ZONA RIBEIRINHA DE EXPANSÃO DA TROFA:
PROJECTO URBANO
Dissertação/Projecto para obtenção do Grau de Mestre em Arquitectura
Covilhã, 21 de Agosto de 2009
PEDRO MIGUEL RAMOS DA COSTA NEVES
Orientadora
Prof. Doutora Ana Lídia Virtudes
Universidade da Beira Interior Departamento de Engenharia Civil E Arquitectura
Mestrado Integrado Em Arquitectura
Universidade da Beira Interior Mestrado Integrado em Arquitectura
ZONA RIBEIRINHA DE EXPANSÃO DA TROFA: PROJECTO URBANO
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“Urbanism is about creating potential,
Architecture is about exploiting potential.”
Rem Koolhaas
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AGRADECIMENTOS
Aos meus pais Mário e Emília, que sempre me dedicaram amor
incondicional e me apoiaram sempre, mesmo nos momentos mais
difíceis nestes últimos anos e à minha irmã Rita que sempre
mostrou também disponibilidade em ajudar ou simplesmente
apoiar e a todos estes por transparecerem o orgulho na minha
pessoa.
Aos amigos que sempre estiveram presentes quando precisei e a
todos aqueles que continuam presentes.
À Universidade da Beira Interior por ter sido uma segunda casa,
onde me fez crescer e amadurecer ao longo destes últimos anos.
A todos os professores que acompanharam o meu percurso
universitário e em especial à professora e orientadora neste
trabalho final que incessantemente evidenciou uma força interior
incrível na busca pelo melhor e pela persistência sem fim em
busca dos nossos objectivos.
À Cidade da Covilhã que me acolheu de braços abertos e que se
mostrou ser lugar repleto de qualidades para se viver.
À Câmara Municipal da Trofa, à sua divisão de Planeamento e
Urbanismo, mais concretamente nas pessoas do Arquitecto
António Charro e Geógrafa Alice Santos pela disponibilidade
concedida.
Por último, ao Luís Gonçalves pelo apoio e ajuda neste trabalho.
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Índice
AGRADECIMENTOS ......................................................................................................................... ‐ 4 ‐
Lista de figuras ............................................................................................................................... ‐ 8 ‐
Resumo ......................................................................................................................................... ‐ 10 ‐
Palavras‐chave .............................................................................................................................. ‐ 10 ‐
Abstract ........................................................................................................................................ ‐ 11 ‐
Keywords ...................................................................................................................................... ‐ 11 ‐
CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... ‐ 12 ‐
1.1. RELEVÂNCIA DA TEMÁTICA ....................................................................................... ‐ 13 ‐
1.2. OBJECTIVOS ............................................................................................................... ‐ 16 ‐
1.3. METODOLOGIA E ESTRUTURA .................................................................................. ‐ 18 ‐
A ‐ METODOLOGIA ................................................................................................. ‐ 18 ‐
B ‐ ESTRUTURA ....................................................................................................... ‐ 19 ‐
1.4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA E ESTADO DA ARTE ........................................................... ‐ 20 ‐
1.4.1. Desenho Urbano .......................................................................................... ‐ 21 ‐
1.4.2. Expansão Urbana ......................................................................................... ‐ 24 ‐
1.4.3. Perímetro Urbano ........................................................................................ ‐ 25 ‐
1.4.4. Definição do conteúdo formal e legal do conceito de Perímetro Urbano ... ‐ 28 ‐
PARTE I – PROJECTO URBANO – ENQUADRAMENTO TEÓRICO .............................................. ‐ 30 ‐
CAPÍTULO 2. Pressupostos teóricos do desenho urbano ............................................................ ‐ 30 ‐
2.1 A IMAGEM DA CIDADE, Kevin Lynch ................................................................ ‐ 31 ‐
2.2 ‐ PAISAGEM URBANA, Gordon Cullen .............................................................. ‐ 33 ‐
2.3 ‐ A ARQUITECTURA DA CIDADE, Aldo Rossi ..................................................... ‐ 36 ‐
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2.4. Perímetro Urbano / Zonas Ribeirinhas .......................................................... ‐ 38 ‐
CAPÍTULO 3. REQUISITOS TÉCNICOS DO PROJECTO URBANO .................................................... ‐ 42 ‐
3.1. ENQUADRAMENTO DO PROJECTO URBANO NO SISTEMA DE GESTÃO
TERRITORIAL ................................................................................................................................. ‐ 43 ‐
3.1.1. SISTEMA DE GESTÃO TERRITORIAL ...................................................... ‐ 43 ‐
3.1.2. PROJECTO URBANO .............................................................................. ‐ 46 ‐
3.1.3. USOS DO SOLO ..................................................................................... ‐ 47 ‐
Classes de Espaço ................................................................................. ‐ 47 ‐
3.1.4. CONDICIONANTES AO USO DO SOLO ................................................... ‐ 48 ‐
A ‐ Reserva Agrícola Nacional (RAN) .................................................... ‐ 48 ‐
B ‐ Reserva Ecológica Nacional (REN) .................................................. ‐ 49 ‐
3.2. ARTICULAÇÃO DO PROJECTO URBANO COM AS OPERAÇÕES DE LOTEAMENTO
URBANO ....................................................................................................................................... ‐ 50 ‐
3.3. SÍNTESE ........................................................................................................... ‐ 51 ‐
CAPÍTULO 4. GLOSSÁRIO DE PARÂMETROS URBANÍSTICOS E DE DIMENSIONAMENTO ............ ‐ 52 ‐
PARTE II – PROJECTO URBANO (PROPOSTA) ......................................................................... ‐ 63 ‐
CAPÍTULO 5. PROPOSTA DE INTERVENÇÃO URBANA / MEMÓRIA DESCRITIVA .......................... ‐ 63 ‐
5.1. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUTO ‐ SITUAÇÃO PRÉ‐EXISTENTE .......... ‐ 64 ‐
5.1.1 Localização ............................................................................................ ‐ 64 ‐
5.1.2 Diagnóstico do tecido edificado ........................................................... ‐ 66 ‐
5.1.3 Espaços livres pré‐existentes ................................................................ ‐ 68 ‐
5.1.4. Estrutura viária .................................................................................... ‐ 69 ‐
5.1.5 Zona ribeirinha e axialidades ................................................................ ‐ 69 ‐
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5.2. ÍNDICES E PARÂMETROS URBANÍSTICOS DA SITUAÇÃO PRÉ‐EXISTENTE ...... ‐ 70 ‐
5.3. ENQUADRAMENTO DA ÁREA DE ESTUDO NOS INSTRUMENTOS DE GESTÃO
TERRITORIAL ................................................................................................................................. ‐ 71 ‐
5.4. PROJECTO URBANO – MEMÓRIA DESCRITIVA ............................................... ‐ 76 ‐
5.4.1 Solução de desenho urbano ................................................................. ‐ 76 ‐
5.4.2 Índices Urbanísticos da proposta ......................................................... ‐ 87 ‐
5.4.3 Rede de mobilidade .............................................................................. ‐ 89 ‐
5.4.4 Matriz sociológica, económica e física ................................................. ‐ 90 ‐
5.4.5 Estrutura Verde .................................................................................... ‐ 91 ‐
5.5. MORADIA TIPO .............................................................................................. ‐ 92 ‐
CAPÍTULO 5. CONCLUSÕES .......................................................................................................... ‐ 96 ‐
Índice de Fontes ......................................................................................................................... ‐ 100 ‐
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................. ‐ 102 ‐
ANEXOS ...................................................................................................................................... ‐ 105 ‐
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Lista de figuras
Figura 01 — Esboço/proposta para um troço da zona ribeirinha (Parque das Azenhas)‐14 ‐
Figura 02 — Delimitação da área de frente ribeirinha para revitalização (Parque das
Azenhas)…………………………………………………………………………………………..………‐ 14 ‐
Figura 03 — “Paris plage” (Rio Sena)……………………………………………………………..…….…….‐ 37 ‐
Figura 04 — “London draft plan”…………………….……………………………………………….…………‐ 40 ‐
Figura 05 — Organigrama dos Instrumentos de Gestão Territorial……………………………..‐ 43 ‐
Figura 06 — Localização do Concelho da Trofa (mapa de Portugal)……………………….…..‐ 63 ‐
Figura 07 — Localização do concelho da Trofa (Região Minho e Douro Litoral)…….…….‐ 63 ‐
Figura 08 — Localização da área de estudo………………………………………………………..………‐ 64 ‐
Figura 09 — Prédios de habitação na área de estudo…………………………………….……………‐ 65 ‐
Figura 10 — Habitação em estado de degradação na área de estudo…………………………‐ 65 ‐
Figura 11 — Moradias a manter na área de estudo…………………………………………………….‐ 65 ‐
Figura 12 — Pequeno espaço agrícola na área de estudo……………………………………………‐ 67 ‐
Figura 13 — Arruamento delimitador da área de estudo (Área de estudo à esquerda).‐ 68 ‐
Figura 14 — Planta de Condicionantes……………………………………………………………………….‐ 72 ‐
Figura 15 — Planta de Ordenamento………………………………………………………………………… ‐ 73 ‐
Figura 16 — Planta Topográfica…………………………………………………………………………………‐ 74 ‐
Figura 17 — Perspectiva da proposta para a área de estudo de Poente……………………..‐ 75 ‐
Figura 18 — Planta de Implantação da Proposta………………………………………………………..‐ 76 ‐
Figura 19 — Perspectiva da área de estudo de Norte………………………………………………….‐ 76 ‐
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Figura 20 — Perspectiva da área de estudo junto ao EDIFÍCIO 1 (proposto)…………….…‐ 77 ‐
Figura 21 — Perspectiva da área de estudo pelos percursos pedonais na zona verde de
Nascente……………………………………………………………………………………………….…‐ 78 ‐
Figura 22 — Perspectiva da área de estudo pelos percursos pedonais com o EDIFÍCIO 1 em
pano de fundo………………………………………………………………………………………….‐ 79 ‐
Figura 23 — Planta de actividades nos pisos térreos…………………………………………………..‐ 80 ‐
Figura 24 — Planta de actividades nos restante pisos………………………………………………...‐ 81 ‐
Figura 25 — Perspectiva aérea da área de estudo de Sul……………………………………………‐ 83 ‐
Figura 26 — Perspectiva da área de estudo a partir do EDIFÍCIO 1 com vista para o rio‐ 84 ‐
Figura 27 —Perspectiva da ciclo‐via a partir de Nascente com vista para o rio á direita‐ 84‐
Figura 28 — Fotografia da guarda entre a Estrada Nacional 14 e o rio………….…………….‐ 85 ‐
Figura 29 — Planta de localização da moradia…………………………………………………………… ‐ 90 ‐
Figura 30 — Perspectiva da moradia‐tipo de Nordeste……………………………………………….‐ 92 ‐
Figura 30 — Perspectiva da moradia‐tipo de Sudoeste……………………………………………….‐ 92 ‐
Figura 31 — Perspectiva da moradia‐tipo de Noroeste……………………………………………….‐ 93 ‐
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Resumo
Actualmente, a praxis da urbanização das áreas de expansão
urbana das cidades tem vindo a resultar essencialmente da
concretização de operações de loteamentos urbano e da
construção de edifícios. Esta prática tem vindo a concretizar‐se
por operações avulso, desordenadas e desarticuladas entre si, sem
qualquer consideração pelo conjunto urbano. Consequentemente
resulta, em desrespeito com a identidade da malha urbana
preexistente ou de áreas específicas como sejam as zonas
ribeirinhas que atravessam a cidade. Por outro lado verifica‐se que
a inexistência de Projectos Urbanos que definam nestes locais o
como, quando e com quem se urbaniza, através do desenho
urbano, numa visão de conjunto da cidade e integrando todas as
suas vertentes, quer edificada, quer não edificada. Neste contexto,
esta Dissertação tem como objectivo apresentar uma proposta de
intervenção urbana na zona ribeirinha da área de expansão
urbana da cidade da Trofa, num troço do Rio Ave, onde a
problemática descrita não é excepção.
Com este projecto urbano contribuir‐se‐á através de uma
proposta arquitectónica e urbanística, traçada para o local, para a
promoção da atractividade social e humana, devolvendo o rio à
cidade.
Palavraschave: Desenho Urbano, Expansão Urbana, Perímetro Urbano, Zona
Ribeirinha, Projecto Urbano.
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Abstract
Currently, the praxis of the urbanization sprawl areas of cities has
been primarily the result completion of transactions and lots of
urban construction of buildings. This practice has operations to
take place by loose, unordered and disarticulated from each other,
without any regard for whole city. Consequently results in failure
with the identity of the existing urban fabric or of areas specific
areas such as border crossing the city. Furthermore it appears that
the absence of Urban Projects in these places that define how,
when and who are prepared, through urban design, an overview
of the city and integrating all strands, either built or not built. In
this context, this dissertation is to present a proposal for
intervention in one specific area of urban waterfront of of the
city's urban sprawl, in a part of Rio Ave, where the problem
described is no exception.
The urban contribute to this project will be through an
Architectural and urban planning proposal, drawn to the place,
promoting human and social attractiveness, returning the river to
the city.
Keywords: Urban Design, Urban Sprawl, Urban Perimeter, Waterfront, Urban
Project.
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CAPÍTULO 1.
INTRODUÇÃO
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1.1. RELEVÂNCIA DA TEMÁTICA
As áreas de expansão urbana surgem no panorama do
crescimento económico‐social e demográfico das cidades. Estão
frequentemente associadas à tendência de impulsionar o
desenvolvimento dos espaços urbanos mas, em muitos casos,
acabam por resultar na criação de núcleos urbanos satélite,
entendidos como zonas urbanas monofuncionais, exclusivamente
assentes na função residencial, os designados bairros dormitórios.
Por outro lado, tem‐se verificado ainda nos últimos anos em
Portugal que frequentemente se procede à delimitação de áreas
de expansão urbana nos instrumentos de gestão territorial; os
designados planos urbanísticos; como parte integrante dos
perímetros urbanos, para além dos consolidados espaços urbanos.
Ora, esta delimitação nem sempre é acompanhada pelas
respectivas regras de edificabilidade e de urbanização,
materializadas em propostas de desenho urbano que definam
onde, quando, com que agentes e como se concretizam as novas
urbanizações.
Poder‐se‐á referir que a praxis vigente tem tendência a pensar as
áreas de expansão urbana, sem que simultaneamente se pensem,
tracem e definam os projectos urbanos que irão definir o desenho
urbano de detalhe, para o conjunto dessas áreas de crescimento
da cidade, que acabam por se ir concretizando por operações
avulsas de loteamentos urbanos e de construção de edifícios.
Veja‐se o exemplo dos planos municipais, em que os Planos
Directores Municipais (PDM); acabam por ser em muitos
territórios os únicos instrumentos de gestão territorial em vigor.
Ora, os PDM à escala de análise de 1/25000, não integram o
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desenho urbano, ainda que não se coíbam de regulamentar de
forma cega; sem desenhar; e meramente administrativa; em
regulamento; alguns índices e parâmetros urbanísticos aplicáveis
nomeadamente às áreas de expansão urbana.
Ainda que alguns municípios tenham vindo já a encetar um
percurso assinalável na elaboração e na execução de planos de
detalhe, os designados planos de pormenor, há ainda um longo
caminho a percorrer neste sentido, nomeadamente nos concelhos
com menos recursos, mais afastados das grandes metrópoles, com
maior escassez de meios técnicos e financeiros.
Consequentemente, as áreas de expansão urbana vão‐se
urbanizando através de loteamentos e construção de edifícios
avulsos, dependentes do parcelamento fundiário prévio, sem
planos de detalhe nem projectos urbanos. Este facto promove o
crescimento desordenado, parcela a parcela, sem qualquer
preocupação de articulação ou continuidade entre estas várias
acções e a cidade existente.
Por outro lado, nas áreas de expansão urbana que integram zonas
ribeirinhas, delimitadas ou atravessadas por cursos de águas, a
praxis anteriormente descrita tem uma relevância que se poderá
considerar acrescida por contribuir para que estes elementos
naturais da cidade sejam ignorados, com ausência de medidas
projectuais específicas que os valorizem, tornando‐se locais pouco
atractivos à fruição pela população, desfavorecendo a
dinamização social e humana da cidade.
Verifica‐se que na cidade da Trofa, mais concretamente nas áreas
de expansão urbana, a problemática anteriormente descrita não é
excepção, sendo ainda mais relevante nas zonas ribeirinhas
confinantes com o rio Ave. Também nestes locais não existem
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projecto urbano que definam através de medidas projectuais de
desenho urbano a concretização da urbanização. A Trofa, sede de
concelho criado há dez anos tem em vigor apenas um instrumento
de gestão territorial, o Plano Director Municipal (PDM).
