Segunda Fase OAB XVI EXAME UNIFICADO Material de apoio disponibilizado na rea do Aluno LFG www.lfg.com.br/areadoaluno
TURMA: OAB 2 FASE- CONSTITUCIONAL DIREITO CONSTITUCIONAL PROF. NATHALIA MASSON
FORO POR PRERROGATIVA DE FUNO
Foro por prerrogativa de funo (foro privilegiado) a prerrogativa concedida a determinadas
autoridades, que devero ser julgadas por um tribunal diferente ao de primeira instncia. Esta
previso constitucional visa proteger o exerccio da funo ou do mandato, descaracterizando
assim um possvel privilgio pessoal dos detentores de determinados mandatos.
Abaixo passamos a descrever qual rgo competente para processar e julgar determinadas
autoridades:
AUTORIDADE CRIMES COMUNS CRIMES DE RESPONSABILIDADE
Presidente STF (art. 102, I, b, CF/88)
(autorizao da CD por 2/3 dos membros art. 51, I, CF/88)
Senado Federal (art. 52, I, CF/88) (autorizao da CD por 2/3 dos
membros art. 51, I, CF/88)
Vice-Presidente STF (art. 102, I, b, CF/88)
(autorizao da CD por 2/3 dos membros art. 51, I, CF/88)
Senado Federal (art. 52, I, CF/88) (autorizao da CD por 2/3 dos
membros art. 51, I, CF/88)
Ministros de Estado STF (art. 102, I, c, CF/88)
STF se no houver conexo com o crime do Presidente (art. 102, I, c,
CF/88)
Senado Federal se forem conexos com os do Presidente (art. 52, I, CF/88)
Comandante da Marinha, do Exrcito e da
Aeronutica STF (art. 102, I, c, CF/88)
STF se no houver conexo com o crime do Presidente (art. 102, I, c,
CF/88)
Senado Federal se forem conexos com os do Presidente (art. 52, I, CF/88)
Ministro do STF STF (art. 102, I, b, CF/88) Senado Federal (art. 52, II, CF/88)
Membros do Conselho Nacional de Justia e do Conselho do Ministrio
Pblico
A competncia ser fixada individualmente, de acordo com o
cargo de origem de cada membro dos Conselhos.
Senado Federal (art. 52, II, CF/88)
Procurador-Geral da Repblica
STF (art. 102, I, b, CF/88) Senado Federal (art. 52, II, CF/88)
Advogado-Geral da Unio STF (art. 102, I, c, CF/88 c/c art. 13,
1 da Lei 9.649/98) Senado Federal (art. 52, II, CF/88)
Deputados Federais e Senadores
STF (art. 102, I, b, CF/88 e 53, 1, CF/88)
Casa correspondente (art. 55, 2, CF/88)
Membros dos Tribunais Superiores (STJ, TSE, TST e
STM) STF (art. 102, I, c, CF/88) STF (art. 102, I, c, CF/88)
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Membros do Tribunal de Contas da Unio
STF (art. 102, I, c, CF/88) STF (art. 102, I, c, CF/88)
Chefes de Misso Diplomtica de carter
permanente STF (art. 102, I, c, CF/88) STF (art. 102, I, c, CF/88)
Desembargadores dos TJs dos Estados e do DF
STJ (art. 105, I, a, CF/88) STJ (art. 105, I, a, CF/88)
Membros dos Tribunais de Constas dos Estados e do
DF STJ (art. 105, I, a, CF/88) STJ (art. 105, I, a, CF/88)
Membros dos TRFs, TREs e TRTs
STJ (art. 105, I, a, CF/88) STJ (art. 105, I, a, CF/88)
Membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos
Municpios e do Ministrio Pblico da Unio que
oficiem perante Tribunais (exceto o PGR)
STJ (art. 105, I, a, CF/88) STJ (art. 105, I, a, CF/88)
Juzes Federais, includos os da Justia Militar e da Justia do Trabalho, e
membros do MP da Unio1 (Federal, do Trabalho,
Militar, do DF e Territrios2)
TRF da rea de jurisdio (art. 108, I, a, CF/88)
TRF da rea de jurisdio (art. 108, I, a, CF/88)
Governador STJ (art. 105, I, a, CF/88) Tribunal Especial previsto na Lei 1.079 3
(lei federal cf. ADI 2.220)
Vice-Governador Depender da Constituio Estadual, sendo, em regra, a competncia do TJ
