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UNIJU - UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO
GRANDE DO SUL
DACEC DEPARTAMENTO DE CINCIAS ADMINISTRATIVAS, CONTBEIS,
ECONMICAS E DA COMUNICAO
CURSO DE POS GRADUAO LATO SENSU EM CONTROLADORIA E GESTO
EMPRESARIAL
GESTO ESTRATGICA DE CUSTOS E RESULTADOS NA
COMERCIAL TIJOLINHOS
LUCIANA MARIA MATTE CIOTTI
IJU (RS)
2011
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LUCIANA MARIA MATTE CIOTTI
GESTO ESTRATGICA DE CUSTOS E RESULTADOS NA
COMERCIAL TIJOLINHOS
Trabalho de concluso de curso Apresentado no Curso de Ps Graduao Lato Sensu em Controladoria e Gesto Empresarial do Departamento de Cincias Administrativas, Contbies, Econmicas e da Comunicao da Uniju.
Professora Orientadora: Ms. Euslia Vieira
IJU (RS), Novembro de 2011
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SUMRIO
INTRODUO .................................................................................................................... 9
1 CONTEXTUALIZAO DO ESTUDO ....................................................................... 11
1.1 rea de Conhecimento Contemplada .......................................................................... 11
1.2 Caracterizao da Organizao ................................................................................... 11
1.3 Problema .................................................................................................................... 12
1.4 Objetivos .................................................................................................................... 13
1.4.1 Objetivo Geral ...................................................................................................... 13
1.4.2 Objetivos Especficos ........................................................................................... 13
1.5 Justificativa ................................................................................................................ 13
2 REVISO BIBLIOGRFICA ....................................................................................... 15
2.1 Gesto Estratgica de Custos ...................................................................................... 15
2.2 Custos com Depreciao ............................................................................................. 17
2.3 Mtodos de Custeio Direto ou Varivel, e Absoro ................................................... 19
2.3.1 Custeio Direto ou Varivel ................................................................................... 19
2.3.2 Custeio por Absoro ........................................................................................... 20
2.4 Custos na Atividade Comercial ................................................................................... 21
2.4.1 Custos de Compra ................................................................................................ 22
2.4.2 Despesas Mensais ................................................................................................ 23
2.4.3 Custos com pessoal .............................................................................................. 24
2.5 Formao do Preo de Venda...................................................................................... 26
2.5.1 Formao do Mark-up .......................................................................................... 28
2.6 Margem de Contribuio ............................................................................................ 30
2.7 Ponto de Equilbrio Contbil, Econmico e Financeiro ............................................... 32
2.7.1 Ponto de Equilbrio Contbil (PEC) ...................................................................... 33
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2.7.2 Ponto de Equilbrio Econmico (PEE) .................................................................. 34
2.7.3 Ponto de Equilbrio Financeiro (PEF) ................................................................... 34
2.8 Margem de Segurana Operacional ............................................................................. 35
2.9 Sistemas de Informaes Gerenciais de Custos ........................................................... 36
3 METODOLOGIA DO TRABALHO ............................................................................. 39
3.1 Classificao da Pesquisa ........................................................................................... 39
3.2 Plano de Coleta de Dados ........................................................................................... 42
3.2.1 Instrumento de Coleta de Dados ........................................................................... 42
3.3 Plano de Anlise e Interpretao dos Dados ................................................................ 43
4 GESTO ESTRATGICA DE CUSTOS E RESULTADOS NA COMERCIAL
TIJOLINHOS ESTUDO DE CASO ............................................................................... 44
4.1 Mapeamento dos processos internos da Empresa ........................................................ 44
4.1.1 Processo de compra de Mercadorias ..................................................................... 45
4.1.2 Processo de Venda de Mercadorias....................................................................... 46
4.1.3 Processo Financeiro da Empresa .......................................................................... 47
4.1.4 Recursos Humanos ............................................................................................... 48
4.2 Custos de Aquisio das Mercadorias ......................................................................... 49
4.3 Despesas Mensais ....................................................................................................... 51
4.3.1 Despesas com Pessoal .......................................................................................... 51
4.3.2 Despesas com Depreciao................................................................................... 52
4.4 Faturamento das mercadorias vendidas ....................................................................... 55
4.5 Formao do preo de Venda Orientativo ................................................................... 56
4.5.1 Formao do Preo de Venda Orientativo ............................................................. 57
4.5.2 Formao do Mark-up do Preo de Venda Mnimo .............................................. 58
4.5.3 Demonstrativo da Diferena dos Preos de venda Praticado, Orientativo e Mnimo
..................................................................................................................................... 60
4.6 Formao da Margem de Contribuio ....................................................................... 61
4.7 Ponto de Equilbrio Contbil ....................................................................................... 65
4.7.1 Ponto de Equilbrio Contbil pelo Preo de venda Praticado ................................. 66
4.7.2 Ponto de Equilbrio Contbil prelo Preo de Venda Orientativo ............................ 67
4.8 Margem de Segurana pelo Preo de Venda Praticado ................................................ 68
4.8.1 Margem de Segurana pelo Preo de Venda Orientativo ....................................... 69
4.9 Demonstrao de Resultado pelo Preo de Venda Praticado........................................ 70
4
4.9.1 Demonstrao de Resultado pelo Preo de Venda Orientativo .............................. 71
4.10 Margem de Contribuio Total pelo Preo de Venda Praticado ................................. 73
CONCLUSO .................................................................................................................... 76
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................... 78
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LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Depreciao de bens do ativo imobilizado ........................................................... 17
Quadro 2: Tabela vigente de contribuio dos segurados empregado, empregado domstico e
trabalhador avulso. ............................................................................................................... 25
Quadro 3: tabelas progressivas para o clculo mensal do Imposto sobre a Renda da Pessoa
Fsica para o exerccio de 2012, ano-calendrio 2011. Meses de janeiro a maro: ................. 26
Quadro 4: tabelas progressivas para o clculo mensal do Imposto sobre a Renda da Pessoa
Fsica para o exerccio de 2012, ano-calendrio 2011. Meses de abril a dezembro: ............... 26
Quadro 5: Produtos mais vendidos ....................................................................................... 49
Quadro 6: Custo de aquisio das mercadorias ..................................................................... 50
Quadro 7: Despesas com pessoal .......................................................................................... 52
Quadro 8: Despesas com Pr-labore ..................................................................................... 52
Quadro 9: Despesas com Depreciao .................................................................................. 53
Quadro 10: Despesas mensais .............................................................................................. 53
Quadro 11: Faturamento mdio dos produtos vendidos ........................................................ 55
Quadro 12: Formao do Mark-up ....................................................................................... 56
Quadro 13: Preo de venda Orientativo ................................................................................ 57
Quadro 14: Formao do Mark-up de preo de venda mnimo .............................................. 58
Quadro 15: Formao do preo de venda mnimo ................................................................. 59
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Quadro 16: Demonstrativo da diferena do preo de venda praticado, orientativo e mnimo . 60
Quadro 17: Margem de contribuio total preo de venda praticado .................................. 61
Quadro 18: Margem de contribuio total preo de venda orientativo ................................ 63
Quadro 19: Margem de contribuio total preo de venda mnimo .................................... 64
Quadro 20: Ponto de equilbrio pelo preo de venda praticado ............................................. 66
Quadro 21: Ponto de equilbrio pelo preo de venda orientativo ........................................... 67
Quadro 22: Margem de Segurana no preo de venda praticado ........................................... 68
Quadro 23: Margem de Segurana pelo Preo de Venda Orientativo .................................... 69
Quadro 24: Demonstrao de resultado pelo preo de venda praticado ................................. 70
Quadro 25: Demonstrao de resultado pelo preo de venda orientativo ............................... 72
Quadro 26: Margem de contribuio pelo preo de venda praticado ..................................... 73
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Organograma da empresa ...................................................................................... 45
Figura 2: Fluxograma de compra de mercadorias ................................................................. 46
Figura 3: Fluxograma de vendas........................................................................................... 47
Figura 4: Fluxograma financeiro .......................................................................................... 48
Figura 5: Fluxograma de Recursos Humanos ....................................................................... 49
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LISTA DE GRFICOS
Grfico 1: Representatividade das Despesas ......................................................................... 54
Grfico 2: Diferena da margem de contribuio total. ......................................................... 65
Grfico 3: Demonstrao de Resultado pelo preo de venda praticado e orientativo ............. 73
Grfico 4: MCT pelo preo de venda praticado .................................................................... 74
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INTRODUO
Empresas de vrios setores enfrentam dificuldades para determinar o preo de venda
de seus produtos, visto que, com o aumento da competitividade, precisam atuar de maneira
mais gil e flexvel, pois o preo sofre grande influncia do mercado, levando-se em conta o
poder aquisitivo da populao, a qualidade e a oferta dos produtos conforme escolha de
preferncias.
Com isso, o mercado demanda que as empresas ofeream produtos de qualidade com
preos que o consumidor deseja pagar. No valor dos preos, precisam estar inclusos todos os
custos e despesas, margem de retorno sobre o capital, e ainda levando em conta os objetivos
da empresa, ramo, concorrncia, entre outros.
Na correta aplicao dos preos, podem-se analisar todas as metas anteriormente
definidas, e tambm definir descontos, promoes e melhores prazos, de acordo com cada
produto e sua margem. Neste contexto, a Contabilidade de Custos indispensvel para
qualquer empresa, pois auxilia no processo de gesto, planejamento e controle estratgico.
Neste sentido, o presente trabalho teve como objetivo descrever e analisar a gesto
estratgica de custos e resultados na Comercial Tijolinhos.
Inicialmente, o relatrio apresenta a contextualizao do estudo, onde foi definido o
tema, o problema, os objetivos e a justificativa a ser utilizada no desenvolvimento do estudo.
No captulo II, apresenta-se a reviso bibliogrfica, baseada em pesquisas de livros,
artigos e Internet, que define e conceitua, por meio do conhecimento de diversos autores,
informaes sobre os assuntos necessrios para a realizao do estudo.
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No captulo III, apresenta-se a metodologia do trabalho, onde foi definida a
classificao da pesquisa, o plano de coleta de dados e o plano de anlise do mesmo.