Assim o objecto de estudo desta Dissertação é uma área de
expansão urbana da cidade da Trofa, delimitada a Norte por um
troço do Rio Ave, com a dimensão aproximada de 5,32 ha A área
em estudo situa‐se na zona mais a Norte do perímetro urbano da
Trofa, delimitado no PDM, entre a Estrada Nacional N.º14 a Este, a
Rua Ramalho Ortigão a Sul e Oeste e o rio a Norte. Este local tem
sido alvo de um crescimento urbano que se poderá denominar de
desequilibrado na medida em que integra apenas a edificação de
dois módulos de habitação colectiva a par de uma ampla área por
urbanizar, nomeadamente na vertente junto ao rio. Estes imóveis
existentes, foi sendo construídos sem qualquer ideia de desenho
urbano para o conjunto da área de estudo, que contemplasse a
continuidade urbana e a articulação com a com a envolvente e
com a cidade. Consequentemente, caracteriza‐se por um espaço
desqualificado que ignora as preexistências na envolvente e da
ligação à cidade consolidada, bem como uma total ausência de
medidas projectuais dirigidas para a valorização da ribeira, no
contexto urbano. Pictoricamente poder‐se‐á descrever que estas
urbanizações estão de costas voltadas para o rio sem contribuírem
para criar qualquer atractividade proporcionado pela presença e
proximidade da água, promotor de bem‐estar dos cidadãos.
Estes factos tornam oportuno e relevante o objectivo essencial
deste Projecto Urbano, propor soluções de desenho urbano para
esta área de expansão urbana da cidade da Trofa delimitada por
um troço do rio Ave, como meio condutor de pensar, planear e
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ordenar esta área de estudo, promovendo a sua integração na
envolvente e contribuindo para devolver o rio à cidade.
1.2. OBJECTIVOS Para contrariar a problemática anteriormente descrita, este
projecto urbano visa contribuir com a definição das regras e
soluções de desenho urbano para melhorar a fruição pelos
cidadãos de um troço da zona ribeirinha da área de expansão da
cidade da Trofa e contribuir para minimizar o crescimento urbano
desequilibrado entre as preexistências e a urbanização do local.
Pretende‐se definir como, através do desenho urbano, se deverá
proceder à urbanização e edificação desta área privilegiada da
cidade de proximidade ao rio. Deste modo, pretende‐se contribuir
para promover a atractividade do local para a população,
tornando favorável à dinamização social e humana da cidade, em
continuidade, articulação e sintonia com a cidade consolidada.
Este projecto propõe desenvolver uma proposta de intervenção
urbana, numa perspectiva sistémica, ou seja, conferida a um nível
interventivo precisamente aplicado a uma área de estudo
concreta, articulando o espaço envolvente (estrutura do espaço
edificado e do espaço não edificado) com a integração da zona
ribeirinha. Esta proposta vida promover a qualificação urbana e a
atractividade da zona, tornando esta área periférica da cidade
num local para viver e ser vivido e não de simples passagem,
criando uma nova centralidade pela diversidade de actividades;
incluindo comércio, serviços e um espaço de lazer; que contrarie a
tendência dos bairros satélite ou das periferias monofuncionais.
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Figura 2 – Delimitação da área de frente ribeirinha para revitalização
(Parque das Azenhas) (Fonte 02).
Figura 1 – Esboço/proposta para um troço da zona ribeirinha (Parque das
Azenhas) (Fonte 01).
A elaboração do projecto urbano neste troço ribeirinho visa
também contribuir para assegurar a continuidade com a
integração desta proposta com o projecto de dinamização da
costa ribeirinha da cidade da Trofa denominado de “Parque das
Azenhas” em curso, mas que é apresentado aqui como mera
referenciação, pois não existem elementos disponíveis que
permitam o seu estudo.
Por último, pretende‐se reflectir sobre as questões levantadas à
elaboração de um projecto urbano de modo a que se torne
operativo tendo em conta as restrições e condicionantes ao uso
do solo e a conformidade com os demais requisitos inerentes à
elaboração de um projecto deste tipo; como seja o conteúdo do
PDM da Trofa definido para o local.
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1.3. METODOLOGIA E ESTRUTURA
A ‐ METODOLOGIA Para o desenvolvimento desta Dissertação contribuíram
essencialmente duas vertentes metodológicas:
1. A construção de um corpo teórico correspondente ao
enquadramento teórico (correspondente ao Capítulo 2), no qual
se pretendem explicar os conceitos e os significados que informam
a temática em análise. Entre estes encontra‐se o próprio conceito
de área de expansão urbana, perímetro urbano mas também
algumas questões qualitativas que informam o processo de
desenho urbano. Esta vertente metodológica baseia‐se na
pesquisa bibliográfica.
2. A construção do acervo da informação necessária à caracterização
da área de intervenção; o estudo de caso da área de expansão
urbana da Trofa delimitada pelo rio Ave; tais como o PDM da
Trofa, bem como uma série de outras referências regulamentares
aplicáveis aos projectos urbanos, nomeadamente de âmbito legal.
Esta vertente metodológica tem como finalidade conhecer a área
de estudo e informar a proposta de desenho urbano a definir.
Ambas as vertentes metodológicas anteriores decorreram em
simultâneo e forma‐se completando mutuamente.
Foram também pesquisadas informações em outros exemplos
práticos de propostas de intervenção urbana tais como a proposta
para a Quinta dos Lagoeiros junto à ribeira da Carpinteira na
Covilhã. Esta análise, assim como a recolha de bibliografia de
partida para elaboração da proposta de desenho urbano,
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encontram‐se no ponto relativo à revisão bibliográfica e estado da
arte, integrado no Capítulo 1.
Relativamente à abordagem do estudo de caso a metodologia
seguida inclui a detalhada caracterização da situação pré‐existente
na área de estudo, do seu enquadramento e conformidade com as
directrizes explicitadas no Plano Director Municipal da Trofa,
aplicáveis ao local e com os condicionantes existentes ao uso do
solo, nomeadamente os que se relacionam com o rio, de forma a
contextualizar o projecto urbano nas regras de edificabilidade e
urbanização em vigor no local.
B ‐ ESTRUTURA A estrutura desta Dissertação está organizada em duas grandes
partes fundamentais:
‐ A parte I corresponde ao Capítulo 2 no qual se analisam os
pressupostos teóricos do desenho urbano, das áreas de expansão
urbana e das zonas ribeirinhas e ao Capítulo 3 no qual se
sistematiza um glossários de conceitos e significados aplicáveis
nesta temática;
‐ A parte II, correspondente ao Capítulo 4 apresenta a proposta de
desenho urbano para a área de estudo, cuja memória descritiva e
justificativa pretende esclarecer as soluções gizadas em
conformidade com os objectivos traçados e com os requisitos
teóricos e regulamentares expostos nos capítulos anteriores. Por
outro lado, porque a habitação unifamiliar é também uma das
tipologias integradas na solução de desenho urbano, pretendeu‐se
avançar um pouco mais neste Projecto Urbano e apresentar uma
solução arquitectónica a aplicar às designadas moradias tipo.
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Assim, concluir‐se‐á este capítulo com a justificação arquitectónica
inerente ao projecto desta moradia.
1.4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA E ESTADO DA ARTE
Para dar início à pesquisa que foi servido de base à elaboração
desta Dissertação tendo em consideração a temática em análise,
foi necessário proceder a uma recolha do estado da arte ou dito
de outra forma, do estado do conhecimento sobre as áreas de
expansão urbana, o desenho urbano e as zonas ribeirinhas,
documentado e publicado.
Esta exposição segue o raciocínio das palavras‐chave identificadas
anteriormente, pois são essas que guiam a pesquisa bibliográfica
na medida em que são os conceitos chave que permitem de
imediato localizar a perspectiva de análise deste trabalho no
campo científico e restringi‐lo dos demais contextos que
poderiam ser abordados. Desta forma, é pertinente analisar tais
conceitos de uma forma hierárquica ou então dos mais
abrangentes para os menos. Para tal, proceder‐se‐á a uma recolha
bibliográfica conducente à elaboração do estado da arte tendo
por base os conceitos chave: pressupostos do Desenho Urbano,
áreas de Expansão Urbana, Perímetro Urbano e Zonas Ribeirinhas.
É a partir da pesquisa bibliográfica e do acervo dos significados e
conteúdos destes conceitos que se pretende constituir as bases
teóricas para a elaboração da proposta de Projecto Urbano.
Os pressupostos do Desenho Urbano, baseiam‐se na análise e
compreensão dos elementos da morfologia urbana e do seu
significado na cidade. Trata‐se portanto de uma temática mais
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abrangente, que carece de uma pesquisa rigorosa que permita
informar a proposta a definir para a área de estudo. Como
principais referências bibliográficas a apoiar este assunto foram
analisadas as obras de Kevin Lynch (A Imagem da Cidade), Gordon
Cullen (Paisagem Urbana) e Aldo Rossi (A Arquitectura da Cidade),
tendo sido posteriormente elaborada uma síntese dos
ensinamentos destes três autores. Esta síntese pretende
sistematizar e compilar a informação proveniente das diferentes
fontes bibliográficas numa matriz de pressupostos teóricos do
desenho urbano. Esta matriz servirá de base justificação a
algumas das opções consideradas na proposta de intervenção
urbana. Pretende‐se que esta proposta de Projecto urbano seja
inovadora e criativa, que não se limite a recriar a situação pré‐
existente, mas que contribua para minorar o problema da
desqualificação e da falta de articulação entre intervenções
avulsas de loteamentos e construção de edifícios nas áreas de
expansão urbana. Por outro lado, pretende‐se contribuir para a
valorização desta zona ribeirinha do rio Ave, proporcionando um
local aprazível, dotado de diversidade funcional e um espaço de
lazer na proximidade com a água.
1.4.1 Desenho Urbano De modo a identificar, analisar e explicitar os pressupostos
teóricos do desenho urbano; procedeu‐se à pesquisa de uma
bibliografia complementar para além dos três autores já referidos.
Assim, foi analisado o 2º Volume das Normas Urbanísticas, cuja
temática é o desenho urbano. Referem os autores que o Desenho
Urbano é o meio através do qual é concebível um programa de
acontecimentos que se propõe concretizar em determinado
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espaço, sendo que a atitude de desenhar o meio urbano resulta na
criação de condições favoráveis ao desenvolvimento de tais
acontecimentos. O sistema urbano é entendido como o resultado
desses acontecimentos e não apenas a estrutura física que os
suporta. Para projectar estes espaços e acontecimentos é
necessário o reconhecimento das vivências numa perspectiva
multidisciplinar do saber, desde a sociologia, à geografia,
arquitectura ou economia (entre outras) do espaço que se
pretende desenhar. Desta forma actua o desenho urbano, como
ferramenta essencial de conduzir a realização e concretização de
espaços e acontecimentos, mas que no entanto carece desta
multidisciplinaridade para ser completo.
Um qualquer objecto isolado ou elemento morfológico da cidade,
não faz sentido enquanto mantiver uma relação com o espaço
onde se integra, tal como, uma determinada actividade passa a
fazer sentido quando passa a fazer parte de um “estado do
sistema”1 urbano. Da mesma forma que “um candeeiro numa rua
seria um objecto impossível, ou pelo menos insólito, se não
existisse a noite, ele só faz sentido quando ilumina; objectos mais
complexos como a rua explicitam‐se nas vivências, nas actividades
concretas que com ela acontecem”2.
Uma das questões mais relevantes a que se deve dar atenção nos
pressupostos do desenho urbano são os factos, os acontecimentos
e a conjugação desses dois elementos de forma a criar uma só
relação, sendo esta relação o objecto final a que se deve propor o
desenho urbano.
1 PARDAL, Sidónio et al.; 1998 “Normas Urbanísticas – Volume II, Desenho Urbano, Perímetros Urbanos e Apreciação de Planos, pág. 1. 2 Idem, pág. 1.
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“O uso do solo, enquanto relação entre um corpo social e um
espaço territorial, é um acontecimento. São‐no também uma
pessoa a caminhar ao longo de um passeio, um rio a correr no seu
vale”.3
Qualquer elemento do sistema urbano deve surgir de uma
conexão ou, por outro lado, contribuir para criar essa conexão
com os demais de modo a que, explique a sua existência, sendo
que “o conjunto de estados de um sistema urbano é definido pelas
configurações ou cenários desenvolvidos a partir das relações
possíveis entre os seus elementos”4.
O desenho urbano, como anteriormente citado, resulta de um
corpo normativo com matérias que incluem a Arquitectura de
espaços edificados, a Engenharia Civil de redes de infra‐estruturas
e Arquitectura Paisagista premente por exemplo em zonas
ribeirinhas como a área de estudo nesta Dissertação. É então que
surge o Urbanismo como análise interdisciplinar integrando e
coordenando essas matérias na concepção da estrutura da cidade,
através do desenho urbano.
O desenho urbano trata então de um processo meticuloso e
interdisciplinar de análise e síntese do território, que pressuponha
a criação de sistemas espaciais destinados a adaptarem factos e
funções em relações não só espaciais, como também sociais, “no
essencial, trata‐se da arte de criar e transformar objectos
definidores de espaços.”5
3 PARDAL, Sidónio et al.; 1998 “Normas Urbanísticas – Volume II, Desenho Urbano, Perímetros Urbanos e Apreciação de Planos”; pág. 2. 4 Idem; pág. 3. 5 Idem; pág. 3.
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‐ 24 ‐
1.4.2 Expansão Urbana No seguimento da análise aos pressupostos do desenho urbano
(como condição inicial mais generalista e matéria de estudo
interdisciplinar sobre o território), surge a temática das áreas da
expansão urbana. Esta aparece directamente relacionada com a
área de estudo; inserida na área de expansão urbana da cidade da
Trofa – a área de estudo.
A pesquisa bibliográfica seguinte pretende explicitar o conceito e
significado das áreas de expansão urbana, tendo sido para isso
analisados o artigo Expansão Urbana6 e os livros Normas
Urbanísticas referenciados na bibliografia.
As cidades, assim como o Homem, possuem uma tendência
natural para crescer, expandir e constantemente metamorfosear‐
se de acordo com as novas necessidades que constantemente
surgem. Isto acontece porque as funções urbanas por elas
exercidas exigem um número de pessoas cada vez maior e para
além disso, tais funções são constantemente renovadas e a cada
hora surgem novas funções. Este crescimento realiza‐se
essencialmente de duas formas: por acumulação da população ou
pela projecção das cidades para o exterior do espaço urbano
existente e para ele contribuem as relações que se estabelecem
entre a cidade existente e as áreas contíguas (que podem por sua
vez ser outras cidades). Inicialmente, esse crescimento era
espontâneo e anárquico, sem qualquer instrumento de gestão
territorial prévio, mas na actualidade é cada vez mais legislado,
regulamentado e planeado. Veja‐se o exemplo do contexto
português onde desde a década de 1990 a totalidade do território
está abrangida pelo Plano Director Municipal. O tipo considerado
6 expansão urbana. In Infopédia. Porto: Porto Editora, 2003‐2009. <URL: http://www.infopedia.pt/$expansao‐urbana>, consultado em Maio de 2009.
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‐ 25 ‐
mais simples de expansão urbana é o de aglutinação através do
qual a cidade existente aglutina ou integra nas suas características
territórios anteriormente não urbanos. No interior da cidade todo
o espaço é ocupado; por edifícios ou urbanizações;
progressivamente expandindo‐se para a periferia, podendo esta
expansão resultar em aglomerações de formas diversas como seja
a forma linear ao longo dos arruamentos pré‐existentes,
dependendo das direcções que são privilegiadas pela rede de
comunicações e de transportes que as diferentes cidades possuem
ao seu dispor. Posteriormente, criam‐se vias de comunicação
transversais ao núcleo urbano existente, que originam em seu
redor áreas de expansão e onde os não urbanos, agrícolas ou
outros vão sendo ocupados por edificações e urbanizações. De
outra forma, diga‐se que a periferia das cidades poder‐se‐á
expandir como uma mancha de óleo.
1.4.3 Perímetro Urbano No seguimento da análise ao conceito das áreas de expansão
urbana surge de forma incisiva a análise ao conceito de perímetro
urbano. Este conceito é um dos mais importantes para o estudo
de caso devido às características da área que se encontra inserida
no perímetro urbano da Trofa na margem do Rio Ave.
