UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
AS IMUNIDADES AOS IMPOSTOS
Por: Fernanda Oliveira Baptista de Araujo Frazão
Orientador
Prof. Anselmo Souza
Rio de Janeiro
2012
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS
Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada
como requisito parcial para obtenção do grau de
especialista em Direito Público e Tributário.
Por: Fernanda Oliveira Baptista de Araújo Frazão.
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AGRADECIMENTOS
Sempre, sempre, sempre, o maior
agradecimento de todos será a Deus.
Posteriormente aos meus pais e meu irmão
que são a base da minha vida. Aos meus
tão queridos amigos, irmãos que eu escolhi
para mim, que sempre me apóiam e
acreditam no meu potencial.
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DEDICATÓRIA
Dedico esta monografia aos meus avós que
patrocinaram os meus estudos até o último
instante; Aos meus pais que nunca deixaram
que o ensino me faltasse, sempre me
ensinaram valores, nunca me deixando desistir
e mostrando a importância da erudição, desde
criança. Esta monografia é mais uma vitória,
mais uma conclusão da minha vida de
estudante, esperando ainda que muitas outras
venham e que a dedicatória possa se estender
a futuros filhos, futuros netos...
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RESUMO
Esta monografia visa expor as imunidades tributárias pelo prisma da atual
Constituição da República Federativa do Brasil. Será analisado algumas imunidades
existentes no artigo 150 da Carta Magna, imunidades sobre taxas, e quem são as
pessoas que tem direito a todos estes benefícios.
A monografia é pautada em artigos jurídicos e livros de direito tributário.
Os resultados deste trabalho serão apresentados no momento da conclusão.
Palavras- Chave: Imunidades; Tributos; Taxas; Constituição da República Federativa do Brasil.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 07
CAPÍTULO I – Imunidades, Isenções e não-incidência 09
1.1 – O que são imunidades tributárias 09
1.2 – O que são isenções tributárias 11
1.3 – O que são as não-incidências 11
CAPÍTULO II - Os Tributos 14
2.1 – Imposto 14
2.2 – Tributo 21
2.3 – Taxas 22
2.4 – Contribuições 23
2.5 – Empréstimos Compulsórios 27
CAPÍTULO III - O estudo das Imunidades com base na CRFB/88 29
3.1 – Pessoas físicas/jurídicas que possuem imunidades aos impostos 29
3.2 – Outras imunidades elencadas no artigo 150 CRFB/88. 31
3.3 - Imunidades das taxas 33
3.4 – Os beneficiários das imunidades aos impostos 34
3.5 – Quem goza dessas isenções? 34
3.5.1 – Qual grupo tem direito a estas isenções? Por quê? 36
CONCLUSÃO 38
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 40
BIBLIOGRAFIA CITADA 41
ÍNDICE 42
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INTRODUÇÃO
O presente trabalho é um estudo aprofundado a respeito das Imunidades
Tributárias, tendo como base a Constituição da República Federativa do Brasil -
CRFB/88.
Será explicado o que são: taxas, tributos, isenções, imunidades, não
incidência, tarifas, enfim, nomes estes tão conhecidos pela maioria dos cidadãos
brasileiros, mas que nem sempre todos conseguem compreender o que significa
cada um deles. A maioria não sabe porque paga ou porque deixa de pagar. Muitas
vezes, centenas de pessoas ignoram os seus direitos e acabam pagando, e caro,
pela falta de informação.
O tema escolhido foi estudado com foco especificadamente nas
imunidades referente aos impostos que determinadas pessoas físicas e pessoas
jurídicas possuem, além daquelas que constam no artigo 150 da Constituição da
República Federativa do Brasil.
Pessoas com doenças crônicas, Igrejas, Partidos Políticos possuem
imunidades a determinados impostos. Na presente análise verificaremos quais são
estes e por que algumas pessoas físicas e algumas pessoas jurídicas possuem esta
imunidade, qual será a razão que faz com que o Fisco se abstenha de tributar as
pessoas acima mencionadas?
O estudo aqui desenvolvido foi pautado em pesquisas de internet, fóruns
jurídicos confiáveis, como por exemplo, os sites da Suprema Corte, livros como o
Código Tributário Nacional, além de livros dos conhecidos autores tributaristas,
como o Professor Ricardo Lobo Torres e o Professor Claudio Carneiro.
No primeiro capítulo faremos uma análise do que são as imunidades, as
isenções e as não incidências.
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No segundo capítulo será abordado os tributos, assim como os impostos,
as taxas, as contribuições de melhoria e os empréstimos compulsórios.
No terceiro capítulo será realizado o estudo das Imunidades com base na
CRFB/88, e também as imunidades do artigo 150 da CRFB/88.
No quarto e último capítulo tem-se a apresentação da Conclusão do
presente estudo.
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CAPÍTULO I
IMUNIDADES, ISENÇÕES E NÃO-INCIDÊNCIAS
Ao fazer uma busca pelo dicionário online de língua portuguesa,
encontramos a seguinte definição de imunidade: “Privilégio, direito, prerrogativa:
imunidades diplomáticas”.
Ainda no mesmo site buscamos a definição de isenção: “Privilégio ou
prerrogativa que livra, isenta, exime ou desobriga alguém de alguma coisa: obter a
isenção de impostos”. (http://www.dicio.com.br/isencao/).
Na mesma linha do dicionário buscamos o significado de incidência: e
encontramos: “Qualidade do que é incidente; ato de incidir.” A contrario sensu a
não-incidência seria o que não incide; o ato de não incidir.
(http://www.dicio.com.br/incidencia/).
A designação que encontramos no dicionário online da língua portuguesa
de “isenção” e “imunidade” não são muito claras para quem gostaria de saber
exatamente a diferença entre cada uma delas. Veremos as definições técnicas de
não-incidência, isenção e imunidades a seguir.
1.1 – O que são imunidades tributárias
O professor Ricardo Lobo Torres entende por imunidades:
“consistem na intributabilidade absoluta ditada pelas liberdades
preexistentes. A imunidade fiscal erige o status negativus libertatis,
tornando intocáveis pelo tributo ou pelo imposto certas pessoas e
coisas” e aduz que “pouco ou nada tem que ver com a idéia de
justiça ou utilidade econômica”. (TORRES, Ricardo Lobo. 2011:
65)
A imunidade tributária tem natureza de autolimitação nos direitos
humanos e se expressa como princípio vinculado à idéia de liberdade.
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Elas se classificam como explícitas ou implícitas. As primeiras servem
para proteger os direitos fundamentais (igualdade, liberdade, segurança e
fraternidade) da incidência dos tributos, das taxas e das contribuições. Já as
implícitas protegem a idéia do mínimo existencial, relativa à família e aos bens
necessários à alimentação e ao vestuário da população de baixa renda.
ALIOMAR BALEEIRO conceituava as imunidades como “vedações
absolutas ao poder de tributar certas pessoas (subjetivas) ou certos bens (objetivas)
e às vezes, uns aos outros”. Direito Tributário Brasileiro. (Rio de Janeiro: Forense,
1981, p.84).
Como exemplo de imunidades subjetivas, temos no artigo 150, VI, letras
a, b e c da CRFB/88, respectivamente são eles: patrimônio, rendas ou serviços uns
dos outros; templos, partidos políticos e as instituições de educação e de assistência
social. A exemplos de imunidades objetivas, temos que elas vedam a incidência de
impostos sobre determinados bens ou mercadorias em homenagem às liberdades,
conforme demonstra o artigo 150, VI, d, do CTN, são os livros, jornais, periódicos e
o papel destinado a sua impressão.
