia excelsa HBK) no estado nutricional relativo ao selecircnio de

praticantes de atividade fiacutesica (capoeira) Satildeo Paulo 2001 150p Tese de Doutorado -

Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo

COVAULT J ABREU C KRANZLER H ONCKEN C Quantitative real-time PCR for

gene dosage determinations in microdeletion genotypes BioTechniques v35 n3 p594-

598 2003

COZZOLINO SMF Deficiecircncias de minerais Estudos Avanccedilados v21 n60 p119-126

2007

CRESPO-LOPEZ ME SA AL HERCULANO AM BURBANO RR

NASCIMENTO JLM Methylmercury genotoxicity a novel effect in human cell lines of the

central nervous system Environment International v33 n2 p141ndash146 2007

CUSTODIO HM BROBERG K WENNBERG M JANSSON JH VESSBY B

HALLMANS G STEGMAYR B SKERFVING S Polymorphisms in glutathione-related

genes affect methylmercury retention Archives of Environmental Health v59 n11

p588ndash595 2004

CRESPO-LOacutePEZ ME SANTOS ECO BRABO ES RODRIGUES AR COcircRTES

MIT SILVEIRA LCL Comparative study of human exposure to mercury in riverside

86

communities of Amazon Brazilian Journal of Medical and Biological Research v39 n3

p411-414 2006

CUSTODIO HM HARARI R GERHARDSSON L SKERFVING S BROBERG K

Genetic influences on the retention of inorganic mercury Archives of Environmental amp

Occupational Health v60 n1 p17ndash23 2005

DAVIS CD UTHUS EO Dietary selenite and azadeoxycytidine treatments affect

dimethilhidrazine-induced aberrant crypt formation in rat colon and DNA methylation in HT

ndash 29 cells Journal of Nutrition v132 n2 p292-297 2002

DEJONG JL CHANG CM WHANG-PERNG J KNUTSEN T TU CPD The

human liver glutathione S-transferase gene superfamily expression and chromosome

mapping of Hb subunit cDNA Nucleic Acids Research v16 n17 p8541-8554 1988

DI PIETRO A VISALLI G LA MAESTRA S MICALE R BALUCE B

MATARESE G CINGANO L SCOGLIO ME Biomonitoring of DNA damage in

peripheral blood lymphocytes of subjects with dental restorative fillings Mutation Research

v650 n2 p115ndash122 2008

DOMINGUES J Determinaccedilatildeo de mercuacuterio total em amostras de cabelo e sua relaccedilatildeo

com o desenvolvimento psicomotor de crianccedilas na comunidade de Barreiras Paraacute

Beleacutem 2000 91p Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Nuacutecleo de Medicina Tropical - Universidade

Federal do Paraacute

DONADIO JLS Polimorfismos nos genes da enzima glutationa peroxidase e

biomarcadores do estado nutricional relativo ao selecircnio em populaccedilatildeo adulta de Satildeo

Paulo Satildeo Paulo 2011 75p Disssertaccedilatildeo de Mestrado - Faculdade de Ciecircncias

Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo

DRASCH G MAILAumlNDER S SCHLOSSER C ROIDER G Content of non-mercury-

associated selenium in human tissues Biological Trace Element Research v77 n3 p219-

230 2000

DUMONT E VANHAECKE F CORNELIS R Selenium speciation from food source to

metabolites a critical review Analytical and Bioanalytical Chemistry v385 n7 p1304-

1323 2006

DUSINSKAacute M VALLOVAacute B URSIacuteNYOVAacute M HLADIacuteKOVAacute V SMOLKOVAacute B

WSOacuteLOVAacute L RASLOVAacute K COLLINS AR DNA damageand antioxidants

fluctuations through the year in a central European population group Food and Chemical

Toxicology v40 n8 p1119ndash1123 2002

EGASHIRA EM MIZIARA APB LEONI LAB Grupo do arroz patildeo massa batata e

mandioca PHILIPPI ST org Piracircmide dos alimentos fundamentos baacutesicos da nutriccedilatildeo

2ed Barueri Manole 2014 (Guias de Nutriccedilatildeo e Alimentaccedilatildeo)

EPA (US Environmental Protection Agency) Mercury in Medical Facilities Revised August

2003 Updated 2005

87

ERCAL N GURER-ORHAN H AYKIN-BURNS N Toxic metals and oxidative stress

Part I Mechanisms involved in metal-induced oxidative damage Current Topics in

Medicinal Chemistry v1 n6 p529-539 2001

FABIAN E POLOSKEY P KOacuteSA L ELMADFA I REacuteTHY LA Nutritional

supplements and plasma antioxidants in childhood asthma Wiener Klinische

Wochenschrift v125 n1112 p309ndash315 2013

FADINI PS JARDIM WF Is the Negro River Basin (Amazon) impacted by naturally

occurring mercury Science of the Total Environment v275 n13 p71-82 2001

FAIRWEATHER-TAIT SJ BAO Y BROADLEY MR COLLINGS R FORD D

HESKETH JE HURST R Selenium in human health and disease Antioxidants amp Redox

Signaling v14 n7 p1337-1383 2011

FARELLA N Les fermes familiales de la reacutegion frontiegravere du Tapajoacutes en Amazonie

breacutesilienne relations entre les origines les pratiques agricoles les impacts sur les sols et le

deacuteboisement Montreacuteal 2005 209p Tese de Doutorado ndash Universiteacute Du Queacutebec agrave Montreacuteal

FARIAS LA FAVARO DIT VASCONCELLOS MBA Determinaccedilatildeo de mercuacuterio e

metilmercuacuterio em amostras de cabelo e peixes Revista do Instituto Adolfo Lutz v68 n3

p451-460 2009

FARIAS LA SANTOS NR FAVARO DIT BRAGA ES Mercuacuterio total em cabelo de

crianccedilas de uma populaccedilatildeo costeira Cananeacuteia Satildeo Paulo Brasil Cadernos de Sauacutede

Puacuteblica v24 n10 p2249-2256 2008

FARIAS LA Avaliaccedilatildeo do conteuacutedo de mercuacuterio metilmercuacuterio e outros elementos de

interesse em peixes e em amostras de cabelos e dietas de preacute-escolares da Regiatildeo

Amazocircnica Satildeo Paulo 2006 233p Tese de Doutorado ndash Instituto de Pesquisas Energeacuteticas e

Nucleares - Universidade de Satildeo Paulo

FARIAS LA FAacuteVARO DIT MAIHARA VA VASCONCELOS MBA

YUYAMA LK AGUIAR JPL ALENCAR FH Assessment of daily dietary intake of

Hg and some essential elements in diets of children from the Amazon region Journal of

Radioanalytical and Nuclear Chemistry v270 n1 p217-223 2006

FOLVEN KI GLOVER CN MALDE MK LINDEBEYE AK Does selenium modify

neurobehavioral impacts of developmental methylmercury exposure in mice Environmental

Toxicology and Pharmacology v28 n1 p111-119 2009

FORD M DELANEY KA LING L ERICKSON T Clinical toxicology Philadelphia

W B Saunders 2001 p737ndash742

FORSBERG L DE FAIRE U MARKLUND SL ANDERSSON PM STEGMAYR

B MORGENSTERN R Phenotype determination of a common Pro-Leu polymorphism in

human glutathione peroxidase 1 Blood Cells Molecules amp Diseases v26 n5 p423-426

2000

FOSBERG L DE FAIRE U MORGENSTERN R Low yield of polymorphisms from

EST blast searching analysis of genes related to oxidative stress and verification of the

P197L polymorphism in GPX1 Human Mutation v13 n4 p294-300 1999

88

FOX T FAIRWEATHER-TAIT SJ Selenium In HURRELL R ed The mineral

fortification of foods Leatherhead Leatherhead Publishing 1999 v2 p1-44 (A

Leatherhead Food RA publication)

FRISANCHO AR Anthropometric standards for the assessment of growth and

nutritional status Ann Arbor University of Michigan Press 1990 189p

GAacuteC P PAWLAS N POREBA R POREBA M MARKIEWICZ-GOacuteRKA I

JANUSZEWSKA L OLSZOWY Z PAWLAS K Interaction between blood selenium

concentration and a levels of oxidative stress and antioxidative capacity in healthy children

Environmental Toxicology and Pharmacology v39 n1 p137-144 2014

GAILER J GRAHAM NG PICKERING IJ MADDEN S PRINCE RC YU EY

DENTON MB YOUNIS HS APOSHIAN HV Structural Basis of the Antagonism

between Inorganic Mercury and Selenium in mammals ChemResToxicol 2000 13-1135-

1142

GALAN-CHILET I TELLEZ-PLAZA M GUALLAR E MARCO G LOPEZ-

IZQUIERDO R GONZALEZ-MANZANO I TORMOS MC MARTIN-NUNtildeEZ GM

ROJO-MARTINEZ G SAEZ GT MARTIacuteN-ESCUDERO JC REDON J JAVIER-

CHAVES F Plasma selenium and oxidative stress biomarkers a gene-environment

interaction population based study Free Radical Biology and Medicine v74 p229-236

2014

GALVAtildeO RCF BERNARDI JVE ALMEIDA R BASTOS WR GOMES JPO

Relaccedilatildeo espacial do mercuacuterio e elementos traccedilos em sedimento de fundo no Alto Rio

Madeira In SEMINAacuteRIO DE RECURSOS HIacuteDRICOS DA BACIA HIDROGRAacuteFICA DO

PARAIacuteBA DO SUL O EUCALIPTO E O CICLO HIDROLOacuteGICO 1 Taubateacute 2007

Anais Taubateacute IPABHi 2007 p51-57

GANTHER HE SUNDE ML Factors in fish modifying methylmercury toxicity and

metabolism Biological Trace Element Research v119 n3 p221-233 2007

GATTAacuteS GHF KATO M SOARES-VIEIRA JA SIRAQUE MS KOHLER P

GOMES L REGO MAV BYDLOWSKI SP Ethnicity and glutathione S-transferase

(GSTM1 GSTT1) polymorphisms in a Brazilian population Brazilian Journal of Medical

and Biological Research v37 n4 p451-458 2004

GINSBERG G SMOLENSKI S HATTIS D GUYTON KZ JOHNS DO

SONAWANE B Genetic polymorphism in glutathione transferases (GST) population

distribution of GSTM1 T1 and P1 conjugating activity Journal of Toxicology and

Environmental Health Part B Critical Reviews v12 n56 p389-439 2009

GONZAGA IB MARTENS A COZZOLINO SMF Selecircnio In COZZOLINO SMF

org Biodisponibilidade de nutrientes 2ed Barueri Manole 2007 Cap28 p575-613

GONZAGA IB Avaliaccedilatildeo nutricional relativa ao selecircnio em crianccedilas com dieta

enriquecida de castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa L) Satildeo Paulo 2002 157p Tese

de Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo

GONZAGA IB MARTENS A COZZOLINO SMF Selecircnio In COZZOLINO SMF

org Biodisponibilidade de nutrientes Barueri Manole 2005 cap26 p539-577

89

GREGUS Z GYURASICS AI CSANAKY I PINTER Z Effects of methylmercury and

organic acid on the disposition of exogenous selenium in rats Toxicology and Applied

Pharmacology v174 n2 p177ndash187 2001

GRYGIEL-GOacuteRNIAK B MARCINKOWSKA J SZCZEPANIK A PRZYSLAWSKI J

Nutritional habits and oxidative stress in postmenopausal age Polskie Archiwum Medycyny

Wewnetrznej v124 n6 p298ndash305 2014

GUNDACKER C KOMARNICKI G ZOumlDL B FORSTER C SHUSTER E

WITTMANN K Whole blood mercury and selenium concentrations in a selected Austrian

population Does gender matter Science of the Total Environment v372 n1 p76-86

2006

GUNDACKER C KOMARNICKI G JAGIELLO P GENCIKOVA A DAHMEN N

WITTMANN KJ GENCIK M Glutathione-S-transferase polymorphism metallothionein

expression and mercury levels among students in Austria Science of the Total

Environment v385 n13 p37-47 2007

HACON SS DOacuteREA JG FONSECA MF OLIVEIRA BA MOURAtildeO DS RUIZ

CMV GONCcedilALVES RA MARIANI CF BASTOS WR The influence of chances in

lifestyle and mercury exposure in riverine populations of the Madeira River (Amazon Basin)

near a hydroelectric project International Journal of Environmental Research and Public

Health v11 n3 p2437-2455 2014

HALLIWELL B CHIRICO S Lipid peroxidation its mechanisms measurement and

significance American Journal and Clinical Nutrition v57 n5 suppl p715S-725S

1993

HAMANASHI T FURUTA H KATO H DOI A TAMAI M SHIMOMURA H

SAKAGASHIRA S NISHI M SASAKI H SANKE T NANJO K Functional variants

in the glutathione peroxidase-1 (GPx-1) gene are associated with increased intima-media

thickness of carotid arteries and risk of macrovascular disease in Japanese type 2 diabetic

patients Diabetes v53 n9 p2455-2460 2004

HARADA M NAKANISHI J YASODA E PINHEIRO MCN OIKAWA TAG

GUIMARAcircES GA CARDOSO BS KIZAKI T OHNO H Mercury pollution in the

Tapajos River basin Amazon mercury level of head hair and health effects Environment

International v27 n4 p285ndash290 2001

HATAGIMA A KLATAU-GUIMARAtildeES MZ SILVA FP CABELLO PH

Glutathione S-transferase M1 (GSTM1) polymorfism in two Brazillian populations Genetics

and Molecular Biology v23 n4 p709-713 2000

HERBETTE S ROECKEL-DREVET P DREVET JR Seleno-independent glutathione

peroxidases more than simple antioxidant scavengers FEBS Journal v274 n9 p2163-

2180 2007

HERCULANO AM CRESPO-LOacutePEZ ME LIMA SMA PINCANCcedilO DINIZ

DLW NASCIMENTO JLM Methylmercury intoxication activates nitric oxide synthase

in chick retinal cell culture Brazilian Journal of Medical and Biological Research v39

n3 p415ndash418 2006

90

HOLBEN DH SMITH AM The diverse role of selenium within selenoproteins a review

Journal of the American Dietetic Association v99 n7 p836-843 1999

HORVAT M BAEYENS W EBINGHAUS R VASILIEV O Mercury analysis and

speciation in environmental samples In NATO ASI SERIES 2 ENVIRONMENT global and

regional mercury cycles sources fluxes and mass balances Novosibirsk 1996 Kluwer

1996 p1-31

HU YJ DIAMOND AM Role of glutathione peroxidase 1 in breast cancer loss of

heterozygosity and allelic differences in the response to selenium Cancer Research v63

n12 p3347-3351 2003

HSIEH YY SHEN WS LEE LY WU TL NING HC SUN CF Long-term

changes in trace elements in patients undergoing chronic hemodialysis Biological Trace

Element Research v109 n2 p115-121 2006

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Atlas do Censo demograacutefico 2010 Rio de

Janeiro IBGE 2013 Disponiacutevel em httpbibliotecaibgegovbrvisualizacaolivrosliv64529_capa_sumpdf

Acesso em 02 Jan 2015

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Censo demograacutefico 2010 caracteriacutesticas

da populaccedilatildeo e dos domiciacutelios resultados do universo Rio de Janeiro IBGE 2011 270p Disponiacutevel em

httpbibliotecaibgegovbrvisualizacaoperiodicos93cd_2010_caracteristicas_populacao_domiciliospdf

Acesso em 02 Jan 2015

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Estimativas da populaccedilatildeo residente no

Brasil e unidades da Federaccedilatildeo com data de referecircncia em 1ordm de julho de 2014 2014 8p Disponiacutevel em

ftpftpibgegovbrEstimativas_de_PopulacaoEstimativas_2014nota_metodologica_2014pdf Acesso em 02

Jan 2015

INSTITUTE OF MEDICINE (United States) Dietary reference intakes for vitamin C

vitamin E selenium and carotenoides Washington National Academy Press 2000 529p

INTERNATIONAL PROGRAM ON CHEMICAL SAFETY UNITED NATIONS

ENVIRONMENT PROGRAMME WORLD HEALTH ORGANIZATION

Methylmercury Geneva World Health Organization 1990 v118 144p (Methylmercury in

environmental health criteria 101)

INSTITUTE OF MEDICINE (United States) Introduction to dietary reference intakes In

______ Dietary reference intakes for vitamin C vitamin E selenium and carotenoides

Washington National Academy Press 2000 cap1 p21-34

INTERNATIONAL PROGRAM ON CHEMICAL SAFETY UNITED NATIONS

ENVIRONMENT PROGRAMME WORLD HEALTH ORGANIZATION

Methylmercury Geneva World Health Organization 1990 v118 144p (Methylmercury in

environmental health criteria 101)

INSTITUTE OF MEDICINE (United States) Nutrient assessment of individuals statistical

foundations In ______ Dietary reference intakes applications in dietary assessment

Washington National Academy 2000 append B p185-210

91

JABLONSKA E GROMADZINSKA J RESZKA E WASOWICZ W SOBALA W

SZESZENIA-DABROWSKA N BOFFETTA P Association between GPx1 Pro198Leu

polymorphism GPx1 activity and plasma selenium concentration in humans European

Journal of Nutrition v48 n6 p383ndash386 2009

JAFFEacute WG RUPHAEL MD MONDRAGON MC CUEVAS MA Estudio cliacutenico e

bioquiacutemicos em nintildeos escolares de uma zona seleniacutefera Archivos Latinoamericanos de

Nutricioacuten v22 n4 p595-611 1972

JAIN M KUMAR S RASTOGI N LAL P GHOSHAL UC TIWARI A PANT

MC BAIQ MQ MITTAL B GSTT1 GSTM1 and GSTP1 genetic polymorphisms and

interaction with tobacco alcohol and occupational exposure in esophageal cancer patients

from North India Cancer Letters v242 n1 p60ndash67 2006

JONES DP Redefining oxidative stress forum review Antioxidants amp Redox Signaling

v8 n910 p1865-1879 2006

KAUWELL GPA Emerging concepts in nutrigenomics a preview of what is to come

Nutrition in Clinical Practice v20 n1 p75-87 2005

KARUNASINGLE N HAN DY ZHU S YU J LANGE K DUAN H MEDHORA

R SINGH N KAN J ALZAHER W CHEN B KO S TRIGGS CM FERGUSON

LR Serum selenium and single-nucleotide polymorphisms in genes for selenoproteins

relationship to markers of oxidative stress in men from Auckland New Zealand Genes amp

Nutrition v7 n2 p179-190 2012

KLAUTAU-GUIMARAtildeES MN DrsquoASCENCcedilAtildeO R CALDART FA GRISOLIA CK

SOUZA JR BARBOSA AC CORDEIRO CMT FERRARI I Analysis of genetic

susceptibility to mercury contamination evaluated through molecular biomarkers in at-risk

Amazon Amerindian populations Genetics and Molecular Biology v28 n4 p827-832

2005

KO WS GUO CH YEAH MS LIN LY HSU GS CHEN PC LUO MC LIN

CY Blood micronutrient oxidative stress and viral lood in patients with chronic hepatitis C

World Journal of Gastroenterology v14 n30 p4697ndash4702 2005

KOumlHRLE J The trace element selenium and the thyroid gland Biochimie v81 p527-533

1999

KOumlHRLE J FLOHEacute BR BOCK A GARTNER R MEYER O FLOHEacute L Selenium

in biology facts and medical perspectives Biological Chemistry v381 n910 p849-864

2000

KRISHNAN S RANI P Evaluation of selenium redox statusand their association with

plasma amyloidtau in Alzheimerrsquos disease Biological Trace Element Research v158 n2

p158ndash165 2014

KUZUYA M ANDO F IGUCHI A SHIMOKATA H Glutathione peroxidase 1

Pro198Leu variant contributes to the metabolic syndrome in men in a large Japanese cohort

American Journal of Clinical Nutrition v87 n6 p1939ndash1944 2008

92

LACERDA LD Distribuiccedilatildeo e comportamento do mercuacuterio no ambiente Amazocircnico In

HACON S LACERDA LD PFEIFFER WC CARVALHO D orgs Riscos e

consequecircncias do uso do mercuacuterio Rio de Janeiro Ministeacuterio da Sauacutede FINEP IBAMA

CNPQ 1990 p80-90 [Seminaacuterio Nacional ldquoRiscos e Consequumlecircncias do Uso do Mercuacuteriordquo

de 12 a 15 de setembro de 1989 Brasilia - DF]

LAumlRSTAD M LJUNGKVIST G OLIN AC TOREacuteN K Determination of

malondialdehyde in breath condensate by high-performance liquid chromatography with

fluorescence detection Journal of Chromatography B Analytical Technologies in the

Biomedical and Life Sciences v766 n1 p107-114 2002

LEE BE HONG YC PARK H HA M KOO BS CHANG N ROH YM KIM

BN KIM YJ KIM BM JO SJ HA EH Interaction between GSTM1GSTT1

polymorphism and blood mercury on birth weight Environmental Health Perspectives

v118 n3 p437-443 2010

LEI XG CHENG W McCLUNG JP Metabolic regulation and function of glutathione

peroxidase-1 Annual Review of Nutrition v27 p41-61 2007

LEMIRE M FILLION M FRENETTE BT PASSOS CJS GUIMARAtildeES JRD

BARBOSA Jr F MERGLER D Selenium from dietary sources and motor functions in the

Brazilian Amazon Neurotoxicology v32 n6 p944-953 2011

LEMIRE M FILLION M FRENETTE BT MAYER A PHILIBERT A PASSOS

CJS GUIMARAtildeES JR BARBOSA FJ MERGLER D Selenium and mercury in the

Brazilian Amazon opposing influences on age-related cataracts Environmental Health

Perspectives v118 n11 p1584-1589 2010

LEMIRE M MERGLER D FILLION M PASSOS CJS GUIMARAtildeES JRD

DAVIDSON R LUCOTTE M Elevated blood selenium levels in the Brazilian Amazon

Science of the Total Environment v366 n1 p101-111 2006

LEMIRE M MERGLER D HUEL G PASSOS CJS FILLION M PHILIBERT A

GUIMARAtildeES JR RHEAULT I BORDUAS J NORMAND G Biomarkers of selenium

status in the Amazonian context blood urine and sequential hair segments Journal of

Exposure Science amp Environmental Epidemiology v19 n2 p213-222 2009

LETAVAYOVAacute L VLCKOVAacute V BROZMANOVAacute J Selenium from cancer

prevention to DNA damage Toxicology v227 n12 p1-14 2006

LINDBERG A BJORNBERG KA VAHTER M BERGLUNG M Exposure to

methylmercury in non-fish eating people in Sweden Environmental Research v96 n1

p28-33 2004

LIVAK KJ FLOOD SJA MARMARO J GIUSTI W DEETZ K Oligonucleotides

with fluorescent dyes at opposite ends provide a quenched probe system useful for detecting

PCR product and nucleic acid hybridization PCR Methods and Applications v4 n6

p357-362 1995

MAIA CSC O selecircnio e a glacircndula tireoacuteide um estudo em pacientes portadores de

disfunccedilotildees tireoidianas nos estados do Cearaacute e Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2008 117p Tese de

Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo

93

MANNERVICK B The isoenzymes of glutathione transferase Advances in Enzymology

and Related Areas of Molecular Biology v57 p357-417 1985

MARQUES RC Avaliaccedilatildeo da exposiccedilatildeo ao mercuacuterio e seus compostos sobre o

desenvolvimento neuropsicomotor em crianccedilas de Porto Velho-RO Beleacutem 2002 102p

Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Nuacutecleo de Medicina Tropical - Universidade Federal do Paraacute

MARQUES RC DOacuteREA JG BASTOS WR REBELO MF FONSECA MF

MALM O Maternal mercury exposure and neuro-motor development in breastfed infants

from Porto Velho (Amazon) Brazil Int J Hyg Environ Health v210 p51ndash60 2007 Int

J Environ Res Public Health 2013

MARQUES RC BERNARDI JVE DOREA JG BRANDAtildeO KG BUENO L

LEAtildeO RS MALM O Fish consumption during pregnancy mercury transfer and birth

weight along Madeira River basin in Amazonia International Journal of Environmental

Research and Public Health v10 n6 p2150-2163 2013

MARTENS AVS COZZOLINO SMF Mapeamento da distribuiccedilatildeo de selecircnio em

territoacuterio brasileiro por meio da anaacutelise de alimentos nativos feijatildeo (fascolos vulgaris L) e

carne bovina para o consumo humano e aacuteguas e solo oriundos Satildeo Paulo FAPESP 2002

Processo n0011578-3 [Relatoacuterio Cientifiacuteco]

MARTENS IBG MARTENS A COZZOLINO SMF Selecircnio In COZZOLINO

SMF org Biodisponibilidade de nutrientes 4ed Barueri Manole 2012 p721-765

MEECH JA VEIGA MM THOMASNS D Emissions and stability of mercury in the

Amazon Canadian Metallurgical Quarterly v36 n4 p231-239 1997

MIRETZKY P BISINOTI MC JARDIM WF Sorption of mercury (II) in Amazon soils

from column studies Chemosphere v60 n11 p1583-1589 2005

MORADI M EFYEKHARI MH TALEI A FARD ARA Comparative study of

selenium concentration and glutathione peroxidase activity in normal and breast cancer

Public Health Nutrition v12 n1 p59-63 2009

MORAIS LMTS CARDOSO FILHO C LOURENCcedilO GJ SHINZATO JY

ZEFERINO LC LIMA CSP GURGEL MSC Caracteriacutesticas mamograacuteficas do cacircncer

de mama associadas aos polimorfismos GSTM1 e GSTT1 Revista da Associaccedilatildeo Meacutedica

Brasileira v54 n1 p61-66 2008

MUCCI A MONTGOMERY S LUCOTTE M PLOURDE Y PICHET P VANTRA

H Mercury remobilization from flooded soils in a hydroelectric reservoir of Northern

Quebec La Grande-2 results of a soil resuspension experiment Canadian Journal of

Fisheries and Aquatic Sciences v52 n11 p2507-2517 1995

NAGANUMA A ANDERSON ME MEISTER A Cellular glutathione as a determinant

sensitivity to mercury chloride prevention of toxicity by giving glutathione monoester

Biochemical Parmacology v40 n4 p693-697 1990

NAVARRO-ALARCON M CABRERA-VIQUE C Selenium in food and the human body

a review Science of the Total Environment v400 n13 p115-141 2008

94

NAVARRO-ALARCON M LOacutePEZ-MARTINEZ MC Essentiality of selenium in the

human body relationship with different diseases Science of the Total Environment v249

n13 p347-371 2000

NATIONAL RESEARCH COUNCIL Nutrient requeriments of dairy cattle 7ed

Washington National Academy Press 2001381p

NISHIMURA LS Polimorfismo Pro198Leu no gene para a enzima antioxidante

dependente de selecircnio glutationa peroxidase 1 e risco de cacircncer epidermoide da cavidade

oral e orofaringe 2010 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncia dos Alimentos) ndash Faculdade

de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

OLUSI SO Obesity is independent risk factor for plasma lipid peroxidation and depletion of

erythrocyte cytoprotectic enzymes in humans International Journal of Obesity and

Related Metabolic Disorders v26 n9 p1159ndash1164 2002

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Elementos traccedilo na nutriccedilatildeo e sauacutede humana

Satildeo Paulo Roca 1998 p63-91

ORTUNtildeO J ROS G PERIAGO MJ MARTINEZ C LOPEZ G RODRIGO J

Importacircncia nutricional del selenio Archivos Latinoamericanos de Nutricioacuten v47 n1

p6-13 1997

PAGLIA DE VALENTINE WN Studies on the quantitative and qualitative

characterization of erythrocyte glutathione peroxidase Journal of laboratory and clinical

medicine v70 n1 p158-169 1967

PAPP LV LU J HOLMGREN A KHANNA KK From selenium to selenoproteins

synthesis identity and their role in human health Antioxidants amp Redox Signaling v9 n7

p776-796 2007

PARADIS S WHEATLEY B BOSWELL-PURDY J BEacuteLISLE D COLE M

LICKERS H HAYTON A DAVIES K Mercury contamination through fish

consumption a model for predicting and preventing hazardous behavior on a community

level Mercury as a Global Pollutant Human Health Issues v97 p147-158 1997

PARK SK KANG D NOH DY LEE KM KIM SU CHOI JY CHOI IM

AHN SH CHOE KJ HIRVONEN A STRICKLAND PT YOO KY Reproductive

factors glutathione S-transferase M1 and T1 genetic polymorphism and breast cancer risk

Breast Cancer Research and Treatment v78 n1 p89-96 2003

PASSOS CJ MERGLER D GASPAR E MORAIS S LUCOTT M LARRIBE F

DAVIDSON R GROSBOIS S Eating tropical fruit reduces mercury exposure from fish

consumption in the Brazilian Amazon Environmental Research v93 n2 p123-130 2003

PASSOS CJ MERGLER D LEMIRE M FILLION M GUIMARAtildeES JR Fish

consumption and bioindicators of inorganic mercury exposure Science of the Total

Environment v373 n1 p68ndash76 2007

PASCALICCHIO AAE Contaminaccedilatildeo por metais pesados sauacutede puacuteblica e medicina

ortomolecular Satildeo Paulo Annablume 2002 132p

95

PEROTTONI J LOBATO LP SILVEIRA A ROCHA JBT EMANUELLI T Effects

of mercury and selenite on D-aminolevulinate dehydratase activity and on selected oxidative

stress parameters in rats Environmental Research v95 n2 p166-173 2004

PINHEIRO MCN GUIMARAtildeES GA NAKANISHI J OIKAWA T VIEIRA JL

QUARESMA M CARDOSO B AMORAS W Avaliaccedilatildeo da contaminaccedilatildeo mercurial

mediante anaacutelise do teor de Hg total em amostras de cabelo em comunidades ribeirinhas do

Tapajoacutes Paraacute Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v33 n2

p181-194 2000

PINHEIRO MCN MACCHI BM VIEIRA JLF OIKAWA T AMORAS WW

GUIMARAtildeES GA COSTA CA CRESPO-LOacutePEZ ME HERCULANO AM

SILVEIRA LC NASCIMENTO JL Mercury exposure and antioxidant defenses in

women a comparative study in the Amazon Environmental Research v107 n1 p53ndash59

2008

PINHEIRO MCN MULLER RCS SARKIS JE VIEIRA JLF OIKAWA T

GOMES MSV GUIMARAtildeES GA NASCIMENTO JLM SILVEIRA LCL

Mercury and selenium concentrations in hair samples of women in fertile age from Amazon

riverside communities Science of the Total Environment v349 n13 p284-288 2005

PINHEIRO DS ROCHA FILHO CR MUNDIM CA MARCO Jr P ULHOA CJ

REIS AAS GHEDINI PC Evaluation of glutathione S-transferase GSTM1 and GSTT1

deletion polymorphisms on type-2 diabetes mellitus risk PLoS One v8 n10 arte76262

p1-5 2013

PIRES LV Efeito da suplementaccedilatildeo com castanha-do-Brasil (Bertholletia excelsa

HBK) na expressatildeo gecircnica de citocinas inflamatoacuterias e sua relaccedilatildeo com o estresse

oxidativo e pacientes com diabetes mellitus tipo 1 Satildeo Paulo 2012 130p Tese de

Doutorado ndash Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo

POSSUELO LG PERACcedilA CF EISENHARDT MF DOLTO ML CAPPELLETTI

L FOLETTO E VALIM ARM Polymorphisms of GSTM1 and GSTT1 genes in breast

cancer susceptibility a case-control study Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetriacutecia

v35 n12 p569-574 2013

PRIOR RL HOANG H GU L WU X BACCHIACA M HOWARD L

HAMPSCH-WOODILL M HUANG D OU B JACOB B Assays for hydrophilic and

lipophilic antioxidant capacity (oxygen radical absorbance capacity (ORACFL)) of plasma

and other biological and food samples Journal of Agricultural and Food Chemistry v51

n11 p3273-3279 2003

RAVN-HAREN G OLSEN A TJONNELAND A DRAGSTED LO NEXO BA

WALLIN H OVERVAD K RASCHOU-NIELSENL O VOGEL U Associations

between GPx 1 Pro198Leu polymorphism erythrocyte GPx activity alcohol consumption and

breast cancer risk in a prospective cohort study Carcinogenesis v27 n4 p820-825 2006

RAYMAN MP The importance of selenium to human health Lancet v356 n9225 p233-

241 2000

RAYMOND LJ RALSTON NVC Mercury selenium interactions and health

implications Seychelles Medical and Dental Journal v7 n1 spiss p72-77 2004

96

REILLY C Selenium in food and health London Blackie Academic and Professional

1996 338p

REZAEI Z JAMSHIDZADEH A SANATI E A rapid and sensitive method for the

determination of malondialdehyde as its hydralazine derivative in human plasma using high

performance liquid chromatography Analytical Methods v5 n12 p2995-2999 2013

RICHIE Jr JP MUSCAT JE ELLISION I CALCAGNOTTO A KLEINMAN W

EL-BAYOUMY K Association of selenium status and blood glutathione concentrations in

blacks and whites Nutrition and Cancer v63 n3 p367ndash375 2011

RIDNOUR LA ISENBERG JS ESPEY MG THOMAS DD ROBERTS DD Nitric

oxide regulates angiogenesis through a functional switch involving thrombospondin-1

Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America v102

n37 p13147-13152 2005

ROCHA AV Estado nutricional relative ao selecircnio de crianccedilas residentes em duas

localidades de Rondocircnia Amazocircnia Ocidental Satildeo Paulo 2009 109p Dissertaccedilatildeo de

Mestrado ndash Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas ndash Universidade de Satildeo Paulo

ROCHA AV CARDOSO BR COMINETTI C BUENO RB BORTOLI MC

FARIAS LA FAVARO DIT CAMARGO LMA COZZOLINO SMF Selenium

status and hair mercury leves in riverine children from Rondocircnia Amazonia Nutrition v30

n11-12 p1318-1323 2014

SAacute AL HERCULANO AM PINHEIRO MC SILVEIRAS LCL NASCIMENTO

JLM CRESPO-LOacutePEZ ME Exposiccedilatildeo humana ao mercuacuterio na regiatildeo oeste do Estado do

Paraacute Revista Paraense de Medicina v20 n1 p19-25 2006

SAMPAIO DS LUCOTTE M ROULET HP MERGLER D CROSSA M Mercuacuterio

nos peixes do Rio Tapajoacutes Amazocircnia brasileira InterfacEHS v1 n1 art 6 p1-31 2006

Disponiacutevel em

httpwwwunitesuqamcagmfcarusodoccarusosampaiosampaio_et_al_2006pdf Acesso

em 24 Dez 2014

SANTOS KMO AQUINO RC Grupo dos oacuteleos e gorduras In PHILIPPI ST Piracircmide

dos alimentos fundamentos baacutesicos da nutriccedilatildeo 2ed Barueri Manole 2014 p251-303

SANTOS LB Polimorfismo Pro198Leu no gene que codifica para glutationa

peroxidase 1 e sua relaccedilatildeo com o estado nutricional relativo ao selecircnio de uma populaccedilatildeo

adulta residente no municiacutepio de Fortaleza Cearaacute 201393f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash

Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2013

SAVASKAN NE UFER C KUHN H BORCHERT A Molecular biology of

glutathione peroxidase 4 from genomic structure to developmental expression and neural

function Biological Chemistry v388 n10 p1007ndash1017 2007

SCHMIDT MI DUNCAN BB SILVA GA MENEZES AM MONTEIRO CA

BARRETO SM CHOR D MENEZES PR Doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis no

Brasil carga e desafios atuais 2011 (Sauacutede no Brasil 4) Disponiacutevel em

httpdownloadthelancetcomflatcontentassetspdfsbrazilbrazilpor4pdf Acesso em 10 Jan

2015

97

SCHORK NJ FALLIN D LANCHBURY J Single Nucleotide Polymorphisms and the

future of genetic epidemiology Clinical Genetics v58 n4 p250-264 2000

SILVA JJRF WILLIAMS RJP The biological chemistry of the elements the

inorganic chemistry of life Oxford Oxford University Press New York Clarendon Press

1993 561p

SITTA A VANZIN CS BIANCINI GB MANFREDINI V OLIVEIRA AB

WAYHS CA RIBAS GO GIUGLIANI L SCHWARTZ IV BOHRER D

GARCIA SC WAJNER M VARGAS CR Evidence that L-carnitine and selenium

supplementation reduces oxidative stress in phenylketonuric patients Cellular and

Molecular Neurobiology v31 n3 p429ndash436 2011

SKOOG DA HOLLER FJ NIEMAN TA Princiacutepios de anaacutelise instrumental 5ed

Satildeo Paulo Bookman 2002 836p

SMOLKOVAacute B DUSINSKAacute M RASLOVAacute K BARANCOKOVAacute M

KAZIMIacuteROVAacute A HORSKAacute A SPUSTOVAacute V COLLINS A Folate levels determine

effect of antioxidant supplementation on micronuclei in subjects with cardiovascular risk

Mutagenesis v19 n6 p469ndash476 2004

SOUZA JR BARBOSA AC Contaminaccedilatildeo por Hg e o caso da Amazocircnia Quiacutemica Nova

na Escola n12 p23-25 2000

SOUZA ML MENEZES HC Processamentos de amecircndoa e torta de castanhandashdondashBrasil e

farinha de mandioca paracircmetros de qualidade Ciecircncia Tecnologia e Alimentos v24 n1

p120-128 2004

STEUERWALD U WEIHE P JORGENSEN PJ BJERVE K BROCK J HEINZOW

B BUDTZ-JORGENSEN E GRANDJEAN P Maternal seafood diet methylmercury

exposure and neonatal neurologic function Journal of Pediatrics v136 n5 p599-605

2000

STOCKLER-PINTO MB FARAGE NE BOAVENTURA GT COZZOLINO SM

Effect of Brazil nut supplementation on the blood levels of selenium and glutathione

peroxidase in hemodialysis patients Nutrition v26 n1112 p1065ndash1069 2010

SLATER B MARCHIONI DL FISBERG RM Estimando a prevalecircncia da ingestatildeo

inadequada de Nutrientes Rev Sauacutede Puacuteblica v33 n4 p599-605 2004

SUZEN HS GUCYENER E SAKALLI O UCKUN Z KOSE G USTEL D

DUYDU Y CAT C-262T and GPx 1 Pro198Leu polimorphisms in a Turkish population

Molecular Biology Reports v37 n1 p87-92 2010

TAKEUCKI T ETO K The pathology of Minamata disease a tragic story of water

pollution Kyushu Kyushu University Press 1999 310p

TAPIERO H TOWNSEND DM TEW KD The antioxidant role of selenium and seleno-

compounds Biomedicine amp Pharmacotherapy v57 n34 p134ndash144 2003

TINKOV AA SKALNAYA MG DEMIDOV VA SEREBRYANSKY EP

NIKONOROV AA SKALNY AV Hair mercury association with selenium serum lipid

98

spectrum and gama-glutamyl transferase activity in adults Biological Trace Element

Research v161 n3 p255-262 2014

UNITED NATIONS Enviroment Programme Chemicals Impacts of mercury on the

environment In ______ Global mercury assessment Geneva UNEP 2002 cap5 p73-

86

UNITED STATES Department of Health and Human Services Public Heath Services

Agency for Toxic Substances and Disease Registry Toxicological Profile for Mercury

Atlanta ATSDR 1999 676p

VAN DAEL P DEELSTRA H Selenium International Journal for Vitamin and

Nutrition Research v63 n4 p312-316 1993

VIVANCO RHC MENGE FGW BARRIGA PAC Variaciones de la fragilidad

osmoacutetica eritrocitaria en bovinos a pastoreo sobre praderas con bajo contenido de selenio y

suplementados o no con selecircnio Revista Cientiacutefica vXVI n3 p227-231 2006

WIDERSTEN M PEARSON WR ENGSTROEM A MANNERVIK B Heterologous

expression of the allelic variant μ-class glutathione transferases μ and ψ Biochemical

Journal v276 n2 p519-5241991

WILLETT WC Inssues in analysis and presentation of dietary data In ______ Nutritional

epidemiology 2ed New York Oxford University Press 1998 p321ndash345 (Monographs in

epidemiology and biostatistics 30)

WILLET WCHOWE GR KUSHI LH Adjustment for total energy in epidemiologic

studies Am J Clin Nutr v65 p1220-28 1997

WILLET W STAMPFER M Implications of total energy intake for epidemiologic

analyses In Willet WC Nutrition epidemiology 2 ed New York Oxford University Press

p514 1998

WORLD HEALTH ORGANIZATION Obesity preventing and managing the global

epidemic report of a WHO consultation on obesity Geneva World Health Organization

2000 p256 (WHO Obesity Technical Report Series n284)

XU S WANG Y ROE B PEARSON WR Characterization of the human class Mu

glutathione S-transferase gene cluster and GSTM1 deletion Journal of Biological

Chemistry v273 n6 p3517-3527 1998

YANG GQ WANG SZ ZHAU RH SUN SZ Endemic selenium intoxication of

humans in China American Journal of Clinical Nutrition v37 n5 p872-881 1983

ZACHARA BA UKLEJA-ADAMOWICZ M NARTOWICZ E LECKA J Increased

plasma glutathione peroxidase activity in patients with acute myocardial infarction Medical

Science Monitor v7 n3 p415-420 2001

ZHANG FA YU W HARGROVE JL GREENSPAN PA DEAN RG TAYLOR

EW HARTLE DK Inhibition of TNF- induced ICAM-1 VCAM-1 and E-selectin

expression by selenium Atherosclerosis v161 n2 p381-386 2002

99

ZHANG M MA AG ZHANG XZ GE S SHI XX Effect of multiple micronutrients

supplementation on anti-oxidative activity and oxidized DNA damage of lymphocytes in

children Zhonghua Liu Xing Bing Xue Za Zhi v26 n4 p268ndash272 2005

ZHENG W WEN WQ GUSTAFSON DR GROSS M CERHAN JR FOLSOM

AR GSTM1 and GSTT1 polymorfism and postmenopausal breast cancer risk breast cancer

Breast Cancer Research and Treatment v74 n1 p9-16 2002

100

APEcircNDICES

APEcircNDICE 1 Cartaz de divulgaccedilatildeo da pesquisa

APEcircNDICE 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

APEcircNDICE 3 Ficha de Identificaccedilatildeo e Controle

(Anamnese peso estatura IMC coleta de sangue e cabelos)

APEcircNDICE 4 Caderno de Registro do Consumo Alimentar

101

102

UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO

FACULDADE DE CIEcircNCIAS FARMACEcircUTICAS ndash FCFUSP

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE

1 Informaccedilotildees do Sujeito da Pesquisa

Nome

Documento de Identidade nordm Sexo ( ) M ( )F

Data de Nascimento

Endereccedilo Nordm Complemento Bairro Cidade Estado

CEP Telefones

2 Informaccedilotildees do Responsaacutevel Legal

Nome Natureza (grau de parentesco tutor curador etc) Documento de Identidade nordm Sexo ( ) M ( )F Data de Nascimento Endereccedilo Nordm Complemento Bairro Cidade Estado CEP Telefones

Tiacutetulo do Projeto de Pesquisa Estado nutricional relativo ao selecircnio concentraccedilotildees de

mercuacuterio estresse oxidativo e os polimorfismos Pro198Leu no gene da glutationa

peroxidase 1 (GPx1) e GSTM1 no gene da glutationa S- transferase (GST) em mulheres

residentes em aacuterea de risco de contaminaccedilatildeo por mercuacuterio

3 Duraccedilatildeo da Pesquisa 24 meses

4 Nome do pesquisador responsaacutevel Silvia Maria Franciscato Cozzolino Cargo Funccedilatildeo

Professora Titular do Programa de poacutes-graduaccedilatildeo em Ciecircncia dos Alimentos da Faculdade de Ciecircncias

Farmacecircuticas FCFUSP

Nordm do Registro do Conselho Regional CRN30621

Instituiccedilatildeo Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo USP

Sravoluntaacuteria essa pesquisa tem como tiacutetulo Estado nutricional relativo ao selecircnio e

concentraccedilotildees de mercuacuterio e a relaccedilatildeo com estresse oxidativo e os polimorfismos Pro198Leu

e GSTM1 em mulheres na idade feacutertil em aacuterea exposta agrave contaminaccedilatildeo por mercuacuterio A

responsaacutevel por esse estudo eacute a professora titular Silvia Maria Franciscato Cozzolino e como

103

colaborada a estudante de doutorado Ariana Vieira Rocha Ambas pertencem a Faculdade de

Ciecircncias Farmacecircuticas (FCF) da Universidade de Satildeo Paulo (USP)

De acordo com algumas pesquisas as mulheres da Amazocircnia apresentam

concentraccedilotildees elevadas de mercuacuterio e essa contaminaccedilatildeo pode comprometer a sauacutede natildeo soacute

delas como tambeacutem das crianccedilas pois uma das formas do mercuacuterio atravessa facilmente a

barreira placentaacuteria e o mercuacuterio acaba se concentrando no ceacuterebro das crianccedilas Isso pode

inibir o desenvolvimento cerebral Por isso eacute preocupante a exposiccedilatildeo das mulheres na idade

feacutertil ao mercuacuterio Acredita-se que o mineral selecircnio possa ser um possiacutevel colaborador para

a populaccedilatildeo natildeo apresentar sinais cliacutenicos evidentes da contaminaccedilatildeo por mercuacuterio Isso pode

ser devido a algumas atribuiccedilotildees do selecircnio pois este mineral tem como uma das suas accedilotildees

atuar como antioxidante e isso pode neutralizar os danos causados pela contaminaccedilatildeo do

mercuacuterio

Desta forma estamos por meio desse documento lhe convidando a participar desse

estudo que tem como objetivo principal avaliar o estado nutricional relativo ao selecircnio assim

como as concentraccedilotildees de mercuacuterio e a relaccedilatildeo desses com o estresse gerado nas ceacutelulas e

tambeacutem com algumas alteraccedilotildees geneacuteticas em mulheres na idade feacutertil em aacuterea exposta ao

mercuacuterio Nesta pesquisa participaraacute 200 mulheres voluntaacuterias da cidade de Porto Velho

Rondocircnia

Se vocecirc concordar em participar passaraacute pelos seguintes procedimentos avaliaccedilatildeo

nutricional onde seratildeo obtidos os dados de peso estatura e circunferecircncia da cintura e

tambeacutem seratildeo anotados os seus dados sobre o consumo alimentar ou seja tudo o que foi

consumido no periacuteodo de 3 dias sendo 2 dia da semana e 1 dia do fim de semana Seraacute

realizada ainda uma coleta de sangue de (20mL) em jejum de 10 a 12 horas para a realizaccedilatildeo

da determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo do mineral selecircnio e avaliar o estresse gerado nas ceacutelulas e

se haacute uma alteraccedilatildeo geneacutetica que possa interferir na concentraccedilatildeo de selecircnio ou mercuacuterio no

organismo Por fim seraacute coletado em torno de (1g) de cabelo na regiatildeo detraacutes do pescoccedilo para

avaliar as concentraccedilotildees de mercuacuterio A pesquisa possui um risco miacutenimo em virtude da

coleta de sangue que pode causar um desconforto poreacutem este seraacute coletado por um

profissional de enfermagem capacitado A obtenccedilatildeo desses dados seraacute realizada no

Laboratoacuterio Alphaclin localizado na Avenida Calama 2215 Bairro Satildeo Joatildeo Bosco Apoacutes

essas coletas seraacute distribuiacutedo um kit lanche contendo bolacha de aacutegua e sal ou biscoito

integral uma fruta e um suco de fruta de caixinha de 200mL O seu sangue seraacute armazenado

no laboratoacuterio de nutriccedilatildeo-minerais da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade

de Satildeo Paulo (USP) sob a responsabilidade da professora titular Silvia Maria Franciscato

Cozzolino para pesquisas futuras Poreacutem se isso acontecer vocecirc seraacute consultado a respeito e

um novo projeto seraacute submetido ao Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

Vocecirc autoriza o armazenamento do seu sangue para pesquisas futuras

( )sim ( )natildeo

Os resultados obtidos seratildeo arquivados e mantidos em sigilo conforme eacutetica Eacute direito

de cada participante obter os resultados das anaacutelises que seratildeo feitas bem como informaccedilotildees

sobre o andamento da pesquisa procedimentos utilizados riscos e benefiacutecios relacionados em

qualquer fase do estudo a fim de esclarecer eventuais duacutevidas Deve ser ressaltado que a

participaccedilatildeo na pesquisa poderaacute ser desfeita em qualquer momento que o Sra achar

conveniente sem sofrer nenhum tipo de constrangimento Natildeo haveraacute nenhuma despesa

financeira para a natildeo participaccedilatildeo neste estudo assim como natildeo haveraacute recompensa

financeira relacionada agrave participaccedilatildeo na pesquisa

Esse estudo traraacute benefiacutecios pois existem evidecircncias que o selecircnio pode exercer um

efeito protetor no organismo contra os malefiacutecios do mercuacuterio Logo os resultados

contribuiratildeo para uma melhor qualidade de vida atraveacutes do conhecimento da avaliaccedilatildeo do

104

estado nutricional Aleacutem do que seraacute realizada uma avaliaccedilatildeo nutricional completa por uma

nutricionista e seratildeo oferecidas orientaccedilotildees quanto agrave alimentaccedilatildeo

ndash INFORMACcedilOtildeES DE NOMES ENDERECcedilOS E TELEFONES DOS RESPONSAacuteVEIS PELO

ACOMPANHAMENTO DA PESQUISA PARA CONTATO EM CASO DE INTERCORREcircNCIAS

CLIacuteNICAS E REACcedilOtildeES ADVERSAS

Silvia Maria Franciscato Cozzolino ndash (Professora Titular do programa de Poacutes-

graduaccedilatildeo em Ciecircncia dos Alimentos da Faculdade de Ciecircncias FarmacecircuticasFCF

(USP) Telefone(11)3091-3625 Endereccedilo da Faculdade Cidade Universitaacuteria Av Lineu

Prestes 580 ndash Bloco 14

Telefone (11) 3091 -3625 (Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo ndash Minerais)

Ariana Vieira Rocha - (Doutoranda do programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Ciecircncia dos

Alimentos da Faculdade de Ciecircncias FarmacecircuticasFCF (USP) Endereccedilo Residencial

Bairro Liberdade Rua da Gloacuteria - 654 Apto 84 CEP 01510-000 ndash Satildeo Paulo ndash SP Telefone

(11) 98532-2125

Endereccedilo da Faculdade Cidade Universitaacuteria Av Lineu Prestes 580 ndash Bloco 14

Telefone 3091 -3625 (Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo ndash Minerais)

Consentimento Poacutes-Esclarecido

Declaro que apoacutes convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ter entendido o que me

foi explicado consinto em participar do presente Protocolo de Pesquisa

Porto Velhodede

_______________________________

Assinatura do sujeito de pesquisa

Ou responsaacutevel legal

___________________________________

Assinatura do pesquisador responsaacutevel

Para qualquer questatildeo duacutevida esclarecimento ou reclamaccedilatildeo sobre aspectos eacuteticos dessa

pesquisa favor entrar em contato com o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas da Faculdade de

Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo ndash Av Prof Lineu Prestes 580 - Bloco

13A ndash Butantatilde ndash Satildeo Paulo ndash CEP 05508-900 Fone 3091-3622 fone-fax 3091-3677 ndash e-

mail cepfcfuspbr

105

Universidade de Satildeo Paulo

Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas

Avaliaccedilatildeo Nutricional

Antropometria

Nome Data de Nascimento

DADOS ANTROPOMEacuteTRICOS

Idade anos

Circunferecircncia da Cintura (CC) Classificaccedilatildeo

Peso kg

Estaturacm

IMC Classificaccedilatildeo

Classificaccedilatildeo do estado nutricional para adultos segundo o Iacutendice de Massa Corpoacuterea (IMC)

Classificaccedilatildeo IMC (kgm2)

Risco de Comorbidades

Baixo Peso

˂ 185 Baixo

Peso Normal ou

Eutrofia 185 - 249

Meacutedio

Sobrepeso

ge 25 ndash 299 Aumentado

Obesidade I 300 - 349 Moderado

Obesidade II 350 ndash 399 Grave

Obesidade III ˃ 40 Muito Grave

Fonte WHO (2000)

106

Universidade de Satildeo Paulo

Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas

Pesquisador Ariana Vieira Rocha

Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo e Minerais(11) 3091-3625

Formulaacuterio Mercuacuterio (Hg)

Identificaccedilatildeo Data

Nome

Idade Sexo Raccedila

Endereccedilo

Haacute quanto tempo reside em Porto Velho

Onde residia anteriormente

Ocupaccedilatildeo principal Quanto tempo hdia

Haacutebitos

Come peixe sim natildeo

Procedecircncia do peixe consumido Nome do Rio

Espeacutecie mais consumida

Frequecircncia de consumo de peixe Quantidade

Frequecircncia de consumo de frutos do mar Quantidade

Ficou doente nos uacuteltimos seis meses sim natildeo

Tomou algum medicamento sim natildeo Qual Frequecircncia

No tratamento do cabelo vocecirc usa

soacute sabonete xampuacute condicionador tintura

liacutequido para permanente alisamento outros Quais

Qual a aacutegua que usa para tomar banho

caerd poccedilo ou mina outra procedecircncia qual

Qual a aacutegua que usa para beber

caerd e filtrada natildeo filtra de poccedilo ou mina galatildeo outra procedecircncia qual

107

ACOMPANHAMENTO NUTRICIONAL

Nome

Responsaacutevel Nutricionista Ariana Vieira Rocha

Universidade de Satildeo Paulo-USP

Telefone (69) 8118-4633 (11) 8532-2125

108

INFORMACcedilOtildeES

Pesquisas tentam explicar a presenccedila do Hg na regiatildeo amazocircnica pois os solos

ambientes aquaacuteticos e consequentemente os peixes apresentarem concentraccedilotildees elevados

deste metal assim como alguns indiviacuteduos que vivem nestas aacutereas poreacutem estes natildeo

apresentam sintomas e sinais cliacutenicos evidentes de contaminaccedilatildeo Supotildee-se que o selecircnio um

mineral antioxidante presente naturalmente no solo da regiatildeo seja um protetor para a aparente

toleracircncia destas populaccedilotildees agrave intoxicaccedilatildeo crocircnica por Hg Dentre outras funccedilotildees e accedilotildees o

selecircnio atua no fortalecimento do sistema imunoloacutegico e tambeacutem ajuda organismo a se

proteger dos danos causados pelos metais toacutexicos como por exemplo o Hg Dessa forma a

ingestatildeo adequada de selecircnio pode ter um efeito protetor contra a contaminaccedilatildeo por Hg

Este caderno tem como objetivo avaliar o estado nutricional relativo ao mineral

selecircnio Por isso eacute muito importante que todas as recomendaccedilotildees e orientaccedilotildees prestadas

durante o acompanhamento nutricional sejam atendidas

Ariana Vieira Rocha

Doutoranda em Ciecircncia dos Alimentos-FCFUSP

Porto Velho 2012

01

109

DADOS DE IDENTIFICACcedilAtildeO

1 Nome

Documento de Identidade nordm

Sexo ( X ) Feminino

Data de Nascimento

Naturalidade Escolaridade

Endereccedilo nordm

Bairro

Cidade

Cep Telefone Celular

Renda Familiar ( ) 1 SM ( ) 2 a 3 SM ( ) Acima de 4 SM

2 Histoacuteria Cliacutenica

Faz uso de anticonpepcional ( ) natildeo ( )sim

Se sim qual Quanto tempo

Antecedentes familiares ( )Dislipidemias ( )Diabetes mellitus

( )Hipertensatildeo arterial ( ) Obesidade

Outras qual

Faz atividade Fiacutesica ( ) natildeo ( ) sim qual

Quantas vezes por semana

02

110

ORIENTACcedilOtildeES QUANTO AO REGISTRO DOS ALIMENTOS

1 Anotar todos os alimentos consumidos durante todo o dia e a noite desde a hora que

acordar ateacute a hora em que for dormir

2 Colocar o horaacuterio das refeiccedilotildees

3 Natildeo esquecer de anotar os alimentos eou qualquer guloseima consumida (balas

chicletes etc) durante as refeiccedilotildees e nos intervalos

4 Anotar a quantidade do alimento consumido na forma de medidas caseiras (fotos

ilustrativas nas proacuteximas paacuteginas) Exemplo

colher de servir colher de sopa colher de sobremesa colher de chaacute ou cafeacute

concha escumadeira copo americano copo de requeijatildeo copo descartaacutevel de 180 ou

200 mL

xiacutecara de chaacute ou cafeacute

prato de mesa prato de sopa prato de sobremesa ou pires

5 Descrever com maior detalhe os tipos de alimentos ou marcas como por exemplo

leite desnatado integral tipo C em poacute

patildeo francecircs integral de forma de leite de batata de mel doce ou caseiro

bolachas recheadas aacutegua e sal chocolate sem recheio SEMPRE colocar o sabor e a

marca

frutas (anotar tipo e tamanho) por exemplo laranja lima meacutedia mamatildeo papaya (meia

unidade)

vegetais folhosos (anotar tipo e preparaccedilatildeo) por exemplo acelga refogada ou crua

manteiga ou margarina (o tipo a marca a quantidade consumida anotada em ponta de

faca ou em colheres de chaacute cafeacute sobremesa ou sopa)

salada de frutas (colocar tipo de frutas e os ingredientes incluiacutedos na salada)

bolo (sabor com ou sem recheio com ou sem cobertura de festa ndash se possiacutevel

escrever os principais ingredientes)

6 Lembrar de escrever o tipo de preparaccedilatildeo se o alimento eacute cozido frito grelhado

ensopado ou agrave milanesa (empanado)

7 Registrar os alimentos em unidades ou porccedilotildees como por exemplo bife meacutedio

pequeno coxa de frango peixe (pedaccedilo pequeno meacutedio ou grande)

8 Anotar as preparaccedilotildees que utilizem mais de um ingrediente e descrevecirc-los um a um

como por exemplo Sopa de legumes (quais is ingredientes e legumes utilizados nesta

preparaccedilatildeo)

03

111

MEDIDAS CASEIRAS

Colocamos ao lado de cada item uma caixa de foacutesforos ilustrativa para fins de

referecircncia quanto ao tamanho das medidas

04

112

Colocamos ao lado de cada item uma caixa de foacutesforos ilustrativa para fins de

referecircncia quanto ao tamanho das medidas

05

113

Margarina ou Manteiga

Colocamos ao lado de cada item uma caixa de foacutesforos ilustrativa para fins de

referecircncia quanto ao tamanho das medidas

06

114

REGISTRO DE ALIMENTOS

Dia 1

Data Dia da semana

Horaacuterio e Local Alimentos ou

Preparaccedilotildees

Quantidade

(medida caseira)

Marca Comercial

07

115

REGISTRO DE ALIMENTOS

Dia 2

Data Dia da semana

Horaacuterio e Local Alimentos ou

Preparaccedilotildees

Quantidade

(medida caseira)

Marca Comercial

08

116

REGISTRO DE ALIMENTOS

Dia 3

Data Dia da semana

Horaacuterio e Local Alimentos ou

Preparaccedilotildees

Quantidade

(medida caseira)

Marca Comercial

09

117

AGRADECEMOS A SUA COLABORACcedilAtildeO

Mestre Ariana Vieira Rocha (Nutricionista mestre e doutoranda do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncia dos

Alimentos Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo)

Doutora Silvia Maria F Cozzolino (Nutricionista Professora Titular do Departamento de Alimentos e Nutriccedilatildeo Experimental

Faculdade de Ciecircncias FarmacecircuticasUniversidade de Satildeo Paulo)

10

118

ANEXOS

ANEXO 1 Informaccedilotildees para os membros de bancas julgadoras

ANEXO 2 Parecer do Comitecirc de Eacutetica (CEP)

ANEXO 3 Ficha de Aluno

119

UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas

Secretaria de Poacutes-Graduaccedilatildeo

Informaccedilotildees para os Membros de Bancas Julgadoras de

MestradoDoutorado

1 O candidato faraacute uma apresentaccedilatildeo oral do seu trabalho com duraccedilatildeo

maacutexima de trinta minutos

2 Os membros da banca faratildeo a arguumliccedilatildeo oral Cada examinador

disporaacute no maacuteximo de trinta minutos para arguumlir o candidato exclusivamente sobre o

tema do trabalho apresentado e o candidato disporaacute de trinta minutos para sua

resposta

21 Com a devida anuecircncia das partes (examinador e candidato) eacute

facultada a arguumliccedilatildeo na forma de diaacutelogo em ateacute sessenta minutos por examinador

3 A sessatildeo de defesa seraacute aberta ao puacuteblico

4 Terminada a arguumliccedilatildeo por todos os membros da banca a mesma se

reuniraacute reservadamente e expressaraacute na ata (relatoacuterio de defesa) a aprovaccedilatildeo ou

reprovaccedilatildeo do candidato baseando-se no trabalho escrito e na arguumliccedilatildeo

41 Caso algum membro da banca reprove o candidato a Comissatildeo

Julgadora deveraacute emitir um parecer a ser escrito em campo exclusivamente indicado

na ata

42 Seraacute considerado aprovado o aluno que obtiver aprovaccedilatildeo por

unanimidade ou pela maioria da banca

5 Duacutevidas poderatildeo ser esclarecidas junto agrave Secretaria de Poacutes-

Graduaccedilatildeo pgfarmauspbr (11) 3091 3621

Satildeo Paulo 23 de maio de 2014

Prof Dr Adalberto Pessoa Junior Presidente da CPGFCFUSP

Av Prof Lineu Prestes 580 Bloco 13 A - Cidade Universitaacuteria - CEP 05508-900 - Satildeo Paulo - SP Fone (11) 3091 3621 - Fax (11) 3091 3141 ndash e-mail pgfarmauspbr

120

121

122

123

Page 3: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio

2

Ariana Vieira Rocha

Status de selecircnio de uma populaccedilatildeo residente em aacuterea de risco de

contaminaccedilatildeo por mercuacuterio Influecircncia de polimorfismos e accedilatildeo

sobre o estresse oxidativo

Comissatildeo Julgadora da Tese para obtenccedilatildeo do grau de Doutor

_______________________________________________

Profordf Titular Silvia Maria Franciscato Cozzolino

(OrientadoraPresidente)

________________________________________________

1ordm Examinador

________________________________________________

2ordm Examinador

________________________________________________

3ordm Examinador

________________________________________________

4ordm Examinador

SAtildeO PAULO _____ de ___________________de 2015

3

4

Gastei uma hora pensando um verso que a pena natildeo quer escrever

No entanto ele estaacute caacute dentro inquieto vivo

Ele estaacute caacute dentro e natildeo quer sair

Mas a poesia deste momento inunda minha vida inteira

Carlos Drumonnd de Andrade

5

A todas as voluntaacuterias desta pesquisa pelo carinho esforccedilo e dedicaccedilatildeo

Agraves amigas Daniela Zancan Dayane Zancan Laiacutes Maria e Larissa Matheus pela ajuda

imensuraacutevel durante a coleta de dados

Especialmente aos meus tios Ivanilde Rocha e Cristovatildeo Vieira que me ergueram

no momento em que mais precisei

6

AGRADECIMENTOS

A Deus que me ilumina e daacute forccedilas para seguir sempre em frente e ao Espiacuterito Santo por

todas as becircnccedilatildeos

Agrave luz da minha vida minha matildee Nair Lima por tudo que tem feito e ainda faz por mim

Meu modelo de iacutendole e dignidade Meu amuleto

Agrave orientadora Silvia Maria Franciscato Cozzolino exemplo de serenidade em momentos de

dificuldades Sou muito grata pela oportunidade de ter sido sua aluna e orientanda Obrigada

ainda por ter me abraccedilado desde o primeiro momento

Agrave professora Deacuteborah Faacutevaro pensar em vocecirc me causa garra e alegria Obrigada pela

parceria e disponibilidade na realizaccedilatildeo das anaacutelises de mercuacuterio Foi um prazer indescritiacutevel

tecirc-la ao meu lado na bancada

Agrave Julie Christine Luana Janaiacutena Cleonilce Oliveira Gisele Dias Natsue Kosin Larissa

Freitas Luana Cardozo e Yara Salviano por disponibilizarem do seu tempo por uma

causa a ciecircncia

Agrave Jamile Sadeck Dina Horeay e Analu Barofaldi seres de luz que deram ajuda a uma

desconhecida sem pedir nada em troca e se hoje esta jornada estaacute sendo concretizada

tambeacutem eacute graccedilas a vocecircs Ensinaram-me na praacutetica a fazer o bem sem olhar a quem Que

esta bondade esteja sempre comigo para que eu possa passaacute-la adiante

Agrave Gabriela Pellucio (Gabi peluacutecia) e sua matildee Mirian Guizelini que abraccedilaram a minha

causa e pela ampla ajuda em conseguir voluntaacuterias Querida Gabi obrigada pelo carinho vocecirc

foi um anjinho na minha vida

Agrave amiga Silvane Maziero assim como ao Flaacutevio Terassini ao Thiago Abiorana e agrave Helen

Queite pela divulgaccedilatildeo da pesquisa em seus ambientes de estudo eou trabalho Obrigada de

coraccedilatildeo

Agrave Juliana Closs por permitir a divulgaccedilatildeo do projeto no curso de nutriccedilatildeo da Faculdade Satildeo

Lucas (FSL)

Agrave Mariana Modesto Roberta Valmorbida Simone Oliveira e Alcione Altini por natildeo

hesitarem em ajudar esta colega de classe na divulgaccedilatildeo da pesquisa no ambiente das

Faculdades Integradas Apariacutecio Carvalho (FIMCA)

Agrave ldquonossardquo equipe do laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo-Minerais Alexandre Pimentel Baacuterbara

Cardoso Bruna Reis Graziela Biude Isabela Saraiva Janaina Donadio Kaluce Almondes

7

Kaacutetia Callou Larissa Bezerra Leila Hashimoto Luciane Alencar e Verocircnica Bandeira

por serem apoio companhia e ajuda nos trabalhos realizados no cotidiano

Especialmente

Agrave Bruna Reis (Rabin) e Isabela Saraiva (Isa nojentinha do meu coraccedilatildeo) que me

proporcionaram uma amizade de cunho profissional e pessoal tornando esta jornada mais

viva leve e muito alegre Por todos os braccedilos e abraccedilos servidos nos momentos de ajuda

sem horaacuterio para acabar Por me fazerem lembrar desse trio com um enorme sorriso no

rosto

Agrave Kaluce Almondes (Kakaacute) querida companheira de anaacutelises que pareciam interminaacuteveis

(risos) obrigada pela parceria conversas filosoacuteficas e gargalhadas constantes inclusive em

momentos de afliccedilatildeo

Agrave Liliane Viana Pires (Lili medalhinha) luz em todos os momentos (desde 2006)

Mesmo com a distacircncia geograacutefica existente entre noacutes vocecirc eacute sempre presente Agradeccedilo

ainda por despertar em mim a vontade de ser sempre melhor

Agraves florzinhas da Liliane Pires Leila Hashimoto (Leilinha) Luciane Alencar (Lu) e

Verocircnica Bandeira (Vecirc) pela ajuda durante as anaacutelises de enzimas mesmo com tantos

afazeres e por me tratarem sempre com muito carinho e atenccedilatildeo

Agrave Baacuterbara Cardoso pelo abraccedilo apertado que diz muito em cada encontro

Agraves Fernandas Santana e Shinagawa agradeccedilo a ajuda a companhia a diversatildeo e a

amizade construiacuteda principalmente nos momentos extras de trabalho jaacute que nem sempre

conseguiacuteamos acabar no horaacuterio do expediente em virtude do nuacutemero de amostras (risos)

Agrave Lilian Mendes apoio e alicerce fundamentais nos uacuteltimos meses que atraveacutes do seu

coraccedilatildeo profissionalismo e vivecircncia de mundo ensinou-me a aceitar e conviver com o meu

eu interior e com a minha alma

Ao meu irmatildeo de coraccedilatildeo Guilber Diniz Barros pela forccedila e energia enviada por todas as

conversas na tentativa de me distrair ou esquecer algo por me ajudar agrave distacircncia e

principalmente por me ensinar a levantar sem laacutegrimas nos olhos e de cabeccedila erguida

Agrave Fabiana Yasuhara da Assessoria Cientiacutefica Life Technologies pelo suporte fundamental

realizado durante as anaacutelises do polimorfismo de deleccedilatildeo GSTM1

Agrave funcionaacuteria Maria de Lurdes Pedrosa (Lurdinha) pelo otimismo carinho e pelas

palavras ldquono fim tudo daacute certordquo

8

RESUMO

ROCHA AV Status de selecircnio de uma populaccedilatildeo residente em aacuterea de risco de

contaminaccedilatildeo por mercuacuterio Influecircncia de polimorfismos e accedilatildeo sobre o estresse

oxidativo 2015 133f (Tese de Doutorado) Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas (FCF)

Universidade de Satildeo Paulo (USP) 2015

Estudos apontam que a regiatildeo Amazocircnica apresenta concentraccedilotildees significativas de selecircnio

nos solos e que por isso a populaccedilatildeo natildeo estaria susceptiacutevel agrave deficiecircncia desse mineral Em

contrapartida a regiatildeo tambeacutem apresenta dados de concentraccedilotildees elevadas de mercuacuterio nos

solos e rios entretanto a populaccedilatildeo natildeo apresenta sinais cliacutenicos evidentes de contaminaccedilatildeo

Acredita-se que o selecircnio um mineral antioxidante possa ser um possiacutevel colaborador para a

aparente toleracircncia ao mercuacuterio pois uma das accedilotildees desse mineral eacute a de destoxificar o

organismo contra metais toacutexicos Dependendo das concentraccedilotildees no organismo o mercuacuterio

pode potencializar a geraccedilatildeo das espeacutecies reativas de oxigecircnio e dessa forma as defesas

antioxidantes intriacutensecas das ceacutelulas podem ser prejudicadas resultando na condiccedilatildeo

conhecida por estresse oxidativo A contaminaccedilatildeo por mercuacuterio pode ainda comprometer a

sauacutede tanto das mulheres quanto das crianccedilas pois esse metal na forma de metilmercuacuterio

pode atravessar a barreira placentaacuteria e se concentrar principalmente no ceacuterebro do feto

Aliado a isso a presenccedila de polimorfismos em certos genes podem alterar a expressatildeo de

enzimas antioxidantes como a glutationa peroxidase 1 que eacute dependente de selecircnio assim

como da glutationa S-transferase que atua na destoxificaccedilatildeo do mercuacuterio no organismo

Vaacuterios estudos apresentam dados de concentraccedilotildees de mercuacuterio em ribeirinhos da Amazocircnia

no entanto resultados referentes agraves concentraccedilotildees de selecircnio ao estresse oxidativo e a

polimorfismos geneacuteticos na populaccedilatildeo da aacuterea urbana satildeo raros Diante disso este estudo

objetivou avaliar o estado nutricional relativo ao selecircnio concentraccedilotildees de mercuacuterio e a

possiacutevel relaccedilatildeo desses paracircmetros com o estresse oxidativo e os polimorfimos Pro198Leu (rs

1050450) no gene da glutationa peroxidase 1 e GSTM1 no gene da glutationa S-transferase

em mulheres em idade feacutertil residentes em aacuterea de risco de exposiccedilatildeo ao mercuacuterio da cidade

de Porto Velho (RO) As voluntaacuterias foram avaliadas por meio de medidas antropomeacutetricas

(peso estatura e circunferecircncia da cintura) e aplicou-se o registro alimentar para avaliaccedilatildeo do

consumo alimentar Realizou-se uma coleta de sangue para anaacutelise de selecircnio atividade da

enzima glutationa peroxidase marcadores de estresse oxidativo e polimorfismos geneacuteticos O

selecircnio foi determinado por espectrometria de absorccedilatildeo atocircmica com geraccedilatildeo de hidretos

acoplados agrave cela de quartzo (HGQTAAS) Para anaacutelise de mercuacuterio foi coletada uma amostra

do cabelo das voluntaacuterias sendo sua concentraccedilatildeo determinada pelo meacutetodo de

espectrometria de absorccedilatildeo atocircmica com geraccedilatildeo de vapor frio (CV AAS) Para avaliar o

estresse oxidativo foram determinadas a concentraccedilatildeo plasmaacutetica de Malondialdeiacutedo (MDA)

e a Capacidade de Absorccedilatildeo de Radicais de Oxigecircnio (ORAC) Participaram do estudo 200

mulheres com idade entre 19 e 50 anos A ingestatildeo alimentar meacutedia de selecircnio foi de 493 plusmn

192 microgdia e a prevalecircncia de ingestatildeo inadequada foi de 409 As concentraccedilotildees meacutedias do

mineral no plasma e nos eritroacutecitos foram respectivamente 498 + 186 microgL e 754 + 299

microgL A atividade meacutedia da glutationa peroxidase foi de 451+ 194 Ug Hb A concentraccedilatildeo

meacutedia de mercuacuterio nos cabelos foi de 625 + 766 ng g-1

Ao avaliar a presenccedila do SNP

Pro198Leu observou-se que 567 das participantes apresentaram genoacutetipo selvagem 368

heterozigotos e 68 homoizgotos para leucina Quanto ao polimorfismo de deleccedilatildeo GSTM1

425 das voluntaacuterias apresentaram o genoacutetipo nulo ou deletado ou seja relacionado a

ausecircncia de expressatildeo da glutationa S-transferase Esses resultados permitem concluir que a

maioria das participantes apresentou estado nutricional deficiente em relaccedilatildeo ao selecircnio

Apesar disso tanto a atividade enzimaacutetica da glutationa peroxidase como os biomarcadores

9

do estresse oxidativo natildeo sofreram interferecircncia desta deficiecircncia O polimorfismo

Pro198Leu tambeacutem natildeo interferiu no status de selecircnio e no estresse oxidativo Quanto agrave

avaliaccedilatildeo do polimorfismo GSTM1 o genoacutetipo nulo ou deletado tambeacutem natildeo mostrou

associaccedilatildeo com as concentraccedilotildees de mercuacuterio e o estresse oxidativo

Palavras-chave selecircnio estresse oxidativo polimorfismo geneacutetico e mercuacuterio

10

ABSTRACT

ROCHA AV Selenium status of a population living in a mercury contamination risk

area Influence of polymorphisms and action on oxidative stress 2015 133f (Tese de

Doutorado) Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo

2015

Studies have shown that the Amazon region has significant concentrations of selenium in

soils and therefore the population is not susceptible to deficiency of this mineral However

the region also presents data from high levels of mercury in soils and rivers however the

population has no obvious clinical signs of contamination It is believed that selenium an

antioxidant mineral may be a possible contributor to the apparent tolerance because of its

actions in the detoxification of the body from toxic metals Depending on the concentrations

in the body mercury can increase the generation of reactive oxygen species and thus the

intrinsic antioxidant defenses of cells can be damaged resulting in the condition known as

oxidative stress The mercury contamination may also compromise the health of both women

and children since this metal in the form of methylmercury can cross the placental barrier and

concentrate mainly in the fetal brain In addition the presence of genetic polymorphisms can

alter the expression of antioxidant enzymes such as glutathione peroxidase 1 which is

selenium dependent as well as glutathione S-transferase which can be responsible for the

mercury detoxification in the body Several studies have shown mercury levels of riverine

people from Amazon however results regarding selenium concentrations oxidative stress

and polymorphisms in the urban population are area Thus this study aimed to evaluate

selenium status mercury levels and the possible relationship of these with oxidative stress and

genetic polymorphisms Pro198Leu (rs 1050450) in glutathione peroxidase 1 gene and

GSTM1 in the glutathione S-transferase gene in women living in mercury exposure risk area

from the city of Porto Velho (RO) The of the volunteers was assessed using anthropometric

measurements (weight height and waist circumference) and evaluation of food consumption

by the food record Blood samples were collected for selenium analysis glutathione

peroxidase enzymersquos activity oxidative stress and genetic polymorphisms Selenium was

determined by hydride generation quartz tube atomic absorption spectroscopy (HGQT AAS)

For mercury analysis a hair sample of volunteers was collected and its concentration was

determined by atomic absorption spectrometry method with cold vapor (CV AAS) To

evaluate oxidative stress plasma concentrations of malondialdehyde (MDA) and Oxygen

Radical Absorbance Capacity (ORAC) were determined We enrolled 200 volunteers aged

between 19 and 50 The average of selenium intake was 493 plusmn 192 microgday and the

prevalence of inadequate intake was 409 Mean selenium concentration on plasma and

erythrocytes were respectively 498 + 186 microgL and 754 + 299 microgL Glutathione

peroxidase showed mean activity of 451 + 194 Ug Hb and mercury levels of 625 + 766 ng g-

1 Evaluating the presence of the SNP Pro198Leu it was observed that 567 of the were

participants had wild type genotype 368 heterozygous and 68 were homozygous for

leucine For the GSTM1 null deletion polymorphism 425 of the volunteers had a null

genotype ie do not express the enzyme glutathione S-transferase These results indicate that

the majority of participants had selenium deficiency in plasma and erythrocytes Nevertheless

most of them had adequate activity of glutathione peroxidase There was no association

between selenium concentrations and the biomarkers used to assess oxidative stress The

Pro198Leu polymorphism did not interfere in selenium concentrations as well as in the

oxidative stress The evaluation of GSTM1 polymorphism had no association with mercury

levels and oxidative stress

Keywords selenium oxidative stress polymorphisms and mercury

11

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Concentraccedilatildeo de Se (microgg) em castanha-do-brasil da regiatildeo Amazocircnica

22

Quadro 2 Ingestatildeo Dieteacutetica de Referecircncia (DRIs) relativas ao Se em microgdia a

partir de um ano de idade de acordo com o Institute of Medicine (IOM

2006)

23

Quadro 3 Frequecircncia genotiacutepica do polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) no

gene que codifica para GPx 1 encontrada em pesquisas realizadas no

Brasil por pesquisadores do Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo e Minerais da

Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo

(USP)

37

Quadro 4 Distribuiccedilatildeo da frequecircncia do polimorfismo GSTM1(ABAB0) no gene

da GST em diferentes etnias

39

Quadro 5 Classificaccedilatildeo do Iacutendice de Massa Corpoacuterea (IMC) para adultos segundo

WHO (2000)

45

Quadro 6 Intervalos de recomendaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de macronutrientes em

percentual de contribuiccedilatildeo energeacutetica (AMDR) de acordo com IOM

(2006)

46

Quadro 7 Valores de referecircncias adotados para concentraccedilatildeo de Se no plasma e

eritroacutecitos

47

Quadro 8 Resultados das anaacutelises dos materiais de referecircncia utilizados na

determinaccedilatildeo de Hg total

49

12

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas das voluntaacuterias

55

Tabela 2 Classificaccedilatildeo das participantes segundo o IMC

56

Tabela 3 Ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) das participantes (n = 194)

59

Tabela 4 Concentraccedilatildeo de Se (microgL) no plasma e nos eritroacutecitos das participantes

(n=194)

61

Tabela 5 Coeficiente de regressatildeo da ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) como

variaacutevel independente que influenciou a concentraccedilatildeo do mineral no

plasma (microgL) das participantes

64

Tabela 6

Tabela 7

Coeficiente de regressatildeo da ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) como

variaacutevel independente que influenciou a concentraccedilatildeo do mineral nos

eritroacutecitos (microgL) das participantes

Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram

as concentraccedilotildees de Hg (ng g-1

) nos cabelos (variaacutevel dependente) das

participantes

64

71

Tabela 8 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram

a capacidade antioxidante ndash ORAC (mmol eq troloxg de amostra)

(variaacutevel dependente) das participantes

71

Tabela 9 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram

a concentraccedilatildeo plasmaacutetica de MDA (microM) (variaacutevel dependente) das

participantes

72

Tabela 10 Distribuiccedilatildeo do SNP Pro198Leu (rs 1050450) no gene que codifica para

a GPx 1 nas participantes (n=190)

73

Tabela 11 Concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio atividade da enzima

GPx MDA e ORAC de acordo com o genoacutetipo para o polimorfismo

Pro198Leu (rs1050450) no gene que codifica a GPx

76

Tabela 12 Distribuiccedilatildeo do polimorfismo GSTM1 no gene da GST das participantes

(n = 180)

76

Tabela 13 Concentraccedilotildees de Hg de MDA e ORAC de acordo com o genoacutetipo para

o polimorfismo GSTM1 no gene da GST das participantes

77

13

LISTA DE ABREVIATURAS

Se - Selecircnio

Hg - Mercuacuterio

MeHg - Metilmercuacuterio

dimetilHg - Dimetilmercuacuterio

GPx - Glutationa Peroxidase

GST - Glutationa S-Transferase

GR - Glutationa Redutase

GSH - Glutationa Reduzida

SOD - Superoacutexido Dismutase

Hb - Hemoglobina

T3 - Tri-iodotironina

T4 - Tiroxina

SeO32-

- Selenito

SeO42-

- Selenato

Cd - Caacutedmio

Rd - Raacutedio

As - Arsecircnio

Cu - Cobre

Ag - Prata

Pb - Chumbo

Pt - Platina

DRI - Recomendaccedilatildeo de Ingestatildeo de Referecircncia

EAR - Necessidade Meacutedia Estimada

UL - Niacutevel Maacuteximo de Ingestatildeo Toleraacutevel

RDA - Ingestatildeo Dieteacutetica Recomendada

EER - Necessidade Energeacutetica Estimada

AMDR - Acceptable Macronutrient Distribution Range

IOM - Institute of Medicine

ADI - Ingestatildeo Diaacuteria Aceitaacutevel

PTWI - Ingestatildeo Semanal Toleraacutevel Provisoacuteria

DCNT - Doenccedilas Crocircnicas natildeo Transmissiacuteveis

14

WHO - World Health Organization

AP - Amapaacute

PA - Paraacute

RO - Rondocircnia

AM - Amazonas

EDTA - Aacutecido Etilenodiamino Tetraceacutetico

O2 - Oxigecircnio

ERO - Eacutespecies Reativas de Oxigecircnio

ERN - Eacutespecies Reativas de Nitrogecircnio

RSS e SR - Selenosulfidos

SNP - Single Nucleotide Polymorfism

STR - Simple Tandem Repeats

VNTR - Variable Number of Tandem Repeats

PCK - Proteiacutena Quinases

DNA - Aacutecido Desoxirribonucleico

C - Citocina

T - Timina

SDM - Seleno Dimetil ndash Mercuacuterio

MDA - Malondialdeiacutedo

ORAC - Capacidade Antioxidante

8-OHdG - 8 Hidroxidodesoxiguanosina

CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente

Na - Soacutedio

Se-Met - Selenometionina

mv - MassaVolume

PA - Pureza Analiacutetica

LAN - Anaacutelise por Ativaccedilatildeo Neutrocircnica

AOAC - Association of Official Analytical Chemists

NCHS - National Center of Health and Statistics

HGQTAAS - Espectrometria de Absorccedilatildeo Atocircmica por Geraccedilatildeo de Hidretos

Acoplados agrave Cela de Quartzo

CVAAS - Espectrometria de Absorccedilatildeo Atocircmica com Geraccedilatildeo de Vapor Frio

IPEN - Instituto de Pesquisa Energeacutetica Nuclear

IMC -Iacutendice de Massa Corpoacuterea

15

CC - Circunferecircncia da Cintura

LD - Limite de Detecccedilatildeo

LQ - Limite de Quantificaccedilatildeo

PNJ

IAEA

- Parque Nacional do Jauacute

- Agecircncia Internacional de Energia Atocircmica

UNIR - Universidade Federal de Rondocircnia

SEDUC - Secretaria de Educaccedilatildeo

SESAU - Secretaria da Sauacutede

ABESO - Associaccedilatildeo Brasileira para Estudo da Obesidade e da Siacutendrome Metaboacutelica

LANCRPq - Laboratoacuterio de Anaacutelise por Ativaccedilatildeo Neutrocircnica

IPENCNEN - Instituto de Pesquisas Energeacuteticas Nucleares

FCF - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas

USP - Universidade de Satildeo Paulo

16

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 18

2 REVISAtildeO DA LITERATURA 20

21 SELEcircNIO 20

211 Fontes Biodisponibilidade e Recomendaccedilatildeo 21

212 Aspectos Fisioloacutegicos Absorccedilatildeo Biodisponibilidade Armazenamento e Excreccedilatildeo 24

213 Funccedilotildees e Accedilotildees 25

214 Deficiecircncia e Toxicidade 29

22 MERCUacuteRIO30

23 ESTRESSE OXIDATIVO 33

24 POLIMORFISMOS 35

241 Polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) no Gene da GPx 36

242 Polimorfismo GSTM1 no Gene da GST 38

3 OBJETIVOS 41

31 OBJETIVO GERAL 41

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 41

4 METODOLOGIA 42

41 CASUIacuteSTICA E DELINEAMENTO 42

42 COLETA DE DADOS42

43 AVALIACcedilAtildeO ANTROPOMEacuteTRICA 45

44 CONSUMO ALIMENTAR 46

45 DETERMINACcedilAtildeO DA CONCENTRACcedilAtildeO DE SELEcircNIO NO PLASMA E ERITROacuteCITOS 47

46 DETERMINACcedilAtildeO DA ATIVIDADE DA GPx 48

47 PROCESSAMENTO E ANAacuteLISE DE MERCUacuteRIO NOS CABELOS 48

48 DETERMINACcedilAtildeO DA CONCENTRACcedilAtildeO PLASMAacuteTICA DE MALONDIALDEIacuteDO 50

49 DETERMINACcedilAtildeO DA CAPACIDADE DE ABSORCcedilAtildeO DE RADICAIS DE OXIGEcircNIO 51

410 PREPARACcedilAtildeO DAS AMOSTRAS PARA ANAacuteLISE DOS POLIMORFISMOS 52

4101 Determinaccedilatildeo do Polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) 52

4102 Determinaccedilatildeo do Polimorfismo GSTM1 53

411 ANAacuteLISES ESTATIacuteSTICAS 53

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 54

51 CARACTERIZACcedilAtildeO DA POPULACcedilAtildeO 54

52 AVALIACcedilAtildeO ANTROPOMEacuteTRICA 55

53 CONSUMO ALIMENTAR 57

17

54 MARCADORES BIOQUIacuteMICOS DO ESTADO NUTRICIONAL RELATIVO AO SELEcircNIO 60

55 SEEcircNIO E ATIVIDADE DA ENZIMA GPx 1 65

56 SELEcircNIO E CONCENTRACcedilOtildeES DE MERCUacuteRIO 67

57 SELEcircNIO E AVALIACcedilAtildeO DO ESTRESSE OXIDATIVO MDA E ORAC 71

58 POLIMORFISMO PRO198LEU 73

59 POLIMORFISMO GSTM1 76

6 CONCLUSAtildeO 80

7 CRONOGRAMA 81

REFEREcircNCIAS 82

APEcircNDICES 100

ANEXOS 118

18

1 INTRODUCcedilAtildeO

O selecircnio (Se) eacute um mineral traccedilo essencial para a biologia humana e esta

essencialidade foi reconhecida em 1979 apesar deste elemento ter sido descoberto em 1817

Dentre as funccedilotildees atribuiacutedas a este mineral destacam-se a funccedilatildeo antioxidante e proteccedilatildeo

contra accedilatildeo nociva de metais toacutexicos aleacutem de atuar em niacutevel de sistema imunoloacutegico

(NAVARRO-ALARCON e LOacutePEZ-MARTINEZ 2000 REILLY 1996) A funccedilatildeo

antioxidante estaacute relacionada agraves selenoproteiacutenas como a P e agraves glutationas peroxidases (GPx)

que satildeo dependentes de Se (HSIEH et al 2006) As GPx satildeo selenoproteiacutenas encontradas em

todos os tecidos de mamiacuteferos em que haacute processos oxidativos cuja accedilatildeo eacute reduzir a produccedilatildeo

de Espeacutecies Reativas de Oxigecircnio (ERO) contribuindo para a proteccedilatildeo das macromoleacuteculas e

membranas do organismo contra a oxidaccedilatildeo (GONZAGA et al 2005)

O homem obteacutem Se por meio da alimentaccedilatildeo (REILLY 1996 FAacuteVARO et al 2000

GONZAGA 2002 THOMSON 2006) e a quantidade do mineral presente nos alimentos

reflete a concentraccedilatildeo do solo sendo essa distribuiccedilatildeo heterogecircnea ou seja um alimento da

mesma espeacutecie proveniente de aacutereas distintas pode apresentar concentraccedilotildees de Se diferentes

(AMOUROUX et al 2001 MARTENS e COZZOLINO 2012) No Brasil Cozzolino et al

(2007) evidenciaram que feijotildees produzidos no estado de Satildeo Paulo tinham menores

concentraccedilotildees de Se (0016 μg de Seg) quando comparados aos feijotildees do Cearaacute (12 μg de

Seg)

Dessa forma pode-se supor que as regiotildees norte e nordeste apresentam maiores

concentraccedilotildees de Se no solo enquanto as regiotildees centro-oeste e sudeste tendem a apresentar

concentraccedilotildees menores indicando maior risco de desenvolvimento da deficiecircncia do mineral

nas duas uacuteltimas regiotildees (COZZOLINO et al 2007 MARTENS e COZZOLINO 2012) A

regiatildeo norte aleacutem de ser considerada uma das aacutereas com solos mais ricos em Se tambeacutem

apresenta de forma abundante o alimento considerado a melhor fonte do mineral a castanha-

do-brasil (Bertholletia excelsa) (ROCHA et al 2014)

Um estudo realizado por Gonzaga (2002) avaliou o estado nutricional relativo ao Se

em 41 crianccedilas de Macapaacute (AP) e de Beleacutem (PA) de acordo com os resultados as crianccedilas

avaliadas natildeo apresentaram deficiecircncia em Se

Rocha et al (2014) tambeacutem avaliaram crianccedilas da regiatildeo norte em duas localidades

ribeirinhas da cidade de Porto Velho (RO) obtendo um total de 42 participantes As crianccedilas

ribeirinhas de Demarcaccedilatildeo apresentaram concentraccedilotildees plasmaacuteticas de Se abaixo da

19

referecircncia para a faixa etaacuteria enquanto as crianccedilas da segunda localidade Gleba do Rio Preto

apresentaram concentraccedilotildees elevadas constituindo risco de toxicidade

Bortoli (2010) avaliou 55 mulheres de uma comunidade ribeirinha de Manaus (AM)

denominada de Novo Airatildeo e observou que a meacutedia de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio estava

dos valores da normalidade

Com base nesses estudos observa-se que natildeo eacute possiacutevel estabelecer um diagnoacutestico

preciso sobre o status de Se na regiatildeo norte sendo necessaacuterios mais estudos principalmente

com a populaccedilatildeo das cidades

Em contrapartida agrave suposiccedilatildeo que a regiatildeo norte ou amazocircnica pode ter solos ricos em

Se a mesma tambeacutem eacute considerada uma aacuterea de risco de exposiccedilatildeo ao mercuacuterio (Hg) um

metal toacutexico que natildeo exerce funccedilatildeo bioloacutegica Segundo Fadini e Jardim (2001) esta

contaminaccedilatildeo eacute devida aos processos naturais e antroacutepicos

Alguns autores sugerem que a populaccedilatildeo da Amazocircnia apresenta a mais alta exposiccedilatildeo

ao Hg relatada no mundo e isso pode exigir um aumento da quantidade de Se no organismo

na tentativa de compensar tanto o estresse oxidativo quanto os efeitos toacutexicos provocados pelo

metal bem como para manter a atividade ideais de enzimas antioxidantes (FORDYCE 2005

RAYMAN 2008 LEMIRE et al 2010 PASSOS MERGLER 2008)

Diante desse cenaacuterio este projeto avaliou o estado nutricional relativo ao Se

concentraccedilotildees de Hg estresse oxidativo e a presenccedila dos polimorfismos geneacuteticos Pro198Leu

no gene da GPx e GSTM1 no gene da glutationa S-transferase (GST) de mulheres residentes

na cidade de Porto Velho (RO) Vale mencionar que estudos sobre o Se satildeo inexistentes nesta

populaccedilatildeo e a maioria das pesquisas realizadas com o Hg na Amazocircnia avaliou apenas

populaccedilotildees ribeirinhas

20

2 REVISAtildeO DA LITERATURA

21 SELEcircNIO

O Se foi descoberto pelo quiacutemico sueco Jons Jakob Berzelius no ano de 1817 em seus

experimentos sobre a oxidaccedilatildeo do aacutecido sulfuacuterico pesquisando agentes toacutexicos (FOX

FAIRWEATHER 1999) Em 1957 Schwartz e Foltz descobriram a sua importacircncia para a

sauacutede animal quando verificaram que pequenas quantidades de Se apresentavam accedilatildeo

protetora em ratos com necrose hepaacutetica e deficiecircncia em vitamina E (NAVARRO-

ALARCON LOacutePEZ-MARTINEZ 2000) Em 1973 Rotruck isolou a enzima GPx e verificou

a presenccedila de Se em seu siacutetio ativo (BAYOUMY-EL 2001) A essencialidade do Se para os

humanos foi reconhecida em 1979 quando cientistas chineses descobriram uma doenccedila por

deficiecircncia de Se em uma regiatildeo da China chamada Keshan a qual deu origem ao nome desta

doenccedila e quando a suplementaccedilatildeo com Se atuou em caso de distrofia muscular (ESTADOS

UNIDOS - IOMFNB 2001)

No processo de evoluccedilatildeo da terra o Se foi incorporado ao solo oriundo dos magmas e

gases vulcacircnicos e apoacutes o degelo da era glacial esse semi-metal foi espalhado por algumas

aacutereas do globo terrestre de forma heterogecircnea (KOHRLE 1999) Dessa forma as

caracteriacutesticas geoloacutegicas de cada regiatildeo influenciaram as concentraccedilotildees de Se nos solos

existindo locais onde esta concentraccedilatildeo eacute tatildeo elevada que pode causar intoxicaccedilatildeo em animais

que consomem as pastagens cultivadas (REILLY 1996) e em outras eacute tatildeo baixa que pode

causar deficiecircncia (SILVA et al 1993)

Solos com concentraccedilatildeo de Se ao redor de 005 microgg tendem a proporcionar dietas

com concentraccedilotildees menores que 01 microgg causando deficiecircncia do mineral enquanto solos

com mais de 5 microgg do mineral contribuem para a intoxicaccedilatildeo (OLDFIELD 1999) Por isso a

quantidade de Se existente nos alimentos na aacutegua e no ar reflete o teor deste mineral no solo

sendo dependente de fatores geoquiacutemicos como o pH sendo que solos com pH menor que

55 (aacutecido) apresentam baixa biodisponibilidade de Se e solos com pH maior que 75

(alcalino) apresentam Se mais biodisponiacutevel A natureza da rocha originaacuteria tambeacutem interfere

nas quantidades de Se no ambiente sendo aquelas ricas em granito e basalto pobres em Se e

as vulcacircnicas incandescentes calcaacuterias de carvatildeo e de pirita mais ricas no mineral

(BAOYAN ZHANG 2002 REILLY 1996 FOX FAIRWEATHER-TAIT 1999 GONZAGA

MARTENS COZZOLINO 2007 2012) Isso explica porque a quantidade de Se no mesmo tipo

de alimento proveniente de aacutereas diferentes pode ser muito heterogecircnea (AMAROUX et al

21

2001) Estima-se que cerca de 50 a 77 do Se presente na superfiacutecie da terra seja oriundo

dos oceanos que se depositou por via uacutemida ou seca por meio dos gases dimetilselenido e

dimetilselenilsulfido produzidos de forma sazonal por fitoplacircnctons em especial pelas

bacteacuterias Coccolithophorid e por isso as aacutereas mais proacuteximas de oceanos possuem solos com

maior concentraccedilatildeo de Se (AMAROUX et al 2001)

No Brasil Martens e Cozzolino (2002) avaliaram alguns cultivares de feijotildees de cada

regiatildeo do paiacutes e verificaram que a concentraccedilatildeo de Se foi maior nos alimentos cultivados nas

regiotildees Norte e Nordeste sugerindo que os solos destes locais apresentam maiores

concentraccedilatildeo do mineral Os pesquisadores constataram tambeacutem que os solos com elevadas

concentraccedilotildees de Se produziram alimentos mais ricos neste nutriente e consequentemente

um consumo alimentar adequado Por outro lado em estados como Satildeo Paulo e Mato Grosso

foram encontradas menores concentraccedilotildees de Se nos solos e os indiviacuteduos residentes nestes

estados apresentaram maiores inadequaccedilotildees da ingestatildeo alimentar de Se (COZZOLINO

2007)

Na natureza o Se se encontra em 4 quatro estados de oxidaccedilatildeo nos solos aacutecidos como

Se elementar (0) selenido (+2) e selenito (+4) que satildeo menos soluacuteveis e assimilaacuteveis

enquanto em terras alcalinas tecircm mais selenato (+6) mais soluacutevel e assimilaacutevel pelas plantas

e animais (ORTUNtildeO et al 1997 GONZAGA MARTENS COZZOLINO 2012) Nos

alimentos o Se pode ser encontrado sob as formas orgacircnica e inorgacircnica na forma orgacircnica

como selenometionina (alimentos de origem vegetal e animal e em alguns suplementos

alimentares) como selenocisteiacutena principalmente em fontes de origem animal e como

selenometilselenocisteiacutena principal forma encontrada em vegetais (NAVARRO-ALARCON

2008) Na forma inorgacircnica como selenito (SeO32-

) e selenato (SeO42) em suplementos pois

essas formas aparecem em poucas quantidades nos alimentos (RAYMAN 2000)

211 Fontes Biodisponibilidade e Recomendaccedilatildeo

A castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa famiacutelia Lecythidaceae) eacute considerada o

alimento mais rico em Se com concentraccedilotildees que variam de 8 a 126 microgg (GONZAGA

2002 REILLY 1996 THOMSON 2006 GONZAGA MARTENS COZZOLINO 2012)

Diversos estudos com essa amecircndoa foram conduzidos com a finalidade de determinar o seu

teor de Se Souza e Menezes (2004) avaliaram 70kg de castanha-do-Brasil com casca da

safra de 2001 obtidas de lote a granel na Centrais de Abastecimento de Campinas SA

(CEASA) em Satildeo Paulo e observaram concentraccedilatildeo de 204 microgg (correspondente a 204

22

microg100g) de Se Chang et al (1995) analisaram dois lotes de castanha-do-brasil um

proveniente da regiatildeo do AcreRondocircnia e outro da regiatildeo de ManausBeleacutem e as

concentraccedilotildees de Se variaram de 306 a 401 microgg e 360 a 500 microgg respectivamente

Trabalhos realizados pelos pesquisadores do Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo-Minerais da

Universidade de Satildeo Paulo tambeacutem avaliaram as concentraccedilotildees de Se em castanha-do-brasil

oriundas da regiatildeo norte (Quadro 1)

Quadro 1 Concentraccedilatildeo de Se (microgg) em castanha-do-brasil da regiatildeo norte do Brasil

Concentraccedilatildeo de Se (microgg)

COUTINHO (2001) GONZAGA (2002) BEHR (2004) MARTENS e COZZOLINO (2002) ROCHA (2014) STOCLER PINTO (2009) COMINETTI (2010) PIRES (2012)

19 40 17 43

583 58 58 115

Dados natildeo publicados - Meacutedia referente agrave determinaccedilatildeo de Se em dezoito lotes de castanha-do-brasil (safra 2011)

As frutas e as verduras em geral satildeo pobres em Se com exceccedilatildeo dos vegetais que satildeo

considerados acumuladores tais como o alho a mostarda indiana o broacutecolis a couve-de-

bruxelas a couve-flor o repolho a cebola e alguns cogumelos os quais podem fornecer boas

quantidades do mineral Nas regiotildees cujos solos tecircm quantidades significativas de Se o trigo

eacute uma boa fonte do mineral assim como os patildees e cereais (NAVARRO-ALARCON e

LOacutePEZ-MARTINEZ 2008)

A quantidade de proteiacutena presente no alimento deve ser considerada pois os alimentos

proteicos incorporam o Se de forma mais eficiente principalmente aqueles que possuem

maior concentraccedilatildeo de aminoaacutecidos que contenham enxofre como metionina e cisteiacutena

(BURK 1998) Alimentos como carne bovina frango peixe e ovos tambeacutem apresentam

quantidades significativas de Se assim como leite e seus derivados de acordo com a espeacutecie

animal e quantidade de gordura pois tanto o leite de vaca quanto os outros tipos que

apresentam maior quantidade de gordura possuem menores concentraccedilotildees do mineral

(NAVARRO-ALARCON 2008)

As melhores fontes de Se natildeo satildeo necessariamente as de maior biodisponibilidade Os

vegetais por exemplo em geral satildeo pobres no mineral entretanto apresentam uma

biodisponibilidade elevada variando de 85 a 100 Nos pescados que tambeacutem satildeo

23

considerados oacutetimas fontes de Se a biodisponibilidade varia de 20 a 50 Alguns

pesquisadores relacionam esta baixa biodisponibilidade agrave interaccedilatildeo do Se com o metal Hg que

pode estar presente nesses alimentos (ORTUNtildeO 1997 MARTENS et al 2012)

Com a descoberta da doenccedila de Keshan uma cardiomiopatia ocasionada pela

deficiecircncia de Se foi possiacutevel estabelecer recomendaccedilatildeo desse nutriente pois a doenccedila natildeo se

manifestava quando a quantidade consumida era igual ou maior que 191 microgdia em indiviacuteduo

adulto com 60 kg Acreditava-se que essa concentraccedilatildeo seria o menor valor de associaccedilatildeo

com o natildeo aparecimento dos sinais cliacutenicos da deficiecircncia do mineral (SHILS et al1994)

Entretanto atualmente sabe-se que a deficiecircncia de Se ocorre quando a ingestatildeo diaacuteria por

longos periacuteodos eacute menor ou igual a 11 microgdia Outro dado utilizado para determinar a

recomendaccedilatildeo de Se foi realizado atraveacutes da relaccedilatildeo entre a atividade da GPx no plasma e a

ingestatildeo do Se em indiviacuteduos adultos chineses residentes em uma aacuterea com solos

considerados pobres no mineral Os voluntaacuterios foram distribuiacutedos em cinco grupos e

receberam doses graduais de 0 10 30 60 e 90 microgdia de Se por via oral na forma de DL-

selenometionina Apoacutes cinco a oito meses a atividade da GPx respondeu de forma similar

para os trecircs concentraccedilotildees mais altos e esses resultados mostraram que uma ingestatildeo em torno

de 41 microgdia o equivalente a 30 microg da suplementaccedilatildeo mais 11 microg da dieta normal em um

homem de 60 kg eram suficientes para saturar a atividade da GPx (IOM 2001)

Com bases nesses dados foi possiacutevel estabelecer uma recomendaccedilatildeo de Se de acordo

com o Institute of Medicine (2001) A Ingestatildeo Dieteacutetica Recomendada (RDA) de Se para

indiviacuteduos adultos a partir dos 19 anos de idade foi estabelecida em 55 microgdia natildeo devendo

ultrapassar o niacutevel maacuteximo de Ingestatildeo Toleraacutevel (UL) estabelecido de 400 microgdia O Quadro

2 apresenta as Ingestotildees Dieteacuteticas de Referecircncia (DRI) de Se propostas pelo IOM (2006)

para populaccedilatildeo adulta

Quadro 2 Ingestatildeo Dieteacutetica de Referecircncia (DRIs) relativas ao Se em microgdia a partir de 1 ano

de idade de acordo com o Institute of Medicine (IOM 2006)

Idade (anos) EAR

Se microgdia

RDA

Se microgdia

UL

Se microgdia

˃ 14 45 55 400

EAR ndash Necessidade Meacutedia Estimada valor de ingestatildeo diaacuteria de um nutriente suficiente para suprir a

necessidade de metade dos indiviacuteduos saudaacuteveis de um determinado grupo do mesmo gecircnero e estaacutegio de vida

RDA ndash Ingestatildeo Dieteacutetica Recomendada eacute o niacutevel de ingestatildeo dieteacutetica diaacuteria suficiente para atender agraves

necessidades de um determinado nutriente de praticamente todos (97 a 98) os indiviacuteduos saudaacuteveis de um

determinado grupo do mesmo gecircnero e estaacutegio de vida

24

UL ndash Niacutevel Maacuteximo de Ingestatildeo Toleraacutevel eacute o valor mais alto da ingestatildeo diaacuteria continuada de um nutriente que

aparentemente natildeo oferece nenhum efeito adverso agrave sauacutede para todos os indiviacuteduos de um mesmo estaacutegio de

vida ou gecircnero

212 Aspectos Fisioloacutegicos Absorccedilatildeo Biodisponibilidade Armazenamento e Excreccedilatildeo

A absorccedilatildeo do Se acontece no duodeno ceco e coacutelon onde a selenometionina eacute

absorvida por um mecanismo de transporte ativo o selenito por difusatildeo simples o selenato

em conjunto com o sulfato por meio de carreadores mediados por soacutedio e a selenocisteiacutena por

transporte ativo comum aos aminoaacutecidos baacutesicos (histidina lisina e arginina) A

selenometilselenocisteiacutena natildeo eacute incorporada como selenometionina sendo convertida

rapidamente em metilselenol (FAIRWEATHERTAIT et al 2011)

Nos enteroacutecitos o Se eacute reduzido a selenito (H2Se) e em seguida transportado no

sangue ligado a proteiacutenas principalmente a fraccedilotildees de β-lipo proteiacutena de muito baixa

densidade e em menor quantidade em outros tipos de proteiacutenas como a albumina

especialmente quando a selenometionina eacute a principal forma presente nos alimentos

(REILLY 1996 PAPP et al 2007)

A biodisponibilidade do Se pode ser prejudicada por alguns fatores quantidade

ingerida a partir da dieta origem do Se consumido interaccedilatildeo com metais toacutexicos eficiecircncia

da digestatildeo formaccedilatildeo de compostos absorviacuteveis tempo do tracircnsito intestinal estado

nutricional do organismo em relaccedilatildeo ao Se doenccedilas do trato gastrintestinal conversatildeo para

formas biologicamente ativas apoacutes absorccedilatildeo e incorporaccedilatildeo agrave enzima GPx (IOM 2001) Na

determinaccedilatildeo da biodisponibilidade do Se alimentar a etapa limitante eacute a incorporaccedilatildeo da

forma biologicamente ativa selenocisteiacutena agrave GPx ou agraves 5 deiodinases nos tecidos

(HOLBEN SMITH 1999)

A excreccedilatildeo do Se ocorre principalmente pela via urinaacuteria (REILLY 1996 PAPP et

al 2007) e os compostos de Se tanto aqueles que entram no pool de selenito como os

convertidos a metilselenol satildeo metilados por tioacuteis-metiltransferases e geram diferentes formas

metaboacutelicas metiladas do mineral que seratildeo excretadas contribuindo para a homeostase Na

urina predominam as formas monometiladas nos casos de baixas ingestotildees e o

trimetilselenocircnio quando o Se eacute consumido em altas quantidades Quando os iacuteons de

trimetilselenocircnio atingem seu platocirc metaboacutelico ocorre a excreccedilatildeo pulmonar de

dimetilselenocircnio volaacutetil responsaacutevel pelo odor caracteriacutestico de alho na respiraccedilatildeo

(LETAVAYOVAacute et al 2006 PAPP et al 2007)

25

A Figura 1 ilustra o metabolismo do Se em mamiacuteferos onde os metaboacutelitos de Se

provenientes da alimentaccedilatildeo entram na ceacutelula e se juntam ao pool existente gerando selenito

que seraacute utilizado como fonte de Se para a siacutentese da selenocisteiacutena precursora das

selenoproteiacutenas (PAPP et al 2007)

Figura 1 Aspectos fisioloacutegicos do Se em mamiacuteferos

Adaptado de PAPP et al (2007)

(GSH = glutationa TrxRTrx = tioredoxina redutasetioredoxina)

213 Funccedilotildees e Accedilotildees

A propriedade antioxidante do Se estaacute relacionada agraves GPx que satildeo dependentes deste

mineral As GPx agem na proteccedilatildeo celular contra os danos provocados por radicais livres

juntamente com um sistema antioxidante complexo que envolve outras substacircncias

(HOLBEN SMITH 1999)

O Se eacute incorporado na forma de selenocisteiacutena no siacutetio ativo de um grande nuacutemero de

proteiacutenas Acredita-se que cerca de 100 selenoproteiacutenas possam existir no organismo de

mamiacuteferos Atualmente satildeo conhecidas 22 selenoproteiacutenas organizadas em grupos diferentes

Se Alimentar

Selenometionina

Selenito

Selenato

Selenocisteiacutena

(Sec)

Outras formas

ENTEROacuteCITO

Pool Intracelular de Selecircnio

Selenometionina

Selenito Selenato

GSS e SG (selenodiglutationa)

CH3SeH (metilselenol) etc

Incorporaccedilatildeo natildeo especiacutefica de

proteiacutenas ligadoras de selecircnio

Selenoproteiacutenas

Liases

GSH

TrxRTrx

H2Se

(selenido)

Sec

26

em funccedilatildeo da localizaccedilatildeo e das propriedades funcionais da selenocisteiacutena sendo que metade

destas apresenta caracteriacutesticas antioxidantes O grupo das GPx eacute o mais abundante Estas

selenoproteiacutenas satildeo encontradas em todos os tecidos de mamiacuteferos em que haacute processos

oxidativos e podem reduzir a produccedilatildeo de espeacutecies reativas de oxigecircnio contribuindo para a

proteccedilatildeo das macromoleacuteculas e membranas do organismo contra a oxidaccedilatildeo (BROWN et al

2001 TAPIERO et al 2003 GONZAGA et al 2005)

A GPx 1 tambeacutem conhecida como GPx citosoacutelica foi a primeira enzima dependente

de Se a ser identificada em 1953 em eritroacutecitos onde protege a hemoglobina de danos

oxidativos Essa GPx eacute encontrada no citosol das ceacutelulas sendo expressa em todos os tecidos

(BROWN 2001 LEI 2007) e tem como funccedilatildeo reduzir o peroacutexido de hidrogecircnio e

hidroperoacutexidos orgacircnicos livres transformando-os em aacutegua e aacutelcool respectivamente

(GONZAGA et al 2005)

A segunda isoforma GPx 2 ou gastrintestinal eacute encontrada no trato gastrintestinal e

no fiacutegado e age protegendo o organismo contra os hidroperoacutexidos na passagem pelo trato

gastrintestinal (GONZAGA et al 2005) A GPx 3 ou plasmaacutetica eacute sintetizada primeiramente

nas ceacutelulas tubulares renais e sua funccedilatildeo eacute servir de barreira antioxidante para o sangue

filtrado e proteger as ceacutelulas endoteliais do dano oxidativo (DUMONT 2006) A quarta

isoforma GPx 4 ou fosfolipiacutedio hidroperoacutexido tem como funccedilatildeo proteger as membranas das

ceacutelulas contra a accedilatildeo dos hidroperoacutexidos de aacutecidos graxos e tambeacutem reduzir a formaccedilatildeo de

hidroperoacutexidos de colesterol e de eacutester de colesterol nas membranas e nas lipoproteiacutenas de

baixa densidade (LDL) (SAVASKAN et al 2007)

Aleacutem dessas quatro isoformas foram descobertas tambeacutem a GPx 6 no epiteacutelio do

olfato e tecidos embrionaacuterios e outras variantes na qual o resiacuteduo de selenocisteiacutena eacute

substituiacutedo por cisteiacutena incluindo a GPx 5 com expressatildeo restrita no epidiacutedimo e a GPx 7

(PAPP et al 2007) Entretanto ainda natildeo se sabe exatamente qual a accedilatildeo dessas GPx

(HERBETTE et al 2007)

O Se pode interagir com um grande nuacutemero de metais toacutexicos como arsecircnio (As)

caacutedmio (Cd) Hg cobre (Cu) prata (Ag) chumbo (Pb) e platina (Pt) podendo alterar a

toxicidade e prevenir possiacuteveis manifestaccedilotildees toxicoloacutegicas em razatildeo da exposiccedilatildeo aos

mesmos (ORTUNtildeO et al 1997) Uma das hipoacuteteses para explicar essa interaccedilatildeo seria uma

reaccedilatildeo direta desses metais com o Se na forma inorgacircnica formando substacircncias

biologicamente inativas no interior do trato gastrintestinal Este mecanismo de interaccedilatildeo foi

encontrado em estudos com o Cd Pt Pb Ag e Hg Uma segunda hipoacutetese seria a reaccedilatildeo do

Se com grupos tioacuteis de algumas moleacuteculas para formar selenosulfidos (RSSeSR) que

27

possuem forte afinidade por metais (ORTUNtildeO et al 1997 ALARCOacuteN e MARTINEZ

2000)

A interaccedilatildeo entre o Hg e o Se tem sido estudada haacute mais de trecircs deacutecadas e envolve

uma variedade de processos bioquiacutemicos e toxicoacutelogicos ainda desconhecidos (CHEN et al

2006) Estudos conduzidos em animais foram realizados para tentar esclarecer os mecanismos

dessa interaccedilatildeo mesmo assim estes natildeo foram completamente elucidados (GREGUS et al

2001) Pesquisas in vitro sugerem que o efeito protetor do Se em relaccedilatildeo aos efeitos toacutexicos do Hg

seja em razatildeo da formaccedilatildeo de um complexo inerte Hg-Se (11) ligado agrave selenoproteiacutena P (Sepp1) no

sangue (DRASCH et al 2000)

A Figura 2 ilustra um possiacutevel mecanismo de destoxificaccedilatildeo muacutetua de Se e Hg elaborado

por Gailer et al (2000) onde o Se na forma de selenito ao ser incorporado nos eritroacutecitos eacute

reduzido atraveacutes da glutationa e no plasma liga-se agrave albumina proteiacutena responsaacutevel pelo transporte

sanguiacuteneo de Hg Sendo assim o Se natildeo reagiria de forma direta com o Hg livre mas com o Hg

ligado agrave albumina formando o complexo Hg-Se que por sua vez liga-se agrave selenoproteiacutena P e

tambeacutem aos resiacuteduos de histidina e cisteiacutena presentes na proteiacutena

Vale mencionar que a selenoproteiacutena P eacute uma glicoproteiacutena que transporta a maior parte de

Se no plasma dessa forma nos casos em que haacute deficiecircncia em Se a siacutentese de selenoproteiacutena P

pode estar prejudicada assim como a sua concentraccedilatildeo no plasma A existecircncia da selenoproteiacutena P

foi relatada haacute aproximadamente 30 anos poreacutem o progresso na tentativa de esclarecer as suas

funccedilotildees tecircm se destacado nos uacuteltimos anos (BURK HILL 2009)

Figura 2 Esquema de um possiacutevel mecanismo de destoxificaccedilatildeo muacutetua de Se e Hg

Adaptado de Gailer et al (2000)

SeO32-

e Se2-

= selenito Hg2+

= mercuacuterio livre HgSe = complexo Hg Se

HgSe

SeO32-

SeO32- Se2-GSH

Eritroacutecito

Se2-

Hg2+ (albumina)HgSe

Selenoproteiacutena P

HgSeHgSe

HgSe

28

Concentraccedilotildees adequadas de Se tambeacutem estatildeo relacionadas ao funcionamento

adequado do sistema imunoloacutegico Propriedades como quimiotaxia migraccedilatildeo e atividade

fungicida satildeo indicadores claramente dependentes da concentraccedilatildeo de Se nas ceacutelulas

fagocitaacuterias Efeitos reguladores do sistema imunoloacutegico satildeo explicados pela manutenccedilatildeo da

integridade das membranas das ceacutelulas imunocompetentes em condiccedilotildees adequadas de Se

Por isso satildeo atribuiacutedas ao Se funccedilotildees nas ceacutelulas do sistema imunoloacutegico como manutenccedilatildeo

da integridade das ceacutelulas imunocompetentes reduccedilatildeo dos peroacutexidos orgacircnicos e inorgacircnicos

formados por reaccedilotildees originadas dos radicais livres na ceacutelula regulaccedilatildeo do metabolismo dos

hidroperoacutexidos que levam agrave siacutentese de leucotrienos tromboxanos prostaglandinas e

lipoacutexidos e modulaccedilatildeo dos produtos oxidativos na respiraccedilatildeo das ceacutelulas fagocitaacuterias

(ORTUNtildeO et al 1997)

O Se tambeacutem participa na conversatildeo de tiroxina (T4) em tritiodotironina (T3) por

meio das deiodinases tipo I II e III A deficiecircncia em Se no organismo causa um decreacutescimo

de 15 a 20 na conversatildeo de T4 em T3 A enzima 5rsquo-deiodinase tipo 1 (IDI) eacute uma

selenoproteiacutena encontrada principalmente no fiacutegado e rins responsaacutevel pela conversatildeo da

forma inativa do proacute-hormocircnio T4 que eacute secretado pela tireoide agrave forma metabolicamente ativa

triiodotironina (T3) Nos casos de deficiecircncia em Se o T4 estaacute aumentado no plasma enquanto o T3

estaacute diminuiacutedo (KOumlHRLE 2000)

Outras accedilotildees protetoras do Se tecircm sido descritas no contexto das Doenccedilas Crocircnicas

Natildeo Transmissiacuteveis (DCNT) Alguns mecanismos foram propostos para esclarecer a inibiccedilatildeo

do aparecimento do cacircncer pela accedilatildeo do Se como reduccedilatildeo da hipermetilaccedilatildeo do DNA

causada pelo aumento da atividade da DNA metiltransferase regulaccedilatildeo da hipometilaccedilatildeo do

DNA que paradoxalmente ocorre durante a progressatildeo do tumor e proteccedilatildeo antioxidante que

promove equiliacutebrio entre a formaccedilatildeo de radicais livres e o funcionamento celular normal (DAVIS e

UTHUS 2002) Quando esse equiliacutebrio eacute interrompido pelo acuacutemulo de radicais livres a ceacutelula

entra em estresse oxidativo e consequentemente em instabilidade geneacutetica alterando certos

fatores de transcriccedilatildeo ou oxidando o DNA na sua base 8-hidroxidodesoxiguanosina (8-OHdG)

(BAYOUMY-EL 2001)

Estudos epidemioloacutegicos mostram correlaccedilatildeo positiva entre maior ingestatildeo de Se e

menor incidecircncia de cacircncer de tireoide pele mama ovaacuterio proacutestata e trato gastrintestinal

especialmente o coloretal (ORTUNtildeO et al 1997 NAVARRO-ALARCON e LOacutePEZ-

MARTINEZ 2000 DAVIS e UTHUS 2002) O Se tambeacutem pode diminuir o risco de

outras doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis como aterosclerose trombose arteri al e

diabetes melito (NAVARRO-ALARCON e LOacutePEZ-MARTINEZ 2000)

29

214 Deficiecircncia e Toxicidade

A deficiecircncia em Se ocorre quando a ingestatildeo diaacuteria eacute menor ou igual a 11 microgdia

enquanto ingestotildees acima de 400 microgdia podem levar agrave toxicidade (IOMFNB 2001 ZHANG

et al 2002) Os grupos mais vulneraacuteveis agrave deficiecircncia satildeo fumantes idosos gestantes

lactentes crianccedilas de 2 a 10 anos adolescentes do gecircnero feminino indiviacuteduos submetidos agrave

nutriccedilatildeo parenteral total sem suplementaccedilatildeo com Se por um periacuteodo superior a 20 ou 30 dias

enfermos de doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis indiviacuteduos sujeitos a elevado estresse e

doenccedilas debilitantes (AIDS hepatite C hanseniacutease) populaccedilotildees que habitam aacutereas com solos

pobres em Se aleacutem de populaccedilotildees que habitam aacutereas antropogecircnicas ou naturalmente

contaminadas por Hg (ORTUNtildeO et al 1997 BURKE e OPESKIN 2002 MARTENS et al

2012)

A doenccedila de Kesha definida como uma cardiomiopatia que afeta crianccedilas e mulheres

jovens estaacute diretamente relacionada agrave baixa ingestatildeo alimentar de Se a forma aguda eacute

caracterizada por insuficiecircncia suacutebita da funccedilatildeo cardiacuteaca e a fase crocircnica degeneraccedilatildeo dos

muacutesculos (especialmente necrose multifocal e fibrose no miocaacuterdio) cardiomegalia isquemia

do miocaacuterdio eletrocardiograma anormal e edema pulmonar Outra consequecircncia associada agrave

deficiecircncia eacute a doenccedila de Kashin-Beck osteoartrite endecircmica que ocorre durante a preacute-adolescecircncia

ou adolescecircncia podendo resultar em nanismo e deformaccedilatildeo das articulaccedilotildees (HOLBEN e SMITH

1999) Ressalta-se que no Brasil natildeo haacute relatos dessas deficiecircncias graves

Jaacute os sintomas da intoxicaccedilatildeo por Se satildeo distuacuterbios gastrintestinais graves paladar

metaacutelico odor de alho exalado pelas vias respiratoacuterias distuacuterbios neuroloacutegicos siacutendrome do

estresse respiratoacuterio infarto do miocaacuterdio e falecircncia renal (HOLBEN e SMITH 1999) A

toxicidade crocircnica tanto pelas formas orgacircnicas quanto inorgacircnicas apresenta caracteriacutesticas

cliacutenicas semelhantes poreacutem as concentraccedilotildees teciduais do mineral satildeo diferentes (IOM

2000)

De acordo com Yang et al (1983) os tecidos e oacutergatildeos mais afetados pela toxicidade de

Se satildeo as unhas cabelos pele e sistema nervoso As unhas tornam-se quebradiccedilas com

pontos brancos e estrias longitudinais na superfiacutecie seguido de queda da parede da unha

iniciada nos polegares Os cabelos tornam-se sem brilho e quebram-se facilmente na raiz e

aqueles que nascem em geral satildeo despigmentados Esta caracteriacutestica pode ser observada em

outros locais como axilas braccedilos e aacuterea puacutebica As lesotildees de pele ocorrem principalmente em

quatro pontos palma das matildeos e peacutes nuca cotovelos e pernas com aparecircncia inflamada e

eruptiva agraves vezes ulcerada As anormalidades no sistema nervoso soacute ocorrem nos casos de

30

maior gravidade e os sintomas incluem paralisia perifeacuterica formigamentos hiper-reflexatildeo dos

tendotildees espasmos distuacuterbio motor e hemiplegia (YANG et al 1983)

Vaacuterios fatores podem influenciar a gravidade e o tempo de aparecimento dos sinais

cliacutenicos da intoxicaccedilatildeo por Se como idade estado de nutriccedilatildeo e sauacutede do indiviacuteduo e

recidivas de alta ingestatildeo do mineral (IOMFNB 2001) Segundo Zhang et al (2002)

indiviacuteduos que jaacute sofreram intoxicaccedilatildeo por alta ingestatildeo de Se satildeo mais susceptiacuteveis a outra

intoxicaccedilatildeo provocada por menores quantidades do mineral Ingestatildeo de 910 microgdia pode

causar alteraccedilotildees nas unhas (IOMFNB 2001) Registros sobre intoxicaccedilatildeo por Se foram

encontrados em Enshi (China) onde a prevalecircncia da doenccedila ocorreu entre os anos de 1961 e

1964 com uma taxa de mortalidade de 50 da populaccedilatildeo de 248 habitantes (REILLY 1996)

Na Venezuela em um local chamado Vila Bruzual foram registrados casos de intoxicaccedilatildeo

nas crianccedilas em fase escolar sendo esta regiatildeo considerada seleniacutefera (JAFFEacute et al 1972)

22 MERCUacuteRIO

O Hg eacute o uacutenico metal que se apresenta no estado liacutequido em temperatura ambiente e a

0degC (BISINOTI 2005) presente naturalmente na crosta terrestre aacutegua e atmosfera Dentre as

diferentes formas quiacutemicas a espeacutecie de distribuiccedilatildeo mais ampla eacute o Hg na forma de vapor

predominante na atmosfera seguido da forma inorgacircnica dominante em aacuteguas naturais e do

metilmercuacuterio que eacute de extrema importacircncia ambiental em razatildeo de sua elevada toxicidade

principalmente em mamiacuteferos (GALVAtildeO et al 2007)

As primeiras evidecircncias dos efeitos neurotoxicoloacutegicos do Hg em consequecircncia da

ingestatildeo materna de alimentos contaminados foram observadas em crianccedilas na cidade de

Minamata no Japatildeo onde o metilmercuacuterio liberado de uma induacutestria quiacutemica contaminou as

aacuteguas da baiacutea e os peixes consumidos pela populaccedilatildeo Em 1953 a doenccedila de Minamata foi

reconhecida como uma doenccedila neuroloacutegica e chamou atenccedilatildeo do mundo para o problema da

intoxicaccedilatildeo por metais toacutexicos (TAKEUCKI e ETO 1999 FARIAS et al 2006) O Hg entatildeo

passou a ser considerado um dos metais mais perigosos no que diz respeito agrave contaminaccedilatildeo

ambiental e agrave sauacutede humana (FARIAS et al 2006)

Apoacutes a intoxicaccedilatildeo por Hg em Minamata as pesquisas foram direcionadas para os

possiacuteveis efeitos da exposiccedilatildeo crocircnica assim como concentraccedilotildees baixas de metilmercuacuterio

principalmente em crianccedilas em virtude da transferecircncia materna infantil durante a gestaccedilatildeo

uma vez que esse metal ultrapassa facilmente a barreira placentaacuteria e pode causar

31

consequecircncias graves agrave sauacutede do bebecirc que eacute sensiacutevel a menores concentraccedilotildees quando

comparados aos adultos (GALVAtildeO et al 2007)

A exposiccedilatildeo e acumulo do Hg durante o desenvolvimento fetal e amamentaccedilatildeo estatildeo

diretamente relacionados com a carga materna e a transferecircncia desse metal para a placenta e

leite materno (STEUERWALD et al 2000 CEacuteZAR 2002 MARQUES 2002) O alimento

que mais contribui para a contaminaccedilatildeo por Hg eacute o peixe pois as espeacutecies aquaacuteticas absorvem

o Hg na forma de metilmercuacuterio (DOMINGUES 2000) e o grau de exposiccedilatildeo eacute influenciado

por fatores como a frequecircncia da ingestatildeo de pescados a preferecircncia (peixes carniacutevoros

apresentam maiores quantidade de Hg) tamanho e niacutevel troacutefico (PARADIS et al 1997)

O Hg ao entrar na circulaccedilatildeo sanguiacutenea se liga a proteiacutenas e se distribui pelos tecidos

concentrando-se nos rins fiacutegado medula oacutessea ceacuterebro ossos e pulmotildees (SAacute et al 2006)

Os sinais e sintomas da intoxicaccedilatildeo dependem de vaacuterios fatores como gecircnero idade

hormocircnios taxa de hemoglobina e capacidade de induccedilatildeo das metalotioneiacutenas que podem

funcionar como barreiras protetoras do ceacuterebro e cerebelo (EPA 1997) No homem o

sistema nervoso central eacute o principal oacutergatildeo acometido pelo metilmercuacuterio e os sintomas

cliacutenicos incluem parestesia (alteraccedilotildees sensoriais) ataxia (falta de coordenaccedilatildeo nos

movimentos) e disartria (dificuldade na articulaccedilatildeo das palavras) aleacutem de distuacuterbios visuais e

auditivos A ocorrecircncia dos sintomas cliacutenicos tambeacutem eacute dose dependente (IPCS 1990) Aleacutem

de tremor vertigem entorpecimento dor de cabeccedila catildeibra fraqueza depressatildeo dispneia

tosse inflamaccedilotildees gastrintestinais queda de cabelo naacuteusea e vocircmitos (CANELA 1995) O

quadro cliacutenico tiacutepico das crianccedilas geradas sob tais exposiccedilotildees inclui microcefalia (maacute

formaccedilatildeo no crescimento do ceacuterebro) hiper-reflexia (reflexos muito ativos ou responsivos em

excesso) e deficiecircncia visual auditiva mental e motora (IPCS 1990)

A excreccedilatildeo do Hg do corpo humano ocorre por via urinaacuteria ou fecal diferindo de

acordo com a forma dose e tempo apoacutes a exposiccedilatildeo Uma pequena fraccedilatildeo eacute eliminada pela

respiraccedilatildeo mas a excreccedilatildeo fecal eacute a maior e a principal via apoacutes a exposiccedilatildeo ao Hg (FORD et

al 2001)

Segundo Fadini e Jardim (2001) a presenccedila do Hg na regiatildeo Amazocircnica se deve

principalmente agrave extraccedilatildeo de ouro e aos processos naturais e antroacutepicos Aleacutem disso como os

solos da bacia Amazocircnica satildeo antigos apresentam capacidade elevada de reter o Hg e acumulaacute-lo

durante anos (MIRETZKY et al 2005) A poluiccedilatildeo do Hg na Amazocircnia eacute um problema

ambiental grave pois 70 a 170 toneladas deste metal satildeo lanccedilados anualmente no meio

ambiente pela atividade informal de mineraccedilatildeo de ouro e queimadas o que representa uma

fonte primaacuteria de emissatildeo do Hg Como resultado uma grande quantidade do metal sofre

32

metilaccedilatildeo e se acumula nos peixes da cadeia alimentar (MEECH 1997 PINHEIRO et al

2000)

Em relaccedilatildeo agrave genotoxicidade do Hg tecircm-se descrito que este metal pode ser

responsaacutevel por mutaccedilotildees em niacuteveis cromossocircmico e gecircnico sendo a compreensatildeo destes

efeitos de grande importacircncia em razatildeo de suas consequecircncias para a sauacutede humana

(AZEVEDO 2003) O Hg produz depleccedilatildeo dos principais antioxidantes celulares

principalmente os que contecircm grupos tioacutelicos e pode tambeacutem aumentar a geraccedilatildeo das espeacutecies

reativas de oxigecircnio como os radicais hidroxila (HO) os radicais superoacutexido (O2-) ou

peroacutexido de hidrogecircnio (H2O2) aumentando o estresse oxidativo e assim causar alteraccedilotildees

nas funccedilotildees das ceacutelulas (ERCAL et al 2001 PEROTTONI et al 2004)

A Figura 3 apresenta possiacuteveis mecanismos moleculares de genotoxicidade do Hg o

qual entra na ceacutelula atraveacutes da membrana plasmaacutetica ou por meio de transportadores podendo

afetar o DNA de diversas formas Uma delas eacute aumentando a produccedilatildeo de ERRO as quais

podem reagir diretamente com o DNA ou indiretamente ao induzir mudanccedilas

conformacionais nas proteiacutenas responsaacuteveis pela formaccedilatildeo e manutenccedilatildeo do mesmo Tambeacutem

pode reagir de forma direta nos microtuacutebulos evitando a organizaccedilatildeo em fuso dos

cromossomos durante a atividade mitoacutetica Esses danos ao DNA podem ser causados tanto

pelos radicais livres gerados pelo Hg como pelo proacuteprio metal (CRESPO-LOacutePEZ et al

2009)

Figura 3 Mecanismos moleculares de genotoxicidade do Hg

Fonte Adaptado de Crespo-Loacutepez et al (2009)

EROS Espeacutecies Reativas de Oxigecircnio

EROS

D

N

A

M

E

R

C

Uacute

R

I

O

Microtuacutebulos

33

De acordo com os pesquisadores Pinheiro et al (2006) e Harada et al (2001)

concentraccedilotildees de Hg dez vezes menores que os valores de referecircncia estabelecidos pela World

Health Organization (WHO) foram relacionados com a genotoxicidade no sistema nervoso

central apontando para a necessidade de uma revisatildeo dos padrotildees adotados pela WHO

(1990)

Evidencia-se que populaccedilotildees residentes em aacutereas de risco de contaminaccedilatildeo por Hg

podem estar mais susceptiacuteveis a um aumento do estresse oxidativo Entretanto a intensidade

dos danos dependeraacute de fatores como a amplitude da geraccedilatildeo de ERO nos alvos celulares da

atividade dos sistemas de defesa antioxidante e da presenccedila ou da ausecircncia de metais de

transiccedilatildeo (HALLIWELL e CHIRICO 1993) Dependeraacute ainda da ingestatildeo de nutrientes

pois o consumo inadequado de Se estaacute relacionado com uma reduccedilatildeo da atividade da GPx

prejudicando o sistema de defesa antioxidante do organismo (COMINETTI 2011)

23 ESTRESSE OXIDATIVO

O estresse oxidativo eacute caracterizado pelo desequiliacutebrio entre substacircncias antioxidantes

e oxidantes e o efeito das espeacutecies reativas eacute equilibrado pela accedilatildeo antioxidante enzimaacutetica e

natildeo enzimaacutetica do sistema bioloacutegico (VALKO et al 2006)

As espeacutecies reativas de oxigecircnio (ERO) bem como as Espeacutecies Reativas de Nitrogecircnio

(RNS) satildeo moleacuteculas que contecircm oxigecircnio ou nitrogecircnio respectivamente com um ou mais

eleacutetrons desemparelhados o que as torna instaacuteveis e reativas Essas moleacuteculas satildeo produtos do

metabolismo celular normal que exercem um papel duplo no organismo uma vez que podem

atuar de forma beneacutefica ou prejudicial Os efeitos beneacuteficos ocorrem em baixas eou

moderadas concentraccedilotildees e envolvem funccedilotildees fisioloacutegicas como atuaccedilatildeo na defesa do

organismo contra agentes infecciosos e em sistemas de sinalizaccedilatildeo celular aleacutem da induccedilatildeo

de resposta mitogecircnica (RIDNOUR et al 2005 VALKO et al 2006)

Com o objetivo de emparelhar seus eleacutetrons estas substacircncias podem adquirir eleacutetrons

de outras moleacuteculas tornando-as instaacuteveis e convertendo-se em radicais livres Como exemplo

de radicais livres destacam-se o superoacutexido (O2) a hidroxila (OH) o tiol (SH-) o

triclorometil (CCl3) e o oacutexido niacutetrico (NO) Vale ressaltar que caso essas espeacutecies natildeo sejam

removidas ou neutralizadas podem reagir com lipiacutedios proteiacutenas e aacutecidos nucleicos

causando danos nas funccedilotildees celulares (CHAUHAN e CHAUHAN 2006) Dentre os prejuiacutezos

ao metabolismo celular podem ocorrer ruptura das fitas do DNA aumento na concentraccedilatildeo

34

de caacutelcio intracelular livre danos em transportadores de iacuteons ou em outras proteiacutenas

especiacuteficas e peroxidaccedilatildeo de lipiacutedios (HALLIWELL e CHIRICO 1993)

Aleacutem disso os aacutecidos graxos poli insaturados que estatildeo presentes em grande

quantidade nas ceacutelulas satildeo mais susceptiacuteveis agrave oxidaccedilatildeo em razatildeo da presenccedila de grupos

metilecircnicos entre duplas ligaccedilotildees e por isso tornam-se alvos mais provaacuteveis quando

comparados ao DNA (LOUREIRO et al 2002) A peroxidaccedilatildeo lipiacutedica se inicia com o

ataque agrave bicamada lipiacutedica por qualquer espeacutecie reativa capaz de abstrair um aacutetomo de

hidrogecircnio de um aacutecido graxo poli insaturado e apoacutes a iniciaccedilatildeo esse processo eacute cataliacutetico o

que favorece a formaccedilatildeo de hidroperoacutexidos Com a abstraccedilatildeo do aacutetomo de hidrogecircnio do

aacutecido graxo poli insaturado (LH) eacute formado o radical lipiacutedico (Lbull) que eacute rapidamente

adicionado a uma moleacutecula de oxigecircnio levando agrave formaccedilatildeo do radical peroxil (LOObull) sendo

capaz de reagir com outro aacutecido graxo poli insaturado iniciando uma nova cadeia de oxidaccedilatildeo

a partir da formaccedilatildeo de outro radical lipiacutedico (Lbull) (LOUREIRO et al 2002) O radical peroxil

pode ser rearranjado via reaccedilotildees de ciclizaccedilatildeo de endoperoacutexidos e como produto final o

malondialdeiacutedo (MDA) que eacute considerado mutagecircnico em ceacutelulas de mamiacuteferos pois pode

reagir com as bases nitrogenadas guanina adenina e citosina formando adutos que levam a

ligaccedilotildees cruzadas de DNA-DNA ou DNA-proteiacutenas ocasionando aumento do estresse

oxidativo (VALKO et al 2006) Menciona-se tambeacutem as oxidaccedilotildees enzimaacuteticas do aacutecido

araquidocircnico que ocorrem durante a siacutentese de eicosanoacuteides bem como as reaccedilotildees

catalisadas por ciclo oxigenases ou lipoxigenases que satildeo importantes fontes de ERO ou

hidroperoacutexidos lipiacutedicos (LOUREIRO et al 2002)

Por outro lado o organismo dispotildee de mecanismos que tecircm a finalidade de proteccedilatildeo

contra os processos oxidativos Estas defesas antioxidantes satildeo de extrema importacircncia pois

satildeo responsaacuteveis pela remoccedilatildeo direta dos radicais livres promovendo maacutexima proteccedilatildeo aos

siacutetios bioloacutegicos (VALKO et al 2006)

O principal sistema antioxidante eacute o enzimaacutetico que inclui enzimas como a

superoacutexido dismutase (SOD) que converte radicais superoacutexido em peroacutexido de hidrogecircnio a

catalase e a GPx as quais reduzem peroacutexido de hidrogecircnio e hidroperoacutexidos lipiacutedicos

(COMINETTI et al 2011 HAMANASHI et al 2004) A glutationa redutase (GR) tambeacutem

eacute uma enzima que participa desse processo pois eacute responsaacutevel pela regeneraccedilatildeo da glutationa

em sua forma reduzida (GSH) que eacute utilizada como substrato da enzima GPx (PRADA et al

2004) Existem

Quanto ao sistema antioxidante natildeo enzimaacutetico inclui compostos antioxidantes de

origem alimentar que muitas vezes satildeo utilizados como cofatores pelas enzimas antioxidantes

35

(BARBOSA et al 2010) Como exemplo de compostos que atuam por meio da neutralizaccedilatildeo

das ERO produzidas tanto no meio intra quanto extracelular tem-se o tocoferol (vitamina E) o

beta-caroteno (proacute-vitamina A) o Se cofator enzimaacutetico da GPx o cobre o zinco e o aacutecido

ascoacuterbico (BERGER 2005 PRADA et al 2004 PAPP et al 2007) Aleacutem do Se como

exemplo de cofator enzimaacutetico antioxidante destacam-se o zinco e o cobre que participam da

estrutura das enzimas Zn-Cu-SOD (SOD1) e SOD extracelular (SOD3) (FORMIGARI et al

2007 COMINETTI et al 2011) Existem ainda varredores de radicais livres hidrofiacutelicos

como o ascorbato e flavonoacuteides (CASTRO e FREEMAN 2001)

Aleacutem da relaccedilatildeo entre estresse oxidativo e sistema de defesa antioxidante ressalta-se a

importacircncia de se avaliar as caracteriacutesticas geneacuteticas individuais como por exemplo a

presenccedila de polimorfismos geneacuteticos uma vez que estes podem inferir nas concentraccedilotildees de

nutrientes organismo (VIVANCO et al 2006)

24 POLIMORFISMOS GENEacuteTICOS

Por meio do projeto genoma humano foi possiacutevel revelar natildeo somente o

sequenciamento completo dos genes humanos mas tambeacutem as interaccedilotildees entre os genes e o

meio ambiente Diversas mutaccedilotildees foram descobertas apoacutes o sequenciamento e os

polimorfismos satildeo resultantes destas alteraccedilotildees sendo os diferentes modelos decorrentes do

tipo de mutaccedilatildeo que os originou (BROOKES 1999 YAMADA 2010) Os polimorfismos

podem ser de inserccedilotildees de pares de base uacutenica de deleccedilotildees ou substituiccedilotildees de um par de

bases por outro

O tipo mais comum de polimorfismo eacute denominado SNP (Single Nucleotide

Polymorfism) ou polimorfismo de nucleotiacutedeo uacutenico que eacute uma mutaccedilatildeo simples na qual

acontece a troca de um nucleotiacutedeo por outro em determinado ponto do DNA A ocorrecircncia

de SNPs eacute de aproximadamente um em cada mil bases do genoma humano estimando a

ocorrecircncia em milhotildees (BROOKES 1999)

Os polimorfismos que resultam da inserccedilatildeo ou da deleccedilatildeo de nucleotiacutedeos em

fragmentos da moleacutecula de DNA ocorrem em um deacutecimo de frequecircncia dos SNP Os tipos

mais comuns de polimorfismo de inserccedilatildeo eou deleccedilatildeo satildeo os de bases repetidas chamados

de STR (Simple Tandem Repeats) ou microssateacutelites e os de padrotildees de nucleotiacutedeos

repetidos em uma regiatildeo do DNA conhecidos como VNTR (Variable Number of Tandem

Repeats) ou minissateacutelites (SCHORK et al 2000)

36

Aqueles polimorfismos que podem causar alteraccedilotildees nas sequecircncias de aminoaacutecidos

codificados acarretando danos nas funccedilotildees como alteraccedilatildeo nos siacutetios de interaccedilatildeo na

solubilidade e na estabilidade da proteiacutena estatildeo localizados nos eacutexons regiatildeo codificadora do

gene e satildeo chamadas de non-synonymous SNP ndash nsSNP (RAMENSKY et al 2002)

Estudos que envolvem genocircmica nutricional tecircm sido relacionados a importantes

associaccedilotildees entre polimorfismos e consumo de nutrientes permitindo melhor compreensatildeo de

como a nutriccedilatildeo influencia as vias de homeostase metaboacutelica Essa descoberta possibilitou

uma perspectiva na reduccedilatildeo do risco de doenccedilas uma vez que as interaccedilotildees existentes entre os

genes e os nutrientes permitem descrever a modulaccedilatildeo dos efeitos dos componentes

alimentares em um fenoacutetipo especiacutefico associado a um polimorfismo geneacutetico

(STRATIGOPOULOS et al 2008 KAUWELL 2005)

Como exemplo de SNP que pode estar relacionado ao status de Se pode-se destacar o

Pro198Leu no gene da GPx 1 Jaacute como exemplo de um polimorfismo de deleccedilatildeo que pode

interferir nas concentraccedilotildees de Hg no organismo destaca-se o GSTM1 no gene da GST

241 Polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) no Gene da GPx 1

De acordo com Hesketh (2008) polimorfismos na regiatildeo codificadora dos genes de

selenoproteiacutenas podem alterar a incorporaccedilatildeo do Se e influenciar a capacidade antioxidante

No gene humano da GPx 1 que eacute a isoforma intracelular citosoacutelica mais abundante nos

sistemas bioloacutegicos localizado na regiatildeo cromossomica 3p213 foram descobertos vaacuterios

polimorfismos sendo mais de 30 SNP dentre eles o Pro198Leu (rs 1050450) Nesse SNP

ocorre uma substituiccedilatildeo da base nitrogenada citosina por timina (CrarrT) no exoacuten 2 do

nucleotiacutedio 594 do gene resultando na troca do aminoaacutecido prolina por leucina no coacutedon 198

(FOSBERG et al 1999) A troca do aminoaacutecido prolina por leucina pode causar

consequecircncias na atividade da enzima GPx 1 pois a prolina eacute o uacutenico aminoaacutecido sem grupo

amino livre no carbono alfa ocasionando uma torccedilatildeo na estrutura secundaacuteria dos peptiacutedeos

(FOSBERG et al 2000 JABLONSKA et al 2009 ARSOVA-SARAFINOVSKA et al

2009)

Segundo Suzen et al (2010) que avaliaram a frequecircncia dos alelos e genoacutetipos de

diversas populaccedilotildees do mundo o maior percentual geralmente eacute de indiviacuteduos com genoacutetipos

selvagens (ProPro) seguidos por heterozigotos para o polimorfismo ou seja com um alelo

variante (ProLeu) e depois por indiviacuteduos homozigotos (LeuLeu)

37

No Brasil em relaccedilatildeo agrave frequecircncia desse polimorfismo aleacutem desse estudo

pesquisadores do Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo - Minerais da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas

da Universidade de Satildeo Paulo determinaram por meio de vaacuterios estudos a frequecircncia

genotiacutepica do Pro198Leu em vaacuterias populaccedilotildees de cidades do Brasil e os resultados estatildeo

ilustrados no Quadro 3 a seguir

Quadro 3 Frequecircncia genotiacutepica em relaccedilatildeo ao polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) no

gene que codifica GPx1 encontrada em pesquisas realizadas no Brasil no Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo e Minerais da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo

(USP)

Estado Nuacutemero de

participantes

ProPro

()

ProLeu

()

LeuLeu

()

SANTOS (2013) Cearaacute 176 55 38 7

ROCHA (2015) Rondocircnia 190 56 37 7

NISHIMURA

(2010) Satildeo Paulo

175 (Caso)

203 (Controle)

50

51

43

43

7

6

DONADIO

(2011) Satildeo Paulo 124 49 48 3

COMINETTI et

al (2011) Satildeo Paulo 37 49 38 13

CARDOSO et

al (2012) Satildeo Paulo

28 (Caso)

29 (Controle)

75

72

14

14

11

14

Uma das principais descobertas dos estudos sobre o polimorfismo Pro198Leu estaacute

relacionada agrave presenccedila do alelo Leu pois algumas pesquisas verificaram que esse genoacutetipo

pode diminuir a atividade da GPx 1 e aleacutem disso estudos associaram a concentraccedilatildeo

eritrocitaacuteria de Se com a sua atividade indicando que o genoacutetipo LeuLeu pode influenciar

tambeacutem o estado nutricional dos indiviacuteduos relativo ao Se (JABLONSKA et al 2009)

Em indiviacuteduos natildeo doentes Forsberg et al (2000) e Jablonska et al (2009) natildeo

observaram associaccedilotildees entre a atividade da enzima GPx 1 e o genoacutetipo Poreacutem na pesquisa

de Jablonska et al (2009) foi obtida uma associaccedilatildeo significativamente diferente entre cada

grupo de genoacutetipo avaliado em relaccedilatildeo agrave atividade da GPx 1 e a concentraccedilatildeo de Se Dessa

forma os pesquisadores presumiram que a resposta agrave ingestatildeo ou agrave suplementaccedilatildeo de Se

assim como a atividade da enzima pode estar relacionadas aos genoacutetipo do indiviacuteduo Aleacutem

disso os autores sugeriram que carreavam indiviacuteduos que possuiacuteam ao menos um alelo Pro

teriam maior atividade da enzima quando comparados agravequeles com ambos alelos Leu

38

Ravn-Haren et al (2006) observaram em mulheres com cacircncer de mama que a

atividade da GPx 1 foi significativamente menor nas participantes com a presenccedila do genoacutetipo

Leu em comparaccedilatildeo agravequelas com genoacutetipo Pro Isso foi observado tanto nas mulheres doentes

quanto naquelas do grupo controle Aleacutem de alguns tipos de cacircncer como o de bexiga

colorretal de pulmatildeo e de mama outras doenccedilas satildeo relacionadas com o polimorfismo

Pro198Leu tais como siacutendrome metaboacutelica (KUZUYA et al 2008) e concentraccedilotildees elevados

de triacilgliceroacuteis em pacientes com diabetes melito tipo 2 (CHEN et al 2012)

242 Polimorfismo GSTM1 no Gene da GST

A GST eacute uma famiacutelia de enzimas intracelulares localizadas no citosol que modulam a

accedilatildeo de toxinas endoacutegenas e exoacutegenas sobre as ceacutelulas evitando danos ao DNA

(MANNERVIK et al 1985 MORAIS et al 2008 CASTRO e LIMA 2013) Este grupo de

enzimas tem sido amplamente estudado pois estatildeo envolvidas no metabolismo de muitos

carcinoacutegenos poluentes ambientais e drogas anticanceriacutegenas Dessa forma supotildee-se que a

inexistecircncia de enzimas especiacuteficas ou deleccedilotildees homozigoacuteticas possam ocasionar ao

organismo maior susceptibilidade a desenvolver neoplasias como cacircncer de bexiga coacutelon

pulmatildeo pele estocircmago e mama aleacutem de diabetes e asma (ZHENG etal 2002 CHARRIER

et al 1999 PARK et al 2003 ANTON et al 2010 CASTRO e LIMA 2013)

Existem cinco classes de genes da GST (alfa mu pi theta e zeta) Nos genes da classe

mu tecircm-se o GSTM1 GSTM2 GSTM3 GSTM4 e GSTM5 na regiatildeo cromossocircmica 1p133 O

polimorfismo no locus M1 eacute o mais estudado e apresenta trecircs alelos dois considerados ativos

GSTM1A e GSTM1B e o terceiro alelo nulo ou deletado (GSTM10) O que difere o

GSTM1A do GSTM1B apesar de serem proteiacutenas funcionalmente idecircnticas eacute que o

GSTM1A contecircm a proteiacutena lisina na posiccedilatildeo 172 e o GSTM1B contecircm a asparagina nessa

mesma posiccedilatildeo (DEJONG et al 1988 WIDERSTEN et al 1991)

Dessa forma o polimorfismo GSTM10 no gene da GST eacute classificado como

polimorfismo de deleccedilatildeo ou seja indiviacuteduos homozigotos que carreiam o genoacutetipo

GSTM10 apresentam deleccedilatildeo do gene inteiro e natildeo expressam a proteiacutena GST (KLATAU-

GUIMARAtildeES et al 2005 JAIN et al 2006 MANNERVICK et al 2005)

Klatau-Guimaratildees et al (2005) avaliaram a suscetibilidade agrave contaminaccedilatildeo por Hg e a

relaccedilatildeo com o polimorfismo da enzima GST atraveacutes de biomarcadores moleculares em

algumas tribos indiacutegenas da Amazocircnia Apoacutes a obtenccedilatildeo dos resultados observou-se que

fatores geneacuteticos podem influenciar o acuacutemulo de Hg no organismo pois os indiviacuteduos que

39

carreavam o genoacutetipo GSTM10 (deletado) apresentaram concentraccedilotildees maiores deste metal

nos cabelos quando comparados aos indiviacuteduos com genoacutetipo GSTM1 Com a ausecircncia desta

enzima o organismo pode natildeo estar apto a destoxificar o Hg de forma adequada uma vez que

esta eacute uma das funccedilotildees atribuiacutedas agrave GST Sendo assim esses indiviacuteduos podem apresentar

maiores concentraccedilotildees ou retenccedilatildeo de Hg no organismo

Naganuma et al (1990) e Choi et al (1996) afirmam que a deficiecircncia de GST estaacute

associada com a sensibilidade ao cloreto de Hg e ao metilmercuacuterio Entretanto ainda existem

inconsistecircncias na relaccedilatildeo entre o polimorfismo GSTM1 e a concentraccedilatildeo de Hg no

organismo (GUNDACKER et al 2007) De acordo com Hatagima et al (2000) a frequecircncia

do polimorfismo no gene da classe mu estaacute ausente ou deletado (GSTM10) de forma

homozigoacutetica em torno de 40 a 50 em diferentes populaccedilotildees eacutetnicas conforme ilustrado no

Quadro 4 que mostra a frequecircncia deste alelo assim como do GSTM1A GSTM1B

GSTM1AB inclusive na populaccedilatildeo brasileira

Quadro 4 Distribuiccedilatildeo da frequecircncia do polimorfismo GSTM1(ABAB0) no gene da GST em

diferentes etnias

Etnias GSTM1

A B AB 0

Brasileiros (Rio de Janeiro) 197 (30) 105 (16) 51 (8) 305 (46)

Brasileiros (Distrito Federal) 43 (24) 33 (184) 16 (9) 87 (486)

Brasileiros (Satildeo Paulo) 21 (29) 10 (14) 7 (9) 35 (48)

Nigerianos 49 (71) 4 (6) 1 (13) 15 (217)

Japoneses 13 (8) 68 (41) 5 (3) 80 (482)

Chineses 10 (10) 28 (30) 2 (2) 56 (583)

Indiacutegenas 15 (35) 7 (16) 6 (14) 15 (35)

Franceses 24 (43) 5 (9) 3 (5) 24 (43)

Ingleses 158 (28) 74 (135) 23 (4) 306 (545)

Fonte Hatagima et al (2000)

Considerando a importacircncia do polimorfismo GSTM10 no gene da GST e o fato da

populaccedilatildeo deste estudo residir em aacuterea de risco de contaminaccedilatildeo por Hg a anaacutelise de tais

40

dados torna-se necessaacuteria uma vez que o genoacutetipo nulo ou deletado pode influenciar as

concentraccedilotildees do metal no organismo

41

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Avaliar o estado nutricional relativo ao Se concentraccedilotildees de Hg e suas relaccedilotildees com o

estresse oxidativo e os polimorfismos Pro198Leu no gene da GPx 1 e GSTM1 no gene da

GST em mulheres residentes em aacuterea de risco de contaminaccedilatildeo por Hg

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Avaliar o estado nutricional das voluntaacuterias em relaccedilatildeo agrave antropometria

Analisar a ingestatildeo alimentar de energia macronutrientes e Se

Determinar as concentraccedilotildees plasmaacuteticas e eritrocitaacuterias de Se e a atividade

eritrocitaacuteria total da enzima GPx

Avaliar as concentraccedilotildees de Hg nos cabelos

Associar a presenccedila dos polimorfismos Pro198leu e GSTM1 com os biomarcadores do

estado nutricional relativo ao Se e Hg respectivamente bem como com as

concentraccedilotildees de MDA e ORAC

42

4 METODOLOGIA

41 CASUIacuteSTICA E DELINEAMENTO

O estudo foi do tipo transversal descritivo com abordagem quantitativa e qualitativa

dos dados Participaram da pesquisa mulheres entre 19 e 50 anos residentes da cidade de

Porto Velho Rondocircnia (RO) Para o caacutelculo do tamanho da amostra considerou-se a

prevalecircncia do alelo variante Pro198Leu de 32 Fixou-se o niacutevel de significacircncia de 5 (

= 005) e um erro amostral de 65 Esses valores aplicados na equaccedilatildeo abaixo indicada para

populaccedilotildees infinitas proporcionou uma amostra de tamanho n igual a 200 mulheres

O projeto foi aprovado pelo comitecirc de eacutetica da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas

da Universidade de Satildeo Paulo (FCFUSP) parecer 119 e protocolo 574 (ANEXO 1) Na

Figura 4 abaixo estaacute representado o mapa do Brasil com destaque para o estado de Rondocircnia

e a cidade de Porto Velho onde a pesquisa foi realizada

Figura 4 Representaccedilatildeo do mapa do Brasil do estado de Rondocircnia e da cidade de Porto

Velho (RO)

Adaptado de Campos et al (2002)

43

Para ampla divulgaccedilatildeo da pesquisa cartazes com informaccedilotildees a respeito do estudo

foram espalhados pela cidade de Porto Velho em pontos de ocircnibus na secretaria de educaccedilatildeo

(SEDUC) na secretaria de sauacutede (SESAU) em academias de ginaacutestica em faculdades

particulares e tambeacutem na Universidade Federal de Rondocircnia (UNIR) (APEcircNDICE 1) Apoacutes

as procuras e declaraccedilotildees de interesse em participar da pesquisa as voluntaacuterias que se

adequavam ao perfil do estudo assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(APEcircNDICE 2) e em seguida responderam um questionaacuterio com informaccedilotildees

socioeconocircmicas presenccedila de doenccedilas e estilo de vida (APEcircNDICE 3) Natildeo foram incluiacutedas

no estudo mulheres com idade inferior a 19 ou superior a 50 anos fumantes com doenccedilas

crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e infecciosas (auto-relatadas) poacutes-menopausa que realizavam

atividade fiacutesica de forma intensa que utilizavam suplementos vitamiacutenicos eou minerais e que

residiam em local diferente do estabelecido

42 COLETA DE DADOS

A coleta dos dados (consumo alimentar antropometria material bioloacutegico) foi

realizada no laboratoacuterio Alphaclin (Porto Velho ndash RO) entre os meses de fevereiro a maio de

2011 entretanto todas as anaacutelises em material bioloacutegico foram realizadas em Laboratoacuterios da

Universidade de Satildeo Paulo (USP)

Para avaliar o consumo alimentar todas as participantes foram instruiacutedas pela

responsaacutevel da pesquisa a preencher um formulaacuterio de registro alimentar de 24 horas

(APEcircNDICE 4) que continha instruccedilotildees de preenchimento e fotos ilustrativas de medidas

caseiras de alguns alimentos com a finalidade de facilitar a obtenccedilatildeo dos dados de consumo

bem como para o melhor entendimento das voluntaacuterias reduzindo dessa forma as duacutevidas e

os erros de preenchimento Aleacutem do registro de 24 horas as voluntaacuterias responderam um

formulaacuterio a respeito do consumo de peixes da regiatildeo que poderiam estar relacionados com o

risco de contaminaccedilatildeo de Hg (ANEXO 2)

Os dados antropomeacutetricos (peso estatura e circunferecircncia da cintura) foram obtidos

apoacutes a entrega dos formulaacuterios de registros alimentares Em seguida para determinar as

concentraccedilotildees de Hg total cortou-se uma pequena quantidade de cabelo das voluntaacuterias

(aproximadamente 1g de amostra) da parte posterior da cabeccedila proacuteximo agrave regiatildeo occipital

(nuca) com auxiacutelio de uma tesoura de accedilo inoxidaacutevel que foi higienizada com acetona a cada

corte

44

Com a finalidade de avaliar o estado nutricional das participantes em relaccedilatildeo ao Se

atividade da enzima GPx estresse oxidativo e determinaccedilatildeo dos polimorfismos foram

coletados 20 mL de sangue por punccedilatildeo venosa Esse procedimento foi realizado no periacuteodo da

manhatilde por um profissional de enfermagem capacitado estando as voluntaacuterias em jejum de 10

a 12 horas

A coleta foi realizada com seringas plaacutesticas descartaacuteveis e agulhas de accedilo inoxidaacutevel

esteacutereis e descartaacuteveis Todos os materiais bioloacutegicos foram distribuiacutedos em tubos de vidro

contendo anticoagulante EDTA (aacutecido etilenodiamino tetraceacutetico) sendo que uma pequena

quantidade (sangue total) de todas as amostras foi armazenada em microtubos esteacutereis e

autoclavados para anaacutelise dos polimorfismos

O plasma foi separado do sangue total por centrifugaccedilatildeo a 3000 rpm durante 15

minutos a 4ordmC sendo extraiacutedo com pipeta automaacutetica e acondicionado em microtubos

previamente desmineralizados para determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo plasmaacutetica de Se

malondialdeiacutedo (MDA) e da capacidade de absorccedilatildeo de radicais livres de oxigecircnio (ORAC)

Em seguida o resiacuteduo contendo os eritroacutecitos foi lavado trecircs vezes com 5 mL de soluccedilatildeo

fisioloacutegica de cloreto de soacutedio a 09 homogeneizado lentamente por inversatildeo e centrifugado

a 10000 rpm por 10 minutos a 4ordmC sendo o sobrenadante descartado e dessa forma obtendo-

se a massa eritrocitaacuteria que foi extraiacuteda cuidadosamente com micropipeta e armazenada em

tubos de polipropileno desmineralizados para determinaccedilatildeo do Se eritrocitaacuterio e da atividade

da enzima GPx

Todas as amostras foram acondicionadas em gelo seco e transportadas em um

recipiente teacutermico por via aeacuterea de Porto Velho para Satildeo Paulo onde as amostras foram

armazenadas em freezer -80ordmC ateacute o momento das anaacutelises no laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo -

Minerais da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo (FCFUSP)

Quanto agraves amostras de cabelo coletadas estas foram armazenadas em envelopes de papel e

acondicionados em temperatura ambiente ateacute o momento das anaacutelises no Laboratoacuterio de

Anaacutelise por Ativaccedilatildeo Neutrocircnica - LANCRPq ndash Instituto de Pesquisas Energeacuteticas Nucleares

(IPENCNEN) ndash SP

Todos os materiais utilizados (vidrarias plaacutesticos ponteiras etc) foram

desmineralizados em banho de aacutecido niacutetrico a 20 por no miacutenimo 12 horas e enxaguados

pelo menos 10 vezes consecutivas com aacutegua ultra pura Milli-Q (resistividade de 182 MΩcm

a 25ordmC) para evitar a contaminaccedilatildeo por minerais Os reagentes utilizados nas anaacutelises tinham

um grau de pureza analiacutetica (PA) e a aacutegua ultrapura Milli-Q foi utilizada no preparo das

soluccedilotildees e diluiccedilatildeo das amostras

45

43 AVALIACcedilAtildeO ANTROPOMEacuteTRICA

Para avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica foram aferidos o peso a estatura e a circunferecircncia da

cintura (CC) Todas as afericcedilotildees foram realizadas por nutricionista segundo teacutecnicas

preconizadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2004)

O peso foi mensurado em balanccedila antropomeacutetrica da marca Filizolareg

modelo

ldquoWelmyrdquo com capacidade de 150 kg e graduaccedilatildeo de 100 g A estatura foi aferida em

estadiocircmetro com reacutegua antropomeacutetrica de ateacute 2 m e divisatildeo de 05 cm acoplado agrave balanccedila A

adequaccedilatildeo do peso das participantes foi avaliado pelo indicador Iacutendice de Massa Corporal ndash

IMC (Kgm2) calculado pela razatildeo do peso corporal em quilos pelo quadrado da altura em

metros Em seguida utilizou-se a classificaccedilatildeo da World Health Organization (WHO 2000)

de acordo com o Quadro 5 a seguir como um dos criteacuterios para classificar o IMC das

participantes

Quadro 5 Classificaccedilatildeo do Iacutendice de Massa Corpoacuterea (IMC) para adultos

Classificaccedilatildeo IMC (kgm2) Risco de Comorbidades

Baixo Peso

˂ 185

Baixo

Peso Normal ou

Eutrofia 185 - 249

Meacutedio

Sobrepeso

ge 25 ndash 299

Aumentado

Obesidade I 300 - 349 Moderado

Obesidade II 350 ndash 399 Grave

Obesidade III ˃ 40 Muito Grave

Fonte (WHO 2000)

A circunferecircncia da cintura (CC) foi aferida com uma trena antropomeacutetrica inelaacutestica e

flexiacutevel com 2 m de comprimento da marca Sannyreg

Para classificaccedilatildeo utilizou-se tambeacutem a

referecircncia da World Health Organization (WHO 2000) citada pela Associaccedilatildeo Brasileira

para o Estudo da Obesidade e da Siacutendrome Metaboacutelica (ABESO 20092010) a qual

estabelece como ponto de corte para risco cardiovascular aumentado a medida da

circunferecircncia igual ou superior a 80 cm em mulheres caucasianas

46

44 CONSUMO ALIMENTAR

O consumo alimentar foi avaliado por meio do registro alimentar de 24 horas aplicado

durante trecircs dias sendo dois dias da semana e um dia no final de semana A ingestatildeo

alimentar das participantes foi calculada com auxiacutelio do software NUTWIN (Departamento de

Informaacutetica da Escola Paulista de Medicina - UNIFESP) Considerando que as tabelas de

composiccedilatildeo de alimentos disponiacuteveis em alguns softwares natildeo dispotildeem de dados completos

acerca do teor de Se nos alimentos estes dados foram incluiacutedos manualmente baseados em

anaacutelises realizadas no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo e Minerais da USP

Como houve correlaccedilatildeo significativa entre os valores de energia e de Se os

macronutrientes e o mineral foram ajustados pela energia e correccedilatildeo da variabilidade

intrapessoal e interpessoal (WILLET et al 1997 WILLET et al 1998 SLATER et al

2004)

A avaliaccedilatildeo da ingestatildeo alimentar dos macronutrientes foi realizada de acordo com a

contribuiccedilatildeo energeacutetica em percentual da ingestatildeo caloacuterica total utilizando o Acceptable

Macronutrient Distribution Ranges (AMDR) do Institute of Medicine (IOM 2006) conforme

Quadro 6 As participantes foram classificadas em trecircs categorias sendo elas abaixo da

recomendaccedilatildeo dentro do intervalo de recomendaccedilatildeo e acima da recomendaccedilatildeo

Quadro 6 Intervalos de recomendaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de macronutrientes em percentual de

contribuiccedilatildeo energeacutetica (AMDR) de acordo com IOM (2006)

Macronutrientes AMDR (Adultos ˃18 anos)

Carboidratos 45 ndash 65

Proteiacutenas 10 ndash 35

Lipiacutedios 20 ndash 35

Fonte IOM 2006 AMDR Acceptable Macronutrient Distribution Ranges

Em relaccedilatildeo agrave prevalecircncia de ingestatildeo inadequada de Se esta foi calculada utilizando a

foacutermula proposta por Beaton (1994)

Z = (EAR ndash meacutedia) desvio padratildeo

Os valores da Necessidade Meacutedia Estimada (EAR) utilizados para avaliar a adequaccedilatildeo

da ingestatildeo de Se tambeacutem foram estabelecidos pelo IOM 2006

47

45 DETERMINACcedilAtildeO DA CONCENTRACcedilAtildeO DE SELEcircNIO NO PLASMA E

ERITROacuteCITOS

Com a finalidade de determinar as concentraccedilotildees de Se no plasma e nos eritroacutecitos as

amostras foram pesadas em triplicata (300microL) em tubos de micro kjehdal em seguida foram

adicionados 5 mL de aacutecido niacutetrico 65 (Merck

) e os tubos foram acondicionados em bloco

digestor O material foi digerido por via uacutemida aacutecida a uma temperatura maacutexima de 1500

C

Apoacutes este procedimento o Se contido nas amostras foi reduzido da forma VI para a forma IV

com adiccedilatildeo de aacutecido cloriacutedrico (HCl) 12 N durante duas horas a temperatura de 1000

C As

soluccedilotildees finais foram diluiacutedas para um volume de 25 mL e realizou-se a leitura por

espectrometria de absorccedilatildeo atocircmica com geraccedilatildeo de hidretos acoplados agrave cela de quartzo

(HGQTAAS) (HITACHI

modelo Z-5000) A curva de calibraccedilatildeo foi preparada utilizando os

respectivos pontos 00 microgL 01 microgL 03 microgL 05 microgL 10 microgL 30 microgL e 50 microgL O

limite de detecccedilatildeo (LD) foi de 00016 microgL e adotou-se um limite de confianccedila de 95 O

desvio padratildeo adotado para cada amostra ˂ que 5 e os resultados foram expressos em microgL

O controle de qualidade externo foi realizado utilizando o material de referecircncia

certificado (SERONORM SEROreg) que tambeacutem foi submetido aos mesmos procedimentos

realizados com as amostras O estado nutricional em relaccedilatildeo ao Se das participantes foi

classificado de acordo com os paracircmetros descritos no Quadro 7

Quadro 7 Valores de referecircncias adotados para concentraccedilatildeo de Se no plasma e eritroacutecitos

Se Valores de Normalidade

(microgL)

Plasmaacutetico

60 ndash 120

Eritrocitaacuterio 90 - 190

Fonte VAN DAEL DEELSTRA (1993) ORTUNtildeO (1997)

As participantes que apresentaram concentraccedilotildees plasmaacuteticas abaixo de 60 microgL foram

consideradas deficientes enquanto aquelas com concentraccedilotildees acima de 120 microgL em risco

de toxicidade Em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees nos eritroacutecitos foram consideradas deficientes

aquelas abaixo de 90 microgL e em risco de toxicidade acima de 190 microgL

Aleacutem dos valores de referecircncia descritos na Tabela 9 adotaram-se ainda os

paracircmetros propostos por Thomson (2004) que estabelece a concentraccedilatildeo miacutenima de Se

48

plasmaacutetico para o natildeo surgimento da doenccedila de Keshan como 21 microgL o valor aceitaacutevel para

otimizaccedilatildeo da atividade das enzimas deiodinases como ˃ 65 microgL o intervalo de 80 a 95 microgL

para maximizaccedilatildeo da atividade da GPx e selenoproteiacutena P e o valor superior a 115 microgL para

proteccedilatildeo contra alguns tipos de cacircncer

46 DETERMINACcedilAtildeO DA ATIVIDADE DA GPx

A atividade da enzima GPx foi determinada nos eritroacutecitos com o auxiacutelio de kit

comercial (Ransel 505-RANDOX Laboratories CrumlinUK) adaptado para o uso no

analisador bioquiacutemico automaacutetico (LiasysregMAS Rome Italy) Este meacutetodo se baseia na

reaccedilatildeo em que a enzima GPx catalisa a oxidaccedilatildeo da GR por um hidroperoacutexido Na presenccedila

de GPx e NADPH a GSH eacute convertida agrave forma reduzida com a oxidaccedilatildeo concomitante do

NADPH em NADH+ A diminuiccedilatildeo na absorbacircncia a 340 ηm eacute entatildeo determinada

(PAGLIA e VALENTINE 1967) A faixa de normalidade proposta pelo kit comercial

utilizado eacute de 275 - 736 UgHb A concentraccedilatildeo da hemoglobina (Hb) tambeacutem foi

determinada uma vez que a atividade da enzima foi expressa em UgHb

47 PROCESSAMENTO E ANAacuteLISE DE MERCUacuteRIO NOS CABELOS

Na primeira etapa do processamento para determinaccedilatildeo do Hg total os cabelos foram

picotados em pedaccedilos de aproximadamente 05 mm de comprimento com tesoura de accedilo inox

higienizada com acetona a cada troca de amostra Depois disso transferiram-se os cabelos

para um beacutequer limpo onde foram submersos em acetona e em seguida enxaguados trecircs

vezes com aacutegua Milli Q e mais uma vez com acetona conforme procedimento recomendado

pela Agecircncia Internacional de Energia Atocircmica (IAEA) (FARIAS 2006) As amostras foram

secas em temperatura ambiente e o armazenamento foi realizado em envelopes de papel

devidamente identificados

Para anaacutelise das amostras e materiais de referecircncia foram pesados cerca de 01 a 015

g de amostra diretamente em um frasco de teflon fechado da marca Savillexreg com capacidade

de 182 mL Apoacutes a pesagem foram adicionados 4 mL de aacutecido niacutetrico (HNO3) e 2 mL de

aacutecido sulfuacuterico (H2SO4) ambos concentrados e da marca Merckreg que foram mantidos assim

durante a noite No dia seguinte para digestatildeo das amostras em sistema fechado os frascos

foram colocados em bloco digestor na temperatura de 90ordm durante 3 h Depois da digestatildeo os

49

frascos foram colocados em banho de gelo ateacute o completo resfriamento e em seguida foram

adicionados 250 microL de soluccedilatildeo de dicromato de potaacutessio (K2Cr2O7) a 10 (mv) para a

estabilizaccedilatildeo do Hg

A determinaccedilatildeo de Hg total nos cabelos foi realizada pelo meacutetodo de espectrometria

de absorccedilatildeo atocircmica com geraccedilatildeo de vapor frio (CV AAS) em equipamento FIMS-100

(Perkin Elmerreg

) A validaccedilatildeo da metodologia em relaccedilatildeo agrave precisatildeo e exatidatildeo foi realizada

por meio da anaacutelise em triplicata dos materiais de referecircncia (Human Hair- IAEA 086 GBW

09101 - Human Hair e BCR CRM 397 - Human Hair) com valor certificado de concentraccedilatildeo

para Hg total e os resultados obtidos estatildeo presentes no Quadro 8

As determinaccedilotildees de Hg total em cabelos foram realizadas no Laboratoacuterio de Anaacutelise

por Ativaccedilatildeo Neutrocircnica (LAN) do Centro do Reator de Pesquisas (CRPq) do IPEN ndash

CNENSP

Quadro 8 Resultados (meacutedia plusmn desvio padratildeo da meacutedia) das anaacutelises dos materiais de

referecircncia utilizados na determinaccedilatildeo de Hg total (n= nuacutemero de determinaccedilotildees)

Amostras

Valores

Certificados

(microg kg -1

)

Valores Obtidos

(Meacutedia plusmn desvio)

(microg kg -1

)

DPR

()

ER

()

IAEA 086

(n =8) 573 plusmn 39

615 plusmn 68 111 73

GBW 09101

(n=4) 2160 plusmn 210

1975 plusmn 86 43 86

BCR CRM 397

(n=2) 12300 plusmn 500

11688 plusmn 32 027 50

IAEA- International Atomic Energy Agency

IAEA 086 - Methylmercury Total Mercury and other trace elements in Human Hair (IAEA May 2000)

CRM 397 - Certified Reference Material Trace Elements in Human Hair BCR- Community Bureau of Reference

(Brussels January 1991)

GBW 09101 - Certified Reference Material Human Hair (China April 1988)

DPR- Desvio Padratildeo Relativo

ER- Erro relativo

Quanto ao limite de detecccedilatildeo (LD) minus a menor concentraccedilatildeo do analito em uma amostra

que pode ser detectada mas natildeo necessariamente quantificada sob determinadas condiccedilotildees

experimentais minus foi determinado diretamente da curva de calibraccedilatildeo construiacuteda utilizando a

50

teacutecnica de regressatildeo e considerando um niacutevel de confianccedila de 95 O valor encontrado para o

limite inferior de detecccedilatildeo foi da ordem de 001 ng mL-1

resultado compatiacutevel com os estudos

encontrados na literatura para determinaccedilatildeo de Hg (HORVAT 1996 SKOOG et al 2002

FARIAS 2009) Em relaccedilatildeo ao limite de quantificaccedilatildeo (LQ) tambeacutem conhecido como limite

de determinaccedilatildeo que indica qual a menor concentraccedilatildeo do analito que pode ser detectada por

um meacutetodo qualquer que estaacute sendo empregado com um niacutevel aceitaacutevel de precisatildeo e

veracidade Pode ser considerado ainda como a concentraccedilatildeo do analito correspondente ao

valor meacutedio do branco mais 5 e 6 ou 10 desvios padratildeo (FARIAS 2009) O valor encontrado

para o limite de quantificaccedilatildeo para esta pesquisa foi da ordem de 1 ng mL-1

Os resultados das anaacutelises dos materiais de referecircncia apresentaram desvio padratildeo

relativo (DPR) variando de 027 a 11 e ER (Erro Relativo) de 5 a 86 comprovando a

precisatildeo e exatidatildeo do meacutetodo respectivamente

Para classificar o diagnoacutestico em relaccedilatildeo as concentraccedilotildees de Hg nos cabelos das

participantes os resultados encontrados foram comparados aos estabelecidos pela WHO

(1990) o qual considera 2000 ng g-1

para populaccedilotildees natildeo expostas e 6000 ng g-1

como

indicador de exposiccedilatildeo para Hg

48 DETERMINACcedilAtildeO DA CONCENTRACcedilAtildeO PLASMAacuteTICA DE

MALONDIALDEIacuteDO (MDA)

A peroxidaccedilatildeo lipiacutedica foi determinada por meio das concentraccedilotildees de MDA no

plasma obtidas por cromatografia liacutequida de alta eficiecircncia (HPLCPDA) quantificando a

reaccedilatildeo do MDA com dinitrofenilhidrazina (DNPH) utilizando absorbacircncia de 308 nm de

acordo com o meacutetodo adaptado de Rezaei Jamshidzadeh e Sanati (2013) Antes do

processamento das amostras foi construiacuteda uma curva de calibraccedilatildeo utilizando uma soluccedilatildeo

estoque de MDA com 22 μL de tetrametoxipropano e 10 mL de aacutecido sulfuacuterico a 1 Os

pontos da curva utilizados foram 00 025 05 10 20 40 60 e 120 μM Utilizou-se o

aparelho de HPLC da marca Shimadzu (Kyoto Japatildeo) equipado com coluna Phenomenex

Reverse-phase C18 de 240 mm x 46 mm com partiacuteculas de 5μm (Phenomenex Torrance

CA) A temperatura no amostrador foi mantida em 4degC e a temperatura da coluna a 25degC A

eluiccedilatildeo foi realizada em modo isocraacutetico com uma fase moacutevel constituiacuteda de 50 de H2O

deionizada e 50 de acetonitrila acidificada com 2 de aacutecido aceacutetico A taxa de fluxo de

ingestatildeo da amostra foi de 1 mLminuto e o tempo de corrida de 15 minutos

51

Com o objetivo de liberar o MDA das proteiacutenas plasmaacuteticas foram adicionados 10 μL

de hidroacutexido de soacutedio 4M nos microtubos que continham 100 μL de plasma e em seguida

estes foram agitados em voacutertex Apoacutes este procedimento as amostras foram incubadas no

aparelho Vortempreg a 60degC durante 30 minutos para posteriormente serem acondicionadas no

gelo por 5 minutos Depois do resfriamento foram adicionados 150 μL de aacutecido sulfuacuterico a

1 e agitou-se em voacutertex vigorosamente para precipitaccedilatildeo das proteiacutenas Novamente

incubou-se no gelo por mais 5 minutos seguindo-se de uma centrifugaccedilatildeo a 14000 rpm por

10 minutos Foram retirados 175 μL do sobrenadante que foram transferidos para um novo

microtubo onde foi adicionado 25 microL de DNPH (0001 gmL) permanecendo agrave temperatura

ambiente por 30 minutos protegidos de luz Centrifugou-se novamente o microtubo a 14000

rpm por 5 minutos e 150 μL do sobrenadante foi transferido para um vial do qual foi injetado

100 μL no aparelho HPLC

A determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo plasmaacutetica de malondialdeiacutedo foi realizada no

Departamento de Anaacutelises Cliacutenicas e Toxicoloacutegicas no laboratoacuterio de Toxicologia que tem

como responsaacutevel a professora Ana Paula de Melo Loureiro da Faculdade de Ciecircncias

Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo (USP)

49 DETERMINACcedilAtildeO DA CAPACIDADE DE ABSORCcedilAtildeO DE RADICAIS DE

OXIGEcircNIO (ORAC)

A capacidade antioxidante total do plasma foi realizada por meio do meacutetodo ORAC

proposto por Prior et al (2003) que baseia-se na mensuraccedilatildeo da inibiccedilatildeo do radical peroxil o

que demostra resistecircncia aos danos oxidativos Para isso o plasma foi desproteinizado com

aacutecido percloacuterico e posteriormente as amostras foram diluiacutedas 10x com tampatildeo fosfato (pH

74)

As anaacutelises foram realizadas em triplicata utilizando 25 microL de amostra em microplaca

de 48 poccedilos adicionando-se posteriormente 150 microL de soluccedilatildeo de fluoresceiacutena e 25 microL de

22-azobis (aminopropano) di-hidroclorido (AAPH) por injetores automaacuteticos do leitor de

microplacas (Biotech Synergy H1)

Utilizou-se uma curva padratildeo de Trolox preparada com as seguintes concentraccedilotildees

100 microM 50 microM 25 microM 125 microM 625 microM e os resultados foram expressos em μmol de

Trolox (μmol TEmL)

52

410 PREPARACcedilAtildeO DAS AMOSTRAS PARA ANAacuteLISE DOS POLIMORFISMOS

Para extraccedilatildeo do DNA de sangue total utilizou-se o kit PureLinkTM

Genomic DNA

(Invitrogen CA USA) seguindo as instruccedilotildees do fabricante Em seguida foi feita a leitura em

espectrofotocircmetro (Nanodropreg) nos comprimentos de onda () de 260nm (DNA) e 280nm

(proteiacutena) O DNA foi considerado iacutentegro e de boa qualidade quando a razatildeo 260280 foi

maior que 18 sendo descartadas aquelas com valores abaixo deste paracircmetro A

quantificaccedilatildeo do DNA das amostras foi realizada neste mesmo equipamento sendo os

resultados obtidos em ngmicroL As amostras com concentraccedilotildees inferiores a 10 ngmicroL foram

descartadas tendo em vista que esta era concentraccedilatildeo miacutenima padronizada

4101 Determinaccedilatildeo do Polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450)

Para anaacutelise de genotipagem o DNA do sangue total seraacute extraiacutedo a partir do

kit Purelink Genomic DNA da Invitrogen Life Technologies e em seguida o mesmo seraacute

quantificado no espectrofotocircmetro Nanodrop sendo o resultado expresso em ngmL Seraacute

utilizada a razatildeo 260280 superior a 17 e inferior a 20 como paracircmetro de qualidade do

DNA Amostras com a razatildeo abaixo desse valor seratildeo reextraiacutedas O DNA genocircmico de todas

as amostras seraacute ajustado em aacutegua autoclavada para uma concentraccedilatildeo de 10 ngmL e volume

final de 20 μL Um total de 2 μL de DNA seraacute usado para a reaccedilatildeo em cadeia da polimerase e

18 μL de soluccedilatildeo contendo o master mix especiacutefico para o ensaio de genotipagem (TaqManreg

genotyping master mix ndash Applied Biosystemsreg) com sondas TaqMan (Custom TaqMan

reg SNP

Genotyping Assay Human Alelo 1 VICMGB-NFQ Alelo 2 FAMMGB-NFQ part number

4331349) e primers especiacuteficos para o SNP (RS1050450) primer forward CATCGAAGCCCTGCTGTCT

e primer reverse CACTGCAACTBCCAAGCA

A genotipagem da populaccedilatildeo do estudo seraacute realizada pelo sistema TaqMan SNP

Genotyping Assays da Applied Biosystemsreg utilizando as condiccedilotildees de termociclagem

recomendadas pelo fabricante Este sistema eacute baseado na anaacutelise end-point da RT-PCR (Real

time ndash PCR ou Reaccedilatildeo em cadeia da Polimerase em Tempo Real)

53

4102 Determinaccedilatildeo do Polimorfismo GSTM1

As reaccedilotildees de PCR em tempo real (qPCR) foram realizadas em placas especiacuteficas de

96 poccedilos no equipamento StepOne Plus utilizando o sistema para detecccedilatildeo de produtos de

amplificaccedilatildeo TaqManreg (Applied Biosystems Foster City CA USA) Para o polimorfismo

GSTM1 foram selecionados primers forward 5prime-AAGATTCGTGTGGACATTTTGGA-3prime e

reverse 5prime TCTGGATTGTAGCAGATCATGCC-3prime e probes (FAM-CAGACCATGGACA-

ACCA-MGB 100 microM) marcados com fluoroacuteforo FAM Para controle endoacutegeno utilizou-se a

β-2-microglobulina (B2M) forward 5prime-TTGTTTCACTGTCCTGAGGACTATTTAT-3prime e

reverse 5prime-ATGTTACTCTGTCAATGTTCTCCACAT-3prime Os probes utilizados foram

marcados com fluoroacuteforo VIC (VIC-CTCTAACATGATAACCCTCAC-MGB 100 microM)

(COVAULT et al 2003)

As amostras foram submetidas agrave seguinte termociclagem 50degC por 2 min 95degC por

10 min seguidos de 40 ciclos a 95degC por 15 segundos e 60degC por 1 min Ao final eram

considerados vaacutelidos apenas os resultados cuja reaccedilatildeo apresentasse curva de dissociaccedilatildeo com

apenas um pico referente agrave temperatura de melting do primer utilizado em cada reaccedilatildeo A

presenccedila da deleccedilatildeo no gene GSTM1 foi estabelecida quando os valores de Ct (threshold

cycle) foram superiores a 35 ciclos conforme padronizaccedilatildeo realizada por Covault et al

(2003) De forma aleatoacuteria foram selecionadas 20 das amostras deletadas para confirmar a

deleccedilatildeo e em 100 delas houve concordacircncia dos resultados

411 ANAacuteLISES ESTATIacuteSTICAS

Os dados obtidos foram analisados no software SPSS versatildeo 200 e os resultados

expressos como meacutedia desvio padratildeo valores miacutenimos e maacuteximos Testou-se a normalidade

dos dados usando o teste de Kolmogorov-Smirnov e a homogeneidade de variacircncia o de

Levene O teste T-Student para amostras independentes e o ANOVA seguido de Tukey para

comparaccedilatildeo de meacutedias entre os paracircmetros Para o teste de correlaccedilatildeo utilizou-se o de

Pearson Nas anaacutelises de regressatildeo empregou-se o modelo de regressatildeo linear simples e o

modelo de regressatildeo linear muacuteltipla para selecionar as variaacuteveis de ajuste As variaacuteveis

testadas nos ajustes dos modelos muacuteltiplos foram idade iacutendice de massa corpoacuterea

escolaridade renda e ingestatildeo energeacutetica Para estes adotou-se o meacutetodo de backward

Foram consideradas estatisticamente significantes as anaacutelises com p lt 005

54

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51 CARACTERIZACcedilAtildeO DA POPULACcedilAtildeO

Participaram do estudo 200 mulheres voluntaacuterias da cidade de Porto Velho (RO)

selecionadas de uma amostra de conveniecircncia A meacutedia de idade das participantes foi de 263

+ 75 anos Conforme a etnia relatada pelas voluntaacuterias 93 informaram ser pardas e a

maioria cursava o ensino superior Quanto agrave renda houve uma maior prevalecircncia de

participantes que ganhavam mais de quatro salaacuterios miacutenimos e 75 afirmaram natildeo realizar

atividade fiacutesica Em relaccedilatildeo ao histoacuterico de doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis na famiacutelia as

mais descritas foram hipertensatildeo arterial e diabetes Nenhuma participante era fumante ou

fazia uso de bebidas alcooacutelicas Todas residiam no estado de Rondocircnia haacute no miacutenimo 10 anos

Os dados acima mencionados estatildeo representados de forma detalhada na Tabela 1

De acordo com o censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

(IBGE 2011) a populaccedilatildeo brasileira era constituiacuteda de 190755799 de habitantes sendo que

428527 pertenciam agrave cidade de Porto Velho Desse total 492 eram do gecircnero feminino

Ainda neste censo 477 dos habitantes do Brasil classificaram-se como brancos

76 como pretos 43 como pardos 11 como amarelos e 04 como indiacutegenas A

distribuiccedilatildeo por cor ou raccedila reflete padrotildees histoacutericos de ocupaccedilatildeo e movimentos relacionados

agrave dinacircmica econocircmica As maiores proporccedilotildees de pardos (58) estatildeo nas regiotildees norte e

nordeste enquanto os pretos estatildeo mais presentes na Bahia (17) e no Rio de Janeiro

(124) Em Rondocircnia 353 se declararam brancos 556 pardos e 69 pretos

corroborando com dados obtidos nesta pesquisa

Dentre os dados apresentados ressalta-se ainda a presenccedila de DCNT nos antecedentes

familiares das participantes De acordo com Silva-Junior (2009) e Schmidt et al (2011)

72 das mortes ocorridas em 2007 no Brasil foram atribuiacutedas agraves DCNT O aumento da

prevalecircncia de diabetes e hipertensatildeo paralelamente ao excesso de peso estaacute associado agrave

mudanccedilas desfavoraacuteveis na dieta e na atividade fiacutesica (SCHMIDT et al 2011)

O Brasil tem colocado em praacutetica importantes poliacuteticas para prevenccedilatildeo das DCNT

Como exemplo destaca-se a implantaccedilatildeo do plano de accedilatildeo de 2008 a 2013 da Organizaccedilatildeo

Mundial da Sauacutede (WHO) que teve como foco quatro doenccedilas cardiovasculares diabetes

cacircncer e doenccedilas respiratoacuterias crocircnicas responsaacuteveis por 58 das mortes no Brasil em 2007

(WHO 2010 SCHMIDT et al 2011) O elevado nuacutemero de casos dessas doenccedilas nos dias

55

atuais justifica os resultados da porcentagem relatada pelas participantes do estudo sobre o

histoacuterico de doenccedilas na famiacutelia

Tabela 1 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas das voluntaacuterias

1Salaacuterio Miacutenimo vigente no ano de 2011 (R$ 54500)

52 AVALIACcedilAtildeO ANTROPOMEacuteTRICA

Os resultados antropomeacutetricos de acordo com o Iacutendice de Massa Corpoacuterea (IMC)

estatildeo apresentados na tabela 2 a seguir

n

Etnia (n=200)

Parda 186 930

Branca 11 55

Negra 2 10

Indiacutegena 0 0

Oriental 1 05

Escolaridade (n=173)

Fundamental 8 50

Ensino Meacutedio 19 100

Superior Incompleto 103 600

Superior Completo 40 230

Poacutes-Graduaccedilatildeo 3 20

Renda (n=163)

Ateacute 1 Salaacuterio Miacutenimo1

9 60

2 a 3 Salaacuterios Miacutenimos 58 350

Acima de 4 Salaacuterios Miacutenimos 96 590

Atividade Fiacutesica (n=200)

Sim 51 250

Natildeo 149 750

DCNT (n=186)

Dislipidemias 16 86

Obesidade 37 200

Diabetes 62 333

Hipertensatildeo Arterial 58 311

Outras 13 70

56

Tabela 2 Classificaccedilatildeo das participantes segundo o Iacutendice de Massa Corporeacutea (IMC)

Classificaccedilatildeo do IMC (kgm2) n

Eutrofia (185 - 249) 186 93

Sobrepeso (ge 25 ndash 299) 13 65

Obesidade grau I (300 - 349) 1 05

A Figura 5 apresenta os resultados da Circunferecircncia da Cintura (CC) das

participantes Do total 172 voluntaacuterias (891) apresentavam CC dentro dos valores de

normalidade e 21 (109) em risco aumentado de DCNT

Figura 5 Circunferecircncia da Cintura das voluntaacuterias de acordo com WHO (2000) Ponto de

corte assinalado em azul (80 cm) constitui risco aumentado para o desenvolvimento de

DCNT Porto Velho 2015

Considerando as estimativas de prevalecircncia das condiccedilotildees deacuteficit e excesso de peso

de acordo com o IMC os dados da POF 20082009 da populaccedilatildeo brasileira acima de 19 anos

de idade revelaram que 36 das mulheres brasileiras foram classificadas com deacuteficit de peso

principalmente nas mulheres muito jovens (20 a 24 anos de idade) ou muito idosas (75 anos

57

ou mais) O excesso de peso foi diagnosticado em cerca de metade das mulheres excedendo

em 13 vezes a frequecircncia de deacuteficit de peso nestas e o diagnoacutestico de obesidade foi de 169

Ainda de acordo com a POF 20082009 observou-se que tanto o excesso de peso

como a obesidade aumentaram de frequecircncia nas idades entre 55 a 64 anos declinando nas

idades subsequentes Em relaccedilatildeo agraves mulheres da regiatildeo norte o deacuteficit de peso foi de 35 no

domiciacutelio urbano e 42 no rural o excesso de peso 48 no urbano e 479 no rural e a

obesidade 17 e 165 respectivamente

53 CONSUMO ALIMENTAR

A ingestatildeo meacutedia de energia das voluntaacuterias foi 131801 plusmn 26548 kcaldia Os

macronutrientes foram avaliados de acordo com os intervalos de recomendaccedilatildeo da

distribuiccedilatildeo em percentual da contribuiccedilatildeo energeacutetica (AMDR) do Institute of Medicine

(2006) Verificou-se que a maioria (59) das participantes apresentou uma ingestatildeo de

carboidratos abaixo da recomendaccedilatildeo enquanto em relaccedilatildeo agraves proteiacutenas uma elevada

porcentagem (76) apresentou ingestatildeo dentro do intervalo de referecircncia e o consumo de

lipiacutedios foi acima da recomendaccedilatildeo em 48 delas (Figura 6)

Figura 6 Distribuiccedilatildeo das participantes segundo a adequaccedilatildeo da ingestatildeo dos

macronutrientes de acordo com a recomendaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em percentual da energia

(IOM 2006) Porto Velho 2015

59

10 13

26

76

39

44

14

48

Carboidratos Proteiacutenas Lipiacutedios

Abaixo da Recomendaccedilatildeo Dentro do Intervalo de Recomendaccedilatildeo

Acima da Recomendaccedilatildeo

58

A Pesquisa de Orccedilamentos Familiares (POF 20082009) avaliou o consumo alimentar

de 34003 brasileiros levando em consideraccedilatildeo o gecircnero e a faixa etaacuteria Foi observado que o

consumo energeacutetico meacutedio da populaccedilatildeo brasileira em geral variou de 1490 a 2289 kcal Na

regiatildeo norte observaram-se meacutedias de ingestatildeo energeacutetica acima da meacutedia nacional e das

demais regiotildees do paiacutes variando de 1660 a 2496 kcal Entre as mulheres a faixa etaacuteria de 19

a 59 anos apresentou ingestatildeo energeacutetica meacutedia de 1710 kcal sendo a meacutedia na aacuterea urbana

de 1713 e na aacuterea rural 1694 kcal

Dados do Estudo Nacional de Despesa Familiar (ENDEF) de 197475 e as POFs

(198788 199596 e 200203) verificaram diminuiccedilatildeo de cerca de 9 na participaccedilatildeo relativa

de carboidratos acarretando valores considerados miacutenimos para este macronutriente (559)

No entanto no estudo da POF 20082009 a porcentagem de contribuiccedilatildeo dos macronutrientes

obedeceu agraves faixas de recomendaccedilatildeo A meacutedia da porcentagem de contribuiccedilatildeo de

carboidratos nas dietas das mulheres brasileiras foi de 562 a 576 a de proteiacutena de 16 4 e

de lipiacutedio 272 Ao avaliar as participantes da regiatildeo norte as meacutedias de contribuiccedilatildeo foram

565 para carboidrato 176 para proteiacutena e 256 para lipiacutedio

A manutenccedilatildeo do peso corpoacutereo eacute primariamente determinada pelo consumo e

utilizaccedilatildeo de carboidratos e lipiacutedeos As proteiacutenas contribuiram com uma fraccedilatildeo pequena e

relativamente constante no consumo energeacutetico total A auto regulaccedilatildeo dos estoques de

carboidratos e proteiacutenas no organismo humano ocorre de maneira eficiente enquanto o

mecanismo de regulaccedilatildeo de armazenamento de lipiacutedios eacute pouco eficiente O papel

fundamental dos carboidratos (accediluacutecares e amido) eacute o de fornecer energia para as ceacutelulas do

organismo particularmente para o ceacuterebro uacutenico oacutergatildeo dependente exclusivamente destes

nutrientes (EGASHIRA MIZIARA LEONI 2014)

Os lipiacutedios satildeo importantes na alimentaccedilatildeo pois fornecem energia de alta densidade e

participam no valor energeacutetico total da dieta Ao longo dos uacuteltimos anos raacutepidas mudanccedilas na

dieta e no estilo de vida vecircm ocorrendo com a industrializaccedilatildeo urbanizaccedilatildeo desenvolvimento

econocircmico e mais recentemente a globalizaccedilatildeo propiciando significativo impacto na sauacutede e

no estado nutricional da populaccedilatildeo do mundo As DCNT incluindo obesidade diabetes

melito doenccedilas cardiovasculares hipertensatildeo arterial e alguns tipos de cacircncer tecircm

comprometido o periacuteodo de vida economicamente ativo de vaacuterios indiviacuteduos Com relaccedilatildeo agraves

mudanccedilas dieteacuteticas uma das principais alteraccedilotildees observadas eacute o incremento de oacuteleos e

gorduras em preparaccedilotildees e em alimentos industrializados (SANTOS e AQUINO 2014)

Apesar de as voluntaacuterias natildeo apresentarem doenccedilas crocircnicas auto-relatadas destaca-se que

59

houve histoacuterico de vaacuterias DCNT na famiacutelia constituindo fator de risco para desenvolvimento

destas nas participantes

A ingestatildeo alimentar de Se tambeacutem foi avaliada nestas participantes apresentando

meacutedia de consumo de 493 plusmn 191 microgdia (Tabela 3) Observou-se que esta meacutedia foi superior

agrave recomendaccedilatildeo da EAR (45 microgdia) entretanto em relaccedilatildeo agrave prevalecircncia de ingestatildeo

inadequada de Se estimada conforme a foacutermula de Beaton (1994) notou-se que 409 das

participantes apresentaram inadequaccedilatildeo da ingestatildeo ou seja consumo abaixo da EAR

Tabela 3 Ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) das participantes (n = 193)

Se (microgdia)

Meacutedia 4934

Desvio Padratildeo 1915

Mediana 4643

Miacutenimo 1038

Maacuteximo 18520

Segundo os resultados da POF 20082009 a meacutedia do consumo de Se da populaccedilatildeo

feminina com idade entre 19 e 59 anos foi de 762 microgdia Na regiatildeo norte este mesmo grupo

apresentou consumo meacutedio de 1048 microgdia superior ao das outras regiotildees do Brasil centro-

oeste (697 microg) nordeste (793 microg) sudeste (714 microg) e sul (737 microg) Tais resultados

independente da regiatildeo foram superiores ao obtido neste estudo A prevalecircncia de

inadequaccedilatildeo da ingestatildeo de Se neste mesmo grupo foi de 137 no paiacutes sendo de 91 na

regiatildeo norte

Silva (2013) ao avaliar a ingestatildeo alimentar de Se de adultos saudaacuteveis da cidade de

Fortaleza (CE) observou consumo meacutedio de 79 microgdia e somente 151 dos participantes

apresentaram meacutedia de ingestatildeo abaixo da EAR

De acordo com as pesquisas realizadas no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo - Minerais a

ingestatildeo de Se na populaccedilatildeo brasileira varia de 18 a 200 microgdia (CINTRA 1990 BORTOLI

2010 DONADIO 2011 MAIA 2008 SILVA 2013)

Donadio (2011) avaliou indiviacuteduos adultos saudaacuteveis do estado de Satildeo Paulo e

observou um consumo meacutedio de 412 microgdia No estudo de Bortoli (2010) realizado com

mulheres da cidade de Satildeo Paulo Cubatatildeo (SP) e Novo Airatildeo (AM) verificou-se um

consumo meacutedio de 571 microgdia 533 microgdia e 539 microgdia respectivamente Esses dados

60

mostraram que natildeo houve diferenccedila significativa entre as cidades eou estados avaliados

Rocha et al (2014) ao avaliarem o consumo alimentar de Se de crianccedilas de duas comunidades

ribeirinhas de Porto Velho (RO) verificaram que as crianccedilas que residiam na localidade de

Demarcaccedilatildeo consumiam menos Se (418 microgdia) que a localidade denominada Gleba do Rio

Preto (179 microgdia) A diferenccedila observada foi atribuiacuteda ao fato de as crianccedilas da segunda

comunidade consumirem mais alimentos in natura enquanto as crianccedilas da primeira em

virtude da sua localizaccedilatildeo geograacutefica tinham mais acesso a alimentos industrializados

Ressalta-se que todos esses dados referentes ao consumo brasileiro de Se

independente da regiatildeo natildeo ultrapassaram o Limite Superior Toleraacutevel de Ingestatildeo (UL) de

400 microg dia (IOM 2006)

A determinaccedilatildeo do consumo de Se natildeo eacute uma tarefa faacutecil em virtude das dificuldades

existentes em relaccedilatildeo aos meacutetodos que avaliam a ingestatildeo alimentar e aleacutem disso em razatildeo

do nuacutemero reduzido de tabelas que apresentam a concentraccedilatildeo do mineral nos alimentos

brasileiros (FERREIRA 2002) Aliado a essas questotildees eacute preciso ressaltar que as

concentraccedilotildees do mineral nos alimentos satildeo proporcionais agrave quantidade do mesmo nos solos

dessa forma um mesmo alimento pode conter concentraccedilotildees de Se muito diferentes Por isso

os valores de ingestatildeo de Se apresentados poderiam ser diferentes caso houvesse dados da

concentraccedilatildeo do mineral em alimentos cultivados em solo rondoniense Mesmo assim a

dificuldade em estimar a ingestatildeo do Se continuaria existindo pois natildeo seria faacutecil rastrear de

forma rigorosa a origem dos alimentos consumidos pelas participantes

A ingestatildeo de castanha-do-brasil tambeacutem foi mensurada visto que eacute considerado o

alimento mais rico em Se Apenas uma voluntaacuteria afirmou ter o haacutebito de consumi-la

regularmente coincidindo ser justamente aquela que apresentou o maior consumo de Se

(43897 microgdia) bem como as maiores concentraccedilotildees do mineral no sangue Por isso essa

participante natildeo foi incluiacuteda nas anaacutelises por ser considerada como outlier

54 MARCADORES BIOQUIacuteMICOS DO ESTADO NUTRICIONAL RELATIVO AO

SELEcircNIO

A tabela 4 apresenta as concentraccedilotildees de Se (microgL) no plasma e eritroacutecitos das

participantes

61

Tabela 4 Concentraccedilatildeo de Se (microgL) no plasma e nos eritroacutecitos das participantes (n=192)

PLASMA ERITROacuteCITOS

Meacutedia + DP 498 + 186 754 + 299

Mediana 470 730

Miacutenimo 58 184

Maacuteximo 1094 1532

DP Desvio Padratildeo

Destaca-se que o plasma reflete o estado nutricional atual (FAIRWEATHER-TAIT

1997) De acordo com Thomson (2004) e Van Dael e Deelstra (1993) o Se plasmaacutetico eacute

considerado o biomarcador mais acessiacutevel para avaliaccedilatildeo do status do mineral por isso eacute o

mais utilizado pois permite avaliar as mudanccedilas em curto prazo respondendo de forma

raacutepida e sensiacutevel conforme a ingestatildeo alimentar Eacute importante mencionar que essa resposta

pode ser influenciada por fatores como a idade o estado fisioloacutegico do indiviacuteduo e a forma do

Se consumida

De acordo com o paracircmetro proposto por Van Dael e Deelstra (1993) verificou-se que

a maioria das participantes apresentou deficiecircncia de Se (69) enquanto uma porcentagem

menor apresentou adequaccedilatildeo (295) e outra mais reduzida em risco de toxicidade (15)

A Figura 7 apresenta os resultados da concentraccedilatildeo de Se plasmaacutetico conforme os

paracircmetros proposto por Van Dael e Deelstra (1993) assim como os intervalos estipulados

por Thomson (2004) que propotildee valores miacutenimos de Se no soro para prevenccedilatildeo da doenccedila de

Keshan otimizaccedilatildeo da atividade das deiodinases maximizaccedilatildeo da atividade da GPx e da

selenoproteiacutena P e ainda para proteccedilatildeo contra alguns tipos de cacircncer

Apenas 41 das voluntaacuterias apresentaram-se em risco para doenccedila de Keshan e

784 delas baixa otimizaccedilatildeo para as deiodinases Para o ponto de corte de otimizaccedilatildeo da

GPx e selenoproteiacutena P a maioria (933) apresentou baixa otimizaccedilatildeo Quanto ao intervalo

de proteccedilatildeo contra alguns tipos de cacircncer 99 natildeo estavam protegidas

Dessa forma de acordo com as duas referecircncias selecionadas para avaliar a

concentraccedilatildeo de Se no plasma verifica-se que a maioria das voluntaacuterias aleacutem de apresentar

deficiecircncia do mineral

No Brasil poucos estudos avaliaram o estado nutricional relativo ao Se em adultos

saudaacuteveis Coutinho (2003) avaliou este paracircmetro em praticantes de capoeria residentes em

Satildeo Paulo e observou a meacutedia de 787 microgL de Se no plasma Maia (2008) avaliou 29

62

paulistanos e 28 cearenses e observou uma meacutedia de Se plasmaacutetico de 665 microgL e 576 microgL

respectivamente

Figura 7 Distribuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo plasmaacutetica de Se (microgL) das participantes (n=194)

segundo os paracircmetros porpostos por Van Dael e Deelstra (1993) e Thomson (2004) Porto

Velho 2015

a Intervalo proposto por Van Dael e Deelstra (1993) (60 - 120 μgL)

