UNIVERSIDADE DE LISBOA
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO
A Gestão das CASE e das AEC em Cascais: relação Autarquia – Escola –
Família
Joana Soage Ribeiro Bárcia Costa
RELATÓRIO DE ESTÁGIO
MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO
Área de especialização em Administração Educacional
2012
UNIVERSIDADE DE LISBOA
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO
A Gestão das CASE e das AEC em Cascais: relação Autarquia –
Escola – Família
Joana Soage Ribeiro Bárcia Costa
RELATÓRIO DE ESTÁGIO
Orientado pelo Professor Doutor Luís Miguel Carvalho
MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO
2012
I
Dedicatória
A todos os que estiveram comigo…
A todos os que lutaram a meu lado…
A todos os que puxaram por mim…
Especialmente a ti, que do teu alto me acompanhaste todos os dias e me
iluminaste todas as noites…
II
Agradecimentos
Na reta final do meu percurso, não posso deixa de começar por agradecer aos
meus pais: sim, é cliché, mas a verdade é que sem vocês nada disto, nada de mim seria
possível. Obrigada por serem meus pais, por me terem feito quem sou, por terem dado
tanto para mim, mesmo quando para vocês quase nada sobrava. Tudo é também mérito
vosso, um bocado de vocês está aqui, está comigo… Obrigada!
A ti, Márcio, cujo amor não me fez desvanecer, mesmo quando as forças me
faltavam, cuja garra e perseverança foi um exemplo, e cujo encorajamento me fez
chegar aqui, a este dia. Também tu estás aqui, estás comigo… Obrigada!
À minha família em geral, que sempre me apoiou, que sempre se preocupou, que
sempre procurou estar atenta a mim, mesmo quando eu não estava atenta a eles. Irmão,
Avós, Tia, Primos, Cunhadas, Padrinhos, Lolinha e Evinha, enfim, a todos vocês, que
estão aqui também, comigo… Obrigada!
Aos amigos e amigas, confidentes, companheiros e companheiras, também
vocês fazem parte do meu percurso, do meu crescimento, da minha pessoa, de mim.
Mesmo quando não vos pude dar tanto de mim como vocês me deram de vocês,
continuaram comigo, estão comigo… Obrigada!
Ao meu orientador, o Prof. Dr. Luís Miguel Carvalho, pelo acompanhamento, e
à minha Prof.ª Dr.ª Ana Patrícia Almeida, que viu o que eu não via, que me ajudou
quando eu já não conseguia, responsáveis por todo este caminho de aprendizagem e
crescimento, também este trabalho é fruto vosso, que estiveram sempre comigo…
Obrigada!
À minha “chefe”, Dr.ª Manuela Correia, de quem tanto suguei, com quem tanto
aprendi, com quem tanto evolui, um grande exemplo de dedicação e empenho, trabalho
e esforço, também está aqui, comigo… Obrigada!
E, de uma forma geral, a todos aqueles que, de alguma forma, fizeram parte do
meu percurso enquanto pessoa, enquanto aluna, enquanto mulher, e que, de alguma
forma, me ajudaram a crescer, a melhorar, a ser, vocês estão todos aqui, comigo…
Obrigada!
A todos os que estão comigo, um MUITO OBRIGADA cheio de amor!
III
Resumo
A área da Administração Local da Educação tem sofrido especiais desenvolvimentos
nos últimos anos. As crescentes competências conferidas às Autarquias difundem a
ideia de um Território Educativo, em que as mesmas promovem as ofertas da sua rede
educativa. Nesse sentido, aparecem as CAF – Componente de Apoio às Famílias, como
resposta tanto às necessidades das crianças como às dos pais.
Este trabalho, inscrito no âmbito do Mestrado em Ciências da Educação, na área de
especialização de Administração Educacional, apresenta um estudo ao nível da gestão
dos Programas Componente de Animação Socioeducativa (CASE) e Atividades de
Enriquecimento Curricular (AEC), e também no que concerne às relações que se criam
com as Escolas e Famílias, no concelho, através da Câmara Municipal de Cascais.
Palavras-chave
Administração Local da Educação; CASE; AEC; Escolas; Famílias; Câmara Municipal
de Cascais.
IV
Abstract
The Local Government area of special education has undergone developments in recent
years. The growing powers granted to local authorities spread the idea of an Educational
Planning, in that they promote the offerings of their educational network. In this sense,
the CAF appear - Component Family Support, as both the needs of the children as the
parents.
This work, enrolled in the Master of Science in Education, specializing in the area of
Educational Administration, presents a study in the management of the Youth Work
Program Component (CASE) and Curricular Enrichment Activities (AEC), and also in
concerns the relationships that are created with Schools and Families, the county,
through the municipality of Cascais.
Key-words
Local Administration of Education; CASE; AEC; Schools; Families; Cascais
Municipality.
V
Índice Geral
Introdução ......................................................................................................................... 1
Capítulo I: Contextualização teórica e de conceitos ......................................................... 4
A Administração Local de Educação ............................................................................ 4
A Desconcentração. ................................................................................................... 7
A Descentralização. ................................................................................................... 8
Territorialização das Politicas Educativas – o Território Educativo. ...................... 10
A construção local das Políticas Educativas: o papel das Autarquias ........................ 12
As competências das Autarquias ao nível Educativo. ............................................. 14
Os Conselhos Municipais de Educação e a construção das Políticas Educativas ao
nível local. ............................................................................................................... 16
A Escola a Tempo Inteiro: prolongamento da escola ................................................. 18
A ETI: enquadramento político-legal. ..................................................................... 20
Componente de Animação Socioeducativa no Ensino Pré-Escolar. ....................... 22
Atividades de Enriquecimento Curricular no Ensino Básico. ................................. 24
Capítulo II: Estágio na Câmara Municipal de Cascais ................................................... 28
Cascais – o Concelho, a Câmara Municipal ............................................................... 28
Concelho de Cascais................................................................................................ 28
Câmara Municipal de Cascais. ................................................................................ 30
Equipamentos e Espaços. ........................................................................................ 34
Cascais e a Educação............................................................................................... 35
Divisão de Intervenção Educativa e Ação Social Escolar .......................................... 40
VI
Programas/ Projetos DASE. .................................................................................... 41
Componente de Animação Socioeducativa. ............................................................ 50
Atividades de Enriquecimento Curricular. .............................................................. 51
Estágio na Divisão de Intervenção Educativa e Ação Social Escolar ........................ 54
1ª Fase de Estágio. ................................................................................................... 55
2ª Fase de Estágio. ................................................................................................... 63
Capítulo III: Projeto de Investigação .............................................................................. 66
Introdução ................................................................................................................... 66
Problemática do Estudo .............................................................................................. 67
Tema. ....................................................................................................................... 67
Problema.................................................................................................................. 68
Questões de Investigação. ....................................................................................... 68
Metodologia ................................................................................................................ 69
Objetivo Geral. ........................................................................................................ 69
Objetivos Específicos. ............................................................................................. 69
Estratégia Geral de Pesquisa. .................................................................................. 70
Métodos e Técnicas de recolha de dados. ............................................................... 71
Tratamento e Análise de dados. .............................................................................. 76
Apresentação dos Resultados ...................................................................................... 77
Discussão dos Resultados........................................................................................ 90
Conclusões. ........................................................................................................... 100
VII
Considerações Finais .................................................................................................... 105
Bibliografia ................................................................................................................... 108
Diplomas Legislativos consultados .............................................................................. 111
VIII
Índice de Gráficos
Gráfico 1 – Distribuição da População no concelho de Cascais .................................... 29
Gráfico 2 – Distribuição do nível de Escolaridade no concelho de Cascais .................. 30
Índice de Tabelas
Tabela 1 – Listagem dos espaços e equipamentos no concelho de Cascais ................... 35
Tabela 2 – Listagem dos Agrupamentos e das Escola do concelho de Cascais ............. 39
Tabela 3 – Listagem dos sectores/projetos da DASE ..................................................... 60
Índice de Esquemas
Esquema 1 – Organização das Direções da CMC .......................................................... 32
Esquema 2 – Organização dos Departamentos da CMC ................................................ 33
Esquema 3 – Organização do Departamento de Educação ............................................ 33
IX
Lista de Siglas
ACDM – Associação Cultural Desportiva e Musical
AEC – Atividades de Enriquecimento Curricular
AML – Área Metropolitana de Lisboa
APEE – Associação de Pais e Encarregados de Educação
ASE – Ação Social Escolar
BIPP – Banco de Informação de Pais para Pais
CAF – Componente de Apoio à Família
CASE – Componente de Animação Socioeducativa
CERCICA – Cooperativa para a Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados
CMC – Câmara Municipal de Cascais
DASE – Divisão de Intervenção Educativa e Ação Social Escolar
DED – Departamento de Educação
DL – Decreto-Lei
EB – Escola Básica
EB1 – Escola Básica do 1º ciclo
EB/JI – Escola Básica do 1º ciclo com Jardim-de-infância
EB2 – Escola Básica do 2º ciclo
EB 2/3 – Escola Básica dos 2º e 3º ciclos
EB3 – Escola Básica do 3º ciclo
EE – Encarregado de Educação
ETI – Escola a Tempo Inteiro
GPED – Gabinete de Planeamento Educativo
X
GTOX – Gabinete das Toxicodependências
HACCP – Hazard Analysis Critical Control Points
IPSS – Instituição Privada de Solidariedade Social
JI – Jardim-de-infância
LAL – Lei das Autarquias Locais
LBSE – Lei de Bases do Sistema Educativo
NEE – Necessidades Educativas Especiais
ONG – Organização Não Governamental
PRADIM – Programa de Recuperação de Arquivos e Documentos de Interesse
RSF – Resposta sem Franquia
TIC – Tecnologias da Informação e Comunicação
1
Introdução
Este Relatório foi realizado no âmbito do 2ºano do Ciclo de Estudos Conducente
ao Grau de Mestre em Ciências da Educação, na área de especialização de
Administração Educacional, no Instituto de Educação da Universidade de Lisboa.
O mesmo tem como objetivo patentear todo o trabalho desenvolvido no Estágio
Curricular de Mestrado, desenvolvido ao longo do presente ano lectivo, na Divisão de
Intervenção Educativa e Ação Social Escolar (DASE) do Departamento de Educação
(DED) na Câmara Municipal de Cascais (CMC), local escolhido para desenvolvimento
das minhas atividades, funções e do Projecto de Investigação realizado.
A escolha desta área de intervenção prendeu-se não só com as questões
relacionadas com a própria área de trabalho, mas também com questões mais pessoais: o
gosto pela Administração e o querer fazer parte do desenvolvimento e progresso da
mesma, e também porque esta foi sendo, ao longo de toda a licenciatura, a área de maior
interesse e foi crescendo em mim como a preferencial.
Uma vez que os trabalhos e a gestão de projetos sempre foram os que mais me
motivaram, muito devido ao carácter prático que têm e ao envolvimento que criam,
conciliar estas duas áreas no tema da Intervenção Autárquica na Gestão dos Projetos
Educativos acabou por ser a escolha certa.
Em termos de trabalho, tive o privilégio de desenvolver as minhas atividades e
funções em parceria com a Chefe de Divisão, a Dra. Manuela Correia, também sempre
em contacto e relação com todas as equipas da DASE.
No que toca à sua natureza, este Estágio visa a transferência de conhecimentos
entre a experiência e a formação realizada na área, tendo como propósito central a
complementaridade entre a própria formação e a experiência profissional na
organização, o contacto com os profissionais em exercício, pretendendo-se então:
estimular as capacidades de reflexão, de análise, de síntese e de conceptualização; e
desenvolver as capacidades relacionais, de comunicação e de trabalho em equipa.
Para tal, as finalidades definidas para a realização deste Estágio foram as
seguintes:
O conhecimento, numa organização com fins educativos ou autarquia, nos
seguintes domínios: contexto político e administrativo em que exerce a sua atividade;
princípios, regras e modalidades de funcionamento; modos de organização e gestão;
interação com a comunidade e as entidades locais;
2
A experiência do exercício, pelo “estagiário”, das funções de um técnico
superior, na área da administração da educação, através da sua participação em
diferentes atividades desenvolvidas pela instituição onde realiza o estágio;
O desenvolvimento pelo estagiário de um pequeno projeto integrado de
investigação, tendo em consideração o contexto de intervenção e o campo de estudos da
Política e da Administração Educacional (questões sobre as organizações, as práticas de
gestão, as políticas públicas).
O Estágio foi desenvolvido em torno de duas fases principais: a primeira em que
as atividades a que me propus e que realizei se centraram mais no trabalho da própria
DASE, e também mediante o que me ia sendo pedido para fazer enquanto licenciada em
Ciências da Educação e Mestranda em Administração Educacional; e a segunda em que
tive oportunidade de desenvolver o meu próprio Projecto de Investigação, que tem
como tema central A Intervenção Autárquica da Câmara Municipal de Cascais na
Gestão dos Projetos de Atividades de Enriquecimento Curricular (AEC) e na
Componente de Animação Sócio Educativa (CASE) como forma de apoio às Escolas e
às Famílias.
Para dar conta de todo o trabalho, atividades e projeto desenvolvidos, este
Relatório foi então estruturado da seguinte forma:
Contextualização teórica e de conceitos – o primeiro ponto do trabalho
apresentado dá conta da pesquisa bibliográfica e do suporte literário em que baseei o
trabalho, centrando esta revisão em vários autores e em temas mais específicos da área
da Administração, contextualizando-o. Assim, foram pesquisados, trabalhados e
desenvolvidos os temas da Administração Local de Educação, com referência aos
principais conceitos e políticas, da construção local das Políticas Educativas, centrando
no papel da Autarquia e nas suas competências, e na Escola a Tempo Inteiro como
medida de prolongamento de horário, relativamente ao seu enquadramento político-
legal e às medidas que daí advieram
Caracterização Institucional – neste segundo ponto é apresentada uma
caracterização detalhada da organização em que foi desenvolvido o Estágio, sendo
focados os aspetos caracterizantes de Cascais, evidenciando a Câmara Municipal e a
Divisão de Intervenção Educativa e Ação Social Escolar, e também são apresentadas as
atividades desenvolvidas no estágio, durante o ano, referenciando as que foram no
3
âmbito institucional na primeira fase, e as atividades desenvolvida no âmbito do meu
projeto, na segunda fase
Projecto de Investigação – aqui vai ser apresentado o Projeto de Investigação
realizado na área temática trabalhada, onde são então descritos a problemática em
estudo, os objetivos perseguidos, a metodologia utlizada para a recolha de dados, e as
conclusões a que o estudo permitiu chegar
Considerações Finais – no último ponto serão apresentadas as conclusões gerais
de todo o trabalho feito, que considerarão as atividades realizadas e projeto concretizado
e uma reflexão final de todo o meu percurso ao longo deste ano, salientando o Estágio
Curricular de Mestrado, as atividades que realizei, o projeto que desenvolvi, o meu
trabalho enquanto Licenciada em Ciências da Educação e mestranda em Administração
Educacional, a inserção em ambiente profissional e o crescimento e desenvolvimento
vivido e experienciado nos últimos meses
Assim, nas páginas que se seguem, é apresentado o trabalho realizado durante o
ultimo ano letivo.
4
Capítulo I: Contextualização teórica e de conceitos
O primeiro capítulo aqui apresentado tem como objetivos principais enquadrar
teoricamente o Estágio e a Investigação desenvolvidos no âmbito da Administração
Educacional, bem como fundamentar e suportar teoricamente as temáticas abordadas no
campo mais geral e também mais específico da Administração Municipal da Educação e
da gestão de projetos.
Este quadro teórico serve de pano de fundo para os temas desenvolvidos e para
as questões investigadas, tendo como intuito centrar o meu Estágio e a minha
investigação, bem como a análise critica e as conclusões no campo de ação educacional.
Para tal, desenvolvi a revisão da literatura sobre os seguintes pontos e com a seguinte
estrutura:
A Administração Local de Educação – neste primeiro ponto vai ser abordada a
questão dos estudos da Administração Local de Educação, em que vão ser focados três
conceitos centrais para o estudo da Administração Educacional, a Desconcentração, a
Descentralização e a Territorialização das Politicas Educativas (Território Educativo)
A construção local das políticas educativas: o papel das autarquias – o segundo
tópico vai estar centrado no desenvolvimento que as políticas locais têm vindo a sofrer
no âmbito da Educação, centrando as questões nas competências das Autarquias ao
nível Educativo, e nos contributos dos Conselhos Municipais de Educação e a
construção das Políticas Educativas ao nível local
A Escola a Tempo Inteiro: prolongamento da escola – neste último ponto de
análise vai ser desenvolvida a temática da ETI e o que esta trouxe ao nível da Educação
e da Administração Local, fazendo um enquadramento político-legal, e caracterizando a
Componente de Animação Socioeducativa no Ensino Pré-Escolar, as Atividades de
Enriquecimento Curricular no Ensino Básico e o conceito de Tempo Livre e Lazer.
A Administração Local de Educação
A questão do “local” surgiu, tanto no âmbito da Educação como nos restantes,
nas últimas três décadas do séc. XX, seja ao nível das políticas como a nível científico,
por duas razões: devido à crise de legitimidade do Estado, que leva à busca de novas
formas de relegitimação; e pelas ocorrências ligadas a dois fenómenos simultâneos, o de
globalização e o de relocalização (Ferreira, 2003).
5
Este interesse pelo “local” não é novo, como prossegue o mesmo autor dizendo,
tendo começado entre os anos 30 e os 60 do séc. XX, através de estudos acercas das
comunidades locais, que, como refere Ferreira “assumiram um lugar importante nos
campos da antropologia e da sociologia e deram lugar a uma abundante produção
empírica, sobretudo nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha.” (2003, pág.70). No
entanto, em termos educativos, apenas a partir dos anos 80 é que emerge a questão do
local, que é, como refere o mesmo autor
fenómeno vinculado, por um lado, a um conjunto de transformações
económicas e sociais e do próprio Estado e da ação pública, e, por
outro, a transformações internas à própria disciplina, com o “retorno
do ator”, o interesse pelos estudos microssociológicos, o
desenvolvimento do trabalho de terreno e a passagem de uma
abordagem causal para uma abordagem interpretativa. (pág.71)
Com o local a ganhar cada vez mais poder, o papel do Estado acaba por sofrer
recomposições, alterando-se também os seus modos de intervenção governativa, como
justifica Barroso
Por um lado, se assistir a uma tentativa de continuar a assegurar ao
Estado um papel relevante na definição, pilotagem e execução das
políticas e da ação públicas, mas por outro lado, ele ser obrigado a
partilhar esse papel com a intervenção crescente de outras entidades e
atores, que se reportam a referenciais, lugares e processos de decisão
distintos. (2006 pág.11)
O crescente interesse pelo local levou a que, de facto, cada vez mais se
tentassem aproximar as políticas às pessoas, apostando o Estado Português, na busca
desta aproximação, na crescente descentralização dos seus serviços e competências.
Neste sentido, Pinhal (2003) refere que
Desejando corresponder às necessidades e anseios das populações que
representam e assumindo um papel decisivo na determinação dos
modelos e processos de desenvolvimento dos seus territórios, os
órgãos municipais acabam por precisar de intervir sobre todos os
assuntos, seja para exercerem pressão sobre quem tem poderes
decisórios ou seja, até, para se substituírem a esses poderes, que
muitas vezes não agem em conformidade com os desejos e
necessidades locais (p.2)
Fernandes (1995) referencia três momentos normativos cruciais que operaram a
transferência de competências educativas para os municípios e que tiveram influência
ao nível das decisões autárquicas.
6
O primeiro momento foi a criação do Fundo de Equilíbrio Financeiro (Lei
nº1/77, de 6 de Janeiro), que veio impor a transferência de uma percentagem do
orçamento do Estado para os municípios.
O momento seguinte foi a promulgação do pacote legislativo autárquico durante
o governo do bloco central, em 1984 (Decreto-Lei 100/84, de 29 de Março), em que se
define como atribuições camararias as intervenções que dizem respeito aos interesses
próprios, comuns e específicos das populações locais nos domínios da educação e
ensino, estando enunciadas as competências municipais na educação e ensino no
Decreto-Lei 77/84, de 8 de Março, que tem como objetivo delimitar e coordenar as
atuações entre a administração central, regional e local relativamente a investimentos
públicos, tendo as camaras municipais ficado responsáveis por investimentos ao nível
da construção de centros de educação pré-escolar e ensino básico, residências e
alojamentos para estudantes destes ensinos, transportes escolares, ação social escolar e
ocupação dos tempos livres e equipamentos para a educação de adultos.
Já o terceiro momento foi a Lei de Bases do Sistema Educativo (Lei nº46/86, de
14 de Outubro), explicando o autor que não tendo esta implicações diretas na
descentralização e desconcentração do Sistema Educativo, ao atribuir um estatuto
privado aos municípios como instituição que colabora, participa ou presta serviços
educativos, reconhece aos mesmos competências para criar centros de educação pré-
escolar e de educação especial, de formação profissional e de educação extraescolar.
Ao nível da Educação, a atribuição das competências das autarquias está
atualmente consagrada pelo Decreto-Lei nº159/90, de 14 de Setembro, que tem como
objetivo “definir o quadro de transferência de atribuições e competências para as
autarquias locais, bem como de delimitação da intervenção da administração central e
da administração local, concretizando os princípios da descentralização administrativa e
da autonomia do poder local”; mais especificamente, em termos educativos, as áreas de
intervenção são (Bravo e Vasconcellos e Sá, 2001):
Centros de Educação Pré-Escolar (estabelecimentos e manutenção);
Escolas do Ensino Básico;
Assegurar transportes escolares;
Assegurar a gestão de os refeitórios (Pré-Escolar e Básico);
Transportes escolares;
7
Outras atividades complementares de ação educativa (Ação social escolar e
ocupação dos tempos livres);
Gerir o pessoal não docente (Pré-Escolar e Básico) e participar na gestão do
pessoal docente.
É através da crescente descentralização de competências e do papel cada vez
mais central e determinante que as autarquias locais têm vindo a ter na Educação, que
tem vindo a ser criada e alimentada a ideia de Administração Local de Educação. Esta
ideia, para Ferreira (2003) surge do
período em que se constata o esgotamento do modelo administrativo
centralizado vinculado ao nível nacional-estatal, do paradigma
urbano-industrial de desenvolvimento e, de um modo geral, o
esgotamento da teoria da modernização (…) subjacente o pressuposto
de que o nível local surge de novo como nível relevante da ação
social, económica, cultural, politica, apos ter passado um período em
que esteve submerso pelo nível nacional (p.26)
Assim, a Administração Local de Educação contempla a descentralização, a
territorialização e a contratualização das políticas educativas, adaptadas às suas
comunidades locais, transpondo a ideias da administração central para o local, surgindo
os dois conceitos centrais quando falamos na Administração Local de Educação: a
desconcentração e a descentralização.
A Desconcentração.
A desconcentração pressupõe o princípio da permeabilidade e diz respeito à
repartição e partilha do Estado para com as Autarquias de atribuições e competências
concorrentes; ou seja, as atribuições e competências que o Estado confere às Autarquias
não pertence a um nível só, não ficam apenas ao nível das mesmas, e são repartidas
pelos vários órgãos de gestão da pessoa coletiva.
No movimento de desconcentração há uma delegação de competências, em que
pese embora cada um dos níveis proceda por si, todos eles têm de obedecer ao mesmo
(Estado). Assim, a desconcentração é a manifestação da vontade de transferir
competências dos órgãos mais elevados hierarquicamente para os menos elevados, no
sentido de conseguir uma gestão mais eficiente, podendo-se constatar a transferência de
tarefas, mas não do poder de decisão entre os dois níveis.
A desconcentração tem lugar na distribuição de competências entre os vários
níveis de gestão do sistema educativo, relativamente a poderes que o Estado não quer
8
abrir mão. Assim, aquando desses casos, o poder central opta por delegar tarefas às
Autarquias locais, mas não deixando que as mesmas fiquem com o poder de decisão
relativamente às matérias.
No caso da desconcentração, acrescenta Pinhal (2003):
as funções educacionais mais importantes são asseguradas ao nível
central ou a níveis hierarquicamente dependentes do poder central
(como é o caso das Direções Regionais de Educação e das próprias
escolas), podendo mesmo dizer-se que se encontra estabelecido um
sistema de competências concorrentes entre os vários níveis da
administração central, numa aplicação de uma certa subsidiariedade
por desconcentração (p.4)
Tavares (2000) explica ainda que “a concentração e a desconcentração têm como
referencia a competência ou poderes dos órgãos (e não diretamente as atribuições das
pessoal coletivas a que pertencem)” (p.65). Na desconcentração, segundo o autor, o que
está em causa é a orgânica interna de certa pessoal coletiva, e estamos perante um
sistema desconcentrado quando os poderes ou as competências estão ou podem ser
repartidos pelos vários órgãos da pessoa coletiva, sendo assim possível a
desconcentração de poderes ou competências.
Ainda segundo o mesmo autor, a desconcentração pode tomar duas formas: a
desconcentração originária; ou a desconcentração derivada. A primeira é a que decorrer
diretamente da lei, e que distribui as competências entre superior e subalternes. A
segunda advém de um ato específico praticado para o efeito pelo superior, necessitando
igualmente de permissão legal expressa, ou seja, é atingida por delegação de poderes.
Contrariamente à delegação de poderes, que retrata o conceito de
desconcentração surge-nos, também no âmbito da Administração, o conceito de
descentralização, que remete para a devolução de poderes.
A Descentralização.
Se por um lado, no seio das questões relacionadas com as competências das
Autarquias em matéria de Educação, surge o conceito de desconcentração, do qual já
discorri acima, o outro lado surge então a descentralização. Este conceito está
relacionado com a devolução de competências, em que as mesmas são exclusivas, sendo
assim pertencentes a uma pessoa coletiva e mais nenhuma outra.
Existem três regras básicas para a descentralização: as instituições regionais e
locais terem competências próprias e meios para as pôr em prática; as mesmas não se
9
encontrarem subordinadas hierarquicamente ao poder central quando se trate de decidir
sobre matérias da sua competência; e que essas instituições regionais e locais assumam
os interesses regionais e locais e sejam dirigidas por pessoas eleitas ou escolhidas pelos
habitantes das regiões ou das localidades.
Em suma, a descentralização é o processo de transferência do poder de decisão
para cidadãos ou representantes eleitos, podendo ser de caracter politico ou
administrativo, sendo a última referente às responsabilidades de planeamento, gestão,
financiamento. Ao tema da descentralização, acrescenta Tavares (2000) que estamos
perante um sistema descentralizado quando “existem outras pessoas coletivas a quem a
lei comete a satisfação de certas necessidades públicas” (p.62), estando aqui
contemplada a administração portuguesas, onde as necessidades coletivas de âmbito
local estão sob o desígnio das Autarquias locais.
O autor continua acrescentando que “a centralização e a descentralização
administrativas respeitam à repartição de atribuições (de necessidades públicas) por
várias pessoas coletivas entretanto criadas ou reconhecidas por lei” (p.63), obedecendo
a mesma a variadas formas e graus.
O processo de descentralização encontra-se assim subordinado a três finalidades:
a flexibilidade, que se prende com a capacidade e possibilidade de mudar; a
controlabilidade, associada ao maior controlo das organizações; e a produtividade,
referente ao aumento da eficiência da organização.
Neste âmbito, surge também o princípio da subsidiariedade, que determina que
uma tarefa não pode ser confiada a um nível superior a menos que um escalão inferior
não esteja em condições de a assegurar.
Costa (2010) refere também que
é pela descentralização que, por exemplo, se tem transferido poderes
de decisão para o nível local, que o Estado pode modernizar-se e a
administração pode melhorar o seu desempenho, dando respostas às
mudanças que têm surgido no sistema educativo. É neste âmbito que
as autarquias têm ganho protagonismo podendo intervir mais
ativamente. (p.6)
Acrescenta a mesma autora ainda que foi durante a década de 90 que mais se
desenvolveu a tendência para uma descentralização dos sistemas educativos, em que
eram transferidos poderes e funções nacionais e regionais para as autarquias, sendo a
escola reconhecida como o lugar central de gestão e a comunidade local como o
parceiro essencial na tomada de decisão.
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Com a descentralização do poder para o nível autárquico, as autarquias passam
assim a ter competências próprias e meios para as por em prática, deixando de estar
subordinadas ao poder central em matéria de decisão sobre as suas competências.
“Denota-se então uma necessidade de descentralizar para que as autarquias possam
intervir mais ativamente” (Costa, 2010, p.8) na execução da Administração Local de
Educação.
Pinhal (2003) refere ainda que a disposição para a descentralização resulta da
complexidade cada vez mais dos subsistemas sociais, pelo que, tornando-se cada vez
mais dificultada a eficácia dos poderes centrais na resolução de problemas, estes são
mais facilmente resolvidos a nível local.
Assim sendo, a Administração Local de Educação sustenta-se por dois
princípios: a desconcentração, que suporta uma delegação de competências, onde o
poder está centralizado, mas as tarefas estão incumbidas aos órgãos locais; e a
descentralização, que já implica a devolução de competências, pelo que tanto o poder
como as tarefas estão no cargo na Autarquias locais.
Territorialização das Politicas Educativas – o Território
Educativo.
A territorialização das políticas educativas nasce também no seguimento da
necessidade já identificada de aproximação dos serviços às comunidades. Pinhal (2004)
define as mesmas como “um espaço e um tempo organizados para a definição e
realização de um projeto educativo local” onde “intervém as organizações educativas
locais com as suas contribuições para a definição e realização do projeto educativo
local.” (p.2), situando-as na influência atual das organizações e dos interessados locais
nos processos educativos, numa crescente autonomia das Autarquias Locais e
descentralização da Administração Pública.
A ideia de território educativo está assim associada a medidas de
descentralização, que “orientam a evolução do sistema no sentido de uma maior
intervenção decisória das instâncias locais” (Costa, 2010, p.8). A autora acrescenta
ainda que a territorialização significa ainda diferentes modos de organização da
educação, baseados nas características locais e nas capacidades das comunidades para
tratar de alguns aspetos do sistema educativo, invocando assim para uma maior
11
intervenção dos territórios. Barroso (1998) vai mais longe e refere que o conceito de
territorialização
é utilizado para significar uma grande diversidade de princípios,
dispositivos e processos inovadores, no domínio da planificação,
formulação e administração das políticas publicas que, de um modo
geral, vão no sentido de valorizar a afirmação dos poderes periféricos,
a mobilização local dos atores e a contextualização da ação politica”
(conforme citado por Costa, 2010, p.8-9).
Na territorialização, assiste-se também à repartição dos poderes de decisão pelos
diferentes níveis de Administração e à responsabilização das comunidades pelos
processos de desenvolvimento e adoção de medidas próprias.
Pinhal (2004) apresenta também três modelos de territorialização: um modelo de
territorialização de base participativa; um modelo de territorialização de base
comunitária; e um modelo de territorialização de base liberal. O primeiro modelo, o da
territorialização de base participativa, caracteriza-se pela aproximação da
Administração aos administrados, em que existe um maior reconhecimento das
realidades locais para a decisão política e a descentralização administrativa procura a
melhoria da eficácia do Sistema; neste modelo, de facto, há uma aparência mais
participativa, onde contudo não existe uma decisão autónoma dos níveis locais. No
modelo de base comunitária, procura-se a construção de políticas locais de conceção e
execução autónomas, as comunidades são decisoras e definidoras das suas políticas,
onde às Autarquias são conferidas atribuições e competências para regulamentar e gerir;
para a consecução das suas políticas locais educativas, procede-se à associação de
órgãos das Autarquias e Organizações locais, na sua conceção e realização. Por último,
no modelo de base liberal, há uma territorialização individual de cada organização, em
que prevalece uma desvalorização das políticas educativas, e a concorrência entre as
Organizações surge como a forma de melhoria da qualidade de oferta; o quadro em que
se insere este modelo é um quadro de mercado livre educacional e de livre escolha da
Escola.
Desta forma, para o território educativo contribuem os seguintes elementos: o
tempo e espaço, com um ritmo próprio e em dimensões territoriais e educativas; a
comunidade, onde são considerados vários elementos; as escolas, que não são o local de
disputas políticas, devendo dispor de maior autonomia, melhores condições de trabalho
e formação adequada; a situação de parceria, onde entram os parceiros educativos
internos e externos; as redes de relações, entre os interessados diretos e os indivíduos
12
que estabelecem a ligação; o projeto educativo, que garante o sentido e a coerência da
ação de todos os intervenientes; o meio pertinente, sendo composto por um elemento
não-exterior; e a organização, uma espécie de governo local de educação.
Deve ter o território educativo assim as seguintes características: a solidariedade;
a autonomia; a participação; e a abertura. A solidariedade refere-se à conceção,
execução e defesa do projeto. A autonomia pode estar relacionada com vários domínios
– pedagógica, administrativa, financeira, ou de intervenção cultural e social. A
participação que pode ser direta ou indireta, formal, não formal ou informal, ativa,
reservada ou passiva, convergente ou divergente, e que resulta ou numa
pseudoparticipação, ou numa participação parcial ou numa participação total. E a
abertura, que se refere às conceções do conhecimento e ação junto da comunidade, à
obtenção de financiamentos, ao desenvolvimento de interações e a visitas mútuas.
Pinhal (2004) refere ainda um futuro para o Território Educativo – um processo
de territorialização mais centrado no próprio território, que tenha mais poder de ação e
mais margem de manobra para poder elaborar e executar as suas ações na área, e que
não dependa tanto de instâncias superiores. Aqui, o Estado resume-se apenas ao seu
papel regulador.
De facto, esta seria a forma ideal de construir os Territórios Educativos,
deixando mais espaço para a atuação das Autarquias e das Comunidades locais, tendo o
Estado um papel menos ativo nas Politicas Locais de Educação. No entanto, este
equilíbrio entre a autonomia local e a obediência ao Estado é ainda algo difícil de
atingir, pelo que por enquanto vai-se fazendo aquilo que a entidade superior permite.
No entanto, tal como o fez Pinhal (2004), é de destacar algumas prestações de
determinadas Autarquias, que conseguiram encontrar buracos na Lei, e conseguir
superar aquilo que o Estado permite realizar, passando para o campo das não-
competências, e procurando não se deixando ficar por campos de ação e ações limitadas
ao que o Estado decreta.
A construção local das Políticas Educativas: o papel das Autarquias
Com os processos de Desconcentração, Descentralização e construção dos
Territórios Educativos a proporcionarem a Administração Local de Educação, começa-
se então a assistir aos nascer das Politicas Educativas Locais. E as Politicas Educativas
Locais não são nada mais nada menos que um conjunto de políticas que nascem do
13
quadro das competências autárquicas e que vão ditar a forma como a administração e
gestão da Educação naquela comunidade específica irão ser levadas a cabo.
Pinhal (2011) refere a este respeito que
no caminho da democratização da sociedade e do desenvolvimento, os
municípios têm um papel principal, não um mero papel de apoio ou
complementar ao estado. Nem tampouco o de mero suporte das
iniciativas de provisão dos bens e dos serviços de que acrescem os
cidadãos (p.13)
Baixinho (2010) acrescenta que “nesta perspetiva, a descentralização passa a ser
um instrumento do poder local que favorece o aumento da autoridade democrática dos
atores” (p.208), tornando assim possíveis as referidas Politicas Educativas Locais.
Na construção das mesmas, o papel das autarquias tem vindo a ser reforçado ao longo
dos tempos, pelo que a sua importância tem saído acrescida no que toca a matérias
educativas (Louro & Fernandes, 2004), uma vez as conceções relativas ao papel do
local em Educação tem vindo a sofrer uma transformação, e que o desenvolvimento tem
procurado cada vez mais a participação da comunidade, através da mobilização e gestão
adequadas dos seus recursos.
Assim, mediante a crescente prática municipal do âmbito da educação, tanto no
que diz respeito às competências legais como às iniciativas dos municípios, Costa
(2010) diz que fica patente a “pertinência, importância e diversidade das atividades
envolvidas (e que nesse sentido) parece natural a emergência de Politicas Educativas
Locais” (p.31).
Ou seja, ao desenvolver um papel mais ativo na Administração Local de
Educação, o município garante a sua intervenção ao nível das dinâmicas educativas e na
administração e planeamento da Educação; assim, são as próprias autarquias que têm
que estabelecer as linhas orientadoras das suas políticas próprias, que espelhem a sua
intervenção no sentido da ação educativa da comunidade e do próprio modo de
organizar e resolver as suas questões. De tal forma, Agnés Henriot-Van Zanten define
Política Educativa Local como “conjuntos coerentes de ações no domínio educativo,
elaborados de forma concertada e relativamente autónoma por certas equipas
municipais” (Costa, 2010, p.33), fazendo desta parte integrante da política de
desenvolvimento local para a promoção da qualidade de vida.
Segundo Canário (1995, conforme citado por Andrade, 2010), as Políticas
Educativas Locais assentam em 3 pressupostos:
14
a. Tenta dar unidade e sentido estratégico a um mosaico diferenciado
de iniciativas e áreas de intervenção. Mais do que construir um
projeto, está em causa articular múltiplos projetos e iniciativas;
b. Constrói novas formas de combinar recursos locais de vária ordem
de modo a tirar o maior rendimento possível a partir da sua
polivalência e multifuncionalidade;
c. Favorece a participação concertada de diferentes parceiros sociais e
educativos, promovendo e/ ou apoiando a emergência e consolidação
de redes e de mobilidade de partenariado. (p.26)
Para Fernandes (2000) existem ainda algumas tendências que marcam o
percurso das Políticas Educativas Locais, que o autor resume da seguinte forma:
Nota-se uma evolução normativa no sentido de dar maior autonomia à
escola e de envolver mais diretamente o município na política
educativa local;
As modalidades contratuais de regulação das intervenções educativas
entre os vários parceiros começam a tomar relevo ocupando uma
campo progressivamente deixado em aberto pela descentralização
administrativa;
A cooperação local entre municípios e escolas mostra tendências para
se reforçar fazendo diluir ou desaparecer os antagonismos e
compartimentações que caracterizam os sistemas fortemente
autocentrados e burocratizados (p.43)
As competências das Autarquias ao nível Educativo.
Para Tavares (2000), competência é “o conjunto dos poderes conferidos por lei
(em sentido material) aos órgãos das pessoas coletivas para a prática de atos tendentes à
prossecução das suas atribuições” (p.56), sendo que atribuições são os propósitos que as
pessoas coletivas públicas têm que satisfazer legalmente e assim os órgãos das
autarquias locais só podem deliberar no âmbito da sua competência e para a realização
das atribuições cometidas às autarquias locais (art.º 82º da LAL).
Em termos de competências das autarquias ao nível educativo, estas têm vindo a
ser atribuídas ao local desde sempre, pelo que as competências e atribuições às mesmas
têm vindo a sofrer várias alterações e adições; atualmente, no âmbito das suas atividades
legais, a Autarquia tem como competências:
Criar os Conselhos Municipais de Educação
Elaborar a Carta Educativa do Município
Participar, como membro, dos Conselhos Gerais e intervindo, com parte, na
celeração de contractos de autonomia das Escolas
15
Propor e dar parecer sobre a constituição de Agrupamentos de Escolas
Construir, apetrechar e manter os Jardim-de-infância e as escolas do Ensino
Básico da rede pública
Assegurar a gestão dos refeitórios dos Jardim-de-infância e as escolas do 1º
Ciclo do Ensino Básico da rede pública
Gerir o pessoal não docente da Educação Pré-escolar e do 1º, 2º e 3º Ciclos do
Ensino Bárico
Assegurar os transportes escolares
Garantir o alojamento aos alunos do Ensino Básico, quando deslocados
obrigatoriamente da sua zona de residência
Comparticipar no domínio da Ação Social Escolar, as crianças da Educação Pré-
Escolar e os alunos do Ensino Básico
Apoiar atividades complementares de ação educativa na Educação Pré-Escolar e
no 1º Ciclo do Ensino Básico
Participar no apoio à Educação Extraescolar
A respeito das áreas das competências autárquicas, Diana Lúcia Andrade (2010)
resume as mesmas como: a Ação Social Escolar do Pré-Escolar e do 1º Ciclo do Ensino
Básico; a Gestão dos Refeitórios do Pré-Escolar e do 1º Ciclo do Ensino Básico; os
Transportes Escolares; acompanhamento das Atividades de Enriquecimento Curricular
(AEC); implementação da Componente de Apoio à Família (CAF); gestão do pessoal
não docente.
Pinhal (2011), ainda a este respeito, faz um apanhado geral das competências
municipais e respetiva legislação ao nível da Educação, resumindo-as em:
Competências associadas com a conceção e o planeamento do sistema
educativo local:
- Criar os conselhos municipais de educação (Lei n.º 159/99, de 14 de
Setembro e Decreto-Lei nº 7/2003, de 15 de Janeiro);
- Elaborar a carta educativa a integrar nos planos diretores municipais
(Lei n.º 159/99, de 14 de Setembro, e D.L. nº 7/2003, de 15 de
Janeiro);
- Propor e dar parecer sobre a constituição de agrupamentos de escolas
(D.L. n.º 75/2008, de 22 de Abril, e Decreto Regulamentar n.º
12/2000, de 29 de Agosto);
- Participar na conceção das grandes orientações específicas dos
estabelecimentos de educação e ensino da área do município, como
16
membro dos respetivos conselhos gerais (D.L. n.º 75/2008, de 22 de
Abril);
- Intervir, como parte, na celebração de contractos de autonomia das
escolas e ajuizar da oportunidade de aprofundamento dessa autonomia
(D.L. n.º 75/2008, de 22 de Abril);
Competências associadas com a construção e gestão de equipamentos
e serviços:
- Construir, apetrechar e manter os estabelecimentos de educação pré-
escolar e as escolas do ensino básico (Lei n.º 159/99, de 14 de
Setembro, e D.L. nº 144/2008, de 28 de Julho);
- Assegurar a gestão dos refeitórios dos estabelecimentos de educação
pré-escolar e do ensino básico (Lei n.º 159/99, de 14 de Setembro);
- Gerir o pessoal não docente de educação pré-escolar e do 1.º ciclo do
ensino básico (Lei n.º 159/99, de 14 de Setembro, e D.L. nº 144/2008,
de 28 de Julho);
Competências associadas com o apoio aos alunos e aos
estabelecimentos de educação e ensino:
- Assegurar os transportes escolares (Lei n.º 159/99, de 14 de
Setembro, e D.L. nº 144/2008, de 28 de Julho);
- Garantir o alojamento aos alunos que frequentam o ensino básico,
como alternativa ao transporte escolar, nomeadamente em residências,
centros de alojamento e colocação familiar (Lei n.º 159/99, de 14 de
Setembro);
- Comparticipar no apoio às crianças da educação pré-escolar e aos
alunos do ensino básico, no domínio da ação social escolar (Lei n.º
159/99, de 14 de Setembro, e D.L. nº 144/2008, de 28 de Julho);
- Promover e apoiar o desenvolvimento de atividades complementares
de ação educativa na educação pré-escolar e no ensino básico (Lei n.º
159/99, de 14 de Setembro, e D.L. nº 144/2008, de 28 de Julho);
- Participar no apoio à educação extraescolar (Lei n.º 159/99, de 14 de
Setembro). (p.23-24)
Os Conselhos Municipais de Educação e a construção das
Políticas Educativas ao nível local.
Os Conselhos Municipais (Locais) de Educação foram criados no âmbito das
políticas de desconcentração e descentralização administrativa que têm vindo a
caracterizar a crescente participação das Autarquias na definição da territorialização das
políticas educativas e do poder dos locais.
O debate em torno destas políticas cresceu na década de 90, onde foram
abordados temas como; a descentralização e a territorialização das políticas educativas;
a intervenção municipal no provimento da educação; as políticas educativas municipais;
o local em educação; e o Conselho Local/ Municipal de Educação (Cruz, 2007).
Os Conselhos Municipais de Educação podem ser vistos como
17
instância de coordenação e consulta, dimensionada neste contexto
(município), para o acompanhamento da política educativa, no sentido
de analisar e acompanhar o funcionamento do referido sistema, numa
perspetiva de promover a interação dos agentes envolvidos, com os
outros parceiros locais (Cruz, 2007, p.68).1
Para a mesma autora, no seguimento do seu debate, “a regulamentação dos
Conselhos Municipais de Educação” foi uma oportunidade perdida e um “retrocesso em
termos de participação contextualizada e de vinculação de decisões”, sendo os mesmos
Conselhos Municipais integrados numa “política de desconcentração administrativa
que, ao mesmo tempo que aproxima os serviços das populações, garante um controlo
mais remoto das políticas definidas a nível central” (Cruz, 2007, p.69).
Já para Parreira (1995), da Câmara Municipal do Cartaxo, considera que os
“Conselhos Locais de Educação podem ser peças fundamentais para apoiar a inovação
(…) para dignificar o espaço escolar, para diversificar soluções, para negociar
consensos e, isto é importantíssimo, para descentralizar poderes, assumindo-se
acrescidas responsabilidades locais” (p.97).
Em termos legislativos (segundo o disposto no Decreto-lei nº7/2003, de 15 de
Janeiro), os Conselhos Municipais de Educação são uma instancia de coordenação e
consulta, que tem por objetivo promover, a nível municipal, a coordenação da política
educativa, articulando a intervenção, no âmbito do sistema educativo, dos agentes
educativos e dos parceiros sociais interessados, analisando e acompanhando o
funcionamento do referido sistema e propondo as ações consideradas adequadas à
promoção de maiores padrões de eficiência e eficácia do mesmo” (art.º 2º). As
deliberações deste órgão passam pelas áreas da coordenação do sistema educativo e
articulação da política educativa com outras políticas sociais, do acompanhamento do
processo de elaboração e de atualização da carta educativa, da participação na
negociação e execução dos contractos de autonomia, da apreciação dos projetos
educativos no município, da adequação das diferentes modalidades de ação social
escolar às necessidades locais, das medidas de desenvolvimento educativo, e dos
programas e ações de prevenção e segurança em espaços escolares.
Sendo assim, é possível tomar os Conselhos Municipais de Educação como o
órgão do município que reúne parceiros vários da área da Educação, e onde esses
1 Para atualização destes dados ver Cruz, Maria Clara (2012). Conselhos Municipais de Educação:
Política Educativa e Acção Pública. Lisboa: Instituto de Educação da Universidade de Lisboa
18
mesmos parceiros decidem em relação a assuntos educativos, que promovem a
construção das Politicas Educativas Locais.
A Escola a Tempo Inteiro: prolongamento da escola
A Escola a Tempo Inteiro (ETI) é a medida politica que enquadra o
prolongamento do horário para o desenvolvimento das atividades de animação e apoio à
família (CAF) e de enriquecimento curricular (AEC) das crianças dos Ensinos Pré-
Escolar e 1º Ciclo do Básico. Esta medida visa o desenvolvimento das mesmas e
consequente sucesso escolar futuro.
Pires (2007) acrescenta, em relação à introdução da Escola a Tempo Inteiro, que:
Subjacente à ideia de ETI, parece estar o princípio de ocupação
integral do tempo – um tempo ampliado, dedicado à educação escolar,
estruturado e institucionalizado (Coelho & Caveliere, 2002). Este
princípio assume um papel determinante na gestão curricular e na
organização pedagógica e escolar. Por outro lado coloca o desafio da
(difícil) “integração curricular” de dois tempos e momentos: o lectivo,
curricular e obrigatório, assegurado pelo Estado; e o não lectivo, do
enriquecimento curricular de frequência facultativa assegurado
predominantemente pela autarquia, sob financiamento do Estado. Por
outro lado, legítima, numa logica de flexibilização, que a “infiltração”
de atividades de enriquecimento curricular (AEC), nos horários
habitualmente ocupados pelas atividades letivas obrigatórias, quer a
“deslocação” (não assumida) das áreas artísticas e da educação física,
da esfera curricular obrigatória, para a esfera do enriquecimento
curricular (p.79)2
Cátia Marques (2008) justifica o surgimento da ETI
associado a um conjunto de razões políticas, sociais e educativas. Uma
das principais razões para a implementação desta política tem como
objetivo a credibilização da Escola Pública, visto que esta deve tentar
responder às necessidades da sociedade que, cada vez mais necessitam
de auxílio para a educação das crianças visto haver pouca
disponibilidade e pouco tempo para que tal seja feito em casa. Por esta
razão mostra-se essencial que a escola apresente uma maior
diversidade de atividades a oferecer aos seus alunos, sendo ainda
necessário que estas instituições alarguem os seus horários de
acolhimento aos alunos de modo a cumprir com o seu carácter social,
pois a questão dos horários muitas vezes mostra-se como sendo a
maior dificuldade para as famílias. Assim esta medida pretende
2 Para atualização destes dados ver Pires, Carlos Augusto (2012). A “Escola a Tempo Inteiro” –
Operacionalização de uma Política para o 1.º Ciclo do Ensino Básico. Uma abordagem pela “análise
das políticas públicas” Lisboa: Instituto de Educação da Universidade de Lisboa
19
aumentar a equidade social, pois permite que as crianças mais
carenciadas desfrutem de atividades diversificadas e educativas mais
ricas, promovendo deste modo a democratização cultural da sociedade
(p.26)
Este conceito transmite então a ideia das crianças estarem mais horas na escola,
em atividades não-escolares, mas sim de enriquecimento, onde entrem também a
componente lúdica, e o conceito foi lançado em 2005, tendo em 2006 o seu
aprofundamento, aquando da aposta do governa na garantia de que todas as crianças e
famílias iriam ter acesso gratuito à oferta gratuita do Inglês e outras atividades, bem
como a refeições escolares em Escolas do 1º Ciclo com prolongamento do horário até 8
horas diárias (Verdasca, 2011).
Para a concretização e sucesso da Escola a Tempo Inteiro, Verdasca (2011)
refere que
associam-se Municípios, mas também outros atores estratégicos como
Associações de Pais e Instituições de Solidariedade Social. Aos
Agrupamentos de Escolas cabe a responsabilidade do
acompanhamento e supervisão e sempre que necessário a sua própria
implementação em caso de omissão e desinteresse de Municípios ou
de outras entidades (p.6)
O grande objetivo deste movimento é a melhoria das condições educativas e das
aprendizagens escolares das crianças, contribuindo para o valor educativo das
comunidades locais em termos de equidade e qualidade escolas, apoio social e
oportunidades de trabalho e emprego. Acrescenta o mesmo autor que
A escola a tempo inteiro veio proporcionar as condições necessárias
em todas as comunidades para que todas as crianças e não apenas
algumas possam ter gratuitamente, para além das atividades
curriculares, Inglês, Apoio ao Estudo, Música, Atividade Física e
Desportiva, refeições escolares diárias. (Verdasca, 2011, p.6).
Para Duque (2008), a medida da ETI justifica-se pelo facto de
a implementação desta política tem como objetivo a credibilização da
Escola Pública, visto que esta deve tentar responder às necessidades
da sociedade que, cada vez mais necessitam de auxílio para a
educação das crianças visto haver pouca disponibilidade e pouco
tempo para que tal seja feito em casa. Por esta razão mostra-se
essencial que a escola apresente uma maior diversidade de atividades
a oferecer aos seus alunos, sendo ainda necessário que estas
instituições alarguem os seus horários de acolhimento aos alunos de
modo a cumprir com o seu carácter social, pois a questão dos horários
20
muitas vezes mostra-se como sendo a maior dificuldade para as
famílias. Assim, esta medida pretende aumentar a equidade social,
pois permite que as crianças mais carenciadas desfrutem de atividades
diversificadas e educativas mais ricas, promovendo deste modo a
democratização cultural da sociedade. (p.20-21)
No entanto, a mesma autora, Marques (2008), aponta também algumas
vulnerabilidades aos projetos de Escola a Tempo Inteiro, tais como: a sua natureza
marcadamente estruturante que afeta de forma negativa o projeto, por
haver um risco de ocorrer uma hiper-escolarização das crianças, visto
que estas cada vez irão passar mais tempo na escola e a realizar mais
atividades de carácter educativos, o que poderá, de certa forma,
prejudicá-las visto que diminui o seu tempo livro e ainda o tempo
familiar; adoção de soluções homogéneas para a ocupação dos tempos
das crianças poderá, eventualmente, prejudicar umas em função de
outras mais favorecidas consoante o gosto e envolvimento das
crianças nas atividades desenvolvidas; devido à importância e
pertinência destas medidas estas deveriam ter sido mais refletidas e
não ter sido implementada à pressa nem respeitando um calendário
único (p.26-27)
e também a sua natureza conjuntural, por esta medida “fomentar uma gestão mais
burocrática das instituições, visto que esta medida vem sobrevalorizar a criação e
seguimento de um Projeto de ação educativa; e ainda poder induzir a uma
desqualificação profissional e social dos educadores envolvidos.” (p.27)
A ETI: enquadramento político-legal.
A ETI encontra o seu enquadramento legal através de vários diplomas
legislativos, que têm vindo a ser ao longo do tempo alterados e complementados:
Lei nº159/99, de 14 de Setembro – atribui às autarquias locais responsabilidades
em matéria de ensino pré-escolar e de 1º ciclo do ensino básico
Decreto-Lei nº6/2001, de 18 de Janeiro – estabelece os princípios orientadores
da organização e gestão curricular do ensino básico
Programa de Generalização do Ensino do Inglês nos 3º e 4º anos do 1º ciclo do
Ensino Básico, em 2006 – assume claramente o papel de primeira medida efetiva de
concretização de projetos de enriquecimento curricular e de “escola a tempo inteiro”
Despacho nº12 591/ 2006, de 16 de Junho – define as normas a observar no
período de funcionamento dos estabelecimentos de ensino pré-escolar e de 1ºCiclo,
21
como como a oferta das atividades de animação e de apoio à família e de
enriquecimento curricular
Despacho nº14460/2008, de 26 de Maio – define que o Apoio ao Estudo e o
Ensino de Inglês se devem tornar obrigatórios para todos os anos do 1ºCiclo (1º e 2º
anos incluídos), e que os agrupamentos de Escolas possam proceder a uma
flexibilização do horário curricular com o horário das AEC
Pese embora a mesma tenha começado a ser discutida em 2005, e já tanto as
CAF como a Atividades de Animação (Componente de Animação Socioeducativa –
CASE) e as AEC, no Pré-Escolar e 1º Ciclo do Ensino Básico, estivessem previstas,
este conceito só foi política e legalmente enquadrado em 2006, Despacho nº12
591/2006, de 16 de Junho.
No referido Despacho, fica definido que a ETI conta com a colaboração das
Autarquias, no âmbito da partilha de responsabilidades pelos estabelecimentos de
ensino do Pré-Escola e 1º Ciclo do Básico, e a inserção das Atividades de Animação e
de Apoio à Família no âmbito e Atividades de Enriquecimento Curricular, sendo as
primeiras
objeto de planificação pelos órgãos competentes dos agrupamentos de
escolas e escolas não agrupadas tendo em conta as necessidades das
famílias, articulando com os municípios da respetiva área a sua
realização de acordo com o protocolo de cooperação de 28 de Julho de
1998 celebrado entre o Ministério da Educação, o Ministério do
Trabalho e da Solidariedade Social e a Associação Nacional de
Municípios Portugueses, no âmbito do Programa de Expansão e
Desenvolvimento da Educação Pré-Escolar (p.23195),
e as segundas “selecionadas de acordo com os objetivos definidos no projeto educativo
do agrupamento de escolas e devem constar do respetivo plano anual de atividades”
(p.23195), em que se consideram as
atividades de enriquecimento curricular no 1º ciclo do ensino básico
as que incidam nos domínios desportivo, artístico, científico,
tecnológico e das tecnologias da informação e comunicação, de
ligação da escola com o meio, de solidariedade e voluntariado e da
dimensão europeia da educação, nomeadamente:
a) Atividades de apoio ao estudo;
b) Ensino do inglês;
c) Ensino de outras línguas estrangeiras;
d) Atividade física e desportiva;
e) Ensino da música;
f) Outras expressões artísticas;
22
g) Outras atividades que incidam nos domínios identificados
(p.23195)
A este propósito, Duque (2008) acrescenta ainda que
a medida parece ser bastante importante pois os pais sabem que os
filhos estão bem entregues à escola, sendo que estão a realizar
atividades ricas e que irão beneficiar o desenvolvimento social e
cognitivo das crianças, tanto no ensino pré-escolar como no 1º ciclo
do Ensino Básico. A escola responsabiliza-se assim mais na educação
das crianças e não apenas na sua instrução (transmissão de saberes).
(p.21)
Componente de Animação Socioeducativa no Ensino Pré-
Escolar.
Consagrado pela Lei nº5/97, de 10 de Fevereiro, e desenvolvido no Decreto-Lei
nº147/97, de 11 de Junho, os estabelecimentos de Educação Pré-Escolar devem
assegurar um horário de funcionamento flexível e de acordo com as necessidades das
famílias. Aqui começa então o desenvolvimento das questões ligadas à CAF –
Componente de Apoio às Famílias – e à CASE – Componente de Animação
Socioeducativa.
Com a necessidade de dar resposta às próprias necessidades das famílias, não
apenas ao nível prolongamento do horário do Ensino Básico, com as Atividades de
Enriquecimento Curricular, também no Ensino Pré-Escolar esta necessidade foi
detetada. Assim, foram desenvolvidas estas atividades que, segundo Duque (2008),
dizem respeito a todos os períodos que estejam para além das 25 horas
letivas semanais, e que estejam definidas desde o início do ano lectivo
com os pais. Neste sentido podem ser consideradas atividades de
apoio à família, as entradas, os almoços (tempo de convívio entre as
crianças, de aprendizagens sociais), os tempos após as atividades
pedagógicas mais curriculares, nas interrupções letivas desde que
assim se justifique devido às necessidades das famílias. É assim
fundamental que os Jardim-de-infância se organizem e façam a gestão
do seu pessoal e dos seus espaços de modo a corresponder às
necessidades reais dos pais. (p.22)
No âmbito das CAF nascem então as CASE, que se centram nas atividades de
enriquecimento para as crianças dos Jardim-de-infância, tendo por base a animação
socioeducativa, cujo objetivo, como refere a mesma autora, é o desfrutar, o
23
envolvimento e satisfação das crianças, o prazer em conviver, do que o produto, a
preocupação com o desenvolvimento e aprendizagem;
Assim, podemos considerar que o tempo da componente de apoio à
família deverá ser mais informal, menos estruturado pois tem
sobretudo uma vertente de socialização, não só entre as crianças das
várias salas no final do dia, assim como socialização com os adultos
do meio envolvente (pais, avós, pessoas da comunidade que queriam
partilhar o seu tempo.) Nunca esquecendo que estas atividades são
todas de carácter facultativo ou seja é a própria criança que deverá ter
a possibilidade de escolher o que deseja fazer neste tempo livre,
optando pelo que lhe dá maior satisfação. Neste sentido é fundamental
a mudança de espaço físico no tempo da componente de apoio à
família uma vez que, se as crianças permanecerem na sala onde
desenvolvem atividades curriculares, repetirão com facilidade o tipo
de atividades que desenvolvem durante o dia com as educadoras na
componente curricular. Havendo um espaço diferente dedicado à
componente de apoio à família, mais facilmente as monitoras
responsáveis conseguem criar uma dinâmica diferente com as
crianças, uma dinâmica própria deste tempo de lazer. Também é
importante destacar que está previsto que sempre que possível, o
espaço exterior é um local privilegiado do tempo de animação
socioeducativa. (p.22)
Para o desenvolvimento da CAF e da CASE, o Ministério da Educação deixa
várias indicações, relativamente: ao espaço físico de desenvolvimento das atividades,
aconselhando a haver uma mudança de espaço para que as crianças não repitam as
dinâmicas curriculares, já que não é esse o propósito destas, destacando também a
importância de ir para um espaço físico exterior, caso exista; aos materiais utilizados,
rompendo aqui com os materiais escolares, e privilegiando a criatividade, a
originalidade; à organização do grupo durante o tempo destas atividades, já que deixam
a indicação de que não convém ter mais do 25 crianças por adulto, podendo as crianças
de idade pré-escolar serem juntas com as crianças do 1º Ciclo como forma de beneficiar
do contacto intergeracional; ao tempo das atividades, que tem que ser um tempo
privilegiado para contactos socias, de funcionamento em pequeno grupo, marcadamente
informal, em que são as crianças que tomam a decisão sobre o que querem fazer.
Mas a autora já citada refere ainda que
É assim fundamental fixar que estas são apenas indicações gerais
dadas pelo Ministério da Educação (Núcleo de Educação Pré-Escolar
do Departamento de Educação Básica) e que compete a cada Jardim-
de-infância adaptar estas sugestões à sua realidade, ou seja às
características específicas da população que abrange (nº de crianças,
24
horário dos pais), de recursos disponíveis (em termos de pessoal
disponível, instalações). É indispensável no entanto que contenha um
carácter de envolvência dos pais e de toda a comunidade na vida
escolar destas crianças e em todo o processo organizativo desta
componente que como o próprio nome indica apenas pretende
fornecer algum apoio às famílias. (p.24)
Em suma, a CASE procura responder às necessidades das famílias,
proporcionando às crianças um espaço de brincadeira, funcionando sempre que possível
num espaço fora das salas dos Jardim-de-infância, para evitar que as crianças
permaneçam no mesmo espaço durante todo o dia. A frequência nas atividades da
CASE é comparticipada pelas famílias, de acordo com o rendimento familiar, e
funciona das 15h às 18h, em tempo lectivo, e das 9h às 18h, em horário alargado de
férias escolares. Em termos de atividades específicas, na CASE são proporcionados às
crianças tempos próprios para brincar, para ler, desenhar, jogar, desfrutar de espaços
livres, ou outra qualquer atividade de que elas se lembrem, e que possa ser desenvolvida
com a ajuda dos animadores; existe ainda a possibilidade existir um trabalho conjunto
entre os Animadores da CASE e os Educadores Jardim-de-infância para desenvolverem
projetos em parceria.
Atividades de Enriquecimento Curricular no Ensino Básico.
No seguimento das CAF e CASE surgiu também, no âmbito do 1ºCiclo de
Educação Básica, as Atividades de Enriquecimento Curricular – AECC. Segundo o
Despacho n.º 12 591/2006 (2ª série), de 16 de Junho, a implementação das AEC baseou-
se na “… importância do desenvolvimento de Atividades de Animação e de Apoio às
Famílias na Educação Pré-Escolar e de Enriquecimento Curricular no 1.º ciclo do
Ensino Básico para o desenvolvimento das crianças e consequentemente para o sucesso
escolar futuro.” (p.8783).
As AEC são mais uma resposta da necessidade de apoio às famílias, de
desenvolvimento e capacitação das crianças, e da promoção da escola a tempo inteiro,
em que a responsabilidade é dividida entre o Ministério da Educação, as Autarquias, as
Associações de Pais e Encarregados de Educação, as Instituições Particulares de
Solidariedade Social e os Agrupamentos de Escolas (Marques, 2008); consideram-se
assim as atividades que incidem sobre os domínios desportivo, artístico, científico e
tecnológico, de ligação da escola com o meio, de promoção da solidariedade e
voluntariado, de dimensão europeia da educação.
25
Como princípios orientadores, o Ministério de Educação ditou que os mesmos
envolvessem duas vertentes: as suas intenções gerais e a visão educativa territorial
centrada nas crianças; assim, os seus princípios orientadores são seguintes:
Desenvolverem-se de acordo com os objetivos definidos no Projeto Educativo
do Agrupamento e constam no Plano Anual de Atividades
Serem implementadas de acordo com as Orientações Programáticas para cada
uma e de acordo com o Currículo Nacional do Ensino Básico.
Em relação ao funcionamento das AEC, o Despacho já indicado decreta ainda que:
Horário das atividades: estas deverão organizar-se dentro do regime normal das
atividades educativas (na educação pré-escolar) e das atividades curriculares (no 1º ciclo
do ensino básico), devendo estas atividades serem distribuídas pelo período da manhã e
da tarde, com a devida interrupção para almoço;
Horário dos estabelecimentos de ensino: estes deverão manter-se abertos pelo
menos até às 17h30m, sendo que quando necessário o estabelecimento mantém-se em
funcionamento até às 18h30m, apesar das Atividades de Enriquecimento Curricular
terem término às 16h, o restante tempo era preenchido com atividades de animação de
Apoio à Família.
Recursos físicos (espaço): caso se verifique limitações relativamente às salas
existentes, poderá excecionalmente, a mesma sala ser ocupada em regime duplo por
duas turmas (uma no turno da manhã e outra no turno da tarde), sendo que, no caso da
necessidade de CAF, os estabelecimentos mantêm-se abertos até mais tarde
Recursos humanos: poderão ser disponibilizados por qualquer um dos parceiros;
Objetivos das Atividades de Enriquecimento Curricular: estes deverão ir ao
encontro dos objetivos definidos no Projeto Educativo do Agrupamento de escolas,
devendo constar no respetivo plano anual de atividades;
Atividades obrigatórias: o Apoio ao estudo e o ensino do Inglês (para os 3º e 4º
anos de escolaridade) são obrigatórias para qualquer estabelecimento;
Atividades Opcionais: das seguintes atividades os estabelecimentos deverão
selecionar algumas para preencher os planos de atividades: ensino de inglês (para todos
os anos de escolaridade), ensino de outras línguas estrangeiras, atividade física e
desportiva, ensino da música, outras expressões artísticas, outras atividades que não
incidam nos domínios identificados. Além das atividades obrigatórias de Apoio ao
estudo e de ensino da língua inglesa, poderão em alguns casos ser ainda proporcionadas
26
aos alunos as atividades de atividade física e desportiva, ensino da música e outras
expressões artísticas;
Duração semanal das atividades: para o Inglês, ensino da música e atividade
física e desportiva será de 135 minutos, não devendo ultrapassar os 90 minutos para as
restantes;
Conteúdos: deverá ser realizada uma análise comparativa entre os conteúdos
curriculares e de enriquecimento curricular, deste modo será possibilitada a ligação
entre ambos os conteúdos (curriculares e de enriquecimento);
Deve-se ainda salientar que a frequência das Atividades de Enriquecimento
Curricular é facultativa e gratuita.
Quanto às competências das entidades promotoras, segundo o referido Despacho:
Autarquias – responsáveis pelos espaços físicos, deslocações dos alunos e
contratação de pessoal auxiliar de apoio;
Associações de Pais – assegurarem que as Atividades de Enriquecimento
Curricular sejam implementadas com qualidade
A respeito ainda das AEC, Sofia Mourão dos Santos (2010), acrescenta que
As AEC pretendem cumprir o duplo objetivo de garantir a todos os
alunos do 1.º Ciclo, de forma gratuita, a oferta de um conjunto de
aprendizagens enriquecedoras do currículo e, ao mesmo tempo,
implementar o conceito de escola a tempo inteiro. As AEC devem ser
consideradas uma atividade educativa participada de forma voluntária
e ainda, têm o dever de ocorrer sem prejuízo da normal duração
semanal e diária das atividades educativas. Os estabelecimentos de
ensino têm de permanecer obrigatoriamente abertos, pelo menos até às
17h30m e por um período mínimo de oito horas diárias. O período de
funcionamento de cada estabelecimento deve ser comunicado aos pais
e encarregados de educação (EE) no momento da inscrição, devendo
também ser confirmado no início do ano letivo. (p.9)
Assim sendo, nas AEC, além de serem desenvolvidas atividades ligadas com o
ensino do Inglês ou de outras línguas estrangeiras, atividades físicas e de desporto,
ensino da música e outras expressões artísticas, e outras atividades que incidam sobre os
domínios cientifico, tecnológico, de solidariedade e voluntariado, e de ligação da escola
com o meio, é proporcionado ainda às crianças momentos livres de participação e
criação, para brincar, conversar, aprender e experimentar, tempo de crescer, pensar,
partilhar, comunicar e também descobrir, conhecer e explorar. As AEC não têm um
27
carácter obrigatório, mas assim que as crianças se inscrevem elas assumem um
compromisso ate ao final do ano lectivo.
