1
TESE DE DOUTORAMENTO
Aptitude Física, Función Física e Atividade Física
nos estudantes universitários:
estudo de caso de estudantes de Deportes
Bruno André Ferreira da Silva
2020
Bru
no
An
dré
Fer
reir
a d
a S
ilva
, TE
SE D
E D
OU
TO
RA
ME
NT
O,
Ap
titu
de
Fís
ica
, Fu
nci
ón
Fís
ica
e A
tivi
da
de
Fís
ica
nos
est
ud
an
tes
un
iver
sitá
rio
s:
estu
do
de
caso
de
estu
da
nte
s d
e D
epo
rtes
, 20
20
.
I
Escola Internacional de Doutoramento
Bruno André Ferreira da Silva
TESE DE DOUTORAMENTO
Aptitude Física, Función Física e Actividade Física nos estudantes
universitarios: estudo de caso de estudantes de Deportes
Dirigida pelos doutores
José Maria Cancela Carral
e
José Pedro Arieiro Gonçalves Bezerra
2020
III
“If you can't fly then run, if you can't run then walk, if you can't walk then
crawl, but whatever you do you have to keep moving forward”
Martin Luther King, Jr.
IV
AGRADECIMENTOS
A concretização desta tese só foi possível devido à orientação, apoio, colaboração e
compreensão de várias pessoas, a quem não podia deixar de mostrar a minha mais
profunda gratidão.
À Catarina por todo o apoio incondicional, estratégias familiares e conselhos sábios em
todos os momentos da concretização desta e todas as outras etapas.
Ao Martim e à Matilde, pelo carinho e desafios constantes de tornar todo o tempo
disponível útil, nunca deixando de compreender que o “está quase” foram muitos meses.
Ao meu irmão Rui, que em todos os momentos transportou o meu livro de reclamações e
como um excelente provedor, respondeu a tempo e horas com compreensão, recursos e
incentivo para a concretização deste trabalho.
Ao Professor Doutor Pedro Bezerra, pela amizade, disponibilidade, resposta a todas as
solicitações e rigor científico que aplicou na orientação desta tese.
Ao Professor Doutor José Maria Cancela Carral, pela disponibilidade e rigor científico na
orientação desta tese, para quem a distância nunca foi impeditiva de uma excelente
comunicação e resposta em tempo útil, sem nunca se perceberem barreiras linguísticas,
possibilitando uma constante articulação com a Faculdade de Ciências da Educação e do
Desporto da Universidade de Vigo.
Ao Professor Doutor Luís Paulo Rodrigues pelos conselhos e apoio nos momentos
decisivos.
Ao Professor Doutor Filipe Manuel Clemente, pela amizade, rigor científico e capacidade
de resposta em todos os momentos e solicitações.
Ao Professor Doutor Miguel Camões e Ricardo Lima pela amizade e incentivos constantes
nas várias etapas deste trabalho.
Ao Nuno Martins, pela amizade, conselhos e estratégias decisivas em vários momentos da
elaboração deste trabalho.
Aos meus queridos sogros pela compreensão e apoio incondicional em todos os
momentos.
À minha mãe, que embora longe amparou todas as quedas e impulsionou cada conquista.
Ao meu pai e irmã pela preocupação e por me motivarem a alcançar cada fase deste
projeto.
Aos meus amigos e colegas de doutoramento, especialmente ao Miguel Lima e Alfredo
Araújo pelo otimismo, partilhas e discussões produtivas ao longo de todo este tempo.
V
Não podia ainda deixar de agradecer a todos os participantes, funcionários e docentes da
Escola Superior de Desporto e Lazer do Instituto Politécnico de Viana do Castelo,
especialmente ao professor Joel Pereira, que por vezes, mesmo sem saberem
possibilitaram a concretização deste trabalho.
A todos muito obrigado por me acompanharem nesta jornada e contribuírem para o meu
desenvolvimento pessoal e profissional.
VI
ÍNDICE
AGRADECIMENTOS .............................................................................................................. IV
ÍNDICE .................................................................................................................................. VI
ÍNDICE TABELAS .................................................................................................................. IX
ÍNDICE GRÁFICOS ............................................................................................................... XI
ÍNDICE FIGURAS ..................................................................................................................XII
ÍNDICE IMAGENS .............................................................................................................. XIII
LISTA ABREVIATURAS ...................................................................................................... XIV
RESUMO ............................................................................................................................ XVI
RESUMO ......................................................................................................................... XVIII
RESUMEN........................................................................................................................ XXVI
ABSTRACT ................................................................................................................... XXXIV
INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 1
1. ESTADO DA ARTE ............................................................................................................. 5
1.1Atividade Física, Exercício Físico e Aptidão Física
5
1.2 Competência motora ..................................................................................................... 13
1.2.1 Habilidades Motoras ao longo do ciclo de vida .................................................... 16
1.2.2 Competência Motora e qualidade de vida ............................................................. 20
1.2.3 Avaliação da Competência Motora ........................................................................ 24
1.2.4 Competência Motora e determinantes no seu desempenho ................................ 35
1.3. Competência motora funcional ................................................................................... 36
2. JUSTIFICAÇÃO E OBJETIVOS ........................................................................................... 39
2.1 Justificação .................................................................................................................. 39
2.2 Objetivos .................................................................................................................... 40
2.2.1 Objetivos gerais ................................................................................................... 40
2.2.2 Objetivos específicos ........................................................................................... 41
3. MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................................. 43
3.1 Tipo de estudo ........................................................................................................... 43
3.2 Amostra ...................................................................................................................... 43
3.2.1 Critérios de Inclusão ........................................................................................... 44
3.2.2 Critérios de Exclusão .......................................................................................... 44
3.3 Instrumentos de avaliação ......................................................................................... 44
VII
3.3.1 Instrumentos de caraterização sociodemográfica .............................................. 45
3.3.2 Instrumento de caraterização dos níveis de Atividade Física ............................ 45
3.3.3 Instrumento de avaliação da Composição Corporal ......................................... 45
3.3.3.1 Peso .................................................................................................................. 46
3.3.3.2 Altura ................................................................................................................ 46
3.3.3.3 Dual x-ray absorptiometry ............................................................................... 47
3.3.4 Instrumento de avaliação da Competência Motora .......................................... 48
3.3.4.1 Shuttle run 10 metros ...................................................................................... 48
3.3.4.2 Salto horizontal ............................................................................................. 49
3.3.4.3 Velocidade de lançamento ........................................................................... 50
3.3.5 Instrumento de avaliação da Capacidade Funcional ......................................... 54
3.4 Procedimentos de avaliação ...................................................................................... 57
3.5 Protocolo de acompanhamento ................................................................................ 57
3.6 Considerações éticas .................................................................................................. 58
3.7 Análise estatística ....................................................................................................... 58
4. RESULTADOS ................................................................................................................... 60
4.1 Avaliação inicial.......................................................................................................... 60
4.1.1 Caraterização da amostra ................................................................................... 60
4.1.2 Composição corporal ......................................................................................... 63
4.1.3 Níveis de competência motora .......................................................................... 64
4.1.4 Níveis de capacidade funcional .......................................................................... 66
4.1.5 Relação entre os níveis de adiposidade, densidade mineral óssea e competência
motora; ......................................................................................................................... 68
4.1.6 Relação entre níveis de adiposidade, densidade mineral óssea e capacidade
funcional; ...................................................................................................................... 70
4.1.7 Relação entre competência motora e capacidade funcional; ............................ 72
4.1.8 Influência dos níveis de competência motora nas opções das disciplinas de
componente desportiva; ............................................................................................... 74
4.1.9 Influência dos níveis de capacidade funcional e composição corporal nas opções
das disciplinas de componente desportiva; ................................................................. 76
4.2 Avaliação final ............................................................................................................ 78
4.2.1 Alterações após um ano curricular, 12 meses: .................................................. 78
4.2.1.1 Atividade Física ............................................................................................. 78
4.4.1.1 Composição Corporal .................................................................................. 80
4.4.1.2 Competência Motora .................................................................................... 82
4.4.1.3 Capacidade Funcional .................................................................................. 87
VIII
5. DISCUSSÃO ...................................................................................................................... 91
5.1 Caraterização da amostra ........................................................................................... 91
5.1.1 Níveis de Atividade Física ...................................................................................... 91
5.1.2 Antropometria e composição corporal .................................................................. 93
5.1.3 Níveis de Competência Motora ............................................................................. 93
5.1.4 Níveis de capacidade funcional .............................................................................. 95
5.2 Relação entre os níveis de adiposidade e competência motora; .............................. 96
5.3 Relação entre níveis de adiposidade e capacidade funcional; .................................. 98
5.4 Relação entre competência motora e capacidade funcional; ................................... 99
5.5 Influência dos níveis de competência motora nas opções das disciplinas de
componente optativa; ..................................................................................................... 102
5.6 Influência dos níveis de capacidade funcional e composição corporal nas opções das
disciplinas de componente optativa; ............................................................................. 102
5.7 Alterações após 12 meses na aptidão física, composição corporal e densidade mineral
óssea ............................................................................................................................... 103
5.8 Alterações após 12 meses na Competência Motora ............................................... 104
5.9 Alterações após 12 meses na Capacidade Funcional ............................................. 107
6- CONCLUSÃO .................................................................................................................. 110
LIMITAÇÕES ................................................................................................................... 112
IMPLICAÇÕES ................................................................................................................. 113
SUGESTÕES PARA INVESTIGAÇÕES FUTURAS ................................................................ 114
7. BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................ 115
ANEXOS .............................................................................................................................. 133
ÍNDICE ANEXOS ................................................................................................................. 134
IX
ÍNDICE TABELAS
Tabela 1 – Questionários de Atividade Física Validados para a população Portuguesa .... 8
Tabela 2 – Baterias de testes para avaliação da Competência Motora ............................. 26
Tabela 3 – Caracterização da amostra quanto aos níveis de atividade física e desporto
segundo média (desvio padrão) [95% IC] ........................................................................... 61
Tabela 4 - Distribuição da amostra segundo as disciplinas optativas ................................. 62
Tabela 5 - Caracterização da amostra quanto aos níveis de atividade física e desporto,
homens, segundo as disciplinas optativas (média (desvio padrão) e 95% IC) ................... 62
Tabela 6 – Antropometria e composição corporal de homens e mulheres, segundo média
(desvio padrão) [95% IC]..................................................................................................... 63
Tabela 7 – Antropometria e composição corporal, homens, segundo as disciplinas
optativas (média (desvio padrão) e 95% IC) ....................................................................... 64
Tabela 8 - Níveis de competência motora de homens e mulheres, segundo média (desvio
padrão) [95% IC] ................................................................................................................. 65
Tabela 9 - Competência Motora, homens, segundo as disciplinas optativas (média e 95%
IC) ........................................................................................................................................ 66
Tabela 10 - Níveis de capacidade funcional (Functional Movement Screen) segundo média
(desvio padrão) [95% IC]..................................................................................................... 67
Tabela 11 – Capacidade funcional (Functional Movement Screen), homens, segundo as
disciplinas optativas (média (desvio padrão) e 95% IC) ..................................................... 68
Tabela 12 - Correlações entre níveis de adiposidade, densidade mineral óssea e
Competência Motora para mulheres .................................................................................. 69
Tabela 13 - Correlações entre níveis de adiposidade, densidade mineral óssea e
Competência Motora para homens .................................................................................... 70
Tabela 14 - Correlações entre níveis de adiposidade, densidade mineral óssea e capacidade
funcional para mulheres ...................................................................................................... 71
Tabela 15 - Correlações entre níveis de adiposidade, densidade mineral óssea e capacidade
funcional para homens ........................................................................................................ 71
Tabela 16 - Correlações entre a competência motora e a capacidade funcional .............. 72
Tabela 17 - Correlações entre a competência motora e a capacidade funcional para
mulheres ............................................................................................................................... 73
Tabela 18 – Correlações entre competência motora e capacidade funcional para homens
.............................................................................................................................................. 74
X
Tabela 19 - Comparação entre os diferentes grupos de acordo com as disciplinas optativas
para os níveis de competência motora (homens) ............................................................... 75
Tabela 20 - Comparação entre os diferentes grupos de acordo com as disciplinas optativas
segundo a composição corporal, e capacidade funcional (homens).................................. 77
Tabela 21 – Diferenças antes e após 12 meses (1º avaliação; 2º avaliação) quanto a hábitos
de atividade física, em mulheres, segundo média (desvio padrão) e [95% IC] ................. 78
Tabela 22 - Diferenças antes e após 12 meses (1º avaliação; 2º avaliação) quanto a hábitos
de atividade física em homens, segundo média (desvio padrão) e [95% IC] .................... 79
Tabela 23 - Diferenças antes e após 12 meses (1º avaliação; 2º avaliação) quanto à
composição corporal em homens, segundo as disciplinas optativas, média (desvio padrão)
e 95% IC ............................................................................................................................... 80
Tabela 24 - Diferenças antes e após 12 meses (1º avaliação; 2º avaliação) quanto à
composição corporal, em mulheres, segundo média (desvio padrão) e [95% IC] ........... 81
Tabela 25 - Diferenças antes e após 12 meses (1º avaliação; 2º avaliação) quanto à
composição corporal em homens, média (desvio padrão) e [95% IC] ............................. 81
Tabela 26 - Diferenças antes e após 12 meses (1º avaliação; 2º avaliação) quanto à
composição corporal, em homens, segundo as disciplinas optativas, média (desvio padrão)
e 95% IC ............................................................................................................................... 82
Tabela 27 - Diferenças antes e após 12 meses (1º avaliação; 2º avaliação) quanto aos níveis
de competência motora em mulheres, média (desvio padrão) e [95% IC] ....................... 83
Tabela 28 - Diferenças antes e após 12 meses (1º avaliação; 2º avaliação) quanto aos níveis
de competência motora em homens, média (desvio padrão) e [95% IC] ......................... 84
Tabela 29 - Diferenças antes e após 12 meses (1º avaliação; 2º avaliação) quanto aos níveis
de competência motora, em homens, segundo as disciplinas optativas, média (desvio
padrão) e 95% IC ................................................................................................................. 86
Tabela 30 - Diferenças antes e após 12 meses (1º avaliação; 2º avaliação) quanto aos níveis
de capacidade funcional em mulheres, média (desvio padrão) e [95% IC] ...................... 87
Tabela 31 - Diferenças antes e após 12 meses (1º avaliação; 2º avaliação) quanto aos níveis
de capacidade funcional em homens, média (desvio padrão) e [95% IC] ........................ 88
Tabela 32 - Diferenças antes e após 12 meses (1º avaliação; 2º avaliação) quanto à
Capacidade funcional (Functional Movement Screen), em homens, segundo as disciplinas
optativas, média (desvio padrão) e 95% IC......................................................................... 90
XI
ÍNDICE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Índices do Questionário de Atividade Física para homens mulheres e homens
de acordo com as disciplinas optativas................................................................................ 63
Gráfico 2 – Valores de Competência Motora para homens e mulheres .......................... 65
Gráfico 3 - Resultados para a Capacidade Funcional segundo o Functional Movement
Screen para homens e mulheres ......................................................................................... 67
Gráfico 4 - Índices para o Questionário de Atividade Física para homens e mulheres no
primeiro e segundo momento de avaliação ........................................................................ 79
Gráfico 5 - Valores da Competência Motora para homens e mulheres de acordo com os
constructos estabilidade, manipulativo e locomotor .......................................................... 85
Gráfico 6 - Valores da Competência Motora para homens e mulheres de acordo com os
testes de competência motora ............................................................................................. 85
Gráfico 7 -Valores para a Capacidade Funcional para homens e mulheres, segundo o
Functional Movement Screen no primeiro e segundo momento de avaliação ................. 89
XII
ÍNDICE FIGURAS
Figura 1 - Resultado da pesquisa nas bases de dados eletrónicas tendo por base os
questionários de Atividade Física .......................................................................................... 7
Figura 2 - Tempo em meses para o aparecimento das primeiras tentativas de execução de
cada habilidade motora fundamental até que 60% das crianças observadas realizassem a
habilidade de forma matura ................................................................................................ 14
Figura 3 - Longlife span motor development ..................................................................... 16
Figura 4 - Representação simplificada do sistema de execução do ato motor .................. 17
Figura 5 - Representação cibernética do sistema de execução do ato motor .................... 18
Figura 6 - Elementos base da Literacia Motora .................................................................. 19
Figura 7- Relação entre Competência Motora e estilos de vida saudáveis ........................ 20
Figura 8 - Relação entre a Competência motora e parâmetros antropométricos ............. 21
Figura 9 - Mecanismos de desenvolvimento que influenciam as trajetórias de atividade física
de crianças ............................................................................................................................ 23
Figura 10 - Tipo de métodos para avaliação da Competência Motora ............................. 25
XIII
ÍNDICE IMAGENS
Imagem 1 - Aferição do peso .............................................................................................. 46
Imagem 2 - Aferição da altura ............................................................................................. 47
Imagem 3 - Aferição composição corporal com dual x-ray absorptiometry ..................... 48
Imagem 4 – Execução do Shuttle run 10 metros ............................................................... 49
Imagem 5 – Execução Salto Horizontal ............................................................................. 50
Imagem 6 - Execução Velocidade de Lançamento ............................................................ 51
Imagem 7 - Execução Velocidade de Remate .................................................................... 52
Imagem 8 - Execução Saltos Laterais .................................................................................. 53
Imagem 9 - Execução Transposição de Placas ................................................................... 54
Imagem 10 - Testes para avaliação da Capacidade Funcional ........................................... 55
Imagem 11 - Testes de Verificação ..................................................................................... 56
XIV
LISTA ABREVIATURAS
CM – Competência motora;
IMC - Índice de Massa Corporal;
DXA - dual x-ray absorptiometry;
AF - Atividade Física;
ApF - Aptidão Física;
EF – Exercício Físico;
EPIC- PA - European Prospective Investigation into Cancer and Nutrition – Physical
Activity Questionnaire;
HPAQ - Habitual Physical Activity Questionnaire;
IPAQ - International Physical Activity Questionnaire;
IPAQ short - International Physical Activity Questionnaire – Short Form;
RAPA - Rapid Asssessment of Physical Activity;
VO2 - Consumo de Oxigénio por Minuto;
MET - Equivalente Metabólico da Tarefa;
HMF - Habilidades Motoras Fundamentais;
DMO - Densidade Mineral Óssea;
TMGD - Test of Gross Motor Development;
M-ABC - Assessment Battery for Children;
KTK – Körperkoordinationstest für Kinder;
BOTMP - Bruininks-Oseretsky Test of Motor Proficiency;
SiS - Stay in Step;
PDMS - Peabody Developmental Motor Scales;
PDMS-2 - Peabody Developmental Motor Scales vesão 2;
MOBAK - Motorische Basiskompetenzen test;
CAMSA - Canadian Agility and Movement Skill Assessment;
AST - Athletic Skill Track;
MCA - Motor Competence Assessment;
CMF - Competência Motora Funcional;
FMS – Functional Movement Screen;
H – Hipótese;
XV
DS - Deep Squat;
HS - Hurdle Step;
ILL - In-line Lunge;
SM - Shoulder Mobility;
ASLR - Active Straight-leg Raise;
TSP - Trunk Stability Push-up;
RS - Rotary Stability;
QAF - Questionário de Atividade Física;
IC - Intervalo de Confiança;
TE – Tamanho do Efeito;
n - número de repetições;
m/s-1
– metros por segundo;
cm – centímetros;
s – segundos;
% - percentagem;
g/cm2
– gramas por centímetro quadrado
g – gramas;
p – percentil;
XVI
RESUMO
Esta tese tem como objetivo perceber a associação entre competência motora (CM) e
capacidade funcional (CF) em jovens adultos e a correspondência entre os construtos da
competência motora (manipulativo, estabilizador e locomotor) e o Functional Movement
Screen. Procura-se também observar as diferenças entre homens e mulheres (jovens
adultos) no que respeita à CM e CF e a correlação entre CM, adiposidade e densidade
mineral óssea naqueles mais fisicamente ativos. Considerando o período de 12 meses, é
ainda procurado compreender as variações da CM, CF, composição corporal e níveis de
atividade física (desporto e lazer), bem como a relação entre as escolhas das atividades
desportivas e as variáveis de CM, CF e composição corporal.
Para atingir este objetivo foi constituída uma amostra, por conveniência, de 120 alunos
estudantes da uma licenciatura em Desporto e Lazer, de acordo com os critérios de
inclusão e exclusão definidos. De entre os estudantes selecionados, voluntariaram-se para
participar 92 (68 homens (22.3 ± 6.4 anos; 72.9 ± 9.9 kg; 175.8 ± 6.4 centímetros e 24
mulheres 20.7 ± 1.2 anos; 57.8 ± 7.6 kg; 162.6 ± 5.5 centímetros).
Foram caraterizados segundo 1) dados sociodemográficos; 2) questionário de atividade
física habitual (Habitual Physical Activity Questionnaire); 3) antropometria; 4) dual x-ray
absorptiometry; 5) CF (Functional Movement Screen); 6) CM (Motor Competence
Assessement battery) no início do ano escolar e após 12 meses. Todos os participantes
assinaram consentimento informado de acordo com a declaração de Helsínquia (parecer
CTC-ESDL-CE002-2017). Todos os resultados foram analisados de acordo com a
suposição de normalidade e homogeneidade dos grupos em estudo, utilizando-se a
estatística descritiva e inferencial. De acordo com sua distribuição recorreu-se à correlação
de Pearson (distribuição normal) ou de Spearman (distribuição não normal). Para
comparar homens e mulheres utilizou-se o teste de Mann-Whitney U test e o Wilcoxon
signed-rank test para a comparação entre o 1º momento (baseline) e 2º momento (após 12
meses). Para a análise entre as disciplinas optativas utilizou-se a ANOVA segundo os seus
pressupostos de aplicação, com ajustamento com teste de comparação múltipla Tukey. Foi
utilizado ainda o tamanho do efeito, com um nível de significância de 0.05. Todas as
analises estatísticas tiveram como referência a utilização o software SPSS (versão 22.0.0.0
para Windows, IBM, USA).
Verificou-se que independentemente do sexo, a CF, avaliada pelos testes do Functional
Movement Screen (FMS) não se encontra alicerçado em todos os construtos da CM, mas
XVII
apenas com o constructo da CM estabilidade. O FMS Trunk Stability Push-up explica
100% da CM, embora não se mantenham as mesmas associações quando desagregado por
sexos. A massa gorda apresenta uma relação inversa com a CM estabilidade e CM
locomotora, em que após 12 meses as mulheres apresentam um aumento considerável do
peso corporal e da massa isenta de gordura, enquanto que a percentagem de gordura
corporal demonstra um perfil inverso; para os homens foram verificadas alterações
significativas na altura, massa isenta de gordura e densidade mineral óssea. Não se
encontrou qualquer relação entre a CM e CF, e as opções desportivas inerentes ao
currículo académico. Os níveis de Atividade Física (AF) alteram-se de forma significativa
para os homens (quantidade de exercício físico praticado; índice lazer e índice AF total).
Podemos então concluir que permanecem dúvidas quanto ao conceito que o FMS
proporciona a observação de tarefas motoras básicas relacionadas com movimentos
locomotores e manipulativos, bem como a relação de que: “melhor CM; melhor CF”. É
reforçado que na transição entre a adolescência e a idade adulta, uma maior CM apresenta
um fator protetor relativo á composição corporal (weight status), onde a massa gorda
continua a apresentar-se como um fator determinante para os resultados da CM
locomotora e CM estabilidade. A frequência de uma licenciatura em ciências do desporto
pode levar a alterações na composição corporal com uma trajetória diferente entre homens
e mulheres. A CM parece não ser determinante nas escolhas das opções desportivas
inerentes ao currículo académico. As rotinas próprias da entrada no ensino superior e a
prática inerente às disciplinas com implicações desportivas podem mediar alterações
significativas nos níveis de AF, principalmente para os homens. Fica reforçado também
que a CF e a performance são construtos diferentes, já que além da prática de AF as
experiências motoras novas e/ou mais desafiantes e as alterações na composição corporal
mais especificamente a massa isenta de gordura e percentagem de gordura corporal,
influenciaram positivamente a CF.
Palavras-chave: Competência Motora; jovens adultos; FMS; Capacidade Funcional;
composição corporal
XVIII
RESUMO
A inactividade física é un problema de saúde pública global, mentres que os altos niveis de
actividade física son, por outra banda, un comportamento sa.
A competencia motora indícase como: i) forte preditor da actividade física ii) influír
positivamente na forma física, iii) asociado lonxitudinalmente a maiores niveis de actividade
física e iv) aspecto crucial para o desenvolvemento dun estilo de vida saudable. A
competencia motora tamén establece a base para o rendemento no deporte e na actividade
física, dependendo do desenvolvemento óptimo das habilidades motrices fundamentais,
que se subdividen na construción manipuladora, estabilizadora e locomotora. Deste xeito,
preséntase como un indicador da calidade de vida, implicando o dominio de varias
habilidades motoras relacionadas co desenvolvemento e o rendemento humano. A
competencia motora tamén describe o coñecemento de diversas habilidades e accións
motrices. Por outra banda, a competencia motora funcional baséase na capacidade para
coordinar e controlar o movemento corporal para alcanzar un certo obxectivo,
circunscribindo a capacidade física e funcional dun individuo, que está relacionado co uso
do corpo nos movementos multiplano e articulares, concretamente a mobilidade e
estabilidade simultánea.
Partindo destes presupostos, desenvolvéronse sete preguntas de investigación: (1) ¿As
probas do Functional Movement Screen baséanse en realidade nos conceptos da
competencia motora en adultos novos?; (2) ¿Asóllanse mellores habilidades motrices
cunha mellor capacidade funcional en adultos novos ?; (3) ¿Hai diferenzas entre a
competencia motora e a capacidade funcional de homes e mulleres (adultos novos) ?; (4)
¿Os adultos novos físicamente activos teñen un perfil de competencia motora, adiposidade
e densidade mineral ósea segundo as normas de nenos e adolescentes ?; (5) ¿Nos adultos
novos, a competencia motora e a capacidade funcional cambian segundo os niveis de
actividade física durante un período de 12 meses ?; (6) ¿As eleccións de actividades
deportivas están influenciadas polos niveis de competencia motora e capacidade funcional
?; (7) ¿Despois de 12 meses, a habilidade motora, a capacidade funcional e a composición
corporal cambian segundo a elección das actividades deportivas?
en función destas preguntas, esta tese pretende comprender a asociación entre a
competencia motora e a capacidade funcional en adultos novos e a correspondencia entre
os construtos da competencia motora (manipuladora, estabilizadora e locomotora) e do
movemento funcional (Functional Movement Screen). Tamén busca observar as diferenzas
XIX
entre homes e mulleres (adultos novos) con respecto aos competencia motora e capacidade
funcional e a correlación entre competencia motora, adiposidade e densidade mineral ósea
nos máis físicamente activos. Tendo en conta o período de 12 meses, búscase tamén
comprender as variacións de competencia motora, e capacidade funcional, composición
corporal e niveis de actividade física (deporte e lecer), así como a relación entre as opcións
de actividades deportivas e as variables de competencia motora, e capacidade funcional e
composición corporal.
Para acadar este obxectivo constituíuse unha mostra por conveniencia, con 120 estudantes
dun grao en Deportes e Lecer, segundo os criterios de inclusión e exclusión definidos.
Entre os estudantes seleccionados, participaron 92 voluntarios (68 homes 22,3 ± 6,4 anos;
72,9 ± 9,9 kg; 175,8 ± 6,4 centímetros e 24 mulleres 20,7 ± 1,2 anos; 57,8 ± 7,6 kg; 162,6
± 5,5 centímetros).
Caracterizáronse segundo 1) datos sociodemográficos; 2) Cuestionario de actividade física
habitual (Habitual Physical Activity Questionnaire); 3) antropometría; 4) dual x-ray
absorptiometry; 5) CF (Functional Movement Screen); 6) competencia motora (Motor
Competence Assessement battery) ao comezo do curso escolar e despois de 12 meses.
Todos os participantes asinaron o consentimento informado de acordo coa declaración de
Helsinki (parecer CTC-ESDL-CE002-2017). Todos os resultados analizáronse segundo a
asunción de normalidade e homoxeneidade dos grupos obxecto de estudo, empregando
estatísticas descritivas e inferenciais. Segundo a súa distribución, empregouse a correlación
de Pearson (distribución normal) ou Spearman (distribución non normal). Para comparar
homes e mulleres, a proba Mann-Whitney U test e a proba de clasificación asinada de
Wilcoxon signed-rank test utilizáronse para comparar o primeiro momento (baseline) e o
segundo momento (despois de 12 meses). Para a análise entre materias curriculares
optativas, empregouse ANOVA segundo os presupostos da súa aplicación, con axuste
mediante a proba de comparación de Tukey. Tamén se empregou o tamaño do efecto,
por un nivel de significación de 0,05. Todas as análises estatísticas baseáronse no uso do
software SPSS (versión 22.0.0.0 para Windows, IBM, USA).
Analizando os índices relacionados co cuestionario de actividade física, parece que non hai
diferenzas significativas entre os sexos con respecto á idade, todos os índices relacionados
co cuestionario de actividade física e a práctica de deporte federado ou exercicio físico de
xeito regular. Tendo en conta estas diferenzas na distribución entre homes e mulleres
segundo as materias optativas, as mulleres non serán consideradas á hora de analizar estes
grupos.
XX
Os valores relacionados co cuestionario de actividade física e o exercicio físico dos homes
segundo as materias opcionais, no seu conxunto, os homes non presentan diferenzas
significativas entre os grupos de materias opcionais
En canto á composición corporal, os homes teñen valores considerablemente maiores para
a altura, o peso e a masa sen graxa. Á súa vez, as mulleres teñen valores estadísticamente
maiores con respecto á porcentaxe de graxa corporal. Tendo en conta as materias
opcionais, os valores da antropometría e a composición corporal para homes, non houbo
diferenza entre grupos. Os homes teñen valores significativamente maiores en todas as
categorías de competencia motora, sen diferenzas significativas respecto de grupos segundo
as materias opcionais. Por capacidade funcional, a través do Functional Movement Screen,
descubrimos que os homes teñen valores estadísticamente maiores ao realizar o Functional
Movement Screen Trunk Stability Push-Up, mentres que as mulleres teñen valores máis
altos para Functional Movement Screen Active Straight Leg Raise. Os restantes valores non
presentan diferenzas significativas entre os sexos. Cando se agroman segundo as materias
opcionais, hai diferenzas estatisticamente significativas entre o grupo de Actividades de
Fitness e Deportes de ondas para o Functional Movement Screen Trunk Stability Push-
Up, onde o grupo Actividades de fitness ten valores máis altos.
Parece que hai correlacións significativas entre: salto horizontal e porcentaxe da graxa total
(negativa e alta); salto horizontal e porcentaxe de graxa del tronco (negativo e alto); shuttle
run e porcentaxe de graxa total (positiva e alta); shuttle run e porcentaxe de graxa del tronco
(positivo e alto); shuttle run e graxa total (positiva e alta) e competencia motora total e
densidade mineral ósea (positiva e alta).
A mesma análise, pero para os homes, hai correlacións significativas entre: estabilidade da
competencia motora e porcentaxe de graxa total (negativa e alta); competencia motora
estabilidade e porcentaxe de graxa del tronco (negativa e moderada); competencia motora
estabilidade e graxa total (positiva e alta); saltos laterais e porcentaxe de graxa total (negativa
e moderada); saltos laterais e porcentaxe de graxa del tronco (negativa e moderada); saltos
laterais e graxa total (positiva e alta); competencia motora locomotora e porcentaxe de graxa
total (negativa e moderada); competencia motora locomotora e graxa total (negativa e
moderada); salto horizontal e porcentaxe de graxa total (negativa e moderada); salto
horizontal e porcentaxe de graxa del tronco (negativa e moderada); salto horizontal e graxa
total (negativa e moderada); competencia motora total e porcentaxe de graxa total (negativa
e alta); competencia motora total e porcentaxe de graxa del tronco (negativa e moderada);
competencia motora total e graxa total (negativa e moderada)
XXI
A análise da capacidade funcional e a súa asociación con niveis de adiposidade e densidade
mineral ósea para as mulleres atópase en asociacións estatisticamente significativas entre:
Functional Movement Screen Deep Squat e porcentaxe de graxa total (negativa e alta);
Functional Movement Screen Deep Squat e porcentaxe de graxa del tronco (negativa e
alta); Functional Movement Screen Deep Squat e graxa total (negativa e moderada);
Functional Movement Screen Hurdle Step e porcentaxe da graxa total (negativa e alta);
Functional Movement Screen Hurdle Step e graxa total (negativa e moderada); Functional
Movement Screen Trunk Stability Push-Up e porcentaxe de graxa total (negativa e alta);
Functional Movement Screen Trunk Stability Push-Up e porcentaxe de graxa del tronco
(negativa e moderada); Functional Movement Screen Trunk Stability Push-Up e graxa total
(negativa e moderada); Functional Movement Screen resultado final e porcentaxe de graxa
total (negativa e alta); Functional Movement Screen resultado final e porcentaxe de graxa
del tronco (negativa e alta); Functional Movement Screen resultado final e graxa total
(negativa e alta).
Para os homes, atópanse correlacións significativas para Functional Movement Screen
Hurdl Step e graxa total (negativa e moderada) e para Functional Movement Screen Rotary
Stability e densidade mineral ósea total (negativa e pequena).
Analizando a asociación entre a capacidade funcional e as habilidades motoras, a maioría
deles son moderados (0,3 ≤ r <0,5). Todas as variables competencia motora teñen unha
correlación estatisticamente significativa Functional Movement Screen Trunk Stability
Push-Up. Considerando homes e mulleres por separado, as mulleres presentan diferenzas
significativas entre a estabilidade profunda da pantalla de movemento funcional e a
estabilidade da competencia motora (positiva e moderada); Functional Movement Screen
Trunk Stability Push-Up e competencia motor manipulativa (positiva e alta); Functional
Movement Screen Trunk Stability Push-Up e transposición de placas (positiva e
moderada); Functional Movement Screen Trunk Stability Push-Up e saltos laterais
(positivos e moderados); Functional Movement Screen Trunk Stability Push-Up e shuttle
run (negativo e moderado); Functional Movement Screen resultado final e competencia
motora estabilidade (positiva e moderada); e Functional Movement Screen resultado final
e transposición de placas (positiva e elevada). Hai un 53% máis de correlacións entre homes
que para mulleres, con magnitudes similares, pero segundo diferentes perfís. Esta mesma
análise segundo os suxeitos opcionais, a análise comparativa non demostra a existencia de
diferenzas entre os grupos para a competencia motora, aínda que se verifican tendo en
conta a composición corporal e a capacidade funcional. A primeira diferenza significativa
XXII
é entre aqueles que optaron por deportes de natureza e actividades de fitness onde estes
últimos teñen maiores valores para a graxa total. As restantes diferenzas atópanse no
Functional Movement Screen Trunk Stability Push-Up, onde o grupo actividades de fitness
mostra resultados significativamente máis altos que os dous grupos restantes.
Segundo os procedementos iniciais e os criterios establecidos, 12 meses despois da
primeira recollida, de novo a principios do curso escolar, entre outubro e novembro
realizouse unha nova recollida. En canto aos niveis de actividade física, parece que desde
o primeiro momento ata o segundo momento, as mulleres aumentaron a práctica do
exercicio físico nun 9%, pero sen mostrar un cambio significativo.
Os cambios nos niveis de actividade física non se traduciron en cambios significativos nos
índices do cuestionario de actividade física. Con respecto aos homes, hai unha redución da
cantidade e exercicio físico practicado (13,6%), no índice deportivo (22,3%), índice de lecer
(23,3%) e índice de actividade física total (3,7%). Só para o índice deportivo, non presenta
cambios estatísticamente significativos. A análise segundo as materias optativas non amosa
ningunha diferenza estatisticamente significativa.
Os valores da composición corporal despois de 12 meses mostran un aumento
considerable do peso corporal e da masa sen graxa para as mulleres, mentres que a
porcentaxe de graxa corporal presenta un perfil inverso. Pola súa banda, os homes
presentan cambios significativos na variable de altura, masa sen graxa e densidade mineral
ósea.
Continuando a análise tendo en conta as materias opcionais, hai niveis significativos no
grupo de deportes de onda e actividades de fitness nos niveis de masa sen graxa. No grupo
de actividades de fitness, a densidade mineral ósea cambiou significativamente.
Considerando a competencia motora antes e despois de 12 meses, parece que as mulleres
teñen cambios significativos no 50% dos parámetros analizados. Aparecen cambios
estatísticamente significativos e positivos na competencia motora total e na competencia
motora estabilidade e nos construtos manipulativos e nas probas de salto lateral e salto
horizontal.
Para os homes, a tendencia non mostra o mesmo patrón, xa que despois de 12 meses
houbo cambios negativos en todos os parámetros analizados. A competencia motora total
non está cuberta por cambios significativos. Non obstante, todos os compoñentes da
competencia motora manipulación e competencia motora locomoción, presentan cambios
significativos e negativos. Tendo en conta as materias opcionais, o resultado é idéntico,
pero con compoñentes diferentes. Así, aqueles cuxa opción centrada nos deportes de
XXIII
natureza mostran cambios significativos na competencia motora total, competencia motora
manipuladora, velocidade de lanzamento e velocidade de disparo. Para os que están máis
conectados aos deportes de onda, os cambios significativos aparecen na competencia
motora manipulación , a velocidade de lanzamento, a velocidade de disparo e shuttke run
de 10 metros. Aqueles cuxa elección estivo dentro das actividades de fitness, os cambios
significativos atópanse na velocidade de disparo e shuttle run de 10 metros.
Para o Functional Movement Screen, despois de 12 meses, as mulleres demostran valores
totais do Functional Movement Screen con melloras significativas, mentres que para as
probas restantes, solo o Functional Movement Screen Trunk Stability Push-Up mostran
diferenzas significativas. Os homes despois de 12 meses demostran valores con melloras
significativas só no Functional Movement Screen Trunk Stability Push-Up.
Na mesma liña de investigación, pero tendo en conta as disciplinas opcionais, no grupo de
deportes de natureza e deportes de onda hai cambios significativos e o grupo de actividades
de fitness non rexistrou ningún cambio. Para os que están no grupo de deportes de natureza
hai un perfil de diminución para o Functional Movement Screen Active Straight Leg Raise
e para os que están nos deportes de onda pero para o resultado final do Functional
Movement Screen.
Podemos concluír entón que quedan dúbidas sobre o concepto que o FMS proporciona
observación de tarefas motrices básicas relacionadas cos movementos locomotor e
manipulativo, así como a relación que: “mellor competencia motora; mellor e capacidade
funcional”. Refórzase que na transición entre a adolescencia e a idade adulta, unha
competencia motora superior ten un factor protector en relación á composición corporal
(weight status), onde a masa graxa segue presentándose como factor determinante para os
resultados de competencia motora locomotora e competencia motora estabilidade. A
frecuencia dun grao en ciencias do deporte pode provocar cambios na composición
corporal cunha traxectoria diferente entre homes e mulleres, na que a competencia motora
non parece ser decisiva na elección de opcións deportivas inherentes ao currículo
académico. As rutinas inherentes á educación superior e as prácticas inherentes ás
disciplinas con implicacións deportivas poden mediar cambios significativos nos niveis de
actividade física, especialmente para os homes. Tamén se reforza que a e capacidade
funcional e o rendemento son construcións diferentes, nas que a práctica da AF non é o
único factor que inflúe positivamente na e capacidade funcional, senón tamén experiencias
motoras novas e/ou máis desafiantes, así como cambios na composición corporal máis
especialmente masa sen graxa e porcentaxe de graxa corporal.
XXIV
Implicacións: 1- Demostrase que para adultos xóvenes unha capacidade funcional avaliada
por as probas do Implicaciones: 1- Demuestrase que en adultos xóvenes a capacidade
funcional avaliada por as probas do Functional Movement Screen non se basa en todas as
construccións de competencia motora, seno só na construcción da competencia motora
estabilizadora e viceversa, independientemente do xénero; 2. A Functional Movement
Screen Trunk Stability Push-Up explica o 100% da competencia motora, deixando dubidas
sobre o concepto que o Functional Movement Screen proporciona á observación de tarefas
motoras básicas relacionadas cos movementos locomotores e manipuladores; 3. Tamén
hai dúbidas sobre a relación: “mellor competencia motora; mellor e capacidade funcional”,
debido a magnitude das correlacións presentadas e a súa inconsistencia cando a mostra está
dividida por sexo; 4. A masa graxa continúa presentándose como un factor determinante
para a competencia motora estabilidade e competencia motora locomotora en adultos
xóvenes, e se verifica que na transición entre a adolescencia e a idade adulta, un
competencia motora máis alta presenta un factor protector relacionado coa composición
corporal. (weight status); 5. Nos adultos xóvenes, homes que cursan un título en ciencias
do deporte, a competencia motora non parece ser decisivo na elección das opcións
deportivas inherentes ao plano de estudos académico; 6. Os niveis de aptitude física
cambian en diferentes magnitudes durante o ano académico entre estudantes de
licenciatura en Ciencias do Deporte, posiblemente influenciadas por as rutinas inherentes
ao ingreso na educación superior, as suas motivacións e prácticas inherentes as materias
con implicacións deportivas; 7. A transición entre a adolescencia e a idade adulta en adultos
xóvenes estudantes de licenciatura en Ciencias do Deporte conduce a cambios na
composición corporal cunha traxectoria diferente entre homes e mulleres; 8. A
competencia motora e a actividade física, as diferentes construcións, están estreitamente
relacionadas, aínda que nas áreas de estabilidade de competencia motora e competencia
motora poden estar máis influídas por experiencias novas ou máis desafiantes; 9. A
capacidade funcional non parece estar directamente influenciada polos niveis de
capacidade física, o que refire a capacidade e a capacidade funcional e a realización de
diferentes construcións; 10. A práctica da actividade física non é o único factor que inflúe
positivamente na capacidade funcional e tamén as experiencias novas e/ou máis
desafiantes, así como os cambios na composición corporal, máis específicamente a masa
libre de graxa e a porcentaxe de graxa corporal.
XXV
Palabras clave: Competencia motora; adultos novos; FMS; Capacidade Funcional;
composición corporal
XXVI
RESUMEN
La inactividad física es un problema global de salud pública, mientras que los altos niveles
de actividad física son, por otro lado, un comportamiento saludable.
La competencia motriz se indica como: i) fuerte predictor de actividad física ii) influir
positivamente en la aptitud física, iii) asociado longitudinalmente con niveles más altos de
actividad física y iv) aspecto crucial para el desarrollo de un estilo de vida saludable. La
competencia motriz también establece la base para el rendimiento en el deporte y la
actividad física, ya que depende del desarrollo óptimo de las habilidades motrices
fundamentales, que se subdividen en la construcción manipuladora, estabilizadora y
locomotora. De esta manera, se presenta como un indicador de calidad de vida, que
implica el dominio de diversas habilidades motrices relacionadas con el desarrollo y el
rendimiento humano. La competencia motriz también describe la competencia en una
variedad de habilidades y acciones motrices. Por otro lado, la competencia motriz funcional
se basa en la capacidad de coordinar y controlar el movimiento del cuerpo para lograr un
determinado objetivo, circunscribiendo la capacidad física y funcional de un individuo, que
está relacionada con el uso del cuerpo en movimientos multiplano y articulares,
específicamente la movilidad y estabilidad simultáneamente.
Partiendo sobre la base de estos supuestos, se desarrollaron siete preguntas de
investigación: (1) ¿Las pruebas de lo Functional Movement Screen se basan de hecho en
los constructos de competencia motriz en adultos jóvenes? (2) ¿Se asocia una mejor
competencia motriz con una mejor capacidad funcional en adultos jóvenes? (3) ¿Existen
diferencias entre la competencia motriz y la capacidad funcional de hombres y mujeres
(adultos jóvenes)? (4) ¿Los adultos jóvenes físicamente activos tienen un perfil de
competencia motriz, adiposidad y densidad mineral ósea de acuerdo con los estándares de
adolescentes y niños? (5) ¿En adultos jóvenes, la competencia motriz y la capacidad
funcional cambian dependiendo de los niveles de actividad física durante un período de 12
meses; (6) ¿Las elecciones de actividades deportivas están influenciadas por los niveles de
competencia motriz y capacidad funcional? (7) ¿Después de 12 meses, las habilidades
motrices, la capacidad funcional y la composición corporal cambian según la elección de
las actividades deportivas?
En base a estas preguntas, esta tesis tiene como objetivo comprender la asociación entre la
competencia motriz y la capacidad funcional en adultos jóvenes y la correspondencia entre
los constructos de la competencia motriz (manipulador, estabilizador y locomotor) y del
XXVII
movimiento funcional (Functional Movement Screen). También busca observar las
diferencias entre hombres y mujeres (adultos jóvenes) con respecto a competencia motriz
y capacidad funcional y la correlación entre competencia motriz, adiposidad y densidad
mineral ósea en aquellos más físicamente activos. Teniendo en cuenta el período de 12
meses, también se busca comprender las variaciones de competencia motriz, capacidad
funcional, composición corporal y niveles de actividad física (deporte y tiempo libre), así
como la relación entre las opciones de actividades deportivas y las variables de competencia
motriz, capacidad funcional y composición. cuerpo
Para lograr este objetivo, se constituyó una muestra por conveniencia de 120 estudiantes
de una titulación en Deportes y Ocio, de acuerdo con los criterios definidos de inclusión y
exclusión. Entre los estudiantes seleccionados, 92 se ofrecieron para participar (68
hombres 22.3 ± 6.4 años; 72.9 ± 9.9 kg; 175.8 ± 6.4 centímetros y 24 mujeres 20.7 ± 1.2
años; 57.8 ± 7.6 kg; 162.6 ± 5.5 centímetros).
Se caracterizaron según 1) datos sociodemográficos; 2) Cuestionario de actividad física
habitual (Habitual Physical Activity Questionnaire); 3) antropometría; 4) dual x-ray
absorptiometry; 5) CF (Functional Movement Screen); 6) competencia motriz (Motor
Competence Assessement battery) al comienzo del año escolar y después de 12 meses.
Todos los participantes firmaron un consentimiento informado en conformidad con la
declaración de Helsinki (opinión CTC-ESDL-CE002-2017). Todos los resultados se
analizaron de acuerdo con el supuesto de normalidad y homogeneidad de los grupos en
estudio, utilizando estadística descriptiva e inferencial. Según su distribución, se utilizó la
correlación de Pearson (distribución normal) o la de Spearman (distribución no normal).
Para comparar hombres y mujeres, la prueba U de Mann-Whitney y la prueba de
Wilcoxon signed-rank test para comparar el primer momento (baseline) y el segundo
momento (después de 12 meses). Para el análisis entre las materias curriculares opcionales,
se utilizó la ANOVA de acuerdo con los supuestos de su aplicación, con el ajuste mediante
la prueba de comparación múltiple de Tukey. También se utilizó el tamaño del efecto,
para un nivel de significancia de 0.05. Todos los análisis estadísticos se basaron en el uso
del software SPSS (versión 22.0.0.0 para Windows, IBM, USA).
Al analizar los índices relacionados con el cuestionario de actividad física, parece que no
hay diferencias significativas entre los géneros con respecto a la edad, todos los índices
relacionados con el cuestionario de actividad física y la práctica de deporte federado o
ejercicio físico de forma regular. Teniendo en cuenta estas diferencias en la distribución
XXVIII
entre hombres y mujeres según los temas opcionales, las mujeres no serán consideradas al
analizar estos grupos.
Los valores relacionados con el cuestionario de actividad física y el ejercicio físico de los
hombres según las asignaturas opcionales, en su conjunto, los hombres no presentan
diferencias significativas entre los grupos de asignaturas opcionales.
En cuanto a la composición corporal, los hombres tienen valores considerablemente más
altos de altura, peso y masa libre de grasa. A su vez, las mujeres tienen valores
estadísticamente más altos con respecto al porcentaje de grasa corporal. Considerando los
temas opcionales, los valores de antropometría y composición corporal para los hombres,
no hubo diferencias entre los grupos. Los hombres tienen valores significativamente más
altos en todas las categorías de competencia motriz, sin diferencias significativas con
respecto a los grupos según temas opcionales. Para la capacidad funcional, a través de lo
Functional Movement Screen, encontramos que los hombres tienen valores
estadísticamente más altos cuando realizan el lo Functional Movement Screen Trunk
Stability Push-Up, mientras que las mujeres tienen valores más altos para el lo Functional
Movement Screen Active Straight Leg Raise. Los valores restantes no presentan diferencias
significativas entre géneros. Cuando se agregan de acuerdo con asignaturas opcionales,
existen diferencias estadísticamente significativas entre el grupo Actividades de
acondicionamiento físico y Wave Sports para el lo Functional Movement Screen Trunk
Stability Push-Up, donde el grupo Actividades de acondicionamiento físico tiene valores
más altos.
Hay correlaciones significativas entre: salto horizontal y porcentaje de grasa total (negativa
y alta); salto horizontal y porcentaje de grasa del tronco (negativo y alto); carrera de
lanzadera y porcentaje de grasa total (positiva y alta); carrera de lanzadera y porcentaje de
grasa en el tronco (positivo y alto); shuttl run y grasa total (positiva y alta) y competencia
motriz total y densidad mineral ósea (positiva y alta).