No captulo IV, foi desenvolvido o estudo aplicado, onde foram apresentados os
produtos em anlise, o custo de aquisio, despesas mensais da empresa, mark-up, margem
de contribuio, ponto de equilbrio, margem de segurana e demonstrao do resultado da
empresa com relao aos produtos em estudo, com suas respectivas anlises.
E por fim, o estudo apresenta a concluso e a bibliografia que foi consultada durante
a sua realizao.
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1 CONTEXTUALIZAO DO ESTUDO
Neste captulo, apresenta-se a contextualizao do estudo, com a definio da rea
contemplada, seguida da caracterstica da organizao, do problema, objetivos propostos e da
justificativa.
1.1 rea de Conhecimento Contemplada
No curso de Ps Graduao Lato Sensu em Controladoria e Gesto Empresarial, uma
das reas abordadas que chamou a ateno foi a relevncia da gesto estratgica de custos no
gerenciamento empresarial.
Nesta linha, o estudo se props a realizar a aplicao da Gesto estratgica de custos
e resultados em uma empresa comercial de materiais de construo.
1.2 Caracterizao da Organizao
A empresa foi fundada em 1995, e foi adquirida pelo atual proprietrio em junho de
2003. No ano de 2006 iniciou suas atividades em prdio prprio, construdo pelo atual
proprietrio.
Atua no ramo de materiais de construo, com toda a linha, incluindo-se tijolos,
areia, cimento, pedra brita, aberturas, madeiras, tintas, material hidrulico, eltrico, cobertura,
ferragens e outros.
A empresa administrada pelo titular e sua esposa, e contam com a colaborao de
04 funcionrios, sendo que trs atuam no setor de atendimento, vendas, carregamento e
entrega de materiais, e 01 (uma) na limpeza.
No setor de tintas a empresa possui modernas mquinas e equipamentos que
possibilita ao cliente escolher a cor que desejar, e sua fabricao feita na hora.
Os materiais vendidos so entregues pela prpria empresa, que possui transporte
prprio, caso o cliente assim desejar.
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O faturamento mdio mensal da empresa gira em torno de R$ 90.000,00 (noventa mil
reais), e no h grandes variaes durante o ano.
Seus principais clientes so residentes na cidade e no interior de Augusto Pestana,
sendo que tambm h clientes em cidades vizinhas como Jia, Eugnio de Castro e Boa Vista
do Cadeado.
A tributao da empresa pelo simples nacional.
1.3 Problema
Para uma empresa tornar-se competitiva, a mesma necessita estabelecer
posicionamento estratgico com a realidade dos negcios e gerenciar de forma eficaz e
eficiente a contabilidade de custos.
Atualmente, as empresas carecem de ferramentas eficientes para serem utilizados nos
processos de gesto dos negcios. Uma transformao comportamental na prtica efetiva de
nova cultura de custos, combinadas com tcnicas modernas de produo e de administrao
de recursos financeiros e humanos, o caminho mais eficaz para a boa gesto de custos.
Segundo Perez Junior, et al (2003, p.285):
Tradicionalmente, a anlise de custos conhecida e praticada como sendo o processo de avaliao do impacto financeiro das decises gerenciais alternativas. Por sua vez, a gesto estratgica de custos deve ser vista, compreendida e praticada sob contexto mais amplo, em que os elementos estratgicos tornam-se mais conscientes, explcitos e inseridos nos procedimentos da Controladoria e da Contabilidade de Custos.
A empresa objeto deste estudo, no possui nenhum sistema de custos, preos, anlise
de desempenho dos produtos comercializados. Atualmente esse controle deficitrio e
realizado manualmente, o que no est se conseguindo fazer, controlar tudo isso dessa
forma, em funo do crescimento do negcio.
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Diante do exposto, questiona-se: Qual a efetiva contribuio da Gesto Estratgica
de Custos e resultados no controle e no gerenciamento de uma comercial de materiais de
construo?
1.4 Objetivos
Os objetivos so dispostos em duas classes: objetivo geral e objetivos especficos.
1.4.1 Objetivo Geral
Aplicar a gesto estratgica de custos e resultados na empresa com o propsito de
controle e de gerao de informaes para a gesto da mesma.
1.4.2 Objetivos Especficos
- Buscar na literatura a base sobre Gesto Estratgica de Custos e resultados;
- Mapear os processos internos da empresa;
- Apurar os custos de compras;
- Levantar as despesas operacionais;
- Analisar a relao custo, volume e resultado,
- Identificar as informaes relevantes gesto.
1.5 Justificativa
Segundo Leone (apud VIEIRA, 2009), A Contabilidade de Custos o ramo da
Contabilidade que se destina a produzir informaes para os diversos nveis gerenciais de uma
entidade, como auxlio s funes de determinao de desempenho, de planejamento e
controle das operaes e de tomada de deciso.
Neste sentido, a escolha pelo tema contabilidade de custos se deve importncia da
mesma para a empresa, para a correta tomada de deciso e o devido conhecimento dos custos
dos produtos, tendo por base preo mnimo, margem de contribuio, rentabilidade e lucro.
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Para a empresa, o tema em questo de grande importncia, pois a mesma no se
utiliza de nenhum mtodo para clculo de custos, sendo assim, no possui conhecimentos
sobre os produtos que melhor rentabilizam a empresa, margem de contribuio e custos
mnimos para os produtos. Neste sentido, buscou-se um maior conhecimento nesta rea para
tomadas de deciso e melhor competitividade com empresas concorrentes.
Para mim, na condio de ps graduanda, aprimorei os meus conhecimentos na rea
de gesto de Custos, analisando a importncia da mesma para as empresas, e tambm por se
tratar de um dos pilares gerenciais da Controladoria.
Para a Universidade e demais alunos, o presente trabalho serve de fonte de pesquisa,
pois tem como base demonstraes de clculo de custos e margens, estudo bibliogrfico sobre
gesto de custos, e devido importncia da mesma para todos.
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2 REVISO BIBLIOGRFICA
A elaborao da pesquisa bibliogrfica serviu para fundamentar a rea de
conhecimento por meio da teoria, e posteriormente aps a sua fundamentao e conhecimento
da abordagem da gesto de custos e anlise de resultados, servindo como base fundamental
para o desenvolvimento do estudo aplicado.
2.1 Gesto Estratgica de Custos
O atual cenrio econmico apresenta consumidores cada vez mais exigentes. O
ambiente competitivo em que as organizaes esto inseridas, as mudanas no sistema de
produo e as novas tecnologias, conduzem s empresas a se adaptarem as necessidades do
ambiente externo, buscando o aumento de produtividade e a reduo de custos na gesto de
seus negcios.
A utilizao de custos dentro do contexto estratgico na gesto dos negcios se torna
uma das melhores decises no mbito das vantagens competitivas de uma organizao. Com
isso, a gesto estratgica de custos implica na apresentao de uma nova viso da
contabilidade gerencial, sendo esta, ligada a estratgias empresariais.
Segundo Bruni e Fam (2004, p.367) a estratgia refere-se s relaes entre a
empresa e seu ambiente, e o processo de construo de seu futuro. Associada ao processo de
gesto empresarial, a estratgia busca possibilitar a construo do futuro corporativo,
estabelecendo metas e planos de longo prazo.
Martins (apud Perez Junior, et al, 2003, p.285) comentam que a expresso gesto
estratgica de custos vem sendo utilizada nos ltimos tempos para designar a integrao que
deve haver entre o processo de gesto de custos e o processo de gesto da empresa em sua
totalidade.
Para Perez Junior, et al (2003, p.286)
Uma vez integrado aos processos da administrao e da controladoria, a gesto estratgica proporciona as seguintes vantagens, geradas a partir da visualizao da organizao por meio de novos e diferenciados ngulos:
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1. um poderoso instrumento para tomadas de deciso; 2. a focalizao dos esforos de melhoria, com resultados mensurveis, 3. o aprimoramento na capacidade da empresa criar e agregar valores.
A gesto estratgica de custos se torna uma ferramenta de contnuo aprendizado,
onde o que se busca, a melhoria contnua do desempenho das empresas. Serve tambm
como uma orientadora/base para a tomada de deciso.
No que diz respeito gesto de custos, Bruni e Fam (2004, p.367) defendem que:
No processo de gesto de custos e formao de preos, conceitos extrados da literatura de administrao estratgica e/ou planejamento estratgico possuem grande relevncia. Rentabilidade, custos e preos planejados para o futuro somente podem ser pensados mediante a anlise estratgica da empresa e de seu ambiente.
Perez Junior, et al (2003, p.286) fazem uma comparao entre abordagens
tradicionais de anlise de custos e a gesto estratgica de custos, onde:
Com abordagens tradicionais limitam as seguintes anlises: - anlise do ponto de equilbrio break-even point; - anlise das variaes entre custo real e padro; - valor presente; - anlise de ndices financeiros; - retorno sobre o investimento; - ferramenta TQC qualidade total. J a gesto estratgica de custos permite a utilizao de ferramentas mais apropriadas para a gesto empresarial: - anlise do agrupamento de atividades; - anlise dos geradores ou direcionadores de custos (cost drivers); - anlise das atividades que agregam/no agregam valor; - anlise dos processos operacionais e administrativos; - anlise do benchmarking; - anlise do custo da qualidade; - anlise da rentabilidade de clientes; - anlise da reduo dos tempos dos ciclos operacionais; - anlise de fragmentao/concentrao de atividades; - custeio de produtos e servios.
Com isso, pode-se dizer que a gesto estratgica de custos identificada como uma
importante ferramenta para a obteno da vantagem competitiva dentro das empresas. Isto se
deve por ela estar mais adaptada, adequada ao novo cenrio onde a agregao de valor de
vital importncia.
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2.2 Custos com Depreciao
A depreciao de bens do ativo imobilizado corresponde diminuio do valor dos
elementos ali classificveis, resultante do desgaste pelo uso, ao da natureza ou
obsolescncia normal.
A referida perda de valor dos ativos, que tem por objeto bens fsicos do ativo
imobilizado das empresas, ser registrada periodicamente nas contas de custo ou despesa que
tero como contrapartida contas de registro da depreciao acumulada, classificadas como
contas retificadoras do ativo permanente.
A taxa de depreciao ser fixada em funo do prazo durante o qual se possa
esperar a utilizao econmica do bem, pelo contribuinte, na produo dos seus rendimentos.