28
Capítulo II: Estágio na Câmara Municipal de Cascais
No capítulo seguidamente apresentado é descrito o enquadramento institucional
do Estágio, através da caracterização da organização que me acolheu para o
desenvolvimento das atividades e do Projecto de Investigação.
A organização onde desenvolvi o estágio de Mestrado foi a Divisão de
Intervenção Educativa e Ação Social Escolar (DASE), do Departamento de Educação
(DED) da Câmara Municipal de Cascais (CMC). Nesta centrei-me nas equipas e nos
Programas de Componente de Animação Socioeducativa (CASE) e de Atividades de
Enriquecimento Curricular (AEC).
Assim, para caraterizar a DASE – CMC, organizei este capítulo em torno da
seguinte estrutura:
Cascais – o Concelho, a Camara Municipal – neste primeiro tópico é
caracterizado o concelho de Cascais, a Camara Municipal e os seus Equipamentos e
Infraestruturas, bem como dados ao nível da Educação concelhia
Divisão de Intervenção Educativa e Ação Social Escolar – no segundo ponto é
descrita a DASE – CMC ao nível da sua organização, com enfase nos seus projetos e
programas e depois especificando para a Componente de Animação Socioeducativa
(CASE) e para as Atividades de Enriquecimento Curricular (AEC)
Cascais – o Concelho, a Câmara Municipal
Concelho de Cascais.
O Concelho de Cascais está situado a ocidente do estuário do Tejo, limitado a
norte pela Serra de Sintra, a sul e ocidente pelo Oceano Atlântico e a oriente pelo
Concelho de Oeiras. Vila caracterizada pela atividade piscatória, até porque conserva o
estatuto de “Vila dos Pescadores”, Cascais mantém a sua tradição de espaço de
acolhimento, que promove a Atividade Turística e Cultural de qualidade para os seus
frequentadores.
Este Concelho é parte integrante dos concelhos da Área Metropolitana de Lisboa
(AML), da área da Grande Lisboa, estando assim integrado na região de Lisboa e Vale
do Tejo.
29
Em termos Administrativos, o Concelho de Cascais encontra-se dividido em 6
Freguesias, sendo elas: Alcabideche, Carcavelos, Cascais, Estoril, Parede e São
Domingos de Rana.
Em termos de população, o Concelho de Cascais conta com uma População de
205.113 Habitantes, distribuídos pelas Freguesias
Gráfico 1 – Distribuição da População no concelho de Cascais
Relativamente à instrução, o Nível de Escolaridade no Concelho encontra-se
distribuído da seguinte forma
0
10.000
20.000
30.000
40.000
50.000
60.000
Alcabideche Carcavelos Cascais Estoril Parede São Domingos
de Rana
População no concelho de Cascais
30
Gráfico 2 – Distribuição do nível de Escolaridade no concelho de Cascais
Em relação à População com idade inferior a 18 anos, ou seja ainda em Idade
Escolar, em Cascais existem 38.018 Indivíduos com menos de 18 anos.3
Câmara Municipal de Cascais.
A CMC tem atualmente (Executivo Municipal 2009 – 2013) como Presidente o
Dr. Carlos Manuel Lavrador de Jesus Carreiras, encontrando-se dividida, em termos da
sua Estrutura Organizacional, em Gabinetes, Direções, Departamentos e Divisões. 4
No topo encontra-se o Gabinete da Presidência, o Gabinete de Apoio à
Assembleia Municipal e a Divisão de Apoio ao Provedor do Municipal.
Em relação à sua restante estrutura, a CMC é composta pelas seguintes direções:
3 Fonte: Censos 2011
4 Ver Organigrama CMC em Anexo 2
0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00%
Analfabetismo
Sem qualquer Nível de Ensino
Ensino Pré-Escolar
1ºCiclo
2ªCiclo
3ºCiclo
Ensino Secundário
Ensino Médio
Ensino Superior
Nivel de Escolaridade no Concelho de Cascais
31
Direção Municipal de Planeamento
do Território e da Gestão Urbanística
Departamentos de
Planeamento do
Território
Departamento de Gestão
Urbanística
Divisões do Sistema de Informação Geográfica
Divisão de Estatística
Divisão do PDM
Divisão de Avaliação e Intervenção Estratégica
Direção Municipal do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
Departamento de Ambiente
Direção Municipal de Obras e Manutenção
Departamento de Obras Municipais
Departamento de Manutenção e Transito
Direção Municipal de Segurança e Fiscalização
Divisões de Polícia Divisão de
Fiscalização Geral
Divisão de Fiscalização de
Obras Publicas de Edifícios e
Infraestruturas
Divisão de Contraordenações
32
Direção Municipal de Gestão Financeira e Patrimonial
Departamento de Gestão Financeira
Departamento de Assuntos Jurídicos
Gabinete de Notariado
Departamento de Recursos Humanos
Divisão de Gestão de Recursos
Humanos
Divisão de Desenvolvimento e Valorização dos
Recursos Humanos
Divisão de Desenvolvimento Organizacional
Departamento das Atividades
Económicas
Divisão de Abastecimento
e Consumo
Divisão de Licenciamento de Atividades Económicas
Divisão de Fiscalização
das Atividades Económicas
Departamento de Habitação e Desenvolvimento Sócio-
Territorial
Gabinete de Coordenaçã
o e Planeament
o
Divisão de Desenvolvi
mento Social
Divisão de Intervenção
Sócio-Territorial I
e II
Divisão de Promoção da Saúde
Divisão das Toxicodepe
ndências
Divisão de Rede Social e Igualdade de Género
Esquema 1 – Organização das Direções da CMC
Acrescento ainda que há departamentos que não estão inseridos em nenhuma
direção municipal, sendo eles:
33
Departamento da Cultura
Divisão de Promoção e
Animação Cultural
Divisão de de Museus Municipais
Divisão de Bibliotecas
Divisão de Arquivos e do
Património Histórico-Cultural
Departamento do
Desporto
Divisão de Fomento
Desportivo
Divisão de Infraestruturas Desportivas
Departamento de Sistemas de
Informação
Divisão de Redes e
Comunicação
Divisão de Sistemas e Operações
Gabinete de Helpdesk e
Microinformática
Departamento de
Comunicação
Divisão de Comunicação
e Relações Públicas
Divisão de Juventude e do Conhecimento
Gabinete da Agenda XXI
Relações Internacionais
Departamento de Educação
Divisão de Equipamentos e
Infraestruturas da Educação
Divisão de Intervenção
Educativa e Acão Social Escolar
Gabinete de Planeamento da
Educação
Esquema 2 – Organização dos Departamentos da CMC
Relativamente ao Departamento de Educação, o mesmo é constituído pela
Divisão de Equipamentos e Infraestruturas da Educação, a Divisão de Intervenção
Educativa e Acão Social Escolar e o Gabinete de Planeamento da Educação.
Esquema 3 – Organização do Departamento de Educação
34
Equipamentos e Espaços Culturais.
No que respeita aos Espaços e Equipamentos Culturais, o Concelho de Cascais
conta com inúmeros Serviços de Cultura distribuídos por Arquivos, Património
Histórico-Cultural, Museus, Bibliotecas, outros Espaços de Cultura, Salvaguarda do
Património.
Espaços e Equipamentos Culturais
Arquivos
Arquivo Histórico Digital
Arquivo Histórico Municipal de Cascais
Arquivo Intermédio
PRADIM – Programa de Recuperação de Arquivos e Documentos de Interesse
Património Histórico-Cultural
Inventário do Património Histórico (disponível no site)
Museus
Museu da Música Portuguesa – Casa das Verdades de Faria
Museu do Mar – Rei D.Carlos
Forte S.Jorge de Oitavos – Centro Interpretativo
Museu Condes de Castro Guimarães
Casa Reynaldo dos Santos e Irene Quilhó dos Santos
Casa das Histórias Paula Rego
Casa da Santa Maria
Farol Museu de Santa Marta
Moinho da Armação – tipo Americano (Alcabideche)
Bibliotecas
35
Tabela 1 – Listagem dos espaços e equipamentos no concelho de Cascais
Cascais e a Educação.
Em termos de População Escolar no Ensino Público, no Ano Lectivo de
2009/2010, os Alunos a frequentar a Rede de Escolas Públicas do Concelho de Cascais
eram, no seu total, 16.772, sendo que, em relação aos Níveis de Ensino a distribuição
era a seguinte: no Pré-Escolar 793 Alunos, no 1ºCiclo 5.495 Alunos, 2ºCiclo 2.816
Alunos, no 3ºCiclo 3.928 Alunos e no Secundário 3.740 Alunos.
No que toca aos Equipamentos Escolares, Cascais, como Concelho, tem 185
Escolas Públicas, distribuídas pelas Freguesias: Alcabideche tem 37 Escolas,
Biblioteca Municipal de Cascais Infantil-Juvenil – Parque Marechal Carmona
Biblioteca Municipal de Cascais – Casa da Horta da Quinta de Santa Clara
Biblioteca Municipal de Cascais – São Domingos de Rana
Espaços de Cultura
Espaço de Memorio dos Exílios
Marégrafo de Cascais
Livraria Municipal
Conservatório de Música de Cascais
Centro Cultural de Cascais
Auditório Fernando Lopes-Graça
Salvaguarda do Património
Cidadela de Cascais
Casas com Memoria
Ações de Salvaguarda de Património
Pequenos Monumentos de Cascais – balanço das intervenções
Grutas Artificiais de Alaparia
A Arqueologia como Salvaguarda do Património – balanço das intervenções
36
Carcavelos conta com 22, Cascais com 42, Estoril tem 36 Escolas, Parede 17 e São
Domingos de Rana tem 31 Escolas.5
Estas Escolas encontram-se divididas por 11 Agrupamentos-Escola e por 3
Escolas Secundárias. Assim, os Agrupamentos do Município de Cascais são:
Agrupamento de Escolas de Cascais; Agrupamento de Escolas Frei Gonçalo Azevedo;
Agrupamento de Escolas de Carcavelos; Agrupamento de Escolas de Matilde Rosa
Araújo; Agrupamento de Escolas de Alapraia; Agrupamento de Escolas de Santo
António da Parede; Agrupamento de Escolas de Alcabideche; Agrupamento de Escolas
IBN Mucana; Agrupamento de Escolas de Alvide; Agrupamento de Escolas de São
João do Estoril; Agrupamento de Escolas Aquilino Ribeiro.
5 Fonte: Câmara Municipal de Cascais – SIG WEB, 2010
Agrupamentos/ Escolas
Agrupamento de Escolas de Cascais
EB2.3 Prof. António Pereira Coutinho (sede)
EB1 Nº1 Cascais (José Jorge Letria)
EB1 Nº1 Aldeia de Juso
EB1 Nº2 Aldeia de Juso
EB1/ JI Malveira da Serra
EB1 Nº1 Birre
EB1/ JI Nº2 Birre
EB1/ JI Areia-Guincho
EB1 Torre
JI Torre
JI Murches
Agrupamento de Escolas Frei Gonçalo Azevedo
Escola Secundária Frei Gonçalo de Azevedo (sede)
EB1 Nº1 Abóboda
37
EB1/ JI Nº2 Abóboda
EB1 Nº2 Tires
EB1 Trajouce
Agrupamento de Escolas de Carcavelos
Escola Secundária de Carcavelos (sede)
EB1 Nº2 Carcavelos
EB1/ JI Nº1 Sassoeiros
EB1 Nº2 Sassoeiros
JI Arneiro (Sassoeiros 2)
Agrupamento de Escolas de Matilde Rosa Araújo
EB2.3 Matilde Rosa Araújo (sede)
EB1/ JI António Torrado
EB1/ JI Nº3 Tires
EB1/ JI Padre Agostinho da Silva
EB1 Nº1 S.Domingos de Rana
EB1 Nº2 Murtal Penedo
EB1 Nº4 Parede
Agrupamento de Escolas de Alapraia
EB2.3 Alapraia (sede)
EB1 Nº2 das Areias
EB1/ JI Manique
EB1 Caparide
EB1 Bicesse
EB1 S.Pedro do Estoril
38
JI Bicesse
JI das Areias (Galiza 2)
Agrupamento de Escolas de Santo António da Parede
EB2.3 Santo António da Parede (sede)
EB1 Nº2 da Parede
EB1/ JI Nº1 Murtal
EB1 Nº2 S.Domingos de Rana
EB1 Nº1 Carcavelos
EB1 Rebelva
JI de Carcavelos
JI Parede
Agrupamento de Escolas de Alcabideche
EB2.3 Alcabideche (sede)
EB1 Nº1 Alcabideche
EB1/ JI Nº2 Alcabideche
EB1 Nº1 Alcoitão
EB1 Nº2 Alcoitão
EB1 Nº3 Alcoitão
EB1/JI Alto da Peça
JI Alcoitão
Agrupamento de Escolas IBN Mucana
Escola Secundária INB Mucana (sede)
EB2 João de Deus
EB1 N1 Amoreira
39
Tabela 2 – Listagem dos Agrupamentos e das Escola do concelho de Cascais
No que respeita às Escolas Privadas, o Concelho tem uma Rede de Oferta
Escolar muito significativa, com uma taxa de cobertura aproximadamente de 45%,
distribuindo-se por Jardim-de-infância, Escolas do 1ºCiclo, Escolas do 2º e 3ºCiclo,
Escolas Secundárias.
EB1/ JI N2 Amoreira
EB1 Monte Estoril
EB1 Estoril
Agrupamento de Escolas de Alvide
Escola Secundária de Alvide (sede)
EB1 Nº2 Cascais (Profº Manuel Gaião)
EB1/ JI Nº3 Cascais
EB1 Nº4 Cascais
JI de Cascais
Agrupamento de Escolas de S.João do Estoril
Escola Secundária de S.João do Estoril (sede)
EB2.3 Galiza
EB1 S. João do Estoril
EB1/ JI Nº1 Galiza
EB1/ JI Nº2 Amoreira
EB1 Nº3 da Galiza
Agrupamento de Escolas Aquilino Ribeiro
Escola Secundária Aquilino Ribeiro (sede)
EB1 Talaíde
40
Divisão de Intervenção Educativa e Ação Social Escolar
Inserido no Departamento da Educação, juntamente com a Divisão
Equipamentos e Infraestruturas da Educação e o Gabinete de Planeamento da Educação,
encontra-se a DASE – Divisão de Intervenção Educativa e Acão Social Escolar – que
tem como Chefe a Dra. Manuela Correia, Psicóloga Educacional e Mestre em Educação
e Sociedade. A restante equipa é constituída por 6 Psicólogos, 2 Sociólogos, 1
Engenheiro, 3 Técnicos de Serviço Social, 6 Educadores, 1 técnico superior de
Filosofia, 1 Gestor, 4 Técnicos de Secretariado.
Como missão principal, o DED – Departamento de Educação – define Promover
condições para o desenvolvimento sustentável da Comunidade Educativa, adotando para
isso a Visão de Uma Comunidade Educativa com uma intervenção adequada às
necessidades e interesses dos seus públicos. Os valores da DASE baseiam-se na
coresponsabilidade, sustentabilidade, participação e coesão. 6
Os dois principais Eixos de Intervenção da DASE são: a Intervenção Educativa e a
Acão Social Escolar.
A Divisão organiza-se em diferentes sectores, sendo eles o sector do Ensino Pré-
Escolar, o sector do Ensino Básico, o sector do Ensino Secundário, o sector do Tempo
Livre e Lazer e o sector da Acão Social Escola.
Tem ainda dois serviços distintos: o serviço do Laboratório de Aprendizagens; e o
serviço da Escola Criativa/ Serviço Cultural Educativo. 7
Os principais Programas e Projetos desenvolvidos são: Programa CASE –
Componente de Animação Socioeducativa; Programa AEC – Atividades de
Enriquecimento Curricular; Projeto Levar a Ler; Projeto Coisas de Todos Nós; Projeto
Eco-Escolas; Projeto Intercâmbios Escolares; Apoio a Projetos e Iniciativas Escolares;
Ensino Profissionalizante; Projeto Construir Caminhos; Promoção dos Conselhos
Gerais de Escolas; Programa Ludotecas; Gestão Controlo e Monitorização dos Auxílios
Económicos e Transportes Escolares; Gestão Controlo e Monitorização do Programa
Alimentar; Educação Alimentar e Processos de Qualidade; Intervenção Inclusiva das
Necessidades Educativas Especiais.
6 Fonte: documentos oficiais da DASE consultados no local
7 Ver Organigrama DASE em Anexo 3
41
Programas/ Projetos DASE.
Sector do Ensino Pré-Escolar:
O sector do Pré-Escolar tem como principal objetivo contribuir para a
qualificação do Sistema de Ensino, nomeadamente no que diz respeito ao Ensino Pré-
Escolar; procura assegurar e promover Projetos que contribuam para o desenvolvimento
Educativo, Social e Cultural das crianças, assim como o desenvolvimento de Ações de
Formação destinadas a Agentes Educativos.
O Programa CASE – Componente de Animação Socioeducativa – é um
Programa que dá resposta ao prolongamento de horário para as crianças que frequentam
os Jardim-de-infância, dando sequência ao previsto na Lei de Bases de Educação Pré-
Escolar e de acordo com as necessidades das crianças e famílias.
Este pretende a promoção de tempos de atividade lúdica e criativa que
contribuam para o desenvolvimento Educativo, Cultural e Social das crianças, garantir o
direito ao brincar, ao tempo livre e lazer e à participação na tomada de decisão de
acordo com a Convenção Internacional dos Direitos das Crianças – a participação é o
que caracteriza de forma mais profunda a Animação Socioeducativa; pretende também
promover Espaços Formativos e Refletivos para todos os intervenientes no Programa.
Sector do Ensino Básico:
No sector do Ensino Básico encontramos o Programa AEC – Atividades de
Enriquecimento Curricular, o Projeto Levar a Ler, o Projeto Coisas de Todos Nós e o
Projeto Eco-Escolas.
Este sector tem como principal objetivo contribuir para a qualificação do
Sistema de Ensino, procurando para tal a promoção e dinamização de Projetos de
Intervenção Educativa, nas áreas de Educação Formal e Não-Formal, em articulação
com a Comunidade.
A Câmara Municipal de Cascais é promotora do Programa AEC – Atividades de
Enriquecimento Curricular do Ensino Básico, de acordo com o Despacho Nº12
591/2006, sendo a sua gestão realizada em parceria e coresponsabilização, feita em
Rede com Agrupamentos de Escolas e Entidades Locais.
No que se refere ao Programa AEC – Atividades de Enriquecimento Curricular –
a DASE pretende destacar o papel fundamental da Escola neste Programa e apostar na
diversidade de parceiros; estabelecer relações, assumindo o papel de regulador. A
42
grande aposta é no sentido das Expressões Artísticas, mas valorizando outras atividades,
nomeadamente a filosofia e os Ateliês científicos. Procura também uma mostra e
divulgação das boas práticas lançando novos desafios, mantendo o respeito pelas
identidades de cada um dos parceiros. Procuram que cada escola crie um projeto
integrador do tempo para descobrir, brincar, aprender com prazer e curiosidade e
descansar com bem-estar.
O Projeto Levar a Ler é um Projeto criado pela DASE que tem como objetivos:
fazer com que as crianças adquiram hábitos de leitura, através do contacto forte e
precoce com os livros; levar a que os educadores e professores sejam mediadores do
processo no incentivo à leitura das crianças, no contexto de sala de aula; tornar o livro
um contributo para o sucesso das aprendizagens. Este Projeto desenvolve-se por ciclos
de 2 Anos Lectivo, para cada Agrupamento de Escolas inscrito, e envolve docentes do
Pré-Escolar, 1º e 2ºCiclos.
As atividades deste Projeto são desenvolvidas em dois contextos: o Contexto de
Formação e o Contexto de Escola/ Turmas. No primeiro contexto é desenvolvida a
Dinamização de Bibliotecas, a Escrita Criativa e a Ilustração, a Construção de Livros, a
Arte de Contar Contos e a Partilha de Experiencias. Já no que concerne ao Contexto de
Escola/ Turma, na Sala de Aula, as atividades vão no sentido da Implementação da
Biblioteca de Turma, na Leitura de Livros em Sala de Aula, na Construção de Livros e
Materiais para Dinamização de Biblioteca de Turma
O Projeto Coisas de Todos Nós tem como Entidades Promotoras a Federação de
Associações de Pais de Cascais em parceria com a Câmara Municipal de Cascais
(CMC), Departamento de Educação (DED), Divisão de Intervenção Educativa e Acão
Social Escola (DASE) e o Gabinete das Toxicodependências (GTOX), entre outros
mais.
Este tem como finalidade desenvolver trabalho com os Pais/ Encarregados de
Educação nas seguintes áreas: desenvolvimento pessoal e social; melhoria da
comunicação aos níveis da família/ jovens e da família/ escola; alargamento da rede
social de suporte; registo e avaliação das práticas de intervenção; informação sobre
substâncias Psicoativas/ Dependências.
Os participantes estão divididos em dois Grupos-Alvo – o Intermédio/ Parcerias,
e o final: o Grupo-Alvo Intermédio/ Parcerias são os Professores, Auxiliares de Acão
Educativa, Associações de Pais, Órgãos de Gestão da Escola; o Grupo-Alvo Final são
os Pais e Encarregados de Educação.
43
Em termos de atividades, no Projeto Coisas de Todos Nós são desenvolvidas:
reuniões/ sessões temáticas com elementos da rede comunitária e órgãos da comunidade
educativa; ações de Dinâmica de Grupo para os Pais e Encarregados de Educação, onde
se trabalham conteúdos preventivos utilizando metodologias ativas e participativas,
nomeadamente o Teatro Debate, para a promoção de debate e reflexão sobre a relação
entre Pais e Filhos.
O Projeto Eco-Escolas é um Projeto que tem como entidade promotora a
Associação Bandeira Azul da Europa, e é desenvolvido em parceria com a CMC. Trata-
se de um Projeto vocacionado para a Educação Ambiental e para a Cidadania, que visa
apoiar ações e reconhecer o trabalho desenvolvido pelas escolas em benefício do
Ambiente.
Este Projeto decorre com a participação de 10 Escolas do Concelho, de
diferentes Níveis de Ensino; no desenvolvimento das suas atividades, a Câmara
Municipal de Cascais compromete-se a: apoiar iniciativas que as Escolas se propõem
desenvolver; comparticipar as despesas inerentes à inscrição anual das Escolas e a
aquisição do galardão para as Escolas ganhadoras; fazer-se representar nos Concelhos
Eco-Escolas. Como exemplo de práticas no âmbito deste Projeto, podemos indicar a
realização de um Desfile de Carnaval e exposições concretizadas a partir de Materiais
Reciclados.
Sector do Ensino Secundário:
O sector do Ensino Secundário tem como principal objetivo contribuir para a
qualificação do Sistema de Ensino, nomeadamente no que diz respeito ao Secundário.
Esta área de intervenção responde cada vez mais à crescente solicitação das Escolas
para a colaboração da Autarquia no desenvolvimento de Projetos e apoio a Cursos de
Ensino Profissionalizante. O foco no Ensino Secundário vem também responder à
assunção da responsabilidade do Município em matéria de participação na Gestão
Educativa das Escolas, sustentada nas Lei nº46/86, de 14 de Outubro (LBSE), Lei
Nº159/99, de 14 de Setembro, Decreto-Lei Nº7/2003, de 15 de Janeiro e Decreto-Lei
Nº75/2008, de 22 de Abril.
A participação da Autarquia nos Conselhos Gerais de Escolas tem como objetivo
procura a qualificação da intervenção do Município nos Conselhos Gerais das Escolas/
Agrupamentos através da produção de documentos orientadores e de sessões de auto-
formação dos representantes do Município.
44
As atividades desenvolvidas são assim: a participação nas reuniões dos
Conselhos Gerais, em Comissões permanentes e Grupos de trabalho das Escolas/
Agrupamentos; a realização de reuniões trimestrais de partilha e auto-formação; e a
produção de documentos orientadores para o Projeto Educativo, o Regulamento Interno
das Escolas e a Metodologia para a Eleição do Diretor de Escolas/ Agrupamentos.
O Projeto Intercâmbios Escolares tem como objetivos: promover a Cidadania
Europeia ativa com a divulgação da Cultura Nacional, do Município e da intervenção
educativa realizada no Concelho de Cascais; facilitar condições para a promoção da
Interculturalidade; troca de experiencias entre os representantes das Escolas e Técnicos
da Autarquia; contribuir para o enriquecimento das experiencias de aprendizagens
Multicultural dos Jovens.
O tipo de apoio nos Intercâmbios Escolares é dado ao nível da deslocação ao
estrangeiro, com as lembranças para oferecer às Escolas recetoras e no transporte para o
Aeroporto, e ao nível da receção das Escolas Estrangeiras, nas lembranças, na receção
nos Paços do Concelho, ou almoço/ jantar convívio, no transporte para visitas de índole
cultural e nas visitas guiadas.
Considerando a necessidade de dar às Escolas/Agrupamentos as melhores
condições para levarem a cabo o seu planeamento de atividades, a DASE tem o
Programa de “Apoio a Projetos/Iniciativas Escolares”.
Este programa destina-se a apoiar anualmente a consecução dos Projetos
Educativos das Escolas/Agrupamentos, estando o seu lançamento subordinado ao
cumprimento dos seguintes objetivos:
• Incentivar a implementação e o desenvolvimento de projetos e iniciativas que
possibilitem uma melhoria efetiva da qualidade da educação nos Estabelecimentos de
Ensino do Concelho; em particular no que respeita às ofertas alternativas e ao ensino
profissionalizante
• Incentivar a articulação entre os projetos apresentados pela Comunidade
Educativa e o projeto educativo de Escola/Agrupamento
• Permitir que as Escolas/Agrupamentos através dos seus órgãos de gestão
definam os projetos e iniciativas a apoiar em função das verbas disponíveis
• Desburocratizar o acesso aos apoios permitindo um mais efetivo exercício da
criatividade
• Contrariar o método do pedido de apoio pontual e isolado para projetos e
iniciativas educativas (nomeadamente o transporte para visitas de estudo)
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• Avaliar a execução das iniciativas e projetos educativos e permitir o registo e a
disseminação das boas práticas
O apoio a transferir para as escolas/agrupamentos obriga ao comprometimento
das respetivas direções no que respeita aos objetivos e avaliação do programa. A verba a
atribuir a cada escola terá como base de cálculo para o rateio do número de alunos e
nível e tipo de ensino.
No presente Ano Lectivo, o programa abrangerá potencialmente uma população
de 12048 alunos, distribuídos pelo Pré-Escolar (557), 1º Ciclo do Ensino Básico (3583),
2º Ciclo do Ensino Básico (2023), 3º Ciclo do Ensino Básico (2498), Cursos Científico-
Humanísticos (2618), Cursos Profissionais (579) e Cursos de Educação e Formação de
Jovens (190), correspondendo a 8 escolas/agrupamentos do Concelho.
De acordo com as avaliações anteriores e em curso, a DASE pretende efetuar
uma reestruturação do programa no decorrer deste Ano Lectivo, orientada para a
superação das principais dificuldades já identificadas, a saber:
• Valorização e disseminação das boas práticas
• Antecipação da verba disponível para o apoio a projetos em cada ano lectivo de
modo a garantir a inclusão no planeamento anual das escolas
• Apuramento dos custos / prestação de contas por parte de alguns
agrupamentos/escolas
• Apuramento do valor aplicado efetivamente em cada nível e tipo de ensino
No âmbito deste sector, é ainda priorizada a promoção do Ensino Profissionalizante,
que pretende qualificar a oferta profissionalizante das Escolas do Concelho,
desenvolvendo uma atuação conjunta e concertada com as Instituições de Educação/
Formação e Empresas, constituir uma Plataforma Local para orientação escolar,
vocacional para a vida ativa.
Os participantes são as Escolas de Ensino Público, as Escolas Profissionais, o
Serviço de Psicologia e Orientação, Instituições Públicas, Empresas e ONG´s.
Exemplo desta concertação Autarquia-Escola é o Curso Profissional Técnico de
Apoio à Infância, em que a componente técnica de Formação em Contexto de Trabalho
é realizada com a Câmara Municipal de Cascais (CMC), Departamento de Educação
(DED), Divisão de Intervenção Educativa e Acão Social Escolar (DASE), no Serviço
Cultural e Educativo.
Neste Curso, é pretendido contribuir para a formação de Técnicos de Apoio à
Infância, capazes de intervir educativamente em contextos diferenciados, e para a
46
qualificação de uma formação profissional que integre os projetos de vida de cada um.
As atividades desenvolvidas no seio desta Formação centram-se em Percursos Lúdicos e
Ateliês.
O Projeto Construir Caminhos tem por objetivo apoiar a capacitação da resposta
dos Serviços de Psicologia e Orientação das Escolas do Território. A sua ação centra-se
na dinamização de Espaços de Reflexão/ Formação para técnicos da área Psicossocial
integrados em meio escolar, na construção e dinamização de um Banco Concelhio de
materiais psicopedagógicos disponíveis para a Comunidade Educativa, e na realização
do estudo/ monitorização Perfil de Interesses Profissionais e Expectativas Formativas
dos Jovens do Concelho.
A intervenção no sector do Ensino Secundário orienta-se pela perspetiva de
articulação entre o Projeto Educativo Local, que é encarado como um instrumento de
realização de uma Política Educativa que articula as ofertas educativas existentes,
promove a gestão dos recursos e insere a intervenção educativa numa perspetiva de
desenvolvimento da comunidade, com os Projetos das Escolas.
Sector do Tempo Livre e Lazer:
Este sector tem como objetivo principal a promoção do Tempo Livre e Lazer das
crianças, sob a visão de um rede que considere o território de Cascais, as suas
características e necessidades, que aposte no capital humano que o compõe, sempre
numa perspetiva de trabalho em parceria que enriqueça as dinâmicas locais e invista na
produção, divulgação e partilha de conhecimento e prática. Assim, o Tempo Livre e
Lazer procura promover no território Concelhio – Cidade Educadora – o
desenvolvimento global da Criança e do Jovem através das atividades lúdicas, em
espaços e ambientes educativos.
Neste âmbito, a DASE promove uma rede Concelhia de Ludotecas, criando
assim espaços lúdicos, educativos e culturais para todos, e em permanente construção,
restituindo o tempo e o espaço para brincar livremente, e intervindo de forma integrada
em parcerias geradoras de dinâmicas sustentáveis para a promoção do Tempo Livre e
Lazer das Crianças.
As crianças e Jovens do Município têm ao seu dispor uma Rede de Ludotecas
constituída pelas Ludoteca da Adroana, Ludoteca da Galiza e Ludoteca do Monte,
Ludoteca da Torre (Escolar), Ludobiblioteca do Alto da Peça (Escolar e Comunitária) e
Ludobiblioteca da Areia-Guincho (Escolar e Comunitária).
47
Sector da ASE – Acão Social Escolar:
O outro Sector da DASE, a ASE – Acão Social Escolar – pode-se definir como
um conjunto de medidas de apoio social à Família para promover a igualdade de
oportunidades no Ensino e está disponível para as Famílias que se encontrem em
situação de fragilidade económica e/ ou de vulnerabilidade social. Assim, o objetivo da
ASE é contribuir para a promoção da integração e sucesso educativo, através do
desenvolvimento de competências delegadas pelo Ministério da Educação.
No âmbito da Gestão, Controlo e Monitorização dos Auxílios Económicos e
Transportes Escolares, a DASE por meio da ASE promove a atribuição de Manuais
Escolares e o Plano Municipal de Transportes Escolares.
No âmbito da Gestão, Controlo e Monitorização do Programa Alimentar, a ASE
está responsável pelo fornecimento de Refeições em todos os Refeitórios Escolares das
EB1 e Jardim-de-infância, pelo Controlo de Qualidade e Auditorias (Plano HACCP nos
Refeitórios Escolares com Distribuição de Comida a Quente, Reuniões mensais de
Avaliação e introdução de medidas corretivas com a Empresa Fornecedora,
acompanhamento e Avaliação diária, Reuniões entre estabelecimentos Ensino/
Agrupamentos/ Fornecedores, Controlo Higiénico-Sanitário, e visita técnicas a todos os
Refeitórios servidos por Empresas).
Na área da Educação Alimentar e Processos de Qualidade, a Acão Social Escolar
da Divisão de Intervenção Educativa e Acão Social Escolar da Câmara Municipal de
Cascais tem vários e diferentes Projetos: O Chefe vai à Escola; Concurso Comer
Saudável é Divertido; Projeto O Cacau e o Consumo esclarecido dos Produtos
Achocolatados.
No Projeto o Chefe vai à Escola participaram, 1400 crianças do Pré-Escolar e
1ºCiclo, 60 Professores e Educadores, 57 Agentes Educativos (Pais, Juntas de
Freguesia, Parceiros), 70 Funcionárias da cozinha, e ainda os Chefs Giorgio Damásio,
José Avillez, Chakall, Celestino Grave, Paulo Pinto, Luís Baena, Victor Sobral,
Augusto Gemelli, Leonel Pereira.
O concurso Comer Saudável é Divertido englobaram um projeto de decoração
de caixas de sugestões, onde participaram cerca de 600 alunos do Pré-Escolar e do
1ºCiclo, de 18 Estabelecimentos de Ensino.
No Projeto O Cacau e o Consumo esclarecido dos Produtos Achocolatados foi
realizado um Workshop, onde participaram 11 Escolas do 1ºCiclo, num total de 257
Alunos.
48
O Plano de HACCP foi realizado em parceria com as 6 IPSS´s que fornecem o
Programa Alimentar, onde foram analisados os pontos críticos de controlo, e foi
elaborado um Código de Boas Práticas.
O Programa Intervenção Inclusiva das Necessidades Educativas Especiais
(NEE) tem como objetivos: a criação de condições para a integração plena na Escola
Publica de crianças com Necessidades Educativas Especiais com carácter permanente.
Para a sua concretização, a DASE criou um Banco de Ajudas Técnico-Pedagógicas para
a Inclusão; promove Grupos de Intervisão/ Formação Especializada; promove a
formação especializada a Auxiliares de Educação, a Professores do Ensino Regular e
Professores do Ensino Especial; dar continuidade e auxiliar na criação de Unidades de
Ensino Estruturado e Unidade de Apoio à Multideficiência, do 1ºCiclo e
prioritariamente do 2ºCiclo; protocolar com a CERCICA as Atividades Terapêuticas
(Hidroterapia, Hipoterapia) a alunos com NEE; aumentar a resposta de Transporte a
Crianças com mobilidade limitada.
Atualmente existem no Concelho as Unidades de Apoio Especializado à
Multideficiência, sediadas nas Escolas EB1 Nº3 de Tires, Agrupamento de Escolas da
Matilde Rosa Araújo, EB Nº1 da Galiza, Agrupamento de Escolas de S. João do Estoril,
e a EB1 do Estoril, Agrupamento de Escolas de João de Deus. Uma escola de
Referência de Cegos e Baixa Visão e Unidade de Apoio e Ensino a Alunos Surdos
insere-se no Agrupamento de Escolas da Alapraia. As Unidades de Apoio Especializado
de Ensino Estruturado encontram-se na EB1 António Torrado, no Agrupamento de
escolas da Matilde Rosa Araújo, na EB1 da Torre, Agrupamento de Escolas de Cascais,
na EB1 Nº1 de Alcoitão, no Agrupamento de Escolas de Alcabideche, e na EB2.3
Pereira Coutinho, no Agrupamento de Escolas de Cascais, com uma sala de Atividades
Funcionais.
As atividades desenvolvidas no Programa Intervenção Inclusiva das
Necessidades Educativas Especiais passam ainda pelo levantamento da Realidade das
NEE no Concelho, através de metodologias participativas com reuniões com todos os
interlocutores privilegiados na área das NEE (Agrupamentos-Escola, Equipa de
Intervenção Precoce, Centro de Recursos para a Inclusão da CERCICA, Centro de
Medicina Física e Reabilitação de Alcoitão, Ideia e BIPP) e Visita a Unidades de Ensino
Estruturado e Unidades de Apoio à Multideficiência, pelo Seminário Caminhos para a
Inclusão e por planos de ação concertada na área da inclusão.
49
Laboratório de Aprendizagens e Escola Criativa/ Serviço Cultural Educativo:
O Laboratório de Aprendizagens é um espaço de encontro, reflexão e trabalho,
destinado a todos os que estão envolvidos na Educação de Crianças e Jovens, onde se
podem encontrar: Espaços de Leitura e Pesquisa; Espaços de Reunião; Oficinas
Pedagógicas; uma Sala de Aula Experimental; uma Sala de Visionamento e Informática;
e um Laboratório de Ciências, Matemática e Língua.
Os participantes do Laboratório de Aprendizagens são qualquer Técnico ligado a
uma Instituição Educativa e qualquer Adulto que organize Atividades com Crianças; as
ações realizadas centram-se na Formação/ Autoformação de Agentes Educativos –
Assistente Operacional na Prevenção da Violência/ Bulling; a Indisciplina, uma Visão
Sistémica para a sua Prevenção; Metodologia de Projeto em Ciências Experimentais; A
Educação Sexual nas Escolas; e em Ciclos de Conversas sobre – o Brasil; Escola/
Família, Movimentos Educativos; um Grupo de Partilha – Experiência Ciências;
Oficina da Escrita; T.I.C.
Inserido no domínio do Laboratório de Aprendizagens está o Projeto Banco do
Tempo de Cascais, que tem como objetivo promover o sentido de Comunidade, numa
perspetiva de entreajuda através de uma troca de serviços, tendo em conta as dimensões
individuais e institucionais e privilegiando trocas de âmbito educacional.
A Escola Criativa pretende: contribuir para a construção de uma escola criativa,
capaz de potencializar os seus recursos, espaços, materiais e intervenientes e de inovar
as suas práticas e conteúdos; uma perspetiva multidisciplinar e transversal, centrada no
individuo e no seu percurso pessoal e profissional que se quer auto-formativo e atuante.
Os participantes deste Projeto são os Educadores de Infância, os Professores do 1ºCiclo
do Ensino Básico e os Monitores, e as atividades foram desenvolvidas em torno de
Reunião de Avaliação, de Percursos Lúdicos, de Ateliers de Dança e de Expressão
Plástica, de Percursos e Debates, e de Workshops de Língua Portuguesa.
O Serviço Cultural e Educativo, da Fundação D. Luís I – Centro Cultural de
Cascais – funciona desde Fevereiro de 2003 e tem origem no Projeto Escola Criativa, e
tem como finalidade incentivar o diálogo entre a Educação e a Cultura e promover a
criatividade de forma a contribuir para a construção pessoal e social do individuo,
reforçando e complementando os objetivos do primeiro.
Os participantes do Serviço Cultural Educativo são Crianças e Jovens, bem
como Adultos que desempenhem Funções Educativas tanto a Nível Familiar, como
50
Escolar e Comunitário, e Pais, e as atividades onde eles se podem inserir são: Percursos
Lúdicos, um Espaço de Partilha para os Pais, e o Atelier O Caldeirão da Lã.
Estes dois serviços podem ser caracterizados como serviços descentralizados da
DASE, uma vez que são serviços que não se encontram no mesmo espaço físico e que
são desenvolvidos por pessoas exteriores, que envolvem o desenrolar das suas
atividades em parceria com os projetos da DASE.
Assim, estes dois serviços não se podem considerar como sectores da Divisão,
uma vez que não estão sobre a mesma alçada que os anteriormente referidos, mas sim
serviços descentralizados que concorrem para a consecução dos objetivos dos Projetos e
Sectores da DASE.8
Componente de Animação Socioeducativa.
O sector do Pré-Escolar tem como principal objetivo contribuir para a
qualificação do Sistema de Educação concelhio, com especial enfoque no Ensino Pré-
Escolar; inserido neste sector está o Programa CASE, promovido pela DASE.
A Lei-quadro da Educação pré-escolar que consagra a CAF – Componente de
Apoio à Família, para os Jardim-de-infância da rede pública, determina as duas
vertentes: Almoço e Animação Socioeducativa. A CAF resulta de um acordo de
cooperação protocolado entre a Autarquia, o Ministério da Educação e o Ministério da
Solidariedade Social. Este projeto promove a criação e programação de tempos de
atividade lúdica e criativa procurando contribuir para o desenvolvimento educativo e
cultural da criança.
O Programa CASE – Componente de Animação Socioeducativa – é um
Programa que dá resposta ao prolongamento de horário para as crianças que frequentam
os Jardim-de-infância, dando sequência ao previsto na Lei de Bases de Educação Pré-
Escolar e de acordo com as necessidades das crianças e famílias.
A Animação Socioeducativa funciona nos Jardim-de-infância das 15H30 horas
às 18H30 horas, em períodos letivos, e das 9H00 horas às 18H30 horas nas interrupções
letivas (férias).
Este pretende a promoção de tempos de atividade lúdica e criativa que
contribuam para o desenvolvimento Educativo, Cultural e Social das crianças, garantir o
direito ao brincar, ao tempo livre e lazer e à participação na tomada de decisão de
8 Fonte: documentos oficiais da DASE consultados no local
51
acordo com a Convenção Internacional dos Direitos das Crianças – a participação é o
que caracteriza de forma mais profunda a Animação Socioeducativa; pretende também
promover Espaços Formativos e Refletivos para todos os intervenientes no Programa.
Atividades de Enriquecimento Curricular.
O sector do Básico tem como principal objetivo concorrer para a qualificação do
Sistema de Ensino no concelho de Cascais, no Ensino Básico; para tal, a Câmara
Municipal de Cascais, através da DASE, promove o Programa Atividades de
Enriquecimento Curricular, generalizado a todas as crianças, de acordo com o Despacho
Nº12 591/2006, sendo a sua gestão realizada em parceria e coresponsabilização, feita
em Rede com Agrupamentos de Escolas e Entidades Locais.
Os princípios orientadores da proposta combinam duas vertentes: as intenções
gerais do Ministério da Educação e a visão Educativa Territorial centrada na Criança. A
articulação pedagógica, o envolvimento da Comunidade, a escolha e participação das
Crianças e as Boas Práticas são as dimensões a ter em conta no Modelo Pedagógico
existente no Concelho.
No que se refere ao Programa AEC – Atividades de Enriquecimento Curricular –
a DASE pretende destacar o papel fundamental da Escola neste Programa e apostar na
diversidade de parceiros; estabelecer relações, assumindo o papel de regulador. A
grande aposta é no sentido das Expressões Artísticas, mas valorizando outras atividades,
nomeadamente a filosofia e os Ateliês científicos. Procura também uma mostra e
divulgação das boas práticas lançando novos desafios, mantendo o respeito pelas
identidades de cada um dos parceiros. Procuram que cada escola crie um projeto
integrador do tempo para descobrir, brincar, aprender com prazer e curiosidade e
descansar com bem-estar.
O acordo de colaboração determinou como princípios para o desenvolvimento
das AEC em Cascais, os seguintes Princípios de Integração Pedagógica Do Programa
AEC:
1. As AEC desenvolvem-se no âmbito os objetivos definidos no Projeto Educativo
do Agrupamento e constam no Plano Anual de Atividades, são implementadas de
acordo com as Orientações Programáticas e Currículo Nacional do Ensino Básico.
2. O Programa AEC deverá contribuir para a qualificação do sistema de ensino,
através da promoção de contextos educativos enriquecedores que defendam os
52
interesses e os direitos das crianças, nomeadamente o direito à Educação, à Participação
e ao Brincar.
3. Pretende-se que as AEC tenham um carácter integrado e que respeitem o direito
da criança a um espaço de liberdade expressiva e criativa num ambiente de ludicidade e,
sempre que possível, livre escolha, complementando todo o processo educativo e
prezando os princípios de articulação com os conteúdos desenvolvidos em tempo
curricular.
4. O funcionamento e desenvolvimento do Programa de Atividades de
Enriquecimento Curricular tenha subjacente o modelo de Gestão em Parceria, com
partilha de saberes, competências e responsabilidades entre os diferentes intervenientes.
5. Metodologia privilegiada:
5.1 Equipas que desenvolvem um trabalho conjunto de articulação, partilham
direitos e competências, contribuem com diversidade e especificidade de saberes e
assumem o compromisso de enriquecer o projeto Escola a Tempo Inteiro;
5.2 Concretização do enriquecimento curricular através de praticas educativas
diferenciadas e significativas, reforçando as aprendizagens, as competências socio
linguísticas e socio emocionais
5.3 Planeamento monitorização e avaliação com partilha e reflexão conjunta de
práticas.
5.4 Supervisão enquanto construção de conhecimento profissional, reflexão sobre a
ação e melhoria de práticas recorrendo aos dados da avaliação.
6 Diversidade e singularidades na oferta educativa através das Ludobibliotecas da
filosofia com crianças do ateliê científico das expressões artísticas integradas da
animação da leitura.
A missão definida para o Programa AEC foi “construir uma rede de parcerias
com equipas qualificadas que promovam um projeto pedagógico e que enriqueça, o
desenvolvimento social, pessoal e académico dos alunos”, tendo assim a sua
sustentabilidade na:
Visão educativa territorial centrada na criança
Gestão em rede e em parceria
Equipas com diversidade de saberes
Cultura de avaliação e produção de conhecimento
53
Neste Programa são participantes: 46 Escolas do 1ºCiclo do Ensino Básico da
Rede Publica no concelho de Cascais com resposta das AEC; 5293 alunos do 1ºCiclo do
Ensino Básico a frequentar as AEC; 11 Agrupamentos-Escola no Concelho de Cascais
com AEC; 18 Entidades Parceiras que garantem o funcionamento do Projeto; 10
Instituições Locais (9 IPSS´s e 1 Associação de Pais); 4 Juntas de Freguesia; 3
Associações Culturais Desportivas e Musicais; e a Santa Casa da Misericórdia.
Em termos de acompanhamento da DASE ao Programa de Atividades de
Enriquecimento Curricular, estas foram desenvolvidas em dois sentidos: ao nível dos
Técnicos de Referência do Agrupamento (interlocutor entre a Autarquia e o
Agrupamento); ao nível da Gestão do Projeto.
Ao nível dos Técnicos de Referência da DASE junto dos Agrupamentos, as
atividades desenvolvidas foram: acompanhamento direto das atividades; gestão e
mediação da parceria; participação e dinamização de reuniões de acompanhamento e
avaliação; participação na elaboração de documentos de suporte; dinamização e
participação em grupos de reflexão.
No âmbito deste Programa, as atividades centraram-se: na criação e manutenção
do sistema de monitorização; na planificação e organização das atividades; na
elaboração de documentos e instrumentos de trabalho; na formação interna dos técnicos
de referência – gestão de parcerias e mediação de conflitos, Coaching, reforço das
parcerias. Mais particularmente, a oferta educativa engloba a música, o inglês, a
atividade física e desportiva, o apoio ao estudo, e as expressões: dança; movimento;
plástica; dramática e musical.
Destacam-se singularidades na oferta educativa, nomeadamente, as tecnologias
da informação e comunicação [TIC], a Filosofia com crianças, o Atelier Experimental
na área das Ciências a animação do livro e a dinamização das Ludobibliotecas. Em três
escolas houve necessidade de substituir a música por expressão musical tendo em conta
a dificuldade de contratação de professores com perfil adequado à função pedagógica.
Assim, em Junho de 2009 foi desenvolvido um encontro de parceiros, na Ponta
do Sal, em Cascais, em que houve uma reflexão acerca dos dados obtidos com a
Avaliação do mesmo, em grupos de trabalho, pondo em reflexão o trabalho conseguido
e em discussão o que pode ser ainda melhorado, surgindo desta reflexão conjunta novos
compromissos para o futuro.
Foi também desenvolvido nas AEC o Projeto de Expressões Artísticas
Integradas, com o qual procuram uma maior adequação e diversificação das práticas na
54
área das Expressões Artísticas; apelas à adequação das Expressões Artísticas com as
restantes Atividades de Enriquecimento Curricular; promover a formação de
Professores das AEC. Este Projeto contou com a participação de professores e técnicos,
e as atividades assentaram em Workshops de Expressão Plástica e Expressão Musical,
Expressão Plástica e Artística, Esculturas que Respiram e Ritmos do Corpo.
Atualmente, no que diz respeito às oficinas formativas das AEC, as que estão a
decorrer são: Trabalho de Equipa e Gestão de Conflitos; A Criança com Necessidades
Educativas Especiais em contexto de AEC; Filosofia com Crianças; Metodologia de
Trabalho de Projeto Pedagógico; Articulação Atividade Física e Desporto; Articulação
Pedagógica; O Jogo na Escola; Práticas de Animação de Bibliotecas em contexto de
AEC.
Para avaliação do Programa AEC em Cascais procedeu-se à realização de
inúmeras reuniões promovidas pela entidade promotora, tendo por base as dimensões da
articulação pedagógica e curricular a gestão da parceria e os aspetos financeiros.
Também a opinião das crianças e família acerca das atividades foi escutada, através da
brochura “uma escola à minha espera” que para além de informar as famílias sobre o
percurso escolar desde o pré-escolar até ao 1º ciclo contém uma ficha de opinião que
permite o registo de opinião e grau de satisfação das crianças e famílias e a sua
devolução.
Estágio na Divisão de Intervenção Educativa e Ação Social Escolar
O estágio curricular no âmbito do meu mestrado distinguiu-se em duas fases
distintas de trabalho: a primeira, em que as atividades desenvolvidas se centraram mais
naquilo que me é pedido em contexto de organização; e na segunda fase em que foi
desenvolvido o tema do meu trabalho, A Intervenção Autárquica da Câmara Municipal
de Cascais na Gestão dos Projetos de Atividades de Enriquecimento Curricular (AEC)
e de Componente de Animação Sócio Educativa (CASE) como forma de apoio às
Escolas e às Famílias, e na qual também tive oportunidade de continuar a realizar
atividades no âmbito da organização.
A principal intenção do estágio é a transferência de conhecimentos entre a
experiência e a formação realizada na área, tendo como propósito central a
complementaridade entre a própria formação e a experiência profissional na
organização, o contacto com os profissionais em exercício, procurando assim estimular
55
as capacidades de reflexão, de análise, de síntese e de conceptualização, e desenvolver
as capacidades relacionais, de comunicação e de trabalho em equipa.
Para tal, as finalidades definidas para a realização deste Estágio foram as
seguintes:
O conhecimento, numa organização com fins educativos ou autarquia, nos
seguintes domínios: contexto político e administrativo em que exerce a sua atividade;
princípios, regras e modalidades de funcionamento; modos de organização e gestão;
interação com a comunidade e as entidades locais;
A experiência do exercício, pelo “estagiário”, das funções de um técnico
superior, na área da administração da educação, através da sua participação em
diferentes atividades desenvolvidas pela instituição onde realiza o estágio;
O desenvolvimento pelo estagiário de um pequeno projeto integrado de
investigação, tendo em consideração o contexto de intervenção e o campo de estudos da
Política e da Administração Educacional (questões sobre as organizações, as práticas de
gestão, as políticas públicas).
1ª Fase de Estágio.
A primeira parte do meu trabalho na DASE – CMC decorreu então durante este
primeiro semestre (de Setembro a Janeiro); nesta fase, as atividades que desenvolvi
foram mais no âmbito do trabalho diário na organização, de tarefas e funções em
contexto real de trabalho, e que foram surgindo mediante o que era necessário fazer. Na
fase seguinte, na segunda fase do estágio de Mestrado nesta organização que decorreu o
desenvolvimento da minha investigação, no âmbito da AEC e das CASE.
Relativamente à calendarização9 de todo o Estágio, considerando as duas fases,
foi idealizado um mapeamento inicial que sofreu algumas alterações, pese embora no
seu conjunto, os prazos que foram definidos tenham sido cumpridos.
Em relação à primeira fase de estágio, as atividades desenvolvidas prenderam-se
então com um trabalho mais de apoio direto à chefe da Divisão, a Dra. Manuela Correia,
em funções de gestão e organização.
Nesta primeira fase de trabalho, as minhas atividades e os meus produtos foram
sustentados principalmente em duas técnicas de recolha e análise de dados: a pesquisa
arquivística e a observação.
9 Ver Calendarização em Anexo 1
56
A maior vantagem desta técnica, como refere Afonso (2005)
reside no facto de poder ser utilizada como metodologia não
interferente, isto é, como uma abordagem não reativa em que os dados
são obtidos por processos que não envolvem recolha direta de
informação a partir dos sujeitos investigados [evitando] problemas
causados pela presença do investigador (Lee, 2003, p.15). Como
refere o mesmo autor, os dados recolhidos desta maneira evitam
problemas der qualidade resultantes de as pessoas saberem que estão a
ser estudadas, em consequência do que, muitas vezes, mudam o seu
comportamento (p.88)
A pesquisa arquivística consiste na recolha de informação em documentos já
elaborados, com o objetivo de obter respostas às questões da investigação, e neste
sentido há que distinguir três tipos de documentos: documentos oficiais, documentos
públicos e documentos privados.
Os documentos oficiais encontram-se guardados em diversos departamentos da
Administração Pública, como o Ministério da Educação ou organizações escolares ou
educativas. Também estão incluídas as publicações oficiais do Estado (Diários da
República, boletins oficiais, etc.). Bogdan & Biklen (1994) acrescentam que estes
documentos podem ser: documentos internos, de comunicação externa; registos sobre os
estudantes e ficheiros pessoais.
Em relação aos documentos oficiais, foram nesta fase consultados vários
documentos de trabalho e da organização da DASE – CMC, bem como relatórios dos
Projetos da divisão e dos Programas, pelo que foi fundamental ter estes documentos em
conta nestas primeiras atividades.
Nos documentos públicos incluem-se principalmente a imprensa e o estudo pode
ser abordado como objeto de investigação ou como fonte de informação. Em relação aos
documentos privados, o acesso é por norma mais restrito e incluem-se os arquivos de
empresas, escolas privadas e partidos políticos. Neste tipo de documentos, também se
englobam os documentos pessoais que são geralmente utilizados nos estudos
biográficos (Afonso, 2005).
No âmbito dos documentos oficiais, suportei a minha pesquisa nesta primeira
fase de trabalho em documentos disponíveis na internet, maioritariamente recolhidos no
site da Câmara Municipal de Cascais.
Já em relação à documentação privada, esta tem em geral um acesso mais
restrito e estão incluídos os arquivos de empresas, escolas particulares, partidos
políticos, sindicatos, etc., estando ainda contemplados arquivos privados de sondagens e
57
inquéritos e também documentos pessoais, bastante utilizados em estudos biográficos
(Afonso, 2005).
No campo dos documentos privados, não houve nenhuma consulta específica,
pois todos os documentos analisados para este trabalho eram de caracter oficial ou
público.
No que toca à observação, Afonso (2005) refere que
é uma técnica de recolha de dados particularmente útil e fidedigna, na
medida em que a informação obtida não se encontra condicionada
pelas opiniões e pontos de vista dos sujeitos, como acontece nas
entrevistas e questionários. Os produtos da observação tomam
geralmente a forma de registos escritos pelo investigador, ou registos
em vídeos realizados pelo investigador ou por outrem sob sua
orientação (p. 91)
Assim, a distinção acontece entre observação estruturada, também conhecida por
observação sistémica, e observação não estruturada, ou observação de campo.
A observação estruturada ou sistémica baseia-se na utilização de fichas ou
grelhas criadas previamente, mediante os objetivos da investigação, onde se vão
registando as informações recolhidas (Afonso, 2005).
Já a observação não estruturada ou de campo reproduz-se em diversos tipos de
textos que constituem um conjunto de registos de observação, sobre os quais são
produzidas notas de campo manuscritas ou gravadas em áudio, e em seguida redigidos
relatórios de campo constituídos por textos mais elaborados e reflexivos a partir das
notas de campo (Afonso, 2005).
Neste sentido, foi também elaborado um diário de campo, baseado nas
observações não estruturadas, em que surgem descritas todas as atividades realizadas,
todo o dia-a-dia na DASE, e onde está também refletido o meu percurso, desde o início
até ao fim do estágio. Afonso (2005) acrescenta que o diário de campo “consiste num
relato quotidiano da atividade do investigador, geralmente com um caracter reflexivo e
prospetivo, no que respeita ao enquadramento teórico e à condução da estratégia da
investigação.” (p.93).
O primeiro momento desta fase de atividades na DASE prendeu-se com questões
de conhecimento e de caracterização da organização, para perceber melhor o que
acontecia lá, no que se trabalhava, quem trabalhava e como era o ritmo de trabalho;
portanto foi uma fase de intrusão na organização, em que foi realizada não só toda a
58
caracterização da mesma, como fui entrando na vida da mesma, e percebendo o que se
desenvolvia, quem desenvolvia, e o que eu podia desenvolver.
Passada esta fase de conhecimento e intrusão, foram começadas a ser
desenvolvidas atividades de trabalho mais específico de um técnico, que se
relacionaram com todos os sectores da divisão, e com os projetos por eles
desenvolvidos.
Assim, as atividades de gestão e de organização que foram desenvolvidas ao
longo destes três meses foram sobre os seguintes sectores/ projetos:
Sector/ Projetos
Sector do Ensino Pré-Escolar
Pré-Escolar/ Programa de Animação Socioeducativa (CASE)
Projeto de Avaliação Educação Pré-Escolar/ Animação Socioeducativa (CASE)
Intervenção Inclusiva no Pré-Escolar
Monitorização de Materiais Pedagógicos
Sector do Ensino Básico
Programa de Atividades de Enriquecimento Curricular/ Monitorização e Acompanhamento
Programa de Atividades de Enriquecimento Curricular/ Eixo de Qualificação de Boas Práticas
Programa de Atividades de Enriquecimento Curricular/ Eixo de Qualificação de Boas Práticas/
Projeto de Dinamização de Grupo de partilha de Boas Práticas
Cascais e a Filosofia com Crianças “À Descoberta de Si com os Outros”
Media Smart – Desenvolvimento de Competências de Literacia nos Media
Projeto Levar a Ler
Projeto Coisas de Todos Nós
Projeto Eco-Escolas
Projeto de Bibliotecas e Ludotecas Escolares abertas à comunidade
Expressões Artísticas
59
Sector do Ensino Secundário
Programa de Desenvolvimento Educativo
Apoio á Formação Docente/ Ensino Profissionalizante
Orientação da Oferta Formativa
Construir Caminhos
Apoio à Qualificação de Cursos Profissionais
Programa de Gestão Escolar
Sector do Tempo Livre e Lazer
Tempo Livre e Lazer
Sector da Acão Social Escolar
Programa de Auxílios Económicos
Programa de Transportes Escolares
Programa de Gestão e Melhoria Continua dos Refeitórios Escolares
Programa de Qualidade e Educação Alimentar
Projeto de Comunicação
Projeto do Banco de Ajudas Técnico Pedagógicas
Qualificação da Resposta Especializada a Alunos com NEE para a Promoção da Inclusão
Plano Individual de Transição para a Vida Ativa
Promoção de atitudes inclusivas na comunidade educativa
Serviço Escola Criativa/ Serviço Cultural Educativo (integrado nos restantes)
Escola Criativa
Serviço Cultural e Educativo
Curso Profissional de Educadoras de Apoio à Infância
Serviço Laboratório de Aprendizagens (integrado nos restantes)
60
Tabela 3 – Listagem dos sectores/projetos da DASE
Nestas atividades de gestão e de organização dos sectores e dos projetos, o
primeiro produto realizado foram as Fichas de Planeamento10
concretizadas – através de
fichas antigas e também das noções acerca de planeamento e também das diretrizes da
chefe. A construção destas fichas, a sua distribuição e a ajuda ao preenchimento tiveram
não só o propósito de ajudar a uma reorganização interna da Divisão e dos seus
Sectores, como também serviu para esquematizar internamente o trabalho desenvolvido,
os projetos que estão “em cima da mesa”, deixando ainda a descoberto algumas lacunas
da organização, suplantadas pelo dia-a-dia do trabalho de todos os técnicos:
A primeira questão que surgiu com este meu trabalho de organização e gestão
(segundo direções da chefe) foi a questão dos objetivos dos projetos – houve alguns
dilemas em distinguir os objetivos próprios do projeto com os objetivos para que aquele
projeto concorria dentro da DASE
Este problema trouxe, por acréscimo, um outro, que se prendia com os
indicadores de eficácia, eficiência e sustentabilidade do projeto – foi, para os técnicos,
difícil perceber de onde vinham estes indicadores, como os distinguir das fontes de
comprovação e como perceber que indicadores utilizar para comprovar tanto a eficácia,
como a eficiência, como a sustentabilidade
Uma outra questão que se levantou, e que foi a que mais se prendeu com
questões de organização, foi a existência de responsável de equipa e da equipa em si –
por questões de rotina e das tarefas diárias, a ideia de equipas, de responsável de equipa,
e de sectores foi-se desmoronando um pouco, pelo que voltar a esta ideia mais imposta
de limites de sectores, responsáveis e equipas foi algo que teve mais objeções,
principalmente no que se relacionava com a nomeação de um responsável de equipa
Apesar destes três grandes impasses, com a rotina do preenchimento das fichas,
principalmente a partir do momento em que a primeira foi preenchida e discutida,
chegando a um bom exemplo de Ficha de Planeamento, as restantes foram surgindo.
As minhas atividades e funções neste âmbito prenderam-se, depois da
construção das mesmas, com a monitorização do preenchimento e da entrega das
10
Ver Ficha de Planeamento em Anexo 4
Laboratório de Aprendizagens
Educação Sexual
61
mesmas por parte de todos os sectores, sendo uma ficha por projeto, e também da
verificação da mesma e das possíveis alterações a fazer. Esta última parte acabou por
colocar algum peso sobre o trabalho que foi sendo desenvolvido, uma vez que em
termos de funções, acabava assim por recair sobre mim o peso de verificar as fichas
apresentadas. Claro está que este processo foi sempre acompanhado e supervisionado
pela chefe, sendo que a ultima palavra é sempre a dela, pelo que seria a correção dela
que sentenciaria as mesmas.
Durante esta fase, foram também acontecendo reuniões com os sectores para,
além de darem conta e feedback das fichas, houvesse discussão acerca das mesmas, e
fosse ainda preenchida uma outra ficha, a Ficha de Sector11
, que seria a suma de todos
os projetos e ações desenvolvidas em cada um dos sectores, e que destacaria as grandes
ações e objetivos do mesmo para o ano seguinte.
A grande questão, que foi também parte do meu trabalho durante esta fase, foi a
de ajudar a perceber como destacar nesta ficha apenas os grandes objetivos e ações de
cada um dos sectores. Mas, uma vez que as questões das fichas de planeamento estavam
já mais ou menos ultrapassadas, esta tarefa foi mais fácil.
A par destas duas fichas, foi ainda construída uma outra ficha, a Ficha de
Avaliação12
, quem, embora se assemelhe muito à de Planeamento, tem como objetivo o
de monitorizar o desenvolvimento e a concretização dos projetos, para que vá sendo
percetível o caminho que o trabalho da DASE está a seguir, o que corre bem e o que
pode ser melhorado, com vista a atingir os objetivos próprios de cada projeto específico
e da organização em si.
Em suma, enquanto estagiária de Ciências da Educação, mais especificamente
da área de Administração Educacional, as minhas atividades e funções durante este
período prenderam-se assim com duas partes importantes do trabalho de projeto numa
Divisão de Educação – a gestão e a organização:
Na gestão, ao longo desta primeira fase de estágio, desempenhei tarefas e
funções que se prenderam com a gestão de informação a preencher nas fichas
concebidas e distribuídas, a gestão de conflitos no preenchimento do mesmo, uma vez
que, como já ficou explanada atrás, este processo nem sempre foi consensual,
Na organização, as tarefas e funções que desempenhei centraram-se, então, em
todo o trabalho desenvolvido com as Fichas, a sua elaboração e preenchimento.
11
Ver Ficha de Sector em Anexo 5 12
Ver Ficha de Avaliação em Anexo 6
62
Pretende ser este um trabalho de organização uma vez que as tarefas e funções
desempenhadas foram de organização da informação pertinente para fazer parte das
fichas, e também do que era pretendido com as mesmas; foram também depois, aquando
do seu preenchimento, tarefas e funções de organização, uma vez que as mesmas se
centraram não só na organização da informação recolhida nos vários sectores nas
mesmas fichas, mas também na questão das reuniões feitas em torno deste mesmo
trabalho.
Para concluir esta fase do trabalho desenvolvido a par com a Dra. Manuela
Correia, e após o conhecimento mais aprofundado da DASE, que este trabalho de
organização e gestão me permitiu, foi-me designado deixar uma proposta de melhoria
mediante a análise feita ao longo deste tempo de estágio. Assim, mediante as atividades
e tarefas desenvolvidas desde Setembro, e tendo em conta os instrumentos construídos,
a proposta de melhoria de organização e gestão da Divisão, das suas equipas e dos seus
projetos passa por:
Uma procura mais intensiva de rotinas e instrumentos de trabalho, que permitam
criar alguma coesão no trabalho desenvolvido em toda a Divisão e que permitam
também o reforço da rotina de trabalho e de projeto, com reuniões mensais de cada
sector, para um acompanhamento e monitorização mais assídua das questões relativas
ao trabalho e às competências da DASE
Criar momentos pré-definidos de supervisão, para que seja incrementada uma
proximidade maior entre o trabalho desenvolvido pelos técnicos e o apoio e
monitorização da Chefe, também eles proporcionados através das reuniões mensais com
os vários sectores, reuniões essas com uma agenda dividida entre manhã, para tratar de
assuntos mais gerais relativos ao sector, e a tarde, onde serão tratadas questões mais
específicas de cada projeto do sector
Reforçar ideias essenciais ao trabalho das equipas e da DASE – ciclo de projeto,
trabalho de equipa, equipa de projeto, responsável de equipa e funções dos membros das
equipas, para que sejam retomadas as rotinas de projeto e de trabalho que se foram
perdendo com as questões diárias de trabalho na organização
Trabalhar a coesão e a convergência das equipas e da DASE, apostando numa
proximidade cada vez maior entre os membros das equipas de projeto, os membros do
sector e os membros da Divisão, tendo ainda em plano convergir o trabalho das equipas
63
dos projetos e dos técnicos de referência dos agrupamentos, que neste momento é uma
das lacunas do trabalho na organização
2ª Fase de Estágio.
Nesta segunda fase do meu estágio na Câmara Municipal de Cascais, o meu
trabalho foi mais centrado no meu próprio projeto de investigação, sobre o tema A
Intervenção Autárquica da Câmara Municipal de Cascais na Gestão dos Projetos de
Atividades de Enriquecimento Curricular (AEC) e de Componente de Animação Sócio
Educativa (CASE) como forma de apoio às Escolas e às Famílias.