El mismo análisis, pero para los hombres, hay correlaciones significativas entre: la
competencia motriz estabilidad y el porcentaje de grasa total (negativa y alta); competencia
motriz estabilidad y porcentaje de grasa del tronco (negativo y moderado); competencia
motriz estabilidad y grasa total (positiva y alta); saltos laterales y porcentaje de grasa total
(negativa y moderada); saltos laterales y porcentaje de grasa del tronco (negativo y
moderado); saltos laterales y grasa total (positiva y alta); competencia motriz locomotora y
porcentaje de grasa total (negativa y moderada); competencia motriz locomotora y grasa
total (negativa y moderada); salto horizontal y porcentaje de grasa total (negativa y
XXIX
moderada); salto horizontal y porcentaje de grasa del tronco (negativo y moderado); salto
horizontal y grasa total (negativa y moderada); competencia motriz total y porcentaje de
grasa total (negativa y alta); competencia motriz total y porcentaje de grasa del tronco
(negativa y moderada); competencia motriz total y grasa total (negativa y moderada)
Se encuentra que el análisis de la capacidad funcional y su asociación con los niveles de
adiposidad y densidad mineral ósea para las mujeres son asociaciones estadísticamente
significativas entre: lo Functional Movement Screen Trunk Deep Squat y porcentaje de
grasa total (negativa y alta); lo Functional Movement Screen Deep Squat y porcentaje de
grasa en el tronco (negativo y alto); lo Functional Movement Screen Deep Squat y grasa
total (negativa y moderada); lo Functional Movement Screen Hurdle Step y porcentaje de
grasa total (negativa y alta); lo Functional Movement Screen Trunk Hurdle Step y grasa
total (negativa y moderada); lo Functional Movement Screen Trunk Stability Push-Up y
porcentaje de grasa total (negativa y alta); lo Functional Movement Screen Trunk Stability
Push-Up y porcentaje de grasa del tronco (negativo y moderado); lo Functional Movement
Screen Trunk Stability Push-Up y grasa total (negativa y moderada); Resultado final de lo
lo Functional Movement Screen y porcentaje de grasa total (negativa y alta); Resultado final
de lo lo Functional Movement Screen y porcentaje de grasa del tronco (negativo y alto);
Resultado final de lo lo Functional Movement Screen y grasa total (negativa y alta).
Para los hombres, se encuentran correlaciones significativas para lo lo Functional
Movement Screen Hurdle Step y la grasa total (negativa y moderada) y lo Functional
Movement Screen Rotary Stability la densidad mineral ósea total (negativa y pequeña).
Analizando la asociación entre la capacidad funcional y las habilidades motrices, la mayoría
de ellas son moderadas (0.3 ≤ r <0.5). Todas las variables competencia motriz tienen una
correlación estadísticamente significativa con el lo Functional Movement Screen Trunk
Stability Push-Up. Considerando a los hombres y las mujeres por separado, las mujeres
tienen diferencias significativas entre lo Functional Movement Screen Deep Squat y la
competencia motriz (positiva y moderada); lo Functional Movement Screen Trunk Stability
Push-Up y competencia motriz manipulativa (positivo y alto); lo Functional Movement
Screen Trunk Stability Push-Up y transposición de placas (positivo y moderado); lo
Functional Movement Screen Trunk Stability Push-Up y saltos laterales (positivo y
moderado); lo Functional Movement Screen Trunk Stability Push-Up y carrera de
lanzadera (negativa y moderada); Resultado final de lo lo Functional Movement Screen y
competencia motriz estabilidad (positivo y moderado); y resultado final de lo Functional
Movement Screen Trunk Stability Push-Up y transposición de placas (positivo y elevado).
XXX
Hay un 53% más de correlaciones para hombres que para mujeres, con magnitudes
similares, pero de acuerdo con diferentes perfiles. Este mismo análisis según los temas
opcionales, el análisis comparativo no demuestra la existencia de diferencias entre los
grupos para la competencia motriz, aunque se verifican teniendo en cuenta la composición
corporal y la capacidad funcional. La primera diferencia significativa es entre aquellos que
optaron por deportes de naturaleza y actividades físicas, donde estos últimos tienen valores
más altos para la grasa total. Las diferencias restantes se encuentran en el lo Functional
Movement Screen Trunk Stability Push-Up, donde el grupo de actividades físicas muestra
resultados significativamente más altos que los dos grupos restantes.
De acuerdo con los procedimientos iniciales y los criterios establecidos, 12 meses después
de la primera recolección, nuevamente al comienzo del año escolar, entre octubre y
noviembre se realizó una nueva recolección. Con respecto a los niveles de actividad física,
parece que, desde el primer hasta el segundo momento, las mujeres aumentaron la práctica
de ejercicio físico en un 9%, pero sin mostrar un cambio significativo.
Los cambios en los niveles de actividad física no se tradujeron en cambios significativos en
los índices del Cuestionario de actividad física. Con respecto a los hombres, hay una
reducción en la cantidad y ejercicio físico practicado (13.6%), en el índice deportivo
(22.3%), índice de ocio (23.3%) e índice de actividad física total (3.7%). Solo para el índice
deportivo, no muestra cambios estadísticamente significativos. El análisis según los temas
opcionales no muestra ninguna diferencia estadísticamente significativa.
Los valores de composición corporal después de 12 meses muestran un aumento
considerable en el peso corporal y la masa libre de grasa para las mujeres, mientras que el
porcentaje de grasa corporal muestra un perfil inverso. Los hombres, por otro lado,
muestran cambios significativos en la variable de altura, masa sin grasa y densidad mineral
ósea.
Continuando con el análisis teniendo en cuenta los temas opcionales, hay cambios
significativos en el grupo de deportes de olas y actividades físicas en los niveles de masa
libre de grasa. En el grupo de actividades físicas, la densidad mineral ósea cambió
significativamente.
Considerando la competencia motriz antes y después de 12 meses, parece que las mujeres
muestran cambios significativos en el 50% de los parámetros bajo análisis. Los cambios
estadísticamente significativos y positivos aparecen en la competencia motriz total y en las
construcciones de la competencia motriz estabilidad y manipulación y en las pruebas de
salto lateral y salto horizontal.
XXXI
Para los hombres, la tendencia no muestra el mismo patrón, ya que después de 12 meses
hubo cambios negativos en todos los parámetros analizados. La competencia motriz total
non está cubiertas por estos cambios significativos. Sin embargo, todos los componentes
de la competencia motriz manipuladora y las pruebas relacionadas con la locomoción
presentan cambios significativos y negativos. Considerando los temas opcionales, el
resultado es idéntico, pero con diferentes componentes según los temas opcionales. Por lo
tanto, aquellos cuya opción se centró en los deportes de la naturaleza muestran cambios
significativos en las habilidades motrices totales, habilidades motrices manipuladoras,
velocidad de lanzamiento y velocidad de disparo. Aquellos que están más conectados con
los deportes de olas, los cambios significativos aparecen en la competencia motriz
manipuladora, la velocidad de lanzamiento, la velocidad de disparo y la carrera de
lanzadera de 10 metros. Aquellos cuya opción estaba dentro de las actividades de
acondicionamiento físico, los cambios significativos se encuentran en la velocidad de
disparo y lo shuttle run de 10 metros.
Para lo Functional Movement Screen, después de 12 meses, las mujeres demuestran
valores totales de lo Functional Movement Screen Trunk Stability Push-Up con mejoras
significativas, mientras que, para las pruebas restantes, solo los valores para lo Functional
Movement Screen Trunk Stability Push-Up muestran diferencias significativas. Los
hombres después de 12 meses demuestran valores con mejoras significativas solo en lo
Functional Movement Screen Trunk Stability Push-Up.
En la misma línea de investigación, pero considerando las disciplinas opcionales, en el
grupo de deportes de naturaleza y deportes de olas hay cambios significativos, y el grupo
de actividades físicas no ha registrado ningún cambio. Para aquellos que están en el grupo
de deportes de naturaleza, existe un perfil de disminución para el aumento funcional de la
pierna recta activa de la pantalla de movimiento funcional y para aquellos que están en los
deportes de olas, pero para el resultado final de la pantalla de movimiento funcional.
Entonces podemos concluir que persisten las dudas sobre el concepto que el FMS
proporciona para la observación de tareas motrices básicas relacionadas con los
movimientos locomotores y manipuladores, así como la relación que: “mejor competencia
motriz; mejor capacidad funcional". Se refuerza que, en la transición entre la adolescencia
y la edad adulta, una competencia motriz más alta tiene un factor protector relacionado
con la composición corporal (weight status), donde la masa grasa continúa presentándose
como un factor determinante para los resultados de la competencia motriz locomotora y
competencia motriz estabilidad. La frecuencia de un título en ciencias del deporte puede
XXXII
originar cambios en la composición corporal con una trayectoria diferente entre hombres
y mujeres, en la que la competencia motriz no parece ser decisiva en la elección de las
opciones deportivas inherentes al plan de estudios académico. Las rutinas inherentes al
ingreso a la educación superior y la práctica inherente a disciplinas con implicaciones
deportivas pueden mediar cambios significativos en los niveles de actividad física,
especialmente para los hombres. También se refuerza que la capacidad funcional y el
rendimiento son construcciones diferentes, en las que la práctica de actividad física no es
el único factor que influye positivamente en la CF, sino también experiencias motrices
nuevas y/o más desafiantes, así como cambios en la composición corporal más
específicamente masa libre de grasa y porcentaje de grasa corporal.
Implicaciones: 1- Se muestra que en adultos jóvenes la capacidad funcional evaluada por
las pruebas de la Pantalla de Movimiento Funcional no se basa en todas las construcciones
de competencia motriz, sino solo en la construcción de la estabilidad de la competencia
motriz y viceversa, independientemente del género; 2. El Functional Movement Screen
Trunk Stability Push-Up explica el 100% de la competencia motriz, dejando dudas sobre
el concepto de que lo Functional Movement Screen proporciona la observación de las
tareas motrices básicas relacionadas con los movimientos locomotor y manipulador; 3.
También hay dudas sobre la relación: “mejores habilidades motrices; mejor y capacidad
funcional ”, debido a la magnitud de las correlaciones presentadas y su inconsistencia
cuando la muestra estaba disgustada por sexo; 4. La masa grasa sigue siendo un factor
determinante para la estabilidad de la competencia motriz y la competencia motriz
locomotora en adultos jóvenes, y se verifica que en la transición entre la adolescencia y la
edad adulta, la competencia motriz superior tiene un factor protector relacionado con
composición corporal (estado de peso); 5. En los adultos jóvenes, los hombres que buscan
un título en ciencias del deporte, la competencia motriz no parece ser decisiva para elegir
las opciones deportivas inherentes al plan de estudios académico; 6. Los niveles de aptitud
física cambian en diferentes magnitudes durante el año académico entre estudiantes de
pregrado en Ciencias del Deporte, posiblemente mediadas por las rutinas inherentes al
ingreso a la educación superior, sus motivaciones y prácticas inherentes a las materias con
implicaciones deportivas; 7. La transición de la adolescencia a la edad adulta en jóvenes
estudiantes universitarios de ciencias del deporte conduce a cambios en la composición
corporal con una trayectoria diferente entre hombres y mujeres; 8. La competencia motriz
y la actividad física, al ser diferentes construcciones, están estrechamente relacionadas,
aunque en las tareas de estabilidad de la competencia motriz y competencia motriz
XXXIII
manipuladora pueden estar más influenciadas por experiencias motrices nuevas y / o más
desafiantes; 9. La capacidad funcional no parece estar directamente influenciada por los
niveles de aptitud física, lo que refuerza que la capacidad funcional y el rendimiento son
construcciones diferentes; 10. La práctica de la actividad física no es el único factor que
influye positivamente en la capacidad funcional, sino también las experiencias motrices
nuevas y/o más desafiantes, así como los cambios en la composición corporal, más
específicamente la masa libre de grasa y el porcentaje de grasa corporal.
Palabras clave: Competencia motriz; adultos jóvenes; FMS; Capacidad Funcional;
composición corporal
XXXIV
ABSTRACT
This thesis aims to understand the association between motor competence (MC) and
functional capacity (FC) in young adults and the association between the MC constructs
(manipulative, stabilizer and locomotor) and the Functional Movement Screen. It also
pursues to observe the differences between men and women (young adults) regarding MC
and FC and the correlation between MC, adiposity and bone mineral density in those more
physically active. Considering the 12-month period, it is also expected to understand the
variations of MC, FC, body composition and levels of physical activity (sport and leisure),
as well as the relationship between curriculum base sports activities and the variables of
MC, FC and body composition.
In order to achieve this objective, 120 student students from a degree in Sports and Leisure
(convenience sample), was constituted according to the inclusion and exclusion criteria.
Among the selected students, 92 volunteered to participate (68 men 22.3 ± 6.4 years; 72.9
± 9.9 kg; 175.8 ± 6.4 centimeters and 24 women 20.7 ± 1.2 years; 57.8 ± 7.6 kg; 162.6 ± 5.5
centimeters).
They were assessed according to 1) sociodemographic data; 2) Habitual Physical Activity
Questionnaire; 3) anthropometry; 4) dual x-ray absorptiometry; 5) FC (Functional
Movement Screen); 6) MC (Motor Competence Assessement battery) at the beginning of
the school year and after 12 months. All participants signed an informed consent in
accordance with the Helsinki declaration (CTC-ESDL-CE002-2017). All results were
analyzed according to the assumption of normality and homogeneity of the groups under
study, using descriptive and inferential statistics. According to their distribution, Pearson's
correlation (normal distribution) or Spearman's (non-normal distribution) was used. To
compare men and women, the Mann-Whitney U test and the Wilcoxon signed-rank test
to compare the first moment (baseline) and the second moment (after 12 months). The
ANOVA was used according to its application assumptions, with adjustment using the
Tukey multiple comparison test, for the analysis between the curricular sports choices. All
statistical analyzes were based on the use of SPSS software (version 22.0.0.0 for Windows,
IBM, USA), with a significance level of 0.05.
The FC assessed by the Functional Movement Screen (FMS), are founded only with MC
stability. The FMS Trunk Stability Push-up explains 100% of MC. Although, the same
associations do not remain when disaggregated by sex. Fat mass has an inverse association
with MC stability and MC locomotor. After 12 months women show a considerable
XXXV
increase in body weight and fat-free mass, while the percentage of body fat shows an inverse
profile; for men there were significant changes in height, fat-free mass and bone mineral
density. There is no relationship between MC and FC, and the sports choices inherent to
the academic curriculum. The levels of Physical Activity (PA) change significantly for men
(amount of physical exercise practiced; leisure index and total PA index).
We can conclude that remain doubts regarding that the FMS provides the observation of
basic motor tasks related to locomotor and manipulative tasks, as well as the relationship
that: “better MC; best FC ”. It is reinforced that in the transition between adolescence to
adulthood, a higher MC has a protective factor related to weight status, being the fat mass
a determining factor for the stability and locomotor MC. The frequency of a degree in
sports sciences induce changes in body composition with a different trajectory between men
and women. MC does not seem to be decisive in the sports choices inherent to the
academic curriculum. The routines typical of entering higher education and the practice
inherent to the curricular sports disciplines can mediate significant changes in PA levels,
especially for men. It is also reinforced that FC and performance are different constructs,
in which the practice of PA is not the only factor that positively influences FC, but also new
and/or more challenging motor experiences, as well as changes in body composition more
specifically fat-free mass and percentage of body fat.
Keywords: Motor Competence; young adults; FMS; Functional Capacity; body
composition
1
INTRODUÇÃO
A inatividade física é um problema global de saúde pública (Sallis et al., 2016),
enquanto que por outro lado elevados níveis de atividade física são um comportamento
saudável, suportado por fortes evidências de que tem efeitos protetivos no aparecimento
de doenças crónicas e outros fatores de risco como obesidade, hipertensão, dislipidemia
e depressão (Garber et al., 2011).
Evidências científicas mostram uma crescente importância da competência
motora (CM) i) como um forte preditor de Atividade Física (Lopes, Rodrigues, Maia, &
Malina, 2011), ii) como influenciando positivamente a Aptidão Física (Barnett, Van
Beurden, Morgan, Brooks, & Beard, 2008; Cattuzzo et al., 2016; Luz, Rodrigues,
Meester, & Cordovil, 2017), iii) longitudinalmente associado a níveis mais elevados de
Atividade Física (Barnett, van Beurden, Morgan, Brooks, & Beard, 2009), e iv) como
sendo crucial para o desenvolvimento de um estilo de vida saudável (Robinson et al.,
2015; Stodden et al., 2008; Tomkinson et al., 2018). A CM estabelece ainda a base para
a performance no desporto e atividade física, encontrando-se dependente do
desenvolvimento ótimo das habilidades motoras fundamentais, que se subdividem no
construto manipulativo, estabilizador e locomotor (Gallahue, Ozmun, & Goodway, 2012;
Luz, Rodrigues, Almeida, & Cordovil, 2016). Assim a CM apresenta-se como um indicador
de qualidade de vida, envolvendo o domínio de várias habilidades motoras (Luz et al.,
2016) relacionadas com o desenvolvimento e desempenho humano (Stodden et al., 2008).
A CM descreve também a proficiência em uma variedade de ações e destrezas motoras
(Fransen et al., 2014).
O desenvolvimento motor acarreta adaptações à realização de tarefas motoras
relacionadas com o ajuste, compensação e mudanças que ocorrem ao longo da vida (Bisi
& Stagni, 2016). Partindo desta premissa e do conceito que a CM envolve vários níveis
de maturação neuromuscular, que se encontram relacionadas com o crescimento,
quantidade de AF e experiencias (Malina, 2014), a importância de se monitorizar a CM
torna-se ainda mais relevante quando a investigação demonstra correlações negativas com
o peso corporal (Robinson et al., 2015) e indivíduos que demonstram melhor CM
apresentam cumulativamente resultados mais baixos para o Índice de Massa Corporal,
independentemente da idade e do sexo, quando comparados com o grupo com menor CM
(Fransen et al., 2014; Lopes, Stodden, Bianchi, Maia, & Rodrigues, 2012; Rodrigues,
Stodden, & Lopes, 2016a). A mesma observação é demonstrada em vários estudos
2
transversais e longitudinais, onde se verificam associações inversas entre a CM e
diferentes indicadores do estado do peso corporal (pregas adiposas, perímetro da cintura,
IMC) (D’Hondt et al., 2011; Greier & Drenowatz, 2018; Henrique et al., 2016; Rodrigues
et al., 2016a) e dual x-ray absorptiometry (DXA) (Slotte, Sääkslahti, Metsämuuronen, &
Rintala, 2015). Crianças com um aumento rápido da sua CM ao longo da infância
encontram-se menos propensos a desenvolver uma condição de sobre peso ou obesidade
(Rodrigues et al., 2016a). Para além desta associação com a adiposidade, a CM apresenta
também uma associação positiva com a Densidade Mineral Óssea (Hands, Chivers,
Grace, & McIntyre, 2019; Ireland, Sayers, Deere, Emond, & Tobias, 2016).
O problema da inatividade física e do aumento da obesidade na nossa sociedade é
multifacetada, embora se possa identificar a CM como um fator-chave na promoção da
atividade física (Stodden et al., 2008). Essa observação está ligada ao fato de que o
desenvolvimento da CM ser um mecanismo vital que promove o envolvimento na
atividade física, agindo como um precursor e uma consequência do peso corporal
(Robinson et al., 2015; Stodden et al., 2008).
Esta observação baseia-se no modelo criado por Stodden e colaboradores
(Stodden et al., 2008) quando da investigação da relação entre as habilidades motoras, a
atividade física e a competência percebida relativa às habilidades motoras. Este modelo
baseia-se na premissa de que as habilidades motoras desempenham um papel importante
na aquisição, manutenção e abandono da atividade física, onde a perceção que uma
criança tem da sua competência na realização de diferentes atividades físicas influencia
decisivamente se manterá ou não a participação em atividades físicas, à medida que o
desenvolvimento acontece (Stodden et al., 2008). Desta forma, o desenvolvimento da
competência na realização de habilidades motoras, ou a falta dela, incentivará ou
desencorajará a participação em atividades de carater físico. Esta relação avança com a
maturação, evoluindo e fortalecendo-se ao longo das diferentes fases da infância.
Aproximadamente a meio da infância, a relação entre a CM percebida e a CM real torna-
se mais próxima e esta relação dinâmica entre atividade física e CM começa a emergir
(Stodden et al., 2008). Está demostrada uma clara associação negativa na trajetória de
desenvolvimento da CM em relação à infância e adolescência, uma vez que aqueles com
resultados inferiores para a CM quando da primeira avaliação (infância), demonstraram
um maior risco de apresentarem níveis mais altos de gordura corporal após 7 anos (Lima,
Bugge, Ersbøll, Stodden, & Andersen, 2018). Essas associações emergem na idade pré-
3
escolar e tornam-se mais fortes durante os anos do ensino básico, sendo menos
conclusivas além dessa idade (Robinson et al., 2015).
Ao longo do processo de desenvolvimento está bem documentado que os
construtos da CM (atividade locomotoras, manipulativas e estabilizadoras) podem variar
de acordo com os níveis de performance, contextos e tipos de prática desportiva e idade
(Utesch, Bardid, Busch, & Strauss, 2019). Está também dependente do sexo dos
indivíduos (mulher ou homem) (Lopes, Stodden, et al., 2012; Luz et al., 2019; Luz,
Rodrigues, et al., 2017) e de fatores específicos referentes ao tipo de prática desportiva
e/ou fatores sociais/culturais (Bardid, Rudd, Lenoir, Polman, & Barnett, 2015; Luz et al.,
2019; Luz, Rodrigues, et al., 2017).
A proficiência motora enquadra-se no espetro da CM refletindo os processos
subjacentes do movimento, como coordenação, controle e qualidade do movimento
(Gabbard CP., 2008). Por outro lado, o movimento funcional é outro indicador de
proficiência motora (O’Brien, Duncan, Farmer, & Lester, 2017). Assim, considera-se
que a capacidade funcional está relacionada com a proficiência motora (O’Brien et al.,
2017), mais associada ao movimento funcional, que se relaciona ao uso do corpo de
movimentos multiplanares e articulares, especificamente mobilidade e estabilidade de
forma simultânea, o movimento ideal (Abraham, Sannasi, & Nair, 2015). Este movimento
ideal, está associada à coordenação, força e resistência, sendo finalmente ligada à
melhoria das atividades da vida diária, saúde e/ou desempenho desportivo, em todas as
faixas etárias (Walter R. Thompson, 2017, 2018).
Seguindo esta linha de pensamento, chegamos ao conceito de Competência
Motora Funcional, alicerçada na capacidade de coordenar e controlar o movimento
corporal para atingir um determinado objetivo, circunscrevendo a capacidade funcional e
física de um indivíduo (Cook, 2011; Pfeifer et al., 2019; Stodden, True, Langendorfer, &
Gao, 2013; Stodden et al., 2008).
Desta forma, esta tese é norteada por estes conceitos, as lacunas existentes na
literatura sobre as mudanças nestes fatores entre a adolescência e a idade adulta e o
entendimento entre a CM e Capacidade Funcional. Assim, o presente trabalho tem por
objetivo perceber as alterações decorrentes durante um período de 12 meses, em
estudantes universitários, nos níveis de CM, CM funcional e níveis de atividade física,
além da procura de evidências da relação entre a CM e a CM funcional.
Com base nestes pressupostos, foram elaboradas sete questões de investigação:
(1) Os testes do Functional Movement Screen estão de facto alicerçados nos construtos
4
da competência motora em jovens adultos?; (2) Melhor competência motora está
associada a melhor capacidade funcional em jovens adultos?; (3) Existem diferenças entre
a competência motora e capacidade funcional de homens e mulheres (jovens adultos)?;
(4) Jovens adultos fisicamente ativos apresentam um perfil de competência motora,
adiposidade e densidade mineral óssea de acordo com os padrões dos adolescentes e
crianças?; (5) Em jovens adultos a competência motora e a capacidade funcional sofrem
alterações em função dos níveis de atividade física durante um período de 12 meses?; (6)
As escolhas de atividade desportiva são influenciadas pelos níveis de competência motora
e capacidade funcional?; (7) Após 12 meses a competência motora, capacidade funcional
e composição corporal alterar-se em função das escolhas de atividades desportivas?
Tendo em consideração estas questões, a presente tese tem por objetivo perceber
a associação entre competência motora e capacidade funcional em jovens adultos e a
correspondência entre os construtos da competência motora (manipulativo, estabilizador
e locomotor) e o Functional Movement Screen. Procura-se ainda observar as diferenças
entre homens e mulheres (jovens adultos) no que respeita à Competência Motora e
Capacidade Funcional e a correlação entre competência motora, adiposidade e densidade
mineral óssea num grupo de jovens adultos fisicamente ativos. Considerando o período
de 12 meses, é ainda procurado compreender as variações da competência motora,
capacidade funcional, composição corporal e níveis de atividade física (desporto e lazer),
bem como a relação entre as escolhas das atividades desportivas e as variáveis de
competência motora, capacidade funcional e composição corporal.
O presente trabalho está dividido em 6 capítulos: introdução (capítulo 1), seguido
da justificação e objetivos (capítulo 2), material e métodos (capítulo 3), resultados e
discussão (capítulo 4 e 5) e por fim a conclusão no capítulo 6. A primeira parte (capítulo
2) compreende a revisão de literatura considerando os conceitos, teorias e métodos de
aferição dos níveis de atividade física, competência motora e capacidade funcional. O
segundo capítulo realiza o enquadramento daquilo que são os objetivos e a matriz de
atuação para os atingir, seguido dos resultados e discussão, que se encontra divididos em
nove subcapítulos. Estes subcapítulos encontram-se organizados para responder aos
objetivos gerais e específicos e verificar as hipóteses levantadas.
Na secção final (capítulo 6), são apresentadas as conclusões gerais, limitações,
implicações e sugestões de direções futuras nesta linha de investigação.
5
1. ESTADO DA ARTE
No presente capítulo, apresentamos o enquadramento conceptual deste trabalho. Inicia-
se com a discussão sobre Atividade Física, Exercício Físico e Aptidão Física e
Competência Motora. Na abordagem da competência motora, destacamos as questões
inerentes às Habilidades Motoras ao longo do ciclo de vida, competência Motora e
qualidade de vida, avaliação da Competência Motora e determinantes para o seu
desempenho. O capítulo termina com a discussão sobre Competência Motora Funcional
e protocolos de avaliação.
1.1 Atividade Física, Exercício Físico e Aptidão Física
Tendo em consideração o movimento humano, é fundamental reconhecer e
identificar os conceitos de Atividade Física, Exercício Físico e Aptidão Física. Assim, a
Atividade Física é caraterizada como qualquer movimento humano produzido pelo
músculo esquelético que resulta em dispêndio energético, enquanto que Exercício Físico
sendo uma subcategoria da atividade física, envolve necessariamente todo o conceito
anterior, no entanto é obrigatoriamente planeada, estruturada, repetitiva e com intensão
de manter ou melhorar a Aptidão Física (Caspersen, Powell, & Christenson, 1985). Desta
forma, em contraste com a Atividade Física (AF), a Aptidão Física (ApF) está relacionada
com aquilo que a pessoa faz ou consegue fazer a nível físico e a sua interligação entre os
fatores cardiorrespiratórios, força muscular, composição corporal e flexibilidade
(Caspersen et al., 1985; Department of Health Physical Activity Health Improvement and
Protection, 2011).
Partindo destes pressupostos e tendo em consideração as alterações que ocorrem
ao longo da ontogénese, e os efeitos positivos de níveis ótimos de ApF para a saúde das
populações (Warburton & Bredin, 2017); prevenção da dependência física e mortalidade
(Ratamess et al., 2009) e consequente redução dos custos em saúde (Ding et al., 2016),
torna-se de extrema importância a análise e monitorização dos níveis de AF e ApF.
Existem vários métodos para aferir os níveis de AF (Shephard & Aoyagi, 2012),
embora não exista um método universalmente aceite (Westerterp & Plasqui, 2004). No
entanto por questões práticas, a maioria dos estudos epidemiológicos recorrem a
questionários de AF (Camões, Severo, Santos, Barros, & Lopes, 2010; Hertogh,
Monninkhof, Schouten, Peeters, & Schuit, 2008; Montoye, 1996), apresentando na sua
generalidade um design que visa minimizar ao máximo os potenciais efeitos
6
confundidores (Ferrari, Friedenreich, & Matthews, 2007). Logo, além de se considerar a
viabilidade e a capacidade prática para a sua aplicação, é também necessário considerar
a sua validade, grau de confiança e sensibilidade enquanto instrumento de medida
(Warren et al., 2010). No que concerne à validade, esta refere-se ao grau de certeza com
que um instrumente mede o que se propõe, comparado com as variáveis de AF
observadas, determinadas pela medida proposta com outra medida comparável (Warren
et al., 2010). Apesar de existirem vários questionários validados e amplamente utilizados,
não existe consenso quanto ao melhor questionário, mas sim a necessidade de se escolher
aquele que melhor se adapta aos objetivos da investigação em causa (Dowd et al., 2018;
Poppel et al., 2010).
Esta escolha, leva à necessidade de se investigar quais os questionários de AF que
se encontram validados para a população portuguesa. Seguindo as principais normas/
recomendações existentes para a seleção de questionários de AF (“gold standard”)
(Bento, 2014; Pati & Lorusso, 2018) foi realizada uma pesquisa nas principais bases de
dados científicas (Figura 1). Com esta pesquisa foi possível identificar 119 artigos
distribuídos da seguinte forma: PUBMED (108 artigos); SCIELO (2 artigos); B-ON (9
artigos). Este resultado teve por base os termos de pesquisa: (physical activity
questionnaire[Title/Abstract]) AND portuguese. Depois de rastreados os títulos e os
resumos foi possível identificar 6 artigos, tendo por base os seguintes critérios de
inclusão: 1- artigos escritos em português e/ou inglês; 2- questionários de atividade física
traduzidos para português europeu; 3- apresentar resultados da validade da tradução; 4-
amostra constituída por adultos portugueses; 5- o questionário de AF não se direcionar
especificamente a uma população adulta (exemplo: idosos; sujeitos com doenças
crónicas; etc.); 6- artigos originais ou revisões sistemáticas; 7- data de publicação até 31
agosto de 2017. Os critérios de exclusão foram os seguintes: 1- artigos escritos em outra
língua que não o português ou inglês; 2- não ser exclusivamente um questionário para
aferir os níveis de AF; 3- artigos não publicados em revistas científicas; 4- tradução e
validação em português não Europeu; 5 - amostra de validação não constituída
unicamente por sujeitos portugueses; 6- o questionário de AF ser exclusivamente para
uma população específica dentro da população portuguesa; 8- data de publicação
posterior a 3 de agosto de 2017.
7
Apesar de se verificar a existência de dezenas de questionários direcionados para
diferentes populações e até condições de saúde (Poppel et al., 2010), esta pesquisa
demonstra que a maioria, não se encontra validadas para a população portuguesa. Devido
a este constrangimento, foi necessária uma pesquisa direcionada, já que se encontrava
reportado o uso do International Physical Activity Questionnaire, mas em nenhum
momento a sua adaptação e validação para a população portuguesa. Assim, e segundos
os critérios de inclusão e exclusão foi possível verificar a sua adaptação e validação para
a população portuguesa, na sua versão longa e curta (Oliveira et al., 2008; R. Santos,
Silva, Santos, Ribeiro, & Mota, 2008).
No final foi foram identificados cinco questionários (Tabela 1) validados para
português Europeu, uma vez que as diferenças culturais são determinantes na validação
de um questionário de AF (Arredondo, Mendelson, Holub, Espinoza, & Marshall, 2012)
e as diferenças de linguagem e cultura entre Portugal e o Brasil, por exemplo, vão
certamente influenciar a tradução e consequentemente a fiabilidade do questionário. A
este respeito, uma revisão de literatura recente da qualidade metodológica dos
questionários de AF para a população do Brasil (F. G. Silva et al., 2019), concluiu que a
maioria dos artigos apresenta problemas de qualidade na metodologia utilizada e nas
propriedades de medida.
Figura 1 - Resultado da pesquisa nas bases de dados eletrónicas tendo por base
os questionários de Atividade Física
8
Tabela 1 – Questionários de Atividade Física Validados para a população Portuguesa
Autor Designação Tipo Propriedades Camões M, Severo M, Santos AC, Barros H,
Lopes C. (2010)
doi:10.3109/03014460903341836.
European Prospective
Investigation into
Cancer and Nutrition –
Physical Activity
Questionnaire (EPIC-
PA)
• Retrospectivo;
• 12 meses.
✓ Explora a atividade física profissionais, domésticas e de
lazer;
✓ Detalha intensidade e duração (dia, semana e mês), como:
descanso, transporte para o trabalho, atividades
profissionais, tarefas domésticas, e atividades de lazer e
exercício físico;
✓ Usa o MET para quantificar as atividades como – muito
ligeira, ligeira, moderada ou vigorosa – com uma média de
1.5, 2.5, 5.0 e 7.0 METS, respetivamente;
✓ O gasto energético é estimado pela multiplicação pelo
MET equivalente e o tempo reportado em cada uma das
atividades (minutos /dia);
✓ Como nem sempre são incluídas todas as atividades, para
completar as 24 horas de atividade diária (tipo: tempo
entre atividades, higiene pessoal, etc.) é quantificado com
atividade ligeira (1.5 METS). Almeida MCB, Ribeiro JLP. (2014)
doi:10.12707/RIII1303.
Habitual Physical
Activity Questionnaire
(HPAQ) ou Baecke
Habitual Physical
Activity Questionnaire
ou Baecke
Questionnaire ou
Questionário de
Baecke
• Retrospectivo;
• 12 meses.
✓ Explora 8 itens, agrupados em duas dimensões - AF-
desporto (4 itens) e AF-lazer (4 itens);
✓ Todas as respostas são pontuadas numa escala de cinco
pontos, com exceção da questão sobre a prática de
desporto onde se utiliza os METS para Intensidade ligeira:
< 3 METS; Intensidade moderada: ≥ 3 e ≤ 6 METS;
Intensidade vigorosa: > 6 METS;
✓ Quanto maior a pontuação de cada item, maior o nível de
atividade física;
9
✓ Para cada um dos dois grupos ou dimensões de atividade
física resulta um índice parcial, sendo a atividade física
total calculada pela soma dos dois valores parciais. L Craig C, Marshall A, Sjostrom M,
Bauman A, L Booth M, Ainsworth B, et al.
(2003)
doi:10.1249/01.MSS.0000078924.61453.FB.
International Physical
Activity Questionnaire
ou IPAQ
• Uma semana
habitual.
✓ Explora 31 itens de forma a recolher de forma detalhada
informação sobre tarefas domésticas, jardinagem,
atividades ocupacionais, formas de deslocação diária que
implicam atividade física, atividade física de lazer e tempo
em atividade sedentária;
✓ Apresenta uma pergunta adicional sobre o ritmo de
caminhada e de deslocação em bicicleta;
✓ Permite estimar os domínios de atividade física, tempo
total em atividades ocupacionais, transporte, tarefas
domésticas, atividade física de lazer e tempo total sentado
por semana. L Craig C, Marshall A, Sjostrom M,
Bauman A, L Booth M, Ainsworth B, et al.
(2003)
doi:10.1249/01.MSS.0000078924.61453.FB.
International Physical
Activity Questionnaire
– Short Form ou IPAQ
short “last 7 d”
• Últimos 7 dias ✓ Explora 9 itens de forma a recolher informação sobre o
tempo passado a andar, o tempo em atividade física
vigorosa e moderada e tempo em atividade sedentária
durante a última semana.
Silva A, Queirós A, Alvarelhão J, Rocha N.
(2014)
doi:10.12968/ijtr.2014.21.10.469.
Rapid Asssessment of
Physical Activity ou
RAPA
• Uma semana
habitual.
✓ 9 perguntas onde são caraterizados os níveis de atividade
física;
✓ As primeiras 7 perguntas são de resposta sim ou não;
✓ A pergunta 8 e 9 são classificadas separadamente onde de
atribui pontuação consoante realiza treino de força (1
ponto), treino de flexibilidade (2 pontos); os dois (3
pontos);
✓ É calculada uma pontuação final caraterizando o
praticante.
10
A qualidade metodológica, leva a que à partida o Rapid Assessment of Physical
Activity Questionnaire (RAPA) seja colocado em causa já que apesar de validado, o seu
grau de fiabilidade não se encontra bem estabelecido (A. Silva, Queirós, Alvarelhão, &
Rocha, 2014). Ainda relativo a este fator, o European Prospective Investigation into
Cancer and Nutrition – Physical Activity Questionnaire (EPIC-PA) apresenta um
potencial de interferência de 30% para os homens devido às mudanças na sazonalidade
da atividade física de lazer (Camões et al., 2010).
Em relação aos restantes questionários, foi possível verificar que para o Habitual
Physical Activity Questionnaire (HPAQ) a sua limitação está relacionada com o facto de
a amostra de validação ser constituída por indivíduos com um nível elevado de
escolaridade (licenciatura na maioria), podendo comprometer a aplicação do
questionário, em novos estudos, quando aplicado a pessoas de diferentes níveis
socioeconómicos e educacionais (Almeida & Ribeiro, 2014). Este ponto encontra-se
também relatado na validação do International Physical Activity Questionnaire (IPAQ),
onde os dados recolhidos em meio urbano apresentarem maior fiabilidade do que aqueles
recolhidos em meio rural, em que apenas a Suécia e o Canadá apresentaram amostra
significativas para toda a sua população, quando da validação do questionário (L Craig et
al., 2003).
Observando a Tabela 1, pode assim verificar-se que a AF é comumente
categorizada de acordo com as especificidades das tarefas desenvolvidas. Portanto, e
mesmo existindo alguma variabilidade entre questionários, verificamos que as tarefas
observadas podem estar associadas ao contexto da vida diária como as atividades
domésticas, apresentada no EPIC-PA e IPAQ versão curta e longa, enquanto que as
atividades profissionais, em contexto de trabalho, e a atividade física como meio de
transporte surgem no EPIC-PA e IPAQ versão longa.
Um fator comum a todos os questionários é a caraterização da AF e do Exercício
Físico, onde a versão curta do IPAQ se distingue por também incluir a caraterização do
tempo sentado e o EPIC-PA do tempo de descanso. Um outro fator importante
identificado na revisão diz respeito à caraterização que o EPIC-PA, o HFAQ e o IPAQ
versão longa realizam da AF de lazer. Assim, a frequência - número de AF por unidade
de tempo - é traduzida por dia, semana, mês e último ano no caso do EPIC-AP e HPAQ,
semana habitual no caso do IPAQ versão longa e RAPA e últimos sete dias para o IPAQ
versão curta. No que concerne à duração - carateriza pela quantidade de tempo em horas
ou minutos - é abrangida por todos os questionários apesar de forma mais detalhada no
11
EPIC-PA, IPAQ versão longa e HPAQ. De forma semelhante, a intensidade da AF é
geralmente descrita como baixa/ligeira, moderada, vigorosa/forte ou muito vigorosa. A
intensidade absoluta, que se trata da energia despendida durante um período de tempo, é
normalmente expressa através do consumo de oxigénio por minuto (VO2) ou pelo
equivalente metabólico da tarefa (MET) (Shephard & Aoyagi, 2012). O EPIC-PA e o
HPAQ utilizam diretamente o MET1 na sua estrutura e forma de caraterização, enquanto
que o IPAQ permite um cálculo de forma indireta. O MET está classificado em mais de
600 atividades, traduzindo de forma rápida e de acordo com o valor alcançado, a
intensidade da AF (Ainsworth et al., 2000). Assim, pode-se classificar a intensidade
baixa/ ligeira para valores inferiores a 3.00 MET, intensidade moderada para valores
compreendidos entre 3.00 e 5.99 MET, intensidade vigorosa/forte para valores entre 6.00
e 8.99 MET e intensidade muito vigorosa para valores superiores a 8.99 MET (Ainsworth
et al., 2000).
Esta classificação e o uso alargado dos questionários de atividade física, como já
referido anteriormente, devem-se à fiabilidade e facilidade de aplicação (Camões et al.,
2010; Hertogh et al., 2008; Montoye, 1996), mas também devido à necessidade de se
aferir a AF e os riscos associados para a saúde das populações.
Os riscos para a saúde do individuo podem ser interpretados como ações ou
inações que aumentam a predisposição para problemas de saúde como por exemplo as
doenças crónicas, devido a comportamentos como nutrição desajustada, uso de tabaco,
abuso de bebidas alcoólicas e inatividade física (Prevention, 2019; World Health
Organization, 2017). Esta última - inatividade física - é identificadas como um problema
global de saúde pública (Sallis et al., 2016), cada vez mais evidente mesmo na infância
(World Health Organization, 2017).
Os indivíduos que apresentam maiores níveis de atividade física são identificados
como apresentando um comportamento saudável, suportado por fortes evidências de
efeitos protetivos para o aparecimento de doenças crónicas e outros fatores de risco como
obesidade, hipertensão, dislipidemia e depressão (Garber et al., 2011).
Desta forma, considerando adultos saudáveis entre os 18 e os 64 anos de idade, a
Organização Mundial de Saúde recomenda a realização de pelo menos 150 minutos
semanais de AF aeróbia de intensidade moderada, ou 75 minutos de atividade aeróbia de
1 Um MET equivale ao dispêndio energético durante o repouso, ou seja um rácio de 1.0
(4.184 kJ) kg 5 -h- 5, obtido durante a tarefa de sentado em repouso 3,5ml kg-1min
(Ainsworth et al., 2000).
12
intensidade vigorosa, ou uma combinação de AF moderada e vigorosa. Para benefícios
adicionais, a mesma organização recomenda o aumento para 300 minutos de atividade
aeróbia moderada por semana ou 150 minutos de atividade aeróbia vigorosa, bem como
exercícios para o aumento da força muscular duas ou mais vezes por semana
(Organization, 2010). Já o American College of Sports Medicine, nas recomendações para
a prescrição de exercício físico direcionado para a saúde apresenta recomendações muito
semelhantes, embora defina em detalhe o número de MET por semana, bem como a
inclusão de exercícios de equilíbrio, agilidade, coordenação e flexibilidade (Garber et al.,
2011).
No que concerne especificamente a uma amostra representativa da população
portuguesa (Teixeira, Marques, Lopes, Sardinha, & Mota, 2019), e tendo em
consideração os dados mais recentes relativos aos níveis de AF, verifica-se que 42% dos
portugueses e 41% dos jovens adultos reportaram níveis muito baixos de AF, onde apenas
27% poderiam ser incluídos na categoria de atingir os 150 minutos de AF vigorosa por
semana. Estes dados reforçam os resultados de outras investigações, onde se verificou
que a uma grande parte dos estudantes universitários (jovens adultos), não cumprem as
recomendações de AF para manter e/ou melhorar a sua saúde (Clemente, Nikolaidis,
Martins, & Mendes, 2016; Cocca, Liukkonen, Mayorga-Vega, & Viciana-Ramírez, 2014;
Pengpid et al., 2015).
Estas constatações são extremamente relevantes para o estudo da AF uma vez
que o período de transição entre a adolescência e a idade adulta é um momento crucial
que determina o estilo de vida, sendo que adolescentes fisicamente inativos têm
demonstrando um risco significativamente aumentado de obesidade na vida adulta
(Pietiläinen et al., 2008), para além de a atividade física ser identificada como um hábito
de vida saudável e o corpo humano ter evoluído para ser fisicamente ativo (Esnaola,
Infante, Rodríguez-Fernández, & Goñi, 2011).
Concluindo, podemos afirmar que a inatividade física leva à redução da ApF,
sendo influenciada pela interligação de vários fatores - aptidão cardiorrespiratória, força
muscular e a composição corporal (Caspersen et al., 1985; Department of Health Physical
Activity Health Improvement and Protection, 2011) - que por sua vez está relacionada
com as habilidades físicas de um individuo.
13
1.2 Competência motora
A competência motora (CM) envolve o domínio de várias habilidades motoras
(Luz et al., 2016) relacionadas com o desenvolvimento e desempenho humano (Stodden
et al., 2008), que geralmente pode ser utilizado para descrever a proficiência em uma
variedade de ações e destrezas motoras (grosseiras e/ou finas) (Fransen et al., 2014).
Estas habilidades grosseiras e finas são as que permitem o reconhecimento de objetos e
as suas caraterísticas, através da manipulação, levando a que se revista de extrema
importância no desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais (Gallahue et al.,
2012). Por outro lado e em termos de desenvolvimento, à medida que os bebés vão
evoluindo para se tornar crianças vão atingindo as metas motoras, onde os movimentos
grosseiros se tornam lentamente mais refinados durante a infância (Haywood & Getchell,
2014).
Desta forma, fica evidente que na fase inicial do desenvolvimento motor, a CM
envolve o domínio de habilidades motoras fundamentais que são a base das habilidades
motoras especializadas (Luz et al., 2016).
Vários autores demonstram uma crescente importância da competência motora
(CM) i) como um forte preditor de AF (Lopes et al., 2011), ii) como influenciando
positivamente a ApF (Barnett et al., 2008; Cattuzzo et al., 2016; Luz, Rodrigues, et al.,
2017), iii) longitudinalmente associado a níveis mais elevados de AF (Barnett et al.,
2009), e iv) como sendo crucial para o desenvolvimento de um estilo de vida saudável
(Robinson et al., 2015; Stodden et al., 2008; Tomkinson et al., 2018).
No que concerne às habilidades motoras fundamentais (HMF), estas são
entendidas como imprescindíveis para a sobrevivência da espécie humana, sendo comuns
a todas as crianças, e descritas como tendo um tempo de aprendizagem (e aparecimento)
mais extenso. De facto, entre o aparecimento das primeiras tentativas de realização de
uma HMF e a sua realização proficiente é despendido algum período de tempo, podendo
identificar-se três fases ou estádios de desenvolvimento inicial, elementar e maturo
(Gallahue et al., 2012). Desta forma, este autor carateriza o estádio inicial pelas primeiras
tentativas observáveis de realização do movimento, independentemente do êxito já que
se carateriza por uma participação limitada das componentes corporais. O estádio
elementar (ou de transição) é caracterizado pela realização de ações motoras por parte das
crianças com algumas caraterísticas do estádio maturo, embora com algumas limitações
na parte coordenativa e ritmo de execução. O estádio maturo carateriza-se por um padrão
14
eficaz de movimento, pressupondo a coordenação de todos os segmentos corporais de
forma fluída e consistente de repetição para repetição.
Podemos identificar claramente fases ótimas para o aparecimento destes estádios
de desenvolvimento e a idade das crianças. Assim, a fase inicial começa entre os 2/3 anos
e a fase matura por volta dos 6/7 anos, onde o processo de aquisição da habilidade matura
estará praticamente finalizado. No entanto, este percurso sequencial embora semelhante
de criança para criança pode apresentar grandes variações no ritmo e tempo de
aparecimento, bem como o nível de proficiência motora pode variar entre as diferentes
idades (Gallahue et al., 2012). Estas variações “obrigam” a proporcionar oportunidades
de experimentação em várias tarefas motoras com qualidade e quantidade ao longo da
infância para que as crianças desenvolvam o padrão maturo das habilidades, deixando
unicamente a escolha das habilidades ao percurso individual, (Metcalfe & Clark, 2002).
Como podemos observar na Figura 2, o tempo que decorre para cada HMF desde
a sua forma inicial até ao estádio maturo varia, estando inerente às oportunidades e ao
próprio individuo (Gallahue et al., 2012).
Adaptado de: Gallahue D, Ozmun J, Goodway J. Understanding Motor Development: Infants,
Children, Adolescents, Adults. 7th Editio. New York: McGraw-Hill Education; 2012
Figura 2 - Tempo em meses para o aparecimento das primeiras tentativas de execução
de cada habilidade motora fundamental até que 60% das crianças observadas realizassem
a habilidade de forma matura
15
Estas habilidades motoras fundamentais, englobam necessariamente tarefas
locomotoras, estabilizadoras e manipulativas. As tarefas locomotoras são responsáveis
pelo transporte do indivíduo como: andar, correr, saltar, trepar, rastejar, pular, deslizar,
galopar, rolar, etc.; as tarefas manipulativas ou de controlo de objetos como: agarrar,
rececionar, lançar, driblar, pontapear, bater com bastão, etc.; as tarefas posturais ou
estabilizadoras relacionam-se com movimentos axiais e de equilíbrio executados com
deslocamento mínimo como fletir, rodar, balançar, equilibrar, saltitar pé coxinho, etc.
(Gallahue et al., 2012; Lubans, Morgan, Cliff, Barnett, & Okely, 2010; Luz et al., 2016).
A CM está assim relacionada com o desenvolvimento da performance na
realização dos movimentos humanos (Stodden et al., 2008), geralmente utilizado para
descrever a proficiência de uma pessoa a uma variedade de tarefas e comportamentos
motores (grosseiros e/ou finos) (Fransen et al., 2014). A CM estabelece ainda a base para
a performance no desporto e atividade física, encontrando-se interdependente do
desenvolvimento ótimo das habilidades motoras fundamentais, que se subdividem nos
construtos: estabilidade, manipulativo e locomotor (Gallahue et al., 2012; Luz et al.,
2016).
Por outro lado, as habilidades motoras especializadas (HME) são caraterizadas
pelas habilidades motoras no seu estado maturo, adaptadas às necessidades especificas de
um desporto, atividade de lazer ou de vida diária (Hulteen, Morgan, Barnett, Stodden, &
Lubans, 2018). A grande maioria das HME podem ser adquiridas através das práticas e
jogos informais que as crianças e jovens praticam nos seus tempos livres e de lazer,
embora naturalmente, estas habilidades nunca poderão ser dominadas a um nível de
mestria por todos os jovens já que dependem em larga medida da sua prática específica e
variam de acordo com os contextos culturais (Haywood & Getchell, 2014; Luz et al.,
2019; Stodden et al., 2008).
Assim, parece evidente que as HMF são importantes para os níveis de
competência motora e consequentemente na adesão de um estilo de vida ativo ao longo
de todo o ciclo de vida. Aqueles que apresentam um maior domínio das HME
rapidamente, e com mais sucesso, conseguem envolver-se na prática de AF e na promoção
da saúde ao longo do ciclo de vida (Hulteen et al., 2018).
16
1.2.1 Habilidades Motoras ao longo do ciclo de vida
Ao longo do nosso ciclo de vida, continuam a ocorrer alterações no nosso
desenvolvimento motor (Gabbard CP., 2008). Para melhor se perceber este processo,
(Gabbard CP., 2008), integrou vários conceitos e ideias sobre o desenvolvimento ao longo
da vida, designando-o de longlife span motor development (Figura 3).