Os prazos de vida til admissveis para fins de depreciao dos seguintes veculos
automotores, adquiridos novos, foram fixados pela IN SRF n 72, de 1984:
Quadro 1: Depreciao de bens do ativo imobilizado
Bens Taxa de depreciao Prazo
Tratores 25% ao ano 4 anos
Veculos de passageiros 20% ao ano 5 anos
Veculos de carga 20% ao ano 5 anos
Caminhes fora-de-estrada 25% ao ano 4 anos
Motociclos 25% ao ano 4 anos
Fonte: Receita Federal
Foram tambm fixados em 5 anos, pela IN SRF n 4, de 1985:
a) o prazo de vida til para fins de depreciao de computadores e perifricos,
taxa de 20% (vinte por cento) ao ano;
b) o prazo mnimo admissvel para amortizao de custos e despesas de aquisio
e desenvolvimento de logiciais (software) utilizados em processamento de dados, taxa de 20%
(vinte por cento) ao ano.
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A taxa de depreciao aplicvel a cada caso obtida mediante a diviso de 100%
(cem por cento) pelo prazo de vida til em meses, trimestre ou em anos, apurando-se assim a
taxa mensal, trimestral ou anual a ser utilizada.
Para o bem adquirido usado, o prazo de vida til admissvel para fins de depreciao
o maior dentre os seguintes (RIR/1999, art. 311):
a) metade do prazo de vida til admissvel para o bem adquirido novo;
b) restante da vida til do bem, considerada esta em relao primeira instalao
ou utilizao desse bem.
Os bens que podem ser objeto de depreciao so todos os bens fsicos sujeitos a
desgaste pelo uso, por causas naturais, obsolescncia normal, inclusive edifcios e
construes, bem como projetos florestais destinados explorao dos respectivos frutos.
No podem ser objeto de depreciao de acordo com o RIR/1999, art. 307:
a) terrenos, salvo em relao aos melhoramentos ou construes;
b) prdios e construes no alugados nem utilizados pela pessoa jurdica na
produo dos seus rendimentos, bem como aqueles destinados revenda;
c) bens que normalmente aumentam de valor com o tempo, como obras de arte e
antiguidades;
d) bens para os quais seja registrada quota de excluso.
Contudo, a Lei n 11.638/07, altera e revoga dispositivos da lei n 6.404/76, sendo
que no art. 179 das contas do ativo, passam a ser classificadas do seguinte modo:
Art. 179 IV- no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpreos
destinados manuteno das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa
finalidade, inclusive os decorrentes de operaes que transfiram companhia os benefcios,
riscos e controle desses bens;
Art. 183 s3 - a companhia dever efetuar, periodicamente, anlise sobre a
recuperao dos valores registrados no imobilizado, no intangvel e no diferido, a fim de que
sejam:
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I registradas as perdas de valor do capital aplicado quando houver deciso de
interromper os empreendimentos ou atividades a que se destinavam ou quando comprovado
que no podero produzir resultados suficientes para recuperao desse valor, ou
II revisados e ajustados os critrios utilizados para determinao da vida til
econmica estimada e para clculo da depreciao, exausto e amortizao.
Portanto, conforme Koliver (apud Vieira, 2009, p.38)
A depreciao representa, em termos econmicos, a perda de valor dos bens materiais integrantes do ativo imobilizado de uma entidade. J na sua vida puramente financeira, o processo de transferncia de valores do imobilizado para o ativo circulante, at o disponvel, desde que, a receita gerada pelos produtos ou servios que a causaram, permita a sua recuperao integral.
2.3 Mtodos de Custeio Direto ou Varivel, e Absoro
Mtodos de custeio o mtodo utilizado para apropriao de custos. Sendo, que
existem dois mtodos bsicos de custeio, Custeio Varivel ou Direto e Custeio por Absoro.
2.3.1 Custeio Direto ou Varivel
Segundo Bomfim e Passarelli (2008, p.59) o custeio varivel ou direto toma em
considerao, para custeamento dos produtos da empresa, apenas os gastos (custos e
despesas) variveis. Com isso, elimina-se a necessidade de rateios e, conseqentemente, as
distores deles decorrentes.
Para Crepaldi (1999, p.150) custeio varivel (direto) fundamenta-se na separao
dos gastos em gastos variveis e gastos fixos, isto , em gastos que oscilam
proporcionalmente ao volume da produo/venda e gastos que se mantm estveis perante
volumes de produo/venda oscilantes dentro de certos limites.
Ainda segundo Crepaldi (1999, p.151)
Nesse mtodo de custeio, os custos fixos tm o mesmo tratamento das despesas, pois so consideradas despesas do perodo independentemente de os produtos terem ou no sido vendidos. Quando se trata de custos semivariveis, a parte fixa despesa do perodo e a parte varivel entra na apurao do custo dos produtos vendidos.
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De acordo com Horngren, et al, (2000, p.211) custeio varivel o mtodo de
custeio de estoque em que todos os custos de fabricao variveis so considerados custos
inventariveis. Todos os custos de fabricao fixos so excludos dos custos inventariveis:
eles so custos do perodo em que ocorreram.
Bruni e Fam (2004, p.207) defendem que:
Embora questionvel segundo o ponto de vista dos princpios e normas contbeis, o custeio varivel assume grande importncia na anlise de decises relativas a custos e preos. No mtodo do custeio varivel, apenas gastos variveis so considerados no processo de formao dos custos dos produtos individuais. Custos e despesas indiretas so lanados de forma global contra os resultados.
Por no atender aos princpios fundamentais da contabilidade e no ser aceito pelas
autoridades fiscais, o mtodo de custeio varivel ou direto utilizado para fins gerenciais,
fornecendo ferramentas para controles internos da empresa.
Portanto, de acordo com Bomfim e Passarelli (2008, p.59) Uma das limitaes a
de que somente pode ser utilizado no Brasil gerencialmente, o que significa que, para fins
contbeis fiscais, obrigatria a aplicao do custeio por absoro.
2.3.2 Custeio por Absoro
O custeio por absoro o mtodo derivado da aplicao dos Princpios de
Contabilidade. Consiste na apropriao de todos os custos diretos e indiretos, fixos e
variveis, por rateio.
Conforme Horngren, et al (2000, p.211) custeio por absoro o mtodo de custeio
do estoque no qual todos os custos de fabricao, variveis e fixos, so considerados custos
inventariveis. Isto , o estoque absorve todos os custos de fabricao.
Para Crepaldi (1999, p.147)
Custeio por absoro o mtodo derivado da aplicao dos princpios fundamentais de contabilidade e , no Brasil, adotado pela legislao comercial e pela legislao fiscal.
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No um princpio contbil em si, mas uma metodologia decorrente da aplicao desses princpios. Dessa forma, o mtodo vlido para a apresentao de demonstraes financeiras e para o pagamento do imposto de renda.
De acordo com Bomfim e Passarelli (2008, p.58) quando, ao custear-se os produtos
fabricados pela empresa, so atribudos a esses produtos, alm dos seus custos variveis,
tambm os custos fixos, diz-se que se est usando a modalidade de custeio por absoro.
Ainda, conforme os autores Bomfim e Passarelli (2008, p.58), relatam que:
Esta atribuio de custos fixos, entretanto implica, naturalmente, a utilizao de rateios. E nisso, reside a principal falha do custeio por absoro como instrumento de controle. Por mais objetivos que pretendam se os critrios de rateio, sempre apresentaro um forte componente arbitrrio, que distorce os resultados apurados por produto e dificulta (quando no desorienta) as decises da gerncia com relao a assuntos de vital importncia para a empresa, como, por exemplo, a determinao de preos de venda ou o cancelamento da fabricao de produtos deficitrios.
Conforme Perez Junior, et al (2003, p.64) nesse mtodo, todos os custos so
alocados aos produtos fabricados. Assim, tanto os custos diretos quanto os indiretos
incorporam-se aos produtos. Os primeiros, por meio da apropriao direta, e os indiretos, por
meio de sua atribuio com base em critrios de rateio.
Portanto, estar de acordo com os princpios fundamentais de contabilidade, esse o
mtodo de custeio mais utilizado pelas empresas.
2.4 Custos na Atividade Comercial
Atualmente, as empresas comerciais, em seus diversos segmentos vm crescendo,
passando a ocupar maiores espaos no ambiente dos negcios. Com a evoluo econmica e o
aumento da competitividade, as empresas passaram a buscar novos conceitos em informaes
gerenciais para poder acompanhar o mercado cada vez mais exigente.
Conforme Bomfim e Passarelli (2008, p.160) entende-se por custo comercial o total
dos dispndios monetrios (imediatos ou futuros) nos quais a empresa incorre para a obteno
de uma mercadoria ou de um servio.
22
Bomfim e Passarelli (2008, p.161) defendem que sendo a atividade comercial
caracterizada pela compra e venda de mercadorias com o objetivo de lucro, o custo comercial
dever ser apurado de forma a evidenciar o custo, a receita e o lucro das mercadorias
vendidas.
Para Wernke (2005, p.183)
Atualmente, os processos de compra e venda de mercadorias podem ser considerados como os de maior relevncia no contexto das organizaes empresariais que visam lucro, independentemente do porte ou segmento de atuao. Portanto, cabe aos gestores atentar para as possibilidades desses processos e gerenci-los da melhor forma possvel.
Ainda conforme Wernke (2005, p.183) um dos aspectos que devem ser observados
atentamente pelos administradores relaciona-se aos prazos de pagamento das compras obtido
com os fornecedores, ao prazo de estocagem dos produtos e ao prazo de recebimento dos
clientes da empresa.
2.4.1 Custos de Compra
Todos os esforos despendidos para aquisio das mercadorias, materiais ou servios
at o momento de sua utilizao integram o custo de compra. Assim, compem os custos de
compra os seguintes fatores:
a) (+) Custo da fatura (valor constante na nota fiscal);
b) (-) Descontos dados na fatura (incondicionais, mencionados no corpo da nota
fiscal de compra;
c) (+) Despesas acessrias da compra (frete, seguros, despesas aduaneiras e outros
itens vinculados aquisio);
d) (+) Impostos no-recuperveis fiscalmente (conforme a legislao tributaria
pertinente;
e) (-) Impostos recuperveis fiscalmente (conforme a legislao tributaria
especifica);
f) (=) Custo de aquisio das mercadorias, matrias-prima ou servios.