Pontos de corte propostos por Thomson (2004) b Prevenccedilatildeo do surgimento da doenccedila de Keshan (gt 21 μgL)

c Otimizaccedilatildeo da atividade das deiodinases (gt 65 μgL)

d Maximizaccedilatildeo da GPx e selenoproteiacutena P (gt 80 - 95 μgL)

e Proteccedilatildeo contra alguns tipos de cacircncer (gt 115 μgL)

Bortoli (2010) avaliou mulheres saudaacuteveis e encontrou uma meacutedia de 817 microgL nas

voluntaacuterias residentes em Satildeo Paulo 607 microgL no grupo de Cubatatildeo (SP) e de 1018 microgL

nas mulheres de Novo Airatildeo (AM) A meacutedia de Se plasmaacutetico obtida na uacuteltima localidade

citada foi justificada pelo fato de a populaccedilatildeo ter como haacutebito o consumo regular de castanha-

do-brasil Donadio (2011) ao avaliar 124 indiviacuteduos residentes em Satildeo Paulo obteve a meacutedia

de 541 microgL Santos (2013) tambeacutem determinou as concentraccedilotildees do mineral no plasma de

176 indiviacuteduos do Cearaacute e observou uma meacutedia de 626 microgL

63

A Figura 8 apresenta a distribuiccedilatildeo das concentraccedilotildees eritrocitaacuterias de Se das

participantes Nos eritroacutecitos 125 participantes (645) apresentaram concentraccedilotildees abaixo

do intervalo de referecircncia

Figura 8 Distribuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo eritrocitaacuteria de Se das participantes (n=194) Intervalo

assinalado em azul (90 - 190 μgL) constitui os paracircmetros de normalidade proposto por Van

Dael e Deelstra (1993) e Ortuntildeo (1997) Porto Velho 2015

Ao contraacuterio do plasma a concentraccedilatildeo de Se eritrocitaacuterio reflete o estado nutricional

pregresso por responder de forma mais lenta agraves alteraccedilotildees no estado nutricional Essa resposta estaacute

relacionada com o tempo de meia vida das hemaacutecias que eacute de aproximadamente 120 dias

(FAIRWEATHER-TAIT 1997 VAN DAEL e DEELSTRA 1993)

Houve correlaccedilatildeo entre as concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio (r = 0629 p ˂

0001) ou seja quanto maior a concentraccedilatildeo de Se no plasma maior a sua concentraccedilatildeo nos

eritroacutecitos

As Tabelas 5 e 6 apresentam os resultados das anaacutelises de regressatildeo da ingestatildeo

alimentar de Se em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees do mineral no plasma e nos eritroacutecitos

respectivamente

64

Tabela 5 Coeficiente de regressatildeo da ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) como variaacutevel

independente que influenciou a concentraccedilatildeo do mineral no plasma (microgL) das participantes

Variaacutevel independente β p-valora

R2 ajustado p-valor

b

Ingestatildeo alimentar de Se (microgdia)c 0278 0112 0277 0026

Modelo ajustado pela escolaridade (anos de estudo) idade (anos) ingestatildeo energeacutetica (kcaldia) e circunferecircncia

da cintura (cm)

a Valor de p referente ao coeficiente β

b Valor de p referente ao R

2 ajustado

As anaacutelises de regressatildeo mostraram que houve associaccedilatildeo positiva entre o consumo de

alimentar de Se (microgdia) e as concentraccedilotildees do mineral no plasma (microgL) e nos eritroacutecitos

(microgL) O coeficiente de correlaccedilatildeo (R2) da ingestatildeo alimentar de Se em relaccedilatildeo ao plasma foi

277 e nos eritroacutecitos 363 Estes coeficientes expressam a porcentagem da variabilidade

das concentraccedilotildees sanguiacuteneas de Se que satildeo explicadas pela ingestatildeo alimentar do mineral

Tabela 6 Coeficiente de regressatildeo da ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) como variaacutevel

independente que influenciou a concentraccedilatildeo do mineral nos eritroacutecitos (microgL) das

participantes

Variaacutevel independente β p-valora

R2 ajustado p-valor

b

Ingestatildeo alimentar de Se (microgdia)c 0154 0301 0363 0001

Modelo ajustado pelo consumo alimentar de Se (microgdia) idade (anos) circunferecircncia da cintura (cm) iacutendice de

massa corpoacuterea (kgm2) escolaridade (anos de estudo) e renda (salaacuterios miacutenimos)

a Valor de p referente ao coeficiente β

b Valor de p referente ao R

2 ajustado

No estudo de Maia (2008) a meacutedia da concentraccedilatildeo eritrocitaacuteria de Se em adultos residentes

em Satildeo Paulo foi de 80 microgL e do Cearaacute 1224 microgL Silva (2013) encontrou a meacutedia de 1015

microgL de Se nos eritroacutecitos dos participantes do Cearaacute Adame et al (2012) que avaliou

espanhois encontrou a meacutedia de 104 6 microgL

Bortoli (2010) obteve a meacutedia de 833 microgL nas participantes de Satildeo Paulo 859 microgL

no grupo de Cubatatildeo (SP) e de 1998 microgL nas muheres de Novo Airatildeo (AM) A meacutedia

elevada encontrada na comunidade de Novo Airatildeo foI justificada pelo fato de a populaccedilatildeo do

estado do Amazonas apresentar o haacutebito de consumir regularmente a castanha-do-brasil

Houve ainda correlaccedilatildeo positiva entre os valores de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio indicando

65

que aquelas participantes cujo o teor estava mais elevado em um dos compartimentos

sanguiacuteneos tambeacutem se encontrava da mesma forma no outro (r = 07018 plt 00001)

Segundo Lemire et al (2006) a populaccedilatildeo da Amazocircnia brasileira apresenta

concentraccedilatildeo de Se no sangue total que varia de normal a relativamente alto Entretanto este

resultado natildeo foi observado no presente estudo pois a maioria das participantes apresentou

concentraccedilotildees abaixo da referecircncia Todavia esta pesquisa foi composta por mulheres

residentes em uma capital urbana diferente dos locais de trabalho das pesquisas de Lemire et

al (2006) realizados em comunidades ribeirinhas do Paraacute Estes pesquisadores avaliaram 236

adultos de seis comunidades ribeirinhas ao longo do rio Tapajoacutes e verificaram que 343

possuiacuteam concentraccedilotildees elevadas e nove indiviacuteduos (38) apresentaram valores acima dos

estipulados para toxicidade O valor mais baixo encontrado do mineral foi de 142 microgL

Em outra pesquisa realizada por Lemire et al (2011) na mesma regiatildeo foram

avaliados 407 voluntaacuterios e apenas seis participantes (15) apresentaram deficiecircncia de Se

enquanto 32 apresentaram concentraccedilotildees entre 560 e 1000 microgL e 10 concentraccedilotildees

superiores a 1000 microgL Segundo os pesquisadores a concentraccedilatildeo elevada de Se no sangue

foi devida aos haacutebitos alimentares da populaccedilatildeo uma vez que a mesma sobrevive de

alimentos cultivados nas proacuteprias comunidades

De acordo com os estudos de Pinheiro et al (2005) Rocha et al (2014) e Lemire et al

(2006 2009 2010 e 2011) que avaliaram o status de Se em comunidades ribeirinhas da

Amazocircnia observa-se que haacute uma relaccedilatildeo entre a concentraccedilatildeo do mineral no sangue e a

cultura alimentar regional

Natildeo existem muitos trabalhos realizados no Brasil e no mundo que tenham avaliado o

status de Se de populaccedilotildees natildeo acometidas por doenccedilas a maioria das pesquisas avaliou

indiviacuteduos doentes Portanto este trabalho contribuiraacute para o melhor conhecimento das

condiccedilotildees dessa populaccedilatildeo quanto a esse mineral Constatou-se que o haacutebito alimentar urbano

natildeo incluiacutea o consumo de castanha-do-brasil nem de outros alimentos cultivados em solos da

regiatildeo que constituiriam dessa forma uma excelente fonte do mineral

55 SELEcircNIO E ATIVIDADE DA ENZIMA GPx

A atividade da enzima GPx foi avaliada nos eritroacutecitos de 195 participantes e os seus

valores foram corrigidos e ajustados pela concentraccedilatildeo de hemoglobina sendo apresentados

em Ug Hb Apenas 6 das voluntaacuterias avaliadas apresentaram baixa atividade da enzima e

66

87 atividade normal (Figura 9) O valor meacutedio da atividade da GPx foi de 451 + 193 Ug

Hb Dessa forma pode-se inferir que a ingestatildeo alimentar de Se embora baixa natildeo teve influecircncia

na atividade enzimatica da GPx que eacute um biomarcador sensiacutevel e que avaliado nos eritroacutecitos

pode refletir a ingestatildeo em longo prazo do mineral (BROWN 2001 LEI 2007)

Figura 9 A atividade da enzima GPx peroxidase das participantes Intervalo assinalado em

azul (275 a 736 Ug Hb) representa a referecircncia proposta pelo Kit da Randoxreg Porto Velho

2015

Dados da literatura sobre atividade eritrocitaacuteria da GPx satildeo escassos os existentes

avaliaram a atividade da enzima no plasma dificultando as comparaccedilotildees com os resultados

deste trabalho No entanto Olusi (2002) ao realizar seu estudo no Kwait com adultos

eutroacuteficos observou meacutedia de 983 Ug Hb sendo este valor considerado elevado Ko et al

(2005) ao avaliar chineses encontrou a meacutedia de atividade da GPx nos eritroacutecitos de 513

Ug Hb enquanto Moradi et al (2009) ao avaliar em mulheres iranianas observaram a meacutedia

de 20 3 Ug Hb

De acordo com os estudos brasileiros Maia (2008) observou atividade meacutedia de 477

Ug Hb para adultos residentes em Satildeo Paulo e de 528 Ug Hb no Cearaacute Bortoli (2010)

observou a meacutedia de 733 Ug Hb nas mulheres amazonenses 371 Ug Hb nas voluntaacuterias de

Satildeo Paulo e de 382 Ug Hb nas de Cubatatildeo A meacutedia na pesquisa de Donadio (2011) com

paulistanos foi de 401 Ug Hb e Silva (2013) em voluntaacuterias do Cearaacute obteve 386 Ug Hb

67

A atividade da GPx estaacute fortemente correlacionada com a concentraccedilatildeo sanguiacutenea de

Se portanto um consumo inadequado de Se pode ocasionar reduccedilatildeo da atividade da GPx o

que por sua vez afeta a resposta celular em relaccedilatildeo agrave accedilatildeo de agentes oxidantes

desencadeando o surgimento do estresse oxidativo (COMINETTI et al 2011)

Segundo Crespo-Loacutepez et al (2009) as glutationas podem atuar como a principal

linha de defesa contra os compostos de Hg e conforme Herculano et al (2006) altas

concentraccedilotildees da enzima podem servir de proteccedilatildeo contra a intoxicaccedilatildeo do metal

Pinheiro et al (2008) realizou uma comparaccedilatildeo entre concentraccedilotildees de Hg e a defesa

antioxidante de mulheres saudaacuteveis residentes em trecircs comunidades ribeirinhas da Amazocircnia

sendo duas comunidades consideradas expostas ao metal localizadas na bacia do rio Tapajoacutes

e a outra localizada na bacia do rio Tocantins O estudo tinha como finalidade detectar

possiacuteveis alteraccedilotildees no estado antioxidante em razatildeo da exposiccedilatildeo ao Hg Dentre outros

paracircmetros foram avaliados a concentraccedilatildeo da GPx no sangue total e as concentraccedilotildees de Hg

nos cabelos Foi observada correlaccedilatildeo positiva entre as concentraccedilotildees de Hg e o aumento da

concentraccedilatildeo da enzima ou seja os indiviacuteduos com alto teor de Hg apresentaram tambeacutem

concentraccedilotildees elevadas de GPx

56 SELEcircNIO E CONCENTRACcedilOtildeES CAPILARES DE MERCUacuteRIO

Os resultados das anaacutelises de Hg nos cabelos das voluntaacuterias encontram-se descritos

na Figura 10 Das 200 participantes avaliadas apenas seis (30) apresentaram concentraccedilotildees

de Hg superiores ao valor de referecircncia estabelecido pela WHO (1990) e apenas uma

apresentou concentraccedilatildeo do metal abaixo do limite de quantificaccedilatildeo (˂ 1 ng g-1

)

Em relaccedilatildeo aos resultados do formulaacuterio de Hg para coleta dos cabelos foi perguntado

para as participantes se estas possuiacuteam tintura ou qualquer tipo de alisamento e a maioria

(635) natildeo possuiacutea nenhum tipo de alisamento e 585 natildeo tinham cabelos pintados A

concentraccedilatildeo meacutedia de Hg nos cabelos foi de 625 + 766 ng g-1

A concentraccedilatildeo de Hg no sangue reflete a exposiccedilatildeo ao metal nas formas orgacircnica e

inorgacircnica e pode ser influenciada pelo consumo de alimentos contaminados O Hg

permanece na corrente sanguiacutenea apenas alguns dias apoacutes a exposiccedilatildeo desta maneira a anaacutelise

deve ser feita rapidamente a fim de detectar exposiccedilotildees recentes (EPA 2005) Em relaccedilatildeo agrave

concentraccedilatildeo de Hg nos cabelos esta eacute proporcional agrave do sangue uma vez que este metal se

incorpora aos fios (WHO 1990) A anaacutelise do cabelo reflete uma exposiccedilatildeo mais prolongada

68

ao Hg possibilitando a avaliaccedilatildeo da concentraccedilatildeo deste elemento durante periacuteodos de tempo

maiores (PASCALICCHIO 2002)

Figura 10 Distribuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo de Hg (ng g-1

) nos cabelos das participantes (n=

200) Ponto de corte assinalado em azul representa o valor de referecircncia (2000 ng g-1

)

proposto pela WHO (1990) Porto Velho-RO 2015

Os peixes da regiatildeo Amazocircnica segundo alguns pesquisadores apresentam elevado risco de

contaminaccedilatildeo por Hg (MUCKE et al 2001 BAacuteRAacuteNY et al 2002 KARITA e SUZUKI

2002 LINDBERG et al 2004 HANSEN et al 2004) Entretanto 975 das participantes

avaliadas informaram consumir este alimento de forma esporaacutedica Dessa forma pode-se

inferir que as participantes deste estudo natildeo apresentaram alta contaminaccedilatildeo por Hg em

decorrecircncia da baixa ingestatildeo de peixes no haacutebito alimentar Poreacutem Marques et al (2007) ao

avaliar as concentraccedilotildees de Hg de 82 mulheres urbanas de Porto Velho (RO) observaram

que mesmo com um baixo consumo de peixes o niacutevel meacutedio de Hg nos cabelos foi elevado

(3500 ng g-1

)

Em outra pesquisa realizada por Marques et al (2013) foram avaliadas mulheres de

comunidades ribeirinhas da bacia do rio Madeira Os autores observaram que as

concentraccedilotildees meacutedias de Hg nos cabelos (12120 ng g-1

) daquelas que moravam agraves margens

do rio foram superiores agravequeles das residentes em aacuterea urbana (5360 ng g-1

)

69

Rocha et al (2014) determinaram as concentraccedilotildees de Hg nos cabelos de crianccedilas de

duas comunidades ribeirinhas de Porto Velho sendo elas Demarcaccedilatildeo localizada as margens

do rio Machado e Gleba do Rio Preto no rio Preto As crianccedilas da primeira comunidade

apresentaram concentraccedilatildeo meacutedia de Hg de 3570 + 1860 ng g-1

enquanto as crianccedilas da

Gleba do Rio Preto concentraccedilotildees meacutedias de 6240 + 5890 ng g-1

ou seja 50 acima do

valor encontrado na comunidade Demarcaccedilatildeo

Bastos et al (2006) ao avaliar as concentraccedilotildees de Hg em 713 indiviacuteduos do rio

Madeira obtiveram a meacutedia de 15200 ng g-1

Boischio e Henshel (2000) ao avaliar 90 matildees e

89 crianccedilas encontraram meacutedias de 12600 ng g-1

e 10200 ng g-1

respectivamente

Hacon et al (2014) avaliaram cinco aacutereas na regiatildeo de Porto Velho no rio Madeira

Das cinco comunidades estudadas quatro faziam parte da regiatildeo ribeirinha de Santo Antocircnio

Participaram do estudo 1945 indiviacuteduos cujas concentraccedilotildees de Hg foram avaliados em

amostras de cabelos Apenas 09 dos voluntaacuterios apresentaram concentraccedilotildees de Hg

superiores a 50000 ng g-1

e 90 concentraccedilotildees inferiores a 10000 ng g-1

O estudo ressaltou

que as concentraccedilotildees de Hg nas mulheres de 16 a 49 anos de idade variou de 2400 a 5300 ng

g-1

dependendo da regiatildeo onde residiam Os pesquisadores concluiacuteram que as concentraccedilotildees

de Hg foram altos em todas as comunidades e este resultado foi relacionado ao consumo de

peixes da regiatildeo

Bortoli (2010) que tambeacutem avaliou as concentraccedilotildees de Hg nos cabelos de mulheres

de Satildeo Paulo (SP) Cubatatildeo (SP) e Novo Airatildeo (AM) encontrou meacutedia de 180 ng g-1

nas

paulistanas 190 ng g-1

nas Cubatenses e de 5670 ng g-1

nas participantes do Amazonas

Dentre as participantes dos dois primeiros grupos nenhuma apresentou concentraccedilatildeo de Hg

acima de 2000 ng g-1

concentraccedilatildeo para adultos natildeo expostos ocupacionalmente de acordo

com a WHO (1990) No grupo das mulheres amazonenses 218 apresentaram valores

abaixo dessa referecircncia De acordo com os valores maacuteximos em regiotildees onde haacute exposiccedilatildeo

reconhecida por Hg (6000 ng g-1

) foi observado que 309 destas participantes tinham

concentraccedilotildees de Hg nos cabelos acima desse valor de referecircncia A pesquisadora ressaltou

que 927 das mulheres de Novo Airatildeo relataram consumir peixes da regiatildeo pelo menos uma

vez por semana

Pinheiro et al (2005) ao avaliarem 40 mulheres de trecircs comunidades da bacia do rio

Tapajoacutes verificaram que natildeo houve diferenccedila estatiacutestica em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees de Hg

total nas amostras de cabelos nas diferentes comunidades O primeiro grupo composto por

gestantes apresentou a meacutedia de concentraccedilatildeo de Hg de 8250 ng g-1

enquanto o segundo

composto por mulheres natildeo gestantes 9390 ng g-1

do metal No entanto os pesquisadores

70

observaram que as concentraccedilotildees do Hg no terceiro trimestre de gravidez eram maiores

(9650 ng g-1

) que no primeiro (6620 ng g-1

) e segundo trimestres (6710 ng g-1

)

Pinheiro et al (2008) analisaram novamente duas comunidades da mesma regiatildeo que

o estudo anterior Poreacutem selecionaram mulheres de uma comunidade ribeirinha da bacia do

rio Tocantins que formaram o grupo controle do estudo pois estas natildeo pertenciam a uma

regiatildeo considerada contaminada por Hg Os autores observaram que nas comunidades da

bacia do rio Tapajoacutes as voluntaacuterias apresentaram concentraccedilotildees de Hg no cabelo

significativamente maiores (12926 ng g-1

) em relaccedilatildeo agrave comunidade da bacia do rio Tocantins

(3290 ng g-1

)

Estudos epidemioloacutegicos tecircm evidenciado correlaccedilatildeo positiva entre as concentraccedilotildees

de Se e Hg no sangue (MUCKE et al 2001 BAacuteRAacuteNY et al 2002 KARITA e SUZUKI

2002 LINDBERG et al 2004 HANSEN et al 2004) Tal evidecircncia foi verificada nesta

pesquisa em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees plasmaacuteticas do mineral conforme as anaacutelises de

regressatildeo Os coeficientes de correlaccedilatildeo (R2) das concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico e

eritrocitaacuterio foram 59 e 37 respectivamente (Tabela 7) Estes coeficientes expressam a

porcentagem da variabilidade no niacutevel de Hg nos cabelos (ng g-1

) que eacute explicada pelas

variaacuteveis independentes

De acordo com Gailer et al (2000) o efeito protetor do Se tem sido associado a uma

maior retenccedilatildeo de Hg ao inveacutes de maior excreccedilatildeo Desta forma acredita-se que o Se

juntamente com o Hg forme um complexo Hg-Se que por sua vez liga-se a selenoproteiacutena P

favorecendo uma redistribuiccedilatildeo corporal do metal Poreacutem segundo Baacuteraacuteny et al (2005) e

Lindberg et al (2004) os estudos sobre como esta interaccedilatildeo acontece ainda natildeo satildeo

suficientes para elucidar a dinacircmica desse complexo Sugere-se que uma ingestatildeo adequada de

Se possa promover um efeito de proteccedilatildeo contra o Hg e seus compostos toacutexicos

Apesar dos valores elevados de Hg encontrados na regiatildeo Amazocircnica poucos trabalhos

avaliaram sintomas ou sinais cliacutenicos referentes a essa intoxicaccedilatildeo

No estudo de Dorea et al (2003) com mulheres vivendo em comunidades ribeirinhas

do Rio Negro os sintomas pesquisados foram fraquezas musculares amortecimentos de

membros tremores desequiliacutebrio e alteraccedilotildees sensoriais No entanto na populaccedilatildeo deste

estudo tais sinais natildeo foram observados Malm et al (1995) realizaram outra pesquisa com

populaccedilotildees ribeirinhas no Paraacute e tambeacutem natildeo encontraram tais sinais (desequiliacutebrio sensitivo

constriccedilatildeo de campo visual ataxia reduccedilatildeo da capacidade auditiva tremores reflexos de

tendotildees e desequiliacutebrios mentais e salivares)

71

Tabela 7 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram as

concentraccedilotildees de Hg (ng g-1

) nos cabelos (variaacutevel dependente) das participantes

Variaacuteveis independentes β p-valora

R2 ajustado p-valor

b

Se no Plasma (microgL)c 3117 0177 0059 0020

Se no Eritroacutecito (microgL)d 0970 0656 0037 0096

a Valor de p referente ao coeficiente β

b Valor de p referente ao R

2 ajustado

c Modelo ajustado pelo indice de massa corporeacutea (kgm

2) escolaridade (anos de estudo) idade (anos) e renda

(salaacuterios miacutenimos) d Modelo ajustado pelo pelo indice de massa corporeacutea (kgm

2) circunferecircncia da cintura (cm) escolaridade (anos

de estudo) idade (anos) ingestatildeo energeacutetica (kcaldia) e renda (salaacuterios miacutenimos)

57 SELEcircNIO E AVALIACcedilAtildeO DO ESTRESSE OXIDATIVO MDA E ORAC

O meacutetodo de ORAC (Capacidade de Absorccedilatildeo de Radicais de Oxigecircnio) avalia a

capacidade do plasma de inibir o radical peroxil mostrando resistecircncia aos danos oxidativos

Dessa forma verifica-se que quanto maiores as concentraccedilotildees do Se no sangue maior seraacute a

capacidade antioxidante total sendo este dado relacionado agrave accedilatildeo ou funccedilatildeo antioxidante do

mineral

De acordo com as anaacutelises de regressatildeo houve associaccedilatildeo entre as concentraccedilotildees de

Se no plasma e nos eritroacutecitos com o ORAC (Tabela 8) Os coeficientes de correlaccedilatildeo (R2)

das concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio foram 60 e 77 respectivamente Estes

coeficientes expressam a porcentagem da variabilidade do ORAC que eacute explicado pelas

variaacuteveis independentes (Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio) Natildeo foram encontrados estudos que

avaliaram a capacidade antioxidante por meio do ORAC que relacionem ou associem com as

concentraccedilotildees de Se em indiviacuteduos saudaacuteveis

Tabela 8 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram a

capacidade antioxidante ndash ORAC (mmol eq troloxg de amostra) (variaacutevel dependente) das

participantes

Variaacuteveis independentes β p-valora

R2 ajustado p-valor

b

Se no Plasma (microgL)c -0002 0555 0060 0015

Se no Eritroacutecito (microgL)d -0005 0094 0077 0005

a Valor de p referente ao coeficiente β

b Valor de p referente ao R

2 ajustado

c Modelo ajustado pelo indice de massa corporeacutea (kgm

2) circunferecircncia da cintura (cm) renda (salaacuterios

miacutenimos) d

Modelo ajustado pelo pelo indice de massa corporeacutea (kgm2) circunferecircncia da cintura (cm) renda (salaacuterios

miacutenimos)

72

Os radicais livres de oxigecircnio podem induzir a reaccedilatildeo de peroxidaccedilatildeo lipiacutedica Os

aacutecidos graxos insaturados no plasma em uacuteltima instacircncia podem gerar produtos de

peroxidaccedilatildeo lipiacutedica tais como o malondialdeiacutedo (MDA) Dessa forma as concentraccedilotildees de

MDA podem refletir o niacutevel de estresse oxidativo do organismo De acordo com as anaacutelises

de regressatildeo natildeo houve associaccedilatildeo entre as concentraccedilotildees de Se no plasma e nos eritroacutecitos

com o MDA (Tabela 9)

Tabela 9 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram a

concentraccedilatildeo plasmaacutetica de malondialdeiacutedo (microM) (variaacutevel dependente) das participantes

Variaacuteveis independentes β p-valora

R2 ajustado p-valor

b

Se no Plasma (microgL)c 10 x 10

-4 0980 -0015 0675

Se no Eritroacutecito (microgL)c 10 x 10

-3 0239 -0005 0505

a Valor de p referente ao coeficiente β

b Valor de p referente ao R

2 ajustado

c Modelo ajustado pelo indice de massa corporeacutea (kgm

2) idade (anos) ingestatildeo energeacutetica (kcaldia)

circunferecircncia da cintura (cm) renda (salaacuterios miacutenimos) e escolaridade (anos de estudo)

O estudo de Gaacutec et al (2014) tinha como objetivo definir a relaccedilatildeo entre as

concentraccedilotildees de Se no sangue e estresse oxidativo (concentraccedilatildeo de MDA) em 337 crianccedilas

saudaacuteveis da Espanha A concentraccedilatildeo de Se natildeo exerceu nenhum efeito direto nas

concentraccedilotildees de MDA (r = 008 pgt005) Em outro estudo espanhol Galan-Chilet et al

(2014) avaliaram em uma populaccedilatildeo adulta a associaccedilatildeo entre o Se no plasma e as

concentraccedilotildees de MDA na urina Os autores tambeacutem natildeo observaram correlaccedilotildees

siginificativas entre esses marcadores

Krishnan e Rani (2014) tambeacutem natildeo encontraram nenhuma correlaccedilatildeo significativa

entre a concentraccedilatildeo de Se e MDA em pacientes com doenccedila de Alzheimer ou demecircncia de

origem vascular Entretanto outros estudos verificaram uma diminuiccedilatildeo das concentraccedilotildees de

MDA apoacutes a suplementaccedilatildeo com Se (ZHANG et al 2005 FABIAN et al 2013 SITTA et

al 2011 SMOLKOVAacute et al 2004 GRYGIEL-GOacuteRNIAK et al 2014)

73

58 POLIMORFISMO PRO198LEU

Ao avaliar a presenccedila do SNP (rs 1050450) no gene que codifica a enzima glutation

peroxidase1 nas 190 amostras do estudo foi observado que 567 das participantes

apresentaram genoacutetipo selvagem (ProPro) ou seja homozigotos para prolina 368 dos

indiviacuteduos heterozigotos (ProLeu) e 68 homozigotos para leucina (LeuLeu) A frequecircncia

relativa do alelo variante foi de 025

Os resultados da genotipagem apresentaram-se de acordo com o equiliacutebrio de Hardy

Weinberg o qual determina que as frequecircncias aleacutelicas devem permanecer constantes ao

longo das geraccedilotildees caso natildeo sejam interferidas por nenhum fator evolutivo Dessa forma o

teste de qui-quadrado (χ2) foi aplicado e o valor encontrado foi de 01127 e a probabilidade

associada a esse valor considerando um grau de liberdade foi maior que 5 indicando que a

populaccedilatildeo estava de acordo com o equiliacutebrio

A Tabela 10 ilustra a distribuiccedilatildeo das participantes de acordo com o SNP Pro198Leu

Tabela 10 Distribuiccedilatildeo do SNP Pro198Leu (rs 1050450) no gene que codifica GPx 1 nas

participantes (n=190)

Genoacutetipos coacutedon 198 da GPx 1 n

ProPro 107 563

ProLeu 70 368

LeuLeu 13 68

Quatro pesquisas descrevem a frequecircncia do polimorfismo Pro198Leu na populaccedilatildeo

da cidade de Satildeo Paulo Nishimura (2010) em seu estudo com 175 pacientes com cacircncer da

cavidade orofariacutengea encontrou prevalecircncia de 50 de indiviacuteduos com genoacutetipo selvagem

(ProPro) 43 heterozigoto (ProLeu) e 7 de homozigoto (LeuLeu) para o polimorfismo

Em seu grupo controle que foi constituiacutedo por 203 indiviacuteduos da mesma cidade 51

ProPro 43 ProLeu e 6 LeuLeu

Cominetti et al (2011) no seu trabalho realizado com 37 mulheres obesas

observaram 49 de ProPro 38 de ProLeu e 13 de LeuLeu Donadio (2011) ao avaliar

124 indiviacuteduos adultos natildeo doentes verificou que a prevalecircncia de ProPro foi de 49 de

ProLeu 47 e apenas 3 de LeuLeu

Cardoso et al (2012) ao determinar o polimorfismo em um grupo de 28 idosos com

doenccedila de Alzheimer observaram que 75 apresentaram genoacutetipo ProPro 14 de

74

heterozigotos e 11 de LeuLeu No mesmo estudo no grupo controle formado por 29

idosos sem a doenccedila os pesquisadores encontraram 72 com genoacutetipo ProPro 14 de

ProLeu e 14 de homozigotos LeuLeu

Silva (2013) em seu trabalho realizado com a populaccedilatildeo cearense observou que

545 dos indiviacuteduos apresentaram genoacutetipo ProPro 381 genoacutetipo ProLeu e 74 de

genoacutetipo LeuLeu

Hiragi et al (2011) avaliaram a frequecircncia do polimorfismo em 304 indiviacuteduos

pertencentes a trecircs grupos eacutetnicos diferentes No grupo constituiacutedo por 60 adultos indiacutegenas

95 possuiacuteam genoacutetipo selvagem (ProPro) 3 eram heterozigotos (ProLeu) e 2

homozigotos (LeuLeu) No grupo composto por 72 indiviacuteduos afrodescendentes 71 eram

ProPro 22 ProLeu e 7 LeuLeu O terceiro grupo formado por 172 indiviacuteduos que

residiam no Distrito Federal 47 eram ProPro 40 ProLeu e 13 LeuLeu

Fosberg et al (1999) em anaacutelise realizada com 25 suecos encontrou 52 de

indiviacuteduos homozigotos para prolina (selvagens) 36 de heterozigotos e 12 de

homozigotos para leucina Em outro estudo Fosberg et al (2000) determinaram a frequecircncia

de alelos para esse polimorfismo em uma populaccedilatildeo sueca e outra finlandesa A populaccedilatildeo

sueca foi formada por 101 indiviacuteduos infartados e 214 formaram o grupo controle A

distribuiccedilatildeo dos genoacutetipos dos indiviacuteduos do grupo caso foi de 55 homozigotos selvagens

38 heterozigotos e 7 de homozigotos para leucina No grupo controle a frequecircncia dos

genoacutetipos foi de 53 40 e 7 respectivamente No grupo da Finlacircndia dos 66 indiviacuteduos

avaliados 35 eram homozigotos para prolina 48 heterozigotos e 17 homozigotos para

leucina

De acordo com os trabalhos citados a menor distribuiccedilatildeo conforme os genoacutetipos estaacute

relacionada ao homozigoto LeuLeu Algumas pesquisas afirmam que a presenccedila do alelo Leu

reduz a atividade da enzima GPx nos indiviacuteduos com este alelo variante (HANSEN et al

2009 RAVN-HAREN et al 2006) Dessa forma se haacute uma diminuiccedilatildeo da atividade

enzimaacutetica da GPx o sistema antioxidante dos indiviacuteduos que apresentam o alelo Leu pode

ser afetado Estudos tambeacutem tecircm associado a presenccedila deste alelo variante a um aumento do

risco de alguns tipos de cacircncer (RATNASINGHE et al 2000 HU e DIAMOND 2003

ZHAO et al 2005) Entretanto essas associaccedilotildees natildeo foram observadas em todas as

populaccedilotildees estudadas uma vez que a frequecircncia do alelo Leu varia de acordo com o grupo

eacutetnico (ZHAO et al 2005)

De acordo com Pena et al (2011) a origem geneacutetica da populaccedilatildeo brasileira eacute o

resultado de vaacuterias miscigenaccedilotildees e apesar disso apresenta uma uniformidade maior que o

75

esperado No trabalho desses pesquisadores foi avaliado a ascendecircncia total de 934 brasileiros

de diferentes raccedilas residentes em quatro regiotildees do paiacutes com excessatildeo da regiatildeo centro-oeste

Foram avaliados polimorfismos de inserccedilatildeo e deleccedilatildeo e os genoacutetipos encontrados foram

utilizados para estimar os componentes europeus africanos e ameriacutendios dos indiviacuteduos Os

resultados mostraram que a ancestralidade das diferentes populaccedilotildees das regiotildees do Brasil eacute

semelhante

A populaccedilatildeo de Rondocircnia eacute umas das mais diversificadas do Brasil composta de

migrantes oriundos de todas as regiotildees do paiacutes O interior do Estado eacute formado por goianos

paranaenses paulistas mineiros gauacutechos capixabas baianos mato grossenses e sergipanos

enquanto a capital eacute formada por cearenses maranhenses amazonenses e acreanos (IBGE

2014)

Poucos estudos associaram o polimorfismo Pro198Leu com biomarcadores do estado

nutricional relativo ao Se em indiviacuteduos saudaacuteveis A Tabela 11 apresenta uma comparaccedilatildeo

das meacutedias das concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico eritrocitaacuterio atividade da GPx MDA e

ORAC de acordo com o genoacutetipo para o polimorfismo Pro198Leu Observou-se que natildeo

houve diferenccedila significativa entre os paracircmetros avaliados

Donadio (2011) encontrou diferenccedila significativa entre a atividade da GPx em

mulheres paulistanas avaliadas de acordo com os genoacutetipos do Pro198Leu Silva (2013)

tambeacutem encontrou a mesma diferenccedila em mulheres cearenses indicando que a influecircncia do

gecircnero eacute um importante fator que deve ser considerado em estudos sobre esse polimorfismo

Cominetti et al (2011) natildeo observaram diferenccedilas nas concentraccedilotildees de Se

plasmaacutetico eritrocitaacuterio e atividade da GPx entre os genoacutetipos em ambas as fases de seu

estudo (preacute e poacutes suplementaccedilatildeo de castanha-do-brasil) poreacutem encontraram correlaccedilatildeo entre

o Se eritrocitaacuterio e a atividade da GPx apenas para o grupo ProPro em ambas as fases O

mesmo resultado foi observado no estudo de Cardoso et al (2012) que tambeacutem observaram

correlaccedilatildeo entre o Se eritrocitaacuterio e a atividade da GPx apenas para o grupo ProPro tanto nos

indiviacuteduos com Alzheimer quanto no grupo controle A mesma correlaccedilatildeo foi descrita por

Jablonska et al (2009) Hu e Diamond (2003) e Karunashinghe et al (2011) Estes dados satildeo

uacuteteis para entender os mecanismos e a manutenccedilatildeo da variabilidade geneacutetica na populaccedilatildeo

bem como para a identificaccedilatildeo de genes associados com doenccedilas complexas (HIRAGI et al

2011) Todos esses resultados mostram que o efeito do polimorfismo Pro198Leu deve

continuar sendo investigado em diferentes populaccedilotildees

76

Tabela 11 Concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico eritrocitaacuterio atividade da enzima GPx MDA e

ORAC de acordo com o genoacutetipo para o polimorfismo Pro198Leu (rs1050450) no gene que

codifica para GPx 1 das participantes

Variaacuteveis ProPro

MD (DP) (n= 107)

ProLeu

MD (DP) (n = 70)

LeuLeu

MD (DP) (n = 13)

pa

Se no Plasma (microgL) 5366 (5225) 5417 (3993) 5577 (1866) 099

Se no Eritroacutecito (microgL) 7804 (3883) 7769 (3618) 7935 (2944) 099

GPx Eritrocitaacuteria (Ug Hb) 4751 (2277) 4426 (2604) 4261 (1374) 058

MDA (microM) 097 (111) 084 (022) 085 (023) 060

ORAC (mmol eq troloxg de amostra) 163 (151) 159 (130) 128 (076) 071

a Valor de p calculado pela ANOVA MD - Meacutedia DP - Desvio Padratildeo

59 POLIMORFISMO GSTM1

A GST faz parte de uma famiacutelia de enzimas intracelulares que modullam a accedilatildeo de

toxinas endoacutegenas e exoacutegenas sobre as ceacutelulas evitando danos ao DNA (MANNERVICK

1985) Esta famiacutelia de enzimas estaacute envolvida no metabolismo de muitos carcinoacutegenos

poluentes ambientais e drogas anticanceriacutegenas por isso a inexistecircncia de isoenzimas

especiacuteficas pode gerar efeito significativo na toleracircncia do organismo ao estresse oxidativo

(ZHENG et al 2002 MORAIS et al 2008) O gene da classe mu (GSTM1) abordado nesta

pesquisa eacute polimoacuterfico em humanos e estatildeo ausentes ou deletados de forma homozigoacutetica em

40 a 50 em diferentes populaccedilotildees eacutetnicas (NELSON et al 1995 HATAGIMA et al 2000

GISNBERG et al 2009)

A Tabela 12 apresenta a distribuiccedilatildeo das participantes de acordo com o genoacutetipo do

polimorfismo GSTM1 O genoacutetipo nulo ou deletado (--) indica que o gene inteiro apresenta

deleccedilatildeo e portanto o indiviacuteduo natildeo expressa a proteiacutena GST O genoacutetipo presente (++) eacute a

forma selvagem ou seja natildeo apresenta deleccedilatildeo do gene e o indiviacuteduo expressa a GST

Tabela 12 Distribuiccedilatildeo do polimorfismo GSTM1 no gene da GST das participantes (n =

180)

GSTM1 n

Presente (++) 104 5780

Nulo ou Deletado (--) 76 4220

77

Natildeo foram observadas diferenccedilas entre as concentraccedilotildees de Hg na populaccedilatildeo avaliada

de acordo com os genoacutetipos do polimorfismo GSTM1 bem como os paracircmetros relativos ao

estresse oxidativo (Tabela 13)

Tabela 13 Concentraccedilotildees de Hg de MDA e valores de ORAC de acordo com o genoacutetipo

para o polimorfismo GSTM1 no gene da GST das participantes

Variaacuteveis Presente (++)

MD (DP)

(n= 104)

Nulo (--)

MD (DP)

(n = 76)

pa

Hg (ng g-1

) 56365 (69475) 70863 (75295) 0184

MDA (microM) 095 (113) 087 (027) 0570

ORAC (mmol eq troloxg de amostra) 165 (159) 158 (117) 0730 a Valor de p calculado pelo teste T-Student

Klatau-Gimaratildees et al (2005) verificaram que em algumas tribos indiacutegenas da

Amazocircnia os indiviacuteduos que carreavam o genoacutetipo nulo ou seja deleccedilatildeo do gene inteiro

tinham maiores concentraccedilotildees de Hg nos cabelos Tais pesquisadores concluiacuteram que os

fatores geneacuteticos podem influenciar o acuacutemulo de Hg no organismo e os indiviacuteduos com

genoacutetipo nulo natildeo estatildeo aptos a destoxificar o metal pois essa funccedilatildeo eacute atribuiacuteda agrave GST

Entretanto outros estudos natildeo encontraram correlaccedilatildeo entre as concentraccedilotildees do metal

com os genoacutetipos do GSTM1 Gundacker et al (2007) em seu estudo com 222 estudantes da

Universidade de Viena relacionaram as concentraccedilotildees de Hg no sangue e na urina com os

genoacutetipos presente ou nulo do polimorfismo Os autores natildeo encontraram associaccedilatildeo entre

esses dois paracircmetros mas foi observado que as pessoas com genoacutetipo nulo apresentavam

valores mais elevados do metal Os autores verificaram que 56 dos indiviacuteduos carreavam o

genoacutetipo nulo tinham concentraccedilotildees mais baixas de Hg no sangue coincidindo com

concentraccedilotildees tiacutepicas de populaccedilotildees natildeo expostas agrave toxicidade Os resultados levaram agrave

hipoacutetese de que os indiviacuteduos com a deleccedilatildeo para GST apresentam atividade cataliacutetica

prejudicada e satildeo menos capazes de aumentar a sua capacidade de excreccedilatildeo do Hg levando a

uma maior acumulaccedilatildeo do metal no organismo

Estudos sobre a relaccedilatildeo entre o polimorfismo da GST e as concentraccedilotildees de Hg em

humanos satildeo escassos Custodio et al (2004 e 2005) verificaram que o polimorfismo GSTM1

natildeo teve efeito sobre as concentraccedilotildees de Hg no sangue total plasma e urina Entretanto

concluiacuteram que indiviacuteduos carreadores do genoacutetipo deletado apresentam atividade da enzima

reduzida e dessa forma maiores concentraccedilotildees e retenccedilatildeo de Hg

78

Lee et al (2009) analisaram o polimorfismo GSTM1 associado agrave exposiccedilatildeo intra-

uterina de Hg e o peso ao nascer de crianccedilas de etnia coreana Dentre as 417 gestantes

avaliadas 595 carreavam genoacutetipo nulo sem diferenccedila significativa nas concentraccedilotildees de

Hg no sangue e no cordatildeo umbilical em relaccedilatildeo agravequelas com genoacutetipo selvagem Apesar

disso os autores observaram que as crianccedilas cujas matildees carreavam o genoacutetipo nulo

apresentaram relaccedilatildeo inversa do peso ao nascer com as concentraccedilotildees de Hg no cordatildeo

umbilical Entretanto esta relaccedilatildeo natildeo foi observada nas crianccedilas filhas de matildees com genoacutetipo

selvagem Os pesquisadores afirmaram que este fato pode ser explicado em razatildeo do Hg ser

transferido para o feto atraveacutes da placenta Dessa forma foi demosntrado que o polimorfismo

GSTM1 pode desempenhar papel importante na relaccedilatildeo entre a concentraccedilatildeo de Hg e o peso

ao nascer

Na populaccedilatildeo brasileira a frequecircncia desse polimorfismo tambeacutem eacute elevada

Hatagima et al (2000) avaliaram 658 indiviacuteduos do Rio de Janeiro e 179 de Brasiacutelia e a

frequecircncia do genoacutetipo nulo foi semelhante nas duas populaccedilotildees 46 na populaccedilatildeo carioca e

49 na brasiliense Gattaacutes et al (2004) analisaram a frequecircncia em 594 indiviacuteduos

selecionados na cidade de Satildeo Paulo e 137 homens da aacuterea rural da Bahia A distribuiccedilatildeo do

genoacutetipo nulo avaliado foi mais frequente nos indiviacuteduos brancos (554) que nos pardos

(414) e negros (328) em Satildeo Paulo Na Bahia essa frequecircncia foi de 357

Hiragi et al (2011) determinaram a frequecircncia do polimorfismo em 304 indiviacuteduos

pertencentes a trecircs grupos eacutetnicos diferentes No grupo constituiacutedo por 60 adultos indiacutegenas

55 apresentaram genoacutetipo nulo e no grupo composto por 72 indiviacuteduos afrodescendentes

53 No terceiro grupo que foi formado por 172 indiviacuteduos que residiam no Distrito Federal

63 apresentaram genoacutetipo deletado

Em um estudo com 120 pacientes com diagnoacutestico de diabetes tipo 2 de Goiacircnia (GO)

Pinheiro et al (2013) observaram uma frequecircncia do genoacutetipo nulo de 41 no grupo caso

enquanto no grupo controle foi de 122 Natildeo foi observada qualquer associaccedilatildeo da deleccedilatildeo

com a suscetibilidade agrave doenccedila na populaccedilatildeo estudada apesar de ter sido observada uma

associaccedilatildeo com aumento significativo da glicemia de jejum hemoglobina glicada e pressatildeo

arterial

Anton et al (2010) verificaram a influecircncia do polimorfismo GSTM1 na

susceptibilidade ao cacircncer de mama em 15 mulheres com diagnoacutestico da doenccedila e em 30

mulheres saudaacuteveis atendidas em um hospital do sul do Brasil Foi observado que 467 das

mulheres carreavam o genoacutetipo nulo e 433 das mulheres do grupo controle tambeacutem

apresentaram a deleccedilatildeo do genoacutetipo Os pesquisadores sugeriram que a deleccedilatildeo homozigoacutetica

79

do gene pode estar associada com maior susceptibilidade ao cacircncer de mama na populaccedilatildeo

estudada entretanto mais estudos satildeo necessaacuterios

Possuelo et al (2013) tambeacutem avaliaram a frequecircncia do polimorfismo GSTM1 em 49

pacientes diagnosticadas com cacircncer de mama e 49 mulheres saudaacuteveis A frequecircncia de

alelos nulos foi significativamente maior no grupo caso (588) em comparaccedilatildeo ao grupo

controle (412) sugerindo uma possiacutevel influecircncia deste genoacutetipo na susceptibilidade agrave

doenccedila

Em trabalhos internacionais verificam-se porcentagens semelhantes aos resultados

apresentados Conforme Ginsberg et al (2009) a porcentagem de indiviacuteduos com genoacutetipo

nulo em afro-americanos eacute de 21 em chineses de 58 em japoneses 45 em mexicanos

41 e em caucasianos 53 Segundo Hatagima et al (2000) a porcentagem em ingleses eacute de

545 e em franceses 429

80

6 CONCLUSAtildeO

Pode-se concluir que as mulheres rondonienses residentes em aacuterea urbana considerada

de risco de contaminaccedilatildeo por Hg apresentaram status de Se inferior ao recomendado e

independente do genoacutetipo em relaccedilatildeo ao SNP Pro198Leu no gene da GPx A concentraccedilatildeo de

Hg nos cabelos estava dentro dos limites seguros e natildeo houve relaccedilatildeo com o polimorfismo de

deleccedilatildeo no gene GSTM1 Os referidos polimorfismos tambeacutem natildeo afetaram os biomarcadores

de estresse oxidativo avaliados

81

7 CRONOGRAMA

Atividades Desenvolvidas

(2010 ndash 2015)

2010 - 2011 2012 - 2015

Revisatildeo da Literatura X

Submissatildeo do projeto ao Comitecirc de Eacutetica (CEP) X

Disciplinas (20 Creacuteditos) X X

Preparo dos Materiais para Coleta X

Coleta de Dados X

Anaacutelise do Consumo Alimentar e Antropometria X X

Anaacutelises da enzima GPx X

Anaacutelise de Hemoglobina X

Anaacutelise Determinaccedilatildeo do Hg nos cabelos X

Anaacutelise de Se (Plasma e Eritroacutecito) X

Qualificaccedilatildeo da Tese X

Anaacutelise Estresse Oxidativo (MDA) X

Anaacutelise Estresse Oxidativo (ORAC) X

Determinaccedilotildees dos Polimorfismos Pro198Leu e

GSTM1 X

Tabulaccedilatildeo de Dados X

Anaacutelise Estatiacutestica X

Tese do Doutorado X

Artigo Cientiacutefico X

82

REFEREcircNCIAS

ADAME EM FLOREA D PEacuteREZ LS LOacutePEZ JM LOacutePEZ-GONZAacuteLEZ B

CRUZ AP Deficient selenium status of a healthy adult spanish population Nutricion

Hospitalaria v27 n2 p524-528 2012

AMORIM MI MERGLER D BAHIA MO DUBEAU H MIRANDA D LEBEL J

BURBANO RR LUCOTTE M Cytogenetic damage related to low levels of

methylmercury contamination in the Brazilian Amazon Anais da Academia Brasileira de

Ciecircncias v72 n4 p497ndash507 2000

AMOUROUX DA LISS PSB TESSIER EA HAMREN-LARSSON MB

DONARD OFX Role of oceans as biogenic sources of selenium Earth and Planetary

Science Letters v189 n34 p277-283 2001

ARSOVA-SARAFINOVSKA Z MZTEVSKA N EKEN A PETROVSKI D BANEV

S DZIKOVA S GEORGIEV V SIKOLE A ERDEM O SAYAL A AYDIN A

DIMOVSKI AJ GPx1 genetic polymorfism erytrocyte GPx activity and prostate cacircncer

risk International Urology and Nephrologuy v41 n1 p63-70 2009

ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA OBESIDADE E DA SIacuteNDROME

METABOacuteLICA Diretrizes brasileiras de obesidade 20092010 3ed Itapevi AC

Farmacecircutica 2009 83p

AZEVEDO FA Toxicologia do mercuacuterio Satildeo Carlos Rima 2003 292p

BAEYENS WRG EBIGHAUS R VASILIEV OF eds Global and regional mercury

cycles sources fluxes and mass balances Dordrecht Kluwer Academic 1996 563p (NATO

ASI series Partnership sub-series 2 environment v21) [Proceedings of the NATO Advanced

Research Workshop on Regional and Global Mercury Cycles sources fluxes and mass

balances Novosibirsk Russia july 10-14 1995]

BAacuteRAacuteNY E BERGDAHL IA BRATTEBY LE LUNDH T SAMUELSON G

SCHUTZ A SKERFVING S OSKARSSON A Relationship between trace element

concentrations in human blood and serum Toxicology Letters v134 n13 p177ndash184

2002

BASTOS WR GOMES JPO OLIVEIRA RC ALMEIDA R NASCIMENTO EL

BERNARDI JVE LACERDA LD SILVEIRA EG PFEIFFER WC Mercury in the

environment and riverside population in the Madeira River Basin Amazon Brazil Science of

the Total Environment v368 n1 p344-351 2006 [Selected papers from the 7th

International Conference on Mercury as a Global Pollutant Ljubljana Slovenia June 27 - July

2 2004]

BEATON GH 1994 Criteria of an adequate diet In Shils RE Olson JA Shike M eds

Modern Nutrition in Health and Disease 8th edition Philadelphia Lea amp Febiger Pp 1491ndash

1505

BISINOTI MC Biogeoquiacutemica aquaacutetica do mercuacuterio orgacircnico na bacia do Rio Negro

Amazocircnia Campinas 2005 169p Tese de Doutorado ndash Instituto de Quiacutemica - Universidade

Estadual de Campinas

83

BISINOTI MC JARDIM WF O comportamento do metilmercuacuterio (meHg) no ambiente

Quiacutemica Nova v27 n4 p593-600 2004

BOENING DW Ecological effects transport and fate of mercury a general review

Chemosphere v40 n12 p1335-1351 2000

BOISCHIO AA HENSHEL DS Linear regression models of methyl mercury exposure

during prenatal and early postnatal life among riverside people along the upper Madeira river

Amazon Environmental Research v83 n2 p150-161 2000

BORTOLI MC Avaliaccedilatildeo dos niacuteveis sanguiacuteneos do hormocircnio tireiodiano ativo (T3) e do

estado nutricional relativo ao selecircnio de mulheres residentes em aacutereas de exposiccedilatildeo ao

mercuacuterio Satildeo Paulo 2010 130p Tese de Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas

- Universidade de Satildeo Paulo

BRABO ES SANTOS EO JESUS IM MASCARENHAS AF FAIAL KF Niacuteveis

de mercuacuterio em peixes consumidos pela comunidade indiacutegena de Sai Cinza na Reserva

Munduruku Municiacutepio de Jacareacanga Estado do Paraacute Brasil Cadernos de Sauacutede

Puacuteblica v15 n2 p325-332 1999

BRASIL Resoluccedilatildeo CONAMA n5 de 5 de agosto de 1993 Dispotildee sobre o gerenciamento

de resiacuteduos soacutelidos gerados nos portos aeroportos terminais ferroviaacuterios e rodoviaacuterios

(Revogadas as disposiccedilotildees que tratam de resiacuteduos soacutelidos oriundos de serviccedilos de sauacutede pela

Resoluccedilatildeo n35805) Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia n166 31 de agosto de 1993 Seccedilatildeo

1 p12996-12998

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo

Baacutesica Coordenaccedilatildeo geral da Poliacutetica de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo Sisvan antropometria

como pesar e medir Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

BRENNEISEN P STEINBRENNER H SIES H Selenium oxidative stress and health

aspects Molecular Aspects of Medicine v26 n45 p256-267 2005

BROOKES AJ The essence of SNPs Gene v234 n2 p177-186 1999

BROWN KM ARTHUR JR Selenium selenoproteins and human health a review Public

Health Nutrition v4 n2b p593-599 2001

BURK RF Recent developments in trace element metabolism and function newer roles of

selenium in nutrition Journal of Nutrition v119 n7 p1051-1054 1998

BURIM RV CANALLE R MARTINELLI ALC TAKAHASHI CS Polymorphisms

in glutathione S-transferases GSTM1 GSTT1 and GSTP1 and cytochromes P450 CYP2E1

and CYP1A1 and susceptibility to cirrhosis or pancreatitis in alcoholics Mutagenesis v19

n4 p291ndash298 2004

CAMPOS MS SARKIS JES MULLER RCS BRABO ES SANTOS EO

Correlation between mercury and selenium concentrations in Indian hair from Rondocircnia

State Amazon region Brazil Science of the Total Environment v287 n12 p155-161

2002

84

CANELA MC Determinaccedilatildeo de mercuacuterio a niacutevel de traccedilo aplicaccedilatildeo em amostras de

interesse ambiental Campinas 1995 79p Dissertaccedilatildeo de Mestrado ndash Instituto de Quiacutemica ndash

Universidade Estadual de Campinas

CARDOSO BR ONG TP JACOB-FILHO W JALUUL O FREITAS MI

COZZOLINO SM Nutritional status of selenium in Alzheimerrsquos disease patients Britsh

Journal of Nutrition v103 n6 p803-806 2010

CARDOSO BR ONG TP JACOB-FILHO W JALUUL O FREITAS MI

COMINETTI C COZZOLINO SM Glutathione peroxidase 1 polymorphism in Brazilian

Alzheimers disease patients relations to the enzyme activity and to selenium status Journal

of Nutrigenetic and Nutrigenomics v5 n2 p72-80 2012

CASTRO L FREEMAN BA Reactive oxygen species in human health and disease

Nutrition v17 n2 p161-165 2001

CASTRO NSS LIMA MO Biomarkers of mercury exposure in the Amazon BioMed

Research International v2014 art867069 p1-10 2014 [Review]

CEZAR MRS Avaliaccedilatildeo da exposiccedilatildeo ao mercuacuterio e seus compostos em matildees e seus

receacutem-nascidos em Porto Velho ndash RO Beleacutem 2002 69p Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Nuacutecleo

de Medicina Tropical - Universidade Federal do Paraacute

CINTRA RMGC Biodisponibilidade de selecircnio em dieta regional de Satildeo Paulo Satildeo

Paulo 1990 74p Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas ndash

Universidade de Satildeo Paulo

CHANG JC GUTENMANN WH REID CM LISK DJ Selenium content of Brazil

nuts from two geographic locations in Brazil Chemosphere v30 n4 p801-802 1995

CHARRIER J MAUGARD CM LE MEVEL B BIGNON YJ Allelotype influence at

glutathione S-transferase M1 locus in breast cancer susceptibility British Journal of

Cancer v79 n2 p346-53 1999

CHAUHAN A CHAUHAN V Oxidative stress in autism Pathophysiology v13 n13

p171-181 2006

CHEN CL LIU Q RELLING MV Simultaneous characterization of glutathione S-

transferase M1 and T1 polymorphisms by polymerase-chain reaction in American whites and

blacks Pharmacogenetics v6 n2 p187-191 1996

CHEN C OU L LI B XING L GUANG J TIACHENG W YUXI G PEIQUN Z

MEI L WEI C ZHIFANG C Increased Oxidative DNA Damage as assessed by urinary

8-hidroxy-2 deoxyguanosine concentrations and serum redox status in persons exposed to

mercury Clinical Chemistry v51 n4 p759-767 2005

CHEN H YU M LI M ZHAO R ZHU Q ZHOU W LU M LU Y ZHENG T

JIANQ J ZHAO W XIANG K JIA W LIU L Polymorphic variations in manganese

superoxide dismutase (MnSOD) glutathione peroxidase ndash 1 (GPx 1) and catalase (CAT)

contribuite to elevated plasma triglyceride levels in Chinese patients with type 2 diabetes or

diabetic cardiovascular disease Molecular Cell Biochemistry v363 p85ndash91 2012

85

CHEN Y KAPETANOVIC I CROWELL J IP C MORRISSEY R LYUBIMOV A

Thirteen week oral (Gavage) toxicity study of L-Se-Methylselenocysteine (SeMC) in rats

Toxicological Science v90 n1-S p343 2006

COLOMBO J ROSSIT ARB CAETANO A BORIM AA WORNRATH D

SILVA AE GSTT1 GSTM1 and CYP2E1 genetic polymorphisms in gastric cancer and

chronic gastritis in a Brazilian population World Journal of Gastroenterology v10 n9

p1240ndash1245 2004

COMBS Jr GF WATTS JC JACKSON MI JOHNSON LK ZENG H SCHEETT

AJ UTHUS EO SCHOMBURG L HOEG A HOEFIG CS DAVIS CD

MILNER JA Determinants of selenium status in healthy adults Nutrition Journal v10

p75 2011

COMINETTI C Efeito da suplementaccedilatildeo com castanha do Brasil (Bertholletia excelsa

H B K) sobre o estresse oxidativo em mulheres obesas e sua relaccedilatildeo com o

polimorfismo Pro198Leu no gene da glutationa peroxidase 1 Satildeo Paulo 2010 115p Tese

de Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo

COMINETTI C BORTOLI MC ABDALLA DSP COZZOLINO SMF

Considerations about oxidative stress selenium and nutrigenetics Nutrire v36 n3 p131-

153 2011 [Review]

COMINETTI C BORTOLI MC PURGATTO E ONG TP MORENO FS

GARRIDO Jr BG COZZOLINO SMF Associations between glutathione peroxidase-1

Pro198Leu polymorphism selenium status and DNA damage levels in obese women after

consumption of Brazil nuts Nutrition v27 n9 p891-896 2011

COUTINHO VE Efeito da suplementaccedilatildeo de selecircnio por meio da ingestatildeo de castanhas-

do-Brasil (Bertholletia excelsa HBK) no estado nutricional relativo ao selecircnio de

praticantes de atividade fiacutesica (capoeira) Satildeo Paulo 2001 150p Tese de Doutorado -

Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo

COVAULT J ABREU C KRANZLER H ONCKEN C Quantitative real-time PCR for

gene dosage determinations in microdeletion genotypes BioTechniques v35 n3 p594-

598 2003

COZZOLINO SMF Deficiecircncias de minerais Estudos Avanccedilados v21 n60 p119-126

2007

CRESPO-LOPEZ ME SA AL HERCULANO AM BURBANO RR

NASCIMENTO JLM Methylmercury genotoxicity a novel effect in human cell lines of the

central nervous system Environment International v33 n2 p141ndash146 2007

CUSTODIO HM BROBERG K WENNBERG M JANSSON JH VESSBY B

HALLMANS G STEGMAYR B SKERFVING S Polymorphisms in glutathione-related

genes affect methylmercury retention Archives of Environmental Health v59 n11

p588ndash595 2004

CRESPO-LOacutePEZ ME SANTOS ECO BRABO ES RODRIGUES AR COcircRTES

MIT SILVEIRA LCL Comparative study of human exposure to mercury in riverside

86

communities of Amazon Brazilian Journal of Medical and Biological Research v39 n3

p411-414 2006

CUSTODIO HM HARARI R GERHARDSSON L SKERFVING S BROBERG K

Genetic influences on the retention of inorganic mercury Archives of Environmental amp

Occupational Health v60 n1 p17ndash23 2005

DAVIS CD UTHUS EO Dietary selenite and azadeoxycytidine treatments affect

dimethilhidrazine-induced aberrant crypt formation in rat colon and DNA methylation in HT

ndash 29 cells Journal of Nutrition v132 n2 p292-297 2002

DEJONG JL CHANG CM WHANG-PERNG J KNUTSEN T TU CPD The

human liver glutathione S-transferase gene superfamily expression and chromosome

mapping of Hb subunit cDNA Nucleic Acids Research v16 n17 p8541-8554 1988

DI PIETRO A VISALLI G LA MAESTRA S MICALE R BALUCE B

MATARESE G CINGANO L SCOGLIO ME Biomonitoring of DNA damage in

peripheral blood lymphocytes of subjects with dental restorative fillings Mutation Research

v650 n2 p115ndash122 2008

DOMINGUES J Determinaccedilatildeo de mercuacuterio total em amostras de cabelo e sua relaccedilatildeo

com o desenvolvimento psicomotor de crianccedilas na comunidade de Barreiras Paraacute

Beleacutem 2000 91p Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Nuacutecleo de Medicina Tropical - Universidade

Federal do Paraacute

DONADIO JLS Polimorfismos nos genes da enzima glutationa peroxidase e

biomarcadores do estado nutricional relativo ao selecircnio em populaccedilatildeo adulta de Satildeo

Paulo Satildeo Paulo 2011 75p Disssertaccedilatildeo de Mestrado - Faculdade de Ciecircncias

Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo

DRASCH G MAILAumlNDER S SCHLOSSER C ROIDER G Content of non-mercury-

associated selenium in human tissues Biological Trace Element Research v77 n3 p219-

230 2000

DUMONT E VANHAECKE F CORNELIS R Selenium speciation from food source to

metabolites a critical review Analytical and Bioanalytical Chemistry v385 n7 p1304-

1323 2006

DUSINSKAacute M VALLOVAacute B URSIacuteNYOVAacute M HLADIacuteKOVAacute V SMOLKOVAacute B

WSOacuteLOVAacute L RASLOVAacute K COLLINS AR DNA damageand antioxidants

fluctuations through the year in a central European population group Food and Chemical

Toxicology v40 n8 p1119ndash1123 2002

EGASHIRA EM MIZIARA APB LEONI LAB Grupo do arroz patildeo massa batata e

mandioca PHILIPPI ST org Piracircmide dos alimentos fundamentos baacutesicos da nutriccedilatildeo

2ed Barueri Manole 2014 (Guias de Nutriccedilatildeo e Alimentaccedilatildeo)

EPA (US Environmental Protection Agency) Mercury in Medical Facilities Revised August

2003 Updated 2005

87

ERCAL N GURER-ORHAN H AYKIN-BURNS N Toxic metals and oxidative stress

Part I Mechanisms involved in metal-induced oxidative damage Current Topics in

Medicinal Chemistry v1 n6 p529-539 2001

FABIAN E POLOSKEY P KOacuteSA L ELMADFA I REacuteTHY LA Nutritional

supplements and plasma antioxidants in childhood asthma Wiener Klinische

Wochenschrift v125 n1112 p309ndash315 2013

FADINI PS JARDIM WF Is the Negro River Basin (Amazon) impacted by naturally

occurring mercury Science of the Total Environment v275 n13 p71-82 2001

FAIRWEATHER-TAIT SJ BAO Y BROADLEY MR COLLINGS R FORD D

HESKETH JE HURST R Selenium in human health and disease Antioxidants amp Redox

Signaling v14 n7 p1337-1383 2011

FARELLA N Les fermes familiales de la reacutegion frontiegravere du Tapajoacutes en Amazonie

breacutesilienne relations entre les origines les pratiques agricoles les impacts sur les sols et le

deacuteboisement Montreacuteal 2005 209p Tese de Doutorado ndash Universiteacute Du Queacutebec agrave Montreacuteal

FARIAS LA FAVARO DIT VASCONCELLOS MBA Determinaccedilatildeo de mercuacuterio e

metilmercuacuterio em amostras de cabelo e peixes Revista do Instituto Adolfo Lutz v68 n3

p451-460 2009

FARIAS LA SANTOS NR FAVARO DIT BRAGA ES Mercuacuterio total em cabelo de

crianccedilas de uma populaccedilatildeo costeira Cananeacuteia Satildeo Paulo Brasil Cadernos de Sauacutede

Puacuteblica v24 n10 p2249-2256 2008

FARIAS LA Avaliaccedilatildeo do conteuacutedo de mercuacuterio metilmercuacuterio e outros elementos de

interesse em peixes e em amostras de cabelos e dietas de preacute-escolares da Regiatildeo

Amazocircnica Satildeo Paulo 2006 233p Tese de Doutorado ndash Instituto de Pesquisas Energeacuteticas e

Nucleares - Universidade de Satildeo Paulo

FARIAS LA FAacuteVARO DIT MAIHARA VA VASCONCELOS MBA

YUYAMA LK AGUIAR JPL ALENCAR FH Assessment of daily dietary intake of

Hg and some essential elements in diets of children from the Amazon region Journal of

Radioanalytical and Nuclear Chemistry v270 n1 p217-223 2006

FOLVEN KI GLOVER CN MALDE MK LINDEBEYE AK Does selenium modify

neurobehavioral impacts of developmental methylmercury exposure in mice Environmental

Toxicology and Pharmacology v28 n1 p111-119 2009

FORD M DELANEY KA LING L ERICKSON T Clinical toxicology Philadelphia

W B Saunders 2001 p737ndash742

FORSBERG L DE FAIRE U MARKLUND SL ANDERSSON PM STEGMAYR

B MORGENSTERN R Phenotype determination of a common Pro-Leu polymorphism in

human glutathione peroxidase 1 Blood Cells Molecules amp Diseases v26 n5 p423-426

2000

FOSBERG L DE FAIRE U MORGENSTERN R Low yield of polymorphisms from

EST blast searching analysis of genes related to oxidative stress and verification of the

P197L polymorphism in GPX1 Human Mutation v13 n4 p294-300 1999

88

FOX T FAIRWEATHER-TAIT SJ Selenium In HURRELL R ed The mineral

fortification of foods Leatherhead Leatherhead Publishing 1999 v2 p1-44 (A

Leatherhead Food RA publication)

FRISANCHO AR Anthropometric standards for the assessment of growth and

nutritional status Ann Arbor University of Michigan Press 1990 189p

GAacuteC P PAWLAS N POREBA R POREBA M MARKIEWICZ-GOacuteRKA I

JANUSZEWSKA L OLSZOWY Z PAWLAS K Interaction between blood selenium

concentration and a levels of oxidative stress and antioxidative capacity in healthy children

Environmental Toxicology and Pharmacology v39 n1 p137-144 2014

GAILER J GRAHAM NG PICKERING IJ MADDEN S PRINCE RC YU EY

DENTON MB YOUNIS HS APOSHIAN HV Structural Basis of the Antagonism

between Inorganic Mercury and Selenium in mammals ChemResToxicol 2000 13-1135-

1142

GALAN-CHILET I TELLEZ-PLAZA M GUALLAR E MARCO G LOPEZ-

IZQUIERDO R GONZALEZ-MANZANO I TORMOS MC MARTIN-NUNtildeEZ GM

ROJO-MARTINEZ G SAEZ GT MARTIacuteN-ESCUDERO JC REDON J JAVIER-

CHAVES F Plasma selenium and oxidative stress biomarkers a gene-environment

interaction population based study Free Radical Biology and Medicine v74 p229-236

2014

GALVAtildeO RCF BERNARDI JVE ALMEIDA R BASTOS WR GOMES JPO

Relaccedilatildeo espacial do mercuacuterio e elementos traccedilos em sedimento de fundo no Alto Rio

Madeira In SEMINAacuteRIO DE RECURSOS HIacuteDRICOS DA BACIA HIDROGRAacuteFICA DO

PARAIacuteBA DO SUL O EUCALIPTO E O CICLO HIDROLOacuteGICO 1 Taubateacute 2007

Anais Taubateacute IPABHi 2007 p51-57

GANTHER HE SUNDE ML Factors in fish modifying methylmercury toxicity and

metabolism Biological Trace Element Research v119 n3 p221-233 2007

GATTAacuteS GHF KATO M SOARES-VIEIRA JA SIRAQUE MS KOHLER P

GOMES L REGO MAV BYDLOWSKI SP Ethnicity and glutathione S-transferase

(GSTM1 GSTT1) polymorphisms in a Brazilian population Brazilian Journal of Medical

and Biological Research v37 n4 p451-458 2004

GINSBERG G SMOLENSKI S HATTIS D GUYTON KZ JOHNS DO

SONAWANE B Genetic polymorphism in glutathione transferases (GST) population

distribution of GSTM1 T1 and P1 conjugating activity Journal of Toxicology and

Environmental Health Part B Critical Reviews v12 n56 p389-439 2009

GONZAGA IB MARTENS A COZZOLINO SMF Selecircnio In COZZOLINO SMF

org Biodisponibilidade de nutrientes 2ed Barueri Manole 2007 Cap28 p575-613

GONZAGA IB Avaliaccedilatildeo nutricional relativa ao selecircnio em crianccedilas com dieta

enriquecida de castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa L) Satildeo Paulo 2002 157p Tese

de Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo

GONZAGA IB MARTENS A COZZOLINO SMF Selecircnio In COZZOLINO SMF

org Biodisponibilidade de nutrientes Barueri Manole 2005 cap26 p539-577

89

GREGUS Z GYURASICS AI CSANAKY I PINTER Z Effects of methylmercury and

organic acid on the disposition of exogenous selenium in rats Toxicology and Applied

Pharmacology v174 n2 p177ndash187 2001

GRYGIEL-GOacuteRNIAK B MARCINKOWSKA J SZCZEPANIK A PRZYSLAWSKI J

Nutritional habits and oxidative stress in postmenopausal age Polskie Archiwum Medycyny

Wewnetrznej v124 n6 p298ndash305 2014

GUNDACKER C KOMARNICKI G ZOumlDL B FORSTER C SHUSTER E

WITTMANN K Whole blood mercury and selenium concentrations in a selected Austrian

population Does gender matter Science of the Total Environment v372 n1 p76-86

2006

GUNDACKER C KOMARNICKI G JAGIELLO P GENCIKOVA A DAHMEN N

WITTMANN KJ GENCIK M Glutathione-S-transferase polymorphism metallothionein

expression and mercury levels among students in Austria Science of the Total

Environment v385 n13 p37-47 2007

HACON SS DOacuteREA JG FONSECA MF OLIVEIRA BA MOURAtildeO DS RUIZ

CMV GONCcedilALVES RA MARIANI CF BASTOS WR The influence of chances in

lifestyle and mercury exposure in riverine populations of the Madeira River (Amazon Basin)

near a hydroelectric project International Journal of Environmental Research and Public

Health v11 n3 p2437-2455 2014

HALLIWELL B CHIRICO S Lipid peroxidation its mechanisms measurement and

significance American Journal and Clinical Nutrition v57 n5 suppl p715S-725S

1993

HAMANASHI T FURUTA H KATO H DOI A TAMAI M SHIMOMURA H

SAKAGASHIRA S NISHI M SASAKI H SANKE T NANJO K Functional variants

in the glutathione peroxidase-1 (GPx-1) gene are associated with increased intima-media

thickness of carotid arteries and risk of macrovascular disease in Japanese type 2 diabetic

patients Diabetes v53 n9 p2455-2460 2004

HARADA M NAKANISHI J YASODA E PINHEIRO MCN OIKAWA TAG

GUIMARAcircES GA CARDOSO BS KIZAKI T OHNO H Mercury pollution in the

Tapajos River basin Amazon mercury level of head hair and health effects Environment

International v27 n4 p285ndash290 2001

HATAGIMA A KLATAU-GUIMARAtildeES MZ SILVA FP CABELLO PH

Glutathione S-transferase M1 (GSTM1) polymorfism in two Brazillian populations Genetics

and Molecular Biology v23 n4 p709-713 2000

HERBETTE S ROECKEL-DREVET P DREVET JR Seleno-independent glutathione

peroxidases more than simple antioxidant scavengers FEBS Journal v274 n9 p2163-

2180 2007

HERCULANO AM CRESPO-LOacutePEZ ME LIMA SMA PINCANCcedilO DINIZ

DLW NASCIMENTO JLM Methylmercury intoxication activates nitric oxide synthase

in chick retinal cell culture Brazilian Journal of Medical and Biological Research v39

n3 p415ndash418 2006

90

HOLBEN DH SMITH AM The diverse role of selenium within selenoproteins a review

Journal of the American Dietetic Association v99 n7 p836-843 1999

HORVAT M BAEYENS W EBINGHAUS R VASILIEV O Mercury analysis and

speciation in environmental samples In NATO ASI SERIES 2 ENVIRONMENT global and

regional mercury cycles sources fluxes and mass balances Novosibirsk 1996 Kluwer

1996 p1-31

HU YJ DIAMOND AM Role of glutathione peroxidase 1 in breast cancer loss of

heterozygosity and allelic differences in the response to selenium Cancer Research v63

n12 p3347-3351 2003

HSIEH YY SHEN WS LEE LY WU TL NING HC SUN CF Long-term

changes in trace elements in patients undergoing chronic hemodialysis Biological Trace

Element Research v109 n2 p115-121 2006

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Atlas do Censo demograacutefico 2010 Rio de

Janeiro IBGE 2013 Disponiacutevel em httpbibliotecaibgegovbrvisualizacaolivrosliv64529_capa_sumpdf

Acesso em 02 Jan 2015

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Censo demograacutefico 2010 caracteriacutesticas

da populaccedilatildeo e dos domiciacutelios resultados do universo Rio de Janeiro IBGE 2011 270p Disponiacutevel em

httpbibliotecaibgegovbrvisualizacaoperiodicos93cd_2010_caracteristicas_populacao_domiciliospdf

Acesso em 02 Jan 2015

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Estimativas da populaccedilatildeo residente no

Brasil e unidades da Federaccedilatildeo com data de referecircncia em 1ordm de julho de 2014 2014 8p Disponiacutevel em

ftpftpibgegovbrEstimativas_de_PopulacaoEstimativas_2014nota_metodologica_2014pdf Acesso em 02

Jan 2015

INSTITUTE OF MEDICINE (United States) Dietary reference intakes for vitamin C

vitamin E selenium and carotenoides Washington National Academy Press 2000 529p

INTERNATIONAL PROGRAM ON CHEMICAL SAFETY UNITED NATIONS

ENVIRONMENT PROGRAMME WORLD HEALTH ORGANIZATION

Methylmercury Geneva World Health Organization 1990 v118 144p (Methylmercury in

environmental health criteria 101)

INSTITUTE OF MEDICINE (United States) Introduction to dietary reference intakes In

______ Dietary reference intakes for vitamin C vitamin E selenium and carotenoides

Washington National Academy Press 2000 cap1 p21-34

INTERNATIONAL PROGRAM ON CHEMICAL SAFETY UNITED NATIONS

ENVIRONMENT PROGRAMME WORLD HEALTH ORGANIZATION

Methylmercury Geneva World Health Organization 1990 v118 144p (Methylmercury in

environmental health criteria 101)

INSTITUTE OF MEDICINE (United States) Nutrient assessment of individuals statistical

foundations In ______ Dietary reference intakes applications in dietary assessment

Washington National Academy 2000 append B p185-210

91

JABLONSKA E GROMADZINSKA J RESZKA E WASOWICZ W SOBALA W

SZESZENIA-DABROWSKA N BOFFETTA P Association between GPx1 Pro198Leu

polymorphism GPx1 activity and plasma selenium concentration in humans European

Journal of Nutrition v48 n6 p383ndash386 2009

JAFFEacute WG RUPHAEL MD MONDRAGON MC CUEVAS MA Estudio cliacutenico e

bioquiacutemicos em nintildeos escolares de uma zona seleniacutefera Archivos Latinoamericanos de

Nutricioacuten v22 n4 p595-611 1972

JAIN M KUMAR S RASTOGI N LAL P GHOSHAL UC TIWARI A PANT

MC BAIQ MQ MITTAL B GSTT1 GSTM1 and GSTP1 genetic polymorphisms and

interaction with tobacco alcohol and occupational exposure in esophageal cancer patients

from North India Cancer Letters v242 n1 p60ndash67 2006

JONES DP Redefining oxidative stress forum review Antioxidants amp Redox Signaling

v8 n910 p1865-1879 2006

KAUWELL GPA Emerging concepts in nutrigenomics a preview of what is to come

Nutrition in Clinical Practice v20 n1 p75-87 2005

KARUNASINGLE N HAN DY ZHU S YU J LANGE K DUAN H MEDHORA

R SINGH N KAN J ALZAHER W CHEN B KO S TRIGGS CM FERGUSON

LR Serum selenium and single-nucleotide polymorphisms in genes for selenoproteins

relationship to markers of oxidative stress in men from Auckland New Zealand Genes amp

Nutrition v7 n2 p179-190 2012

KLAUTAU-GUIMARAtildeES MN DrsquoASCENCcedilAtildeO R CALDART FA GRISOLIA CK

SOUZA JR BARBOSA AC CORDEIRO CMT FERRARI I Analysis of genetic

susceptibility to mercury contamination evaluated through molecular biomarkers in at-risk

Amazon Amerindian populations Genetics and Molecular Biology v28 n4 p827-832

2005

KO WS GUO CH YEAH MS LIN LY HSU GS CHEN PC LUO MC LIN

CY Blood micronutrient oxidative stress and viral lood in patients with chronic hepatitis C

World Journal of Gastroenterology v14 n30 p4697ndash4702 2005

KOumlHRLE J The trace element selenium and the thyroid gland Biochimie v81 p527-533

1999

KOumlHRLE J FLOHEacute BR BOCK A GARTNER R MEYER O FLOHEacute L Selenium

in biology facts and medical perspectives Biological Chemistry v381 n910 p849-864

2000

KRISHNAN S RANI P Evaluation of selenium redox statusand their association with

plasma amyloidtau in Alzheimerrsquos disease Biological Trace Element Research v158 n2

p158ndash165 2014

KUZUYA M ANDO F IGUCHI A SHIMOKATA H Glutathione peroxidase 1

Pro198Leu variant contributes to the metabolic syndrome in men in a large Japanese cohort

American Journal of Clinical Nutrition v87 n6 p1939ndash1944 2008

92

LACERDA LD Distribuiccedilatildeo e comportamento do mercuacuterio no ambiente Amazocircnico In

HACON S LACERDA LD PFEIFFER WC CARVALHO D orgs Riscos e

consequecircncias do uso do mercuacuterio Rio de Janeiro Ministeacuterio da Sauacutede FINEP IBAMA

CNPQ 1990 p80-90 [Seminaacuterio Nacional ldquoRiscos e Consequumlecircncias do Uso do Mercuacuteriordquo

de 12 a 15 de setembro de 1989 Brasilia - DF]

LAumlRSTAD M LJUNGKVIST G OLIN AC TOREacuteN K Determination of

malondialdehyde in breath condensate by high-performance liquid chromatography with

fluorescence detection Journal of Chromatography B Analytical Technologies in the

Biomedical and Life Sciences v766 n1 p107-114 2002

LEE BE HONG YC PARK H HA M KOO BS CHANG N ROH YM KIM

BN KIM YJ KIM BM JO SJ HA EH Interaction between GSTM1GSTT1

polymorphism and blood mercury on birth weight Environmental Health Perspectives

v118 n3 p437-443 2010

LEI XG CHENG W McCLUNG JP Metabolic regulation and function of glutathione

peroxidase-1 Annual Review of Nutrition v27 p41-61 2007

LEMIRE M FILLION M FRENETTE BT PASSOS CJS GUIMARAtildeES JRD

BARBOSA Jr F MERGLER D Selenium from dietary sources and motor functions in the

Brazilian Amazon Neurotoxicology v32 n6 p944-953 2011

LEMIRE M FILLION M FRENETTE BT MAYER A PHILIBERT A PASSOS

CJS GUIMARAtildeES JR BARBOSA FJ MERGLER D Selenium and mercury in the

Brazilian Amazon opposing influences on age-related cataracts Environmental Health

Perspectives v118 n11 p1584-1589 2010

LEMIRE M MERGLER D FILLION M PASSOS CJS GUIMARAtildeES JRD

DAVIDSON R LUCOTTE M Elevated blood selenium levels in the Brazilian Amazon

Science of the Total Environment v366 n1 p101-111 2006

LEMIRE M MERGLER D HUEL G PASSOS CJS FILLION M PHILIBERT A

GUIMARAtildeES JR RHEAULT I BORDUAS J NORMAND G Biomarkers of selenium

status in the Amazonian context blood urine and sequential hair segments Journal of

Exposure Science amp Environmental Epidemiology v19 n2 p213-222 2009

LETAVAYOVAacute L VLCKOVAacute V BROZMANOVAacute J Selenium from cancer

prevention to DNA damage Toxicology v227 n12 p1-14 2006

LINDBERG A BJORNBERG KA VAHTER M BERGLUNG M Exposure to

methylmercury in non-fish eating people in Sweden Environmental Research v96 n1

p28-33 2004

LIVAK KJ FLOOD SJA MARMARO J GIUSTI W DEETZ K Oligonucleotides

with fluorescent dyes at opposite ends provide a quenched probe system useful for detecting

PCR product and nucleic acid hybridization PCR Methods and Applications v4 n6

p357-362 1995

MAIA CSC O selecircnio e a glacircndula tireoacuteide um estudo em pacientes portadores de

disfunccedilotildees tireoidianas nos estados do Cearaacute e Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2008 117p Tese de

Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo

93

MANNERVICK B The isoenzymes of glutathione transferase Advances in Enzymology

and Related Areas of Molecular Biology v57 p357-417 1985

MARQUES RC Avaliaccedilatildeo da exposiccedilatildeo ao mercuacuterio e seus compostos sobre o

desenvolvimento neuropsicomotor em crianccedilas de Porto Velho-RO Beleacutem 2002 102p

Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Nuacutecleo de Medicina Tropical - Universidade Federal do Paraacute

MARQUES RC DOacuteREA JG BASTOS WR REBELO MF FONSECA MF

MALM O Maternal mercury exposure and neuro-motor development in breastfed infants

from Porto Velho (Amazon) Brazil Int J Hyg Environ Health v210 p51ndash60 2007 Int

J Environ Res Public Health 2013

MARQUES RC BERNARDI JVE DOREA JG BRANDAtildeO KG BUENO L

LEAtildeO RS MALM O Fish consumption during pregnancy mercury transfer and birth

weight along Madeira River basin in Amazonia International Journal of Environmental

Research and Public Health v10 n6 p2150-2163 2013

MARTENS AVS COZZOLINO SMF Mapeamento da distribuiccedilatildeo de selecircnio em

territoacuterio brasileiro por meio da anaacutelise de alimentos nativos feijatildeo (fascolos vulgaris L) e

carne bovina para o consumo humano e aacuteguas e solo oriundos Satildeo Paulo FAPESP 2002

Processo n0011578-3 [Relatoacuterio Cientifiacuteco]

MARTENS IBG MARTENS A COZZOLINO SMF Selecircnio In COZZOLINO

SMF org Biodisponibilidade de nutrientes 4ed Barueri Manole 2012 p721-765

MEECH JA VEIGA MM THOMASNS D Emissions and stability of mercury in the

Amazon Canadian Metallurgical Quarterly v36 n4 p231-239 1997

MIRETZKY P BISINOTI MC JARDIM WF Sorption of mercury (II) in Amazon soils

from column studies Chemosphere v60 n11 p1583-1589 2005

MORADI M EFYEKHARI MH TALEI A FARD ARA Comparative study of

selenium concentration and glutathione peroxidase activity in normal and breast cancer

Public Health Nutrition v12 n1 p59-63 2009

MORAIS LMTS CARDOSO FILHO C LOURENCcedilO GJ SHINZATO JY

ZEFERINO LC LIMA CSP GURGEL MSC Caracteriacutesticas mamograacuteficas do cacircncer

de mama associadas aos polimorfismos GSTM1 e GSTT1 Revista da Associaccedilatildeo Meacutedica

Brasileira v54 n1 p61-66 2008

MUCCI A MONTGOMERY S LUCOTTE M PLOURDE Y PICHET P VANTRA

H Mercury remobilization from flooded soils in a hydroelectric reservoir of Northern

Quebec La Grande-2 results of a soil resuspension experiment Canadian Journal of

Fisheries and Aquatic Sciences v52 n11 p2507-2517 1995

NAGANUMA A ANDERSON ME MEISTER A Cellular glutathione as a determinant

sensitivity to mercury chloride prevention of toxicity by giving glutathione monoester

Biochemical Parmacology v40 n4 p693-697 1990

NAVARRO-ALARCON M CABRERA-VIQUE C Selenium in food and the human body

a review Science of the Total Environment v400 n13 p115-141 2008

94

NAVARRO-ALARCON M LOacutePEZ-MARTINEZ MC Essentiality of selenium in the

human body relationship with different diseases Science of the Total Environment v249

n13 p347-371 2000

NATIONAL RESEARCH COUNCIL Nutrient requeriments of dairy cattle 7ed

Washington National Academy Press 2001381p

NISHIMURA LS Polimorfismo Pro198Leu no gene para a enzima antioxidante

dependente de selecircnio glutationa peroxidase 1 e risco de cacircncer epidermoide da cavidade

oral e orofaringe 2010 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncia dos Alimentos) ndash Faculdade

de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

OLUSI SO Obesity is independent risk factor for plasma lipid peroxidation and depletion of

erythrocyte cytoprotectic enzymes in humans International Journal of Obesity and

Related Metabolic Disorders v26 n9 p1159ndash1164 2002

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Elementos traccedilo na nutriccedilatildeo e sauacutede humana

Satildeo Paulo Roca 1998 p63-91

ORTUNtildeO J ROS G PERIAGO MJ MARTINEZ C LOPEZ G RODRIGO J

Importacircncia nutricional del selenio Archivos Latinoamericanos de Nutricioacuten v47 n1

p6-13 1997

PAGLIA DE VALENTINE WN Studies on the quantitative and qualitative

characterization of erythrocyte glutathione peroxidase Journal of laboratory and clinical

medicine v70 n1 p158-169 1967

PAPP LV LU J HOLMGREN A KHANNA KK From selenium to selenoproteins

synthesis identity and their role in human health Antioxidants amp Redox Signaling v9 n7

p776-796 2007

PARADIS S WHEATLEY B BOSWELL-PURDY J BEacuteLISLE D COLE M

LICKERS H HAYTON A DAVIES K Mercury contamination through fish

consumption a model for predicting and preventing hazardous behavior on a community

level Mercury as a Global Pollutant Human Health Issues v97 p147-158 1997

PARK SK KANG D NOH DY LEE KM KIM SU CHOI JY CHOI IM

AHN SH CHOE KJ HIRVONEN A STRICKLAND PT YOO KY Reproductive

factors glutathione S-transferase M1 and T1 genetic polymorphism and breast cancer risk

Breast Cancer Research and Treatment v78 n1 p89-96 2003

PASSOS CJ MERGLER D GASPAR E MORAIS S LUCOTT M LARRIBE F

DAVIDSON R GROSBOIS S Eating tropical fruit reduces mercury exposure from fish

consumption in the Brazilian Amazon Environmental Research v93 n2 p123-130 2003

PASSOS CJ MERGLER D LEMIRE M FILLION M GUIMARAtildeES JR Fish

consumption and bioindicators of inorganic mercury exposure Science of the Total

Environment v373 n1 p68ndash76 2007

PASCALICCHIO AAE Contaminaccedilatildeo por metais pesados sauacutede puacuteblica e medicina

ortomolecular Satildeo Paulo Annablume 2002 132p

95

PEROTTONI J LOBATO LP SILVEIRA A ROCHA JBT EMANUELLI T Effects

of mercury and selenite on D-aminolevulinate dehydratase activity and on selected oxidative

stress parameters in rats Environmental Research v95 n2 p166-173 2004

PINHEIRO MCN GUIMARAtildeES GA NAKANISHI J OIKAWA T VIEIRA JL

QUARESMA M CARDOSO B AMORAS W Avaliaccedilatildeo da contaminaccedilatildeo mercurial

mediante anaacutelise do teor de Hg total em amostras de cabelo em comunidades ribeirinhas do

Tapajoacutes Paraacute Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v33 n2

p181-194 2000

PINHEIRO MCN MACCHI BM VIEIRA JLF OIKAWA T AMORAS WW

GUIMARAtildeES GA COSTA CA CRESPO-LOacutePEZ ME HERCULANO AM

SILVEIRA LC NASCIMENTO JL Mercury exposure and antioxidant defenses in

women a comparative study in the Amazon Environmental Research v107 n1 p53ndash59

2008

PINHEIRO MCN MULLER RCS SARKIS JE VIEIRA JLF OIKAWA T

GOMES MSV GUIMARAtildeES GA NASCIMENTO JLM SILVEIRA LCL

Mercury and selenium concentrations in hair samples of women in fertile age from Amazon

riverside communities Science of the Total Environment v349 n13 p284-288 2005

PINHEIRO DS ROCHA FILHO CR MUNDIM CA MARCO Jr P ULHOA CJ

REIS AAS GHEDINI PC Evaluation of glutathione S-transferase GSTM1 and GSTT1

deletion polymorphisms on type-2 diabetes mellitus risk PLoS One v8 n10 arte76262

p1-5 2013

PIRES LV Efeito da suplementaccedilatildeo com castanha-do-Brasil (Bertholletia excelsa

HBK) na expressatildeo gecircnica de citocinas inflamatoacuterias e sua relaccedilatildeo com o estresse

oxidativo e pacientes com diabetes mellitus tipo 1 Satildeo Paulo 2012 130p Tese de

Doutorado ndash Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo

POSSUELO LG PERACcedilA CF EISENHARDT MF DOLTO ML CAPPELLETTI

L FOLETTO E VALIM ARM Polymorphisms of GSTM1 and GSTT1 genes in breast

cancer susceptibility a case-control study Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetriacutecia

v35 n12 p569-574 2013

PRIOR RL HOANG H GU L WU X BACCHIACA M HOWARD L

HAMPSCH-WOODILL M HUANG D OU B JACOB B Assays for hydrophilic and

lipophilic antioxidant capacity (oxygen radical absorbance capacity (ORACFL)) of plasma

and other biological and food samples Journal of Agricultural and Food Chemistry v51

n11 p3273-3279 2003

RAVN-HAREN G OLSEN A TJONNELAND A DRAGSTED LO NEXO BA

WALLIN H OVERVAD K RASCHOU-NIELSENL O VOGEL U Associations

between GPx 1 Pro198Leu polymorphism erythrocyte GPx activity alcohol consumption and

breast cancer risk in a prospective cohort study Carcinogenesis v27 n4 p820-825 2006

RAYMAN MP The importance of selenium to human health Lancet v356 n9225 p233-

241 2000

RAYMOND LJ RALSTON NVC Mercury selenium interactions and health

implications Seychelles Medical and Dental Journal v7 n1 spiss p72-77 2004

96

REILLY C Selenium in food and health London Blackie Academic and Professional

1996 338p

REZAEI Z JAMSHIDZADEH A SANATI E A rapid and sensitive method for the

determination of malondialdehyde as its hydralazine derivative in human plasma using high

performance liquid chromatography Analytical Methods v5 n12 p2995-2999 2013

RICHIE Jr JP MUSCAT JE ELLISION I CALCAGNOTTO A KLEINMAN W

EL-BAYOUMY K Association of selenium status and blood glutathione concentrations in

blacks and whites Nutrition and Cancer v63 n3 p367ndash375 2011

RIDNOUR LA ISENBERG JS ESPEY MG THOMAS DD ROBERTS DD Nitric

oxide regulates angiogenesis through a functional switch involving thrombospondin-1

Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America v102

n37 p13147-13152 2005

ROCHA AV Estado nutricional relative ao selecircnio de crianccedilas residentes em duas

localidades de Rondocircnia Amazocircnia Ocidental Satildeo Paulo 2009 109p Dissertaccedilatildeo de

Mestrado ndash Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas ndash Universidade de Satildeo Paulo

ROCHA AV CARDOSO BR COMINETTI C BUENO RB BORTOLI MC

FARIAS LA FAVARO DIT CAMARGO LMA COZZOLINO SMF Selenium

status and hair mercury leves in riverine children from Rondocircnia Amazonia Nutrition v30

n11-12 p1318-1323 2014

SAacute AL HERCULANO AM PINHEIRO MC SILVEIRAS LCL NASCIMENTO

JLM CRESPO-LOacutePEZ ME Exposiccedilatildeo humana ao mercuacuterio na regiatildeo oeste do Estado do

Paraacute Revista Paraense de Medicina v20 n1 p19-25 2006

SAMPAIO DS LUCOTTE M ROULET HP MERGLER D CROSSA M Mercuacuterio

nos peixes do Rio Tapajoacutes Amazocircnia brasileira InterfacEHS v1 n1 art 6 p1-31 2006

Disponiacutevel em

httpwwwunitesuqamcagmfcarusodoccarusosampaiosampaio_et_al_2006pdf Acesso

em 24 Dez 2014

SANTOS KMO AQUINO RC Grupo dos oacuteleos e gorduras In PHILIPPI ST Piracircmide

dos alimentos fundamentos baacutesicos da nutriccedilatildeo 2ed Barueri Manole 2014 p251-303

SANTOS LB Polimorfismo Pro198Leu no gene que codifica para glutationa

peroxidase 1 e sua relaccedilatildeo com o estado nutricional relativo ao selecircnio de uma populaccedilatildeo

adulta residente no municiacutepio de Fortaleza Cearaacute 201393f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash

Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2013

SAVASKAN NE UFER C KUHN H BORCHERT A Molecular biology of

glutathione peroxidase 4 from genomic structure to developmental expression and neural

function Biological Chemistry v388 n10 p1007ndash1017 2007

SCHMIDT MI DUNCAN BB SILVA GA MENEZES AM MONTEIRO CA

BARRETO SM CHOR D MENEZES PR Doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis no

Brasil carga e desafios atuais 2011 (Sauacutede no Brasil 4) Disponiacutevel em

httpdownloadthelancetcomflatcontentassetspdfsbrazilbrazilpor4pdf Acesso em 10 Jan

2015

97

SCHORK NJ FALLIN D LANCHBURY J Single Nucleotide Polymorphisms and the

future of genetic epidemiology Clinical Genetics v58 n4 p250-264 2000

SILVA JJRF WILLIAMS RJP The biological chemistry of the elements the

inorganic chemistry of life Oxford Oxford University Press New York Clarendon Press

1993 561p

SITTA A VANZIN CS BIANCINI GB MANFREDINI V OLIVEIRA AB

WAYHS CA RIBAS GO GIUGLIANI L SCHWARTZ IV BOHRER D

GARCIA SC WAJNER M VARGAS CR Evidence that L-carnitine and selenium

supplementation reduces oxidative stress in phenylketonuric patients Cellular and

Molecular Neurobiology v31 n3 p429ndash436 2011

SKOOG DA HOLLER FJ NIEMAN TA Princiacutepios de anaacutelise instrumental 5ed

Satildeo Paulo Bookman 2002 836p

SMOLKOVAacute B DUSINSKAacute M RASLOVAacute K BARANCOKOVAacute M

KAZIMIacuteROVAacute A HORSKAacute A SPUSTOVAacute V COLLINS A Folate levels determine

effect of antioxidant supplementation on micronuclei in subjects with cardiovascular risk

Mutagenesis v19 n6 p469ndash476 2004

SOUZA JR BARBOSA AC Contaminaccedilatildeo por Hg e o caso da Amazocircnia Quiacutemica Nova

na Escola n12 p23-25 2000

SOUZA ML MENEZES HC Processamentos de amecircndoa e torta de castanhandashdondashBrasil e

farinha de mandioca paracircmetros de qualidade Ciecircncia Tecnologia e Alimentos v24 n1

p120-128 2004

STEUERWALD U WEIHE P JORGENSEN PJ BJERVE K BROCK J HEINZOW

B BUDTZ-JORGENSEN E GRANDJEAN P Maternal seafood diet methylmercury

exposure and neonatal neurologic function Journal of Pediatrics v136 n5 p599-605

2000

STOCKLER-PINTO MB FARAGE NE BOAVENTURA GT COZZOLINO SM

Effect of Brazil nut supplementation on the blood levels of selenium and glutathione

peroxidase in hemodialysis patients Nutrition v26 n1112 p1065ndash1069 2010

SLATER B MARCHIONI DL FISBERG RM Estimando a prevalecircncia da ingestatildeo

inadequada de Nutrientes Rev Sauacutede Puacuteblica v33 n4 p599-605 2004

SUZEN HS GUCYENER E SAKALLI O UCKUN Z KOSE G USTEL D

DUYDU Y CAT C-262T and GPx 1 Pro198Leu polimorphisms in a Turkish population

Molecular Biology Reports v37 n1 p87-92 2010

TAKEUCKI T ETO K The pathology of Minamata disease a tragic story of water

pollution Kyushu Kyushu University Press 1999 310p

TAPIERO H TOWNSEND DM TEW KD The antioxidant role of selenium and seleno-

compounds Biomedicine amp Pharmacotherapy v57 n34 p134ndash144 2003

TINKOV AA SKALNAYA MG DEMIDOV VA SEREBRYANSKY EP

NIKONOROV AA SKALNY AV Hair mercury association with selenium serum lipid

98

spectrum and gama-glutamyl transferase activity in adults Biological Trace Element

Research v161 n3 p255-262 2014

UNITED NATIONS Enviroment Programme Chemicals Impacts of mercury on the

environment In ______ Global mercury assessment Geneva UNEP 2002 cap5 p73-

86

UNITED STATES Department of Health and Human Services Public Heath Services

Agency for Toxic Substances and Disease Registry Toxicological Profile for Mercury

Atlanta ATSDR 1999 676p

VAN DAEL P DEELSTRA H Selenium International Journal for Vitamin and

Nutrition Research v63 n4 p312-316 1993

VIVANCO RHC MENGE FGW BARRIGA PAC Variaciones de la fragilidad

osmoacutetica eritrocitaria en bovinos a pastoreo sobre praderas con bajo contenido de selenio y

suplementados o no con selecircnio Revista Cientiacutefica vXVI n3 p227-231 2006

WIDERSTEN M PEARSON WR ENGSTROEM A MANNERVIK B Heterologous

expression of the allelic variant μ-class glutathione transferases μ and ψ Biochemical

Journal v276 n2 p519-5241991

WILLETT WC Inssues in analysis and presentation of dietary data In ______ Nutritional

epidemiology 2ed New York Oxford University Press 1998 p321ndash345 (Monographs in

epidemiology and biostatistics 30)

WILLET WCHOWE GR KUSHI LH Adjustment for total energy in epidemiologic

studies Am J Clin Nutr v65 p1220-28 1997

WILLET W STAMPFER M Implications of total energy intake for epidemiologic

analyses In Willet WC Nutrition epidemiology 2 ed New York Oxford University Press

p514 1998

WORLD HEALTH ORGANIZATION Obesity preventing and managing the global

epidemic report of a WHO consultation on obesity Geneva World Health Organization

2000 p256 (WHO Obesity Technical Report Series n284)

XU S WANG Y ROE B PEARSON WR Characterization of the human class Mu

glutathione S-transferase gene cluster and GSTM1 deletion Journal of Biological

Chemistry v273 n6 p3517-3527 1998

YANG GQ WANG SZ ZHAU RH SUN SZ Endemic selenium intoxication of

humans in China American Journal of Clinical Nutrition v37 n5 p872-881 1983

ZACHARA BA UKLEJA-ADAMOWICZ M NARTOWICZ E LECKA J Increased

plasma glutathione peroxidase activity in patients with acute myocardial infarction Medical

Science Monitor v7 n3 p415-420 2001

ZHANG FA YU W HARGROVE JL GREENSPAN PA DEAN RG TAYLOR

EW HARTLE DK Inhibition of TNF- induced ICAM-1 VCAM-1 and E-selectin

expression by selenium Atherosclerosis v161 n2 p381-386 2002

99

ZHANG M MA AG ZHANG XZ GE S SHI XX Effect of multiple micronutrients

supplementation on anti-oxidative activity and oxidized DNA damage of lymphocytes in

children Zhonghua Liu Xing Bing Xue Za Zhi v26 n4 p268ndash272 2005

ZHENG W WEN WQ GUSTAFSON DR GROSS M CERHAN JR FOLSOM

AR GSTM1 and GSTT1 polymorfism and postmenopausal breast cancer risk breast cancer

Breast Cancer Research and Treatment v74 n1 p9-16 2002

100

APEcircNDICES

APEcircNDICE 1 Cartaz de divulgaccedilatildeo da pesquisa

APEcircNDICE 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

APEcircNDICE 3 Ficha de Identificaccedilatildeo e Controle

(Anamnese peso estatura IMC coleta de sangue e cabelos)

APEcircNDICE 4 Caderno de Registro do Consumo Alimentar

101

102

UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO

FACULDADE DE CIEcircNCIAS FARMACEcircUTICAS ndash FCFUSP

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE

1 Informaccedilotildees do Sujeito da Pesquisa

Nome

Documento de Identidade nordm Sexo ( ) M ( )F

Data de Nascimento

Endereccedilo Nordm Complemento Bairro Cidade Estado

CEP Telefones

2 Informaccedilotildees do Responsaacutevel Legal

Nome Natureza (grau de parentesco tutor curador etc) Documento de Identidade nordm Sexo ( ) M ( )F Data de Nascimento Endereccedilo Nordm Complemento Bairro Cidade Estado CEP Telefones

Tiacutetulo do Projeto de Pesquisa Estado nutricional relativo ao selecircnio concentraccedilotildees de

mercuacuterio estresse oxidativo e os polimorfismos Pro198Leu no gene da glutationa

peroxidase 1 (GPx1) e GSTM1 no gene da glutationa S- transferase (GST) em mulheres

residentes em aacuterea de risco de contaminaccedilatildeo por mercuacuterio

3 Duraccedilatildeo da Pesquisa 24 meses

4 Nome do pesquisador responsaacutevel Silvia Maria Franciscato Cozzolino Cargo Funccedilatildeo

Professora Titular do Programa de poacutes-graduaccedilatildeo em Ciecircncia dos Alimentos da Faculdade de Ciecircncias

Farmacecircuticas FCFUSP

Nordm do Registro do Conselho Regional CRN30621

Instituiccedilatildeo Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo USP

Sravoluntaacuteria essa pesquisa tem como tiacutetulo Estado nutricional relativo ao selecircnio e

concentraccedilotildees de mercuacuterio e a relaccedilatildeo com estresse oxidativo e os polimorfismos Pro198Leu

e GSTM1 em mulheres na idade feacutertil em aacuterea exposta agrave contaminaccedilatildeo por mercuacuterio A

responsaacutevel por esse estudo eacute a professora titular Silvia Maria Franciscato Cozzolino e como

103

colaborada a estudante de doutorado Ariana Vieira Rocha Ambas pertencem a Faculdade de

Ciecircncias Farmacecircuticas (FCF) da Universidade de Satildeo Paulo (USP)

De acordo com algumas pesquisas as mulheres da Amazocircnia apresentam

concentraccedilotildees elevadas de mercuacuterio e essa contaminaccedilatildeo pode comprometer a sauacutede natildeo soacute

delas como tambeacutem das crianccedilas pois uma das formas do mercuacuterio atravessa facilmente a

barreira placentaacuteria e o mercuacuterio acaba se concentrando no ceacuterebro das crianccedilas Isso pode

inibir o desenvolvimento cerebral Por isso eacute preocupante a exposiccedilatildeo das mulheres na idade

feacutertil ao mercuacuterio Acredita-se que o mineral selecircnio possa ser um possiacutevel colaborador para

a populaccedilatildeo natildeo apresentar sinais cliacutenicos evidentes da contaminaccedilatildeo por mercuacuterio Isso pode

ser devido a algumas atribuiccedilotildees do selecircnio pois este mineral tem como uma das suas accedilotildees

atuar como antioxidante e isso pode neutralizar os danos causados pela contaminaccedilatildeo do

mercuacuterio

Desta forma estamos por meio desse documento lhe convidando a participar desse

estudo que tem como objetivo principal avaliar o estado nutricional relativo ao selecircnio assim

como as concentraccedilotildees de mercuacuterio e a relaccedilatildeo desses com o estresse gerado nas ceacutelulas e

tambeacutem com algumas alteraccedilotildees geneacuteticas em mulheres na idade feacutertil em aacuterea exposta ao

mercuacuterio Nesta pesquisa participaraacute 200 mulheres voluntaacuterias da cidade de Porto Velho

Rondocircnia

Se vocecirc concordar em participar passaraacute pelos seguintes procedimentos avaliaccedilatildeo

nutricional onde seratildeo obtidos os dados de peso estatura e circunferecircncia da cintura e

tambeacutem seratildeo anotados os seus dados sobre o consumo alimentar ou seja tudo o que foi

consumido no periacuteodo de 3 dias sendo 2 dia da semana e 1 dia do fim de semana Seraacute

realizada ainda uma coleta de sangue de (20mL) em jejum de 10 a 12 horas para a realizaccedilatildeo

da determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo do mineral selecircnio e avaliar o estresse gerado nas ceacutelulas e

se haacute uma alteraccedilatildeo geneacutetica que possa interferir na concentraccedilatildeo de selecircnio ou mercuacuterio no

organismo Por fim seraacute coletado em torno de (1g) de cabelo na regiatildeo detraacutes do pescoccedilo para

avaliar as concentraccedilotildees de mercuacuterio A pesquisa possui um risco miacutenimo em virtude da

coleta de sangue que pode causar um desconforto poreacutem este seraacute coletado por um

profissional de enfermagem capacitado A obtenccedilatildeo desses dados seraacute realizada no

Laboratoacuterio Alphaclin localizado na Avenida Calama 2215 Bairro Satildeo Joatildeo Bosco Apoacutes

essas coletas seraacute distribuiacutedo um kit lanche contendo bolacha de aacutegua e sal ou biscoito

integral uma fruta e um suco de fruta de caixinha de 200mL O seu sangue seraacute armazenado

no laboratoacuterio de nutriccedilatildeo-minerais da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade

de Satildeo Paulo (USP) sob a responsabilidade da professora titular Silvia Maria Franciscato

Cozzolino para pesquisas futuras Poreacutem se isso acontecer vocecirc seraacute consultado a respeito e

um novo projeto seraacute submetido ao Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

Vocecirc autoriza o armazenamento do seu sangue para pesquisas futuras

( )sim ( )natildeo

Os resultados obtidos seratildeo arquivados e mantidos em sigilo conforme eacutetica Eacute direito

de cada participante obter os resultados das anaacutelises que seratildeo feitas bem como informaccedilotildees

sobre o andamento da pesquisa procedimentos utilizados riscos e benefiacutecios relacionados em

qualquer fase do estudo a fim de esclarecer eventuais duacutevidas Deve ser ressaltado que a

participaccedilatildeo na pesquisa poderaacute ser desfeita em qualquer momento que o Sra achar

conveniente sem sofrer nenhum tipo de constrangimento Natildeo haveraacute nenhuma despesa

financeira para a natildeo participaccedilatildeo neste estudo assim como natildeo haveraacute recompensa

financeira relacionada agrave participaccedilatildeo na pesquisa

Esse estudo traraacute benefiacutecios pois existem evidecircncias que o selecircnio pode exercer um

efeito protetor no organismo contra os malefiacutecios do mercuacuterio Logo os resultados

contribuiratildeo para uma melhor qualidade de vida atraveacutes do conhecimento da avaliaccedilatildeo do

104

estado nutricional Aleacutem do que seraacute realizada uma avaliaccedilatildeo nutricional completa por uma

nutricionista e seratildeo oferecidas orientaccedilotildees quanto agrave alimentaccedilatildeo

ndash INFORMACcedilOtildeES DE NOMES ENDERECcedilOS E TELEFONES DOS RESPONSAacuteVEIS PELO

ACOMPANHAMENTO DA PESQUISA PARA CONTATO EM CASO DE INTERCORREcircNCIAS

CLIacuteNICAS E REACcedilOtildeES ADVERSAS

Silvia Maria Franciscato Cozzolino ndash (Professora Titular do programa de Poacutes-

graduaccedilatildeo em Ciecircncia dos Alimentos da Faculdade de Ciecircncias FarmacecircuticasFCF

(USP) Telefone(11)3091-3625 Endereccedilo da Faculdade Cidade Universitaacuteria Av Lineu

Prestes 580 ndash Bloco 14

Telefone (11) 3091 -3625 (Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo ndash Minerais)

Ariana Vieira Rocha - (Doutoranda do programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Ciecircncia dos

Alimentos da Faculdade de Ciecircncias FarmacecircuticasFCF (USP) Endereccedilo Residencial

Bairro Liberdade Rua da Gloacuteria - 654 Apto 84 CEP 01510-000 ndash Satildeo Paulo ndash SP Telefone

(11) 98532-2125

Endereccedilo da Faculdade Cidade Universitaacuteria Av Lineu Prestes 580 ndash Bloco 14

Telefone 3091 -3625 (Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo ndash Minerais)

Consentimento Poacutes-Esclarecido

Declaro que apoacutes convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ter entendido o que me

foi explicado consinto em participar do presente Protocolo de Pesquisa

Porto Velhodede

_______________________________

Assinatura do sujeito de pesquisa

Ou responsaacutevel legal

___________________________________

Assinatura do pesquisador responsaacutevel

Para qualquer questatildeo duacutevida esclarecimento ou reclamaccedilatildeo sobre aspectos eacuteticos dessa

pesquisa favor entrar em contato com o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas da Faculdade de

Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo ndash Av Prof Lineu Prestes 580 - Bloco

13A ndash Butantatilde ndash Satildeo Paulo ndash CEP 05508-900 Fone 3091-3622 fone-fax 3091-3677 ndash e-

mail cepfcfuspbr

105

Universidade de Satildeo Paulo

Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas

Avaliaccedilatildeo Nutricional

Antropometria

Nome Data de Nascimento

DADOS ANTROPOMEacuteTRICOS

Idade anos

Circunferecircncia da Cintura (CC) Classificaccedilatildeo

Peso kg

Estaturacm

IMC Classificaccedilatildeo

Classificaccedilatildeo do estado nutricional para adultos segundo o Iacutendice de Massa Corpoacuterea (IMC)

Classificaccedilatildeo IMC (kgm2)

Risco de Comorbidades

Baixo Peso

˂ 185 Baixo

Peso Normal ou

Eutrofia 185 - 249

Meacutedio

Sobrepeso

ge 25 ndash 299 Aumentado

Obesidade I 300 - 349 Moderado

Obesidade II 350 ndash 399 Grave

Obesidade III ˃ 40 Muito Grave

Fonte WHO (2000)

106

Universidade de Satildeo Paulo

Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas

Pesquisador Ariana Vieira Rocha

Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo e Minerais(11) 3091-3625

Formulaacuterio Mercuacuterio (Hg)

Identificaccedilatildeo Data

Nome

Idade Sexo Raccedila

Endereccedilo

Haacute quanto tempo reside em Porto Velho

Onde residia anteriormente

Ocupaccedilatildeo principal Quanto tempo hdia

Haacutebitos

Come peixe sim natildeo

Procedecircncia do peixe consumido Nome do Rio

Espeacutecie mais consumida

Frequecircncia de consumo de peixe Quantidade

Frequecircncia de consumo de frutos do mar Quantidade

Ficou doente nos uacuteltimos seis meses sim natildeo

Tomou algum medicamento sim natildeo Qual Frequecircncia

No tratamento do cabelo vocecirc usa

soacute sabonete xampuacute condicionador tintura

liacutequido para permanente alisamento outros Quais

Qual a aacutegua que usa para tomar banho

caerd poccedilo ou mina outra procedecircncia qual

Qual a aacutegua que usa para beber

caerd e filtrada natildeo filtra de poccedilo ou mina galatildeo outra procedecircncia qual

107

ACOMPANHAMENTO NUTRICIONAL

Nome

Responsaacutevel Nutricionista Ariana Vieira Rocha

Universidade de Satildeo Paulo-USP

Telefone (69) 8118-4633 (11) 8532-2125

108

INFORMACcedilOtildeES

Pesquisas tentam explicar a presenccedila do Hg na regiatildeo amazocircnica pois os solos

ambientes aquaacuteticos e consequentemente os peixes apresentarem concentraccedilotildees elevados

deste metal assim como alguns indiviacuteduos que vivem nestas aacutereas poreacutem estes natildeo

apresentam sintomas e sinais cliacutenicos evidentes de contaminaccedilatildeo Supotildee-se que o selecircnio um

mineral antioxidante presente naturalmente no solo da regiatildeo seja um protetor para a aparente

toleracircncia destas populaccedilotildees agrave intoxicaccedilatildeo crocircnica por Hg Dentre outras funccedilotildees e accedilotildees o

selecircnio atua no fortalecimento do sistema imunoloacutegico e tambeacutem ajuda organismo a se

proteger dos danos causados pelos metais toacutexicos como por exemplo o Hg Dessa forma a

ingestatildeo adequada de selecircnio pode ter um efeito protetor contra a contaminaccedilatildeo por Hg

Este caderno tem como objetivo avaliar o estado nutricional relativo ao mineral

selecircnio Por isso eacute muito importante que todas as recomendaccedilotildees e orientaccedilotildees prestadas

durante o acompanhamento nutricional sejam atendidas

Ariana Vieira Rocha

Doutoranda em Ciecircncia dos Alimentos-FCFUSP

Porto Velho 2012

01

109

DADOS DE IDENTIFICACcedilAtildeO

1 Nome

Documento de Identidade nordm

Sexo ( X ) Feminino

Data de Nascimento

Naturalidade Escolaridade

Endereccedilo nordm

Bairro

Cidade

Cep Telefone Celular

Renda Familiar ( ) 1 SM ( ) 2 a 3 SM ( ) Acima de 4 SM

2 Histoacuteria Cliacutenica

Faz uso de anticonpepcional ( ) natildeo ( )sim

Se sim qual Quanto tempo

Antecedentes familiares ( )Dislipidemias ( )Diabetes mellitus

( )Hipertensatildeo arterial ( ) Obesidade

Outras qual

Faz atividade Fiacutesica ( ) natildeo ( ) sim qual

Quantas vezes por semana

02

110

ORIENTACcedilOtildeES QUANTO AO REGISTRO DOS ALIMENTOS

1 Anotar todos os alimentos consumidos durante todo o dia e a noite desde a hora que

acordar ateacute a hora em que for dormir

2 Colocar o horaacuterio das refeiccedilotildees

3 Natildeo esquecer de anotar os alimentos eou qualquer guloseima consumida (balas

chicletes etc) durante as refeiccedilotildees e nos intervalos

4 Anotar a quantidade do alimento consumido na forma de medidas caseiras (fotos

ilustrativas nas proacuteximas paacuteginas) Exemplo

colher de servir colher de sopa colher de sobremesa colher de chaacute ou cafeacute

concha escumadeira copo americano copo de requeijatildeo copo descartaacutevel de 180 ou

200 mL

xiacutecara de chaacute ou cafeacute

prato de mesa prato de sopa prato de sobremesa ou pires

5 Descrever com maior detalhe os tipos de alimentos ou marcas como por exemplo

leite desnatado integral tipo C em poacute

patildeo francecircs integral de forma de leite de batata de mel doce ou caseiro

bolachas recheadas aacutegua e sal chocolate sem recheio SEMPRE colocar o sabor e a

marca

frutas (anotar tipo e tamanho) por exemplo laranja lima meacutedia mamatildeo papaya (meia

unidade)

vegetais folhosos (anotar tipo e preparaccedilatildeo) por exemplo acelga refogada ou crua

manteiga ou margarina (o tipo a marca a quantidade consumida anotada em ponta de

faca ou em colheres de chaacute cafeacute sobremesa ou sopa)

salada de frutas (colocar tipo de frutas e os ingredientes incluiacutedos na salada)

bolo (sabor com ou sem recheio com ou sem cobertura de festa ndash se possiacutevel

escrever os principais ingredientes)

6 Lembrar de escrever o tipo de preparaccedilatildeo se o alimento eacute cozido frito grelhado

ensopado ou agrave milanesa (empanado)

7 Registrar os alimentos em unidades ou porccedilotildees como por exemplo bife meacutedio

pequeno coxa de frango peixe (pedaccedilo pequeno meacutedio ou grande)

8 Anotar as preparaccedilotildees que utilizem mais de um ingrediente e descrevecirc-los um a um

como por exemplo Sopa de legumes (quais is ingredientes e legumes utilizados nesta

preparaccedilatildeo)

03

111

MEDIDAS CASEIRAS

Colocamos ao lado de cada item uma caixa de foacutesforos ilustrativa para fins de

referecircncia quanto ao tamanho das medidas

04

112

Colocamos ao lado de cada item uma caixa de foacutesforos ilustrativa para fins de

referecircncia quanto ao tamanho das medidas

05

113

Margarina ou Manteiga

Colocamos ao lado de cada item uma caixa de foacutesforos ilustrativa para fins de

referecircncia quanto ao tamanho das medidas

06

114

REGISTRO DE ALIMENTOS

Dia 1

Data Dia da semana

Horaacuterio e Local Alimentos ou

Preparaccedilotildees

Quantidade

(medida caseira)

Marca Comercial

07

115

REGISTRO DE ALIMENTOS

Dia 2

Data Dia da semana

Horaacuterio e Local Alimentos ou

Preparaccedilotildees

Quantidade

(medida caseira)

Marca Comercial

08

116

REGISTRO DE ALIMENTOS

Dia 3

Data Dia da semana

Horaacuterio e Local Alimentos ou

Preparaccedilotildees

Quantidade

(medida caseira)

Marca Comercial

09

117

AGRADECEMOS A SUA COLABORACcedilAtildeO

Mestre Ariana Vieira Rocha (Nutricionista mestre e doutoranda do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncia dos

Alimentos Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo)

Doutora Silvia Maria F Cozzolino (Nutricionista Professora Titular do Departamento de Alimentos e Nutriccedilatildeo Experimental

Faculdade de Ciecircncias FarmacecircuticasUniversidade de Satildeo Paulo)

10

118

ANEXOS

ANEXO 1 Informaccedilotildees para os membros de bancas julgadoras

ANEXO 2 Parecer do Comitecirc de Eacutetica (CEP)

ANEXO 3 Ficha de Aluno

119

UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas

Secretaria de Poacutes-Graduaccedilatildeo

Informaccedilotildees para os Membros de Bancas Julgadoras de

MestradoDoutorado

1 O candidato faraacute uma apresentaccedilatildeo oral do seu trabalho com duraccedilatildeo

maacutexima de trinta minutos

2 Os membros da banca faratildeo a arguumliccedilatildeo oral Cada examinador

disporaacute no maacuteximo de trinta minutos para arguumlir o candidato exclusivamente sobre o

tema do trabalho apresentado e o candidato disporaacute de trinta minutos para sua

resposta

21 Com a devida anuecircncia das partes (examinador e candidato) eacute

facultada a arguumliccedilatildeo na forma de diaacutelogo em ateacute sessenta minutos por examinador

3 A sessatildeo de defesa seraacute aberta ao puacuteblico

4 Terminada a arguumliccedilatildeo por todos os membros da banca a mesma se

reuniraacute reservadamente e expressaraacute na ata (relatoacuterio de defesa) a aprovaccedilatildeo ou

reprovaccedilatildeo do candidato baseando-se no trabalho escrito e na arguumliccedilatildeo

41 Caso algum membro da banca reprove o candidato a Comissatildeo

Julgadora deveraacute emitir um parecer a ser escrito em campo exclusivamente indicado

na ata

42 Seraacute considerado aprovado o aluno que obtiver aprovaccedilatildeo por

unanimidade ou pela maioria da banca

5 Duacutevidas poderatildeo ser esclarecidas junto agrave Secretaria de Poacutes-

Graduaccedilatildeo pgfarmauspbr (11) 3091 3621

Satildeo Paulo 23 de maio de 2014

Prof Dr Adalberto Pessoa Junior Presidente da CPGFCFUSP

Av Prof Lineu Prestes 580 Bloco 13 A - Cidade Universitaacuteria - CEP 05508-900 - Satildeo Paulo - SP Fone (11) 3091 3621 - Fax (11) 3091 3141 ndash e-mail pgfarmauspbr

120

121

122

123

Page 4: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio

3

4

Gastei uma hora pensando um verso que a pena natildeo quer escrever

No entanto ele estaacute caacute dentro inquieto vivo

Ele estaacute caacute dentro e natildeo quer sair

Mas a poesia deste momento inunda minha vida inteira

Carlos Drumonnd de Andrade

5

A todas as voluntaacuterias desta pesquisa pelo carinho esforccedilo e dedicaccedilatildeo

Agraves amigas Daniela Zancan Dayane Zancan Laiacutes Maria e Larissa Matheus pela ajuda

imensuraacutevel durante a coleta de dados

Especialmente aos meus tios Ivanilde Rocha e Cristovatildeo Vieira que me ergueram

no momento em que mais precisei

6

AGRADECIMENTOS

A Deus que me ilumina e daacute forccedilas para seguir sempre em frente e ao Espiacuterito Santo por

todas as becircnccedilatildeos

Agrave luz da minha vida minha matildee Nair Lima por tudo que tem feito e ainda faz por mim

Meu modelo de iacutendole e dignidade Meu amuleto

Agrave orientadora Silvia Maria Franciscato Cozzolino exemplo de serenidade em momentos de

dificuldades Sou muito grata pela oportunidade de ter sido sua aluna e orientanda Obrigada

ainda por ter me abraccedilado desde o primeiro momento

Agrave professora Deacuteborah Faacutevaro pensar em vocecirc me causa garra e alegria Obrigada pela

parceria e disponibilidade na realizaccedilatildeo das anaacutelises de mercuacuterio Foi um prazer indescritiacutevel

tecirc-la ao meu lado na bancada

Agrave Julie Christine Luana Janaiacutena Cleonilce Oliveira Gisele Dias Natsue Kosin Larissa

Freitas Luana Cardozo e Yara Salviano por disponibilizarem do seu tempo por uma

causa a ciecircncia

Agrave Jamile Sadeck Dina Horeay e Analu Barofaldi seres de luz que deram ajuda a uma

desconhecida sem pedir nada em troca e se hoje esta jornada estaacute sendo concretizada

tambeacutem eacute graccedilas a vocecircs Ensinaram-me na praacutetica a fazer o bem sem olhar a quem Que

esta bondade esteja sempre comigo para que eu possa passaacute-la adiante

Agrave Gabriela Pellucio (Gabi peluacutecia) e sua matildee Mirian Guizelini que abraccedilaram a minha

causa e pela ampla ajuda em conseguir voluntaacuterias Querida Gabi obrigada pelo carinho vocecirc

foi um anjinho na minha vida

Agrave amiga Silvane Maziero assim como ao Flaacutevio Terassini ao Thiago Abiorana e agrave Helen

Queite pela divulgaccedilatildeo da pesquisa em seus ambientes de estudo eou trabalho Obrigada de

coraccedilatildeo

Agrave Juliana Closs por permitir a divulgaccedilatildeo do projeto no curso de nutriccedilatildeo da Faculdade Satildeo

Lucas (FSL)

Agrave Mariana Modesto Roberta Valmorbida Simone Oliveira e Alcione Altini por natildeo

hesitarem em ajudar esta colega de classe na divulgaccedilatildeo da pesquisa no ambiente das

Faculdades Integradas Apariacutecio Carvalho (FIMCA)

Agrave ldquonossardquo equipe do laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo-Minerais Alexandre Pimentel Baacuterbara

Cardoso Bruna Reis Graziela Biude Isabela Saraiva Janaina Donadio Kaluce Almondes

7

Kaacutetia Callou Larissa Bezerra Leila Hashimoto Luciane Alencar e Verocircnica Bandeira

por serem apoio companhia e ajuda nos trabalhos realizados no cotidiano

Especialmente

Agrave Bruna Reis (Rabin) e Isabela Saraiva (Isa nojentinha do meu coraccedilatildeo) que me

proporcionaram uma amizade de cunho profissional e pessoal tornando esta jornada mais

viva leve e muito alegre Por todos os braccedilos e abraccedilos servidos nos momentos de ajuda

sem horaacuterio para acabar Por me fazerem lembrar desse trio com um enorme sorriso no

rosto

Agrave Kaluce Almondes (Kakaacute) querida companheira de anaacutelises que pareciam interminaacuteveis

(risos) obrigada pela parceria conversas filosoacuteficas e gargalhadas constantes inclusive em

momentos de afliccedilatildeo

Agrave Liliane Viana Pires (Lili medalhinha) luz em todos os momentos (desde 2006)

Mesmo com a distacircncia geograacutefica existente entre noacutes vocecirc eacute sempre presente Agradeccedilo

ainda por despertar em mim a vontade de ser sempre melhor

Agraves florzinhas da Liliane Pires Leila Hashimoto (Leilinha) Luciane Alencar (Lu) e

Verocircnica Bandeira (Vecirc) pela ajuda durante as anaacutelises de enzimas mesmo com tantos

afazeres e por me tratarem sempre com muito carinho e atenccedilatildeo

Agrave Baacuterbara Cardoso pelo abraccedilo apertado que diz muito em cada encontro

Agraves Fernandas Santana e Shinagawa agradeccedilo a ajuda a companhia a diversatildeo e a

amizade construiacuteda principalmente nos momentos extras de trabalho jaacute que nem sempre

conseguiacuteamos acabar no horaacuterio do expediente em virtude do nuacutemero de amostras (risos)

Agrave Lilian Mendes apoio e alicerce fundamentais nos uacuteltimos meses que atraveacutes do seu

coraccedilatildeo profissionalismo e vivecircncia de mundo ensinou-me a aceitar e conviver com o meu

eu interior e com a minha alma

Ao meu irmatildeo de coraccedilatildeo Guilber Diniz Barros pela forccedila e energia enviada por todas as

conversas na tentativa de me distrair ou esquecer algo por me ajudar agrave distacircncia e

principalmente por me ensinar a levantar sem laacutegrimas nos olhos e de cabeccedila erguida

Agrave Fabiana Yasuhara da Assessoria Cientiacutefica Life Technologies pelo suporte fundamental

realizado durante as anaacutelises do polimorfismo de deleccedilatildeo GSTM1

Agrave funcionaacuteria Maria de Lurdes Pedrosa (Lurdinha) pelo otimismo carinho e pelas

palavras ldquono fim tudo daacute certordquo

8

RESUMO

ROCHA AV Status de selecircnio de uma populaccedilatildeo residente em aacuterea de risco de

contaminaccedilatildeo por mercuacuterio Influecircncia de polimorfismos e accedilatildeo sobre o estresse

oxidativo 2015 133f (Tese de Doutorado) Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas (FCF)

Universidade de Satildeo Paulo (USP) 2015

Estudos apontam que a regiatildeo Amazocircnica apresenta concentraccedilotildees significativas de selecircnio

nos solos e que por isso a populaccedilatildeo natildeo estaria susceptiacutevel agrave deficiecircncia desse mineral Em

contrapartida a regiatildeo tambeacutem apresenta dados de concentraccedilotildees elevadas de mercuacuterio nos

solos e rios entretanto a populaccedilatildeo natildeo apresenta sinais cliacutenicos evidentes de contaminaccedilatildeo

Acredita-se que o selecircnio um mineral antioxidante possa ser um possiacutevel colaborador para a

aparente toleracircncia ao mercuacuterio pois uma das accedilotildees desse mineral eacute a de destoxificar o

organismo contra metais toacutexicos Dependendo das concentraccedilotildees no organismo o mercuacuterio

pode potencializar a geraccedilatildeo das espeacutecies reativas de oxigecircnio e dessa forma as defesas

antioxidantes intriacutensecas das ceacutelulas podem ser prejudicadas resultando na condiccedilatildeo

conhecida por estresse oxidativo A contaminaccedilatildeo por mercuacuterio pode ainda comprometer a

sauacutede tanto das mulheres quanto das crianccedilas pois esse metal na forma de metilmercuacuterio

pode atravessar a barreira placentaacuteria e se concentrar principalmente no ceacuterebro do feto

Aliado a isso a presenccedila de polimorfismos em certos genes podem alterar a expressatildeo de

enzimas antioxidantes como a glutationa peroxidase 1 que eacute dependente de selecircnio assim

como da glutationa S-transferase que atua na destoxificaccedilatildeo do mercuacuterio no organismo

Vaacuterios estudos apresentam dados de concentraccedilotildees de mercuacuterio em ribeirinhos da Amazocircnia

no entanto resultados referentes agraves concentraccedilotildees de selecircnio ao estresse oxidativo e a

polimorfismos geneacuteticos na populaccedilatildeo da aacuterea urbana satildeo raros Diante disso este estudo

objetivou avaliar o estado nutricional relativo ao selecircnio concentraccedilotildees de mercuacuterio e a

possiacutevel relaccedilatildeo desses paracircmetros com o estresse oxidativo e os polimorfimos Pro198Leu (rs

1050450) no gene da glutationa peroxidase 1 e GSTM1 no gene da glutationa S-transferase

em mulheres em idade feacutertil residentes em aacuterea de risco de exposiccedilatildeo ao mercuacuterio da cidade

de Porto Velho (RO) As voluntaacuterias foram avaliadas por meio de medidas antropomeacutetricas

(peso estatura e circunferecircncia da cintura) e aplicou-se o registro alimentar para avaliaccedilatildeo do

consumo alimentar Realizou-se uma coleta de sangue para anaacutelise de selecircnio atividade da

enzima glutationa peroxidase marcadores de estresse oxidativo e polimorfismos geneacuteticos O

selecircnio foi determinado por espectrometria de absorccedilatildeo atocircmica com geraccedilatildeo de hidretos

acoplados agrave cela de quartzo (HGQTAAS) Para anaacutelise de mercuacuterio foi coletada uma amostra

do cabelo das voluntaacuterias sendo sua concentraccedilatildeo determinada pelo meacutetodo de

espectrometria de absorccedilatildeo atocircmica com geraccedilatildeo de vapor frio (CV AAS) Para avaliar o

estresse oxidativo foram determinadas a concentraccedilatildeo plasmaacutetica de Malondialdeiacutedo (MDA)

e a Capacidade de Absorccedilatildeo de Radicais de Oxigecircnio (ORAC) Participaram do estudo 200

mulheres com idade entre 19 e 50 anos A ingestatildeo alimentar meacutedia de selecircnio foi de 493 plusmn

192 microgdia e a prevalecircncia de ingestatildeo inadequada foi de 409 As concentraccedilotildees meacutedias do

mineral no plasma e nos eritroacutecitos foram respectivamente 498 + 186 microgL e 754 + 299

microgL A atividade meacutedia da glutationa peroxidase foi de 451+ 194 Ug Hb A concentraccedilatildeo

meacutedia de mercuacuterio nos cabelos foi de 625 + 766 ng g-1

Ao avaliar a presenccedila do SNP

Pro198Leu observou-se que 567 das participantes apresentaram genoacutetipo selvagem 368

heterozigotos e 68 homoizgotos para leucina Quanto ao polimorfismo de deleccedilatildeo GSTM1

425 das voluntaacuterias apresentaram o genoacutetipo nulo ou deletado ou seja relacionado a

ausecircncia de expressatildeo da glutationa S-transferase Esses resultados permitem concluir que a

maioria das participantes apresentou estado nutricional deficiente em relaccedilatildeo ao selecircnio

Apesar disso tanto a atividade enzimaacutetica da glutationa peroxidase como os biomarcadores

9

do estresse oxidativo natildeo sofreram interferecircncia desta deficiecircncia O polimorfismo

Pro198Leu tambeacutem natildeo interferiu no status de selecircnio e no estresse oxidativo Quanto agrave

avaliaccedilatildeo do polimorfismo GSTM1 o genoacutetipo nulo ou deletado tambeacutem natildeo mostrou

associaccedilatildeo com as concentraccedilotildees de mercuacuterio e o estresse oxidativo

Palavras-chave selecircnio estresse oxidativo polimorfismo geneacutetico e mercuacuterio

10

ABSTRACT

ROCHA AV Selenium status of a population living in a mercury contamination risk

area Influence of polymorphisms and action on oxidative stress 2015 133f (Tese de

Doutorado) Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo

2015

Studies have shown that the Amazon region has significant concentrations of selenium in

soils and therefore the population is not susceptible to deficiency of this mineral However

the region also presents data from high levels of mercury in soils and rivers however the

population has no obvious clinical signs of contamination It is believed that selenium an

antioxidant mineral may be a possible contributor to the apparent tolerance because of its

actions in the detoxification of the body from toxic metals Depending on the concentrations

in the body mercury can increase the generation of reactive oxygen species and thus the

intrinsic antioxidant defenses of cells can be damaged resulting in the condition known as

oxidative stress The mercury contamination may also compromise the health of both women

and children since this metal in the form of methylmercury can cross the placental barrier and

concentrate mainly in the fetal brain In addition the presence of genetic polymorphisms can

alter the expression of antioxidant enzymes such as glutathione peroxidase 1 which is

selenium dependent as well as glutathione S-transferase which can be responsible for the

mercury detoxification in the body Several studies have shown mercury levels of riverine

people from Amazon however results regarding selenium concentrations oxidative stress

and polymorphisms in the urban population are area Thus this study aimed to evaluate

selenium status mercury levels and the possible relationship of these with oxidative stress and

genetic polymorphisms Pro198Leu (rs 1050450) in glutathione peroxidase 1 gene and

GSTM1 in the glutathione S-transferase gene in women living in mercury exposure risk area

from the city of Porto Velho (RO) The of the volunteers was assessed using anthropometric

measurements (weight height and waist circumference) and evaluation of food consumption

by the food record Blood samples were collected for selenium analysis glutathione

peroxidase enzymersquos activity oxidative stress and genetic polymorphisms Selenium was

determined by hydride generation quartz tube atomic absorption spectroscopy (HGQT AAS)

For mercury analysis a hair sample of volunteers was collected and its concentration was

determined by atomic absorption spectrometry method with cold vapor (CV AAS) To

evaluate oxidative stress plasma concentrations of malondialdehyde (MDA) and Oxygen

Radical Absorbance Capacity (ORAC) were determined We enrolled 200 volunteers aged

between 19 and 50 The average of selenium intake was 493 plusmn 192 microgday and the

prevalence of inadequate intake was 409 Mean selenium concentration on plasma and

erythrocytes were respectively 498 + 186 microgL and 754 + 299 microgL Glutathione

peroxidase showed mean activity of 451 + 194 Ug Hb and mercury levels of 625 + 766 ng g-

1 Evaluating the presence of the SNP Pro198Leu it was observed that 567 of the were

participants had wild type genotype 368 heterozygous and 68 were homozygous for

leucine For the GSTM1 null deletion polymorphism 425 of the volunteers had a null

genotype ie do not express the enzyme glutathione S-transferase These results indicate that

the majority of participants had selenium deficiency in plasma and erythrocytes Nevertheless

most of them had adequate activity of glutathione peroxidase There was no association

between selenium concentrations and the biomarkers used to assess oxidative stress The

Pro198Leu polymorphism did not interfere in selenium concentrations as well as in the

oxidative stress The evaluation of GSTM1 polymorphism had no association with mercury

levels and oxidative stress

Keywords selenium oxidative stress polymorphisms and mercury

11

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Concentraccedilatildeo de Se (microgg) em castanha-do-brasil da regiatildeo Amazocircnica

22

Quadro 2 Ingestatildeo Dieteacutetica de Referecircncia (DRIs) relativas ao Se em microgdia a

partir de um ano de idade de acordo com o Institute of Medicine (IOM

2006)

23

Quadro 3 Frequecircncia genotiacutepica do polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) no

gene que codifica para GPx 1 encontrada em pesquisas realizadas no

Brasil por pesquisadores do Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo e Minerais da

Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo

(USP)

37

Quadro 4 Distribuiccedilatildeo da frequecircncia do polimorfismo GSTM1(ABAB0) no gene

da GST em diferentes etnias

39

Quadro 5 Classificaccedilatildeo do Iacutendice de Massa Corpoacuterea (IMC) para adultos segundo

WHO (2000)

45

Quadro 6 Intervalos de recomendaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de macronutrientes em

percentual de contribuiccedilatildeo energeacutetica (AMDR) de acordo com IOM

(2006)

46

Quadro 7 Valores de referecircncias adotados para concentraccedilatildeo de Se no plasma e

eritroacutecitos

47

Quadro 8 Resultados das anaacutelises dos materiais de referecircncia utilizados na

determinaccedilatildeo de Hg total

49

12

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas das voluntaacuterias

55

Tabela 2 Classificaccedilatildeo das participantes segundo o IMC

56

Tabela 3 Ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) das participantes (n = 194)

59

Tabela 4 Concentraccedilatildeo de Se (microgL) no plasma e nos eritroacutecitos das participantes

(n=194)

61

Tabela 5 Coeficiente de regressatildeo da ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) como

variaacutevel independente que influenciou a concentraccedilatildeo do mineral no

plasma (microgL) das participantes

64

Tabela 6

Tabela 7

Coeficiente de regressatildeo da ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) como

variaacutevel independente que influenciou a concentraccedilatildeo do mineral nos

eritroacutecitos (microgL) das participantes

Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram

as concentraccedilotildees de Hg (ng g-1

) nos cabelos (variaacutevel dependente) das

participantes

64

71

Tabela 8 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram

a capacidade antioxidante ndash ORAC (mmol eq troloxg de amostra)

(variaacutevel dependente) das participantes

71

Tabela 9 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram

a concentraccedilatildeo plasmaacutetica de MDA (microM) (variaacutevel dependente) das

participantes

72

Tabela 10 Distribuiccedilatildeo do SNP Pro198Leu (rs 1050450) no gene que codifica para

a GPx 1 nas participantes (n=190)

73

Tabela 11 Concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio atividade da enzima

GPx MDA e ORAC de acordo com o genoacutetipo para o polimorfismo

Pro198Leu (rs1050450) no gene que codifica a GPx

76

Tabela 12 Distribuiccedilatildeo do polimorfismo GSTM1 no gene da GST das participantes

(n = 180)

76

Tabela 13 Concentraccedilotildees de Hg de MDA e ORAC de acordo com o genoacutetipo para

o polimorfismo GSTM1 no gene da GST das participantes

77

13

LISTA DE ABREVIATURAS

Se - Selecircnio

Hg - Mercuacuterio

MeHg - Metilmercuacuterio

dimetilHg - Dimetilmercuacuterio

GPx - Glutationa Peroxidase

GST - Glutationa S-Transferase

GR - Glutationa Redutase

GSH - Glutationa Reduzida

SOD - Superoacutexido Dismutase

Hb - Hemoglobina

T3 - Tri-iodotironina

T4 - Tiroxina

SeO32-

- Selenito

SeO42-

- Selenato

Cd - Caacutedmio

Rd - Raacutedio

As - Arsecircnio

Cu - Cobre

Ag - Prata

Pb - Chumbo

Pt - Platina

DRI - Recomendaccedilatildeo de Ingestatildeo de Referecircncia

EAR - Necessidade Meacutedia Estimada

UL - Niacutevel Maacuteximo de Ingestatildeo Toleraacutevel

RDA - Ingestatildeo Dieteacutetica Recomendada

EER - Necessidade Energeacutetica Estimada

AMDR - Acceptable Macronutrient Distribution Range

IOM - Institute of Medicine

ADI - Ingestatildeo Diaacuteria Aceitaacutevel

PTWI - Ingestatildeo Semanal Toleraacutevel Provisoacuteria

DCNT - Doenccedilas Crocircnicas natildeo Transmissiacuteveis

14

WHO - World Health Organization

AP - Amapaacute

PA - Paraacute

RO - Rondocircnia

AM - Amazonas

EDTA - Aacutecido Etilenodiamino Tetraceacutetico

O2 - Oxigecircnio

ERO - Eacutespecies Reativas de Oxigecircnio

ERN - Eacutespecies Reativas de Nitrogecircnio

RSS e SR - Selenosulfidos

SNP - Single Nucleotide Polymorfism

STR - Simple Tandem Repeats

VNTR - Variable Number of Tandem Repeats

PCK - Proteiacutena Quinases

DNA - Aacutecido Desoxirribonucleico

C - Citocina

T - Timina

SDM - Seleno Dimetil ndash Mercuacuterio

MDA - Malondialdeiacutedo

ORAC - Capacidade Antioxidante

8-OHdG - 8 Hidroxidodesoxiguanosina

CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente

Na - Soacutedio

Se-Met - Selenometionina

mv - MassaVolume

PA - Pureza Analiacutetica

LAN - Anaacutelise por Ativaccedilatildeo Neutrocircnica

AOAC - Association of Official Analytical Chemists

NCHS - National Center of Health and Statistics

HGQTAAS - Espectrometria de Absorccedilatildeo Atocircmica por Geraccedilatildeo de Hidretos

Acoplados agrave Cela de Quartzo

CVAAS - Espectrometria de Absorccedilatildeo Atocircmica com Geraccedilatildeo de Vapor Frio

IPEN - Instituto de Pesquisa Energeacutetica Nuclear

IMC -Iacutendice de Massa Corpoacuterea

15

CC - Circunferecircncia da Cintura

LD - Limite de Detecccedilatildeo

LQ - Limite de Quantificaccedilatildeo

PNJ

IAEA

- Parque Nacional do Jauacute

- Agecircncia Internacional de Energia Atocircmica

UNIR - Universidade Federal de Rondocircnia

SEDUC - Secretaria de Educaccedilatildeo

SESAU - Secretaria da Sauacutede

ABESO - Associaccedilatildeo Brasileira para Estudo da Obesidade e da Siacutendrome Metaboacutelica

LANCRPq - Laboratoacuterio de Anaacutelise por Ativaccedilatildeo Neutrocircnica

IPENCNEN - Instituto de Pesquisas Energeacuteticas Nucleares

FCF - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas

USP - Universidade de Satildeo Paulo

16

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 18

2 REVISAtildeO DA LITERATURA 20

21 SELEcircNIO 20

211 Fontes Biodisponibilidade e Recomendaccedilatildeo 21

212 Aspectos Fisioloacutegicos Absorccedilatildeo Biodisponibilidade Armazenamento e Excreccedilatildeo 24

213 Funccedilotildees e Accedilotildees 25

214 Deficiecircncia e Toxicidade 29

22 MERCUacuteRIO30

23 ESTRESSE OXIDATIVO 33

24 POLIMORFISMOS 35

241 Polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) no Gene da GPx 36

242 Polimorfismo GSTM1 no Gene da GST 38

3 OBJETIVOS 41

31 OBJETIVO GERAL 41

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 41

4 METODOLOGIA 42

41 CASUIacuteSTICA E DELINEAMENTO 42

42 COLETA DE DADOS42

43 AVALIACcedilAtildeO ANTROPOMEacuteTRICA 45

44 CONSUMO ALIMENTAR 46

45 DETERMINACcedilAtildeO DA CONCENTRACcedilAtildeO DE SELEcircNIO NO PLASMA E ERITROacuteCITOS 47

46 DETERMINACcedilAtildeO DA ATIVIDADE DA GPx 48

47 PROCESSAMENTO E ANAacuteLISE DE MERCUacuteRIO NOS CABELOS 48

48 DETERMINACcedilAtildeO DA CONCENTRACcedilAtildeO PLASMAacuteTICA DE MALONDIALDEIacuteDO 50

49 DETERMINACcedilAtildeO DA CAPACIDADE DE ABSORCcedilAtildeO DE RADICAIS DE OXIGEcircNIO 51

410 PREPARACcedilAtildeO DAS AMOSTRAS PARA ANAacuteLISE DOS POLIMORFISMOS 52

4101 Determinaccedilatildeo do Polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) 52

4102 Determinaccedilatildeo do Polimorfismo GSTM1 53

411 ANAacuteLISES ESTATIacuteSTICAS 53

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 54

51 CARACTERIZACcedilAtildeO DA POPULACcedilAtildeO 54

52 AVALIACcedilAtildeO ANTROPOMEacuteTRICA 55

53 CONSUMO ALIMENTAR 57

17

54 MARCADORES BIOQUIacuteMICOS DO ESTADO NUTRICIONAL RELATIVO AO SELEcircNIO 60

55 SEEcircNIO E ATIVIDADE DA ENZIMA GPx 1 65

56 SELEcircNIO E CONCENTRACcedilOtildeES DE MERCUacuteRIO 67

57 SELEcircNIO E AVALIACcedilAtildeO DO ESTRESSE OXIDATIVO MDA E ORAC 71

58 POLIMORFISMO PRO198LEU 73

59 POLIMORFISMO GSTM1 76

6 CONCLUSAtildeO 80

7 CRONOGRAMA 81

REFEREcircNCIAS 82

APEcircNDICES 100

ANEXOS 118

18

1 INTRODUCcedilAtildeO

O selecircnio (Se) eacute um mineral traccedilo essencial para a biologia humana e esta

essencialidade foi reconhecida em 1979 apesar deste elemento ter sido descoberto em 1817

Dentre as funccedilotildees atribuiacutedas a este mineral destacam-se a funccedilatildeo antioxidante e proteccedilatildeo

contra accedilatildeo nociva de metais toacutexicos aleacutem de atuar em niacutevel de sistema imunoloacutegico

(NAVARRO-ALARCON e LOacutePEZ-MARTINEZ 2000 REILLY 1996) A funccedilatildeo

antioxidante estaacute relacionada agraves selenoproteiacutenas como a P e agraves glutationas peroxidases (GPx)

que satildeo dependentes de Se (HSIEH et al 2006) As GPx satildeo selenoproteiacutenas encontradas em

todos os tecidos de mamiacuteferos em que haacute processos oxidativos cuja accedilatildeo eacute reduzir a produccedilatildeo

de Espeacutecies Reativas de Oxigecircnio (ERO) contribuindo para a proteccedilatildeo das macromoleacuteculas e

membranas do organismo contra a oxidaccedilatildeo (GONZAGA et al 2005)

O homem obteacutem Se por meio da alimentaccedilatildeo (REILLY 1996 FAacuteVARO et al 2000

GONZAGA 2002 THOMSON 2006) e a quantidade do mineral presente nos alimentos

reflete a concentraccedilatildeo do solo sendo essa distribuiccedilatildeo heterogecircnea ou seja um alimento da

mesma espeacutecie proveniente de aacutereas distintas pode apresentar concentraccedilotildees de Se diferentes

(AMOUROUX et al 2001 MARTENS e COZZOLINO 2012) No Brasil Cozzolino et al

(2007) evidenciaram que feijotildees produzidos no estado de Satildeo Paulo tinham menores

concentraccedilotildees de Se (0016 μg de Seg) quando comparados aos feijotildees do Cearaacute (12 μg de

Seg)

Dessa forma pode-se supor que as regiotildees norte e nordeste apresentam maiores

concentraccedilotildees de Se no solo enquanto as regiotildees centro-oeste e sudeste tendem a apresentar

concentraccedilotildees menores indicando maior risco de desenvolvimento da deficiecircncia do mineral

nas duas uacuteltimas regiotildees (COZZOLINO et al 2007 MARTENS e COZZOLINO 2012) A

regiatildeo norte aleacutem de ser considerada uma das aacutereas com solos mais ricos em Se tambeacutem

apresenta de forma abundante o alimento considerado a melhor fonte do mineral a castanha-

do-brasil (Bertholletia excelsa) (ROCHA et al 2014)

Um estudo realizado por Gonzaga (2002) avaliou o estado nutricional relativo ao Se

em 41 crianccedilas de Macapaacute (AP) e de Beleacutem (PA) de acordo com os resultados as crianccedilas

avaliadas natildeo apresentaram deficiecircncia em Se

Rocha et al (2014) tambeacutem avaliaram crianccedilas da regiatildeo norte em duas localidades

ribeirinhas da cidade de Porto Velho (RO) obtendo um total de 42 participantes As crianccedilas

ribeirinhas de Demarcaccedilatildeo apresentaram concentraccedilotildees plasmaacuteticas de Se abaixo da

19

referecircncia para a faixa etaacuteria enquanto as crianccedilas da segunda localidade Gleba do Rio Preto

apresentaram concentraccedilotildees elevadas constituindo risco de toxicidade

Bortoli (2010) avaliou 55 mulheres de uma comunidade ribeirinha de Manaus (AM)

denominada de Novo Airatildeo e observou que a meacutedia de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio estava

dos valores da normalidade

Com base nesses estudos observa-se que natildeo eacute possiacutevel estabelecer um diagnoacutestico

preciso sobre o status de Se na regiatildeo norte sendo necessaacuterios mais estudos principalmente

com a populaccedilatildeo das cidades

Em contrapartida agrave suposiccedilatildeo que a regiatildeo norte ou amazocircnica pode ter solos ricos em

Se a mesma tambeacutem eacute considerada uma aacuterea de risco de exposiccedilatildeo ao mercuacuterio (Hg) um

metal toacutexico que natildeo exerce funccedilatildeo bioloacutegica Segundo Fadini e Jardim (2001) esta

contaminaccedilatildeo eacute devida aos processos naturais e antroacutepicos

Alguns autores sugerem que a populaccedilatildeo da Amazocircnia apresenta a mais alta exposiccedilatildeo

ao Hg relatada no mundo e isso pode exigir um aumento da quantidade de Se no organismo

na tentativa de compensar tanto o estresse oxidativo quanto os efeitos toacutexicos provocados pelo

metal bem como para manter a atividade ideais de enzimas antioxidantes (FORDYCE 2005

RAYMAN 2008 LEMIRE et al 2010 PASSOS MERGLER 2008)

Diante desse cenaacuterio este projeto avaliou o estado nutricional relativo ao Se

concentraccedilotildees de Hg estresse oxidativo e a presenccedila dos polimorfismos geneacuteticos Pro198Leu

no gene da GPx e GSTM1 no gene da glutationa S-transferase (GST) de mulheres residentes

na cidade de Porto Velho (RO) Vale mencionar que estudos sobre o Se satildeo inexistentes nesta

populaccedilatildeo e a maioria das pesquisas realizadas com o Hg na Amazocircnia avaliou apenas

populaccedilotildees ribeirinhas

20

2 REVISAtildeO DA LITERATURA

21 SELEcircNIO

O Se foi descoberto pelo quiacutemico sueco Jons Jakob Berzelius no ano de 1817 em seus

experimentos sobre a oxidaccedilatildeo do aacutecido sulfuacuterico pesquisando agentes toacutexicos (FOX

FAIRWEATHER 1999) Em 1957 Schwartz e Foltz descobriram a sua importacircncia para a

sauacutede animal quando verificaram que pequenas quantidades de Se apresentavam accedilatildeo

protetora em ratos com necrose hepaacutetica e deficiecircncia em vitamina E (NAVARRO-

ALARCON LOacutePEZ-MARTINEZ 2000) Em 1973 Rotruck isolou a enzima GPx e verificou

a presenccedila de Se em seu siacutetio ativo (BAYOUMY-EL 2001) A essencialidade do Se para os

humanos foi reconhecida em 1979 quando cientistas chineses descobriram uma doenccedila por

deficiecircncia de Se em uma regiatildeo da China chamada Keshan a qual deu origem ao nome desta

doenccedila e quando a suplementaccedilatildeo com Se atuou em caso de distrofia muscular (ESTADOS

UNIDOS - IOMFNB 2001)

No processo de evoluccedilatildeo da terra o Se foi incorporado ao solo oriundo dos magmas e

gases vulcacircnicos e apoacutes o degelo da era glacial esse semi-metal foi espalhado por algumas

aacutereas do globo terrestre de forma heterogecircnea (KOHRLE 1999) Dessa forma as

caracteriacutesticas geoloacutegicas de cada regiatildeo influenciaram as concentraccedilotildees de Se nos solos

existindo locais onde esta concentraccedilatildeo eacute tatildeo elevada que pode causar intoxicaccedilatildeo em animais

que consomem as pastagens cultivadas (REILLY 1996) e em outras eacute tatildeo baixa que pode

causar deficiecircncia (SILVA et al 1993)

Solos com concentraccedilatildeo de Se ao redor de 005 microgg tendem a proporcionar dietas

com concentraccedilotildees menores que 01 microgg causando deficiecircncia do mineral enquanto solos

com mais de 5 microgg do mineral contribuem para a intoxicaccedilatildeo (OLDFIELD 1999) Por isso a

quantidade de Se existente nos alimentos na aacutegua e no ar reflete o teor deste mineral no solo

sendo dependente de fatores geoquiacutemicos como o pH sendo que solos com pH menor que

55 (aacutecido) apresentam baixa biodisponibilidade de Se e solos com pH maior que 75

(alcalino) apresentam Se mais biodisponiacutevel A natureza da rocha originaacuteria tambeacutem interfere

nas quantidades de Se no ambiente sendo aquelas ricas em granito e basalto pobres em Se e

as vulcacircnicas incandescentes calcaacuterias de carvatildeo e de pirita mais ricas no mineral

(BAOYAN ZHANG 2002 REILLY 1996 FOX FAIRWEATHER-TAIT 1999 GONZAGA

MARTENS COZZOLINO 2007 2012) Isso explica porque a quantidade de Se no mesmo tipo

de alimento proveniente de aacutereas diferentes pode ser muito heterogecircnea (AMAROUX et al

21

2001) Estima-se que cerca de 50 a 77 do Se presente na superfiacutecie da terra seja oriundo

dos oceanos que se depositou por via uacutemida ou seca por meio dos gases dimetilselenido e

dimetilselenilsulfido produzidos de forma sazonal por fitoplacircnctons em especial pelas

bacteacuterias Coccolithophorid e por isso as aacutereas mais proacuteximas de oceanos possuem solos com

maior concentraccedilatildeo de Se (AMAROUX et al 2001)

No Brasil Martens e Cozzolino (2002) avaliaram alguns cultivares de feijotildees de cada

regiatildeo do paiacutes e verificaram que a concentraccedilatildeo de Se foi maior nos alimentos cultivados nas

regiotildees Norte e Nordeste sugerindo que os solos destes locais apresentam maiores

concentraccedilatildeo do mineral Os pesquisadores constataram tambeacutem que os solos com elevadas

concentraccedilotildees de Se produziram alimentos mais ricos neste nutriente e consequentemente

um consumo alimentar adequado Por outro lado em estados como Satildeo Paulo e Mato Grosso

foram encontradas menores concentraccedilotildees de Se nos solos e os indiviacuteduos residentes nestes

estados apresentaram maiores inadequaccedilotildees da ingestatildeo alimentar de Se (COZZOLINO

2007)

Na natureza o Se se encontra em 4 quatro estados de oxidaccedilatildeo nos solos aacutecidos como

Se elementar (0) selenido (+2) e selenito (+4) que satildeo menos soluacuteveis e assimilaacuteveis

enquanto em terras alcalinas tecircm mais selenato (+6) mais soluacutevel e assimilaacutevel pelas plantas

e animais (ORTUNtildeO et al 1997 GONZAGA MARTENS COZZOLINO 2012) Nos

alimentos o Se pode ser encontrado sob as formas orgacircnica e inorgacircnica na forma orgacircnica

como selenometionina (alimentos de origem vegetal e animal e em alguns suplementos

alimentares) como selenocisteiacutena principalmente em fontes de origem animal e como

selenometilselenocisteiacutena principal forma encontrada em vegetais (NAVARRO-ALARCON

2008) Na forma inorgacircnica como selenito (SeO32-

) e selenato (SeO42) em suplementos pois

essas formas aparecem em poucas quantidades nos alimentos (RAYMAN 2000)

211 Fontes Biodisponibilidade e Recomendaccedilatildeo

A castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa famiacutelia Lecythidaceae) eacute considerada o

alimento mais rico em Se com concentraccedilotildees que variam de 8 a 126 microgg (GONZAGA

2002 REILLY 1996 THOMSON 2006 GONZAGA MARTENS COZZOLINO 2012)

Diversos estudos com essa amecircndoa foram conduzidos com a finalidade de determinar o seu

teor de Se Souza e Menezes (2004) avaliaram 70kg de castanha-do-Brasil com casca da

safra de 2001 obtidas de lote a granel na Centrais de Abastecimento de Campinas SA

(CEASA) em Satildeo Paulo e observaram concentraccedilatildeo de 204 microgg (correspondente a 204

22

microg100g) de Se Chang et al (1995) analisaram dois lotes de castanha-do-brasil um

proveniente da regiatildeo do AcreRondocircnia e outro da regiatildeo de ManausBeleacutem e as

concentraccedilotildees de Se variaram de 306 a 401 microgg e 360 a 500 microgg respectivamente

Trabalhos realizados pelos pesquisadores do Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo-Minerais da

Universidade de Satildeo Paulo tambeacutem avaliaram as concentraccedilotildees de Se em castanha-do-brasil

oriundas da regiatildeo norte (Quadro 1)

Quadro 1 Concentraccedilatildeo de Se (microgg) em castanha-do-brasil da regiatildeo norte do Brasil

Concentraccedilatildeo de Se (microgg)

COUTINHO (2001) GONZAGA (2002) BEHR (2004) MARTENS e COZZOLINO (2002) ROCHA (2014) STOCLER PINTO (2009) COMINETTI (2010) PIRES (2012)

19 40 17 43

583 58 58 115

Dados natildeo publicados - Meacutedia referente agrave determinaccedilatildeo de Se em dezoito lotes de castanha-do-brasil (safra 2011)

As frutas e as verduras em geral satildeo pobres em Se com exceccedilatildeo dos vegetais que satildeo

considerados acumuladores tais como o alho a mostarda indiana o broacutecolis a couve-de-

bruxelas a couve-flor o repolho a cebola e alguns cogumelos os quais podem fornecer boas

quantidades do mineral Nas regiotildees cujos solos tecircm quantidades significativas de Se o trigo

eacute uma boa fonte do mineral assim como os patildees e cereais (NAVARRO-ALARCON e

LOacutePEZ-MARTINEZ 2008)

A quantidade de proteiacutena presente no alimento deve ser considerada pois os alimentos

proteicos incorporam o Se de forma mais eficiente principalmente aqueles que possuem

maior concentraccedilatildeo de aminoaacutecidos que contenham enxofre como metionina e cisteiacutena

(BURK 1998) Alimentos como carne bovina frango peixe e ovos tambeacutem apresentam

quantidades significativas de Se assim como leite e seus derivados de acordo com a espeacutecie

animal e quantidade de gordura pois tanto o leite de vaca quanto os outros tipos que

apresentam maior quantidade de gordura possuem menores concentraccedilotildees do mineral

(NAVARRO-ALARCON 2008)

As melhores fontes de Se natildeo satildeo necessariamente as de maior biodisponibilidade Os

vegetais por exemplo em geral satildeo pobres no mineral entretanto apresentam uma

biodisponibilidade elevada variando de 85 a 100 Nos pescados que tambeacutem satildeo

23

considerados oacutetimas fontes de Se a biodisponibilidade varia de 20 a 50 Alguns

pesquisadores relacionam esta baixa biodisponibilidade agrave interaccedilatildeo do Se com o metal Hg que

pode estar presente nesses alimentos (ORTUNtildeO 1997 MARTENS et al 2012)

Com a descoberta da doenccedila de Keshan uma cardiomiopatia ocasionada pela

deficiecircncia de Se foi possiacutevel estabelecer recomendaccedilatildeo desse nutriente pois a doenccedila natildeo se

manifestava quando a quantidade consumida era igual ou maior que 191 microgdia em indiviacuteduo

adulto com 60 kg Acreditava-se que essa concentraccedilatildeo seria o menor valor de associaccedilatildeo

com o natildeo aparecimento dos sinais cliacutenicos da deficiecircncia do mineral (SHILS et al1994)

Entretanto atualmente sabe-se que a deficiecircncia de Se ocorre quando a ingestatildeo diaacuteria por

longos periacuteodos eacute menor ou igual a 11 microgdia Outro dado utilizado para determinar a

recomendaccedilatildeo de Se foi realizado atraveacutes da relaccedilatildeo entre a atividade da GPx no plasma e a

ingestatildeo do Se em indiviacuteduos adultos chineses residentes em uma aacuterea com solos

considerados pobres no mineral Os voluntaacuterios foram distribuiacutedos em cinco grupos e

receberam doses graduais de 0 10 30 60 e 90 microgdia de Se por via oral na forma de DL-

selenometionina Apoacutes cinco a oito meses a atividade da GPx respondeu de forma similar

para os trecircs concentraccedilotildees mais altos e esses resultados mostraram que uma ingestatildeo em torno

de 41 microgdia o equivalente a 30 microg da suplementaccedilatildeo mais 11 microg da dieta normal em um

homem de 60 kg eram suficientes para saturar a atividade da GPx (IOM 2001)

Com bases nesses dados foi possiacutevel estabelecer uma recomendaccedilatildeo de Se de acordo

com o Institute of Medicine (2001) A Ingestatildeo Dieteacutetica Recomendada (RDA) de Se para

indiviacuteduos adultos a partir dos 19 anos de idade foi estabelecida em 55 microgdia natildeo devendo

ultrapassar o niacutevel maacuteximo de Ingestatildeo Toleraacutevel (UL) estabelecido de 400 microgdia O Quadro

2 apresenta as Ingestotildees Dieteacuteticas de Referecircncia (DRI) de Se propostas pelo IOM (2006)

para populaccedilatildeo adulta

Quadro 2 Ingestatildeo Dieteacutetica de Referecircncia (DRIs) relativas ao Se em microgdia a partir de 1 ano

de idade de acordo com o Institute of Medicine (IOM 2006)

Idade (anos) EAR

Se microgdia

RDA

Se microgdia

UL

Se microgdia

˃ 14 45 55 400

EAR ndash Necessidade Meacutedia Estimada valor de ingestatildeo diaacuteria de um nutriente suficiente para suprir a

necessidade de metade dos indiviacuteduos saudaacuteveis de um determinado grupo do mesmo gecircnero e estaacutegio de vida

RDA ndash Ingestatildeo Dieteacutetica Recomendada eacute o niacutevel de ingestatildeo dieteacutetica diaacuteria suficiente para atender agraves

necessidades de um determinado nutriente de praticamente todos (97 a 98) os indiviacuteduos saudaacuteveis de um

determinado grupo do mesmo gecircnero e estaacutegio de vida

24

UL ndash Niacutevel Maacuteximo de Ingestatildeo Toleraacutevel eacute o valor mais alto da ingestatildeo diaacuteria continuada de um nutriente que

aparentemente natildeo oferece nenhum efeito adverso agrave sauacutede para todos os indiviacuteduos de um mesmo estaacutegio de

vida ou gecircnero

212 Aspectos Fisioloacutegicos Absorccedilatildeo Biodisponibilidade Armazenamento e Excreccedilatildeo

A absorccedilatildeo do Se acontece no duodeno ceco e coacutelon onde a selenometionina eacute

absorvida por um mecanismo de transporte ativo o selenito por difusatildeo simples o selenato

em conjunto com o sulfato por meio de carreadores mediados por soacutedio e a selenocisteiacutena por

transporte ativo comum aos aminoaacutecidos baacutesicos (histidina lisina e arginina) A

selenometilselenocisteiacutena natildeo eacute incorporada como selenometionina sendo convertida

rapidamente em metilselenol (FAIRWEATHERTAIT et al 2011)

Nos enteroacutecitos o Se eacute reduzido a selenito (H2Se) e em seguida transportado no

sangue ligado a proteiacutenas principalmente a fraccedilotildees de β-lipo proteiacutena de muito baixa

densidade e em menor quantidade em outros tipos de proteiacutenas como a albumina

especialmente quando a selenometionina eacute a principal forma presente nos alimentos

(REILLY 1996 PAPP et al 2007)

A biodisponibilidade do Se pode ser prejudicada por alguns fatores quantidade

ingerida a partir da dieta origem do Se consumido interaccedilatildeo com metais toacutexicos eficiecircncia

da digestatildeo formaccedilatildeo de compostos absorviacuteveis tempo do tracircnsito intestinal estado

nutricional do organismo em relaccedilatildeo ao Se doenccedilas do trato gastrintestinal conversatildeo para

formas biologicamente ativas apoacutes absorccedilatildeo e incorporaccedilatildeo agrave enzima GPx (IOM 2001) Na

determinaccedilatildeo da biodisponibilidade do Se alimentar a etapa limitante eacute a incorporaccedilatildeo da

forma biologicamente ativa selenocisteiacutena agrave GPx ou agraves 5 deiodinases nos tecidos

(HOLBEN SMITH 1999)

A excreccedilatildeo do Se ocorre principalmente pela via urinaacuteria (REILLY 1996 PAPP et

al 2007) e os compostos de Se tanto aqueles que entram no pool de selenito como os

convertidos a metilselenol satildeo metilados por tioacuteis-metiltransferases e geram diferentes formas

metaboacutelicas metiladas do mineral que seratildeo excretadas contribuindo para a homeostase Na

urina predominam as formas monometiladas nos casos de baixas ingestotildees e o

trimetilselenocircnio quando o Se eacute consumido em altas quantidades Quando os iacuteons de

trimetilselenocircnio atingem seu platocirc metaboacutelico ocorre a excreccedilatildeo pulmonar de

dimetilselenocircnio volaacutetil responsaacutevel pelo odor caracteriacutestico de alho na respiraccedilatildeo

(LETAVAYOVAacute et al 2006 PAPP et al 2007)

25

A Figura 1 ilustra o metabolismo do Se em mamiacuteferos onde os metaboacutelitos de Se

provenientes da alimentaccedilatildeo entram na ceacutelula e se juntam ao pool existente gerando selenito

que seraacute utilizado como fonte de Se para a siacutentese da selenocisteiacutena precursora das

selenoproteiacutenas (PAPP et al 2007)

Figura 1 Aspectos fisioloacutegicos do Se em mamiacuteferos

Adaptado de PAPP et al (2007)

(GSH = glutationa TrxRTrx = tioredoxina redutasetioredoxina)

213 Funccedilotildees e Accedilotildees

A propriedade antioxidante do Se estaacute relacionada agraves GPx que satildeo dependentes deste

mineral As GPx agem na proteccedilatildeo celular contra os danos provocados por radicais livres

juntamente com um sistema antioxidante complexo que envolve outras substacircncias

(HOLBEN SMITH 1999)

O Se eacute incorporado na forma de selenocisteiacutena no siacutetio ativo de um grande nuacutemero de

proteiacutenas Acredita-se que cerca de 100 selenoproteiacutenas possam existir no organismo de

mamiacuteferos Atualmente satildeo conhecidas 22 selenoproteiacutenas organizadas em grupos diferentes

Se Alimentar

Selenometionina

Selenito

Selenato

Selenocisteiacutena

(Sec)

Outras formas

ENTEROacuteCITO

Pool Intracelular de Selecircnio

Selenometionina

Selenito Selenato

GSS e SG (selenodiglutationa)

CH3SeH (metilselenol) etc

Incorporaccedilatildeo natildeo especiacutefica de

proteiacutenas ligadoras de selecircnio

Selenoproteiacutenas

Liases

GSH

TrxRTrx

H2Se

(selenido)

Sec

26

em funccedilatildeo da localizaccedilatildeo e das propriedades funcionais da selenocisteiacutena sendo que metade

destas apresenta caracteriacutesticas antioxidantes O grupo das GPx eacute o mais abundante Estas

selenoproteiacutenas satildeo encontradas em todos os tecidos de mamiacuteferos em que haacute processos

oxidativos e podem reduzir a produccedilatildeo de espeacutecies reativas de oxigecircnio contribuindo para a

proteccedilatildeo das macromoleacuteculas e membranas do organismo contra a oxidaccedilatildeo (BROWN et al

2001 TAPIERO et al 2003 GONZAGA et al 2005)

A GPx 1 tambeacutem conhecida como GPx citosoacutelica foi a primeira enzima dependente

de Se a ser identificada em 1953 em eritroacutecitos onde protege a hemoglobina de danos

oxidativos Essa GPx eacute encontrada no citosol das ceacutelulas sendo expressa em todos os tecidos

(BROWN 2001 LEI 2007) e tem como funccedilatildeo reduzir o peroacutexido de hidrogecircnio e

hidroperoacutexidos orgacircnicos livres transformando-os em aacutegua e aacutelcool respectivamente

(GONZAGA et al 2005)

A segunda isoforma GPx 2 ou gastrintestinal eacute encontrada no trato gastrintestinal e

no fiacutegado e age protegendo o organismo contra os hidroperoacutexidos na passagem pelo trato

gastrintestinal (GONZAGA et al 2005) A GPx 3 ou plasmaacutetica eacute sintetizada primeiramente

nas ceacutelulas tubulares renais e sua funccedilatildeo eacute servir de barreira antioxidante para o sangue

filtrado e proteger as ceacutelulas endoteliais do dano oxidativo (DUMONT 2006) A quarta

isoforma GPx 4 ou fosfolipiacutedio hidroperoacutexido tem como funccedilatildeo proteger as membranas das

ceacutelulas contra a accedilatildeo dos hidroperoacutexidos de aacutecidos graxos e tambeacutem reduzir a formaccedilatildeo de

hidroperoacutexidos de colesterol e de eacutester de colesterol nas membranas e nas lipoproteiacutenas de

baixa densidade (LDL) (SAVASKAN et al 2007)

Aleacutem dessas quatro isoformas foram descobertas tambeacutem a GPx 6 no epiteacutelio do

olfato e tecidos embrionaacuterios e outras variantes na qual o resiacuteduo de selenocisteiacutena eacute

substituiacutedo por cisteiacutena incluindo a GPx 5 com expressatildeo restrita no epidiacutedimo e a GPx 7

(PAPP et al 2007) Entretanto ainda natildeo se sabe exatamente qual a accedilatildeo dessas GPx

(HERBETTE et al 2007)

O Se pode interagir com um grande nuacutemero de metais toacutexicos como arsecircnio (As)

caacutedmio (Cd) Hg cobre (Cu) prata (Ag) chumbo (Pb) e platina (Pt) podendo alterar a

toxicidade e prevenir possiacuteveis manifestaccedilotildees toxicoloacutegicas em razatildeo da exposiccedilatildeo aos

mesmos (ORTUNtildeO et al 1997) Uma das hipoacuteteses para explicar essa interaccedilatildeo seria uma

reaccedilatildeo direta desses metais com o Se na forma inorgacircnica formando substacircncias

biologicamente inativas no interior do trato gastrintestinal Este mecanismo de interaccedilatildeo foi

encontrado em estudos com o Cd Pt Pb Ag e Hg Uma segunda hipoacutetese seria a reaccedilatildeo do

Se com grupos tioacuteis de algumas moleacuteculas para formar selenosulfidos (RSSeSR) que

27

possuem forte afinidade por metais (ORTUNtildeO et al 1997 ALARCOacuteN e MARTINEZ

2000)

A interaccedilatildeo entre o Hg e o Se tem sido estudada haacute mais de trecircs deacutecadas e envolve

uma variedade de processos bioquiacutemicos e toxicoacutelogicos ainda desconhecidos (CHEN et al

2006) Estudos conduzidos em animais foram realizados para tentar esclarecer os mecanismos

dessa interaccedilatildeo mesmo assim estes natildeo foram completamente elucidados (GREGUS et al

2001) Pesquisas in vitro sugerem que o efeito protetor do Se em relaccedilatildeo aos efeitos toacutexicos do Hg

seja em razatildeo da formaccedilatildeo de um complexo inerte Hg-Se (11) ligado agrave selenoproteiacutena P (Sepp1) no

sangue (DRASCH et al 2000)

A Figura 2 ilustra um possiacutevel mecanismo de destoxificaccedilatildeo muacutetua de Se e Hg elaborado

por Gailer et al (2000) onde o Se na forma de selenito ao ser incorporado nos eritroacutecitos eacute

reduzido atraveacutes da glutationa e no plasma liga-se agrave albumina proteiacutena responsaacutevel pelo transporte

sanguiacuteneo de Hg Sendo assim o Se natildeo reagiria de forma direta com o Hg livre mas com o Hg

ligado agrave albumina formando o complexo Hg-Se que por sua vez liga-se agrave selenoproteiacutena P e

tambeacutem aos resiacuteduos de histidina e cisteiacutena presentes na proteiacutena

Vale mencionar que a selenoproteiacutena P eacute uma glicoproteiacutena que transporta a maior parte de

Se no plasma dessa forma nos casos em que haacute deficiecircncia em Se a siacutentese de selenoproteiacutena P

pode estar prejudicada assim como a sua concentraccedilatildeo no plasma A existecircncia da selenoproteiacutena P

foi relatada haacute aproximadamente 30 anos poreacutem o progresso na tentativa de esclarecer as suas

funccedilotildees tecircm se destacado nos uacuteltimos anos (BURK HILL 2009)

Figura 2 Esquema de um possiacutevel mecanismo de destoxificaccedilatildeo muacutetua de Se e Hg

Adaptado de Gailer et al (2000)

SeO32-

e Se2-

= selenito Hg2+

= mercuacuterio livre HgSe = complexo Hg Se

HgSe

SeO32-

SeO32- Se2-GSH

Eritroacutecito

Se2-

Hg2+ (albumina)HgSe

Selenoproteiacutena P

HgSeHgSe

HgSe

28

Concentraccedilotildees adequadas de Se tambeacutem estatildeo relacionadas ao funcionamento

adequado do sistema imunoloacutegico Propriedades como quimiotaxia migraccedilatildeo e atividade

fungicida satildeo indicadores claramente dependentes da concentraccedilatildeo de Se nas ceacutelulas

fagocitaacuterias Efeitos reguladores do sistema imunoloacutegico satildeo explicados pela manutenccedilatildeo da

integridade das membranas das ceacutelulas imunocompetentes em condiccedilotildees adequadas de Se

Por isso satildeo atribuiacutedas ao Se funccedilotildees nas ceacutelulas do sistema imunoloacutegico como manutenccedilatildeo

da integridade das ceacutelulas imunocompetentes reduccedilatildeo dos peroacutexidos orgacircnicos e inorgacircnicos

formados por reaccedilotildees originadas dos radicais livres na ceacutelula regulaccedilatildeo do metabolismo dos

hidroperoacutexidos que levam agrave siacutentese de leucotrienos tromboxanos prostaglandinas e

lipoacutexidos e modulaccedilatildeo dos produtos oxidativos na respiraccedilatildeo das ceacutelulas fagocitaacuterias

(ORTUNtildeO et al 1997)

O Se tambeacutem participa na conversatildeo de tiroxina (T4) em tritiodotironina (T3) por

meio das deiodinases tipo I II e III A deficiecircncia em Se no organismo causa um decreacutescimo

de 15 a 20 na conversatildeo de T4 em T3 A enzima 5rsquo-deiodinase tipo 1 (IDI) eacute uma

selenoproteiacutena encontrada principalmente no fiacutegado e rins responsaacutevel pela conversatildeo da

forma inativa do proacute-hormocircnio T4 que eacute secretado pela tireoide agrave forma metabolicamente ativa

triiodotironina (T3) Nos casos de deficiecircncia em Se o T4 estaacute aumentado no plasma enquanto o T3

estaacute diminuiacutedo (KOumlHRLE 2000)

Outras accedilotildees protetoras do Se tecircm sido descritas no contexto das Doenccedilas Crocircnicas

Natildeo Transmissiacuteveis (DCNT) Alguns mecanismos foram propostos para esclarecer a inibiccedilatildeo

do aparecimento do cacircncer pela accedilatildeo do Se como reduccedilatildeo da hipermetilaccedilatildeo do DNA

causada pelo aumento da atividade da DNA metiltransferase regulaccedilatildeo da hipometilaccedilatildeo do

DNA que paradoxalmente ocorre durante a progressatildeo do tumor e proteccedilatildeo antioxidante que

promove equiliacutebrio entre a formaccedilatildeo de radicais livres e o funcionamento celular normal (DAVIS e

UTHUS 2002) Quando esse equiliacutebrio eacute interrompido pelo acuacutemulo de radicais livres a ceacutelula

entra em estresse oxidativo e consequentemente em instabilidade geneacutetica alterando certos

fatores de transcriccedilatildeo ou oxidando o DNA na sua base 8-hidroxidodesoxiguanosina (8-OHdG)

(BAYOUMY-EL 2001)

Estudos epidemioloacutegicos mostram correlaccedilatildeo positiva entre maior ingestatildeo de Se e

menor incidecircncia de cacircncer de tireoide pele mama ovaacuterio proacutestata e trato gastrintestinal

especialmente o coloretal (ORTUNtildeO et al 1997 NAVARRO-ALARCON e LOacutePEZ-

MARTINEZ 2000 DAVIS e UTHUS 2002) O Se tambeacutem pode diminuir o risco de

outras doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis como aterosclerose trombose arteri al e

diabetes melito (NAVARRO-ALARCON e LOacutePEZ-MARTINEZ 2000)

29

214 Deficiecircncia e Toxicidade

A deficiecircncia em Se ocorre quando a ingestatildeo diaacuteria eacute menor ou igual a 11 microgdia

enquanto ingestotildees acima de 400 microgdia podem levar agrave toxicidade (IOMFNB 2001 ZHANG

et al 2002) Os grupos mais vulneraacuteveis agrave deficiecircncia satildeo fumantes idosos gestantes

lactentes crianccedilas de 2 a 10 anos adolescentes do gecircnero feminino indiviacuteduos submetidos agrave

nutriccedilatildeo parenteral total sem suplementaccedilatildeo com Se por um periacuteodo superior a 20 ou 30 dias

enfermos de doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis indiviacuteduos sujeitos a elevado estresse e

doenccedilas debilitantes (AIDS hepatite C hanseniacutease) populaccedilotildees que habitam aacutereas com solos

pobres em Se aleacutem de populaccedilotildees que habitam aacutereas antropogecircnicas ou naturalmente

contaminadas por Hg (ORTUNtildeO et al 1997 BURKE e OPESKIN 2002 MARTENS et al

2012)

A doenccedila de Kesha definida como uma cardiomiopatia que afeta crianccedilas e mulheres

jovens estaacute diretamente relacionada agrave baixa ingestatildeo alimentar de Se a forma aguda eacute

caracterizada por insuficiecircncia suacutebita da funccedilatildeo cardiacuteaca e a fase crocircnica degeneraccedilatildeo dos

muacutesculos (especialmente necrose multifocal e fibrose no miocaacuterdio) cardiomegalia isquemia

do miocaacuterdio eletrocardiograma anormal e edema pulmonar Outra consequecircncia associada agrave

deficiecircncia eacute a doenccedila de Kashin-Beck osteoartrite endecircmica que ocorre durante a preacute-adolescecircncia

ou adolescecircncia podendo resultar em nanismo e deformaccedilatildeo das articulaccedilotildees (HOLBEN e SMITH

1999) Ressalta-se que no Brasil natildeo haacute relatos dessas deficiecircncias graves

Jaacute os sintomas da intoxicaccedilatildeo por Se satildeo distuacuterbios gastrintestinais graves paladar

metaacutelico odor de alho exalado pelas vias respiratoacuterias distuacuterbios neuroloacutegicos siacutendrome do

estresse respiratoacuterio infarto do miocaacuterdio e falecircncia renal (HOLBEN e SMITH 1999) A

toxicidade crocircnica tanto pelas formas orgacircnicas quanto inorgacircnicas apresenta caracteriacutesticas

cliacutenicas semelhantes poreacutem as concentraccedilotildees teciduais do mineral satildeo diferentes (IOM

2000)

De acordo com Yang et al (1983) os tecidos e oacutergatildeos mais afetados pela toxicidade de

Se satildeo as unhas cabelos pele e sistema nervoso As unhas tornam-se quebradiccedilas com

pontos brancos e estrias longitudinais na superfiacutecie seguido de queda da parede da unha

iniciada nos polegares Os cabelos tornam-se sem brilho e quebram-se facilmente na raiz e

aqueles que nascem em geral satildeo despigmentados Esta caracteriacutestica pode ser observada em

outros locais como axilas braccedilos e aacuterea puacutebica As lesotildees de pele ocorrem principalmente em

quatro pontos palma das matildeos e peacutes nuca cotovelos e pernas com aparecircncia inflamada e

eruptiva agraves vezes ulcerada As anormalidades no sistema nervoso soacute ocorrem nos casos de

30

maior gravidade e os sintomas incluem paralisia perifeacuterica formigamentos hiper-reflexatildeo dos

tendotildees espasmos distuacuterbio motor e hemiplegia (YANG et al 1983)

Vaacuterios fatores podem influenciar a gravidade e o tempo de aparecimento dos sinais

cliacutenicos da intoxicaccedilatildeo por Se como idade estado de nutriccedilatildeo e sauacutede do indiviacuteduo e

recidivas de alta ingestatildeo do mineral (IOMFNB 2001) Segundo Zhang et al (2002)

indiviacuteduos que jaacute sofreram intoxicaccedilatildeo por alta ingestatildeo de Se satildeo mais susceptiacuteveis a outra

intoxicaccedilatildeo provocada por menores quantidades do mineral Ingestatildeo de 910 microgdia pode

causar alteraccedilotildees nas unhas (IOMFNB 2001) Registros sobre intoxicaccedilatildeo por Se foram

encontrados em Enshi (China) onde a prevalecircncia da doenccedila ocorreu entre os anos de 1961 e

1964 com uma taxa de mortalidade de 50 da populaccedilatildeo de 248 habitantes (REILLY 1996)

Na Venezuela em um local chamado Vila Bruzual foram registrados casos de intoxicaccedilatildeo

nas crianccedilas em fase escolar sendo esta regiatildeo considerada seleniacutefera (JAFFEacute et al 1972)

22 MERCUacuteRIO

O Hg eacute o uacutenico metal que se apresenta no estado liacutequido em temperatura ambiente e a

0degC (BISINOTI 2005) presente naturalmente na crosta terrestre aacutegua e atmosfera Dentre as

diferentes formas quiacutemicas a espeacutecie de distribuiccedilatildeo mais ampla eacute o Hg na forma de vapor

predominante na atmosfera seguido da forma inorgacircnica dominante em aacuteguas naturais e do

metilmercuacuterio que eacute de extrema importacircncia ambiental em razatildeo de sua elevada toxicidade

principalmente em mamiacuteferos (GALVAtildeO et al 2007)

As primeiras evidecircncias dos efeitos neurotoxicoloacutegicos do Hg em consequecircncia da

ingestatildeo materna de alimentos contaminados foram observadas em crianccedilas na cidade de

Minamata no Japatildeo onde o metilmercuacuterio liberado de uma induacutestria quiacutemica contaminou as

aacuteguas da baiacutea e os peixes consumidos pela populaccedilatildeo Em 1953 a doenccedila de Minamata foi

reconhecida como uma doenccedila neuroloacutegica e chamou atenccedilatildeo do mundo para o problema da

intoxicaccedilatildeo por metais toacutexicos (TAKEUCKI e ETO 1999 FARIAS et al 2006) O Hg entatildeo

passou a ser considerado um dos metais mais perigosos no que diz respeito agrave contaminaccedilatildeo

ambiental e agrave sauacutede humana (FARIAS et al 2006)

Apoacutes a intoxicaccedilatildeo por Hg em Minamata as pesquisas foram direcionadas para os

possiacuteveis efeitos da exposiccedilatildeo crocircnica assim como concentraccedilotildees baixas de metilmercuacuterio

principalmente em crianccedilas em virtude da transferecircncia materna infantil durante a gestaccedilatildeo

uma vez que esse metal ultrapassa facilmente a barreira placentaacuteria e pode causar

31

consequecircncias graves agrave sauacutede do bebecirc que eacute sensiacutevel a menores concentraccedilotildees quando

comparados aos adultos (GALVAtildeO et al 2007)

A exposiccedilatildeo e acumulo do Hg durante o desenvolvimento fetal e amamentaccedilatildeo estatildeo

diretamente relacionados com a carga materna e a transferecircncia desse metal para a placenta e

leite materno (STEUERWALD et al 2000 CEacuteZAR 2002 MARQUES 2002) O alimento

que mais contribui para a contaminaccedilatildeo por Hg eacute o peixe pois as espeacutecies aquaacuteticas absorvem

o Hg na forma de metilmercuacuterio (DOMINGUES 2000) e o grau de exposiccedilatildeo eacute influenciado

por fatores como a frequecircncia da ingestatildeo de pescados a preferecircncia (peixes carniacutevoros

apresentam maiores quantidade de Hg) tamanho e niacutevel troacutefico (PARADIS et al 1997)

O Hg ao entrar na circulaccedilatildeo sanguiacutenea se liga a proteiacutenas e se distribui pelos tecidos

concentrando-se nos rins fiacutegado medula oacutessea ceacuterebro ossos e pulmotildees (SAacute et al 2006)

Os sinais e sintomas da intoxicaccedilatildeo dependem de vaacuterios fatores como gecircnero idade

hormocircnios taxa de hemoglobina e capacidade de induccedilatildeo das metalotioneiacutenas que podem

funcionar como barreiras protetoras do ceacuterebro e cerebelo (EPA 1997) No homem o

sistema nervoso central eacute o principal oacutergatildeo acometido pelo metilmercuacuterio e os sintomas

cliacutenicos incluem parestesia (alteraccedilotildees sensoriais) ataxia (falta de coordenaccedilatildeo nos

movimentos) e disartria (dificuldade na articulaccedilatildeo das palavras) aleacutem de distuacuterbios visuais e

auditivos A ocorrecircncia dos sintomas cliacutenicos tambeacutem eacute dose dependente (IPCS 1990) Aleacutem

de tremor vertigem entorpecimento dor de cabeccedila catildeibra fraqueza depressatildeo dispneia

tosse inflamaccedilotildees gastrintestinais queda de cabelo naacuteusea e vocircmitos (CANELA 1995) O

quadro cliacutenico tiacutepico das crianccedilas geradas sob tais exposiccedilotildees inclui microcefalia (maacute

formaccedilatildeo no crescimento do ceacuterebro) hiper-reflexia (reflexos muito ativos ou responsivos em

excesso) e deficiecircncia visual auditiva mental e motora (IPCS 1990)

A excreccedilatildeo do Hg do corpo humano ocorre por via urinaacuteria ou fecal diferindo de

acordo com a forma dose e tempo apoacutes a exposiccedilatildeo Uma pequena fraccedilatildeo eacute eliminada pela

respiraccedilatildeo mas a excreccedilatildeo fecal eacute a maior e a principal via apoacutes a exposiccedilatildeo ao Hg (FORD et

al 2001)

Segundo Fadini e Jardim (2001) a presenccedila do Hg na regiatildeo Amazocircnica se deve

principalmente agrave extraccedilatildeo de ouro e aos processos naturais e antroacutepicos Aleacutem disso como os

solos da bacia Amazocircnica satildeo antigos apresentam capacidade elevada de reter o Hg e acumulaacute-lo

durante anos (MIRETZKY et al 2005) A poluiccedilatildeo do Hg na Amazocircnia eacute um problema

ambiental grave pois 70 a 170 toneladas deste metal satildeo lanccedilados anualmente no meio

ambiente pela atividade informal de mineraccedilatildeo de ouro e queimadas o que representa uma

fonte primaacuteria de emissatildeo do Hg Como resultado uma grande quantidade do metal sofre

32

metilaccedilatildeo e se acumula nos peixes da cadeia alimentar (MEECH 1997 PINHEIRO et al

2000)

Em relaccedilatildeo agrave genotoxicidade do Hg tecircm-se descrito que este metal pode ser

responsaacutevel por mutaccedilotildees em niacuteveis cromossocircmico e gecircnico sendo a compreensatildeo destes

efeitos de grande importacircncia em razatildeo de suas consequecircncias para a sauacutede humana

(AZEVEDO 2003) O Hg produz depleccedilatildeo dos principais antioxidantes celulares

principalmente os que contecircm grupos tioacutelicos e pode tambeacutem aumentar a geraccedilatildeo das espeacutecies

reativas de oxigecircnio como os radicais hidroxila (HO) os radicais superoacutexido (O2-) ou

peroacutexido de hidrogecircnio (H2O2) aumentando o estresse oxidativo e assim causar alteraccedilotildees

nas funccedilotildees das ceacutelulas (ERCAL et al 2001 PEROTTONI et al 2004)

A Figura 3 apresenta possiacuteveis mecanismos moleculares de genotoxicidade do Hg o

qual entra na ceacutelula atraveacutes da membrana plasmaacutetica ou por meio de transportadores podendo

afetar o DNA de diversas formas Uma delas eacute aumentando a produccedilatildeo de ERRO as quais

podem reagir diretamente com o DNA ou indiretamente ao induzir mudanccedilas

conformacionais nas proteiacutenas responsaacuteveis pela formaccedilatildeo e manutenccedilatildeo do mesmo Tambeacutem

pode reagir de forma direta nos microtuacutebulos evitando a organizaccedilatildeo em fuso dos

cromossomos durante a atividade mitoacutetica Esses danos ao DNA podem ser causados tanto

pelos radicais livres gerados pelo Hg como pelo proacuteprio metal (CRESPO-LOacutePEZ et al

2009)

Figura 3 Mecanismos moleculares de genotoxicidade do Hg

Fonte Adaptado de Crespo-Loacutepez et al (2009)

EROS Espeacutecies Reativas de Oxigecircnio

EROS

D

N

A

M

E

R

C

Uacute

R

I

O

Microtuacutebulos

33

De acordo com os pesquisadores Pinheiro et al (2006) e Harada et al (2001)

concentraccedilotildees de Hg dez vezes menores que os valores de referecircncia estabelecidos pela World

Health Organization (WHO) foram relacionados com a genotoxicidade no sistema nervoso

central apontando para a necessidade de uma revisatildeo dos padrotildees adotados pela WHO

(1990)

Evidencia-se que populaccedilotildees residentes em aacutereas de risco de contaminaccedilatildeo por Hg

podem estar mais susceptiacuteveis a um aumento do estresse oxidativo Entretanto a intensidade

dos danos dependeraacute de fatores como a amplitude da geraccedilatildeo de ERO nos alvos celulares da

atividade dos sistemas de defesa antioxidante e da presenccedila ou da ausecircncia de metais de

transiccedilatildeo (HALLIWELL e CHIRICO 1993) Dependeraacute ainda da ingestatildeo de nutrientes

pois o consumo inadequado de Se estaacute relacionado com uma reduccedilatildeo da atividade da GPx

prejudicando o sistema de defesa antioxidante do organismo (COMINETTI 2011)

23 ESTRESSE OXIDATIVO

O estresse oxidativo eacute caracterizado pelo desequiliacutebrio entre substacircncias antioxidantes

e oxidantes e o efeito das espeacutecies reativas eacute equilibrado pela accedilatildeo antioxidante enzimaacutetica e

natildeo enzimaacutetica do sistema bioloacutegico (VALKO et al 2006)

As espeacutecies reativas de oxigecircnio (ERO) bem como as Espeacutecies Reativas de Nitrogecircnio

(RNS) satildeo moleacuteculas que contecircm oxigecircnio ou nitrogecircnio respectivamente com um ou mais

eleacutetrons desemparelhados o que as torna instaacuteveis e reativas Essas moleacuteculas satildeo produtos do

metabolismo celular normal que exercem um papel duplo no organismo uma vez que podem

atuar de forma beneacutefica ou prejudicial Os efeitos beneacuteficos ocorrem em baixas eou

moderadas concentraccedilotildees e envolvem funccedilotildees fisioloacutegicas como atuaccedilatildeo na defesa do

organismo contra agentes infecciosos e em sistemas de sinalizaccedilatildeo celular aleacutem da induccedilatildeo

de resposta mitogecircnica (RIDNOUR et al 2005 VALKO et al 2006)

Com o objetivo de emparelhar seus eleacutetrons estas substacircncias podem adquirir eleacutetrons

de outras moleacuteculas tornando-as instaacuteveis e convertendo-se em radicais livres Como exemplo

de radicais livres destacam-se o superoacutexido (O2) a hidroxila (OH) o tiol (SH-) o

triclorometil (CCl3) e o oacutexido niacutetrico (NO) Vale ressaltar que caso essas espeacutecies natildeo sejam

removidas ou neutralizadas podem reagir com lipiacutedios proteiacutenas e aacutecidos nucleicos

causando danos nas funccedilotildees celulares (CHAUHAN e CHAUHAN 2006) Dentre os prejuiacutezos

ao metabolismo celular podem ocorrer ruptura das fitas do DNA aumento na concentraccedilatildeo

34

de caacutelcio intracelular livre danos em transportadores de iacuteons ou em outras proteiacutenas

especiacuteficas e peroxidaccedilatildeo de lipiacutedios (HALLIWELL e CHIRICO 1993)

Aleacutem disso os aacutecidos graxos poli insaturados que estatildeo presentes em grande

quantidade nas ceacutelulas satildeo mais susceptiacuteveis agrave oxidaccedilatildeo em razatildeo da presenccedila de grupos

metilecircnicos entre duplas ligaccedilotildees e por isso tornam-se alvos mais provaacuteveis quando

comparados ao DNA (LOUREIRO et al 2002) A peroxidaccedilatildeo lipiacutedica se inicia com o

ataque agrave bicamada lipiacutedica por qualquer espeacutecie reativa capaz de abstrair um aacutetomo de

hidrogecircnio de um aacutecido graxo poli insaturado e apoacutes a iniciaccedilatildeo esse processo eacute cataliacutetico o

que favorece a formaccedilatildeo de hidroperoacutexidos Com a abstraccedilatildeo do aacutetomo de hidrogecircnio do

aacutecido graxo poli insaturado (LH) eacute formado o radical lipiacutedico (Lbull) que eacute rapidamente

adicionado a uma moleacutecula de oxigecircnio levando agrave formaccedilatildeo do radical peroxil (LOObull) sendo

capaz de reagir com outro aacutecido graxo poli insaturado iniciando uma nova cadeia de oxidaccedilatildeo

a partir da formaccedilatildeo de outro radical lipiacutedico (Lbull) (LOUREIRO et al 2002) O radical peroxil

pode ser rearranjado via reaccedilotildees de ciclizaccedilatildeo de endoperoacutexidos e como produto final o

malondialdeiacutedo (MDA) que eacute considerado mutagecircnico em ceacutelulas de mamiacuteferos pois pode

reagir com as bases nitrogenadas guanina adenina e citosina formando adutos que levam a

ligaccedilotildees cruzadas de DNA-DNA ou DNA-proteiacutenas ocasionando aumento do estresse

oxidativo (VALKO et al 2006) Menciona-se tambeacutem as oxidaccedilotildees enzimaacuteticas do aacutecido

araquidocircnico que ocorrem durante a siacutentese de eicosanoacuteides bem como as reaccedilotildees

catalisadas por ciclo oxigenases ou lipoxigenases que satildeo importantes fontes de ERO ou

hidroperoacutexidos lipiacutedicos (LOUREIRO et al 2002)

Por outro lado o organismo dispotildee de mecanismos que tecircm a finalidade de proteccedilatildeo

contra os processos oxidativos Estas defesas antioxidantes satildeo de extrema importacircncia pois

satildeo responsaacuteveis pela remoccedilatildeo direta dos radicais livres promovendo maacutexima proteccedilatildeo aos

siacutetios bioloacutegicos (VALKO et al 2006)

O principal sistema antioxidante eacute o enzimaacutetico que inclui enzimas como a

superoacutexido dismutase (SOD) que converte radicais superoacutexido em peroacutexido de hidrogecircnio a

catalase e a GPx as quais reduzem peroacutexido de hidrogecircnio e hidroperoacutexidos lipiacutedicos

(COMINETTI et al 2011 HAMANASHI et al 2004) A glutationa redutase (GR) tambeacutem

eacute uma enzima que participa desse processo pois eacute responsaacutevel pela regeneraccedilatildeo da glutationa

em sua forma reduzida (GSH) que eacute utilizada como substrato da enzima GPx (PRADA et al

2004) Existem

Quanto ao sistema antioxidante natildeo enzimaacutetico inclui compostos antioxidantes de

origem alimentar que muitas vezes satildeo utilizados como cofatores pelas enzimas antioxidantes

35

(BARBOSA et al 2010) Como exemplo de compostos que atuam por meio da neutralizaccedilatildeo

das ERO produzidas tanto no meio intra quanto extracelular tem-se o tocoferol (vitamina E) o

beta-caroteno (proacute-vitamina A) o Se cofator enzimaacutetico da GPx o cobre o zinco e o aacutecido

ascoacuterbico (BERGER 2005 PRADA et al 2004 PAPP et al 2007) Aleacutem do Se como

exemplo de cofator enzimaacutetico antioxidante destacam-se o zinco e o cobre que participam da

estrutura das enzimas Zn-Cu-SOD (SOD1) e SOD extracelular (SOD3) (FORMIGARI et al

2007 COMINETTI et al 2011) Existem ainda varredores de radicais livres hidrofiacutelicos

como o ascorbato e flavonoacuteides (CASTRO e FREEMAN 2001)

Aleacutem da relaccedilatildeo entre estresse oxidativo e sistema de defesa antioxidante ressalta-se a

importacircncia de se avaliar as caracteriacutesticas geneacuteticas individuais como por exemplo a

presenccedila de polimorfismos geneacuteticos uma vez que estes podem inferir nas concentraccedilotildees de

nutrientes organismo (VIVANCO et al 2006)

24 POLIMORFISMOS GENEacuteTICOS

Por meio do projeto genoma humano foi possiacutevel revelar natildeo somente o

sequenciamento completo dos genes humanos mas tambeacutem as interaccedilotildees entre os genes e o

meio ambiente Diversas mutaccedilotildees foram descobertas apoacutes o sequenciamento e os

polimorfismos satildeo resultantes destas alteraccedilotildees sendo os diferentes modelos decorrentes do

tipo de mutaccedilatildeo que os originou (BROOKES 1999 YAMADA 2010) Os polimorfismos

podem ser de inserccedilotildees de pares de base uacutenica de deleccedilotildees ou substituiccedilotildees de um par de

bases por outro

O tipo mais comum de polimorfismo eacute denominado SNP (Single Nucleotide

Polymorfism) ou polimorfismo de nucleotiacutedeo uacutenico que eacute uma mutaccedilatildeo simples na qual

acontece a troca de um nucleotiacutedeo por outro em determinado ponto do DNA A ocorrecircncia

de SNPs eacute de aproximadamente um em cada mil bases do genoma humano estimando a

ocorrecircncia em milhotildees (BROOKES 1999)

Os polimorfismos que resultam da inserccedilatildeo ou da deleccedilatildeo de nucleotiacutedeos em

fragmentos da moleacutecula de DNA ocorrem em um deacutecimo de frequecircncia dos SNP Os tipos

mais comuns de polimorfismo de inserccedilatildeo eou deleccedilatildeo satildeo os de bases repetidas chamados

de STR (Simple Tandem Repeats) ou microssateacutelites e os de padrotildees de nucleotiacutedeos

repetidos em uma regiatildeo do DNA conhecidos como VNTR (Variable Number of Tandem

Repeats) ou minissateacutelites (SCHORK et al 2000)

36

Aqueles polimorfismos que podem causar alteraccedilotildees nas sequecircncias de aminoaacutecidos

codificados acarretando danos nas funccedilotildees como alteraccedilatildeo nos siacutetios de interaccedilatildeo na

solubilidade e na estabilidade da proteiacutena estatildeo localizados nos eacutexons regiatildeo codificadora do

gene e satildeo chamadas de non-synonymous SNP ndash nsSNP (RAMENSKY et al 2002)

Estudos que envolvem genocircmica nutricional tecircm sido relacionados a importantes

associaccedilotildees entre polimorfismos e consumo de nutrientes permitindo melhor compreensatildeo de

como a nutriccedilatildeo influencia as vias de homeostase metaboacutelica Essa descoberta possibilitou

uma perspectiva na reduccedilatildeo do risco de doenccedilas uma vez que as interaccedilotildees existentes entre os

genes e os nutrientes permitem descrever a modulaccedilatildeo dos efeitos dos componentes

alimentares em um fenoacutetipo especiacutefico associado a um polimorfismo geneacutetico

(STRATIGOPOULOS et al 2008 KAUWELL 2005)

Como exemplo de SNP que pode estar relacionado ao status de Se pode-se destacar o

Pro198Leu no gene da GPx 1 Jaacute como exemplo de um polimorfismo de deleccedilatildeo que pode

interferir nas concentraccedilotildees de Hg no organismo destaca-se o GSTM1 no gene da GST

241 Polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) no Gene da GPx 1

De acordo com Hesketh (2008) polimorfismos na regiatildeo codificadora dos genes de

selenoproteiacutenas podem alterar a incorporaccedilatildeo do Se e influenciar a capacidade antioxidante

No gene humano da GPx 1 que eacute a isoforma intracelular citosoacutelica mais abundante nos

sistemas bioloacutegicos localizado na regiatildeo cromossomica 3p213 foram descobertos vaacuterios

polimorfismos sendo mais de 30 SNP dentre eles o Pro198Leu (rs 1050450) Nesse SNP

ocorre uma substituiccedilatildeo da base nitrogenada citosina por timina (CrarrT) no exoacuten 2 do

nucleotiacutedio 594 do gene resultando na troca do aminoaacutecido prolina por leucina no coacutedon 198

(FOSBERG et al 1999) A troca do aminoaacutecido prolina por leucina pode causar

consequecircncias na atividade da enzima GPx 1 pois a prolina eacute o uacutenico aminoaacutecido sem grupo

amino livre no carbono alfa ocasionando uma torccedilatildeo na estrutura secundaacuteria dos peptiacutedeos

(FOSBERG et al 2000 JABLONSKA et al 2009 ARSOVA-SARAFINOVSKA et al

2009)

Segundo Suzen et al (2010) que avaliaram a frequecircncia dos alelos e genoacutetipos de

diversas populaccedilotildees do mundo o maior percentual geralmente eacute de indiviacuteduos com genoacutetipos

selvagens (ProPro) seguidos por heterozigotos para o polimorfismo ou seja com um alelo

variante (ProLeu) e depois por indiviacuteduos homozigotos (LeuLeu)

37

No Brasil em relaccedilatildeo agrave frequecircncia desse polimorfismo aleacutem desse estudo

pesquisadores do Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo - Minerais da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas

da Universidade de Satildeo Paulo determinaram por meio de vaacuterios estudos a frequecircncia

genotiacutepica do Pro198Leu em vaacuterias populaccedilotildees de cidades do Brasil e os resultados estatildeo

ilustrados no Quadro 3 a seguir

Quadro 3 Frequecircncia genotiacutepica em relaccedilatildeo ao polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) no

gene que codifica GPx1 encontrada em pesquisas realizadas no Brasil no Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo e Minerais da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo

(USP)

Estado Nuacutemero de

participantes

ProPro

()

ProLeu

()

LeuLeu

()

SANTOS (2013) Cearaacute 176 55 38 7

ROCHA (2015) Rondocircnia 190 56 37 7

NISHIMURA

(2010) Satildeo Paulo

175 (Caso)

203 (Controle)

50

51

43

43

7

6

DONADIO

(2011) Satildeo Paulo 124 49 48 3

COMINETTI et

al (2011) Satildeo Paulo 37 49 38 13

CARDOSO et

al (2012) Satildeo Paulo

28 (Caso)

29 (Controle)

75

72

14

14

11

14

Uma das principais descobertas dos estudos sobre o polimorfismo Pro198Leu estaacute

relacionada agrave presenccedila do alelo Leu pois algumas pesquisas verificaram que esse genoacutetipo

pode diminuir a atividade da GPx 1 e aleacutem disso estudos associaram a concentraccedilatildeo

eritrocitaacuteria de Se com a sua atividade indicando que o genoacutetipo LeuLeu pode influenciar

tambeacutem o estado nutricional dos indiviacuteduos relativo ao Se (JABLONSKA et al 2009)