Figura 3 - Longlife span motor development
Adaptado de: Gabbard CP. Lifelong Motor Development. 5th ed. San Francisco, CA:
Pearson Ben-jamin Cummings; 2008
Da análise da Figura 3, percebe-se claramente que a mudança nas habilidades
motoras desenvolvem-se como um contínuo, que vai dos primeiros movimentos
involuntários ao momento em que as mudanças de regressão dominam. Para melhor
compreensão da Figura 3, devemos ter em consideração que na parte esquerda são
apresentadas as fases tradicionais, no centro as idades mais frequentes, e à direita a
17
continuidade das mudanças normativas e expectáveis das habilidades motoras ao longo
do ciclo de vida.
Existe uma infinita combinação de movimentos e situações que nos deparamos
ao longo da vida que nos obriga a que os processos de controlo motor, os processos de
coordenação motora, tenham de ser simples, intuitivos, rápidos e eficientes (Haywood &
Getchell, 2014). Assim, de uma forma simplificada podemos esquematizar a execução de
um gesto motor tal como é representado na Figura 4.
Figura 4 - Representação simplificada do sistema de execução do ato motor
Adaptado de: Gabbard CP. Lifelong Motor Development. 5th ed. San Francisco, CA: Pearson
Ben-jamin Cummings; 2008
Perante uma determinada situação existem um conjunto de estímulos, de
informações que precisamos receber (sensação) e perceber (perceção), para podermos
escolher a resposta (processamento), e mandar executá-la às unidades neuromusculares
envolvidas (Gabbard CP., 2008). Na verdade, para que cada tentativa de movimento
(sensação e ação) possam ser significativos no nosso desenvolvimento e aprendizagem
precisamos completar o circuito com a possibilidade de reter informação útil (memória
sensitiva e memória motora), bem como com a possibilidade de em cada momento termos
informações de retorno sobre o que acontece (Figura 5).
18
Figura 5 - Representação cibernética do sistema de execução do ato motor
Adaptado de: Gabbard CP. Lifelong Motor Development. 5th ed. San Francisco, CA: Pearson
Ben-jamin Cummings; 2008
Avaliar o reportório motor de uma criança e a sua capacidade de realizar esses
movimentos pode fornecer informações sobre a relação entre o desenvolvimento do
sistema nervoso e o seu desenvolvimento de uma forma global (Gallahue et al., 2012).
Assim, a CM é um conceito complexo, que integras componentes da literacia motora
(Margaret Whitehead, 2010), estruturado como um aspeto fundamental do
desenvolvimento infantil (Ahnert, Schneider, & Bös, 2011; Stodden et al., 2008).
Segundo a Physical Literacy Association, a literacia motora é entendida como a
motivação, confiança, competência física, conhecimento e entendimento para valorizar e
realizar atividade física (Edwards, Bryant, Keegan, Morgan, & Jones, 2016). Um
entendimento semelhante mas com uma visão mais holística e integrada é apresentada
por Whitehead (M. Whitehead, 2013) ao caracterizar a literacia motora como a
motivação, confiança, competência motora, conhecimento e entendimento, valorizando e
executando responsavelmente a manutenção dos propósitos da atividade física ao longo
da vida. Desta forma, a visão multidimensional e de natureza interativa do construto da
literacia motora é entendido como um conceito abrangente de conhecimento, habilidades
e valores relacionados com a atividade física e o movimento humano ao logo da vida
(Dudley, 2015).
O mesmo autor (Dudley, 2015), identifica quatro componentes fundamentais da
literacia motora que se podem manifestar de forma observável como: i) competência
motora; ii) regras, tática e estratégias para o movimento; iii) motivação e habilidades
comportamentais para o movimento e iv) atributos pessoais e sociais para o movimento
(Figua 6).
19
Figura 6 - Elementos base da Literacia Motora
Adaptado de: Dudley D. A Conceptual Model of Observed Physical Literacy. Phys Educ
2015;72:236–60. doi:10.18666/TPE-2015-V72-I5-6020.
Cada um destes elementos representa uma progressão do simples para o complexo
no contexto da aprendizagem dos domínios motor, cognitivo e afetivo, como o potencial
de aprendizagem através do movimento (Dudley, 2015). Estes elementos proporcionam
as bases e linhas orientadoras para o continuo desenvolvimento da literacia motora, que
tem um papel de prevenção de problemas motores ao longo do envelhecimento (Roetert,
Ellenbecker, & Kriellaars, 2018).
20
1.2.2 Competência Motora e qualidade de vida
O desenvolvimento motor acarreta as adaptações que ocorrem ao longo da vida
associada à realização de tarefas motoras relacionadas com o ajuste, compensação e
mudança (Bisi & Stagni, 2016). Partindo desta premissa e de que a CM envolve vários
níveis de maturação neuromuscular - relacionadas com o crescimento, quantidade de AF
e experiencias (Malina, 2014) - percebemos o envolvimento da CM na qualidade de vida.
Como analisado anteriormente, existem várias correlações positivas e com
diferentes magnitudes envolvendo a CM e a AF, estilos de vida saudáveis, domínio das
habilidades motoras, e o desenvolvimento e desempenho humano (Figura 7).
Figura 7- Relação entre Competência Motora e estilos de vida saudáveis
No entanto, a investigação também demonstra correlações negativas com o peso
corporal (Robinson et al., 2015). Na mesma linha de investigação, e quando comparados
com o grupo com menor CM, aqueles que demonstram melhor CM apresentam resultados
mais baixos para o Índice de Massa Corporal (IMC), independentemente da idade e do
sexo (Fransen et al., 2014; Lopes, Stodden, et al., 2012; Rodrigues et al., 2016a). A
mesma observação é demonstrada em vários estudos transversais e longitudinais, onde se
21
verificam associações inversas entre a CM e diferentes indicadores do estado do peso
corporal (pregas adiposas, perímetro da cintura, IMC) (D’Hondt et al., 2011; Greier &
Drenowatz, 2018; Henrique et al., 2016; Rodrigues et al., 2016a) e DXA (Slotte et al.,
2015). Crianças com um aumento rápido da sua CM ao longo da infância encontram-se
menos propensos a desenvolver uma condição de sobre peso ou obesidade (Rodrigues et
al., 2016a). Para além desta associação com a adiposidade (Figura 8), a CM apresenta
também uma associação positiva com a Densidade Mineral Óssea (DMO), já que
adolescentes com dificuldades motoras apresentaram níveis de DMO abaixo dos
esperados para a sua idade (Hands et al., 2019), verificando-se o mesmo padrão em
crianças, adolescentes e adultos caraterizados com níveis baixos de competência motora
(Cantell, Crawford, & Doyle-Baker, 2008). Na mesma linha de evidências mas numa
perspetiva longitudinal, níveis mais altos de CM aos 18 meses são preditores de maior
resistência óssea e níveis mais altos de DMO da anca aos 17 anos, especialmente nos
participantes do sexo masculino (Ireland et al., 2016).
Figura 8 - Relação entre a Competência motora e parâmetros antropométricos
DXA – dual x-ray absorptiometry
A obesidade e o excesso de peso são problemas de saúde publica pela sua
associação à morbilidade e mortalidade (Bjorntorp et al., 2000; Gaio et al., 2018). A
prevalência de sobrepeso e obesidade na maioria dos países europeus está a aumentar,
22
tratando-se de um dos problemas de saúde pública mais comum em Portugal (Gaio et al.,
2018). Paralelamente, e relacionados entre si, a inatividade física é um outro grande
problema de saúde pública e está-se a tornar uma pandemia global (Sallis et al., 2016).
Estimativas realizadas por Lee et. al. (2012) indicam que se eliminarmos dos índices a
inatividade física conseguiríamos um aumento de 0,68 anos na esperança média de vida
da população mundial (Lee et al., 2012), com impactos económicos significativos, uma
vez que a inatividade física acarreta tem consequências na economia global, uma vez que
implica gastos elevados em saúde (Ding et al., 2016).
A associação entre obesidade e inatividade física é um preditor forte e
independente da obesidade geral (e principalmente abdominal) na idade adulta jovem
(Hills, Andersen, & Byrne, 2011; Pietiläinen et al., 2008). A obesidade e a inatividade
física atuam num círculo vicioso que se auto-perpetua, pois um estilo de vida fisicamente
inativo promove o ganho de peso e vice-versa, independentemente da predisposição
genética (Pietiläinen et al., 2008). Adolescentes fisicamente inativos demonstram um
risco significativamente aumentado de obesidade durante a vida adulta, pois o período de
transição da adolescência para a idade adulta jovem é um momento crucial que determina
o estilo de vida de uma pessoa (Pietiläinen et al., 2008).
O problema da inatividade física e do aumento da obesidade na sociedade é
multifacetado, embora se possa identificar a CM como um fator-chave na promoção da
atividade física (Stodden et al., 2008). Esta observação está ligada ao fato de que o
desenvolvimento da CM é um mecanismo subjacente e vital na promoção da atividade
física, agindo como um precursor e uma consequência do peso corporal (Robinson et al.,
2015; Stodden et al., 2008). Esta observação baseia-se no modelo criado por Stodden e
colaboradores (Stodden et al., 2008) quando da investigação da relação entre as
habilidades motoras, a atividade física e a competência percebida relativa às habilidades
motoras. Este modelo baseia-se na premissa de que as habilidades motoras desempenham
um papel importante na aquisição, manutenção e abandono da atividade física, onde a
perceção que uma criança tem da sua competência na realização de diferentes atividades
físicas influenciam decisivamente se manterá ou não a participação na atividade física à
medida que o desenvolvimento acontece (Stodden et al., 2008). Desta forma, o
desenvolvimento da competência na realização de habilidades motoras, ou a falta dela,
incentivará ou desencorajará a participação em atividades de carater físico. Esta relação
avança em conformidade com a maturação da criança, evoluindo e fortalecendo-se com
o passar das diferentes fases da infância, até que aproximadamente a meio da infância a
23
relação entre a CM percebida e a CM real se torna mais próxima e esta relação dinâmica
entre atividade física e CM começa a emergir (Stodden et al., 2008). Deste modo, aquelas
crianças que possuem mais sucesso na realização das tarefas motoras, perceberão a
atividade física de uma forma mais agradável e divertida, levando a que
comparativamente com os outros colegas menos capazes a nível motor, se encontrem
numa espiral positiva de integração em atividades físicas (Figura 9) (Stodden et al., 2008).
Figura 9 - Mecanismos de desenvolvimento que influenciam as trajetórias de atividade
física de crianças
Adaptado de: Stodden, Goodway JD, Langendorfer SJ, Roberton MA, Rudisill ME, Garcia C, et al. A
Developmental Perspective on the Role of Motor Skill Competence in Physical Activity: An Emergent
Relationship. Quest 2008;60:290–306. doi:10.1080/00336297.2008.10483582.
Posto isto, verificamos que as crianças que praticam mais atividade física e
desportiva alcançam níveis mais altos de CM durante a infância e a adolescência, que
provavelmente continuará à medida que se tornam adultos, desempenhando um papel
importante na relação entre a saúde e o desenvolvimento da aptidão física e obesidade.
Nesta linha de pensamento, a investigação demonstra uma relação inversa entre a
CM e o peso corporal na infância e na adolescência (Robinson et al., 2015). Estudos
longitudinais estabelecem que a CM é um forte preditor de atividade física (Lopes, Maia,
Rodrigues, & Malina, 2012) e aptidão física (Rodrigues et al., 2016a), além de que menor
CM em crianças se encontrar associado ao aumento do índice de massa corporal (Lopes,
24
Maia, et al., 2012) e peso corporal (Lubans et al., 2010). Por outro lado, a força da
associação ao longo do tempo demonstra uma trajetórias de desenvolvimento negativas
entre CM e a gordura corporal na infância e adolescência, uma vez que aqueles com
resultados inferiores para a CM quando da primeira avaliação, demonstraram um maior
risco de apresentarem níveis mais altos de gordura corporal após 7 anos (Lima et al.,
2018). Essas associações emergem na idade pré-escolar e tornam-se mais fortes durante
os anos do ensino básico, sendo menos conclusivas após estas faixas etárias (Robinson et
al., 2015).
1.2.3 Avaliação da Competência Motora
Existem vários protocolos padronizados e não padronizados que podem ser usados para
avaliar a CM (Bardid, Vannozzi, Logan, Hardy, & Barnett, 2018; Okely, Booth, & Chey,
2004), estando esquematizado na Figura 10 os diferentes métodos disponíveis para a sua
avaliação.
A análise de revisões de literatura recentes sobre a problemática de estabelecer uma
avaliação eficaz e ajustada da CM (Bardid et al., 2018), levou a à construção da Tabela
2, onde podemos observar de forma detalhada as baterias e/ou instrumentos comumente
utilizados para aferir a CM. Nesta análise, está identificado claramente o tipo de
avaliação, se esta é mais centrada na execução da tarefa (qualitativa) ou no produto final
(quantitativa), quais os objetivos e idades de aplicação, bem como uma análise de algumas
das suas vantagens e limitações da sua utilização. Foram excluídos da análise as
avaliações subjetivas, já que grande parte está centrada na avaliação auto reportada ou
direcionado para os pais e/ou professores de sujeitos com problemas de desenvolvimento
motor ou numa tentativa de os identificar numa amostra alargada (Clark, Thomas,
Khattab, & Carr, 2013; Wilson et al., 2009).
25
Figura 10 - Tipo de métodos para avaliação da Competência Motora
€ - valor em Euros;
Adaptadado de: Bardid F, Vannozzi G, Logan SW, Hardy LL, Barnett LM. A hitchhiker’s guide to
assessing young people’s motor competence: Deciding what method to use. J Sci Med Sport 2018.
doi:10.1016/j.jsams.2018.08.007.
26
Tabela 2 – Baterias de testes para avaliação da Competência Motora
Designação O que está a
ser aferido
Intervalo
de idade Objetivo Pontos positivos
Pontos menos
positivos Observações
Test of Gross
Motor
Development
(TGMD)
Avaliar
habilidades
locomotoras:
corrida, saltos
(jump, slide, skip,
leap), galopar;
Controlo de
objetos: driblar,
atirar, apanhar,
usa um bastão.
3 aos 10
anos
Avaliação
qualitativa para
identificar crianças
que apresentam um
atraso de
desenvolvimento
nas habilidades
motoras,
relativamente aos
seus pares.
discriminação do nível
de habilidade (abaixo
ou acima);
confiabilidade e
validade;
o tipo de abordagem
para a avaliação das
habilidades
manipulativas.
não avalia habilidades
estabilizadoras;
os resultados tendem a
ter efeitos de teto;
a existência de efeitos
culturais em algumas
habilidades;
faixa etária para quem
se destina.
Apresenta a versão 1, 2 e 3
inclui habilidades
locomotoras e
manipulativas com um
tempo médio de aplicação
entre 15 a 20 minutos por
praticante.
As diferenças entre as
versões estão relacionadas
com o grau de fiabilidade e
validade que são
consideravelmente mais
elevados entre a última e a
primeira versão, bem como
a introdução de mais um
padrão manipulativo
(underhand roll) e retirado
um locomotor (skip) entre a
versão 1 e a versão 2.
Os valores normativos são
apresentados com diferença
de 6 meses entre as idades.
27
Get Skilled Get
Active
Assessment
Avaliar as
habilidades
motoras
fundamentais
como: “The static
balance”; “The
vertical jump”;
“The sprint run”;
“The catch”; “The
hop”; “The leap”;
“The side gallop”;
“The kick”; “The
skip”; “The two-
hand strike”; “The
overarm throw”;
“The dodge”.
SD
Avaliação
qualitativa para
identificar a
proficiência nas
habilidades motoras
fundamentais e
guiar intervenções
no
desenvolvimento
motor.
as habilidades
avaliadas são muito
semelhantes às usadas
em outros desportos e
conhecidas por parte
das crianças;
descrição
pormenorizada das
habilidades a avaliar
com imagem
ilustrativa;
cada habilidade
motora tem realçado
considerações
específicas para sua
avaliação e
desenvolvimento;
fornece grelhas de
registo
pormenorizadas para
facilitar a observação.
o tempo necessário
para realizar a recolha;
a experiência do
avaliador pode
influenciar o resultado;
os resultados tendem a
ter efeitos de teto;
a existência de efeitos
culturais em algumas
habilidades;
não é especificada uma
idade para a sua
aplicação embora
esteja referenciada
para aplicar ao ensino
pré-escolar até ao
ensino básico.
Apresenta habilidades
motoras locomotoras,
manipulativas e
estabilizadoras com um
tempo médio de aplicação
entre 20 a 25 minutos por
praticante. Cada habilidade
é subdividida nas suas
diferentes fases de
avaliação, dispondo de
imagens ilustrativas,
critérios de êxito e uma
secção de observações. São
disponibilizados vídeos de
treino para os observadores,
além de instruções
específicas a dar ao
observado, a melhor
posição para a observação e
como proceder para a
avaliação, como por
exemplo material
necessário.
Sistemas de
análise do
movimento
Analisar os
padrões do
movimento
humano e sua
quantificação.
SD
Avaliação
qualitativa e
quantitativa para
caraterizar as
habilidades motoras
e o seu
desenvolvimento
através de
indicadores
biomecânicos e
✓ análise
pormenorizada das
habilidades a avaliar;
✓ cada
habilidade motora é
caraterizada segundo
dados qualitativos que
reduzem o erro do
observador;
✓ a maioria só é
possível realizar em
contexto de
laboratório;
✓ material
necessário com custo
de aquisição mais
elevado;
✓ necessidade de
tempo de preparação
Apresenta a possibilidade
de avaliação de todas as
habilidades motoras de
acordo com aquilo que o
observador definir podendo
conjugar métodos
qualitativos com
quantitativos.
Os instrumentos utilizados
na sua maioria em contexto
28
quantidade de
movimento
✓ o uso de
unidades de medida
inercial em simultâneo
permite aferir dados
quantitativos.
prévia do observado
que pode variar de
acordo com o teste e
/ou método.
de laboratório, requerendo
uma preparação prévia do
observado. O equipamento
utilizado tem um valor de
aquisição elevado
utilizando hardware e
software especializado
como: câmaras de alta
velocidade; unidades de
medida inercial
(acelerómetros e
giroscópios), sensores de
movimento e plataformas
de força. Estes
equipamentos permitem
avaliar qualitativamente e
quantitativamente o
movimento através da
sinemática, cinética e
atividade muscular que
caraterizam as habilidades
motoras.
Movement
Assessment
Battery for
Children (M-
ABC)
Avaliar
dificuldades
motoras como:
destreza manual,
atirar e apanhar
objetos e
equilibrio (8 items
para cada idade).
4 aos 12
anos
(versão 1)
3 aos 16
anos
(versão 2)
Avaliação
qualitativa para
identificar e guiar
intervenções no
desenvolvimento
das destrezas
motora envolvidas
nas atividades do
quotidiano,
direcionado
principalmente para
✓ atividades
diferentes em função
da idade;
✓ muito fácil de
aplicar em amostras
alargadas num curto
período de tempo;
✓ fornece
grelhas de registo
pormenorizadas para
facilitar a observação;
✓ apresenta
apenas 8 items de
avalaiação para cada
idade;
✓ não apresenta
a avaliação de todas as
habilidades como por
exemplo cortar;
✓ requer
experiência clínica
para a sua
Apresenta a versão 1 e 2
com um tempo médio de
aplicação entre 20 a 30
minutos por praticante.
As diferenças entre as
versões estão relacionadas
com a não inclusão dos
items com menos
fiabilidade na versão 1.
Está muito direcionada para
avaliação de crianças com
29
professores e que
também pode ser
utilizado pelos pais.
✓ adaptação de
algumas atividades
para crianças com
dificuldades de
desenvolvimento ou
limitação física ou
funcional.
implementação em
algumas componentes.
atrasos de desenvolvimento
motor e Sindrome de
Asperger’s. Cada
habilidade a ser aferida
encontra-se bem
esquematizada e com
instruções claras para a sua
avaliação e posterior
desenvolvimento.
Körperkoordin
ationstest
für Kinder
(KTK)
Avaliar o
equilíbrio
dinâmico, salto (a
1 e 2 apoios) e
estabilidade
5 aos 14
anos
Avaliação
quantitativa para
aferir e estabelecer
normas segundo
habilidades motoras
locomotoras e
estabilizadoras.
✓ pode ser
utilizada com
diferentes populações
(desenvolvimento
normal, lesões
cerebrais, dificuldades
cognitivas, etc.);
✓ tarefas de
avaliação simples, boa
fiabilidade e de rápida
avaliação.
✓ não avalia
habilidades
manipulativas;
✓ os valores
normativos estão
centrados apenas para
crianças alemãs.
Apresenta uma avaliação
rápida e eficaz das
habilidades motoras
locomotoras e
manipulativas, para um
grupo abrangente de
criança com e sem
problemas de
desenvolvimento motor
e/ou
cognitivo/comportamental.
Motor
Competence
Assessment
Battery
Avaliar
habilidades
locomotoras,
manipulativas e
estabilizadoras
A partir dos
3 anos
Avaliação
quantitativa para
aferir as
habilidades motoras
locomotoras,
manipulativas e
estabilizadoras
✓ pode ser
utilizada em diferentes
populações, com um
espectro de idade
alargado;
✓ fácil de aplicar
com apenas 6 testes
que abrangem as 3
áreas latentes da
competência motora;
✓ experiência do
observador apresenta
✓ necessita de
radar de velocidade
para aferir a parte
manipulativa;
✓ valores
normativos referentes
apenas para idades
entre os 3 e os 25
anos.
Apresenta uma avaliação
constituída apenas por 6
itens de rápida e eficaz
aplicação aferindo as
habilidades motoras
locomotoras, manipulativas
e estabilizadoras. Pode ser
aplicada em diferentes
contextos, abrangendo um
grande grupo de idades e
em diferentes contextos,
como a base para o
desenvolvimento das
30
uma influência muito
reduzida;
✓ os resultados
tendem a não
apresentar efeito teto.
habilidades motoras
fundamentais.
Bruininks-
Oseretsky Test
of Motor
Proficiency
(BOTMP ou
BOT)
Avaliar a
motricidade fina,
coordenação
manual,
coordenação
geral, força e
agilidade
4 aos 14
anos
(versão 1)
4 aos 21
anos
(versão 2)
Avaliação
quantitativa para
identificar
indivíduos com
problemas de
coordenação
motora
✓ além do
propósito de avaliação
permite a elaboração
de planos de
intervenção;
✓ a possibilidade
de utilizar a versão
curta para aferição
rápida de problemas
de coordenação;
✓ a possibilidade
de se obter
separadamente valores
totais para as
habilidades motoras
grosseiras e finas e
efetuar comparações.
✓ apresenta
demasiados itens de
avaliação nas versões
originais;
✓ tempo de
aplicação demasiado
extenso;
✓ os
participantes podem
ter de interromper a
avaliação e recomeçar
mais tarde devido a
fadiga;
✓ direcionado
apenas para
coordenação e
agilidade motora;
✓ os resultados
equivalentes a cada
faixa etária são
extrapolados.
Apresenta duas versões
originais e uma versão
curta que deriva da versão 2
original. As versões
originais têm por base a
aferição de problemas de
desenvolvimento das
habilidades motoras finas e
grosseiras, apresentando 46
a 58 itens respetivamente,
com um tempo de aplicação
de entre 45 a 60 minutos. A
versão curta apresenta 14
itens, com um tempo de
aplicação de entre 15 a 20
minutos, desenvolvida
especificamente para a
aferição rápida de
problemas de coordenação.
É direcionada para crianças
e adolescentes para avaliar,
triar, investigar e
desenvolver programas de
intervenção.
Stay in Step
(SiS)
Avaliar a
habilidades
motoras
grosseiras como:
5 aos 7
anos
Avaliação
quantitativa para
identificar crianças
com baixos níveis
✓ inclui todas as
componentes latentes
da competência
motora.
✓ intervalo de
idade de avaliação
muito reduzido;
Apresenta uma avaliação de
quatro habilidades motoras
incluindo tarefas
locomotoras,
31
equilíbrio, salto,
corrida, apanhar
objetos, atirar e
salto horizontal.
de desenvolvimento
motor.
✓ não avalia as 3
áreas latentes da
competência motora.
manipulativas,
estabilizadoras e
velocidade. Apresenta boa
fiabilidade pré e pós teste.
Peabody
Developmental
Motor Scales
(PDMS e
PDMS-2)
Avaliar as
habilidades
motoras finas e
grosseiras
Até aos 12
meses de
idade
Avaliação
qualitativa para
identificar
precocemente
inadaptações ou
atrasos de
desenvolvimento
motor
✓ avaliar a
competência motora
em idades precoces;
✓ identificar
défices motores e
desequilíbrios entre as
componentes motoras
finas e grosseiras;
✓ determinar a
necessidade/elegibilid
ade para programas de
intervenção clínica;
✓ população alvo
com limitação para
uma idade muito
específica;
✓ tempo de
aplicação extenso;
✓ não avalia as 3
áreas latentes da
competência motora.
Apresenta a versão 1 e 2. A
versão 1 foi desenvolvida
particularmente para
crianças com paralisia
cerebral (PDMS), enquanto
que a versão 2 uma
avaliação especialmente
concebida para a deteção
precoce de inadaptações ou
atrasos no desenvolvimento
motor de crianças até aos 12
meses. Tem um tempo
médio de aplicação de entre
45 a 60 minutos por
participante.
Os seus resultados são
expressos em três domínios
do comportamento motor,
sendo uma ferramenta útil
no contexto educativo e
clínico.
Motorische
Basiskompeten
zen test
(MOBAK)
Avaliar a
competência
motora base entre
6 e os 8 anos
6 aos 8 anos
Avaliação
qualitativa para
aferir a
competência
motora e realizar
um diagnóstico para
prescrever e
perceber a evolução
✓ procedimento
de avaliação rápido;
✓ resultados
facilmente
interpretáveis sem
necessitar de valores
de referência ou testes
estatísticos;
✓ população alvo
com limitação para
uma idade muito
específica;
✓ não avalia
habilidades
estabilizadoras.
Apresenta uma avaliação
das habilidades locomotoras
e de controlo de objetos. A
sua execução é rápida e
simples de realizar com dois
níveis de dificuldade e
classificação de 0 – não
consegue e 1 – consegue.
32
ao longo do
primeiro ciclo
Ensino Básico
✓ relação direta
com os conteúdos a
desenvolver nas aulas
de Educação Física.
Por esta razão foi
desenvolvido como
ferramenta de diagnóstico,
auxílio para prescrição e
verificar a evolução doas
alunos, tendo por base o
currículo escolar do
primeiro ciclo do ensino
básico.
Canadian
Agility and
Movement
Skill
Assessment
(CAMSA)
Avaliar a literacia
motora
especificamente
de crianças
8 aos 12
anos
Avaliação
quantitativa para
aferir a literacia
motora combinando
habilidades motoras
fundamentais,
combinadas e
complexas.
✓ o tempo
necessário para
realizar a recolha;
✓ validade e
fiabilidade de
aplicação em
diferentes contextos
(exemplo: calçado e
descalço) e condições
(exemplo: exterior e
interior);
✓ abrange mais
do que a competência
motora em si.
✓ intervalo de
idade de avaliação
muito reduzido;
✓ fiabilidade da
recolha com
observadores não
treinados.
Apresenta uma avaliação
que tem por base um
circuito, para aferir a
capacidades motoras e
outros aspetos de agilidade
e habilidades motoras. Com
um tempo estimado de
avaliação de 20
participantes em 25
minutos, representa a
literacia motora onde está
incluída a competência
motora, aptidão física,
motivação para a prática da
atividade, conhecimento
sobre a prática e hábitos
diários.
Athletic Skill
Track (AST)
Avaliar a as
habilidades
motoras
fundamentais
4 aos 12
anos
Avaliação
quantitativa para
aferir as
habilidaddes
motoras
fundamentais nas
✓ o tempo
necessário para
realizar a recolha;
✓ o tempo
necessário para
realizar a recolha;
✓ intervalo de
idade de avaliação
muito reduzido;
✓ não avalia as 3
áreas latentes da
competência motora.
Apresenta um indicador
geral das habilidades
motoras fundamentais, em
forma de circuito. Com um
tempo estimado de
avaliação de 25 a 30
crianças em uma hora, tenta
33
aulas de educação
física.
✓ avalia de
forma integrada as
diferentes habilidades
motoras fundamentais;
✓ utiliza
equipamentos comuns
em qualquer aula de
Educação Física.
cumprir os requisitos para
poder ser utilizado de
forma fácil e eficaz em uma
aula de Educação Física.
Zurich
Neuromotor
Test
Descrever o
desenvolvimento
motor
3 aos 5
anos
5 aos 18
anos
Avaliação
qualitativa para
descrever o
desenvolvimento
motor de acordo
com o sexo e idade
✓ apresenta duas
versões para adaptar
ao ciclo de
desenvolvimento
motor entre os 3 e os 5
anos;
✓ descrimina
sexo e idade durante a
avaliação.
✓ Parte da
avliação está
interdependente da
experiência do
observador;
✓ não avalia as 3
áreas latentes da
competência motora
Apresenta duas versões que
se distinguem entre si pela
idade alvo e método de
aferição dos resultados
alcançados. Encontra-se
centrada na variabilidade e
evolução da performance
motora em função da idade
e sexo. Combina uma
aferição padronizada para
aferir a velocidade de
várias habilidades motoras
(tempo para completar a
execução) e qualidade do
movimento (exemplo:
intensidade da associação
do movimento),
considerando
separadamente lado
esquerdo e lado direito.
Esta tabela tem por base os seguintes artigos de revisão: Luz CMN da, Almeida GSN de, Rodrigues LP, Cordovil R. The evaluation of motor competence in typically developing
children: an integrative review. J Phys Educ 2017. doi:10.4025/jphyseduc.v28i1.2857; Bardid F, Vannozzi G, Logan SW, Hardy LL, Barnett LM. A hitchhiker’s guide to
assessing young people’s motor competence: Deciding what method to use. J Sci Med Sport 2018. doi:10.1016/j.jsams.2018.08.007 ; Hands B, Licari M, Piek J. A review of
five tests to identify motor coordination difficulties in young adults. Res Dev Disabil 2015;41–42:40–51. doi:10.1016/j.ridd.2015.05.009.
34
Da revisão, em primeiro lugar destaca-se uma grande diversidade naquilo que são as
idades, havendo escalas que apresentam intervalos até aos 12 meses de idade (Peabody
Developmental Motor Scales) e outras com intervalos a partir dos 3 anos de idade e sem
um limite final identificado (Motor Competence Assessment Batery). Em segundo lugar,
observa-se que não existe uma uniformidade nos métodos de avaliação. De entre os vários
métodos validados e fiáveis, o objetivo final e as caraterísticas da amostra são
determinantes no tipo de recolha utilizada, embora se centrem na grande maioria nas
habilidades motoras fundamentais englobando ou não as tarefas locomotoras,
estabilizadoras e manipulativas, componentes essenciais da CM. Em terceiro lugar, e
apesar do exposto no ponto anterior, todas os métodos apresentam pelo menos uma das
categorias relacionada com o controlo de objetos, locomoção e estabilidade. Por último,
a revisão permite perceber que uma abrange todas as componentes latentes da CM e
cumulativamente, com poucas restrições quanto à idade da população em estudo, com um
método relativamente simples e rápido no momento da avaliação (Motor Competence
Assessment Batery).
Como referido anteriormente, a CM é um conceito complexo que avalia a
proficiência de um indivíduo na execução de habilidades motoras, dificultando a obtenção
de uma medida universal (Bardid et al., 2018), facto reforçado com a análise da Tabela
2. Este aspeto leva a que os investigadores no momento de escolha do instrumento a
utilizar, optem por aquela que melhor se enquadra ao objetivo da investigação, às
características da população a avaliar e aos restantes aspetos práticos inerentes às
determinantes em estudo (Bardid et al., 2018). Além disto, existe a tendência a se
privilegiar as avaliações que contemplam controlo de objetos/bolas e habilidades
locomotoras, por se considerar que estão mais relacionadas com o contexto desportivo,
jogos e outras atividades físicas, bem como de avaliações mais centradas na execução da
tarefa do que no produto final (Logan, Ross, Chee, Stodden, & Robinson, 2018). No
entanto, o construto teórico (atividades locomotoras, manipulativas e estabilizadoras)
nem sempre se reflete na maioria das avaliações disponíveis (Luz et al., 2016; Rodrigues
et al., 2019).
Em 2017, uma nova proposta foi apresentada, sendo designada por Motor
Competence Assessment (MCA) (Luz, Rodrigues, et al., 2017). A MCA apresenta-se
como uma alternativa clara aos protocolos existentes para avaliação da competência
motora ao longo do tempo, pela sua objetividade e reprodutividade e por ser constituída
por apenas 6 testes, abranger os três construtos relativos aos domínios das habilidades
35
motoras fundamentais (locomotoras, estabilizadores e manipulativas) (Bardid et al., 2018;
Luz, Almeida, Rodrigues, & Cordovil, 2017). Esta ferramenta adequa-se melhor à
avaliação do desenvolvimento motor, uma vez que a adoção de um protocolo único,
simples e fiável permite fazer um acompanhamento efetivos das alterações ao longo do
tempo. (Bisi & Stagni, 2016),
1.2.4 Competência Motora e determinantes no seu desempenho
Ao longo do processo de desenvolvimento está bem documentado que os
construtos da CM podem variar de acordo com os níveis de performance, contextos e
tipos de prática desportiva e idade (Utesch et al., 2019). Um outro fator que influência a
CM é o sexo dos participantes, (Lopes, Stodden, et al., 2012; Luz et al., 2019; Luz,
Rodrigues, et al., 2017), e outros fatores específicos referentes ao tipo de prática
desportiva e/ou fatores sociais/culturais (Bardid et al., 2015; Luz et al., 2019; Luz,
Rodrigues, et al., 2017).
Os níveis de performance e a idade estão relacionados em grande parte com aquilo
que é especificado na teoria dos sistemas dinâmicos (Thelen, 2005). Assim, a variação
entre a prática de diferentes ações motoras (inputs), com diferentes níveis de exigência e
variabilidade, conduzem a consequentes adaptações, que com o passar do tempo originam
melhor proficiência no desempenho das tarefas (Thelen, 2005). Outro indicador é o facto
de a CM estar relacionada com o desenvolvimento da performance na realização dos
movimentos humanos (Stodden et al., 2008) e geralmente utilizadas para descrever a
proficiência de uma pessoa a uma variedade de tarefas e comportamentos motoras
(Fransen et al., 2014).
No que diz respeito às diferenças entre homens e mulheres, estas estão em grande
parte relacionadas com o facto de as mulheres tenderem a ser menos fisicamente ativas
do que os homens (Thompson, Baxter-Jones, Mirwald, & Bailey, 2003), bem como a
diferenças entre aquilo que são os constrangimentos (intrínsecos ou extrínsecos) para a
prática de AF e EF (Hoare, Stavreski, Jennings, & Kingwell, 2017; Serrano, Pizarro,
Casterad, álvarez, & García-González, 2017). Igualmente importante são os fatores
sociais a noção do tipo de prática desportiva e o seu papel com “sexo apropriado” e “sexo
inapropriado” e a sua rotulagem com o sexo do individuo (Knoppers & McDonald, 2010).
Por outro lado, sabe-se também que fatores culturais e de prática de AF ao longo da
36
infância e adolescência influenciam decisivamente o desempenho nas habilidades
motoras fundamentais entre sexos (Bardid et al., 2015; Luz et al., 2019) e
consequentemente a CM.
1.3. Competência motora funcional
A proficiência motora enquadra-se no espetro da CM refletindo os processos
subjacentes do movimento, como coordenação, controle e qualidade do movimento
(Gabbard CP., 2008). Por outro lado, o movimento funcional é outro indicador de
proficiência motora (O’Brien et al., 2017).
O movimento funcional é realizado de acordo com a cadeia cinética, através de
uma ativação ótima, coordenada e sequencial dos segmentos corporais que funciona com
estabilidade proximal para a mobilidade distal (Kibler, Press, & Sciascia, 2006). Assim,
considera-se que a capacidade funcional está relacionada com a proficiência motora
(O’Brien et al., 2017), mais associada ao movimento funcional, que se relaciona ao uso
do corpo de movimentos multiplanares e articulares, especificamente mobilidade e
estabilidade de forma simultânea, o movimento ideal (Abraham et al., 2015). Este
movimento ideal, está associada à coordenação, força e resistência, sendo finalmente
ligada à melhoria das atividades da vida diária, saúde e/ou desempenho desportivo, em
todas as faixas etárias (Walter R. Thompson, 2017, 2018).
Seguindo esta linha de pensamento, chegamos ao conceito de Competência
Motora Funcional que envolve os conceitos descritos anteriormente, como a capacidade
que um individuo tem de coordenar e controlar o centro de massa e os membros num
ambiente sem ausência de gravidade, em resposta às perturbações existentes para atingir
um determinado objetivo (Pfeifer, 2017).
A Competência Motora Funcional (CMF) está alicerçada na capacidade de
coordenar e controlar o movimento corporal para atingir um determinado objetivo,
circunscrevendo a capacidade funcional e física de um indivíduo (Cook, 2011; Pfeifer et
al., 2019; Stodden et al., 2013, 2008). Globalmente é desenvolvida nos primeiros anos de
vida e pode não necessariamente melhorar com a maturação e a prática de exercício físico
(Pfeifer et al., 2019). Este aspeto está relacionado maioritariamente com o início da
prática desportiva especializada de forma precoce, dando enfase às habilidades
específicas de um determinado desporto, desprezando a aprendizagem, retenção e
37
desenvolvimento dos movimentos funcionais (Lloyd et al., 2016). Por outro lado, outro
importante mediador de CMF são os casos onde há uma reduzida taxa de participação em
AF e EF.
É inequívoco que a CMF fornece evidências adicionais da importância da
aprendizagem do movimento ideal, e a sua importância no desempenho motor (Pfeifer et
al., 2019).
A avaliação da CMF pode ser difícil de aferir devido à existência de diferentes
protocolos, definições e populações avaliadas (Cook, Burton, & Hoogenboom, 2014;
Reiman & Manske, 2011). Outro indicador importante para a avaliação da CMF é o facto
de a maioria das avaliações estar centrada no estado geral de saúde de um indivíduo, e
nem sempre traduzir as implicações das demandas físicas do desporto em particular, e de
uma forma geral não incluírem a avaliação da CMF (Pfeifer et al., 2019).
No entanto, os padrões de movimento são a base da função física e das habilidades
motoras. Este indicador leva a que a identificação de padrões compensatórios
(ineficiências na execução) possam ser reconhecidos mais facilmente quando analisados
padrões de movimento e não apenas um indicador ou um segmento corporal (Cook,
Burton, & Hoogenboom, 2014).
No que diz respeito à prática diária, o Functional Movement Screen (FMS) é um
sistema de aferição da CMF (Pfeifer et al., 2019), segundo um conjunto de testes
qualitativos de padrões de movimento, que permite uma medida interpretável da
qualidade do movimento (Kraus, Schütz, Taylor, & Doyscher, 2014; Marques, Medeiros,
de Souza Stigger, Nakamura, & Baroni, 2017).
O FMS foi projetado para avaliar padrões funcionais de movimento de um
indivíduo, para interpretar e se entender aspetos fundamentais comuns do movimento
humano (Cook, 2011; Cook, Burton, Hoogenboom, & Voight, 2014b). Cada um dos
testes FMS tem uma contribuição para o cálculo de um resultado final, com implicações
específicas (Cook, Burton, Hoogenboom, et al., 2014b). Por seu lado, este conjunto de
sete testes (Cook, Burton, & Hoogenboom, 2006; Kraus et al., 2014), criam uma linha de
base para o movimento funcional (Cook, Burton, Hoogenboom, et al., 2014b). Assim,
este conjunto de testes simultaneamente avalia a mobilidade e estabilidade articular (Cook
et al., 2006; Cook, Burton, & Hoogenboom, 2014), que operam em conjunto para criar uma
linha de base, permitindo a classificação e observação da variação do movimento
funcional (Cook, Burton, Hoogenboom, et al., 2014b). Cada teste é composto por
38
movimentos específicos que fornecem indicações sobre movimentos locomotores,
manipulativos e estabilizadores básicos e observáveis, os quais exigem que o participante
execute padrões de movimento fundamentais comuns (Cook, Burton, Hoogenboom, et
al., 2014b).
A presente revisão permite demostrar o papel determinante dos níveis de AF, EF
e ApF para a saúde das populações, onde os níveis de AF são geralmente categorizados
de acordo com a tarefa executada, para uma mais fácil interpretação e demais implicações
no contexto da vida diária. Por outro lado, a CM apresenta também um papel decisivo nas
componentes da AF, por predizer os seus níveis e ser crucial para o desenvolvimento de
um estilo de vida saudável, envolvendo o domínio de várias habilidades motoras
relacionadas com o desenvolvimento humano.
Verificamos também que o desenvolvimento da CM ocorre ao longo da vida, estando
marcada por diferentes manifestações e desenvolvendo-se claramente como um contínuo
de adaptações na realização de tarefas motoras. Ficou ainda demostrado que níveis altos
de CM desempenham um papel importante na relação entre saúde, desenvolvimento da
ApF e da obesidade, mediação que está bem patente em crianças e adolescentes, que
muito provavelmente continuará a ser determinante na idade adulta. A CM retrata a
capacidade de um individuo coordenar e controlar o centro de massa e os membros num
ambiente sem ausência de gravidade, em resposta às perturbações existentes para atingir
um determinado objetivo, estado implícita a CMF. Esta CMF está descrita como crucial
para coordenar e controlar o movimento corporal e para atingir um determinado objetivo,
circunscrevendo a capacidade funcional e física de um indivíduo.
39
2. JUSTIFICAÇÃO E OBJETIVOS
Partindo dos pressupostos e considerações expostas anteriormente, neste capítulo é
apresentada a justificação e pertinência deste trabalho, bem como realizar o devido
enquadramento face aos objetivos e hipóteses levantadas.
2.1 Justificação
Considerando o período de transição entre a adolescência e a vida adulta, a fase de
ingresso no ensino superior acarreta um simbolismo importante, já que é neste período de
tempo que ocorre a transição para o início de uma vida mais independente, como jovem
adulto (Horowitz & Bromnick, 2007). Esta independência poderá acarretar consigo
algumas considerações importante no que se refere a hábitos de vida saudável, mais
particularmente nos níveis de atividade física e composição corporal (Cho & Kim, 2017;
Deliens, Deforche, De Bourdeaudhuij, & Clarys, 2015; Zaccagni, Barbieri, & Gualdi-
Russo, 2014). Em relação a estes dois fatores, atividade física e composição corporal, as
experiências motoras anteriores funcionam como preditores na sua alteração no adulto
jovem (Lopes, Maia, et al., 2012; Lubans et al., 2010; Rodrigues, Stodden, & Lopes,
2016b), existindo por outro lado conhecimento limitado no que diz respeito aos
estudantes de ensino superior (Clemente et al., 2016; Utesch et al., 2019).
A atividade física influência positivamente a competência motora e vários fatores
ligados à condição física (Stodden et al., 2008), que estão ligados entre si, não só por
fatores neuromusculares mas também, indiretamente, por via da participação em
atividades físicas e desportivas (Cattuzzo et al., 2016). Por outro lado, a capacidade
funcional está relacionada com movimentos realizados segundo uma cadeia cinética de
forma coordenada, dependendo da ativação ótima dos diferentes segmentos corporais
(Kibler et al., 2006). Assim, relaciona-se com a proficiência motora (O’Brien et al., 2017),
mais associada aquilo que se designam de movimentos funcionais, orientados para a
capacidade de realizar ações motoras envolvendo várias articulações e planos de
movimentos exigindo simultaneamente ótima estabilidade e mobilidade (Abraham et al.,
2015). Esta definição tem inerente o “movimento ideal” (optimal movement), conjugando
coordenação, força e resistência muscular, intimamente ligado na melhoria das atividades
do quotidiano, saúde geral e/ou performance desportiva transversal a todas as idades
(Walter R. Thompson, 2017, 2018).
Os estudantes de cursos de ensino superior onde o exercício físico é parte integrante
do currículo, Educação Física e Desporto, poderão apresentar caraterísticas próprias
40
naquilo que é a sua trajetória ao longo do tempo, por influência de um curso com
incidência nas diferentes componentes ligadas à anatomia, fisiologia e movimento
humano.
Ainda dentro daquilo que é o “movimento ideal”, verifica-se que, relativamente à
prática diária, o Functional Movement Screen (FMS) é um sistema de aferição da
Competência Motora Funcional (Pfeifer et al., 2019), segundo um conjunto de testes
qualitativos de padrões de movimento, que permite uma medida interpretável da
qualidade do movimento (Kraus et al., 2014; Marques et al., 2017). O FMS foi projetado
para avaliar padrões funcionais de movimento de um indivíduo, para interpretar e se
entender aspetos fundamentais comuns do movimento humano (Cook, 2011; Cook,
Burton, Hoogenboom, et al., 2014b). Analisando a sua génese e os pilares que constituem
o FMS, verificamos que procura abranger os constructos da competência motora
manipulativo, locomotor e estabilizador (Cook, 2011; Cook et al., 2006; Cook, Burton,
& Hoogenboom, 2014; Cook, Burton, Hoogenboom, et al., 2014b). No entanto, e de
acordo com o nosso conhecimento não se conhece nenhum estudo que tenha procurado
confirmar se de facto o Functinal Movement Screen apresenta na sua gênese esta
capacidade.
2.2 Objetivos
Tendo em consideração a integração entre os diferentes capítulos, esta secção
apresenta as finalidades deste trabalho, na forma de objetivos gerais e específicos que
estão interligados com aquilo que é o tipo de estudo (ponto 3.1), os instrumentos de
avaliação e os seus diferentes momentos de aplicação.
2.2.1 Objetivos gerais
I. Monitorizar os níveis de atividade física, competência motora, capacidade
funcional e composição corporal por um período de 12 meses em estudantes
universitários de uma licenciatura em Desporto e Lazer;
II. Identificar os potenciais impactos da frequência da licenciatura em Desporto
e Lazer nos níveis de atividade física, competência motora, capacidade
funcional e composição corporal em estudantes universitários;
III. Perceber se a composição corporal, competência motora e/ou a capacidade
funcional influenciam as escolhas das disciplinas optativas.
41
2.2.2 Objetivos específicos
I. Perceber a associação entre competência motora e capacidade funcional em
jovens adultos;
II. Analisar a correspondência entre os construtos da competência motora
(manipulativo, estabilizador e locomotor) e a os testes do Functional
Movement Screen;
III. Observar as diferenças entre homens e mulheres (jovens adultos) no que
respeita à competência motora e capacidade funcional;
IV. Investigar a correlação entre competência motora, adiposidade e densidade
mineral óssea num grupo de jovens adultos fisicamente muito ativos;
V. Estudar as variações da competência motora, capacidade funcional,
composição corporal e níveis de atividade física (desporto e lazer), após um
período de 12 meses;
VI. Compreender a relação entre as escolhas das atividades desportivas e os níveis
de competência motora, capacidade funcional e composição corporal;
VII. Analisar as alterações nos níveis de competência motora, capacidade funcional
e composição corporal ao fim de 12 meses em função das escolhas desportivas.
2.2.3 Hipóteses
Tendo por base os objetivos propostos, serão também testadas as seguintes
hipóteses:
H1- A Competência Motora explica os resultados dos testes do Functional
Movement Screen em jovens adultos;
H2 – Melhor Competência Motora está associada a melhor capacidade funcional
em jovens adultos.
H3 – Não existem diferenças entre a competência motora de homens e mulheres;
H4 – Não existem diferenças entre a capacidade funcional de homens e
mulheres;
H5 – Jovens adultos fisicamente ativos apresentam um perfil de competência
motora, adiposidade e densidade mineral óssea em consonância com os padrões
dos adolescentes e crianças;
H6 – As escolhas de atividade desportiva são influenciadas pelos níveis de
competência motora e capacidade funcional;
42
H7 – Em jovens adultos a competência motora, capacidade funcional e
composição corporal alteram-se em função dos níveis de atividade física durante
um período de 12 meses;
H8 – Após 12 meses a competência motora, capacidade funcional e composição
corporal alterar-se em função das escolhas de atividades desportivas.
43
3. MATERIAL E MÉTODOS
Nesta secção pretende-se expor todos os procedimentos realizados ao longo deste
estudo, para que se possa compreender como e o que foi realizado. Desta forma,
possibilita-se a sua reprodução, reforçando a sua validade. O desenho experimental
tem por base os objetivos e as hipóteses formuladas expostas anteriormente,
enquadrando-se no atual estado das metodologias de investigação das áreas da
avaliação da composição corporal, competência motora e capacidade funcional em
jovens adultos.
Todos as decisões relativas à seleção da amostra, processo ético, materiais e
metodologia utilizada na recolha e análise dos dados está também presente nesta
secção.
Na sua elaboração foram tidos em consideração os nove princípios estabelecidos
por de Bradford Hill - força; consciência; especificidade; temporalidade; gradiente
biológico; plausibilidade; coerência; evidência experimental e analogia (Rothman,
K., Greenland, S., & Lash, 2008). Estas considerações foram usadas como critérios
para inferência causal para que a tomada de decisão não seja baseada unicamente na
significância estatística.
3.1 Tipo de estudo
Tendo por base os objetivos definidos trata-se de um estudo observacional,
longitudinal e de coorte, uma vez que não há a manipulação de variáveis, os dados
reportam-se a dois momentos distintos no tempo (1º momento e 2º momento, após
12 meses) e a amostra é dividida segundo o seu grau de exposição às variáveis em
análise. No entanto, numa primeira fase, quando se faz a análise do momento inicial
dos participantes passa a ser apenas observacional, analítico e transversal, uma vez
que não há manipulação de variáveis. Os dados reportam-se apenas a um momento,
existe a intenção de quantificar os níveis de atividade física, capacidade funcional,
competência motora e composição corporal procurando-se relações entre si
(Rothman, K., Greenland, S., & Lash, 2008).