Os perímetros urbanos integram as áreas consolidadas dos
aglomerados urbanos (cidades, vilas ou aldeias), correspondentes
às áreas urbanas existentes e as áreas não consolidadas, cujo
objectivo é permitirem a expansão urbana das áreas existentes. A
delimitação dos perímetros urbanos associa‐se ao significado do
espaço vocacionado para a edificação e para a urbanização, por
oposição aos territórios que lhe são exteriores, vocacionado para
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ZONA RIBEIRINHA DE EXPANSÃO DA TROFA: PROJECTO URBANO
‐ 26 ‐
fins não urbanos, como sejam os agrícolas. Como refere Sidónio
Pardal a este respeito, “o impedimento das urbanizações fora dos
perímetros deverá ser uma consequência das facilidades e
estímulos que atraem a procura para o interior das estruturas
urbanas. É nesta linha de raciocínio que os perímetros perdem a
sua componente negativa enquanto condicionante meramente
administrativa e adquirem um sentido urbanístico.”7
Existem, no entanto casos em que esses perímetros urbanos são
definidos por factores naturais, que no caso da área de estudo é
uma linha de água, o Rio Ave. Trata‐se portanto de um perímetro
urbano delimitado pela zona ribeirinha, à qual será dada especial
atenção. Foi considerada como referência bibliográfica o Volume II
das Normas Urbanísticas, que cirurgicamente descreve da melhor
forma e mais claramente possível este conceito.
Os perímetros urbanos pressupõem‐se geralmente que se trate de
áreas onde ocorre e se desenvolve o povoamento e as actividades
urbanas, contrastando com áreas vizinhas. Estão também
associados a mais elevadas densidade populacionais e
habitacionais do que os territórios que lhes são exteriores, numa
dicotomia entre respectivamente espaços urbanos e espaços
rurais.
É nas áreas urbanas que integram os perímetros urbanos que se
verifica uma maior necessidade de infra‐estruturação, devido a
factores como a elevada densidade populacional suscitada por
factores como a concentração de serviços, equipamentos,
oportunidades de emprego ou habitação, tornando‐se assim pólos
urbanos atractivos à fixação da população. Poder‐se‐á também
7 PARDAL, Sidónio et al.; 1998 “Normas Urbanísticas – Volume II, Desenho Urbano, Perímetros Urbanos e Apreciação de Planos”; págs. 144.
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ZONA RIBEIRINHA DE EXPANSÃO DA TROFA: PROJECTO URBANO
‐ 27 ‐
aplicar aos perímetros urbanos o efeito bola de neve, ou seja, um
sistema urbano consolidado e atractivo atrai cada vez mais
pessoas, de tal modo que é necessário reestruturar, criar novas
áreas urbanas ou expandir as já existentes. Como refere Sidónio
Pardal a propósito “a concentração do povoamento permite uma
acessibilidade mais eficaz aos equipamentos sociais, de modo a
servir toda a população em melhores condições de acessibilidade,
de serviços, de conservação e de gestão das respectivas redes. É
(…) pela concentração relativa ao povoamento que se conseguem
melhores condições para o convívio social e para o sentido de
vivência colectiva.”8
Os perímetros urbanos só se confirmam e tornam operativos em
resultado de proposta de intervenção urbana através de planos
urbanísticos e projectos urbanos e não devem ser entendidos
apenas como uma questão, uma linha administrativa; que suporta
ou excluir a possibilidade de edificar e urbanizar. O vínculo do
território a uma alteração do uso do solo – de rústico para urbano
– pressupõe a exposição dos projectos e ideias, através do
desenho urbano, que detalhem essa transformação.
O crescimento desordenado e o amorfismo do tecido urbano não
é impedido pelo simples estabelecimento de perímetros urbanos,
pelo que a estruturação desses deve resultar de uma estrutura
lógica e interna da cidade no seu conjunto, sendo deste
pressuposto que sucedem uma maior exigência dos planos ou
projectos urbanos.
Em suma, a noção de perímetro urbano aplica‐se à concentração
de povoamentos, pessoas, actividades, infra‐estruturas que
8 PARDAL, Sidónio et al.; 1998 “Normas Urbanísticas – Volume II, Desenho Urbano, Perímetros Urbanos e Apreciação de Planos; págs. 143.
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‐ 28 ‐
constituem alguns dos critérios para a sua delimitação. Segundo
explicitado através das anteriormente referidas fontes
bibliográficas, este método facilita a definição dos perímetros
urbanos, tornando esclarecedora a partição dos usos urbanos
internos e agro‐florestais ou outros exteriores.
1.4.4 Definição do conteúdo formal e legal do conceito de Perímetro Urbano
De acordo com a pesquisa do enquadramento legal9 vigente em
Portugal, foi possível obter informação relativa ao assunto de
perímetros urbanos com o seu respectivo enquadramento nos
respectivos instrumentos de gestão territorial.
Aquando da abordagem aos PMOT (Planos Municipais do
Ordenamento do Território), são diferenciados os critérios da
classificação10 e qualificação11 do solo, sendo que o primeiro é
aquele através do qual é determinado o destino básico dos
terrenos, tendo como base a distinção entre solo rural12 e solo
urbano13. Poder‐se‐á referir que basicamente esta diferenciação
corresponde à identificação do perímetro urbano (os solos
urbanos) e ao território que lhe é exterior (o solo rural). O
segundo critério atenta na classificação básica e regula o
aproveitamento do solo; urbano ou rural; em função da utilização
9 Decreto‐Lei n.º 380/99 ‐ Sistema de Gestão Territorial. 10 Artigo 72º 11 Artigo 73º 12 É aquele para o qual é reconhecida vocação para as actividades agrícolas, pecuárias, florestais ou minerais, assim como o que integra os espaços naturais de protecção ou de lazer, ou que seja ocupado por infra‐estruturas que não lhe confiram o estatuto de solo urbano. 13 É aquele para o qual é reconhecida vocação para o processo de urbanização e de edificação, nele se compreendendo os terrenos urbanizados ou cuja urbanização seja programada, constituindo o seu todo o perímetro urbano.
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‐ 29 ‐
dominante que nele pode ocorrer, adoptando parâmetros de uso
e edificabilidade.
A qualificação do solo rural processa‐se através da integração de
várias categorias de usos ou actividades quer nos solos urbanos
quer nos solos rurais.
Os solos urbanos são processados segundo o critério da
qualificação pela integração em categorias que conferem a sua
adaptabilidade para a urbanização e a edificação e fazem
determinar a definição de perímetro urbano. Compreendem solos
urbanizados, solos cuja urbanização seja possível programar e
solos afectos à estrutura ecológica necessária ao equilíbrio do
sistema urbano.
Por sua vez, os PDM, os instrumentos chave do planeamento
urbano em Portugal no seu conteúdo material14, definem um
modelo de organização municipal estabelecendo nomeadamente
a identificação e delimitação dos perímetros urbanos, com a
definição do sistema urbano municipal.
Também no conteúdo material, dos Planos de Urbanização15, os
perímetros urbanos podem ser delimitados, de modo a prosseguir
o equilíbrio da composição urbanística estabelecendo a
adequação do perímetro urbano definido no PDM em função do
zonamento e concepção geral da organização urbana definidos.
Estes planos municipais são posteriormente concretizados e
especificados em detalhe com os Planos de Pormenor,
nomeadamente na modalidade de Projecto Urbano, que regem
por sua vez os parâmetros e as regras de edificação e de
urbanização, através de soluções e propostas de desenho urbano.
14 Artigo 85º 15 Artigo 88º
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‐ 30 ‐
PARTE I – PROJECTO URBANO – ENQUADRAMENTO TEÓRICO
CAPÍTULO 2.
Pressupostos teóricos do desenho urbano
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No sentido de apoiar o significado e aplicação do DESENHO
URBANO, pretende‐se nesta capítulo identificar e sistematizar
alguns dos seus pressupostos teóricos, requisitos e métodos. As
fontes bibliográficas de referência são A Imagem da Cidade de
Kevin Lynch, Paisagem Urbana de Gordon Cullen e A Arquitectura
da Cidade de Aldo Rossi.
2.1 A IMAGEM DA CIDADE, Kevin Lynch O autor surge no panorama do planeamento urbano como alguém
que desenvolveu uma importante contribuição para a análise e
interpretação entre a cidade e os seus habitantes. Intitula‐se de “A
Imagem da Cidade” e neste trabalho Lynch aparece com uma
importante linha de pensamento a ter em conta no desenho
urbano e que nem sempre os projectistas do espaço urbano a
consideram. Refere a propósito que os habitantes de determinada
cidade e as suas actividades são de igual modo importantes tal
como a parte física do território urbano. Desta forma, não se
poderá considerar determinado objecto ou parte física da cidade
como resposta a um todo, ou conjunto urbano, mas sim como
resposta adaptável a cada situação, funcionando em articulação
com o todo.
Refere a sua teoria que o Homem é capaz de desenvolver uma
imagem do ambiente urbano a partir de uma intervenção na sua
parte física, ou seja, confia na acção humana como reprodutora e
criadora de algo na cidade a partir da sua essência.
Um dos objectivos Lynch foi interpretar a qualidade visual urbana
a partir da análise de três cidades norte‐americanas (Boston,
Jersey City e Los Angeles) com base na interpretação de imagens
mentais criadas pelos seus habitantes. Assim, determina desta
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ZONA RIBEIRINHA DE EXPANSÃO DA TROFA: PROJECTO URBANO
‐ 32 ‐
forma um novo termo, que para o autor define a sua teoria – a
imaginabilidade da forma urbana, ou seja, é “àquela qualidade de
um objecto físico que lhe dá uma grande probabilidade de evocar
uma imagem forte num dado observador”16. A partir deste termo
surge outro: a legibilidade, que traz consigo o significado da fácil
leitura que é percebida pelo cidadão acerca da cidade, ou seja, a
sua transparência de a organizar num sistema mental coerente, de
a interpretar e compreender.
Desta forma, a legibilidade é um factor importante para a leitura
do cenário urbano. Trata‐se da percepção da cidade que é
apreendida através de relatos descritivos ou do desenho de mapas
mentais esquemáticos.
Segundo Lynch nas três cidades estudadas, os marcos distantes e
os pontos proeminentes visíveis a partir de diversas posições eram
quase sempre reconhecidos pelas pessoas, mas poucas os usavam
intencionalmente para organizar a cidade e escolher os seus
trajectos. Já os marcos locais e próximos, visíveis apenas em locais
restritos eram usados com muito mais frequência.
A cidade imaginável é facilmente legível, visível e interpretável; é a
cidade bem formada, distinta e perecível de apreciação. Lynch
acredita que um cenário urbano complexo e integrado é capaz de
produzir uma imagem claramente definida, podendo dessa forma
desempenhar também um papel social oferecendo‐se como
material objectivo na construção de símbolos e representações
colectivas da comunicação em grupo.
A cidade é por si só portadora de um forte significado expressivo e
independentemente da sua forma, aspecto e função, é também
implícito um forte simbolismo social, sendo possível entender‐se
imagens públicas do meio urbano. Estas são imagens comuns a
16 LYNCH, Kevin (2008). A Imagem da Cidade; pág. 17.
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‐ 33 ‐
variados contingentes de grupos de habitantes são a interacção de
uma realidade objectiva de cultura e de natureza comuns aos
habitantes de um determinado espaço também ele comum.
Na obra de Lynch a cidade é entendida como um fenómeno que
ultrapassa a simples interacção entre o Homem que habita um
espaço construído e que implica uma relação sobretudo social na
formação da civilização. Lynch visa uma dimensão de análise e
actuação na cidade que inclua a perspectiva ou o olhar do cidadão,
as formas com que ele vê, sente, compreende, utiliza e das quais
se apropria nos espaços da cidade, da sua forma, dos seus
elementos e das suas actividades sociais.
Assim, atribui elevado valor à morfologia urbana com especial
destaque para os seus elementos mais relevantes. A morfologia
urbana, através do desenho urbano, pode ser clarificada como o
estudo da configuração e da estrutura exterior de um objecto
urbano na sua relação com a envolvente e o conjunto da cidade.
A morfologia da cidade como objecto urbano articula‐se
reciprocamente com a leitura do espaço urbano pressupondo uma
organização e estrutura dos elementos através de um instrumento
de leitura que hierarquize a importância dos diversos elementos
da forma. Estes elementos físicos utilizados na análise de Lynch
são cinco: vias, limites, bairros, cruzamentos e pontos marcantes.
2.2 ‐ PAISAGEM URBANA, Gordon Cullen A relevância do passado da cidade como referência para construir
o presente e/ou futuro está longe de ser um erro para Cullen É nas
cidades que se verifica um maior aglomerado de construções e
pessoas em conjunto. Ora, se um determinado edifício surge fora
do meio urbano é visto como uma obra puramente arquitectónica,
o contrário não se pode dizer quando se passa para o interior
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‐ 34 ‐
citadino. Aqui ao contrário de um único edifício encontram‐se
conjuntos de edifícios, cada um com o seu propósito, forma,
volumetria ou função.
Este autor refere que uma vez na cidade, cada edifício novo com
que o cidadão se depara, constitui uma nova descoberta e um
novo sentimento e opinião. Cullen diz que um edifício no campo é
Arquitectura e na cidade é Arte17; ora o pressuposto de qualquer
proposta de desenho urbano é juntar estes dois parâmetros
através de um fio condutor que é o engenho.
Tal como no edifício singular, na cidade existe uma arte do
relacionamento entre os seus elementos morfológicos e o
propósito do desenho urbano é agregar todos os elementos que
condicionam o seu funcionamento, tal como se de um
empreendimento humano se tratasse. A cidade deve ser dotada
de vida própria, para não estar condenada ao fracasso, através
desta arte do relacionamento. Entre os pressupostos do desenho
urbano ou desta arte do relacionamento entre os elementos da
morfologia urbana Cullen apresenta a ÓPTICA, O LOCAL e o
CONTEÚDO:
1. É no primeiro aspecto que surge a análise do percurso do
transeunte da cidade, pelas surpresas constantes do caminho a
seguir que o levam a descobrir revelações e surpresas súbitas; é o
que se entende por VISÃO SERIAL. Inclui a imagem existente e
imagem emergente que, “de um modo geral aparecem ao
transeunte como uma sucessão de acontecimentos fortuitos, e a
sua ligação não passa de mera coincidência”.18
17 CULLEN, Gordon (2008). Paisagem Urbana, Arquitectura & Urbanismo; pág. 9. 18 CULLEN, Gordon (2008). Paisagem Urbana, Arquitectura & Urbanismo; pág. 11.
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‐ 35 ‐
2. O segundo aspecto remete‐nos para o LOCAL. É segundo este
termo que se processa a apropriação de factores especiais como
determinantes do antes, agora e depois relativos à descoberta da
cidade. Como se o acto de entrar, permanecer e sair do edifício,
implicando um antes (ou expectativa), cujo significado remete
para uma sensação de ansiedade pela descoberta do
desconhecido, da apreciação do exterior desconhecendo a sua
função; o permanecer eleva o factor surpresa pela percepção de
um espaço aprazível; e por fim a saída que confere ao transeunte
um conjunto de opiniões do antes e depois do conhecimento da
cidade e é formulado então um juízo de valores, sobre o mesmo
percurso.
Este ponto não trata apenas factores construídos, mas também
daqueles que são de origem natural – o que significam, o que
provocam, e o sentimento que provoca a quem lá passa.
3. Este último ponto trata da constituição da cidade: a cor, textura,
escala, estilo, a sua natureza, a sua personalidade e tudo o que a
individualiza. A forma da cidade é um processo de metamorfose
constante que leva tempo e gerações a ser consolidada. Não
apenas falando do edificar a cidade, mas de a ir actualizando e
moldando conforme as inúmeras alterações, tendências e
necessidades de cada época.
Um dos problemas que se coloca à análise da cidade, tornando‐a
inóspita é o facto de se intervir sem ter um estudo e/ou uma
análise prévia. Ao intervir na cidade, está‐se a intervir em algo que
se tem vindo a adaptar a períodos de tempo e pessoas numa
constante mudança. Como diz Cullen, há cada vez mais “uma
tendência generalizada para recorrer a tanques e carros blindados
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ZONA RIBEIRINHA DE EXPANSÃO DA TROFA: PROJECTO URBANO
‐ 36 ‐
onde apenas faz falta uma espingarda telescópica”19. Apesar desta
imagem parecer um tanto pitoresca, tem toda a sua razão,
adaptada ao pensamento da cidade, onde por vezes são criadas
infra‐estruturas megalómanas, sem estarem adaptadas aos
utilizadores.
2.3 ‐ A ARQUITECTURA DA CIDADE, Aldo Rossi Neste trabalho, Rossi alinha a sua análise pela construção da
cidade no tempo, sem esquecer a componente da arquitectura,
entendida não como algo particular e fragmentado, mas sim como
suporte da “vida da colectividade – a criação do ambiente em que
esta vive”20. Trata‐se do que denomina por arquitectura global,
em articulação com o Urbanismo e o desenho urbano.