Em indiviacuteduos natildeo doentes Forsberg et al (2000) e Jablonska et al (2009) natildeo

observaram associaccedilotildees entre a atividade da enzima GPx 1 e o genoacutetipo Poreacutem na pesquisa

de Jablonska et al (2009) foi obtida uma associaccedilatildeo significativamente diferente entre cada

grupo de genoacutetipo avaliado em relaccedilatildeo agrave atividade da GPx 1 e a concentraccedilatildeo de Se Dessa

forma os pesquisadores presumiram que a resposta agrave ingestatildeo ou agrave suplementaccedilatildeo de Se

assim como a atividade da enzima pode estar relacionadas aos genoacutetipo do indiviacuteduo Aleacutem

disso os autores sugeriram que carreavam indiviacuteduos que possuiacuteam ao menos um alelo Pro

teriam maior atividade da enzima quando comparados agravequeles com ambos alelos Leu

38

Ravn-Haren et al (2006) observaram em mulheres com cacircncer de mama que a

atividade da GPx 1 foi significativamente menor nas participantes com a presenccedila do genoacutetipo

Leu em comparaccedilatildeo agravequelas com genoacutetipo Pro Isso foi observado tanto nas mulheres doentes

quanto naquelas do grupo controle Aleacutem de alguns tipos de cacircncer como o de bexiga

colorretal de pulmatildeo e de mama outras doenccedilas satildeo relacionadas com o polimorfismo

Pro198Leu tais como siacutendrome metaboacutelica (KUZUYA et al 2008) e concentraccedilotildees elevados

de triacilgliceroacuteis em pacientes com diabetes melito tipo 2 (CHEN et al 2012)

242 Polimorfismo GSTM1 no Gene da GST

A GST eacute uma famiacutelia de enzimas intracelulares localizadas no citosol que modulam a

accedilatildeo de toxinas endoacutegenas e exoacutegenas sobre as ceacutelulas evitando danos ao DNA

(MANNERVIK et al 1985 MORAIS et al 2008 CASTRO e LIMA 2013) Este grupo de

enzimas tem sido amplamente estudado pois estatildeo envolvidas no metabolismo de muitos

carcinoacutegenos poluentes ambientais e drogas anticanceriacutegenas Dessa forma supotildee-se que a

inexistecircncia de enzimas especiacuteficas ou deleccedilotildees homozigoacuteticas possam ocasionar ao

organismo maior susceptibilidade a desenvolver neoplasias como cacircncer de bexiga coacutelon

pulmatildeo pele estocircmago e mama aleacutem de diabetes e asma (ZHENG etal 2002 CHARRIER

et al 1999 PARK et al 2003 ANTON et al 2010 CASTRO e LIMA 2013)

Existem cinco classes de genes da GST (alfa mu pi theta e zeta) Nos genes da classe

mu tecircm-se o GSTM1 GSTM2 GSTM3 GSTM4 e GSTM5 na regiatildeo cromossocircmica 1p133 O

polimorfismo no locus M1 eacute o mais estudado e apresenta trecircs alelos dois considerados ativos

GSTM1A e GSTM1B e o terceiro alelo nulo ou deletado (GSTM10) O que difere o

GSTM1A do GSTM1B apesar de serem proteiacutenas funcionalmente idecircnticas eacute que o

GSTM1A contecircm a proteiacutena lisina na posiccedilatildeo 172 e o GSTM1B contecircm a asparagina nessa

mesma posiccedilatildeo (DEJONG et al 1988 WIDERSTEN et al 1991)

Dessa forma o polimorfismo GSTM10 no gene da GST eacute classificado como

polimorfismo de deleccedilatildeo ou seja indiviacuteduos homozigotos que carreiam o genoacutetipo

GSTM10 apresentam deleccedilatildeo do gene inteiro e natildeo expressam a proteiacutena GST (KLATAU-

GUIMARAtildeES et al 2005 JAIN et al 2006 MANNERVICK et al 2005)

Klatau-Guimaratildees et al (2005) avaliaram a suscetibilidade agrave contaminaccedilatildeo por Hg e a

relaccedilatildeo com o polimorfismo da enzima GST atraveacutes de biomarcadores moleculares em

algumas tribos indiacutegenas da Amazocircnia Apoacutes a obtenccedilatildeo dos resultados observou-se que

fatores geneacuteticos podem influenciar o acuacutemulo de Hg no organismo pois os indiviacuteduos que

39

carreavam o genoacutetipo GSTM10 (deletado) apresentaram concentraccedilotildees maiores deste metal

nos cabelos quando comparados aos indiviacuteduos com genoacutetipo GSTM1 Com a ausecircncia desta

enzima o organismo pode natildeo estar apto a destoxificar o Hg de forma adequada uma vez que

esta eacute uma das funccedilotildees atribuiacutedas agrave GST Sendo assim esses indiviacuteduos podem apresentar

maiores concentraccedilotildees ou retenccedilatildeo de Hg no organismo

Naganuma et al (1990) e Choi et al (1996) afirmam que a deficiecircncia de GST estaacute

associada com a sensibilidade ao cloreto de Hg e ao metilmercuacuterio Entretanto ainda existem

inconsistecircncias na relaccedilatildeo entre o polimorfismo GSTM1 e a concentraccedilatildeo de Hg no

organismo (GUNDACKER et al 2007) De acordo com Hatagima et al (2000) a frequecircncia

do polimorfismo no gene da classe mu estaacute ausente ou deletado (GSTM10) de forma

homozigoacutetica em torno de 40 a 50 em diferentes populaccedilotildees eacutetnicas conforme ilustrado no

Quadro 4 que mostra a frequecircncia deste alelo assim como do GSTM1A GSTM1B

GSTM1AB inclusive na populaccedilatildeo brasileira

Quadro 4 Distribuiccedilatildeo da frequecircncia do polimorfismo GSTM1(ABAB0) no gene da GST em

diferentes etnias

Etnias GSTM1

A B AB 0

Brasileiros (Rio de Janeiro) 197 (30) 105 (16) 51 (8) 305 (46)

Brasileiros (Distrito Federal) 43 (24) 33 (184) 16 (9) 87 (486)

Brasileiros (Satildeo Paulo) 21 (29) 10 (14) 7 (9) 35 (48)

Nigerianos 49 (71) 4 (6) 1 (13) 15 (217)

Japoneses 13 (8) 68 (41) 5 (3) 80 (482)

Chineses 10 (10) 28 (30) 2 (2) 56 (583)

Indiacutegenas 15 (35) 7 (16) 6 (14) 15 (35)

Franceses 24 (43) 5 (9) 3 (5) 24 (43)

Ingleses 158 (28) 74 (135) 23 (4) 306 (545)

Fonte Hatagima et al (2000)

Considerando a importacircncia do polimorfismo GSTM10 no gene da GST e o fato da

populaccedilatildeo deste estudo residir em aacuterea de risco de contaminaccedilatildeo por Hg a anaacutelise de tais

40

dados torna-se necessaacuteria uma vez que o genoacutetipo nulo ou deletado pode influenciar as

concentraccedilotildees do metal no organismo

41

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Avaliar o estado nutricional relativo ao Se concentraccedilotildees de Hg e suas relaccedilotildees com o

estresse oxidativo e os polimorfismos Pro198Leu no gene da GPx 1 e GSTM1 no gene da

GST em mulheres residentes em aacuterea de risco de contaminaccedilatildeo por Hg

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Avaliar o estado nutricional das voluntaacuterias em relaccedilatildeo agrave antropometria

Analisar a ingestatildeo alimentar de energia macronutrientes e Se

Determinar as concentraccedilotildees plasmaacuteticas e eritrocitaacuterias de Se e a atividade

eritrocitaacuteria total da enzima GPx

Avaliar as concentraccedilotildees de Hg nos cabelos

Associar a presenccedila dos polimorfismos Pro198leu e GSTM1 com os biomarcadores do

estado nutricional relativo ao Se e Hg respectivamente bem como com as

concentraccedilotildees de MDA e ORAC

42

4 METODOLOGIA

41 CASUIacuteSTICA E DELINEAMENTO

O estudo foi do tipo transversal descritivo com abordagem quantitativa e qualitativa

dos dados Participaram da pesquisa mulheres entre 19 e 50 anos residentes da cidade de

Porto Velho Rondocircnia (RO) Para o caacutelculo do tamanho da amostra considerou-se a

prevalecircncia do alelo variante Pro198Leu de 32 Fixou-se o niacutevel de significacircncia de 5 (

= 005) e um erro amostral de 65 Esses valores aplicados na equaccedilatildeo abaixo indicada para

populaccedilotildees infinitas proporcionou uma amostra de tamanho n igual a 200 mulheres

O projeto foi aprovado pelo comitecirc de eacutetica da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas

da Universidade de Satildeo Paulo (FCFUSP) parecer 119 e protocolo 574 (ANEXO 1) Na

Figura 4 abaixo estaacute representado o mapa do Brasil com destaque para o estado de Rondocircnia

e a cidade de Porto Velho onde a pesquisa foi realizada

Figura 4 Representaccedilatildeo do mapa do Brasil do estado de Rondocircnia e da cidade de Porto

Velho (RO)

Adaptado de Campos et al (2002)

43

Para ampla divulgaccedilatildeo da pesquisa cartazes com informaccedilotildees a respeito do estudo

foram espalhados pela cidade de Porto Velho em pontos de ocircnibus na secretaria de educaccedilatildeo

(SEDUC) na secretaria de sauacutede (SESAU) em academias de ginaacutestica em faculdades

particulares e tambeacutem na Universidade Federal de Rondocircnia (UNIR) (APEcircNDICE 1) Apoacutes

as procuras e declaraccedilotildees de interesse em participar da pesquisa as voluntaacuterias que se

adequavam ao perfil do estudo assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(APEcircNDICE 2) e em seguida responderam um questionaacuterio com informaccedilotildees

socioeconocircmicas presenccedila de doenccedilas e estilo de vida (APEcircNDICE 3) Natildeo foram incluiacutedas

no estudo mulheres com idade inferior a 19 ou superior a 50 anos fumantes com doenccedilas

crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e infecciosas (auto-relatadas) poacutes-menopausa que realizavam

atividade fiacutesica de forma intensa que utilizavam suplementos vitamiacutenicos eou minerais e que

residiam em local diferente do estabelecido

42 COLETA DE DADOS

A coleta dos dados (consumo alimentar antropometria material bioloacutegico) foi

realizada no laboratoacuterio Alphaclin (Porto Velho ndash RO) entre os meses de fevereiro a maio de

2011 entretanto todas as anaacutelises em material bioloacutegico foram realizadas em Laboratoacuterios da

Universidade de Satildeo Paulo (USP)

Para avaliar o consumo alimentar todas as participantes foram instruiacutedas pela

responsaacutevel da pesquisa a preencher um formulaacuterio de registro alimentar de 24 horas

(APEcircNDICE 4) que continha instruccedilotildees de preenchimento e fotos ilustrativas de medidas

caseiras de alguns alimentos com a finalidade de facilitar a obtenccedilatildeo dos dados de consumo

bem como para o melhor entendimento das voluntaacuterias reduzindo dessa forma as duacutevidas e

os erros de preenchimento Aleacutem do registro de 24 horas as voluntaacuterias responderam um

formulaacuterio a respeito do consumo de peixes da regiatildeo que poderiam estar relacionados com o

risco de contaminaccedilatildeo de Hg (ANEXO 2)

Os dados antropomeacutetricos (peso estatura e circunferecircncia da cintura) foram obtidos

apoacutes a entrega dos formulaacuterios de registros alimentares Em seguida para determinar as

concentraccedilotildees de Hg total cortou-se uma pequena quantidade de cabelo das voluntaacuterias

(aproximadamente 1g de amostra) da parte posterior da cabeccedila proacuteximo agrave regiatildeo occipital

(nuca) com auxiacutelio de uma tesoura de accedilo inoxidaacutevel que foi higienizada com acetona a cada

corte

44

Com a finalidade de avaliar o estado nutricional das participantes em relaccedilatildeo ao Se

atividade da enzima GPx estresse oxidativo e determinaccedilatildeo dos polimorfismos foram

coletados 20 mL de sangue por punccedilatildeo venosa Esse procedimento foi realizado no periacuteodo da

manhatilde por um profissional de enfermagem capacitado estando as voluntaacuterias em jejum de 10

a 12 horas

A coleta foi realizada com seringas plaacutesticas descartaacuteveis e agulhas de accedilo inoxidaacutevel

esteacutereis e descartaacuteveis Todos os materiais bioloacutegicos foram distribuiacutedos em tubos de vidro

contendo anticoagulante EDTA (aacutecido etilenodiamino tetraceacutetico) sendo que uma pequena

quantidade (sangue total) de todas as amostras foi armazenada em microtubos esteacutereis e

autoclavados para anaacutelise dos polimorfismos

O plasma foi separado do sangue total por centrifugaccedilatildeo a 3000 rpm durante 15

minutos a 4ordmC sendo extraiacutedo com pipeta automaacutetica e acondicionado em microtubos

previamente desmineralizados para determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo plasmaacutetica de Se

malondialdeiacutedo (MDA) e da capacidade de absorccedilatildeo de radicais livres de oxigecircnio (ORAC)

Em seguida o resiacuteduo contendo os eritroacutecitos foi lavado trecircs vezes com 5 mL de soluccedilatildeo

fisioloacutegica de cloreto de soacutedio a 09 homogeneizado lentamente por inversatildeo e centrifugado

a 10000 rpm por 10 minutos a 4ordmC sendo o sobrenadante descartado e dessa forma obtendo-

se a massa eritrocitaacuteria que foi extraiacuteda cuidadosamente com micropipeta e armazenada em

tubos de polipropileno desmineralizados para determinaccedilatildeo do Se eritrocitaacuterio e da atividade

da enzima GPx

Todas as amostras foram acondicionadas em gelo seco e transportadas em um

recipiente teacutermico por via aeacuterea de Porto Velho para Satildeo Paulo onde as amostras foram

armazenadas em freezer -80ordmC ateacute o momento das anaacutelises no laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo -

Minerais da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo (FCFUSP)

Quanto agraves amostras de cabelo coletadas estas foram armazenadas em envelopes de papel e

acondicionados em temperatura ambiente ateacute o momento das anaacutelises no Laboratoacuterio de

Anaacutelise por Ativaccedilatildeo Neutrocircnica - LANCRPq ndash Instituto de Pesquisas Energeacuteticas Nucleares

(IPENCNEN) ndash SP

Todos os materiais utilizados (vidrarias plaacutesticos ponteiras etc) foram

desmineralizados em banho de aacutecido niacutetrico a 20 por no miacutenimo 12 horas e enxaguados

pelo menos 10 vezes consecutivas com aacutegua ultra pura Milli-Q (resistividade de 182 MΩcm

a 25ordmC) para evitar a contaminaccedilatildeo por minerais Os reagentes utilizados nas anaacutelises tinham

um grau de pureza analiacutetica (PA) e a aacutegua ultrapura Milli-Q foi utilizada no preparo das

soluccedilotildees e diluiccedilatildeo das amostras

45

43 AVALIACcedilAtildeO ANTROPOMEacuteTRICA

Para avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica foram aferidos o peso a estatura e a circunferecircncia da

cintura (CC) Todas as afericcedilotildees foram realizadas por nutricionista segundo teacutecnicas

preconizadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2004)

O peso foi mensurado em balanccedila antropomeacutetrica da marca Filizolareg

modelo

ldquoWelmyrdquo com capacidade de 150 kg e graduaccedilatildeo de 100 g A estatura foi aferida em

estadiocircmetro com reacutegua antropomeacutetrica de ateacute 2 m e divisatildeo de 05 cm acoplado agrave balanccedila A

adequaccedilatildeo do peso das participantes foi avaliado pelo indicador Iacutendice de Massa Corporal ndash

IMC (Kgm2) calculado pela razatildeo do peso corporal em quilos pelo quadrado da altura em

metros Em seguida utilizou-se a classificaccedilatildeo da World Health Organization (WHO 2000)

de acordo com o Quadro 5 a seguir como um dos criteacuterios para classificar o IMC das

participantes

Quadro 5 Classificaccedilatildeo do Iacutendice de Massa Corpoacuterea (IMC) para adultos

Classificaccedilatildeo IMC (kgm2) Risco de Comorbidades

Baixo Peso

˂ 185

Baixo

Peso Normal ou

Eutrofia 185 - 249

Meacutedio

Sobrepeso

ge 25 ndash 299

Aumentado

Obesidade I 300 - 349 Moderado

Obesidade II 350 ndash 399 Grave

Obesidade III ˃ 40 Muito Grave

Fonte (WHO 2000)

A circunferecircncia da cintura (CC) foi aferida com uma trena antropomeacutetrica inelaacutestica e

flexiacutevel com 2 m de comprimento da marca Sannyreg

Para classificaccedilatildeo utilizou-se tambeacutem a

referecircncia da World Health Organization (WHO 2000) citada pela Associaccedilatildeo Brasileira

para o Estudo da Obesidade e da Siacutendrome Metaboacutelica (ABESO 20092010) a qual

estabelece como ponto de corte para risco cardiovascular aumentado a medida da

circunferecircncia igual ou superior a 80 cm em mulheres caucasianas

46

44 CONSUMO ALIMENTAR

O consumo alimentar foi avaliado por meio do registro alimentar de 24 horas aplicado

durante trecircs dias sendo dois dias da semana e um dia no final de semana A ingestatildeo

alimentar das participantes foi calculada com auxiacutelio do software NUTWIN (Departamento de

Informaacutetica da Escola Paulista de Medicina - UNIFESP) Considerando que as tabelas de

composiccedilatildeo de alimentos disponiacuteveis em alguns softwares natildeo dispotildeem de dados completos

acerca do teor de Se nos alimentos estes dados foram incluiacutedos manualmente baseados em

anaacutelises realizadas no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo e Minerais da USP

Como houve correlaccedilatildeo significativa entre os valores de energia e de Se os

macronutrientes e o mineral foram ajustados pela energia e correccedilatildeo da variabilidade

intrapessoal e interpessoal (WILLET et al 1997 WILLET et al 1998 SLATER et al

2004)

A avaliaccedilatildeo da ingestatildeo alimentar dos macronutrientes foi realizada de acordo com a

contribuiccedilatildeo energeacutetica em percentual da ingestatildeo caloacuterica total utilizando o Acceptable

Macronutrient Distribution Ranges (AMDR) do Institute of Medicine (IOM 2006) conforme

Quadro 6 As participantes foram classificadas em trecircs categorias sendo elas abaixo da

recomendaccedilatildeo dentro do intervalo de recomendaccedilatildeo e acima da recomendaccedilatildeo

Quadro 6 Intervalos de recomendaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de macronutrientes em percentual de

contribuiccedilatildeo energeacutetica (AMDR) de acordo com IOM (2006)

Macronutrientes AMDR (Adultos ˃18 anos)

Carboidratos 45 ndash 65

Proteiacutenas 10 ndash 35

Lipiacutedios 20 ndash 35

Fonte IOM 2006 AMDR Acceptable Macronutrient Distribution Ranges

Em relaccedilatildeo agrave prevalecircncia de ingestatildeo inadequada de Se esta foi calculada utilizando a

foacutermula proposta por Beaton (1994)

Z = (EAR ndash meacutedia) desvio padratildeo

Os valores da Necessidade Meacutedia Estimada (EAR) utilizados para avaliar a adequaccedilatildeo

da ingestatildeo de Se tambeacutem foram estabelecidos pelo IOM 2006

47

45 DETERMINACcedilAtildeO DA CONCENTRACcedilAtildeO DE SELEcircNIO NO PLASMA E

ERITROacuteCITOS

Com a finalidade de determinar as concentraccedilotildees de Se no plasma e nos eritroacutecitos as

amostras foram pesadas em triplicata (300microL) em tubos de micro kjehdal em seguida foram

adicionados 5 mL de aacutecido niacutetrico 65 (Merck

) e os tubos foram acondicionados em bloco

digestor O material foi digerido por via uacutemida aacutecida a uma temperatura maacutexima de 1500

C

Apoacutes este procedimento o Se contido nas amostras foi reduzido da forma VI para a forma IV

com adiccedilatildeo de aacutecido cloriacutedrico (HCl) 12 N durante duas horas a temperatura de 1000

C As

soluccedilotildees finais foram diluiacutedas para um volume de 25 mL e realizou-se a leitura por

espectrometria de absorccedilatildeo atocircmica com geraccedilatildeo de hidretos acoplados agrave cela de quartzo

(HGQTAAS) (HITACHI

modelo Z-5000) A curva de calibraccedilatildeo foi preparada utilizando os

respectivos pontos 00 microgL 01 microgL 03 microgL 05 microgL 10 microgL 30 microgL e 50 microgL O

limite de detecccedilatildeo (LD) foi de 00016 microgL e adotou-se um limite de confianccedila de 95 O

desvio padratildeo adotado para cada amostra ˂ que 5 e os resultados foram expressos em microgL

O controle de qualidade externo foi realizado utilizando o material de referecircncia

certificado (SERONORM SEROreg) que tambeacutem foi submetido aos mesmos procedimentos

realizados com as amostras O estado nutricional em relaccedilatildeo ao Se das participantes foi

classificado de acordo com os paracircmetros descritos no Quadro 7

Quadro 7 Valores de referecircncias adotados para concentraccedilatildeo de Se no plasma e eritroacutecitos

Se Valores de Normalidade

(microgL)

Plasmaacutetico

60 ndash 120

Eritrocitaacuterio 90 - 190

Fonte VAN DAEL DEELSTRA (1993) ORTUNtildeO (1997)

As participantes que apresentaram concentraccedilotildees plasmaacuteticas abaixo de 60 microgL foram

consideradas deficientes enquanto aquelas com concentraccedilotildees acima de 120 microgL em risco

de toxicidade Em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees nos eritroacutecitos foram consideradas deficientes

aquelas abaixo de 90 microgL e em risco de toxicidade acima de 190 microgL

Aleacutem dos valores de referecircncia descritos na Tabela 9 adotaram-se ainda os

paracircmetros propostos por Thomson (2004) que estabelece a concentraccedilatildeo miacutenima de Se

48

plasmaacutetico para o natildeo surgimento da doenccedila de Keshan como 21 microgL o valor aceitaacutevel para

otimizaccedilatildeo da atividade das enzimas deiodinases como ˃ 65 microgL o intervalo de 80 a 95 microgL

para maximizaccedilatildeo da atividade da GPx e selenoproteiacutena P e o valor superior a 115 microgL para

proteccedilatildeo contra alguns tipos de cacircncer

46 DETERMINACcedilAtildeO DA ATIVIDADE DA GPx

A atividade da enzima GPx foi determinada nos eritroacutecitos com o auxiacutelio de kit

comercial (Ransel 505-RANDOX Laboratories CrumlinUK) adaptado para o uso no

analisador bioquiacutemico automaacutetico (LiasysregMAS Rome Italy) Este meacutetodo se baseia na

reaccedilatildeo em que a enzima GPx catalisa a oxidaccedilatildeo da GR por um hidroperoacutexido Na presenccedila

de GPx e NADPH a GSH eacute convertida agrave forma reduzida com a oxidaccedilatildeo concomitante do

NADPH em NADH+ A diminuiccedilatildeo na absorbacircncia a 340 ηm eacute entatildeo determinada

(PAGLIA e VALENTINE 1967) A faixa de normalidade proposta pelo kit comercial

utilizado eacute de 275 - 736 UgHb A concentraccedilatildeo da hemoglobina (Hb) tambeacutem foi

determinada uma vez que a atividade da enzima foi expressa em UgHb

47 PROCESSAMENTO E ANAacuteLISE DE MERCUacuteRIO NOS CABELOS

Na primeira etapa do processamento para determinaccedilatildeo do Hg total os cabelos foram

picotados em pedaccedilos de aproximadamente 05 mm de comprimento com tesoura de accedilo inox

higienizada com acetona a cada troca de amostra Depois disso transferiram-se os cabelos

para um beacutequer limpo onde foram submersos em acetona e em seguida enxaguados trecircs

vezes com aacutegua Milli Q e mais uma vez com acetona conforme procedimento recomendado

pela Agecircncia Internacional de Energia Atocircmica (IAEA) (FARIAS 2006) As amostras foram

secas em temperatura ambiente e o armazenamento foi realizado em envelopes de papel

devidamente identificados

Para anaacutelise das amostras e materiais de referecircncia foram pesados cerca de 01 a 015

g de amostra diretamente em um frasco de teflon fechado da marca Savillexreg com capacidade

de 182 mL Apoacutes a pesagem foram adicionados 4 mL de aacutecido niacutetrico (HNO3) e 2 mL de

aacutecido sulfuacuterico (H2SO4) ambos concentrados e da marca Merckreg que foram mantidos assim

durante a noite No dia seguinte para digestatildeo das amostras em sistema fechado os frascos

foram colocados em bloco digestor na temperatura de 90ordm durante 3 h Depois da digestatildeo os

49

frascos foram colocados em banho de gelo ateacute o completo resfriamento e em seguida foram

adicionados 250 microL de soluccedilatildeo de dicromato de potaacutessio (K2Cr2O7) a 10 (mv) para a

estabilizaccedilatildeo do Hg

A determinaccedilatildeo de Hg total nos cabelos foi realizada pelo meacutetodo de espectrometria

de absorccedilatildeo atocircmica com geraccedilatildeo de vapor frio (CV AAS) em equipamento FIMS-100

(Perkin Elmerreg

) A validaccedilatildeo da metodologia em relaccedilatildeo agrave precisatildeo e exatidatildeo foi realizada

por meio da anaacutelise em triplicata dos materiais de referecircncia (Human Hair- IAEA 086 GBW

09101 - Human Hair e BCR CRM 397 - Human Hair) com valor certificado de concentraccedilatildeo

para Hg total e os resultados obtidos estatildeo presentes no Quadro 8

As determinaccedilotildees de Hg total em cabelos foram realizadas no Laboratoacuterio de Anaacutelise

por Ativaccedilatildeo Neutrocircnica (LAN) do Centro do Reator de Pesquisas (CRPq) do IPEN ndash

CNENSP

Quadro 8 Resultados (meacutedia plusmn desvio padratildeo da meacutedia) das anaacutelises dos materiais de

referecircncia utilizados na determinaccedilatildeo de Hg total (n= nuacutemero de determinaccedilotildees)

Amostras

Valores

Certificados

(microg kg -1

)

Valores Obtidos

(Meacutedia plusmn desvio)

(microg kg -1

)

DPR

()

ER

()

IAEA 086

(n =8) 573 plusmn 39

615 plusmn 68 111 73

GBW 09101

(n=4) 2160 plusmn 210

1975 plusmn 86 43 86

BCR CRM 397

(n=2) 12300 plusmn 500

11688 plusmn 32 027 50

IAEA- International Atomic Energy Agency

IAEA 086 - Methylmercury Total Mercury and other trace elements in Human Hair (IAEA May 2000)

CRM 397 - Certified Reference Material Trace Elements in Human Hair BCR- Community Bureau of Reference

(Brussels January 1991)

GBW 09101 - Certified Reference Material Human Hair (China April 1988)

DPR- Desvio Padratildeo Relativo

ER- Erro relativo

Quanto ao limite de detecccedilatildeo (LD) minus a menor concentraccedilatildeo do analito em uma amostra

que pode ser detectada mas natildeo necessariamente quantificada sob determinadas condiccedilotildees

experimentais minus foi determinado diretamente da curva de calibraccedilatildeo construiacuteda utilizando a

50

teacutecnica de regressatildeo e considerando um niacutevel de confianccedila de 95 O valor encontrado para o

limite inferior de detecccedilatildeo foi da ordem de 001 ng mL-1

resultado compatiacutevel com os estudos

encontrados na literatura para determinaccedilatildeo de Hg (HORVAT 1996 SKOOG et al 2002

FARIAS 2009) Em relaccedilatildeo ao limite de quantificaccedilatildeo (LQ) tambeacutem conhecido como limite

de determinaccedilatildeo que indica qual a menor concentraccedilatildeo do analito que pode ser detectada por

um meacutetodo qualquer que estaacute sendo empregado com um niacutevel aceitaacutevel de precisatildeo e

veracidade Pode ser considerado ainda como a concentraccedilatildeo do analito correspondente ao

valor meacutedio do branco mais 5 e 6 ou 10 desvios padratildeo (FARIAS 2009) O valor encontrado

para o limite de quantificaccedilatildeo para esta pesquisa foi da ordem de 1 ng mL-1

Os resultados das anaacutelises dos materiais de referecircncia apresentaram desvio padratildeo

relativo (DPR) variando de 027 a 11 e ER (Erro Relativo) de 5 a 86 comprovando a

precisatildeo e exatidatildeo do meacutetodo respectivamente

Para classificar o diagnoacutestico em relaccedilatildeo as concentraccedilotildees de Hg nos cabelos das

participantes os resultados encontrados foram comparados aos estabelecidos pela WHO

(1990) o qual considera 2000 ng g-1

para populaccedilotildees natildeo expostas e 6000 ng g-1

como

indicador de exposiccedilatildeo para Hg

48 DETERMINACcedilAtildeO DA CONCENTRACcedilAtildeO PLASMAacuteTICA DE

MALONDIALDEIacuteDO (MDA)

A peroxidaccedilatildeo lipiacutedica foi determinada por meio das concentraccedilotildees de MDA no

plasma obtidas por cromatografia liacutequida de alta eficiecircncia (HPLCPDA) quantificando a

reaccedilatildeo do MDA com dinitrofenilhidrazina (DNPH) utilizando absorbacircncia de 308 nm de

acordo com o meacutetodo adaptado de Rezaei Jamshidzadeh e Sanati (2013) Antes do

processamento das amostras foi construiacuteda uma curva de calibraccedilatildeo utilizando uma soluccedilatildeo

estoque de MDA com 22 μL de tetrametoxipropano e 10 mL de aacutecido sulfuacuterico a 1 Os

pontos da curva utilizados foram 00 025 05 10 20 40 60 e 120 μM Utilizou-se o

aparelho de HPLC da marca Shimadzu (Kyoto Japatildeo) equipado com coluna Phenomenex

Reverse-phase C18 de 240 mm x 46 mm com partiacuteculas de 5μm (Phenomenex Torrance

CA) A temperatura no amostrador foi mantida em 4degC e a temperatura da coluna a 25degC A

eluiccedilatildeo foi realizada em modo isocraacutetico com uma fase moacutevel constituiacuteda de 50 de H2O

deionizada e 50 de acetonitrila acidificada com 2 de aacutecido aceacutetico A taxa de fluxo de

ingestatildeo da amostra foi de 1 mLminuto e o tempo de corrida de 15 minutos

51

Com o objetivo de liberar o MDA das proteiacutenas plasmaacuteticas foram adicionados 10 μL

de hidroacutexido de soacutedio 4M nos microtubos que continham 100 μL de plasma e em seguida

estes foram agitados em voacutertex Apoacutes este procedimento as amostras foram incubadas no

aparelho Vortempreg a 60degC durante 30 minutos para posteriormente serem acondicionadas no

gelo por 5 minutos Depois do resfriamento foram adicionados 150 μL de aacutecido sulfuacuterico a

1 e agitou-se em voacutertex vigorosamente para precipitaccedilatildeo das proteiacutenas Novamente

incubou-se no gelo por mais 5 minutos seguindo-se de uma centrifugaccedilatildeo a 14000 rpm por

10 minutos Foram retirados 175 μL do sobrenadante que foram transferidos para um novo

microtubo onde foi adicionado 25 microL de DNPH (0001 gmL) permanecendo agrave temperatura

ambiente por 30 minutos protegidos de luz Centrifugou-se novamente o microtubo a 14000

rpm por 5 minutos e 150 μL do sobrenadante foi transferido para um vial do qual foi injetado

100 μL no aparelho HPLC

A determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo plasmaacutetica de malondialdeiacutedo foi realizada no

Departamento de Anaacutelises Cliacutenicas e Toxicoloacutegicas no laboratoacuterio de Toxicologia que tem

como responsaacutevel a professora Ana Paula de Melo Loureiro da Faculdade de Ciecircncias

Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo (USP)

49 DETERMINACcedilAtildeO DA CAPACIDADE DE ABSORCcedilAtildeO DE RADICAIS DE

OXIGEcircNIO (ORAC)

A capacidade antioxidante total do plasma foi realizada por meio do meacutetodo ORAC

proposto por Prior et al (2003) que baseia-se na mensuraccedilatildeo da inibiccedilatildeo do radical peroxil o

que demostra resistecircncia aos danos oxidativos Para isso o plasma foi desproteinizado com

aacutecido percloacuterico e posteriormente as amostras foram diluiacutedas 10x com tampatildeo fosfato (pH

74)

As anaacutelises foram realizadas em triplicata utilizando 25 microL de amostra em microplaca

de 48 poccedilos adicionando-se posteriormente 150 microL de soluccedilatildeo de fluoresceiacutena e 25 microL de

22-azobis (aminopropano) di-hidroclorido (AAPH) por injetores automaacuteticos do leitor de

microplacas (Biotech Synergy H1)

Utilizou-se uma curva padratildeo de Trolox preparada com as seguintes concentraccedilotildees

100 microM 50 microM 25 microM 125 microM 625 microM e os resultados foram expressos em μmol de

Trolox (μmol TEmL)

52

410 PREPARACcedilAtildeO DAS AMOSTRAS PARA ANAacuteLISE DOS POLIMORFISMOS

Para extraccedilatildeo do DNA de sangue total utilizou-se o kit PureLinkTM

Genomic DNA

(Invitrogen CA USA) seguindo as instruccedilotildees do fabricante Em seguida foi feita a leitura em

espectrofotocircmetro (Nanodropreg) nos comprimentos de onda () de 260nm (DNA) e 280nm

(proteiacutena) O DNA foi considerado iacutentegro e de boa qualidade quando a razatildeo 260280 foi

maior que 18 sendo descartadas aquelas com valores abaixo deste paracircmetro A

quantificaccedilatildeo do DNA das amostras foi realizada neste mesmo equipamento sendo os

resultados obtidos em ngmicroL As amostras com concentraccedilotildees inferiores a 10 ngmicroL foram

descartadas tendo em vista que esta era concentraccedilatildeo miacutenima padronizada

4101 Determinaccedilatildeo do Polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450)

Para anaacutelise de genotipagem o DNA do sangue total seraacute extraiacutedo a partir do

kit Purelink Genomic DNA da Invitrogen Life Technologies e em seguida o mesmo seraacute

quantificado no espectrofotocircmetro Nanodrop sendo o resultado expresso em ngmL Seraacute

utilizada a razatildeo 260280 superior a 17 e inferior a 20 como paracircmetro de qualidade do

DNA Amostras com a razatildeo abaixo desse valor seratildeo reextraiacutedas O DNA genocircmico de todas

as amostras seraacute ajustado em aacutegua autoclavada para uma concentraccedilatildeo de 10 ngmL e volume

final de 20 μL Um total de 2 μL de DNA seraacute usado para a reaccedilatildeo em cadeia da polimerase e

18 μL de soluccedilatildeo contendo o master mix especiacutefico para o ensaio de genotipagem (TaqManreg

genotyping master mix ndash Applied Biosystemsreg) com sondas TaqMan (Custom TaqMan

reg SNP

Genotyping Assay Human Alelo 1 VICMGB-NFQ Alelo 2 FAMMGB-NFQ part number

4331349) e primers especiacuteficos para o SNP (RS1050450) primer forward CATCGAAGCCCTGCTGTCT

e primer reverse CACTGCAACTBCCAAGCA

A genotipagem da populaccedilatildeo do estudo seraacute realizada pelo sistema TaqMan SNP

Genotyping Assays da Applied Biosystemsreg utilizando as condiccedilotildees de termociclagem

recomendadas pelo fabricante Este sistema eacute baseado na anaacutelise end-point da RT-PCR (Real

time ndash PCR ou Reaccedilatildeo em cadeia da Polimerase em Tempo Real)

53

4102 Determinaccedilatildeo do Polimorfismo GSTM1

As reaccedilotildees de PCR em tempo real (qPCR) foram realizadas em placas especiacuteficas de

96 poccedilos no equipamento StepOne Plus utilizando o sistema para detecccedilatildeo de produtos de

amplificaccedilatildeo TaqManreg (Applied Biosystems Foster City CA USA) Para o polimorfismo

GSTM1 foram selecionados primers forward 5prime-AAGATTCGTGTGGACATTTTGGA-3prime e

reverse 5prime TCTGGATTGTAGCAGATCATGCC-3prime e probes (FAM-CAGACCATGGACA-

ACCA-MGB 100 microM) marcados com fluoroacuteforo FAM Para controle endoacutegeno utilizou-se a

β-2-microglobulina (B2M) forward 5prime-TTGTTTCACTGTCCTGAGGACTATTTAT-3prime e

reverse 5prime-ATGTTACTCTGTCAATGTTCTCCACAT-3prime Os probes utilizados foram

marcados com fluoroacuteforo VIC (VIC-CTCTAACATGATAACCCTCAC-MGB 100 microM)

(COVAULT et al 2003)

As amostras foram submetidas agrave seguinte termociclagem 50degC por 2 min 95degC por

10 min seguidos de 40 ciclos a 95degC por 15 segundos e 60degC por 1 min Ao final eram

considerados vaacutelidos apenas os resultados cuja reaccedilatildeo apresentasse curva de dissociaccedilatildeo com

apenas um pico referente agrave temperatura de melting do primer utilizado em cada reaccedilatildeo A

presenccedila da deleccedilatildeo no gene GSTM1 foi estabelecida quando os valores de Ct (threshold

cycle) foram superiores a 35 ciclos conforme padronizaccedilatildeo realizada por Covault et al

(2003) De forma aleatoacuteria foram selecionadas 20 das amostras deletadas para confirmar a

deleccedilatildeo e em 100 delas houve concordacircncia dos resultados

411 ANAacuteLISES ESTATIacuteSTICAS

Os dados obtidos foram analisados no software SPSS versatildeo 200 e os resultados

expressos como meacutedia desvio padratildeo valores miacutenimos e maacuteximos Testou-se a normalidade

dos dados usando o teste de Kolmogorov-Smirnov e a homogeneidade de variacircncia o de

Levene O teste T-Student para amostras independentes e o ANOVA seguido de Tukey para

comparaccedilatildeo de meacutedias entre os paracircmetros Para o teste de correlaccedilatildeo utilizou-se o de

Pearson Nas anaacutelises de regressatildeo empregou-se o modelo de regressatildeo linear simples e o

modelo de regressatildeo linear muacuteltipla para selecionar as variaacuteveis de ajuste As variaacuteveis

testadas nos ajustes dos modelos muacuteltiplos foram idade iacutendice de massa corpoacuterea

escolaridade renda e ingestatildeo energeacutetica Para estes adotou-se o meacutetodo de backward

Foram consideradas estatisticamente significantes as anaacutelises com p lt 005

54

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51 CARACTERIZACcedilAtildeO DA POPULACcedilAtildeO

Participaram do estudo 200 mulheres voluntaacuterias da cidade de Porto Velho (RO)

selecionadas de uma amostra de conveniecircncia A meacutedia de idade das participantes foi de 263

+ 75 anos Conforme a etnia relatada pelas voluntaacuterias 93 informaram ser pardas e a

maioria cursava o ensino superior Quanto agrave renda houve uma maior prevalecircncia de

participantes que ganhavam mais de quatro salaacuterios miacutenimos e 75 afirmaram natildeo realizar

atividade fiacutesica Em relaccedilatildeo ao histoacuterico de doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis na famiacutelia as

mais descritas foram hipertensatildeo arterial e diabetes Nenhuma participante era fumante ou

fazia uso de bebidas alcooacutelicas Todas residiam no estado de Rondocircnia haacute no miacutenimo 10 anos

Os dados acima mencionados estatildeo representados de forma detalhada na Tabela 1

De acordo com o censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

(IBGE 2011) a populaccedilatildeo brasileira era constituiacuteda de 190755799 de habitantes sendo que

428527 pertenciam agrave cidade de Porto Velho Desse total 492 eram do gecircnero feminino

Ainda neste censo 477 dos habitantes do Brasil classificaram-se como brancos

76 como pretos 43 como pardos 11 como amarelos e 04 como indiacutegenas A

distribuiccedilatildeo por cor ou raccedila reflete padrotildees histoacutericos de ocupaccedilatildeo e movimentos relacionados

agrave dinacircmica econocircmica As maiores proporccedilotildees de pardos (58) estatildeo nas regiotildees norte e

nordeste enquanto os pretos estatildeo mais presentes na Bahia (17) e no Rio de Janeiro

(124) Em Rondocircnia 353 se declararam brancos 556 pardos e 69 pretos

corroborando com dados obtidos nesta pesquisa

Dentre os dados apresentados ressalta-se ainda a presenccedila de DCNT nos antecedentes

familiares das participantes De acordo com Silva-Junior (2009) e Schmidt et al (2011)

72 das mortes ocorridas em 2007 no Brasil foram atribuiacutedas agraves DCNT O aumento da

prevalecircncia de diabetes e hipertensatildeo paralelamente ao excesso de peso estaacute associado agrave

mudanccedilas desfavoraacuteveis na dieta e na atividade fiacutesica (SCHMIDT et al 2011)

O Brasil tem colocado em praacutetica importantes poliacuteticas para prevenccedilatildeo das DCNT

Como exemplo destaca-se a implantaccedilatildeo do plano de accedilatildeo de 2008 a 2013 da Organizaccedilatildeo

Mundial da Sauacutede (WHO) que teve como foco quatro doenccedilas cardiovasculares diabetes

cacircncer e doenccedilas respiratoacuterias crocircnicas responsaacuteveis por 58 das mortes no Brasil em 2007

(WHO 2010 SCHMIDT et al 2011) O elevado nuacutemero de casos dessas doenccedilas nos dias

55

atuais justifica os resultados da porcentagem relatada pelas participantes do estudo sobre o

histoacuterico de doenccedilas na famiacutelia

Tabela 1 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas das voluntaacuterias

1Salaacuterio Miacutenimo vigente no ano de 2011 (R$ 54500)

52 AVALIACcedilAtildeO ANTROPOMEacuteTRICA

Os resultados antropomeacutetricos de acordo com o Iacutendice de Massa Corpoacuterea (IMC)

estatildeo apresentados na tabela 2 a seguir

n

Etnia (n=200)

Parda 186 930

Branca 11 55

Negra 2 10

Indiacutegena 0 0

Oriental 1 05

Escolaridade (n=173)

Fundamental 8 50

Ensino Meacutedio 19 100

Superior Incompleto 103 600

Superior Completo 40 230

Poacutes-Graduaccedilatildeo 3 20

Renda (n=163)

Ateacute 1 Salaacuterio Miacutenimo1

9 60

2 a 3 Salaacuterios Miacutenimos 58 350

Acima de 4 Salaacuterios Miacutenimos 96 590

Atividade Fiacutesica (n=200)

Sim 51 250

Natildeo 149 750

DCNT (n=186)

Dislipidemias 16 86

Obesidade 37 200

Diabetes 62 333

Hipertensatildeo Arterial 58 311

Outras 13 70

56

Tabela 2 Classificaccedilatildeo das participantes segundo o Iacutendice de Massa Corporeacutea (IMC)

Classificaccedilatildeo do IMC (kgm2) n

Eutrofia (185 - 249) 186 93

Sobrepeso (ge 25 ndash 299) 13 65

Obesidade grau I (300 - 349) 1 05

A Figura 5 apresenta os resultados da Circunferecircncia da Cintura (CC) das

participantes Do total 172 voluntaacuterias (891) apresentavam CC dentro dos valores de

normalidade e 21 (109) em risco aumentado de DCNT

Figura 5 Circunferecircncia da Cintura das voluntaacuterias de acordo com WHO (2000) Ponto de

corte assinalado em azul (80 cm) constitui risco aumentado para o desenvolvimento de

DCNT Porto Velho 2015

Considerando as estimativas de prevalecircncia das condiccedilotildees deacuteficit e excesso de peso

de acordo com o IMC os dados da POF 20082009 da populaccedilatildeo brasileira acima de 19 anos

de idade revelaram que 36 das mulheres brasileiras foram classificadas com deacuteficit de peso

principalmente nas mulheres muito jovens (20 a 24 anos de idade) ou muito idosas (75 anos

57

ou mais) O excesso de peso foi diagnosticado em cerca de metade das mulheres excedendo

em 13 vezes a frequecircncia de deacuteficit de peso nestas e o diagnoacutestico de obesidade foi de 169

Ainda de acordo com a POF 20082009 observou-se que tanto o excesso de peso

como a obesidade aumentaram de frequecircncia nas idades entre 55 a 64 anos declinando nas

idades subsequentes Em relaccedilatildeo agraves mulheres da regiatildeo norte o deacuteficit de peso foi de 35 no

domiciacutelio urbano e 42 no rural o excesso de peso 48 no urbano e 479 no rural e a

obesidade 17 e 165 respectivamente

53 CONSUMO ALIMENTAR

A ingestatildeo meacutedia de energia das voluntaacuterias foi 131801 plusmn 26548 kcaldia Os

macronutrientes foram avaliados de acordo com os intervalos de recomendaccedilatildeo da

distribuiccedilatildeo em percentual da contribuiccedilatildeo energeacutetica (AMDR) do Institute of Medicine

(2006) Verificou-se que a maioria (59) das participantes apresentou uma ingestatildeo de

carboidratos abaixo da recomendaccedilatildeo enquanto em relaccedilatildeo agraves proteiacutenas uma elevada

porcentagem (76) apresentou ingestatildeo dentro do intervalo de referecircncia e o consumo de

lipiacutedios foi acima da recomendaccedilatildeo em 48 delas (Figura 6)

Figura 6 Distribuiccedilatildeo das participantes segundo a adequaccedilatildeo da ingestatildeo dos

macronutrientes de acordo com a recomendaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em percentual da energia

(IOM 2006) Porto Velho 2015

59

10 13

26

76

39

44

14

48

Carboidratos Proteiacutenas Lipiacutedios

Abaixo da Recomendaccedilatildeo Dentro do Intervalo de Recomendaccedilatildeo

Acima da Recomendaccedilatildeo

58

A Pesquisa de Orccedilamentos Familiares (POF 20082009) avaliou o consumo alimentar

de 34003 brasileiros levando em consideraccedilatildeo o gecircnero e a faixa etaacuteria Foi observado que o

consumo energeacutetico meacutedio da populaccedilatildeo brasileira em geral variou de 1490 a 2289 kcal Na

regiatildeo norte observaram-se meacutedias de ingestatildeo energeacutetica acima da meacutedia nacional e das

demais regiotildees do paiacutes variando de 1660 a 2496 kcal Entre as mulheres a faixa etaacuteria de 19

a 59 anos apresentou ingestatildeo energeacutetica meacutedia de 1710 kcal sendo a meacutedia na aacuterea urbana

de 1713 e na aacuterea rural 1694 kcal

Dados do Estudo Nacional de Despesa Familiar (ENDEF) de 197475 e as POFs

(198788 199596 e 200203) verificaram diminuiccedilatildeo de cerca de 9 na participaccedilatildeo relativa

de carboidratos acarretando valores considerados miacutenimos para este macronutriente (559)

No entanto no estudo da POF 20082009 a porcentagem de contribuiccedilatildeo dos macronutrientes

obedeceu agraves faixas de recomendaccedilatildeo A meacutedia da porcentagem de contribuiccedilatildeo de

carboidratos nas dietas das mulheres brasileiras foi de 562 a 576 a de proteiacutena de 16 4 e

de lipiacutedio 272 Ao avaliar as participantes da regiatildeo norte as meacutedias de contribuiccedilatildeo foram

565 para carboidrato 176 para proteiacutena e 256 para lipiacutedio

A manutenccedilatildeo do peso corpoacutereo eacute primariamente determinada pelo consumo e

utilizaccedilatildeo de carboidratos e lipiacutedeos As proteiacutenas contribuiram com uma fraccedilatildeo pequena e

relativamente constante no consumo energeacutetico total A auto regulaccedilatildeo dos estoques de

carboidratos e proteiacutenas no organismo humano ocorre de maneira eficiente enquanto o

mecanismo de regulaccedilatildeo de armazenamento de lipiacutedios eacute pouco eficiente O papel

fundamental dos carboidratos (accediluacutecares e amido) eacute o de fornecer energia para as ceacutelulas do

organismo particularmente para o ceacuterebro uacutenico oacutergatildeo dependente exclusivamente destes

nutrientes (EGASHIRA MIZIARA LEONI 2014)

Os lipiacutedios satildeo importantes na alimentaccedilatildeo pois fornecem energia de alta densidade e

participam no valor energeacutetico total da dieta Ao longo dos uacuteltimos anos raacutepidas mudanccedilas na

dieta e no estilo de vida vecircm ocorrendo com a industrializaccedilatildeo urbanizaccedilatildeo desenvolvimento

econocircmico e mais recentemente a globalizaccedilatildeo propiciando significativo impacto na sauacutede e

no estado nutricional da populaccedilatildeo do mundo As DCNT incluindo obesidade diabetes

melito doenccedilas cardiovasculares hipertensatildeo arterial e alguns tipos de cacircncer tecircm

comprometido o periacuteodo de vida economicamente ativo de vaacuterios indiviacuteduos Com relaccedilatildeo agraves

mudanccedilas dieteacuteticas uma das principais alteraccedilotildees observadas eacute o incremento de oacuteleos e

gorduras em preparaccedilotildees e em alimentos industrializados (SANTOS e AQUINO 2014)

Apesar de as voluntaacuterias natildeo apresentarem doenccedilas crocircnicas auto-relatadas destaca-se que

59

houve histoacuterico de vaacuterias DCNT na famiacutelia constituindo fator de risco para desenvolvimento

destas nas participantes

A ingestatildeo alimentar de Se tambeacutem foi avaliada nestas participantes apresentando

meacutedia de consumo de 493 plusmn 191 microgdia (Tabela 3) Observou-se que esta meacutedia foi superior

agrave recomendaccedilatildeo da EAR (45 microgdia) entretanto em relaccedilatildeo agrave prevalecircncia de ingestatildeo

inadequada de Se estimada conforme a foacutermula de Beaton (1994) notou-se que 409 das

participantes apresentaram inadequaccedilatildeo da ingestatildeo ou seja consumo abaixo da EAR

Tabela 3 Ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) das participantes (n = 193)

Se (microgdia)

Meacutedia 4934

Desvio Padratildeo 1915

Mediana 4643

Miacutenimo 1038

Maacuteximo 18520

Segundo os resultados da POF 20082009 a meacutedia do consumo de Se da populaccedilatildeo

feminina com idade entre 19 e 59 anos foi de 762 microgdia Na regiatildeo norte este mesmo grupo

apresentou consumo meacutedio de 1048 microgdia superior ao das outras regiotildees do Brasil centro-

oeste (697 microg) nordeste (793 microg) sudeste (714 microg) e sul (737 microg) Tais resultados

independente da regiatildeo foram superiores ao obtido neste estudo A prevalecircncia de

inadequaccedilatildeo da ingestatildeo de Se neste mesmo grupo foi de 137 no paiacutes sendo de 91 na

regiatildeo norte

Silva (2013) ao avaliar a ingestatildeo alimentar de Se de adultos saudaacuteveis da cidade de

Fortaleza (CE) observou consumo meacutedio de 79 microgdia e somente 151 dos participantes

apresentaram meacutedia de ingestatildeo abaixo da EAR

De acordo com as pesquisas realizadas no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo - Minerais a

ingestatildeo de Se na populaccedilatildeo brasileira varia de 18 a 200 microgdia (CINTRA 1990 BORTOLI

2010 DONADIO 2011 MAIA 2008 SILVA 2013)

Donadio (2011) avaliou indiviacuteduos adultos saudaacuteveis do estado de Satildeo Paulo e

observou um consumo meacutedio de 412 microgdia No estudo de Bortoli (2010) realizado com

mulheres da cidade de Satildeo Paulo Cubatatildeo (SP) e Novo Airatildeo (AM) verificou-se um

consumo meacutedio de 571 microgdia 533 microgdia e 539 microgdia respectivamente Esses dados

60

mostraram que natildeo houve diferenccedila significativa entre as cidades eou estados avaliados

Rocha et al (2014) ao avaliarem o consumo alimentar de Se de crianccedilas de duas comunidades

ribeirinhas de Porto Velho (RO) verificaram que as crianccedilas que residiam na localidade de

Demarcaccedilatildeo consumiam menos Se (418 microgdia) que a localidade denominada Gleba do Rio

Preto (179 microgdia) A diferenccedila observada foi atribuiacuteda ao fato de as crianccedilas da segunda

comunidade consumirem mais alimentos in natura enquanto as crianccedilas da primeira em

virtude da sua localizaccedilatildeo geograacutefica tinham mais acesso a alimentos industrializados

Ressalta-se que todos esses dados referentes ao consumo brasileiro de Se

independente da regiatildeo natildeo ultrapassaram o Limite Superior Toleraacutevel de Ingestatildeo (UL) de

400 microg dia (IOM 2006)

A determinaccedilatildeo do consumo de Se natildeo eacute uma tarefa faacutecil em virtude das dificuldades

existentes em relaccedilatildeo aos meacutetodos que avaliam a ingestatildeo alimentar e aleacutem disso em razatildeo

do nuacutemero reduzido de tabelas que apresentam a concentraccedilatildeo do mineral nos alimentos

brasileiros (FERREIRA 2002) Aliado a essas questotildees eacute preciso ressaltar que as

concentraccedilotildees do mineral nos alimentos satildeo proporcionais agrave quantidade do mesmo nos solos

dessa forma um mesmo alimento pode conter concentraccedilotildees de Se muito diferentes Por isso

os valores de ingestatildeo de Se apresentados poderiam ser diferentes caso houvesse dados da

concentraccedilatildeo do mineral em alimentos cultivados em solo rondoniense Mesmo assim a

dificuldade em estimar a ingestatildeo do Se continuaria existindo pois natildeo seria faacutecil rastrear de

forma rigorosa a origem dos alimentos consumidos pelas participantes

A ingestatildeo de castanha-do-brasil tambeacutem foi mensurada visto que eacute considerado o

alimento mais rico em Se Apenas uma voluntaacuteria afirmou ter o haacutebito de consumi-la

regularmente coincidindo ser justamente aquela que apresentou o maior consumo de Se

(43897 microgdia) bem como as maiores concentraccedilotildees do mineral no sangue Por isso essa

participante natildeo foi incluiacuteda nas anaacutelises por ser considerada como outlier

54 MARCADORES BIOQUIacuteMICOS DO ESTADO NUTRICIONAL RELATIVO AO

SELEcircNIO

A tabela 4 apresenta as concentraccedilotildees de Se (microgL) no plasma e eritroacutecitos das

participantes

61

Tabela 4 Concentraccedilatildeo de Se (microgL) no plasma e nos eritroacutecitos das participantes (n=192)

PLASMA ERITROacuteCITOS

Meacutedia + DP 498 + 186 754 + 299

Mediana 470 730

Miacutenimo 58 184

Maacuteximo 1094 1532

DP Desvio Padratildeo

Destaca-se que o plasma reflete o estado nutricional atual (FAIRWEATHER-TAIT

1997) De acordo com Thomson (2004) e Van Dael e Deelstra (1993) o Se plasmaacutetico eacute

considerado o biomarcador mais acessiacutevel para avaliaccedilatildeo do status do mineral por isso eacute o

mais utilizado pois permite avaliar as mudanccedilas em curto prazo respondendo de forma

raacutepida e sensiacutevel conforme a ingestatildeo alimentar Eacute importante mencionar que essa resposta

pode ser influenciada por fatores como a idade o estado fisioloacutegico do indiviacuteduo e a forma do

Se consumida

De acordo com o paracircmetro proposto por Van Dael e Deelstra (1993) verificou-se que

a maioria das participantes apresentou deficiecircncia de Se (69) enquanto uma porcentagem

menor apresentou adequaccedilatildeo (295) e outra mais reduzida em risco de toxicidade (15)

A Figura 7 apresenta os resultados da concentraccedilatildeo de Se plasmaacutetico conforme os

paracircmetros proposto por Van Dael e Deelstra (1993) assim como os intervalos estipulados

por Thomson (2004) que propotildee valores miacutenimos de Se no soro para prevenccedilatildeo da doenccedila de

Keshan otimizaccedilatildeo da atividade das deiodinases maximizaccedilatildeo da atividade da GPx e da

selenoproteiacutena P e ainda para proteccedilatildeo contra alguns tipos de cacircncer

Apenas 41 das voluntaacuterias apresentaram-se em risco para doenccedila de Keshan e

784 delas baixa otimizaccedilatildeo para as deiodinases Para o ponto de corte de otimizaccedilatildeo da

GPx e selenoproteiacutena P a maioria (933) apresentou baixa otimizaccedilatildeo Quanto ao intervalo

de proteccedilatildeo contra alguns tipos de cacircncer 99 natildeo estavam protegidas

Dessa forma de acordo com as duas referecircncias selecionadas para avaliar a

concentraccedilatildeo de Se no plasma verifica-se que a maioria das voluntaacuterias aleacutem de apresentar

deficiecircncia do mineral

No Brasil poucos estudos avaliaram o estado nutricional relativo ao Se em adultos

saudaacuteveis Coutinho (2003) avaliou este paracircmetro em praticantes de capoeria residentes em

Satildeo Paulo e observou a meacutedia de 787 microgL de Se no plasma Maia (2008) avaliou 29

62

paulistanos e 28 cearenses e observou uma meacutedia de Se plasmaacutetico de 665 microgL e 576 microgL

respectivamente

Figura 7 Distribuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo plasmaacutetica de Se (microgL) das participantes (n=194)

segundo os paracircmetros porpostos por Van Dael e Deelstra (1993) e Thomson (2004) Porto

Velho 2015

a Intervalo proposto por Van Dael e Deelstra (1993) (60 - 120 μgL)

Pontos de corte propostos por Thomson (2004) b Prevenccedilatildeo do surgimento da doenccedila de Keshan (gt 21 μgL)

c Otimizaccedilatildeo da atividade das deiodinases (gt 65 μgL)

d Maximizaccedilatildeo da GPx e selenoproteiacutena P (gt 80 - 95 μgL)

e Proteccedilatildeo contra alguns tipos de cacircncer (gt 115 μgL)

Bortoli (2010) avaliou mulheres saudaacuteveis e encontrou uma meacutedia de 817 microgL nas

voluntaacuterias residentes em Satildeo Paulo 607 microgL no grupo de Cubatatildeo (SP) e de 1018 microgL

nas mulheres de Novo Airatildeo (AM) A meacutedia de Se plasmaacutetico obtida na uacuteltima localidade

citada foi justificada pelo fato de a populaccedilatildeo ter como haacutebito o consumo regular de castanha-

do-brasil Donadio (2011) ao avaliar 124 indiviacuteduos residentes em Satildeo Paulo obteve a meacutedia

de 541 microgL Santos (2013) tambeacutem determinou as concentraccedilotildees do mineral no plasma de

176 indiviacuteduos do Cearaacute e observou uma meacutedia de 626 microgL

63

A Figura 8 apresenta a distribuiccedilatildeo das concentraccedilotildees eritrocitaacuterias de Se das

participantes Nos eritroacutecitos 125 participantes (645) apresentaram concentraccedilotildees abaixo

do intervalo de referecircncia

Figura 8 Distribuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo eritrocitaacuteria de Se das participantes (n=194) Intervalo

assinalado em azul (90 - 190 μgL) constitui os paracircmetros de normalidade proposto por Van

Dael e Deelstra (1993) e Ortuntildeo (1997) Porto Velho 2015

Ao contraacuterio do plasma a concentraccedilatildeo de Se eritrocitaacuterio reflete o estado nutricional

pregresso por responder de forma mais lenta agraves alteraccedilotildees no estado nutricional Essa resposta estaacute

relacionada com o tempo de meia vida das hemaacutecias que eacute de aproximadamente 120 dias

(FAIRWEATHER-TAIT 1997 VAN DAEL e DEELSTRA 1993)

Houve correlaccedilatildeo entre as concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio (r = 0629 p ˂

0001) ou seja quanto maior a concentraccedilatildeo de Se no plasma maior a sua concentraccedilatildeo nos

eritroacutecitos

As Tabelas 5 e 6 apresentam os resultados das anaacutelises de regressatildeo da ingestatildeo

alimentar de Se em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees do mineral no plasma e nos eritroacutecitos

respectivamente

64

Tabela 5 Coeficiente de regressatildeo da ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) como variaacutevel

independente que influenciou a concentraccedilatildeo do mineral no plasma (microgL) das participantes

Variaacutevel independente β p-valora

R2 ajustado p-valor

b

Ingestatildeo alimentar de Se (microgdia)c 0278 0112 0277 0026

Modelo ajustado pela escolaridade (anos de estudo) idade (anos) ingestatildeo energeacutetica (kcaldia) e circunferecircncia

da cintura (cm)

a Valor de p referente ao coeficiente β

b Valor de p referente ao R

2 ajustado

As anaacutelises de regressatildeo mostraram que houve associaccedilatildeo positiva entre o consumo de

alimentar de Se (microgdia) e as concentraccedilotildees do mineral no plasma (microgL) e nos eritroacutecitos

(microgL) O coeficiente de correlaccedilatildeo (R2) da ingestatildeo alimentar de Se em relaccedilatildeo ao plasma foi

277 e nos eritroacutecitos 363 Estes coeficientes expressam a porcentagem da variabilidade

das concentraccedilotildees sanguiacuteneas de Se que satildeo explicadas pela ingestatildeo alimentar do mineral

Tabela 6 Coeficiente de regressatildeo da ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) como variaacutevel

independente que influenciou a concentraccedilatildeo do mineral nos eritroacutecitos (microgL) das

participantes

Variaacutevel independente β p-valora

R2 ajustado p-valor

b

Ingestatildeo alimentar de Se (microgdia)c 0154 0301 0363 0001

Modelo ajustado pelo consumo alimentar de Se (microgdia) idade (anos) circunferecircncia da cintura (cm) iacutendice de

massa corpoacuterea (kgm2) escolaridade (anos de estudo) e renda (salaacuterios miacutenimos)

a Valor de p referente ao coeficiente β

b Valor de p referente ao R

2 ajustado

No estudo de Maia (2008) a meacutedia da concentraccedilatildeo eritrocitaacuteria de Se em adultos residentes

em Satildeo Paulo foi de 80 microgL e do Cearaacute 1224 microgL Silva (2013) encontrou a meacutedia de 1015

microgL de Se nos eritroacutecitos dos participantes do Cearaacute Adame et al (2012) que avaliou

espanhois encontrou a meacutedia de 104 6 microgL

Bortoli (2010) obteve a meacutedia de 833 microgL nas participantes de Satildeo Paulo 859 microgL

no grupo de Cubatatildeo (SP) e de 1998 microgL nas muheres de Novo Airatildeo (AM) A meacutedia

elevada encontrada na comunidade de Novo Airatildeo foI justificada pelo fato de a populaccedilatildeo do

estado do Amazonas apresentar o haacutebito de consumir regularmente a castanha-do-brasil

Houve ainda correlaccedilatildeo positiva entre os valores de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio indicando

65

que aquelas participantes cujo o teor estava mais elevado em um dos compartimentos

sanguiacuteneos tambeacutem se encontrava da mesma forma no outro (r = 07018 plt 00001)

Segundo Lemire et al (2006) a populaccedilatildeo da Amazocircnia brasileira apresenta

concentraccedilatildeo de Se no sangue total que varia de normal a relativamente alto Entretanto este

resultado natildeo foi observado no presente estudo pois a maioria das participantes apresentou

concentraccedilotildees abaixo da referecircncia Todavia esta pesquisa foi composta por mulheres

residentes em uma capital urbana diferente dos locais de trabalho das pesquisas de Lemire et

al (2006) realizados em comunidades ribeirinhas do Paraacute Estes pesquisadores avaliaram 236

adultos de seis comunidades ribeirinhas ao longo do rio Tapajoacutes e verificaram que 343

possuiacuteam concentraccedilotildees elevadas e nove indiviacuteduos (38) apresentaram valores acima dos

estipulados para toxicidade O valor mais baixo encontrado do mineral foi de 142 microgL

Em outra pesquisa realizada por Lemire et al (2011) na mesma regiatildeo foram

avaliados 407 voluntaacuterios e apenas seis participantes (15) apresentaram deficiecircncia de Se

enquanto 32 apresentaram concentraccedilotildees entre 560 e 1000 microgL e 10 concentraccedilotildees

superiores a 1000 microgL Segundo os pesquisadores a concentraccedilatildeo elevada de Se no sangue

foi devida aos haacutebitos alimentares da populaccedilatildeo uma vez que a mesma sobrevive de

alimentos cultivados nas proacuteprias comunidades

De acordo com os estudos de Pinheiro et al (2005) Rocha et al (2014) e Lemire et al

(2006 2009 2010 e 2011) que avaliaram o status de Se em comunidades ribeirinhas da

Amazocircnia observa-se que haacute uma relaccedilatildeo entre a concentraccedilatildeo do mineral no sangue e a

cultura alimentar regional

Natildeo existem muitos trabalhos realizados no Brasil e no mundo que tenham avaliado o

status de Se de populaccedilotildees natildeo acometidas por doenccedilas a maioria das pesquisas avaliou

indiviacuteduos doentes Portanto este trabalho contribuiraacute para o melhor conhecimento das

condiccedilotildees dessa populaccedilatildeo quanto a esse mineral Constatou-se que o haacutebito alimentar urbano

natildeo incluiacutea o consumo de castanha-do-brasil nem de outros alimentos cultivados em solos da

regiatildeo que constituiriam dessa forma uma excelente fonte do mineral

55 SELEcircNIO E ATIVIDADE DA ENZIMA GPx

A atividade da enzima GPx foi avaliada nos eritroacutecitos de 195 participantes e os seus

valores foram corrigidos e ajustados pela concentraccedilatildeo de hemoglobina sendo apresentados

em Ug Hb Apenas 6 das voluntaacuterias avaliadas apresentaram baixa atividade da enzima e

66

87 atividade normal (Figura 9) O valor meacutedio da atividade da GPx foi de 451 + 193 Ug

Hb Dessa forma pode-se inferir que a ingestatildeo alimentar de Se embora baixa natildeo teve influecircncia

na atividade enzimatica da GPx que eacute um biomarcador sensiacutevel e que avaliado nos eritroacutecitos

pode refletir a ingestatildeo em longo prazo do mineral (BROWN 2001 LEI 2007)

Figura 9 A atividade da enzima GPx peroxidase das participantes Intervalo assinalado em

azul (275 a 736 Ug Hb) representa a referecircncia proposta pelo Kit da Randoxreg Porto Velho

2015

Dados da literatura sobre atividade eritrocitaacuteria da GPx satildeo escassos os existentes

avaliaram a atividade da enzima no plasma dificultando as comparaccedilotildees com os resultados

deste trabalho No entanto Olusi (2002) ao realizar seu estudo no Kwait com adultos

eutroacuteficos observou meacutedia de 983 Ug Hb sendo este valor considerado elevado Ko et al

(2005) ao avaliar chineses encontrou a meacutedia de atividade da GPx nos eritroacutecitos de 513

Ug Hb enquanto Moradi et al (2009) ao avaliar em mulheres iranianas observaram a meacutedia

de 20 3 Ug Hb

De acordo com os estudos brasileiros Maia (2008) observou atividade meacutedia de 477

Ug Hb para adultos residentes em Satildeo Paulo e de 528 Ug Hb no Cearaacute Bortoli (2010)

observou a meacutedia de 733 Ug Hb nas mulheres amazonenses 371 Ug Hb nas voluntaacuterias de

Satildeo Paulo e de 382 Ug Hb nas de Cubatatildeo A meacutedia na pesquisa de Donadio (2011) com

paulistanos foi de 401 Ug Hb e Silva (2013) em voluntaacuterias do Cearaacute obteve 386 Ug Hb

67

A atividade da GPx estaacute fortemente correlacionada com a concentraccedilatildeo sanguiacutenea de

Se portanto um consumo inadequado de Se pode ocasionar reduccedilatildeo da atividade da GPx o

que por sua vez afeta a resposta celular em relaccedilatildeo agrave accedilatildeo de agentes oxidantes

desencadeando o surgimento do estresse oxidativo (COMINETTI et al 2011)

Segundo Crespo-Loacutepez et al (2009) as glutationas podem atuar como a principal

linha de defesa contra os compostos de Hg e conforme Herculano et al (2006) altas

concentraccedilotildees da enzima podem servir de proteccedilatildeo contra a intoxicaccedilatildeo do metal

Pinheiro et al (2008) realizou uma comparaccedilatildeo entre concentraccedilotildees de Hg e a defesa

antioxidante de mulheres saudaacuteveis residentes em trecircs comunidades ribeirinhas da Amazocircnia

sendo duas comunidades consideradas expostas ao metal localizadas na bacia do rio Tapajoacutes

e a outra localizada na bacia do rio Tocantins O estudo tinha como finalidade detectar

possiacuteveis alteraccedilotildees no estado antioxidante em razatildeo da exposiccedilatildeo ao Hg Dentre outros

paracircmetros foram avaliados a concentraccedilatildeo da GPx no sangue total e as concentraccedilotildees de Hg

nos cabelos Foi observada correlaccedilatildeo positiva entre as concentraccedilotildees de Hg e o aumento da

concentraccedilatildeo da enzima ou seja os indiviacuteduos com alto teor de Hg apresentaram tambeacutem

concentraccedilotildees elevadas de GPx

56 SELEcircNIO E CONCENTRACcedilOtildeES CAPILARES DE MERCUacuteRIO

Os resultados das anaacutelises de Hg nos cabelos das voluntaacuterias encontram-se descritos

na Figura 10 Das 200 participantes avaliadas apenas seis (30) apresentaram concentraccedilotildees

de Hg superiores ao valor de referecircncia estabelecido pela WHO (1990) e apenas uma

apresentou concentraccedilatildeo do metal abaixo do limite de quantificaccedilatildeo (˂ 1 ng g-1

)

Em relaccedilatildeo aos resultados do formulaacuterio de Hg para coleta dos cabelos foi perguntado

para as participantes se estas possuiacuteam tintura ou qualquer tipo de alisamento e a maioria

(635) natildeo possuiacutea nenhum tipo de alisamento e 585 natildeo tinham cabelos pintados A

concentraccedilatildeo meacutedia de Hg nos cabelos foi de 625 + 766 ng g-1

A concentraccedilatildeo de Hg no sangue reflete a exposiccedilatildeo ao metal nas formas orgacircnica e

inorgacircnica e pode ser influenciada pelo consumo de alimentos contaminados O Hg

permanece na corrente sanguiacutenea apenas alguns dias apoacutes a exposiccedilatildeo desta maneira a anaacutelise

deve ser feita rapidamente a fim de detectar exposiccedilotildees recentes (EPA 2005) Em relaccedilatildeo agrave

concentraccedilatildeo de Hg nos cabelos esta eacute proporcional agrave do sangue uma vez que este metal se

incorpora aos fios (WHO 1990) A anaacutelise do cabelo reflete uma exposiccedilatildeo mais prolongada

68

ao Hg possibilitando a avaliaccedilatildeo da concentraccedilatildeo deste elemento durante periacuteodos de tempo

maiores (PASCALICCHIO 2002)

Figura 10 Distribuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo de Hg (ng g-1

) nos cabelos das participantes (n=

200) Ponto de corte assinalado em azul representa o valor de referecircncia (2000 ng g-1

)

proposto pela WHO (1990) Porto Velho-RO 2015

Os peixes da regiatildeo Amazocircnica segundo alguns pesquisadores apresentam elevado risco de

contaminaccedilatildeo por Hg (MUCKE et al 2001 BAacuteRAacuteNY et al 2002 KARITA e SUZUKI

2002 LINDBERG et al 2004 HANSEN et al 2004) Entretanto 975 das participantes

avaliadas informaram consumir este alimento de forma esporaacutedica Dessa forma pode-se

inferir que as participantes deste estudo natildeo apresentaram alta contaminaccedilatildeo por Hg em

decorrecircncia da baixa ingestatildeo de peixes no haacutebito alimentar Poreacutem Marques et al (2007) ao

avaliar as concentraccedilotildees de Hg de 82 mulheres urbanas de Porto Velho (RO) observaram

que mesmo com um baixo consumo de peixes o niacutevel meacutedio de Hg nos cabelos foi elevado

(3500 ng g-1

)

Em outra pesquisa realizada por Marques et al (2013) foram avaliadas mulheres de

comunidades ribeirinhas da bacia do rio Madeira Os autores observaram que as

concentraccedilotildees meacutedias de Hg nos cabelos (12120 ng g-1

) daquelas que moravam agraves margens

do rio foram superiores agravequeles das residentes em aacuterea urbana (5360 ng g-1

)

69

Rocha et al (2014) determinaram as concentraccedilotildees de Hg nos cabelos de crianccedilas de

duas comunidades ribeirinhas de Porto Velho sendo elas Demarcaccedilatildeo localizada as margens

do rio Machado e Gleba do Rio Preto no rio Preto As crianccedilas da primeira comunidade

apresentaram concentraccedilatildeo meacutedia de Hg de 3570 + 1860 ng g-1

enquanto as crianccedilas da

Gleba do Rio Preto concentraccedilotildees meacutedias de 6240 + 5890 ng g-1

ou seja 50 acima do

valor encontrado na comunidade Demarcaccedilatildeo

Bastos et al (2006) ao avaliar as concentraccedilotildees de Hg em 713 indiviacuteduos do rio

Madeira obtiveram a meacutedia de 15200 ng g-1

Boischio e Henshel (2000) ao avaliar 90 matildees e

89 crianccedilas encontraram meacutedias de 12600 ng g-1

e 10200 ng g-1

respectivamente

Hacon et al (2014) avaliaram cinco aacutereas na regiatildeo de Porto Velho no rio Madeira

Das cinco comunidades estudadas quatro faziam parte da regiatildeo ribeirinha de Santo Antocircnio

Participaram do estudo 1945 indiviacuteduos cujas concentraccedilotildees de Hg foram avaliados em

amostras de cabelos Apenas 09 dos voluntaacuterios apresentaram concentraccedilotildees de Hg

superiores a 50000 ng g-1

e 90 concentraccedilotildees inferiores a 10000 ng g-1

O estudo ressaltou

que as concentraccedilotildees de Hg nas mulheres de 16 a 49 anos de idade variou de 2400 a 5300 ng

g-1

dependendo da regiatildeo onde residiam Os pesquisadores concluiacuteram que as concentraccedilotildees

de Hg foram altos em todas as comunidades e este resultado foi relacionado ao consumo de

peixes da regiatildeo

Bortoli (2010) que tambeacutem avaliou as concentraccedilotildees de Hg nos cabelos de mulheres

de Satildeo Paulo (SP) Cubatatildeo (SP) e Novo Airatildeo (AM) encontrou meacutedia de 180 ng g-1

nas

paulistanas 190 ng g-1

nas Cubatenses e de 5670 ng g-1

nas participantes do Amazonas

Dentre as participantes dos dois primeiros grupos nenhuma apresentou concentraccedilatildeo de Hg

acima de 2000 ng g-1

concentraccedilatildeo para adultos natildeo expostos ocupacionalmente de acordo

com a WHO (1990) No grupo das mulheres amazonenses 218 apresentaram valores

abaixo dessa referecircncia De acordo com os valores maacuteximos em regiotildees onde haacute exposiccedilatildeo

reconhecida por Hg (6000 ng g-1

) foi observado que 309 destas participantes tinham

concentraccedilotildees de Hg nos cabelos acima desse valor de referecircncia A pesquisadora ressaltou

que 927 das mulheres de Novo Airatildeo relataram consumir peixes da regiatildeo pelo menos uma

vez por semana

Pinheiro et al (2005) ao avaliarem 40 mulheres de trecircs comunidades da bacia do rio

Tapajoacutes verificaram que natildeo houve diferenccedila estatiacutestica em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees de Hg

total nas amostras de cabelos nas diferentes comunidades O primeiro grupo composto por

gestantes apresentou a meacutedia de concentraccedilatildeo de Hg de 8250 ng g-1

enquanto o segundo

composto por mulheres natildeo gestantes 9390 ng g-1

do metal No entanto os pesquisadores

70

observaram que as concentraccedilotildees do Hg no terceiro trimestre de gravidez eram maiores

(9650 ng g-1

) que no primeiro (6620 ng g-1

) e segundo trimestres (6710 ng g-1

)

Pinheiro et al (2008) analisaram novamente duas comunidades da mesma regiatildeo que

o estudo anterior Poreacutem selecionaram mulheres de uma comunidade ribeirinha da bacia do

rio Tocantins que formaram o grupo controle do estudo pois estas natildeo pertenciam a uma

regiatildeo considerada contaminada por Hg Os autores observaram que nas comunidades da

bacia do rio Tapajoacutes as voluntaacuterias apresentaram concentraccedilotildees de Hg no cabelo

significativamente maiores (12926 ng g-1

) em relaccedilatildeo agrave comunidade da bacia do rio Tocantins

(3290 ng g-1

)

Estudos epidemioloacutegicos tecircm evidenciado correlaccedilatildeo positiva entre as concentraccedilotildees

de Se e Hg no sangue (MUCKE et al 2001 BAacuteRAacuteNY et al 2002 KARITA e SUZUKI

2002 LINDBERG et al 2004 HANSEN et al 2004) Tal evidecircncia foi verificada nesta

pesquisa em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees plasmaacuteticas do mineral conforme as anaacutelises de

regressatildeo Os coeficientes de correlaccedilatildeo (R2) das concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico e

eritrocitaacuterio foram 59 e 37 respectivamente (Tabela 7) Estes coeficientes expressam a

porcentagem da variabilidade no niacutevel de Hg nos cabelos (ng g-1

) que eacute explicada pelas

variaacuteveis independentes

De acordo com Gailer et al (2000) o efeito protetor do Se tem sido associado a uma

maior retenccedilatildeo de Hg ao inveacutes de maior excreccedilatildeo Desta forma acredita-se que o Se

juntamente com o Hg forme um complexo Hg-Se que por sua vez liga-se a selenoproteiacutena P

favorecendo uma redistribuiccedilatildeo corporal do metal Poreacutem segundo Baacuteraacuteny et al (2005) e

Lindberg et al (2004) os estudos sobre como esta interaccedilatildeo acontece ainda natildeo satildeo

suficientes para elucidar a dinacircmica desse complexo Sugere-se que uma ingestatildeo adequada de

Se possa promover um efeito de proteccedilatildeo contra o Hg e seus compostos toacutexicos

Apesar dos valores elevados de Hg encontrados na regiatildeo Amazocircnica poucos trabalhos

avaliaram sintomas ou sinais cliacutenicos referentes a essa intoxicaccedilatildeo

No estudo de Dorea et al (2003) com mulheres vivendo em comunidades ribeirinhas

do Rio Negro os sintomas pesquisados foram fraquezas musculares amortecimentos de

membros tremores desequiliacutebrio e alteraccedilotildees sensoriais No entanto na populaccedilatildeo deste

estudo tais sinais natildeo foram observados Malm et al (1995) realizaram outra pesquisa com

populaccedilotildees ribeirinhas no Paraacute e tambeacutem natildeo encontraram tais sinais (desequiliacutebrio sensitivo

constriccedilatildeo de campo visual ataxia reduccedilatildeo da capacidade auditiva tremores reflexos de

tendotildees e desequiliacutebrios mentais e salivares)

71

Tabela 7 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram as

concentraccedilotildees de Hg (ng g-1

) nos cabelos (variaacutevel dependente) das participantes

Variaacuteveis independentes β p-valora

R2 ajustado p-valor

b

Se no Plasma (microgL)c 3117 0177 0059 0020

Se no Eritroacutecito (microgL)d 0970 0656 0037 0096

a Valor de p referente ao coeficiente β

b Valor de p referente ao R

2 ajustado

c Modelo ajustado pelo indice de massa corporeacutea (kgm

2) escolaridade (anos de estudo) idade (anos) e renda

(salaacuterios miacutenimos) d Modelo ajustado pelo pelo indice de massa corporeacutea (kgm

2) circunferecircncia da cintura (cm) escolaridade (anos

de estudo) idade (anos) ingestatildeo energeacutetica (kcaldia) e renda (salaacuterios miacutenimos)

57 SELEcircNIO E AVALIACcedilAtildeO DO ESTRESSE OXIDATIVO MDA E ORAC

O meacutetodo de ORAC (Capacidade de Absorccedilatildeo de Radicais de Oxigecircnio) avalia a

capacidade do plasma de inibir o radical peroxil mostrando resistecircncia aos danos oxidativos

Dessa forma verifica-se que quanto maiores as concentraccedilotildees do Se no sangue maior seraacute a

capacidade antioxidante total sendo este dado relacionado agrave accedilatildeo ou funccedilatildeo antioxidante do

mineral

De acordo com as anaacutelises de regressatildeo houve associaccedilatildeo entre as concentraccedilotildees de

Se no plasma e nos eritroacutecitos com o ORAC (Tabela 8) Os coeficientes de correlaccedilatildeo (R2)

das concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio foram 60 e 77 respectivamente Estes

coeficientes expressam a porcentagem da variabilidade do ORAC que eacute explicado pelas

variaacuteveis independentes (Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio) Natildeo foram encontrados estudos que

avaliaram a capacidade antioxidante por meio do ORAC que relacionem ou associem com as

concentraccedilotildees de Se em indiviacuteduos saudaacuteveis

Tabela 8 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram a

capacidade antioxidante ndash ORAC (mmol eq troloxg de amostra) (variaacutevel dependente) das

participantes

Variaacuteveis independentes β p-valora

R2 ajustado p-valor

b

Se no Plasma (microgL)c -0002 0555 0060 0015

Se no Eritroacutecito (microgL)d -0005 0094 0077 0005

a Valor de p referente ao coeficiente β

b Valor de p referente ao R

2 ajustado

c Modelo ajustado pelo indice de massa corporeacutea (kgm

2) circunferecircncia da cintura (cm) renda (salaacuterios

miacutenimos) d

Modelo ajustado pelo pelo indice de massa corporeacutea (kgm2) circunferecircncia da cintura (cm) renda (salaacuterios

miacutenimos)

72

Os radicais livres de oxigecircnio podem induzir a reaccedilatildeo de peroxidaccedilatildeo lipiacutedica Os

aacutecidos graxos insaturados no plasma em uacuteltima instacircncia podem gerar produtos de

peroxidaccedilatildeo lipiacutedica tais como o malondialdeiacutedo (MDA) Dessa forma as concentraccedilotildees de

MDA podem refletir o niacutevel de estresse oxidativo do organismo De acordo com as anaacutelises

de regressatildeo natildeo houve associaccedilatildeo entre as concentraccedilotildees de Se no plasma e nos eritroacutecitos

com o MDA (Tabela 9)

Tabela 9 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram a

concentraccedilatildeo plasmaacutetica de malondialdeiacutedo (microM) (variaacutevel dependente) das participantes

Variaacuteveis independentes β p-valora

R2 ajustado p-valor

b

Se no Plasma (microgL)c 10 x 10

-4 0980 -0015 0675

Se no Eritroacutecito (microgL)c 10 x 10

-3 0239 -0005 0505

a Valor de p referente ao coeficiente β

b Valor de p referente ao R

2 ajustado

c Modelo ajustado pelo indice de massa corporeacutea (kgm

2) idade (anos) ingestatildeo energeacutetica (kcaldia)

circunferecircncia da cintura (cm) renda (salaacuterios miacutenimos) e escolaridade (anos de estudo)

O estudo de Gaacutec et al (2014) tinha como objetivo definir a relaccedilatildeo entre as

concentraccedilotildees de Se no sangue e estresse oxidativo (concentraccedilatildeo de MDA) em 337 crianccedilas

saudaacuteveis da Espanha A concentraccedilatildeo de Se natildeo exerceu nenhum efeito direto nas

concentraccedilotildees de MDA (r = 008 pgt005) Em outro estudo espanhol Galan-Chilet et al

(2014) avaliaram em uma populaccedilatildeo adulta a associaccedilatildeo entre o Se no plasma e as

concentraccedilotildees de MDA na urina Os autores tambeacutem natildeo observaram correlaccedilotildees

siginificativas entre esses marcadores

Krishnan e Rani (2014) tambeacutem natildeo encontraram nenhuma correlaccedilatildeo significativa

entre a concentraccedilatildeo de Se e MDA em pacientes com doenccedila de Alzheimer ou demecircncia de

origem vascular Entretanto outros estudos verificaram uma diminuiccedilatildeo das concentraccedilotildees de

MDA apoacutes a suplementaccedilatildeo com Se (ZHANG et al 2005 FABIAN et al 2013 SITTA et

al 2011 SMOLKOVAacute et al 2004 GRYGIEL-GOacuteRNIAK et al 2014)

73

58 POLIMORFISMO PRO198LEU

Ao avaliar a presenccedila do SNP (rs 1050450) no gene que codifica a enzima glutation

peroxidase1 nas 190 amostras do estudo foi observado que 567 das participantes

apresentaram genoacutetipo selvagem (ProPro) ou seja homozigotos para prolina 368 dos

indiviacuteduos heterozigotos (ProLeu) e 68 homozigotos para leucina (LeuLeu) A frequecircncia

relativa do alelo variante foi de 025

Os resultados da genotipagem apresentaram-se de acordo com o equiliacutebrio de Hardy

Weinberg o qual determina que as frequecircncias aleacutelicas devem permanecer constantes ao

longo das geraccedilotildees caso natildeo sejam interferidas por nenhum fator evolutivo Dessa forma o

teste de qui-quadrado (χ2) foi aplicado e o valor encontrado foi de 01127 e a probabilidade

associada a esse valor considerando um grau de liberdade foi maior que 5 indicando que a

populaccedilatildeo estava de acordo com o equiliacutebrio

A Tabela 10 ilustra a distribuiccedilatildeo das participantes de acordo com o SNP Pro198Leu

Tabela 10 Distribuiccedilatildeo do SNP Pro198Leu (rs 1050450) no gene que codifica GPx 1 nas

participantes (n=190)

Genoacutetipos coacutedon 198 da GPx 1 n

ProPro 107 563

ProLeu 70 368

LeuLeu 13 68

Quatro pesquisas descrevem a frequecircncia do polimorfismo Pro198Leu na populaccedilatildeo

da cidade de Satildeo Paulo Nishimura (2010) em seu estudo com 175 pacientes com cacircncer da

cavidade orofariacutengea encontrou prevalecircncia de 50 de indiviacuteduos com genoacutetipo selvagem

(ProPro) 43 heterozigoto (ProLeu) e 7 de homozigoto (LeuLeu) para o polimorfismo

Em seu grupo controle que foi constituiacutedo por 203 indiviacuteduos da mesma cidade 51

ProPro 43 ProLeu e 6 LeuLeu

Cominetti et al (2011) no seu trabalho realizado com 37 mulheres obesas

observaram 49 de ProPro 38 de ProLeu e 13 de LeuLeu Donadio (2011) ao avaliar

124 indiviacuteduos adultos natildeo doentes verificou que a prevalecircncia de ProPro foi de 49 de

ProLeu 47 e apenas 3 de LeuLeu

Cardoso et al (2012) ao determinar o polimorfismo em um grupo de 28 idosos com

doenccedila de Alzheimer observaram que 75 apresentaram genoacutetipo ProPro 14 de

74

heterozigotos e 11 de LeuLeu No mesmo estudo no grupo controle formado por 29

idosos sem a doenccedila os pesquisadores encontraram 72 com genoacutetipo ProPro 14 de

ProLeu e 14 de homozigotos LeuLeu

Silva (2013) em seu trabalho realizado com a populaccedilatildeo cearense observou que

545 dos indiviacuteduos apresentaram genoacutetipo ProPro 381 genoacutetipo ProLeu e 74 de

genoacutetipo LeuLeu

Hiragi et al (2011) avaliaram a frequecircncia do polimorfismo em 304 indiviacuteduos

pertencentes a trecircs grupos eacutetnicos diferentes No grupo constituiacutedo por 60 adultos indiacutegenas

95 possuiacuteam genoacutetipo selvagem (ProPro) 3 eram heterozigotos (ProLeu) e 2

homozigotos (LeuLeu) No grupo composto por 72 indiviacuteduos afrodescendentes 71 eram

ProPro 22 ProLeu e 7 LeuLeu O terceiro grupo formado por 172 indiviacuteduos que

residiam no Distrito Federal 47 eram ProPro 40 ProLeu e 13 LeuLeu

Fosberg et al (1999) em anaacutelise realizada com 25 suecos encontrou 52 de

indiviacuteduos homozigotos para prolina (selvagens) 36 de heterozigotos e 12 de

homozigotos para leucina Em outro estudo Fosberg et al (2000) determinaram a frequecircncia

de alelos para esse polimorfismo em uma populaccedilatildeo sueca e outra finlandesa A populaccedilatildeo

sueca foi formada por 101 indiviacuteduos infartados e 214 formaram o grupo controle A

distribuiccedilatildeo dos genoacutetipos dos indiviacuteduos do grupo caso foi de 55 homozigotos selvagens

38 heterozigotos e 7 de homozigotos para leucina No grupo controle a frequecircncia dos

genoacutetipos foi de 53 40 e 7 respectivamente No grupo da Finlacircndia dos 66 indiviacuteduos

avaliados 35 eram homozigotos para prolina 48 heterozigotos e 17 homozigotos para

leucina

De acordo com os trabalhos citados a menor distribuiccedilatildeo conforme os genoacutetipos estaacute

relacionada ao homozigoto LeuLeu Algumas pesquisas afirmam que a presenccedila do alelo Leu

reduz a atividade da enzima GPx nos indiviacuteduos com este alelo variante (HANSEN et al

2009 RAVN-HAREN et al 2006) Dessa forma se haacute uma diminuiccedilatildeo da atividade

enzimaacutetica da GPx o sistema antioxidante dos indiviacuteduos que apresentam o alelo Leu pode

ser afetado Estudos tambeacutem tecircm associado a presenccedila deste alelo variante a um aumento do

risco de alguns tipos de cacircncer (RATNASINGHE et al 2000 HU e DIAMOND 2003

ZHAO et al 2005) Entretanto essas associaccedilotildees natildeo foram observadas em todas as

populaccedilotildees estudadas uma vez que a frequecircncia do alelo Leu varia de acordo com o grupo

eacutetnico (ZHAO et al 2005)

De acordo com Pena et al (2011) a origem geneacutetica da populaccedilatildeo brasileira eacute o

resultado de vaacuterias miscigenaccedilotildees e apesar disso apresenta uma uniformidade maior que o

75

esperado No trabalho desses pesquisadores foi avaliado a ascendecircncia total de 934 brasileiros

de diferentes raccedilas residentes em quatro regiotildees do paiacutes com excessatildeo da regiatildeo centro-oeste

Foram avaliados polimorfismos de inserccedilatildeo e deleccedilatildeo e os genoacutetipos encontrados foram

utilizados para estimar os componentes europeus africanos e ameriacutendios dos indiviacuteduos Os

resultados mostraram que a ancestralidade das diferentes populaccedilotildees das regiotildees do Brasil eacute

semelhante

A populaccedilatildeo de Rondocircnia eacute umas das mais diversificadas do Brasil composta de

migrantes oriundos de todas as regiotildees do paiacutes O interior do Estado eacute formado por goianos

paranaenses paulistas mineiros gauacutechos capixabas baianos mato grossenses e sergipanos

enquanto a capital eacute formada por cearenses maranhenses amazonenses e acreanos (IBGE

2014)

Poucos estudos associaram o polimorfismo Pro198Leu com biomarcadores do estado

nutricional relativo ao Se em indiviacuteduos saudaacuteveis A Tabela 11 apresenta uma comparaccedilatildeo

das meacutedias das concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico eritrocitaacuterio atividade da GPx MDA e

ORAC de acordo com o genoacutetipo para o polimorfismo Pro198Leu Observou-se que natildeo

houve diferenccedila significativa entre os paracircmetros avaliados

Donadio (2011) encontrou diferenccedila significativa entre a atividade da GPx em

mulheres paulistanas avaliadas de acordo com os genoacutetipos do Pro198Leu Silva (2013)

tambeacutem encontrou a mesma diferenccedila em mulheres cearenses indicando que a influecircncia do

gecircnero eacute um importante fator que deve ser considerado em estudos sobre esse polimorfismo

Cominetti et al (2011) natildeo observaram diferenccedilas nas concentraccedilotildees de Se

plasmaacutetico eritrocitaacuterio e atividade da GPx entre os genoacutetipos em ambas as fases de seu

estudo (preacute e poacutes suplementaccedilatildeo de castanha-do-brasil) poreacutem encontraram correlaccedilatildeo entre

o Se eritrocitaacuterio e a atividade da GPx apenas para o grupo ProPro em ambas as fases O

mesmo resultado foi observado no estudo de Cardoso et al (2012) que tambeacutem observaram

correlaccedilatildeo entre o Se eritrocitaacuterio e a atividade da GPx apenas para o grupo ProPro tanto nos

indiviacuteduos com Alzheimer quanto no grupo controle A mesma correlaccedilatildeo foi descrita por

Jablonska et al (2009) Hu e Diamond (2003) e Karunashinghe et al (2011) Estes dados satildeo

uacuteteis para entender os mecanismos e a manutenccedilatildeo da variabilidade geneacutetica na populaccedilatildeo

bem como para a identificaccedilatildeo de genes associados com doenccedilas complexas (HIRAGI et al

2011) Todos esses resultados mostram que o efeito do polimorfismo Pro198Leu deve

continuar sendo investigado em diferentes populaccedilotildees

76

Tabela 11 Concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico eritrocitaacuterio atividade da enzima GPx MDA e

ORAC de acordo com o genoacutetipo para o polimorfismo Pro198Leu (rs1050450) no gene que

codifica para GPx 1 das participantes

Variaacuteveis ProPro

MD (DP) (n= 107)

ProLeu

MD (DP) (n = 70)

LeuLeu

MD (DP) (n = 13)

pa

Se no Plasma (microgL) 5366 (5225) 5417 (3993) 5577 (1866) 099

Se no Eritroacutecito (microgL) 7804 (3883) 7769 (3618) 7935 (2944) 099

GPx Eritrocitaacuteria (Ug Hb) 4751 (2277) 4426 (2604) 4261 (1374) 058

MDA (microM) 097 (111) 084 (022) 085 (023) 060

ORAC (mmol eq troloxg de amostra) 163 (151) 159 (130) 128 (076) 071

a Valor de p calculado pela ANOVA MD - Meacutedia DP - Desvio Padratildeo

59 POLIMORFISMO GSTM1

A GST faz parte de uma famiacutelia de enzimas intracelulares que modullam a accedilatildeo de

toxinas endoacutegenas e exoacutegenas sobre as ceacutelulas evitando danos ao DNA (MANNERVICK

1985) Esta famiacutelia de enzimas estaacute envolvida no metabolismo de muitos carcinoacutegenos

poluentes ambientais e drogas anticanceriacutegenas por isso a inexistecircncia de isoenzimas

especiacuteficas pode gerar efeito significativo na toleracircncia do organismo ao estresse oxidativo

(ZHENG et al 2002 MORAIS et al 2008) O gene da classe mu (GSTM1) abordado nesta

pesquisa eacute polimoacuterfico em humanos e estatildeo ausentes ou deletados de forma homozigoacutetica em

40 a 50 em diferentes populaccedilotildees eacutetnicas (NELSON et al 1995 HATAGIMA et al 2000

GISNBERG et al 2009)

A Tabela 12 apresenta a distribuiccedilatildeo das participantes de acordo com o genoacutetipo do

polimorfismo GSTM1 O genoacutetipo nulo ou deletado (--) indica que o gene inteiro apresenta

deleccedilatildeo e portanto o indiviacuteduo natildeo expressa a proteiacutena GST O genoacutetipo presente (++) eacute a

forma selvagem ou seja natildeo apresenta deleccedilatildeo do gene e o indiviacuteduo expressa a GST

Tabela 12 Distribuiccedilatildeo do polimorfismo GSTM1 no gene da GST das participantes (n =

180)

GSTM1 n

Presente (++) 104 5780

Nulo ou Deletado (--) 76 4220

77

Natildeo foram observadas diferenccedilas entre as concentraccedilotildees de Hg na populaccedilatildeo avaliada

de acordo com os genoacutetipos do polimorfismo GSTM1 bem como os paracircmetros relativos ao

estresse oxidativo (Tabela 13)

Tabela 13 Concentraccedilotildees de Hg de MDA e valores de ORAC de acordo com o genoacutetipo

para o polimorfismo GSTM1 no gene da GST das participantes

Variaacuteveis Presente (++)

MD (DP)

(n= 104)

Nulo (--)

MD (DP)

(n = 76)

pa

Hg (ng g-1

) 56365 (69475) 70863 (75295) 0184

MDA (microM) 095 (113) 087 (027) 0570

ORAC (mmol eq troloxg de amostra) 165 (159) 158 (117) 0730 a Valor de p calculado pelo teste T-Student

Klatau-Gimaratildees et al (2005) verificaram que em algumas tribos indiacutegenas da

Amazocircnia os indiviacuteduos que carreavam o genoacutetipo nulo ou seja deleccedilatildeo do gene inteiro

tinham maiores concentraccedilotildees de Hg nos cabelos Tais pesquisadores concluiacuteram que os

fatores geneacuteticos podem influenciar o acuacutemulo de Hg no organismo e os indiviacuteduos com

genoacutetipo nulo natildeo estatildeo aptos a destoxificar o metal pois essa funccedilatildeo eacute atribuiacuteda agrave GST

Entretanto outros estudos natildeo encontraram correlaccedilatildeo entre as concentraccedilotildees do metal

com os genoacutetipos do GSTM1 Gundacker et al (2007) em seu estudo com 222 estudantes da

Universidade de Viena relacionaram as concentraccedilotildees de Hg no sangue e na urina com os

genoacutetipos presente ou nulo do polimorfismo Os autores natildeo encontraram associaccedilatildeo entre

esses dois paracircmetros mas foi observado que as pessoas com genoacutetipo nulo apresentavam

valores mais elevados do metal Os autores verificaram que 56 dos indiviacuteduos carreavam o

genoacutetipo nulo tinham concentraccedilotildees mais baixas de Hg no sangue coincidindo com

concentraccedilotildees tiacutepicas de populaccedilotildees natildeo expostas agrave toxicidade Os resultados levaram agrave

hipoacutetese de que os indiviacuteduos com a deleccedilatildeo para GST apresentam atividade cataliacutetica

prejudicada e satildeo menos capazes de aumentar a sua capacidade de excreccedilatildeo do Hg levando a

uma maior acumulaccedilatildeo do metal no organismo

Estudos sobre a relaccedilatildeo entre o polimorfismo da GST e as concentraccedilotildees de Hg em

humanos satildeo escassos Custodio et al (2004 e 2005) verificaram que o polimorfismo GSTM1

natildeo teve efeito sobre as concentraccedilotildees de Hg no sangue total plasma e urina Entretanto

concluiacuteram que indiviacuteduos carreadores do genoacutetipo deletado apresentam atividade da enzima

reduzida e dessa forma maiores concentraccedilotildees e retenccedilatildeo de Hg

78

Lee et al (2009) analisaram o polimorfismo GSTM1 associado agrave exposiccedilatildeo intra-

uterina de Hg e o peso ao nascer de crianccedilas de etnia coreana Dentre as 417 gestantes

avaliadas 595 carreavam genoacutetipo nulo sem diferenccedila significativa nas concentraccedilotildees de

Hg no sangue e no cordatildeo umbilical em relaccedilatildeo agravequelas com genoacutetipo selvagem Apesar

disso os autores observaram que as crianccedilas cujas matildees carreavam o genoacutetipo nulo

apresentaram relaccedilatildeo inversa do peso ao nascer com as concentraccedilotildees de Hg no cordatildeo

umbilical Entretanto esta relaccedilatildeo natildeo foi observada nas crianccedilas filhas de matildees com genoacutetipo

selvagem Os pesquisadores afirmaram que este fato pode ser explicado em razatildeo do Hg ser

transferido para o feto atraveacutes da placenta Dessa forma foi demosntrado que o polimorfismo

GSTM1 pode desempenhar papel importante na relaccedilatildeo entre a concentraccedilatildeo de Hg e o peso

ao nascer

Na populaccedilatildeo brasileira a frequecircncia desse polimorfismo tambeacutem eacute elevada

Hatagima et al (2000) avaliaram 658 indiviacuteduos do Rio de Janeiro e 179 de Brasiacutelia e a

frequecircncia do genoacutetipo nulo foi semelhante nas duas populaccedilotildees 46 na populaccedilatildeo carioca e

49 na brasiliense Gattaacutes et al (2004) analisaram a frequecircncia em 594 indiviacuteduos

selecionados na cidade de Satildeo Paulo e 137 homens da aacuterea rural da Bahia A distribuiccedilatildeo do

genoacutetipo nulo avaliado foi mais frequente nos indiviacuteduos brancos (554) que nos pardos

(414) e negros (328) em Satildeo Paulo Na Bahia essa frequecircncia foi de 357

Hiragi et al (2011) determinaram a frequecircncia do polimorfismo em 304 indiviacuteduos

pertencentes a trecircs grupos eacutetnicos diferentes No grupo constituiacutedo por 60 adultos indiacutegenas

55 apresentaram genoacutetipo nulo e no grupo composto por 72 indiviacuteduos afrodescendentes

53 No terceiro grupo que foi formado por 172 indiviacuteduos que residiam no Distrito Federal

63 apresentaram genoacutetipo deletado

Em um estudo com 120 pacientes com diagnoacutestico de diabetes tipo 2 de Goiacircnia (GO)

Pinheiro et al (2013) observaram uma frequecircncia do genoacutetipo nulo de 41 no grupo caso

enquanto no grupo controle foi de 122 Natildeo foi observada qualquer associaccedilatildeo da deleccedilatildeo

com a suscetibilidade agrave doenccedila na populaccedilatildeo estudada apesar de ter sido observada uma

associaccedilatildeo com aumento significativo da glicemia de jejum hemoglobina glicada e pressatildeo

arterial

Anton et al (2010) verificaram a influecircncia do polimorfismo GSTM1 na

susceptibilidade ao cacircncer de mama em 15 mulheres com diagnoacutestico da doenccedila e em 30

mulheres saudaacuteveis atendidas em um hospital do sul do Brasil Foi observado que 467 das

mulheres carreavam o genoacutetipo nulo e 433 das mulheres do grupo controle tambeacutem

apresentaram a deleccedilatildeo do genoacutetipo Os pesquisadores sugeriram que a deleccedilatildeo homozigoacutetica

79

do gene pode estar associada com maior susceptibilidade ao cacircncer de mama na populaccedilatildeo

estudada entretanto mais estudos satildeo necessaacuterios

Possuelo et al (2013) tambeacutem avaliaram a frequecircncia do polimorfismo GSTM1 em 49

pacientes diagnosticadas com cacircncer de mama e 49 mulheres saudaacuteveis A frequecircncia de

alelos nulos foi significativamente maior no grupo caso (588) em comparaccedilatildeo ao grupo

controle (412) sugerindo uma possiacutevel influecircncia deste genoacutetipo na susceptibilidade agrave

doenccedila

Em trabalhos internacionais verificam-se porcentagens semelhantes aos resultados

apresentados Conforme Ginsberg et al (2009) a porcentagem de indiviacuteduos com genoacutetipo

nulo em afro-americanos eacute de 21 em chineses de 58 em japoneses 45 em mexicanos

41 e em caucasianos 53 Segundo Hatagima et al (2000) a porcentagem em ingleses eacute de

545 e em franceses 429

80

6 CONCLUSAtildeO

Pode-se concluir que as mulheres rondonienses residentes em aacuterea urbana considerada

de risco de contaminaccedilatildeo por Hg apresentaram status de Se inferior ao recomendado e

independente do genoacutetipo em relaccedilatildeo ao SNP Pro198Leu no gene da GPx A concentraccedilatildeo de

Hg nos cabelos estava dentro dos limites seguros e natildeo houve relaccedilatildeo com o polimorfismo de

deleccedilatildeo no gene GSTM1 Os referidos polimorfismos tambeacutem natildeo afetaram os biomarcadores

de estresse oxidativo avaliados

81

7 CRONOGRAMA

Atividades Desenvolvidas

(2010 ndash 2015)

2010 - 2011 2012 - 2015

Revisatildeo da Literatura X

Submissatildeo do projeto ao Comitecirc de Eacutetica (CEP) X

Disciplinas (20 Creacuteditos) X X

Preparo dos Materiais para Coleta X

Coleta de Dados X

Anaacutelise do Consumo Alimentar e Antropometria X X

Anaacutelises da enzima GPx X

Anaacutelise de Hemoglobina X

Anaacutelise Determinaccedilatildeo do Hg nos cabelos X

Anaacutelise de Se (Plasma e Eritroacutecito) X

Qualificaccedilatildeo da Tese X

Anaacutelise Estresse Oxidativo (MDA) X

Anaacutelise Estresse Oxidativo (ORAC) X

Determinaccedilotildees dos Polimorfismos Pro198Leu e

GSTM1 X

Tabulaccedilatildeo de Dados X

Anaacutelise Estatiacutestica X

Tese do Doutorado X

Artigo Cientiacutefico X

82

REFEREcircNCIAS

ADAME EM FLOREA D PEacuteREZ LS LOacutePEZ JM LOacutePEZ-GONZAacuteLEZ B

CRUZ AP Deficient selenium status of a healthy adult spanish population Nutricion

Hospitalaria v27 n2 p524-528 2012

AMORIM MI MERGLER D BAHIA MO DUBEAU H MIRANDA D LEBEL J

BURBANO RR LUCOTTE M Cytogenetic damage related to low levels of

methylmercury contamination in the Brazilian Amazon Anais da Academia Brasileira de

Ciecircncias v72 n4 p497ndash507 2000

AMOUROUX DA LISS PSB TESSIER EA HAMREN-LARSSON MB

DONARD OFX Role of oceans as biogenic sources of selenium Earth and Planetary

Science Letters v189 n34 p277-283 2001

ARSOVA-SARAFINOVSKA Z MZTEVSKA N EKEN A PETROVSKI D BANEV

S DZIKOVA S GEORGIEV V SIKOLE A ERDEM O SAYAL A AYDIN A

DIMOVSKI AJ GPx1 genetic polymorfism erytrocyte GPx activity and prostate cacircncer

risk International Urology and Nephrologuy v41 n1 p63-70 2009

ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA OBESIDADE E DA SIacuteNDROME

METABOacuteLICA Diretrizes brasileiras de obesidade 20092010 3ed Itapevi AC

Farmacecircutica 2009 83p

AZEVEDO FA Toxicologia do mercuacuterio Satildeo Carlos Rima 2003 292p

BAEYENS WRG EBIGHAUS R VASILIEV OF eds Global and regional mercury

cycles sources fluxes and mass balances Dordrecht Kluwer Academic 1996 563p (NATO

ASI series Partnership sub-series 2 environment v21) [Proceedings of the NATO Advanced

Research Workshop on Regional and Global Mercury Cycles sources fluxes and mass

balances Novosibirsk Russia july 10-14 1995]

BAacuteRAacuteNY E BERGDAHL IA BRATTEBY LE LUNDH T SAMUELSON G

SCHUTZ A SKERFVING S OSKARSSON A Relationship between trace element

concentrations in human blood and serum Toxicology Letters v134 n13 p177ndash184

2002

BASTOS WR GOMES JPO OLIVEIRA RC ALMEIDA R NASCIMENTO EL

BERNARDI JVE LACERDA LD SILVEIRA EG PFEIFFER WC Mercury in the

environment and riverside population in the Madeira River Basin Amazon Brazil Science of

the Total Environment v368 n1 p344-351 2006 [Selected papers from the 7th

International Conference on Mercury as a Global Pollutant Ljubljana Slovenia June 27 - July

2 2004]

BEATON GH 1994 Criteria of an adequate diet In Shils RE Olson JA Shike M eds

Modern Nutrition in Health and Disease 8th edition Philadelphia Lea amp Febiger Pp 1491ndash

1505

BISINOTI MC Biogeoquiacutemica aquaacutetica do mercuacuterio orgacircnico na bacia do Rio Negro

Amazocircnia Campinas 2005 169p Tese de Doutorado ndash Instituto de Quiacutemica - Universidade

Estadual de Campinas

83

BISINOTI MC JARDIM WF O comportamento do metilmercuacuterio (meHg) no ambiente

Quiacutemica Nova v27 n4 p593-600 2004

BOENING DW Ecological effects transport and fate of mercury a general review

Chemosphere v40 n12 p1335-1351 2000

BOISCHIO AA HENSHEL DS Linear regression models of methyl mercury exposure

during prenatal and early postnatal life among riverside people along the upper Madeira river

Amazon Environmental Research v83 n2 p150-161 2000

BORTOLI MC Avaliaccedilatildeo dos niacuteveis sanguiacuteneos do hormocircnio tireiodiano ativo (T3) e do

estado nutricional relativo ao selecircnio de mulheres residentes em aacutereas de exposiccedilatildeo ao

mercuacuterio Satildeo Paulo 2010 130p Tese de Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas

- Universidade de Satildeo Paulo

BRABO ES SANTOS EO JESUS IM MASCARENHAS AF FAIAL KF Niacuteveis

de mercuacuterio em peixes consumidos pela comunidade indiacutegena de Sai Cinza na Reserva

Munduruku Municiacutepio de Jacareacanga Estado do Paraacute Brasil Cadernos de Sauacutede

Puacuteblica v15 n2 p325-332 1999

BRASIL Resoluccedilatildeo CONAMA n5 de 5 de agosto de 1993 Dispotildee sobre o gerenciamento

de resiacuteduos soacutelidos gerados nos portos aeroportos terminais ferroviaacuterios e rodoviaacuterios

(Revogadas as disposiccedilotildees que tratam de resiacuteduos soacutelidos oriundos de serviccedilos de sauacutede pela

Resoluccedilatildeo n35805) Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia n166 31 de agosto de 1993 Seccedilatildeo

1 p12996-12998

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo

Baacutesica Coordenaccedilatildeo geral da Poliacutetica de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo Sisvan antropometria

como pesar e medir Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

BRENNEISEN P STEINBRENNER H SIES H Selenium oxidative stress and health

aspects Molecular Aspects of Medicine v26 n45 p256-267 2005

BROOKES AJ The essence of SNPs Gene v234 n2 p177-186 1999

BROWN KM ARTHUR JR Selenium selenoproteins and human health a review Public

Health Nutrition v4 n2b p593-599 2001

BURK RF Recent developments in trace element metabolism and function newer roles of

selenium in nutrition Journal of Nutrition v119 n7 p1051-1054 1998

BURIM RV CANALLE R MARTINELLI ALC TAKAHASHI CS Polymorphisms

in glutathione S-transferases GSTM1 GSTT1 and GSTP1 and cytochromes P450 CYP2E1

and CYP1A1 and susceptibility to cirrhosis or pancreatitis in alcoholics Mutagenesis v19

n4 p291ndash298 2004

CAMPOS MS SARKIS JES MULLER RCS BRABO ES SANTOS EO

Correlation between mercury and selenium concentrations in Indian hair from Rondocircnia

State Amazon region Brazil Science of the Total Environment v287 n12 p155-161

2002

84

CANELA MC Determinaccedilatildeo de mercuacuterio a niacutevel de traccedilo aplicaccedilatildeo em amostras de

interesse ambiental Campinas 1995 79p Dissertaccedilatildeo de Mestrado ndash Instituto de Quiacutemica ndash

Universidade Estadual de Campinas

CARDOSO BR ONG TP JACOB-FILHO W JALUUL O FREITAS MI

COZZOLINO SM Nutritional status of selenium in Alzheimerrsquos disease patients Britsh

Journal of Nutrition v103 n6 p803-806 2010

CARDOSO BR ONG TP JACOB-FILHO W JALUUL O FREITAS MI

COMINETTI C COZZOLINO SM Glutathione peroxidase 1 polymorphism in Brazilian

Alzheimers disease patients relations to the enzyme activity and to selenium status Journal

of Nutrigenetic and Nutrigenomics v5 n2 p72-80 2012

CASTRO L FREEMAN BA Reactive oxygen species in human health and disease

Nutrition v17 n2 p161-165 2001

CASTRO NSS LIMA MO Biomarkers of mercury exposure in the Amazon BioMed

Research International v2014 art867069 p1-10 2014 [Review]

CEZAR MRS Avaliaccedilatildeo da exposiccedilatildeo ao mercuacuterio e seus compostos em matildees e seus

receacutem-nascidos em Porto Velho ndash RO Beleacutem 2002 69p Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Nuacutecleo

de Medicina Tropical - Universidade Federal do Paraacute

CINTRA RMGC Biodisponibilidade de selecircnio em dieta regional de Satildeo Paulo Satildeo

Paulo 1990 74p Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas ndash

Universidade de Satildeo Paulo

CHANG JC GUTENMANN WH REID CM LISK DJ Selenium content of Brazil

nuts from two geographic locations in Brazil Chemosphere v30 n4 p801-802 1995

CHARRIER J MAUGARD CM LE MEVEL B BIGNON YJ Allelotype influence at

glutathione S-transferase M1 locus in breast cancer susceptibility British Journal of

Cancer v79 n2 p346-53 1999

CHAUHAN A CHAUHAN V Oxidative stress in autism Pathophysiology v13 n13

p171-181 2006

CHEN CL LIU Q RELLING MV Simultaneous characterization of glutathione S-

transferase M1 and T1 polymorphisms by polymerase-chain reaction in American whites and

blacks Pharmacogenetics v6 n2 p187-191 1996

CHEN C OU L LI B XING L GUANG J TIACHENG W YUXI G PEIQUN Z

MEI L WEI C ZHIFANG C Increased Oxidative DNA Damage as assessed by urinary

8-hidroxy-2 deoxyguanosine concentrations and serum redox status in persons exposed to

mercury Clinical Chemistry v51 n4 p759-767 2005

CHEN H YU M LI M ZHAO R ZHU Q ZHOU W LU M LU Y ZHENG T

JIANQ J ZHAO W XIANG K JIA W LIU L Polymorphic variations in manganese

superoxide dismutase (MnSOD) glutathione peroxidase ndash 1 (GPx 1) and catalase (CAT)

contribuite to elevated plasma triglyceride levels in Chinese patients with type 2 diabetes or

diabetic cardiovascular disease Molecular Cell Biochemistry v363 p85ndash91 2012

85

CHEN Y KAPETANOVIC I CROWELL J IP C MORRISSEY R LYUBIMOV A

Thirteen week oral (Gavage) toxicity study of L-Se-Methylselenocysteine (SeMC) in rats

Toxicological Science v90 n1-S p343 2006

COLOMBO J ROSSIT ARB CAETANO A BORIM AA WORNRATH D

SILVA AE GSTT1 GSTM1 and CYP2E1 genetic polymorphisms in gastric cancer and

chronic gastritis in a Brazilian population World Journal of Gastroenterology v10 n9

p1240ndash1245 2004

COMBS Jr GF WATTS JC JACKSON MI JOHNSON LK ZENG H SCHEETT

AJ UTHUS EO SCHOMBURG L HOEG A HOEFIG CS DAVIS CD

MILNER JA Determinants of selenium status in healthy adults Nutrition Journal v10

p75 2011

COMINETTI C Efeito da suplementaccedilatildeo com castanha do Brasil (Bertholletia excelsa

H B K) sobre o estresse oxidativo em mulheres obesas e sua relaccedilatildeo com o

polimorfismo Pro198Leu no gene da glutationa peroxidase 1 Satildeo Paulo 2010 115p Tese

de Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo

COMINETTI C BORTOLI MC ABDALLA DSP COZZOLINO SMF

Considerations about oxidative stress selenium and nutrigenetics Nutrire v36 n3 p131-

153 2011 [Review]

COMINETTI C BORTOLI MC PURGATTO E ONG TP MORENO FS

GARRIDO Jr BG COZZOLINO SMF Associations between glutathione peroxidase-1

Pro198Leu polymorphism selenium status and DNA damage levels in obese women after

consumption of Brazil nuts Nutrition v27 n9 p891-896 2011

COUTINHO VE Efeito da suplementaccedilatildeo de selecircnio por meio da ingestatildeo de castanhas-

do-Brasil (Bertholletia excelsa HBK) no estado nutricional relativo ao selecircnio de

praticantes de atividade fiacutesica (capoeira) Satildeo Paulo 2001 150p Tese de Doutorado -

Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo

COVAULT J ABREU C KRANZLER H ONCKEN C Quantitative real-time PCR for

gene dosage determinations in microdeletion genotypes BioTechniques v35 n3 p594-

598 2003

COZZOLINO SMF Deficiecircncias de minerais Estudos Avanccedilados v21 n60 p119-126

2007

CRESPO-LOPEZ ME SA AL HERCULANO AM BURBANO RR

NASCIMENTO JLM Methylmercury genotoxicity a novel effect in human cell lines of the

central nervous system Environment International v33 n2 p141ndash146 2007

CUSTODIO HM BROBERG K WENNBERG M JANSSON JH VESSBY B

HALLMANS G STEGMAYR B SKERFVING S Polymorphisms in glutathione-related

genes affect methylmercury retention Archives of Environmental Health v59 n11

p588ndash595 2004

CRESPO-LOacutePEZ ME SANTOS ECO BRABO ES RODRIGUES AR COcircRTES

MIT SILVEIRA LCL Comparative study of human exposure to mercury in riverside

86

communities of Amazon Brazilian Journal of Medical and Biological Research v39 n3

p411-414 2006

CUSTODIO HM HARARI R GERHARDSSON L SKERFVING S BROBERG K

Genetic influences on the retention of inorganic mercury Archives of Environmental amp

Occupational Health v60 n1 p17ndash23 2005

DAVIS CD UTHUS EO Dietary selenite and azadeoxycytidine treatments affect

dimethilhidrazine-induced aberrant crypt formation in rat colon and DNA methylation in HT

ndash 29 cells Journal of Nutrition v132 n2 p292-297 2002

DEJONG JL CHANG CM WHANG-PERNG J KNUTSEN T TU CPD The

human liver glutathione S-transferase gene superfamily expression and chromosome

mapping of Hb subunit cDNA Nucleic Acids Research v16 n17 p8541-8554 1988

DI PIETRO A VISALLI G LA MAESTRA S MICALE R BALUCE B

MATARESE G CINGANO L SCOGLIO ME Biomonitoring of DNA damage in

peripheral blood lymphocytes of subjects with dental restorative fillings Mutation Research

v650 n2 p115ndash122 2008

DOMINGUES J Determinaccedilatildeo de mercuacuterio total em amostras de cabelo e sua relaccedilatildeo

com o desenvolvimento psicomotor de crianccedilas na comunidade de Barreiras Paraacute

Beleacutem 2000 91p Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Nuacutecleo de Medicina Tropical - Universidade

Federal do Paraacute

DONADIO JLS Polimorfismos nos genes da enzima glutationa peroxidase e

biomarcadores do estado nutricional relativo ao selecircnio em populaccedilatildeo adulta de Satildeo

Paulo Satildeo Paulo 2011 75p Disssertaccedilatildeo de Mestrado - Faculdade de Ciecircncias

Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo

DRASCH G MAILAumlNDER S SCHLOSSER C ROIDER G Content of non-mercury-

associated selenium in human tissues Biological Trace Element Research v77 n3 p219-

230 2000

DUMONT E VANHAECKE F CORNELIS R Selenium speciation from food source to

metabolites a critical review Analytical and Bioanalytical Chemistry v385 n7 p1304-

1323 2006

DUSINSKAacute M VALLOVAacute B URSIacuteNYOVAacute M HLADIacuteKOVAacute V SMOLKOVAacute B

WSOacuteLOVAacute L RASLOVAacute K COLLINS AR DNA damageand antioxidants

fluctuations through the year in a central European population group Food and Chemical

Toxicology v40 n8 p1119ndash1123 2002

EGASHIRA EM MIZIARA APB LEONI LAB Grupo do arroz patildeo massa batata e

mandioca PHILIPPI ST org Piracircmide dos alimentos fundamentos baacutesicos da nutriccedilatildeo

2ed Barueri Manole 2014 (Guias de Nutriccedilatildeo e Alimentaccedilatildeo)

EPA (US Environmental Protection Agency) Mercury in Medical Facilities Revised August

2003 Updated 2005

87

ERCAL N GURER-ORHAN H AYKIN-BURNS N Toxic metals and oxidative stress

Part I Mechanisms involved in metal-induced oxidative damage Current Topics in

Medicinal Chemistry v1 n6 p529-539 2001

FABIAN E POLOSKEY P KOacuteSA L ELMADFA I REacuteTHY LA Nutritional

supplements and plasma antioxidants in childhood asthma Wiener Klinische

Wochenschrift v125 n1112 p309ndash315 2013

FADINI PS JARDIM WF Is the Negro River Basin (Amazon) impacted by naturally

occurring mercury Science of the Total Environment v275 n13 p71-82 2001

FAIRWEATHER-TAIT SJ BAO Y BROADLEY MR COLLINGS R FORD D

HESKETH JE HURST R Selenium in human health and disease Antioxidants amp Redox

Signaling v14 n7 p1337-1383 2011

FARELLA N Les fermes familiales de la reacutegion frontiegravere du Tapajoacutes en Amazonie

breacutesilienne relations entre les origines les pratiques agricoles les impacts sur les sols et le

deacuteboisement Montreacuteal 2005 209p Tese de Doutorado ndash Universiteacute Du Queacutebec agrave Montreacuteal

FARIAS LA FAVARO DIT VASCONCELLOS MBA Determinaccedilatildeo de mercuacuterio e

metilmercuacuterio em amostras de cabelo e peixes Revista do Instituto Adolfo Lutz v68 n3

p451-460 2009

FARIAS LA SANTOS NR FAVARO DIT BRAGA ES Mercuacuterio total em cabelo de

crianccedilas de uma populaccedilatildeo costeira Cananeacuteia Satildeo Paulo Brasil Cadernos de Sauacutede

Puacuteblica v24 n10 p2249-2256 2008

FARIAS LA Avaliaccedilatildeo do conteuacutedo de mercuacuterio metilmercuacuterio e outros elementos de

interesse em peixes e em amostras de cabelos e dietas de preacute-escolares da Regiatildeo

Amazocircnica Satildeo Paulo 2006 233p Tese de Doutorado ndash Instituto de Pesquisas Energeacuteticas e

Nucleares - Universidade de Satildeo Paulo

FARIAS LA FAacuteVARO DIT MAIHARA VA VASCONCELOS MBA

YUYAMA LK AGUIAR JPL ALENCAR FH Assessment of daily dietary intake of

Hg and some essential elements in diets of children from the Amazon region Journal of

Radioanalytical and Nuclear Chemistry v270 n1 p217-223 2006

FOLVEN KI GLOVER CN MALDE MK LINDEBEYE AK Does selenium modify

neurobehavioral impacts of developmental methylmercury exposure in mice Environmental

Toxicology and Pharmacology v28 n1 p111-119 2009

FORD M DELANEY KA LING L ERICKSON T Clinical toxicology Philadelphia

W B Saunders 2001 p737ndash742

FORSBERG L DE FAIRE U MARKLUND SL ANDERSSON PM STEGMAYR

B MORGENSTERN R Phenotype determination of a common Pro-Leu polymorphism in

human glutathione peroxidase 1 Blood Cells Molecules amp Diseases v26 n5 p423-426

2000

FOSBERG L DE FAIRE U MORGENSTERN R Low yield of polymorphisms from

EST blast searching analysis of genes related to oxidative stress and verification of the

P197L polymorphism in GPX1 Human Mutation v13 n4 p294-300 1999

88

FOX T FAIRWEATHER-TAIT SJ Selenium In HURRELL R ed The mineral

fortification of foods Leatherhead Leatherhead Publishing 1999 v2 p1-44 (A

Leatherhead Food RA publication)

FRISANCHO AR Anthropometric standards for the assessment of growth and

nutritional status Ann Arbor University of Michigan Press 1990 189p

GAacuteC P PAWLAS N POREBA R POREBA M MARKIEWICZ-GOacuteRKA I

JANUSZEWSKA L OLSZOWY Z PAWLAS K Interaction between blood selenium

concentration and a levels of oxidative stress and antioxidative capacity in healthy children

Environmental Toxicology and Pharmacology v39 n1 p137-144 2014

GAILER J GRAHAM NG PICKERING IJ MADDEN S PRINCE RC YU EY

DENTON MB YOUNIS HS APOSHIAN HV Structural Basis of the Antagonism

between Inorganic Mercury and Selenium in mammals ChemResToxicol 2000 13-1135-

1142

GALAN-CHILET I TELLEZ-PLAZA M GUALLAR E MARCO G LOPEZ-

IZQUIERDO R GONZALEZ-MANZANO I TORMOS MC MARTIN-NUNtildeEZ GM

ROJO-MARTINEZ G SAEZ GT MARTIacuteN-ESCUDERO JC REDON J JAVIER-

CHAVES F Plasma selenium and oxidative stress biomarkers a gene-environment

interaction population based study Free Radical Biology and Medicine v74 p229-236

2014

GALVAtildeO RCF BERNARDI JVE ALMEIDA R BASTOS WR GOMES JPO

Relaccedilatildeo espacial do mercuacuterio e elementos traccedilos em sedimento de fundo no Alto Rio

Madeira In SEMINAacuteRIO DE RECURSOS HIacuteDRICOS DA BACIA HIDROGRAacuteFICA DO

PARAIacuteBA DO SUL O EUCALIPTO E O CICLO HIDROLOacuteGICO 1 Taubateacute 2007

Anais Taubateacute IPABHi 2007 p51-57

GANTHER HE SUNDE ML Factors in fish modifying methylmercury toxicity and

metabolism Biological Trace Element Research v119 n3 p221-233 2007

GATTAacuteS GHF KATO M SOARES-VIEIRA JA SIRAQUE MS KOHLER P

GOMES L REGO MAV BYDLOWSKI SP Ethnicity and glutathione S-transferase

(GSTM1 GSTT1) polymorphisms in a Brazilian population Brazilian Journal of Medical

and Biological Research v37 n4 p451-458 2004

GINSBERG G SMOLENSKI S HATTIS D GUYTON KZ JOHNS DO

SONAWANE B Genetic polymorphism in glutathione transferases (GST) population

distribution of GSTM1 T1 and P1 conjugating activity Journal of Toxicology and

Environmental Health Part B Critical Reviews v12 n56 p389-439 2009

GONZAGA IB MARTENS A COZZOLINO SMF Selecircnio In COZZOLINO SMF

org Biodisponibilidade de nutrientes 2ed Barueri Manole 2007 Cap28 p575-613

GONZAGA IB Avaliaccedilatildeo nutricional relativa ao selecircnio em crianccedilas com dieta

enriquecida de castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa L) Satildeo Paulo 2002 157p Tese

de Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo

GONZAGA IB MARTENS A COZZOLINO SMF Selecircnio In COZZOLINO SMF

org Biodisponibilidade de nutrientes Barueri Manole 2005 cap26 p539-577

89

GREGUS Z GYURASICS AI CSANAKY I PINTER Z Effects of methylmercury and

organic acid on the disposition of exogenous selenium in rats Toxicology and Applied

Pharmacology v174 n2 p177ndash187 2001

GRYGIEL-GOacuteRNIAK B MARCINKOWSKA J SZCZEPANIK A PRZYSLAWSKI J

Nutritional habits and oxidative stress in postmenopausal age Polskie Archiwum Medycyny

Wewnetrznej v124 n6 p298ndash305 2014

GUNDACKER C KOMARNICKI G ZOumlDL B FORSTER C SHUSTER E

WITTMANN K Whole blood mercury and selenium concentrations in a selected Austrian

population Does gender matter Science of the Total Environment v372 n1 p76-86

2006

GUNDACKER C KOMARNICKI G JAGIELLO P GENCIKOVA A DAHMEN N

WITTMANN KJ GENCIK M Glutathione-S-transferase polymorphism metallothionein

expression and mercury levels among students in Austria Science of the Total

Environment v385 n13 p37-47 2007

HACON SS DOacuteREA JG FONSECA MF OLIVEIRA BA MOURAtildeO DS RUIZ

CMV GONCcedilALVES RA MARIANI CF BASTOS WR The influence of chances in

lifestyle and mercury exposure in riverine populations of the Madeira River (Amazon Basin)

near a hydroelectric project International Journal of Environmental Research and Public

Health v11 n3 p2437-2455 2014

HALLIWELL B CHIRICO S Lipid peroxidation its mechanisms measurement and

significance American Journal and Clinical Nutrition v57 n5 suppl p715S-725S

1993

HAMANASHI T FURUTA H KATO H DOI A TAMAI M SHIMOMURA H

SAKAGASHIRA S NISHI M SASAKI H SANKE T NANJO K Functional variants

in the glutathione peroxidase-1 (GPx-1) gene are associated with increased intima-media

thickness of carotid arteries and risk of macrovascular disease in Japanese type 2 diabetic

patients Diabetes v53 n9 p2455-2460 2004

HARADA M NAKANISHI J YASODA E PINHEIRO MCN OIKAWA TAG

GUIMARAcircES GA CARDOSO BS KIZAKI T OHNO H Mercury pollution in the

Tapajos River basin Amazon mercury level of head hair and health effects Environment

International v27 n4 p285ndash290 2001

HATAGIMA A KLATAU-GUIMARAtildeES MZ SILVA FP CABELLO PH

Glutathione S-transferase M1 (GSTM1) polymorfism in two Brazillian populations Genetics

and Molecular Biology v23 n4 p709-713 2000

HERBETTE S ROECKEL-DREVET P DREVET JR Seleno-independent glutathione

peroxidases more than simple antioxidant scavengers FEBS Journal v274 n9 p2163-

2180 2007

HERCULANO AM CRESPO-LOacutePEZ ME LIMA SMA PINCANCcedilO DINIZ

DLW NASCIMENTO JLM Methylmercury intoxication activates nitric oxide synthase

in chick retinal cell culture Brazilian Journal of Medical and Biological Research v39

n3 p415ndash418 2006

90

HOLBEN DH SMITH AM The diverse role of selenium within selenoproteins a review

Journal of the American Dietetic Association v99 n7 p836-843 1999

HORVAT M BAEYENS W EBINGHAUS R VASILIEV O Mercury analysis and

speciation in environmental samples In NATO ASI SERIES 2 ENVIRONMENT global and

regional mercury cycles sources fluxes and mass balances Novosibirsk 1996 Kluwer

1996 p1-31

HU YJ DIAMOND AM Role of glutathione peroxidase 1 in breast cancer loss of

heterozygosity and allelic differences in the response to selenium Cancer Research v63

n12 p3347-3351 2003

HSIEH YY SHEN WS LEE LY WU TL NING HC SUN CF Long-term

changes in trace elements in patients undergoing chronic hemodialysis Biological Trace

Element Research v109 n2 p115-121 2006

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Atlas do Censo demograacutefico 2010 Rio de

Janeiro IBGE 2013 Disponiacutevel em httpbibliotecaibgegovbrvisualizacaolivrosliv64529_capa_sumpdf

Acesso em 02 Jan 2015

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Censo demograacutefico 2010 caracteriacutesticas

da populaccedilatildeo e dos domiciacutelios resultados do universo Rio de Janeiro IBGE 2011 270p Disponiacutevel em

httpbibliotecaibgegovbrvisualizacaoperiodicos93cd_2010_caracteristicas_populacao_domiciliospdf

Acesso em 02 Jan 2015

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Estimativas da populaccedilatildeo residente no

Brasil e unidades da Federaccedilatildeo com data de referecircncia em 1ordm de julho de 2014 2014 8p Disponiacutevel em

ftpftpibgegovbrEstimativas_de_PopulacaoEstimativas_2014nota_metodologica_2014pdf Acesso em 02

Jan 2015

INSTITUTE OF MEDICINE (United States) Dietary reference intakes for vitamin C

vitamin E selenium and carotenoides Washington National Academy Press 2000 529p

INTERNATIONAL PROGRAM ON CHEMICAL SAFETY UNITED NATIONS

ENVIRONMENT PROGRAMME WORLD HEALTH ORGANIZATION

Methylmercury Geneva World Health Organization 1990 v118 144p (Methylmercury in

environmental health criteria 101)

INSTITUTE OF MEDICINE (United States) Introduction to dietary reference intakes In

______ Dietary reference intakes for vitamin C vitamin E selenium and carotenoides

Washington National Academy Press 2000 cap1 p21-34

INTERNATIONAL PROGRAM ON CHEMICAL SAFETY UNITED NATIONS

ENVIRONMENT PROGRAMME WORLD HEALTH ORGANIZATION

Methylmercury Geneva World Health Organization 1990 v118 144p (Methylmercury in

environmental health criteria 101)

INSTITUTE OF MEDICINE (United States) Nutrient assessment of individuals statistical

foundations In ______ Dietary reference intakes applications in dietary assessment

Washington National Academy 2000 append B p185-210

91

JABLONSKA E GROMADZINSKA J RESZKA E WASOWICZ W SOBALA W

SZESZENIA-DABROWSKA N BOFFETTA P Association between GPx1 Pro198Leu

polymorphism GPx1 activity and plasma selenium concentration in humans European

Journal of Nutrition v48 n6 p383ndash386 2009

JAFFEacute WG RUPHAEL MD MONDRAGON MC CUEVAS MA Estudio cliacutenico e

bioquiacutemicos em nintildeos escolares de uma zona seleniacutefera Archivos Latinoamericanos de

Nutricioacuten v22 n4 p595-611 1972

JAIN M KUMAR S RASTOGI N LAL P GHOSHAL UC TIWARI A PANT

MC BAIQ MQ MITTAL B GSTT1 GSTM1 and GSTP1 genetic polymorphisms and

interaction with tobacco alcohol and occupational exposure in esophageal cancer patients

from North India Cancer Letters v242 n1 p60ndash67 2006

JONES DP Redefining oxidative stress forum review Antioxidants amp Redox Signaling

v8 n910 p1865-1879 2006

KAUWELL GPA Emerging concepts in nutrigenomics a preview of what is to come

Nutrition in Clinical Practice v20 n1 p75-87 2005

KARUNASINGLE N HAN DY ZHU S YU J LANGE K DUAN H MEDHORA

R SINGH N KAN J ALZAHER W CHEN B KO S TRIGGS CM FERGUSON

LR Serum selenium and single-nucleotide polymorphisms in genes for selenoproteins

relationship to markers of oxidative stress in men from Auckland New Zealand Genes amp

Nutrition v7 n2 p179-190 2012

KLAUTAU-GUIMARAtildeES MN DrsquoASCENCcedilAtildeO R CALDART FA GRISOLIA CK

SOUZA JR BARBOSA AC CORDEIRO CMT FERRARI I Analysis of genetic

susceptibility to mercury contamination evaluated through molecular biomarkers in at-risk

Amazon Amerindian populations Genetics and Molecular Biology v28 n4 p827-832

2005

KO WS GUO CH YEAH MS LIN LY HSU GS CHEN PC LUO MC LIN

CY Blood micronutrient oxidative stress and viral lood in patients with chronic hepatitis C

World Journal of Gastroenterology v14 n30 p4697ndash4702 2005

KOumlHRLE J The trace element selenium and the thyroid gland Biochimie v81 p527-533

1999

KOumlHRLE J FLOHEacute BR BOCK A GARTNER R MEYER O FLOHEacute L Selenium

in biology facts and medical perspectives Biological Chemistry v381 n910 p849-864

2000

KRISHNAN S RANI P Evaluation of selenium redox statusand their association with

plasma amyloidtau in Alzheimerrsquos disease Biological Trace Element Research v158 n2

p158ndash165 2014

KUZUYA M ANDO F IGUCHI A SHIMOKATA H Glutathione peroxidase 1

Pro198Leu variant contributes to the metabolic syndrome in men in a large Japanese cohort

American Journal of Clinical Nutrition v87 n6 p1939ndash1944 2008

92

LACERDA LD Distribuiccedilatildeo e comportamento do mercuacuterio no ambiente Amazocircnico In

HACON S LACERDA LD PFEIFFER WC CARVALHO D orgs Riscos e

consequecircncias do uso do mercuacuterio Rio de Janeiro Ministeacuterio da Sauacutede FINEP IBAMA

CNPQ 1990 p80-90 [Seminaacuterio Nacional ldquoRiscos e Consequumlecircncias do Uso do Mercuacuteriordquo

de 12 a 15 de setembro de 1989 Brasilia - DF]

LAumlRSTAD M LJUNGKVIST G OLIN AC TOREacuteN K Determination of

malondialdehyde in breath condensate by high-performance liquid chromatography with

fluorescence detection Journal of Chromatography B Analytical Technologies in the

Biomedical and Life Sciences v766 n1 p107-114 2002

LEE BE HONG YC PARK H HA M KOO BS CHANG N ROH YM KIM

BN KIM YJ KIM BM JO SJ HA EH Interaction between GSTM1GSTT1

polymorphism and blood mercury on birth weight Environmental Health Perspectives

v118 n3 p437-443 2010

LEI XG CHENG W McCLUNG JP Metabolic regulation and function of glutathione

peroxidase-1 Annual Review of Nutrition v27 p41-61 2007

LEMIRE M FILLION M FRENETTE BT PASSOS CJS GUIMARAtildeES JRD

BARBOSA Jr F MERGLER D Selenium from dietary sources and motor functions in the

Brazilian Amazon Neurotoxicology v32 n6 p944-953 2011

LEMIRE M FILLION M FRENETTE BT MAYER A PHILIBERT A PASSOS

CJS GUIMARAtildeES JR BARBOSA FJ MERGLER D Selenium and mercury in the

Brazilian Amazon opposing influences on age-related cataracts Environmental Health

Perspectives v118 n11 p1584-1589 2010

LEMIRE M MERGLER D FILLION M PASSOS CJS GUIMARAtildeES JRD

DAVIDSON R LUCOTTE M Elevated blood selenium levels in the Brazilian Amazon

Science of the Total Environment v366 n1 p101-111 2006

LEMIRE M MERGLER D HUEL G PASSOS CJS FILLION M PHILIBERT A

GUIMARAtildeES JR RHEAULT I BORDUAS J NORMAND G Biomarkers of selenium

status in the Amazonian context blood urine and sequential hair segments Journal of

Exposure Science amp Environmental Epidemiology v19 n2 p213-222 2009

LETAVAYOVAacute L VLCKOVAacute V BROZMANOVAacute J Selenium from cancer

prevention to DNA damage Toxicology v227 n12 p1-14 2006

LINDBERG A BJORNBERG KA VAHTER M BERGLUNG M Exposure to

methylmercury in non-fish eating people in Sweden Environmental Research v96 n1

p28-33 2004

LIVAK KJ FLOOD SJA MARMARO J GIUSTI W DEETZ K Oligonucleotides

with fluorescent dyes at opposite ends provide a quenched probe system useful for detecting

PCR product and nucleic acid hybridization PCR Methods and Applications v4 n6

p357-362 1995

MAIA CSC O selecircnio e a glacircndula tireoacuteide um estudo em pacientes portadores de

disfunccedilotildees tireoidianas nos estados do Cearaacute e Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2008 117p Tese de

Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo

93

MANNERVICK B The isoenzymes of glutathione transferase Advances in Enzymology

and Related Areas of Molecular Biology v57 p357-417 1985

MARQUES RC Avaliaccedilatildeo da exposiccedilatildeo ao mercuacuterio e seus compostos sobre o

desenvolvimento neuropsicomotor em crianccedilas de Porto Velho-RO Beleacutem 2002 102p

Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Nuacutecleo de Medicina Tropical - Universidade Federal do Paraacute

MARQUES RC DOacuteREA JG BASTOS WR REBELO MF FONSECA MF

MALM O Maternal mercury exposure and neuro-motor development in breastfed infants

from Porto Velho (Amazon) Brazil Int J Hyg Environ Health v210 p51ndash60 2007 Int

J Environ Res Public Health 2013

MARQUES RC BERNARDI JVE DOREA JG BRANDAtildeO KG BUENO L

LEAtildeO RS MALM O Fish consumption during pregnancy mercury transfer and birth

weight along Madeira River basin in Amazonia International Journal of Environmental

Research and Public Health v10 n6 p2150-2163 2013

MARTENS AVS COZZOLINO SMF Mapeamento da distribuiccedilatildeo de selecircnio em

territoacuterio brasileiro por meio da anaacutelise de alimentos nativos feijatildeo (fascolos vulgaris L) e

carne bovina para o consumo humano e aacuteguas e solo oriundos Satildeo Paulo FAPESP 2002

Processo n0011578-3 [Relatoacuterio Cientifiacuteco]

MARTENS IBG MARTENS A COZZOLINO SMF Selecircnio In COZZOLINO

SMF org Biodisponibilidade de nutrientes 4ed Barueri Manole 2012 p721-765

MEECH JA VEIGA MM THOMASNS D Emissions and stability of mercury in the

Amazon Canadian Metallurgical Quarterly v36 n4 p231-239 1997

MIRETZKY P BISINOTI MC JARDIM WF Sorption of mercury (II) in Amazon soils

from column studies Chemosphere v60 n11 p1583-1589 2005

MORADI M EFYEKHARI MH TALEI A FARD ARA Comparative study of

selenium concentration and glutathione peroxidase activity in normal and breast cancer

Public Health Nutrition v12 n1 p59-63 2009

MORAIS LMTS CARDOSO FILHO C LOURENCcedilO GJ SHINZATO JY

ZEFERINO LC LIMA CSP GURGEL MSC Caracteriacutesticas mamograacuteficas do cacircncer

de mama associadas aos polimorfismos GSTM1 e GSTT1 Revista da Associaccedilatildeo Meacutedica

Brasileira v54 n1 p61-66 2008

MUCCI A MONTGOMERY S LUCOTTE M PLOURDE Y PICHET P VANTRA

H Mercury remobilization from flooded soils in a hydroelectric reservoir of Northern

Quebec La Grande-2 results of a soil resuspension experiment Canadian Journal of

Fisheries and Aquatic Sciences v52 n11 p2507-2517 1995

NAGANUMA A ANDERSON ME MEISTER A Cellular glutathione as a determinant

sensitivity to mercury chloride prevention of toxicity by giving glutathione monoester

Biochemical Parmacology v40 n4 p693-697 1990

NAVARRO-ALARCON M CABRERA-VIQUE C Selenium in food and the human body

a review Science of the Total Environment v400 n13 p115-141 2008

94

NAVARRO-ALARCON M LOacutePEZ-MARTINEZ MC Essentiality of selenium in the

human body relationship with different diseases Science of the Total Environment v249

n13 p347-371 2000

NATIONAL RESEARCH COUNCIL Nutrient requeriments of dairy cattle 7ed

Washington National Academy Press 2001381p

NISHIMURA LS Polimorfismo Pro198Leu no gene para a enzima antioxidante

dependente de selecircnio glutationa peroxidase 1 e risco de cacircncer epidermoide da cavidade

oral e orofaringe 2010 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncia dos Alimentos) ndash Faculdade

de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

OLUSI SO Obesity is independent risk factor for plasma lipid peroxidation and depletion of

erythrocyte cytoprotectic enzymes in humans International Journal of Obesity and

Related Metabolic Disorders v26 n9 p1159ndash1164 2002

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Elementos traccedilo na nutriccedilatildeo e sauacutede humana

Satildeo Paulo Roca 1998 p63-91

ORTUNtildeO J ROS G PERIAGO MJ MARTINEZ C LOPEZ G RODRIGO J

Importacircncia nutricional del selenio Archivos Latinoamericanos de Nutricioacuten v47 n1

p6-13 1997

PAGLIA DE VALENTINE WN Studies on the quantitative and qualitative

characterization of erythrocyte glutathione peroxidase Journal of laboratory and clinical

medicine v70 n1 p158-169 1967

PAPP LV LU J HOLMGREN A KHANNA KK From selenium to selenoproteins

synthesis identity and their role in human health Antioxidants amp Redox Signaling v9 n7

p776-796 2007

PARADIS S WHEATLEY B BOSWELL-PURDY J BEacuteLISLE D COLE M

LICKERS H HAYTON A DAVIES K Mercury contamination through fish

consumption a model for predicting and preventing hazardous behavior on a community

level Mercury as a Global Pollutant Human Health Issues v97 p147-158 1997

PARK SK KANG D NOH DY LEE KM KIM SU CHOI JY CHOI IM

AHN SH CHOE KJ HIRVONEN A STRICKLAND PT YOO KY Reproductive

factors glutathione S-transferase M1 and T1 genetic polymorphism and breast cancer risk

Breast Cancer Research and Treatment v78 n1 p89-96 2003

PASSOS CJ MERGLER D GASPAR E MORAIS S LUCOTT M LARRIBE F

DAVIDSON R GROSBOIS S Eating tropical fruit reduces mercury exposure from fish

consumption in the Brazilian Amazon Environmental Research v93 n2 p123-130 2003

PASSOS CJ MERGLER D LEMIRE M FILLION M GUIMARAtildeES JR Fish

consumption and bioindicators of inorganic mercury exposure Science of the Total

Environment v373 n1 p68ndash76 2007

PASCALICCHIO AAE Contaminaccedilatildeo por metais pesados sauacutede puacuteblica e medicina

ortomolecular Satildeo Paulo Annablume 2002 132p

95

PEROTTONI J LOBATO LP SILVEIRA A ROCHA JBT EMANUELLI T Effects

of mercury and selenite on D-aminolevulinate dehydratase activity and on selected oxidative

stress parameters in rats Environmental Research v95 n2 p166-173 2004

PINHEIRO MCN GUIMARAtildeES GA NAKANISHI J OIKAWA T VIEIRA JL

QUARESMA M CARDOSO B AMORAS W Avaliaccedilatildeo da contaminaccedilatildeo mercurial

mediante anaacutelise do teor de Hg total em amostras de cabelo em comunidades ribeirinhas do

Tapajoacutes Paraacute Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v33 n2

p181-194 2000

PINHEIRO MCN MACCHI BM VIEIRA JLF OIKAWA T AMORAS WW

GUIMARAtildeES GA COSTA CA CRESPO-LOacutePEZ ME HERCULANO AM

SILVEIRA LC NASCIMENTO JL Mercury exposure and antioxidant defenses in

women a comparative study in the Amazon Environmental Research v107 n1 p53ndash59

2008

PINHEIRO MCN MULLER RCS SARKIS JE VIEIRA JLF OIKAWA T

GOMES MSV GUIMARAtildeES GA NASCIMENTO JLM SILVEIRA LCL

Mercury and selenium concentrations in hair samples of women in fertile age from Amazon

riverside communities Science of the Total Environment v349 n13 p284-288 2005

PINHEIRO DS ROCHA FILHO CR MUNDIM CA MARCO Jr P ULHOA CJ

REIS AAS GHEDINI PC Evaluation of glutathione S-transferase GSTM1 and GSTT1

deletion polymorphisms on type-2 diabetes mellitus risk PLoS One v8 n10 arte76262

p1-5 2013

PIRES LV Efeito da suplementaccedilatildeo com castanha-do-Brasil (Bertholletia excelsa

HBK) na expressatildeo gecircnica de citocinas inflamatoacuterias e sua relaccedilatildeo com o estresse

oxidativo e pacientes com diabetes mellitus tipo 1 Satildeo Paulo 2012 130p Tese de

Doutorado ndash Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo

POSSUELO LG PERACcedilA CF EISENHARDT MF DOLTO ML CAPPELLETTI

L FOLETTO E VALIM ARM Polymorphisms of GSTM1 and GSTT1 genes in breast

cancer susceptibility a case-control study Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetriacutecia

v35 n12 p569-574 2013

PRIOR RL HOANG H GU L WU X BACCHIACA M HOWARD L

HAMPSCH-WOODILL M HUANG D OU B JACOB B Assays for hydrophilic and

lipophilic antioxidant capacity (oxygen radical absorbance capacity (ORACFL)) of plasma

and other biological and food samples Journal of Agricultural and Food Chemistry v51

n11 p3273-3279 2003

RAVN-HAREN G OLSEN A TJONNELAND A DRAGSTED LO NEXO BA

WALLIN H OVERVAD K RASCHOU-NIELSENL O VOGEL U Associations

between GPx 1 Pro198Leu polymorphism erythrocyte GPx activity alcohol consumption and

breast cancer risk in a prospective cohort study Carcinogenesis v27 n4 p820-825 2006

RAYMAN MP The importance of selenium to human health Lancet v356 n9225 p233-

241 2000

RAYMOND LJ RALSTON NVC Mercury selenium interactions and health

implications Seychelles Medical and Dental Journal v7 n1 spiss p72-77 2004

96

REILLY C Selenium in food and health London Blackie Academic and Professional

1996 338p

REZAEI Z JAMSHIDZADEH A SANATI E A rapid and sensitive method for the

determination of malondialdehyde as its hydralazine derivative in human plasma using high

performance liquid chromatography Analytical Methods v5 n12 p2995-2999 2013

RICHIE Jr JP MUSCAT JE ELLISION I CALCAGNOTTO A KLEINMAN W

EL-BAYOUMY K Association of selenium status and blood glutathione concentrations in

blacks and whites Nutrition and Cancer v63 n3 p367ndash375 2011

RIDNOUR LA ISENBERG JS ESPEY MG THOMAS DD ROBERTS DD Nitric

oxide regulates angiogenesis through a functional switch involving thrombospondin-1

Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America v102

n37 p13147-13152 2005

ROCHA AV Estado nutricional relative ao selecircnio de crianccedilas residentes em duas

localidades de Rondocircnia Amazocircnia Ocidental Satildeo Paulo 2009 109p Dissertaccedilatildeo de

Mestrado ndash Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas ndash Universidade de Satildeo Paulo

ROCHA AV CARDOSO BR COMINETTI C BUENO RB BORTOLI MC

FARIAS LA FAVARO DIT CAMARGO LMA COZZOLINO SMF Selenium

status and hair mercury leves in riverine children from Rondocircnia Amazonia Nutrition v30

n11-12 p1318-1323 2014

SAacute AL HERCULANO AM PINHEIRO MC SILVEIRAS LCL NASCIMENTO

JLM CRESPO-LOacutePEZ ME Exposiccedilatildeo humana ao mercuacuterio na regiatildeo oeste do Estado do

Paraacute Revista Paraense de Medicina v20 n1 p19-25 2006

SAMPAIO DS LUCOTTE M ROULET HP MERGLER D CROSSA M Mercuacuterio

nos peixes do Rio Tapajoacutes Amazocircnia brasileira InterfacEHS v1 n1 art 6 p1-31 2006

Disponiacutevel em

httpwwwunitesuqamcagmfcarusodoccarusosampaiosampaio_et_al_2006pdf Acesso

em 24 Dez 2014

SANTOS KMO AQUINO RC Grupo dos oacuteleos e gorduras In PHILIPPI ST Piracircmide

dos alimentos fundamentos baacutesicos da nutriccedilatildeo 2ed Barueri Manole 2014 p251-303

SANTOS LB Polimorfismo Pro198Leu no gene que codifica para glutationa

peroxidase 1 e sua relaccedilatildeo com o estado nutricional relativo ao selecircnio de uma populaccedilatildeo

adulta residente no municiacutepio de Fortaleza Cearaacute 201393f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash

Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2013

SAVASKAN NE UFER C KUHN H BORCHERT A Molecular biology of

glutathione peroxidase 4 from genomic structure to developmental expression and neural

function Biological Chemistry v388 n10 p1007ndash1017 2007

SCHMIDT MI DUNCAN BB SILVA GA MENEZES AM MONTEIRO CA

BARRETO SM CHOR D MENEZES PR Doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis no

Brasil carga e desafios atuais 2011 (Sauacutede no Brasil 4) Disponiacutevel em

httpdownloadthelancetcomflatcontentassetspdfsbrazilbrazilpor4pdf Acesso em 10 Jan

2015

97

SCHORK NJ FALLIN D LANCHBURY J Single Nucleotide Polymorphisms and the

future of genetic epidemiology Clinical Genetics v58 n4 p250-264 2000

SILVA JJRF WILLIAMS RJP The biological chemistry of the elements the

inorganic chemistry of life Oxford Oxford University Press New York Clarendon Press

1993 561p

SITTA A VANZIN CS BIANCINI GB MANFREDINI V OLIVEIRA AB

WAYHS CA RIBAS GO GIUGLIANI L SCHWARTZ IV BOHRER D

GARCIA SC WAJNER M VARGAS CR Evidence that L-carnitine and selenium

supplementation reduces oxidative stress in phenylketonuric patients Cellular and

Molecular Neurobiology v31 n3 p429ndash436 2011

SKOOG DA HOLLER FJ NIEMAN TA Princiacutepios de anaacutelise instrumental 5ed

Satildeo Paulo Bookman 2002 836p

SMOLKOVAacute B DUSINSKAacute M RASLOVAacute K BARANCOKOVAacute M

KAZIMIacuteROVAacute A HORSKAacute A SPUSTOVAacute V COLLINS A Folate levels determine

effect of antioxidant supplementation on micronuclei in subjects with cardiovascular risk

Mutagenesis v19 n6 p469ndash476 2004

SOUZA JR BARBOSA AC Contaminaccedilatildeo por Hg e o caso da Amazocircnia Quiacutemica Nova

na Escola n12 p23-25 2000

SOUZA ML MENEZES HC Processamentos de amecircndoa e torta de castanhandashdondashBrasil e

farinha de mandioca paracircmetros de qualidade Ciecircncia Tecnologia e Alimentos v24 n1

p120-128 2004

STEUERWALD U WEIHE P JORGENSEN PJ BJERVE K BROCK J HEINZOW

B BUDTZ-JORGENSEN E GRANDJEAN P Maternal seafood diet methylmercury

exposure and neonatal neurologic function Journal of Pediatrics v136 n5 p599-605

2000

STOCKLER-PINTO MB FARAGE NE BOAVENTURA GT COZZOLINO SM

Effect of Brazil nut supplementation on the blood levels of selenium and glutathione

peroxidase in hemodialysis patients Nutrition v26 n1112 p1065ndash1069 2010

SLATER B MARCHIONI DL FISBERG RM Estimando a prevalecircncia da ingestatildeo

inadequada de Nutrientes Rev Sauacutede Puacuteblica v33 n4 p599-605 2004

SUZEN HS GUCYENER E SAKALLI O UCKUN Z KOSE G USTEL D

DUYDU Y CAT C-262T and GPx 1 Pro198Leu polimorphisms in a Turkish population

Molecular Biology Reports v37 n1 p87-92 2010

TAKEUCKI T ETO K The pathology of Minamata disease a tragic story of water

pollution Kyushu Kyushu University Press 1999 310p

TAPIERO H TOWNSEND DM TEW KD The antioxidant role of selenium and seleno-

compounds Biomedicine amp Pharmacotherapy v57 n34 p134ndash144 2003

TINKOV AA SKALNAYA MG DEMIDOV VA SEREBRYANSKY EP

NIKONOROV AA SKALNY AV Hair mercury association with selenium serum lipid

98

spectrum and gama-glutamyl transferase activity in adults Biological Trace Element

Research v161 n3 p255-262 2014

UNITED NATIONS Enviroment Programme Chemicals Impacts of mercury on the

environment In ______ Global mercury assessment Geneva UNEP 2002 cap5 p73-

86

UNITED STATES Department of Health and Human Services Public Heath Services

Agency for Toxic Substances and Disease Registry Toxicological Profile for Mercury

Atlanta ATSDR 1999 676p

VAN DAEL P DEELSTRA H Selenium International Journal for Vitamin and

Nutrition Research v63 n4 p312-316 1993

VIVANCO RHC MENGE FGW BARRIGA PAC Variaciones de la fragilidad

osmoacutetica eritrocitaria en bovinos a pastoreo sobre praderas con bajo contenido de selenio y

suplementados o no con selecircnio Revista Cientiacutefica vXVI n3 p227-231 2006

WIDERSTEN M PEARSON WR ENGSTROEM A MANNERVIK B Heterologous

expression of the allelic variant μ-class glutathione transferases μ and ψ Biochemical

Journal v276 n2 p519-5241991

WILLETT WC Inssues in analysis and presentation of dietary data In ______ Nutritional

epidemiology 2ed New York Oxford University Press 1998 p321ndash345 (Monographs in

epidemiology and biostatistics 30)

WILLET WCHOWE GR KUSHI LH Adjustment for total energy in epidemiologic

studies Am J Clin Nutr v65 p1220-28 1997

WILLET W STAMPFER M Implications of total energy intake for epidemiologic

analyses In Willet WC Nutrition epidemiology 2 ed New York Oxford University Press

p514 1998

WORLD HEALTH ORGANIZATION Obesity preventing and managing the global

epidemic report of a WHO consultation on obesity Geneva World Health Organization

2000 p256 (WHO Obesity Technical Report Series n284)

XU S WANG Y ROE B PEARSON WR Characterization of the human class Mu

glutathione S-transferase gene cluster and GSTM1 deletion Journal of Biological

Chemistry v273 n6 p3517-3527 1998

YANG GQ WANG SZ ZHAU RH SUN SZ Endemic selenium intoxication of

humans in China American Journal of Clinical Nutrition v37 n5 p872-881 1983

ZACHARA BA UKLEJA-ADAMOWICZ M NARTOWICZ E LECKA J Increased

plasma glutathione peroxidase activity in patients with acute myocardial infarction Medical

Science Monitor v7 n3 p415-420 2001

ZHANG FA YU W HARGROVE JL GREENSPAN PA DEAN RG TAYLOR

EW HARTLE DK Inhibition of TNF- induced ICAM-1 VCAM-1 and E-selectin

expression by selenium Atherosclerosis v161 n2 p381-386 2002

99

ZHANG M MA AG ZHANG XZ GE S SHI XX Effect of multiple micronutrients

supplementation on anti-oxidative activity and oxidized DNA damage of lymphocytes in

children Zhonghua Liu Xing Bing Xue Za Zhi v26 n4 p268ndash272 2005

ZHENG W WEN WQ GUSTAFSON DR GROSS M CERHAN JR FOLSOM

AR GSTM1 and GSTT1 polymorfism and postmenopausal breast cancer risk breast cancer

Breast Cancer Research and Treatment v74 n1 p9-16 2002

100

APEcircNDICES

APEcircNDICE 1 Cartaz de divulgaccedilatildeo da pesquisa

APEcircNDICE 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

APEcircNDICE 3 Ficha de Identificaccedilatildeo e Controle

(Anamnese peso estatura IMC coleta de sangue e cabelos)

APEcircNDICE 4 Caderno de Registro do Consumo Alimentar

101

102

UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO

FACULDADE DE CIEcircNCIAS FARMACEcircUTICAS ndash FCFUSP

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE

1 Informaccedilotildees do Sujeito da Pesquisa

Nome

Documento de Identidade nordm Sexo ( ) M ( )F

Data de Nascimento

Endereccedilo Nordm Complemento Bairro Cidade Estado

CEP Telefones

2 Informaccedilotildees do Responsaacutevel Legal

Nome Natureza (grau de parentesco tutor curador etc) Documento de Identidade nordm Sexo ( ) M ( )F Data de Nascimento Endereccedilo Nordm Complemento Bairro Cidade Estado CEP Telefones

Tiacutetulo do Projeto de Pesquisa Estado nutricional relativo ao selecircnio concentraccedilotildees de

mercuacuterio estresse oxidativo e os polimorfismos Pro198Leu no gene da glutationa

peroxidase 1 (GPx1) e GSTM1 no gene da glutationa S- transferase (GST) em mulheres

residentes em aacuterea de risco de contaminaccedilatildeo por mercuacuterio

3 Duraccedilatildeo da Pesquisa 24 meses

4 Nome do pesquisador responsaacutevel Silvia Maria Franciscato Cozzolino Cargo Funccedilatildeo

Professora Titular do Programa de poacutes-graduaccedilatildeo em Ciecircncia dos Alimentos da Faculdade de Ciecircncias

Farmacecircuticas FCFUSP

Nordm do Registro do Conselho Regional CRN30621

Instituiccedilatildeo Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo USP

Sravoluntaacuteria essa pesquisa tem como tiacutetulo Estado nutricional relativo ao selecircnio e

concentraccedilotildees de mercuacuterio e a relaccedilatildeo com estresse oxidativo e os polimorfismos Pro198Leu

e GSTM1 em mulheres na idade feacutertil em aacuterea exposta agrave contaminaccedilatildeo por mercuacuterio A

responsaacutevel por esse estudo eacute a professora titular Silvia Maria Franciscato Cozzolino e como

103

colaborada a estudante de doutorado Ariana Vieira Rocha Ambas pertencem a Faculdade de

Ciecircncias Farmacecircuticas (FCF) da Universidade de Satildeo Paulo (USP)

De acordo com algumas pesquisas as mulheres da Amazocircnia apresentam

concentraccedilotildees elevadas de mercuacuterio e essa contaminaccedilatildeo pode comprometer a sauacutede natildeo soacute

delas como tambeacutem das crianccedilas pois uma das formas do mercuacuterio atravessa facilmente a

barreira placentaacuteria e o mercuacuterio acaba se concentrando no ceacuterebro das crianccedilas Isso pode

inibir o desenvolvimento cerebral Por isso eacute preocupante a exposiccedilatildeo das mulheres na idade

feacutertil ao mercuacuterio Acredita-se que o mineral selecircnio possa ser um possiacutevel colaborador para

a populaccedilatildeo natildeo apresentar sinais cliacutenicos evidentes da contaminaccedilatildeo por mercuacuterio Isso pode

ser devido a algumas atribuiccedilotildees do selecircnio pois este mineral tem como uma das suas accedilotildees

atuar como antioxidante e isso pode neutralizar os danos causados pela contaminaccedilatildeo do

mercuacuterio

Desta forma estamos por meio desse documento lhe convidando a participar desse

estudo que tem como objetivo principal avaliar o estado nutricional relativo ao selecircnio assim

como as concentraccedilotildees de mercuacuterio e a relaccedilatildeo desses com o estresse gerado nas ceacutelulas e

tambeacutem com algumas alteraccedilotildees geneacuteticas em mulheres na idade feacutertil em aacuterea exposta ao

mercuacuterio Nesta pesquisa participaraacute 200 mulheres voluntaacuterias da cidade de Porto Velho

Rondocircnia

Se vocecirc concordar em participar passaraacute pelos seguintes procedimentos avaliaccedilatildeo

nutricional onde seratildeo obtidos os dados de peso estatura e circunferecircncia da cintura e

tambeacutem seratildeo anotados os seus dados sobre o consumo alimentar ou seja tudo o que foi

consumido no periacuteodo de 3 dias sendo 2 dia da semana e 1 dia do fim de semana Seraacute

realizada ainda uma coleta de sangue de (20mL) em jejum de 10 a 12 horas para a realizaccedilatildeo

da determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo do mineral selecircnio e avaliar o estresse gerado nas ceacutelulas e

se haacute uma alteraccedilatildeo geneacutetica que possa interferir na concentraccedilatildeo de selecircnio ou mercuacuterio no

organismo Por fim seraacute coletado em torno de (1g) de cabelo na regiatildeo detraacutes do pescoccedilo para

avaliar as concentraccedilotildees de mercuacuterio A pesquisa possui um risco miacutenimo em virtude da

coleta de sangue que pode causar um desconforto poreacutem este seraacute coletado por um

profissional de enfermagem capacitado A obtenccedilatildeo desses dados seraacute realizada no

Laboratoacuterio Alphaclin localizado na Avenida Calama 2215 Bairro Satildeo Joatildeo Bosco Apoacutes

essas coletas seraacute distribuiacutedo um kit lanche contendo bolacha de aacutegua e sal ou biscoito

integral uma fruta e um suco de fruta de caixinha de 200mL O seu sangue seraacute armazenado

no laboratoacuterio de nutriccedilatildeo-minerais da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade

de Satildeo Paulo (USP) sob a responsabilidade da professora titular Silvia Maria Franciscato

Cozzolino para pesquisas futuras Poreacutem se isso acontecer vocecirc seraacute consultado a respeito e

um novo projeto seraacute submetido ao Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

Vocecirc autoriza o armazenamento do seu sangue para pesquisas futuras

( )sim ( )natildeo

Os resultados obtidos seratildeo arquivados e mantidos em sigilo conforme eacutetica Eacute direito

de cada participante obter os resultados das anaacutelises que seratildeo feitas bem como informaccedilotildees

sobre o andamento da pesquisa procedimentos utilizados riscos e benefiacutecios relacionados em

qualquer fase do estudo a fim de esclarecer eventuais duacutevidas Deve ser ressaltado que a

participaccedilatildeo na pesquisa poderaacute ser desfeita em qualquer momento que o Sra achar

conveniente sem sofrer nenhum tipo de constrangimento Natildeo haveraacute nenhuma despesa

financeira para a natildeo participaccedilatildeo neste estudo assim como natildeo haveraacute recompensa

financeira relacionada agrave participaccedilatildeo na pesquisa

Esse estudo traraacute benefiacutecios pois existem evidecircncias que o selecircnio pode exercer um

efeito protetor no organismo contra os malefiacutecios do mercuacuterio Logo os resultados

contribuiratildeo para uma melhor qualidade de vida atraveacutes do conhecimento da avaliaccedilatildeo do

104

estado nutricional Aleacutem do que seraacute realizada uma avaliaccedilatildeo nutricional completa por uma

nutricionista e seratildeo oferecidas orientaccedilotildees quanto agrave alimentaccedilatildeo

ndash INFORMACcedilOtildeES DE NOMES ENDERECcedilOS E TELEFONES DOS RESPONSAacuteVEIS PELO

ACOMPANHAMENTO DA PESQUISA PARA CONTATO EM CASO DE INTERCORREcircNCIAS

CLIacuteNICAS E REACcedilOtildeES ADVERSAS

Silvia Maria Franciscato Cozzolino ndash (Professora Titular do programa de Poacutes-

graduaccedilatildeo em Ciecircncia dos Alimentos da Faculdade de Ciecircncias FarmacecircuticasFCF

(USP) Telefone(11)3091-3625 Endereccedilo da Faculdade Cidade Universitaacuteria Av Lineu

Prestes 580 ndash Bloco 14

Telefone (11) 3091 -3625 (Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo ndash Minerais)

Ariana Vieira Rocha - (Doutoranda do programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Ciecircncia dos

Alimentos da Faculdade de Ciecircncias FarmacecircuticasFCF (USP) Endereccedilo Residencial

Bairro Liberdade Rua da Gloacuteria - 654 Apto 84 CEP 01510-000 ndash Satildeo Paulo ndash SP Telefone

(11) 98532-2125

Endereccedilo da Faculdade Cidade Universitaacuteria Av Lineu Prestes 580 ndash Bloco 14

Telefone 3091 -3625 (Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo ndash Minerais)

Consentimento Poacutes-Esclarecido

Declaro que apoacutes convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ter entendido o que me

foi explicado consinto em participar do presente Protocolo de Pesquisa

Porto Velhodede

_______________________________

Assinatura do sujeito de pesquisa

Ou responsaacutevel legal

___________________________________

Assinatura do pesquisador responsaacutevel

Para qualquer questatildeo duacutevida esclarecimento ou reclamaccedilatildeo sobre aspectos eacuteticos dessa

pesquisa favor entrar em contato com o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas da Faculdade de

Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo ndash Av Prof Lineu Prestes 580 - Bloco

13A ndash Butantatilde ndash Satildeo Paulo ndash CEP 05508-900 Fone 3091-3622 fone-fax 3091-3677 ndash e-

mail cepfcfuspbr

105

Universidade de Satildeo Paulo

Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas

Avaliaccedilatildeo Nutricional

Antropometria

Nome Data de Nascimento

DADOS ANTROPOMEacuteTRICOS

Idade anos

Circunferecircncia da Cintura (CC) Classificaccedilatildeo

Peso kg

Estaturacm

IMC Classificaccedilatildeo

Classificaccedilatildeo do estado nutricional para adultos segundo o Iacutendice de Massa Corpoacuterea (IMC)

Classificaccedilatildeo IMC (kgm2)

Risco de Comorbidades

Baixo Peso

˂ 185 Baixo

Peso Normal ou

Eutrofia 185 - 249

Meacutedio

Sobrepeso

ge 25 ndash 299 Aumentado

Obesidade I 300 - 349 Moderado

Obesidade II 350 ndash 399 Grave

Obesidade III ˃ 40 Muito Grave

Fonte WHO (2000)

106

Universidade de Satildeo Paulo

Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas

Pesquisador Ariana Vieira Rocha

Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo e Minerais(11) 3091-3625

Formulaacuterio Mercuacuterio (Hg)

Identificaccedilatildeo Data

Nome

Idade Sexo Raccedila

Endereccedilo

Haacute quanto tempo reside em Porto Velho

Onde residia anteriormente

Ocupaccedilatildeo principal Quanto tempo hdia

Haacutebitos

Come peixe sim natildeo

Procedecircncia do peixe consumido Nome do Rio

Espeacutecie mais consumida

Frequecircncia de consumo de peixe Quantidade

Frequecircncia de consumo de frutos do mar Quantidade

Ficou doente nos uacuteltimos seis meses sim natildeo

Tomou algum medicamento sim natildeo Qual Frequecircncia

No tratamento do cabelo vocecirc usa

soacute sabonete xampuacute condicionador tintura

liacutequido para permanente alisamento outros Quais

Qual a aacutegua que usa para tomar banho

caerd poccedilo ou mina outra procedecircncia qual

Qual a aacutegua que usa para beber

caerd e filtrada natildeo filtra de poccedilo ou mina galatildeo outra procedecircncia qual

107

ACOMPANHAMENTO NUTRICIONAL

Nome

Responsaacutevel Nutricionista Ariana Vieira Rocha

Universidade de Satildeo Paulo-USP

Telefone (69) 8118-4633 (11) 8532-2125

108

INFORMACcedilOtildeES

Pesquisas tentam explicar a presenccedila do Hg na regiatildeo amazocircnica pois os solos

ambientes aquaacuteticos e consequentemente os peixes apresentarem concentraccedilotildees elevados

deste metal assim como alguns indiviacuteduos que vivem nestas aacutereas poreacutem estes natildeo

apresentam sintomas e sinais cliacutenicos evidentes de contaminaccedilatildeo Supotildee-se que o selecircnio um

mineral antioxidante presente naturalmente no solo da regiatildeo seja um protetor para a aparente

toleracircncia destas populaccedilotildees agrave intoxicaccedilatildeo crocircnica por Hg Dentre outras funccedilotildees e accedilotildees o

selecircnio atua no fortalecimento do sistema imunoloacutegico e tambeacutem ajuda organismo a se

proteger dos danos causados pelos metais toacutexicos como por exemplo o Hg Dessa forma a

ingestatildeo adequada de selecircnio pode ter um efeito protetor contra a contaminaccedilatildeo por Hg

Este caderno tem como objetivo avaliar o estado nutricional relativo ao mineral

selecircnio Por isso eacute muito importante que todas as recomendaccedilotildees e orientaccedilotildees prestadas

durante o acompanhamento nutricional sejam atendidas

Ariana Vieira Rocha

Doutoranda em Ciecircncia dos Alimentos-FCFUSP

Porto Velho 2012

01

109

DADOS DE IDENTIFICACcedilAtildeO

1 Nome

Documento de Identidade nordm

Sexo ( X ) Feminino

Data de Nascimento

Naturalidade Escolaridade

Endereccedilo nordm

Bairro

Cidade

Cep Telefone Celular

Renda Familiar ( ) 1 SM ( ) 2 a 3 SM ( ) Acima de 4 SM

2 Histoacuteria Cliacutenica

Faz uso de anticonpepcional ( ) natildeo ( )sim

Se sim qual Quanto tempo

Antecedentes familiares ( )Dislipidemias ( )Diabetes mellitus

( )Hipertensatildeo arterial ( ) Obesidade

Outras qual

Faz atividade Fiacutesica ( ) natildeo ( ) sim qual

Quantas vezes por semana

02

110

ORIENTACcedilOtildeES QUANTO AO REGISTRO DOS ALIMENTOS

1 Anotar todos os alimentos consumidos durante todo o dia e a noite desde a hora que

acordar ateacute a hora em que for dormir

2 Colocar o horaacuterio das refeiccedilotildees

3 Natildeo esquecer de anotar os alimentos eou qualquer guloseima consumida (balas

chicletes etc) durante as refeiccedilotildees e nos intervalos

4 Anotar a quantidade do alimento consumido na forma de medidas caseiras (fotos

ilustrativas nas proacuteximas paacuteginas) Exemplo

colher de servir colher de sopa colher de sobremesa colher de chaacute ou cafeacute

concha escumadeira copo americano copo de requeijatildeo copo descartaacutevel de 180 ou

200 mL

xiacutecara de chaacute ou cafeacute

prato de mesa prato de sopa prato de sobremesa ou pires

5 Descrever com maior detalhe os tipos de alimentos ou marcas como por exemplo

leite desnatado integral tipo C em poacute

patildeo francecircs integral de forma de leite de batata de mel doce ou caseiro

bolachas recheadas aacutegua e sal chocolate sem recheio SEMPRE colocar o sabor e a

marca

frutas (anotar tipo e tamanho) por exemplo laranja lima meacutedia mamatildeo papaya (meia

unidade)

vegetais folhosos (anotar tipo e preparaccedilatildeo) por exemplo acelga refogada ou crua

manteiga ou margarina (o tipo a marca a quantidade consumida anotada em ponta de

faca ou em colheres de chaacute cafeacute sobremesa ou sopa)

salada de frutas (colocar tipo de frutas e os ingredientes incluiacutedos na salada)

bolo (sabor com ou sem recheio com ou sem cobertura de festa ndash se possiacutevel

escrever os principais ingredientes)

6 Lembrar de escrever o tipo de preparaccedilatildeo se o alimento eacute cozido frito grelhado

ensopado ou agrave milanesa (empanado)

7 Registrar os alimentos em unidades ou porccedilotildees como por exemplo bife meacutedio

pequeno coxa de frango peixe (pedaccedilo pequeno meacutedio ou grande)

8 Anotar as preparaccedilotildees que utilizem mais de um ingrediente e descrevecirc-los um a um

como por exemplo Sopa de legumes (quais is ingredientes e legumes utilizados nesta

preparaccedilatildeo)

03

111

MEDIDAS CASEIRAS

Colocamos ao lado de cada item uma caixa de foacutesforos ilustrativa para fins de

referecircncia quanto ao tamanho das medidas

04

112

Colocamos ao lado de cada item uma caixa de foacutesforos ilustrativa para fins de

referecircncia quanto ao tamanho das medidas

05

113

Margarina ou Manteiga

Colocamos ao lado de cada item uma caixa de foacutesforos ilustrativa para fins de

referecircncia quanto ao tamanho das medidas

06

114

REGISTRO DE ALIMENTOS

Dia 1

Data Dia da semana

Horaacuterio e Local Alimentos ou

Preparaccedilotildees

Quantidade

(medida caseira)

Marca Comercial

07

115

REGISTRO DE ALIMENTOS

Dia 2

Data Dia da semana

Horaacuterio e Local Alimentos ou

Preparaccedilotildees

Quantidade

(medida caseira)

Marca Comercial

08

116

REGISTRO DE ALIMENTOS

Dia 3

Data Dia da semana

Horaacuterio e Local Alimentos ou

Preparaccedilotildees

Quantidade

(medida caseira)

Marca Comercial

09

117

AGRADECEMOS A SUA COLABORACcedilAtildeO

Mestre Ariana Vieira Rocha (Nutricionista mestre e doutoranda do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncia dos

Alimentos Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo)

Doutora Silvia Maria F Cozzolino (Nutricionista Professora Titular do Departamento de Alimentos e Nutriccedilatildeo Experimental

Faculdade de Ciecircncias FarmacecircuticasUniversidade de Satildeo Paulo)

10

118

ANEXOS

ANEXO 1 Informaccedilotildees para os membros de bancas julgadoras

ANEXO 2 Parecer do Comitecirc de Eacutetica (CEP)

ANEXO 3 Ficha de Aluno

119

UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas

Secretaria de Poacutes-Graduaccedilatildeo

Informaccedilotildees para os Membros de Bancas Julgadoras de

MestradoDoutorado

1 O candidato faraacute uma apresentaccedilatildeo oral do seu trabalho com duraccedilatildeo

maacutexima de trinta minutos

2 Os membros da banca faratildeo a arguumliccedilatildeo oral Cada examinador

disporaacute no maacuteximo de trinta minutos para arguumlir o candidato exclusivamente sobre o

tema do trabalho apresentado e o candidato disporaacute de trinta minutos para sua

resposta

21 Com a devida anuecircncia das partes (examinador e candidato) eacute

facultada a arguumliccedilatildeo na forma de diaacutelogo em ateacute sessenta minutos por examinador

3 A sessatildeo de defesa seraacute aberta ao puacuteblico

4 Terminada a arguumliccedilatildeo por todos os membros da banca a mesma se

reuniraacute reservadamente e expressaraacute na ata (relatoacuterio de defesa) a aprovaccedilatildeo ou

reprovaccedilatildeo do candidato baseando-se no trabalho escrito e na arguumliccedilatildeo

41 Caso algum membro da banca reprove o candidato a Comissatildeo

Julgadora deveraacute emitir um parecer a ser escrito em campo exclusivamente indicado

na ata

42 Seraacute considerado aprovado o aluno que obtiver aprovaccedilatildeo por

unanimidade ou pela maioria da banca

5 Duacutevidas poderatildeo ser esclarecidas junto agrave Secretaria de Poacutes-

Graduaccedilatildeo pgfarmauspbr (11) 3091 3621

Satildeo Paulo 23 de maio de 2014

Prof Dr Adalberto Pessoa Junior Presidente da CPGFCFUSP

Av Prof Lineu Prestes 580 Bloco 13 A - Cidade Universitaacuteria - CEP 05508-900 - Satildeo Paulo - SP Fone (11) 3091 3621 - Fax (11) 3091 3141 ndash e-mail pgfarmauspbr

120

121

122

123

Page 5: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio

4

Gastei uma hora pensando um verso que a pena natildeo quer escrever

No entanto ele estaacute caacute dentro inquieto vivo

Ele estaacute caacute dentro e natildeo quer sair

Mas a poesia deste momento inunda minha vida inteira

Carlos Drumonnd de Andrade

5

A todas as voluntaacuterias desta pesquisa pelo carinho esforccedilo e dedicaccedilatildeo

Agraves amigas Daniela Zancan Dayane Zancan Laiacutes Maria e Larissa Matheus pela ajuda

imensuraacutevel durante a coleta de dados

Especialmente aos meus tios Ivanilde Rocha e Cristovatildeo Vieira que me ergueram

no momento em que mais precisei

6

AGRADECIMENTOS

A Deus que me ilumina e daacute forccedilas para seguir sempre em frente e ao Espiacuterito Santo por

todas as becircnccedilatildeos

Agrave luz da minha vida minha matildee Nair Lima por tudo que tem feito e ainda faz por mim

Meu modelo de iacutendole e dignidade Meu amuleto

Agrave orientadora Silvia Maria Franciscato Cozzolino exemplo de serenidade em momentos de

dificuldades Sou muito grata pela oportunidade de ter sido sua aluna e orientanda Obrigada

ainda por ter me abraccedilado desde o primeiro momento

Agrave professora Deacuteborah Faacutevaro pensar em vocecirc me causa garra e alegria Obrigada pela

parceria e disponibilidade na realizaccedilatildeo das anaacutelises de mercuacuterio Foi um prazer indescritiacutevel

tecirc-la ao meu lado na bancada

Agrave Julie Christine Luana Janaiacutena Cleonilce Oliveira Gisele Dias Natsue Kosin Larissa

Freitas Luana Cardozo e Yara Salviano por disponibilizarem do seu tempo por uma

causa a ciecircncia

Agrave Jamile Sadeck Dina Horeay e Analu Barofaldi seres de luz que deram ajuda a uma

desconhecida sem pedir nada em troca e se hoje esta jornada estaacute sendo concretizada

tambeacutem eacute graccedilas a vocecircs Ensinaram-me na praacutetica a fazer o bem sem olhar a quem Que

esta bondade esteja sempre comigo para que eu possa passaacute-la adiante

Agrave Gabriela Pellucio (Gabi peluacutecia) e sua matildee Mirian Guizelini que abraccedilaram a minha

causa e pela ampla ajuda em conseguir voluntaacuterias Querida Gabi obrigada pelo carinho vocecirc

foi um anjinho na minha vida

Agrave amiga Silvane Maziero assim como ao Flaacutevio Terassini ao Thiago Abiorana e agrave Helen

Queite pela divulgaccedilatildeo da pesquisa em seus ambientes de estudo eou trabalho Obrigada de

coraccedilatildeo

Agrave Juliana Closs por permitir a divulgaccedilatildeo do projeto no curso de nutriccedilatildeo da Faculdade Satildeo

Lucas (FSL)

Agrave Mariana Modesto Roberta Valmorbida Simone Oliveira e Alcione Altini por natildeo

hesitarem em ajudar esta colega de classe na divulgaccedilatildeo da pesquisa no ambiente das

Faculdades Integradas Apariacutecio Carvalho (FIMCA)

Agrave ldquonossardquo equipe do laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo-Minerais Alexandre Pimentel Baacuterbara

Cardoso Bruna Reis Graziela Biude Isabela Saraiva Janaina Donadio Kaluce Almondes

7

Kaacutetia Callou Larissa Bezerra Leila Hashimoto Luciane Alencar e Verocircnica Bandeira

por serem apoio companhia e ajuda nos trabalhos realizados no cotidiano

Especialmente

Agrave Bruna Reis (Rabin) e Isabela Saraiva (Isa nojentinha do meu coraccedilatildeo) que me

proporcionaram uma amizade de cunho profissional e pessoal tornando esta jornada mais

viva leve e muito alegre Por todos os braccedilos e abraccedilos servidos nos momentos de ajuda

sem horaacuterio para acabar Por me fazerem lembrar desse trio com um enorme sorriso no

rosto

Agrave Kaluce Almondes (Kakaacute) querida companheira de anaacutelises que pareciam interminaacuteveis

(risos) obrigada pela parceria conversas filosoacuteficas e gargalhadas constantes inclusive em

momentos de afliccedilatildeo

Agrave Liliane Viana Pires (Lili medalhinha) luz em todos os momentos (desde 2006)

Mesmo com a distacircncia geograacutefica existente entre noacutes vocecirc eacute sempre presente Agradeccedilo

ainda por despertar em mim a vontade de ser sempre melhor

Agraves florzinhas da Liliane Pires Leila Hashimoto (Leilinha) Luciane Alencar (Lu) e

Verocircnica Bandeira (Vecirc) pela ajuda durante as anaacutelises de enzimas mesmo com tantos

afazeres e por me tratarem sempre com muito carinho e atenccedilatildeo

Agrave Baacuterbara Cardoso pelo abraccedilo apertado que diz muito em cada encontro

Agraves Fernandas Santana e Shinagawa agradeccedilo a ajuda a companhia a diversatildeo e a

amizade construiacuteda principalmente nos momentos extras de trabalho jaacute que nem sempre

conseguiacuteamos acabar no horaacuterio do expediente em virtude do nuacutemero de amostras (risos)

Agrave Lilian Mendes apoio e alicerce fundamentais nos uacuteltimos meses que atraveacutes do seu

coraccedilatildeo profissionalismo e vivecircncia de mundo ensinou-me a aceitar e conviver com o meu

eu interior e com a minha alma

Ao meu irmatildeo de coraccedilatildeo Guilber Diniz Barros pela forccedila e energia enviada por todas as

conversas na tentativa de me distrair ou esquecer algo por me ajudar agrave distacircncia e

principalmente por me ensinar a levantar sem laacutegrimas nos olhos e de cabeccedila erguida

Agrave Fabiana Yasuhara da Assessoria Cientiacutefica Life Technologies pelo suporte fundamental

realizado durante as anaacutelises do polimorfismo de deleccedilatildeo GSTM1

Agrave funcionaacuteria Maria de Lurdes Pedrosa (Lurdinha) pelo otimismo carinho e pelas

palavras ldquono fim tudo daacute certordquo

8

RESUMO

ROCHA AV Status de selecircnio de uma populaccedilatildeo residente em aacuterea de risco de

contaminaccedilatildeo por mercuacuterio Influecircncia de polimorfismos e accedilatildeo sobre o estresse

oxidativo 2015 133f (Tese de Doutorado) Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas (FCF)

Universidade de Satildeo Paulo (USP) 2015

Estudos apontam que a regiatildeo Amazocircnica apresenta concentraccedilotildees significativas de selecircnio

nos solos e que por isso a populaccedilatildeo natildeo estaria susceptiacutevel agrave deficiecircncia desse mineral Em

contrapartida a regiatildeo tambeacutem apresenta dados de concentraccedilotildees elevadas de mercuacuterio nos

solos e rios entretanto a populaccedilatildeo natildeo apresenta sinais cliacutenicos evidentes de contaminaccedilatildeo

Acredita-se que o selecircnio um mineral antioxidante possa ser um possiacutevel colaborador para a

aparente toleracircncia ao mercuacuterio pois uma das accedilotildees desse mineral eacute a de destoxificar o

organismo contra metais toacutexicos Dependendo das concentraccedilotildees no organismo o mercuacuterio

pode potencializar a geraccedilatildeo das espeacutecies reativas de oxigecircnio e dessa forma as defesas

antioxidantes intriacutensecas das ceacutelulas podem ser prejudicadas resultando na condiccedilatildeo

conhecida por estresse oxidativo A contaminaccedilatildeo por mercuacuterio pode ainda comprometer a

sauacutede tanto das mulheres quanto das crianccedilas pois esse metal na forma de metilmercuacuterio

pode atravessar a barreira placentaacuteria e se concentrar principalmente no ceacuterebro do feto

Aliado a isso a presenccedila de polimorfismos em certos genes podem alterar a expressatildeo de

enzimas antioxidantes como a glutationa peroxidase 1 que eacute dependente de selecircnio assim

como da glutationa S-transferase que atua na destoxificaccedilatildeo do mercuacuterio no organismo

Vaacuterios estudos apresentam dados de concentraccedilotildees de mercuacuterio em ribeirinhos da Amazocircnia

no entanto resultados referentes agraves concentraccedilotildees de selecircnio ao estresse oxidativo e a

polimorfismos geneacuteticos na populaccedilatildeo da aacuterea urbana satildeo raros Diante disso este estudo

objetivou avaliar o estado nutricional relativo ao selecircnio concentraccedilotildees de mercuacuterio e a

possiacutevel relaccedilatildeo desses paracircmetros com o estresse oxidativo e os polimorfimos Pro198Leu (rs

1050450) no gene da glutationa peroxidase 1 e GSTM1 no gene da glutationa S-transferase

em mulheres em idade feacutertil residentes em aacuterea de risco de exposiccedilatildeo ao mercuacuterio da cidade

de Porto Velho (RO) As voluntaacuterias foram avaliadas por meio de medidas antropomeacutetricas

(peso estatura e circunferecircncia da cintura) e aplicou-se o registro alimentar para avaliaccedilatildeo do

consumo alimentar Realizou-se uma coleta de sangue para anaacutelise de selecircnio atividade da

enzima glutationa peroxidase marcadores de estresse oxidativo e polimorfismos geneacuteticos O

selecircnio foi determinado por espectrometria de absorccedilatildeo atocircmica com geraccedilatildeo de hidretos

acoplados agrave cela de quartzo (HGQTAAS) Para anaacutelise de mercuacuterio foi coletada uma amostra

do cabelo das voluntaacuterias sendo sua concentraccedilatildeo determinada pelo meacutetodo de

espectrometria de absorccedilatildeo atocircmica com geraccedilatildeo de vapor frio (CV AAS) Para avaliar o

estresse oxidativo foram determinadas a concentraccedilatildeo plasmaacutetica de Malondialdeiacutedo (MDA)

e a Capacidade de Absorccedilatildeo de Radicais de Oxigecircnio (ORAC) Participaram do estudo 200

mulheres com idade entre 19 e 50 anos A ingestatildeo alimentar meacutedia de selecircnio foi de 493 plusmn

192 microgdia e a prevalecircncia de ingestatildeo inadequada foi de 409 As concentraccedilotildees meacutedias do

mineral no plasma e nos eritroacutecitos foram respectivamente 498 + 186 microgL e 754 + 299

microgL A atividade meacutedia da glutationa peroxidase foi de 451+ 194 Ug Hb A concentraccedilatildeo

meacutedia de mercuacuterio nos cabelos foi de 625 + 766 ng g-1

Ao avaliar a presenccedila do SNP

Pro198Leu observou-se que 567 das participantes apresentaram genoacutetipo selvagem 368

heterozigotos e 68 homoizgotos para leucina Quanto ao polimorfismo de deleccedilatildeo GSTM1

425 das voluntaacuterias apresentaram o genoacutetipo nulo ou deletado ou seja relacionado a

ausecircncia de expressatildeo da glutationa S-transferase Esses resultados permitem concluir que a

maioria das participantes apresentou estado nutricional deficiente em relaccedilatildeo ao selecircnio

Apesar disso tanto a atividade enzimaacutetica da glutationa peroxidase como os biomarcadores

9

do estresse oxidativo natildeo sofreram interferecircncia desta deficiecircncia O polimorfismo

Pro198Leu tambeacutem natildeo interferiu no status de selecircnio e no estresse oxidativo Quanto agrave

avaliaccedilatildeo do polimorfismo GSTM1 o genoacutetipo nulo ou deletado tambeacutem natildeo mostrou

associaccedilatildeo com as concentraccedilotildees de mercuacuterio e o estresse oxidativo

Palavras-chave selecircnio estresse oxidativo polimorfismo geneacutetico e mercuacuterio

10

ABSTRACT

ROCHA AV Selenium status of a population living in a mercury contamination risk

area Influence of polymorphisms and action on oxidative stress 2015 133f (Tese de

Doutorado) Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo

2015

Studies have shown that the Amazon region has significant concentrations of selenium in

soils and therefore the population is not susceptible to deficiency of this mineral However

the region also presents data from high levels of mercury in soils and rivers however the

population has no obvious clinical signs of contamination It is believed that selenium an

antioxidant mineral may be a possible contributor to the apparent tolerance because of its

actions in the detoxification of the body from toxic metals Depending on the concentrations

in the body mercury can increase the generation of reactive oxygen species and thus the

intrinsic antioxidant defenses of cells can be damaged resulting in the condition known as

oxidative stress The mercury contamination may also compromise the health of both women

and children since this metal in the form of methylmercury can cross the placental barrier and

concentrate mainly in the fetal brain In addition the presence of genetic polymorphisms can

alter the expression of antioxidant enzymes such as glutathione peroxidase 1 which is

selenium dependent as well as glutathione S-transferase which can be responsible for the

mercury detoxification in the body Several studies have shown mercury levels of riverine

people from Amazon however results regarding selenium concentrations oxidative stress

and polymorphisms in the urban population are area Thus this study aimed to evaluate

selenium status mercury levels and the possible relationship of these with oxidative stress and

genetic polymorphisms Pro198Leu (rs 1050450) in glutathione peroxidase 1 gene and

GSTM1 in the glutathione S-transferase gene in women living in mercury exposure risk area

from the city of Porto Velho (RO) The of the volunteers was assessed using anthropometric

measurements (weight height and waist circumference) and evaluation of food consumption

by the food record Blood samples were collected for selenium analysis glutathione

peroxidase enzymersquos activity oxidative stress and genetic polymorphisms Selenium was

determined by hydride generation quartz tube atomic absorption spectroscopy (HGQT AAS)

For mercury analysis a hair sample of volunteers was collected and its concentration was

determined by atomic absorption spectrometry method with cold vapor (CV AAS) To

evaluate oxidative stress plasma concentrations of malondialdehyde (MDA) and Oxygen

Radical Absorbance Capacity (ORAC) were determined We enrolled 200 volunteers aged

between 19 and 50 The average of selenium intake was 493 plusmn 192 microgday and the

prevalence of inadequate intake was 409 Mean selenium concentration on plasma and

erythrocytes were respectively 498 + 186 microgL and 754 + 299 microgL Glutathione

peroxidase showed mean activity of 451 + 194 Ug Hb and mercury levels of 625 + 766 ng g-

1 Evaluating the presence of the SNP Pro198Leu it was observed that 567 of the were

participants had wild type genotype 368 heterozygous and 68 were homozygous for

leucine For the GSTM1 null deletion polymorphism 425 of the volunteers had a null

genotype ie do not express the enzyme glutathione S-transferase These results indicate that

the majority of participants had selenium deficiency in plasma and erythrocytes Nevertheless

most of them had adequate activity of glutathione peroxidase There was no association

between selenium concentrations and the biomarkers used to assess oxidative stress The

Pro198Leu polymorphism did not interfere in selenium concentrations as well as in the

oxidative stress The evaluation of GSTM1 polymorphism had no association with mercury

levels and oxidative stress

Keywords selenium oxidative stress polymorphisms and mercury

11

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Concentraccedilatildeo de Se (microgg) em castanha-do-brasil da regiatildeo Amazocircnica

22

Quadro 2 Ingestatildeo Dieteacutetica de Referecircncia (DRIs) relativas ao Se em microgdia a

partir de um ano de idade de acordo com o Institute of Medicine (IOM

2006)

23

Quadro 3 Frequecircncia genotiacutepica do polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) no

gene que codifica para GPx 1 encontrada em pesquisas realizadas no

Brasil por pesquisadores do Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo e Minerais da

Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo

(USP)

37

Quadro 4 Distribuiccedilatildeo da frequecircncia do polimorfismo GSTM1(ABAB0) no gene

da GST em diferentes etnias

39

Quadro 5 Classificaccedilatildeo do Iacutendice de Massa Corpoacuterea (IMC) para adultos segundo

WHO (2000)

45

Quadro 6 Intervalos de recomendaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de macronutrientes em

percentual de contribuiccedilatildeo energeacutetica (AMDR) de acordo com IOM

(2006)

46

Quadro 7 Valores de referecircncias adotados para concentraccedilatildeo de Se no plasma e

eritroacutecitos

47

Quadro 8 Resultados das anaacutelises dos materiais de referecircncia utilizados na

determinaccedilatildeo de Hg total

49

12

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas das voluntaacuterias

55

Tabela 2 Classificaccedilatildeo das participantes segundo o IMC

56

Tabela 3 Ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) das participantes (n = 194)

59

Tabela 4 Concentraccedilatildeo de Se (microgL) no plasma e nos eritroacutecitos das participantes

(n=194)

61

Tabela 5 Coeficiente de regressatildeo da ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) como

variaacutevel independente que influenciou a concentraccedilatildeo do mineral no

plasma (microgL) das participantes

64

Tabela 6

Tabela 7

Coeficiente de regressatildeo da ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) como

variaacutevel independente que influenciou a concentraccedilatildeo do mineral nos

eritroacutecitos (microgL) das participantes

Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram

as concentraccedilotildees de Hg (ng g-1

) nos cabelos (variaacutevel dependente) das

participantes

64

71

Tabela 8 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram

a capacidade antioxidante ndash ORAC (mmol eq troloxg de amostra)

(variaacutevel dependente) das participantes

71

Tabela 9 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram

a concentraccedilatildeo plasmaacutetica de MDA (microM) (variaacutevel dependente) das

participantes

72

Tabela 10 Distribuiccedilatildeo do SNP Pro198Leu (rs 1050450) no gene que codifica para

a GPx 1 nas participantes (n=190)

73

Tabela 11 Concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio atividade da enzima

GPx MDA e ORAC de acordo com o genoacutetipo para o polimorfismo

Pro198Leu (rs1050450) no gene que codifica a GPx

76

Tabela 12 Distribuiccedilatildeo do polimorfismo GSTM1 no gene da GST das participantes

(n = 180)

76

Tabela 13 Concentraccedilotildees de Hg de MDA e ORAC de acordo com o genoacutetipo para

o polimorfismo GSTM1 no gene da GST das participantes

77

13

LISTA DE ABREVIATURAS

Se - Selecircnio

Hg - Mercuacuterio

MeHg - Metilmercuacuterio

dimetilHg - Dimetilmercuacuterio

GPx - Glutationa Peroxidase

GST - Glutationa S-Transferase

GR - Glutationa Redutase

GSH - Glutationa Reduzida

SOD - Superoacutexido Dismutase

Hb - Hemoglobina

T3 - Tri-iodotironina

T4 - Tiroxina

SeO32-

- Selenito

SeO42-

- Selenato

Cd - Caacutedmio

Rd - Raacutedio

As - Arsecircnio

Cu - Cobre

Ag - Prata

Pb - Chumbo

Pt - Platina

DRI - Recomendaccedilatildeo de Ingestatildeo de Referecircncia

EAR - Necessidade Meacutedia Estimada

UL - Niacutevel Maacuteximo de Ingestatildeo Toleraacutevel

RDA - Ingestatildeo Dieteacutetica Recomendada

EER - Necessidade Energeacutetica Estimada

AMDR - Acceptable Macronutrient Distribution Range

IOM - Institute of Medicine

ADI - Ingestatildeo Diaacuteria Aceitaacutevel

PTWI - Ingestatildeo Semanal Toleraacutevel Provisoacuteria

DCNT - Doenccedilas Crocircnicas natildeo Transmissiacuteveis

14

WHO - World Health Organization

AP - Amapaacute

PA - Paraacute

RO - Rondocircnia

AM - Amazonas

EDTA - Aacutecido Etilenodiamino Tetraceacutetico

O2 - Oxigecircnio

ERO - Eacutespecies Reativas de Oxigecircnio

ERN - Eacutespecies Reativas de Nitrogecircnio

RSS e SR - Selenosulfidos

SNP - Single Nucleotide Polymorfism

STR - Simple Tandem Repeats

VNTR - Variable Number of Tandem Repeats

PCK - Proteiacutena Quinases

DNA - Aacutecido Desoxirribonucleico

C - Citocina

T - Timina

SDM - Seleno Dimetil ndash Mercuacuterio

MDA - Malondialdeiacutedo

ORAC - Capacidade Antioxidante

8-OHdG - 8 Hidroxidodesoxiguanosina

CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente

Na - Soacutedio

Se-Met - Selenometionina

mv - MassaVolume

PA - Pureza Analiacutetica

LAN - Anaacutelise por Ativaccedilatildeo Neutrocircnica

AOAC - Association of Official Analytical Chemists

NCHS - National Center of Health and Statistics

HGQTAAS - Espectrometria de Absorccedilatildeo Atocircmica por Geraccedilatildeo de Hidretos

Acoplados agrave Cela de Quartzo

CVAAS - Espectrometria de Absorccedilatildeo Atocircmica com Geraccedilatildeo de Vapor Frio

IPEN - Instituto de Pesquisa Energeacutetica Nuclear

IMC -Iacutendice de Massa Corpoacuterea

15

CC - Circunferecircncia da Cintura

LD - Limite de Detecccedilatildeo

LQ - Limite de Quantificaccedilatildeo

PNJ

IAEA

- Parque Nacional do Jauacute

- Agecircncia Internacional de Energia Atocircmica

UNIR - Universidade Federal de Rondocircnia

SEDUC - Secretaria de Educaccedilatildeo

SESAU - Secretaria da Sauacutede

ABESO - Associaccedilatildeo Brasileira para Estudo da Obesidade e da Siacutendrome Metaboacutelica

LANCRPq - Laboratoacuterio de Anaacutelise por Ativaccedilatildeo Neutrocircnica

IPENCNEN - Instituto de Pesquisas Energeacuteticas Nucleares

FCF - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas

USP - Universidade de Satildeo Paulo

16

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 18

2 REVISAtildeO DA LITERATURA 20

21 SELEcircNIO 20

211 Fontes Biodisponibilidade e Recomendaccedilatildeo 21

212 Aspectos Fisioloacutegicos Absorccedilatildeo Biodisponibilidade Armazenamento e Excreccedilatildeo 24

213 Funccedilotildees e Accedilotildees 25

214 Deficiecircncia e Toxicidade 29

22 MERCUacuteRIO30

23 ESTRESSE OXIDATIVO 33

24 POLIMORFISMOS 35

241 Polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) no Gene da GPx 36

242 Polimorfismo GSTM1 no Gene da GST 38

3 OBJETIVOS 41

31 OBJETIVO GERAL 41

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 41

4 METODOLOGIA 42

41 CASUIacuteSTICA E DELINEAMENTO 42

42 COLETA DE DADOS42

43 AVALIACcedilAtildeO ANTROPOMEacuteTRICA 45

44 CONSUMO ALIMENTAR 46

45 DETERMINACcedilAtildeO DA CONCENTRACcedilAtildeO DE SELEcircNIO NO PLASMA E ERITROacuteCITOS 47

46 DETERMINACcedilAtildeO DA ATIVIDADE DA GPx 48

47 PROCESSAMENTO E ANAacuteLISE DE MERCUacuteRIO NOS CABELOS 48

48 DETERMINACcedilAtildeO DA CONCENTRACcedilAtildeO PLASMAacuteTICA DE MALONDIALDEIacuteDO 50

49 DETERMINACcedilAtildeO DA CAPACIDADE DE ABSORCcedilAtildeO DE RADICAIS DE OXIGEcircNIO 51

410 PREPARACcedilAtildeO DAS AMOSTRAS PARA ANAacuteLISE DOS POLIMORFISMOS 52

4101 Determinaccedilatildeo do Polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) 52

4102 Determinaccedilatildeo do Polimorfismo GSTM1 53

411 ANAacuteLISES ESTATIacuteSTICAS 53

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 54

51 CARACTERIZACcedilAtildeO DA POPULACcedilAtildeO 54

52 AVALIACcedilAtildeO ANTROPOMEacuteTRICA 55

53 CONSUMO ALIMENTAR 57

17

54 MARCADORES BIOQUIacuteMICOS DO ESTADO NUTRICIONAL RELATIVO AO SELEcircNIO 60

55 SEEcircNIO E ATIVIDADE DA ENZIMA GPx 1 65

56 SELEcircNIO E CONCENTRACcedilOtildeES DE MERCUacuteRIO 67

57 SELEcircNIO E AVALIACcedilAtildeO DO ESTRESSE OXIDATIVO MDA E ORAC 71

58 POLIMORFISMO PRO198LEU 73

59 POLIMORFISMO GSTM1 76

6 CONCLUSAtildeO 80

7 CRONOGRAMA 81

REFEREcircNCIAS 82

APEcircNDICES 100

ANEXOS 118

18

1 INTRODUCcedilAtildeO

O selecircnio (Se) eacute um mineral traccedilo essencial para a biologia humana e esta

essencialidade foi reconhecida em 1979 apesar deste elemento ter sido descoberto em 1817

Dentre as funccedilotildees atribuiacutedas a este mineral destacam-se a funccedilatildeo antioxidante e proteccedilatildeo

contra accedilatildeo nociva de metais toacutexicos aleacutem de atuar em niacutevel de sistema imunoloacutegico

(NAVARRO-ALARCON e LOacutePEZ-MARTINEZ 2000 REILLY 1996) A funccedilatildeo

antioxidante estaacute relacionada agraves selenoproteiacutenas como a P e agraves glutationas peroxidases (GPx)

que satildeo dependentes de Se (HSIEH et al 2006) As GPx satildeo selenoproteiacutenas encontradas em

todos os tecidos de mamiacuteferos em que haacute processos oxidativos cuja accedilatildeo eacute reduzir a produccedilatildeo

de Espeacutecies Reativas de Oxigecircnio (ERO) contribuindo para a proteccedilatildeo das macromoleacuteculas e

membranas do organismo contra a oxidaccedilatildeo (GONZAGA et al 2005)

