UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
EDUCAÇÃO ESCOLAR: AS NOVAS TECNOLOGIAS
COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA E OTIMIZADORA
PARA APRENDIZAGEM DO CÉREBRO
Aline Pires Bernardo
Professora Orientadora: Dra. Marta Pires Relvas
Rio de Janeiro
2018
DOCUMENTO P
ROTEGID
O PELA
LEID
E DIR
EITO A
UTORAL
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
EDUCAÇÃO ESCOLAR: AS NOVAS TECNOLOGIAS
COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA E OTIMIZADORA
PARA APRENDIZAGEM DO CÉREBRO
Aline Pires Bernardo
Monografia apresentada à AVM como requisito parcial para obtenção do título de especialista em Neurociência
Pedagógica.
Professora Orientadora: Dra. Marta Pires Relvas
Rio de Janeiro
2018
AGRADECIMENTOS
Agradeço aos meus pais por me apoiarem
continuamente em meus sonhos. Aos
professores maravilhosos que contribuíram com
todo o conhecimento durante esta
especialização. Aos meus amigos que sempre
estiveram ao meu lado ofertando palavras de
encorajamento e de companheirismo. Todos
serão lembrados com carinho nesta caminhada,
e certa que em outras que virão, pois o que seria
de nossa vida sem gratidão? Apenas faz sentido
se as metas alcançadas estiveram enlaçadas de
perseverança e dos que estão à nossa volta.
DEDICATÓRIA
Dedico esta monografia aos meus pais que
sempre estiveram ao meu lado me oferecendo o
que há de melhor, Amor. A Deus, por ser força
e o mediador para que eu faça sempre o melhor
no que chamamos de escolhas para vida,
profissão. Aos professores que estiveram
comigo durante esta especialização,
alimentando, inspirando meus sonhos e
compartilhando de seus conhecimentos.
RESUMO
Este trabalho objetiva apresentar como as novas tecnologias de uso pedagógico no ambiente escolar otimizam a aprendizagem do cérebro. O uso destas
ferramentas digitais perpassa pela avaliação dos professores, que através das observações e análise, compreendem que a geração Z, é desejosa de estímulos que atendam suas demandas atencionais, O cérebro é uma máquina poderosa
e sua formação inicia-se na gestação, finalizando sua maturação após os processos de mielinização necessários para a formação da bainha de mielina.
Este processo se intensifica após o nascimento e podendo chegar até aos 30 anos de vida. Desta forma, os ambientes educacionais necessitam estar atentos as demandas atencionais que implicam principalmente nesta geração
Touchscreen. A pesquisa é do tipo bibliográfica e busca descrever a importância das funções cognitivas e conativas nos processos da aprendizagem. A
justificativa está pautada em compreender, quais são as dificuldades que as escolas enfrentam para utilizar as tecnologias de comunicação. O estudo é uma pesquisa qualitativa e, optou-se por aprofundar em caráter explicativo,
objetivando promover percepções reflexivas a partir do problema e torná-lo mais subjetivo. A pesquisa tem como direcionamento promover reflexões a partir das
Neurociências. Desta maneira levar em consideração que o cérebro necessita de otimizadores para aprendizagem o uso da Tecnologias de Informação e Comunicação favorecem o desenvolvimento de redes neuronais.
PALAVRAS-CHAVE: Tecnologia, Neurociencias, cérebro
METODOLOGIA
O presente estudo desta pesquisa – Educação Escolar: As novas
tecnologias como ferramenta pedagógica e otimizadora para aprendizagem do
cérebro, surgiu diante de observações inerentes as dificuldades que as escolas
têm para integrar os saberes e integrar as novas tecnologias no ambiente da
aprendizagem. No entanto, a preocupação da escola é exercer sua função de
mediadora da aprendizagem e oportunizar a inserção dos seus alunos na
sociedade, mas com as transformações sociais e tecnológicas. A instituição
escola, quanto ambiente mediador de processos de aprendizagem, busca
empoderar-se de novas abordagens que possam potencializar o ensino. O
estudo foi fundamentado em pesquisas bibliográficas que fornecem base para a
importância da tecnologia de comunicação nos processos da aprendizagem. A
pesquisa traz reflexões sobre, quais são as dificuldades que as escolas
enfrentam para utilizar esta ferramenta e quais apontamentos são utilizados por
estudos neurocientíficos, que as Tecnologias de comunicação otimizam a
aprendizagem.
As pesquisas da neurociência, faz emergir a necessidade de outras
abordagens no ambiente escolar contemporâneo, uma vez que novas
perspectivas dos processos da aprendizagem, estimulam diferentes áreas
cognitivas e afetivas. Unir novas perspectivas de ensino diante de demandas
educacionais e modelos anacrônico que institucionalizou durante anos às
escolas, é de fato um grande desafio para a contemporaneidade. Entre os
desafios estão: organizar as relações com o saber e otimizá-lo através do uso
das novas tecnologias digitais.
O estudo é uma pesquisa qualitativa e, optou-se por aprofundar em
caráter explicativo, objetivando promover percepções reflexivas a partir do
problema e torná-lo mais subjetivo. A pesquisa tem como justificativa entender,
quais são as dificuldades que as escolas enfrentam para utilizar as tecnologias
de comunicação, uma vez que a função da escola é mediar a aprendizagem e
inserir os seus alunos na sociedade, lançando mãos em ferramentas que
possam ser otimizadoras da aprendizagem no cérebro.
O mundo vive em uma atual revolução tecnológica, claramente vivenciada
pelas redes sociais e por outras mídias digitais. Concomitantemente a máquina
tornar-se extensão cerebral do homem. Esta ligação, propicia flexibilidade na
relação do conhecimento, permitindo independência à mediação da
aprendizagem, pois o aluno torna-se protagonista do seu conhecimento,
podendo acessar qualquer tipo de informação a partir do uso do seu próprio
celular. Entretanto, aliar a tecnologia ao ambiente de sala de aula tornou-se uma
tendência para as crianças e adolescentes e um grande desafio para escola, que
ainda exerce a concepção autoritária do trabalho praticado da revolução
industrial, no qual o aluno ainda é considerado um ser passivo.
A pesquisa deste trabalho está pautada na observação do trabalho
realizado em uma escola do Rio de Janeiro, que recebem alunos da Educação
Infantil ao Ensino Fundamental II. Contudo, a pesquisa foi filtrada para
compreender de maneira efetiva como as tecnologias são utilizadas como
ferramentas pedagógicas e de que maneira é realizado o planejamento da
inserção das tecnologias no ambiente escolar, favorecendo a participação dos
alunos no processo de aquisição do conhecimento. As etapas da pesquisa foram
analisadas e relatadas no estudo de caso de uma turma com idade igual à de 07
anos inseridos no 2º ano do Ensino Fundamental I, com alunos com dificuldade
em manter a atenção. Sendo esta faixa etária em desenvolvimento pré-
operatório e com necessidade de refinamento de habilidades para chegar na
fase das operações concretas, tendem a se dispersar com frequência por ainda
necessitar de apoiadores concretos e por estar em fase de transição, e
desenvolvimento de autonomia a escola optou em utilizar tecnologias digitais
para otimizar a aprendizagem dos alunos favorecendo o desenvolvimento das
redes neuronais.
A observação foi realizando durante os meses de agosto de 2017, na
turma do 2º ano do Fundamental I com o acompanhamento do Coordenador de
Informática da escola e da coordenação pedagógica. Foram realizados registros
em diário de campo com observação dos alunos participando das aulas e a
interação dos mesmos a partir do uso das tecnologias em sala de aula. Após
análise das observações, foram levantados alguns questionamentos tais como:
Quadro comparativo: observações de campo
Fonte: elaboração própria
A pesquisa qualitativa possibilitará analisar como a escola pesquisada
utiliza as ferramentas tecnológicas como otimizadoras da aprendizagem em seu
ambiente pedagógico. A fundamentação teórica se deu por meio de pesquisas
bibliográficas, livros, artigos, sites como e outros instrumentos de informações
cientificas.
Questionamentos
Área de interesse
Análise das
observações
Quais critérios os
professores utilizam
juntamente com a
coordenação pedagógica
e de informática para
planejar a utilização das
ferramentas de TIC na
escola?
Professores buscam inserir atividades como jogos que contribuam para os processos da alfabetização e raciocínio logico.
As tecnologias são facilitadoras do ensino e da aprendizagem.