Conforme Vieira (2008, p.95):
23
A diferena bsica entre os clculos de custo de compra para o comrcio e para a indstria est na recuperao de tributos. O ICMS (imposto sobre circulao de mercadorias e servios) e IPI (imposto de produtos industrializados) so recuperveis fiscalmente no caso industrial, enquanto somente o ICMS recupervel quando se trata de comrcio. Tambm preciso observar o PIS (programa de integrao social) e Cofins (contribuio para o financiamento da seguridade social), que conforme o tipo de mercadoria e o tipo de negcio fazem parte do custo de aquisio.
2.4.2 Despesas Mensais
As despesas ocorrem, quando os gastos so efetuados para aquisio de bens e
servios para a rea administrativa, comercial ou financeira, visando direta ou indiretamente a
obteno de receitas.
De acordo com Bomfim e Passarelli (2008, p.134)
As despesas administrativas e comerciais constituem, ao lado dos custos indiretos de fabricao, o segundo grande grupo que integra o gasto total de bens e servios produzidos e vendidos. Como o prprio nome indica, essas despesas referem-se exclusivamente s funes administrativas e comerciais da empresa, sem vinculo direto, portanto, com a atividade produtiva propriamente dita.
As despesas administrativas resultam das atividades desenvolvidas para as funes
administrativas como planejamento, organizao e controle. Enquanto as atividades
comerciais resultam das atividades para colocar as mercadorias e servios ao alcance do
consumidor.
A seguir esto descritas as principais despesas administrativas e comerciais:
- Despesas de vendas (salrio de vendedores, comisses de vendedores, prmios de
vendedores, entre outros);
- Despesas de transporte (fretes sobre vendas, fretes sobre mercadorias devolvidas,
depreciao do equipamento de entrega, entre outros);
- Despesas de propaganda e promoo de vendas (custo e distribuio de amostras,
propaganda em jornais, revistas, rdio e outras);
- Despesas do departamento de propaganda (salrios e encargos sociais, aluguis,
telefone, e outras);
- Despesa de armazenagem (salrios e encargos sociais, seguros, entre outras);
24
- Despesas de crdito e cobrana (prejuzos de contas duvidosas, despesas jurdicas e
gerais);
- Despesas administrativas (salrios e encargos sociais, materiais de escritrio,
aluguis, depreciaes e despesas gerais).
Ainda segundo Bomfim e Passarelli (2008, p.138) o montante das despesas,
permanentemente afetado por todo o funcionamento da empresa, sendo gerado antes de
iniciar-se o efetivo processo de produo, perdurando ao longo do desenvolvimento desse
processo e prosseguindo ainda quando o processo se encerra.
Conforme Bruni e Fam (2004), as despesas podem receber a seguinte classificao:
- Despesas fixas: no variam em funo do volume de vendas. Exemplo: aluguel e
seguro de lojas;
- Despesas variveis: variam de acordo com as vendas. Exemplo: comisso de
vendedores, gastos com fretes.
2.4.3 Custos com pessoal
A mo-de-obra o elemento humano utilizado para a transformao dos materiais
diretos em um produto. Para as empresas comerciais, o custo com pessoal definido pelos
salrios e encargos sociais. Com isso, alm do salrio, as empresas tm gastos adicionais com
encargos sociais que incidem sobre os salrios, horas-extras e outros benefcios.
Para o clculo dos custos da mo-de-obra, necessrio se determinar quais as
incidncias sociais (INSS, FGTS normal e FGTS/Resciso) e trabalhistas (provises de frias,
13 salrio e descanso semanal remunerado DSR) sobre os valores das remuneraes pagas.
De acordo com Perez Junior, et al (2003, p.80) alm do salrio propriamente dito, as
empresas tm gastos adicionais com os encargos sociais, que so diversos e incidem sobre
salrios, horas-extras e outros benefcios.
Conforme Ribeiro (2009, p.157) o percentual que as empresas devem recolher a
ttulo de FGTS corresponde a 8% sobre o valor bruto devido aos empregados.
25
Ainda conforme Ribeiro (2009, p.157)
A importncia que a empresa deve recolher para a Previdncia Social, considerada parte patronal que incide sobre o valor bruto da folha de pagamento, corresponde ao somatrio de encargos devidos para a prpria Previdncia (INSS e SAT), bem como para terceiros (SEBRAE, SENAI, SESI e outros).
As empresas so obrigadas a descontar do salrio dos empregados o valor sobre a
contribuio previdenciria, que varia conforme a faixa salarial de cada um. Segue tabela com
percentuais vlidos a partir de janeiro de 2011:
Quadro 2: Tabela vigente de contribuio dos segurados empregado, empregado domstico e trabalhador avulso. Salrio de contribuio (R$) Alquota para fins de recolhimento ao INSS (%)
At R$ 1.106,90 8,00
De R$ 1.106,91 a R$ 1.844,83 9,00
De R$ 1.844,84 at R$ 3.689,66 11,00
Fonte: Ministrio da Previdncia Social
Perez Junior, et al (2003, p.81) descrevem: a empresa desconta dos funcionrios e,
posteriormente, repassa ou recolhe para o INSS. Portanto, a empresa apenas depositria
temporariamente desse desconto, sendo que ela, empresa, responsvel pelo:
- correto clculo do valor a ser descontado; e
- recolhimento das contribuies ao INSS, no prazo fixado.
Alm da contribuio previdenciria, as empresas so obrigadas a descontar,
tambm, o imposto de renda retido na fonte sobre os salrios dos funcionrios, conforme
Ribeiro (2009, p.157) descreve:
Alm da obrigatoriedade de pagar a contribuio Previdenciria, os empregados esto sujeitos ao pagamento de outras obrigaes que tambm so retidas dos seus vencimentos e posteriormente recolhidos ao governo ou a outra entidade, pela prpria empresa. A mais comum dessas obrigaes o Imposto de Renda. Esse tributo devido somente pelos trabalhadores que tiverem rendimentos acima de determinado valor fixado anualmente pelo governo federal.
26
Quadro 3: tabelas progressivas para o clculo mensal do Imposto sobre a Renda da Pessoa Fsica para o exerccio de 2012, ano-calendrio 2011. Meses de janeiro a maro:
Base de clculo mensal em R$ Alquota % Parcela a deduzir do imposto em R$ At 1.499,15 - - De 1.499,16 at 2.246,75 7,5 112,43 De 2.246,76 at 2.995,70 15,0 280,94 De 2.995,71 at 3.743,19 22,5 505,62 Acima de 3.743,19 27,5 692,78
Quadro 4: tabelas progressivas para o clculo mensal do Imposto sobre a Renda da Pessoa Fsica para o exerccio de 2012, ano-calendrio 2011. Meses de abril a dezembro:
Base de clculo mensal em R$ Alquota % Parcela a deduzir do imposto em R$ At 1.566,61 - - De 1.566,62 at 2.347,85 7,5 117,49 De 2.347,86 at 3.130,51 15,0 293,58 De 3.130,52 at 3.911,63 22,5 528,37 Acima de 3.911,63 27,5 723,95
Fonte: Receita Federal (2011)
Neste caso, a empresa desconta dos funcionrios e repassa para a Receita Federal.
2.5 Formao do Preo de Venda
O preo de venda de uma mercadoria uma das variveis estratgicas de extrema
relevncia para o mercado, sendo que este cobre todos os custos do produto e servios e ainda
proporciona o retorno desejado para a empresa. Para isso, adotar critrios adequados para o
correto clculo do preo de venda fundamental para assegurar a rentabilidade desejada.
Bomfim e Passarelli (2008, p.409) definem que a determinao de preos de venda
de produtos e servios, , em essncia, uma tarefa complexa e requer tcnica adequada e
pessoal especializado por causa da complexidade de alguns dos fatores que interferem no
processo.
Para Bruni e Fam (2004, p.349)
As decises empresariais associadas gesto financeira devem sempre preocupar-se com os custos incorridos e preos praticados. Uma empresa somente conseguir prosperar e continuar existindo se praticar preos superiores aos custos incorridos. No entanto, os preos so delimitados pelo mercado. Caso a percepo de valor do
27
mercado para o produto ou servio ofertado pela empresa seja inferior ao desejado, as vendas fracassaro. preciso analisar, tambm, o valor percebido pelo mercado que justifica a cobrana de preos adequados.
A correta fixao de preos uma deciso importante para a administrao da
empresa, por ser o fator primordial de sobrevivncia, lucratividade e posicionamento da
empresa no mercado, sendo que isso permitir a manuteno e o crescimento da mesma. Isto
se torna um fator preponderante de competio.
Conforme Bomfim e Passarelli (2008, p.415) decises relativas determinao de
preos de venda requerem a anlise prvia de mltiplos aspectos internos e externos
empresa, vidando a definir aes que atendam os seus objetivos de longo prazo.
Para Bruni e Fam (2004, p.323) Um processo de tomada de deciso em que os
custos exercem papel fundamental representado pela formao dos preos dos produtos que
sero vendidos ou comercializados.
Ainda segundo os mesmos autores, as condies conduzem formao dos preos
podem ser de acordo com as seguintes caractersticas:
a) forma-se um preo base;
b) critica-se o preo-base luz das caractersticas existentes do mercado, como
preo dos concorrentes, volume de vendas, prazo, condies de entrega, qualidade, aspectos
promocionais, e outros;
c) testa-se o preo s condies do mercado, considerando-se as relaes custo-
volume-lucro, alm de aspectos econmicos e financeiros;
d) fixa-se o preo mais apropriado com condies diferenciadas.
De acordo com Perez Junior, et al (2003) so muitos os fatores que influenciam a
formao do preo, podendo oscilar ao longo do tempo, conforme segue:
- Concorrncia: nos mercados onde h vrias empresas oferecendo produtos
semelhantes, o preo tende a ser menor do que seria se no houvesse competidores;
- Clientes: ao estabelecer ou alterar o preo, as empresas se preocupam com as
reaes de seus clientes;
- Gastos: para produzir um produto, as empresas incorrem em uma srie de gastos;
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- Governo: pode ter influncia muito forte na formao dos preos dos produtos e
servios ou mesmo determinar o preo do produto.