A par das atividades referentes ao desenvolvimento do meu projeto, fui também
sempre participando na medida que me era pedido nas atividades da própria DASE, e
nos trabalho que ela desenvolve.
A primeira das minhas atividades nesta segunda fase do estágio foi auxiliar na
reestruturação e reorganização dos sectores da DASE, trabalho realizado em conjunto e
sob a supervisão da chefe, a Dra. Manuela Correia.
A organização antiga da DASE centrava-se em 5 eixos de intervenção, divididos
por equipas sectoriais, e do ponto de vista territorial por técnicos de referência/
agrupamentos: o eixo da equidade no acesso à Educação; o eixo da qualificação no
sistema de Ensino Concelhio; o eixo da capacitação dos técnicos de Educação; o eixo da
Promoção da articulação Educação - Cultura em contextos educativos; e o eixo da
Promoção do tempo livre e do lazer na infância.
Em termos de sectores, a DASE estava dividida da seguinte forma: o sector da
Ação Social Escolar; o sector do Ensino Pré-Escolar; o sector do Ensino Básico; o
sector do Ensino Secundário; o Laboratório de Aprendizagens; e o Serviço Cultural e
Educativo da Fundação D. Luís.
A par com a Dra. Manuela, no trabalho de reorganização da DASE13
, a proposta
para a organização atual foi então a seguinte: 6 eixos de intervenção - Equidade de
Acesso à Educação; Contextos Enriquecedores de Aprendizagens/ Escola a Tempo
Inteiro; Rede de Ensino Profissionalizante; Capacitação dos Agentes Educativos;
Educação Não Formal; Agenda XXI para a Educação.
13
Ver Proposta de Reorganização da DASE em Anexo 7
64
Em termos de equipas de trabalho, a reorganização do sector centra-se então nas
seguintes equipas: ação social escolar; escola a tempo inteiro; ensino profissionalizante;
capacitação dos agentes educativos; educação não formal; agenda XXI para a educação.
Os gabinetes ficam então os seguintes: gabinete Ação Social Escolar; gabinete de
Inovação Educativa; Laboratório de Aprendizagens; gabinete do Tempo Livre e Lazer;
gabinete Agenda XXI para a Educação; Serviço Cultural e Educativo da Fundação D.
Luís I; e o GPED.
Mais dentro do âmbito do meu projeto, que envolve as CASE e AEC, outra das
tarefas que me foi pedida foi uma ajuda para tratar de uns questionários feitos às
Crianças Famílias que participam nos Programas.
Foi editada uma brochura editada, Uma Escola à Minha Espera, que foi
entregue às Crianças, com o objetivo de proporcionar a elas e às Famílias informação
sobre o percurso educativo das Crianças desde o Pré-Escolar até ao final do 1º Ciclo do
Ensino Básico, as atividades desenvolvidas nos Programas, bem como auscultar a sua
opinião sobre o funcionamento dos Programas e o seu grau de satisfação.
Os questionários foram entregues através da brochura mencionada, por
destacável que vinha na parte final, e que podia ser facilmente devolvido à DASE, uma
vez que era em formato RSF.
A ficha de opinião14
era constituída por duas parte, uma direcionada às Crianças
e outra para as Famílias; as primeiras tinham duas perguntas de caracter aberto, em que
lhes era pedido que relatassem aquilo que fazem nas CASE / AEC e aquilo que
gostariam de fazer. Já aos Pais era feita uma questão fechada, questionário de escala de
Linkert, e no fim uma questão mais aberta, de sugestões para a melhoria dos Programas.
Esta ficha de opinião foi entregue a todos os alunos do Pré-Escolar e do 1º e do 4º Ano
do 1º Ciclo do Ensino Básico, que frequentam os Programas, através então da brochura,
para que tanto eles como os Pais pudessem responder, e devolvida à DASE através das
Escolas e Agrupamentos ou por correio.
Os dados foram então distinguidos entre Pré-Escolar, 1º Ano e 4º Ano, para ser
de mas fácil análise, e é nesta parte então eu entrou o meu trabalho: como estagiária foi-
me pedido que ajudasse nesta análise e interpretação de dados recolhido. Assim, parte
das minhas atividades nesta fase passou pela análise dos questionários e categorização.
14
Ver Ficha de Opinião em Anexo 8
65
Posteriormente foi-me também que fizesse o enquadramento do estudo de
satisfação dos Programas no Concelho. Este enquadramento tem o propósito de dar a
conhecer os Programas e também de os enquadrar na política que a DASE segue. E,
sendo que estou a fazer um trabalho nesta área, foi-me então pedido que elabora-se este
enquadramento para que acompanhasse a conclusão dos inquéritos de satisfação para as
Escolas e para o Concelho de Cascais em geral, através de publicações no jornal, de
panfletos e documentos a que tanto os Pais e Alunos, como os Professores e Diretores
dos Agrupamentos e Entidades Parceiras pudessem ter acesso e conhecimento.
No enquadramento que redigi foram contemplados os seguintes aspetos: Escola
a Tempo Inteiro; Tempos Livres e Lazer; Componente de Animação Socioeducativa;
Atividades de Enriquecimento Curricular; Ludobibliotecas; Relação Escola – Câmara/
envolvimento com a Comunidade; Avaliação como meio/ forma de melhoramento;
Participação/ envolvimento das Famílias.
De resto, nesta segunda fase de atividades desenvolvidas no estágio centrei-me
nas questões subjacentes ao meu Projeto, e fui desenvolvendo-o a par com as atividades
anteriormente descritas.
66
Capítulo III: Projeto de Investigação
Introdução
O seguinte estudo a gestão dos Programas CASE e AEC no concelho de Cascais
enquadra-se no âmbito do Ciclo de Estudos Conducente ao Grau de Mestre em Ciências
da Educação, na área de especialização de Administração Educacional, do 2º Ano, no
Instituto de Educação da Universidade de Lisboa.
O principal objetivo deste Projeto é concretizar toda a pesquisa e trabalho
realizado no âmbito do Estágio de Mestrado, desenvolvido sob orientação da Dra.
Manuela Correia, chefe da Divisão de Intervenção Educativa e Ação Social Escolar
(DASE) do Departamento de Educação (DED) na Câmara Municipal de Cascais
(CMC), local escolhido para a realização das atividades durante este ano.
No âmbito da Administração Educacional, o objeto de estudo é a Educação,
fazendo dela parte questões como a organização e a gestão escolar; a procura da
investigação, da análise e do discorrer de questões como as formas de gestão; o
ambiente da organização, os atores e os líderes escolares, que não se confina apenas ao
espaço escola, mas também a outras áreas Educacionais que tenham participação na
primeira. Desta forma, o espaço de estudo vai muito além da tradicional Escola,
passando também por outras Organizações e Instituições que ajudam a promover e
melhorar a Educação, levando a Administração Educacional também a debruçar-se
muito sobre as questões relacionadas com o trabalho mais local de Intervenção na
Educação, pensando a gestão segundo problemas educativos e não por questões
administrativas. (Barroso, 2002).
Como tal, e num sector mais específico de Administração Local da Educação, o
meu Projecto de Estágio, e a Investigação que dele fizeram parte, foram desenvolvidos
ao nível da Gestão Municipal de Educação, uma vez que ao nível das atribuições, no
Estado Português, cabe à Autarquia variadas competências educativas, que assegurem o
efetivo funcionamento da Comunidade Educativa Local, o que promove também a ideia
de Território Educativo, de que faz parte um tempo e espaço próprio, em que atuam de
forma inter-relacionada a comunidade e o meio e as organizações locais, para perseguir
uma cada vez melhor Educação ao nível do seu local.
Assim, o Projecto de Investigação tem como propósito de desenvolvimento
Estudar a Intervenção Autárquica na Gestão dos Projetos Educativos, nomeadamente do
67
Projetos de Atividades de Enriquecimento Curricular (AEC) e na Componente de
Animação Socioeducativa (CASE).
Para tal, foram utilizadas várias técnicas de pesquisa e recolha de dados: optei
por analisar os relatórios anuais dos dois Programas, referentes ao Ano Letivo de 2010/
2011; e também recorri à técnica da entrevista, pelo que foram feitas 3 – uma às
responsáveis pelos Programas na Autarquia, outra a um Pai e Membro de uma
Associação de Pais e Encarregados de Educação, e outra a dois Professores envolvidos
nos Programas. Ainda pude também contar com os dados recolhidos através de uma
ficha de opinião distribuída às crianças e famílias que participam nestes Programas.
Em termos de apresentação e organização, estruturei o Projecto da seguinte
forma:
1. Problemática do Estudo – neste primeiro ponto vai ser explana a problemática
que deu origem ao estudo, onde serão apresentados o tema, o problema e as questões de
investigação na base do Projeto
2. Objetivos do Estudo – no segundo ponto do Projecto estarão enunciados e
explicados os objetivos de estudo, divididos por objetivo geral e objetivos específicos
3. Metodologia – neste ponto vai ser explicada a estratégia geral de pesquisa em
que me centrei, bem como os métodos e técnicas que utilizei para fazer a recolha de
dados e ainda o próprio tratamento e análise dos dados recolhidos
4. Conclusões do Estudo – no último ponto do Projecto apresentarei os resultados
da investigação, bem como levantarei algumas questões de discussão em relação aos
mesmos, terminando com uma conclusão síntese do estudo
Assim, nas seguintes páginas darei conta da Investigação realizada no âmbito do
meu tema de Projecto, onde irei dar conta mais pormenorizadamente de todo o
processo, produtos e conclusões do mesmo.
Problemática do Estudo
Tema.
O Projeto de Investigação relaciona-se com a gestão de projetos de intervenção
educativa por parte da autarquia, e como isso ajuda à relação que mantêm com a Escola
e com as Famílias.
Assim, o propósito central deste Projeto de Investigação é Estudar a Intervenção
Autárquica na Gestão dos Projetos Educativos, nomeadamente do Projetos de
68
Atividades de Enriquecimento Curricular (AEC) e na Componente de Animação
Socioeducativa (CASE); portanto o tópico central desta investigação é a questão da
intervenção que a Câmara Municipal de Cascais tem e faz na gestão destes dois
Programas, desenvolvidos nos seus estabelecimentos de Ensino Pré-Escolar e de 1º
Ciclo do Ensino Básico.
Para estudar então esta questão, foi determinado como tema A Intervenção
Autárquica da Câmara Municipal de Cascais na Gestão dos Projetos de Atividades de
Enriquecimento Curricular (AEC) e na Componente de Animação Sócio Educativa
(CASE) como forma de apoio às Escolas e às Famílias.
Assim este projeto vai procurar perceber, através da monitorização destas dois
Programas, qual o modelo de Gestão adotada pela Divisão de forma a alcançar os
objetivos das CASE e AEC, procurando aproximar as Escolas e as Famílias neste
trabalho de gestão.
Problema.
O problema que deu origem ao estudo de investigação foi o Modelo de
Intervenção Autárquica na Gestão de Projetos e na relação que cria com as Escolas e
com as Famílias da sua Comunidade.
Questões de Investigação.
Mais concretamente, o problema levantado no trabalho traduziu-se nas seguintes
questões de investigação:
• Quando se iniciaram, como se têm vindo a desenvolver e quais as perspetivas
futuras para os Projetos de AEC e de CASE?
• Estes Projetos influenciam o repensar da oferta educativa?
• A Autarquia tem um papel dirigente nesta matéria?
• Como intervém (modos de exercício de influencia e autoridade)?
• Qual o papel das Escolas e das Famílias nesta gestão?
• Como se relacionam entre si estes três atores (Autarquia – Escolas – Famílias)?
De forma a operacionalizar os objetivos de estudo, os eixos de análise e para
conseguir responder às questões levantadas, é fundamental optar pelos níveis de análise
e localização que mais se adequam. E com isto, o que é pretendido é esclarecer acerca
69
dos métodos e técnicas de investigação a utilizar aquando da operacionalização da
mesma.
Assim, para o desenvolvimento deste estudo, os níveis de análise estudados vão
ser os seguintes:
Divisão de Intervenção Educativa e Ação Social Escolar do Departamento de
Educação da Câmara Municipal de Cascais, através de um trabalho mais próximo com a
Diretora
Projetos de Atividades Enriquecimento Curricular (AEC) e Componente de
Animação Sócio Educativa (CASE)
Envolvimento das Escolas e das Famílias
Metodologia
Objetivo Geral.
Para o desenvolvimento deste trabalho, e mediante o tema já definido, foi assim
traçado como objetivo principal do mesmo:
Descrever e Analisar a forma como a Câmara Municipal de Cascais, através da
Divisão de Intervenção Educativa e Ação Social Escolar do Departamento de Educação,
se envolve na direção e gestão dos Projetos de Atividade de Enriquecimento Curricular
(AEC) e de Componente de Animação Socioeducativa (CASE)
Com este objetivo central, o propósito é perceber então o trabalho desenvolvido
pela Autarquia na direção e gestão dos Projetos, em que moldes ela os desenvolve, qual
o nível de envolvimento, e como esse mesmo envolvimento se traduz numa
aproximação às Escolas e às Famílias.
Objetivos Específicos.
O objetivo central deste Projeto foi desdobrado nos seguintes objetivos
específicos, de forma também a facilitar e pormenorizar a investigação:
Conhecer a visão da Autarquia relativamente aos Programas CASE e AEC
Analisar o papel da Autarquia neste âmbito
Examinar os modos de gestão dos Programas
Compreender os efeitos dos Programas nas relações/ proximidade às Escolas e
às Famílias
70
Estratégia Geral de Pesquisa.
A estratégia de investigação adotada para o desenvolvimento do Projecto de
Investigação aqui apresentado assentou no estudo de caso de carácter naturalista.
No que concerne ao estudo de caso, este carateriza-se pela sua precisão a um
universo único: uma só entidade a ser estudada, única e precisa. Coutinho & Chaves
(2002) acrescentam inclusivamente que “A característica que melhor identifica e
distingue esta abordagem metodológica é o facto de se tratar de um plano de
investigação que envolve o estudo intensivo e detalhado de uma entidade bem definida:
o “caso”” (p.223).
Portanto no universo de um estudo de caso, entram entidades a ser estudadas tais
como organizações, instituições, um pequeno grupo, uma comunidade, ou mesmo um
individuo ou uma personagem. Nas suas características, o estudo de caso pode ser
qualificado pela sua preocupação com uma descrição rica e viva dos acontecimentos
relevantes para o caso, pela sua narrativa cronológica dos acontecimentos, por articular
descrição e análise dos acontecimentos. O mesmo foca-se assim, como já foi referido
acima, em atores individuais ou em grupos de atores e procura a perceção das pessoas
acerca dos acontecimentos, em que sublinha os acontecimentos específicos mais
relevantes para o caso.
Portanto, um estudo de caso procura então responder a questões do tipo “como”
e “porquê”, pode ser conduzido sob diferentes quadros teóricos, não é meramente
descritivo, não é uma investigação experimental, tem tipicamente uma dimensão
empírica envolvendo trabalho de campo e é apresentado em geral através de narrativas,
tem uma natureza particular, preocupa-se essencialmente com os processos, progride de
modo indutivo e tem uma natureza heurística (Coutinho & Chaves, 2002).
Assim sendo, pode-se definir o estudo de caso como um método de investigação
no qual são transportados para casos gerais factos observados num caso específico – o
caso estudado; a este fenómeno dá-se o nome de generalização. Para que isto aconteça,
o investigador recolhe toda a informação da observação do caso, reflete sobre os seus
elementos mais significativos, e tira as suas conclusões, em que as suas principais
vantagens são: os resultados podem ser mais facilmente compreendidos; ser
imediatamente compreensível; captar características únicas do fenómeno; ser potente
em termos de retratar a realidade; ajudar a perceber outros casos; poder ser conduzido
por um único investigador; poder ser articulado e construir-se sobre acontecimentos não
71
previstos. Aqui os resultados poderão não ser generalizáveis, não é facilmente aberto a
processos de triangulação e tem como aspeto menos positivo o facto de ser questionável
no aspeto de enviesamentos do observador.
Em termos do estudo naturalista, este caracteriza-se pela investigação de
situações em concreto, que existem e podem ser identificadas pelo investigador, sem
que o mesmo manipule quaisquer variáveis, física ou deliberadamente (Afonso, 2005).
Este mesmo autor distingue três tipos de estudos naturalistas: os estudos descritivos, os
estudos de correlação; e os estudos causais ou comparativos.
Os primeiros (estudos descritivos) estão centrados em narrativa ou descrições de
factos, situações, processos ou fenómenos “que ocorrem perante o investigador, quer
tenham sido diretamente observados por ele ou quer tenham sido identificados ou
caracterizados através de material empírico relevante” (Afonso, 2005, p.43), e podem
ter por base informações fundamentalmente quantitativas ou por outra lado de origem
qualitativa.
Em relação aos estudos de correlação, Afonso (2005) refere que “o objetivo
consiste em relacionar duas ou mais variáveis, sem qualquer tipo de interferência em
termos de causalidade” (p.43), procurando ainda associar-se estatisticamente situações
ou factos argumentando que as relações verificadas são consistentes e não têm um
caracter aleatório.
Já em relação aos estudos causais, estes procuram estabelecer relações de
causalidade entre duas ou mais variáveis através de determinativos que permitam
controlar explicações alternativas, centrando o dispositivo na relação entre a variável
independente (variável manipulada) e a variável dependente (variável mutável em
função da variável independente), aplicando-se a mesma logica em relação aos estudos
comparativos (Afonso, 2005).
Bogdan & Biklen (1999) acrescentam que “Em educação, a investigação
qualitativa é frequentemente designada por naturalista, porque o investigador frequenta
os locais em que naturalmente se verificam os fenómenos nos quais está interessado,
incidindo os dados recolhidos nos comportamentos naturais das pessoas”. (p.17)
Métodos e Técnicas de recolha de dados.
No que respeita ao método de investigação, o método privilegiado neste trabalho
foi o método de investigação qualitativo, tendo como técnicas utilizadas a técnica da
análise documental e da entrevista semi-directiva.
72
Alves (1991) refere que há várias denominações que se dão à investigação
qualitativa, que são refletoras de diferentes origens e enfâses e que dão origem a
diversas definições e características consideradas essenciais a esta estratégia de
pesquisa, mas que a opção por pesquisa qualitativa se pode centrar em duas razões “(a)
por apresentar abrangência suficiente para englobar essas múltiplas variantes; e (b) por
ser a mais frequentemente encontrada na literatura” (p.54)
Desta forma, a investigação qualitativa caracteriza-se por agrupar “diversas
estratégias de investigação que partilham determinadas características. Os dados
recolhidos são designados por qualitativos, o que significa ricos em pormenores
descritivos relativamente a pessoas, locais e conversas, e de complexo tratamento
estatístico” (Bogdan & Biklen, 1999, pág.16).
Patton indica como sendo a três características fundamentais deste tipo de
investigação: a visão holística, porque parte do princípio de que a compreensão do
significado de um comportamento ou evento só é possível em função da compreensão
das interrelações que emergem de um dado contexto; a abordagem indutiva, porque se
define como aquela em que o pesquisador parte de observações mais livres emergindo
as categorias de interesse progressivamente durante o processo de colheita e análise de
dados; e a investigação naturalista, uma vez que é nela em que a intervenção do
pesquisador no contexto observado é mínima (Alves, 1991).
Assim, este tipo de pesquisa implica uma densa partilha com pessoas, factos e
locais que se constituem como o objeto de pesquisa, de onde são extraídos os
significados visíveis e latentes somente percetíveis a uma atenção sensível
posteriormente interpretada e traduzida em texto pelo autor mediante o seu objeto de
pesquisa (Chizzoti, 2003).
A investigação qualitativa caracteriza-se também pela sua acentuada
subjetividade, uma vez que está centrada em contextos singulares e nas perspetivas de
acores individuais (Afonso, 2005), em que a fonte direta de dados é o ambiente natural e
o investigador é o principal instrumento, tendencialmente de carácter minucioso e
descritivo, utilizando os textos como material empírico.
Para Bogdan & Biklen (1999), a investigação qualitativa pode ser descrevida em
cinco características principais: a fonte direta dos dados é o ambiente natural, sendo o
investigador o instrumento principal de recolha; este tipo de investigação é sobretudo
descritivo, sendo os dados recolhidos apresentados em forma de palavras ou imagens,
não em números; o interesse principal dos investigadores qualitativos está focado mais
73
no processo do que propriamente nos resultados ou produtos; as análises de dados são
feitas de forma indutiva; e o significado dado é de vital importância na abordagem
qualitativa.
Desta forma, no processo de investigação qualitativa, os dados são descritivos e
normalmente os investigadores utilizam os próprios documentos pessoais e algumas
notas de campo. Também são utilizadas fotografias e o discurso dos sujeitos também se
revela muito importante. Estes dados são geralmente recolhidos através de um gravador
e/ou transcrição.
As amostras neste tipo de investigação são pequenas e não representativas, uma
vez que é importante que a relação com os sujeitos seja de alguma empatia e de contacto
intenso, o que não se verifica se a amostra fosse grande. As maiores dificuldades desta
investigação é o facto de ser bastante demorada e de grande dificuldade de síntese.
No caso especifico desta investigação, as técnicas utilizadas para recolha de dados
foram então a análise documental e a entrevista semi-directiva.
No que toca à análise documental, a que Afonso (2005) se refere como pesquisa
arquivística, esta tem como objetivo recorrer à documentação existente em documentos
anteriormente elaborados para obter os dados relevantes na procura das respostas às
questões levantadas pelo investigador. Aqui, o investigador limita-se a consultar os
documentos anteriormente organizados com finalidades específicas, mediante os
objetivos de investigação.
Lee (2003, conforme citado por Afonso, 2005) apresenta como a grande
vantagem desta técnica
o facto de poder ser utilizada como metodologia não interferente, isto
é, como uma abordagem não reativa em que os dados são obtidos por
processos que não envolvem recolha direta de informação a partir dos
sujeitos investigados [evitando] problemas causados pela presença do
investigador, (p.88)
referindo assim que os dados que são recolhidos mediante esta técnica evitam
problemas de qualidade que costumam resultar do facto de as pessoas mudarem os seus
comportamentos por saberem que estão a ser estudadas pelo investigador.
Afonso (2005) distingue entre três tipos de documentos, no que diz respeito à
sua natureza: os documentos oficiais; os documentos públicos; e os documentos
privados.
74
Os primeiros “encontram-se nos arquivos dos diversos departamentos da
administração pública, nomeadamente do Ministério da Educação, e constituem um
registo da atividade quotidiana da administração educacional” (p.89), onde se podem
inclui arquivo de expediente, processos de pessoal, etc., e também toda a documentação
dos arquivos das organizações educativas ou escolares, como por exemplo o expediente,
os processos individuais, etc.; cabem ainda nesta categoria as publicações do Estado,
como por exemplo o Diário da República, e registos de caracter mais estatístico, que
reúnem informação quantitativa em função de critérios previamente definidos, como por
exemplo documentos do INE – Instituto Nacional de Estatística.
Nos documentos públicos estão incluídos os documentos da Imprensa que, refere
o mesmo autor, “cujo estudo se reveste de um duplo interesse, podendo ser abordada
quer como objeto de investigação, quer como fonte de informação” (p.89), onde são
relevantes as noticias e artigos acerca da Educação e Formação e também as cartas ao
diretor e a publicidade.
Por ultimo, em relação aos documentos privados, este dizem respeito a
documentos de acesso mais restrito, incluindo os documentos de empresas, escolas
particulares, partidos políticos, sindicatos, associações científicas, etc., encontrando no
âmbito deste documentos os de caracter pessoal, especialmente utilizados em estudos
biográficos e nas historias de vida, e ainda em certos dispositivos de trabalho
etnográfico, tendo aqui como exemplos a correspondência pessoal, os diários pessoais,
as agendas, etc. (Afonso, 2005).
Ainda no campo da pesquisa arquivística, o desenvolvimento da Internet e da
World Wide Web tem vindo a alargar este área de atuação, numa lógica não
interferente, em que é possível realizar estudos com base em dados recolhidos através
de conteúdos das páginas web (Afonso, 2005).
Relativamente então à técnica da entrevista, esta é uma técnica favorecida para
obter informação detalhada sobre determinado assunto. A escolha dos diferentes tipos
de entrevista depende dos objetivos a atingir e também do número de pessoas a abordar.
Esta técnica pode ser utilizada em diversos momentos, e têm como objetivo a recolha de
opinião que visam o fornecimento de dados para o processo em estudo.
Afonso (2005) refere a “realização de entrevistas constitui uma das técnicas de
recolha de dados mais frequente na investigação naturalista, e consiste numa interação
verbal entre o entrevistador e o respondente, em situação de face a face ou por
intermedio do telefone” (pág.97).
75
Segundo Bogdan & Biklen (1999) há duas formas de utilização das entrevistas:
estas podem ser utlizadas como estratégia dominante para a recolha de dados
necessários à investigação, ou por outro lado, podem ser utlizadas em parceria com as
técnicas da observação participante, a análise documental e outras. Mas, sendo em que
situação for, a entrevista “é utilizada para recolher dados descritivos na linguagem do
próprio sujeito, permitindo ao investigador desenvolver intuitivamente uma ideia sobre
a maneira como os sujeitos interpretam aspetos do mundo” (p.134).
No geral, as entrevistas podem ser distinguidas entre entrevistas estruturadas ou
diretivas, não estruturadas ou não diretivas, e entrevistas semi-estruturadas ou semi-
diretivas, mediante as suas características, no que toca ao dispositivo montado para
registar a informação fornecida pelo entrevistado.
A entrevista estruturada ou diretiva caracteriza-se pelo seu carácter fechado, em
que o entrevistado responde a um conjunto de perguntas preestabelecidas num conjunto
limitado de categorias de resposta, e em geral é utilizada em investigações onde se
perseguem dados quantificáveis (Afonso, 2005).
As entrevistas não estruturadas ou não diretivas são caracterizadas pela sua
índole aberta, em que, segundo o mesmo autor, a interação verbal entre os atores
(entrevistador e entrevistado) desenvolve-se à volta de grandes temas ou questões
organizadoras do discurso, mas nas quais o entrevistado tem total liberdade de resposta
e pode ser ele a conduzir o seu discurso mediante a grande orientação.
Mas para a investigação aqui reproduzida, foi utilizada a técnica da entrevista
semi-estruturada ou semi-diretiva, que obedece a um formato intermédio entre as
anteriores, em que a sua estrutura típica tem um caracter matricial, sendo a substancia
da entrevista organizadas por objetivos, questões, items ou tópicos (Afonso, 2005).
Em termos de guião, a entrevista semi-estruturada ou semi-diretiva é
encaminhada por um guião com perguntas relativamente abertas e não muito precisas, e
que não têm de obedecer necessariamente à ordem que estão no próprio. Desta forma o
entrevistador conduz a entrevista de uma forma liberal, mas sem nunca esquecer os seus
objetivos, centrando-se neles quando o entrevistado se perde um pouco.
Desta forma, os guiões das entrevistas realizadas foram constituídos a partir de
grandes blocos temáticos, entendendo-se por estes os temas gerais abordados, que
implicaram a definição de objetivos específicos, consoante as questões que pretendia
ver respondidas, ficando a cargo destas a última coluna deste instrumento. Torna-se aqui
76
importante ressalvar que existem algumas diferenças entre os guiões, consoante o
sujeito a que se destinava a mesma e os objetivos pretendidos (Milheiro, 2011).
As vantagens de optar por esta técnica prendem-se com o facto de: proporcionar
uma grande flexibilidade na obtenção de informação através do indivíduo; poder ser
adaptada de acordo com o entrevistado, permitindo ao entrevistador explorar cada
entrevista de modo diferente para que possam surgir pistas mais interessantes;
estabelecer-se uma relação de maior proximidade com o entrevistado, através do
contacto pessoal, que pode ser bastante útil ao estudo.
Tratamento e Análise de dados.
No seguimento da estratégia de pesquisa e dos métodos e técnicas de recolha de
dados anteriormente enunciados (estudo de caso de carácter naturalista, método de
investigação qualitativo, técnica da análise documental e técnica da entrevista semi-
directiva), para o prosseguimento da investigação produzida foram utilizados dados
provenientes das seguintes fontes: relatório anual da CASE, correspondente ao ano
lectivo de 2010/201115
; relatório anual da AEC16
, do ano lectivo de 2010/2011;
entrevista às técnicas responsáveis pelos dois Programas na DASE17
, para analisar a
visão da Autarquia; entrevista a dois professores da Direção de Agrupamentos
distintos18
, para analisar a visão das Escolas; e entrevista a um pai, membro de uma
Associação de Pais e Encarregados de Educação19
, para analisar a visão das Famílias.
Assim, no que toca aos relatórios, eles foram analisados segundo os seguintes
objetivos: caracterização dos Programas; gestão e parcerias; resultados e avaliação;
participação das Escolas; participação das Famílias.
Em relação às entrevistas, estas foram analisadas mediante os sujeitos a que se
destinavam: na entrevista realizada às técnicas da DASE, foram analisadas as
características dos Programas, a sua gestão, a avaliação que fazem deles e o
envolvimento que sentem por parte das Escolas e das Famílias; a entrevista feita aos
dois membros da Direção de Agrupamentos foi analisada segundo os pontos da
caracterização dos Programas, as formas de gestão e a avaliação que fazem, e a relação
que criam com a Autarquia e com as Famílias; por último, na entrevista ao Pai, para
15
Ver Relatório do Programa CASE 2010/2011 em Anexo 9 16
Ver Relatório do Programa AEC 2010/2011 em Anexo 10 17
Ver Guião, Transcrição e Grelha de Análise da Entrevista às Técnicas da DASE em Anexo 11 18
Ver Guião, Transcrição e Grelha de Análise da Entrevista aos 2 Professores em Anexo 12 19
Ver Guião, Transcrição e Grelha de Análise da Entrevista ao Pai em Anexo 13
77
verificar a posição das Famílias, foram examinadas as características apontadas ao
Programas, a avaliação que fazem aos mesmos, e o envolvimento que têm com a
Autarquia e com as Escolas.
Estas entrevistas foram posteriormente submetidas a uma transcrição originando
consequentemente os respetivos protocolos. Estes protocolos foram seguidamente
sujeitos a uma análise minuciosa com recursos a grelhas de análise, construídas à luz
dos guiões das entrevistas, organizadas por temas, diretamente ligados aos blocos
temáticos dos guiões, a que Milheiro (2011) se refere como “a afirmação de um
assunto” (p.54), subtemas, correspondentes aos objetivos específicos de cada bloco,
referidas como “categorias enquanto rubricas ou classes que reúnem um grupo de
elementos (unidades de registo) em razão de características comuns” (p.54), e unidades
de registo, obtidas a partir das informações dadas pelos entrevistados, a que a autora
chama de “a unidade de significação a codificar” (p.54).
Apresentação dos Resultados
Os resultados aqui apresentados vão primeiramente contemplar a visão da
Autarquia, resultante da análise dos relatórios dos Programas CASE – Componente de
Animação Socioeducativa – e AEC – Atividades de Enriquecimento Curricular – no
decorrer do ano lectivo de 2010/ 2011 e da entrevista concedida pelas técnicas da DASE
responsáveis por cada um dos programas, seguindo-se os resultados relativos à visão da
Escola, concedida pelas entrevistas aos dois Professores membros de Direções de
Agrupamentos, e terminando com a apreciação da Família, através da entrevista do pai e
membro de uma Associação de Pais e Encarregados de Educação.
No que concerne à Autarquia, as técnicas responsáveis da DASE remetem-nos a
caracterização dos Programas CASE e AEC para os seus princípios orientadores, como
é referido pelas técnicas da DASE (comunicação pessoal, 2012) “Penso logo nos
princípios orientadores.”;
Do meu ponto de vista tem a ver com os princípios orientadores para
os quais nós, nos pressupostos básicos, tem um bocadinho a ver com a
questão da ludicidade, da livre escolha e em termos da educação não
formal, e que os miúdos no tempo em que estão na escola tenham
qualidade de vida, é gerir a permanência das crianças durante aquele
tempo em que estão na escola. O Programa do Pré-Escolar responde
muito também, vem de encontro àquilo que tu falaste das famílias…
78
Assim, o Programa CASE é desenvolvido na rede pública de Jardins-de-
infância, onde são contabilizadas 23 Jardins-de-infância e 37 salas de atividades. O
prolongamento de horário nas CASE é assegurado não só pela sua própria equipa, como
também pelas funcionárias dos Jardins-de-infância, transparecendo um forte trabalho
em união, estendendo-se esta relação também ao nível das entidades parceiras com que
o Programa conta: 10 Agrupamentos de Escolas, 6 IPSS – Instituições Privadas de
Solidariedade Social, 2 Associações e 4 Juntas de Freguesia.
No que toca aos seus objetivos, a CASE tem como objetivo superior
Contribuir para a qualificação do sistema de ensino pré-escolar através
da promoção de uma escola que reflete o sucesso e o bem-estar da
comunidade educativa e o viver em cidadania, sendo os específicos
assegurar a gestão do programa pedagógica e financeira, promover a
criação de tempos de atividade lúdica e criativa que contribuam para o
desenvolvimento educativo, cultural e social das crianças, garantir o
direito a brincar, ao tempo livre e ao lazer e à participação na tomada
de decisão de acordo com a Convecção Internacional das Crianças, e
promover espaços formativos e reflexivos para todos os intervenientes
do Programa, incidindo nas seguintes áreas: brincar, jogo, animação
(Relatório do Programa CASE 2010/ 2011)
Já o Programa AEC é desenvolvido em todas as escolas do 1ºCiclo do Ensino
Básico, tendo no ano letivo referente chegado a 4.895 alunos, sendo também assegurado
não só pela equipa de técnicos das AEC, como também pelos funcionários da Escola e
pelas parcerias criadas, contabilizando 18 entidades, 4 Juntas de Freguesia, 1 APEE –
Associação de Pais e Encarregados de Educação, 9 IPSS, 3 ACDM – Associações
Culturais Desportivas e Musicais, e a Santa Casa da Misericórdia de Cascais. Aqui,
destaca-se como oferta educativa a música, o inglês, a atividade física e desportiva, o
apoio ao estudo, e as expressões (dança; movimento; plástica; dramática e musical),
apontando também as singularidades na oferta educativa, nomeadamente, as tecnologias
da informação e comunicação (TIC), a Filosofia com crianças, o Atelier Experimental
na área das Ciências a animação do livro e a dinamização das Ludobibliotecas.
No que toca aos princípios orientadores, no Relatório das AEC eles vêm
identificados como:
Desenvolvem-se de acordo com os objetivos definidos no Projeto
Educativo do Agrupamento e constam no Plano Anual de Atividades;
são implementadas de acordo com as Orientações Programáticas para
cada uma e de acordo com o Currículo Nacional do Ensino Básico;
deverá contribuir para a qualificação do sistema de ensino, através da
79
promoção de contextos educativos enriquecedores que defendam os
interesses e os direitos das crianças, nomeadamente o direito à
Educação, à Participação e ao Brincar; carácter integrado e que
respeitem o direito da criança a um espaço de liberdade expressiva e
criativa num ambiente de ludicidade e, sempre que possível, livre
escolha, complementando todo o processo educativo e prezando os
princípios de articulação com os conteúdos desenvolvidos em tempo
curricular; modelo de Gestão em Parceria, com partilha de saberes,
direitos, competências e responsabilidades (Relatório do Programa
AEC 2010/ 2011)
Estas características, como refere uma das entrevistadas, promovem a
singularidade dos Programas em Cascais, referindo que
Quando nos perguntam como nós caracterizamos os Programas a
primeira coisa que me vem à cabeça é que estes Programas são uma
oportunidade de definição de políticas autárquicas, tanto para o Pré-
Escolar como para o 1º Ciclo” (comunicação pessoal, 2012)
e acrescentando que
“Porque o despacho que nos orienta diz que sim há uma oferta
educativa que tem que acontecer, não é?! E que define que no ensino
curricular acontece existir Inglês, Atividade Física, ensino da Música,
portanto uma série de áreas no despacho que enriquecem o currículo.
Nós para além das áreas que existem integramos outras áreas e
estamos tão preocupados com as ofertas como preocupados com os
modelos de trabalhos, os Projetos que as pessoas podem desenvolver,
porque eu acho que de facto há uma forma diferente de ver as coisas,
não é? Porque nós até queremos desvincular a… Não existirem
necessariamente aquelas atividades que o Ministério nos obrigada a
ter. Nós até temos aquela oferta, não é, porque ela é obrigatória, mas a
oferta para o enriquecimento curricular não surge exclusivamente pela
oferta, surge quando se criam dinâmicas de trabalho, quando as
pessoas conseguem de facto estar a trabalhar em Projeto, envolver as
Famílias, criar outros pressupostos… De facto o nosso
Enriquecimento Curricular está muito para além do despacho, eu acho
que o isso é que dá alguma identificação há Intervenção Educativa que
Cascais faz não é?! (comunicação pessoal, 2012)
A questão das parcerias surge nos Programas como uma questão central que
afeta á sua gestão: “São Programas que funcionam em parcerias” (comunicação
pessoal, 2012), como relata uma das técnicas; ao nível das CASE, esta gestão em
parceria ficou patente nos espaços de formação para Educadoras,
Animadoras/Monitoras e Assistentes técnicas que a DASE promoveu, e ainda ao nível
dos espaços de reflexão e partilha que tiveram como grande objetivo a construção de
instrumentos de avaliação do Programa CASE, onde participaram representantes do
80
Pré-Escolar dos Agrupamentos de Escola, Coordenadores das entidades parceiras e
técnicos de referência da DASE. Já em relação às AEC, a gestão partilhada entre a
DASE e os parceiros tem como objetivo promover a qualidade das atividades, em
estreita articulação com os agrupamentos de escolas e entidade promotora, sendo de sua
responsabilidade também a coordenação e articulação das equipas dos Professores das
AEC com a Escola. Esta gestão em parceria é então uma
especificidade grande neste concelho, a questão da parceria, da gestão
dos Programas e de muitos outros Projetos terem sido feitos em
parceira com os Agrupamentos de Escola e Instituições Locais que já
têm uma experiencia muito grande na área da Educação.
(comunicação pessoal, 2012)
continuando uma das técnicas a referir que
Nós hoje falamos com muita ligeireza de trabalhar em conjunto, de
avaliar em conjunto, de planear em conjunto mas isto não nasceu de
geração espontânea, foi um trabalho gradado da nossa, da nossa
Autarquia de facto em criar este planeamento, de facto, e o que é que
nós sentimos é que gastámos 4 anos nesta aprendizagem, tivemos nós
uma, uma… Procedimentos para podermos gerir o Programa em rede
e para as pessoas poderem estar em rede de parceiros, e hoje de facto
temos momentos conjuntos mas ficou de facto esse objetivo de
trabalho… (comunicação pessoal, 2012)
Também ao nível do planeamento, a DASE tem um papel central no mesmo, em
que
O momento de planeamento é claro somos nos que o dinamizamos,
que promovemos, que fazemos a sugestão. Somos responsáveis por
isso e, além da monitorização que também fomos nós que criamos
várias, vários instrumentos e consensualizamos vários momentos para
que isso aconteça. (comunicação pessoal, 2012)
não deixando contudo a questão dos parceiros de lado, pelo que os mesmo participam
nesta fase, nos momentos referidos por uma das técnicas, acrescentando que
O que foi falado, em termos de gestão pedagógica a forma, uma das
formas de como eu estou a dizer vamos fazendo é ao longo do ano
com entidades parceiras novamente e com Agrupamentos de Escola,
na alteração de acordos de parceria, que são os documentos
reguladores do funcionamento de ambos os Programas. (comunicação
pessoal, 2012)
A avaliação feita aos Programas começa pelas oportunidades e constrangimentos
dos mesmos: ao nível das CASE, a técnica reconhece que
81
Em relação ao Pré-Escolar e à Animação Socioeducativa, um dos
grandes constrangimentos ao longo dos últimos 6 anos é de facto
mostrar aos Diretores dos Agrupamentos e às próprias Coordenadoras
da Escola a importância de facto de cuidar, porque é a eles que lhes
compete muito isso não é?! (comunicação pessoal, 2012)
e nas AEC “Olha um constrangimento ao nível das AEC de facto, que tem sido muito
sentido, é a questão da dimensão.”. Assim, para avaliar foram desenvolvidos momentos
de “avaliações participativas”, em que montaram “Um sistema de monitorização e
avaliação” (comunicação pessoal, 2012).
Para o Programa CASE foi desenhado um projeto de avaliação que consiste na
construção de instrumentos de avaliação entre DASE, os Agrupamentos de Escolas e as
Entidades Parceiras Locais. As sessões de trabalho dividiram-se entre um pequeno
grupo e um grande grupo, em que foram discutidos sentimentos face ao processo de
supervisão do programa, desenvolveram um processo para este processo avaliativo,
valores educativos no desenvolvimento da CASE, perceção necessária ao processo
avaliativo, levantamento e apresentação dos instrumentos existentes de para a gestão do
programa, concluindo a metodologia de avaliação em três níveis – crianças, animadores
e parcerias – que irão fornecer dados sobre o impacto do Programa a todos os parceiros.
Acrescenta também a técnica do Programa que
Olha em relação ao Pré-Escolar, nos anos anteriores o que se
costumava fazer foi uma grelha muito simples de monitorização e de
acompanhamento onde tínhamos algumas dimensões que seriam um
bocadinho uma reflexão entre equipa… Algumas dimensões que
gostaríamos de ver refletidas em reunião de ponto de situação… Não
era criar mais um momento para avaliação mas era nas reuniões de
ponto de situação que já estavam planeadas, era trazer aquele
instrumento para a mesa e conversar ali com a Educadora e com a
Equipa, Agrupamentos e Entidades Parceiras e Câmara, o que é que…
Como é que as coisas estavam e o que fazer para a sua melhoria… No
final do ano fazíamos sempre um pequeno momento conjunto com
alguma mostra e divulgação de pequenos projetos que pudessem
surgir e, a… Juntamente com a mostra de trabalhos... Plenários, em
que no âmbito e com base nos princípios e algumas coisas que nós
gostaríamos de aferir, levar a painéis para discussão. Ultimamente
tem-se de facto feito alguns instrumentos de monitorização e nesta
questão de se tentar aqui fundir os dois Programas e de haver mais
articulação entre eles, tanto a nível dos instrumentos de monitorização
como a nível dos instrumentos de avaliação, já se construiu um em
conjunto inclusive este ano… (comunicação pessoal, 2012)
82
Já no Programa AEC, a avaliação foi realizada ao nível de reuniões promovidas
pela DASE, que buscam o acompanhamento do Programa, fomentando no seu trabalho
a articulação pedagógica e curricular, a gestão da parceria e os aspetos financeiros. A
técnica do Programa na DASE refere ainda que
Nas AEC nós desde o primeiro que fazemos um trabalho de
avaliação… Muito intencional e muito organizado. Portanto nós é em
parceria e em grande grupo que nós definimos que dimensões é que
queríamos a, a… Que consideramos serem importantes de serem
avaliadas, e não foram só dimensões que tiveram do ponto de vista da,
do impacto pedagógico, mas dimensões que tinham a ver com
organização e planeamento, dimensões que tinham a ver com a
comunicação entre a parceria. Portanto criámos em grupo a, as
dimensões, criamos, consensualizamos qual eram a metodologia de
avaliação que melhor satisfazia o Programa, que foi consensualizada e
levada a Conselho Municipal e foi integrada no pacote para a questão
acórdãos da metodologia participativa. Portanto fizemos várias
sessões de avaliação diagnóstica, a partir daí depois criamos um
instrumento principal para monitorizarmos os dados da avaliação que
é o tal instrumento com que nós vamos medir a temperatura, que é
baseado em 3 cores, que as pessoas depois de facto utilizam para
monitorizar e para avaliar o Programa, e a… Temos a questão que
surgiu também no âmbito do Conselho Municipal de Educação, em
que foi-nos recomendado que pudéssemos acautelar a questão de
podermos saber como é que as crianças e as famílias estavam a viver e
a vivenciar este Projeto. Daí termos depois editado a brochura que tem
uma ficha de opinião e que de facto todos os anos nos envia
testemunhos, generalizada à população escolar e as pessoas podem, as
crianças e as famílias podem manifestar o seu grau de satisfação. Isto
são dados que nós estamos a recolher e monitorizamos, mas
localmente agrupamento a agrupamento há situações muito diferentes
de diálogo com as famílias. Situações em que fazem aulas abertas,
para as famílias poderem de facto vivenciar e experimentar e dar uma
opinião sobre o desenvolvimento AEC, há parceiros que fazem
comunicações via… Comunicações escritas por cadernos de vaivém e
instrumentos muito virados para as famílias… E há parceiros que têm
questionários, que têm… A questão da relação com as famílias não foi
logo a primeira questão que nós Câmara trouxemos para este
Programa mas é uma questão que está, penso eu, bem determinada
bem determinada também em termos dos Agrupamentos, que tiveram
aqui… (comunicação pessoal, 2012)
Em termos de envolvimento das Escolas, tanto ao nível do Programa CASE
como do Programa AEC, as mesmas estão efetivamente implicadas e presentes, tendo
ficado já provado que os próprios Agrupamentos são os dos parceiros envolvidos pela
DASE. A este propósito, uma das técnicas acrescenta que
83
Se há áreas onde há uma planificação do papel de cada um, da
responsabilidade de cada é de facto na questão da participação das
escolas, não é?! O estar comigo… De facto o acordo das AEC a esse
nível nem sofreu grande alteração de facto, há direitos, há
responsabilidades, há compromissos que de facto são da Escola,
outros que são da entidade parceira, outros que são da Autarquia,
outros que são comuns e partilhados… (comunicação pessoal, 2012)
As Escolas são assim chamadas a intervir tanto na questão do planeamento e
conceção dos Programas, como ao nível da avaliação dos mesmos, fazendo parte dos
grupos de trabalho (pequeno e grande) das sessões do projeto de avaliação do Programa
CASE, como das reuniões de avaliação do Programa AEC, até porque esta é uma
relação que já se estreitava antes de os Programas entrarem nas Escolas, como é
mencionado por uma das técnicas
E agora, eu acho que também tem muito a ver com a proximidade que
também temos das próprias Escolas e das próprias relações que se
criam com as Escolas e com as Instituições Parceiras, não é?! De facto
muito antes de os Programas existirem, por outros Projetos já havia
aqui uma relação com as Entidades Parceiras e com as Escolas de
outra forma não é?! E sempre também se vinculou muito esta questão
de “estejam em conjunto, articulem em conjunto (comunicação
pessoal, 2012)
No entanto, refere a outra técnicas que
Eu acho que há sempre, há sempre campos de melhoria, não é?! Há
sempre campos de melhoria, eu acho que quando se fala de Escola
também temos aqui vários níveis, porque podes estar a falar de Escola
e pensarmos na Escola naquele, naquele… Naquela Escola, com
aquela Coordenadora de Escola, ou naquele Jardim-de-infância com
aquela equipa, ou podes pensar em Escola-Agrupamento, não é?! E
quando tu falas em Escola acho que há sempre várias apreciações que
se podem fazer, e eu acho que neste momento os Agrupamentos estão
muito conscientes de, do que é que há para mudar e para melhorar em
termos destes dois Programas (comunicação pessoal, 2012)
pelo que de facto neste campo há ainda um trabalho a fazer, de forma a aproximar a
Autarquia das Escolas na perseguição do sucesso das atividades, como é referenciado
pela técnica da DASE
Acho que há escolas que ainda estão a ver estas respostas muito
desarticuladas, há escolas que ainda estão muito na atividade de
ensino curricular e não tanto no Projeto Curricular, ainda estão muito
presas… Mas eu acho que se a nossa estratégia, que foi envolver
muito as lideranças dos Agrupamentos, que são eles que são os
84
decisores e são eles que têm que influenciar diretamente as escolas, eu
acho que essa estratégia foi boa porque as lideranças podem ter aqui
de facto uma responsabilidade muito clara na mudança dessas práticas
de Escolas. (comunicação pessoal, 2012)
Já no que toca ao envolvimento das Famílias na vida dos Programas CASE e
AEC, a opinião e a posição não é a mesma: pela da análise dos Relatórios ficou patente
que esta participação, durante o ano letivo de 2010/ 2011, fez-se através da edição da
brochura Uma Escola à Minha Espera, em que são descritos de forma simples e
completa os dois Programas, as atividades a que as crianças têm acesso, e onde foi
anexado um questionário de satisfação para alunos e pais em forma de RSF, chamado
de ficha de opinião. Esta ficha de opinião serviu como instrumento de auscultação da
satisfação das crianças e Famílias com os Programas, sendo este o espaço que lhes é
reservado pela Autarquia para, de alguma forma, darem o seu contributo às atividades.
No entanto, em momentos de maior tensão, a mesma técnica acrescenta que
Percebo que muitas vezes quando há uma situação de conflito que
extravasa aquele contexto local do coordenador de Escola e da
entidade parceira aí eles recorrem a nós quando querem… Há de facto
algumas Associações de Pais e alguns Pais que são críticos no bom
sentido e que recorrem à Câmara para pedir ajuda, para pedir
informações, pedidos de esclarecimentos, mas não sei o que é que nós
Câmara podíamos criar e desenvolver relativamente às Famílias,
dentro destes Programas não sei, não tenho uma reflexão muito,
muito… (comunicação pessoal, 2012)
A este respeito, uma das técnicas entrevistada acrescenta também que
Olha não sei, eu por acaso não tenho uma reflexão muito, muito
elaborada sobre as Famílias… Eu acho que para mim é muito claro
que a Família tem de ter uma relação muito direta e efetiva e
sistemática com a Escola, isso para mim é muito claro não é?!
(comunicação pessoal, 2012)
já que esta participação não está prevista através dos documentos oficiais reguladores
dos Programas.
Em relação à visão da Escola, ela foi aqui conferida então pelos dois
entrevistados, Professores pertencentes a Direções de Agrupamentos distintos. O maior
conhecimento e opinião em relação aos Programas centraram-se nas AEC, uma vez que
era no campo destas atividades que mais tinham trabalhado.
Assim, como características principais dos Programas, foram apontados também
os princípios integradores dos mesmos, pelos dois Professores entrevistados
85
Duas coisas completamente distintas com duas maneiras de atuação,
duas filosofias… Embora a filosofia integradora seja a mesma com
duas filosofias de atuação diferenciadas. No Projeto AEC, que é um
projeto que foi imposto às escolas, não é um projeto que nasce das
escolas, mas sim que nasce no Ministério. (comunicação pessoal,
2012)
e a questão da ludicidade e atividades lúdicas que proporcionam, mencionadas pelos
mesmos “Em relação à Escola, tanto um como outro, acho que há uma palavra-chave
que é a ludicidade, portanto o que se pretende de facto não é mais do mesmo, mas que
sejam lúdicos” (comunicação pessoal, 2012). A Escola faz também uma clara distinção
entre os dois Programas, pelo que, como indicou um dos entrevistados,
Entre AEC e CASE, eu diria que as AEC estão mais
compartimentadas, mais em áreas não é?! O Inglês, o Desporto… A
CASE ou o CASE, a componente da CASE acho que vai mais para
trabalhar de facto a ludicidade e para trabalhar a livre escolha, e para
trabalhar, para desenvolver outras capacidades, que são muito
importantes nos miúdos e que se calhar os monitores mais facilmente
chegam lá, enquanto que nas AEC as coisas estão mais
compartimentadas, acabam por (…) Exatamente, a barreira entre o
escolar e o lúdico é mais ténue do que nas CASE, e anda-se ali
muito… Facilmente se pende para o outro, para a escolarização,
porque é mais organizada, e é mais… Não quer dizer que as outras
não sejam, até porque desenvolvem outras capacidades que são muito
importantes, e que todas variam da escolarização. (comunicação
pessoal, 2012)
indicando o outro entrevistado que
desde o início que este Agrupamento tem uma filosofia integradora,
ou seja, o que nós pensámos fazer com o Projeto AEC? Se tem que ser
feito então que seja feito com qualidade, se ele tem que existir então
que exista como parte integrando uma oferta educativa e não como
algo que vem de fora, que entra na escola, que tem que ser e que a
escola se dissocia dele. A escola associou-se imediatamente hum… ao
Projeto CASE, integrou-o dentro das suas estruturas educativas e fez
dele uma oferta educativa das nove às cinco e meia. Portanto há uma
oferta integrada e houve várias ao longo destes anos. Todos eles se
reúnem, todos eles trabalham para o mesmo objetivo, todos eles têm
em conta o Projeto Educativo do Agrupamento, o Projeto Curricular
de Turma e o Projeto Educativo da Escola, trabalham todos em
conjunto e em prol de tal modo que chegámos… E estamos a trabalhar
com dois parceiros diferentes nas AEC em três polos e todos eles
chegam ao mesmo objetivo comum que é de unificar a turma, as
escolas todas, perdão, em redor de um projeto anual que todos vão
trabalhando ao longo. (comunicação pessoal, 2012)
86
Em termos de atividades, foram novamente mencionadas pelos Professores as
anteriormente referidas pelas técnicas da DASE: o inglês, a música, as expressões, a
atividade física
Porque temos aqui a participação e a articulação intima com o inglês,
porque nós vamos levar miúdos lá fora e portanto precisamos que eles
saibam alguns inglês, temos aqui os professores de inglês das AEC
perfeitamente integrados dentro do projeto, temos os professores de
expressões perfeitamente integrados, temos os professores de
expressões físico-desportivas integrados por causa dos jogos
tradicionais, das danças e tudo o mais que possa ser relevante como
bilhete-postal de Portugal e portanto temos aqui todo, todo o corpo
docente de uma escola a trabalhar em prol de um projeto e não é um
projeto só daquela turma ou só daquele ano e muito menos um projeto
só daquele professor titular ou daquela escola, é da escola inteira
(comunicação pessoal, 2012)
As questões das parcerias também não são esquecidas pela Escola, e tanto um
como o outro entrevistado referem-nas com alguma frequência, sejam em termos da
parceria da DASE, como dos seus próprios parceiros
Portanto nós temos todas estas fases ao longo do ano, para além que a
Direção se reúne com as parcerias, com as coordenações das parcerias
três vezes ao ano também: no início, a meio do ano para fazer uma
avaliação intermédia e no final do ano, como lhe disse e foi por aí que
comecei, para a avaliação final e já a projeção do ano seguinte, a
reunião que acabámos de ter oportunidade de fazer. (comunicação
pessoal, 2012)
Em termos de avaliação dos Programas, as apreciações feitas resultam bastante
positivas, e fazem evidenciar todo o trabalho e caminho feito até ao momento e também
a margem de progressão para o futuro; refere assim um dos entrevistados “eu faço uma
avaliação muito positiva, eu acho que se tem feito um caminho muito grande…”
(comunicação pessoal, 2012), retratando também os métodos de avaliação que aplica
“Sim, in loco, nas reuniões de Conselho de Docentes, onde tudo é avaliado e depois
programado, e também nas das avaliações que a Câmara também promove, e pronto, e
também naquelas conversas de corredor, de calhandrice, tudo isso é importante para
recolher informação.”. Por outro lado, o outro entrevistado menciona ainda que
Ora bem, no final de cada ano letivo nós temos sempre uma reunião
final, que poderia muito bem ser apelidada de final/ inicial com todas
as coordenadoras de estabelecimento, mais a coordenadora de um dos
Jardim Escola, o outro Jardim Escola está com a coordenação do 1º
Ciclo. Temos então todas as coordenadoras de estabelecimento e os
87
coordenadores pedagógicos das AEC, hum… e fazemos um balanço
geral, começamos pela avaliação do ano anterior (…) é feita em
termos voluntariosos e posso-lhe garantir que vão todos, só não vai
quem não pode mesmo. Portanto, mais uma vez, nós temos três
momentos de avaliação, não só de uma avaliação geral, mas uma
avaliação muito pormenorizada da turma e de cada um dos seus
elementos, daí que no final de cada período quando o Conselho de
Turma se reúne em reunião de avaliação para validar as avaliações
que cada professor tinha, essas avaliações dos professores da turma já
vêm impregnadas com as opiniões, com… e com… com os
conhecimento de toda uma equipa que trabalhou e interagiu com
aquela turma. (comunicação pessoal, 2012)
evidenciando outra metodologia de avaliação distinta da referida primeiramente.
Relativamente à relação com a Autarquia, as Escolas caracterizam esta relação
como próxima, em especial nos momentos-chave – planeamento, avaliação e
replaneamento dos Programas CASE e AEC , mostrando-se os dois Professores
bastante satisfeitos com esta relação, como aludem “e de facto as técnicas da Câmara
têm sido impecáveis, têm estado e têm dado apoio, têm…” (comunicação pessoal,
2012);
Não, a Autarquia foi desde sempre um parceiro, não é?! E desde o
início do Agrupamento que a Autarquia era um daqueles braços
direitos do Agrupamento, hum… Nós, nós sabíamos o que queríamos
fazer em relação às AEC e as CASE e a Autarquia sempre nos apoiou.
(comunicação pessoal, 2012)
Já em relação à ligação que mantêm com as Famílias através dos Programas, os
dois Professores entrevistados têm uma posição semelhante à das técnicas da Autarquia:
as Famílias ainda não são parte plenamente integrada nas atividades. Um dos
entrevistados ressalva que
Agora, da parte dos pais, acho, na parte do planeamento, acho que
ainda não está bem fomentado. Nós temos aí uma Associação de Pais
que se calhar se encaminha para isso, e eu sei que tem muitos
contactos com a, com a coordenadora de parceiros no terreno, e
muitas reuniões, que essa coordenadora vai-me dando conhecimento,
dando feedback, mas só numa Escola, nas outras, ainda… Essa parte
dos Pais se envolverem no planeamento, isso ainda não está muito
determinada, ainda é uma ou outra sugestão, talvez numa das Escolas
que nós temos, ali na Raúl Lino, se encaminhe para isso, porque já…
É uma Associação que começou este ano, há pouco tempo, e está
muito interessada em saber como é que faz, em sugerir, e sei que têm
tido várias reuniões com o parceiro e com a coordenadora de Escola,
no sentido de também se envolver, não é?! (comunicação pessoal,
2012)
88
o que deixa antever uma mudança de futuro, para um caminho em que as Famílias
estejam lado a lado com a Autarquia e as Escolas, tendo já o outro entrevistado um
exemplo pleno de trabalho conjunto com estas:
A Direção, por exemplo, do Agrupamento de Escolas de Alvide é uma
direção de porta aberta, nunca temos a porta fechada e eu não me
lembro de ter dito a algum pai ou a alguma mãe que viesse querer
falar com a direção de ter dito “não temos tempo”, portanto sempre
recebemos toda agente. Portanto existe logo aqui uma facilidade de
comunicação muito grande com a Direção. Já não falo na facilidade de
comunicação que os pais têm com as formações de escola. Existe uma
menor facilidade de comunicação, eu tenho que admitir, com os
coordenadores das AEC, coisa que nós andamos a batalhar.
(comunicação pessoal, 2012)
Esta crescente relação é também apontada como fruto do desenvolvimento das
atividades, sendo então um dos caminhos a perseguir, uma maior relação Autarquia –
Escola – Família, como aludem o Professores inquiridos
Pois, essa parte da Família nesse, nesse planeamento não tem estado
muito presente no nosso Agrupamento, mas acho que de facto era
importante. Com as Autarquias tenho estado, até porque também me
interessa saber da avaliação, desse planeamento, e depois tirar as
conclusões. (comunicação pessoal, 2012)
No futuro nós esperamos que seja cada vez mais, porque a Câmara
Municipal, como lhe disse, com as iniciativas que tem tido, com o
portal na internet, de educação, onde vai ser possível cada turma ter a
sua página, cada escola ter a sua página, os pais acederem aos
trabalhos dos meninos, os pais acederem a informações variadas sobre
todas as escolas e toda ofertas de ensino do Conselho, tudo isto vai
ligar muito os pais à escola através de uma Autarquia, como é obvio.
Portanto há trabalhos que se estão a fazer e que no futuro irão dar
resultados muito mais, muito mais fortes, estreitar laços entre a
população, a Autarquia e as escolas. Não deixará nunca de ser um
triângulo, como é óbvio até porque cada um terá o seu papel a
desempenhar, mas de qualquer maneira vamos começar a entrar numa
fase em que quando se pensa num pensa-se automaticamente no outro
(comunicação pessoal, 2012)
Por último, no que concerne às Famílias, a visão das mesmas foi concedida pela
voz de um pai e membro de uma Associação de Pais e Encarregados de Educação, cujos
filhos já frequentaram os dois Programas (cada um esteve num deles). Assim, em
termos de caracterização das CASE e AEC, a opinião favorável ao desenvolvimento das
mesmas é partilhada, sendo apontadas como pelo indagado como “muito importantes na
formação do aluno, assim como um suporte para a Família, portanto uma delas
89
obviamente que atende, hum…” (comunicação pessoal, 2012). Mas também este pai faz
uma clara distinção entre os dois
Ou seja, enquanto que as CASE tentam ajudar as Famílias através
daquele prolongamento que há de horário, através de jogos, de
brincadeiras, de forma a que as crianças fiquem ocupadas até ao
momento em que as Famílias as vão buscar, tudo é fundamental, isso é
fundamental. E é um suporte muito grande à Família. As AEC já não,
já são um complemento às aulas, ou seja é uma continuação do que é
lecionado no período normal das aulas, não é!? Através de, de…
Enfim, línguas estrangeiras, música, ou de outras expressões plásticas,
e isto é igualmente importante para a formação de uma criança, é
fundamental não é?! (comunicação pessoal, 2012)
Em relação ao envolvimento que as Famílias têm tido no desenvolvimento
destes Programas, o entrevistado aponta este facto como uma das lacunas
Sim, se bem que tenho que chamar a atenção para uma coisa: a meu
ver, quando nós falamos da Câmara Municipal, da Escola e da
Família, tudo isto deveria funcionar num princípio de vasos
comunicantes, não é?! Ou seja, em que haja aqui uma partilha de
informação, em que hum… Estes três pilares, digamos assim,
deveriam ser estes três pilares que sustentavam ou deveriam sustentar
todos estes Programas. Ou seja, o que eu digo aqui é que as famílias
são um pouco deitadas para trás, no sentido em que não são
envolvidas nos Programas. (comunicação pessoal, 2012)
A avaliação e o balanço dos Programas até ao momento são bastantes positivos
mas o Pai inquirido mostra-se também bastante apreensivo perante um futuro incerto
mediante nível da crise que se vive no nosso país
E para são muito positivos, mas expectantes quanto ao futuro. Isto
porquê?! Porque eu tenho sérias dúvidas que a grande maioria das
unidades deste país consiga manter as AEC e as CASE com esta crise.
(…) E eu julgo que, tenho sérias dúvidas que muitas outras, que haja
esta política, que seja massificada por todas as outras edilidades por
este país fora. Tenho é receio do que é que vá acontecer… Tenho
receio do que vá acontecer, agora para mim são questões, são questões
de… Faço um saldo muito positivo, pois têm mostrado uma grande
pro-atividade nesta área, hum… Basicamente é isto! (comunicação
pessoal, 2012)
Assim, ao nível das Famílias, é sentida uma falta de relação com as Autarquias e
com as Escolas, pelo que a sua participação efetiva nestes Programas é pouca, como
indica o mesmo “Mas não, de todo, não há participação! Portanto isto até agora tem sido
uma coisa sempre a dois, Autarquia e Escola, e chega como facto consumado.”
90
(comunicação pessoal, 2012), participação esta que vai ser procurada cada vez mais de
futuro, como menciona
Enfim, vamos primeiro, até por uma questão de aproximação, e de ser
a entidade que nos faz chegar toda a autonomia e todo o planeamento,
portanto vamos questionar, tentar primeiro através da Escola, fazer a
nossa abordagem, mostrar a nossa disponibilidade para colaborar na
planificação, no próximo ano por exemplo, isto posso-lhe dizer… Se
eventualmente virmos que por parte da Escola não há muita abertura,
ou se nos dizem que, e nos encaminham diretamente para a Câmara,
porque isto tem de ser feito diretamente com a Câmara, logo aí
faremos… Julgo que é por aí, julgo que faz mais sentido por aí.
(comunicação pessoal, 2012)
Desta forma, do ponto de vista das Famílias, a relação Autarquia – Escola –
Famílias não é uma relação consumada, pelo que a sua participação nos Programas
CASE e AEC não se tem feito nem sentido, sendo estes um dos pontos de buscar e de
melhoria para o futuro.
Discussão dos Resultados.
Em relação aos resultados alcançados, os Programas CASE e AEC são aqui
analisados mediante três pontos de vista distintos: a Autarquia (2 técnicas, uma por cada
Programa); a Escola (2 Professores, membros da Direção de Agrupamentos); e a
Família (pai e membro de uma Associação de Pais e Encarregados de Educação). Estes
resultados vão ser discutidos a dois níveis distintos – a caracterização do Programa
(atividades, formas de gestão e avaliação) e as relações criadas entre os três vértices
(participação da Autarquia, envolvimento da Escola e implicação da Família).
No que toca às características dos Programas, os intervenientes referem as
mesmas ideias: são Programas essenciais, que promovem o desenvolvimento das
crianças, e que lhes proporcionam momentos de ludicidade essenciais ao seu progresso.
As técnicas da DASE responsáveis pelos Programas começam por referir que
Do meu ponto de vista tem a ver com os princípios orientadores para
os quais nós, nos pressupostos básicos, tem um bocadinho a ver com a
questão da ludicidade, da livre escolha e em termos da educação não
formal, e que os miúdos no tempo em que estão na escola tenham
qualidade de vida, é gerir a permanência das crianças durante aquele
tempo em que estão na escola. O Programa do Pré-Escolar responde
muito também, vem de encontro àquilo que tu falaste das famílias…
(comunicação pessoal, 2012)
91
e remetem para seus os princípios orientadores, como aponta uma das técnicas
inquiridas “Os Programas em Cascais, não têm a ver com os Programas como o
Governo e as Politicas os definiu (…) Tem a ver com as nossas lógicas (…) Penso logo
nos princípios orientadores.” (comunicação pessoal, 2012), o que distingue as atividades
em Cascais das atividades nos outros concelhos. Um dos Professores entrevistados diz
claramente que “Eu acho que são Programas essenciais, acho que são…” (comunicação
pessoal, 2012), focando a importância que estes têm tido nas Escolas e para as crianças.
Esta importância e necessidade são partilhadas também pelo pai entrevistado, que refere
que “Portanto quer a Componente de Animação Socioeducativa, quer as Atividades de
Enriquecimento Curricular, são muito importantes na formação do aluno, assim como
um suporte para a Família, portanto uma delas obviamente que atende…” (comunicação
pessoal, 2012). Assim, fica demonstrado que, de facto, no concelho de Cascais, os
principais intervenientes desta relação (Autarquia, Escola e Famílias) partilha a visão
acerca dos Programas CASE e AEC, conferindo-lhes o mesmo peso quer no que toca ao
desenvolvimento das crianças, quer também ao nível do apoio às Famílias, enaltecendo
as particularidades dos Programas em Cascais.
Em relação às atividades desenvolvidas, são mencionadas de igual forma, o que
deixa notar que de facto é geral o conhecimento e envolvimentos nos Programas; a
Autarquia refere que
Porque o despacho que nos orienta diz que sim há uma oferta
educativa que tem que acontecer, não é?! E que define que no ensino
curricular acontece existir Inglês, Atividade Física, ensino da Música,
portanto uma série de áreas no despacho que enriquecem o currículo.