Como descreve o autor, a arquitectura trata da criação de
objectos com vida social e civil e portanto, mais uma vez, reforça a
importância da colectividade urbana na arquitectura. As obras de
arquitectura denotam particularmente uma preocupação relativa
á estética mas, formam também e de modo recíproco são
formadas pelo colectivo, por aquela colectividade que é designada
por cidade. As obras de arquitectura são os princípios originários
da criação da cidade que temporalmente foi ganhando forma,
criada a partir das suas primeiras construções, como no exemplo
que o autor refere de Florença. Com o crescimento da cidade as
obras de arquitectura adquirem uma consciência e memória de si
próprias, na qual permanecem os motivos originários, mas ao
mesmo tempo a cidade esclarece e modifica os motivos do seu
19 CULLEN, Gordon (2008). Paisagem Urbana, Arquitectura & Urbanismo. Edições 70; Pág. 13. 20 ROSSI, Aldo (2001). A Arquitectura da Cidade. Edições Cosmos; Pág. 18.
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ZONA RIBEIRINHA DE EXPANSÃO DA TROFA: PROJECTO URBANO
‐ 37 ‐
próprio desenvolvimento, dada a sua integração no conjunto
urbano.
Poder‐se‐á concluir que os elementos morfológicos, de acordo
com o pensamento de Rossi marcam e transparecem na imagem
da cidade, na sua própria organização e vivências. Deste modo, o
autor utiliza os seguintes elementos morfológicos que segundo ele
melhor descrevem a sua teoria: planta central, função, estilo,
desenho urbano – plano, forma e uso do solo.
Em suma, a análise destes três autores visa apoiar o desenho
urbano a definir na área de estudo, através do acervo dos
pressupostos teóricos que o informam, pela filtragem dos
elementos morfológicos analisados. Assim, destaca‐se, em
primeiro lugar, que as referências bibliográficas analisadas se
completam entre si; em segundo lugar que a “PAISAGEM
URBANA” é o elo de ligação entre as duas outras obras, visível no
emprego do conceito de Óptica utilizado por Cullen que canaliza a
atenção para as Vias, Cruzamentos e Limites apresentados por
Lynch e para o Estilo e a Forma descritos por Rossi. Tal como, o
conceito de Local que de acordo com Cullen interliga os Pontos
Marcantes da cidade referidos por Lynch com a Planta Central
apresentada por Rossi.
Conclui‐se também que o conceito de Conteúdo de Cullen conjuga
os conceitos de Bairros de Lynch com os de Plano, Função e Uso
do Solo de Rossi.
Esta síntese dos três autores pode dizer‐se ter sido uma mais‐valia
como forma de estruturar e induzir o desenho urbano numa
proposta eficaz e funcional.
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‐ 38 ‐
2.4. Perímetro Urbano / Zonas Ribeirinhas
Tendo nesta pesquisa bibliográfica o objectivo de analisar outros
casos relativos a intervenções urbanas em zonas ribeirinhas e os
seus contributos na percepção e valorização da paisagem urbana,
apresentam‐se alguns contributos para o desenvolvimento desta
Dissertação21.
Tendo como referência o estudo de caso do curso de água do Rio
Cabeças e a sua inserção na paisagem urbana do Rio de Janeiro,
foram consultadas várias abordagens na tentativa de valorizar este
troço ribeirinho inserido no perímetro urbano de uma cidade de
proporções muito maiores que a Trofa, mas que no entanto faz
coincidir requisitos e necessidades não só da população como da
articulação com o espaço envolvente.
A autora da proposta para este curso de água na cidade do Rio de
Janeiro elegeu na sua pesquisa os projectos elaborados para Paris
Plage num troço do rio Sena e para o Bankside / Millenium Bridge
em Londres num troço do rio Tamisa.
O primeiro, tendo o seu início em 2002, partiu de uma iniciativa
municipal, no entanto, apesar da multidisciplinaridade de
abordagem que tal sector pressupunha, foi também patrocinado
em parte pelo sector privado como a recorrência a agentes
privados independentes.
Tal projecto visou transformar a margem do rio num espaço de
fruição e lazer centrado na utilização de praias fluviais,
comportando para tal um detalhado tratamento paisagístico com
o objectivo de valorizar a zona ribeirinha em questão tornando‐a
num local aprazível.
21 Cláudia Escarlate; 2005; separata policopiada; OS ESPAÇOS PÚBLICOS E OS RIOS URBANOS NA PERCEPÇÃO E VALORIZAÇÃO DA PAISAGEM (II).
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Figura 3 – “Paris plage” (Rio Sena). (Fonte 03)
Paralelamente à situação do Rio Sena em Paris, também Londres,
é um exemplo de referência no que concerne a proposta de
intervenção urbana com o objectivo de revitalizar os troços
ribeirinhos urbanos, com destaque para o rio Tamisa e seus
afluentes. O plano denominado “The draft London Plan” datado
de 2006 reconhece que a rede hídrica urbana deve ser respeitada
como elemento principal na preservação da vitalidade da cidade,
reforçando a importância da intervenção da arquitectura
paisagística neste domínio.
A transformação da Bankside Power Station em Tate Modern, foi o
ponto‐chave para a revitalização do lado sul do Tamisa, num
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‐ 40 ‐
projecto urbano a cargo do arquitecto Sir Richard Rogers. A equipa
de investigadores agiu em colaboração com os residentes e
utentes, recolhendo e avaliando os seus interesses, necessidades e
aspirações na área de intervenção. Identificados e conjugados os
diferentes pontos de vista, o espaço urbano aberto junto à Tate
Modern foi considerado um recurso precioso para a cidade, tendo
em conta que a equipa propôs projectar alguns passeios pedonais,
junto ao rio, fortalecendo o carácter destas áreas como espaços
públicos propícios à fruição descontraída e às caminhadas junto ao
rio. Sem nunca esquecer a questão da acessibilidade do peão, a
proposta reforçou este requisito pela abertura de caminhos, como
o percurso pedestre sobre a Millenium Bridge.
Em jeito de conclusão, em ambos os projectos, como é possível
destacar, o desenho e o tratamento paisagístico foi, nestes casos
de intervenção urbana em zonas ribeirinhas, fundamental na
medida, em prol do bem‐estar dos residentes e utentes, criando
acessos e percursos pedonais que facilitassem este tipo de
circulação.
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‐ 41 ‐
Figura 4 – “London draft plan”. (Fonte 03)
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‐ 42 ‐
CAPÍTULO 3.
REQUISITOS TÉCNICOS DO PROJECTO URBANO
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‐ 43 ‐
3.1. ENQUADRAMENTO DO PROJECTO URBANO NO SISTEMA DE GESTÃO TERRITORIAL
De seguida apresar‐se‐á uma abordagem dos Instrumentos de
Gestão Territorial no contexto legal e regulamentar português.
Esta análise visa enquadrar a figura do Projecto Urbano, uma das
modalidades dos planos de pormenor no sistema de gestão
territorial vigente e perceber por que se trata do instrumento de
intervenção mais adequado face aos objectivos traçados nesta
Dissertação.
3.1.1. SISTEMA DE GESTÃO TERRITORIAL
Antes de mais interessa perceber que o Sistema de Gestão
Territorial é constituído pelo conjunto de documentos;
instrumentos de gestão territorial; vocacionados para organizar,
planear e intervir no território português.
Como se pode verificar no organograma a seguir, os Projectos
Urbanos devem respeitar as directrizes dos Planos Municipais, no
entanto têm conteúdos específicos que advêm da sua escala e
objectivos de intervenção.
O organograma explicita e organiza os Instrumentos de
Planeamento Territorial segundo os Sistemas de Gestão
Territorial, sendo estes distintos por âmbitos nacional, regional ou
municipal. No primeiro situam‐se os planos que abrangem e
possuem vigência para todo o território nacional. Paralelamente,
regionalmente situam‐se planos de vigência a nível meramente
regional. Por ultimo, os planos municipais ou intermunicipais são
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‐ 44 ‐
Figura 5 – Organigrama dos Instrumentos de Gestão Territorial. (Fonte 05)
aqueles que regem o território a um nível municipal, mas que no
entanto concordam respectivamente com os planos de âmbito
nacional e regional.
Poder‐se‐á referir a propósito dos Planos Municipais de
Ordenamento do Território (PMOT), que são instrumentos de
planeamento territorial de natureza regulamentar, aprovados
pelos municípios e que visam estabelecer o regime de uso do solo,
definindo modelos de evolução da ocupação humana e da
organização de redes e sistemas urbanos e na escala adequada, os
parâmetros de edificabilidade e urbanização, nomeadamente
através do desenho urbano, como é o caso dos Planos de
Pormenor em todas as suas modalidades incluindo a de Projecto
Urbano.
Instrumentos de Planeamento
Âmbito Nacional
Programa Nacional da Política do
Ordenamento do Território
Planos sectoriais Planos especiais
Planos de Ordenamento de Áreas Protegidas
(POAP)
Planos de Ordenamento de
Albufeiras de Águas Públicas (POAAP)
Planos de Ordenamento da Orla
Costeira (POOC)
Planos de Ordenamento dos
Estuários
Âmbito Regional
Planos Regionais
Âmbito Municipal
Planos Municipais do Ordenamento do Território (PMOT)
Plano Director Municipal (PDM)
Plano de Urbanização (PU)
Plano de Pormenor
Projecto de intervenção em espaço rural
Plano de edificação
Plano de conservação, recuperação ou
renovação
Plano de alinhamento e cércea
Projecto urbano
Planos Intermunicipais
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ZONA RIBEIRINHA DE EXPANSÃO DA TROFA: PROJECTO URBANO
‐ 45 ‐
Os PMOT compreendem os Planos Directores Municipais (PDM)
cuja âmbito territorial de intervenção é o concelho, os Planos de
Urbanização (PU) para os aglomerados urbanos e os Planos de
Pormenor (PP), para qualquer parcela do território municipal.
Ora, os PDM que abrangem todo o território municipal visam
estabelecer as bases da estratégia de desenvolvimento local, a
estrutura espacial, a classificação básica do solo em urbano ou
rural, bem como os parâmetros de ocupação do solo,
considerando aspectos como a implantação dos equipamentos
sociais. Desenvolvem também propostas de qualificação dos solos
urbano e rural.
O PDM constitui uma síntese da estratégia de desenvolvimento e
ordenamento local prosseguida, integrando as opções de âmbito
nacional e regional com incidência na respectiva área de
intervenção concelhia.
Ora, tendo em consideração que o novo PDM da Trofa está em
fase de elaboração é utilizado como referência o PDM de Santo
Tirso (facto que se deve à criação do concelho da Trofa com base
na sua desanexação do Concelho de Santo Tirso, ao qual a Trofa
pertencia).
Os Planos de Urbanização, sendo também Planos Municipais de
Ordenamento do Território, definem a organização espacial de
parte determinada do território municipal, integrada em
perímetros urbanos, que exijam uma intervenção integrada de
planeamento, para o conjunto desses aglomerados.
Por último, na escala de abrangência mais detalhada a nível
territorial surgem os Planos de Pormenor que visam desenvolver e
concretizar propostas de organização espacial em qualquer área
específica do território municipal. Pretendem definir com detalhe
a concepção da forma e da ocupação do espaço, servindo de base
aos projectos de execução das infra‐estruturas, de arquitectura de
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‐ 46 ‐
edifícios e de espaços exteriores, em conformidade com as
prioridades estabelecidas nos programas de execução constantes
do Plano Director Municipal e do Plano de Urbanização caso
exista.
3.1.2. PROJECTO URBANO
Como anteriormente analisado e descrito, os projectos urbanos
são uma das modalidades dos Planos de Pormenor e legalmente22
podem, por deliberação da Câmara Municipal, adoptar a
modalidade simplificada de projecto urbano, definindo a forma e
o conteúdo arquitectónico de uma parcela do território,
estabelecendo através do desenho urbano, a relação com o
espaço envolvente. “Estes promovem e concretizam propostas de
organização espacial de qualquer área específica do território
municipal definindo com detalhe a concepção da forma de
ocupação e servindo de base aos projectos de execução das infra‐
estruturas, da arquitectura dos edifícios e dos espaços exteriores,
de acordo com as prioridades estabelecidas nos programas de
execução constantes do plano director municipal e do plano de
urbanização.”23
Estes são constituídos pelo regulamento, planta de implantação e
planta de condicionantes (ambas a 1:1000). É ainda acompanhado
por um relatório fundamentando as soluções adoptadas, peças
escritas e desenhadas e programa de execução das acções
previstas.
22 Decreto‐Lei nº 380/99 de 22 de Setembro de 1999 – Sistema de Gestão Territorial em Portugal 23 Decreto‐Lei nº 380/99 de 22 de Setembro de 1999 – Sistema de Gestão Territorial em Portugal; Artigo 90.º, Alínea 1.
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‐ 47 ‐
3.1.3. USOS DO SOLO
Todo o território nacional encontra‐se abrangido por directrizes
legais que regulamentam a urbanização e a edificação, no entanto
essa diferenciação de espaços, surge antes de mais de uma
caracterização ou distinção de classes de espaço, que como se
pretende concluir, distingue os usos do solo.
Quer se tratem de usos do solo inseridos ou excluídos nos
perímetros urbanos, no primeiro caso respeitantes ao solo urbano
e no segundo ao solo rural.
Classes de Espaço
As classes de espaço surgem explicitadas na lei24 e integram‐se no
conteúdo material dos Planos Municipais.
As classes de espaço classificam‐se por URBANO e RURAL,
diferenciando respectivamente o solo Urbano qualificado em solos
urbanizados, urbanizações programadas e estruturas ecológicas
do sistema urbano e o solo Rural como sejam os solos agrícolas,
florestais, industriais e destinados às actividades pecuárias.
24 Decreto‐Lei nº 380/99 de 22 de Setembro de 1999.
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3.1.4. CONDICIONANTES AO USO DO SOLO
As servidões administrativas definem‐se como limitações ao uso
da propriedade em função de interesses públicos concretos como
sejam as linhas de águas, as vias de comunicação viárias ou
ferroviária, outras redes de infra‐estruturas, marcos geodésicos,
edifícios classificados entre outros exemplos. Em termos práticos
correspondem a faixas de terreno de carácter non edificandi ou
seja, onde é proibido edificar.
As meras restrições por utilidade pública são outro tipo de
condicionantes aos usos do solo para além das anteriormente
referidas servidões administrativas. Constituem também
limitações ao uso da propriedade privada em prol de interesses
públicos abstractos como seja a protecção dos terrenos de maior
aptidão agrícola inseridos na Reserva Agrícola Nacional, ou dos
ecossistemas, inseridos na Reserva Ecológica Nacional. Quer uma
quer outra estão frequentemente associadas à presença de linhas
de água.
A ‐ Reserva Agrícola Nacional (RAN)
A Reserva Agrícola Nacional possui como objectivo a defesa das
áreas que se consideram ter maior potencialidade para os usos
agrícolas ou que foram objecto de importantes investimentos
destinados a aumentar a sua capacidade produtiva, tendo como
objectivo o progresso e a modernização da agricultura. Esta
modernização, para além do aproveitamento agrícola dos
melhores solos e a sua salvaguarda, torna necessário a existência
de explorações agrícolas bem dimensionadas.
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Nos solos da RAN são proibidas todas as acções que diminuam ou
destruam as suas potencialidades agrícolas. As actividades
agrícolas são objecto de tratamento preferencial em todas as
acções de fomento e apoio à agricultura.
A utilização não agrícola de solos da RAN, carece sempre de prévio
parecer das Comissões Regionais de Reserva Agrícola, junto das
quais poderá ser instruído o processo de pedido de utilização não
agrícola de solos da RAN.
B ‐ Reserva Ecológica Nacional (REN)25
A Reserva Ecológica Nacional pretende constituir uma estrutura
biofísica básica e diversificada que, através do condicionamento à
utilização de áreas com características ecológicas específicas,
garanta a protecção de ecossistemas e a permanência e
intensificação dos processos biológicos indispensáveis ao
enquadramento equilibrado das actividades humanas.
Integram a REN as Zonas Costeiras, Zonas Ribeirinhas, Águas
Interiores e Áreas de Infiltração Máxima ou de Apanhamento e
Zonas Declivosas.
Nestes solos é proibida a utilização que se traduza em diminuição
da qualidade dos mesmos tais como depósitos de ferro‐velho,
lixos ou entulhos, de combustíveis de quaisquer tipos e de
veículos, sendo privilegiada a continuação de usos agro‐florestais.