Conforme Bruni e Fam (2004, p.324): A formao de preos deve ser capaz de considerar a qualidade do produto em relao s necessidades do consumidor, a existncia de produtos substitutos a preos mais competitivos, a demanda esperada do produto, o mercado de atuao do produto, o controle de preos imposto pelo governo, os nveis de produo e vendas que se pretende ou podem ser operados e os custos e despesas de fabricar, administrar e comercializar o produto.
Vieira (2008, p.75) defende que, a definio do preo final de venda est, portanto,
condicionada elaborao do resultado projetado, aps anlise dos reflexos dos novos preos
sobre o volume e o lucro que se pretende obter.
Bomfim e Passarelli (2008, p.432) defendem uma regra fundamental de formao de
preos, conforme segue:
Essa regra a ser observada sempre que se procura aprear um produto novo ou reajustar os preos de produtos j existentes baseia-se no fato de que, no sendo um fim em si mesmo, mas, um instrumento de manuteno ou aumento da rentabilidade da empresa, as decises de preo no visam simples maximizao do faturamento da empresa; entretanto, devem buscar a combinao preo-volume maus lucrativa. Isso implica em que nem sempre existe uma correspondncia direta entre faturamento e lucro: o faturamento maior no assegura o lucro maior.
2.5.1 Formao do Mark-up
Para Vieira (2008, p.95)
Quando falamos em definir o mark-up, tanto na indstria quanto no comrcio, a forma de elaborao a mesma, o que diferencia uma atividade da outra so os impostos e o custo, que na indstria o custo de produo (que envolve custos fixos e variveis), enquanto que no comrcio o custo de aquisio. Alm destas diferenas tributrias, existe diferena na nomenclatura, no comrcio falamos em despesas.
O mark-up ou taxa de precificao como tambm conhecido, um multiplicador
aplicado sobre o custo de um bem ou servio para a formao do preo de venda. O
multiplicador obtido atravs de uma frmula que insere os impostos sobre venda, despesas
financeiras, comisses sobre vendas, despesas administrativas, despesas de vendas, outras
despesas e a margem de lucro desejada.
29
Conforme Ribeiro (2009, p.510) denomina-se taxa de marcao (markup
multiplicador e markup divisor) o indicador que, aplicado sobre o custo unitrio de fabricao
de um produto, resulta no preo de venda do referido produto.
Ainda conforme Ribeiro (2009, p.510) para calcular a taxa de marcao, deve-se
incluir tudo que se pretenda cobrar no preo de venda, exceto o prprio custo de fabricao do
produto. Portanto, devem integrar o clculo da taxa de marcao as despesas variveis, as
despesas e custos fixos, bem como a margem de lucro.
Para Wernke (2005, p.152)
A taxa de marcao, tambm conhecida como mark-up, um fator aplicado sobre o custo de compra de uma mercadoria (ou sobre o custo total unitrio de um bem ou servio) para a formao do preo de venda respectivo. No clculo do mark-up podem ser inseridos todos os fatores que se deseja cobrar no preo de venda, sob a forma de percentuais. Ou seja, dependendo do interesse da empresa, incluem-se no mark-up itens como os tributos incidentes sobre as vendas efetuadas, as comisses pagas aos vendedores, a taxa de franquia cobrada pela franqueadora, o percentual cobrado pela administradora sobre as vendas feitas por carto de crdito, o tributo incidente sobre a movimentao financeira da venda e a margem de lucro desejada para cada produto.
Segundo Vieira (2008, p.95) No comrcio (principalmente) comum a utilizao de
margens de lucro mais baixas em determinados produtos que servem como atrao aos
consumidores.
Quanto elaborao existem duas formas de utilizao do mark-up: divisor ou
multiplicador, sendo que independente de qual modo utilizado, o resultado ser o mesmo.
Bruni e Fam (2004) apresentam duas frmulas para encontrar o mark-up, como
segue:
Mark-up divisor
mark-up = 100 (impostos + desp. Adm. + lucro) 100
Mark-up multiplicador
mark-up = Preo de venda ou mark-up = ___________1_____________ Mark-up divisor
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Sendo, soma taxas percentuais = soma de valores expressos em percentuais que
influenciam no processo de formao de preos, como percentual de lucro desejado, taxa de
tributos incidentes sobre as vendas e taxa de comisses sobre vendas.
Em nota, Ribeiro (2009, p.512)
Quando se tratar de empresa comercial, os critrios para a fixao do preo de venda das mercadorias so os mesmos. Nesse caso, em substituio ao custo de fabricao, o valor a ser multiplicado ou dividido pela taxa de marcao mark-up multiplicador ou mark-up divisor ser o custo da compra da referida mercadoria. O custo da compra corresponde ao valor pago ou devido ao fornecedor das mercadorias, influenciado pelos fatos que alteram o valor da compra [...] Para evitar surpresas e sempre que o mercado permitir, o ideal ser partir sempre do custo do reposio, e, quando as vendas forem efetuadas a prazo, ser necessrio tambm incluir no clculo da taxa de marcao a taxa de inflao prevista, bem como o preo do uso do dinheiro para compensar a empresa durante o tempo de espera para receber o valor da venda.
2.6 Margem de Contribuio
A margem de contribuio a diferena entre o preo de venda e a soma das
despesas e os custos variveis de um produto ou servio. Tem a finalidade de demonstrar para
a empresa o quanto cada unidade vendida contribuir para a formao do lucro.
Para Crepaldi (1999, p.153) A margem de contribuio representa o valor que
cobrir os Custos e Despesas fixos da empresa e proporcionar o lucro.
Conforme Perez Junior, et al (2003, p.190) margem de contribuio um conceito
de extrema importncia para o custeio varivel e para a tomada de decises gerenciais. Em
termos de produto, a margem de contribuio a diferena entre o preo de venda e a soma
dos custos e despesas variveis.
De acordo com Wernke (2005, p.99) A expresso Margem de Contribuio designa o valor resultante de venda de uma unidade aps serem deduzidos, do preo de venda respectivo, os custos e despesas variveis (como matrias-primas, tributos incidentes sobre a venda e comisso dos vendedores) associados ao produto comercializado. A Margem de contribuio pode ser conceituada como o valor (em $) que cada unidade comercializada contribui para, inicialmente, pagar os gastos fixos mensais da empresa e, posteriormente, gerar o lucro do perodo.
31
Para Ribeiro (2009, p.465) margem de contribuio unitria a diferena entre a
receita bruta auferida na venda de uma unidade de produto e o total dos custos variveis
incorridos na fabricao dessa unidade de produto.
Vieira (2008, p.98) sabido que as despesas variveis so aquelas que incidem diretamente sobre o preo de venda, portanto, s ocorrem quando a venda realizada. Por exemplo, Comisses devidas a vendedores e os impostos incidentes sobre a venda. O custo varivel o valor do preo de custo da mercadoria adquirida para a revenda. No comrcio, o custo varivel refere-se somente ao custo da mercadoria que ser vendida.
Para apurar a margem de contribuio, aplica-se a seguinte frmula:
MCu = PVu (CVu + DVu)
Wernke (2005) defende que o conhecimento e a margem de contribuio so de
fundamental importncia para a tomada de deciso em curto prazo. Nesta linha, aponta
vantagens e desvantagens conforme listadas abaixo:
a) permitem avaliar a viabilidade de aceitao de pedidos em condies especiais;
b) auxiliam a administrao a decidir que produtos devem merecer maior
prioridade de divulgao ou melhor exposio nas gndolas ou prateleiras;
c) identificam quais produtos geram resultado negativo, mas que devem ser
tolerados pelos benefcios de vendas que possam trazer a outros produtos;
d) facilitam a deciso a respeito de quais segmentos produtivos devem ser
ampliados, restringidos ou at abandonados;
e) podem ser usados para avaliar alternativas quanto redues de preos,
descontos especiais, campanhas publicitrias especiais e uso de prmios para aumentar o
volume de vendas;
f) a margem de contribuio auxilia os gerentes a entenderem a relao entre
custos, volume, preos e lucros, para as decises de vendas;
g) basear o clculo dos preos de venda somente com dados da margem de
contribuio pode resultar em valores que no cubram todos os custos necessrios para manter
as atividades a longo prazo;
h) til para a tomada de decises de custo prazo, mas pode levar o administrador
a menosprezar a importncia das despesas e custos fixos, caso este decida somente com base
na margem de contribuio.
32
2.7 Ponto de Equilbrio Contbil, Econmico e Financeiro
Ponto de Equilbrio a denominao na rea contbil, onde o total das receitas
igual ao total das despesas. Nele, no h nem lucro nem prejuzo, sendo que a partir dele a
empresa passa a ter lucro.
Para Wernke (2005, p.119)
O Ponto de Equilbrio (PE) pode ser conceituado como o nvel de vendas, em unidades fsicas ou em valor ($), no qual a empresa opera sem lucro ou prejuzo. O nmero de unidades vendidas no Ponto de Equilbrio o suficiente para a empresa cobrir seus custos (e despesas) fixos e variveis, sem gerar qualquer resultado positivo (lucro).
Perez Junior, et al (2003, p.191) enfatiza: a expresso ponto de equilbrio, traduo
do termo em ingls break-even point, refere-se ao nvel de venda em que no h lucro nem
prejuzo, ou seja, no qual os gastos totais (custos totais + despesas totais) so iguais s receitas
totais.
De acordo com Vieira (2008, p.83)
Para a formao do ponto de equilbrio preciso levar em conta as receitas e as despesas, calculando os parmetros que indicam a capacidade mnima em que a empresa deve operar para no ter prejuzo, sendo necessrio, para tanto, saber a margem de contribuio em percentual ou em quantidades unitrias, que provocada pela ocorrncia de custos e despesas variveis na produo e comercializao de produtos.
Conforme Horngren, et al (2000, p.45) ponto de equilbrio o nvel de atividade em
que as receitas totais e os custos totais se igualam, ou seja, onde o lucro igual a zero.
Portanto, ponto de equilbrio um dos indicadores que informa aos proprietrios,
scios e acionistas, o volume necessrio de vendas no perodo para cobrir todos os custos e
despesas totais. Se o nvel ficar abaixo desse valor, a empresa ter prejuzo e ficando acima
dele, a empresa ter lucros.
