UNIDADE IO Papel da Ciência na
Produção do Conhecimento e sua
Utilidade ao Desenvolvimento
Humano
1. 1 O que é ciência?
“Acumulação de conhecimentos sistemáticos.”
“Caracteriza-se pelo conhecimento racional, sistemático, exato,
verificável e, por conseguinte, falível.”
“Conjunto de enunciados lógica e dedutivamente justificados por
outros enunciados.”
“Forma sistematicamente organizada de pensamento
objetivo.”
CiênciaÉ um conhecimento apoiado
na demonstração e na experimentação. É um sistema de proposições
demonstradas através do método apropriado a cada
área do conhecimento.
O Brasil conquistou, nos últimos anos, uma posição de destaque
na produção científica e na geração de tecnologia de ponta.
Sabemos que o desenvolvimento de um país
está, sem dúvida, vinculado aos investimentos aplicados em
pesquisa e formação de recursos humanos.
(http://www.cnptia.embrapa.br/node/124.html)
Apesar dos avanços obtidos, é importante a criação de uma cultura científica na sociedade
brasileira e a implementação de políticas
públicas que priorizem o conhecimento científico
como elemento propulsor de competitividade e geração de riqueza.
(http://www.cnptia.embrapa.br/node/124.html)
O grau de desenvolvimento de um povo pode ser mensurado pelos investimentos efetuados
em pesquisa e produção do conhecimento e a soberania de
um país se constrói também pela sua independência tecnológica.
Somente quando as políticas públicas brasileiras se voltaram
para essa questão, o Brasil deixou de ser dependente no
campo científico. (http://www.cnptia.embrapa.br/node/124.html)
Ainda assim, a comunidade científica brasileira enfrenta
grandes desafios devido à falta de recursos para a pesquisa. Nossos
laboratórios e pesquisadores ocupam patamares de qualidade e competitividade equivalentes aos
de muitos países do primeiro mundo, onde a ciência sempre foi considerada um fator componente do desenvolvimento econômico,
político e social. (http://www.cnptia.embrapa.br/node/124.html)
Portanto, pesquisadores e jornalistas científicos têm uma
obrigação social: tornar público o conhecimento produzido e
conscientizar os formadores da opinião pública sobre a importância
de se investir em pesquisas. A divulgação científica é um
processo de inserção social, na medida em que proporciona ao
cidadão o acesso ao conhecimento, que lhe permite participar mais ativamente das discussões que
permeiam a aplicação dos recursos públicos no desenvolvimento de
pesquisas científicas e tecnológicas.
A divulgação científica também colabora no esclarecimento da população sobre os avanços da
ciência e da técnica, fornecendo subsídios para a formação da consciência crítica e, ainda,
contribui para a expansão do conhecimento científico além dos muros das universidades e
centros de pesquisa, promovendo maior interação
entre pesquisadores e a sociedade.
1.2 Conceito e classificação das Ciências
• Conceito de Ander-Egg;• Conceito de Trujillo;• Visão geral dos
conceitos;•Natureza da ciência;
• Componentes da ciência;
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destaque
Classificação e divisão da Ciência
• Classificação de Comte;• Classificação de Carnap;• Classificação de Bunge;• Classificação de Wundt;• Classificação adotada;
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Ciências Formais e Ciências Factuais
A divisão em Ciências Formais e Factuais leva em consideração:
a) O objeto ou tema das respectivas disciplinas – As
formais preocupam-se com enunciados; as factuais tratam de
objetos empíricos, de coisas e de processos.
Ciências Formais e Ciências Factuais
A divisão em Ciências Formais e Factuais leva em consideração:
b) A diferença de espécie entre
enunciados – O enunciados formais
consistem em relações entre símbolos; os
factuais referem-se a fenômenos e
processos.
Ciências Formais e Ciências Factuais
A divisão em Ciências Formais e Factuais leva em consideração:
c) O método pelo qual se comprovam os enunciados – As
formais não empregam a experimentação para a
demonstração de seus teoremas, pois ela decorre da dedução; as
factuais procura, sempre que possível, alterar deliberadamente os objetos, fenômenos ou processos, para verificar até que ponto suas hipóteses ajustam-se aos fatos.
Ciências Formais e Ciências Factuais
A divisão em Ciências Formais e Factuais leva em consideração:
d) O grau de suficiência em relação ao conteúdo e método
de prova – As formais são suficientes em relação a seus
conteúdos e métodos de prova; as factuais dependem do
“fato”, no que diz respeito ao seu conteúdo ou significação, e
do “fato experimental”, para sua convalidação.