O homem obteacutem Se por meio da alimentaccedilatildeo (REILLY 1996 FAacuteVARO et al 2000

GONZAGA 2002 THOMSON 2006) e a quantidade do mineral presente nos alimentos

reflete a concentraccedilatildeo do solo sendo essa distribuiccedilatildeo heterogecircnea ou seja um alimento da

mesma espeacutecie proveniente de aacutereas distintas pode apresentar concentraccedilotildees de Se diferentes

(AMOUROUX et al 2001 MARTENS e COZZOLINO 2012) No Brasil Cozzolino et al

(2007) evidenciaram que feijotildees produzidos no estado de Satildeo Paulo tinham menores

concentraccedilotildees de Se (0016 μg de Seg) quando comparados aos feijotildees do Cearaacute (12 μg de

Seg)

Dessa forma pode-se supor que as regiotildees norte e nordeste apresentam maiores

concentraccedilotildees de Se no solo enquanto as regiotildees centro-oeste e sudeste tendem a apresentar

concentraccedilotildees menores indicando maior risco de desenvolvimento da deficiecircncia do mineral

nas duas uacuteltimas regiotildees (COZZOLINO et al 2007 MARTENS e COZZOLINO 2012) A

regiatildeo norte aleacutem de ser considerada uma das aacutereas com solos mais ricos em Se tambeacutem

apresenta de forma abundante o alimento considerado a melhor fonte do mineral a castanha-

do-brasil (Bertholletia excelsa) (ROCHA et al 2014)

Um estudo realizado por Gonzaga (2002) avaliou o estado nutricional relativo ao Se

em 41 crianccedilas de Macapaacute (AP) e de Beleacutem (PA) de acordo com os resultados as crianccedilas

avaliadas natildeo apresentaram deficiecircncia em Se

Rocha et al (2014) tambeacutem avaliaram crianccedilas da regiatildeo norte em duas localidades

ribeirinhas da cidade de Porto Velho (RO) obtendo um total de 42 participantes As crianccedilas

ribeirinhas de Demarcaccedilatildeo apresentaram concentraccedilotildees plasmaacuteticas de Se abaixo da

19

referecircncia para a faixa etaacuteria enquanto as crianccedilas da segunda localidade Gleba do Rio Preto

apresentaram concentraccedilotildees elevadas constituindo risco de toxicidade

Bortoli (2010) avaliou 55 mulheres de uma comunidade ribeirinha de Manaus (AM)

denominada de Novo Airatildeo e observou que a meacutedia de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio estava

dos valores da normalidade

Com base nesses estudos observa-se que natildeo eacute possiacutevel estabelecer um diagnoacutestico

preciso sobre o status de Se na regiatildeo norte sendo necessaacuterios mais estudos principalmente

com a populaccedilatildeo das cidades

Em contrapartida agrave suposiccedilatildeo que a regiatildeo norte ou amazocircnica pode ter solos ricos em

Se a mesma tambeacutem eacute considerada uma aacuterea de risco de exposiccedilatildeo ao mercuacuterio (Hg) um

metal toacutexico que natildeo exerce funccedilatildeo bioloacutegica Segundo Fadini e Jardim (2001) esta

contaminaccedilatildeo eacute devida aos processos naturais e antroacutepicos

Alguns autores sugerem que a populaccedilatildeo da Amazocircnia apresenta a mais alta exposiccedilatildeo

ao Hg relatada no mundo e isso pode exigir um aumento da quantidade de Se no organismo

na tentativa de compensar tanto o estresse oxidativo quanto os efeitos toacutexicos provocados pelo

metal bem como para manter a atividade ideais de enzimas antioxidantes (FORDYCE 2005

RAYMAN 2008 LEMIRE et al 2010 PASSOS MERGLER 2008)

Diante desse cenaacuterio este projeto avaliou o estado nutricional relativo ao Se

concentraccedilotildees de Hg estresse oxidativo e a presenccedila dos polimorfismos geneacuteticos Pro198Leu

no gene da GPx e GSTM1 no gene da glutationa S-transferase (GST) de mulheres residentes

na cidade de Porto Velho (RO) Vale mencionar que estudos sobre o Se satildeo inexistentes nesta

populaccedilatildeo e a maioria das pesquisas realizadas com o Hg na Amazocircnia avaliou apenas

populaccedilotildees ribeirinhas

20

2 REVISAtildeO DA LITERATURA

21 SELEcircNIO

O Se foi descoberto pelo quiacutemico sueco Jons Jakob Berzelius no ano de 1817 em seus

experimentos sobre a oxidaccedilatildeo do aacutecido sulfuacuterico pesquisando agentes toacutexicos (FOX

FAIRWEATHER 1999) Em 1957 Schwartz e Foltz descobriram a sua importacircncia para a

sauacutede animal quando verificaram que pequenas quantidades de Se apresentavam accedilatildeo

protetora em ratos com necrose hepaacutetica e deficiecircncia em vitamina E (NAVARRO-

ALARCON LOacutePEZ-MARTINEZ 2000) Em 1973 Rotruck isolou a enzima GPx e verificou

a presenccedila de Se em seu siacutetio ativo (BAYOUMY-EL 2001) A essencialidade do Se para os

humanos foi reconhecida em 1979 quando cientistas chineses descobriram uma doenccedila por

deficiecircncia de Se em uma regiatildeo da China chamada Keshan a qual deu origem ao nome desta

doenccedila e quando a suplementaccedilatildeo com Se atuou em caso de distrofia muscular (ESTADOS

UNIDOS - IOMFNB 2001)

No processo de evoluccedilatildeo da terra o Se foi incorporado ao solo oriundo dos magmas e

gases vulcacircnicos e apoacutes o degelo da era glacial esse semi-metal foi espalhado por algumas

aacutereas do globo terrestre de forma heterogecircnea (KOHRLE 1999) Dessa forma as

caracteriacutesticas geoloacutegicas de cada regiatildeo influenciaram as concentraccedilotildees de Se nos solos

existindo locais onde esta concentraccedilatildeo eacute tatildeo elevada que pode causar intoxicaccedilatildeo em animais

que consomem as pastagens cultivadas (REILLY 1996) e em outras eacute tatildeo baixa que pode

causar deficiecircncia (SILVA et al 1993)

Solos com concentraccedilatildeo de Se ao redor de 005 microgg tendem a proporcionar dietas

com concentraccedilotildees menores que 01 microgg causando deficiecircncia do mineral enquanto solos

com mais de 5 microgg do mineral contribuem para a intoxicaccedilatildeo (OLDFIELD 1999) Por isso a

quantidade de Se existente nos alimentos na aacutegua e no ar reflete o teor deste mineral no solo

sendo dependente de fatores geoquiacutemicos como o pH sendo que solos com pH menor que

55 (aacutecido) apresentam baixa biodisponibilidade de Se e solos com pH maior que 75

(alcalino) apresentam Se mais biodisponiacutevel A natureza da rocha originaacuteria tambeacutem interfere

nas quantidades de Se no ambiente sendo aquelas ricas em granito e basalto pobres em Se e

as vulcacircnicas incandescentes calcaacuterias de carvatildeo e de pirita mais ricas no mineral

(BAOYAN ZHANG 2002 REILLY 1996 FOX FAIRWEATHER-TAIT 1999 GONZAGA

MARTENS COZZOLINO 2007 2012) Isso explica porque a quantidade de Se no mesmo tipo

de alimento proveniente de aacutereas diferentes pode ser muito heterogecircnea (AMAROUX et al

21

2001) Estima-se que cerca de 50 a 77 do Se presente na superfiacutecie da terra seja oriundo

dos oceanos que se depositou por via uacutemida ou seca por meio dos gases dimetilselenido e

dimetilselenilsulfido produzidos de forma sazonal por fitoplacircnctons em especial pelas

bacteacuterias Coccolithophorid e por isso as aacutereas mais proacuteximas de oceanos possuem solos com

maior concentraccedilatildeo de Se (AMAROUX et al 2001)

No Brasil Martens e Cozzolino (2002) avaliaram alguns cultivares de feijotildees de cada

regiatildeo do paiacutes e verificaram que a concentraccedilatildeo de Se foi maior nos alimentos cultivados nas

regiotildees Norte e Nordeste sugerindo que os solos destes locais apresentam maiores

concentraccedilatildeo do mineral Os pesquisadores constataram tambeacutem que os solos com elevadas

concentraccedilotildees de Se produziram alimentos mais ricos neste nutriente e consequentemente

um consumo alimentar adequado Por outro lado em estados como Satildeo Paulo e Mato Grosso

foram encontradas menores concentraccedilotildees de Se nos solos e os indiviacuteduos residentes nestes

estados apresentaram maiores inadequaccedilotildees da ingestatildeo alimentar de Se (COZZOLINO

2007)

Na natureza o Se se encontra em 4 quatro estados de oxidaccedilatildeo nos solos aacutecidos como

Se elementar (0) selenido (+2) e selenito (+4) que satildeo menos soluacuteveis e assimilaacuteveis

enquanto em terras alcalinas tecircm mais selenato (+6) mais soluacutevel e assimilaacutevel pelas plantas

e animais (ORTUNtildeO et al 1997 GONZAGA MARTENS COZZOLINO 2012) Nos

alimentos o Se pode ser encontrado sob as formas orgacircnica e inorgacircnica na forma orgacircnica

como selenometionina (alimentos de origem vegetal e animal e em alguns suplementos

alimentares) como selenocisteiacutena principalmente em fontes de origem animal e como

selenometilselenocisteiacutena principal forma encontrada em vegetais (NAVARRO-ALARCON

2008) Na forma inorgacircnica como selenito (SeO32-

) e selenato (SeO42) em suplementos pois

essas formas aparecem em poucas quantidades nos alimentos (RAYMAN 2000)

211 Fontes Biodisponibilidade e Recomendaccedilatildeo

A castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa famiacutelia Lecythidaceae) eacute considerada o

alimento mais rico em Se com concentraccedilotildees que variam de 8 a 126 microgg (GONZAGA

2002 REILLY 1996 THOMSON 2006 GONZAGA MARTENS COZZOLINO 2012)

Diversos estudos com essa amecircndoa foram conduzidos com a finalidade de determinar o seu

teor de Se Souza e Menezes (2004) avaliaram 70kg de castanha-do-Brasil com casca da

safra de 2001 obtidas de lote a granel na Centrais de Abastecimento de Campinas SA

(CEASA) em Satildeo Paulo e observaram concentraccedilatildeo de 204 microgg (correspondente a 204

22

microg100g) de Se Chang et al (1995) analisaram dois lotes de castanha-do-brasil um

proveniente da regiatildeo do AcreRondocircnia e outro da regiatildeo de ManausBeleacutem e as

concentraccedilotildees de Se variaram de 306 a 401 microgg e 360 a 500 microgg respectivamente

Trabalhos realizados pelos pesquisadores do Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo-Minerais da

Universidade de Satildeo Paulo tambeacutem avaliaram as concentraccedilotildees de Se em castanha-do-brasil

oriundas da regiatildeo norte (Quadro 1)

Quadro 1 Concentraccedilatildeo de Se (microgg) em castanha-do-brasil da regiatildeo norte do Brasil

Concentraccedilatildeo de Se (microgg)

COUTINHO (2001) GONZAGA (2002) BEHR (2004) MARTENS e COZZOLINO (2002) ROCHA (2014) STOCLER PINTO (2009) COMINETTI (2010) PIRES (2012)

19 40 17 43

583 58 58 115

Dados natildeo publicados - Meacutedia referente agrave determinaccedilatildeo de Se em dezoito lotes de castanha-do-brasil (safra 2011)

As frutas e as verduras em geral satildeo pobres em Se com exceccedilatildeo dos vegetais que satildeo

considerados acumuladores tais como o alho a mostarda indiana o broacutecolis a couve-de-

bruxelas a couve-flor o repolho a cebola e alguns cogumelos os quais podem fornecer boas

quantidades do mineral Nas regiotildees cujos solos tecircm quantidades significativas de Se o trigo

eacute uma boa fonte do mineral assim como os patildees e cereais (NAVARRO-ALARCON e

LOacutePEZ-MARTINEZ 2008)

A quantidade de proteiacutena presente no alimento deve ser considerada pois os alimentos

proteicos incorporam o Se de forma mais eficiente principalmente aqueles que possuem

maior concentraccedilatildeo de aminoaacutecidos que contenham enxofre como metionina e cisteiacutena

(BURK 1998) Alimentos como carne bovina frango peixe e ovos tambeacutem apresentam

quantidades significativas de Se assim como leite e seus derivados de acordo com a espeacutecie

animal e quantidade de gordura pois tanto o leite de vaca quanto os outros tipos que

apresentam maior quantidade de gordura possuem menores concentraccedilotildees do mineral

(NAVARRO-ALARCON 2008)

As melhores fontes de Se natildeo satildeo necessariamente as de maior biodisponibilidade Os

vegetais por exemplo em geral satildeo pobres no mineral entretanto apresentam uma

biodisponibilidade elevada variando de 85 a 100 Nos pescados que tambeacutem satildeo

23

considerados oacutetimas fontes de Se a biodisponibilidade varia de 20 a 50 Alguns

pesquisadores relacionam esta baixa biodisponibilidade agrave interaccedilatildeo do Se com o metal Hg que

pode estar presente nesses alimentos (ORTUNtildeO 1997 MARTENS et al 2012)

Com a descoberta da doenccedila de Keshan uma cardiomiopatia ocasionada pela

deficiecircncia de Se foi possiacutevel estabelecer recomendaccedilatildeo desse nutriente pois a doenccedila natildeo se

manifestava quando a quantidade consumida era igual ou maior que 191 microgdia em indiviacuteduo

adulto com 60 kg Acreditava-se que essa concentraccedilatildeo seria o menor valor de associaccedilatildeo

com o natildeo aparecimento dos sinais cliacutenicos da deficiecircncia do mineral (SHILS et al1994)

Entretanto atualmente sabe-se que a deficiecircncia de Se ocorre quando a ingestatildeo diaacuteria por

longos periacuteodos eacute menor ou igual a 11 microgdia Outro dado utilizado para determinar a

recomendaccedilatildeo de Se foi realizado atraveacutes da relaccedilatildeo entre a atividade da GPx no plasma e a

ingestatildeo do Se em indiviacuteduos adultos chineses residentes em uma aacuterea com solos

considerados pobres no mineral Os voluntaacuterios foram distribuiacutedos em cinco grupos e

receberam doses graduais de 0 10 30 60 e 90 microgdia de Se por via oral na forma de DL-

selenometionina Apoacutes cinco a oito meses a atividade da GPx respondeu de forma similar

para os trecircs concentraccedilotildees mais altos e esses resultados mostraram que uma ingestatildeo em torno

de 41 microgdia o equivalente a 30 microg da suplementaccedilatildeo mais 11 microg da dieta normal em um

homem de 60 kg eram suficientes para saturar a atividade da GPx (IOM 2001)

Com bases nesses dados foi possiacutevel estabelecer uma recomendaccedilatildeo de Se de acordo

com o Institute of Medicine (2001) A Ingestatildeo Dieteacutetica Recomendada (RDA) de Se para

indiviacuteduos adultos a partir dos 19 anos de idade foi estabelecida em 55 microgdia natildeo devendo

ultrapassar o niacutevel maacuteximo de Ingestatildeo Toleraacutevel (UL) estabelecido de 400 microgdia O Quadro

2 apresenta as Ingestotildees Dieteacuteticas de Referecircncia (DRI) de Se propostas pelo IOM (2006)

para populaccedilatildeo adulta

Quadro 2 Ingestatildeo Dieteacutetica de Referecircncia (DRIs) relativas ao Se em microgdia a partir de 1 ano

de idade de acordo com o Institute of Medicine (IOM 2006)

Idade (anos) EAR

Se microgdia

RDA

Se microgdia

UL

Se microgdia

˃ 14 45 55 400

EAR ndash Necessidade Meacutedia Estimada valor de ingestatildeo diaacuteria de um nutriente suficiente para suprir a

necessidade de metade dos indiviacuteduos saudaacuteveis de um determinado grupo do mesmo gecircnero e estaacutegio de vida

RDA ndash Ingestatildeo Dieteacutetica Recomendada eacute o niacutevel de ingestatildeo dieteacutetica diaacuteria suficiente para atender agraves

necessidades de um determinado nutriente de praticamente todos (97 a 98) os indiviacuteduos saudaacuteveis de um

determinado grupo do mesmo gecircnero e estaacutegio de vida

24

UL ndash Niacutevel Maacuteximo de Ingestatildeo Toleraacutevel eacute o valor mais alto da ingestatildeo diaacuteria continuada de um nutriente que

aparentemente natildeo oferece nenhum efeito adverso agrave sauacutede para todos os indiviacuteduos de um mesmo estaacutegio de

vida ou gecircnero

212 Aspectos Fisioloacutegicos Absorccedilatildeo Biodisponibilidade Armazenamento e Excreccedilatildeo

A absorccedilatildeo do Se acontece no duodeno ceco e coacutelon onde a selenometionina eacute

absorvida por um mecanismo de transporte ativo o selenito por difusatildeo simples o selenato

em conjunto com o sulfato por meio de carreadores mediados por soacutedio e a selenocisteiacutena por

transporte ativo comum aos aminoaacutecidos baacutesicos (histidina lisina e arginina) A

selenometilselenocisteiacutena natildeo eacute incorporada como selenometionina sendo convertida

rapidamente em metilselenol (FAIRWEATHERTAIT et al 2011)

Nos enteroacutecitos o Se eacute reduzido a selenito (H2Se) e em seguida transportado no

sangue ligado a proteiacutenas principalmente a fraccedilotildees de β-lipo proteiacutena de muito baixa

densidade e em menor quantidade em outros tipos de proteiacutenas como a albumina

especialmente quando a selenometionina eacute a principal forma presente nos alimentos

(REILLY 1996 PAPP et al 2007)

A biodisponibilidade do Se pode ser prejudicada por alguns fatores quantidade

ingerida a partir da dieta origem do Se consumido interaccedilatildeo com metais toacutexicos eficiecircncia

da digestatildeo formaccedilatildeo de compostos absorviacuteveis tempo do tracircnsito intestinal estado

nutricional do organismo em relaccedilatildeo ao Se doenccedilas do trato gastrintestinal conversatildeo para

formas biologicamente ativas apoacutes absorccedilatildeo e incorporaccedilatildeo agrave enzima GPx (IOM 2001) Na

determinaccedilatildeo da biodisponibilidade do Se alimentar a etapa limitante eacute a incorporaccedilatildeo da

forma biologicamente ativa selenocisteiacutena agrave GPx ou agraves 5 deiodinases nos tecidos

(HOLBEN SMITH 1999)

A excreccedilatildeo do Se ocorre principalmente pela via urinaacuteria (REILLY 1996 PAPP et

al 2007) e os compostos de Se tanto aqueles que entram no pool de selenito como os

convertidos a metilselenol satildeo metilados por tioacuteis-metiltransferases e geram diferentes formas

metaboacutelicas metiladas do mineral que seratildeo excretadas contribuindo para a homeostase Na

urina predominam as formas monometiladas nos casos de baixas ingestotildees e o

trimetilselenocircnio quando o Se eacute consumido em altas quantidades Quando os iacuteons de

trimetilselenocircnio atingem seu platocirc metaboacutelico ocorre a excreccedilatildeo pulmonar de

dimetilselenocircnio volaacutetil responsaacutevel pelo odor caracteriacutestico de alho na respiraccedilatildeo

(LETAVAYOVAacute et al 2006 PAPP et al 2007)

25

A Figura 1 ilustra o metabolismo do Se em mamiacuteferos onde os metaboacutelitos de Se

provenientes da alimentaccedilatildeo entram na ceacutelula e se juntam ao pool existente gerando selenito

que seraacute utilizado como fonte de Se para a siacutentese da selenocisteiacutena precursora das

selenoproteiacutenas (PAPP et al 2007)

Figura 1 Aspectos fisioloacutegicos do Se em mamiacuteferos

Adaptado de PAPP et al (2007)

(GSH = glutationa TrxRTrx = tioredoxina redutasetioredoxina)

213 Funccedilotildees e Accedilotildees

A propriedade antioxidante do Se estaacute relacionada agraves GPx que satildeo dependentes deste

mineral As GPx agem na proteccedilatildeo celular contra os danos provocados por radicais livres

juntamente com um sistema antioxidante complexo que envolve outras substacircncias

(HOLBEN SMITH 1999)

O Se eacute incorporado na forma de selenocisteiacutena no siacutetio ativo de um grande nuacutemero de

proteiacutenas Acredita-se que cerca de 100 selenoproteiacutenas possam existir no organismo de

mamiacuteferos Atualmente satildeo conhecidas 22 selenoproteiacutenas organizadas em grupos diferentes

Se Alimentar

Selenometionina

Selenito

Selenato

Selenocisteiacutena

(Sec)

Outras formas

ENTEROacuteCITO

Pool Intracelular de Selecircnio

Selenometionina

Selenito Selenato

GSS e SG (selenodiglutationa)

CH3SeH (metilselenol) etc

Incorporaccedilatildeo natildeo especiacutefica de

proteiacutenas ligadoras de selecircnio

Selenoproteiacutenas

Liases

GSH

TrxRTrx

H2Se

(selenido)

Sec

26

em funccedilatildeo da localizaccedilatildeo e das propriedades funcionais da selenocisteiacutena sendo que metade

destas apresenta caracteriacutesticas antioxidantes O grupo das GPx eacute o mais abundante Estas

selenoproteiacutenas satildeo encontradas em todos os tecidos de mamiacuteferos em que haacute processos

oxidativos e podem reduzir a produccedilatildeo de espeacutecies reativas de oxigecircnio contribuindo para a

proteccedilatildeo das macromoleacuteculas e membranas do organismo contra a oxidaccedilatildeo (BROWN et al

2001 TAPIERO et al 2003 GONZAGA et al 2005)

A GPx 1 tambeacutem conhecida como GPx citosoacutelica foi a primeira enzima dependente

de Se a ser identificada em 1953 em eritroacutecitos onde protege a hemoglobina de danos

oxidativos Essa GPx eacute encontrada no citosol das ceacutelulas sendo expressa em todos os tecidos

(BROWN 2001 LEI 2007) e tem como funccedilatildeo reduzir o peroacutexido de hidrogecircnio e

hidroperoacutexidos orgacircnicos livres transformando-os em aacutegua e aacutelcool respectivamente

(GONZAGA et al 2005)

A segunda isoforma GPx 2 ou gastrintestinal eacute encontrada no trato gastrintestinal e

no fiacutegado e age protegendo o organismo contra os hidroperoacutexidos na passagem pelo trato

gastrintestinal (GONZAGA et al 2005) A GPx 3 ou plasmaacutetica eacute sintetizada primeiramente

nas ceacutelulas tubulares renais e sua funccedilatildeo eacute servir de barreira antioxidante para o sangue

filtrado e proteger as ceacutelulas endoteliais do dano oxidativo (DUMONT 2006) A quarta

isoforma GPx 4 ou fosfolipiacutedio hidroperoacutexido tem como funccedilatildeo proteger as membranas das

ceacutelulas contra a accedilatildeo dos hidroperoacutexidos de aacutecidos graxos e tambeacutem reduzir a formaccedilatildeo de

hidroperoacutexidos de colesterol e de eacutester de colesterol nas membranas e nas lipoproteiacutenas de

baixa densidade (LDL) (SAVASKAN et al 2007)

Aleacutem dessas quatro isoformas foram descobertas tambeacutem a GPx 6 no epiteacutelio do

olfato e tecidos embrionaacuterios e outras variantes na qual o resiacuteduo de selenocisteiacutena eacute

substituiacutedo por cisteiacutena incluindo a GPx 5 com expressatildeo restrita no epidiacutedimo e a GPx 7

(PAPP et al 2007) Entretanto ainda natildeo se sabe exatamente qual a accedilatildeo dessas GPx

(HERBETTE et al 2007)

O Se pode interagir com um grande nuacutemero de metais toacutexicos como arsecircnio (As)

caacutedmio (Cd) Hg cobre (Cu) prata (Ag) chumbo (Pb) e platina (Pt) podendo alterar a

toxicidade e prevenir possiacuteveis manifestaccedilotildees toxicoloacutegicas em razatildeo da exposiccedilatildeo aos

mesmos (ORTUNtildeO et al 1997) Uma das hipoacuteteses para explicar essa interaccedilatildeo seria uma

reaccedilatildeo direta desses metais com o Se na forma inorgacircnica formando substacircncias

biologicamente inativas no interior do trato gastrintestinal Este mecanismo de interaccedilatildeo foi

encontrado em estudos com o Cd Pt Pb Ag e Hg Uma segunda hipoacutetese seria a reaccedilatildeo do

Se com grupos tioacuteis de algumas moleacuteculas para formar selenosulfidos (RSSeSR) que

27

possuem forte afinidade por metais (ORTUNtildeO et al 1997 ALARCOacuteN e MARTINEZ

2000)

A interaccedilatildeo entre o Hg e o Se tem sido estudada haacute mais de trecircs deacutecadas e envolve

uma variedade de processos bioquiacutemicos e toxicoacutelogicos ainda desconhecidos (CHEN et al

2006) Estudos conduzidos em animais foram realizados para tentar esclarecer os mecanismos

dessa interaccedilatildeo mesmo assim estes natildeo foram completamente elucidados (GREGUS et al

2001) Pesquisas in vitro sugerem que o efeito protetor do Se em relaccedilatildeo aos efeitos toacutexicos do Hg

seja em razatildeo da formaccedilatildeo de um complexo inerte Hg-Se (11) ligado agrave selenoproteiacutena P (Sepp1) no

sangue (DRASCH et al 2000)

A Figura 2 ilustra um possiacutevel mecanismo de destoxificaccedilatildeo muacutetua de Se e Hg elaborado

por Gailer et al (2000) onde o Se na forma de selenito ao ser incorporado nos eritroacutecitos eacute

reduzido atraveacutes da glutationa e no plasma liga-se agrave albumina proteiacutena responsaacutevel pelo transporte

sanguiacuteneo de Hg Sendo assim o Se natildeo reagiria de forma direta com o Hg livre mas com o Hg

ligado agrave albumina formando o complexo Hg-Se que por sua vez liga-se agrave selenoproteiacutena P e

tambeacutem aos resiacuteduos de histidina e cisteiacutena presentes na proteiacutena

Vale mencionar que a selenoproteiacutena P eacute uma glicoproteiacutena que transporta a maior parte de

Se no plasma dessa forma nos casos em que haacute deficiecircncia em Se a siacutentese de selenoproteiacutena P

pode estar prejudicada assim como a sua concentraccedilatildeo no plasma A existecircncia da selenoproteiacutena P

foi relatada haacute aproximadamente 30 anos poreacutem o progresso na tentativa de esclarecer as suas

funccedilotildees tecircm se destacado nos uacuteltimos anos (BURK HILL 2009)

Figura 2 Esquema de um possiacutevel mecanismo de destoxificaccedilatildeo muacutetua de Se e Hg

Adaptado de Gailer et al (2000)

SeO32-

e Se2-

= selenito Hg2+

= mercuacuterio livre HgSe = complexo Hg Se

HgSe

SeO32-

SeO32- Se2-GSH

Eritroacutecito

Se2-

Hg2+ (albumina)HgSe

Selenoproteiacutena P

HgSeHgSe

HgSe

28

Concentraccedilotildees adequadas de Se tambeacutem estatildeo relacionadas ao funcionamento

adequado do sistema imunoloacutegico Propriedades como quimiotaxia migraccedilatildeo e atividade

fungicida satildeo indicadores claramente dependentes da concentraccedilatildeo de Se nas ceacutelulas

fagocitaacuterias Efeitos reguladores do sistema imunoloacutegico satildeo explicados pela manutenccedilatildeo da

integridade das membranas das ceacutelulas imunocompetentes em condiccedilotildees adequadas de Se

Por isso satildeo atribuiacutedas ao Se funccedilotildees nas ceacutelulas do sistema imunoloacutegico como manutenccedilatildeo

da integridade das ceacutelulas imunocompetentes reduccedilatildeo dos peroacutexidos orgacircnicos e inorgacircnicos

formados por reaccedilotildees originadas dos radicais livres na ceacutelula regulaccedilatildeo do metabolismo dos

hidroperoacutexidos que levam agrave siacutentese de leucotrienos tromboxanos prostaglandinas e

lipoacutexidos e modulaccedilatildeo dos produtos oxidativos na respiraccedilatildeo das ceacutelulas fagocitaacuterias

(ORTUNtildeO et al 1997)

O Se tambeacutem participa na conversatildeo de tiroxina (T4) em tritiodotironina (T3) por

meio das deiodinases tipo I II e III A deficiecircncia em Se no organismo causa um decreacutescimo

de 15 a 20 na conversatildeo de T4 em T3 A enzima 5rsquo-deiodinase tipo 1 (IDI) eacute uma

selenoproteiacutena encontrada principalmente no fiacutegado e rins responsaacutevel pela conversatildeo da

forma inativa do proacute-hormocircnio T4 que eacute secretado pela tireoide agrave forma metabolicamente ativa

triiodotironina (T3) Nos casos de deficiecircncia em Se o T4 estaacute aumentado no plasma enquanto o T3

estaacute diminuiacutedo (KOumlHRLE 2000)

Outras accedilotildees protetoras do Se tecircm sido descritas no contexto das Doenccedilas Crocircnicas

Natildeo Transmissiacuteveis (DCNT) Alguns mecanismos foram propostos para esclarecer a inibiccedilatildeo

do aparecimento do cacircncer pela accedilatildeo do Se como reduccedilatildeo da hipermetilaccedilatildeo do DNA

causada pelo aumento da atividade da DNA metiltransferase regulaccedilatildeo da hipometilaccedilatildeo do

DNA que paradoxalmente ocorre durante a progressatildeo do tumor e proteccedilatildeo antioxidante que

promove equiliacutebrio entre a formaccedilatildeo de radicais livres e o funcionamento celular normal (DAVIS e

UTHUS 2002) Quando esse equiliacutebrio eacute interrompido pelo acuacutemulo de radicais livres a ceacutelula

entra em estresse oxidativo e consequentemente em instabilidade geneacutetica alterando certos

fatores de transcriccedilatildeo ou oxidando o DNA na sua base 8-hidroxidodesoxiguanosina (8-OHdG)

(BAYOUMY-EL 2001)

Estudos epidemioloacutegicos mostram correlaccedilatildeo positiva entre maior ingestatildeo de Se e

menor incidecircncia de cacircncer de tireoide pele mama ovaacuterio proacutestata e trato gastrintestinal

especialmente o coloretal (ORTUNtildeO et al 1997 NAVARRO-ALARCON e LOacutePEZ-

MARTINEZ 2000 DAVIS e UTHUS 2002) O Se tambeacutem pode diminuir o risco de

outras doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis como aterosclerose trombose arteri al e

diabetes melito (NAVARRO-ALARCON e LOacutePEZ-MARTINEZ 2000)

29

214 Deficiecircncia e Toxicidade

A deficiecircncia em Se ocorre quando a ingestatildeo diaacuteria eacute menor ou igual a 11 microgdia

enquanto ingestotildees acima de 400 microgdia podem levar agrave toxicidade (IOMFNB 2001 ZHANG

et al 2002) Os grupos mais vulneraacuteveis agrave deficiecircncia satildeo fumantes idosos gestantes

lactentes crianccedilas de 2 a 10 anos adolescentes do gecircnero feminino indiviacuteduos submetidos agrave

nutriccedilatildeo parenteral total sem suplementaccedilatildeo com Se por um periacuteodo superior a 20 ou 30 dias

enfermos de doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis indiviacuteduos sujeitos a elevado estresse e

doenccedilas debilitantes (AIDS hepatite C hanseniacutease) populaccedilotildees que habitam aacutereas com solos

pobres em Se aleacutem de populaccedilotildees que habitam aacutereas antropogecircnicas ou naturalmente

contaminadas por Hg (ORTUNtildeO et al 1997 BURKE e OPESKIN 2002 MARTENS et al

2012)

A doenccedila de Kesha definida como uma cardiomiopatia que afeta crianccedilas e mulheres

jovens estaacute diretamente relacionada agrave baixa ingestatildeo alimentar de Se a forma aguda eacute

caracterizada por insuficiecircncia suacutebita da funccedilatildeo cardiacuteaca e a fase crocircnica degeneraccedilatildeo dos

muacutesculos (especialmente necrose multifocal e fibrose no miocaacuterdio) cardiomegalia isquemia

do miocaacuterdio eletrocardiograma anormal e edema pulmonar Outra consequecircncia associada agrave

deficiecircncia eacute a doenccedila de Kashin-Beck osteoartrite endecircmica que ocorre durante a preacute-adolescecircncia

ou adolescecircncia podendo resultar em nanismo e deformaccedilatildeo das articulaccedilotildees (HOLBEN e SMITH

1999) Ressalta-se que no Brasil natildeo haacute relatos dessas deficiecircncias graves

Jaacute os sintomas da intoxicaccedilatildeo por Se satildeo distuacuterbios gastrintestinais graves paladar

metaacutelico odor de alho exalado pelas vias respiratoacuterias distuacuterbios neuroloacutegicos siacutendrome do

estresse respiratoacuterio infarto do miocaacuterdio e falecircncia renal (HOLBEN e SMITH 1999) A

toxicidade crocircnica tanto pelas formas orgacircnicas quanto inorgacircnicas apresenta caracteriacutesticas

cliacutenicas semelhantes poreacutem as concentraccedilotildees teciduais do mineral satildeo diferentes (IOM

2000)

De acordo com Yang et al (1983) os tecidos e oacutergatildeos mais afetados pela toxicidade de

Se satildeo as unhas cabelos pele e sistema nervoso As unhas tornam-se quebradiccedilas com

pontos brancos e estrias longitudinais na superfiacutecie seguido de queda da parede da unha

iniciada nos polegares Os cabelos tornam-se sem brilho e quebram-se facilmente na raiz e

aqueles que nascem em geral satildeo despigmentados Esta caracteriacutestica pode ser observada em

outros locais como axilas braccedilos e aacuterea puacutebica As lesotildees de pele ocorrem principalmente em

quatro pontos palma das matildeos e peacutes nuca cotovelos e pernas com aparecircncia inflamada e

eruptiva agraves vezes ulcerada As anormalidades no sistema nervoso soacute ocorrem nos casos de

30

maior gravidade e os sintomas incluem paralisia perifeacuterica formigamentos hiper-reflexatildeo dos

tendotildees espasmos distuacuterbio motor e hemiplegia (YANG et al 1983)

Vaacuterios fatores podem influenciar a gravidade e o tempo de aparecimento dos sinais

cliacutenicos da intoxicaccedilatildeo por Se como idade estado de nutriccedilatildeo e sauacutede do indiviacuteduo e

recidivas de alta ingestatildeo do mineral (IOMFNB 2001) Segundo Zhang et al (2002)

indiviacuteduos que jaacute sofreram intoxicaccedilatildeo por alta ingestatildeo de Se satildeo mais susceptiacuteveis a outra

intoxicaccedilatildeo provocada por menores quantidades do mineral Ingestatildeo de 910 microgdia pode

causar alteraccedilotildees nas unhas (IOMFNB 2001) Registros sobre intoxicaccedilatildeo por Se foram

encontrados em Enshi (China) onde a prevalecircncia da doenccedila ocorreu entre os anos de 1961 e

1964 com uma taxa de mortalidade de 50 da populaccedilatildeo de 248 habitantes (REILLY 1996)

Na Venezuela em um local chamado Vila Bruzual foram registrados casos de intoxicaccedilatildeo

nas crianccedilas em fase escolar sendo esta regiatildeo considerada seleniacutefera (JAFFEacute et al 1972)

22 MERCUacuteRIO

O Hg eacute o uacutenico metal que se apresenta no estado liacutequido em temperatura ambiente e a

0degC (BISINOTI 2005) presente naturalmente na crosta terrestre aacutegua e atmosfera Dentre as

diferentes formas quiacutemicas a espeacutecie de distribuiccedilatildeo mais ampla eacute o Hg na forma de vapor

predominante na atmosfera seguido da forma inorgacircnica dominante em aacuteguas naturais e do

metilmercuacuterio que eacute de extrema importacircncia ambiental em razatildeo de sua elevada toxicidade

principalmente em mamiacuteferos (GALVAtildeO et al 2007)

As primeiras evidecircncias dos efeitos neurotoxicoloacutegicos do Hg em consequecircncia da

ingestatildeo materna de alimentos contaminados foram observadas em crianccedilas na cidade de

Minamata no Japatildeo onde o metilmercuacuterio liberado de uma induacutestria quiacutemica contaminou as

aacuteguas da baiacutea e os peixes consumidos pela populaccedilatildeo Em 1953 a doenccedila de Minamata foi

reconhecida como uma doenccedila neuroloacutegica e chamou atenccedilatildeo do mundo para o problema da

intoxicaccedilatildeo por metais toacutexicos (TAKEUCKI e ETO 1999 FARIAS et al 2006) O Hg entatildeo

passou a ser considerado um dos metais mais perigosos no que diz respeito agrave contaminaccedilatildeo

ambiental e agrave sauacutede humana (FARIAS et al 2006)

Apoacutes a intoxicaccedilatildeo por Hg em Minamata as pesquisas foram direcionadas para os

possiacuteveis efeitos da exposiccedilatildeo crocircnica assim como concentraccedilotildees baixas de metilmercuacuterio

principalmente em crianccedilas em virtude da transferecircncia materna infantil durante a gestaccedilatildeo

uma vez que esse metal ultrapassa facilmente a barreira placentaacuteria e pode causar

31

consequecircncias graves agrave sauacutede do bebecirc que eacute sensiacutevel a menores concentraccedilotildees quando

comparados aos adultos (GALVAtildeO et al 2007)

A exposiccedilatildeo e acumulo do Hg durante o desenvolvimento fetal e amamentaccedilatildeo estatildeo

diretamente relacionados com a carga materna e a transferecircncia desse metal para a placenta e

leite materno (STEUERWALD et al 2000 CEacuteZAR 2002 MARQUES 2002) O alimento

que mais contribui para a contaminaccedilatildeo por Hg eacute o peixe pois as espeacutecies aquaacuteticas absorvem

o Hg na forma de metilmercuacuterio (DOMINGUES 2000) e o grau de exposiccedilatildeo eacute influenciado

por fatores como a frequecircncia da ingestatildeo de pescados a preferecircncia (peixes carniacutevoros

apresentam maiores quantidade de Hg) tamanho e niacutevel troacutefico (PARADIS et al 1997)

O Hg ao entrar na circulaccedilatildeo sanguiacutenea se liga a proteiacutenas e se distribui pelos tecidos

concentrando-se nos rins fiacutegado medula oacutessea ceacuterebro ossos e pulmotildees (SAacute et al 2006)

Os sinais e sintomas da intoxicaccedilatildeo dependem de vaacuterios fatores como gecircnero idade

hormocircnios taxa de hemoglobina e capacidade de induccedilatildeo das metalotioneiacutenas que podem

funcionar como barreiras protetoras do ceacuterebro e cerebelo (EPA 1997) No homem o

sistema nervoso central eacute o principal oacutergatildeo acometido pelo metilmercuacuterio e os sintomas

cliacutenicos incluem parestesia (alteraccedilotildees sensoriais) ataxia (falta de coordenaccedilatildeo nos

movimentos) e disartria (dificuldade na articulaccedilatildeo das palavras) aleacutem de distuacuterbios visuais e

auditivos A ocorrecircncia dos sintomas cliacutenicos tambeacutem eacute dose dependente (IPCS 1990) Aleacutem

de tremor vertigem entorpecimento dor de cabeccedila catildeibra fraqueza depressatildeo dispneia

tosse inflamaccedilotildees gastrintestinais queda de cabelo naacuteusea e vocircmitos (CANELA 1995) O

quadro cliacutenico tiacutepico das crianccedilas geradas sob tais exposiccedilotildees inclui microcefalia (maacute

formaccedilatildeo no crescimento do ceacuterebro) hiper-reflexia (reflexos muito ativos ou responsivos em

excesso) e deficiecircncia visual auditiva mental e motora (IPCS 1990)

A excreccedilatildeo do Hg do corpo humano ocorre por via urinaacuteria ou fecal diferindo de

acordo com a forma dose e tempo apoacutes a exposiccedilatildeo Uma pequena fraccedilatildeo eacute eliminada pela

respiraccedilatildeo mas a excreccedilatildeo fecal eacute a maior e a principal via apoacutes a exposiccedilatildeo ao Hg (FORD et

al 2001)

Segundo Fadini e Jardim (2001) a presenccedila do Hg na regiatildeo Amazocircnica se deve

principalmente agrave extraccedilatildeo de ouro e aos processos naturais e antroacutepicos Aleacutem disso como os

solos da bacia Amazocircnica satildeo antigos apresentam capacidade elevada de reter o Hg e acumulaacute-lo

durante anos (MIRETZKY et al 2005) A poluiccedilatildeo do Hg na Amazocircnia eacute um problema

ambiental grave pois 70 a 170 toneladas deste metal satildeo lanccedilados anualmente no meio

ambiente pela atividade informal de mineraccedilatildeo de ouro e queimadas o que representa uma

fonte primaacuteria de emissatildeo do Hg Como resultado uma grande quantidade do metal sofre

32

metilaccedilatildeo e se acumula nos peixes da cadeia alimentar (MEECH 1997 PINHEIRO et al

2000)

Em relaccedilatildeo agrave genotoxicidade do Hg tecircm-se descrito que este metal pode ser

responsaacutevel por mutaccedilotildees em niacuteveis cromossocircmico e gecircnico sendo a compreensatildeo destes

efeitos de grande importacircncia em razatildeo de suas consequecircncias para a sauacutede humana

(AZEVEDO 2003) O Hg produz depleccedilatildeo dos principais antioxidantes celulares

principalmente os que contecircm grupos tioacutelicos e pode tambeacutem aumentar a geraccedilatildeo das espeacutecies

reativas de oxigecircnio como os radicais hidroxila (HO) os radicais superoacutexido (O2-) ou

peroacutexido de hidrogecircnio (H2O2) aumentando o estresse oxidativo e assim causar alteraccedilotildees

nas funccedilotildees das ceacutelulas (ERCAL et al 2001 PEROTTONI et al 2004)

A Figura 3 apresenta possiacuteveis mecanismos moleculares de genotoxicidade do Hg o

qual entra na ceacutelula atraveacutes da membrana plasmaacutetica ou por meio de transportadores podendo

afetar o DNA de diversas formas Uma delas eacute aumentando a produccedilatildeo de ERRO as quais

podem reagir diretamente com o DNA ou indiretamente ao induzir mudanccedilas

conformacionais nas proteiacutenas responsaacuteveis pela formaccedilatildeo e manutenccedilatildeo do mesmo Tambeacutem

pode reagir de forma direta nos microtuacutebulos evitando a organizaccedilatildeo em fuso dos

cromossomos durante a atividade mitoacutetica Esses danos ao DNA podem ser causados tanto

pelos radicais livres gerados pelo Hg como pelo proacuteprio metal (CRESPO-LOacutePEZ et al

2009)

Figura 3 Mecanismos moleculares de genotoxicidade do Hg

Fonte Adaptado de Crespo-Loacutepez et al (2009)

EROS Espeacutecies Reativas de Oxigecircnio

EROS

D

N

A

M

E

R

C

Uacute

R

I

O

Microtuacutebulos

33

De acordo com os pesquisadores Pinheiro et al (2006) e Harada et al (2001)

concentraccedilotildees de Hg dez vezes menores que os valores de referecircncia estabelecidos pela World

Health Organization (WHO) foram relacionados com a genotoxicidade no sistema nervoso

central apontando para a necessidade de uma revisatildeo dos padrotildees adotados pela WHO

(1990)

Evidencia-se que populaccedilotildees residentes em aacutereas de risco de contaminaccedilatildeo por Hg

podem estar mais susceptiacuteveis a um aumento do estresse oxidativo Entretanto a intensidade

dos danos dependeraacute de fatores como a amplitude da geraccedilatildeo de ERO nos alvos celulares da

atividade dos sistemas de defesa antioxidante e da presenccedila ou da ausecircncia de metais de

transiccedilatildeo (HALLIWELL e CHIRICO 1993) Dependeraacute ainda da ingestatildeo de nutrientes

pois o consumo inadequado de Se estaacute relacionado com uma reduccedilatildeo da atividade da GPx

prejudicando o sistema de defesa antioxidante do organismo (COMINETTI 2011)

23 ESTRESSE OXIDATIVO

O estresse oxidativo eacute caracterizado pelo desequiliacutebrio entre substacircncias antioxidantes

e oxidantes e o efeito das espeacutecies reativas eacute equilibrado pela accedilatildeo antioxidante enzimaacutetica e

natildeo enzimaacutetica do sistema bioloacutegico (VALKO et al 2006)

As espeacutecies reativas de oxigecircnio (ERO) bem como as Espeacutecies Reativas de Nitrogecircnio

(RNS) satildeo moleacuteculas que contecircm oxigecircnio ou nitrogecircnio respectivamente com um ou mais

eleacutetrons desemparelhados o que as torna instaacuteveis e reativas Essas moleacuteculas satildeo produtos do

metabolismo celular normal que exercem um papel duplo no organismo uma vez que podem

atuar de forma beneacutefica ou prejudicial Os efeitos beneacuteficos ocorrem em baixas eou

moderadas concentraccedilotildees e envolvem funccedilotildees fisioloacutegicas como atuaccedilatildeo na defesa do

organismo contra agentes infecciosos e em sistemas de sinalizaccedilatildeo celular aleacutem da induccedilatildeo

de resposta mitogecircnica (RIDNOUR et al 2005 VALKO et al 2006)

Com o objetivo de emparelhar seus eleacutetrons estas substacircncias podem adquirir eleacutetrons

de outras moleacuteculas tornando-as instaacuteveis e convertendo-se em radicais livres Como exemplo

de radicais livres destacam-se o superoacutexido (O2) a hidroxila (OH) o tiol (SH-) o

triclorometil (CCl3) e o oacutexido niacutetrico (NO) Vale ressaltar que caso essas espeacutecies natildeo sejam

removidas ou neutralizadas podem reagir com lipiacutedios proteiacutenas e aacutecidos nucleicos

causando danos nas funccedilotildees celulares (CHAUHAN e CHAUHAN 2006) Dentre os prejuiacutezos

ao metabolismo celular podem ocorrer ruptura das fitas do DNA aumento na concentraccedilatildeo

34

de caacutelcio intracelular livre danos em transportadores de iacuteons ou em outras proteiacutenas

especiacuteficas e peroxidaccedilatildeo de lipiacutedios (HALLIWELL e CHIRICO 1993)

Aleacutem disso os aacutecidos graxos poli insaturados que estatildeo presentes em grande

quantidade nas ceacutelulas satildeo mais susceptiacuteveis agrave oxidaccedilatildeo em razatildeo da presenccedila de grupos

metilecircnicos entre duplas ligaccedilotildees e por isso tornam-se alvos mais provaacuteveis quando

comparados ao DNA (LOUREIRO et al 2002) A peroxidaccedilatildeo lipiacutedica se inicia com o

ataque agrave bicamada lipiacutedica por qualquer espeacutecie reativa capaz de abstrair um aacutetomo de

hidrogecircnio de um aacutecido graxo poli insaturado e apoacutes a iniciaccedilatildeo esse processo eacute cataliacutetico o

que favorece a formaccedilatildeo de hidroperoacutexidos Com a abstraccedilatildeo do aacutetomo de hidrogecircnio do

aacutecido graxo poli insaturado (LH) eacute formado o radical lipiacutedico (Lbull) que eacute rapidamente

adicionado a uma moleacutecula de oxigecircnio levando agrave formaccedilatildeo do radical peroxil (LOObull) sendo

capaz de reagir com outro aacutecido graxo poli insaturado iniciando uma nova cadeia de oxidaccedilatildeo

a partir da formaccedilatildeo de outro radical lipiacutedico (Lbull) (LOUREIRO et al 2002) O radical peroxil

pode ser rearranjado via reaccedilotildees de ciclizaccedilatildeo de endoperoacutexidos e como produto final o

malondialdeiacutedo (MDA) que eacute considerado mutagecircnico em ceacutelulas de mamiacuteferos pois pode

reagir com as bases nitrogenadas guanina adenina e citosina formando adutos que levam a

ligaccedilotildees cruzadas de DNA-DNA ou DNA-proteiacutenas ocasionando aumento do estresse

oxidativo (VALKO et al 2006) Menciona-se tambeacutem as oxidaccedilotildees enzimaacuteticas do aacutecido

araquidocircnico que ocorrem durante a siacutentese de eicosanoacuteides bem como as reaccedilotildees

catalisadas por ciclo oxigenases ou lipoxigenases que satildeo importantes fontes de ERO ou

hidroperoacutexidos lipiacutedicos (LOUREIRO et al 2002)

Por outro lado o organismo dispotildee de mecanismos que tecircm a finalidade de proteccedilatildeo

contra os processos oxidativos Estas defesas antioxidantes satildeo de extrema importacircncia pois

satildeo responsaacuteveis pela remoccedilatildeo direta dos radicais livres promovendo maacutexima proteccedilatildeo aos

siacutetios bioloacutegicos (VALKO et al 2006)

O principal sistema antioxidante eacute o enzimaacutetico que inclui enzimas como a

superoacutexido dismutase (SOD) que converte radicais superoacutexido em peroacutexido de hidrogecircnio a

catalase e a GPx as quais reduzem peroacutexido de hidrogecircnio e hidroperoacutexidos lipiacutedicos

(COMINETTI et al 2011 HAMANASHI et al 2004) A glutationa redutase (GR) tambeacutem

eacute uma enzima que participa desse processo pois eacute responsaacutevel pela regeneraccedilatildeo da glutationa

em sua forma reduzida (GSH) que eacute utilizada como substrato da enzima GPx (PRADA et al

2004) Existem

Quanto ao sistema antioxidante natildeo enzimaacutetico inclui compostos antioxidantes de

origem alimentar que muitas vezes satildeo utilizados como cofatores pelas enzimas antioxidantes

35

(BARBOSA et al 2010) Como exemplo de compostos que atuam por meio da neutralizaccedilatildeo

das ERO produzidas tanto no meio intra quanto extracelular tem-se o tocoferol (vitamina E) o

beta-caroteno (proacute-vitamina A) o Se cofator enzimaacutetico da GPx o cobre o zinco e o aacutecido

ascoacuterbico (BERGER 2005 PRADA et al 2004 PAPP et al 2007) Aleacutem do Se como

exemplo de cofator enzimaacutetico antioxidante destacam-se o zinco e o cobre que participam da

estrutura das enzimas Zn-Cu-SOD (SOD1) e SOD extracelular (SOD3) (FORMIGARI et al

2007 COMINETTI et al 2011) Existem ainda varredores de radicais livres hidrofiacutelicos

como o ascorbato e flavonoacuteides (CASTRO e FREEMAN 2001)

Aleacutem da relaccedilatildeo entre estresse oxidativo e sistema de defesa antioxidante ressalta-se a

importacircncia de se avaliar as caracteriacutesticas geneacuteticas individuais como por exemplo a

presenccedila de polimorfismos geneacuteticos uma vez que estes podem inferir nas concentraccedilotildees de

nutrientes organismo (VIVANCO et al 2006)

24 POLIMORFISMOS GENEacuteTICOS

Por meio do projeto genoma humano foi possiacutevel revelar natildeo somente o

sequenciamento completo dos genes humanos mas tambeacutem as interaccedilotildees entre os genes e o

meio ambiente Diversas mutaccedilotildees foram descobertas apoacutes o sequenciamento e os

polimorfismos satildeo resultantes destas alteraccedilotildees sendo os diferentes modelos decorrentes do

tipo de mutaccedilatildeo que os originou (BROOKES 1999 YAMADA 2010) Os polimorfismos

podem ser de inserccedilotildees de pares de base uacutenica de deleccedilotildees ou substituiccedilotildees de um par de

bases por outro

O tipo mais comum de polimorfismo eacute denominado SNP (Single Nucleotide

Polymorfism) ou polimorfismo de nucleotiacutedeo uacutenico que eacute uma mutaccedilatildeo simples na qual

acontece a troca de um nucleotiacutedeo por outro em determinado ponto do DNA A ocorrecircncia

de SNPs eacute de aproximadamente um em cada mil bases do genoma humano estimando a

ocorrecircncia em milhotildees (BROOKES 1999)

Os polimorfismos que resultam da inserccedilatildeo ou da deleccedilatildeo de nucleotiacutedeos em

fragmentos da moleacutecula de DNA ocorrem em um deacutecimo de frequecircncia dos SNP Os tipos

mais comuns de polimorfismo de inserccedilatildeo eou deleccedilatildeo satildeo os de bases repetidas chamados

de STR (Simple Tandem Repeats) ou microssateacutelites e os de padrotildees de nucleotiacutedeos

repetidos em uma regiatildeo do DNA conhecidos como VNTR (Variable Number of Tandem

Repeats) ou minissateacutelites (SCHORK et al 2000)

36

Aqueles polimorfismos que podem causar alteraccedilotildees nas sequecircncias de aminoaacutecidos

codificados acarretando danos nas funccedilotildees como alteraccedilatildeo nos siacutetios de interaccedilatildeo na

solubilidade e na estabilidade da proteiacutena estatildeo localizados nos eacutexons regiatildeo codificadora do

gene e satildeo chamadas de non-synonymous SNP ndash nsSNP (RAMENSKY et al 2002)

Estudos que envolvem genocircmica nutricional tecircm sido relacionados a importantes

associaccedilotildees entre polimorfismos e consumo de nutrientes permitindo melhor compreensatildeo de

como a nutriccedilatildeo influencia as vias de homeostase metaboacutelica Essa descoberta possibilitou

uma perspectiva na reduccedilatildeo do risco de doenccedilas uma vez que as interaccedilotildees existentes entre os

genes e os nutrientes permitem descrever a modulaccedilatildeo dos efeitos dos componentes

alimentares em um fenoacutetipo especiacutefico associado a um polimorfismo geneacutetico

(STRATIGOPOULOS et al 2008 KAUWELL 2005)

Como exemplo de SNP que pode estar relacionado ao status de Se pode-se destacar o

Pro198Leu no gene da GPx 1 Jaacute como exemplo de um polimorfismo de deleccedilatildeo que pode

interferir nas concentraccedilotildees de Hg no organismo destaca-se o GSTM1 no gene da GST

241 Polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) no Gene da GPx 1

De acordo com Hesketh (2008) polimorfismos na regiatildeo codificadora dos genes de

selenoproteiacutenas podem alterar a incorporaccedilatildeo do Se e influenciar a capacidade antioxidante

No gene humano da GPx 1 que eacute a isoforma intracelular citosoacutelica mais abundante nos

sistemas bioloacutegicos localizado na regiatildeo cromossomica 3p213 foram descobertos vaacuterios

polimorfismos sendo mais de 30 SNP dentre eles o Pro198Leu (rs 1050450) Nesse SNP

ocorre uma substituiccedilatildeo da base nitrogenada citosina por timina (CrarrT) no exoacuten 2 do

nucleotiacutedio 594 do gene resultando na troca do aminoaacutecido prolina por leucina no coacutedon 198

(FOSBERG et al 1999) A troca do aminoaacutecido prolina por leucina pode causar

consequecircncias na atividade da enzima GPx 1 pois a prolina eacute o uacutenico aminoaacutecido sem grupo

amino livre no carbono alfa ocasionando uma torccedilatildeo na estrutura secundaacuteria dos peptiacutedeos

(FOSBERG et al 2000 JABLONSKA et al 2009 ARSOVA-SARAFINOVSKA et al

2009)

Segundo Suzen et al (2010) que avaliaram a frequecircncia dos alelos e genoacutetipos de

diversas populaccedilotildees do mundo o maior percentual geralmente eacute de indiviacuteduos com genoacutetipos

selvagens (ProPro) seguidos por heterozigotos para o polimorfismo ou seja com um alelo

variante (ProLeu) e depois por indiviacuteduos homozigotos (LeuLeu)

37

No Brasil em relaccedilatildeo agrave frequecircncia desse polimorfismo aleacutem desse estudo

pesquisadores do Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo - Minerais da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas

da Universidade de Satildeo Paulo determinaram por meio de vaacuterios estudos a frequecircncia

genotiacutepica do Pro198Leu em vaacuterias populaccedilotildees de cidades do Brasil e os resultados estatildeo

ilustrados no Quadro 3 a seguir

Quadro 3 Frequecircncia genotiacutepica em relaccedilatildeo ao polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) no

gene que codifica GPx1 encontrada em pesquisas realizadas no Brasil no Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo e Minerais da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo

(USP)

Estado Nuacutemero de

participantes

ProPro

()

ProLeu

()

LeuLeu

()

SANTOS (2013) Cearaacute 176 55 38 7

ROCHA (2015) Rondocircnia 190 56 37 7

NISHIMURA

(2010) Satildeo Paulo

175 (Caso)

203 (Controle)

50

51

43

43

7

6

DONADIO

(2011) Satildeo Paulo 124 49 48 3

COMINETTI et

al (2011) Satildeo Paulo 37 49 38 13

CARDOSO et

al (2012) Satildeo Paulo

28 (Caso)

29 (Controle)

75

72

14

14

11

14

Uma das principais descobertas dos estudos sobre o polimorfismo Pro198Leu estaacute

relacionada agrave presenccedila do alelo Leu pois algumas pesquisas verificaram que esse genoacutetipo

pode diminuir a atividade da GPx 1 e aleacutem disso estudos associaram a concentraccedilatildeo

eritrocitaacuteria de Se com a sua atividade indicando que o genoacutetipo LeuLeu pode influenciar

tambeacutem o estado nutricional dos indiviacuteduos relativo ao Se (JABLONSKA et al 2009)

Em indiviacuteduos natildeo doentes Forsberg et al (2000) e Jablonska et al (2009) natildeo

observaram associaccedilotildees entre a atividade da enzima GPx 1 e o genoacutetipo Poreacutem na pesquisa

de Jablonska et al (2009) foi obtida uma associaccedilatildeo significativamente diferente entre cada

grupo de genoacutetipo avaliado em relaccedilatildeo agrave atividade da GPx 1 e a concentraccedilatildeo de Se Dessa

forma os pesquisadores presumiram que a resposta agrave ingestatildeo ou agrave suplementaccedilatildeo de Se

assim como a atividade da enzima pode estar relacionadas aos genoacutetipo do indiviacuteduo Aleacutem

disso os autores sugeriram que carreavam indiviacuteduos que possuiacuteam ao menos um alelo Pro

teriam maior atividade da enzima quando comparados agravequeles com ambos alelos Leu

38

Ravn-Haren et al (2006) observaram em mulheres com cacircncer de mama que a

atividade da GPx 1 foi significativamente menor nas participantes com a presenccedila do genoacutetipo

Leu em comparaccedilatildeo agravequelas com genoacutetipo Pro Isso foi observado tanto nas mulheres doentes

quanto naquelas do grupo controle Aleacutem de alguns tipos de cacircncer como o de bexiga

colorretal de pulmatildeo e de mama outras doenccedilas satildeo relacionadas com o polimorfismo

Pro198Leu tais como siacutendrome metaboacutelica (KUZUYA et al 2008) e concentraccedilotildees elevados

de triacilgliceroacuteis em pacientes com diabetes melito tipo 2 (CHEN et al 2012)

242 Polimorfismo GSTM1 no Gene da GST

A GST eacute uma famiacutelia de enzimas intracelulares localizadas no citosol que modulam a

accedilatildeo de toxinas endoacutegenas e exoacutegenas sobre as ceacutelulas evitando danos ao DNA

(MANNERVIK et al 1985 MORAIS et al 2008 CASTRO e LIMA 2013) Este grupo de

enzimas tem sido amplamente estudado pois estatildeo envolvidas no metabolismo de muitos

carcinoacutegenos poluentes ambientais e drogas anticanceriacutegenas Dessa forma supotildee-se que a

inexistecircncia de enzimas especiacuteficas ou deleccedilotildees homozigoacuteticas possam ocasionar ao

organismo maior susceptibilidade a desenvolver neoplasias como cacircncer de bexiga coacutelon

pulmatildeo pele estocircmago e mama aleacutem de diabetes e asma (ZHENG etal 2002 CHARRIER

et al 1999 PARK et al 2003 ANTON et al 2010 CASTRO e LIMA 2013)

Existem cinco classes de genes da GST (alfa mu pi theta e zeta) Nos genes da classe

mu tecircm-se o GSTM1 GSTM2 GSTM3 GSTM4 e GSTM5 na regiatildeo cromossocircmica 1p133 O

polimorfismo no locus M1 eacute o mais estudado e apresenta trecircs alelos dois considerados ativos

GSTM1A e GSTM1B e o terceiro alelo nulo ou deletado (GSTM10) O que difere o

GSTM1A do GSTM1B apesar de serem proteiacutenas funcionalmente idecircnticas eacute que o

GSTM1A contecircm a proteiacutena lisina na posiccedilatildeo 172 e o GSTM1B contecircm a asparagina nessa

mesma posiccedilatildeo (DEJONG et al 1988 WIDERSTEN et al 1991)

Dessa forma o polimorfismo GSTM10 no gene da GST eacute classificado como

polimorfismo de deleccedilatildeo ou seja indiviacuteduos homozigotos que carreiam o genoacutetipo

GSTM10 apresentam deleccedilatildeo do gene inteiro e natildeo expressam a proteiacutena GST (KLATAU-

GUIMARAtildeES et al 2005 JAIN et al 2006 MANNERVICK et al 2005)

Klatau-Guimaratildees et al (2005) avaliaram a suscetibilidade agrave contaminaccedilatildeo por Hg e a

relaccedilatildeo com o polimorfismo da enzima GST atraveacutes de biomarcadores moleculares em

algumas tribos indiacutegenas da Amazocircnia Apoacutes a obtenccedilatildeo dos resultados observou-se que

fatores geneacuteticos podem influenciar o acuacutemulo de Hg no organismo pois os indiviacuteduos que

39

carreavam o genoacutetipo GSTM10 (deletado) apresentaram concentraccedilotildees maiores deste metal

nos cabelos quando comparados aos indiviacuteduos com genoacutetipo GSTM1 Com a ausecircncia desta

enzima o organismo pode natildeo estar apto a destoxificar o Hg de forma adequada uma vez que

esta eacute uma das funccedilotildees atribuiacutedas agrave GST Sendo assim esses indiviacuteduos podem apresentar

maiores concentraccedilotildees ou retenccedilatildeo de Hg no organismo

Naganuma et al (1990) e Choi et al (1996) afirmam que a deficiecircncia de GST estaacute

associada com a sensibilidade ao cloreto de Hg e ao metilmercuacuterio Entretanto ainda existem

inconsistecircncias na relaccedilatildeo entre o polimorfismo GSTM1 e a concentraccedilatildeo de Hg no

organismo (GUNDACKER et al 2007) De acordo com Hatagima et al (2000) a frequecircncia

do polimorfismo no gene da classe mu estaacute ausente ou deletado (GSTM10) de forma

homozigoacutetica em torno de 40 a 50 em diferentes populaccedilotildees eacutetnicas conforme ilustrado no

Quadro 4 que mostra a frequecircncia deste alelo assim como do GSTM1A GSTM1B

GSTM1AB inclusive na populaccedilatildeo brasileira

Quadro 4 Distribuiccedilatildeo da frequecircncia do polimorfismo GSTM1(ABAB0) no gene da GST em

diferentes etnias

Etnias GSTM1

A B AB 0

Brasileiros (Rio de Janeiro) 197 (30) 105 (16) 51 (8) 305 (46)

Brasileiros (Distrito Federal) 43 (24) 33 (184) 16 (9) 87 (486)

Brasileiros (Satildeo Paulo) 21 (29) 10 (14) 7 (9) 35 (48)

Nigerianos 49 (71) 4 (6) 1 (13) 15 (217)

Japoneses 13 (8) 68 (41) 5 (3) 80 (482)

Chineses 10 (10) 28 (30) 2 (2) 56 (583)

Indiacutegenas 15 (35) 7 (16) 6 (14) 15 (35)

Franceses 24 (43) 5 (9) 3 (5) 24 (43)

Ingleses 158 (28) 74 (135) 23 (4) 306 (545)

Fonte Hatagima et al (2000)

Considerando a importacircncia do polimorfismo GSTM10 no gene da GST e o fato da

populaccedilatildeo deste estudo residir em aacuterea de risco de contaminaccedilatildeo por Hg a anaacutelise de tais

40

dados torna-se necessaacuteria uma vez que o genoacutetipo nulo ou deletado pode influenciar as

concentraccedilotildees do metal no organismo

41

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Avaliar o estado nutricional relativo ao Se concentraccedilotildees de Hg e suas relaccedilotildees com o

estresse oxidativo e os polimorfismos Pro198Leu no gene da GPx 1 e GSTM1 no gene da

GST em mulheres residentes em aacuterea de risco de contaminaccedilatildeo por Hg

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Avaliar o estado nutricional das voluntaacuterias em relaccedilatildeo agrave antropometria

Analisar a ingestatildeo alimentar de energia macronutrientes e Se

Determinar as concentraccedilotildees plasmaacuteticas e eritrocitaacuterias de Se e a atividade

eritrocitaacuteria total da enzima GPx

Avaliar as concentraccedilotildees de Hg nos cabelos

Associar a presenccedila dos polimorfismos Pro198leu e GSTM1 com os biomarcadores do

estado nutricional relativo ao Se e Hg respectivamente bem como com as

concentraccedilotildees de MDA e ORAC

42

4 METODOLOGIA

41 CASUIacuteSTICA E DELINEAMENTO

O estudo foi do tipo transversal descritivo com abordagem quantitativa e qualitativa

dos dados Participaram da pesquisa mulheres entre 19 e 50 anos residentes da cidade de

Porto Velho Rondocircnia (RO) Para o caacutelculo do tamanho da amostra considerou-se a

prevalecircncia do alelo variante Pro198Leu de 32 Fixou-se o niacutevel de significacircncia de 5 (

= 005) e um erro amostral de 65 Esses valores aplicados na equaccedilatildeo abaixo indicada para

populaccedilotildees infinitas proporcionou uma amostra de tamanho n igual a 200 mulheres

O projeto foi aprovado pelo comitecirc de eacutetica da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas

da Universidade de Satildeo Paulo (FCFUSP) parecer 119 e protocolo 574 (ANEXO 1) Na

Figura 4 abaixo estaacute representado o mapa do Brasil com destaque para o estado de Rondocircnia

e a cidade de Porto Velho onde a pesquisa foi realizada

Figura 4 Representaccedilatildeo do mapa do Brasil do estado de Rondocircnia e da cidade de Porto

Velho (RO)

Adaptado de Campos et al (2002)

43

Para ampla divulgaccedilatildeo da pesquisa cartazes com informaccedilotildees a respeito do estudo

foram espalhados pela cidade de Porto Velho em pontos de ocircnibus na secretaria de educaccedilatildeo

(SEDUC) na secretaria de sauacutede (SESAU) em academias de ginaacutestica em faculdades

particulares e tambeacutem na Universidade Federal de Rondocircnia (UNIR) (APEcircNDICE 1) Apoacutes

as procuras e declaraccedilotildees de interesse em participar da pesquisa as voluntaacuterias que se

adequavam ao perfil do estudo assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(APEcircNDICE 2) e em seguida responderam um questionaacuterio com informaccedilotildees

socioeconocircmicas presenccedila de doenccedilas e estilo de vida (APEcircNDICE 3) Natildeo foram incluiacutedas

no estudo mulheres com idade inferior a 19 ou superior a 50 anos fumantes com doenccedilas

crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e infecciosas (auto-relatadas) poacutes-menopausa que realizavam

atividade fiacutesica de forma intensa que utilizavam suplementos vitamiacutenicos eou minerais e que

residiam em local diferente do estabelecido

42 COLETA DE DADOS

A coleta dos dados (consumo alimentar antropometria material bioloacutegico) foi

realizada no laboratoacuterio Alphaclin (Porto Velho ndash RO) entre os meses de fevereiro a maio de

2011 entretanto todas as anaacutelises em material bioloacutegico foram realizadas em Laboratoacuterios da

Universidade de Satildeo Paulo (USP)

Para avaliar o consumo alimentar todas as participantes foram instruiacutedas pela

responsaacutevel da pesquisa a preencher um formulaacuterio de registro alimentar de 24 horas

(APEcircNDICE 4) que continha instruccedilotildees de preenchimento e fotos ilustrativas de medidas

caseiras de alguns alimentos com a finalidade de facilitar a obtenccedilatildeo dos dados de consumo

bem como para o melhor entendimento das voluntaacuterias reduzindo dessa forma as duacutevidas e

os erros de preenchimento Aleacutem do registro de 24 horas as voluntaacuterias responderam um

formulaacuterio a respeito do consumo de peixes da regiatildeo que poderiam estar relacionados com o

risco de contaminaccedilatildeo de Hg (ANEXO 2)

Os dados antropomeacutetricos (peso estatura e circunferecircncia da cintura) foram obtidos

apoacutes a entrega dos formulaacuterios de registros alimentares Em seguida para determinar as

concentraccedilotildees de Hg total cortou-se uma pequena quantidade de cabelo das voluntaacuterias

(aproximadamente 1g de amostra) da parte posterior da cabeccedila proacuteximo agrave regiatildeo occipital

(nuca) com auxiacutelio de uma tesoura de accedilo inoxidaacutevel que foi higienizada com acetona a cada

corte

44

Com a finalidade de avaliar o estado nutricional das participantes em relaccedilatildeo ao Se

atividade da enzima GPx estresse oxidativo e determinaccedilatildeo dos polimorfismos foram

coletados 20 mL de sangue por punccedilatildeo venosa Esse procedimento foi realizado no periacuteodo da

manhatilde por um profissional de enfermagem capacitado estando as voluntaacuterias em jejum de 10

a 12 horas

A coleta foi realizada com seringas plaacutesticas descartaacuteveis e agulhas de accedilo inoxidaacutevel

esteacutereis e descartaacuteveis Todos os materiais bioloacutegicos foram distribuiacutedos em tubos de vidro

contendo anticoagulante EDTA (aacutecido etilenodiamino tetraceacutetico) sendo que uma pequena

quantidade (sangue total) de todas as amostras foi armazenada em microtubos esteacutereis e

autoclavados para anaacutelise dos polimorfismos

O plasma foi separado do sangue total por centrifugaccedilatildeo a 3000 rpm durante 15

minutos a 4ordmC sendo extraiacutedo com pipeta automaacutetica e acondicionado em microtubos

previamente desmineralizados para determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo plasmaacutetica de Se

malondialdeiacutedo (MDA) e da capacidade de absorccedilatildeo de radicais livres de oxigecircnio (ORAC)

Em seguida o resiacuteduo contendo os eritroacutecitos foi lavado trecircs vezes com 5 mL de soluccedilatildeo

fisioloacutegica de cloreto de soacutedio a 09 homogeneizado lentamente por inversatildeo e centrifugado

a 10000 rpm por 10 minutos a 4ordmC sendo o sobrenadante descartado e dessa forma obtendo-

se a massa eritrocitaacuteria que foi extraiacuteda cuidadosamente com micropipeta e armazenada em

tubos de polipropileno desmineralizados para determinaccedilatildeo do Se eritrocitaacuterio e da atividade

da enzima GPx

Todas as amostras foram acondicionadas em gelo seco e transportadas em um

recipiente teacutermico por via aeacuterea de Porto Velho para Satildeo Paulo onde as amostras foram

armazenadas em freezer -80ordmC ateacute o momento das anaacutelises no laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo -

Minerais da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo (FCFUSP)

Quanto agraves amostras de cabelo coletadas estas foram armazenadas em envelopes de papel e

acondicionados em temperatura ambiente ateacute o momento das anaacutelises no Laboratoacuterio de

Anaacutelise por Ativaccedilatildeo Neutrocircnica - LANCRPq ndash Instituto de Pesquisas Energeacuteticas Nucleares

(IPENCNEN) ndash SP

Todos os materiais utilizados (vidrarias plaacutesticos ponteiras etc) foram

desmineralizados em banho de aacutecido niacutetrico a 20 por no miacutenimo 12 horas e enxaguados

pelo menos 10 vezes consecutivas com aacutegua ultra pura Milli-Q (resistividade de 182 MΩcm

a 25ordmC) para evitar a contaminaccedilatildeo por minerais Os reagentes utilizados nas anaacutelises tinham

um grau de pureza analiacutetica (PA) e a aacutegua ultrapura Milli-Q foi utilizada no preparo das

soluccedilotildees e diluiccedilatildeo das amostras

45

43 AVALIACcedilAtildeO ANTROPOMEacuteTRICA

Para avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica foram aferidos o peso a estatura e a circunferecircncia da

cintura (CC) Todas as afericcedilotildees foram realizadas por nutricionista segundo teacutecnicas

preconizadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2004)

O peso foi mensurado em balanccedila antropomeacutetrica da marca Filizolareg

modelo

ldquoWelmyrdquo com capacidade de 150 kg e graduaccedilatildeo de 100 g A estatura foi aferida em

estadiocircmetro com reacutegua antropomeacutetrica de ateacute 2 m e divisatildeo de 05 cm acoplado agrave balanccedila A

adequaccedilatildeo do peso das participantes foi avaliado pelo indicador Iacutendice de Massa Corporal ndash

IMC (Kgm2) calculado pela razatildeo do peso corporal em quilos pelo quadrado da altura em

metros Em seguida utilizou-se a classificaccedilatildeo da World Health Organization (WHO 2000)

de acordo com o Quadro 5 a seguir como um dos criteacuterios para classificar o IMC das

participantes

Quadro 5 Classificaccedilatildeo do Iacutendice de Massa Corpoacuterea (IMC) para adultos

Classificaccedilatildeo IMC (kgm2) Risco de Comorbidades

Baixo Peso

˂ 185

Baixo

Peso Normal ou

Eutrofia 185 - 249

Meacutedio

Sobrepeso

ge 25 ndash 299

Aumentado

Obesidade I 300 - 349 Moderado

Obesidade II 350 ndash 399 Grave

Obesidade III ˃ 40 Muito Grave

Fonte (WHO 2000)

A circunferecircncia da cintura (CC) foi aferida com uma trena antropomeacutetrica inelaacutestica e

flexiacutevel com 2 m de comprimento da marca Sannyreg

Para classificaccedilatildeo utilizou-se tambeacutem a

referecircncia da World Health Organization (WHO 2000) citada pela Associaccedilatildeo Brasileira

para o Estudo da Obesidade e da Siacutendrome Metaboacutelica (ABESO 20092010) a qual

estabelece como ponto de corte para risco cardiovascular aumentado a medida da

circunferecircncia igual ou superior a 80 cm em mulheres caucasianas

46

44 CONSUMO ALIMENTAR

O consumo alimentar foi avaliado por meio do registro alimentar de 24 horas aplicado

durante trecircs dias sendo dois dias da semana e um dia no final de semana A ingestatildeo

alimentar das participantes foi calculada com auxiacutelio do software NUTWIN (Departamento de

Informaacutetica da Escola Paulista de Medicina - UNIFESP) Considerando que as tabelas de

composiccedilatildeo de alimentos disponiacuteveis em alguns softwares natildeo dispotildeem de dados completos

acerca do teor de Se nos alimentos estes dados foram incluiacutedos manualmente baseados em

anaacutelises realizadas no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo e Minerais da USP

Como houve correlaccedilatildeo significativa entre os valores de energia e de Se os

macronutrientes e o mineral foram ajustados pela energia e correccedilatildeo da variabilidade

intrapessoal e interpessoal (WILLET et al 1997 WILLET et al 1998 SLATER et al

2004)

A avaliaccedilatildeo da ingestatildeo alimentar dos macronutrientes foi realizada de acordo com a

contribuiccedilatildeo energeacutetica em percentual da ingestatildeo caloacuterica total utilizando o Acceptable

Macronutrient Distribution Ranges (AMDR) do Institute of Medicine (IOM 2006) conforme

Quadro 6 As participantes foram classificadas em trecircs categorias sendo elas abaixo da

recomendaccedilatildeo dentro do intervalo de recomendaccedilatildeo e acima da recomendaccedilatildeo

Quadro 6 Intervalos de recomendaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de macronutrientes em percentual de

contribuiccedilatildeo energeacutetica (AMDR) de acordo com IOM (2006)

Macronutrientes AMDR (Adultos ˃18 anos)

Carboidratos 45 ndash 65

Proteiacutenas 10 ndash 35

Lipiacutedios 20 ndash 35

Fonte IOM 2006 AMDR Acceptable Macronutrient Distribution Ranges

Em relaccedilatildeo agrave prevalecircncia de ingestatildeo inadequada de Se esta foi calculada utilizando a

foacutermula proposta por Beaton (1994)

Z = (EAR ndash meacutedia) desvio padratildeo

Os valores da Necessidade Meacutedia Estimada (EAR) utilizados para avaliar a adequaccedilatildeo

da ingestatildeo de Se tambeacutem foram estabelecidos pelo IOM 2006

47

45 DETERMINACcedilAtildeO DA CONCENTRACcedilAtildeO DE SELEcircNIO NO PLASMA E

ERITROacuteCITOS

Com a finalidade de determinar as concentraccedilotildees de Se no plasma e nos eritroacutecitos as

amostras foram pesadas em triplicata (300microL) em tubos de micro kjehdal em seguida foram

adicionados 5 mL de aacutecido niacutetrico 65 (Merck

) e os tubos foram acondicionados em bloco

digestor O material foi digerido por via uacutemida aacutecida a uma temperatura maacutexima de 1500

C

Apoacutes este procedimento o Se contido nas amostras foi reduzido da forma VI para a forma IV

com adiccedilatildeo de aacutecido cloriacutedrico (HCl) 12 N durante duas horas a temperatura de 1000

C As

soluccedilotildees finais foram diluiacutedas para um volume de 25 mL e realizou-se a leitura por

espectrometria de absorccedilatildeo atocircmica com geraccedilatildeo de hidretos acoplados agrave cela de quartzo

(HGQTAAS) (HITACHI

modelo Z-5000) A curva de calibraccedilatildeo foi preparada utilizando os

respectivos pontos 00 microgL 01 microgL 03 microgL 05 microgL 10 microgL 30 microgL e 50 microgL O

limite de detecccedilatildeo (LD) foi de 00016 microgL e adotou-se um limite de confianccedila de 95 O

desvio padratildeo adotado para cada amostra ˂ que 5 e os resultados foram expressos em microgL

O controle de qualidade externo foi realizado utilizando o material de referecircncia

certificado (SERONORM SEROreg) que tambeacutem foi submetido aos mesmos procedimentos

realizados com as amostras O estado nutricional em relaccedilatildeo ao Se das participantes foi

classificado de acordo com os paracircmetros descritos no Quadro 7

Quadro 7 Valores de referecircncias adotados para concentraccedilatildeo de Se no plasma e eritroacutecitos

Se Valores de Normalidade

(microgL)

Plasmaacutetico

60 ndash 120

Eritrocitaacuterio 90 - 190

Fonte VAN DAEL DEELSTRA (1993) ORTUNtildeO (1997)

As participantes que apresentaram concentraccedilotildees plasmaacuteticas abaixo de 60 microgL foram

consideradas deficientes enquanto aquelas com concentraccedilotildees acima de 120 microgL em risco

de toxicidade Em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees nos eritroacutecitos foram consideradas deficientes

aquelas abaixo de 90 microgL e em risco de toxicidade acima de 190 microgL

Aleacutem dos valores de referecircncia descritos na Tabela 9 adotaram-se ainda os

paracircmetros propostos por Thomson (2004) que estabelece a concentraccedilatildeo miacutenima de Se

48

plasmaacutetico para o natildeo surgimento da doenccedila de Keshan como 21 microgL o valor aceitaacutevel para

otimizaccedilatildeo da atividade das enzimas deiodinases como ˃ 65 microgL o intervalo de 80 a 95 microgL

para maximizaccedilatildeo da atividade da GPx e selenoproteiacutena P e o valor superior a 115 microgL para

proteccedilatildeo contra alguns tipos de cacircncer

46 DETERMINACcedilAtildeO DA ATIVIDADE DA GPx

A atividade da enzima GPx foi determinada nos eritroacutecitos com o auxiacutelio de kit

comercial (Ransel 505-RANDOX Laboratories CrumlinUK) adaptado para o uso no

analisador bioquiacutemico automaacutetico (LiasysregMAS Rome Italy) Este meacutetodo se baseia na

reaccedilatildeo em que a enzima GPx catalisa a oxidaccedilatildeo da GR por um hidroperoacutexido Na presenccedila

de GPx e NADPH a GSH eacute convertida agrave forma reduzida com a oxidaccedilatildeo concomitante do

NADPH em NADH+ A diminuiccedilatildeo na absorbacircncia a 340 ηm eacute entatildeo determinada

(PAGLIA e VALENTINE 1967) A faixa de normalidade proposta pelo kit comercial

utilizado eacute de 275 - 736 UgHb A concentraccedilatildeo da hemoglobina (Hb) tambeacutem foi

determinada uma vez que a atividade da enzima foi expressa em UgHb

47 PROCESSAMENTO E ANAacuteLISE DE MERCUacuteRIO NOS CABELOS

Na primeira etapa do processamento para determinaccedilatildeo do Hg total os cabelos foram

picotados em pedaccedilos de aproximadamente 05 mm de comprimento com tesoura de accedilo inox

higienizada com acetona a cada troca de amostra Depois disso transferiram-se os cabelos

para um beacutequer limpo onde foram submersos em acetona e em seguida enxaguados trecircs

vezes com aacutegua Milli Q e mais uma vez com acetona conforme procedimento recomendado

pela Agecircncia Internacional de Energia Atocircmica (IAEA) (FARIAS 2006) As amostras foram

secas em temperatura ambiente e o armazenamento foi realizado em envelopes de papel

devidamente identificados

Para anaacutelise das amostras e materiais de referecircncia foram pesados cerca de 01 a 015

g de amostra diretamente em um frasco de teflon fechado da marca Savillexreg com capacidade

de 182 mL Apoacutes a pesagem foram adicionados 4 mL de aacutecido niacutetrico (HNO3) e 2 mL de

aacutecido sulfuacuterico (H2SO4) ambos concentrados e da marca Merckreg que foram mantidos assim

durante a noite No dia seguinte para digestatildeo das amostras em sistema fechado os frascos

foram colocados em bloco digestor na temperatura de 90ordm durante 3 h Depois da digestatildeo os

49

frascos foram colocados em banho de gelo ateacute o completo resfriamento e em seguida foram

adicionados 250 microL de soluccedilatildeo de dicromato de potaacutessio (K2Cr2O7) a 10 (mv) para a

estabilizaccedilatildeo do Hg

A determinaccedilatildeo de Hg total nos cabelos foi realizada pelo meacutetodo de espectrometria

de absorccedilatildeo atocircmica com geraccedilatildeo de vapor frio (CV AAS) em equipamento FIMS-100

(Perkin Elmerreg

) A validaccedilatildeo da metodologia em relaccedilatildeo agrave precisatildeo e exatidatildeo foi realizada

por meio da anaacutelise em triplicata dos materiais de referecircncia (Human Hair- IAEA 086 GBW

09101 - Human Hair e BCR CRM 397 - Human Hair) com valor certificado de concentraccedilatildeo

para Hg total e os resultados obtidos estatildeo presentes no Quadro 8

As determinaccedilotildees de Hg total em cabelos foram realizadas no Laboratoacuterio de Anaacutelise

por Ativaccedilatildeo Neutrocircnica (LAN) do Centro do Reator de Pesquisas (CRPq) do IPEN ndash

CNENSP

Quadro 8 Resultados (meacutedia plusmn desvio padratildeo da meacutedia) das anaacutelises dos materiais de

referecircncia utilizados na determinaccedilatildeo de Hg total (n= nuacutemero de determinaccedilotildees)

Amostras

Valores

Certificados

(microg kg -1

)

Valores Obtidos

(Meacutedia plusmn desvio)

(microg kg -1

)

DPR

()

ER

()

IAEA 086

(n =8) 573 plusmn 39

615 plusmn 68 111 73

GBW 09101

(n=4) 2160 plusmn 210

1975 plusmn 86 43 86

BCR CRM 397

(n=2) 12300 plusmn 500

11688 plusmn 32 027 50

IAEA- International Atomic Energy Agency

IAEA 086 - Methylmercury Total Mercury and other trace elements in Human Hair (IAEA May 2000)

CRM 397 - Certified Reference Material Trace Elements in Human Hair BCR- Community Bureau of Reference

(Brussels January 1991)

GBW 09101 - Certified Reference Material Human Hair (China April 1988)

DPR- Desvio Padratildeo Relativo

ER- Erro relativo

Quanto ao limite de detecccedilatildeo (LD) minus a menor concentraccedilatildeo do analito em uma amostra

que pode ser detectada mas natildeo necessariamente quantificada sob determinadas condiccedilotildees

experimentais minus foi determinado diretamente da curva de calibraccedilatildeo construiacuteda utilizando a

50

teacutecnica de regressatildeo e considerando um niacutevel de confianccedila de 95 O valor encontrado para o

limite inferior de detecccedilatildeo foi da ordem de 001 ng mL-1

resultado compatiacutevel com os estudos

encontrados na literatura para determinaccedilatildeo de Hg (HORVAT 1996 SKOOG et al 2002

FARIAS 2009) Em relaccedilatildeo ao limite de quantificaccedilatildeo (LQ) tambeacutem conhecido como limite

de determinaccedilatildeo que indica qual a menor concentraccedilatildeo do analito que pode ser detectada por

um meacutetodo qualquer que estaacute sendo empregado com um niacutevel aceitaacutevel de precisatildeo e

veracidade Pode ser considerado ainda como a concentraccedilatildeo do analito correspondente ao

valor meacutedio do branco mais 5 e 6 ou 10 desvios padratildeo (FARIAS 2009) O valor encontrado

para o limite de quantificaccedilatildeo para esta pesquisa foi da ordem de 1 ng mL-1

Os resultados das anaacutelises dos materiais de referecircncia apresentaram desvio padratildeo

relativo (DPR) variando de 027 a 11 e ER (Erro Relativo) de 5 a 86 comprovando a

precisatildeo e exatidatildeo do meacutetodo respectivamente

Para classificar o diagnoacutestico em relaccedilatildeo as concentraccedilotildees de Hg nos cabelos das

participantes os resultados encontrados foram comparados aos estabelecidos pela WHO

(1990) o qual considera 2000 ng g-1

para populaccedilotildees natildeo expostas e 6000 ng g-1

como

indicador de exposiccedilatildeo para Hg

48 DETERMINACcedilAtildeO DA CONCENTRACcedilAtildeO PLASMAacuteTICA DE

MALONDIALDEIacuteDO (MDA)

A peroxidaccedilatildeo lipiacutedica foi determinada por meio das concentraccedilotildees de MDA no

plasma obtidas por cromatografia liacutequida de alta eficiecircncia (HPLCPDA) quantificando a

reaccedilatildeo do MDA com dinitrofenilhidrazina (DNPH) utilizando absorbacircncia de 308 nm de

acordo com o meacutetodo adaptado de Rezaei Jamshidzadeh e Sanati (2013) Antes do

processamento das amostras foi construiacuteda uma curva de calibraccedilatildeo utilizando uma soluccedilatildeo

estoque de MDA com 22 μL de tetrametoxipropano e 10 mL de aacutecido sulfuacuterico a 1 Os

pontos da curva utilizados foram 00 025 05 10 20 40 60 e 120 μM Utilizou-se o

aparelho de HPLC da marca Shimadzu (Kyoto Japatildeo) equipado com coluna Phenomenex

Reverse-phase C18 de 240 mm x 46 mm com partiacuteculas de 5μm (Phenomenex Torrance

CA) A temperatura no amostrador foi mantida em 4degC e a temperatura da coluna a 25degC A

eluiccedilatildeo foi realizada em modo isocraacutetico com uma fase moacutevel constituiacuteda de 50 de H2O

deionizada e 50 de acetonitrila acidificada com 2 de aacutecido aceacutetico A taxa de fluxo de

ingestatildeo da amostra foi de 1 mLminuto e o tempo de corrida de 15 minutos

51

Com o objetivo de liberar o MDA das proteiacutenas plasmaacuteticas foram adicionados 10 μL

de hidroacutexido de soacutedio 4M nos microtubos que continham 100 μL de plasma e em seguida

estes foram agitados em voacutertex Apoacutes este procedimento as amostras foram incubadas no

aparelho Vortempreg a 60degC durante 30 minutos para posteriormente serem acondicionadas no

gelo por 5 minutos Depois do resfriamento foram adicionados 150 μL de aacutecido sulfuacuterico a

1 e agitou-se em voacutertex vigorosamente para precipitaccedilatildeo das proteiacutenas Novamente

incubou-se no gelo por mais 5 minutos seguindo-se de uma centrifugaccedilatildeo a 14000 rpm por

10 minutos Foram retirados 175 μL do sobrenadante que foram transferidos para um novo

microtubo onde foi adicionado 25 microL de DNPH (0001 gmL) permanecendo agrave temperatura

ambiente por 30 minutos protegidos de luz Centrifugou-se novamente o microtubo a 14000

rpm por 5 minutos e 150 μL do sobrenadante foi transferido para um vial do qual foi injetado

100 μL no aparelho HPLC

A determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo plasmaacutetica de malondialdeiacutedo foi realizada no

Departamento de Anaacutelises Cliacutenicas e Toxicoloacutegicas no laboratoacuterio de Toxicologia que tem

como responsaacutevel a professora Ana Paula de Melo Loureiro da Faculdade de Ciecircncias

Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo (USP)

49 DETERMINACcedilAtildeO DA CAPACIDADE DE ABSORCcedilAtildeO DE RADICAIS DE

OXIGEcircNIO (ORAC)

A capacidade antioxidante total do plasma foi realizada por meio do meacutetodo ORAC

proposto por Prior et al (2003) que baseia-se na mensuraccedilatildeo da inibiccedilatildeo do radical peroxil o

que demostra resistecircncia aos danos oxidativos Para isso o plasma foi desproteinizado com

aacutecido percloacuterico e posteriormente as amostras foram diluiacutedas 10x com tampatildeo fosfato (pH

74)

As anaacutelises foram realizadas em triplicata utilizando 25 microL de amostra em microplaca

de 48 poccedilos adicionando-se posteriormente 150 microL de soluccedilatildeo de fluoresceiacutena e 25 microL de

22-azobis (aminopropano) di-hidroclorido (AAPH) por injetores automaacuteticos do leitor de

microplacas (Biotech Synergy H1)

Utilizou-se uma curva padratildeo de Trolox preparada com as seguintes concentraccedilotildees

100 microM 50 microM 25 microM 125 microM 625 microM e os resultados foram expressos em μmol de

Trolox (μmol TEmL)

52

410 PREPARACcedilAtildeO DAS AMOSTRAS PARA ANAacuteLISE DOS POLIMORFISMOS

Para extraccedilatildeo do DNA de sangue total utilizou-se o kit PureLinkTM

Genomic DNA

(Invitrogen CA USA) seguindo as instruccedilotildees do fabricante Em seguida foi feita a leitura em

espectrofotocircmetro (Nanodropreg) nos comprimentos de onda () de 260nm (DNA) e 280nm

(proteiacutena) O DNA foi considerado iacutentegro e de boa qualidade quando a razatildeo 260280 foi

maior que 18 sendo descartadas aquelas com valores abaixo deste paracircmetro A

quantificaccedilatildeo do DNA das amostras foi realizada neste mesmo equipamento sendo os

resultados obtidos em ngmicroL As amostras com concentraccedilotildees inferiores a 10 ngmicroL foram

descartadas tendo em vista que esta era concentraccedilatildeo miacutenima padronizada

4101 Determinaccedilatildeo do Polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450)

Para anaacutelise de genotipagem o DNA do sangue total seraacute extraiacutedo a partir do

kit Purelink Genomic DNA da Invitrogen Life Technologies e em seguida o mesmo seraacute

quantificado no espectrofotocircmetro Nanodrop sendo o resultado expresso em ngmL Seraacute

utilizada a razatildeo 260280 superior a 17 e inferior a 20 como paracircmetro de qualidade do

DNA Amostras com a razatildeo abaixo desse valor seratildeo reextraiacutedas O DNA genocircmico de todas

as amostras seraacute ajustado em aacutegua autoclavada para uma concentraccedilatildeo de 10 ngmL e volume

final de 20 μL Um total de 2 μL de DNA seraacute usado para a reaccedilatildeo em cadeia da polimerase e

18 μL de soluccedilatildeo contendo o master mix especiacutefico para o ensaio de genotipagem (TaqManreg

genotyping master mix ndash Applied Biosystemsreg) com sondas TaqMan (Custom TaqMan

reg SNP

Genotyping Assay Human Alelo 1 VICMGB-NFQ Alelo 2 FAMMGB-NFQ part number

4331349) e primers especiacuteficos para o SNP (RS1050450) primer forward CATCGAAGCCCTGCTGTCT

e primer reverse CACTGCAACTBCCAAGCA

A genotipagem da populaccedilatildeo do estudo seraacute realizada pelo sistema TaqMan SNP

Genotyping Assays da Applied Biosystemsreg utilizando as condiccedilotildees de termociclagem

recomendadas pelo fabricante Este sistema eacute baseado na anaacutelise end-point da RT-PCR (Real

time ndash PCR ou Reaccedilatildeo em cadeia da Polimerase em Tempo Real)

53

4102 Determinaccedilatildeo do Polimorfismo GSTM1

As reaccedilotildees de PCR em tempo real (qPCR) foram realizadas em placas especiacuteficas de

96 poccedilos no equipamento StepOne Plus utilizando o sistema para detecccedilatildeo de produtos de

amplificaccedilatildeo TaqManreg (Applied Biosystems Foster City CA USA) Para o polimorfismo

GSTM1 foram selecionados primers forward 5prime-AAGATTCGTGTGGACATTTTGGA-3prime e

reverse 5prime TCTGGATTGTAGCAGATCATGCC-3prime e probes (FAM-CAGACCATGGACA-

ACCA-MGB 100 microM) marcados com fluoroacuteforo FAM Para controle endoacutegeno utilizou-se a

β-2-microglobulina (B2M) forward 5prime-TTGTTTCACTGTCCTGAGGACTATTTAT-3prime e

reverse 5prime-ATGTTACTCTGTCAATGTTCTCCACAT-3prime Os probes utilizados foram

marcados com fluoroacuteforo VIC (VIC-CTCTAACATGATAACCCTCAC-MGB 100 microM)

(COVAULT et al 2003)

As amostras foram submetidas agrave seguinte termociclagem 50degC por 2 min 95degC por

10 min seguidos de 40 ciclos a 95degC por 15 segundos e 60degC por 1 min Ao final eram

considerados vaacutelidos apenas os resultados cuja reaccedilatildeo apresentasse curva de dissociaccedilatildeo com

apenas um pico referente agrave temperatura de melting do primer utilizado em cada reaccedilatildeo A

presenccedila da deleccedilatildeo no gene GSTM1 foi estabelecida quando os valores de Ct (threshold

cycle) foram superiores a 35 ciclos conforme padronizaccedilatildeo realizada por Covault et al

(2003) De forma aleatoacuteria foram selecionadas 20 das amostras deletadas para confirmar a

deleccedilatildeo e em 100 delas houve concordacircncia dos resultados

411 ANAacuteLISES ESTATIacuteSTICAS

Os dados obtidos foram analisados no software SPSS versatildeo 200 e os resultados

expressos como meacutedia desvio padratildeo valores miacutenimos e maacuteximos Testou-se a normalidade

dos dados usando o teste de Kolmogorov-Smirnov e a homogeneidade de variacircncia o de

Levene O teste T-Student para amostras independentes e o ANOVA seguido de Tukey para

comparaccedilatildeo de meacutedias entre os paracircmetros Para o teste de correlaccedilatildeo utilizou-se o de

Pearson Nas anaacutelises de regressatildeo empregou-se o modelo de regressatildeo linear simples e o

modelo de regressatildeo linear muacuteltipla para selecionar as variaacuteveis de ajuste As variaacuteveis

testadas nos ajustes dos modelos muacuteltiplos foram idade iacutendice de massa corpoacuterea

escolaridade renda e ingestatildeo energeacutetica Para estes adotou-se o meacutetodo de backward

Foram consideradas estatisticamente significantes as anaacutelises com p lt 005

54

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51 CARACTERIZACcedilAtildeO DA POPULACcedilAtildeO

Participaram do estudo 200 mulheres voluntaacuterias da cidade de Porto Velho (RO)

selecionadas de uma amostra de conveniecircncia A meacutedia de idade das participantes foi de 263

+ 75 anos Conforme a etnia relatada pelas voluntaacuterias 93 informaram ser pardas e a

maioria cursava o ensino superior Quanto agrave renda houve uma maior prevalecircncia de

participantes que ganhavam mais de quatro salaacuterios miacutenimos e 75 afirmaram natildeo realizar

atividade fiacutesica Em relaccedilatildeo ao histoacuterico de doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis na famiacutelia as

mais descritas foram hipertensatildeo arterial e diabetes Nenhuma participante era fumante ou

fazia uso de bebidas alcooacutelicas Todas residiam no estado de Rondocircnia haacute no miacutenimo 10 anos

Os dados acima mencionados estatildeo representados de forma detalhada na Tabela 1

De acordo com o censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

(IBGE 2011) a populaccedilatildeo brasileira era constituiacuteda de 190755799 de habitantes sendo que

428527 pertenciam agrave cidade de Porto Velho Desse total 492 eram do gecircnero feminino

Ainda neste censo 477 dos habitantes do Brasil classificaram-se como brancos

76 como pretos 43 como pardos 11 como amarelos e 04 como indiacutegenas A

distribuiccedilatildeo por cor ou raccedila reflete padrotildees histoacutericos de ocupaccedilatildeo e movimentos relacionados

agrave dinacircmica econocircmica As maiores proporccedilotildees de pardos (58) estatildeo nas regiotildees norte e

nordeste enquanto os pretos estatildeo mais presentes na Bahia (17) e no Rio de Janeiro

(124) Em Rondocircnia 353 se declararam brancos 556 pardos e 69 pretos

corroborando com dados obtidos nesta pesquisa

Dentre os dados apresentados ressalta-se ainda a presenccedila de DCNT nos antecedentes

familiares das participantes De acordo com Silva-Junior (2009) e Schmidt et al (2011)

72 das mortes ocorridas em 2007 no Brasil foram atribuiacutedas agraves DCNT O aumento da

prevalecircncia de diabetes e hipertensatildeo paralelamente ao excesso de peso estaacute associado agrave

mudanccedilas desfavoraacuteveis na dieta e na atividade fiacutesica (SCHMIDT et al 2011)

O Brasil tem colocado em praacutetica importantes poliacuteticas para prevenccedilatildeo das DCNT

Como exemplo destaca-se a implantaccedilatildeo do plano de accedilatildeo de 2008 a 2013 da Organizaccedilatildeo

Mundial da Sauacutede (WHO) que teve como foco quatro doenccedilas cardiovasculares diabetes

cacircncer e doenccedilas respiratoacuterias crocircnicas responsaacuteveis por 58 das mortes no Brasil em 2007

(WHO 2010 SCHMIDT et al 2011) O elevado nuacutemero de casos dessas doenccedilas nos dias

55

atuais justifica os resultados da porcentagem relatada pelas participantes do estudo sobre o

histoacuterico de doenccedilas na famiacutelia

Tabela 1 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas das voluntaacuterias

1Salaacuterio Miacutenimo vigente no ano de 2011 (R$ 54500)

52 AVALIACcedilAtildeO ANTROPOMEacuteTRICA

Os resultados antropomeacutetricos de acordo com o Iacutendice de Massa Corpoacuterea (IMC)

estatildeo apresentados na tabela 2 a seguir

n

Etnia (n=200)

Parda 186 930

Branca 11 55

Negra 2 10

Indiacutegena 0 0

Oriental 1 05

Escolaridade (n=173)

Fundamental 8 50

Ensino Meacutedio 19 100

Superior Incompleto 103 600

Superior Completo 40 230

Poacutes-Graduaccedilatildeo 3 20

Renda (n=163)

Ateacute 1 Salaacuterio Miacutenimo1

9 60

2 a 3 Salaacuterios Miacutenimos 58 350

Acima de 4 Salaacuterios Miacutenimos 96 590

Atividade Fiacutesica (n=200)

Sim 51 250

Natildeo 149 750

DCNT (n=186)

Dislipidemias 16 86

Obesidade 37 200

Diabetes 62 333

Hipertensatildeo Arterial 58 311

Outras 13 70

56

Tabela 2 Classificaccedilatildeo das participantes segundo o Iacutendice de Massa Corporeacutea (IMC)

Classificaccedilatildeo do IMC (kgm2) n

Eutrofia (185 - 249) 186 93

Sobrepeso (ge 25 ndash 299) 13 65

Obesidade grau I (300 - 349) 1 05

A Figura 5 apresenta os resultados da Circunferecircncia da Cintura (CC) das

participantes Do total 172 voluntaacuterias (891) apresentavam CC dentro dos valores de

normalidade e 21 (109) em risco aumentado de DCNT

Figura 5 Circunferecircncia da Cintura das voluntaacuterias de acordo com WHO (2000) Ponto de

corte assinalado em azul (80 cm) constitui risco aumentado para o desenvolvimento de

DCNT Porto Velho 2015

Considerando as estimativas de prevalecircncia das condiccedilotildees deacuteficit e excesso de peso

de acordo com o IMC os dados da POF 20082009 da populaccedilatildeo brasileira acima de 19 anos

de idade revelaram que 36 das mulheres brasileiras foram classificadas com deacuteficit de peso

principalmente nas mulheres muito jovens (20 a 24 anos de idade) ou muito idosas (75 anos

57

ou mais) O excesso de peso foi diagnosticado em cerca de metade das mulheres excedendo

em 13 vezes a frequecircncia de deacuteficit de peso nestas e o diagnoacutestico de obesidade foi de 169

Ainda de acordo com a POF 20082009 observou-se que tanto o excesso de peso

como a obesidade aumentaram de frequecircncia nas idades entre 55 a 64 anos declinando nas

idades subsequentes Em relaccedilatildeo agraves mulheres da regiatildeo norte o deacuteficit de peso foi de 35 no

domiciacutelio urbano e 42 no rural o excesso de peso 48 no urbano e 479 no rural e a

obesidade 17 e 165 respectivamente

53 CONSUMO ALIMENTAR

A ingestatildeo meacutedia de energia das voluntaacuterias foi 131801 plusmn 26548 kcaldia Os

macronutrientes foram avaliados de acordo com os intervalos de recomendaccedilatildeo da

distribuiccedilatildeo em percentual da contribuiccedilatildeo energeacutetica (AMDR) do Institute of Medicine

(2006) Verificou-se que a maioria (59) das participantes apresentou uma ingestatildeo de

carboidratos abaixo da recomendaccedilatildeo enquanto em relaccedilatildeo agraves proteiacutenas uma elevada

porcentagem (76) apresentou ingestatildeo dentro do intervalo de referecircncia e o consumo de

lipiacutedios foi acima da recomendaccedilatildeo em 48 delas (Figura 6)

Figura 6 Distribuiccedilatildeo das participantes segundo a adequaccedilatildeo da ingestatildeo dos

macronutrientes de acordo com a recomendaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em percentual da energia

(IOM 2006) Porto Velho 2015

59

10 13

26

76

39

44

14

48

Carboidratos Proteiacutenas Lipiacutedios

Abaixo da Recomendaccedilatildeo Dentro do Intervalo de Recomendaccedilatildeo

Acima da Recomendaccedilatildeo

58

A Pesquisa de Orccedilamentos Familiares (POF 20082009) avaliou o consumo alimentar

de 34003 brasileiros levando em consideraccedilatildeo o gecircnero e a faixa etaacuteria Foi observado que o

consumo energeacutetico meacutedio da populaccedilatildeo brasileira em geral variou de 1490 a 2289 kcal Na

regiatildeo norte observaram-se meacutedias de ingestatildeo energeacutetica acima da meacutedia nacional e das

demais regiotildees do paiacutes variando de 1660 a 2496 kcal Entre as mulheres a faixa etaacuteria de 19

a 59 anos apresentou ingestatildeo energeacutetica meacutedia de 1710 kcal sendo a meacutedia na aacuterea urbana

de 1713 e na aacuterea rural 1694 kcal

Dados do Estudo Nacional de Despesa Familiar (ENDEF) de 197475 e as POFs

(198788 199596 e 200203) verificaram diminuiccedilatildeo de cerca de 9 na participaccedilatildeo relativa

de carboidratos acarretando valores considerados miacutenimos para este macronutriente (559)

No entanto no estudo da POF 20082009 a porcentagem de contribuiccedilatildeo dos macronutrientes

obedeceu agraves faixas de recomendaccedilatildeo A meacutedia da porcentagem de contribuiccedilatildeo de

carboidratos nas dietas das mulheres brasileiras foi de 562 a 576 a de proteiacutena de 16 4 e

de lipiacutedio 272 Ao avaliar as participantes da regiatildeo norte as meacutedias de contribuiccedilatildeo foram

565 para carboidrato 176 para proteiacutena e 256 para lipiacutedio

A manutenccedilatildeo do peso corpoacutereo eacute primariamente determinada pelo consumo e

utilizaccedilatildeo de carboidratos e lipiacutedeos As proteiacutenas contribuiram com uma fraccedilatildeo pequena e

relativamente constante no consumo energeacutetico total A auto regulaccedilatildeo dos estoques de

carboidratos e proteiacutenas no organismo humano ocorre de maneira eficiente enquanto o

mecanismo de regulaccedilatildeo de armazenamento de lipiacutedios eacute pouco eficiente O papel

fundamental dos carboidratos (accediluacutecares e amido) eacute o de fornecer energia para as ceacutelulas do

organismo particularmente para o ceacuterebro uacutenico oacutergatildeo dependente exclusivamente destes

nutrientes (EGASHIRA MIZIARA LEONI 2014)

Os lipiacutedios satildeo importantes na alimentaccedilatildeo pois fornecem energia de alta densidade e

participam no valor energeacutetico total da dieta Ao longo dos uacuteltimos anos raacutepidas mudanccedilas na

dieta e no estilo de vida vecircm ocorrendo com a industrializaccedilatildeo urbanizaccedilatildeo desenvolvimento

econocircmico e mais recentemente a globalizaccedilatildeo propiciando significativo impacto na sauacutede e

no estado nutricional da populaccedilatildeo do mundo As DCNT incluindo obesidade diabetes

melito doenccedilas cardiovasculares hipertensatildeo arterial e alguns tipos de cacircncer tecircm

comprometido o periacuteodo de vida economicamente ativo de vaacuterios indiviacuteduos Com relaccedilatildeo agraves

mudanccedilas dieteacuteticas uma das principais alteraccedilotildees observadas eacute o incremento de oacuteleos e

gorduras em preparaccedilotildees e em alimentos industrializados (SANTOS e AQUINO 2014)

Apesar de as voluntaacuterias natildeo apresentarem doenccedilas crocircnicas auto-relatadas destaca-se que

59

houve histoacuterico de vaacuterias DCNT na famiacutelia constituindo fator de risco para desenvolvimento

destas nas participantes

A ingestatildeo alimentar de Se tambeacutem foi avaliada nestas participantes apresentando

meacutedia de consumo de 493 plusmn 191 microgdia (Tabela 3) Observou-se que esta meacutedia foi superior

agrave recomendaccedilatildeo da EAR (45 microgdia) entretanto em relaccedilatildeo agrave prevalecircncia de ingestatildeo

inadequada de Se estimada conforme a foacutermula de Beaton (1994) notou-se que 409 das

participantes apresentaram inadequaccedilatildeo da ingestatildeo ou seja consumo abaixo da EAR

Tabela 3 Ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) das participantes (n = 193)

Se (microgdia)

Meacutedia 4934

Desvio Padratildeo 1915

Mediana 4643

Miacutenimo 1038

Maacuteximo 18520

Segundo os resultados da POF 20082009 a meacutedia do consumo de Se da populaccedilatildeo

feminina com idade entre 19 e 59 anos foi de 762 microgdia Na regiatildeo norte este mesmo grupo

apresentou consumo meacutedio de 1048 microgdia superior ao das outras regiotildees do Brasil centro-

oeste (697 microg) nordeste (793 microg) sudeste (714 microg) e sul (737 microg) Tais resultados

independente da regiatildeo foram superiores ao obtido neste estudo A prevalecircncia de

inadequaccedilatildeo da ingestatildeo de Se neste mesmo grupo foi de 137 no paiacutes sendo de 91 na

regiatildeo norte

Silva (2013) ao avaliar a ingestatildeo alimentar de Se de adultos saudaacuteveis da cidade de

Fortaleza (CE) observou consumo meacutedio de 79 microgdia e somente 151 dos participantes

apresentaram meacutedia de ingestatildeo abaixo da EAR

De acordo com as pesquisas realizadas no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo - Minerais a

ingestatildeo de Se na populaccedilatildeo brasileira varia de 18 a 200 microgdia (CINTRA 1990 BORTOLI

2010 DONADIO 2011 MAIA 2008 SILVA 2013)

Donadio (2011) avaliou indiviacuteduos adultos saudaacuteveis do estado de Satildeo Paulo e

observou um consumo meacutedio de 412 microgdia No estudo de Bortoli (2010) realizado com

mulheres da cidade de Satildeo Paulo Cubatatildeo (SP) e Novo Airatildeo (AM) verificou-se um

consumo meacutedio de 571 microgdia 533 microgdia e 539 microgdia respectivamente Esses dados

60

mostraram que natildeo houve diferenccedila significativa entre as cidades eou estados avaliados

Rocha et al (2014) ao avaliarem o consumo alimentar de Se de crianccedilas de duas comunidades

ribeirinhas de Porto Velho (RO) verificaram que as crianccedilas que residiam na localidade de

Demarcaccedilatildeo consumiam menos Se (418 microgdia) que a localidade denominada Gleba do Rio

Preto (179 microgdia) A diferenccedila observada foi atribuiacuteda ao fato de as crianccedilas da segunda

comunidade consumirem mais alimentos in natura enquanto as crianccedilas da primeira em

virtude da sua localizaccedilatildeo geograacutefica tinham mais acesso a alimentos industrializados

Ressalta-se que todos esses dados referentes ao consumo brasileiro de Se

independente da regiatildeo natildeo ultrapassaram o Limite Superior Toleraacutevel de Ingestatildeo (UL) de

400 microg dia (IOM 2006)

A determinaccedilatildeo do consumo de Se natildeo eacute uma tarefa faacutecil em virtude das dificuldades

existentes em relaccedilatildeo aos meacutetodos que avaliam a ingestatildeo alimentar e aleacutem disso em razatildeo

do nuacutemero reduzido de tabelas que apresentam a concentraccedilatildeo do mineral nos alimentos

brasileiros (FERREIRA 2002) Aliado a essas questotildees eacute preciso ressaltar que as

concentraccedilotildees do mineral nos alimentos satildeo proporcionais agrave quantidade do mesmo nos solos

dessa forma um mesmo alimento pode conter concentraccedilotildees de Se muito diferentes Por isso

os valores de ingestatildeo de Se apresentados poderiam ser diferentes caso houvesse dados da

concentraccedilatildeo do mineral em alimentos cultivados em solo rondoniense Mesmo assim a

dificuldade em estimar a ingestatildeo do Se continuaria existindo pois natildeo seria faacutecil rastrear de

forma rigorosa a origem dos alimentos consumidos pelas participantes

A ingestatildeo de castanha-do-brasil tambeacutem foi mensurada visto que eacute considerado o

alimento mais rico em Se Apenas uma voluntaacuteria afirmou ter o haacutebito de consumi-la

regularmente coincidindo ser justamente aquela que apresentou o maior consumo de Se

(43897 microgdia) bem como as maiores concentraccedilotildees do mineral no sangue Por isso essa

participante natildeo foi incluiacuteda nas anaacutelises por ser considerada como outlier

54 MARCADORES BIOQUIacuteMICOS DO ESTADO NUTRICIONAL RELATIVO AO

SELEcircNIO

A tabela 4 apresenta as concentraccedilotildees de Se (microgL) no plasma e eritroacutecitos das

participantes

61

Tabela 4 Concentraccedilatildeo de Se (microgL) no plasma e nos eritroacutecitos das participantes (n=192)

PLASMA ERITROacuteCITOS

Meacutedia + DP 498 + 186 754 + 299

Mediana 470 730

Miacutenimo 58 184

Maacuteximo 1094 1532

DP Desvio Padratildeo

Destaca-se que o plasma reflete o estado nutricional atual (FAIRWEATHER-TAIT

1997) De acordo com Thomson (2004) e Van Dael e Deelstra (1993) o Se plasmaacutetico eacute

considerado o biomarcador mais acessiacutevel para avaliaccedilatildeo do status do mineral por isso eacute o

mais utilizado pois permite avaliar as mudanccedilas em curto prazo respondendo de forma

raacutepida e sensiacutevel conforme a ingestatildeo alimentar Eacute importante mencionar que essa resposta

pode ser influenciada por fatores como a idade o estado fisioloacutegico do indiviacuteduo e a forma do

Se consumida

De acordo com o paracircmetro proposto por Van Dael e Deelstra (1993) verificou-se que

a maioria das participantes apresentou deficiecircncia de Se (69) enquanto uma porcentagem

menor apresentou adequaccedilatildeo (295) e outra mais reduzida em risco de toxicidade (15)

A Figura 7 apresenta os resultados da concentraccedilatildeo de Se plasmaacutetico conforme os

paracircmetros proposto por Van Dael e Deelstra (1993) assim como os intervalos estipulados

por Thomson (2004) que propotildee valores miacutenimos de Se no soro para prevenccedilatildeo da doenccedila de

Keshan otimizaccedilatildeo da atividade das deiodinases maximizaccedilatildeo da atividade da GPx e da

selenoproteiacutena P e ainda para proteccedilatildeo contra alguns tipos de cacircncer

Apenas 41 das voluntaacuterias apresentaram-se em risco para doenccedila de Keshan e

784 delas baixa otimizaccedilatildeo para as deiodinases Para o ponto de corte de otimizaccedilatildeo da

GPx e selenoproteiacutena P a maioria (933) apresentou baixa otimizaccedilatildeo Quanto ao intervalo

de proteccedilatildeo contra alguns tipos de cacircncer 99 natildeo estavam protegidas

Dessa forma de acordo com as duas referecircncias selecionadas para avaliar a

concentraccedilatildeo de Se no plasma verifica-se que a maioria das voluntaacuterias aleacutem de apresentar

deficiecircncia do mineral

No Brasil poucos estudos avaliaram o estado nutricional relativo ao Se em adultos

saudaacuteveis Coutinho (2003) avaliou este paracircmetro em praticantes de capoeria residentes em

Satildeo Paulo e observou a meacutedia de 787 microgL de Se no plasma Maia (2008) avaliou 29

62

paulistanos e 28 cearenses e observou uma meacutedia de Se plasmaacutetico de 665 microgL e 576 microgL

respectivamente

Figura 7 Distribuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo plasmaacutetica de Se (microgL) das participantes (n=194)

segundo os paracircmetros porpostos por Van Dael e Deelstra (1993) e Thomson (2004) Porto

Velho 2015

a Intervalo proposto por Van Dael e Deelstra (1993) (60 - 120 μgL)

Pontos de corte propostos por Thomson (2004) b Prevenccedilatildeo do surgimento da doenccedila de Keshan (gt 21 μgL)

c Otimizaccedilatildeo da atividade das deiodinases (gt 65 μgL)

d Maximizaccedilatildeo da GPx e selenoproteiacutena P (gt 80 - 95 μgL)

e Proteccedilatildeo contra alguns tipos de cacircncer (gt 115 μgL)

Bortoli (2010) avaliou mulheres saudaacuteveis e encontrou uma meacutedia de 817 microgL nas

voluntaacuterias residentes em Satildeo Paulo 607 microgL no grupo de Cubatatildeo (SP) e de 1018 microgL

nas mulheres de Novo Airatildeo (AM) A meacutedia de Se plasmaacutetico obtida na uacuteltima localidade

citada foi justificada pelo fato de a populaccedilatildeo ter como haacutebito o consumo regular de castanha-

do-brasil Donadio (2011) ao avaliar 124 indiviacuteduos residentes em Satildeo Paulo obteve a meacutedia

de 541 microgL Santos (2013) tambeacutem determinou as concentraccedilotildees do mineral no plasma de

176 indiviacuteduos do Cearaacute e observou uma meacutedia de 626 microgL

63

A Figura 8 apresenta a distribuiccedilatildeo das concentraccedilotildees eritrocitaacuterias de Se das

participantes Nos eritroacutecitos 125 participantes (645) apresentaram concentraccedilotildees abaixo

do intervalo de referecircncia

Figura 8 Distribuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo eritrocitaacuteria de Se das participantes (n=194) Intervalo

assinalado em azul (90 - 190 μgL) constitui os paracircmetros de normalidade proposto por Van

Dael e Deelstra (1993) e Ortuntildeo (1997) Porto Velho 2015

Ao contraacuterio do plasma a concentraccedilatildeo de Se eritrocitaacuterio reflete o estado nutricional

pregresso por responder de forma mais lenta agraves alteraccedilotildees no estado nutricional Essa resposta estaacute

relacionada com o tempo de meia vida das hemaacutecias que eacute de aproximadamente 120 dias

(FAIRWEATHER-TAIT 1997 VAN DAEL e DEELSTRA 1993)

Houve correlaccedilatildeo entre as concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio (r = 0629 p ˂

0001) ou seja quanto maior a concentraccedilatildeo de Se no plasma maior a sua concentraccedilatildeo nos

eritroacutecitos

As Tabelas 5 e 6 apresentam os resultados das anaacutelises de regressatildeo da ingestatildeo

alimentar de Se em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees do mineral no plasma e nos eritroacutecitos

respectivamente

64

Tabela 5 Coeficiente de regressatildeo da ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) como variaacutevel

independente que influenciou a concentraccedilatildeo do mineral no plasma (microgL) das participantes

Variaacutevel independente β p-valora

R2 ajustado p-valor

b

Ingestatildeo alimentar de Se (microgdia)c 0278 0112 0277 0026

Modelo ajustado pela escolaridade (anos de estudo) idade (anos) ingestatildeo energeacutetica (kcaldia) e circunferecircncia

da cintura (cm)

a Valor de p referente ao coeficiente β

b Valor de p referente ao R

2 ajustado

As anaacutelises de regressatildeo mostraram que houve associaccedilatildeo positiva entre o consumo de

alimentar de Se (microgdia) e as concentraccedilotildees do mineral no plasma (microgL) e nos eritroacutecitos

(microgL) O coeficiente de correlaccedilatildeo (R2) da ingestatildeo alimentar de Se em relaccedilatildeo ao plasma foi

277 e nos eritroacutecitos 363 Estes coeficientes expressam a porcentagem da variabilidade

das concentraccedilotildees sanguiacuteneas de Se que satildeo explicadas pela ingestatildeo alimentar do mineral

Tabela 6 Coeficiente de regressatildeo da ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) como variaacutevel

independente que influenciou a concentraccedilatildeo do mineral nos eritroacutecitos (microgL) das

participantes

Variaacutevel independente β p-valora

R2 ajustado p-valor

b

Ingestatildeo alimentar de Se (microgdia)c 0154 0301 0363 0001

Modelo ajustado pelo consumo alimentar de Se (microgdia) idade (anos) circunferecircncia da cintura (cm) iacutendice de

massa corpoacuterea (kgm2) escolaridade (anos de estudo) e renda (salaacuterios miacutenimos)

a Valor de p referente ao coeficiente β

b Valor de p referente ao R

2 ajustado

No estudo de Maia (2008) a meacutedia da concentraccedilatildeo eritrocitaacuteria de Se em adultos residentes

em Satildeo Paulo foi de 80 microgL e do Cearaacute 1224 microgL Silva (2013) encontrou a meacutedia de 1015

microgL de Se nos eritroacutecitos dos participantes do Cearaacute Adame et al (2012) que avaliou

espanhois encontrou a meacutedia de 104 6 microgL

Bortoli (2010) obteve a meacutedia de 833 microgL nas participantes de Satildeo Paulo 859 microgL

no grupo de Cubatatildeo (SP) e de 1998 microgL nas muheres de Novo Airatildeo (AM) A meacutedia

elevada encontrada na comunidade de Novo Airatildeo foI justificada pelo fato de a populaccedilatildeo do

estado do Amazonas apresentar o haacutebito de consumir regularmente a castanha-do-brasil

Houve ainda correlaccedilatildeo positiva entre os valores de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio indicando

65

que aquelas participantes cujo o teor estava mais elevado em um dos compartimentos

sanguiacuteneos tambeacutem se encontrava da mesma forma no outro (r = 07018 plt 00001)

Segundo Lemire et al (2006) a populaccedilatildeo da Amazocircnia brasileira apresenta

concentraccedilatildeo de Se no sangue total que varia de normal a relativamente alto Entretanto este

resultado natildeo foi observado no presente estudo pois a maioria das participantes apresentou

concentraccedilotildees abaixo da referecircncia Todavia esta pesquisa foi composta por mulheres

residentes em uma capital urbana diferente dos locais de trabalho das pesquisas de Lemire et

al (2006) realizados em comunidades ribeirinhas do Paraacute Estes pesquisadores avaliaram 236

adultos de seis comunidades ribeirinhas ao longo do rio Tapajoacutes e verificaram que 343

possuiacuteam concentraccedilotildees elevadas e nove indiviacuteduos (38) apresentaram valores acima dos

estipulados para toxicidade O valor mais baixo encontrado do mineral foi de 142 microgL

Em outra pesquisa realizada por Lemire et al (2011) na mesma regiatildeo foram

avaliados 407 voluntaacuterios e apenas seis participantes (15) apresentaram deficiecircncia de Se

enquanto 32 apresentaram concentraccedilotildees entre 560 e 1000 microgL e 10 concentraccedilotildees

superiores a 1000 microgL Segundo os pesquisadores a concentraccedilatildeo elevada de Se no sangue

foi devida aos haacutebitos alimentares da populaccedilatildeo uma vez que a mesma sobrevive de

alimentos cultivados nas proacuteprias comunidades

De acordo com os estudos de Pinheiro et al (2005) Rocha et al (2014) e Lemire et al

(2006 2009 2010 e 2011) que avaliaram o status de Se em comunidades ribeirinhas da

Amazocircnia observa-se que haacute uma relaccedilatildeo entre a concentraccedilatildeo do mineral no sangue e a

cultura alimentar regional

Natildeo existem muitos trabalhos realizados no Brasil e no mundo que tenham avaliado o

status de Se de populaccedilotildees natildeo acometidas por doenccedilas a maioria das pesquisas avaliou

indiviacuteduos doentes Portanto este trabalho contribuiraacute para o melhor conhecimento das

condiccedilotildees dessa populaccedilatildeo quanto a esse mineral Constatou-se que o haacutebito alimentar urbano

natildeo incluiacutea o consumo de castanha-do-brasil nem de outros alimentos cultivados em solos da

regiatildeo que constituiriam dessa forma uma excelente fonte do mineral

55 SELEcircNIO E ATIVIDADE DA ENZIMA GPx

A atividade da enzima GPx foi avaliada nos eritroacutecitos de 195 participantes e os seus

valores foram corrigidos e ajustados pela concentraccedilatildeo de hemoglobina sendo apresentados

em Ug Hb Apenas 6 das voluntaacuterias avaliadas apresentaram baixa atividade da enzima e

66

87 atividade normal (Figura 9) O valor meacutedio da atividade da GPx foi de 451 + 193 Ug

Hb Dessa forma pode-se inferir que a ingestatildeo alimentar de Se embora baixa natildeo teve influecircncia

na atividade enzimatica da GPx que eacute um biomarcador sensiacutevel e que avaliado nos eritroacutecitos

pode refletir a ingestatildeo em longo prazo do mineral (BROWN 2001 LEI 2007)

Figura 9 A atividade da enzima GPx peroxidase das participantes Intervalo assinalado em

azul (275 a 736 Ug Hb) representa a referecircncia proposta pelo Kit da Randoxreg Porto Velho

2015

Dados da literatura sobre atividade eritrocitaacuteria da GPx satildeo escassos os existentes

avaliaram a atividade da enzima no plasma dificultando as comparaccedilotildees com os resultados

deste trabalho No entanto Olusi (2002) ao realizar seu estudo no Kwait com adultos

eutroacuteficos observou meacutedia de 983 Ug Hb sendo este valor considerado elevado Ko et al

(2005) ao avaliar chineses encontrou a meacutedia de atividade da GPx nos eritroacutecitos de 513

Ug Hb enquanto Moradi et al (2009) ao avaliar em mulheres iranianas observaram a meacutedia

de 20 3 Ug Hb

De acordo com os estudos brasileiros Maia (2008) observou atividade meacutedia de 477

Ug Hb para adultos residentes em Satildeo Paulo e de 528 Ug Hb no Cearaacute Bortoli (2010)

observou a meacutedia de 733 Ug Hb nas mulheres amazonenses 371 Ug Hb nas voluntaacuterias de

Satildeo Paulo e de 382 Ug Hb nas de Cubatatildeo A meacutedia na pesquisa de Donadio (2011) com

paulistanos foi de 401 Ug Hb e Silva (2013) em voluntaacuterias do Cearaacute obteve 386 Ug Hb

67

A atividade da GPx estaacute fortemente correlacionada com a concentraccedilatildeo sanguiacutenea de

Se portanto um consumo inadequado de Se pode ocasionar reduccedilatildeo da atividade da GPx o

que por sua vez afeta a resposta celular em relaccedilatildeo agrave accedilatildeo de agentes oxidantes

desencadeando o surgimento do estresse oxidativo (COMINETTI et al 2011)

Segundo Crespo-Loacutepez et al (2009) as glutationas podem atuar como a principal

linha de defesa contra os compostos de Hg e conforme Herculano et al (2006) altas

concentraccedilotildees da enzima podem servir de proteccedilatildeo contra a intoxicaccedilatildeo do metal

Pinheiro et al (2008) realizou uma comparaccedilatildeo entre concentraccedilotildees de Hg e a defesa

antioxidante de mulheres saudaacuteveis residentes em trecircs comunidades ribeirinhas da Amazocircnia

sendo duas comunidades consideradas expostas ao metal localizadas na bacia do rio Tapajoacutes

e a outra localizada na bacia do rio Tocantins O estudo tinha como finalidade detectar

possiacuteveis alteraccedilotildees no estado antioxidante em razatildeo da exposiccedilatildeo ao Hg Dentre outros

paracircmetros foram avaliados a concentraccedilatildeo da GPx no sangue total e as concentraccedilotildees de Hg

nos cabelos Foi observada correlaccedilatildeo positiva entre as concentraccedilotildees de Hg e o aumento da

concentraccedilatildeo da enzima ou seja os indiviacuteduos com alto teor de Hg apresentaram tambeacutem

concentraccedilotildees elevadas de GPx

56 SELEcircNIO E CONCENTRACcedilOtildeES CAPILARES DE MERCUacuteRIO

Os resultados das anaacutelises de Hg nos cabelos das voluntaacuterias encontram-se descritos

na Figura 10 Das 200 participantes avaliadas apenas seis (30) apresentaram concentraccedilotildees

de Hg superiores ao valor de referecircncia estabelecido pela WHO (1990) e apenas uma

apresentou concentraccedilatildeo do metal abaixo do limite de quantificaccedilatildeo (˂ 1 ng g-1

)

Em relaccedilatildeo aos resultados do formulaacuterio de Hg para coleta dos cabelos foi perguntado

para as participantes se estas possuiacuteam tintura ou qualquer tipo de alisamento e a maioria

(635) natildeo possuiacutea nenhum tipo de alisamento e 585 natildeo tinham cabelos pintados A

concentraccedilatildeo meacutedia de Hg nos cabelos foi de 625 + 766 ng g-1

A concentraccedilatildeo de Hg no sangue reflete a exposiccedilatildeo ao metal nas formas orgacircnica e

inorgacircnica e pode ser influenciada pelo consumo de alimentos contaminados O Hg

permanece na corrente sanguiacutenea apenas alguns dias apoacutes a exposiccedilatildeo desta maneira a anaacutelise

deve ser feita rapidamente a fim de detectar exposiccedilotildees recentes (EPA 2005) Em relaccedilatildeo agrave

concentraccedilatildeo de Hg nos cabelos esta eacute proporcional agrave do sangue uma vez que este metal se

incorpora aos fios (WHO 1990) A anaacutelise do cabelo reflete uma exposiccedilatildeo mais prolongada

68

ao Hg possibilitando a avaliaccedilatildeo da concentraccedilatildeo deste elemento durante periacuteodos de tempo

maiores (PASCALICCHIO 2002)

Figura 10 Distribuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo de Hg (ng g-1

) nos cabelos das participantes (n=

200) Ponto de corte assinalado em azul representa o valor de referecircncia (2000 ng g-1

)

proposto pela WHO (1990) Porto Velho-RO 2015

Os peixes da regiatildeo Amazocircnica segundo alguns pesquisadores apresentam elevado risco de

contaminaccedilatildeo por Hg (MUCKE et al 2001 BAacuteRAacuteNY et al 2002 KARITA e SUZUKI

2002 LINDBERG et al 2004 HANSEN et al 2004) Entretanto 975 das participantes

avaliadas informaram consumir este alimento de forma esporaacutedica Dessa forma pode-se

inferir que as participantes deste estudo natildeo apresentaram alta contaminaccedilatildeo por Hg em

decorrecircncia da baixa ingestatildeo de peixes no haacutebito alimentar Poreacutem Marques et al (2007) ao

avaliar as concentraccedilotildees de Hg de 82 mulheres urbanas de Porto Velho (RO) observaram

que mesmo com um baixo consumo de peixes o niacutevel meacutedio de Hg nos cabelos foi elevado

(3500 ng g-1

)

Em outra pesquisa realizada por Marques et al (2013) foram avaliadas mulheres de

comunidades ribeirinhas da bacia do rio Madeira Os autores observaram que as

concentraccedilotildees meacutedias de Hg nos cabelos (12120 ng g-1

) daquelas que moravam agraves margens

do rio foram superiores agravequeles das residentes em aacuterea urbana (5360 ng g-1

)

69

Rocha et al (2014) determinaram as concentraccedilotildees de Hg nos cabelos de crianccedilas de

duas comunidades ribeirinhas de Porto Velho sendo elas Demarcaccedilatildeo localizada as margens

do rio Machado e Gleba do Rio Preto no rio Preto As crianccedilas da primeira comunidade

apresentaram concentraccedilatildeo meacutedia de Hg de 3570 + 1860 ng g-1

enquanto as crianccedilas da

Gleba do Rio Preto concentraccedilotildees meacutedias de 6240 + 5890 ng g-1

ou seja 50 acima do

valor encontrado na comunidade Demarcaccedilatildeo

Bastos et al (2006) ao avaliar as concentraccedilotildees de Hg em 713 indiviacuteduos do rio

Madeira obtiveram a meacutedia de 15200 ng g-1

Boischio e Henshel (2000) ao avaliar 90 matildees e

89 crianccedilas encontraram meacutedias de 12600 ng g-1

e 10200 ng g-1

respectivamente

Hacon et al (2014) avaliaram cinco aacutereas na regiatildeo de Porto Velho no rio Madeira

Das cinco comunidades estudadas quatro faziam parte da regiatildeo ribeirinha de Santo Antocircnio

Participaram do estudo 1945 indiviacuteduos cujas concentraccedilotildees de Hg foram avaliados em

amostras de cabelos Apenas 09 dos voluntaacuterios apresentaram concentraccedilotildees de Hg

superiores a 50000 ng g-1

e 90 concentraccedilotildees inferiores a 10000 ng g-1

O estudo ressaltou

que as concentraccedilotildees de Hg nas mulheres de 16 a 49 anos de idade variou de 2400 a 5300 ng

g-1

dependendo da regiatildeo onde residiam Os pesquisadores concluiacuteram que as concentraccedilotildees

de Hg foram altos em todas as comunidades e este resultado foi relacionado ao consumo de

peixes da regiatildeo

Bortoli (2010) que tambeacutem avaliou as concentraccedilotildees de Hg nos cabelos de mulheres

de Satildeo Paulo (SP) Cubatatildeo (SP) e Novo Airatildeo (AM) encontrou meacutedia de 180 ng g-1

nas

paulistanas 190 ng g-1

nas Cubatenses e de 5670 ng g-1

nas participantes do Amazonas

Dentre as participantes dos dois primeiros grupos nenhuma apresentou concentraccedilatildeo de Hg

acima de 2000 ng g-1

concentraccedilatildeo para adultos natildeo expostos ocupacionalmente de acordo

com a WHO (1990) No grupo das mulheres amazonenses 218 apresentaram valores

abaixo dessa referecircncia De acordo com os valores maacuteximos em regiotildees onde haacute exposiccedilatildeo

reconhecida por Hg (6000 ng g-1

) foi observado que 309 destas participantes tinham

concentraccedilotildees de Hg nos cabelos acima desse valor de referecircncia A pesquisadora ressaltou

que 927 das mulheres de Novo Airatildeo relataram consumir peixes da regiatildeo pelo menos uma

vez por semana

Pinheiro et al (2005) ao avaliarem 40 mulheres de trecircs comunidades da bacia do rio

Tapajoacutes verificaram que natildeo houve diferenccedila estatiacutestica em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees de Hg

total nas amostras de cabelos nas diferentes comunidades O primeiro grupo composto por

gestantes apresentou a meacutedia de concentraccedilatildeo de Hg de 8250 ng g-1

enquanto o segundo

composto por mulheres natildeo gestantes 9390 ng g-1

do metal No entanto os pesquisadores

70

observaram que as concentraccedilotildees do Hg no terceiro trimestre de gravidez eram maiores

(9650 ng g-1

) que no primeiro (6620 ng g-1

) e segundo trimestres (6710 ng g-1

)

Pinheiro et al (2008) analisaram novamente duas comunidades da mesma regiatildeo que

o estudo anterior Poreacutem selecionaram mulheres de uma comunidade ribeirinha da bacia do

rio Tocantins que formaram o grupo controle do estudo pois estas natildeo pertenciam a uma

regiatildeo considerada contaminada por Hg Os autores observaram que nas comunidades da

bacia do rio Tapajoacutes as voluntaacuterias apresentaram concentraccedilotildees de Hg no cabelo

significativamente maiores (12926 ng g-1

) em relaccedilatildeo agrave comunidade da bacia do rio Tocantins

(3290 ng g-1

)

Estudos epidemioloacutegicos tecircm evidenciado correlaccedilatildeo positiva entre as concentraccedilotildees

de Se e Hg no sangue (MUCKE et al 2001 BAacuteRAacuteNY et al 2002 KARITA e SUZUKI

2002 LINDBERG et al 2004 HANSEN et al 2004) Tal evidecircncia foi verificada nesta

pesquisa em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees plasmaacuteticas do mineral conforme as anaacutelises de

regressatildeo Os coeficientes de correlaccedilatildeo (R2) das concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico e

eritrocitaacuterio foram 59 e 37 respectivamente (Tabela 7) Estes coeficientes expressam a

porcentagem da variabilidade no niacutevel de Hg nos cabelos (ng g-1

) que eacute explicada pelas

variaacuteveis independentes

De acordo com Gailer et al (2000) o efeito protetor do Se tem sido associado a uma

maior retenccedilatildeo de Hg ao inveacutes de maior excreccedilatildeo Desta forma acredita-se que o Se

juntamente com o Hg forme um complexo Hg-Se que por sua vez liga-se a selenoproteiacutena P

favorecendo uma redistribuiccedilatildeo corporal do metal Poreacutem segundo Baacuteraacuteny et al (2005) e

Lindberg et al (2004) os estudos sobre como esta interaccedilatildeo acontece ainda natildeo satildeo

suficientes para elucidar a dinacircmica desse complexo Sugere-se que uma ingestatildeo adequada de

Se possa promover um efeito de proteccedilatildeo contra o Hg e seus compostos toacutexicos

Apesar dos valores elevados de Hg encontrados na regiatildeo Amazocircnica poucos trabalhos

avaliaram sintomas ou sinais cliacutenicos referentes a essa intoxicaccedilatildeo

No estudo de Dorea et al (2003) com mulheres vivendo em comunidades ribeirinhas

do Rio Negro os sintomas pesquisados foram fraquezas musculares amortecimentos de

membros tremores desequiliacutebrio e alteraccedilotildees sensoriais No entanto na populaccedilatildeo deste

estudo tais sinais natildeo foram observados Malm et al (1995) realizaram outra pesquisa com

populaccedilotildees ribeirinhas no Paraacute e tambeacutem natildeo encontraram tais sinais (desequiliacutebrio sensitivo

constriccedilatildeo de campo visual ataxia reduccedilatildeo da capacidade auditiva tremores reflexos de

tendotildees e desequiliacutebrios mentais e salivares)

71

Tabela 7 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram as

concentraccedilotildees de Hg (ng g-1

) nos cabelos (variaacutevel dependente) das participantes

Variaacuteveis independentes β p-valora

R2 ajustado p-valor

b

Se no Plasma (microgL)c 3117 0177 0059 0020

Se no Eritroacutecito (microgL)d 0970 0656 0037 0096

a Valor de p referente ao coeficiente β

b Valor de p referente ao R

2 ajustado

c Modelo ajustado pelo indice de massa corporeacutea (kgm

2) escolaridade (anos de estudo) idade (anos) e renda

(salaacuterios miacutenimos) d Modelo ajustado pelo pelo indice de massa corporeacutea (kgm

2) circunferecircncia da cintura (cm) escolaridade (anos

de estudo) idade (anos) ingestatildeo energeacutetica (kcaldia) e renda (salaacuterios miacutenimos)

57 SELEcircNIO E AVALIACcedilAtildeO DO ESTRESSE OXIDATIVO MDA E ORAC

O meacutetodo de ORAC (Capacidade de Absorccedilatildeo de Radicais de Oxigecircnio) avalia a

capacidade do plasma de inibir o radical peroxil mostrando resistecircncia aos danos oxidativos

Dessa forma verifica-se que quanto maiores as concentraccedilotildees do Se no sangue maior seraacute a

capacidade antioxidante total sendo este dado relacionado agrave accedilatildeo ou funccedilatildeo antioxidante do

mineral

De acordo com as anaacutelises de regressatildeo houve associaccedilatildeo entre as concentraccedilotildees de

Se no plasma e nos eritroacutecitos com o ORAC (Tabela 8) Os coeficientes de correlaccedilatildeo (R2)

das concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio foram 60 e 77 respectivamente Estes

coeficientes expressam a porcentagem da variabilidade do ORAC que eacute explicado pelas

variaacuteveis independentes (Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio) Natildeo foram encontrados estudos que

avaliaram a capacidade antioxidante por meio do ORAC que relacionem ou associem com as

concentraccedilotildees de Se em indiviacuteduos saudaacuteveis

Tabela 8 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram a

capacidade antioxidante ndash ORAC (mmol eq troloxg de amostra) (variaacutevel dependente) das

participantes

Variaacuteveis independentes β p-valora

R2 ajustado p-valor

b

Se no Plasma (microgL)c -0002 0555 0060 0015

Se no Eritroacutecito (microgL)d -0005 0094 0077 0005

a Valor de p referente ao coeficiente β

b Valor de p referente ao R

2 ajustado

c Modelo ajustado pelo indice de massa corporeacutea (kgm

2) circunferecircncia da cintura (cm) renda (salaacuterios

miacutenimos) d

Modelo ajustado pelo pelo indice de massa corporeacutea (kgm2) circunferecircncia da cintura (cm) renda (salaacuterios

miacutenimos)

72

Os radicais livres de oxigecircnio podem induzir a reaccedilatildeo de peroxidaccedilatildeo lipiacutedica Os

aacutecidos graxos insaturados no plasma em uacuteltima instacircncia podem gerar produtos de

peroxidaccedilatildeo lipiacutedica tais como o malondialdeiacutedo (MDA) Dessa forma as concentraccedilotildees de

MDA podem refletir o niacutevel de estresse oxidativo do organismo De acordo com as anaacutelises

de regressatildeo natildeo houve associaccedilatildeo entre as concentraccedilotildees de Se no plasma e nos eritroacutecitos

com o MDA (Tabela 9)

Tabela 9 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram a

concentraccedilatildeo plasmaacutetica de malondialdeiacutedo (microM) (variaacutevel dependente) das participantes

Variaacuteveis independentes β p-valora

R2 ajustado p-valor

b

Se no Plasma (microgL)c 10 x 10

-4 0980 -0015 0675

Se no Eritroacutecito (microgL)c 10 x 10

-3 0239 -0005 0505

a Valor de p referente ao coeficiente β

b Valor de p referente ao R

2 ajustado

c Modelo ajustado pelo indice de massa corporeacutea (kgm

2) idade (anos) ingestatildeo energeacutetica (kcaldia)

circunferecircncia da cintura (cm) renda (salaacuterios miacutenimos) e escolaridade (anos de estudo)

O estudo de Gaacutec et al (2014) tinha como objetivo definir a relaccedilatildeo entre as

concentraccedilotildees de Se no sangue e estresse oxidativo (concentraccedilatildeo de MDA) em 337 crianccedilas

saudaacuteveis da Espanha A concentraccedilatildeo de Se natildeo exerceu nenhum efeito direto nas

concentraccedilotildees de MDA (r = 008 pgt005) Em outro estudo espanhol Galan-Chilet et al

(2014) avaliaram em uma populaccedilatildeo adulta a associaccedilatildeo entre o Se no plasma e as

concentraccedilotildees de MDA na urina Os autores tambeacutem natildeo observaram correlaccedilotildees

siginificativas entre esses marcadores

Krishnan e Rani (2014) tambeacutem natildeo encontraram nenhuma correlaccedilatildeo significativa

entre a concentraccedilatildeo de Se e MDA em pacientes com doenccedila de Alzheimer ou demecircncia de

origem vascular Entretanto outros estudos verificaram uma diminuiccedilatildeo das concentraccedilotildees de

MDA apoacutes a suplementaccedilatildeo com Se (ZHANG et al 2005 FABIAN et al 2013 SITTA et

al 2011 SMOLKOVAacute et al 2004 GRYGIEL-GOacuteRNIAK et al 2014)

73

58 POLIMORFISMO PRO198LEU

Ao avaliar a presenccedila do SNP (rs 1050450) no gene que codifica a enzima glutation

peroxidase1 nas 190 amostras do estudo foi observado que 567 das participantes

apresentaram genoacutetipo selvagem (ProPro) ou seja homozigotos para prolina 368 dos

indiviacuteduos heterozigotos (ProLeu) e 68 homozigotos para leucina (LeuLeu) A frequecircncia

relativa do alelo variante foi de 025

Os resultados da genotipagem apresentaram-se de acordo com o equiliacutebrio de Hardy

Weinberg o qual determina que as frequecircncias aleacutelicas devem permanecer constantes ao

longo das geraccedilotildees caso natildeo sejam interferidas por nenhum fator evolutivo Dessa forma o

teste de qui-quadrado (χ2) foi aplicado e o valor encontrado foi de 01127 e a probabilidade

associada a esse valor considerando um grau de liberdade foi maior que 5 indicando que a

populaccedilatildeo estava de acordo com o equiliacutebrio

A Tabela 10 ilustra a distribuiccedilatildeo das participantes de acordo com o SNP Pro198Leu

Tabela 10 Distribuiccedilatildeo do SNP Pro198Leu (rs 1050450) no gene que codifica GPx 1 nas

participantes (n=190)

Genoacutetipos coacutedon 198 da GPx 1 n

ProPro 107 563

ProLeu 70 368

LeuLeu 13 68

Quatro pesquisas descrevem a frequecircncia do polimorfismo Pro198Leu na populaccedilatildeo

da cidade de Satildeo Paulo Nishimura (2010) em seu estudo com 175 pacientes com cacircncer da

cavidade orofariacutengea encontrou prevalecircncia de 50 de indiviacuteduos com genoacutetipo selvagem

(ProPro) 43 heterozigoto (ProLeu) e 7 de homozigoto (LeuLeu) para o polimorfismo

Em seu grupo controle que foi constituiacutedo por 203 indiviacuteduos da mesma cidade 51

ProPro 43 ProLeu e 6 LeuLeu

Cominetti et al (2011) no seu trabalho realizado com 37 mulheres obesas

observaram 49 de ProPro 38 de ProLeu e 13 de LeuLeu Donadio (2011) ao avaliar

124 indiviacuteduos adultos natildeo doentes verificou que a prevalecircncia de ProPro foi de 49 de

ProLeu 47 e apenas 3 de LeuLeu

Cardoso et al (2012) ao determinar o polimorfismo em um grupo de 28 idosos com

doenccedila de Alzheimer observaram que 75 apresentaram genoacutetipo ProPro 14 de

74

heterozigotos e 11 de LeuLeu No mesmo estudo no grupo controle formado por 29

idosos sem a doenccedila os pesquisadores encontraram 72 com genoacutetipo ProPro 14 de

ProLeu e 14 de homozigotos LeuLeu

Silva (2013) em seu trabalho realizado com a populaccedilatildeo cearense observou que

545 dos indiviacuteduos apresentaram genoacutetipo ProPro 381 genoacutetipo ProLeu e 74 de

genoacutetipo LeuLeu

Hiragi et al (2011) avaliaram a frequecircncia do polimorfismo em 304 indiviacuteduos

pertencentes a trecircs grupos eacutetnicos diferentes No grupo constituiacutedo por 60 adultos indiacutegenas

95 possuiacuteam genoacutetipo selvagem (ProPro) 3 eram heterozigotos (ProLeu) e 2

homozigotos (LeuLeu) No grupo composto por 72 indiviacuteduos afrodescendentes 71 eram

ProPro 22 ProLeu e 7 LeuLeu O terceiro grupo formado por 172 indiviacuteduos que

residiam no Distrito Federal 47 eram ProPro 40 ProLeu e 13 LeuLeu

Fosberg et al (1999) em anaacutelise realizada com 25 suecos encontrou 52 de

indiviacuteduos homozigotos para prolina (selvagens) 36 de heterozigotos e 12 de

homozigotos para leucina Em outro estudo Fosberg et al (2000) determinaram a frequecircncia

de alelos para esse polimorfismo em uma populaccedilatildeo sueca e outra finlandesa A populaccedilatildeo

sueca foi formada por 101 indiviacuteduos infartados e 214 formaram o grupo controle A

distribuiccedilatildeo dos genoacutetipos dos indiviacuteduos do grupo caso foi de 55 homozigotos selvagens

38 heterozigotos e 7 de homozigotos para leucina No grupo controle a frequecircncia dos

genoacutetipos foi de 53 40 e 7 respectivamente No grupo da Finlacircndia dos 66 indiviacuteduos

avaliados 35 eram homozigotos para prolina 48 heterozigotos e 17 homozigotos para

leucina

De acordo com os trabalhos citados a menor distribuiccedilatildeo conforme os genoacutetipos estaacute

relacionada ao homozigoto LeuLeu Algumas pesquisas afirmam que a presenccedila do alelo Leu

reduz a atividade da enzima GPx nos indiviacuteduos com este alelo variante (HANSEN et al

2009 RAVN-HAREN et al 2006) Dessa forma se haacute uma diminuiccedilatildeo da atividade

enzimaacutetica da GPx o sistema antioxidante dos indiviacuteduos que apresentam o alelo Leu pode

ser afetado Estudos tambeacutem tecircm associado a presenccedila deste alelo variante a um aumento do

risco de alguns tipos de cacircncer (RATNASINGHE et al 2000 HU e DIAMOND 2003

ZHAO et al 2005) Entretanto essas associaccedilotildees natildeo foram observadas em todas as

populaccedilotildees estudadas uma vez que a frequecircncia do alelo Leu varia de acordo com o grupo

eacutetnico (ZHAO et al 2005)

De acordo com Pena et al (2011) a origem geneacutetica da populaccedilatildeo brasileira eacute o

resultado de vaacuterias miscigenaccedilotildees e apesar disso apresenta uma uniformidade maior que o

75

esperado No trabalho desses pesquisadores foi avaliado a ascendecircncia total de 934 brasileiros

de diferentes raccedilas residentes em quatro regiotildees do paiacutes com excessatildeo da regiatildeo centro-oeste

Foram avaliados polimorfismos de inserccedilatildeo e deleccedilatildeo e os genoacutetipos encontrados foram

utilizados para estimar os componentes europeus africanos e ameriacutendios dos indiviacuteduos Os

resultados mostraram que a ancestralidade das diferentes populaccedilotildees das regiotildees do Brasil eacute

semelhante

A populaccedilatildeo de Rondocircnia eacute umas das mais diversificadas do Brasil composta de

migrantes oriundos de todas as regiotildees do paiacutes O interior do Estado eacute formado por goianos

paranaenses paulistas mineiros gauacutechos capixabas baianos mato grossenses e sergipanos

enquanto a capital eacute formada por cearenses maranhenses amazonenses e acreanos (IBGE

2014)

Poucos estudos associaram o polimorfismo Pro198Leu com biomarcadores do estado

nutricional relativo ao Se em indiviacuteduos saudaacuteveis A Tabela 11 apresenta uma comparaccedilatildeo

das meacutedias das concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico eritrocitaacuterio atividade da GPx MDA e

ORAC de acordo com o genoacutetipo para o polimorfismo Pro198Leu Observou-se que natildeo

houve diferenccedila significativa entre os paracircmetros avaliados

Donadio (2011) encontrou diferenccedila significativa entre a atividade da GPx em

mulheres paulistanas avaliadas de acordo com os genoacutetipos do Pro198Leu Silva (2013)

tambeacutem encontrou a mesma diferenccedila em mulheres cearenses indicando que a influecircncia do

gecircnero eacute um importante fator que deve ser considerado em estudos sobre esse polimorfismo

Cominetti et al (2011) natildeo observaram diferenccedilas nas concentraccedilotildees de Se

plasmaacutetico eritrocitaacuterio e atividade da GPx entre os genoacutetipos em ambas as fases de seu

estudo (preacute e poacutes suplementaccedilatildeo de castanha-do-brasil) poreacutem encontraram correlaccedilatildeo entre

o Se eritrocitaacuterio e a atividade da GPx apenas para o grupo ProPro em ambas as fases O

mesmo resultado foi observado no estudo de Cardoso et al (2012) que tambeacutem observaram

correlaccedilatildeo entre o Se eritrocitaacuterio e a atividade da GPx apenas para o grupo ProPro tanto nos

indiviacuteduos com Alzheimer quanto no grupo controle A mesma correlaccedilatildeo foi descrita por

Jablonska et al (2009) Hu e Diamond (2003) e Karunashinghe et al (2011) Estes dados satildeo

uacuteteis para entender os mecanismos e a manutenccedilatildeo da variabilidade geneacutetica na populaccedilatildeo

bem como para a identificaccedilatildeo de genes associados com doenccedilas complexas (HIRAGI et al

2011) Todos esses resultados mostram que o efeito do polimorfismo Pro198Leu deve

continuar sendo investigado em diferentes populaccedilotildees

76

Tabela 11 Concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico eritrocitaacuterio atividade da enzima GPx MDA e

ORAC de acordo com o genoacutetipo para o polimorfismo Pro198Leu (rs1050450) no gene que

codifica para GPx 1 das participantes

Variaacuteveis ProPro

MD (DP) (n= 107)

ProLeu

MD (DP) (n = 70)

LeuLeu

MD (DP) (n = 13)

pa

Se no Plasma (microgL) 5366 (5225) 5417 (3993) 5577 (1866) 099

Se no Eritroacutecito (microgL) 7804 (3883) 7769 (3618) 7935 (2944) 099

GPx Eritrocitaacuteria (Ug Hb) 4751 (2277) 4426 (2604) 4261 (1374) 058

MDA (microM) 097 (111) 084 (022) 085 (023) 060

ORAC (mmol eq troloxg de amostra) 163 (151) 159 (130) 128 (076) 071

a Valor de p calculado pela ANOVA MD - Meacutedia DP - Desvio Padratildeo

59 POLIMORFISMO GSTM1

A GST faz parte de uma famiacutelia de enzimas intracelulares que modullam a accedilatildeo de

toxinas endoacutegenas e exoacutegenas sobre as ceacutelulas evitando danos ao DNA (MANNERVICK

1985) Esta famiacutelia de enzimas estaacute envolvida no metabolismo de muitos carcinoacutegenos

poluentes ambientais e drogas anticanceriacutegenas por isso a inexistecircncia de isoenzimas

especiacuteficas pode gerar efeito significativo na toleracircncia do organismo ao estresse oxidativo

(ZHENG et al 2002 MORAIS et al 2008) O gene da classe mu (GSTM1) abordado nesta

pesquisa eacute polimoacuterfico em humanos e estatildeo ausentes ou deletados de forma homozigoacutetica em

40 a 50 em diferentes populaccedilotildees eacutetnicas (NELSON et al 1995 HATAGIMA et al 2000

GISNBERG et al 2009)

A Tabela 12 apresenta a distribuiccedilatildeo das participantes de acordo com o genoacutetipo do

polimorfismo GSTM1 O genoacutetipo nulo ou deletado (--) indica que o gene inteiro apresenta

deleccedilatildeo e portanto o indiviacuteduo natildeo expressa a proteiacutena GST O genoacutetipo presente (++) eacute a

forma selvagem ou seja natildeo apresenta deleccedilatildeo do gene e o indiviacuteduo expressa a GST

Tabela 12 Distribuiccedilatildeo do polimorfismo GSTM1 no gene da GST das participantes (n =

180)

GSTM1 n

Presente (++) 104 5780

Nulo ou Deletado (--) 76 4220

77

Natildeo foram observadas diferenccedilas entre as concentraccedilotildees de Hg na populaccedilatildeo avaliada

de acordo com os genoacutetipos do polimorfismo GSTM1 bem como os paracircmetros relativos ao

estresse oxidativo (Tabela 13)

Tabela 13 Concentraccedilotildees de Hg de MDA e valores de ORAC de acordo com o genoacutetipo

para o polimorfismo GSTM1 no gene da GST das participantes

Variaacuteveis Presente (++)

MD (DP)

(n= 104)

Nulo (--)

MD (DP)

(n = 76)

pa

Hg (ng g-1

) 56365 (69475) 70863 (75295) 0184

MDA (microM) 095 (113) 087 (027) 0570

ORAC (mmol eq troloxg de amostra) 165 (159) 158 (117) 0730 a Valor de p calculado pelo teste T-Student

Klatau-Gimaratildees et al (2005) verificaram que em algumas tribos indiacutegenas da

Amazocircnia os indiviacuteduos que carreavam o genoacutetipo nulo ou seja deleccedilatildeo do gene inteiro

tinham maiores concentraccedilotildees de Hg nos cabelos Tais pesquisadores concluiacuteram que os

fatores geneacuteticos podem influenciar o acuacutemulo de Hg no organismo e os indiviacuteduos com

genoacutetipo nulo natildeo estatildeo aptos a destoxificar o metal pois essa funccedilatildeo eacute atribuiacuteda agrave GST

Entretanto outros estudos natildeo encontraram correlaccedilatildeo entre as concentraccedilotildees do metal

com os genoacutetipos do GSTM1 Gundacker et al (2007) em seu estudo com 222 estudantes da

Universidade de Viena relacionaram as concentraccedilotildees de Hg no sangue e na urina com os

genoacutetipos presente ou nulo do polimorfismo Os autores natildeo encontraram associaccedilatildeo entre

esses dois paracircmetros mas foi observado que as pessoas com genoacutetipo nulo apresentavam

valores mais elevados do metal Os autores verificaram que 56 dos indiviacuteduos carreavam o

genoacutetipo nulo tinham concentraccedilotildees mais baixas de Hg no sangue coincidindo com

concentraccedilotildees tiacutepicas de populaccedilotildees natildeo expostas agrave toxicidade Os resultados levaram agrave

hipoacutetese de que os indiviacuteduos com a deleccedilatildeo para GST apresentam atividade cataliacutetica

prejudicada e satildeo menos capazes de aumentar a sua capacidade de excreccedilatildeo do Hg levando a

uma maior acumulaccedilatildeo do metal no organismo

Estudos sobre a relaccedilatildeo entre o polimorfismo da GST e as concentraccedilotildees de Hg em

humanos satildeo escassos Custodio et al (2004 e 2005) verificaram que o polimorfismo GSTM1

natildeo teve efeito sobre as concentraccedilotildees de Hg no sangue total plasma e urina Entretanto

concluiacuteram que indiviacuteduos carreadores do genoacutetipo deletado apresentam atividade da enzima

reduzida e dessa forma maiores concentraccedilotildees e retenccedilatildeo de Hg

78

Lee et al (2009) analisaram o polimorfismo GSTM1 associado agrave exposiccedilatildeo intra-

uterina de Hg e o peso ao nascer de crianccedilas de etnia coreana Dentre as 417 gestantes

avaliadas 595 carreavam genoacutetipo nulo sem diferenccedila significativa nas concentraccedilotildees de

Hg no sangue e no cordatildeo umbilical em relaccedilatildeo agravequelas com genoacutetipo selvagem Apesar

disso os autores observaram que as crianccedilas cujas matildees carreavam o genoacutetipo nulo

apresentaram relaccedilatildeo inversa do peso ao nascer com as concentraccedilotildees de Hg no cordatildeo

umbilical Entretanto esta relaccedilatildeo natildeo foi observada nas crianccedilas filhas de matildees com genoacutetipo

selvagem Os pesquisadores afirmaram que este fato pode ser explicado em razatildeo do Hg ser

transferido para o feto atraveacutes da placenta Dessa forma foi demosntrado que o polimorfismo

GSTM1 pode desempenhar papel importante na relaccedilatildeo entre a concentraccedilatildeo de Hg e o peso

ao nascer

Na populaccedilatildeo brasileira a frequecircncia desse polimorfismo tambeacutem eacute elevada

Hatagima et al (2000) avaliaram 658 indiviacuteduos do Rio de Janeiro e 179 de Brasiacutelia e a

frequecircncia do genoacutetipo nulo foi semelhante nas duas populaccedilotildees 46 na populaccedilatildeo carioca e

49 na brasiliense Gattaacutes et al (2004) analisaram a frequecircncia em 594 indiviacuteduos

selecionados na cidade de Satildeo Paulo e 137 homens da aacuterea rural da Bahia A distribuiccedilatildeo do

genoacutetipo nulo avaliado foi mais frequente nos indiviacuteduos brancos (554) que nos pardos

(414) e negros (328) em Satildeo Paulo Na Bahia essa frequecircncia foi de 357

Hiragi et al (2011) determinaram a frequecircncia do polimorfismo em 304 indiviacuteduos

pertencentes a trecircs grupos eacutetnicos diferentes No grupo constituiacutedo por 60 adultos indiacutegenas

55 apresentaram genoacutetipo nulo e no grupo composto por 72 indiviacuteduos afrodescendentes

53 No terceiro grupo que foi formado por 172 indiviacuteduos que residiam no Distrito Federal

63 apresentaram genoacutetipo deletado

Em um estudo com 120 pacientes com diagnoacutestico de diabetes tipo 2 de Goiacircnia (GO)

Pinheiro et al (2013) observaram uma frequecircncia do genoacutetipo nulo de 41 no grupo caso

enquanto no grupo controle foi de 122 Natildeo foi observada qualquer associaccedilatildeo da deleccedilatildeo

com a suscetibilidade agrave doenccedila na populaccedilatildeo estudada apesar de ter sido observada uma

associaccedilatildeo com aumento significativo da glicemia de jejum hemoglobina glicada e pressatildeo

arterial

Anton et al (2010) verificaram a influecircncia do polimorfismo GSTM1 na

susceptibilidade ao cacircncer de mama em 15 mulheres com diagnoacutestico da doenccedila e em 30

mulheres saudaacuteveis atendidas em um hospital do sul do Brasil Foi observado que 467 das

mulheres carreavam o genoacutetipo nulo e 433 das mulheres do grupo controle tambeacutem

apresentaram a deleccedilatildeo do genoacutetipo Os pesquisadores sugeriram que a deleccedilatildeo homozigoacutetica

79

do gene pode estar associada com maior susceptibilidade ao cacircncer de mama na populaccedilatildeo

estudada entretanto mais estudos satildeo necessaacuterios

Possuelo et al (2013) tambeacutem avaliaram a frequecircncia do polimorfismo GSTM1 em 49

pacientes diagnosticadas com cacircncer de mama e 49 mulheres saudaacuteveis A frequecircncia de

alelos nulos foi significativamente maior no grupo caso (588) em comparaccedilatildeo ao grupo

controle (412) sugerindo uma possiacutevel influecircncia deste genoacutetipo na susceptibilidade agrave

doenccedila

Em trabalhos internacionais verificam-se porcentagens semelhantes aos resultados

apresentados Conforme Ginsberg et al (2009) a porcentagem de indiviacuteduos com genoacutetipo

nulo em afro-americanos eacute de 21 em chineses de 58 em japoneses 45 em mexicanos

41 e em caucasianos 53 Segundo Hatagima et al (2000) a porcentagem em ingleses eacute de

545 e em franceses 429

80

6 CONCLUSAtildeO

Pode-se concluir que as mulheres rondonienses residentes em aacuterea urbana considerada

de risco de contaminaccedilatildeo por Hg apresentaram status de Se inferior ao recomendado e

independente do genoacutetipo em relaccedilatildeo ao SNP Pro198Leu no gene da GPx A concentraccedilatildeo de

Hg nos cabelos estava dentro dos limites seguros e natildeo houve relaccedilatildeo com o polimorfismo de

deleccedilatildeo no gene GSTM1 Os referidos polimorfismos tambeacutem natildeo afetaram os biomarcadores

de estresse oxidativo avaliados

81

7 CRONOGRAMA

Atividades Desenvolvidas

(2010 ndash 2015)

2010 - 2011 2012 - 2015

Revisatildeo da Literatura X

Submissatildeo do projeto ao Comitecirc de Eacutetica (CEP) X

Disciplinas (20 Creacuteditos) X X

Preparo dos Materiais para Coleta X

Coleta de Dados X

Anaacutelise do Consumo Alimentar e Antropometria X X

Anaacutelises da enzima GPx X

Anaacutelise de Hemoglobina X

Anaacutelise Determinaccedilatildeo do Hg nos cabelos X

Anaacutelise de Se (Plasma e Eritroacutecito) X

Qualificaccedilatildeo da Tese X

Anaacutelise Estresse Oxidativo (MDA) X

Anaacutelise Estresse Oxidativo (ORAC) X

Determinaccedilotildees dos Polimorfismos Pro198Leu e

GSTM1 X

Tabulaccedilatildeo de Dados X

Anaacutelise Estatiacutestica X

Tese do Doutorado X

Artigo Cientiacutefico X

82

REFEREcircNCIAS

ADAME EM FLOREA D PEacuteREZ LS LOacutePEZ JM LOacutePEZ-GONZAacuteLEZ B

CRUZ AP Deficient selenium status of a healthy adult spanish population Nutricion

Hospitalaria v27 n2 p524-528 2012

AMORIM MI MERGLER D BAHIA MO DUBEAU H MIRANDA D LEBEL J

BURBANO RR LUCOTTE M Cytogenetic damage related to low levels of

methylmercury contamination in the Brazilian Amazon Anais da Academia Brasileira de

Ciecircncias v72 n4 p497ndash507 2000

AMOUROUX DA LISS PSB TESSIER EA HAMREN-LARSSON MB

DONARD OFX Role of oceans as biogenic sources of selenium Earth and Planetary

Science Letters v189 n34 p277-283 2001

ARSOVA-SARAFINOVSKA Z MZTEVSKA N EKEN A PETROVSKI D BANEV

S DZIKOVA S GEORGIEV V SIKOLE A ERDEM O SAYAL A AYDIN A

DIMOVSKI AJ GPx1 genetic polymorfism erytrocyte GPx activity and prostate cacircncer

risk International Urology and Nephrologuy v41 n1 p63-70 2009

ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA OBESIDADE E DA SIacuteNDROME

METABOacuteLICA Diretrizes brasileiras de obesidade 20092010 3ed Itapevi AC

Farmacecircutica 2009 83p

AZEVEDO FA Toxicologia do mercuacuterio Satildeo Carlos Rima 2003 292p

BAEYENS WRG EBIGHAUS R VASILIEV OF eds Global and regional mercury

cycles sources fluxes and mass balances Dordrecht Kluwer Academic 1996 563p (NATO

ASI series Partnership sub-series 2 environment v21) [Proceedings of the NATO Advanced

Research Workshop on Regional and Global Mercury Cycles sources fluxes and mass

balances Novosibirsk Russia july 10-14 1995]

BAacuteRAacuteNY E BERGDAHL IA BRATTEBY LE LUNDH T SAMUELSON G

SCHUTZ A SKERFVING S OSKARSSON A Relationship between trace element

concentrations in human blood and serum Toxicology Letters v134 n13 p177ndash184

2002

BASTOS WR GOMES JPO OLIVEIRA RC ALMEIDA R NASCIMENTO EL

BERNARDI JVE LACERDA LD SILVEIRA EG PFEIFFER WC Mercury in the

environment and riverside population in the Madeira River Basin Amazon Brazil Science of

the Total Environment v368 n1 p344-351 2006 [Selected papers from the 7th

International Conference on Mercury as a Global Pollutant Ljubljana Slovenia June 27 - July

2 2004]

BEATON GH 1994 Criteria of an adequate diet In Shils RE Olson JA Shike M eds

Modern Nutrition in Health and Disease 8th edition Philadelphia Lea amp Febiger Pp 1491ndash

1505

BISINOTI MC Biogeoquiacutemica aquaacutetica do mercuacuterio orgacircnico na bacia do Rio Negro

Amazocircnia Campinas 2005 169p Tese de Doutorado ndash Instituto de Quiacutemica - Universidade

Estadual de Campinas

83

BISINOTI MC JARDIM WF O comportamento do metilmercuacuterio (meHg) no ambiente

Quiacutemica Nova v27 n4 p593-600 2004

BOENING DW Ecological effects transport and fate of mercury a general review

Chemosphere v40 n12 p1335-1351 2000

BOISCHIO AA HENSHEL DS Linear regression models of methyl mercury exposure

during prenatal and early postnatal life among riverside people along the upper Madeira river

Amazon Environmental Research v83 n2 p150-161 2000

BORTOLI MC Avaliaccedilatildeo dos niacuteveis sanguiacuteneos do hormocircnio tireiodiano ativo (T3) e do

estado nutricional relativo ao selecircnio de mulheres residentes em aacutereas de exposiccedilatildeo ao

mercuacuterio Satildeo Paulo 2010 130p Tese de Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas

- Universidade de Satildeo Paulo

BRABO ES SANTOS EO JESUS IM MASCARENHAS AF FAIAL KF Niacuteveis

de mercuacuterio em peixes consumidos pela comunidade indiacutegena de Sai Cinza na Reserva

Munduruku Municiacutepio de Jacareacanga Estado do Paraacute Brasil Cadernos de Sauacutede

Puacuteblica v15 n2 p325-332 1999

BRASIL Resoluccedilatildeo CONAMA n5 de 5 de agosto de 1993 Dispotildee sobre o gerenciamento

de resiacuteduos soacutelidos gerados nos portos aeroportos terminais ferroviaacuterios e rodoviaacuterios

(Revogadas as disposiccedilotildees que tratam de resiacuteduos soacutelidos oriundos de serviccedilos de sauacutede pela

Resoluccedilatildeo n35805) Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia n166 31 de agosto de 1993 Seccedilatildeo

1 p12996-12998

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo

Baacutesica Coordenaccedilatildeo geral da Poliacutetica de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo Sisvan antropometria

como pesar e medir Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

BRENNEISEN P STEINBRENNER H SIES H Selenium oxidative stress and health

aspects Molecular Aspects of Medicine v26 n45 p256-267 2005

BROOKES AJ The essence of SNPs Gene v234 n2 p177-186 1999

BROWN KM ARTHUR JR Selenium selenoproteins and human health a review Public

Health Nutrition v4 n2b p593-599 2001

BURK RF Recent developments in trace element metabolism and function newer roles of

selenium in nutrition Journal of Nutrition v119 n7 p1051-1054 1998

BURIM RV CANALLE R MARTINELLI ALC TAKAHASHI CS Polymorphisms

in glutathione S-transferases GSTM1 GSTT1 and GSTP1 and cytochromes P450 CYP2E1

and CYP1A1 and susceptibility to cirrhosis or pancreatitis in alcoholics Mutagenesis v19

n4 p291ndash298 2004

CAMPOS MS SARKIS JES MULLER RCS BRABO ES SANTOS EO

Correlation between mercury and selenium concentrations in Indian hair from Rondocircnia

State Amazon region Brazil Science of the Total Environment v287 n12 p155-161

2002

84

CANELA MC Determinaccedilatildeo de mercuacuterio a niacutevel de traccedilo aplicaccedilatildeo em amostras de

interesse ambiental Campinas 1995 79p Dissertaccedilatildeo de Mestrado ndash Instituto de Quiacutemica ndash

Universidade Estadual de Campinas

CARDOSO BR ONG TP JACOB-FILHO W JALUUL O FREITAS MI

COZZOLINO SM Nutritional status of selenium in Alzheimerrsquos disease patients Britsh

Journal of Nutrition v103 n6 p803-806 2010

CARDOSO BR ONG TP JACOB-FILHO W JALUUL O FREITAS MI

COMINETTI C COZZOLINO SM Glutathione peroxidase 1 polymorphism in Brazilian

Alzheimers disease patients relations to the enzyme activity and to selenium status Journal

of Nutrigenetic and Nutrigenomics v5 n2 p72-80 2012

CASTRO L FREEMAN BA Reactive oxygen species in human health and disease

Nutrition v17 n2 p161-165 2001

CASTRO NSS LIMA MO Biomarkers of mercury exposure in the Amazon BioMed

Research International v2014 art867069 p1-10 2014 [Review]

CEZAR MRS Avaliaccedilatildeo da exposiccedilatildeo ao mercuacuterio e seus compostos em matildees e seus

receacutem-nascidos em Porto Velho ndash RO Beleacutem 2002 69p Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Nuacutecleo

de Medicina Tropical - Universidade Federal do Paraacute

CINTRA RMGC Biodisponibilidade de selecircnio em dieta regional de Satildeo Paulo Satildeo

Paulo 1990 74p Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas ndash

Universidade de Satildeo Paulo

CHANG JC GUTENMANN WH REID CM LISK DJ Selenium content of Brazil

nuts from two geographic locations in Brazil Chemosphere v30 n4 p801-802 1995

CHARRIER J MAUGARD CM LE MEVEL B BIGNON YJ Allelotype influence at

glutathione S-transferase M1 locus in breast cancer susceptibility British Journal of

Cancer v79 n2 p346-53 1999

CHAUHAN A CHAUHAN V Oxidative stress in autism Pathophysiology v13 n13

p171-181 2006

CHEN CL LIU Q RELLING MV Simultaneous characterization of glutathione S-

transferase M1 and T1 polymorphisms by polymerase-chain reaction in American whites and

blacks Pharmacogenetics v6 n2 p187-191 1996

CHEN C OU L LI B XING L GUANG J TIACHENG W YUXI G PEIQUN Z

MEI L WEI C ZHIFANG C Increased Oxidative DNA Damage as assessed by urinary

8-hidroxy-2 deoxyguanosine concentrations and serum redox status in persons exposed to

mercury Clinical Chemistry v51 n4 p759-767 2005

CHEN H YU M LI M ZHAO R ZHU Q ZHOU W LU M LU Y ZHENG T

JIANQ J ZHAO W XIANG K JIA W LIU L Polymorphic variations in manganese

superoxide dismutase (MnSOD) glutathione peroxidase ndash 1 (GPx 1) and catalase (CAT)

contribuite to elevated plasma triglyceride levels in Chinese patients with type 2 diabetes or

diabetic cardiovascular disease Molecular Cell Biochemistry v363 p85ndash91 2012

85

CHEN Y KAPETANOVIC I CROWELL J IP C MORRISSEY R LYUBIMOV A

Thirteen week oral (Gavage) toxicity study of L-Se-Methylselenocysteine (SeMC) in rats

Toxicological Science v90 n1-S p343 2006

COLOMBO J ROSSIT ARB CAETANO A BORIM AA WORNRATH D

SILVA AE GSTT1 GSTM1 and CYP2E1 genetic polymorphisms in gastric cancer and

chronic gastritis in a Brazilian population World Journal of Gastroenterology v10 n9

p1240ndash1245 2004

COMBS Jr GF WATTS JC JACKSON MI JOHNSON LK ZENG H SCHEETT

AJ UTHUS EO SCHOMBURG L HOEG A HOEFIG CS DAVIS CD

MILNER JA Determinants of selenium status in healthy adults Nutrition Journal v10

p75 2011

COMINETTI C Efeito da suplementaccedilatildeo com castanha do Brasil (Bertholletia excelsa

H B K) sobre o estresse oxidativo em mulheres obesas e sua relaccedilatildeo com o

polimorfismo Pro198Leu no gene da glutationa peroxidase 1 Satildeo Paulo 2010 115p Tese

de Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo

COMINETTI C BORTOLI MC ABDALLA DSP COZZOLINO SMF

Considerations about oxidative stress selenium and nutrigenetics Nutrire v36 n3 p131-

153 2011 [Review]

COMINETTI C BORTOLI MC PURGATTO E ONG TP MORENO FS

GARRIDO Jr BG COZZOLINO SMF Associations between glutathione peroxidase-1

Pro198Leu polymorphism selenium status and DNA damage levels in obese women after

consumption of Brazil nuts Nutrition v27 n9 p891-896 2011

COUTINHO VE Efeito da suplementaccedilatildeo de selecircnio por meio da ingestatildeo de castanhas-

do-Brasil (Bertholletia excelsa HBK) no estado nutricional relativo ao selecircnio de

praticantes de atividade fiacutesica (capoeira) Satildeo Paulo 2001 150p Tese de Doutorado -

Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo

COVAULT J ABREU C KRANZLER H ONCKEN C Quantitative real-time PCR for

gene dosage determinations in microdeletion genotypes BioTechniques v35 n3 p594-

598 2003

COZZOLINO SMF Deficiecircncias de minerais Estudos Avanccedilados v21 n60 p119-126

2007

CRESPO-LOPEZ ME SA AL HERCULANO AM BURBANO RR

NASCIMENTO JLM Methylmercury genotoxicity a novel effect in human cell lines of the

central nervous system Environment International v33 n2 p141ndash146 2007

CUSTODIO HM BROBERG K WENNBERG M JANSSON JH VESSBY B

HALLMANS G STEGMAYR B SKERFVING S Polymorphisms in glutathione-related

genes affect methylmercury retention Archives of Environmental Health v59 n11

p588ndash595 2004

CRESPO-LOacutePEZ ME SANTOS ECO BRABO ES RODRIGUES AR COcircRTES

MIT SILVEIRA LCL Comparative study of human exposure to mercury in riverside

86

communities of Amazon Brazilian Journal of Medical and Biological Research v39 n3

p411-414 2006

CUSTODIO HM HARARI R GERHARDSSON L SKERFVING S BROBERG K

Genetic influences on the retention of inorganic mercury Archives of Environmental amp

Occupational Health v60 n1 p17ndash23 2005

DAVIS CD UTHUS EO Dietary selenite and azadeoxycytidine treatments affect

dimethilhidrazine-induced aberrant crypt formation in rat colon and DNA methylation in HT

ndash 29 cells Journal of Nutrition v132 n2 p292-297 2002

DEJONG JL CHANG CM WHANG-PERNG J KNUTSEN T TU CPD The

human liver glutathione S-transferase gene superfamily expression and chromosome

mapping of Hb subunit cDNA Nucleic Acids Research v16 n17 p8541-8554 1988

DI PIETRO A VISALLI G LA MAESTRA S MICALE R BALUCE B

MATARESE G CINGANO L SCOGLIO ME Biomonitoring of DNA damage in

peripheral blood lymphocytes of subjects with dental restorative fillings Mutation Research

v650 n2 p115ndash122 2008

DOMINGUES J Determinaccedilatildeo de mercuacuterio total em amostras de cabelo e sua relaccedilatildeo

com o desenvolvimento psicomotor de crianccedilas na comunidade de Barreiras Paraacute

Beleacutem 2000 91p Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Nuacutecleo de Medicina Tropical - Universidade

Federal do Paraacute

DONADIO JLS Polimorfismos nos genes da enzima glutationa peroxidase e

biomarcadores do estado nutricional relativo ao selecircnio em populaccedilatildeo adulta de Satildeo

Paulo Satildeo Paulo 2011 75p Disssertaccedilatildeo de Mestrado - Faculdade de Ciecircncias

Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo

DRASCH G MAILAumlNDER S SCHLOSSER C ROIDER G Content of non-mercury-

associated selenium in human tissues Biological Trace Element Research v77 n3 p219-

230 2000

DUMONT E VANHAECKE F CORNELIS R Selenium speciation from food source to

metabolites a critical review Analytical and Bioanalytical Chemistry v385 n7 p1304-

1323 2006

DUSINSKAacute M VALLOVAacute B URSIacuteNYOVAacute M HLADIacuteKOVAacute V SMOLKOVAacute B

WSOacuteLOVAacute L RASLOVAacute K COLLINS AR DNA damageand antioxidants

fluctuations through the year in a central European population group Food and Chemical

Toxicology v40 n8 p1119ndash1123 2002

EGASHIRA EM MIZIARA APB LEONI LAB Grupo do arroz patildeo massa batata e

mandioca PHILIPPI ST org Piracircmide dos alimentos fundamentos baacutesicos da nutriccedilatildeo

2ed Barueri Manole 2014 (Guias de Nutriccedilatildeo e Alimentaccedilatildeo)

EPA (US Environmental Protection Agency) Mercury in Medical Facilities Revised August

2003 Updated 2005

87

ERCAL N GURER-ORHAN H AYKIN-BURNS N Toxic metals and oxidative stress

Part I Mechanisms involved in metal-induced oxidative damage Current Topics in

Medicinal Chemistry v1 n6 p529-539 2001

FABIAN E POLOSKEY P KOacuteSA L ELMADFA I REacuteTHY LA Nutritional

supplements and plasma antioxidants in childhood asthma Wiener Klinische

Wochenschrift v125 n1112 p309ndash315 2013

FADINI PS JARDIM WF Is the Negro River Basin (Amazon) impacted by naturally

occurring mercury Science of the Total Environment v275 n13 p71-82 2001

FAIRWEATHER-TAIT SJ BAO Y BROADLEY MR COLLINGS R FORD D

HESKETH JE HURST R Selenium in human health and disease Antioxidants amp Redox

Signaling v14 n7 p1337-1383 2011

FARELLA N Les fermes familiales de la reacutegion frontiegravere du Tapajoacutes en Amazonie

breacutesilienne relations entre les origines les pratiques agricoles les impacts sur les sols et le

deacuteboisement Montreacuteal 2005 209p Tese de Doutorado ndash Universiteacute Du Queacutebec agrave Montreacuteal

FARIAS LA FAVARO DIT VASCONCELLOS MBA Determinaccedilatildeo de mercuacuterio e

metilmercuacuterio em amostras de cabelo e peixes Revista do Instituto Adolfo Lutz v68 n3

p451-460 2009

FARIAS LA SANTOS NR FAVARO DIT BRAGA ES Mercuacuterio total em cabelo de

crianccedilas de uma populaccedilatildeo costeira Cananeacuteia Satildeo Paulo Brasil Cadernos de Sauacutede

Puacuteblica v24 n10 p2249-2256 2008

FARIAS LA Avaliaccedilatildeo do conteuacutedo de mercuacuterio metilmercuacuterio e outros elementos de

interesse em peixes e em amostras de cabelos e dietas de preacute-escolares da Regiatildeo

Amazocircnica Satildeo Paulo 2006 233p Tese de Doutorado ndash Instituto de Pesquisas Energeacuteticas e

Nucleares - Universidade de Satildeo Paulo

FARIAS LA FAacuteVARO DIT MAIHARA VA VASCONCELOS MBA

YUYAMA LK AGUIAR JPL ALENCAR FH Assessment of daily dietary intake of

Hg and some essential elements in diets of children from the Amazon region Journal of

Radioanalytical and Nuclear Chemistry v270 n1 p217-223 2006

FOLVEN KI GLOVER CN MALDE MK LINDEBEYE AK Does selenium modify

neurobehavioral impacts of developmental methylmercury exposure in mice Environmental

Toxicology and Pharmacology v28 n1 p111-119 2009

FORD M DELANEY KA LING L ERICKSON T Clinical toxicology Philadelphia

W B Saunders 2001 p737ndash742

FORSBERG L DE FAIRE U MARKLUND SL ANDERSSON PM STEGMAYR

B MORGENSTERN R Phenotype determination of a common Pro-Leu polymorphism in

human glutathione peroxidase 1 Blood Cells Molecules amp Diseases v26 n5 p423-426

2000

FOSBERG L DE FAIRE U MORGENSTERN R Low yield of polymorphisms from

EST blast searching analysis of genes related to oxidative stress and verification of the

P197L polymorphism in GPX1 Human Mutation v13 n4 p294-300 1999

88

FOX T FAIRWEATHER-TAIT SJ Selenium In HURRELL R ed The mineral

fortification of foods Leatherhead Leatherhead Publishing 1999 v2 p1-44 (A

Leatherhead Food RA publication)

FRISANCHO AR Anthropometric standards for the assessment of growth and

nutritional status Ann Arbor University of Michigan Press 1990 189p

GAacuteC P PAWLAS N POREBA R POREBA M MARKIEWICZ-GOacuteRKA I

JANUSZEWSKA L OLSZOWY Z PAWLAS K Interaction between blood selenium

concentration and a levels of oxidative stress and antioxidative capacity in healthy children

Environmental Toxicology and Pharmacology v39 n1 p137-144 2014

GAILER J GRAHAM NG PICKERING IJ MADDEN S PRINCE RC YU EY

DENTON MB YOUNIS HS APOSHIAN HV Structural Basis of the Antagonism

between Inorganic Mercury and Selenium in mammals ChemResToxicol 2000 13-1135-

1142

GALAN-CHILET I TELLEZ-PLAZA M GUALLAR E MARCO G LOPEZ-

IZQUIERDO R GONZALEZ-MANZANO I TORMOS MC MARTIN-NUNtildeEZ GM

ROJO-MARTINEZ G SAEZ GT MARTIacuteN-ESCUDERO JC REDON J JAVIER-

CHAVES F Plasma selenium and oxidative stress biomarkers a gene-environment

interaction population based study Free Radical Biology and Medicine v74 p229-236

2014

GALVAtildeO RCF BERNARDI JVE ALMEIDA R BASTOS WR GOMES JPO

Relaccedilatildeo espacial do mercuacuterio e elementos traccedilos em sedimento de fundo no Alto Rio

Madeira In SEMINAacuteRIO DE RECURSOS HIacuteDRICOS DA BACIA HIDROGRAacuteFICA DO

PARAIacuteBA DO SUL O EUCALIPTO E O CICLO HIDROLOacuteGICO 1 Taubateacute 2007

Anais Taubateacute IPABHi 2007 p51-57

GANTHER HE SUNDE ML Factors in fish modifying methylmercury toxicity and

metabolism Biological Trace Element Research v119 n3 p221-233 2007

GATTAacuteS GHF KATO M SOARES-VIEIRA JA SIRAQUE MS KOHLER P

GOMES L REGO MAV BYDLOWSKI SP Ethnicity and glutathione S-transferase

(GSTM1 GSTT1) polymorphisms in a Brazilian population Brazilian Journal of Medical

and Biological Research v37 n4 p451-458 2004

GINSBERG G SMOLENSKI S HATTIS D GUYTON KZ JOHNS DO

SONAWANE B Genetic polymorphism in glutathione transferases (GST) population

distribution of GSTM1 T1 and P1 conjugating activity Journal of Toxicology and

Environmental Health Part B Critical Reviews v12 n56 p389-439 2009

GONZAGA IB MARTENS A COZZOLINO SMF Selecircnio In COZZOLINO SMF

org Biodisponibilidade de nutrientes 2ed Barueri Manole 2007 Cap28 p575-613

GONZAGA IB Avaliaccedilatildeo nutricional relativa ao selecircnio em crianccedilas com dieta

enriquecida de castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa L) Satildeo Paulo 2002 157p Tese

de Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo

GONZAGA IB MARTENS A COZZOLINO SMF Selecircnio In COZZOLINO SMF

org Biodisponibilidade de nutrientes Barueri Manole 2005 cap26 p539-577

89

GREGUS Z GYURASICS AI CSANAKY I PINTER Z Effects of methylmercury and

organic acid on the disposition of exogenous selenium in rats Toxicology and Applied

Pharmacology v174 n2 p177ndash187 2001

GRYGIEL-GOacuteRNIAK B MARCINKOWSKA J SZCZEPANIK A PRZYSLAWSKI J

Nutritional habits and oxidative stress in postmenopausal age Polskie Archiwum Medycyny

Wewnetrznej v124 n6 p298ndash305 2014

GUNDACKER C KOMARNICKI G ZOumlDL B FORSTER C SHUSTER E

WITTMANN K Whole blood mercury and selenium concentrations in a selected Austrian

population Does gender matter Science of the Total Environment v372 n1 p76-86

2006

GUNDACKER C KOMARNICKI G JAGIELLO P GENCIKOVA A DAHMEN N

WITTMANN KJ GENCIK M Glutathione-S-transferase polymorphism metallothionein

expression and mercury levels among students in Austria Science of the Total

Environment v385 n13 p37-47 2007

HACON SS DOacuteREA JG FONSECA MF OLIVEIRA BA MOURAtildeO DS RUIZ

CMV GONCcedilALVES RA MARIANI CF BASTOS WR The influence of chances in

lifestyle and mercury exposure in riverine populations of the Madeira River (Amazon Basin)

near a hydroelectric project International Journal of Environmental Research and Public

Health v11 n3 p2437-2455 2014

HALLIWELL B CHIRICO S Lipid peroxidation its mechanisms measurement and

significance American Journal and Clinical Nutrition v57 n5 suppl p715S-725S

1993

HAMANASHI T FURUTA H KATO H DOI A TAMAI M SHIMOMURA H

SAKAGASHIRA S NISHI M SASAKI H SANKE T NANJO K Functional variants

in the glutathione peroxidase-1 (GPx-1) gene are associated with increased intima-media

thickness of carotid arteries and risk of macrovascular disease in Japanese type 2 diabetic

patients Diabetes v53 n9 p2455-2460 2004

HARADA M NAKANISHI J YASODA E PINHEIRO MCN OIKAWA TAG

GUIMARAcircES GA CARDOSO BS KIZAKI T OHNO H Mercury pollution in the

Tapajos River basin Amazon mercury level of head hair and health effects Environment

International v27 n4 p285ndash290 2001

HATAGIMA A KLATAU-GUIMARAtildeES MZ SILVA FP CABELLO PH

Glutathione S-transferase M1 (GSTM1) polymorfism in two Brazillian populations Genetics

and Molecular Biology v23 n4 p709-713 2000

HERBETTE S ROECKEL-DREVET P DREVET JR Seleno-independent glutathione

peroxidases more than simple antioxidant scavengers FEBS Journal v274 n9 p2163-

2180 2007

HERCULANO AM CRESPO-LOacutePEZ ME LIMA SMA PINCANCcedilO DINIZ

DLW NASCIMENTO JLM Methylmercury intoxication activates nitric oxide synthase

in chick retinal cell culture Brazilian Journal of Medical and Biological Research v39

n3 p415ndash418 2006

90

HOLBEN DH SMITH AM The diverse role of selenium within selenoproteins a review

Journal of the American Dietetic Association v99 n7 p836-843 1999

HORVAT M BAEYENS W EBINGHAUS R VASILIEV O Mercury analysis and

speciation in environmental samples In NATO ASI SERIES 2 ENVIRONMENT global and

regional mercury cycles sources fluxes and mass balances Novosibirsk 1996 Kluwer

1996 p1-31

HU YJ DIAMOND AM Role of glutathione peroxidase 1 in breast cancer loss of

heterozygosity and allelic differences in the response to selenium Cancer Research v63

n12 p3347-3351 2003

HSIEH YY SHEN WS LEE LY WU TL NING HC SUN CF Long-term

changes in trace elements in patients undergoing chronic hemodialysis Biological Trace

Element Research v109 n2 p115-121 2006

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Atlas do Censo demograacutefico 2010 Rio de

Janeiro IBGE 2013 Disponiacutevel em httpbibliotecaibgegovbrvisualizacaolivrosliv64529_capa_sumpdf

Acesso em 02 Jan 2015

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Censo demograacutefico 2010 caracteriacutesticas

da populaccedilatildeo e dos domiciacutelios resultados do universo Rio de Janeiro IBGE 2011 270p Disponiacutevel em

httpbibliotecaibgegovbrvisualizacaoperiodicos93cd_2010_caracteristicas_populacao_domiciliospdf

Acesso em 02 Jan 2015

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Estimativas da populaccedilatildeo residente no

Brasil e unidades da Federaccedilatildeo com data de referecircncia em 1ordm de julho de 2014 2014 8p Disponiacutevel em

ftpftpibgegovbrEstimativas_de_PopulacaoEstimativas_2014nota_metodologica_2014pdf Acesso em 02

Jan 2015

INSTITUTE OF MEDICINE (United States) Dietary reference intakes for vitamin C

vitamin E selenium and carotenoides Washington National Academy Press 2000 529p

INTERNATIONAL PROGRAM ON CHEMICAL SAFETY UNITED NATIONS

ENVIRONMENT PROGRAMME WORLD HEALTH ORGANIZATION

Methylmercury Geneva World Health Organization 1990 v118 144p (Methylmercury in

environmental health criteria 101)

INSTITUTE OF MEDICINE (United States) Introduction to dietary reference intakes In

______ Dietary reference intakes for vitamin C vitamin E selenium and carotenoides

Washington National Academy Press 2000 cap1 p21-34

INTERNATIONAL PROGRAM ON CHEMICAL SAFETY UNITED NATIONS

ENVIRONMENT PROGRAMME WORLD HEALTH ORGANIZATION

Methylmercury Geneva World Health Organization 1990 v118 144p (Methylmercury in

environmental health criteria 101)

INSTITUTE OF MEDICINE (United States) Nutrient assessment of individuals statistical

foundations In ______ Dietary reference intakes applications in dietary assessment

Washington National Academy 2000 append B p185-210

91

JABLONSKA E GROMADZINSKA J RESZKA E WASOWICZ W SOBALA W

SZESZENIA-DABROWSKA N BOFFETTA P Association between GPx1 Pro198Leu

polymorphism GPx1 activity and plasma selenium concentration in humans European

Journal of Nutrition v48 n6 p383ndash386 2009

JAFFEacute WG RUPHAEL MD MONDRAGON MC CUEVAS MA Estudio cliacutenico e

bioquiacutemicos em nintildeos escolares de uma zona seleniacutefera Archivos Latinoamericanos de

Nutricioacuten v22 n4 p595-611 1972

JAIN M KUMAR S RASTOGI N LAL P GHOSHAL UC TIWARI A PANT

MC BAIQ MQ MITTAL B GSTT1 GSTM1 and GSTP1 genetic polymorphisms and

interaction with tobacco alcohol and occupational exposure in esophageal cancer patients

from North India Cancer Letters v242 n1 p60ndash67 2006

JONES DP Redefining oxidative stress forum review Antioxidants amp Redox Signaling

v8 n910 p1865-1879 2006

KAUWELL GPA Emerging concepts in nutrigenomics a preview of what is to come

Nutrition in Clinical Practice v20 n1 p75-87 2005

KARUNASINGLE N HAN DY ZHU S YU J LANGE K DUAN H MEDHORA

R SINGH N KAN J ALZAHER W CHEN B KO S TRIGGS CM FERGUSON

LR Serum selenium and single-nucleotide polymorphisms in genes for selenoproteins

relationship to markers of oxidative stress in men from Auckland New Zealand Genes amp

Nutrition v7 n2 p179-190 2012

KLAUTAU-GUIMARAtildeES MN DrsquoASCENCcedilAtildeO R CALDART FA GRISOLIA CK

SOUZA JR BARBOSA AC CORDEIRO CMT FERRARI I Analysis of genetic

susceptibility to mercury contamination evaluated through molecular biomarkers in at-risk

Amazon Amerindian populations Genetics and Molecular Biology v28 n4 p827-832

2005

KO WS GUO CH YEAH MS LIN LY HSU GS CHEN PC LUO MC LIN

CY Blood micronutrient oxidative stress and viral lood in patients with chronic hepatitis C

World Journal of Gastroenterology v14 n30 p4697ndash4702 2005

KOumlHRLE J The trace element selenium and the thyroid gland Biochimie v81 p527-533

1999

KOumlHRLE J FLOHEacute BR BOCK A GARTNER R MEYER O FLOHEacute L Selenium

in biology facts and medical perspectives Biological Chemistry v381 n910 p849-864

2000

KRISHNAN S RANI P Evaluation of selenium redox statusand their association with

plasma amyloidtau in Alzheimerrsquos disease Biological Trace Element Research v158 n2

p158ndash165 2014

KUZUYA M ANDO F IGUCHI A SHIMOKATA H Glutathione peroxidase 1

Pro198Leu variant contributes to the metabolic syndrome in men in a large Japanese cohort

American Journal of Clinical Nutrition v87 n6 p1939ndash1944 2008

92

LACERDA LD Distribuiccedilatildeo e comportamento do mercuacuterio no ambiente Amazocircnico In

HACON S LACERDA LD PFEIFFER WC CARVALHO D orgs Riscos e

consequecircncias do uso do mercuacuterio Rio de Janeiro Ministeacuterio da Sauacutede FINEP IBAMA

CNPQ 1990 p80-90 [Seminaacuterio Nacional ldquoRiscos e Consequumlecircncias do Uso do Mercuacuteriordquo

de 12 a 15 de setembro de 1989 Brasilia - DF]

LAumlRSTAD M LJUNGKVIST G OLIN AC TOREacuteN K Determination of

malondialdehyde in breath condensate by high-performance liquid chromatography with

fluorescence detection Journal of Chromatography B Analytical Technologies in the

Biomedical and Life Sciences v766 n1 p107-114 2002

LEE BE HONG YC PARK H HA M KOO BS CHANG N ROH YM KIM

BN KIM YJ KIM BM JO SJ HA EH Interaction between GSTM1GSTT1

polymorphism and blood mercury on birth weight Environmental Health Perspectives

v118 n3 p437-443 2010

LEI XG CHENG W McCLUNG JP Metabolic regulation and function of glutathione

peroxidase-1 Annual Review of Nutrition v27 p41-61 2007

LEMIRE M FILLION M FRENETTE BT PASSOS CJS GUIMARAtildeES JRD

BARBOSA Jr F MERGLER D Selenium from dietary sources and motor functions in the

Brazilian Amazon Neurotoxicology v32 n6 p944-953 2011

LEMIRE M FILLION M FRENETTE BT MAYER A PHILIBERT A PASSOS

CJS GUIMARAtildeES JR BARBOSA FJ MERGLER D Selenium and mercury in the

Brazilian Amazon opposing influences on age-related cataracts Environmental Health

Perspectives v118 n11 p1584-1589 2010

LEMIRE M MERGLER D FILLION M PASSOS CJS GUIMARAtildeES JRD

DAVIDSON R LUCOTTE M Elevated blood selenium levels in the Brazilian Amazon

Science of the Total Environment v366 n1 p101-111 2006

LEMIRE M MERGLER D HUEL G PASSOS CJS FILLION M PHILIBERT A

GUIMARAtildeES JR RHEAULT I BORDUAS J NORMAND G Biomarkers of selenium

status in the Amazonian context blood urine and sequential hair segments Journal of

Exposure Science amp Environmental Epidemiology v19 n2 p213-222 2009

LETAVAYOVAacute L VLCKOVAacute V BROZMANOVAacute J Selenium from cancer

prevention to DNA damage Toxicology v227 n12 p1-14 2006

LINDBERG A BJORNBERG KA VAHTER M BERGLUNG M Exposure to

methylmercury in non-fish eating people in Sweden Environmental Research v96 n1

p28-33 2004

LIVAK KJ FLOOD SJA MARMARO J GIUSTI W DEETZ K Oligonucleotides

with fluorescent dyes at opposite ends provide a quenched probe system useful for detecting

PCR product and nucleic acid hybridization PCR Methods and Applications v4 n6

p357-362 1995

MAIA CSC O selecircnio e a glacircndula tireoacuteide um estudo em pacientes portadores de

disfunccedilotildees tireoidianas nos estados do Cearaacute e Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2008 117p Tese de

Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo

93

MANNERVICK B The isoenzymes of glutathione transferase Advances in Enzymology

and Related Areas of Molecular Biology v57 p357-417 1985

MARQUES RC Avaliaccedilatildeo da exposiccedilatildeo ao mercuacuterio e seus compostos sobre o

desenvolvimento neuropsicomotor em crianccedilas de Porto Velho-RO Beleacutem 2002 102p

Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Nuacutecleo de Medicina Tropical - Universidade Federal do Paraacute

MARQUES RC DOacuteREA JG BASTOS WR REBELO MF FONSECA MF

MALM O Maternal mercury exposure and neuro-motor development in breastfed infants

from Porto Velho (Amazon) Brazil Int J Hyg Environ Health v210 p51ndash60 2007 Int

J Environ Res Public Health 2013

MARQUES RC BERNARDI JVE DOREA JG BRANDAtildeO KG BUENO L

LEAtildeO RS MALM O Fish consumption during pregnancy mercury transfer and birth

weight along Madeira River basin in Amazonia International Journal of Environmental

Research and Public Health v10 n6 p2150-2163 2013

MARTENS AVS COZZOLINO SMF Mapeamento da distribuiccedilatildeo de selecircnio em

territoacuterio brasileiro por meio da anaacutelise de alimentos nativos feijatildeo (fascolos vulgaris L) e

carne bovina para o consumo humano e aacuteguas e solo oriundos Satildeo Paulo FAPESP 2002

Processo n0011578-3 [Relatoacuterio Cientifiacuteco]

MARTENS IBG MARTENS A COZZOLINO SMF Selecircnio In COZZOLINO

SMF org Biodisponibilidade de nutrientes 4ed Barueri Manole 2012 p721-765

MEECH JA VEIGA MM THOMASNS D Emissions and stability of mercury in the

Amazon Canadian Metallurgical Quarterly v36 n4 p231-239 1997

MIRETZKY P BISINOTI MC JARDIM WF Sorption of mercury (II) in Amazon soils

from column studies Chemosphere v60 n11 p1583-1589 2005

MORADI M EFYEKHARI MH TALEI A FARD ARA Comparative study of

selenium concentration and glutathione peroxidase activity in normal and breast cancer

Public Health Nutrition v12 n1 p59-63 2009

MORAIS LMTS CARDOSO FILHO C LOURENCcedilO GJ SHINZATO JY

ZEFERINO LC LIMA CSP GURGEL MSC Caracteriacutesticas mamograacuteficas do cacircncer

de mama associadas aos polimorfismos GSTM1 e GSTT1 Revista da Associaccedilatildeo Meacutedica

Brasileira v54 n1 p61-66 2008

MUCCI A MONTGOMERY S LUCOTTE M PLOURDE Y PICHET P VANTRA

H Mercury remobilization from flooded soils in a hydroelectric reservoir of Northern

Quebec La Grande-2 results of a soil resuspension experiment Canadian Journal of

Fisheries and Aquatic Sciences v52 n11 p2507-2517 1995

NAGANUMA A ANDERSON ME MEISTER A Cellular glutathione as a determinant

sensitivity to mercury chloride prevention of toxicity by giving glutathione monoester

Biochemical Parmacology v40 n4 p693-697 1990

NAVARRO-ALARCON M CABRERA-VIQUE C Selenium in food and the human body

a review Science of the Total Environment v400 n13 p115-141 2008

94

NAVARRO-ALARCON M LOacutePEZ-MARTINEZ MC Essentiality of selenium in the

human body relationship with different diseases Science of the Total Environment v249

n13 p347-371 2000

NATIONAL RESEARCH COUNCIL Nutrient requeriments of dairy cattle 7ed

Washington National Academy Press 2001381p

NISHIMURA LS Polimorfismo Pro198Leu no gene para a enzima antioxidante

dependente de selecircnio glutationa peroxidase 1 e risco de cacircncer epidermoide da cavidade

oral e orofaringe 2010 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncia dos Alimentos) ndash Faculdade

de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

OLUSI SO Obesity is independent risk factor for plasma lipid peroxidation and depletion of

erythrocyte cytoprotectic enzymes in humans International Journal of Obesity and

Related Metabolic Disorders v26 n9 p1159ndash1164 2002

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Elementos traccedilo na nutriccedilatildeo e sauacutede humana

Satildeo Paulo Roca 1998 p63-91

ORTUNtildeO J ROS G PERIAGO MJ MARTINEZ C LOPEZ G RODRIGO J

Importacircncia nutricional del selenio Archivos Latinoamericanos de Nutricioacuten v47 n1

p6-13 1997

PAGLIA DE VALENTINE WN Studies on the quantitative and qualitative

characterization of erythrocyte glutathione peroxidase Journal of laboratory and clinical

medicine v70 n1 p158-169 1967

PAPP LV LU J HOLMGREN A KHANNA KK From selenium to selenoproteins

synthesis identity and their role in human health Antioxidants amp Redox Signaling v9 n7

p776-796 2007

PARADIS S WHEATLEY B BOSWELL-PURDY J BEacuteLISLE D COLE M

LICKERS H HAYTON A DAVIES K Mercury contamination through fish

consumption a model for predicting and preventing hazardous behavior on a community

level Mercury as a Global Pollutant Human Health Issues v97 p147-158 1997

PARK SK KANG D NOH DY LEE KM KIM SU CHOI JY CHOI IM

AHN SH CHOE KJ HIRVONEN A STRICKLAND PT YOO KY Reproductive

factors glutathione S-transferase M1 and T1 genetic polymorphism and breast cancer risk

Breast Cancer Research and Treatment v78 n1 p89-96 2003

PASSOS CJ MERGLER D GASPAR E MORAIS S LUCOTT M LARRIBE F

DAVIDSON R GROSBOIS S Eating tropical fruit reduces mercury exposure from fish

consumption in the Brazilian Amazon Environmental Research v93 n2 p123-130 2003

PASSOS CJ MERGLER D LEMIRE M FILLION M GUIMARAtildeES JR Fish

consumption and bioindicators of inorganic mercury exposure Science of the Total

Environment v373 n1 p68ndash76 2007

PASCALICCHIO AAE Contaminaccedilatildeo por metais pesados sauacutede puacuteblica e medicina

ortomolecular Satildeo Paulo Annablume 2002 132p

95

PEROTTONI J LOBATO LP SILVEIRA A ROCHA JBT EMANUELLI T Effects

of mercury and selenite on D-aminolevulinate dehydratase activity and on selected oxidative

stress parameters in rats Environmental Research v95 n2 p166-173 2004

PINHEIRO MCN GUIMARAtildeES GA NAKANISHI J OIKAWA T VIEIRA JL

QUARESMA M CARDOSO B AMORAS W Avaliaccedilatildeo da contaminaccedilatildeo mercurial

mediante anaacutelise do teor de Hg total em amostras de cabelo em comunidades ribeirinhas do