Qual o interesse dos alunos no uso destas ferramentas?
Jogos com estímulos visuais e que estimulam a ativação do sistema de recompensas/pontuação
As tecnologias são ferramentas otimizadoras que permitem a passagem teórica possibilitando a construção de novos conceitos
Qual a contribuição que o uso das TIC traz para a aprendizagem destes alunos?
O uso das tecnologias auxiliam no desenvolvimento cognitivo
Tecnologias são capazes de favorecer o desenvolvimento cultural e social.
Como são realizadas as avaliações das TIC em sala de aula?
São ferramentas de complementação que auxiliam a interação discente e docentes.
São as tecnologias capazes de oferecer aos educandos interações afetivas e sociais
Como as TIC favorecem o interesse dos alunos do Ensino Fundamental I?
As tecnologias possibilitam interagir em múltiplos ambientes de forma natural. Geração touchscreen.
As tecnologias possibilitam aulas dinâmicas e são fontes de pesquisas.
Quais paradigmas são seguidos para o uso das TICs em sala de aula?
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 10
CAPÍTULO I 13
História das Tecnologias no Ambiente Educacional
CAPÍTULO II 21
Tecnologia e Sala de Aula – Desafios da Contemporaneidade
CAPÍTULO III 29
Neurociências e Tecnologia – Contribuições Potencializadoras para
Aprendizagem
CONCLUSÃO 38
BIBLIOGRAFIA 40
WEBGRAFIA 41
ÍNDICE 44
10
INTRODUÇÃO
Este trabalho destina-se a aprofundar os conhecimentos relativos à
utilização das Tecnologias da Informação e comunicação e suas contribuições
no processo de ensino e aprendizagem aos alunos do Ensino Fundamental I e
como são inseridas as TIC no processo de ensino e aprendizagem. A
particularidade deste trabalho é apresentar a importancia da reflexão
democratica de educadores , elucidando as práticas pedagógicas no ambiente
de sala de aula.
Objetivando sistematizar a pesquisa, teremos como base as orientações
da Lei de Diretrizes e Base (1996) no artigo 32º paragrafo III, e no discurso final
as considerações sobre o uso das TIC em sala de aula sob reflexão democrática
que promova o protagonismo do aluno. Concomitantemente, serão apresentado
o desenvolvimento das Tecnologias de informação e comunicação ao longo da
história e seus processos de inserção nas escolas regulares. Corroborando com
todo o histórico das TICs, observamos que há escolas que utilizam destas
ferramentas em seus processos e práticas pedagógicas. Apresentaremos
embasamentos a partir da neurociencias, como é possível relizar práticas
desenvolvidas a partir da TICs mediadas em reflexões democráticas e suplantar
situações desfavorável ao uso destas ferramentas.
O problema desta pesquisa está pautado na maneira em que os
educadores e educandos utilizam as TICs nas escolas, para que utilizam e para
que servem os resultados desta estas práticas e como são avaliados o uso
destas ferramentas. Na tentiva de analisar os processos de ensino, foram
observados aspectos importantes nesta pesquisa, tais como as metodologia
ultrapassadas falta de planejamento com objetivos especificos e
direcionamento.
11
Em suma, os educadores, precisam compreender que as TICs são
necessárias para o desenvolvimento de muitas funções ligadas as funções
cognitivas, porém atreladas as funções conativas.
Objetivando abranger o assunto, buscaremos promover uma visão
reflexiva sobre o uso das TICs em sala de aula, analisar o material utilizado,
refletir sobre como são avaliados para sua inserção em plano de aula e, analisar
de que forma esta reflexão favorece o desenvolvimento dos alunos, identificar
se os resultados destas percepções são usados para o enriquecimento das
práticas pedagógicas e se as mesmas contribuem para o desenvolvimento da
atenção e concentração de alunos.
A importância deste trabalho se reflete em compreendermos, que a escola
precisa utilizar das Tecnologias da Informação e Comunicação como aliada,
favorecendo novas leituras da geração de alunos, que precisam ser direcionados
para construção de novos saberes. Por isso é necessário um esforço cada vez
maior para que a inserção da TICs no ambiente escolar, ofereça possibilidades
de melhoria do trabalho dos professores e da aprendizagem dos alunos,
possibilitando a construção do conhecimento, utilizando dos avanços
tecnológicos de forma a contribuir para a melhor eficiência do processo
educacional.
Para nortear o tema da pesquisa escolhida, o estudo foi concebido através
de pesquisa bibliográfica, definindo o tema como problematização a partir das
referências. Foram realizadas leituras e reflexões, através de trechos citados os
transcritos nas bibliografias de Edgar Moran, Pierre Levy, Marta Relvas, Jussara
Hoffmann, Edmea Santos, Piaget, Maria Teresa Assunção Freitas, Vitor da
Fonseca entre outros teóricos que contribuíram na compreensão do tema
pesquisado.
O presente trabalho é uma pesquisa bibliográfica que tem em seu
interesse principal, promover a reflexão sobre o uso das TIC aplicadas em sala
de aula pelos professores como ferramentas pedagógicas de ensino aos alunos
com dificuldades em manter a atenção sustentada, para isto será realizada uma
investigação de como são inseridas as TIC no planejamento diário dos
12
professores em uma escola. Os paradigmas aplicados em uma escola regular
em seu processo continuo para o desenvolvimento cognitivo dos alunos, serão
analisados com ênfase uma aprendizagem voltada para a emoção.
O trabalho inicia-se a partir do fio condutor, de como as escolas incluem
as TIC em seus planejamentos e ações, pois o não direcionamento assistido
desta ferramenta pode desfavorecer a aprendizagem. Considerando que alunos
do Ensino Fundamental I passam por uma transição devido ao desenvolvimento
cognitivo, apresentam dificuldade em manter a concentração nas aulas.
Corroborando com todo estudo realizado concentramos os achados nas
seguintes temáticas: Capitulo I – História das Tecnologias no Ambiente
Educacional; Capitulo II Tecnologia e Sala de aula- Desafios da
Contemporaneidade. Capitulo III – Neurociência e Tecnologia- Contribuição
Potencializadora para Aprendizagem. Metodologia de pesquisa; Conclusão;
bibliografias consultadas.
A pesquisa buscará apresentar a importância do uso das Tecnologias de
Informação e Comunicação como estratégias de ensino e aprendizagem para
alunos do Ensino Fundamental I, com dificuldade em manter o foco de atenção
sustentada durante as aulas. Toda a inquietação partiu do interesse de
desenvolver a atenção e concentração dos alunos através de ferramentas
pedagógicas favorável ao interesse e motivação atencional.
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CAPÍTULO I
HISTÓRIA DAS TECNOLOGIAS NO AMBIENTE
EDUCACIONAL
O homem em sua trajetória construiu uma vida a partir do
desenvolvimento das tecnologias e comunicação. Até chegar ao que muitos de
nós estamos vivenciando neste século, o homem, desde a Pré-história, vem
fazendo uso das tecnologias. Muitas ferramentas foram criadas em todas as
Épocas da existência humana. Para contemplar sua história o homem, utilizou
de registros mediante aos símbolos iconográficos nos quais mostrou como
viviam, caçavam, pescavam e como eram seus rituais e suas gerações.
Contudo a história conhecida desde o período Paleolítico (conhecido
como a Idade da Pedra Lascada) os homens pré-históricos se agrupavam em
hordas nômades, ou seja, mudavam constantemente de um lugar para outro em
busca de alimentos. Também fabricavam instrumentos de pedra lascada,
destinados à caça de animais e a coleta de frutos e raízes, pois não conheciam
a agricultura. No entanto, no período Neolítico (conhecido como a Idade da
Pedra Polida), o homem organizava-se em clãs e aldeias.
Nesse período, desenvolveram a agricultura, domesticaram os animais e
os instrumentos eram fabricados com a pedra polida. Com o passar do tempo,
os homens foram evoluindo socialmente e suas ferramentas foram
aperfeiçoadas. As pessoas, em seus grupos sociais, foram criando culturas
especificas e diferenciadas que foram constituindo-se em conhecimentos,
maneiras peculiares e técnicas particulares de fazer as coisas, consolidaram as
culturas e os costumes, hábitos sociais que foram sendo transmitidos por
gerações (ALTOÉ, 2005 apud KENSKI, 2003).