Ciências Formais e Ciências Factuais
A divisão em Ciências Formais e Factuais leva em consideração:
e) O papel da coerência para se alcançar a verdade – Nas formais os axiomas
podem ser escolhidos à vontade, somente as conclusões (teoremas) terão que ser verdadeiras, sempre respeitando as leis
da lógica; nas factuais ocorre exatamente o contrário, somente depois que um
enunciado (hipótese) passa pelas provas de verificação empírica é que poderá ser
considerado adequado a seu objetivo, isto é, verdadeiro.
Ciências Formais e Ciências Factuais
A divisão em Ciências Formais e Factuais leva em consideração:
f) O resultado alcançado – As formais demonstram ou provam; as factuais
verificam (comprovam ou refutam) hipóteses que,
em sua maioria, são provisórias.
1.3Os tipos de
conhecimento
O conhecimento científico, no âmbito das
ciências factuais, caracteriza-se por ser:
racional, objetivo, factual, transcendente aos fatos, analítico, claro e preciso, comunicável, verificável,
dependente de investigação metódica,
sistemático, acumulativo, falível, geral, explicativo, preditivo, aberto e útil.
O conhecimento científico e outros tipos
de conhecimento:• Correlação entre
conhecimento popular e conhecimento científico;• Características do
conhecimento popular;
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Os quatro tipos de conhecimento
Popular FilosóficoReligiosoCientífico
Trujillo (1974:11) sistematiza as características dos quatro tipos de conhecimento:
Conhecimento Popular
Conhecimento Científico
Conhecimento Filosófico
Conhecimento Religioso
ValorativoReflexivo
AssistemáticoVerificável
FalívelInexato
Real (factual)ContingenteSistemáticoVerificável
FalívelAproximadamente
exato
ValorativoRacional
SistemáticoNão Verificável
InfalívelExato
ValorativoInspiracionalSistemático
Não VerificávelInfalível
Exato
Conhecimento Popular
Este conhecimento é valorativo por excelência, pois se fundamenta numa seleção operada com base em estados de ânimo e emoções: como o conhecimento implica uma dualidade de realidades, isto é, de um lado o sujeito cognoscente e, de outro, o objeto conhecido, e este é possuído, de certa forma, pelo cognoscente, os valores
do sujeito impregnam o objeto conhecido. É também reflexivo, mas, estando limitado pela familiaridade com o objeto, não pode ser reduzido a uma formulação geral. A característica de assistemático baseia-se na “organização” particular das
experiências próprias do sujeito cognoscente, e não em uma sistematização das idéias, na procura de uma formulação geral que explique os fenômenos observados, aspecto que dificulta a transmissão, de pessoa a pessoa, desse modo de conhecer. É verificável, visto que está limitado ao âmbito da vida diária e diz respeito ao que se pode perceber no dia-a-dia. Finalmente, é falível e inexato, pois se conforma com
a aparência e com o que se ouviu dizer a respeito do objeto. Em outras palavras, não permite a formulação de hipóteses sobre a existência de fenômenos situados
além das percepções objetivas.
Conhecimento FilosóficoEste conhecimento é valorativo, pois seu ponto de partida
consiste em hipóteses, que não poderão ser submetidas à observação: “as hipóteses filosóficas baseiam-se na experiência,
portanto, este conhecimento emerge da experiência e não da experimentação” (Trujillo, 1974:12), por este motivo, o
conhecimento filosófico é não verificável, já que os enunciados das hipóteses filosóficas, ao contrário do que ocorre no campo da ciência, não podem ser confirmados nem refutados. É racional, em virtude de consistir num conjunto de enunciados logicamente correlacionados. Tem a característica de sistemático, pois suas hipóteses e enunciados visam a uma representação coerente da
realidade estudada, numa tentativa de apreendê-la em sua totalidade. Por último, é infalível e exato, já que, quer na busca da realidade capaz de abranger todas as outras, quer na definição do instrumento capaz de apreender a realidade, seus postulados, assim como suas hipóteses, não são submetidos ao decisivo teste
da observação (experimentação).
Conhecimento ReligiosoO conhecimento religioso, isto é, teológico, apóia-se em doutrinas que contêm
proposições sagradas (valorativas), por terem sido reveladas pelo sobrenatural (inspiracional) e, por esse motivo, tais verdades são consideradas infalíveis e
indiscutíveis (exatas); é um conhecimento sistemático do mundo (origem, significado, finalidade e destino) como obra de um criador divino; suas evidências
não são verificadas: está sempre implícita uma atitude de fé perante um conhecimento revelado.