Nós para além das áreas que existem integramos outras áreas e
estamos tão preocupados com as ofertas como preocupados com os
modelos de trabalhos, os Projetos que as pessoas podem desenvolver,
porque eu acho que de facto há uma forma diferente de ver as coisas,
não é? Porque nós até queremos desvincular a… Não existirem
necessariamente aquelas atividades que o Ministério nos obrigada a
ter. Nós até temos aquela oferta, não é, porque ela é obrigatória, mas a
oferta para o enriquecimento curricular não surge exclusivamente pela
oferta, surge quando se criam dinâmicas de trabalho, quando as
pessoas conseguem de facto estar a trabalhar em Projeto, envolver as
Famílias, criar outros pressupostos… De facto o nosso
Enriquecimento Curricular está muito para além do despacho, eu acho
que o isso é que dá alguma identificação há Intervenção Educativa que
Cascais faz não é?! (comunicação pessoal, 2012)
a Escola acrescenta, pela voz dos dois Professores, que
92
Entre AEC e CASE, eu diria que as AEC estão mais
compartimentadas, mais em áreas não é?! O Inglês, o Desporto… A
CASE ou o CASE, a componente da CASE acho que vai mais para
trabalhar de facto a ludicidade e para trabalhar a livre escolha, e para
trabalhar, para desenvolver outras capacidades, que são muito
importantes nos miúdos e que se calhar os monitores mais facilmente
chegam lá, enquanto que nas AEC as coisas estão mais
compartimentadas, acabam por (…) Exatamente, a barreira entre o
escolar e o lúdico é mais ténue do que nas CASE, e anda-se ali
muito… Facilmente se pende para o outro, para a escolarização,
porque é mais organizada, e é mais… Não quer dizer que as outras
não sejam, até porque desenvolvem outras capacidades que são muito
importantes, e que todas variam da escolarização. (comunicação
pessoal, 2012)
Porque temos aqui a participação e a articulação intima com o inglês,
porque nós vamos levar miúdos lá fora e portanto precisamos que eles
saibam alguns inglês, temos aqui os professores de inglês das AEC
perfeitamente integrados dentro do projeto, temos os professores de
expressões perfeitamente integrados, temos os professores de
expressões físico-desportivas integrados por causa dos jogos
tradicionais, das danças e tudo o mais que possa ser relevante...
(comunicação pessoal, 2012)
Já a Família, através do Pai inquirido, acrescenta que
Ou seja, enquanto que as CASE tentam ajudar as Famílias através
daquele prolongamento que há de horário, através de jogos, de
brincadeiras, de forma a que as crianças fiquem ocupadas até ao
momento em que as Famílias as vão buscar, tudo é fundamental, isso é
fundamental. E é um suporte muito grande à Família. As AEC já não,
já são um complemento às aulas, ou seja é uma continuação do que é
lecionado no período normal das aulas, não é!? Através de, de…
Enfim, línguas estrangeiras, música, ou de outras expressões plásticas,
e isto é igualmente importante para a formação de uma criança, é
fundamental não é?! (comunicação pessoal, 2012)
Também aqui, fica apresentada uma visão partilhada pelos intervenientes em
relação ao que é desenvolvido nos Programas, em relação à sua importância e
singularidade, ficando subjacente a ideia de que, a este nível todos estão envolvidos e
têm conhecimento do que se passa nestes momentos.
Em relação à gestão dos Programas, há uma disparidade entre o envolvimento da
Autarquia e da Escola para com o envolvimento das Famílias; as duas primeiras estão
plenamente integradas na direção das CASE e AEC, enquanto as terceiras encontra-se
mais à parte deste ponto. As técnicas da Autarquia referem que “São Programas que
funcionam em parcerias, mas no seu plano na fase de replaneamento, que é na fase final
93
do ano lectivo, tudo aquilo que possa ser feito para que recomece no ano seguinte.”
(comunicação pessoal, 2012) e que
O que foi falado, em termos de gestão pedagógica a forma, uma das
formas de como eu estou a dizer vamos fazendo é ao longo do ano
com entidades parceiras novamente e com Agrupamentos de Escola,
na alteração de acordos de parceria, que são os documentos
reguladores do funcionamento de ambos os Programas.”
(comunicação pessoal, 2012)
acrescentando a Escola, através dos Professores, que
Ao promover reuniões com todos os Agrupamentos e todos os
parceiros, acaba também para nós por ser um espaço de partilha e de
melhoramentos, não é, a nível de práticas, que eu depois, o que é que
tento fazer, normalmente tento nessas reuniões levar as minhas
coordenadoras de estabelecimento, que depois farão nas Escolas, a
ponte com os professores e os parceiros que estão lá no terreno, não é,
os monitores das AEC… Portanto essa tem sido a minha linha de
trabalho para que… Eu também acredito muito na partilha de
experiências e na construção de… Eu acredito muito na partilha!
(comunicação pessoal, 2012)
É cada vez mais minucioso, cada vez mais… mais integrado, mais
articulado, mais cooperativo. Eles têm que cooperar muito uns com os
outros, por exemplo a nível da supervisão das AEC, aquela meia hora
que foi institucionalizada como supervisão, é um tempo aproveitado
para supervisionar realmente as aulas… (comunicação pessoal, 2012)
fazendo notar que a questão das parcerias é uma questão relevante tanto para a primeira
como para a segunda, sendo o ponto alto da parceira os momentos de planeamento e de
gestão dos Programas. Já as Famílias, são deixadas de fora, como refere o pai
entrevistado
Sim, se bem que tenho que chamar a atenção para uma coisa: a meu
ver, quando nós falamos da Câmara Municipal, da Escola e da
Família, tudo isto deveria funcionar num princípio de vasos
comunicantes, não é?! Ou seja, em que haja aqui uma partilha de
informação, em que hum… Estes três pilares, digamos assim,
deveriam ser estes três pilares que sustentavam ou deveriam sustentar
todos estes Programas. Ou seja, o que eu digo aqui é que as famílias
são um pouco deitadas para trás, no sentido em que não são
envolvidas nos Programas. Eu pelo menos falo, e como Associação de
Pais, gostaríamos muito de ser envolvidos. Porque ao fim e ao cabo
nós representamos os Pais e as Famílias, portanto eu julgo que faria
algum sentido, já não digo todo o sentido, que nós fossemos
envolvidos na planificação, porque ao fim e ao cabo nós temos alguns
inputs… Já não, não podemos ser interpretados somente como o grupo
94
de pessoas que está a exigir, e que quer que se faça isto, ou daquela
forma, e que os filhos tenham, as atividades… (comunicação pessoal,
2012)
Mesmo a participação nos momentos cruciais dos Programas não seja
consensual, e as Famílias apareçam aqui como o ator deixando de fora, a avaliação
positiva em relação aos Programas é comum aos seis entrevistados: a Autarquia
referencia a questão da avaliação partilhada e refletida dos Programas com os parceiros,
em que “No início do ano lectivo, em que nos sentamos todos, conversamos sobre o que
costumamos, fazemos propostas novas em termos de Projeto (…) com algumas
singularidades e especificidades de Cascais.” (comunicação pessoal, 2012), e alerta para
o caminho que ainda há a percorrer; a Escola remete para o caminho já percorrido e para
o sucesso das atividades, como menciona um dos Professores entrevistado “eu faço uma
avaliação muito positiva, eu acho que se tem feito um caminho muito grande…”
(comunicação pessoal, 2012). Em termos da avaliação que é realizada, esta passa por
conversas informais ou por reuniões promovidas pela Direção de Agrupamento e pela
DASE. Por sua vez, as Famílias enaltecem a forma como os Programas têm vindo a ser
desenvolvidos, como eleva o pai
O Programa, eu tenho que enaltecer, eu tenho que enaltecer esta, a
Câmara de Cascais, porque a Câmara de Cascais tem este Programa
que é extraordinário, as AEC, e… E eu julgo que, tenho sérias dúvidas
que muitas outras, que haja esta política, que seja massificada por
todas as outras edilidades por este país fora. Tenho é receio do que é
que vá acontecer… Tenho receio do que vá acontecer, agora para mim
são questões, são questões de… Faço um saldo muito positivo, pois
têm mostrado uma grande pro-atividade nesta área, hum…
Basicamente é isto! (comunicação pessoal, 2012)
Ao nível da avaliação das CASE e das AEC, fica mais uma vez demonstrada a
relação que se cria entre a Autarquia e a Escola, pelo que as Famílias entram neste
triangulo apenas através da auscultação feita acerca do grau de satisfação com os
Programas, proporcionada através das fichas de opinião distribuídas pela DASE, em que
de facto, como refere a Autarquia “Um sistema de monitorização e avaliação… Sim de
facto na CASE… Em termos das AEC têm também os… Desde já a questão dos RSF,
vocês também estão a tentar fazer algum estudo de opiniões” (comunicação pessoal,
2012), acrescentando que de facto é a única forma de envolvimento que os pais têm
“Efetivamente para nós Autarquia, eu acho que, não sei, dentro destes Programas não,
95
para além das fichas de opinião onde de facto nós vamos perceber o grau de satisfação
das Famílias, não sei se…” (comunicação pessoal, 2012).
No que concerne às relações criadas, a Autarquia assume que, da sua parte, a
proximidade criada é para com as Escolas, já que mesmo ao nível das Entidades
parceiras, são estas que estão contempladas. O desenvolvimento ao nível dos Programas
põe em relação estas duas entidades, como refere uma das técnicas
Se há áreas onde há uma planificação do papel de cada um, da
responsabilidade de cada é de facto na questão da participação das
escolas, não é?! O estar comigo… De facto o acordo das AEC a esse
nível nem sofreu grande alteração de facto, há direitos, há
responsabilidades, há compromissos que de facto são da Escola,
outros que são da entidade parceira, outros que são da Autarquia,
outros que são comuns e partilhados… (comunicação pessoal, 2012)
que afirma perentoriamente que “Sim estamos à procura, experimentamos já algumas
coisas, já melhorar outras, e ela é efetiva de facto, a participação!” (comunicação
pessoal, 2012). Esta relação é tão próxima tanto do lado da DASE como também do
lado da Escola, que refere a proximidade à Câmara como ponto-chave dos Programas
CASE e AEC – um dos entrevistados refere que
Eu estou a falar mais em termos aqui de Direção, que é onde eu estou,
a minha preocupação tem sido cooperar sempre muito com a Câmara,
com a Divisão de Educação, porque eles de facto têm Programas
fantásticos, e estão a tentar ter uma visão do concelho e, e…
(comunicação pessoal, 2012)
Ao nível da relação criada com as Famílias, a Autarquia refere que esta não é
uma das suas prioridades, sendo que o envolvimento de facto acontece através do estudo
de opinião, referindo uma das técnicas que “Efetivamente para nós Autarquia, eu acho
que, não sei, dentro destes Programas não, para além das fichas de opinião onde de facto
nós vamos perceber o grau de satisfação das Famílias, não sei se…” (comunicação
pessoal, 2012). As técnicas da Câmara referem também que “Olha não sei, eu por acaso
não tenho uma reflexão muito, muito elaborada sobre as Famílias… Eu acho que para
mim é muito claro que a Família tem de ter uma relação muito direta e efetiva e
sistemática com a Escola, isso para mim é muito claro não é?!” (comunicação pessoal,
2012), deixando antever que de facto esta proximidade Autarquia – Famílias não seja
prioritária, mas que este envolvimento aconteça mais pela mão das Escolas, como refere
umas das técnicas entrevistadas “têm inclusive atividades em que há participação dos
Pais, efetiva participação dos Pais… E não é uma coisa pontual, faz parte de facto…
96
Agora não é generalizada, e vamos sabendo isso por aí…” (comunicação pessoal,
2012). A única situação em que ressalvam uma maior proximidade entre a Autarquia e
as Famílias é em situações de conflito
Percebo que muitas vezes quando há uma situação de conflito que
extravasa aquele contexto local do coordenador de Escola e da
entidade parceira aí eles recorrem a nós quando querem… Há de facto
algumas Associações de Pais e alguns Pais que são críticos no bom
sentido e que recorrem à Câmara para pedir ajuda, para pedir
informações, pedidos de esclarecimentos, mas não sei o que é que nós
Câmara podíamos criar e desenvolver relativamente às Famílias,
dentro destes Programas não sei, não tenho uma reflexão muito,
muito…(comunicação pessoal, 2012)
e nos momentos de mostra de trabalhos anuais
Em relação ao Pré-Escolar um dos momentos que poderás considerar
como, foi aquela mostra que se fez num ano de Projetos pontuais e
que esteve por um período de fim-de-semana, em que a Família se
quisesse poderia estar, poderia acompanhar o seu filho, mas a…
(comunicação pessoal, 2012)
No que toca à relação criada entre a Escola e a Família, a mesma é mais estreita
do que com a Autarquia: a Escola reconhece que esta proximidade tem vindo a ser
fomentada, e é um dos objetivos para o futuro, como refere um dos Professores
entrevistado
Agora, da parte dos pais, acho, na parte do planeamento, acho que
ainda não está bem fomentado. Nós temos aí uma Associação de Pais
que se calhar se encaminha para isso, e eu sei que tem muitos
contactos com a, com a coordenadora de parceiros no terreno, e
muitas reuniões, que essa coordenadora vai-me dando conhecimento,
dando feedback, mas só numa Escola, nas outras, ainda… Essa parte
dos Pais se envolverem no planeamento, isso ainda não está muito
determinada, ainda é uma ou outra sugestão, talvez numa das Escolas
que nós temos, ali na Raúl Lino, se encaminhe para isso, porque já…
É uma Associação que começou este ano, há pouco tempo, e está
muito interessada em saber como é que faz, em sugerir, e sei que têm
tido várias reuniões com o parceiro e com a coordenadora de Escola,
no sentido de também se envolver, não é?! (…) Tanto que as
avaliações que nós fizemos no início, que fazíamos ao inicio aos pais,
que não era aquele livrinho da Câmara, uma das coisas que os pais nos
diziam era que tinham pouco conhecimento do que se fazia, alguns
pais que faziam essa avaliação, e tem havido essa preocupação de
mostrar aos pais o que é que se faz nas CASE e nas AEC, chamando-
os lá no dia do Pai, no dia do Avô, no dia da Avó, pronto, nas
festinhas de… (comunicação pessoal, 2012)
97
acrescentando o outro que
As famílias desde sempre têm tido uma importância relevante,
primordial para o Agrupamento de Escolas de Alvide. (…) Ainda
agora nós fizemos inquéritos para estudo de, de, de satisfação e os pais
conhecem a figura do coordenador pedagógico das AEC e o
coordenador de terreno das AEC. Alguns deles até já contactam
diretamente com o coordenador de terreno, alguns deles até já
contatam diretamente com o professor das AEC da área que querem,
de que querem falar. (…) Já, já… já vão até, inclusivamente, na
planificação de atividades, sim, já. (comunicação pessoal, 2012)
Podemos então afirmar que, de facto, a participação das Famílias nos Programas
faz-se através da relação criada com as Escolas, como refere um dos Professores
entrevistado “Por isso existe uma relação muito íntima dos pais com as escolas.”
(comunicação pessoal, 2012).
Já do ponto de vista das Famílias, ao pai entrevistado refere que, de seu
conhecimento, esta relação não tem sido tão próxima como mencionam as técnicas da
Autarquia e os Professores
Ou seja, em que haja aqui uma partilha de informação, em que hum…
Estes três pilares, digamos assim, deveriam ser estes três pilares que
sustentavam ou deveriam sustentar todos estes Programas. Ou seja, o
que eu digo aqui é que as famílias são um pouco deitadas para trás, no
sentido em que não são envolvidas nos Programas. (comunicação
pessoal, 2012)
e que a participação nas atividades dos Programas não tem acontecido, pelo menos no
seu caso, não querendo excluir essa hipótese
Não... Não quero dizer que, não posso assegurar que nunca tenha
havido, agora eu nunca participei, e posso assumir que sou um pai de
alguma forma participativo e interessado, portanto se não fui ou por
algum motivo ou que por razão maior me impediu de estar presente,
mas não tenho ideia, não tenho ideia… (comunicação pessoal, 2012)
No que toca à possível triangulação de relações Autarquia – Escola – Família, a
primeira remete apenas para a relação direta com a Escola, uma vez que em termos de
competências e da própria legislação é esta parceria que está determinada e não com as
Famílias, como refere uma das técnicas da DASE
E agora, eu acho que também tem muito a ver com a proximidade que
também temos das próprias Escolas e das próprias relações que se
criam com as Escolas e com as Instituições Parceiras, não é?! De facto
muito antes de os Programas existirem, por outros Projetos já havia
98
aqui uma relação com as Entidades Parceiras e com as Escolas de
outra forma não é?! E sempre também se vinculou muito esta questão
de “estejam em conjunto, articulem em conjunto”, tem um bocadinho
a ver com a forma, naquilo em que acreditamos de facto que deve
acontecer no espaço Escola e como deve acontecer, e que não é só
como vem no despacho do Ministério da Educação e ponto! Extravasa
além disso, implica estar com, cooperar com, não é… (comunicação
pessoal, 2012)
Já para as Escolas a relação com a Autarquia está consolidada, sendo a
proximidade à Família um dos aspetos a desenvolver, como referem os dois
Professores:
Com a Autarquia, sim, embora com os Pais ainda haja, sobretudo
aqueles que entram no primeiro ano e que não vêm das nossas, dos
nossos CASE, não têm muito bem a noção de quem está por trás, de
que (… ) Pois, essa parte da Família nesse, nesse planeamento não
tem estado muito presente no nosso Agrupamento, mas acho que de
facto era importante. Com as Autarquias tenho estado, até porque
também me interessa saber da avaliação, desse planeamento, e depois
tirar as conclusões. (comunicação pessoal, 2012)
É muito difícil. Eu julgo que é muito difícil para a população em geral
olhar para a Autarquia e ver todas as dimensões que uma Autarquia
hoje em dia tem. Geralmente quando se olha para uma Câmara
Municipal é por causa de licenças, de impostos ou de inspeções ou de
qualquer coisa do género. Muitas vezes esquecemos que as Câmaras
Municipais têm um departamento de Educação, tratam de assuntos
relacionados com as escolas, que têm outros departamentos. Portanto
a população em geral quando olha para uma Câmara fica com o pé
atrás, porque ou é para pagar ou é para pedir alguma licença ou é para
fazer alguma coisa e é só papelada. Por outro lado, não é um caminho
muito fácil fazer chegar a população a uma Autarquia através de uma
escola, até porque a própria população será a primeira a separar águas:
eu à Autarquia vou fazer isto, isto e isto e à escola vou fazer aquilo,
aquilo e aqueloutro, coisas completamente diferentes. Ora,
ultimamente não se tem notado isso, até porque como por exemplo
com o programa de gestão de refeições escolares a Autarquia está
muito envolvida e as escolas também e portanto tem havido uma
aproximação, por vezes não pelo lado mais positivo, com resultados
negativos entre a escola, entre a escola não, entre a Câmara Municipal
e as famílias com a pedido quer de uns quer de outros a intermediação
da escola. (…) Tem aproximado os pais da Autarquia, muitas vezes
com este terceiro elemento à mistura que é a escola e que vai
mediando os conflitos, mas o que é facto é que já se começa a
perceber que existe uma relação muito mais íntima do que aquilo que
poderia parecer entre as escolas, entre as EB1 e a Câmara Municipal.
Portanto os pais começam-se a aperceber desta relação, começam-se a
aperceber que existe aqui qualquer coisa que os liga. No futuro nós
99
esperamos que seja cada vez mais, porque a Câmara Municipal, como
lhe disse, com as iniciativas que tem tido, com o portal na internet, de
educação, onde vai ser possível cada turma ter a sua página, cada
escola ter a sua página, os pais acederem aos trabalhos dos meninos,
os pais acederem a informações variadas sobre todas as escolas e toda
ofertas de ensino do Conselho, tudo isto vai ligar muito os pais à
escola através de uma Autarquia, como é obvio. Portanto há trabalhos
que se estão a fazer e que no futuro irão dar resultados muito mais,
muito mais fortes, estreitar laços entre a população, a Autarquia e as
escolas. Não deixará nunca de ser um triângulo, como é óbvio até
porque cada um terá o seu papel a desempenhar, mas de qualquer
maneira vamos começar a entrar numa fase em que quando se pensa
num pensa-se automaticamente no outro. (comunicação pessoal, 2012)
Também para as Famílias, esta maior proximidade à Câmara e às Escolas,
através do envolvimento nos Programas CASE e AEC é um dos objetivos procurados,
como refere o pai entrevistado
Enfim, vamos primeiro, até por uma questão de aproximação, e de ser
a entidade que nos faz chegar toda a autonomia e todo o planeamento,
portanto vamos questionar, tentar primeiro através da Escola, fazer a
nossa abordagem, mostrar a nossa disponibilidade para colaborar na
planificação, no próximo ano por exemplo, isto posso-lhe dizer… Se
eventualmente virmos que por parte da Escola não há muita abertura,
ou se nos dizem que, e nos encaminham diretamente para a Câmara,
porque isto tem de ser feito diretamente com a Câmara, logo aí
faremos… Julgo que é por aí, julgo que faz mais sentido por aí. (…)
Agora como Associação de Pais, obviamente sem tirar a camisola de
pai, mas quer dizer, acho que gostaríamos de tomar uma ação mais
participativa, percebe?! E era isso que eu acho que havia de acontecer,
agora eu não sei se isto é possível, não somos porque não devemos de
ser, porque é mesmo assim, porque o Programa é pensado desta
forma… (comunicação pessoal, 2012)
Resumindo, ao nível da caracterização dos Programas, as três partes
intervenientes (Autarquia, Escola e Família), pela voz dos entrevistados, apresentam
ideias e visões concordantes, no que toca à importância destes dois programas, às
atividades desenvolvidas e ao balanço que fazem: os Programas CASE e AEC são um
fator bastante importante, quer ao nível do desenvolvimento cognitivo e pedagógico das
crianças, quer como forma de apoio aos pais, no prolongamento de horário, quer como
tempo de ludicidade e livre escolha para os participantes. Pesem embora as atividades
desenvolvidas no âmbito dos Programas estejam de acordo com as determinações do
Ministério, é unanime para as três partes que, no concelho de Cascais, os Programas
100
privilegiam de características únicas, especiais, que os tornam de facto em Programas
singulares e relevantes na oferta educativa concelhia.
A rede de parceiras surge como o ponto principal na gestão dos Programas, pelo
que a Autarquia e as Escolas promovem em conjunto a sua gestão pedagógica, seja nos
momentos-chave (planeamento, execução e avaliação), seja ao longo do ano letivo, em
que vão estando juntos em diversos momentos, para reflexão acerca do progresso das
atividades, acerca da avaliação e do replaneamento a fazer para o ano seguinte, fazendo
desta gestão uma gestão partilha pela Câmara e pelas Escolas, em que a primeira tem
um papel de promotora e a segunda de executora, mas sempre numa lógica de trabalho
em conjunto.
Quanto às Famílias, no que toca à sua participação na gestão dos Programas, a
mesma ainda não funciona em pleno, pelo que, até ao momento a sua participação
cinge-se quase apenas à satisfação conferidas através das fichas de opinião distribuídas
pela Autarquia. Junto das Escolas, a sua participação já começa a ser maior,
envolvendo-se nos trabalho realizados nos tempos dos Programas, e nas mostras anuais
desses mesmos trabalhos.
As relações criadas, especialmente ao abrigo das CASE e AEC denotam, desta
forma, dois eixos distintos: a relação Autarquia – Escola e a relação Escola – Família,
faltando ainda alguns avanços para que esta relação seja triangulada entre as três partes
(Autarquia – Escola – Famílias).
Conclusões.
O Projecto de Investigação levado a cabo no decorrer deste ano letivo, no âmbito
do Estágio Curricular realizado procurou então responder às questões de investigação
idealizadas e aos objetivos traçados. Assim, para apresentar as conclusões possíveis
através do trabalho concretizado, vai ser apresentada uma relação direta entre as
questões e os objetivos, com as respostas alcançadas.
Assim, à questão colocada Quando se iniciaram, como se têm vindo a
desenvolver e quais as perspetivas futuras para os Projetos de CASE e de AEC? posso
concluir que os Programas começaram em 2006, na sequência do despacho do
Ministério acerca das CAF, concretizando-as a Câmara Municipal de Cascais ao nível
das CASE e AEC, ressalvando aqui a ideia de que esta era já uma preocupação da
Autarquia, que estava já atenta a estas necessidades. Os Programas têm vindo a ser
101
desenvolvidos mediante os seus princípios de orientação pedagógica, de forma singular,
e sempre em contacto direto com o terreno, numa gestão de parcerias e de rede, em que
todos (Autarquia, Escolas, Parceiros) têm um papel preponderante a desempenhar. De
futuro, as perspetivas para estes Programas passam por uma maior promoção do
trabalho em articulação, pela integração das atividades feita de forma plena na Escola,
ao nível do Projeto Educativo do Agrupamento, do Plano Anual de Atividades e ao
Plano Curricular de Turma, e que a questão da livre escolha, do tempo livre e de lazer e
da ludicidade sejam conceitos-chave para o desenvolvimento das crianças nas CASE e
AEC.
Respondendo à questão Estes Projetos influenciam o repensar da oferta
educativa? sim, os Programas têm vindo cada vez mais a ser parte integrante da oferta
educativa, de forma mais consolidada, uma vez que atualmente já influenciam as
atividades das Escolas, já foram alcançadas visões integradoras, que relacionam o
currículo escolar das crianças com os próprios Programas.
Indagando o papel dirigente da Autarquia nesta matéria, a Câmara Municipal de
Cascais tem, no âmbito dos Programas, um papel central na consecução dos mesmos,
sendo o promotor principal das CASE e AEC. É também a Autarquia que promove as
sessões conjuntas de trabalho com os Parceiros e com as Escolas, no intuito de procurar
a sua integração pedagógica e a visão e trabalho conjunto de todos.
Considerando a intervenção da Autarquia ao nível do exercício da influência da
autoridade posso concluir que a forma de intervenção em relação aos Programas e à sua
gestão é bastante integrado, no sentido em que a DASE não se limita a ditar as formas
de desenvolvimento das CASE e AEC, mas sim em conjunto com os restante atores,
promove um desenvolvimento conjunto, assente numa visão partilhada e refletida de
igual forma, pelo que a influencia que exerce vai no sentido da partilha e da participação
conjunta de todos os envolvidos (Parceiros e Escolas), exercendo a sua autoridade no
sentido de conseguir que todos se envolvam da mesma forma.
Respondendo à questão referente ao papel das Escolas e das Famílias nesta
gestão, confere aqui dois papéis distintos: o das Escolas, mais ativo; e o das Famílias,
mais passivo. As primeiras com um papel plenamente integrado na gestão dos
Programas, uma vez que, como já referido, esta gestão é feita ao nível das parcerias,
onde todos dão o seu contributo, e sendo um dos parceiros da Câmara Municipal de
Cascais os próprios Agrupamentos de Escolas, estão envolvidos em todas as fases dos
Programas, quer no que toca ao planeamento, desenvolvimento e avaliação, quer no que
102
toca à gestão in loco das atividades. O papel mais passivo das Famílias deve-se ao facto
de até ao momento ainda não terem sido chamadas a intervir e a contribuir na gestão dos
Programas, até porque esta participação não está de todos prevista nem por legislação,
nem na conceção dos Programas pela Autarquia.
A última questão da investigação é Como se relacionam entre si estes três atores
(Autarquia – Escolas – Famílias)?, sendo que, mediante o que já foi explorado e
referido neste Projeto, este triângulo relacional ficou desmontado em dois eixos: a
relação que a Autarquia mantém com as Escolas, uma vez que são parceiros e trabalham
de forma integrada para o desenvolvimento dos dois Programas; e a relação Escola –
Família, mais próxima, já que é a Escola que apela à participação e envolvência dos pais
nas atividades dos seus filhos.
Relativamente aos objetivos traçados para este estudo, considero que estes foram
alcançados com sucesso, tanto no que diz respeito aos objetivos específicos como ao
geral.
Em relação ao primeiro objetivo específico, Conhecer a visão da Autarquia
relativamente aos Programas CASE e AEC, a CMC, através da DASE, tem uma visão
integradora dos Programas, e procura o seu desenvolvimento de forma participada e
integrada. A Autarquia demonstra uma forte preocupação e atenção à oferta existente a
este nível, realizando um trabalho contínuo de melhoria, focando-se em especial dos
momentos-chave dos Programas (planeamento, execução e avaliação). Os princípios de
orientação pedagógica e as questões da ludicidade, livre escolha e tempo livre e de lazer
são os fatores principais a ter em conta nas medidas e posições que tomam, não só
nestes momentos, como também ao longo do ano, em todos as questões que envolvem
as CASE e AEC, sendo as parcerias e o trabalho em conjunto com a rede de Parceiros e
os Agrupamentos-Escola a característica principal da sua singularidade.
Para o objetivo Analisar o papel da Autarquia neste âmbito, as conclusões
surgem ao nível do papel de promotor dos Programas CASE e AEC. Neste nível, a
Autarquia tem um papel central, o de, em conjunto com os parceiros, monitorizar os
Programas. Mas este papel é dividido com a rede de parcerias, que não deixadas nunca
de fora das principais questões que envolvem o decurso das CASE e AEC. Assim, pese
embora se possa afirmar que a DASE tem um papel principal e participativo nos
programas, os mesmos não se desenvolvem apenas a partir da Autarquia.
No objetivo Examinar os modos de gestão dos Programas a resposta emergente
vem exatamente da questão da rede de Parceiros e dos momentos de partilha e reflexão
103
conjunta das CASE e AEC no concelho, portanto da gestão integrada dos mesmos. A
Autarquia tem, a este nível, uma visão integradora da oferta dos Programas, procurando
sempre um sentido de unicidade e inclusão, promovendo na sua rede o trabalho em
grupo, a união e a promoção de objetivos em comum, sendo esta gestão feita portanto
de uma forma participada e participativa, com todos os intervenientes a participar. Os
principais momentos de gestão dos Programas são os de planeamento, execução,
avaliação e replaneamento que a Autarquia faz dos mesmos todos os anos. Ao nível do
replaneamento, no final de cada ano letivo é feito um momento de avaliação conjunta
com os Parceiros, em que se apontam os aspetos positivos e negativos, as oportunidades
e constrangimentos, e, mediante as conclusões a que cheguem, é repensada a oferta
educativa das atividades para o ano seguinte. Neste momento, as questões
preponderantes para o pensar e repensar dos Programas, para a Autarquia, são ao nível
da integração pedagógica e da plena introdução dos conceitos de Escola a Tempo
Inteiro, Livre Escolha, Tempo Livre e Lazer e Ludicidade.
Ao Compreender os efeitos dos Programas nas relações/ proximidade às
Escolas e às Famílias, a resposta encontrada remete-nos para dois níveis de relação
distintos, através de participações diferentes nos Programas: por um lado, a Escola, que
tem plena participação, que é parceira da Autarquia em todos os aspetos dos Programas,
e que é parte ativa do planeamento, desenvolvimento, avaliação e replaneamento do
mesmo. A Escola é portante um parceiro integrado nos Programas, chamada a participar
pela própria Autarquia, já não acontecendo o mesmo ao nível das Famílias. Estas
surgem aqui como um participante mais passivo, no sentido em que a própria Câmara
não tem delineado nenhuma forma mais ativa de integração das Famílias nas CASE e
AEC. A este nível, até ao momento elas foram chamadas a participar apenas num
aspeto: para auscultação da sua satisfação com os Programas, através da ficha de
opinião distribuída. Já pela mão da Escola, as Famílias são chamadas mais vezes a
intervir, não sendo no entanto uma intervenção generalizada, pelo que se faz mais nos
momentos de apresentação de trabalhos, e nalgumas situações mais pontuais. De facto,
o desenvolvimento e aposta nestes dois Programas no concelho têm vindo a aproximar
cada vez a Autarquia à Escola e às Famílias. Assim, os primeiros dois estão em plena
relação, já que são parceiros nas CASE e AEC e, como já ficou demonstrado, estes
Programas são fruto do seu trabalho conjunto. Em relação às Famílias, pese embora a
sua participação ativa neste âmbito não seja ainda plena, tem havido uma aproximação
maior por meio das atividades, sendo esta pretensão tanto das Escolas como dos pais
104
para o futuro, pelo que, de facto, a sua relação é mais distante, fazendo-se por
intermédio da Escola.
Relativamente ao objetivo geral deste Projeto de Investigação, Descrever e
Analisar a forma como a Câmara Municipal de Cascais, através da Divisão de
Intervenção Educativa e Ação Social Escolar (DASE) do Departamento de Educação
(DED), se envolve na direção e gestão dos Projetos de Atividade de Enriquecimento
Curricular (AEC) e de Componente de Animação Socioeducativa (CASE), a conclusão
possível mediante o trabalho desenvolvido é que a Autarquia, como principal promotora
dos Programas CASE e AEC está plenamente envolvida na oferta concelhia que faz.
Pese embora a sua gestão seja feita de forma partilhada e integrada com os Parceiros, é
ao nível da DASE que são estabelecidos os princípios orientadores, os objetivos para os
Programas, e que é feita a operacionalização das ofertas das atividades. Para tal, é
fundamental a relação estreita criada com as Escolas, e a sua gestão conjunta e os
momentos de partilha e reflexão, de avaliação e de replaneamento das CASE e AEC. A
este nível é também essencial a auscultação feita às Famílias, por meio das fichas de
opinião enviadas. No entanto, no que toca à participação e envolvimento dos pais, ainda
nãos e fazem de forma plena, até porque em termos de legislação, não está previsto que
se faça. Portanto, pese embora de facto os Programas CASE e AEC em Cascais tenham
um sentido muito próprio e singular, que é reconhecido pelas três instâncias,
ultrapassando a Autarquia em muito o que são as suas competências, no que toca à
relação com as Famílias, ainda não existem avanços nesta área. Mas sabem que, através
da intervenção das Escolas, esta participação é cada vez mais conseguida, e que é um
dos objetivos de futuro.
105
Considerações Finais
Para retratar as considerações finais do meu trabalho enquanto mestranda, e de
todo o desenvolvimento académico, profissionais e pessoal durante o ano que passou,
recupero aqui os as finalidades a que me propus alcançar durante este ano de Estágio.
Ao nível d´ O conhecimento, numa organização com fins educativos ou
autarquia, nos seguintes domínios: contexto político e administrativo em que exerce a
sua atividade; princípios, regras e modalidades de funcionamento; modos de
organização e gestão; interação com a comunidade e as entidades locais, durante este
ano pude experienciar, in loco, a prática das políticas educativas e de administração no
caso específico de Cascais, a sua forma de funcionamento e modos de organização e
gestão e a Interacção que têm com o concelho e com os intervenientes ao nível escolar.
Na primeira fase do meu estágio pude observar a forma de condução do trabalho
desenvolvido na DASE, através de uma relação mais próxima com a Dra. Manuela
Correia, e tomar assim conhecimento da visão que esta Autarquia tem para o seu
município, no que concerne à Educação, e quais os seus objetivos para o mesmo. Tive
oportunidade de, neste momento, ambientar-me nas lógicas do trabalho camarário, na
forma como eram conduzidas as atividades, e de contribuir também com os meus
conhecimento proporcionados pela Licenciatura e pelo primeiro ano de Mestrado, e de
perceber e adaptar-me também à sua organização. Pude também tomar conhecimento
mais aprofundado do seu contexto territorial, através da interação que a DASE tem com
a sua comunidade e com as entidades locais com quem trabalho. Depois, ao nível das
atividades desenvolvidas no seio do meu Projeto, em concreto com as equipas dos
Programas CASE e AEC, pude também participar no trabalho que as mesmas fazem,
conhecer mais aprofundadamente os dois e perceber qual a visão que a Câmara tem e o
que pretende desenvolver na sua rede escolar.
Em relação à Experiência do exercício, pelo “estagiário”, das funções de um
técnico superior, na área da administração da educação, através da sua participação
em diferentes atividades desenvolvidas pela instituição onde realiza o estágio, tive a
oportunidade de, durante o decorrer do ano, participar em distintas tarefas diárias da
DASE, e contribuir também com o meu conhecimento enquanto Licenciada aluna de
Mestrado, pelo que pude participar em várias reuniões de trabalhar, promover, no
âmbito das atividades de primeira fase do estágio, atividades de organização e gestão,
nomeadamente ao nível da reorganização dos sectores e da construção e preenchimento
106
de fichas de projeto. Pude também, já no âmbito do meu projeto, participar em
atividades ligadas concretamente com as CASE e as AEC, em especial no que toca ao
estudo de satisfação das crianças e Famílias com os Programas, tendo também um
contributo ao nível do enquadramento deste no âmbito dos próprios Programas.
No que toca à última finalidade a que me propus, O desenvolvimento pelo
estagiário de um pequeno projeto integrado de investigação, tendo em consideração o
contexto de intervenção e o campo de estudos da Política e da Administração
Educacional (questões sobre as organizações, as práticas de gestão, as políticas
públicas), considero que esta finalidade foi alcançada, tendo já exposto anteriormente o
Projeto que desenvolvi no âmbito dos Programas CASE e AEC, acerca das formas de
gestão dos mesmos, e das relações que se criam com a Escola e com as Famílias.
Em suma, este ano de estágio na Câmara Municipal de Cascais, mais
concretamente na Divisão de Intervenção Educativa e Ação Social Escolar do
Departamento de Educação, pude experienciar o que se faz e como se na área da
Administração Educacional, no que toca à organização, à gestão e às atividades
principais.
Os fatores principais que conferem a relevância dada foram: o puder exercer
funções de um técnico superior da área e puder desenvolver o meu Projeto de
Investigação; conseguir fazer a ligação entre o que é aprendido de forma teórica e o que
foi dado e trabalho ao longo dos anos, quer na Licenciatura quer no Mestrado, com a
prática de um técnico superior; e perceber os contributos que temos a dar na área de
trabalho, no âmbito da Administração Local de Educação.
Ao nível do Projeto de Investigação em si, este tornou possível realizar de forma
uma pequena investigação na área de interesse, e perceber como são desenvolvidos os
projetos da própria Câmara, no que toca aos Programas CASE e AEC. Permitiu-me
também aprofundar o conhecimento sobre uma nova área de investigação e de trabalho
na Administração Local da Educação, e perceber como pode um técnico intervir neste
sentido.
Fazendo um balanço final do que foi este ano, do trabalho que desenvolvi, e de
tudo o que fiz ao nível do Estágio e do Mestrado, não posso deixar de começar por dizer
que de facto, e pese embora tenha sido o ano mais trabalhoso destes cinco anos
académicos, foi também o melhor deles, quer a nível académico, quer a nível
profissional, quer ao nível pessoal.
107
A nível académico, senti de fato um crescimento no meu trabalho e empenho,
fruto do peso da responsabilidade de ter de responder às imposições que este grau pede.
O meu empenho e exigência comigo própria e com o meu trabalho foi crescendo
conforme fui avançando no tempo, e fui realizando as atividades, quer ao nível da
DASE, quer ao nível do meu Projeto e Relatório. A preocupação com o produto final,
com a sua qualidade, foi sempre uma constante, e em determinadas alturas foi-me
mesmo impossível avançar, pelo que penso que também faz parte do meu crescimento
aqui o parar e olhar para o que foi feito, ter a capacidade de autocrítica e procurar
sempre melhorar, mas também a este nível sie que de facto progredi, esperando ter
alcançado e demonstrado aqui todo o fruto do meu trabalho, esforço e empenho.
A nível profissional, este ano teve um peso no meu crescimento enquanto
técnica superior, e foi determinante para situar na área. Consegui finalmente perceber,
na prática, os contributos que um técnico de Ciências da Educação, especializado em
Administração Educacional tem a oferecer à área de trabalho, quais os nossos in puts e
mais-valias, aquilo que vimos acrescentar. O meu maior receio era que, a este nível, não
fosse encarada como profissional, mas sim meramente mais uma estagiária, o que não
se confirmou, pelo que de facto me senti plenamente integrada no trabalho da DASE.
Cresci enquanto profissional, pude contribuir enquanto especializada na área, e tive a
sorte de estar inserida num contexto que me permitiu sugar muitos conhecimentos, não
só práticos mas também teóricos.
A nível pessoal, o sentido de responsabilidade e a maturação que este ano me
proporcionou, fez-me crescer; ter que me adaptar a uma realidade desconhecida, ter que
me comprometer, ter responsabilidades para com terceiros, e ter de ultrapassar os meus
medos e receios quanto ao meu valor e trabalho foram os pontos-chave do meu
desenvolvimento durante este ano.
108
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Lei nº1/77, de 6 de Janeiro
Fundo de Equilíbrio Financeiro.
Decreto-Lei nº77/84, de 8 de Março
Estabelece o regime de delimitação e coordenação das atuações da Administração
Central e Local em matéria de investimentos públicos.
Decreto-Lei nº100/84, de 29 de Março
Estabelece o princípio da autonomia das Autarquias Locais e da descentralização da
Administração Pública no quadro global da organização democrática do Estado.
Lei nº46/86, de 14 de Outubro
Lei de Bases do Sistema Educativo, que estabelece o quadro geral do sistema educativo
português.
Lei nº5/97, de 10 de Fevereiro
Estabelece e consagra, na sequência dos princípios definidos na Lei de Bases do
Sistema Educativo, o ordenamento jurídico da educação pré-escolar.
Decreto-Lei nº147/97, de 11 de Junho
Estabelece o regime jurídico do desenvolvimento e expansão da educação pré-escolar e
define o respetivo sistema de organização e financiamento.
Decreto-Lei nº159/99, de 14 de Setembro
Estabelece o quadro de transferência de atribuições e competências para as autarquias
locais, bem como de delimitação da intervenção da administração central e da
administração local, concretizando os princípios da descentralização administrativa e da
autonomia do poder local.
112
Decreto Regulamentar 12/2000, de 29 de Agosto
Fixa os requisitos necessários para a constituição de agrupamentos de estabelecimentos
públicos de educação pré-escolar e do ensino básico, adiante designados por
agrupamentos, bem como os procedimentos relativos à sua criação e funcionamento.
Decreto-Lei nº6/2001, de 18 de Janeiro
Estabelece os princípios orientadores da organização e gestão curricular do ensino
básico.
Decreto-Lei nº7/2003, de 15 de Janeiro
Estabelece os princípios dos Conselhos Municipais de Educação, regulando as suas
competências, a sua composição e o seu funcionamento, e também a Carta Educativa,
regulando o processo de elaboração e aprovação da mesma e os seus efeitos.
Despacho nº12 591/2006, de 16 de Junho
Estabelece as normas a observar no período de funcionamento dos respetivos
estabelecimentos de Educação Pré-Escolar e o 1º Ciclo do Ensino Básico bem como na
oferta das atividades de animação e de apoio à família e de enriquecimento curricular.
Programa de Generalização do Ensino do Inglês no 3º e 4º anos do 1º ciclo do
Ensino Básico, em 2006
Define como primeira medida efetiva de concretização de projetos de enriquecimento
curricular e de “escola a tempo inteiro”.
Decreto-Lei nº75/ 2008, de 22 de Abril
Aprova o regime de autonomia, administração e gestão dos estabelecimentos públicos
da educação pré -escolar e dos ensinos básico e secundário.
113
Despacho nº14460/2008, de 26 de Maio
Define que o Apoio ao Estudo e o Ensino de Inglês se devem tornar obrigatórios para
todos os anos do 1ºCiclo (1º e 2º anos incluídos), e que os agrupamentos de Escolas
possam proceder a uma flexibilização do horário curricular com o horário das AEC.
Decreto-Lei nº144/2008, de 28 de Julho
Desenvolve o quadro de transferência de competências para os municípios em matéria
de educação.
Calendarização
Atividades Set. Out. Nov. Dez. Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul.
1ºFase
Caracterização
CMC/ DASE
Organização
DASE
Programas/
Projetos DASE
Planeamento/
Calendarização
Estágio
Reuniões
DASE
Metodologias
Instrumentos
Matriz Final
Recolha de
dados
Análise
Relatório
DASE
2ºFase
Recolha de
dados AEC
Análise de
dados AEC
Recolha de
dados CASE
Análise de
dados CASE
Produção
Relatório de
Investigação
Revisão
Relatório
Investigação
Entrega
Relatório Final
Estádio / Organização Actual da CMC
Estádio / Organização Actual da DASE
DIVISÃO DE INTERVENÇÃO
EDUCATIVA E ACÇÃO SOCIAL
ESCOLAR
DASE
FICHA DE PLANEAMENTO DE PROJECTO
Duração: Início Fim
Designação
Responsável de Equipa –
Equipa –
Parceiros Envolvidos
Pressupostos para a Realização dos Projectos
Enquadramento:
Descrição Geral (natureza, duração, destinatários):
Objectivo Superior/ Estratégico (para o qual o projecto contribuirá)
Indicadores
Objectivos Específicos/ Operacionais
Indicadores
Resultados
Indicadores
Operacionalização (acções/ actividades programadas)
DASE
PLANO OPERACIONAL
CRONOGRAMA :
Acção / Actividade Quem /com quem
Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4
CUSTOS FINANCEIROS (inscritos em Gop): TEMPO AFECTO:
OUTROS CUSTO (TRANSPORTES, SEGUROS, DIVULGAÇÃO, ETC…): OBSERVAÇÕES:
Data: _____________________
Descrição Valor
Colaborador Extraordinárias
remuneradas
Extraordinárias não
remuneradas
Total
Sector:
Objectivos Estratégicos:
1S 2S 3S 4S 1S 2S 3S 4S 1S 2S 3S 4S 1S 2S 3S 4S 1S 2S 3S 4S 1S 2S 3S 4S 1S 2S 3S 4S 1S 2S 3S 4S 1S 2S 3S 4S 1S 2S 3S 4S 1S 2S 3S 4S 1S 2S 3S 4S
Abr Out NovJan JunFevProjectos/ Técnico Responsável
Plano Operacional 2012
Plano
Ago DezAcções Estratégicas
SetJulMaiMar
DASE
FICHA DE AVALIAÇÃO DE PROJECTO
Avaliação Intermédia Avaliação Final
Duração: Início Fim
Designação
Responsável de Equipa -
Equipa -
Acções/ actividades concretizadas
Resultados
Indicadores
comprovados
Objectivos Específicos/ Operacionais
Indicadores
comprovados
Objectivo Superior/ Estratégico
Indicadores
comprovados
Apreciação Geral
Potencialidades e Forças para a continuidade
Indicadores
Eficiência
Eficácia
Sustentabili-
dade
DASE
PLANO OPERACIONAL - AVALIAÇÃO
CRONOGRAMA :
Acção / Actividade Quem /com quem
Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4
CUSTOS FINANCEIROS (inscritos em Gop): TEMPO AFECTO:
OUTROS CUSTO (TRANSPORTES, SEGUROS, DIVULGAÇÃO, ETC…): OBSERVAÇÕES:
Data: _____________________
Descrição Valor
Colaborador Extraordinárias
remuneradas
Extraordinárias não
remuneradas
Total
DASE - Organização atual
Como é do seu conhecimento, a DASE atualmente organiza a sua intervenção do
ponto de vista funcional por 5 eixos de intervenção, divididos por equipas
sectoriais, e do ponto de vista territorial por técnicos de referência/ agrupamentos.
Organigrama DASE – Eixos de Intervenção
Organização por Sectores/ Projetos
Cada sector faz a gestão de um conjunto de projetos/ programas específicos do seu
eixo de intervenção.
Equipa: Isabel Passarinho
Ana Carolina Crispim
Bárbara Fonseca
Miriam Sampaio
Ana Paula Santos
POJ
Equipa: Beatriz Contreiras
Ligia Prior
Isabel Dias
Equipa: Sofia Rodrigues, Isabel Dias, Maria Beatriz Contreiras, Sílvia Dia, Maria
Assunção Martins , Maria José Pombo, Ana Patrícia Gago, Ana Gil, Ana Almada,
Manuel Galego, Teresa Gonçalves e Ligia Prior
Equipa: Manuela Galego
Ana Gil
Francisco Osório
Teresa Gonçalves
Equipa: Miguel Narciso
Cristina Querido
Irene Santos
Isabel Passarinho
Equipa: Ana Lucas
Susana Oliveira
Marisa Marcko
Equipa Pedagógica do Serviço Cultural
Proposta para reorganização equipas de trabalho
Na organização atual contamos com dois grandes constrangimentos: a conflitualidade
entre a organização funcional, por projeto, e a organização territorial, por técnicos de
referencia, ainda acrescida pela dimensão de algumas das equipas de sector,
nomeadamente do sector do básico, que torna disfuncional o trabalho por projeto e
equipa.
Para tal, a solução proposta é a constituição de equipas não superiores a 5/6 pessoas
que se organizam para a gestão funcional e territorial dos dos programas/projetos que
lhes forem atribuídos em concordância com o eixo de intervenção que se enquadrem.
Propõe-se que a Gestão dos Conselhos Gerais e a coordenação da equipa dos
representantes Municipais passe para a responsabilidade do GPED considerando a sua
dimensão estratégica para a gestão educativa do território.
Assim propomos organizarmo-nos em torno de 6 eixos de intervenção estratégicos, a
saber:
Com as seguintes equipas de trabalho /Gabinetes
Na sequência da análise desta proposta ficou consensualizado com a Sra. Vereadora a
seguinte estrutura: um gabinete, correspondente a um determinado eixo de
intervenção, que desenvolve e projetos/ programas – que importa implementar com
brevidade e para a qual solicito a sua boa colaboração.
Gabinete Ação Social Escolar
Equipa: Bárbara Fonseca
Miriam Sampaio
Ana Paula Santos
Helena Assunção
Nutricionista
Gabinete de Inovação Educativa
Equipa: Sofia Rodrigues
Beatriz Contreiras
Ana Carolina Crispim
Manuel Galego
Isabel Dias
Ligia Prior
Ana Patrícia Gago
Laboratório de Aprendizagens
Equipa: Isabel Passarinho
Miguel Narciso
Irene Santos
Cristina Querido
Gabinete do Tempo Livre e Lazer
Equipa: Sílvia Dias
Assunção Martins
Ana Almada
Gabinete Agenda XXI para a Educação
Equipa: Maria José Pombo
Teresa Gonçalves
Serviço Cultural e Educativo da Fundação D. Luís I
Equipa: Ana Lucas
Susana Oliveira
Marisa Marcko
Equipa Pedagógica do Serviço Cultural
Passando para a responsabilidade do GPED toda a estrutura que diz respeito ao Ensino
Profissional bem como, a gestão dos Conselhos Gerais.
GPED
Equipa: Ana Gil
Francisco Osório
Ficha de Opinião da brochura Uma Escola à Minha Espera
1
ÍNDICE
NOTA INTRODUTÓRIA ............................................................................................................... 3
CARACTERIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR ......................................................... 5
OBJECTIVO SUPERIOR DO PROGRAMA CASE ............................................................ 11
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................................... 11
AÇÕES DESENVOLVIDAS PELA EQUIPA DA DASE .................................................... 11
AVALIAÇÃO – Grau de Satisfação das Crianças e Famílias ....................................... 14
QUALIFICAÇÃO E BOAS PRÁTICAS ..................................................................................... 24
ATELIÊ TEÓRICO – PRÁTICO............................................................................................. 25
ATELIÊ BIBLIOTECA EXTRAVAGANTE- “o ponto que se acrescenta ao conto“
...................................................................................................................................................... 29
ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DO RECREIOS ................................................................... 33
EXPRESSÕES INTEGRADAS NO JARDIM DE INFÂNCIA .......................................... 34
DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS SOCIO-EMOCIONAIS ......................... 37
PROJETO DE AVALIAÇÂO DO PROGRAMA CASE ............................................................ 40
MONITORIZAÇÃO FINANCEIRA ............................................................................................ 44
PERSPECTIVAS PARA 2011/12 ............................................................................................. 47
2
RELA
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3
NOTA INTRODUTÓRIAdista
O presente documento tem como intenção apresentar o trabalho
desenvolvido ao longo do ano lectivo 2010-11, pelo Departamento de
Educação através da Divisão de Educação e Acção Social escolar [DASE]
no âmbito da Educação Pré-Escolar.
Encontra-se organizado por 6 pontos chaves:
Nota introdutória
1. A caracterização da Educação Pré-escolar / Programa de
animação Socioeducativa [CASE] e ao acompanhamento do
programa – ações desenvolvidas pelas técnicas da DASE;
2. Espaços formativos no âmbito do eixo da qualificação das equipas
que garantem o seu funcionamento;
3. Avaliação - Grau de satisfação das crianças e famílias com a
apresentação dos dados e uma breve análise dos mesmos;
4. Apresentação do Projeto de avaliação que irá incidir sobre o
impacto do programa no Concelho de Cascais
5. Monitorização Financeira
6. Futuras Linhas Orientadoras
4
CA
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SC
OLA
R
5
CARACTERIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR
Para iniciar a caracterização dos jardim-de-infância [J.I] da rede
publica, no Concelho de Cascais segue o quadro com a respectiva
identificação dos J.I. que estiveram em funcionamento no ano letivo
2010-11, num total de 23 J.I. com 37 salas de actividades, uma oferta
para 856 crianças dos 3 aos 5 anos de idade, como se pode observar no
quadro 2 a seguir apresentado. A fonte de informação para devolução
da frequência foi feita trimestralmente [Outubro, Janeiro e Abril] pelos
agrupamentos de escola.
QUADRO 1 – Identificação dos J.I. por agrupamento
AGRUPAMENTO JARDINS DE INFÂNCIA Nº DE SALAS
Frei Gonçalo de Azevedo J. I. Outeiro Polima 2
S. João do Estoril J.I. da Galiza 3
Alapraia
J. I. de Bicesse 1
J.I. das Areias 1
J.I. de Manique 1
Cascais
J.I. Cobre 1
J. I. Torre 2
J.I Malveira da Serra 1
J. I. Areia 2
J. I. Murches 1
Ibn Mucana J. I. Pai do Vento 2
Stº António da Parede
J. I. Carcavelos 1
J. I. Parede 3
J. I. Murtal 2
Alcabideche
J. I. Alcabideche 3
JI do Alto da Peça 2
J.I. Alcoitão 2
Alvide J. I. Alvide 1
J. I. Cascais 1
Matilde Rosa Araújo
Antonio Torrado 1
Padre Agostinho Silva 1
J.I. Tires 3 2
Carcavelos J. I. Sassoeiros 1
TOTAIS 23 37
6
Quadro 2 – Levantamento de dados de frequência
Tempo
Curricular
Programa
CASE
% de frequência
na CASE
1ª Monitorização 830 580 70%
2ª Monitorização 856 601 70%
3ª Monitorização 856 634 74%
Com o objetivo de garantir o funcionamento do programa a todas as
crianças que necessitaram de um horário mais alargado nos 23 J.I. que
se resume no quadro 3 abaixo apresentado, foi necessário manter o
acordo de parceria com as instituições locais, identificadas no quadro 4.
Quadro 3 – Horário de funcionqmento dos J. I.
Tempo curricular e
CASE
Interrupões letivas Natal/Carnaval/
Páscoa e Férias
Observações
Todos os jardins de
infância do concelho de
Cascais oferecem a todas
as familias, que tenham
necessidade, um horario
mais alargado
Os J.I. premanecem em
funcionamento, das 9:00
às 18:30 sendo
assegurado pela equipa
do programa CASE com o
apoio das Assistentes
técnicas dos JI durante
todo o dia.
Nas interrupões
letivas deve a
educadora assegurar
a supervisão do
funcionamento do J.I.
HORÁRIO - Das 09h00m às 18h00m
7
QUADRO 4 – IDENTIFICAÇÃO DAS ENTIDADES PARCEIRAS
AGUPAMENTOS DE ESCOLA IPSS
Alapraia
Alvide
Alcabideche
Cascais
Carcavelos
IbnMucana
Frei Gonçalo de Azevedo
Matilde Rosa Araújo
Santo António da Parede
S. joão do Estoril
SCMC
IDEIA O Nosso Sonho
AISA Cooperativa TorreGuia
Cooperativa Horizonte
ASSOCIAÇÕES
Associação Sete Oficios ABLA
JUNTAS DE FREGUESIA
JF de Alcabideche
JF de Cascais JF de Carcavelos
JF do Estoril
Para a contratação e constituição das equipas
de terreno o Departamento de Educação
[DED] consensualizou com os agrupamentos
de Escolas e instituições locais dois pontos
importantes necessários para uma gestão de
equipas e que passou pelo:
Estabelecimento de critérios necessários para o seu
planeamento/organização
ANIMADOR 20 HORAS X 11 MESES
AUXILIAR 20 HORAS X 11 MESES
RECURSOS
HUMANOS DO PROGRAMA
8
AS ASSISTENTES DOS JARDINS DE INFÂNCIA: - Diariamente asseguram a transição do grupo, na componente
letiva [das15:15 às 15:45] - Períodos de interrupção letiva integram a equipa da animação
sócio educativa Este compromisso, subscrito no acordo de parceria implica uma estreita
articulação entre parceiros
A COORDENAÇÃO da entidade parceira foi analisada caso a caso, com
base num valor de referencia, por grupo turma . em articulação com as
AEC
Até 25 crianças: 1 animador +1 auxiliar
26 a 35 crianças: 2 animadores +1 auxiliar
Mais de 36 crianças: 2 Animadores e 2
auxiliares
Necessidades Educativas Especiais [NEE]
a analisar caso a caso
Na âmbito da monitorização do programa o preenchimento de
uma grelha relativa à equipa, por parte das entidades locais,
comtemplou 3 campos:
- Identificação dos técnicos / - Categoria / - Tipo de contrato
Com a análise de dados devolvidos pelas entidades verificamos que para
assegurar o programa no ano letivo 2010-11 contamos com a
colaboração de 73 técnicos com formações académicas diversificadas e
que exerceram as suas funções nas categorias: Coordenador, Animador
e Auxiliares.
A apresentação da informação devolvida pelos parceiros foi feita em
percentagem.
RÁCIO GRUPO CRIANÇA/EQUIPA
2010-11
9
Gráfico 1 – Percentagem das equipas necessárias no programa CASE
por categoria
14%
44%
42%
Nº total de técnicos por categoria
Auxiliares Animadores Coordenadores
Às Educadoras de Infância – compete a supervisão pedagógica do programa
– de acordo com o Despacho N.º 8683/2011:
A planificação das atividades de animação e de apoio à Família (...)[CASE]
Assegurar a supervisão pedagógica e o acompanhamento da execução das
atividades de animação e de apoio à família no âmbito da educação pré -
escolar tendo em vista garantir a qualidade das atividades.
O acompanhamento do programa foi realizado em parceria, pelas Educadoras
[agrupamentos] e coordenadores das entidades parceiras, com o objectivo de
dar suporte à prática das equipas do terreno que têm, como meta oferecer a
todas as crianças, um tempo enriquecedor que privilegie o seu bem-estar.
10
Gráfico 2 –
Distribuição das equipas
por formação académica
Por último, verificamos que a maior % dos colaboradores neste
programa são técnicos com o grau de licenciatura e o 12º ano de
escolaridade, considerando que a categoria de mestrado corresponde
aos coordenadores pedagógicos que acompanham o desenvolvimento
das atividades.
Relativamente ao último campo a analisar - tipo contratual – os dados
enviados pelas parceiras identificaram:
Tipo
contratual
% dos técnicos no
tipo de contrato Entidades
Termo
Resolutivo
certo
66%
Cooperativa Horizonte, Cooperativa
TorreGuia, AISA, JF de Alcabideche, J
F de Carcavelos, SCMC
Prestação de
Serviços
34%
O Nosso Sonho, ABLA, CPSSDRana, JF
de Cascais, JF do Estoril, Associação
Cultural Sete Ofícios
11
OBJECTIVO SUPERIOR DO PROGRAMA CASE
Contribuir para a qualificação do sistema de ensino pré-escolar através
da promoção de uma escola que reflete o sucesso e o bem-estar da
comunidade educativa e o viver em cidadania.
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS
-Assegurar a gestão do programa pedagógica e financeira;
-Promover a criação de tempos de atividade lúdica e criativa que
contribuam para o desenvolvimento educativo, cultural e social das
crianças;
-Garantir o direito ao brincar, ao tempo livre e ao lazer e à participação
Na tomada de decisão de acordo com a Convenção Internacional das
Crianças;
-Promover Espaços Formativos e Reflexivos para todos os intervenientes
do Programa, incidindo nas seguintes áreas: Brincar, jogo, Animação.
AÇÕES DESENVOLVIDAS PELA EQUIPA DA DASE
- Preenchimento e envio à Direção Regional de Educação de Lisboa
do Acordo de Cooperação 2010/11 e acompanhamento do processo;
- Monitorização do projeto através:
12
-Da caracterização da Componente de Animação Socioeducativa, no
Concelho de Cascais;
-De reuniões de trimestrais de acompanhamento com os J.I./
Entidades Parceiras e Técnicos de referência;
-Da descentralização e atribuição de subsídio às entidades parceiras
que garantem o funcionamento do projecto;
-Do acompanhamento de espaços formativos;
-Do contacto permanente com os agrupamentos e entidades locais
para partilha de informação e resolução de algumas situações pontuais;
-Da construção de instrumentos para avaliação e aplicação dos
mesmos, a todos os participantes;
-Do momento de partilha, com os técnicos de referência, sobre o
desenvolvimento do projeto de avaliação participada do programa;
-De uma maior articulação dos programas Atividades de
Enriquecimento Curricular [AEC] e CASE através do projeto “Escola a
Tempo Inteiro” – que implicou replaneamento conjunto, para o ano
letivo 2011-12;
-Da apresentação de um relatório anual.
13
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das
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14
AVALIAÇÃO – Grau de Satisfação das Crianças e Famílias
Porque temos como pressuposto da nossa intervenção, uma cultura de
avaliação para melhoramento dos programa e projetos, a Camara
Municipal de Cascais, através da DASE, publicou uma brochura
intitulada “Uma escola à minha espera” que teve como intensão
informar as famílias do programa CASE e AE, e avaliar o programa
através de um RSF a ser preenchido pelas crianças e famílias de modo a
aferir o seu grau de satisfação e posterior envio à DASE.
No RSF, em anexo, colocaram-se as seguintes questões às crianças
- O que fazes na CASE?
- O que gostarias de fazer (e agora não fazes)?
E às famílias [numa escala de 1 a 5]:
- Estou satisfeito com a CASE/?
-Sinto que o meu filho está satisfeito com a CASE.
A definição da metodologia e respetiva distribuição foi consensualizada
com o programa AEC [ver relatório AEC 2010-11].
A apresentação da análise de dados foi feita em percentagem.
15
RESULTADO DA ANÁLISE DE DADOS
A metodologia proposta de aplicação dos RSF nos Jardins de Infância
(JI) comtemplou pelo menos um JI por Agrupamento de Escola. Tendo
em conta que temos 10 Agrupamentos de Escola com um total de 23 JI,
o impacto da amostra proposta é de 57%, sendo que envolveu 13 JI e
25 salas.
Gráfico 5 – Percentagem de J.I. envolvidos e não envolvidos
57%43%
Jardins de
infância da
amostra
Jardins de
Infância não
envolvidos
Gráfico 6 - Percentagem de salas da amostra e não envolvidas
68%
32% Salas da amostra
Salas não envolvidas
16
Dos 13 JI envolvidos (25 salas) obtivemos a devolução dos RSF de 10
Jardins-de-infância (21 salas). Os 3 JI em falta, foram os Agrupamentos
de Alvide e da Alapraia com a entrega do livro aos encarregados de
educação sem pedido de devolução dos RSF, quanto ao Agrupamento
IBN Mucana [J.I. da Amoreira 2] optou por não aplicar os RSF no único
JI.
Assim, todo o tratamento de dados foi feito com base nos 10
estabelecimentos cujo RSF foram devolvidos.
Gráfico 7 – Percentagem de fichas d opinião devolvidas e não
devolvidas
41%
59%
Devolvidas
Não devolvidas
Foram distribuídos cerca de 500 livros, destes apenas 41% dos RSF
foram devolvidos.
De referir, que na análise de dados dos RSF considerou-se 2 questões
chaves:
- O objectivo superior do programa que consideramos base para
uma resposta com qualidade pedagógica;
- As categorias a seguir apresentadas, resultado de um trabalho
desenvolvido no projeto de avaliação do programa, ainda em curso, e
que contou com a participação de agrupamentos de escola, entidades
parceiras e técnicos de referência da DASE. [Ver projeto de avaliação],
17
Assim, as categorias consideradas foram: Brincadeira, jogo, atividades
práticas e artesanais, atividades culturais, atividades de expressão,
atividades de reflexão e conhecimento e outros.
Face ao exposto, e na análise da primeira questão do RSF dirigida às
crianças
O QUE FAZES NA CASE?
Dos dados alcançados conseguimos aferir que nos 10 JI a atividade com
maior representatividade é a das expressões com 65,70% seguindo-se
35% no jogo, 33,33% na brincadeira , 12,08 % nas atividades culturais
e 6,76% nas atividades práticas e artesanais
GRÁFICO 8 – Apresentação dos dados relativos à 1ª questão do RSF
18
Como podemos verificar no gráfico anterior, a maioria das atividades
referidas pelas crianças vão ao encontro dos princípios do programa.
Sendo que as atividades de expressão (onde englobamos a plástica, a
musica, dramática e a expressão pelo movimento), e o Jogo se
destacam das restantes categorias. As Atividades de reflexão e
conhecimento (onde contemplamos respostas como Faço trabalhos
importantes, Converso, Discuto ideias, Relaxamento e Nada) e a
Brincadeira têm igualmente uma expressão significativa, dando-nos a
perceber o impacto do programa junto das crianças.
Gráfico 9 – Apresentação dos dados relativos à 2ª questão do RSF
19
Ainda à 2ª questão pergunta dirigida às crianças
O QUE GOSTARIAS DE FAZER (E AGORA NÃO FAZES)?
Percebemos que 22,22% das crianças gostariam de ter mais Atividades
de expressão. Verificámos ainda que 14,01% das crianças gostaria de
ter mais Atividades de reflexão e conhecimento (onde englobámos
respostas como Aprender mais, Ouvir histórias, Ver livros).
Passamos agora, para apresentação de dados relativa à apreciação feita
pelas famílias
Gráfico 10 – Apresentação da 1ª questão feita às famílias – “Estou
Satisfeito Com A Case?”
Todas as famílias responderam, num total de 207, das quais 44,93%
manifestaram estar muito satisfeitas, 44,93% totalmente satisfeitas,
9,66% razoavelmente satisfeitas e 0,48% pouco satisfeitas.
20
Gráfico 11 – Apresentação da 2 ª questão feita às famílias –
“ Sinto que o meu filho está satisfeito com a CASE?”
Todas as famílias responderam à pergunta num total de 207, das quais
52,17% totalmente satisfeitas, 40,10% manifestaram estar muito
satisfeitas, 6,76% razoavelmente satisfeitas e 0,97% pouco satisfeitas.
No final do RSF, encontra-se uma pergunta aberta, solicitando aos
encarregados de educação que identificassem o que consideravam
importante melhorar no programa.