Depende de Lei Federal
Procurador-Geral de Justia TJ (art. 96, III, CF/88) Poder Legislativo Estadual (art. 128,
4, CF/88)
1 Importante notar que, se o membro do MP da Unio atuar perante tribunais, a competncia se desloca para o STJ, conforme visto acima. No entanto, atuando em primeira instncia, a competncia por prerrogativa do TRF (cf. HC 73.807/MG, Rel. Min. Celso de Mello, DJ de 27.06.1997, p. 30226, 1 Turma). (LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 16 ed. Ed. Saraiva, 2012, p. 672). 2 Nesse sentido, confira interessante julgado do STF que estabelece, tendo em vista o princpio da especialidade, a prevalncia da regra do art. 108, I, a, sobre a do art. 96, III, da CF/88, quando se estiver diante de membros do MP da Unio (art. 128, I, a d), aplicando-se a regra do artigo 96, III, exclusivamente aos membros do MP estadual (competncia do TJ local, ressalvada a competncia da justia Eleitoral). Cf. RE 141.209-SP (RTJ 140/683). RE 315.010, Rel. Min. Nri da Silveira, 08.04.2002, e Inf. 263/STF, 2002. (LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 16ed. Ed. Saraiva, 2012, p. 672). 3 Art. 78, 3, Lei 1.079/50: Nos Estados, onde as Constituies no determinarem o processo nos crimes de responsabilidade dos Governadores, aplicar-se- o disposto nesta lei, devendo, porm, o julgamento ser proferido por um tribunal composto de cinco membros do Legislativo e de cinco desembargadores sob a presidncia do Presidente do Tribunal de Justia local, que ter direito de voto no caso de empate. A escolha desse Tribunal ser feita - a dos membros dos membros do legislativo, mediante eleio pela Assemblia; a dos desembargadores, mediante sorteio.
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Deputado estadual4 TJ Poder Legislativo Estadual (Assemblia
Legislativa)
Prefeito5
TJ (art. 29, X, CF/88) TJ crime de RESPONSABILIDADE
IMPRPRIO (art. 29, X, c/c art. 1 do Decreto-lei 201/676)
TRF - Se o crime for federal Cmara dos Vereadores crime de RESPONSABILIDADE PRPRIO (art. 31,
c/c o art. 4 do Decreto-lei 201/67)7 TRE se o crime for eleitoral
INFORMAES ADICIONAIS
1 - Alexandre de Moraes leciona: No tocante, porm, s infraes poltico-administrativas (crime de responsabilidade prprio, do art. 4 do Decreto lei 201/67), a competncia para julgamento da Cmara Municipal, uma vez que se trata de responsabilidade poltica do chefe do Poder Executivo local.
O STF (VIDE: REXTR 192.527-PR e HC 71.991-1/MG) considerou que as infraes contidas no artigo 1, do DEC-LEI 201/67 so crimes comuns, sendo de competncia do TJ.
J as infraes do artigo 4 do mesmo decreto so consideradas pelo STF como crimes de responsabilidade e, portanto, de competncia da Cmara Municipal.
O Tribunal, com base no princpio da simetria (CF, art. 86, 1), entendeu constitucionais o dispositivo que conferia Cmara Municipal competncia para julgar o prefeito nas prticas de infraes poltico-administrativas definidas no DL 201/67 (afastados os crimes comuns previstos no art. 1 do referido Decreto-Lei, cuja competncia do Tribunal de Justia) e a norma que prev o afastamento, por at 90 dias, do prefeito quando recebida denncia por crime poltico-administrativo pela Cmara Municipal. O Tribunal decidiu ser inconstitucional a norma que previa o afastamento do prefeito quando recebida a denncia por crime comum pelo Tribunal de Justia por ofensa competncia privativa da Unio para legislar sobre direito processual.