3.2 Amostra
A amostra, por conveniência, constituída por jovens adultos, estudantes da
licenciatura de Desporto e Lazer da Escola Superior de Desporto e Lazer de Melgaço.
44
De um total de 170 alunos foram selecionados 120 de acordo com os critérios de
inclusão e exclusão, que se apresentam de seguida (3.2.1; 3.2.2). De entre os
estudantes selecionados, acordaram em participar 92 alunos (73.9% homens) com
uma média de idades de 21.2 ± 5.5 anos. Todos os participantes foram voluntários,
consistindo em 68 homens (22.3 ± 6.4 anos; 72.9 ± 9.9 kg; 175.8 ± 6.4 centímetros)
e 24 mulheres (20.7 ± 1.2 anos; 57.8 ± 7.6 kg; 162.6 ± 5.5 centímetros).
3.2.1 Critérios de Inclusão
1- estar matriculado e a frequentar a licenciatura de Desporto e Lazer da
Escola Superior de Desporto e Lazer de Melgaço;
2- pertencer à turma do 1º ou 2º ano e estar inscrito a 60% ou mais das
disciplinas da licenciatura de Desporto e Lazer da Escola Superior de
Desporto e Lazer de Melgaço;
3- não apresentar qualquer lesão no momento da avaliação ou na semana
subsequente (como lesão entende-se como qualquer queixa de parâmetros
físicos ou psicológicos que resultem em incapacidade de praticar ou
competir normalmente um determinado desporto ou atividade física
(Clarsen & Bahr, 2014).
3.2.2 Critérios de Exclusão
Os critérios de exclusão foram:
1- não apresentar matrícula ativa na licenciatura de Desporto e Lazer da
Escola Superior de Desporto e Lazer de Melgaço;
2- estar inscrito a menos de 60% das disciplinas da licenciatura de Desporto
e Lazer da Escola Superior de Desporto e Lazer de Melgaço;
3- no final do ano letivo estar reprovado a uma ou mais disciplinas práticas,
como consequência da aplicação do regime de faltas em vigor na
instituição.
3.3 Instrumentos de avaliação
Tendo por base a primeira parte desta investigação, o tipo de estudo, os
objetivos e hipóteses levantadas, esta seção apresenta os instrumentos de avaliação
selecionados.
45
3.3.1 Instrumentos de caraterização sociodemográfica
A caraterização sociodemográfica teve como intensão fazer um levantamento
geral relativos a idade, pratica desportiva, verificação do cumprimento dos critérios
de inclusão e exclusão, bem como o cumprimento das recomendações base para a
realização da avaliação segundo dual x-ray absorptiometry (DXA).
3.3.2 Instrumento de caraterização dos níveis de Atividade Física
Para a caraterização dos níveis de atividade física foi utilizada a versão
portuguesa de Habitual Physical Activity Questionnaire (Almeida & Ribeiro, 2014).
Trata-se de um questionário retrospetivo a 12 meses (Anexo II), que comtempla os
resultados referentes aos hábitos de atividade física. Inclui 8 itens agrupados em duas
dimensões: 1- Atividade física – desporto (4 itens) – avalia a prática de atividade
física realizada em contexto de desporto ou exercício físico programado nas horas de
lazer e 2) Atividade física – lazer (4 itens) – avalia a atividade física em ações que
não sejam desporto, praticadas durante momentos de lazer (exemplo: caminhar,
andar de bicicleta, etc.). As respostas foram categorizadas segundo uma escada de
cinco pontos, exceto para as perguntas sobre desporto, onde os resultados mais altos
correspondem a níveis mais altos de atividade física. Para cada um dos grupos ou
dimensões resulta um índex parcial desporto e outro de lazer. O resultado final, que
carateriza a quantidade de atividade física total, é calculada pela soma dos dois
valores parciais.
3.3.3 Instrumento de avaliação da Composição Corporal
A avaliação da composição corporal foi subdividida em duas partes, sendo a
primeira referente à antropometria (peso e altura) e a segunda relativa à composição
corporal (dual x-ray absorptiometry). A avaliação antropométrica foi realizada de
acordo com as normas da International Society for the Advancement of
Kinanthropometry (Stewart, Marfell-Jones, Olds, & De Ridder, 2011) e a
composição corporal de acordo com as especificações do fabricante General Electric
Hologic Discovery (Hologic Inc., Waltham, MA, USA) e demais recomendações
(Hart, Nimphius, Spiteri, Cochrane, & Newton, 2015). As avaliações
antropométricas foram realizadas por um especialista certificado e experiente neste
tipo de avaliações, o investigador responsável por este trabalho. Durante a avaliação
46
todos os participantes encontravam-se descalços, com o mínimo de vestuário
possível e com o observador posicionado lateralmente, respeitando o “espaço
pessoal” do observado.
3.3.3.1 Peso
1- A balança (SECA 760, Germany) colocada junto a uma parede;
2- A calibração a iniciar a contagem em 0 kg;
3- Cada participante descalço e com o mínimo de roupa possível, os braços
ao longo do corpo e olhar dirigido para a frente;
4- Esperar o tempo necessário para o ponteiro estabilizar e fazer a leitura
com uma precisão de quinhentos gramas (Imagem 1).
Imagem 1 - Aferição do peso
3.3.3.2 Altura
1- O estadiómetro (Estadiómetro SECA 217, Germany) montado encostado
a uma parede com o estabilizador colocado;
2- Posicionou-se o participante em cima da plataforma, com os calcanhares
o mais próximo possível do fundo e os tornozelos perto um do outro;
3- A posição da cabeça foi orientada segundo o plano de Frankfurt (linha
imaginária que passa pelo ponto mais baixo da órbita direita e pelo ponto
mais alto do bordo superior do meato auditivo externo direito);
47
4- A leitura foi efetuada ajustando a parte móvel do estadiómetro até que
contacte com o topo da cabeça, registando a medição até ao milímetro (0,1
centímetros), indicado pela seta vermelha que aponta para a escala métrica
Imagem 2).
Imagem 2 - Aferição da altura
3.3.3.3 Dual x-ray absorptiometry
1- Com o scanner General Electric Hologic Discovery (Hologic Inc.,
Waltham, MA, USA) iniciado e depois de realizados os processos de
calibração, os participantes foram colocados em decúbito dorsal na
marquesa do aparelho, com as duas mãos na posição de pronação e apoiadas
lateralmente;
2- O avaliador manualmente auxiliou o participante a:
2.1 – colocar a cabeça, pescoço e tronco paralelo de acordo com o eixo
longitudinal da marquesa do scâner;
2.2- posicionar a cintura escapular e cintura pélvica perpendicular ao eixo
longitudinal da marquesa do scâner;
2.3- colocar os membros inferiores à largura dos ombros e segundo uma
rotação interna de 45;
2.4- fixar os pés do avaliado segundo a posição anterior de modo a
minimizar qualquer movimento e aumentar o conforto do participante
(Imagem 3).
48
Imagem 3 - Aferição composição corporal com dual x-ray absorptiometry
3.3.4 Instrumento de avaliação da Competência Motora
A avaliação da competência motora foi realizada segundo a Motor
Competence Assessement battery (Luz et al., 2016), que se traduz em uma avaliação
quantitativa (orientada para o resultado), subdividida em dois testes para cada uma
das categorias: locomotor (shuttle run de 10 metros e salto horizontal);
manipulativo (velocidade de lançamento e de remate); e estabilidade (saltos laterais
e transposição de placas).
Os resultados foram registados segundo as unidades de medida a seguir
especificadas, sendo que o resultado para cada uma das categorias de competência
motora (locomotor, manipulativo e estabilizador), foi obtido pela soma dos t-scores
de cada um dos dois testes que as compõem. Tendo em conta que para o shuttle run
de 10 metros o melhor resultado é o valor mais baixo, foi invertido o calculo do t-
score, obtendo-se a competência motora total através da média dos t-scores de cada
uma das categorias (Luz et al., 2016; Luz, Rodrigues, et al., 2017).
3.3.4.1 Shuttle run 10 metros
i. O participante tem de cumprir no menor tempo possível a distância de
4x10 metros, que medeia a linha de partida e de final do teste;
ii. O teste inicia na linha de partida, após esta ser dado por um sinal
acústico;
iii. O participante tem de correr até à linha oposta, recolher um bloco de
madeira voltando à linha de partida pousando o bloco;
49
iv. Sem parar tem de voltar a para recolher o segundo bloco, regressando
para ultrapassar a linha de partida;
v. Nesta segunda passagem pela linha de partida não tem de pousar o
bloco de madeira, tentando passar o mais rápido possível (Imagem 4);
vi. Após a realização de duas tentativas separadas entre si por 2 minutos,
a melhor tentativa é tida em consideração para análise.
Imagem 4 – Execução do Shuttle run 10 metros
3.3.4.2 Salto horizontal
i. O participante tem de saltar com os dois pés em simultâneo o mais
longe possível;
ii. O teste inicia com os dois pés paralelos atrás da linha de partida;
iii. A distância alcançada é aferida desde a linha de partida até ao
calcanhar do pé que se entra mais perto da linha de partida (Imagem
5);
iv. Após três tentativas é considerada a maior distância alcançada para
análise registando-se até ao milímetro (0,1 centímetros).
50
Imagem 5 – Execução Salto Horizontal
3.3.4.3 Velocidade de lançamento
i. O participante tem de lançar uma bola de basebol (diâmetro: 7,3 cm;
peso: 142 g) à máxima velocidade que conseguir, contra uma parede
onde se encontra um alvo;
ii. Durante o lançamento tem de realizar corrida preparatória utilizando
a técnica de lançamento com ação do braço por cima da cabeça;
iii. O lançamento deve ocorrer junto à linha de lançamento;
iv. A velocidade foi medida por um radar portátil Stalker ATS II Radar
System (Applied Concepts, Inc., TX, USA);
v. Para a medição, o radar foi colocado num tripé, atrás do alvo da parede
e junto à linha de lançamento (Imagem 6);
vi. A velocidade máxima alcançada foi registada em metros por segundo
(m/s-1), registando-se a melhor tentativa de três repetições.
51
Imagem 6 - Execução Velocidade de Lançamento
3.3.4.4 Velocidade de remate
i. O participante tem de rematar uma bola de futebol n.º 5
(circunferência 68 cm; peso: 410 g) à máxima velocidade que
conseguir, contra uma parede onde se encontra um alvo;
vii. A bola está colocada na linha de lançamento, permitindo o devido
espaço para a realização de corrida preparatória;
viii. A velocidade foi medida por um radar portátil Stalker ATS II Radar
System (Applied Concepts, Inc., TX, USA) em m/s-1;
ix. Para a medição o radar foi colocado num tripé, posicionado atrás do
alvo da parede e junto à linha de lançamento (Imagem 7);
x. A velocidade máxima alcançada em três tentativas foi registada,
considerando-se a tentativa mais rápida para posterior análise.
52
Imagem 7 - Execução Velocidade de Remate
3.3.4.5 Saltos Laterais
i. O participante tem de saltar lateralmente na máxima velocidade
possível, durante 15 segundos;
ii. Os pés têm de estar juntos, permitindo que os saltos sejam realizados
sobre uma faixa de madeira (60 cm comprimento × 4 cm altura × 2
cm largura) que se encontra no meio de uma plataforma retangular
(100 cm comprimento × 60 cm largura);
iii. Os saltos só são considerados corretos sempre que sejam cumpridos
os requisitos do ponto ii., que não exista contacto com a faixa de
madeira e/ou os pés não saiam do limite da plataforma retangular
(Imagem 8);
iv. Cada salto dentro dos requisitos referidos vale um ponto;
v. Foram realizadas duas tentativas com um intervalo entre si de 2
minutos, registando-se o melhor resultado para análise;
53
Imagem 8 - Execução Saltos Laterais
3.3.4.6 Transposição de placas
i. O participante tem de se movimentar lateralmente utilizando duas
plataformas de madeira (25 cm × 25 cm × 2 cm, com quatro pernas de
3,7 cm);
ii. Durante a execução terá de realizar a transição o mais rápido possível,
durante 20 segundos;
iii. Os pés têm de estar sempre na parte superior de uma das plataformas
registando-se cada passagem com sucesso;
iv. É atribuído um ponto por movimentar a plataforma e outro quando é
garantida a passagem para a outra plataforma. Assim, cada
transferência executada com sucesso resulta em dois pontos, um para
a passagem dos pés e outro pela movimentação da outra plataforma
(Imagem 9);
vi. Foram realizadas duas tentativas com um intervalo entre si de 2
minutos, registando-se o melhor resultado para análise;
54
Imagem 9 - Execução Transposição de Placas
3.3.5 Instrumento de avaliação da Capacidade Funcional
A capacidade funcional foi aferida pelos testes do Functional Movement
Screen (FMS). Este sistema qualitativo, tem por objetivo aferir os padrões de
movimento fundamentais e simplificar a avaliação de padrões de movimento
específicos do quotidiano e inevitavelmente da prática desportiva (Cook, Burton,
Hoogenboom, & Voight, 2014a; Cook, Burton, Hoogenboom, et al., 2014b; Frost,
Beach, Campbell, Callaghan, & McGill, 2015). É composto por sete padrões de
movimento (Imagem 10): deep squat (DS), hurdle step (HS), in-line lunge (ILL),
shoulder mobility (SM), active straight-leg raise (ASLR), trunk stability push-up
(TSP), and rotary stability (RS) e três testes de verificação: Shoulder Clearing Test,
Spinal Extension Clearing Test and Spinal Flexion Clearing Test. Os testes foram
realizados tendo por base um kit de avaliação oficial e de acordo com os
procedimentos descritos na bibliografia da especialidade (Cook, Burton,
Hoogenboom, et al., 2014a, 2014b). As avaliações através do FMS foram realizadas
por um especialista certificado e experiente neste tipo de avaliações, o investigador
responsável por este trabalho.
55
Imagem 10 - Testes para avaliação da Capacidade Funcional
(Functional Movement Screen)
1- deep squat (DS); 2 - trunk stability push-up (TSP); 3- in-line lunge (ILL); 4- shoulder mobility
(SM); 5- hurdle step (HS); 6- active straight-leg raise (ASLR); 7- rotary stability (RS).
1. Cada participante realizou os testes de verificação. Em caso de dor no:
1.1 Shoulder Clearing Test (Imagem 11.1) será atribuída o resultado final
de 0 (zero) no SM test do lado a ser testado;
1.2 Spinal Extension Clearing Test (Imagem 11.2) será atribuída o
resultado final de 0 (zero) no TSP;
1.3 Spinal Flexion Clearing Test (Imagem 11.3) será atribuída o resultado
final de 0 (zero) no RS test;
1
2
3
4
5
6
7
56
Imagem 11 - Testes de Verificação
1- Shoulder Clearing Test; 2- Spinal Extension Clearing Test; 3- Spinal Flexion Clearing Test.
2. Foram permitidas três repetições para cada um dos padrões de
movimentos, registando-se o melhor resultado;
3. Cada padrão de movimento foi avaliado segundo os seguintes critérios:
3.1 presença de dor na realização do movimento – 0 (zero);
3.2 incapaz de realizar o padrão de movimento ou de assumir a posição
para a sua realização – 1 (um);
3.3 capaz de realizar o padrão de movimento, mas realiza-o demonstrando
algum tipo de compensação – 2 (dois);
3.4 realiza o padrão de movimento sem nenhuma compensação, de acordo
com as normas estabelecidas – 3 (três);
4. Foi concedido 1 minuto de descanso entre testes e 10 segundo entre
repetições, com o participante a regressar à posição inicial antes de cada
tentativa;
5. Exceto para o DS e TSP, cada lado do corpo foi aferido unilateralmente;
6. O resultado final foi calculado tendo por base a soma dos melhores
resultados obtidos em cada um dos testes, podendo ser atingida a
pontuação máxima de 21 pontos. No entanto, para os testes que são
aferidos unilateralmente é tida em consideração a seguinte regras: em caso
de resultados iguais é mantido esse valor para esse padrão de movimento,
em caso de valores diferente é considerado o valor mais baixo como valor
1
2
3
57
final desse padrão de movimento (exemplo: HS valor de 3 à esquerda e
valor de 2 à direita é assumido um valor final de 2 para o HS total).
3.4 Procedimentos de avaliação
Todos os participantes foram avaliados segundo os seus níveis de atividade física,
competência motora, capacidade funcional e composição corporal. Os dados foram
recolhidos entre outubro e novembro, primeiro mês do ano académico, e passados 12
meses. Todos os testes foram realizados no Laboratório de Análise do Movimento da
Escola de Desporto e Lazer de Melgaço.
As avaliações foram realizadas durante o período da manhã e os participantes
estavam divididos em grupos de aproximadamente 20 participantes. O laboratório
apresentou uma temperatura média de 26 Celsius e uma humidade relativa de 18%.
Os testes foram realizados pela seguinte ordem 1) dados sociodemográficos; 2)
questionário de atividade física habitual; 3) antropometria; 4) dual x-ray
absorptiometry; 5) Functional Movement Screen; 6) competência motora. No
primeiro dia foi preenchido o Consentimento Informado (Anexo I) e um questionário
sociodemográfico (Anexo II). Antes da realização dos testes, foi proporcionado a
todos os participantes uma explicação dos procedimentos dos testes a realizar, bem
como a oportunidade de colocar questões. Para o Functional Movement Screen e
competência motora, foi realizada uma demostração para cada um dos testes segundo
os padrões de uma execução proficiente.
3.5 Protocolo de acompanhamento
Após a primeira avaliação, cada um dos indivíduos seguiu a suas rotinas
académias normais, existindo o registo relativo às suas disciplinas optativas. As
disciplinas optativas dizem respeito às escolhas que cada um dos alunos pode realizar
no que concerne às disciplinas da componente prática. Encontram-se agrupadas em:
Desportos de Natureza (Escalada e Canyoning); Desportos de Ondas (Surf e
Bodyboard) e Atividades de Fitness (Hidroginástica e Ginástica Aeróbica). Antes da
segunda avaliação (após 12 meses) foi tida em consideração se cada participante
tinha frequentado pelo menos dois terços das aulas de componente prática, sendo
excluído da análise caso não se encontrasse dentro deste padrão.
58
3.6 Considerações éticas
Todas as considerações éticas para a realização de estudos em humanos foram
cumpridas, tendo em linha de orientação a declaração de Helsínquia e o regulamento
UE2016/679 do Parlamento Europeu e do Conselho, 27 de abril de 2016 relativo à
proteção das pessoas no que concerne ao tratamento de dados pessoais e à sua livre
circulação. Por se tratar de um estudo que foi desenvolvido numa instituição de
ensino superior fora do enquadramento jurídico da Universidade de Vigo, e por se
realizar em Portugal, a Comissão Científica da Escola Superior de Desporto e Lazer
do Instituto Politécnico de Viana do Castelo foi chamada a pronunciar-se sobre a
viabilidade e os procedimentos éticos para a concretização dos trabalhos. Após
análise do processo foi dado a parecer - CTC-ESDL-CE002-2017 (Anexo III).
Na realização da primeira avaliação todos os participantes tiveram oportunidade
de analisar os riscos e benefícios da sua participação neste estudo, assinando de forma
voluntária um consentimento informado (Anexo I).
Durante a realização do estudo, todos os participantes foram livre para decidir a
forma de participação podendo abandonar ou retomar de acordo com as suas
considerações.
3.7 Análise estatística
Todos os resultados foram analisados de acordo com a suposição de
normalidade e homogeneidade dos grupos em estudo (Ghasemi & Zahediasl, 2012).
Foi utilizada a estatística descritiva, optando-se pelo uso da média e intervalo de
confiança (IC) a 95% tendo como referência o limite inferior e superior. De acordo
com as caraterísticas das variáveis, a apresentação de uma distribuição normal ou
não, as associações foram testadas com recurso à correlação de Pearson (distribuição
normal) ou de Spearman (distribuição não normal). De acordo com os resultados
adotou-se a seguinte classificação (Hopkins, Hopkins, & Glass, 1996): trivial (𝑟 <
0.1), pequena (0.1 ≤ 𝑟 < 0.3), moderada (0.3 ≤ 𝑟 < 0.5), elevada (0.5 ≤ 𝑟 < 0.7), muito
elevada (0.7 ≤ 𝑟 < 0.9), quase perfeita (r ≥ 0.9).
Como a distribuição entre sexos não se apresenta como normal, a comparação
entre sexos foi realizada utilizando-se o Mann-Whitney U test. Pelas mesmas razões,
na comparação entre a primeira e segunda avaliação, baseline (1º momento) e após
12 meses (2º momento), foi utilizado o teste não paramétrico para amostras
dependentes Wilcoxon signed-rank test.
59
Para os grupos definidos de acordo com as disciplinas optativas, Desportos
de Natureza, Desportos de Ondas e Atividades de Fitness, utilizou-se a ANOVA
segundo os seus pressupostos de aplicação (normalidade e homogeneidade das
variáveis) com ajustamento com teste de comparação múltipla Tukey, uma vez que
as variáveis seguem uma distribuição normal, aplicando-se um teste paramétrico.
Devido às limitações dos testes estatísticos e do valor de p para informar sobre
o real significado dos resultados de investigação, existe a necessidade de se perceber
o tamanho do seu efeito. Para tal, e tendo como referência a utilização de um teste
não paramétrico, foi calculado o tamanhos do efeito (TE) através da formula (Pallant,
2011): 𝑟 =|𝑧|
√𝑁, onde N é o tamanho da amostra e o valor de z é apresentado após a
aplicação do teste de Mann-Whitney U test como no Wilcoxon signed-rank test. A
classificação do TE foi obtido através do seguinte critério (Pallant, 2011): efeito
muito pequeno (r <0,1); efeito pequeno (0,1 ≤ r <0,3); efeito médio (0,3 ≤ r < 0,5); e
efeito elevado (r ≥ 0,5).
Todas as analises estatísticas tiveram como referência a utilização o software SPSS
(versão 22.0.0.0 para Windows, IBM, USA) considerando o intervalo de confiança
de 95%, traduzindo-se num nível de significância de 0.05.
60
4. RESULTADOS
Este capítulo pretende apresentar os resultados do momento 1 e momento 2, antes e depois
do ano curricular académico, para cada uma das variáveis analisadas (composição corporal,
competência motora e capacidade funcional). Os resultados são apresentados separadamente
por sexo (homens e mulheres), uma vez que a investigação demonstra amplamente a
existência de diferenças nas variáveis de composição corporal (Karastergiou, Smith,
Greenberg, & Fried, 2012) e na competência motora e capacidade funcional (Abraham et al.,
2015; Bardenett et al., 2015; Luz et al., 2019), e de acordo com as disciplinas optativas –
Deportos de Natureza; Desportos de Ondas e Atividades de Fitness.
Partes dos resultados, relativos ao ponto 4.1 estão presentes no artigo “Motor Competence
and Body Composition in young adults: An exploratory study” publicado em Junho de 2019
na revista Obesity Medicine, com doi: https://doi.org/10.1016/j.obmed.2019.100087, e no
artigo “Association between motor competence and Functional Movement Screen scores”
publicado em Agosto de 2019 na revista PeerJ, com doi:10.7717/peerj.7270; não sendo
transcrições exatas (Anexo IV)
4.1 Avaliação inicial
A avaliação inicial e de acordo com o exposto no capítulo três, tem por objetivo a
caraterização dos participantes e as relações entre as diferentes variáveis em estudo. Assim,
reveste-se de um caracter observacional, analítico e transversal, procurando observar os dados
de um momento, sem que exista qualquer manipulação, com a intenção de quantificar os
níveis de atividade física, capacidade funcional, competência motora e composição corporal
procurando-se relações entre as variáveis.
Os dados foram recolhidos no início do ano escolar, entre outubro e novembro.
4.1.1 Caraterização da amostra
Participaram neste estudo um total de 92 jovens adultos, 68 homens (22.3 ± 6.4 anos; 72.9
± 9.9 kg; 175.8 ± 6.4 centímetros) e 24 mulheres (20.7 ± 1.2 anos; 57.8 ± 7.6 kg; 162.6 ± 5.5
centímetros). Todos os participantes eram estudantes de uma licenciatura em Desporto e
Lazer, apresentando no momento da avaliação ausência de qualquer limitação motora,
cognitiva ou de saúde que pudesse interferir com a performance dos testes realizados. Na
primeira avaliação, a maioria (~85%), reportou praticar exercício físico extracurricular. Sendo
estudantes de uma licenciatura que tem por base o desporto, apresentam em média 352 horas
de aulas práticas por ano académico (desportos individuais e coletivos).
61
Analisando os índices relativos ao questionário de atividade física (QAF), verifica-se que
não existem diferenças significativas entre sexos no diz respeito à idade, todos os índices
relativos ao QAF e a prática de desporto federado ou exercício físico de forma regular (Tabela
3).
Tabela 3 – Caracterização da amostra quanto aos níveis de atividade física e desporto
segundo média (desvio padrão) [95% IC]
Variável Homens (n = 45) Mulheres (n = 21) Valor de p Tamanho
do efeito
Idade (anos) 20.1 (1.0)
[19.5 – 20.8]
19.6 (0.3)
[19.0 – 20.2] 0.088 0.201
QAF índice Desporto 4.0 (0.2)
[3.6 – 4.3]
4.1 (0.3)
[3.5 – 4.6] 0.695 0.048
QAF índice Lazer 4.4 (1.2)
[4.0 – 4.7]
4.3 (0.1)
[4.1 – 4.6] 0.479 0.087
QAF índice Total 8.3 (0.3)
[7.6 – 8.9]
8.4 (0.3)
[7.8 – 9.0] 0.513 0.081
QAF Desporto
Federado
Sim 40.4% 36.8% 0.789 0.033
Não 59.6% 63.2%
QAF Exercício
Físico
Sim 86.7% 85.7% 0.917 0.013
Não 13.3% 14.3%
QAF – Questionário de Atividade Física; * diferenças significativas (p<0.05).
De entre as atividades reportadas como mais praticadas, as mulheres assumem as
atividades realizadas em ginásio (42.9%), seguida dos desportos coletivos como Voleibol e
Futebol (21.4%) e a corrida (14.3%). As restantes (21.4%) referem desportos como dança,
Kung Fu entre outras. Já os homens reportam os jogos desportivos coletivos (56.1%) com a
atividade mais praticada, nomeadamente o Futebol (95.7%). Ainda no que refere aos homens,
a segunda atividade física mais praticada relaciona-se exercício em contexto de ginásio
(34.1%) e os restantes (9.8%) atividades como corrida, bicicleta de Trial e kickboxing.
No que respeita à distribuição entre as disciplinas optativas, existe uma marcada diferença
entre homens e mulheres (Tabela 4). A distribuição não é uniforme, uma vez que o grupo de
Atividades de Fitness demonstra ser a primeira escolha para 66.7% por parte das mulheres,
enquanto que o grupo de Desportos de Natureza apresenta apenas uma mulher. Para os homens
a distribuição é mais uniforme com os valores a oscilarem entre os 16 (29.4%) e os 27 (39.7%)
participantes por grupo.
62
Tabela 4 - Distribuição da amostra segundo as disciplinas optativas Desportos de Natureza Desportos de Ondas Atividades de Fitness
Homens n= 20 29.4% n= 27 39.7% n= 16 39.7%
Mulheres n= 1 4.2% n= 7 29.2% n= 16 66.7%
n - número de indivíduos; % - percentagem; Desportos de Natureza - Escalada e Canyoning; Desportos de Ondas -
Surf e Bodyboard; Atividades de Fitness - Hidroginástica e Ginástica Aeróbica;
Tendo em consideração estas diferenças na distribuição entre homens e mulheres segundo
as disciplinas optativas, não serão consideradas as mulheres quando da análise destes grupos.
A Tabela 5 apresenta os valores relativos ao QAF e à prática de exercício físico por parte
dos homens segundo disciplinas optativas. No seu conjunto os homens não apresentam
diferenças significativas entre os grupos de disciplinas optativas.
Tabela 5 - Caracterização da amostra quanto aos níveis de atividade física e desporto,
homens, segundo as disciplinas optativas (média (desvio padrão) e 95% IC) Variável Desportos de Natureza
n= 20
Desportos de Ondas
n= 27
Atividades de Fitness
n= 16
Idade (anos) 24.4 (3.6)
15.9 – 32.8
21.4 (1.5)
18.3 – 24.5
20.5 (0.8)
18.7 – 22.3
QAF índice Desporto 3.8 (0.5)
2.7 – 4.9
3.9 (0.2)
3.4 – 4.4
4.3 (0.3)
3.7 – 4.8
QAF índice Lazer 4.4 (0.2)
4.0 – 4.8
4.1 (0.1)
4.0 – 4.3
4.7 (0.6)
3.4 – 5.9
QAF índice Total 8.2 (0.5)
7.1 – 9.3
8.1 (0.3)
7.5 – 8.6
8.9 (0.7)
7.4 – 10.5
QAF Desporto
Federado
Sim 37.5% 38.9% 50.0%
Não 62.5% 61.1% 50.0%
QAF Exercício
Físico
Sim 75.0% 95.5% 91.7%
Não 25.0% 4.5% 8.3%
QAF – Questionário de Atividade Física; Desportos de Natureza - Escalada e Canyoning; Desportos de Ondas - Surf e
Bodyboard; Atividades de Fitness - Hidroginástica e Ginástica Aeróbica;* diferenças significativas (p<0.05).
Um resumo mais visual dos resultados dos índices do QAF, pode ser observado no
Gráfico 1, onde as diferenças reportadas anteriormente ficam mais evidentes mesmo não
existindo diferenças significativas entre os grupos analisados.
63
4.1.2 Composição corporal
A composição corporal é marcadamente diferente entre sexos (Tabela 6).
Tabela 6 – Antropometria e composição corporal de homens e mulheres, segundo média
(desvio padrão) [95% IC]
Variável Homens (n = 52) Mulheres (n = 20) Valor de p Tamanho
do efeito
Altura (cm) 176.2 (0.8)*
[174.5 – 178.7]
161.9 (1.2)
[159.4 – 164.3] 0.000 0.752
Peso (kg) 74.0 (1.3)*
[71.3 – 76.7]
58.3 (1.7)
[54.7 – 61.8] 0.000 0.678
Massa gorda (g) 3963.2 (214.9)
[3497.6 – 4356.2]
4849.8 (281.1)*
[4261.4 – 5438.2] 0.004 0.335
Percentagem de gordura (%) 22.5 (0.8)
[20.8 – 24.1]
34.3 (1.0)
[32.2 – 36.4]* 0.000 0.677
Massa isenta de gordura (g) 13146.4 (195.4)*
[12698.0 – 13493.9]
9096.1 (206.4)
[8664.0 – 9528.2] 0.000 0.751
Densidade Mineral Óssea (g/cm2) 1.3 (0.0)*
[1.2 – 1.3]
1.2 (0.0)
[1.1 – 1.2] 0.000 0.455
cm – centímetros; kg – quilogramas; % - percentagem; g/cm2 – gramas por centímetro quadrado; g – gramas; * diferenças
significativas (p<0.05).
Os homens apresentam valores consideravelmente mais elevados para a altura, peso e
massa isenta de gordura com TE elevado (r ≥ 0,5), enquanto que para a densidade mineral
óssea, e embora com mesmo padrão, apresente um TE médio (0,3 ≤ r < 0,5). Relativamente à
massa gorda, os valores são consideravelmente mais baixos do que os apresentados pelas
mulheres, com um TE de 0.335 (médio). Por sua vez, as mulheres apresentam valores
Gráfico 1 – Índices do Questionário de Atividade Física para homens mulheres e homens
de acordo com as disciplinas optativas
QAF – Questionário de Atividade Física;
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Homens
Mulheres
Desportos de Natureza
Desportos de Ondas
Atividades de Fitness
Índices do Questionário de Atividade Física
QAF índice Total QAF índice Lazer QAF índice Desporto
64
estatisticamente mais elevados no que respeita à percentagem de gordura corporal, com um
TE de 0.677 (elevado).
Tendo em consideração as diferenças encontradas anteriormente quando comparados
homens e mulheres (Tabela 5) e distribuição segundo as disciplinas optativas (Tabela 4), não
serão consideradas as mulheres na análise separada por disciplinas optativas. Desta forma, a
Tabela 7 apresenta os valores da antropometria e composição corporal relativos aos homens,
segundo as disciplinas optativas, não se verificando qualquer diferença entre os grupos quando
aplicada a ANOVA (p> 0.05).
Tabela 7 – Antropometria e composição corporal, homens, segundo as disciplinas optativas
(média (desvio padrão) e 95% IC)
Variável Desportos de Natureza
n= 20
Desportos de Ondas
n= 27
Atividades de Fitness
n= 16
Idade (anos) 22.7 (2.0)
18.5 – 27.0
21.6 (1.9)
17.6 – 25.7
20.5 (0.7)
18.9 – 22.0
Altura (cm) 176.6 (1.8)
172.7 – 180.5
176.2 (1.5)
173.0 – 179.4
176.7 (1.1)
174.4 – 179.1
Peso (kg) 74.9 (2.4)
69.8 – 80.0
69.8 (2.3)
65.0 – 74.6
78.8 (2.5)
73.4 – 84.2
Massa gorda (g) 4010.5 (314.4)
3336.3 – 4684.7
3472.2 (348.5)
2733.3 – 4211.1
4469.0 (500.5)
3378.4 – 5559.5
Percentagem de gorda (%) 22.7 (1.3)
19.9 – 25.4
21.2 (1.3)
18.5 – 23.9
23.9 (2.0)
19.6 – 28.2
Massa Isenta de gordura (g) 13483.7 (385.6)
12656.7 – 14310.7
12371.8 (356.0)
11617.2 – 13126.5
13733.2 (180.1)
13340.8 – 14125.7
Densidade Mineral Óssea (g/cm2) 1.3 (0.0)
1.2 – 1.3
1.2 (0.0)
1.2 – 1.3
1.3 (0.0)
1.2 – 1.4
cm – centímetros; kg – quilogramas; % - percentagem; g/cm2 – gramas por centímetro quadrado; g – gramas; Desportos de
Natureza- Escalada e Canyoning; Desportos de Ondas – Surf e Bodyboard; Atividades de Fitness – Hidroginástica e Ginástica
Aeróbica; * diferenças significativas (p<0.05).
4.1.3 Níveis de competência motora
Seguindo os pressupostos anteriores, encontram-se na Tabela 8 os valores relativos a
homens e mulheres, para os níveis de competência motora (CM).
65
Tabela 8 - Níveis de competência motora de homens e mulheres, segundo média (desvio
padrão) [95% IC]
Variável Homens (n = 58) Mulheres (n = 22) Valor de p Tamanho
do efeito
CM estabilidade 105.6 (3.3)*
[98.8 – 112.3]
86.2 (3.1)
[79.5 – 93.0] 0.000 0,510
Saltos laterais (n) 53.1 (1.4)*
[50.3 – 55.9]
45.1 (1.6)
[41.6 – 48.5] 0.001 0,373
Transposição de placas (n) 32.0 (0.8)*
[30.3 – 33.6]
28.7 (0.5)
[27.6 – 29.8] 0.000 0,491
CM manipulativo 111.2 (1.7)*
[107.6 – 114.7]
73.1 (3.3)
[66.1 – 80.2] 0.000 0,742
Velocidade de lançamento (m/s-1) 22.4 (0.4)*
[21.5 – 23.3]
14.7 (0.7)
[13.2 – 16.3] 0.000 0,709
Velocidade de remate (m/s-1) 25.5 (0.4)*
[24.7 – 26.3]
17.6 (0.8)
[15.9 – 19.3] 0.000 0,734
CM locomotor 100.9 (2.8)*
[95.2 – 106.7]
96.7 (1.1)
[94.4 – 99.1] 0.001 0,372
Salto horizontal (cm) 225.9 (4.0)*
[217.6 – 234.1]
170.6 (5.9)
[157.7 – 183.4] 0.000 0,604
Shuttle run de 10 metros (s) 9.4 (0.3)*
[8.7 – 10.1]
11.3 (0.2)
[10.8 – 11.7] 0.000 0,697
CM total 105.9 (1.8)*
[102.2 – 109.6]
85.4 (1.9)
[81.3 – 89.5] 0.000 0,727
CM: competência motora – T score; n - número de repetições; m/s-1 – metros por segundo; cm – centímetros; s - segundos;
* diferenças significativas (p<0.05).
Os homens apresentam valores significativamente superiores em todas as categorias de
CM. A maioria dessas diferenças apresenta um TE elevado, com apenas 30 % a ser
classificada com um TE médio (Tabela 6). Estas diferenças significativas entre sexos ficam
melhor ilustradas quando observado o Gráfico 2.
Gráfico 2 – Valores de Competência Motora para homens e mulheres
Competência Motora – T score; n - número de repetições; m/s-1 – metros por segundo; cm – centímetros; s - segundos;
0 50 100 150 200 250
Competência Motora Estabilizadora
Saltos laterais (n)
Transposição de placas (n)
Competência Motora manipulativa
Velocidade de lançamento (m/s-1)
Velocidade de remate (m/s-1)
Competência Motora Locomotora
Salto horizontal (cm)
Shuttle run de 10 metros (s)
Competência Motora Total
Competência Motora
Mulheres Homens
66
Partindo das análises anteriores, a Tabela 9 apresenta os valores relativos à CM segundo as
disciplinas optativas e apenas para homens. Não se verificam igualmente diferenças
significativas entre os grupos (p> 0.05).
Tabela 9 - Competência Motora, homens, segundo as disciplinas optativas (média e 95%
IC)
Variável Desportos de Natureza
n= 20
Desportos de Ondas
n= 27
Atividades de Fitness
n= 16
CM estabilidade 108.0 (4.6)
97.8 – 118.1
102.3 (3.7)
94.5 – 110.1
105.6 (5.2)
94.2 – 117.0
Saltos laterais (n) 52.8 (2.1)
48.2 – 57.3
50.0 (1.6)
46.6 – 53.4
53.8 (2.2)
49.0 – 58.5
Transposição de placas (n) 33.2 (1.0)
31.0 – 35.3
32.4 (0.9)
30.5 – 34.3
31.6 (1.3)
28.8 – 34.4
CM manipulativo 108.8 (2.8)
102.8 – 114.8
111.5 (2.9)
105.4 – 117.6
110.8 (2.2)
105.9 – 115.7
Velocidade de lançamento (m/s-1) 22.0 (0.8)
20.3 – 23.7
23.2 (0.6)
21.8 – 24.5
21.9 (0.5)
20.7 – 23.0
Velocidade de remate (m/s-1) 25.0 (0.6)
23.7 – 26.3
24.9 (0.6)
23.6 – 26.2
25.9 (0.6)
24.7 – 27.2
CM locomotor 104.3 (1.8)
100.5 – 108.2
90.1 (4.3)
90.1 – 108.2
101.3 (1.0)
99.2 – 103.4
Salto horizontal (cm) 226.5 (6.7)
211.9 – 241.0
225.2 (6.0)
212.6 – 237.7
220.0 (3.8)
211.7 – 228.3
Shuttle run de 10 metros (s) 9.9 (0.1)
9.7 – 10.1
9.2 (0.5)
8.1 – 10.3
9.7 (0.1)
9.5 – 10.0
CM total 107.0 (2.1)
102.4 – 111.6
104.3 (2.3)
99.6 – 109.0
105.9 (1.7)
102.1 – 109.7 CM: competência motora – T score; n - número de repetições; m/s-1 – metros por segundo; cm – centímetros; s - segundos;
Desportos de Natureza- Escalada e Canyoning; Desportos de Ondas – Surf e Bodyboard; Atividades de Fitness –
Hidroginástica e Ginástica Aeróbica; * diferenças significativas (p<0.05).
.
4.1.4 Níveis de capacidade funcional
Quando analisamos a capacidade funcional através do Functional Movement Screen
(FMS), verificamos que os homens apresentam valores estatisticamente superiores na
realização do Trunk Stability Push-Up, enquanto que as mulheres apresentam valores
superiores para o Active Straight Leg Raise (Tabela 10).
67
Tabela 10 - Níveis de capacidade funcional (Functional Movement Screen) segundo média
(desvio padrão) [95% IC]
Variável Homens (n = 67) Mulheres (n = 23) Valor de p Tamanho do
efeito
FMS
Deep Squat
2.0 (0.1)
[1.9 – 2.2]
2.0 (0.2)
[1.6 – 2.3] 0.951 0.005
FMS
Hurdle Step
1.7 (0.1)
[1.6 – 1.8]
1.7 (0.1)
[1.4 – 1.9] 0.954 0.006
FMS
In Line Lunge
1.9 (0.1)
[1.8 – 2.1]
2.1 (0.1)
[1.8 – 2.4] 0.062 0.199
FMS
Shoulder Mobility
1.9 (0.1)
[1.6 – 2.1]
2.2 (0.2)
[1.8 – 2.6] 0.175 0.124
FMS
Active Straight Leg Raise
2.3 (0.1)
[2.2 – 2.5]
2.8 (0.1)*
[2.6 – 2.9] 0.008 0.269
FMS
Trunk Stability Push-Up
2.3 (0.1)*
[2.1 – 2.5]
1.2 (0.2)
[0.9 – 1.5] 0.000 0.524
FMS
Rotary Stability
2.0 (0.0)
[1.9 – 2.0]
2.0 (0.0)
[2.0 – 2.0] 0.298 0.110
FMS
Resultado final
14.1 (0.2)
[13.7 – 14.6]
14.0 (0.5)
[13.0 – 14.9] 0.774 0.058
FMS - Functional Movement Screen.
Por outro lado, o TE, para o Trunk Stability Push-up classifica-se como elevado (TE=
0.524), enquanto que o Active Straight Leg Raise como pequeno (TE= 0.269). Os restantes
valores não apresentam diferenças significativas entre sexos, nem TE que se destaquem. Estes
fatores podem ser observados no Gráfico 3, onde se percebe uma clara tendência em que os
homens apresentarem valores mais elevados para todos os scores, com a exceção do FMS
ASLR.
Gráfico 3 - Resultados para a Capacidade Funcional segundo o Functional Movement Screen
para homens e mulheres
FMS – Functional Movement Screen;
0 2 4 6 8 10 12 14 16
FMS Deep Squat
FMS Hurdle Step
FMS In Line Lunge
FMS Shoulder Mobility
FMS Active Straight Leg Raise
FMS Trunk Stability Push-Up
FMS Rotary Stability
FMS Resultado final
Capacidade Funcional
Mulheres Homens
68
Quando agregados segundo as disciplinas optativas (Tabela 11), verifica-se a existência de
diferenças estatisticamente significativas entre o grupo de Atividades de Fitness e Desportos
de Ondas para o Trunk Stability Push-up F(2-59)= 4.043; p= 0.018, onde o grupo de
Atividades de Fitness apresenta valores mais elevados.
Tabela 11 – Capacidade funcional (Functional Movement Screen), homens, segundo as
disciplinas optativas (média (desvio padrão) e 95% IC)
Variável Desportos de Natureza
n= 20
Desportos de Ondas
n= 27
Atividades de Fitness
n= 16
FMS
Deep Squat
2.1 (0.1)
1.9 – 2.3
1.9 (0.1)
1.7 – 2.1
2.2 (0.1)
1.9 – 2.5
FMS
Hurdle Step
1.8 (0.1)
1.5 – 2.0
1.7 (0.1)
1.5 – 1.9
1.5 (0.2)
1.1 – 1.9
FMS
In Line Lunge
1.9 (0.1)
1.7 – 2.0
1.9 (0.1)
1.7 – 2.1
2.1 (0.1)
1.8 – 2.3
FMS
Shoulder Mobility
1.8 (0.2)
1.4 – 2.1
2.1 (0.2)
1.7 – 2.4
1.7 (0.2)
1.2 – 2.2
FMS
Active Straight Leg Raise
2.4 (0.1)
2.1 – 2.6
2.4 (0.1)
2.1 – 2.7
2.3 (0.2)
1.9 – 2.7
FMS
Trunk Stability Push-Up
2.3 (0.2)
1.8 – 2.7
2.1 (0.2)
1.7 – 2.4
2.9 (0.1)a
2.7 – 3.0
FMS
Rotary Stability
2.0 (0.1)
1.8 – 2.1
2.0 (0.4)
2.0 – 2.0
1.9 (0.1)
1.8 – 2.1
FMS
Resultado final
13.9 (0.4)
13.1 – 14.7
14.1 (0.4)
13.3 – 15.0
14.6 (0.6)
13.3 – 15.9 FMS - Functional Movement Screen; Desportos de Natureza- Escalada e Canyoning; Desportos de Ondas – Surf e
Bodyboard; Atividades de Fitness – Hidroginástica e Ginástica Aeróbica; a – diferença estatística entre Atividades de Fitness
e Desportos de Ondas; p= 0.018.
4.1.5 Relação entre os níveis de adiposidade, densidade mineral óssea e competência
motora;
Observando os níveis de adiposidade, densidade mineral óssea e a CM das mulheres
(Tabela 12), verifica-se que existem correlações significativas entre: salto horizontal e
percentagem gordura total (r= - 0.533; p= 0.015; negativa e elevada); salto horizontal e
percentagem de gordura do tronco (r= - 0.517; p= 0.019; negativa e elevada); shuttle run e
percentagem de gordura total (r= 0.536; p= 0.018; positiva e elevada); shuttle run e
percentagem de gordura do tronco (r= 0.506; p= 0.027; positiva e elevada); shuttl run e
gordura total (r= 0.513; p= 0.025; positiva e elevada) e CM total e densidade mineral óssea
(r= 0.658; p= 0.001; positiva e elevada).
69
Tabela 12 - Correlações entre níveis de adiposidade, densidade mineral óssea e
Competência Motora para mulheres
CM: competência motora – T score; n - número de repetições; m/s-1 – metros por segundo; cm – centímetros; s -
segundos; % - percentagem; g/cm2 – gramas por centímetro quadrado; g – gramas; * diferenças significativas (p<0.05);
** diferenças significativas (p<0.01)
A mesma análise, mas para os homens (Tabela 13) verifica-se a existência de correlações
significativas entre: CM estabilidade e percentagem de gordura total (r= - 0.509; p= 0.001;
negativa e elevada); CM estabilidade e percentagem de gordura do tronco (r= - 0.463; p=
0.003; negativa e moderada); CM estabilidade e gordura total (r= - 0.509; p= 0.001; positiva
e elevada); saltos laterais e percentagem de gordura total (r= - 0.461; p= 0.003; negativa e
moderada); saltos laterais e percentagem de gordura do tronco (r= - 0.402; p= 0.010; negativa
e moderada); saltos laterais e gordura total (r= - 0.427; p= 0.006; positiva e elevada); CM
locomotor e percentagem de gordura total (r= - 0.380; p= 0.011; negativa e moderada); CM
locomotor e gordura total (r= - 0.356; p= 0.018; negativa e moderada); salto horizontal e
percentagem de gordura total (r= - 0.430; p= 0.003; negativa e moderada); salto horizontal e
percentagem de gordura do tronco (r= - 0.396; p= 0.006; negativa e moderada); salto
horizontal e gordura total (r= - 0.420; p= 0.004; negativa e moderada); CM total e percentagem
de gordura total (r= - 0.519; p= 0.001; negativa e elevada); CM total e percentagem de gordura
do tronco (r= - 0.432; p= 0.007; negativa e moderada); CM total e gordura total (r= - 0.423;
p= 0.008; negativa e moderada).
Variável % gordura
% gordura
do tronco
Gordura
total (g)
Densidade mineral
óssea (g/cm2)
CM estabilidade -0.291 -0.256 -0.165 0.183
Saltos laterais (n) -0.400 -0.297 -0.269 0.210
Transposição de placas (n) -0.098 0.002 -0.015 0.074
CM manipulativo -0.083 0.044 0.002 0.119
Velocidade de lançamento (m/s-1) -0.176 -0.077 -0.059 0.023
Velocidade de remate (m/s-1) 0.011 0.166 0.120 0.185
CM locomotor -0.172 -0.170 0.065 0.323
Salto horizontal (cm) -0.533* -0.517* -0.404 0.195
Shuttle run de 10 metros (s) 0.536* 0.506* 0.513* -0.113
CM total -0.142 -0.058 0.228 0.658**
70
Tabela 13 - Correlações entre níveis de adiposidade, densidade mineral óssea e
Competência Motora para homens
CM: competência motora – T score; n - número de repetições; m/s-1 – metros por segundo; cm – centímetros; s - segundos;
% - percentagem; g/cm2 – gramas por centímetro quadrado; g – gramas; * diferenças significativas (p<0.05); ** diferenças
significativas (p<0.01)
4.1.6 Relação entre níveis de adiposidade, densidade mineral óssea e capacidade funcional;
A análise da capacidade funcional e a sua associação com os níveis de adiposidade e
densidade mineral óssea para as mulheres encontra-se na Tabela 14.
As associações estatisticamente significativas encontram entre: FMS DS e percentagem de
gordura total (r= - 0.580; p= 0.007; negativa e elevada); FMS DS e percentagem de gordura
do tronco (r= - 0.501; p= 0.024; negativa e elevada); FMS DS e gordura total (r= - 0.447; p=
0.048; negativa e moderada); FMS HS e percentagem de gordura total (r= - 0.502; p= 0.024;
negativa e elevada); FMS HS e gordura total (r= - 0.458; p= 0.042; negativa e moderada);
FMS TSP e percentagem de gordura total (r= - 0.504; p= 0.023; negativa e elevada); FMS
TSP e percentagem de gordura do tronco (r= - 0.475; p= 0.034; negativa e moderada); FMS
TSP e gordura total (r= - 0.476; p= 0.034; negativa e moderada); FMS resultado final e
percentagem de gordura total (r= - 0.691; p= 0.001; negativa e elevada); FMS resultado final
e percentagem de gordura do tronco (r= - 0.552; p= 0.012; negativa e elevada); FMS resultado
final e gordura total (r= - 0.650; p= 0.002; negativa e elevada).