25 Reserva Ecológica Nacional (REN). In CCDR‐LVT 2009 URL:http://www.ccdr‐lvt.pt/content/index.php?action=detailfo&rec=458&t=Reserva‐Ecologica‐Nacional‐REN, consultado em Maio de 2009.
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‐ 50 ‐
3.2. ARTICULAÇÃO DO PROJECTO URBANO COM AS OPERAÇÕES DE LOTEAMENTO URBANO
Como se poderá verificar na proposta de Projecto Urbano é
notoriamente explícita a presença dos pressupostos técnicos e
regulamentares inerentes às operações de loteamento urbano.
Deste modo, importa identificar e sistematizar tais requisitos,
propósito este a desenvolver no presente ponto.
Os loteamentos ou as operações de loteamento urbano definem‐
se por ser “acções que tenham por objecto ou por efeito a
constituição de um ou mais lotes destinados, imediata ou
subsequentemente, à edificação urbana e de que resulte a divisão
de um ou vários prédios ou do seu reparcelamento.”26 Por
urbanização entende‐se o “resultado da realização coordenada de
obras de urbanização”27 (infra‐estruturas, arruamentos viários e
pedonais, espaços verdes e de utilização colectiva) e de edificação,
“de eventuais trabalhos de remodelação dos terrenos e das
operações fundiárias associadas.”28
Tendo estes dois conceitos presentes, pode dizer‐se que se
complementam entre si de modo a permitir a realização de
projectos urbanos.
26 Operações de Loteamento (Ficha n.º 45), Decreto Regulamentar n.º 9/2009, de 29 de Maio 27 “As obras de urbanização são as obras de criação e remodelação de infra‐estruturas destinadas a servir directamente os espaços urbanos ou as edificações, designadamente arruamentos viários e pedonais, redes de esgotos e de abastecimento de água, electricidade, gás e telecomunicações, e ainda espaços verdes e outros espaços de utilização colectiva.” In Obras de Urbanização (Ficha n.º 44), Decreto Regulamentar n.º 9/2009, de 29 de Maio 28 Urbanização (Ficha n. 71), Decreto Regulamentar n.º 9/2009, de 29 de Maio
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‐ 51 ‐
3.3. SÍNTESE
Como se pretendeu demonstrar, este capítulo tratou de analisar e
descrever, as disposições legais e regulamentares aplicáveis aos
projectos urbanos, enquadrando‐os no sistema de gestão
territorial. Por outro lado, centrou‐se a análise na questão dos
perímetros urbanos e nas zonas ribeirinhas dado serem de
especial interesse face à área de estudo.
Como consequência desta análise surgiu a identificação e
descrição dos Instrumentos de Gestão Territorial com os quais o
projecto urbano se deve conformar e articular, bem como as
condicionantes ao uso do solo que também irão impor‐se na área
de estudo, nomeadamente como a RAN e a REN. Tendo estas
condições devidamente analisadas foi articulada a relação entre o
Projecto Urbano com as operações de loteamento urbano, que se
veio a verificar ser ponto imprescindível neste trabalho, pois
ambas as acções contribuem para propor soluções através do
desenho urbano de intervenção na cidade.
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‐ 52 ‐
CAPÍTULO 4.
GLOSSÁRIO DE PARÂMETROS URBANÍSTICOS E DE DIMENSIONAMENTO
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‐ 53 ‐
A quantificação de índices e parâmetros tais como a volumetria da
edificação é simultaneamente útil para fins analíticos e para fins
regulamentares, no âmbito deste Projecto Urbano. No entanto,
esta utilização para fins regulamentares não garante, por si só, um
controlo adequado da ocupação, uso e transformação de uso do
solo e ficam ausentes os aspectos qualitativos das propostas, tais
como aspectos conceptuais e formais, composição e desenho
urbanos, bem como a maior parte dos princípios de articulação
entre os vários níveis de planos e entre planos e projectos de
execução.
Os conceitos, assim como as suas definições foram retirados do
Decreto Regulamentar n.º 9/2009, de 29 de Maio.
QUADRO I – Lista dos conceitos técnicos, respectiva abreviatura e unidades de medida
normalizadas29
FICHA CONCEITO ABREVIATURA UNIDADES
1 Altura da edificação H [m]
2 Altura da fachada Hf [m]
3 Área de construção do edifício Ac [m2]
4 Área de implantação do edifício Ai [m2]
5 Área de solo As [m2]
6 Área total de construção ∑Ac [m2]
7 Área total de implantação ∑Ai [m2]
8 Densidade habitacional Dhab [fogos/ha]
9 Densidade populacional D [hab/ha]
29 Decreto Regulamentar n.º 9/2009, de 29 de Maio.
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‐ 54 ‐
FICHA CONCEITO ABREVIATURA UNIDADES
10 Espaços verdes de utilização
colectiva
‐‐‐‐‐‐‐‐‐ ‐‐‐‐‐‐‐‐‐
11 Fogo F ‐‐‐‐‐‐‐‐‐
12 Índice de impermeabilização do
solo
limp [%]
13 Índice de ocupação do solo lo [%]
14 Índice de utilização do solo lu [adimensional]
15 Índice volumétrico lv [m3/m2]
16 Número médio de pisos Pm [adimensional]
18 Usos do edifício ‐‐‐‐‐‐‐‐‐
19 Volumetria do edifício V [m3]
20 Volumetria total ∑V [m3]
ALTURA DA EDIFICAÇÃO Ficha n.º 1
Definição
A altura da edificação e a dimensão vertical medida desde a cota
de soleira ate ao ponto mais alto do edifício, incluindo a cobertura
e demais volumes edificados nela existentes, mas excluindo
chaminés e elementos acessórios e decorativos, acrescida da
elevação da soleira, quando aplicável.
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‐ 55 ‐
ALTURA DA FACHADA Ficha n.º 2
Definição
A altura da fachada e a dimensão vertical da fachada, medida a
partir da cota de soleira ate a linha superior da cornija, beirado,
platibanda ou guarda de terraço, acrescida da elevação da soleira,
quando aplicável.
ÁREA DE CONSTRUÇÃO DO EDIFÍCIO Ficha n.º 3
Definição
A área de construção do edifício e o somatório das áreas de todos
os pisos, acima e abaixo da cota de soleira, com exclusão das áreas
em sótão e em cave sem pé‐direito regulamentar.
A área de construção é, em cada piso, medida pelo perímetro
exterior das paredes exteriores e inclui os espaços de circulação
cobertos (átrios, galerias, corredores, caixas de escada e caixas de
elevador) e os espaços exteriores cobertos (alpendres, telheiros,
varandas e terraços cobertos).
ÁREA DE IMPLANTAÇÃO DO EDIFÍCIO Ficha n.º 4
Definição
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‐ 56 ‐
A área de implantação (Ai) de um edifício e a área de solo ocupada
pelo edifício. Corresponde a área do solo contido no interior de
um polígono fechado que compreende:
O perímetro exterior do contacto do edifício com o solo;
O perímetro exterior das paredes exteriores dos pisos em
cave.
ÁREA DE SOLO Ficha n.º 5
Definição
A área de solo e uma porção de território delimitada em planta
por uma linha poligonal fechada.
A área de solo e também a medida da área da representação
planimétrica dessa porção de território.
ÁREA TOTAL DE CONSTRUÇÃO Ficha n.º 6
Definição
A área total de construção e o somatório das áreas de construção
de todos os edifícios existentes ou previstos numa porção
delimitada de território.
ÁREA TOTAL DE IMPLANTAÇÃO Ficha n.º 7
Definição
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‐ 57 ‐
A área total de implantação e o somatório das áreas de
implantação de todos os edifícios existentes ou previstos numa
porção delimitada de território.
DENSIDADE HABITACIONAL Ficha n.º 8
Definição
A densidade habitacional (Dhab) e o quociente entre o numero de
fogos (F) existentes ou previstos para uma dada porção do
território, e a área de solo (As) a que respeita. Ou seja:
Dhab = F / As
DENSIDADE POPULACIONAL Ficha n.º 9
Definição
A densidade populacional (D) e o quociente entre a população (P),
existente ou prevista para uma dada porção do território, e a área
de solo (As) a que respeita. Ou seja:
D = P / As
ESPAÇOS VERDES DE UTILIZAÇÃO
COLECTIVA
Ficha n.º 10
Definição
Os espaços verdes de utilização colectiva são as áreas de solo
enquadradas na estrutura ecológica municipal ou urbana que,
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‐ 58 ‐
alem das funções de protecção e valorização ambiental e
paisagística, se destinam a utilização pelos cidadãos em
actividades de estadia, recreio e lazer ao ar livre.
FOGO Ficha n.º 11
Definição
Um fogo e uma parte ou a totalidade de um edifício, dotada de
acesso independente, constituída por um ou mais
compartimentos destinados a habitação e por espaços privativos
complementares.
ÍNDICE DE IMPERMEABILIZAÇÃO DO SOLO Ficha n.º 12
Definição
O índice de impermeabilização do solo (Iimp) e função da
ocupação ou revestimento, sendo calculado pelo quociente entre
o somatório das áreas impermeabilizadas equivalentes (ΣAimp) e a
área de solo (As) a que o índice diz respeito, expresso em
percentagem. Ou seja:
Iimp = (ΣAimp / As) x 100
Cada área impermeabilizada equivalente (Aimp) e calculada pelo
produto entre a área de solo (As) a que diz respeito e o coeficiente
de impermeabilização (Cimp) que corresponde ao tipo de
ocupação ou revestimento que nela e realizado ou previsto. Ou
seja:
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‐ 59 ‐
Aimp = Cimp x As
ÍNDICE DE OCUPAÇÃO DO SOLO Ficha n.º 13
Definição
O índice de ocupação do solo (Io) e o quociente entre a área total
de implantação (ΣAi) e a area de solo (As) a que o índice diz
respeito, expresso em percentagem. Ou seja:
Io = (ΣAi / As) x 100
ÍNDICE DE UTILIZAÇÃO DO SOLO Ficha n.º 14
Definição
O índice de utilização do solo (Iu) e o quociente entre a área total
de construção (ΣAc) e a área de solo (As) a que o índice diz
respeito. Ou seja:
Iu = ΣAc / As
ÍNDICE VOLUMÉTRICO Ficha n.º 15
Definição
O índice volumétrico (Iv) e o quociente entre a volumetria total
(ΣV) e a área de solo (As) a que o índice diz respeito. Ou seja:
Iv = ΣV / As
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‐ 60 ‐
NÚMERO MÉDIO DE PISOS Ficha n.º 16
Definição
O numero médio de pisos (Pm) e o quociente entre a área total de
construção (ΣAc) e a área total de implantação (ΣAi) dos edifícios
existentes ou previstos para a porção de território a que o
parâmetro diz respeito. Ou seja:
Pm = ΣAc / ΣAi
USOS DO EDIFÍCIO Ficha n.º 18
Definição
Os usos do edifício são as actividades que são ou podem ser
desenvolvidas no edifício.
VOLUMETRIA DO EDIFÍCIO Ficha n.º 19
Definição
A volumetria do edifício e a medida do volume edificado acima do
nível do solo, definido pelos planos que contem as fachadas, a
cobertura e o pavimento a que esta referida a cota de soleira.
Nos casos de elevação da soleira positiva, este pavimento e
substituído pelo plano horizontal cujo nível corresponde a cota de
soleira deduzida da elevação.
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‐ 61 ‐
VOLUMETRIA TOTAL Ficha n.º 20
Definição
A volumetria total e o somatório das volumetrias de todos os
edifícios existentes ou previstos numa porção delimitada de
território.
QUADRO II ‐ PARÂMETROS DE DIMENSIONAMENTO30
30 Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional – Portaria n.º 216‐B/2008
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‐ 62 ‐
QUADRO III ‐ PARÂMETROS DE DIMENSIONAMENTO 31
31 Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional – Portaria n.º 216‐B/2008
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‐ 63 ‐
PARTE II – PROJECTO URBANO (PROPOSTA)
CAPÍTULO 5.
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
URBANA / MEMÓRIA DESCRITIVA
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‐ 64 ‐
Figura 6 – Localização do Concelho da Trofa
(mapa de Portugal). (Fonte 06)
Figura 07 – Localização do concelho da Trofa (Região Minho e Douro Litoral).
(Fonte 07)
5.1. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUTO SITUAÇÃO PRÉEXISTENTE
5.1.1 Localização A cidade da Trofa, sede de concelho do Distrito do Porto, situa‐se
na Região Norte e
subregião do Grande
Porto. Com cerca de 20
700 habitantes na cidade
e cerca de 38 000 em todo
o concelho32 esta é a sede
de um município com
71,73 km² de área,
subdividido em
8 freguesias. O município
é limitado a Norte pelo
município de Vila Nova de
Famalicão, a leste
por Santo Tirso, a sul
pela Maia e a oeste por Vila do Conde.
32 Instituto Nacional de Estatística de 2006
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‐ 65 ‐
A Trofa é tida cada vez mais como uma cidade de referência
devido à localização geográfica entre pólos de elevada
importância tais como Porto e Braga.
A área em estudo situa‐se na zona mais a Norte do perímetro
urbano da Trofa, entre a Estrada Nacional N14 a Este, a Rua
Ramalho Ortigão a Sul e Este e o Rio Ave a norte.
Figura 08 – Localização da área de estudo. (Fonte 08)
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‐ 66 ‐
Figura 09 – Prédios de habitação na área de
estudo. (Fonte 09)
Figura 10 – Habitação em estado de degradação
na área de estudo. (Fonte 10)
Figura 11 – Moradias a manter na área de estudo.
(Fonte 11)
5.1.2 Diagnóstico do tecido edificado A área de estudo caracteriza‐se actualmente, por atravessar um
período de certa indefinição urbanística
devido à recente edificação de dois edifícios
de habitação colectiva de grande volumetria
com 8 pisos, numa vasta área por urbanizar.
Consequentemente, não existem soluções
de desenho urbano que integrem estes
imóveis na envolvente pré‐existente, que os
articulem com as margens do rio Ave nem
com o conjunto da cidade. Erigidas de forma
avulsa entre si, cada edifício por si só, não
contemplaram qualquer medida projectual
que os relacionasse ou articulasse entre si ao
nível dos espaços públicos envolventes. Por
outro lado a vasta área envolvente não
urbanizada, transmite a percepção de um
local ao abandono como se pode analisar
nas fichas de caracterização da situação das
pré‐existências situadas no Anexo 1. Nas
restantes edificações pré‐existentes,
algumas delas de cariz provisório e aspecto
abarracado, urge um esforço ao de
propostas de desenho urbano, que
identifique os imóveis a manter e os que
devam ser demolidos quer pelo seu estado
precário quer por não se enquadrarem na
envolvente. Ora, pretende‐se definir pois
uma proposta de intervenção urbana que analise e integre sempre
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‐ 67 ‐
que possível estas duas tipologias de edifícios pré‐existentes,
promova a sua articulação com a envolvente e a ligação ao
conjunto urbano e promova a valorização desta área ribeirinha do
rio Ave, tornando‐a num local qualificado, aprazível e onde esteja
presente a diversidade funcional. Esta diversidade funcional
entende‐se a manutenção da função residencial como solução de
garantir a identidade do local com o cariz de bairro pelos
residentes, num local privilegiado para morar junto ao rio e por
outro lado, promover a diversidade de actividades terciárias,
comércio e serviços de modo a promover a animação e fruição
pelos utentes. É dado portanto destaque às actividades de lazer,
convívio e estadia junto às margens do rio.
Tendo em consideração o facto de algumas das edificações pré‐
existentes apresentarem um avançado estado de degradação ao
nível das fachadas mas essencialmente ao nível das estruturas foi
proposta a sua demolição. São eles os edificados n.os 1, 7 e 8 como
se pode verificar nas fichas das pré‐existências dispostas em
anexo. Tais pré‐existências apresentam um estado de degradação
visual e material avançada justificando a sua demolição para dar
lugar á proposta apresentada a seguir. De salientar por último que
para o edifício pré‐existentes n.º 4 é proposta a sua reabilitação,
sem que no entanto tenha sido elaborado qualquer tipo de
intervenção no mesmo ao nível projectual. Esta opção justifica‐se
no cariz habitacional do imóvel de ocupação permanente e no
facto de sob o ponto de vista estrutural se encontrar em boas
condições. Assim, a proposta de reabilitação do imóvel deverá
centrara‐se na melhoria da sua componente estética, de modo a
promover a imagem quer deste edifício por si só quer no seu
enquadramento na envolvente.