Este conceito se perdurou por muito tempo, até que Pontes de Miranda,
qualificando a imunidade como direito fundamental definiu-a como “limitação
constitucional à competência para editar regras jurídicas de imposição” posto que “há qualidade da pessoa, ou do bem, que se erige versus Estado”. (Comentários à
Constituição de 1967, com a Emenda Constitucional nº1, de 1969. São Paulo: Ed.
Revista dos Tribunais, 1970, tomo II, p.407).
A posição do Supremo Tribunal Federal (STF) é de estabelecer um
vínculo com os direitos humanos resultando na impossibilidade de revogação da
imunidade, até mesmo por emenda constitucional, como ocorreu com o IPMF, do
qual julgou inconstitucional parte do texto da Emenda Constitucional n.º 3/93, no
trecho em que violou o princípio da imunidade tributária recíproca (que veda à
União, Estados, DF e Municípios a instituição de impostos sobre patrimônio, rendas
ou serviços uns dos outros). (ADIN 939-7, Rel. Min. Sidney Sanches, RTJ,
151/755).
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Assim como as imunidades são divididas em objetivas e subjetivas, o
mesmo ocorre com as isenções e possuem o mesmo tipo de divisão.
1.2 – O que são isenções tributárias
As isenções objetivas excluem a incidência sobre coisas ou mercadorias; Já
a isenção subjetiva exclui a incidência sobre determinadas pessoas indicadas na lei
e fazem referência aos impostos reais ou indiretos.
Ainda na classificação das isenções temos que elas são gratuitas e
onerosas. Essas são concedidas e não precisam de nenhuma contraprestação por
parte do contribuinte (perante o Fisco) fazendo referência sempre aos impostos
indiretos e sequer precisam de reconhecimento formal, como por exemplo: PIS,
COFINS, ICMS e IOF.
As isenções onerosas possuem este nome, por que ao serem concedidas
por um tempo determinado, o contribuinte tem uma contraprestação, há que se ter
algum investimento ou praticar determinada atividade. Por exemplo, determinado
governo dá uma isenção para determinada empresa para ela poder se instalar
naquela região com um custo menor, o que de certa forma é bom para àquele
governo, pois trará futuras arrecadações etc.
As isenções possuem amparo legal no CTN, artigo 176 e seguintes. É um
contrato que existe entre o contribuinte e o Fisco, por esta razão, elas não podem
simplesmente serem revogadas unilateralmente.
1.3 – O que são as não-incidências
Fala-se também em isenção imprópria ou também conhecida como não-
incidência. A não-incidência em sua concepção ampla abrange a isenção e a
imunidade. Pode-se dizer genericamente que as 3 evitam a incidência do tributo.
A não-incidência tem origem no direito positivo. Está amparada na
Constituição, na Lei Complementar e na Lei Ordinária, tem a sua eficácia
Declaratória (não cria direitos), mas sim declara excluído o que, lógica ou
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teologicamente, não se contém na definição do fato gerador, abrange a obrigação
principal e a acessória. Fundamenta-se na lógica ou na justiça.
Ricardo Lobo Torres entende que a não-incidência aparece quando, na
definição do fato gerador, se excluem no campo de incidência algumas situações
em virtude de considerações de justiça ou de oportunidade econômica. No sentido
técnico:
“é a ausência de imposição fiscal que decorre, por exclusão, da
definição do fato gerador, tendo fundamento lógico (nomen júris do
tributo, técnica impositiva, sujeição a outro imposto, etc.) ou
teleológico (justiça ou conveniência fiscal). O imposto sobre
circulação de mercadorias, por exemplo, não incide logicamente
sobre bens imóveis, que mercadorias não são; o imposto de
transmissão de bens imóveis não incide logicamente sobre a
circulação de mercadorias ou de serviços, que não se subsumem no
conceito de bens imóveis.outras vezes é teleológica fundada em
razões de justiça ou de conveniência econômica. (TORRES,
Ricardo Lobo, 2005: 494 - 495).
A não-incidência necessita de declaração normativa expressa. Em sentido
estrito, é entendida como a autolimitação do exercício do poder fiscal, porque, o
próprio poder tributante limita a sua competência.
Se aproxima da isenção no momento da autolimitação do poder fiscal e se
afasta da imunidade, pois esta é limitação deste mesmo poder, a imunidade tem
incompetência absoluta para atingir o poder constituinte enquanto que na não-
incidência, ocorreria a incidência se não houvesse a norma negativa.
Quando não decorrer de dedução lógica, a não-incidência se aproximará da
isenção na razão comum de justiça e irá divergir com a imunidade, pois esta deriva
da liberdade.
Todavia esta mesma não-incidência que se aproxima da isenção, também
dela se afastará, quando possuir eficácia constitutiva e se aproximará da imunidade,
pois ambas tem eficácia declaratória, mas retoma o extremo, porque a não-
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incidência é declaratória de situação negativa compreendida logicamente ou
justificada por fundamentos de justiça ou utilidade, enquanto que a imunidade faz
declaração de direitos fundamentais preexistentes.
A não-incidência assim como a isenção, é revogável, mas se distanciam
porque, a revogação da lei que trouxe a isenção faz com que a eficácia de
determinada norma volte a ter vigência. Com relação à imunidade, não existe
semelhança, pois esta é irrevogável.
A não-incidência é estendida à obrigação principal, assim como ocorre com
as imunidades e diferente do que ocorre com as isenções, uma vez que esta não
dispensa o contribuinte do cumprimento dos deveres instrumentais e das obrigações
acessórias.
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CAPÍTULO II
OS TRIBUTOS
2.1 – Impostos
Conforme versa o CTN em seu artigo 16, temos a definição de imposto
“o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de
qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte”.
(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5172.htm).
A definição de imposto dada pela Lei 5.172/66 não é completa, haja
vista que não contém todos os elementos que o caracterizam, como por exemplo, o
princípio da capacidade contributiva. Esta sim demonstra em sua essência a
definição de imposto, ou seja, o cidadão paga o imposto de acordo com a riqueza
que possui.
Ricardo Lobo Torres define imposto como:
“dever fundamental consistente em prestação pecuniária, que, limitado pelas liberdades fundamentais, sob a diretiva do princípio constitucional da capacidade contributiva e com a finalidade principal ou acessória de obtenção de receita para as necessidades públicas gerais, é exigido de quem tenha realizado, independentemente de qualquer atividade estatal em seu benefício, o fato descrito em lei elaborada de acordo com a competência especificamente outorgada pela Constituição”. (TORRES, Ricardo Lobo. 2011:376-377).
Os impostos são classificados como:
• Pessoais: são instituídos em função da pessoa do obrigado.
• Reais: são cobrados em razão do patrimônio e independem da situação do
devedor.
• Diretos: É a própria administração que efetua o lançamento seja por
declaração ou por avaliação e as pessoas que pagam, são intermitentes ou
ininterruptos.
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• Indiretos: repercutem economicamente sobre o contribuinte de fato. São
instantâneos e o seu lançamento ocorre com a sanção do contribuinte de
adiantar seu pagamento.
O presente trabalho trata sobre o estudo das imunidades da
Constituição Federal, portanto falaremos apenas sobre os impostos federais, ou
seja, de competência da União.