Segue uma breve reflexão sobre o processo em que se elencam as
potencialidades e os aspetos que carecem de melhoria
POTENCIALIDADES do processo na distribuição e devolução do
RSF “Uma escola à minha espera”:
A informação facultada aos encarregados de educação da
resposta do programa CASE no concelho de cascais, seus
objetivos e regras de funcionamento;
21
Ao nível do território de Cascais, ter conhecimento do grau de
satisfação das crianças e famílias;
A recolha dos dados permitem ajustar/adaptar o funcionamento
do programa contribuindo para a melhoria do tempo de
permanência das crianças na escola;
O conceito de escola a tempo inteiro pressupõe tempos,
conteúdos e aprendizagens diversificadas e contempla a
descoberta, a brincadeira, o prazer de aprender e o bem-estar
Uma percentagem significativa de respostas que refere a
presença de dinâmicas lúdicas, tais como jogar, brincar, ler,
divertir e o aprender muitas coisas.
Cerca de 89,86% das famílias classificam o seu grau de satisfação
relativamente ao programa CASE como totalmente e muito
satisfeito.
Relativamente à 2ª questão 92,27% das famílias classificam o
grau de satisfação dos seus filhos como totalmente e muito
satisfeito.
ASPETOS QUE CARECEM DE MELHORIA do processo
na distribuição e devolução do RSF “Uma escola à minha espera”
Tendo em conta a percentagem de fichas de opinião devolvidas,
45%, considera-se a necessidade de melhorar os procedimentos e
metodologia de devolução;
Prever-se o alargamento da aplicação da ficha de opinião a todas
as escolas do concelho;
22
Sensibilização da comunidade educativa, especificamente as
famílias, para a devolução via RSF;
Caso se equacione uma nova edição da ficha de opinião esta
deveria ser concebida com menos perguntas de resposta aberta,
mas garantindo sempre a participação das crianças e das famílias.
As sugestões feitas pelas famílias foram analisadas a 3 niveis:
Recursos - referem a necessidade de existência de espaços
adequados bem como da melhoria/qualificação dos existentes. A
importância de diversificar a ofertas de matérias pedagógicos
nomeadamente jogos e brinquedos.
Por ultimo, uma pequena percentagem [5,31%] manifestou haver
alguma necessidade de qualificação da equipa que garante o
funcionamento do programa
Organização e Planeamento - as famílias referem a
importância e a necessidade de obterem informação e poderem
participar/ colaborar no programa em causa.
Pedagogia. – É feita a sugestão no sentido de diversificar as
atividades desenvolvidas, mais visitas a espaços culturais e o
desenvolvimento de mais atividades no exterior.
23
QU
ALIFIC
AÇ
ÃO
E B
OA
S P
RÁ
TIC
AS
24
QUALIFICAÇÃO E BOAS PRÁTICAS
Porque acreditamos que a qualificação da Educação pré-escolar – programa
CASE no Concelho de Cascais passa por um investimento na área da formação
profissional e pessoal, o eixo da qualificação e boas párticas dos colaboradores
é uma forte aposta do Departamento de Educação que através da DASE
promoveu um conjunto de espaços de formação para Educadoras,
Animadores/Monitores e Assistentes técnicas,
Foram também desenvolvidos espaços de
reflexão e partilha que teve como grande
objetivo a construção de instrumentos de
avaliação do Programa CASE [ver pág. 43] e
que contou com a participação dos
representantes do pré-escolar dos
agrupamentos de escola, coordenadores das
entidades parceiras e técnicos de referência da
DASE.
No final de cada ação de formação, todos os participantes procederam ao
preenchimento de uma grelha de avaliação relativa à formação. Trata-se de
uma grelha com perguntas de resposta fechada com uma escala de 1 a 5 [1
mau e 5 muito bom] e uma pergunta aberta, onde o formando poderia dar a
sua opinião e sugestões para futuras formações. [modelos em anexo]
Parâmetros de avaliação: Pertinência, interesse, estratégias, aplicabilidade,
horários e organização [com pequenas diferenças nos diferentes ateliers]
Pretendeu-se com esta metodologia avaliar o impacto das acções de
formação, de maneira a entender qual o reflexo das mesmas nas suas
práticas pedagógicas.
Passamos à apresentação das acções e respectivas avaliações:
25
ATELIÊ TEÓRICO – PRÁTICO
Este ateliê foi desenvolvido comtemplado
uma vertente teórica e uma parte prática em
parceria com a equipa do Serviço Cultural e
Educativo do Centro Cultural de Cascais
Das 24 inscrições inicialmente apresentadas para o ateliê teórico-prático a
frequência média foi de 18 participantes.
Os dados das avaliações deste espaço formativo correspondem a 15
questionários.
A Família e a Comunidade na Animação Socioeducativa – A importância da
relação e comunicação.
O processo de desenvolvimento da criança tendo em conta os diferentes
contextos que integram o seu dia (a família, o JI, a CASE, o clube desportivo)
e a interação com os diferentes adultos através de processos educativos
formais, não formais e informais.
A relação entre os diferentes adultos na gestão de conflitos, na comunicação,
verbal e não-verbal – [crianças da idade pré-escola retém sobretudo as
expressões não – verbais os afetos, as emoções]
Trabalhar atitudes que promovam o respeito, a confiança, a participação, a
reflexão
CONTEÚDOS DESENVOLVIDOS NA VERTENTE TEÓRICA:
Moderador – Isaura Pedro
DESTINATÁRIOS:
ANIMADORES E MONITORES
Nº INSCRIÇÕES: 24 (9 PARCEIROS / 14 ESPAÇOS)
Nº de Participantes - 18 Média de frequência – 75%
Nº de Sessões: 6
26
O Animador ter uma atitude positiva - Receber,
transmitir informações, dar confiança – nunca
fazer juízos de valor
Considerando que os conteúdos abordados na
vertente teórica foram de encontro com os
princípios que se valorizam para o programa
CASE pode-se observar, no gráfico a seguir
apresentado, que todos os parâmetros
obtiveram 5 e 4 [muito bom e bom] .
Gráfico 5 – Avaliação do espaço teórico
O enriquecimento pessoal é um factor importante para um
bom empenho profissional com reflexo na prática
pedagógica, assim possibilitou-se a todos os técnicos do
programa CASE a vivência de espaços culturais no âmbito
da parceria entre os 3 serviços educativos: CCC, Casa das
História Paula Rego e do Museu do Mar designado por “Do Espaço Cultural ao
Espaço Educativo” que comtempla percursos lúdicos / visitas guiadas com o
complemento de atelier de expressão plástica.
CENTRO
CULTURAL
DE CASCAIS
CONTEÚDOS DESENVOLVIDOS NA VERTENTE PRÁTICA:
27
MUSEU DO
MAR
Num total de 9 sessões - 3 percursos lúdicos por espaço cultural
Os técnicos do programa CASE usufruíram de várias exposições, patentes ao
longo do ano letivo, passando por obras como: Nadir Afonso, exposição
Trienal de Arquitetura, Coleção da Fundação D. Luís I e seguidamente a
exploração do mesmo com propostas da equipa do serviço cultural.
Visita temática à sala de História Natural e Peça de teatro da
luz negra tendo por
protagonistas os animais
marinhos
Oficina de criação de um tubarão fantoche
Visualização do Documentário Sharkwater,
Rob Stewart, seguido de debate com o
Biólogo João Pedro Correia
28
Visita e espaço ateliê com os temas:
- Arte e Paisagem,
- O coleccionador e a colecção
- Arquitectar Ideias
GRÁFICO 6 -
avaliação da
vertente
prática
“Do Espaço
Cultural ao
Espaço
Educativo”
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
1
2
3
4
5
Como se observa no gráfico, a vertente prática teve um forte impacto em
todos os participantes quer individualmente quer na sua prática pedagógica
através de todos os conteúdos teóricos abordados no campo da educação
artística.
CASA DAS
HISTÓRIAS
PAULA REGO
29
Dos 15 questionários devolvidos os parâmetros de avaliação situaram-se no
nível bom e muito bom. Todos os participantes referiram como aspeto forte as
dinâmicas interpessoais dentro do grupo e a patilha de práticas entre todos os
técnicos presentes
Relativamente aos aspectos que carecem de melhoria:
a possibilidade de um acompanhamento das equipas dos serviços
educativos nos locais onde se desenvolve o programa.
a adaptação das propostas apresentadas serem adaptadas às faixas
etárias com quem a equipa desenvolve o seu trabalho e a dificuldade de
realizar saídas com os grupos aos respetivos espaços culturais.
ATELIÊ BIBLIOTECA EXTRAVAGANTE- “o ponto que se acrescenta ao
conto“
Destinatários: Animadores e monitores
Nº Inscrições: 25
Oficina de narração oral para quem gosta de contar histórias
O que é importante quando se conta uma história? Postura corporal,
respiração, estabelecimento de ligação com quem se está a contar a história -
Olhar nos olhos Energia, Ritmo, a importância de manter a energia e o ritmo
ao longo de toda a história e apresentação de alguns exercícios corporais
Parte prática: histórias contadas pelos participantes, reflexão e discussão
sobre as estratégias utilizadas para contarem uma história
CONTEÚDOS DESENVOLVIDOS NO ATELIÊ
30
Gráfico 7 – Avaliação do ateliê biblioteca extravagante
Na Idade pré-escolar promover o gosto pelos contos, histórias, é fundamental
desenvolvendo a sua imaginação e criatividade. Assim, nos temas abordados
o formador reforçou, incentivou e proporcionou a todos os participantes
estratégias diferenciadas para aplicabilidade na sua prática. Como se pode
observar no gráfico II, a maior representatividade incide nos parâmetros:
formador, Qual a importância de contar histórias na sua prática e a
aplicabilidade, com uma avaliação de 5 e 4 [muito bom e bom]
31
ATELIÊ PERCURSOS DO ADULTO E DA
CRIANÇA NO JARDIM DE INFÂNCIA
Esta formação teve como intenção a
abordagem de alguns conceitos teóricos
contextualizando e criando espaço de
reflexão tendo por base as situações práticas
em ambiente de trabalho, no sentido de
apoiar estes técnicos na sua prática e na
gestão diária no jardim-de-infância
Este ateliê foi desenvolvido em três módulos:
Passamos agora a apresentar o conteúdo e os resultados das avaliações feitas
pelas participantes
O PAPEL DO ADULTO NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA
Moderadora: Albertine Santos
Conteúdos abordados:
Relação entre os adultos e que compete aos profissionais da educação
respeitar as crianças e as famílias, bem como aprender a gerir eventuais
conflitos.
Módulos de formação Nº de sessões Horas
O papel do Adulto no desenvolvimento da criança 3 6 h
Organização e Gestão do recreio 5 10 h
Expressões Integradas no Jardim de Infância 4 8 h
Total 12 24 h
Destinatários: Assistentes
Técnicas e Operacionais dos
jardins – de - infância da Rede
Pública do Concelho de Cascais.
Nº Inscrições: 24
32
Abordagem dos “Ingredientes” necessários para um bom ambiente no jardim
de Infância: a necessidade de amor e segurança, novas experiências,
reconhecimento e responsabilidade.
A importância dos adultos proporcionar às crianças um ambiente com
estímulo e novas experiências que potenciam a aprendizagem através do
encontro de oportunidades e concretização no ambiente.
O jogo simbólico – de “faz de conta”e a linguagem são ingredientes essenciais
ao desenvolvimento nos anos pré-escolares.
A importância de dar espaço para as crianças, a liberdade de tomar decisões é
inerente ao exercício da responsabilidade e a autonomia constrói-se
progressivamente deste modo, competindo aos adultos profissionais estar
atentos no sentido de promover a participação das crianças, sobretudo
quando elas são obrigadas a permanecer muitas horas em instituições.
Gráfico 8 – Avaliação dos participantes no Ateliê “Percursos do adulto no
desenvolvimento da criança”
33
Como se observa no gráfico, este ateliê teve uma avaliação positiva por
parte dos participantes, pois dos 23 questionários entregues todos os
parâmetros de análise se situaram nos dois níveis mais alto [bastante
satisfeito e muito satisfeito].
ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DO RECREIOS
Moderador: Isaura Pedro
Conteúdos abordados:
O gosto, a motivação e o empenho pelo jogo e pela brincadeira e a
importante os adultos gostarem de jogar - motivar e manter a
motivação
A importância da Brincadeira Livre no espaço de recreio e o papel do
adulto no seu bom desenvolvimento
Gestão e dinamização de grupos em contexto de brincadeira livre,
espaços, tempos e regras no funcionamento coletivo
Preservar os espaços de brincadeira livre/ brincadeira espontânea
(essenciais para o desenvolvimento saudável da criança)
Segurança física e psicológica (adulto fiável, amigo)
O conflito entre as crianças em situações de jogo e brincadeira é algo
natural, não se devem evitar, é importante falar sobre as razões que o
provocaram, trabalha-los e negocia-los.
Negociação dos conflitos:
Capacidade de ouvir o outro e capacidade de chegar a um consenso.
34
Compete ao adulto pôr-se no papel da criança e negociar com elas.
É importante que o adulto perceba bem a situação e procure novas
formas de resolução. Para resolver o conflito é preciso analisar o seu
processo, ouvir as razões de cada uma das partes.
Gráfico Nº 9 - Animação e Gestão de Recreios
EXPRESSÕES INTEGRADAS NO JARDIM DE INFÂNCIA
Moderador: Margarida Mestre
Conteúdos abordados:
Este Ateliê teve como objetivo
proporcionar uma aprendizagem e
experiência do corpo e suas partes em
35
movimento dançado no espaço e no tempo.
A dança criativa, a sua vivência e posterior aplicação na prática
pedagógica.
Ao longo das sessões foram experimentadas várias propostas de
movimento de aprendizagem de Dança Criativa:
Paralelamente à experiência de disfrutar / usufruir o movimento do
corpo no espaço houve um acompanhamento e orientação no sentido
de aprender a estruturar e construir uma sessão de dança criativa para
sua aplicação na prática pedagógica
Gráfico 10 – Avaliação dos participantes no ateliê “ Expressões no
jardim de Infância
(1) Nada Satisfeito (2) Pouco Satisfeito (3) Satisfeito (4) Bastante
Satisfeito (5) Muito Satisfeito
36
O ateliê Expressões no jardim-de-infância, que incidiu na área da dança
criativa teve um impacto muito positivo nas Assistentes técnicas dos
jardins de-infância, publico alvo desta
formação.
Como podemos ver no gráfico anterior
apresentado, os registos de todos os
parâmetros da análise situaram-se no
nível 5 [muito satisfeito]
As participantes avaliaram este módulo
como uma acção de enriquecimento
pessoal, profissional e gratificação, na sua
aprendizagem, na, motivação e
enriquecimento.
As aprendizagens serviram de estímulo
para atividades com as crianças, vontade
de experimentar dança criativa com as
crianças,
Para futuras formações o grande pedido são atividades práticas:
Em primeiro lugar a atividade de expressão plástica e em segundo lugar
dança criativa. Seguindo-se as Necessidades Educativas Especiais,
Psicologia e desenvolvimento infantil e Ioga
São referidas ainda as áreas de teatro, contador de histórias
Particip. Partici. p/Sessão %
O Papel do adulto no desenvolvimento da criança 69 23 96%
Animação e Gestão de Recreios 82 16 68%
Expressões integradas no Jardim de Infância 62 15 65%
TOTAL de Participantes 213 17 74%
37
DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS SOCIO-EMOCIONAIS
Formador: Faculdade de Psicologia de lisboa
No âmbito do programa CASE, de
acordo com a lei em vigor, compete às
Educadoras titulares a supervisão e o
acompanhamento da Componente de
Animação Socioeducativa.
APRESENTAÇÃO:
A aprendizagem socio-emocional é um
processo através do qual as crianças e
os adultos desenvolvem conhecimentos
O objectivo da acção de formação é enriquecer a prática pedagógica das
educadoras e dotá-las de ferramentas que lhe permitam promover
competências socio-emocionais com as crianças com as quais
trabalham.
CONTEÚDOS ABORDADOS
Programas de Prevenção de riscos e promoção de competências;
Aprendizagem socio-emocional;
Metodologias de Intervenção;
Componentes e conteúdos da intervenção;
Exploração de vários programas SEL;
No âmbito do Programa CASE destaca-se o conteúdo da formação-
Intervenção SEL no âmbito do Pré-escolar;
Destinatários: Educadoras de
Infância dos jardins – de -
infância da Rede Pública do
Concelho de Cascais.
Nº Inscrições: 21
participantes de 16 Jardins de
Infância
Duração: De Outubro de 2010 a
Junho de 2011
38
Foram abordadas estratégias para sua promoção em tempo lectivo e do
Programa de Animação Socioeducativa;
Que tipo de articulação existe entre o tempo lectivo e a CASE;
A importância de relações de cooperação e troca em que cada elemento
da equipa oferece aquilo que saba fazer bem e recebe do outro o que
de melhor tem para oferecer;
A participação de todos n elaboração de um plano de atividades com
metas, tempos, e tarefas definidas.
Nutrir e acompanhar a relação através de uma boa comunicação e
organização possibilitando espaços de decisão conjunta.
A importância das SEL na transição e adaptação ao 1º ciclo e
respectivas actividades a desenvolver:
A partilha de actividades entre crianças e adultos do jardim de infância
e EB1 1º ciclo
Realização de pontos de situação entre as equipas [corpo docente e
programas]
METODOLOGIA:
A acção de formação foi desenvolvida contemplando em todas as
sessões uma parte expositiva seguindo-se propostas de exercícios
práticos e a partilha de experiências das formandas em contexto de
trabalho como forma de aplicação dos conteúdos abordados.
AVALIAÇÃO:
A síntese da avaliação da ação, em anexo, elaborada pela Faculdade de
Psicologia da Universidade de Lisboa e respectivo formulário preenchido
pelas formandas.
39
PR
OJETO
DE A
VA
LIA
ÇÃ
O D
A C
AS
E
40
PROJETO DE AVALIAÇÂO DO PROGRAMA CASE
O PONTO DE PARTIDA:
No ano letivo 2009/10 foi construído um documento orientador que tem
como intenção servir de suporte à prática das equipas que asseguram o
funcionamento do programa. O documento incluiu duas partes:
Primeira parte – alguns enquadramentos teóricos, com a descrição dos
princípios orientadores e de alguns conceitos, que acreditamos serem a
base de um bom trabalho no terreno, como o direito ao brincar, à livre
escolha, à participação das crianças na tomada de decisão, ao tempo
livre, ao desenvolvimento de projetos individuais e em pequenos
grupos.
Segunda parte – constituída de instrumentos de suporte para a gestão
do programa e no qual constarão todos os questionários e proposta de
índice para a construção de um relatório anual de atividades. Neste
documento, ficou estabelecido entre parceiros a construção de
instrumentos de avaliação a serem incluídos neste documento.
No âmbito do acordo de parceria, estabelecido entre a CMC,
Agrupamentos de Escolas e Entidades locais, salvaguarda-se a
importância de uma avaliação efetiva para melhoramento do programa
Em paralelo, nos relatórios da Inspeção Geral de Educação [IGE],
realizados em todos os agrupamentos, identificavam um aspeto que
carece de melhoria – a promoção de uma avaliação regular, envolvendo
os vários intervenientes [crianças, famílias, animadores, educadores,
autarquias …].
41
Assim foi “desenhado” um projeto de avaliação no programa CASE /
Educação Pré-Escolar.
RESPONSABILIDADE E COLABORADORES PARA A EXECUÇÃO DO
PROJECTO:
Este trabalho é promovido pelo Departamento de Educação através da
Divisão de Intervenção Educativa e Acão Social Escolar [DASE] e conta
com a colaboração/ participação dos agrupamentos de escola e as
entidades locais parceiras
OBJETIVO PREVISTO:
A construção de instrumentos de avaliação
[comum a todos os jardins de infância do
Concelho de Cascais]
RESULTADO PREVISTO:
A recolha de dados que permitam perceber
o impacto do programa nas crianças e
suas famílias com vista à sua melhoria.
METODOLOGIA:
Participativa – desenvolvida em várias
sessões de pequenos grupos e plenários.
RECURSOS HUMANOS ENVOLVIDOS:
10 Agrupamentos de escolas
12 Entidades Locais [Associações, IPSS, Juntas de Freguesia]
10 Técnicos de Referência da DASE
Passamos agora a apresentar a sumula do trabalho desenvolvido de
Abril a Dezembro de 2011:
42
Nº DE SESSÕES REALIZADAS PARTICIPANTES
Pequeno
Grupo
Grupo 1 Grupo 2 Nº previsto
p/ sessão
Nº real
p/ sessão
%
3 4 16 14 87,5%
Grande
Grupo
1
32
30
93,75%
As primeiras sessões de arranque do projeto, foram importantes para a
sua continuidade e definição do que avaliar.
Nas sessões foram discutidos:
Sentimentos face ao processo de supervisão do programa,
desenvolveram um processo para este processo avaliativo
Valores educativos no desenvolvimento da CASE
Percepção necessária ao processo avaliativo
Levantamento e apresentação dos instrumentos existentes de
para a gestão do programa.
RESULTADOS - Decisão dos três níveis de avaliação, que irão fornecer
dados sobre o impacto do programa a todos os parceiros [CMC,
Agrupamentos, Entidades parceiras]
PARCERIAS
ANIMADORES
CRIANÇAS
43
MO
NITO
RIZ
AÇ
ÂO
FIN
AN
CEIR
A
44
MONITORIZAÇÃO FINANCEIRA
No âmbito do pré-escolar, anualmente a Autarquia atribui aos
Agrupamentos de Escola verbas para aquisição de material pedagógico
e de desgaste. Assim no ano letivo 2010-11 foram atribuídas os valores
no quadro abaixo:
ATRIBUIÇÃO DE VERBA AOS AGRUPAMENTOS DE ESCOLAS
PARA AQUISIÇÃO DE MATERIAL PEDAGÓGICO E DESGASTE
Agrupamento de Escolas Valor
Alapraia 1.050,00 €
Stº António da Parede 2.100,00 €
Cascais 2.800,00 €
Frei Gonçalo Azevedo 700,00 €
Carcavelos 1.050,00 €
Alcabideche 2.800,00 €
Ibn Mucana 1.050,00 €
Alvide 700,00 €
São João do Estoril 1.050,00 €
Matilde Rosa Araújo 1.400,00 €
TOTAL 14.700,00 €
Para assegurar o funcionamento do programa de Animação
Socioeducativa, ao longo do ano a Câmara Municipal descentralizou e
atribuiu as verbas necessárias de modo a garantir o funcionamento do
Programa de Animação Socioeducativa. As verbas atribuídas aos
parceiros, no quadro abaixo apresentado, corresponderam ao ano letivo
2010-11 de funcionamento, nos seguintes montantes:
45
ASSOCIAÇÕES/INSTITUIÇÕES TOTAL ANUAL
IDEIA 6.895,47 €
O Nosso Sonho 12.750,47 €
Santa Casa da Misericórdia de Cascais 26.152,46 €
Cooperativa Horizonte 10.138,15 €
Cooperativa TorreGuia 98.148,99 €
AISA 11.679,00 €
ABLA 36.418,33 €
Associação Sete Ofícios 5.927,83 €
Centro Social e Paroquial de S. Domingos de Rana 8.607,00 €
SUB –TOTAL 216.717,70 €
JUNTAS DE FREGUESIA VERBA ANUAL
Junta de Freguesia de Alcabideche 56.715,34 €
Junta de Freguesia de Cascais 6.822,85 €
Junta de Freguesia de Carcavelos 5.084,53 €
Junta de Freguesia do Estoril 2.524,00 €
SUB-TOTAL 71.147,18 €
TOTAL DE VERBAS 287.864,88 €
ACERTO DE CONTAS 2010 -11
O parceiro Junta de Freguesia de Alcabideche no ano letivo 2010-
11, apresentou o relatório de contas um deficit, relativo ao programa
46
CASE e ao projeto CAF do 1º ciclo. Após algumas reuniões internas
com o parceiro, para esclarecimento do relatório apresentado,
verificou-se a necessidade de proceder a alguns acertos, uma vez que
os valores das comparticipações das famílias ficaram abaixo do
previsto.
Junta de Freguesia de Alcabideche 60.000,00 €
Para além dos valores já apresentados e sendo outro eixo de
intervenção da DASE a qualificação e boas práticas/ formação dos
técnicos da área da Educação, apostou-se na promoção de espaços
formativos através de aquisições de serviços, para desenvolvimento dos
ateliês (apresentados no capitulo da qualificação e boas práticas, segue-
se a apresentação dos montantes destinados aos ateliês
VERBAS AFETAS AO ESPAÇO FORMATIVO DO PRÉ-ESCOLAR
Educadoras – Desenvolvimento de Competências
Socio-Emocionais no Pré-Escolar
€ 2.000,00
Representantes de Agrupamentos de Escola/
Coordenadores das Entidades parceiras e técnicos
de referência da DASE - Projeto de avaliação
€ 737,80
Animadores /
Monitores –
Ateliê teórico – prático de Animação
socioeducativa
€ 1.085,00
Biblioteca extravagante € 300,00
Assistentes técnicas e operacionais – percurso do
adulto e da criança no pré-escolar
€ 1.085,00
TOTAL
47
PERSPECTIVAS PARA 2011/12
PER
SP
EC
TIV
AS
PA
RA
20
11
/1
2
48
No âmbito deste programa ao longo do ano letivo 2010 / 11 foram
priorizados vários eixos de intervenção, ao nível do pré-escolar,
nomeadamente:
Monitorização financeira e pedagógica – foi realizada um estudo de
caracterização dos edifícios educativos J.I. e Escolas do 1º ciclo do
ensino básico, em estreita articulação com o Programa AEC, com os
seguintes parâmetros de análise:
- Todos os Espaços existentes na escola;
- Programas e projetos existentes
- Recursos humanos para assegurar uma equipa de permanência
na escola.
- Maior articulação entre ciclos [pré-escolar e 1º ciclo],
potencializar recursos humanos das entidades parceiras para promover
espaços de reflexão entre as equipas da CASE e AEC, melhorara o
tempo de permanecia das crianças, na escola com o projeto ETI
A qualificação das equipas e partilha de boas práticas – aposta
num projeto de NEE para apoio e suporte das equipas [educadora e
equipa da CASE] que trabalham com crianças com NEE e em paralelo
na divulgação das boas práticas já existente.
Com base na síntese da avaliação da formação realizada no ano letivo e
a recolha de expectativas
Os participantes solicitaram maioritariamente sessões de trabalho
práticas, tendo em vista o desenvolvimento de competências e técnicas
de gestão de espaço e animação, com forte investimento na área das
expressões.
49
Face ao exposto a proposta de formação para as equipas, será em
articulação com o programa das AEC, no âmbito do projeto Escola
Tempo Inteiro [equipas CASE e AEC], serão promovidas por entidades
parceiras, atualmente gestoras dos programas mencionados. As
formações irão incidir nas áreas da Ludicidade, jogo, animação do
conto, na área temática livre escolha.
Projeto de avaliação do programa CASE
O percurso do projeto de avaliação assenta em dois níveis:
1ª – A elaboração de um estudo do programa CASE, com
aplicação de um questionário a um nº máximo de 20 crianças de 5 anos
por J.I., às equipas [Animadores, educadoras titulares] em todos os
jardim-de-infância da rede pública do concelho.
2º - A construção de instrumentos de monitorização e a
elaboração de um índice de relatório a ser apresentado anualmente
pelos parceiros, no final de cada ano lectivo, e que facultem os dados
de avaliação aos agrupamentos de escola e ao município, segundo os
parâmetros consensualizados.
3º - Elaboração de um diagnóstico das matérias pedagógicos
existentes no jardim-de-infância, das necessidades sentidas e futuras
propostas de formação para as Educadoras na área da construção de
matérias pedagógicos de apoio à atividade letiva.
50
51
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO [DED]
DIVISÃO DE INTERVENÇÃO EDUCATIVA E AÇÃO SOCIAL ESCOLAR [DASE]
RELATÓRIO PROGRAMA
ATIVIDADES ENRIQUECIMENTO CURRICULAR ANO LETIVO 10_11 CMC_ DED {Divisão de Intervenção Educativa e Ação Social Escolar}
2
INDICE
APRESENTAÇÃO
CAPITULO I – MONITORIZAÇÃO
1.1 Entidades Parceiras
1.2 População escolar: universo candidatado e frequência
1.3 Docências
1.4 Oferta educativa geral e singularidades
1.5 Distribuição semanal por atividade: fundamentação pedagógica
1.6 Espaços
1.7 Acompanhamento financeiro: Receitas e despesas
1.8 Avaliação
1.8.1 Grau de satisfação das crianças e das famílias: análise de dados
CAPITULO II- ASPECTOS ESTRUTURAIS
2.1 Princípios de atuação da Entidade Promotora: reforço e valorização da rede e qualificação
pedagógica
2.2 Princípios Orientadores
2.3 Missão e sustentabilidade educativa
CAPITULO III- ACOMPANHAMENTO E QUALIFICAÇÃO
3.1 Oficinas, espaços de reflexão e partilha de práticas
3.2 Projetos Escola a tempo inteiro: o desafio
ANEXOS {planos de formação das oficinas/ analise de dados da monitorização das praticas expressivas}
3
APRESENTAÇÃO
O Município de Cascais é a entidade promotora do Programa de Atividades de Enriquecimento Curricular
(AEC), para o 1º ciclo do Ensino Básico da rede pública. A gestão do programa assenta numa rede de
parcerias, com agrupamentos de escolas e entidades locais. A filosofia subjacente é a comunidade da
escola a tempo inteiro.
Para 2010_11, definiram-se 5 intenções para o acompanhamento e gestão do programa de atividades de
enriquecimento curricular:
# Dar continuidade à organização do sistema de monitorização que permite a gestão da informação
pedagógica e financeira.
# Recolher e analisar os dados sobre o grau de satisfação das famílias e crianças.
# Dar continuidade a oficinas e espaços de reflexão com vista à capacitação técnica e pedagógica dos
técnicos em áreas e temáticas diagnosticadas nas avaliações.
# Divulgação de boas práticas através de encontros periódicos e produção de conhecimento.
# Construção e acompanhamento de projetos de escola a tempo inteiro e reorganização do programa para
o ano letivo 2011_12.
Este relatório pretende fazer uma síntese do desenvolvimento do Programa no ano letivo 2010-2011.
4
CAPITULO I – MONITORIZAÇÃO
No âmbito do acompanhamento deste programa foi organizado um sistema que permite a gestão de
informação pedagógica e financeira, a construção de instrumentos e indicadores diagnósticos, avaliação e
a produção de conhecimento.
1.1 Entidades Parceiras
A escolha das entidades foi consensual e articulada com os Agrupamentos de Escolas. O seu papel é de
contribuição específica para a qualidade das atividades, em estreita articulação com os agrupamentos de
escolas e entidade promotora. A sua responsabilidade é também a de coordenação e articulação das
equipas dos professores das AEC com a escola. Assim, a rede de entidades é constituída por 18
entidades: 4 juntas de freguesia, 1 Associação de Pais, 9 Instituições particulares de solidariedade social;
3 associações culturais desportivas e musicais e a Santa Casa da Misericórdia de Cascais
ENTIDADES PARCEIRAS
ABLA – ASSOCIAÇÃO LUSO ALEMÃ AISA- ASSOCIAÇÃO DE APOIO SOCIAL
NOSSA SENHORA DA ASSUNÇÃO
ASSOCIAÇÃO CULTURAL SETE OFÍCIOS- ARTEMANHAS ASSOCIAÇÃO DE PAIS DA EB 1 DA
AMOREIRA
TORRE GUIA - COOPERATIVA DE SOLIDARIEDADE SOCIAL. CRL CENTRO SOCIAL E PAROQUIAL DE S.
DOMINGOS DE RANA
GRUPO DESPORTIVO RECREATIVO E CULTURAL DA CHESOL O.C.C.O- ORQUESTRA DE CÂMARA DE
OEIRAS E CASCAIS
HORIZONTE- COOPERATIVA DE SOLIDARIEDADE SOCIAL E ENSINO,
CRL
JUNTA DE FREGUESIA DE CARCAVELOS
IDEIA- INSTITUTO PARA O DESENVOLVIMENTO EDUCATIVO
INTEGRAÇÃO NA ACÇÃO
JUNTA DE FREGUESIA DE CASCAIS
SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE CASCAIS - SCM
CENTRO SOCIAL DA PAROQUIA DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO
DA ABOBODA
JUNTA DE FREGUESIA DO ESTORIL
JUNTA DE FREGUESIA DE ALCABIDECHE
CASA SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS CENTRO PAROQUIAL DO ESTORIL
1.2 População escolar: universo candidatado e frequência
Pela terceira vez, o número de alunos considerado não foi o universo da população escolar mas o número
de crianças inscritas para a frequência do programa AEC, de acordo com o Despacho 14 460/2008 que
refere que a frequência das atividades depende da inscrição por parte dos encarregados de educação e os
agrupamentos de escola devem agilizar este processo em articulação com a entidade promotora.
5
Dos 5559 alunos inscritos no 1º ciclo no Concelho de Cascais, 5177 manifestaram interesse em frequentar
este programa.
No que concerne à frequência de alunos no programa, foram realizadas, monitorizações em Outubro em
Janeiro e em Abril, e registados os seguintes dados de acordo com o quadro seguinte:
POPULAÇÃO ESCOLAR 1ª CICLO
CANDIDATURA
1ª MONITORIZAÇÃO
OUTUBRO
ADENDA CONTRATO PROGRAMA
2ª MONITORIZAÇÃO
JANEIRO
3ª MONITORIZAÇÃO
MAIO
TEMPO
CURRICULAR
AEC
TEMPO
CURRICULAR
AEC
FREQ. AEC
TEMPO
CURRICULAR
AEC
TEMPO
CURRICULAR
AEC
5559
5177
5337
4961
5166
5301
4860
5294
4895
PERCENTAGEM DE ALUNOS EM RELAÇÃO AO TOTAL DE ALUNOS INSCRITOS NO 1º CICLO
PERCENTAGEM CANDIDATURA
PERCENTAGEM
OUTUBRO
PERCENTAGEM
JANEIRO
PERCENTAGEM
MAIO
93,1
92,9
91,6
92,4
A análise do quadro permite verificar a existência de flutuações ao longo do ano letivo. As justificações
apresentadas prendem-se com transferências de alunos. Sublinha-se que a participação nas AEC
continua a ter um carácter facultativo. Todavia os encarregados de educação devem assumir um
compromisso que os seus educandos frequentam as atividades, até ao final do ano letivo.
1.3 Docências
No âmbito da monitorização verificou-se um total de 275 docências nas atividades, das quais o número
mais significativo se refere à área do inglês que registou 67 docências, seguida da música com 57, e a
atividade física e desportiva com 60. As Expressões Artísticas registaram 66 docências. Verificou-se,
ainda, 9 docências de outras áreas, tais como: ludobiblioteca; TIC; Filosofia com crianças e ateliê científico
na área das ciências experimentais. Com coordenações o total de elementos das equipas pedagógicas
passa a 291.
Este programa implica, necessariamente, a contratação de recursos humanos para as diferentes áreas
abrangidas, em regime à hora e/ou de prestação de serviços e/ou a integração percentual de recursos já
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existentes nas entidades parceiras. Os dados da monitorização registam que a maior percentagem de
docentes se encontra contratado à hora.
1.4 Oferta Educativa
A oferta educativa generalista contempla, a música, o inglês, a atividade física e desportiva, o apoio ao
estudo, e as expressões: dança; movimento; plástica; dramática e musical.
Destacam-se singularidades na oferta educativa, nomeadamente, as tecnologias da informação e
comunicação [TIC], a Filosofia com crianças, o Atelier Experimental na área das Ciências a animação do
livro e a dinamização das ludobibliotecas. Em três escolas houve necessidade de substituir a música por
expressão musical tendo em conta a dificuldade de contratação de professores com perfil adequado à
função pedagógica.
1.5 Distribuição semanal por atividade: fundamentação pedagógica
Para cada escola foram tomadas opções na distribuição semanal das atividades de acordo com os
projetos e outras opções pedagógicas diagnosticadas nas avaliações. Para a grande maioria das escolas
as opções tomadas estão fundamentadas em aspetos pedagógicos. Algumas questões logísticas e de
falta de técnicos qualificados são também razões apontadas para a necessidade de ajuste na distribuição
semanal e em algumas situações a substituição da própria atividade, como por exemplo de música para
expressão musical. Das 46 escolas com AEC 45 contam com Atividade Física e Desportiva, bem como
Música.
A distribuição semanal varia entre os 90 e os 135 minutos, em função dos espaços físicos existentes, bem
como das atividades específicas introduzidas no âmbito do projeto educativo. Em todos os agrupamentos
está presente a preocupação de definir as expressões artísticas como uma área que permite uma
abordagem mais lúdica e criativa e facilitadora de práticas integradoras.
1.6 Espaços
O modelo de funcionamento preconiza a diversificação de espaços, complementando os existentes nas
escolas. Os espaços utilizados dentro da escola incluem as salas de aula e polivalentes os ateliês e as
ludobibliotecas, as ludotecas e bibliotecas e os campos de jogos. Os espaços utilizados “fora da escola”,
incluem os pavilhões desportivos os espaços polivalentes das associações e das coletividades.
7
As deslocações dos alunos, nos casos em que é necessário utilizar meio de transporte são asseguradas
pela entidade parceira com o apoio financeiro da CMC.
1.7 Acompanhamento Financeiro: Receitas e Despesas
O programa é financiado pelo ME através de um Contrato Programa estabelecido com a CMC.
Anualmente é feita a sua renovação através da assinatura de uma adenda. O cálculo da comparticipação
financeira é efetuado de acordo com o critério do custo anual por aluno. Esta comparticipação é concedida
de acordo com a escolha do conjunto de atividades, Despacho 14460/2008. Para além deste
financiamento a CMC assume anualmente a comparticipação de um diferencial entre a receita do ME e a
despesa real justificado pelo modelo pedagógico implementado e que assume algumas especificidades:
# 2 Escolas com projeto de Ludobiblioteca abertas a tempo inteiro e à comunidade também aos sábados.
# Atividades específicas, pessoal docente especializado, para crianças com NEE
# Existência de um técnico de apoio/permanência nas atividades
# Apoio financeiro nos casos de deslocação de alunos.
# Integração percentual de técnicos qualificados das instituições parceiras com vínculos laborais
estáveis.
# Pagamento de 60 minutos e não 45 minutos contemplando horas para reuniões de avaliação e
planeamento.
# Coordenação técnica e pedagógica das entidades parceiras.
# Apoio em horas de limpeza
Para todas as escolas é estimada uma despesa e preenchida uma estrutura de custos criada para este
efeito. o seu preenchimento obedece a critérios. Assim para ao ano letivo 2010_11 o valor total da
despesa do programa foi de €1.630.931,99 este valor diz respeito a custos diretos com equipas
pedagógicas contratação de docentes e coordenações, gestão da parceria, horas de limpeza e pavilhões
desportivos. O valor da receita do Ministério da Educação foi de €1.340.837,50. Para a CMC o diferencial
a suportar foi de € 290.094,49.
O programa contou ainda com verba para as oficinas e espaços de reflexão no valor de € 5.700,00 e verba
para transportes no montante de € 16.420,76.
8
Todas as entidades parceiras, devem, segundo o estipulado no Acordo de Colaboração apresentar
relatório de contas. A análise financeira desses relatórios será apresentada em documento específico.
1.8 Avaliação
A avaliação e o acompanhamento são dimensões estratégicas. Permitem cuidar da qualidade educativa,
da rede e dos aspetos organizativos. Existem dimensões, instrumentos e momentos de avaliação
consensualizados que permitem a participação de todos os envolvidos fomentando a boa comunicação e
troca de aprendizagens.
Neste ano letivo, procedeu-se à realização de inúmeras reuniões promovidas pela entidade promotora
para o acompanhamento do programa tendo por base as dimensões da articulação pedagógica e
curricular a gestão da parceria e os aspetos financeiros.
Desde o início do programa que é intenção conhecer a opinião das crianças e famílias sobre as atividades
de enriquecimento curricular. Para esse efeito foi editada a brochura “uma escola à minha espera” que
para além de informar as famílias sobre o percurso escolar desde o pré-escolar até ao 1º ciclo contém uma
ficha de opinião que permite o registo de opinião e grau de satisfação das crianças e famílias e a sua
devolução. A ficha é constituída por um total de 10 itens, em que 6 são de resposta aberta e 4 de resposta
fechada. Às crianças é solicitado O que fazes na CASE/AEC? e O que gostarias de fazer (e agora não
fazes)?, quanto às famílias foi criada uma escala de 1 a 5 que permite a seguinte classificação 1 (nada
satisfeito), 2 (pouco satisfeito), 3 (razoavelmente satisfeito), 4 (muito satisfeito) e 5 (totalmente satisfeito),
para responder Estou satisfeito com a CASE/AEC? e Sinto que o meu filho está satisfeito com a CASE
AEC?. Na pergunta de resposta aberta pretendia-se obter informações sobre a melhoria dos programas, O
que pode ser melhorado? Eu gostaria que…
1.8.1 Grau de satisfação das crianças e das famílias: análise de dados
Foram definidos procedimentos e critérios para a definição de uma amostra. Selecionaram-se turmas do 1º
e 4º ano de escolaridade, tendo em conta a importância de conhecer a opinião e grau de satisfação no
início e o culminar do 1º ciclo. Foram envolvidos 7 agrupamentos, 18 escolas e 46 turmas, num total de
1237 brochuras distribuídas e 555 devolvidas.
A análise quantitativa foi realizada de acordo com a estrutura da ficha de opinião.
Como se verifica no gráfico seguinte a maioria das atividades referidas pelas crianças estão de acordo
com a oferta educativa existente no programa, tanto a oferta generalista (nomeadamente expressão
9
plástica, música, inglês, atividade física e desportiva, apoio ao estudo, expressão dramática) como as
singularidades, destacando-se o ateliê científico e a filosofia com crianças.
Todas as turmas do concelho têm cargas horárias muito semelhantes da atividade de música e inglês,
sendo estas as atividades mais evidenciadas.
É de salientar que 12,43% das crianças referem expressão dramática como uma atividade destacada da
expressão plástica e 19,64% das crianças identificam o apoio ao estudo como uma atividade de
enriquecimento curricular.
Respondendo à mesma pergunta: O que fazes nas AEC? as crianças referiram dinâmicas pedagógicas
transversais a todas as atividades.
Uma percentagem muito significativa de crianças (29,91%) referiu que aprende muitas coisas, e 7,21%
identifica que faz trabalhos nas AEC. 21,26% das crianças identifica dinâmicas lúdicas presentes nas AEC
(somatório de brinco, brinco no exterior, jogo e leio histórias). As visitas, o converso/convivo, o nada e o
ajudo surgem com percentagens muito residuais, de acordo com o seguinte gráfico:
38,02%
45,23% 44,68% 44,14%
19,64%
12,43%
5,23%
0,72%
Expressãoplástica
Música Inglês ActividadeFísica e
Desportiva
Apoio aoestudo
Expressãodramática
Ateliercientifico
Filosofiapara
crianças
O que fazes nas AEC?
10
À pergunta O que gostarias de fazer (e agora não fazes) as respostas registam os seguintes dados: Na
atividade física e desportiva, com 31,53%, foi referido pelas crianças,jogar futebol, fazer natação, jogos
tradicionais e ginástica.
29,91%
7,21%
11,35%
1,98%
7,21%
0,72%
6,49%
0,72% 1,26% 1,08% 0,36% 0,36%
O que fazes nas AEC?
3,78%
6,67%
3,06%
31,53%
16,76%
7,03% 7,93%
14,05%
1,98%
Expressãoplástica
Música Falar maisem inglês
Actividadefísica e
desportiva
Expressãodramática
TIC Apreendercoisasnovas
Momentosnão formais
Faço tudo oque gosto
O que gostarias de fazer (e não fazes)?
11
O que as crianças referiram relativamente à expressão musical, com 6,67%, é que gostariam de tocar
diversos instrumentos. Aprender coisas novas (7,93%), inclui-se ciências/experiências (3,06%), filosofia
(0,36%), culinária (1,44%), aulas de primeiros socorros (0,36%). No que diz respeito aos momentos não
formais são referidos por 14,05% e integram respostas relacionadas com brincar mais (3,42%) e brincar e
jogar no exterior (3,60), ver filmes (0,36%), ouvir histórias (1,08%) dia de escolha livre (0,54%),
visitas/saídas (2,70%), nada/descanso (2,34%).
Todas as famílias responderam à pergunta Estou satisfeito com as AEC, num total de 555, das quais
45,05% manifestaram estar muito satisfeitas, 32,97% totalmente satisfeitas, 20,54% razoavelmente
satisfeitas e 1,44% nada e pouco satisfeitas.
À pergunta Sinto que o meu filho está satisfeito com as AEC, 555 famílias manifestaram a sua opinião, das
quais 44,86% manifestaram estar muito satisfeitas, 39,46% totalmente satisfeitas, 14,77% razoavelmente
satisfeitas e 0,90% nada e pouco satisfeitas.
0,36% 1,08%
20,54%
45,05%
32,97%
Estou satisfeito com as AEC?
Nada satisfeito Pouco satisfeito Rasoavelmente satisfeito
Muito satisfeito Totalmente satisfeito
12
Para um melhor tratamento das respostas O que pode ser melhorado? Eu gostaria que…, foram adotados
os indicadores de avaliação do programa: recursos, organização e planeamento e pedagogia.
De acordo com o gráfico acima 11,89% das respostas relacionam-se com a necessidade de existência de
espaços adequados e melhoria/requalificação dos existentes. 7,39% referiram a necessidade de um maior
investimento na expressão plástica designadamente em materiais e diversidade de técnicas e práticas
pedagógicas.
0,36% 0,54%
14,77%
44,86%
39,46%
Sinto que o meu filho está satisfeito com as AEC?
Nada satisfeito
Pouco satisfeito
Rasoavelmente satisfeito
Muito satisfeito
Totalmente satisfeito
11,89%
7,39%
2,52% 2,34%
Espaçosinteriores/exteriores
Maior investimento naexpressão plástica
Mais auxiliares e comformação
Professores commelhor preparação
pedagógica
Recursos
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2,52% das respostas identificaram a necessidade de reforço do número de auxiliares para vigilância e
acompanhamento das AEC. Referiram ainda mais formação para o pessoal não docente.
Foi referido por 2,34% das famílias a importância de uma melhor preparação pedagógica por parte dos
professores.
Na categoria Organização e planeamento, 0,72% das respostas identifica o alargamento das AEC até às
19 horas, 0,36% propõem flexibilização de horário e por último 5,41% das respostas indicam a
necessidade de uma maior e melhor informação/participação dos pais no programa em causa.
0,72% 0,36%
5,41%
Alargamento do horário atéàs 19:00h
As AEC's serem ao longodo dia
Maior e melhorinformação/participaçãopara os pais nas AEC's
(envolver)
Organização e planeamento
3,06%
4,50%
3,06%
3,96%
0,18%
2,88%
0,36%
2,88%
Pedagogia
14
A categoria Pedagogia subdivide-se em duas dimensões: desenvolvimento de competências e articulação
curricular. No gráfico, podemos constatar que 16,38% das respostas referem-se ao desenvolvimento de
competências e 4,50% à articulação curricular. Entende-se por diversificar a oferta educativa, as respostas
relacionadas com temáticas educativas para a saúde, segurança e solidariedade, bem como língua
gestual.
Globalmente os dados permitem a seguinte análise qualitativa:
Aspetos positivos:
Dar a conhecer às famílias as respostas existentes os seus princípios orientadores e regras de
funcionamento;
Possibilidade de conhecer ao nível do território de Cascais o grau de satisfação das famílias e das
crianças (participação – uma escola mais enriquecedora pretende defender os interesses e direitos
das crianças, o que só pode acontecer se soubermos a sua opinião; envolvimento da comunidade
e família);
Realça-se também que estes dados permitem ajustar/adaptar o funcionamento do programa
contribuindo para a melhoria do tempo de permanência das crianças na escola;
O conceito de escola a tempo inteiro pressupõe tempos, conteúdos e aprendizagens diversificadas
e contempla a descoberta, a brincadeira, o prazer de aprender e o bem-estar. Verificou-se que a
maioria das atividades referidas pelas crianças integra o horário das AEC, nomeadamente a oferta
generalista (expressão plástica, música, inglês, atividade física e desportiva e apoio ao estudo)
indo ao encontro de tempos e temáticas específicas que procuram tornar mais rico e variado o
currículo escolar. Verificou-se também que uma percentagem significativa de respostas refere a
presença de dinâmicas lúdicas, tais como jogar, brincar, ler, divertir e o aprender muitas coisas.
A pergunta O que gostarias de fazer (e não fazes)?, pretendia identificar e conhecer outros
interesses, temáticas e necessidades inerentes ao tempo livre. Através da análise de conteúdo das
respostas verificou-se que as categorias mais evidenciadas são atividade física e desportiva,
expressão dramática e momentos não formais. É um aspeto positivo na medida em que estas
atividades estão intimamente relacionadas com a socialização, ludicidade, interação, prazer, jogo,
experiência, brincar, explorar, descobrir, partilhar.
78,02% das famílias classificam o seu grau de satisfação relativamente às AEC como totalmente e
muito satisfeito.
84,32% das famílias classificam o grau de satisfação dos seu filho como totalmente e muito
satisfeito.
15
Aspetos menos positivos ou a melhorar:
Tendo em conta a percentagem de fichas de opinião devolvidas, 45%, considera-se a necessidade
de melhorar os procedimentos e metodologia de devolução;
Prever o alargamento da aplicação da ficha de opinião a todas as escolas do concelho;
Caso se equacione uma nova edição da ficha de opinião esta deveria ser concebida com menos
perguntas de resposta aberta, mas garantindo sempre a participação das crianças e das famílias.
As sugestões feitas pelas famílias incidem em três dimensões: Recursos, Organização e
Planeamento e Pedagogia. Relativamente à dimensão dos recursos as famílias referem a
necessidade de existência de espaços adequados bem como da melhoria/qualificação dos
existentes. Na atividade de expressão plástica é referida a importância de diversificar matérias,
técnicas e práticas pedagógicas. Na dimensão organização e planeamento as famílias referem a
importância e a necessidade de obter informação e podere participar no programa em causa. Na
Pedagogia é feita a sugestão no sentido de diversificar a oferta educativa em temáticas como
saúde, segurança, solidariedade. Por último a Articulação curricular surge também como um aspeto
a melhorar.
16
CAPITULO II- ASPECTOS ESTRUTURAIS
2.1 Princípios de atuação da entidade promotora: reforço e valorização da rede e
qualificação pedagógica
Desde há cinco anos que a Câmara Municipal de Cascais, através da Divisão de Intervenção Educativa e
Acão Social Escolar, em parceria com os agrupamentos de escolas e entidades parceiras, investiu na
construção da relação institucional de suporte ao bom desenvolvimento do programa AEC, procurando
desempenhar um papel proactivo, de mediação de acompanhamento e de reforço e valorização da rede
de parceiros.
Esta construção assenta na partilha de responsabilidades e compromissos em diferentes e variados
momentos: Planificação, implementação, acompanhamento e avaliação.
O Acordo de Colaboração, documento orientador e regulador, identifica os direitos, as responsabilidades e
as competências dos intervenientes.
Outro aspeto que importa elencar é o da qualificação pedagógica. Considera-se que este programa
contribui para a promoção de contextos educativos curriculares e não curriculares enriquecedores do
processo educativo e tradutores de uma nova dimensão de escola, adequada à organização social
contemporânea e sobretudo que defenda os interesses e direitos das crianças.
A sua missão é a de construir uma rede de parcerias com equipas qualificadas que promovam um projeto
pedagógico e que enriqueça, o desenvolvimento social, pessoal e académico dos alunos.
2.2 Princípios Orientadores
Os princípios orientadores articulam duas vertentes: as intenções gerais do Ministério da Educação e a
visão educativa territorial centrada na criança. A articulação pedagógica, o envolvimento da comunidade e
família a escolha e participação das crianças e as boas práticas inclusivas e as expressões artísticas são
dimensões a ter em conta no modelo pedagógico existente.
O Acordo de Colaboração identifica os seguintes princípios para o desenvolvimento das AEC:
# Desenvolvem-se de acordo com os objetivos definidos no Projeto Educativo do Agrupamento e
constam no Plano Anual de Atividades.
# São implementadas de acordo com as Orientações Programáticas para cada uma e de acordo
com o Currículo Nacional do Ensino Básico.
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# Deverá contribuir para a qualificação do sistema de ensino, através da promoção de contextos
educativos enriquecedores que defendam os interesses e os direitos das crianças, nomeadamente
o direito à Educação, à Participação e ao Brincar.
# Carácter integrado e que respeitem o direito da criança a um espaço de liberdade expressiva e
criativa num ambiente de ludicidade e, sempre que possível, livre escolha, complementando todo o
processo educativo e prezando os princípios de articulação com os conteúdos desenvolvidos em
tempo curricular.
# Modelo de Gestão em Parceria, com partilha de saberes, direitos, competências e
responsabilidades.
2.3 MISSÃO E SUSTENTABILIDADE EDUCATIVA
Para o desenvolvimento do programa foi definida a missão de construir uma rede de parcerias com
equipas qualificadas que promovam um projeto pedagógico e que enriqueça, o desenvolvimento social,
pessoal e académico dos alunos. O desenvolvimento do programa baseia-se em fatores de
sustentabilidade dos quais se destacam:
# Visão educativa territorial centrada na criança
# Gestão em rede e em parceria
# Equipas com diversidade de saberes
# Cultura de avaliação e produção de conhecimento
18
CAPITULO III - ACOMPANHAMENTO E QUALIFICAÇÃO
Para além da monitorização e avaliação forma promovidas um conjunto de ações com vista ao
acompanhamento e qualificação dos técnicos envolvidos neste programa e reforço e valorização da rede
através da promoção e dinamização de oficinas e espaços de reflexão para a partilha e divulgação de
práticas, dos quais se destacam:
OFICINAS
[Trabalho de equipa e gestão de conflitos]
Formadora: Anita Silva
Esta oficina teve como principais objetivos:
Promover a reflexão sobre o conceito de equipa e os desafios associados ao trabalho colaborativo e em
rede e dotar os formandos das competências necessárias para gerir assertivamente situações de conflitos,
aplicáveis aos mais diferentes campos de atuação. Trabalho em equipa, trabalho em rede, trabalho
colaborativo são alguns dos conteúdos abordados através de análise de situações concretas e simulação
de situações de mediação e transformação de conflitos.
Em anexo plano de formação.
Da avaliação realizada apresentam-se os seguintes resultados:
Perspetivas de continuidade
Os formandos manifestaram vontade de ter mais formação com a mesma temática, contudo que esta
fosse adequada aos grupos de crianças em contexto de sala de aula.
Demonstraram que gostariam de aprofundar metodologias e dinâmicas de trabalho de equipa promotoras
de inovação e criatividade, bem como de formas de lidar com a intransigência durante um conflito e como
aplicar a diferentes grupos.
02468
10
Nada satisfeito
Pouco satisfeito
Satisfeito
Bastante satisfeito
Muito satisfeito
19
Revelaram ainda, que a formação deveria ter sido dirigida para as equipas internas, envolvendo os
professores titulares de turma.
[A criança com necessidades educativas especiais em contexto de AEC]
Formadoras: Ana Carolina Crispim e Ana Rita Matias
Esta oficina teve como principal objetivo:
Qualificar as respostas educativas em contexto de atividade de enriquecimento curricular, contribuindo
para a inclusão de todas as crianças com necessidades educativas especiais.
Em anexo plano de formação. Da avaliação realizada apresentam-se os seguintes resultados:
Perspetivas de continuidade
Foi sugerido que a formação tivesse módulos independentes que possibilitassem mais tempo para o
debate e partilha de experiências, com mais exemplos práticos e respetivas formas de intervenção.
Ficou também demonstrada a necessidade dos formandos terem com quem poder esclarecer as suas
dúvidas, recolher sugestões, facultar estratégias para resolução ou para uma melhoria dos “problemas”
que vão surgindo.
[Filosofia com crianças]
Formadora: Rita Pedro
Esta oficina teve como principais objetivos:
Reconhecer o direito de pensar das crianças em igualdade com os adultos; valorizar o olhar das crianças
sobre o mundo, a existência e os outros; desenvolver a atenção para as ideias, as perguntas e os relatos
das experiencias das crianças através duma escuta atenta, sem julgar como certos ou errados os seus
02468
1012
Nada satisfeito
Pouco satisfeito
Satisfeito
Bastante satisfeito
Muito satisfeito
20
pensamentos; reconhecer e compreender as problemáticas filosóficas implícitas inerentes a determinadas
perguntas e problemas colocados pelas crianças; articular e contextualizar as perguntas filosóficas das
crianças com a sua experiencia vivida ou a sua vida coletiva na escola e em sociedade. Na avaliação foi
referido pelos participantes na oficina que foram criadas condições necessárias ao exercício do debate, à
partilha de experiências pedagógicas e à formulação de questões e manifestado o interesse na
continuidade desta oficia. Em anexo plano de formação. Da avaliação realizada apresentam-se os
seguintes resultados:
Perspetivas de continuidade
A continuidade da formação, foi solicitada pelos formandos, que precisam adquirir maior segurança quanto
à aplicação do método, bem como adquirir uma maior sensibilidade quanto às potencialidades
pedagógicas e filosóficas que contêm os questionamentos, dúvidas e diálogos das crianças. Pelo que a
continuidade de nova oficina formativa será uma forma de consolidar e adquirir mais segurança quanto ao
método e ao fazer filosofia.
Assim sendo, está prevista uma nova oficina formativa para o mesmo grupo de formandos, que contemple
uma vertente prática em sala de aula e uma vertente teórica, perfazendo um total de 35h.
Devido ao facto de alguns Agrupamentos querem implementar desde já a Filosofia no seu território
educativo, e por considerarmos que este método é impulsionador de cidadãos mais confiantes,
participativos, tolerantes e conscientes, pensou-se num programa que para além da formação, proporcione
formas de autoformação e divulgação da Filosofia com Crianças
21
[Metodologia de trabalho de projeto pedagógico]
Formadoras: Teresa Martins e Dora Silva
Esta oficina teve como principais objetivos:
Dotar os participantes de competências necessárias para a construção de projetos pedagógicos utilizando
a metodologia de trabalho de projeto clarificando o valor educativo desta metodologia que promove e
desenvolve a participação a autonomia o trabalho cooperativo e a responsabilidade. Foram
disponibilizados aos formandos grelhas de planificação e observação, instrumentos facilitadores da
aplicação desta metodologia.
ESPAÇOS DE REFLEXÃO
[Articulação atividade física e desportiva]
Facilitador: Bruno Avelar Rosa
Este espaço de reflexão teve como ponto de partida a articulação. A articulação entre as várias atividades
de forma a garantir a qualidade das mesmas. Através da determinação de procedimentos, tarefas e
reuniões, de normas, atitudes e valores a desenvolver ao longo do ano letivo, bem como de determinar
blocos de conteúdos articuláveis entre a componente curricular e as atividades de enriquecimento
curricular. Em anexo plano de formação. Da avaliação realizada apresentam-se os seguintes resultados:
Perspetivas de continuidade
Foi muito valorizado pelos formandos a construção dos materiais, bem como de estes serem com
materiais reciclados. Referiram ainda que gostariam de ter tido mais sessões de forma a terem a
possibilidade de explorar mais técnicas e matérias.
0
5
10
15Nada satisfeito
Pouco satisfeito
Satisfeito
Bastante satisfeito
Muito satisfeito
22
Gostariam de alargar a temática a outras disciplinas de forma a se poder realizar projetos articulados entre
as várias disciplinas.
Mostraram ainda a vontade de ter atividades e estratégias didáticas em contexto das AFD para as crianças
com Necessidades Educativas Especiais.
Como sugestão ficou ainda a ideia que se poderia apresentar e experimentar os materiais realizados num
espaço específico, ginásio/campo de jogos.
[Articulação pedagógica]
Facilitadora: Teresa Martins
Este espaço de reflexão teve como ponto de partida a necessidade de reflexão sobre conceitos e
instrumentos que melhorem a articulação curricular e pedagógica de todos os docentes envolvidos. Os
participantes, professores AEC e titulares tiveram a oportunidade de partilhar os instrumentos de
planeamento e avaliação utilizados e de melhorar com os contributos e reflexão do grupo. Da avaliação
realizada os formandos manifestaram interesse particular em continuar esta reflexão.
[O jogo na escola]
Facilitadora: Ana Pessanha
Este espaço de reflexão teve como ponto de partida a importância ludicidade em contexto de escola.
Através da construção de jogos em grupo os formandos concretizaram pequenos projetos de aplicação em
contexto curricular e de enriquecimento. Da avaliação realizada apresentam-se os seguintes resultados:
02468
1012
Nada satisfeito
Pouco satisfeito
Satisfeito
Bastante satisfeito
Muito satisfeito
23
Práticas de animação de bibliotecas em contexto de AEC
Facilitadora: Vera Batista
Este espaço de reflexão teve como objetivo proporcionar a partilha de temáticas, técnicas e “boas-
práticas” relacionadas com a Animação de Bibliotecas. Partindo do contacto e partilha de ferramentas,
ideias e sugestões, os participantes poderão vir a utilizar a prática de animação de bibliotecas como um
instrumento para as suas atividades de enriquecimento curricular. Em anexo plano de formação. Da
avaliação realizada apresentam-se os seguintes resultados:
Perspetivas de continuidade
Os formandos manifestaram vontade de continuidade da formação, pois a metodologia utilizada traduziu-
se uma mais-valia para processo pedagógico, conferindo um maior conhecimento de
estratégias/dinâmicas de animação de leitura e ligação com as outras áreas de expressões.
Foi sugerido para além desta formação, outras que envolvessem os alunos em contexto de sala de aula
nas diferentes áreas.
PARTILHA DE PRÁTICAS E PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO
Ao longo do ano letivo foram realizadas sessões de trabalho com entidades parceiras agrupamentos e
CMC para discussão e reflexão sobre a integração pedagógica das AEC no 1º ciclo e construção conjunta
de um documento orientador que será apresentado numa reunião em AP10. Pretende-se que as
Atividades de Enriquecimento Curricular sejam cada vez mais integradas no contexto educativo formal e
não formal evitando a sua escolarização e garantindo a eficácia dos princípios orientadores.
02468
101214
Nada satisfeito
Pouco satisfeito
Satisfeito
Bastante satisfeito
Muito satisfeito
24
Neste grupo de trabalho participaram 80% dos agrupamentos de escola e 50% das entidades parceiras. O
documento orientador está estruturado da seguinte forma: enquadramento legal; caminho percorrido ….
boas práticas; a nossa visão o que queremos: princípios de integração pedagógica e cronogramas de
planeamento; acompanhamento e avaliação do programa.
Projetos Escola a tempo inteiro: o desafio
O conceito escola a tempo inteiro “nasceu” com a implementação dos programas CASE, AEC e
componente de apoio à família. Este conceito tem sido discutido, refletido, e adaptado aos princípios da
intervenção educativa e transformado em projeto com dinâmica e intencionalidade pedagógica.
O conceito territorial de escola a tempo inteiro defende a inclusão e a inovação pedagógica, pensa nas
crianças e no tempo que permanecem na escola. Os novos edifícios educativos colocam a escola numa
nova centralidade, e conferem-lhe um estatuto de referência na comunidade onde se insere garantindo os
princípios da “Cidade Educadora”. Os edifícios escolares mais antigos possuem também espaços e
recursos as bibliotecas escolares e outros espaços lúdicos que permitem a implementação “da escola a
tempo inteiro”.
A importância de conciliar e adequar as necessidades de tempo livre aos horários escolares e a introdução
de espaços de jogo e brincadeira dentro da escola, por exemplo: ludotecas e introdução da animação do
jogo nas propostas de atividade de enriquecimento curricular são intencionalidades pedagógicas
presentes.
Para o planeamento destes projetos realizou-se em conjunto equipa da CASE um trabalho de
caracterização de todas as escolas e jardim-de-infância tendo por base dados da monitorização dos
respetivos Programas, nomeadamente: frequência da população escolar no JI e 1º ciclo, características do
edifício escolar e espaços pedagógicos alternativos; caracterização das equipas pedagógicas das
entidades parceiras e dos agrupamentos e impacto dos princípios orientadores dos programas no
desenvolvimento de “projetos locais”. Com base na caracterização foram apresentadas propostas de
reorganização dos programas CASE e AEC e criação de novas respostas educativas para o ano letivo
2011_12. Para a definição das novas respostas educativas e reorganização do programa AEC
designadamente a definição da “outra atividade” foi realizada uma caracterização de algumas escolas.
Este estudo está anexado a este relatório.
Os novos edifícios educativos acolhem ludobibliotecas de uso partilhado com a comunidade local.
Constituem espaços privilegiados dentro destes edifícios, as Bibliotecas Escolares e espaços de educação
25
não formal que intencionalmente apelam à ludicidade. Estes espaços localizam-se numa posição
estratégica dentro do edifício permitindo a sua utilização fora dos períodos letivos sem deixar de preservar
os restantes espaços de educação formal.
Para além, do suporte educativo à atividade letiva e aos programas de animação sócio educativa e de
enriquecimento curricular, aos sábados e nas férias escolares é garantida a abertura a toda a comunidade
das áreas da biblioteca: leitura, pesquisa, audiovisual e multimédia e das áreas da ludoteca: de estar;
brincar e jogo. É neste contexto que surge o Projeto de Ludobibliotecas iniciado nas novas escolas do 1º
Ciclo do Ensino Básico do Alto da Peça /Alcabideche e Areia Guincho, em Cascais.
26
Reflexão final
A CMC, enquanto entidade promotora do programa AEC investiu na monitorização e acompanhamento
deste programa no reforço e valorização da rede de parceiros e na promoção de oficinas e espaços de
reflexão partilha e divulgação de boas práticas de forma a garantir a construção de uma escola
enriquecedora que propõe modelos de trabalho que privilegiem: ludicidade; livre escolha; prazer em
aprender; bem-estar; experiências significativas; Escola “aberta” a parcerias exteriores; maior qualidade na
oferta educativa designadamente, ludobibliotecas e bibliotecas abertas a tempo integral e com técnicos
com perfil.
O Programa é gerido em rede: 18 entidades e 11 agrupamentos de escola. Esta gestão pressupõe a
partilha de compromissos a coresponsabilização na gestão pedagógica e financeira, o acompanhamento
conjunto a avaliação e a construção de indicadores.
Dos dados monitorizados conclui-se que a grande maioria da população escolar frequentou as atividades.
As oscilações acontecem sempre em simultâneo com as atividades letivas e diretamente relacionadas
com transferências de alunos. Quanto aos espaços utilizados verifica-se que a maioria das turmas
permanece nos espaços escolares. As atividades de enriquecimento curricular em 44 escolas são o inglês
a atividade física o apoio ao estudo a música e as expressões. Uma escola do Agrupamento de São João
do Estoril não conta com música e no Agrupamento IBN Mucana uma não conta com atividade física e
desportiva. As singularidades continuam nas áreas da filosofia com crianças e ateliê científico a novidade
das ludobibliotecas. As expressões acontecem nas 46 escolas e integram a expressão plástica e dança, o
movimento a animação do livro e cidadania.