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‐ 68 ‐
Figura 12 – Pequeno espaço agrícola na área de
estudo. (Fonte 12)
5.1.3 Espaços livres pré‐existentes O espaço livre de que se dispõe na área de estudo não está na sua
maioria urbanizado, tendo sido inserido oficialmente no perímetro
urbano da cidade, de acordo com o PDM da Trofa mas contudo
ainda não foi alvo de nenhuma elaboração nem execução de
intervenção urbanística. É portanto
desordenado, evidenciando actividades com
alguns resquícios de alguma prática agrícola
ou incluindo logradouros dos edifícios pré‐
existentes, obviamente estes de cariz
privado. Do que é possível observar pelas
práticas no local, deduz‐se que a grande
maioria senão a totalidade dos espaços
livres pré‐existentes ou não edificados disponíveis na área de
estudo são de cariz privados, como logradouros ou espaços para a
exploração agrícola. Esta dedução justifica‐se no facto de não ter
sido obtido o cadastro da área de intervenção que permitiria com
certeza esclarecer este aspecto.
Não há portanto qualquer espaço de utilização colectiva pré‐
existente.
Os espaços negativos pré‐existentes na área de estudo podem
dizer‐se terem sido o resultado ou a parte sobrante dos edifícios
que foram sendo implantados. Mesmo os acessos às habitações
incluem situações precárias, de remedeio sem definir os traçados
ou os perfis dos arruamentos mas apenas de modo a garantir o
acesso.
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‐ 69 ‐
Figura 13 – Arruamento delimitador da área de
estudo (Área de estudo à esquerda). (Fonte 13)
5.1.4. Estrutura viária Poder‐se‐á referir que os arruamentos pré‐existentes, pelo que se
observa na área de estudo são caracterizados pelos tradicionais
pavimentos em paralelepípedos de granito.
Destaca‐se a Estrada Nacional n.º 14 que
estabelece a ligação da área de estudo ao
centro da cidade bem como o facto de
constituir um acesso de entrada na urbe e
consequentemente, na área de estudo, a
partir do exterior do perímetro urbano. Os
pavimentos dos restantes arruamentos
encontram‐se em estado ligeiramente degradado e irregular, para
além de não possuírem uma largura da faixa de rodagem adaptada
às necessidades do trânsito automóvel actual (chegam a ter
apenas 3 metros de largura), nem estarem dotados de passeios
para a circulação pedonal. Estas duas carências quer para os peões
quer para os automobilistas traduzem‐se ainda no facto de
frequentemente suscitarem conflitos entre ambos.
5.1.5 Zona ribeirinha e axialidades A zona ribeirinha que contorna a área de estudo pela vertente
norte é ocupada essencialmente por espaços agrícolas ou
corresponde a alguns dos logradouros das habitações pré‐
existentes já referidos. Não existe actualmente nenhum acesso
nem automóvel nem pedonal até às proximidades da linha de
água. Em termos gerais trata‐se de um espaço ao abandono,
ignorando o factor de grande potencial atractivo, que é a
proximidade do rio. Ora, o objectivo central desta proposta de
Projecto Urbano é precisamente contribuir para inverter esta
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‐ 70 ‐
tendência. Este troço do rio Ave tem uma extensão aproximada de
330 metros, com todas as potencialidades naturais para que possa
se devolvido à cidade e aos cidadãos.
Por último, a questão das axialidades que foram traçadas na área
de estudo (Anexo 3 – Desenho 11.1), de modo a encontrar futuros
traçados que promovam a ligação e continuidade urbana da
proposta de intervenção à envolvente e daqui ao centro da cidade
situado na direcção nascente.
5.2. ÍNDICES E PARÂMETROS URBANÍSTICOS DA SITUAÇÃO PRÉEXISTENTE
No quadro a seguir são enunciados os índices urbanísticos pré‐
existentes a serem considerados na proposta e no item a seguir
são descritos os parâmetros de edificação previstos no PDM.
Quadro IV – Índices urbanísticos pré‐existentes
ÍNDICE ABREVIATURA RESULTADO
Área de estudo As 53200 m2 = 5,320
ha
Área total de construção ∑Ac 17 011,13 m2
Área total de implantação dos
edifícios ∑Ai 3080,2 m2
Número de fogos F 17011,13 / 120 =
141
Densidade habitacional Dhab 3080,2/141 = 22
fogos/ ha
Densidade populacional Dpop 66 hab / ha
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ÍNDICE ABREVIATURA RESULTADO
Índice de impermeabilização do
solo Iimp 14 %
Volumetria total ∑V 51033,39 m3
Índice volumétrico Lv 0,96 m3/m2
Número médio de pisos Pm 5,52
Pode então entender‐se que na área de estudo, relativamente à
situação pré‐existente, existem 3080,2 m2 ocupados por
edificações, sendo que existem 141 fogos e uma densidade
populacional de 66 hab / há.
5.3. ENQUADRAMENTO DA ÁREA DE ESTUDO NOS INSTRUMENTOS DE GESTÃO TERRITORIAL
O único instrumento de gestão territorial existente ou em vigor na
área de estudo é o PDM da Trofa que como anteriormente foi
referido advém do PDM de Santo Tirso.
Assim, de acordo com a planta de condicionantes, verifica‐se que
a área de estudo está abrangida quer pela RAN quer pela REN.
Ambas as reservas coincidem em termos de delimitação, são
portanto sobrepostas e localizam‐se na faixa junto ao rio. Para
além destas duas condicionantes deveria existir ainda o domínio
público hídrico, mas que não é descrito no PDM. E por último,
deveria existir também a referência à servidão administrativa
confinante da Estrada Nacional 14, que também é elemento em
falta no PDM.
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‐ 72 ‐
A. Planta de Condicionantes_(PDM)______________________________
Figura 14 ‐ Planta de Condicionantes (Fonte 14).
Área de estudo:
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B. Planta de Ordenamento_(PDM)___________________________________
Figura 15 ‐ Planta de Ordenamento (Fonte 15).
Relativamente à Planta do Ordenamento do PDM da Trofa
identificam‐se, na área de estudo várias classes de espaços: uma
parte encontra‐se classificada como Área Urbana Ocupada, com a
superfície total de 9 942,42 m2 m2 distribuídos por duas parcelas:
uma na vertente Poente e outra na ala Sudeste da área de estudo;
uma parte está classificada como Área de Construção e de
Equipamentos num total de 33 302,42 m2 também distribuído por
duas parcelas e, por fim, duas parte classificadas com carácter non
aedificandi: uma de Salvaguarda Estrita correspondentes à REN e
RAN anteriormente referidas e outra como Área Não Urbana,
perfazendo um total de 11 080,34 m2.
Assim, os parâmetros de edificabilidade e urbanização definidos
de acordo com o regulamento do PDM para estas várias categorias
de usos do solo, de acordo com as quais está classificada a área de
estudo são:
ÁREA DE ESTUDO:
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‐ 74 ‐
ÁREA NÃO URBANA:
Destina‐se à instalações de apoio às actividades agrícolas;
Unidades industriais isoladas com programas especiais ou
Equipamentos de interesse municipal.
Tais construções apenas podem ser permitidas na condição de não
afectarem negativamente as áreas envolventes, quer do ponto de
vista paisagístico, quer da sua utilização. Contudo não de
esclarecem mais detalhes.
ZONAS DE CONSTRUÇÃO E EQUIPAMENTOS:
Estas áreas destinam‐se à localização de actividades residenciais,
sendo permitidas outras actividades, como comércio, serviços,
indústria e armazenagem.
Deverá ser assegurada a permeabilidade mínima do solo, pelo que
o conjunto das áreas pavimentadas não poderá exceder 60% da
área total, exceptuando‐se apenas os casos de manifesta
impossibilidade por conveniência urbanística claramente expressa.
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‐ 75 ‐
Planta Topográfica_(PDM)___________________________________________
Figura 16 ‐ Planta Topográfica (Fonte 16)
A apresentação desta planta surge da conveniência da análise da
morfologia do terreno e mais concretamente da área de estudo,
Rio Ave
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‐ 76 ‐
Figura 17 – Perspectiva da proposta da área de estudo de Poente (Fonte 17).
que como se pode analisar, tem uma pendente que começa da
cota mais alta pelo canto inferior esquerdo com 42 metros de
altura em relação ao nível do mar e termina junto ao rio com a
cota mínima de 24 m. Apresenta pois um desnível de 18 metros.
5.4. PROJECTO URBANO – MEMÓRIA DESCRITIVA
5.4.1 Solução de desenho urbano A proposta de projecto urbano é concretizada numa solução de
desenho urbano que se pretende descrever e justificar neste item,
com o já identificado objectivo de minorar a problemática descrita
e tornar a zona atractiva para residentes e utentes e
consequentemente revitalizar a frente ribeirinha, dando
continuidade ao projecto actualmente em estudo denominado de
“Parque das Azenhas” que possui como um dos principais
objectivos revitalizar toda a frente ribeirinha do concelho. Este
projecto é da iniciativa do Município da Trofa.
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‐ 77 ‐
Figura 19 – Perspectiva da área de estudo de Norte. (Fonte 19)
Figura 18 – Planta de Implantação da proposta. (Fonte 18)
Depois de identificadas as categorias de uso do solo atribuídas
pelo PDM à área de estudo e sistematizadas as respectivas regras
de edificabilidade e urbanização contidas no regulamento do
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‐ 78 ‐
Figura 20 – Perspectiva da área de estudo junto ao EDIFÍCIO 1 (proposto). (Fonte 20)
PDM, análise anteriormente descrita, procedeu‐se à análise da
área de estudo do ponto de vista da morfologia urbana. Para tal
procedeu‐se à identificação das axialidades pré‐existentes,
algumas das quais vieram a dar lugar a troços de arruamentos, tais
como as que tocam perpendicularmente ou quase a área de
estudo.
Deste modo foi possível traçar a rede viária garantindo a
continuidade à envolvente.
Sucessivamente, os eixos traçados na área de estudo (ver Planta
de Implantação no Anexo 3) originaram áreas delimitadas pelos
mesmos eixos (traduzidos em posteriores arruamentos). Por outro
lado, o espaço definidos por esses arruamentos deu lugar à
definição de quarteirões, num total de cinco, como se pode ver no
mesmo desenho (Planta de Implantação, Anexo 3).
Os arruamentos, em termos regulamentares cumprem os
parâmetros estabelecidos para as operações de loteamento
urbano, estabelecidos na Portaria n.º 216‐B/2008 e traduziram‐se
em faixas de rodagem de 7,5 m de largura em todos os
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‐ 79 ‐
Figura 21 – Perspectiva da área de estudo pelos percursos pedonais na zona verde de Nascente. (Fonte 21)
arruamentos no interior da área de estudo. Os restantes, foram
regularizados de acordo com as edificações vizinhas O material de
pavimentação proposto para todas as faixas de rodagem é o
asfalto negro que embora não seja o material mais sustentável
quer ambiental, quer economicamente, mas tem a vantagem de
conferir maior sobriedade no espaço público e maior segurança ao
trânsito automóvel. Por outro lado favorece as zonas
pontualmente mais declivosas como os acessos mais a Sudoeste
que possuem mais de 3% de inclinação. Promove também a
harmonia visual com o material empregue na pavimentação da
Estrada Nacional n.º 14 que nesta zona tem o carácter de rua.
A sinalética impressa na faixa de rodagem é composta por tinta de
cor branca com as dimensões e disposições conforme se verifica
nas faixas de rodagem envolventes. Por último, as áreas
destinadas a estacionamentos públicos dispõem‐se ao longo das
faixas de rodagem em pelo menos um dos sentidos de forma
paralela ou perpendicular mantendo em todos os casos o
dimensionamento de 5 m x 2,5 m por lugar, como disposto no tal
portaria. Na proposta encontram‐se projectados 170 lugares para
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‐ 80 ‐
Figura 22 – Perspectiva da área de estudo pelos percursos pedonais com o EDIFÍCIO 1 em pano de fundo.
(Fonte 22)
estacionamentos públicos quando pela aplicação da portaria era
necessário um mínimo de X?? lugares.
Todos ao arruamentos projectados possuem contíguos à faixa de
rodagem de ambos os lados, com a largura mínima de 2,25 m.
Todos os passeios são de livre circulação (contendo apenas
árvores como barreiras visuais e acústicas). O material proposto
para a pavimentação dos passeios é o betão betuminoso
(impermeável) regularizado sem acabamento e de cor clara. A
escolha deste material é justificada pela constante regularização
do piso de forma a tornar a sua travessia o mais confortável e
segura possível, pois só desta forma é possível garantir uma
circulação pedonal atractiva não só às pessoas de mobilidade
condicionada como do público em geral. Ao invés das faixas de
rodagem, numa perspectiva de sustentabilidade, este material é
considerado mais sustentável no ponto de vista económico e
ambiental, conferindo ainda uma sobriedade eficaz e limpeza
visual.
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Figura 23 – Planta de actividades nos pisos térreos. (Fonte 23)
Por sucessão e evolução do trabalho, o traçado das axialidades –
que se traduziram em arruamentos – fez surgiu, em primeiro lugar
a criação dos quarteirões e em segundo, de acordo com essas
mesmas áreas denominadas de quarteirões foram surgindo
implantações de edifícios. Estas áreas de implantação viriam numa
fase seguinte da proposta a conformar‐se com a topografia do
terreno e com as edificações pré‐existentes a manter. Assim, os
quarteirões a Noroeste e Sudeste (ver Planta de implantação no
Anexo 3) são constituídos por edifícios pré‐existentes e por
edifícios propostos, estes últimos pretendem precisamente do
ponto de vista do desenho urbano definir os quarteirões,
inacabados com as pré‐existências. Em segundo lugar visam
contribuir para garantir a continuidade do novo com o existente,
inspirando a forma do novo na forma do existente.
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‐ 82 ‐
Figura 24 – Planta de actividades nos restantes pisos. (Fonte 24)
Foi também tido em conta a necessidade de serviços, comércio e
espaços públicos a incluir na área de estudo de forma a responder
aos requisitos que tal projecto urbano pressupõe de dar respostas
aos residentes por um lado e aos transeuntes que por lá passem e
permaneçam por outro. Estas actividades do sector terciário
oferecem à área de estudo constante movimento, animação e
actividade, pois durante o dia predomina a população utente
destes serviços disponíveis e à noite está de regresso da
população residente.
Três dos edifícios (EDIFÍCIOS n.ºs 1, 2, 3) destinam‐se a comércio e
restauração ao nível do piso térreo, no entanto, dois destes
(EDIFÍCIOS 1 e 2), com oito pisos estão destinados a habitação nos
pisos superiores de modo a garantir a coexistência de actividades.
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Enquanto o edifício n.º3 possui dois pisos superiores destinados a
serviços que não escritórios ou empresariais mas sim a ginásios,
cabeleireiros, galerias de fitness entre outros. Pretende‐se com
esta medida, criar uma distinção de usos e costumes conforme o
local e, neste caso, conforme o quarteirão. Ora neste caso, o
quarteirão central onde se localizam os edifícios 2 e 3 é aquele
onde se pressupõe que se verifique uma maior afluência, não só
pela sua localização (no centro geográfico da área de estudo) mas
também pelo amplo espaço disponibilizado de fronte das
edificações, que permite definir uma praceta. Este espaço
privilegiado do convívio e de estadia, ainda que esteja orientado a
norte que do ponto de vista do requisito técnico da orientação
solar não é o mais favorável esta opção justifica‐se em dois fortes
argumentos: o facto de permitir constituir a vertente norte do
quarteirão que integra, colmatando o edificado pré‐existente a sul
e em segundo lugar porque o rio está também a norte
proporcionando a sua observação e contemplação directa.
Outra opção de desenho é o espaço verde que surge
imediatamente logo após a rotunda contígua à praceta, assinalado
na Planta de Implantação no Anexo 3. No entanto, apesar desta
confluência de público ter como objectivo o constante movimento
e fruição é traçada uma cortina arbórea em redor do quarteirão
referido (central, contendo os edifícios 2 e 3) e entre o quarteirão
vizinho (a Poente) de forma a resguardar as áreas destinadas à
habitação conferindo assim uma maior privacidade e conforto.
Por último, o edifício n.º 4, com três pisos destina‐se a serviços
tais como escritórios ou espaços empresariais.
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Figura 25 – Perspectiva aérea da área de estudo de Sul. (Fonte 25)
É nos quarteirões mais a Poente e Norte onde se localizam as
áreas exclusivamente residenciais que surgem de uma forma e
localização estrategicamente traçada que pretende conferir a
estes locais um ambiente mais calmo e menos frequentado,
criando assim a garantia de um maior conforto aos moradores.