Imposto de Importação (II)
O imposto incide sobre a importação, ou seja, pelo registro da entrada
de produto estrangeiro de forma física em território nacional, pois é a partir deste
momento que a União possui legitimidade para exigir o tributo. O Regulamento
Aduaneiro é regido pelo Decreto 6759/09 que dispõe sobre atividades aduaneiras,
fiscalização, o controle e a tributação das operações de comércio exterior. No texto
constitucional, no artigo 153, I, § 1º e também na Lei 8032/90, além dos artigos 19 a
22 do CTN.
Hugo de Brito, diz que:
“não se deve confundir a ocorrência do fato gerador do imposto com a forma pela qual tal ocorrência se exterioriza ou é documentada. Não se há de confundir, assim, a entrada do produto estrangeiro no território nacional com o respectivo desembaraço aduaneiro. Apenas por questão de ordem pratica, para fins de determinação da taxa de cambio a ser utilizada na conversão do valor as mercadorias importadas para a moeda nacional, considera-se a data da declaração para o desembaraço aduaneiro. O fato gerador do imposto de importação consuma-se com a entrada dos produtos no território nacional. Não basta a entrada física simplesmente. Pode o navio atracar no porto, ou a aeronave pousar no aeroporto, trazendo produtos estrangeiros a bordo, sem que se considere ocorrido o fato gerador do imposto de importação, desde que tais produtos não se destinem ao Brasil e estejam apenas de passagem. As autoridades da Administração Tributária exercem o controle dessas situações para evitar fraude. (...) Obtida a guia de importação, ou forma equivalente de autorização da importação, se necessária, ou efetuado o contrario de cambio, e efetivada a aquisição do bem no exterior, o importador tem direito a que a importação se complete no regime jurídico então vigente. Se
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ocorre redução de alíquota do imposto de importação antes do desembaraço aduaneiro,é razoável administre que o imposto seja pago pela alíquota menor. Se ocorrer aumento, devem ser respeitadas as situações jurídicas já constituídas.” (MACHADO, Hugo de Brito, p. 285)
O II tem função extrafiscal de atuar sobre a política econômica
internacional, é um tipo de controle que a União possui na economia e que regula a
balança comercial. Não está sujeito ao princípio da anterioridade, pois objetiva
agilidade e pode ser cobrado imediatamente.
O II é real, ou seja, incide em razão da coisa, do objeto da tributação, é
cobrado em função do fato gerador. Não é vinculado, o que significa dizer que, o
fato gerador independe de qualquer atividade estatal que, seja específica ao
contribuinte.
Eis o entendimento de Hugo de Brito Machado:
“se não existisse o imposto de importação, a maioria dos produtos industrializados no Brasil não teria condições de competir nos mercados com seus similares produzidos em países economicamente mais desenvolvidos, onde o custo industrial é reduzido graças aos processos de racionalização de produção e desenvolvimento tecnológico de um modo geral. Além disso, vários países subsidiam as exportações de produtos industrializados, de sorte que os seus preços ficam consideravelmente reduzidos. Assim, o imposto de importação funciona como valioso instrumento de política econômica.” (MACHADO, Hugo de Brito, p. 284)
O lançamento é feito por declaração, onde o sujeito passivo passa as
informações à autoridade administrativa sobre a importação realizada.
O momento real do II surge com a entrada real ou ficta do produto
estrangeiro em território nacional através do Sistema Integrado de Comércio Exterior
(SISCOMEX), posteriormente ocorrerá o despacho aduaneiro de importação e por
último o desembaraço.
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Entendemos que a mercadoria, ou o produto que esteja destinado ao uso
comum do importador, só terá a incidência do II se ele for produto estrangeiro
importado, ou produto nacional que tenha sido exportado e depois precise retornar
ao território nacional.
Mister salientar que o bem só é taxado ao entrar em território nacional de
forma física e deve haver uma absorção na economia local, por esta razão que, por
exemplo, uma exposição de carros importados, de quadros importados, não
configuram a importação destes bens.
Claudio Carneiro nos ensina que para esses bens que estão apenas
transitando em território nacional, eles não configuram em importação, mas sim em
admissão temporária. Trata-se de um regime aduaneiro que autoriza a entrada no
País de determinadas mercadorias com intento e período determinado, com
suspensão total ou parcial do pagamento de tributos aduaneiros e com o
comprometimento de serem reexportadas.
Imposto de Exportação (IE)
Este imposto incide quando produto nacional ou nacionalizado é
enviado para o exterior. Tem previsão legal no art. 153, II e § 1º da CRFB/88 bem
como no Decreto Lei 1578/77 e no Decreto nº 6759/09, além dos artigos 23 e 28 do
CTN.
Este tributo tem função extrafiscal. Serve como um controle da União com
a balança comercial. O tributo incide em função do objeto da tributação. Não se trata
de um imposto vinculado, o que significa dizer que independe de qualquer relação
estatal com o indivíduo. O IE serve para dar uma simetria aos conflitos no comércio
internacional e influencia na formação do preço das mercadorias.
De acordo com Hugo de Brito:
“em face de sua função intimamente ligada à política econômica relacionada com o comercio internacional, o CTN determinou que a receita líquida desse imposto destina-se à formação de reservas monetárias (art. 28). Essa destinação chegou a ser autorizada, aliás, pela própria Constituição anterior (art. 21, §4º). Na Constituição de
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1988 não foi reproduzida, mas isto não quer dizer que não permaneça em vigor o Decreto-Lei n. 1578 de11.10.1977, onde tal destinação está prevista expressamente. A Lei n. 5072/66 indica expressamente que o imposto de exportação “é de caráter exclusivamente monetário e cambial e tem por finalidade disciplinar os efeitos monetários decorrentes da variação de preços no exterior e preservar receitas de exportação” (art.1º).” (MACHADO, Hugo de Brito, p. 290)
O contribuinte do IE é toda a pessoa que instiga a saída de mercadoria
do mercado aduaneiro, mas precisa ter uma relação pessoal e direta com o fato
gerador do imposto.
É irrelevante o local onde o negócio é fechado, pois a cobrança do tributo
ocorrerá quando este sair do território nacional. Será considerado ocorrido o fato
gerador no momento em que for expedida guia de exportação ou documento
equivalente, pois é nesta guia que o contribuinte afirma que vai exportar.
Registro de importação e registro de venda são coisas distintas. Claudio
Carneiro nos ensina que o primeiro é levado em consideração para a caracterização
do elemento temporal do imposto de exportação.
Imposto de Renda (IR)
Neste imposto, o ônus recai diretamente sobre o contribuinte. Ele tem
caráter pessoal, não é vinculado, ele independe de qualquer atividade estatal,
levando em consideração a capacidade econômica do contribuinte, ou seja,
características pessoais do titular, pois incidirá diretamente sobre a renda e não
sobre determinado objeto de forma isolada.
A cobrança deste imposto é calculado sempre do 1º dia de janeiro até o
dia 31 de dezembro do exercício financeiro. Por exemplo, no ano de 2012 a
declaração de imposto de renda é feita com base em toda a renda obtida no ano de
2011, ou seja, sempre do exercício financeiro anterior.
O professor Claudio Carneiro nos ensina que o IR é pautado em 3
subprincípios: progressividade, generalidade e universalidade.
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É progressivo porque, quanto mais renda o contribuinte aufere, maior
será a sua contribuição para com o Fisco. A contrariu sensu aquele que aufere
menos renda terá uma alíquota menor.