Conhecimento CientíficoO conhecimento científico é real (factual) porque lida
com ocorrências ou fatos, isto é, com toda “forma de existência que se manifesta de algum modo” (Trujillo,
1974:14). Constitui um conhecimento contingente, pois suas proposições ou hipóteses têm sua veracidade ou
falsidade conhecida por meio da experimentação e não apenas pela razão, como ocorre no conhecimento filosófico.
É sistemático já que se trata de um saber ordenado logicamente, formando um sistema de idéias (teoria) e não
conhecimentos dispersos e desconexos. Possui a característica da verificabilidade, a tal ponto que as
afirmações (hipóteses) que não podem ser comprovadas não pertencem ao âmbito da ciência. Constitui-se em
conhecimento falível, em virtude de não ser definitivo, absoluto ou final, por este motivo, é aproximadamente exato: novas proposições e o desenvolvimento de técnicas
podem reformular o acervo de teoria existente.
1) Diga que tipos de conhecimento estão representados nas frases abaixo: a) Os baixinhos são mais ciumentos? Homens baixinhos tendem a ser mais ciumentos que homens altos, sugere um estudo de cientistas espanhóis e holandeses. Pesquisadores das universidades de Valência e Groningen entrevistaram 549 homens e mulheres para avaliar como e por que eles se sentem enciumados quando um ou uma rival entra em cena. Os homens disseram se preocupar mais com rivais atraentes, ricos e fortes. Porém, os mais altos se mostraram mais confiantes. A pesquisa afirmou que mulheres de altura média são menos ciumentas em relação a outras de atributos similares, porque tenderiam a ser mais férteis e saudáveis.
EXERCÍCIOS
b) "Não te contentes em admirar as pessoas bondosas. Imite-as.“
c) "Uma vida não-suscetível de exame não vale a pena ser vivida." d) “Tomar banho após as refeições faz mal!” e)“A chuva é causada pela condensação das nuvens.” f) "Eu não posso ensinar nada a ninguém, eu só posso fazê-lo pensar.“
g) “Colocar a bolsa no chão atrai falta de dinheiro!” h) “Todo o corpo em queda livre cai com a aceleração da gravidade.” i) "Sábio é aquele que conhece os limites da própria ignorância." j) "A ociosidade é que envelhece e não o trabalho."
1. Científico
2. Teológico 3. Popular 4. Filosófico
1. Valorativo - Reflexivo - Assistemático Verificável (sem método) - Falível Inexato
2. Valorativo – Inspiracional – Infalível – Exato – Sistemático - Não-verificável
3. Valorativo - Racional – Sistemático - Não-verificável – Infalível – Exato
4. Real (factual) – Sistemático – Verificável – Falível - Aproximadamente exato
2. Ligue cada tipo de conhecimento as suas características principais:
1.4 Verdade
O trinômio verdade-evidência-certeza
É o encontro da pessoa com o desvelamento, com o
desocultamento e com a manifestação do ser. A essência das coisas se
manifesta, torna-se translúcida, visível ao olhar, à inteligência e à compreensão
humana.
1.5 Evidência
O trinômio verdade-evidência-certeza
É manifestação clara, é transparência, é
desocultamento e desvelamento da natureza
e da essência da coisas.
1.6 Certeza
O trinômio verdade-evidência-certeza
É o estado de espírito que consiste na adesão firme a uma verdade, sem temor
de engano. Esse estado de espírito fundamenta-se na
evidência, no desvelamento da natureza e da essência das coisas.
1.7 Indução
Formas de pensamento
O argumento indutivo baseia-se na generalização de propriedades comuns a certo número de casos até agora observados e a todas
as ocorrências de fatos similares que poderão ser
verificadas no futuro.
1.8 Dedução
Formas de pensamento
A técnica dessa argumentação consiste em construir estruturas lógicas, por meio do relacionamento
entre antecedente e consequente, entre hipótese
e tese, entre premissa e conclusão.
1.9 Intuição
Formas de pensamento
A palavra intuição vem do latim intuire, que
significa ver por dentro. O conceito varia
conforme a corrente de pensamento.
1.10 Inferência
Formas de pensamento
Pela inferência, somos levados a tirar conclusões a
partir de premissas conhecidas. Inferir é tirar uma conclusão a partir de uma ou várias proposições
nas quais ela está implicitamente contida.
BIBLIOGRAFIA
LAKATOS, Eva Maria e MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia do trabalho científico: procedimentos básicos, pesquisa bibliográfica, projeto e relatório, publicações e trabalhos científicos. 7. ed. 4. reimpr. São Paulo: Atlas, 2009.
CERVO, Amado Luiz, BERVIAN, Pedro Alcino e SILVA, Roberto da. Metodologia Científica. 6. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.
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