Perpassando pela história do homem, verificamos que as tecnologias
estão presentes em todos os lugares e, em todas as atividades. Portanto,
compreende-se que para executar qualquer atividade em nossa vida diária,
necessitamos de produtos e equipamentos, que são resultados de estudos.
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Corroborando com o conjunto de conhecimentos e princípios científicos que se
aplica ao planejamento, construção e utilização de um equipamento em um
determinado tipo de atividade nós chamamos de tecnologia. No entanto, para
que os instrumentos possam ser construídos, o homem necessita se aprofundar
em pesquisas e planejar. Diante destas “interfaces o homem cria as tecnologias".
De acordo com a história, na década de 1940, após Segunda Guerra
Mundial surge nos Estados Unidos a era da tecnologia, objetivando formar
especialistas militares e, para alcançar tal objetivo, foram desenvolvidos cursos
com o auxílio de ferramentas audiovisuais. Como matéria no currículo escolar, a
tecnologia educacional surgiu nos estudos de educação Audiovisual da
Universidade de Indiana, em 1946. O uso dos meios audiovisuais com um intuito
formativo constituiu o primeiro campo especifico da tecnologia. Nessa mesma
Época, iniciou-se uma segunda vertente de desenvolvimento, com trabalhos
fundamentados no condicionamento operante (SKINNE, 1974 apud. GOMIDE,
2003).
Em meio a tantas mudanças e vertentes, o homem através da tecnologia
passou a criar de maneira intencional, ou seja, com causa e efeito, equipamentos
que mudaram o mundo, tais como:
A Luz Elétrica - inventada em 1879, que possibilitou que a indústria
se desenvolvesse e revolucionou o estilo de vida das pessoas. A
invenção da lâmpada incandescente pelo americano Thomas
Edison, permitiu capturar a energia elétrica e recriar um céu
terrestre.
A Fotografia - O pintor e físico francês Louis Daguerre, em 1831,
descobriu que a imagem pode ser capturada e reproduzida por
meio de uma câmara escura. Em sua homenagem, durante os
primeiros anos, a máquina fotográfica era conhecida como
daguerreótipo.
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O Filme - Em 1895, foi possível seu surgimento devido ao avanço
proporcionado pela fotografia.
O Cinema - Joseph Plateau, em 1832, descobriu o princípio da
recomposição do movimento a partir de uma série de imagens
fixas. Ele inventou o processo inverso, o meio de decompor o
movimento. Como a fotografia era conhecida publicamente, os
inventos resultantes desse processo usavam apenas desenhos.
Em 1895 foi realizada a primeira sessão de cinema, e pela primeira
vez na história foi trazida ao público.
O Telefone - O escocês Alexandre Graham Bell, em 1876, foi
quem realizou a primeira ligação entre dois aparelhos. "Doutor
Watson, preciso do senhor aqui imediatamente". Essa foi a
primeira frase pronunciada ao telefone para um de seus
assistentes e se deu por meio de fios elétricos.
A televisão - foi inaugurada em 1936 pela BBC Inglaterra, e
produzida em massa após 1945. No entanto, J.L. Baird, utilizando
um sistema bastante rudimentar de TV, conseguiu em 1923, na
Inglaterra, transmitir uma silhueta em movimento, com muita
imperfeição.
O Computador- A primeira tentativa para construir um computador
ocorreu em 1951, resultando em uma máquina denominada
UNIVAC 1. Em 1946, o exército americano patrocinou o
desenvolvimento do ENIAC (Calculadora e Integrador Numérico
Eletrônico), o qual pesava 30 toneladas, possuía 70.000
resistores, 18.000 válvulas a vácuo e foi construído sobre
estruturas metálicas com 2,75 metros de altura. Quando acionado,
o consumo de energia fez com que as luzes da Cidade de Filadélfia
piscassem. A introdução do que conhecemos por computador foi
concretizada pela IBM em 1981, com o Computador Pessoal (PC)
(CASTELLS, 2000).
16
O Satélite- Sputnik satélite russo foi o primeiro satélite lançado no
espaço, em 1957. Criado para a pesquisa espacial, seu uso foi
ampliado para estudos meteorológicos a partir dos anos 60, e o
Testar, primeiro satélite de comunicação, foi lançado em 1962,
pelos Estados Unidos. Graças aos satélites j· podemos acessar a
Internet por meio de computadores sem fio.
A Internet- Foi criada em 1969 para fins militares, um pedido do
Departamento de Defesa dos Estados Unidos da América a uma
equipe de pesquisa de universidades americanas para que
projetasse um sistema de comunicação invulnerável a um eventual
ataque nuclear (CASTELLS, 2000). Esse sistema de comunicação
foi comercializado na segunda metade da década de 1990. A
internet foi privatizada e se tornou tecnologia comercial.
No Brasil o uso das tecnologias avançou em meados de 1939 com o
Instituto Rádio-Monitor que apresentava o ensino a distância. O Instituto
Universal Brasileiro, em 1941, realizou as primeiras experiências educativas com
o rádio. Entre essas experiências destaca-se a criação do Movimento de
Educação de Base (MEB), que visava alfabetizar e apoiar a educação de jovens
e adultos por meio das "escolas radiofônicas", principalmente na região norte e
nordeste do Brasil. Outro projeto importante transmitido pelo rádio MEC foi o
projeto Minerva. De 1967 a 1974 foi desenvolvido, em caráter experimental, o
Sistema Avançado de Comunicações Interdisciplinares (Projeto Saci) com a
finalidade de usar o satélite doméstico, utilizando o rádio e a televisão como
meios de transmissões com fins educacionais. Essas atividades eram
subdivididas em dois projetos: direcionados para as três primeiras séries do
ensino fundamental e outro para o treinamento de professores. Contudo, o
projeto foi encerrado em 1976.
Perpassando pelos registros segundo Saraiva, 1996:
Os históricos indicam que, no Brasil, a primeira estação de televisão foi a TV tupi, inaugurada em 1950 na cidade de são Paulo. Importantes experiências educativas iniciaram-se em
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1969 por meio da televisão cultura, que passou a transmitir o curso madureza ginasial. O grande desafio do curso foi provar que era possível transmitir, pela televisão uma aula agradável e eficiente. Nesta época, o sistema de televisão educativa (TVE) do Maranhão passou a desenvolver atividades educativas de 5ª a 8ª séries. Contudo, a fundação teleducação do Ceará (funtelc), mais conhecida como televisão educativa (TVE) do Ceará, começou em 1974 a desenvolver ensino regular de 5ª 8ª séries. Outro projeto importante o Telecurso 2° grau, implementado pela Fundação Roberto Marinho (FRM) em parceria com a fundação Padre Anchieta (mantenedora da TV Cultura de São Paulo) e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP). A experiência indicou que houve sucesso na realização das atividades e em 1981 foi criado o Telecurso 1° grau, com apoio do MEC e da Universidade de Brasília (UnB). No ano de 1994, a série televisiva ganhou uma revisão metodológica, sendo a dramaturgia adaptada à educação. Esse novo formato de telecurso foi criado em 1995. (Fonte:http://www.pucrs.br/famat/viali/doutorado/ptic/textos/dhnt.pdf).
Logo, em 1973 foi criado pelo homem o celular, trazendo uma grande
oportunidade de comunicação a partir do telefone móvel. Diante desta inovação,
o aparelho foi se modernizando a cada ano, surgindo novos aplicativos,
oportunidades e interesses, tudo poderia estar ao alcance de nossas mãos em
um único aparelho. Entre eles internet, redes sociais, câmeras, jogos. O
interesse a partir das TIC, tomaram uma proporção muito grande entre crianças,
jovens e adultos. O imediatismo de informação, tudo ao alcance em poucos
segundos, trouxe conhecimento, mas a falta de interesse entre estudantes em
sala de aula é notável.
A percepção do uso de Tecnologias de informação e comunicação nas
escolas, partiram da premissa de aulas interativas e significativas, pois à escola
de hoje, recebem alunos diferentes de anos atrás. No espaço da escola
contemporânea, há crianças e jovens antenados no meio informatizado e que
são desejosos de velocidade nas informações. Aulas cansativas não prendem
mais a atenção dos mesmos. Neste caso a modalidade de aulas informatizadas,
fundamentam o papel da escola em desenvolver cidadãos promissores e críticos
na sociedade.