Os espaços de formação tiverem um bom equilíbrio entre referenciais teóricos, reflexão de práticas e
experimentação de novas técnicas e/ou estratégias e contribuíram para a melhoria na articulação das AEC
com a componente letiva.
Quanto ao grau de satisfação das famílias e crianças este foi um ano de experimentação do instrumento
criado para este efeito: a ficha de opinião. O objetivo principal foi dar a conhecer às famílias as respostas
existentes os seus princípios orientadores e regras de funcionamento. Assim como a possibilidade de
conhecer ao nível do território de Cascais o grau de satisfação das famílias e das crianças (participação –
uma escola mais enriquecedora pretende defender os interesses e direitos das crianças, o que só pode
27
acontecer se soubermos a sua opinião; envolvimento da comunidade e família) é um indicador relevante
para a melhoria deste programa. Os dados analisados demostram que as famílias e crianças estão “muito
satisfeitas e totalmente satisfeitas” de acordo com a escala adotada.
A construção e acompanhamento de projetos de escola a tempo inteiro resultou na implementação de
duas ludobibliotecas com abertura à comunidade e planeamento de novas respostas para o ano letivo
2011_12.
28
AÇÕES E PROJECTOS 2011_12
Para o ano letivo 2011_12 prevê-se dar continuidade à organização do sistema que permite a gestão
pedagógica e financeira com vista à melhoria do planeamento do acompanhamento e avaliação do
programa de Atividades de Enriquecimento Curricular. Foram redefinidos critérios para a elaboração das
estruturas de custo e torna-se importante monitorizar os desvios entre o orçamento previsto e realizado.
Está igualmente prevista a monitorização da oferta educativa, atividades lúdico expressivas.
Acompanhar o funcionamento das Ludobibliotecas do Alto da Peça e Areia – Guincho que oferecem uma
resposta à comunidade local, de apoio e suporte à atividade e aos programas AEC e CASE e implementar
em 5 escolas as BE e Ludotecas escolares de apoio e suporte a atividade letiva tempos de recreio [tempo
livre] e programas CASE E AEC são duas ações previstas.
Está planeada a divulgação do documento orientador criado pelo grupo de trabalho e que estabelece
estratégias parra uma melhor integração pedagógica das AEC no currículo do 1º ciclo.
O eixo da qualificação terá este ano um reforço nas áreas da animação de bibliotecas, atividade lúdica,
escolha e participação das crianças e necessidades educativas. Estas oficinas serão planeadas e
dinamizadas em conjunto com algumas entidades parceiras.
Foram elaboradas fichas de planeamento para o programa AEC e seus subprojetos.
29
30
ANEXOS
31
FORMADORA Ana Margarida Silva
MORADA Av. François Mitterrand - Nº 48, 3º DTO
1950-342 Lisboa
CONTACTOS Fixo: 21 246 18 95
Móvel: 96 030 66 25
E-mail: [email protected]
NIB 0035 0727 00002485200 02
NIF 221854185
TEMÁTICAS PROPOSTAS
Trabalho em Equipa e Gestão de Conflitos
OBJECTIVOS DA FORMAÇÃO
Promover a reflexão sobre o conceito de equipa e os desafios associados ao trabalho colaborativo e em rede;
Dotar os formandos das competências necessárias para gerir assertivamente situações de conflitos, aplicáveis aos mais diferentes campos de actuação;
CONTEUDOS PROGRAMÁTICOS
Clarificação de conceitos (equipa, trabalho em rede, trabalho colaborativo)
Identificação de aspectos facilitadores e bloqueadores do trabalho em equipa.
Análise de situações concretas;
Simulação de situações de mediação e transformação de conflitos;
Auto análise da comunicação verbal e corporal em contexto de conflito ou tensão.
Nº DE HORAS 9 Horas
DATAS 8, 11 e 16 de Março [confirmar]
CUSTO DA PROPOSTA
Valor da formação 450,00€ (quatrocentos e cinquenta euros);
VALIDADE DA PROPOSTA
Esta proposta é válida por 60 dias.
32
FORMAÇÃO NEE’S PARA AS AEC
PLANO de formação
Horário: das 11h às 14h15 (inclui intervalo de 15 minutos)
Local: Casa de Santa Maria
DIA HORA CONTEUDOS FORMADORA
11 Fev.
11h Enquadramento sobre NEE: definição e categorias CIF Educação Inclusiva: definição e princípios Ana Rita
12h45 Deficiência Motora, Sensorial e Deficiência Mental: breve descrição e estratégias de intervenção em sala de aula
Ana Carolina
18 Fev.
11h Síndrome Autista e Transtorno da Hiperatividade e Défice de Atenção: breve descrição e estratégias de intervenção em sala de aula
Ana Carolina
Ana Rita
12h45 Dinâmica de grupo: resolver situações problema e 3 grupos apresentam aos restantes formandos
Ana Carolina
Ana Rita
25 Fev.
11h Problemas emocionais e Transtorno específico da Aprendizagem: breve descrição e estratégias de intervenção em sala de aula
Ana Carolina
Ana Rita
12h45 Dinâmica de grupo: resolver situações problema e apresentá-las aos restantes formandos
Ana Carolina
Ana Rita
Dinâmica de grupo
Objectivo: cada grupo deverá ser capaz de resolver uma situação problemática (ou preparar uma actividade) de
acordo com o caso apresentado pelas formadoras.
o 6 grupos com 5 elementos cada
o 45 min. para preparar
o 15 min. para cada grupo apresentar e discussão
33
Filosofia com crianças
CONSELHO CIENTÍFICO-PEDAGÓGICO DA FORMAÇÃO CONTÍNUA
APRESENTAÇÃO DE ACÇÃO DE FORMAÇÃO
NAS MODALIDADES DE CURSO, MÓDULO E SEMINÁRIO
Formulário de preenchimento obrigatório, a anexar à ficha modelo ACC2
An2-A
Nº _______
1. DESIGNAÇÃO DA ACÇÃO DE FORMAÇÃO
Filosofia com Crianças
2. RAZÕES JUSTIFICATIVAS DA ACÇÃO E SUA INSERÇÃO NO PLANO DE ACTIVIDADES DA ENTIDADE PROPONENTE
Vários objectivos contemplados no programa de Filosofia com Crianças apresentam
especial interesse para as crianças das nossas escolas como também para os professores:
- Criar espaços de diálogos e de reflexão no seio dos estabelecimentos de ensino de
forma a dar oportunidade aos alunos para expressarem livremente as suas ideias, levantarem e
investigarem suas próprias questões. Além da transmissão de conhecimentos a aprendizagem
deve desenvolver a capacidade crítica e as aptidões reflexivas dos alunos de forma a saberem
pensar por si mesmo.
- No âmbito da educação para a cidadania o programa distingue se pela forma como
propõe incutir nas crianças valores e atitudes, tais como a tolerância, a cooperação e a
solidariedade, através do diálogo enquanto experiencia colectiva.
- Um estudo recente da Unesco1 revela que as crianças têm perguntas e
‘
1 “La Philosophie, une École pour la Liberté”- Estudo publicado pela UNESCO em 2007 sobre o ensino da filosofia, nomeadamente a prática
da filosofia com crianças no ensino básico.
34
inquietações de natureza existencial que ao serem partilhadas e investigadas em grupo
segundo a prática da Filosofia com Crianças as favorecem não só do ponto de vista da sua
aprendizagem escolar como do seu crescimento pessoal e social. O estudo ainda demonstra
como a forma mais racional de se abarcar uma questão existencial conduz a uma distância em
relação à emoção ressentida, transformando assim algumas situações com as quais a criança e
confrontada enquanto sujeito angustiado, em objecto de pensamento. Assim, trata se duma
prática que “toma conta da alma”, ou seja, as crianças são convidadas a sair da sua solidão
existencial e a tomar consciência que as suas questões são comuns a outros do grupo.
- O mesmo estudo demonstra como a prática da Filosofia com Crianças abre
extraordinariamente as competências dos alunos na aprendizagem das outras disciplinas.
Alargando o conhecimento o, estabelece pontes novas entre domínios científicos diferentes,
proporcionando a criação de novos objectos e novas disciplinas.
Por todas estas razões parece nos importante que os professores possam ser
introduzidos a esta prática através duma formação que os capacite para dinamizar sessões de
Filosofia e trabalhar com os seus alunos nesta área.
3. DESTINATÁRIOS DA ACÇÃO
Professores do Ensino Básico e Professores das AEC (actividades de enriquecimento curricular)
4. OBJECTIVOS A ATINGIR
I - A FILOSOFIA E O PENSAMENTO DAS CRIANÇAS
- Reconhecer o direito de pensar das crianças em igualdade com os adultos ‘
35
- Valorizar o olhar das crianças sobre o mundo, a existência e os outros
- Desenvolver a atenção para as ideias, as perguntas e os relatos das experiencias das crianças
através duma escuta atenta, sem julgar como certos ou errados os seus pensamentos
- Reconhecer e compreender as problemáticas filosóficas implícitas inerentes a determinadas
perguntas e problemas colocados pelas crianças
- Articular e contextualizar as perguntas filosóficas das crianças com a sua experiencia vivida ou a
sua vida colectiva na escola e em sociedade
II- A PRÁTICA DA FILOSOFIA COM CRIANÇAS NO ÂMBITO DA EDUCAÇÃO PARA A
CIDADANIA
- Compreender como os valores de cidadania tais como a cooperação, a solidariedade e a
tolerância podem ser apreendidos através da prática do diálogo enquanto experiencia colectiva
36
- Participar nos debates de investigação colectiva sobre perguntas existenciais cooperando na
construção de ideias
- Reflectir em grupo sobre a forma com a autonomia reflexiva do aluno se pode desenvolver com
base na investigação colectiva e no respeito pelas regras do diálogo
- Aumentar os conhecimentos e as praticas dos professores dando a conhecer as ideias e a
metodologia de Matthew Lipman relativamente ao programa de Filosofia com Crianças
- Analisar textos do programa de Lipman M. identificando problemas filosóficos, clarificando
conceitos e problematizando questões.
- Participar em debates filosóficos com vista a por em pratica o programa de Lipman M.
- Complementar os conhecimentos dos professores apresentando algumas críticas ao programa
de Lipman M. e novas pistas orientadoras, metodologias e dispositivos
- Complementar os conhecimentos dos professores dando a conhecer uma experiencia da
Filosofia com Crianças aplicada com o objectivo de fazer face a obstáculos sociais, culturais e
problemas de insucesso escolar
- Por em prática conhecimentos através da dinamização e da observação de sessões de filosofia
com seu respectivo grupo de alunos
- Reflexão conjunta acerca da experimentação e observação da oficina de Filosofia com Crianças
- Reflexão conjunta sobre o impacto da Filosofia com Crianças nas outras aprendizagens
curriculares e também das AEC, ver no ensino das artes as crianças
.
5. CONTEÚDOS DA ACÇÃO (Discriminando, na medida do possível, o número de horas de formação relativo a cada componente)
I - A FILOSOFIA E O PENSAMENTO DAS CRIANÇAS:
37
- Escutar as crianças para valorizar as suas ideias e questões
- As perguntas filosóficas das crianças e as dos primeiros filósofos da antiguidade clássica, os
Gregos
- O olhar das crianças - uma visão natural e espontânea sobre a existência e os outros - e a
fenomenologia e a desconstrução de saberes pré – estabelecidos
- Os problemas da metafísica sobre a origem e a morte levantados e discutidos pelas crianças e
alguns filósofos
- A lógica do pensamento das crianças e o devir - criança
- As perguntas filosóficas das crianças face às perguntas colocadas em contexto escolar e
respectivos tratamentos
II- A PRÁTICA DA FILOSOFIA COM CRIANÇAS NO ÂMBITO DA EDUCAÇÃO PARA A
CIDADANIA
- A importância do diálogo e do trabalho de grupo
- A construção duma comunidade de investigação, os valores comunitários
- As regras do diálogo.
- A participação activa das crianças. A partilha e o confronto de ideias através da liberdade de
expressão e a tolerância face a diferentes pontos de vista
- A autonomia reflexiva
- A solidariedade e a cooperação na construção de ideias e soluções
III- A PROPOSTA DE MATTHEW LIPMAN
- A transformação da sala de aula numa comunidade de investigação
- O papel do professor enquanto facilitador
- O pensamento crítico criativo e interventivo
- A articulação entre a democracia, a cidadania e a Filosofia
- A metodologia e os manuais de Filosofia com Crianças
IV- NOVAS PROPOSTAS ORIENTADORAS
- Críticas ao precursor do método. A prática da Filosofia com Crianças no Mundo. A
colaboração da Unesco
- Apresentação de outras metodologias e dispositivos
- A prática da Filosofia face a obstáculos sociais, culturais e outros tais como o insucesso
38
escolar.
V- OFICINA PRATICA DE FILOSOFIA COM CRIANÇAS
- Preparação, experimentação, dinamização e observação de sessões de Filosofia
- Reflexão conjunta da prática e das observações realizadas
-Reflexão conjunta acerca dos impactos da Filosofia com Crianças nas outras aprendizagens
curriculares e também extra-curriculares tais como o ensino das artes
6. METODOLOGIA DE REALIZAÇÃO DA ACÇÃO (Descriminar na medida do possível, a tipologia das aulas a ministrar: Teóricas, Teórico/Práticas, Práticas, de Seminário/Projecto/Estágio, ...)
1- A Filosofia e o Pensamento das Crianças - Aulas Teóricas (formação, partilha de
questões)
2- A prática no âmbito da Cidadania - Aulas teórico – práticas (formação, partilha de
questões, participação em debates filosóficos, cooperação)
3- Proposta de Lipman M.- Aulas teórico - praticas (formação, partilha de questões,
analise de textos, participação em debates filosóficos)
4- Criticas e novas propostas - Aulas teórico - pratica (formação, partilha de questões,
participação em debates de âmbito filosófico
5- Oficina - Aulas pratica (observação, experimentação, dinamização de sessões de
filosofia, reflexão conjunta
7. CONDIÇÕES DE FREQUÊNCIA DA ACÇÃO
39
8. REGIME DE AVALIAÇÃO DOS FORMANDOS
A avaliação será quantitativa numa escola de 1 a 10 valores, com critérios definidos pela
comissão pedagógica: textos produzidos (sobre as perguntas existenciais das crianças em
contexto escolar, familiar ou relativamente infância do formando), análise de textos quanto as
questões filosóficas inerentes e a problemáticas em questão, participação nos debates
orientados, cooperação, dinamização de sessões de filosofia e reflexão posterior.
9. MODELO DE AVALIAÇÃO DA ACÇÃO
- Apresentação de textos
- Avaliação participativa
.
40
Práticas de Animação de Biblioteca
“Ler e imaginar são duas das três portas principais – a curiosidade é a terceira- por onde se acede ao
conhecimento.”
José Saramago
“Há o hábito de pensar que se entra numa biblioteca para procurar um livro. Não é verdade. Por aí se
começa, mas o que na realidade se busca é a aventura.”
Humberto Eco
“Uma biblioteca é um lugar onde se deve estar sem preocupação. É um lugar de perdição.”
Michéle Petit
Esta oficina dirige-se a professores de AEC e tem como objetivo proporcionar a partilha de temáticas,
técnicas e “boas-práticas” relacionadas com a Animação de Bibliotecas. Partindo do contacto e partilha
de ferramentas, ideias e sugestões, os participantes poderão vir a utilizar a prática de animação de
bibliotecas como um instrumento para as suas atividades de enriquecimento curricular.
A sessão será composta por, essencialmente, dois blocos; um primeiro no qual será apresentado e
explorado um conjunto de conceitos e propostas subjacentes às práticas de animação de Bibliotecas.
Num segundo será criada, em pequeno grupo, a planificação de uma atividade de animação. Esta
deverá contemplar e integrar os conteúdos abordados com a criatividade e o contexto específico de
cada participante – a sua atividade, a sua população alvo e estrutura em que está integrado.
Esta ação terá o seguinte alinhamento e os respetivos conteúdos:
41
Apresentação/Quebra Gelo
Após uma apresentação participada pelo grupo, será narrada/escutada uma história de tradição oral,
“Pé Leve”(recolhida por Tim Bowley em “Contos do Mundo”), cujo protagonista é uma criança que se
transforma num contador de histórias. Esta introdução servirá não só como um “quebra-gelo”, como
também como uma iniciação a uma das práticas de animação de Bibliotecas: a narração de histórias e o
momento da “Hora do Conto”.
A Biblioteca
1. ”Do tempo em que a biblioteca apenas continham livros guardados em estantes, até aos centros
de recursos que são hoje”; O espaço, o fundo documental, as TIC (Tecnologias de Informação e
de Comunicação)
2. A Rede Nacional de Bibliotecas Públicas (RNBP) e a Rede de Bibliotecas escolares (RBE); sua
criação, objetivos e ações.
Animação da (à) leitura/ Animação de bibliotecas
1. O perfil do animador da (à) leitura; suas características e objetivos.
2. “Boas-práticas” e exemplos de animação de bibliotecas:
(poderão ser apresentadas apenas as mais relevantes)
Promoção do contacto precoce com o livro.
Sensibilização para a importância da leitura desde a primeira infância.
Sensibilização para a criação de gosto pela leitura e construção progressiva da autonomia do
leitor.
Técnicas de leitura em voz alta.
Estratégias de animação centradas na relação entre leitura escrita, leitura e expressão plástica,
musical, poética, teatral, etc.
Utilização de novas tecnologias da informação on-line para a experimentação da leitura e da
escrita.
Criação de instrumentos informáticos interativos que estimulem a leitura.
Promoção do contacto com o universo da poesia.
Informação sobre livros, literatura para a infância e para a juventude.
Esboço de uma sessão de “Hora do Conto”
42
Serão apresentados contributos e ferramentas para a planificação de uma sessão de hora do conto.
Criação e apresentação de uma atividade de animação de biblioteca
Em pequenos grupos de 3/4 elementos os participantes delinearão uma atividade de animação da
Biblioteca, apresentando-a de seguida em grande grupo.
Vera Sales Baptista
ANÁLISE DOS DADOS
Em resposta à solicitação de uma monitorização das práticas expressivas em escolas do concelho, avaliámos em 17 escolas os seguintes parâmetros:
1- A oferta educativa: Qual a conformidade da prática referida nos horários com as práticas efectivamente desenvolvidas e abordadas;
43
2- O tempo da actividade (bloco de 90’ ou 45’);
3-A competência técnica e pedagógica para o exercício da actividade;
4- A utilização dos documentos da CMC na planificação das actividades;
5- A relação estabelecida com o grupo de crianças;
6- A articulação das actividades desenvolvidas e do seu planeamento quer com os restantes professores das AEC, quer com os professores titulares de turma;
7-A adopção de um modelo pedagógico participativo;
8-A situação laboral destes professores.
Não há conformidade entre a oferta formal e as práticas desenvolvidas: Num universo de 17 escolas, das 16 que referem
oferta de expressões artísticas só 7 apresentam diversificação de práticas expressivas – Tires 3, Cascais 2, Abóboda 2,
Alcoitão 1, Carcavelos 2, Abóboda1 e Trajouce.
Ao contrário do esperado, a maior parte das escolas desenvolvem esta actividade num tempo de 45 minutos. Parece existir
uma relação entre boas práticas e blocos de 90 minutos (ver anexo - quadro II)
16
1
Oferta educativa formal
Expressões
Plástica
10
3 2
2
Oferta real
Só Plástica
Plástica eDramaticaPlástica e Dança
7 10
Escolas
90 45
44
Apesar de em 56% das situações verificadas se referir o conhecimento de ambos os documentos, nalguns casos as práticas não reflectem as orientações e pressupostos neles contidos. O mesmo acontece nos casos em que se refere o planeamento com base apenas na brochura Expressões Artísticas Integradas.
A articulação com os professores titulares assume formas e entendimentos distintos de escola para escola.
No campo ambos, a escola de Caparide, p. ex., articula com os colegas de AEC apenas nas festas.
Em Cascais 2, a articulação com o professor titular é referida como um facto regular. Com os colegas das AEC acontecem “parcerias pontuais”.
2
3 10
2
Planificação
Só brochura - caparide, parede 4
Só acordo - cascais 2, juso1, tires3
ambos - carcavelos 2, tires2, juso2, trajouce, talaíde, cascais1, abóboda1,alcoitão1, malveira, abóboda2
3 1
10
3
Articulação
AEC - alcoitão1, cascais1, juso1
Prof. Titular - cascais2
Ambos -juso2, carcavelos2, tires2, malveira, trajouce, caparide, talaíde, abóboda 1, tires3, abóboda2
? - manique, s. pedro, parede 4
45
Juso 1 vê actualmente dificultada a articulação com alguns professores de AEC que passaram a desenvolver a actividade no espaço da escola.
Nas escolas de Parede 4, S. Pedro e Manique, não foi perceptível nem o quê nem o como se articula, quer entre AEC quer com o professor titular.
47% dos professores revelam boa / muito boa competência pedagógica para o exercício das funções (13 das 17 situações
observadas).
4
3 8
2
Competência pedagógica
Fraca- parede4, s.pedro, caparide, juso1
Média - manique, talaíde, tires3
Boa - juso2, malveira, abóboda1, tires2, cascais1, cascais2, carcavelos2, abóboda2
Mt. boa - alcoitão1, trajouce
46
Apenas 35% dos observados revelaram uma boa/muito boa competência técnica.
Note-se, nestes 6 casos, a convergência directa com a boa relação mantida com as crianças e a boa competência pedagógica.
Em 58% dos casos, existe uma boa relação com os alunos. Este universo integra escolas que se apresentam com fraca e
média competência pedagógica. Verificou-se apenas uma situação em que a fraca relação corresponde a fraca competência
pedagógica.
5
5
3
3
Competência técnica
fraca - tires3,juso1, parede4, talaíde, malveira
razoável - juso2, abóboda2, caparide, manique, s. pedro, carcavelos2
boa - tires2, alcoitão1, cascais2
mt. boa - trajouce, abóboda1, cascais1
1
1
7
8
Relação com o grupo de crianças
Fraca - parede4
Razoável - Manique
Boa - juso2, tires3, caparide, cascais2, s.pedro, abóboda1, malveira
Mt. boa - abóboda2, carcavelos2, juso1, trajouce, talaíde, cascais1, tires2, alcoitão1
47
A participação das crianças não foi facilmente observável já que, à altura da monitorização, grande parte das actividades
observadas centravam-se na preparação do Carnaval.
Decidimos assim considerar participação as tomadas de decisão individuais e/ou colectivas assumidas livremente pelas
crianças, mesmo que em contextos pré-desenhados.
Observámos diferentes posturas e atitudes, o que permitiu, a par com a verificação de outros trabalhos efectuados ao longo
do ano, assumir os valores aqui referidos.
Mais de 50% dos professores/técnicos trabalham com contrato
SÍNTESE
7
9
1
Participação das crianças
sim não não obs.
11
5
1
situação laboral
contrato
recibo
?
48
São frequentes as situações em que as expressões artísticas se reduzem à expressão plástica em detrimento das
outras formas de expressão.
A articulação conduz, frequentemente, a actividades pré-definidas. Este conceito não é entendido por igual em
todas as escolas: é um conceito com uma amplitude muito reduzida e que deverá ser trabalhado e reflectido por
todos os envolvidos, correndo-se de outra forma o risco de esta se tornar um espartilho para a tomada de decisão
e livre escolha das crianças.
Parece existir uma correlação entre competência técnica, pedagógica e o grau de participação das crianças.
Acresce que as boas práticas ocorrem, na generalidade, em blocos de 90 minutos.
São predominantes as situações laborais estáveis. Este parece-nos, sem dúvida, um factor de relevo para que se
dê continuidade à aposta na Formação /Capacitação.
… … …
As formações têm representado para muitos a única rede de apoio, criando a possibilidade de uma evolução
qualitativa, mas muito aquém do esperado.
Com vista a uma melhor avaliação das práticas e, em simultâneo, averiguar da sustentabilidade dos investimentos
feitos pela CMC nesta área, seria desejável um acompanhamento regular destas, em bases a definir.
As técnicas,
Ana Gago e Assunção Martins
Cascais, Julho de 2011
49
Guião da Entrevista CASE e AEC Autarquia
Blocos Objectivos Questões
Bloco A – Legitimação
da Entrevista
Informar os entrevistados
sobre a temática e a
finalidade da entrevista.
Solicitar permissão para
gravar a entrevista
Garantir a
confidencialidade da
entrevista
Sublinhar a importância da
participação dos
entrevistados no sucesso do
trabalho
Salientar o carácter do uso
da informação prestada
Autoriza a gravação da
entrevista via áudio?
Pretendem mais algum
esclarecimento acerca dos
objectivos desta entrevista
e do trabalho ou sobre a
sua participação no
mesmo?
Bloco B – Gestão do
Programa CASE/ AEC
Caracterizar os Programas
CASE/ AEC e a sua forma
de gestão pela Autarquia
de Cascais
Perceber como se faz o
planeamento e
replaneamento dos
Programas
Como caracterizam os
Programas CASE/ AEC em
Cascais?
De que maneira descrevem
a forma como a CMC gere
os mesmos?
Quais são as principais
características dos
Programas no Concelho, as
suas oportunidades e
Compreender como é feita
a execução e
acompanhamento dos
Programas
Saber quais são as formas
de avaliação dos mesmos
Perceber quais são as
principais semelhanças e
diferenças entre os
Programas CASE e AEC
constrangimentos?
Como são planeadas e
repensadas as CASE/ AEC
anualmente?
Como fazem o
acompanhamento dos
Programas nas Escolas?
A que tipo de avaliação
estão sujeitos os mesmos?
Quais são as formas de
Avaliação Intercalar e
Avaliação Final dos
Programas?
É feita avaliação no final
de cada ano com intuito de
alterar o modo de gestão
das CASE/ AEC?
Quais são as principais
semelhanças e diferenças
entre os dois Programas
CASE e AEC? Tanto no
seu planeamento, como
execução como na
avaliação.
Bloco C – Participação
da Escola
Saber qual a participação
que as Escolas têm em todo
o processo envolvente às
CASE/ AEC
Que tipo de participação
tem a Escola no
planeamento e
desenvolvimento dos
Programas?
Perceber como é vista a
participação das mesmas
por parte da Autarquia
Compreender qual a
expressão da participação
das mesmas nos Programas
em termos mais
abrangentes
Procurar entender a forma
como os Programas CASE/
AEC potenciam a relação
da Autarquia com as
Escolas, do ponto de vista
da primeira
Como é vista essa
participação por vocês
(Autarquia)?
Gostavam que a mesma se
fizesse de outros moldes
ou, em geral, estão
satisfeitos com a forma
como as Escolas
participam em todo o
processo inerente aos
Programas?
Porque?
Em termos concelhios,
qual a expressão da
participação das Escolas
nos Programas (em
média)?
Gostariam que fosse
maior?
Se sim, quais poderiam ser
as iniciativas e ações a
desenvolver?
Qual o envolvimento que
as CASE/ AEC
proporcionam entre
Autarquia e Escola? Como
caracteriza essa relação?
Bloco D – Interacção
com as Famílias
Perceber qual o
envolvimento das Famílias
As Famílias têm um papel
activo no desenvolvimento
no planeamento e execução
dos Programas CASE/
AEC
Saber de que forma essa
participação está ou não
prevista por parte da
Autarquia ou não
Averiguar qual o feedback
que a Autarquia recebe das
Famílias em relação às
CASE/ AEC
Compreender como podem
dos Programas CASE/
AEC? Qual o
envolvimento das Famílias
em todos os Programas
CASE/ AEC (planeamento
e execução)?
Do vosso ponto de vista,
esse envolvimento é
suficiente ou gostariam de
ver as Famílias como uma
parte mais ativa nos
Programas?
Como?
Essa participação estava
prevista ou surgiu
naturalmente conforme os
Programas CASE/ AEC
foram sendo
implementados no
Concelho?
Que respostas vos vão
surgindo das Famílias às
CASE/ AEC? Qual o
feedback que elas vos vão
dando sobre a sua
satisfação? Têm alguma
forma de ausculta-las em
relação á sua satisfação
com os Programas?
De que forma podem os
os Programas potenciar a
relação Autarquia –
Família
Programas CASE/ AEC
potenciar a relação
Autarquia – Famílias?
Bloco E – Finalização
da Entrevista
Perceber a visão geral da
Autarquia acerca dos
Programas CASE/ AEC
Compreender como os
Programas promovem a
relação Autarquia – Escola
– Família
Saber quais os planos e
pretensões para o futuro
dos Programas
Averiguar sobre mais
algumas informações que
Em termos gerais, qual a
visão e avaliação que a
Autarquia faz dos
Programas?
De que forma é que os
Programas CASE/ AEC
promovem ou potenciam,
então, a relação entre
Autarquia – Escola –
Família?
Qual o balanço dos
mesmos?
Para o futuro, quais são as
pretensões em relação às
CASE/ AEC?
Qual a linha orientadora
que pretendem seguir na
gestão das mesmas?
Até que ponto a CMC
extravasa as suas
competências legais no que
respeita a estes programas?
Qual a política da CMC a
este nível?
Há mais alguma
informação ou comentário
queria transmitir e que
ainda não tenham sido
abordadas
Agradecer a prestabilidade
do entrevistado
que queira fazer acerca dos
assuntos abordados na
entrevista que ainda não
tinha tido oportunidade de
fazer?
Agradeço então a sua
amabilidade em me
conceder esta entrevista,
ter-me facultado
informações tão preciosas
quanto as que prestou e ter
ajudado à concretização do
meu projecto
Transcrição da Entrevista CASE/ AEC Autarquias
Entrevistador – E1
Entrevistado 1 – E2
Entrevistado 2 – E3
E1 – Posso já por a gravar?
E2 – Grava Joana!
E1 – Vou por aqui para gravar melhor, pronto. A entrevista gira toda em volta da
temática da minha tesa, a gestão dos Projetos CASE e AEC e como é que isso funciona
em termos da relação Autarquia – Escola, Escola – Família, e vai estar centrada em três
grandes blocos temáticos, o primeiro em relação às CASE e AEC, o segundo em relação
à questão da Escola, e depois o ultimo que tem a ver com a participação da Família.
Mas acho que vocês já têm percebido…
E2 – Sim, sim, temos acompanhado.
E1 – Já estão por dentro do tema. Não sei se pretendem mais algum esclarecimento
adicional, se…
E2 – Não, não.
E1 – Pronto, então eu também vos ia pedir a gravação da entrevista, para legitimação.
(risos)
E2 – Hum hum…
E1 – E a minha primeira questão é como é que vocês caracterizam os Programas? As
CASE e AEC…
E2 – Hum hum… Chega o gravador mais para aqui senão não consegues apanhar
bem…
E1 – Os Programas em Cascais, não têm a ver com os Programas como o Governo e as
Politicas os definiu…
E2 – Tem a ver com as nossas lógicas… Hum hum!
E1 – Sim, a vossa lógica que é muito mais territorial.
E3 – Penso logo nos princípios orientadores.
E2 – Quando nos perguntam como nós caracterizamos os Programas a primeira coisa
que me vem à cabeça é que estes Programas são uma oportunidade de definição de
políticas autárquicas, tanto para o Pré-Escolar como para o 1º Ciclo e têm ajudado
muito na Intervenção Educativa, desde que os Programas existem acho que a
Intervenção Educativa tem sido alterada e tem sido muito pensada a partir do terreno, e
acho que por isso os Programas têm sido uma oportunidade para a Intervenção
Educativa.
E1 – Em termos do Planeamento e da… O que é que entra, o que é que não entra? Os
principais enfoques dos Programas?
E2 – Ah sim… Hum hum… Beatriz o melhor é também falares não?! (risos)
E3 – (risos) Bem, os principais enfoques dos Programas… Do meu ponto de vista tem a
ver com os princípios orientadores para os quais nós, nos pressupostos básicos, tem um
bocadinho a ver com a questão da ludicidade, da livre escolha e em termos da educação
não formal, e que os miúdos no tempo em que estão na escola tenham qualidade de
vida, é gerir a permanência das crianças durante aquele tempo em que estão na escola.
O Programa do Pré-Escolar responde muito também, vem de encontro àquilo que tu
falaste das famílias…
E2 – Hum hum…
E3 – Foi daí surgiu esta resposta do prolongamento do horário do Pré-Escolar.
E1 – E como é que é, como é que é feita a gestão? Há aqueles 3 principais momentos,
que é no inicio do ano, do planeamento, depois a, o desenvolvimento e
acompanhamento, e depois a parte da avaliação. Como é que fazem, como é que vocês
gerem estes 3 principais momentos? Há uma gestão mais participativa, mais no terreno,
é mais de…
E2 – Hum hum…
E1 – É mais diretiva…
E3 – São Programas que funcionam em parcerias, mas no seu plano na fase de
replaneamento, que é na fase final do ano lectivo, tudo aquilo que possa ser feito para
que recomece no ano seguinte.
E1 – É então de facto uma, uma… Um momento de trabalho particularmente grande…
E2 – Sim, muito grande… De muita responsabilidade das entidades promotoras…
Alguns momentos em que as entidades promotoras têm de facto de os dinamizar e
promover efetivamente. O momento de planeamento é claro somos nos que o
dinamizamos, que promovemos, que fazemos a sugestão. Somos responsáveis por isso
e, além da monitorização que também fomos nós que criamos várias, vários
instrumentos e consensualizamos vários momentos para que isso aconteça.
E3 – Acho que de facto é uma especificidade grande neste concelho, a questão da
parceria, da gestão dos Programas e de muitos outros Projetos terem sido feitos em
parceira com os Agrupamentos de Escola e Instituições Locais que já têm uma
experiencia muito grande na área da Educação.
E1 – Quais é que são os, hum… O que vocês vêm como principais oportunidades, que
se calhar é esse, essa relação com, com as entidades parceiras, e os principais
constrangimentos que vocês sentem? Se calhar há, têm em fazer algo de inovador, ou
implementar novas medidas no âmbito dos Projetos. O que é que vocês sentem como as,
as principais oportunidades e os principais constrangimentos dos Programas?
E2 – Olha um constrangimento ao nível das AEC de facto, que tem sido muito sentido,
é a questão da dimensão. De facto nos sempre valorizamos muito a questão a… Da
formação, a a… Para os técnicos que estão nas AEC, e tendo em conta que nos temos
300 docentes a trabalhar connosco, e tendo em conta que a maior parte deles tem uma
situação muito precária, há uma grande incapacidade do processo de fazer formação,
nunca consegues num ano ter a formação para todas as pessoas, vais fazer formação em
que… É expressiva, porque acabas por ter, tens sempre o eixo da qualificação, mas
acabas por ter a maior parte, são sempre os mesmos que estão a, a… A usufruir da
formação, mas de facto a dimensão para mim, é muito, pesa muito…
E1 – É, pesa muito…
E2 – Sim sim1
E3 – Em relação ao Pré-Escolar e à Animação Socioeducativa, um dos grandes
constrangimentos ao longo dos últimos 6 anos é de facto mostrar aos Diretores dos
Agrupamentos e às próprias Coordenadoras da Escola a importância de facto de cuidar,
porque é a eles que lhes compete muito isso não é?!
E2 – Hum hum…
E3 – E qualificar a resposta, para se aproximar. Já foi feito um percurso, eu acho que foi
um grande constrangimento numa fase inicial, mas hum… Foi de eles considerarem e
assumirem muito como um espaço de gestão da entidade parceira ponto e sendo um
projeto comparticipado e que as comparticipações e as receitas automaticamente
favoreciam para o parceiro, isto criou aqui algumas, são questões que já, que aos
pouquinhos vão sendo ultrapassadas e as pessoas vão sendo, vão-se envolvendo mais,
vão contemplando mais. E acho que uma das coisas que ajuda no processo também foi o
facto de, este conceito de Escola a Tempo Inteiro e os novos Projetos de
Ludobibliotecas que vão surgindo por aí que fazem de facto aqui a, aproximam mais
aqui as questões, e eles envolvem-se mais e estão mais e portanto…
E1 – E é assim nesse sentido que vocês fazem o replaneamento anual dos Programas?
Seja para alterar, seja para melhorar, as coisas más tentam sempre deixá-las para trás…
E3 – O que foi falado, em termos de gestão pedagógica a forma, uma das formas de
como eu estou a dizer vamos fazendo é ao longo do ano com entidades parceiras
novamente e com Agrupamentos de Escola, na alteração de acordos de parceria, que são
os documentos reguladores do funcionamento de ambos os Programas. Ainda agora
estivemos nesse processo, e ali foram de facto discutidas uma série de questões que,
depois têm impacto no funcionamento, na gestão do dia-a-dia.
E1 – Essa … é algo anual e gradual, não é…?!
E3 – Depois é nas tais sessões de replaneamento…
E2 – Hum hum…
E3 – No início do ano lectivo, em que nos sentamos todos, conversamos sobre o que
costumamos, fazemos propostas novas em termos de Projeto, que também vai de
encontro muito com o que é legislado e com o que sai do Ministério da Educação, mas
aqui que, com algumas singularidades e especificidades de Cascais.
E1 – Essas propostas novas é entre vocês e os…?
E3 – Agrupamentos e entidades, toda a gente.
E2 – Sabes que ao nível das AEC de facto têm havido muitas formas de alterar e de
melhorar o trabalho não é?! Como eu já disse, nos últimos anos de facto nós temos
estratégias para alterar as, as pessoas, e para melhorar e por vezes estratégias em
pequeno grupo, ou seja aquela situação de uma escola é lá que se resolve com a Câmara
muito no papel de mediador, mas temos outros, tivemos outros momentos do Programa
em que queremos dados globais e fazemos megas sessões de trabalho onde as pessoas
hum, como participadores externos estabeleciam compromissos… De facto nós nos
nossos esforços sempre privilegiamos a avaliação que isso potencia, e estabeleciam
compromissos no sentido da mudança… Hum… Tivemos até algo de há num 1 ano ou
2, penso que em 2 anos a ação do coaching exatamente para as pessoas poderem ter a
capacidade de melhorar a, a… De melhorar o trabalho! Porque esta questão para nós
seria interessante, se avaliarmos um pouco por aí Joana, não é, não é… Não me… O
facto de nós hoje termos uma rede de parceiros e dos Agrupamentos, isto não foi coisa
espontânea, ou seja, foi feito um trabalho muito intensivo nos primeiros anos para que
as pessoas soubessem estar em parceria, para que as pessoas entendessem as vantagens
de estar em parceria e para que as pessoas soubessem trabalhar dessa forma. Estes
foram os primeiros passos que nós demos em termos de… Nós hoje falamos com muita
ligeireza de trabalhar em conjunto, de avaliar em conjunto, de planear em conjunto mas
isto não nasceu de geração espontânea, foi um trabalho gradado da nossa, da nossa
Autarquia de facto em criar este planeamento, de facto, e o que é que nós sentimos é
que gastámos 4 anos nesta aprendizagem, tivemos nós uma, uma… Procedimentos para
podermos gerir o Programa em rede e para as pessoas poderem estar em rede de
parceiros, e hoje de facto temos momentos conjuntos mas ficou de facto esse objetivo
de trabalho…
E3 – Há um trabalho para trás de uma grande aprendizagem comum… De
conhecimento, de relações…
E2 – Para poder… Nós não começamos, nos primeiros anos não se trabalhava em
conjunto, não se planeava em conjunto, não se fazia nada em conjunto! Fomos de facto
nós como entidade promotora que criamos esse hábito de trabalho, que criamos essa
filosofia de trabalho. E como te digo, com base em várias estratégias, não é?! Vamos ter
sessões de… Tivemos um momento de avaliações participativas, tivemos um momento
das sessões para estabelecer compromissos, tivemos um momento de criar em conjunto
indicadores de avaliação, um momento para refletir o que era o Programa de
Enriquecimento Curricular, momentos para refletir em conjunto o que é que cada
parceiro podia dar de compromisso para este momento, tivemos de facto um caminho
percorrido hum… Para hoje dizermos de uma forma muito ligeira, que parece uma coisa
muito fácil, que avaliamos, monitorizamos e acompanhamos o Projeto não é?! Mas
chegamos até aqui com, com… Houve um planeamento estratégico para chegarmos até
aqui todos, não é?!
E1 – Portanto houve um trabalho muito continuo, e vosso trabalho é muito territorial
não é?
E2 – Hum hum…
E1 – Vocês não ficam paradas no gabinete à espera que alguma coisa aconteça para
depois trabalharem no que aconteceu, vocês criam um bocado, e têm uma visão muito
mais explícita de cada contexto e antes que as coisas aconteçam vocês trabalham e
vocês procuram…
E2 – Hum hum… E por isso também durante muito tempo estivemos organizados e
havia o Técnico de Referência durante muito que a, a… Que de facto ou o Técnico ou a
Equipa de Técnicos e eram de facto essas pessoas que, de acordo com orientações
estabelecidas aqui na grande equipa, iam para o terreno para com determinadas funções
ou determinada missão a, a… Exatamente para conseguirmos ter esta visão territorial
não é?! Mas há de facto uma grande relação entre a Câmara e o terreno. Nós
conhecemos o terreno e as pessoas conhecem-nos também…
E1 – Então o planeamento é muito específico, muito no sítio, no território? É muito
gradual, é sempre um processo contínuo que não começa nem acaba num ano, é… Passa
os anos todos e não… Não é taxativo, não tem um período de um ano lectivo, não fazem
o acompanhamento só de um ano lectivo, mas vai sempre passando para o outro, vocês
vão sempre…
E2 – Hum hum…
E1 – Agora em termos do… Das avaliações que vocês fazem do Programa, sei que têm
a questão do grande grupo, do pequeno grupo, vão montar aqui um sistema…
E2 – Na CASE, isso na CASE…
E1 – Um sistema de monitorização e avaliação… Sim de facto na CASE… Em termos
das AEC têm também os… Desde já a questão dos RSF, vocês também estão a tentar
fazer algum estudo de opiniões
E2 – Isso é para ambos os Programas…
E1 – Para ambos os Programas sim! Mas a… Que tipo de avaliação é esta, o que é
vocês estão a tentar mais especificamente saber com a questão do grande grupo,
pequeno grupo, e daquilo que fazem também nas AEC?
E3 – Olha em relação ao Pré-Escolar, nos anos anteriores o que se costumava fazer foi
uma grelha muito simples de monitorização e de acompanhamento onde tínhamos
algumas dimensões que seriam um bocadinho uma reflexão entre equipa… Algumas
dimensões que gostaríamos de ver refletidas em reunião de ponto de situação… Não era
criar mais um momento para avaliação mas era nas reuniões de ponto de situação que já
estavam planeadas, era trazer aquele instrumento para a mesa e conversar ali com a
Educadora e com a Equipa, Agrupamentos e Entidades Parceiras e Câmara, o que é
que… Como é que as coisas estavam e o que fazer para a sua melhoria… No final do
ano fazíamos sempre um pequeno momento conjunto com alguma mostra e divulgação
de pequenos projetos que pudessem surgir e, a… Juntamente com a mostra de
trabalhos... Plenários, em que no âmbito e com base nos princípios e algumas coisas que
nós gostaríamos de aferir, levar a painéis para discussão. Ultimamente tem-se de facto
feito alguns instrumentos de monitorização e nesta questão de se tentar aqui fundir os
dois Programas e de haver mais articulação entre eles, tanto a nível dos instrumentos de
monitorização como a nível dos instrumentos de avaliação, já se construiu um em
conjunto inclusive este ano…
E2 – Hum hum…
E3 – Que não é… É uma reflexão anual em que tem lá dimensões importantes a avaliar
e, e… Que consideramos que é o ideal para ser discutido… Discutido e refletido em
equipa, e que depois terá uma escala que depois nos poderá aferir aqui alguns níveis
de… Acho que a escala é muito qualitativa, acaba por ser muito qualitativa, não nos vai
dar praticamente dados, números quantitativos, mas depois também não é isso que
queremos, não é?! Queremos perceber em termos de gestão pedagógica como é que as
coisas estão e o que fazer para tentar melhorar.
E1 – E vocês aproveitam…
E3 – E depois há a tal questão do RSF, que analisa o grau de satisfação das crianças e
dos próprios Encarregados de Educação e tenho… Tenho conhecimento que localmente,
por Jardim-de-infância e por Escola, há parceiros que para além disso têm outros
instrumentos de trabalho que aqui já poderão na apresentação de relatório levantar
alguns dados mais quantitativos, acho eu… Mensuráveis, que vão utilizando ao longo
do ano em determinados momentos de ponto de situação.
E1 – E nas AEC?
E2 – Nas AEC nós desde o primeiro que fazemos um trabalho de avaliação… Muito
intencional e muito organizado. Portanto nós é em parceria e em grande grupo que nós
definimos que dimensões é que queríamos a, a… Que consideramos serem importantes
de serem avaliadas, e não foram só dimensões que tiveram do ponto de vista da, do
impacto pedagógico, mas dimensões que tinham a ver com organização e planeamento,
dimensões que tinham a ver com a comunicação entre a parceria. Portanto criámos em
grupo a, as dimensões, criamos, consensualizamos qual eram a metodologia de
avaliação que melhor satisfazia o Programa, que foi consensualizada e levada a
Conselho Municipal e foi integrada no pacote para a questão acórdãos da metodologia
participativa. Portanto fizemos várias sessões de avaliação diagnóstica, a partir daí
depois criamos um instrumento principal para monitorizarmos os dados da avaliação
que é o tal instrumento com que nós vamos medir a temperatura, que é baseado em 3
cores, que as pessoas depois de facto utilizam para monitorizar e para avaliar o
Programa, e a… Temos a questão que surgiu também no âmbito do Conselho Municipal
de Educação, em que foi-nos recomendado que pudéssemos acautelar a questão de
podermos saber como é que as crianças e as famílias estavam a viver e a vivenciar este
Projeto. Daí termos depois editado a brochura que tem uma ficha de opinião e que de
facto todos os anos nos envia testemunhos, generalizada à população escolar e as
pessoas podem, as crianças e as famílias podem manifestar o seu grau de satisfação. Isto
são dados que nós estamos a recolher e monitorizamos, mas localmente agrupamento a
agrupamento há situações muito diferentes de diálogo com as famílias. Situações em
que fazem aulas abertas, para as famílias poderem de facto vivenciar e experimentar e
dar uma opinião sobre o desenvolvimento AEC, há parceiros que fazem comunicações
via… Comunicações escritas por cadernos de vaivém e instrumentos muito virados para
as famílias… E há parceiros que têm questionários, que têm… A questão da relação
com as famílias não foi logo a primeira questão que nós Câmara trouxemos para este
Programa mas é uma questão que está, penso eu, bem determinada bem determinada
também em termos dos Agrupamentos, que tiveram aqui…
E1 – E foi surgindo também mais pela mão dos… Dos agrupamentos e das Escolas, que
foram…
E2 – Sim, em algumas penso que sim… Que foram percebendo de facto as vantagens de
terem uma relação Escola-Família muito, muito agilizada não é?!
E1 – Uma outra questão, a questão de vocês estarem agora em processo de fusão de, do
Programa da CASE e das AEC, quais são os pontos que se colam, as principais
semelhanças e como é que vocês estão a fazer essa fusão? A… E depois também têm
que ter diferenças entre os vossos Programas porque um é para o Pré-Escolar e o outro é
para o 1º Ciclo…
E2 – Hum hum… Sim, sim!
E1 – Quais são estes pontos de fusão e quais são as diferenças entre… E em especial
também nestes momentos de planeamento, desenvolvimento e avaliação?
E2 – Os pontos de fusão são fáceis não é?! São os princípios que estão, que… Que nós
AEC este ano passámos a designar de princípios de integração pedagógica, são de facto
integrados pelos mesmos parceiros, não é?! Portanto a rede é comum, não há aqui
diferenças a esse nível… E eu acho que as diferenças são mais o nível local do que
propriamente ao nível da visão que a Câmara tem do território, hum… Não vejo assim
grandes diferenças… Há sim rotinas diferentes nos projetos, por exemplo agora nós nas
AEC temos de entregar a candidatura e enviar para o Ministério e… Há aqui um
procedimento de facto agora técnico pesado, mas eu acho que são mais os pontos que
nos ajudam a convergir do que os pontos que nos…
E1 – Que vos divergem…
E3 – Depois tem a haver um bocadinho para os pressupostos para a intervenção, aquilo
em que nós acreditamos, que será a qualificação destes projetos não é, e para os
princípios orientadores, que são de facto diferentes, até porque localmente, como a
Sofia disse, as próprias equipas sentem essa dificuldade de ir estreitar aqui as coisas…
Eu acho que se começará a fazer no âmbito destes conceitos de Escola a Tempo Inteiro
e dos tais Projetos de Ludobiblioteca, mas a… Até porque um tem orientações
curriculares e agarram muito isto como de facto uma componente, à componente
curricular, enquanto no Pré-Escolar não, é uma coisa de facto mais lúdica, com uma
vertente aqui mais de brincar, muito incidente no… E como também se quer muito isso
nas AEC, embora em alguns espaços de Animação Socioeducativa se perceba que as
coisas ainda funcionam muito, em muitos espaços orientadas e organizadas, mas para lá
caminhamos, para os princípios não é?! Espaços que privilegiem tempos de brincar, de
livre escolha e participação, que ajudem aqui os miúdos a serem mais autónomos, a
saberem escolher a saberem tomar opções…
E1 – E a deixarem aquela forma escolar rígida…
E3 – Exatamente, eu acho que isso é a base da… Da aproximação dos Programas que
depois na prática e no terreno… Não estejam em sintonia, mas eu acho que para lá
caminharemos, não é?!
E2 – Hum hum…
E1 – Depois em relação à participação da Escola, vocês sentem-na muito através dos
parceiros, e do in loco? Não sei, eu estou só a questionar… É mais pela voz da Escola
em si, mais pela voz dos parceiros? Como é que sentem esta participação, ou que tipo de
participação é que de facto vocês vêm no Programa todo e nas principais fases?
E3 – A participação, acho que todos têm espaço e todos participam… Até porque uma
das coisas que temos… Não sei se te vou responder à questão… É num dos espaços que
temos é o espaço de formação e reflexão, e nós temos espaços para as equipas, tem
desde de terrenos, desde professores a animadores e educadores, como tens a nível da
coordenação e da direção, e são coisas, são, são… São momentos que todos têm de, vá
lá, o grosso, o item e o assunto daquele espaço de reflexão é comum a ambos, portanto
todos têm de participar, de alguma forma diferente não é… Eu quando destaco as
equipas de terreno é mais no sentido da produção de conhecimento e da, da… Do
enriquecimento pessoal que depois se vai refletir muito a prática, mas isso desde o
início dos Programas que se aposta muito nesta vertente da partilha de boas práticas e
nos espaços de reflexão, muito no sentido de as coisas constroem-se e crescem também
muito com a troca das coisas entre eles, não é?! Eu acho que isso é participar também…
Participar para a melhoria de…
E1 – Portanto a participação tem sido muito contínua, vocês têm, têm… Tem estado
muito presente a participação das escolas e dos parceiros, não só porque vocês os
chamam mas porque eles próprios também querem fazer parte da, da… De toda a
conceção, planeamento e avaliação do Programa?
E3 – Sim, sim, eu acho que sim…
E2 – Olha e o estar comigo… Se há áreas onde há uma planificação do papel de cada
um, da responsabilidade de cada é de facto na questão da participação das escolas, não
é?! O estar comigo… De facto o acordo das AEC a esse nível nem sofreu grande
alteração de facto, há direitos, há responsabilidades, há compromissos que de facto são
da Escola, outros que são da entidade parceira, outros que são da Autarquia, outros que
são comuns e partilhados… Mas a, a… Isto está muito definido de facto!
E1 – E gostavam que ela… Satisfaz-vos em todo a forma desta participação ou
gostariam que fosse, que houvesse outra forma das escolas e da entidades parceiras
participarem na vida dos Programas?
E2 – Eu acho que há sempre, há sempre campos de melhoria, não é?! Há sempre
campos de melhoria, eu acho que quando se fala de Escola também temos aqui vários
níveis, porque podes estar a falar de Escola e pensarmos na Escola naquele, naquele…
Naquela Escola, com aquela Coordenadora de Escola, ou naquele Jardim-de-infância
com aquela equipa, ou podes pensar em Escola-Agrupamento, não é?! E quando tu falas
em Escola acho que há sempre várias apreciações que se podem fazer, e eu acho que
neste momento os Agrupamentos estão muito conscientes de, do que é que há para
mudar e para melhorar em termos destes dois Programas. Relativamente às escolas, às
45 escolas que nós temos no 1º Ciclo, eu acho que há pessoas de facto que ainda estão
um bocadinho longe hum… Do que se pode fazer em termos destas duas respostas.
Acho que há escolas que ainda estão a ver estas respostas muito desarticuladas, há
escolas que ainda estão muito na atividade de ensino curricular e não tanto no Projeto
Curricular, ainda estão muito presas… Mas eu acho que se a nossa estratégia, que foi
envolver muito as lideranças dos Agrupamentos, que são eles que são os decisores e são
eles que têm que influenciar diretamente as escolas, eu acho que essa estratégia foi boa
porque as lideranças podem ter aqui de facto uma responsabilidade muito clara na
mudança dessas práticas de Escolas.
E1 – Portanto ela já está, já está prevista? Vocês têm, trabalham sempre na questão de
melhorar e ter sempre uma participação muito mais ativa da parte dos parceiros e das
escolas? Não é uma coisa apenas que gostariam que acontecesse, mas é uma questão
que vão efetivamente à procura…
E3 – Sim, vamos à procura!
E2 – Hum hum… Sim estamos à procura, experimentamos já algumas coisas, já
melhorar outras, e ela é efetiva de facto, a participação!
E1 – E há uma grande expressão no concelho? Dessa… Em termos de, em termos da
totalidade das escolas, estão todas empenhadas em, não só na questão dos Projetos, mas
também na participação efetivamente…
E3 – E eu posso-te dizer em termos do Pré-Escolar uma das coisas que eu de facto tenho
verificado, e ainda bem que assim é, é um bocadinho voltando atrás na questão da
avaliação, como tu sabes criou-se um grupo de trabalho com instituições parceiras, com
Agrupamentos de Escola e com técnicos da Câmara Municipal daqui do Departamento,
com intenção de construir instrumentos de avaliação, e o espaço de reflexão teve um
peso de tal forma que aquilo acabou por ser mais do que instrumentos de avaliação, e
levou para um estudo de diagnostico do ponto de situação do Programa. E o que aquilo
nos vai dar é o estado em que o Programa atualmente se encontra, não é, pelas crianças,
pelos animadores e pelos próprios educadores, no sentido de também depois se fazerem
coisas para a sua melhoria, isto um bocadinho, de tu falares disto, no sentido do que a
Sofia te estava a dizer que vai de encontro para melhorar percebes?! E depois de
percebermos de facto como é que as coisas estão e o que é de facto necessário fazer, aí
sim, aí iremos construir outro tipo de instrumentos que possam monitorizar bem o
Programa e saber um bocadinho também qual a nossa intervenção e quais os pontos que
queremos aprofundar mais para melhorar e para…
E1 – Sim, alguma redefinição do papel…
E3 – Redefinição das linhas orientadoras provavelmente sim!
E1 – Portanto em relação às Famílias, vocês percebem e sentem que elas estão presentes
se calhar mais pela mão das escolas e pela mão das entidades parceiras, porque também
não é uma coisa que em termos legislativos esteja prevista, portanto Autarquia-Famílias,
é mais Escola-Famílias/ Autarquia-Escola. Mas em relação a este envolvimento da
vossa parte, gostariam de sentir um papel mais ativo das Famílias, gostariam de ir mais
além do que aquilo que está previsto, e de facto tê-las também naquelas, nas principais 3
fases dos Programas, está previsto algum, algum envolvimento maior das Famílias?
E2 – Olha não sei, eu por acaso não tenho uma reflexão muito, muito elaborada sobre as
Famílias… Eu acho que para mim é muito claro que a Família tem de ter uma relação
muito direta e efetiva e sistemática com a Escola, isso para mim é muito claro não é?!
Efetivamente para nós Autarquia, eu acho que, não sei, dentro destes Programas não,
para além das fichas de opinião onde de facto nós vamos perceber o grau de satisfação
das Famílias, não sei se… O que é que se poderia fazer nesse plano, de facto não tenho
muitas reflexões sobre isso. Percebo que muitas vezes quando há uma situação de
conflito que extravasa aquele contexto local do coordenador de Escola e da entidade
parceira aí eles recorrem a nós quando querem… Há de facto algumas Associações de
Pais e alguns Pais que são críticos no bom sentido e que recorrem à Câmara para pedir
ajuda, para pedir informações, pedidos de esclarecimentos, mas não sei o que é que nós
Câmara podíamos criar e desenvolver relativamente às Famílias, dentro destes
Programas não sei, não tenho uma reflexão muito, muito…
E1 – Elaborada… É um momento que fica mais nas mãos da própria Escola, e também
pelos Professores, pelos Diretores, pela…?
E3 – Pelos Educadores, pelas próprias Equipas que estão no terreno, e que nós sabemos
é que no dia-a-dia há parceiros que nas suas práticas e nas suas atividades de dia-a-dia
têm inclusive atividades em que há participação dos Pais, efetiva participação dos
Pais… E não é uma coisa pontual, faz parte de facto… Agora não é generalizada, e
vamos sabendo isso por aí… Em relação ao Pré-Escolar um dos momentos que poderás
considerar como, foi aquela mostra que se fez num ano de Projetos pontuais e que
esteve por um período de fim-de-semana, em que a Família se quisesse poderia estar,
poderia acompanhar o seu filho, mas a… No âmbito do Programa foi a única atividade e
a única estratégia que se proporcionou. Agora eu acho que no dia-a-dia, a própria
Escola, o contacto tem que ser com a própria Escola.
E1 – Não com… É permanecer a relação Autarquia-Escola e depois a relação Escola-
Família, no âmbito dos Projetos mas não tanto Autarquia-Escola-Família na mesma
equação?
E3 – Hum hum… Sim, eu acho que sim…
E2 – É o que me parece…
E1 – Para terminar… Foi rápido… Em termos gerais qual é então a visão que vocês
têm, não só que já aconteceu nos próprios Programas, e qual a avaliação que fazem no
modo geral dos dois Programas no concelho?
E2 – Eu acho que uma das visões que nós temos de facto é que os Programas se
integrem plenamente no funcionamento das Escolas, não é?! Portanto de facto uma
participação muito ativa…
E3 – Parceiros são muito unidos…
E2 – Nós ainda estamos numa fase de querer cumprir expectativas que estão nos
Programas, que participem na construção do Projeto Educativo do Agrupamento,
expectativas e contributos para o Plano Anual de Atividades, expectativas também que
participem na construção do Plano Curricular de Turma, portanto eu acho que a visão é
de facto que daqui a muitos poucos anos isto seja, esteja noutra fase… Isto agora é
moda conseguirmos que de facto eles participem nestes fóruns de Escola e de
Agrupamento, eu acho que daqui a uns anos isto vai ser de facto muito integrado e não
haver distinção alguma entre um Professor Curricular e um Professor de
Enriquecimento Curricular, porque ainda há de facto aqui uma, uma, uma…
Participação menos ativa de quem é, dos docentes dos Programas, eles podiam ser
muito mais integrados, podiam ser…
E1 – Há ali um corte…
E2 – Ainda há ali bastante… Ainda estamos a dizer “Atenção não se esqueçam, em
Julho estes técnicos têm também participar nas reuniões para as linhas orientadoras do
Plano Anual de Atividades, e vejam lá porque se há reunião levem estes técnicos às
reuniões de Departamento, para fazer articulação vertical…” quer dizer, ainda não há
uma, uma comunhão total, relativamente ao 1º Ciclo ainda não uma comunhão total de
equipas…
E3 – Nem 1º Ciclo nem Pré-Escolar…
E1 – É igual…
E2 – Dado o esforço que se faz, e se é um esforço quem tem resultados não é, mas ainda
há muito, muito para fazer…
E3 – Implica, é muita gente, não é… São muitos, cada pessoa pensa da sua forma, tem a
sua prática, e tudo o que tem, implica mudança tem o seu tempo não é?!
E1 – E qual é então a grande linha orientadora que vocês vão seguir para o futuro dos
Programas?
E3 – Eu acho que é um bocadinho o conceito de Escola a Tempo Inteiro…
E2 – É, eu acho que sim… Um conceito de Escola a Tempo Inteiro que consiga no
terreno estar muito bem articulado, os Programas muito bem articulados, não é, e estes
muito bem articulados e integrados no funcionamento tanto do Pré-Escolar como no
funcionamento do 1º Ciclo…
E3 – Amarrado ao Projeto Educativo do próprio Agrupamento
E2 – E de facto terem aqui um papel muito importante, em enriquecer do currículo, não
é, e serem de facto… Que estes Programas tornem a Escola de facto uma Escola
enriquecedora, que têm como nós temos um conceito de Escola a Tempo Inteiro…
E3 – Aquilo que havia um Coordenador de Pré-Escolar e um Coordenador de 1º Ciclo,
fazer aqui a fusão de uma figura única, não é, que é importante que depois no terreno
isso funcione, não é, ser de facto a pessoa que está na Entidade Parceira e no
Agrupamento, os representantes que de facto fiquem com esta leitura, de 1º Ciclo e Pré-
Escolar, e não haja uma pessoa para o 1º Ciclo e uma pessoa para o Pré-Escolar…
E1 – É a união…
E3 – Uniformização das coisas… E de alguns procedimentos.
E1 – Então até que ponto é que, esta questão que eu vos vou eu já quase que sei a
resposta, mas até que ponto é que a Câmara extravasa as competências legais e aquilo
que o Ministério manda para cá como as linhas orientadoras dos Programas, porque
vocês fazem muito mais do que isso? Até que ponto é que vocês extravasam estas
competências legais e em que áreas especificas é que vocês sentem realmente
necessidade de ir mais além do que aquilo que vos é pedido?
E2 – Eu não sei até que ponto é que nós extravasamos, nós extravasamos ponto! Certo?!
Portanto aquilo que nos era pedido para fazermos, que há um despacho que legisla tudo
isto, não é, nós de facto não fazemos aquilo, fazemos de uma outra forma… Eu acho
que nós de facto transbordamos muito na questão dos modelos de trabalho que
queremos que aconteçam dentro da Escola, não é… Quando nós lemos os nossos
princípios e falamos na questão do brincar, nós temos a… Desde o início deste
Programa que nós defendemos que a atividade lúdica devia ser uma atividade de oferta
das AEC, e de facto agora passaram-se muitos anos e as lúdico-expressivas surgem com
esta questão do tempo de atividade, de brincar, do ter… Eu acho que o nosso extravasar
é nos conceitos, temos outros conceitos de atividade de ensino curricular, temos outro
conceito de enriquecimento curricular, e de facto é diferente, nós fazemos isto de forma
diferente, nós temos outra, outro sentir, outro viver…
E3 – E agora, eu acho que também tem muito a ver com a proximidade que também
temos das próprias Escolas e das próprias relações que se criam com as Escolas e com
as Instituições Parceiras, não é?! De facto muito antes de os Programas existirem, por
outros Projetos já havia aqui uma relação com as Entidades Parceiras e com as Escolas
de outra forma não é?! E sempre também se vinculou muito esta questão de “estejam
em conjunto, articulem em conjunto”, tem um bocadinho a ver com a forma, naquilo em
que acreditamos de facto que deve acontecer no espaço Escola e como deve acontecer, e
que não é só como vem no despacho do Ministério da Educação e ponto! Extravasa
além disso, implica estar com, cooperar com, não é…
E1 – Na prática, na relação…
E3 – Não é sermos administrativos, ponto.
E1 – Não é ficar à portas das Escolas, é entrar pelas salas adentro e…
E3 – É apoiar efetivamente, é colaborar, é participar, é…
E2 – E nós queremos com base nestes Programas, já criámos respostas diferentes nos
parceiros não é?! Nós podemos continuar muito satisfeitas por ter as AEC e por ter as
CASE e horários muito bem definidos e Professores “xpto” a fazer isto e tudo muito
bem… Porque eu sei que há Autarquias que têm muito bons indicadores de desempenho
das AEC porque os indicadores são a… Se as pessoas faltam, se não faltam, a… Mas
nós aqui…
E3 – As horas de aulas que são dados…
E2 – Mas nós aqui de facto, nós não, não, não… A nossa preocupação não está muito
nessa questão da, da, da… Da atividade dos Professores, quer dizer nem nos preocupa,
nem nos preocupamos com isso porque isso é, para nós é um dado adquirido, que eles
vão e estão em dose de sucesso, e estão muito envolvidos. E nós para além de termos as
CASE e as AEC neste momento, nós já conseguimos inovar na criação dessas respostas.
Quando nós falamos que temos Ludobibliotecas, nós conseguimos com o percurso que
têm os Programas, com o saber que se sentia por aqui, com esta questão de termos rede
de parceiros, nós conseguimos criar conseguimos criar uma outra resposta, além destes
dois Programas, que é ter ao fim de semana as Escolas abertas e durante a semana
bibliotecas abertas, muito neste conceito de Ludobiblioteca… Portanto para além de
acharmos que há muito para melhorar, mas que fazemos uma gestão pedagógica
satisfatória dos Programas, conseguimos juntá-los e criar outras respostas, e eu acho que
nós temos de facto aqui uma forma diferente de mostrar…
E3 – E não nos preocupa, por exemplo, nesta questão dos Projetos Ludobibliotecas, o
numero de meninos que vai lá requisitar um livro, mas importa-nos mais ver o prazer e
a evolução com eles vão tendo no gosto pelo livro, e no gosto de estar na biblioteca, e o
próprio gosto em requisitar um livro, que numa fase inicial iam e ponto, não levavam
nada, e agora vão, estão, leem e querem levar mais para casa, pronto… É isto que nós
de facto…
E1 – É o que tu dizias à pouco, não é com os números, não é o mensurável com que
vocês se preocupam, é mais a qualidade pedagógica…
E3 – A qualidade pedagógica… O que é que tu aqui estás a contribuir de facto para o
desenvolvimento de competências destes miúdos, que serão o futuro de amanhã, acho
que…
E2 – Porque o despacho que nos orienta diz que sim há uma oferta educativa que tem
que acontecer, não é?! E que define que no ensino curricular acontece existir Inglês,
Atividade Física, ensino da Música, portanto uma série de áreas no despacho que
enriquecem o currículo. Nós para além das áreas que existem integramos outras áreas e
estamos tão preocupados com as ofertas como preocupados com os modelos de
trabalhos, os Projetos que as pessoas podem desenvolver, porque eu acho que de facto
há uma forma diferente de ver as coisas, não é? Porque nós até queremos desvincular
a… Não existirem necessariamente aquelas atividades que o Ministério nos obrigada a
ter. Nós até temos aquela oferta, não é, porque ela é obrigatória, mas a oferta para o
enriquecimento curricular não surge exclusivamente pela oferta, surge quando se criam
dinâmicas de trabalho, quando as pessoas conseguem de facto estar a trabalhar em
Projeto, envolver as Famílias, criar outros pressupostos… De facto o nosso
Enriquecimento Curricular está muito para além do despacho, eu acho que o isso é que
dá alguma identificação há Intervenção Educativa que Cascais faz não é?!
E1 – Têm mais alguma coisa a acrescentar?