Tapajoacutes Paraacute Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v33 n2

p181-194 2000

PINHEIRO MCN MACCHI BM VIEIRA JLF OIKAWA T AMORAS WW

GUIMARAtildeES GA COSTA CA CRESPO-LOacutePEZ ME HERCULANO AM

SILVEIRA LC NASCIMENTO JL Mercury exposure and antioxidant defenses in

women a comparative study in the Amazon Environmental Research v107 n1 p53ndash59

2008

PINHEIRO MCN MULLER RCS SARKIS JE VIEIRA JLF OIKAWA T

GOMES MSV GUIMARAtildeES GA NASCIMENTO JLM SILVEIRA LCL

Mercury and selenium concentrations in hair samples of women in fertile age from Amazon

riverside communities Science of the Total Environment v349 n13 p284-288 2005

PINHEIRO DS ROCHA FILHO CR MUNDIM CA MARCO Jr P ULHOA CJ

REIS AAS GHEDINI PC Evaluation of glutathione S-transferase GSTM1 and GSTT1

deletion polymorphisms on type-2 diabetes mellitus risk PLoS One v8 n10 arte76262

p1-5 2013

PIRES LV Efeito da suplementaccedilatildeo com castanha-do-Brasil (Bertholletia excelsa

HBK) na expressatildeo gecircnica de citocinas inflamatoacuterias e sua relaccedilatildeo com o estresse

oxidativo e pacientes com diabetes mellitus tipo 1 Satildeo Paulo 2012 130p Tese de

Doutorado ndash Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo

POSSUELO LG PERACcedilA CF EISENHARDT MF DOLTO ML CAPPELLETTI

L FOLETTO E VALIM ARM Polymorphisms of GSTM1 and GSTT1 genes in breast

cancer susceptibility a case-control study Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetriacutecia

v35 n12 p569-574 2013

PRIOR RL HOANG H GU L WU X BACCHIACA M HOWARD L

HAMPSCH-WOODILL M HUANG D OU B JACOB B Assays for hydrophilic and

lipophilic antioxidant capacity (oxygen radical absorbance capacity (ORACFL)) of plasma

and other biological and food samples Journal of Agricultural and Food Chemistry v51

n11 p3273-3279 2003

RAVN-HAREN G OLSEN A TJONNELAND A DRAGSTED LO NEXO BA

WALLIN H OVERVAD K RASCHOU-NIELSENL O VOGEL U Associations

between GPx 1 Pro198Leu polymorphism erythrocyte GPx activity alcohol consumption and

breast cancer risk in a prospective cohort study Carcinogenesis v27 n4 p820-825 2006

RAYMAN MP The importance of selenium to human health Lancet v356 n9225 p233-

241 2000

RAYMOND LJ RALSTON NVC Mercury selenium interactions and health

implications Seychelles Medical and Dental Journal v7 n1 spiss p72-77 2004

96

REILLY C Selenium in food and health London Blackie Academic and Professional

1996 338p

REZAEI Z JAMSHIDZADEH A SANATI E A rapid and sensitive method for the

determination of malondialdehyde as its hydralazine derivative in human plasma using high

performance liquid chromatography Analytical Methods v5 n12 p2995-2999 2013

RICHIE Jr JP MUSCAT JE ELLISION I CALCAGNOTTO A KLEINMAN W

EL-BAYOUMY K Association of selenium status and blood glutathione concentrations in

blacks and whites Nutrition and Cancer v63 n3 p367ndash375 2011

RIDNOUR LA ISENBERG JS ESPEY MG THOMAS DD ROBERTS DD Nitric

oxide regulates angiogenesis through a functional switch involving thrombospondin-1

Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America v102

n37 p13147-13152 2005

ROCHA AV Estado nutricional relative ao selecircnio de crianccedilas residentes em duas

localidades de Rondocircnia Amazocircnia Ocidental Satildeo Paulo 2009 109p Dissertaccedilatildeo de

Mestrado ndash Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas ndash Universidade de Satildeo Paulo

ROCHA AV CARDOSO BR COMINETTI C BUENO RB BORTOLI MC

FARIAS LA FAVARO DIT CAMARGO LMA COZZOLINO SMF Selenium

status and hair mercury leves in riverine children from Rondocircnia Amazonia Nutrition v30

n11-12 p1318-1323 2014

SAacute AL HERCULANO AM PINHEIRO MC SILVEIRAS LCL NASCIMENTO

JLM CRESPO-LOacutePEZ ME Exposiccedilatildeo humana ao mercuacuterio na regiatildeo oeste do Estado do

Paraacute Revista Paraense de Medicina v20 n1 p19-25 2006

SAMPAIO DS LUCOTTE M ROULET HP MERGLER D CROSSA M Mercuacuterio

nos peixes do Rio Tapajoacutes Amazocircnia brasileira InterfacEHS v1 n1 art 6 p1-31 2006

Disponiacutevel em

httpwwwunitesuqamcagmfcarusodoccarusosampaiosampaio_et_al_2006pdf Acesso

em 24 Dez 2014

SANTOS KMO AQUINO RC Grupo dos oacuteleos e gorduras In PHILIPPI ST Piracircmide

dos alimentos fundamentos baacutesicos da nutriccedilatildeo 2ed Barueri Manole 2014 p251-303

SANTOS LB Polimorfismo Pro198Leu no gene que codifica para glutationa

peroxidase 1 e sua relaccedilatildeo com o estado nutricional relativo ao selecircnio de uma populaccedilatildeo

adulta residente no municiacutepio de Fortaleza Cearaacute 201393f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash

Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2013

SAVASKAN NE UFER C KUHN H BORCHERT A Molecular biology of

glutathione peroxidase 4 from genomic structure to developmental expression and neural

function Biological Chemistry v388 n10 p1007ndash1017 2007

SCHMIDT MI DUNCAN BB SILVA GA MENEZES AM MONTEIRO CA

BARRETO SM CHOR D MENEZES PR Doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis no

Brasil carga e desafios atuais 2011 (Sauacutede no Brasil 4) Disponiacutevel em

httpdownloadthelancetcomflatcontentassetspdfsbrazilbrazilpor4pdf Acesso em 10 Jan

2015

97

SCHORK NJ FALLIN D LANCHBURY J Single Nucleotide Polymorphisms and the

future of genetic epidemiology Clinical Genetics v58 n4 p250-264 2000

SILVA JJRF WILLIAMS RJP The biological chemistry of the elements the

inorganic chemistry of life Oxford Oxford University Press New York Clarendon Press

1993 561p

SITTA A VANZIN CS BIANCINI GB MANFREDINI V OLIVEIRA AB

WAYHS CA RIBAS GO GIUGLIANI L SCHWARTZ IV BOHRER D

GARCIA SC WAJNER M VARGAS CR Evidence that L-carnitine and selenium

supplementation reduces oxidative stress in phenylketonuric patients Cellular and

Molecular Neurobiology v31 n3 p429ndash436 2011

SKOOG DA HOLLER FJ NIEMAN TA Princiacutepios de anaacutelise instrumental 5ed

Satildeo Paulo Bookman 2002 836p

SMOLKOVAacute B DUSINSKAacute M RASLOVAacute K BARANCOKOVAacute M

KAZIMIacuteROVAacute A HORSKAacute A SPUSTOVAacute V COLLINS A Folate levels determine

effect of antioxidant supplementation on micronuclei in subjects with cardiovascular risk

Mutagenesis v19 n6 p469ndash476 2004

SOUZA JR BARBOSA AC Contaminaccedilatildeo por Hg e o caso da Amazocircnia Quiacutemica Nova

na Escola n12 p23-25 2000

SOUZA ML MENEZES HC Processamentos de amecircndoa e torta de castanhandashdondashBrasil e

farinha de mandioca paracircmetros de qualidade Ciecircncia Tecnologia e Alimentos v24 n1

p120-128 2004

STEUERWALD U WEIHE P JORGENSEN PJ BJERVE K BROCK J HEINZOW

B BUDTZ-JORGENSEN E GRANDJEAN P Maternal seafood diet methylmercury

exposure and neonatal neurologic function Journal of Pediatrics v136 n5 p599-605

2000

STOCKLER-PINTO MB FARAGE NE BOAVENTURA GT COZZOLINO SM

Effect of Brazil nut supplementation on the blood levels of selenium and glutathione

peroxidase in hemodialysis patients Nutrition v26 n1112 p1065ndash1069 2010

SLATER B MARCHIONI DL FISBERG RM Estimando a prevalecircncia da ingestatildeo

inadequada de Nutrientes Rev Sauacutede Puacuteblica v33 n4 p599-605 2004

SUZEN HS GUCYENER E SAKALLI O UCKUN Z KOSE G USTEL D

DUYDU Y CAT C-262T and GPx 1 Pro198Leu polimorphisms in a Turkish population

Molecular Biology Reports v37 n1 p87-92 2010

TAKEUCKI T ETO K The pathology of Minamata disease a tragic story of water

pollution Kyushu Kyushu University Press 1999 310p

TAPIERO H TOWNSEND DM TEW KD The antioxidant role of selenium and seleno-

compounds Biomedicine amp Pharmacotherapy v57 n34 p134ndash144 2003

TINKOV AA SKALNAYA MG DEMIDOV VA SEREBRYANSKY EP

NIKONOROV AA SKALNY AV Hair mercury association with selenium serum lipid

98

spectrum and gama-glutamyl transferase activity in adults Biological Trace Element

Research v161 n3 p255-262 2014

UNITED NATIONS Enviroment Programme Chemicals Impacts of mercury on the

environment In ______ Global mercury assessment Geneva UNEP 2002 cap5 p73-

86

UNITED STATES Department of Health and Human Services Public Heath Services

Agency for Toxic Substances and Disease Registry Toxicological Profile for Mercury

Atlanta ATSDR 1999 676p

VAN DAEL P DEELSTRA H Selenium International Journal for Vitamin and

Nutrition Research v63 n4 p312-316 1993

VIVANCO RHC MENGE FGW BARRIGA PAC Variaciones de la fragilidad

osmoacutetica eritrocitaria en bovinos a pastoreo sobre praderas con bajo contenido de selenio y

suplementados o no con selecircnio Revista Cientiacutefica vXVI n3 p227-231 2006

WIDERSTEN M PEARSON WR ENGSTROEM A MANNERVIK B Heterologous

expression of the allelic variant μ-class glutathione transferases μ and ψ Biochemical

Journal v276 n2 p519-5241991

WILLETT WC Inssues in analysis and presentation of dietary data In ______ Nutritional

epidemiology 2ed New York Oxford University Press 1998 p321ndash345 (Monographs in

epidemiology and biostatistics 30)

WILLET WCHOWE GR KUSHI LH Adjustment for total energy in epidemiologic

studies Am J Clin Nutr v65 p1220-28 1997

WILLET W STAMPFER M Implications of total energy intake for epidemiologic

analyses In Willet WC Nutrition epidemiology 2 ed New York Oxford University Press

p514 1998

WORLD HEALTH ORGANIZATION Obesity preventing and managing the global

epidemic report of a WHO consultation on obesity Geneva World Health Organization

2000 p256 (WHO Obesity Technical Report Series n284)

XU S WANG Y ROE B PEARSON WR Characterization of the human class Mu

glutathione S-transferase gene cluster and GSTM1 deletion Journal of Biological

Chemistry v273 n6 p3517-3527 1998

YANG GQ WANG SZ ZHAU RH SUN SZ Endemic selenium intoxication of

humans in China American Journal of Clinical Nutrition v37 n5 p872-881 1983

ZACHARA BA UKLEJA-ADAMOWICZ M NARTOWICZ E LECKA J Increased

plasma glutathione peroxidase activity in patients with acute myocardial infarction Medical

Science Monitor v7 n3 p415-420 2001

ZHANG FA YU W HARGROVE JL GREENSPAN PA DEAN RG TAYLOR

EW HARTLE DK Inhibition of TNF- induced ICAM-1 VCAM-1 and E-selectin

expression by selenium Atherosclerosis v161 n2 p381-386 2002

99

ZHANG M MA AG ZHANG XZ GE S SHI XX Effect of multiple micronutrients

supplementation on anti-oxidative activity and oxidized DNA damage of lymphocytes in

children Zhonghua Liu Xing Bing Xue Za Zhi v26 n4 p268ndash272 2005

ZHENG W WEN WQ GUSTAFSON DR GROSS M CERHAN JR FOLSOM

AR GSTM1 and GSTT1 polymorfism and postmenopausal breast cancer risk breast cancer

Breast Cancer Research and Treatment v74 n1 p9-16 2002

100

APEcircNDICES

APEcircNDICE 1 Cartaz de divulgaccedilatildeo da pesquisa

APEcircNDICE 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

APEcircNDICE 3 Ficha de Identificaccedilatildeo e Controle

(Anamnese peso estatura IMC coleta de sangue e cabelos)

APEcircNDICE 4 Caderno de Registro do Consumo Alimentar

101

102

UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO

FACULDADE DE CIEcircNCIAS FARMACEcircUTICAS ndash FCFUSP

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE

1 Informaccedilotildees do Sujeito da Pesquisa

Nome

Documento de Identidade nordm Sexo ( ) M ( )F

Data de Nascimento

Endereccedilo Nordm Complemento Bairro Cidade Estado

CEP Telefones

2 Informaccedilotildees do Responsaacutevel Legal

Nome Natureza (grau de parentesco tutor curador etc) Documento de Identidade nordm Sexo ( ) M ( )F Data de Nascimento Endereccedilo Nordm Complemento Bairro Cidade Estado CEP Telefones

Tiacutetulo do Projeto de Pesquisa Estado nutricional relativo ao selecircnio concentraccedilotildees de

mercuacuterio estresse oxidativo e os polimorfismos Pro198Leu no gene da glutationa

peroxidase 1 (GPx1) e GSTM1 no gene da glutationa S- transferase (GST) em mulheres

residentes em aacuterea de risco de contaminaccedilatildeo por mercuacuterio

3 Duraccedilatildeo da Pesquisa 24 meses

4 Nome do pesquisador responsaacutevel Silvia Maria Franciscato Cozzolino Cargo Funccedilatildeo

Professora Titular do Programa de poacutes-graduaccedilatildeo em Ciecircncia dos Alimentos da Faculdade de Ciecircncias

Farmacecircuticas FCFUSP

Nordm do Registro do Conselho Regional CRN30621

Instituiccedilatildeo Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo USP

Sravoluntaacuteria essa pesquisa tem como tiacutetulo Estado nutricional relativo ao selecircnio e

concentraccedilotildees de mercuacuterio e a relaccedilatildeo com estresse oxidativo e os polimorfismos Pro198Leu

e GSTM1 em mulheres na idade feacutertil em aacuterea exposta agrave contaminaccedilatildeo por mercuacuterio A

responsaacutevel por esse estudo eacute a professora titular Silvia Maria Franciscato Cozzolino e como

103

colaborada a estudante de doutorado Ariana Vieira Rocha Ambas pertencem a Faculdade de

Ciecircncias Farmacecircuticas (FCF) da Universidade de Satildeo Paulo (USP)

De acordo com algumas pesquisas as mulheres da Amazocircnia apresentam

concentraccedilotildees elevadas de mercuacuterio e essa contaminaccedilatildeo pode comprometer a sauacutede natildeo soacute

delas como tambeacutem das crianccedilas pois uma das formas do mercuacuterio atravessa facilmente a

barreira placentaacuteria e o mercuacuterio acaba se concentrando no ceacuterebro das crianccedilas Isso pode

inibir o desenvolvimento cerebral Por isso eacute preocupante a exposiccedilatildeo das mulheres na idade

feacutertil ao mercuacuterio Acredita-se que o mineral selecircnio possa ser um possiacutevel colaborador para

a populaccedilatildeo natildeo apresentar sinais cliacutenicos evidentes da contaminaccedilatildeo por mercuacuterio Isso pode

ser devido a algumas atribuiccedilotildees do selecircnio pois este mineral tem como uma das suas accedilotildees

atuar como antioxidante e isso pode neutralizar os danos causados pela contaminaccedilatildeo do

mercuacuterio

Desta forma estamos por meio desse documento lhe convidando a participar desse

estudo que tem como objetivo principal avaliar o estado nutricional relativo ao selecircnio assim

como as concentraccedilotildees de mercuacuterio e a relaccedilatildeo desses com o estresse gerado nas ceacutelulas e

tambeacutem com algumas alteraccedilotildees geneacuteticas em mulheres na idade feacutertil em aacuterea exposta ao

mercuacuterio Nesta pesquisa participaraacute 200 mulheres voluntaacuterias da cidade de Porto Velho

Rondocircnia

Se vocecirc concordar em participar passaraacute pelos seguintes procedimentos avaliaccedilatildeo

nutricional onde seratildeo obtidos os dados de peso estatura e circunferecircncia da cintura e

tambeacutem seratildeo anotados os seus dados sobre o consumo alimentar ou seja tudo o que foi

consumido no periacuteodo de 3 dias sendo 2 dia da semana e 1 dia do fim de semana Seraacute

realizada ainda uma coleta de sangue de (20mL) em jejum de 10 a 12 horas para a realizaccedilatildeo

da determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo do mineral selecircnio e avaliar o estresse gerado nas ceacutelulas e

se haacute uma alteraccedilatildeo geneacutetica que possa interferir na concentraccedilatildeo de selecircnio ou mercuacuterio no

organismo Por fim seraacute coletado em torno de (1g) de cabelo na regiatildeo detraacutes do pescoccedilo para

avaliar as concentraccedilotildees de mercuacuterio A pesquisa possui um risco miacutenimo em virtude da

coleta de sangue que pode causar um desconforto poreacutem este seraacute coletado por um

profissional de enfermagem capacitado A obtenccedilatildeo desses dados seraacute realizada no

Laboratoacuterio Alphaclin localizado na Avenida Calama 2215 Bairro Satildeo Joatildeo Bosco Apoacutes

essas coletas seraacute distribuiacutedo um kit lanche contendo bolacha de aacutegua e sal ou biscoito

integral uma fruta e um suco de fruta de caixinha de 200mL O seu sangue seraacute armazenado

no laboratoacuterio de nutriccedilatildeo-minerais da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade

de Satildeo Paulo (USP) sob a responsabilidade da professora titular Silvia Maria Franciscato

Cozzolino para pesquisas futuras Poreacutem se isso acontecer vocecirc seraacute consultado a respeito e

um novo projeto seraacute submetido ao Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

Vocecirc autoriza o armazenamento do seu sangue para pesquisas futuras

( )sim ( )natildeo

Os resultados obtidos seratildeo arquivados e mantidos em sigilo conforme eacutetica Eacute direito

de cada participante obter os resultados das anaacutelises que seratildeo feitas bem como informaccedilotildees

sobre o andamento da pesquisa procedimentos utilizados riscos e benefiacutecios relacionados em

qualquer fase do estudo a fim de esclarecer eventuais duacutevidas Deve ser ressaltado que a

participaccedilatildeo na pesquisa poderaacute ser desfeita em qualquer momento que o Sra achar

conveniente sem sofrer nenhum tipo de constrangimento Natildeo haveraacute nenhuma despesa

financeira para a natildeo participaccedilatildeo neste estudo assim como natildeo haveraacute recompensa

financeira relacionada agrave participaccedilatildeo na pesquisa

Esse estudo traraacute benefiacutecios pois existem evidecircncias que o selecircnio pode exercer um

efeito protetor no organismo contra os malefiacutecios do mercuacuterio Logo os resultados

contribuiratildeo para uma melhor qualidade de vida atraveacutes do conhecimento da avaliaccedilatildeo do

104

estado nutricional Aleacutem do que seraacute realizada uma avaliaccedilatildeo nutricional completa por uma

nutricionista e seratildeo oferecidas orientaccedilotildees quanto agrave alimentaccedilatildeo

ndash INFORMACcedilOtildeES DE NOMES ENDERECcedilOS E TELEFONES DOS RESPONSAacuteVEIS PELO

ACOMPANHAMENTO DA PESQUISA PARA CONTATO EM CASO DE INTERCORREcircNCIAS

CLIacuteNICAS E REACcedilOtildeES ADVERSAS

Silvia Maria Franciscato Cozzolino ndash (Professora Titular do programa de Poacutes-

graduaccedilatildeo em Ciecircncia dos Alimentos da Faculdade de Ciecircncias FarmacecircuticasFCF

(USP) Telefone(11)3091-3625 Endereccedilo da Faculdade Cidade Universitaacuteria Av Lineu

Prestes 580 ndash Bloco 14

Telefone (11) 3091 -3625 (Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo ndash Minerais)

Ariana Vieira Rocha - (Doutoranda do programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Ciecircncia dos

Alimentos da Faculdade de Ciecircncias FarmacecircuticasFCF (USP) Endereccedilo Residencial

Bairro Liberdade Rua da Gloacuteria - 654 Apto 84 CEP 01510-000 ndash Satildeo Paulo ndash SP Telefone

(11) 98532-2125

Endereccedilo da Faculdade Cidade Universitaacuteria Av Lineu Prestes 580 ndash Bloco 14

Telefone 3091 -3625 (Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo ndash Minerais)

Consentimento Poacutes-Esclarecido

Declaro que apoacutes convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ter entendido o que me

foi explicado consinto em participar do presente Protocolo de Pesquisa

Porto Velhodede

_______________________________

Assinatura do sujeito de pesquisa

Ou responsaacutevel legal

___________________________________

Assinatura do pesquisador responsaacutevel

Para qualquer questatildeo duacutevida esclarecimento ou reclamaccedilatildeo sobre aspectos eacuteticos dessa

pesquisa favor entrar em contato com o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas da Faculdade de

Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo ndash Av Prof Lineu Prestes 580 - Bloco

13A ndash Butantatilde ndash Satildeo Paulo ndash CEP 05508-900 Fone 3091-3622 fone-fax 3091-3677 ndash e-

mail cepfcfuspbr

105

Universidade de Satildeo Paulo

Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas

Avaliaccedilatildeo Nutricional

Antropometria

Nome Data de Nascimento

DADOS ANTROPOMEacuteTRICOS

Idade anos

Circunferecircncia da Cintura (CC) Classificaccedilatildeo

Peso kg

Estaturacm

IMC Classificaccedilatildeo

Classificaccedilatildeo do estado nutricional para adultos segundo o Iacutendice de Massa Corpoacuterea (IMC)

Classificaccedilatildeo IMC (kgm2)

Risco de Comorbidades

Baixo Peso

˂ 185 Baixo

Peso Normal ou

Eutrofia 185 - 249

Meacutedio

Sobrepeso

ge 25 ndash 299 Aumentado

Obesidade I 300 - 349 Moderado

Obesidade II 350 ndash 399 Grave

Obesidade III ˃ 40 Muito Grave

Fonte WHO (2000)

106

Universidade de Satildeo Paulo

Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas

Pesquisador Ariana Vieira Rocha

Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo e Minerais(11) 3091-3625

Formulaacuterio Mercuacuterio (Hg)

Identificaccedilatildeo Data

Nome

Idade Sexo Raccedila

Endereccedilo

Haacute quanto tempo reside em Porto Velho

Onde residia anteriormente

Ocupaccedilatildeo principal Quanto tempo hdia

Haacutebitos

Come peixe sim natildeo

Procedecircncia do peixe consumido Nome do Rio

Espeacutecie mais consumida

Frequecircncia de consumo de peixe Quantidade

Frequecircncia de consumo de frutos do mar Quantidade

Ficou doente nos uacuteltimos seis meses sim natildeo

Tomou algum medicamento sim natildeo Qual Frequecircncia

No tratamento do cabelo vocecirc usa

soacute sabonete xampuacute condicionador tintura

liacutequido para permanente alisamento outros Quais

Qual a aacutegua que usa para tomar banho

caerd poccedilo ou mina outra procedecircncia qual

Qual a aacutegua que usa para beber

caerd e filtrada natildeo filtra de poccedilo ou mina galatildeo outra procedecircncia qual

107

ACOMPANHAMENTO NUTRICIONAL

Nome

Responsaacutevel Nutricionista Ariana Vieira Rocha

Universidade de Satildeo Paulo-USP

Telefone (69) 8118-4633 (11) 8532-2125

108

INFORMACcedilOtildeES

Pesquisas tentam explicar a presenccedila do Hg na regiatildeo amazocircnica pois os solos

ambientes aquaacuteticos e consequentemente os peixes apresentarem concentraccedilotildees elevados

deste metal assim como alguns indiviacuteduos que vivem nestas aacutereas poreacutem estes natildeo

apresentam sintomas e sinais cliacutenicos evidentes de contaminaccedilatildeo Supotildee-se que o selecircnio um

mineral antioxidante presente naturalmente no solo da regiatildeo seja um protetor para a aparente

toleracircncia destas populaccedilotildees agrave intoxicaccedilatildeo crocircnica por Hg Dentre outras funccedilotildees e accedilotildees o

selecircnio atua no fortalecimento do sistema imunoloacutegico e tambeacutem ajuda organismo a se

proteger dos danos causados pelos metais toacutexicos como por exemplo o Hg Dessa forma a

ingestatildeo adequada de selecircnio pode ter um efeito protetor contra a contaminaccedilatildeo por Hg

Este caderno tem como objetivo avaliar o estado nutricional relativo ao mineral

selecircnio Por isso eacute muito importante que todas as recomendaccedilotildees e orientaccedilotildees prestadas

durante o acompanhamento nutricional sejam atendidas

Ariana Vieira Rocha

Doutoranda em Ciecircncia dos Alimentos-FCFUSP

Porto Velho 2012

01

109

DADOS DE IDENTIFICACcedilAtildeO

1 Nome

Documento de Identidade nordm

Sexo ( X ) Feminino

Data de Nascimento

Naturalidade Escolaridade

Endereccedilo nordm

Bairro

Cidade

Cep Telefone Celular

Renda Familiar ( ) 1 SM ( ) 2 a 3 SM ( ) Acima de 4 SM

2 Histoacuteria Cliacutenica

Faz uso de anticonpepcional ( ) natildeo ( )sim

Se sim qual Quanto tempo

Antecedentes familiares ( )Dislipidemias ( )Diabetes mellitus

( )Hipertensatildeo arterial ( ) Obesidade

Outras qual

Faz atividade Fiacutesica ( ) natildeo ( ) sim qual

Quantas vezes por semana

02

110

ORIENTACcedilOtildeES QUANTO AO REGISTRO DOS ALIMENTOS

1 Anotar todos os alimentos consumidos durante todo o dia e a noite desde a hora que

acordar ateacute a hora em que for dormir

2 Colocar o horaacuterio das refeiccedilotildees

3 Natildeo esquecer de anotar os alimentos eou qualquer guloseima consumida (balas

chicletes etc) durante as refeiccedilotildees e nos intervalos

4 Anotar a quantidade do alimento consumido na forma de medidas caseiras (fotos

ilustrativas nas proacuteximas paacuteginas) Exemplo

colher de servir colher de sopa colher de sobremesa colher de chaacute ou cafeacute

concha escumadeira copo americano copo de requeijatildeo copo descartaacutevel de 180 ou

200 mL

xiacutecara de chaacute ou cafeacute

prato de mesa prato de sopa prato de sobremesa ou pires

5 Descrever com maior detalhe os tipos de alimentos ou marcas como por exemplo

leite desnatado integral tipo C em poacute

patildeo francecircs integral de forma de leite de batata de mel doce ou caseiro

bolachas recheadas aacutegua e sal chocolate sem recheio SEMPRE colocar o sabor e a

marca

frutas (anotar tipo e tamanho) por exemplo laranja lima meacutedia mamatildeo papaya (meia

unidade)

vegetais folhosos (anotar tipo e preparaccedilatildeo) por exemplo acelga refogada ou crua

manteiga ou margarina (o tipo a marca a quantidade consumida anotada em ponta de

faca ou em colheres de chaacute cafeacute sobremesa ou sopa)

salada de frutas (colocar tipo de frutas e os ingredientes incluiacutedos na salada)

bolo (sabor com ou sem recheio com ou sem cobertura de festa ndash se possiacutevel

escrever os principais ingredientes)

6 Lembrar de escrever o tipo de preparaccedilatildeo se o alimento eacute cozido frito grelhado

ensopado ou agrave milanesa (empanado)

7 Registrar os alimentos em unidades ou porccedilotildees como por exemplo bife meacutedio

pequeno coxa de frango peixe (pedaccedilo pequeno meacutedio ou grande)

8 Anotar as preparaccedilotildees que utilizem mais de um ingrediente e descrevecirc-los um a um

como por exemplo Sopa de legumes (quais is ingredientes e legumes utilizados nesta

preparaccedilatildeo)

03

111

MEDIDAS CASEIRAS

Colocamos ao lado de cada item uma caixa de foacutesforos ilustrativa para fins de

referecircncia quanto ao tamanho das medidas

04

112

Colocamos ao lado de cada item uma caixa de foacutesforos ilustrativa para fins de

referecircncia quanto ao tamanho das medidas

05

113

Margarina ou Manteiga

Colocamos ao lado de cada item uma caixa de foacutesforos ilustrativa para fins de

referecircncia quanto ao tamanho das medidas

06

114

REGISTRO DE ALIMENTOS

Dia 1

Data Dia da semana

Horaacuterio e Local Alimentos ou

Preparaccedilotildees

Quantidade

(medida caseira)

Marca Comercial

07

115

REGISTRO DE ALIMENTOS

Dia 2

Data Dia da semana

Horaacuterio e Local Alimentos ou

Preparaccedilotildees

Quantidade

(medida caseira)

Marca Comercial

08

116

REGISTRO DE ALIMENTOS

Dia 3

Data Dia da semana

Horaacuterio e Local Alimentos ou

Preparaccedilotildees

Quantidade

(medida caseira)

Marca Comercial

09

117

AGRADECEMOS A SUA COLABORACcedilAtildeO

Mestre Ariana Vieira Rocha (Nutricionista mestre e doutoranda do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncia dos

Alimentos Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo)

Doutora Silvia Maria F Cozzolino (Nutricionista Professora Titular do Departamento de Alimentos e Nutriccedilatildeo Experimental

Faculdade de Ciecircncias FarmacecircuticasUniversidade de Satildeo Paulo)

10

118

ANEXOS

ANEXO 1 Informaccedilotildees para os membros de bancas julgadoras

ANEXO 2 Parecer do Comitecirc de Eacutetica (CEP)

ANEXO 3 Ficha de Aluno

119

UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas

Secretaria de Poacutes-Graduaccedilatildeo

Informaccedilotildees para os Membros de Bancas Julgadoras de

MestradoDoutorado

1 O candidato faraacute uma apresentaccedilatildeo oral do seu trabalho com duraccedilatildeo

maacutexima de trinta minutos

2 Os membros da banca faratildeo a arguumliccedilatildeo oral Cada examinador

disporaacute no maacuteximo de trinta minutos para arguumlir o candidato exclusivamente sobre o

tema do trabalho apresentado e o candidato disporaacute de trinta minutos para sua

resposta

21 Com a devida anuecircncia das partes (examinador e candidato) eacute

facultada a arguumliccedilatildeo na forma de diaacutelogo em ateacute sessenta minutos por examinador

3 A sessatildeo de defesa seraacute aberta ao puacuteblico

4 Terminada a arguumliccedilatildeo por todos os membros da banca a mesma se

reuniraacute reservadamente e expressaraacute na ata (relatoacuterio de defesa) a aprovaccedilatildeo ou

reprovaccedilatildeo do candidato baseando-se no trabalho escrito e na arguumliccedilatildeo

41 Caso algum membro da banca reprove o candidato a Comissatildeo

Julgadora deveraacute emitir um parecer a ser escrito em campo exclusivamente indicado

na ata

42 Seraacute considerado aprovado o aluno que obtiver aprovaccedilatildeo por

unanimidade ou pela maioria da banca

5 Duacutevidas poderatildeo ser esclarecidas junto agrave Secretaria de Poacutes-

Graduaccedilatildeo pgfarmauspbr (11) 3091 3621

Satildeo Paulo 23 de maio de 2014

Prof Dr Adalberto Pessoa Junior Presidente da CPGFCFUSP

Av Prof Lineu Prestes 580 Bloco 13 A - Cidade Universitaacuteria - CEP 05508-900 - Satildeo Paulo - SP Fone (11) 3091 3621 - Fax (11) 3091 3141 ndash e-mail pgfarmauspbr

120

121

122

123

Page 6: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio

5

A todas as voluntaacuterias desta pesquisa pelo carinho esforccedilo e dedicaccedilatildeo

Agraves amigas Daniela Zancan Dayane Zancan Laiacutes Maria e Larissa Matheus pela ajuda

imensuraacutevel durante a coleta de dados

Especialmente aos meus tios Ivanilde Rocha e Cristovatildeo Vieira que me ergueram

no momento em que mais precisei

6

AGRADECIMENTOS

A Deus que me ilumina e daacute forccedilas para seguir sempre em frente e ao Espiacuterito Santo por

todas as becircnccedilatildeos

Agrave luz da minha vida minha matildee Nair Lima por tudo que tem feito e ainda faz por mim

Meu modelo de iacutendole e dignidade Meu amuleto

Agrave orientadora Silvia Maria Franciscato Cozzolino exemplo de serenidade em momentos de

dificuldades Sou muito grata pela oportunidade de ter sido sua aluna e orientanda Obrigada

ainda por ter me abraccedilado desde o primeiro momento

Agrave professora Deacuteborah Faacutevaro pensar em vocecirc me causa garra e alegria Obrigada pela

parceria e disponibilidade na realizaccedilatildeo das anaacutelises de mercuacuterio Foi um prazer indescritiacutevel

tecirc-la ao meu lado na bancada

Agrave Julie Christine Luana Janaiacutena Cleonilce Oliveira Gisele Dias Natsue Kosin Larissa

Freitas Luana Cardozo e Yara Salviano por disponibilizarem do seu tempo por uma

causa a ciecircncia

Agrave Jamile Sadeck Dina Horeay e Analu Barofaldi seres de luz que deram ajuda a uma

desconhecida sem pedir nada em troca e se hoje esta jornada estaacute sendo concretizada

tambeacutem eacute graccedilas a vocecircs Ensinaram-me na praacutetica a fazer o bem sem olhar a quem Que

esta bondade esteja sempre comigo para que eu possa passaacute-la adiante

Agrave Gabriela Pellucio (Gabi peluacutecia) e sua matildee Mirian Guizelini que abraccedilaram a minha

causa e pela ampla ajuda em conseguir voluntaacuterias Querida Gabi obrigada pelo carinho vocecirc

foi um anjinho na minha vida

Agrave amiga Silvane Maziero assim como ao Flaacutevio Terassini ao Thiago Abiorana e agrave Helen

Queite pela divulgaccedilatildeo da pesquisa em seus ambientes de estudo eou trabalho Obrigada de

coraccedilatildeo

Agrave Juliana Closs por permitir a divulgaccedilatildeo do projeto no curso de nutriccedilatildeo da Faculdade Satildeo

Lucas (FSL)

Agrave Mariana Modesto Roberta Valmorbida Simone Oliveira e Alcione Altini por natildeo

hesitarem em ajudar esta colega de classe na divulgaccedilatildeo da pesquisa no ambiente das

Faculdades Integradas Apariacutecio Carvalho (FIMCA)

Agrave ldquonossardquo equipe do laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo-Minerais Alexandre Pimentel Baacuterbara

Cardoso Bruna Reis Graziela Biude Isabela Saraiva Janaina Donadio Kaluce Almondes

7

Kaacutetia Callou Larissa Bezerra Leila Hashimoto Luciane Alencar e Verocircnica Bandeira

por serem apoio companhia e ajuda nos trabalhos realizados no cotidiano

Especialmente

Agrave Bruna Reis (Rabin) e Isabela Saraiva (Isa nojentinha do meu coraccedilatildeo) que me

proporcionaram uma amizade de cunho profissional e pessoal tornando esta jornada mais

viva leve e muito alegre Por todos os braccedilos e abraccedilos servidos nos momentos de ajuda

sem horaacuterio para acabar Por me fazerem lembrar desse trio com um enorme sorriso no

rosto

Agrave Kaluce Almondes (Kakaacute) querida companheira de anaacutelises que pareciam interminaacuteveis

(risos) obrigada pela parceria conversas filosoacuteficas e gargalhadas constantes inclusive em

momentos de afliccedilatildeo

Agrave Liliane Viana Pires (Lili medalhinha) luz em todos os momentos (desde 2006)

Mesmo com a distacircncia geograacutefica existente entre noacutes vocecirc eacute sempre presente Agradeccedilo

ainda por despertar em mim a vontade de ser sempre melhor

Agraves florzinhas da Liliane Pires Leila Hashimoto (Leilinha) Luciane Alencar (Lu) e

Verocircnica Bandeira (Vecirc) pela ajuda durante as anaacutelises de enzimas mesmo com tantos

afazeres e por me tratarem sempre com muito carinho e atenccedilatildeo

Agrave Baacuterbara Cardoso pelo abraccedilo apertado que diz muito em cada encontro

Agraves Fernandas Santana e Shinagawa agradeccedilo a ajuda a companhia a diversatildeo e a

amizade construiacuteda principalmente nos momentos extras de trabalho jaacute que nem sempre

conseguiacuteamos acabar no horaacuterio do expediente em virtude do nuacutemero de amostras (risos)

Agrave Lilian Mendes apoio e alicerce fundamentais nos uacuteltimos meses que atraveacutes do seu

coraccedilatildeo profissionalismo e vivecircncia de mundo ensinou-me a aceitar e conviver com o meu

eu interior e com a minha alma

Ao meu irmatildeo de coraccedilatildeo Guilber Diniz Barros pela forccedila e energia enviada por todas as

conversas na tentativa de me distrair ou esquecer algo por me ajudar agrave distacircncia e

principalmente por me ensinar a levantar sem laacutegrimas nos olhos e de cabeccedila erguida

Agrave Fabiana Yasuhara da Assessoria Cientiacutefica Life Technologies pelo suporte fundamental

realizado durante as anaacutelises do polimorfismo de deleccedilatildeo GSTM1

Agrave funcionaacuteria Maria de Lurdes Pedrosa (Lurdinha) pelo otimismo carinho e pelas

palavras ldquono fim tudo daacute certordquo

8

RESUMO

ROCHA AV Status de selecircnio de uma populaccedilatildeo residente em aacuterea de risco de

contaminaccedilatildeo por mercuacuterio Influecircncia de polimorfismos e accedilatildeo sobre o estresse

oxidativo 2015 133f (Tese de Doutorado) Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas (FCF)

Universidade de Satildeo Paulo (USP) 2015

Estudos apontam que a regiatildeo Amazocircnica apresenta concentraccedilotildees significativas de selecircnio

nos solos e que por isso a populaccedilatildeo natildeo estaria susceptiacutevel agrave deficiecircncia desse mineral Em

contrapartida a regiatildeo tambeacutem apresenta dados de concentraccedilotildees elevadas de mercuacuterio nos

solos e rios entretanto a populaccedilatildeo natildeo apresenta sinais cliacutenicos evidentes de contaminaccedilatildeo

Acredita-se que o selecircnio um mineral antioxidante possa ser um possiacutevel colaborador para a

aparente toleracircncia ao mercuacuterio pois uma das accedilotildees desse mineral eacute a de destoxificar o

organismo contra metais toacutexicos Dependendo das concentraccedilotildees no organismo o mercuacuterio

pode potencializar a geraccedilatildeo das espeacutecies reativas de oxigecircnio e dessa forma as defesas

antioxidantes intriacutensecas das ceacutelulas podem ser prejudicadas resultando na condiccedilatildeo

conhecida por estresse oxidativo A contaminaccedilatildeo por mercuacuterio pode ainda comprometer a

sauacutede tanto das mulheres quanto das crianccedilas pois esse metal na forma de metilmercuacuterio

pode atravessar a barreira placentaacuteria e se concentrar principalmente no ceacuterebro do feto

Aliado a isso a presenccedila de polimorfismos em certos genes podem alterar a expressatildeo de

enzimas antioxidantes como a glutationa peroxidase 1 que eacute dependente de selecircnio assim

como da glutationa S-transferase que atua na destoxificaccedilatildeo do mercuacuterio no organismo

Vaacuterios estudos apresentam dados de concentraccedilotildees de mercuacuterio em ribeirinhos da Amazocircnia

no entanto resultados referentes agraves concentraccedilotildees de selecircnio ao estresse oxidativo e a

polimorfismos geneacuteticos na populaccedilatildeo da aacuterea urbana satildeo raros Diante disso este estudo

objetivou avaliar o estado nutricional relativo ao selecircnio concentraccedilotildees de mercuacuterio e a

possiacutevel relaccedilatildeo desses paracircmetros com o estresse oxidativo e os polimorfimos Pro198Leu (rs

1050450) no gene da glutationa peroxidase 1 e GSTM1 no gene da glutationa S-transferase

em mulheres em idade feacutertil residentes em aacuterea de risco de exposiccedilatildeo ao mercuacuterio da cidade

de Porto Velho (RO) As voluntaacuterias foram avaliadas por meio de medidas antropomeacutetricas

(peso estatura e circunferecircncia da cintura) e aplicou-se o registro alimentar para avaliaccedilatildeo do

consumo alimentar Realizou-se uma coleta de sangue para anaacutelise de selecircnio atividade da

enzima glutationa peroxidase marcadores de estresse oxidativo e polimorfismos geneacuteticos O

selecircnio foi determinado por espectrometria de absorccedilatildeo atocircmica com geraccedilatildeo de hidretos

acoplados agrave cela de quartzo (HGQTAAS) Para anaacutelise de mercuacuterio foi coletada uma amostra

do cabelo das voluntaacuterias sendo sua concentraccedilatildeo determinada pelo meacutetodo de

espectrometria de absorccedilatildeo atocircmica com geraccedilatildeo de vapor frio (CV AAS) Para avaliar o

estresse oxidativo foram determinadas a concentraccedilatildeo plasmaacutetica de Malondialdeiacutedo (MDA)

e a Capacidade de Absorccedilatildeo de Radicais de Oxigecircnio (ORAC) Participaram do estudo 200

mulheres com idade entre 19 e 50 anos A ingestatildeo alimentar meacutedia de selecircnio foi de 493 plusmn

192 microgdia e a prevalecircncia de ingestatildeo inadequada foi de 409 As concentraccedilotildees meacutedias do

mineral no plasma e nos eritroacutecitos foram respectivamente 498 + 186 microgL e 754 + 299

microgL A atividade meacutedia da glutationa peroxidase foi de 451+ 194 Ug Hb A concentraccedilatildeo

meacutedia de mercuacuterio nos cabelos foi de 625 + 766 ng g-1

Ao avaliar a presenccedila do SNP

Pro198Leu observou-se que 567 das participantes apresentaram genoacutetipo selvagem 368

heterozigotos e 68 homoizgotos para leucina Quanto ao polimorfismo de deleccedilatildeo GSTM1

425 das voluntaacuterias apresentaram o genoacutetipo nulo ou deletado ou seja relacionado a

ausecircncia de expressatildeo da glutationa S-transferase Esses resultados permitem concluir que a

maioria das participantes apresentou estado nutricional deficiente em relaccedilatildeo ao selecircnio

Apesar disso tanto a atividade enzimaacutetica da glutationa peroxidase como os biomarcadores

9

do estresse oxidativo natildeo sofreram interferecircncia desta deficiecircncia O polimorfismo

Pro198Leu tambeacutem natildeo interferiu no status de selecircnio e no estresse oxidativo Quanto agrave

avaliaccedilatildeo do polimorfismo GSTM1 o genoacutetipo nulo ou deletado tambeacutem natildeo mostrou

associaccedilatildeo com as concentraccedilotildees de mercuacuterio e o estresse oxidativo

Palavras-chave selecircnio estresse oxidativo polimorfismo geneacutetico e mercuacuterio

10

ABSTRACT

ROCHA AV Selenium status of a population living in a mercury contamination risk

area Influence of polymorphisms and action on oxidative stress 2015 133f (Tese de

Doutorado) Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo

2015

Studies have shown that the Amazon region has significant concentrations of selenium in

soils and therefore the population is not susceptible to deficiency of this mineral However

the region also presents data from high levels of mercury in soils and rivers however the

population has no obvious clinical signs of contamination It is believed that selenium an

antioxidant mineral may be a possible contributor to the apparent tolerance because of its

actions in the detoxification of the body from toxic metals Depending on the concentrations

in the body mercury can increase the generation of reactive oxygen species and thus the

intrinsic antioxidant defenses of cells can be damaged resulting in the condition known as

oxidative stress The mercury contamination may also compromise the health of both women

and children since this metal in the form of methylmercury can cross the placental barrier and

concentrate mainly in the fetal brain In addition the presence of genetic polymorphisms can

alter the expression of antioxidant enzymes such as glutathione peroxidase 1 which is

selenium dependent as well as glutathione S-transferase which can be responsible for the

mercury detoxification in the body Several studies have shown mercury levels of riverine

people from Amazon however results regarding selenium concentrations oxidative stress

and polymorphisms in the urban population are area Thus this study aimed to evaluate

selenium status mercury levels and the possible relationship of these with oxidative stress and

genetic polymorphisms Pro198Leu (rs 1050450) in glutathione peroxidase 1 gene and

GSTM1 in the glutathione S-transferase gene in women living in mercury exposure risk area

from the city of Porto Velho (RO) The of the volunteers was assessed using anthropometric

measurements (weight height and waist circumference) and evaluation of food consumption

by the food record Blood samples were collected for selenium analysis glutathione

peroxidase enzymersquos activity oxidative stress and genetic polymorphisms Selenium was

determined by hydride generation quartz tube atomic absorption spectroscopy (HGQT AAS)

For mercury analysis a hair sample of volunteers was collected and its concentration was

determined by atomic absorption spectrometry method with cold vapor (CV AAS) To

evaluate oxidative stress plasma concentrations of malondialdehyde (MDA) and Oxygen

Radical Absorbance Capacity (ORAC) were determined We enrolled 200 volunteers aged

between 19 and 50 The average of selenium intake was 493 plusmn 192 microgday and the

prevalence of inadequate intake was 409 Mean selenium concentration on plasma and

erythrocytes were respectively 498 + 186 microgL and 754 + 299 microgL Glutathione

peroxidase showed mean activity of 451 + 194 Ug Hb and mercury levels of 625 + 766 ng g-

1 Evaluating the presence of the SNP Pro198Leu it was observed that 567 of the were

participants had wild type genotype 368 heterozygous and 68 were homozygous for

leucine For the GSTM1 null deletion polymorphism 425 of the volunteers had a null

genotype ie do not express the enzyme glutathione S-transferase These results indicate that

the majority of participants had selenium deficiency in plasma and erythrocytes Nevertheless

most of them had adequate activity of glutathione peroxidase There was no association

between selenium concentrations and the biomarkers used to assess oxidative stress The

Pro198Leu polymorphism did not interfere in selenium concentrations as well as in the

oxidative stress The evaluation of GSTM1 polymorphism had no association with mercury

levels and oxidative stress

Keywords selenium oxidative stress polymorphisms and mercury

11

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Concentraccedilatildeo de Se (microgg) em castanha-do-brasil da regiatildeo Amazocircnica

22

Quadro 2 Ingestatildeo Dieteacutetica de Referecircncia (DRIs) relativas ao Se em microgdia a

partir de um ano de idade de acordo com o Institute of Medicine (IOM

2006)

23

Quadro 3 Frequecircncia genotiacutepica do polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) no

gene que codifica para GPx 1 encontrada em pesquisas realizadas no

Brasil por pesquisadores do Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo e Minerais da

Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo

(USP)

37

Quadro 4 Distribuiccedilatildeo da frequecircncia do polimorfismo GSTM1(ABAB0) no gene

da GST em diferentes etnias

39

Quadro 5 Classificaccedilatildeo do Iacutendice de Massa Corpoacuterea (IMC) para adultos segundo

WHO (2000)

45

Quadro 6 Intervalos de recomendaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de macronutrientes em

percentual de contribuiccedilatildeo energeacutetica (AMDR) de acordo com IOM

(2006)

46

Quadro 7 Valores de referecircncias adotados para concentraccedilatildeo de Se no plasma e

eritroacutecitos

47

Quadro 8 Resultados das anaacutelises dos materiais de referecircncia utilizados na

determinaccedilatildeo de Hg total

49

12

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas das voluntaacuterias

55

Tabela 2 Classificaccedilatildeo das participantes segundo o IMC

56

Tabela 3 Ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) das participantes (n = 194)

59

Tabela 4 Concentraccedilatildeo de Se (microgL) no plasma e nos eritroacutecitos das participantes

(n=194)

61

Tabela 5 Coeficiente de regressatildeo da ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) como

variaacutevel independente que influenciou a concentraccedilatildeo do mineral no

plasma (microgL) das participantes

64

Tabela 6

Tabela 7

Coeficiente de regressatildeo da ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) como

variaacutevel independente que influenciou a concentraccedilatildeo do mineral nos

eritroacutecitos (microgL) das participantes

Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram

as concentraccedilotildees de Hg (ng g-1

) nos cabelos (variaacutevel dependente) das

participantes

64

71

Tabela 8 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram

a capacidade antioxidante ndash ORAC (mmol eq troloxg de amostra)

(variaacutevel dependente) das participantes

71

Tabela 9 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram

a concentraccedilatildeo plasmaacutetica de MDA (microM) (variaacutevel dependente) das

participantes

72

Tabela 10 Distribuiccedilatildeo do SNP Pro198Leu (rs 1050450) no gene que codifica para

a GPx 1 nas participantes (n=190)

73

Tabela 11 Concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio atividade da enzima

GPx MDA e ORAC de acordo com o genoacutetipo para o polimorfismo

Pro198Leu (rs1050450) no gene que codifica a GPx

76

Tabela 12 Distribuiccedilatildeo do polimorfismo GSTM1 no gene da GST das participantes

(n = 180)

76

Tabela 13 Concentraccedilotildees de Hg de MDA e ORAC de acordo com o genoacutetipo para

o polimorfismo GSTM1 no gene da GST das participantes

77

13

LISTA DE ABREVIATURAS

Se - Selecircnio

Hg - Mercuacuterio

MeHg - Metilmercuacuterio

dimetilHg - Dimetilmercuacuterio

GPx - Glutationa Peroxidase

GST - Glutationa S-Transferase

GR - Glutationa Redutase

GSH - Glutationa Reduzida

SOD - Superoacutexido Dismutase

Hb - Hemoglobina

T3 - Tri-iodotironina

T4 - Tiroxina

SeO32-

- Selenito

SeO42-

- Selenato

Cd - Caacutedmio

Rd - Raacutedio

As - Arsecircnio

Cu - Cobre

Ag - Prata

Pb - Chumbo

Pt - Platina

DRI - Recomendaccedilatildeo de Ingestatildeo de Referecircncia

EAR - Necessidade Meacutedia Estimada

UL - Niacutevel Maacuteximo de Ingestatildeo Toleraacutevel

RDA - Ingestatildeo Dieteacutetica Recomendada

EER - Necessidade Energeacutetica Estimada

AMDR - Acceptable Macronutrient Distribution Range

IOM - Institute of Medicine

ADI - Ingestatildeo Diaacuteria Aceitaacutevel

PTWI - Ingestatildeo Semanal Toleraacutevel Provisoacuteria

DCNT - Doenccedilas Crocircnicas natildeo Transmissiacuteveis

14

WHO - World Health Organization

AP - Amapaacute

PA - Paraacute

RO - Rondocircnia

AM - Amazonas

EDTA - Aacutecido Etilenodiamino Tetraceacutetico

O2 - Oxigecircnio

ERO - Eacutespecies Reativas de Oxigecircnio

ERN - Eacutespecies Reativas de Nitrogecircnio

RSS e SR - Selenosulfidos

SNP - Single Nucleotide Polymorfism

STR - Simple Tandem Repeats

VNTR - Variable Number of Tandem Repeats

PCK - Proteiacutena Quinases

DNA - Aacutecido Desoxirribonucleico

C - Citocina

T - Timina

SDM - Seleno Dimetil ndash Mercuacuterio

MDA - Malondialdeiacutedo

ORAC - Capacidade Antioxidante

8-OHdG - 8 Hidroxidodesoxiguanosina

CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente

Na - Soacutedio

Se-Met - Selenometionina

mv - MassaVolume

PA - Pureza Analiacutetica

LAN - Anaacutelise por Ativaccedilatildeo Neutrocircnica

AOAC - Association of Official Analytical Chemists

NCHS - National Center of Health and Statistics

HGQTAAS - Espectrometria de Absorccedilatildeo Atocircmica por Geraccedilatildeo de Hidretos

Acoplados agrave Cela de Quartzo

CVAAS - Espectrometria de Absorccedilatildeo Atocircmica com Geraccedilatildeo de Vapor Frio

IPEN - Instituto de Pesquisa Energeacutetica Nuclear

IMC -Iacutendice de Massa Corpoacuterea

15

CC - Circunferecircncia da Cintura

LD - Limite de Detecccedilatildeo

LQ - Limite de Quantificaccedilatildeo

PNJ

IAEA

- Parque Nacional do Jauacute

- Agecircncia Internacional de Energia Atocircmica

UNIR - Universidade Federal de Rondocircnia

SEDUC - Secretaria de Educaccedilatildeo

SESAU - Secretaria da Sauacutede

ABESO - Associaccedilatildeo Brasileira para Estudo da Obesidade e da Siacutendrome Metaboacutelica

LANCRPq - Laboratoacuterio de Anaacutelise por Ativaccedilatildeo Neutrocircnica

IPENCNEN - Instituto de Pesquisas Energeacuteticas Nucleares

FCF - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas

USP - Universidade de Satildeo Paulo

16

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 18

2 REVISAtildeO DA LITERATURA 20

21 SELEcircNIO 20

211 Fontes Biodisponibilidade e Recomendaccedilatildeo 21

212 Aspectos Fisioloacutegicos Absorccedilatildeo Biodisponibilidade Armazenamento e Excreccedilatildeo 24

213 Funccedilotildees e Accedilotildees 25

214 Deficiecircncia e Toxicidade 29

22 MERCUacuteRIO30

23 ESTRESSE OXIDATIVO 33

24 POLIMORFISMOS 35

241 Polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) no Gene da GPx 36

242 Polimorfismo GSTM1 no Gene da GST 38

3 OBJETIVOS 41

31 OBJETIVO GERAL 41

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 41

4 METODOLOGIA 42

41 CASUIacuteSTICA E DELINEAMENTO 42

42 COLETA DE DADOS42

43 AVALIACcedilAtildeO ANTROPOMEacuteTRICA 45

44 CONSUMO ALIMENTAR 46

45 DETERMINACcedilAtildeO DA CONCENTRACcedilAtildeO DE SELEcircNIO NO PLASMA E ERITROacuteCITOS 47

46 DETERMINACcedilAtildeO DA ATIVIDADE DA GPx 48

47 PROCESSAMENTO E ANAacuteLISE DE MERCUacuteRIO NOS CABELOS 48

48 DETERMINACcedilAtildeO DA CONCENTRACcedilAtildeO PLASMAacuteTICA DE MALONDIALDEIacuteDO 50

49 DETERMINACcedilAtildeO DA CAPACIDADE DE ABSORCcedilAtildeO DE RADICAIS DE OXIGEcircNIO 51

410 PREPARACcedilAtildeO DAS AMOSTRAS PARA ANAacuteLISE DOS POLIMORFISMOS 52

4101 Determinaccedilatildeo do Polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) 52

4102 Determinaccedilatildeo do Polimorfismo GSTM1 53

411 ANAacuteLISES ESTATIacuteSTICAS 53

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 54

51 CARACTERIZACcedilAtildeO DA POPULACcedilAtildeO 54

52 AVALIACcedilAtildeO ANTROPOMEacuteTRICA 55

53 CONSUMO ALIMENTAR 57

17

54 MARCADORES BIOQUIacuteMICOS DO ESTADO NUTRICIONAL RELATIVO AO SELEcircNIO 60

55 SEEcircNIO E ATIVIDADE DA ENZIMA GPx 1 65

56 SELEcircNIO E CONCENTRACcedilOtildeES DE MERCUacuteRIO 67

57 SELEcircNIO E AVALIACcedilAtildeO DO ESTRESSE OXIDATIVO MDA E ORAC 71

58 POLIMORFISMO PRO198LEU 73

59 POLIMORFISMO GSTM1 76

6 CONCLUSAtildeO 80

7 CRONOGRAMA 81

REFEREcircNCIAS 82

APEcircNDICES 100

ANEXOS 118

18

1 INTRODUCcedilAtildeO

O selecircnio (Se) eacute um mineral traccedilo essencial para a biologia humana e esta

essencialidade foi reconhecida em 1979 apesar deste elemento ter sido descoberto em 1817

Dentre as funccedilotildees atribuiacutedas a este mineral destacam-se a funccedilatildeo antioxidante e proteccedilatildeo

contra accedilatildeo nociva de metais toacutexicos aleacutem de atuar em niacutevel de sistema imunoloacutegico

(NAVARRO-ALARCON e LOacutePEZ-MARTINEZ 2000 REILLY 1996) A funccedilatildeo

antioxidante estaacute relacionada agraves selenoproteiacutenas como a P e agraves glutationas peroxidases (GPx)

que satildeo dependentes de Se (HSIEH et al 2006) As GPx satildeo selenoproteiacutenas encontradas em

todos os tecidos de mamiacuteferos em que haacute processos oxidativos cuja accedilatildeo eacute reduzir a produccedilatildeo

de Espeacutecies Reativas de Oxigecircnio (ERO) contribuindo para a proteccedilatildeo das macromoleacuteculas e

membranas do organismo contra a oxidaccedilatildeo (GONZAGA et al 2005)

O homem obteacutem Se por meio da alimentaccedilatildeo (REILLY 1996 FAacuteVARO et al 2000

GONZAGA 2002 THOMSON 2006) e a quantidade do mineral presente nos alimentos

reflete a concentraccedilatildeo do solo sendo essa distribuiccedilatildeo heterogecircnea ou seja um alimento da

mesma espeacutecie proveniente de aacutereas distintas pode apresentar concentraccedilotildees de Se diferentes

(AMOUROUX et al 2001 MARTENS e COZZOLINO 2012) No Brasil Cozzolino et al

(2007) evidenciaram que feijotildees produzidos no estado de Satildeo Paulo tinham menores

concentraccedilotildees de Se (0016 μg de Seg) quando comparados aos feijotildees do Cearaacute (12 μg de

Seg)

Dessa forma pode-se supor que as regiotildees norte e nordeste apresentam maiores

concentraccedilotildees de Se no solo enquanto as regiotildees centro-oeste e sudeste tendem a apresentar

concentraccedilotildees menores indicando maior risco de desenvolvimento da deficiecircncia do mineral

nas duas uacuteltimas regiotildees (COZZOLINO et al 2007 MARTENS e COZZOLINO 2012) A

regiatildeo norte aleacutem de ser considerada uma das aacutereas com solos mais ricos em Se tambeacutem

apresenta de forma abundante o alimento considerado a melhor fonte do mineral a castanha-

do-brasil (Bertholletia excelsa) (ROCHA et al 2014)

Um estudo realizado por Gonzaga (2002) avaliou o estado nutricional relativo ao Se

em 41 crianccedilas de Macapaacute (AP) e de Beleacutem (PA) de acordo com os resultados as crianccedilas

avaliadas natildeo apresentaram deficiecircncia em Se

Rocha et al (2014) tambeacutem avaliaram crianccedilas da regiatildeo norte em duas localidades

ribeirinhas da cidade de Porto Velho (RO) obtendo um total de 42 participantes As crianccedilas

ribeirinhas de Demarcaccedilatildeo apresentaram concentraccedilotildees plasmaacuteticas de Se abaixo da

19

referecircncia para a faixa etaacuteria enquanto as crianccedilas da segunda localidade Gleba do Rio Preto

apresentaram concentraccedilotildees elevadas constituindo risco de toxicidade

Bortoli (2010) avaliou 55 mulheres de uma comunidade ribeirinha de Manaus (AM)

denominada de Novo Airatildeo e observou que a meacutedia de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio estava

dos valores da normalidade

Com base nesses estudos observa-se que natildeo eacute possiacutevel estabelecer um diagnoacutestico

preciso sobre o status de Se na regiatildeo norte sendo necessaacuterios mais estudos principalmente

com a populaccedilatildeo das cidades

Em contrapartida agrave suposiccedilatildeo que a regiatildeo norte ou amazocircnica pode ter solos ricos em

Se a mesma tambeacutem eacute considerada uma aacuterea de risco de exposiccedilatildeo ao mercuacuterio (Hg) um

metal toacutexico que natildeo exerce funccedilatildeo bioloacutegica Segundo Fadini e Jardim (2001) esta

contaminaccedilatildeo eacute devida aos processos naturais e antroacutepicos

Alguns autores sugerem que a populaccedilatildeo da Amazocircnia apresenta a mais alta exposiccedilatildeo

ao Hg relatada no mundo e isso pode exigir um aumento da quantidade de Se no organismo

na tentativa de compensar tanto o estresse oxidativo quanto os efeitos toacutexicos provocados pelo

metal bem como para manter a atividade ideais de enzimas antioxidantes (FORDYCE 2005

RAYMAN 2008 LEMIRE et al 2010 PASSOS MERGLER 2008)

Diante desse cenaacuterio este projeto avaliou o estado nutricional relativo ao Se

concentraccedilotildees de Hg estresse oxidativo e a presenccedila dos polimorfismos geneacuteticos Pro198Leu

no gene da GPx e GSTM1 no gene da glutationa S-transferase (GST) de mulheres residentes

na cidade de Porto Velho (RO) Vale mencionar que estudos sobre o Se satildeo inexistentes nesta

populaccedilatildeo e a maioria das pesquisas realizadas com o Hg na Amazocircnia avaliou apenas

populaccedilotildees ribeirinhas

20

2 REVISAtildeO DA LITERATURA

21 SELEcircNIO

O Se foi descoberto pelo quiacutemico sueco Jons Jakob Berzelius no ano de 1817 em seus

experimentos sobre a oxidaccedilatildeo do aacutecido sulfuacuterico pesquisando agentes toacutexicos (FOX

FAIRWEATHER 1999) Em 1957 Schwartz e Foltz descobriram a sua importacircncia para a

sauacutede animal quando verificaram que pequenas quantidades de Se apresentavam accedilatildeo

protetora em ratos com necrose hepaacutetica e deficiecircncia em vitamina E (NAVARRO-

ALARCON LOacutePEZ-MARTINEZ 2000) Em 1973 Rotruck isolou a enzima GPx e verificou

a presenccedila de Se em seu siacutetio ativo (BAYOUMY-EL 2001) A essencialidade do Se para os

humanos foi reconhecida em 1979 quando cientistas chineses descobriram uma doenccedila por

deficiecircncia de Se em uma regiatildeo da China chamada Keshan a qual deu origem ao nome desta

doenccedila e quando a suplementaccedilatildeo com Se atuou em caso de distrofia muscular (ESTADOS

UNIDOS - IOMFNB 2001)

No processo de evoluccedilatildeo da terra o Se foi incorporado ao solo oriundo dos magmas e

gases vulcacircnicos e apoacutes o degelo da era glacial esse semi-metal foi espalhado por algumas

aacutereas do globo terrestre de forma heterogecircnea (KOHRLE 1999) Dessa forma as

caracteriacutesticas geoloacutegicas de cada regiatildeo influenciaram as concentraccedilotildees de Se nos solos

existindo locais onde esta concentraccedilatildeo eacute tatildeo elevada que pode causar intoxicaccedilatildeo em animais

que consomem as pastagens cultivadas (REILLY 1996) e em outras eacute tatildeo baixa que pode

causar deficiecircncia (SILVA et al 1993)

Solos com concentraccedilatildeo de Se ao redor de 005 microgg tendem a proporcionar dietas

com concentraccedilotildees menores que 01 microgg causando deficiecircncia do mineral enquanto solos

com mais de 5 microgg do mineral contribuem para a intoxicaccedilatildeo (OLDFIELD 1999) Por isso a

quantidade de Se existente nos alimentos na aacutegua e no ar reflete o teor deste mineral no solo

sendo dependente de fatores geoquiacutemicos como o pH sendo que solos com pH menor que

55 (aacutecido) apresentam baixa biodisponibilidade de Se e solos com pH maior que 75

(alcalino) apresentam Se mais biodisponiacutevel A natureza da rocha originaacuteria tambeacutem interfere

nas quantidades de Se no ambiente sendo aquelas ricas em granito e basalto pobres em Se e

as vulcacircnicas incandescentes calcaacuterias de carvatildeo e de pirita mais ricas no mineral

(BAOYAN ZHANG 2002 REILLY 1996 FOX FAIRWEATHER-TAIT 1999 GONZAGA

MARTENS COZZOLINO 2007 2012) Isso explica porque a quantidade de Se no mesmo tipo

de alimento proveniente de aacutereas diferentes pode ser muito heterogecircnea (AMAROUX et al

21

2001) Estima-se que cerca de 50 a 77 do Se presente na superfiacutecie da terra seja oriundo

dos oceanos que se depositou por via uacutemida ou seca por meio dos gases dimetilselenido e

dimetilselenilsulfido produzidos de forma sazonal por fitoplacircnctons em especial pelas

bacteacuterias Coccolithophorid e por isso as aacutereas mais proacuteximas de oceanos possuem solos com

maior concentraccedilatildeo de Se (AMAROUX et al 2001)

No Brasil Martens e Cozzolino (2002) avaliaram alguns cultivares de feijotildees de cada

regiatildeo do paiacutes e verificaram que a concentraccedilatildeo de Se foi maior nos alimentos cultivados nas

regiotildees Norte e Nordeste sugerindo que os solos destes locais apresentam maiores

concentraccedilatildeo do mineral Os pesquisadores constataram tambeacutem que os solos com elevadas

concentraccedilotildees de Se produziram alimentos mais ricos neste nutriente e consequentemente

um consumo alimentar adequado Por outro lado em estados como Satildeo Paulo e Mato Grosso

foram encontradas menores concentraccedilotildees de Se nos solos e os indiviacuteduos residentes nestes

estados apresentaram maiores inadequaccedilotildees da ingestatildeo alimentar de Se (COZZOLINO

2007)

Na natureza o Se se encontra em 4 quatro estados de oxidaccedilatildeo nos solos aacutecidos como

Se elementar (0) selenido (+2) e selenito (+4) que satildeo menos soluacuteveis e assimilaacuteveis

enquanto em terras alcalinas tecircm mais selenato (+6) mais soluacutevel e assimilaacutevel pelas plantas

e animais (ORTUNtildeO et al 1997 GONZAGA MARTENS COZZOLINO 2012) Nos

alimentos o Se pode ser encontrado sob as formas orgacircnica e inorgacircnica na forma orgacircnica

como selenometionina (alimentos de origem vegetal e animal e em alguns suplementos

alimentares) como selenocisteiacutena principalmente em fontes de origem animal e como

selenometilselenocisteiacutena principal forma encontrada em vegetais (NAVARRO-ALARCON

2008) Na forma inorgacircnica como selenito (SeO32-

) e selenato (SeO42) em suplementos pois

essas formas aparecem em poucas quantidades nos alimentos (RAYMAN 2000)

211 Fontes Biodisponibilidade e Recomendaccedilatildeo

A castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa famiacutelia Lecythidaceae) eacute considerada o

alimento mais rico em Se com concentraccedilotildees que variam de 8 a 126 microgg (GONZAGA

2002 REILLY 1996 THOMSON 2006 GONZAGA MARTENS COZZOLINO 2012)

Diversos estudos com essa amecircndoa foram conduzidos com a finalidade de determinar o seu

teor de Se Souza e Menezes (2004) avaliaram 70kg de castanha-do-Brasil com casca da

safra de 2001 obtidas de lote a granel na Centrais de Abastecimento de Campinas SA

(CEASA) em Satildeo Paulo e observaram concentraccedilatildeo de 204 microgg (correspondente a 204

22

microg100g) de Se Chang et al (1995) analisaram dois lotes de castanha-do-brasil um

proveniente da regiatildeo do AcreRondocircnia e outro da regiatildeo de ManausBeleacutem e as

concentraccedilotildees de Se variaram de 306 a 401 microgg e 360 a 500 microgg respectivamente

Trabalhos realizados pelos pesquisadores do Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo-Minerais da

Universidade de Satildeo Paulo tambeacutem avaliaram as concentraccedilotildees de Se em castanha-do-brasil

oriundas da regiatildeo norte (Quadro 1)

Quadro 1 Concentraccedilatildeo de Se (microgg) em castanha-do-brasil da regiatildeo norte do Brasil

Concentraccedilatildeo de Se (microgg)

COUTINHO (2001) GONZAGA (2002) BEHR (2004) MARTENS e COZZOLINO (2002) ROCHA (2014) STOCLER PINTO (2009) COMINETTI (2010) PIRES (2012)

19 40 17 43

583 58 58 115

Dados natildeo publicados - Meacutedia referente agrave determinaccedilatildeo de Se em dezoito lotes de castanha-do-brasil (safra 2011)

As frutas e as verduras em geral satildeo pobres em Se com exceccedilatildeo dos vegetais que satildeo

considerados acumuladores tais como o alho a mostarda indiana o broacutecolis a couve-de-

bruxelas a couve-flor o repolho a cebola e alguns cogumelos os quais podem fornecer boas

quantidades do mineral Nas regiotildees cujos solos tecircm quantidades significativas de Se o trigo

eacute uma boa fonte do mineral assim como os patildees e cereais (NAVARRO-ALARCON e

LOacutePEZ-MARTINEZ 2008)

A quantidade de proteiacutena presente no alimento deve ser considerada pois os alimentos

proteicos incorporam o Se de forma mais eficiente principalmente aqueles que possuem

maior concentraccedilatildeo de aminoaacutecidos que contenham enxofre como metionina e cisteiacutena

(BURK 1998) Alimentos como carne bovina frango peixe e ovos tambeacutem apresentam

quantidades significativas de Se assim como leite e seus derivados de acordo com a espeacutecie

animal e quantidade de gordura pois tanto o leite de vaca quanto os outros tipos que

apresentam maior quantidade de gordura possuem menores concentraccedilotildees do mineral

(NAVARRO-ALARCON 2008)

As melhores fontes de Se natildeo satildeo necessariamente as de maior biodisponibilidade Os

vegetais por exemplo em geral satildeo pobres no mineral entretanto apresentam uma

biodisponibilidade elevada variando de 85 a 100 Nos pescados que tambeacutem satildeo

23

considerados oacutetimas fontes de Se a biodisponibilidade varia de 20 a 50 Alguns

pesquisadores relacionam esta baixa biodisponibilidade agrave interaccedilatildeo do Se com o metal Hg que

pode estar presente nesses alimentos (ORTUNtildeO 1997 MARTENS et al 2012)

Com a descoberta da doenccedila de Keshan uma cardiomiopatia ocasionada pela

deficiecircncia de Se foi possiacutevel estabelecer recomendaccedilatildeo desse nutriente pois a doenccedila natildeo se

manifestava quando a quantidade consumida era igual ou maior que 191 microgdia em indiviacuteduo

adulto com 60 kg Acreditava-se que essa concentraccedilatildeo seria o menor valor de associaccedilatildeo

com o natildeo aparecimento dos sinais cliacutenicos da deficiecircncia do mineral (SHILS et al1994)

Entretanto atualmente sabe-se que a deficiecircncia de Se ocorre quando a ingestatildeo diaacuteria por

longos periacuteodos eacute menor ou igual a 11 microgdia Outro dado utilizado para determinar a

recomendaccedilatildeo de Se foi realizado atraveacutes da relaccedilatildeo entre a atividade da GPx no plasma e a

ingestatildeo do Se em indiviacuteduos adultos chineses residentes em uma aacuterea com solos

considerados pobres no mineral Os voluntaacuterios foram distribuiacutedos em cinco grupos e

receberam doses graduais de 0 10 30 60 e 90 microgdia de Se por via oral na forma de DL-

selenometionina Apoacutes cinco a oito meses a atividade da GPx respondeu de forma similar

para os trecircs concentraccedilotildees mais altos e esses resultados mostraram que uma ingestatildeo em torno

de 41 microgdia o equivalente a 30 microg da suplementaccedilatildeo mais 11 microg da dieta normal em um

homem de 60 kg eram suficientes para saturar a atividade da GPx (IOM 2001)

Com bases nesses dados foi possiacutevel estabelecer uma recomendaccedilatildeo de Se de acordo

com o Institute of Medicine (2001) A Ingestatildeo Dieteacutetica Recomendada (RDA) de Se para

indiviacuteduos adultos a partir dos 19 anos de idade foi estabelecida em 55 microgdia natildeo devendo

ultrapassar o niacutevel maacuteximo de Ingestatildeo Toleraacutevel (UL) estabelecido de 400 microgdia O Quadro

2 apresenta as Ingestotildees Dieteacuteticas de Referecircncia (DRI) de Se propostas pelo IOM (2006)

para populaccedilatildeo adulta

Quadro 2 Ingestatildeo Dieteacutetica de Referecircncia (DRIs) relativas ao Se em microgdia a partir de 1 ano

de idade de acordo com o Institute of Medicine (IOM 2006)

Idade (anos) EAR

Se microgdia

RDA

Se microgdia

UL

Se microgdia

˃ 14 45 55 400

EAR ndash Necessidade Meacutedia Estimada valor de ingestatildeo diaacuteria de um nutriente suficiente para suprir a

necessidade de metade dos indiviacuteduos saudaacuteveis de um determinado grupo do mesmo gecircnero e estaacutegio de vida

RDA ndash Ingestatildeo Dieteacutetica Recomendada eacute o niacutevel de ingestatildeo dieteacutetica diaacuteria suficiente para atender agraves

necessidades de um determinado nutriente de praticamente todos (97 a 98) os indiviacuteduos saudaacuteveis de um

determinado grupo do mesmo gecircnero e estaacutegio de vida

24

UL ndash Niacutevel Maacuteximo de Ingestatildeo Toleraacutevel eacute o valor mais alto da ingestatildeo diaacuteria continuada de um nutriente que

aparentemente natildeo oferece nenhum efeito adverso agrave sauacutede para todos os indiviacuteduos de um mesmo estaacutegio de

vida ou gecircnero

212 Aspectos Fisioloacutegicos Absorccedilatildeo Biodisponibilidade Armazenamento e Excreccedilatildeo

A absorccedilatildeo do Se acontece no duodeno ceco e coacutelon onde a selenometionina eacute

absorvida por um mecanismo de transporte ativo o selenito por difusatildeo simples o selenato

em conjunto com o sulfato por meio de carreadores mediados por soacutedio e a selenocisteiacutena por

transporte ativo comum aos aminoaacutecidos baacutesicos (histidina lisina e arginina) A

selenometilselenocisteiacutena natildeo eacute incorporada como selenometionina sendo convertida

rapidamente em metilselenol (FAIRWEATHERTAIT et al 2011)

Nos enteroacutecitos o Se eacute reduzido a selenito (H2Se) e em seguida transportado no

sangue ligado a proteiacutenas principalmente a fraccedilotildees de β-lipo proteiacutena de muito baixa

densidade e em menor quantidade em outros tipos de proteiacutenas como a albumina

especialmente quando a selenometionina eacute a principal forma presente nos alimentos

(REILLY 1996 PAPP et al 2007)

A biodisponibilidade do Se pode ser prejudicada por alguns fatores quantidade

ingerida a partir da dieta origem do Se consumido interaccedilatildeo com metais toacutexicos eficiecircncia

da digestatildeo formaccedilatildeo de compostos absorviacuteveis tempo do tracircnsito intestinal estado

nutricional do organismo em relaccedilatildeo ao Se doenccedilas do trato gastrintestinal conversatildeo para

formas biologicamente ativas apoacutes absorccedilatildeo e incorporaccedilatildeo agrave enzima GPx (IOM 2001) Na

determinaccedilatildeo da biodisponibilidade do Se alimentar a etapa limitante eacute a incorporaccedilatildeo da

forma biologicamente ativa selenocisteiacutena agrave GPx ou agraves 5 deiodinases nos tecidos

(HOLBEN SMITH 1999)

A excreccedilatildeo do Se ocorre principalmente pela via urinaacuteria (REILLY 1996 PAPP et

al 2007) e os compostos de Se tanto aqueles que entram no pool de selenito como os

convertidos a metilselenol satildeo metilados por tioacuteis-metiltransferases e geram diferentes formas

metaboacutelicas metiladas do mineral que seratildeo excretadas contribuindo para a homeostase Na

urina predominam as formas monometiladas nos casos de baixas ingestotildees e o

trimetilselenocircnio quando o Se eacute consumido em altas quantidades Quando os iacuteons de

trimetilselenocircnio atingem seu platocirc metaboacutelico ocorre a excreccedilatildeo pulmonar de

dimetilselenocircnio volaacutetil responsaacutevel pelo odor caracteriacutestico de alho na respiraccedilatildeo

(LETAVAYOVAacute et al 2006 PAPP et al 2007)

25

A Figura 1 ilustra o metabolismo do Se em mamiacuteferos onde os metaboacutelitos de Se

provenientes da alimentaccedilatildeo entram na ceacutelula e se juntam ao pool existente gerando selenito

que seraacute utilizado como fonte de Se para a siacutentese da selenocisteiacutena precursora das

selenoproteiacutenas (PAPP et al 2007)

Figura 1 Aspectos fisioloacutegicos do Se em mamiacuteferos

Adaptado de PAPP et al (2007)

(GSH = glutationa TrxRTrx = tioredoxina redutasetioredoxina)

213 Funccedilotildees e Accedilotildees

A propriedade antioxidante do Se estaacute relacionada agraves GPx que satildeo dependentes deste

mineral As GPx agem na proteccedilatildeo celular contra os danos provocados por radicais livres

juntamente com um sistema antioxidante complexo que envolve outras substacircncias

(HOLBEN SMITH 1999)

O Se eacute incorporado na forma de selenocisteiacutena no siacutetio ativo de um grande nuacutemero de

proteiacutenas Acredita-se que cerca de 100 selenoproteiacutenas possam existir no organismo de

mamiacuteferos Atualmente satildeo conhecidas 22 selenoproteiacutenas organizadas em grupos diferentes

Se Alimentar

Selenometionina

Selenito

Selenato

Selenocisteiacutena

(Sec)

Outras formas

ENTEROacuteCITO

Pool Intracelular de Selecircnio

Selenometionina

Selenito Selenato

GSS e SG (selenodiglutationa)

CH3SeH (metilselenol) etc

Incorporaccedilatildeo natildeo especiacutefica de

proteiacutenas ligadoras de selecircnio

Selenoproteiacutenas

Liases

GSH

TrxRTrx

H2Se

(selenido)

Sec

26

em funccedilatildeo da localizaccedilatildeo e das propriedades funcionais da selenocisteiacutena sendo que metade

destas apresenta caracteriacutesticas antioxidantes O grupo das GPx eacute o mais abundante Estas

selenoproteiacutenas satildeo encontradas em todos os tecidos de mamiacuteferos em que haacute processos

oxidativos e podem reduzir a produccedilatildeo de espeacutecies reativas de oxigecircnio contribuindo para a

proteccedilatildeo das macromoleacuteculas e membranas do organismo contra a oxidaccedilatildeo (BROWN et al

2001 TAPIERO et al 2003 GONZAGA et al 2005)

A GPx 1 tambeacutem conhecida como GPx citosoacutelica foi a primeira enzima dependente

de Se a ser identificada em 1953 em eritroacutecitos onde protege a hemoglobina de danos

oxidativos Essa GPx eacute encontrada no citosol das ceacutelulas sendo expressa em todos os tecidos

(BROWN 2001 LEI 2007) e tem como funccedilatildeo reduzir o peroacutexido de hidrogecircnio e

hidroperoacutexidos orgacircnicos livres transformando-os em aacutegua e aacutelcool respectivamente

(GONZAGA et al 2005)

A segunda isoforma GPx 2 ou gastrintestinal eacute encontrada no trato gastrintestinal e

no fiacutegado e age protegendo o organismo contra os hidroperoacutexidos na passagem pelo trato

gastrintestinal (GONZAGA et al 2005) A GPx 3 ou plasmaacutetica eacute sintetizada primeiramente

nas ceacutelulas tubulares renais e sua funccedilatildeo eacute servir de barreira antioxidante para o sangue

filtrado e proteger as ceacutelulas endoteliais do dano oxidativo (DUMONT 2006) A quarta

isoforma GPx 4 ou fosfolipiacutedio hidroperoacutexido tem como funccedilatildeo proteger as membranas das

ceacutelulas contra a accedilatildeo dos hidroperoacutexidos de aacutecidos graxos e tambeacutem reduzir a formaccedilatildeo de

hidroperoacutexidos de colesterol e de eacutester de colesterol nas membranas e nas lipoproteiacutenas de

baixa densidade (LDL) (SAVASKAN et al 2007)

Aleacutem dessas quatro isoformas foram descobertas tambeacutem a GPx 6 no epiteacutelio do

olfato e tecidos embrionaacuterios e outras variantes na qual o resiacuteduo de selenocisteiacutena eacute

substituiacutedo por cisteiacutena incluindo a GPx 5 com expressatildeo restrita no epidiacutedimo e a GPx 7

(PAPP et al 2007) Entretanto ainda natildeo se sabe exatamente qual a accedilatildeo dessas GPx

(HERBETTE et al 2007)

O Se pode interagir com um grande nuacutemero de metais toacutexicos como arsecircnio (As)

caacutedmio (Cd) Hg cobre (Cu) prata (Ag) chumbo (Pb) e platina (Pt) podendo alterar a

toxicidade e prevenir possiacuteveis manifestaccedilotildees toxicoloacutegicas em razatildeo da exposiccedilatildeo aos

mesmos (ORTUNtildeO et al 1997) Uma das hipoacuteteses para explicar essa interaccedilatildeo seria uma

reaccedilatildeo direta desses metais com o Se na forma inorgacircnica formando substacircncias

biologicamente inativas no interior do trato gastrintestinal Este mecanismo de interaccedilatildeo foi

encontrado em estudos com o Cd Pt Pb Ag e Hg Uma segunda hipoacutetese seria a reaccedilatildeo do

Se com grupos tioacuteis de algumas moleacuteculas para formar selenosulfidos (RSSeSR) que

27

possuem forte afinidade por metais (ORTUNtildeO et al 1997 ALARCOacuteN e MARTINEZ

2000)

A interaccedilatildeo entre o Hg e o Se tem sido estudada haacute mais de trecircs deacutecadas e envolve

uma variedade de processos bioquiacutemicos e toxicoacutelogicos ainda desconhecidos (CHEN et al

2006) Estudos conduzidos em animais foram realizados para tentar esclarecer os mecanismos

dessa interaccedilatildeo mesmo assim estes natildeo foram completamente elucidados (GREGUS et al

2001) Pesquisas in vitro sugerem que o efeito protetor do Se em relaccedilatildeo aos efeitos toacutexicos do Hg

seja em razatildeo da formaccedilatildeo de um complexo inerte Hg-Se (11) ligado agrave selenoproteiacutena P (Sepp1) no

sangue (DRASCH et al 2000)

A Figura 2 ilustra um possiacutevel mecanismo de destoxificaccedilatildeo muacutetua de Se e Hg elaborado

por Gailer et al (2000) onde o Se na forma de selenito ao ser incorporado nos eritroacutecitos eacute

reduzido atraveacutes da glutationa e no plasma liga-se agrave albumina proteiacutena responsaacutevel pelo transporte

sanguiacuteneo de Hg Sendo assim o Se natildeo reagiria de forma direta com o Hg livre mas com o Hg

ligado agrave albumina formando o complexo Hg-Se que por sua vez liga-se agrave selenoproteiacutena P e

tambeacutem aos resiacuteduos de histidina e cisteiacutena presentes na proteiacutena

Vale mencionar que a selenoproteiacutena P eacute uma glicoproteiacutena que transporta a maior parte de

Se no plasma dessa forma nos casos em que haacute deficiecircncia em Se a siacutentese de selenoproteiacutena P

pode estar prejudicada assim como a sua concentraccedilatildeo no plasma A existecircncia da selenoproteiacutena P

foi relatada haacute aproximadamente 30 anos poreacutem o progresso na tentativa de esclarecer as suas

funccedilotildees tecircm se destacado nos uacuteltimos anos (BURK HILL 2009)

Figura 2 Esquema de um possiacutevel mecanismo de destoxificaccedilatildeo muacutetua de Se e Hg

Adaptado de Gailer et al (2000)

SeO32-

e Se2-

= selenito Hg2+

= mercuacuterio livre HgSe = complexo Hg Se

HgSe

SeO32-

SeO32- Se2-GSH

Eritroacutecito

Se2-

Hg2+ (albumina)HgSe

Selenoproteiacutena P

HgSeHgSe

HgSe

28

Concentraccedilotildees adequadas de Se tambeacutem estatildeo relacionadas ao funcionamento

adequado do sistema imunoloacutegico Propriedades como quimiotaxia migraccedilatildeo e atividade

fungicida satildeo indicadores claramente dependentes da concentraccedilatildeo de Se nas ceacutelulas

fagocitaacuterias Efeitos reguladores do sistema imunoloacutegico satildeo explicados pela manutenccedilatildeo da

integridade das membranas das ceacutelulas imunocompetentes em condiccedilotildees adequadas de Se

Por isso satildeo atribuiacutedas ao Se funccedilotildees nas ceacutelulas do sistema imunoloacutegico como manutenccedilatildeo

da integridade das ceacutelulas imunocompetentes reduccedilatildeo dos peroacutexidos orgacircnicos e inorgacircnicos

formados por reaccedilotildees originadas dos radicais livres na ceacutelula regulaccedilatildeo do metabolismo dos

hidroperoacutexidos que levam agrave siacutentese de leucotrienos tromboxanos prostaglandinas e

lipoacutexidos e modulaccedilatildeo dos produtos oxidativos na respiraccedilatildeo das ceacutelulas fagocitaacuterias

(ORTUNtildeO et al 1997)

O Se tambeacutem participa na conversatildeo de tiroxina (T4) em tritiodotironina (T3) por

meio das deiodinases tipo I II e III A deficiecircncia em Se no organismo causa um decreacutescimo

de 15 a 20 na conversatildeo de T4 em T3 A enzima 5rsquo-deiodinase tipo 1 (IDI) eacute uma

selenoproteiacutena encontrada principalmente no fiacutegado e rins responsaacutevel pela conversatildeo da

forma inativa do proacute-hormocircnio T4 que eacute secretado pela tireoide agrave forma metabolicamente ativa

triiodotironina (T3) Nos casos de deficiecircncia em Se o T4 estaacute aumentado no plasma enquanto o T3

estaacute diminuiacutedo (KOumlHRLE 2000)

Outras accedilotildees protetoras do Se tecircm sido descritas no contexto das Doenccedilas Crocircnicas

Natildeo Transmissiacuteveis (DCNT) Alguns mecanismos foram propostos para esclarecer a inibiccedilatildeo

do aparecimento do cacircncer pela accedilatildeo do Se como reduccedilatildeo da hipermetilaccedilatildeo do DNA

causada pelo aumento da atividade da DNA metiltransferase regulaccedilatildeo da hipometilaccedilatildeo do

DNA que paradoxalmente ocorre durante a progressatildeo do tumor e proteccedilatildeo antioxidante que

promove equiliacutebrio entre a formaccedilatildeo de radicais livres e o funcionamento celular normal (DAVIS e

UTHUS 2002) Quando esse equiliacutebrio eacute interrompido pelo acuacutemulo de radicais livres a ceacutelula

entra em estresse oxidativo e consequentemente em instabilidade geneacutetica alterando certos

fatores de transcriccedilatildeo ou oxidando o DNA na sua base 8-hidroxidodesoxiguanosina (8-OHdG)

(BAYOUMY-EL 2001)

Estudos epidemioloacutegicos mostram correlaccedilatildeo positiva entre maior ingestatildeo de Se e

menor incidecircncia de cacircncer de tireoide pele mama ovaacuterio proacutestata e trato gastrintestinal

especialmente o coloretal (ORTUNtildeO et al 1997 NAVARRO-ALARCON e LOacutePEZ-

MARTINEZ 2000 DAVIS e UTHUS 2002) O Se tambeacutem pode diminuir o risco de

outras doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis como aterosclerose trombose arteri al e

diabetes melito (NAVARRO-ALARCON e LOacutePEZ-MARTINEZ 2000)

29

214 Deficiecircncia e Toxicidade

A deficiecircncia em Se ocorre quando a ingestatildeo diaacuteria eacute menor ou igual a 11 microgdia

enquanto ingestotildees acima de 400 microgdia podem levar agrave toxicidade (IOMFNB 2001 ZHANG

et al 2002) Os grupos mais vulneraacuteveis agrave deficiecircncia satildeo fumantes idosos gestantes

lactentes crianccedilas de 2 a 10 anos adolescentes do gecircnero feminino indiviacuteduos submetidos agrave

nutriccedilatildeo parenteral total sem suplementaccedilatildeo com Se por um periacuteodo superior a 20 ou 30 dias

enfermos de doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis indiviacuteduos sujeitos a elevado estresse e

doenccedilas debilitantes (AIDS hepatite C hanseniacutease) populaccedilotildees que habitam aacutereas com solos

pobres em Se aleacutem de populaccedilotildees que habitam aacutereas antropogecircnicas ou naturalmente

contaminadas por Hg (ORTUNtildeO et al 1997 BURKE e OPESKIN 2002 MARTENS et al

2012)

A doenccedila de Kesha definida como uma cardiomiopatia que afeta crianccedilas e mulheres

jovens estaacute diretamente relacionada agrave baixa ingestatildeo alimentar de Se a forma aguda eacute

caracterizada por insuficiecircncia suacutebita da funccedilatildeo cardiacuteaca e a fase crocircnica degeneraccedilatildeo dos

muacutesculos (especialmente necrose multifocal e fibrose no miocaacuterdio) cardiomegalia isquemia

do miocaacuterdio eletrocardiograma anormal e edema pulmonar Outra consequecircncia associada agrave

deficiecircncia eacute a doenccedila de Kashin-Beck osteoartrite endecircmica que ocorre durante a preacute-adolescecircncia

ou adolescecircncia podendo resultar em nanismo e deformaccedilatildeo das articulaccedilotildees (HOLBEN e SMITH

1999) Ressalta-se que no Brasil natildeo haacute relatos dessas deficiecircncias graves

Jaacute os sintomas da intoxicaccedilatildeo por Se satildeo distuacuterbios gastrintestinais graves paladar

metaacutelico odor de alho exalado pelas vias respiratoacuterias distuacuterbios neuroloacutegicos siacutendrome do

estresse respiratoacuterio infarto do miocaacuterdio e falecircncia renal (HOLBEN e SMITH 1999) A

toxicidade crocircnica tanto pelas formas orgacircnicas quanto inorgacircnicas apresenta caracteriacutesticas

cliacutenicas semelhantes poreacutem as concentraccedilotildees teciduais do mineral satildeo diferentes (IOM

2000)

De acordo com Yang et al (1983) os tecidos e oacutergatildeos mais afetados pela toxicidade de

Se satildeo as unhas cabelos pele e sistema nervoso As unhas tornam-se quebradiccedilas com

pontos brancos e estrias longitudinais na superfiacutecie seguido de queda da parede da unha

iniciada nos polegares Os cabelos tornam-se sem brilho e quebram-se facilmente na raiz e

aqueles que nascem em geral satildeo despigmentados Esta caracteriacutestica pode ser observada em

outros locais como axilas braccedilos e aacuterea puacutebica As lesotildees de pele ocorrem principalmente em

quatro pontos palma das matildeos e peacutes nuca cotovelos e pernas com aparecircncia inflamada e

eruptiva agraves vezes ulcerada As anormalidades no sistema nervoso soacute ocorrem nos casos de

30

maior gravidade e os sintomas incluem paralisia perifeacuterica formigamentos hiper-reflexatildeo dos

tendotildees espasmos distuacuterbio motor e hemiplegia (YANG et al 1983)

Vaacuterios fatores podem influenciar a gravidade e o tempo de aparecimento dos sinais

cliacutenicos da intoxicaccedilatildeo por Se como idade estado de nutriccedilatildeo e sauacutede do indiviacuteduo e

recidivas de alta ingestatildeo do mineral (IOMFNB 2001) Segundo Zhang et al (2002)

indiviacuteduos que jaacute sofreram intoxicaccedilatildeo por alta ingestatildeo de Se satildeo mais susceptiacuteveis a outra

intoxicaccedilatildeo provocada por menores quantidades do mineral Ingestatildeo de 910 microgdia pode

causar alteraccedilotildees nas unhas (IOMFNB 2001) Registros sobre intoxicaccedilatildeo por Se foram

encontrados em Enshi (China) onde a prevalecircncia da doenccedila ocorreu entre os anos de 1961 e

1964 com uma taxa de mortalidade de 50 da populaccedilatildeo de 248 habitantes (REILLY 1996)

Na Venezuela em um local chamado Vila Bruzual foram registrados casos de intoxicaccedilatildeo

nas crianccedilas em fase escolar sendo esta regiatildeo considerada seleniacutefera (JAFFEacute et al 1972)

22 MERCUacuteRIO

O Hg eacute o uacutenico metal que se apresenta no estado liacutequido em temperatura ambiente e a

0degC (BISINOTI 2005) presente naturalmente na crosta terrestre aacutegua e atmosfera Dentre as

diferentes formas quiacutemicas a espeacutecie de distribuiccedilatildeo mais ampla eacute o Hg na forma de vapor

predominante na atmosfera seguido da forma inorgacircnica dominante em aacuteguas naturais e do

metilmercuacuterio que eacute de extrema importacircncia ambiental em razatildeo de sua elevada toxicidade

principalmente em mamiacuteferos (GALVAtildeO et al 2007)

As primeiras evidecircncias dos efeitos neurotoxicoloacutegicos do Hg em consequecircncia da

ingestatildeo materna de alimentos contaminados foram observadas em crianccedilas na cidade de

Minamata no Japatildeo onde o metilmercuacuterio liberado de uma induacutestria quiacutemica contaminou as

aacuteguas da baiacutea e os peixes consumidos pela populaccedilatildeo Em 1953 a doenccedila de Minamata foi

reconhecida como uma doenccedila neuroloacutegica e chamou atenccedilatildeo do mundo para o problema da

intoxicaccedilatildeo por metais toacutexicos (TAKEUCKI e ETO 1999 FARIAS et al 2006) O Hg entatildeo

passou a ser considerado um dos metais mais perigosos no que diz respeito agrave contaminaccedilatildeo

ambiental e agrave sauacutede humana (FARIAS et al 2006)

Apoacutes a intoxicaccedilatildeo por Hg em Minamata as pesquisas foram direcionadas para os

possiacuteveis efeitos da exposiccedilatildeo crocircnica assim como concentraccedilotildees baixas de metilmercuacuterio

principalmente em crianccedilas em virtude da transferecircncia materna infantil durante a gestaccedilatildeo

uma vez que esse metal ultrapassa facilmente a barreira placentaacuteria e pode causar

31

consequecircncias graves agrave sauacutede do bebecirc que eacute sensiacutevel a menores concentraccedilotildees quando

comparados aos adultos (GALVAtildeO et al 2007)

A exposiccedilatildeo e acumulo do Hg durante o desenvolvimento fetal e amamentaccedilatildeo estatildeo

diretamente relacionados com a carga materna e a transferecircncia desse metal para a placenta e

leite materno (STEUERWALD et al 2000 CEacuteZAR 2002 MARQUES 2002) O alimento

que mais contribui para a contaminaccedilatildeo por Hg eacute o peixe pois as espeacutecies aquaacuteticas absorvem

o Hg na forma de metilmercuacuterio (DOMINGUES 2000) e o grau de exposiccedilatildeo eacute influenciado

por fatores como a frequecircncia da ingestatildeo de pescados a preferecircncia (peixes carniacutevoros

apresentam maiores quantidade de Hg) tamanho e niacutevel troacutefico (PARADIS et al 1997)

O Hg ao entrar na circulaccedilatildeo sanguiacutenea se liga a proteiacutenas e se distribui pelos tecidos

concentrando-se nos rins fiacutegado medula oacutessea ceacuterebro ossos e pulmotildees (SAacute et al 2006)

Os sinais e sintomas da intoxicaccedilatildeo dependem de vaacuterios fatores como gecircnero idade

hormocircnios taxa de hemoglobina e capacidade de induccedilatildeo das metalotioneiacutenas que podem

funcionar como barreiras protetoras do ceacuterebro e cerebelo (EPA 1997) No homem o

sistema nervoso central eacute o principal oacutergatildeo acometido pelo metilmercuacuterio e os sintomas

cliacutenicos incluem parestesia (alteraccedilotildees sensoriais) ataxia (falta de coordenaccedilatildeo nos

movimentos) e disartria (dificuldade na articulaccedilatildeo das palavras) aleacutem de distuacuterbios visuais e

auditivos A ocorrecircncia dos sintomas cliacutenicos tambeacutem eacute dose dependente (IPCS 1990) Aleacutem

de tremor vertigem entorpecimento dor de cabeccedila catildeibra fraqueza depressatildeo dispneia

tosse inflamaccedilotildees gastrintestinais queda de cabelo naacuteusea e vocircmitos (CANELA 1995) O

quadro cliacutenico tiacutepico das crianccedilas geradas sob tais exposiccedilotildees inclui microcefalia (maacute

formaccedilatildeo no crescimento do ceacuterebro) hiper-reflexia (reflexos muito ativos ou responsivos em

excesso) e deficiecircncia visual auditiva mental e motora (IPCS 1990)

A excreccedilatildeo do Hg do corpo humano ocorre por via urinaacuteria ou fecal diferindo de

acordo com a forma dose e tempo apoacutes a exposiccedilatildeo Uma pequena fraccedilatildeo eacute eliminada pela

respiraccedilatildeo mas a excreccedilatildeo fecal eacute a maior e a principal via apoacutes a exposiccedilatildeo ao Hg (FORD et

al 2001)

Segundo Fadini e Jardim (2001) a presenccedila do Hg na regiatildeo Amazocircnica se deve

principalmente agrave extraccedilatildeo de ouro e aos processos naturais e antroacutepicos Aleacutem disso como os

solos da bacia Amazocircnica satildeo antigos apresentam capacidade elevada de reter o Hg e acumulaacute-lo

durante anos (MIRETZKY et al 2005) A poluiccedilatildeo do Hg na Amazocircnia eacute um problema

ambiental grave pois 70 a 170 toneladas deste metal satildeo lanccedilados anualmente no meio

ambiente pela atividade informal de mineraccedilatildeo de ouro e queimadas o que representa uma

fonte primaacuteria de emissatildeo do Hg Como resultado uma grande quantidade do metal sofre

32

metilaccedilatildeo e se acumula nos peixes da cadeia alimentar (MEECH 1997 PINHEIRO et al

2000)

Em relaccedilatildeo agrave genotoxicidade do Hg tecircm-se descrito que este metal pode ser

responsaacutevel por mutaccedilotildees em niacuteveis cromossocircmico e gecircnico sendo a compreensatildeo destes

efeitos de grande importacircncia em razatildeo de suas consequecircncias para a sauacutede humana

(AZEVEDO 2003) O Hg produz depleccedilatildeo dos principais antioxidantes celulares

principalmente os que contecircm grupos tioacutelicos e pode tambeacutem aumentar a geraccedilatildeo das espeacutecies

reativas de oxigecircnio como os radicais hidroxila (HO) os radicais superoacutexido (O2-) ou

peroacutexido de hidrogecircnio (H2O2) aumentando o estresse oxidativo e assim causar alteraccedilotildees

nas funccedilotildees das ceacutelulas (ERCAL et al 2001 PEROTTONI et al 2004)

A Figura 3 apresenta possiacuteveis mecanismos moleculares de genotoxicidade do Hg o

qual entra na ceacutelula atraveacutes da membrana plasmaacutetica ou por meio de transportadores podendo

afetar o DNA de diversas formas Uma delas eacute aumentando a produccedilatildeo de ERRO as quais

podem reagir diretamente com o DNA ou indiretamente ao induzir mudanccedilas

conformacionais nas proteiacutenas responsaacuteveis pela formaccedilatildeo e manutenccedilatildeo do mesmo Tambeacutem

pode reagir de forma direta nos microtuacutebulos evitando a organizaccedilatildeo em fuso dos

cromossomos durante a atividade mitoacutetica Esses danos ao DNA podem ser causados tanto

pelos radicais livres gerados pelo Hg como pelo proacuteprio metal (CRESPO-LOacutePEZ et al

2009)

Figura 3 Mecanismos moleculares de genotoxicidade do Hg

Fonte Adaptado de Crespo-Loacutepez et al (2009)

EROS Espeacutecies Reativas de Oxigecircnio

EROS

D

N

A

M

E

R

C

Uacute

R

I

O

Microtuacutebulos

33

De acordo com os pesquisadores Pinheiro et al (2006) e Harada et al (2001)

concentraccedilotildees de Hg dez vezes menores que os valores de referecircncia estabelecidos pela World

Health Organization (WHO) foram relacionados com a genotoxicidade no sistema nervoso

central apontando para a necessidade de uma revisatildeo dos padrotildees adotados pela WHO

(1990)

Evidencia-se que populaccedilotildees residentes em aacutereas de risco de contaminaccedilatildeo por Hg

podem estar mais susceptiacuteveis a um aumento do estresse oxidativo Entretanto a intensidade

dos danos dependeraacute de fatores como a amplitude da geraccedilatildeo de ERO nos alvos celulares da

atividade dos sistemas de defesa antioxidante e da presenccedila ou da ausecircncia de metais de

transiccedilatildeo (HALLIWELL e CHIRICO 1993) Dependeraacute ainda da ingestatildeo de nutrientes

pois o consumo inadequado de Se estaacute relacionado com uma reduccedilatildeo da atividade da GPx

prejudicando o sistema de defesa antioxidante do organismo (COMINETTI 2011)

23 ESTRESSE OXIDATIVO

O estresse oxidativo eacute caracterizado pelo desequiliacutebrio entre substacircncias antioxidantes

e oxidantes e o efeito das espeacutecies reativas eacute equilibrado pela accedilatildeo antioxidante enzimaacutetica e

natildeo enzimaacutetica do sistema bioloacutegico (VALKO et al 2006)

As espeacutecies reativas de oxigecircnio (ERO) bem como as Espeacutecies Reativas de Nitrogecircnio

(RNS) satildeo moleacuteculas que contecircm oxigecircnio ou nitrogecircnio respectivamente com um ou mais

eleacutetrons desemparelhados o que as torna instaacuteveis e reativas Essas moleacuteculas satildeo produtos do

metabolismo celular normal que exercem um papel duplo no organismo uma vez que podem

atuar de forma beneacutefica ou prejudicial Os efeitos beneacuteficos ocorrem em baixas eou

moderadas concentraccedilotildees e envolvem funccedilotildees fisioloacutegicas como atuaccedilatildeo na defesa do

organismo contra agentes infecciosos e em sistemas de sinalizaccedilatildeo celular aleacutem da induccedilatildeo

de resposta mitogecircnica (RIDNOUR et al 2005 VALKO et al 2006)

Com o objetivo de emparelhar seus eleacutetrons estas substacircncias podem adquirir eleacutetrons

de outras moleacuteculas tornando-as instaacuteveis e convertendo-se em radicais livres Como exemplo

de radicais livres destacam-se o superoacutexido (O2) a hidroxila (OH) o tiol (SH-) o

triclorometil (CCl3) e o oacutexido niacutetrico (NO) Vale ressaltar que caso essas espeacutecies natildeo sejam

removidas ou neutralizadas podem reagir com lipiacutedios proteiacutenas e aacutecidos nucleicos

causando danos nas funccedilotildees celulares (CHAUHAN e CHAUHAN 2006) Dentre os prejuiacutezos

ao metabolismo celular podem ocorrer ruptura das fitas do DNA aumento na concentraccedilatildeo

34

de caacutelcio intracelular livre danos em transportadores de iacuteons ou em outras proteiacutenas

especiacuteficas e peroxidaccedilatildeo de lipiacutedios (HALLIWELL e CHIRICO 1993)

Aleacutem disso os aacutecidos graxos poli insaturados que estatildeo presentes em grande

quantidade nas ceacutelulas satildeo mais susceptiacuteveis agrave oxidaccedilatildeo em razatildeo da presenccedila de grupos

metilecircnicos entre duplas ligaccedilotildees e por isso tornam-se alvos mais provaacuteveis quando

comparados ao DNA (LOUREIRO et al 2002) A peroxidaccedilatildeo lipiacutedica se inicia com o

ataque agrave bicamada lipiacutedica por qualquer espeacutecie reativa capaz de abstrair um aacutetomo de

hidrogecircnio de um aacutecido graxo poli insaturado e apoacutes a iniciaccedilatildeo esse processo eacute cataliacutetico o

que favorece a formaccedilatildeo de hidroperoacutexidos Com a abstraccedilatildeo do aacutetomo de hidrogecircnio do

aacutecido graxo poli insaturado (LH) eacute formado o radical lipiacutedico (Lbull) que eacute rapidamente

adicionado a uma moleacutecula de oxigecircnio levando agrave formaccedilatildeo do radical peroxil (LOObull) sendo

capaz de reagir com outro aacutecido graxo poli insaturado iniciando uma nova cadeia de oxidaccedilatildeo

a partir da formaccedilatildeo de outro radical lipiacutedico (Lbull) (LOUREIRO et al 2002) O radical peroxil

pode ser rearranjado via reaccedilotildees de ciclizaccedilatildeo de endoperoacutexidos e como produto final o

malondialdeiacutedo (MDA) que eacute considerado mutagecircnico em ceacutelulas de mamiacuteferos pois pode

reagir com as bases nitrogenadas guanina adenina e citosina formando adutos que levam a

ligaccedilotildees cruzadas de DNA-DNA ou DNA-proteiacutenas ocasionando aumento do estresse

oxidativo (VALKO et al 2006) Menciona-se tambeacutem as oxidaccedilotildees enzimaacuteticas do aacutecido

araquidocircnico que ocorrem durante a siacutentese de eicosanoacuteides bem como as reaccedilotildees

catalisadas por ciclo oxigenases ou lipoxigenases que satildeo importantes fontes de ERO ou

hidroperoacutexidos lipiacutedicos (LOUREIRO et al 2002)

Por outro lado o organismo dispotildee de mecanismos que tecircm a finalidade de proteccedilatildeo

contra os processos oxidativos Estas defesas antioxidantes satildeo de extrema importacircncia pois

satildeo responsaacuteveis pela remoccedilatildeo direta dos radicais livres promovendo maacutexima proteccedilatildeo aos

siacutetios bioloacutegicos (VALKO et al 2006)

O principal sistema antioxidante eacute o enzimaacutetico que inclui enzimas como a

superoacutexido dismutase (SOD) que converte radicais superoacutexido em peroacutexido de hidrogecircnio a

catalase e a GPx as quais reduzem peroacutexido de hidrogecircnio e hidroperoacutexidos lipiacutedicos

(COMINETTI et al 2011 HAMANASHI et al 2004) A glutationa redutase (GR) tambeacutem

eacute uma enzima que participa desse processo pois eacute responsaacutevel pela regeneraccedilatildeo da glutationa

em sua forma reduzida (GSH) que eacute utilizada como substrato da enzima GPx (PRADA et al

2004) Existem

Quanto ao sistema antioxidante natildeo enzimaacutetico inclui compostos antioxidantes de

origem alimentar que muitas vezes satildeo utilizados como cofatores pelas enzimas antioxidantes

35

(BARBOSA et al 2010) Como exemplo de compostos que atuam por meio da neutralizaccedilatildeo

das ERO produzidas tanto no meio intra quanto extracelular tem-se o tocoferol (vitamina E) o

beta-caroteno (proacute-vitamina A) o Se cofator enzimaacutetico da GPx o cobre o zinco e o aacutecido

ascoacuterbico (BERGER 2005 PRADA et al 2004 PAPP et al 2007) Aleacutem do Se como

exemplo de cofator enzimaacutetico antioxidante destacam-se o zinco e o cobre que participam da

estrutura das enzimas Zn-Cu-SOD (SOD1) e SOD extracelular (SOD3) (FORMIGARI et al

2007 COMINETTI et al 2011) Existem ainda varredores de radicais livres hidrofiacutelicos

como o ascorbato e flavonoacuteides (CASTRO e FREEMAN 2001)

Aleacutem da relaccedilatildeo entre estresse oxidativo e sistema de defesa antioxidante ressalta-se a

importacircncia de se avaliar as caracteriacutesticas geneacuteticas individuais como por exemplo a

presenccedila de polimorfismos geneacuteticos uma vez que estes podem inferir nas concentraccedilotildees de

nutrientes organismo (VIVANCO et al 2006)

24 POLIMORFISMOS GENEacuteTICOS

Por meio do projeto genoma humano foi possiacutevel revelar natildeo somente o

sequenciamento completo dos genes humanos mas tambeacutem as interaccedilotildees entre os genes e o

meio ambiente Diversas mutaccedilotildees foram descobertas apoacutes o sequenciamento e os

polimorfismos satildeo resultantes destas alteraccedilotildees sendo os diferentes modelos decorrentes do

tipo de mutaccedilatildeo que os originou (BROOKES 1999 YAMADA 2010) Os polimorfismos

podem ser de inserccedilotildees de pares de base uacutenica de deleccedilotildees ou substituiccedilotildees de um par de

bases por outro

O tipo mais comum de polimorfismo eacute denominado SNP (Single Nucleotide

Polymorfism) ou polimorfismo de nucleotiacutedeo uacutenico que eacute uma mutaccedilatildeo simples na qual

acontece a troca de um nucleotiacutedeo por outro em determinado ponto do DNA A ocorrecircncia

de SNPs eacute de aproximadamente um em cada mil bases do genoma humano estimando a

ocorrecircncia em milhotildees (BROOKES 1999)

Os polimorfismos que resultam da inserccedilatildeo ou da deleccedilatildeo de nucleotiacutedeos em

fragmentos da moleacutecula de DNA ocorrem em um deacutecimo de frequecircncia dos SNP Os tipos

mais comuns de polimorfismo de inserccedilatildeo eou deleccedilatildeo satildeo os de bases repetidas chamados

de STR (Simple Tandem Repeats) ou microssateacutelites e os de padrotildees de nucleotiacutedeos

repetidos em uma regiatildeo do DNA conhecidos como VNTR (Variable Number of Tandem

Repeats) ou minissateacutelites (SCHORK et al 2000)

36

Aqueles polimorfismos que podem causar alteraccedilotildees nas sequecircncias de aminoaacutecidos

codificados acarretando danos nas funccedilotildees como alteraccedilatildeo nos siacutetios de interaccedilatildeo na

solubilidade e na estabilidade da proteiacutena estatildeo localizados nos eacutexons regiatildeo codificadora do

gene e satildeo chamadas de non-synonymous SNP ndash nsSNP (RAMENSKY et al 2002)

Estudos que envolvem genocircmica nutricional tecircm sido relacionados a importantes

associaccedilotildees entre polimorfismos e consumo de nutrientes permitindo melhor compreensatildeo de

como a nutriccedilatildeo influencia as vias de homeostase metaboacutelica Essa descoberta possibilitou

uma perspectiva na reduccedilatildeo do risco de doenccedilas uma vez que as interaccedilotildees existentes entre os

genes e os nutrientes permitem descrever a modulaccedilatildeo dos efeitos dos componentes

alimentares em um fenoacutetipo especiacutefico associado a um polimorfismo geneacutetico

(STRATIGOPOULOS et al 2008 KAUWELL 2005)

Como exemplo de SNP que pode estar relacionado ao status de Se pode-se destacar o

Pro198Leu no gene da GPx 1 Jaacute como exemplo de um polimorfismo de deleccedilatildeo que pode

interferir nas concentraccedilotildees de Hg no organismo destaca-se o GSTM1 no gene da GST

241 Polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) no Gene da GPx 1

De acordo com Hesketh (2008) polimorfismos na regiatildeo codificadora dos genes de

selenoproteiacutenas podem alterar a incorporaccedilatildeo do Se e influenciar a capacidade antioxidante

No gene humano da GPx 1 que eacute a isoforma intracelular citosoacutelica mais abundante nos

sistemas bioloacutegicos localizado na regiatildeo cromossomica 3p213 foram descobertos vaacuterios

polimorfismos sendo mais de 30 SNP dentre eles o Pro198Leu (rs 1050450) Nesse SNP

ocorre uma substituiccedilatildeo da base nitrogenada citosina por timina (CrarrT) no exoacuten 2 do

nucleotiacutedio 594 do gene resultando na troca do aminoaacutecido prolina por leucina no coacutedon 198

(FOSBERG et al 1999) A troca do aminoaacutecido prolina por leucina pode causar

consequecircncias na atividade da enzima GPx 1 pois a prolina eacute o uacutenico aminoaacutecido sem grupo

amino livre no carbono alfa ocasionando uma torccedilatildeo na estrutura secundaacuteria dos peptiacutedeos

(FOSBERG et al 2000 JABLONSKA et al 2009 ARSOVA-SARAFINOVSKA et al

2009)

Segundo Suzen et al (2010) que avaliaram a frequecircncia dos alelos e genoacutetipos de

diversas populaccedilotildees do mundo o maior percentual geralmente eacute de indiviacuteduos com genoacutetipos

selvagens (ProPro) seguidos por heterozigotos para o polimorfismo ou seja com um alelo

variante (ProLeu) e depois por indiviacuteduos homozigotos (LeuLeu)

37

No Brasil em relaccedilatildeo agrave frequecircncia desse polimorfismo aleacutem desse estudo

pesquisadores do Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo - Minerais da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas

da Universidade de Satildeo Paulo determinaram por meio de vaacuterios estudos a frequecircncia

genotiacutepica do Pro198Leu em vaacuterias populaccedilotildees de cidades do Brasil e os resultados estatildeo

ilustrados no Quadro 3 a seguir

Quadro 3 Frequecircncia genotiacutepica em relaccedilatildeo ao polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) no

gene que codifica GPx1 encontrada em pesquisas realizadas no Brasil no Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo e Minerais da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo

(USP)

Estado Nuacutemero de

participantes

ProPro

()

ProLeu

()

LeuLeu

()

SANTOS (2013) Cearaacute 176 55 38 7

ROCHA (2015) Rondocircnia 190 56 37 7

NISHIMURA

(2010) Satildeo Paulo

175 (Caso)

203 (Controle)

50

51

43

43

7

6

DONADIO

(2011) Satildeo Paulo 124 49 48 3

COMINETTI et

al (2011) Satildeo Paulo 37 49 38 13

CARDOSO et

al (2012) Satildeo Paulo

28 (Caso)

29 (Controle)

75

72

14

14

11

14

Uma das principais descobertas dos estudos sobre o polimorfismo Pro198Leu estaacute

relacionada agrave presenccedila do alelo Leu pois algumas pesquisas verificaram que esse genoacutetipo

pode diminuir a atividade da GPx 1 e aleacutem disso estudos associaram a concentraccedilatildeo

eritrocitaacuteria de Se com a sua atividade indicando que o genoacutetipo LeuLeu pode influenciar

tambeacutem o estado nutricional dos indiviacuteduos relativo ao Se (JABLONSKA et al 2009)

Em indiviacuteduos natildeo doentes Forsberg et al (2000) e Jablonska et al (2009) natildeo

observaram associaccedilotildees entre a atividade da enzima GPx 1 e o genoacutetipo Poreacutem na pesquisa

de Jablonska et al (2009) foi obtida uma associaccedilatildeo significativamente diferente entre cada

grupo de genoacutetipo avaliado em relaccedilatildeo agrave atividade da GPx 1 e a concentraccedilatildeo de Se Dessa

forma os pesquisadores presumiram que a resposta agrave ingestatildeo ou agrave suplementaccedilatildeo de Se

assim como a atividade da enzima pode estar relacionadas aos genoacutetipo do indiviacuteduo Aleacutem

disso os autores sugeriram que carreavam indiviacuteduos que possuiacuteam ao menos um alelo Pro

teriam maior atividade da enzima quando comparados agravequeles com ambos alelos Leu

38

Ravn-Haren et al (2006) observaram em mulheres com cacircncer de mama que a

atividade da GPx 1 foi significativamente menor nas participantes com a presenccedila do genoacutetipo

Leu em comparaccedilatildeo agravequelas com genoacutetipo Pro Isso foi observado tanto nas mulheres doentes

quanto naquelas do grupo controle Aleacutem de alguns tipos de cacircncer como o de bexiga

colorretal de pulmatildeo e de mama outras doenccedilas satildeo relacionadas com o polimorfismo

Pro198Leu tais como siacutendrome metaboacutelica (KUZUYA et al 2008) e concentraccedilotildees elevados

de triacilgliceroacuteis em pacientes com diabetes melito tipo 2 (CHEN et al 2012)

242 Polimorfismo GSTM1 no Gene da GST

A GST eacute uma famiacutelia de enzimas intracelulares localizadas no citosol que modulam a

accedilatildeo de toxinas endoacutegenas e exoacutegenas sobre as ceacutelulas evitando danos ao DNA

(MANNERVIK et al 1985 MORAIS et al 2008 CASTRO e LIMA 2013) Este grupo de

enzimas tem sido amplamente estudado pois estatildeo envolvidas no metabolismo de muitos

carcinoacutegenos poluentes ambientais e drogas anticanceriacutegenas Dessa forma supotildee-se que a

inexistecircncia de enzimas especiacuteficas ou deleccedilotildees homozigoacuteticas possam ocasionar ao

organismo maior susceptibilidade a desenvolver neoplasias como cacircncer de bexiga coacutelon

pulmatildeo pele estocircmago e mama aleacutem de diabetes e asma (ZHENG etal 2002 CHARRIER

et al 1999 PARK et al 2003 ANTON et al 2010 CASTRO e LIMA 2013)

Existem cinco classes de genes da GST (alfa mu pi theta e zeta) Nos genes da classe

mu tecircm-se o GSTM1 GSTM2 GSTM3 GSTM4 e GSTM5 na regiatildeo cromossocircmica 1p133 O

polimorfismo no locus M1 eacute o mais estudado e apresenta trecircs alelos dois considerados ativos

GSTM1A e GSTM1B e o terceiro alelo nulo ou deletado (GSTM10) O que difere o

GSTM1A do GSTM1B apesar de serem proteiacutenas funcionalmente idecircnticas eacute que o

GSTM1A contecircm a proteiacutena lisina na posiccedilatildeo 172 e o GSTM1B contecircm a asparagina nessa

mesma posiccedilatildeo (DEJONG et al 1988 WIDERSTEN et al 1991)

Dessa forma o polimorfismo GSTM10 no gene da GST eacute classificado como

polimorfismo de deleccedilatildeo ou seja indiviacuteduos homozigotos que carreiam o genoacutetipo

GSTM10 apresentam deleccedilatildeo do gene inteiro e natildeo expressam a proteiacutena GST (KLATAU-

GUIMARAtildeES et al 2005 JAIN et al 2006 MANNERVICK et al 2005)

Klatau-Guimaratildees et al (2005) avaliaram a suscetibilidade agrave contaminaccedilatildeo por Hg e a

relaccedilatildeo com o polimorfismo da enzima GST atraveacutes de biomarcadores moleculares em

algumas tribos indiacutegenas da Amazocircnia Apoacutes a obtenccedilatildeo dos resultados observou-se que

fatores geneacuteticos podem influenciar o acuacutemulo de Hg no organismo pois os indiviacuteduos que

39

carreavam o genoacutetipo GSTM10 (deletado) apresentaram concentraccedilotildees maiores deste metal

nos cabelos quando comparados aos indiviacuteduos com genoacutetipo GSTM1 Com a ausecircncia desta

enzima o organismo pode natildeo estar apto a destoxificar o Hg de forma adequada uma vez que

esta eacute uma das funccedilotildees atribuiacutedas agrave GST Sendo assim esses indiviacuteduos podem apresentar

maiores concentraccedilotildees ou retenccedilatildeo de Hg no organismo

Naganuma et al (1990) e Choi et al (1996) afirmam que a deficiecircncia de GST estaacute

associada com a sensibilidade ao cloreto de Hg e ao metilmercuacuterio Entretanto ainda existem

inconsistecircncias na relaccedilatildeo entre o polimorfismo GSTM1 e a concentraccedilatildeo de Hg no

organismo (GUNDACKER et al 2007) De acordo com Hatagima et al (2000) a frequecircncia

do polimorfismo no gene da classe mu estaacute ausente ou deletado (GSTM10) de forma

homozigoacutetica em torno de 40 a 50 em diferentes populaccedilotildees eacutetnicas conforme ilustrado no

Quadro 4 que mostra a frequecircncia deste alelo assim como do GSTM1A GSTM1B

GSTM1AB inclusive na populaccedilatildeo brasileira

Quadro 4 Distribuiccedilatildeo da frequecircncia do polimorfismo GSTM1(ABAB0) no gene da GST em

diferentes etnias

Etnias GSTM1

A B AB 0

Brasileiros (Rio de Janeiro) 197 (30) 105 (16) 51 (8) 305 (46)

Brasileiros (Distrito Federal) 43 (24) 33 (184) 16 (9) 87 (486)

Brasileiros (Satildeo Paulo) 21 (29) 10 (14) 7 (9) 35 (48)

Nigerianos 49 (71) 4 (6) 1 (13) 15 (217)

Japoneses 13 (8) 68 (41) 5 (3) 80 (482)

Chineses 10 (10) 28 (30) 2 (2) 56 (583)

Indiacutegenas 15 (35) 7 (16) 6 (14) 15 (35)

Franceses 24 (43) 5 (9) 3 (5) 24 (43)

Ingleses 158 (28) 74 (135) 23 (4) 306 (545)

Fonte Hatagima et al (2000)

Considerando a importacircncia do polimorfismo GSTM10 no gene da GST e o fato da

populaccedilatildeo deste estudo residir em aacuterea de risco de contaminaccedilatildeo por Hg a anaacutelise de tais

40

dados torna-se necessaacuteria uma vez que o genoacutetipo nulo ou deletado pode influenciar as

concentraccedilotildees do metal no organismo

41

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Avaliar o estado nutricional relativo ao Se concentraccedilotildees de Hg e suas relaccedilotildees com o

estresse oxidativo e os polimorfismos Pro198Leu no gene da GPx 1 e GSTM1 no gene da

GST em mulheres residentes em aacuterea de risco de contaminaccedilatildeo por Hg

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Avaliar o estado nutricional das voluntaacuterias em relaccedilatildeo agrave antropometria

Analisar a ingestatildeo alimentar de energia macronutrientes e Se

Determinar as concentraccedilotildees plasmaacuteticas e eritrocitaacuterias de Se e a atividade

eritrocitaacuteria total da enzima GPx

Avaliar as concentraccedilotildees de Hg nos cabelos

Associar a presenccedila dos polimorfismos Pro198leu e GSTM1 com os biomarcadores do

estado nutricional relativo ao Se e Hg respectivamente bem como com as

concentraccedilotildees de MDA e ORAC

42

4 METODOLOGIA

41 CASUIacuteSTICA E DELINEAMENTO

O estudo foi do tipo transversal descritivo com abordagem quantitativa e qualitativa

dos dados Participaram da pesquisa mulheres entre 19 e 50 anos residentes da cidade de

Porto Velho Rondocircnia (RO) Para o caacutelculo do tamanho da amostra considerou-se a

prevalecircncia do alelo variante Pro198Leu de 32 Fixou-se o niacutevel de significacircncia de 5 (

= 005) e um erro amostral de 65 Esses valores aplicados na equaccedilatildeo abaixo indicada para

populaccedilotildees infinitas proporcionou uma amostra de tamanho n igual a 200 mulheres

O projeto foi aprovado pelo comitecirc de eacutetica da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas

da Universidade de Satildeo Paulo (FCFUSP) parecer 119 e protocolo 574 (ANEXO 1) Na

Figura 4 abaixo estaacute representado o mapa do Brasil com destaque para o estado de Rondocircnia

e a cidade de Porto Velho onde a pesquisa foi realizada

Figura 4 Representaccedilatildeo do mapa do Brasil do estado de Rondocircnia e da cidade de Porto

Velho (RO)

Adaptado de Campos et al (2002)

43

Para ampla divulgaccedilatildeo da pesquisa cartazes com informaccedilotildees a respeito do estudo

foram espalhados pela cidade de Porto Velho em pontos de ocircnibus na secretaria de educaccedilatildeo

(SEDUC) na secretaria de sauacutede (SESAU) em academias de ginaacutestica em faculdades

particulares e tambeacutem na Universidade Federal de Rondocircnia (UNIR) (APEcircNDICE 1) Apoacutes

as procuras e declaraccedilotildees de interesse em participar da pesquisa as voluntaacuterias que se

adequavam ao perfil do estudo assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(APEcircNDICE 2) e em seguida responderam um questionaacuterio com informaccedilotildees

socioeconocircmicas presenccedila de doenccedilas e estilo de vida (APEcircNDICE 3) Natildeo foram incluiacutedas

no estudo mulheres com idade inferior a 19 ou superior a 50 anos fumantes com doenccedilas

crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e infecciosas (auto-relatadas) poacutes-menopausa que realizavam

atividade fiacutesica de forma intensa que utilizavam suplementos vitamiacutenicos eou minerais e que

residiam em local diferente do estabelecido

42 COLETA DE DADOS

A coleta dos dados (consumo alimentar antropometria material bioloacutegico) foi

realizada no laboratoacuterio Alphaclin (Porto Velho ndash RO) entre os meses de fevereiro a maio de

2011 entretanto todas as anaacutelises em material bioloacutegico foram realizadas em Laboratoacuterios da

Universidade de Satildeo Paulo (USP)

Para avaliar o consumo alimentar todas as participantes foram instruiacutedas pela

responsaacutevel da pesquisa a preencher um formulaacuterio de registro alimentar de 24 horas

(APEcircNDICE 4) que continha instruccedilotildees de preenchimento e fotos ilustrativas de medidas

caseiras de alguns alimentos com a finalidade de facilitar a obtenccedilatildeo dos dados de consumo

bem como para o melhor entendimento das voluntaacuterias reduzindo dessa forma as duacutevidas e

os erros de preenchimento Aleacutem do registro de 24 horas as voluntaacuterias responderam um

formulaacuterio a respeito do consumo de peixes da regiatildeo que poderiam estar relacionados com o

risco de contaminaccedilatildeo de Hg (ANEXO 2)

Os dados antropomeacutetricos (peso estatura e circunferecircncia da cintura) foram obtidos

apoacutes a entrega dos formulaacuterios de registros alimentares Em seguida para determinar as

concentraccedilotildees de Hg total cortou-se uma pequena quantidade de cabelo das voluntaacuterias

(aproximadamente 1g de amostra) da parte posterior da cabeccedila proacuteximo agrave regiatildeo occipital

(nuca) com auxiacutelio de uma tesoura de accedilo inoxidaacutevel que foi higienizada com acetona a cada

corte

44

Com a finalidade de avaliar o estado nutricional das participantes em relaccedilatildeo ao Se

atividade da enzima GPx estresse oxidativo e determinaccedilatildeo dos polimorfismos foram

coletados 20 mL de sangue por punccedilatildeo venosa Esse procedimento foi realizado no periacuteodo da

manhatilde por um profissional de enfermagem capacitado estando as voluntaacuterias em jejum de 10

a 12 horas

A coleta foi realizada com seringas plaacutesticas descartaacuteveis e agulhas de accedilo inoxidaacutevel

esteacutereis e descartaacuteveis Todos os materiais bioloacutegicos foram distribuiacutedos em tubos de vidro

contendo anticoagulante EDTA (aacutecido etilenodiamino tetraceacutetico) sendo que uma pequena

quantidade (sangue total) de todas as amostras foi armazenada em microtubos esteacutereis e

autoclavados para anaacutelise dos polimorfismos

O plasma foi separado do sangue total por centrifugaccedilatildeo a 3000 rpm durante 15

minutos a 4ordmC sendo extraiacutedo com pipeta automaacutetica e acondicionado em microtubos

previamente desmineralizados para determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo plasmaacutetica de Se

malondialdeiacutedo (MDA) e da capacidade de absorccedilatildeo de radicais livres de oxigecircnio (ORAC)

Em seguida o resiacuteduo contendo os eritroacutecitos foi lavado trecircs vezes com 5 mL de soluccedilatildeo

fisioloacutegica de cloreto de soacutedio a 09 homogeneizado lentamente por inversatildeo e centrifugado

a 10000 rpm por 10 minutos a 4ordmC sendo o sobrenadante descartado e dessa forma obtendo-

se a massa eritrocitaacuteria que foi extraiacuteda cuidadosamente com micropipeta e armazenada em

tubos de polipropileno desmineralizados para determinaccedilatildeo do Se eritrocitaacuterio e da atividade

da enzima GPx

Todas as amostras foram acondicionadas em gelo seco e transportadas em um

recipiente teacutermico por via aeacuterea de Porto Velho para Satildeo Paulo onde as amostras foram

armazenadas em freezer -80ordmC ateacute o momento das anaacutelises no laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo -

Minerais da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo (FCFUSP)

Quanto agraves amostras de cabelo coletadas estas foram armazenadas em envelopes de papel e

acondicionados em temperatura ambiente ateacute o momento das anaacutelises no Laboratoacuterio de

Anaacutelise por Ativaccedilatildeo Neutrocircnica - LANCRPq ndash Instituto de Pesquisas Energeacuteticas Nucleares

(IPENCNEN) ndash SP

Todos os materiais utilizados (vidrarias plaacutesticos ponteiras etc) foram

desmineralizados em banho de aacutecido niacutetrico a 20 por no miacutenimo 12 horas e enxaguados

pelo menos 10 vezes consecutivas com aacutegua ultra pura Milli-Q (resistividade de 182 MΩcm

a 25ordmC) para evitar a contaminaccedilatildeo por minerais Os reagentes utilizados nas anaacutelises tinham

um grau de pureza analiacutetica (PA) e a aacutegua ultrapura Milli-Q foi utilizada no preparo das

soluccedilotildees e diluiccedilatildeo das amostras

45

43 AVALIACcedilAtildeO ANTROPOMEacuteTRICA

Para avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica foram aferidos o peso a estatura e a circunferecircncia da

cintura (CC) Todas as afericcedilotildees foram realizadas por nutricionista segundo teacutecnicas

preconizadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2004)

O peso foi mensurado em balanccedila antropomeacutetrica da marca Filizolareg

modelo

ldquoWelmyrdquo com capacidade de 150 kg e graduaccedilatildeo de 100 g A estatura foi aferida em

estadiocircmetro com reacutegua antropomeacutetrica de ateacute 2 m e divisatildeo de 05 cm acoplado agrave balanccedila A

adequaccedilatildeo do peso das participantes foi avaliado pelo indicador Iacutendice de Massa Corporal ndash

IMC (Kgm2) calculado pela razatildeo do peso corporal em quilos pelo quadrado da altura em

metros Em seguida utilizou-se a classificaccedilatildeo da World Health Organization (WHO 2000)

de acordo com o Quadro 5 a seguir como um dos criteacuterios para classificar o IMC das

participantes

Quadro 5 Classificaccedilatildeo do Iacutendice de Massa Corpoacuterea (IMC) para adultos

Classificaccedilatildeo IMC (kgm2) Risco de Comorbidades

Baixo Peso

˂ 185

Baixo

Peso Normal ou

Eutrofia 185 - 249

Meacutedio

Sobrepeso

ge 25 ndash 299

Aumentado

Obesidade I 300 - 349 Moderado

Obesidade II 350 ndash 399 Grave

Obesidade III ˃ 40 Muito Grave

Fonte (WHO 2000)

A circunferecircncia da cintura (CC) foi aferida com uma trena antropomeacutetrica inelaacutestica e

flexiacutevel com 2 m de comprimento da marca Sannyreg

Para classificaccedilatildeo utilizou-se tambeacutem a

referecircncia da World Health Organization (WHO 2000) citada pela Associaccedilatildeo Brasileira

para o Estudo da Obesidade e da Siacutendrome Metaboacutelica (ABESO 20092010) a qual

estabelece como ponto de corte para risco cardiovascular aumentado a medida da

circunferecircncia igual ou superior a 80 cm em mulheres caucasianas

46

44 CONSUMO ALIMENTAR

O consumo alimentar foi avaliado por meio do registro alimentar de 24 horas aplicado

durante trecircs dias sendo dois dias da semana e um dia no final de semana A ingestatildeo

alimentar das participantes foi calculada com auxiacutelio do software NUTWIN (Departamento de

Informaacutetica da Escola Paulista de Medicina - UNIFESP) Considerando que as tabelas de

composiccedilatildeo de alimentos disponiacuteveis em alguns softwares natildeo dispotildeem de dados completos

acerca do teor de Se nos alimentos estes dados foram incluiacutedos manualmente baseados em

anaacutelises realizadas no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo e Minerais da USP

Como houve correlaccedilatildeo significativa entre os valores de energia e de Se os

macronutrientes e o mineral foram ajustados pela energia e correccedilatildeo da variabilidade

intrapessoal e interpessoal (WILLET et al 1997 WILLET et al 1998 SLATER et al

2004)

A avaliaccedilatildeo da ingestatildeo alimentar dos macronutrientes foi realizada de acordo com a

contribuiccedilatildeo energeacutetica em percentual da ingestatildeo caloacuterica total utilizando o Acceptable

Macronutrient Distribution Ranges (AMDR) do Institute of Medicine (IOM 2006) conforme

Quadro 6 As participantes foram classificadas em trecircs categorias sendo elas abaixo da

recomendaccedilatildeo dentro do intervalo de recomendaccedilatildeo e acima da recomendaccedilatildeo

Quadro 6 Intervalos de recomendaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de macronutrientes em percentual de

contribuiccedilatildeo energeacutetica (AMDR) de acordo com IOM (2006)

Macronutrientes AMDR (Adultos ˃18 anos)

Carboidratos 45 ndash 65

Proteiacutenas 10 ndash 35

Lipiacutedios 20 ndash 35

Fonte IOM 2006 AMDR Acceptable Macronutrient Distribution Ranges

Em relaccedilatildeo agrave prevalecircncia de ingestatildeo inadequada de Se esta foi calculada utilizando a

foacutermula proposta por Beaton (1994)

Z = (EAR ndash meacutedia) desvio padratildeo

Os valores da Necessidade Meacutedia Estimada (EAR) utilizados para avaliar a adequaccedilatildeo

da ingestatildeo de Se tambeacutem foram estabelecidos pelo IOM 2006

47

45 DETERMINACcedilAtildeO DA CONCENTRACcedilAtildeO DE SELEcircNIO NO PLASMA E

ERITROacuteCITOS

Com a finalidade de determinar as concentraccedilotildees de Se no plasma e nos eritroacutecitos as

amostras foram pesadas em triplicata (300microL) em tubos de micro kjehdal em seguida foram

adicionados 5 mL de aacutecido niacutetrico 65 (Merck

) e os tubos foram acondicionados em bloco

digestor O material foi digerido por via uacutemida aacutecida a uma temperatura maacutexima de 1500

C

Apoacutes este procedimento o Se contido nas amostras foi reduzido da forma VI para a forma IV

com adiccedilatildeo de aacutecido cloriacutedrico (HCl) 12 N durante duas horas a temperatura de 1000

C As

soluccedilotildees finais foram diluiacutedas para um volume de 25 mL e realizou-se a leitura por

espectrometria de absorccedilatildeo atocircmica com geraccedilatildeo de hidretos acoplados agrave cela de quartzo

(HGQTAAS) (HITACHI

modelo Z-5000) A curva de calibraccedilatildeo foi preparada utilizando os

respectivos pontos 00 microgL 01 microgL 03 microgL 05 microgL 10 microgL 30 microgL e 50 microgL O

limite de detecccedilatildeo (LD) foi de 00016 microgL e adotou-se um limite de confianccedila de 95 O

desvio padratildeo adotado para cada amostra ˂ que 5 e os resultados foram expressos em microgL

O controle de qualidade externo foi realizado utilizando o material de referecircncia

certificado (SERONORM SEROreg) que tambeacutem foi submetido aos mesmos procedimentos

realizados com as amostras O estado nutricional em relaccedilatildeo ao Se das participantes foi

classificado de acordo com os paracircmetros descritos no Quadro 7

Quadro 7 Valores de referecircncias adotados para concentraccedilatildeo de Se no plasma e eritroacutecitos

Se Valores de Normalidade

(microgL)

Plasmaacutetico

60 ndash 120

Eritrocitaacuterio 90 - 190

Fonte VAN DAEL DEELSTRA (1993) ORTUNtildeO (1997)

As participantes que apresentaram concentraccedilotildees plasmaacuteticas abaixo de 60 microgL foram

consideradas deficientes enquanto aquelas com concentraccedilotildees acima de 120 microgL em risco

de toxicidade Em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees nos eritroacutecitos foram consideradas deficientes

aquelas abaixo de 90 microgL e em risco de toxicidade acima de 190 microgL

Aleacutem dos valores de referecircncia descritos na Tabela 9 adotaram-se ainda os

paracircmetros propostos por Thomson (2004) que estabelece a concentraccedilatildeo miacutenima de Se

48

plasmaacutetico para o natildeo surgimento da doenccedila de Keshan como 21 microgL o valor aceitaacutevel para

otimizaccedilatildeo da atividade das enzimas deiodinases como ˃ 65 microgL o intervalo de 80 a 95 microgL

para maximizaccedilatildeo da atividade da GPx e selenoproteiacutena P e o valor superior a 115 microgL para

proteccedilatildeo contra alguns tipos de cacircncer

46 DETERMINACcedilAtildeO DA ATIVIDADE DA GPx

A atividade da enzima GPx foi determinada nos eritroacutecitos com o auxiacutelio de kit

comercial (Ransel 505-RANDOX Laboratories CrumlinUK) adaptado para o uso no

analisador bioquiacutemico automaacutetico (LiasysregMAS Rome Italy) Este meacutetodo se baseia na

reaccedilatildeo em que a enzima GPx catalisa a oxidaccedilatildeo da GR por um hidroperoacutexido Na presenccedila

de GPx e NADPH a GSH eacute convertida agrave forma reduzida com a oxidaccedilatildeo concomitante do

NADPH em NADH+ A diminuiccedilatildeo na absorbacircncia a 340 ηm eacute entatildeo determinada

(PAGLIA e VALENTINE 1967) A faixa de normalidade proposta pelo kit comercial

utilizado eacute de 275 - 736 UgHb A concentraccedilatildeo da hemoglobina (Hb) tambeacutem foi

determinada uma vez que a atividade da enzima foi expressa em UgHb

47 PROCESSAMENTO E ANAacuteLISE DE MERCUacuteRIO NOS CABELOS

Na primeira etapa do processamento para determinaccedilatildeo do Hg total os cabelos foram

picotados em pedaccedilos de aproximadamente 05 mm de comprimento com tesoura de accedilo inox

higienizada com acetona a cada troca de amostra Depois disso transferiram-se os cabelos

para um beacutequer limpo onde foram submersos em acetona e em seguida enxaguados trecircs

vezes com aacutegua Milli Q e mais uma vez com acetona conforme procedimento recomendado

pela Agecircncia Internacional de Energia Atocircmica (IAEA) (FARIAS 2006) As amostras foram

secas em temperatura ambiente e o armazenamento foi realizado em envelopes de papel

devidamente identificados

Para anaacutelise das amostras e materiais de referecircncia foram pesados cerca de 01 a 015

g de amostra diretamente em um frasco de teflon fechado da marca Savillexreg com capacidade

de 182 mL Apoacutes a pesagem foram adicionados 4 mL de aacutecido niacutetrico (HNO3) e 2 mL de

aacutecido sulfuacuterico (H2SO4) ambos concentrados e da marca Merckreg que foram mantidos assim

durante a noite No dia seguinte para digestatildeo das amostras em sistema fechado os frascos

foram colocados em bloco digestor na temperatura de 90ordm durante 3 h Depois da digestatildeo os

49

frascos foram colocados em banho de gelo ateacute o completo resfriamento e em seguida foram

adicionados 250 microL de soluccedilatildeo de dicromato de potaacutessio (K2Cr2O7) a 10 (mv) para a

estabilizaccedilatildeo do Hg

A determinaccedilatildeo de Hg total nos cabelos foi realizada pelo meacutetodo de espectrometria

de absorccedilatildeo atocircmica com geraccedilatildeo de vapor frio (CV AAS) em equipamento FIMS-100

(Perkin Elmerreg

) A validaccedilatildeo da metodologia em relaccedilatildeo agrave precisatildeo e exatidatildeo foi realizada

por meio da anaacutelise em triplicata dos materiais de referecircncia (Human Hair- IAEA 086 GBW

09101 - Human Hair e BCR CRM 397 - Human Hair) com valor certificado de concentraccedilatildeo

para Hg total e os resultados obtidos estatildeo presentes no Quadro 8

As determinaccedilotildees de Hg total em cabelos foram realizadas no Laboratoacuterio de Anaacutelise

por Ativaccedilatildeo Neutrocircnica (LAN) do Centro do Reator de Pesquisas (CRPq) do IPEN ndash

CNENSP

Quadro 8 Resultados (meacutedia plusmn desvio padratildeo da meacutedia) das anaacutelises dos materiais de

referecircncia utilizados na determinaccedilatildeo de Hg total (n= nuacutemero de determinaccedilotildees)

Amostras

Valores

Certificados

(microg kg -1

)

Valores Obtidos

(Meacutedia plusmn desvio)

(microg kg -1

)

DPR

()

ER

()

IAEA 086

(n =8) 573 plusmn 39

615 plusmn 68 111 73

GBW 09101

(n=4) 2160 plusmn 210

1975 plusmn 86 43 86

BCR CRM 397

(n=2) 12300 plusmn 500

11688 plusmn 32 027 50

IAEA- International Atomic Energy Agency

IAEA 086 - Methylmercury Total Mercury and other trace elements in Human Hair (IAEA May 2000)

CRM 397 - Certified Reference Material Trace Elements in Human Hair BCR- Community Bureau of Reference

(Brussels January 1991)

GBW 09101 - Certified Reference Material Human Hair (China April 1988)

DPR- Desvio Padratildeo Relativo

ER- Erro relativo

Quanto ao limite de detecccedilatildeo (LD) minus a menor concentraccedilatildeo do analito em uma amostra

que pode ser detectada mas natildeo necessariamente quantificada sob determinadas condiccedilotildees

experimentais minus foi determinado diretamente da curva de calibraccedilatildeo construiacuteda utilizando a

50

teacutecnica de regressatildeo e considerando um niacutevel de confianccedila de 95 O valor encontrado para o

limite inferior de detecccedilatildeo foi da ordem de 001 ng mL-1

resultado compatiacutevel com os estudos

encontrados na literatura para determinaccedilatildeo de Hg (HORVAT 1996 SKOOG et al 2002

FARIAS 2009) Em relaccedilatildeo ao limite de quantificaccedilatildeo (LQ) tambeacutem conhecido como limite

de determinaccedilatildeo que indica qual a menor concentraccedilatildeo do analito que pode ser detectada por

um meacutetodo qualquer que estaacute sendo empregado com um niacutevel aceitaacutevel de precisatildeo e

veracidade Pode ser considerado ainda como a concentraccedilatildeo do analito correspondente ao

valor meacutedio do branco mais 5 e 6 ou 10 desvios padratildeo (FARIAS 2009) O valor encontrado

para o limite de quantificaccedilatildeo para esta pesquisa foi da ordem de 1 ng mL-1

Os resultados das anaacutelises dos materiais de referecircncia apresentaram desvio padratildeo

relativo (DPR) variando de 027 a 11 e ER (Erro Relativo) de 5 a 86 comprovando a

precisatildeo e exatidatildeo do meacutetodo respectivamente

Para classificar o diagnoacutestico em relaccedilatildeo as concentraccedilotildees de Hg nos cabelos das

participantes os resultados encontrados foram comparados aos estabelecidos pela WHO

(1990) o qual considera 2000 ng g-1

para populaccedilotildees natildeo expostas e 6000 ng g-1

como

indicador de exposiccedilatildeo para Hg

48 DETERMINACcedilAtildeO DA CONCENTRACcedilAtildeO PLASMAacuteTICA DE

MALONDIALDEIacuteDO (MDA)

A peroxidaccedilatildeo lipiacutedica foi determinada por meio das concentraccedilotildees de MDA no

plasma obtidas por cromatografia liacutequida de alta eficiecircncia (HPLCPDA) quantificando a

reaccedilatildeo do MDA com dinitrofenilhidrazina (DNPH) utilizando absorbacircncia de 308 nm de

acordo com o meacutetodo adaptado de Rezaei Jamshidzadeh e Sanati (2013) Antes do

processamento das amostras foi construiacuteda uma curva de calibraccedilatildeo utilizando uma soluccedilatildeo

estoque de MDA com 22 μL de tetrametoxipropano e 10 mL de aacutecido sulfuacuterico a 1 Os

pontos da curva utilizados foram 00 025 05 10 20 40 60 e 120 μM Utilizou-se o

aparelho de HPLC da marca Shimadzu (Kyoto Japatildeo) equipado com coluna Phenomenex

Reverse-phase C18 de 240 mm x 46 mm com partiacuteculas de 5μm (Phenomenex Torrance

CA) A temperatura no amostrador foi mantida em 4degC e a temperatura da coluna a 25degC A

eluiccedilatildeo foi realizada em modo isocraacutetico com uma fase moacutevel constituiacuteda de 50 de H2O

deionizada e 50 de acetonitrila acidificada com 2 de aacutecido aceacutetico A taxa de fluxo de

ingestatildeo da amostra foi de 1 mLminuto e o tempo de corrida de 15 minutos

51

Com o objetivo de liberar o MDA das proteiacutenas plasmaacuteticas foram adicionados 10 μL

de hidroacutexido de soacutedio 4M nos microtubos que continham 100 μL de plasma e em seguida

estes foram agitados em voacutertex Apoacutes este procedimento as amostras foram incubadas no

aparelho Vortempreg a 60degC durante 30 minutos para posteriormente serem acondicionadas no

gelo por 5 minutos Depois do resfriamento foram adicionados 150 μL de aacutecido sulfuacuterico a

1 e agitou-se em voacutertex vigorosamente para precipitaccedilatildeo das proteiacutenas Novamente

incubou-se no gelo por mais 5 minutos seguindo-se de uma centrifugaccedilatildeo a 14000 rpm por

10 minutos Foram retirados 175 μL do sobrenadante que foram transferidos para um novo

microtubo onde foi adicionado 25 microL de DNPH (0001 gmL) permanecendo agrave temperatura

ambiente por 30 minutos protegidos de luz Centrifugou-se novamente o microtubo a 14000

rpm por 5 minutos e 150 μL do sobrenadante foi transferido para um vial do qual foi injetado

100 μL no aparelho HPLC

A determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo plasmaacutetica de malondialdeiacutedo foi realizada no

Departamento de Anaacutelises Cliacutenicas e Toxicoloacutegicas no laboratoacuterio de Toxicologia que tem

como responsaacutevel a professora Ana Paula de Melo Loureiro da Faculdade de Ciecircncias

Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo (USP)

49 DETERMINACcedilAtildeO DA CAPACIDADE DE ABSORCcedilAtildeO DE RADICAIS DE

OXIGEcircNIO (ORAC)

A capacidade antioxidante total do plasma foi realizada por meio do meacutetodo ORAC

proposto por Prior et al (2003) que baseia-se na mensuraccedilatildeo da inibiccedilatildeo do radical peroxil o

que demostra resistecircncia aos danos oxidativos Para isso o plasma foi desproteinizado com

aacutecido percloacuterico e posteriormente as amostras foram diluiacutedas 10x com tampatildeo fosfato (pH

74)

As anaacutelises foram realizadas em triplicata utilizando 25 microL de amostra em microplaca

de 48 poccedilos adicionando-se posteriormente 150 microL de soluccedilatildeo de fluoresceiacutena e 25 microL de

22-azobis (aminopropano) di-hidroclorido (AAPH) por injetores automaacuteticos do leitor de

microplacas (Biotech Synergy H1)

Utilizou-se uma curva padratildeo de Trolox preparada com as seguintes concentraccedilotildees

100 microM 50 microM 25 microM 125 microM 625 microM e os resultados foram expressos em μmol de

Trolox (μmol TEmL)

52

410 PREPARACcedilAtildeO DAS AMOSTRAS PARA ANAacuteLISE DOS POLIMORFISMOS

Para extraccedilatildeo do DNA de sangue total utilizou-se o kit PureLinkTM

Genomic DNA

(Invitrogen CA USA) seguindo as instruccedilotildees do fabricante Em seguida foi feita a leitura em

espectrofotocircmetro (Nanodropreg) nos comprimentos de onda () de 260nm (DNA) e 280nm

(proteiacutena) O DNA foi considerado iacutentegro e de boa qualidade quando a razatildeo 260280 foi

maior que 18 sendo descartadas aquelas com valores abaixo deste paracircmetro A

quantificaccedilatildeo do DNA das amostras foi realizada neste mesmo equipamento sendo os

resultados obtidos em ngmicroL As amostras com concentraccedilotildees inferiores a 10 ngmicroL foram

descartadas tendo em vista que esta era concentraccedilatildeo miacutenima padronizada

4101 Determinaccedilatildeo do Polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450)

Para anaacutelise de genotipagem o DNA do sangue total seraacute extraiacutedo a partir do

kit Purelink Genomic DNA da Invitrogen Life Technologies e em seguida o mesmo seraacute

quantificado no espectrofotocircmetro Nanodrop sendo o resultado expresso em ngmL Seraacute

utilizada a razatildeo 260280 superior a 17 e inferior a 20 como paracircmetro de qualidade do

DNA Amostras com a razatildeo abaixo desse valor seratildeo reextraiacutedas O DNA genocircmico de todas

as amostras seraacute ajustado em aacutegua autoclavada para uma concentraccedilatildeo de 10 ngmL e volume

final de 20 μL Um total de 2 μL de DNA seraacute usado para a reaccedilatildeo em cadeia da polimerase e

18 μL de soluccedilatildeo contendo o master mix especiacutefico para o ensaio de genotipagem (TaqManreg

genotyping master mix ndash Applied Biosystemsreg) com sondas TaqMan (Custom TaqMan

reg SNP

Genotyping Assay Human Alelo 1 VICMGB-NFQ Alelo 2 FAMMGB-NFQ part number

4331349) e primers especiacuteficos para o SNP (RS1050450) primer forward CATCGAAGCCCTGCTGTCT

e primer reverse CACTGCAACTBCCAAGCA

A genotipagem da populaccedilatildeo do estudo seraacute realizada pelo sistema TaqMan SNP

Genotyping Assays da Applied Biosystemsreg utilizando as condiccedilotildees de termociclagem

recomendadas pelo fabricante Este sistema eacute baseado na anaacutelise end-point da RT-PCR (Real

time ndash PCR ou Reaccedilatildeo em cadeia da Polimerase em Tempo Real)

53

4102 Determinaccedilatildeo do Polimorfismo GSTM1

As reaccedilotildees de PCR em tempo real (qPCR) foram realizadas em placas especiacuteficas de

96 poccedilos no equipamento StepOne Plus utilizando o sistema para detecccedilatildeo de produtos de

amplificaccedilatildeo TaqManreg (Applied Biosystems Foster City CA USA) Para o polimorfismo

GSTM1 foram selecionados primers forward 5prime-AAGATTCGTGTGGACATTTTGGA-3prime e

reverse 5prime TCTGGATTGTAGCAGATCATGCC-3prime e probes (FAM-CAGACCATGGACA-

ACCA-MGB 100 microM) marcados com fluoroacuteforo FAM Para controle endoacutegeno utilizou-se a

β-2-microglobulina (B2M) forward 5prime-TTGTTTCACTGTCCTGAGGACTATTTAT-3prime e

reverse 5prime-ATGTTACTCTGTCAATGTTCTCCACAT-3prime Os probes utilizados foram

marcados com fluoroacuteforo VIC (VIC-CTCTAACATGATAACCCTCAC-MGB 100 microM)

(COVAULT et al 2003)

As amostras foram submetidas agrave seguinte termociclagem 50degC por 2 min 95degC por

10 min seguidos de 40 ciclos a 95degC por 15 segundos e 60degC por 1 min Ao final eram

considerados vaacutelidos apenas os resultados cuja reaccedilatildeo apresentasse curva de dissociaccedilatildeo com

apenas um pico referente agrave temperatura de melting do primer utilizado em cada reaccedilatildeo A

presenccedila da deleccedilatildeo no gene GSTM1 foi estabelecida quando os valores de Ct (threshold

cycle) foram superiores a 35 ciclos conforme padronizaccedilatildeo realizada por Covault et al

(2003) De forma aleatoacuteria foram selecionadas 20 das amostras deletadas para confirmar a

deleccedilatildeo e em 100 delas houve concordacircncia dos resultados

411 ANAacuteLISES ESTATIacuteSTICAS

Os dados obtidos foram analisados no software SPSS versatildeo 200 e os resultados

expressos como meacutedia desvio padratildeo valores miacutenimos e maacuteximos Testou-se a normalidade

dos dados usando o teste de Kolmogorov-Smirnov e a homogeneidade de variacircncia o de

Levene O teste T-Student para amostras independentes e o ANOVA seguido de Tukey para

comparaccedilatildeo de meacutedias entre os paracircmetros Para o teste de correlaccedilatildeo utilizou-se o de

Pearson Nas anaacutelises de regressatildeo empregou-se o modelo de regressatildeo linear simples e o

modelo de regressatildeo linear muacuteltipla para selecionar as variaacuteveis de ajuste As variaacuteveis

testadas nos ajustes dos modelos muacuteltiplos foram idade iacutendice de massa corpoacuterea

escolaridade renda e ingestatildeo energeacutetica Para estes adotou-se o meacutetodo de backward

Foram consideradas estatisticamente significantes as anaacutelises com p lt 005

54

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51 CARACTERIZACcedilAtildeO DA POPULACcedilAtildeO

Participaram do estudo 200 mulheres voluntaacuterias da cidade de Porto Velho (RO)

selecionadas de uma amostra de conveniecircncia A meacutedia de idade das participantes foi de 263

+ 75 anos Conforme a etnia relatada pelas voluntaacuterias 93 informaram ser pardas e a

maioria cursava o ensino superior Quanto agrave renda houve uma maior prevalecircncia de

participantes que ganhavam mais de quatro salaacuterios miacutenimos e 75 afirmaram natildeo realizar

atividade fiacutesica Em relaccedilatildeo ao histoacuterico de doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis na famiacutelia as

mais descritas foram hipertensatildeo arterial e diabetes Nenhuma participante era fumante ou

fazia uso de bebidas alcooacutelicas Todas residiam no estado de Rondocircnia haacute no miacutenimo 10 anos

Os dados acima mencionados estatildeo representados de forma detalhada na Tabela 1

De acordo com o censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

(IBGE 2011) a populaccedilatildeo brasileira era constituiacuteda de 190755799 de habitantes sendo que

428527 pertenciam agrave cidade de Porto Velho Desse total 492 eram do gecircnero feminino

Ainda neste censo 477 dos habitantes do Brasil classificaram-se como brancos

76 como pretos 43 como pardos 11 como amarelos e 04 como indiacutegenas A

distribuiccedilatildeo por cor ou raccedila reflete padrotildees histoacutericos de ocupaccedilatildeo e movimentos relacionados

agrave dinacircmica econocircmica As maiores proporccedilotildees de pardos (58) estatildeo nas regiotildees norte e

nordeste enquanto os pretos estatildeo mais presentes na Bahia (17) e no Rio de Janeiro

(124) Em Rondocircnia 353 se declararam brancos 556 pardos e 69 pretos

corroborando com dados obtidos nesta pesquisa

Dentre os dados apresentados ressalta-se ainda a presenccedila de DCNT nos antecedentes

familiares das participantes De acordo com Silva-Junior (2009) e Schmidt et al (2011)

72 das mortes ocorridas em 2007 no Brasil foram atribuiacutedas agraves DCNT O aumento da

prevalecircncia de diabetes e hipertensatildeo paralelamente ao excesso de peso estaacute associado agrave

mudanccedilas desfavoraacuteveis na dieta e na atividade fiacutesica (SCHMIDT et al 2011)

O Brasil tem colocado em praacutetica importantes poliacuteticas para prevenccedilatildeo das DCNT

Como exemplo destaca-se a implantaccedilatildeo do plano de accedilatildeo de 2008 a 2013 da Organizaccedilatildeo

Mundial da Sauacutede (WHO) que teve como foco quatro doenccedilas cardiovasculares diabetes

cacircncer e doenccedilas respiratoacuterias crocircnicas responsaacuteveis por 58 das mortes no Brasil em 2007

(WHO 2010 SCHMIDT et al 2011) O elevado nuacutemero de casos dessas doenccedilas nos dias

55

atuais justifica os resultados da porcentagem relatada pelas participantes do estudo sobre o

histoacuterico de doenccedilas na famiacutelia

Tabela 1 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas das voluntaacuterias

1Salaacuterio Miacutenimo vigente no ano de 2011 (R$ 54500)

52 AVALIACcedilAtildeO ANTROPOMEacuteTRICA

Os resultados antropomeacutetricos de acordo com o Iacutendice de Massa Corpoacuterea (IMC)

estatildeo apresentados na tabela 2 a seguir

n

Etnia (n=200)

Parda 186 930

Branca 11 55

Negra 2 10

Indiacutegena 0 0

Oriental 1 05

Escolaridade (n=173)

Fundamental 8 50

Ensino Meacutedio 19 100

Superior Incompleto 103 600

Superior Completo 40 230

Poacutes-Graduaccedilatildeo 3 20

Renda (n=163)

Ateacute 1 Salaacuterio Miacutenimo1

9 60

2 a 3 Salaacuterios Miacutenimos 58 350

Acima de 4 Salaacuterios Miacutenimos 96 590

Atividade Fiacutesica (n=200)

Sim 51 250

Natildeo 149 750

DCNT (n=186)

Dislipidemias 16 86

Obesidade 37 200

Diabetes 62 333

Hipertensatildeo Arterial 58 311

Outras 13 70

56

Tabela 2 Classificaccedilatildeo das participantes segundo o Iacutendice de Massa Corporeacutea (IMC)

Classificaccedilatildeo do IMC (kgm2) n

Eutrofia (185 - 249) 186 93

Sobrepeso (ge 25 ndash 299) 13 65

Obesidade grau I (300 - 349) 1 05

A Figura 5 apresenta os resultados da Circunferecircncia da Cintura (CC) das

participantes Do total 172 voluntaacuterias (891) apresentavam CC dentro dos valores de

normalidade e 21 (109) em risco aumentado de DCNT

Figura 5 Circunferecircncia da Cintura das voluntaacuterias de acordo com WHO (2000) Ponto de

corte assinalado em azul (80 cm) constitui risco aumentado para o desenvolvimento de

DCNT Porto Velho 2015

Considerando as estimativas de prevalecircncia das condiccedilotildees deacuteficit e excesso de peso

de acordo com o IMC os dados da POF 20082009 da populaccedilatildeo brasileira acima de 19 anos

de idade revelaram que 36 das mulheres brasileiras foram classificadas com deacuteficit de peso

principalmente nas mulheres muito jovens (20 a 24 anos de idade) ou muito idosas (75 anos

57

ou mais) O excesso de peso foi diagnosticado em cerca de metade das mulheres excedendo

em 13 vezes a frequecircncia de deacuteficit de peso nestas e o diagnoacutestico de obesidade foi de 169

Ainda de acordo com a POF 20082009 observou-se que tanto o excesso de peso

como a obesidade aumentaram de frequecircncia nas idades entre 55 a 64 anos declinando nas

idades subsequentes Em relaccedilatildeo agraves mulheres da regiatildeo norte o deacuteficit de peso foi de 35 no

domiciacutelio urbano e 42 no rural o excesso de peso 48 no urbano e 479 no rural e a

obesidade 17 e 165 respectivamente

53 CONSUMO ALIMENTAR

A ingestatildeo meacutedia de energia das voluntaacuterias foi 131801 plusmn 26548 kcaldia Os

macronutrientes foram avaliados de acordo com os intervalos de recomendaccedilatildeo da

distribuiccedilatildeo em percentual da contribuiccedilatildeo energeacutetica (AMDR) do Institute of Medicine

(2006) Verificou-se que a maioria (59) das participantes apresentou uma ingestatildeo de

carboidratos abaixo da recomendaccedilatildeo enquanto em relaccedilatildeo agraves proteiacutenas uma elevada

porcentagem (76) apresentou ingestatildeo dentro do intervalo de referecircncia e o consumo de

lipiacutedios foi acima da recomendaccedilatildeo em 48 delas (Figura 6)

Figura 6 Distribuiccedilatildeo das participantes segundo a adequaccedilatildeo da ingestatildeo dos

macronutrientes de acordo com a recomendaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em percentual da energia

(IOM 2006) Porto Velho 2015

59

10 13

26

76

39

44

14

48

Carboidratos Proteiacutenas Lipiacutedios

Abaixo da Recomendaccedilatildeo Dentro do Intervalo de Recomendaccedilatildeo

Acima da Recomendaccedilatildeo

58

A Pesquisa de Orccedilamentos Familiares (POF 20082009) avaliou o consumo alimentar

de 34003 brasileiros levando em consideraccedilatildeo o gecircnero e a faixa etaacuteria Foi observado que o

consumo energeacutetico meacutedio da populaccedilatildeo brasileira em geral variou de 1490 a 2289 kcal Na

regiatildeo norte observaram-se meacutedias de ingestatildeo energeacutetica acima da meacutedia nacional e das

demais regiotildees do paiacutes variando de 1660 a 2496 kcal Entre as mulheres a faixa etaacuteria de 19

a 59 anos apresentou ingestatildeo energeacutetica meacutedia de 1710 kcal sendo a meacutedia na aacuterea urbana

de 1713 e na aacuterea rural 1694 kcal

Dados do Estudo Nacional de Despesa Familiar (ENDEF) de 197475 e as POFs

(198788 199596 e 200203) verificaram diminuiccedilatildeo de cerca de 9 na participaccedilatildeo relativa

de carboidratos acarretando valores considerados miacutenimos para este macronutriente (559)

No entanto no estudo da POF 20082009 a porcentagem de contribuiccedilatildeo dos macronutrientes

obedeceu agraves faixas de recomendaccedilatildeo A meacutedia da porcentagem de contribuiccedilatildeo de

carboidratos nas dietas das mulheres brasileiras foi de 562 a 576 a de proteiacutena de 16 4 e

de lipiacutedio 272 Ao avaliar as participantes da regiatildeo norte as meacutedias de contribuiccedilatildeo foram

565 para carboidrato 176 para proteiacutena e 256 para lipiacutedio

A manutenccedilatildeo do peso corpoacutereo eacute primariamente determinada pelo consumo e

utilizaccedilatildeo de carboidratos e lipiacutedeos As proteiacutenas contribuiram com uma fraccedilatildeo pequena e

relativamente constante no consumo energeacutetico total A auto regulaccedilatildeo dos estoques de

carboidratos e proteiacutenas no organismo humano ocorre de maneira eficiente enquanto o

mecanismo de regulaccedilatildeo de armazenamento de lipiacutedios eacute pouco eficiente O papel

fundamental dos carboidratos (accediluacutecares e amido) eacute o de fornecer energia para as ceacutelulas do

organismo particularmente para o ceacuterebro uacutenico oacutergatildeo dependente exclusivamente destes

nutrientes (EGASHIRA MIZIARA LEONI 2014)

Os lipiacutedios satildeo importantes na alimentaccedilatildeo pois fornecem energia de alta densidade e

participam no valor energeacutetico total da dieta Ao longo dos uacuteltimos anos raacutepidas mudanccedilas na

dieta e no estilo de vida vecircm ocorrendo com a industrializaccedilatildeo urbanizaccedilatildeo desenvolvimento

econocircmico e mais recentemente a globalizaccedilatildeo propiciando significativo impacto na sauacutede e

no estado nutricional da populaccedilatildeo do mundo As DCNT incluindo obesidade diabetes

melito doenccedilas cardiovasculares hipertensatildeo arterial e alguns tipos de cacircncer tecircm

comprometido o periacuteodo de vida economicamente ativo de vaacuterios indiviacuteduos Com relaccedilatildeo agraves

mudanccedilas dieteacuteticas uma das principais alteraccedilotildees observadas eacute o incremento de oacuteleos e

gorduras em preparaccedilotildees e em alimentos industrializados (SANTOS e AQUINO 2014)

Apesar de as voluntaacuterias natildeo apresentarem doenccedilas crocircnicas auto-relatadas destaca-se que

59

houve histoacuterico de vaacuterias DCNT na famiacutelia constituindo fator de risco para desenvolvimento

destas nas participantes

A ingestatildeo alimentar de Se tambeacutem foi avaliada nestas participantes apresentando

meacutedia de consumo de 493 plusmn 191 microgdia (Tabela 3) Observou-se que esta meacutedia foi superior

agrave recomendaccedilatildeo da EAR (45 microgdia) entretanto em relaccedilatildeo agrave prevalecircncia de ingestatildeo

inadequada de Se estimada conforme a foacutermula de Beaton (1994) notou-se que 409 das

participantes apresentaram inadequaccedilatildeo da ingestatildeo ou seja consumo abaixo da EAR

Tabela 3 Ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) das participantes (n = 193)

Se (microgdia)

Meacutedia 4934

Desvio Padratildeo 1915

Mediana 4643

Miacutenimo 1038

Maacuteximo 18520

Segundo os resultados da POF 20082009 a meacutedia do consumo de Se da populaccedilatildeo

feminina com idade entre 19 e 59 anos foi de 762 microgdia Na regiatildeo norte este mesmo grupo

apresentou consumo meacutedio de 1048 microgdia superior ao das outras regiotildees do Brasil centro-

oeste (697 microg) nordeste (793 microg) sudeste (714 microg) e sul (737 microg) Tais resultados

independente da regiatildeo foram superiores ao obtido neste estudo A prevalecircncia de

inadequaccedilatildeo da ingestatildeo de Se neste mesmo grupo foi de 137 no paiacutes sendo de 91 na

regiatildeo norte

Silva (2013) ao avaliar a ingestatildeo alimentar de Se de adultos saudaacuteveis da cidade de

Fortaleza (CE) observou consumo meacutedio de 79 microgdia e somente 151 dos participantes

apresentaram meacutedia de ingestatildeo abaixo da EAR

De acordo com as pesquisas realizadas no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo - Minerais a

ingestatildeo de Se na populaccedilatildeo brasileira varia de 18 a 200 microgdia (CINTRA 1990 BORTOLI

2010 DONADIO 2011 MAIA 2008 SILVA 2013)

Donadio (2011) avaliou indiviacuteduos adultos saudaacuteveis do estado de Satildeo Paulo e

observou um consumo meacutedio de 412 microgdia No estudo de Bortoli (2010) realizado com

mulheres da cidade de Satildeo Paulo Cubatatildeo (SP) e Novo Airatildeo (AM) verificou-se um

consumo meacutedio de 571 microgdia 533 microgdia e 539 microgdia respectivamente Esses dados

60

mostraram que natildeo houve diferenccedila significativa entre as cidades eou estados avaliados

Rocha et al (2014) ao avaliarem o consumo alimentar de Se de crianccedilas de duas comunidades

ribeirinhas de Porto Velho (RO) verificaram que as crianccedilas que residiam na localidade de

Demarcaccedilatildeo consumiam menos Se (418 microgdia) que a localidade denominada Gleba do Rio

Preto (179 microgdia) A diferenccedila observada foi atribuiacuteda ao fato de as crianccedilas da segunda

comunidade consumirem mais alimentos in natura enquanto as crianccedilas da primeira em

virtude da sua localizaccedilatildeo geograacutefica tinham mais acesso a alimentos industrializados

Ressalta-se que todos esses dados referentes ao consumo brasileiro de Se

independente da regiatildeo natildeo ultrapassaram o Limite Superior Toleraacutevel de Ingestatildeo (UL) de

400 microg dia (IOM 2006)

A determinaccedilatildeo do consumo de Se natildeo eacute uma tarefa faacutecil em virtude das dificuldades

existentes em relaccedilatildeo aos meacutetodos que avaliam a ingestatildeo alimentar e aleacutem disso em razatildeo

do nuacutemero reduzido de tabelas que apresentam a concentraccedilatildeo do mineral nos alimentos

brasileiros (FERREIRA 2002) Aliado a essas questotildees eacute preciso ressaltar que as

concentraccedilotildees do mineral nos alimentos satildeo proporcionais agrave quantidade do mesmo nos solos

dessa forma um mesmo alimento pode conter concentraccedilotildees de Se muito diferentes Por isso

os valores de ingestatildeo de Se apresentados poderiam ser diferentes caso houvesse dados da

concentraccedilatildeo do mineral em alimentos cultivados em solo rondoniense Mesmo assim a

dificuldade em estimar a ingestatildeo do Se continuaria existindo pois natildeo seria faacutecil rastrear de

forma rigorosa a origem dos alimentos consumidos pelas participantes

A ingestatildeo de castanha-do-brasil tambeacutem foi mensurada visto que eacute considerado o

alimento mais rico em Se Apenas uma voluntaacuteria afirmou ter o haacutebito de consumi-la

regularmente coincidindo ser justamente aquela que apresentou o maior consumo de Se

(43897 microgdia) bem como as maiores concentraccedilotildees do mineral no sangue Por isso essa

participante natildeo foi incluiacuteda nas anaacutelises por ser considerada como outlier

54 MARCADORES BIOQUIacuteMICOS DO ESTADO NUTRICIONAL RELATIVO AO

SELEcircNIO

A tabela 4 apresenta as concentraccedilotildees de Se (microgL) no plasma e eritroacutecitos das

participantes

61

Tabela 4 Concentraccedilatildeo de Se (microgL) no plasma e nos eritroacutecitos das participantes (n=192)

PLASMA ERITROacuteCITOS

Meacutedia + DP 498 + 186 754 + 299

Mediana 470 730

Miacutenimo 58 184

Maacuteximo 1094 1532

DP Desvio Padratildeo

Destaca-se que o plasma reflete o estado nutricional atual (FAIRWEATHER-TAIT

1997) De acordo com Thomson (2004) e Van Dael e Deelstra (1993) o Se plasmaacutetico eacute

considerado o biomarcador mais acessiacutevel para avaliaccedilatildeo do status do mineral por isso eacute o

mais utilizado pois permite avaliar as mudanccedilas em curto prazo respondendo de forma

raacutepida e sensiacutevel conforme a ingestatildeo alimentar Eacute importante mencionar que essa resposta

pode ser influenciada por fatores como a idade o estado fisioloacutegico do indiviacuteduo e a forma do

Se consumida

De acordo com o paracircmetro proposto por Van Dael e Deelstra (1993) verificou-se que

a maioria das participantes apresentou deficiecircncia de Se (69) enquanto uma porcentagem

menor apresentou adequaccedilatildeo (295) e outra mais reduzida em risco de toxicidade (15)

A Figura 7 apresenta os resultados da concentraccedilatildeo de Se plasmaacutetico conforme os

paracircmetros proposto por Van Dael e Deelstra (1993) assim como os intervalos estipulados

por Thomson (2004) que propotildee valores miacutenimos de Se no soro para prevenccedilatildeo da doenccedila de

Keshan otimizaccedilatildeo da atividade das deiodinases maximizaccedilatildeo da atividade da GPx e da

selenoproteiacutena P e ainda para proteccedilatildeo contra alguns tipos de cacircncer

Apenas 41 das voluntaacuterias apresentaram-se em risco para doenccedila de Keshan e

784 delas baixa otimizaccedilatildeo para as deiodinases Para o ponto de corte de otimizaccedilatildeo da

GPx e selenoproteiacutena P a maioria (933) apresentou baixa otimizaccedilatildeo Quanto ao intervalo

de proteccedilatildeo contra alguns tipos de cacircncer 99 natildeo estavam protegidas

Dessa forma de acordo com as duas referecircncias selecionadas para avaliar a

concentraccedilatildeo de Se no plasma verifica-se que a maioria das voluntaacuterias aleacutem de apresentar

deficiecircncia do mineral

No Brasil poucos estudos avaliaram o estado nutricional relativo ao Se em adultos

saudaacuteveis Coutinho (2003) avaliou este paracircmetro em praticantes de capoeria residentes em

Satildeo Paulo e observou a meacutedia de 787 microgL de Se no plasma Maia (2008) avaliou 29

62

paulistanos e 28 cearenses e observou uma meacutedia de Se plasmaacutetico de 665 microgL e 576 microgL

respectivamente

Figura 7 Distribuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo plasmaacutetica de Se (microgL) das participantes (n=194)

segundo os paracircmetros porpostos por Van Dael e Deelstra (1993) e Thomson (2004) Porto

Velho 2015

a Intervalo proposto por Van Dael e Deelstra (1993) (60 - 120 μgL)

Pontos de corte propostos por Thomson (2004) b Prevenccedilatildeo do surgimento da doenccedila de Keshan (gt 21 μgL)

c Otimizaccedilatildeo da atividade das deiodinases (gt 65 μgL)

d Maximizaccedilatildeo da GPx e selenoproteiacutena P (gt 80 - 95 μgL)

e Proteccedilatildeo contra alguns tipos de cacircncer (gt 115 μgL)

Bortoli (2010) avaliou mulheres saudaacuteveis e encontrou uma meacutedia de 817 microgL nas

voluntaacuterias residentes em Satildeo Paulo 607 microgL no grupo de Cubatatildeo (SP) e de 1018 microgL

nas mulheres de Novo Airatildeo (AM) A meacutedia de Se plasmaacutetico obtida na uacuteltima localidade

citada foi justificada pelo fato de a populaccedilatildeo ter como haacutebito o consumo regular de castanha-

do-brasil Donadio (2011) ao avaliar 124 indiviacuteduos residentes em Satildeo Paulo obteve a meacutedia

de 541 microgL Santos (2013) tambeacutem determinou as concentraccedilotildees do mineral no plasma de

176 indiviacuteduos do Cearaacute e observou uma meacutedia de 626 microgL

63

A Figura 8 apresenta a distribuiccedilatildeo das concentraccedilotildees eritrocitaacuterias de Se das

participantes Nos eritroacutecitos 125 participantes (645) apresentaram concentraccedilotildees abaixo

do intervalo de referecircncia

Figura 8 Distribuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo eritrocitaacuteria de Se das participantes (n=194) Intervalo

assinalado em azul (90 - 190 μgL) constitui os paracircmetros de normalidade proposto por Van

Dael e Deelstra (1993) e Ortuntildeo (1997) Porto Velho 2015

Ao contraacuterio do plasma a concentraccedilatildeo de Se eritrocitaacuterio reflete o estado nutricional

pregresso por responder de forma mais lenta agraves alteraccedilotildees no estado nutricional Essa resposta estaacute

relacionada com o tempo de meia vida das hemaacutecias que eacute de aproximadamente 120 dias

(FAIRWEATHER-TAIT 1997 VAN DAEL e DEELSTRA 1993)

Houve correlaccedilatildeo entre as concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio (r = 0629 p ˂

0001) ou seja quanto maior a concentraccedilatildeo de Se no plasma maior a sua concentraccedilatildeo nos

eritroacutecitos

As Tabelas 5 e 6 apresentam os resultados das anaacutelises de regressatildeo da ingestatildeo

alimentar de Se em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees do mineral no plasma e nos eritroacutecitos

respectivamente

64

Tabela 5 Coeficiente de regressatildeo da ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) como variaacutevel

independente que influenciou a concentraccedilatildeo do mineral no plasma (microgL) das participantes

Variaacutevel independente β p-valora

R2 ajustado p-valor

b

Ingestatildeo alimentar de Se (microgdia)c 0278 0112 0277 0026

Modelo ajustado pela escolaridade (anos de estudo) idade (anos) ingestatildeo energeacutetica (kcaldia) e circunferecircncia

da cintura (cm)

a Valor de p referente ao coeficiente β

b Valor de p referente ao R

2 ajustado

As anaacutelises de regressatildeo mostraram que houve associaccedilatildeo positiva entre o consumo de

alimentar de Se (microgdia) e as concentraccedilotildees do mineral no plasma (microgL) e nos eritroacutecitos

(microgL) O coeficiente de correlaccedilatildeo (R2) da ingestatildeo alimentar de Se em relaccedilatildeo ao plasma foi

277 e nos eritroacutecitos 363 Estes coeficientes expressam a porcentagem da variabilidade

das concentraccedilotildees sanguiacuteneas de Se que satildeo explicadas pela ingestatildeo alimentar do mineral

Tabela 6 Coeficiente de regressatildeo da ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) como variaacutevel

independente que influenciou a concentraccedilatildeo do mineral nos eritroacutecitos (microgL) das

participantes

Variaacutevel independente β p-valora

R2 ajustado p-valor

b

Ingestatildeo alimentar de Se (microgdia)c 0154 0301 0363 0001

Modelo ajustado pelo consumo alimentar de Se (microgdia) idade (anos) circunferecircncia da cintura (cm) iacutendice de

massa corpoacuterea (kgm2) escolaridade (anos de estudo) e renda (salaacuterios miacutenimos)

a Valor de p referente ao coeficiente β

b Valor de p referente ao R

2 ajustado

No estudo de Maia (2008) a meacutedia da concentraccedilatildeo eritrocitaacuteria de Se em adultos residentes

em Satildeo Paulo foi de 80 microgL e do Cearaacute 1224 microgL Silva (2013) encontrou a meacutedia de 1015

microgL de Se nos eritroacutecitos dos participantes do Cearaacute Adame et al (2012) que avaliou

espanhois encontrou a meacutedia de 104 6 microgL

Bortoli (2010) obteve a meacutedia de 833 microgL nas participantes de Satildeo Paulo 859 microgL

no grupo de Cubatatildeo (SP) e de 1998 microgL nas muheres de Novo Airatildeo (AM) A meacutedia

elevada encontrada na comunidade de Novo Airatildeo foI justificada pelo fato de a populaccedilatildeo do

estado do Amazonas apresentar o haacutebito de consumir regularmente a castanha-do-brasil

Houve ainda correlaccedilatildeo positiva entre os valores de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio indicando

65

que aquelas participantes cujo o teor estava mais elevado em um dos compartimentos

sanguiacuteneos tambeacutem se encontrava da mesma forma no outro (r = 07018 plt 00001)

Segundo Lemire et al (2006) a populaccedilatildeo da Amazocircnia brasileira apresenta

concentraccedilatildeo de Se no sangue total que varia de normal a relativamente alto Entretanto este

resultado natildeo foi observado no presente estudo pois a maioria das participantes apresentou

concentraccedilotildees abaixo da referecircncia Todavia esta pesquisa foi composta por mulheres

residentes em uma capital urbana diferente dos locais de trabalho das pesquisas de Lemire et

al (2006) realizados em comunidades ribeirinhas do Paraacute Estes pesquisadores avaliaram 236

adultos de seis comunidades ribeirinhas ao longo do rio Tapajoacutes e verificaram que 343

possuiacuteam concentraccedilotildees elevadas e nove indiviacuteduos (38) apresentaram valores acima dos

estipulados para toxicidade O valor mais baixo encontrado do mineral foi de 142 microgL

Em outra pesquisa realizada por Lemire et al (2011) na mesma regiatildeo foram

avaliados 407 voluntaacuterios e apenas seis participantes (15) apresentaram deficiecircncia de Se

enquanto 32 apresentaram concentraccedilotildees entre 560 e 1000 microgL e 10 concentraccedilotildees

superiores a 1000 microgL Segundo os pesquisadores a concentraccedilatildeo elevada de Se no sangue

foi devida aos haacutebitos alimentares da populaccedilatildeo uma vez que a mesma sobrevive de

alimentos cultivados nas proacuteprias comunidades

De acordo com os estudos de Pinheiro et al (2005) Rocha et al (2014) e Lemire et al

(2006 2009 2010 e 2011) que avaliaram o status de Se em comunidades ribeirinhas da

Amazocircnia observa-se que haacute uma relaccedilatildeo entre a concentraccedilatildeo do mineral no sangue e a

cultura alimentar regional

Natildeo existem muitos trabalhos realizados no Brasil e no mundo que tenham avaliado o

status de Se de populaccedilotildees natildeo acometidas por doenccedilas a maioria das pesquisas avaliou

indiviacuteduos doentes Portanto este trabalho contribuiraacute para o melhor conhecimento das

condiccedilotildees dessa populaccedilatildeo quanto a esse mineral Constatou-se que o haacutebito alimentar urbano

natildeo incluiacutea o consumo de castanha-do-brasil nem de outros alimentos cultivados em solos da

regiatildeo que constituiriam dessa forma uma excelente fonte do mineral

55 SELEcircNIO E ATIVIDADE DA ENZIMA GPx

A atividade da enzima GPx foi avaliada nos eritroacutecitos de 195 participantes e os seus

valores foram corrigidos e ajustados pela concentraccedilatildeo de hemoglobina sendo apresentados

em Ug Hb Apenas 6 das voluntaacuterias avaliadas apresentaram baixa atividade da enzima e

66

87 atividade normal (Figura 9) O valor meacutedio da atividade da GPx foi de 451 + 193 Ug

Hb Dessa forma pode-se inferir que a ingestatildeo alimentar de Se embora baixa natildeo teve influecircncia

na atividade enzimatica da GPx que eacute um biomarcador sensiacutevel e que avaliado nos eritroacutecitos

pode refletir a ingestatildeo em longo prazo do mineral (BROWN 2001 LEI 2007)

Figura 9 A atividade da enzima GPx peroxidase das participantes Intervalo assinalado em

azul (275 a 736 Ug Hb) representa a referecircncia proposta pelo Kit da Randoxreg Porto Velho

2015

Dados da literatura sobre atividade eritrocitaacuteria da GPx satildeo escassos os existentes

avaliaram a atividade da enzima no plasma dificultando as comparaccedilotildees com os resultados

deste trabalho No entanto Olusi (2002) ao realizar seu estudo no Kwait com adultos

eutroacuteficos observou meacutedia de 983 Ug Hb sendo este valor considerado elevado Ko et al

(2005) ao avaliar chineses encontrou a meacutedia de atividade da GPx nos eritroacutecitos de 513

Ug Hb enquanto Moradi et al (2009) ao avaliar em mulheres iranianas observaram a meacutedia

de 20 3 Ug Hb

De acordo com os estudos brasileiros Maia (2008) observou atividade meacutedia de 477

Ug Hb para adultos residentes em Satildeo Paulo e de 528 Ug Hb no Cearaacute Bortoli (2010)

observou a meacutedia de 733 Ug Hb nas mulheres amazonenses 371 Ug Hb nas voluntaacuterias de

Satildeo Paulo e de 382 Ug Hb nas de Cubatatildeo A meacutedia na pesquisa de Donadio (2011) com

paulistanos foi de 401 Ug Hb e Silva (2013) em voluntaacuterias do Cearaacute obteve 386 Ug Hb

67

A atividade da GPx estaacute fortemente correlacionada com a concentraccedilatildeo sanguiacutenea de

Se portanto um consumo inadequado de Se pode ocasionar reduccedilatildeo da atividade da GPx o

que por sua vez afeta a resposta celular em relaccedilatildeo agrave accedilatildeo de agentes oxidantes

desencadeando o surgimento do estresse oxidativo (COMINETTI et al 2011)

Segundo Crespo-Loacutepez et al (2009) as glutationas podem atuar como a principal

linha de defesa contra os compostos de Hg e conforme Herculano et al (2006) altas

concentraccedilotildees da enzima podem servir de proteccedilatildeo contra a intoxicaccedilatildeo do metal

Pinheiro et al (2008) realizou uma comparaccedilatildeo entre concentraccedilotildees de Hg e a defesa

antioxidante de mulheres saudaacuteveis residentes em trecircs comunidades ribeirinhas da Amazocircnia

sendo duas comunidades consideradas expostas ao metal localizadas na bacia do rio Tapajoacutes

e a outra localizada na bacia do rio Tocantins O estudo tinha como finalidade detectar

possiacuteveis alteraccedilotildees no estado antioxidante em razatildeo da exposiccedilatildeo ao Hg Dentre outros

paracircmetros foram avaliados a concentraccedilatildeo da GPx no sangue total e as concentraccedilotildees de Hg

nos cabelos Foi observada correlaccedilatildeo positiva entre as concentraccedilotildees de Hg e o aumento da

concentraccedilatildeo da enzima ou seja os indiviacuteduos com alto teor de Hg apresentaram tambeacutem

concentraccedilotildees elevadas de GPx

56 SELEcircNIO E CONCENTRACcedilOtildeES CAPILARES DE MERCUacuteRIO

Os resultados das anaacutelises de Hg nos cabelos das voluntaacuterias encontram-se descritos

na Figura 10 Das 200 participantes avaliadas apenas seis (30) apresentaram concentraccedilotildees

de Hg superiores ao valor de referecircncia estabelecido pela WHO (1990) e apenas uma

apresentou concentraccedilatildeo do metal abaixo do limite de quantificaccedilatildeo (˂ 1 ng g-1

)

Em relaccedilatildeo aos resultados do formulaacuterio de Hg para coleta dos cabelos foi perguntado

para as participantes se estas possuiacuteam tintura ou qualquer tipo de alisamento e a maioria

(635) natildeo possuiacutea nenhum tipo de alisamento e 585 natildeo tinham cabelos pintados A

concentraccedilatildeo meacutedia de Hg nos cabelos foi de 625 + 766 ng g-1

A concentraccedilatildeo de Hg no sangue reflete a exposiccedilatildeo ao metal nas formas orgacircnica e

inorgacircnica e pode ser influenciada pelo consumo de alimentos contaminados O Hg

permanece na corrente sanguiacutenea apenas alguns dias apoacutes a exposiccedilatildeo desta maneira a anaacutelise

deve ser feita rapidamente a fim de detectar exposiccedilotildees recentes (EPA 2005) Em relaccedilatildeo agrave

concentraccedilatildeo de Hg nos cabelos esta eacute proporcional agrave do sangue uma vez que este metal se

incorpora aos fios (WHO 1990) A anaacutelise do cabelo reflete uma exposiccedilatildeo mais prolongada

68

ao Hg possibilitando a avaliaccedilatildeo da concentraccedilatildeo deste elemento durante periacuteodos de tempo

maiores (PASCALICCHIO 2002)

Figura 10 Distribuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo de Hg (ng g-1

) nos cabelos das participantes (n=

200) Ponto de corte assinalado em azul representa o valor de referecircncia (2000 ng g-1

)

proposto pela WHO (1990) Porto Velho-RO 2015

Os peixes da regiatildeo Amazocircnica segundo alguns pesquisadores apresentam elevado risco de

contaminaccedilatildeo por Hg (MUCKE et al 2001 BAacuteRAacuteNY et al 2002 KARITA e SUZUKI

2002 LINDBERG et al 2004 HANSEN et al 2004) Entretanto 975 das participantes

avaliadas informaram consumir este alimento de forma esporaacutedica Dessa forma pode-se

inferir que as participantes deste estudo natildeo apresentaram alta contaminaccedilatildeo por Hg em

decorrecircncia da baixa ingestatildeo de peixes no haacutebito alimentar Poreacutem Marques et al (2007) ao

avaliar as concentraccedilotildees de Hg de 82 mulheres urbanas de Porto Velho (RO) observaram

que mesmo com um baixo consumo de peixes o niacutevel meacutedio de Hg nos cabelos foi elevado

(3500 ng g-1

)

Em outra pesquisa realizada por Marques et al (2013) foram avaliadas mulheres de

comunidades ribeirinhas da bacia do rio Madeira Os autores observaram que as

concentraccedilotildees meacutedias de Hg nos cabelos (12120 ng g-1

) daquelas que moravam agraves margens

do rio foram superiores agravequeles das residentes em aacuterea urbana (5360 ng g-1

)

69

Rocha et al (2014) determinaram as concentraccedilotildees de Hg nos cabelos de crianccedilas de

duas comunidades ribeirinhas de Porto Velho sendo elas Demarcaccedilatildeo localizada as margens

do rio Machado e Gleba do Rio Preto no rio Preto As crianccedilas da primeira comunidade

apresentaram concentraccedilatildeo meacutedia de Hg de 3570 + 1860 ng g-1

enquanto as crianccedilas da

Gleba do Rio Preto concentraccedilotildees meacutedias de 6240 + 5890 ng g-1

ou seja 50 acima do

valor encontrado na comunidade Demarcaccedilatildeo

Bastos et al (2006) ao avaliar as concentraccedilotildees de Hg em 713 indiviacuteduos do rio

Madeira obtiveram a meacutedia de 15200 ng g-1

Boischio e Henshel (2000) ao avaliar 90 matildees e

89 crianccedilas encontraram meacutedias de 12600 ng g-1

e 10200 ng g-1

respectivamente

Hacon et al (2014) avaliaram cinco aacutereas na regiatildeo de Porto Velho no rio Madeira

Das cinco comunidades estudadas quatro faziam parte da regiatildeo ribeirinha de Santo Antocircnio

Participaram do estudo 1945 indiviacuteduos cujas concentraccedilotildees de Hg foram avaliados em

amostras de cabelos Apenas 09 dos voluntaacuterios apresentaram concentraccedilotildees de Hg

superiores a 50000 ng g-1

e 90 concentraccedilotildees inferiores a 10000 ng g-1

O estudo ressaltou

que as concentraccedilotildees de Hg nas mulheres de 16 a 49 anos de idade variou de 2400 a 5300 ng

g-1

dependendo da regiatildeo onde residiam Os pesquisadores concluiacuteram que as concentraccedilotildees

de Hg foram altos em todas as comunidades e este resultado foi relacionado ao consumo de

peixes da regiatildeo

Bortoli (2010) que tambeacutem avaliou as concentraccedilotildees de Hg nos cabelos de mulheres

de Satildeo Paulo (SP) Cubatatildeo (SP) e Novo Airatildeo (AM) encontrou meacutedia de 180 ng g-1

nas

paulistanas 190 ng g-1

nas Cubatenses e de 5670 ng g-1

nas participantes do Amazonas

Dentre as participantes dos dois primeiros grupos nenhuma apresentou concentraccedilatildeo de Hg

acima de 2000 ng g-1

concentraccedilatildeo para adultos natildeo expostos ocupacionalmente de acordo

com a WHO (1990) No grupo das mulheres amazonenses 218 apresentaram valores

abaixo dessa referecircncia De acordo com os valores maacuteximos em regiotildees onde haacute exposiccedilatildeo

reconhecida por Hg (6000 ng g-1

) foi observado que 309 destas participantes tinham

concentraccedilotildees de Hg nos cabelos acima desse valor de referecircncia A pesquisadora ressaltou

que 927 das mulheres de Novo Airatildeo relataram consumir peixes da regiatildeo pelo menos uma

vez por semana

Pinheiro et al (2005) ao avaliarem 40 mulheres de trecircs comunidades da bacia do rio

Tapajoacutes verificaram que natildeo houve diferenccedila estatiacutestica em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees de Hg

total nas amostras de cabelos nas diferentes comunidades O primeiro grupo composto por

gestantes apresentou a meacutedia de concentraccedilatildeo de Hg de 8250 ng g-1

enquanto o segundo

composto por mulheres natildeo gestantes 9390 ng g-1

do metal No entanto os pesquisadores

70

observaram que as concentraccedilotildees do Hg no terceiro trimestre de gravidez eram maiores

(9650 ng g-1

) que no primeiro (6620 ng g-1

) e segundo trimestres (6710 ng g-1

)

Pinheiro et al (2008) analisaram novamente duas comunidades da mesma regiatildeo que

o estudo anterior Poreacutem selecionaram mulheres de uma comunidade ribeirinha da bacia do

rio Tocantins que formaram o grupo controle do estudo pois estas natildeo pertenciam a uma

regiatildeo considerada contaminada por Hg Os autores observaram que nas comunidades da

bacia do rio Tapajoacutes as voluntaacuterias apresentaram concentraccedilotildees de Hg no cabelo

significativamente maiores (12926 ng g-1

) em relaccedilatildeo agrave comunidade da bacia do rio Tocantins

(3290 ng g-1

)

Estudos epidemioloacutegicos tecircm evidenciado correlaccedilatildeo positiva entre as concentraccedilotildees

de Se e Hg no sangue (MUCKE et al 2001 BAacuteRAacuteNY et al 2002 KARITA e SUZUKI

2002 LINDBERG et al 2004 HANSEN et al 2004) Tal evidecircncia foi verificada nesta

pesquisa em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees plasmaacuteticas do mineral conforme as anaacutelises de

regressatildeo Os coeficientes de correlaccedilatildeo (R2) das concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico e

eritrocitaacuterio foram 59 e 37 respectivamente (Tabela 7) Estes coeficientes expressam a

porcentagem da variabilidade no niacutevel de Hg nos cabelos (ng g-1

) que eacute explicada pelas

variaacuteveis independentes

De acordo com Gailer et al (2000) o efeito protetor do Se tem sido associado a uma

maior retenccedilatildeo de Hg ao inveacutes de maior excreccedilatildeo Desta forma acredita-se que o Se

juntamente com o Hg forme um complexo Hg-Se que por sua vez liga-se a selenoproteiacutena P

favorecendo uma redistribuiccedilatildeo corporal do metal Poreacutem segundo Baacuteraacuteny et al (2005) e

Lindberg et al (2004) os estudos sobre como esta interaccedilatildeo acontece ainda natildeo satildeo

suficientes para elucidar a dinacircmica desse complexo Sugere-se que uma ingestatildeo adequada de

Se possa promover um efeito de proteccedilatildeo contra o Hg e seus compostos toacutexicos

Apesar dos valores elevados de Hg encontrados na regiatildeo Amazocircnica poucos trabalhos

avaliaram sintomas ou sinais cliacutenicos referentes a essa intoxicaccedilatildeo

No estudo de Dorea et al (2003) com mulheres vivendo em comunidades ribeirinhas

do Rio Negro os sintomas pesquisados foram fraquezas musculares amortecimentos de

membros tremores desequiliacutebrio e alteraccedilotildees sensoriais No entanto na populaccedilatildeo deste

estudo tais sinais natildeo foram observados Malm et al (1995) realizaram outra pesquisa com

populaccedilotildees ribeirinhas no Paraacute e tambeacutem natildeo encontraram tais sinais (desequiliacutebrio sensitivo

constriccedilatildeo de campo visual ataxia reduccedilatildeo da capacidade auditiva tremores reflexos de

tendotildees e desequiliacutebrios mentais e salivares)

71

Tabela 7 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram as

concentraccedilotildees de Hg (ng g-1

) nos cabelos (variaacutevel dependente) das participantes

Variaacuteveis independentes β p-valora

R2 ajustado p-valor

b

Se no Plasma (microgL)c 3117 0177 0059 0020

Se no Eritroacutecito (microgL)d 0970 0656 0037 0096

a Valor de p referente ao coeficiente β

b Valor de p referente ao R

2 ajustado

c Modelo ajustado pelo indice de massa corporeacutea (kgm

2) escolaridade (anos de estudo) idade (anos) e renda

(salaacuterios miacutenimos) d Modelo ajustado pelo pelo indice de massa corporeacutea (kgm

2) circunferecircncia da cintura (cm) escolaridade (anos

de estudo) idade (anos) ingestatildeo energeacutetica (kcaldia) e renda (salaacuterios miacutenimos)

57 SELEcircNIO E AVALIACcedilAtildeO DO ESTRESSE OXIDATIVO MDA E ORAC

O meacutetodo de ORAC (Capacidade de Absorccedilatildeo de Radicais de Oxigecircnio) avalia a

capacidade do plasma de inibir o radical peroxil mostrando resistecircncia aos danos oxidativos

Dessa forma verifica-se que quanto maiores as concentraccedilotildees do Se no sangue maior seraacute a

capacidade antioxidante total sendo este dado relacionado agrave accedilatildeo ou funccedilatildeo antioxidante do

mineral

De acordo com as anaacutelises de regressatildeo houve associaccedilatildeo entre as concentraccedilotildees de

Se no plasma e nos eritroacutecitos com o ORAC (Tabela 8) Os coeficientes de correlaccedilatildeo (R2)

das concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio foram 60 e 77 respectivamente Estes

coeficientes expressam a porcentagem da variabilidade do ORAC que eacute explicado pelas

variaacuteveis independentes (Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio) Natildeo foram encontrados estudos que

avaliaram a capacidade antioxidante por meio do ORAC que relacionem ou associem com as

concentraccedilotildees de Se em indiviacuteduos saudaacuteveis

Tabela 8 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram a

capacidade antioxidante ndash ORAC (mmol eq troloxg de amostra) (variaacutevel dependente) das

participantes

Variaacuteveis independentes β p-valora

R2 ajustado p-valor

b

Se no Plasma (microgL)c -0002 0555 0060 0015

Se no Eritroacutecito (microgL)d -0005 0094 0077 0005

a Valor de p referente ao coeficiente β

b Valor de p referente ao R

2 ajustado

c Modelo ajustado pelo indice de massa corporeacutea (kgm

2) circunferecircncia da cintura (cm) renda (salaacuterios

miacutenimos) d

Modelo ajustado pelo pelo indice de massa corporeacutea (kgm2) circunferecircncia da cintura (cm) renda (salaacuterios

miacutenimos)

72

Os radicais livres de oxigecircnio podem induzir a reaccedilatildeo de peroxidaccedilatildeo lipiacutedica Os

aacutecidos graxos insaturados no plasma em uacuteltima instacircncia podem gerar produtos de

peroxidaccedilatildeo lipiacutedica tais como o malondialdeiacutedo (MDA) Dessa forma as concentraccedilotildees de

MDA podem refletir o niacutevel de estresse oxidativo do organismo De acordo com as anaacutelises

de regressatildeo natildeo houve associaccedilatildeo entre as concentraccedilotildees de Se no plasma e nos eritroacutecitos

com o MDA (Tabela 9)

Tabela 9 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram a

concentraccedilatildeo plasmaacutetica de malondialdeiacutedo (microM) (variaacutevel dependente) das participantes

Variaacuteveis independentes β p-valora

R2 ajustado p-valor

b

Se no Plasma (microgL)c 10 x 10

-4 0980 -0015 0675

Se no Eritroacutecito (microgL)c 10 x 10

-3 0239 -0005 0505

a Valor de p referente ao coeficiente β

b Valor de p referente ao R

2 ajustado

c Modelo ajustado pelo indice de massa corporeacutea (kgm

2) idade (anos) ingestatildeo energeacutetica (kcaldia)

circunferecircncia da cintura (cm) renda (salaacuterios miacutenimos) e escolaridade (anos de estudo)

O estudo de Gaacutec et al (2014) tinha como objetivo definir a relaccedilatildeo entre as

concentraccedilotildees de Se no sangue e estresse oxidativo (concentraccedilatildeo de MDA) em 337 crianccedilas

saudaacuteveis da Espanha A concentraccedilatildeo de Se natildeo exerceu nenhum efeito direto nas

concentraccedilotildees de MDA (r = 008 pgt005) Em outro estudo espanhol Galan-Chilet et al

(2014) avaliaram em uma populaccedilatildeo adulta a associaccedilatildeo entre o Se no plasma e as

concentraccedilotildees de MDA na urina Os autores tambeacutem natildeo observaram correlaccedilotildees

siginificativas entre esses marcadores

Krishnan e Rani (2014) tambeacutem natildeo encontraram nenhuma correlaccedilatildeo significativa

entre a concentraccedilatildeo de Se e MDA em pacientes com doenccedila de Alzheimer ou demecircncia de

origem vascular Entretanto outros estudos verificaram uma diminuiccedilatildeo das concentraccedilotildees de

MDA apoacutes a suplementaccedilatildeo com Se (ZHANG et al 2005 FABIAN et al 2013 SITTA et

al 2011 SMOLKOVAacute et al 2004 GRYGIEL-GOacuteRNIAK et al 2014)

73

58 POLIMORFISMO PRO198LEU

Ao avaliar a presenccedila do SNP (rs 1050450) no gene que codifica a enzima glutation

peroxidase1 nas 190 amostras do estudo foi observado que 567 das participantes

apresentaram genoacutetipo selvagem (ProPro) ou seja homozigotos para prolina 368 dos

indiviacuteduos heterozigotos (ProLeu) e 68 homozigotos para leucina (LeuLeu) A frequecircncia

relativa do alelo variante foi de 025

Os resultados da genotipagem apresentaram-se de acordo com o equiliacutebrio de Hardy

Weinberg o qual determina que as frequecircncias aleacutelicas devem permanecer constantes ao

longo das geraccedilotildees caso natildeo sejam interferidas por nenhum fator evolutivo Dessa forma o

teste de qui-quadrado (χ2) foi aplicado e o valor encontrado foi de 01127 e a probabilidade

associada a esse valor considerando um grau de liberdade foi maior que 5 indicando que a

populaccedilatildeo estava de acordo com o equiliacutebrio

A Tabela 10 ilustra a distribuiccedilatildeo das participantes de acordo com o SNP Pro198Leu

Tabela 10 Distribuiccedilatildeo do SNP Pro198Leu (rs 1050450) no gene que codifica GPx 1 nas

participantes (n=190)

Genoacutetipos coacutedon 198 da GPx 1 n

ProPro 107 563

ProLeu 70 368

LeuLeu 13 68

Quatro pesquisas descrevem a frequecircncia do polimorfismo Pro198Leu na populaccedilatildeo

da cidade de Satildeo Paulo Nishimura (2010) em seu estudo com 175 pacientes com cacircncer da

cavidade orofariacutengea encontrou prevalecircncia de 50 de indiviacuteduos com genoacutetipo selvagem

(ProPro) 43 heterozigoto (ProLeu) e 7 de homozigoto (LeuLeu) para o polimorfismo

Em seu grupo controle que foi constituiacutedo por 203 indiviacuteduos da mesma cidade 51

ProPro 43 ProLeu e 6 LeuLeu

Cominetti et al (2011) no seu trabalho realizado com 37 mulheres obesas

observaram 49 de ProPro 38 de ProLeu e 13 de LeuLeu Donadio (2011) ao avaliar

124 indiviacuteduos adultos natildeo doentes verificou que a prevalecircncia de ProPro foi de 49 de

ProLeu 47 e apenas 3 de LeuLeu

Cardoso et al (2012) ao determinar o polimorfismo em um grupo de 28 idosos com

doenccedila de Alzheimer observaram que 75 apresentaram genoacutetipo ProPro 14 de

74

heterozigotos e 11 de LeuLeu No mesmo estudo no grupo controle formado por 29

idosos sem a doenccedila os pesquisadores encontraram 72 com genoacutetipo ProPro 14 de

ProLeu e 14 de homozigotos LeuLeu

Silva (2013) em seu trabalho realizado com a populaccedilatildeo cearense observou que

545 dos indiviacuteduos apresentaram genoacutetipo ProPro 381 genoacutetipo ProLeu e 74 de

genoacutetipo LeuLeu

Hiragi et al (2011) avaliaram a frequecircncia do polimorfismo em 304 indiviacuteduos

pertencentes a trecircs grupos eacutetnicos diferentes No grupo constituiacutedo por 60 adultos indiacutegenas