A Generalidade vem se baseando no principio da igualdade tributária,
baseando-se nesse princípio todos deveriam pagar o IR, sem desigualdades sob o
ponto de vista tributário.
A universalidade, este subprincípio nos mostra que todos, nacionais ou
estrangeiros, serão igualmente tributados, desde que estejam em mesmo patamar
econômico, desde que possuam a mesma capacidade contributiva.
O IR é predominantemente fiscal, o que significa dizer que o objetivo
deste imposto é obter receita para a União, porém, em decorrência de previsão
Constitucional de divisão de receita tributária entre Estados, DF e Municípios, o IR
tem papel importante na redistribuição de renda, assumindo função extrafiscal.
O IR, como mesmo o nome sugere, incide sobre a renda do contribuinte,
contudo nem todas as rendas são tributadas, algumas exceções existem, são elas:
o Jetom (valores percebidos pelos parlamentares por comparecerem em
convocações extraordinárias), desapropriação (O STJ entendeu que não incidirá IR
sobre a desapropriação, porquê a verba foi considerada como indenizatória) e as
verbas indenizatórias. Estas não são tributadas, pois a idéia é que o contribuinte
esteja recebendo tudo aquilo que lhe foi tirado, não cabendo tributação.
Ricardo Lobo Torres (2011:379) entende que a CRFB/88 não define por a
questão sobre a renda, tampouco define o que é o fato gerador do tributo. Desta
forma, o legislador tem a liberdade para a concretização normativa, obedecendo aos
limites do sentido possível do conceito de renda, ampliando na idéia residual de
proventos, como acréscimo de patrimônio em determinado lapso de tempo.
O CTN no seu artigo 43 definiu o fato gerador do IR como “aquisição da
disponibilidade econômica ou jurídica: I – de renda, assim entendido o produto do
capital, do trabalho ou da combinação de ambos; II - de proventos de qualquer
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natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no
inciso anterior”. (p.380)
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)
O IPI é regido pelo princípio da seletividade, que é um subprincípio da
capacidade contributiva, significa dizer que, quanto mais essencial é o produto,
menos haverá a incidência do IPI sobre ele, da mesma forma, quanto menos
essencial for o produto, maior a incidência de IPI sobre ele.
Exemplos clássicos: O cigarro, bebidas alcoólicas são produtos que não
são essenciais, desta forma, o seu IPI é bastante alto.
Já produtos do gênero alimentício, como o feijão, por exemplo, tem o seu
IPI baixo, pois se trata de um produto essencial para a sobrevivência.
O tributo recai sobre a produção e a circulação inicial. Industrializado o
produto, tanto aqui como fora do Brasil, seja a sua circulação, seja pela saída
econômico-jurídica do estabelecimento industrial, seja pela arrematação em leilão,
seja pelo desembaraço aduaneiro, constitui fato gerador do IPI em cada uma destas
etapas.
Este imposto está previsto na CRFB/88 em seu art. 153, IV e nos arts. 46
a 51 do CTN. Trata-se de um imposto extrafiscal, é um controle que a União possui
na economia. É um imposto indireto, porque permite a repercussão tributária, ou
seja, aquele que adquirir o produto ao repassá-lo, poderá fazê-lo com carga
tributária, por esta razão que se fala em contribuinte de fato e contribuinte de direito,
onde aquele contribui, porque a Lei determina, e este paga, porque o imposto já
está embutido.
O IPI é considerado plurifásico ou multifásico, pois incide em todas as
fases de circulação do produto.
Este imposto tem exceção a 2 princípios o da anterioridade e ao da
legalidade tributária. O primeiro, porque não precisa passar um ano de contribuição,
aqui é utilizada a noventena, não tem necessidade de respeitar a anterioridade do
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exercício. O segundo, porque o Poder Executivo pode alterar somente as alíquotas
do IPI, não precisando de lei. Insta salientar que esta permissão é apenas para as
alíquotas, a base de cálculo não.
2.2 – TRIBUTO
A CRFB/88 não definiu em seu texto o que seria tributo, o CTN que, em
seu artigo 3º define da seguinte forma: “tributo é toda prestação pecuniária compulsória,
em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito,
instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”.
A CRFB/88 assumiu a divisão quadripartida, o que significa dizer que o
tributo compreende: imposto, taxa, contribuição e empréstimo compulsório.
Ricardo Lobo Torres (2011:373) discorre que o tributo é noção nuclear de
Direito Constitucional Tributário, é a categoria indispensável sobre a qual se institui
os sistemas tributários e a partir da qual se pactuam os contrastes para com as
figuras semelhantes do preço público, das multas, das custas e emolumentos e de
outros ingressos que compõem o fenômeno da quase-fiscalidade, da
extrafiscalidade, da parafiscalidade ou da não-fiscalidade.
O tributo é um dever indispensável, pois nasce no espaço aberto pela
autolimitação da liberdade; respeita os princípios da capacidade contributiva ou do
custo-benefício.
Ricardo Lobo Torres sintetiza a definição de tributo:
“Tributo é o dever fundamental, consistente em prestação pecuniária, que, limitado pelas liberdades fundamentais, sob a diretiva dos princípios constitucionais da capacidade contributiva, do custo/beneficio ou da solidariedade do grupo e com a finalidade principal ou acessória de obtenção de receita para as necessidades públicas ou para atividades protegidas pelo Estado, é exigido de quem tenha realizado o fato descrito em lei elaborada de acordo com a competência específica outorgada pela Constituição” (TORRES, Ricardo Lobo. 2011:375)
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2.3 – TAXAS
A taxa é um tributo com contraprestação, o que significa dizer que, o
indivíduo paga a taxa para ter um serviço em troca pelo o que foi pago. É cobrada
pelo exercício do poder público ou pelo exercício do poder de polícia.
O contribuinte pode pagar uma taxa por um serviço que ele tenha por
acaso solicitado, como também pode ser cobrada por ato de soberania estatal que
implique em desvantagem ou restrição de direitos. Ela se legitima pela atividade que
é tipicamente estatal.
A taxa pode ser cobrada também pela prestação de serviços que não
sejam essenciais e serviços decorrentes do exercício do poder de polícia. Desta
forma, qualquer atividade que seja de cunho estatal em que a liberdade individual
esteja em prol do bem estar geral, ou seja, qualquer atividade que esteja sendo
prestada esteja disposta para o contribuinte usar (ainda que ele não use) haverá a
hipótese de incidência da taxa.
Atos relativos à polícia de segurança, meio ambiente, saúde, costumes,
higiene, segurança e etc. são atos que recairá o direito da cobrança da taxa.
São 3 os requisitos essenciais, sem os quais não se configura a taxa pela
prestação de serviços, são elas: a utilização efetiva ou potencial do serviço; a
especificidade e a divisibilidade da prestação e a efetividade ou a disponibilidade do
serviço.
O artigo 145, II. Da CRFB/88 versa que as taxas são instituídas:
“em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva
ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados
ao contribuinte ou postos a sua disposição”
(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Constitui%E7
ao_Compilado.htm)
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Sendo assim, sempre que o contribuinte utilizar determinado serviço
público específico e divisível, ele pagará pelo seu respectivo uso. Necessariamente
o serviço deve ser público e divisível, do contrário não constituirá o fato gerador,
tratar-se-ia do poder genérico de polícia, incapaz de justificar a cobrança da taxa.
O serviço público é específico quando ele é realizado em unidades
autônomas e, divisível, quando o contribuinte consegue usufruir isoladamente,
exclusivamente daquele determinado serviço.