E2 – Joaninha, não…
E1 – Eu agradeço a amabilidade…
E3 – A taxa será cobrada no destinatário!
E1 – Eu envio…
E3 – Para a morada registada…
E1 – E pronto, era só isto, termina aqui de facto a nossa entrevista!
E2 – Foi curta!
Grelha de Análise Entrevista CASE e AEC Autarquia
Temas Subtemas Unidades de Registo
Gestão dos
Programas
CASE e AEC
Caracterização dos
Programas CASE
e AEC
“Os Programas em Cascais, não têm
a ver com os Programas como o
Governo e as Politicas os definiu…”
“Tem a ver com as nossas lógicas…”
“Penso logo nos princípios
orientadores.”
“Quando nos perguntam como nós
caracterizamos os Programas a
primeira coisa que me vem à cabeça
é que estes Programas são uma
oportunidade de definição de
políticas autárquicas, tanto para o
Pré-Escolar como para o 1º Ciclo”
“Do meu ponto de vista tem a ver
com os princípios orientadores para
os quais nós, nos pressupostos
básicos, tem um bocadinho a ver com
a questão da ludicidade, da livre
escolha e em termos da educação não
formal, e que os miúdos no tempo
em que estão na escola tenham
qualidade de vida, é gerir a
permanência das crianças durante
aquele tempo em que estão na escola.
O Programa do Pré-Escolar responde
muito também, vem de encontro
àquilo que tu falaste das famílias…”
“Foi daí surgiu esta resposta do
prolongamento do horário do Pré-
Escolar.”
“Mas há de facto uma grande relação
entre a Câmara e o terreno. Nós
conhecemos o terreno e as pessoas
conhecem-nos também…”
“Porque o despacho que nos orienta
diz que sim há uma oferta educativa
que tem que acontecer, não é?! E que
define que no ensino curricular
acontece existir Inglês, Atividade
Física, ensino da Música, portanto
uma série de áreas no despacho que
enriquecem o currículo. Nós para
além das áreas que existem
integramos outras áreas e estamos tão
preocupados com as ofertas como
preocupados com os modelos de
trabalhos, os Projetos que as pessoas
podem desenvolver, porque eu acho
que de facto há uma forma diferente
de ver as coisas, não é? Porque nós
até queremos desvincular a… Não
existirem necessariamente aquelas
atividades que o Ministério nos
obrigada a ter. Nós até temos aquela
oferta, não é, porque ela é
obrigatória, mas a oferta para o
enriquecimento curricular não surge
exclusivamente pela oferta, surge
quando se criam dinâmicas de
trabalho, quando as pessoas
conseguem de facto estar a trabalhar
em Projeto, envolver as Famílias,
criar outros pressupostos… De facto
o nosso Enriquecimento Curricular
está muito para além do despacho, eu
acho que o isso é que dá alguma
identificação há Intervenção
Educativa que Cascais faz não é?!”
Forma de gestão
dos Programas
CASE e AEC pela
Autarquia
“São Programas que funcionam em
parcerias, mas no seu plano na fase
de replaneamento, que é na fase final
do ano lectivo, tudo aquilo que possa
ser feito para que recomece no ano
seguinte.”
“Acho que de facto é uma
especificidade grande neste
concelho, a questão da parceria, da
gestão dos Programas e de muitos
outros Projetos terem sido feitos em
parceira com os Agrupamentos de
Escola e Instituições Locais que já
têm uma experiencia muito grande na
área da Educação.”
“Nós hoje falamos com muita
ligeireza de trabalhar em conjunto,
de avaliar em conjunto, de planear
em conjunto mas isto não nasceu de
geração espontânea, foi um trabalho
gradado da nossa, da nossa Autarquia
de facto em criar este planeamento,
de facto, e o que é que nós sentimos
é que gastámos 4 anos nesta
aprendizagem, tivemos nós uma,
uma… Procedimentos para podermos
gerir o Programa em rede e para as
pessoas poderem estar em rede de
parceiros, e hoje de facto temos
momentos conjuntos mas ficou de
facto esse objetivo de trabalho…”
Principais
oportunidades e
constrangimentos
dos Programas
CASE e AEC
“Olha um constrangimento ao nível
das AEC de facto, que tem sido
muito sentido, é a questão da
dimensão.”
“Em relação ao Pré-Escolar e à
Animação Socioeducativa, um dos
grandes constrangimentos ao longo
dos últimos 6 anos é de facto mostrar
aos Diretores dos Agrupamentos e às
próprias Coordenadoras da Escola a
importância de facto de cuidar,
porque é a eles que lhes compete
muito isso não é?!”
“Foi de eles considerarem e
assumirem muito como um espaço de
gestão da entidade parceira ponto e
sendo um projeto comparticipado e
que as comparticipações e as receitas
automaticamente favoreciam para o
parceiro, isto criou aqui algumas, são
questões que já, que aos pouquinhos
vão sendo ultrapassadas e as pessoas
vão sendo, vão-se envolvendo mais,
vão contemplando mais.”
Formas de
planeamento e
replaneamento dos
Programas CASE
e AEC
“O momento de planeamento é claro
somos nos que o dinamizamos, que
promovemos, que fazemos a
sugestão. Somos responsáveis por
isso e, além da monitorização que
também fomos nós que criamos
várias, vários instrumentos e
consensualizamos vários momentos
para que isso aconteça.”
“O que foi falado, em termos de
gestão pedagógica a forma, uma das
formas de como eu estou a dizer
vamos fazendo é ao longo do ano
com entidades parceiras novamente e
com Agrupamentos de Escola, na
alteração de acordos de parceria, que
são os documentos reguladores do
funcionamento de ambos os
Programas.”
“Sabes que ao nível das AEC de
facto têm havido muitas formas de
alterar e de melhorar o trabalho não
é?! Como eu já disse, nos últimos
anos de facto nós temos estratégias
para alterar as, as pessoas, e para
melhorar e por vezes estratégias em
pequeno grupo, ou seja aquela
situação de uma escola é lá que se
resolve com a Câmara muito no
papel de mediador, mas temos
outros, tivemos outros momentos do
Programa em que queremos dados
globais e fazemos megas sessões de
trabalho onde as pessoas hum, como
participadores externos estabeleciam
compromissos…”
Tipo de
acompanhamento
dos Programas
CASE e AEC nas
Escolas
“No início do ano lectivo, em que
nos sentamos todos, conversamos
sobre o que costumamos, fazemos
propostas novas em termos de
Projeto, que também vai de encontro
muito com o que é legislado e com o
que sai do Ministério da Educação,
mas aqui que, com algumas
singularidades e especificidades de
Cascais.”
“Tivemos um momento de
avaliações participativas, tivemos um
momento das sessões para
estabelecer compromissos, tivemos
um momento de criar em conjunto
indicadores de avaliação, um
momento para refletir o que era o
Programa de Enriquecimento
Curricular, momentos para refletir
em conjunto o que é que cada
parceiro podia dar de compromisso
para este momento, tivemos de facto
um caminho percorrido hum… Para
hoje dizermos de uma forma muito
ligeira, que parece uma coisa muito
fácil, que avaliamos, monitorizamos
e acompanhamos o Projeto não é?!
Mas chegamos até aqui com, com…
Houve um planeamento estratégico
para chegarmos até aqui todos, não
é?!”
Formas de
avaliação dos
Programas CASE
e AEC
“Tivemos um momento de
avaliações participativas,”
“tivemos um momento de criar em
conjunto indicadores de avaliação,”
“Um sistema de monitorização e
avaliação… Sim de facto na CASE…
Em termos das AEC têm também
os… Desde já a questão dos RSF,
vocês também estão a tentar fazer
algum estudo de opiniões”
“Olha em relação ao Pré-Escolar, nos
anos anteriores o que se costumava
fazer foi uma grelha muito simples
de monitorização e de
acompanhamento onde tínhamos
algumas dimensões que seriam um
bocadinho uma reflexão entre
equipa… Algumas dimensões que
gostaríamos de ver refletidas em
reunião de ponto de situação… Não
era criar mais um momento para
avaliação mas era nas reuniões de
ponto de situação que já estavam
planeadas, era trazer aquele
instrumento para a mesa e conversar
ali com a Educadora e com a Equipa,
Agrupamentos e Entidades Parceiras
e Câmara, o que é que… Como é que
as coisas estavam e o que fazer para
a sua melhoria… No final do ano
fazíamos sempre um pequeno
momento conjunto com alguma
mostra e divulgação de pequenos
projetos que pudessem surgir e, a…
Juntamente com a mostra de
trabalhos... Plenários, em que no
âmbito e com base nos princípios e
algumas coisas que nós gostaríamos
de aferir, levar a painéis para
discussão. Ultimamente tem-se de
facto feito alguns instrumentos de
monitorização e nesta questão de se
tentar aqui fundir os dois Programas
e de haver mais articulação entre
eles, tanto a nível dos instrumentos
de monitorização como a nível dos
instrumentos de avaliação, já se
construiu um em conjunto inclusive
este ano…”
“É uma reflexão anual em que tem lá
dimensões importantes a avaliar e,
e… Que consideramos que é o ideal
para ser discutido… Discutido e
refletido em equipa, e que depois terá
uma escala que depois nos poderá
aferir aqui alguns níveis de… Acho
que a escala é muito qualitativa,
acaba por ser muito qualitativa, não
nos vai dar praticamente dados,
números quantitativos, mas depois
também não é isso que queremos,
não é?! Queremos perceber em
termos de gestão pedagógica como é
que as coisas estão e o que fazer para
tentar melhorar.”
“Nas AEC nós desde o primeiro que
fazemos um trabalho de avaliação…
Muito intencional e muito
organizado. Portanto nós é em
parceria e em grande grupo que nós
definimos que dimensões é que
queríamos a, a… Que consideramos
serem importantes de serem
avaliadas, e não foram só dimensões
que tiveram do ponto de vista da, do
impacto pedagógico, mas dimensões
que tinham a ver com organização e
planeamento, dimensões que tinham
a ver com a comunicação entre a
parceria. Portanto criámos em grupo
a, as dimensões, criamos,
consensualizamos qual eram a
metodologia de avaliação que melhor
satisfazia o Programa, que foi
consensualizada e levada a Conselho
Municipal e foi integrada no pacote
para a questão acórdãos da
metodologia participativa. Portanto
fizemos várias sessões de avaliação
diagnóstica, a partir daí depois
criamos um instrumento principal
para monitorizarmos os dados da
avaliação que é o tal instrumento
com que nós vamos medir a
temperatura, que é baseado em 3
cores, que as pessoas depois de facto
utilizam para monitorizar e para
avaliar o Programa, e a… Temos a
questão que surgiu também no
âmbito do Conselho Municipal de
Educação, em que foi-nos
recomendado que pudéssemos
acautelar a questão de podermos
saber como é que as crianças e as
famílias estavam a viver e a
vivenciar este Projeto. Daí termos
depois editado a brochura que tem
uma ficha de opinião e que de facto
todos os anos nos envia testemunhos,
generalizada à população escolar e as
pessoas podem, as crianças e as
famílias podem manifestar o seu grau
de satisfação. Isto são dados que nós
estamos a recolher e monitorizamos,
mas localmente agrupamento a
agrupamento há situações muito
diferentes de diálogo com as
famílias. Situações em que fazem
aulas abertas, para as famílias
poderem de facto vivenciar e
experimentar e dar uma opinião
sobre o desenvolvimento AEC, há
parceiros que fazem comunicações
via… Comunicações escritas por
cadernos de vaivém e instrumentos
muito virados para as famílias… E
há parceiros que têm questionários,
que têm… A questão da relação com
as famílias não foi logo a primeira
questão que nós Câmara trouxemos
para este Programa mas é uma
questão que está, penso eu, bem
determinada bem determinada
também em termos dos
Agrupamentos, que tiveram aqui…”
“E eu posso-te dizer em termos do
Pré-Escolar uma das coisas que eu de
facto tenho verificado, e ainda bem
que assim é, é um bocadinho
voltando atrás na questão da
avaliação, como tu sabes criou-se um
grupo de trabalho com instituições
parceiras, com Agrupamentos de
Escola e com técnicos da Câmara
Municipal daqui do Departamento,
com intenção de construir
instrumentos de avaliação, e o espaço
de reflexão teve um peso de tal forma
que aquilo acabou por ser mais do
que instrumentos de avaliação, e
levou para um estudo de diagnostico
do ponto de situação do Programa. E
o que aquilo nos vai dar é o estado
em que o Programa atualmente se
encontra, não é, pelas crianças, pelos
animadores e pelos próprios
educadores, no sentido de também
depois se fazerem coisas para a sua
melhoria, isto um bocadinho, de tu
falares disto, no sentido do que a
Sofia te estava a dizer que vai de
encontro para melhorar percebes?! E
depois de percebermos de facto como
é que as coisas estão e o que é de
facto necessário fazer, aí sim, aí
iremos construir outro tipo de
instrumentos que possam monitorizar
bem o Programa e saber um
bocadinho também qual a nossa
intervenção e quais os pontos que
queremos aprofundar mais para
melhorar e para…”
Principais
diferenças entre o
Programa CASE e
o Programa AEC
“Os pontos de fusão são fáceis não
é?! São os princípios que estão,
que… Que nós AEC este ano
passámos a designar de princípios de
integração pedagógica, são de facto
integrados pelos mesmos parceiros,
não é?! Portanto a rede é comum,
não há aqui diferenças a esse nível…
E eu acho que as diferenças são mais
o nível local do que propriamente ao
nível da visão que a Câmara tem do
território, hum… Não vejo assim
grandes diferenças… Há sim rotinas
diferentes nos projetos, por exemplo
agora nós nas AEC temos de entregar
a candidatura e enviar para o
Ministério e… Há aqui um
procedimento de facto agora técnico
pesado, mas eu acho que são mais os
pontos que nos ajudam a convergir
do que os pontos que nos…”
“Depois tem a haver um bocadinho
para os pressupostos para a
intervenção, aquilo em que nós
acreditamos, que será a qualificação
destes projetos não é, e para os
princípios orientadores, que são de
facto diferentes, até porque
localmente, como a Sofia disse, as
próprias equipas sentem essa
dificuldade de ir estreitar aqui as
coisas… Eu acho que se começará a
fazer no âmbito destes conceitos de
Escola a Tempo Inteiro e dos tais
Projetos de Ludobiblioteca, mas a…
Até porque um tem orientações
curriculares e agarram muito isto
como de facto uma componente, à
componente curricular, enquanto no
Pré-Escolar não, é uma coisa de facto
mais lúdica, com uma vertente aqui
mais de brincar, muito incidente
no… E como também se quer muito
isso nas AEC, embora em alguns
espaços de Animação Socioeducativa
se perceba que as coisas ainda
funcionam muito, em muitos espaços
orientadas e organizadas, mas para lá
caminhamos, para os princípios não
é?! Espaços que privilegiem tempos
de brincar, de livre escolha e
participação, que ajudem aqui os
miúdos a serem mais autónomos, a
saberem escolher a saberem tomar
opções…”
Envolvimento
das Escolas
Tipo de
envolvimento das
Escolas no
planeamento e
desenvolvimento
dos Programas
CASE e AEC
“É num dos espaços que temos é o
espaço de formação e reflexão, e nós
temos espaços para as equipas, tem
desde de terrenos, desde professores
a animadores e educadores, como
tens a nível da coordenação e da
direção, e são coisas, são, são… São
momentos que todos têm de, vá lá, o
grosso, o item e o assunto daquele
espaço de reflexão é comum a
ambos, portanto todos têm de
participar, de alguma forma diferente
não é… Eu quando destaco as
equipas de terreno é mais no sentido
da produção de conhecimento e da,
da… Do enriquecimento pessoal que
depois se vai refletir muito a prática,
mas isso desde o início dos
Programas que se aposta muito nesta
vertente da partilha de boas práticas e
nos espaços de reflexão, muito no
sentido de as coisas constroem-se e
crescem também muito com a troca
das coisas entre eles, não é?! Eu acho
que isso é participar também…
Participar para a melhoria de…”
“Se há áreas onde há uma
planificação do papel de cada um, da
responsabilidade de cada é de facto
na questão da participação das
escolas, não é?! O estar comigo… De
facto o acordo das AEC a esse nível
nem sofreu grande alteração de facto,
há direitos, há responsabilidades, há
compromissos que de facto são da
Escola, outros que são da entidade
parceira, outros que são da
Autarquia, outros que são comuns e
partilhados…”
Visão que a
Autarquia tem
desta participação
das Escolas
“Eu acho que há sempre, há sempre
campos de melhoria, não é?! Há
sempre campos de melhoria, eu acho
que quando se fala de Escola também
temos aqui vários níveis, porque
podes estar a falar de Escola e
pensarmos na Escola naquele,
naquele… Naquela Escola, com
aquela Coordenadora de Escola, ou
naquele Jardim-de-infância com
aquela equipa, ou podes pensar em
Escola-Agrupamento, não é?! E
quando tu falas em Escola acho que
há sempre várias apreciações que se
podem fazer, e eu acho que neste
momento os Agrupamentos estão
muito conscientes de, do que é que
há para mudar e para melhorar em
termos destes dois Programas.”
Expressão da
participação das
Escolas nos
Programas CASE
e AEC no
Concelho
“Relativamente às escolas, às 45
escolas que nós temos no 1º Ciclo, eu
acho que há pessoas de facto que
ainda estão um bocadinho longe
hum…”
“Sim estamos à procura,
experimentamos já algumas coisas, já
melhorar outras, e ela é efetiva de
facto, a participação!”
Iniciativas e ações
a desenvolver para
ter maior
participação das
Escolas
“Acho que há escolas que ainda estão
a ver estas respostas muito
desarticuladas, há escolas que ainda
estão muito na atividade de ensino
curricular e não tanto no Projeto
Curricular, ainda estão muito
presas… Mas eu acho que se a nossa
estratégia, que foi envolver muito as
lideranças dos Agrupamentos, que
são eles que são os decisores e são
eles que têm que influenciar
diretamente as escolas, eu acho que
essa estratégia foi boa porque as
lideranças podem ter aqui de facto
uma responsabilidade muito clara na
mudança dessas práticas de Escolas.
“
Envolvimento que
os Programas
CASE e AEC
proporcionam
entre a Autarquia e
as Escolas
“E agora, eu acho que também tem
muito a ver com a proximidade que
também temos das próprias Escolas e
das próprias relações que se criam
com as Escolas e com as Instituições
Parceiras, não é?! De facto muito
antes de os Programas existirem, por
outros Projetos já havia aqui uma
relação com as Entidades Parceiras e
com as Escolas de outra forma não
é?!”
Caracterização da
relação entre a
Autarquia e as
Escolas
“também tem muito a ver com a
proximidade que também temos das
próprias Escolas e das próprias
relações que se criam com as Escolas
e com as Instituições Parceiras,”
“De facto muito antes de os
Programas existirem, por outros
Projetos já havia aqui uma relação
com as Entidades Parceiras e com as
Escolas de outra forma não é?! E
sempre também se vinculou muito
esta questão de “estejam em
conjunto, articulem em conjunto”,
Participação
das Famílias
Papel das Famílias
no
desenvolvimento
dos Programas
CASE e AEC
“Olha não sei, eu por acaso não
tenho uma reflexão muito, muito
elaborada sobre as Famílias… Eu
acho que para mim é muito claro que
a Família tem de ter uma relação
muito direta e efetiva e sistemática
com a Escola, isso para mim é muito
claro não é?!”
Envolvimento das
Famílias nos
“Percebo que muitas vezes quando
há uma situação de conflito que
Programas CASE
e AEC
extravasa aquele contexto local do
coordenador de Escola e da entidade
parceira aí eles recorrem a nós
quando querem… Há de facto
algumas Associações de Pais e
alguns Pais que são críticos no bom
sentido e que recorrem à Câmara
para pedir ajuda, para pedir
informações, pedidos de
esclarecimentos, mas não sei o que é
que nós Câmara podíamos criar e
desenvolver relativamente às
Famílias, dentro destes Programas
não sei, não tenho uma reflexão
muito, muito…”
“têm inclusive atividades em que há
participação dos Pais, efetiva
participação dos Pais… E não é uma
coisa pontual, faz parte de facto…
Agora não é generalizada, e vamos
sabendo isso por aí…”
“Em relação ao Pré-Escolar um dos
momentos que poderás considerar
como, foi aquela mostra que se fez
num ano de Projetos pontuais e que
esteve por um período de fim-de-
semana, em que a Família se quisesse
poderia estar, poderia acompanhar o
seu filho, mas a…”
Participação
prevista ou natural
das Famílias nos
Programas CASE
e AEC
“Portanto em relação às Famílias,
vocês percebem e sentem que elas
estão presentes se calhar mais pela
mão das escolas e pela mão das
entidades parceiras, porque também
não é uma coisa que em termos
legislativos esteja prevista, portanto
Autarquia-Famílias, é mais Escola-
Famílias/ Autarquia-Escola.”
Feedback das
Famílias em
relação aos
“Há de facto algumas Associações de
Pais e alguns Pais que são críticos no
bom sentido e que recorrem à
Programas CASE
e AEC
Câmara para pedir ajuda, para pedir
informações, pedidos de
esclarecimentos,
Formas de
auscultação da
satisfação das
Famílias com os
Programas CASE
e AEC
“Efetivamente para nós Autarquia, eu
acho que, não sei, dentro destes
Programas não, para além das fichas
de opinião onde de facto nós vamos
perceber o grau de satisfação das
Famílias, não sei se…”
Envolvimento que
os Programas
CASE e AEC
proporcionam
entre a Autarquia e
as Famílias
“mas não sei o que é que nós Câmara
podíamos criar e desenvolver
relativamente às Famílias, dentro
destes Programas não sei, não tenho
uma reflexão muito, muito…”
“É permanecer a relação Autarquia-
Escola e depois a relação Escola-
Família, no âmbito dos Projetos mas
não tanto Autarquia-Escola-Família”
Outras
informações
Visão e avaliação
geral que a
Autarquia faz dos
Programas CASE
e AEC
“Eu acho que uma das visões que nós
temos de facto é que os Programas se
integrem plenamente no
funcionamento das Escolas, não é?!
Portanto de facto uma participação
muito ativa…”
“Eu acho que a visão é de facto que
daqui a muitos poucos anos isto seja,
esteja noutra fase… Isto agora é
moda conseguirmos que de facto eles
participem nestes fóruns de Escola e
de Agrupamento, eu acho que daqui
a uns anos isto vai ser de facto muito
integrado e não haver distinção
alguma entre um Professor
Curricular e um Professor de
Enriquecimento Curricular, porque
ainda há de facto aqui uma, uma,
uma…”
“Eu não sei até que ponto é que nós
extravasamos, nós extravasamos
ponto! Certo?! Portanto aquilo que
nos era pedido para fazermos, que há
um despacho que legisla tudo isto,
não é, nós de facto não fazemos
aquilo, fazemos de uma outra
forma… Eu acho que nós de facto
transbordamos muito na questão dos
modelos de trabalho que queremos
que aconteçam dentro da Escola, não
é… Quando nós lemos os nossos
princípios e falamos na questão do
brincar, nós temos a… Desde o início
deste Programa que nós defendemos
que a atividade lúdica devia ser uma
atividade de oferta das AEC, e de
facto agora passaram-se muitos anos
e as lúdico-expressivas surgem com
esta questão do tempo de atividade,
de brincar, do ter… Eu acho que o
nosso extravasar é nos conceitos,
temos outros conceitos de atividade
de ensino curricular, temos outro
conceito de enriquecimento
curricular, e de facto é diferente, nós
fazemos isto de forma diferente, nós
temos outra, outro sentir, outro
viver…”
Forma como
Programas CASE
e AEC promovem
ou potenciam a
relação entre a
Autarquia-Escolas-
Famílias
“Participação menos ativa de quem é,
dos docentes dos Programas, eles
podiam ser muito mais integrados,
podiam ser…”
“E agora, eu acho que também tem
muito a ver com a proximidade que
também temos das próprias Escolas e
das próprias relações que se criam
com as Escolas e com as Instituições
Parceiras, não é?! De facto muito
antes de os Programas existirem, por
outros Projetos já havia aqui uma
relação com as Entidades Parceiras e
com as Escolas de outra forma não
é?! E sempre também se vinculou
muito esta questão de “estejam em
conjunto, articulem em conjunto”,
tem um bocadinho a ver com a
forma, naquilo em que acreditamos
de facto que deve acontecer no
espaço Escola e como deve
acontecer, e que não é só como vem
no despacho do Ministério da
Educação e ponto! Extravasa além
disso, implica estar com, cooperar
com, não é…”
Balanço dos
Programas CASE
e AEC
“Ainda estamos a dizer “Atenção não
se esqueçam, em Julho estes técnicos
têm também participar nas reuniões
para as linhas orientadoras do Plano
Anual de Atividades, e vejam lá
porque se há reunião levem estes
técnicos às reuniões de
Departamento, para fazer articulação
vertical…” quer dizer, ainda não há
uma, uma comunhão total,
relativamente ao 1º Ciclo ainda não
uma comunhão total de equipas…”
“A nossa preocupação não está muito
nessa questão da, da, da… Da
atividade dos Professores, quer dizer
nem nos preocupa, nem nos
preocupamos com isso porque isso é,
para nós é um dado adquirido, que
eles vão e estão em dose de sucesso,
e estão muito envolvidos. E nós para
além de termos as CASE e as AEC
neste momento, nós já conseguimos
inovar na criação dessas respostas.
Quando nós falamos que temos
Ludobibliotecas, nós conseguimos
com o percurso que têm os
Programas, com o saber que se sentia
por aqui, com esta questão de termos
rede de parceiros, nós conseguimos
criar conseguimos criar uma outra
resposta, além destes dois
Programas, que é ter ao fim de
semana as Escolas abertas e durante
a semana bibliotecas abertas, muito
neste conceito de Ludobiblioteca…
Portanto para além de acharmos que
há muito para melhorar, mas que
fazemos uma gestão pedagógica
satisfatória dos Programas,
conseguimos juntá-los e criar outras
respostas, e eu acho que nós temos
de facto aqui uma forma diferente de
mostrar…”
Planos e
pretensões futuras
para os Programas
CASE e AEC
“Nós ainda estamos numa fase de
querer cumprir expectativas que
estão nos Programas, que participem
na construção do Projeto Educativo
do Agrupamento, expectativas e
contributos para o Plano Anual de
Atividades, expectativas também que
participem na construção do Plano
Curricular de Turma,”
“Um conceito de Escola a Tempo
Inteiro que consiga no terreno estar
muito bem articulado, os Programas
muito bem articulados, não é, e estes
muito bem articulados e integrados
no funcionamento tanto do Pré-
Escolar como no funcionamento do
1º Ciclo…”
“Que estes Programas tornem a
Escola de facto uma Escola
enriquecedora, que têm como nós
temos um conceito de Escola a
Tempo Inteiro…”
“Aquilo que havia um Coordenador
de Pré-Escolar e um Coordenador de
1º Ciclo, fazer aqui a fusão de uma
figura única, não é, que é importante
que depois no terreno isso funcione,
não é, ser de facto a pessoa que está
na Entidade Parceira e no
Agrupamento, os representantes que
de facto fiquem com esta leitura, de
1º Ciclo e Pré-Escolar, e não haja
uma pessoa para o 1º Ciclo e uma
pessoa para o Pré-Escolar…”
Guião da Entrevista CASE e AEC Escolas 1 e 2
Blocos Objetivos Questões
Bloco A – Legitimação
da Entrevista
Informar o entrevistado
sobre a temática e a
finalidade da entrevista.
Solicitar permissão para
gravar a entrevista
Garantir a
confidencialidade da
entrevista
Sublinhar a importância da
participação do
entrevistado no sucesso do
trabalho
Salientar o carácter do uso
da informação prestada
Autoriza a gravação da
entrevista via áudio?
Pretende mais algum
esclarecimento acerca dos
objetivos desta entrevista e
do trabalho ou sobre a sua
participação no mesmo?
Bloco B –
Envolvimento das
Escolas nos Programas
CASE/ AEC
Perceber como caracteriza
os Programas CASE e
AEC, como os descreve,
enquanto Diretor de
Agrupamento/ Escola
Saber que avaliação faz e
como a faz em relação aos
mesmos
Como descreve os
Programas CASE e AEC?
Como os caracteriza?
Como os avalia até este
momento?
Em que baseia essa
avaliação?
Perceber qual o balanço
que faz dos Programas
CASE e AEC enquanto
Diretor de Agrupamento/
Escola
Procurar saber que tipo,
qual seu nível e que
descrição faz do
envolvimento em todos os
ciclos dos Programas
Entender que feedback tem
sobre o seu envolvimento,
qual a sua perceção do
mesmo, e saber se sente
alguma abertura para ter
um envolvimento ainda
maior
Perceber se a forma como
está envolvimento nos
Programas CASE e AEC já
o satisfaz ou se quer e
procura estar mais
envolvido
Qual o balanço que faz
destes Programas?
Qual o seu nível de
envolvimento, enquanto
Diretor de Agrupamento,
no planeamento e
concretização dos mesmos?
Como o descreve?
De que forma acha que é
vista a sua participação nos
Programas CASE e AEC?
Sente abertura para ter uma
participação mais ativa em
todo o processo inerente
aos Programas?
Gostaria de estar envolvido
de forma mais ativa nos
momentos-chave das
CASE e AEC
(planeamento, realização e
avaliação)?
Como procura esse maior
envolvimento?
Bloco C – Relação com
a Autarquia e com a
Família
Perceber como descreve a
relação com a Autarquia
Saber se a gestão conjunta
Como caracteriza a relação
com a Autarquia?
Sente que o facto de
dos Programas CASE e
AEC promove ou estreita
(contribui) de alguma
forma a (para) relação
Entender o tipo de relação
que a Escola mantem com
as Famílias
Concluir sobre a forma
como a gestão da CASE e
AEC contribui para a
relação com a Autarquia e
as Famílias
promoverem em conjunto
os Programas da CASE e
AEC a vossa relação se
tornou mais estreita?
Em relação às Famílias,
que tipo de relação mantêm
como Diretor de
Agrupamento/ Escola com
as mesmas?
Assim sendo, que
contributo para a relação
com a Autarquia e com as
Famílias dão os Programas
das CASE e das AEC?
Bloco D – Finalização
da Entrevista
Perceber a visão geral da
Escola acerca dos
Programas CASE e AEC
Compreender como os
Programas promovem a
relação Autarquia – Escola
– Família
Saber quais os planos e
pretensões para o futuro do
Programa
Em termos gerais, qual a
visão e avaliação que a
Escola faz do Programa?
De que forma é que os
Programas CASE e AEC
promovem ou potenciam,
então, a relação entre
Autarquia – Escola –
Família?
Qual o balanço do mesmo?
Para o futuro, quais são as
pretensões em relação à
CASE e AEC?
Qual a linha orientadora
Averiguar sobre mais
algumas informações que
queria transmitir e que
ainda não tenham sido
abordadas
Agradecer a prestabilidade
do entrevistado
que pretendem seguir na
gestão da mesma?
Há mais alguma
informação ou comentário
que queira fazer acerca dos
assuntos abordados na
entrevista que ainda não
tinha tido oportunidade de
fazer?
Agradeço então a sua
amabilidade em me
conceder esta entrevista,
ter-me facultado
informações tão preciosas
quanto as que prestou e ter
ajudado à concretização do
meu projeto
Transcrição da Entrevista CASE/ AEC Escola 1
Entrevistador – E1
Entrevistado 1 – E2
E1 – Bom dia! Em primeiro queria então pedir-lhe autorização para proceder à gravação
da entrevista, para legitimação também, como é normal…
E2 – Sem problema!
E1 – Em relação à entrevista, portanto ela vai ser sobre estes temas, a visão que a Escola
tem sobre estes dois Programas das CASE e das AEC, e depois também aquilo que a
Escola tem a dizer da relação com a Autarquia e com a Família, através da gestão destes
dois Programas. Em relação ao meu Projecto, não sei se quererá mais algum
esclarecimento adicional?
E2 – Não, está bom, está ótimo…
E1 – Então, para começar Professora, como é que descreve estes dois Programas? Como
é que os caracteriza? Como é que eles têm vindo a ser fomentados aqui na Escola, como
é que eles têm vindo a ser geridos?
E2 – Eu tenho mais conhecimento das AEC, porque eu comecei desde o início, a CASE
eu só estou à frente de há dois anos para cá. Eu acho que são Programas essenciais, acho
que são… Hoje em dia, as Famílias precisam, não é, porque já não há aquela instituição
muito boa que são os avós, portanto as crianças não têm onde ficar, e já que existe o
espaço Escola há que rentabilizar, não é!? Em relação, acho que está muito bem… Em
relação ao Programa propriamente dito, às atividades, acho que está muito bem
conseguido, acho que tem havido uma preocupação da Câmara ao longo destes anos em
que aquilo não se torne mais do mesmo, das aulas, sempre com muita formação, com os
monitores, com muitas reuniões, com os parceiros, com Escolas, com tudo… E eu acho
que nos tempos atuais são essenciais, embora também reconheça que de facto é um
período muito longo de tempo para os miúdos estarem na Escola, não é!? Portanto é um
facto de que se não houvesse aquilo as crianças iam para os ATL ou…
E1 – Para a rua…
E2 – Hum… Para a rua não, se fossem para a rua, como iam no meu tempo, era ótimo,
agora ou ficam em casa agarrados aos computadores ou às Nintendo ou àquelas coisas,
todas que é bem pior do que… Se fossem para a rua não era muito mau! Não sei se
respondi à pergunta…
E1 – Sim, sim… Como caracteriza, em termos das atividades em si, todo o Programa?
Como é carateriza as atividades das AEC e agora das CASE? Que já tem estas duas
perspetivas, porque são Programas muitos semelhantes, buscam o tempo livre e lazer
das crianças, não escolarizado mas em ambiente escolar… Que distinção é que faz
destes dois Programas?
E2 – Mas destes em relação à Escola ou em relação a um e a outro?!
E1 – Em relação à Escola, e em relação a um e a outro…
E2 – Em relação à Escola, tanto um como outro, acho que há uma palavra-chave que é a
ludicidade, portanto o que se pretende de facto não é mais do mesmo, mas que sejam
lúdicos, embora às vezes a fronteira entre o lúdico e não lúdico, sobretudo em áreas
como o Inglês, seja um bocado difícil, e tem sido uma área onde se tem notado mais
dificuldades com os monitores. Entre AEC e CASE, eu diria que as AEC estão mais
compartimentadas, mais em áreas não é?! O Inglês, o Desporto… A CASE ou o CASE,
a componente da CASE acho que vai mais para trabalhar de facto a ludicidade e para
trabalhar a livre escolha, e para trabalhar, para desenvolver outras capacidades, que
são muito importantes nos miúdos e que se calhar os monitores mais facilmente chegam
lá, enquanto que nas AEC as coisas estão mais compartimentadas, acabam por…
E1 – É muito mais fácil distinguir ali a barreira entre o escolar e o lúdico…
E2 – Exatamente, a barreira entre o escolar e o lúdico é mais ténue do que nas CASE, e
anda-se ali muito… Facilmente se pende para o outro, para a escolarização, porque é
mais organizada, e é mais… Não quer dizer que as outras não sejam, até porque
desenvolvem outras capacidades que são muito importantes, e que todas variam da
escolarização.
E1 – E do ponto de vista da Escola, como é que tem sido feita a gestão destes dois
Programas?
E2 – Em termos da Escola… Eu estou a falar mais em termos aqui de Direção, que é
onde eu estou, a minha preocupação tem sido cooperar sempre muito com a Câmara,
com a Divisão de Educação, porque eles de facto têm Programas fantásticos, e estão a
tentar ter uma visão do concelho e, e… O que acaba por também fazer com que haja…
Ao promover reuniões com todos os Agrupamentos e todos os parceiros, acaba também
para nós por ser um espaço de partilha e de melhoramentos, não é, a nível de práticas,
que eu depois, o que é que tento fazer, normalmente tento nessas reuniões levar as
minhas coordenadoras de estabelecimento, que depois farão nas Escolas, a ponte com os
professores e os parceiros que estão lá no terreno, não é, os monitores das AEC…
Portanto essa tem sido a minha linha de trabalho para que… Eu também acredito muito
na partilha de experiências e na construção de… Eu acredito muito na partilha!
E1 – Na linha comum, refletida e partilhada da mesma forma!
E2 – Exatamente… Pronto adiante!
E1 – Em termos de avaliação deste, destes dois Programas, como é tem, que avaliação é
que faz destes Programas ao longo destes anos, as evoluções que tem sentido?
E2 – Eu faço uma avaliação muito positiva, eu acho que se tem feito um caminho muito
grande… Eu comecei como coordenadora de Escola, comecei como coordenadora de
departamento a desenvolver as AEC, e logo desde o início nós fazíamos… Aliás o
primeiro ano em que implementamos as AEC, na minha primeira reunião de Conselho
de Docência, eu tinha lá os monitores das AEC, e começamos a preparar o ano em
conjunto… Portanto, sempre foi a minha maneira de trabalhar, o corporativismo, a
união… Mas eu notava quando estava com outras colegas que não se passava o mesmo,
mesmo dentro do Agrupamento, e quando passei para Coordenadora Pedagógica,
para… Portanto ainda estava na Direção Turma, não estava ligada à Direção de Escolas,
mas tinha 4 Escolas, aí comecei também a tentar implementar em todas as outras
Escolas, e de facto, hoje em dia os membros todos, aqueles núcleos todos que estão na
reunião de avaliação daqueles Conselhos de Docentes, está o coordenador de terreno, do
parceiro, estão também normalmente o coordenador das AEC, como é também é o
mesmo parceiro das CASE, estão os professores e os educadores, e acho que já é, já é
visto mais como um conjunto, como trabalhar para o mesmo objetivo, para os nosso
meninos, e depois também implementamos a planificação partilhada, em termos
integrados, em termos de projeto curricular. Há muito aquelas conversas informais entre
professores, isso foi um passo enorme porque, eu vi, quando falava fazia muito… Eram
as AEC, eram, pronto as pessoas iam lá fazer o apoio ao estudo, e ficava-se um bocado
por aí. Eu acho que demos um passo enorme, e também eu acho que as pessoas também
ao longo destes anos tiveram consciência que de facto as atividades de enriquecimento
curricular eram mesmo enriquecimento… Eu lembro-me que há dois anos tive uma
reunião de Conselho de Docentes porque as AEC não estavam a funcionar bem nessa
Escola, e a aflição da coordenadora era que não notava que a Escola, que as atividades
fossem um enriquecimento para os alunos, e isso chocou-me um bocado na altura, e
percebi perfeitamente o que a colega estava a dizer. Este ano a avaliação… Nós
tentamos melhorar, mudou-se de parceiro, e este ano a melhor avaliação em termos das
AEC foi nessa Escola. A nível de relações, a nível de trabalho, a nível de organização. É
gratificante, acho que se seguiu um bom caminho…
E1 – Estas avaliações também se baseiam muito por aquilo que veem in loco? Com…
E2 – Sim, in loco, nas reuniões de Conselho de Docentes, onde tudo é avaliado e depois
programado, e também nas das avaliações que a Câmara também promove, e pronto, e
também naquelas conversas de corredor, de calhandrice, tudo isso é importante para
recolher informação.
E1 – E em termos do seu envolvimento, portanto, enquanto aqui na direção dos
Programas no Agrupamento, como é que sente a sua participação nas, chamemos-lhe
fases principais, do planeamento, da organização, do replaneamento e da avaliação, que
faz destes programas?
E2 – É assim, eu tenho conhecimento, tento estar sobretudo no lançamento das coisas,
quando são no plano anual de atividades, quando no final do ano em que se faz a
avaliação e se está a programar, gostava de estar mais no terreno, gostava, mas de facto
não tenho capacidades, não tenho… Mas como eu vim da Escola e sou da Escola do
1ºCiclo, e vou andando por lá, aproveito sempre que vou também para tomar o pulso
das coisas, acho que me dou muito bem com os parceiros, dou-me muito bem com os
coordenadores de Escola, com as colegas, e vou tentando também estar em todas as
atividades que eles convidam, de facto, para fazer um bocadinho a amostra daquilo que
fazem, e pronto… Agora de facto gostava de estar mais, mas também…
E1 – É difícil…
E2 – É, é difícil, e depois aqui também as solicitações são tantas… Penso também
participar muito em todas as reuniões que a Câmara promove, mesmo algumas não faço
e tenho pena, tenho muita pena, porque algumas formações eu adorava ir, não faço as
formações, já fiz algumas, o ano passado ainda fiz uma, não faço mais porque não tenho
tempo, mas quando são estas formações de… Lá está, de planeamento, de ver
instrumentos, de partilha, isso tento sempre estar …
E1 – E como é que é vista esta participação?
E2 – Mas qual?
E1 – Enquanto Escola, enquanto Direção de…
E2 – E tipo, como é vista por quem?
E1 – Pela Autarquia… Pela Autarquia e pelas Famílias… Nas, nas… Sente que são, que
são conhecidos estes contributos que a Escola dá também nas fases principais?
E2 – Eu, eu, eu penso que sim! Porque senão também não convidavam…
E1 – Mas é mesmo um trabalho partilhado? Feito em conjunto?
E2 – Com as Autarquias? Com os pais?
E1 – Sim…
E2 – Hum, hum… Sim, com… É assim, não, não, não ao pormenor, mas se nós
precisamos de ajuda, por exemplo, também vamos por em ação, mas isso não sei se tem
a haver, as Ludotecas, aquela Escola a Tempo Inteiro, e de facto as técnicas da Câmara
têm sido impecáveis, têm estado e têm dado apoio, têm… Agora, da parte dos pais,
acho, na parte do planeamento, acho que ainda não está bem fomentado. Nós temos aí
uma Associação de Pais que se calhar se encaminha para isso, e eu sei que tem muitos
contactos com a, com a coordenadora de parceiros no terreno, e muitas reuniões, que
essa coordenadora vai-me dando conhecimento, dando feedback, mas só numa Escola,
nas outras, ainda… Essa parte dos Pais se envolverem no planeamento, isso ainda não
está muito determinada, ainda é uma ou outra sugestão, talvez numa das Escolas que
nós temos, ali na Raúl Lino, se encaminhe para isso, porque já… É uma Associação que
começou este ano, há pouco tempo, e está muito interessada em saber como é que faz,
em sugerir, e sei que têm tido várias reuniões com o parceiro e com a coordenadora de
Escola, no sentido de também se envolver, não é?!
E1 – E, e é uma visão para o futuro, esta maior relação da…?!
E2 – Ai, acho que sim, eu acho que sim, é... É muito importante, sabe que eu acho que
se evitam muitos problemas porque nós temos a nossa visão de Escola, não é?! E vindo
pessoas de fora, com outras visões, com outras experiências, com… Nós sentimos o
pulso das crianças em situação escolar, é completamente diferente em casa, não é?! E…
Nós às vezes, penso que nos encaminhamos muito para lá, porque achamos que as
necessidades são aquelas, e às vezes as necessidades são outras, não é?! Portanto eu
acho que é muito muito importante, muito importante! E acho que caminhamos para lá,
cada vez mais, e as Escolas, os professores de 1ºCiclo têm… Tinham muito a tendência
de se fechar, de estar lá na sua escolinha, na sua turminha, e a monodocência levava um
bocado a isso, e o facto de nós também passarmos, começarmos a estar em trabalho
cooperativo a nível de turma também nos leva a alargar depois também para parceiros,
para os Pais, para… E já não é a minha Escola, é o meu Agrupamento, são as Escolas,
são vários professores, depois também há articulação com os outros ciclos, o que
também tem ajudado… Portanto eu acho que sim, que estamos a caminhar para aí, e
depois também é assim, os pais hoje em dia têm muito mais informação, têm muito
mais… Hum… Têm muito mais hum… Pois, mas eu acho que sim… É isso mesmo,
têm muito mais uma análise crítica das coisas, e já não há, penso que… Embora eu
também, agora sou um bocado suspeita porque eu, não estou a ajudar no terreno… Mas,
os pais que me procuram aqui, eu vejo que são pais interessados em saber o que é que se
passa, e o que não se passa, e em querer colaborar, e pronto… Eu acho que sim, que há
cada vez mais…
E1 – Falando um bocadinho da relação com a Autarquia, aqui aproveitando um pouco
também para definir esta relação, como é que se cria esta relação através dos Programas,
como é que sente aqui a proximidade com a Autarquia?
E2 – Hum… Nós, quando planeamos as AEC, logo de início, não é, a Autarquia, nós
redigimo-nos por aquele planeamento, e combinamos as atividades e fazemos aquela
planificação que tem que ser aprovada em pedagógico, que enviámos para a Câmara,
logo aí a Autarquia tem o conhecimento. Depois, em termos de, em termos de atividade,
e em termos de, de, de… Também de orgânica, quando nós, por exemplo nós
pretendemos implementar a livre escolha numa CASE, agora numa Escola, eu pedi às
técnicas da Câmara que me ajudassem agora no sentido de entrar em contacto com
outras Escola, com outros Agrupamentos onde isto foi feito e fomos lá visitar a Escola,
fomos ver, e portanto também, nesse aspeto também há um apoio grande. Agora por
exemplo com a Ludobiblioteca também estão a apoiar, e com a Escola a Tempo Inteiro,
a fazer o Programa, a fazer o regulamento, a… Portanto, cada vez que eu necessito… E
depois são questão das formações também que promovem um grande elo de ligação…
Não sei se é isto que, se respondi?!
E1 – E em relação às famílias, sente que de facto estão cada vez mais participativos?
E2 – Eu sinto, e é assim, embora tenhamos um grande grupo, um grupo que, ao que
interessa é que as crianças estejam ali aquele tempo todo, depois também é um sinal
positivo que ao longo destes anos houve equipas que se mantiveram, e há muita
confiança nas equipas. Portanto há pais que não procuram saber o que é que fazem nem
o que não fazem, porque chega o que os filhos dizem, e depois vêm naquelas festinhas
de final de período, ou nas situações em que são chamados para alguma atividade,
também por confiança, porque alguns mesmo dizem “ah eu estou descansada, não
preciso…”, também há esses pais, e depois há aqueles que não, interessados em saber e
em procurar, se precisam de ajuda, e isso sempre foi um bocado de tudo… Mas que de
ano para ano, que têm crescido esses pais mais interessados em saber, mais críticos,
temos, temos… O que mais, os que fazem sugestões, estamos a falar a nível de AEC e
CASE, temos, temos!
E1 – E no…
E2 – Tanto que as avaliações que nós fizemos no início, que fazíamos ao inicio aos pais,
que não era aquele livrinho da Câmara, uma das coisas que os pais nos diziam era que
tinham pouco conhecimento do que se fazia, alguns pais que faziam essa avaliação, e
tem havido essa preocupação de mostrar aos pais o que é que se faz nas CASE e nas
AEC, chamando-os lá no dia do Pai, no dia do Avô, no dia da Avó, pronto, nas festinhas
de… Pronto, adiante…
E1 – Há expectativas de planificação em conjunto?
E2 – Nós já estamos a fazer isso no 1ºCiclo, na planificação integrada, na planificação
dos professores, portanto há uma grelha, a grelha tem lá um espaço do professor de
Inglês, do professor de Educação Física, onde… Porque normalmente trabalha-se por
temas, há um tema de Estudo do Meio, que é trabalhado ao nível da Matemática, a nível
do Português, e ali depois trabalha-se também com o nível de, de, de… E depois
também há os projetos em comum, das turmas com as AEC, também temos Escolas que
trabalham muito isso, que fazem projetos de turma com a colaboração das AEC, e as
AEC também fazem projetos, e a, a… A nível da CASE, eu penso que no início do ano
planificam, e que têm reuniões regulares, mas também, lá está, é o caminho que eu
menos conhecia, e que já no ano passado fizemos um, pensei fazer… Até porque as
CASE por exemplo estavam separadas, muito por exemplo a Pai de Vento, a CASE da
Raúl Lino, e este ano já houve uma aproximação, e a minha tentativa vai ser essa, é cada
um concebe a sua identidade, mas que, mas que partilhem, mas que haja espirito de
Agrupamento, não é?!
E1 – Não seja… Seja cada vez mais uma Escola e outra Escola, e a visão de
Agrupamento, e de Família quase… Mas esta, esta relação, sente que de facto houve,
desde que se implementarem os Programas, que houve na relação com a Autarquia e
com as Famílias se estreitou exatamente pelo desenvolvimento destes Programas?
E2 – Hum, hum… Com a Autarquia, sim, embora com os Pais ainda haja, sobretudo
aqueles que entram no primeiro ano e que não vêm das nossas, dos nossos CASE, não
têm muito bem a noção de quem está por trás, de quem… Por isso aquela brochurazinha
que a Câmara fez ajuda imenso, e depois às vezes nós vivemos algum problema de
logística, de… Que seja mesmo com a Câmara e não de contactem a Câmara, contactem
a Autarquia, os pais é que têm a consciência de que de facto aquilo, a Câmara tem
alguma responsabilidade naqueles espaços… Nós tentamos, mas eu acho que sim, acho
que… Lá está, essa brochura veio ajudar muito, eu acho que cada vez vão ter mais
consistência, depois há um trabalho em fazer sobretudo para os primeiros anos que vêm
de fora…
E1 – Mas sentiu sobretudo a partir da implementação destes Programas, há cinco anos,
cerca de cinco, quatro, sentiu que de facto foi aqui um contributo muito válido?
E2 – Sim, porque as pessoas têm muito, ainda há, as pessoas vêm com a ideia de ATL,
dos ATL, não é?! E não tinham, não sabiam bem a distinção aqui, e acho que agora já,
já, já têm mais…
E1 – Em termos de balanço, de, de, de … As previsões para…?
E2 – Olhe eu, eu, eu espero com o tempo que isto continue, que sejam dadas melhores
condições, sobretudo a nível monetário, a nível de horários, para que fiquem mais
tempo na Escola aos monitores, e, e… Enfim, eu nem concebo a ideia de isto voltar
atrás. Já foi um ganho tão grande, e há ainda tanta coisa a fazer, que… Que eu espero
que seja para continuar e seja para… Por que de facto com a ludicidade consegue-se
desenvolver tantas e tantas capacidades, que penso que nem os miúdos se apercebem, e
que depois nós no curricular, nós professores curricular é que vemos esse ganho, e os
tais pais não darem conta, que era uma pena que isso acaba-se por se perder! Não sei
mais o que ia dizer…
E1 – Há alguma, há alguma pretensão para estes três momentos serem partilhados com
a Autarquia e com as Famílias? Portanto o momento da planificação, o de
desenvolvimento dos Programas, o momento da avaliação e de Replanificação dos
Programas, de não estarem a ser momentos com a Autarquia e com os parceiros, mas
também Autarquia, parceiros, Escolas e Famílias?
E2 – Pois, essa parte da Família nesse, nesse planeamento não tem estado muito
presente no nosso Agrupamento, mas acho que de facto era importante. Com as
Autarquias tenho estado, até porque também me interessa saber da avaliação, desse
planeamento, e depois tirar as conclusões. Podia ser feito, podia ser feito, até porque,
mesmo com Juntas, nós temos como parceiro a Junta de Freguesia do Estoril, não é?!
Portanto automaticamente quando há reuniões de conselhos de docentes, a
coordenadora que está no terreno também representa um bocado e também vai passado
a palavra para a, para a Autarquia. Com a Câmara, pronto, é mais nestas reuniões, na
sua maioria marcadas pela, pela própria Câmara, com as técnicas da Câmara, mas acho
que sim, que era uma mais-valia se conseguíssemos torna-los mais efetivos, não é pica-
los na agenda por ser parceiro. Porque no fundo os pais participam informalmente, não
é?! Chegam ao pé das monitoras e dão um recado e vão sugerindo,
E1 – Mas nos momentos-chave da participação…
E2 – Não, ainda não… Ainda não é!
E1 – Ainda não está prevista?
E2 – Ainda está a ser…
E1 – Há mais algum comentário que queira fazer em relação…
E2 – É, bem, eu andei aqui à volta do mesmo, mas de facto para mim, eu sou a favor…
Eu estava numa Escola em que tinha duplos da manhã e duplos da tarde, e fui muito
renitente em avanção com as AEC, porque nós não queríamos as condições, e… Mas
depois fui para casa, e a pensar “não, isto tem que ir para a frente, porque isto vai ser
uma ideia fabulosa!”, e não estou arrependida… É evidente que depois acabaria por…
Entramos em normal e acabaria por vir, mas aquele, aquele primeiro contacto foi, foi…
Aquela primeira vez foi importante, porque a visão de ir…
E1 – Limando, limando, até chegar onde chegamos…
E2 – Hum, não é ótimo, mas acho que estamos num bom caminho, e isso havemos de
chegar lá… Essa da família, por exemplo, também, também é uma… É um objetivo,
mas até aqui tem sido uma experiencia importante, a todos os níveis…
E1 – E pronto, se não tem mais comentários a fazer, eu dou por terminada a entrevista, e
agradeço a sua disponibilidade e contributo que está a dar para que de facto eu consiga
acabar o Projeto e ter, quem sabe aqui uma visão de fora…
E2 – Pois… Eu, eu, eu, para já não sou muito objetiva, eu ando aqui assim, mas
pronto…
E1 – Mas os contributos estão aí todos dados, e obviamente que são muito importantes,
porque é importante percebermos não só a perspetiva do ponto de vista politico mas
também muito mais prático, muito mais in loco e certamente que o seu testemunho será
importante… E pronto, é assim que termino.
E2 – Obrigada…
Grelha de Análise da Entrevista CASE e AEC Escola 1
Temas Subtemas Unidades de Registo
Envolvimento da
Escola nos
Programas CASE
e AEC
Descrição e
caracterização dos
Programas CASE
e AEC
“Eu acho que são Programas
essenciais, acho que são…”
“Em relação ao Programa
propriamente dito, às atividades,
acho que está muito bem
conseguido,”
“E eu acho que nos tempos atuais
são essenciais, embora também
reconheça que de facto é um
período muito longo de tempo para
os miúdos estarem na Escola, não
é!? Portanto é um facto de que se
não houvesse aquilo as crianças
iam para os ATL ou…”
“Em relação à Escola, tanto um
como outro, acho que há uma
palavra-chave que é a ludicidade,
portanto o que se pretende de facto
não é mais do mesmo, mas que
sejam lúdicos,”
“Entre AEC e CASE, eu diria que
as AEC estão mais
compartimentadas, mais em áreas
não é?! O Inglês, o Desporto… A
CASE ou o CASE, a componente
da CASE acho que vai mais para
trabalhar de facto a ludicidade e
para trabalhar a livre escolha, e
para trabalhar, para desenvolver
outras capacidades, que são muito
importantes nos miúdos e que se
calhar os monitores mais
facilmente chegam lá, enquanto
que nas AEC as coisas estão mais
compartimentadas, acabam por…”
“Exatamente, a barreira entre o
escolar e o lúdico é mais ténue do
que nas CASE, e anda-se ali
muito… Facilmente se pende para
o outro, para a escolarização,
porque é mais organizada, e é
mais… Não quer dizer que as
outras não sejam, até porque
desenvolvem outras capacidades
que são muito importantes, e que
todas variam da escolarização.”
Avaliação dos
Programas CASE
e AEC
“eu faço uma avaliação muito
positiva, eu acho que se tem feito
um caminho muito grande…”
“Sim, in loco, nas reuniões de
Conselho de Docentes, onde tudo é
avaliado e depois programado, e
também nas das avaliações que a
Câmara também promove, e
pronto, e também naquelas
conversas de corredor, de
calhandrice, tudo isso é importante
para recolher informação.”
Balanço até ao
momento dos
Programas CASE
e AEC
“eu faço uma avaliação muito
positiva, eu acho que se tem feito
um caminho muito grande…”
“Nós tentamos melhorar, mudou-
se de parceiro, e este ano a melhor
avaliação em termos das AEC foi
nessa Escola. A nível de relações,
a nível de trabalho, a nível de
organização. É gratificante, acho
que se seguiu um bom caminho…”
Tipo de
envolvimento no
planeamento e
concretização dos
Programas CASE
e AEC
“Ao promover reuniões com todos
os Agrupamentos e todos os
parceiros, acaba também para nós
por ser um espaço de partilha e de
melhoramentos, não é, a nível de
práticas, que eu depois, o que é
que tento fazer, normalmente tento
nessas reuniões levar as minhas
coordenadoras de estabelecimento,
que depois farão nas Escolas, a
ponte com os professores e os
parceiros que estão lá no terreno,
não é, os monitores das AEC…
Portanto essa tem sido a minha
linha de trabalho para que… Eu
também acredito muito na partilha
de experiências e na construção
de… Eu acredito muito na
partilha!”
“Aliás o primeiro ano em que
implementamos as AEC, na minha
primeira reunião de Conselho de
Docência, eu tinha lá os monitores
das AEC, e começamos a preparar
o ano em conjunto…
“tinha 4 Escolas, aí comecei
também a tentar implementar em
todas as outras Escolas, e de facto,
hoje em dia os membros todos,
aqueles núcleos todos que estão na
reunião de avaliação daqueles
Conselhos de Docentes, está o
coordenador de terreno, do
parceiro, estão também
normalmente o coordenador das
AEC, como é também é o mesmo
parceiro das CASE, estão os
professores e os educadores, e
acho que já é, já é visto mais como
um conjunto, como trabalhar para
o mesmo objetivo, para os nosso
meninos, e depois também
implementamos a planificação
partilhada, em termos integrados,
em termos de projeto curricular.
Promoção de uma
participação mais
“Eu acho que demos um passo
enorme, e também eu acho que as
ativa em todo o
processo inerente
aos Programas
CASE e AEC
pessoas também ao longo destes
anos tiveram consciência que de
facto as atividades de
enriquecimento curricular eram
mesmo enriquecimento…”
“Penso também participar muito
em todas as reuniões que a Câmara
promove, mesmo algumas não
faço e tenho pena, tenho muita
pena, porque algumas formações
eu adorava ir, não faço as
formações, já fiz algumas, o ano
passado ainda fiz uma, não faço
mais porque não tenho tempo, mas
quando são estas formações de…
Lá está, de planeamento, de ver
instrumentos, de partilha, isso
tento sempre estar …”
Maior
envolvimento nos
momentos-chave
dos Programas
CASE e AEC
(planeamento,
realização e
avaliação)
“É assim, eu tenho conhecimento,
tento estar sobretudo no
lançamento das coisas, quando são
no plano anual de atividades,
quando no final do ano em que se
faz a avaliação e se está a
programar, gostava de estar mais
no terreno, gostava, mas de facto
não tenho capacidades, não
tenho… Mas como eu vim da
Escola e sou da Escola do 1ºCiclo,
e vou andando por lá, aproveito
sempre que vou também para
tomar o pulso das coisas, acho que
me dou muito bem com os
parceiros, dou-me muito bem com
os coordenadores de Escola, com
as colegas, e vou tentando também
estar em todas as atividades que
eles convidam, de facto, para fazer
um bocadinho a amostra daquilo
que fazem, e pronto… Agora de
facto gostava de estar mais, mas
também…”
“Nós já estamos a fazer isso no
1ºCiclo, na planificação integrada,
na planificação dos professores,
portanto há uma grelha, a grelha
tem lá um espaço do professor de
Inglês, do professor de Educação
Física, onde…”
“E depois também há os projetos
em comum, das turmas com as
AEC, também temos Escolas que
trabalham muito isso, que fazem
projetos de turma com a
colaboração das AEC, e as AEC
também fazem projetos, e a, a… A
nível da CASE, eu penso que no
início do ano planificam, e que têm
reuniões regulares, mas também, lá
está, é o caminho que eu menos
conhecia, e que já no ano passado
fizemos um, pensei fazer… Até
porque as CASE por exemplo
estavam separadas, muito por
exemplo a Pai de Vento, a CASE
da Raúl Lino, e este ano já houve
uma aproximação, e a minha
tentativa vai ser essa, é cada um
concebe a sua identidade, mas que,
mas que partilhem, mas que haja
espirito de Agrupamento, não é?!”
Relação com a
Autarquia
Caracterização da
relação com a
Autarquia através
dos Programas
CASE e AEC
“É assim, não, não, não ao
pormenor, mas se nós precisamos
de ajuda, por exemplo, também
vamos por em ação, mas isso não
sei se tem a haver, as Ludotecas,
aquela Escola a Tempo Inteiro, e
de facto as técnicas da Câmara têm
sido impecáveis, têm estado e têm
dado apoio, têm…”
Gestão e promoção
conjunta dos
Programas CASE
e AEC entre a
“Ao promover reuniões com todos
os Agrupamentos e todos os
parceiros, acaba também para nós
por ser um espaço de partilha e de
Escola e a
Autarquia
melhoramentos, não é, a nível de
práticas, que eu depois,”
“Em relação ao Programa
propriamente dito, às atividades,
acho que está muito bem
conseguido, acho que tem havido
uma preocupação da Câmara ao
longo destes anos em que aquilo
não se torne mais do mesmo, das
aulas, sempre com muita
formação, com os monitores, com
muitas reuniões, com os parceiros,
com Escolas, com tudo…”
Contributo dos
Programas CASE
e AEC para a
relação com a
Autarquia
“Eu estou a falar mais em termos
aqui de Direção, que é onde eu
estou, a minha preocupação tem
sido cooperar sempre muito com a
Câmara, com a Divisão de
Educação, porque eles de facto têm
Programas fantásticos, e estão a
tentar ter uma visão do concelho e,
e…”
Relação com as
Famílias
Tipo de relação
que mantêm com
as Famílias
“Agora, da parte dos pais, acho, na
parte do planeamento, acho que
ainda não está bem fomentado.
Nós temos aí uma Associação de
Pais que se calhar se encaminha
para isso, e eu sei que tem muitos
contactos com a, com a
coordenadora de parceiros no
terreno, e muitas reuniões, que
essa coordenadora vai-me dando
conhecimento, dando feedback,
mas só numa Escola, nas outras,
ainda… Essa parte dos Pais se
envolverem no planeamento, isso
ainda não está muito determinada,
ainda é uma ou outra sugestão,
talvez numa das Escolas que nós
temos, ali na Raúl Lino, se
encaminhe para isso, porque já…
É uma Associação que começou
este ano, há pouco tempo, e está
muito interessada em saber como é
que faz, em sugerir, e sei que têm
tido várias reuniões com o parceiro
e com a coordenadora de Escola,
no sentido de também se envolver,
não é?!”
“Tanto que as avaliações que nós
fizemos no início, que fazíamos ao
inicio aos pais, que não era aquele
livrinho da Câmara, uma das
coisas que os pais nos diziam era
que tinham pouco conhecimento
do que se fazia, alguns pais que
faziam essa avaliação, e tem
havido essa preocupação de
mostrar aos pais o que é que se faz
nas CASE e nas AEC, chamando-
os lá no dia do Pai, no dia do Avô,
no dia da Avó, pronto, nas
festinhas de… Pronto, adiante…”
Contributo dos
Programas CASE
e AEC para a
relação com as
Famílias
“Portanto há pais que não
procuram saber o que é que fazem
nem o que não fazem, porque
chega o que os filhos dizem, e
depois vêm naquelas festinhas de
final de período, ou nas situações
em que são chamados para alguma
atividade, também por confiança,
porque alguns mesmo dizem “ah
eu estou descansada, não
preciso…”, também há esses pais,
e depois há aqueles que não,
interessados em saber e em
procurar, se precisam de ajuda, e
isso sempre foi um bocado de
tudo… Mas que de ano para ano,
que têm crescido esses pais mais
interessados em saber, mais
críticos, temos, temos… O que
mais, os que fazem sugestões,
estamos a falar a nível de AEC e
CASE, temos, temos!”
“Sim, porque as pessoas têm
muito, ainda há, as pessoas vêm
com a ideia de ATL, dos ATL, não
é?! E não tinham, não sabiam bem
a distinção aqui, e acho que agora
já, já, já têm mais…”
Outras
informações
Visão e avaliação
geral que a Escola
faz dos Programas
CASE e AEC
“Já foi um ganho tão grande, e há
ainda tanta coisa a fazer, que…
Que eu espero que seja para
continuar e seja para…”
Forma como
Programas CASE
e AEC promovem
ou potenciam a
relação entre a
Autarquia-Escolas-
Famílias
“Com a Autarquia, sim, embora
com os Pais ainda haja, sobretudo
aqueles que entram no primeiro
ano e que não vêm das nossas, dos
nossos CASE, não têm muito bem
a noção de quem está por trás, de
quem…”
“Pois, essa parte da Família nesse,
nesse planeamento não tem estado
muito presente no nosso
Agrupamento, mas acho que de
facto era importante. Com as
Autarquias tenho estado, até
porque também me interessa saber
da avaliação, desse planeamento, e
depois tirar as conclusões.”
Balanço dos
Programas CASE
e AEC
“Hum, não é ótimo, mas acho que
estamos num bom caminho, e isso
havemos de chegar lá…”
Planos e
pretensões futuras
para os Programas
CASE e AEC
“Olhe eu, eu, eu espero com o
tempo que isto continue, que sejam
dadas melhores condições,
sobretudo a nível monetário, a
nível de horários, para que fiquem
mais tempo na Escola aos
monitores, e, e… Enfim, eu nem
concebo a ideia de isto voltar atrás.
Já foi um ganho tão grande, e há
ainda tanta coisa a fazer, que…
Que eu espero que seja para
continuar e seja para… Porque de
facto com a ludicidade consegue-
se desenvolver tantas e tantas
capacidades, que penso que nem os
miúdos se apercebem, e que depois
nós no curricular, nós professores
curricular é que vemos esse ganho,
e os tais pais não darem conta, que
era uma pena que isso acaba-se por
se perder! Não sei mais o que ia
dizer…”
“Essa da família, por exemplo,
também, também é uma… É um
objetivo, mas até aqui tem sido
uma experiencia importante, a
todos os níveis…”
Transcrição da Entrevista CASE/ AEC Escola 2
Entrevistador – E1
Entrevistado 1 – E2
E1 – Vou proceder à gravação da entrevista… Esta entrevista está inserida no projeto
que eu estou a fazer no meu mestrado, área em Administração Educacional. Fiz a
Licenciatura em Ciências da Educação e agora como gosto muito do trabalho aqui do
trabalho por projetos, decidi pegar aqui na gestão por projetos, em específico na Câmara
na área de componente de animação e ver aqui também como é que estes dois projetos
proporcionam a relação entre a Autarquia, Escolas e as Famílias. Eu ando assim a
recolher testemunhos das partes envolvidas e foi nesse sentido que eu o contactei
professor. Antes de mais queria pedir-lhe se me autoriza a gravação…
E2 – Sim, sim, claro que autorizo.
E1 – e Em relação aos objetivos desta entrevista, à execução do meu projeto não sei se
tem mais alguma dúvida ou questão que eu possa…
E2 – Não, não.
E1 – Alguma questão em que eu possa ajudar. Professor, primeiro aqui vamos falar dos
projetos como é que o professor António caracteriza estes projetos, os descreve, ao
longo do tempo como é que os tem vivido, as evoluções que tem sentido em relação aos
dois projetos.