Variável % gordura % gordura
do tronco
Gordura
total (g)
Densidade mineral
óssea (g/cm2)
CM estabilidade -0.509** -0.463** -0.442** 0.042
Saltos laterais (n) -0.461* -0.402* -0.427** -0.072
Transposição de placas (n) -0.234 -0.234 -0.185 0.136
CM manipulativo -0.005 -0.085 0.000 -0.48
Velocidade de lançamento (m/s-1) 0.129 0.087 0.123 -0.115
Velocidade de remate (m/s-1) -0.178 -0.252 -0.144 0.006
CM locomotor -0.380* -0.287 -0.356* -0.135
Salto horizontal (cm) -0.430** -0.396 -0.420** -0.123
Shuttle run de 10 metros (s) 0.237 0.250 0.280 0.035
CM total -0.519** -0.432** -0.423* -0.055
71
Tabela 14 - Correlações entre níveis de adiposidade, densidade mineral óssea e
capacidade funcional para mulheres
FMS - Functional Movement Screen; % - percentagem; g/cm2 – gramas por centímetro quadrado; g – gramas;
* diferenças significativas (p<0.05); ** diferenças significativas (p<0.01)
Para os homens as correlações são um pouco diferentes (Tabela 15), com significado
apenas para FMS HS e gordura total (r= - 0.343; p= 0.014; negativa e moderada) e para o
FMS RS e densidade mineral óssea total (r= - 0.293; p= 0.035; negativa e pequena).
Tabela 15 - Correlações entre níveis de adiposidade, densidade mineral óssea e
capacidade funcional para homens
Variável % gordura % gordura
do tronco
Gordura
total (g)
Densidade mineral
óssea (g/cm2)
FMS
Deep Squat 0.147 0.136 0.110 -0.083
FMS
Hurdle Step -0.272 -0.210 -0.343* -0.125
FMS
In Line Lunge 0.086 0.091 0.134 0.215
FMS
Shoulder Mobility -0.245 -0.233 -0.215 -0.034
FMS
Active Straight Leg Raise 0.003 -0.013 -0.003 -0.088
FMS
Trunk Stability Push-Up -0.118 -0.172 -0.096 -0.165
FMS
Rotary Stability -0.140 -0.100 -0.147 -0.293*
FMS
Resultado final -0.113 -0.132 -0.120 -0.092
FMS - Functional Movement Screen; % - percentagem; g/cm2 – gramas por centímetro quadrado; g – gramas; *
diferenças significativas (p<0.05); ** diferenças significativas (p<0.01)
Variável % gordura % gordura
do tronco
Gordura
total (g)
Densidade mineral
óssea (g/cm2)
FMS
Deep Squat -0.580** -0.501* -0.447 -0.76
FMS
Hurdle Step -0.502* -0.340 -0.458* 0.064
FMS
In Line Lunge -0.344 -0.201 -0.111 0.137
FMS
Shoulder Mobility -0.192 -0.182 -0.362 -0.489*
FMS
Active Straight Leg Raise -0.190 -0.411 -0.170 0.170
FMS
Trunk Stability Push-Up -0.504* -0.475* -0.476* -0.024
FMS
Rotary Stability 0.000 0.000 0.000 0.000
FMS
Resultado final -0.691* -0.552* -0.650** -0.175
72
4.1.7 Relação entre competência motora e capacidade funcional;
A Tabela 16 apresenta os valores das correlações entre os resultados do FMS e o MCA em
todas as suas componentes e construtos.
Tabela 16 - Correlações entre a competência motora e a capacidade funcional
Variável FMS
Deep
Squat
FMS
Hurdle
Step
FMS
In Line
Lunge
FMS
Shoulder
Mobility
FMS
Active
Straight
Leg
Raise
FMS
Trunk
Stability
Push-Up
FMS
Rotary
Stability
FMS
Resultado
Final
CM estabilidade 0.169 0.164 -0.009 0.237* 0.162 0.521** -0.038 0.474*
Saltos laterais (n) 0.237* 0.184 -0.017 0.244* 0.147 0.372** -0.010 0.363**
Transposição de
placas (n) 0.038 0.184 -0.004 0.145 0.102 0.511** -0.140 0.404**
CM manipulativo -0.141 -0.084 -0.305** -0.060 -0.203 0.474** 0.103 0.026
Velocidade de
lançamento (m/s-1) -0.129 -0.105 -0.318** -0.136 -0.210 0.440** 0.119 -0.017
Velocidade de
remate (m/s-1) -0.124 -0.051 -0.249* -0.028 -0.224* 0.433** 0.011 0.010
CM locomotor 0.058 0.053 0.182 0.021 - 0.080 0.294** 0.009 0.156
Salto horizontal
(cm) -0.019 -0.057 0.220 -0.131 0.153 -0.480** -0.039 -0.198
Shuttle run de 10
metros (s) 0.041 0.120 0.026 0.159 -0.052 0.462** 0.045 0.261*
CM total -0.027 0.027 -0.210 0.113 -0.050 0.521** 0.026 0.263* CM: competência motora – T score; n - número de repetições; m/s-1 – metros por segundo; cm – centímetros; s - segundos;
* diferenças significativas (p<0.05); ** diferenças significativas (p<0.01)
Existem correlações de várias magnitudes, com a maioria a presentar-se como moderadas
(0.3 ≤ 𝑟 < 0.5). As correlações significativas e negativas são mais observadas para o FMS
ILL; FMS ASLR e CM manipulativa. Todas as variáveis da CM apresentam uma correlação
estatisticamente significativa com o FMS TSP (Tabela 16).
Considerando separadamente homens e mulheres, a observação dos resultados das
mulheres (Tabela 17) apresenta diferenças significativas entre o FMS DS e CM estabilidade
(r= 0.445; p= 0.033; positiva e moderada); FMS TSP e CM manipulativo (r= 0.563; p= 0.005;
positiva e elevada); FMS TSP e transposição de placas (r= 0.456; p= 0.029; positiva e
moderada); FMS TSP e saltos laterais (r= 0.425; p= 0.013; positiva e moderada); FMS TSP e
shuttle run (r= -0.476; p= 0.025; negativa e moderada); FMS resultado final e CM estabilidade
(r= 0.454; p= 0.030; positiva e moderada); e FMS resultado final e transposição de placas (r=
0.556; p= 0.006; positiva e elevada).
73
Tabela 17 - Correlações entre a competência motora e a capacidade funcional para mulheres
Variável FMS
Deep
Squat
FMS
Hurdle
Step
FMS
In
Line
Lunge
FMS
Shoulder
Mobility
FMS
Active
Straight
Leg Raise
FMS
Trunk
Stability
Push-Up
FMS
Rotary
Stability
FMS
Resultado
Final
CM estabilidade 0.445* -0.024 -0.068 0.371 0.373 0.563** 0.000 0.454*
Saltos laterais
(n) 0.411 0.152 0.069 0.312 0.399 0.456** 0.000 0.509*
Transposição de
placas (n) 0.289 -0.134 -0.185 0.247 0.098 0.425* 0.000 0.247
CM
manipulativo 0.059 -0.067 0.007 -0.037 -0.30 -0.155 0.000 0.047
Velocidade de
lançamento (m/s-
1)
-0.030 -0.040 -0.028 0.005 -0.246 -0.033 0.000 -0.012
Velocidade de
remate (m/s-1) 0.060 -0.161 0.079 -0.111 0.030 -0.239 0.000 -0.005
CM locomotor 0.306 -0.155 0.411 -0.063 -0.111 -0.064 0.000 0.165
Salto horizontal
(cm) -0.090 -0.067 0.112 -0.289 0.094 -0.476* 0.000 -0.280
Shuttle run de 10
metros (s) 0.292 0.113 0.259 0.102 0.090 0.343 0.000 0.334
CM total 0.296 -0.165 0.005 0.072 0.043 0.078 0.000 0.205
CM: competência motora – T score; n - número de repetições; m/s-1 – metros por segundo; cm – centímetros; s - segundos;
* diferenças significativas (p<0.05); ** diferenças significativas (p<0.01)
Existem mais 53% de correlações para os homens do que para as mulheres, com
magnitudes semelhantes, mas segundo diferentes perfis (Tabela 18).
74
Tabela 18 – Correlações entre competência motora e capacidade funcional para homens
Variável FMS
Deep
Squat
FMS
Hurdle
Step
FMS
In Line
Lunge
FMS
Shoulder
Mobility
FMS
Active
Straight
Leg
Raise
FMS
Trunk
Stability
Push-Up
FMS
Rotary
Stability
FMS
Resultado
Final
CM estabilidade 0.151 0.193 0.203 0.274 0.360* 0.301 0.008 0.510**
Saltos laterais (n) 0.278 0.142 0.098 0.302* 0.310* 0.064 0.071 0.303*
Transposição de
placas (n) -0.030 0.050 0.168 0.182 0.254 0.389** -0.102 0.453**
CM manipulativo -0.246 -0.187 -0.353** 0.053 0.007 0.098 0.294* -0.053
Velocidade de
lançamento (m/s-1) -0.212 -0.195 -0.367** -0.050 0.047 0.061 0.313* -0.076
Velocidade de
remate (m/s-1) -0.225 -0.073 -0.249 0.177 -0.005 0.075 0.161 -0.017
CM locomotor 0.018 0.119 0.301* 0.140 0.063 0.119 0.091 0.144
Salto horizontal
(cm) -0.139 -0.112 0.006 -0.281* -0.127 -0.097 -0.189 -0.242
Shuttle run de 10
metros (s) 0.023 0.129 0.222 0.315* 0.147 0.144 0.170 0.248
CM total 0.002 0.062 -0.019 0.276 0.353* 0.190 0.196 0.376**
CM: competência motora – T score; n - número de repetições; m/s-1 – metros por segundo; cm – centímetros; s -
segundos; * diferenças significativas (p<0.05); ** diferenças significativas (p<0.01)
4.1.8 Influência dos níveis de competência motora nas opções das disciplinas de
componente desportiva;
Como se pode observar na Tabela 19, e apenas para homens por se tratar da divisão segundo
as disciplinas optativas, a análise comparativa não demonstra a existência de diferenças entre
os grupos para a competência motora.
75
Tabela 19 - Comparação entre os diferentes grupos de acordo com as disciplinas optativas para os níveis de competência motora (homens)
Desportos de
Natureza
n= 20
Desportos de Ondas
n= 27
Atividades de Fitness
n= 16
ANOVA Post hoc ANOVA valores
de P
Valores
de F
Valores
de P 1 vs 2 1 vs 3 2 vs 3
CM estabilidade 100.5 (16.3) 104.6 (18.6) 106.4 (18.6) 0.603 0.551 0.823 0.998 0.861
Saltos laterais (n) 50.2 (6.6) 52.1 (6.9) 52.0 (7.0) 1.893 0.160 0.730 0.183 0.684
Transposição de placas (n) 31.7 (3.9) 32.5 (4.1) 32.0 (5.0) 0.180 0.836 0.891 0.995 0.988
CM manipulativo 108.4 (12.8) 106.5 (10.3) 109.1 (11.3) 0.251 0.779 0.917 0.998 0.917
Velocidade de lançamento (m/s-1) 22.3 (3.1) 21.6 (2.8) 21.6 (2.8) 0.375 0.689 0.835 0.863 1.000
Velocidade de remate (m/s-1) 24.3 (3.0) 24.1 (2.6) 25.0 (3.6) 0.437 0.648 0.990 0.885 0.770
CM locomotor 98.2 (17.7) 103.8 (10.4) 100.4 (5.3) 1.020 0.367 0.477 0.910 0.524
Salto horizontal (cm) 221.6 (28.4) 217.8 (29.5) 217.8 (16.1) 0.176 0.839 0.961 0.900 1.000
Shuttle run de 10 metros (s) 9.4 (2.1) 9.9 (0.4) 9.8 (0.5) 0.820 0.446 0.584 0.755 0.876
CM total 102.8 (11.0) 105.6 (10.2) 104.4 (8.5) 0.451 0.639 0.747 0.973 0.928
CM: competência motora – T score; n - número de repetições; m/s-1 – metros por segundo; cm – centímetros; s - segundos; Desportos de Natureza- Escalada e Canyoning; Desportos de
Ondas – Surf e Bodyboard; Atividades de Fitness – Hidroginástica e Ginástica Aeróbica
76
4.1.9 Influência dos níveis de capacidade funcional e composição corporal nas opções
das disciplinas de componente desportiva;
Seguindo o mesmo procedimento que no ponto anterior, mas tendo em consideração a
composição corporal e a capacidade funcional (Tabela 20), podemos observar algumas
diferenças entre os grupos. A primeira diferença significativa é entre aqueles que optaram
pelos desportos de Natureza e Atividades de Fitness (F= 1.362; p= 0.047) onde estes
últimos apresentas valores mais elevados para a gordura total. As restantes diferenças
encontram-se no FMS TSP, onde o grupo de Atividades de Fitness apresenta resultados
significativamente superiores aos restantes dois grupos (F= 4.043; p= 0.003 e 0.030).
77
Tabela 20 - Comparação entre os diferentes grupos de acordo com as disciplinas optativas segundo a composição corporal, e capacidade funcional
(homens)
Desportos de Natureza
n= 20
Desportos de Ondas
n= 27
Atividades de Fitness
n= 16
ANOVA Post hoc ANOVA valores de P
Valores
de F
Valores
de P 1 vs 2 1 vs 3 2 vs 3
Gordura Total (g) 3461.1 ± 1377.9 3895.5 ± 1238.3 4301.7 ± 1843.4 1.362 0.266 0.669 0.875 0.401
Massa isenta de gordura (g) 12602.6 ± 1597.9 13406.3 ± 715.1 13639.8 ± 1534.0 2.356 0.105 0.390 0.047 0.941
% de gordura total 21.5 ± 5.1 23.1 ± 7.1 23.4 ± 7.1 0.499 0.610 0.785 0.769 0.998
Densidade mineral óssea (g/cm2) 1.2 ± 0.1 1.3 ± 0.1 1.3 ± 0.1 1.494 0.234 0.588 0.283 0.906
FMS
Squat 1.9 ± 0.5 2.1 ± 0.4 2.2 ± 0.6 1.476 0.237 0.552 0.351 0.919
FMS
Hurdle Step 1.7 ± 0.5 1.8 ± 0.4 1.5 ± 0.7 0.672 0.515 0.984 0.820 0.685
FMS
In Line Lunge 1.9 ± 0.4 1.9 ± 0.4 2.1 ± 0.5 1.299 0.281 0.981 0.528 0.365
FMS
Shoulder Mobility 2.1 ± 0.9 1.8 ± 0.9 1.7 ± 0.9 1.062 0.352 0.517 0.564 1.000
FMS
Straight Leg Raise 2.4 ± 0.7 2.4 ± 0.6 2.3 ± 0.7 0.202 0.818 0.987 0.904 0.975
FMS
Rotary Stability 2.0 ± 0.0 2.0 ± 0.2 2.0 ± 0.3 1.746 0.183 0.687 0.401 0.832
FMS
Trunk Stability Push-up 2.1 ± 1.0 2.3 ± 0.9 2.8 ± 0.4 4.043 0.023 0.900 0.003 0.030
FMS
Resultado Final 14.1 ± 2.1 13.9 ± 1.9 14.6 ± 3.3 0.558 0.576 0.940 0.893 0.656
FMS - Functional Movement Screen; % - percentagem; g/cm2 – gramas por centímetro quadrado; g – gramas;
78
4.2 Avaliação final
Esta secção reporta o momento final de análise, pelo que se reveste de um carater
observacional, longitudinal e de coorte, uma vez que são reportados dados referentes aos
dois momentos de avaliação, comparando-os entre si. Apesar de não existir manipulação
direta da amostra, foi tido em consideração os níveis de atividade física e a frequência das
disciplinas optativas e as obrigatórias, de carater prático.
4.2.1 Alterações após um ano curricular, 12 meses:
De acordo com os procedimentos iniciais e os critérios estabelecidos, 12 meses após
a primeira recolha, novamente no início do ano escolar, entre outubro e novembro foi
realizada uma nova recolha. Dos 68 homens participantes verificou-se uma taxa de
desistência de 51.5% (n=33) na avaliação da composição corporal, 41.2% (n= 40) na
competência motora e 38.2% (n=42) na capacidade funcional. Relativamente às mulheres
a taxa de desistência é um pouco diferente já que se encontra nos 16.7% (n=20) na
composição corporal, 29.2% (n= 17) na competência motora, 12.5% (n=21) e na
capacidade funcional.
4.2.1.1 Atividade Física
Relativamente aos níveis de atividade física verifica-se que do primeiro para o
segundo momento as mulheres aumentaram a prática de exercício físico em 9%, mas sem
apresentar uma mudança significativa em termos estatísticos (Tabela 21).
Tabela 21 – Diferenças antes e após 12 meses (1º avaliação; 2º avaliação) quanto a
hábitos de atividade física, em mulheres, segundo média (desvio padrão) e [95% IC]
Variável (N= 15) 1º Avaliação 2º Avaliação % diferença Valor de p Tamanho
do efeito QAF índice
Desporto
4.2 (0.3)
[3.6 – 4.8]
4.0 (0.3)
[3.4 – 4.7] - 0.4% 0.906 0.166
QAF índice Lazer 4.3 (0.1)
[4.1 – 4.6]
4.1 (0.3)
[3.5 – 4.7] - 5.0% 0.493 0.189
QAF índice Total 8.5 (0.3)
[7.9 – 9.2]
8.1 (0.4)
[7.3 – 8.9] - 1.4% 0.435 0.065
QAF
prática de
Exercício
Físico
Sim 85.7% 94.7%
9.0% 0.564 0.140 Não 14.3% 5.3%
QAF – Questionário de Atividade Física; * diferenças significativas quando comparado primeiro com o segundo
momento (p<0.05).
As alterações nos níveis de atividade física (AF), não se traduziram em mudanças
significativas nos índices do QAF, nem mesmo com TE que devam ser valorizados.
79
No que respeita aos homens, verifica-se uma redução na quantidade e exercício físico
praticado (13.6%), no índice desporto (22.3%), índice lazer (23.3%) e índice AF total
(3.7%). Apenas para o índice desporto não apresenta alterações estatisticamente
significativas (Tabela 22).
Tabela 22 - Diferenças antes e após 12 meses (1º avaliação; 2º avaliação) quanto a hábitos
de atividade física em homens, segundo média (desvio padrão) e [95% IC]
Variável (N= 34) 1º Avaliação 2º Avaliação % diferença Valor de p Tamanho
do efeito QAF índice
Desporto
3.5 (1.1)
[-1.1 – 8.2]
2.2 (0.2)
[1.4 – 2.8] - 22.3% 0.950 0.274
QAF índice Lazer 4.1 (0.1)*
[3.8 – 4.5]
3.5 (0.9)
[-0.3 – 7.3] - 23.3% 0.002 0.538
QAF índice Total 7.7 (1.2)*
[2.7 – 12.7]
5.7 (1.0)
[1.2 – 10.1] - 3.7% 0.003 0.519
QAF
Exercício
Físico
Sim 86.7%* 73.1%
- 13.6% 0.020 0.382 Não 13.3% 26.9%
QAF – Questionário de Atividade Física; * diferenças significativas quando comparado primeiro com o segundo
momento (p<0.05).
No entanto, o índice lazer e o índice total apresentam um TE elevado, enquanto que a
prática de atividade física demonstra um tamanho do efeito médio. Estas diferenças entre
primeiro e segundo momento de avaliação são claramente observadas no Gráfico 4,
comprovando o já descrito anteriormente.
Gráfico 4 - Índices para o Questionário de Atividade Física para homens e mulheres no
primeiro e segundo momento de avaliação
QAF – Questionário de Atividade Física
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
1º Avaliação 2º Avaliação 1º Avaliação 2º Avaliação 1º Avaliação 2º Avaliação
QAF índice Desporto QAF índice Lazer QAF índice Total
Índices Questionário de Atividade Física 1º e 2º avaliação
Mulheres Homens
80
A análise segundo as disciplinas optativa não demostra qualquer diferença
estatisticamente significativa, embora se verifique algum decréscimo nos diferentes
índices e na prática de exercício físico reportada no QAF (Tabela 23).
Tabela 23 - Diferenças antes e após 12 meses (1º avaliação; 2º avaliação) quanto à
composição corporal em homens, segundo as disciplinas optativas, média (desvio padrão)
e 95% IC
Variável Desportos de Natureza
n= 7
Desportos de Ondas
n= 17
Atividades de Fitness
n= 9
QAF
índice
Desporto
1º Avaliação 2.8 (1.3)
-13.4 – 19.0
3.9 (0.3)
3.4 – 4.5
3.7 (0.5)
2.4 – 5.0
2º Avaliação 2.3 (0.3)
-0.9 – 5.4
3.7 (0.3)
3.1 – 4.3
3.5 (0.3)
2.7 – 4.2
QAF
índice
Lazer
1º Avaliação 4.1 (0.1)
2.5 – 5.7 4.3 (0.1)
4.0 – 4.4
4.3 (0.1)
4.0 – 4.7
2º Avaliação 4.4 (0.4)
-0.3 – 9.1
3.9 (0.2)
3.5 – 4.2
3.4 (0.5)
2.1 – 4.7
QAF
índice
Total
1º Avaliação 6.9 (1.4)
-10.9 – 24.7
8.1 (0.3)
7.5 – 8.7
8.1 (0.5)
6.8 – 9.3
2º Avaliação 6.6 (0.6)
-1.3 – 14.6
7.6 (0.4)
6.8 – 8.3
6.8 (0.7)
5.2 – 8.5
QAF
prática
de
Exercíci
o Físico
Sim
1º
Avaliação 71.4% 100.0% 88.9%
2º
Avaliação 71.4% 70.6% 77.8%
Não
1º
Avaliação 28.6% 0.0% 11.1%
2º
Avaliação 28.6% 29.4% 22.2%
QAF – Questionário de Atividade Física; Desportos de Natureza- Escalada e Canyoning; Desportos de Ondas – Surf
e Bodyboard; Atividades de Fitness – Hidroginástica e Ginástica Aeróbica; * diferenças significativas quando
comparado primeiro com o segundo momento (p<0.05).
4.4.1.1 Composição Corporal
Os valores da composição corporal após 12 meses apresentam algumas mudanças
significativas, tanto nas mulheres como nos homens, embora segundo diferentes padrões.
As mulheres apresentam um aumento considerável do peso corporal e da massa isenta
de gordura, enquanto que a percentagem de gordura corporal demonstra um perfil inverso
(Tabela 24).
81
Tabela 24 - Diferenças antes e após 12 meses (1º avaliação; 2º avaliação) quanto à
composição corporal, em mulheres, segundo média (desvio padrão) e [95% IC]
Variável (N= 20) 1º Avaliação 2º Avaliação % diferença Valor de
p
Tamanho
do efeito
Altura (cm) 162.3 (1.2)
[159.9 – 164.7]
162.5 (1.1)
[160.2 – 164.9] 0.1% 0.251 0.245
Peso (kg) 57.5 (1.7)
[54.0 – 61.1]
59.4 (1.7)*
[55.8 – 63.1] 0.1% 0.001 0.734*
Massa gorda (g)
5110.4 (370.1)
[4304.1 –
5079.4]
5139.8 (335.0)
[4409.8 –
5869.7]
0.7% 0.526 0.142
Percentagem de
gordura (%)
35.6 (1.2)
[32.9 – 38.1]
29.8 (2.1)*
[25.3 – 34.3] - 3.7% 0.039 0.461*
Massa isenta de
gordura (g)
9058.3 (229.0)
[8559.3 –
9557.3]
9417.9 (280.3)*
[8807.2 –
10028.7]
0.5% 0.001 0.726*
Densidade
Mineral Óssea
(g/cm2)
1.1 (0.0)
[1.1 – 1.2]
1.1 (0.0)
[1.1 – 1.2] 0.0% 0.911 0.028
cm – centímetros; kg – quilogramas; % - percentagem; g/cm2 – gramas por centímetro quadrado; g – gramas; *
diferenças significativas quando comparado primeiro com o segundo momento (p<0.05).
Já os homens demostram alterações significativas na variável altura, massa isenta de
gordura e densidade mineral óssea, apesar de para o primeiro o tamanho do efeito ser
médio e para os outros ser considerado elevado (Tabela 25).
Tabela 25 - Diferenças antes e após 12 meses (1º avaliação; 2º avaliação) quanto à
composição corporal em homens, média (desvio padrão) e [95% IC]
Variável (N= 33) 1º Avaliação
N= 52
2º Avaliação N= 37
%
diferença
Valor
de p
Tamanho
do efeito
Altura (cm) 176.3 (0.8)
[174.6 – 177.9]
176.7 (0.9)*
[174.6 – 177.9] 0.1% 0.031 0.321
Peso (kg) 73.8 (1.3)
[71.1 – 76.5]
74.0 (1.4)
[71.3 – 76.8] 0.1% 0.537 0.083
Massa gorda (g) 3950.6 (363.6)
[3189.6 – 4711.6]
3865.6 (359.5)
[3113.2 – 4618.0] - 0.1% 0.837 0.036
Percentagem de
gordura (%)
22.9 (1.4)
[20.0 – 25.8]
22.9 (1.4)
[20.1 – 25.8] 0.0% 0.586 0.095
Massa isenta de
gordura (g)
12690.3 (275.8)
[12113.0 – 13267.6]
12968.8 (291.5)*
[12358.8 – 13578.9] 0.1% 0.001 0.555
Densidade Mineral
Óssea (g/cm2)
1.25 (0.02)
[1.2 – 1.3]
1.26 (0.02)*
[1.2 – 1.3] 1.4% 0.002 0.543
cm – centímetros; kg – quilogramas; % - percentagem; g/cm2 – gramas por centímetro quadrado; g – gramas; * diferenças
significativas quando comparado primeiro com o segundo momento (p<0.05).
Prosseguindo a análise tendo em consideração as disciplinas optativas (Tabela 26),
verificam-se alterações significativas no grupo de desportos de ondas (p= 0.013; TE=
0.688; percentagem de diferença (% dif.) = 0.6%) e atividades de fitness (p= 0.017; TE=
0.757; % dif.= 0.9%) nos níveis da massa isenta de gordura. No grupo atividades de
82
fitness, a densidade mineral óssea alterou-se significativamente (p= 0.013; TE= 0.790 %
dif.= 0.2%).
Tabela 26 - Diferenças antes e após 12 meses (1º avaliação; 2º avaliação) quanto à
composição corporal, em homens, segundo as disciplinas optativas, média (desvio
padrão) e 95% IC
Variável Desportos de Natureza
N=10
Desportos de Ondas
N=13
Atividades de Fitness
N=10
Altura (cm)
1º
Avaliação
176.5 (1.9)
172.7 – 180.6
176.4 (1.4)
173.4 – 179.3
176.7 (1.0)
174.5 – 178.9
2º
Avaliação
177.1 (1.9)
173.1 – 181.0
176.7 (1.4)
173.7 – 179.5
176.4 (1.6)
172.9 – 179.9
Peso (kg)
1º
Avaliação
75.1 (2.7)
69.3 – 80.9
70.1 (2.0)
65.8 – 74.3
77.6 (2.6)
72.0 – 83.2
2º
Avaliação
75.4 (2.6)
69.9 – 80.9
70.2 (2.0)
65.9 – 74.4
78.1 (2.8)
72.0 – 84.2
Massa
gorda (g)
1º
Avaliação
3795.7 (396.6)
2825.1 – 4766.2
3442.6 (551.9)
2137.5 – 4747.7
4980.3 (975.7)
2271.5 – 7689.2
2º
Avaliação
3738.6 (222.3)
3194.6 – 4282.6
3552.7 (561.5)
2223.0 – 4880.5
4544.0 (1144.1)
1367.6 – 7720.5
Percentage
m de gorda
(%)
1º
Avaliação
22.8 (1.7)
18.7 – 26.9
21.0 (2.2)
15.9 – 26.1
26.2 (3.7)
15.8 – 36.5
2º
Avaliação
21.2 (1.9)
16.7 – 25.8
25.3 (2.4)
19.7 – 31.0
21.4 (2.9)
13.4 – 29.5
Massa
Isenta de
gordura (g)
1º
Avaliação
12672.6 (387.2)
11725.2 – 13620.0
12232.5 (542.2)
10950.3 – 13514.7
13447.6 (283.0)
12662.0 – 14233.2
2º
Avaliação
12845.6 (507.6)
11603.5 – 14087.8
12537.7 (477.4)*
11408.8 – 13666.6
13831.2 (411.4) *
12688.8 – 14973.5
Densidade
Mineral
Óssea
(g/cm2)
1º
Avaliação
1.3 (0.0)
1.2 – 1.3
1.2 (0.0)
1.1 – 1.3
1.3 (0.0)*
1.2 – 1.4
2º
Avaliação
1.2 (0.0)
1.1 – 1.3
1.2 (0.0)
1.1 – 1.3
1.3 (0.0)*
1.3 – 1.4 Desportos de Natureza- Escalada e Canyoning; Desportos de Ondas – Surf e Bodyboard; Atividades de Fitness –
Hidroginástica e Ginástica Aeróbica; cm – centímetros; kg – quilogramas; % - percentagem; g/cm2 – gramas por
centímetro quadrado; g – gramas; * diferenças significativas quando comparado primeiro com o segundo momento
(p<0.05).
4.4.1.2 Competência Motora
Considerando a CM antes e após 12 meses, verifica-se que as mulheres apresentam
alterações significativas em 50% dos parâmetros em análise (Tabela 27).
83
Tabela 27 - Diferenças antes e após 12 meses (1º avaliação; 2º avaliação) quanto aos
níveis de competência motora em mulheres, média (desvio padrão) e [95% IC]
Variável (N= 14) 1º Avaliação 2º Avaliação % diferença Valor
de p
Tamanho
do efeito
CM estabilidade 86.2 (3.1)
[79.5 – 93.0]
98.5 (3.8)*
[90.2 – 106.7] 0.3% 0.005 0.696
Saltos laterais (n) 45.1 (1.6)
[41.6 – 48.5]
49.0 (1.6)*
[45.6 – 52.4] 0.3% 0.016 0.605
Transposição de
placas (n)
28.7 (0.5)
[27.6 – 29.8]
29.0 (0.9)
[27.1 – 30.9] 1.4% 0.801 0.287
CM manipulativo 73.1 (3.3)
[66.1 – 80.2]
99.4 (5.6)*
[87.2 – 111.5] 1.1% 0.001 0.866
Velocidade de
lançamento (m/s-1)
14.7 (0.7)
[13.2 – 16.3]
16.7 (1.4)
[13.7 – 19.8] 3.6% 0.266 0.107
Velocidade de
remate (m/s-1)
17.6 (0.8)
[15.9 – 19.3]
17.2 (1.0)
[15.1 – 19.2] - 1.3% 0.679 0.089
CM locomotor 96.7 (1.1)
[94.4 – 99.1]
98.1 (4.9)
[87.6 – 108.6] 3.9% 0.730 0.008
Salto horizontal
(cm)
170.6 (5.9)
[157.7 – 183.4]
189.6 (7.9)*
[172.7 – 206.6] 0.7% 0.041 0.511
Shuttle run de 10
metros (s)
11.3 (0.2)
[10.8 – 11.7]
11.0 (0.3)
[10.4 – 11.6] - 0.9% 0.510 0.170
CM total 85.4 (1.9)
[81.3 – 89.5]
98.6 (4.1)*
[89.8 – 107.5] 1.9% 0.005 0.699
CM: competência motora – T score; n - número de repetições; m/s-1 – metros por segundo; cm – centímetros; s -
segundos; * diferenças significativas quando comparado primeiro com o segundo momento (p<0.05).
As alterações estatisticamente significativas e positivas surgem na CM total (1.9%) e
um TE elevado. Esta mesma tendência está presente nos construtos da CM estabilidade
(0.3%) e manipulativo (1.9%) e nos testes saltos laterais (0.3%) e salto horizontal 0.7%).
Para os homens a tendência não apresenta o mesmo padrão, já que após 12 meses
houve mudanças negativas em todos parâmetros analisados (Tabela 28).
84
Tabela 28 - Diferenças antes e após 12 meses (1º avaliação; 2º avaliação) quanto aos
níveis de competência motora em homens, média (desvio padrão) e [95% IC]
Variável (N= 29) 1º Avaliação 2º Avaliação % diferença Valor
de p
Tamanho
do efeito
CM estabilidade 105.6 (3.3)
[98.8 – 112.3]
98.5 (2.7)
[92.9 – 104.1] - 0.4% 0.304 0.165
Saltos laterais (n) 53.1 (1.4)
[50.3 – 55.9]
51.9 (0.9)
[50.0 – 53.8] - 0.9% 0.981 0.004
Transposição de
placas (n)
32.0 (0.8)
[30.3 – 33.6]
30.9 (0.8)
[29.2 – 32.5] - 0.1% 0.476 0.114
CM manipulativo 111.2 (1.7)*
[107.6 – 114.7]
97.9 (2.0)
[93.9 – 102.0] - 0.5% 0.000 0.640
Velocidade de
lançamento (m/s-1)
22.4 (0.4)*
[21.5 – 23.3]
19.7 (0.6)
[18.5 – 21.0] - 1.3% 0.003 0.473
Velocidade de
remate (m/s-1)
25.5 (0.4)*
[24.7 – 26.3]
20.2 (0.5)
[19.0 – 21.5] - 1.4% 0.000 0.755
CM locomotor 100.9 (2.8)
[95.2 – 106.7]
98.4 (3.7)
[90.9 – 105.9] - 1.0% 0.950 0.101
Salto horizontal
(cm)
225.9 (4.0)*
[217.6 – 234.1]
198.5 (5.7)
[186.8 – 210.2] - 1.1% 0.010 0.408
Shuttle run de 10
metros (s)
9.4 (0.3)*
[8.7 – 10.1]
10.5 (0.2)
[10.2 – 10.8] 1.3% 0.002 0.502
CM total 105.9 (1.8)
[102.2 – 109.6]
98.3 (2.4)
[93.4 – 103.1] - 0.7% 0.050 0.363
CM: competência motora – T score; n - número de repetições; m/s-1 – metros por segundo; cm – centímetros; s -
segundos; * diferenças significativas quando comparado primeiro com o segundo momento (p<0.05).
A CM total não é abrangida por estas alterações significativas. Contudo, todas as
componentes da CM manipulativa e os testes referentes à locomoção, apresentam
alterações significativas e negativas, com um tamanho do efeito a oscilar entre o médio e
o elevado (Tabela 28). No Gráfico 5 as diferenças observadas entre primeiro e segundo
momento de avaliação são possíveis de ser observadas separadamente dentro dos
construtos da CM.
85
Gráfico 5 - Valores da Competência Motora para homens e mulheres de acordo com os
constructos estabilidade, manipulativo e locomotor
CM – Competência Motora
Seguindo a mesma análise, é possível observar de forma evidente no Gráfico 6 a
tendência de crescimento para as mulheres na maioria das tarefas e decréscimo para os
homens principalmente no salto horizontal e velocidade de remate.
Gráfico 6 - Valores da Competência Motora para homens e mulheres de acordo com os
testes de competência motora
n - número de repetições; m/s-1 – metros por segundo; cm – centímetros; s - segundos;
0
20
40
60
80
100
120
1ºAvaliação
2ºAvaliação
1ºAvaliação
2ºAvaliação
1ºAvaliação
2ºAvaliação
1ºAvaliação
2ºAvaliação
CM estabilidade CM manipulativo CM locomotor CM total
Competência Motora 1º e 2º avaliação
Mulheres Homens
0
50
100
150
200
250
1º
Ava
liaçã
o
2º
Ava
liaçã
o
1º
Ava
liaçã
o
2º
Ava
liaçã
o
1º
Ava
liaçã
o
2º
Ava
liaçã
o
1º
Ava
liaçã
o
2º
Ava
liaçã
o
1º
Ava
liaçã
o
2º
Ava
liaçã
o
1º
Ava
liaçã
o
2º
Ava
liaçã
o
Saltos laterais (n) Transposição deplacas (n)
Velocidade delançamento
(m/s-1)
Velocidade deremate (m/s-1)
Salto horizontal(cm)
Shuttle run de 10metros (s)
Competência Motora 1º e 2º avaliação
Mulheres Homens
86
Considerando as disciplinas optativas (Tabela 29), o resultado é idêntico, mas com
diferentes componentes de acordo com as disciplinas optativas.
Tabela 29 - Diferenças antes e após 12 meses (1º avaliação; 2º avaliação) quanto aos
níveis de competência motora, em homens, segundo as disciplinas optativas, média
(desvio padrão) e 95% IC
Variável Desportos de Natureza
n= 9
Desportos de Ondas
n= 10
Atividades de Fitness
n= 8
CM
estabilidade
1º
Avaliação
108.0 (4.6)
97.8 – 118.1
102.3 (3.7)
94.5 – 110.1
105.6 (5.2)
94.2 – 117.0
2º
Avaliação
98.5 (4.4)
89.1 – 107.9
96.9 (3.8)
88.7 – 105.1
101.0 (5.0)
89.9 – 112.1
Saltos laterais
(n)
1º
Avaliação
52.8 (2.1)
48.2 – 57.3
50.0 (1.6)
46.6 – 53.4
53.8 (2.2)
49.0 – 58.5
2º
Avaliação
51.3 (1.5)
48.1 – 54.4
49.2 (1.3)
54.9 – 52.0
53.4 (2.0)
48.9 – 57.8
Transposição
de placas (n)
1º
Avaliação
33.2 (1.0)
31.0 – 35.3
32.4 (0.9)
30.5 – 34.3
31.6 (1.3)
28.8 – 34.4
2º
Avaliação
31.3 (1.2)
28.7 – 34.0
30.1 (0.9)
28.1 – 32.2
31.0 (1.2)
28.3 – 33.7
CM
manipulativo
1º
Avaliação
108.8 (2.8)*
102.8 – 114.8
111.5 (2.9)*
105.4 – 117.6
110.8 (2.2)
105.9 – 115.7
2º
Avaliação
97.0 (2.9)
90.9 – 103.2
98.7 (2.7)
92.9 – 100.5
99.5 (3.5)
91.6 – 107.4
Velocidade de
lançamento
(m/s-1)
1º
Avaliação
22.0 (0.8)*
20.3 – 23.7
23.2 (0.6)*
21.8 – 24.5
21.9 (0.5)
20.7 – 23.0
2º
Avaliação
19.5 (0.9)
17.6 – 21.3
19.9 (0.8)*
18.1 – 21.7
20.2 (1.1)
17.8 – 22.7
Velocidade de
remate (m/s-1)
1º
Avaliação
25.0 (0.6)*
23.7 – 26.3
24.9 (0.6)
23.6 – 26.2
25.9 (0.6)*
24.7 – 27.2
2º
Avaliação
20.1 (0.9)
18.2 – 22.2
21.0 (0.8)
19.3 – 22.7
20.3 (1.0)
18.2 – 22.5
CM
locomotor
1º
Avaliação
104.3 (1.8)
100.5 – 108.2
90.1 (4.3)
90.1 – 108.2
101.3 (1.0)
99.2 – 103.4
2º
Avaliação
98.1 (5.3)
86.7 – 109.4
99.2 (4.4)
89.6 – 108.8
101.7 (6.3)
87.8 – 115.7
Salto
horizontal
(cm)
1º
Avaliação
226.5 (6.7)
211.9 – 241.0
225.2 (6.0)
212.6 – 237.7
220.0 (3.8)
211.7 – 228.3
2º
Avaliação
196.2 (8.5)
178.1 – 214.3
201.1 (6.4)
187.4 – 214.7
204.6 (9.8)
182.8 – 226.5
Shuttle run de
10 metros (s)
1º
Avaliação
9.9 (0.1)
9.7 – 10.1
9.2 (0.5)*
8.1 – 10.3
9.7 (0.1)*
9.5 – 10.0
2º
Avaliação
10.4 (0.2)
10.0 – 10.4
10.5 (0.2)
10.0 – 10.5
10.4 (0.3)
9.8 – 11.0
CM total
1º
Avaliação
107.0 (2.1)*
102.4 – 111.6
104.3 (2.3)
99.6 – 109.0
105.9 (1.7)
102.1 – 109.7
2º
Avaliação
97.9 (3.5)
90.4 – 105.4
98.3 (3.0)
91.8 – 104.7
100.8 (4.2)
91.5 – 110.1 Desportos de Natureza- Escalada e Canyoning; Desportos de Ondas – Surf e Bodyboard; Atividades de Fitness –
Hidroginástica e Ginástica Aeróbica;CM: competência motora – T score; n - número de repetições; m/s-1 – metros por
segundo; cm – centímetros; s - segundos; * diferenças significativas quando comparado primeiro com o segundo
momento (p<0.05).
87
Assim, aqueles cuja a opção incidiu nos desportos de natureza apresentam alterações
significativas na CM total (p= 0.021; TE= 0.770; % dif.= - 1.6%), CM manipulativo (p=
0.015; TE= 0.811; % dif.= - 0,4%); velocidade de lançamento (p= 0.017; TE= 0.719; %
dif.= - 1.0%) e velocidade de remate (p= 0.031; TE= 0.968; % dif.= - 2.1%). Aqueles
que estão mais ligados aos desportos de ondas, as alterações significativas apresentam-se
na CM manipulativo (p= 0.004; TE= 0.923; % dif.= - 0,1%); velocidade de lançamento
(p= 0.019; TE= 0.744; % dif.= - 1.4%); velocidade de remate (p= 0.009; TE= 0.923; %
dif.= - 1.4%) e shuttle run de 10 metros (p= 0.043; TE= 0.641; % dif.= 3.5%). Aqueles
cuja a opção foi dentro das atividades de fitness as alterações significativas encontram-
se na velocidade de remate (p= 0.003; TE= 1.037; % dif.= - 2.6%) e shuttle run de 10
metros (p= 0.028; TE= 0.777; % dif.= 1.9%).
4.4.1.3 Capacidade Funcional
Como exposto anteriormente, a capacidade funcional foi aferida pelos testes do
Functional Movement Screen (FMS). Após 12 meses, as mulheres demonstram valores
totais do FMS (Tabela 30) com melhorias significativas, embora com um TE médio e
uma % dif. baixa. Por outro lado, para os restantes testes, apenas os valores referentes à
componente do FMS Trunk Stability Push-up apresentam diferenças significativas, com
um TE e % dif. elevada (Tabela 30).
Tabela 30 - Diferenças antes e após 12 meses (1º avaliação; 2º avaliação) quanto aos
níveis de capacidade funcional em mulheres, média (desvio padrão) e [95% IC]
Variável (N= 21) 1º Avaliação 2º Avaliação % diferença Valor
de p
Tamanho
do efeito
FMS
Deep Squat
2.1 (0.2)
[1.7 – 2.4]
2.2 (0.1)
2.0 – 2.4 5.5% 0.414 0.178
FMS
Hurdle Step
1.6 (0.1)
[1.3 – 1.9]
1.9 (0.1)
1.7 – 2.2 1.0% 1.604 0.350
FMS
In Line Lunge
2.1 (0.2)
[1.8 – 2.4]
2.2 (0.1)
2.0 – 2.4 5.0% 0.564 0.126
FMS
Shoulder Mobility
2.1 (0.2)
[1.7 – 2.5]
2.2 (0.2)
1.8 – 2.5 0.4% 0.564 0.126
FMS
Active Straight
Leg Raise
2.8 (0.1)
[2.6 – 3.0]
2.6 (0.1)
2.4 – 2.9 - 0.3% 0.414 0.178
FMS
Trunk Stability
Push-Up
1.0 (0.2)
[0.7 – 1.3]
1.9 (0.1)*
1.7 – 2.1 14.7% 0.003 0.640
FMS
Rotary Stability
2.0 (0.0)
[2.0 – 2.0]
1.9 (0.3)
1.3 – 2.5 - 15.7% 0.317 0.218
FMS
Resultado final
13.8 (0.5)
[12.7 – 14.8]
15.0 (0.6)*
13.8 – 16.1 0.4% 0.026 0.485
FMS - Functional Movement Screen; * diferenças significativas quando comparado primeiro com o segundo
momento (p<0.05).
88
Já os homens após 12 meses demonstram valores totais referentes ao FMS (Tabela 31)
com melhorias significativas apenas no FMS TSP, embora com um TE médio e uma %
dif. baixa.
Tabela 31 - Diferenças antes e após 12 meses (1º avaliação; 2º avaliação) quanto aos
níveis de capacidade funcional em homens, média (desvio padrão) e [95% IC]
Variável (N= 41) 1º Avaliação
N= 67
2º Avaliação N= 42
%
diferença
Valor
de p
Tamanho
do efeito
FMS
Deep Squat
2.0 (0.1)
[1.8 – 2.2]
2.2 (0.1)*
2.1 – 2.4 0.5% 0.033 0.330
FMS
Hurdle Step
1.7 (0.1)
[1.5 – 1.9]
1.9 (0.1)
1.7 – 2.0 0.6% 0.074 0.276
FMS
In Line Lunge
2.0 (0.0)
[1.8 – 2.0]
1.9 (0.1)
1.8 – 2.0 - 0.3% 0.564 0.089
FMS
Shoulder Mobility
1.9 (0.1)
[1.7 – 2.1]
2.0 (0.1)
1.7 – 2.3 0.3% 0.282 0.166
FMS
Active Straight
Leg Raise
2.4 (0.1)
[2.2 – 2.6]
2.3 (0.1)
2.1 – 2.4 - 0.2% 0.225 0.187
FMS
Trunk Stability
Push-Up
2.4 (0.1)
[2.1 – 2.6]
2.5 (0.1)
2.2 – 2.8 0.2% 0.377 0.154
FMS
Rotary Stability
2.0 (0.0)
[1.9 – 2.0]
2.0 (0.0)
2.2 – 2.8 0.0% 0.244 0.180
FMS
Resultado final
14.2 (0.3)
[13.5 – 14.9]
14.7 (0.3)
14.2 – 15.3 0.1% 0.130 0.233
FMS - Functional Movement Screen; * diferenças significativas quando comparado primeiro com o segundo
momento (p<0.05).
As diferenças entre primeiro e segundo momento, para homens e mulheres está
demonstrado no Gráfico 7, onde se percebe claramente a mudança no resultado do FMS
TSP para as mulheres o resultado final do FMS para homens e mulheres mesmo que este
ultimo sem se apresentarem significativas.
89
Gráfico 7 -Valores para a Capacidade Funcional para homens e mulheres, segundo o
Functional Movement Screen no primeiro e segundo momento de avaliação
FMS – Functional Movement Screen
Na mesma linha de investigação, mas considerando as disciplinas optativas, no grupo
de desportos de natureza e desportos de ondas verificam-se mudanças significativas
(Tabela 32), sendo que o grupo de atividades de fitness não registou qualquer alteração.
Para aqueles que se encontram no grupo de desportos de natureza verifica-se um perfil de
diminuição para o FMS ASLR (p= 0.025; TE= 0.707; % dif.= - 1.8%) e melhoria para
aqueles que se encontram nos desportos de ondas mas para o resultado final do FMS (p=
0.014; TE= 0.552; % dif.= 0.2%).
02468
10121416
1º
Ava
liaçã
o
2º
Ava
liaçã
o
1º
Ava
liaçã
o
2º
Ava
liaçã
o
1º
Ava
liaçã
o
2º
Ava
liaçã
o
1º
Ava
liaçã
o
2º
Ava
liaçã
o
1º
Ava
liaçã
o
2º
Ava
liaçã
o
1º
Ava
liaçã
o
2º
Ava
liaçã
o
1º
Ava
liaçã
o
2º
Ava
liaçã
o
1º
Ava
liaçã
o
2º
Ava
liaçã
o
FMS DeepSquat
FMS HurdleStep
FMS In LineLunge
FMSShoulderMobility
FMS ActiveStraight Leg
Raise
FMS TrunkStabilityPush-Up
FMS RotaryStability
FMSResultado
final
Capacidade Funcional 1º e 2º avaliação
Mulheres Homens
90
Tabela 32 - Diferenças antes e após 12 meses (1º avaliação; 2º avaliação) quanto à
Capacidade funcional (Functional Movement Screen), em homens, segundo as disciplinas
optativas, média (desvio padrão) e 95% IC
Variável Desportos de Natureza
n= 10
Desportos de Ondas
n= 20
Atividades de Fitness
n= 11
FMS
Deep Squat
1º Avaliação 2.1 (0.1)
1.9 – 2.3
1.9 (0.1)
1.7 – 2.1
2.2 (0.1)
1.9 – 2.5
2º Avaliação 2.2 (0.1)
1.9 – 2.5
2.1 (0.1)
2.0 – 2.2
2.5 (1.2)
2.1 – 2.8
FMS
Hurdle Step
1º Avaliação 1.8 (0.1)
1.5 – 2.0
1.7 (0.1)
1.5 – 1.9
1.5 (0.2)
1.1 – 1.9
2º Avaliação 1.8 (0.1)
1.5 – 2.1
2.0 (0.1)
1.8 – 2.1
1.7 (0.1)
1.4 – 2.0
FMS
In Line
Lunge
1º Avaliação 1.9 (0.1)
1.7 – 2.0
1.9 (0.1)
1.7 – 2.1
2.1 (0.1)
1.8 – 2.3
2º Avaliação 1.8 (0.1)
1.5 – 2.1
2.0 (0.1)
1.7 – 2.2
1.9 (0.1)
1.7- 2.1
FMS
Shoulder
Mobility
1º Avaliação 1.8 (0.2)
1.4 – 2.1
2.1 (0.2)
1.7 – 2.4
1.7 (0.2)
1.2 – 2.2
2º Avaliação 1.7 (0.3)
1.1 – 2.3
2.2 (0.2)
1.8 – 2.6
1.8 (0.2)
1.3 – 2.3
FMS
Active
Straight Leg
Raise
1º Avaliação 2.6 (0.2)*
2.2 – 3.0
2.4 (0.1)
2.1 – 2.7
2.3 (0.2)
1.9 – 2.7
2º Avaliação 2.1 (0.2)
1.7 – 2.5
2.4 (0.1)
2.1 – 2.3
2.3 (0.2)
1.8 – 2.7
FMS
Trunk
Stability
Push-Up
1º Avaliação 2.3 (0.2)
1.8 – 2.7
2.1 (0.2)
1.7 – 2.4
2.9 (0.1)
2.7 – 3.0
2º Avaliação 2.5 (0.3)
1.9 – 3.1
2.6 (0.2)
2.1 – 3.0
2.5 (0.3)
1.8 – 3.1
FMS
Rotary
Stability
1º Avaliação 2.0 (0.1)
1.8 – 2.1
2.0 (0.4)
2.0 – 2.0
1.9 (0.1)
1.8 – 2.1
2º Avaliação 2.0 (0.0)
2.0. – 2.0
2.0 (0.1)
1.8 – 2.2
2.0 (0.0)
2.0 – 2.0
FMS
Resultado
final
1º Avaliação 13.9 (0.4)
13.1 – 14.7
14.1 (0.4)*
13.3 – 15.0
14.6 (0.6)
13.3 – 15.9
2º Avaliação 14.1 (0.6)
12.8 – 15.4
15.2 (0.4)
14.3 – 16.0
14.5 (0.4)
13.7 – 15.4 Desportos de Natureza- Escalada e Canyoning; Desportos de Ondas – Surf e Bodyboard; Atividades de Fitness –
Hidroginástica e Ginástica Aeróbica; FMS - Functional Movement Screen; * diferenças significativas quando
comparado primeiro com o segundo momento (p<0.05).