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De acordo com o movimento e a prática da sociedade contemporânea, é
inegável que a educação e a escola não se movam em suas práticas, pois a
sociedade está permeada pelas tecnologias, sendo esta uma responsabilidade
social, com perspectiva voltada para o futuro. Desta maneira, pensar sobre a
relação tecnologia, educação é imperativo para a sociedade (Edgar Moron,
2002).
Considerando-se, então que as transformações oriundas do ser humano
ao ambiente de sua convivência, modifica a si mesmo, pois possibilita a
construção e conhecimento sobre eles, o homem em sua busca por experiência,
resignifica seus conhecimentos já construídos refletindo sobre eles através dos
processos criativos e tecnológicos. Neste sentindo a tecnologia torna-se uma
ferramenta sofisticada, capaz de abranger os paradigmas educacionais, pois a
própria palavra “tecnologia” é um termo muito abrangente que envolvem diversos
aspectos como: técnica moderna e sofisticada utilizadas para um determinado
conhecimento.
Para Nunes (2009, p.32.apud Armaud, 2005), as novas tecnologias
trazem consigo um novo desafio para educação, pois implicam na discussão de
um novo pensar para as condutas tão conhecidas da prática educativa.
Compreende-se que tais desafios e seus argumentos são necessários para
praticar nos ambientes educacionais, sendo estes mais notáveis na escola,
objetivando favorecer o desempenho qualitativo dos processos educacionais,
não como mero recurso da atualidade, porém como método aplicado de ensino.
Contudo, para tal método ser aplicado é necessária sua elaboração de acordo
com o projeto-pedagógico da escola, que possibilitará apontar carências ao
sistema educativo, organizando ou revertendo situações não produtivas ao
desempenho acadêmico.
Entretanto, estando a metodologia de ensino inteiramente ligada ao
método é importante compreender quem exerce o papel de sua aplicação, ou
seja, o professor. A entrada da tecnologia no ambiente educacional é mediada
por eles. Em contrapartida, inserir métodos e tecnologias, exigem que o
professor conheça bem as TIC, para que usem de forma adequada como
19
instrumentos de incremento ao ensino, como maneira de melhorar o processo
ensino e aprendizagem por meio de nova formas de comunicar, conceber novas
formas de conhecimento, tais como leitura, escrita e raciocínio lógico.
Analisando o papel dos professores na utilização e incrementação
pedagógica através das ferramentas digitais, há um questionamento pertinente
que ampara a entrada das TIC nos ambientes educacionais: Como ensinar e
como aprender no mundo digital? Segundo Costa (2014) a informática educativa
é uma realidade e deve ser inserida no contexto escolar. Visando o
aperfeiçoamento, atualização e a qualificação das práticas pedagógicas o
desenvolvimento cognitivo precisa de motivadores diante as oportunidades de
experiências. Sendo assim, precisamos investigar novas abordagens, métodos,
estratégias ou ferramentas que sejam propagadores de interesse pedagógico.
A educação mudou com a velocidade de informações e a inserção da
tecnologia. Percebemos que o processo da aprendizagem ultrapassa teorias,
pois envolve o desejo, criatividade e ação. O espaço educativo precisa estar
aberto para novas possibilidades que venham a somatizar e que atendam os
educandos. Ao compreender que a linguagem audiovisual como a linguagem da
sociedade nesse milênio é constatando, que jovens em idade escolar
apresentam uma relação intima com os vídeos games, televisores,
computadores e celulares, entendem-se as preocupações da sociedade quanto
ao mentor do fracasso escolar e apontam alguns elementos para sua superação.
A integração de novas ferramentas tecnológicas na escola, requer habilidades
de docentes, conforme salienta Líbâneo (2006):
O novo professor precisaria, no mínimo, de uma cultura geral mais ampliada, capacidade de aprender a aprender, competências para saber agir na sala de aula, habilidades comunicativas, domínios da linguagem informacional, saber usar meios de comunicação e articular as aulas com as mídias e multimídias. (NUNES, 2009, p. 36 apud LIBÂNEO, 2006).
Como se nota, o professor deixa de ser o informador que impõe conteúdos
e passa a ser um orientador da aprendizagem. Nesse sentido é enfático afirmar
que é imprescindível a capacitação ao professor do século XXI, sendo
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emergente a toda inovação e qualificação, com preparo para dialogar com outras
realidades. A educação contemporânea não tem como negar, que a internet é
hoje o principal entretenimento de crianças e adolescentes, superando mídias
como televisão, passando a exercer papel em destaque nas relações sociais.
Muitos jovens, preferem, muitas vezes ficarem na Internet a ir para escola,
acreditando aprenderam muito mais neste espaço do que em sala de aula.
Cada ano que se passa, torna-se mais necessário a construção de novas
abordagens educacionais, que favoreçam o engajamento continuo do interesse
dos jovens pela escola. Neste sentido, pensar em não utilizar da tecnologia no
ambiente escolar, seria desperdiçar ferramentas de otimização para dinamizar
os processos escolares. A educação já passou por diversas transformações e
muitos desafios continuam. No entanto, os professores foram promovidos pela
nova geração de discentes, como “ participante do processo”, não como o
transmissor do conhecimento, utilizando suas ferramentas, poucos
interessantes, tais como quadro, caneta e livros. A nova geração exige novos
apetrechos, incluindo os eletrônicos, compreendendo assim, que o ensino
necessita tornar-se significativo. De acordo com Relvas (2017, apud VALENTE,
1993), o ensino precisa ser o gatilho do desenvolvimento.
Que o professor precisa deixar de ser o repassador do conhecimento- o computador pode fazer isso e o faz tão eficiente quanto ao professor- e passar a ser o criador de ambientes de aprendizagem e o facilitador do processo de desenvolvimento intelectual do aluno.
A escola por sua vez exerce o papel de promover eventos que colaborem
com o prazer, provocando desafios e oferecendo oportunidades, por vias de
colaboração, cooperação, menos excludentes. Perpassando por este cenário,
que sofre inúmeras modificações, unir cognição, emoção e afeto através de
estratégias que atraiam o interesse dos alunos é possibilitar que professores
assumam seu verdadeiro papel de mediador nos processos da aprendizagem.
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CAPÍTULO II
TECNOLOGIA E SALA DE AULA – DESAFIOS DA
CONTEMPORANEIDADE
A escola de hoje é identificada como monótono e repetitiva associada ao
perfil de um aluno que permanece demasiado tempo inerte, olhando o quadro,
ouvindo récitas, copiando e prestando contas (SANTOS, 2012). Por longos anos,
tem sido a prática do falar-ditar do professor e da professora. Na maioria das
salas de aula presenciais e também on-line, prevalece o modelo comunicacional
centrado na récita do mestre, responsável pela detenção do conhecimento .
Corroborando com as práticas da educação on-line, os sites e os ambientes
virtuais de aprendizagem continuam rígidos, centrados na transmissão de dados
desprovidos de interatividade, de criação coletiva, de aprendizagem construída.
Contudo, o uso das TICs em sala de aula, deve partir do princípio de aulas bem
planejadas objetivando aulas interativas. A organização das estratégias e o
funcionamento da sala de aula permitem redefinir a atuação dos professores e
alunos como agentes do processo de comunicação e de aprendizagem. A
reflexão da prática docente prática dispositiva concreta para a formação
continuada de professores é de grande importância.
A reflexão das práticas, devem estar voltadas para aprendizagem, porém
a partir do interesse dos alunos. Para isto, faz-se necessário o planejamento do
uso da TICs nas aulas. A utilização destas ferramentas, devem ser direcionadas,
pois, tendem favorecer a dispersão dos alunos, uma vez não direcionada. No
entanto, diante de tantas mudanças provenientes do crescente desenvolvimento
tecnológico, faz-se necessário na educação, construir novas concepções
pedagógicas a partir do planejamento oriundo do interesse dos alunos.
A era atual das tecnologias da informação e comunicação estabelece uma nova forma de pensar sobre o mundo que vem substituindo princípios, valores, processos, produtos e instrumentos que mediam a ação do homem com o meio. (Carvalho, apud, Pierre Lévy, 1996).
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De acordo com esta necessidade, e a pretensão de contribuir, para que
através da apropriação das tecnologias os professores e alunos tenham a
capacidade de discernir como e quando utilizá-la, o uso das TICs, tornar-se um
grande desafio, pois a inclusão destas ferramentas perpassa por um período
de construção adaptativo conceituado como democrático. Em consonância com
a prática pedagógica a democracia para utilização das tecnologias, precisam
acontecer de maneira crítica com o intuito de compreender, propor e desenvolver
as estratégias de construção, objetivando possibilitar um serviço de uma
educação preocupada com a mudança na sociedade, pretendendo a
democratização dos saberes e das mídias.