95 possuiacuteam genoacutetipo selvagem (ProPro) 3 eram heterozigotos (ProLeu) e 2

homozigotos (LeuLeu) No grupo composto por 72 indiviacuteduos afrodescendentes 71 eram

ProPro 22 ProLeu e 7 LeuLeu O terceiro grupo formado por 172 indiviacuteduos que

residiam no Distrito Federal 47 eram ProPro 40 ProLeu e 13 LeuLeu

Fosberg et al (1999) em anaacutelise realizada com 25 suecos encontrou 52 de

indiviacuteduos homozigotos para prolina (selvagens) 36 de heterozigotos e 12 de

homozigotos para leucina Em outro estudo Fosberg et al (2000) determinaram a frequecircncia

de alelos para esse polimorfismo em uma populaccedilatildeo sueca e outra finlandesa A populaccedilatildeo

sueca foi formada por 101 indiviacuteduos infartados e 214 formaram o grupo controle A

distribuiccedilatildeo dos genoacutetipos dos indiviacuteduos do grupo caso foi de 55 homozigotos selvagens

38 heterozigotos e 7 de homozigotos para leucina No grupo controle a frequecircncia dos

genoacutetipos foi de 53 40 e 7 respectivamente No grupo da Finlacircndia dos 66 indiviacuteduos

avaliados 35 eram homozigotos para prolina 48 heterozigotos e 17 homozigotos para

leucina

De acordo com os trabalhos citados a menor distribuiccedilatildeo conforme os genoacutetipos estaacute

relacionada ao homozigoto LeuLeu Algumas pesquisas afirmam que a presenccedila do alelo Leu

reduz a atividade da enzima GPx nos indiviacuteduos com este alelo variante (HANSEN et al

2009 RAVN-HAREN et al 2006) Dessa forma se haacute uma diminuiccedilatildeo da atividade

enzimaacutetica da GPx o sistema antioxidante dos indiviacuteduos que apresentam o alelo Leu pode

ser afetado Estudos tambeacutem tecircm associado a presenccedila deste alelo variante a um aumento do

risco de alguns tipos de cacircncer (RATNASINGHE et al 2000 HU e DIAMOND 2003

ZHAO et al 2005) Entretanto essas associaccedilotildees natildeo foram observadas em todas as

populaccedilotildees estudadas uma vez que a frequecircncia do alelo Leu varia de acordo com o grupo

eacutetnico (ZHAO et al 2005)

De acordo com Pena et al (2011) a origem geneacutetica da populaccedilatildeo brasileira eacute o

resultado de vaacuterias miscigenaccedilotildees e apesar disso apresenta uma uniformidade maior que o

75

esperado No trabalho desses pesquisadores foi avaliado a ascendecircncia total de 934 brasileiros

de diferentes raccedilas residentes em quatro regiotildees do paiacutes com excessatildeo da regiatildeo centro-oeste

Foram avaliados polimorfismos de inserccedilatildeo e deleccedilatildeo e os genoacutetipos encontrados foram

utilizados para estimar os componentes europeus africanos e ameriacutendios dos indiviacuteduos Os

resultados mostraram que a ancestralidade das diferentes populaccedilotildees das regiotildees do Brasil eacute

semelhante

A populaccedilatildeo de Rondocircnia eacute umas das mais diversificadas do Brasil composta de

migrantes oriundos de todas as regiotildees do paiacutes O interior do Estado eacute formado por goianos

paranaenses paulistas mineiros gauacutechos capixabas baianos mato grossenses e sergipanos

enquanto a capital eacute formada por cearenses maranhenses amazonenses e acreanos (IBGE

2014)

Poucos estudos associaram o polimorfismo Pro198Leu com biomarcadores do estado

nutricional relativo ao Se em indiviacuteduos saudaacuteveis A Tabela 11 apresenta uma comparaccedilatildeo

das meacutedias das concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico eritrocitaacuterio atividade da GPx MDA e

ORAC de acordo com o genoacutetipo para o polimorfismo Pro198Leu Observou-se que natildeo

houve diferenccedila significativa entre os paracircmetros avaliados

Donadio (2011) encontrou diferenccedila significativa entre a atividade da GPx em

mulheres paulistanas avaliadas de acordo com os genoacutetipos do Pro198Leu Silva (2013)

tambeacutem encontrou a mesma diferenccedila em mulheres cearenses indicando que a influecircncia do

gecircnero eacute um importante fator que deve ser considerado em estudos sobre esse polimorfismo

Cominetti et al (2011) natildeo observaram diferenccedilas nas concentraccedilotildees de Se

plasmaacutetico eritrocitaacuterio e atividade da GPx entre os genoacutetipos em ambas as fases de seu

estudo (preacute e poacutes suplementaccedilatildeo de castanha-do-brasil) poreacutem encontraram correlaccedilatildeo entre

o Se eritrocitaacuterio e a atividade da GPx apenas para o grupo ProPro em ambas as fases O

mesmo resultado foi observado no estudo de Cardoso et al (2012) que tambeacutem observaram

correlaccedilatildeo entre o Se eritrocitaacuterio e a atividade da GPx apenas para o grupo ProPro tanto nos

indiviacuteduos com Alzheimer quanto no grupo controle A mesma correlaccedilatildeo foi descrita por

Jablonska et al (2009) Hu e Diamond (2003) e Karunashinghe et al (2011) Estes dados satildeo

uacuteteis para entender os mecanismos e a manutenccedilatildeo da variabilidade geneacutetica na populaccedilatildeo

bem como para a identificaccedilatildeo de genes associados com doenccedilas complexas (HIRAGI et al

2011) Todos esses resultados mostram que o efeito do polimorfismo Pro198Leu deve

continuar sendo investigado em diferentes populaccedilotildees

76

Tabela 11 Concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico eritrocitaacuterio atividade da enzima GPx MDA e

ORAC de acordo com o genoacutetipo para o polimorfismo Pro198Leu (rs1050450) no gene que

codifica para GPx 1 das participantes

Variaacuteveis ProPro

MD (DP) (n= 107)

ProLeu

MD (DP) (n = 70)

LeuLeu

MD (DP) (n = 13)

pa

Se no Plasma (microgL) 5366 (5225) 5417 (3993) 5577 (1866) 099

Se no Eritroacutecito (microgL) 7804 (3883) 7769 (3618) 7935 (2944) 099

GPx Eritrocitaacuteria (Ug Hb) 4751 (2277) 4426 (2604) 4261 (1374) 058

MDA (microM) 097 (111) 084 (022) 085 (023) 060

ORAC (mmol eq troloxg de amostra) 163 (151) 159 (130) 128 (076) 071

a Valor de p calculado pela ANOVA MD - Meacutedia DP - Desvio Padratildeo

59 POLIMORFISMO GSTM1

A GST faz parte de uma famiacutelia de enzimas intracelulares que modullam a accedilatildeo de

toxinas endoacutegenas e exoacutegenas sobre as ceacutelulas evitando danos ao DNA (MANNERVICK

1985) Esta famiacutelia de enzimas estaacute envolvida no metabolismo de muitos carcinoacutegenos

poluentes ambientais e drogas anticanceriacutegenas por isso a inexistecircncia de isoenzimas

especiacuteficas pode gerar efeito significativo na toleracircncia do organismo ao estresse oxidativo

(ZHENG et al 2002 MORAIS et al 2008) O gene da classe mu (GSTM1) abordado nesta

pesquisa eacute polimoacuterfico em humanos e estatildeo ausentes ou deletados de forma homozigoacutetica em

40 a 50 em diferentes populaccedilotildees eacutetnicas (NELSON et al 1995 HATAGIMA et al 2000

GISNBERG et al 2009)

A Tabela 12 apresenta a distribuiccedilatildeo das participantes de acordo com o genoacutetipo do

polimorfismo GSTM1 O genoacutetipo nulo ou deletado (--) indica que o gene inteiro apresenta

deleccedilatildeo e portanto o indiviacuteduo natildeo expressa a proteiacutena GST O genoacutetipo presente (++) eacute a

forma selvagem ou seja natildeo apresenta deleccedilatildeo do gene e o indiviacuteduo expressa a GST

Tabela 12 Distribuiccedilatildeo do polimorfismo GSTM1 no gene da GST das participantes (n =

180)

GSTM1 n

Presente (++) 104 5780

Nulo ou Deletado (--) 76 4220

77

Natildeo foram observadas diferenccedilas entre as concentraccedilotildees de Hg na populaccedilatildeo avaliada

de acordo com os genoacutetipos do polimorfismo GSTM1 bem como os paracircmetros relativos ao

estresse oxidativo (Tabela 13)

Tabela 13 Concentraccedilotildees de Hg de MDA e valores de ORAC de acordo com o genoacutetipo

para o polimorfismo GSTM1 no gene da GST das participantes

Variaacuteveis Presente (++)

MD (DP)

(n= 104)

Nulo (--)

MD (DP)

(n = 76)

pa

Hg (ng g-1

) 56365 (69475) 70863 (75295) 0184

MDA (microM) 095 (113) 087 (027) 0570

ORAC (mmol eq troloxg de amostra) 165 (159) 158 (117) 0730 a Valor de p calculado pelo teste T-Student

Klatau-Gimaratildees et al (2005) verificaram que em algumas tribos indiacutegenas da

Amazocircnia os indiviacuteduos que carreavam o genoacutetipo nulo ou seja deleccedilatildeo do gene inteiro

tinham maiores concentraccedilotildees de Hg nos cabelos Tais pesquisadores concluiacuteram que os

fatores geneacuteticos podem influenciar o acuacutemulo de Hg no organismo e os indiviacuteduos com

genoacutetipo nulo natildeo estatildeo aptos a destoxificar o metal pois essa funccedilatildeo eacute atribuiacuteda agrave GST

Entretanto outros estudos natildeo encontraram correlaccedilatildeo entre as concentraccedilotildees do metal

com os genoacutetipos do GSTM1 Gundacker et al (2007) em seu estudo com 222 estudantes da

Universidade de Viena relacionaram as concentraccedilotildees de Hg no sangue e na urina com os

genoacutetipos presente ou nulo do polimorfismo Os autores natildeo encontraram associaccedilatildeo entre

esses dois paracircmetros mas foi observado que as pessoas com genoacutetipo nulo apresentavam

valores mais elevados do metal Os autores verificaram que 56 dos indiviacuteduos carreavam o

genoacutetipo nulo tinham concentraccedilotildees mais baixas de Hg no sangue coincidindo com

concentraccedilotildees tiacutepicas de populaccedilotildees natildeo expostas agrave toxicidade Os resultados levaram agrave

hipoacutetese de que os indiviacuteduos com a deleccedilatildeo para GST apresentam atividade cataliacutetica

prejudicada e satildeo menos capazes de aumentar a sua capacidade de excreccedilatildeo do Hg levando a

uma maior acumulaccedilatildeo do metal no organismo

Estudos sobre a relaccedilatildeo entre o polimorfismo da GST e as concentraccedilotildees de Hg em

humanos satildeo escassos Custodio et al (2004 e 2005) verificaram que o polimorfismo GSTM1

natildeo teve efeito sobre as concentraccedilotildees de Hg no sangue total plasma e urina Entretanto

concluiacuteram que indiviacuteduos carreadores do genoacutetipo deletado apresentam atividade da enzima

reduzida e dessa forma maiores concentraccedilotildees e retenccedilatildeo de Hg

78

Lee et al (2009) analisaram o polimorfismo GSTM1 associado agrave exposiccedilatildeo intra-

uterina de Hg e o peso ao nascer de crianccedilas de etnia coreana Dentre as 417 gestantes

avaliadas 595 carreavam genoacutetipo nulo sem diferenccedila significativa nas concentraccedilotildees de

Hg no sangue e no cordatildeo umbilical em relaccedilatildeo agravequelas com genoacutetipo selvagem Apesar

disso os autores observaram que as crianccedilas cujas matildees carreavam o genoacutetipo nulo

apresentaram relaccedilatildeo inversa do peso ao nascer com as concentraccedilotildees de Hg no cordatildeo

umbilical Entretanto esta relaccedilatildeo natildeo foi observada nas crianccedilas filhas de matildees com genoacutetipo

selvagem Os pesquisadores afirmaram que este fato pode ser explicado em razatildeo do Hg ser

transferido para o feto atraveacutes da placenta Dessa forma foi demosntrado que o polimorfismo

GSTM1 pode desempenhar papel importante na relaccedilatildeo entre a concentraccedilatildeo de Hg e o peso

ao nascer

Na populaccedilatildeo brasileira a frequecircncia desse polimorfismo tambeacutem eacute elevada

Hatagima et al (2000) avaliaram 658 indiviacuteduos do Rio de Janeiro e 179 de Brasiacutelia e a

frequecircncia do genoacutetipo nulo foi semelhante nas duas populaccedilotildees 46 na populaccedilatildeo carioca e

49 na brasiliense Gattaacutes et al (2004) analisaram a frequecircncia em 594 indiviacuteduos

selecionados na cidade de Satildeo Paulo e 137 homens da aacuterea rural da Bahia A distribuiccedilatildeo do

genoacutetipo nulo avaliado foi mais frequente nos indiviacuteduos brancos (554) que nos pardos

(414) e negros (328) em Satildeo Paulo Na Bahia essa frequecircncia foi de 357

Hiragi et al (2011) determinaram a frequecircncia do polimorfismo em 304 indiviacuteduos

pertencentes a trecircs grupos eacutetnicos diferentes No grupo constituiacutedo por 60 adultos indiacutegenas

55 apresentaram genoacutetipo nulo e no grupo composto por 72 indiviacuteduos afrodescendentes

53 No terceiro grupo que foi formado por 172 indiviacuteduos que residiam no Distrito Federal

63 apresentaram genoacutetipo deletado

Em um estudo com 120 pacientes com diagnoacutestico de diabetes tipo 2 de Goiacircnia (GO)

Pinheiro et al (2013) observaram uma frequecircncia do genoacutetipo nulo de 41 no grupo caso

enquanto no grupo controle foi de 122 Natildeo foi observada qualquer associaccedilatildeo da deleccedilatildeo

com a suscetibilidade agrave doenccedila na populaccedilatildeo estudada apesar de ter sido observada uma

associaccedilatildeo com aumento significativo da glicemia de jejum hemoglobina glicada e pressatildeo

arterial

Anton et al (2010) verificaram a influecircncia do polimorfismo GSTM1 na

susceptibilidade ao cacircncer de mama em 15 mulheres com diagnoacutestico da doenccedila e em 30

mulheres saudaacuteveis atendidas em um hospital do sul do Brasil Foi observado que 467 das

mulheres carreavam o genoacutetipo nulo e 433 das mulheres do grupo controle tambeacutem

apresentaram a deleccedilatildeo do genoacutetipo Os pesquisadores sugeriram que a deleccedilatildeo homozigoacutetica

79

do gene pode estar associada com maior susceptibilidade ao cacircncer de mama na populaccedilatildeo

estudada entretanto mais estudos satildeo necessaacuterios

Possuelo et al (2013) tambeacutem avaliaram a frequecircncia do polimorfismo GSTM1 em 49

pacientes diagnosticadas com cacircncer de mama e 49 mulheres saudaacuteveis A frequecircncia de

alelos nulos foi significativamente maior no grupo caso (588) em comparaccedilatildeo ao grupo

controle (412) sugerindo uma possiacutevel influecircncia deste genoacutetipo na susceptibilidade agrave

doenccedila

Em trabalhos internacionais verificam-se porcentagens semelhantes aos resultados

apresentados Conforme Ginsberg et al (2009) a porcentagem de indiviacuteduos com genoacutetipo

nulo em afro-americanos eacute de 21 em chineses de 58 em japoneses 45 em mexicanos

41 e em caucasianos 53 Segundo Hatagima et al (2000) a porcentagem em ingleses eacute de

545 e em franceses 429

80

6 CONCLUSAtildeO

Pode-se concluir que as mulheres rondonienses residentes em aacuterea urbana considerada

de risco de contaminaccedilatildeo por Hg apresentaram status de Se inferior ao recomendado e

independente do genoacutetipo em relaccedilatildeo ao SNP Pro198Leu no gene da GPx A concentraccedilatildeo de

Hg nos cabelos estava dentro dos limites seguros e natildeo houve relaccedilatildeo com o polimorfismo de

deleccedilatildeo no gene GSTM1 Os referidos polimorfismos tambeacutem natildeo afetaram os biomarcadores

de estresse oxidativo avaliados

81

7 CRONOGRAMA

Atividades Desenvolvidas

(2010 ndash 2015)

2010 - 2011 2012 - 2015

Revisatildeo da Literatura X

Submissatildeo do projeto ao Comitecirc de Eacutetica (CEP) X

Disciplinas (20 Creacuteditos) X X

Preparo dos Materiais para Coleta X

Coleta de Dados X

Anaacutelise do Consumo Alimentar e Antropometria X X

Anaacutelises da enzima GPx X

Anaacutelise de Hemoglobina X

Anaacutelise Determinaccedilatildeo do Hg nos cabelos X

Anaacutelise de Se (Plasma e Eritroacutecito) X

Qualificaccedilatildeo da Tese X

Anaacutelise Estresse Oxidativo (MDA) X

Anaacutelise Estresse Oxidativo (ORAC) X

Determinaccedilotildees dos Polimorfismos Pro198Leu e

GSTM1 X

Tabulaccedilatildeo de Dados X

Anaacutelise Estatiacutestica X

Tese do Doutorado X

Artigo Cientiacutefico X

82

REFEREcircNCIAS

ADAME EM FLOREA D PEacuteREZ LS LOacutePEZ JM LOacutePEZ-GONZAacuteLEZ B

CRUZ AP Deficient selenium status of a healthy adult spanish population Nutricion

Hospitalaria v27 n2 p524-528 2012

AMORIM MI MERGLER D BAHIA MO DUBEAU H MIRANDA D LEBEL J

BURBANO RR LUCOTTE M Cytogenetic damage related to low levels of

methylmercury contamination in the Brazilian Amazon Anais da Academia Brasileira de

Ciecircncias v72 n4 p497ndash507 2000

AMOUROUX DA LISS PSB TESSIER EA HAMREN-LARSSON MB

DONARD OFX Role of oceans as biogenic sources of selenium Earth and Planetary

Science Letters v189 n34 p277-283 2001

ARSOVA-SARAFINOVSKA Z MZTEVSKA N EKEN A PETROVSKI D BANEV

S DZIKOVA S GEORGIEV V SIKOLE A ERDEM O SAYAL A AYDIN A

DIMOVSKI AJ GPx1 genetic polymorfism erytrocyte GPx activity and prostate cacircncer

risk International Urology and Nephrologuy v41 n1 p63-70 2009

ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA OBESIDADE E DA SIacuteNDROME

METABOacuteLICA Diretrizes brasileiras de obesidade 20092010 3ed Itapevi AC

Farmacecircutica 2009 83p

AZEVEDO FA Toxicologia do mercuacuterio Satildeo Carlos Rima 2003 292p

BAEYENS WRG EBIGHAUS R VASILIEV OF eds Global and regional mercury

cycles sources fluxes and mass balances Dordrecht Kluwer Academic 1996 563p (NATO

ASI series Partnership sub-series 2 environment v21) [Proceedings of the NATO Advanced

Research Workshop on Regional and Global Mercury Cycles sources fluxes and mass

balances Novosibirsk Russia july 10-14 1995]

BAacuteRAacuteNY E BERGDAHL IA BRATTEBY LE LUNDH T SAMUELSON G

SCHUTZ A SKERFVING S OSKARSSON A Relationship between trace element

concentrations in human blood and serum Toxicology Letters v134 n13 p177ndash184

2002

BASTOS WR GOMES JPO OLIVEIRA RC ALMEIDA R NASCIMENTO EL

BERNARDI JVE LACERDA LD SILVEIRA EG PFEIFFER WC Mercury in the

environment and riverside population in the Madeira River Basin Amazon Brazil Science of

the Total Environment v368 n1 p344-351 2006 [Selected papers from the 7th

International Conference on Mercury as a Global Pollutant Ljubljana Slovenia June 27 - July

2 2004]

BEATON GH 1994 Criteria of an adequate diet In Shils RE Olson JA Shike M eds

Modern Nutrition in Health and Disease 8th edition Philadelphia Lea amp Febiger Pp 1491ndash

1505

BISINOTI MC Biogeoquiacutemica aquaacutetica do mercuacuterio orgacircnico na bacia do Rio Negro

Amazocircnia Campinas 2005 169p Tese de Doutorado ndash Instituto de Quiacutemica - Universidade

Estadual de Campinas

83

BISINOTI MC JARDIM WF O comportamento do metilmercuacuterio (meHg) no ambiente

Quiacutemica Nova v27 n4 p593-600 2004

BOENING DW Ecological effects transport and fate of mercury a general review

Chemosphere v40 n12 p1335-1351 2000

BOISCHIO AA HENSHEL DS Linear regression models of methyl mercury exposure

during prenatal and early postnatal life among riverside people along the upper Madeira river

Amazon Environmental Research v83 n2 p150-161 2000

BORTOLI MC Avaliaccedilatildeo dos niacuteveis sanguiacuteneos do hormocircnio tireiodiano ativo (T3) e do

estado nutricional relativo ao selecircnio de mulheres residentes em aacutereas de exposiccedilatildeo ao

mercuacuterio Satildeo Paulo 2010 130p Tese de Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas

- Universidade de Satildeo Paulo

BRABO ES SANTOS EO JESUS IM MASCARENHAS AF FAIAL KF Niacuteveis

de mercuacuterio em peixes consumidos pela comunidade indiacutegena de Sai Cinza na Reserva

Munduruku Municiacutepio de Jacareacanga Estado do Paraacute Brasil Cadernos de Sauacutede

Puacuteblica v15 n2 p325-332 1999

BRASIL Resoluccedilatildeo CONAMA n5 de 5 de agosto de 1993 Dispotildee sobre o gerenciamento

de resiacuteduos soacutelidos gerados nos portos aeroportos terminais ferroviaacuterios e rodoviaacuterios

(Revogadas as disposiccedilotildees que tratam de resiacuteduos soacutelidos oriundos de serviccedilos de sauacutede pela

Resoluccedilatildeo n35805) Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia n166 31 de agosto de 1993 Seccedilatildeo

1 p12996-12998

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo

Baacutesica Coordenaccedilatildeo geral da Poliacutetica de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo Sisvan antropometria

como pesar e medir Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

BRENNEISEN P STEINBRENNER H SIES H Selenium oxidative stress and health

aspects Molecular Aspects of Medicine v26 n45 p256-267 2005

BROOKES AJ The essence of SNPs Gene v234 n2 p177-186 1999

BROWN KM ARTHUR JR Selenium selenoproteins and human health a review Public

Health Nutrition v4 n2b p593-599 2001

BURK RF Recent developments in trace element metabolism and function newer roles of

selenium in nutrition Journal of Nutrition v119 n7 p1051-1054 1998

BURIM RV CANALLE R MARTINELLI ALC TAKAHASHI CS Polymorphisms

in glutathione S-transferases GSTM1 GSTT1 and GSTP1 and cytochromes P450 CYP2E1

and CYP1A1 and susceptibility to cirrhosis or pancreatitis in alcoholics Mutagenesis v19

n4 p291ndash298 2004

CAMPOS MS SARKIS JES MULLER RCS BRABO ES SANTOS EO

Correlation between mercury and selenium concentrations in Indian hair from Rondocircnia

State Amazon region Brazil Science of the Total Environment v287 n12 p155-161

2002

84

CANELA MC Determinaccedilatildeo de mercuacuterio a niacutevel de traccedilo aplicaccedilatildeo em amostras de

interesse ambiental Campinas 1995 79p Dissertaccedilatildeo de Mestrado ndash Instituto de Quiacutemica ndash

Universidade Estadual de Campinas

CARDOSO BR ONG TP JACOB-FILHO W JALUUL O FREITAS MI

COZZOLINO SM Nutritional status of selenium in Alzheimerrsquos disease patients Britsh

Journal of Nutrition v103 n6 p803-806 2010

CARDOSO BR ONG TP JACOB-FILHO W JALUUL O FREITAS MI

COMINETTI C COZZOLINO SM Glutathione peroxidase 1 polymorphism in Brazilian

Alzheimers disease patients relations to the enzyme activity and to selenium status Journal

of Nutrigenetic and Nutrigenomics v5 n2 p72-80 2012

CASTRO L FREEMAN BA Reactive oxygen species in human health and disease

Nutrition v17 n2 p161-165 2001

CASTRO NSS LIMA MO Biomarkers of mercury exposure in the Amazon BioMed

Research International v2014 art867069 p1-10 2014 [Review]

CEZAR MRS Avaliaccedilatildeo da exposiccedilatildeo ao mercuacuterio e seus compostos em matildees e seus

receacutem-nascidos em Porto Velho ndash RO Beleacutem 2002 69p Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Nuacutecleo

de Medicina Tropical - Universidade Federal do Paraacute

CINTRA RMGC Biodisponibilidade de selecircnio em dieta regional de Satildeo Paulo Satildeo

Paulo 1990 74p Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas ndash

Universidade de Satildeo Paulo

CHANG JC GUTENMANN WH REID CM LISK DJ Selenium content of Brazil

nuts from two geographic locations in Brazil Chemosphere v30 n4 p801-802 1995

CHARRIER J MAUGARD CM LE MEVEL B BIGNON YJ Allelotype influence at

glutathione S-transferase M1 locus in breast cancer susceptibility British Journal of

Cancer v79 n2 p346-53 1999

CHAUHAN A CHAUHAN V Oxidative stress in autism Pathophysiology v13 n13

p171-181 2006

CHEN CL LIU Q RELLING MV Simultaneous characterization of glutathione S-

transferase M1 and T1 polymorphisms by polymerase-chain reaction in American whites and

blacks Pharmacogenetics v6 n2 p187-191 1996

CHEN C OU L LI B XING L GUANG J TIACHENG W YUXI G PEIQUN Z

MEI L WEI C ZHIFANG C Increased Oxidative DNA Damage as assessed by urinary

8-hidroxy-2 deoxyguanosine concentrations and serum redox status in persons exposed to

mercury Clinical Chemistry v51 n4 p759-767 2005

CHEN H YU M LI M ZHAO R ZHU Q ZHOU W LU M LU Y ZHENG T

JIANQ J ZHAO W XIANG K JIA W LIU L Polymorphic variations in manganese

superoxide dismutase (MnSOD) glutathione peroxidase ndash 1 (GPx 1) and catalase (CAT)

contribuite to elevated plasma triglyceride levels in Chinese patients with type 2 diabetes or

diabetic cardiovascular disease Molecular Cell Biochemistry v363 p85ndash91 2012

85

CHEN Y KAPETANOVIC I CROWELL J IP C MORRISSEY R LYUBIMOV A

Thirteen week oral (Gavage) toxicity study of L-Se-Methylselenocysteine (SeMC) in rats

Toxicological Science v90 n1-S p343 2006

COLOMBO J ROSSIT ARB CAETANO A BORIM AA WORNRATH D

SILVA AE GSTT1 GSTM1 and CYP2E1 genetic polymorphisms in gastric cancer and

chronic gastritis in a Brazilian population World Journal of Gastroenterology v10 n9

p1240ndash1245 2004

COMBS Jr GF WATTS JC JACKSON MI JOHNSON LK ZENG H SCHEETT

AJ UTHUS EO SCHOMBURG L HOEG A HOEFIG CS DAVIS CD

MILNER JA Determinants of selenium status in healthy adults Nutrition Journal v10

p75 2011

COMINETTI C Efeito da suplementaccedilatildeo com castanha do Brasil (Bertholletia excelsa

H B K) sobre o estresse oxidativo em mulheres obesas e sua relaccedilatildeo com o

polimorfismo Pro198Leu no gene da glutationa peroxidase 1 Satildeo Paulo 2010 115p Tese

de Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo

COMINETTI C BORTOLI MC ABDALLA DSP COZZOLINO SMF

Considerations about oxidative stress selenium and nutrigenetics Nutrire v36 n3 p131-

153 2011 [Review]

COMINETTI C BORTOLI MC PURGATTO E ONG TP MORENO FS

GARRIDO Jr BG COZZOLINO SMF Associations between glutathione peroxidase-1

Pro198Leu polymorphism selenium status and DNA damage levels in obese women after

consumption of Brazil nuts Nutrition v27 n9 p891-896 2011

COUTINHO VE Efeito da suplementaccedilatildeo de selecircnio por meio da ingestatildeo de castanhas-

do-Brasil (Bertholletia excelsa HBK) no estado nutricional relativo ao selecircnio de

praticantes de atividade fiacutesica (capoeira) Satildeo Paulo 2001 150p Tese de Doutorado -

Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo

COVAULT J ABREU C KRANZLER H ONCKEN C Quantitative real-time PCR for

gene dosage determinations in microdeletion genotypes BioTechniques v35 n3 p594-

598 2003

COZZOLINO SMF Deficiecircncias de minerais Estudos Avanccedilados v21 n60 p119-126

2007

CRESPO-LOPEZ ME SA AL HERCULANO AM BURBANO RR

NASCIMENTO JLM Methylmercury genotoxicity a novel effect in human cell lines of the

central nervous system Environment International v33 n2 p141ndash146 2007

CUSTODIO HM BROBERG K WENNBERG M JANSSON JH VESSBY B

HALLMANS G STEGMAYR B SKERFVING S Polymorphisms in glutathione-related

genes affect methylmercury retention Archives of Environmental Health v59 n11

p588ndash595 2004

CRESPO-LOacutePEZ ME SANTOS ECO BRABO ES RODRIGUES AR COcircRTES

MIT SILVEIRA LCL Comparative study of human exposure to mercury in riverside

86

communities of Amazon Brazilian Journal of Medical and Biological Research v39 n3

p411-414 2006

CUSTODIO HM HARARI R GERHARDSSON L SKERFVING S BROBERG K

Genetic influences on the retention of inorganic mercury Archives of Environmental amp

Occupational Health v60 n1 p17ndash23 2005

DAVIS CD UTHUS EO Dietary selenite and azadeoxycytidine treatments affect

dimethilhidrazine-induced aberrant crypt formation in rat colon and DNA methylation in HT

ndash 29 cells Journal of Nutrition v132 n2 p292-297 2002

DEJONG JL CHANG CM WHANG-PERNG J KNUTSEN T TU CPD The

human liver glutathione S-transferase gene superfamily expression and chromosome

mapping of Hb subunit cDNA Nucleic Acids Research v16 n17 p8541-8554 1988

DI PIETRO A VISALLI G LA MAESTRA S MICALE R BALUCE B

MATARESE G CINGANO L SCOGLIO ME Biomonitoring of DNA damage in

peripheral blood lymphocytes of subjects with dental restorative fillings Mutation Research

v650 n2 p115ndash122 2008

DOMINGUES J Determinaccedilatildeo de mercuacuterio total em amostras de cabelo e sua relaccedilatildeo

com o desenvolvimento psicomotor de crianccedilas na comunidade de Barreiras Paraacute

Beleacutem 2000 91p Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Nuacutecleo de Medicina Tropical - Universidade

Federal do Paraacute

DONADIO JLS Polimorfismos nos genes da enzima glutationa peroxidase e

biomarcadores do estado nutricional relativo ao selecircnio em populaccedilatildeo adulta de Satildeo

Paulo Satildeo Paulo 2011 75p Disssertaccedilatildeo de Mestrado - Faculdade de Ciecircncias

Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo

DRASCH G MAILAumlNDER S SCHLOSSER C ROIDER G Content of non-mercury-

associated selenium in human tissues Biological Trace Element Research v77 n3 p219-

230 2000

DUMONT E VANHAECKE F CORNELIS R Selenium speciation from food source to

metabolites a critical review Analytical and Bioanalytical Chemistry v385 n7 p1304-

1323 2006

DUSINSKAacute M VALLOVAacute B URSIacuteNYOVAacute M HLADIacuteKOVAacute V SMOLKOVAacute B

WSOacuteLOVAacute L RASLOVAacute K COLLINS AR DNA damageand antioxidants

fluctuations through the year in a central European population group Food and Chemical

Toxicology v40 n8 p1119ndash1123 2002

EGASHIRA EM MIZIARA APB LEONI LAB Grupo do arroz patildeo massa batata e

mandioca PHILIPPI ST org Piracircmide dos alimentos fundamentos baacutesicos da nutriccedilatildeo

2ed Barueri Manole 2014 (Guias de Nutriccedilatildeo e Alimentaccedilatildeo)

EPA (US Environmental Protection Agency) Mercury in Medical Facilities Revised August

2003 Updated 2005

87

ERCAL N GURER-ORHAN H AYKIN-BURNS N Toxic metals and oxidative stress

Part I Mechanisms involved in metal-induced oxidative damage Current Topics in

Medicinal Chemistry v1 n6 p529-539 2001

FABIAN E POLOSKEY P KOacuteSA L ELMADFA I REacuteTHY LA Nutritional

supplements and plasma antioxidants in childhood asthma Wiener Klinische

Wochenschrift v125 n1112 p309ndash315 2013

FADINI PS JARDIM WF Is the Negro River Basin (Amazon) impacted by naturally

occurring mercury Science of the Total Environment v275 n13 p71-82 2001

FAIRWEATHER-TAIT SJ BAO Y BROADLEY MR COLLINGS R FORD D

HESKETH JE HURST R Selenium in human health and disease Antioxidants amp Redox

Signaling v14 n7 p1337-1383 2011

FARELLA N Les fermes familiales de la reacutegion frontiegravere du Tapajoacutes en Amazonie

breacutesilienne relations entre les origines les pratiques agricoles les impacts sur les sols et le

deacuteboisement Montreacuteal 2005 209p Tese de Doutorado ndash Universiteacute Du Queacutebec agrave Montreacuteal

FARIAS LA FAVARO DIT VASCONCELLOS MBA Determinaccedilatildeo de mercuacuterio e

metilmercuacuterio em amostras de cabelo e peixes Revista do Instituto Adolfo Lutz v68 n3

p451-460 2009

FARIAS LA SANTOS NR FAVARO DIT BRAGA ES Mercuacuterio total em cabelo de

crianccedilas de uma populaccedilatildeo costeira Cananeacuteia Satildeo Paulo Brasil Cadernos de Sauacutede

Puacuteblica v24 n10 p2249-2256 2008

FARIAS LA Avaliaccedilatildeo do conteuacutedo de mercuacuterio metilmercuacuterio e outros elementos de

interesse em peixes e em amostras de cabelos e dietas de preacute-escolares da Regiatildeo

Amazocircnica Satildeo Paulo 2006 233p Tese de Doutorado ndash Instituto de Pesquisas Energeacuteticas e

Nucleares - Universidade de Satildeo Paulo

FARIAS LA FAacuteVARO DIT MAIHARA VA VASCONCELOS MBA

YUYAMA LK AGUIAR JPL ALENCAR FH Assessment of daily dietary intake of

Hg and some essential elements in diets of children from the Amazon region Journal of

Radioanalytical and Nuclear Chemistry v270 n1 p217-223 2006

FOLVEN KI GLOVER CN MALDE MK LINDEBEYE AK Does selenium modify

neurobehavioral impacts of developmental methylmercury exposure in mice Environmental

Toxicology and Pharmacology v28 n1 p111-119 2009

FORD M DELANEY KA LING L ERICKSON T Clinical toxicology Philadelphia

W B Saunders 2001 p737ndash742

FORSBERG L DE FAIRE U MARKLUND SL ANDERSSON PM STEGMAYR

B MORGENSTERN R Phenotype determination of a common Pro-Leu polymorphism in

human glutathione peroxidase 1 Blood Cells Molecules amp Diseases v26 n5 p423-426

2000

FOSBERG L DE FAIRE U MORGENSTERN R Low yield of polymorphisms from

EST blast searching analysis of genes related to oxidative stress and verification of the

P197L polymorphism in GPX1 Human Mutation v13 n4 p294-300 1999

88

FOX T FAIRWEATHER-TAIT SJ Selenium In HURRELL R ed The mineral

fortification of foods Leatherhead Leatherhead Publishing 1999 v2 p1-44 (A

Leatherhead Food RA publication)

FRISANCHO AR Anthropometric standards for the assessment of growth and

nutritional status Ann Arbor University of Michigan Press 1990 189p

GAacuteC P PAWLAS N POREBA R POREBA M MARKIEWICZ-GOacuteRKA I

JANUSZEWSKA L OLSZOWY Z PAWLAS K Interaction between blood selenium

concentration and a levels of oxidative stress and antioxidative capacity in healthy children

Environmental Toxicology and Pharmacology v39 n1 p137-144 2014

GAILER J GRAHAM NG PICKERING IJ MADDEN S PRINCE RC YU EY

DENTON MB YOUNIS HS APOSHIAN HV Structural Basis of the Antagonism

between Inorganic Mercury and Selenium in mammals ChemResToxicol 2000 13-1135-

1142

GALAN-CHILET I TELLEZ-PLAZA M GUALLAR E MARCO G LOPEZ-

IZQUIERDO R GONZALEZ-MANZANO I TORMOS MC MARTIN-NUNtildeEZ GM

ROJO-MARTINEZ G SAEZ GT MARTIacuteN-ESCUDERO JC REDON J JAVIER-

CHAVES F Plasma selenium and oxidative stress biomarkers a gene-environment

interaction population based study Free Radical Biology and Medicine v74 p229-236

2014

GALVAtildeO RCF BERNARDI JVE ALMEIDA R BASTOS WR GOMES JPO

Relaccedilatildeo espacial do mercuacuterio e elementos traccedilos em sedimento de fundo no Alto Rio

Madeira In SEMINAacuteRIO DE RECURSOS HIacuteDRICOS DA BACIA HIDROGRAacuteFICA DO

PARAIacuteBA DO SUL O EUCALIPTO E O CICLO HIDROLOacuteGICO 1 Taubateacute 2007

Anais Taubateacute IPABHi 2007 p51-57

GANTHER HE SUNDE ML Factors in fish modifying methylmercury toxicity and

metabolism Biological Trace Element Research v119 n3 p221-233 2007

GATTAacuteS GHF KATO M SOARES-VIEIRA JA SIRAQUE MS KOHLER P

GOMES L REGO MAV BYDLOWSKI SP Ethnicity and glutathione S-transferase

(GSTM1 GSTT1) polymorphisms in a Brazilian population Brazilian Journal of Medical

and Biological Research v37 n4 p451-458 2004

GINSBERG G SMOLENSKI S HATTIS D GUYTON KZ JOHNS DO

SONAWANE B Genetic polymorphism in glutathione transferases (GST) population

distribution of GSTM1 T1 and P1 conjugating activity Journal of Toxicology and

Environmental Health Part B Critical Reviews v12 n56 p389-439 2009

GONZAGA IB MARTENS A COZZOLINO SMF Selecircnio In COZZOLINO SMF

org Biodisponibilidade de nutrientes 2ed Barueri Manole 2007 Cap28 p575-613

GONZAGA IB Avaliaccedilatildeo nutricional relativa ao selecircnio em crianccedilas com dieta

enriquecida de castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa L) Satildeo Paulo 2002 157p Tese

de Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo

GONZAGA IB MARTENS A COZZOLINO SMF Selecircnio In COZZOLINO SMF

org Biodisponibilidade de nutrientes Barueri Manole 2005 cap26 p539-577

89

GREGUS Z GYURASICS AI CSANAKY I PINTER Z Effects of methylmercury and

organic acid on the disposition of exogenous selenium in rats Toxicology and Applied

Pharmacology v174 n2 p177ndash187 2001

GRYGIEL-GOacuteRNIAK B MARCINKOWSKA J SZCZEPANIK A PRZYSLAWSKI J

Nutritional habits and oxidative stress in postmenopausal age Polskie Archiwum Medycyny

Wewnetrznej v124 n6 p298ndash305 2014

GUNDACKER C KOMARNICKI G ZOumlDL B FORSTER C SHUSTER E

WITTMANN K Whole blood mercury and selenium concentrations in a selected Austrian

population Does gender matter Science of the Total Environment v372 n1 p76-86

2006

GUNDACKER C KOMARNICKI G JAGIELLO P GENCIKOVA A DAHMEN N

WITTMANN KJ GENCIK M Glutathione-S-transferase polymorphism metallothionein

expression and mercury levels among students in Austria Science of the Total

Environment v385 n13 p37-47 2007

HACON SS DOacuteREA JG FONSECA MF OLIVEIRA BA MOURAtildeO DS RUIZ

CMV GONCcedilALVES RA MARIANI CF BASTOS WR The influence of chances in

lifestyle and mercury exposure in riverine populations of the Madeira River (Amazon Basin)

near a hydroelectric project International Journal of Environmental Research and Public

Health v11 n3 p2437-2455 2014

HALLIWELL B CHIRICO S Lipid peroxidation its mechanisms measurement and

significance American Journal and Clinical Nutrition v57 n5 suppl p715S-725S

1993

HAMANASHI T FURUTA H KATO H DOI A TAMAI M SHIMOMURA H

SAKAGASHIRA S NISHI M SASAKI H SANKE T NANJO K Functional variants

in the glutathione peroxidase-1 (GPx-1) gene are associated with increased intima-media

thickness of carotid arteries and risk of macrovascular disease in Japanese type 2 diabetic

patients Diabetes v53 n9 p2455-2460 2004

HARADA M NAKANISHI J YASODA E PINHEIRO MCN OIKAWA TAG

GUIMARAcircES GA CARDOSO BS KIZAKI T OHNO H Mercury pollution in the

Tapajos River basin Amazon mercury level of head hair and health effects Environment

International v27 n4 p285ndash290 2001

HATAGIMA A KLATAU-GUIMARAtildeES MZ SILVA FP CABELLO PH

Glutathione S-transferase M1 (GSTM1) polymorfism in two Brazillian populations Genetics

and Molecular Biology v23 n4 p709-713 2000

HERBETTE S ROECKEL-DREVET P DREVET JR Seleno-independent glutathione

peroxidases more than simple antioxidant scavengers FEBS Journal v274 n9 p2163-

2180 2007

HERCULANO AM CRESPO-LOacutePEZ ME LIMA SMA PINCANCcedilO DINIZ

DLW NASCIMENTO JLM Methylmercury intoxication activates nitric oxide synthase

in chick retinal cell culture Brazilian Journal of Medical and Biological Research v39

n3 p415ndash418 2006

90

HOLBEN DH SMITH AM The diverse role of selenium within selenoproteins a review

Journal of the American Dietetic Association v99 n7 p836-843 1999

HORVAT M BAEYENS W EBINGHAUS R VASILIEV O Mercury analysis and

speciation in environmental samples In NATO ASI SERIES 2 ENVIRONMENT global and

regional mercury cycles sources fluxes and mass balances Novosibirsk 1996 Kluwer

1996 p1-31

HU YJ DIAMOND AM Role of glutathione peroxidase 1 in breast cancer loss of

heterozygosity and allelic differences in the response to selenium Cancer Research v63

n12 p3347-3351 2003

HSIEH YY SHEN WS LEE LY WU TL NING HC SUN CF Long-term

changes in trace elements in patients undergoing chronic hemodialysis Biological Trace

Element Research v109 n2 p115-121 2006

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Atlas do Censo demograacutefico 2010 Rio de

Janeiro IBGE 2013 Disponiacutevel em httpbibliotecaibgegovbrvisualizacaolivrosliv64529_capa_sumpdf

Acesso em 02 Jan 2015

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Censo demograacutefico 2010 caracteriacutesticas

da populaccedilatildeo e dos domiciacutelios resultados do universo Rio de Janeiro IBGE 2011 270p Disponiacutevel em

httpbibliotecaibgegovbrvisualizacaoperiodicos93cd_2010_caracteristicas_populacao_domiciliospdf

Acesso em 02 Jan 2015

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Estimativas da populaccedilatildeo residente no

Brasil e unidades da Federaccedilatildeo com data de referecircncia em 1ordm de julho de 2014 2014 8p Disponiacutevel em

ftpftpibgegovbrEstimativas_de_PopulacaoEstimativas_2014nota_metodologica_2014pdf Acesso em 02

Jan 2015

INSTITUTE OF MEDICINE (United States) Dietary reference intakes for vitamin C

vitamin E selenium and carotenoides Washington National Academy Press 2000 529p

INTERNATIONAL PROGRAM ON CHEMICAL SAFETY UNITED NATIONS

ENVIRONMENT PROGRAMME WORLD HEALTH ORGANIZATION

Methylmercury Geneva World Health Organization 1990 v118 144p (Methylmercury in

environmental health criteria 101)

INSTITUTE OF MEDICINE (United States) Introduction to dietary reference intakes In

______ Dietary reference intakes for vitamin C vitamin E selenium and carotenoides

Washington National Academy Press 2000 cap1 p21-34

INTERNATIONAL PROGRAM ON CHEMICAL SAFETY UNITED NATIONS

ENVIRONMENT PROGRAMME WORLD HEALTH ORGANIZATION

Methylmercury Geneva World Health Organization 1990 v118 144p (Methylmercury in

environmental health criteria 101)

INSTITUTE OF MEDICINE (United States) Nutrient assessment of individuals statistical

foundations In ______ Dietary reference intakes applications in dietary assessment

Washington National Academy 2000 append B p185-210

91

JABLONSKA E GROMADZINSKA J RESZKA E WASOWICZ W SOBALA W

SZESZENIA-DABROWSKA N BOFFETTA P Association between GPx1 Pro198Leu

polymorphism GPx1 activity and plasma selenium concentration in humans European

Journal of Nutrition v48 n6 p383ndash386 2009

JAFFEacute WG RUPHAEL MD MONDRAGON MC CUEVAS MA Estudio cliacutenico e

bioquiacutemicos em nintildeos escolares de uma zona seleniacutefera Archivos Latinoamericanos de

Nutricioacuten v22 n4 p595-611 1972

JAIN M KUMAR S RASTOGI N LAL P GHOSHAL UC TIWARI A PANT

MC BAIQ MQ MITTAL B GSTT1 GSTM1 and GSTP1 genetic polymorphisms and

interaction with tobacco alcohol and occupational exposure in esophageal cancer patients

from North India Cancer Letters v242 n1 p60ndash67 2006

JONES DP Redefining oxidative stress forum review Antioxidants amp Redox Signaling

v8 n910 p1865-1879 2006

KAUWELL GPA Emerging concepts in nutrigenomics a preview of what is to come

Nutrition in Clinical Practice v20 n1 p75-87 2005

KARUNASINGLE N HAN DY ZHU S YU J LANGE K DUAN H MEDHORA

R SINGH N KAN J ALZAHER W CHEN B KO S TRIGGS CM FERGUSON

LR Serum selenium and single-nucleotide polymorphisms in genes for selenoproteins

relationship to markers of oxidative stress in men from Auckland New Zealand Genes amp

Nutrition v7 n2 p179-190 2012

KLAUTAU-GUIMARAtildeES MN DrsquoASCENCcedilAtildeO R CALDART FA GRISOLIA CK

SOUZA JR BARBOSA AC CORDEIRO CMT FERRARI I Analysis of genetic

susceptibility to mercury contamination evaluated through molecular biomarkers in at-risk

Amazon Amerindian populations Genetics and Molecular Biology v28 n4 p827-832

2005

KO WS GUO CH YEAH MS LIN LY HSU GS CHEN PC LUO MC LIN

CY Blood micronutrient oxidative stress and viral lood in patients with chronic hepatitis C

World Journal of Gastroenterology v14 n30 p4697ndash4702 2005

KOumlHRLE J The trace element selenium and the thyroid gland Biochimie v81 p527-533

1999

KOumlHRLE J FLOHEacute BR BOCK A GARTNER R MEYER O FLOHEacute L Selenium

in biology facts and medical perspectives Biological Chemistry v381 n910 p849-864

2000

KRISHNAN S RANI P Evaluation of selenium redox statusand their association with

plasma amyloidtau in Alzheimerrsquos disease Biological Trace Element Research v158 n2

p158ndash165 2014

KUZUYA M ANDO F IGUCHI A SHIMOKATA H Glutathione peroxidase 1

Pro198Leu variant contributes to the metabolic syndrome in men in a large Japanese cohort

American Journal of Clinical Nutrition v87 n6 p1939ndash1944 2008

92

LACERDA LD Distribuiccedilatildeo e comportamento do mercuacuterio no ambiente Amazocircnico In

HACON S LACERDA LD PFEIFFER WC CARVALHO D orgs Riscos e

consequecircncias do uso do mercuacuterio Rio de Janeiro Ministeacuterio da Sauacutede FINEP IBAMA

CNPQ 1990 p80-90 [Seminaacuterio Nacional ldquoRiscos e Consequumlecircncias do Uso do Mercuacuteriordquo

de 12 a 15 de setembro de 1989 Brasilia - DF]

LAumlRSTAD M LJUNGKVIST G OLIN AC TOREacuteN K Determination of

malondialdehyde in breath condensate by high-performance liquid chromatography with

fluorescence detection Journal of Chromatography B Analytical Technologies in the

Biomedical and Life Sciences v766 n1 p107-114 2002

LEE BE HONG YC PARK H HA M KOO BS CHANG N ROH YM KIM

BN KIM YJ KIM BM JO SJ HA EH Interaction between GSTM1GSTT1

polymorphism and blood mercury on birth weight Environmental Health Perspectives

v118 n3 p437-443 2010

LEI XG CHENG W McCLUNG JP Metabolic regulation and function of glutathione

peroxidase-1 Annual Review of Nutrition v27 p41-61 2007

LEMIRE M FILLION M FRENETTE BT PASSOS CJS GUIMARAtildeES JRD

BARBOSA Jr F MERGLER D Selenium from dietary sources and motor functions in the

Brazilian Amazon Neurotoxicology v32 n6 p944-953 2011

LEMIRE M FILLION M FRENETTE BT MAYER A PHILIBERT A PASSOS

CJS GUIMARAtildeES JR BARBOSA FJ MERGLER D Selenium and mercury in the

Brazilian Amazon opposing influences on age-related cataracts Environmental Health

Perspectives v118 n11 p1584-1589 2010

LEMIRE M MERGLER D FILLION M PASSOS CJS GUIMARAtildeES JRD

DAVIDSON R LUCOTTE M Elevated blood selenium levels in the Brazilian Amazon

Science of the Total Environment v366 n1 p101-111 2006

LEMIRE M MERGLER D HUEL G PASSOS CJS FILLION M PHILIBERT A

GUIMARAtildeES JR RHEAULT I BORDUAS J NORMAND G Biomarkers of selenium

status in the Amazonian context blood urine and sequential hair segments Journal of

Exposure Science amp Environmental Epidemiology v19 n2 p213-222 2009

LETAVAYOVAacute L VLCKOVAacute V BROZMANOVAacute J Selenium from cancer

prevention to DNA damage Toxicology v227 n12 p1-14 2006

LINDBERG A BJORNBERG KA VAHTER M BERGLUNG M Exposure to

methylmercury in non-fish eating people in Sweden Environmental Research v96 n1

p28-33 2004

LIVAK KJ FLOOD SJA MARMARO J GIUSTI W DEETZ K Oligonucleotides

with fluorescent dyes at opposite ends provide a quenched probe system useful for detecting

PCR product and nucleic acid hybridization PCR Methods and Applications v4 n6

p357-362 1995

MAIA CSC O selecircnio e a glacircndula tireoacuteide um estudo em pacientes portadores de

disfunccedilotildees tireoidianas nos estados do Cearaacute e Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2008 117p Tese de

Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo

93

MANNERVICK B The isoenzymes of glutathione transferase Advances in Enzymology

and Related Areas of Molecular Biology v57 p357-417 1985

MARQUES RC Avaliaccedilatildeo da exposiccedilatildeo ao mercuacuterio e seus compostos sobre o

desenvolvimento neuropsicomotor em crianccedilas de Porto Velho-RO Beleacutem 2002 102p

Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Nuacutecleo de Medicina Tropical - Universidade Federal do Paraacute

MARQUES RC DOacuteREA JG BASTOS WR REBELO MF FONSECA MF

MALM O Maternal mercury exposure and neuro-motor development in breastfed infants

from Porto Velho (Amazon) Brazil Int J Hyg Environ Health v210 p51ndash60 2007 Int

J Environ Res Public Health 2013

MARQUES RC BERNARDI JVE DOREA JG BRANDAtildeO KG BUENO L

LEAtildeO RS MALM O Fish consumption during pregnancy mercury transfer and birth

weight along Madeira River basin in Amazonia International Journal of Environmental

Research and Public Health v10 n6 p2150-2163 2013

MARTENS AVS COZZOLINO SMF Mapeamento da distribuiccedilatildeo de selecircnio em

territoacuterio brasileiro por meio da anaacutelise de alimentos nativos feijatildeo (fascolos vulgaris L) e

carne bovina para o consumo humano e aacuteguas e solo oriundos Satildeo Paulo FAPESP 2002

Processo n0011578-3 [Relatoacuterio Cientifiacuteco]

MARTENS IBG MARTENS A COZZOLINO SMF Selecircnio In COZZOLINO

SMF org Biodisponibilidade de nutrientes 4ed Barueri Manole 2012 p721-765

MEECH JA VEIGA MM THOMASNS D Emissions and stability of mercury in the

Amazon Canadian Metallurgical Quarterly v36 n4 p231-239 1997

MIRETZKY P BISINOTI MC JARDIM WF Sorption of mercury (II) in Amazon soils

from column studies Chemosphere v60 n11 p1583-1589 2005

MORADI M EFYEKHARI MH TALEI A FARD ARA Comparative study of

selenium concentration and glutathione peroxidase activity in normal and breast cancer

Public Health Nutrition v12 n1 p59-63 2009

MORAIS LMTS CARDOSO FILHO C LOURENCcedilO GJ SHINZATO JY

ZEFERINO LC LIMA CSP GURGEL MSC Caracteriacutesticas mamograacuteficas do cacircncer

de mama associadas aos polimorfismos GSTM1 e GSTT1 Revista da Associaccedilatildeo Meacutedica

Brasileira v54 n1 p61-66 2008

MUCCI A MONTGOMERY S LUCOTTE M PLOURDE Y PICHET P VANTRA

H Mercury remobilization from flooded soils in a hydroelectric reservoir of Northern

Quebec La Grande-2 results of a soil resuspension experiment Canadian Journal of

Fisheries and Aquatic Sciences v52 n11 p2507-2517 1995

NAGANUMA A ANDERSON ME MEISTER A Cellular glutathione as a determinant

sensitivity to mercury chloride prevention of toxicity by giving glutathione monoester

Biochemical Parmacology v40 n4 p693-697 1990

NAVARRO-ALARCON M CABRERA-VIQUE C Selenium in food and the human body

a review Science of the Total Environment v400 n13 p115-141 2008

94

NAVARRO-ALARCON M LOacutePEZ-MARTINEZ MC Essentiality of selenium in the

human body relationship with different diseases Science of the Total Environment v249

n13 p347-371 2000

NATIONAL RESEARCH COUNCIL Nutrient requeriments of dairy cattle 7ed

Washington National Academy Press 2001381p

NISHIMURA LS Polimorfismo Pro198Leu no gene para a enzima antioxidante

dependente de selecircnio glutationa peroxidase 1 e risco de cacircncer epidermoide da cavidade

oral e orofaringe 2010 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncia dos Alimentos) ndash Faculdade

de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

OLUSI SO Obesity is independent risk factor for plasma lipid peroxidation and depletion of

erythrocyte cytoprotectic enzymes in humans International Journal of Obesity and

Related Metabolic Disorders v26 n9 p1159ndash1164 2002

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Elementos traccedilo na nutriccedilatildeo e sauacutede humana

Satildeo Paulo Roca 1998 p63-91

ORTUNtildeO J ROS G PERIAGO MJ MARTINEZ C LOPEZ G RODRIGO J

Importacircncia nutricional del selenio Archivos Latinoamericanos de Nutricioacuten v47 n1

p6-13 1997

PAGLIA DE VALENTINE WN Studies on the quantitative and qualitative

characterization of erythrocyte glutathione peroxidase Journal of laboratory and clinical

medicine v70 n1 p158-169 1967

PAPP LV LU J HOLMGREN A KHANNA KK From selenium to selenoproteins

synthesis identity and their role in human health Antioxidants amp Redox Signaling v9 n7

p776-796 2007

PARADIS S WHEATLEY B BOSWELL-PURDY J BEacuteLISLE D COLE M

LICKERS H HAYTON A DAVIES K Mercury contamination through fish

consumption a model for predicting and preventing hazardous behavior on a community

level Mercury as a Global Pollutant Human Health Issues v97 p147-158 1997

PARK SK KANG D NOH DY LEE KM KIM SU CHOI JY CHOI IM

AHN SH CHOE KJ HIRVONEN A STRICKLAND PT YOO KY Reproductive

factors glutathione S-transferase M1 and T1 genetic polymorphism and breast cancer risk

Breast Cancer Research and Treatment v78 n1 p89-96 2003

PASSOS CJ MERGLER D GASPAR E MORAIS S LUCOTT M LARRIBE F

DAVIDSON R GROSBOIS S Eating tropical fruit reduces mercury exposure from fish

consumption in the Brazilian Amazon Environmental Research v93 n2 p123-130 2003

PASSOS CJ MERGLER D LEMIRE M FILLION M GUIMARAtildeES JR Fish

consumption and bioindicators of inorganic mercury exposure Science of the Total

Environment v373 n1 p68ndash76 2007

PASCALICCHIO AAE Contaminaccedilatildeo por metais pesados sauacutede puacuteblica e medicina

ortomolecular Satildeo Paulo Annablume 2002 132p

95

PEROTTONI J LOBATO LP SILVEIRA A ROCHA JBT EMANUELLI T Effects

of mercury and selenite on D-aminolevulinate dehydratase activity and on selected oxidative

stress parameters in rats Environmental Research v95 n2 p166-173 2004

PINHEIRO MCN GUIMARAtildeES GA NAKANISHI J OIKAWA T VIEIRA JL

QUARESMA M CARDOSO B AMORAS W Avaliaccedilatildeo da contaminaccedilatildeo mercurial

mediante anaacutelise do teor de Hg total em amostras de cabelo em comunidades ribeirinhas do

Tapajoacutes Paraacute Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v33 n2

p181-194 2000

PINHEIRO MCN MACCHI BM VIEIRA JLF OIKAWA T AMORAS WW

GUIMARAtildeES GA COSTA CA CRESPO-LOacutePEZ ME HERCULANO AM

SILVEIRA LC NASCIMENTO JL Mercury exposure and antioxidant defenses in

women a comparative study in the Amazon Environmental Research v107 n1 p53ndash59

2008

PINHEIRO MCN MULLER RCS SARKIS JE VIEIRA JLF OIKAWA T

GOMES MSV GUIMARAtildeES GA NASCIMENTO JLM SILVEIRA LCL

Mercury and selenium concentrations in hair samples of women in fertile age from Amazon

riverside communities Science of the Total Environment v349 n13 p284-288 2005

PINHEIRO DS ROCHA FILHO CR MUNDIM CA MARCO Jr P ULHOA CJ

REIS AAS GHEDINI PC Evaluation of glutathione S-transferase GSTM1 and GSTT1

deletion polymorphisms on type-2 diabetes mellitus risk PLoS One v8 n10 arte76262

p1-5 2013

PIRES LV Efeito da suplementaccedilatildeo com castanha-do-Brasil (Bertholletia excelsa

HBK) na expressatildeo gecircnica de citocinas inflamatoacuterias e sua relaccedilatildeo com o estresse

oxidativo e pacientes com diabetes mellitus tipo 1 Satildeo Paulo 2012 130p Tese de

Doutorado ndash Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo

POSSUELO LG PERACcedilA CF EISENHARDT MF DOLTO ML CAPPELLETTI

L FOLETTO E VALIM ARM Polymorphisms of GSTM1 and GSTT1 genes in breast

cancer susceptibility a case-control study Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetriacutecia

v35 n12 p569-574 2013

PRIOR RL HOANG H GU L WU X BACCHIACA M HOWARD L

HAMPSCH-WOODILL M HUANG D OU B JACOB B Assays for hydrophilic and

lipophilic antioxidant capacity (oxygen radical absorbance capacity (ORACFL)) of plasma

and other biological and food samples Journal of Agricultural and Food Chemistry v51

n11 p3273-3279 2003

RAVN-HAREN G OLSEN A TJONNELAND A DRAGSTED LO NEXO BA

WALLIN H OVERVAD K RASCHOU-NIELSENL O VOGEL U Associations

between GPx 1 Pro198Leu polymorphism erythrocyte GPx activity alcohol consumption and

breast cancer risk in a prospective cohort study Carcinogenesis v27 n4 p820-825 2006

RAYMAN MP The importance of selenium to human health Lancet v356 n9225 p233-

241 2000

RAYMOND LJ RALSTON NVC Mercury selenium interactions and health

implications Seychelles Medical and Dental Journal v7 n1 spiss p72-77 2004

96

REILLY C Selenium in food and health London Blackie Academic and Professional

1996 338p

REZAEI Z JAMSHIDZADEH A SANATI E A rapid and sensitive method for the

determination of malondialdehyde as its hydralazine derivative in human plasma using high

performance liquid chromatography Analytical Methods v5 n12 p2995-2999 2013

RICHIE Jr JP MUSCAT JE ELLISION I CALCAGNOTTO A KLEINMAN W

EL-BAYOUMY K Association of selenium status and blood glutathione concentrations in

blacks and whites Nutrition and Cancer v63 n3 p367ndash375 2011

RIDNOUR LA ISENBERG JS ESPEY MG THOMAS DD ROBERTS DD Nitric

oxide regulates angiogenesis through a functional switch involving thrombospondin-1

Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America v102

n37 p13147-13152 2005

ROCHA AV Estado nutricional relative ao selecircnio de crianccedilas residentes em duas

localidades de Rondocircnia Amazocircnia Ocidental Satildeo Paulo 2009 109p Dissertaccedilatildeo de

Mestrado ndash Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas ndash Universidade de Satildeo Paulo

ROCHA AV CARDOSO BR COMINETTI C BUENO RB BORTOLI MC

FARIAS LA FAVARO DIT CAMARGO LMA COZZOLINO SMF Selenium

status and hair mercury leves in riverine children from Rondocircnia Amazonia Nutrition v30

n11-12 p1318-1323 2014

SAacute AL HERCULANO AM PINHEIRO MC SILVEIRAS LCL NASCIMENTO

JLM CRESPO-LOacutePEZ ME Exposiccedilatildeo humana ao mercuacuterio na regiatildeo oeste do Estado do

Paraacute Revista Paraense de Medicina v20 n1 p19-25 2006

SAMPAIO DS LUCOTTE M ROULET HP MERGLER D CROSSA M Mercuacuterio

nos peixes do Rio Tapajoacutes Amazocircnia brasileira InterfacEHS v1 n1 art 6 p1-31 2006

Disponiacutevel em

httpwwwunitesuqamcagmfcarusodoccarusosampaiosampaio_et_al_2006pdf Acesso

em 24 Dez 2014

SANTOS KMO AQUINO RC Grupo dos oacuteleos e gorduras In PHILIPPI ST Piracircmide

dos alimentos fundamentos baacutesicos da nutriccedilatildeo 2ed Barueri Manole 2014 p251-303

SANTOS LB Polimorfismo Pro198Leu no gene que codifica para glutationa

peroxidase 1 e sua relaccedilatildeo com o estado nutricional relativo ao selecircnio de uma populaccedilatildeo

adulta residente no municiacutepio de Fortaleza Cearaacute 201393f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash

Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2013

SAVASKAN NE UFER C KUHN H BORCHERT A Molecular biology of

glutathione peroxidase 4 from genomic structure to developmental expression and neural

function Biological Chemistry v388 n10 p1007ndash1017 2007

SCHMIDT MI DUNCAN BB SILVA GA MENEZES AM MONTEIRO CA

BARRETO SM CHOR D MENEZES PR Doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis no

Brasil carga e desafios atuais 2011 (Sauacutede no Brasil 4) Disponiacutevel em

httpdownloadthelancetcomflatcontentassetspdfsbrazilbrazilpor4pdf Acesso em 10 Jan

2015

97

SCHORK NJ FALLIN D LANCHBURY J Single Nucleotide Polymorphisms and the

future of genetic epidemiology Clinical Genetics v58 n4 p250-264 2000

SILVA JJRF WILLIAMS RJP The biological chemistry of the elements the

inorganic chemistry of life Oxford Oxford University Press New York Clarendon Press

1993 561p

SITTA A VANZIN CS BIANCINI GB MANFREDINI V OLIVEIRA AB

WAYHS CA RIBAS GO GIUGLIANI L SCHWARTZ IV BOHRER D

GARCIA SC WAJNER M VARGAS CR Evidence that L-carnitine and selenium

supplementation reduces oxidative stress in phenylketonuric patients Cellular and

Molecular Neurobiology v31 n3 p429ndash436 2011

SKOOG DA HOLLER FJ NIEMAN TA Princiacutepios de anaacutelise instrumental 5ed

Satildeo Paulo Bookman 2002 836p

SMOLKOVAacute B DUSINSKAacute M RASLOVAacute K BARANCOKOVAacute M

KAZIMIacuteROVAacute A HORSKAacute A SPUSTOVAacute V COLLINS A Folate levels determine

effect of antioxidant supplementation on micronuclei in subjects with cardiovascular risk

Mutagenesis v19 n6 p469ndash476 2004

SOUZA JR BARBOSA AC Contaminaccedilatildeo por Hg e o caso da Amazocircnia Quiacutemica Nova

na Escola n12 p23-25 2000

SOUZA ML MENEZES HC Processamentos de amecircndoa e torta de castanhandashdondashBrasil e

farinha de mandioca paracircmetros de qualidade Ciecircncia Tecnologia e Alimentos v24 n1

p120-128 2004

STEUERWALD U WEIHE P JORGENSEN PJ BJERVE K BROCK J HEINZOW

B BUDTZ-JORGENSEN E GRANDJEAN P Maternal seafood diet methylmercury

exposure and neonatal neurologic function Journal of Pediatrics v136 n5 p599-605

2000

STOCKLER-PINTO MB FARAGE NE BOAVENTURA GT COZZOLINO SM

Effect of Brazil nut supplementation on the blood levels of selenium and glutathione

peroxidase in hemodialysis patients Nutrition v26 n1112 p1065ndash1069 2010

SLATER B MARCHIONI DL FISBERG RM Estimando a prevalecircncia da ingestatildeo

inadequada de Nutrientes Rev Sauacutede Puacuteblica v33 n4 p599-605 2004

SUZEN HS GUCYENER E SAKALLI O UCKUN Z KOSE G USTEL D

DUYDU Y CAT C-262T and GPx 1 Pro198Leu polimorphisms in a Turkish population

Molecular Biology Reports v37 n1 p87-92 2010

TAKEUCKI T ETO K The pathology of Minamata disease a tragic story of water

pollution Kyushu Kyushu University Press 1999 310p

TAPIERO H TOWNSEND DM TEW KD The antioxidant role of selenium and seleno-

compounds Biomedicine amp Pharmacotherapy v57 n34 p134ndash144 2003

TINKOV AA SKALNAYA MG DEMIDOV VA SEREBRYANSKY EP

NIKONOROV AA SKALNY AV Hair mercury association with selenium serum lipid

98

spectrum and gama-glutamyl transferase activity in adults Biological Trace Element

Research v161 n3 p255-262 2014

UNITED NATIONS Enviroment Programme Chemicals Impacts of mercury on the

environment In ______ Global mercury assessment Geneva UNEP 2002 cap5 p73-

86

UNITED STATES Department of Health and Human Services Public Heath Services

Agency for Toxic Substances and Disease Registry Toxicological Profile for Mercury

Atlanta ATSDR 1999 676p

VAN DAEL P DEELSTRA H Selenium International Journal for Vitamin and

Nutrition Research v63 n4 p312-316 1993

VIVANCO RHC MENGE FGW BARRIGA PAC Variaciones de la fragilidad

osmoacutetica eritrocitaria en bovinos a pastoreo sobre praderas con bajo contenido de selenio y

suplementados o no con selecircnio Revista Cientiacutefica vXVI n3 p227-231 2006

WIDERSTEN M PEARSON WR ENGSTROEM A MANNERVIK B Heterologous

expression of the allelic variant μ-class glutathione transferases μ and ψ Biochemical

Journal v276 n2 p519-5241991

WILLETT WC Inssues in analysis and presentation of dietary data In ______ Nutritional

epidemiology 2ed New York Oxford University Press 1998 p321ndash345 (Monographs in

epidemiology and biostatistics 30)

WILLET WCHOWE GR KUSHI LH Adjustment for total energy in epidemiologic

studies Am J Clin Nutr v65 p1220-28 1997

WILLET W STAMPFER M Implications of total energy intake for epidemiologic

analyses In Willet WC Nutrition epidemiology 2 ed New York Oxford University Press

p514 1998

WORLD HEALTH ORGANIZATION Obesity preventing and managing the global

epidemic report of a WHO consultation on obesity Geneva World Health Organization

2000 p256 (WHO Obesity Technical Report Series n284)

XU S WANG Y ROE B PEARSON WR Characterization of the human class Mu

glutathione S-transferase gene cluster and GSTM1 deletion Journal of Biological

Chemistry v273 n6 p3517-3527 1998

YANG GQ WANG SZ ZHAU RH SUN SZ Endemic selenium intoxication of

humans in China American Journal of Clinical Nutrition v37 n5 p872-881 1983

ZACHARA BA UKLEJA-ADAMOWICZ M NARTOWICZ E LECKA J Increased

plasma glutathione peroxidase activity in patients with acute myocardial infarction Medical

Science Monitor v7 n3 p415-420 2001

ZHANG FA YU W HARGROVE JL GREENSPAN PA DEAN RG TAYLOR

EW HARTLE DK Inhibition of TNF- induced ICAM-1 VCAM-1 and E-selectin

expression by selenium Atherosclerosis v161 n2 p381-386 2002

99

ZHANG M MA AG ZHANG XZ GE S SHI XX Effect of multiple micronutrients

supplementation on anti-oxidative activity and oxidized DNA damage of lymphocytes in

children Zhonghua Liu Xing Bing Xue Za Zhi v26 n4 p268ndash272 2005

ZHENG W WEN WQ GUSTAFSON DR GROSS M CERHAN JR FOLSOM

AR GSTM1 and GSTT1 polymorfism and postmenopausal breast cancer risk breast cancer

Breast Cancer Research and Treatment v74 n1 p9-16 2002

100

APEcircNDICES

APEcircNDICE 1 Cartaz de divulgaccedilatildeo da pesquisa

APEcircNDICE 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

APEcircNDICE 3 Ficha de Identificaccedilatildeo e Controle

(Anamnese peso estatura IMC coleta de sangue e cabelos)

APEcircNDICE 4 Caderno de Registro do Consumo Alimentar

101

102

UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO

FACULDADE DE CIEcircNCIAS FARMACEcircUTICAS ndash FCFUSP

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE

1 Informaccedilotildees do Sujeito da Pesquisa

Nome

Documento de Identidade nordm Sexo ( ) M ( )F

Data de Nascimento

Endereccedilo Nordm Complemento Bairro Cidade Estado

CEP Telefones

2 Informaccedilotildees do Responsaacutevel Legal

Nome Natureza (grau de parentesco tutor curador etc) Documento de Identidade nordm Sexo ( ) M ( )F Data de Nascimento Endereccedilo Nordm Complemento Bairro Cidade Estado CEP Telefones

Tiacutetulo do Projeto de Pesquisa Estado nutricional relativo ao selecircnio concentraccedilotildees de

mercuacuterio estresse oxidativo e os polimorfismos Pro198Leu no gene da glutationa

peroxidase 1 (GPx1) e GSTM1 no gene da glutationa S- transferase (GST) em mulheres

residentes em aacuterea de risco de contaminaccedilatildeo por mercuacuterio

3 Duraccedilatildeo da Pesquisa 24 meses

4 Nome do pesquisador responsaacutevel Silvia Maria Franciscato Cozzolino Cargo Funccedilatildeo

Professora Titular do Programa de poacutes-graduaccedilatildeo em Ciecircncia dos Alimentos da Faculdade de Ciecircncias

Farmacecircuticas FCFUSP

Nordm do Registro do Conselho Regional CRN30621

Instituiccedilatildeo Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo USP

Sravoluntaacuteria essa pesquisa tem como tiacutetulo Estado nutricional relativo ao selecircnio e

concentraccedilotildees de mercuacuterio e a relaccedilatildeo com estresse oxidativo e os polimorfismos Pro198Leu

e GSTM1 em mulheres na idade feacutertil em aacuterea exposta agrave contaminaccedilatildeo por mercuacuterio A

responsaacutevel por esse estudo eacute a professora titular Silvia Maria Franciscato Cozzolino e como

103

colaborada a estudante de doutorado Ariana Vieira Rocha Ambas pertencem a Faculdade de

Ciecircncias Farmacecircuticas (FCF) da Universidade de Satildeo Paulo (USP)

De acordo com algumas pesquisas as mulheres da Amazocircnia apresentam

concentraccedilotildees elevadas de mercuacuterio e essa contaminaccedilatildeo pode comprometer a sauacutede natildeo soacute

delas como tambeacutem das crianccedilas pois uma das formas do mercuacuterio atravessa facilmente a

barreira placentaacuteria e o mercuacuterio acaba se concentrando no ceacuterebro das crianccedilas Isso pode

inibir o desenvolvimento cerebral Por isso eacute preocupante a exposiccedilatildeo das mulheres na idade

feacutertil ao mercuacuterio Acredita-se que o mineral selecircnio possa ser um possiacutevel colaborador para

a populaccedilatildeo natildeo apresentar sinais cliacutenicos evidentes da contaminaccedilatildeo por mercuacuterio Isso pode

ser devido a algumas atribuiccedilotildees do selecircnio pois este mineral tem como uma das suas accedilotildees

atuar como antioxidante e isso pode neutralizar os danos causados pela contaminaccedilatildeo do

mercuacuterio

Desta forma estamos por meio desse documento lhe convidando a participar desse

estudo que tem como objetivo principal avaliar o estado nutricional relativo ao selecircnio assim

como as concentraccedilotildees de mercuacuterio e a relaccedilatildeo desses com o estresse gerado nas ceacutelulas e

tambeacutem com algumas alteraccedilotildees geneacuteticas em mulheres na idade feacutertil em aacuterea exposta ao

mercuacuterio Nesta pesquisa participaraacute 200 mulheres voluntaacuterias da cidade de Porto Velho

Rondocircnia

Se vocecirc concordar em participar passaraacute pelos seguintes procedimentos avaliaccedilatildeo

nutricional onde seratildeo obtidos os dados de peso estatura e circunferecircncia da cintura e

tambeacutem seratildeo anotados os seus dados sobre o consumo alimentar ou seja tudo o que foi

consumido no periacuteodo de 3 dias sendo 2 dia da semana e 1 dia do fim de semana Seraacute

realizada ainda uma coleta de sangue de (20mL) em jejum de 10 a 12 horas para a realizaccedilatildeo

da determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo do mineral selecircnio e avaliar o estresse gerado nas ceacutelulas e

se haacute uma alteraccedilatildeo geneacutetica que possa interferir na concentraccedilatildeo de selecircnio ou mercuacuterio no

organismo Por fim seraacute coletado em torno de (1g) de cabelo na regiatildeo detraacutes do pescoccedilo para

avaliar as concentraccedilotildees de mercuacuterio A pesquisa possui um risco miacutenimo em virtude da

coleta de sangue que pode causar um desconforto poreacutem este seraacute coletado por um

profissional de enfermagem capacitado A obtenccedilatildeo desses dados seraacute realizada no

Laboratoacuterio Alphaclin localizado na Avenida Calama 2215 Bairro Satildeo Joatildeo Bosco Apoacutes

essas coletas seraacute distribuiacutedo um kit lanche contendo bolacha de aacutegua e sal ou biscoito

integral uma fruta e um suco de fruta de caixinha de 200mL O seu sangue seraacute armazenado

no laboratoacuterio de nutriccedilatildeo-minerais da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade

de Satildeo Paulo (USP) sob a responsabilidade da professora titular Silvia Maria Franciscato

Cozzolino para pesquisas futuras Poreacutem se isso acontecer vocecirc seraacute consultado a respeito e

um novo projeto seraacute submetido ao Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

Vocecirc autoriza o armazenamento do seu sangue para pesquisas futuras

( )sim ( )natildeo

Os resultados obtidos seratildeo arquivados e mantidos em sigilo conforme eacutetica Eacute direito

de cada participante obter os resultados das anaacutelises que seratildeo feitas bem como informaccedilotildees

sobre o andamento da pesquisa procedimentos utilizados riscos e benefiacutecios relacionados em

qualquer fase do estudo a fim de esclarecer eventuais duacutevidas Deve ser ressaltado que a

participaccedilatildeo na pesquisa poderaacute ser desfeita em qualquer momento que o Sra achar

conveniente sem sofrer nenhum tipo de constrangimento Natildeo haveraacute nenhuma despesa

financeira para a natildeo participaccedilatildeo neste estudo assim como natildeo haveraacute recompensa

financeira relacionada agrave participaccedilatildeo na pesquisa

Esse estudo traraacute benefiacutecios pois existem evidecircncias que o selecircnio pode exercer um

efeito protetor no organismo contra os malefiacutecios do mercuacuterio Logo os resultados

contribuiratildeo para uma melhor qualidade de vida atraveacutes do conhecimento da avaliaccedilatildeo do

104

estado nutricional Aleacutem do que seraacute realizada uma avaliaccedilatildeo nutricional completa por uma

nutricionista e seratildeo oferecidas orientaccedilotildees quanto agrave alimentaccedilatildeo

ndash INFORMACcedilOtildeES DE NOMES ENDERECcedilOS E TELEFONES DOS RESPONSAacuteVEIS PELO

ACOMPANHAMENTO DA PESQUISA PARA CONTATO EM CASO DE INTERCORREcircNCIAS

CLIacuteNICAS E REACcedilOtildeES ADVERSAS

Silvia Maria Franciscato Cozzolino ndash (Professora Titular do programa de Poacutes-

graduaccedilatildeo em Ciecircncia dos Alimentos da Faculdade de Ciecircncias FarmacecircuticasFCF

(USP) Telefone(11)3091-3625 Endereccedilo da Faculdade Cidade Universitaacuteria Av Lineu

Prestes 580 ndash Bloco 14

Telefone (11) 3091 -3625 (Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo ndash Minerais)

Ariana Vieira Rocha - (Doutoranda do programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Ciecircncia dos

Alimentos da Faculdade de Ciecircncias FarmacecircuticasFCF (USP) Endereccedilo Residencial

Bairro Liberdade Rua da Gloacuteria - 654 Apto 84 CEP 01510-000 ndash Satildeo Paulo ndash SP Telefone

(11) 98532-2125

Endereccedilo da Faculdade Cidade Universitaacuteria Av Lineu Prestes 580 ndash Bloco 14

Telefone 3091 -3625 (Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo ndash Minerais)

Consentimento Poacutes-Esclarecido

Declaro que apoacutes convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ter entendido o que me

foi explicado consinto em participar do presente Protocolo de Pesquisa

Porto Velhodede

_______________________________

Assinatura do sujeito de pesquisa

Ou responsaacutevel legal

___________________________________

Assinatura do pesquisador responsaacutevel

Para qualquer questatildeo duacutevida esclarecimento ou reclamaccedilatildeo sobre aspectos eacuteticos dessa

pesquisa favor entrar em contato com o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas da Faculdade de

Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo ndash Av Prof Lineu Prestes 580 - Bloco

13A ndash Butantatilde ndash Satildeo Paulo ndash CEP 05508-900 Fone 3091-3622 fone-fax 3091-3677 ndash e-

mail cepfcfuspbr

105

Universidade de Satildeo Paulo

Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas

Avaliaccedilatildeo Nutricional

Antropometria

Nome Data de Nascimento

DADOS ANTROPOMEacuteTRICOS

Idade anos

Circunferecircncia da Cintura (CC) Classificaccedilatildeo

Peso kg

Estaturacm

IMC Classificaccedilatildeo

Classificaccedilatildeo do estado nutricional para adultos segundo o Iacutendice de Massa Corpoacuterea (IMC)

Classificaccedilatildeo IMC (kgm2)

Risco de Comorbidades

Baixo Peso

˂ 185 Baixo

Peso Normal ou

Eutrofia 185 - 249

Meacutedio

Sobrepeso

ge 25 ndash 299 Aumentado

Obesidade I 300 - 349 Moderado

Obesidade II 350 ndash 399 Grave

Obesidade III ˃ 40 Muito Grave

Fonte WHO (2000)

106

Universidade de Satildeo Paulo

Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas

Pesquisador Ariana Vieira Rocha

Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo e Minerais(11) 3091-3625

Formulaacuterio Mercuacuterio (Hg)

Identificaccedilatildeo Data

Nome

Idade Sexo Raccedila

Endereccedilo

Haacute quanto tempo reside em Porto Velho

Onde residia anteriormente

Ocupaccedilatildeo principal Quanto tempo hdia

Haacutebitos

Come peixe sim natildeo

Procedecircncia do peixe consumido Nome do Rio

Espeacutecie mais consumida

Frequecircncia de consumo de peixe Quantidade

Frequecircncia de consumo de frutos do mar Quantidade

Ficou doente nos uacuteltimos seis meses sim natildeo

Tomou algum medicamento sim natildeo Qual Frequecircncia

No tratamento do cabelo vocecirc usa

soacute sabonete xampuacute condicionador tintura

liacutequido para permanente alisamento outros Quais

Qual a aacutegua que usa para tomar banho

caerd poccedilo ou mina outra procedecircncia qual

Qual a aacutegua que usa para beber

caerd e filtrada natildeo filtra de poccedilo ou mina galatildeo outra procedecircncia qual

107

ACOMPANHAMENTO NUTRICIONAL

Nome

Responsaacutevel Nutricionista Ariana Vieira Rocha

Universidade de Satildeo Paulo-USP

Telefone (69) 8118-4633 (11) 8532-2125

108

INFORMACcedilOtildeES

Pesquisas tentam explicar a presenccedila do Hg na regiatildeo amazocircnica pois os solos

ambientes aquaacuteticos e consequentemente os peixes apresentarem concentraccedilotildees elevados

deste metal assim como alguns indiviacuteduos que vivem nestas aacutereas poreacutem estes natildeo

apresentam sintomas e sinais cliacutenicos evidentes de contaminaccedilatildeo Supotildee-se que o selecircnio um

mineral antioxidante presente naturalmente no solo da regiatildeo seja um protetor para a aparente

toleracircncia destas populaccedilotildees agrave intoxicaccedilatildeo crocircnica por Hg Dentre outras funccedilotildees e accedilotildees o

selecircnio atua no fortalecimento do sistema imunoloacutegico e tambeacutem ajuda organismo a se

proteger dos danos causados pelos metais toacutexicos como por exemplo o Hg Dessa forma a

ingestatildeo adequada de selecircnio pode ter um efeito protetor contra a contaminaccedilatildeo por Hg

Este caderno tem como objetivo avaliar o estado nutricional relativo ao mineral

selecircnio Por isso eacute muito importante que todas as recomendaccedilotildees e orientaccedilotildees prestadas

durante o acompanhamento nutricional sejam atendidas

Ariana Vieira Rocha

Doutoranda em Ciecircncia dos Alimentos-FCFUSP

Porto Velho 2012

01

109

DADOS DE IDENTIFICACcedilAtildeO

1 Nome

Documento de Identidade nordm

Sexo ( X ) Feminino

Data de Nascimento

Naturalidade Escolaridade

Endereccedilo nordm

Bairro

Cidade

Cep Telefone Celular

Renda Familiar ( ) 1 SM ( ) 2 a 3 SM ( ) Acima de 4 SM

2 Histoacuteria Cliacutenica

Faz uso de anticonpepcional ( ) natildeo ( )sim

Se sim qual Quanto tempo

Antecedentes familiares ( )Dislipidemias ( )Diabetes mellitus

( )Hipertensatildeo arterial ( ) Obesidade

Outras qual

Faz atividade Fiacutesica ( ) natildeo ( ) sim qual

Quantas vezes por semana

02

110

ORIENTACcedilOtildeES QUANTO AO REGISTRO DOS ALIMENTOS

1 Anotar todos os alimentos consumidos durante todo o dia e a noite desde a hora que

acordar ateacute a hora em que for dormir

2 Colocar o horaacuterio das refeiccedilotildees

3 Natildeo esquecer de anotar os alimentos eou qualquer guloseima consumida (balas

chicletes etc) durante as refeiccedilotildees e nos intervalos

4 Anotar a quantidade do alimento consumido na forma de medidas caseiras (fotos

ilustrativas nas proacuteximas paacuteginas) Exemplo

colher de servir colher de sopa colher de sobremesa colher de chaacute ou cafeacute

concha escumadeira copo americano copo de requeijatildeo copo descartaacutevel de 180 ou

200 mL

xiacutecara de chaacute ou cafeacute

prato de mesa prato de sopa prato de sobremesa ou pires

5 Descrever com maior detalhe os tipos de alimentos ou marcas como por exemplo

leite desnatado integral tipo C em poacute

patildeo francecircs integral de forma de leite de batata de mel doce ou caseiro

bolachas recheadas aacutegua e sal chocolate sem recheio SEMPRE colocar o sabor e a

marca

frutas (anotar tipo e tamanho) por exemplo laranja lima meacutedia mamatildeo papaya (meia

unidade)

vegetais folhosos (anotar tipo e preparaccedilatildeo) por exemplo acelga refogada ou crua

manteiga ou margarina (o tipo a marca a quantidade consumida anotada em ponta de

faca ou em colheres de chaacute cafeacute sobremesa ou sopa)

salada de frutas (colocar tipo de frutas e os ingredientes incluiacutedos na salada)

bolo (sabor com ou sem recheio com ou sem cobertura de festa ndash se possiacutevel

escrever os principais ingredientes)

6 Lembrar de escrever o tipo de preparaccedilatildeo se o alimento eacute cozido frito grelhado

ensopado ou agrave milanesa (empanado)

7 Registrar os alimentos em unidades ou porccedilotildees como por exemplo bife meacutedio

pequeno coxa de frango peixe (pedaccedilo pequeno meacutedio ou grande)

8 Anotar as preparaccedilotildees que utilizem mais de um ingrediente e descrevecirc-los um a um

como por exemplo Sopa de legumes (quais is ingredientes e legumes utilizados nesta

preparaccedilatildeo)

03

111

MEDIDAS CASEIRAS

Colocamos ao lado de cada item uma caixa de foacutesforos ilustrativa para fins de

referecircncia quanto ao tamanho das medidas

04

112

Colocamos ao lado de cada item uma caixa de foacutesforos ilustrativa para fins de

referecircncia quanto ao tamanho das medidas

05

113

Margarina ou Manteiga

Colocamos ao lado de cada item uma caixa de foacutesforos ilustrativa para fins de

referecircncia quanto ao tamanho das medidas

06

114

REGISTRO DE ALIMENTOS

Dia 1

Data Dia da semana

Horaacuterio e Local Alimentos ou

Preparaccedilotildees

Quantidade

(medida caseira)

Marca Comercial

07

115

REGISTRO DE ALIMENTOS

Dia 2

Data Dia da semana

Horaacuterio e Local Alimentos ou

Preparaccedilotildees

Quantidade

(medida caseira)

Marca Comercial

08

116

REGISTRO DE ALIMENTOS

Dia 3

Data Dia da semana

Horaacuterio e Local Alimentos ou

Preparaccedilotildees

Quantidade

(medida caseira)

Marca Comercial

09

117

AGRADECEMOS A SUA COLABORACcedilAtildeO

Mestre Ariana Vieira Rocha (Nutricionista mestre e doutoranda do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncia dos

Alimentos Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo)

Doutora Silvia Maria F Cozzolino (Nutricionista Professora Titular do Departamento de Alimentos e Nutriccedilatildeo Experimental

Faculdade de Ciecircncias FarmacecircuticasUniversidade de Satildeo Paulo)

10

118

ANEXOS

ANEXO 1 Informaccedilotildees para os membros de bancas julgadoras

ANEXO 2 Parecer do Comitecirc de Eacutetica (CEP)

ANEXO 3 Ficha de Aluno

119

UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas

Secretaria de Poacutes-Graduaccedilatildeo

Informaccedilotildees para os Membros de Bancas Julgadoras de

MestradoDoutorado

1 O candidato faraacute uma apresentaccedilatildeo oral do seu trabalho com duraccedilatildeo

maacutexima de trinta minutos

2 Os membros da banca faratildeo a arguumliccedilatildeo oral Cada examinador

disporaacute no maacuteximo de trinta minutos para arguumlir o candidato exclusivamente sobre o

tema do trabalho apresentado e o candidato disporaacute de trinta minutos para sua

resposta

21 Com a devida anuecircncia das partes (examinador e candidato) eacute

facultada a arguumliccedilatildeo na forma de diaacutelogo em ateacute sessenta minutos por examinador

3 A sessatildeo de defesa seraacute aberta ao puacuteblico

4 Terminada a arguumliccedilatildeo por todos os membros da banca a mesma se

reuniraacute reservadamente e expressaraacute na ata (relatoacuterio de defesa) a aprovaccedilatildeo ou

reprovaccedilatildeo do candidato baseando-se no trabalho escrito e na arguumliccedilatildeo

41 Caso algum membro da banca reprove o candidato a Comissatildeo

Julgadora deveraacute emitir um parecer a ser escrito em campo exclusivamente indicado

na ata

42 Seraacute considerado aprovado o aluno que obtiver aprovaccedilatildeo por

unanimidade ou pela maioria da banca

5 Duacutevidas poderatildeo ser esclarecidas junto agrave Secretaria de Poacutes-

Graduaccedilatildeo pgfarmauspbr (11) 3091 3621

Satildeo Paulo 23 de maio de 2014

Prof Dr Adalberto Pessoa Junior Presidente da CPGFCFUSP

Av Prof Lineu Prestes 580 Bloco 13 A - Cidade Universitaacuteria - CEP 05508-900 - Satildeo Paulo - SP Fone (11) 3091 3621 - Fax (11) 3091 3141 ndash e-mail pgfarmauspbr

120

121

122

123

Page 7: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio

6

AGRADECIMENTOS

A Deus que me ilumina e daacute forccedilas para seguir sempre em frente e ao Espiacuterito Santo por

todas as becircnccedilatildeos

Agrave luz da minha vida minha matildee Nair Lima por tudo que tem feito e ainda faz por mim

Meu modelo de iacutendole e dignidade Meu amuleto

Agrave orientadora Silvia Maria Franciscato Cozzolino exemplo de serenidade em momentos de

dificuldades Sou muito grata pela oportunidade de ter sido sua aluna e orientanda Obrigada

ainda por ter me abraccedilado desde o primeiro momento

Agrave professora Deacuteborah Faacutevaro pensar em vocecirc me causa garra e alegria Obrigada pela

parceria e disponibilidade na realizaccedilatildeo das anaacutelises de mercuacuterio Foi um prazer indescritiacutevel

tecirc-la ao meu lado na bancada

Agrave Julie Christine Luana Janaiacutena Cleonilce Oliveira Gisele Dias Natsue Kosin Larissa

Freitas Luana Cardozo e Yara Salviano por disponibilizarem do seu tempo por uma

causa a ciecircncia

Agrave Jamile Sadeck Dina Horeay e Analu Barofaldi seres de luz que deram ajuda a uma

desconhecida sem pedir nada em troca e se hoje esta jornada estaacute sendo concretizada

tambeacutem eacute graccedilas a vocecircs Ensinaram-me na praacutetica a fazer o bem sem olhar a quem Que

esta bondade esteja sempre comigo para que eu possa passaacute-la adiante

Agrave Gabriela Pellucio (Gabi peluacutecia) e sua matildee Mirian Guizelini que abraccedilaram a minha

causa e pela ampla ajuda em conseguir voluntaacuterias Querida Gabi obrigada pelo carinho vocecirc

foi um anjinho na minha vida

Agrave amiga Silvane Maziero assim como ao Flaacutevio Terassini ao Thiago Abiorana e agrave Helen

Queite pela divulgaccedilatildeo da pesquisa em seus ambientes de estudo eou trabalho Obrigada de

coraccedilatildeo

Agrave Juliana Closs por permitir a divulgaccedilatildeo do projeto no curso de nutriccedilatildeo da Faculdade Satildeo

Lucas (FSL)

Agrave Mariana Modesto Roberta Valmorbida Simone Oliveira e Alcione Altini por natildeo

hesitarem em ajudar esta colega de classe na divulgaccedilatildeo da pesquisa no ambiente das

Faculdades Integradas Apariacutecio Carvalho (FIMCA)

Agrave ldquonossardquo equipe do laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo-Minerais Alexandre Pimentel Baacuterbara

Cardoso Bruna Reis Graziela Biude Isabela Saraiva Janaina Donadio Kaluce Almondes

7

Kaacutetia Callou Larissa Bezerra Leila Hashimoto Luciane Alencar e Verocircnica Bandeira

por serem apoio companhia e ajuda nos trabalhos realizados no cotidiano

Especialmente

Agrave Bruna Reis (Rabin) e Isabela Saraiva (Isa nojentinha do meu coraccedilatildeo) que me

proporcionaram uma amizade de cunho profissional e pessoal tornando esta jornada mais

viva leve e muito alegre Por todos os braccedilos e abraccedilos servidos nos momentos de ajuda

sem horaacuterio para acabar Por me fazerem lembrar desse trio com um enorme sorriso no

rosto

Agrave Kaluce Almondes (Kakaacute) querida companheira de anaacutelises que pareciam interminaacuteveis

(risos) obrigada pela parceria conversas filosoacuteficas e gargalhadas constantes inclusive em

momentos de afliccedilatildeo

Agrave Liliane Viana Pires (Lili medalhinha) luz em todos os momentos (desde 2006)

Mesmo com a distacircncia geograacutefica existente entre noacutes vocecirc eacute sempre presente Agradeccedilo

ainda por despertar em mim a vontade de ser sempre melhor

Agraves florzinhas da Liliane Pires Leila Hashimoto (Leilinha) Luciane Alencar (Lu) e

Verocircnica Bandeira (Vecirc) pela ajuda durante as anaacutelises de enzimas mesmo com tantos

afazeres e por me tratarem sempre com muito carinho e atenccedilatildeo

Agrave Baacuterbara Cardoso pelo abraccedilo apertado que diz muito em cada encontro

Agraves Fernandas Santana e Shinagawa agradeccedilo a ajuda a companhia a diversatildeo e a

amizade construiacuteda principalmente nos momentos extras de trabalho jaacute que nem sempre

conseguiacuteamos acabar no horaacuterio do expediente em virtude do nuacutemero de amostras (risos)

Agrave Lilian Mendes apoio e alicerce fundamentais nos uacuteltimos meses que atraveacutes do seu

coraccedilatildeo profissionalismo e vivecircncia de mundo ensinou-me a aceitar e conviver com o meu

eu interior e com a minha alma

Ao meu irmatildeo de coraccedilatildeo Guilber Diniz Barros pela forccedila e energia enviada por todas as

conversas na tentativa de me distrair ou esquecer algo por me ajudar agrave distacircncia e

principalmente por me ensinar a levantar sem laacutegrimas nos olhos e de cabeccedila erguida

Agrave Fabiana Yasuhara da Assessoria Cientiacutefica Life Technologies pelo suporte fundamental

realizado durante as anaacutelises do polimorfismo de deleccedilatildeo GSTM1

Agrave funcionaacuteria Maria de Lurdes Pedrosa (Lurdinha) pelo otimismo carinho e pelas

palavras ldquono fim tudo daacute certordquo

8

RESUMO

ROCHA AV Status de selecircnio de uma populaccedilatildeo residente em aacuterea de risco de

contaminaccedilatildeo por mercuacuterio Influecircncia de polimorfismos e accedilatildeo sobre o estresse

oxidativo 2015 133f (Tese de Doutorado) Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas (FCF)

Universidade de Satildeo Paulo (USP) 2015

Estudos apontam que a regiatildeo Amazocircnica apresenta concentraccedilotildees significativas de selecircnio

nos solos e que por isso a populaccedilatildeo natildeo estaria susceptiacutevel agrave deficiecircncia desse mineral Em

contrapartida a regiatildeo tambeacutem apresenta dados de concentraccedilotildees elevadas de mercuacuterio nos

solos e rios entretanto a populaccedilatildeo natildeo apresenta sinais cliacutenicos evidentes de contaminaccedilatildeo

Acredita-se que o selecircnio um mineral antioxidante possa ser um possiacutevel colaborador para a

aparente toleracircncia ao mercuacuterio pois uma das accedilotildees desse mineral eacute a de destoxificar o

organismo contra metais toacutexicos Dependendo das concentraccedilotildees no organismo o mercuacuterio

pode potencializar a geraccedilatildeo das espeacutecies reativas de oxigecircnio e dessa forma as defesas

antioxidantes intriacutensecas das ceacutelulas podem ser prejudicadas resultando na condiccedilatildeo

conhecida por estresse oxidativo A contaminaccedilatildeo por mercuacuterio pode ainda comprometer a

sauacutede tanto das mulheres quanto das crianccedilas pois esse metal na forma de metilmercuacuterio

pode atravessar a barreira placentaacuteria e se concentrar principalmente no ceacuterebro do feto

Aliado a isso a presenccedila de polimorfismos em certos genes podem alterar a expressatildeo de

enzimas antioxidantes como a glutationa peroxidase 1 que eacute dependente de selecircnio assim

como da glutationa S-transferase que atua na destoxificaccedilatildeo do mercuacuterio no organismo

Vaacuterios estudos apresentam dados de concentraccedilotildees de mercuacuterio em ribeirinhos da Amazocircnia

no entanto resultados referentes agraves concentraccedilotildees de selecircnio ao estresse oxidativo e a

polimorfismos geneacuteticos na populaccedilatildeo da aacuterea urbana satildeo raros Diante disso este estudo

objetivou avaliar o estado nutricional relativo ao selecircnio concentraccedilotildees de mercuacuterio e a

possiacutevel relaccedilatildeo desses paracircmetros com o estresse oxidativo e os polimorfimos Pro198Leu (rs

1050450) no gene da glutationa peroxidase 1 e GSTM1 no gene da glutationa S-transferase

em mulheres em idade feacutertil residentes em aacuterea de risco de exposiccedilatildeo ao mercuacuterio da cidade

de Porto Velho (RO) As voluntaacuterias foram avaliadas por meio de medidas antropomeacutetricas

(peso estatura e circunferecircncia da cintura) e aplicou-se o registro alimentar para avaliaccedilatildeo do

consumo alimentar Realizou-se uma coleta de sangue para anaacutelise de selecircnio atividade da

enzima glutationa peroxidase marcadores de estresse oxidativo e polimorfismos geneacuteticos O

selecircnio foi determinado por espectrometria de absorccedilatildeo atocircmica com geraccedilatildeo de hidretos

acoplados agrave cela de quartzo (HGQTAAS) Para anaacutelise de mercuacuterio foi coletada uma amostra

do cabelo das voluntaacuterias sendo sua concentraccedilatildeo determinada pelo meacutetodo de

espectrometria de absorccedilatildeo atocircmica com geraccedilatildeo de vapor frio (CV AAS) Para avaliar o

estresse oxidativo foram determinadas a concentraccedilatildeo plasmaacutetica de Malondialdeiacutedo (MDA)

e a Capacidade de Absorccedilatildeo de Radicais de Oxigecircnio (ORAC) Participaram do estudo 200

mulheres com idade entre 19 e 50 anos A ingestatildeo alimentar meacutedia de selecircnio foi de 493 plusmn

192 microgdia e a prevalecircncia de ingestatildeo inadequada foi de 409 As concentraccedilotildees meacutedias do

mineral no plasma e nos eritroacutecitos foram respectivamente 498 + 186 microgL e 754 + 299

microgL A atividade meacutedia da glutationa peroxidase foi de 451+ 194 Ug Hb A concentraccedilatildeo

meacutedia de mercuacuterio nos cabelos foi de 625 + 766 ng g-1

Ao avaliar a presenccedila do SNP

Pro198Leu observou-se que 567 das participantes apresentaram genoacutetipo selvagem 368

heterozigotos e 68 homoizgotos para leucina Quanto ao polimorfismo de deleccedilatildeo GSTM1

425 das voluntaacuterias apresentaram o genoacutetipo nulo ou deletado ou seja relacionado a

ausecircncia de expressatildeo da glutationa S-transferase Esses resultados permitem concluir que a

maioria das participantes apresentou estado nutricional deficiente em relaccedilatildeo ao selecircnio

Apesar disso tanto a atividade enzimaacutetica da glutationa peroxidase como os biomarcadores

9

do estresse oxidativo natildeo sofreram interferecircncia desta deficiecircncia O polimorfismo

Pro198Leu tambeacutem natildeo interferiu no status de selecircnio e no estresse oxidativo Quanto agrave

avaliaccedilatildeo do polimorfismo GSTM1 o genoacutetipo nulo ou deletado tambeacutem natildeo mostrou

associaccedilatildeo com as concentraccedilotildees de mercuacuterio e o estresse oxidativo

Palavras-chave selecircnio estresse oxidativo polimorfismo geneacutetico e mercuacuterio

10

ABSTRACT

ROCHA AV Selenium status of a population living in a mercury contamination risk

area Influence of polymorphisms and action on oxidative stress 2015 133f (Tese de

Doutorado) Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo

2015

Studies have shown that the Amazon region has significant concentrations of selenium in

soils and therefore the population is not susceptible to deficiency of this mineral However

the region also presents data from high levels of mercury in soils and rivers however the

population has no obvious clinical signs of contamination It is believed that selenium an

antioxidant mineral may be a possible contributor to the apparent tolerance because of its

actions in the detoxification of the body from toxic metals Depending on the concentrations

in the body mercury can increase the generation of reactive oxygen species and thus the

intrinsic antioxidant defenses of cells can be damaged resulting in the condition known as

oxidative stress The mercury contamination may also compromise the health of both women

and children since this metal in the form of methylmercury can cross the placental barrier and

concentrate mainly in the fetal brain In addition the presence of genetic polymorphisms can

alter the expression of antioxidant enzymes such as glutathione peroxidase 1 which is

selenium dependent as well as glutathione S-transferase which can be responsible for the

mercury detoxification in the body Several studies have shown mercury levels of riverine

people from Amazon however results regarding selenium concentrations oxidative stress

and polymorphisms in the urban population are area Thus this study aimed to evaluate

selenium status mercury levels and the possible relationship of these with oxidative stress and

genetic polymorphisms Pro198Leu (rs 1050450) in glutathione peroxidase 1 gene and

GSTM1 in the glutathione S-transferase gene in women living in mercury exposure risk area

from the city of Porto Velho (RO) The of the volunteers was assessed using anthropometric

measurements (weight height and waist circumference) and evaluation of food consumption

by the food record Blood samples were collected for selenium analysis glutathione

peroxidase enzymersquos activity oxidative stress and genetic polymorphisms Selenium was

determined by hydride generation quartz tube atomic absorption spectroscopy (HGQT AAS)

For mercury analysis a hair sample of volunteers was collected and its concentration was

determined by atomic absorption spectrometry method with cold vapor (CV AAS) To

evaluate oxidative stress plasma concentrations of malondialdehyde (MDA) and Oxygen

Radical Absorbance Capacity (ORAC) were determined We enrolled 200 volunteers aged

between 19 and 50 The average of selenium intake was 493 plusmn 192 microgday and the

prevalence of inadequate intake was 409 Mean selenium concentration on plasma and

erythrocytes were respectively 498 + 186 microgL and 754 + 299 microgL Glutathione

peroxidase showed mean activity of 451 + 194 Ug Hb and mercury levels of 625 + 766 ng g-

1 Evaluating the presence of the SNP Pro198Leu it was observed that 567 of the were

participants had wild type genotype 368 heterozygous and 68 were homozygous for

leucine For the GSTM1 null deletion polymorphism 425 of the volunteers had a null

genotype ie do not express the enzyme glutathione S-transferase These results indicate that

the majority of participants had selenium deficiency in plasma and erythrocytes Nevertheless

most of them had adequate activity of glutathione peroxidase There was no association

between selenium concentrations and the biomarkers used to assess oxidative stress The

Pro198Leu polymorphism did not interfere in selenium concentrations as well as in the

oxidative stress The evaluation of GSTM1 polymorphism had no association with mercury

levels and oxidative stress

Keywords selenium oxidative stress polymorphisms and mercury

11

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Concentraccedilatildeo de Se (microgg) em castanha-do-brasil da regiatildeo Amazocircnica

22

Quadro 2 Ingestatildeo Dieteacutetica de Referecircncia (DRIs) relativas ao Se em microgdia a

partir de um ano de idade de acordo com o Institute of Medicine (IOM

2006)

23

Quadro 3 Frequecircncia genotiacutepica do polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) no

gene que codifica para GPx 1 encontrada em pesquisas realizadas no

Brasil por pesquisadores do Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo e Minerais da

Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo

(USP)

37

Quadro 4 Distribuiccedilatildeo da frequecircncia do polimorfismo GSTM1(ABAB0) no gene

da GST em diferentes etnias

39

Quadro 5 Classificaccedilatildeo do Iacutendice de Massa Corpoacuterea (IMC) para adultos segundo

WHO (2000)

45

Quadro 6 Intervalos de recomendaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de macronutrientes em

percentual de contribuiccedilatildeo energeacutetica (AMDR) de acordo com IOM

(2006)

46

Quadro 7 Valores de referecircncias adotados para concentraccedilatildeo de Se no plasma e

eritroacutecitos

47

Quadro 8 Resultados das anaacutelises dos materiais de referecircncia utilizados na

determinaccedilatildeo de Hg total

49

12

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas das voluntaacuterias

55

Tabela 2 Classificaccedilatildeo das participantes segundo o IMC

56

Tabela 3 Ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) das participantes (n = 194)

59

Tabela 4 Concentraccedilatildeo de Se (microgL) no plasma e nos eritroacutecitos das participantes

(n=194)

61

Tabela 5 Coeficiente de regressatildeo da ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) como

variaacutevel independente que influenciou a concentraccedilatildeo do mineral no

plasma (microgL) das participantes

64

Tabela 6

Tabela 7

Coeficiente de regressatildeo da ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) como

variaacutevel independente que influenciou a concentraccedilatildeo do mineral nos

eritroacutecitos (microgL) das participantes

Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram

as concentraccedilotildees de Hg (ng g-1

) nos cabelos (variaacutevel dependente) das

participantes

64

71

Tabela 8 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram

a capacidade antioxidante ndash ORAC (mmol eq troloxg de amostra)

(variaacutevel dependente) das participantes

71

Tabela 9 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram

a concentraccedilatildeo plasmaacutetica de MDA (microM) (variaacutevel dependente) das

participantes

72

Tabela 10 Distribuiccedilatildeo do SNP Pro198Leu (rs 1050450) no gene que codifica para

a GPx 1 nas participantes (n=190)

73

Tabela 11 Concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio atividade da enzima

GPx MDA e ORAC de acordo com o genoacutetipo para o polimorfismo

Pro198Leu (rs1050450) no gene que codifica a GPx

76

Tabela 12 Distribuiccedilatildeo do polimorfismo GSTM1 no gene da GST das participantes

(n = 180)

76

Tabela 13 Concentraccedilotildees de Hg de MDA e ORAC de acordo com o genoacutetipo para

o polimorfismo GSTM1 no gene da GST das participantes

77

13

LISTA DE ABREVIATURAS

Se - Selecircnio

Hg - Mercuacuterio

MeHg - Metilmercuacuterio

dimetilHg - Dimetilmercuacuterio

GPx - Glutationa Peroxidase

GST - Glutationa S-Transferase

GR - Glutationa Redutase

GSH - Glutationa Reduzida

SOD - Superoacutexido Dismutase

Hb - Hemoglobina

T3 - Tri-iodotironina

T4 - Tiroxina

SeO32-

- Selenito

SeO42-

- Selenato

Cd - Caacutedmio

Rd - Raacutedio

As - Arsecircnio

Cu - Cobre

Ag - Prata

Pb - Chumbo

Pt - Platina

DRI - Recomendaccedilatildeo de Ingestatildeo de Referecircncia

EAR - Necessidade Meacutedia Estimada

UL - Niacutevel Maacuteximo de Ingestatildeo Toleraacutevel

RDA - Ingestatildeo Dieteacutetica Recomendada

EER - Necessidade Energeacutetica Estimada

AMDR - Acceptable Macronutrient Distribution Range

IOM - Institute of Medicine

ADI - Ingestatildeo Diaacuteria Aceitaacutevel

PTWI - Ingestatildeo Semanal Toleraacutevel Provisoacuteria

DCNT - Doenccedilas Crocircnicas natildeo Transmissiacuteveis

14

WHO - World Health Organization

AP - Amapaacute

PA - Paraacute

RO - Rondocircnia

AM - Amazonas

EDTA - Aacutecido Etilenodiamino Tetraceacutetico

O2 - Oxigecircnio

ERO - Eacutespecies Reativas de Oxigecircnio

ERN - Eacutespecies Reativas de Nitrogecircnio

RSS e SR - Selenosulfidos

SNP - Single Nucleotide Polymorfism

STR - Simple Tandem Repeats

VNTR - Variable Number of Tandem Repeats

PCK - Proteiacutena Quinases

DNA - Aacutecido Desoxirribonucleico

C - Citocina

T - Timina

SDM - Seleno Dimetil ndash Mercuacuterio

MDA - Malondialdeiacutedo

ORAC - Capacidade Antioxidante

8-OHdG - 8 Hidroxidodesoxiguanosina

CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente

Na - Soacutedio

Se-Met - Selenometionina

mv - MassaVolume

PA - Pureza Analiacutetica

LAN - Anaacutelise por Ativaccedilatildeo Neutrocircnica

AOAC - Association of Official Analytical Chemists

NCHS - National Center of Health and Statistics

HGQTAAS - Espectrometria de Absorccedilatildeo Atocircmica por Geraccedilatildeo de Hidretos

Acoplados agrave Cela de Quartzo

CVAAS - Espectrometria de Absorccedilatildeo Atocircmica com Geraccedilatildeo de Vapor Frio

IPEN - Instituto de Pesquisa Energeacutetica Nuclear

IMC -Iacutendice de Massa Corpoacuterea

15

CC - Circunferecircncia da Cintura

LD - Limite de Detecccedilatildeo

LQ - Limite de Quantificaccedilatildeo

PNJ

IAEA

- Parque Nacional do Jauacute

- Agecircncia Internacional de Energia Atocircmica

UNIR - Universidade Federal de Rondocircnia

SEDUC - Secretaria de Educaccedilatildeo

SESAU - Secretaria da Sauacutede

ABESO - Associaccedilatildeo Brasileira para Estudo da Obesidade e da Siacutendrome Metaboacutelica

LANCRPq - Laboratoacuterio de Anaacutelise por Ativaccedilatildeo Neutrocircnica

IPENCNEN - Instituto de Pesquisas Energeacuteticas Nucleares

FCF - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas

USP - Universidade de Satildeo Paulo

16

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 18

2 REVISAtildeO DA LITERATURA 20

21 SELEcircNIO 20

211 Fontes Biodisponibilidade e Recomendaccedilatildeo 21

212 Aspectos Fisioloacutegicos Absorccedilatildeo Biodisponibilidade Armazenamento e Excreccedilatildeo 24

213 Funccedilotildees e Accedilotildees 25

214 Deficiecircncia e Toxicidade 29

22 MERCUacuteRIO30

23 ESTRESSE OXIDATIVO 33

24 POLIMORFISMOS 35

241 Polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) no Gene da GPx 36

242 Polimorfismo GSTM1 no Gene da GST 38

3 OBJETIVOS 41

31 OBJETIVO GERAL 41

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 41

4 METODOLOGIA 42

41 CASUIacuteSTICA E DELINEAMENTO 42

42 COLETA DE DADOS42

43 AVALIACcedilAtildeO ANTROPOMEacuteTRICA 45

44 CONSUMO ALIMENTAR 46

45 DETERMINACcedilAtildeO DA CONCENTRACcedilAtildeO DE SELEcircNIO NO PLASMA E ERITROacuteCITOS 47

46 DETERMINACcedilAtildeO DA ATIVIDADE DA GPx 48

47 PROCESSAMENTO E ANAacuteLISE DE MERCUacuteRIO NOS CABELOS 48

48 DETERMINACcedilAtildeO DA CONCENTRACcedilAtildeO PLASMAacuteTICA DE MALONDIALDEIacuteDO 50

49 DETERMINACcedilAtildeO DA CAPACIDADE DE ABSORCcedilAtildeO DE RADICAIS DE OXIGEcircNIO 51

410 PREPARACcedilAtildeO DAS AMOSTRAS PARA ANAacuteLISE DOS POLIMORFISMOS 52

4101 Determinaccedilatildeo do Polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) 52

4102 Determinaccedilatildeo do Polimorfismo GSTM1 53

411 ANAacuteLISES ESTATIacuteSTICAS 53

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 54

51 CARACTERIZACcedilAtildeO DA POPULACcedilAtildeO 54

52 AVALIACcedilAtildeO ANTROPOMEacuteTRICA 55

53 CONSUMO ALIMENTAR 57

17

54 MARCADORES BIOQUIacuteMICOS DO ESTADO NUTRICIONAL RELATIVO AO SELEcircNIO 60

55 SEEcircNIO E ATIVIDADE DA ENZIMA GPx 1 65

56 SELEcircNIO E CONCENTRACcedilOtildeES DE MERCUacuteRIO 67

57 SELEcircNIO E AVALIACcedilAtildeO DO ESTRESSE OXIDATIVO MDA E ORAC 71

58 POLIMORFISMO PRO198LEU 73

59 POLIMORFISMO GSTM1 76

6 CONCLUSAtildeO 80

7 CRONOGRAMA 81

REFEREcircNCIAS 82

APEcircNDICES 100

ANEXOS 118

18

1 INTRODUCcedilAtildeO

O selecircnio (Se) eacute um mineral traccedilo essencial para a biologia humana e esta

essencialidade foi reconhecida em 1979 apesar deste elemento ter sido descoberto em 1817

Dentre as funccedilotildees atribuiacutedas a este mineral destacam-se a funccedilatildeo antioxidante e proteccedilatildeo

contra accedilatildeo nociva de metais toacutexicos aleacutem de atuar em niacutevel de sistema imunoloacutegico

(NAVARRO-ALARCON e LOacutePEZ-MARTINEZ 2000 REILLY 1996) A funccedilatildeo

antioxidante estaacute relacionada agraves selenoproteiacutenas como a P e agraves glutationas peroxidases (GPx)

que satildeo dependentes de Se (HSIEH et al 2006) As GPx satildeo selenoproteiacutenas encontradas em

todos os tecidos de mamiacuteferos em que haacute processos oxidativos cuja accedilatildeo eacute reduzir a produccedilatildeo

de Espeacutecies Reativas de Oxigecircnio (ERO) contribuindo para a proteccedilatildeo das macromoleacuteculas e

membranas do organismo contra a oxidaccedilatildeo (GONZAGA et al 2005)

O homem obteacutem Se por meio da alimentaccedilatildeo (REILLY 1996 FAacuteVARO et al 2000

GONZAGA 2002 THOMSON 2006) e a quantidade do mineral presente nos alimentos

reflete a concentraccedilatildeo do solo sendo essa distribuiccedilatildeo heterogecircnea ou seja um alimento da

mesma espeacutecie proveniente de aacutereas distintas pode apresentar concentraccedilotildees de Se diferentes

(AMOUROUX et al 2001 MARTENS e COZZOLINO 2012) No Brasil Cozzolino et al

(2007) evidenciaram que feijotildees produzidos no estado de Satildeo Paulo tinham menores

concentraccedilotildees de Se (0016 μg de Seg) quando comparados aos feijotildees do Cearaacute (12 μg de

Seg)

Dessa forma pode-se supor que as regiotildees norte e nordeste apresentam maiores

concentraccedilotildees de Se no solo enquanto as regiotildees centro-oeste e sudeste tendem a apresentar

concentraccedilotildees menores indicando maior risco de desenvolvimento da deficiecircncia do mineral

nas duas uacuteltimas regiotildees (COZZOLINO et al 2007 MARTENS e COZZOLINO 2012) A

regiatildeo norte aleacutem de ser considerada uma das aacutereas com solos mais ricos em Se tambeacutem

apresenta de forma abundante o alimento considerado a melhor fonte do mineral a castanha-

do-brasil (Bertholletia excelsa) (ROCHA et al 2014)

Um estudo realizado por Gonzaga (2002) avaliou o estado nutricional relativo ao Se

em 41 crianccedilas de Macapaacute (AP) e de Beleacutem (PA) de acordo com os resultados as crianccedilas

avaliadas natildeo apresentaram deficiecircncia em Se

Rocha et al (2014) tambeacutem avaliaram crianccedilas da regiatildeo norte em duas localidades

ribeirinhas da cidade de Porto Velho (RO) obtendo um total de 42 participantes As crianccedilas

ribeirinhas de Demarcaccedilatildeo apresentaram concentraccedilotildees plasmaacuteticas de Se abaixo da

19

referecircncia para a faixa etaacuteria enquanto as crianccedilas da segunda localidade Gleba do Rio Preto

apresentaram concentraccedilotildees elevadas constituindo risco de toxicidade

Bortoli (2010) avaliou 55 mulheres de uma comunidade ribeirinha de Manaus (AM)

denominada de Novo Airatildeo e observou que a meacutedia de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio estava

dos valores da normalidade

Com base nesses estudos observa-se que natildeo eacute possiacutevel estabelecer um diagnoacutestico

preciso sobre o status de Se na regiatildeo norte sendo necessaacuterios mais estudos principalmente

com a populaccedilatildeo das cidades

Em contrapartida agrave suposiccedilatildeo que a regiatildeo norte ou amazocircnica pode ter solos ricos em

Se a mesma tambeacutem eacute considerada uma aacuterea de risco de exposiccedilatildeo ao mercuacuterio (Hg) um

metal toacutexico que natildeo exerce funccedilatildeo bioloacutegica Segundo Fadini e Jardim (2001) esta

contaminaccedilatildeo eacute devida aos processos naturais e antroacutepicos

Alguns autores sugerem que a populaccedilatildeo da Amazocircnia apresenta a mais alta exposiccedilatildeo

ao Hg relatada no mundo e isso pode exigir um aumento da quantidade de Se no organismo

na tentativa de compensar tanto o estresse oxidativo quanto os efeitos toacutexicos provocados pelo

metal bem como para manter a atividade ideais de enzimas antioxidantes (FORDYCE 2005

RAYMAN 2008 LEMIRE et al 2010 PASSOS MERGLER 2008)

Diante desse cenaacuterio este projeto avaliou o estado nutricional relativo ao Se

concentraccedilotildees de Hg estresse oxidativo e a presenccedila dos polimorfismos geneacuteticos Pro198Leu

no gene da GPx e GSTM1 no gene da glutationa S-transferase (GST) de mulheres residentes

na cidade de Porto Velho (RO) Vale mencionar que estudos sobre o Se satildeo inexistentes nesta

populaccedilatildeo e a maioria das pesquisas realizadas com o Hg na Amazocircnia avaliou apenas

populaccedilotildees ribeirinhas

20

2 REVISAtildeO DA LITERATURA

21 SELEcircNIO

O Se foi descoberto pelo quiacutemico sueco Jons Jakob Berzelius no ano de 1817 em seus

experimentos sobre a oxidaccedilatildeo do aacutecido sulfuacuterico pesquisando agentes toacutexicos (FOX

FAIRWEATHER 1999) Em 1957 Schwartz e Foltz descobriram a sua importacircncia para a

sauacutede animal quando verificaram que pequenas quantidades de Se apresentavam accedilatildeo

protetora em ratos com necrose hepaacutetica e deficiecircncia em vitamina E (NAVARRO-

ALARCON LOacutePEZ-MARTINEZ 2000) Em 1973 Rotruck isolou a enzima GPx e verificou

a presenccedila de Se em seu siacutetio ativo (BAYOUMY-EL 2001) A essencialidade do Se para os

humanos foi reconhecida em 1979 quando cientistas chineses descobriram uma doenccedila por

deficiecircncia de Se em uma regiatildeo da China chamada Keshan a qual deu origem ao nome desta

doenccedila e quando a suplementaccedilatildeo com Se atuou em caso de distrofia muscular (ESTADOS

UNIDOS - IOMFNB 2001)

No processo de evoluccedilatildeo da terra o Se foi incorporado ao solo oriundo dos magmas e

gases vulcacircnicos e apoacutes o degelo da era glacial esse semi-metal foi espalhado por algumas

aacutereas do globo terrestre de forma heterogecircnea (KOHRLE 1999) Dessa forma as

caracteriacutesticas geoloacutegicas de cada regiatildeo influenciaram as concentraccedilotildees de Se nos solos

existindo locais onde esta concentraccedilatildeo eacute tatildeo elevada que pode causar intoxicaccedilatildeo em animais

que consomem as pastagens cultivadas (REILLY 1996) e em outras eacute tatildeo baixa que pode

causar deficiecircncia (SILVA et al 1993)

Solos com concentraccedilatildeo de Se ao redor de 005 microgg tendem a proporcionar dietas

com concentraccedilotildees menores que 01 microgg causando deficiecircncia do mineral enquanto solos

com mais de 5 microgg do mineral contribuem para a intoxicaccedilatildeo (OLDFIELD 1999) Por isso a

quantidade de Se existente nos alimentos na aacutegua e no ar reflete o teor deste mineral no solo

sendo dependente de fatores geoquiacutemicos como o pH sendo que solos com pH menor que

55 (aacutecido) apresentam baixa biodisponibilidade de Se e solos com pH maior que 75

(alcalino) apresentam Se mais biodisponiacutevel A natureza da rocha originaacuteria tambeacutem interfere

nas quantidades de Se no ambiente sendo aquelas ricas em granito e basalto pobres em Se e

as vulcacircnicas incandescentes calcaacuterias de carvatildeo e de pirita mais ricas no mineral

(BAOYAN ZHANG 2002 REILLY 1996 FOX FAIRWEATHER-TAIT 1999 GONZAGA

MARTENS COZZOLINO 2007 2012) Isso explica porque a quantidade de Se no mesmo tipo

de alimento proveniente de aacutereas diferentes pode ser muito heterogecircnea (AMAROUX et al

21

2001) Estima-se que cerca de 50 a 77 do Se presente na superfiacutecie da terra seja oriundo

dos oceanos que se depositou por via uacutemida ou seca por meio dos gases dimetilselenido e

dimetilselenilsulfido produzidos de forma sazonal por fitoplacircnctons em especial pelas

bacteacuterias Coccolithophorid e por isso as aacutereas mais proacuteximas de oceanos possuem solos com

maior concentraccedilatildeo de Se (AMAROUX et al 2001)

No Brasil Martens e Cozzolino (2002) avaliaram alguns cultivares de feijotildees de cada

regiatildeo do paiacutes e verificaram que a concentraccedilatildeo de Se foi maior nos alimentos cultivados nas

regiotildees Norte e Nordeste sugerindo que os solos destes locais apresentam maiores

concentraccedilatildeo do mineral Os pesquisadores constataram tambeacutem que os solos com elevadas

concentraccedilotildees de Se produziram alimentos mais ricos neste nutriente e consequentemente

um consumo alimentar adequado Por outro lado em estados como Satildeo Paulo e Mato Grosso

foram encontradas menores concentraccedilotildees de Se nos solos e os indiviacuteduos residentes nestes

estados apresentaram maiores inadequaccedilotildees da ingestatildeo alimentar de Se (COZZOLINO

2007)

Na natureza o Se se encontra em 4 quatro estados de oxidaccedilatildeo nos solos aacutecidos como

Se elementar (0) selenido (+2) e selenito (+4) que satildeo menos soluacuteveis e assimilaacuteveis

enquanto em terras alcalinas tecircm mais selenato (+6) mais soluacutevel e assimilaacutevel pelas plantas

e animais (ORTUNtildeO et al 1997 GONZAGA MARTENS COZZOLINO 2012) Nos

alimentos o Se pode ser encontrado sob as formas orgacircnica e inorgacircnica na forma orgacircnica

como selenometionina (alimentos de origem vegetal e animal e em alguns suplementos

alimentares) como selenocisteiacutena principalmente em fontes de origem animal e como

selenometilselenocisteiacutena principal forma encontrada em vegetais (NAVARRO-ALARCON

2008) Na forma inorgacircnica como selenito (SeO32-

) e selenato (SeO42) em suplementos pois

essas formas aparecem em poucas quantidades nos alimentos (RAYMAN 2000)

211 Fontes Biodisponibilidade e Recomendaccedilatildeo

A castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa famiacutelia Lecythidaceae) eacute considerada o

alimento mais rico em Se com concentraccedilotildees que variam de 8 a 126 microgg (GONZAGA

2002 REILLY 1996 THOMSON 2006 GONZAGA MARTENS COZZOLINO 2012)

Diversos estudos com essa amecircndoa foram conduzidos com a finalidade de determinar o seu

teor de Se Souza e Menezes (2004) avaliaram 70kg de castanha-do-Brasil com casca da

safra de 2001 obtidas de lote a granel na Centrais de Abastecimento de Campinas SA

(CEASA) em Satildeo Paulo e observaram concentraccedilatildeo de 204 microgg (correspondente a 204

22

microg100g) de Se Chang et al (1995) analisaram dois lotes de castanha-do-brasil um

proveniente da regiatildeo do AcreRondocircnia e outro da regiatildeo de ManausBeleacutem e as

concentraccedilotildees de Se variaram de 306 a 401 microgg e 360 a 500 microgg respectivamente

Trabalhos realizados pelos pesquisadores do Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo-Minerais da

Universidade de Satildeo Paulo tambeacutem avaliaram as concentraccedilotildees de Se em castanha-do-brasil

oriundas da regiatildeo norte (Quadro 1)

Quadro 1 Concentraccedilatildeo de Se (microgg) em castanha-do-brasil da regiatildeo norte do Brasil

Concentraccedilatildeo de Se (microgg)

COUTINHO (2001) GONZAGA (2002) BEHR (2004) MARTENS e COZZOLINO (2002) ROCHA (2014) STOCLER PINTO (2009) COMINETTI (2010) PIRES (2012)

19 40 17 43

583 58 58 115

Dados natildeo publicados - Meacutedia referente agrave determinaccedilatildeo de Se em dezoito lotes de castanha-do-brasil (safra 2011)

As frutas e as verduras em geral satildeo pobres em Se com exceccedilatildeo dos vegetais que satildeo

considerados acumuladores tais como o alho a mostarda indiana o broacutecolis a couve-de-

bruxelas a couve-flor o repolho a cebola e alguns cogumelos os quais podem fornecer boas

quantidades do mineral Nas regiotildees cujos solos tecircm quantidades significativas de Se o trigo

eacute uma boa fonte do mineral assim como os patildees e cereais (NAVARRO-ALARCON e

LOacutePEZ-MARTINEZ 2008)

A quantidade de proteiacutena presente no alimento deve ser considerada pois os alimentos

proteicos incorporam o Se de forma mais eficiente principalmente aqueles que possuem

maior concentraccedilatildeo de aminoaacutecidos que contenham enxofre como metionina e cisteiacutena

(BURK 1998) Alimentos como carne bovina frango peixe e ovos tambeacutem apresentam

quantidades significativas de Se assim como leite e seus derivados de acordo com a espeacutecie

animal e quantidade de gordura pois tanto o leite de vaca quanto os outros tipos que

apresentam maior quantidade de gordura possuem menores concentraccedilotildees do mineral

(NAVARRO-ALARCON 2008)

As melhores fontes de Se natildeo satildeo necessariamente as de maior biodisponibilidade Os

vegetais por exemplo em geral satildeo pobres no mineral entretanto apresentam uma

biodisponibilidade elevada variando de 85 a 100 Nos pescados que tambeacutem satildeo

23

considerados oacutetimas fontes de Se a biodisponibilidade varia de 20 a 50 Alguns

pesquisadores relacionam esta baixa biodisponibilidade agrave interaccedilatildeo do Se com o metal Hg que

pode estar presente nesses alimentos (ORTUNtildeO 1997 MARTENS et al 2012)

Com a descoberta da doenccedila de Keshan uma cardiomiopatia ocasionada pela

deficiecircncia de Se foi possiacutevel estabelecer recomendaccedilatildeo desse nutriente pois a doenccedila natildeo se

manifestava quando a quantidade consumida era igual ou maior que 191 microgdia em indiviacuteduo

adulto com 60 kg Acreditava-se que essa concentraccedilatildeo seria o menor valor de associaccedilatildeo

com o natildeo aparecimento dos sinais cliacutenicos da deficiecircncia do mineral (SHILS et al1994)

Entretanto atualmente sabe-se que a deficiecircncia de Se ocorre quando a ingestatildeo diaacuteria por

longos periacuteodos eacute menor ou igual a 11 microgdia Outro dado utilizado para determinar a

recomendaccedilatildeo de Se foi realizado atraveacutes da relaccedilatildeo entre a atividade da GPx no plasma e a

ingestatildeo do Se em indiviacuteduos adultos chineses residentes em uma aacuterea com solos

considerados pobres no mineral Os voluntaacuterios foram distribuiacutedos em cinco grupos e

receberam doses graduais de 0 10 30 60 e 90 microgdia de Se por via oral na forma de DL-

selenometionina Apoacutes cinco a oito meses a atividade da GPx respondeu de forma similar

para os trecircs concentraccedilotildees mais altos e esses resultados mostraram que uma ingestatildeo em torno

de 41 microgdia o equivalente a 30 microg da suplementaccedilatildeo mais 11 microg da dieta normal em um

homem de 60 kg eram suficientes para saturar a atividade da GPx (IOM 2001)

Com bases nesses dados foi possiacutevel estabelecer uma recomendaccedilatildeo de Se de acordo

com o Institute of Medicine (2001) A Ingestatildeo Dieteacutetica Recomendada (RDA) de Se para

indiviacuteduos adultos a partir dos 19 anos de idade foi estabelecida em 55 microgdia natildeo devendo

ultrapassar o niacutevel maacuteximo de Ingestatildeo Toleraacutevel (UL) estabelecido de 400 microgdia O Quadro

2 apresenta as Ingestotildees Dieteacuteticas de Referecircncia (DRI) de Se propostas pelo IOM (2006)

para populaccedilatildeo adulta

Quadro 2 Ingestatildeo Dieteacutetica de Referecircncia (DRIs) relativas ao Se em microgdia a partir de 1 ano

de idade de acordo com o Institute of Medicine (IOM 2006)

Idade (anos) EAR

Se microgdia

RDA

Se microgdia

UL

Se microgdia

˃ 14 45 55 400

EAR ndash Necessidade Meacutedia Estimada valor de ingestatildeo diaacuteria de um nutriente suficiente para suprir a

necessidade de metade dos indiviacuteduos saudaacuteveis de um determinado grupo do mesmo gecircnero e estaacutegio de vida

RDA ndash Ingestatildeo Dieteacutetica Recomendada eacute o niacutevel de ingestatildeo dieteacutetica diaacuteria suficiente para atender agraves

necessidades de um determinado nutriente de praticamente todos (97 a 98) os indiviacuteduos saudaacuteveis de um

determinado grupo do mesmo gecircnero e estaacutegio de vida

24

UL ndash Niacutevel Maacuteximo de Ingestatildeo Toleraacutevel eacute o valor mais alto da ingestatildeo diaacuteria continuada de um nutriente que

aparentemente natildeo oferece nenhum efeito adverso agrave sauacutede para todos os indiviacuteduos de um mesmo estaacutegio de

vida ou gecircnero

212 Aspectos Fisioloacutegicos Absorccedilatildeo Biodisponibilidade Armazenamento e Excreccedilatildeo

A absorccedilatildeo do Se acontece no duodeno ceco e coacutelon onde a selenometionina eacute

absorvida por um mecanismo de transporte ativo o selenito por difusatildeo simples o selenato

em conjunto com o sulfato por meio de carreadores mediados por soacutedio e a selenocisteiacutena por

transporte ativo comum aos aminoaacutecidos baacutesicos (histidina lisina e arginina) A

selenometilselenocisteiacutena natildeo eacute incorporada como selenometionina sendo convertida

rapidamente em metilselenol (FAIRWEATHERTAIT et al 2011)

Nos enteroacutecitos o Se eacute reduzido a selenito (H2Se) e em seguida transportado no

sangue ligado a proteiacutenas principalmente a fraccedilotildees de β-lipo proteiacutena de muito baixa

densidade e em menor quantidade em outros tipos de proteiacutenas como a albumina

especialmente quando a selenometionina eacute a principal forma presente nos alimentos

(REILLY 1996 PAPP et al 2007)

A biodisponibilidade do Se pode ser prejudicada por alguns fatores quantidade

ingerida a partir da dieta origem do Se consumido interaccedilatildeo com metais toacutexicos eficiecircncia

da digestatildeo formaccedilatildeo de compostos absorviacuteveis tempo do tracircnsito intestinal estado

nutricional do organismo em relaccedilatildeo ao Se doenccedilas do trato gastrintestinal conversatildeo para

formas biologicamente ativas apoacutes absorccedilatildeo e incorporaccedilatildeo agrave enzima GPx (IOM 2001) Na

determinaccedilatildeo da biodisponibilidade do Se alimentar a etapa limitante eacute a incorporaccedilatildeo da

forma biologicamente ativa selenocisteiacutena agrave GPx ou agraves 5 deiodinases nos tecidos

(HOLBEN SMITH 1999)

A excreccedilatildeo do Se ocorre principalmente pela via urinaacuteria (REILLY 1996 PAPP et

al 2007) e os compostos de Se tanto aqueles que entram no pool de selenito como os

convertidos a metilselenol satildeo metilados por tioacuteis-metiltransferases e geram diferentes formas

metaboacutelicas metiladas do mineral que seratildeo excretadas contribuindo para a homeostase Na

urina predominam as formas monometiladas nos casos de baixas ingestotildees e o

trimetilselenocircnio quando o Se eacute consumido em altas quantidades Quando os iacuteons de

trimetilselenocircnio atingem seu platocirc metaboacutelico ocorre a excreccedilatildeo pulmonar de

dimetilselenocircnio volaacutetil responsaacutevel pelo odor caracteriacutestico de alho na respiraccedilatildeo

(LETAVAYOVAacute et al 2006 PAPP et al 2007)

25

A Figura 1 ilustra o metabolismo do Se em mamiacuteferos onde os metaboacutelitos de Se

provenientes da alimentaccedilatildeo entram na ceacutelula e se juntam ao pool existente gerando selenito

que seraacute utilizado como fonte de Se para a siacutentese da selenocisteiacutena precursora das

selenoproteiacutenas (PAPP et al 2007)

Figura 1 Aspectos fisioloacutegicos do Se em mamiacuteferos

Adaptado de PAPP et al (2007)

(GSH = glutationa TrxRTrx = tioredoxina redutasetioredoxina)

213 Funccedilotildees e Accedilotildees

A propriedade antioxidante do Se estaacute relacionada agraves GPx que satildeo dependentes deste

mineral As GPx agem na proteccedilatildeo celular contra os danos provocados por radicais livres

juntamente com um sistema antioxidante complexo que envolve outras substacircncias

(HOLBEN SMITH 1999)

O Se eacute incorporado na forma de selenocisteiacutena no siacutetio ativo de um grande nuacutemero de

proteiacutenas Acredita-se que cerca de 100 selenoproteiacutenas possam existir no organismo de

mamiacuteferos Atualmente satildeo conhecidas 22 selenoproteiacutenas organizadas em grupos diferentes

Se Alimentar

Selenometionina

Selenito

Selenato

Selenocisteiacutena

(Sec)

Outras formas

ENTEROacuteCITO

Pool Intracelular de Selecircnio

Selenometionina

Selenito Selenato

GSS e SG (selenodiglutationa)

CH3SeH (metilselenol) etc

Incorporaccedilatildeo natildeo especiacutefica de

proteiacutenas ligadoras de selecircnio

Selenoproteiacutenas

Liases

GSH

TrxRTrx

H2Se

(selenido)

Sec

26

em funccedilatildeo da localizaccedilatildeo e das propriedades funcionais da selenocisteiacutena sendo que metade

destas apresenta caracteriacutesticas antioxidantes O grupo das GPx eacute o mais abundante Estas

selenoproteiacutenas satildeo encontradas em todos os tecidos de mamiacuteferos em que haacute processos

oxidativos e podem reduzir a produccedilatildeo de espeacutecies reativas de oxigecircnio contribuindo para a

proteccedilatildeo das macromoleacuteculas e membranas do organismo contra a oxidaccedilatildeo (BROWN et al

2001 TAPIERO et al 2003 GONZAGA et al 2005)

A GPx 1 tambeacutem conhecida como GPx citosoacutelica foi a primeira enzima dependente

de Se a ser identificada em 1953 em eritroacutecitos onde protege a hemoglobina de danos

oxidativos Essa GPx eacute encontrada no citosol das ceacutelulas sendo expressa em todos os tecidos

(BROWN 2001 LEI 2007) e tem como funccedilatildeo reduzir o peroacutexido de hidrogecircnio e

hidroperoacutexidos orgacircnicos livres transformando-os em aacutegua e aacutelcool respectivamente

(GONZAGA et al 2005)

A segunda isoforma GPx 2 ou gastrintestinal eacute encontrada no trato gastrintestinal e

no fiacutegado e age protegendo o organismo contra os hidroperoacutexidos na passagem pelo trato

gastrintestinal (GONZAGA et al 2005) A GPx 3 ou plasmaacutetica eacute sintetizada primeiramente

nas ceacutelulas tubulares renais e sua funccedilatildeo eacute servir de barreira antioxidante para o sangue

filtrado e proteger as ceacutelulas endoteliais do dano oxidativo (DUMONT 2006) A quarta

isoforma GPx 4 ou fosfolipiacutedio hidroperoacutexido tem como funccedilatildeo proteger as membranas das

ceacutelulas contra a accedilatildeo dos hidroperoacutexidos de aacutecidos graxos e tambeacutem reduzir a formaccedilatildeo de

hidroperoacutexidos de colesterol e de eacutester de colesterol nas membranas e nas lipoproteiacutenas de

baixa densidade (LDL) (SAVASKAN et al 2007)

Aleacutem dessas quatro isoformas foram descobertas tambeacutem a GPx 6 no epiteacutelio do

olfato e tecidos embrionaacuterios e outras variantes na qual o resiacuteduo de selenocisteiacutena eacute

substituiacutedo por cisteiacutena incluindo a GPx 5 com expressatildeo restrita no epidiacutedimo e a GPx 7

(PAPP et al 2007) Entretanto ainda natildeo se sabe exatamente qual a accedilatildeo dessas GPx

(HERBETTE et al 2007)

O Se pode interagir com um grande nuacutemero de metais toacutexicos como arsecircnio (As)

caacutedmio (Cd) Hg cobre (Cu) prata (Ag) chumbo (Pb) e platina (Pt) podendo alterar a

toxicidade e prevenir possiacuteveis manifestaccedilotildees toxicoloacutegicas em razatildeo da exposiccedilatildeo aos

mesmos (ORTUNtildeO et al 1997) Uma das hipoacuteteses para explicar essa interaccedilatildeo seria uma

reaccedilatildeo direta desses metais com o Se na forma inorgacircnica formando substacircncias

biologicamente inativas no interior do trato gastrintestinal Este mecanismo de interaccedilatildeo foi

encontrado em estudos com o Cd Pt Pb Ag e Hg Uma segunda hipoacutetese seria a reaccedilatildeo do

Se com grupos tioacuteis de algumas moleacuteculas para formar selenosulfidos (RSSeSR) que

27

possuem forte afinidade por metais (ORTUNtildeO et al 1997 ALARCOacuteN e MARTINEZ

2000)

A interaccedilatildeo entre o Hg e o Se tem sido estudada haacute mais de trecircs deacutecadas e envolve

uma variedade de processos bioquiacutemicos e toxicoacutelogicos ainda desconhecidos (CHEN et al

2006) Estudos conduzidos em animais foram realizados para tentar esclarecer os mecanismos

dessa interaccedilatildeo mesmo assim estes natildeo foram completamente elucidados (GREGUS et al

2001) Pesquisas in vitro sugerem que o efeito protetor do Se em relaccedilatildeo aos efeitos toacutexicos do Hg

seja em razatildeo da formaccedilatildeo de um complexo inerte Hg-Se (11) ligado agrave selenoproteiacutena P (Sepp1) no

sangue (DRASCH et al 2000)

A Figura 2 ilustra um possiacutevel mecanismo de destoxificaccedilatildeo muacutetua de Se e Hg elaborado

por Gailer et al (2000) onde o Se na forma de selenito ao ser incorporado nos eritroacutecitos eacute

reduzido atraveacutes da glutationa e no plasma liga-se agrave albumina proteiacutena responsaacutevel pelo transporte

sanguiacuteneo de Hg Sendo assim o Se natildeo reagiria de forma direta com o Hg livre mas com o Hg

ligado agrave albumina formando o complexo Hg-Se que por sua vez liga-se agrave selenoproteiacutena P e

tambeacutem aos resiacuteduos de histidina e cisteiacutena presentes na proteiacutena

Vale mencionar que a selenoproteiacutena P eacute uma glicoproteiacutena que transporta a maior parte de

Se no plasma dessa forma nos casos em que haacute deficiecircncia em Se a siacutentese de selenoproteiacutena P

pode estar prejudicada assim como a sua concentraccedilatildeo no plasma A existecircncia da selenoproteiacutena P

foi relatada haacute aproximadamente 30 anos poreacutem o progresso na tentativa de esclarecer as suas

funccedilotildees tecircm se destacado nos uacuteltimos anos (BURK HILL 2009)

Figura 2 Esquema de um possiacutevel mecanismo de destoxificaccedilatildeo muacutetua de Se e Hg

Adaptado de Gailer et al (2000)

SeO32-

e Se2-

= selenito Hg2+

= mercuacuterio livre HgSe = complexo Hg Se

HgSe

SeO32-

SeO32- Se2-GSH

Eritroacutecito

Se2-

Hg2+ (albumina)HgSe

Selenoproteiacutena P

HgSeHgSe

HgSe

28

Concentraccedilotildees adequadas de Se tambeacutem estatildeo relacionadas ao funcionamento

adequado do sistema imunoloacutegico Propriedades como quimiotaxia migraccedilatildeo e atividade

fungicida satildeo indicadores claramente dependentes da concentraccedilatildeo de Se nas ceacutelulas

fagocitaacuterias Efeitos reguladores do sistema imunoloacutegico satildeo explicados pela manutenccedilatildeo da

integridade das membranas das ceacutelulas imunocompetentes em condiccedilotildees adequadas de Se

Por isso satildeo atribuiacutedas ao Se funccedilotildees nas ceacutelulas do sistema imunoloacutegico como manutenccedilatildeo

da integridade das ceacutelulas imunocompetentes reduccedilatildeo dos peroacutexidos orgacircnicos e inorgacircnicos

formados por reaccedilotildees originadas dos radicais livres na ceacutelula regulaccedilatildeo do metabolismo dos

hidroperoacutexidos que levam agrave siacutentese de leucotrienos tromboxanos prostaglandinas e

lipoacutexidos e modulaccedilatildeo dos produtos oxidativos na respiraccedilatildeo das ceacutelulas fagocitaacuterias

(ORTUNtildeO et al 1997)

O Se tambeacutem participa na conversatildeo de tiroxina (T4) em tritiodotironina (T3) por

meio das deiodinases tipo I II e III A deficiecircncia em Se no organismo causa um decreacutescimo

de 15 a 20 na conversatildeo de T4 em T3 A enzima 5rsquo-deiodinase tipo 1 (IDI) eacute uma

selenoproteiacutena encontrada principalmente no fiacutegado e rins responsaacutevel pela conversatildeo da

forma inativa do proacute-hormocircnio T4 que eacute secretado pela tireoide agrave forma metabolicamente ativa

triiodotironina (T3) Nos casos de deficiecircncia em Se o T4 estaacute aumentado no plasma enquanto o T3

estaacute diminuiacutedo (KOumlHRLE 2000)

Outras accedilotildees protetoras do Se tecircm sido descritas no contexto das Doenccedilas Crocircnicas

Natildeo Transmissiacuteveis (DCNT) Alguns mecanismos foram propostos para esclarecer a inibiccedilatildeo

do aparecimento do cacircncer pela accedilatildeo do Se como reduccedilatildeo da hipermetilaccedilatildeo do DNA

causada pelo aumento da atividade da DNA metiltransferase regulaccedilatildeo da hipometilaccedilatildeo do

DNA que paradoxalmente ocorre durante a progressatildeo do tumor e proteccedilatildeo antioxidante que

promove equiliacutebrio entre a formaccedilatildeo de radicais livres e o funcionamento celular normal (DAVIS e

UTHUS 2002) Quando esse equiliacutebrio eacute interrompido pelo acuacutemulo de radicais livres a ceacutelula

entra em estresse oxidativo e consequentemente em instabilidade geneacutetica alterando certos

fatores de transcriccedilatildeo ou oxidando o DNA na sua base 8-hidroxidodesoxiguanosina (8-OHdG)

(BAYOUMY-EL 2001)

Estudos epidemioloacutegicos mostram correlaccedilatildeo positiva entre maior ingestatildeo de Se e

menor incidecircncia de cacircncer de tireoide pele mama ovaacuterio proacutestata e trato gastrintestinal

especialmente o coloretal (ORTUNtildeO et al 1997 NAVARRO-ALARCON e LOacutePEZ-

MARTINEZ 2000 DAVIS e UTHUS 2002) O Se tambeacutem pode diminuir o risco de

outras doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis como aterosclerose trombose arteri al e

diabetes melito (NAVARRO-ALARCON e LOacutePEZ-MARTINEZ 2000)

29

214 Deficiecircncia e Toxicidade

A deficiecircncia em Se ocorre quando a ingestatildeo diaacuteria eacute menor ou igual a 11 microgdia

enquanto ingestotildees acima de 400 microgdia podem levar agrave toxicidade (IOMFNB 2001 ZHANG

et al 2002) Os grupos mais vulneraacuteveis agrave deficiecircncia satildeo fumantes idosos gestantes

lactentes crianccedilas de 2 a 10 anos adolescentes do gecircnero feminino indiviacuteduos submetidos agrave

nutriccedilatildeo parenteral total sem suplementaccedilatildeo com Se por um periacuteodo superior a 20 ou 30 dias

enfermos de doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis indiviacuteduos sujeitos a elevado estresse e

doenccedilas debilitantes (AIDS hepatite C hanseniacutease) populaccedilotildees que habitam aacutereas com solos

pobres em Se aleacutem de populaccedilotildees que habitam aacutereas antropogecircnicas ou naturalmente

contaminadas por Hg (ORTUNtildeO et al 1997 BURKE e OPESKIN 2002 MARTENS et al

2012)

A doenccedila de Kesha definida como uma cardiomiopatia que afeta crianccedilas e mulheres

jovens estaacute diretamente relacionada agrave baixa ingestatildeo alimentar de Se a forma aguda eacute

caracterizada por insuficiecircncia suacutebita da funccedilatildeo cardiacuteaca e a fase crocircnica degeneraccedilatildeo dos

muacutesculos (especialmente necrose multifocal e fibrose no miocaacuterdio) cardiomegalia isquemia

do miocaacuterdio eletrocardiograma anormal e edema pulmonar Outra consequecircncia associada agrave

deficiecircncia eacute a doenccedila de Kashin-Beck osteoartrite endecircmica que ocorre durante a preacute-adolescecircncia

ou adolescecircncia podendo resultar em nanismo e deformaccedilatildeo das articulaccedilotildees (HOLBEN e SMITH

1999) Ressalta-se que no Brasil natildeo haacute relatos dessas deficiecircncias graves

Jaacute os sintomas da intoxicaccedilatildeo por Se satildeo distuacuterbios gastrintestinais graves paladar

metaacutelico odor de alho exalado pelas vias respiratoacuterias distuacuterbios neuroloacutegicos siacutendrome do

estresse respiratoacuterio infarto do miocaacuterdio e falecircncia renal (HOLBEN e SMITH 1999) A

toxicidade crocircnica tanto pelas formas orgacircnicas quanto inorgacircnicas apresenta caracteriacutesticas

cliacutenicas semelhantes poreacutem as concentraccedilotildees teciduais do mineral satildeo diferentes (IOM

2000)

De acordo com Yang et al (1983) os tecidos e oacutergatildeos mais afetados pela toxicidade de

Se satildeo as unhas cabelos pele e sistema nervoso As unhas tornam-se quebradiccedilas com

pontos brancos e estrias longitudinais na superfiacutecie seguido de queda da parede da unha

iniciada nos polegares Os cabelos tornam-se sem brilho e quebram-se facilmente na raiz e

aqueles que nascem em geral satildeo despigmentados Esta caracteriacutestica pode ser observada em

outros locais como axilas braccedilos e aacuterea puacutebica As lesotildees de pele ocorrem principalmente em

quatro pontos palma das matildeos e peacutes nuca cotovelos e pernas com aparecircncia inflamada e

eruptiva agraves vezes ulcerada As anormalidades no sistema nervoso soacute ocorrem nos casos de

30

maior gravidade e os sintomas incluem paralisia perifeacuterica formigamentos hiper-reflexatildeo dos

tendotildees espasmos distuacuterbio motor e hemiplegia (YANG et al 1983)

Vaacuterios fatores podem influenciar a gravidade e o tempo de aparecimento dos sinais

cliacutenicos da intoxicaccedilatildeo por Se como idade estado de nutriccedilatildeo e sauacutede do indiviacuteduo e

recidivas de alta ingestatildeo do mineral (IOMFNB 2001) Segundo Zhang et al (2002)

indiviacuteduos que jaacute sofreram intoxicaccedilatildeo por alta ingestatildeo de Se satildeo mais susceptiacuteveis a outra

intoxicaccedilatildeo provocada por menores quantidades do mineral Ingestatildeo de 910 microgdia pode

causar alteraccedilotildees nas unhas (IOMFNB 2001) Registros sobre intoxicaccedilatildeo por Se foram

encontrados em Enshi (China) onde a prevalecircncia da doenccedila ocorreu entre os anos de 1961 e

1964 com uma taxa de mortalidade de 50 da populaccedilatildeo de 248 habitantes (REILLY 1996)

Na Venezuela em um local chamado Vila Bruzual foram registrados casos de intoxicaccedilatildeo

nas crianccedilas em fase escolar sendo esta regiatildeo considerada seleniacutefera (JAFFEacute et al 1972)

22 MERCUacuteRIO

O Hg eacute o uacutenico metal que se apresenta no estado liacutequido em temperatura ambiente e a

0degC (BISINOTI 2005) presente naturalmente na crosta terrestre aacutegua e atmosfera Dentre as

diferentes formas quiacutemicas a espeacutecie de distribuiccedilatildeo mais ampla eacute o Hg na forma de vapor

predominante na atmosfera seguido da forma inorgacircnica dominante em aacuteguas naturais e do

metilmercuacuterio que eacute de extrema importacircncia ambiental em razatildeo de sua elevada toxicidade

principalmente em mamiacuteferos (GALVAtildeO et al 2007)

As primeiras evidecircncias dos efeitos neurotoxicoloacutegicos do Hg em consequecircncia da

ingestatildeo materna de alimentos contaminados foram observadas em crianccedilas na cidade de

Minamata no Japatildeo onde o metilmercuacuterio liberado de uma induacutestria quiacutemica contaminou as

aacuteguas da baiacutea e os peixes consumidos pela populaccedilatildeo Em 1953 a doenccedila de Minamata foi

reconhecida como uma doenccedila neuroloacutegica e chamou atenccedilatildeo do mundo para o problema da

intoxicaccedilatildeo por metais toacutexicos (TAKEUCKI e ETO 1999 FARIAS et al 2006) O Hg entatildeo

passou a ser considerado um dos metais mais perigosos no que diz respeito agrave contaminaccedilatildeo

ambiental e agrave sauacutede humana (FARIAS et al 2006)

Apoacutes a intoxicaccedilatildeo por Hg em Minamata as pesquisas foram direcionadas para os

possiacuteveis efeitos da exposiccedilatildeo crocircnica assim como concentraccedilotildees baixas de metilmercuacuterio

principalmente em crianccedilas em virtude da transferecircncia materna infantil durante a gestaccedilatildeo

uma vez que esse metal ultrapassa facilmente a barreira placentaacuteria e pode causar

31

consequecircncias graves agrave sauacutede do bebecirc que eacute sensiacutevel a menores concentraccedilotildees quando

comparados aos adultos (GALVAtildeO et al 2007)

A exposiccedilatildeo e acumulo do Hg durante o desenvolvimento fetal e amamentaccedilatildeo estatildeo

diretamente relacionados com a carga materna e a transferecircncia desse metal para a placenta e

leite materno (STEUERWALD et al 2000 CEacuteZAR 2002 MARQUES 2002) O alimento

que mais contribui para a contaminaccedilatildeo por Hg eacute o peixe pois as espeacutecies aquaacuteticas absorvem

o Hg na forma de metilmercuacuterio (DOMINGUES 2000) e o grau de exposiccedilatildeo eacute influenciado

por fatores como a frequecircncia da ingestatildeo de pescados a preferecircncia (peixes carniacutevoros

apresentam maiores quantidade de Hg) tamanho e niacutevel troacutefico (PARADIS et al 1997)

O Hg ao entrar na circulaccedilatildeo sanguiacutenea se liga a proteiacutenas e se distribui pelos tecidos

concentrando-se nos rins fiacutegado medula oacutessea ceacuterebro ossos e pulmotildees (SAacute et al 2006)

Os sinais e sintomas da intoxicaccedilatildeo dependem de vaacuterios fatores como gecircnero idade

hormocircnios taxa de hemoglobina e capacidade de induccedilatildeo das metalotioneiacutenas que podem

funcionar como barreiras protetoras do ceacuterebro e cerebelo (EPA 1997) No homem o

sistema nervoso central eacute o principal oacutergatildeo acometido pelo metilmercuacuterio e os sintomas

cliacutenicos incluem parestesia (alteraccedilotildees sensoriais) ataxia (falta de coordenaccedilatildeo nos

movimentos) e disartria (dificuldade na articulaccedilatildeo das palavras) aleacutem de distuacuterbios visuais e

auditivos A ocorrecircncia dos sintomas cliacutenicos tambeacutem eacute dose dependente (IPCS 1990) Aleacutem

de tremor vertigem entorpecimento dor de cabeccedila catildeibra fraqueza depressatildeo dispneia

tosse inflamaccedilotildees gastrintestinais queda de cabelo naacuteusea e vocircmitos (CANELA 1995) O

quadro cliacutenico tiacutepico das crianccedilas geradas sob tais exposiccedilotildees inclui microcefalia (maacute

formaccedilatildeo no crescimento do ceacuterebro) hiper-reflexia (reflexos muito ativos ou responsivos em

excesso) e deficiecircncia visual auditiva mental e motora (IPCS 1990)

A excreccedilatildeo do Hg do corpo humano ocorre por via urinaacuteria ou fecal diferindo de

acordo com a forma dose e tempo apoacutes a exposiccedilatildeo Uma pequena fraccedilatildeo eacute eliminada pela

respiraccedilatildeo mas a excreccedilatildeo fecal eacute a maior e a principal via apoacutes a exposiccedilatildeo ao Hg (FORD et

al 2001)

Segundo Fadini e Jardim (2001) a presenccedila do Hg na regiatildeo Amazocircnica se deve

principalmente agrave extraccedilatildeo de ouro e aos processos naturais e antroacutepicos Aleacutem disso como os

solos da bacia Amazocircnica satildeo antigos apresentam capacidade elevada de reter o Hg e acumulaacute-lo

durante anos (MIRETZKY et al 2005) A poluiccedilatildeo do Hg na Amazocircnia eacute um problema

ambiental grave pois 70 a 170 toneladas deste metal satildeo lanccedilados anualmente no meio

ambiente pela atividade informal de mineraccedilatildeo de ouro e queimadas o que representa uma

fonte primaacuteria de emissatildeo do Hg Como resultado uma grande quantidade do metal sofre

32

metilaccedilatildeo e se acumula nos peixes da cadeia alimentar (MEECH 1997 PINHEIRO et al

2000)

Em relaccedilatildeo agrave genotoxicidade do Hg tecircm-se descrito que este metal pode ser

responsaacutevel por mutaccedilotildees em niacuteveis cromossocircmico e gecircnico sendo a compreensatildeo destes

efeitos de grande importacircncia em razatildeo de suas consequecircncias para a sauacutede humana

(AZEVEDO 2003) O Hg produz depleccedilatildeo dos principais antioxidantes celulares

principalmente os que contecircm grupos tioacutelicos e pode tambeacutem aumentar a geraccedilatildeo das espeacutecies

reativas de oxigecircnio como os radicais hidroxila (HO) os radicais superoacutexido (O2-) ou

peroacutexido de hidrogecircnio (H2O2) aumentando o estresse oxidativo e assim causar alteraccedilotildees

nas funccedilotildees das ceacutelulas (ERCAL et al 2001 PEROTTONI et al 2004)

A Figura 3 apresenta possiacuteveis mecanismos moleculares de genotoxicidade do Hg o

qual entra na ceacutelula atraveacutes da membrana plasmaacutetica ou por meio de transportadores podendo

afetar o DNA de diversas formas Uma delas eacute aumentando a produccedilatildeo de ERRO as quais

podem reagir diretamente com o DNA ou indiretamente ao induzir mudanccedilas

conformacionais nas proteiacutenas responsaacuteveis pela formaccedilatildeo e manutenccedilatildeo do mesmo Tambeacutem

pode reagir de forma direta nos microtuacutebulos evitando a organizaccedilatildeo em fuso dos

cromossomos durante a atividade mitoacutetica Esses danos ao DNA podem ser causados tanto

pelos radicais livres gerados pelo Hg como pelo proacuteprio metal (CRESPO-LOacutePEZ et al

2009)

Figura 3 Mecanismos moleculares de genotoxicidade do Hg

Fonte Adaptado de Crespo-Loacutepez et al (2009)

EROS Espeacutecies Reativas de Oxigecircnio

EROS

D

N

A

M

E

R

C

Uacute

R

I

O

Microtuacutebulos

33

De acordo com os pesquisadores Pinheiro et al (2006) e Harada et al (2001)

concentraccedilotildees de Hg dez vezes menores que os valores de referecircncia estabelecidos pela World

Health Organization (WHO) foram relacionados com a genotoxicidade no sistema nervoso

central apontando para a necessidade de uma revisatildeo dos padrotildees adotados pela WHO

(1990)

Evidencia-se que populaccedilotildees residentes em aacutereas de risco de contaminaccedilatildeo por Hg

podem estar mais susceptiacuteveis a um aumento do estresse oxidativo Entretanto a intensidade

dos danos dependeraacute de fatores como a amplitude da geraccedilatildeo de ERO nos alvos celulares da

atividade dos sistemas de defesa antioxidante e da presenccedila ou da ausecircncia de metais de

transiccedilatildeo (HALLIWELL e CHIRICO 1993) Dependeraacute ainda da ingestatildeo de nutrientes

pois o consumo inadequado de Se estaacute relacionado com uma reduccedilatildeo da atividade da GPx

prejudicando o sistema de defesa antioxidante do organismo (COMINETTI 2011)

23 ESTRESSE OXIDATIVO

O estresse oxidativo eacute caracterizado pelo desequiliacutebrio entre substacircncias antioxidantes

e oxidantes e o efeito das espeacutecies reativas eacute equilibrado pela accedilatildeo antioxidante enzimaacutetica e

natildeo enzimaacutetica do sistema bioloacutegico (VALKO et al 2006)

As espeacutecies reativas de oxigecircnio (ERO) bem como as Espeacutecies Reativas de Nitrogecircnio

(RNS) satildeo moleacuteculas que contecircm oxigecircnio ou nitrogecircnio respectivamente com um ou mais

eleacutetrons desemparelhados o que as torna instaacuteveis e reativas Essas moleacuteculas satildeo produtos do

metabolismo celular normal que exercem um papel duplo no organismo uma vez que podem

atuar de forma beneacutefica ou prejudicial Os efeitos beneacuteficos ocorrem em baixas eou

moderadas concentraccedilotildees e envolvem funccedilotildees fisioloacutegicas como atuaccedilatildeo na defesa do

organismo contra agentes infecciosos e em sistemas de sinalizaccedilatildeo celular aleacutem da induccedilatildeo

de resposta mitogecircnica (RIDNOUR et al 2005 VALKO et al 2006)

Com o objetivo de emparelhar seus eleacutetrons estas substacircncias podem adquirir eleacutetrons

de outras moleacuteculas tornando-as instaacuteveis e convertendo-se em radicais livres Como exemplo

de radicais livres destacam-se o superoacutexido (O2) a hidroxila (OH) o tiol (SH-) o

triclorometil (CCl3) e o oacutexido niacutetrico (NO) Vale ressaltar que caso essas espeacutecies natildeo sejam

removidas ou neutralizadas podem reagir com lipiacutedios proteiacutenas e aacutecidos nucleicos

causando danos nas funccedilotildees celulares (CHAUHAN e CHAUHAN 2006) Dentre os prejuiacutezos

ao metabolismo celular podem ocorrer ruptura das fitas do DNA aumento na concentraccedilatildeo

34

de caacutelcio intracelular livre danos em transportadores de iacuteons ou em outras proteiacutenas

especiacuteficas e peroxidaccedilatildeo de lipiacutedios (HALLIWELL e CHIRICO 1993)

Aleacutem disso os aacutecidos graxos poli insaturados que estatildeo presentes em grande

quantidade nas ceacutelulas satildeo mais susceptiacuteveis agrave oxidaccedilatildeo em razatildeo da presenccedila de grupos

metilecircnicos entre duplas ligaccedilotildees e por isso tornam-se alvos mais provaacuteveis quando

comparados ao DNA (LOUREIRO et al 2002) A peroxidaccedilatildeo lipiacutedica se inicia com o

ataque agrave bicamada lipiacutedica por qualquer espeacutecie reativa capaz de abstrair um aacutetomo de

hidrogecircnio de um aacutecido graxo poli insaturado e apoacutes a iniciaccedilatildeo esse processo eacute cataliacutetico o

que favorece a formaccedilatildeo de hidroperoacutexidos Com a abstraccedilatildeo do aacutetomo de hidrogecircnio do

aacutecido graxo poli insaturado (LH) eacute formado o radical lipiacutedico (Lbull) que eacute rapidamente

adicionado a uma moleacutecula de oxigecircnio levando agrave formaccedilatildeo do radical peroxil (LOObull) sendo

capaz de reagir com outro aacutecido graxo poli insaturado iniciando uma nova cadeia de oxidaccedilatildeo

a partir da formaccedilatildeo de outro radical lipiacutedico (Lbull) (LOUREIRO et al 2002) O radical peroxil

pode ser rearranjado via reaccedilotildees de ciclizaccedilatildeo de endoperoacutexidos e como produto final o

malondialdeiacutedo (MDA) que eacute considerado mutagecircnico em ceacutelulas de mamiacuteferos pois pode

reagir com as bases nitrogenadas guanina adenina e citosina formando adutos que levam a

ligaccedilotildees cruzadas de DNA-DNA ou DNA-proteiacutenas ocasionando aumento do estresse

oxidativo (VALKO et al 2006) Menciona-se tambeacutem as oxidaccedilotildees enzimaacuteticas do aacutecido

araquidocircnico que ocorrem durante a siacutentese de eicosanoacuteides bem como as reaccedilotildees

catalisadas por ciclo oxigenases ou lipoxigenases que satildeo importantes fontes de ERO ou

hidroperoacutexidos lipiacutedicos (LOUREIRO et al 2002)

Por outro lado o organismo dispotildee de mecanismos que tecircm a finalidade de proteccedilatildeo

contra os processos oxidativos Estas defesas antioxidantes satildeo de extrema importacircncia pois

satildeo responsaacuteveis pela remoccedilatildeo direta dos radicais livres promovendo maacutexima proteccedilatildeo aos

siacutetios bioloacutegicos (VALKO et al 2006)

O principal sistema antioxidante eacute o enzimaacutetico que inclui enzimas como a

superoacutexido dismutase (SOD) que converte radicais superoacutexido em peroacutexido de hidrogecircnio a

catalase e a GPx as quais reduzem peroacutexido de hidrogecircnio e hidroperoacutexidos lipiacutedicos

(COMINETTI et al 2011 HAMANASHI et al 2004) A glutationa redutase (GR) tambeacutem

eacute uma enzima que participa desse processo pois eacute responsaacutevel pela regeneraccedilatildeo da glutationa

em sua forma reduzida (GSH) que eacute utilizada como substrato da enzima GPx (PRADA et al

2004) Existem

Quanto ao sistema antioxidante natildeo enzimaacutetico inclui compostos antioxidantes de

origem alimentar que muitas vezes satildeo utilizados como cofatores pelas enzimas antioxidantes

35

(BARBOSA et al 2010) Como exemplo de compostos que atuam por meio da neutralizaccedilatildeo

das ERO produzidas tanto no meio intra quanto extracelular tem-se o tocoferol (vitamina E) o

beta-caroteno (proacute-vitamina A) o Se cofator enzimaacutetico da GPx o cobre o zinco e o aacutecido

ascoacuterbico (BERGER 2005 PRADA et al 2004 PAPP et al 2007) Aleacutem do Se como

exemplo de cofator enzimaacutetico antioxidante destacam-se o zinco e o cobre que participam da

estrutura das enzimas Zn-Cu-SOD (SOD1) e SOD extracelular (SOD3) (FORMIGARI et al

2007 COMINETTI et al 2011) Existem ainda varredores de radicais livres hidrofiacutelicos

como o ascorbato e flavonoacuteides (CASTRO e FREEMAN 2001)

Aleacutem da relaccedilatildeo entre estresse oxidativo e sistema de defesa antioxidante ressalta-se a

importacircncia de se avaliar as caracteriacutesticas geneacuteticas individuais como por exemplo a

presenccedila de polimorfismos geneacuteticos uma vez que estes podem inferir nas concentraccedilotildees de

nutrientes organismo (VIVANCO et al 2006)

24 POLIMORFISMOS GENEacuteTICOS

Por meio do projeto genoma humano foi possiacutevel revelar natildeo somente o

sequenciamento completo dos genes humanos mas tambeacutem as interaccedilotildees entre os genes e o

meio ambiente Diversas mutaccedilotildees foram descobertas apoacutes o sequenciamento e os

polimorfismos satildeo resultantes destas alteraccedilotildees sendo os diferentes modelos decorrentes do

tipo de mutaccedilatildeo que os originou (BROOKES 1999 YAMADA 2010) Os polimorfismos

podem ser de inserccedilotildees de pares de base uacutenica de deleccedilotildees ou substituiccedilotildees de um par de

bases por outro

O tipo mais comum de polimorfismo eacute denominado SNP (Single Nucleotide

Polymorfism) ou polimorfismo de nucleotiacutedeo uacutenico que eacute uma mutaccedilatildeo simples na qual

acontece a troca de um nucleotiacutedeo por outro em determinado ponto do DNA A ocorrecircncia

de SNPs eacute de aproximadamente um em cada mil bases do genoma humano estimando a

ocorrecircncia em milhotildees (BROOKES 1999)

Os polimorfismos que resultam da inserccedilatildeo ou da deleccedilatildeo de nucleotiacutedeos em

fragmentos da moleacutecula de DNA ocorrem em um deacutecimo de frequecircncia dos SNP Os tipos

mais comuns de polimorfismo de inserccedilatildeo eou deleccedilatildeo satildeo os de bases repetidas chamados

de STR (Simple Tandem Repeats) ou microssateacutelites e os de padrotildees de nucleotiacutedeos

repetidos em uma regiatildeo do DNA conhecidos como VNTR (Variable Number of Tandem

Repeats) ou minissateacutelites (SCHORK et al 2000)

36

Aqueles polimorfismos que podem causar alteraccedilotildees nas sequecircncias de aminoaacutecidos

codificados acarretando danos nas funccedilotildees como alteraccedilatildeo nos siacutetios de interaccedilatildeo na

solubilidade e na estabilidade da proteiacutena estatildeo localizados nos eacutexons regiatildeo codificadora do

gene e satildeo chamadas de non-synonymous SNP ndash nsSNP (RAMENSKY et al 2002)

Estudos que envolvem genocircmica nutricional tecircm sido relacionados a importantes

associaccedilotildees entre polimorfismos e consumo de nutrientes permitindo melhor compreensatildeo de

como a nutriccedilatildeo influencia as vias de homeostase metaboacutelica Essa descoberta possibilitou

uma perspectiva na reduccedilatildeo do risco de doenccedilas uma vez que as interaccedilotildees existentes entre os

genes e os nutrientes permitem descrever a modulaccedilatildeo dos efeitos dos componentes

alimentares em um fenoacutetipo especiacutefico associado a um polimorfismo geneacutetico

(STRATIGOPOULOS et al 2008 KAUWELL 2005)

Como exemplo de SNP que pode estar relacionado ao status de Se pode-se destacar o

Pro198Leu no gene da GPx 1 Jaacute como exemplo de um polimorfismo de deleccedilatildeo que pode

interferir nas concentraccedilotildees de Hg no organismo destaca-se o GSTM1 no gene da GST

241 Polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) no Gene da GPx 1

De acordo com Hesketh (2008) polimorfismos na regiatildeo codificadora dos genes de

selenoproteiacutenas podem alterar a incorporaccedilatildeo do Se e influenciar a capacidade antioxidante

No gene humano da GPx 1 que eacute a isoforma intracelular citosoacutelica mais abundante nos

sistemas bioloacutegicos localizado na regiatildeo cromossomica 3p213 foram descobertos vaacuterios

polimorfismos sendo mais de 30 SNP dentre eles o Pro198Leu (rs 1050450) Nesse SNP

ocorre uma substituiccedilatildeo da base nitrogenada citosina por timina (CrarrT) no exoacuten 2 do

nucleotiacutedio 594 do gene resultando na troca do aminoaacutecido prolina por leucina no coacutedon 198

(FOSBERG et al 1999) A troca do aminoaacutecido prolina por leucina pode causar

consequecircncias na atividade da enzima GPx 1 pois a prolina eacute o uacutenico aminoaacutecido sem grupo

amino livre no carbono alfa ocasionando uma torccedilatildeo na estrutura secundaacuteria dos peptiacutedeos

(FOSBERG et al 2000 JABLONSKA et al 2009 ARSOVA-SARAFINOVSKA et al

2009)

Segundo Suzen et al (2010) que avaliaram a frequecircncia dos alelos e genoacutetipos de

diversas populaccedilotildees do mundo o maior percentual geralmente eacute de indiviacuteduos com genoacutetipos

selvagens (ProPro) seguidos por heterozigotos para o polimorfismo ou seja com um alelo

variante (ProLeu) e depois por indiviacuteduos homozigotos (LeuLeu)

37

No Brasil em relaccedilatildeo agrave frequecircncia desse polimorfismo aleacutem desse estudo

pesquisadores do Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo - Minerais da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas

da Universidade de Satildeo Paulo determinaram por meio de vaacuterios estudos a frequecircncia

genotiacutepica do Pro198Leu em vaacuterias populaccedilotildees de cidades do Brasil e os resultados estatildeo

ilustrados no Quadro 3 a seguir

Quadro 3 Frequecircncia genotiacutepica em relaccedilatildeo ao polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) no

gene que codifica GPx1 encontrada em pesquisas realizadas no Brasil no Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo e Minerais da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo

(USP)

Estado Nuacutemero de

participantes

ProPro

()

ProLeu

()

LeuLeu

()

SANTOS (2013) Cearaacute 176 55 38 7

ROCHA (2015) Rondocircnia 190 56 37 7

NISHIMURA

(2010) Satildeo Paulo

175 (Caso)

203 (Controle)

50

51

43

43

7

6

DONADIO

(2011) Satildeo Paulo 124 49 48 3

COMINETTI et

al (2011) Satildeo Paulo 37 49 38 13

CARDOSO et

al (2012) Satildeo Paulo

28 (Caso)

29 (Controle)

75

72

14

14

11

14

Uma das principais descobertas dos estudos sobre o polimorfismo Pro198Leu estaacute

relacionada agrave presenccedila do alelo Leu pois algumas pesquisas verificaram que esse genoacutetipo

pode diminuir a atividade da GPx 1 e aleacutem disso estudos associaram a concentraccedilatildeo

eritrocitaacuteria de Se com a sua atividade indicando que o genoacutetipo LeuLeu pode influenciar

tambeacutem o estado nutricional dos indiviacuteduos relativo ao Se (JABLONSKA et al 2009)

Em indiviacuteduos natildeo doentes Forsberg et al (2000) e Jablonska et al (2009) natildeo

observaram associaccedilotildees entre a atividade da enzima GPx 1 e o genoacutetipo Poreacutem na pesquisa

de Jablonska et al (2009) foi obtida uma associaccedilatildeo significativamente diferente entre cada

grupo de genoacutetipo avaliado em relaccedilatildeo agrave atividade da GPx 1 e a concentraccedilatildeo de Se Dessa

forma os pesquisadores presumiram que a resposta agrave ingestatildeo ou agrave suplementaccedilatildeo de Se

assim como a atividade da enzima pode estar relacionadas aos genoacutetipo do indiviacuteduo Aleacutem

disso os autores sugeriram que carreavam indiviacuteduos que possuiacuteam ao menos um alelo Pro

teriam maior atividade da enzima quando comparados agravequeles com ambos alelos Leu

38

Ravn-Haren et al (2006) observaram em mulheres com cacircncer de mama que a

atividade da GPx 1 foi significativamente menor nas participantes com a presenccedila do genoacutetipo

Leu em comparaccedilatildeo agravequelas com genoacutetipo Pro Isso foi observado tanto nas mulheres doentes

quanto naquelas do grupo controle Aleacutem de alguns tipos de cacircncer como o de bexiga

colorretal de pulmatildeo e de mama outras doenccedilas satildeo relacionadas com o polimorfismo

Pro198Leu tais como siacutendrome metaboacutelica (KUZUYA et al 2008) e concentraccedilotildees elevados

de triacilgliceroacuteis em pacientes com diabetes melito tipo 2 (CHEN et al 2012)

242 Polimorfismo GSTM1 no Gene da GST

A GST eacute uma famiacutelia de enzimas intracelulares localizadas no citosol que modulam a

accedilatildeo de toxinas endoacutegenas e exoacutegenas sobre as ceacutelulas evitando danos ao DNA

(MANNERVIK et al 1985 MORAIS et al 2008 CASTRO e LIMA 2013) Este grupo de

enzimas tem sido amplamente estudado pois estatildeo envolvidas no metabolismo de muitos

carcinoacutegenos poluentes ambientais e drogas anticanceriacutegenas Dessa forma supotildee-se que a

inexistecircncia de enzimas especiacuteficas ou deleccedilotildees homozigoacuteticas possam ocasionar ao

organismo maior susceptibilidade a desenvolver neoplasias como cacircncer de bexiga coacutelon

pulmatildeo pele estocircmago e mama aleacutem de diabetes e asma (ZHENG etal 2002 CHARRIER

et al 1999 PARK et al 2003 ANTON et al 2010 CASTRO e LIMA 2013)

Existem cinco classes de genes da GST (alfa mu pi theta e zeta) Nos genes da classe

mu tecircm-se o GSTM1 GSTM2 GSTM3 GSTM4 e GSTM5 na regiatildeo cromossocircmica 1p133 O

polimorfismo no locus M1 eacute o mais estudado e apresenta trecircs alelos dois considerados ativos

GSTM1A e GSTM1B e o terceiro alelo nulo ou deletado (GSTM10) O que difere o

GSTM1A do GSTM1B apesar de serem proteiacutenas funcionalmente idecircnticas eacute que o

GSTM1A contecircm a proteiacutena lisina na posiccedilatildeo 172 e o GSTM1B contecircm a asparagina nessa

mesma posiccedilatildeo (DEJONG et al 1988 WIDERSTEN et al 1991)

Dessa forma o polimorfismo GSTM10 no gene da GST eacute classificado como

polimorfismo de deleccedilatildeo ou seja indiviacuteduos homozigotos que carreiam o genoacutetipo

GSTM10 apresentam deleccedilatildeo do gene inteiro e natildeo expressam a proteiacutena GST (KLATAU-

GUIMARAtildeES et al 2005 JAIN et al 2006 MANNERVICK et al 2005)

Klatau-Guimaratildees et al (2005) avaliaram a suscetibilidade agrave contaminaccedilatildeo por Hg e a

relaccedilatildeo com o polimorfismo da enzima GST atraveacutes de biomarcadores moleculares em

algumas tribos indiacutegenas da Amazocircnia Apoacutes a obtenccedilatildeo dos resultados observou-se que

fatores geneacuteticos podem influenciar o acuacutemulo de Hg no organismo pois os indiviacuteduos que

39

carreavam o genoacutetipo GSTM10 (deletado) apresentaram concentraccedilotildees maiores deste metal

nos cabelos quando comparados aos indiviacuteduos com genoacutetipo GSTM1 Com a ausecircncia desta

enzima o organismo pode natildeo estar apto a destoxificar o Hg de forma adequada uma vez que

esta eacute uma das funccedilotildees atribuiacutedas agrave GST Sendo assim esses indiviacuteduos podem apresentar

maiores concentraccedilotildees ou retenccedilatildeo de Hg no organismo

Naganuma et al (1990) e Choi et al (1996) afirmam que a deficiecircncia de GST estaacute

associada com a sensibilidade ao cloreto de Hg e ao metilmercuacuterio Entretanto ainda existem

inconsistecircncias na relaccedilatildeo entre o polimorfismo GSTM1 e a concentraccedilatildeo de Hg no

organismo (GUNDACKER et al 2007) De acordo com Hatagima et al (2000) a frequecircncia

do polimorfismo no gene da classe mu estaacute ausente ou deletado (GSTM10) de forma

homozigoacutetica em torno de 40 a 50 em diferentes populaccedilotildees eacutetnicas conforme ilustrado no

Quadro 4 que mostra a frequecircncia deste alelo assim como do GSTM1A GSTM1B

GSTM1AB inclusive na populaccedilatildeo brasileira

Quadro 4 Distribuiccedilatildeo da frequecircncia do polimorfismo GSTM1(ABAB0) no gene da GST em

diferentes etnias

Etnias GSTM1

A B AB 0

Brasileiros (Rio de Janeiro) 197 (30) 105 (16) 51 (8) 305 (46)

Brasileiros (Distrito Federal) 43 (24) 33 (184) 16 (9) 87 (486)

Brasileiros (Satildeo Paulo) 21 (29) 10 (14) 7 (9) 35 (48)

Nigerianos 49 (71) 4 (6) 1 (13) 15 (217)

Japoneses 13 (8) 68 (41) 5 (3) 80 (482)

Chineses 10 (10) 28 (30) 2 (2) 56 (583)

Indiacutegenas 15 (35) 7 (16) 6 (14) 15 (35)

Franceses 24 (43) 5 (9) 3 (5) 24 (43)

Ingleses 158 (28) 74 (135) 23 (4) 306 (545)

Fonte Hatagima et al (2000)

Considerando a importacircncia do polimorfismo GSTM10 no gene da GST e o fato da

populaccedilatildeo deste estudo residir em aacuterea de risco de contaminaccedilatildeo por Hg a anaacutelise de tais

40

dados torna-se necessaacuteria uma vez que o genoacutetipo nulo ou deletado pode influenciar as

concentraccedilotildees do metal no organismo

41

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Avaliar o estado nutricional relativo ao Se concentraccedilotildees de Hg e suas relaccedilotildees com o

estresse oxidativo e os polimorfismos Pro198Leu no gene da GPx 1 e GSTM1 no gene da

GST em mulheres residentes em aacuterea de risco de contaminaccedilatildeo por Hg

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Avaliar o estado nutricional das voluntaacuterias em relaccedilatildeo agrave antropometria

Analisar a ingestatildeo alimentar de energia macronutrientes e Se

Determinar as concentraccedilotildees plasmaacuteticas e eritrocitaacuterias de Se e a atividade

eritrocitaacuteria total da enzima GPx

Avaliar as concentraccedilotildees de Hg nos cabelos

Associar a presenccedila dos polimorfismos Pro198leu e GSTM1 com os biomarcadores do

estado nutricional relativo ao Se e Hg respectivamente bem como com as

concentraccedilotildees de MDA e ORAC

42

4 METODOLOGIA

41 CASUIacuteSTICA E DELINEAMENTO

O estudo foi do tipo transversal descritivo com abordagem quantitativa e qualitativa

dos dados Participaram da pesquisa mulheres entre 19 e 50 anos residentes da cidade de

Porto Velho Rondocircnia (RO) Para o caacutelculo do tamanho da amostra considerou-se a

prevalecircncia do alelo variante Pro198Leu de 32 Fixou-se o niacutevel de significacircncia de 5 (

= 005) e um erro amostral de 65 Esses valores aplicados na equaccedilatildeo abaixo indicada para

populaccedilotildees infinitas proporcionou uma amostra de tamanho n igual a 200 mulheres

O projeto foi aprovado pelo comitecirc de eacutetica da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas

da Universidade de Satildeo Paulo (FCFUSP) parecer 119 e protocolo 574 (ANEXO 1) Na

Figura 4 abaixo estaacute representado o mapa do Brasil com destaque para o estado de Rondocircnia

e a cidade de Porto Velho onde a pesquisa foi realizada

Figura 4 Representaccedilatildeo do mapa do Brasil do estado de Rondocircnia e da cidade de Porto

Velho (RO)

Adaptado de Campos et al (2002)

43

Para ampla divulgaccedilatildeo da pesquisa cartazes com informaccedilotildees a respeito do estudo

foram espalhados pela cidade de Porto Velho em pontos de ocircnibus na secretaria de educaccedilatildeo

(SEDUC) na secretaria de sauacutede (SESAU) em academias de ginaacutestica em faculdades

particulares e tambeacutem na Universidade Federal de Rondocircnia (UNIR) (APEcircNDICE 1) Apoacutes

as procuras e declaraccedilotildees de interesse em participar da pesquisa as voluntaacuterias que se

adequavam ao perfil do estudo assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(APEcircNDICE 2) e em seguida responderam um questionaacuterio com informaccedilotildees

socioeconocircmicas presenccedila de doenccedilas e estilo de vida (APEcircNDICE 3) Natildeo foram incluiacutedas

no estudo mulheres com idade inferior a 19 ou superior a 50 anos fumantes com doenccedilas

crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e infecciosas (auto-relatadas) poacutes-menopausa que realizavam

atividade fiacutesica de forma intensa que utilizavam suplementos vitamiacutenicos eou minerais e que

residiam em local diferente do estabelecido

42 COLETA DE DADOS

A coleta dos dados (consumo alimentar antropometria material bioloacutegico) foi

realizada no laboratoacuterio Alphaclin (Porto Velho ndash RO) entre os meses de fevereiro a maio de

2011 entretanto todas as anaacutelises em material bioloacutegico foram realizadas em Laboratoacuterios da

Universidade de Satildeo Paulo (USP)

Para avaliar o consumo alimentar todas as participantes foram instruiacutedas pela

responsaacutevel da pesquisa a preencher um formulaacuterio de registro alimentar de 24 horas

(APEcircNDICE 4) que continha instruccedilotildees de preenchimento e fotos ilustrativas de medidas

caseiras de alguns alimentos com a finalidade de facilitar a obtenccedilatildeo dos dados de consumo

bem como para o melhor entendimento das voluntaacuterias reduzindo dessa forma as duacutevidas e

os erros de preenchimento Aleacutem do registro de 24 horas as voluntaacuterias responderam um

formulaacuterio a respeito do consumo de peixes da regiatildeo que poderiam estar relacionados com o

risco de contaminaccedilatildeo de Hg (ANEXO 2)

Os dados antropomeacutetricos (peso estatura e circunferecircncia da cintura) foram obtidos

apoacutes a entrega dos formulaacuterios de registros alimentares Em seguida para determinar as

concentraccedilotildees de Hg total cortou-se uma pequena quantidade de cabelo das voluntaacuterias

(aproximadamente 1g de amostra) da parte posterior da cabeccedila proacuteximo agrave regiatildeo occipital

(nuca) com auxiacutelio de uma tesoura de accedilo inoxidaacutevel que foi higienizada com acetona a cada

corte

44

Com a finalidade de avaliar o estado nutricional das participantes em relaccedilatildeo ao Se

atividade da enzima GPx estresse oxidativo e determinaccedilatildeo dos polimorfismos foram

coletados 20 mL de sangue por punccedilatildeo venosa Esse procedimento foi realizado no periacuteodo da

manhatilde por um profissional de enfermagem capacitado estando as voluntaacuterias em jejum de 10

a 12 horas

A coleta foi realizada com seringas plaacutesticas descartaacuteveis e agulhas de accedilo inoxidaacutevel

esteacutereis e descartaacuteveis Todos os materiais bioloacutegicos foram distribuiacutedos em tubos de vidro

contendo anticoagulante EDTA (aacutecido etilenodiamino tetraceacutetico) sendo que uma pequena

quantidade (sangue total) de todas as amostras foi armazenada em microtubos esteacutereis e

autoclavados para anaacutelise dos polimorfismos

O plasma foi separado do sangue total por centrifugaccedilatildeo a 3000 rpm durante 15

minutos a 4ordmC sendo extraiacutedo com pipeta automaacutetica e acondicionado em microtubos

previamente desmineralizados para determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo plasmaacutetica de Se

malondialdeiacutedo (MDA) e da capacidade de absorccedilatildeo de radicais livres de oxigecircnio (ORAC)

Em seguida o resiacuteduo contendo os eritroacutecitos foi lavado trecircs vezes com 5 mL de soluccedilatildeo

fisioloacutegica de cloreto de soacutedio a 09 homogeneizado lentamente por inversatildeo e centrifugado

a 10000 rpm por 10 minutos a 4ordmC sendo o sobrenadante descartado e dessa forma obtendo-

se a massa eritrocitaacuteria que foi extraiacuteda cuidadosamente com micropipeta e armazenada em

tubos de polipropileno desmineralizados para determinaccedilatildeo do Se eritrocitaacuterio e da atividade

da enzima GPx

Todas as amostras foram acondicionadas em gelo seco e transportadas em um

recipiente teacutermico por via aeacuterea de Porto Velho para Satildeo Paulo onde as amostras foram

armazenadas em freezer -80ordmC ateacute o momento das anaacutelises no laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo -

Minerais da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo (FCFUSP)

Quanto agraves amostras de cabelo coletadas estas foram armazenadas em envelopes de papel e

acondicionados em temperatura ambiente ateacute o momento das anaacutelises no Laboratoacuterio de

Anaacutelise por Ativaccedilatildeo Neutrocircnica - LANCRPq ndash Instituto de Pesquisas Energeacuteticas Nucleares

(IPENCNEN) ndash SP

Todos os materiais utilizados (vidrarias plaacutesticos ponteiras etc) foram

desmineralizados em banho de aacutecido niacutetrico a 20 por no miacutenimo 12 horas e enxaguados

pelo menos 10 vezes consecutivas com aacutegua ultra pura Milli-Q (resistividade de 182 MΩcm

a 25ordmC) para evitar a contaminaccedilatildeo por minerais Os reagentes utilizados nas anaacutelises tinham

um grau de pureza analiacutetica (PA) e a aacutegua ultrapura Milli-Q foi utilizada no preparo das

soluccedilotildees e diluiccedilatildeo das amostras

45

43 AVALIACcedilAtildeO ANTROPOMEacuteTRICA

Para avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica foram aferidos o peso a estatura e a circunferecircncia da

cintura (CC) Todas as afericcedilotildees foram realizadas por nutricionista segundo teacutecnicas

preconizadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2004)

O peso foi mensurado em balanccedila antropomeacutetrica da marca Filizolareg

modelo

ldquoWelmyrdquo com capacidade de 150 kg e graduaccedilatildeo de 100 g A estatura foi aferida em

estadiocircmetro com reacutegua antropomeacutetrica de ateacute 2 m e divisatildeo de 05 cm acoplado agrave balanccedila A

adequaccedilatildeo do peso das participantes foi avaliado pelo indicador Iacutendice de Massa Corporal ndash

IMC (Kgm2) calculado pela razatildeo do peso corporal em quilos pelo quadrado da altura em

metros Em seguida utilizou-se a classificaccedilatildeo da World Health Organization (WHO 2000)

de acordo com o Quadro 5 a seguir como um dos criteacuterios para classificar o IMC das

participantes

Quadro 5 Classificaccedilatildeo do Iacutendice de Massa Corpoacuterea (IMC) para adultos

Classificaccedilatildeo IMC (kgm2) Risco de Comorbidades

Baixo Peso

˂ 185

Baixo

Peso Normal ou

Eutrofia 185 - 249

Meacutedio

Sobrepeso

ge 25 ndash 299

Aumentado

Obesidade I 300 - 349 Moderado

Obesidade II 350 ndash 399 Grave

Obesidade III ˃ 40 Muito Grave

Fonte (WHO 2000)

A circunferecircncia da cintura (CC) foi aferida com uma trena antropomeacutetrica inelaacutestica e

flexiacutevel com 2 m de comprimento da marca Sannyreg

Para classificaccedilatildeo utilizou-se tambeacutem a

referecircncia da World Health Organization (WHO 2000) citada pela Associaccedilatildeo Brasileira

para o Estudo da Obesidade e da Siacutendrome Metaboacutelica (ABESO 20092010) a qual

estabelece como ponto de corte para risco cardiovascular aumentado a medida da

circunferecircncia igual ou superior a 80 cm em mulheres caucasianas

46

44 CONSUMO ALIMENTAR

O consumo alimentar foi avaliado por meio do registro alimentar de 24 horas aplicado

durante trecircs dias sendo dois dias da semana e um dia no final de semana A ingestatildeo

alimentar das participantes foi calculada com auxiacutelio do software NUTWIN (Departamento de

Informaacutetica da Escola Paulista de Medicina - UNIFESP) Considerando que as tabelas de

composiccedilatildeo de alimentos disponiacuteveis em alguns softwares natildeo dispotildeem de dados completos

acerca do teor de Se nos alimentos estes dados foram incluiacutedos manualmente baseados em

anaacutelises realizadas no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo e Minerais da USP

Como houve correlaccedilatildeo significativa entre os valores de energia e de Se os

macronutrientes e o mineral foram ajustados pela energia e correccedilatildeo da variabilidade

intrapessoal e interpessoal (WILLET et al 1997 WILLET et al 1998 SLATER et al

2004)

A avaliaccedilatildeo da ingestatildeo alimentar dos macronutrientes foi realizada de acordo com a

contribuiccedilatildeo energeacutetica em percentual da ingestatildeo caloacuterica total utilizando o Acceptable

Macronutrient Distribution Ranges (AMDR) do Institute of Medicine (IOM 2006) conforme

Quadro 6 As participantes foram classificadas em trecircs categorias sendo elas abaixo da

recomendaccedilatildeo dentro do intervalo de recomendaccedilatildeo e acima da recomendaccedilatildeo

Quadro 6 Intervalos de recomendaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de macronutrientes em percentual de

contribuiccedilatildeo energeacutetica (AMDR) de acordo com IOM (2006)

Macronutrientes AMDR (Adultos ˃18 anos)

Carboidratos 45 ndash 65

Proteiacutenas 10 ndash 35

Lipiacutedios 20 ndash 35

Fonte IOM 2006 AMDR Acceptable Macronutrient Distribution Ranges

Em relaccedilatildeo agrave prevalecircncia de ingestatildeo inadequada de Se esta foi calculada utilizando a

foacutermula proposta por Beaton (1994)

Z = (EAR ndash meacutedia) desvio padratildeo

Os valores da Necessidade Meacutedia Estimada (EAR) utilizados para avaliar a adequaccedilatildeo

da ingestatildeo de Se tambeacutem foram estabelecidos pelo IOM 2006

47

45 DETERMINACcedilAtildeO DA CONCENTRACcedilAtildeO DE SELEcircNIO NO PLASMA E

ERITROacuteCITOS

Com a finalidade de determinar as concentraccedilotildees de Se no plasma e nos eritroacutecitos as

amostras foram pesadas em triplicata (300microL) em tubos de micro kjehdal em seguida foram

adicionados 5 mL de aacutecido niacutetrico 65 (Merck

) e os tubos foram acondicionados em bloco

digestor O material foi digerido por via uacutemida aacutecida a uma temperatura maacutexima de 1500

C

Apoacutes este procedimento o Se contido nas amostras foi reduzido da forma VI para a forma IV

com adiccedilatildeo de aacutecido cloriacutedrico (HCl) 12 N durante duas horas a temperatura de 1000

C As

soluccedilotildees finais foram diluiacutedas para um volume de 25 mL e realizou-se a leitura por

espectrometria de absorccedilatildeo atocircmica com geraccedilatildeo de hidretos acoplados agrave cela de quartzo

(HGQTAAS) (HITACHI

modelo Z-5000) A curva de calibraccedilatildeo foi preparada utilizando os

respectivos pontos 00 microgL 01 microgL 03 microgL 05 microgL 10 microgL 30 microgL e 50 microgL O

limite de detecccedilatildeo (LD) foi de 00016 microgL e adotou-se um limite de confianccedila de 95 O

desvio padratildeo adotado para cada amostra ˂ que 5 e os resultados foram expressos em microgL

O controle de qualidade externo foi realizado utilizando o material de referecircncia

certificado (SERONORM SEROreg) que tambeacutem foi submetido aos mesmos procedimentos

realizados com as amostras O estado nutricional em relaccedilatildeo ao Se das participantes foi

classificado de acordo com os paracircmetros descritos no Quadro 7

Quadro 7 Valores de referecircncias adotados para concentraccedilatildeo de Se no plasma e eritroacutecitos

Se Valores de Normalidade

(microgL)

Plasmaacutetico

60 ndash 120

Eritrocitaacuterio 90 - 190

Fonte VAN DAEL DEELSTRA (1993) ORTUNtildeO (1997)

As participantes que apresentaram concentraccedilotildees plasmaacuteticas abaixo de 60 microgL foram

consideradas deficientes enquanto aquelas com concentraccedilotildees acima de 120 microgL em risco

de toxicidade Em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees nos eritroacutecitos foram consideradas deficientes

aquelas abaixo de 90 microgL e em risco de toxicidade acima de 190 microgL

Aleacutem dos valores de referecircncia descritos na Tabela 9 adotaram-se ainda os

paracircmetros propostos por Thomson (2004) que estabelece a concentraccedilatildeo miacutenima de Se

48

plasmaacutetico para o natildeo surgimento da doenccedila de Keshan como 21 microgL o valor aceitaacutevel para

otimizaccedilatildeo da atividade das enzimas deiodinases como ˃ 65 microgL o intervalo de 80 a 95 microgL

para maximizaccedilatildeo da atividade da GPx e selenoproteiacutena P e o valor superior a 115 microgL para

proteccedilatildeo contra alguns tipos de cacircncer

46 DETERMINACcedilAtildeO DA ATIVIDADE DA GPx

A atividade da enzima GPx foi determinada nos eritroacutecitos com o auxiacutelio de kit

comercial (Ransel 505-RANDOX Laboratories CrumlinUK) adaptado para o uso no

analisador bioquiacutemico automaacutetico (LiasysregMAS Rome Italy) Este meacutetodo se baseia na

reaccedilatildeo em que a enzima GPx catalisa a oxidaccedilatildeo da GR por um hidroperoacutexido Na presenccedila

de GPx e NADPH a GSH eacute convertida agrave forma reduzida com a oxidaccedilatildeo concomitante do

NADPH em NADH+ A diminuiccedilatildeo na absorbacircncia a 340 ηm eacute entatildeo determinada

(PAGLIA e VALENTINE 1967) A faixa de normalidade proposta pelo kit comercial

utilizado eacute de 275 - 736 UgHb A concentraccedilatildeo da hemoglobina (Hb) tambeacutem foi

determinada uma vez que a atividade da enzima foi expressa em UgHb

47 PROCESSAMENTO E ANAacuteLISE DE MERCUacuteRIO NOS CABELOS

Na primeira etapa do processamento para determinaccedilatildeo do Hg total os cabelos foram

picotados em pedaccedilos de aproximadamente 05 mm de comprimento com tesoura de accedilo inox

higienizada com acetona a cada troca de amostra Depois disso transferiram-se os cabelos

para um beacutequer limpo onde foram submersos em acetona e em seguida enxaguados trecircs

vezes com aacutegua Milli Q e mais uma vez com acetona conforme procedimento recomendado

pela Agecircncia Internacional de Energia Atocircmica (IAEA) (FARIAS 2006) As amostras foram

secas em temperatura ambiente e o armazenamento foi realizado em envelopes de papel

devidamente identificados

Para anaacutelise das amostras e materiais de referecircncia foram pesados cerca de 01 a 015

g de amostra diretamente em um frasco de teflon fechado da marca Savillexreg com capacidade

de 182 mL Apoacutes a pesagem foram adicionados 4 mL de aacutecido niacutetrico (HNO3) e 2 mL de

aacutecido sulfuacuterico (H2SO4) ambos concentrados e da marca Merckreg que foram mantidos assim

durante a noite No dia seguinte para digestatildeo das amostras em sistema fechado os frascos

foram colocados em bloco digestor na temperatura de 90ordm durante 3 h Depois da digestatildeo os

49

frascos foram colocados em banho de gelo ateacute o completo resfriamento e em seguida foram

adicionados 250 microL de soluccedilatildeo de dicromato de potaacutessio (K2Cr2O7) a 10 (mv) para a

estabilizaccedilatildeo do Hg

A determinaccedilatildeo de Hg total nos cabelos foi realizada pelo meacutetodo de espectrometria

de absorccedilatildeo atocircmica com geraccedilatildeo de vapor frio (CV AAS) em equipamento FIMS-100

(Perkin Elmerreg

) A validaccedilatildeo da metodologia em relaccedilatildeo agrave precisatildeo e exatidatildeo foi realizada

por meio da anaacutelise em triplicata dos materiais de referecircncia (Human Hair- IAEA 086 GBW

09101 - Human Hair e BCR CRM 397 - Human Hair) com valor certificado de concentraccedilatildeo

para Hg total e os resultados obtidos estatildeo presentes no Quadro 8

As determinaccedilotildees de Hg total em cabelos foram realizadas no Laboratoacuterio de Anaacutelise

por Ativaccedilatildeo Neutrocircnica (LAN) do Centro do Reator de Pesquisas (CRPq) do IPEN ndash

CNENSP

Quadro 8 Resultados (meacutedia plusmn desvio padratildeo da meacutedia) das anaacutelises dos materiais de

referecircncia utilizados na determinaccedilatildeo de Hg total (n= nuacutemero de determinaccedilotildees)

Amostras

Valores

Certificados

(microg kg -1

)

Valores Obtidos

(Meacutedia plusmn desvio)

(microg kg -1

)

DPR

()

ER

()

IAEA 086

(n =8) 573 plusmn 39

615 plusmn 68 111 73

GBW 09101

(n=4) 2160 plusmn 210

1975 plusmn 86 43 86

BCR CRM 397

(n=2) 12300 plusmn 500

11688 plusmn 32 027 50

IAEA- International Atomic Energy Agency

IAEA 086 - Methylmercury Total Mercury and other trace elements in Human Hair (IAEA May 2000)

CRM 397 - Certified Reference Material Trace Elements in Human Hair BCR- Community Bureau of Reference

(Brussels January 1991)

GBW 09101 - Certified Reference Material Human Hair (China April 1988)

DPR- Desvio Padratildeo Relativo

ER- Erro relativo

Quanto ao limite de detecccedilatildeo (LD) minus a menor concentraccedilatildeo do analito em uma amostra

que pode ser detectada mas natildeo necessariamente quantificada sob determinadas condiccedilotildees

experimentais minus foi determinado diretamente da curva de calibraccedilatildeo construiacuteda utilizando a

50

teacutecnica de regressatildeo e considerando um niacutevel de confianccedila de 95 O valor encontrado para o

limite inferior de detecccedilatildeo foi da ordem de 001 ng mL-1

resultado compatiacutevel com os estudos

encontrados na literatura para determinaccedilatildeo de Hg (HORVAT 1996 SKOOG et al 2002

FARIAS 2009) Em relaccedilatildeo ao limite de quantificaccedilatildeo (LQ) tambeacutem conhecido como limite

de determinaccedilatildeo que indica qual a menor concentraccedilatildeo do analito que pode ser detectada por

um meacutetodo qualquer que estaacute sendo empregado com um niacutevel aceitaacutevel de precisatildeo e

veracidade Pode ser considerado ainda como a concentraccedilatildeo do analito correspondente ao

valor meacutedio do branco mais 5 e 6 ou 10 desvios padratildeo (FARIAS 2009) O valor encontrado

para o limite de quantificaccedilatildeo para esta pesquisa foi da ordem de 1 ng mL-1

Os resultados das anaacutelises dos materiais de referecircncia apresentaram desvio padratildeo

relativo (DPR) variando de 027 a 11 e ER (Erro Relativo) de 5 a 86 comprovando a

precisatildeo e exatidatildeo do meacutetodo respectivamente

Para classificar o diagnoacutestico em relaccedilatildeo as concentraccedilotildees de Hg nos cabelos das

participantes os resultados encontrados foram comparados aos estabelecidos pela WHO

(1990) o qual considera 2000 ng g-1

para populaccedilotildees natildeo expostas e 6000 ng g-1

como

indicador de exposiccedilatildeo para Hg

48 DETERMINACcedilAtildeO DA CONCENTRACcedilAtildeO PLASMAacuteTICA DE

MALONDIALDEIacuteDO (MDA)

A peroxidaccedilatildeo lipiacutedica foi determinada por meio das concentraccedilotildees de MDA no

plasma obtidas por cromatografia liacutequida de alta eficiecircncia (HPLCPDA) quantificando a

reaccedilatildeo do MDA com dinitrofenilhidrazina (DNPH) utilizando absorbacircncia de 308 nm de

acordo com o meacutetodo adaptado de Rezaei Jamshidzadeh e Sanati (2013) Antes do

processamento das amostras foi construiacuteda uma curva de calibraccedilatildeo utilizando uma soluccedilatildeo

estoque de MDA com 22 μL de tetrametoxipropano e 10 mL de aacutecido sulfuacuterico a 1 Os

pontos da curva utilizados foram 00 025 05 10 20 40 60 e 120 μM Utilizou-se o

aparelho de HPLC da marca Shimadzu (Kyoto Japatildeo) equipado com coluna Phenomenex

Reverse-phase C18 de 240 mm x 46 mm com partiacuteculas de 5μm (Phenomenex Torrance

CA) A temperatura no amostrador foi mantida em 4degC e a temperatura da coluna a 25degC A

eluiccedilatildeo foi realizada em modo isocraacutetico com uma fase moacutevel constituiacuteda de 50 de H2O

deionizada e 50 de acetonitrila acidificada com 2 de aacutecido aceacutetico A taxa de fluxo de

ingestatildeo da amostra foi de 1 mLminuto e o tempo de corrida de 15 minutos

51

Com o objetivo de liberar o MDA das proteiacutenas plasmaacuteticas foram adicionados 10 μL

de hidroacutexido de soacutedio 4M nos microtubos que continham 100 μL de plasma e em seguida

estes foram agitados em voacutertex Apoacutes este procedimento as amostras foram incubadas no

aparelho Vortempreg a 60degC durante 30 minutos para posteriormente serem acondicionadas no

gelo por 5 minutos Depois do resfriamento foram adicionados 150 μL de aacutecido sulfuacuterico a