91
5. DISCUSSÃO
Esta secção divide-se entre oito partes segundo os resultados apresentados no capítulo
anterior e de acordo com a seguinte organização:
i. Caraterização da amostra;
ii. Relação entre os níveis de adiposidade e competência motora;
iii. Relação entre níveis de adiposidade e capacidade funcional;
iv. Relação entre competência motora e capacidade funcional;
v. Influência dos níveis de atividade física, competência motora e
composição corporal nas opções das disciplinas de componente
desportiva;
vi. Influência dos níveis de capacidade funcional e composição corporal nas
opções das disciplinas de componente desportiva;
vii. Alterações após 12 meses na aptidão física, competência motora e
composição corporal;
viii. Alterações após 12 meses na capacidade funcional e densidade mineral
óssea.
Partes da discussão, mais concretamente o ponto 5.1, 5.2 e 5.4 estão presentes no artigo
“Motor Competence and Body Composition in young adults: An exploratory study”
publicado em Junho de 2019 na revista Obesity Medicine, com doi:
https://doi.org/10.1016/j.obmed.2019.100087, e no artigo “Association between motor
competence and Functional Movement Screen scores” publicado em Agosto de 2019 na
revista PeerJ, com doi:10.7717/peerj.7270; não sendo transcrições exatas (Anexo IV).
5.1 Caraterização da amostra
5.1.1 Níveis de Atividade Física
No primeiro momento de avaliação, a maioria dos participantes (~85%), reportou
praticar exercício físico. Comparativamente com outras populações, verifica-se que se
encontram acima daquilo que são os padrões encontrados em estudantes universitários
portugueses (Clemente et al., 2016), espanhóis (Arias-Palencia et al., 2015), irlandeses
(Murphy et al., 2019) ou de um conjunto de 23 países (Pengpid et al., 2015). Com efeito,
na população de presente estudo, 86.7% dos homens e 85.7% das mulheres, encontram-
se com valores bem acima dos apresentados para populações das Caraíbas e América do
Sul (67.0% e 55.0%); Africa subsariana (69.1% e 58.7%); Asia Central (68.2% e 32.9%);
Asia Central e China (63.7% e 48.2%); Sudoeste Asiático (62.8% e 46.0%), homens e
92
mulheres, respetivamente (Pengpid et al., 2015). Ainda quanto aos níveis de AF,
comparando homens e mulheres, estudantes universitários, encontra-se reportado que os
homens apresentam sempre resultados superiores comparativamente com as mulheres
(Arias-Palencia et al., 2015; Clemente et al., 2016; Murphy et al., 2019; Pengpid et al.,
2015), o que o que não se verifica no presente estudo Tabela 1). Estes dados, poderão
estar a ser mediados pelo facto de a amostra ser constituída por estudantes de uma
licenciatura com uma formação base ligada ao desporto, depreendendo-se que apresentam
um passado desportivo mais intenso e mais elevado do que a população em geral. Estes
pressupostos têm por base a relevância dos fatores psicossociais e da atividade física e do
desporto (Murphy et al., 2019). Além disso, esta tipologia de população apresenta
também menos constrangimentos naquilo que é a prática de atividade e exercício físico
(Serrano et al., 2017), pelo facto de se manterem muito ativos, mesmo sem praticarem
desporto federado (tabela 1). Estudos recentes, com estudantes universitários de
faculdades de Ciências do Desporto, demonstraram que estes apresentam níveis mais
elevados de AF, sendo considerados como o ponto de referência na determinação dos
níveis a atingir pelas outras faculdades, não diretamente relacionadas com Ciências do
Desporto (Dayi et al., 2017).
No que diz respeito à distribuição dentro das atividades optativas, modalidades
desportivas, e como não existem cotas para a distribuição entre sexos, verifica-se que não
existe uma distribuição uniforme quanto ao número de mulheres nos diferentes desportos,
enquanto que para os homens a distribuição é mais equitativa (tabela 2). A maioria das
mulheres (66.7%), optaram pelas atividades de fitness (Hidroginástica e Ginástica
Aeróbica), enquanto que apenas 4.2% optou por desportos de natureza (Escalada e
Canyoning). Esta distribuição poderá estar relacionada com as questões de género, a
noção do tipo de prática desportiva e o seu papel com “sexo apropriado” e “sexo
inapropriado” e a sua rotulagem com o género do individuo (Knoppers & McDonald,
2010). Com base nesta evidência, a análise em função das disciplinas optativas foi apenas
realizada para o sexo masculino. Considerando este fator, não se verificam diferenças
significativas nas componentes avaliadas no QAF e a prática de exercício físico por parte
dos homens, segundo disciplinas optativas, apesar de aqueles pertencentes ao grupo de
atividades de fitness demostrarem valores médios mais elevados em todas as variáveis
analisadas (tabela 1). Este valor mesmo não sendo significativo poderá estar relacionado
com o facto de ao contrário das mulheres, e como apresentam uma prática de exercício e
93
atividade física mais ativa, estejam mais predispostos a identificar as opções sem a
rotulagem com o género (Knoppers & McDonald, 2010).
5.1.2 Antropometria e composição corporal
A composição corporal é marcadamente diferente entre sexos, apresentando um TE
elevado em todas as categorias analisadas, com a exceção da densidade mineral óssea
(DMO). Observada a tabela 4, verifica-se claramente uma marcada diferença entre sexos,
com diferenças estatisticamente significativas e em consonância com outras
investigações, observando-se menor percentagem de gordura total, menor quantidade de
gordura corporal; maior quantidade de massa isenta de gordura e maior DMO no sexo
masculino (Karastergiou et al., 2012; Silva et al 2019; Zhu et al., 2014).
Quando os valores de antropometria e composição corporal são comparados com a
variável disciplinas optativas (tabelo 5), não apresentam qualquer diferença significativa.
Estes resultados poderão estar a ser mediados pelo facto de a maioria dos homens
participantes neste estudo (95.7%) reportarem a prática de futebol e como tal, sem
diferenças nas demandas fisiológicas e adaptações induzidas (Fields, Merrigan, White, &
Jones, 2018).
5.1.3 Níveis de Competência Motora
Os valores relativos aos níveis de CM (Tabela 6), encontram-se em linha com as
demais investigações (Lopes, Stodden, et al., 2012; Luz et al., 2019; Rodrigues et al.,
201Silva et al., 2019) onde os homens apresentam valores significativamente superiores
aos das mulheres, em todas as categorias. Os dados do presente estudo, reforçam que este
padrão se continua a verificar em jovens adultos (Silva et al., 2019), apresentando neste
caso maioritariamente (70%) um TE elevado.
No que respeitas aos valores médios, foi tida em consideração a idade média de 20
anos, para se estabelecer a comparação com os valores normativos desta bateria de testes
(Rodrigues et al., 2019). Os resultados indicam que na CM estabilidade, os homens
apresentam um percentil (p) médio de 76 (saltos laterais p85; transposição de p70) e as
mulheres um percentil médio de 70 (saltos laterais p75; transposição de placas p65),
confirmando-se mesmo após este ajuste, que os homens em média, evidenciam melhores
resultados do que as mulheres nesta componente, com ambos os sexos acima dos valores
médios esperados para a sua idade (percentil >50).
94
Para a CM manipulativa, homens e mulheres apresentam um percentil médio de
62.5 (velocidade de lançamento p55, velocidade de remate p70). Neste caso, não existem
diferenças estatisticamente significativas entre homens e mulheres, após ajuste, segundo
idade e sexo, apresentando um nível de classificação média ligeiramente superior aos
esperado para a sua idade (percentil >50).
A CM locomotora nos homens apresenta um percentil médio de 77.5 (salto
horizontal p70; shuttle run p85) e as mulheres um percentil médio de 75 (salto horizontal
p75; shuttle run p75), demonstrando que para este construto os homens apresentam
melhores resultados do que as mulheres, e um nível de classificação superior aos valores
médios esperado para a sua idade (percentil >50).
A classificação segundo o percentil apresenta resultados bem diferente da totalidade
da amostra, tendo em consideração as idades médias dos grupos das disciplinas optativas
(apenas nos homens). Assim, na CM estabilidade o grupo desportos de natureza apresenta
um percentil médio de 75 (saltos laterais p80; transposição de p70); desportos de ondas
um percentil médio de 65.5 (saltos laterais p70; transposição de placas p65) e atividades
de fitness um percentil médio de 80 (saltos laterais p90; transposição de placas p70). Estes
dados colocam o grupo atividades de fitness num percentil mais elevado que os restantes,
reforçando as afirmações anteriores quanto à possível escolha deste grupo estar
relacionado com as experiências motoras anteriores, maior competência motora numa
área especifica ou até reconhecimento das suas próprias capacidades. Em primeiro lugar,
o facto de se reconhecer fisicamente capaz de realizar tarefas e não ter dúvidas quanto às
suas reais capacidades influencia decisivamente as opções desportivas (Kondrič, Sindik,
Furjan-Mandić, & Schiefler, 2013). Em segundo lugar, devemos ter em consideração que
o facto de a parte estabilizadora estar relacionada com atos motores caraterizados pela
capacidade de sentir uma mudança na interação entre partes do corpo (equilíbrio) e a
capacidade de se ajustar rápida e apropriadamente a essas mudanças (Gallahue et al.,
2012). Por último, também tem influência o facto de os testes que avaliam a CM
estabilizadora se direcionarem para a capacidade de coordenação corporal, com o objetivo
de observar a função motora básica (De Medeiros, Zequinão, Fronza, Dos Santos, &
Cardoso, 2016). Assim, toda esta base teórica fundamenta a razão pela qual se verifica
um percentil mais elevado nos participantes do grupo de atividades de fitness, já que estas
atividades caracterizam-se pela existência de uma sequências de movimentos com
diferentes graus de complexidade, coordenados entre si e com base em um ritmo musical
(Ferreira Rocha, 2008).
95
A CM manipulativa no grupo desportos de natureza apresenta um percentil médio
de 25 (velocidade de lançamento p10; velocidade de remate p40); o grupo de desportos
de ondas um percentil médio de 42.5 (velocidade de lançamento p40; velocidade de
remate p45) e o grupo de atividades de fitness um percentil médio de 47.5 (velocidade de
lançamento p30; velocidade de remate p65). O grupo de desportos de natureza apresenta
valores de CM manipulativos com um percentil bem distintos dos restantes dois grupos,
embora todos se apresentem com valores médios abaixo do esperado, tendo em conta a
idade e sexo (percentil <50). Como discutido anteriormente, o valor de CM manipulativa
médio no p25, reforça a observação anterior pelo facto de quando nos reconhecemos
fisicamente capazes de realizar uma tarefas e não temos dúvidas quanto às reais
capacidades, esta influencia decisivamente as opções desportivas (Kondrič et al., 2013).
Desta forma, os alunos de desportos de natureza poderão ter optado por esta atividade
devido ao facto de as atividades como a escalda e o canyoning envolvem situações de
manipulação mais linear que não diretamente mover e/ou libertar objetos com as mãos ou
pés, uma vez que a CM manipulativa apresenta uma série de ações que envolvem agarrar,
mover e/ou liberar objetos com as mãos ou pés, tornando estas ações mais desafiadoras e
complexas do que habilidades motoras que não envolvem objeto (Gallahue et al., 2012),
(Ernstbrunner et al., 2018). Para a CM locomotora o grupo desportos de natureza
apresenta um percentil médio de 50 (salto horizontal p40; shuttle run p60); os de
desportos de ondas um percentil médio de 72.5 (salto horizontal p50; shuttle run p95) e
os de atividades de fitness um percentil médio de 55 (salto horizontal p40; shuttle run
p70). Tal como nas componentes anteriores, a CM locomotora pode estar a mediar as
escolhas já que o grupo de desportos de ondas se destaca claramente com um percentil 95
no shutte run. O shuttle run de 10 metros, é realizado para a aferição direta da velocidade
de deslocamento e agilidade (Ortega, Ruiz, Castillo, & Sjöström, 2008), extremamente
importante para conseguir com sucesso concretizar as fases da aprendizagem e execução
das tarefas implicadas na prática do surf (Mendez-Villanueva & Bishop, 2005).
5.1.4 Níveis de capacidade funcional
Passando agora para a capacidade funcional, expressa nos resultados do FMS,
verifica-se alguma uniformidade quando comparados homens com mulheres, excetuando
nos valores significativos apresentados no FMS TSP e no FMS ASLR (Tabela 8). De
facto, os homens apresentam valores estatisticamente significativos mais elevados para o
FMS TSP, enquanto que as mulheres são significativamente melhores no FMS ASLR. O
96
FMS TSP requer estabilidade simétrica do tronco e membros superiores no plano sagital
durante um movimento simétrico em cadeia cinética fechada (Cook, Burton,
Hoogenboom, et al., 2014a) incluindo estabilidade e controlo neuromuscular que como
demonstrado em outras investigações quando considerado isoladamente pode ser um
indicador da performance no surf (Silva, Clemente, & Lourenco Martins, 2017) ou até
mesmo um bom indicador de equilíbrio funcional (Scudamore, Stevens, Fuller, Coons, &
Morgan, 2018). As diferenças entre homens e mulheres em tarefas que implicam a
musculatura do tronco estão bem documentadas na literatura (Marras, Jorgensen,
Granata, & Wiand, 2001), que pode, em parte explicar estas diferenças significativas
encontradas. Este fator é reforçado por estudos anteriormente realizados em amostras com
idades idênticas (Abraham et al., 2015; Bardenett et al., 2015). O FMS ASLR requer uma
adequada mobilidade da anca, do membro inferior oposto e estabilidade da cintura pélvica
da zona média do corpo (Cook, Burton, Hoogenboom, et al., 2014a). Os resultados
encontrados para o FMS ASLR (Tabela 8), eram esperados, já que o facto de as mulheres
atingirem melhores resultados, encontra-se bem reportado na literatura disponível
referente ao FMS (Abraham et al., 2015; Bardenett et al., 2015). Com efeito, estes
resultados poderão dever-se a diferenças anatómicas (Lewis, Laudicina, Khuu, &
Loverro, 2017) ou até mesmo a capacidades distintas entre sexos no que respeita à
capacidade de extensibilidade muscular e tolerância ao alongamento (Marshall & Siegler,
2014).
Analisando os dados agregados segundo as disciplinas optativas (Tabela 9),
encontram-se diferenças significativas apenas para o FMS TSP entre o grupo de
atividades de fitness e desportos de ondas. A possível explicação poderá ser a tipologia
de atividade desenvolvida em contexto de ginásio, no grupo de atividades de fitness, já
que a aptidão física do instrutor é um ponto fundamental para a participação dos alunos
em contexto de ginásio (Wininger, 2002). Estes poderão já apresentar essa mesma
caraterística por aquilo que são as suas referências como instrutor.
5.2 Relação entre os níveis de adiposidade e competência motora;
Analisando separadamente homens e mulheres, verificamos não existir uma
uniformidade entre sexos, já que a adiposidade nas mulheres (Tabela 12) relaciona-se
significativamente com os fatores da CM locomotora de forma positiva ou negativa,
enquanto que para os homens (Tabela 13) é sempre negativa para a CM estabilidade, CM
locomotora e CM total. No entanto, embora não exista uniformidade entre homens e
97
mulheres, as correlações encontram-se dentro do esperado, já que, apresentam-se
positivas no teste shuttle run 10 metros, que avalia a velocidade e/ou agilidade, que
apresenta variabilidade entre sexos e uma relação inversa com a adiposidade (Ortega et
al., 2008; Silva et al., 2019). Estas associações positivas para o shuttle run no grupo
feminino, têm mais significado ldo que outros estudos (Slotte, Sääkslahti, Kukkonen-
Harjula, & Rintala, 2018) já que aqui é utilizada uma medida mais direta para a aferição
da gordura corporal (DXA).
Considerando as atividades locomotoras, e por se tratar de atividades que envolvem
necessariamente vencer a força da gravidade, são influenciadas pelo excesso de peso
corporal (Barnett et al., 2016; Prskalo, Badric, & Kunjesic, 2015), que de acordo com a
hipótese da restrição morfológica (Niederer et al., 2012) indica que o peso corporal não
ajuda a realização de atividades que envolvem mudanças do centro de massa. Por outro
lado, as correlações significativas, encontradas para ambos os sexos para a CM
locomotora, estão em linha com o encontrado quando comparadas crianças e adolescentes
com peso normal com outras com excesso de peso, onde estes apresentavam mais
dificuldades em tarefas como saltar e correr (Okely et al., 2004; Prskalo et al., 2015) e em
jovens adultos da mesma faixa etária (Silva et al., 2019).
A sua associação significativa e elevada entre a CM total e a DMO, para as mulheres,
está provavelmente relacionada com o facto de a DMO atingir o seu pico de
desenvolvimento entre os vinte e os trinta anos (L. Santos, Elliott-Sale, & Sale, 2017), no
qual se enquadra a amostra, e o facto de baixos níveis de DMO terem sido encontrados
em adolescentes com dificuldades motoras (Hands et al., 2019) e em crianças,
adolescentes e adultos com baixa competência motora (Cantell et al., 2008). Para os
homens, além das correlações positivas discutidas anteriormente na CM locomotora,
foram encontradas também na CM estabilidade e CM total (Tabela 14). Estes resultados
então de acordo com vários estudos transversais e longitudinais que encontraram
associações inversas entre a CM e composição corporal, avaliada por diferentes métodos
para aferir a composição corporal (pregas adiposas; circunferência da cintura; ou índice
de massa corporal) (D’Hondt et al., 2011; Greier & Drenowatz, 2018; Henrique et al.,
2016; Rodrigues et al., 2016a) e DXA (Slotte et al., 2015). Por outro lado, crianças com
um aumento mais rápido na CM ao longo da infância encontram-se menos propensas a
desenvolver uma condição de sobrepeso ou obesidade (Rodrigues et al., 2016a), podendo
este fator estar também aqui presente principalmente para os homens, já que a CM total
e todos os fatores de gordura corporal apresentam correlações significativas e negativas.
98
No entanto, os presentes dados têm uma maior relevância para esta causalidade
relativamente aos estudos referidos anteriormente, já que a composição corporal foi
avaliada com DXA e as habilidades motoras foram avaliadas segundo um método
padronizado (Slotte et al., 2018).
O menor número de correlações encontradas entre sexos, pode estar a ser mediada pelo
facto de as mulheres tenderem a ser fisicamente menos ativas do que os homens
(Thompson et al., 2003) e a avaliação ter sido realizada com um instrumento orientado
para o resultado (quantitativo), que tende a ser mais influenciado por fatores biológicos,
do que instrumentos orientados para o processo (qualitativos) (Hardy, Reinten-Reynolds,
Espinel, Zask, & Okely, 2012).
5.3 Relação entre níveis de adiposidade e capacidade funcional;
A capacidade funcional é mais associada a ações que envolvem a realização de
movimentos em vários planos e com recurso a diversas articulações, requerendo
simultaneamente mobilidade e estabilidade, pode ser caraterizado como o movimento
ideal (Abraham et al., 2015). Este movimento ideal, pode ser definido para todas as faixas
etárias, demonstrado pela coordenação da sua execução, força e resistência muscular que
culmina na melhoria das atividades de vida diária e/ou desempenho desportivo (Walter
R. Thompson, 2017, 2018).
Partindo deste pressuposto, e como verificado, seria de esperar que a gordura corporal
apresenta-se uma relação inversa com o resultado final do FMS, como verificado em
outras populações (Beardsley & Contreras, 2014), em crianças (Duncan & Stanley, 2012;
Duncan, Stanley, Wright, & Leddington Wright, 2013; Molina-Garcia et al., 2019), em
jovens adultos atletas de várias modalidades desportivas (Campa, Piras, Raffi, & Toselli,
2019; Nicolozakes, Schneider, Rower, Borchers, & Hewett, 2017) e homens adultos
(Cornell, Gnacinski, Zamzow, Mims, & Ebersole, 2016).
Este padrão apresenta-se bem definido para as mulheres, como verificado
anteriormente. No entanto, no presente estudo, para os homens, não se verificaram
associações significativas com o resultado final do FMS. Sendo o Índice de Massa
Corporal (IMC) uma medida indireta da gordura corporal (Nuttall, 2015) e estando a ser
utilizada na maioria das investigações sobre o tema (Beardsley & Contreras, 2014; Campa
et al., 2019; Cornell et al., 2016; Duncan & Stanley, 2012; Duncan et al., 2013; Molina-
Garcia et al., 2019), os resultados agora reportados poderão estar a ser influenciados pela
utilização da avaliação com DXA. No entanto, um estudo com jovens futebolistas,
99
utilizando DXA na avaliação da percentagem de gordura corporal (Nicolozakes et al.,
2017), verifica a existência de uma relação significativa e negativa com o resultado final
do FMS.
As restantes associações significativas tanto para homens como para mulheres
referente às diferentes medidas da gordura corporal, poderão dever-se à influência
negativa da adiposidade nas atividades de vida diária, mais especificamente nas alterações
nos padrões de marcha, com influência no tornozelo, joelho e anca, estrutura muscular e
mobilidade (Nantel, Mathieu, & Prince, 2011), implícitas nas tarefas como: FMS DS;
FMS HS; FMS ILL; FMS ASLR; e FMS RS (Cook, Burton, Hoogenboom, et al., 2014a,
2014b). Assim, e como o FMS TSP está fora deste padrão e requer estabilidade simétrica
do tronco e membros superiores no plano sagital durante um movimento simétrico em
cadeia cinética fechada (Cook, Burton, Hoogenboom, et al., 2014a), a associações
negativas apresentada poderá dever-se ao facto de requerer o vencer a força da gravidade
que é influenciada pelo excesso de peso corporal (Barnett et al., 2016; Prskalo et al.,
2015), bem como sendo muito pesado não ajudar a realização de atividades que envolvem
mudanças do centro de massa (Niederer et al., 2012). Estas mesmas associações
manifestam-se apenas para as mulheres que geralmente também apresentam um resultado
mais baixo do que os homens para o FMS TSP (Abraham et al., 2015; Bardenett et al.,
2015; Silva et al., 2017). Já no que respeita à DMO e a sua relação com o FMS, a pesquisa
nas bases de dados científicas não permitiu encontrar nenhum estudo que se centre nesta
questão. Desta forma, e apresentando as mulheres uma relação negativa com FMS SM e
os homens com FMS RS, percebe-se que a influência não é a mesma entre sexos. Isto
porque, a força, estrutura muscular e óssea encontram-se proporcionalmente
relacionados, já que sobre condições de não utilização, a massa muscular reduz, seguida
pela perda de massa óssea, enquanto que durante a recuperação os ganhos de massa
muscular são precedidos de ganhos de massa óssea (Sievanen, Heinonen, & Kannus,
1996).
5.4 Relação entre competência motora e capacidade funcional;
Apesar de na sua estruturação estar implícita a divisão do FMS em movimentos
fundamentais baseados no controlo motor, subdivido em atividades locomotoras,
manipulativas e estabilizadoras (Cook et al., 2006), estes fatores não são verificados
quando testadas as associações entre o FMS e a CM. No entanto, o resultado final do FMS
apresenta associações significativas moderadas e positivas com as tarefas e constructos
100
da CM estabilidade, enquanto que o FMS TSP explica 100% dos resultados da CM
(Tabela 16).
As tarefas de estabilidade encontram-se relacionadas com atos não locomotores, como
rodar, dobrar e torcer o corpo, que caraterizam a capacidade de transitar mediante a
interação entre as diferentes partes do corpo (equilíbrio) e a capacidade de se ajustar
rapidamente e apropriadamente a estas mudanças (Gallahue et al., 2012). Essencialmente,
o FMS é composto por sete movimentos fundamentais que colocam um individuo em
posições extremas onde os pontos mais fracos e as assimetrias se tornam mais visíveis,
permitindo identificar mais facilmente onde a estabilidade e mobilidade não estão a ser
utilizados corretamente (Cook, Burton, Hoogenboom, et al., 2014b). Considerando estes
conceitos e as correlações significativas e positivas entre a CM estabilidade e o resultado
final do FMS, em jovens adultos, fica bem ilustrado que o FMS traduz a CM estabilidade
e vice-versa. No entanto, a ideia de que o FMS proporciona a observação de tarefas
motoras básicas relacionadas com movimentos locomotores e manipulativos (Cook,
Burton, Hoogenboom, et al., 2014b) não é tão explicito quando aferido por tarefas
orientadas para o produto (quantitativas) com a bateria utilizada. Esta noção, é reforçada
quando analisado o FMS ILL, já que se centra na avaliação simultânea de movimentos
laterais, de rotação e desaceleração (Cook, Burton, Hoogenboom, et al., 2014b),
apresentando um correlação negativa com todas as componentes da CM manipulativa
(Tabela 16).
Cada um dos testes do FMS tem uma contribuição para o resultado final e uma
implicação clinica específica (Cook, Burton, Hoogenboom, et al., 2014b), embora como
demonstrado em outras investigações, o FMS TSP quando utlizado de forma individual,
pode ser um indicador de função física em surfistas (Silva et al., 2017), ou até mesmo um
indicador de equilíbrio, (Scudamore et al., 2018), quando utilizado como medida de
equilíbrio funcional.
Os resultados evidenciam que o FMS TSP apresenta um papel importante na CM, já
que se relaciona estatisticamente de forma significativa com 100% da CM (Tabela 16).
Quando comparados homens e mulheres, os homens jovens adultos, tendem a apresentar
diferenças na musculatura do tronco (Marras et al., 2001), facto que pode estar a mediar
os resultados, uma vez que homens e mulheres apresentam diferentes níveis de
correlações quando analisados separadamente (Tabela 17 e 18). No entanto, o shuttle run
de 10 metros, demonstra uma correlação estatisticamente significativa e negativa com o
FMS TSP. Esta correlação pode dever-se ao facto do teste medir a velocidade e/ou
101
agilidade (Ortega et al., 2008) e o FMS TSP requerer a estabilidade do tronco para a
transferência de força de forma simétrica entre os membros superiores e inferiores e vice
versa (Cook, Burton, Hoogenboom, et al., 2014b), bem como o resultado melhor para o
shuttle run, corresponde ao tempo mais baixo. No entanto, estes fatores podem também
estar a ser influenciados pelo fato da amostra não ser uniforme (diferença em número de
homens e mulheres na amostra) e as mulheres apresentarem performances inferiores no
FMS TSP e nas tarefas em geral da CM (Abraham et al., 2015; Bardenett et al., 2015;
Luz et al., 2019; Luz, Rodrigues, et al., 2017; Silva et al., 2019).
Analisando separadamente por sexos, e considerando as correlações entre o FMS e a
CM, são verificadas magnitudes e significâncias muito semelhantes aos anteriores,
reforçando a noção de que o FMS prevê a CM estabilidade em jovens adultos. Como já
referido, estes dados podem estar a ser mediados pelo facto de as mulheres apresentarem
uma performance marcadamente diferente dos homens (Abraham et al., 2015; Bardenett
et al., 2015; Luz et al., 2019; Luz, Rodrigues, et al., 2017).
A associação entre o FMS (qualitativo) e o MCA (quantitativo) é reforçada, já que
para os homens, os dois resultados finais (FMS e CM) demonstram associações
significativas. O mesmo se verifica para os homens, para o FMS ILL e a associação com
a CM manipulativa (tarefas e construto). Fica ainda mais claro quando considerado que
o FMS ILL tem por objetivo desafiar o tronco e as extremidades a resistir à rotação
enquanto se mantem o alinhamento apropriado (Cook, Burton, Hoogenboom, et al.,
2014b). A correlação negativa não era esperada, já que as tarefas manipulativas
tipicamente envolvem ações como agarrar, mover e/ou lançar objetos com a mão ou com
o pé, tornando-as mais exigentes e complexas do que aquelas tarefas motoras que não
envolvem objetos (Gallahue et al., 2012) e as articulações da cintura pélvica e da coluna,
necessitam do alinhamento correto para realizarem tarefas de estabilidade que o corpo
necessita para conseguir realizar de forma eficiente tarefas distais (exemplo: lançar)
(Kibler et al., 2006). Este conceito está ainda relacionado com a correlação positiva entre
o FMS RS e CM manipulativa, embora a associação positiva encontrada no presente
estudo está de acordo com o conhecimento de que o movimento do FMS RS necessita
adequada coordenação neuromuscular e transferência de energia de um segmento para o
outro através do tronco (Cook, Burton, Hoogenboom, et al., 2014a).
Tanto a CM como o FMS são influenciados pelo estado maturacional (ficando mais
preciso após o pico médio de crescimento) (Portas, Parkin, Roberts, & Batterham, 2016),
excesso de peso (Silva et al., 2019), limitações funcionais e tarefas motoras (Duncan &
102
Stanley, 2012). Independentemente de ser homem ou mulher, o FMS relaciona-se com a
CM estabilidade, podendo estar ligado ao facto de o FMS ser um meio de aferir
ineficiências motoras relacionadas com o retorno à pratica de exercício físico após um
programa de reabilitação devido a lesão ou cirurgia (Cook, Burton, Hoogenboom, et al.,
2014b; Silva et al., 2017). Por outro lado, o FMS avalia a mobilidade funcional e a
estabilidade postural sem locomoção, segundo um conjunto de testes que utilizam rotação
interna e externa, flexão da anca, e estabilidade da zona central do corpo (core) (Frost,
Beach, Callaghan, & McGill, 2012), que se encontram relacionados com as tarefas e
construtos da CM estabilidade.
5.5 Influência dos níveis de competência motora nas opções das disciplinas de
componente optativa;
Tratando-se apenas de homens e com uma diferença mínima entre os valores médios
apresentados (Tabela 19), a não existência de diferença após a análise comparativa, leva
a pensar que a CM parece não influenciar as escolhas das disciplinas optativas, embora
contraste com os resultados individuais discutidos no ponto 5.1, tendo como referência a
CM e os valores dos percentis relacionados com a idade média de cada grupo.
5.6 Influência dos níveis de capacidade funcional e composição corporal nas opções
das disciplinas de componente optativa;
Tendo por base a mesma análise realizada no ponto anterior, mas tendo em
consideração a composição corporal e a capacidade funcional, foram encontradas
algumas diferenças significativas (Tabela 20).
A primeira diferença significativa relaciona-se com o facto de comparativamente com
os restantes grupos, o grupo de desportos de Natureza e Atividades de Fitness apresentar
valores de gordura corporal significativamente mais elevados do que os restantes,
enquanto que o grupo de Atividades de Fitness apresenta resultados significativamente
superiores para o FMS TSP comparativamente com os outros dois grupos.
As primeiras diferenças encontradas, estarão a ser mediadas pelo facto de tanto as
atividades de fitness (Melton, Dail, Katula, & Mustian, 2011) como as de desportos de
ondas (Evers, 2009) estarem mais associados à aparência física, relacionada com o culto
do corpo e masculinidade, onde uma mais elevada presença de gordura corporal poderá
intermediar a escolha. Já o facto de o grupo de Atividades de Fitness apresentar resultados
melhores no FMS TSP, pode estar a ser induzido pelo que já foi demonstrado neste
103
estudo, quando analisada a CM e os resultados do FMS. Assim, ficou demonstrado que o
FMS TSP explica 100% da CM e quando nos reconhecemos fisicamente capazes de
realizar uma tarefas e não temos dúvidas quanto às reais capacidades, optamos mais por
uma atividade em detrimento de outra (Kondrič et al., 2013). A aparência física de um
instrutor é visto como um ponto fulcral para o sucesso na profissão (Melton et al., 2011),
bem como aquilo que ele é capaz de fazer (Wininger, 2002). Assim, os participantes do
grupo de fitness poderão já apresentar um perfil por aquilo que são as referências de um
instrutor, uma vez que um resultado elevado no FMS TSP requerer a concretização de
uma tarefa exigente devido concretização simultânea da estabilidade do tronco para a
transferência de força de forma simétrica entre os membros superiores e inferiores e vice
versa (Cook, Burton, Hoogenboom, et al., 2014b).
5.7 Alterações após 12 meses na aptidão física, composição corporal e densidade
mineral óssea
Os níveis de AF e composição corporal apresentam uma trajetória diferente para
homens e mulheres após 12 meses. Para as mulheres, verifica-se que os níveis de AF se
mantêm praticamente inalterados enquanto que % gordura corporal decresceu (Tabela
24). Considerando que a massa isenta de gordura é a soma da água corporal, o valor total
da proteína corporal, hidratos de carbono, lípidos isentos de gordura e minerais no estado
molecular (Prado & Heymsfield, 2014), estas alterações podem ser consideradas positivas
naquilo que é o peso corporal, uma vez que houve uma redução na percentagem de
gordura corporal (-3.7%). Assim, o aumento do peso corporal está a ser mediado pela
massa isenta de gordura e não pelo aumento da gordura corporal (TE= 0.726). Por outro
lado, os homens demostram uma redução significativa no valor total de AF e AF de lazer,
bem como aumento da massa isenta de gordura (TE= 0.555) e DMO (TE= 0.555). A
massa isenta de gordura exclui gordura e os compartimentos minerais ósseos (Prado &
Heymsfield, 2014) indicando que o aumento da DMO está relacionada com o crescimento
ósseo (aumento da altura). No entanto, osso e músculo encontram-se proporcionalmente
relacionados, já que sobre condições de desuso, a massa muscular decresce seguida de
uma diminuição da massa óssea, enquanto que a fase de recuperação muscular é precedida
uma recuperação da massa óssea (Sievanen et al., 1996). Este fator justifica claramente
os resultados obtidos relativos ao aumento da massa isenta de gordura (Tabela 25). No
entanto, o aumento ósseo acontece desde o nascimento até à adolescência, com
aproximadamente 90% da massa óssea a ser adquirida até aos 20 anos de idade (Henry,
104
Fatayerji, & Eastell, 2004). Em média, as raparigas, param o crescimento três anos antes
dos rapazes (Malina, 2014), fator que pode estar a mediar as diferenças encontradas nas
diferentes trajetórias encontradas entre homens e mulheres do presente estudo.
Analisando a AF, verifica-se uma diminuição significativa nos níveis de AF dos
homens, (menos 0.6% na AF desporto e menos 21.7% na AF lazer), descida esta que
estará a ser mediada pelas rotinas inerentes à entrada no ensino superior e às suas
motivações (Buckworth & Nigg, 2004; Kondrič et al., 2013). Em estudantes
universitários, os fatores motivacionais que mais contribuem para a sua participação em
AF relaciona-se com: amigos, fatores ambientais, popularidade do desporto, aptidão
física e saúde (Kondrič et al., 2013). No entanto, os seres humanos são motivados pela
sua necessidade psicológica fundamental relacionada com a capacidade de concretização
de tarefas, autonomia e relacionamento pessoal (Murphy et al., 2019), em que as
motivações dentro daquilo que é a educação física e os desportos organizados, podem ser
parcialmente influenciadas (Buckworth & Nigg, 2004). Desta forma, e contrariamente a
outros estudos (Keating, Guan, Pinero, & Bridges, 2005) os hábitos de AF não estão
dependentes da influência dos horários de funcionamento nem da disponibilidade das
instalações desportivas já que estas se encontram no campos académico, com um horário
de funcionamento alargado e com disponibilidade diária. No entanto, os estudantes de
ciências do desporto encontram alguns desafios, uma vez que o currículo apresenta uma
componente muito grande de tarefas que envolvem exercício físico, que podem estar a
influenciar a diminuição dos níveis de AF habitual. A análise segundo as disciplinas
optativa não demostra qualquer diferença significativa quanto aos níveis de AF.
Relativamente à composição corporal e pelas razões mencionadas anteriormente no ponto
5.6, onde este grupo (homens) já apresentava parâmetros melhores do que os restantes
para a composição corporal e índices mais elevados de CM (ponto 5.1). Fica bem balizado
que a CM e a AF, sendo construtos diferentes encontram-se intimamente relacionados
(Utesch et al., 2019) e a prática de AF influencia positivamente a CM e as diferentes
componentes da aptidão física (Stodden et al., 2008).
5.8 Alterações após 12 meses na Competência Motora
Tendo em consideração os valores normativos para a bateria MCA (Rodrigues et al.,
2019) e a idade média de 20 anos para as mulheres e 22 para os homens, verificamos que
as mulheres aumentaram significativamente os saltos laterais do p60 para o p80 e no salto
horizontal, do p60 para o p85. Os homens decresceram significativamente a velocidade
105
de lançamento do p25 para o p07, o salto horizontal do p45 para o p05 e o shuttle run de
10 metros do p90 para o p30. Estas mudanças verificadas nos percentis permitem uma
melhor observação e entendimento do TE elevado verificado nas mulheres na CM total,
CM estabilidade e CM manipulativa (Tabela 27). Para os homens, as mudanças
verificadas nos percentis também demonstram claramente a razão do TE elevado e o
porquê da diminuição significativa no construto da CM manipulativa (Tabela 28). Por
outro lado, o salto horizontal também se apresenta como uma medida de CM e aptidão
física (Utesch et al., 2019), facto que provavelmente poderá mediar os resultados
encontrados para homens e mulheres. No entanto, estas alterações apresentam diferentes
magnitudes, alterando-se de acordo com os níveis de AF, já que os homens decresceram
a quantidade de AF e o resultado total do salto horizontal diminuiu, enquanto que as
mulheres apresentaram um percurso de crescimento para o resultado do salto horizontal
ao manterem níveis idênticos de AF (Tabela 22, 23, 27 e 28). Os homens também
apresentam uma diminuição no shuttle run a 10 metros, velocidade de lançamento e CM
manipulativa. O shuttle run a 10 metros tem por objetivo aferir a velocidade e/ou
agilidade (Ortega et al., 2008) e as tarefas específicas da parte manipulativa envolvem
tipicamente uma série de ações mais desafiantes e complexas do que tarefas motoras que
não envolvem objetos (Gallahue et al., 2012). Assim, estas competências motoras
requerem vários níveis de maturação neuromuscular que interagem com o crescimento,
proporções e experiência (Malina, 2014). Estas evidências e o aumento significativo na
altura, massa isenta de gordura e DMO para os homens, pode ter levado a uma diminuição
momentânea na proficiência deste tipo de tarefas. Por outro lado, os homens também
apresentam uma diminuição significativa nos níveis de AF e a prática de AF influencia
positivamente a CM e as diferentes componentes da aptidão física (Stodden et al., 2008),
que se encontram diretamente ligadas pela função neuromuscular, e indiretamente pela
participação em atividades motoras (Cattuzzo et al., 2016). Já as mulheres, melhoraram
em todas as tarefas e construtos da CM, apresentando melhorias significativas na CM
estabilidade e CM manipulativa, mantendo níveis semelhantes de AF. Estas variações
após 12 meses são extremamente interessantes de se observar, indicando claramente que
a CM e a atividade física, sendo construtos diferentes encontram-se intimamente
relacionados (Utesch et al., 2019), podendo não ser tão evidentes em jovens adultos.
O desenvolvimento motor pode ser definido como as alterações às adaptações
induzidas à realização de tarefas que necessitam de ajuste, compensação e mudança ao
longo da vida (Bisi & Stagni, 2016). As mudanças na CM das mulheres podem estar
106
diretamente relacionadas com experiências motoras novas e/ou mais desafiantes,
relacionadas com as implicações da prática induzida pelo currículo académico, que obriga
á realização de diferentes desportos/habilidades. Mesmo sem se verificar um aumento nos
níveis de AF, durante o período em causa e devido às exigências do currículo académico,
todos os indivíduos foram obrigados à prática de futebol, voleibol, andebol, hóquei em
patins, atletismo (saltos e corridas) e escalada. O aumento significativo na CM total,
poderá estar a ser influenciado pelas alterações nos construtos da CM estabilidade e
manipulativa, tarefas geralmente associadas a uma performance mais reduzida nas
mulheres e que podem ser influenciadas pela prática desportiva e fatores culturais (Luz
et al., 2019; Luz, Rodrigues, et al., 2017). No entanto e quando comparados homens e
mulheres, estas tendem a ser menos fisicamente ativas do que os homens (Thompson et
al., 2003), sugerindo menos prática e consequente menos experiência motora. Outro
ponto a ter em consideração é que os construtos da CM podem variar de acordo com os
níveis de performance e a idade (Utesch et al., 2019), justificando aquilo que se encontrou
neste estudo, já que podemos assumir que segundo a teoria dos sistemas dinâmicos
(Thelen, 2005), estas variações entre estímulos mais exigentes e diferenciados leva a
novas adaptações e melhorias na CM geral. Pode-se ainda considerar que,
comparativamente, existem muitas tarefas idênticas em vários desportos (eg. driblar;
rematar; saltar e correr) que envolvem controlo e coordenação neuromusculares (Utesch
et al., 2019) indicando um codesenvolvimento da CM e os resultados alcançados.
Considerando agora as disciplinas optativas e analisando os valores dos construtos
da CM, verifica-se que aqueles que optaram pelos desportos de natureza e desportos de
ondas diminuíram significativamente os valores da CM manipulativa (Tabela 29). Como
explorado anteriormente, estas optativas apresentam uma significativa diminuição de
tarefas que envolvem controlo de objetos como driblar, atirar e rematar, que poderão estar
a mediar esta diminuição da proficiência em tarefas manipulativas. No que respeita
aqueles que optaram por desportos de natureza, verifica-se também uma diminuição
significativa da CM total, que está certamente a ser influenciada pelas tarefas de CM
manipulativa, já que apresenta uma diminuição significativa nas duas tarefas inerentes a
esta capacidade (velocidade de remate e de lançamento). Reforçando esta observação,
está o facto, que de acordo com os valores normativos (Rodrigues et al., 2019), a
velocidade de lançamento passar do p15 num primeiro momento para p05 no segundo e
a velocidade de remate passar do p40 para o p05 no segundo momento. Analisando os
restantes grupos, verifica-se que aqueles que se encontravam nos desportos de ondas
107
apresentaram uma diminuição significativa para velocidade de lançamento, do p35 para
o p05 enquanto os de atividades de fitness passaram do p60 para o p10 na velocidade de
remate. Estas alterações poderão dever-se ao facto de aqueles que estão nas atividades de
ondas não apresentarem tarefas específicas de manipulação de objetos com os membros
superiores (Mendez-Villanueva & Bishop, 2005) em contraste com as atividades de
fitness, que não apresentam tarefas específicas de manipulação de objetos com os
membros inferiores. Prosseguindo esta análise, verifica-se ainda que estes dois grupos no
shuttle run de 10 metros passaram de um p95 para um p40 no grupo de desportos de ondas
e de um p70 para um p30 nas atividades de fitness. Para os primeiros, e tratando-se do
shuttle run de 10 metros, onde está implícita a velocidade de deslocação e agilidade
(Ortega et al., 2008), numa superfície plana, os resultados estão dento do esperado, já que
ao estarem mais expostos a um treino com instabilidade (utilização de prancha de surf na
água), serão capazes de exercer mais força segundo condições semelhantes de
instabilidade (Behm, Colado, & Colado, 2013). Outro fator para este grupo, está
relacionado com o treino com instabilidade estar associado à diminuição da potência de
membros inferiores (Tran et al., 2015). Já para o outro grupo (atividades de fitness), os
resultados poderão a estar a ser mediados pelo facto de estarem sujeitos a tarefas de treino
predominantemente de resistência e de força na sua componente de resistência como
ginástica aeróbica, step, hidroginástica e ginástica localizada, levando a que segundo o
princípio da especificidade (Reilly, Morris-Paterson, & Whyte, 2009), se criem
adaptações especificas que são dispares daquelas envolvendo manifestações de
velocidade de deslocação como no shuttle run de 10 metros (Ortega et al., 2008).
5.9 Alterações após 12 meses na Capacidade Funcional
Analisando os valores normativos para o FMS relativos à mesma faixa etária da aqui
estudada (Schneiders, Davidsson, Hörman, & Sullivan, 2011), mas a onde contam apenas
os valores relativos aos resultados finais do FMS, verifica-se que na primeira avaliação,
tanto homens como mulheres apresentam valores inferiores aos estabelecidos como
referência (homens 15.8±1.8; mulheres 15.6±2.0). Após 12 meses esse padrão altera-se
para as mulheres, que passam a apresentam uma alteração significativa, com um score de
13.8 pontos para 15.0 pontos e os homens de 14.2 pontos para 14.7 pontos. Assim, as
mulheres passam de um valor abaixo da média para a sua idade em 1.8 pontos para apenas
0.8 pontos, e os homens de um valor de 1.6 pontos para 1.1 pontos. Considerando que o
resultado final do FMS depende dos resultados dos restantes testes (Cook, Burton,
108
Hoogenboom, et al., 2014b), estas alterações são em parte explicadas pelo facto de após
12 meses, os homens melhorem significativamente do FMS DS enquanto que as mulheres
apresentam melhorias significativas para o FMS TSP. Estes resultados estão de acordo
com o encontrado em outros estudos que reportaram alterações em algumas dos padrões
de movimento realizados quando da avaliação do FMS é realizada durante o decorrer de
uma época desportiva em atletas universitários de futebol e voleibol da mesma faixa etária
(Mokha, Sprague, & Gatens, 2016). Apesar disso, e como discutido anteriormente, a
prática de AF, no presente estudo é diferente entre homens e mulheres (Tabela 21 e 22).
Os homens diminuíram substancialmente os níveis de AF, mas melhoraram
significativamente o padrão de movimento que desafia os mecanismos corporais como
um todo, mais necessário na generalidade dos movimentos desportivos (Cook, Burton,
Hoogenboom, et al., 2014b). Estas alterações poderão estar relacionadas com o facto de
a capacidade funcional e a performance serem construtos diferentes (Silva et al., 2017) e
a prática de atividade física não ser o único fator que influencia positivamente a
capacidade funcional e os vários componentes da condição física. Mesmo sem um
aumento dos níveis de AF, durante o período que decorreu entre avaliações, todos os
indivíduos foram sujeitos a uma prática desportiva. Esta variedade de estímulos levou a
novas adaptações e a melhorias na proficiência geral, como verificado por Thelen
(Thelen, 2005). Estes aspetos e o facto de se verificar um significativo aumento da altura,
massa isenta de gordura e densidade mineral óssea, pode também ter levado a novas
adaptações que por sua vez se traduziram em alterações na capacidade funcional. De uma
forma geral, quando comparamos os homens e as mulheres, estas últimas tendem a
apresentar valores inferiores para o FMS TSP (Abraham et al., 2015; Bardenett et al.,
2015), no entanto as alterações aqui observadas indicam uma alteração de valores médios
que são considerados baixos (inferior a 2) para valores normais (superior ou igual a 2 e
inferior a 3) após 12 meses. O FMS TSP nas mulheres está descrito como sendo mais
sensível à estabilidade da zona media (core) em contraste com a força do tronco e
membros superiores (Chorba, Chorba, Bouillon, Overmyer, & Landis, 2010). Quando
considerado separadamente, é um indicador fiável da capacidade funcional em
populações especificas (Silva et al., 2017). Desta forma, as melhorias observadas poderão
estar relacionadas com experiências motoras novas e/ou mais desafiantes relacionadas
com as disciplinas de carater prático decorrentes do currículo académico, que exigiram o
domínio de diferentes tarefas e habilidades especificas, bem como das alterações na
109
composição corporal mais especificamente a massa isenta de gordura e % de gordura
corporal.
Considerando as disciplinas optativas, verificam-se alterações significativas no FMS
ASLR naqueles que optaram pelos desportos de natureza e no resultado final naqueles
que optaram pelos desportos de ondas (Tabela 32). As alterações no FMS ASLR, para os
que optaram por desportos de natureza, são negativas. Considerando que o FMS ASLR
procura a demonstração da flexibilidade ativa dos músculos posteriores da coxa com
adequada mobilidade da anca e do membro inferior oposto, com estabilidade da cintura
pélvica e da zona média do corpo (Cook, Burton, Hoogenboom, et al., 2014a)
desenvolvida unicamente no plano frontal, pode estar a interferir com os resultados. Isto
porque as disciplinas práticas neste grupo estão relacionadas com desportos como
escalada, que requerem posicionamento de abdução e rotação externa da anca (Draper,
Brent, Hodgson, & Blackwell, 2009), onde a flexibilidade parece não desempenhar um
papel fundamental, explicando em média 0.3% da performance, enquanto que o treino
específico apresenta um papel preditivo de 58.9% (Mermier, Janot, Parker, & Swan,
2000; Sheel, 2004).
Observando os valores do resultado final do FMS verificamos alterações
positivas. A mudança significativa geral aqui demonstrada (Tabela 32) está relacionada
com o facto de o resultado final do FMS estar dependente dos resultados dos diferentes
padrões (Cook, Burton, Hoogenboom, et al., 2014b); do FMS avaliar a mobilidade
funcional e a estabilidade postural sem locomoção (Frost et al., 2012), e estes padrões de
movimento se encontram bem presentes naquilo que são as tarefas especificas do surf (
Silva et al., 2017).