A utilização das TICs em sala de aula, torna-se um grande desafio, porém
abre um grande e oportuno “túnel do saber”, pois o objetivo principal da prática
pedagógica deve ser a ampliação do saber dos educandos, utilizando-se de
todos os meios tecnológicos de informação e comunicação. Muitos são os
recursos tecnológicos que podem facilitar o processo de ensino e aprendizagem.
Entre os recursos que podem ser utilizados em sala de aula está o celular, o
principal produto das TICs, que ganha destaque e importância neste quesito
entre crianças e jovens.
Com diversos aplicativos e rico em recursos audiovisuais, possibilita o
ligamento de imagens, sons, textos e diversos softwares educativos de apoio
aos conteúdos curriculares que podem estimular os alunos para a
aprendizagem. Entre o celular, temos ainda o computador que desperta no
professor o anseio de maturação em suas aulas. Através de aulas planejadas o
uso do computador, possibilita o cruzamento de informações e a aprendizagem
significativa, manipulada pelo desejo de ensinar pelo despertar da atenção e
concentração desenvolvida pelos recursos audiovisuais que o computador
possibilita.
Contudo, ao utilizar tais ferramentas em sala de aula, é necessária uma
longa discussão entre educadores e educandos. De um lado o educador que
deseja maturar suas aulas, a partir de ferramentas poderosas para desenvolver
a tenção e concentração dos educandos e alcançar uma de troca generalizada
23
de saberes. Em contrapartida, temos educandos, que ao longo da história que
sucedeu os paradigmas da educação, foram imolas de professores detentore s
do saber, mediados por aulas cansativas e repetitivas, apresentam-se dispostos
e propensos de interesse por projetos e atividades que utilizem recursos
tecnológicos.
O ato de gostar equivale ao ato de querer conhecer, ou seja, temos mais
chance de explorar a aprendizagem do aluno quando são propostas atividades
que têm significado para ele, sendo o para quê? E o porquê? Por conseguinte,
para que se tenham condições de formar uma visão crítica fundamentada sobre
o uso das tecnologias, é preciso pesquisar sobre o que elas têm a oferecer à
educação.
A escola com que sonhamos é aquela que assegura a todos a formação
cultural e científica para a vida pessoal, profissional e cidadã. O mundo está
globalizado pelos meios de comunicação (televisão, Internet, jornais, revistas,
músicas). Entre duas vertentes está à escola e a sala de aula, que necessitam
dialogar com esse mundo cibercultural. Perceber o potencial da comunicação
contemporânea não significa repeti-lo, mas estabelecer um elo com a percepção
do aluno, para que através da apropriação das tecnologias tenham a capacidade
de discernir como e quando utilizá-la. Concomitantemente, o direito para uma
aprendizagem significativa mediada pelo uso das Tecnologias de Informação e
Comunicação está descrita na Lei de Diretrizes e Bases. (1996), favorecendo
uma inquietação para o uso das ferramentas da tecnologia para o
desenvolvimento da aprendizagem:
Seção III - Do Ensino Fundamental
Art. 32º. O ensino fundamental, com duração mínima de oito
anos, obrigatório e gratuito na escola pública, terá por objetivo a formação básica do cidadão, mediante:
I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo;
II - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade;
24
III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores. (BRASIL,1996)
Entre as leis pertinentes de uma educação voltada para os valores e
aprendizagem de fato significativa, está a Constituição Federal (1988), que
apresenta os direitos e deveres de cidadão, tais como: a educação, a moradia,
o trabalho, o lazer, a saúde, entre outros é um direito social. Ou seja, não é um
favor do Estado para as pessoas, pelo contrário, como é entendida como um
direito, a educação pode e deve ser exigida dos órgãos competentes quando
esse direito for violado ou desrespeitado.
O Artigo 205 da Constituição Federal afirma:
A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (BRASIL, 1988)
A sala de aula contemporânea abre as cortinas, para o público exigente e
que busca experiências, interações sociais e aprendizado que façam sentido as
suas vivencias. Costa (20014, apud. Perrenoud 2000), aponta de forma enfática
que “escola não pode ignorar o que se passa no mundo”. Há séculos que as
escolas atuam quase da mesma maneira, poucas foram as mudanças. Muitas
ainda trabalham sobe sistemas tradicionais em crendices, que o aprendizado
acontece através habilidades de decorar informações. Para tal mudanças muitos
professores ainda tímidos, começam a se preocupar com a necessidade das
transformações, buscando sua capacitação com o intuito de desenvolver a
melhor forma de ensinar sintonizada com as mudanças da contemporaneidade.
Porém, os desafios trazem consigo os medos, pois a internet apresenta
performances de linguagem assustadoras e poderosas. A internet como rede de
computadores, a todo instante compartilha em frações de segundas informações
sobre notícias, jogos, leituras, músicas, negócios, etc. Entre todas as
concepções há os espaços virtuais denominados de fontes de informações,
entre estes espaços há o que chamamos de: Word Web Wide (www). Esta
25
ferramenta de domínio para informações é uma mídia muito potente e faz parte
da rede. Nesta página, encontramos ou incluímos em frações de segundos de
velocidade, sons, imagens, animações, texto e vídeos.
Contudo, a internet também oferece seus perigos. Por ter tanta facilidade
de acesso de qualquer lugar do planeta, muitas destas informações podem
oferecer riscos. O educador, precisa ter um olhar atento, para que as TIC não
saturem a proposta pedagógica. As ferramentas tecnológicas e seu uso
pedagógico, exige do educador capacitação que alcance os conhecimentos
básicos dos currículos da educação formal. De um lado temos alunos que
utilizam a linguagem digital a todo momento, de forma diversificada, ora escutam
música, encaminham mensagens instantâneas e do outro lado, professores que
utilizam de artifícios poucos prazerosos, oferecendo conteúdos retirados do
quadro, gastando-se energia e tempo para compila-los.
Segundo dados de uma pesquisa realizada no Brasil 2010, pelo
Ibope/NetRating os brasileiros são os ganhadores em tempo gasto de
navegação pela Web. (COSTA,2014, p. 34). Neste sentindo, a escola precisa
ser enfática em seus propósitos educacionais, para que alcancem seus
objetivos. O modismo é outro perigo que ronda a educação, dentre alguns há o
que chamamos de Internetês. Um tipo de linguagem dinâmica, com variações de
gírias e vícios de linguagem. O Internetês é uma forma de linguagem utilizada
nos Chats e mensagens instantâneas pelos jovens com a justificativa de ser mais
curta e rápida com menos caracteres, consumindo menos tempo do usuário. O
perigo é o uso excessivo desta linguagem.
Há duas vertentes, uma poderá trazer facilidade nas redes sociais que
utilizam de uma determinada quantidade de caracteres aceitos, e o uso abusivo
desta liberdade da internet. As crianças em idade escolar, precisam vivenciar e
experimentar através dos canais sensoriais, como sua língua é aplicada em seu
país. Os sentidos da visão e audição são os mais utilizados neste processo.
Quando os modelos estão invertidos, pode ocorrer prejuízos na linguagem
porque ficam falando e escrevendo pelos maneirismos do Internetês. Em
contrapartida, os desafios com o uso de novas modalidades não podem ser
vistos como inimigas dos professores. Partindo então para a conscientização dos
26
alunos, quanto ao ambiente adequado para utilização do Internetês. Promover
projetos que favoreçam o acesso linguístico dos alunos, como utilizar e para que
utilizar, das gírias e maneirismos, precisam estar explícitos nos objetivos
específicos do planejamento diário.
Diante a tantos desafios, oferecer possibilidades com uso das TICS em
sala de aula é desafiador, porém instigante. Muitas práticas podem ser
incorporadas com o uso da internet, possibilitando a aprendizagem de maneira
significativa. Abaixo algumas sugestões pertinentes e de uso no ambiente
educacional.
Quadro informativo: Ferramentas e finalidades.
FERRAMENTAS FINALIDADE
Correio eletrônico Forma de tirar dúvidas
Chat Interação de alunos e professores,
professores e alunos, alunos e alunos,
professores e professores.