“O serviço público há que ser prestado efetivamente ou posto à disposição do usuário para que possa cobrar o Fisco a taxa correspondente. Quando se tratar de serviços essenciais cuja prestação não dependa de requerimento, ainda aí a utilização potencial deve se subordinar à disponibilidade do serviço.” (TORRES, Ricardo Lobo.Curso de Direito Financeiro e Tributário. Rio de Janeiro: Ed. Renovar, 2011, p.407).
A competência para a cobrança das taxas é comum, cabendo assim a
União, Estados, Distrito Federal e Municípios cobrarem-nas.
Na CRFB/88, artigo 145, §2º, temos que as “taxas não poderão ter base
de cálculo própria de impostos”
O STF vem declarando inconstitucional algumas taxas, tais como as de
licença para localização, as de assistência educacional, médica ou hospitalar.
Súmula Vinculante 29/2010 diz “É constitucional a adoção, no cálculo do valor da
taxa, de um ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto,
desde que não haja integral identidade entre uma base e outra”.
2.4 – Contribuições
A contribuição é o tributo que é devido pela concretização de serviços ou
obras públicas indivisíveis, que são a favor de um seleto grupo social, de que
sucede benefício especial para o cidadão que dele faz parte. 2 elementos caminham
juntos: a atividade estatal praticada no interesse de determinado grupo e a
vantagem individual recebida.
24
A contribuição assemelha-se com o imposto e com a taxa. Aproxima-se
do imposto porquê o fato gerador ocorre, independente da vontade do contribuinte,
mas ao mesmo tempo se afasta, pois o imposto não é contraprestacional e
tampouco se sujeita ao princípio do custo/benefício, mas sim ao da capacidade
contributiva.
Em relação a taxa, se compara a ela, pois é remuneratória de serviço
público e retrata uma vantagem da qual se pode dividir individualmente pelo
contribuinte e se submete ao principio do custo/beneficio. Entretanto, se afasta da
taxa, uma vez que esta remunera serviço público específico e divisível, enquanto a
contribuição retrata a atividade indivisível da Administração.
A contribuição será sempre especial, porque possui forma contributiva,
mas não se confunde nem com o imposto e nem com a taxa.
Na CRFB/88 existem contribuições de natureza tributária, que serão
explicadas abaixo. Estão elencadas nos arts. 145, III e 149 CRFB/88.
Contribuição de Melhoria
É tributo contraprestacional decorrente de obra pública, da qual, traz
valorização para o proprietário. Está afinado com o princípio da justiça fiscal e se
submete ao princípio do custo/benefício.
A competência para cobrar esta contribuição, é comum, ou seja, pode a
União, o Estado ou o Município cobrar, ainda que ao mesmo tempo, a execução da
obra pública, desde que cada um não exceda o seu campo de competência material
específica.
Contribuição Social
Assim como a contribuição de melhoria, a contribuição social também é
contribuição devida pela seguridade social. Ricardo Lobo Torres (2011:413) leciona
que a prestação estatal é uti universi, abrange a previdência social, a saúde, a
assistência social e parcelas constitutivas de seguridade (art. 195 CRFB/88).
25
Aproxima-se da taxa, pois é contraprestacional ou casual e, dos
impostos, em razão do fato gerador que ocorre assim que acontece a situação
prevista na lei, independente da vontade ou de manifestação do contribuinte.
A competência é da União, mas nada obsta que Estados e Municípios
criem contribuições para o custeio de seus próprios servidores.
Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE)
Assim como as contribuições supra mencionadas, esta também possui
uma contraprestação com o serviço público e é indivisível ao grupo social que
participa. Pode ser qualquer ato de intervenção do domínio econômico, de interesse
de um determinado grupo. A sua destinação constitucional é identificada no encargo
de fiscalização, incentivo e planejamento do desenvolvimento nacional equilibrado
(art. 174 CRFB/88).
O fato gerador, conforme ensina Ricardo Lobo Torres (2011:422) é
descrito com uma situação hipotética, da qual, se vier a ocorrer, provocará por
subsunção a obrigação tributária. Por exemplo, a CIDE do petróleo tem por fato
gerador as operações realizadas pelos contribuintes indicados em lei, de importação
e comercialização.
A contribuição é tida como extrafiscal ou parafiscal. Vão além das
funções essenciais do Estado de Direito, haja vista que, se vinculam à atividade
intervencionista que cria a crise das finanças públicas e o enriquecimento dos
beneficiários.
Compete privativamente a União instituir a CIDE. Não incidirá sobre
receitas que sejam derivadas da exportação; incidirá sobre importação de produtos
e serviços estrangeiros; poderá ter alíquota ad valorem ou específica.
Quanto aos princípios, observa-se o princípio da legalidade, o que, não é
nenhum privilégio, pois as contribuições não poderiam ser criadas por atos
administrativos. O princípio da não cumulatividade e o princípio da anterioridade que
teve restrição de duvidosa constitucionalidade, onde, a alíquota da CIDE poderá ser
reduzida ou restabelecida por ato do administrativo.
26
Contribuição de Interesse das Categorias Profissionais e Econômicas
As categorias profissionais possuem benefício fiscal obtido pelo
contribuinte que participa daquele determinado grupo profissional em favor do qual
se desenvolve prestação indivisível para o Estado, como por exemplo a Ordem dos
Advogados, a Ordem dos Músicos, os Conselhos Federais de Medicina e de
Farmácia, que, destinam financiar a atividade de controle e disciplina do exercício
da profissão.
Já as categorias econômicas, possuem benefício especial auferido pelo
contribuinte que participa do grupo econômico protegido pelo Estado. Todas as
contribuições receptadas em prol dos sindicatos, não possuem em sua essência,
nada tributário, haja vista que não visam a defesa de direitos fundamentais e não
possuem destinação pública, assim como também não se vinculam ao principio da
capacidade contributiva ou do custo-benefício.
As contribuições econômicas, desde a EC nº 1/69, são consideradas
como tributo e podem ser cobradas dos entes públicos. Com regulamentação dada
pela Lei 9732/98, aparenta ser mais moderno, do que a Lei 9532/97, que dispôs
sobre as pessoas imunes nos termos do art. 150, VI, c da CRFB/88.
Elas estão afastadas da vedação constitucional, pois é de competência
da lei permitir a isenção ou criar a não incidência, se for o caso.
O artigo 149, §2º, inciso I da CRFB/88 teve a sua redação modificada
pela Emenda Constitucional 33/01. Este dispositivo criou uma nova imunidade para
as exportações com o fito de consertar distorções econômicas causadas pelas
incidências das contribuições sociais criadas pela CRFB/88 que tratam dos impostos
com destinação própria.
“Art. 149 (...) §2- As contribuições sociais e de intervenção no domínio
econômico de que trata o caput deste artigo: I – não incidirão sobre as receitas
decorrentes de exportação”.
(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Constitui%E7ao_Compilado.htm).
27
O professor Ricardo Lobo Torres (2011:150-151) compactua da idéia de
que as contribuições incidem como uma espécie de adicional do imposto de renda.
Sabe-se que o IR incide sobre receitas de exportação, pois é um tributo geral e que
não destorce a circulação econômica dos bens. É apurada a dedução de despesas
após as operações de exportação.