110
6- CONCLUSÃO
Os objetivos gerais e específicos foram cumpridos na sua totalidade, levando à
apresentação dos resultados em encontros de caris científico (anexo IV e V), bem como
a concretização de quatro artigos científicos (anexo VI). Destes, dois encontram-se
publicados e os restantes em fase de revisão, todos em revistas científicas indexadas, com
revisão por pares e dedicadas à temática em estudo.
A primeira hipótese levantada e um dos principais fatores que envolvem esta tese
estava relacionada com a premissa de se perceber se de facto, em jovens adultos, os testes
do Functional Movement Screen (FMS) se encontravam alicerçados nos construtos da
CM. Esta premissa não foi verificada quando testadas as associações entre o FMS e a
CM. No entanto, o resultado final do FMS demonstrou associações significativas
moderadas e positivas com as tarefas e constructos da CM estabilidade,
independentemente do sexo, enquanto que o FMS Trunk Stability Push-up (TSP) explica
100% dos resultados da CM. Fica assim bem ilustrado que o FMS traduz a CM
estabilidade e vice-versa, permanecendo dúvidas quanto à noção que o FMS proporciona
a observação de tarefas motoras básicas relacionadas com movimentos locomotores e
manipulativos. Outra importante constatação está relacionada com o facto de se
demonstrar que o FMS TSP apresenta um papel determinante na avaliação da CM.
Seguido a linha de investigação, ficam dúvidas sobre a possibilidade de uma melhor
CM estar associada a uma também melhor capacidade funcional. Esta dúvida apresenta-
se pela ausência de correlação positiva entre os resultados finais da CM com o FMS, de
forma consistente, uma vez que apresentam uma magnitude baixa quando analisada toda
a amostra (r= 0.263), que quando desagregada por sexos, deixa de ser significativa para
as mulheres, mas mantendo-se significativa e positiva para os homens (r= 0.376). Estas
constatações podem estar relacionadas com a hipótese 3, já que homens e mulheres
apresentam diferenças naquilo que são os diferentes testes do FMS. Estas diferenças entre
sexos, encontram-se em tarefas que implicam a musculatura do tronco (FMS TSP), onde
os homens apresentam melhores resultados, e em tarefas de mobilidade da anca, do
membro inferior oposto e estabilidade da cintura pélvica da zona média do corpo (FMS
ASLR), onde as mulheres apresentam melhores resultados. Estes dados encontram-se em
linha com a literatura disponível referente ao FMS (Abraham et al., 2015; Bardenett et
al., 2015).
111
Sendo a amostra composta por jovens adultos, e porque o desenvolvimento da CM
não é um fator a ser considerado devido às faixas etárias, fica demonstrado o espiral
positivo dos níveis de CM e a prática de AF e os impactos na composição corporal (weight
status), apesar de não tão evidente como em crianças e adolescentes. Fica também
evidente que a massa gorda apresenta-se como um fator determinante nos construtos
locomotores e manipulativos e a densidade mineral óssea nas tarefas manipulativas, mas
apenas para o sexo masculino. Grande parte da hipótese cinco é verificada já que, a CM
influencia positivamente a composição corporal (weight status), particularmente em
tarefas locomotoras e estabilizadores.
Tratando-se de uma amostra onde existe uma obrigatória exposição semanal à prática
de diferentes modalidades desportivas decorrentes do currículo académico, a hipótese seis
que está alicerçada na possibilidade da CM e a capacidade funcional influenciarem as
escolhas das disciplinas optativas (componente desportiva) não é confirmada, já que não
se verifica uma influência clara da CM e as escolhas das disciplinas optativas, embora o
mesmo padrão não seja tão evidente para a capacidade funcional. Ficou demonstrado
ainda que aqueles que apresentam melhor resultados para o FMS TSP optaram pelo grupo
de Atividades de Fitness.
A hipótese sete apresenta diferentes evidências para homens e mulheres, uma vez que
os níveis de AF após 12 meses apresentam também diferentes trajetórias. Para as
mulheres verificou-se que os níveis de AF permaneceram praticamente inalterados,
enquanto que os homens demonstraram uma redução significativa no valor total de AF e
AF de lazer. Estas diferenças foram provavelmente mediadas pelas rotinas inerentes à
entrada no ensino superior e as suas motivações. Após 12 meses, a composição corporal
também apresenta uma trajetória diferente entre homens e mulheres. As mulheres
apresentam uma percentagem de gordura corporal mais baixa e um aumento do peso
corporal, mediada pela massa isenta de gordura e não pelo aumento da gordura corporal.
Os homens demostram um aumento da massa isenta de gordura e densidade mineral
óssea, possivelmente relacionada com o processo de crescimento mais tardio para os
homens e o facto de osso e músculo se encontram-se proporcionalmente relacionados
quanto ao ganhos e perdas. Já na CM verifica-se um espectro semelhante entre homens e
mulheres, onde estas aumentaram significativamente os saltos laterais, (p60 para p80) e
salto horizontal (p60 para p85) e aqueles decresceram significativamente a velocidade de
lançamento (p25 p07), salto horizontal (p45 p05) e shuttle run de 10 metros (p90 p30).
Estas alterações, comprovam que a prática de AF influencia positivamente a CM que se
112
encontram diretamente ligadas pela função neuromuscular, e indiretamente ligada pela
participação em atividades motoras (Cattuzzo et al., 2016). No entanto as mudanças
ocorridas para as mulheres apresentam uma maior relevância já que indicam que a CM e
a AF, sendo construtos diferentes encontram-se intimamente relacionados (Utesch et al.,
2019) e que experiências motoras novas e/ou mais desafiantes, que obrigam á realização
de diferentes desportos/habilidades, mesmo sem se verificar um aumento nos níveis de
AF, comprovam os construtos da CM podem variar de acordo com os níveis de prática,
performance e a idade, indicando um codesenvolvimento da CM. Já a capacidade
funcional parece não ser influenciada diretamente pelos níveis de AF. As experiências
motoras novas e/ou mais desafiantes relacionadas com as disciplinas de carater prático
apresentam um papel determinante para novas adaptações que por sua vez se traduziram
em alterações na capacidade funcional.
Em síntese verifica-se que os níveis de AF apresentam uma influência distinta nos
níveis de CM e composição corporal de jovens adultos no decorrer de 12 meses, não
mediando alterações significativas na capacidade funcional, independentemente do sexo.
Pelas razões já mencionadas relativas à distribuição da amostra a hipótese oito
apenas considera os homens, verificando-se que a composição corporal não sofre
alterações em função das disciplinas optativas, o mesmo já não se verificando para a CM
e capacidade funcional. As disciplinas optativas influenciam decisivamente perdas nos
construtos da CM manipulativa principalmente daqueles que optaram pelos Desportos de
Natureza e Desportos de Ondas. Considerando a capacidade funcional verifica-se uma
influência muito especifica e apenas relacionada com aqueles que optaram pelo desporto
de natureza. Assim, parece que algumas práticas específicas podem induzir alterações
significativas na capacidade funcional geral mas em simultâneo decréscimo de outras,
implicando que a capacidade funcional e a performance serem construtos diferentes
(Silva et al., 2017) mas estarem relacionados entre si pelas adaptações induzidas por uma
prática específica, embora não representando apenas uma relação positiva em
determinadas componentes da capacidade funcional mas sim uma influência específica
pelo tipo de prática.
LIMITAÇÕES
Nenhum estudo está isento de pontos fortes e pontos a melhorar. Esta investigação
em concreto não é exceção, começando-se pelas perdas verificadas entre primeiro e
113
segundo momento, fazendo com o a força das evidências não seja tão significativa como
o esperado. Outro fator está relacionado com o facto de se tratar de um estudo
observacional, longitudinal e de coorte e uma fase inicial que passou por se ser apenas
observacional, analítico e transversal, limitando a generalização dos resultados. No
entanto devido à escassez de investigação relativa às componentes da CM e Capacidade
Funcional na faixa etária estudada, os dados revestem-se de um cariz muito importante,
reforçando a relevância da tese desenvolvida. Outra limitação tratar-se da distribuição
amostra relativamente ao sexo dos participantes, principalmente nas disciplinas optativas
embora tenha sido considerada 90% da amostra total de mulheres, dentro dos critérios de
inclusão definidos. Outro fator trata-se do uso em simultâneo de um método de avaliação
qualitativo (orientado para a tarefa) e quantitativo (orientado para o produto) que pelo seu
grau de dependência (capacidade física ou capacidade funcional) podem não se encontrar
relacionados entre si. No entanto, a avaliação da CM dentro dos seus três construtos e
sem um efeito teto, só pode ser avaliado com esta bateria de testes. Esta condição é assim
ao mesmo tempo uma limitação e uma vantagem pois é apresentada aqui a primeira
tentativa para se investigar a relação entre CM e CF e confirmar se de facto a CM é
determinante nos níveis de composição corporal na transição entre a adolescência e a
idade adulta, mas muito difícil de se comparar pela insuficiência de resultados com
metodologias semelhantes.
IMPLICAÇÕES
1. É demonstrado que em jovens adultos a capacidade funcional avaliada pelos
testes do Functional Movement Screen (FMS) não se encontram alicerçados
em todos os construtos da CM, mas apenas com o constructo da CM
estabilidade e vice-versa, independentemente do sexo.
2. O FMS Trunk Stability Push-up explica 100% da CM, permanecendo dúvidas
quanto ao conceito que o FMS proporciona a observação de tarefas motoras
básicas relacionadas com movimentos locomotores e manipulativos.
3. Persiste também a dúvida quanto à relação: “melhor CM; melhor CF”, devido
á magnitude das correlações apresentadas e a sua inconsistência quando
desagradada a amostra por sexos.
4. A massa gorda continua a apresentar-se como um fator determinante para a
CM locomotora e CM estabilidade em jovens adultos, verificando-se que na
114
transição entre a adolescência e a idade adulta uma CM mais elevada apresenta
um fator protetor relativo á composição corporal (weight status).
5. Em jovens adultos, homens que frequentam uma licenciatura em ciências do
desporto, a CM parece não ser determinante nas escolhas das opções
desportivas inerentes ao currículo académico.
6. Os níveis de AF alteram-se em diferentes magnitudes no decorrer do ano
académico entre homens e mulheres estudantes de uma licenciatura em
Ciências do Desporto, mediada possivelmente pelas rotinas inerentes à entrada
no ensino superior, as suas motivações e prática inerente às disciplinas com
implicações desportivas.
7. A transição entre a adolescência e a idade adulta em jovens adultos de uma
licenciatura em ciências do desporto acarreta alterações na composição
corporal com uma trajetória diferente entre homens e mulheres.
8. A CM e a atividade física, sendo construtos diferentes encontram-se
intimamente relacionados, embora nas tarefas da CM estabilidade e CM
manipulativa possam ser mais influenciadas pelas experiências motoras novas
e/ou mais desafiantes.
9. A CF parece não ser influenciada diretamente pelos níveis de AF, reforçando-
se que a CF e a performance são construtos diferentes.
10. A prática de atividade física não é o único fator que influencia positivamente
a CF, mas também as experiências motoras novas e/ou mais desafiantes, bem
como as alterações na composição corporal mais especificamente a massa
isenta de gordura e % de gordura corporal.
SUGESTÕES PARA INVESTIGAÇÕES FUTURAS
Esta temática carece de mais investigação, principalmente considerando um
tamanho amostra mais elevado e grupos de indivíduos normo ponderais e com excesso
de peso, acompanhados segundo um percurso temporal mais alargado, abrangendo-se o
final da adolescência e a transição para jovem adulto segundo diferentes percursos e
escolhas académicas ou profissionais e os seus hábitos de vida diária incluindo os níveis
de AF e hábitos alimentares.
115
7. BIBLIOGRAFIA
Abraham, A., Sannasi, R., & Nair, R. (2015). Normative values for the functional
movement screentm in adolescent school aged children. International Journal of
Sports Physical Therapy, 10(1), 29–36.
Ahnert, J., Schneider, W., & Bös, K. (2011). Developmental changes and individual
stability of motor abilities from the preschool period to young adulthood. In Human
Development from Early Childhood to Early Adulthood: Findings from a 20 Year
Longitudinal Study. https://doi.org/10.4324/9780203888544
Ainsworth, B. E., Haskell, W. L., Whitt, M. C., Irwin, M. L., Swartz, A. M., Strath, S. J.,
… Leon, A. S. (2000). Compendium of physical activities: an update of activity
codes and MET intensities. Medicine and Science in Sports and Exercise, 32(9
Suppl), S498-504.
Almeida, M. C. B., & Ribeiro, J. L. P. (2014). Adaptação do Habitual Physical Activity
Questionnaire (Baecke), versão modificada, para a população portuguesa. Rev. Enf.
Ref. https://doi.org/10.12707/RIII1303
Arias-Palencia, N. M., Solera-Martinez, M., Gracia-Marco, L., Silva, P., Martinez-
Vizcaino, V., Canete-Garcia-Prieto, J., & Sanchez-Lopez, M. (2015). Levels and
Patterns of Objectively Assessed Physical Activity and Compliance with Different
Public Health Guidelines in University Students. PloS One, 10(11), e0141977.
https://doi.org/10.1371/journal.pone.0141977
Arredondo, E. M., Mendelson, T., Holub, C., Espinoza, N., & Marshall, S. (2012).
Cultural adaptation of physical activity self-report instruments. Journal of Physical
Activity & Health, 9 Suppl 1(Suppl 1), S37–S43. Retrieved from
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22287446
Bardenett, S. M., Micca, J. J., DeNoyelles, J. T., Miller, S. D., Jenk, D. T., & Brooks, G.
S. (2015). Functional Movement Screen normative values and validity in high school
athletes: can the FMSTM be used as a predictor of injury? International Journal of
Sports Physical Therapy, 10(3), 303–308.
Bardid, F., Rudd, J., Lenoir, M., Polman, R., & Barnett, L. (2015). Cross-cultural
comparison of motor competence in children from Australia and Belgium. Frontiers
in Psychology, 6, 964. https://doi.org/10.3389/fpsyg.2015.00964
Bardid, F., Vannozzi, G., Logan, S. W., Hardy, L. L., & Barnett, L. M. (2018). A
hitchhiker’s guide to assessing young people’s motor competence: Deciding what
116
method to use. Journal of Science and Medicine in Sport.
https://doi.org/10.1016/j.jsams.2018.08.007
Barnett, L. M., Lai, S. K., Veldman, S. L. C., Hardy, L. L., Cliff, D. P., Morgan, P. J., …
Okely, A. D. (2016). Correlates of Gross Motor Competence in Children and
Adolescents: A Systematic Review and Meta-Analysis. Sports Medicine.
https://doi.org/10.1007/s40279-016-0495-z
Barnett, L. M., van Beurden, E., Morgan, P. J., Brooks, L. O., & Beard, J. R. (2009).
Childhood Motor Skill Proficiency as a Predictor of Adolescent Physical Activity.
Journal of Adolescent Health. https://doi.org/10.1016/j.jadohealth.2008.07.004
Barnett, L. M., Van Beurden, E., Morgan, P. J., Brooks, L. O., & Beard, J. R. (2008).
Does childhood motor skill proficiency predict adolescent fitness? Medicine and
Science in Sports and Exercise. https://doi.org/10.1249/MSS.0b013e31818160d3
Beardsley, C., & Contreras, B. (2014). The Functional Movement Screen: A Review.
STRENGTH AND CONDITIONING JOURNAL, 36(5), 72–80.
https://doi.org/10.1519/SSC.0000000000000074
Behm, D. G., Colado, J. C., & Colado, J. C. (2013). Instability resistance training across
the exercise continuum. Sports Health, 5(6), 500–503.
https://doi.org/10.1177/1941738113477815
Bento, T. (2014). Revisões sistemáticas em desporto e saúde: Orientações para o
planeamento, elaboração, redação e avaliação . Motricidade . scielopt .
Bisi, M. C., & Stagni, R. (2016). Development of gait motor control: what happens after
a sudden increase in height during adolescence? BioMedical Engineering OnLine,
15(1), 47. https://doi.org/10.1186/s12938-016-0159-0
Bjorntorp, P., Bray, G. A., Carroll, K. K., Chuchalin, A., Dietz, W. H., Ehrlich, G. E., …
Zimmet, P. (2000). Obesity : Preventing and Managing the Global Epidemic. WHO
Technical Report Series. https://doi.org/ISBN 92 4 120894 5
Buckworth, J., & Nigg, C. (2004). Physical activity, exercise, and sedentary behavior in
college students. Journal of American College Health.
https://doi.org/10.3200/JACH.53.1.28-34
Camões, M., Severo, M., Santos, A. C., Barros, H., & Lopes, C. (2010). Testing an
adaptation of the EPIC Physical Activity Questionnaire in Portuguese adults: A
validation study that assesses the seasonal bias of self-report. Annals of Human
Biology. https://doi.org/10.3109/03014460903341836
Campa, F., Piras, A., Raffi, M., & Toselli, S. (2019). Functional Movement Patterns and
117
Body Composition of High-Level Volleyball, Soccer, and Rugby Players. Journal
of Sport Rehabilitation, 1–6. https://doi.org/10.1123/jsr.2018-0087
Cantell, M., Crawford, S. G., & Doyle-Baker, P. K. (2008). Physical fitness and health
indices in children, adolescents and adults with high or low motor competence.
Human Movement Science. https://doi.org/10.1016/j.humov.2008.02.007
Caspersen, C. J., Powell, K. E., & Christenson, G. M. (1985). Physical activity, exercise,
and physical fitness: definitions and distinctions for health-related research. Public
Health Reports (Washington, D.C. : 1974), 100(2), 126.
Cattuzzo, M. T., dos Santos Henrique, R., Ré, A. H. N., de Oliveira, I. S., Melo, B. M.,
de Sousa Moura, M., … Stodden, D. (2016). Motor competence and health related
physical fitness in youth: A systematic review. Journal of Science and Medicine in
Sport. https://doi.org/10.1016/j.jsams.2014.12.004
Cho, M., & Kim, J.-Y. (2017). Changes in physical fitness and body composition
according to the physical activities of Korean adolescents. Journal of Exercise
Rehabilitation, 13(5), 568–572. https://doi.org/10.12965/jer.1735132.566
Chorba, R. S., Chorba, D. J., Bouillon, L. E., Overmyer, C. A., & Landis, J. A. (2010).
Use of a functional movement screening tool to determine injury risk in female
collegiate athletes. North American Journal of Sports Physical Therapy : NAJSPT,
5(2), 47–54. Retrieved from https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21589661
Clark, C., Thomas, S., Khattab, A., & Carr, E. (2013). Development and Psychometric
Properties of A Screening Tool for Assessing Developmental Coordination Disorder
in Adults. International Journal of Physical Medicine and Rehabilitation, 1, 1–9.
https://doi.org/10.4172/2329-9096.1000145
Clarsen, B., & Bahr, R. (2014). Matching the choice of injury/illness definition to study
setting, purpose and design: one size does not fit all! Brithis Journal of Sports
Medicine, 48(7), 510–512. https://doi.org/10.1136/bjsports-2013-093297
Clemente, F. M., Nikolaidis, P. T., Martins, F. M. L., & Mendes, R. S. (2016). Physical
activity patterns in university students: Do they follow the public health guidelines?
PLoS ONE. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0152516
Cocca, A., Liukkonen, J., Mayorga-Vega, D., & Viciana-Ramírez, J. (2014). Health-
Related Physical Activity Levels in Spanish Youth and Young Adults. Perceptual
and Motor Skills. https://doi.org/10.2466/10.06.PMS.118k16w1
Cook, G. (2011). Movement Functional Movement Systems: Screening, Assessment and
Corrective Strategies (1o Edition). Santa Cruz, California: On Target Publications.
118
Cook, G., Burton, L., & Hoogenboom, B. (2006). Pre-participation screening: the use of
fundamental movements as an assessment of function - part 2. N Am J Sports Phys
Ther, 1(2), 62–72.
Cook, G., Burton, L., & Hoogenboom, B. (2014). Functional Movement Screening : The
Use of Fundamental Movements as an Assssment of Function- Part 2. International
Journal of Sports Physical Therapy, 9(4), 549–563. https://doi.org/10.1055/s-0034-
1382055
Cook, G., Burton, L., Hoogenboom, B. J. arbara, & Voight, M. (2014a). Functional
Movement Screening: The use of fundamental movements as an assessment of
function - Part 2. International Journal of Sports Physical Therapy, 9(4), 549–563.
https://doi.org/10.1055/s-0034-1382055
Cook, G., Burton, L., Hoogenboom, B. J., & Voight, M. (2014b). Functional movement
screening: the use of fundamental movements as an assessment of function - part 1.
International Journal of Sports Physical Therapy.
Cornell, D. J., Gnacinski, S. L., Zamzow, A., Mims, J., & Ebersole, K. T. (2016).
Influence of body mass index on movement efficiency among firefighter recruits.
Work (Reading, Mass.), 54(3), 679–687. https://doi.org/10.3233/WOR-162306
D’Hondt, E., Deforche, B., Vaeyens, R., Vandorpe, B., Vandendriessche, J., Pion, J., …
Lenoir, M. (2011). Gross motor coordination in relation to weight status and age in
5- to 12-year-old boys and girls: A cross-sectional study. International Journal of
Pediatric Obesity. https://doi.org/10.3109/17477166.2010.500388
Dayi, A., Acikgoz, A., Guvendi, G., Bayrak, L., Ersoy, B., Gur, C., & Ozmen, O. (2017).
Determination of Factors Affecting Physical Activity Status of University Students
on a Health Sciences Campus. Medical Science Monitor.
https://doi.org/10.12659/MSM.899816
De Medeiros, P., Zequinão, M. A., Fronza, F. C., Dos Santos, J. O. L., & Cardoso, F. L.
(2016). Motor assessment instruments and psychometric procedures: A systematic
review. Motricidade. https://doi.org/10.6063/motricidade.6397
Deliens, T., Deforche, B., De Bourdeaudhuij, I., & Clarys, P. (2015). Changes in weight,
body composition and physical fitness after 1.5 years at university. European
Journal of Clinical Nutrition, 69(12), 1318–1322.
https://doi.org/10.1038/ejcn.2015.79
Department of Health Physical Activity Health Improvement and Protection. (2011). Start
Active, Stay Active: A report on physical activity from the four home countries’
119
Chief Medical Officers. Report. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0023314
Ding, D., Lawson, K. D., Kolbe-Alexander, T. L., Finkelstein, E. A., Katzmarzyk, P. T.,
van Mechelen, W., & Pratt, M. (2016). The economic burden of physical inactivity:
a global analysis of major non-communicable diseases. The Lancet.
https://doi.org/10.1016/S0140-6736(16)30383-X
Dowd, K. P., Szeklicki, R., Minetto, M. A., Murphy, M. H., Polito, A., Ghigo, E., …
Donnelly, A. E. (2018). A systematic literature review of reviews on techniques for
physical activity measurement in adults: A DEDIPAC study. International Journal
of Behavioral Nutrition and Physical Activity. https://doi.org/10.1186/s12966-017-
0636-2
Draper, N., Brent, S., Hodgson, C., & Blackwell, G. (2009). Flexibility assessment and
the role of flexibility as a determinant of performance in rock climbing. International
Journal of Performance Analysis of Sport, 9(June 2014), 67–89.
https://doi.org/10.1080/24748668.2009.11868465
Dudley, D. (2015). A Conceptual Model of Observed Physical Literacy. The Physical
Educator, 72, 236–260. https://doi.org/10.18666/TPE-2015-V72-I5-6020
Duncan, M. J., & Stanley, M. (2012). Functional movement is negatively associated with
weight status and positively associated with physical activity in british primary
school children. Journal of Obesity, 2012, 697563.
https://doi.org/10.1155/2012/697563
Duncan, M. J., Stanley, M., Wright, S. L., & Leddington Wright, S. (2013). The
association between functional movement and overweight and obesity in British
primary school children. BMC Sports Science, Medicine and Rehabilitation, 5, 11.
https://doi.org/10.1186/2052-1847-5-11
Edwards, L., Bryant, A., Keegan, R., Morgan, K., & Jones, A. (2016). Definitions,
Foundations and Associations of Physical Literacy: A Systematic Review. Sports
Medicine.
Ernstbrunner, L., Schulz, E., Ernstbrunner, M., Hoffelner, T., Freude, T., Resch, H., &
Haas, M. (2018). A prospective injury surveillance study in canyoning. Injury, 49(4),
792–797. https://doi.org/10.1016/j.injury.2018.03.003
Esnaola, I., Infante, G., Rodríguez-Fernández, A., & Goñi, E. (2011). Relación entre
variables psicosociales y la salud percibida. Revista de Psicología del Deporte (Vol.
20).
Evers, C. (2009). ‘The Point’: surfing, geography and a sensual life of men and
120
masculinity on the Gold Coast, Australia. Social & Cultural Geography, 10(8), 893–
908. https://doi.org/10.1080/14649360903305783
Ferrari, P., Friedenreich, C., & Matthews, C. E. (2007). The role of measurement error in
estimating levels of physical activity. American Journal of Epidemiology.
https://doi.org/10.1093/aje/kwm148
Ferreira Rocha, K. (2008). Motivos de adesão à prática de ginástica de academia.
Motricidade (Vol. 4). https://doi.org/10.6063/motricidade.4(3).266
Fields, J. B., Merrigan, J. J., White, J. B., & Jones, M. T. (2018). Body Composition
Variables by Sport and Sport-Position in Elite Collegiate Athletes. Journal of
Strength and Conditioning Research, 32(11), 3153–3159.
https://doi.org/10.1519/JSC.0000000000002865
Fransen, J., D’Hondt, E., Bourgois, J., Vaeyens, R., Philippaerts, R. M., & Lenoir, M.
(2014). Motor competence assessment in children: Convergent and discriminant
validity between the BOT-2 Short Form and KTK testing batteries. Research in
Developmental Disabilities, 35(6), 1375–1383.
https://doi.org/10.1016/j.ridd.2014.03.011
Frost, D. M., Beach, T. A. C., Callaghan, J. P., & McGill, S. M. (2012). Using the
Functional Movement Screen to evaluate the effectiveness of training. J Strength
Cond Res, 26(6), 1620–1630. https://doi.org/10.1519/JSC.0b013e318234ec59
Frost, D. M., Beach, T. A. C., Campbell, T. L., Callaghan, J. P., & McGill, S. M. (2015).
An appraisal of the Functional Movement Screen grading criteria--Is the composite
score sensitive to risky movement behavior? Physical Therapy in Sport : Official
Journal of the Association of Chartered Physiotherapists in Sports Medicine, 16(4),
324–330. https://doi.org/10.1016/j.ptsp.2015.02.001
Gabbard CP. (2008). Lifelong Motor Development (5th ed.). San Francisco, CA: Pearson
Ben-jamin Cummings.
Gaio, V., Antunes, L., Namorado, S., Barreto, M., Gil, A., Kyslaya, I., … Dias, C. M.
(2018). Prevalence of overweight and obesity in Portugal: Results from the First
Portuguese Health Examination Survey (INSEF 2015). Obesity Research and
Clinical Practice. https://doi.org/10.1016/j.orcp.2017.08.002
Gallahue, D., Ozmun, J., & Goodway, J. (2012). Understanding Motor Development:
Infants, Children, Adolescents, Adults (7th Editio). New York: McGraw-Hill
Education.
Garber, C. E., Blissmer, B., Deschenes, M. R., Franklin, B. A., Lamonte, M. J., Lee, I.-
121
M., … Swain, D. P. (2011). American College of Sports Medicine position stand.
Quantity and quality of exercise for developing and maintaining cardiorespiratory,
musculoskeletal, and neuromotor fitness in apparently healthy adults: guidance for
prescribing exercise. Medicine and Science in Sports and Exercise, 43(7), 1334–
1359. https://doi.org/10.1249/MSS.0b013e318213fefb
Ghasemi, A., & Zahediasl, S. (2012). Normality tests for statistical analysis: a guide for
non-statisticians. International Journal of Endocrinology and Metabolism, 10(2),
486–489. https://doi.org/10.5812/ijem.3505
Greier, K., & Drenowatz, C. (2018). Bidirectional association between weight status and
motor skills in adolescents: A 4-year longitudinal study. Wiener Klinische
Wochenschrift. https://doi.org/10.1007/s00508-017-1311-y
Hands, B., Chivers, P., Grace, T., & McIntyre, F. (2019). Time for change: Fitness and
strength can be improved and sustained in adolescents with low motor competence.
Research in Developmental Disabilities, 84, 131–138.
https://doi.org/10.1016/j.ridd.2018.07.009
Hardy, L. L., Reinten-Reynolds, T., Espinel, P., Zask, A., & Okely, A. D. (2012).
Prevalence and correlates of low fundamental movement skill competency in
children. Pediatrics, 130(2), e390-8. https://doi.org/10.1542/peds.2012-0345
Hart, N. H., Nimphius, S., Spiteri, T., Cochrane, J. L., & Newton, R. U. (2015). Segmental
Musculoskeletal Examinations using Dual-Energy X-Ray Absorptiometry (DXA):
Positioning and Analysis Considerations. Journal of Sports Science & Medicine,
14(3), 620–626. Retrieved from
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4541127/
Haywood, K., & Getchell, N. (2014). Life span motor development (16 edition).
Champaign IL: Human Kinetics.
Henrique, R. S., Ré, A. H. N., Stodden, D. F., Fransen, J., Campos, C. M. C., Queiroz, D.
R., & Cattuzzo, M. T. (2016). Association between sports participation, motor
competence and weight status: A longitudinal study. Journal of Science and
Medicine in Sport. https://doi.org/10.1016/j.jsams.2015.12.512
Henry, Y. M., Fatayerji, D., & Eastell, R. (2004). Attainment of peak bone mass at the
lumbar spine, femoral neck and radius in men and women: relative contributions of
bone size and volumetric bone mineral density. Osteoporosis International : A
Journal Established as Result of Cooperation between the European Foundation for
Osteoporosis and the National Osteoporosis Foundation of the USA, 15(4), 263–
122
273. https://doi.org/10.1007/s00198-003-1542-9
Hertogh, E. M., Monninkhof, E. M., Schouten, E. G., Peeters, P. H., & Schuit, A. J.
(2008). Validity of the modified Baecke questionnaire: comparison with energy
expenditure according to the doubly labeled water method. The International
Journal of Behavioral Nutrition and Physical Activity, 5, 30.
https://doi.org/10.1186/1479-5868-5-30
Hills, A. P., Andersen, L. B., & Byrne, N. M. (2011). Physical activity and obesity in
children. British Journal of Sports Medicine. https://doi.org/10.1136/bjsports-2011-
090199
Hoare, E., Stavreski, B., Jennings, G. L., & Kingwell, B. A. (2017). Exploring Motivation
and Barriers to Physical Activity among Active and Inactive Australian Adults.
Sports (Basel, Switzerland), 5(3), 47. https://doi.org/10.3390/sports5030047
Hopkins, K. D., Hopkins, B. R., & Glass, G. V. (1996). Basic statistics for the behavioral
sciences. Book, Boston: Allyn and Bacon.
Horowitz, A. D., & Bromnick, R. D. (2007). “Contestable Adulthood”: Variability and
Disparity in Markers for Negotiating the Transition to Adulthood. Youth & Society,
39(2), 209–231. https://doi.org/10.1177/0044118X06296692
Hulteen, R. M., Morgan, P. J., Barnett, L. M., Stodden, D. F., & Lubans, D. R. (2018).
Development of Foundational Movement Skills: A Conceptual Model for Physical
Activity Across the Lifespan. Sports Medicine (Auckland, N.Z.), 48(7), 1533–1540.
https://doi.org/10.1007/s40279-018-0892-6
Ireland, A., Sayers, A., Deere, K. C., Emond, A., & Tobias, J. H. (2016). Motor
Competence in Early Childhood Is Positively Associated With Bone Strength in Late
Adolescence. Journal of Bone and Mineral Research : The Official Journal of the
American Society for Bone and Mineral Research, 31(5), 1089–1098.
https://doi.org/10.1002/jbmr.2775
Karastergiou, K., Smith, S. R., Greenberg, A. S., & Fried, S. K. (2012). Sex differences
in human adipose tissues - The biology of pear shape. Biology of Sex Differences.
https://doi.org/10.1186/2042-6410-3-13
Keating, X. D., Guan, J., Pinero, J. C., & Bridges, D. M. (2005). A meta-analysis of
college students’ physical activity behaviors. Journal of American College Health :
J of ACH, 54(2), 116–125. https://doi.org/10.3200/JACH.54.2.116-126
Kibler, W. Ben, Press, J., & Sciascia, A. (2006). The role of core stability in athletic
function. Sports Medicine (Auckland, N.Z.), 36(3), 189–198.
123
https://doi.org/10.2165/00007256-200636030-00001
Knoppers, A., & McDonald, M. (2010). Scholarship on Gender and Sport in Sex Roles
and Beyond. Sex Roles, 63(5–6), 311–323. https://doi.org/10.1007/s11199-010-
9841-z
Kondrič, M., Sindik, J., Furjan-Mandić, G., & Schiefler, B. (2013). Participation
motivation and student’s physical activity among sport students in three countries.
Journal of Sports Science and Medicine. https://doi.org/DOI:
Kraus, K., Schütz, E., Taylor, Wi. R. W. R., & Doyscher, R. (2014). Efficacy of the
functional movement screen: A review. Journal of Strength and Conditioning
Research, 28(12), 3571–3584. https://doi.org/10.1519/JSC.0000000000000556
L Craig, C., Marshall, A., Sjostrom, M., Bauman, A., L Booth, M., Ainsworth, B., … Oja,
P. (2003). International Physical Activity Questionnaire: 12-Country Reliability and
Validity. Medicine and Science in Sports and Exercise, 35, 1381–1395.
https://doi.org/10.1249/01.MSS.0000078924.61453.FB
Lee, I., Shiroma, E. J., Lobelo, F., Puska, P., Blair, S. N., & Peter, T. (2012). Impact of
Physical Inactivity on the World’s Major Non-Communicable Diseases. The Lancet.
https://doi.org/10.1016/S0140-6736(12)61031-9
Lewis, C. L., Laudicina, N. M., Khuu, A., & Loverro, K. L. (2017). The Human Pelvis:
Variation in Structure and Function During Gait. Anatomical Record (Hoboken,
N.J. : 2007), 300(4), 633–642. https://doi.org/10.1002/ar.23552
Lima, R. A., Bugge, A., Ersbøll, A. K., Stodden, D. F., & Andersen, L. B. (2018). The
longitudinal relationship between motor competence and measures of fatness and
fitness from childhood into adolescence. Jornal de Pediatria.
https://doi.org/10.1016/J.JPED.2018.02.010
Lloyd, R. S., Cronin, J. B., Faigenbaum, A. D., Haff, G. G., Howard, R., Kraemer, W. J.,
… Oliver, J. L. (2016). National Strength and Conditioning Association Position
Statement on Long-Term Athletic Development. Journal of Strength and
Conditioning Research, 30(6), 1491–1509.
https://doi.org/10.1519/JSC.0000000000001387
Logan, S. W., Ross, S. M., Chee, K., Stodden, D. F., & Robinson, L. E. (2018).
Fundamental motor skills: A systematic review of terminology. Journal of Sports
Sciences, 36(7), 781–796. https://doi.org/10.1080/02640414.2017.1340660
Lopes, Maia, J. A. R., Rodrigues, L. P., & Malina, R. (2012). Motor coordination,
physical activity and fitness as predictors of longitudinal change in adiposity during
124
childhood. European Journal of Sport Science.
https://doi.org/10.1080/17461391.2011.566368
Lopes, Rodrigues, L. P., Maia, J. A. R., & Malina, R. M. (2011). Motor coordination as
predictor of physical activity in childhood. Scandinavian Journal of Medicine and
Science in Sports. https://doi.org/10.1111/j.1600-0838.2009.01027.x
Lopes, V. P., Stodden, D. F., Bianchi, M. M., Maia, J. A. R., & Rodrigues, L. P. (2012).
Correlation between BMI and motor coordination in children. Journal of Science
and Medicine in Sport, 15(1), 38–43. https://doi.org/10.1016/j.jsams.2011.07.005
Lubans, D. R., Morgan, P. J., Cliff, D. P., Barnett, L. M., & Okely, A. D. (2010).
Fundamental movement skills in children and adolescents: Review of associated
health benefits. Sports Medicine. https://doi.org/10.2165/11536850-000000000-
00000
Luz, Almeida, G. S. N. de, Rodrigues, L. P., & Cordovil, R. (2017). The evaluation of
motor competence in typically developing children: an integrative review. Journal
of Physical Education. https://doi.org/10.4025/jphyseduc.v28i1.2857
Luz, Cordovil, R., Rodrigues, L. P., Gao, Z., Goodway, J. D., Sacko, R. S., … Stodden,
D. F. (2019). Motor competence and health-related fitness in children: A cross-
cultural comparison between Portugal and the United States. Journal of Sport and
Health Science. https://doi.org/10.1016/j.jshs.2019.01.005
Luz, Rodrigues, L. P., Almeida, G., & Cordovil, R. (2016). Development and validation
of a model of motor competence in children and adolescents. Journal of Science and
Medicine in Sport, 19(7), 568–572. https://doi.org/10.1016/j.jsams.2015.07.005
Luz, Rodrigues, L. P., Meester, A. De, & Cordovil, R. (2017). The relationship between
motor competence and health-related fitness in children and adolescents. PloS One,
12(6), e0179993. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0179993
Malina, R. M. (2014). Top 10 research questions related to growth and maturation of
relevance to physical activity, performance, and fitness. Research Quarterly for
Exercise and Sport, 85(2), 157–173. https://doi.org/10.1080/02701367.2014.897592
Marques, V. B., Medeiros, T. M., de Souza Stigger, F., Nakamura, F. Y., & Baroni, B.
M. (2017). The Functional Movement Screen (FMS) in elite young soccer players
beteween 14 and 20: composite score, individual test scores and asymmetries.
International Journal of Sports Physical Therapy, 12(6), 977–985.
https://doi.org/10.16603/ijspt20170977
Marras, W. S., Jorgensen, M. J., Granata, K. P., & Wiand, B. (2001). Female and male
125
trunk geometry: size and prediction of the spine loading trunk muscles derived from
MRI. Clinical Biomechanics (Bristol, Avon), 16(1), 38–46.
Marshall, P. W. M., & Siegler, J. C. (2014). Lower hamstring extensibility in men
compared to women is explained by differences in stretch tolerance. BMC
Musculoskeletal Disorders, 15, 223. https://doi.org/10.1186/1471-2474-15-223
Melton, D., Dail, T. K., Katula, J. A., & Mustian, K. M. (2011). Women’s Perspectives
of Personal Trainers: A Qualitative Study. The Sport Journal, 14(1), 104. Retrieved
from https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26005398
Mendez-Villanueva, A., & Bishop, D. (2005). Physiological aspects of surfboard riding
performance. Sports Medicine, 35(1), 55–70. https://doi.org/10.2165/00007256-
200535010-00005
Mermier, C. M., Janot, J. M., Parker, D. L., & Swan, J. G. (2000). Physiological and
anthropometric determinants of sport climbing performance. British Journal of
Sports Medicine, 34(5), 359–366. https://doi.org/10.1136/bjsm.34.5.359
Metcalfe, J., & Clark, J. (2002). The mountain of motor development: A metaphor. In
Motor Development: Research and Reviews (Vol. 2, pp. 163–190).
Mokha, M., Sprague, P. A., & Gatens, D. R. (2016). Predicting Musculoskeletal Injury in
National Collegiate Athletic Association Division II Athletes From Asymmetries
and Individual-Test Versus Composite Functional Movement Screen Scores.
Journal of Athletic Training, 51(4), 276–282. https://doi.org/10.4085/1062-6050-
51.2.07
Molina-Garcia, P., H Migueles, J., Cadenas-Sanchez, C., Esteban-Cornejo, I., Mora-
Gonzalez, J., Rodriguez-Ayllon, M., … Ortega, F. B. (2019). Fatness and fitness in
relation to functional movement quality in overweight and obese children. Journal
of Sports Sciences, 37(8), 878–885.
https://doi.org/10.1080/02640414.2018.1532152
Montoye, H. J. (1996). Measuring physical activity and energy expenditure (1st ed.).
Champaign IL: Human Kinetics.
Murphy, J. J., MacDonncha, C., Murphy, M. H., Murphy, N., Nevill, A. M., & Woods,
C. B. (2019). What Psychosocial Factors Determine the Physical Activity Patterns
of University Students? Journal of Physical Activity & Health, 16(5), 325–332.
https://doi.org/10.1123/jpah.2018-0205
Nantel, J., Mathieu, M.-E., & Prince, F. (2011). Physical activity and obesity:
biomechanical and physiological key concepts. Journal of Obesity, 2011, 650230.
126
https://doi.org/10.1155/2011/650230
Nicolozakes, C. P., Schneider, D. K., Rower, B., Borchers, J., & Hewett, T. E. (2017).
Influence of Body Composition on Functional Movement Screen Scores in
Collegiate Football Players. Journal of Sport Rehabilitation, 1–21.
https://doi.org/10.1123/jsr.2015-0080
Niederer, I., Kriemler, S., Zahner, L., Bürgi, F., Ebenegger, V., Marques, P., & Puder, J.
J. (2012). BMI group-related differences in physical fitness and physical activity in
preschool-age children: a cross-sectional analysis. Research Quarterly for Exercise
and Sport. https://doi.org/10.1080/02701367.2012.10599820
Nuttall, F. Q. (2015). Body Mass Index. Nutrition Today.
https://doi.org/10.1097/NT.0000000000000092
O’Brien, W., Duncan, M., Farmer, O., & Lester, D. (2017). Do Irish Adolescents Have
Adequate Functional Movement Skill and Confidence? Journal of Motor Learning
and Development. https://doi.org/10.1123/jmld.2016-0067
Okely, A. D., Booth, M. L., & Chey, T. (2004). Relationships between body composition
and fundamental movement skills among children and adolescents. Research
Quarterly for Exercise and Sport. https://doi.org/10.1080/02701367.2004.10609157
Oliveira, D. M. G., Narciso, F. M. S., Santos, M. L., Pereira, D. S., Coelho, F. M., Dias,
J. M. D., & Pereira, L. S. M. (2008). Muscle strength but not functional capacity is
associated with plasma interleukin-6 levels of community-dwelling elderly women.
Braz J Med Biol Res, 41(12), 1148–1153.
Organization, W. H. (2010). Global recommendations on physical activity for health.
Ortega, F. B., Ruiz, J. R., Castillo, M. J., & Sjöström, M. (2008). Physical fitness in
childhood and adolescence: A powerful marker of health. International Journal of
Obesity. https://doi.org/10.1038/sj.ijo.0803774
Pallant, J. (2011). SPSS Survival Manual: A Step by Step Guide to Data Analysis Using
the SPSS Program. Book, Australia: Allen & Unwin.
Pati, D., & Lorusso, L. N. (2018). How to Write a Systematic Review of the Literature.
HERD, 11(1), 15–30. https://doi.org/10.1177/1937586717747384
Pengpid, S., Peltzer, K., Kassean, H. K., Tsala Tsala, J. P., Sychareun, V., & Müller-
Riemenschneider, F. (2015). Physical inactivity and associated factors among
university students in 23 low-, middle- and high-income countries. International
Journal of Public Health. https://doi.org/10.1007/s00038-015-0680-0
Pfeifer. (2017). Functional Motor Competence, Health-Related Fitness, and Injury in
127
Youth Sport. University of South Carolina. Retrieved from
https://scholarcommons.sc.edu/etd/429
Pfeifer, Sacko, R. S., Ortaglia, A., Monsma, E. V, Beattie, P. F., Goins, J., & Stodden, D.
F. (2019). Functional Movement ScreenTM in youth sports participants: evaluating
the proeficiency barrier for injuy. International Journal of Sports Physical Therapy,
14(3), 436–444. https://doi.org/10.26603/ijspt20190436
Pietiläinen, K. H., Kaprio, J., Borg, P., Plasqui, G., Yki-Järvinen, H., Kujala, U. M., …
Rissanen, A. (2008). Physical inactivity and obesity: A vicious circle. Obesity.
https://doi.org/10.1038/oby.2007.72
Poppel, M. N. M. Van, Chinapaw, M. J. M., Mokkink, L. B., Mechelen, W. Van, Terwee,
C. B., van Poppel, M. N. M., & van Mechelen, W. (2010). Physical Activity
Questionnaires for Adults A Systematic Review of Measurement Properties. Sports
Medicine. https://doi.org/10.2165/11530770-000000000-00000
Portas, M. D., Parkin, G., Roberts, J., & Batterham, A. M. (2016). Maturational effect on
Functional Movement Screen score in adolescent soccer players. Journal of Science
and Medicine in Sport, 19(10), 854–858.
https://doi.org/10.1016/j.jsams.2015.12.001
Prado, C. M. M., & Heymsfield, S. B. (2014). Lean tissue imaging: A new era for
nutritional assessment and intervention. Journal of Parenteral and Enteral
Nutrition. https://doi.org/10.1177/0148607114550189
Prevention, C. for D. C. and. (2019). About Chronic diseases. Retrieved August 26, 2019,
from https://www.cdc.gov/chronicdisease/about/index.htm
Prskalo, I., Badric, M., & Kunjesic, M. (2015). The Percentage of Body Fat in Children
and the Level of their Motor Skills. Collegium Antropologicum.
Ratamess, N., Alvar, B., Evetoch, T., Housh, T., Kibler, B., Kraemer, W., … Medicine,
A. C. of S. (2009). American College of Sports Medicine position stand. Progression
models in resistance training for healthy adults. Med Sci Sports Exerc, 41(3), 687–
708. https://doi.org/10.1249/MSS.0b013e3181915670
Reilly, T., Morris-Paterson, T., & Whyte, G. (2009). The specificity of training
prescription and physiological assessment: A review. Journal of Sports Sciences, 27,
575–589. https://doi.org/10.1080/02640410902729741
Reiman, M. P., & Manske, R. C. (2011). The assessment of function: How is it measured?
A clinical perspective. Journal of Manual & Manipulative Therapy.
https://doi.org/10.1179/106698111X12973307659546
128
Robinson, L. E., Stodden, D. F., Barnett, L. M., Lopes, V. P., Logan, S. W., Rodrigues,
L. P., & D’Hondt, E. (2015). Motor Competence and its Effect on Positive
Developmental Trajectories of Health. Sports Medicine.
https://doi.org/10.1007/s40279-015-0351-6
Rodrigues, L. P., Luz, C., Cordovil, R., Bezerra, P., Silva, B., Camões, M., & Lima, R.
(2019). Normative values of the motor competence assessment (MCA) from 3 to 23
years of age. Journal of Science and Medicine in Sport.
https://doi.org/10.1016/j.jsams.2019.05.009
Rodrigues, L. P., Stodden, D. F., & Lopes, V. P. (2016a). Developmental pathways of
change in fitness and motor competence are related to overweight and obesity status
at the end of primary school. Journal of Science and Medicine in Sport.
https://doi.org/10.1016/j.jsams.2015.01.002
Rodrigues, L. P., Stodden, D. F., & Lopes, V. P. (2016b). Developmental pathways of
change in fitness and motor competence are related to overweight and obesity status
at the end of primary school. Journal of Science and Medicine in Sport.
https://doi.org/10.1016/j.jsams.2015.01.002
Roetert, E. P., Ellenbecker, T. S., & Kriellaars, D. (2018, October). Physical literacy: why
should we embrace this construct? British Journal of Sports Medicine. England.
https://doi.org/10.1136/bjsports-2017-098465
Rothman, K., Greenland, S., & Lash, T. (2008). Modern Epidemiology (3rd Editio).
Philadelphia, PA: Lippincott Williams & Wilkins.
Sallis, J. F., Bull, F., Guthold, R., Heath, G. W., Inoue, S., Kelly, P., … Hallal, P. C.
(2016). Progress in physical activity over the Olympic quadrennium. The Lancet.
https://doi.org/10.1016/S0140-6736(16)30581-5
Santos, L., Elliott-Sale, K. J., & Sale, C. (2017). Exercise and bone health across the
lifespan. Biogerontology. https://doi.org/10.1007/s10522-017-9732-6
Santos, R., Silva, P., Santos, P., Ribeiro, J. C., & Mota, J. (2008). Physical activity and
perceived environmental attributes in a sample of Portuguese adults: results from the
Azorean Physical Activity and Health study. Preventive Medicine, 47(1), 83–88.
https://doi.org/10.1016/j.ypmed.2008.02.027
Schneiders, A. G., Davidsson, A. H., Hörman, E., & Sullivan, J. (2011). Functional
movement screen normative values in a young, active population. International
Journal of Sports Physical Therapy, 6(2), 75–82.
Scudamore, E. M., Stevens, S. L., Fuller, D. K., Coons, J. M., & Morgan, D. W. (2018).
129
Use of Functional Movement Screen Scores to Predict Dynamic Balance in
Physically Active Men and Women. Journal of Strength and Conditioning Research.
https://doi.org/10.1519/JSC.0000000000002829
Serrano, J. S., Pizarro, A. P., Casterad, J. Z., álvarez, F. del V., & García-González, L.
(2017). Barreras percibidas para la práctica de actividad física en estudiantes
universitarios. Diferencias por género y niveles de actividad física. Universitas
Psychologica. https://doi.org/10.11144/Javeriana.upsy16-4.bppa
Sheel, A. W. (2004). Physiology of sport rock climbing. British Journal of Sports
Medicine, 38(3), 355–359. https://doi.org/10.1136/bjsm.2003.008169
Shephard, R. J., & Aoyagi, Y. (2012). Measurement of human energy expenditure, with
particular reference to field studies: An historical perspective. European Journal of
Applied Physiology. https://doi.org/10.1007/s00421-011-2268-6
Sievanen, H., Heinonen, A., & Kannus, P. (1996). Adaptation of bone to altered loading
environment: a biomechanical approach using X-ray absorptiometric data from the
patella of a young woman. Bone, 19(1), 55–59.