Fórum Correio eletrônico, é um espaço de
compartilhamento de dúvidas e
sugestões.
Área de Download Com conteúdo visando à autoinstrução
e aos subsídios.
Webquest, Wikis, Blog Instrumentos de comunicação e
interatividade.
Redes Sociais Favorecem a interação e podem ser
poderosas ferramentas.
Podcast Importante ferramenta que pode
dinamizar o ensino e estimular os alunos.
Fonte: COSTA, 2014. p, 86
27
E importante salientar que os professores do século XXI, devem ser
seletivos em suas ferramentas tecnológicas, mas preferencialmente, possuir:
projetor multimídia, computador portátil, caixas de som ou subwoffers. Tais
ferramentas potencializam o que chamamos de “Kits necessários para aula
dinâmica e didática. ” Contudo, não necessariamente precisamos de todo o
aparato para oferecermos aulas de qualidade, mas o uso da tecnologia é um
potencializador de associação dos canais sensoriais da visão e audição.
No entanto utilizar receitas prontas não será produtivo, porém o trabalho
desenvolvido precisa ser significativo com efeito da sua utilização. O uso da TICs
pelos professores em suas práticas pedagógicas é incorporado em inúmeras
possibilidades, dentre estas o uso dos celulares, câmeras digitais e
computadores, abrilhantam os percussores de interesse dos alunos,
dinamizando e facilitando a construção do conhecimento. Outra questão
importante e necessária, é a utilização do próprio espaço destinado à
aprendizagem em sala de aula. Segundo Paulo Freire (COSTA, apud 2014, p.
90) a melhor aula que pode ser dada pelos professores é aquela que os alunos
cansam, mas não dormem. Continuando a reflexão de Freire (2001), o ensino
precisa ser envolvido pela curiosidade:
O aprendizado do ensinante ao ensinar não se dá necessariamente através da retificação que o aprendiz lhe faça de erros cometidos. O aprendizado do ensinante ao ensinar se verifica à medida em que o ensinante, humilde, aberto, se ache permanentemente disponível a repensar o pensado, rever-se em suas posições; em que procura envolver-se com a curiosidade dos alunos e dos diferentes caminhos e veredas, que ela os faz percorrer. Alguns desses caminhos e algumas dessas veredas, que a curiosidade às vezes quase virgem dos alunos percorre, estão grávidas de sugestões, de perguntas que não foram percebidas antes pelo ensinante. Mas agora, ao ensinar, não como um burocrata da mente, mas reconstruindo os caminhos de sua curiosidade – razão por que seu corpo consciente, sensível, emocionado, se abre às adivinhações dos alunos, à sua ingenuidade e à sua criatividade – o ensinante que assim atua tem, no seu ensinar, um momento rico de seu aprender. O ensinante aprende primeiro a ensinar mas aprende a ensinar ao ensinar algo que é reaprendido por estar sendo ensinado.
Disponível: http://www.scielo.br/pdf/ea/v15n42/v15n42a13.pdf
A curiosidade no ambiente escolar é possível, quando a proposta da
escola é promover o ensino humilde que corrobora, que quem ensina, precisa
28
aprender. O prazer do aprender, advém das propostas e desafios oferecidos em
sala de aula. Aproveitar o próprio espaço físico da sala para inserir as TICs
provoca o interesse aos desafios sem o deslocamento dos alunos. As mudanças
do ambiente provocam disfunções de pensamento, que as aulas são apenas
diferentes quando se dirigem para outros espaços, favorecendo a perda dos
vínculos do ambiente destinado a aprendizagem. Oferecer aulas expositivas com
o uso de projetores, trazendo o que há de riqueza em unir imagens e teoria,
provoca interesses nas anotações dos pontos importantes, associar o conteúdo
através dos sentidos da visão e da audição, possibilitando acessar a memória
mnemônica.
O celular é outra ferramenta de interesse, porém as mais desafiadoras no
ambiente educacional, por facilitar o acesso as redes sociais, pode oferecer
riscos de distrações. No entanto, planejar o seu uso promove senso de
responsabilidade aos educandos e potencializa áreas de linguagem e
comunicação. Seus fins pedagógicos apresentam diversas funcionalidades, em
vista este instrumento ser uma realidade presente na vida de muitos educandos.
O uso dos celulares na sala de aula pode ser utilizado pelos educadores em
projetos e concursos de vídeos, exposição de fotografias e pesquisas botânicas,
capacitando os educandos através dos registros diários, analisar e avaliar seus
registros de forma rápida e favorável ao acesso da tecnologia.
Deve-se considerar que muitos são os desafios contemporâneos,
possibilitando o pensar na busca da melhor “formula mágica de ensinar diante
as diversidades educacionais. ” Porém, observar e analisar o público que temos
nos ambientes educacionais, avaliando suas culturas, áreas de interesses e
intervindo levando em consideração suas especificidades para promover
desenvolvimento é de fato, ter um compromisso com a educação.
29
CAPÍTULO III
NEUROCIÊNCIA E TECNOLOGIA – CONTRIBUIÇÕES
POTENCIALIZADORAS PARA APRENDIZAGEM
O cérebro é a parte mais desenvolvida do encéfalo. Seu aspecto é
semelhante ao miolo de uma noz e sua massa de tecido apresenta cor cinza-
rósea, com divisões especificas em suas características, apresentando duas
substancias: branca (região central) e cinzenta (córtex cerebral). Seu peso é
aproximado de 1,3 kg, apenas 2% do corpo humano. Contudo, 25% do sangue
que é bombeado pelo coração é recebido pelo cérebro. O cérebro é a máquina
mais poderosa que existe, portanto, a mais estudada pelo homem. Contudo o
cérebro não requer treinamento especial ou equipamento para apresentar sua
potencialidade.
Segundo Relvas (2017) a construção do cérebro inicia-se ainda na
gestação, logo durante o primeiro mês o sistema nervoso começa a desenvolver-
se no embrião, através de grupos de células que por sinais químicos levam
informações. A placa neural que percorre a extensão do feto para o
desenvolvimento das extremidades, forma o tubo neural, mais tarde com a
gestação mais madura, transformará no cérebro e na medula espinhal. O estágio
final da maturação do sistema nervoso, dará ao sexto mês de gestação, quando
o processo de mielinização estiver em desenvolvimento para a formação da
bainha de mielina. Este processo se intensifica após o nascimento e podendo
chegar até aos 30 anos de vida.
Após o nascimento o cérebro infantil apresenta uma exuberância e
excessiva de sinapses provocadas pelos estímulos externos. A produção
sináptica continua até o início da adolescência, quando então começa a reduzir
por eventos regressivos. Porém, os estudos da Neurociências contribuem com
a compressão do cérebro e como acontecem os processos da aprendizagem. A
neuroplasticidade é definida pela neurociência como a capacidade do cérebro
se organizar através dos padrões sinápticos, provocando novas capacidades
intelectuais, crescimento do organismo e modificabilidade de comportamento.
30
Os estímulos externos provocados, quando recebidos e potencializados na
infância, permitem conexões neurais. Muitos são os estímulos e ferramentas,
mas o lúdico é o campeão, pois o brincar não traz ideia de obrigatoriedade,
sendo, portanto, fundamental para o desenvolvimento infantil.
A apropriação das competências do desenvolvimento humano,
expressa sugestão de neuroplasticidade, de cunho transformador entre corpo,
motricidade cérebro e mente. Os seres humanos não nascem imaturos e com
imperícias múltiplas, por isto precisam de vinculação emocional e afetiva, assim
como proteção social ao longo de sua vida. (FONSECA, 2018, p. 66).
Corroborando com os estudos da neurociência, para potencializar habilidades
que provoquem novas redes neuronais é necessário compreender de maneira
sistêmica o desenvolvimento humano, assim como os processos se espelham
nas mudanças, correlacionando os sentidos entre corpo, motricidade cérebro e
mente.