1 e agitou-se em voacutertex vigorosamente para precipitaccedilatildeo das proteiacutenas Novamente

incubou-se no gelo por mais 5 minutos seguindo-se de uma centrifugaccedilatildeo a 14000 rpm por

10 minutos Foram retirados 175 μL do sobrenadante que foram transferidos para um novo

microtubo onde foi adicionado 25 microL de DNPH (0001 gmL) permanecendo agrave temperatura

ambiente por 30 minutos protegidos de luz Centrifugou-se novamente o microtubo a 14000

rpm por 5 minutos e 150 μL do sobrenadante foi transferido para um vial do qual foi injetado

100 μL no aparelho HPLC

A determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo plasmaacutetica de malondialdeiacutedo foi realizada no

Departamento de Anaacutelises Cliacutenicas e Toxicoloacutegicas no laboratoacuterio de Toxicologia que tem

como responsaacutevel a professora Ana Paula de Melo Loureiro da Faculdade de Ciecircncias

Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo (USP)

49 DETERMINACcedilAtildeO DA CAPACIDADE DE ABSORCcedilAtildeO DE RADICAIS DE

OXIGEcircNIO (ORAC)

A capacidade antioxidante total do plasma foi realizada por meio do meacutetodo ORAC

proposto por Prior et al (2003) que baseia-se na mensuraccedilatildeo da inibiccedilatildeo do radical peroxil o

que demostra resistecircncia aos danos oxidativos Para isso o plasma foi desproteinizado com

aacutecido percloacuterico e posteriormente as amostras foram diluiacutedas 10x com tampatildeo fosfato (pH

74)

As anaacutelises foram realizadas em triplicata utilizando 25 microL de amostra em microplaca

de 48 poccedilos adicionando-se posteriormente 150 microL de soluccedilatildeo de fluoresceiacutena e 25 microL de

22-azobis (aminopropano) di-hidroclorido (AAPH) por injetores automaacuteticos do leitor de

microplacas (Biotech Synergy H1)

Utilizou-se uma curva padratildeo de Trolox preparada com as seguintes concentraccedilotildees

100 microM 50 microM 25 microM 125 microM 625 microM e os resultados foram expressos em μmol de

Trolox (μmol TEmL)

52

410 PREPARACcedilAtildeO DAS AMOSTRAS PARA ANAacuteLISE DOS POLIMORFISMOS

Para extraccedilatildeo do DNA de sangue total utilizou-se o kit PureLinkTM

Genomic DNA

(Invitrogen CA USA) seguindo as instruccedilotildees do fabricante Em seguida foi feita a leitura em

espectrofotocircmetro (Nanodropreg) nos comprimentos de onda () de 260nm (DNA) e 280nm

(proteiacutena) O DNA foi considerado iacutentegro e de boa qualidade quando a razatildeo 260280 foi

maior que 18 sendo descartadas aquelas com valores abaixo deste paracircmetro A

quantificaccedilatildeo do DNA das amostras foi realizada neste mesmo equipamento sendo os

resultados obtidos em ngmicroL As amostras com concentraccedilotildees inferiores a 10 ngmicroL foram

descartadas tendo em vista que esta era concentraccedilatildeo miacutenima padronizada

4101 Determinaccedilatildeo do Polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450)

Para anaacutelise de genotipagem o DNA do sangue total seraacute extraiacutedo a partir do

kit Purelink Genomic DNA da Invitrogen Life Technologies e em seguida o mesmo seraacute

quantificado no espectrofotocircmetro Nanodrop sendo o resultado expresso em ngmL Seraacute

utilizada a razatildeo 260280 superior a 17 e inferior a 20 como paracircmetro de qualidade do

DNA Amostras com a razatildeo abaixo desse valor seratildeo reextraiacutedas O DNA genocircmico de todas

as amostras seraacute ajustado em aacutegua autoclavada para uma concentraccedilatildeo de 10 ngmL e volume

final de 20 μL Um total de 2 μL de DNA seraacute usado para a reaccedilatildeo em cadeia da polimerase e

18 μL de soluccedilatildeo contendo o master mix especiacutefico para o ensaio de genotipagem (TaqManreg

genotyping master mix ndash Applied Biosystemsreg) com sondas TaqMan (Custom TaqMan

reg SNP

Genotyping Assay Human Alelo 1 VICMGB-NFQ Alelo 2 FAMMGB-NFQ part number

4331349) e primers especiacuteficos para o SNP (RS1050450) primer forward CATCGAAGCCCTGCTGTCT

e primer reverse CACTGCAACTBCCAAGCA

A genotipagem da populaccedilatildeo do estudo seraacute realizada pelo sistema TaqMan SNP

Genotyping Assays da Applied Biosystemsreg utilizando as condiccedilotildees de termociclagem

recomendadas pelo fabricante Este sistema eacute baseado na anaacutelise end-point da RT-PCR (Real

time ndash PCR ou Reaccedilatildeo em cadeia da Polimerase em Tempo Real)

53

4102 Determinaccedilatildeo do Polimorfismo GSTM1

As reaccedilotildees de PCR em tempo real (qPCR) foram realizadas em placas especiacuteficas de

96 poccedilos no equipamento StepOne Plus utilizando o sistema para detecccedilatildeo de produtos de

amplificaccedilatildeo TaqManreg (Applied Biosystems Foster City CA USA) Para o polimorfismo

GSTM1 foram selecionados primers forward 5prime-AAGATTCGTGTGGACATTTTGGA-3prime e

reverse 5prime TCTGGATTGTAGCAGATCATGCC-3prime e probes (FAM-CAGACCATGGACA-

ACCA-MGB 100 microM) marcados com fluoroacuteforo FAM Para controle endoacutegeno utilizou-se a

β-2-microglobulina (B2M) forward 5prime-TTGTTTCACTGTCCTGAGGACTATTTAT-3prime e

reverse 5prime-ATGTTACTCTGTCAATGTTCTCCACAT-3prime Os probes utilizados foram

marcados com fluoroacuteforo VIC (VIC-CTCTAACATGATAACCCTCAC-MGB 100 microM)

(COVAULT et al 2003)

As amostras foram submetidas agrave seguinte termociclagem 50degC por 2 min 95degC por

10 min seguidos de 40 ciclos a 95degC por 15 segundos e 60degC por 1 min Ao final eram

considerados vaacutelidos apenas os resultados cuja reaccedilatildeo apresentasse curva de dissociaccedilatildeo com

apenas um pico referente agrave temperatura de melting do primer utilizado em cada reaccedilatildeo A

presenccedila da deleccedilatildeo no gene GSTM1 foi estabelecida quando os valores de Ct (threshold

cycle) foram superiores a 35 ciclos conforme padronizaccedilatildeo realizada por Covault et al

(2003) De forma aleatoacuteria foram selecionadas 20 das amostras deletadas para confirmar a

deleccedilatildeo e em 100 delas houve concordacircncia dos resultados

411 ANAacuteLISES ESTATIacuteSTICAS

Os dados obtidos foram analisados no software SPSS versatildeo 200 e os resultados

expressos como meacutedia desvio padratildeo valores miacutenimos e maacuteximos Testou-se a normalidade

dos dados usando o teste de Kolmogorov-Smirnov e a homogeneidade de variacircncia o de

Levene O teste T-Student para amostras independentes e o ANOVA seguido de Tukey para

comparaccedilatildeo de meacutedias entre os paracircmetros Para o teste de correlaccedilatildeo utilizou-se o de

Pearson Nas anaacutelises de regressatildeo empregou-se o modelo de regressatildeo linear simples e o

modelo de regressatildeo linear muacuteltipla para selecionar as variaacuteveis de ajuste As variaacuteveis

testadas nos ajustes dos modelos muacuteltiplos foram idade iacutendice de massa corpoacuterea

escolaridade renda e ingestatildeo energeacutetica Para estes adotou-se o meacutetodo de backward

Foram consideradas estatisticamente significantes as anaacutelises com p lt 005

54

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51 CARACTERIZACcedilAtildeO DA POPULACcedilAtildeO

Participaram do estudo 200 mulheres voluntaacuterias da cidade de Porto Velho (RO)

selecionadas de uma amostra de conveniecircncia A meacutedia de idade das participantes foi de 263

+ 75 anos Conforme a etnia relatada pelas voluntaacuterias 93 informaram ser pardas e a

maioria cursava o ensino superior Quanto agrave renda houve uma maior prevalecircncia de

participantes que ganhavam mais de quatro salaacuterios miacutenimos e 75 afirmaram natildeo realizar

atividade fiacutesica Em relaccedilatildeo ao histoacuterico de doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis na famiacutelia as

mais descritas foram hipertensatildeo arterial e diabetes Nenhuma participante era fumante ou

fazia uso de bebidas alcooacutelicas Todas residiam no estado de Rondocircnia haacute no miacutenimo 10 anos

Os dados acima mencionados estatildeo representados de forma detalhada na Tabela 1

De acordo com o censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

(IBGE 2011) a populaccedilatildeo brasileira era constituiacuteda de 190755799 de habitantes sendo que

428527 pertenciam agrave cidade de Porto Velho Desse total 492 eram do gecircnero feminino

Ainda neste censo 477 dos habitantes do Brasil classificaram-se como brancos

76 como pretos 43 como pardos 11 como amarelos e 04 como indiacutegenas A

distribuiccedilatildeo por cor ou raccedila reflete padrotildees histoacutericos de ocupaccedilatildeo e movimentos relacionados

agrave dinacircmica econocircmica As maiores proporccedilotildees de pardos (58) estatildeo nas regiotildees norte e

nordeste enquanto os pretos estatildeo mais presentes na Bahia (17) e no Rio de Janeiro

(124) Em Rondocircnia 353 se declararam brancos 556 pardos e 69 pretos

corroborando com dados obtidos nesta pesquisa

Dentre os dados apresentados ressalta-se ainda a presenccedila de DCNT nos antecedentes

familiares das participantes De acordo com Silva-Junior (2009) e Schmidt et al (2011)

72 das mortes ocorridas em 2007 no Brasil foram atribuiacutedas agraves DCNT O aumento da

prevalecircncia de diabetes e hipertensatildeo paralelamente ao excesso de peso estaacute associado agrave

mudanccedilas desfavoraacuteveis na dieta e na atividade fiacutesica (SCHMIDT et al 2011)

O Brasil tem colocado em praacutetica importantes poliacuteticas para prevenccedilatildeo das DCNT

Como exemplo destaca-se a implantaccedilatildeo do plano de accedilatildeo de 2008 a 2013 da Organizaccedilatildeo

Mundial da Sauacutede (WHO) que teve como foco quatro doenccedilas cardiovasculares diabetes

cacircncer e doenccedilas respiratoacuterias crocircnicas responsaacuteveis por 58 das mortes no Brasil em 2007

(WHO 2010 SCHMIDT et al 2011) O elevado nuacutemero de casos dessas doenccedilas nos dias

55

atuais justifica os resultados da porcentagem relatada pelas participantes do estudo sobre o

histoacuterico de doenccedilas na famiacutelia

Tabela 1 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas das voluntaacuterias

1Salaacuterio Miacutenimo vigente no ano de 2011 (R$ 54500)

52 AVALIACcedilAtildeO ANTROPOMEacuteTRICA

Os resultados antropomeacutetricos de acordo com o Iacutendice de Massa Corpoacuterea (IMC)

estatildeo apresentados na tabela 2 a seguir

n

Etnia (n=200)

Parda 186 930

Branca 11 55

Negra 2 10

Indiacutegena 0 0

Oriental 1 05

Escolaridade (n=173)

Fundamental 8 50

Ensino Meacutedio 19 100

Superior Incompleto 103 600

Superior Completo 40 230

Poacutes-Graduaccedilatildeo 3 20

Renda (n=163)

Ateacute 1 Salaacuterio Miacutenimo1

9 60

2 a 3 Salaacuterios Miacutenimos 58 350

Acima de 4 Salaacuterios Miacutenimos 96 590

Atividade Fiacutesica (n=200)

Sim 51 250

Natildeo 149 750

DCNT (n=186)

Dislipidemias 16 86

Obesidade 37 200

Diabetes 62 333

Hipertensatildeo Arterial 58 311

Outras 13 70

56

Tabela 2 Classificaccedilatildeo das participantes segundo o Iacutendice de Massa Corporeacutea (IMC)

Classificaccedilatildeo do IMC (kgm2) n

Eutrofia (185 - 249) 186 93

Sobrepeso (ge 25 ndash 299) 13 65

Obesidade grau I (300 - 349) 1 05

A Figura 5 apresenta os resultados da Circunferecircncia da Cintura (CC) das

participantes Do total 172 voluntaacuterias (891) apresentavam CC dentro dos valores de

normalidade e 21 (109) em risco aumentado de DCNT

Figura 5 Circunferecircncia da Cintura das voluntaacuterias de acordo com WHO (2000) Ponto de

corte assinalado em azul (80 cm) constitui risco aumentado para o desenvolvimento de

DCNT Porto Velho 2015

Considerando as estimativas de prevalecircncia das condiccedilotildees deacuteficit e excesso de peso

de acordo com o IMC os dados da POF 20082009 da populaccedilatildeo brasileira acima de 19 anos

de idade revelaram que 36 das mulheres brasileiras foram classificadas com deacuteficit de peso

principalmente nas mulheres muito jovens (20 a 24 anos de idade) ou muito idosas (75 anos

57

ou mais) O excesso de peso foi diagnosticado em cerca de metade das mulheres excedendo

em 13 vezes a frequecircncia de deacuteficit de peso nestas e o diagnoacutestico de obesidade foi de 169

Ainda de acordo com a POF 20082009 observou-se que tanto o excesso de peso

como a obesidade aumentaram de frequecircncia nas idades entre 55 a 64 anos declinando nas

idades subsequentes Em relaccedilatildeo agraves mulheres da regiatildeo norte o deacuteficit de peso foi de 35 no

domiciacutelio urbano e 42 no rural o excesso de peso 48 no urbano e 479 no rural e a

obesidade 17 e 165 respectivamente

53 CONSUMO ALIMENTAR

A ingestatildeo meacutedia de energia das voluntaacuterias foi 131801 plusmn 26548 kcaldia Os

macronutrientes foram avaliados de acordo com os intervalos de recomendaccedilatildeo da

distribuiccedilatildeo em percentual da contribuiccedilatildeo energeacutetica (AMDR) do Institute of Medicine

(2006) Verificou-se que a maioria (59) das participantes apresentou uma ingestatildeo de

carboidratos abaixo da recomendaccedilatildeo enquanto em relaccedilatildeo agraves proteiacutenas uma elevada

porcentagem (76) apresentou ingestatildeo dentro do intervalo de referecircncia e o consumo de

lipiacutedios foi acima da recomendaccedilatildeo em 48 delas (Figura 6)

Figura 6 Distribuiccedilatildeo das participantes segundo a adequaccedilatildeo da ingestatildeo dos

macronutrientes de acordo com a recomendaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em percentual da energia

(IOM 2006) Porto Velho 2015

59

10 13

26

76

39

44

14

48

Carboidratos Proteiacutenas Lipiacutedios

Abaixo da Recomendaccedilatildeo Dentro do Intervalo de Recomendaccedilatildeo

Acima da Recomendaccedilatildeo

58

A Pesquisa de Orccedilamentos Familiares (POF 20082009) avaliou o consumo alimentar

de 34003 brasileiros levando em consideraccedilatildeo o gecircnero e a faixa etaacuteria Foi observado que o

consumo energeacutetico meacutedio da populaccedilatildeo brasileira em geral variou de 1490 a 2289 kcal Na

regiatildeo norte observaram-se meacutedias de ingestatildeo energeacutetica acima da meacutedia nacional e das

demais regiotildees do paiacutes variando de 1660 a 2496 kcal Entre as mulheres a faixa etaacuteria de 19

a 59 anos apresentou ingestatildeo energeacutetica meacutedia de 1710 kcal sendo a meacutedia na aacuterea urbana

de 1713 e na aacuterea rural 1694 kcal

Dados do Estudo Nacional de Despesa Familiar (ENDEF) de 197475 e as POFs

(198788 199596 e 200203) verificaram diminuiccedilatildeo de cerca de 9 na participaccedilatildeo relativa

de carboidratos acarretando valores considerados miacutenimos para este macronutriente (559)

No entanto no estudo da POF 20082009 a porcentagem de contribuiccedilatildeo dos macronutrientes

obedeceu agraves faixas de recomendaccedilatildeo A meacutedia da porcentagem de contribuiccedilatildeo de

carboidratos nas dietas das mulheres brasileiras foi de 562 a 576 a de proteiacutena de 16 4 e

de lipiacutedio 272 Ao avaliar as participantes da regiatildeo norte as meacutedias de contribuiccedilatildeo foram

565 para carboidrato 176 para proteiacutena e 256 para lipiacutedio

A manutenccedilatildeo do peso corpoacutereo eacute primariamente determinada pelo consumo e

utilizaccedilatildeo de carboidratos e lipiacutedeos As proteiacutenas contribuiram com uma fraccedilatildeo pequena e

relativamente constante no consumo energeacutetico total A auto regulaccedilatildeo dos estoques de

carboidratos e proteiacutenas no organismo humano ocorre de maneira eficiente enquanto o

mecanismo de regulaccedilatildeo de armazenamento de lipiacutedios eacute pouco eficiente O papel

fundamental dos carboidratos (accediluacutecares e amido) eacute o de fornecer energia para as ceacutelulas do

organismo particularmente para o ceacuterebro uacutenico oacutergatildeo dependente exclusivamente destes

nutrientes (EGASHIRA MIZIARA LEONI 2014)

Os lipiacutedios satildeo importantes na alimentaccedilatildeo pois fornecem energia de alta densidade e

participam no valor energeacutetico total da dieta Ao longo dos uacuteltimos anos raacutepidas mudanccedilas na

dieta e no estilo de vida vecircm ocorrendo com a industrializaccedilatildeo urbanizaccedilatildeo desenvolvimento

econocircmico e mais recentemente a globalizaccedilatildeo propiciando significativo impacto na sauacutede e

no estado nutricional da populaccedilatildeo do mundo As DCNT incluindo obesidade diabetes

melito doenccedilas cardiovasculares hipertensatildeo arterial e alguns tipos de cacircncer tecircm

comprometido o periacuteodo de vida economicamente ativo de vaacuterios indiviacuteduos Com relaccedilatildeo agraves

mudanccedilas dieteacuteticas uma das principais alteraccedilotildees observadas eacute o incremento de oacuteleos e

gorduras em preparaccedilotildees e em alimentos industrializados (SANTOS e AQUINO 2014)

Apesar de as voluntaacuterias natildeo apresentarem doenccedilas crocircnicas auto-relatadas destaca-se que

59

houve histoacuterico de vaacuterias DCNT na famiacutelia constituindo fator de risco para desenvolvimento

destas nas participantes

A ingestatildeo alimentar de Se tambeacutem foi avaliada nestas participantes apresentando

meacutedia de consumo de 493 plusmn 191 microgdia (Tabela 3) Observou-se que esta meacutedia foi superior

agrave recomendaccedilatildeo da EAR (45 microgdia) entretanto em relaccedilatildeo agrave prevalecircncia de ingestatildeo

inadequada de Se estimada conforme a foacutermula de Beaton (1994) notou-se que 409 das

participantes apresentaram inadequaccedilatildeo da ingestatildeo ou seja consumo abaixo da EAR

Tabela 3 Ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) das participantes (n = 193)

Se (microgdia)

Meacutedia 4934

Desvio Padratildeo 1915

Mediana 4643

Miacutenimo 1038

Maacuteximo 18520

Segundo os resultados da POF 20082009 a meacutedia do consumo de Se da populaccedilatildeo

feminina com idade entre 19 e 59 anos foi de 762 microgdia Na regiatildeo norte este mesmo grupo

apresentou consumo meacutedio de 1048 microgdia superior ao das outras regiotildees do Brasil centro-

oeste (697 microg) nordeste (793 microg) sudeste (714 microg) e sul (737 microg) Tais resultados

independente da regiatildeo foram superiores ao obtido neste estudo A prevalecircncia de

inadequaccedilatildeo da ingestatildeo de Se neste mesmo grupo foi de 137 no paiacutes sendo de 91 na

regiatildeo norte

Silva (2013) ao avaliar a ingestatildeo alimentar de Se de adultos saudaacuteveis da cidade de

Fortaleza (CE) observou consumo meacutedio de 79 microgdia e somente 151 dos participantes

apresentaram meacutedia de ingestatildeo abaixo da EAR

De acordo com as pesquisas realizadas no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo - Minerais a

ingestatildeo de Se na populaccedilatildeo brasileira varia de 18 a 200 microgdia (CINTRA 1990 BORTOLI

2010 DONADIO 2011 MAIA 2008 SILVA 2013)

Donadio (2011) avaliou indiviacuteduos adultos saudaacuteveis do estado de Satildeo Paulo e

observou um consumo meacutedio de 412 microgdia No estudo de Bortoli (2010) realizado com

mulheres da cidade de Satildeo Paulo Cubatatildeo (SP) e Novo Airatildeo (AM) verificou-se um

consumo meacutedio de 571 microgdia 533 microgdia e 539 microgdia respectivamente Esses dados

60

mostraram que natildeo houve diferenccedila significativa entre as cidades eou estados avaliados

Rocha et al (2014) ao avaliarem o consumo alimentar de Se de crianccedilas de duas comunidades

ribeirinhas de Porto Velho (RO) verificaram que as crianccedilas que residiam na localidade de

Demarcaccedilatildeo consumiam menos Se (418 microgdia) que a localidade denominada Gleba do Rio

Preto (179 microgdia) A diferenccedila observada foi atribuiacuteda ao fato de as crianccedilas da segunda

comunidade consumirem mais alimentos in natura enquanto as crianccedilas da primeira em

virtude da sua localizaccedilatildeo geograacutefica tinham mais acesso a alimentos industrializados

Ressalta-se que todos esses dados referentes ao consumo brasileiro de Se

independente da regiatildeo natildeo ultrapassaram o Limite Superior Toleraacutevel de Ingestatildeo (UL) de

400 microg dia (IOM 2006)

A determinaccedilatildeo do consumo de Se natildeo eacute uma tarefa faacutecil em virtude das dificuldades

existentes em relaccedilatildeo aos meacutetodos que avaliam a ingestatildeo alimentar e aleacutem disso em razatildeo

do nuacutemero reduzido de tabelas que apresentam a concentraccedilatildeo do mineral nos alimentos

brasileiros (FERREIRA 2002) Aliado a essas questotildees eacute preciso ressaltar que as

concentraccedilotildees do mineral nos alimentos satildeo proporcionais agrave quantidade do mesmo nos solos

dessa forma um mesmo alimento pode conter concentraccedilotildees de Se muito diferentes Por isso

os valores de ingestatildeo de Se apresentados poderiam ser diferentes caso houvesse dados da

concentraccedilatildeo do mineral em alimentos cultivados em solo rondoniense Mesmo assim a

dificuldade em estimar a ingestatildeo do Se continuaria existindo pois natildeo seria faacutecil rastrear de

forma rigorosa a origem dos alimentos consumidos pelas participantes

A ingestatildeo de castanha-do-brasil tambeacutem foi mensurada visto que eacute considerado o

alimento mais rico em Se Apenas uma voluntaacuteria afirmou ter o haacutebito de consumi-la

regularmente coincidindo ser justamente aquela que apresentou o maior consumo de Se

(43897 microgdia) bem como as maiores concentraccedilotildees do mineral no sangue Por isso essa

participante natildeo foi incluiacuteda nas anaacutelises por ser considerada como outlier

54 MARCADORES BIOQUIacuteMICOS DO ESTADO NUTRICIONAL RELATIVO AO

SELEcircNIO

A tabela 4 apresenta as concentraccedilotildees de Se (microgL) no plasma e eritroacutecitos das

participantes

61

Tabela 4 Concentraccedilatildeo de Se (microgL) no plasma e nos eritroacutecitos das participantes (n=192)

PLASMA ERITROacuteCITOS

Meacutedia + DP 498 + 186 754 + 299

Mediana 470 730

Miacutenimo 58 184

Maacuteximo 1094 1532

DP Desvio Padratildeo

Destaca-se que o plasma reflete o estado nutricional atual (FAIRWEATHER-TAIT

1997) De acordo com Thomson (2004) e Van Dael e Deelstra (1993) o Se plasmaacutetico eacute

considerado o biomarcador mais acessiacutevel para avaliaccedilatildeo do status do mineral por isso eacute o

mais utilizado pois permite avaliar as mudanccedilas em curto prazo respondendo de forma

raacutepida e sensiacutevel conforme a ingestatildeo alimentar Eacute importante mencionar que essa resposta

pode ser influenciada por fatores como a idade o estado fisioloacutegico do indiviacuteduo e a forma do

Se consumida

De acordo com o paracircmetro proposto por Van Dael e Deelstra (1993) verificou-se que

a maioria das participantes apresentou deficiecircncia de Se (69) enquanto uma porcentagem

menor apresentou adequaccedilatildeo (295) e outra mais reduzida em risco de toxicidade (15)

A Figura 7 apresenta os resultados da concentraccedilatildeo de Se plasmaacutetico conforme os

paracircmetros proposto por Van Dael e Deelstra (1993) assim como os intervalos estipulados

por Thomson (2004) que propotildee valores miacutenimos de Se no soro para prevenccedilatildeo da doenccedila de

Keshan otimizaccedilatildeo da atividade das deiodinases maximizaccedilatildeo da atividade da GPx e da

selenoproteiacutena P e ainda para proteccedilatildeo contra alguns tipos de cacircncer

Apenas 41 das voluntaacuterias apresentaram-se em risco para doenccedila de Keshan e

784 delas baixa otimizaccedilatildeo para as deiodinases Para o ponto de corte de otimizaccedilatildeo da

GPx e selenoproteiacutena P a maioria (933) apresentou baixa otimizaccedilatildeo Quanto ao intervalo

de proteccedilatildeo contra alguns tipos de cacircncer 99 natildeo estavam protegidas

Dessa forma de acordo com as duas referecircncias selecionadas para avaliar a

concentraccedilatildeo de Se no plasma verifica-se que a maioria das voluntaacuterias aleacutem de apresentar

deficiecircncia do mineral

No Brasil poucos estudos avaliaram o estado nutricional relativo ao Se em adultos

saudaacuteveis Coutinho (2003) avaliou este paracircmetro em praticantes de capoeria residentes em

Satildeo Paulo e observou a meacutedia de 787 microgL de Se no plasma Maia (2008) avaliou 29

62

paulistanos e 28 cearenses e observou uma meacutedia de Se plasmaacutetico de 665 microgL e 576 microgL

respectivamente

Figura 7 Distribuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo plasmaacutetica de Se (microgL) das participantes (n=194)

segundo os paracircmetros porpostos por Van Dael e Deelstra (1993) e Thomson (2004) Porto

Velho 2015

a Intervalo proposto por Van Dael e Deelstra (1993) (60 - 120 μgL)

Pontos de corte propostos por Thomson (2004) b Prevenccedilatildeo do surgimento da doenccedila de Keshan (gt 21 μgL)

c Otimizaccedilatildeo da atividade das deiodinases (gt 65 μgL)

d Maximizaccedilatildeo da GPx e selenoproteiacutena P (gt 80 - 95 μgL)

e Proteccedilatildeo contra alguns tipos de cacircncer (gt 115 μgL)

Bortoli (2010) avaliou mulheres saudaacuteveis e encontrou uma meacutedia de 817 microgL nas

voluntaacuterias residentes em Satildeo Paulo 607 microgL no grupo de Cubatatildeo (SP) e de 1018 microgL

nas mulheres de Novo Airatildeo (AM) A meacutedia de Se plasmaacutetico obtida na uacuteltima localidade

citada foi justificada pelo fato de a populaccedilatildeo ter como haacutebito o consumo regular de castanha-

do-brasil Donadio (2011) ao avaliar 124 indiviacuteduos residentes em Satildeo Paulo obteve a meacutedia

de 541 microgL Santos (2013) tambeacutem determinou as concentraccedilotildees do mineral no plasma de

176 indiviacuteduos do Cearaacute e observou uma meacutedia de 626 microgL

63

A Figura 8 apresenta a distribuiccedilatildeo das concentraccedilotildees eritrocitaacuterias de Se das

participantes Nos eritroacutecitos 125 participantes (645) apresentaram concentraccedilotildees abaixo

do intervalo de referecircncia

Figura 8 Distribuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo eritrocitaacuteria de Se das participantes (n=194) Intervalo

assinalado em azul (90 - 190 μgL) constitui os paracircmetros de normalidade proposto por Van

Dael e Deelstra (1993) e Ortuntildeo (1997) Porto Velho 2015

Ao contraacuterio do plasma a concentraccedilatildeo de Se eritrocitaacuterio reflete o estado nutricional

pregresso por responder de forma mais lenta agraves alteraccedilotildees no estado nutricional Essa resposta estaacute

relacionada com o tempo de meia vida das hemaacutecias que eacute de aproximadamente 120 dias

(FAIRWEATHER-TAIT 1997 VAN DAEL e DEELSTRA 1993)

Houve correlaccedilatildeo entre as concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio (r = 0629 p ˂

0001) ou seja quanto maior a concentraccedilatildeo de Se no plasma maior a sua concentraccedilatildeo nos

eritroacutecitos

As Tabelas 5 e 6 apresentam os resultados das anaacutelises de regressatildeo da ingestatildeo

alimentar de Se em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees do mineral no plasma e nos eritroacutecitos

respectivamente

64

Tabela 5 Coeficiente de regressatildeo da ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) como variaacutevel

independente que influenciou a concentraccedilatildeo do mineral no plasma (microgL) das participantes

Variaacutevel independente β p-valora

R2 ajustado p-valor

b

Ingestatildeo alimentar de Se (microgdia)c 0278 0112 0277 0026

Modelo ajustado pela escolaridade (anos de estudo) idade (anos) ingestatildeo energeacutetica (kcaldia) e circunferecircncia

da cintura (cm)

a Valor de p referente ao coeficiente β

b Valor de p referente ao R

2 ajustado

As anaacutelises de regressatildeo mostraram que houve associaccedilatildeo positiva entre o consumo de

alimentar de Se (microgdia) e as concentraccedilotildees do mineral no plasma (microgL) e nos eritroacutecitos

(microgL) O coeficiente de correlaccedilatildeo (R2) da ingestatildeo alimentar de Se em relaccedilatildeo ao plasma foi

277 e nos eritroacutecitos 363 Estes coeficientes expressam a porcentagem da variabilidade

das concentraccedilotildees sanguiacuteneas de Se que satildeo explicadas pela ingestatildeo alimentar do mineral

Tabela 6 Coeficiente de regressatildeo da ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) como variaacutevel

independente que influenciou a concentraccedilatildeo do mineral nos eritroacutecitos (microgL) das

participantes

Variaacutevel independente β p-valora

R2 ajustado p-valor

b

Ingestatildeo alimentar de Se (microgdia)c 0154 0301 0363 0001

Modelo ajustado pelo consumo alimentar de Se (microgdia) idade (anos) circunferecircncia da cintura (cm) iacutendice de

massa corpoacuterea (kgm2) escolaridade (anos de estudo) e renda (salaacuterios miacutenimos)

a Valor de p referente ao coeficiente β

b Valor de p referente ao R

2 ajustado

No estudo de Maia (2008) a meacutedia da concentraccedilatildeo eritrocitaacuteria de Se em adultos residentes

em Satildeo Paulo foi de 80 microgL e do Cearaacute 1224 microgL Silva (2013) encontrou a meacutedia de 1015

microgL de Se nos eritroacutecitos dos participantes do Cearaacute Adame et al (2012) que avaliou

espanhois encontrou a meacutedia de 104 6 microgL

Bortoli (2010) obteve a meacutedia de 833 microgL nas participantes de Satildeo Paulo 859 microgL

no grupo de Cubatatildeo (SP) e de 1998 microgL nas muheres de Novo Airatildeo (AM) A meacutedia

elevada encontrada na comunidade de Novo Airatildeo foI justificada pelo fato de a populaccedilatildeo do

estado do Amazonas apresentar o haacutebito de consumir regularmente a castanha-do-brasil

Houve ainda correlaccedilatildeo positiva entre os valores de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio indicando

65

que aquelas participantes cujo o teor estava mais elevado em um dos compartimentos

sanguiacuteneos tambeacutem se encontrava da mesma forma no outro (r = 07018 plt 00001)

Segundo Lemire et al (2006) a populaccedilatildeo da Amazocircnia brasileira apresenta

concentraccedilatildeo de Se no sangue total que varia de normal a relativamente alto Entretanto este

resultado natildeo foi observado no presente estudo pois a maioria das participantes apresentou

concentraccedilotildees abaixo da referecircncia Todavia esta pesquisa foi composta por mulheres

residentes em uma capital urbana diferente dos locais de trabalho das pesquisas de Lemire et

al (2006) realizados em comunidades ribeirinhas do Paraacute Estes pesquisadores avaliaram 236

adultos de seis comunidades ribeirinhas ao longo do rio Tapajoacutes e verificaram que 343

possuiacuteam concentraccedilotildees elevadas e nove indiviacuteduos (38) apresentaram valores acima dos

estipulados para toxicidade O valor mais baixo encontrado do mineral foi de 142 microgL

Em outra pesquisa realizada por Lemire et al (2011) na mesma regiatildeo foram

avaliados 407 voluntaacuterios e apenas seis participantes (15) apresentaram deficiecircncia de Se

enquanto 32 apresentaram concentraccedilotildees entre 560 e 1000 microgL e 10 concentraccedilotildees

superiores a 1000 microgL Segundo os pesquisadores a concentraccedilatildeo elevada de Se no sangue

foi devida aos haacutebitos alimentares da populaccedilatildeo uma vez que a mesma sobrevive de

alimentos cultivados nas proacuteprias comunidades

De acordo com os estudos de Pinheiro et al (2005) Rocha et al (2014) e Lemire et al

(2006 2009 2010 e 2011) que avaliaram o status de Se em comunidades ribeirinhas da

Amazocircnia observa-se que haacute uma relaccedilatildeo entre a concentraccedilatildeo do mineral no sangue e a

cultura alimentar regional

Natildeo existem muitos trabalhos realizados no Brasil e no mundo que tenham avaliado o

status de Se de populaccedilotildees natildeo acometidas por doenccedilas a maioria das pesquisas avaliou

indiviacuteduos doentes Portanto este trabalho contribuiraacute para o melhor conhecimento das

condiccedilotildees dessa populaccedilatildeo quanto a esse mineral Constatou-se que o haacutebito alimentar urbano

natildeo incluiacutea o consumo de castanha-do-brasil nem de outros alimentos cultivados em solos da

regiatildeo que constituiriam dessa forma uma excelente fonte do mineral

55 SELEcircNIO E ATIVIDADE DA ENZIMA GPx

A atividade da enzima GPx foi avaliada nos eritroacutecitos de 195 participantes e os seus

valores foram corrigidos e ajustados pela concentraccedilatildeo de hemoglobina sendo apresentados

em Ug Hb Apenas 6 das voluntaacuterias avaliadas apresentaram baixa atividade da enzima e

66

87 atividade normal (Figura 9) O valor meacutedio da atividade da GPx foi de 451 + 193 Ug

Hb Dessa forma pode-se inferir que a ingestatildeo alimentar de Se embora baixa natildeo teve influecircncia

na atividade enzimatica da GPx que eacute um biomarcador sensiacutevel e que avaliado nos eritroacutecitos

pode refletir a ingestatildeo em longo prazo do mineral (BROWN 2001 LEI 2007)

Figura 9 A atividade da enzima GPx peroxidase das participantes Intervalo assinalado em

azul (275 a 736 Ug Hb) representa a referecircncia proposta pelo Kit da Randoxreg Porto Velho

2015

Dados da literatura sobre atividade eritrocitaacuteria da GPx satildeo escassos os existentes

avaliaram a atividade da enzima no plasma dificultando as comparaccedilotildees com os resultados

deste trabalho No entanto Olusi (2002) ao realizar seu estudo no Kwait com adultos

eutroacuteficos observou meacutedia de 983 Ug Hb sendo este valor considerado elevado Ko et al

(2005) ao avaliar chineses encontrou a meacutedia de atividade da GPx nos eritroacutecitos de 513

Ug Hb enquanto Moradi et al (2009) ao avaliar em mulheres iranianas observaram a meacutedia

de 20 3 Ug Hb

De acordo com os estudos brasileiros Maia (2008) observou atividade meacutedia de 477

Ug Hb para adultos residentes em Satildeo Paulo e de 528 Ug Hb no Cearaacute Bortoli (2010)

observou a meacutedia de 733 Ug Hb nas mulheres amazonenses 371 Ug Hb nas voluntaacuterias de

Satildeo Paulo e de 382 Ug Hb nas de Cubatatildeo A meacutedia na pesquisa de Donadio (2011) com

paulistanos foi de 401 Ug Hb e Silva (2013) em voluntaacuterias do Cearaacute obteve 386 Ug Hb

67

A atividade da GPx estaacute fortemente correlacionada com a concentraccedilatildeo sanguiacutenea de

Se portanto um consumo inadequado de Se pode ocasionar reduccedilatildeo da atividade da GPx o

que por sua vez afeta a resposta celular em relaccedilatildeo agrave accedilatildeo de agentes oxidantes

desencadeando o surgimento do estresse oxidativo (COMINETTI et al 2011)

Segundo Crespo-Loacutepez et al (2009) as glutationas podem atuar como a principal

linha de defesa contra os compostos de Hg e conforme Herculano et al (2006) altas

concentraccedilotildees da enzima podem servir de proteccedilatildeo contra a intoxicaccedilatildeo do metal

Pinheiro et al (2008) realizou uma comparaccedilatildeo entre concentraccedilotildees de Hg e a defesa

antioxidante de mulheres saudaacuteveis residentes em trecircs comunidades ribeirinhas da Amazocircnia

sendo duas comunidades consideradas expostas ao metal localizadas na bacia do rio Tapajoacutes

e a outra localizada na bacia do rio Tocantins O estudo tinha como finalidade detectar

possiacuteveis alteraccedilotildees no estado antioxidante em razatildeo da exposiccedilatildeo ao Hg Dentre outros

paracircmetros foram avaliados a concentraccedilatildeo da GPx no sangue total e as concentraccedilotildees de Hg

nos cabelos Foi observada correlaccedilatildeo positiva entre as concentraccedilotildees de Hg e o aumento da

concentraccedilatildeo da enzima ou seja os indiviacuteduos com alto teor de Hg apresentaram tambeacutem

concentraccedilotildees elevadas de GPx

56 SELEcircNIO E CONCENTRACcedilOtildeES CAPILARES DE MERCUacuteRIO

Os resultados das anaacutelises de Hg nos cabelos das voluntaacuterias encontram-se descritos

na Figura 10 Das 200 participantes avaliadas apenas seis (30) apresentaram concentraccedilotildees

de Hg superiores ao valor de referecircncia estabelecido pela WHO (1990) e apenas uma

apresentou concentraccedilatildeo do metal abaixo do limite de quantificaccedilatildeo (˂ 1 ng g-1

)

Em relaccedilatildeo aos resultados do formulaacuterio de Hg para coleta dos cabelos foi perguntado

para as participantes se estas possuiacuteam tintura ou qualquer tipo de alisamento e a maioria

(635) natildeo possuiacutea nenhum tipo de alisamento e 585 natildeo tinham cabelos pintados A

concentraccedilatildeo meacutedia de Hg nos cabelos foi de 625 + 766 ng g-1

A concentraccedilatildeo de Hg no sangue reflete a exposiccedilatildeo ao metal nas formas orgacircnica e

inorgacircnica e pode ser influenciada pelo consumo de alimentos contaminados O Hg

permanece na corrente sanguiacutenea apenas alguns dias apoacutes a exposiccedilatildeo desta maneira a anaacutelise

deve ser feita rapidamente a fim de detectar exposiccedilotildees recentes (EPA 2005) Em relaccedilatildeo agrave

concentraccedilatildeo de Hg nos cabelos esta eacute proporcional agrave do sangue uma vez que este metal se

incorpora aos fios (WHO 1990) A anaacutelise do cabelo reflete uma exposiccedilatildeo mais prolongada

68

ao Hg possibilitando a avaliaccedilatildeo da concentraccedilatildeo deste elemento durante periacuteodos de tempo

maiores (PASCALICCHIO 2002)

Figura 10 Distribuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo de Hg (ng g-1

) nos cabelos das participantes (n=

200) Ponto de corte assinalado em azul representa o valor de referecircncia (2000 ng g-1

)

proposto pela WHO (1990) Porto Velho-RO 2015

Os peixes da regiatildeo Amazocircnica segundo alguns pesquisadores apresentam elevado risco de

contaminaccedilatildeo por Hg (MUCKE et al 2001 BAacuteRAacuteNY et al 2002 KARITA e SUZUKI

2002 LINDBERG et al 2004 HANSEN et al 2004) Entretanto 975 das participantes

avaliadas informaram consumir este alimento de forma esporaacutedica Dessa forma pode-se

inferir que as participantes deste estudo natildeo apresentaram alta contaminaccedilatildeo por Hg em

decorrecircncia da baixa ingestatildeo de peixes no haacutebito alimentar Poreacutem Marques et al (2007) ao

avaliar as concentraccedilotildees de Hg de 82 mulheres urbanas de Porto Velho (RO) observaram

que mesmo com um baixo consumo de peixes o niacutevel meacutedio de Hg nos cabelos foi elevado

(3500 ng g-1

)

Em outra pesquisa realizada por Marques et al (2013) foram avaliadas mulheres de

comunidades ribeirinhas da bacia do rio Madeira Os autores observaram que as

concentraccedilotildees meacutedias de Hg nos cabelos (12120 ng g-1

) daquelas que moravam agraves margens

do rio foram superiores agravequeles das residentes em aacuterea urbana (5360 ng g-1

)

69

Rocha et al (2014) determinaram as concentraccedilotildees de Hg nos cabelos de crianccedilas de

duas comunidades ribeirinhas de Porto Velho sendo elas Demarcaccedilatildeo localizada as margens

do rio Machado e Gleba do Rio Preto no rio Preto As crianccedilas da primeira comunidade

apresentaram concentraccedilatildeo meacutedia de Hg de 3570 + 1860 ng g-1

enquanto as crianccedilas da

Gleba do Rio Preto concentraccedilotildees meacutedias de 6240 + 5890 ng g-1

ou seja 50 acima do

valor encontrado na comunidade Demarcaccedilatildeo

Bastos et al (2006) ao avaliar as concentraccedilotildees de Hg em 713 indiviacuteduos do rio

Madeira obtiveram a meacutedia de 15200 ng g-1

Boischio e Henshel (2000) ao avaliar 90 matildees e

89 crianccedilas encontraram meacutedias de 12600 ng g-1

e 10200 ng g-1

respectivamente

Hacon et al (2014) avaliaram cinco aacutereas na regiatildeo de Porto Velho no rio Madeira

Das cinco comunidades estudadas quatro faziam parte da regiatildeo ribeirinha de Santo Antocircnio

Participaram do estudo 1945 indiviacuteduos cujas concentraccedilotildees de Hg foram avaliados em

amostras de cabelos Apenas 09 dos voluntaacuterios apresentaram concentraccedilotildees de Hg

superiores a 50000 ng g-1

e 90 concentraccedilotildees inferiores a 10000 ng g-1

O estudo ressaltou

que as concentraccedilotildees de Hg nas mulheres de 16 a 49 anos de idade variou de 2400 a 5300 ng

g-1

dependendo da regiatildeo onde residiam Os pesquisadores concluiacuteram que as concentraccedilotildees

de Hg foram altos em todas as comunidades e este resultado foi relacionado ao consumo de

peixes da regiatildeo

Bortoli (2010) que tambeacutem avaliou as concentraccedilotildees de Hg nos cabelos de mulheres

de Satildeo Paulo (SP) Cubatatildeo (SP) e Novo Airatildeo (AM) encontrou meacutedia de 180 ng g-1

nas

paulistanas 190 ng g-1

nas Cubatenses e de 5670 ng g-1

nas participantes do Amazonas

Dentre as participantes dos dois primeiros grupos nenhuma apresentou concentraccedilatildeo de Hg

acima de 2000 ng g-1

concentraccedilatildeo para adultos natildeo expostos ocupacionalmente de acordo

com a WHO (1990) No grupo das mulheres amazonenses 218 apresentaram valores

abaixo dessa referecircncia De acordo com os valores maacuteximos em regiotildees onde haacute exposiccedilatildeo

reconhecida por Hg (6000 ng g-1

) foi observado que 309 destas participantes tinham

concentraccedilotildees de Hg nos cabelos acima desse valor de referecircncia A pesquisadora ressaltou

que 927 das mulheres de Novo Airatildeo relataram consumir peixes da regiatildeo pelo menos uma

vez por semana

Pinheiro et al (2005) ao avaliarem 40 mulheres de trecircs comunidades da bacia do rio

Tapajoacutes verificaram que natildeo houve diferenccedila estatiacutestica em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees de Hg

total nas amostras de cabelos nas diferentes comunidades O primeiro grupo composto por

gestantes apresentou a meacutedia de concentraccedilatildeo de Hg de 8250 ng g-1

enquanto o segundo

composto por mulheres natildeo gestantes 9390 ng g-1

do metal No entanto os pesquisadores

70

observaram que as concentraccedilotildees do Hg no terceiro trimestre de gravidez eram maiores

(9650 ng g-1

) que no primeiro (6620 ng g-1

) e segundo trimestres (6710 ng g-1

)

Pinheiro et al (2008) analisaram novamente duas comunidades da mesma regiatildeo que

o estudo anterior Poreacutem selecionaram mulheres de uma comunidade ribeirinha da bacia do

rio Tocantins que formaram o grupo controle do estudo pois estas natildeo pertenciam a uma

regiatildeo considerada contaminada por Hg Os autores observaram que nas comunidades da

bacia do rio Tapajoacutes as voluntaacuterias apresentaram concentraccedilotildees de Hg no cabelo

significativamente maiores (12926 ng g-1

) em relaccedilatildeo agrave comunidade da bacia do rio Tocantins

(3290 ng g-1

)

Estudos epidemioloacutegicos tecircm evidenciado correlaccedilatildeo positiva entre as concentraccedilotildees

de Se e Hg no sangue (MUCKE et al 2001 BAacuteRAacuteNY et al 2002 KARITA e SUZUKI

2002 LINDBERG et al 2004 HANSEN et al 2004) Tal evidecircncia foi verificada nesta

pesquisa em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees plasmaacuteticas do mineral conforme as anaacutelises de

regressatildeo Os coeficientes de correlaccedilatildeo (R2) das concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico e

eritrocitaacuterio foram 59 e 37 respectivamente (Tabela 7) Estes coeficientes expressam a

porcentagem da variabilidade no niacutevel de Hg nos cabelos (ng g-1

) que eacute explicada pelas

variaacuteveis independentes

De acordo com Gailer et al (2000) o efeito protetor do Se tem sido associado a uma

maior retenccedilatildeo de Hg ao inveacutes de maior excreccedilatildeo Desta forma acredita-se que o Se

juntamente com o Hg forme um complexo Hg-Se que por sua vez liga-se a selenoproteiacutena P

favorecendo uma redistribuiccedilatildeo corporal do metal Poreacutem segundo Baacuteraacuteny et al (2005) e

Lindberg et al (2004) os estudos sobre como esta interaccedilatildeo acontece ainda natildeo satildeo

suficientes para elucidar a dinacircmica desse complexo Sugere-se que uma ingestatildeo adequada de

Se possa promover um efeito de proteccedilatildeo contra o Hg e seus compostos toacutexicos

Apesar dos valores elevados de Hg encontrados na regiatildeo Amazocircnica poucos trabalhos

avaliaram sintomas ou sinais cliacutenicos referentes a essa intoxicaccedilatildeo

No estudo de Dorea et al (2003) com mulheres vivendo em comunidades ribeirinhas

do Rio Negro os sintomas pesquisados foram fraquezas musculares amortecimentos de

membros tremores desequiliacutebrio e alteraccedilotildees sensoriais No entanto na populaccedilatildeo deste

estudo tais sinais natildeo foram observados Malm et al (1995) realizaram outra pesquisa com

populaccedilotildees ribeirinhas no Paraacute e tambeacutem natildeo encontraram tais sinais (desequiliacutebrio sensitivo

constriccedilatildeo de campo visual ataxia reduccedilatildeo da capacidade auditiva tremores reflexos de

tendotildees e desequiliacutebrios mentais e salivares)

71

Tabela 7 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram as

concentraccedilotildees de Hg (ng g-1

) nos cabelos (variaacutevel dependente) das participantes

Variaacuteveis independentes β p-valora

R2 ajustado p-valor

b

Se no Plasma (microgL)c 3117 0177 0059 0020

Se no Eritroacutecito (microgL)d 0970 0656 0037 0096

a Valor de p referente ao coeficiente β

b Valor de p referente ao R

2 ajustado

c Modelo ajustado pelo indice de massa corporeacutea (kgm

2) escolaridade (anos de estudo) idade (anos) e renda

(salaacuterios miacutenimos) d Modelo ajustado pelo pelo indice de massa corporeacutea (kgm

2) circunferecircncia da cintura (cm) escolaridade (anos

de estudo) idade (anos) ingestatildeo energeacutetica (kcaldia) e renda (salaacuterios miacutenimos)

57 SELEcircNIO E AVALIACcedilAtildeO DO ESTRESSE OXIDATIVO MDA E ORAC

O meacutetodo de ORAC (Capacidade de Absorccedilatildeo de Radicais de Oxigecircnio) avalia a

capacidade do plasma de inibir o radical peroxil mostrando resistecircncia aos danos oxidativos

Dessa forma verifica-se que quanto maiores as concentraccedilotildees do Se no sangue maior seraacute a

capacidade antioxidante total sendo este dado relacionado agrave accedilatildeo ou funccedilatildeo antioxidante do

mineral

De acordo com as anaacutelises de regressatildeo houve associaccedilatildeo entre as concentraccedilotildees de

Se no plasma e nos eritroacutecitos com o ORAC (Tabela 8) Os coeficientes de correlaccedilatildeo (R2)

das concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio foram 60 e 77 respectivamente Estes

coeficientes expressam a porcentagem da variabilidade do ORAC que eacute explicado pelas

variaacuteveis independentes (Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio) Natildeo foram encontrados estudos que

avaliaram a capacidade antioxidante por meio do ORAC que relacionem ou associem com as

concentraccedilotildees de Se em indiviacuteduos saudaacuteveis

Tabela 8 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram a

capacidade antioxidante ndash ORAC (mmol eq troloxg de amostra) (variaacutevel dependente) das

participantes

Variaacuteveis independentes β p-valora

R2 ajustado p-valor

b

Se no Plasma (microgL)c -0002 0555 0060 0015

Se no Eritroacutecito (microgL)d -0005 0094 0077 0005

a Valor de p referente ao coeficiente β

b Valor de p referente ao R

2 ajustado

c Modelo ajustado pelo indice de massa corporeacutea (kgm

2) circunferecircncia da cintura (cm) renda (salaacuterios

miacutenimos) d

Modelo ajustado pelo pelo indice de massa corporeacutea (kgm2) circunferecircncia da cintura (cm) renda (salaacuterios

miacutenimos)

72

Os radicais livres de oxigecircnio podem induzir a reaccedilatildeo de peroxidaccedilatildeo lipiacutedica Os

aacutecidos graxos insaturados no plasma em uacuteltima instacircncia podem gerar produtos de

peroxidaccedilatildeo lipiacutedica tais como o malondialdeiacutedo (MDA) Dessa forma as concentraccedilotildees de

MDA podem refletir o niacutevel de estresse oxidativo do organismo De acordo com as anaacutelises

de regressatildeo natildeo houve associaccedilatildeo entre as concentraccedilotildees de Se no plasma e nos eritroacutecitos

com o MDA (Tabela 9)

Tabela 9 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram a

concentraccedilatildeo plasmaacutetica de malondialdeiacutedo (microM) (variaacutevel dependente) das participantes

Variaacuteveis independentes β p-valora

R2 ajustado p-valor

b

Se no Plasma (microgL)c 10 x 10

-4 0980 -0015 0675

Se no Eritroacutecito (microgL)c 10 x 10

-3 0239 -0005 0505

a Valor de p referente ao coeficiente β

b Valor de p referente ao R

2 ajustado

c Modelo ajustado pelo indice de massa corporeacutea (kgm

2) idade (anos) ingestatildeo energeacutetica (kcaldia)

circunferecircncia da cintura (cm) renda (salaacuterios miacutenimos) e escolaridade (anos de estudo)

O estudo de Gaacutec et al (2014) tinha como objetivo definir a relaccedilatildeo entre as

concentraccedilotildees de Se no sangue e estresse oxidativo (concentraccedilatildeo de MDA) em 337 crianccedilas

saudaacuteveis da Espanha A concentraccedilatildeo de Se natildeo exerceu nenhum efeito direto nas

concentraccedilotildees de MDA (r = 008 pgt005) Em outro estudo espanhol Galan-Chilet et al

(2014) avaliaram em uma populaccedilatildeo adulta a associaccedilatildeo entre o Se no plasma e as

concentraccedilotildees de MDA na urina Os autores tambeacutem natildeo observaram correlaccedilotildees

siginificativas entre esses marcadores

Krishnan e Rani (2014) tambeacutem natildeo encontraram nenhuma correlaccedilatildeo significativa

entre a concentraccedilatildeo de Se e MDA em pacientes com doenccedila de Alzheimer ou demecircncia de

origem vascular Entretanto outros estudos verificaram uma diminuiccedilatildeo das concentraccedilotildees de

MDA apoacutes a suplementaccedilatildeo com Se (ZHANG et al 2005 FABIAN et al 2013 SITTA et

al 2011 SMOLKOVAacute et al 2004 GRYGIEL-GOacuteRNIAK et al 2014)

73

58 POLIMORFISMO PRO198LEU

Ao avaliar a presenccedila do SNP (rs 1050450) no gene que codifica a enzima glutation

peroxidase1 nas 190 amostras do estudo foi observado que 567 das participantes

apresentaram genoacutetipo selvagem (ProPro) ou seja homozigotos para prolina 368 dos

indiviacuteduos heterozigotos (ProLeu) e 68 homozigotos para leucina (LeuLeu) A frequecircncia

relativa do alelo variante foi de 025

Os resultados da genotipagem apresentaram-se de acordo com o equiliacutebrio de Hardy

Weinberg o qual determina que as frequecircncias aleacutelicas devem permanecer constantes ao

longo das geraccedilotildees caso natildeo sejam interferidas por nenhum fator evolutivo Dessa forma o

teste de qui-quadrado (χ2) foi aplicado e o valor encontrado foi de 01127 e a probabilidade

associada a esse valor considerando um grau de liberdade foi maior que 5 indicando que a

populaccedilatildeo estava de acordo com o equiliacutebrio

A Tabela 10 ilustra a distribuiccedilatildeo das participantes de acordo com o SNP Pro198Leu

Tabela 10 Distribuiccedilatildeo do SNP Pro198Leu (rs 1050450) no gene que codifica GPx 1 nas

participantes (n=190)

Genoacutetipos coacutedon 198 da GPx 1 n

ProPro 107 563

ProLeu 70 368

LeuLeu 13 68

Quatro pesquisas descrevem a frequecircncia do polimorfismo Pro198Leu na populaccedilatildeo

da cidade de Satildeo Paulo Nishimura (2010) em seu estudo com 175 pacientes com cacircncer da

cavidade orofariacutengea encontrou prevalecircncia de 50 de indiviacuteduos com genoacutetipo selvagem

(ProPro) 43 heterozigoto (ProLeu) e 7 de homozigoto (LeuLeu) para o polimorfismo

Em seu grupo controle que foi constituiacutedo por 203 indiviacuteduos da mesma cidade 51

ProPro 43 ProLeu e 6 LeuLeu

Cominetti et al (2011) no seu trabalho realizado com 37 mulheres obesas

observaram 49 de ProPro 38 de ProLeu e 13 de LeuLeu Donadio (2011) ao avaliar

124 indiviacuteduos adultos natildeo doentes verificou que a prevalecircncia de ProPro foi de 49 de

ProLeu 47 e apenas 3 de LeuLeu

Cardoso et al (2012) ao determinar o polimorfismo em um grupo de 28 idosos com

doenccedila de Alzheimer observaram que 75 apresentaram genoacutetipo ProPro 14 de

74

heterozigotos e 11 de LeuLeu No mesmo estudo no grupo controle formado por 29

idosos sem a doenccedila os pesquisadores encontraram 72 com genoacutetipo ProPro 14 de

ProLeu e 14 de homozigotos LeuLeu

Silva (2013) em seu trabalho realizado com a populaccedilatildeo cearense observou que

545 dos indiviacuteduos apresentaram genoacutetipo ProPro 381 genoacutetipo ProLeu e 74 de

genoacutetipo LeuLeu

Hiragi et al (2011) avaliaram a frequecircncia do polimorfismo em 304 indiviacuteduos

pertencentes a trecircs grupos eacutetnicos diferentes No grupo constituiacutedo por 60 adultos indiacutegenas

95 possuiacuteam genoacutetipo selvagem (ProPro) 3 eram heterozigotos (ProLeu) e 2

homozigotos (LeuLeu) No grupo composto por 72 indiviacuteduos afrodescendentes 71 eram

ProPro 22 ProLeu e 7 LeuLeu O terceiro grupo formado por 172 indiviacuteduos que

residiam no Distrito Federal 47 eram ProPro 40 ProLeu e 13 LeuLeu

Fosberg et al (1999) em anaacutelise realizada com 25 suecos encontrou 52 de

indiviacuteduos homozigotos para prolina (selvagens) 36 de heterozigotos e 12 de

homozigotos para leucina Em outro estudo Fosberg et al (2000) determinaram a frequecircncia

de alelos para esse polimorfismo em uma populaccedilatildeo sueca e outra finlandesa A populaccedilatildeo

sueca foi formada por 101 indiviacuteduos infartados e 214 formaram o grupo controle A

distribuiccedilatildeo dos genoacutetipos dos indiviacuteduos do grupo caso foi de 55 homozigotos selvagens

38 heterozigotos e 7 de homozigotos para leucina No grupo controle a frequecircncia dos

genoacutetipos foi de 53 40 e 7 respectivamente No grupo da Finlacircndia dos 66 indiviacuteduos

avaliados 35 eram homozigotos para prolina 48 heterozigotos e 17 homozigotos para

leucina

De acordo com os trabalhos citados a menor distribuiccedilatildeo conforme os genoacutetipos estaacute

relacionada ao homozigoto LeuLeu Algumas pesquisas afirmam que a presenccedila do alelo Leu

reduz a atividade da enzima GPx nos indiviacuteduos com este alelo variante (HANSEN et al

2009 RAVN-HAREN et al 2006) Dessa forma se haacute uma diminuiccedilatildeo da atividade

enzimaacutetica da GPx o sistema antioxidante dos indiviacuteduos que apresentam o alelo Leu pode

ser afetado Estudos tambeacutem tecircm associado a presenccedila deste alelo variante a um aumento do

risco de alguns tipos de cacircncer (RATNASINGHE et al 2000 HU e DIAMOND 2003

ZHAO et al 2005) Entretanto essas associaccedilotildees natildeo foram observadas em todas as

populaccedilotildees estudadas uma vez que a frequecircncia do alelo Leu varia de acordo com o grupo

eacutetnico (ZHAO et al 2005)

De acordo com Pena et al (2011) a origem geneacutetica da populaccedilatildeo brasileira eacute o

resultado de vaacuterias miscigenaccedilotildees e apesar disso apresenta uma uniformidade maior que o

75

esperado No trabalho desses pesquisadores foi avaliado a ascendecircncia total de 934 brasileiros

de diferentes raccedilas residentes em quatro regiotildees do paiacutes com excessatildeo da regiatildeo centro-oeste

Foram avaliados polimorfismos de inserccedilatildeo e deleccedilatildeo e os genoacutetipos encontrados foram

utilizados para estimar os componentes europeus africanos e ameriacutendios dos indiviacuteduos Os

resultados mostraram que a ancestralidade das diferentes populaccedilotildees das regiotildees do Brasil eacute

semelhante

A populaccedilatildeo de Rondocircnia eacute umas das mais diversificadas do Brasil composta de

migrantes oriundos de todas as regiotildees do paiacutes O interior do Estado eacute formado por goianos

paranaenses paulistas mineiros gauacutechos capixabas baianos mato grossenses e sergipanos

enquanto a capital eacute formada por cearenses maranhenses amazonenses e acreanos (IBGE

2014)

Poucos estudos associaram o polimorfismo Pro198Leu com biomarcadores do estado

nutricional relativo ao Se em indiviacuteduos saudaacuteveis A Tabela 11 apresenta uma comparaccedilatildeo

das meacutedias das concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico eritrocitaacuterio atividade da GPx MDA e

ORAC de acordo com o genoacutetipo para o polimorfismo Pro198Leu Observou-se que natildeo

houve diferenccedila significativa entre os paracircmetros avaliados

Donadio (2011) encontrou diferenccedila significativa entre a atividade da GPx em

mulheres paulistanas avaliadas de acordo com os genoacutetipos do Pro198Leu Silva (2013)

tambeacutem encontrou a mesma diferenccedila em mulheres cearenses indicando que a influecircncia do

gecircnero eacute um importante fator que deve ser considerado em estudos sobre esse polimorfismo

Cominetti et al (2011) natildeo observaram diferenccedilas nas concentraccedilotildees de Se

plasmaacutetico eritrocitaacuterio e atividade da GPx entre os genoacutetipos em ambas as fases de seu

estudo (preacute e poacutes suplementaccedilatildeo de castanha-do-brasil) poreacutem encontraram correlaccedilatildeo entre

o Se eritrocitaacuterio e a atividade da GPx apenas para o grupo ProPro em ambas as fases O

mesmo resultado foi observado no estudo de Cardoso et al (2012) que tambeacutem observaram

correlaccedilatildeo entre o Se eritrocitaacuterio e a atividade da GPx apenas para o grupo ProPro tanto nos

indiviacuteduos com Alzheimer quanto no grupo controle A mesma correlaccedilatildeo foi descrita por

Jablonska et al (2009) Hu e Diamond (2003) e Karunashinghe et al (2011) Estes dados satildeo

uacuteteis para entender os mecanismos e a manutenccedilatildeo da variabilidade geneacutetica na populaccedilatildeo

bem como para a identificaccedilatildeo de genes associados com doenccedilas complexas (HIRAGI et al

2011) Todos esses resultados mostram que o efeito do polimorfismo Pro198Leu deve

continuar sendo investigado em diferentes populaccedilotildees

76

Tabela 11 Concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico eritrocitaacuterio atividade da enzima GPx MDA e

ORAC de acordo com o genoacutetipo para o polimorfismo Pro198Leu (rs1050450) no gene que

codifica para GPx 1 das participantes

Variaacuteveis ProPro

MD (DP) (n= 107)

ProLeu

MD (DP) (n = 70)

LeuLeu

MD (DP) (n = 13)

pa

Se no Plasma (microgL) 5366 (5225) 5417 (3993) 5577 (1866) 099

Se no Eritroacutecito (microgL) 7804 (3883) 7769 (3618) 7935 (2944) 099

GPx Eritrocitaacuteria (Ug Hb) 4751 (2277) 4426 (2604) 4261 (1374) 058

MDA (microM) 097 (111) 084 (022) 085 (023) 060

ORAC (mmol eq troloxg de amostra) 163 (151) 159 (130) 128 (076) 071

a Valor de p calculado pela ANOVA MD - Meacutedia DP - Desvio Padratildeo

59 POLIMORFISMO GSTM1

A GST faz parte de uma famiacutelia de enzimas intracelulares que modullam a accedilatildeo de

toxinas endoacutegenas e exoacutegenas sobre as ceacutelulas evitando danos ao DNA (MANNERVICK

1985) Esta famiacutelia de enzimas estaacute envolvida no metabolismo de muitos carcinoacutegenos

poluentes ambientais e drogas anticanceriacutegenas por isso a inexistecircncia de isoenzimas

especiacuteficas pode gerar efeito significativo na toleracircncia do organismo ao estresse oxidativo

(ZHENG et al 2002 MORAIS et al 2008) O gene da classe mu (GSTM1) abordado nesta

pesquisa eacute polimoacuterfico em humanos e estatildeo ausentes ou deletados de forma homozigoacutetica em

40 a 50 em diferentes populaccedilotildees eacutetnicas (NELSON et al 1995 HATAGIMA et al 2000

GISNBERG et al 2009)

A Tabela 12 apresenta a distribuiccedilatildeo das participantes de acordo com o genoacutetipo do

polimorfismo GSTM1 O genoacutetipo nulo ou deletado (--) indica que o gene inteiro apresenta

deleccedilatildeo e portanto o indiviacuteduo natildeo expressa a proteiacutena GST O genoacutetipo presente (++) eacute a

forma selvagem ou seja natildeo apresenta deleccedilatildeo do gene e o indiviacuteduo expressa a GST

Tabela 12 Distribuiccedilatildeo do polimorfismo GSTM1 no gene da GST das participantes (n =

180)

GSTM1 n

Presente (++) 104 5780

Nulo ou Deletado (--) 76 4220

77

Natildeo foram observadas diferenccedilas entre as concentraccedilotildees de Hg na populaccedilatildeo avaliada

de acordo com os genoacutetipos do polimorfismo GSTM1 bem como os paracircmetros relativos ao

estresse oxidativo (Tabela 13)

Tabela 13 Concentraccedilotildees de Hg de MDA e valores de ORAC de acordo com o genoacutetipo

para o polimorfismo GSTM1 no gene da GST das participantes

Variaacuteveis Presente (++)

MD (DP)

(n= 104)

Nulo (--)

MD (DP)

(n = 76)

pa

Hg (ng g-1

) 56365 (69475) 70863 (75295) 0184

MDA (microM) 095 (113) 087 (027) 0570

ORAC (mmol eq troloxg de amostra) 165 (159) 158 (117) 0730 a Valor de p calculado pelo teste T-Student

Klatau-Gimaratildees et al (2005) verificaram que em algumas tribos indiacutegenas da

Amazocircnia os indiviacuteduos que carreavam o genoacutetipo nulo ou seja deleccedilatildeo do gene inteiro

tinham maiores concentraccedilotildees de Hg nos cabelos Tais pesquisadores concluiacuteram que os

fatores geneacuteticos podem influenciar o acuacutemulo de Hg no organismo e os indiviacuteduos com

genoacutetipo nulo natildeo estatildeo aptos a destoxificar o metal pois essa funccedilatildeo eacute atribuiacuteda agrave GST

Entretanto outros estudos natildeo encontraram correlaccedilatildeo entre as concentraccedilotildees do metal

com os genoacutetipos do GSTM1 Gundacker et al (2007) em seu estudo com 222 estudantes da

Universidade de Viena relacionaram as concentraccedilotildees de Hg no sangue e na urina com os

genoacutetipos presente ou nulo do polimorfismo Os autores natildeo encontraram associaccedilatildeo entre

esses dois paracircmetros mas foi observado que as pessoas com genoacutetipo nulo apresentavam

valores mais elevados do metal Os autores verificaram que 56 dos indiviacuteduos carreavam o

genoacutetipo nulo tinham concentraccedilotildees mais baixas de Hg no sangue coincidindo com

concentraccedilotildees tiacutepicas de populaccedilotildees natildeo expostas agrave toxicidade Os resultados levaram agrave

hipoacutetese de que os indiviacuteduos com a deleccedilatildeo para GST apresentam atividade cataliacutetica

prejudicada e satildeo menos capazes de aumentar a sua capacidade de excreccedilatildeo do Hg levando a

uma maior acumulaccedilatildeo do metal no organismo

Estudos sobre a relaccedilatildeo entre o polimorfismo da GST e as concentraccedilotildees de Hg em

humanos satildeo escassos Custodio et al (2004 e 2005) verificaram que o polimorfismo GSTM1

natildeo teve efeito sobre as concentraccedilotildees de Hg no sangue total plasma e urina Entretanto

concluiacuteram que indiviacuteduos carreadores do genoacutetipo deletado apresentam atividade da enzima

reduzida e dessa forma maiores concentraccedilotildees e retenccedilatildeo de Hg

78

Lee et al (2009) analisaram o polimorfismo GSTM1 associado agrave exposiccedilatildeo intra-

uterina de Hg e o peso ao nascer de crianccedilas de etnia coreana Dentre as 417 gestantes

avaliadas 595 carreavam genoacutetipo nulo sem diferenccedila significativa nas concentraccedilotildees de

Hg no sangue e no cordatildeo umbilical em relaccedilatildeo agravequelas com genoacutetipo selvagem Apesar

disso os autores observaram que as crianccedilas cujas matildees carreavam o genoacutetipo nulo

apresentaram relaccedilatildeo inversa do peso ao nascer com as concentraccedilotildees de Hg no cordatildeo

umbilical Entretanto esta relaccedilatildeo natildeo foi observada nas crianccedilas filhas de matildees com genoacutetipo

selvagem Os pesquisadores afirmaram que este fato pode ser explicado em razatildeo do Hg ser

transferido para o feto atraveacutes da placenta Dessa forma foi demosntrado que o polimorfismo

GSTM1 pode desempenhar papel importante na relaccedilatildeo entre a concentraccedilatildeo de Hg e o peso

ao nascer

Na populaccedilatildeo brasileira a frequecircncia desse polimorfismo tambeacutem eacute elevada

Hatagima et al (2000) avaliaram 658 indiviacuteduos do Rio de Janeiro e 179 de Brasiacutelia e a

frequecircncia do genoacutetipo nulo foi semelhante nas duas populaccedilotildees 46 na populaccedilatildeo carioca e

49 na brasiliense Gattaacutes et al (2004) analisaram a frequecircncia em 594 indiviacuteduos

selecionados na cidade de Satildeo Paulo e 137 homens da aacuterea rural da Bahia A distribuiccedilatildeo do

genoacutetipo nulo avaliado foi mais frequente nos indiviacuteduos brancos (554) que nos pardos

(414) e negros (328) em Satildeo Paulo Na Bahia essa frequecircncia foi de 357

Hiragi et al (2011) determinaram a frequecircncia do polimorfismo em 304 indiviacuteduos

pertencentes a trecircs grupos eacutetnicos diferentes No grupo constituiacutedo por 60 adultos indiacutegenas

55 apresentaram genoacutetipo nulo e no grupo composto por 72 indiviacuteduos afrodescendentes

53 No terceiro grupo que foi formado por 172 indiviacuteduos que residiam no Distrito Federal

63 apresentaram genoacutetipo deletado

Em um estudo com 120 pacientes com diagnoacutestico de diabetes tipo 2 de Goiacircnia (GO)

Pinheiro et al (2013) observaram uma frequecircncia do genoacutetipo nulo de 41 no grupo caso

enquanto no grupo controle foi de 122 Natildeo foi observada qualquer associaccedilatildeo da deleccedilatildeo

com a suscetibilidade agrave doenccedila na populaccedilatildeo estudada apesar de ter sido observada uma

associaccedilatildeo com aumento significativo da glicemia de jejum hemoglobina glicada e pressatildeo

arterial

Anton et al (2010) verificaram a influecircncia do polimorfismo GSTM1 na

susceptibilidade ao cacircncer de mama em 15 mulheres com diagnoacutestico da doenccedila e em 30

mulheres saudaacuteveis atendidas em um hospital do sul do Brasil Foi observado que 467 das

mulheres carreavam o genoacutetipo nulo e 433 das mulheres do grupo controle tambeacutem

apresentaram a deleccedilatildeo do genoacutetipo Os pesquisadores sugeriram que a deleccedilatildeo homozigoacutetica

79

do gene pode estar associada com maior susceptibilidade ao cacircncer de mama na populaccedilatildeo

estudada entretanto mais estudos satildeo necessaacuterios

Possuelo et al (2013) tambeacutem avaliaram a frequecircncia do polimorfismo GSTM1 em 49

pacientes diagnosticadas com cacircncer de mama e 49 mulheres saudaacuteveis A frequecircncia de

alelos nulos foi significativamente maior no grupo caso (588) em comparaccedilatildeo ao grupo

controle (412) sugerindo uma possiacutevel influecircncia deste genoacutetipo na susceptibilidade agrave

doenccedila

Em trabalhos internacionais verificam-se porcentagens semelhantes aos resultados

apresentados Conforme Ginsberg et al (2009) a porcentagem de indiviacuteduos com genoacutetipo

nulo em afro-americanos eacute de 21 em chineses de 58 em japoneses 45 em mexicanos

41 e em caucasianos 53 Segundo Hatagima et al (2000) a porcentagem em ingleses eacute de

545 e em franceses 429

80

6 CONCLUSAtildeO

Pode-se concluir que as mulheres rondonienses residentes em aacuterea urbana considerada

de risco de contaminaccedilatildeo por Hg apresentaram status de Se inferior ao recomendado e

independente do genoacutetipo em relaccedilatildeo ao SNP Pro198Leu no gene da GPx A concentraccedilatildeo de

Hg nos cabelos estava dentro dos limites seguros e natildeo houve relaccedilatildeo com o polimorfismo de

deleccedilatildeo no gene GSTM1 Os referidos polimorfismos tambeacutem natildeo afetaram os biomarcadores

de estresse oxidativo avaliados

81

7 CRONOGRAMA

Atividades Desenvolvidas

(2010 ndash 2015)

2010 - 2011 2012 - 2015

Revisatildeo da Literatura X

Submissatildeo do projeto ao Comitecirc de Eacutetica (CEP) X

Disciplinas (20 Creacuteditos) X X

Preparo dos Materiais para Coleta X

Coleta de Dados X

Anaacutelise do Consumo Alimentar e Antropometria X X

Anaacutelises da enzima GPx X

Anaacutelise de Hemoglobina X

Anaacutelise Determinaccedilatildeo do Hg nos cabelos X

Anaacutelise de Se (Plasma e Eritroacutecito) X

Qualificaccedilatildeo da Tese X

Anaacutelise Estresse Oxidativo (MDA) X

Anaacutelise Estresse Oxidativo (ORAC) X

Determinaccedilotildees dos Polimorfismos Pro198Leu e

GSTM1 X

Tabulaccedilatildeo de Dados X

Anaacutelise Estatiacutestica X

Tese do Doutorado X

Artigo Cientiacutefico X

82

REFEREcircNCIAS

ADAME EM FLOREA D PEacuteREZ LS LOacutePEZ JM LOacutePEZ-GONZAacuteLEZ B

CRUZ AP Deficient selenium status of a healthy adult spanish population Nutricion

Hospitalaria v27 n2 p524-528 2012

AMORIM MI MERGLER D BAHIA MO DUBEAU H MIRANDA D LEBEL J

BURBANO RR LUCOTTE M Cytogenetic damage related to low levels of

methylmercury contamination in the Brazilian Amazon Anais da Academia Brasileira de

Ciecircncias v72 n4 p497ndash507 2000

AMOUROUX DA LISS PSB TESSIER EA HAMREN-LARSSON MB

DONARD OFX Role of oceans as biogenic sources of selenium Earth and Planetary

Science Letters v189 n34 p277-283 2001

ARSOVA-SARAFINOVSKA Z MZTEVSKA N EKEN A PETROVSKI D BANEV

S DZIKOVA S GEORGIEV V SIKOLE A ERDEM O SAYAL A AYDIN A

DIMOVSKI AJ GPx1 genetic polymorfism erytrocyte GPx activity and prostate cacircncer

risk International Urology and Nephrologuy v41 n1 p63-70 2009

ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA OBESIDADE E DA SIacuteNDROME

METABOacuteLICA Diretrizes brasileiras de obesidade 20092010 3ed Itapevi AC

Farmacecircutica 2009 83p

AZEVEDO FA Toxicologia do mercuacuterio Satildeo Carlos Rima 2003 292p

BAEYENS WRG EBIGHAUS R VASILIEV OF eds Global and regional mercury

cycles sources fluxes and mass balances Dordrecht Kluwer Academic 1996 563p (NATO

ASI series Partnership sub-series 2 environment v21) [Proceedings of the NATO Advanced

Research Workshop on Regional and Global Mercury Cycles sources fluxes and mass

balances Novosibirsk Russia july 10-14 1995]

BAacuteRAacuteNY E BERGDAHL IA BRATTEBY LE LUNDH T SAMUELSON G

SCHUTZ A SKERFVING S OSKARSSON A Relationship between trace element

concentrations in human blood and serum Toxicology Letters v134 n13 p177ndash184

2002

BASTOS WR GOMES JPO OLIVEIRA RC ALMEIDA R NASCIMENTO EL

BERNARDI JVE LACERDA LD SILVEIRA EG PFEIFFER WC Mercury in the

environment and riverside population in the Madeira River Basin Amazon Brazil Science of

the Total Environment v368 n1 p344-351 2006 [Selected papers from the 7th

International Conference on Mercury as a Global Pollutant Ljubljana Slovenia June 27 - July

2 2004]

BEATON GH 1994 Criteria of an adequate diet In Shils RE Olson JA Shike M eds

Modern Nutrition in Health and Disease 8th edition Philadelphia Lea amp Febiger Pp 1491ndash

1505

BISINOTI MC Biogeoquiacutemica aquaacutetica do mercuacuterio orgacircnico na bacia do Rio Negro

Amazocircnia Campinas 2005 169p Tese de Doutorado ndash Instituto de Quiacutemica - Universidade

Estadual de Campinas

83

BISINOTI MC JARDIM WF O comportamento do metilmercuacuterio (meHg) no ambiente

Quiacutemica Nova v27 n4 p593-600 2004

BOENING DW Ecological effects transport and fate of mercury a general review

Chemosphere v40 n12 p1335-1351 2000

BOISCHIO AA HENSHEL DS Linear regression models of methyl mercury exposure

during prenatal and early postnatal life among riverside people along the upper Madeira river

Amazon Environmental Research v83 n2 p150-161 2000

BORTOLI MC Avaliaccedilatildeo dos niacuteveis sanguiacuteneos do hormocircnio tireiodiano ativo (T3) e do

estado nutricional relativo ao selecircnio de mulheres residentes em aacutereas de exposiccedilatildeo ao

mercuacuterio Satildeo Paulo 2010 130p Tese de Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas

- Universidade de Satildeo Paulo

BRABO ES SANTOS EO JESUS IM MASCARENHAS AF FAIAL KF Niacuteveis

de mercuacuterio em peixes consumidos pela comunidade indiacutegena de Sai Cinza na Reserva

Munduruku Municiacutepio de Jacareacanga Estado do Paraacute Brasil Cadernos de Sauacutede

Puacuteblica v15 n2 p325-332 1999

BRASIL Resoluccedilatildeo CONAMA n5 de 5 de agosto de 1993 Dispotildee sobre o gerenciamento

de resiacuteduos soacutelidos gerados nos portos aeroportos terminais ferroviaacuterios e rodoviaacuterios

(Revogadas as disposiccedilotildees que tratam de resiacuteduos soacutelidos oriundos de serviccedilos de sauacutede pela

Resoluccedilatildeo n35805) Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia n166 31 de agosto de 1993 Seccedilatildeo

1 p12996-12998

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo

Baacutesica Coordenaccedilatildeo geral da Poliacutetica de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo Sisvan antropometria

como pesar e medir Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

BRENNEISEN P STEINBRENNER H SIES H Selenium oxidative stress and health

aspects Molecular Aspects of Medicine v26 n45 p256-267 2005

BROOKES AJ The essence of SNPs Gene v234 n2 p177-186 1999

BROWN KM ARTHUR JR Selenium selenoproteins and human health a review Public

Health Nutrition v4 n2b p593-599 2001

BURK RF Recent developments in trace element metabolism and function newer roles of

selenium in nutrition Journal of Nutrition v119 n7 p1051-1054 1998

BURIM RV CANALLE R MARTINELLI ALC TAKAHASHI CS Polymorphisms

in glutathione S-transferases GSTM1 GSTT1 and GSTP1 and cytochromes P450 CYP2E1

and CYP1A1 and susceptibility to cirrhosis or pancreatitis in alcoholics Mutagenesis v19

n4 p291ndash298 2004

CAMPOS MS SARKIS JES MULLER RCS BRABO ES SANTOS EO

Correlation between mercury and selenium concentrations in Indian hair from Rondocircnia

State Amazon region Brazil Science of the Total Environment v287 n12 p155-161

2002

84

CANELA MC Determinaccedilatildeo de mercuacuterio a niacutevel de traccedilo aplicaccedilatildeo em amostras de

interesse ambiental Campinas 1995 79p Dissertaccedilatildeo de Mestrado ndash Instituto de Quiacutemica ndash

Universidade Estadual de Campinas

CARDOSO BR ONG TP JACOB-FILHO W JALUUL O FREITAS MI

COZZOLINO SM Nutritional status of selenium in Alzheimerrsquos disease patients Britsh

Journal of Nutrition v103 n6 p803-806 2010

CARDOSO BR ONG TP JACOB-FILHO W JALUUL O FREITAS MI

COMINETTI C COZZOLINO SM Glutathione peroxidase 1 polymorphism in Brazilian

Alzheimers disease patients relations to the enzyme activity and to selenium status Journal

of Nutrigenetic and Nutrigenomics v5 n2 p72-80 2012

CASTRO L FREEMAN BA Reactive oxygen species in human health and disease

Nutrition v17 n2 p161-165 2001

CASTRO NSS LIMA MO Biomarkers of mercury exposure in the Amazon BioMed

Research International v2014 art867069 p1-10 2014 [Review]

CEZAR MRS Avaliaccedilatildeo da exposiccedilatildeo ao mercuacuterio e seus compostos em matildees e seus

receacutem-nascidos em Porto Velho ndash RO Beleacutem 2002 69p Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Nuacutecleo

de Medicina Tropical - Universidade Federal do Paraacute

CINTRA RMGC Biodisponibilidade de selecircnio em dieta regional de Satildeo Paulo Satildeo

Paulo 1990 74p Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas ndash

Universidade de Satildeo Paulo

CHANG JC GUTENMANN WH REID CM LISK DJ Selenium content of Brazil

nuts from two geographic locations in Brazil Chemosphere v30 n4 p801-802 1995

CHARRIER J MAUGARD CM LE MEVEL B BIGNON YJ Allelotype influence at

glutathione S-transferase M1 locus in breast cancer susceptibility British Journal of

Cancer v79 n2 p346-53 1999

CHAUHAN A CHAUHAN V Oxidative stress in autism Pathophysiology v13 n13

p171-181 2006

CHEN CL LIU Q RELLING MV Simultaneous characterization of glutathione S-

transferase M1 and T1 polymorphisms by polymerase-chain reaction in American whites and

blacks Pharmacogenetics v6 n2 p187-191 1996

CHEN C OU L LI B XING L GUANG J TIACHENG W YUXI G PEIQUN Z

MEI L WEI C ZHIFANG C Increased Oxidative DNA Damage as assessed by urinary

8-hidroxy-2 deoxyguanosine concentrations and serum redox status in persons exposed to

mercury Clinical Chemistry v51 n4 p759-767 2005

CHEN H YU M LI M ZHAO R ZHU Q ZHOU W LU M LU Y ZHENG T

JIANQ J ZHAO W XIANG K JIA W LIU L Polymorphic variations in manganese

superoxide dismutase (MnSOD) glutathione peroxidase ndash 1 (GPx 1) and catalase (CAT)

contribuite to elevated plasma triglyceride levels in Chinese patients with type 2 diabetes or

diabetic cardiovascular disease Molecular Cell Biochemistry v363 p85ndash91 2012

85

CHEN Y KAPETANOVIC I CROWELL J IP C MORRISSEY R LYUBIMOV A

Thirteen week oral (Gavage) toxicity study of L-Se-Methylselenocysteine (SeMC) in rats

Toxicological Science v90 n1-S p343 2006

COLOMBO J ROSSIT ARB CAETANO A BORIM AA WORNRATH D

SILVA AE GSTT1 GSTM1 and CYP2E1 genetic polymorphisms in gastric cancer and

chronic gastritis in a Brazilian population World Journal of Gastroenterology v10 n9

p1240ndash1245 2004

COMBS Jr GF WATTS JC JACKSON MI JOHNSON LK ZENG H SCHEETT

AJ UTHUS EO SCHOMBURG L HOEG A HOEFIG CS DAVIS CD

MILNER JA Determinants of selenium status in healthy adults Nutrition Journal v10

p75 2011

COMINETTI C Efeito da suplementaccedilatildeo com castanha do Brasil (Bertholletia excelsa

H B K) sobre o estresse oxidativo em mulheres obesas e sua relaccedilatildeo com o

polimorfismo Pro198Leu no gene da glutationa peroxidase 1 Satildeo Paulo 2010 115p Tese

de Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo

COMINETTI C BORTOLI MC ABDALLA DSP COZZOLINO SMF

Considerations about oxidative stress selenium and nutrigenetics Nutrire v36 n3 p131-

153 2011 [Review]

COMINETTI C BORTOLI MC PURGATTO E ONG TP MORENO FS

GARRIDO Jr BG COZZOLINO SMF Associations between glutathione peroxidase-1

Pro198Leu polymorphism selenium status and DNA damage levels in obese women after

consumption of Brazil nuts Nutrition v27 n9 p891-896 2011

COUTINHO VE Efeito da suplementaccedilatildeo de selecircnio por meio da ingestatildeo de castanhas-

do-Brasil (Bertholletia excelsa HBK) no estado nutricional relativo ao selecircnio de

praticantes de atividade fiacutesica (capoeira) Satildeo Paulo 2001 150p Tese de Doutorado -

Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo

COVAULT J ABREU C KRANZLER H ONCKEN C Quantitative real-time PCR for

gene dosage determinations in microdeletion genotypes BioTechniques v35 n3 p594-

598 2003

COZZOLINO SMF Deficiecircncias de minerais Estudos Avanccedilados v21 n60 p119-126

2007

CRESPO-LOPEZ ME SA AL HERCULANO AM BURBANO RR

NASCIMENTO JLM Methylmercury genotoxicity a novel effect in human cell lines of the

central nervous system Environment International v33 n2 p141ndash146 2007

CUSTODIO HM BROBERG K WENNBERG M JANSSON JH VESSBY B

HALLMANS G STEGMAYR B SKERFVING S Polymorphisms in glutathione-related

genes affect methylmercury retention Archives of Environmental Health v59 n11

p588ndash595 2004

CRESPO-LOacutePEZ ME SANTOS ECO BRABO ES RODRIGUES AR COcircRTES

MIT SILVEIRA LCL Comparative study of human exposure to mercury in riverside

86

communities of Amazon Brazilian Journal of Medical and Biological Research v39 n3

p411-414 2006

CUSTODIO HM HARARI R GERHARDSSON L SKERFVING S BROBERG K

Genetic influences on the retention of inorganic mercury Archives of Environmental amp

Occupational Health v60 n1 p17ndash23 2005

DAVIS CD UTHUS EO Dietary selenite and azadeoxycytidine treatments affect

dimethilhidrazine-induced aberrant crypt formation in rat colon and DNA methylation in HT

ndash 29 cells Journal of Nutrition v132 n2 p292-297 2002

DEJONG JL CHANG CM WHANG-PERNG J KNUTSEN T TU CPD The

human liver glutathione S-transferase gene superfamily expression and chromosome

mapping of Hb subunit cDNA Nucleic Acids Research v16 n17 p8541-8554 1988

DI PIETRO A VISALLI G LA MAESTRA S MICALE R BALUCE B

MATARESE G CINGANO L SCOGLIO ME Biomonitoring of DNA damage in

peripheral blood lymphocytes of subjects with dental restorative fillings Mutation Research

v650 n2 p115ndash122 2008

DOMINGUES J Determinaccedilatildeo de mercuacuterio total em amostras de cabelo e sua relaccedilatildeo

com o desenvolvimento psicomotor de crianccedilas na comunidade de Barreiras Paraacute

Beleacutem 2000 91p Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Nuacutecleo de Medicina Tropical - Universidade

Federal do Paraacute

DONADIO JLS Polimorfismos nos genes da enzima glutationa peroxidase e

biomarcadores do estado nutricional relativo ao selecircnio em populaccedilatildeo adulta de Satildeo

Paulo Satildeo Paulo 2011 75p Disssertaccedilatildeo de Mestrado - Faculdade de Ciecircncias

Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo

DRASCH G MAILAumlNDER S SCHLOSSER C ROIDER G Content of non-mercury-

associated selenium in human tissues Biological Trace Element Research v77 n3 p219-

230 2000

DUMONT E VANHAECKE F CORNELIS R Selenium speciation from food source to

metabolites a critical review Analytical and Bioanalytical Chemistry v385 n7 p1304-

1323 2006

DUSINSKAacute M VALLOVAacute B URSIacuteNYOVAacute M HLADIacuteKOVAacute V SMOLKOVAacute B

WSOacuteLOVAacute L RASLOVAacute K COLLINS AR DNA damageand antioxidants

fluctuations through the year in a central European population group Food and Chemical

Toxicology v40 n8 p1119ndash1123 2002

EGASHIRA EM MIZIARA APB LEONI LAB Grupo do arroz patildeo massa batata e

mandioca PHILIPPI ST org Piracircmide dos alimentos fundamentos baacutesicos da nutriccedilatildeo

2ed Barueri Manole 2014 (Guias de Nutriccedilatildeo e Alimentaccedilatildeo)

EPA (US Environmental Protection Agency) Mercury in Medical Facilities Revised August

2003 Updated 2005

87

ERCAL N GURER-ORHAN H AYKIN-BURNS N Toxic metals and oxidative stress

Part I Mechanisms involved in metal-induced oxidative damage Current Topics in

Medicinal Chemistry v1 n6 p529-539 2001

FABIAN E POLOSKEY P KOacuteSA L ELMADFA I REacuteTHY LA Nutritional

supplements and plasma antioxidants in childhood asthma Wiener Klinische

Wochenschrift v125 n1112 p309ndash315 2013

FADINI PS JARDIM WF Is the Negro River Basin (Amazon) impacted by naturally

occurring mercury Science of the Total Environment v275 n13 p71-82 2001

FAIRWEATHER-TAIT SJ BAO Y BROADLEY MR COLLINGS R FORD D

HESKETH JE HURST R Selenium in human health and disease Antioxidants amp Redox

Signaling v14 n7 p1337-1383 2011

FARELLA N Les fermes familiales de la reacutegion frontiegravere du Tapajoacutes en Amazonie

breacutesilienne relations entre les origines les pratiques agricoles les impacts sur les sols et le

deacuteboisement Montreacuteal 2005 209p Tese de Doutorado ndash Universiteacute Du Queacutebec agrave Montreacuteal

FARIAS LA FAVARO DIT VASCONCELLOS MBA Determinaccedilatildeo de mercuacuterio e

metilmercuacuterio em amostras de cabelo e peixes Revista do Instituto Adolfo Lutz v68 n3

p451-460 2009

FARIAS LA SANTOS NR FAVARO DIT BRAGA ES Mercuacuterio total em cabelo de

crianccedilas de uma populaccedilatildeo costeira Cananeacuteia Satildeo Paulo Brasil Cadernos de Sauacutede

Puacuteblica v24 n10 p2249-2256 2008

FARIAS LA Avaliaccedilatildeo do conteuacutedo de mercuacuterio metilmercuacuterio e outros elementos de

interesse em peixes e em amostras de cabelos e dietas de preacute-escolares da Regiatildeo

Amazocircnica Satildeo Paulo 2006 233p Tese de Doutorado ndash Instituto de Pesquisas Energeacuteticas e

Nucleares - Universidade de Satildeo Paulo

FARIAS LA FAacuteVARO DIT MAIHARA VA VASCONCELOS MBA

YUYAMA LK AGUIAR JPL ALENCAR FH Assessment of daily dietary intake of

Hg and some essential elements in diets of children from the Amazon region Journal of

Radioanalytical and Nuclear Chemistry v270 n1 p217-223 2006

FOLVEN KI GLOVER CN MALDE MK LINDEBEYE AK Does selenium modify

neurobehavioral impacts of developmental methylmercury exposure in mice Environmental

Toxicology and Pharmacology v28 n1 p111-119 2009

FORD M DELANEY KA LING L ERICKSON T Clinical toxicology Philadelphia

W B Saunders 2001 p737ndash742

FORSBERG L DE FAIRE U MARKLUND SL ANDERSSON PM STEGMAYR

B MORGENSTERN R Phenotype determination of a common Pro-Leu polymorphism in

human glutathione peroxidase 1 Blood Cells Molecules amp Diseases v26 n5 p423-426

2000

FOSBERG L DE FAIRE U MORGENSTERN R Low yield of polymorphisms from

EST blast searching analysis of genes related to oxidative stress and verification of the

P197L polymorphism in GPX1 Human Mutation v13 n4 p294-300 1999

88

FOX T FAIRWEATHER-TAIT SJ Selenium In HURRELL R ed The mineral

fortification of foods Leatherhead Leatherhead Publishing 1999 v2 p1-44 (A

Leatherhead Food RA publication)

FRISANCHO AR Anthropometric standards for the assessment of growth and

nutritional status Ann Arbor University of Michigan Press 1990 189p

GAacuteC P PAWLAS N POREBA R POREBA M MARKIEWICZ-GOacuteRKA I

JANUSZEWSKA L OLSZOWY Z PAWLAS K Interaction between blood selenium

concentration and a levels of oxidative stress and antioxidative capacity in healthy children

Environmental Toxicology and Pharmacology v39 n1 p137-144 2014

GAILER J GRAHAM NG PICKERING IJ MADDEN S PRINCE RC YU EY

DENTON MB YOUNIS HS APOSHIAN HV Structural Basis of the Antagonism

between Inorganic Mercury and Selenium in mammals ChemResToxicol 2000 13-1135-

1142

GALAN-CHILET I TELLEZ-PLAZA M GUALLAR E MARCO G LOPEZ-

IZQUIERDO R GONZALEZ-MANZANO I TORMOS MC MARTIN-NUNtildeEZ GM

ROJO-MARTINEZ G SAEZ GT MARTIacuteN-ESCUDERO JC REDON J JAVIER-

CHAVES F Plasma selenium and oxidative stress biomarkers a gene-environment

interaction population based study Free Radical Biology and Medicine v74 p229-236

2014

GALVAtildeO RCF BERNARDI JVE ALMEIDA R BASTOS WR GOMES JPO

Relaccedilatildeo espacial do mercuacuterio e elementos traccedilos em sedimento de fundo no Alto Rio

Madeira In SEMINAacuteRIO DE RECURSOS HIacuteDRICOS DA BACIA HIDROGRAacuteFICA DO

PARAIacuteBA DO SUL O EUCALIPTO E O CICLO HIDROLOacuteGICO 1 Taubateacute 2007

Anais Taubateacute IPABHi 2007 p51-57

GANTHER HE SUNDE ML Factors in fish modifying methylmercury toxicity and

metabolism Biological Trace Element Research v119 n3 p221-233 2007

GATTAacuteS GHF KATO M SOARES-VIEIRA JA SIRAQUE MS KOHLER P

GOMES L REGO MAV BYDLOWSKI SP Ethnicity and glutathione S-transferase

(GSTM1 GSTT1) polymorphisms in a Brazilian population Brazilian Journal of Medical

and Biological Research v37 n4 p451-458 2004

GINSBERG G SMOLENSKI S HATTIS D GUYTON KZ JOHNS DO

SONAWANE B Genetic polymorphism in glutathione transferases (GST) population

distribution of GSTM1 T1 and P1 conjugating activity Journal of Toxicology and

Environmental Health Part B Critical Reviews v12 n56 p389-439 2009

GONZAGA IB MARTENS A COZZOLINO SMF Selecircnio In COZZOLINO SMF

org Biodisponibilidade de nutrientes 2ed Barueri Manole 2007 Cap28 p575-613

GONZAGA IB Avaliaccedilatildeo nutricional relativa ao selecircnio em crianccedilas com dieta

enriquecida de castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa L) Satildeo Paulo 2002 157p Tese

de Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo

GONZAGA IB MARTENS A COZZOLINO SMF Selecircnio In COZZOLINO SMF

org Biodisponibilidade de nutrientes Barueri Manole 2005 cap26 p539-577

89

GREGUS Z GYURASICS AI CSANAKY I PINTER Z Effects of methylmercury and

organic acid on the disposition of exogenous selenium in rats Toxicology and Applied

Pharmacology v174 n2 p177ndash187 2001

GRYGIEL-GOacuteRNIAK B MARCINKOWSKA J SZCZEPANIK A PRZYSLAWSKI J

Nutritional habits and oxidative stress in postmenopausal age Polskie Archiwum Medycyny

Wewnetrznej v124 n6 p298ndash305 2014

GUNDACKER C KOMARNICKI G ZOumlDL B FORSTER C SHUSTER E

WITTMANN K Whole blood mercury and selenium concentrations in a selected Austrian

population Does gender matter Science of the Total Environment v372 n1 p76-86

2006

GUNDACKER C KOMARNICKI G JAGIELLO P GENCIKOVA A DAHMEN N

WITTMANN KJ GENCIK M Glutathione-S-transferase polymorphism metallothionein

expression and mercury levels among students in Austria Science of the Total

Environment v385 n13 p37-47 2007

HACON SS DOacuteREA JG FONSECA MF OLIVEIRA BA MOURAtildeO DS RUIZ

CMV GONCcedilALVES RA MARIANI CF BASTOS WR The influence of chances in

lifestyle and mercury exposure in riverine populations of the Madeira River (Amazon Basin)

near a hydroelectric project International Journal of Environmental Research and Public

Health v11 n3 p2437-2455 2014

HALLIWELL B CHIRICO S Lipid peroxidation its mechanisms measurement and

significance American Journal and Clinical Nutrition v57 n5 suppl p715S-725S

1993

HAMANASHI T FURUTA H KATO H DOI A TAMAI M SHIMOMURA H

SAKAGASHIRA S NISHI M SASAKI H SANKE T NANJO K Functional variants

in the glutathione peroxidase-1 (GPx-1) gene are associated with increased intima-media

thickness of carotid arteries and risk of macrovascular disease in Japanese type 2 diabetic

patients Diabetes v53 n9 p2455-2460 2004

HARADA M NAKANISHI J YASODA E PINHEIRO MCN OIKAWA TAG

GUIMARAcircES GA CARDOSO BS KIZAKI T OHNO H Mercury pollution in the

Tapajos River basin Amazon mercury level of head hair and health effects Environment

International v27 n4 p285ndash290 2001

HATAGIMA A KLATAU-GUIMARAtildeES MZ SILVA FP CABELLO PH

Glutathione S-transferase M1 (GSTM1) polymorfism in two Brazillian populations Genetics

and Molecular Biology v23 n4 p709-713 2000

HERBETTE S ROECKEL-DREVET P DREVET JR Seleno-independent glutathione

peroxidases more than simple antioxidant scavengers FEBS Journal v274 n9 p2163-

2180 2007

HERCULANO AM CRESPO-LOacutePEZ ME LIMA SMA PINCANCcedilO DINIZ

DLW NASCIMENTO JLM Methylmercury intoxication activates nitric oxide synthase

in chick retinal cell culture Brazilian Journal of Medical and Biological Research v39

n3 p415ndash418 2006

90

HOLBEN DH SMITH AM The diverse role of selenium within selenoproteins a review

Journal of the American Dietetic Association v99 n7 p836-843 1999

HORVAT M BAEYENS W EBINGHAUS R VASILIEV O Mercury analysis and

speciation in environmental samples In NATO ASI SERIES 2 ENVIRONMENT global and

regional mercury cycles sources fluxes and mass balances Novosibirsk 1996 Kluwer

1996 p1-31

HU YJ DIAMOND AM Role of glutathione peroxidase 1 in breast cancer loss of

heterozygosity and allelic differences in the response to selenium Cancer Research v63

n12 p3347-3351 2003

HSIEH YY SHEN WS LEE LY WU TL NING HC SUN CF Long-term

changes in trace elements in patients undergoing chronic hemodialysis Biological Trace

Element Research v109 n2 p115-121 2006

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Atlas do Censo demograacutefico 2010 Rio de

Janeiro IBGE 2013 Disponiacutevel em httpbibliotecaibgegovbrvisualizacaolivrosliv64529_capa_sumpdf

Acesso em 02 Jan 2015

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Censo demograacutefico 2010 caracteriacutesticas

da populaccedilatildeo e dos domiciacutelios resultados do universo Rio de Janeiro IBGE 2011 270p Disponiacutevel em

httpbibliotecaibgegovbrvisualizacaoperiodicos93cd_2010_caracteristicas_populacao_domiciliospdf

Acesso em 02 Jan 2015

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Estimativas da populaccedilatildeo residente no

Brasil e unidades da Federaccedilatildeo com data de referecircncia em 1ordm de julho de 2014 2014 8p Disponiacutevel em

ftpftpibgegovbrEstimativas_de_PopulacaoEstimativas_2014nota_metodologica_2014pdf Acesso em 02

Jan 2015

INSTITUTE OF MEDICINE (United States) Dietary reference intakes for vitamin C

vitamin E selenium and carotenoides Washington National Academy Press 2000 529p

INTERNATIONAL PROGRAM ON CHEMICAL SAFETY UNITED NATIONS

ENVIRONMENT PROGRAMME WORLD HEALTH ORGANIZATION

Methylmercury Geneva World Health Organization 1990 v118 144p (Methylmercury in

environmental health criteria 101)

INSTITUTE OF MEDICINE (United States) Introduction to dietary reference intakes In

______ Dietary reference intakes for vitamin C vitamin E selenium and carotenoides

Washington National Academy Press 2000 cap1 p21-34

INTERNATIONAL PROGRAM ON CHEMICAL SAFETY UNITED NATIONS

ENVIRONMENT PROGRAMME WORLD HEALTH ORGANIZATION

Methylmercury Geneva World Health Organization 1990 v118 144p (Methylmercury in

environmental health criteria 101)

INSTITUTE OF MEDICINE (United States) Nutrient assessment of individuals statistical

foundations In ______ Dietary reference intakes applications in dietary assessment

Washington National Academy 2000 append B p185-210

91

JABLONSKA E GROMADZINSKA J RESZKA E WASOWICZ W SOBALA W

SZESZENIA-DABROWSKA N BOFFETTA P Association between GPx1 Pro198Leu

polymorphism GPx1 activity and plasma selenium concentration in humans European

Journal of Nutrition v48 n6 p383ndash386 2009

JAFFEacute WG RUPHAEL MD MONDRAGON MC CUEVAS MA Estudio cliacutenico e

bioquiacutemicos em nintildeos escolares de uma zona seleniacutefera Archivos Latinoamericanos de

Nutricioacuten v22 n4 p595-611 1972

JAIN M KUMAR S RASTOGI N LAL P GHOSHAL UC TIWARI A PANT

MC BAIQ MQ MITTAL B GSTT1 GSTM1 and GSTP1 genetic polymorphisms and

interaction with tobacco alcohol and occupational exposure in esophageal cancer patients

from North India Cancer Letters v242 n1 p60ndash67 2006

JONES DP Redefining oxidative stress forum review Antioxidants amp Redox Signaling

v8 n910 p1865-1879 2006

KAUWELL GPA Emerging concepts in nutrigenomics a preview of what is to come

Nutrition in Clinical Practice v20 n1 p75-87 2005

KARUNASINGLE N HAN DY ZHU S YU J LANGE K DUAN H MEDHORA

R SINGH N KAN J ALZAHER W CHEN B KO S TRIGGS CM FERGUSON

LR Serum selenium and single-nucleotide polymorphisms in genes for selenoproteins

relationship to markers of oxidative stress in men from Auckland New Zealand Genes amp

Nutrition v7 n2 p179-190 2012

KLAUTAU-GUIMARAtildeES MN DrsquoASCENCcedilAtildeO R CALDART FA GRISOLIA CK

SOUZA JR BARBOSA AC CORDEIRO CMT FERRARI I Analysis of genetic

susceptibility to mercury contamination evaluated through molecular biomarkers in at-risk

Amazon Amerindian populations Genetics and Molecular Biology v28 n4 p827-832

2005

KO WS GUO CH YEAH MS LIN LY HSU GS CHEN PC LUO MC LIN

CY Blood micronutrient oxidative stress and viral lood in patients with chronic hepatitis C

World Journal of Gastroenterology v14 n30 p4697ndash4702 2005

KOumlHRLE J The trace element selenium and the thyroid gland Biochimie v81 p527-533

1999

KOumlHRLE J FLOHEacute BR BOCK A GARTNER R MEYER O FLOHEacute L Selenium

in biology facts and medical perspectives Biological Chemistry v381 n910 p849-864

2000

KRISHNAN S RANI P Evaluation of selenium redox statusand their association with

plasma amyloidtau in Alzheimerrsquos disease Biological Trace Element Research v158 n2

p158ndash165 2014

KUZUYA M ANDO F IGUCHI A SHIMOKATA H Glutathione peroxidase 1

Pro198Leu variant contributes to the metabolic syndrome in men in a large Japanese cohort

American Journal of Clinical Nutrition v87 n6 p1939ndash1944 2008

92

LACERDA LD Distribuiccedilatildeo e comportamento do mercuacuterio no ambiente Amazocircnico In

HACON S LACERDA LD PFEIFFER WC CARVALHO D orgs Riscos e

consequecircncias do uso do mercuacuterio Rio de Janeiro Ministeacuterio da Sauacutede FINEP IBAMA

CNPQ 1990 p80-90 [Seminaacuterio Nacional ldquoRiscos e Consequumlecircncias do Uso do Mercuacuteriordquo

de 12 a 15 de setembro de 1989 Brasilia - DF]

LAumlRSTAD M LJUNGKVIST G OLIN AC TOREacuteN K Determination of

malondialdehyde in breath condensate by high-performance liquid chromatography with

fluorescence detection Journal of Chromatography B Analytical Technologies in the

Biomedical and Life Sciences v766 n1 p107-114 2002

LEE BE HONG YC PARK H HA M KOO BS CHANG N ROH YM KIM

BN KIM YJ KIM BM JO SJ HA EH Interaction between GSTM1GSTT1

polymorphism and blood mercury on birth weight Environmental Health Perspectives

v118 n3 p437-443 2010

LEI XG CHENG W McCLUNG JP Metabolic regulation and function of glutathione

peroxidase-1 Annual Review of Nutrition v27 p41-61 2007

LEMIRE M FILLION M FRENETTE BT PASSOS CJS GUIMARAtildeES JRD

BARBOSA Jr F MERGLER D Selenium from dietary sources and motor functions in the

Brazilian Amazon Neurotoxicology v32 n6 p944-953 2011

LEMIRE M FILLION M FRENETTE BT MAYER A PHILIBERT A PASSOS

CJS GUIMARAtildeES JR BARBOSA FJ MERGLER D Selenium and mercury in the

Brazilian Amazon opposing influences on age-related cataracts Environmental Health

Perspectives v118 n11 p1584-1589 2010

LEMIRE M MERGLER D FILLION M PASSOS CJS GUIMARAtildeES JRD

DAVIDSON R LUCOTTE M Elevated blood selenium levels in the Brazilian Amazon

Science of the Total Environment v366 n1 p101-111 2006

LEMIRE M MERGLER D HUEL G PASSOS CJS FILLION M PHILIBERT A

GUIMARAtildeES JR RHEAULT I BORDUAS J NORMAND G Biomarkers of selenium

status in the Amazonian context blood urine and sequential hair segments Journal of

Exposure Science amp Environmental Epidemiology v19 n2 p213-222 2009

LETAVAYOVAacute L VLCKOVAacute V BROZMANOVAacute J Selenium from cancer

prevention to DNA damage Toxicology v227 n12 p1-14 2006

LINDBERG A BJORNBERG KA VAHTER M BERGLUNG M Exposure to

methylmercury in non-fish eating people in Sweden Environmental Research v96 n1

p28-33 2004

LIVAK KJ FLOOD SJA MARMARO J GIUSTI W DEETZ K Oligonucleotides

with fluorescent dyes at opposite ends provide a quenched probe system useful for detecting

PCR product and nucleic acid hybridization PCR Methods and Applications v4 n6

p357-362 1995

MAIA CSC O selecircnio e a glacircndula tireoacuteide um estudo em pacientes portadores de

disfunccedilotildees tireoidianas nos estados do Cearaacute e Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2008 117p Tese de

Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo

93

MANNERVICK B The isoenzymes of glutathione transferase Advances in Enzymology

and Related Areas of Molecular Biology v57 p357-417 1985

MARQUES RC Avaliaccedilatildeo da exposiccedilatildeo ao mercuacuterio e seus compostos sobre o

desenvolvimento neuropsicomotor em crianccedilas de Porto Velho-RO Beleacutem 2002 102p

Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Nuacutecleo de Medicina Tropical - Universidade Federal do Paraacute

MARQUES RC DOacuteREA JG BASTOS WR REBELO MF FONSECA MF

MALM O Maternal mercury exposure and neuro-motor development in breastfed infants

from Porto Velho (Amazon) Brazil Int J Hyg Environ Health v210 p51ndash60 2007 Int

J Environ Res Public Health 2013

MARQUES RC BERNARDI JVE DOREA JG BRANDAtildeO KG BUENO L

LEAtildeO RS MALM O Fish consumption during pregnancy mercury transfer and birth

weight along Madeira River basin in Amazonia International Journal of Environmental

Research and Public Health v10 n6 p2150-2163 2013

MARTENS AVS COZZOLINO SMF Mapeamento da distribuiccedilatildeo de selecircnio em

territoacuterio brasileiro por meio da anaacutelise de alimentos nativos feijatildeo (fascolos vulgaris L) e

carne bovina para o consumo humano e aacuteguas e solo oriundos Satildeo Paulo FAPESP 2002

Processo n0011578-3 [Relatoacuterio Cientifiacuteco]

MARTENS IBG MARTENS A COZZOLINO SMF Selecircnio In COZZOLINO

SMF org Biodisponibilidade de nutrientes 4ed Barueri Manole 2012 p721-765

MEECH JA VEIGA MM THOMASNS D Emissions and stability of mercury in the

Amazon Canadian Metallurgical Quarterly v36 n4 p231-239 1997

MIRETZKY P BISINOTI MC JARDIM WF Sorption of mercury (II) in Amazon soils

from column studies Chemosphere v60 n11 p1583-1589 2005

MORADI M EFYEKHARI MH TALEI A FARD ARA Comparative study of

selenium concentration and glutathione peroxidase activity in normal and breast cancer

Public Health Nutrition v12 n1 p59-63 2009

MORAIS LMTS CARDOSO FILHO C LOURENCcedilO GJ SHINZATO JY

ZEFERINO LC LIMA CSP GURGEL MSC Caracteriacutesticas mamograacuteficas do cacircncer

de mama associadas aos polimorfismos GSTM1 e GSTT1 Revista da Associaccedilatildeo Meacutedica

Brasileira v54 n1 p61-66 2008

MUCCI A MONTGOMERY S LUCOTTE M PLOURDE Y PICHET P VANTRA

H Mercury remobilization from flooded soils in a hydroelectric reservoir of Northern

Quebec La Grande-2 results of a soil resuspension experiment Canadian Journal of

Fisheries and Aquatic Sciences v52 n11 p2507-2517 1995

NAGANUMA A ANDERSON ME MEISTER A Cellular glutathione as a determinant

sensitivity to mercury chloride prevention of toxicity by giving glutathione monoester

Biochemical Parmacology v40 n4 p693-697 1990

NAVARRO-ALARCON M CABRERA-VIQUE C Selenium in food and the human body

a review Science of the Total Environment v400 n13 p115-141 2008

94

NAVARRO-ALARCON M LOacutePEZ-MARTINEZ MC Essentiality of selenium in the

human body relationship with different diseases Science of the Total Environment v249

n13 p347-371 2000

NATIONAL RESEARCH COUNCIL Nutrient requeriments of dairy cattle 7ed

Washington National Academy Press 2001381p

NISHIMURA LS Polimorfismo Pro198Leu no gene para a enzima antioxidante

dependente de selecircnio glutationa peroxidase 1 e risco de cacircncer epidermoide da cavidade

oral e orofaringe 2010 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncia dos Alimentos) ndash Faculdade

de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

OLUSI SO Obesity is independent risk factor for plasma lipid peroxidation and depletion of

erythrocyte cytoprotectic enzymes in humans International Journal of Obesity and

Related Metabolic Disorders v26 n9 p1159ndash1164 2002

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Elementos traccedilo na nutriccedilatildeo e sauacutede humana

Satildeo Paulo Roca 1998 p63-91

ORTUNtildeO J ROS G PERIAGO MJ MARTINEZ C LOPEZ G RODRIGO J

Importacircncia nutricional del selenio Archivos Latinoamericanos de Nutricioacuten v47 n1

p6-13 1997

PAGLIA DE VALENTINE WN Studies on the quantitative and qualitative

characterization of erythrocyte glutathione peroxidase Journal of laboratory and clinical

medicine v70 n1 p158-169 1967

PAPP LV LU J HOLMGREN A KHANNA KK From selenium to selenoproteins

synthesis identity and their role in human health Antioxidants amp Redox Signaling v9 n7

p776-796 2007

PARADIS S WHEATLEY B BOSWELL-PURDY J BEacuteLISLE D COLE M

LICKERS H HAYTON A DAVIES K Mercury contamination through fish

consumption a model for predicting and preventing hazardous behavior on a community

level Mercury as a Global Pollutant Human Health Issues v97 p147-158 1997

PARK SK KANG D NOH DY LEE KM KIM SU CHOI JY CHOI IM

AHN SH CHOE KJ HIRVONEN A STRICKLAND PT YOO KY Reproductive

factors glutathione S-transferase M1 and T1 genetic polymorphism and breast cancer risk

Breast Cancer Research and Treatment v78 n1 p89-96 2003

PASSOS CJ MERGLER D GASPAR E MORAIS S LUCOTT M LARRIBE F

DAVIDSON R GROSBOIS S Eating tropical fruit reduces mercury exposure from fish

consumption in the Brazilian Amazon Environmental Research v93 n2 p123-130 2003

PASSOS CJ MERGLER D LEMIRE M FILLION M GUIMARAtildeES JR Fish

consumption and bioindicators of inorganic mercury exposure Science of the Total

Environment v373 n1 p68ndash76 2007

PASCALICCHIO AAE Contaminaccedilatildeo por metais pesados sauacutede puacuteblica e medicina

ortomolecular Satildeo Paulo Annablume 2002 132p

95

PEROTTONI J LOBATO LP SILVEIRA A ROCHA JBT EMANUELLI T Effects

of mercury and selenite on D-aminolevulinate dehydratase activity and on selected oxidative

stress parameters in rats Environmental Research v95 n2 p166-173 2004

PINHEIRO MCN GUIMARAtildeES GA NAKANISHI J OIKAWA T VIEIRA JL

QUARESMA M CARDOSO B AMORAS W Avaliaccedilatildeo da contaminaccedilatildeo mercurial

mediante anaacutelise do teor de Hg total em amostras de cabelo em comunidades ribeirinhas do

Tapajoacutes Paraacute Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v33 n2

p181-194 2000

PINHEIRO MCN MACCHI BM VIEIRA JLF OIKAWA T AMORAS WW

GUIMARAtildeES GA COSTA CA CRESPO-LOacutePEZ ME HERCULANO AM

SILVEIRA LC NASCIMENTO JL Mercury exposure and antioxidant defenses in

women a comparative study in the Amazon Environmental Research v107 n1 p53ndash59

2008

PINHEIRO MCN MULLER RCS SARKIS JE VIEIRA JLF OIKAWA T

GOMES MSV GUIMARAtildeES GA NASCIMENTO JLM SILVEIRA LCL

Mercury and selenium concentrations in hair samples of women in fertile age from Amazon

riverside communities Science of the Total Environment v349 n13 p284-288 2005

PINHEIRO DS ROCHA FILHO CR MUNDIM CA MARCO Jr P ULHOA CJ

REIS AAS GHEDINI PC Evaluation of glutathione S-transferase GSTM1 and GSTT1

deletion polymorphisms on type-2 diabetes mellitus risk PLoS One v8 n10 arte76262

p1-5 2013

PIRES LV Efeito da suplementaccedilatildeo com castanha-do-Brasil (Bertholletia excelsa

HBK) na expressatildeo gecircnica de citocinas inflamatoacuterias e sua relaccedilatildeo com o estresse

oxidativo e pacientes com diabetes mellitus tipo 1 Satildeo Paulo 2012 130p Tese de

Doutorado ndash Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo

POSSUELO LG PERACcedilA CF EISENHARDT MF DOLTO ML CAPPELLETTI

L FOLETTO E VALIM ARM Polymorphisms of GSTM1 and GSTT1 genes in breast

cancer susceptibility a case-control study Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetriacutecia

v35 n12 p569-574 2013

PRIOR RL HOANG H GU L WU X BACCHIACA M HOWARD L

HAMPSCH-WOODILL M HUANG D OU B JACOB B Assays for hydrophilic and

lipophilic antioxidant capacity (oxygen radical absorbance capacity (ORACFL)) of plasma

and other biological and food samples Journal of Agricultural and Food Chemistry v51

n11 p3273-3279 2003

RAVN-HAREN G OLSEN A TJONNELAND A DRAGSTED LO NEXO BA

WALLIN H OVERVAD K RASCHOU-NIELSENL O VOGEL U Associations

between GPx 1 Pro198Leu polymorphism erythrocyte GPx activity alcohol consumption and

breast cancer risk in a prospective cohort study Carcinogenesis v27 n4 p820-825 2006

RAYMAN MP The importance of selenium to human health Lancet v356 n9225 p233-

241 2000

RAYMOND LJ RALSTON NVC Mercury selenium interactions and health

implications Seychelles Medical and Dental Journal v7 n1 spiss p72-77 2004

96

REILLY C Selenium in food and health London Blackie Academic and Professional

1996 338p

REZAEI Z JAMSHIDZADEH A SANATI E A rapid and sensitive method for the

determination of malondialdehyde as its hydralazine derivative in human plasma using high

performance liquid chromatography Analytical Methods v5 n12 p2995-2999 2013

RICHIE Jr JP MUSCAT JE ELLISION I CALCAGNOTTO A KLEINMAN W

EL-BAYOUMY K Association of selenium status and blood glutathione concentrations in

blacks and whites Nutrition and Cancer v63 n3 p367ndash375 2011

RIDNOUR LA ISENBERG JS ESPEY MG THOMAS DD ROBERTS DD Nitric

oxide regulates angiogenesis through a functional switch involving thrombospondin-1

Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America v102

n37 p13147-13152 2005

ROCHA AV Estado nutricional relative ao selecircnio de crianccedilas residentes em duas

localidades de Rondocircnia Amazocircnia Ocidental Satildeo Paulo 2009 109p Dissertaccedilatildeo de

Mestrado ndash Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas ndash Universidade de Satildeo Paulo

ROCHA AV CARDOSO BR COMINETTI C BUENO RB BORTOLI MC

FARIAS LA FAVARO DIT CAMARGO LMA COZZOLINO SMF Selenium

status and hair mercury leves in riverine children from Rondocircnia Amazonia Nutrition v30

n11-12 p1318-1323 2014

SAacute AL HERCULANO AM PINHEIRO MC SILVEIRAS LCL NASCIMENTO

JLM CRESPO-LOacutePEZ ME Exposiccedilatildeo humana ao mercuacuterio na regiatildeo oeste do Estado do

Paraacute Revista Paraense de Medicina v20 n1 p19-25 2006

SAMPAIO DS LUCOTTE M ROULET HP MERGLER D CROSSA M Mercuacuterio

nos peixes do Rio Tapajoacutes Amazocircnia brasileira InterfacEHS v1 n1 art 6 p1-31 2006

Disponiacutevel em

httpwwwunitesuqamcagmfcarusodoccarusosampaiosampaio_et_al_2006pdf Acesso

em 24 Dez 2014

SANTOS KMO AQUINO RC Grupo dos oacuteleos e gorduras In PHILIPPI ST Piracircmide

dos alimentos fundamentos baacutesicos da nutriccedilatildeo 2ed Barueri Manole 2014 p251-303

SANTOS LB Polimorfismo Pro198Leu no gene que codifica para glutationa

peroxidase 1 e sua relaccedilatildeo com o estado nutricional relativo ao selecircnio de uma populaccedilatildeo

adulta residente no municiacutepio de Fortaleza Cearaacute 201393f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash

Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2013

SAVASKAN NE UFER C KUHN H BORCHERT A Molecular biology of

glutathione peroxidase 4 from genomic structure to developmental expression and neural

function Biological Chemistry v388 n10 p1007ndash1017 2007

SCHMIDT MI DUNCAN BB SILVA GA MENEZES AM MONTEIRO CA

BARRETO SM CHOR D MENEZES PR Doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis no

Brasil carga e desafios atuais 2011 (Sauacutede no Brasil 4) Disponiacutevel em

httpdownloadthelancetcomflatcontentassetspdfsbrazilbrazilpor4pdf Acesso em 10 Jan

2015

97

SCHORK NJ FALLIN D LANCHBURY J Single Nucleotide Polymorphisms and the

future of genetic epidemiology Clinical Genetics v58 n4 p250-264 2000

SILVA JJRF WILLIAMS RJP The biological chemistry of the elements the

inorganic chemistry of life Oxford Oxford University Press New York Clarendon Press

1993 561p

SITTA A VANZIN CS BIANCINI GB MANFREDINI V OLIVEIRA AB

WAYHS CA RIBAS GO GIUGLIANI L SCHWARTZ IV BOHRER D

GARCIA SC WAJNER M VARGAS CR Evidence that L-carnitine and selenium

supplementation reduces oxidative stress in phenylketonuric patients Cellular and

Molecular Neurobiology v31 n3 p429ndash436 2011

SKOOG DA HOLLER FJ NIEMAN TA Princiacutepios de anaacutelise instrumental 5ed

Satildeo Paulo Bookman 2002 836p

SMOLKOVAacute B DUSINSKAacute M RASLOVAacute K BARANCOKOVAacute M

KAZIMIacuteROVAacute A HORSKAacute A SPUSTOVAacute V COLLINS A Folate levels determine

effect of antioxidant supplementation on micronuclei in subjects with cardiovascular risk

Mutagenesis v19 n6 p469ndash476 2004

SOUZA JR BARBOSA AC Contaminaccedilatildeo por Hg e o caso da Amazocircnia Quiacutemica Nova

na Escola n12 p23-25 2000

SOUZA ML MENEZES HC Processamentos de amecircndoa e torta de castanhandashdondashBrasil e

farinha de mandioca paracircmetros de qualidade Ciecircncia Tecnologia e Alimentos v24 n1

p120-128 2004

STEUERWALD U WEIHE P JORGENSEN PJ BJERVE K BROCK J HEINZOW

B BUDTZ-JORGENSEN E GRANDJEAN P Maternal seafood diet methylmercury

exposure and neonatal neurologic function Journal of Pediatrics v136 n5 p599-605

2000

STOCKLER-PINTO MB FARAGE NE BOAVENTURA GT COZZOLINO SM

Effect of Brazil nut supplementation on the blood levels of selenium and glutathione

peroxidase in hemodialysis patients Nutrition v26 n1112 p1065ndash1069 2010

SLATER B MARCHIONI DL FISBERG RM Estimando a prevalecircncia da ingestatildeo

inadequada de Nutrientes Rev Sauacutede Puacuteblica v33 n4 p599-605 2004

SUZEN HS GUCYENER E SAKALLI O UCKUN Z KOSE G USTEL D

DUYDU Y CAT C-262T and GPx 1 Pro198Leu polimorphisms in a Turkish population

Molecular Biology Reports v37 n1 p87-92 2010

TAKEUCKI T ETO K The pathology of Minamata disease a tragic story of water

pollution Kyushu Kyushu University Press 1999 310p

TAPIERO H TOWNSEND DM TEW KD The antioxidant role of selenium and seleno-

compounds Biomedicine amp Pharmacotherapy v57 n34 p134ndash144 2003

TINKOV AA SKALNAYA MG DEMIDOV VA SEREBRYANSKY EP

NIKONOROV AA SKALNY AV Hair mercury association with selenium serum lipid

98

spectrum and gama-glutamyl transferase activity in adults Biological Trace Element

Research v161 n3 p255-262 2014

UNITED NATIONS Enviroment Programme Chemicals Impacts of mercury on the

environment In ______ Global mercury assessment Geneva UNEP 2002 cap5 p73-

86

UNITED STATES Department of Health and Human Services Public Heath Services

Agency for Toxic Substances and Disease Registry Toxicological Profile for Mercury

Atlanta ATSDR 1999 676p

VAN DAEL P DEELSTRA H Selenium International Journal for Vitamin and

Nutrition Research v63 n4 p312-316 1993

VIVANCO RHC MENGE FGW BARRIGA PAC Variaciones de la fragilidad

osmoacutetica eritrocitaria en bovinos a pastoreo sobre praderas con bajo contenido de selenio y

suplementados o no con selecircnio Revista Cientiacutefica vXVI n3 p227-231 2006

WIDERSTEN M PEARSON WR ENGSTROEM A MANNERVIK B Heterologous

expression of the allelic variant μ-class glutathione transferases μ and ψ Biochemical

Journal v276 n2 p519-5241991

WILLETT WC Inssues in analysis and presentation of dietary data In ______ Nutritional

epidemiology 2ed New York Oxford University Press 1998 p321ndash345 (Monographs in

epidemiology and biostatistics 30)

WILLET WCHOWE GR KUSHI LH Adjustment for total energy in epidemiologic

studies Am J Clin Nutr v65 p1220-28 1997

WILLET W STAMPFER M Implications of total energy intake for epidemiologic

analyses In Willet WC Nutrition epidemiology 2 ed New York Oxford University Press

p514 1998

WORLD HEALTH ORGANIZATION Obesity preventing and managing the global

epidemic report of a WHO consultation on obesity Geneva World Health Organization

2000 p256 (WHO Obesity Technical Report Series n284)

XU S WANG Y ROE B PEARSON WR Characterization of the human class Mu

glutathione S-transferase gene cluster and GSTM1 deletion Journal of Biological

Chemistry v273 n6 p3517-3527 1998

YANG GQ WANG SZ ZHAU RH SUN SZ Endemic selenium intoxication of

humans in China American Journal of Clinical Nutrition v37 n5 p872-881 1983

ZACHARA BA UKLEJA-ADAMOWICZ M NARTOWICZ E LECKA J Increased

plasma glutathione peroxidase activity in patients with acute myocardial infarction Medical

Science Monitor v7 n3 p415-420 2001

ZHANG FA YU W HARGROVE JL GREENSPAN PA DEAN RG TAYLOR

EW HARTLE DK Inhibition of TNF- induced ICAM-1 VCAM-1 and E-selectin

expression by selenium Atherosclerosis v161 n2 p381-386 2002

99

ZHANG M MA AG ZHANG XZ GE S SHI XX Effect of multiple micronutrients

supplementation on anti-oxidative activity and oxidized DNA damage of lymphocytes in

children Zhonghua Liu Xing Bing Xue Za Zhi v26 n4 p268ndash272 2005

ZHENG W WEN WQ GUSTAFSON DR GROSS M CERHAN JR FOLSOM

AR GSTM1 and GSTT1 polymorfism and postmenopausal breast cancer risk breast cancer

Breast Cancer Research and Treatment v74 n1 p9-16 2002

100

APEcircNDICES

APEcircNDICE 1 Cartaz de divulgaccedilatildeo da pesquisa

APEcircNDICE 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

APEcircNDICE 3 Ficha de Identificaccedilatildeo e Controle

(Anamnese peso estatura IMC coleta de sangue e cabelos)

APEcircNDICE 4 Caderno de Registro do Consumo Alimentar

101

102

UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO

FACULDADE DE CIEcircNCIAS FARMACEcircUTICAS ndash FCFUSP

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE

1 Informaccedilotildees do Sujeito da Pesquisa

Nome

Documento de Identidade nordm Sexo ( ) M ( )F

Data de Nascimento

Endereccedilo Nordm Complemento Bairro Cidade Estado

CEP Telefones

2 Informaccedilotildees do Responsaacutevel Legal

Nome Natureza (grau de parentesco tutor curador etc) Documento de Identidade nordm Sexo ( ) M ( )F Data de Nascimento Endereccedilo Nordm Complemento Bairro Cidade Estado CEP Telefones

Tiacutetulo do Projeto de Pesquisa Estado nutricional relativo ao selecircnio concentraccedilotildees de

mercuacuterio estresse oxidativo e os polimorfismos Pro198Leu no gene da glutationa

peroxidase 1 (GPx1) e GSTM1 no gene da glutationa S- transferase (GST) em mulheres

residentes em aacuterea de risco de contaminaccedilatildeo por mercuacuterio

3 Duraccedilatildeo da Pesquisa 24 meses

4 Nome do pesquisador responsaacutevel Silvia Maria Franciscato Cozzolino Cargo Funccedilatildeo

Professora Titular do Programa de poacutes-graduaccedilatildeo em Ciecircncia dos Alimentos da Faculdade de Ciecircncias

Farmacecircuticas FCFUSP

Nordm do Registro do Conselho Regional CRN30621

Instituiccedilatildeo Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo USP

Sravoluntaacuteria essa pesquisa tem como tiacutetulo Estado nutricional relativo ao selecircnio e

concentraccedilotildees de mercuacuterio e a relaccedilatildeo com estresse oxidativo e os polimorfismos Pro198Leu

e GSTM1 em mulheres na idade feacutertil em aacuterea exposta agrave contaminaccedilatildeo por mercuacuterio A

responsaacutevel por esse estudo eacute a professora titular Silvia Maria Franciscato Cozzolino e como

103

colaborada a estudante de doutorado Ariana Vieira Rocha Ambas pertencem a Faculdade de

Ciecircncias Farmacecircuticas (FCF) da Universidade de Satildeo Paulo (USP)

De acordo com algumas pesquisas as mulheres da Amazocircnia apresentam

concentraccedilotildees elevadas de mercuacuterio e essa contaminaccedilatildeo pode comprometer a sauacutede natildeo soacute

delas como tambeacutem das crianccedilas pois uma das formas do mercuacuterio atravessa facilmente a

barreira placentaacuteria e o mercuacuterio acaba se concentrando no ceacuterebro das crianccedilas Isso pode

inibir o desenvolvimento cerebral Por isso eacute preocupante a exposiccedilatildeo das mulheres na idade

feacutertil ao mercuacuterio Acredita-se que o mineral selecircnio possa ser um possiacutevel colaborador para

a populaccedilatildeo natildeo apresentar sinais cliacutenicos evidentes da contaminaccedilatildeo por mercuacuterio Isso pode

ser devido a algumas atribuiccedilotildees do selecircnio pois este mineral tem como uma das suas accedilotildees

atuar como antioxidante e isso pode neutralizar os danos causados pela contaminaccedilatildeo do

mercuacuterio

Desta forma estamos por meio desse documento lhe convidando a participar desse

estudo que tem como objetivo principal avaliar o estado nutricional relativo ao selecircnio assim

como as concentraccedilotildees de mercuacuterio e a relaccedilatildeo desses com o estresse gerado nas ceacutelulas e

tambeacutem com algumas alteraccedilotildees geneacuteticas em mulheres na idade feacutertil em aacuterea exposta ao

mercuacuterio Nesta pesquisa participaraacute 200 mulheres voluntaacuterias da cidade de Porto Velho

Rondocircnia

Se vocecirc concordar em participar passaraacute pelos seguintes procedimentos avaliaccedilatildeo

nutricional onde seratildeo obtidos os dados de peso estatura e circunferecircncia da cintura e

tambeacutem seratildeo anotados os seus dados sobre o consumo alimentar ou seja tudo o que foi

consumido no periacuteodo de 3 dias sendo 2 dia da semana e 1 dia do fim de semana Seraacute

realizada ainda uma coleta de sangue de (20mL) em jejum de 10 a 12 horas para a realizaccedilatildeo

da determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo do mineral selecircnio e avaliar o estresse gerado nas ceacutelulas e

se haacute uma alteraccedilatildeo geneacutetica que possa interferir na concentraccedilatildeo de selecircnio ou mercuacuterio no

organismo Por fim seraacute coletado em torno de (1g) de cabelo na regiatildeo detraacutes do pescoccedilo para

avaliar as concentraccedilotildees de mercuacuterio A pesquisa possui um risco miacutenimo em virtude da

coleta de sangue que pode causar um desconforto poreacutem este seraacute coletado por um

profissional de enfermagem capacitado A obtenccedilatildeo desses dados seraacute realizada no

Laboratoacuterio Alphaclin localizado na Avenida Calama 2215 Bairro Satildeo Joatildeo Bosco Apoacutes

essas coletas seraacute distribuiacutedo um kit lanche contendo bolacha de aacutegua e sal ou biscoito

integral uma fruta e um suco de fruta de caixinha de 200mL O seu sangue seraacute armazenado

no laboratoacuterio de nutriccedilatildeo-minerais da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade

de Satildeo Paulo (USP) sob a responsabilidade da professora titular Silvia Maria Franciscato

Cozzolino para pesquisas futuras Poreacutem se isso acontecer vocecirc seraacute consultado a respeito e

um novo projeto seraacute submetido ao Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

Vocecirc autoriza o armazenamento do seu sangue para pesquisas futuras

( )sim ( )natildeo

Os resultados obtidos seratildeo arquivados e mantidos em sigilo conforme eacutetica Eacute direito

de cada participante obter os resultados das anaacutelises que seratildeo feitas bem como informaccedilotildees

sobre o andamento da pesquisa procedimentos utilizados riscos e benefiacutecios relacionados em

qualquer fase do estudo a fim de esclarecer eventuais duacutevidas Deve ser ressaltado que a

participaccedilatildeo na pesquisa poderaacute ser desfeita em qualquer momento que o Sra achar

conveniente sem sofrer nenhum tipo de constrangimento Natildeo haveraacute nenhuma despesa

financeira para a natildeo participaccedilatildeo neste estudo assim como natildeo haveraacute recompensa

financeira relacionada agrave participaccedilatildeo na pesquisa

Esse estudo traraacute benefiacutecios pois existem evidecircncias que o selecircnio pode exercer um

efeito protetor no organismo contra os malefiacutecios do mercuacuterio Logo os resultados

contribuiratildeo para uma melhor qualidade de vida atraveacutes do conhecimento da avaliaccedilatildeo do

104

estado nutricional Aleacutem do que seraacute realizada uma avaliaccedilatildeo nutricional completa por uma

nutricionista e seratildeo oferecidas orientaccedilotildees quanto agrave alimentaccedilatildeo

ndash INFORMACcedilOtildeES DE NOMES ENDERECcedilOS E TELEFONES DOS RESPONSAacuteVEIS PELO

ACOMPANHAMENTO DA PESQUISA PARA CONTATO EM CASO DE INTERCORREcircNCIAS

CLIacuteNICAS E REACcedilOtildeES ADVERSAS

Silvia Maria Franciscato Cozzolino ndash (Professora Titular do programa de Poacutes-

graduaccedilatildeo em Ciecircncia dos Alimentos da Faculdade de Ciecircncias FarmacecircuticasFCF

(USP) Telefone(11)3091-3625 Endereccedilo da Faculdade Cidade Universitaacuteria Av Lineu

Prestes 580 ndash Bloco 14

Telefone (11) 3091 -3625 (Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo ndash Minerais)

Ariana Vieira Rocha - (Doutoranda do programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Ciecircncia dos

Alimentos da Faculdade de Ciecircncias FarmacecircuticasFCF (USP) Endereccedilo Residencial

Bairro Liberdade Rua da Gloacuteria - 654 Apto 84 CEP 01510-000 ndash Satildeo Paulo ndash SP Telefone

(11) 98532-2125

Endereccedilo da Faculdade Cidade Universitaacuteria Av Lineu Prestes 580 ndash Bloco 14

Telefone 3091 -3625 (Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo ndash Minerais)

Consentimento Poacutes-Esclarecido

Declaro que apoacutes convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ter entendido o que me

foi explicado consinto em participar do presente Protocolo de Pesquisa

Porto Velhodede

_______________________________

Assinatura do sujeito de pesquisa

Ou responsaacutevel legal

___________________________________

Assinatura do pesquisador responsaacutevel

Para qualquer questatildeo duacutevida esclarecimento ou reclamaccedilatildeo sobre aspectos eacuteticos dessa

pesquisa favor entrar em contato com o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas da Faculdade de

Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo ndash Av Prof Lineu Prestes 580 - Bloco

13A ndash Butantatilde ndash Satildeo Paulo ndash CEP 05508-900 Fone 3091-3622 fone-fax 3091-3677 ndash e-

mail cepfcfuspbr

105

Universidade de Satildeo Paulo

Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas

Avaliaccedilatildeo Nutricional

Antropometria

Nome Data de Nascimento

DADOS ANTROPOMEacuteTRICOS

Idade anos

Circunferecircncia da Cintura (CC) Classificaccedilatildeo

Peso kg

Estaturacm

IMC Classificaccedilatildeo

Classificaccedilatildeo do estado nutricional para adultos segundo o Iacutendice de Massa Corpoacuterea (IMC)

Classificaccedilatildeo IMC (kgm2)

Risco de Comorbidades

Baixo Peso

˂ 185 Baixo

Peso Normal ou

Eutrofia 185 - 249

Meacutedio

Sobrepeso

ge 25 ndash 299 Aumentado

Obesidade I 300 - 349 Moderado

Obesidade II 350 ndash 399 Grave

Obesidade III ˃ 40 Muito Grave

Fonte WHO (2000)

106

Universidade de Satildeo Paulo

Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas

Pesquisador Ariana Vieira Rocha

Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo e Minerais(11) 3091-3625

Formulaacuterio Mercuacuterio (Hg)

Identificaccedilatildeo Data

Nome

Idade Sexo Raccedila

Endereccedilo

Haacute quanto tempo reside em Porto Velho

Onde residia anteriormente

Ocupaccedilatildeo principal Quanto tempo hdia

Haacutebitos

Come peixe sim natildeo

Procedecircncia do peixe consumido Nome do Rio

Espeacutecie mais consumida

Frequecircncia de consumo de peixe Quantidade

Frequecircncia de consumo de frutos do mar Quantidade

Ficou doente nos uacuteltimos seis meses sim natildeo

Tomou algum medicamento sim natildeo Qual Frequecircncia

No tratamento do cabelo vocecirc usa

soacute sabonete xampuacute condicionador tintura

liacutequido para permanente alisamento outros Quais

Qual a aacutegua que usa para tomar banho

caerd poccedilo ou mina outra procedecircncia qual

Qual a aacutegua que usa para beber

caerd e filtrada natildeo filtra de poccedilo ou mina galatildeo outra procedecircncia qual

107

ACOMPANHAMENTO NUTRICIONAL

Nome

Responsaacutevel Nutricionista Ariana Vieira Rocha

Universidade de Satildeo Paulo-USP

Telefone (69) 8118-4633 (11) 8532-2125

108

INFORMACcedilOtildeES

Pesquisas tentam explicar a presenccedila do Hg na regiatildeo amazocircnica pois os solos

ambientes aquaacuteticos e consequentemente os peixes apresentarem concentraccedilotildees elevados

deste metal assim como alguns indiviacuteduos que vivem nestas aacutereas poreacutem estes natildeo

apresentam sintomas e sinais cliacutenicos evidentes de contaminaccedilatildeo Supotildee-se que o selecircnio um

mineral antioxidante presente naturalmente no solo da regiatildeo seja um protetor para a aparente

toleracircncia destas populaccedilotildees agrave intoxicaccedilatildeo crocircnica por Hg Dentre outras funccedilotildees e accedilotildees o

selecircnio atua no fortalecimento do sistema imunoloacutegico e tambeacutem ajuda organismo a se

proteger dos danos causados pelos metais toacutexicos como por exemplo o Hg Dessa forma a

ingestatildeo adequada de selecircnio pode ter um efeito protetor contra a contaminaccedilatildeo por Hg

Este caderno tem como objetivo avaliar o estado nutricional relativo ao mineral

selecircnio Por isso eacute muito importante que todas as recomendaccedilotildees e orientaccedilotildees prestadas

durante o acompanhamento nutricional sejam atendidas

Ariana Vieira Rocha

Doutoranda em Ciecircncia dos Alimentos-FCFUSP

Porto Velho 2012

01

109

DADOS DE IDENTIFICACcedilAtildeO

1 Nome

Documento de Identidade nordm

Sexo ( X ) Feminino

Data de Nascimento

Naturalidade Escolaridade

Endereccedilo nordm

Bairro

Cidade

Cep Telefone Celular

Renda Familiar ( ) 1 SM ( ) 2 a 3 SM ( ) Acima de 4 SM

2 Histoacuteria Cliacutenica

Faz uso de anticonpepcional ( ) natildeo ( )sim

Se sim qual Quanto tempo

Antecedentes familiares ( )Dislipidemias ( )Diabetes mellitus

( )Hipertensatildeo arterial ( ) Obesidade

Outras qual

Faz atividade Fiacutesica ( ) natildeo ( ) sim qual

Quantas vezes por semana

02

110

ORIENTACcedilOtildeES QUANTO AO REGISTRO DOS ALIMENTOS

1 Anotar todos os alimentos consumidos durante todo o dia e a noite desde a hora que

acordar ateacute a hora em que for dormir

2 Colocar o horaacuterio das refeiccedilotildees

3 Natildeo esquecer de anotar os alimentos eou qualquer guloseima consumida (balas

chicletes etc) durante as refeiccedilotildees e nos intervalos

4 Anotar a quantidade do alimento consumido na forma de medidas caseiras (fotos

ilustrativas nas proacuteximas paacuteginas) Exemplo

colher de servir colher de sopa colher de sobremesa colher de chaacute ou cafeacute

concha escumadeira copo americano copo de requeijatildeo copo descartaacutevel de 180 ou

200 mL

xiacutecara de chaacute ou cafeacute

prato de mesa prato de sopa prato de sobremesa ou pires

5 Descrever com maior detalhe os tipos de alimentos ou marcas como por exemplo

leite desnatado integral tipo C em poacute

patildeo francecircs integral de forma de leite de batata de mel doce ou caseiro

bolachas recheadas aacutegua e sal chocolate sem recheio SEMPRE colocar o sabor e a

marca

frutas (anotar tipo e tamanho) por exemplo laranja lima meacutedia mamatildeo papaya (meia

unidade)

vegetais folhosos (anotar tipo e preparaccedilatildeo) por exemplo acelga refogada ou crua

manteiga ou margarina (o tipo a marca a quantidade consumida anotada em ponta de

faca ou em colheres de chaacute cafeacute sobremesa ou sopa)

salada de frutas (colocar tipo de frutas e os ingredientes incluiacutedos na salada)

bolo (sabor com ou sem recheio com ou sem cobertura de festa ndash se possiacutevel

escrever os principais ingredientes)

6 Lembrar de escrever o tipo de preparaccedilatildeo se o alimento eacute cozido frito grelhado

ensopado ou agrave milanesa (empanado)

7 Registrar os alimentos em unidades ou porccedilotildees como por exemplo bife meacutedio

pequeno coxa de frango peixe (pedaccedilo pequeno meacutedio ou grande)

8 Anotar as preparaccedilotildees que utilizem mais de um ingrediente e descrevecirc-los um a um

como por exemplo Sopa de legumes (quais is ingredientes e legumes utilizados nesta

preparaccedilatildeo)

03

111

MEDIDAS CASEIRAS

Colocamos ao lado de cada item uma caixa de foacutesforos ilustrativa para fins de

referecircncia quanto ao tamanho das medidas

04

112

Colocamos ao lado de cada item uma caixa de foacutesforos ilustrativa para fins de

referecircncia quanto ao tamanho das medidas

05

113

Margarina ou Manteiga

Colocamos ao lado de cada item uma caixa de foacutesforos ilustrativa para fins de

referecircncia quanto ao tamanho das medidas

06

114

REGISTRO DE ALIMENTOS

Dia 1

Data Dia da semana

Horaacuterio e Local Alimentos ou

Preparaccedilotildees

Quantidade

(medida caseira)

Marca Comercial

07

115

REGISTRO DE ALIMENTOS

Dia 2

Data Dia da semana

Horaacuterio e Local Alimentos ou

Preparaccedilotildees

Quantidade

(medida caseira)

Marca Comercial

08

116

REGISTRO DE ALIMENTOS

Dia 3

Data Dia da semana

Horaacuterio e Local Alimentos ou

Preparaccedilotildees

Quantidade

(medida caseira)

Marca Comercial

09

117

AGRADECEMOS A SUA COLABORACcedilAtildeO

Mestre Ariana Vieira Rocha (Nutricionista mestre e doutoranda do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncia dos

Alimentos Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo)

Doutora Silvia Maria F Cozzolino (Nutricionista Professora Titular do Departamento de Alimentos e Nutriccedilatildeo Experimental

Faculdade de Ciecircncias FarmacecircuticasUniversidade de Satildeo Paulo)

10

118

ANEXOS

ANEXO 1 Informaccedilotildees para os membros de bancas julgadoras

ANEXO 2 Parecer do Comitecirc de Eacutetica (CEP)

ANEXO 3 Ficha de Aluno

119

UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas

Secretaria de Poacutes-Graduaccedilatildeo

Informaccedilotildees para os Membros de Bancas Julgadoras de

MestradoDoutorado

1 O candidato faraacute uma apresentaccedilatildeo oral do seu trabalho com duraccedilatildeo

maacutexima de trinta minutos

2 Os membros da banca faratildeo a arguumliccedilatildeo oral Cada examinador

disporaacute no maacuteximo de trinta minutos para arguumlir o candidato exclusivamente sobre o

tema do trabalho apresentado e o candidato disporaacute de trinta minutos para sua

resposta

21 Com a devida anuecircncia das partes (examinador e candidato) eacute

facultada a arguumliccedilatildeo na forma de diaacutelogo em ateacute sessenta minutos por examinador

3 A sessatildeo de defesa seraacute aberta ao puacuteblico

4 Terminada a arguumliccedilatildeo por todos os membros da banca a mesma se

reuniraacute reservadamente e expressaraacute na ata (relatoacuterio de defesa) a aprovaccedilatildeo ou

reprovaccedilatildeo do candidato baseando-se no trabalho escrito e na arguumliccedilatildeo

41 Caso algum membro da banca reprove o candidato a Comissatildeo

Julgadora deveraacute emitir um parecer a ser escrito em campo exclusivamente indicado

na ata

42 Seraacute considerado aprovado o aluno que obtiver aprovaccedilatildeo por

unanimidade ou pela maioria da banca

5 Duacutevidas poderatildeo ser esclarecidas junto agrave Secretaria de Poacutes-

Graduaccedilatildeo pgfarmauspbr (11) 3091 3621

Satildeo Paulo 23 de maio de 2014

Prof Dr Adalberto Pessoa Junior Presidente da CPGFCFUSP

Av Prof Lineu Prestes 580 Bloco 13 A - Cidade Universitaacuteria - CEP 05508-900 - Satildeo Paulo - SP Fone (11) 3091 3621 - Fax (11) 3091 3141 ndash e-mail pgfarmauspbr

120

121

122

123

Page 8: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio

7

Kaacutetia Callou Larissa Bezerra Leila Hashimoto Luciane Alencar e Verocircnica Bandeira

por serem apoio companhia e ajuda nos trabalhos realizados no cotidiano

Especialmente

Agrave Bruna Reis (Rabin) e Isabela Saraiva (Isa nojentinha do meu coraccedilatildeo) que me

proporcionaram uma amizade de cunho profissional e pessoal tornando esta jornada mais

viva leve e muito alegre Por todos os braccedilos e abraccedilos servidos nos momentos de ajuda

sem horaacuterio para acabar Por me fazerem lembrar desse trio com um enorme sorriso no

rosto

Agrave Kaluce Almondes (Kakaacute) querida companheira de anaacutelises que pareciam interminaacuteveis

(risos) obrigada pela parceria conversas filosoacuteficas e gargalhadas constantes inclusive em

momentos de afliccedilatildeo

Agrave Liliane Viana Pires (Lili medalhinha) luz em todos os momentos (desde 2006)

Mesmo com a distacircncia geograacutefica existente entre noacutes vocecirc eacute sempre presente Agradeccedilo

ainda por despertar em mim a vontade de ser sempre melhor

Agraves florzinhas da Liliane Pires Leila Hashimoto (Leilinha) Luciane Alencar (Lu) e

Verocircnica Bandeira (Vecirc) pela ajuda durante as anaacutelises de enzimas mesmo com tantos

afazeres e por me tratarem sempre com muito carinho e atenccedilatildeo

Agrave Baacuterbara Cardoso pelo abraccedilo apertado que diz muito em cada encontro

Agraves Fernandas Santana e Shinagawa agradeccedilo a ajuda a companhia a diversatildeo e a

amizade construiacuteda principalmente nos momentos extras de trabalho jaacute que nem sempre

conseguiacuteamos acabar no horaacuterio do expediente em virtude do nuacutemero de amostras (risos)

Agrave Lilian Mendes apoio e alicerce fundamentais nos uacuteltimos meses que atraveacutes do seu

coraccedilatildeo profissionalismo e vivecircncia de mundo ensinou-me a aceitar e conviver com o meu

eu interior e com a minha alma

Ao meu irmatildeo de coraccedilatildeo Guilber Diniz Barros pela forccedila e energia enviada por todas as

conversas na tentativa de me distrair ou esquecer algo por me ajudar agrave distacircncia e

principalmente por me ensinar a levantar sem laacutegrimas nos olhos e de cabeccedila erguida

Agrave Fabiana Yasuhara da Assessoria Cientiacutefica Life Technologies pelo suporte fundamental

realizado durante as anaacutelises do polimorfismo de deleccedilatildeo GSTM1

Agrave funcionaacuteria Maria de Lurdes Pedrosa (Lurdinha) pelo otimismo carinho e pelas

palavras ldquono fim tudo daacute certordquo

8

RESUMO

ROCHA AV Status de selecircnio de uma populaccedilatildeo residente em aacuterea de risco de

contaminaccedilatildeo por mercuacuterio Influecircncia de polimorfismos e accedilatildeo sobre o estresse

oxidativo 2015 133f (Tese de Doutorado) Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas (FCF)

Universidade de Satildeo Paulo (USP) 2015

Estudos apontam que a regiatildeo Amazocircnica apresenta concentraccedilotildees significativas de selecircnio

nos solos e que por isso a populaccedilatildeo natildeo estaria susceptiacutevel agrave deficiecircncia desse mineral Em

contrapartida a regiatildeo tambeacutem apresenta dados de concentraccedilotildees elevadas de mercuacuterio nos

solos e rios entretanto a populaccedilatildeo natildeo apresenta sinais cliacutenicos evidentes de contaminaccedilatildeo

Acredita-se que o selecircnio um mineral antioxidante possa ser um possiacutevel colaborador para a

aparente toleracircncia ao mercuacuterio pois uma das accedilotildees desse mineral eacute a de destoxificar o

organismo contra metais toacutexicos Dependendo das concentraccedilotildees no organismo o mercuacuterio

pode potencializar a geraccedilatildeo das espeacutecies reativas de oxigecircnio e dessa forma as defesas

antioxidantes intriacutensecas das ceacutelulas podem ser prejudicadas resultando na condiccedilatildeo

conhecida por estresse oxidativo A contaminaccedilatildeo por mercuacuterio pode ainda comprometer a

sauacutede tanto das mulheres quanto das crianccedilas pois esse metal na forma de metilmercuacuterio

pode atravessar a barreira placentaacuteria e se concentrar principalmente no ceacuterebro do feto

Aliado a isso a presenccedila de polimorfismos em certos genes podem alterar a expressatildeo de

enzimas antioxidantes como a glutationa peroxidase 1 que eacute dependente de selecircnio assim

como da glutationa S-transferase que atua na destoxificaccedilatildeo do mercuacuterio no organismo

Vaacuterios estudos apresentam dados de concentraccedilotildees de mercuacuterio em ribeirinhos da Amazocircnia

no entanto resultados referentes agraves concentraccedilotildees de selecircnio ao estresse oxidativo e a

polimorfismos geneacuteticos na populaccedilatildeo da aacuterea urbana satildeo raros Diante disso este estudo

objetivou avaliar o estado nutricional relativo ao selecircnio concentraccedilotildees de mercuacuterio e a

possiacutevel relaccedilatildeo desses paracircmetros com o estresse oxidativo e os polimorfimos Pro198Leu (rs

1050450) no gene da glutationa peroxidase 1 e GSTM1 no gene da glutationa S-transferase

em mulheres em idade feacutertil residentes em aacuterea de risco de exposiccedilatildeo ao mercuacuterio da cidade

de Porto Velho (RO) As voluntaacuterias foram avaliadas por meio de medidas antropomeacutetricas

(peso estatura e circunferecircncia da cintura) e aplicou-se o registro alimentar para avaliaccedilatildeo do

consumo alimentar Realizou-se uma coleta de sangue para anaacutelise de selecircnio atividade da

enzima glutationa peroxidase marcadores de estresse oxidativo e polimorfismos geneacuteticos O

selecircnio foi determinado por espectrometria de absorccedilatildeo atocircmica com geraccedilatildeo de hidretos

acoplados agrave cela de quartzo (HGQTAAS) Para anaacutelise de mercuacuterio foi coletada uma amostra

do cabelo das voluntaacuterias sendo sua concentraccedilatildeo determinada pelo meacutetodo de

espectrometria de absorccedilatildeo atocircmica com geraccedilatildeo de vapor frio (CV AAS) Para avaliar o

estresse oxidativo foram determinadas a concentraccedilatildeo plasmaacutetica de Malondialdeiacutedo (MDA)

e a Capacidade de Absorccedilatildeo de Radicais de Oxigecircnio (ORAC) Participaram do estudo 200

mulheres com idade entre 19 e 50 anos A ingestatildeo alimentar meacutedia de selecircnio foi de 493 plusmn

192 microgdia e a prevalecircncia de ingestatildeo inadequada foi de 409 As concentraccedilotildees meacutedias do

mineral no plasma e nos eritroacutecitos foram respectivamente 498 + 186 microgL e 754 + 299

microgL A atividade meacutedia da glutationa peroxidase foi de 451+ 194 Ug Hb A concentraccedilatildeo

meacutedia de mercuacuterio nos cabelos foi de 625 + 766 ng g-1

Ao avaliar a presenccedila do SNP

Pro198Leu observou-se que 567 das participantes apresentaram genoacutetipo selvagem 368

heterozigotos e 68 homoizgotos para leucina Quanto ao polimorfismo de deleccedilatildeo GSTM1

425 das voluntaacuterias apresentaram o genoacutetipo nulo ou deletado ou seja relacionado a

ausecircncia de expressatildeo da glutationa S-transferase Esses resultados permitem concluir que a

maioria das participantes apresentou estado nutricional deficiente em relaccedilatildeo ao selecircnio

Apesar disso tanto a atividade enzimaacutetica da glutationa peroxidase como os biomarcadores

9

do estresse oxidativo natildeo sofreram interferecircncia desta deficiecircncia O polimorfismo

Pro198Leu tambeacutem natildeo interferiu no status de selecircnio e no estresse oxidativo Quanto agrave

avaliaccedilatildeo do polimorfismo GSTM1 o genoacutetipo nulo ou deletado tambeacutem natildeo mostrou

associaccedilatildeo com as concentraccedilotildees de mercuacuterio e o estresse oxidativo

Palavras-chave selecircnio estresse oxidativo polimorfismo geneacutetico e mercuacuterio

10

ABSTRACT

ROCHA AV Selenium status of a population living in a mercury contamination risk

area Influence of polymorphisms and action on oxidative stress 2015 133f (Tese de

Doutorado) Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo

2015

Studies have shown that the Amazon region has significant concentrations of selenium in

soils and therefore the population is not susceptible to deficiency of this mineral However

the region also presents data from high levels of mercury in soils and rivers however the

population has no obvious clinical signs of contamination It is believed that selenium an

antioxidant mineral may be a possible contributor to the apparent tolerance because of its

actions in the detoxification of the body from toxic metals Depending on the concentrations

in the body mercury can increase the generation of reactive oxygen species and thus the

intrinsic antioxidant defenses of cells can be damaged resulting in the condition known as

oxidative stress The mercury contamination may also compromise the health of both women

and children since this metal in the form of methylmercury can cross the placental barrier and

concentrate mainly in the fetal brain In addition the presence of genetic polymorphisms can

alter the expression of antioxidant enzymes such as glutathione peroxidase 1 which is

selenium dependent as well as glutathione S-transferase which can be responsible for the

mercury detoxification in the body Several studies have shown mercury levels of riverine

people from Amazon however results regarding selenium concentrations oxidative stress

and polymorphisms in the urban population are area Thus this study aimed to evaluate

selenium status mercury levels and the possible relationship of these with oxidative stress and

genetic polymorphisms Pro198Leu (rs 1050450) in glutathione peroxidase 1 gene and

GSTM1 in the glutathione S-transferase gene in women living in mercury exposure risk area

from the city of Porto Velho (RO) The of the volunteers was assessed using anthropometric

measurements (weight height and waist circumference) and evaluation of food consumption

by the food record Blood samples were collected for selenium analysis glutathione

peroxidase enzymersquos activity oxidative stress and genetic polymorphisms Selenium was

determined by hydride generation quartz tube atomic absorption spectroscopy (HGQT AAS)

For mercury analysis a hair sample of volunteers was collected and its concentration was

determined by atomic absorption spectrometry method with cold vapor (CV AAS) To

evaluate oxidative stress plasma concentrations of malondialdehyde (MDA) and Oxygen

Radical Absorbance Capacity (ORAC) were determined We enrolled 200 volunteers aged

between 19 and 50 The average of selenium intake was 493 plusmn 192 microgday and the

prevalence of inadequate intake was 409 Mean selenium concentration on plasma and

erythrocytes were respectively 498 + 186 microgL and 754 + 299 microgL Glutathione

peroxidase showed mean activity of 451 + 194 Ug Hb and mercury levels of 625 + 766 ng g-

1 Evaluating the presence of the SNP Pro198Leu it was observed that 567 of the were

participants had wild type genotype 368 heterozygous and 68 were homozygous for

leucine For the GSTM1 null deletion polymorphism 425 of the volunteers had a null

genotype ie do not express the enzyme glutathione S-transferase These results indicate that

the majority of participants had selenium deficiency in plasma and erythrocytes Nevertheless

most of them had adequate activity of glutathione peroxidase There was no association

between selenium concentrations and the biomarkers used to assess oxidative stress The

Pro198Leu polymorphism did not interfere in selenium concentrations as well as in the

oxidative stress The evaluation of GSTM1 polymorphism had no association with mercury

levels and oxidative stress

Keywords selenium oxidative stress polymorphisms and mercury

11

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Concentraccedilatildeo de Se (microgg) em castanha-do-brasil da regiatildeo Amazocircnica

22

Quadro 2 Ingestatildeo Dieteacutetica de Referecircncia (DRIs) relativas ao Se em microgdia a

partir de um ano de idade de acordo com o Institute of Medicine (IOM

2006)

23

Quadro 3 Frequecircncia genotiacutepica do polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) no

gene que codifica para GPx 1 encontrada em pesquisas realizadas no

Brasil por pesquisadores do Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo e Minerais da

Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo

(USP)

37

Quadro 4 Distribuiccedilatildeo da frequecircncia do polimorfismo GSTM1(ABAB0) no gene

da GST em diferentes etnias

39

Quadro 5 Classificaccedilatildeo do Iacutendice de Massa Corpoacuterea (IMC) para adultos segundo

WHO (2000)

45

Quadro 6 Intervalos de recomendaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de macronutrientes em

percentual de contribuiccedilatildeo energeacutetica (AMDR) de acordo com IOM

(2006)

46

Quadro 7 Valores de referecircncias adotados para concentraccedilatildeo de Se no plasma e

eritroacutecitos

47

Quadro 8 Resultados das anaacutelises dos materiais de referecircncia utilizados na

determinaccedilatildeo de Hg total

49

12

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas das voluntaacuterias

55

Tabela 2 Classificaccedilatildeo das participantes segundo o IMC

56

Tabela 3 Ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) das participantes (n = 194)

59

Tabela 4 Concentraccedilatildeo de Se (microgL) no plasma e nos eritroacutecitos das participantes

(n=194)

61

Tabela 5 Coeficiente de regressatildeo da ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) como

variaacutevel independente que influenciou a concentraccedilatildeo do mineral no

plasma (microgL) das participantes

64

Tabela 6

Tabela 7

Coeficiente de regressatildeo da ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) como

variaacutevel independente que influenciou a concentraccedilatildeo do mineral nos

eritroacutecitos (microgL) das participantes

Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram

as concentraccedilotildees de Hg (ng g-1

) nos cabelos (variaacutevel dependente) das

participantes

64

71

Tabela 8 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram

a capacidade antioxidante ndash ORAC (mmol eq troloxg de amostra)

(variaacutevel dependente) das participantes

71

Tabela 9 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram

a concentraccedilatildeo plasmaacutetica de MDA (microM) (variaacutevel dependente) das

participantes

72

Tabela 10 Distribuiccedilatildeo do SNP Pro198Leu (rs 1050450) no gene que codifica para

a GPx 1 nas participantes (n=190)

73

Tabela 11 Concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio atividade da enzima

GPx MDA e ORAC de acordo com o genoacutetipo para o polimorfismo

Pro198Leu (rs1050450) no gene que codifica a GPx

76

Tabela 12 Distribuiccedilatildeo do polimorfismo GSTM1 no gene da GST das participantes

(n = 180)

76

Tabela 13 Concentraccedilotildees de Hg de MDA e ORAC de acordo com o genoacutetipo para

o polimorfismo GSTM1 no gene da GST das participantes

77

13

LISTA DE ABREVIATURAS

Se - Selecircnio

Hg - Mercuacuterio

MeHg - Metilmercuacuterio

dimetilHg - Dimetilmercuacuterio

GPx - Glutationa Peroxidase

GST - Glutationa S-Transferase

GR - Glutationa Redutase

GSH - Glutationa Reduzida

SOD - Superoacutexido Dismutase

Hb - Hemoglobina

T3 - Tri-iodotironina

T4 - Tiroxina

SeO32-

- Selenito

SeO42-

- Selenato

Cd - Caacutedmio

Rd - Raacutedio

As - Arsecircnio

Cu - Cobre

Ag - Prata

Pb - Chumbo

Pt - Platina

DRI - Recomendaccedilatildeo de Ingestatildeo de Referecircncia

EAR - Necessidade Meacutedia Estimada

UL - Niacutevel Maacuteximo de Ingestatildeo Toleraacutevel

RDA - Ingestatildeo Dieteacutetica Recomendada

EER - Necessidade Energeacutetica Estimada

AMDR - Acceptable Macronutrient Distribution Range

IOM - Institute of Medicine

ADI - Ingestatildeo Diaacuteria Aceitaacutevel

PTWI - Ingestatildeo Semanal Toleraacutevel Provisoacuteria

DCNT - Doenccedilas Crocircnicas natildeo Transmissiacuteveis

14

WHO - World Health Organization

AP - Amapaacute

PA - Paraacute

RO - Rondocircnia

AM - Amazonas

EDTA - Aacutecido Etilenodiamino Tetraceacutetico

O2 - Oxigecircnio

ERO - Eacutespecies Reativas de Oxigecircnio

ERN - Eacutespecies Reativas de Nitrogecircnio

RSS e SR - Selenosulfidos

SNP - Single Nucleotide Polymorfism

STR - Simple Tandem Repeats

VNTR - Variable Number of Tandem Repeats

PCK - Proteiacutena Quinases

DNA - Aacutecido Desoxirribonucleico

C - Citocina

T - Timina

SDM - Seleno Dimetil ndash Mercuacuterio

MDA - Malondialdeiacutedo

ORAC - Capacidade Antioxidante

8-OHdG - 8 Hidroxidodesoxiguanosina

CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente

Na - Soacutedio

Se-Met - Selenometionina

mv - MassaVolume

PA - Pureza Analiacutetica

LAN - Anaacutelise por Ativaccedilatildeo Neutrocircnica

AOAC - Association of Official Analytical Chemists

NCHS - National Center of Health and Statistics

HGQTAAS - Espectrometria de Absorccedilatildeo Atocircmica por Geraccedilatildeo de Hidretos

Acoplados agrave Cela de Quartzo

CVAAS - Espectrometria de Absorccedilatildeo Atocircmica com Geraccedilatildeo de Vapor Frio

IPEN - Instituto de Pesquisa Energeacutetica Nuclear

IMC -Iacutendice de Massa Corpoacuterea

15

CC - Circunferecircncia da Cintura

LD - Limite de Detecccedilatildeo

LQ - Limite de Quantificaccedilatildeo

PNJ

IAEA

- Parque Nacional do Jauacute

- Agecircncia Internacional de Energia Atocircmica

UNIR - Universidade Federal de Rondocircnia

SEDUC - Secretaria de Educaccedilatildeo

SESAU - Secretaria da Sauacutede

ABESO - Associaccedilatildeo Brasileira para Estudo da Obesidade e da Siacutendrome Metaboacutelica

LANCRPq - Laboratoacuterio de Anaacutelise por Ativaccedilatildeo Neutrocircnica

IPENCNEN - Instituto de Pesquisas Energeacuteticas Nucleares

FCF - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas

USP - Universidade de Satildeo Paulo

16

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 18

2 REVISAtildeO DA LITERATURA 20

21 SELEcircNIO 20

211 Fontes Biodisponibilidade e Recomendaccedilatildeo 21

212 Aspectos Fisioloacutegicos Absorccedilatildeo Biodisponibilidade Armazenamento e Excreccedilatildeo 24

213 Funccedilotildees e Accedilotildees 25

214 Deficiecircncia e Toxicidade 29

22 MERCUacuteRIO30

23 ESTRESSE OXIDATIVO 33

24 POLIMORFISMOS 35

241 Polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) no Gene da GPx 36

242 Polimorfismo GSTM1 no Gene da GST 38

3 OBJETIVOS 41

31 OBJETIVO GERAL 41

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 41

4 METODOLOGIA 42

41 CASUIacuteSTICA E DELINEAMENTO 42

42 COLETA DE DADOS42

43 AVALIACcedilAtildeO ANTROPOMEacuteTRICA 45

44 CONSUMO ALIMENTAR 46

45 DETERMINACcedilAtildeO DA CONCENTRACcedilAtildeO DE SELEcircNIO NO PLASMA E ERITROacuteCITOS 47

46 DETERMINACcedilAtildeO DA ATIVIDADE DA GPx 48

47 PROCESSAMENTO E ANAacuteLISE DE MERCUacuteRIO NOS CABELOS 48

48 DETERMINACcedilAtildeO DA CONCENTRACcedilAtildeO PLASMAacuteTICA DE MALONDIALDEIacuteDO 50

49 DETERMINACcedilAtildeO DA CAPACIDADE DE ABSORCcedilAtildeO DE RADICAIS DE OXIGEcircNIO 51

410 PREPARACcedilAtildeO DAS AMOSTRAS PARA ANAacuteLISE DOS POLIMORFISMOS 52

4101 Determinaccedilatildeo do Polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) 52

4102 Determinaccedilatildeo do Polimorfismo GSTM1 53

411 ANAacuteLISES ESTATIacuteSTICAS 53

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 54

51 CARACTERIZACcedilAtildeO DA POPULACcedilAtildeO 54

52 AVALIACcedilAtildeO ANTROPOMEacuteTRICA 55

53 CONSUMO ALIMENTAR 57

17

54 MARCADORES BIOQUIacuteMICOS DO ESTADO NUTRICIONAL RELATIVO AO SELEcircNIO 60

55 SEEcircNIO E ATIVIDADE DA ENZIMA GPx 1 65

56 SELEcircNIO E CONCENTRACcedilOtildeES DE MERCUacuteRIO 67

57 SELEcircNIO E AVALIACcedilAtildeO DO ESTRESSE OXIDATIVO MDA E ORAC 71

58 POLIMORFISMO PRO198LEU 73

59 POLIMORFISMO GSTM1 76

6 CONCLUSAtildeO 80

7 CRONOGRAMA 81

REFEREcircNCIAS 82

APEcircNDICES 100

ANEXOS 118

18

1 INTRODUCcedilAtildeO

O selecircnio (Se) eacute um mineral traccedilo essencial para a biologia humana e esta

essencialidade foi reconhecida em 1979 apesar deste elemento ter sido descoberto em 1817

Dentre as funccedilotildees atribuiacutedas a este mineral destacam-se a funccedilatildeo antioxidante e proteccedilatildeo

contra accedilatildeo nociva de metais toacutexicos aleacutem de atuar em niacutevel de sistema imunoloacutegico

(NAVARRO-ALARCON e LOacutePEZ-MARTINEZ 2000 REILLY 1996) A funccedilatildeo

antioxidante estaacute relacionada agraves selenoproteiacutenas como a P e agraves glutationas peroxidases (GPx)

que satildeo dependentes de Se (HSIEH et al 2006) As GPx satildeo selenoproteiacutenas encontradas em

todos os tecidos de mamiacuteferos em que haacute processos oxidativos cuja accedilatildeo eacute reduzir a produccedilatildeo

de Espeacutecies Reativas de Oxigecircnio (ERO) contribuindo para a proteccedilatildeo das macromoleacuteculas e

membranas do organismo contra a oxidaccedilatildeo (GONZAGA et al 2005)

O homem obteacutem Se por meio da alimentaccedilatildeo (REILLY 1996 FAacuteVARO et al 2000

GONZAGA 2002 THOMSON 2006) e a quantidade do mineral presente nos alimentos

reflete a concentraccedilatildeo do solo sendo essa distribuiccedilatildeo heterogecircnea ou seja um alimento da

mesma espeacutecie proveniente de aacutereas distintas pode apresentar concentraccedilotildees de Se diferentes

(AMOUROUX et al 2001 MARTENS e COZZOLINO 2012) No Brasil Cozzolino et al

(2007) evidenciaram que feijotildees produzidos no estado de Satildeo Paulo tinham menores

concentraccedilotildees de Se (0016 μg de Seg) quando comparados aos feijotildees do Cearaacute (12 μg de

Seg)

Dessa forma pode-se supor que as regiotildees norte e nordeste apresentam maiores

concentraccedilotildees de Se no solo enquanto as regiotildees centro-oeste e sudeste tendem a apresentar

concentraccedilotildees menores indicando maior risco de desenvolvimento da deficiecircncia do mineral

nas duas uacuteltimas regiotildees (COZZOLINO et al 2007 MARTENS e COZZOLINO 2012) A

regiatildeo norte aleacutem de ser considerada uma das aacutereas com solos mais ricos em Se tambeacutem

apresenta de forma abundante o alimento considerado a melhor fonte do mineral a castanha-

do-brasil (Bertholletia excelsa) (ROCHA et al 2014)

Um estudo realizado por Gonzaga (2002) avaliou o estado nutricional relativo ao Se

em 41 crianccedilas de Macapaacute (AP) e de Beleacutem (PA) de acordo com os resultados as crianccedilas

avaliadas natildeo apresentaram deficiecircncia em Se

Rocha et al (2014) tambeacutem avaliaram crianccedilas da regiatildeo norte em duas localidades

ribeirinhas da cidade de Porto Velho (RO) obtendo um total de 42 participantes As crianccedilas

ribeirinhas de Demarcaccedilatildeo apresentaram concentraccedilotildees plasmaacuteticas de Se abaixo da

19

referecircncia para a faixa etaacuteria enquanto as crianccedilas da segunda localidade Gleba do Rio Preto

apresentaram concentraccedilotildees elevadas constituindo risco de toxicidade

Bortoli (2010) avaliou 55 mulheres de uma comunidade ribeirinha de Manaus (AM)

denominada de Novo Airatildeo e observou que a meacutedia de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio estava

dos valores da normalidade

Com base nesses estudos observa-se que natildeo eacute possiacutevel estabelecer um diagnoacutestico

preciso sobre o status de Se na regiatildeo norte sendo necessaacuterios mais estudos principalmente

com a populaccedilatildeo das cidades

Em contrapartida agrave suposiccedilatildeo que a regiatildeo norte ou amazocircnica pode ter solos ricos em

Se a mesma tambeacutem eacute considerada uma aacuterea de risco de exposiccedilatildeo ao mercuacuterio (Hg) um

metal toacutexico que natildeo exerce funccedilatildeo bioloacutegica Segundo Fadini e Jardim (2001) esta

contaminaccedilatildeo eacute devida aos processos naturais e antroacutepicos

Alguns autores sugerem que a populaccedilatildeo da Amazocircnia apresenta a mais alta exposiccedilatildeo

ao Hg relatada no mundo e isso pode exigir um aumento da quantidade de Se no organismo

na tentativa de compensar tanto o estresse oxidativo quanto os efeitos toacutexicos provocados pelo

metal bem como para manter a atividade ideais de enzimas antioxidantes (FORDYCE 2005

RAYMAN 2008 LEMIRE et al 2010 PASSOS MERGLER 2008)

Diante desse cenaacuterio este projeto avaliou o estado nutricional relativo ao Se

concentraccedilotildees de Hg estresse oxidativo e a presenccedila dos polimorfismos geneacuteticos Pro198Leu

no gene da GPx e GSTM1 no gene da glutationa S-transferase (GST) de mulheres residentes

na cidade de Porto Velho (RO) Vale mencionar que estudos sobre o Se satildeo inexistentes nesta

populaccedilatildeo e a maioria das pesquisas realizadas com o Hg na Amazocircnia avaliou apenas

populaccedilotildees ribeirinhas

20

2 REVISAtildeO DA LITERATURA

21 SELEcircNIO

O Se foi descoberto pelo quiacutemico sueco Jons Jakob Berzelius no ano de 1817 em seus

experimentos sobre a oxidaccedilatildeo do aacutecido sulfuacuterico pesquisando agentes toacutexicos (FOX

FAIRWEATHER 1999) Em 1957 Schwartz e Foltz descobriram a sua importacircncia para a

sauacutede animal quando verificaram que pequenas quantidades de Se apresentavam accedilatildeo

protetora em ratos com necrose hepaacutetica e deficiecircncia em vitamina E (NAVARRO-

ALARCON LOacutePEZ-MARTINEZ 2000) Em 1973 Rotruck isolou a enzima GPx e verificou

a presenccedila de Se em seu siacutetio ativo (BAYOUMY-EL 2001) A essencialidade do Se para os

humanos foi reconhecida em 1979 quando cientistas chineses descobriram uma doenccedila por

deficiecircncia de Se em uma regiatildeo da China chamada Keshan a qual deu origem ao nome desta

doenccedila e quando a suplementaccedilatildeo com Se atuou em caso de distrofia muscular (ESTADOS

UNIDOS - IOMFNB 2001)

No processo de evoluccedilatildeo da terra o Se foi incorporado ao solo oriundo dos magmas e

gases vulcacircnicos e apoacutes o degelo da era glacial esse semi-metal foi espalhado por algumas

aacutereas do globo terrestre de forma heterogecircnea (KOHRLE 1999) Dessa forma as

caracteriacutesticas geoloacutegicas de cada regiatildeo influenciaram as concentraccedilotildees de Se nos solos

existindo locais onde esta concentraccedilatildeo eacute tatildeo elevada que pode causar intoxicaccedilatildeo em animais

que consomem as pastagens cultivadas (REILLY 1996) e em outras eacute tatildeo baixa que pode

causar deficiecircncia (SILVA et al 1993)

Solos com concentraccedilatildeo de Se ao redor de 005 microgg tendem a proporcionar dietas

com concentraccedilotildees menores que 01 microgg causando deficiecircncia do mineral enquanto solos

com mais de 5 microgg do mineral contribuem para a intoxicaccedilatildeo (OLDFIELD 1999) Por isso a

quantidade de Se existente nos alimentos na aacutegua e no ar reflete o teor deste mineral no solo

sendo dependente de fatores geoquiacutemicos como o pH sendo que solos com pH menor que

55 (aacutecido) apresentam baixa biodisponibilidade de Se e solos com pH maior que 75

(alcalino) apresentam Se mais biodisponiacutevel A natureza da rocha originaacuteria tambeacutem interfere

nas quantidades de Se no ambiente sendo aquelas ricas em granito e basalto pobres em Se e

as vulcacircnicas incandescentes calcaacuterias de carvatildeo e de pirita mais ricas no mineral

(BAOYAN ZHANG 2002 REILLY 1996 FOX FAIRWEATHER-TAIT 1999 GONZAGA

MARTENS COZZOLINO 2007 2012) Isso explica porque a quantidade de Se no mesmo tipo

de alimento proveniente de aacutereas diferentes pode ser muito heterogecircnea (AMAROUX et al

21

2001) Estima-se que cerca de 50 a 77 do Se presente na superfiacutecie da terra seja oriundo

dos oceanos que se depositou por via uacutemida ou seca por meio dos gases dimetilselenido e

dimetilselenilsulfido produzidos de forma sazonal por fitoplacircnctons em especial pelas

bacteacuterias Coccolithophorid e por isso as aacutereas mais proacuteximas de oceanos possuem solos com

maior concentraccedilatildeo de Se (AMAROUX et al 2001)

No Brasil Martens e Cozzolino (2002) avaliaram alguns cultivares de feijotildees de cada

regiatildeo do paiacutes e verificaram que a concentraccedilatildeo de Se foi maior nos alimentos cultivados nas

regiotildees Norte e Nordeste sugerindo que os solos destes locais apresentam maiores

concentraccedilatildeo do mineral Os pesquisadores constataram tambeacutem que os solos com elevadas

concentraccedilotildees de Se produziram alimentos mais ricos neste nutriente e consequentemente

um consumo alimentar adequado Por outro lado em estados como Satildeo Paulo e Mato Grosso

foram encontradas menores concentraccedilotildees de Se nos solos e os indiviacuteduos residentes nestes

estados apresentaram maiores inadequaccedilotildees da ingestatildeo alimentar de Se (COZZOLINO

2007)

Na natureza o Se se encontra em 4 quatro estados de oxidaccedilatildeo nos solos aacutecidos como

Se elementar (0) selenido (+2) e selenito (+4) que satildeo menos soluacuteveis e assimilaacuteveis

enquanto em terras alcalinas tecircm mais selenato (+6) mais soluacutevel e assimilaacutevel pelas plantas

e animais (ORTUNtildeO et al 1997 GONZAGA MARTENS COZZOLINO 2012) Nos

alimentos o Se pode ser encontrado sob as formas orgacircnica e inorgacircnica na forma orgacircnica

como selenometionina (alimentos de origem vegetal e animal e em alguns suplementos

alimentares) como selenocisteiacutena principalmente em fontes de origem animal e como

selenometilselenocisteiacutena principal forma encontrada em vegetais (NAVARRO-ALARCON

2008) Na forma inorgacircnica como selenito (SeO32-

) e selenato (SeO42) em suplementos pois

essas formas aparecem em poucas quantidades nos alimentos (RAYMAN 2000)

211 Fontes Biodisponibilidade e Recomendaccedilatildeo

A castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa famiacutelia Lecythidaceae) eacute considerada o

alimento mais rico em Se com concentraccedilotildees que variam de 8 a 126 microgg (GONZAGA

2002 REILLY 1996 THOMSON 2006 GONZAGA MARTENS COZZOLINO 2012)

Diversos estudos com essa amecircndoa foram conduzidos com a finalidade de determinar o seu

teor de Se Souza e Menezes (2004) avaliaram 70kg de castanha-do-Brasil com casca da

safra de 2001 obtidas de lote a granel na Centrais de Abastecimento de Campinas SA

(CEASA) em Satildeo Paulo e observaram concentraccedilatildeo de 204 microgg (correspondente a 204

22

microg100g) de Se Chang et al (1995) analisaram dois lotes de castanha-do-brasil um

proveniente da regiatildeo do AcreRondocircnia e outro da regiatildeo de ManausBeleacutem e as

concentraccedilotildees de Se variaram de 306 a 401 microgg e 360 a 500 microgg respectivamente

Trabalhos realizados pelos pesquisadores do Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo-Minerais da

Universidade de Satildeo Paulo tambeacutem avaliaram as concentraccedilotildees de Se em castanha-do-brasil

oriundas da regiatildeo norte (Quadro 1)

Quadro 1 Concentraccedilatildeo de Se (microgg) em castanha-do-brasil da regiatildeo norte do Brasil

Concentraccedilatildeo de Se (microgg)

COUTINHO (2001) GONZAGA (2002) BEHR (2004) MARTENS e COZZOLINO (2002) ROCHA (2014) STOCLER PINTO (2009) COMINETTI (2010) PIRES (2012)

19 40 17 43

583 58 58 115

Dados natildeo publicados - Meacutedia referente agrave determinaccedilatildeo de Se em dezoito lotes de castanha-do-brasil (safra 2011)

As frutas e as verduras em geral satildeo pobres em Se com exceccedilatildeo dos vegetais que satildeo

considerados acumuladores tais como o alho a mostarda indiana o broacutecolis a couve-de-

bruxelas a couve-flor o repolho a cebola e alguns cogumelos os quais podem fornecer boas

quantidades do mineral Nas regiotildees cujos solos tecircm quantidades significativas de Se o trigo

eacute uma boa fonte do mineral assim como os patildees e cereais (NAVARRO-ALARCON e

LOacutePEZ-MARTINEZ 2008)

A quantidade de proteiacutena presente no alimento deve ser considerada pois os alimentos

proteicos incorporam o Se de forma mais eficiente principalmente aqueles que possuem

maior concentraccedilatildeo de aminoaacutecidos que contenham enxofre como metionina e cisteiacutena

(BURK 1998) Alimentos como carne bovina frango peixe e ovos tambeacutem apresentam

quantidades significativas de Se assim como leite e seus derivados de acordo com a espeacutecie

animal e quantidade de gordura pois tanto o leite de vaca quanto os outros tipos que

apresentam maior quantidade de gordura possuem menores concentraccedilotildees do mineral

(NAVARRO-ALARCON 2008)

As melhores fontes de Se natildeo satildeo necessariamente as de maior biodisponibilidade Os

vegetais por exemplo em geral satildeo pobres no mineral entretanto apresentam uma

biodisponibilidade elevada variando de 85 a 100 Nos pescados que tambeacutem satildeo

23

considerados oacutetimas fontes de Se a biodisponibilidade varia de 20 a 50 Alguns

pesquisadores relacionam esta baixa biodisponibilidade agrave interaccedilatildeo do Se com o metal Hg que

pode estar presente nesses alimentos (ORTUNtildeO 1997 MARTENS et al 2012)

Com a descoberta da doenccedila de Keshan uma cardiomiopatia ocasionada pela

deficiecircncia de Se foi possiacutevel estabelecer recomendaccedilatildeo desse nutriente pois a doenccedila natildeo se

manifestava quando a quantidade consumida era igual ou maior que 191 microgdia em indiviacuteduo

adulto com 60 kg Acreditava-se que essa concentraccedilatildeo seria o menor valor de associaccedilatildeo

com o natildeo aparecimento dos sinais cliacutenicos da deficiecircncia do mineral (SHILS et al1994)

Entretanto atualmente sabe-se que a deficiecircncia de Se ocorre quando a ingestatildeo diaacuteria por

longos periacuteodos eacute menor ou igual a 11 microgdia Outro dado utilizado para determinar a

recomendaccedilatildeo de Se foi realizado atraveacutes da relaccedilatildeo entre a atividade da GPx no plasma e a

ingestatildeo do Se em indiviacuteduos adultos chineses residentes em uma aacuterea com solos

considerados pobres no mineral Os voluntaacuterios foram distribuiacutedos em cinco grupos e

receberam doses graduais de 0 10 30 60 e 90 microgdia de Se por via oral na forma de DL-

selenometionina Apoacutes cinco a oito meses a atividade da GPx respondeu de forma similar

para os trecircs concentraccedilotildees mais altos e esses resultados mostraram que uma ingestatildeo em torno

de 41 microgdia o equivalente a 30 microg da suplementaccedilatildeo mais 11 microg da dieta normal em um

homem de 60 kg eram suficientes para saturar a atividade da GPx (IOM 2001)

Com bases nesses dados foi possiacutevel estabelecer uma recomendaccedilatildeo de Se de acordo

com o Institute of Medicine (2001) A Ingestatildeo Dieteacutetica Recomendada (RDA) de Se para

indiviacuteduos adultos a partir dos 19 anos de idade foi estabelecida em 55 microgdia natildeo devendo

ultrapassar o niacutevel maacuteximo de Ingestatildeo Toleraacutevel (UL) estabelecido de 400 microgdia O Quadro

2 apresenta as Ingestotildees Dieteacuteticas de Referecircncia (DRI) de Se propostas pelo IOM (2006)

para populaccedilatildeo adulta

Quadro 2 Ingestatildeo Dieteacutetica de Referecircncia (DRIs) relativas ao Se em microgdia a partir de 1 ano

de idade de acordo com o Institute of Medicine (IOM 2006)

Idade (anos) EAR

Se microgdia

RDA

Se microgdia

UL

Se microgdia

˃ 14 45 55 400

EAR ndash Necessidade Meacutedia Estimada valor de ingestatildeo diaacuteria de um nutriente suficiente para suprir a

necessidade de metade dos indiviacuteduos saudaacuteveis de um determinado grupo do mesmo gecircnero e estaacutegio de vida

RDA ndash Ingestatildeo Dieteacutetica Recomendada eacute o niacutevel de ingestatildeo dieteacutetica diaacuteria suficiente para atender agraves

necessidades de um determinado nutriente de praticamente todos (97 a 98) os indiviacuteduos saudaacuteveis de um

determinado grupo do mesmo gecircnero e estaacutegio de vida

24

UL ndash Niacutevel Maacuteximo de Ingestatildeo Toleraacutevel eacute o valor mais alto da ingestatildeo diaacuteria continuada de um nutriente que

aparentemente natildeo oferece nenhum efeito adverso agrave sauacutede para todos os indiviacuteduos de um mesmo estaacutegio de

vida ou gecircnero

212 Aspectos Fisioloacutegicos Absorccedilatildeo Biodisponibilidade Armazenamento e Excreccedilatildeo

A absorccedilatildeo do Se acontece no duodeno ceco e coacutelon onde a selenometionina eacute

absorvida por um mecanismo de transporte ativo o selenito por difusatildeo simples o selenato

em conjunto com o sulfato por meio de carreadores mediados por soacutedio e a selenocisteiacutena por

transporte ativo comum aos aminoaacutecidos baacutesicos (histidina lisina e arginina) A

selenometilselenocisteiacutena natildeo eacute incorporada como selenometionina sendo convertida

rapidamente em metilselenol (FAIRWEATHERTAIT et al 2011)

Nos enteroacutecitos o Se eacute reduzido a selenito (H2Se) e em seguida transportado no

sangue ligado a proteiacutenas principalmente a fraccedilotildees de β-lipo proteiacutena de muito baixa

densidade e em menor quantidade em outros tipos de proteiacutenas como a albumina

especialmente quando a selenometionina eacute a principal forma presente nos alimentos

(REILLY 1996 PAPP et al 2007)

A biodisponibilidade do Se pode ser prejudicada por alguns fatores quantidade

ingerida a partir da dieta origem do Se consumido interaccedilatildeo com metais toacutexicos eficiecircncia

da digestatildeo formaccedilatildeo de compostos absorviacuteveis tempo do tracircnsito intestinal estado

nutricional do organismo em relaccedilatildeo ao Se doenccedilas do trato gastrintestinal conversatildeo para

formas biologicamente ativas apoacutes absorccedilatildeo e incorporaccedilatildeo agrave enzima GPx (IOM 2001) Na

determinaccedilatildeo da biodisponibilidade do Se alimentar a etapa limitante eacute a incorporaccedilatildeo da

forma biologicamente ativa selenocisteiacutena agrave GPx ou agraves 5 deiodinases nos tecidos

(HOLBEN SMITH 1999)

A excreccedilatildeo do Se ocorre principalmente pela via urinaacuteria (REILLY 1996 PAPP et

al 2007) e os compostos de Se tanto aqueles que entram no pool de selenito como os

convertidos a metilselenol satildeo metilados por tioacuteis-metiltransferases e geram diferentes formas

metaboacutelicas metiladas do mineral que seratildeo excretadas contribuindo para a homeostase Na

urina predominam as formas monometiladas nos casos de baixas ingestotildees e o

trimetilselenocircnio quando o Se eacute consumido em altas quantidades Quando os iacuteons de

trimetilselenocircnio atingem seu platocirc metaboacutelico ocorre a excreccedilatildeo pulmonar de

dimetilselenocircnio volaacutetil responsaacutevel pelo odor caracteriacutestico de alho na respiraccedilatildeo

(LETAVAYOVAacute et al 2006 PAPP et al 2007)

25

A Figura 1 ilustra o metabolismo do Se em mamiacuteferos onde os metaboacutelitos de Se

provenientes da alimentaccedilatildeo entram na ceacutelula e se juntam ao pool existente gerando selenito

que seraacute utilizado como fonte de Se para a siacutentese da selenocisteiacutena precursora das

selenoproteiacutenas (PAPP et al 2007)

Figura 1 Aspectos fisioloacutegicos do Se em mamiacuteferos

Adaptado de PAPP et al (2007)

(GSH = glutationa TrxRTrx = tioredoxina redutasetioredoxina)

213 Funccedilotildees e Accedilotildees

A propriedade antioxidante do Se estaacute relacionada agraves GPx que satildeo dependentes deste

mineral As GPx agem na proteccedilatildeo celular contra os danos provocados por radicais livres

juntamente com um sistema antioxidante complexo que envolve outras substacircncias

(HOLBEN SMITH 1999)

O Se eacute incorporado na forma de selenocisteiacutena no siacutetio ativo de um grande nuacutemero de

proteiacutenas Acredita-se que cerca de 100 selenoproteiacutenas possam existir no organismo de

mamiacuteferos Atualmente satildeo conhecidas 22 selenoproteiacutenas organizadas em grupos diferentes

Se Alimentar

Selenometionina

Selenito

Selenato

Selenocisteiacutena

(Sec)

Outras formas

ENTEROacuteCITO

Pool Intracelular de Selecircnio

Selenometionina

Selenito Selenato

GSS e SG (selenodiglutationa)

CH3SeH (metilselenol) etc

Incorporaccedilatildeo natildeo especiacutefica de

proteiacutenas ligadoras de selecircnio

Selenoproteiacutenas

Liases

GSH

TrxRTrx

H2Se

(selenido)

Sec

26

em funccedilatildeo da localizaccedilatildeo e das propriedades funcionais da selenocisteiacutena sendo que metade

destas apresenta caracteriacutesticas antioxidantes O grupo das GPx eacute o mais abundante Estas

selenoproteiacutenas satildeo encontradas em todos os tecidos de mamiacuteferos em que haacute processos

oxidativos e podem reduzir a produccedilatildeo de espeacutecies reativas de oxigecircnio contribuindo para a

proteccedilatildeo das macromoleacuteculas e membranas do organismo contra a oxidaccedilatildeo (BROWN et al

2001 TAPIERO et al 2003 GONZAGA et al 2005)

A GPx 1 tambeacutem conhecida como GPx citosoacutelica foi a primeira enzima dependente

de Se a ser identificada em 1953 em eritroacutecitos onde protege a hemoglobina de danos

oxidativos Essa GPx eacute encontrada no citosol das ceacutelulas sendo expressa em todos os tecidos

(BROWN 2001 LEI 2007) e tem como funccedilatildeo reduzir o peroacutexido de hidrogecircnio e

hidroperoacutexidos orgacircnicos livres transformando-os em aacutegua e aacutelcool respectivamente

(GONZAGA et al 2005)

A segunda isoforma GPx 2 ou gastrintestinal eacute encontrada no trato gastrintestinal e

no fiacutegado e age protegendo o organismo contra os hidroperoacutexidos na passagem pelo trato

gastrintestinal (GONZAGA et al 2005) A GPx 3 ou plasmaacutetica eacute sintetizada primeiramente

nas ceacutelulas tubulares renais e sua funccedilatildeo eacute servir de barreira antioxidante para o sangue

filtrado e proteger as ceacutelulas endoteliais do dano oxidativo (DUMONT 2006) A quarta

isoforma GPx 4 ou fosfolipiacutedio hidroperoacutexido tem como funccedilatildeo proteger as membranas das

ceacutelulas contra a accedilatildeo dos hidroperoacutexidos de aacutecidos graxos e tambeacutem reduzir a formaccedilatildeo de

hidroperoacutexidos de colesterol e de eacutester de colesterol nas membranas e nas lipoproteiacutenas de

baixa densidade (LDL) (SAVASKAN et al 2007)

Aleacutem dessas quatro isoformas foram descobertas tambeacutem a GPx 6 no epiteacutelio do

olfato e tecidos embrionaacuterios e outras variantes na qual o resiacuteduo de selenocisteiacutena eacute

substituiacutedo por cisteiacutena incluindo a GPx 5 com expressatildeo restrita no epidiacutedimo e a GPx 7

(PAPP et al 2007) Entretanto ainda natildeo se sabe exatamente qual a accedilatildeo dessas GPx

(HERBETTE et al 2007)

O Se pode interagir com um grande nuacutemero de metais toacutexicos como arsecircnio (As)

caacutedmio (Cd) Hg cobre (Cu) prata (Ag) chumbo (Pb) e platina (Pt) podendo alterar a

toxicidade e prevenir possiacuteveis manifestaccedilotildees toxicoloacutegicas em razatildeo da exposiccedilatildeo aos

mesmos (ORTUNtildeO et al 1997) Uma das hipoacuteteses para explicar essa interaccedilatildeo seria uma

reaccedilatildeo direta desses metais com o Se na forma inorgacircnica formando substacircncias

biologicamente inativas no interior do trato gastrintestinal Este mecanismo de interaccedilatildeo foi

encontrado em estudos com o Cd Pt Pb Ag e Hg Uma segunda hipoacutetese seria a reaccedilatildeo do

Se com grupos tioacuteis de algumas moleacuteculas para formar selenosulfidos (RSSeSR) que

27

possuem forte afinidade por metais (ORTUNtildeO et al 1997 ALARCOacuteN e MARTINEZ

2000)

A interaccedilatildeo entre o Hg e o Se tem sido estudada haacute mais de trecircs deacutecadas e envolve

uma variedade de processos bioquiacutemicos e toxicoacutelogicos ainda desconhecidos (CHEN et al

2006) Estudos conduzidos em animais foram realizados para tentar esclarecer os mecanismos

dessa interaccedilatildeo mesmo assim estes natildeo foram completamente elucidados (GREGUS et al

2001) Pesquisas in vitro sugerem que o efeito protetor do Se em relaccedilatildeo aos efeitos toacutexicos do Hg

seja em razatildeo da formaccedilatildeo de um complexo inerte Hg-Se (11) ligado agrave selenoproteiacutena P (Sepp1) no

sangue (DRASCH et al 2000)

A Figura 2 ilustra um possiacutevel mecanismo de destoxificaccedilatildeo muacutetua de Se e Hg elaborado

por Gailer et al (2000) onde o Se na forma de selenito ao ser incorporado nos eritroacutecitos eacute

reduzido atraveacutes da glutationa e no plasma liga-se agrave albumina proteiacutena responsaacutevel pelo transporte

sanguiacuteneo de Hg Sendo assim o Se natildeo reagiria de forma direta com o Hg livre mas com o Hg

ligado agrave albumina formando o complexo Hg-Se que por sua vez liga-se agrave selenoproteiacutena P e

tambeacutem aos resiacuteduos de histidina e cisteiacutena presentes na proteiacutena

Vale mencionar que a selenoproteiacutena P eacute uma glicoproteiacutena que transporta a maior parte de

Se no plasma dessa forma nos casos em que haacute deficiecircncia em Se a siacutentese de selenoproteiacutena P

pode estar prejudicada assim como a sua concentraccedilatildeo no plasma A existecircncia da selenoproteiacutena P

foi relatada haacute aproximadamente 30 anos poreacutem o progresso na tentativa de esclarecer as suas

funccedilotildees tecircm se destacado nos uacuteltimos anos (BURK HILL 2009)

Figura 2 Esquema de um possiacutevel mecanismo de destoxificaccedilatildeo muacutetua de Se e Hg

Adaptado de Gailer et al (2000)

SeO32-

e Se2-

= selenito Hg2+

= mercuacuterio livre HgSe = complexo Hg Se

HgSe

SeO32-

SeO32- Se2-GSH

Eritroacutecito

Se2-

Hg2+ (albumina)HgSe

Selenoproteiacutena P

HgSeHgSe

HgSe

28

Concentraccedilotildees adequadas de Se tambeacutem estatildeo relacionadas ao funcionamento

adequado do sistema imunoloacutegico Propriedades como quimiotaxia migraccedilatildeo e atividade

fungicida satildeo indicadores claramente dependentes da concentraccedilatildeo de Se nas ceacutelulas

fagocitaacuterias Efeitos reguladores do sistema imunoloacutegico satildeo explicados pela manutenccedilatildeo da

integridade das membranas das ceacutelulas imunocompetentes em condiccedilotildees adequadas de Se

Por isso satildeo atribuiacutedas ao Se funccedilotildees nas ceacutelulas do sistema imunoloacutegico como manutenccedilatildeo

da integridade das ceacutelulas imunocompetentes reduccedilatildeo dos peroacutexidos orgacircnicos e inorgacircnicos

formados por reaccedilotildees originadas dos radicais livres na ceacutelula regulaccedilatildeo do metabolismo dos

hidroperoacutexidos que levam agrave siacutentese de leucotrienos tromboxanos prostaglandinas e

lipoacutexidos e modulaccedilatildeo dos produtos oxidativos na respiraccedilatildeo das ceacutelulas fagocitaacuterias

(ORTUNtildeO et al 1997)

O Se tambeacutem participa na conversatildeo de tiroxina (T4) em tritiodotironina (T3) por

meio das deiodinases tipo I II e III A deficiecircncia em Se no organismo causa um decreacutescimo

de 15 a 20 na conversatildeo de T4 em T3 A enzima 5rsquo-deiodinase tipo 1 (IDI) eacute uma

selenoproteiacutena encontrada principalmente no fiacutegado e rins responsaacutevel pela conversatildeo da

forma inativa do proacute-hormocircnio T4 que eacute secretado pela tireoide agrave forma metabolicamente ativa

triiodotironina (T3) Nos casos de deficiecircncia em Se o T4 estaacute aumentado no plasma enquanto o T3

estaacute diminuiacutedo (KOumlHRLE 2000)

Outras accedilotildees protetoras do Se tecircm sido descritas no contexto das Doenccedilas Crocircnicas

Natildeo Transmissiacuteveis (DCNT) Alguns mecanismos foram propostos para esclarecer a inibiccedilatildeo

do aparecimento do cacircncer pela accedilatildeo do Se como reduccedilatildeo da hipermetilaccedilatildeo do DNA

causada pelo aumento da atividade da DNA metiltransferase regulaccedilatildeo da hipometilaccedilatildeo do

DNA que paradoxalmente ocorre durante a progressatildeo do tumor e proteccedilatildeo antioxidante que

promove equiliacutebrio entre a formaccedilatildeo de radicais livres e o funcionamento celular normal (DAVIS e

UTHUS 2002) Quando esse equiliacutebrio eacute interrompido pelo acuacutemulo de radicais livres a ceacutelula

entra em estresse oxidativo e consequentemente em instabilidade geneacutetica alterando certos

fatores de transcriccedilatildeo ou oxidando o DNA na sua base 8-hidroxidodesoxiguanosina (8-OHdG)

(BAYOUMY-EL 2001)

Estudos epidemioloacutegicos mostram correlaccedilatildeo positiva entre maior ingestatildeo de Se e

menor incidecircncia de cacircncer de tireoide pele mama ovaacuterio proacutestata e trato gastrintestinal

especialmente o coloretal (ORTUNtildeO et al 1997 NAVARRO-ALARCON e LOacutePEZ-

MARTINEZ 2000 DAVIS e UTHUS 2002) O Se tambeacutem pode diminuir o risco de

outras doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis como aterosclerose trombose arteri al e

diabetes melito (NAVARRO-ALARCON e LOacutePEZ-MARTINEZ 2000)

29

214 Deficiecircncia e Toxicidade

A deficiecircncia em Se ocorre quando a ingestatildeo diaacuteria eacute menor ou igual a 11 microgdia

enquanto ingestotildees acima de 400 microgdia podem levar agrave toxicidade (IOMFNB 2001 ZHANG

et al 2002) Os grupos mais vulneraacuteveis agrave deficiecircncia satildeo fumantes idosos gestantes

lactentes crianccedilas de 2 a 10 anos adolescentes do gecircnero feminino indiviacuteduos submetidos agrave

nutriccedilatildeo parenteral total sem suplementaccedilatildeo com Se por um periacuteodo superior a 20 ou 30 dias

enfermos de doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis indiviacuteduos sujeitos a elevado estresse e

doenccedilas debilitantes (AIDS hepatite C hanseniacutease) populaccedilotildees que habitam aacutereas com solos

pobres em Se aleacutem de populaccedilotildees que habitam aacutereas antropogecircnicas ou naturalmente

contaminadas por Hg (ORTUNtildeO et al 1997 BURKE e OPESKIN 2002 MARTENS et al

2012)

A doenccedila de Kesha definida como uma cardiomiopatia que afeta crianccedilas e mulheres

jovens estaacute diretamente relacionada agrave baixa ingestatildeo alimentar de Se a forma aguda eacute

caracterizada por insuficiecircncia suacutebita da funccedilatildeo cardiacuteaca e a fase crocircnica degeneraccedilatildeo dos

muacutesculos (especialmente necrose multifocal e fibrose no miocaacuterdio) cardiomegalia isquemia

do miocaacuterdio eletrocardiograma anormal e edema pulmonar Outra consequecircncia associada agrave

deficiecircncia eacute a doenccedila de Kashin-Beck osteoartrite endecircmica que ocorre durante a preacute-adolescecircncia

ou adolescecircncia podendo resultar em nanismo e deformaccedilatildeo das articulaccedilotildees (HOLBEN e SMITH

1999) Ressalta-se que no Brasil natildeo haacute relatos dessas deficiecircncias graves

Jaacute os sintomas da intoxicaccedilatildeo por Se satildeo distuacuterbios gastrintestinais graves paladar

metaacutelico odor de alho exalado pelas vias respiratoacuterias distuacuterbios neuroloacutegicos siacutendrome do

estresse respiratoacuterio infarto do miocaacuterdio e falecircncia renal (HOLBEN e SMITH 1999) A

toxicidade crocircnica tanto pelas formas orgacircnicas quanto inorgacircnicas apresenta caracteriacutesticas

cliacutenicas semelhantes poreacutem as concentraccedilotildees teciduais do mineral satildeo diferentes (IOM

2000)

De acordo com Yang et al (1983) os tecidos e oacutergatildeos mais afetados pela toxicidade de

Se satildeo as unhas cabelos pele e sistema nervoso As unhas tornam-se quebradiccedilas com

pontos brancos e estrias longitudinais na superfiacutecie seguido de queda da parede da unha

iniciada nos polegares Os cabelos tornam-se sem brilho e quebram-se facilmente na raiz e

aqueles que nascem em geral satildeo despigmentados Esta caracteriacutestica pode ser observada em

outros locais como axilas braccedilos e aacuterea puacutebica As lesotildees de pele ocorrem principalmente em

quatro pontos palma das matildeos e peacutes nuca cotovelos e pernas com aparecircncia inflamada e

eruptiva agraves vezes ulcerada As anormalidades no sistema nervoso soacute ocorrem nos casos de