2 - Smula 702 do STF: A competncia do Tribunal de Justia para julgar Prefeitos restringe-se
aos crimes de competncia da Justia comum estadual; nos demais casos, a competncia
originria caber ao respectivo tribunal de segundo grau.
4 A competncia para processar e julgar o Deputado Estadual nos crimes praticados em detrimento de bens, servios ou interesses da Unio, entidade autrquica ou empresa pblica federal, ser do Tribunal Regional Federal. No caso dos crimes eleitorais, o processo e julgamento sero da competncia do Tribunal Regional Eleitoral. (NOVELINO, Marcelo. Direito Constitucional. 5, ed. Editora mtodo, 2011, p.665). 5 LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 16 ed. Ed. Saraiva, 2012, p. 673. 6 Art. 1, Decreto-lei 201/67: So crimes de responsabilidade dos Prefeitos Municipais, sujeitos ao julgamento do Poder Judicirio, independentemente do pronunciamento da Cmara dos Vereadores (...). OS CRIMES DO ART. 1 DO DEC LEI 201 SO INFRAES PENAIS, CRIMES COMUNS, DA PORQUE O JULGAMENTO FEITO PELO PODER JUDICIRIO. 7 Art. 4, Decreto-lei 201/67: So infraes poltico-administrativas dos Prefeitos Municipais sujeitas ao julgamento pela Cmara dos Vereadores e sancionadas com a cassao do mandato: (...). OS CRIMES DO ART. 4 DO DEC LEI 201 SO INFRAES POLTICO ADMINISTRATIVAS, SO EFETIVAMENTE CRIMES DE RESPONSABILIDADE, POR ISSO A COMPETNCIA PARA JULGAMENTO DA CMARA MUNICIPAL.
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3 - Smula 704 STF: No viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido
processo legal a atrao por continncia ou conexo do processo do co-ru ao foro por
prerrogativa de funo de um dos denunciados.
4 - O artigo 55 da Constituio Federal estabelece hipteses em que o parlamentar poder
perder o mandato. Esquematicamente, veremos em quais hipteses a perda do mandato
depender do voto da maioria absoluta da respectiva Casa, e hipteses em que a respectiva
Casa apenas declara a perda do mandato, observe o esquema abaixo8:
5 - O STF vem admitindo a priso para efeitos de execuo da deciso judicial condenatria
transitada em julgado, mesmo que no tenha havido a perda do cargo nos termos do art. 55,
2, CF/88. (INQ 510, STF)
6 - Smula 245 STF: A imunidade parlamentar no se estende ao co-ru sem essa
prerrogativa.
Vale dizer que a Smula 245 do STF faz referncia somente a imunidade formal do
parlamentar.
7 - A prerrogativa de foro atribuda aos parlamentares estaduais prevalece, inclusive, sobre a competncia do Tribunal do Jri, no se aplicando nesta hiptese o enunciado de Smula 721/STF9. (NOVELINO, Marcelo. Direito Constitucional. 5, ed. Editora Mtodo, 2011, p.665).
8 LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 16 ed. Ed. Saraiva, 2012, p. 541. 9 Smula 721, STF: A competncia constitucional do Tribunal do Jri prevalece sobre o foro por prerrogativa de funo estabelecido exclusivamente pela Constituio estadual.
PERDA
Cassao do mandato
Extino do mandato
Art. 55, I
Art. 55, II
Art. 55, VI
Art. 55, 2 - Voto aberto maioria absoluta
Art. 55, III
Art. 55, IV
Art. 55, V
Art. 55, 3 - ato meramente declaratrio