Contudo neste ambiente que se pretende de maior privacidade
não se esquece um dos principais motivos de atractividade do
local – o Rio Ave – que proporciona a panorâmica visual directa e é
facilmente atingível a pé a partir das habitações. Surge então no
quarteirão mais a Poente, um corpo de moradias em banda e dois
corpos de moradias geminadas. O modelo destas moradias surgiu
de uma sucessão de estudos colmatando na forma apresentada
que mais adiante se irá justificar. Estas moradias unifamiliares
visam também diversificar a oferta residencial no local, para além
das habitações nos edifícios de habitação colectiva. Estão ainda
projectadas no quarteirão mais a Norte mais uma vez dispostas
em dois corpos. Mostrando‐se neste caso as moradias mais
afastados, devido aos espaços de garagens e arrumos que nelas se
projectam. Também a envolvente próxima às habitações
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Figura 26 – Perspectiva da área de estudo a partir do EDIFÍCIO 1 com vista para o rio. (Fonte 26)
Figura 27 – Perspectiva da ciclo‐via a partir de Nascente com vista para o rio – á direita. (Fonte 27)
unifamiliares se encontra protegida por cortinas arbóreas de
forma a optimizar a privacidade e conforto.
Foi ainda elaborada uma proposta modelo para as moradias em
questão que é apresentada mais á frente.
Ainda seguindo uma linha evolutiva do trabalho realizado, foram
os espaços verdes que ocuparam a fase final do desenho urbano.
Estes espaços, que partem do rio e terminam nas ruas,
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Figura 28 – Fotografia da guarda entre a
Estrada Nacional 14 e o rio. (Fonte 28)
sobrepõem‐se exactamente às áreas descritas no PDM como
Reserva Agrícola Nacional, Reserva Ecológica Nacional e Áreas não
urbanas. Após várias tentativas para chegar a uma circulação
pedonal confortável e atractiva foram traçados percursos que
partem dos passeios contíguos às ruas alinhados exactamente
pelo traçado das passadeiras (que estrategicamente foi colocado
pelo estudo da antevisão de frequentação e conveniência dos
transeuntes). Estes percursos terminam no último percurso (mais
largo, com a largura de 5 metros de forma a possibilitar o livre
acesso a bicicletas, criando dessa forma um percurso pedonal e
ciclovia). Os percursos intermédios evidenciam‐se pela sua forma
mais orgânica. Estes últimos possuem este tipo de traçado devido
a estarem precisamente alinhados pelas curvas de nível, de tal
forma que todos estes percursos (intermédios ou orgânicos) não
possuem qualquer tipo de desnível, deixando esse desnivelamento
apenas conferido aos percursos rectilíneos anteriormente
analisados. No entanto nunca possuem declives superiores a 3%,
possibilitando dessa forma um passeio confortável às pessoas
portadoras de mobilidade condicionada, assim como ao público
em geral e também a bicicletas, patins, skates entre outros.
Interessa salientar neste
ponto que a separação
entre a Estrada Nacional
n.º 14 e o espaço verde
contíguo é efectuada por
uma guarda em betão
semelhante ao já existente
entre a mesma estrada e o
rio.
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‐ 87 ‐
5.4.2 Índices Urbanísticos da proposta
Quadro IV ‐ Índices Urbanísticos da proposta33
ÍNDICE ABREVIATURA RESULTADO
Área de solo As 53200 m2 = 5,320 ha
Área total de construção ∑Ac 21 507,20 m2
Área total de implantação ∑Ai 5796,23 m2
Área de construção para
habitação ∑Achabitação 22 877 m2
Número de fogos F 22 877 / 120 = 190
Densidade habitacional Dhab 190 / 5,320 = 35
(fogos / ha)
Densidade populacional D 105 hab / ha
Área de espaços verdes de
utilização colectiva Aveg. 12704,1 m2
Índice de impermeabilização
do solo Limp
63 % (sem
logadouros
pavimentados)
Índice de ocupação do solo Lo 11,5 %
Índice de utilização do solo Lu 40,43 %
Volumetria total ∑V 82 521,6 m3
Índice volumétrico Lv 1,55 m3/m2
Número médio de pisos Pm 4,66
Número de vagas de
estacionamento
136 públicos (80%);
34 privados (20%)
33 Decreto Regulamentar n.º 9/2009, de 29 de Maio
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A proposta apresenta‐se com uma área total de implantação de
5796,23 m2 dispondo de 21507,20 m2 de área total de construção
sendo que 22887 m2 destinam‐se exclusivamente á habitação.
Prevêem‐se, conforme a proposta, 190 fogos consolidando uma
densidade populacional de 105 hab/ha.
A área de estudo inclui‐se numa parcela de terreno afecto á
Reserva Ecológica Nacional com 18 118,15 m2 e Reserva Agrícola
Nacional com 17 990,74 m2. O disposto regulamentar referente às
meras restrições de utilidade pública como o caso da REN permite
apenas efectuar pequenos movimentos de terra e criar passeios
ou percursos desde que permeáveis. E no caso da RAN, o disposto
regulamentar refere que é proibido a utilização não agrícola
desses solos e caso a utilização não seja agrícola é necessários
tomar os procedimentos descritos no PDM. Em suma, caso se
verifique necessidade e conveniência urbanística é possível
atribuir um destino não agrícola a estes solos.
Como é possível verificar na proposta e na memória descritiva, as
porções de terreno afecto à RAN e REN dispõem apenas de
arruamentos ou passeios pedonais, não havendo presença de
qualquer tipo de edificação. Relativamente à REN, tanto os
arruamentos como os passeios pedonais não são permeáveis pelas
razões descritas na memória descritiva e como se pode avaliar, a
conveniência de tal opção é claramente justificada. Esta
conveniência urbanística é também verificada para a porção de
solo afecto á RAN (por sua vez coincidente com a da REN) no
momento em que a proposta prevê aqui integrar um complexo de
percursos pedonais, um troço de um arruamento viário e no geral
integrar o amplo espaço verde junto ao rio, sendo este
regularizado com relva e árvores.
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Relativamente ao PDM, a área de estudo integra parcelas de
terreno afectas à Área Urbana Ocupada (9 942,42 m2), Zonas de
Construção e equipamentos (33 302,42 m2), e Áreas Não Urbanas
(11 080,34 m2). Sendo que no regulamento respectivo não é
contemplada informação relativa às Áreas Não Urbanas, no
entanto na área de estudo foi possível verificar que essas áreas
incluíam duas moradias desocupadas e abandonadas
correspondendo às pré‐existências n.ºs 7 e 8, de tal forma que
foram propostas as suas demolições. Relativamente à Zona de
Construção e equipamentos é nesta que se verifica maior parte da
área de construção proposta como se pode verificar na Planta de
Implantação com sobreposição da Planta de Ordenamento do
Território (ver desenho n.º 13.1 do Anexo 3). Por último,
relativamente à Área Não Urbana, tendo em conta que a proposta
de projecto urbano se traduz numa mais‐valia para a população do
espaço concelhio, pode simultaneamente ser considerada uma
área de equipamentos com interesse municipal.
5.4.3 Rede de mobilidade A cidade da Trofa caracteriza‐se por coincidir com um elevado
factor industrial, que consequentemente induz por si só um
crescendo de veículos motorizados, tais como automóveis. Como
cidade e concelho recentemente formados (11 anos), está ainda a
dar os primeiros passos na estruturação de uma eficaz rede de
mobilidade não só automóvel, como também pedonal. Notando‐
se alguns pontos residuais onde se verifica esta preocupação, há
ainda, no entanto, muito a fazer. Posto isto, a proposta de
desenho urbano em estudo visa proporcionar um espaço
confortável não só para quem se quer distrair e encontrar um
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espaço reconfortante como também um refúgio ao quotidiano.
Em muitos locais da cidade não é possível caminhar ao longo de
uma via por não existirem passeios. Facto este, que pela criação
de amplas zonas de circulação pedonal colmata esta carência
urbanística e socialmente importante. Estas zonas de circulação
pedonal encontram‐se descritas no item 5.4.1. e localizam‐se no
interior da ampla zona verde. A circulação pedonal é ainda
facilitada pelos passeios tangentes a todos os arruamentos
criados.
5.4.4 Matriz sociológica, económica e física Como anteriormente referido, a cidade da Trofa, com um carácter
industrial virou desde sempre as suas atenções para a indústria e
comércio até que ganhou o estatuto de concelho e desde aí são
notórias as preocupações sociais, económicas e físicas que foram
implementadas de forma a promover uma dinamização da cidade
e a diversidade funcional. A par destes factos existiu sempre
comércio a nível local em pequenos espaços com alguma dinâmica
e iniciativa.
Na esperança de continuar a promover a implementação deste
tipo de comércio foi tida a preocupação de propor a criação de
variados espaços comerciais ao nível do piso térreo nos edifícios
propostos complementado com áreas de restauração. Sendo
desta forma possível criar um novo núcleo economicamente
atractivo.
Paralelamente, a proposta passa ainda pela criação de edifícios
ocupados exclusiva e inteiramente a serviços como escritórios e
espaços empresariais (edifício n.º 4) por um lado e serviços
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‐ 91 ‐
“humanos”, como bibliotecas, ginásios, salões de beleza (edifício
n.º 3), por outro.
5.4.5 Estrutura Verde De forma a complementar todas as ofertas sócio‐económicas e
urbanísticas anteriormente mencionadas, na mesma área de
estudo localizam‐se amplas áreas verdes. Estas, têm como
objectivo, o de beneficiar e servir de apoio a todo um público que
se pretende atrair, bem como para os residentes. Desta forma foi
objectivo criar, não um espaço para as pessoas visitarem de forma
efémera, mas sim um espaço confortável e atraente para visitar,
passear, permanecer e ou viver.
As zonas verdes situam‐se entre o Rio Ave e o arruamento
contíguo (ver Planta de Implantação do Anexo 3). Estas zonas são
intersectadas por eixos de passagem pedonal que permitem o
acesso ao seu interior e uma maior proximidade ao rio. De forma a
possibilitar conforto ao passeio por estes caminhos, os eixos
rectilíneos possuem um declive nunca acima dos 3% e os eixos
orgânicos, em toda a sua extensão são completamente planos
devido a acompanharem precisamente o desenvolvimento das
curvas de nível (ver desenhos 18.1, 19.1).
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‐ 92 ‐
Figura 29 – Planta de localização da moradia. (Fonte 29)
5.5. MORADIA TIPO
Esta proposta de moradia surge no seguimento da elaboração da
proposta de projecto urbano. Como tal, é tendência natural que se
adeqúe a tal espaço como forma de ser e estar.
A sua forma surge de uma implantação definida no projecto
urbano em forma de “L” com 429 m2 de área de construção
distribuída por 2 pisos tendo a área de implantação (A0) da
moradia ficado com 214,5 m2.
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Figura 30 – Perspectiva da moradia‐tipo de Nordeste. (Fonte 30)
Figura 31 – Perspectiva da moradia‐tipo de Sudoeste. (Fonte 31)
Apresentando‐se num corpo de linhas sóbrias, a habitação “abre‐
se em luz” no seu interior. Apesar da sua orientação ser dificultada
pelo declive no local (cerca de 3 metros), os vãos criados abrem‐se
para Nascente (correspondentes aos Quartos, Sala e Cozinha). Esta
opção justifica‐se pelo amplo espaço verde criado a Nascente da
moradia‐tipo e para Norte (Quartos, Sala, Cozinha e
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Figura 32 – Perspectiva da moradia‐tipo de Noroeste. (Fonte 32)
corredor/escadaria), que é onde se pode ter acesso visual directo
ao Rio Ave e que por si só ilustra uma paisagem reconfortante.
A moradia apresenta‐se como fogo de tipologia T3, possuindo no
piso térreo três quartos (todos eles com vestiário e WC privativo)
e WC comum e garagem com capacidade para dois automóveis
(32,45 m2). No piso ‐1 situam‐se a Cozinha, Sala, zona de arrumos,
despensa e lavandaria e mais um WC comum.
No exterior os materiais empregues são o capoto pintado de cor
branca, caixilharia em ferro pintado de cor preta e envidraçados
de cor azul petróleo, sendo estes apenas sugestão.
Prosseguindo com a sugestão, no interior o branco continua a
predominar em todas as áreas de circulação, Sala e Cozinha. Nas
instalações sanitárias propõe‐se branco no tecto e mosaico de
campo cromático entre o beije e o esverdeado nas paredes e chão
e loiças sanitárias em porcelana branca.
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Nos quartos, as paredes mostram‐se em cores próximas do beije
claro, branco no tecto e aglomerado de borracha reciclada polida
no chão apresentando‐se também com uma cor beije, que mais
uma vez se dispõem por mera sugestão.
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‐ 96 ‐
CAPÍTULO 5.
CONCLUSÕES
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‐ 97 ‐
Como se concluiu no capítulo 2, foi necessária a recolha
bibliográfica apresentada com a análise de cada uma das obras e
artigos de forma a perceber a melhor forma de projectar o espaço
urbano, identificando e sistematizando alguns dos pressupostos
teóricos que o informam, tais como a imaginabilidade,
legibilidade, óptica, visão serial ou conteúdo. Por outro lado, como
se pretendeu demonstrar, estes pressupostos do desenho urbano
contribuem para promover a atractividade das áreas de
intervenção, objectivo este traçado no início da investigação, de
forma, claro está, a projectar o espaço. Estas análises promoveram
também o conhecimento do que se deve incluir e do que se deve
atentar na morfologia do espaço urbano, relativamente à arte de
relacionar os elementos morfológicos que compõem a cidade,
como as vias, praças, cruzamentos ou quarteirões de que nos
falam os autores. Por outro lado, com este enquadramento
teórico foi possível perceber a forma de contrariar a falta de
atractividade identificada no local objecto deste Projecto Urbano,
descrita na Relevância da Temática minorada na posterior
proposta de projecto urbano, apresentada na Parte II, com a
criação de espaços de lazer e convívio, diversidade funcional e
espaços verdes na proximidade do rio Ave. Estas soluções de
desenho urbano promovem a fruição deste local pelos cidadãos
residentes e utentes, tornando‐o num local animado.
Como se pretendeu demonstrar nos Capítulo 3 e 4, o projecto
urbano conforma‐se ou seja teve de respeitar as directrizes
técnicas regulamentares traduzidas, como se abordou, no respeito
pelo PDM da Trofa, usos do solo; nomeadamente no que concerne
ao cumprimento das respectivas regras de edificabilidade e
urbanização, bem como aos condicionantes ao uso do solo; RAN
ou REN. Este proposta conforma‐se também com os requisitos
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‐ 98 ‐
regulamentares aplicáveis às operações de loteamento urbanos,
como se demonstrou na memória descritiva, a exemplo do
número de lugares de estacionamentos entre outros.
Consecutivamente, contribui‐se para promover o respeito pelos
parâmetros urbanísticos e de dimensionamento em vigor. Este
requisito é determinante num dos passos seguintes que se
entendem úteis no desenvolvimento deste Projecto Urbano; e que
extravasou o âmbito de análise desta Dissertação; o
estabelecimento do modelo de execução da solução de desenho
urbano, pois é garantia da aprovação desta solução, o
cumprimento dos referidos requisitos regulamentares.
Sendo então possível e apenas desta forma, projectar de modo
eficaz o espaço urbano como forma ordenada e integrada na área
de expansão urbana, na envolvente e na cidade, exemplo este
verdadeiramente pioneiro e único na praxis até agora vigente no
concelho da Trofa; ao qual não será alheia a “jovem” condição de
autonomia deste Município.
Este projecto urbano tratou também da 1ª etapa do projecto de
arquitectura — através do desenho urbano e é apenas uma
primeira abordagem da área de estudo, pois muitos aspectos
certamente ficaram por analisar e que importa ter em
consideração no futuro desta área, como por exemplo os planos
de escala supra municipal e outras fontes de informação, que não
foram consideradas, como os aspectos socioeconómicos da
população residente.
Para a execução da proposta o passo seguinte é também
assegurar a análise de alguns documentos que não foram tidos em
conta na elaboração do projecto apresentado e que seriam
importantes para completar o mesmo, tais como o cadastro com a
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‐ 99 ‐
divisão fundiária das parcelas que constituem a propriedade da
área de estudo. Ora, esta informação ainda que tenha sido
pesquisada não está disponível para consulta na Câmara Municipal
da Trofa e ainda o estabelecimento dos mecanismos de execução
deste projecto urbano.
Seria também interessante ter outras fontes bibliográficas, livros e
autores que permitiriam completar o enquadramento teórico
quanto aos pressupostos do desenho urbano, assim como a
análise de outros estudos de caso em áreas semelhantes (zonas
ribeirinhas urbanas), de modo a absorver outras inspirações e
soluções de desenho urbano adoptadas noutros locais.