30

maior gravidade e os sintomas incluem paralisia perifeacuterica formigamentos hiper-reflexatildeo dos

tendotildees espasmos distuacuterbio motor e hemiplegia (YANG et al 1983)

Vaacuterios fatores podem influenciar a gravidade e o tempo de aparecimento dos sinais

cliacutenicos da intoxicaccedilatildeo por Se como idade estado de nutriccedilatildeo e sauacutede do indiviacuteduo e

recidivas de alta ingestatildeo do mineral (IOMFNB 2001) Segundo Zhang et al (2002)

indiviacuteduos que jaacute sofreram intoxicaccedilatildeo por alta ingestatildeo de Se satildeo mais susceptiacuteveis a outra

intoxicaccedilatildeo provocada por menores quantidades do mineral Ingestatildeo de 910 microgdia pode

causar alteraccedilotildees nas unhas (IOMFNB 2001) Registros sobre intoxicaccedilatildeo por Se foram

encontrados em Enshi (China) onde a prevalecircncia da doenccedila ocorreu entre os anos de 1961 e

1964 com uma taxa de mortalidade de 50 da populaccedilatildeo de 248 habitantes (REILLY 1996)

Na Venezuela em um local chamado Vila Bruzual foram registrados casos de intoxicaccedilatildeo

nas crianccedilas em fase escolar sendo esta regiatildeo considerada seleniacutefera (JAFFEacute et al 1972)

22 MERCUacuteRIO

O Hg eacute o uacutenico metal que se apresenta no estado liacutequido em temperatura ambiente e a

0degC (BISINOTI 2005) presente naturalmente na crosta terrestre aacutegua e atmosfera Dentre as

diferentes formas quiacutemicas a espeacutecie de distribuiccedilatildeo mais ampla eacute o Hg na forma de vapor

predominante na atmosfera seguido da forma inorgacircnica dominante em aacuteguas naturais e do

metilmercuacuterio que eacute de extrema importacircncia ambiental em razatildeo de sua elevada toxicidade

principalmente em mamiacuteferos (GALVAtildeO et al 2007)

As primeiras evidecircncias dos efeitos neurotoxicoloacutegicos do Hg em consequecircncia da

ingestatildeo materna de alimentos contaminados foram observadas em crianccedilas na cidade de

Minamata no Japatildeo onde o metilmercuacuterio liberado de uma induacutestria quiacutemica contaminou as

aacuteguas da baiacutea e os peixes consumidos pela populaccedilatildeo Em 1953 a doenccedila de Minamata foi

reconhecida como uma doenccedila neuroloacutegica e chamou atenccedilatildeo do mundo para o problema da

intoxicaccedilatildeo por metais toacutexicos (TAKEUCKI e ETO 1999 FARIAS et al 2006) O Hg entatildeo

passou a ser considerado um dos metais mais perigosos no que diz respeito agrave contaminaccedilatildeo

ambiental e agrave sauacutede humana (FARIAS et al 2006)

Apoacutes a intoxicaccedilatildeo por Hg em Minamata as pesquisas foram direcionadas para os

possiacuteveis efeitos da exposiccedilatildeo crocircnica assim como concentraccedilotildees baixas de metilmercuacuterio

principalmente em crianccedilas em virtude da transferecircncia materna infantil durante a gestaccedilatildeo

uma vez que esse metal ultrapassa facilmente a barreira placentaacuteria e pode causar

31

consequecircncias graves agrave sauacutede do bebecirc que eacute sensiacutevel a menores concentraccedilotildees quando

comparados aos adultos (GALVAtildeO et al 2007)

A exposiccedilatildeo e acumulo do Hg durante o desenvolvimento fetal e amamentaccedilatildeo estatildeo

diretamente relacionados com a carga materna e a transferecircncia desse metal para a placenta e

leite materno (STEUERWALD et al 2000 CEacuteZAR 2002 MARQUES 2002) O alimento

que mais contribui para a contaminaccedilatildeo por Hg eacute o peixe pois as espeacutecies aquaacuteticas absorvem

o Hg na forma de metilmercuacuterio (DOMINGUES 2000) e o grau de exposiccedilatildeo eacute influenciado

por fatores como a frequecircncia da ingestatildeo de pescados a preferecircncia (peixes carniacutevoros

apresentam maiores quantidade de Hg) tamanho e niacutevel troacutefico (PARADIS et al 1997)

O Hg ao entrar na circulaccedilatildeo sanguiacutenea se liga a proteiacutenas e se distribui pelos tecidos

concentrando-se nos rins fiacutegado medula oacutessea ceacuterebro ossos e pulmotildees (SAacute et al 2006)

Os sinais e sintomas da intoxicaccedilatildeo dependem de vaacuterios fatores como gecircnero idade

hormocircnios taxa de hemoglobina e capacidade de induccedilatildeo das metalotioneiacutenas que podem

funcionar como barreiras protetoras do ceacuterebro e cerebelo (EPA 1997) No homem o

sistema nervoso central eacute o principal oacutergatildeo acometido pelo metilmercuacuterio e os sintomas

cliacutenicos incluem parestesia (alteraccedilotildees sensoriais) ataxia (falta de coordenaccedilatildeo nos

movimentos) e disartria (dificuldade na articulaccedilatildeo das palavras) aleacutem de distuacuterbios visuais e

auditivos A ocorrecircncia dos sintomas cliacutenicos tambeacutem eacute dose dependente (IPCS 1990) Aleacutem

de tremor vertigem entorpecimento dor de cabeccedila catildeibra fraqueza depressatildeo dispneia

tosse inflamaccedilotildees gastrintestinais queda de cabelo naacuteusea e vocircmitos (CANELA 1995) O

quadro cliacutenico tiacutepico das crianccedilas geradas sob tais exposiccedilotildees inclui microcefalia (maacute

formaccedilatildeo no crescimento do ceacuterebro) hiper-reflexia (reflexos muito ativos ou responsivos em

excesso) e deficiecircncia visual auditiva mental e motora (IPCS 1990)

A excreccedilatildeo do Hg do corpo humano ocorre por via urinaacuteria ou fecal diferindo de

acordo com a forma dose e tempo apoacutes a exposiccedilatildeo Uma pequena fraccedilatildeo eacute eliminada pela

respiraccedilatildeo mas a excreccedilatildeo fecal eacute a maior e a principal via apoacutes a exposiccedilatildeo ao Hg (FORD et

al 2001)

Segundo Fadini e Jardim (2001) a presenccedila do Hg na regiatildeo Amazocircnica se deve

principalmente agrave extraccedilatildeo de ouro e aos processos naturais e antroacutepicos Aleacutem disso como os

solos da bacia Amazocircnica satildeo antigos apresentam capacidade elevada de reter o Hg e acumulaacute-lo

durante anos (MIRETZKY et al 2005) A poluiccedilatildeo do Hg na Amazocircnia eacute um problema

ambiental grave pois 70 a 170 toneladas deste metal satildeo lanccedilados anualmente no meio

ambiente pela atividade informal de mineraccedilatildeo de ouro e queimadas o que representa uma

fonte primaacuteria de emissatildeo do Hg Como resultado uma grande quantidade do metal sofre

32

metilaccedilatildeo e se acumula nos peixes da cadeia alimentar (MEECH 1997 PINHEIRO et al

2000)

Em relaccedilatildeo agrave genotoxicidade do Hg tecircm-se descrito que este metal pode ser

responsaacutevel por mutaccedilotildees em niacuteveis cromossocircmico e gecircnico sendo a compreensatildeo destes

efeitos de grande importacircncia em razatildeo de suas consequecircncias para a sauacutede humana

(AZEVEDO 2003) O Hg produz depleccedilatildeo dos principais antioxidantes celulares

principalmente os que contecircm grupos tioacutelicos e pode tambeacutem aumentar a geraccedilatildeo das espeacutecies

reativas de oxigecircnio como os radicais hidroxila (HO) os radicais superoacutexido (O2-) ou

peroacutexido de hidrogecircnio (H2O2) aumentando o estresse oxidativo e assim causar alteraccedilotildees

nas funccedilotildees das ceacutelulas (ERCAL et al 2001 PEROTTONI et al 2004)

A Figura 3 apresenta possiacuteveis mecanismos moleculares de genotoxicidade do Hg o

qual entra na ceacutelula atraveacutes da membrana plasmaacutetica ou por meio de transportadores podendo

afetar o DNA de diversas formas Uma delas eacute aumentando a produccedilatildeo de ERRO as quais

podem reagir diretamente com o DNA ou indiretamente ao induzir mudanccedilas

conformacionais nas proteiacutenas responsaacuteveis pela formaccedilatildeo e manutenccedilatildeo do mesmo Tambeacutem

pode reagir de forma direta nos microtuacutebulos evitando a organizaccedilatildeo em fuso dos

cromossomos durante a atividade mitoacutetica Esses danos ao DNA podem ser causados tanto

pelos radicais livres gerados pelo Hg como pelo proacuteprio metal (CRESPO-LOacutePEZ et al

2009)

Figura 3 Mecanismos moleculares de genotoxicidade do Hg

Fonte Adaptado de Crespo-Loacutepez et al (2009)

EROS Espeacutecies Reativas de Oxigecircnio

EROS

D

N

A

M

E

R

C

Uacute

R

I

O

Microtuacutebulos

33

De acordo com os pesquisadores Pinheiro et al (2006) e Harada et al (2001)

concentraccedilotildees de Hg dez vezes menores que os valores de referecircncia estabelecidos pela World

Health Organization (WHO) foram relacionados com a genotoxicidade no sistema nervoso

central apontando para a necessidade de uma revisatildeo dos padrotildees adotados pela WHO

(1990)

Evidencia-se que populaccedilotildees residentes em aacutereas de risco de contaminaccedilatildeo por Hg

podem estar mais susceptiacuteveis a um aumento do estresse oxidativo Entretanto a intensidade

dos danos dependeraacute de fatores como a amplitude da geraccedilatildeo de ERO nos alvos celulares da

atividade dos sistemas de defesa antioxidante e da presenccedila ou da ausecircncia de metais de

transiccedilatildeo (HALLIWELL e CHIRICO 1993) Dependeraacute ainda da ingestatildeo de nutrientes

pois o consumo inadequado de Se estaacute relacionado com uma reduccedilatildeo da atividade da GPx

prejudicando o sistema de defesa antioxidante do organismo (COMINETTI 2011)

23 ESTRESSE OXIDATIVO

O estresse oxidativo eacute caracterizado pelo desequiliacutebrio entre substacircncias antioxidantes

e oxidantes e o efeito das espeacutecies reativas eacute equilibrado pela accedilatildeo antioxidante enzimaacutetica e

natildeo enzimaacutetica do sistema bioloacutegico (VALKO et al 2006)

As espeacutecies reativas de oxigecircnio (ERO) bem como as Espeacutecies Reativas de Nitrogecircnio

(RNS) satildeo moleacuteculas que contecircm oxigecircnio ou nitrogecircnio respectivamente com um ou mais

eleacutetrons desemparelhados o que as torna instaacuteveis e reativas Essas moleacuteculas satildeo produtos do

metabolismo celular normal que exercem um papel duplo no organismo uma vez que podem

atuar de forma beneacutefica ou prejudicial Os efeitos beneacuteficos ocorrem em baixas eou

moderadas concentraccedilotildees e envolvem funccedilotildees fisioloacutegicas como atuaccedilatildeo na defesa do

organismo contra agentes infecciosos e em sistemas de sinalizaccedilatildeo celular aleacutem da induccedilatildeo

de resposta mitogecircnica (RIDNOUR et al 2005 VALKO et al 2006)

Com o objetivo de emparelhar seus eleacutetrons estas substacircncias podem adquirir eleacutetrons

de outras moleacuteculas tornando-as instaacuteveis e convertendo-se em radicais livres Como exemplo

de radicais livres destacam-se o superoacutexido (O2) a hidroxila (OH) o tiol (SH-) o

triclorometil (CCl3) e o oacutexido niacutetrico (NO) Vale ressaltar que caso essas espeacutecies natildeo sejam

removidas ou neutralizadas podem reagir com lipiacutedios proteiacutenas e aacutecidos nucleicos

causando danos nas funccedilotildees celulares (CHAUHAN e CHAUHAN 2006) Dentre os prejuiacutezos

ao metabolismo celular podem ocorrer ruptura das fitas do DNA aumento na concentraccedilatildeo

34

de caacutelcio intracelular livre danos em transportadores de iacuteons ou em outras proteiacutenas

especiacuteficas e peroxidaccedilatildeo de lipiacutedios (HALLIWELL e CHIRICO 1993)

Aleacutem disso os aacutecidos graxos poli insaturados que estatildeo presentes em grande

quantidade nas ceacutelulas satildeo mais susceptiacuteveis agrave oxidaccedilatildeo em razatildeo da presenccedila de grupos

metilecircnicos entre duplas ligaccedilotildees e por isso tornam-se alvos mais provaacuteveis quando

comparados ao DNA (LOUREIRO et al 2002) A peroxidaccedilatildeo lipiacutedica se inicia com o

ataque agrave bicamada lipiacutedica por qualquer espeacutecie reativa capaz de abstrair um aacutetomo de

hidrogecircnio de um aacutecido graxo poli insaturado e apoacutes a iniciaccedilatildeo esse processo eacute cataliacutetico o

que favorece a formaccedilatildeo de hidroperoacutexidos Com a abstraccedilatildeo do aacutetomo de hidrogecircnio do

aacutecido graxo poli insaturado (LH) eacute formado o radical lipiacutedico (Lbull) que eacute rapidamente

adicionado a uma moleacutecula de oxigecircnio levando agrave formaccedilatildeo do radical peroxil (LOObull) sendo

capaz de reagir com outro aacutecido graxo poli insaturado iniciando uma nova cadeia de oxidaccedilatildeo

a partir da formaccedilatildeo de outro radical lipiacutedico (Lbull) (LOUREIRO et al 2002) O radical peroxil

pode ser rearranjado via reaccedilotildees de ciclizaccedilatildeo de endoperoacutexidos e como produto final o

malondialdeiacutedo (MDA) que eacute considerado mutagecircnico em ceacutelulas de mamiacuteferos pois pode

reagir com as bases nitrogenadas guanina adenina e citosina formando adutos que levam a

ligaccedilotildees cruzadas de DNA-DNA ou DNA-proteiacutenas ocasionando aumento do estresse

oxidativo (VALKO et al 2006) Menciona-se tambeacutem as oxidaccedilotildees enzimaacuteticas do aacutecido

araquidocircnico que ocorrem durante a siacutentese de eicosanoacuteides bem como as reaccedilotildees

catalisadas por ciclo oxigenases ou lipoxigenases que satildeo importantes fontes de ERO ou

hidroperoacutexidos lipiacutedicos (LOUREIRO et al 2002)

Por outro lado o organismo dispotildee de mecanismos que tecircm a finalidade de proteccedilatildeo

contra os processos oxidativos Estas defesas antioxidantes satildeo de extrema importacircncia pois

satildeo responsaacuteveis pela remoccedilatildeo direta dos radicais livres promovendo maacutexima proteccedilatildeo aos

siacutetios bioloacutegicos (VALKO et al 2006)

O principal sistema antioxidante eacute o enzimaacutetico que inclui enzimas como a

superoacutexido dismutase (SOD) que converte radicais superoacutexido em peroacutexido de hidrogecircnio a

catalase e a GPx as quais reduzem peroacutexido de hidrogecircnio e hidroperoacutexidos lipiacutedicos

(COMINETTI et al 2011 HAMANASHI et al 2004) A glutationa redutase (GR) tambeacutem

eacute uma enzima que participa desse processo pois eacute responsaacutevel pela regeneraccedilatildeo da glutationa

em sua forma reduzida (GSH) que eacute utilizada como substrato da enzima GPx (PRADA et al

2004) Existem

Quanto ao sistema antioxidante natildeo enzimaacutetico inclui compostos antioxidantes de

origem alimentar que muitas vezes satildeo utilizados como cofatores pelas enzimas antioxidantes

35

(BARBOSA et al 2010) Como exemplo de compostos que atuam por meio da neutralizaccedilatildeo

das ERO produzidas tanto no meio intra quanto extracelular tem-se o tocoferol (vitamina E) o

beta-caroteno (proacute-vitamina A) o Se cofator enzimaacutetico da GPx o cobre o zinco e o aacutecido

ascoacuterbico (BERGER 2005 PRADA et al 2004 PAPP et al 2007) Aleacutem do Se como

exemplo de cofator enzimaacutetico antioxidante destacam-se o zinco e o cobre que participam da

estrutura das enzimas Zn-Cu-SOD (SOD1) e SOD extracelular (SOD3) (FORMIGARI et al

2007 COMINETTI et al 2011) Existem ainda varredores de radicais livres hidrofiacutelicos

como o ascorbato e flavonoacuteides (CASTRO e FREEMAN 2001)

Aleacutem da relaccedilatildeo entre estresse oxidativo e sistema de defesa antioxidante ressalta-se a

importacircncia de se avaliar as caracteriacutesticas geneacuteticas individuais como por exemplo a

presenccedila de polimorfismos geneacuteticos uma vez que estes podem inferir nas concentraccedilotildees de

nutrientes organismo (VIVANCO et al 2006)

24 POLIMORFISMOS GENEacuteTICOS

Por meio do projeto genoma humano foi possiacutevel revelar natildeo somente o

sequenciamento completo dos genes humanos mas tambeacutem as interaccedilotildees entre os genes e o

meio ambiente Diversas mutaccedilotildees foram descobertas apoacutes o sequenciamento e os

polimorfismos satildeo resultantes destas alteraccedilotildees sendo os diferentes modelos decorrentes do

tipo de mutaccedilatildeo que os originou (BROOKES 1999 YAMADA 2010) Os polimorfismos

podem ser de inserccedilotildees de pares de base uacutenica de deleccedilotildees ou substituiccedilotildees de um par de

bases por outro

O tipo mais comum de polimorfismo eacute denominado SNP (Single Nucleotide

Polymorfism) ou polimorfismo de nucleotiacutedeo uacutenico que eacute uma mutaccedilatildeo simples na qual

acontece a troca de um nucleotiacutedeo por outro em determinado ponto do DNA A ocorrecircncia

de SNPs eacute de aproximadamente um em cada mil bases do genoma humano estimando a

ocorrecircncia em milhotildees (BROOKES 1999)

Os polimorfismos que resultam da inserccedilatildeo ou da deleccedilatildeo de nucleotiacutedeos em

fragmentos da moleacutecula de DNA ocorrem em um deacutecimo de frequecircncia dos SNP Os tipos

mais comuns de polimorfismo de inserccedilatildeo eou deleccedilatildeo satildeo os de bases repetidas chamados

de STR (Simple Tandem Repeats) ou microssateacutelites e os de padrotildees de nucleotiacutedeos

repetidos em uma regiatildeo do DNA conhecidos como VNTR (Variable Number of Tandem

Repeats) ou minissateacutelites (SCHORK et al 2000)

36

Aqueles polimorfismos que podem causar alteraccedilotildees nas sequecircncias de aminoaacutecidos

codificados acarretando danos nas funccedilotildees como alteraccedilatildeo nos siacutetios de interaccedilatildeo na

solubilidade e na estabilidade da proteiacutena estatildeo localizados nos eacutexons regiatildeo codificadora do

gene e satildeo chamadas de non-synonymous SNP ndash nsSNP (RAMENSKY et al 2002)

Estudos que envolvem genocircmica nutricional tecircm sido relacionados a importantes

associaccedilotildees entre polimorfismos e consumo de nutrientes permitindo melhor compreensatildeo de

como a nutriccedilatildeo influencia as vias de homeostase metaboacutelica Essa descoberta possibilitou

uma perspectiva na reduccedilatildeo do risco de doenccedilas uma vez que as interaccedilotildees existentes entre os

genes e os nutrientes permitem descrever a modulaccedilatildeo dos efeitos dos componentes

alimentares em um fenoacutetipo especiacutefico associado a um polimorfismo geneacutetico

(STRATIGOPOULOS et al 2008 KAUWELL 2005)

Como exemplo de SNP que pode estar relacionado ao status de Se pode-se destacar o

Pro198Leu no gene da GPx 1 Jaacute como exemplo de um polimorfismo de deleccedilatildeo que pode

interferir nas concentraccedilotildees de Hg no organismo destaca-se o GSTM1 no gene da GST

241 Polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) no Gene da GPx 1

De acordo com Hesketh (2008) polimorfismos na regiatildeo codificadora dos genes de

selenoproteiacutenas podem alterar a incorporaccedilatildeo do Se e influenciar a capacidade antioxidante

No gene humano da GPx 1 que eacute a isoforma intracelular citosoacutelica mais abundante nos

sistemas bioloacutegicos localizado na regiatildeo cromossomica 3p213 foram descobertos vaacuterios

polimorfismos sendo mais de 30 SNP dentre eles o Pro198Leu (rs 1050450) Nesse SNP

ocorre uma substituiccedilatildeo da base nitrogenada citosina por timina (CrarrT) no exoacuten 2 do

nucleotiacutedio 594 do gene resultando na troca do aminoaacutecido prolina por leucina no coacutedon 198

(FOSBERG et al 1999) A troca do aminoaacutecido prolina por leucina pode causar

consequecircncias na atividade da enzima GPx 1 pois a prolina eacute o uacutenico aminoaacutecido sem grupo

amino livre no carbono alfa ocasionando uma torccedilatildeo na estrutura secundaacuteria dos peptiacutedeos

(FOSBERG et al 2000 JABLONSKA et al 2009 ARSOVA-SARAFINOVSKA et al

2009)

Segundo Suzen et al (2010) que avaliaram a frequecircncia dos alelos e genoacutetipos de

diversas populaccedilotildees do mundo o maior percentual geralmente eacute de indiviacuteduos com genoacutetipos

selvagens (ProPro) seguidos por heterozigotos para o polimorfismo ou seja com um alelo

variante (ProLeu) e depois por indiviacuteduos homozigotos (LeuLeu)

37

No Brasil em relaccedilatildeo agrave frequecircncia desse polimorfismo aleacutem desse estudo

pesquisadores do Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo - Minerais da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas

da Universidade de Satildeo Paulo determinaram por meio de vaacuterios estudos a frequecircncia

genotiacutepica do Pro198Leu em vaacuterias populaccedilotildees de cidades do Brasil e os resultados estatildeo

ilustrados no Quadro 3 a seguir

Quadro 3 Frequecircncia genotiacutepica em relaccedilatildeo ao polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450) no

gene que codifica GPx1 encontrada em pesquisas realizadas no Brasil no Laboratoacuterio de

Nutriccedilatildeo e Minerais da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo

(USP)

Estado Nuacutemero de

participantes

ProPro

()

ProLeu

()

LeuLeu

()

SANTOS (2013) Cearaacute 176 55 38 7

ROCHA (2015) Rondocircnia 190 56 37 7

NISHIMURA

(2010) Satildeo Paulo

175 (Caso)

203 (Controle)

50

51

43

43

7

6

DONADIO

(2011) Satildeo Paulo 124 49 48 3

COMINETTI et

al (2011) Satildeo Paulo 37 49 38 13

CARDOSO et

al (2012) Satildeo Paulo

28 (Caso)

29 (Controle)

75

72

14

14

11

14

Uma das principais descobertas dos estudos sobre o polimorfismo Pro198Leu estaacute

relacionada agrave presenccedila do alelo Leu pois algumas pesquisas verificaram que esse genoacutetipo

pode diminuir a atividade da GPx 1 e aleacutem disso estudos associaram a concentraccedilatildeo

eritrocitaacuteria de Se com a sua atividade indicando que o genoacutetipo LeuLeu pode influenciar

tambeacutem o estado nutricional dos indiviacuteduos relativo ao Se (JABLONSKA et al 2009)

Em indiviacuteduos natildeo doentes Forsberg et al (2000) e Jablonska et al (2009) natildeo

observaram associaccedilotildees entre a atividade da enzima GPx 1 e o genoacutetipo Poreacutem na pesquisa

de Jablonska et al (2009) foi obtida uma associaccedilatildeo significativamente diferente entre cada

grupo de genoacutetipo avaliado em relaccedilatildeo agrave atividade da GPx 1 e a concentraccedilatildeo de Se Dessa

forma os pesquisadores presumiram que a resposta agrave ingestatildeo ou agrave suplementaccedilatildeo de Se

assim como a atividade da enzima pode estar relacionadas aos genoacutetipo do indiviacuteduo Aleacutem

disso os autores sugeriram que carreavam indiviacuteduos que possuiacuteam ao menos um alelo Pro

teriam maior atividade da enzima quando comparados agravequeles com ambos alelos Leu

38

Ravn-Haren et al (2006) observaram em mulheres com cacircncer de mama que a

atividade da GPx 1 foi significativamente menor nas participantes com a presenccedila do genoacutetipo

Leu em comparaccedilatildeo agravequelas com genoacutetipo Pro Isso foi observado tanto nas mulheres doentes

quanto naquelas do grupo controle Aleacutem de alguns tipos de cacircncer como o de bexiga

colorretal de pulmatildeo e de mama outras doenccedilas satildeo relacionadas com o polimorfismo

Pro198Leu tais como siacutendrome metaboacutelica (KUZUYA et al 2008) e concentraccedilotildees elevados

de triacilgliceroacuteis em pacientes com diabetes melito tipo 2 (CHEN et al 2012)

242 Polimorfismo GSTM1 no Gene da GST

A GST eacute uma famiacutelia de enzimas intracelulares localizadas no citosol que modulam a

accedilatildeo de toxinas endoacutegenas e exoacutegenas sobre as ceacutelulas evitando danos ao DNA

(MANNERVIK et al 1985 MORAIS et al 2008 CASTRO e LIMA 2013) Este grupo de

enzimas tem sido amplamente estudado pois estatildeo envolvidas no metabolismo de muitos

carcinoacutegenos poluentes ambientais e drogas anticanceriacutegenas Dessa forma supotildee-se que a

inexistecircncia de enzimas especiacuteficas ou deleccedilotildees homozigoacuteticas possam ocasionar ao

organismo maior susceptibilidade a desenvolver neoplasias como cacircncer de bexiga coacutelon

pulmatildeo pele estocircmago e mama aleacutem de diabetes e asma (ZHENG etal 2002 CHARRIER

et al 1999 PARK et al 2003 ANTON et al 2010 CASTRO e LIMA 2013)

Existem cinco classes de genes da GST (alfa mu pi theta e zeta) Nos genes da classe

mu tecircm-se o GSTM1 GSTM2 GSTM3 GSTM4 e GSTM5 na regiatildeo cromossocircmica 1p133 O

polimorfismo no locus M1 eacute o mais estudado e apresenta trecircs alelos dois considerados ativos

GSTM1A e GSTM1B e o terceiro alelo nulo ou deletado (GSTM10) O que difere o

GSTM1A do GSTM1B apesar de serem proteiacutenas funcionalmente idecircnticas eacute que o

GSTM1A contecircm a proteiacutena lisina na posiccedilatildeo 172 e o GSTM1B contecircm a asparagina nessa

mesma posiccedilatildeo (DEJONG et al 1988 WIDERSTEN et al 1991)

Dessa forma o polimorfismo GSTM10 no gene da GST eacute classificado como

polimorfismo de deleccedilatildeo ou seja indiviacuteduos homozigotos que carreiam o genoacutetipo

GSTM10 apresentam deleccedilatildeo do gene inteiro e natildeo expressam a proteiacutena GST (KLATAU-

GUIMARAtildeES et al 2005 JAIN et al 2006 MANNERVICK et al 2005)

Klatau-Guimaratildees et al (2005) avaliaram a suscetibilidade agrave contaminaccedilatildeo por Hg e a

relaccedilatildeo com o polimorfismo da enzima GST atraveacutes de biomarcadores moleculares em

algumas tribos indiacutegenas da Amazocircnia Apoacutes a obtenccedilatildeo dos resultados observou-se que

fatores geneacuteticos podem influenciar o acuacutemulo de Hg no organismo pois os indiviacuteduos que

39

carreavam o genoacutetipo GSTM10 (deletado) apresentaram concentraccedilotildees maiores deste metal

nos cabelos quando comparados aos indiviacuteduos com genoacutetipo GSTM1 Com a ausecircncia desta

enzima o organismo pode natildeo estar apto a destoxificar o Hg de forma adequada uma vez que

esta eacute uma das funccedilotildees atribuiacutedas agrave GST Sendo assim esses indiviacuteduos podem apresentar

maiores concentraccedilotildees ou retenccedilatildeo de Hg no organismo

Naganuma et al (1990) e Choi et al (1996) afirmam que a deficiecircncia de GST estaacute

associada com a sensibilidade ao cloreto de Hg e ao metilmercuacuterio Entretanto ainda existem

inconsistecircncias na relaccedilatildeo entre o polimorfismo GSTM1 e a concentraccedilatildeo de Hg no

organismo (GUNDACKER et al 2007) De acordo com Hatagima et al (2000) a frequecircncia

do polimorfismo no gene da classe mu estaacute ausente ou deletado (GSTM10) de forma

homozigoacutetica em torno de 40 a 50 em diferentes populaccedilotildees eacutetnicas conforme ilustrado no

Quadro 4 que mostra a frequecircncia deste alelo assim como do GSTM1A GSTM1B

GSTM1AB inclusive na populaccedilatildeo brasileira

Quadro 4 Distribuiccedilatildeo da frequecircncia do polimorfismo GSTM1(ABAB0) no gene da GST em

diferentes etnias

Etnias GSTM1

A B AB 0

Brasileiros (Rio de Janeiro) 197 (30) 105 (16) 51 (8) 305 (46)

Brasileiros (Distrito Federal) 43 (24) 33 (184) 16 (9) 87 (486)

Brasileiros (Satildeo Paulo) 21 (29) 10 (14) 7 (9) 35 (48)

Nigerianos 49 (71) 4 (6) 1 (13) 15 (217)

Japoneses 13 (8) 68 (41) 5 (3) 80 (482)

Chineses 10 (10) 28 (30) 2 (2) 56 (583)

Indiacutegenas 15 (35) 7 (16) 6 (14) 15 (35)

Franceses 24 (43) 5 (9) 3 (5) 24 (43)

Ingleses 158 (28) 74 (135) 23 (4) 306 (545)

Fonte Hatagima et al (2000)

Considerando a importacircncia do polimorfismo GSTM10 no gene da GST e o fato da

populaccedilatildeo deste estudo residir em aacuterea de risco de contaminaccedilatildeo por Hg a anaacutelise de tais

40

dados torna-se necessaacuteria uma vez que o genoacutetipo nulo ou deletado pode influenciar as

concentraccedilotildees do metal no organismo

41

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Avaliar o estado nutricional relativo ao Se concentraccedilotildees de Hg e suas relaccedilotildees com o

estresse oxidativo e os polimorfismos Pro198Leu no gene da GPx 1 e GSTM1 no gene da

GST em mulheres residentes em aacuterea de risco de contaminaccedilatildeo por Hg

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Avaliar o estado nutricional das voluntaacuterias em relaccedilatildeo agrave antropometria

Analisar a ingestatildeo alimentar de energia macronutrientes e Se

Determinar as concentraccedilotildees plasmaacuteticas e eritrocitaacuterias de Se e a atividade

eritrocitaacuteria total da enzima GPx

Avaliar as concentraccedilotildees de Hg nos cabelos

Associar a presenccedila dos polimorfismos Pro198leu e GSTM1 com os biomarcadores do

estado nutricional relativo ao Se e Hg respectivamente bem como com as

concentraccedilotildees de MDA e ORAC

42

4 METODOLOGIA

41 CASUIacuteSTICA E DELINEAMENTO

O estudo foi do tipo transversal descritivo com abordagem quantitativa e qualitativa

dos dados Participaram da pesquisa mulheres entre 19 e 50 anos residentes da cidade de

Porto Velho Rondocircnia (RO) Para o caacutelculo do tamanho da amostra considerou-se a

prevalecircncia do alelo variante Pro198Leu de 32 Fixou-se o niacutevel de significacircncia de 5 (

= 005) e um erro amostral de 65 Esses valores aplicados na equaccedilatildeo abaixo indicada para

populaccedilotildees infinitas proporcionou uma amostra de tamanho n igual a 200 mulheres

O projeto foi aprovado pelo comitecirc de eacutetica da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas

da Universidade de Satildeo Paulo (FCFUSP) parecer 119 e protocolo 574 (ANEXO 1) Na

Figura 4 abaixo estaacute representado o mapa do Brasil com destaque para o estado de Rondocircnia

e a cidade de Porto Velho onde a pesquisa foi realizada

Figura 4 Representaccedilatildeo do mapa do Brasil do estado de Rondocircnia e da cidade de Porto

Velho (RO)

Adaptado de Campos et al (2002)

43

Para ampla divulgaccedilatildeo da pesquisa cartazes com informaccedilotildees a respeito do estudo

foram espalhados pela cidade de Porto Velho em pontos de ocircnibus na secretaria de educaccedilatildeo

(SEDUC) na secretaria de sauacutede (SESAU) em academias de ginaacutestica em faculdades

particulares e tambeacutem na Universidade Federal de Rondocircnia (UNIR) (APEcircNDICE 1) Apoacutes

as procuras e declaraccedilotildees de interesse em participar da pesquisa as voluntaacuterias que se

adequavam ao perfil do estudo assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(APEcircNDICE 2) e em seguida responderam um questionaacuterio com informaccedilotildees

socioeconocircmicas presenccedila de doenccedilas e estilo de vida (APEcircNDICE 3) Natildeo foram incluiacutedas

no estudo mulheres com idade inferior a 19 ou superior a 50 anos fumantes com doenccedilas

crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e infecciosas (auto-relatadas) poacutes-menopausa que realizavam

atividade fiacutesica de forma intensa que utilizavam suplementos vitamiacutenicos eou minerais e que

residiam em local diferente do estabelecido

42 COLETA DE DADOS

A coleta dos dados (consumo alimentar antropometria material bioloacutegico) foi

realizada no laboratoacuterio Alphaclin (Porto Velho ndash RO) entre os meses de fevereiro a maio de

2011 entretanto todas as anaacutelises em material bioloacutegico foram realizadas em Laboratoacuterios da

Universidade de Satildeo Paulo (USP)

Para avaliar o consumo alimentar todas as participantes foram instruiacutedas pela

responsaacutevel da pesquisa a preencher um formulaacuterio de registro alimentar de 24 horas

(APEcircNDICE 4) que continha instruccedilotildees de preenchimento e fotos ilustrativas de medidas

caseiras de alguns alimentos com a finalidade de facilitar a obtenccedilatildeo dos dados de consumo

bem como para o melhor entendimento das voluntaacuterias reduzindo dessa forma as duacutevidas e

os erros de preenchimento Aleacutem do registro de 24 horas as voluntaacuterias responderam um

formulaacuterio a respeito do consumo de peixes da regiatildeo que poderiam estar relacionados com o

risco de contaminaccedilatildeo de Hg (ANEXO 2)

Os dados antropomeacutetricos (peso estatura e circunferecircncia da cintura) foram obtidos

apoacutes a entrega dos formulaacuterios de registros alimentares Em seguida para determinar as

concentraccedilotildees de Hg total cortou-se uma pequena quantidade de cabelo das voluntaacuterias

(aproximadamente 1g de amostra) da parte posterior da cabeccedila proacuteximo agrave regiatildeo occipital

(nuca) com auxiacutelio de uma tesoura de accedilo inoxidaacutevel que foi higienizada com acetona a cada

corte

44

Com a finalidade de avaliar o estado nutricional das participantes em relaccedilatildeo ao Se

atividade da enzima GPx estresse oxidativo e determinaccedilatildeo dos polimorfismos foram

coletados 20 mL de sangue por punccedilatildeo venosa Esse procedimento foi realizado no periacuteodo da

manhatilde por um profissional de enfermagem capacitado estando as voluntaacuterias em jejum de 10

a 12 horas

A coleta foi realizada com seringas plaacutesticas descartaacuteveis e agulhas de accedilo inoxidaacutevel

esteacutereis e descartaacuteveis Todos os materiais bioloacutegicos foram distribuiacutedos em tubos de vidro

contendo anticoagulante EDTA (aacutecido etilenodiamino tetraceacutetico) sendo que uma pequena

quantidade (sangue total) de todas as amostras foi armazenada em microtubos esteacutereis e

autoclavados para anaacutelise dos polimorfismos

O plasma foi separado do sangue total por centrifugaccedilatildeo a 3000 rpm durante 15

minutos a 4ordmC sendo extraiacutedo com pipeta automaacutetica e acondicionado em microtubos

previamente desmineralizados para determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo plasmaacutetica de Se

malondialdeiacutedo (MDA) e da capacidade de absorccedilatildeo de radicais livres de oxigecircnio (ORAC)

Em seguida o resiacuteduo contendo os eritroacutecitos foi lavado trecircs vezes com 5 mL de soluccedilatildeo

fisioloacutegica de cloreto de soacutedio a 09 homogeneizado lentamente por inversatildeo e centrifugado

a 10000 rpm por 10 minutos a 4ordmC sendo o sobrenadante descartado e dessa forma obtendo-

se a massa eritrocitaacuteria que foi extraiacuteda cuidadosamente com micropipeta e armazenada em

tubos de polipropileno desmineralizados para determinaccedilatildeo do Se eritrocitaacuterio e da atividade

da enzima GPx

Todas as amostras foram acondicionadas em gelo seco e transportadas em um

recipiente teacutermico por via aeacuterea de Porto Velho para Satildeo Paulo onde as amostras foram

armazenadas em freezer -80ordmC ateacute o momento das anaacutelises no laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo -

Minerais da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo (FCFUSP)

Quanto agraves amostras de cabelo coletadas estas foram armazenadas em envelopes de papel e

acondicionados em temperatura ambiente ateacute o momento das anaacutelises no Laboratoacuterio de

Anaacutelise por Ativaccedilatildeo Neutrocircnica - LANCRPq ndash Instituto de Pesquisas Energeacuteticas Nucleares

(IPENCNEN) ndash SP

Todos os materiais utilizados (vidrarias plaacutesticos ponteiras etc) foram

desmineralizados em banho de aacutecido niacutetrico a 20 por no miacutenimo 12 horas e enxaguados

pelo menos 10 vezes consecutivas com aacutegua ultra pura Milli-Q (resistividade de 182 MΩcm

a 25ordmC) para evitar a contaminaccedilatildeo por minerais Os reagentes utilizados nas anaacutelises tinham

um grau de pureza analiacutetica (PA) e a aacutegua ultrapura Milli-Q foi utilizada no preparo das

soluccedilotildees e diluiccedilatildeo das amostras

45

43 AVALIACcedilAtildeO ANTROPOMEacuteTRICA

Para avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica foram aferidos o peso a estatura e a circunferecircncia da

cintura (CC) Todas as afericcedilotildees foram realizadas por nutricionista segundo teacutecnicas

preconizadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2004)

O peso foi mensurado em balanccedila antropomeacutetrica da marca Filizolareg

modelo

ldquoWelmyrdquo com capacidade de 150 kg e graduaccedilatildeo de 100 g A estatura foi aferida em

estadiocircmetro com reacutegua antropomeacutetrica de ateacute 2 m e divisatildeo de 05 cm acoplado agrave balanccedila A

adequaccedilatildeo do peso das participantes foi avaliado pelo indicador Iacutendice de Massa Corporal ndash

IMC (Kgm2) calculado pela razatildeo do peso corporal em quilos pelo quadrado da altura em

metros Em seguida utilizou-se a classificaccedilatildeo da World Health Organization (WHO 2000)

de acordo com o Quadro 5 a seguir como um dos criteacuterios para classificar o IMC das

participantes

Quadro 5 Classificaccedilatildeo do Iacutendice de Massa Corpoacuterea (IMC) para adultos

Classificaccedilatildeo IMC (kgm2) Risco de Comorbidades

Baixo Peso

˂ 185

Baixo

Peso Normal ou

Eutrofia 185 - 249

Meacutedio

Sobrepeso

ge 25 ndash 299

Aumentado

Obesidade I 300 - 349 Moderado

Obesidade II 350 ndash 399 Grave

Obesidade III ˃ 40 Muito Grave

Fonte (WHO 2000)

A circunferecircncia da cintura (CC) foi aferida com uma trena antropomeacutetrica inelaacutestica e

flexiacutevel com 2 m de comprimento da marca Sannyreg

Para classificaccedilatildeo utilizou-se tambeacutem a

referecircncia da World Health Organization (WHO 2000) citada pela Associaccedilatildeo Brasileira

para o Estudo da Obesidade e da Siacutendrome Metaboacutelica (ABESO 20092010) a qual

estabelece como ponto de corte para risco cardiovascular aumentado a medida da

circunferecircncia igual ou superior a 80 cm em mulheres caucasianas

46

44 CONSUMO ALIMENTAR

O consumo alimentar foi avaliado por meio do registro alimentar de 24 horas aplicado

durante trecircs dias sendo dois dias da semana e um dia no final de semana A ingestatildeo

alimentar das participantes foi calculada com auxiacutelio do software NUTWIN (Departamento de

Informaacutetica da Escola Paulista de Medicina - UNIFESP) Considerando que as tabelas de

composiccedilatildeo de alimentos disponiacuteveis em alguns softwares natildeo dispotildeem de dados completos

acerca do teor de Se nos alimentos estes dados foram incluiacutedos manualmente baseados em

anaacutelises realizadas no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo e Minerais da USP

Como houve correlaccedilatildeo significativa entre os valores de energia e de Se os

macronutrientes e o mineral foram ajustados pela energia e correccedilatildeo da variabilidade

intrapessoal e interpessoal (WILLET et al 1997 WILLET et al 1998 SLATER et al

2004)

A avaliaccedilatildeo da ingestatildeo alimentar dos macronutrientes foi realizada de acordo com a

contribuiccedilatildeo energeacutetica em percentual da ingestatildeo caloacuterica total utilizando o Acceptable

Macronutrient Distribution Ranges (AMDR) do Institute of Medicine (IOM 2006) conforme

Quadro 6 As participantes foram classificadas em trecircs categorias sendo elas abaixo da

recomendaccedilatildeo dentro do intervalo de recomendaccedilatildeo e acima da recomendaccedilatildeo

Quadro 6 Intervalos de recomendaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de macronutrientes em percentual de

contribuiccedilatildeo energeacutetica (AMDR) de acordo com IOM (2006)

Macronutrientes AMDR (Adultos ˃18 anos)

Carboidratos 45 ndash 65

Proteiacutenas 10 ndash 35

Lipiacutedios 20 ndash 35

Fonte IOM 2006 AMDR Acceptable Macronutrient Distribution Ranges

Em relaccedilatildeo agrave prevalecircncia de ingestatildeo inadequada de Se esta foi calculada utilizando a

foacutermula proposta por Beaton (1994)

Z = (EAR ndash meacutedia) desvio padratildeo

Os valores da Necessidade Meacutedia Estimada (EAR) utilizados para avaliar a adequaccedilatildeo

da ingestatildeo de Se tambeacutem foram estabelecidos pelo IOM 2006

47

45 DETERMINACcedilAtildeO DA CONCENTRACcedilAtildeO DE SELEcircNIO NO PLASMA E

ERITROacuteCITOS

Com a finalidade de determinar as concentraccedilotildees de Se no plasma e nos eritroacutecitos as

amostras foram pesadas em triplicata (300microL) em tubos de micro kjehdal em seguida foram

adicionados 5 mL de aacutecido niacutetrico 65 (Merck

) e os tubos foram acondicionados em bloco

digestor O material foi digerido por via uacutemida aacutecida a uma temperatura maacutexima de 1500

C

Apoacutes este procedimento o Se contido nas amostras foi reduzido da forma VI para a forma IV

com adiccedilatildeo de aacutecido cloriacutedrico (HCl) 12 N durante duas horas a temperatura de 1000

C As

soluccedilotildees finais foram diluiacutedas para um volume de 25 mL e realizou-se a leitura por

espectrometria de absorccedilatildeo atocircmica com geraccedilatildeo de hidretos acoplados agrave cela de quartzo

(HGQTAAS) (HITACHI

modelo Z-5000) A curva de calibraccedilatildeo foi preparada utilizando os

respectivos pontos 00 microgL 01 microgL 03 microgL 05 microgL 10 microgL 30 microgL e 50 microgL O

limite de detecccedilatildeo (LD) foi de 00016 microgL e adotou-se um limite de confianccedila de 95 O

desvio padratildeo adotado para cada amostra ˂ que 5 e os resultados foram expressos em microgL

O controle de qualidade externo foi realizado utilizando o material de referecircncia

certificado (SERONORM SEROreg) que tambeacutem foi submetido aos mesmos procedimentos

realizados com as amostras O estado nutricional em relaccedilatildeo ao Se das participantes foi

classificado de acordo com os paracircmetros descritos no Quadro 7

Quadro 7 Valores de referecircncias adotados para concentraccedilatildeo de Se no plasma e eritroacutecitos

Se Valores de Normalidade

(microgL)

Plasmaacutetico

60 ndash 120

Eritrocitaacuterio 90 - 190

Fonte VAN DAEL DEELSTRA (1993) ORTUNtildeO (1997)

As participantes que apresentaram concentraccedilotildees plasmaacuteticas abaixo de 60 microgL foram

consideradas deficientes enquanto aquelas com concentraccedilotildees acima de 120 microgL em risco

de toxicidade Em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees nos eritroacutecitos foram consideradas deficientes

aquelas abaixo de 90 microgL e em risco de toxicidade acima de 190 microgL

Aleacutem dos valores de referecircncia descritos na Tabela 9 adotaram-se ainda os

paracircmetros propostos por Thomson (2004) que estabelece a concentraccedilatildeo miacutenima de Se

48

plasmaacutetico para o natildeo surgimento da doenccedila de Keshan como 21 microgL o valor aceitaacutevel para

otimizaccedilatildeo da atividade das enzimas deiodinases como ˃ 65 microgL o intervalo de 80 a 95 microgL

para maximizaccedilatildeo da atividade da GPx e selenoproteiacutena P e o valor superior a 115 microgL para

proteccedilatildeo contra alguns tipos de cacircncer

46 DETERMINACcedilAtildeO DA ATIVIDADE DA GPx

A atividade da enzima GPx foi determinada nos eritroacutecitos com o auxiacutelio de kit

comercial (Ransel 505-RANDOX Laboratories CrumlinUK) adaptado para o uso no

analisador bioquiacutemico automaacutetico (LiasysregMAS Rome Italy) Este meacutetodo se baseia na

reaccedilatildeo em que a enzima GPx catalisa a oxidaccedilatildeo da GR por um hidroperoacutexido Na presenccedila

de GPx e NADPH a GSH eacute convertida agrave forma reduzida com a oxidaccedilatildeo concomitante do

NADPH em NADH+ A diminuiccedilatildeo na absorbacircncia a 340 ηm eacute entatildeo determinada

(PAGLIA e VALENTINE 1967) A faixa de normalidade proposta pelo kit comercial

utilizado eacute de 275 - 736 UgHb A concentraccedilatildeo da hemoglobina (Hb) tambeacutem foi

determinada uma vez que a atividade da enzima foi expressa em UgHb

47 PROCESSAMENTO E ANAacuteLISE DE MERCUacuteRIO NOS CABELOS

Na primeira etapa do processamento para determinaccedilatildeo do Hg total os cabelos foram

picotados em pedaccedilos de aproximadamente 05 mm de comprimento com tesoura de accedilo inox

higienizada com acetona a cada troca de amostra Depois disso transferiram-se os cabelos

para um beacutequer limpo onde foram submersos em acetona e em seguida enxaguados trecircs

vezes com aacutegua Milli Q e mais uma vez com acetona conforme procedimento recomendado

pela Agecircncia Internacional de Energia Atocircmica (IAEA) (FARIAS 2006) As amostras foram

secas em temperatura ambiente e o armazenamento foi realizado em envelopes de papel

devidamente identificados

Para anaacutelise das amostras e materiais de referecircncia foram pesados cerca de 01 a 015

g de amostra diretamente em um frasco de teflon fechado da marca Savillexreg com capacidade

de 182 mL Apoacutes a pesagem foram adicionados 4 mL de aacutecido niacutetrico (HNO3) e 2 mL de

aacutecido sulfuacuterico (H2SO4) ambos concentrados e da marca Merckreg que foram mantidos assim

durante a noite No dia seguinte para digestatildeo das amostras em sistema fechado os frascos

foram colocados em bloco digestor na temperatura de 90ordm durante 3 h Depois da digestatildeo os

49

frascos foram colocados em banho de gelo ateacute o completo resfriamento e em seguida foram

adicionados 250 microL de soluccedilatildeo de dicromato de potaacutessio (K2Cr2O7) a 10 (mv) para a

estabilizaccedilatildeo do Hg

A determinaccedilatildeo de Hg total nos cabelos foi realizada pelo meacutetodo de espectrometria

de absorccedilatildeo atocircmica com geraccedilatildeo de vapor frio (CV AAS) em equipamento FIMS-100

(Perkin Elmerreg

) A validaccedilatildeo da metodologia em relaccedilatildeo agrave precisatildeo e exatidatildeo foi realizada

por meio da anaacutelise em triplicata dos materiais de referecircncia (Human Hair- IAEA 086 GBW

09101 - Human Hair e BCR CRM 397 - Human Hair) com valor certificado de concentraccedilatildeo

para Hg total e os resultados obtidos estatildeo presentes no Quadro 8

As determinaccedilotildees de Hg total em cabelos foram realizadas no Laboratoacuterio de Anaacutelise

por Ativaccedilatildeo Neutrocircnica (LAN) do Centro do Reator de Pesquisas (CRPq) do IPEN ndash

CNENSP

Quadro 8 Resultados (meacutedia plusmn desvio padratildeo da meacutedia) das anaacutelises dos materiais de

referecircncia utilizados na determinaccedilatildeo de Hg total (n= nuacutemero de determinaccedilotildees)

Amostras

Valores

Certificados

(microg kg -1

)

Valores Obtidos

(Meacutedia plusmn desvio)

(microg kg -1

)

DPR

()

ER

()

IAEA 086

(n =8) 573 plusmn 39

615 plusmn 68 111 73

GBW 09101

(n=4) 2160 plusmn 210

1975 plusmn 86 43 86

BCR CRM 397

(n=2) 12300 plusmn 500

11688 plusmn 32 027 50

IAEA- International Atomic Energy Agency

IAEA 086 - Methylmercury Total Mercury and other trace elements in Human Hair (IAEA May 2000)

CRM 397 - Certified Reference Material Trace Elements in Human Hair BCR- Community Bureau of Reference

(Brussels January 1991)

GBW 09101 - Certified Reference Material Human Hair (China April 1988)

DPR- Desvio Padratildeo Relativo

ER- Erro relativo

Quanto ao limite de detecccedilatildeo (LD) minus a menor concentraccedilatildeo do analito em uma amostra

que pode ser detectada mas natildeo necessariamente quantificada sob determinadas condiccedilotildees

experimentais minus foi determinado diretamente da curva de calibraccedilatildeo construiacuteda utilizando a

50

teacutecnica de regressatildeo e considerando um niacutevel de confianccedila de 95 O valor encontrado para o

limite inferior de detecccedilatildeo foi da ordem de 001 ng mL-1

resultado compatiacutevel com os estudos

encontrados na literatura para determinaccedilatildeo de Hg (HORVAT 1996 SKOOG et al 2002

FARIAS 2009) Em relaccedilatildeo ao limite de quantificaccedilatildeo (LQ) tambeacutem conhecido como limite

de determinaccedilatildeo que indica qual a menor concentraccedilatildeo do analito que pode ser detectada por

um meacutetodo qualquer que estaacute sendo empregado com um niacutevel aceitaacutevel de precisatildeo e

veracidade Pode ser considerado ainda como a concentraccedilatildeo do analito correspondente ao

valor meacutedio do branco mais 5 e 6 ou 10 desvios padratildeo (FARIAS 2009) O valor encontrado

para o limite de quantificaccedilatildeo para esta pesquisa foi da ordem de 1 ng mL-1

Os resultados das anaacutelises dos materiais de referecircncia apresentaram desvio padratildeo

relativo (DPR) variando de 027 a 11 e ER (Erro Relativo) de 5 a 86 comprovando a

precisatildeo e exatidatildeo do meacutetodo respectivamente

Para classificar o diagnoacutestico em relaccedilatildeo as concentraccedilotildees de Hg nos cabelos das

participantes os resultados encontrados foram comparados aos estabelecidos pela WHO

(1990) o qual considera 2000 ng g-1

para populaccedilotildees natildeo expostas e 6000 ng g-1

como

indicador de exposiccedilatildeo para Hg

48 DETERMINACcedilAtildeO DA CONCENTRACcedilAtildeO PLASMAacuteTICA DE

MALONDIALDEIacuteDO (MDA)

A peroxidaccedilatildeo lipiacutedica foi determinada por meio das concentraccedilotildees de MDA no

plasma obtidas por cromatografia liacutequida de alta eficiecircncia (HPLCPDA) quantificando a

reaccedilatildeo do MDA com dinitrofenilhidrazina (DNPH) utilizando absorbacircncia de 308 nm de

acordo com o meacutetodo adaptado de Rezaei Jamshidzadeh e Sanati (2013) Antes do

processamento das amostras foi construiacuteda uma curva de calibraccedilatildeo utilizando uma soluccedilatildeo

estoque de MDA com 22 μL de tetrametoxipropano e 10 mL de aacutecido sulfuacuterico a 1 Os

pontos da curva utilizados foram 00 025 05 10 20 40 60 e 120 μM Utilizou-se o

aparelho de HPLC da marca Shimadzu (Kyoto Japatildeo) equipado com coluna Phenomenex

Reverse-phase C18 de 240 mm x 46 mm com partiacuteculas de 5μm (Phenomenex Torrance

CA) A temperatura no amostrador foi mantida em 4degC e a temperatura da coluna a 25degC A

eluiccedilatildeo foi realizada em modo isocraacutetico com uma fase moacutevel constituiacuteda de 50 de H2O

deionizada e 50 de acetonitrila acidificada com 2 de aacutecido aceacutetico A taxa de fluxo de

ingestatildeo da amostra foi de 1 mLminuto e o tempo de corrida de 15 minutos

51

Com o objetivo de liberar o MDA das proteiacutenas plasmaacuteticas foram adicionados 10 μL

de hidroacutexido de soacutedio 4M nos microtubos que continham 100 μL de plasma e em seguida

estes foram agitados em voacutertex Apoacutes este procedimento as amostras foram incubadas no

aparelho Vortempreg a 60degC durante 30 minutos para posteriormente serem acondicionadas no

gelo por 5 minutos Depois do resfriamento foram adicionados 150 μL de aacutecido sulfuacuterico a

1 e agitou-se em voacutertex vigorosamente para precipitaccedilatildeo das proteiacutenas Novamente

incubou-se no gelo por mais 5 minutos seguindo-se de uma centrifugaccedilatildeo a 14000 rpm por

10 minutos Foram retirados 175 μL do sobrenadante que foram transferidos para um novo

microtubo onde foi adicionado 25 microL de DNPH (0001 gmL) permanecendo agrave temperatura

ambiente por 30 minutos protegidos de luz Centrifugou-se novamente o microtubo a 14000

rpm por 5 minutos e 150 μL do sobrenadante foi transferido para um vial do qual foi injetado

100 μL no aparelho HPLC

A determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo plasmaacutetica de malondialdeiacutedo foi realizada no

Departamento de Anaacutelises Cliacutenicas e Toxicoloacutegicas no laboratoacuterio de Toxicologia que tem

como responsaacutevel a professora Ana Paula de Melo Loureiro da Faculdade de Ciecircncias

Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo (USP)

49 DETERMINACcedilAtildeO DA CAPACIDADE DE ABSORCcedilAtildeO DE RADICAIS DE

OXIGEcircNIO (ORAC)

A capacidade antioxidante total do plasma foi realizada por meio do meacutetodo ORAC

proposto por Prior et al (2003) que baseia-se na mensuraccedilatildeo da inibiccedilatildeo do radical peroxil o

que demostra resistecircncia aos danos oxidativos Para isso o plasma foi desproteinizado com

aacutecido percloacuterico e posteriormente as amostras foram diluiacutedas 10x com tampatildeo fosfato (pH

74)

As anaacutelises foram realizadas em triplicata utilizando 25 microL de amostra em microplaca

de 48 poccedilos adicionando-se posteriormente 150 microL de soluccedilatildeo de fluoresceiacutena e 25 microL de

22-azobis (aminopropano) di-hidroclorido (AAPH) por injetores automaacuteticos do leitor de

microplacas (Biotech Synergy H1)

Utilizou-se uma curva padratildeo de Trolox preparada com as seguintes concentraccedilotildees

100 microM 50 microM 25 microM 125 microM 625 microM e os resultados foram expressos em μmol de

Trolox (μmol TEmL)

52

410 PREPARACcedilAtildeO DAS AMOSTRAS PARA ANAacuteLISE DOS POLIMORFISMOS

Para extraccedilatildeo do DNA de sangue total utilizou-se o kit PureLinkTM

Genomic DNA

(Invitrogen CA USA) seguindo as instruccedilotildees do fabricante Em seguida foi feita a leitura em

espectrofotocircmetro (Nanodropreg) nos comprimentos de onda () de 260nm (DNA) e 280nm

(proteiacutena) O DNA foi considerado iacutentegro e de boa qualidade quando a razatildeo 260280 foi

maior que 18 sendo descartadas aquelas com valores abaixo deste paracircmetro A

quantificaccedilatildeo do DNA das amostras foi realizada neste mesmo equipamento sendo os

resultados obtidos em ngmicroL As amostras com concentraccedilotildees inferiores a 10 ngmicroL foram

descartadas tendo em vista que esta era concentraccedilatildeo miacutenima padronizada

4101 Determinaccedilatildeo do Polimorfismo Pro198Leu (rs 1050450)

Para anaacutelise de genotipagem o DNA do sangue total seraacute extraiacutedo a partir do

kit Purelink Genomic DNA da Invitrogen Life Technologies e em seguida o mesmo seraacute

quantificado no espectrofotocircmetro Nanodrop sendo o resultado expresso em ngmL Seraacute

utilizada a razatildeo 260280 superior a 17 e inferior a 20 como paracircmetro de qualidade do

DNA Amostras com a razatildeo abaixo desse valor seratildeo reextraiacutedas O DNA genocircmico de todas

as amostras seraacute ajustado em aacutegua autoclavada para uma concentraccedilatildeo de 10 ngmL e volume

final de 20 μL Um total de 2 μL de DNA seraacute usado para a reaccedilatildeo em cadeia da polimerase e

18 μL de soluccedilatildeo contendo o master mix especiacutefico para o ensaio de genotipagem (TaqManreg

genotyping master mix ndash Applied Biosystemsreg) com sondas TaqMan (Custom TaqMan

reg SNP

Genotyping Assay Human Alelo 1 VICMGB-NFQ Alelo 2 FAMMGB-NFQ part number

4331349) e primers especiacuteficos para o SNP (RS1050450) primer forward CATCGAAGCCCTGCTGTCT

e primer reverse CACTGCAACTBCCAAGCA

A genotipagem da populaccedilatildeo do estudo seraacute realizada pelo sistema TaqMan SNP

Genotyping Assays da Applied Biosystemsreg utilizando as condiccedilotildees de termociclagem

recomendadas pelo fabricante Este sistema eacute baseado na anaacutelise end-point da RT-PCR (Real

time ndash PCR ou Reaccedilatildeo em cadeia da Polimerase em Tempo Real)

53

4102 Determinaccedilatildeo do Polimorfismo GSTM1

As reaccedilotildees de PCR em tempo real (qPCR) foram realizadas em placas especiacuteficas de

96 poccedilos no equipamento StepOne Plus utilizando o sistema para detecccedilatildeo de produtos de

amplificaccedilatildeo TaqManreg (Applied Biosystems Foster City CA USA) Para o polimorfismo

GSTM1 foram selecionados primers forward 5prime-AAGATTCGTGTGGACATTTTGGA-3prime e

reverse 5prime TCTGGATTGTAGCAGATCATGCC-3prime e probes (FAM-CAGACCATGGACA-

ACCA-MGB 100 microM) marcados com fluoroacuteforo FAM Para controle endoacutegeno utilizou-se a

β-2-microglobulina (B2M) forward 5prime-TTGTTTCACTGTCCTGAGGACTATTTAT-3prime e

reverse 5prime-ATGTTACTCTGTCAATGTTCTCCACAT-3prime Os probes utilizados foram

marcados com fluoroacuteforo VIC (VIC-CTCTAACATGATAACCCTCAC-MGB 100 microM)

(COVAULT et al 2003)

As amostras foram submetidas agrave seguinte termociclagem 50degC por 2 min 95degC por

10 min seguidos de 40 ciclos a 95degC por 15 segundos e 60degC por 1 min Ao final eram

considerados vaacutelidos apenas os resultados cuja reaccedilatildeo apresentasse curva de dissociaccedilatildeo com

apenas um pico referente agrave temperatura de melting do primer utilizado em cada reaccedilatildeo A

presenccedila da deleccedilatildeo no gene GSTM1 foi estabelecida quando os valores de Ct (threshold

cycle) foram superiores a 35 ciclos conforme padronizaccedilatildeo realizada por Covault et al

(2003) De forma aleatoacuteria foram selecionadas 20 das amostras deletadas para confirmar a

deleccedilatildeo e em 100 delas houve concordacircncia dos resultados

411 ANAacuteLISES ESTATIacuteSTICAS

Os dados obtidos foram analisados no software SPSS versatildeo 200 e os resultados

expressos como meacutedia desvio padratildeo valores miacutenimos e maacuteximos Testou-se a normalidade

dos dados usando o teste de Kolmogorov-Smirnov e a homogeneidade de variacircncia o de

Levene O teste T-Student para amostras independentes e o ANOVA seguido de Tukey para

comparaccedilatildeo de meacutedias entre os paracircmetros Para o teste de correlaccedilatildeo utilizou-se o de

Pearson Nas anaacutelises de regressatildeo empregou-se o modelo de regressatildeo linear simples e o

modelo de regressatildeo linear muacuteltipla para selecionar as variaacuteveis de ajuste As variaacuteveis

testadas nos ajustes dos modelos muacuteltiplos foram idade iacutendice de massa corpoacuterea

escolaridade renda e ingestatildeo energeacutetica Para estes adotou-se o meacutetodo de backward

Foram consideradas estatisticamente significantes as anaacutelises com p lt 005

54

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51 CARACTERIZACcedilAtildeO DA POPULACcedilAtildeO

Participaram do estudo 200 mulheres voluntaacuterias da cidade de Porto Velho (RO)

selecionadas de uma amostra de conveniecircncia A meacutedia de idade das participantes foi de 263

+ 75 anos Conforme a etnia relatada pelas voluntaacuterias 93 informaram ser pardas e a

maioria cursava o ensino superior Quanto agrave renda houve uma maior prevalecircncia de

participantes que ganhavam mais de quatro salaacuterios miacutenimos e 75 afirmaram natildeo realizar

atividade fiacutesica Em relaccedilatildeo ao histoacuterico de doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis na famiacutelia as

mais descritas foram hipertensatildeo arterial e diabetes Nenhuma participante era fumante ou

fazia uso de bebidas alcooacutelicas Todas residiam no estado de Rondocircnia haacute no miacutenimo 10 anos

Os dados acima mencionados estatildeo representados de forma detalhada na Tabela 1

De acordo com o censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

(IBGE 2011) a populaccedilatildeo brasileira era constituiacuteda de 190755799 de habitantes sendo que

428527 pertenciam agrave cidade de Porto Velho Desse total 492 eram do gecircnero feminino

Ainda neste censo 477 dos habitantes do Brasil classificaram-se como brancos

76 como pretos 43 como pardos 11 como amarelos e 04 como indiacutegenas A

distribuiccedilatildeo por cor ou raccedila reflete padrotildees histoacutericos de ocupaccedilatildeo e movimentos relacionados

agrave dinacircmica econocircmica As maiores proporccedilotildees de pardos (58) estatildeo nas regiotildees norte e

nordeste enquanto os pretos estatildeo mais presentes na Bahia (17) e no Rio de Janeiro

(124) Em Rondocircnia 353 se declararam brancos 556 pardos e 69 pretos

corroborando com dados obtidos nesta pesquisa

Dentre os dados apresentados ressalta-se ainda a presenccedila de DCNT nos antecedentes

familiares das participantes De acordo com Silva-Junior (2009) e Schmidt et al (2011)

72 das mortes ocorridas em 2007 no Brasil foram atribuiacutedas agraves DCNT O aumento da

prevalecircncia de diabetes e hipertensatildeo paralelamente ao excesso de peso estaacute associado agrave

mudanccedilas desfavoraacuteveis na dieta e na atividade fiacutesica (SCHMIDT et al 2011)

O Brasil tem colocado em praacutetica importantes poliacuteticas para prevenccedilatildeo das DCNT

Como exemplo destaca-se a implantaccedilatildeo do plano de accedilatildeo de 2008 a 2013 da Organizaccedilatildeo

Mundial da Sauacutede (WHO) que teve como foco quatro doenccedilas cardiovasculares diabetes

cacircncer e doenccedilas respiratoacuterias crocircnicas responsaacuteveis por 58 das mortes no Brasil em 2007

(WHO 2010 SCHMIDT et al 2011) O elevado nuacutemero de casos dessas doenccedilas nos dias

55

atuais justifica os resultados da porcentagem relatada pelas participantes do estudo sobre o

histoacuterico de doenccedilas na famiacutelia

Tabela 1 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas das voluntaacuterias

1Salaacuterio Miacutenimo vigente no ano de 2011 (R$ 54500)

52 AVALIACcedilAtildeO ANTROPOMEacuteTRICA

Os resultados antropomeacutetricos de acordo com o Iacutendice de Massa Corpoacuterea (IMC)

estatildeo apresentados na tabela 2 a seguir

n

Etnia (n=200)

Parda 186 930

Branca 11 55

Negra 2 10

Indiacutegena 0 0

Oriental 1 05

Escolaridade (n=173)

Fundamental 8 50

Ensino Meacutedio 19 100

Superior Incompleto 103 600

Superior Completo 40 230

Poacutes-Graduaccedilatildeo 3 20

Renda (n=163)

Ateacute 1 Salaacuterio Miacutenimo1

9 60

2 a 3 Salaacuterios Miacutenimos 58 350

Acima de 4 Salaacuterios Miacutenimos 96 590

Atividade Fiacutesica (n=200)

Sim 51 250

Natildeo 149 750

DCNT (n=186)

Dislipidemias 16 86

Obesidade 37 200

Diabetes 62 333

Hipertensatildeo Arterial 58 311

Outras 13 70

56

Tabela 2 Classificaccedilatildeo das participantes segundo o Iacutendice de Massa Corporeacutea (IMC)

Classificaccedilatildeo do IMC (kgm2) n

Eutrofia (185 - 249) 186 93

Sobrepeso (ge 25 ndash 299) 13 65

Obesidade grau I (300 - 349) 1 05

A Figura 5 apresenta os resultados da Circunferecircncia da Cintura (CC) das

participantes Do total 172 voluntaacuterias (891) apresentavam CC dentro dos valores de

normalidade e 21 (109) em risco aumentado de DCNT

Figura 5 Circunferecircncia da Cintura das voluntaacuterias de acordo com WHO (2000) Ponto de

corte assinalado em azul (80 cm) constitui risco aumentado para o desenvolvimento de

DCNT Porto Velho 2015

Considerando as estimativas de prevalecircncia das condiccedilotildees deacuteficit e excesso de peso

de acordo com o IMC os dados da POF 20082009 da populaccedilatildeo brasileira acima de 19 anos

de idade revelaram que 36 das mulheres brasileiras foram classificadas com deacuteficit de peso

principalmente nas mulheres muito jovens (20 a 24 anos de idade) ou muito idosas (75 anos

57

ou mais) O excesso de peso foi diagnosticado em cerca de metade das mulheres excedendo

em 13 vezes a frequecircncia de deacuteficit de peso nestas e o diagnoacutestico de obesidade foi de 169

Ainda de acordo com a POF 20082009 observou-se que tanto o excesso de peso

como a obesidade aumentaram de frequecircncia nas idades entre 55 a 64 anos declinando nas

idades subsequentes Em relaccedilatildeo agraves mulheres da regiatildeo norte o deacuteficit de peso foi de 35 no

domiciacutelio urbano e 42 no rural o excesso de peso 48 no urbano e 479 no rural e a

obesidade 17 e 165 respectivamente

53 CONSUMO ALIMENTAR

A ingestatildeo meacutedia de energia das voluntaacuterias foi 131801 plusmn 26548 kcaldia Os

macronutrientes foram avaliados de acordo com os intervalos de recomendaccedilatildeo da

distribuiccedilatildeo em percentual da contribuiccedilatildeo energeacutetica (AMDR) do Institute of Medicine

(2006) Verificou-se que a maioria (59) das participantes apresentou uma ingestatildeo de

carboidratos abaixo da recomendaccedilatildeo enquanto em relaccedilatildeo agraves proteiacutenas uma elevada

porcentagem (76) apresentou ingestatildeo dentro do intervalo de referecircncia e o consumo de

lipiacutedios foi acima da recomendaccedilatildeo em 48 delas (Figura 6)

Figura 6 Distribuiccedilatildeo das participantes segundo a adequaccedilatildeo da ingestatildeo dos

macronutrientes de acordo com a recomendaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em percentual da energia

(IOM 2006) Porto Velho 2015

59

10 13

26

76

39

44

14

48

Carboidratos Proteiacutenas Lipiacutedios

Abaixo da Recomendaccedilatildeo Dentro do Intervalo de Recomendaccedilatildeo

Acima da Recomendaccedilatildeo

58

A Pesquisa de Orccedilamentos Familiares (POF 20082009) avaliou o consumo alimentar

de 34003 brasileiros levando em consideraccedilatildeo o gecircnero e a faixa etaacuteria Foi observado que o

consumo energeacutetico meacutedio da populaccedilatildeo brasileira em geral variou de 1490 a 2289 kcal Na

regiatildeo norte observaram-se meacutedias de ingestatildeo energeacutetica acima da meacutedia nacional e das

demais regiotildees do paiacutes variando de 1660 a 2496 kcal Entre as mulheres a faixa etaacuteria de 19

a 59 anos apresentou ingestatildeo energeacutetica meacutedia de 1710 kcal sendo a meacutedia na aacuterea urbana

de 1713 e na aacuterea rural 1694 kcal

Dados do Estudo Nacional de Despesa Familiar (ENDEF) de 197475 e as POFs

(198788 199596 e 200203) verificaram diminuiccedilatildeo de cerca de 9 na participaccedilatildeo relativa

de carboidratos acarretando valores considerados miacutenimos para este macronutriente (559)

No entanto no estudo da POF 20082009 a porcentagem de contribuiccedilatildeo dos macronutrientes

obedeceu agraves faixas de recomendaccedilatildeo A meacutedia da porcentagem de contribuiccedilatildeo de

carboidratos nas dietas das mulheres brasileiras foi de 562 a 576 a de proteiacutena de 16 4 e

de lipiacutedio 272 Ao avaliar as participantes da regiatildeo norte as meacutedias de contribuiccedilatildeo foram

565 para carboidrato 176 para proteiacutena e 256 para lipiacutedio

A manutenccedilatildeo do peso corpoacutereo eacute primariamente determinada pelo consumo e

utilizaccedilatildeo de carboidratos e lipiacutedeos As proteiacutenas contribuiram com uma fraccedilatildeo pequena e

relativamente constante no consumo energeacutetico total A auto regulaccedilatildeo dos estoques de

carboidratos e proteiacutenas no organismo humano ocorre de maneira eficiente enquanto o

mecanismo de regulaccedilatildeo de armazenamento de lipiacutedios eacute pouco eficiente O papel

fundamental dos carboidratos (accediluacutecares e amido) eacute o de fornecer energia para as ceacutelulas do

organismo particularmente para o ceacuterebro uacutenico oacutergatildeo dependente exclusivamente destes

nutrientes (EGASHIRA MIZIARA LEONI 2014)

Os lipiacutedios satildeo importantes na alimentaccedilatildeo pois fornecem energia de alta densidade e

participam no valor energeacutetico total da dieta Ao longo dos uacuteltimos anos raacutepidas mudanccedilas na

dieta e no estilo de vida vecircm ocorrendo com a industrializaccedilatildeo urbanizaccedilatildeo desenvolvimento

econocircmico e mais recentemente a globalizaccedilatildeo propiciando significativo impacto na sauacutede e

no estado nutricional da populaccedilatildeo do mundo As DCNT incluindo obesidade diabetes

melito doenccedilas cardiovasculares hipertensatildeo arterial e alguns tipos de cacircncer tecircm

comprometido o periacuteodo de vida economicamente ativo de vaacuterios indiviacuteduos Com relaccedilatildeo agraves

mudanccedilas dieteacuteticas uma das principais alteraccedilotildees observadas eacute o incremento de oacuteleos e

gorduras em preparaccedilotildees e em alimentos industrializados (SANTOS e AQUINO 2014)

Apesar de as voluntaacuterias natildeo apresentarem doenccedilas crocircnicas auto-relatadas destaca-se que

59

houve histoacuterico de vaacuterias DCNT na famiacutelia constituindo fator de risco para desenvolvimento

destas nas participantes

A ingestatildeo alimentar de Se tambeacutem foi avaliada nestas participantes apresentando

meacutedia de consumo de 493 plusmn 191 microgdia (Tabela 3) Observou-se que esta meacutedia foi superior

agrave recomendaccedilatildeo da EAR (45 microgdia) entretanto em relaccedilatildeo agrave prevalecircncia de ingestatildeo

inadequada de Se estimada conforme a foacutermula de Beaton (1994) notou-se que 409 das

participantes apresentaram inadequaccedilatildeo da ingestatildeo ou seja consumo abaixo da EAR

Tabela 3 Ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) das participantes (n = 193)

Se (microgdia)

Meacutedia 4934

Desvio Padratildeo 1915

Mediana 4643

Miacutenimo 1038

Maacuteximo 18520

Segundo os resultados da POF 20082009 a meacutedia do consumo de Se da populaccedilatildeo

feminina com idade entre 19 e 59 anos foi de 762 microgdia Na regiatildeo norte este mesmo grupo

apresentou consumo meacutedio de 1048 microgdia superior ao das outras regiotildees do Brasil centro-

oeste (697 microg) nordeste (793 microg) sudeste (714 microg) e sul (737 microg) Tais resultados

independente da regiatildeo foram superiores ao obtido neste estudo A prevalecircncia de

inadequaccedilatildeo da ingestatildeo de Se neste mesmo grupo foi de 137 no paiacutes sendo de 91 na

regiatildeo norte

Silva (2013) ao avaliar a ingestatildeo alimentar de Se de adultos saudaacuteveis da cidade de

Fortaleza (CE) observou consumo meacutedio de 79 microgdia e somente 151 dos participantes

apresentaram meacutedia de ingestatildeo abaixo da EAR

De acordo com as pesquisas realizadas no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo - Minerais a

ingestatildeo de Se na populaccedilatildeo brasileira varia de 18 a 200 microgdia (CINTRA 1990 BORTOLI

2010 DONADIO 2011 MAIA 2008 SILVA 2013)

Donadio (2011) avaliou indiviacuteduos adultos saudaacuteveis do estado de Satildeo Paulo e

observou um consumo meacutedio de 412 microgdia No estudo de Bortoli (2010) realizado com

mulheres da cidade de Satildeo Paulo Cubatatildeo (SP) e Novo Airatildeo (AM) verificou-se um

consumo meacutedio de 571 microgdia 533 microgdia e 539 microgdia respectivamente Esses dados

60

mostraram que natildeo houve diferenccedila significativa entre as cidades eou estados avaliados

Rocha et al (2014) ao avaliarem o consumo alimentar de Se de crianccedilas de duas comunidades

ribeirinhas de Porto Velho (RO) verificaram que as crianccedilas que residiam na localidade de

Demarcaccedilatildeo consumiam menos Se (418 microgdia) que a localidade denominada Gleba do Rio

Preto (179 microgdia) A diferenccedila observada foi atribuiacuteda ao fato de as crianccedilas da segunda

comunidade consumirem mais alimentos in natura enquanto as crianccedilas da primeira em

virtude da sua localizaccedilatildeo geograacutefica tinham mais acesso a alimentos industrializados

Ressalta-se que todos esses dados referentes ao consumo brasileiro de Se

independente da regiatildeo natildeo ultrapassaram o Limite Superior Toleraacutevel de Ingestatildeo (UL) de

400 microg dia (IOM 2006)

A determinaccedilatildeo do consumo de Se natildeo eacute uma tarefa faacutecil em virtude das dificuldades

existentes em relaccedilatildeo aos meacutetodos que avaliam a ingestatildeo alimentar e aleacutem disso em razatildeo

do nuacutemero reduzido de tabelas que apresentam a concentraccedilatildeo do mineral nos alimentos

brasileiros (FERREIRA 2002) Aliado a essas questotildees eacute preciso ressaltar que as

concentraccedilotildees do mineral nos alimentos satildeo proporcionais agrave quantidade do mesmo nos solos

dessa forma um mesmo alimento pode conter concentraccedilotildees de Se muito diferentes Por isso

os valores de ingestatildeo de Se apresentados poderiam ser diferentes caso houvesse dados da

concentraccedilatildeo do mineral em alimentos cultivados em solo rondoniense Mesmo assim a

dificuldade em estimar a ingestatildeo do Se continuaria existindo pois natildeo seria faacutecil rastrear de

forma rigorosa a origem dos alimentos consumidos pelas participantes

A ingestatildeo de castanha-do-brasil tambeacutem foi mensurada visto que eacute considerado o

alimento mais rico em Se Apenas uma voluntaacuteria afirmou ter o haacutebito de consumi-la

regularmente coincidindo ser justamente aquela que apresentou o maior consumo de Se

(43897 microgdia) bem como as maiores concentraccedilotildees do mineral no sangue Por isso essa

participante natildeo foi incluiacuteda nas anaacutelises por ser considerada como outlier

54 MARCADORES BIOQUIacuteMICOS DO ESTADO NUTRICIONAL RELATIVO AO

SELEcircNIO

A tabela 4 apresenta as concentraccedilotildees de Se (microgL) no plasma e eritroacutecitos das

participantes

61

Tabela 4 Concentraccedilatildeo de Se (microgL) no plasma e nos eritroacutecitos das participantes (n=192)

PLASMA ERITROacuteCITOS

Meacutedia + DP 498 + 186 754 + 299

Mediana 470 730

Miacutenimo 58 184

Maacuteximo 1094 1532

DP Desvio Padratildeo

Destaca-se que o plasma reflete o estado nutricional atual (FAIRWEATHER-TAIT

1997) De acordo com Thomson (2004) e Van Dael e Deelstra (1993) o Se plasmaacutetico eacute

considerado o biomarcador mais acessiacutevel para avaliaccedilatildeo do status do mineral por isso eacute o

mais utilizado pois permite avaliar as mudanccedilas em curto prazo respondendo de forma

raacutepida e sensiacutevel conforme a ingestatildeo alimentar Eacute importante mencionar que essa resposta

pode ser influenciada por fatores como a idade o estado fisioloacutegico do indiviacuteduo e a forma do

Se consumida

De acordo com o paracircmetro proposto por Van Dael e Deelstra (1993) verificou-se que

a maioria das participantes apresentou deficiecircncia de Se (69) enquanto uma porcentagem

menor apresentou adequaccedilatildeo (295) e outra mais reduzida em risco de toxicidade (15)

A Figura 7 apresenta os resultados da concentraccedilatildeo de Se plasmaacutetico conforme os

paracircmetros proposto por Van Dael e Deelstra (1993) assim como os intervalos estipulados

por Thomson (2004) que propotildee valores miacutenimos de Se no soro para prevenccedilatildeo da doenccedila de

Keshan otimizaccedilatildeo da atividade das deiodinases maximizaccedilatildeo da atividade da GPx e da

selenoproteiacutena P e ainda para proteccedilatildeo contra alguns tipos de cacircncer

Apenas 41 das voluntaacuterias apresentaram-se em risco para doenccedila de Keshan e

784 delas baixa otimizaccedilatildeo para as deiodinases Para o ponto de corte de otimizaccedilatildeo da

GPx e selenoproteiacutena P a maioria (933) apresentou baixa otimizaccedilatildeo Quanto ao intervalo

de proteccedilatildeo contra alguns tipos de cacircncer 99 natildeo estavam protegidas

Dessa forma de acordo com as duas referecircncias selecionadas para avaliar a

concentraccedilatildeo de Se no plasma verifica-se que a maioria das voluntaacuterias aleacutem de apresentar

deficiecircncia do mineral

No Brasil poucos estudos avaliaram o estado nutricional relativo ao Se em adultos

saudaacuteveis Coutinho (2003) avaliou este paracircmetro em praticantes de capoeria residentes em

Satildeo Paulo e observou a meacutedia de 787 microgL de Se no plasma Maia (2008) avaliou 29

62

paulistanos e 28 cearenses e observou uma meacutedia de Se plasmaacutetico de 665 microgL e 576 microgL

respectivamente

Figura 7 Distribuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo plasmaacutetica de Se (microgL) das participantes (n=194)

segundo os paracircmetros porpostos por Van Dael e Deelstra (1993) e Thomson (2004) Porto

Velho 2015

a Intervalo proposto por Van Dael e Deelstra (1993) (60 - 120 μgL)

Pontos de corte propostos por Thomson (2004) b Prevenccedilatildeo do surgimento da doenccedila de Keshan (gt 21 μgL)

c Otimizaccedilatildeo da atividade das deiodinases (gt 65 μgL)

d Maximizaccedilatildeo da GPx e selenoproteiacutena P (gt 80 - 95 μgL)

e Proteccedilatildeo contra alguns tipos de cacircncer (gt 115 μgL)

Bortoli (2010) avaliou mulheres saudaacuteveis e encontrou uma meacutedia de 817 microgL nas

voluntaacuterias residentes em Satildeo Paulo 607 microgL no grupo de Cubatatildeo (SP) e de 1018 microgL

nas mulheres de Novo Airatildeo (AM) A meacutedia de Se plasmaacutetico obtida na uacuteltima localidade

citada foi justificada pelo fato de a populaccedilatildeo ter como haacutebito o consumo regular de castanha-

do-brasil Donadio (2011) ao avaliar 124 indiviacuteduos residentes em Satildeo Paulo obteve a meacutedia

de 541 microgL Santos (2013) tambeacutem determinou as concentraccedilotildees do mineral no plasma de

176 indiviacuteduos do Cearaacute e observou uma meacutedia de 626 microgL

63

A Figura 8 apresenta a distribuiccedilatildeo das concentraccedilotildees eritrocitaacuterias de Se das

participantes Nos eritroacutecitos 125 participantes (645) apresentaram concentraccedilotildees abaixo

do intervalo de referecircncia

Figura 8 Distribuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo eritrocitaacuteria de Se das participantes (n=194) Intervalo

assinalado em azul (90 - 190 μgL) constitui os paracircmetros de normalidade proposto por Van

Dael e Deelstra (1993) e Ortuntildeo (1997) Porto Velho 2015

Ao contraacuterio do plasma a concentraccedilatildeo de Se eritrocitaacuterio reflete o estado nutricional

pregresso por responder de forma mais lenta agraves alteraccedilotildees no estado nutricional Essa resposta estaacute

relacionada com o tempo de meia vida das hemaacutecias que eacute de aproximadamente 120 dias

(FAIRWEATHER-TAIT 1997 VAN DAEL e DEELSTRA 1993)

Houve correlaccedilatildeo entre as concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio (r = 0629 p ˂

0001) ou seja quanto maior a concentraccedilatildeo de Se no plasma maior a sua concentraccedilatildeo nos

eritroacutecitos

As Tabelas 5 e 6 apresentam os resultados das anaacutelises de regressatildeo da ingestatildeo

alimentar de Se em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees do mineral no plasma e nos eritroacutecitos

respectivamente

64

Tabela 5 Coeficiente de regressatildeo da ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) como variaacutevel

independente que influenciou a concentraccedilatildeo do mineral no plasma (microgL) das participantes

Variaacutevel independente β p-valora

R2 ajustado p-valor

b

Ingestatildeo alimentar de Se (microgdia)c 0278 0112 0277 0026

Modelo ajustado pela escolaridade (anos de estudo) idade (anos) ingestatildeo energeacutetica (kcaldia) e circunferecircncia

da cintura (cm)

a Valor de p referente ao coeficiente β

b Valor de p referente ao R

2 ajustado

As anaacutelises de regressatildeo mostraram que houve associaccedilatildeo positiva entre o consumo de

alimentar de Se (microgdia) e as concentraccedilotildees do mineral no plasma (microgL) e nos eritroacutecitos

(microgL) O coeficiente de correlaccedilatildeo (R2) da ingestatildeo alimentar de Se em relaccedilatildeo ao plasma foi

277 e nos eritroacutecitos 363 Estes coeficientes expressam a porcentagem da variabilidade

das concentraccedilotildees sanguiacuteneas de Se que satildeo explicadas pela ingestatildeo alimentar do mineral

Tabela 6 Coeficiente de regressatildeo da ingestatildeo alimentar de Se (microgdia) como variaacutevel

independente que influenciou a concentraccedilatildeo do mineral nos eritroacutecitos (microgL) das

participantes

Variaacutevel independente β p-valora

R2 ajustado p-valor

b

Ingestatildeo alimentar de Se (microgdia)c 0154 0301 0363 0001

Modelo ajustado pelo consumo alimentar de Se (microgdia) idade (anos) circunferecircncia da cintura (cm) iacutendice de

massa corpoacuterea (kgm2) escolaridade (anos de estudo) e renda (salaacuterios miacutenimos)

a Valor de p referente ao coeficiente β

b Valor de p referente ao R

2 ajustado

No estudo de Maia (2008) a meacutedia da concentraccedilatildeo eritrocitaacuteria de Se em adultos residentes

em Satildeo Paulo foi de 80 microgL e do Cearaacute 1224 microgL Silva (2013) encontrou a meacutedia de 1015

microgL de Se nos eritroacutecitos dos participantes do Cearaacute Adame et al (2012) que avaliou

espanhois encontrou a meacutedia de 104 6 microgL

Bortoli (2010) obteve a meacutedia de 833 microgL nas participantes de Satildeo Paulo 859 microgL

no grupo de Cubatatildeo (SP) e de 1998 microgL nas muheres de Novo Airatildeo (AM) A meacutedia

elevada encontrada na comunidade de Novo Airatildeo foI justificada pelo fato de a populaccedilatildeo do

estado do Amazonas apresentar o haacutebito de consumir regularmente a castanha-do-brasil

Houve ainda correlaccedilatildeo positiva entre os valores de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio indicando

65

que aquelas participantes cujo o teor estava mais elevado em um dos compartimentos

sanguiacuteneos tambeacutem se encontrava da mesma forma no outro (r = 07018 plt 00001)

Segundo Lemire et al (2006) a populaccedilatildeo da Amazocircnia brasileira apresenta

concentraccedilatildeo de Se no sangue total que varia de normal a relativamente alto Entretanto este

resultado natildeo foi observado no presente estudo pois a maioria das participantes apresentou

concentraccedilotildees abaixo da referecircncia Todavia esta pesquisa foi composta por mulheres

residentes em uma capital urbana diferente dos locais de trabalho das pesquisas de Lemire et

al (2006) realizados em comunidades ribeirinhas do Paraacute Estes pesquisadores avaliaram 236

adultos de seis comunidades ribeirinhas ao longo do rio Tapajoacutes e verificaram que 343

possuiacuteam concentraccedilotildees elevadas e nove indiviacuteduos (38) apresentaram valores acima dos

estipulados para toxicidade O valor mais baixo encontrado do mineral foi de 142 microgL

Em outra pesquisa realizada por Lemire et al (2011) na mesma regiatildeo foram

avaliados 407 voluntaacuterios e apenas seis participantes (15) apresentaram deficiecircncia de Se

enquanto 32 apresentaram concentraccedilotildees entre 560 e 1000 microgL e 10 concentraccedilotildees

superiores a 1000 microgL Segundo os pesquisadores a concentraccedilatildeo elevada de Se no sangue

foi devida aos haacutebitos alimentares da populaccedilatildeo uma vez que a mesma sobrevive de

alimentos cultivados nas proacuteprias comunidades

De acordo com os estudos de Pinheiro et al (2005) Rocha et al (2014) e Lemire et al

(2006 2009 2010 e 2011) que avaliaram o status de Se em comunidades ribeirinhas da

Amazocircnia observa-se que haacute uma relaccedilatildeo entre a concentraccedilatildeo do mineral no sangue e a

cultura alimentar regional

Natildeo existem muitos trabalhos realizados no Brasil e no mundo que tenham avaliado o

status de Se de populaccedilotildees natildeo acometidas por doenccedilas a maioria das pesquisas avaliou

indiviacuteduos doentes Portanto este trabalho contribuiraacute para o melhor conhecimento das

condiccedilotildees dessa populaccedilatildeo quanto a esse mineral Constatou-se que o haacutebito alimentar urbano

natildeo incluiacutea o consumo de castanha-do-brasil nem de outros alimentos cultivados em solos da

regiatildeo que constituiriam dessa forma uma excelente fonte do mineral

55 SELEcircNIO E ATIVIDADE DA ENZIMA GPx

A atividade da enzima GPx foi avaliada nos eritroacutecitos de 195 participantes e os seus

valores foram corrigidos e ajustados pela concentraccedilatildeo de hemoglobina sendo apresentados

em Ug Hb Apenas 6 das voluntaacuterias avaliadas apresentaram baixa atividade da enzima e

66

87 atividade normal (Figura 9) O valor meacutedio da atividade da GPx foi de 451 + 193 Ug

Hb Dessa forma pode-se inferir que a ingestatildeo alimentar de Se embora baixa natildeo teve influecircncia

na atividade enzimatica da GPx que eacute um biomarcador sensiacutevel e que avaliado nos eritroacutecitos

pode refletir a ingestatildeo em longo prazo do mineral (BROWN 2001 LEI 2007)

Figura 9 A atividade da enzima GPx peroxidase das participantes Intervalo assinalado em

azul (275 a 736 Ug Hb) representa a referecircncia proposta pelo Kit da Randoxreg Porto Velho

2015

Dados da literatura sobre atividade eritrocitaacuteria da GPx satildeo escassos os existentes

avaliaram a atividade da enzima no plasma dificultando as comparaccedilotildees com os resultados

deste trabalho No entanto Olusi (2002) ao realizar seu estudo no Kwait com adultos

eutroacuteficos observou meacutedia de 983 Ug Hb sendo este valor considerado elevado Ko et al

(2005) ao avaliar chineses encontrou a meacutedia de atividade da GPx nos eritroacutecitos de 513

Ug Hb enquanto Moradi et al (2009) ao avaliar em mulheres iranianas observaram a meacutedia

de 20 3 Ug Hb

De acordo com os estudos brasileiros Maia (2008) observou atividade meacutedia de 477

Ug Hb para adultos residentes em Satildeo Paulo e de 528 Ug Hb no Cearaacute Bortoli (2010)

observou a meacutedia de 733 Ug Hb nas mulheres amazonenses 371 Ug Hb nas voluntaacuterias de

Satildeo Paulo e de 382 Ug Hb nas de Cubatatildeo A meacutedia na pesquisa de Donadio (2011) com

paulistanos foi de 401 Ug Hb e Silva (2013) em voluntaacuterias do Cearaacute obteve 386 Ug Hb

67

A atividade da GPx estaacute fortemente correlacionada com a concentraccedilatildeo sanguiacutenea de

Se portanto um consumo inadequado de Se pode ocasionar reduccedilatildeo da atividade da GPx o

que por sua vez afeta a resposta celular em relaccedilatildeo agrave accedilatildeo de agentes oxidantes

desencadeando o surgimento do estresse oxidativo (COMINETTI et al 2011)

Segundo Crespo-Loacutepez et al (2009) as glutationas podem atuar como a principal

linha de defesa contra os compostos de Hg e conforme Herculano et al (2006) altas

concentraccedilotildees da enzima podem servir de proteccedilatildeo contra a intoxicaccedilatildeo do metal

Pinheiro et al (2008) realizou uma comparaccedilatildeo entre concentraccedilotildees de Hg e a defesa

antioxidante de mulheres saudaacuteveis residentes em trecircs comunidades ribeirinhas da Amazocircnia

sendo duas comunidades consideradas expostas ao metal localizadas na bacia do rio Tapajoacutes

e a outra localizada na bacia do rio Tocantins O estudo tinha como finalidade detectar

possiacuteveis alteraccedilotildees no estado antioxidante em razatildeo da exposiccedilatildeo ao Hg Dentre outros

paracircmetros foram avaliados a concentraccedilatildeo da GPx no sangue total e as concentraccedilotildees de Hg

nos cabelos Foi observada correlaccedilatildeo positiva entre as concentraccedilotildees de Hg e o aumento da

concentraccedilatildeo da enzima ou seja os indiviacuteduos com alto teor de Hg apresentaram tambeacutem

concentraccedilotildees elevadas de GPx

56 SELEcircNIO E CONCENTRACcedilOtildeES CAPILARES DE MERCUacuteRIO

Os resultados das anaacutelises de Hg nos cabelos das voluntaacuterias encontram-se descritos

na Figura 10 Das 200 participantes avaliadas apenas seis (30) apresentaram concentraccedilotildees

de Hg superiores ao valor de referecircncia estabelecido pela WHO (1990) e apenas uma

apresentou concentraccedilatildeo do metal abaixo do limite de quantificaccedilatildeo (˂ 1 ng g-1

)

Em relaccedilatildeo aos resultados do formulaacuterio de Hg para coleta dos cabelos foi perguntado

para as participantes se estas possuiacuteam tintura ou qualquer tipo de alisamento e a maioria

(635) natildeo possuiacutea nenhum tipo de alisamento e 585 natildeo tinham cabelos pintados A

concentraccedilatildeo meacutedia de Hg nos cabelos foi de 625 + 766 ng g-1

A concentraccedilatildeo de Hg no sangue reflete a exposiccedilatildeo ao metal nas formas orgacircnica e

inorgacircnica e pode ser influenciada pelo consumo de alimentos contaminados O Hg

permanece na corrente sanguiacutenea apenas alguns dias apoacutes a exposiccedilatildeo desta maneira a anaacutelise

deve ser feita rapidamente a fim de detectar exposiccedilotildees recentes (EPA 2005) Em relaccedilatildeo agrave

concentraccedilatildeo de Hg nos cabelos esta eacute proporcional agrave do sangue uma vez que este metal se

incorpora aos fios (WHO 1990) A anaacutelise do cabelo reflete uma exposiccedilatildeo mais prolongada

68

ao Hg possibilitando a avaliaccedilatildeo da concentraccedilatildeo deste elemento durante periacuteodos de tempo

maiores (PASCALICCHIO 2002)

Figura 10 Distribuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo de Hg (ng g-1

) nos cabelos das participantes (n=

200) Ponto de corte assinalado em azul representa o valor de referecircncia (2000 ng g-1

)

proposto pela WHO (1990) Porto Velho-RO 2015

Os peixes da regiatildeo Amazocircnica segundo alguns pesquisadores apresentam elevado risco de

contaminaccedilatildeo por Hg (MUCKE et al 2001 BAacuteRAacuteNY et al 2002 KARITA e SUZUKI

2002 LINDBERG et al 2004 HANSEN et al 2004) Entretanto 975 das participantes

avaliadas informaram consumir este alimento de forma esporaacutedica Dessa forma pode-se

inferir que as participantes deste estudo natildeo apresentaram alta contaminaccedilatildeo por Hg em

decorrecircncia da baixa ingestatildeo de peixes no haacutebito alimentar Poreacutem Marques et al (2007) ao

avaliar as concentraccedilotildees de Hg de 82 mulheres urbanas de Porto Velho (RO) observaram

que mesmo com um baixo consumo de peixes o niacutevel meacutedio de Hg nos cabelos foi elevado

(3500 ng g-1

)

Em outra pesquisa realizada por Marques et al (2013) foram avaliadas mulheres de

comunidades ribeirinhas da bacia do rio Madeira Os autores observaram que as

concentraccedilotildees meacutedias de Hg nos cabelos (12120 ng g-1

) daquelas que moravam agraves margens

do rio foram superiores agravequeles das residentes em aacuterea urbana (5360 ng g-1

)

69

Rocha et al (2014) determinaram as concentraccedilotildees de Hg nos cabelos de crianccedilas de

duas comunidades ribeirinhas de Porto Velho sendo elas Demarcaccedilatildeo localizada as margens

do rio Machado e Gleba do Rio Preto no rio Preto As crianccedilas da primeira comunidade

apresentaram concentraccedilatildeo meacutedia de Hg de 3570 + 1860 ng g-1

enquanto as crianccedilas da

Gleba do Rio Preto concentraccedilotildees meacutedias de 6240 + 5890 ng g-1

ou seja 50 acima do

valor encontrado na comunidade Demarcaccedilatildeo

Bastos et al (2006) ao avaliar as concentraccedilotildees de Hg em 713 indiviacuteduos do rio

Madeira obtiveram a meacutedia de 15200 ng g-1

Boischio e Henshel (2000) ao avaliar 90 matildees e

89 crianccedilas encontraram meacutedias de 12600 ng g-1

e 10200 ng g-1

respectivamente

Hacon et al (2014) avaliaram cinco aacutereas na regiatildeo de Porto Velho no rio Madeira

Das cinco comunidades estudadas quatro faziam parte da regiatildeo ribeirinha de Santo Antocircnio

Participaram do estudo 1945 indiviacuteduos cujas concentraccedilotildees de Hg foram avaliados em

amostras de cabelos Apenas 09 dos voluntaacuterios apresentaram concentraccedilotildees de Hg

superiores a 50000 ng g-1

e 90 concentraccedilotildees inferiores a 10000 ng g-1

O estudo ressaltou

que as concentraccedilotildees de Hg nas mulheres de 16 a 49 anos de idade variou de 2400 a 5300 ng

g-1

dependendo da regiatildeo onde residiam Os pesquisadores concluiacuteram que as concentraccedilotildees

de Hg foram altos em todas as comunidades e este resultado foi relacionado ao consumo de

peixes da regiatildeo

Bortoli (2010) que tambeacutem avaliou as concentraccedilotildees de Hg nos cabelos de mulheres

de Satildeo Paulo (SP) Cubatatildeo (SP) e Novo Airatildeo (AM) encontrou meacutedia de 180 ng g-1

nas

paulistanas 190 ng g-1

nas Cubatenses e de 5670 ng g-1

nas participantes do Amazonas

Dentre as participantes dos dois primeiros grupos nenhuma apresentou concentraccedilatildeo de Hg

acima de 2000 ng g-1

concentraccedilatildeo para adultos natildeo expostos ocupacionalmente de acordo

com a WHO (1990) No grupo das mulheres amazonenses 218 apresentaram valores

abaixo dessa referecircncia De acordo com os valores maacuteximos em regiotildees onde haacute exposiccedilatildeo

reconhecida por Hg (6000 ng g-1

) foi observado que 309 destas participantes tinham

concentraccedilotildees de Hg nos cabelos acima desse valor de referecircncia A pesquisadora ressaltou

que 927 das mulheres de Novo Airatildeo relataram consumir peixes da regiatildeo pelo menos uma

vez por semana

Pinheiro et al (2005) ao avaliarem 40 mulheres de trecircs comunidades da bacia do rio

Tapajoacutes verificaram que natildeo houve diferenccedila estatiacutestica em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees de Hg

total nas amostras de cabelos nas diferentes comunidades O primeiro grupo composto por

gestantes apresentou a meacutedia de concentraccedilatildeo de Hg de 8250 ng g-1

enquanto o segundo

composto por mulheres natildeo gestantes 9390 ng g-1

do metal No entanto os pesquisadores

70

observaram que as concentraccedilotildees do Hg no terceiro trimestre de gravidez eram maiores

(9650 ng g-1

) que no primeiro (6620 ng g-1

) e segundo trimestres (6710 ng g-1

)

Pinheiro et al (2008) analisaram novamente duas comunidades da mesma regiatildeo que

o estudo anterior Poreacutem selecionaram mulheres de uma comunidade ribeirinha da bacia do

rio Tocantins que formaram o grupo controle do estudo pois estas natildeo pertenciam a uma

regiatildeo considerada contaminada por Hg Os autores observaram que nas comunidades da

bacia do rio Tapajoacutes as voluntaacuterias apresentaram concentraccedilotildees de Hg no cabelo

significativamente maiores (12926 ng g-1

) em relaccedilatildeo agrave comunidade da bacia do rio Tocantins

(3290 ng g-1

)

Estudos epidemioloacutegicos tecircm evidenciado correlaccedilatildeo positiva entre as concentraccedilotildees

de Se e Hg no sangue (MUCKE et al 2001 BAacuteRAacuteNY et al 2002 KARITA e SUZUKI

2002 LINDBERG et al 2004 HANSEN et al 2004) Tal evidecircncia foi verificada nesta

pesquisa em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees plasmaacuteticas do mineral conforme as anaacutelises de

regressatildeo Os coeficientes de correlaccedilatildeo (R2) das concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico e

eritrocitaacuterio foram 59 e 37 respectivamente (Tabela 7) Estes coeficientes expressam a

porcentagem da variabilidade no niacutevel de Hg nos cabelos (ng g-1

) que eacute explicada pelas

variaacuteveis independentes

De acordo com Gailer et al (2000) o efeito protetor do Se tem sido associado a uma

maior retenccedilatildeo de Hg ao inveacutes de maior excreccedilatildeo Desta forma acredita-se que o Se

juntamente com o Hg forme um complexo Hg-Se que por sua vez liga-se a selenoproteiacutena P

favorecendo uma redistribuiccedilatildeo corporal do metal Poreacutem segundo Baacuteraacuteny et al (2005) e

Lindberg et al (2004) os estudos sobre como esta interaccedilatildeo acontece ainda natildeo satildeo

suficientes para elucidar a dinacircmica desse complexo Sugere-se que uma ingestatildeo adequada de

Se possa promover um efeito de proteccedilatildeo contra o Hg e seus compostos toacutexicos

Apesar dos valores elevados de Hg encontrados na regiatildeo Amazocircnica poucos trabalhos

avaliaram sintomas ou sinais cliacutenicos referentes a essa intoxicaccedilatildeo

No estudo de Dorea et al (2003) com mulheres vivendo em comunidades ribeirinhas

do Rio Negro os sintomas pesquisados foram fraquezas musculares amortecimentos de

membros tremores desequiliacutebrio e alteraccedilotildees sensoriais No entanto na populaccedilatildeo deste

estudo tais sinais natildeo foram observados Malm et al (1995) realizaram outra pesquisa com

populaccedilotildees ribeirinhas no Paraacute e tambeacutem natildeo encontraram tais sinais (desequiliacutebrio sensitivo

constriccedilatildeo de campo visual ataxia reduccedilatildeo da capacidade auditiva tremores reflexos de

tendotildees e desequiliacutebrios mentais e salivares)

71

Tabela 7 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram as

concentraccedilotildees de Hg (ng g-1

) nos cabelos (variaacutevel dependente) das participantes

Variaacuteveis independentes β p-valora

R2 ajustado p-valor

b

Se no Plasma (microgL)c 3117 0177 0059 0020

Se no Eritroacutecito (microgL)d 0970 0656 0037 0096

a Valor de p referente ao coeficiente β

b Valor de p referente ao R

2 ajustado

c Modelo ajustado pelo indice de massa corporeacutea (kgm

2) escolaridade (anos de estudo) idade (anos) e renda

(salaacuterios miacutenimos) d Modelo ajustado pelo pelo indice de massa corporeacutea (kgm

2) circunferecircncia da cintura (cm) escolaridade (anos

de estudo) idade (anos) ingestatildeo energeacutetica (kcaldia) e renda (salaacuterios miacutenimos)

57 SELEcircNIO E AVALIACcedilAtildeO DO ESTRESSE OXIDATIVO MDA E ORAC

O meacutetodo de ORAC (Capacidade de Absorccedilatildeo de Radicais de Oxigecircnio) avalia a

capacidade do plasma de inibir o radical peroxil mostrando resistecircncia aos danos oxidativos

Dessa forma verifica-se que quanto maiores as concentraccedilotildees do Se no sangue maior seraacute a

capacidade antioxidante total sendo este dado relacionado agrave accedilatildeo ou funccedilatildeo antioxidante do

mineral

De acordo com as anaacutelises de regressatildeo houve associaccedilatildeo entre as concentraccedilotildees de

Se no plasma e nos eritroacutecitos com o ORAC (Tabela 8) Os coeficientes de correlaccedilatildeo (R2)

das concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio foram 60 e 77 respectivamente Estes

coeficientes expressam a porcentagem da variabilidade do ORAC que eacute explicado pelas

variaacuteveis independentes (Se plasmaacutetico e eritrocitaacuterio) Natildeo foram encontrados estudos que

avaliaram a capacidade antioxidante por meio do ORAC que relacionem ou associem com as

concentraccedilotildees de Se em indiviacuteduos saudaacuteveis

Tabela 8 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram a

capacidade antioxidante ndash ORAC (mmol eq troloxg de amostra) (variaacutevel dependente) das

participantes

Variaacuteveis independentes β p-valora

R2 ajustado p-valor

b

Se no Plasma (microgL)c -0002 0555 0060 0015

Se no Eritroacutecito (microgL)d -0005 0094 0077 0005

a Valor de p referente ao coeficiente β

b Valor de p referente ao R

2 ajustado

c Modelo ajustado pelo indice de massa corporeacutea (kgm

2) circunferecircncia da cintura (cm) renda (salaacuterios

miacutenimos) d

Modelo ajustado pelo pelo indice de massa corporeacutea (kgm2) circunferecircncia da cintura (cm) renda (salaacuterios

miacutenimos)

72

Os radicais livres de oxigecircnio podem induzir a reaccedilatildeo de peroxidaccedilatildeo lipiacutedica Os

aacutecidos graxos insaturados no plasma em uacuteltima instacircncia podem gerar produtos de

peroxidaccedilatildeo lipiacutedica tais como o malondialdeiacutedo (MDA) Dessa forma as concentraccedilotildees de

MDA podem refletir o niacutevel de estresse oxidativo do organismo De acordo com as anaacutelises

de regressatildeo natildeo houve associaccedilatildeo entre as concentraccedilotildees de Se no plasma e nos eritroacutecitos

com o MDA (Tabela 9)

Tabela 9 Coeficiente de regressatildeo das variaacuteveis independentes que influenciaram a

concentraccedilatildeo plasmaacutetica de malondialdeiacutedo (microM) (variaacutevel dependente) das participantes

Variaacuteveis independentes β p-valora

R2 ajustado p-valor

b

Se no Plasma (microgL)c 10 x 10

-4 0980 -0015 0675

Se no Eritroacutecito (microgL)c 10 x 10

-3 0239 -0005 0505

a Valor de p referente ao coeficiente β

b Valor de p referente ao R

2 ajustado

c Modelo ajustado pelo indice de massa corporeacutea (kgm

2) idade (anos) ingestatildeo energeacutetica (kcaldia)

circunferecircncia da cintura (cm) renda (salaacuterios miacutenimos) e escolaridade (anos de estudo)

O estudo de Gaacutec et al (2014) tinha como objetivo definir a relaccedilatildeo entre as

concentraccedilotildees de Se no sangue e estresse oxidativo (concentraccedilatildeo de MDA) em 337 crianccedilas

saudaacuteveis da Espanha A concentraccedilatildeo de Se natildeo exerceu nenhum efeito direto nas

concentraccedilotildees de MDA (r = 008 pgt005) Em outro estudo espanhol Galan-Chilet et al

(2014) avaliaram em uma populaccedilatildeo adulta a associaccedilatildeo entre o Se no plasma e as

concentraccedilotildees de MDA na urina Os autores tambeacutem natildeo observaram correlaccedilotildees

siginificativas entre esses marcadores

Krishnan e Rani (2014) tambeacutem natildeo encontraram nenhuma correlaccedilatildeo significativa

entre a concentraccedilatildeo de Se e MDA em pacientes com doenccedila de Alzheimer ou demecircncia de

origem vascular Entretanto outros estudos verificaram uma diminuiccedilatildeo das concentraccedilotildees de

MDA apoacutes a suplementaccedilatildeo com Se (ZHANG et al 2005 FABIAN et al 2013 SITTA et

al 2011 SMOLKOVAacute et al 2004 GRYGIEL-GOacuteRNIAK et al 2014)

73

58 POLIMORFISMO PRO198LEU

Ao avaliar a presenccedila do SNP (rs 1050450) no gene que codifica a enzima glutation

peroxidase1 nas 190 amostras do estudo foi observado que 567 das participantes

apresentaram genoacutetipo selvagem (ProPro) ou seja homozigotos para prolina 368 dos

indiviacuteduos heterozigotos (ProLeu) e 68 homozigotos para leucina (LeuLeu) A frequecircncia

relativa do alelo variante foi de 025

Os resultados da genotipagem apresentaram-se de acordo com o equiliacutebrio de Hardy

Weinberg o qual determina que as frequecircncias aleacutelicas devem permanecer constantes ao

longo das geraccedilotildees caso natildeo sejam interferidas por nenhum fator evolutivo Dessa forma o

teste de qui-quadrado (χ2) foi aplicado e o valor encontrado foi de 01127 e a probabilidade

associada a esse valor considerando um grau de liberdade foi maior que 5 indicando que a

populaccedilatildeo estava de acordo com o equiliacutebrio

A Tabela 10 ilustra a distribuiccedilatildeo das participantes de acordo com o SNP Pro198Leu

Tabela 10 Distribuiccedilatildeo do SNP Pro198Leu (rs 1050450) no gene que codifica GPx 1 nas

participantes (n=190)

Genoacutetipos coacutedon 198 da GPx 1 n

ProPro 107 563

ProLeu 70 368

LeuLeu 13 68

Quatro pesquisas descrevem a frequecircncia do polimorfismo Pro198Leu na populaccedilatildeo

da cidade de Satildeo Paulo Nishimura (2010) em seu estudo com 175 pacientes com cacircncer da

cavidade orofariacutengea encontrou prevalecircncia de 50 de indiviacuteduos com genoacutetipo selvagem

(ProPro) 43 heterozigoto (ProLeu) e 7 de homozigoto (LeuLeu) para o polimorfismo

Em seu grupo controle que foi constituiacutedo por 203 indiviacuteduos da mesma cidade 51

ProPro 43 ProLeu e 6 LeuLeu

Cominetti et al (2011) no seu trabalho realizado com 37 mulheres obesas

observaram 49 de ProPro 38 de ProLeu e 13 de LeuLeu Donadio (2011) ao avaliar

124 indiviacuteduos adultos natildeo doentes verificou que a prevalecircncia de ProPro foi de 49 de

ProLeu 47 e apenas 3 de LeuLeu

Cardoso et al (2012) ao determinar o polimorfismo em um grupo de 28 idosos com

doenccedila de Alzheimer observaram que 75 apresentaram genoacutetipo ProPro 14 de

74

heterozigotos e 11 de LeuLeu No mesmo estudo no grupo controle formado por 29

idosos sem a doenccedila os pesquisadores encontraram 72 com genoacutetipo ProPro 14 de

ProLeu e 14 de homozigotos LeuLeu

Silva (2013) em seu trabalho realizado com a populaccedilatildeo cearense observou que

545 dos indiviacuteduos apresentaram genoacutetipo ProPro 381 genoacutetipo ProLeu e 74 de

genoacutetipo LeuLeu

Hiragi et al (2011) avaliaram a frequecircncia do polimorfismo em 304 indiviacuteduos

pertencentes a trecircs grupos eacutetnicos diferentes No grupo constituiacutedo por 60 adultos indiacutegenas

95 possuiacuteam genoacutetipo selvagem (ProPro) 3 eram heterozigotos (ProLeu) e 2

homozigotos (LeuLeu) No grupo composto por 72 indiviacuteduos afrodescendentes 71 eram

ProPro 22 ProLeu e 7 LeuLeu O terceiro grupo formado por 172 indiviacuteduos que

residiam no Distrito Federal 47 eram ProPro 40 ProLeu e 13 LeuLeu

Fosberg et al (1999) em anaacutelise realizada com 25 suecos encontrou 52 de

indiviacuteduos homozigotos para prolina (selvagens) 36 de heterozigotos e 12 de

homozigotos para leucina Em outro estudo Fosberg et al (2000) determinaram a frequecircncia

de alelos para esse polimorfismo em uma populaccedilatildeo sueca e outra finlandesa A populaccedilatildeo

sueca foi formada por 101 indiviacuteduos infartados e 214 formaram o grupo controle A

distribuiccedilatildeo dos genoacutetipos dos indiviacuteduos do grupo caso foi de 55 homozigotos selvagens

38 heterozigotos e 7 de homozigotos para leucina No grupo controle a frequecircncia dos

genoacutetipos foi de 53 40 e 7 respectivamente No grupo da Finlacircndia dos 66 indiviacuteduos

avaliados 35 eram homozigotos para prolina 48 heterozigotos e 17 homozigotos para

leucina

De acordo com os trabalhos citados a menor distribuiccedilatildeo conforme os genoacutetipos estaacute

relacionada ao homozigoto LeuLeu Algumas pesquisas afirmam que a presenccedila do alelo Leu

reduz a atividade da enzima GPx nos indiviacuteduos com este alelo variante (HANSEN et al

2009 RAVN-HAREN et al 2006) Dessa forma se haacute uma diminuiccedilatildeo da atividade

enzimaacutetica da GPx o sistema antioxidante dos indiviacuteduos que apresentam o alelo Leu pode

ser afetado Estudos tambeacutem tecircm associado a presenccedila deste alelo variante a um aumento do

risco de alguns tipos de cacircncer (RATNASINGHE et al 2000 HU e DIAMOND 2003

ZHAO et al 2005) Entretanto essas associaccedilotildees natildeo foram observadas em todas as

populaccedilotildees estudadas uma vez que a frequecircncia do alelo Leu varia de acordo com o grupo

eacutetnico (ZHAO et al 2005)

De acordo com Pena et al (2011) a origem geneacutetica da populaccedilatildeo brasileira eacute o

resultado de vaacuterias miscigenaccedilotildees e apesar disso apresenta uma uniformidade maior que o

75

esperado No trabalho desses pesquisadores foi avaliado a ascendecircncia total de 934 brasileiros

de diferentes raccedilas residentes em quatro regiotildees do paiacutes com excessatildeo da regiatildeo centro-oeste

Foram avaliados polimorfismos de inserccedilatildeo e deleccedilatildeo e os genoacutetipos encontrados foram

utilizados para estimar os componentes europeus africanos e ameriacutendios dos indiviacuteduos Os

resultados mostraram que a ancestralidade das diferentes populaccedilotildees das regiotildees do Brasil eacute

semelhante

A populaccedilatildeo de Rondocircnia eacute umas das mais diversificadas do Brasil composta de

migrantes oriundos de todas as regiotildees do paiacutes O interior do Estado eacute formado por goianos

paranaenses paulistas mineiros gauacutechos capixabas baianos mato grossenses e sergipanos

enquanto a capital eacute formada por cearenses maranhenses amazonenses e acreanos (IBGE

2014)

Poucos estudos associaram o polimorfismo Pro198Leu com biomarcadores do estado

nutricional relativo ao Se em indiviacuteduos saudaacuteveis A Tabela 11 apresenta uma comparaccedilatildeo

das meacutedias das concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico eritrocitaacuterio atividade da GPx MDA e

ORAC de acordo com o genoacutetipo para o polimorfismo Pro198Leu Observou-se que natildeo

houve diferenccedila significativa entre os paracircmetros avaliados

Donadio (2011) encontrou diferenccedila significativa entre a atividade da GPx em

mulheres paulistanas avaliadas de acordo com os genoacutetipos do Pro198Leu Silva (2013)

tambeacutem encontrou a mesma diferenccedila em mulheres cearenses indicando que a influecircncia do

gecircnero eacute um importante fator que deve ser considerado em estudos sobre esse polimorfismo

Cominetti et al (2011) natildeo observaram diferenccedilas nas concentraccedilotildees de Se

plasmaacutetico eritrocitaacuterio e atividade da GPx entre os genoacutetipos em ambas as fases de seu

estudo (preacute e poacutes suplementaccedilatildeo de castanha-do-brasil) poreacutem encontraram correlaccedilatildeo entre

o Se eritrocitaacuterio e a atividade da GPx apenas para o grupo ProPro em ambas as fases O

mesmo resultado foi observado no estudo de Cardoso et al (2012) que tambeacutem observaram

correlaccedilatildeo entre o Se eritrocitaacuterio e a atividade da GPx apenas para o grupo ProPro tanto nos

indiviacuteduos com Alzheimer quanto no grupo controle A mesma correlaccedilatildeo foi descrita por

Jablonska et al (2009) Hu e Diamond (2003) e Karunashinghe et al (2011) Estes dados satildeo

uacuteteis para entender os mecanismos e a manutenccedilatildeo da variabilidade geneacutetica na populaccedilatildeo

bem como para a identificaccedilatildeo de genes associados com doenccedilas complexas (HIRAGI et al

2011) Todos esses resultados mostram que o efeito do polimorfismo Pro198Leu deve

continuar sendo investigado em diferentes populaccedilotildees

76

Tabela 11 Concentraccedilotildees de Se plasmaacutetico eritrocitaacuterio atividade da enzima GPx MDA e

ORAC de acordo com o genoacutetipo para o polimorfismo Pro198Leu (rs1050450) no gene que

codifica para GPx 1 das participantes

Variaacuteveis ProPro

MD (DP) (n= 107)

ProLeu

MD (DP) (n = 70)

LeuLeu

MD (DP) (n = 13)

pa

Se no Plasma (microgL) 5366 (5225) 5417 (3993) 5577 (1866) 099

Se no Eritroacutecito (microgL) 7804 (3883) 7769 (3618) 7935 (2944) 099

GPx Eritrocitaacuteria (Ug Hb) 4751 (2277) 4426 (2604) 4261 (1374) 058

MDA (microM) 097 (111) 084 (022) 085 (023) 060

ORAC (mmol eq troloxg de amostra) 163 (151) 159 (130) 128 (076) 071

a Valor de p calculado pela ANOVA MD - Meacutedia DP - Desvio Padratildeo

59 POLIMORFISMO GSTM1

A GST faz parte de uma famiacutelia de enzimas intracelulares que modullam a accedilatildeo de

toxinas endoacutegenas e exoacutegenas sobre as ceacutelulas evitando danos ao DNA (MANNERVICK

1985) Esta famiacutelia de enzimas estaacute envolvida no metabolismo de muitos carcinoacutegenos

poluentes ambientais e drogas anticanceriacutegenas por isso a inexistecircncia de isoenzimas

especiacuteficas pode gerar efeito significativo na toleracircncia do organismo ao estresse oxidativo

(ZHENG et al 2002 MORAIS et al 2008) O gene da classe mu (GSTM1) abordado nesta

pesquisa eacute polimoacuterfico em humanos e estatildeo ausentes ou deletados de forma homozigoacutetica em

40 a 50 em diferentes populaccedilotildees eacutetnicas (NELSON et al 1995 HATAGIMA et al 2000

GISNBERG et al 2009)

A Tabela 12 apresenta a distribuiccedilatildeo das participantes de acordo com o genoacutetipo do

polimorfismo GSTM1 O genoacutetipo nulo ou deletado (--) indica que o gene inteiro apresenta

deleccedilatildeo e portanto o indiviacuteduo natildeo expressa a proteiacutena GST O genoacutetipo presente (++) eacute a

forma selvagem ou seja natildeo apresenta deleccedilatildeo do gene e o indiviacuteduo expressa a GST

Tabela 12 Distribuiccedilatildeo do polimorfismo GSTM1 no gene da GST das participantes (n =

180)

GSTM1 n

Presente (++) 104 5780

Nulo ou Deletado (--) 76 4220

77

Natildeo foram observadas diferenccedilas entre as concentraccedilotildees de Hg na populaccedilatildeo avaliada

de acordo com os genoacutetipos do polimorfismo GSTM1 bem como os paracircmetros relativos ao

estresse oxidativo (Tabela 13)

Tabela 13 Concentraccedilotildees de Hg de MDA e valores de ORAC de acordo com o genoacutetipo

para o polimorfismo GSTM1 no gene da GST das participantes

Variaacuteveis Presente (++)

MD (DP)

(n= 104)

Nulo (--)

MD (DP)

(n = 76)

pa

Hg (ng g-1

) 56365 (69475) 70863 (75295) 0184

MDA (microM) 095 (113) 087 (027) 0570

ORAC (mmol eq troloxg de amostra) 165 (159) 158 (117) 0730 a Valor de p calculado pelo teste T-Student

Klatau-Gimaratildees et al (2005) verificaram que em algumas tribos indiacutegenas da

Amazocircnia os indiviacuteduos que carreavam o genoacutetipo nulo ou seja deleccedilatildeo do gene inteiro

tinham maiores concentraccedilotildees de Hg nos cabelos Tais pesquisadores concluiacuteram que os

fatores geneacuteticos podem influenciar o acuacutemulo de Hg no organismo e os indiviacuteduos com

genoacutetipo nulo natildeo estatildeo aptos a destoxificar o metal pois essa funccedilatildeo eacute atribuiacuteda agrave GST

Entretanto outros estudos natildeo encontraram correlaccedilatildeo entre as concentraccedilotildees do metal

com os genoacutetipos do GSTM1 Gundacker et al (2007) em seu estudo com 222 estudantes da

Universidade de Viena relacionaram as concentraccedilotildees de Hg no sangue e na urina com os

genoacutetipos presente ou nulo do polimorfismo Os autores natildeo encontraram associaccedilatildeo entre

esses dois paracircmetros mas foi observado que as pessoas com genoacutetipo nulo apresentavam

valores mais elevados do metal Os autores verificaram que 56 dos indiviacuteduos carreavam o

genoacutetipo nulo tinham concentraccedilotildees mais baixas de Hg no sangue coincidindo com

concentraccedilotildees tiacutepicas de populaccedilotildees natildeo expostas agrave toxicidade Os resultados levaram agrave

hipoacutetese de que os indiviacuteduos com a deleccedilatildeo para GST apresentam atividade cataliacutetica

prejudicada e satildeo menos capazes de aumentar a sua capacidade de excreccedilatildeo do Hg levando a

uma maior acumulaccedilatildeo do metal no organismo

Estudos sobre a relaccedilatildeo entre o polimorfismo da GST e as concentraccedilotildees de Hg em

humanos satildeo escassos Custodio et al (2004 e 2005) verificaram que o polimorfismo GSTM1

natildeo teve efeito sobre as concentraccedilotildees de Hg no sangue total plasma e urina Entretanto

concluiacuteram que indiviacuteduos carreadores do genoacutetipo deletado apresentam atividade da enzima

reduzida e dessa forma maiores concentraccedilotildees e retenccedilatildeo de Hg

78

Lee et al (2009) analisaram o polimorfismo GSTM1 associado agrave exposiccedilatildeo intra-

uterina de Hg e o peso ao nascer de crianccedilas de etnia coreana Dentre as 417 gestantes

avaliadas 595 carreavam genoacutetipo nulo sem diferenccedila significativa nas concentraccedilotildees de

Hg no sangue e no cordatildeo umbilical em relaccedilatildeo agravequelas com genoacutetipo selvagem Apesar

disso os autores observaram que as crianccedilas cujas matildees carreavam o genoacutetipo nulo

apresentaram relaccedilatildeo inversa do peso ao nascer com as concentraccedilotildees de Hg no cordatildeo

umbilical Entretanto esta relaccedilatildeo natildeo foi observada nas crianccedilas filhas de matildees com genoacutetipo

selvagem Os pesquisadores afirmaram que este fato pode ser explicado em razatildeo do Hg ser

transferido para o feto atraveacutes da placenta Dessa forma foi demosntrado que o polimorfismo

GSTM1 pode desempenhar papel importante na relaccedilatildeo entre a concentraccedilatildeo de Hg e o peso

ao nascer

Na populaccedilatildeo brasileira a frequecircncia desse polimorfismo tambeacutem eacute elevada

Hatagima et al (2000) avaliaram 658 indiviacuteduos do Rio de Janeiro e 179 de Brasiacutelia e a

frequecircncia do genoacutetipo nulo foi semelhante nas duas populaccedilotildees 46 na populaccedilatildeo carioca e

49 na brasiliense Gattaacutes et al (2004) analisaram a frequecircncia em 594 indiviacuteduos

selecionados na cidade de Satildeo Paulo e 137 homens da aacuterea rural da Bahia A distribuiccedilatildeo do

genoacutetipo nulo avaliado foi mais frequente nos indiviacuteduos brancos (554) que nos pardos

(414) e negros (328) em Satildeo Paulo Na Bahia essa frequecircncia foi de 357

Hiragi et al (2011) determinaram a frequecircncia do polimorfismo em 304 indiviacuteduos

pertencentes a trecircs grupos eacutetnicos diferentes No grupo constituiacutedo por 60 adultos indiacutegenas

55 apresentaram genoacutetipo nulo e no grupo composto por 72 indiviacuteduos afrodescendentes

53 No terceiro grupo que foi formado por 172 indiviacuteduos que residiam no Distrito Federal

63 apresentaram genoacutetipo deletado

Em um estudo com 120 pacientes com diagnoacutestico de diabetes tipo 2 de Goiacircnia (GO)

Pinheiro et al (2013) observaram uma frequecircncia do genoacutetipo nulo de 41 no grupo caso

enquanto no grupo controle foi de 122 Natildeo foi observada qualquer associaccedilatildeo da deleccedilatildeo

com a suscetibilidade agrave doenccedila na populaccedilatildeo estudada apesar de ter sido observada uma

associaccedilatildeo com aumento significativo da glicemia de jejum hemoglobina glicada e pressatildeo

arterial

Anton et al (2010) verificaram a influecircncia do polimorfismo GSTM1 na

susceptibilidade ao cacircncer de mama em 15 mulheres com diagnoacutestico da doenccedila e em 30

mulheres saudaacuteveis atendidas em um hospital do sul do Brasil Foi observado que 467 das

mulheres carreavam o genoacutetipo nulo e 433 das mulheres do grupo controle tambeacutem

apresentaram a deleccedilatildeo do genoacutetipo Os pesquisadores sugeriram que a deleccedilatildeo homozigoacutetica

79

do gene pode estar associada com maior susceptibilidade ao cacircncer de mama na populaccedilatildeo

estudada entretanto mais estudos satildeo necessaacuterios

Possuelo et al (2013) tambeacutem avaliaram a frequecircncia do polimorfismo GSTM1 em 49

pacientes diagnosticadas com cacircncer de mama e 49 mulheres saudaacuteveis A frequecircncia de

alelos nulos foi significativamente maior no grupo caso (588) em comparaccedilatildeo ao grupo

controle (412) sugerindo uma possiacutevel influecircncia deste genoacutetipo na susceptibilidade agrave

doenccedila

Em trabalhos internacionais verificam-se porcentagens semelhantes aos resultados

apresentados Conforme Ginsberg et al (2009) a porcentagem de indiviacuteduos com genoacutetipo

nulo em afro-americanos eacute de 21 em chineses de 58 em japoneses 45 em mexicanos

41 e em caucasianos 53 Segundo Hatagima et al (2000) a porcentagem em ingleses eacute de

545 e em franceses 429

80

6 CONCLUSAtildeO

Pode-se concluir que as mulheres rondonienses residentes em aacuterea urbana considerada

de risco de contaminaccedilatildeo por Hg apresentaram status de Se inferior ao recomendado e

independente do genoacutetipo em relaccedilatildeo ao SNP Pro198Leu no gene da GPx A concentraccedilatildeo de

Hg nos cabelos estava dentro dos limites seguros e natildeo houve relaccedilatildeo com o polimorfismo de

deleccedilatildeo no gene GSTM1 Os referidos polimorfismos tambeacutem natildeo afetaram os biomarcadores

de estresse oxidativo avaliados

81

7 CRONOGRAMA

Atividades Desenvolvidas

(2010 ndash 2015)

2010 - 2011 2012 - 2015

Revisatildeo da Literatura X

Submissatildeo do projeto ao Comitecirc de Eacutetica (CEP) X

Disciplinas (20 Creacuteditos) X X

Preparo dos Materiais para Coleta X

Coleta de Dados X

Anaacutelise do Consumo Alimentar e Antropometria X X

Anaacutelises da enzima GPx X

Anaacutelise de Hemoglobina X

Anaacutelise Determinaccedilatildeo do Hg nos cabelos X

Anaacutelise de Se (Plasma e Eritroacutecito) X

Qualificaccedilatildeo da Tese X

Anaacutelise Estresse Oxidativo (MDA) X

Anaacutelise Estresse Oxidativo (ORAC) X

Determinaccedilotildees dos Polimorfismos Pro198Leu e

GSTM1 X

Tabulaccedilatildeo de Dados X

Anaacutelise Estatiacutestica X

Tese do Doutorado X

Artigo Cientiacutefico X

82

REFEREcircNCIAS

ADAME EM FLOREA D PEacuteREZ LS LOacutePEZ JM LOacutePEZ-GONZAacuteLEZ B

CRUZ AP Deficient selenium status of a healthy adult spanish population Nutricion

Hospitalaria v27 n2 p524-528 2012

AMORIM MI MERGLER D BAHIA MO DUBEAU H MIRANDA D LEBEL J

BURBANO RR LUCOTTE M Cytogenetic damage related to low levels of

methylmercury contamination in the Brazilian Amazon Anais da Academia Brasileira de

Ciecircncias v72 n4 p497ndash507 2000

AMOUROUX DA LISS PSB TESSIER EA HAMREN-LARSSON MB

DONARD OFX Role of oceans as biogenic sources of selenium Earth and Planetary

Science Letters v189 n34 p277-283 2001

ARSOVA-SARAFINOVSKA Z MZTEVSKA N EKEN A PETROVSKI D BANEV

S DZIKOVA S GEORGIEV V SIKOLE A ERDEM O SAYAL A AYDIN A

DIMOVSKI AJ GPx1 genetic polymorfism erytrocyte GPx activity and prostate cacircncer

risk International Urology and Nephrologuy v41 n1 p63-70 2009

ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA OBESIDADE E DA SIacuteNDROME

METABOacuteLICA Diretrizes brasileiras de obesidade 20092010 3ed Itapevi AC

Farmacecircutica 2009 83p

AZEVEDO FA Toxicologia do mercuacuterio Satildeo Carlos Rima 2003 292p

BAEYENS WRG EBIGHAUS R VASILIEV OF eds Global and regional mercury

cycles sources fluxes and mass balances Dordrecht Kluwer Academic 1996 563p (NATO

ASI series Partnership sub-series 2 environment v21) [Proceedings of the NATO Advanced

Research Workshop on Regional and Global Mercury Cycles sources fluxes and mass

balances Novosibirsk Russia july 10-14 1995]

BAacuteRAacuteNY E BERGDAHL IA BRATTEBY LE LUNDH T SAMUELSON G

SCHUTZ A SKERFVING S OSKARSSON A Relationship between trace element

concentrations in human blood and serum Toxicology Letters v134 n13 p177ndash184

2002

BASTOS WR GOMES JPO OLIVEIRA RC ALMEIDA R NASCIMENTO EL

BERNARDI JVE LACERDA LD SILVEIRA EG PFEIFFER WC Mercury in the

environment and riverside population in the Madeira River Basin Amazon Brazil Science of

the Total Environment v368 n1 p344-351 2006 [Selected papers from the 7th

International Conference on Mercury as a Global Pollutant Ljubljana Slovenia June 27 - July

2 2004]

BEATON GH 1994 Criteria of an adequate diet In Shils RE Olson JA Shike M eds

Modern Nutrition in Health and Disease 8th edition Philadelphia Lea amp Febiger Pp 1491ndash

1505

BISINOTI MC Biogeoquiacutemica aquaacutetica do mercuacuterio orgacircnico na bacia do Rio Negro

Amazocircnia Campinas 2005 169p Tese de Doutorado ndash Instituto de Quiacutemica - Universidade

Estadual de Campinas

83

BISINOTI MC JARDIM WF O comportamento do metilmercuacuterio (meHg) no ambiente

Quiacutemica Nova v27 n4 p593-600 2004

BOENING DW Ecological effects transport and fate of mercury a general review

Chemosphere v40 n12 p1335-1351 2000

BOISCHIO AA HENSHEL DS Linear regression models of methyl mercury exposure

during prenatal and early postnatal life among riverside people along the upper Madeira river

Amazon Environmental Research v83 n2 p150-161 2000

BORTOLI MC Avaliaccedilatildeo dos niacuteveis sanguiacuteneos do hormocircnio tireiodiano ativo (T3) e do

estado nutricional relativo ao selecircnio de mulheres residentes em aacutereas de exposiccedilatildeo ao

mercuacuterio Satildeo Paulo 2010 130p Tese de Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas

- Universidade de Satildeo Paulo

BRABO ES SANTOS EO JESUS IM MASCARENHAS AF FAIAL KF Niacuteveis

de mercuacuterio em peixes consumidos pela comunidade indiacutegena de Sai Cinza na Reserva

Munduruku Municiacutepio de Jacareacanga Estado do Paraacute Brasil Cadernos de Sauacutede

Puacuteblica v15 n2 p325-332 1999

BRASIL Resoluccedilatildeo CONAMA n5 de 5 de agosto de 1993 Dispotildee sobre o gerenciamento

de resiacuteduos soacutelidos gerados nos portos aeroportos terminais ferroviaacuterios e rodoviaacuterios

(Revogadas as disposiccedilotildees que tratam de resiacuteduos soacutelidos oriundos de serviccedilos de sauacutede pela

Resoluccedilatildeo n35805) Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia n166 31 de agosto de 1993 Seccedilatildeo

1 p12996-12998

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo

Baacutesica Coordenaccedilatildeo geral da Poliacutetica de Alimentaccedilatildeo e Nutriccedilatildeo Sisvan antropometria

como pesar e medir Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

BRENNEISEN P STEINBRENNER H SIES H Selenium oxidative stress and health

aspects Molecular Aspects of Medicine v26 n45 p256-267 2005

BROOKES AJ The essence of SNPs Gene v234 n2 p177-186 1999

BROWN KM ARTHUR JR Selenium selenoproteins and human health a review Public

Health Nutrition v4 n2b p593-599 2001

BURK RF Recent developments in trace element metabolism and function newer roles of

selenium in nutrition Journal of Nutrition v119 n7 p1051-1054 1998

BURIM RV CANALLE R MARTINELLI ALC TAKAHASHI CS Polymorphisms

in glutathione S-transferases GSTM1 GSTT1 and GSTP1 and cytochromes P450 CYP2E1

and CYP1A1 and susceptibility to cirrhosis or pancreatitis in alcoholics Mutagenesis v19

n4 p291ndash298 2004

CAMPOS MS SARKIS JES MULLER RCS BRABO ES SANTOS EO

Correlation between mercury and selenium concentrations in Indian hair from Rondocircnia

State Amazon region Brazil Science of the Total Environment v287 n12 p155-161

2002

84

CANELA MC Determinaccedilatildeo de mercuacuterio a niacutevel de traccedilo aplicaccedilatildeo em amostras de

interesse ambiental Campinas 1995 79p Dissertaccedilatildeo de Mestrado ndash Instituto de Quiacutemica ndash

Universidade Estadual de Campinas

CARDOSO BR ONG TP JACOB-FILHO W JALUUL O FREITAS MI

COZZOLINO SM Nutritional status of selenium in Alzheimerrsquos disease patients Britsh

Journal of Nutrition v103 n6 p803-806 2010

CARDOSO BR ONG TP JACOB-FILHO W JALUUL O FREITAS MI

COMINETTI C COZZOLINO SM Glutathione peroxidase 1 polymorphism in Brazilian

Alzheimers disease patients relations to the enzyme activity and to selenium status Journal

of Nutrigenetic and Nutrigenomics v5 n2 p72-80 2012

CASTRO L FREEMAN BA Reactive oxygen species in human health and disease

Nutrition v17 n2 p161-165 2001

CASTRO NSS LIMA MO Biomarkers of mercury exposure in the Amazon BioMed

Research International v2014 art867069 p1-10 2014 [Review]

CEZAR MRS Avaliaccedilatildeo da exposiccedilatildeo ao mercuacuterio e seus compostos em matildees e seus

receacutem-nascidos em Porto Velho ndash RO Beleacutem 2002 69p Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Nuacutecleo

de Medicina Tropical - Universidade Federal do Paraacute

CINTRA RMGC Biodisponibilidade de selecircnio em dieta regional de Satildeo Paulo Satildeo

Paulo 1990 74p Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas ndash

Universidade de Satildeo Paulo

CHANG JC GUTENMANN WH REID CM LISK DJ Selenium content of Brazil

nuts from two geographic locations in Brazil Chemosphere v30 n4 p801-802 1995

CHARRIER J MAUGARD CM LE MEVEL B BIGNON YJ Allelotype influence at

glutathione S-transferase M1 locus in breast cancer susceptibility British Journal of

Cancer v79 n2 p346-53 1999

CHAUHAN A CHAUHAN V Oxidative stress in autism Pathophysiology v13 n13

p171-181 2006

CHEN CL LIU Q RELLING MV Simultaneous characterization of glutathione S-

transferase M1 and T1 polymorphisms by polymerase-chain reaction in American whites and

blacks Pharmacogenetics v6 n2 p187-191 1996

CHEN C OU L LI B XING L GUANG J TIACHENG W YUXI G PEIQUN Z

MEI L WEI C ZHIFANG C Increased Oxidative DNA Damage as assessed by urinary

8-hidroxy-2 deoxyguanosine concentrations and serum redox status in persons exposed to

mercury Clinical Chemistry v51 n4 p759-767 2005

CHEN H YU M LI M ZHAO R ZHU Q ZHOU W LU M LU Y ZHENG T

JIANQ J ZHAO W XIANG K JIA W LIU L Polymorphic variations in manganese

superoxide dismutase (MnSOD) glutathione peroxidase ndash 1 (GPx 1) and catalase (CAT)

contribuite to elevated plasma triglyceride levels in Chinese patients with type 2 diabetes or

diabetic cardiovascular disease Molecular Cell Biochemistry v363 p85ndash91 2012

85

CHEN Y KAPETANOVIC I CROWELL J IP C MORRISSEY R LYUBIMOV A

Thirteen week oral (Gavage) toxicity study of L-Se-Methylselenocysteine (SeMC) in rats

Toxicological Science v90 n1-S p343 2006

COLOMBO J ROSSIT ARB CAETANO A BORIM AA WORNRATH D

SILVA AE GSTT1 GSTM1 and CYP2E1 genetic polymorphisms in gastric cancer and

chronic gastritis in a Brazilian population World Journal of Gastroenterology v10 n9

p1240ndash1245 2004

COMBS Jr GF WATTS JC JACKSON MI JOHNSON LK ZENG H SCHEETT

AJ UTHUS EO SCHOMBURG L HOEG A HOEFIG CS DAVIS CD

MILNER JA Determinants of selenium status in healthy adults Nutrition Journal v10

p75 2011

COMINETTI C Efeito da suplementaccedilatildeo com castanha do Brasil (Bertholletia excelsa

H B K) sobre o estresse oxidativo em mulheres obesas e sua relaccedilatildeo com o

polimorfismo Pro198Leu no gene da glutationa peroxidase 1 Satildeo Paulo 2010 115p Tese

de Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo

COMINETTI C BORTOLI MC ABDALLA DSP COZZOLINO SMF

Considerations about oxidative stress selenium and nutrigenetics Nutrire v36 n3 p131-

153 2011 [Review]

COMINETTI C BORTOLI MC PURGATTO E ONG TP MORENO FS

GARRIDO Jr BG COZZOLINO SMF Associations between glutathione peroxidase-1

Pro198Leu polymorphism selenium status and DNA damage levels in obese women after

consumption of Brazil nuts Nutrition v27 n9 p891-896 2011

COUTINHO VE Efeito da suplementaccedilatildeo de selecircnio por meio da ingestatildeo de castanhas-

do-Brasil (Bertholletia excelsa HBK) no estado nutricional relativo ao selecircnio de

praticantes de atividade fiacutesica (capoeira) Satildeo Paulo 2001 150p Tese de Doutorado -

Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo

COVAULT J ABREU C KRANZLER H ONCKEN C Quantitative real-time PCR for

gene dosage determinations in microdeletion genotypes BioTechniques v35 n3 p594-

598 2003

COZZOLINO SMF Deficiecircncias de minerais Estudos Avanccedilados v21 n60 p119-126

2007

CRESPO-LOPEZ ME SA AL HERCULANO AM BURBANO RR

NASCIMENTO JLM Methylmercury genotoxicity a novel effect in human cell lines of the

central nervous system Environment International v33 n2 p141ndash146 2007

CUSTODIO HM BROBERG K WENNBERG M JANSSON JH VESSBY B

HALLMANS G STEGMAYR B SKERFVING S Polymorphisms in glutathione-related

genes affect methylmercury retention Archives of Environmental Health v59 n11

p588ndash595 2004

CRESPO-LOacutePEZ ME SANTOS ECO BRABO ES RODRIGUES AR COcircRTES

MIT SILVEIRA LCL Comparative study of human exposure to mercury in riverside

86

communities of Amazon Brazilian Journal of Medical and Biological Research v39 n3

p411-414 2006

CUSTODIO HM HARARI R GERHARDSSON L SKERFVING S BROBERG K

Genetic influences on the retention of inorganic mercury Archives of Environmental amp

Occupational Health v60 n1 p17ndash23 2005

DAVIS CD UTHUS EO Dietary selenite and azadeoxycytidine treatments affect

dimethilhidrazine-induced aberrant crypt formation in rat colon and DNA methylation in HT

ndash 29 cells Journal of Nutrition v132 n2 p292-297 2002

DEJONG JL CHANG CM WHANG-PERNG J KNUTSEN T TU CPD The

human liver glutathione S-transferase gene superfamily expression and chromosome

mapping of Hb subunit cDNA Nucleic Acids Research v16 n17 p8541-8554 1988

DI PIETRO A VISALLI G LA MAESTRA S MICALE R BALUCE B

MATARESE G CINGANO L SCOGLIO ME Biomonitoring of DNA damage in

peripheral blood lymphocytes of subjects with dental restorative fillings Mutation Research

v650 n2 p115ndash122 2008

DOMINGUES J Determinaccedilatildeo de mercuacuterio total em amostras de cabelo e sua relaccedilatildeo

com o desenvolvimento psicomotor de crianccedilas na comunidade de Barreiras Paraacute

Beleacutem 2000 91p Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Nuacutecleo de Medicina Tropical - Universidade

Federal do Paraacute

DONADIO JLS Polimorfismos nos genes da enzima glutationa peroxidase e

biomarcadores do estado nutricional relativo ao selecircnio em populaccedilatildeo adulta de Satildeo

Paulo Satildeo Paulo 2011 75p Disssertaccedilatildeo de Mestrado - Faculdade de Ciecircncias

Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo

DRASCH G MAILAumlNDER S SCHLOSSER C ROIDER G Content of non-mercury-

associated selenium in human tissues Biological Trace Element Research v77 n3 p219-

230 2000

DUMONT E VANHAECKE F CORNELIS R Selenium speciation from food source to

metabolites a critical review Analytical and Bioanalytical Chemistry v385 n7 p1304-

1323 2006

DUSINSKAacute M VALLOVAacute B URSIacuteNYOVAacute M HLADIacuteKOVAacute V SMOLKOVAacute B

WSOacuteLOVAacute L RASLOVAacute K COLLINS AR DNA damageand antioxidants

fluctuations through the year in a central European population group Food and Chemical

Toxicology v40 n8 p1119ndash1123 2002

EGASHIRA EM MIZIARA APB LEONI LAB Grupo do arroz patildeo massa batata e

mandioca PHILIPPI ST org Piracircmide dos alimentos fundamentos baacutesicos da nutriccedilatildeo

2ed Barueri Manole 2014 (Guias de Nutriccedilatildeo e Alimentaccedilatildeo)

EPA (US Environmental Protection Agency) Mercury in Medical Facilities Revised August

2003 Updated 2005

87

ERCAL N GURER-ORHAN H AYKIN-BURNS N Toxic metals and oxidative stress

Part I Mechanisms involved in metal-induced oxidative damage Current Topics in

Medicinal Chemistry v1 n6 p529-539 2001

FABIAN E POLOSKEY P KOacuteSA L ELMADFA I REacuteTHY LA Nutritional

supplements and plasma antioxidants in childhood asthma Wiener Klinische

Wochenschrift v125 n1112 p309ndash315 2013

FADINI PS JARDIM WF Is the Negro River Basin (Amazon) impacted by naturally

occurring mercury Science of the Total Environment v275 n13 p71-82 2001

FAIRWEATHER-TAIT SJ BAO Y BROADLEY MR COLLINGS R FORD D

HESKETH JE HURST R Selenium in human health and disease Antioxidants amp Redox

Signaling v14 n7 p1337-1383 2011

FARELLA N Les fermes familiales de la reacutegion frontiegravere du Tapajoacutes en Amazonie

breacutesilienne relations entre les origines les pratiques agricoles les impacts sur les sols et le

deacuteboisement Montreacuteal 2005 209p Tese de Doutorado ndash Universiteacute Du Queacutebec agrave Montreacuteal

FARIAS LA FAVARO DIT VASCONCELLOS MBA Determinaccedilatildeo de mercuacuterio e

metilmercuacuterio em amostras de cabelo e peixes Revista do Instituto Adolfo Lutz v68 n3

p451-460 2009

FARIAS LA SANTOS NR FAVARO DIT BRAGA ES Mercuacuterio total em cabelo de

crianccedilas de uma populaccedilatildeo costeira Cananeacuteia Satildeo Paulo Brasil Cadernos de Sauacutede

Puacuteblica v24 n10 p2249-2256 2008

FARIAS LA Avaliaccedilatildeo do conteuacutedo de mercuacuterio metilmercuacuterio e outros elementos de

interesse em peixes e em amostras de cabelos e dietas de preacute-escolares da Regiatildeo

Amazocircnica Satildeo Paulo 2006 233p Tese de Doutorado ndash Instituto de Pesquisas Energeacuteticas e

Nucleares - Universidade de Satildeo Paulo

FARIAS LA FAacuteVARO DIT MAIHARA VA VASCONCELOS MBA

YUYAMA LK AGUIAR JPL ALENCAR FH Assessment of daily dietary intake of

Hg and some essential elements in diets of children from the Amazon region Journal of

Radioanalytical and Nuclear Chemistry v270 n1 p217-223 2006

FOLVEN KI GLOVER CN MALDE MK LINDEBEYE AK Does selenium modify

neurobehavioral impacts of developmental methylmercury exposure in mice Environmental

Toxicology and Pharmacology v28 n1 p111-119 2009

FORD M DELANEY KA LING L ERICKSON T Clinical toxicology Philadelphia

W B Saunders 2001 p737ndash742

FORSBERG L DE FAIRE U MARKLUND SL ANDERSSON PM STEGMAYR

B MORGENSTERN R Phenotype determination of a common Pro-Leu polymorphism in

human glutathione peroxidase 1 Blood Cells Molecules amp Diseases v26 n5 p423-426

2000

FOSBERG L DE FAIRE U MORGENSTERN R Low yield of polymorphisms from

EST blast searching analysis of genes related to oxidative stress and verification of the

P197L polymorphism in GPX1 Human Mutation v13 n4 p294-300 1999

88

FOX T FAIRWEATHER-TAIT SJ Selenium In HURRELL R ed The mineral

fortification of foods Leatherhead Leatherhead Publishing 1999 v2 p1-44 (A

Leatherhead Food RA publication)

FRISANCHO AR Anthropometric standards for the assessment of growth and

nutritional status Ann Arbor University of Michigan Press 1990 189p

GAacuteC P PAWLAS N POREBA R POREBA M MARKIEWICZ-GOacuteRKA I

JANUSZEWSKA L OLSZOWY Z PAWLAS K Interaction between blood selenium

concentration and a levels of oxidative stress and antioxidative capacity in healthy children

Environmental Toxicology and Pharmacology v39 n1 p137-144 2014

GAILER J GRAHAM NG PICKERING IJ MADDEN S PRINCE RC YU EY

DENTON MB YOUNIS HS APOSHIAN HV Structural Basis of the Antagonism

between Inorganic Mercury and Selenium in mammals ChemResToxicol 2000 13-1135-

1142

GALAN-CHILET I TELLEZ-PLAZA M GUALLAR E MARCO G LOPEZ-

IZQUIERDO R GONZALEZ-MANZANO I TORMOS MC MARTIN-NUNtildeEZ GM

ROJO-MARTINEZ G SAEZ GT MARTIacuteN-ESCUDERO JC REDON J JAVIER-

CHAVES F Plasma selenium and oxidative stress biomarkers a gene-environment

interaction population based study Free Radical Biology and Medicine v74 p229-236

2014

GALVAtildeO RCF BERNARDI JVE ALMEIDA R BASTOS WR GOMES JPO

Relaccedilatildeo espacial do mercuacuterio e elementos traccedilos em sedimento de fundo no Alto Rio

Madeira In SEMINAacuteRIO DE RECURSOS HIacuteDRICOS DA BACIA HIDROGRAacuteFICA DO

PARAIacuteBA DO SUL O EUCALIPTO E O CICLO HIDROLOacuteGICO 1 Taubateacute 2007

Anais Taubateacute IPABHi 2007 p51-57

GANTHER HE SUNDE ML Factors in fish modifying methylmercury toxicity and

metabolism Biological Trace Element Research v119 n3 p221-233 2007

GATTAacuteS GHF KATO M SOARES-VIEIRA JA SIRAQUE MS KOHLER P

GOMES L REGO MAV BYDLOWSKI SP Ethnicity and glutathione S-transferase

(GSTM1 GSTT1) polymorphisms in a Brazilian population Brazilian Journal of Medical

and Biological Research v37 n4 p451-458 2004

GINSBERG G SMOLENSKI S HATTIS D GUYTON KZ JOHNS DO

SONAWANE B Genetic polymorphism in glutathione transferases (GST) population

distribution of GSTM1 T1 and P1 conjugating activity Journal of Toxicology and

Environmental Health Part B Critical Reviews v12 n56 p389-439 2009

GONZAGA IB MARTENS A COZZOLINO SMF Selecircnio In COZZOLINO SMF

org Biodisponibilidade de nutrientes 2ed Barueri Manole 2007 Cap28 p575-613

GONZAGA IB Avaliaccedilatildeo nutricional relativa ao selecircnio em crianccedilas com dieta

enriquecida de castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa L) Satildeo Paulo 2002 157p Tese

de Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo

GONZAGA IB MARTENS A COZZOLINO SMF Selecircnio In COZZOLINO SMF

org Biodisponibilidade de nutrientes Barueri Manole 2005 cap26 p539-577

89

GREGUS Z GYURASICS AI CSANAKY I PINTER Z Effects of methylmercury and

organic acid on the disposition of exogenous selenium in rats Toxicology and Applied

Pharmacology v174 n2 p177ndash187 2001

GRYGIEL-GOacuteRNIAK B MARCINKOWSKA J SZCZEPANIK A PRZYSLAWSKI J

Nutritional habits and oxidative stress in postmenopausal age Polskie Archiwum Medycyny

Wewnetrznej v124 n6 p298ndash305 2014

GUNDACKER C KOMARNICKI G ZOumlDL B FORSTER C SHUSTER E

WITTMANN K Whole blood mercury and selenium concentrations in a selected Austrian

population Does gender matter Science of the Total Environment v372 n1 p76-86

2006

GUNDACKER C KOMARNICKI G JAGIELLO P GENCIKOVA A DAHMEN N

WITTMANN KJ GENCIK M Glutathione-S-transferase polymorphism metallothionein

expression and mercury levels among students in Austria Science of the Total

Environment v385 n13 p37-47 2007

HACON SS DOacuteREA JG FONSECA MF OLIVEIRA BA MOURAtildeO DS RUIZ

CMV GONCcedilALVES RA MARIANI CF BASTOS WR The influence of chances in

lifestyle and mercury exposure in riverine populations of the Madeira River (Amazon Basin)

near a hydroelectric project International Journal of Environmental Research and Public

Health v11 n3 p2437-2455 2014

HALLIWELL B CHIRICO S Lipid peroxidation its mechanisms measurement and

significance American Journal and Clinical Nutrition v57 n5 suppl p715S-725S

1993

HAMANASHI T FURUTA H KATO H DOI A TAMAI M SHIMOMURA H

SAKAGASHIRA S NISHI M SASAKI H SANKE T NANJO K Functional variants

in the glutathione peroxidase-1 (GPx-1) gene are associated with increased intima-media

thickness of carotid arteries and risk of macrovascular disease in Japanese type 2 diabetic

patients Diabetes v53 n9 p2455-2460 2004

HARADA M NAKANISHI J YASODA E PINHEIRO MCN OIKAWA TAG

GUIMARAcircES GA CARDOSO BS KIZAKI T OHNO H Mercury pollution in the

Tapajos River basin Amazon mercury level of head hair and health effects Environment

International v27 n4 p285ndash290 2001

HATAGIMA A KLATAU-GUIMARAtildeES MZ SILVA FP CABELLO PH

Glutathione S-transferase M1 (GSTM1) polymorfism in two Brazillian populations Genetics

and Molecular Biology v23 n4 p709-713 2000

HERBETTE S ROECKEL-DREVET P DREVET JR Seleno-independent glutathione

peroxidases more than simple antioxidant scavengers FEBS Journal v274 n9 p2163-

2180 2007

HERCULANO AM CRESPO-LOacutePEZ ME LIMA SMA PINCANCcedilO DINIZ

DLW NASCIMENTO JLM Methylmercury intoxication activates nitric oxide synthase

in chick retinal cell culture Brazilian Journal of Medical and Biological Research v39

n3 p415ndash418 2006

90

HOLBEN DH SMITH AM The diverse role of selenium within selenoproteins a review

Journal of the American Dietetic Association v99 n7 p836-843 1999

HORVAT M BAEYENS W EBINGHAUS R VASILIEV O Mercury analysis and

speciation in environmental samples In NATO ASI SERIES 2 ENVIRONMENT global and

regional mercury cycles sources fluxes and mass balances Novosibirsk 1996 Kluwer

1996 p1-31

HU YJ DIAMOND AM Role of glutathione peroxidase 1 in breast cancer loss of

heterozygosity and allelic differences in the response to selenium Cancer Research v63

n12 p3347-3351 2003

HSIEH YY SHEN WS LEE LY WU TL NING HC SUN CF Long-term

changes in trace elements in patients undergoing chronic hemodialysis Biological Trace

Element Research v109 n2 p115-121 2006

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Atlas do Censo demograacutefico 2010 Rio de

Janeiro IBGE 2013 Disponiacutevel em httpbibliotecaibgegovbrvisualizacaolivrosliv64529_capa_sumpdf

Acesso em 02 Jan 2015

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Censo demograacutefico 2010 caracteriacutesticas

da populaccedilatildeo e dos domiciacutelios resultados do universo Rio de Janeiro IBGE 2011 270p Disponiacutevel em

httpbibliotecaibgegovbrvisualizacaoperiodicos93cd_2010_caracteristicas_populacao_domiciliospdf

Acesso em 02 Jan 2015

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Estimativas da populaccedilatildeo residente no

Brasil e unidades da Federaccedilatildeo com data de referecircncia em 1ordm de julho de 2014 2014 8p Disponiacutevel em

ftpftpibgegovbrEstimativas_de_PopulacaoEstimativas_2014nota_metodologica_2014pdf Acesso em 02

Jan 2015

INSTITUTE OF MEDICINE (United States) Dietary reference intakes for vitamin C

vitamin E selenium and carotenoides Washington National Academy Press 2000 529p

INTERNATIONAL PROGRAM ON CHEMICAL SAFETY UNITED NATIONS

ENVIRONMENT PROGRAMME WORLD HEALTH ORGANIZATION

Methylmercury Geneva World Health Organization 1990 v118 144p (Methylmercury in

environmental health criteria 101)

INSTITUTE OF MEDICINE (United States) Introduction to dietary reference intakes In

______ Dietary reference intakes for vitamin C vitamin E selenium and carotenoides

Washington National Academy Press 2000 cap1 p21-34

INTERNATIONAL PROGRAM ON CHEMICAL SAFETY UNITED NATIONS

ENVIRONMENT PROGRAMME WORLD HEALTH ORGANIZATION

Methylmercury Geneva World Health Organization 1990 v118 144p (Methylmercury in

environmental health criteria 101)

INSTITUTE OF MEDICINE (United States) Nutrient assessment of individuals statistical

foundations In ______ Dietary reference intakes applications in dietary assessment

Washington National Academy 2000 append B p185-210

91

JABLONSKA E GROMADZINSKA J RESZKA E WASOWICZ W SOBALA W

SZESZENIA-DABROWSKA N BOFFETTA P Association between GPx1 Pro198Leu

polymorphism GPx1 activity and plasma selenium concentration in humans European

Journal of Nutrition v48 n6 p383ndash386 2009

JAFFEacute WG RUPHAEL MD MONDRAGON MC CUEVAS MA Estudio cliacutenico e

bioquiacutemicos em nintildeos escolares de uma zona seleniacutefera Archivos Latinoamericanos de

Nutricioacuten v22 n4 p595-611 1972

JAIN M KUMAR S RASTOGI N LAL P GHOSHAL UC TIWARI A PANT

MC BAIQ MQ MITTAL B GSTT1 GSTM1 and GSTP1 genetic polymorphisms and

interaction with tobacco alcohol and occupational exposure in esophageal cancer patients

from North India Cancer Letters v242 n1 p60ndash67 2006

JONES DP Redefining oxidative stress forum review Antioxidants amp Redox Signaling

v8 n910 p1865-1879 2006

KAUWELL GPA Emerging concepts in nutrigenomics a preview of what is to come

Nutrition in Clinical Practice v20 n1 p75-87 2005

KARUNASINGLE N HAN DY ZHU S YU J LANGE K DUAN H MEDHORA

R SINGH N KAN J ALZAHER W CHEN B KO S TRIGGS CM FERGUSON

LR Serum selenium and single-nucleotide polymorphisms in genes for selenoproteins

relationship to markers of oxidative stress in men from Auckland New Zealand Genes amp

Nutrition v7 n2 p179-190 2012

KLAUTAU-GUIMARAtildeES MN DrsquoASCENCcedilAtildeO R CALDART FA GRISOLIA CK

SOUZA JR BARBOSA AC CORDEIRO CMT FERRARI I Analysis of genetic

susceptibility to mercury contamination evaluated through molecular biomarkers in at-risk

Amazon Amerindian populations Genetics and Molecular Biology v28 n4 p827-832

2005

KO WS GUO CH YEAH MS LIN LY HSU GS CHEN PC LUO MC LIN

CY Blood micronutrient oxidative stress and viral lood in patients with chronic hepatitis C

World Journal of Gastroenterology v14 n30 p4697ndash4702 2005

KOumlHRLE J The trace element selenium and the thyroid gland Biochimie v81 p527-533

1999

KOumlHRLE J FLOHEacute BR BOCK A GARTNER R MEYER O FLOHEacute L Selenium

in biology facts and medical perspectives Biological Chemistry v381 n910 p849-864

2000

KRISHNAN S RANI P Evaluation of selenium redox statusand their association with

plasma amyloidtau in Alzheimerrsquos disease Biological Trace Element Research v158 n2

p158ndash165 2014

KUZUYA M ANDO F IGUCHI A SHIMOKATA H Glutathione peroxidase 1

Pro198Leu variant contributes to the metabolic syndrome in men in a large Japanese cohort

American Journal of Clinical Nutrition v87 n6 p1939ndash1944 2008

92

LACERDA LD Distribuiccedilatildeo e comportamento do mercuacuterio no ambiente Amazocircnico In

HACON S LACERDA LD PFEIFFER WC CARVALHO D orgs Riscos e

consequecircncias do uso do mercuacuterio Rio de Janeiro Ministeacuterio da Sauacutede FINEP IBAMA

CNPQ 1990 p80-90 [Seminaacuterio Nacional ldquoRiscos e Consequumlecircncias do Uso do Mercuacuteriordquo

de 12 a 15 de setembro de 1989 Brasilia - DF]

LAumlRSTAD M LJUNGKVIST G OLIN AC TOREacuteN K Determination of

malondialdehyde in breath condensate by high-performance liquid chromatography with

fluorescence detection Journal of Chromatography B Analytical Technologies in the

Biomedical and Life Sciences v766 n1 p107-114 2002

LEE BE HONG YC PARK H HA M KOO BS CHANG N ROH YM KIM

BN KIM YJ KIM BM JO SJ HA EH Interaction between GSTM1GSTT1

polymorphism and blood mercury on birth weight Environmental Health Perspectives

v118 n3 p437-443 2010

LEI XG CHENG W McCLUNG JP Metabolic regulation and function of glutathione

peroxidase-1 Annual Review of Nutrition v27 p41-61 2007

LEMIRE M FILLION M FRENETTE BT PASSOS CJS GUIMARAtildeES JRD

BARBOSA Jr F MERGLER D Selenium from dietary sources and motor functions in the

Brazilian Amazon Neurotoxicology v32 n6 p944-953 2011

LEMIRE M FILLION M FRENETTE BT MAYER A PHILIBERT A PASSOS

CJS GUIMARAtildeES JR BARBOSA FJ MERGLER D Selenium and mercury in the

Brazilian Amazon opposing influences on age-related cataracts Environmental Health

Perspectives v118 n11 p1584-1589 2010

LEMIRE M MERGLER D FILLION M PASSOS CJS GUIMARAtildeES JRD

DAVIDSON R LUCOTTE M Elevated blood selenium levels in the Brazilian Amazon

Science of the Total Environment v366 n1 p101-111 2006

LEMIRE M MERGLER D HUEL G PASSOS CJS FILLION M PHILIBERT A

GUIMARAtildeES JR RHEAULT I BORDUAS J NORMAND G Biomarkers of selenium

status in the Amazonian context blood urine and sequential hair segments Journal of

Exposure Science amp Environmental Epidemiology v19 n2 p213-222 2009

LETAVAYOVAacute L VLCKOVAacute V BROZMANOVAacute J Selenium from cancer

prevention to DNA damage Toxicology v227 n12 p1-14 2006

LINDBERG A BJORNBERG KA VAHTER M BERGLUNG M Exposure to

methylmercury in non-fish eating people in Sweden Environmental Research v96 n1

p28-33 2004

LIVAK KJ FLOOD SJA MARMARO J GIUSTI W DEETZ K Oligonucleotides

with fluorescent dyes at opposite ends provide a quenched probe system useful for detecting

PCR product and nucleic acid hybridization PCR Methods and Applications v4 n6

p357-362 1995

MAIA CSC O selecircnio e a glacircndula tireoacuteide um estudo em pacientes portadores de

disfunccedilotildees tireoidianas nos estados do Cearaacute e Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2008 117p Tese de

Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo

93

MANNERVICK B The isoenzymes of glutathione transferase Advances in Enzymology

and Related Areas of Molecular Biology v57 p357-417 1985

MARQUES RC Avaliaccedilatildeo da exposiccedilatildeo ao mercuacuterio e seus compostos sobre o

desenvolvimento neuropsicomotor em crianccedilas de Porto Velho-RO Beleacutem 2002 102p

Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Nuacutecleo de Medicina Tropical - Universidade Federal do Paraacute

MARQUES RC DOacuteREA JG BASTOS WR REBELO MF FONSECA MF

MALM O Maternal mercury exposure and neuro-motor development in breastfed infants

from Porto Velho (Amazon) Brazil Int J Hyg Environ Health v210 p51ndash60 2007 Int

J Environ Res Public Health 2013

MARQUES RC BERNARDI JVE DOREA JG BRANDAtildeO KG BUENO L

LEAtildeO RS MALM O Fish consumption during pregnancy mercury transfer and birth

weight along Madeira River basin in Amazonia International Journal of Environmental

Research and Public Health v10 n6 p2150-2163 2013

MARTENS AVS COZZOLINO SMF Mapeamento da distribuiccedilatildeo de selecircnio em

territoacuterio brasileiro por meio da anaacutelise de alimentos nativos feijatildeo (fascolos vulgaris L) e

carne bovina para o consumo humano e aacuteguas e solo oriundos Satildeo Paulo FAPESP 2002

Processo n0011578-3 [Relatoacuterio Cientifiacuteco]

MARTENS IBG MARTENS A COZZOLINO SMF Selecircnio In COZZOLINO

SMF org Biodisponibilidade de nutrientes 4ed Barueri Manole 2012 p721-765

MEECH JA VEIGA MM THOMASNS D Emissions and stability of mercury in the

Amazon Canadian Metallurgical Quarterly v36 n4 p231-239 1997

MIRETZKY P BISINOTI MC JARDIM WF Sorption of mercury (II) in Amazon soils

from column studies Chemosphere v60 n11 p1583-1589 2005

MORADI M EFYEKHARI MH TALEI A FARD ARA Comparative study of

selenium concentration and glutathione peroxidase activity in normal and breast cancer

Public Health Nutrition v12 n1 p59-63 2009

MORAIS LMTS CARDOSO FILHO C LOURENCcedilO GJ SHINZATO JY

ZEFERINO LC LIMA CSP GURGEL MSC Caracteriacutesticas mamograacuteficas do cacircncer

de mama associadas aos polimorfismos GSTM1 e GSTT1 Revista da Associaccedilatildeo Meacutedica

Brasileira v54 n1 p61-66 2008

MUCCI A MONTGOMERY S LUCOTTE M PLOURDE Y PICHET P VANTRA

H Mercury remobilization from flooded soils in a hydroelectric reservoir of Northern

Quebec La Grande-2 results of a soil resuspension experiment Canadian Journal of

Fisheries and Aquatic Sciences v52 n11 p2507-2517 1995

NAGANUMA A ANDERSON ME MEISTER A Cellular glutathione as a determinant

sensitivity to mercury chloride prevention of toxicity by giving glutathione monoester

Biochemical Parmacology v40 n4 p693-697 1990

NAVARRO-ALARCON M CABRERA-VIQUE C Selenium in food and the human body

a review Science of the Total Environment v400 n13 p115-141 2008

94

NAVARRO-ALARCON M LOacutePEZ-MARTINEZ MC Essentiality of selenium in the

human body relationship with different diseases Science of the Total Environment v249

n13 p347-371 2000

NATIONAL RESEARCH COUNCIL Nutrient requeriments of dairy cattle 7ed

Washington National Academy Press 2001381p

NISHIMURA LS Polimorfismo Pro198Leu no gene para a enzima antioxidante

dependente de selecircnio glutationa peroxidase 1 e risco de cacircncer epidermoide da cavidade

oral e orofaringe 2010 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncia dos Alimentos) ndash Faculdade

de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2010

OLUSI SO Obesity is independent risk factor for plasma lipid peroxidation and depletion of

erythrocyte cytoprotectic enzymes in humans International Journal of Obesity and

Related Metabolic Disorders v26 n9 p1159ndash1164 2002

ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE Elementos traccedilo na nutriccedilatildeo e sauacutede humana

Satildeo Paulo Roca 1998 p63-91

ORTUNtildeO J ROS G PERIAGO MJ MARTINEZ C LOPEZ G RODRIGO J

Importacircncia nutricional del selenio Archivos Latinoamericanos de Nutricioacuten v47 n1

p6-13 1997

PAGLIA DE VALENTINE WN Studies on the quantitative and qualitative

characterization of erythrocyte glutathione peroxidase Journal of laboratory and clinical

medicine v70 n1 p158-169 1967

PAPP LV LU J HOLMGREN A KHANNA KK From selenium to selenoproteins

synthesis identity and their role in human health Antioxidants amp Redox Signaling v9 n7

p776-796 2007

PARADIS S WHEATLEY B BOSWELL-PURDY J BEacuteLISLE D COLE M

LICKERS H HAYTON A DAVIES K Mercury contamination through fish

consumption a model for predicting and preventing hazardous behavior on a community

level Mercury as a Global Pollutant Human Health Issues v97 p147-158 1997

PARK SK KANG D NOH DY LEE KM KIM SU CHOI JY CHOI IM

AHN SH CHOE KJ HIRVONEN A STRICKLAND PT YOO KY Reproductive

factors glutathione S-transferase M1 and T1 genetic polymorphism and breast cancer risk

Breast Cancer Research and Treatment v78 n1 p89-96 2003

PASSOS CJ MERGLER D GASPAR E MORAIS S LUCOTT M LARRIBE F

DAVIDSON R GROSBOIS S Eating tropical fruit reduces mercury exposure from fish

consumption in the Brazilian Amazon Environmental Research v93 n2 p123-130 2003

PASSOS CJ MERGLER D LEMIRE M FILLION M GUIMARAtildeES JR Fish

consumption and bioindicators of inorganic mercury exposure Science of the Total

Environment v373 n1 p68ndash76 2007

PASCALICCHIO AAE Contaminaccedilatildeo por metais pesados sauacutede puacuteblica e medicina

ortomolecular Satildeo Paulo Annablume 2002 132p

95

PEROTTONI J LOBATO LP SILVEIRA A ROCHA JBT EMANUELLI T Effects

of mercury and selenite on D-aminolevulinate dehydratase activity and on selected oxidative

stress parameters in rats Environmental Research v95 n2 p166-173 2004

PINHEIRO MCN GUIMARAtildeES GA NAKANISHI J OIKAWA T VIEIRA JL

QUARESMA M CARDOSO B AMORAS W Avaliaccedilatildeo da contaminaccedilatildeo mercurial

mediante anaacutelise do teor de Hg total em amostras de cabelo em comunidades ribeirinhas do

Tapajoacutes Paraacute Brasil Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v33 n2

p181-194 2000

PINHEIRO MCN MACCHI BM VIEIRA JLF OIKAWA T AMORAS WW

GUIMARAtildeES GA COSTA CA CRESPO-LOacutePEZ ME HERCULANO AM

SILVEIRA LC NASCIMENTO JL Mercury exposure and antioxidant defenses in

women a comparative study in the Amazon Environmental Research v107 n1 p53ndash59

2008

PINHEIRO MCN MULLER RCS SARKIS JE VIEIRA JLF OIKAWA T

GOMES MSV GUIMARAtildeES GA NASCIMENTO JLM SILVEIRA LCL

Mercury and selenium concentrations in hair samples of women in fertile age from Amazon

riverside communities Science of the Total Environment v349 n13 p284-288 2005

PINHEIRO DS ROCHA FILHO CR MUNDIM CA MARCO Jr P ULHOA CJ

REIS AAS GHEDINI PC Evaluation of glutathione S-transferase GSTM1 and GSTT1

deletion polymorphisms on type-2 diabetes mellitus risk PLoS One v8 n10 arte76262

p1-5 2013

PIRES LV Efeito da suplementaccedilatildeo com castanha-do-Brasil (Bertholletia excelsa

HBK) na expressatildeo gecircnica de citocinas inflamatoacuterias e sua relaccedilatildeo com o estresse

oxidativo e pacientes com diabetes mellitus tipo 1 Satildeo Paulo 2012 130p Tese de

Doutorado ndash Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo

POSSUELO LG PERACcedilA CF EISENHARDT MF DOLTO ML CAPPELLETTI

L FOLETTO E VALIM ARM Polymorphisms of GSTM1 and GSTT1 genes in breast

cancer susceptibility a case-control study Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetriacutecia

v35 n12 p569-574 2013

PRIOR RL HOANG H GU L WU X BACCHIACA M HOWARD L

HAMPSCH-WOODILL M HUANG D OU B JACOB B Assays for hydrophilic and

lipophilic antioxidant capacity (oxygen radical absorbance capacity (ORACFL)) of plasma

and other biological and food samples Journal of Agricultural and Food Chemistry v51

n11 p3273-3279 2003

RAVN-HAREN G OLSEN A TJONNELAND A DRAGSTED LO NEXO BA

WALLIN H OVERVAD K RASCHOU-NIELSENL O VOGEL U Associations

between GPx 1 Pro198Leu polymorphism erythrocyte GPx activity alcohol consumption and

breast cancer risk in a prospective cohort study Carcinogenesis v27 n4 p820-825 2006

RAYMAN MP The importance of selenium to human health Lancet v356 n9225 p233-

241 2000

RAYMOND LJ RALSTON NVC Mercury selenium interactions and health

implications Seychelles Medical and Dental Journal v7 n1 spiss p72-77 2004

96

REILLY C Selenium in food and health London Blackie Academic and Professional

1996 338p

REZAEI Z JAMSHIDZADEH A SANATI E A rapid and sensitive method for the

determination of malondialdehyde as its hydralazine derivative in human plasma using high

performance liquid chromatography Analytical Methods v5 n12 p2995-2999 2013

RICHIE Jr JP MUSCAT JE ELLISION I CALCAGNOTTO A KLEINMAN W

EL-BAYOUMY K Association of selenium status and blood glutathione concentrations in

blacks and whites Nutrition and Cancer v63 n3 p367ndash375 2011

RIDNOUR LA ISENBERG JS ESPEY MG THOMAS DD ROBERTS DD Nitric

oxide regulates angiogenesis through a functional switch involving thrombospondin-1

Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America v102

n37 p13147-13152 2005

ROCHA AV Estado nutricional relative ao selecircnio de crianccedilas residentes em duas

localidades de Rondocircnia Amazocircnia Ocidental Satildeo Paulo 2009 109p Dissertaccedilatildeo de

Mestrado ndash Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas ndash Universidade de Satildeo Paulo

ROCHA AV CARDOSO BR COMINETTI C BUENO RB BORTOLI MC

FARIAS LA FAVARO DIT CAMARGO LMA COZZOLINO SMF Selenium

status and hair mercury leves in riverine children from Rondocircnia Amazonia Nutrition v30

n11-12 p1318-1323 2014

SAacute AL HERCULANO AM PINHEIRO MC SILVEIRAS LCL NASCIMENTO

JLM CRESPO-LOacutePEZ ME Exposiccedilatildeo humana ao mercuacuterio na regiatildeo oeste do Estado do

Paraacute Revista Paraense de Medicina v20 n1 p19-25 2006

SAMPAIO DS LUCOTTE M ROULET HP MERGLER D CROSSA M Mercuacuterio

nos peixes do Rio Tapajoacutes Amazocircnia brasileira InterfacEHS v1 n1 art 6 p1-31 2006

Disponiacutevel em

httpwwwunitesuqamcagmfcarusodoccarusosampaiosampaio_et_al_2006pdf Acesso

em 24 Dez 2014

SANTOS KMO AQUINO RC Grupo dos oacuteleos e gorduras In PHILIPPI ST Piracircmide

dos alimentos fundamentos baacutesicos da nutriccedilatildeo 2ed Barueri Manole 2014 p251-303

SANTOS LB Polimorfismo Pro198Leu no gene que codifica para glutationa

peroxidase 1 e sua relaccedilatildeo com o estado nutricional relativo ao selecircnio de uma populaccedilatildeo

adulta residente no municiacutepio de Fortaleza Cearaacute 201393f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash

Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2013

SAVASKAN NE UFER C KUHN H BORCHERT A Molecular biology of

glutathione peroxidase 4 from genomic structure to developmental expression and neural

function Biological Chemistry v388 n10 p1007ndash1017 2007

SCHMIDT MI DUNCAN BB SILVA GA MENEZES AM MONTEIRO CA

BARRETO SM CHOR D MENEZES PR Doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis no

Brasil carga e desafios atuais 2011 (Sauacutede no Brasil 4) Disponiacutevel em

httpdownloadthelancetcomflatcontentassetspdfsbrazilbrazilpor4pdf Acesso em 10 Jan

2015

97

SCHORK NJ FALLIN D LANCHBURY J Single Nucleotide Polymorphisms and the

future of genetic epidemiology Clinical Genetics v58 n4 p250-264 2000

SILVA JJRF WILLIAMS RJP The biological chemistry of the elements the

inorganic chemistry of life Oxford Oxford University Press New York Clarendon Press

1993 561p

SITTA A VANZIN CS BIANCINI GB MANFREDINI V OLIVEIRA AB

WAYHS CA RIBAS GO GIUGLIANI L SCHWARTZ IV BOHRER D

GARCIA SC WAJNER M VARGAS CR Evidence that L-carnitine and selenium

supplementation reduces oxidative stress in phenylketonuric patients Cellular and

Molecular Neurobiology v31 n3 p429ndash436 2011

SKOOG DA HOLLER FJ NIEMAN TA Princiacutepios de anaacutelise instrumental 5ed

Satildeo Paulo Bookman 2002 836p

SMOLKOVAacute B DUSINSKAacute M RASLOVAacute K BARANCOKOVAacute M

KAZIMIacuteROVAacute A HORSKAacute A SPUSTOVAacute V COLLINS A Folate levels determine

effect of antioxidant supplementation on micronuclei in subjects with cardiovascular risk

Mutagenesis v19 n6 p469ndash476 2004

SOUZA JR BARBOSA AC Contaminaccedilatildeo por Hg e o caso da Amazocircnia Quiacutemica Nova

na Escola n12 p23-25 2000

SOUZA ML MENEZES HC Processamentos de amecircndoa e torta de castanhandashdondashBrasil e

farinha de mandioca paracircmetros de qualidade Ciecircncia Tecnologia e Alimentos v24 n1

p120-128 2004

STEUERWALD U WEIHE P JORGENSEN PJ BJERVE K BROCK J HEINZOW

B BUDTZ-JORGENSEN E GRANDJEAN P Maternal seafood diet methylmercury

exposure and neonatal neurologic function Journal of Pediatrics v136 n5 p599-605

2000

STOCKLER-PINTO MB FARAGE NE BOAVENTURA GT COZZOLINO SM

Effect of Brazil nut supplementation on the blood levels of selenium and glutathione

peroxidase in hemodialysis patients Nutrition v26 n1112 p1065ndash1069 2010

SLATER B MARCHIONI DL FISBERG RM Estimando a prevalecircncia da ingestatildeo

inadequada de Nutrientes Rev Sauacutede Puacuteblica v33 n4 p599-605 2004

SUZEN HS GUCYENER E SAKALLI O UCKUN Z KOSE G USTEL D

DUYDU Y CAT C-262T and GPx 1 Pro198Leu polimorphisms in a Turkish population

Molecular Biology Reports v37 n1 p87-92 2010

TAKEUCKI T ETO K The pathology of Minamata disease a tragic story of water

pollution Kyushu Kyushu University Press 1999 310p

TAPIERO H TOWNSEND DM TEW KD The antioxidant role of selenium and seleno-

compounds Biomedicine amp Pharmacotherapy v57 n34 p134ndash144 2003

TINKOV AA SKALNAYA MG DEMIDOV VA SEREBRYANSKY EP

NIKONOROV AA SKALNY AV Hair mercury association with selenium serum lipid

98

spectrum and gama-glutamyl transferase activity in adults Biological Trace Element

Research v161 n3 p255-262 2014

UNITED NATIONS Enviroment Programme Chemicals Impacts of mercury on the

environment In ______ Global mercury assessment Geneva UNEP 2002 cap5 p73-

86

UNITED STATES Department of Health and Human Services Public Heath Services

Agency for Toxic Substances and Disease Registry Toxicological Profile for Mercury

Atlanta ATSDR 1999 676p

VAN DAEL P DEELSTRA H Selenium International Journal for Vitamin and

Nutrition Research v63 n4 p312-316 1993

VIVANCO RHC MENGE FGW BARRIGA PAC Variaciones de la fragilidad

osmoacutetica eritrocitaria en bovinos a pastoreo sobre praderas con bajo contenido de selenio y

suplementados o no con selecircnio Revista Cientiacutefica vXVI n3 p227-231 2006

WIDERSTEN M PEARSON WR ENGSTROEM A MANNERVIK B Heterologous

expression of the allelic variant μ-class glutathione transferases μ and ψ Biochemical

Journal v276 n2 p519-5241991

WILLETT WC Inssues in analysis and presentation of dietary data In ______ Nutritional

epidemiology 2ed New York Oxford University Press 1998 p321ndash345 (Monographs in

epidemiology and biostatistics 30)

WILLET WCHOWE GR KUSHI LH Adjustment for total energy in epidemiologic

studies Am J Clin Nutr v65 p1220-28 1997

WILLET W STAMPFER M Implications of total energy intake for epidemiologic

analyses In Willet WC Nutrition epidemiology 2 ed New York Oxford University Press

p514 1998

WORLD HEALTH ORGANIZATION Obesity preventing and managing the global

epidemic report of a WHO consultation on obesity Geneva World Health Organization

2000 p256 (WHO Obesity Technical Report Series n284)

XU S WANG Y ROE B PEARSON WR Characterization of the human class Mu

glutathione S-transferase gene cluster and GSTM1 deletion Journal of Biological

Chemistry v273 n6 p3517-3527 1998

YANG GQ WANG SZ ZHAU RH SUN SZ Endemic selenium intoxication of

humans in China American Journal of Clinical Nutrition v37 n5 p872-881 1983

ZACHARA BA UKLEJA-ADAMOWICZ M NARTOWICZ E LECKA J Increased

plasma glutathione peroxidase activity in patients with acute myocardial infarction Medical

Science Monitor v7 n3 p415-420 2001

ZHANG FA YU W HARGROVE JL GREENSPAN PA DEAN RG TAYLOR

EW HARTLE DK Inhibition of TNF- induced ICAM-1 VCAM-1 and E-selectin

expression by selenium Atherosclerosis v161 n2 p381-386 2002

99

ZHANG M MA AG ZHANG XZ GE S SHI XX Effect of multiple micronutrients

supplementation on anti-oxidative activity and oxidized DNA damage of lymphocytes in

children Zhonghua Liu Xing Bing Xue Za Zhi v26 n4 p268ndash272 2005

ZHENG W WEN WQ GUSTAFSON DR GROSS M CERHAN JR FOLSOM

AR GSTM1 and GSTT1 polymorfism and postmenopausal breast cancer risk breast cancer

Breast Cancer Research and Treatment v74 n1 p9-16 2002

100

APEcircNDICES

APEcircNDICE 1 Cartaz de divulgaccedilatildeo da pesquisa

APEcircNDICE 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

APEcircNDICE 3 Ficha de Identificaccedilatildeo e Controle

(Anamnese peso estatura IMC coleta de sangue e cabelos)

APEcircNDICE 4 Caderno de Registro do Consumo Alimentar

101

102

UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO

FACULDADE DE CIEcircNCIAS FARMACEcircUTICAS ndash FCFUSP

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE

1 Informaccedilotildees do Sujeito da Pesquisa

Nome

Documento de Identidade nordm Sexo ( ) M ( )F

Data de Nascimento

Endereccedilo Nordm Complemento Bairro Cidade Estado

CEP Telefones

2 Informaccedilotildees do Responsaacutevel Legal

Nome Natureza (grau de parentesco tutor curador etc) Documento de Identidade nordm Sexo ( ) M ( )F Data de Nascimento Endereccedilo Nordm Complemento Bairro Cidade Estado CEP Telefones

Tiacutetulo do Projeto de Pesquisa Estado nutricional relativo ao selecircnio concentraccedilotildees de

mercuacuterio estresse oxidativo e os polimorfismos Pro198Leu no gene da glutationa

peroxidase 1 (GPx1) e GSTM1 no gene da glutationa S- transferase (GST) em mulheres

residentes em aacuterea de risco de contaminaccedilatildeo por mercuacuterio

3 Duraccedilatildeo da Pesquisa 24 meses

4 Nome do pesquisador responsaacutevel Silvia Maria Franciscato Cozzolino Cargo Funccedilatildeo

Professora Titular do Programa de poacutes-graduaccedilatildeo em Ciecircncia dos Alimentos da Faculdade de Ciecircncias

Farmacecircuticas FCFUSP

Nordm do Registro do Conselho Regional CRN30621

Instituiccedilatildeo Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo USP

Sravoluntaacuteria essa pesquisa tem como tiacutetulo Estado nutricional relativo ao selecircnio e

concentraccedilotildees de mercuacuterio e a relaccedilatildeo com estresse oxidativo e os polimorfismos Pro198Leu

e GSTM1 em mulheres na idade feacutertil em aacuterea exposta agrave contaminaccedilatildeo por mercuacuterio A

responsaacutevel por esse estudo eacute a professora titular Silvia Maria Franciscato Cozzolino e como

103

colaborada a estudante de doutorado Ariana Vieira Rocha Ambas pertencem a Faculdade de

Ciecircncias Farmacecircuticas (FCF) da Universidade de Satildeo Paulo (USP)

De acordo com algumas pesquisas as mulheres da Amazocircnia apresentam

concentraccedilotildees elevadas de mercuacuterio e essa contaminaccedilatildeo pode comprometer a sauacutede natildeo soacute

delas como tambeacutem das crianccedilas pois uma das formas do mercuacuterio atravessa facilmente a

barreira placentaacuteria e o mercuacuterio acaba se concentrando no ceacuterebro das crianccedilas Isso pode

inibir o desenvolvimento cerebral Por isso eacute preocupante a exposiccedilatildeo das mulheres na idade

feacutertil ao mercuacuterio Acredita-se que o mineral selecircnio possa ser um possiacutevel colaborador para

a populaccedilatildeo natildeo apresentar sinais cliacutenicos evidentes da contaminaccedilatildeo por mercuacuterio Isso pode

ser devido a algumas atribuiccedilotildees do selecircnio pois este mineral tem como uma das suas accedilotildees

atuar como antioxidante e isso pode neutralizar os danos causados pela contaminaccedilatildeo do

mercuacuterio

Desta forma estamos por meio desse documento lhe convidando a participar desse

estudo que tem como objetivo principal avaliar o estado nutricional relativo ao selecircnio assim

como as concentraccedilotildees de mercuacuterio e a relaccedilatildeo desses com o estresse gerado nas ceacutelulas e

tambeacutem com algumas alteraccedilotildees geneacuteticas em mulheres na idade feacutertil em aacuterea exposta ao

mercuacuterio Nesta pesquisa participaraacute 200 mulheres voluntaacuterias da cidade de Porto Velho

Rondocircnia

Se vocecirc concordar em participar passaraacute pelos seguintes procedimentos avaliaccedilatildeo

nutricional onde seratildeo obtidos os dados de peso estatura e circunferecircncia da cintura e

tambeacutem seratildeo anotados os seus dados sobre o consumo alimentar ou seja tudo o que foi

consumido no periacuteodo de 3 dias sendo 2 dia da semana e 1 dia do fim de semana Seraacute

realizada ainda uma coleta de sangue de (20mL) em jejum de 10 a 12 horas para a realizaccedilatildeo

da determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo do mineral selecircnio e avaliar o estresse gerado nas ceacutelulas e

se haacute uma alteraccedilatildeo geneacutetica que possa interferir na concentraccedilatildeo de selecircnio ou mercuacuterio no

organismo Por fim seraacute coletado em torno de (1g) de cabelo na regiatildeo detraacutes do pescoccedilo para

avaliar as concentraccedilotildees de mercuacuterio A pesquisa possui um risco miacutenimo em virtude da

coleta de sangue que pode causar um desconforto poreacutem este seraacute coletado por um

profissional de enfermagem capacitado A obtenccedilatildeo desses dados seraacute realizada no

Laboratoacuterio Alphaclin localizado na Avenida Calama 2215 Bairro Satildeo Joatildeo Bosco Apoacutes

essas coletas seraacute distribuiacutedo um kit lanche contendo bolacha de aacutegua e sal ou biscoito

integral uma fruta e um suco de fruta de caixinha de 200mL O seu sangue seraacute armazenado

no laboratoacuterio de nutriccedilatildeo-minerais da Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade

de Satildeo Paulo (USP) sob a responsabilidade da professora titular Silvia Maria Franciscato

Cozzolino para pesquisas futuras Poreacutem se isso acontecer vocecirc seraacute consultado a respeito e

um novo projeto seraacute submetido ao Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

Vocecirc autoriza o armazenamento do seu sangue para pesquisas futuras

( )sim ( )natildeo

Os resultados obtidos seratildeo arquivados e mantidos em sigilo conforme eacutetica Eacute direito

de cada participante obter os resultados das anaacutelises que seratildeo feitas bem como informaccedilotildees

sobre o andamento da pesquisa procedimentos utilizados riscos e benefiacutecios relacionados em

qualquer fase do estudo a fim de esclarecer eventuais duacutevidas Deve ser ressaltado que a

participaccedilatildeo na pesquisa poderaacute ser desfeita em qualquer momento que o Sra achar

conveniente sem sofrer nenhum tipo de constrangimento Natildeo haveraacute nenhuma despesa

financeira para a natildeo participaccedilatildeo neste estudo assim como natildeo haveraacute recompensa

financeira relacionada agrave participaccedilatildeo na pesquisa

Esse estudo traraacute benefiacutecios pois existem evidecircncias que o selecircnio pode exercer um

efeito protetor no organismo contra os malefiacutecios do mercuacuterio Logo os resultados

contribuiratildeo para uma melhor qualidade de vida atraveacutes do conhecimento da avaliaccedilatildeo do

104

estado nutricional Aleacutem do que seraacute realizada uma avaliaccedilatildeo nutricional completa por uma

nutricionista e seratildeo oferecidas orientaccedilotildees quanto agrave alimentaccedilatildeo

ndash INFORMACcedilOtildeES DE NOMES ENDERECcedilOS E TELEFONES DOS RESPONSAacuteVEIS PELO

ACOMPANHAMENTO DA PESQUISA PARA CONTATO EM CASO DE INTERCORREcircNCIAS

CLIacuteNICAS E REACcedilOtildeES ADVERSAS

Silvia Maria Franciscato Cozzolino ndash (Professora Titular do programa de Poacutes-

graduaccedilatildeo em Ciecircncia dos Alimentos da Faculdade de Ciecircncias FarmacecircuticasFCF

(USP) Telefone(11)3091-3625 Endereccedilo da Faculdade Cidade Universitaacuteria Av Lineu

Prestes 580 ndash Bloco 14

Telefone (11) 3091 -3625 (Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo ndash Minerais)

Ariana Vieira Rocha - (Doutoranda do programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Ciecircncia dos

Alimentos da Faculdade de Ciecircncias FarmacecircuticasFCF (USP) Endereccedilo Residencial

Bairro Liberdade Rua da Gloacuteria - 654 Apto 84 CEP 01510-000 ndash Satildeo Paulo ndash SP Telefone

(11) 98532-2125

Endereccedilo da Faculdade Cidade Universitaacuteria Av Lineu Prestes 580 ndash Bloco 14

Telefone 3091 -3625 (Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo ndash Minerais)

Consentimento Poacutes-Esclarecido

Declaro que apoacutes convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ter entendido o que me

foi explicado consinto em participar do presente Protocolo de Pesquisa

Porto Velhodede

_______________________________

Assinatura do sujeito de pesquisa

Ou responsaacutevel legal

___________________________________

Assinatura do pesquisador responsaacutevel

Para qualquer questatildeo duacutevida esclarecimento ou reclamaccedilatildeo sobre aspectos eacuteticos dessa

pesquisa favor entrar em contato com o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas da Faculdade de

Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo ndash Av Prof Lineu Prestes 580 - Bloco

13A ndash Butantatilde ndash Satildeo Paulo ndash CEP 05508-900 Fone 3091-3622 fone-fax 3091-3677 ndash e-

mail cepfcfuspbr

105

Universidade de Satildeo Paulo

Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas

Avaliaccedilatildeo Nutricional

Antropometria

Nome Data de Nascimento

DADOS ANTROPOMEacuteTRICOS

Idade anos

Circunferecircncia da Cintura (CC) Classificaccedilatildeo

Peso kg

Estaturacm

IMC Classificaccedilatildeo

Classificaccedilatildeo do estado nutricional para adultos segundo o Iacutendice de Massa Corpoacuterea (IMC)

Classificaccedilatildeo IMC (kgm2)

Risco de Comorbidades

Baixo Peso

˂ 185 Baixo

Peso Normal ou

Eutrofia 185 - 249

Meacutedio

Sobrepeso

ge 25 ndash 299 Aumentado

Obesidade I 300 - 349 Moderado

Obesidade II 350 ndash 399 Grave

Obesidade III ˃ 40 Muito Grave

Fonte WHO (2000)

106

Universidade de Satildeo Paulo

Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas

Pesquisador Ariana Vieira Rocha

Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo e Minerais(11) 3091-3625

Formulaacuterio Mercuacuterio (Hg)

Identificaccedilatildeo Data

Nome

Idade Sexo Raccedila

Endereccedilo

Haacute quanto tempo reside em Porto Velho

Onde residia anteriormente

Ocupaccedilatildeo principal Quanto tempo hdia

Haacutebitos

Come peixe sim natildeo

Procedecircncia do peixe consumido Nome do Rio

Espeacutecie mais consumida

Frequecircncia de consumo de peixe Quantidade

Frequecircncia de consumo de frutos do mar Quantidade

Ficou doente nos uacuteltimos seis meses sim natildeo

Tomou algum medicamento sim natildeo Qual Frequecircncia

No tratamento do cabelo vocecirc usa

soacute sabonete xampuacute condicionador tintura

liacutequido para permanente alisamento outros Quais

Qual a aacutegua que usa para tomar banho

caerd poccedilo ou mina outra procedecircncia qual

Qual a aacutegua que usa para beber

caerd e filtrada natildeo filtra de poccedilo ou mina galatildeo outra procedecircncia qual

107

ACOMPANHAMENTO NUTRICIONAL

Nome

Responsaacutevel Nutricionista Ariana Vieira Rocha

Universidade de Satildeo Paulo-USP

Telefone (69) 8118-4633 (11) 8532-2125

108

INFORMACcedilOtildeES

Pesquisas tentam explicar a presenccedila do Hg na regiatildeo amazocircnica pois os solos

ambientes aquaacuteticos e consequentemente os peixes apresentarem concentraccedilotildees elevados

deste metal assim como alguns indiviacuteduos que vivem nestas aacutereas poreacutem estes natildeo

apresentam sintomas e sinais cliacutenicos evidentes de contaminaccedilatildeo Supotildee-se que o selecircnio um

mineral antioxidante presente naturalmente no solo da regiatildeo seja um protetor para a aparente

toleracircncia destas populaccedilotildees agrave intoxicaccedilatildeo crocircnica por Hg Dentre outras funccedilotildees e accedilotildees o

selecircnio atua no fortalecimento do sistema imunoloacutegico e tambeacutem ajuda organismo a se

proteger dos danos causados pelos metais toacutexicos como por exemplo o Hg Dessa forma a

ingestatildeo adequada de selecircnio pode ter um efeito protetor contra a contaminaccedilatildeo por Hg

Este caderno tem como objetivo avaliar o estado nutricional relativo ao mineral

selecircnio Por isso eacute muito importante que todas as recomendaccedilotildees e orientaccedilotildees prestadas

durante o acompanhamento nutricional sejam atendidas

Ariana Vieira Rocha

Doutoranda em Ciecircncia dos Alimentos-FCFUSP

Porto Velho 2012

01

109

DADOS DE IDENTIFICACcedilAtildeO

1 Nome

Documento de Identidade nordm

Sexo ( X ) Feminino

Data de Nascimento

Naturalidade Escolaridade

Endereccedilo nordm

Bairro

Cidade

Cep Telefone Celular

Renda Familiar ( ) 1 SM ( ) 2 a 3 SM ( ) Acima de 4 SM

2 Histoacuteria Cliacutenica

Faz uso de anticonpepcional ( ) natildeo ( )sim

Se sim qual Quanto tempo

Antecedentes familiares ( )Dislipidemias ( )Diabetes mellitus

( )Hipertensatildeo arterial ( ) Obesidade

Outras qual

Faz atividade Fiacutesica ( ) natildeo ( ) sim qual

Quantas vezes por semana

02

110

ORIENTACcedilOtildeES QUANTO AO REGISTRO DOS ALIMENTOS

1 Anotar todos os alimentos consumidos durante todo o dia e a noite desde a hora que

acordar ateacute a hora em que for dormir

2 Colocar o horaacuterio das refeiccedilotildees

3 Natildeo esquecer de anotar os alimentos eou qualquer guloseima consumida (balas

chicletes etc) durante as refeiccedilotildees e nos intervalos

4 Anotar a quantidade do alimento consumido na forma de medidas caseiras (fotos

ilustrativas nas proacuteximas paacuteginas) Exemplo

colher de servir colher de sopa colher de sobremesa colher de chaacute ou cafeacute

concha escumadeira copo americano copo de requeijatildeo copo descartaacutevel de 180 ou

200 mL

xiacutecara de chaacute ou cafeacute

prato de mesa prato de sopa prato de sobremesa ou pires

5 Descrever com maior detalhe os tipos de alimentos ou marcas como por exemplo

leite desnatado integral tipo C em poacute

patildeo francecircs integral de forma de leite de batata de mel doce ou caseiro

bolachas recheadas aacutegua e sal chocolate sem recheio SEMPRE colocar o sabor e a

marca

frutas (anotar tipo e tamanho) por exemplo laranja lima meacutedia mamatildeo papaya (meia

unidade)

vegetais folhosos (anotar tipo e preparaccedilatildeo) por exemplo acelga refogada ou crua

manteiga ou margarina (o tipo a marca a quantidade consumida anotada em ponta de

faca ou em colheres de chaacute cafeacute sobremesa ou sopa)

salada de frutas (colocar tipo de frutas e os ingredientes incluiacutedos na salada)

bolo (sabor com ou sem recheio com ou sem cobertura de festa ndash se possiacutevel

escrever os principais ingredientes)

6 Lembrar de escrever o tipo de preparaccedilatildeo se o alimento eacute cozido frito grelhado

ensopado ou agrave milanesa (empanado)

7 Registrar os alimentos em unidades ou porccedilotildees como por exemplo bife meacutedio

pequeno coxa de frango peixe (pedaccedilo pequeno meacutedio ou grande)

8 Anotar as preparaccedilotildees que utilizem mais de um ingrediente e descrevecirc-los um a um

como por exemplo Sopa de legumes (quais is ingredientes e legumes utilizados nesta

preparaccedilatildeo)

03

111

MEDIDAS CASEIRAS

Colocamos ao lado de cada item uma caixa de foacutesforos ilustrativa para fins de

referecircncia quanto ao tamanho das medidas

04

112

Colocamos ao lado de cada item uma caixa de foacutesforos ilustrativa para fins de

referecircncia quanto ao tamanho das medidas

05

113

Margarina ou Manteiga

Colocamos ao lado de cada item uma caixa de foacutesforos ilustrativa para fins de

referecircncia quanto ao tamanho das medidas

06

114

REGISTRO DE ALIMENTOS

Dia 1

Data Dia da semana

Horaacuterio e Local Alimentos ou

Preparaccedilotildees

Quantidade

(medida caseira)

Marca Comercial

07

115

REGISTRO DE ALIMENTOS

Dia 2

Data Dia da semana

Horaacuterio e Local Alimentos ou

Preparaccedilotildees

Quantidade

(medida caseira)

Marca Comercial

08

116

REGISTRO DE ALIMENTOS

Dia 3

Data Dia da semana

Horaacuterio e Local Alimentos ou

Preparaccedilotildees

Quantidade

(medida caseira)

Marca Comercial

09

117

AGRADECEMOS A SUA COLABORACcedilAtildeO

Mestre Ariana Vieira Rocha (Nutricionista mestre e doutoranda do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncia dos

Alimentos Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo)

Doutora Silvia Maria F Cozzolino (Nutricionista Professora Titular do Departamento de Alimentos e Nutriccedilatildeo Experimental

Faculdade de Ciecircncias FarmacecircuticasUniversidade de Satildeo Paulo)

10

118

ANEXOS

ANEXO 1 Informaccedilotildees para os membros de bancas julgadoras

ANEXO 2 Parecer do Comitecirc de Eacutetica (CEP)

ANEXO 3 Ficha de Aluno

119

UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas

Secretaria de Poacutes-Graduaccedilatildeo

Informaccedilotildees para os Membros de Bancas Julgadoras de

MestradoDoutorado

1 O candidato faraacute uma apresentaccedilatildeo oral do seu trabalho com duraccedilatildeo

maacutexima de trinta minutos

2 Os membros da banca faratildeo a arguumliccedilatildeo oral Cada examinador

disporaacute no maacuteximo de trinta minutos para arguumlir o candidato exclusivamente sobre o

tema do trabalho apresentado e o candidato disporaacute de trinta minutos para sua

resposta

21 Com a devida anuecircncia das partes (examinador e candidato) eacute

facultada a arguumliccedilatildeo na forma de diaacutelogo em ateacute sessenta minutos por examinador

3 A sessatildeo de defesa seraacute aberta ao puacuteblico

4 Terminada a arguumliccedilatildeo por todos os membros da banca a mesma se

reuniraacute reservadamente e expressaraacute na ata (relatoacuterio de defesa) a aprovaccedilatildeo ou

reprovaccedilatildeo do candidato baseando-se no trabalho escrito e na arguumliccedilatildeo

41 Caso algum membro da banca reprove o candidato a Comissatildeo

Julgadora deveraacute emitir um parecer a ser escrito em campo exclusivamente indicado

na ata

42 Seraacute considerado aprovado o aluno que obtiver aprovaccedilatildeo por

unanimidade ou pela maioria da banca

5 Duacutevidas poderatildeo ser esclarecidas junto agrave Secretaria de Poacutes-

Graduaccedilatildeo pgfarmauspbr (11) 3091 3621

Satildeo Paulo 23 de maio de 2014

Prof Dr Adalberto Pessoa Junior Presidente da CPGFCFUSP

Av Prof Lineu Prestes 580 Bloco 13 A - Cidade Universitaacuteria - CEP 05508-900 - Satildeo Paulo - SP Fone (11) 3091 3621 - Fax (11) 3091 3141 ndash e-mail pgfarmauspbr

120

121

122

123

Page 9: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 10: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 11: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 12: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 13: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 14: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 15: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 16: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 17: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 18: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 19: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 20: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 21: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 22: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 23: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 24: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 25: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 26: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 27: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 28: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 29: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 30: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 31: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 32: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 33: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 34: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 35: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 36: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 37: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 38: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 39: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 40: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 41: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 42: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 43: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 44: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 45: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 46: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 47: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 48: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 49: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 50: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 51: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 52: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 53: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 54: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 55: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 56: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 57: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 58: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 59: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 60: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 61: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 62: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 63: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 64: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 65: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 66: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 67: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 68: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 69: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 70: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 71: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 72: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 73: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 74: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 75: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 76: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 77: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 78: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 79: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 80: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 81: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 82: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 83: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 84: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 85: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 86: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 87: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 88: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 89: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 90: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 91: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 92: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 93: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 94: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 95: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 96: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 97: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 98: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 99: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 100: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 101: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 102: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 103: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 104: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 105: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 106: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 107: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 108: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 109: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 110: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 111: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 112: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 113: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 114: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 115: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 116: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 117: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 118: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 119: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 120: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 121: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 122: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 123: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio
Page 124: Status de selênio de uma população residente em área de ......2 Ariana Vieira Rocha Status de selênio de uma população residente em área de risco de contaminação por mercúrio