O desenvolvimento cognitivo das crianças e suas competências
adaptativas são consolidadas e incorporalizadas em interação mútua, integradas
em propriedades neurofuncionais do sistema sensorial e sistema motor. A
neurociência como a ciência que estuda o sistema nervoso e suas ligações com
toda a fisiologia do organismo, incluindo a relação entre cérebro e
comportamento. O controle neural das funções vegetativas, digestão, circulação,
respiração, homeostase, temperatura das funções sensoriais e motoras, da
locomoção, reprodução, alimentação e ingestão de água, os mecanismos da
atenção e memória, aprendizagem, emoção, linguagem e comunicação
(VENTURA, 2010), traz em seus estudos e pesquisas, modificabilidade no
repertório educacional, abrangente e especifico ao ambiente da sala de aula. A
prática bem planejada e representativa das funções das áreas cerebrais cheias
de informações multifacetadas, dispõem de significado para o professor, que
busca respostas de como atingir o objetivo de suas aulas, assim como alcançar
o seu objeto de desejo “ a aprendizagem de seus alunos. ”
Os alunos que chegam a escola, estão desejosos de compreender qual
função deste ambiente educacional fechado ainda para inovações. Suas
31
vivencias e experiências externas estão ligadas ao imediatismo das informações,
pelo uso acessível da internet Informações rápidas e prazerosas, pois o acesso
rápido possibilita a produção de neurotransmissores como a dopamina no
cérebro, dando a sensação de motivação, atenção, aprendizado e recompensa.
A educação contemporânea dialoga com os referencias teóricos com
base nos estudos da origem da linguagem, desenvolvimento cognitivo e déficits
no processo da aprendizagem. O ponto importante para a reflexão está
organizado na linha do tempo: cérebro primitivo, geração Y (1980 e 1995) e
geração Z (2000). A geração Z apresenta, segundo Relvas (2017), déficits
operacionais de memória de curto prazo. O uso excessivo das ferramentas
digitais, enfraquecem aspectos neuropsicomotores, necessários para o
desenvolvimento do pensamento e da memória de longo prazo.
A aprendizagem acontece pelas experiências sensoriais, permeadas
pelas janelas da audição, visão e tato. A medida que os neurônios são
estimulados respondem ao potencial da ação. A escola de ambiente provedor de
estimulo para aprendizagem cognitiva e conativa, precisa utilizar as portas
sensoriais de processo para informações de habilidade auditiva e de cinestesia.
O uso demasiado apenas da visão, atrofia outras habilidades que precisam ser
fortalecidas, principalmente para o desenvolvimento do pensar. A geração
apresenta menor tolerância as frustações, dificuldade para separar fantasia da
realidade, muitas vezes estes déficits são potencializados por jogos eletrônicos
que usam o sistema de recompensas através da pontuação por quantidades de
tiros que são disparados, não apresentando limites e habilidades metacognitivas.
Evidências cientificas demonstram que a existência de fatores genéticos
está previamente programada individualmente em cada cérebro. Para Relvas
(2017), a eficácia maturacional está relacionada a atenção dada ao estímulos
oferecidos, não em excessiva quantidade, mas na qualidade que será oferecido.
Importante salientar que a contribuição da neurociência no estudo dos processos
evolutivos do desenvolvimento cognitivo, motor, psicológico e social dialogam
com a percepção de Kandel (2013), que afirma que o “sistema nervoso é
responsável pela construção da mente humana e do comportamento humano. ”
32
Ambos perpassam pelo crescimento e desenvolvimento humano. (RELVAS,
2017, apud. KANDEL, 2013).
Com base nas contribuições das neurociências, compreender que
nenhuma área do cérebro assumirá sozinha um comportamento humano
voluntário ou superior, porque ambas necessitam desempenhar funções
psíquicas que estão fundamentadas em uma interação dinâmica e sistêmica de
comunicação entre as áreas, reconhecer a neurobiologia através das regiões do
córtex cerebral e sua funcionalidade, oportuniza o desenvolvimento de
competências e habilidades.
O educador que está na sala de aula ao planejar suas aulas, poderá
beneficiar-se da neurociência de maneira distinta, estimulando através dos
conteúdos as áreas responsáveis pela aprendizagem. O córtex cerebral é
constituído por células neuroglias e de neurônios, protegido por uma camada de
tecido fino e de estrutura laminar divido por áreas denominadas de lobos
cerebrais com funções distintas: O lobo frontal por exemplo está localizado na
área frontal da testa, responsável pelo planejamento das ações, movimentos e
pensamentos abstratos. O lobo occipital localizado na área da nuca é
especializado no processamento e na percepção visual. O lobo parietal
encontra-se região superior central da cabeça está inteiramente envolvido na
recepção e processamento das informações sensoriais do corpo, e o lobo
temporal está localizado na região lateral, sob as orelhas responsável pela
memória, audição, processamento e percepção de informações sonoras,
capacidade de entender a linguagem e ao processamento visual de ordem
superior.
Compreender as áreas necessárias e importantes da aprendizagem,
aproxima os professores do “objeto de desejo, ” anteriormente mencionado,
porém ainda não conquistado. Para que seja otimizada as áreas, é necessária
ativação das áreas da emoção. O sistema límbico localizado na região
subcortical do cérebro e envolvida na relação do presente e passado (imediato
de curto e longo prazo), integra as estruturas importantes para a memória e a
aprendizagem, como a amígdala, o hipocampo, o córtex cingulado e os corpos
33
mamilares. A emoção prepara o organismo para reações psíquicas a
determinadas circunstâncias que procedam os sentimentos, divididos em dois
tipos de procedimentos adaptativos: os facilitadores que estão marcados pelas
predileções, tendências, propensões e os inibidores marcados por bloqueios,
resistências, desmotivações e sofrimento.
Os processos conativos são impactantes nas funções cognitivas e
dominante das funções executivas, favorável em todo processo da
aprendizagem. Em contrapartida o sistema límbico em situação vulnerável pode
criar barreiras as habilidades conativas, favorecendo a desmotivação, a
desorganização, a perda da atenção, criatividade, e conquistas de objetivos.
Com a fragilidade das funções conativas, as funções cognitivas e executivas,
perdem a coerência, a sinergia e a consequência é a desfocagem atencional,
um desinvestimento emocional (FONSECA, 2014).
Pela relevância, tais funções conativas assumem por natureza um papel
crucial na aprendizagem, atribuindo a função integradora e transcendente que é
a aprendizagem. A transição operante da aprendizagem de um estágio imaturo
para um estágio final e fluente, seja aprender a ler, escrever, andar de bicicleta
reveste-se de desempenho que envolvem sentimentos de competências e
prazer. O cérebro humano dispõe de substratos neurológicos que são
responsáveis pela gratificação ou recompensa, decorrente do êxito. Nós
humanos somos a espécie que mais depende da aprendizagem, pois nascemos
para aprender a aprender, no entanto este processo apenas acontece se a
conação estiver disponível.
Segundo Cunha (1986, apud Costa, 2016), que a origem do aprender é
igual apropriar-se, segurar, prender, compreender. Contudo, nem sempre o
aprender anda junto com o ensinar. Em muitas situações, muito se ensina, e
pouco se aprende. O ensino é a aprendizagem são uma via de mão dupla, com
necessidades de ressignificação, pois constitui-se uma alteração biológica de na
comunicação dos neurônios. As redes que se formam, levam informações
apreendidas que podem ser evocadas e retomada com facilidade e rapidez.
34
Compreendendo que o processo ensino e aprendizagem está interligado
a emoção, a oferta de estímulos que são oferecidas aos alunos (as), precisam
estar relacionados a esta informação. Os recursos oferecidos como estratégias
precisam oferecer interesses para aprendizagem. Neste sentido, as TICs, são
ferramentas de interesses de crianças e jovens. Correlacionar a aprendizagem
por vias sensórias e de extrema importância, porém, as TICs oferecem a
otimização do processo, pelo canal visual, auditivo. A religação do saber
apresenta complexidade de manter áreas atencionais, desta maneira os
estímulos ambientais são preciosos no processo de desenvolvimento cognitivo.
De acordo com Mercado (2002):
O objetivo de introduzir novas tecnologias na escola é para fazer coisas novas e pedagogicamente importantes que não se pode realizar de outras maneiras. O aprendiz, utilizando metodologias adequadas, poderá utilizar estas tecnologias na integração de matérias estanques. A escola passa a ser um lugar mais interessante que prepararia o aluno para seu futuro. A aprendizagem centra-se nas diferenças individuais e na capacitação do aluno para torná-lo um usuário independente da informação, capaz de usar vários tipos de fontes de informação e meios de comunicação eletrônica. (MERCADO, 2002, apud. COSTA, 2014. p, 77)
Corroborando que as TICs oferecem novas formas de aprender e ensinar,
quando bem aplicadas, tornam o ensino escolar mais atrativo. Provoca
questionamentos que promovem pesquisas. De acordo com as escolhas do uso
das TICs em sala de aula necessário que o educador tenha criatividade e seja
seletivo no seu uso, isto porque existem dois fins fundamentais: fins pedagógicos
e fins sociais. O pedagógico que proporciona aos professores a transmissão e
construção do conhecimento. Já o social a finalidade é repassar aos alunos
conteúdos tecnológicos. Portanto, para o uso das TICs em sala de aula, é de
fato importante que os professores tenham estas duas finalidades incutidas na
prática pedagógica. (COSTA, 2014.apud. TARJA, 2001).