Para Ribeiro (2009, p.486) para anlise do ponto de equilbrio alguns aspectos
merecem ateno:
33
Quando a receita total de iguala aos custos e despesas totais, a empresa no obtm nem lucro nem prejuzo. Entretanto, conforme j assinalamos, neste estgio, os proprietrios (titular, scios ou acionistas) estaro incorrendo em um custo de oportunidade, ou seja, deixando de ganhar os juros que o capital por eles investido na empresa lhes renderia se fosse destinado a outras aplicaes no mercado financeiro ou no mercado de capitais. Ainda, no total dos custos e despesas podero estar includas despesas com depreciao, amortizao, exausto e com a constituio de provises, as quais no correspondem a sadas de recursos financeiros no referido exerccio. Nesse caso, mesmo a empresa estando operando abaixo do seu ponto de equilbrio, no estar apresentando financeiramente resultado negativo. Assim, a frmula do ponto de equilbrio poder ser adaptada com a incluso ou excluso de dados visando melhor adequao aos interesses de momento de sues usurios (proprietrios, administradores, analistas etc).
A utilizao do ponto de equilbrio e a conseqente anlise fundamental para a
busca da competitividade, pois atravs desse clculo que as empresas conseguem fazer uma
anlise entre as receitas de vendas e os custos.
Com isso, o ponto de equilbrio pode ser contbil, econmico e financeiro.
2.7.1 Ponto de Equilbrio Contbil (PEC)
Para Ribeiro (2009, p.486) quando falamos em ponto de equilbrio de maneira geral
estamos nos referindo ao ponto de equilbrio contbil, ou seja, ao estgio alcanado pela
empresa no qual a receita total iguala-se aos custos e despesas totais, no havendo,
contabilmente, nem lucro nem prejuzo.
Conforme Bruni e Fam (2004, p.254) A anlise dos gastos variveis e fixos torna
possvel obter o ponto de equilbrio contbil da empresa: representao do volume (em
unidades ou $) de vendas necessrio para cobrir todos os custos e no qual o lucro nulo.
O ponto de equilbrio contbil definido pela seguinte frmula:
PEC = CDFT/MCU
Onde:
PEC = Ponto de equilbrio contbil;
CDFT = Custos e despesas fixos totais;
MCU = Margem de contribuio unitria.
34
2.7.2 Ponto de Equilbrio Econmico (PEE)
Conforme Perez Junior, et al (2003, p.203) Nvel de produo e vendas em que o Lucro Lquido do Exerccio (LLE) predeterminado. Representa a quantidade de vendas necessria para atingir determinado lucro. Geralmente, o lucro lquido predeterminado o custo de oportunidade, ou seja, a lucratividade mnima esperada pelo investidor.
Para Ribeiro (2009, p.488) Ponto de equilbrio econmico o estgio alcanado
pela empresa no momento em que a receita total, derivada da venda de produtos, suficiente
para cobrir os custos e as despesas totais e ainda proporcionar uma margem de lucro aos
proprietrios.
Wernke (2005, p.123) define que para calcular o Ponto de Equilbrio Econmico
(em unidades) basta incluir a varivel Lucro desejado na frmula.
O Ponto de Equilbrio Econmico definido pela seguinte frmula:
PEE = CDFT + LD/MCU
Onde:
PEE = Ponto de equilbrio econmico;
CDFT = Custos e despesas fixos totais;
LD = Lucro Desejado;
MCU = Margem de contribuio unitria.
2.7.3 Ponto de Equilbrio Financeiro (PEF)
Para Bruni e Fam (2004, p.259) O ponto de equilbrio financeiro corresponde quantidade que iguala a receita total com a soma dos gastos que representam desembolso financeiro para a empresa. Assim, no clculo do ponto de equilbrio financeiro no devem ser considerados gastos relativos a depreciaes, amortizaes ou exaustes, pois estas no representam desembolsos para a empresa.
Conforme Ribeiro (2009, p.494) ponto de equilbrio financeiro o estgio
alcanado pela empresa no momento em que a receita total auferida com a venda dos produtos
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suficiente para cobrir o total dos custos e das despesas totais diminuindo do total dos custos
e despesas no-financeiros.
Wernke (2005, p.122) define Quando uma empresa deseja saber o volume de vendas (em unidades ou em $) que suficiente para pagar os custos e despesas variveis, os custos fixos (exceto a depreciao) e outras dvidas que a empresa tenha que saldar no perodo, como emprstimos e financiamentos bancrios, aquisies de bens etc., pode-se recorrer ao clculo do Ponto de Equilbrio Financeiro (PE Fin.).
O Ponto de Equilbrio Financeiro definido pela seguinte frmula:
PEF = CDFT - CDNF/MCU
Onde:
PEF = Ponto de equilbrio financeiro;
CDFT = Custos e despesas fixos totais;
CDNF = Custos e despesas no-financeiros (depreciaes, amortizaes e
exaustes);
MCU = Margem de contribuio unitria.
2.8 Margem de Segurana Operacional
Conforme Wernke (2005, p.135) O conceito de Margem de Segurana representa o
volume de vendas que supera as vendas calculadas no ponto de equilbrio. Representa quanto
as vendas, em unidades ou em valor ($), podem cair sem que a empresa passe a operar com
prejuzo.
Ainda segundo o mesmo autor, a margem de segurana pode ser expressa em
unidades fsicas ou monetrias, ou em percentual, conforme segue:
a) Margem de segurana em Valor ($) = Vendas totais realizadas ou projetadas
($) menos Vendas totais no Ponto de Equilbrio ($);
b) Margem de segurana em Unidades = Vendas totais realizadas ou projetadas
em unidades menos Vendas totais em unidades no Ponto de Equilbrio; e
c) Margem de segurana em Percentual (%) = Margem de segurana ($) dividido
por Vendas totais ($).
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Para Bruni e Fam (2004, p.262) A margem de segurana consiste na quantia ou
ndice das vendas que excedem o ponto de equilbrio da empresa. Representa o quanto as
vendas podem cair sem que a empresa incorra em prejuzo, podendo ser expressa em
quantidade, valor ou percentual.
De acordo Wernke citado por Vieira (2008, p.90) A margem de segurana pode ser vista como uma medida crua do risco. Existem sempre eventos desconhecidos, quando os planos so elaborados, podendo reduzir as vendas abaixo do nvel esperado. Se a margem de segurana de uma empresa for grande dado s vendas esperadas para o ano vindouro, o risco de sofrer perdas, caso as vendas caiam, menor do que se a margem de segurana fosse pequena. Os gestores que enfrentam uma margem de segurana baixa podem considerar certas medidas para aumentar suas vendas e reduzir seus custos.
Conforme Crepaldi (1999, p158) a margem de segurana representa quanto as
vendas podem cair sem que a empresa incorra em prejuzo e pode ser expressa em valor,
unidade ou percentual.
Contudo, margem de segurana a diferena entre o volume de vendas com que a
empresa est operando e o volume de vendas no ponto de equilbrio.
MSO = Quantidade vendida quantidade no ponto de equilbrio
2.9 Sistemas de Informaes Gerenciais de Custos
Conforme Padoveze (2000, p.47) Podemos definir sistema de informao como um conjunto de recursos humanos, materiais, tecnolgicos e financeiros agregados segundo uma seqncia lgica para o processamento dos dados e a traduo em informaes, para, com seu produto, permitir s organizaes o cumprimento de seus objetivos principais.
Com isso, sistema de informaes gerenciais, o processo de transformao de
dados em informaes que so utilizadas na estrutura decisria da empresa, proporcionando a
sustentao administrativa para aperfeioar os resultados esperados.
O sistema de informaes gerenciais fornece e gera relatrios para o apoio tomada
de deciso dos gestores, apresentando importantes informaes sobre as diversas reas da
37
empresa. Com isso, decises estratgicas podem ser tomadas, melhorando a eficincia da
organizao e aumentando seu lucro.
Para Padoveze (2000, p.50) o sistema de informao gerencial exige um
planejamento para produo dos relatrios, para atender plenamente os usurios. necessrio
saber o conhecimento contbil de todos os usurios, e construir relatrios com enfoques
diferentes para os diferentes nveis de usurios.
O sistema de informao gerencial um relatrio de nvel gerencial, onde na entrada
temos um alto volume de dados, o processamento se da por modelos simples, a sada atravs
de relatrios/sumrios executivos e os usurios so os gerentes de nvel mdio (AYUB,
2010).
O sistema de informaes gerenciais apresenta alguns benefcios conforme descrito
abaixo:
- Reduo de custos nas operaes;
- Melhoria no acesso s informaes, propiciando relatrios mais precisos e rpidos,
com menor esforo;
- Melhoria na produtividade;
- Melhoria na tomada de decises, por meio do fornecimento de informaes mais
rpidas e precisas;
- Estmulo de maior interao entre os tomadores de deciso;
- Fornecimento de melhores projees dos efeitos das decises;
- Melhoria na estrutura organizacional, para facilitar o fluxo de informaes;
Para Perez Junior, et al (2003, p.304) as informaes geradas pelos sistema devem:
a) Ser contidas num sistema de relatrios peridicos definido;
b) Ser estratificadas para cada nvel de cargo com poderes de deciso;
c) Ter a profundidade de detalhe que cada um desses nveis requer;
d) Ser oportunas, antecipando-se ao momento em que as decises devem ser
tomadas;
e) Ser econmicas, isto , no ter um custo de apurao superior s eventuais
perdas que sua falta possa acarretar.
38
Conforme Oliveira (apud Padoveze, 2000) se o sistema de informaes gerenciais
(SIG) no for atualizado periodicamente, pode ficar numa situao de descrdito perante os
seus usurios.
O sistema de informao gerencial deve produzir informaes que possam atender o
nvel empresarial da empresa: estratgico, ttico e operacional (PADOVEZE, 2000).
39
3 METODOLOGIA DO TRABALHO
A metodologia de pesquisa define a classificao da pesquisa, o plano de coleta de
dados, o plano de anlise e interpretao dos dados e a estrutura do TCC.
3.1 Classificao da Pesquisa
A pesquisa se classifica de acordo com o ponto de vista de sua natureza, de seus
objetivos, abordagem do problema e dos procedimentos tcnicos.
a) Do Ponto de Vista de sua Natureza
Quanto sua Natureza, esta pesquisa se classifica como aplicada, que de acordo
com Oliveira (2004, p.123) requer determinadas teorias ou leis mais amplas como ponto de
partida, e tem por objetivo pesquisar, comprovar ou rejeitar hipteses sugeridas pelos modelos
tericos e fazer a sua aplicao s diferentes necessidades humanas.