2.5 – Empréstimos Compulsórios
Ricardo Lobo Torres nos ensina:
“a teoria que defende a assimilação dos empréstimos compulsórios aos tributos tem duas vertentes principais. A primeira delas compartilha da teoria mista, segundo a qual o ingresso é uma figura hibrida entre o imposto e o mútuo. A corrente que atribui natureza tributária aos empréstimos compulsórios, sem hibridismo, floresceu especialmente no Brasil, ate mesmo pela necessidade de evitar os constantes abusos do legislador, cercando o ingresso das garantias constitucionais do tributo; seu principal defensor foi Amilcar de Araújo Falcão. Hoje, em face da regra do art. 148, CF 88 não subsiste dúvida em torno da natureza tributária do empréstimo forçado.” (TORRES, Ricardo Lobo. 2011:429).
Trata-se de uma prestação pecuniária que está vinculado ao princípio da
capacidade contributiva para obter receitas para as necessidades públicas e sob
promessa de restituição, é cobrado de quem realizou o fato descrito na lei, de
acordo com a competência dada pela CRFB/88.
É uma prestação restituível. Se classifica em 2 grupos. São eles
autênticos ou mascarados. Os primeiros podem ou não render juros já os
mascarados surgem na capitalização compulsória, na conversão forçada, nas
antecipações arbitrárias de imposto etc.
A nossa Carta Magna previu em 2 momentos a utilização dos
Empréstimos Compulsórios. Um deles se dá em casos de calamidade pública ou
iminência de guerra externa, redação esta que é quase semelhante ao artigo 15, I e
II do CTN, neste momento não incide o principio da anterioridade.
28
O segundo momento para a utilização dos empréstimos compulsórios é
para investimentos públicos em caráter urgente e de relevante interesse nacional.
Incide o principio da anterioridade.
A Lei Maior não especificou em momento algum qual ou o que seria o
fato gerador, para que ficasse configurada a existência da cobrança do empréstimo
compulsório, ficando desta forma, o legislador livre para escolher qual seria este
momento, podendo ser um fato isolado, como, por exemplo, as Olimpíadas de 2016
no Brasil, ou a Copa do Mundo em 2014, são fatos isolados, mas, que tem relevante
interesse social e econômico.
29
CAPÍTULO III
ESTUDO DAS IMUNIDADES COM BASE NA CRFB/88
As associações podem ser entendidas como grupos que possuem
interesse em comum sem fins lucrativos. Estas agregações possuem personalidade
jurídica e muitas vezes se caracterizam, por possuírem objetivos de representar
categorias profissionais ou econômicas; associações de bairros, moradores;
instituições religiosas, leia-se por religiosas a difusão de credos.; associações com
objetivos sociais que visam a universalização dos serviços, entendendo-se por
universalização dos serviços, promoções de cultura, promoções gratuitas de saúde,
educação, direitos humanos...
3.1 – Pessoas físicas/jurídicas que possuem imunidades aos impostos
Pessoas com deficiências físicas são aquelas que apresentam alterações
completas ou parciais de um ou mais segmentos do corpo, onde compromete o
funcionamento das funções físicas, como por exemplo monoplegia, monoparesia,
paraparesia, paraplegia, triplegia, tetraplegia, tetraparesia, triparesia, hemiplegia,
amputação ou ausência de membro. Paralisia cerebral, membros com deformidades
adquiridas ou congênitas. Excetuam-se deste rol de imunidades, as deformidades
estéticas que não produzam qualquer dificuldade para o desempenho de funções.
Pela lei 8989/95, são isentos do pagamento de IPI:
IN SRF 375/03 – Disciplina a aquisição de automóveis com isenção do
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), por pessoas portadoras de
deficiências físicas, deficiências visuais (com acuidade igual ou menor que 20/200
ou campo inferior a 20° ou a ocorrência de ambas), deficiência mental severa ou
profunda, ou autistas.
Lei 10.754/2003 – Altera a Lei 8.989, de 24 de fevereiro de 1995 que
“dispõe sobre a isenção do Imposto Sobre Produtos Industrializados – IPI, na
aquisição de automóveis para utilização no transporte autônomo de passageiros,
bem como por pessoas portadoras de deficiência física e aos destinados ao
transporte escolar, e dá outras providências.”
30
Lei 10.690/2003 – Reabre o prazo para os Municípios que refinanciaram
suas dívidas junto à União, possam contratar empréstimos ou financiamentos, dá
nova redação à Lei 8.989 de 24 de fevereiro de 1995 e dá outras providências.
Para atestar a deficiência mental profunda ou a condição de autista,
serão feitos testes para avaliação e classificação dos mesmos, conforme Portaria
Interministerial SEDII/MS n.º2, de 21 de novembro de 2003.
A isenção do IPI poderá ser utilizada uma vez a cada 3 anos sem limites
para o número de aquisições, contudo o veículo apenas deve ser utilizado apenas
para as pessoas que são portadoras da deficiência. A utilização por outra pessoa
que não seja beneficiária destas isenções, e que não esteja constando como
autorizado para a direção do veículo pelo portador da deficiência, acarretará ao
adquirente o pagamento do tributo dispensado, acrescido de atualização monetária,
juros e multa, sem qualquer prejuízo das sanções penais cabíveis.
No que concerne aos Impostos de Importação, pequenas encomendas
pessoais enviadas de remetente pessoa física no exterior para pessoa física no
Brasil com valor aduaneiro inferior a US$ 50,00 estão isentos do Imposto de
Importação.
Medicamentos importados por pessoa física têm alíquota zero de Imposto
de Importação mediante a apresentação da receita médica e demais documentos
exigidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).
Importações de publicações e periódicos (livros, jornais, revistas, dentre
outros) possui imunidade de Imposto de Importação.
As pessoas jurídicas imunes ao IR são aquelas que possuem caráter
filantrópico, recreativo, cultural, e as associações civis que prestam serviços para os
quais houverem sido instituídos e os coloquem a disposição do grupo de pessoas a
que se destinam sem fins lucrativos.
Perdem a imunidade ou a isenção, ainda sem o prejuízo das penalidades
previstas na lei, a PJ que praticou ou contribuiu para a prática de ato que constitua
infração a tributária, como por exemplo, informar ou declarar falsamente, omitir ou
31
simular o recebimento de doações em bens ou em dinheiro, ou de qualquer forma
cooperar para que terceiro sonegue tributos ou pratique ilícitos fiscais. O
pagamento, pela instituição imune, em favor de seus associados ou dirigentes, ou,
em favor de sócios, acionistas ou dirigentes de pessoa jurídica a ela associada por
despesas consideradas indedutíveis para a base de cálculo do IR ou da contribuição
social sobre o lucro líquido.
Pessoas físicas portadoras de doenças crônicas são beneficiárias do IR.
São consideradas doenças graves: AIDS, câncer, cegueira, contaminação por
radiação, doença renal, do fígado, do coração, doença de paget em estado
avançado, doença e Parkinson, esclerose múltipla, hanseníase, paralisia irreversível
e incapacitante, tuberculose ativa.
Os pacientes de doenças crônicas e graves têm benefícios assegurados
na legislação dentre eles: a aposentadoria integral sem a necessidade de carência.
A isenção de IR é apenas para pacientes aposentados ou que recebam pensão,
todavia, se o beneficiário se moldura em situações que exijam prestações de contas,
então, ele deverá fazer a Declaração de IR.
As isenções nesses casos ocorrem em razão da seqüela originária da
Doença Crônica, por exemplo, a paralisação de um membro, por conseqüência de
um infarto do miocárdio.