Em suma, esta proposta de Projecto Urbano se mais não for será
certamente um pequeno contributo que poderá inspirar o debate
e a reflexão sobre esta área única da cidade da Trofa.
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‐ 100 ‐
Índice de Fontes
Fonte 01 – Futuro Sustentável. In Câmara Municipal da Trofa. 2008
<URL: www.futurosustentavel.org/fotos/plano/Trofa_GTT_AGUA.pdf>
Fonte 02 – Futuro Sustentável. In Câmara Municipal da Trofa. 2008
<URL: www.futurosustentavel.org/fotos/plano/Trofa_GTT_AGUA.pdf>
Fonte 03 – Beach in the city. In cool town studios. 2008
<URL: www.cooltownstudios.com/images/parisplage.jpg>
Fonte 04 – Thames River. In Student Britannica. 2009
<URL: http://student.britannica.com/elementary/art/print?id=
87783&articleTypeId=0>
Fonte 05 – Autor da dissertação.
Fonte 06 – Trofa. In Wikipédia. 2009
<URL: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/99/
LocalTrofa.svg>
Fonte 07 – Trofa. In Wikipédia. 2009
<URL: http://pt.wikipedia.org/wiki/Trofa>
Fonte 08 – Autor da dissertação.
Fonte 09 – Autor da dissertação.
Fonte 10 – Autor da dissertação.
Fonte 11 – Autor da dissertação.
Fonte 12 – Autor da dissertação.
Fonte 13 – Autor da dissertação.
Fonte 14 – PDM de Santo Tirso.
Fonte 15 – PDM de Santo Tirso.
Fonte 16 – PDM de Santo Tirso.
Fonte 17 – Autor da dissertação.
Fonte 18 – Autor da dissertação.
Fonte 19 – Autor da dissertação.
Fonte 20 – Autor da dissertação.
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‐ 101 ‐
Fonte 21 – Autor da dissertação.
Fonte 22 – Autor da dissertação.
Fonte 23 – Autor da dissertação.
Fonte 24 – Autor da dissertação.
Fonte 25 – Autor da dissertação.
Fonte 26 – Autor da dissertação.
Fonte 27 – Autor da dissertação.
Fonte 28 – Autor da dissertação.
Fonte 29 – Autor da dissertação.
Fonte 30 – Autor da dissertação.
Fonte 31 – Autor da dissertação.
Fonte 32 – Autor da dissertação.
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‐ 102 ‐
BIBLIOGRAFIA
Cláudia Escarlate (20/05/2005). OS ESPAÇOS PÚBLICOS E OS RIOS
URBANOS NA PERCEPÇÃO E VALORIZAÇÃO DA PAISAGEM (II)
COSTA, António Pereira da (2000). Direito dos solos e da construção.
Livraria Minho.
CULLEN, Gordon (2008). Paisagem Urbana, Arquitectura & Urbanismo.
Edições 70.
LYNCH, Kevin (2008). A Imagem da Cidade. Edições 70, Lisboa.
LOBO, Manuel Costa; PARDAL, Sidónio; CORREIA, Paulo D. V.; LOBO,
Margarida Sousa. Normas Urbanísticas – VOL. 1 (2ª EDIÇÃO), PRINCÍPIOS E
CONCEITOS FUNDAMENTAIS. D.G.O.T.D.U. – U.T.L. 1995 (1ª edição 1990).
MCLEOD, Virginia (2008). Detail in Contemporary Landscape Architecture.
Laurence King Publishing.
OLIVEIRA, Fernanda Paula (2001). Direito do Urbanismo. Centro de Estudos
e Formação Autárquica.
PARDAL, Sidónio; CORREIA, Paulo D. V.; LOBO, LOBO, Manuel
Costa. Normas Urbanísticas – Volume II, Desenho Urbano, Perímetros
Urbanos e Apreciação de Planos, 2ª edição revista. D.G.O.T.D.U. – U.T.L.,
1998 (1ª edição: 1991).
PARDAL, Sidónio; LOBO, Manuel da Costa; CORREIA, Paulo V. D. Normas
Urbanísticas – Volume IV, PLANEAMENTO INTEGRADO NO TERRITÓRIO,
Elementos de teoria crítica. D.G.O.T.D.U. – U.T.L. 2000 (1ª edição: 2000).
ROSSI, Aldo (2001). A Arquitectura da Cidade. Edições Cosmos, Lisboa.
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‐ 103 ‐
ELECTRÓNICOS
http://www.mun‐
montijo.pt/pt/conteudos/camara+municipal/projectos/plano+estruturante
+zona+ribeirinha/?WBCMODE=Pre
http://www.cm‐
cascais.pt/Cascais/Cascais/Planeamento_Estrategico/PPormenor/PP_zona
_ribeirinha.htm
http://www.cm‐
pesoregua.pt/fotos/ACTAS/ROn.13_26%20de%20Junho_2007.pdf
http://ulisses.cm‐lisboa.pt/data/002/004/index.php?ml=1&x=pifr.xml
http://www.apgeo.pt/files/docs/CD_X_Coloquio_Iberico_Geografia/pdfs/0
44.pdf
http://www.drapalg.min‐
agricultura.pt/2007/?Reserva_Agr%EDcola_Nacional
http://www.ccdr‐
lvt.pt/content/index.php?action=detailfo&rec=458&t=Reserva‐Ecologica‐
Nacional‐REN
http://www.infopedia.pt/$expansao‐urbana
http://www.waterfrontexpo.com/cm/public/casestudy/news.php?newsid=
967&pubdep=1
www.futurosustentavel.org/fotos/plano/Trofa_GTT_AGUA.pdf
LEGISLAÇÃO
Plano Director Municipal de Santo Tirso, 23 de Abril de 1994.
Decreto‐Lei n.º 196/89 de 14 de Junho, Reserva Agrícola Nacional.
Decreto‐Lei n.º 166/2008, de 22 de Agosto, Reserva Ecológica Nacional.
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‐ 104 ‐
Portaria n.º 216‐B/2008 de 3 de Março, Parâmetros de Dimensionamento.
Decreto‐Lei n.º 380/99, de 22 de Setembro, Instrumentos de Gestão Territorial.
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‐ 105 ‐
ANEXOS
ANEXO 1
(FICHAS DE CARACTERIZAÇÃO DAS PRÉ‐EXISTÊNCIAS)
ANEXO 2
(FICHAS DOS EDIFÍCIOS PROPOSTOS)
ANEXO 3
(DESENHOS)
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‐ 106 ‐
ANEXO 1
FICHAS DE IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DAS PRÉ‐
EXISTÊNCIAS
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‐ 107 ‐
IDENTIFICAÇÃO: 1
ELEMENTOS DISSONANTES Nenhum
ELEMENTOS NOTÁVEIS Nenhum
TIPO DE OCUPAÇÃO Habitação
FRENTE DA RUA 9 m
MATERIAL DE REVESTIMENTO Indefinido
ÉPOCA DE CONSTRUÇÃO Séc. XX
CÉRCEA ≈ 3 m
N.º PISOS 1
ÁREA IMPLANTAÇÃO – A0 127,43 m2
ÁREA CONSTRUÇÃO – Aj 127,43 m2
Tabela 1 – Caracterização das pré‐existências – edificado n.º 1.
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‐ 108 ‐
IDENTIFICAÇÃO: 2
ELEMENTOS DISSONANTES Nenhum
ELEMENTOS NOTÁVEIS Nenhum
TIPO DE OCUPAÇÃO Habitação
FRENTE DA RUA 12,91 m
MATERIAL DE REVESTIMENTO Chapisco
ÉPOCA DE CONSTRUÇÃO Séc. XX
CÉRCEA 6,5 m
N.º PISOS 2
ÁREA IMPLANTAÇÃO – A0 126,19 m2
ÁREA CONSTRUÇÃO – Aj 315,38 m2
Tabela 2 – Caracterização das pré‐existências – edificado n.º 2.
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‐ 109 ‐
IDENTIFICAÇÃO: 3
ELEMENTOS DISSONANTES Nenhum
ELEMENTOS NOTÁVEIS Cornija
TIPO DE OCUPAÇÃO Habitação
FRENTE DA RUA 6,93 m
MATERIAL DE REVESTIMENTO Reboco pintado
ÉPOCA DE CONSTRUÇÃO Séc. XX
CÉRCEA 7 m
N.º PISOS 1
ÁREA IMPLANTAÇÃO – A0 72,93 m2
ÁREA CONSTRUÇÃO – Aj 72,93 m2
Tabela 3 – Caracterização das pré‐existências – edificado n.º 3.
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‐ 110 ‐
IDENTIFICAÇÃO: 4
ELEMENTOS DISSONANTES Nenhum
ELEMENTOS NOTÁVEIS Nenhum
TIPO DE OCUPAÇÃO Habitação
FRENTE DA RUA 25,35 m
MATERIAL DE REVESTIMENTO Reboco
ÉPOCA DE CONSTRUÇÃO Séc. XX
CÉRCEA 3 m
N.º PISOS 1
ÁREA IMPLANTAÇÃO – A0 153,43 m2
ÁREA CONSTRUÇÃO – Aj 153,43 m2
Tabela 4 – Caracterização das pré‐existências – edificado n.º 4.
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‐ 111 ‐
IDENTIFICAÇÃO: 5
ELEMENTOS DISSONANTES Nenhum
ELEMENTOS NOTÁVEIS Nenhum
TIPO DE OCUPAÇÃO Habitação
FRENTE DA RUA 9,14 m
MATERIAL DE REVESTIMENTO Chapisco
ÉPOCA DE CONSTRUÇÃO Séc. XX
CÉRCEA 6 m
N.º PISOS 2
ÁREA IMPLANTAÇÃO – A0 120,46 m2
ÁREA CONSTRUÇÃO – Aj 240,92 m2
Tabela 5 – Caracterização das pré‐existências – edificado n.º 5.
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‐ 112 ‐
IDENTIFICAÇÃO: 6
ELEMENTOS DISSONANTES Nenhum
ELEMENTOS NOTÁVEIS Nenhum
TIPO DE OCUPAÇÃO Habitação
FRENTE DA RUA 9,33 m
MATERIAL DE REVESTIMENTO Chapisco
ÉPOCA DE CONSTRUÇÃO Séc. XX
CÉRCEA 6 m
N.º PISOS 3
ÁREA IMPLANTAÇÃO – A0 120,97 m2
ÁREA CONSTRUÇÃO – Aj 362,91 m2
Tabela 6 – Caracterização das pré‐existências – edificado n.º 6.
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‐ 113 ‐
IDENTIFICAÇÃO: 7
ELEMENTOS DISSONANTES Nenhum
ELEMENTOS NOTÁVEIS Nenhum
TIPO DE OCUPAÇÃO Abandono
FRENTE DA RUA 7,07 m
MATERIAL DE REVESTIMENTO Reboco pintado
ÉPOCA DE CONSTRUÇÃO Séc. XX
CÉRCEA 5 m
N.º PISOS 2
ÁREA IMPLANTAÇÃO – A0 70,41 m2
ÁREA CONSTRUÇÃO – Aj 140,82 m2
Tabela 7 – Caracterização das pré‐existências – edificado n.º 7.
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‐ 114 ‐
IDENTIFICAÇÃO: 8
ELEMENTOS DISSONANTES Nenhum
ELEMENTOS NOTÁVEIS Nenhum
TIPO DE OCUPAÇÃO Abandono
FRENTE DA RUA 9,55 m
MATERIAL DE REVESTIMENTO Reboco pintado
ÉPOCA DE CONSTRUÇÃO Séc. XX
CÉRCEA 6 m
N.º PISOS 2
ÁREA IMPLANTAÇÃO – A0 200,24 m2
ÁREA CONSTRUÇÃO – Aj 400,48 m2
Tabela 8 – Caracterização das pré‐existências – edificado n.º 8.
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‐ 115 ‐
IDENTIFICAÇÃO: 9
ELEMENTOS DISSONANTES Nenhum
ELEMENTOS NOTÁVEIS Nenhum
TIPO DE OCUPAÇÃO Habitação
FRENTE DA RUA 15 m
MATERIAL DE REVESTIMENTO Capoto
ÉPOCA DE CONSTRUÇÃO Séc. XXI
CÉRCEA 22 m
N.º PISOS 7 (2 subterrâneos)
ÁREA IMPLANTAÇÃO – A0 594,30 m2
ÁREA CONSTRUÇÃO – Aj 5348,70 m2
Tabela 9 – Caracterização das pré‐existências – edificado n.º 9.
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‐ 116 ‐
IDENTIFICAÇÃO: 10
ELEMENTOS DISSONANTES Nenhum
ELEMENTOS NOTÁVEIS Nenhum
TIPO DE OCUPAÇÃO Habitação/comércio
FRENTE DA RUA 60,40 m
MATERIAL DE REVESTIMENTO Reboco pintado
ÉPOCA DE CONSTRUÇÃO Séc. XXI
CÉRCEA 28 m
N.º PISOS 8 (2 subterrâneos)
ÁREA IMPLANTAÇÃO – A0 1407,58 m2
ÁREA CONSTRUÇÃO – Aj 14075,80 m2
Tabela 10 – Caracterização das pré‐existências – edificado n.º 10.
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‐ 117 ‐
ANEXO 2
FICHAS DOS EDIFÍCIOS PROPOSTOS
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‐ 118 ‐
EDIFÍCIO 1
USOS NO RÉS‐DO‐CHÃO Comércio
USOS NOS RESTANTES PISOS Habitação
CÉRCEA 25 m
N.º PISOS 8 (2 subterrâneos)
ÁREA IMPLANTAÇÃO – A0 1074,79 m2
ÁREA CONSTRUÇÃO – Aj 8598,32 m2
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‐ 119 ‐
EDIFÍCIO 2
USOS NO RÉS‐DO‐CHÃO Comércio
USOS NOS RESTANTES PISOS Habitação
CÉRCEA 28 m
N.º PISOS 8 (2 subterrâneos)
ÁREA IMPLANTAÇÃO – A0 750,00 m2
ÁREA CONSTRUÇÃO – Aj 6000 m2
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‐ 120 ‐
EDIFÍCIO 3
USOS NO RÉS‐DO‐CHÃO Reboco pintado
USOS NOS RESTANTES PISOS Séc. XXI
CÉRCEA 10 m
N.º PISOS 3
ÁREA IMPLANTAÇÃO – A0 225 m2
ÁREA CONSTRUÇÃO – Aj 675,00 m2
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ZONA RIBEIRINHA DE EXPANSÃO DA TROFA: PROJECTO URBANO
‐ 121 ‐
EDIFÍCIO 4
USOS NO RÉS‐DO‐CHÃO Serviços
USOS NOS RESTANTES PISOS Serviços
CÉRCEA 10
N.º PISOS 3
ÁREA IMPLANTAÇÃO – A0 1407,58 m2
ÁREA CONSTRUÇÃO – Aj 14075,80 m2
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ZONA RIBEIRINHA DE EXPANSÃO DA TROFA: PROJECTO URBANO
‐ 122 ‐
EDIFÍCIO 5
USOS NO RÉS‐DO‐CHÃO Habitação
USOS NOS RESTANTES PISOS Habitação
CÉRCEA 10
N.º PISOS 3
ÁREA IMPLANTAÇÃO – A0 1456.2 m2
ÁREA CONSTRUÇÃO – Aj 4368.6 m2
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ZONA RIBEIRINHA DE EXPANSÃO DA TROFA: PROJECTO URBANO
‐ 123 ‐
EDIFÍCIO 6
USOS NO RÉS‐DO‐CHÃO Habitação
USOS NOS RESTANTES PISOS Habitação
CÉRCEA 6,5 m
N.º PISOS 2
ÁREA IMPLANTAÇÃO – A0 214,5 m2
ÁREA CONSTRUÇÃO – Aj 429 m2
Universidade da Beira Interior Mestrado Integrado em Arquitectura
ZONA RIBEIRINHA DE EXPANSÃO DA TROFA: PROJECTO URBANO
‐ 124 ‐
EDIFÍCIO 7
USOS NO RÉS‐DO‐CHÃO Habitação
USOS NOS RESTANTES PISOS Habitação
CÉRCEA 6,5
N.º PISOS 2
ÁREA IMPLANTAÇÃO – A0 240,58 m2
ÁREA CONSTRUÇÃO – Aj 481.16 m2
Universidade da Beira Interior Mestrado Integrado em Arquitectura
ZONA RIBEIRINHA DE EXPANSÃO DA TROFA: PROJECTO URBANO
‐ 125 ‐
ANEXO 3
DESENHOS (CONSULTAR CAPA)