Ainda segundo Vergara (2009, p.43), a pesquisa aplicada fundamentalmente
motivada pela necessidade de resolver problemas concretos, mais imediatos, ou no. Tem,
portanto, finalidade prtica.
Neste sentido, este estudo se classificou como pesquisa aplicada, porque tem o
propsito de resolver dificuldades da empresa com relao a gesto de custos e resultados.
b) Do Ponto de Vista de seus Objetivos
Quanto aos objetivos, se classifica como exploratria e descritiva. Segundo Gil
(1999, p.43), as pesquisas exploratrias so desenvolvidas com o objetivo de proporcionar
viso geral, de tipo aproximativo, acerca de determinado fato.
Ainda conforme Gil (1999, p.43)
As pesquisas exploratrias tm como principal finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e idias, tendo em vista, a formulao de problemas mais
40
precisos ou hipteses pesquisveis para estudos posteriores. De todos os tipos de pesquisa, estas so as que apresentam menor rigidez no planejamento.
No que se refere classificao descritiva, segundo Vergara (2009, p.42), a
pesquisa descritiva expe caractersticas de determinada populao ou de determinado
fenmeno. Pode tambm estabelecer correlaes entre variveis e definir sua natureza.
O estudo descritivo possibilita o desenvolvimento de um nvel de anlise em que se permite identificar as diferentes formas dos fenmenos, sua ordenao e classificao. Os estudos descritivos do margem tambm explicao das relaes de causa e efeito dos fenmenos, ou seja, analisar o papel das variveis que, de certa maneira, influenciam ou causam o aparecimento dos fenmenos (OLIVEIRA, 2004, p.114).
c) Quanto Forma de Abordagem do Problema
Quanto forma de abordagem do problema, a pesquisa se classifica como
Qualitativa, que segundo Oliveira (2004, p.116) pode ser definida da seguinte forma:
As pesquisas que se utilizam da abordagem qualitativa possuem a facilidade de poder descrever a complexidade de uma determinada hiptese ou problema, analisar a interao de certas variveis, compreender e classificar processos dinmicos experimentados por grupos sociais, apresentar contribuies no processo de mudana, criao ou formao de opinies de determinado grupo e permitir, em maior grau de profundidade, a interpretao das particularidades dos comportamentos ou atitudes dos indivduos.
Roesch (2006, p.154) observa:
A pesquisa qualitativa apropriada para a avaliao formativa, quando se trata de melhorar a efetividade de um programa, ou plano, ou mesmo quando o caso da proposio de planos, ou seja, quando se trata de selecionar as metas de um programa e construir uma interveno, mas no adequada para avaliar resultados de programas ou planos.
Este estudo se classifica quanto a forma de abordagem do problema como pesquisa
qualitativa em funo de que no desenvolvimento da pesquisa no se utilizou de dados
estatsticos.
d) Do Ponto de Vista dos Procedimentos Tcnicos
Do ponto de vista dos procedimentos tcnicos a pesquisa pode ser considerada
bibliogrfica, documental, levantamento e estudo de caso.
41
Para Oliveira (2004, p.119) a pesquisa bibliogrfica tem por finalidade conhecer as
diferentes formas de contribuio cientfica que se realizaram sobre determinado assunto ou
fenmeno.
Segundo Vergara (2009, p.43)
Pesquisa bibliogrfica estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrnicas, isto , material acessvel ao pblico em geral. Fornece instrumental analtico para qualquer outro tipo de pesquisa, mas tambm pode esgotar-se em si mesma.
A pesquisa documental para Gil (1999, p.66)
Assemelha-se muito pesquisa bibliogrfica. A nica diferena entre ambas est na natureza das fontes. Enquanto a pesquisa bibliogrfica se utiliza fundamentalmente das contribuies dos diversos autores sobre determinado assunto, a pesquisa documental vale-se de materiais que no receberam ainda um tratamento analtico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa. Investigao documental realizada em documentos conservados no interior de rgos pblicos e privados de qualquer natureza, ou com pessoas: registros, anais, regulamentos, circulares, ofcios, memorandos, balancetes, comunicaes informais, filmes, microfilmes, fotografias, videoteipe, informaes em disquete, dirios, cartas pessoais e outros (VERGARA, 2009, p. 43).
Para Gil (1999, p.70) as pesquisas de levantamento se caracterizam pela
interrogao direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer.
Segundo Roesch (2006, p.137) em levantamentos, o objetivo obter informao
sobre uma populao.
Estudo de caso para Gil (1999, p.72) caracterizado pelo estudo profundo e
exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira a permitir o seu conhecimento amplo e
detalhado, tarefa praticamente impossvel mediante os outros tipos delineamentos
considerados.
Segundo Yin (apud Gil, 1999, p.73) o estudo de caso um estudo emprico que
investiga um fenmeno atual dentro do seu contexto de realidade, quando as fronteiras entre o
fenmeno e o contexto no so claramente definidas e no qual so utilizadas vrias fontes de
evidncia.
42
3.2 Plano de Coleta de Dados
Conforme Roesch (2006, p.128)
Um projeto pode combinar tcnicas desenvolvidas em um ou outro paradigma. Se se trata de coleta de dados primrios, atravs de entrevistas, questionrios, observao ou testes, importante especificar nesta seo a fonte dos dados [...], quando estes sero levantados e atravs de que instrumentos [...].
Diante disto, os meios para coleta de dados que foram utilizados so os relatrios,
balancetes, faturamento, notas fiscais de entrada e sada, e demais documentos
disponibilizados.
3.2.1 Instrumento de Coleta de Dados
Conforme Vergara (2009, p.51) na coleta de dados, o leitor deve ser informado
como voc pretende obter dados de que precisa para responder ao problema.
Diante disto, a presente pesquisa obteve a coleta dos dados conforme segue:
a) Observao: nada mais que o uso dos sentidos com vistas a adquirir os
conhecimentos necessrios para o cotidiano (GIL, 1999, p.110).
Ainda segundo Gil (1999, p.110) a observao apresenta como principal vantagem,
em relao a outras tcnicas, a de que os fatos so percebidos diretamente, sem qualquer
intermediao.
- Observao sistemtica: freqentemente utilizada em pesquisas que tm como
objetivo a descrio precisa dos fenmenos ou o teste de hipteses [...], pode ocorrer em
situaes de campo ou de laboratrio (GIL, 1999, p.115).
- Observao no-participante: o pesquisador presencia o fato, mas permanece de
fora, no participando dele, nem se envolvendo com as situaes (LAKATOS e MARCONI,
1985).
43
- Observao individual: realizada por um pesquisador (LAKATOS e MARCONI,
1985, p.172).
- Observao na vida real: Normalmente, as observaes so feitas no ambiente
real, registrando-se os dados medida que forem ocorrendo, espontaneamente, sem a devida
preparao (LAKATOS e MARCONI, 1985, p.173).
b) Entrevista: Pode-se definir entrevista como a tcnica em que o investigador se
apresenta frente ao investigado e lhe formula perguntas, com o objetivo de obteno dos
dados que interessam investigao, [...] portanto, uma forma de interao social (GIL,
1999, p.117).
Segundo Vergara (2009, p.52) a entrevista um procedimento no qual voc faz
perguntas a algum que, oralmente, lhe responde.
- Despadronizada ou no-estruturada: o entrevistado tem liberdade para desenvolver
cada situao em qualquer direo que considere adequada. uma forma de poder explorar
mais amplamente uma questo. Em geral, as perguntas so abertas e podem ser respondidas
dentro de uma conversao informal (LAKATOS e MARCONI, 1985, p.174).
3.3 Plano de Anlise e Interpretao dos Dados
Segundo Gil (1999, p.168) a anlise tem como objetivo organizar e sumariar os
dados de forma tal que possibilitem o fornecimento de respostas ao problema proposto para
investigao.
Para Roesch (2006, p.128) o tipo de dados coletados delimita as possibilidades de
anlise. Nesta seo, sugere-se que o aluno imagine como far a descrio e anlise dos
resultados de seu estgio. Poder prever a utilizao de grficos, tabelas e estatsticas.
Conforme descrito, a anlise foi realizada por meio de levantamento das notas fiscais
apresentadas, dados calculados e informados, balancetes, demonstrao de resultados e das
entrevistas realizadas.
44
4 GESTO ESTRATGICA DE CUSTOS E RESULTADOS NA COMERCIAL
TIJOLINHOS ESTUDO DE CASO
A aplicao prtica deste estudo consiste na apurao de custos e resultados de uma
atividade comercial, sendo em uma empresa de materiais de construo.
Inicialmente, foi apurado o custo de aquisio dos produtos, as despesas mensais, a
formao do mark-up e seus respectivos preos, a anlise do custo volume e lucro, ponto de
equilbrio, margem de segurana e por fim a demonstrao de resultado da empresa em
anlise.
4.1 Mapeamento dos processos internos da Empresa
A empresa em estudo atua na rea de comrcio de materiais de construo,
enquadrada no simples nacional, atuando na cidade de Augusto Pestana e cidades vizinhas,
comercializa materiais de construo, pisos e cermicas, tintas, materiais eltricos, hidrulicos
e sanitrios.
A gesto da empresa est a cargo dos scios proprietrios, que fazem os controles
manuais, tanto de vendas e manutenes como de compras, no possuindo nenhum sistema de
custos dos produtos por eles comercializado. A Contabilidade da mesma terceirizada, sendo
realizada por um escritrio de uma cidade vizinha.
Atualmente, contam com o auxlio de trs vendedores/entregadores e uma auxiliar de
limpeza/servios gerais.
O organograma da empresa o seguinte:
45
Figura 1: Organograma da empresa Fonte: Dados conforme pesquisa
4.1.1 Processo de compra de Mercadorias
As mercadorias da Empresa so compradas no estado do Rio Grande do Sul, Santa
Catarina e So Paulo. Em torno de 40% das mercadorias so compradas fora do estado, em
Santa Catarina e So Paulo, como os pisos, brasilites, telhas, amianto, cermicas, parte
eltrica, tubos e conexes. No Estado, so adquiridos os tijolos, areia, cimento, tintas e
materiais brutos.