O imposto de exportação não é contemplado com as isenções tributárias.
3.2 – Outras imunidades elencadas no artigo 150 CRFB/88.
No artigo 150, inciso VI temos algumas alíneas que tratam de imunidades
das quais começamos com as explicitações.
“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e
aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
32
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;”
(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Constitui%E7
ao_Compilado.htm)
É vedado às pessoas políticas instituírem impostos sobre Autarquias e
Fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao
patrimônio, renda e serviços, vinculados às suas finalidades essenciais ou às delas
decorrentes (art. 150, §2º da CF).
A imunidade está diretamente ligada à entidade e não ao bem, basta que
o patrimônio, a renda ou os serviços não estejam vinculados à finalidade para que
não haja a imunidade, insta salientar que nas pessoas políticas essa imunidade,
abrange qualquer renda de patrimônio ou de serviço.
Autarquias e fundações possuem isenções, contudo as atividades
econômicas que são praticadas dentro delas por pessoas de direito privado, não
possuirão as imunidades, ou seja, se houver uma lanchonete, esta não será imune,
pois não pertence a autarquia.
As autarquias e fundações que forem criadas e mantidas pelo Poder
Público, mas que prestam serviço público que existe a contraprestação pelo usuário
não terá a imunidade.
Art. 150, inciso VI, alínea b, templos de qualquer culto: O fundamento
jurídico da imunidade dos templos é a liberdade religiosa. O cidadão pode praticar a
sua liberdade religiosa ou deixar de praticá-la sem que incida sobre ela a cobrança
de tributos. A imunidade dos templos se baseia também nos princípios da
neutralidade ou da não-identificação do Estado com qualquer religião.
A vedação da incidência fiscal sobre os templos de qualquer culto
abrange somente o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com as suas
finalidades essenciais. “§ 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c",
compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as
finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.”
33
A imunidade abrange os patrimônios dos templos religiosos sendo eles
bens móveis e/ou imóveis. Toda a comercialização que os templos religiosas
fizerem e provarem que a renda é revertida para os fins religiosos, estes também
serão imunes. Sendo assim, entende-se também que os dízimos, doações, ou seja,
qualquer oferta dada a Igreja está livre de impostos.
Artigo 150, inciso VI, alínea c, patrimônio, renda ou serviços dos partidos
políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das
instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os
requisitos da lei; - a Constituição neste momento quis garantir os direitos relevantes
da classe trabalhadora. Os direitos de liberdade onde se compreende o mínimo
existencial, nas condições iniciais para a garantia da igualdade de chance.
Ricardo Torres entende que há a necessidade de uma atuação
desinteressada e altruísta para a proteção das camadas desprivilegiadas da
sociedade. A imunidade é justificada, pois não se pode cobrar imposto sobre
atividade que se equipara a ação estatal.
Art. 150, inciso VI, alínea d, livros, jornais, periódicos e o papel destinado
a sua impressão. O seu fundamento é dado com a idéia de justiça ou de utilidade.
Ainda com o pensamento do professor Ricardo Torres, a idéia de justiça fiscal,
utilidade social e a necessidade de baratear os custos é o que embasa esta
imunidade. A idéia é dar condições iniciais para se ter a garantia da igualdade de
chance. Não se pode ter fins lucrativos ou distribuição de lucros.
Trata-se de privilégios objetivos, pois apenas as coisas são imunes e não
as pessoas que as adquirem.
3.3– Imunidades das taxas
Ricardo Lobo Torres (2005:241) nos ensina que as taxas pelas
prestações de serviços podem ser cobradas, pois não ofendem as liberdades
individuais.
34
O STF em 1946 chegou a declarar que não existia imunidade sobre as
taxas, “TF Súmula nº 324 - 13/12/1963 - Súmula da Jurisprudência Predominante do
Supremo Tribunal Federal - Anexo ao Regimento Interno. Edição: Imprensa
Nacional, 1964, p. 144.”. Todavia, em 10/12/2002 este entendimento foi modificado
e a Suprema Corte entendeu que as taxas não se encontravam abrangidas pelas
imunidades constantes no artigo 150, VI da Carta Magna.
Quanto às taxas de polícia, excluem-se da imunidade as empresas
públicas.
3.4 – Os beneficiários das imunidades aos impostos
As imunidades genéricas destinam a todos os impostos: Imunidade
recíproca às pessoas políticas (art. 150, VI, “a” da CF); Imunidade do patrimônio,
renda e serviços das Autarquias e Fundações instituídas e mantidas pelo Poder
Público (art. 150, §2º da CF); Imunidade do patrimônio, da renda e dos serviços dos
templos de qualquer culto (art. 150, VI, “b” da CF); Imunidade dos Partidos Políticos,
Sindicatos dos empregados, Instituições assistências e educacionais sem fins
lucrativos (art. 150, VI, “c” da CF) e Imunidade dos jornais, livros, periódicos e o
papel destinado a sua impressão (art. 150, VI, “d” da CF).
3.5 – Quem goza dessas isenções?
Todas as pessoas portadoras destas doenças têm direito, além da
isenção do IR, tem direito ao saque do FGTS (por pacientes, portadores de câncer,
AIDS e doenças terminais mediante a apresentação de Laudo Médico junto a
agência da Caixa Econômica Federal), ao saque do PIS/PASEP, a redução da
contribuição previdenciária; a quitação da casa própria; resgate de seguros;
prioridade no andamento Judiciário; Tratamento médico custeado pelo Governo ou
Plano de Saúde; Viajar sem pagar passagem de ônibus, metrô ou trem. A existência
desses direitos está diretamente relacionado a existência de doença crônica, que
são atestadas por laudo pericial fornecido por médico oficial da União, Distrito
Federal, Estados e Municípios. Àqueles que possuem câncer ou AIDS, possuem
35
benefícios peculiares, pois possuem isenção nos proventos de aposentadoria
reforma ou pensão.
As isenções são aplicadas aos rendimentos recebidos contados do mês
de concessão da aposentadoria, reforma ou pensão ou, do mês em que foi emitido
o laudo ou parecer técnico que reconheceu a moléstia ou então a data em que a
doença foi contraída, quando for possível ser identificada em laudo pericial,
aplicando-se também a isenção à complementação de aposentadoria, reforma ou
pensão.
Para que o contribuinte goze de aposentadoria por invalidez, ele não
poderá de forma alguma, conseguir voltar a exercer as atividades profissionais. Este
benefício independe de carência, ou seja, independe de quantas contribuições ele
receba e, se ele necessitar de uma assistência permanente de outra pessoa, o valor
do benefício que ele receberá terá um adicional de 25%.
Os contribuintes que possuírem estas doenças também poderão requerer
a quitação do imóvel pela seguradora, na proporção estipulada pelo contrato de
financiamento.
PIS/PASEP Portadores de moléstia Grave Saque de Quotas Resoluções
n.º 1 de 15/10/96 e n.º 2 de 17/12/92 Portadores da enfermidade ou seus
dependentes. Não é necessário ser aposentado para usufruir de tal benefício. O
saque dos valores depositados na conta vinculada será isento do IR.
Moléstia profissional, esclerose múltipla, tuberculose ativa, hanseníase,
paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson,
espondilartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, osteíte
deformante, fibrose cística e contaminação por radiação. Estas pessoas com estas
peculiaridades possuem benefícios.