Silva, A., Queirós, A., Alvarelhão, J., & Rocha, N. (2014). Validity and reliability of the
Portuguese version of the Rapid Assessment of Physical Activity questionnaire.
International Journal of Therapy and Rehabilitation, 21, 469–474.
https://doi.org/10.12968/ijtr.2014.21.10.469
Silva, B., Clemente, F. M., & Lourenco Martins, F. M. (2017). Associations between
Functional Movement Screen scores and performance variables in surf athletes. The
Journal of Sports Medicine and Physical Fitness. https://doi.org/10.23736/S0022-
4707.17.07154-7
Silva, B., Rodrigues, L. P., Clemente, F. M., Bezerra, P., & Cancela-Carral, J. M. (2019).
Motor Competence and Body Composition in young adults: An exploratory study.
Obesity Medicine, 14, 100087.
https://doi.org/https://doi.org/10.1016/j.obmed.2019.100087
Silva, F. G., Oliveira, C. B., Hisamatsu, T. M., Negrão Filho, R. F., Rodrigues, C. R. D.,
Franco, M. R., & Pinto, R. Z. (2019). Critical evaluation of physical activity
questionnaires translated to Brazilian-Portuguese: a systematic review on cross-
cultural adaptation and measurements properties. Brazilian Journal of Physical
Therapy. https://doi.org/https://doi.org/10.1016/j.bjpt.2019.04.002
Slotte, S., Sääkslahti, A., Kukkonen-Harjula, K., & Rintala, P. (2018). Fundamental
movement skills and weight status in children: A systematic review. Baltic Journal
130
of Health and Physical Activity. https://doi.org/10.29359/bjhpa.09.2.11
Slotte, S., Sääkslahti, A., Metsämuuronen, J., & Rintala, P. (2015). Fundamental
movement skill proficiency and body composition measured by dual energy X-ray
absorptiometry in eight-year-old children. Early Child Development and Care.
https://doi.org/10.1080/03004430.2014.936428
Stewart, A., Marfell-Jones, M., Olds, T., & De Ridder, J. (2011). International Standards
for Anthropometric Assessment. Potchefstroom, South Africa, ISAK (Vol. 137).
Stodden, D. F., True, L. K., Langendorfer, S. J., & Gao, Z. (2013). Associations among
selected motor skills and health-related fitness: indirect evidence for Seefeldt’s
proficiency barrier in young adults? Research Quarterly for Exercise and Sport,
84(3), 397–403. https://doi.org/10.1080/02701367.2013.814910
Stodden, Goodway, J. D., Langendorfer, S. J., Roberton, M. A., Rudisill, M. E., Garcia,
C., & Garcia, L. E. (2008). A Developmental Perspective on the Role of Motor Skill
Competence in Physical Activity: An Emergent Relationship. Quest, 60(2), 290–
306. https://doi.org/10.1080/00336297.2008.10483582
Teixeira, P. J., Marques, A., Lopes, C., Sardinha, L. B., & Mota, J. A. (2019). Prevalence
and Preferences of Self-Reported Physical Activity and Nonsedentary Behaviors in
Portuguese Adults. Journal of Physical Activity & Health, 16(4), 251–258.
https://doi.org/10.1123/jpah.2018-0340
Thelen, E. (2005). Dynamic Systems Theory and the Complexity of Change.
Psychoanalytic Dialogues: The International Journal of Relational Perspectives,
15, 255–283. https://doi.org/10.1080/10481881509348831
Thompson, A. M., Baxter-Jones, A. D. G., Mirwald, R. L., & Bailey, D. A. (2003).
Comparison of physical activity in male and female children: Does maturation
matter? Medicine and Science in Sports and Exercise.
https://doi.org/10.1249/01.MSS.0000089244.44914.1F
Tomkinson, G. R., Carver, K. D., Atkinson, F., Daniell, N. D., Lewis, L. K., Fitzgerald,
J. S., … Ortega, F. B. (2018). European normative values for physical fitness in
children and adolescents aged 9-17 years: Results from 2 779 165 Eurofit
performances representing 30 countries. British Journal of Sports Medicine.
https://doi.org/10.1136/bjsports-2017-098253
Tran, T. T., Nimphius, S., Lundgren, L., Secomb, J., Farley, O. R. L., Haff, G. G., …
Sheppard, J. M. (2015). Effects of unstable and stable resistance training on strength,
power, and sensorimotor abilities in adolescent surfers. International Journal of
131
Sports Science & Coaching, 10(5), 899–910. https://doi.org/10.1260/1747-
9541.10.5.899
Utesch, T., Bardid, F., Busch, D., & Strauss, B. (2019). The Relationship Between Motor
Competence and Physical Fitness from Early Childhood to Early Adulthood: A
Meta-Analysis. Sports Medicine (Auckland, N.Z.), 49(4), 541–551.
https://doi.org/10.1007/s40279-019-01068-y
Walter R. Thompson. (2017). Worldwide survey of fitness trends for 2018: The CREP
Edition. ACSM’s Health and Fitness Journal.
https://doi.org/10.1249/FIT.0000000000000341
Walter R. Thompson. (2018). Worldwide survey of fitness trends for 2019. ACSM’s
Health and Fitness Journal. https://doi.org/10.1249/FIT.0000000000000438
Warburton, D. E. R., & Bredin, S. S. D. (2017). Health benefits of physical activity: a
systematic review of current systematic reviews. Current Opinion in Cardiology,
32(5), 541–556. https://doi.org/10.1097/HCO.0000000000000437
Warren, J. M., Ekelund, U., Besson, H., Mezzani, A., Geladas, N., & Vanhees, L. (2010).
Assessment of physical activity - a review of methodologies with reference to
epidemiological research: a report of the exercise physiology section of the
European Association of Cardiovascular Prevention and Rehabilitation. European
Journal of Cardiovascular Prevention and Rehabilitation : Official Journal of the
European Society of Cardiology, Working Groups on Epidemiology & Prevention
and Cardiac Rehabilitation and Exercise Physiology, 17(2), 127–139.
https://doi.org/10.1097/HJR.0b013e32832ed875
Westerterp, K. R., & Plasqui, G. (2004). Physical activity and human energy expenditure.
Current Opinion in Clinical Nutrition and Metabolic Care.
https://doi.org/10.1097/00075197-200411000-00004
Whitehead, M. (2013). Definition of physical literacy and clarification of related issues.
Journal of Sport Science and Physical Education, (65), 28–33.
Whitehead, Margaret. (2010). The concept of physical literacy. In Physical Literacy:
Throughout the Lifecourse. https://doi.org/10.4324/9780203881903
Wilson, B. N., Crawford, S. G., Green, D., Roberts, G., Aylott, A., & Kaplan, B. J. (2009).
Psychometric properties of the revised Developmental Coordination Disorder
Questionnaire. Physical & Occupational Therapy in Pediatrics, 29(2), 182–202.
https://doi.org/10.1080/01942630902784761
Wininger, S. R. (2002). Instructors’ and classroom characteristics associated with
132
exercise enjoyment by females. Perceptual and Motor Skills, 94(2), 395–398.
https://doi.org/10.2466/pms.2002.94.2.395
World Health Organization. (2017). WHO | Physical activity.
Zaccagni, L., Barbieri, D., & Gualdi-Russo, E. (2014). Body composition and physical
activity in Italian university students. Journal of Translational Medicine, 12, 120.
https://doi.org/10.1186/1479-5876-12-120
Zhu, K., Briffa, K., Smith, A., Mountain, J., Briggs, A. M., Lye, S., … Walsh, J. P. (2014).
Gender differences in the relationships between lean body mass, fat mass and peak
bone mass in young adults. Osteoporosis International : A Journal Established as
Result of Cooperation between the European Foundation for Osteoporosis and the
National Osteoporosis Foundation of the USA, 25(5), 1563–1570.
https://doi.org/10.1007/s00198-014-2665-x
133
ANEXOS
134
ÍNDICE ANEXOS
ANEXO I .................................................................................................................................... 135
ANEXO II .................................................................................................................................. 136
ANEXO III ................................................................................................................................. 140
ANEXO IV ................................................................................................................................. 141
ANEXO V .................................................................................................................................. 178
ANEXO VI ................................................................................................................................. 179
135
ANEXO I
Instituto Politécnico de Viana do Castelo, Escola Superior de Desporto e Lazer
Universidade de Vigo, Faculdade de Educação e Desporto
Assunto: Consentimento informado para condução de estudo A Escola Superior de Desporto e Lazer de Melgaço e a Faculdade de Educação e Desporto da
Universidade de Vigo, vem por este meio solicitar a sua autorização para a participação
voluntária no desenvolvimento de um estudo prospetivo a realizar com alunos universitários do
curso de desporto e lazer. O estudo tem como objetivo analisar as características de
competência motora, capacidade funcional, composição corporal e hábitos de atividade física
durante pelo menos um ano em alunos de uma licenciatura em desporto e lazer.
A investigação, envolvendo instrumentalização de materiais laboratoriais e manipulação de
seres humanos, declara que cumprirá todos os pressupostos de salvaguarda do bem-estar dos
participantes voluntários, bem como, lhes reserva o direito de desistirem a qualquer momento
da participação no protocolo experimental. Toda a informação recolhida será guarda nos termos
do código de proteção de dados e tratada apenas para fins científicos.
Os objetivos específicos do presente estudo visam identificar quais as características dos
avaliados e de que forma se alteram ao logo do tempo e em que medida as práticas decorrentes
do curso medeiam os fatores avaliados.
Face à compreensão dos objetivos declaro participar voluntariamente no estudo e percebi que
os dados obtidos serão única e exclusivamente para fins científicos sem nunca revelar a minha
identidade.
____________________
O participante voluntário
____________________
O investigador responsável
136
ANEXO II
137
138
139
140
ANEXO III
141
ANEXO IV
Motor Competence and Body Composition in young adults: an exploratory study
Bruno Silva1,2,3*, Luís Paulo Rodrigues1,2 Filipe Manuel Clemente1,4; Pedro
Bezerra1,2; José Maria Cancela-Carral3
1 Instituto Politécnico de Viana do Castelo, Escola Superior de Desporto e Lazer,
Melgaço, Portugal; 2 Research Center in Sports Sciences, Health and Human
Development (CIDESD), Vila Real, Portugal; 3 Faculty of Education and Sport
Sciences,University of Vigo, Pontevedra, Spain; 4 Instituto de Telecomunicações,
Delegação da Covilhã, Portugal
Corresponding author: Bruno Silva, [email protected], Adress: Complexo
Desportivo e Lazer Comendador Rui Solheiro, Monte de Prado, Zip Code 4960-320,
Melgaço, Portugal - Tel. +351 258 809 678
Received January 16, 2019; revised February 27, 2019, March 27, 2019; accepted March
31, 2019; electronically published June 01, 2019 Obesity Medicine, vol. 14, June 2019,
100087, DOI: https://doi.org/10.1016/j.obmed.2019.100087. All rights reserved.
As the author of this Elsevier article and in accordance with the rights related to the
publication and distribution of research, I declare that this Thesis is not to be published
commercially.
142
ABSTRACT
Background. The association between obesity and physical inactivity strongly and
independently predict overall obesity in young adulthood. Physical inactivity and
increasing obesity in our society is multifaceted, but on key factor to promote physical
activity is motor competence (MC).
Purpose. This study aimed to analyse a physically active group of young adults by
investigating the correlations between MC, adiposity and body mineral density by using
dual X-ray absorptiometry (DXA).
Methods. Forty-four young men (22,1 years; 69,0 kg; 173,7 meters) and 21 young
women (20,2 years; 63,8 kg; 169,6 meters) participated in this study and completed
anthropometrics; DXA; Motor Competence assessment battery that comprise two tests
for each of the three constructs: locomotor, manipulative and stability. Descriptive
statistics were considered and Spearman’s correlation test to examine the association
between MC scores and DXA results. The Mann-Whitney test was used to compare males
to females for p < 0,05.
Results. Motor Competence (MC) variables and body composition in female revealed
significant associations only between shuttle run and total fat (r = -0,648). In males,
demonstrate several positive statistically associations with MC Stability and Locomotor
tasks and constructs (p< 0,05).
Conclusions. In very active young adults, MC positive influences weight status,
particularly in locomotor and stability tasks.
Keywords: Adiposity; Motor Development; DXA; Obesity; Physical Activity.
143
INTRODUCTION
Overweightness and obesity are public health problems due to their association with
morbidity and mortality (Bjorntorp et al., 2000; Gaio et al., 2018). The prevalence of
overweightness and obesity in most European countries is increasing and is one of the
most common health problems in Portugal (Gaio et al., 2018). Physical inactivity is a
major problem, and has become a global pandemic (Sallis et al., 2016). Eliminating
physical inactivity could lead to a 0.68 years increase in life expectancy of the world’s
population (Lee et al., 2012) with significant economic impacts, since physical inactivity
is also a major economic burden worldwide (Ding et al., 2016).
The association between obesity and physical inactivity strongly and independently
predict overall (and especially abdominal) obesity in young adulthood (Hills, Andersen,
& Byrne, 2011; Pietiläinen et al., 2008). Obesity and physical inactivity operate in a self-
perpetuating vicious circle, as a physically inactive lifestyle fosters weight gain and vice
versa, independent of genetic effects (Pietiläinen et al., 2008). Physically inactive
adolescents demonstrate a significantly increased risk of obesity during adulthood, as the
transition period from adolescence to young adulthood is a crucial time that determines
one’s lifestyle (Pietiläinen et al., 2008).
The problem of physical inactivity and increasing obesity in our society is multifaceted,
but one key factor that promotes physical activity is motor competence (MC) (Stodden et
al., 2008). This observation is linked to the fact that the development of MC is a vital
underlying mechanism that promotes engagement in physical activity; it is both a
precursor and a consequence of one’s weight status (Robinson et al., 2015; Stodden et al.,
2008). MC demonstrates an inverse relationship with weight status across childhood and
adolescence (Robinson et al., 2015). Longitudinal studies establish that MC is a strong
predictor for physical activity (Vítor P. Lopes, Maia, Rodrigues, & Malina, 2012) and
physical fitness (Rodrigues, Stodden, & Lopes, 2016). Longitudinal studies demonstrate
that lower MC in children is associated with increased body mass index (Vítor P. Lopes
et al., 2012) and with weight status (Lubans, Morgan, Cliff, Barnett, & Okely, 2010). The
strength of association over time demonstrate a negative developmental trajectories
between MC and body fat across childhood and into adolescence since those with lower
MC performance at baseline had higher risk of having higher fat levels after 7 years
(Lima, Bugge, Ersbøll, Stodden, & Andersen, 2018). This associations emerge at pre-
144
school age and become stronger during elementary school years, being less conclusive
beyond this age (Robinson et al., 2015).
To the best of our knowledge, there are few studies that test body composition, physical
activity and MC in the transition from adolescence to young adulthood. Based on the
importance of such factors in controlling the global problem of overweightness, this study
aimed to analyse a physically active group of young adults by investigating the
correlations between MC, adiposity, and body mineral density by using dual X-ray
absorptiometry.
MATERIAL AND METHODS
Participants
Forty-four young men (22,1 years; 69,0 kg; 173,7 meters) and 21 young women
(20,2 years; 63,8 kg; 169,6 meters), who were students in a Faculty of Sports Sciences
undergraduate course volunteered to participate in the present study. All participants had
no motor, cognitive, or health impairments that could affect their performance.
Participants were informed of the study design, as well as of the potential risks and
benefits of participating. The study was approved by the school’s board and scientific
council (CTC-ESDL-CE002-2017). All participants signed a free informed consent in
accordance with the ethical standards of the study in humans as suggested by the
Declaration of Helsinki.
Procedures
All participants had their MC assessed and their anthropometrics measures taken. The
data were collected during the first month of the academic year (from October to
November). Firstly, to characterize physical activity profile, all subjects fulfilled the
habitual physical activity questionnaire (Baecke, Burema, & Frijters, 1982) validated for
the Portuguese population (Almeida & Ribeiro, 2014) and gave their informed consent.
The assessments were made during the morning period in an indoor facility at an average
temperature of 26ºC and a relative humidity of 18%. The tests were conducted in the
following sequence: 1) anthropometric; 2) dual X-ray absorptiometry; 3) MC.
145
The Portuguese version of Becke’s habitual physical activity questionnaire (Almeida &
Ribeiro, 2014) determines one’s habitual physical activity scores over the past 12 months.
The questionnaire includes eight items grouped into two dimensions: 1) Physical Activity
– Sports (four items), which evaluates the physical activity performed in the sport or
programmed physical exercise practiced during leisure hours and 2) Physical Activity –
Leisure (four items), which evaluates physical activity in activities other than sports,
practiced during leisure time (e.g., walking, cycling). If an individual answered the
questions in the first dimension in the negative, that individual was excluded from the
analyses.
Body Composition
The body weights of all subjects were assessed on a scale (SECA 760, Germany), and
their heights were measured by a portable stadiometer (SECA 217, Germany). During the
evaluations, the participants dressed in light clothing and stood barefoot. Weight
measurements were rounded to the nearest 0,5 kg and their height measurements to the
nearest 0,1 cm, with the head oriented according to the Frankfurt plane. Body mass index
(BMI) was calculated and recorded in kg/m2, and body composition was analysed
according to dual-energy X-ray absorptiometry (DXA), with a General Electric Hologic
Discovery scanner (Hologic Inc., Waltham, MA, USA). A certified and experimented
DXA operator performed all evaluations according to the manufacturer’s specifications
while assisting the participant to 1) straighten their head, neck, and torso to be parallel to
the long axis of the scan bed; 2) position their shoulders and pelvis perpendicular to the
long axis of the scan bed; 3) place both arms in pronation by their side; 4) place their legs
shoulder -width apart with an internal rotation of 45° ; and 5) fixate their feet together
using strapping tape to minimize incidental movement and for the participants’ comfort
(Hart, Nimphius, Spiteri, Cochrane, & Newton, 2015).
DXA provides information on three compartments of body composition: fat mass, lean
mass (or fat-free soft tissue, and bone mineral content. Only the data for fat mass and
bone mineral density (BMD) were included in the analyses.
146
Motor Competence Assessment
The MC assessment (MCA) (Luz, Rodrigues, Almeida, & Cordovil, 2016) battery was
applied to evaluate MC. The MCA is composed of two tests for three categories:
locomotor (shuttle run and standing long jump), manipulative (throwing and kicking ball
velocity), and stability (lateral jumps and shifting platforms). Shuttle run
(SHR): Participants were required to run a distance of 4x10 meters, running at their
maximal speed between the start and finish line. The test began at the starting line after
an acoustic starting sound. Then, participants ran to the opposite line, picked up a block
of wood, ran back and placed the block beyond the starting line. Without stopping,
subjects ran back to retrieve a second block and to carry it back across the starting line to
finish the test. The best time of the two trials was recorded.
Standing Long Jump (SLJ): Participants were required to jump with both feet at the
same time as far as possible. The test began with both feet placed on the starting line.
After three attempts, the longest distance between the starting line and the back of the
heel at landing was scored in centimeters.
Throwing Velocity (TV): Participants were required to throw a baseball (diameter: 7,3
cm; weight: 142 g) against a wall at their maximum speed using an overarm action with
a preparatory balance.
Kicking Velocity (KV): Participants were required to kick a soccer ball n°5
(circumference: 68 cm; weight: 410g) against a wall at their maximum speed using a
preparatory balance. For the TV and KV tests, peak velocity was measured in m/s with a
Stalker ATS II Radar System (Applied Concepts, Inc., TX, USA). The radar gun was
placed on a tripod and positioned behind a target marked on the wall in front of the kicking
and throwing line. Each subject performed three trials, with the final score being the best
result.
Lateral Jumps (LJ): Participants were required to jump sideways as fast as possible for
15 seconds. During testing, participants jumped, with their feet together, over a small
wooden beam (60 cm length × 4 cm high × 2 cm width) located in the middle of a
rectangular surface (100 cm length × 60 cm width). Each correct jump (i.e., a jump made
without touching the outside the rectangle or the wooden beam) was awarded one point,
and the best score was recorded the best score was recorded after two trials.
147
Shifting Platforms (SP): Participants were required to move sideways using two wooden
platforms (25 cm × 25 cm × 2 cm, with four 3,7 cm) with their feet at the corners for 20
seconds. Each successful transfer from one platform to the other was scored. One point
was achieved for moving the platform, and another point was awarded for moving into
the platform (i.e., each complete successful transfer resulted in two points). Participants
completed two trials, and the best score was recorded.
To obtain scores for each MC category (stability, locomotor, and manipulative), the sum
of the t-scores of the two tasks was calculated. Inverse t-values were used for SHR, given
that higher values represented lower performance, and total MC was calculated as the
mean of the t-scores for all categories. (Luz et al., 2016; Luz, Rodrigues, Meester, &
Cordovil, 2017).
Statistical Analyses
Descriptive statistics (averages and 95% confidence intervals for lower and upper limits)
were calculated. Spearman’s correlation test was performed to examine the association
between MCA scores and DXA results. The following correlation scale was adopted
(Hopkins, Hopkins, & Glass, 1996): trivial (𝑟 < 0,1); small (0,1 ≤ 𝑟 < 0,3); moderate (0,3
≤ 𝑟 < 0,5); large (0,5 ≤ 𝑟 < 0,7); very large (0,7 ≤ 𝑟 < 0,9); and nearly perfect (≥ 0,9). The
Mann-Whitney test was used to compare males to females. The effect size (ES) to non-
parametric tests is obtained (Pallant, 2011): 𝑟 =|𝑧|
√𝑁, where N is the total sample size, and
the value of z is reported after applying the Mann-Whitney test. The classification of ES
is obtained by using the following criteria (Pallant, 2011): very small effect (r <0,1); small
effect (0,1 ≤ r <0,3); medium effect (0,3 ≤ r < 0,5); and large effect (r ≥ 0,5).
All statistical analyses were completed using SPSS version 22.0.0.0 for Windows (IBM,
USA) for p < 0,05.
148
RESULTS
According to the results of the habitual physical activity questionnaire, eight males and
four females were excluded from the analyses. Tables 1 and 2 present sample descriptions
and comparisons between males and females.
Table 1.
Sample description (mean and 95%CI)
Male (n=36) Female (n= 17)
Age (years old) 22,2 [19,5 – 24,8] 20,4 [19,2 – 21,6]
Height (cm) 174,0 [171,3 – 176,7] 169,3 [163,7 – 174,8]
Weight (kg) 69,4 [65,5 – 73,4] 63,5 [58,0 – 68,9]
Total fat mass (%) 20,9 [18,9 – 22,8]* 29,9 [27,1 – 32,8]
Body Mass Index 23,6 [22,7 – 24,5] 22,2 [20,8 – 23,6]
Trunk fat mass (%) 19,8 [17,6 – 22,0]* 26,3 [23,1 – 29,5]
Total fat mass (g) 3900,4 [3171,4 – 4629,5] 4579,0 [3858,7 – 5299,3]
Bone mineral density (g/cm2) 1,3 [1,2 – 1,3]* 1,2 [1,1 – 1,2]
cm – centimetres; kg – kilograms; % - percent; g/cm2 – grams per square centimetre; g – grams;
kg/m2 - kilogram per square meter; * significant differences comparing males and female, p<0,05;
The comparison between males and females revealed that males had a significantly lower
total percentage of fat (p = 0,000; ES = 0,579; large ES), trunk percentage of fat (p =
0,001; ES = 0,454; medium ES) and higher BMD (p = 0,009; ES = 0,360; medium ES).
This comparation but in MC, demonstrate that male have better statistically significant
results in all items (table 2).
149
Table 2.
Motor Competence description (mean and 95%CI).
nº rep. number of repetitions; m/s – meters per seconds; cm – centimetres; s – seconds; * significant differences comparing
males and female, p<0,05;
The correlations between MC variables and body composition in females (Table 3),
presents only a significant association between shuttle run and total fat (r = 0,583 [95%CI:
0,142; 0,831]; p = 0,036; positive and large).
Table 3.
Male (n=36) Female (n= 17) p value Effect Size
Motor Competence
Stability 102,3 [95,65 – 109,1]* 89,1 [83,2 – 95,3] 0,010 small effect (0,290)
Shifting Platforms (nº rep) 31,8 [30,2 – 33,3]* 29,4 [28,3 – 30,4] 0,003 medium effect 0,332)
Lateral Jumps (nº rep) 51,2 [48,1 – 54,3]* 46,1 [43,1 – 49,0] 0,043 small effect (0,226)
Motor Competence
Manipulative 109,7 [105,5 – 113,8]* 75,6 [67,9 – 83,3] 0,000 large effect (0,591)
Throwing velocity (m/s) 22,1 [21,1 – 23,1]* 15,2 [13,5 – 16,9] 0,000 large effect (0,543)
Kicking velocity (m/s) 25,2 [24,2 – 26,2]* 18,2 [16,4 – 19,9] 0,000 large effect (0,572)
Motor Competence
Locomotor 99,5 [93,8 – 105,2]* 97,6 [95,6 – 99,7] 0,021 small effect (0,258)
Standing Long Jump (cm) 222,1 [213,7 – 230,6]* 182,3 [168,8 – 195,7] 0,000 large effect (0,635)
Shuttle Run (s) 9,4 [8,7 – 10,1]* 10,9 [10,6 – 11,3] 0,000 large effect (0,549)
150
Motor Competence and Body Composition correlations from female that assume to
perform regular Physical Activity (correlation and 95%CI).
% – Percentage; FAT – fat mass; g/cm2 – grams per square centimetre; * p<0,05;
The same analyses for males (Table 4) demonstrates negative significant associations
between shifting platforms and total percentage of fat mass (r = -0,507 [95%CI: -0,716;
-0,214]; p = 0,011; negative and large); standing long jump and total percentage of fat
mass (r = -0,582 [95%CI: -0,764; -0,313]; p = 0,002; negative and large); shifting
platforms and trunk percentage of fat mass (r = -0,526 [95%CI: -0,729; -0,239]; p = 0,008;
negative and large); standing long jump and trunk percentage of fat mass (r = -0,533
[95%CI: -0,733; -0,248]; p = 0,005; negative and large); shifting platforms and total fat
mass (r = -0,481 [95%CI: -0,699; -0,181]; p = 0,018; negative and moderate); standing
long jump and total fat mass (r = -0,535 [95%CI: -0,734; -0,250]; p = 0,005; negative and
large). Positive significant associations were found between Shuttle Run and Total
percentage of fat mass (r = 0,478 [95%CI: 0,697; 0,177]; p = 0,018; positive and
moderate); Shuttle Run and trunk percentage of fat mass (r = 0,443 [95%CI: 0,674;
0,134]; p = 0,030; positive and moderate); Shuttle Run and total fat mass (r = 0,500
[95%CI: 0,712; 0,205]; p = 0,013; positive and large); bone mineral density and throwing
velocity (r = 0,495 [95%CI: 0,708; 0,199]; p = 0,019; positive and moderate);
Total % FAT Trunk % FAT Total FAT Bone mineral
density (g/cm2)
Body Mass
Index
Motor Competence
Stability -0,352 -0,357 -0,207 0,304 -0,316
Shifting Platforms -0,395 -0,427 -0,334 0,216 -0,458
Lateral Jumps -0,192 -0,122 0,021 0,073 0,134
Motor Competence
Manipulative -0,095 0,033 -0,090 -0,042 0,086
Throwing velocity -0,165 -0,033 -0,055 -0,279 0,086
Kicking velocity -0,020 0,156 0,064 0,090 0,136
Motor Competence
Locomotor -0,291 -0,069 0,071 0,192 -0,022
Standing Long Jump -0,629
P=0,016 -0,423 -0,455 0,326 -0,258
Shuttle Run 0,525 0,388 0,583*
[0,142; 0,831] -0,193 0,127
151
Analysing the data, concerning the MC constructs revealed a positive association with
MC manipulative and bone mineral density (r = 0,469 [95%CI: 0,691; 0,166]; p = 0,028;
positive and moderate). The remaining associations were significant and negative,
regarding stability and locomotor variables: MC stability and total percentage of fat mass
(r = -0,507 [95%CI: -0,716; -0,214]; p = 0,011; negative and large); MC stability and
trunk percentage of fat mass (r = -0,554 [95%CI: -0,747; -0,276]; p= 0,005; negative and
large); MC stability and total fat mass (r = -0,481 [95%CI: -0,699; -0,181]; p = 0,018;
negative and moderate); MC locomotor and total percentage of fat mass (r = -0,582
[95%CI: -0,669; -0,125]; p = 0,024; negative and large);
Table 4.
Motor Competence and Body Composition correlations from male that assume to perform
regular Physical Activity (correlation and 95%CI).
% – Percentage; FAT – fat mass; g/cm2 – grams per square centimetre; * p<0,05;
DISCUSSION
Total % FAT Trunk % FAT Total FAT Bone mineral
density (g/cm2)
Body Mass
Index
Motor Competence
Stability
-0,507*
[-0,716; -0,214]
-0,554*
[-0,747; -0,276]
-0,481*
[-0,699; -0,181] -0,008 -0,103
Shifting Platforms -0,519*
[-0,724; -0,230]
-0,526*
[-0,729; -0,239]
-0,547*
[-0,742; -0,266] 0,087 -0,245
Lateral Jumps -0,335 -0,356 -0,22 -0,004 0,209
Motor Competence
Manipulative -0,100 -0,170 -0,047
0,495*
[0,708; 0,199] 0,079
Throwing velocity 0,144 -0,170 0,1678 0,469*
[0,691; 0,166] 0,280
Kicking velocity -0,245 -0,305 -0,174 0,331 -0,039
Motor Competence
Locomotor
-0,436*
[-0,669; -0,125] -0,335 -0,400 -0,382 -0,116
Standing Long Jump -0,582*
[-0,764; -0,313]
-0,533*
[-0,733; -0,248]
-0,535*
[-0,734; -0,250] -0,072 -0,244
Shuttle Run 0,478*
[0,697; 0,177]
0,443*
[0,674; 0,134]
0,500*
[0,712; 0,205] -0,226 0,179
152
In physically active young male adults, MC locomotor and stability tasks are negatively
influenced by fat mass (Table 4). This correlations are similar to those found in previous
research, that, when compared to normal-weight children and adolescents, overweight
children and adolescents had more difficulty performing antigravity activities like
running or jumping (Okely, Booth, & Chey, 2004; Prskalo, Badric, & Kunjesic, 2015).
In fact, the morphological constraint hypothesis (Niederer et al., 2012) posits that being
too heavy does not help one perform activities that involve changes in their centre of
mass, like locomotor activities. Interestingly, the sample for the present study was
composed of active young adults from a sports science undergraduate course (Table 1),
whose behavioural attributes, skills category, physical activity and sports participation
are correlated to MC (Barnett et al., 2016).
The observed statistically significant differences found between sexes, table 1 (i.e., a
lower total percentage of fat, a lower trunk percentage of fat, and a higher BMD for males)
are well-established in several studies. (Karastergiou, Smith, Greenberg, & Fried, 2012).
These data also agree with previous research in that sex differences in MC (table 2) exist
(Vitor P Lopes, Stodden, Bianchi, Maia, & Rodrigues, 2012; Luz et al., 2019, 2017) and
are also well established in active young adults.
The female group only presented a statistically significant association between shuttle run
and total fat (r = 0,583; p = 0,036). As specified earlier, the positive correlation between
shuttle run and total fat is expected since weight status is known to influence antigravity
activities (Okely et al., 2004; Prskalo et al., 2015). Although, the 10 meters shuttle run
assesses speed and/or agility, presenting variability between sexes and an inverse
relationship with adiposity (Ortega, Ruiz, Castillo, & Sjöström, 2008).
In divergence, the male group, present several significant associations. The positive
associations are between Bone Mineral Density (BMD) and MC manipulative (r = 0,469;
p = 0,028), BMD and throwing velocity (r = 0,495; p = 0,019), and Shuttle Run and all
fat mass measurements (table 4). Men exhibit higher BMD throughout life and during
growth, with peak bone mass occurring between the twenties and thirties (Santos, Elliott-
Sale, & Sale, 2017). Therefore, the positive association, was expected, since this sample
is in the age range and lower BMD has been observed in adolescents with motor
difficulties (Hands, Chivers, Grace, & McIntyre, 2019) and in children, adolescents, and
adults with low motor competence (Cantell, Crawford, & (Tish) Doyle-Baker, 2008).
Even though, greater motor competence at 18 months was found to be associated with
153
higher hip BMD and predicted bone strength at 17 years, particularly in males (Ireland,
Sayers, Deere, Emond, & Tobias, 2016). The other positive association between Shuttle
Run and all dimensions of fat mass are in line with the reported for the female group.
Although, this association have more strength than other studies (Slotte, Sääkslahti,
Kukkonen-Harjula, & Rintala, 2018) since is used a direct measure of body fat (DXA).
As expected, the remaining statistically associations, are negative. Children’s with low
MC, present higher body mass index (Cantell et al., 2008; Vitor P Lopes et al., 2012).
Body Mass Index (BMI) related differences appeared to become more pronounced as
children belonged to an older age group (D’Hondt et al., 2011). Additionally, it is
expected that the highest MC group will show lower results on BMI, independently of
age and gender, in comparison to the lowest MC group (Fransen et al., 2014; Vitor P
Lopes et al., 2012; Rodrigues et al., 2016). However, this expected associations are not
verified in this physical active young adult. These outcomes may be mediated by the fact
that BMI is an indirect measure of body fat and less sensible in active individuals (Nuttall,
2015). Actually, a recent systematic review (Slotte et al., 2018) that analyse the relation
between fundamental motor skills and weight status, indicate that 42% of the studies that
use BMI, as measure of weight status, do not found any statistically significant
associations.
MC locomotor and stability constructs, comprise shuttle run, standing long jump, shifting
platforms, and lateral jumps. As anticipated, most of the associations, presents significant
and negative associations with fat mass (Table 4). These results are in line with several
cross-sectional and longitudinal studies that found an inverse association between MC
and different assessments for body composition (skinfolds, waist circumference or BMI)
(D’Hondt et al., 2011; Greier & Drenowatz, 2018; Henrique et al., 2016; Rodrigues et al.,
2016) and DXA (Slotte, Sääkslahti, Metsämuuronen, & Rintala, 2015). Children with
more rapid increase in motor competence along childhood are less prone to develop an
overweight or obesity condition (Rodrigues et al., 2016). The fact that in this study all
subjects are very physical active, may have some “protector effect”, since was
demonstrated that weight status level at the beginning of primary school (first assessment)
showed a significant effect on weight status risk, meaning that a one point increase in
BMI at baseline was associated with doubling of the odds of being overweight or obesity
at the end of primary school (second assessment) (Rodrigues et al., 2016). Nevertheless,
our data have more strength because cover the need for studies where body composition
154
is accurately measured (DXA) and motor skills assessed with standardized and global
method. (Slotte et al., 2018).
The less correlation found when compared female with male may be mediated by the fact
that, even being all physical active, female tend to be less physical active than male
(Thompson, Baxter-Jones, Mirwald, & Bailey, 2003) and the assessment was made with
product-oriented instrument that tend to be more influenced by biological factor that
process-oriented (qualitative) instruments (Hardy, Reinten-Reynolds, Espinel, Zask, &
Okely, 2012).
Because the development of MC is not a factor in the age group analysed in the present
study, the positive spiral of physical activity engagement through MC that ultimately
impacts one’s weight status isn’t so evident; still; MC correlates to weight status,
especially in male, on locomotor and stability tasks.
Besides the limitation concerning sample size and the distribution between the groups,
the cross-sectional design, makes impossible to generalise the results. The associations
among MC and body composition need more research, particularly using a large sample
of predominantly active young adults who have normal weights. This study is
exploratory, and the assessment using a quantitative instrument in this age group is at the
same time a strength and a limitation because of the impossibility to compare the results
with other similar methodology.
CONCLUSION
Fat mass is important factor in locomotor and manipulative MC constructs. Locomotor
and stability tasks are negatively correlated with fat mass and manipulative tasks with
bone mineral density, in young male adults.
In very active young adults, MC positive influence weight status, particularly in
locomotor and stability tasks.
ACKNOWLEDGEMENTS
The authors thank all participants that made this study possible.
155
CONFLICT OF INTEREST
Authors state no conflict of interest.
REFERENCES
Almeida, M. C. B., & Ribeiro, J. L. P. (2014). Adaptação do Habitual Physical Activity
Questionnaire (Baecke), versão modificada, para a população portuguesa. Rev. Enf.
Ref. https://doi.org/10.12707/RIII1303
Baecke, J. A., Burema, J., & Frijters, J. E. (1982). A short questionnaire for the
measurement of habitual physical activity in epidemiological studies. The
American Journal of Clinical Nutrition. https://doi.org/10.14814/phy2.12883
Barnett, L. M., Lai, S. K., Veldman, S. L. C., Hardy, L. L., Cliff, D. P., Morgan, P. J.,
… Okely, A. D. (2016). Correlates of Gross Motor Competence in Children and
Adolescents: A Systematic Review and Meta-Analysis. Sports Medicine.
https://doi.org/10.1007/s40279-016-0495-z
Bjorntorp, P., Bray, G. A., Carroll, K. K., Chuchalin, A., Dietz, W. H., Ehrlich, G. E.,
… Zimmet, P. (2000). Obesity : Preventing and Managing the Global Epidemic.
WHO Technical Report Series. https://doi.org/ISBN 92 4 120894 5
Cantell, M., Crawford, S. G., & (Tish) Doyle-Baker, P. K. (2008). Physical fitness and
health indices in children, adolescents and adults with high or low motor
competence. Human Movement Science.
https://doi.org/10.1016/j.humov.2008.02.007
D’Hondt, E., Deforche, B., Vaeyens, R., Vandorpe, B., Vandendriessche, J., Pion, J., …
Lenoir, M. (2011). Gross motor coordination in relation to weight status and age in
5- to 12-year-old boys and girls: A cross-sectional study. International Journal of
Pediatric Obesity. https://doi.org/10.3109/17477166.2010.500388
Ding, D., Lawson, K. D., Kolbe-Alexander, T. L., Finkelstein, E. A., Katzmarzyk, P. T.,
van Mechelen, W., & Pratt, M. (2016). The economic burden of physical
inactivity: a global analysis of major non-communicable diseases. The Lancet.
156
https://doi.org/10.1016/S0140-6736(16)30383-X
Fransen, J., D’Hondt, E., Bourgois, J., Vaeyens, R., Philippaerts, R. M., & Lenoir, M.
(2014). Motor competence assessment in children: Convergent and discriminant
validity between the BOT-2 Short Form and KTK testing batteries. Research in
Developmental Disabilities, 35(6), 1375–1383.
https://doi.org/10.1016/j.ridd.2014.03.011
Gaio, V., Antunes, L., Namorado, S., Barreto, M., Gil, A., Kyslaya, I., … Dias, C. M.
(2018). Prevalence of overweight and obesity in Portugal: Results from the First
Portuguese Health Examination Survey (INSEF 2015). Obesity Research and
Clinical Practice. https://doi.org/10.1016/j.orcp.2017.08.002
Greier, K., & Drenowatz, C. (2018). Bidirectional association between weight status
and motor skills in adolescents: A 4-year longitudinal study. Wiener Klinische
Wochenschrift. https://doi.org/10.1007/s00508-017-1311-y
Hands, B., Chivers, P., Grace, T., & McIntyre, F. (2019). Time for change: Fitness and
strength can be improved and sustained in adolescents with low motor competence.
Research in Developmental Disabilities, 84, 131–138.
https://doi.org/10.1016/j.ridd.2018.07.009
Hardy, L. L., Reinten-Reynolds, T., Espinel, P., Zask, A., & Okely, A. D. (2012).
Prevalence and correlates of low fundamental movement skill competency in
children. Pediatrics, 130(2), e390-8. https://doi.org/10.1542/peds.2012-0345
Hart, N. H., Nimphius, S., Spiteri, T., Cochrane, J. L., & Newton, R. U. (2015).
Segmental Musculoskeletal Examinations using Dual-Energy X-Ray
Absorptiometry (DXA): Positioning and Analysis Considerations. Journal of
Sports Science & Medicine, 14(3), 620–626. Retrieved from
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4541127/
Henrique, R. S., Ré, A. H. N., Stodden, D. F., Fransen, J., Campos, C. M. C., Queiroz,
D. R., & Cattuzzo, M. T. (2016). Association between sports participation, motor
competence and weight status: A longitudinal study. Journal of Science and
Medicine in Sport. https://doi.org/10.1016/j.jsams.2015.12.512
Hills, A. P., Andersen, L. B., & Byrne, N. M. (2011). Physical activity and obesity in
children. British Journal of Sports Medicine. https://doi.org/10.1136/bjsports-
157
2011-090199
Hopkins, K. D., Hopkins, B. R., & Glass, G. V. (1996). Basic statistics for the
behavioral sciences. Book, Boston: Allyn and Bacon.
Ireland, A., Sayers, A., Deere, K. C., Emond, A., & Tobias, J. H. (2016). Motor
Competence in Early Childhood Is Positively Associated With Bone Strength in
Late Adolescence. Journal of Bone and Mineral Research : The Official Journal of
the American Society for Bone and Mineral Research, 31(5), 1089–1098.
https://doi.org/10.1002/jbmr.2775
Karastergiou, K., Smith, S. R., Greenberg, A. S., & Fried, S. K. (2012). Sex differences
in human adipose tissues - The biology of pear shape. Biology of Sex Differences.
https://doi.org/10.1186/2042-6410-3-13
Lee, I., Shiroma, E. J., Lobelo, F., Puska, P., Blair, S. N., & Peter, T. (2012). Impact of
Physical Inactivity on the World’s Major Non-Communicable Diseases. The
Lancet. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(12)61031-9
Lima, R. A., Bugge, A., Ersbøll, A. K., Stodden, D. F., & Andersen, L. B. (2018). The
longitudinal relationship between motor competence and measures of fatness and
fitness from childhood into adolescence. Jornal de Pediatria.
https://doi.org/10.1016/J.JPED.2018.02.010
Lopes, V. P., Maia, J. A. R., Rodrigues, L. P., & Malina, R. (2012). Motor coordination,
physical activity and fitness as predictors of longitudinal change in adiposity
during childhood. European Journal of Sport Science.
https://doi.org/10.1080/17461391.2011.566368
Lopes, V. P., Stodden, D. F., Bianchi, M. M., Maia, J. A. R., & Rodrigues, L. P. (2012).
Correlation between BMI and motor coordination in children. Journal of Science
and Medicine in Sport, 15(1), 38–43. https://doi.org/10.1016/j.jsams.2011.07.005
Lubans, D. R., Morgan, P. J., Cliff, D. P., Barnett, L. M., & Okely, A. D. (2010).
Fundamental movement skills in children and adolescents: Review of associated
health benefits. Sports Medicine. https://doi.org/10.2165/11536850-000000000-
00000
Luz, C., Cordovil, R., Rodrigues, L. P., Gao, Z., Goodway, J. D., Sacko, R. S., …
158
Stodden, D. F. (2019). Motor competence and health-related fitness in children: A
cross-cultural comparison between Portugal and the United States. Journal of Sport
and Health Science. https://doi.org/10.1016/j.jshs.2019.01.005
Luz, C., Rodrigues, L. P., Almeida, G., & Cordovil, R. (2016). Development and
validation of a model of motor competence in children and adolescents. Journal of
Science and Medicine in Sport, 19(7), 568–572.
https://doi.org/10.1016/j.jsams.2015.07.005
Luz, C., Rodrigues, L. P., Meester, A. De, & Cordovil, R. (2017). The relationship
between motor competence and health-related fitness in children and adolescents.
PloS One, 12(6), e0179993. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0179993
Niederer, I., Kriemler, S., Zahner, L., Bürgi, F., Ebenegger, V., Marques, P., & Puder, J.
J. (2012). BMI group-related differences in physical fitness and physical activity in
preschool-age children: a cross-sectional analysis. Research Quarterly for Exercise
and Sport. https://doi.org/10.1080/02701367.2012.10599820
Nuttall, F. Q. (2015). Body Mass Index. Nutrition Today.
https://doi.org/10.1097/NT.0000000000000092
Okely, A. D., Booth, M. L., & Chey, T. (2004). Relationships between body
composition and fundamental movement skills among children and adolescents.
Research Quarterly for Exercise and Sport.
https://doi.org/10.1080/02701367.2004.10609157
Ortega, F. B., Ruiz, J. R., Castillo, M. J., & Sjöström, M. (2008). Physical fitness in
childhood and adolescence: A powerful marker of health. International Journal of
Obesity. https://doi.org/10.1038/sj.ijo.0803774
Pallant, J. (2011). SPSS Survival Manual: A Step by Step Guide to Data Analysis Using
the SPSS Program. Book, Australia: Allen & Unwin.
Pietiläinen, K. H., Kaprio, J., Borg, P., Plasqui, G., Yki-Järvinen, H., Kujala, U. M., …
Rissanen, A. (2008). Physical inactivity and obesity: A vicious circle. Obesity.
https://doi.org/10.1038/oby.2007.72
Prskalo, I., Badric, M., & Kunjesic, M. (2015). The Percentage of Body Fat in Children
and the Level of their Motor Skills. Collegium Antropologicum.
159
Robinson, L. E., Stodden, D. F., Barnett, L. M., Lopes, V. P., Logan, S. W., Rodrigues,
L. P., & D’Hondt, E. (2015). Motor Competence and its Effect on Positive
Developmental Trajectories of Health. Sports Medicine.
https://doi.org/10.1007/s40279-015-0351-6
Rodrigues, L. P., Stodden, D. F., & Lopes, V. P. (2016). Developmental pathways of
change in fitness and motor competence are related to overweight and obesity
status at the end of primary school. Journal of Science and Medicine in Sport.
https://doi.org/10.1016/j.jsams.2015.01.002
Sallis, J. F., Bull, F., Guthold, R., Heath, G. W., Inoue, S., Kelly, P., … Hallal, P. C.
(2016). Progress in physical activity over the Olympic quadrennium. The Lancet.
https://doi.org/10.1016/S0140-6736(16)30581-5
Santos, L., Elliott-Sale, K. J., & Sale, C. (2017). Exercise and bone health across the
lifespan. Biogerontology. https://doi.org/10.1007/s10522-017-9732-6
Slotte, S., Sääkslahti, A., Kukkonen-Harjula, K., & Rintala, P. (2018). Fundamental
movement skills and weight status in children: A systematic review. Baltic Journal
of Health and Physical Activity. https://doi.org/10.29359/bjhpa.09.2.11
Slotte, S., Sääkslahti, A., Metsämuuronen, J., & Rintala, P. (2015). Fundamental
movement skill proficiency and body composition measured by dual energy X-ray
absorptiometry in eight-year-old children. Early Child Development and Care.
https://doi.org/10.1080/03004430.2014.936428
Stodden, Goodway, J. D., Langendorfer, S. J., Roberton, M. A., Rudisill, M. E., Garcia,
C., & Garcia, L. E. (2008). A Developmental Perspective on the Role of Motor
Skill Competence in Physical Activity: An Emergent Relationship. Quest, 60(2),
290–306. https://doi.org/10.1080/00336297.2008.10483582
Thompson, A. M., Baxter-Jones, A. D. G., Mirwald, R. L., & Bailey, D. A. (2003).
Comparison of physical activity in male and female children: Does maturation
matter? Medicine and Science in Sports and Exercise.
https://doi.org/10.1249/01.MSS.0000089244.44914.1F
160
161
162
163
164
165
166
167
168
169
170
171
172
173
174
175
176
177
178
ANEXO V
Silva, B., Rodrigues, L. P. Clemente, F. M., Bezerra, P., & Cancela, J. M. (2018)
Competência Motora e sua relação com a Capacidade Funcional em jovens adultos,
apresentado no 2º Fórum REDESP DESPORTO realizado nos dias 05 e 06 de novembro
de 2018, na Escola Superior de Educação e Ciências Sociais do Instituto Politécnico de
Leiria, Leiria - Portugal.
Silva, B., Rodrigues, L. P. Clemente, F. M., Bezerra, P., & Cancela, J. M. (2019) Motor
competence and is relationship with Functional Movement Screen, apresentado na Escola
de Enxeñaría Forestal no campus de Pontevedra nos dias 12 e 13 de janeiro de 2019, no
campus de Pontevedra da Universidade de Vigo, Pontevedra - Espanha.
Silva, B., Rodrigues, L. P. Clemente, F. M., Bezerra, P., & Cancela, J. M. (2019) Motor
Competence and Obesity in active young men: an exploratory study, apresentado no
International Congress of CIDESD 2019 nos dias 1 e 2 de fevereiro de 2019, no Instituto
Superior da Maia, Maia - Portugal
DOI: https://doi.org/10.6063/motricidade.16967
179
ANEXO VII
Artigos Publicados
Silva, B., Rodrigues, L. P., Clemente, F. M., Cancela, J. M., & Bezerra, P. (2019).
Association between motor competence and Functional Movement Screen
scores. PeerJ, 7. doi: 10.7717/peerj.7270
https://doi.org/10.7717/peerj.7270
Silva, B., Rodrigues, L. P. Clemente, F. M., Bezerra, P., & Cancela, J. M. (2019). Motor
Competence and Body Composition in young adults: An exploratory study. Obesity
Medicine, 14, 100087. doi: 10.1016/j.obmed.2019.100087
https://doi.org/10.1016/j.obmed.2019.100087
Artigos em processo de revisão
Silva, B., Rodrigues, L. P., Clemente, F. M., Cancela, J. M., & Bezerra, P. (SD) 12
Months Changes in youth adults Motor Competence, Body Composition and Physical,
in: Cultura_Ciencia_Deporte
Silva, B., Rodrigues, L. P. Clemente, F. M., Bezerra, P., & Cancela, J. M. (SD) One-year
follow-up in physical activity levels, physical function and
Bone Mineral Density in students of a Sports Science undergraduate course,
in :European Journal of Investigation in Health, Psychology and Education