No recebimento das compras, conferem-se as quantidades e tipos de mercadorias de
acordo com a Nota Fiscal. At o presente momento, no lembram de ter ocorrido problemas
com relao ao pedido de compra com a respectiva Nota Fiscal de entrada.
A maioria das compras so realizadas por meio de pagamento a prazo, com
pagamento em boleto bancrio, pois o valor de desconto ou at mesmo o prprio valor vista
no alteram para o pagamento a prazo. Com isso, a Empresa alega poder trabalhar com o
recurso disponvel.
SCIOS PROPRIETRIOSS
SCIA PROP. FINANCEIRA
CONTAS A PAGAR E A RECEBER
CAIXA\ BANCO
SCIO PROP. COMERCIAL COMPRAS
MATERIAIS DE CONSTRUO
PISOS E CERMICAS
TINTAS
MATERIAIS ELTRICOS
HIDRULICOS E SANITRIOS
46
O controle de estoque realizado manualmente, porque no possuem sistema
interligado de controle. Segue fluxo das Compras de Mercadorias:
Figura 2: Fluxograma de compra de mercadorias Fonte: Dados conforme pesquisa
4.1.2 Processo de Venda de Mercadorias
As vendas ocorrem atravs de carto, cheque, boletos de cobrana e alguns credirios
prprios para pessoas conhecidas. A Empresa possui convnio com a Caixa Econmica
Federal para construo de casas, servindo como intermdio entre o cliente e a Instituio
Financeira, onde entrega a casa pronta e recebe direto do financiamento.
Atualmente, trabalha com emisso direta de Notas fiscais, j que possuem Nota
Fiscal Eletrnica de compra e venda, at mesmo porque para vender para rgos pblicos
precisam das Notas fiscais eletrnicas.
Todas as notas fiscais de vendas so emitidas no momento em que ocorre a venda de
mercadorias, independente da forma de pagamento.
Para as vendas a prazo com cheque ou boletos de cobrana, no possuem sistema de
consulta ao cadastro de clientes para risco de crdito. Segue demonstrao do fluxograma das
vendas:
COMPRAS
ESTOQUE
VISTA
A PRAZO
FORNECEDOR
CAIXA/ BANCO
N F
CONTAS A PAGAR
CONTABILIDADE
47
Figura 3: Fluxograma de vendas Fonte: Dados conforme pesquisa
4.1.3 Processo Financeiro da Empresa
O controle das contas a receber e a pagar so realizados pela Scia Proprietria da
Empresa. As contas a pagar so organizadas de acordo com o vencimento das cobranas, para
isso, utiliza-se de recursos do caixa ou banco. Quando ocorre a no disponibilidade de
recursos, utilizam desconto de cheque ou de cobrana junto s Instituies financeiras.
Nas contas a receber, organizam-se com os relatrios de cartes a creditar, os
cheques pr-datados por ordem de vencimento, e as cobranas atravs de acompanhamento de
relatrios por ordem de recebimento e de vencimento. No caso dos credirios, acompanham
por ficha. Possuem tambm recebimentos vista.
No caso de convnios, recebem de acordo com as entregas, tanto dos imveis como
de materiais. A Caixa Econmica Federal credita por etapas da construo.
A seguir, fluxograma do controle financeiro:
VENDAS
VISTA
A PRAZO
CAIXA/ BANCO
N F
N F
CONTABILIDADE
CONTAS A RECEBER
48
Figura 4: Fluxograma financeiro Fonte: Dados conforme pesquisa
4.1.4 Recursos Humanos
A Empresa no possui sistema definido de contratao de novos funcionrios. Por ser
Empresa familiar e atuar em cidade pequena, as contrataes so mais pessoais, por indicao
ou por conhecimento da mesma. Se necessrio, avaliam currculo e fazem seleo.
No possuem muita rotatividade de colaboradores, os desligamentos ocorrem apenas
por solicitao do prprio funcionrio. Apenas um funcionrio de contratao recente, os
demais j trabalham a um bom tempo junto Empresa.
Trabalham de segundas a sbados. A folha calculada pelo escritrio de
Contabilidade contratado.
Segue fluxograma do processo de RH:
FINANCEIRO
CONTAS A PAGAR
CONTAS A RECEBER
CAIXA/ BANCO
POR VENCIMENTO
CHEQUE PR - DATADO
CONTABILIDADE
EFETIVA PAGAMENTO
BOLETO DE COBRANA CRDITO RECEBIMENTOS
CARTO VISTA - CREDIRIO
49
Figura 5: Fluxograma de Recursos Humanos Fonte: Dados conforme pesquisa
4.2 Custos de Aquisio das Mercadorias
A seguir, apresenta-se o estudo de 20 (vinte) dos produtos mais comercializados pela
Empresa. Pode-se visualizar o tipo, a unidade de medida e as marcas dos respectivos
produtos.
Quadro 5: Produtos mais vendidos
Produtos Unidade Fabricante/ Distribuidor
Tubo PVC soldado 20mm mts Pietrobon Tubo PVC esgoto 100 mm mts Pietrobon Joelho PVC de esgoto 100 mm unidade Pietrobon TEE soldvel 20 mm unidade Pietrobon Registro de esfera 25 mm unidade Herch Tinta esmalte galo/un Suvinil Fundo branco fosco galo/un Suvinil Tinta acrlica 18 lts balde Suvinil Celador acrlico 18 lts balde Suvinil Solvente lts Suvinil Piso cecafi luna 44x44 mts 2 Cecafi Piso bella gres mountain 410x41 mts 2 Bella gres Cimento colante interior saco Debe
R H
Seleo
Desligamento
Sim Entrevista
CONTABILIDADE
Efetiva Contratao
Por Solicitao
Aviso Prvio
Por demisso
Clculo Direitos
No / Fim
Clculos mensais
50
Cimento colante AC2 saco Debe Rejunte colorido saco kg Ceramfix Fio anti chama 6 mm mts Cor fio Tubo eletroduto PVC 3/4 barra Tigre Mangueira conjugada 3/4 mts Tigre Chave externa uma tecla Unidade Iriel Conjunto interruptor 1 tecla Unidade Iriel Areia mts 3 Tijolo Unidade Cal hidratada extra saco Debe Ferro construo 5x16 barra Gerdau Pedra brita mts 3 Fonte: Dados fornecidos pela Empresa
Foram analisados 05 (cinco) produtos de cada linha disponvel para venda. Alm
destes em destaque, a Empresa comercializa outros diversos produtos. Percebe-se que entre as
marcas mais vendidas esto Pietrobon, Suvinil, Cecaf, Bella Gres, Debe, Ceramfix, Cor fio,
Tigre, Iriel e Gerdau.
4.2.1 Custo de aquisio de mercadorias
No quadro a seguir, pode-se visualizar o custo de aquisio dos produtos de materiais
de construo, pisos e cermicas, tintas, hidrulicos e sanitrios, e materiais eltricos. O custo
ser apresentado de acordo com nota de aquisio.
Quadro 6: Custo de aquisio das mercadorias
Produtos $ Unitrio $ ICMS $ Frete Custo Unitrio
Tubo PVC soldado 20mm 0,74 Substituio 0,00 0,74 Tubo PVC esgoto 100 mm 4,25 Substituio 0,00 4,25 Joelho PVC de esgoto 100 mm 1,88 Substituio 0,00 1,88 TEE soldvel 20 mm 0,40 Substituio 0,00 0,40 Registro de esfera 25 mm 4,35 Substituio 0,00 4,35 Tinta esmalte 39,60 Substituio 0,00 39,60 Fundo branco fosco 44,60 Substituio 0,00 44,60
Tinta acrlica 18 lts 209,00 Substituio 0,00 209,00 Celador acrlico 18 lts 53,00 Substituio 0,00 53,00 Solvente 6,77 Substituio 0,00 6,77 Piso cecafi luna 44x44 9,10 Substituio 0,00 9,10
51
Piso bella gres mountain 410x41 8,41 Substituio 0,00 8,41 Cimento colante interior 6,30 Substituio 0,00 6,30 Cimento colante AC2 11,35 Substituio 0,00 11,35 Rejunte colorido 1,66 Substituio 0,00 1,66 Fio anti chama 6 mm 1,36 Substituio 0,00 1,36 Tubo eletroduto PVC 3/4 4,23 Substituio 0,00 4,23 Mangueira conjugada 3/4 1,31 Substituio 0,00 1,31 Chave externa uma tecla 2,39 Substituio 0,00 2,39 Conjunto interruptor 1 tecla 3,09 Substituio 0,00 3,09 Areia 60,00 Substituio 0,00 60,00 Tijolo 0,39 Substituio 0,00 0,39 Cal hidratada extra 6,38 Substituio 0,00 6,38 Ferro construo 5x16 13,60 Substituio 0,00 13,60 Pedra brita 48,00 Substituio 0,00 48,00 Fonte: Dados fornecidos pela Empresa
Ao analisar o quadro do custo de aquisio das mercadorias, percebe-se que a
Empresa em estudo possui substituio tributria de todos os produtos comercializados de
acordo com legislao vigente, e quanto ao frete, os produtos no apresentam este custo, e
dificilmente a Empresa adquire mercadorias com cobrana de frete, pois no cobrado.
4.3 Despesas Mensais
As despesas mensais ocorrem com gastos para a aquisio de bens e servios para a
rea administrativa e comercial da Empresa, visando a obteno de receitas. As despesas
comerciais ocorrem para colocar as mercadorias e servios ao alcance do consumidor, e as
administrativas para controle, organizao e planejamento.
4.3.1 Despesas com Pessoal
A empresa conta com 03 (trs) funcionrios, uma faxineira, alm dos scios
proprietrios. Nas despesas com pessoal esto apresentados os salrios, provisionamentos
com frias, 13 salrio, FGTS e provises diversas. Tambm a retirada de Pr-labore dos
scios proprietrios.
52
Quadro 7: Despesas com pessoal
Despesas com pessoal % A B C D Total
(+) Salrio Bruto R$ 1.200,00 R$ 750,00 R$ 750,00 R$ 600,00 R$ 3.300,00
(+) Horas extras 50% R$ - R$ - R$ - R$
- R$ -
(+) DSR reflexo horas extras