A Lei 8112/901 em seu art. 186, § 1º versa que qualquer pessoa
acometida de doença crônica sendo Servidor Público Federal será aposentado por
invalidez permanente, decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional,
doenças graves, contagiantes ou incuráveis, mesmo contraídas após a concessão o
36
benefício. Os Servidores municipais e estaduais são regidos por legislação
específica que seguem as mesmas regras da Lei Federal.
3.5.1 – Qual grupo tem direito a estas isenções? Por quê?
Todas as pessoas elencadas no artigo 150, inciso VI, da CRFB/88
possuem essas isenções, vejamos:
“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e
aos Municípios:
(...)
VI - instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
b) templos de qualquer culto;
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas
fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das
instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos,
atendidos os requisitos da lei;
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.”
O legislador ao conceder as imunidades acaba por proteger os valores da
população brasileira, sejam eles morais, os da família, o do menor, o dos idosos, a
habilitação e a reabilitação de pessoas portadoras de deficiência como, por
exemplo, pessoas que estejam em tratamento para a cura do câncer, o acesso à
cultura, por exemplo, imunidade para a tiragem de livros com conteúdo cultural e o
exercício das atividades religiosas, seja lá qual for a religião, tendo em vista que o
Estado é laico.
Além do que foi dito, instituições de educação e de assistência social sem
fins lucrativos, também recebem essa imunidade. É o estímulo que o Estado fornece
aos seus habitantes para que se crie um estado de bem estar social.
Ao criar estas imunidades, o legislador fornece estímulos para que as
pessoas que possuem um relevante valor social possam continuar a prestar as suas
37
obras e serviços sem ter um ônus a mais. Não incidir tributos, impostos taxas sobre
as benfeitorias seria a troca, a via de mão dupla encontrada para que ambos
saíssem ganhando.
38
CONCLUSÃO
Conclui-se pelo presente estudo a diferença entre imunidades, isenções e
não incidências, sendo a primeira o poder de tributar pautado numa liberdade
absoluta. A segunda, isenção, é pautada pela idéia de justiça e sempre incide em
cima da obrigação principal, e a última, não-incidência, é quem delimita o fato
gerador, incidindo sobre a obrigação principal e a acessória,
Posteriormente, acerca dos tributos, verificamos a diferença entre
imposto, tributo, taxa, contribuições e empréstimos compulsórios, onde em largas
linhas entendemos que os impostos, como o nome diz, no sentido literal, é imposto,
o contribuinte apenas paga e não tem que esperar nenhuma contraprestação, sendo
esta uma das grandes diferenças sobre as taxas, nestas, o contribuinte paga e
espera que o Estado lhe forneça o serviço que esse pagou.
Acerca das contribuições e dos empréstimos compulsórios vimos que as
primeiras são aquelas que acabam por valorizar por exemplo, determinado imóvel
devido a obras necessárias que o Estado fez. Lembrando que não existe
contribuição de pioria, apenas de melhoria. Já os empréstimos compulsórios são
aqueles que, assim como todos aqueles mencionados neste trabalho, são de
competência da União, eles só poderão ser implementados quando houver risco de
guerra externa ou quando estiver na iminência de ocorrê-la.
Ao estudarmos sobre as imunidades tributárias, observamos que algumas
pessoas sejam elas físicas ou jurídicas possuem imunidades aos impostos e o
legislador ao tomar esta atitude foi muito sensato. Houve a percepção de que se
não fossem cobrados tributos, haveria uma liberdade maior em todos os sentidos.
Para as pessoas físicas, algumas imunidades são essenciais para que
elas tenham uma liberdade maior, sendo uma liberdade de melhor locomoção,
liberdade no sentido de facilidade para a compra de remédios, o Estado quando
decidiu não cobrar os impostos para pessoas com moléstias graves permitiu a
liberdade de vida, de qualidade de vida para estas pessoas para que elas possam
39
viver num padrão próximo de igualdade para com aquelas pessoas que não sofrem
dos mesmos males.
Estas liberdades podem ser entendidas como as liberdades religiosas,
quando os templos não são tributados, isso faz com que haja uma liberdade, ou
seja, ninguém deixará de ter a sua livre opção de escolha religiosa por este ou
aquele templo religioso por motivos de tributação.
Liberdades que garantem direitos a classe trabalhadora com igualdades
de chance, assim como há uma liberdade em relação aos objetos como os livros,
periódicos, dando a oportunidade de que mais pessoas sejam agraciadas com a
informação.
Conclui-se pelo presente estudo que as imunidades tributárias são
indefiníveis, ficando mais fácil de identificá-las como a finalidade de ajudar as
pessoas. O Estado deixa de tributar determinados entes para que seja criado um
verdadeiro estímulo.
40
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
LIVROS
CARNEIRO, Claudio. Impostos Federais, Estaduais e Municipais. 3ª Ed. – Rio de
Janeiro: Lumen Juris, 2012.
TORRES, Ricardo Lobo. Tratado de Direito Constitucional Financeiro e Tributário.
Volume III. Os Direitos Humanos e a Tributação: Imunidades e Isonomia. 3ª Ed. –
Rio de Janeiro: Renovar, 2005.
TORRES, Ricardo Lobo. Curso de Direito Financeiro e Tributário. 18ª Ed. – Rio de
Janeiro: Renovar, 2011.
INTERNET
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
http://www.terceirosetor.org.br/suaong/index.cfm?page=6 em 04/08/2012.
http://www.detran.pe.gov.br/index2.php?option=com_content&view=article&id=896&I
temid=144 em 04/08/2012.
http://www.correios.com.br/impFacil/imunidades.cfm em 04/08/2012.
http://www.receita.fazenda.gov.br/pessoajuridica/dipj/2000/Orientacoes/PessoaJuridi
caImuneIsenta.htm em 04/08/2012.
http://www.econtalex.com.br/index2.php?pag=ver_noticia&cod=253 em 04/08/2012.
http://www.webjur.com.br/doutrina/Direito_Tribut_rio/Imunidades_tribut_rias.htm em
04/08/2012.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm em
04/08/2012
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5172.htm em 04/08/2012
41
BIBLIOGRAFIA CITADA
1 – MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário, 28ª ed. Sao Paulo:
Malheiros. 2007.
2 – BALEEIRO, Aliomar. Direito Tributário Brasileiro. Rio de Janeiro: Forense, 1981,
p.84
42
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
SUMÁRIO 6
INTRODUÇÃO 7
CAPÍTULO I
IMUNIDADES, ISENÇÕES E NÃO-INCIDÊNCIAS 9
1.1 – O que são imunidades tributárias 9
1.2 – O que são isenções tributárias 11
1.3 – O que são as não-incidências 11
CAPÍTULO II
OS TRIBUTOS 14
2.1 – Impostos 14
2.2 – Tributo 21
2.3 – Taxas 22
2.4 – Contribuições 23
2.5- Empréstimos Compulsórios 27
CAPÍTULO III
ESTUDO DAS IMUNIDADES COM BASE NA CRFB/88 29
3.1 – Pessoas físicas/jurídicas que possuem imunidades
aos impostos 29
3.2– Outras imunidades elencadas no artgo 150 CRFB/88 31
3.3 - Imunidade das taxas 33
3.4 – Os beneficiários das imunidades aos impostos 34
3.5 - Quem goza dessas isenções 34
3.5.1 – Qual grupo tem direito a estas isenções? Por que? 36
43
CONCLUSÃO 38
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 40
BIBLIOGRAFIA CITADA 41
ÍNDICE 42