O papel da escola em especial é incorporar nos professores a curiosidade
e o senso de pesquisa para utilização da TICs de modo acrescentar informações
que otimizem os processos de aprendizagem com diversos tipos de ferramentas.
35
No entanto, o cuidado e seletividade ao uso em excesso, está na preocupação
em não correr riscos de ser ter a segregação social dos alfabetizados e
analfabetos digitais. É papel da escola inserir seus alunos no mundo globalizado
e tecnológico, porém não os privando das realidades em que eles próprios estão
imersos e habituados. Os recursos tecnológicos contribuem de maneira positiva
e satisfatória, para a aprendizagem dos alunos e auxiliam os professores.
Na educação seu uso está em destaque por possibilitar autonomia nos
educandos. Em função da gama de ferramentas que os Softwares disponíveis
apresentam, os alunos ficam mais motivados, tornam-se mais criativos, a
curiosidade é aguçada e habilidades de empatia são estimuladas e
desenvolvidas entre eles, pois se ajudam, dialogam entre si. Alunos com
dificuldades manter-se em concentrado, tornar-se mais concentrado por
favorecer sua socialização. O uso desenvolve desejo e formas de comunicação,
motivando aprender novas línguas. É uma fonte de pesquisa escolar que
contribui para o desenvolvimento das habilidades de comunicação e de estrutura
lógica do pensamento.
Neste sentido a neurociência contribui no embasamento do uso adequado
das TICs no ambiente de sala de aula. O uso favorece nos receptores de
atenção, como a visão e audição. A visão é o maior canal da aprendizagem,
sendo, portanto, muito utilizado nos processos da manutenção da atenção.
Contudo, a atenção depende de outras variáveis como motivação e organização.
Segundo Fonseca (2016), a atenção compreende um organização interna
(proprioceptiva, tátil- quinestésica) e externa ( exteroceptiva, visual e auditiva) de
estímulos, organização essa indispensável à aprendizagem; caso contrário, as
mensagens sensoriais são recebidas, mas não integradas.
De acordo com as variáveis de manutenção da atenção e sua presença
no processo da aprendizagem, é necessário renovar e inovar os materiais
didáticos e a apresentação de estímulos. A atenção é controlada pelo tronco
cerebral, mais exatamente pela substancia reticulada, que tem a função de
regular a entrada e a seleção integrada dos estímulos, bem como o estado tônico
de controle. Quando a atenção seletiva está empobrecida, o sujeito fica inquieto,
36
ruidoso, turbulento, excitado e distraído, apresentando muitas vezes
comportamentos impulsivos, podendo tornar-se agressivas, insatisfeitas,
frustradas e emocionalmente instáveis. Utilizar e manipular ferramentas digitais
em sala de aula, proporciona a manutenção da atenção, por compreender que a
visão possibilita a percepção da informação, que associadas pelas informações
perceptivos auditivas, apuram e resinificam as informações apresentadas. A
criança em fase de aprendizagem, necessita receber informações que
possibilitem o refinamento das percepções, mas que não lhe causem confusões ,
promovendo conclusões erradas e que se tornem embaraçosas para si ou para
outras.
Em contrapartida, a escola precisa estar em constante manutenção do
uso seletivo das suas ferramentas didáticas, para que os problemas perceptivos
sensórios não se arrastem ao logo dos anos escolares. É nítido nas carteiras
escolares observarmos alunos conscientes dos seus problemas,
desencorajados e sem desejo pela escola. Proporcionar didáticas diferenciadas
e humanas, implica em levar em consideração os estudos da neurociência e sua
contribuição no desenvolvimento de planos didáticos que ativem áreas
especificas no cérebro. Efetivamente a neurociência une e integra com
intencionalidade e reciprocidade afetiva a valorização da emoção nos processos
da aprendizagem.
O perfil do sujeito aprendente precisa ser instável emocionalmente, ele
precisa ser encorajado, valorizado, para que não seja posto em perigo por
inúmeras disfunções cognitivas, que apresentem falta de empatia,
despreocupação, ressentimento, desconfianças, inconformidade, egocentrismo
e inabilidade afetiva. Em suma deixar de oferecer abordagens ou estratégias
que potencializem áreas especificas as necessidades inerentes aos educandos,
é provocar socialização inadequada com comportamento desviante, disfunções
cognitivas que podem pôr em risco o seu ajustamento escolar e social.
As TICs agem como instrumentos de passagem de informações teóricas
descontextualizando para a prática. Proporciona um olhar diferente do mundo,
permitem o desenvolvimento do aluno nas diversas áreas, fazendo-se
37
necessária nas instituições de ensino, porém, é relevante afirmar que jamais será
substituível aos professores, pois para haver aprendizagem são necessárias as
interações afetivas e sociais, consolidadas pela emoção.
38
CONCLUSÃO
Neste artigo, foram analisados os desafios do uso das Tecnologias de
Informação e Comunicação nos ambientes educacionais. No entanto, em uma
perspectiva neurocientifica, atrelada a neurociência em sala de aula o uso da
TICs são necessárias por compreender que os alunos do século XXI, são
dotados de habilidades e interesses diferenciados. O uso de equipamentos e
ferramentas digitais, são favoráveis nos receptores de atenção, como a visão e
audição. A visão é o maior canal da aprendizagem, portanto, muito uti lizado nos
processos da manutenção da atenção. Em outras variáveis como motivação e
organização a visão e audição (canais sensoriais), necessitam de uma
organização interna e externa de estímulos, caso contrário, as mensagens
sensoriais são recebidas, porém não integradas.
A renovação e inovação dos materiais didáticos e a apresentação e a
disposição de maneira organizada em sala de aula estimulam as áreas
atencionais do córtex cerebral e do lobo frontal. A atenção sustentada faz parte
do processo da aprendizagem, portanto é controlada pelo tronco cerebral,
substância reticulada, que tem a função de regular a entrada e a seleção
integrada dos estímulos, bem como o estado tônico de controle. Quando a
atenção seletiva está prejudicada, há disfunções no sujeito que fica
emocionalmente instável, trazendo muitos prejuízos pedagógicos.
A escola contemporânea percebe que precisa resinificar suas práticas,
pois o mundo está globalizado pelos meios de comunicação e seu público não é
mais o mesmo, a geração Touchscreen domina os bancos escolares, são
exigentes e o que é oferecido como modulador de atenção não traz significado.
A pesquisa apresentou que o uso das TICs no ambiente de sala de aula é de
fato otimizadores para aprendizagem do cérebro. No entanto, jamais serão
substitutas dos mediadores da aprendizagem, professores que precisam integrar
o vínculo afetivo e a emoção em todo processo cognitivo e social da
aprendizagem, bem como relacionar as funções conativas, cognitivas e
executivas. O problema desta pesquisa não será esgotado, por
39
compreendermos que a escola com que sonhamos é aquela que assegura a
todos a formação cultural e científica para a vida pessoal, profissional e cidadã
de seus alunos, assim como sua relação com este público é de oferecer-lhes
protagonismo com base em emoção e afeto para o ensino humano e de
continuidade dos valores que capacitarão uma sociedade para a construção de
novas abordagens com novos olhares para aprendizagem.
40
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ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 02
AGRADECIMENTO 03
DEDICATÓRIA 04
RESUMO 05
METODOLOGIA 06
SUMÁRIO 09
INTRODUÇÃO 10
CAPÍTULO I 13
História das Tecnologias no Ambiente Educacional
CAPÍTULO II 21
Tecnologia e Sala de Aula – Desafios da Contemporaneidade
CAPÍTULO III 29
Neurociências e Tecnologia – Contribuições Potencializadoras para
Aprendizagem
CONCLUSÃO 38
BIBLIOGRAFIA 40
WEBGRAFIA 41
ÍNDICE 44