E2 – Hum… hum… Vamos lá ver, em relação… São duas coisas completamente
distintas: o Projeto AEC e o Projeto CASE. Eu estou mais envolvido ou estive mais
envolvido no Projeto AEC deste o início do que propriamente no CASE, isto porque a
comissão instaladora na altura tinha uma adjunta do Pré-escolar e por tanto seria ela que
tratava do Pré-escolar e nesse sentido também do Projeto CASE. A partir de há três
anos a esta parte deixou de haver uma adjunta do Pré-escolar e eu passei também a ter
em mãos o Pré-escolar e logicamente o CASE. Duas coisas completamente distintas
com duas maneiras de atuação, duas filosofias… Embora a filosofia integradora seja a
mesma com duas filosofias de atuação diferenciadas. No Projeto AEC, que é um projeto
que foi imposto às escolas, não é um projeto que nasce das escolas, mas sim que nasce
no Ministério. Desde o início, eu estou desde o início nele, quando o Agrupamento de
Escolas de Alvide foi constituído o Projeto AEC tinha um ano de existência e portanto
praticamente o Agrupamento de Escolas de Alvide é contemporâneo do aparecimento
das AEC e desde o início que este Agrupamento tem uma filosofia integradora, ou seja,
o que nós pensámos fazer com o Projeto AEC? Se tem que ser feito então que seja feito
com qualidade, se ele tem que existir então que exista como parte integrando uma oferta
educativa e não como algo que vem de fora, que entra na escola, que tem que ser e que a
escola se dissocia dele. A escola associou-se imediatamente hum… ao Projeto CASE,
integrou-o dentro das suas estruturas educativas e fez dele uma oferta educativa das
nove às cinco e meia. Portanto há uma oferta integrada e houve várias ao longo destes
anos. O Agrupamento tem vindo a implementar estratégias gradualmente, estratégias em
escada, a estratégia número dois não é possível com a número um, a número três não é
possível com as outras e portanto tem vindo a consolidar uma série de estratégias, tanto
na CASE menos como nas AEC mais, sejam ofertas educativas integradoras de uma
grande oferta que nós queremos com qualidade e que não sejam aquele espaço depois
das aulas em que os professores são assim umas pessoas que vão para lá e não se sabe
muito bem o que fazem, daí hum… daí a haver toda uma estruturação de estratégias
desde o início, desde as mais simples de todas como era acabar com a denominação de
monitores e passar todos a professores, até porque noventa por cento deles são
licenciados e são professores mesmo, até acabámos logo com isso, hum… a acabar, por
exemplo, com materiais diferenciados, há materiais na escola que são requisitados por
todos para todas as atividades, a acabar com o PCT que é só para o professor titular de
turma não! O PCT é da turma e portanto todos os professores intervenientes da turma
têm acesso, a acabar com esta distanciação e com esta separação entre professores
titulares de turma e professores das AEC, todos em conjunto têm que se coordenar,
mesmo contra os tempos de reunião que não existem, não é?! Todos eles se reúnem,
todos eles trabalham para o mesmo objetivo, todos eles têm em conta o Projeto
Educativo do Agrupamento, o Projeto Curricular de Turma e o Projeto Educativo da
Escola, trabalham todos em conjunto e em prol de tal modo que chegámos… E estamos
a trabalhar com dois parceiros diferentes nas AEC em três polos e todos eles chegam ao
mesmo objetivo comum que é de unificar a turma, as escolas todas, perdão, em redor de
um projeto anual que todos vão trabalhando ao longo. Por exemplo, recentemente, este
ano nós aplicámos um projeto somente só para escolas de 1º Ciclo, um projeto somente,
quanto a nós, um projeto para muito interessante que foi aprovado como sendo um
projeto muito interessante de fazer e com dez parceiros a nível europeu. O que é que
este projeto tem a ver com AEC? Mais uma vez as AEC são importantíssimas neste
projeto, porquê?! Porque temos aqui a participação e a articulação intima com o inglês,
porque nós vamos levar miúdos lá fora e portanto precisamos que eles saibam alguns
inglês, temos aqui os professores de inglês das AEC perfeitamente integrados dentro do
projeto, temos os professores de expressões perfeitamente integrados, temos os
professores de expressões físico-desportivas integrados por causa dos jogos tradicionais,
das danças e tudo o mais que possa ser relevante como bilhete-postal de Portugal e
portanto temos aqui todo, todo o corpo docente de uma escola a trabalhar em prol de um
projeto e não é um projeto só daquela turma ou só daquele ano e muito menos um
projeto só daquele professor titular ou daquela escola, é da escola inteira, que depois,
ainda por cima vamos em articulações muito mais latas, que se vão reunir porque são as
três escolas que estão envolvidas nele. Portanto os terceiros anos de todas as escolas
estão envolvidas, isto quer dizer envolver o quê?! Não só os alunos de todos os terceiros
anos, como os professores titulares de todos os terceiros anos, como todos os
professores que interagem com aquelas turmas de dois, de dois parceiros diferentes, têm
que estar também articulados.
E1 – Portanto este planeamento é cada vez mais…
E2 – É cada vez mais minucioso, cada vez mais… mais integrado, mais articulado, mais
cooperativo. Eles têm que cooperar muito uns com os outros, por exemplo a nível da
supervisão das AEC, aquela meia hora que foi institucionalizada como supervisão, é um
tempo aproveitado para supervisionar realmente as aulas… Devo acrescentar aqui e
entre parenteses que nunca é meia hora, porque os professores estão de tal maneira
dados e ligados às AEC que acabam por lá ficar os quarenta e cinco minutos inteiros e
portanto é raro haver um professor que faça meia hora. Creio até que é inexistente…
hum… é sempre um tempo aproveitado para coordenarem, para planificarem, para
debaterem ideias, para consensualizar depois atitudes e trabalhos para se fazer para a
frente, de maneira que aproveitamos todos os espaços, uma vez que não há zonas
oficiais de reuniões conjuntas, então criamos estas zonas, entre parenteses oficiosas, de
reuniões que já nascem espontaneamente, os professores vão lá e reúnem-se até nos
corredores debatem. É muito, muito normal um professor das AEC ou um professor
titular de turma encontrarem-se numa sala de professores e discutirem sobre um assunto
e sobre um projeto. Portanto já chegámos a este patamar.
E1 – E nesse sentido também qual é, do início das AEC até chegar a esta união, a este
conjunto, que diferenças é que faz de como começaram e no momento em…
E2 – Olhe… Tem sido uma evolução enorme como deve calcular. Eu posso-lhe dizer
que, por exemplo, no primeiro ano e no segundo ano de Agrupamento a direção que na
altura era o Conselho, a Comissão Executiva tinha reuniões com os restantes nas escolas
com os dois grupos de trabalho: professores titulares e professores das AEC’s para lhes
fazer ver qual a filosofia que nós tínhamos, porque quer queiramos quer não, o
Agrupamento de Escolas de Alvide é constituído por escolas de outros dois
agrupamentos e que entretanto se reúnem num terceiro novo que vem com as virtudes e
os vícios que já tinham adquirido antes. Ora acontece que a primeira coisa que nós
tentámos fazer em Alvide foi a criação de uma identidade, hum… Somos um
agrupamento temos que ser nós, não podemos funcionar com aquilo que é o bilhete de
identidade dos outros. E portanto nós temos características, estudámos o nosso meio
sociocultural e económico e quisemos ter uma identidade própria, construí-la,
trabalhámos para isso. Hum… Um dos fatores preponderantes da construção desta
identidade foi a maneira de estar no ensino, a maneira de estar na oferta educativa e
portanto as AEC foi um dos cavalos de batalha. Nós vamos ter que ter AEC
diferenciadas, integradas, AEC que sejam parte de uma oferta educativa e portanto tudo
isto levou-nos a ter um trabalhão enorme desde o início de consciencialização de todos
os parceiros, não era só dos professores titulares nem dos professores das AEC, de
todos. Hum… Lembro-me que as reuniões sucediam-se umas às outras, porque quando
tudo parecia correr bem num sitio, corria mal no outro, quando um alinhava o diapasão
outro desalinhava-o por completo e depois o que tinha alinhado volta a desalinhar aqui e
ali, porque depois havia questões pontuais, questões, questões muitas vezes de… Do
próprio saber-fazer ou como fazer, por exemplo os materiais, os materiais parecendo
que não podem-nos parecer assim uma coisa ou um aspeto menos relevante, mas eram
um aspeto extremamente importante, porque os professores titulares achavam que
aquele material era deles, não era do outro e portanto não tinha que estar… Chegou-se
ao cúmulo, por exemplo, aqui entre parêntesis e só como exemplo ilustrativo, de se
pedir às crianças que cada uma comprasse uma tesoura, como é normal pedir-se todos
os anos, todos os miúdos têm a sua tesoura, mas depois os professores das AEC pedia
tesouras à escola. Este foi um dos nossos exemplos a todos os professores de como é
que é possível que a tesoura da escola deixe de cortar a partir das três e meia da tarde.
Portanto fazer com que todos olhassem para a escola como sendo sua, como sendo uma,
una, e que eles pertencem àquilo ou de toda uma série de trabalho árduo, intensivo e
de... De… de desmistificação daquilo que tinha sido feito até ali, de criação de uma
nova filosofia, de integração dessa nova filosofia, o adquiri as bases da filosofia
integradora das AEC e isso levou-nos imenso tempo, levou-nos um ano, quase dois para
funcionar. Não lhe vou dizer que funciona tudo sobre rodas, que estamos perante um
paraíso entre uns e outros, não! Mas em relação áquilo que foi no início o arranque, nós
estamos para lá daquilo que seria o ótimo, portanto…
E1 – É essa a avaliação que faz…
E2 – Positiva… Muito positiva, foi um caminho, foi um percurso difícil no início, do
qual colhemos frutos agora. E agora já não precisamos de atuar tanto, porque já se sabe
como é que é, também contribui outra das nossas batalhas para isto contribui a
domiciliação do corpo docente, quer os professores titulares do 1º Ciclo que nós sempre
que podemos domiciliamos, inclusivamente os contratados, como também pedimos aos
parceiros que domiciliem o corpo docente das AEC. Portanto nós temos professores das
AEC connosco há quatro, cinco anos e parecendo que não eles sentem-se parte de, já
não são vou ali àquela escola que não sei, que não conheço, que não sei como é que é.
De maneira a que começam a projetar, isto é muito importante, porque começam a
projetar e começam a elaborar no antes, no pró ano letivo seguinte, ainda este ano.
E1 – É um toque pessoal…
E2 – Exatamente. Para o ano o quê que vamos fazer?! Para o ano era giro fazermos isto,
isto e aquilo. Portanto, por exemplo, já se começam a reunir todos, principalmente com
os professores de inglês e de expressões para projetar sobre o Projeto COMENIUS para
os terceiros anos, por exemplo.
E1 – Em termos de, mais na questão dos próprios programas, como é que vocês fazem
aqui a gestão, principalmente nas três fases de planeamento, da aplicação prática, do
desenvolvimento e depois da mais da avaliação e do replaneamento?
E2 – Ora bem, no final de cada ano letivo nós temos sempre uma reunião final, que
poderia muito bem ser apelidada de final/ inicial com todas as coordenadoras de
estabelecimento, mais a coordenadora de um dos Jardim Escola, o outro Jardim Escola
está com a coordenação do 1º Ciclo. Temos então todas as coordenadoras de
estabelecimento e os coordenadores pedagógicos das AEC, hum… e fazemos um
balanço geral, começamos pela avaliação do ano anterior. Fazemos um balanço geral do
que correu, portanto dos pontos fortes e pontos fracos desse ano, o que é necessário
incentivar e continuar e o que é necessário corrigir ou acabar… Hum… e depois
programamos logo o início do próximo ano e os primeiros quinze dias de Setembro
existem reuniões nas escolas entre coordenação de escola mais corpo docente dessa
escola e quando eu digo coordenação falo de três tipos de coordenadores: o coordenador
de estabelecimento que é nosso, o coordenador pedagógico das AEC e cada escola tem
um coordenador das AEC de terreno, ou seja, quando existe qualquer problema está lá
alguém que representa as AEC no momento e esse alguém com ou sem poder de
decisão para certos e determinados assuntos, mas geralmente tem, pode sempre pelo
menos ir chamar o coordenador pedagógico das AEC para resolver uma situação.
Portanto nós temos estes três tipos de coordenadores, que juntamente com o corpo
docente todo, quer professores titulares quer professores das AEC que se reúnem
durante os primeiros quinze dias de Setembro para planificar o ano, o ano letivo em
grandes temáticas obviamente, depois no final de cada período reúnem-se novamente,
até porque nós temos uma reunião de, de… de cada turma em cada escola tem uma
reunião de todo o corpo docente dessa turma que será uma reunião de reflexão de
avaliação final de período e portanto aí entram em ação todos os atores dessa turma,
desde o professor titular de turma a todos os professores das AEC, ao professor de
Moral e Religião, o professor de Ensino Especial, no caso de haver, o terapeuta da fala,
o professor de apoio socioeducativo ou de apoio educativo. Todos eles vão lá, falam,
debatem sobre os alunos daquela turma. É uma reunião informal, mas que constitui um
momento extremamente importante para que todos os atores daquela turma fiquem a ter
um conhecimento muito mais profundo dessa turma. A reunião é feita em termos
voluntariosos e posso-lhe garantir que vão todos, só não vai quem não pode mesmo.
Portanto, mais uma vez, nós temos três momentos de avaliação, não só de uma
avaliação geral, mas uma avaliação muito pormenorizada da turma e de cada um dos
seus elementos, daí que no final de cada período quando o Conselho de Turma se reúne
em reunião de avaliação para validar as avaliações que cada professor tinha, essas
avaliações dos professores da turma já vêm impregnadas com as opiniões, com… e
com… com os conhecimento de toda uma equipa que trabalhou e interagiu com aquela
turma.
E1 – Mas também nasce sempre daí o replaneamento…
E2 – Exatamente! A necessidade de reformular alguma coisa em relação não à turma,
mas ao aluno, ao PCT, a necessidade de continuar com uma metodologia X ou a
necessidade de a mudar completamente. Portanto nós temos todas estas fases ao longo
do ano, para além que a Direção se reúne com as parcerias, com as coordenações das
parcerias três vezes ao ano também: no início, a meio do ano para fazer uma avaliação
intermédia e no final do ano, como lhe disse e foi por aí que comecei, para a avaliação
final e já a projeção do ano seguinte, a reunião que acabámos de ter oportunidade de
fazer.
E1 – E em termos da vossa gestão do planeamento, da participação que têm nestes
momentos, sentem que de facto está mesmo nas vossas mãos, é uma parte muito ativa
ou acha que ainda há aqui espaço para mais alguma uma abertura…
E2 – Há sempre espaço por parte de quem? Da Câmara…?!
E1 – Da Escola em relação também à Câmara, obviamente, em relação aos parceiros e
em relação ao programa em si.
E2 – Há sempre abertura para fazer mais e melhor. Há sempre abertura para introduzir
novas metodologias e novas maneiras de estar e de… E de elaborar um programa. Ela
existe sempre daí nós não sermos comodistas ao ponto de dizer “Pronto já fizemos este
trabalho todo durante seis anos, nós até achamos que está a correr bem”, no entanto não
é por isso que nós deixamos correr agora da maneira como está. Não, em cada ano há
sempre um novo desafio, há sempre uma nova ideia, há sempre uma nova estratégia e
há sempre uma nova maneira de encarar as AEC, tudo no sentido… AEC e CASE.
Tudo no sentido de as tornar melhor, de as tornar mais integradas, de as tornar mais
eficientes, de as tornar mais enriquecedoras. No fundo estamos a falar de atividades que
vêm enriquecer o currículo do 1º Ciclo e que têm que ter toda uma série de atividades
que se fazem no Pré-escolar e portanto há sempre, sempre campo para melhorar, para
inovar. Por exemplo as articulações, nós já fazemos imensas articulações, quer ao nível
horizontal, portanto entre escolas, entre turmas, porque o facto de termos agrupamento,
não é pelo simples facto de termos agrupamento que isso revela que os miúdos se
conhecem nas escolas todas, não se conhecem, as escolas estão separadas
geograficamente. Portanto se eles não interagirem eles não se vão conhecer. Então uma
das coisa que nós fazemos no plano de interação entre escolas é reuni-los a todos, eles
têm que se conhecerem uns aos outros para depois quando virem parar à sede, e vêm
noventa e pouco por cento deles para a sede, já não haver aquele impacto inicial de “eu
não conheço ninguém aqui a não ser os da minha escola ou os da minha turma”. Já se
conhecem. Por exemplo uma das estratégias que nós elaborámos desde o início do
Agrupamento é uma viagem de estudo de todos os quartos anos, no final de cada ano
letivo, passam dois dias num campo, num campo aventuras, num campo de atividades
de lazer, com os professores titulares, com professores das AEC e quando no ano
seguinte chegam à sede eles já se conhecem todos, só quartos anos conhecem-se todos.
Para além de que temos, por exemplo, atividades físico-desportivas com os alunos do
quinto ano, que eram ex-colegas deles na sede de agrupamento, atividades essas que são
patrocinadas pelos professores de Educação Física da sede e pelos professores das
AEC’s de todas as escolas. Portanto quarta-feira à tarde que se reúnem aqui num peddy-
paper organizado por eles todos com os alunos do quarto e quinto ano. Portanto há todas
estas medidas de integração que nós vamos fazendo ao longo do ano, já não falando de
todas aquelas atividades que se fazem nas bibliotecas quer os miúdos daqui que vão às
bibliotecas das EB1, quer os miúdos das EB1 que vêm à biblioteca da sede e nós temos
imensas articulações nesse sentido. Portanto fazemos de tudo ao longo do ano para
quando uma criança chega a um quanto ano e venha para a sede se sinta em casa, não só
sentir-se em casa porque conhece os espaços físicos como também sentir-se em casa
porque conhece os pares. Hum… E portanto todos eles conhecem as escolas, as EB1,
todos eles conhecem desde muito sedo, desde o Jardim-de-Infância, a sede. Agora há
campo para melhorar, sem dúvida nenhuma, parar é morrer e portanto nós não vamos
parar certamente e… E a partir do momento em que uma estratégia é implementada,
absorvida e começa a ser trabalhada como rotina é tempo de pensar numa mais além,
numa melhor, porque isto de ter um cenário perfeito é impossível.
E1 – Professor António, agora relativamente à questão do papel da Autarquia, como é
que vocês veem essa relação com a Autarquia, como é que sentem hum… Como é que a
Autarquia também está presente nestes momentos? Da parte deles, como é que vocês
sentem a abertura, hum… Para que…
E2 – Não, a Autarquia foi desde sempre um parceiro, não é?! E desde o início do
Agrupamento que a Autarquia era um daqueles braços direitos do Agrupamento, hum…
Nós, nós sabíamos o que queríamos fazer em relação às AEC e as CASE e a Autarquia
sempre nos apoiou. Lembro-me que durante os dois, três primeiros anos, todas as
reuniões a Autarquia estava presente, ela fazia parte daquele grupo de trabalho e
portanto era algo, era uma entidade que não se podia dispensar porque era parte
integrante de um grupo, só com eles é que também conseguimos. Sempre tivemos todo
o apoio da Autarquia, sem dúvida nenhuma, existe uma visão estratégica da Autarquia
que passa para além da mera aplicação do desenvolvimento de AEC, portanto é uma
Autarquia com visão. É uma Autarquia que olha para as AEC de modo diferenciado
como algo que enriquece o ensino, algo que enriquece a criança… Hum… como
estratégia de enriquecimento curricular e não como atividades para ter os meninos
ocupados até às cinco e meia da tarde ou até às seis até que acabe. Portanto sempre
tivemos um bom relacionamento com a Autarquia, as nossas ideias e as nossas
estratégias sempre foram muito bem recebidas pela Autarquia. A Autarquia sempre
olhou para nós e nos valorizou as medidas que íamos tomando, as articulações que
íamos fazendo, as estratégias que íamos implementando, a maneira de estar da
Autarquia em relação às AEC e às CASE e portanto só posso esperar que continue
assim… uma parceria hum… extremamente produtiva como é até agora.
E1 – Relativamente desde que foram implementados estes programas, há cinco anos,
sente que de facto vieram estreitar aqui a relação com a Autarquia? Vieram promover
mais uma gestão conjunta, um trabalho conjunto e uma visão…
E2 – Note uma coisa… No nosso caso só lhe posso dizer que sim, mas note... Eu não
posso generalizar em relação… Eu só posso falar do meu caso e no meu caso sim, mas
não, não estivemos à espera que a Autarquia viesse ter connosco, nem a Autarquia
esteve à espera que fossemos nós a ir ter, foi um encontro conjunto. Nós não podemos
ficar à espera e dizer “Bem, a Autarquia é que é a promotora, ela que nos diga o que se
tem que fazer, eu ca não faço porque não sei o que…” Não! Somos nós que temos as
AEC, somos nós que as fazemos diariamente, somos nós que temos que lidar com elas
diariamente, hum… A Autarquia é um parceiro nisto e portanto não pode, não podemos
nem delegar nela tudo o que se faz, nem esperar que ela se afaste completamente. Isto
tem que ser um casamento e uma simbiose em que cada um de nós está atento, está
participativo e está dentro daquilo que é expectável. Portanto o estreitamento é natural.
Note, se eu tenho interesse por uma atividade, se eu tenho interesse que essa atividade
se faça da melhor maneira possível, se a Autarquia também tem os mesmos interesses,
pois tudo leva a crer que nós não podemos fazer de outra maneira que não dialogando,
cooperando, reunindo, trabalhando em conjunto. Portanto não se põe muito o caso de
quem é que procura quem. A Autarquia procura-nos, nós procuramos a Autarquia assim
como os outros parceiros…
E1 – É um movimento natural…
E2 – É um movimento natural, mas talvez instituído pela nossa filosofia de estar em
relação às AEC. Se nós queremos que as AEC sejam parte de uma oferta educativa
começa às nove e acaba às cinco e meia como lhe digo e portanto nesta oferta educativa
há vários parceiros que para ela trabalham e trabalhar não é só ter o nome num quadro
que diz que são membros honorários, não! São membros trabalhadores desta parceria, a
Autarquia também, claro, trabalha nas competências que tem. Nós trabalhamos nas
nossas competências. A Autarquia não nos vem dizer como é que nós devemos atuar
pedagogicamente, obviamente, mas também nós não vamos dizer à Autarquia como é
que eles têm que gerir esta parceria. Portanto cada um sabe do seu campo, cada um põe
os inputs do seu campo o melhor que pode e com estas, com todas estas… Com todos
estes conhecimentos, com todos estes saberes reunidos dão isto. Dão num conjunto de
atividades que foram implementadas de fora para dentro e que o dentro recebeu,
assimilou e transformou em algo que agora sai de dentro para fora.
E1 – E relativamente às famílias também. Que relação mantem as Escolas com as
famílias, como é que as famílias entram também aqui nestes programas…
E2 – Ora bem… As famílias desde sempre têm tido uma importância relevante,
primordial para o Agrupamento de Escolas de Alvide. Por exemplo eu posso-lhe dizer
que o Agrupamento de Escolas fez uma pressão muito grande para que em duas escolas
EB1 onde não existiam Associações de Pais elas fossem criadas, porque achamos que é
outro parceiro indispensável e portanto logo desde o primeiro ano foram criadas
Associações de Pais em todas as escolas. A Direção, por exemplo, do Agrupamento de
Escolas de Alvide é uma direção de porta aberta, nunca temos a porta fechada e eu não
me lembro de ter dito a algum pai ou a alguma mãe que viesse querer falar com a
direção de ter dito “não temos tempo”, portanto sempre recebemos toda agente. Portanto
existe logo aqui uma facilidade de comunicação muito grande com a Direção. Já não
falo na facilidade de comunicação que os pais têm com as formações de escola. Existe
uma menor facilidade de comunicação, eu tenho que admitir, com os coordenadores das
AEC, coisa que nós andamos a batalhar. Isto porquê?! Porque talvez a figura de
coordenação de escola seja de tal modo mais proeminente que acabe por ser canalizado
tudo por aí. No entanto os pais saibam… Ainda agora nós fizemos inquéritos para
estudo de, de, de satisfação e os pais conhecem a figura do coordenador pedagógico das
AEC e o coordenador de terreno das AEC. Alguns deles até já contactam diretamente
com o coordenador de terreno, alguns deles até já contatam diretamente com o professor
das AEC da área que querem, de que querem falar. No entanto temos que admitir que a
maioria ainda contata diretamente é com o coordenador de escola. Se isto também em
relação ao professor titular, vão primeiro ao coordenador de escola para depois ir ao
professor titular. Portanto a figura do coordenador de escola ainda é uma figura com
muito peso e é uma figura que dinamiza depois as intercomunicações com os outros
parceiros. No entanto, eu tenho que dizer que em qualquer uma das EB1 com qualquer
um dos parceiros, os pais são muito intervenientes naquilo que sejam as festas de final
de ano e tudo o que sejam as visitas de estudo, tudo o que, quer sejam dinamizadas
pelos professores titulares ou pelos professores das AEC são muito participativos. Não
vejo em nenhuma escolas, das três que temos, uma festa de final de ano que não seja
coorganizada pelos pais e eles estão presentes. Não vejo, por exemplo, qualquer…
Qualquer iniciativa conjunta das três escolas que também as há, por exemplo em relação
aos quartos anos e à sua viagem de final de ano, viagem de estudo de final de ano, há
atividades que são organizadas pelas três escolas ao mesmo tempo, a mesma atividade,
e nessa organização estão incluídos os pais destas escolas. Por isso existe uma relação
muito íntima dos pais com as escolas. Não podemos dizer que é uma relação que
abrange os pais todos, há sempre pais que nunca têm tempo ou que não podem, mas há
pais muito interessados, muito participativos, muito metidos na vida da escola, não é na
vida académica dos seus filhos, também, mas é mais na vida da escola. Portanto quando
são solicitados ou eles próprios se predispõem hum… hum… a ajudarem quer na
planificação quer na execução das várias atividades que temos ao longo do ano. Agora,
não é o cenário, não é o cenário ainda que nós gastaríamos, queremos mais, mas vamos
com calma, vamos com tempo…
E1 – Já vão entrando nas escolas, nos programas…
E2 – Já, já… já vão até, inclusivamente, na planificação de atividades, sim, já.
E1 – A par também da relação com as Autarquias como sabe surgiu também o tal
movimento foi um movimento natural também?!
E2 – Sim, foi aquela necessidade que nós sentimos desde o início de que não podemos
desenvolver um programa de AEC e de CASE da mesma maneira como é desenvolvido
por todos, porque a implementação do programa hum… é quase… é forçado, portanto
nós temos que olhar para isto de outra maneira, temos que olhar para isto como uma
oferta. Não é um reinforcing que nos estão a fazer, é a possibilidade que nós temos de
variar e de ir aprender em áreas que os nossos professores titulares por muito que eles
tenham estudado nas Escolas Superiores de Educação não são especialistas. Não são
especialistas em música, não são especialistas em artes, nem em drama, nem em
expressões, não são especialistas em Educação Física, alguns até são porque tiraram
essa variante, mas ter ali um conjunto de gente que é especialista cada um na sua área
representa uma mais-valia imensurável para aqueles alunos e para aqueles professores.
Por exemplo, eu como professor do 1º Ciclo quando trabalhei com, com, com uma
turma e tive professores das AEC, eu transformei-me em esponja, tudo o que eu podia
absorver, absorvia, porque tinha ali uma fonte de conhecimento muito específico e ainda
por cima gratuito para mim. Portanto não há como olhar para isto como sendo uma
inter-relação de aprendizagens, eu aprendo com eles, eles aprenderão certamente
alguma coisa comigo, portanto é uma mais-valia deles…
E1 – Aprendem e fazem todos em conjunto…
E2 – Exatamente, exatamente! Tudo isto em prol dos projetos que temos em conjunto e
principalmente dos miúdos. Há matérias que eles vão estudando com o professor titular
de turma e que depois vão consolidar de uma maneira muito mais lúdica com os vários
professores à tarde, de Música, de Expressões, de Educação Físico-Desportiva. Tocam
nesses conteúdos de uma maneira muito mais divertida e desmistifica também um
bocadinho a ideia de que o estudo tem que ser muito aborrecido, muito sério, não! Eles
aprendem brincando da parte da tarde.
E1 – Para finalizar Professor António, em termos gerais qual é a visão e a avaliação que
faz dos programas e também o que ambiciona para o futuro? As linhas orientadoras que
vocês agora vão seguir…
E2 – É uma pergunta difícil! É uma pergunta muito, muito difícil! Hum… Uma
pergunta que requer… requer muita, requer acima de tudo pensar muito no assunto, ou
seja não nos podemos esquecer que as AEC foram instituídas e vieram de fora para
dentro, foram reforçadas nas escolas, vieram por despacho, não foi um movimento
natural das escolas, não nasceu nas próprias escolas. Hum… Neste momento eu julgo
que ainda de Norte a Sul do país as escolas ainda estão a fazer um esforço, eu estou
convencido que todas elas estão a fazer um esforço para tornar as AEC e estes
programas de enriquecimento curricular como algo de normal nas escolas, ou seja os
professores estão a começar a ver a escola a tempo inteiro e a olhar para ela das nove às
cinco e meia e não das nove às três e meia e portanto neste momento ainda estamos na
fase de assimilação, de incorporação, de adaptação a uma escola a tempo inteiro das
nove às cinco e meia. No futuro hum… quando isto já estiver muito enraizado e quando
nós já soubermos que os miúdos vão ter expressões, inglês, apoio ao estudo ou outra
área qualquer como oferta educativa, como enriquecimento de um currículo que tem
com um professor, a partir daí nós estaremos em condições de flexibilizar horários, por
exemplo. Se de transformar um 1º Ciclo num Ciclo onde a oferta é muito maior
integrada numa escola e deixar de haver esta denominação de atividades de
enriquecimento curricular, deixar de haver estas dimensões professores das AEC,
professores titulares e passar a haver uma oferta educativa no 1º Ciclo com os seus
professores, o professor de inglês é o professor de inglês, o professor de música é o
professor de música, mas ser uma oferta única. Eu julgo que o futuro é para lá que
caminha. Caminhamos para uma escola a tempo inteiro, com uma oferta variada dentro
do 1º Ciclo com ou sem os horários flexibilizados, mas caminhamos para uma intrusão
de um corpo docente mais alargado dentro de uma escola do 1º Ciclo com ofertas
educativas diferenciadas também. Note que agora, por exemplo, o novo despacho diz
que pode haver uma parceria entre professores de Língua Portuguesa ou professores de
Matemática do mesmo ano que possam cooperar a nível de aulas. É o primeiro passo
para que no futuro não tenhamos um professor titular por turma, mas tenhamos vários
professores titulares por turma, cada um da sua área.
E1 – E em relação à questão da relação da Autarquia – Escola – Família, porque tende
muito se calhar aqui uma quebra entre a Família e a Autarquia e quem vê de fora vê
muito mais Autarquia – Escola e depois Escola – Família. O professor António tem de
facto, em termos de futuro que será um triângulo e não duas partes? Como é que vê
também estes programas a ajudarem a que seja uma relação contínua?
E2 – É muito difícil. Eu julgo que é muito difícil para a população em geral olhar para a
Autarquia e ver todas as dimensões que uma Autarquia hoje em dia tem. Geralmente
quando se olha para uma Câmara Municipal é por causa de licenças, de impostos ou de
inspeções ou de qualquer coisa do género. Muitas vezes esquecemos que as Câmaras
Municipais têm um departamento de Educação, tratam de assuntos relacionados com as
escolas, que têm outros departamentos. Portanto a população em geral quando olha para
uma Câmara fica com o pé atrás, porque ou é para pagar ou é para pedir alguma licença
ou é para fazer alguma coisa e é só papelada. Por outro lado, não é um caminho muito
fácil fazer chegar a população a uma Autarquia através de uma escola, até porque a
própria população será a primeira a separar águas: eu à Autarquia vou fazer isto, isto e
isto e à escola vou fazer aquilo, aquilo e aqueloutro, coisas completamente diferentes.
Ora, ultimamente não se tem notado isso, até porque como por exemplo com o
programa de gestão de refeições escolares a Autarquia está muito envolvida e as escolas
também e portanto tem havido uma aproximação, por vezes não pelo lado mais positivo,
com resultados negativos entre a escola, entre a escola não, entre a Câmara Municipal e
as famílias com a pedido quer de uns quer de outros a intermediação da escola. Ou
porque há pagamentos que não são efetuados ou há pagamentos que são efetuados mas
não são acreditados, toda esta logística que é complicadíssima tem aproximado de
alguma maneira pelos melhores ou pelos piores motivos isso já não interessa, mas tem
aproximado. Tem aproximado os pais da Autarquia, muitas vezes com este terceiro
elemento à mistura que é a escola e que vai mediando os conflitos, mas o que é facto é
que já se começa a perceber que existe uma relação muito mais íntima do que aquilo
que poderia parecer entre as escolas, entre as EB1 e a Câmara Municipal. Portanto os
pais começam-se a aperceber desta relação, começam-se a aperceber que existe aqui
qualquer coisa que os liga. No futuro nós esperamos que seja cada vez mais, porque a
Câmara Municipal, como lhe disse, com as iniciativas que tem tido, com o portal na
internet, de educação, onde vai ser possível cada turma ter a sua página, cada escola ter
a sua página, os pais acederem aos trabalhos dos meninos, os pais acederem a
informações variadas sobre todas as escolas e toda ofertas de ensino do Conselho, tudo
isto vai ligar muito os pais à escola através de uma Autarquia, como é obvio. Portanto
há trabalhos que se estão a fazer e que no futuro irão dar resultados muito mais, muito
mais fortes, estreitar laços entre a população, a Autarquia e as escolas. Não deixará
nunca de ser um triângulo, como é óbvio até porque cada um terá o seu papel a
desempenhar, mas de qualquer maneira vamos começar a entrar numa fase em que
quando se pensa num pensa-se automaticamente no outro.
E1 – Assim pela mão dos programas também vieram dar aqui um empurrão…
E2 – Sim, sim, sim… Sim, sim, sim, sem dúvida nenhuma, sem dúvida nenhuma.
E1 – Bem professor António não sei se tem mais alguma, alguma…
E2 – Não, não…
E1 – Alguma declaração…
E2 – Não, julgo que ficou, ficou de alguma maneira, penso eu que ficou explicada a
nossa situação, a nossa filosofia de posição em relação às AEC e às CASE, hum… a
nossa relação com a Câmara Municipal e com os outros parceiros, a nossa relação com
os pais que no fundo era o que queria saber. Se não ficou bem explicado posso tentar
explicar novamente. É uma questão…
E1 – Da minha parte, da minha parte está ótimo professor! Tenho de facto que lhe voltar
a agradecer o contributo que está a dar aqui para o meu trabalho.
E2 – Foi um prazer e espero que lhe corra tudo bem!
E1 – Esperemos que sim, esperemos que sim!
Grelha de Análise da Entrevista CASE e AEC Escola 2
Temas Subtemas Unidades de Registo
Envolvimento da
Escola nos
Programas CASE
e AEC
Descrição e
caracterização dos
Programas CASE e
AEC
“Vamos lá ver, em relação… São
duas coisas completamente
distintas: o Projeto AEC e o
Projeto CASE.”
“Duas coisas completamente
distintas com duas maneiras de
atuação, duas filosofias… Embora
a filosofia integradora seja a
mesma com duas filosofias de
atuação diferenciadas. No Projeto
AEC, que é um projeto que foi
imposto às escolas, não é um
projeto que nasce das escolas, mas
sim que nasce no Ministério.”
“desde o início que este
Agrupamento tem uma filosofia
integradora, ou seja, o que nós
pensámos fazer com o Projeto
AEC? Se tem que ser feito então
que seja feito com qualidade, se
ele tem que existir então que exista
como parte integrando uma oferta
educativa e não como algo que
vem de fora, que entra na escola,
que tem que ser e que a escola se
dissocia dele. A escola associou-se
imediatamente hum… ao Projeto
CASE, integrou-o dentro das suas
estruturas educativas e fez dele
uma oferta educativa das nove às
cinco e meia. Portanto há uma
oferta integrada e houve várias ao
longo destes anos. Todos eles se
reúnem, todos eles trabalham para
o mesmo objetivo, todos eles têm
em conta o Projeto Educativo do
Agrupamento, o Projeto Curricular
de Turma e o Projeto Educativo da
Escola, trabalham todos em
conjunto e em prol de tal modo
que chegámos… E estamos a
trabalhar com dois parceiros
diferentes nas AEC em três polos e
todos eles chegam ao mesmo
objetivo comum que é de unificar
a turma, as escolas todas, perdão,
em redor de um projeto anual que
todos vão trabalhando ao longo.”
“Porque temos aqui a participação
e a articulação intima com o
inglês, porque nós vamos levar
miúdos lá fora e portanto
precisamos que eles saibam alguns
inglês, temos aqui os professores
de inglês das AEC perfeitamente
integrados dentro do projeto,
temos os professores de
expressões perfeitamente
integrados, temos os professores
de expressões físico-desportivas
integrados por causa dos jogos
tradicionais, das danças e tudo o
mais que possa ser relevante como
bilhete-postal de Portugal e
portanto temos aqui todo, todo o
corpo docente de uma escola a
trabalhar em prol de um projeto e
não é um projeto só daquela turma
ou só daquele ano e muito menos
um projeto só daquele professor
titular ou daquela escola, é da
escola inteira, que depois, ainda
por cima vamos em articulações
muito mais latas, que se vão reunir
porque são as três escolas que
estão envolvidas nele. Portanto os
terceiros anos de todas as escolas
estão envolvidas, isto quer dizer
envolver o quê?! Não só os alunos
de todos os terceiros anos, como
os professores titulares de todos os
terceiros anos, como todos os
professores que interagem com
aquelas turmas de dois, de dois
parceiros diferentes, têm que estar
também articulados.”
Avaliação dos
Programas CASE e
AEC
“Ora bem, no final de cada ano
letivo nós temos sempre uma
reunião final, que poderia muito
bem ser apelidada de final/ inicial
com todas as coordenadoras de
estabelecimento, mais a
coordenadora de um dos Jardim
Escola, o outro Jardim Escola está
com a coordenação do 1º Ciclo.
Temos então todas as
coordenadoras de estabelecimento
e os coordenadores pedagógicos
das AEC, hum… e fazemos um
balanço geral, começamos pela
avaliação do ano anterior.”
“A reunião é feita em termos
voluntariosos e posso-lhe garantir
que vão todos, só não vai quem
não pode mesmo. Portanto, mais
uma vez, nós temos três momentos
de avaliação, não só de uma
avaliação geral, mas uma
avaliação muito pormenorizada da
turma e de cada um dos seus
elementos, daí que no final de
cada período quando o Conselho
de Turma se reúne em reunião de
avaliação para validar as
avaliações que cada professor
tinha, essas avaliações dos
professores da turma já vêm
impregnadas com as opiniões,
com… e com… com os
conhecimento de toda uma equipa
que trabalhou e interagiu com
aquela turma.”
“Portanto nós temos todas estas
fases ao longo do ano, para além
que a Direção se reúne com as
parcerias, com as coordenações
das parcerias três vezes ao ano
também: no início, a meio do ano
para fazer uma avaliação
intermédia e no final do ano, como
lhe disse e foi por aí que comecei,
para a avaliação final e já a
projeção do ano seguinte, a
reunião que acabámos de ter
oportunidade de fazer.”
Balanço até ao
momento dos
Programas CASE e
AEC
“Positiva… Muito positiva, foi um
caminho, foi um percurso difícil
no início, do qual colhemos frutos
agora. E agora já não precisamos
de atuar tanto, porque já se sabe
como é que é, também contribui
outra das nossas batalhas para isto
contribui a domiciliação do corpo
docente, quer os professores
titulares do 1º Ciclo que nós
sempre que podemos
domiciliamos, inclusivamente os
contratados, como também
pedimos aos parceiros que
domiciliem o corpo docente das
AEC. Portanto nós temos
professores das AEC connosco há
quatro, cinco anos e parecendo que
não eles sentem-se parte de, já não
são vou ali àquela escola que não
sei, que não conheço, que não sei
como é que é. De maneira a que
começam a projetar, isto é muito
importante, porque começam a
projetar e começam a elaborar no
antes, no pró ano letivo seguinte,
ainda este ano.”
Tipo de
envolvimento no
“É cada vez mais minucioso, cada
vez mais… mais integrado, mais
planeamento e
concretização dos
Programas CASE e
AEC
articulado, mais cooperativo. Eles
têm que cooperar muito uns com
os outros, por exemplo a nível da
supervisão das AEC, aquela meia
hora que foi institucionalizada
como supervisão, é um tempo
aproveitado para supervisionar
realmente as aulas…”
“é sempre um tempo aproveitado
para coordenarem, para
planificarem, para debaterem
ideias, para consensualizar depois
atitudes e trabalhos para se fazer
para a frente, de maneira que
aproveitamos todos os espaços,
uma vez que não há zonas oficiais
de reuniões conjuntas, então
criamos estas zonas, entre
parenteses oficiosas, de reuniões
que já nascem espontaneamente,
os professores vão lá e reúnem-se
até nos corredores debatem. É
muito, muito normal um professor
das AEC ou um professor titular
de turma encontrarem-se numa
sala de professores e discutirem
sobre um assunto e sobre um
projeto. Portanto já chegámos a
este patamar.”
Promoção de uma
participação mais
ativa em todo o
processo inerente
aos Programas
CASE e AEC
“Portanto há uma oferta integrada
e houve várias ao longo destes
anos. Todos eles se reúnem, todos
eles trabalham para o mesmo
objetivo, todos eles têm em conta
o Projeto Educativo do
Agrupamento, o Projeto Curricular
de Turma e o Projeto Educativo da
Escola, trabalham todos em
conjunto e em prol de tal modo
que chegámos…”
Maior
envolvimento nos
“Fazemos um balanço geral do
que correu, portanto dos pontos
momentos-chave
dos Programas
CASE e AEC
(planeamento,
realização e
avaliação)
fortes e pontos fracos desse ano, o
que é necessário incentivar e
continuar e o que é necessário
corrigir ou acabar… Hum… e
depois programamos logo o início
do próximo ano e os primeiros
quinze dias de Setembro existem
reuniões nas escolas entre
coordenação de escola mais corpo
docente dessa escola e quando eu
digo coordenação falo de três tipos
de coordenadores: o coordenador
de estabelecimento que é nosso, o
coordenador pedagógico das
2AEC e cada escola tem um
coordenador das AEC de terreno.”
“Portanto nós temos estes três
tipos de coordenadores, que
juntamente com o corpo docente
todo, quer professores titulares
quer professores das AEC que se
reúnem durante os primeiros
quinze dias de Setembro para
planificar o ano, o ano letivo em
grandes temáticas obviamente,
depois no final de cada período
reúnem-se novamente, até porque
nós temos uma reunião de, de…
de cada turma em cada escola tem
uma reunião de todo o corpo
docente dessa turma que será uma
reunião de reflexão de avaliação
final de período e portanto aí
entram em ação todos os atores
dessa turma,”
Relação com a
Autarquia
Caracterização da
relação com a
Autarquia através
dos Programas
CASE e AEC
“Não, a Autarquia foi desde
sempre um parceiro, não é?! E
desde o início do Agrupamento
que a Autarquia era um daqueles
braços direitos do Agrupamento,
hum… Nós, nós sabíamos o que
queríamos fazer em relação às
AEC e as CASE e a Autarquia
sempre nos apoiou.”
“Sempre tivemos todo o apoio da
Autarquia, sem dúvida nenhuma,
existe uma visão estratégica da
Autarquia que passa para além da
mera aplicação do
desenvolvimento de AEC,
portanto é uma Autarquia com
visão. É uma Autarquia que olha
para as AEC de modo diferenciado
como algo que enriquece o ensino,
algo que enriquece a criança…
Hum… como estratégia de
enriquecimento curricular e não
como atividades para ter os
meninos ocupados até às cinco e
meia da tarde ou até às seis até que
acabe. Portanto sempre tivemos
um bom relacionamento com a
Autarquia, as nossas ideias e as
nossas estratégias sempre foram
muito bem recebidas pela
Autarquia. A Autarquia sempre
olhou para nós e nos valorizou as
medidas que íamos tomando, as
articulações que íamos fazendo, as
estratégias que íamos
implementando, a maneira de estar
da Autarquia em relação às AEC e
às CASE e portanto só posso
esperar que continue assim… uma
parceria hum… extremamente
produtiva como é até agora.”
Gestão e promoção
conjunta dos
Programas CASE e
AEC entre a
Escola e a
Autarquia
“É um movimento natural, mas
talvez instituído pela nossa
filosofia de estar em relação às
AEC. Se nós queremos que as
AEC sejam parte de uma oferta
educativa começa às nove e acaba
às cinco e meia como lhe digo e
portanto nesta oferta educativa há
vários parceiros que para ela
trabalham e trabalhar não é só ter
o nome num quadro que diz que
são membros honorários, não! São
membros trabalhadores desta
parceria, a Autarquia também,
claro, trabalha nas competências
que tem. Nós trabalhamos nas
nossas competências. A Autarquia
não nos vem dizer como é que nós
devemos atuar pedagogicamente,
obviamente, mas também nós não
vamos dizer à Autarquia como é
que eles têm que gerir esta
parceria. Portanto cada um sabe do
seu campo, cada um põe os inputs
do seu campo o melhor que pode e
com estas, com todas estas… Com
todos estes conhecimentos, com
todos estes saberes reunidos dão
isto. Dão num conjunto de
atividades que foram
implementadas de fora para dentro
e que o dentro recebeu, assimilou
e transformou em algo que agora
sai de dentro para fora.”
Contributo dos
Programas CASE e
AEC para a relação
com a Autarquia
“Note uma coisa… No nosso caso
só lhe posso dizer que sim, mas
note... Eu não posso generalizar
em relação… Eu só posso falar do
meu caso e no meu caso sim, mas
não, não estivemos à espera que a
Autarquia viesse ter connosco,
nem a Autarquia esteve à espera
que fossemos nós a ir ter, foi um
encontro conjunto. Nós não
podemos ficar à espera e dizer
“Bem, a Autarquia é que é a
promotora, ela que nos diga o que
se tem que fazer, eu ca não faço
porque não sei o que…” Não!
Somos nós que temos as AEC,
somos nós que as fazemos
diariamente, somos nós que temos
que lidar com elas diariamente,
hum… A Autarquia é um parceiro
nisto e portanto não pode, não
podemos nem delegar nela tudo o
que se faz, nem esperar que ela se
afaste completamente. Isto tem
que ser um casamento e uma
simbiose em que cada um de nós
está atento, está participativo e
está dentro daquilo que é
expectável. Portanto o
estreitamento é natural. Note, se
eu tenho interesse por uma
atividade, se eu tenho interesse
que essa atividade se faça da
melhor maneira possível, se a
Autarquia também tem os mesmos
interesses, pois tudo leva a crer
que nós não podemos fazer de
outra maneira que não dialogando,
cooperando, reunindo, trabalhando
em conjunto. Portanto não se põe
muito o caso de quem é que
procura quem. A Autarquia
procura-nos, nós procuramos a
Autarquia assim como os outros
parceiros…”
Relação com as
Famílias
Tipo de relação
que mantêm com
as Famílias
“As famílias desde sempre têm
tido uma importância relevante,
primordial para o Agrupamento de
Escolas de Alvide.”
“A Direção, por exemplo, do
Agrupamento de Escolas de
Alvide é uma direção de porta
aberta, nunca temos a porta
fechada e eu não me lembro de ter
dito a algum pai ou a alguma mãe
que viesse querer falar com a
direção de ter dito “não temos
tempo”, portanto sempre
recebemos toda agente. Portanto
existe logo aqui uma facilidade de
comunicação muito grande com a
Direção. Já não falo na facilidade
de comunicação que os pais têm
com as formações de escola.
Existe uma menor facilidade de
comunicação, eu tenho que
admitir, com os coordenadores das
AEC, coisa que nós andamos a
batalhar.”
“Ainda agora nós fizemos
inquéritos para estudo de, de, de
satisfação e os pais conhecem a
figura do coordenador pedagógico
das AEC e o coordenador de
terreno das AEC. Alguns deles até
já contactam diretamente com o
coordenador de terreno, alguns
deles até já contatam diretamente
com o professor das AEC da área
que querem, de que querem falar.”
“Já, já… já vão até,
inclusivamente, na planificação de
atividades, sim, já.”
Contributo dos
Programas CASE e
AEC para a relação
com as Famílias
“Por isso existe uma relação muito
íntima dos pais com as escolas.
Não podemos dizer que é uma
relação que abrange os pais todos,
há sempre pais que nunca têm
tempo ou que não podem, mas há
pais muito interessados, muito
participativos, muito metidos na
vida da escola, não é na vida
académica dos seus filhos,
também, mas é mais na vida da
escola. Portanto quando são
solicitados ou eles próprios se
predispõem hum… hum… a
ajudarem quer na planificação
quer na execução das várias
atividades que temos ao longo do
ano. Agora, não é o cenário, não é
o cenário ainda que nós
gastaríamos, queremos mais, mas
vamos com calma, vamos com
tempo…”
Outras
informações
Visão e avaliação
geral que a Escola
faz dos Programas
CASE e AEC
“requer muita, requer acima de
tudo pensar muito no assunto, ou
seja não nos podemos esquecer
que as AEC foram instituídas e
vieram de fora para dentro, foram
reforçadas nas escolas, vieram por
despacho, não foi um movimento
natural das escolas, não nasceu nas
próprias escolas. Hum… Neste
momento eu julgo que ainda de
Norte a Sul do país as escolas
ainda estão a fazer um esforço, eu
estou convencido que todas elas
estão a fazer um esforço para
tornar as AEC e estes programas
de enriquecimento curricular como
algo de normal nas escolas, ou seja
os professores estão a começar a
ver a escola a tempo inteiro e a
olhar para ela das nove às cinco e
meia e não das nove às três e meia
e portanto neste momento ainda
estamos na fase de assimilação, de
incorporação, de adaptação a uma
escola a tempo inteiro das nove às
cinco e meia.”
Forma como
Programas CASE e
AEC promovem
ou potenciam a
relação entre a
Autarquia-Escolas-
Famílias
“É muito difícil. Eu julgo que é
muito difícil para a população em
geral olhar para a Autarquia e ver
todas as dimensões que uma
Autarquia hoje em dia tem.
Geralmente quando se olha para
uma Câmara Municipal é por
causa de licenças, de impostos ou
de inspeções ou de qualquer coisa
do género. Muitas vezes
esquecemos que as Câmaras
Municipais têm um departamento
de Educação, tratam de assuntos
relacionados com as escolas, que
têm outros departamentos.
Portanto a população em geral
quando olha para uma Câmara fica
com o pé atrás, porque ou é para
pagar ou é para pedir alguma
licença ou é para fazer alguma
coisa e é só papelada. Por outro
lado, não é um caminho muito
fácil fazer chegar a população a
uma Autarquia através de uma
escola, até porque a própria
população será a primeira a
separar águas: eu à Autarquia vou
fazer isto, isto e isto e à escola vou
fazer aquilo, aquilo e aqueloutro,
coisas completamente diferentes.
Ora, ultimamente não se tem
notado isso, até porque como por
exemplo com o programa de
gestão de refeições escolares a
Autarquia está muito envolvida e
as escolas também e portanto tem
havido uma aproximação, por
vezes não pelo lado mais positivo,
com resultados negativos entre a
escola, entre a escola não, entre a
Câmara Municipal e as famílias
com a pedido quer de uns quer de
outros a intermediação da escola.
Ou porque há pagamentos que não
são efetuados ou há pagamentos
que são efetuados mas não são
acreditados, toda esta logística que
é complicadíssima tem
aproximado de alguma maneira
pelos melhores ou pelos piores
motivos isso já não interessa, mas
tem aproximado. Tem aproximado
os pais da Autarquia, muitas vezes
com este terceiro elemento à
mistura que é a escola e que vai
mediando os conflitos, mas o que
é facto é que já se começa a
perceber que existe uma relação
muito mais íntima do que aquilo
que poderia parecer entre as
escolas, entre as EB1 e a Câmara
Municipal. Portanto os pais
começam-se a aperceber desta
relação, começam-se a aperceber
que existe aqui qualquer coisa que
os liga. No futuro nós esperamos
que seja cada vez mais, porque a
Câmara Municipal, como lhe
disse, com as iniciativas que tem
tido, com o portal na internet, de
educação, onde vai ser possível
cada turma ter a sua página, cada
escola ter a sua página, os pais
acederem aos trabalhos dos
meninos, os pais acederem a
informações variadas sobre todas
as escolas e toda ofertas de ensino
do Conselho, tudo isto vai ligar
muito os pais à escola através de
uma Autarquia, como é obvio.
Portanto há trabalhos que se estão
a fazer e que no futuro irão dar
resultados muito mais, muito mais
fortes, estreitar laços entre a
população, a Autarquia e as
escolas. Não deixará nunca de ser
um triângulo, como é óbvio até
porque cada um terá o seu papel a
desempenhar, mas de qualquer
maneira vamos começar a entrar
numa fase em que quando se pensa
num pensa-se automaticamente no
outro.”
Balanço dos
Programas CASE e
AEC
“Positiva… Muito positiva, foi um
caminho, foi um percurso difícil
no início, do qual colhemos frutos
agora.”
Planos e
pretensões futuras
para os Programas
CASE e AEC
“No futuro hum… quando isto já
estiver muito enraizado e quando
nós já soubermos que os miúdos
vão ter expressões, inglês, apoio
ao estudo ou outra área qualquer
como oferta educativa, como
enriquecimento de um currículo
que tem com um professor, a partir
daí nós estaremos em condições de
flexibilizar horários, por exemplo.
Se de transformar um 1º Ciclo
num Ciclo onde a oferta é muito
maior integrada numa escola e
deixar de haver esta denominação
de atividades de enriquecimento
curricular, deixar de haver estas
dimensões professores das AEC,
professores titulares e passar a
haver uma oferta educativa no 1º
Ciclo com os seus professores, o
professor de inglês é o professor
de inglês, o professor de música é
o professor de música, mas ser
uma oferta única. Eu julgo que o
futuro é para lá que caminha.
Caminhamos para uma escola a
tempo inteiro, com uma oferta
variada dentro do 1º Ciclo com ou
sem os horários flexibilizados,
mas caminhamos para uma
intrusão de um corpo docente mais
alargado dentro de uma escola do
1º Ciclo com ofertas educativas
diferenciadas também. Note que
agora, por exemplo, o novo
despacho diz que pode haver uma
parceria entre professores de
Língua Portuguesa ou professores
de Matemática do mesmo ano que
possam cooperar a nível de aulas.
É o primeiro passo para que no
futuro não tenhamos um professor
titular por turma, mas tenhamos
vários professores titulares por
turma, cada um da sua área.”
Guião da Entrevista CASE e AEC Famílias
Blocos Objetivos Questões
Bloco A – Legitimação
da Entrevista
Informar o entrevistado
sobre a temática e a
finalidade da entrevista.
Solicitar permissão para
gravar a entrevista
Garantir a
confidencialidade da
entrevista
Sublinhar a importância da
participação do
entrevistado no sucesso do
trabalho
Salientar o carácter do uso
da informação prestada
Autoriza a gravação da
entrevista via áudio?
Pretende mais algum
esclarecimento acerca dos
objetivos desta entrevista e
do trabalho ou sobre a sua
participação no mesmo?
Bloco B –
Envolvimento das
Famílias nos
Programas CASE/
AEC
Perceber como as Famílias
caracterizam os Programas
CASE e AEC, como os
descreve
Saber que avaliação faz e
como a faz em relação aos
mesmos
Perceber qual o balanço
Como descreve os
Programas CASE e AEC?
Como os caracteriza?
Como os avalia até este
momento?
Em que baseia essa
avaliação?
Qual o balanço que faz
que faz dos Programas
CASE e AEC enquanto
Família
Procurar saber que tipo,
qual seu nível e que
descrição faz do
envolvimento em todos os
ciclos dos Programas
Entender que feedback tem
sobre o seu envolvimento,
qual a sua perceção do
mesmo, e saber se sente
alguma abertura para ter
um envolvimento ainda
maior
Perceber se a forma como
está envolvimento nos
Programas CASE e AEC já
o satisfaz ou se quer e
procura estar mais
envolvido
destes Programas?
Qual o seu nível de
envolvimento, enquanto
Famílias, no planeamento e
concretização dos mesmos?
Como o descreve?
De que forma acha que é
vista a sua participação nos
Programas CASE e AEC?
Sente abertura para ter uma
participação mais ativa em
todo o processo inerente
aos Programas?
Gostaria de estar envolvido
de forma mais ativa nos
momentos-chave das
CASE e AEC
(planeamento, realização e
avaliação)?
Como procura esse maior
envolvimento?
Bloco C – Relação com
a Autarquia e com a
Escola
Perceber como descreve a
relação com a Autarquia
Saber se a gestão conjunta
dos Programas CASE e
AEC promove ou estreita
(contribui) de alguma
Como caracteriza a relação
com a Autarquia?
Sente que o facto de
promoverem em conjunto
os Programas da CASE e
AEC a vossa relação se
forma a (para) relação
Entender o tipo de relação
que as Famílias mantem
com a Escola
Perceber como as mesmas
são integradas em todos os
processos inerentes aos
Programas
Concluir sobre a forma
como a gestão da CASE e
AEC contribui para a
relação com a Autarquia e
as Escolas
tornou mais estreita?
Em relação à Escola, que
tipo de relação mantêm as
Famílias com as mesmas?
Como são as mesmas
envolvidas nos Programas
CASE e AEC?
Assim sendo, que
contributo para a relação
com a Autarquia e com as
Escolas dão os Programas
das CASE e das AEC?
Bloco D – Finalização
da Entrevista
Perceber a visão geral da
Escola acerca dos
Programas CASE e AEC
Compreender como o
Programa promove a
relação Autarquia – Escola
– Família
Saber quais os planos e
pretensões para o futuro do
Programa
Em termos gerais, qual a
visão e avaliação que a
Escola faz do Programa?
De que forma é que os
Programas CASE e AEC
promovem ou potenciam,
então, a relação entre
Autarquia – Escola –
Família?
Qual o balanço do mesmo?
Para o futuro, quais são as
pretensões em relação à
CASE e AEC?
Qual a linha orientadora
Averiguar sobre mais
algumas informações que
queria transmitir e que
ainda não tenham sido
abordadas
Agradecer a prestabilidade
do entrevistado
que pretendem seguir na
gestão da mesma?
Há mais alguma
informação ou comentário
que queira fazer acerca dos
assuntos abordados na
entrevista que ainda não
tinha tido oportunidade de
fazer?
Agradeço então a sua
amabilidade em me
conceder esta entrevista,
ter-me facultado
informações tão preciosas
quanto as que prestou e ter
ajudado à concretização do
meu projeto
Transcrição da Entrevista CASE/ AEC Famílias
Entrevistador – E1
Entrevistado 1 – E2
E1 – Bom dia! Portanto eu sou a Joana Costa, estou neste ano a fazer o último ano de
Mestrado em Administração Educacional, e escolhi esta vertente da área dos dois
Programas, e como vou… O meu Projecto de Investigação incide na relação que se cria
através destes Programas entre a Autarquia, a Escola, e depois a Escola a Família,
porque mediante o trabalho que já tenho desenvolvido, percebi que não há relação direta
entre a Autarquia e a Família, portanto entra sempre a Escola aqui no meio desta
equação. Daí ter, adotei pelas entrevistas, já fiz uma entrevista à parte da Autarquia,
faltava-me as Escolas e a parte da Família. Pela Beatriz, soube do seu contacto, portanto
ela indicou-me a si porque…
E2 – Hum hum…
E1 – Sei que teve um filho no primeiro ano do Programa das AEC, e que tem agora uma
pequenita na CASE
E2 – Precisamente!
E1 – E com certeza absoluta terá aqui uma, uma parte muito importante a algo a dizer
muito válido para este meu Projecto de Investigação. Em relação à gravação, eu vou-lhe
pedir então autorização…
E2 – Sim, sim, sem dúvida! Não há qualquer problema…
E1 – Da entrevista… Em relação ao meu Projecto, tem mais alguma duvida a colocar?
E2 – De todo… Não, não, não, perfeitamente.
E1 – Em relação primeiro então, ao primeiro bloco, o que eu pretendo saber é a sua
visão do envolvimento que as Famílias têm neste Programas? Que descrição é que pode
fazer mediante o seu conhecimento em relação aos dois Programas? Como é que os
caracteriza da parte da visão Familiar? Estes dois Programas, e especialmente por ter
tido os dois filhos em cada um deles…
E2 – Sem dúvida… Portanto quer a Componente de Animação Socioeducativa, quer as
Atividades de Enriquecimento Curricular, são muito importantes na formação do aluno,
assim como um suporte para a Família, portanto uma delas obviamente que atende,
hum… Eu também não me pretendia, tenho medo de divagar muito porque depois eu sei
que tem, que se calhar poderá ter algumas questão a titulo mais…
E1 – Mas pode divagar porque o guião está feito dessa forma…
E2 – Mas de qualquer das formas… Ou seja, enquanto que as CASE tentam ajudar as
Famílias através daquele prolongamento que há de horário, através de jogos, de
brincadeiras, de forma a que as crianças fiquem ocupadas até ao momento em que as
Famílias as vão buscar, tudo é fundamental, isso é fundamental. E é um suporte muito
grande à Família. As AEC já não, já são um complemento às aulas, ou seja é uma
continuação do que é lecionado no período normal das aulas, não é!? Através de, de…
Enfim, línguas estrangeiras, música, ou de outras expressões plásticas, e isto é
igualmente importante para a formação de uma criança, é fundamental não é?! Eu não
deixei de reparar aqui uma das questões que estava a colocar, que era relativamente,
hum… “Como as avalia até ao momento?” E para são muito positivos, mas expectantes
quanto ao futuro. Isto porquê?! Porque eu tenho sérias dúvidas que a grande maioria das
unidades deste país consiga manter as AEC e as CASE com esta crise. Aliás o que
acontece hoje em dia ali na Escola, e no caso da minha filha agora da, que tem, que tem
as CASE, tem CASE que está no Jardim-de-infância. Mas por exemplo nós já pusemos
o Inglês como atividade extra para os miúdos, para quem quer não é, pessoalmente fora
desse contexto, e obviamente que é pago por nós, mas já nem todas as pessoas têm os
seus filhos lá…
E1 – Já se nota que há…
E2 – Já, já se nota que há pessoas que… Que nem todas as pessoas têm…
E1 – E nem todas as pessoas têm…
E2 – Assim como a ginástica também, temos mas que é paga por nós…
E1 – Portanto já é completamente fora dos Programas?
E2 – Que é completamente fora dos Programas… Agora, aqui o que se nota é que está a
ter pouca adesão… Perdão, não é pouca adesão, eu vou corrigir, não há adesão total das
pessoas, e obviamente que eu quero ligar aqui a uma única e exclusiva razão económica
e financeira, portanto as pessoas não têm possibilidades de… O que eu receio é que com
o agravar desta situação as AEC e as… Ou seja, que ela vai começar a ter para o ano
que vem, e que o meu filho teve, as Câmaras não tenham possibilidades de começar a,
de poder suportar, e possa ter de haver aqui uma rotura ou uma limitação ou… Enfim
estou expectante, estou um pouco expectante.
E1 – E nota esta diferença por exemplo do primeiro ano em que o seu filho andou nas
AEC e agora em questão às… Ao Jardim-de-infância? Na altura ele andou nas AEC…
E2 – Sim.
E1 – Notou muito mais adesão e muito mais miúdos realmente a querer, e os pais a
quererem que eles frequentassem este tipo de atividades extra curriculares?
E2 – Eu julgo que aí há sempre uma grande predisposição por parte dos pais, aliás eu fiz
logo nessa altura uma crítica acérrima porque, por exemplo, não havia a prática de
exercício físico na Escola, não havia o ensino do Inglês, o ensino da Informática, coisas
que hoje em dia são perfeitamente banais…
E1 – E obrigatórias…
E2 – E obrigatórias claro! Ainda por cima ele tinha vindo de uma Escola onde tinha
todas essas valências, portanto sentimos ali um, um… Uma forte quebra, e tivemos
medo que tivesse repercussão na educação do Diogo. Porque enfim, há ali um corte que
numa criança que vem habituado a ter essas, todas essas estâncias e de um momento
para o outro se vê excluído e sem nada…
E1 – Sem margem de progressão…
E2 – Pode ser um pouco redutor, não é?! Mas pronto, eles sem dúvida que… O
Programa, eu tenho que enaltecer, eu tenho que enaltecer esta, a Câmara de Cascais,
porque a Câmara de Cascais tem este Programa que é extraordinário, as AEC, e… E eu
julgo que, tenho sérias dúvidas que muitas outras, que haja esta política, que seja
massificada por todas as outras edilidades por este país fora. Tenho é receio do que é
que vá acontecer… Tenho receio do que vá acontecer, agora para mim são questões, são
questões de… Faço um saldo muito positivo, pois têm mostrado uma grande pro-
atividade nesta área, hum… Basicamente é isto!
E1 – Então, da parte das Famílias, sente de facto que o Programa em Cascais é
diferente? Que é diferente do resto dos Programas no País…
E2 – É é…
E1 – E sente esta aposta? Pese embora tenha receio de facto do que irá acontecer,
mediante o futuro económico do País…
E2 – Precisamente, precisamente
E1 – Mas sente que… Faz uma avaliação extremamente positiva…
E2 – Sem dúvida nenhuma!
E1 – E todas as lacunas que teria o Programa no início, viu que foram sendo
suplantadas, que foram sendo corrigidas, hum… E faz então este balanço positivo?
E2 – Sim, se bem que tenho que chamar a atenção para uma coisa: a meu ver, quando
nós falamos da Câmara Municipal, da Escola e da Família, tudo isto deveria funcionar
num princípio de vasos comunicantes, não é?! Ou seja, em que haja aqui uma partilha
de informação, em que hum… Estes três pilares, digamos assim, deveriam ser estes três
pilares que sustentavam ou deveriam sustentar todos estes Programas. Ou seja, o que eu
digo aqui é que as famílias são um pouco deitadas para trás, no sentido em que não são
envolvidas nos Programas. Eu pelo menos falo, e como Associação de Pais, gostaríamos
muito de ser envolvidos. Porque ao fim e ao cabo nós representamos os Pais e as
Famílias, portanto eu julgo que faria algum sentido, já não digo todo o sentido, que nós
fossemos envolvidos na planificação, porque ao fim e ao cabo nós temos alguns
inputs… Já não, não podemos ser interpretados somente como o grupo de pessoas que
está a exigir, e que quer que se faça isto, ou daquela forma, e que os filhos tenham, as
atividades…
E1 – Não é para fazer isto daquela forma, mas é para fazer da forma de todos, mas com
a vossa participação?
E2 – Não… É… Mas não, de todo, não há participação! Portanto isto até agora tem sido
uma coisa sempre a dois, Autarquia e Escola, e chega como facto consumado.
E1 – E não vê, nem em perspetivas futuras, Não se fala desta…?
E2 – Hum, não!
E1 – A Escola nunca vos chamou a participar?
E2 – Não… Não, não, não, não… Para estas, este tipo de planificação e tudo não, não…
E a meu ver essa reunião faz todo o sentido, não é?! Aliás nunca seria em conjunto,
sabendo que não há promoção em conjunto, quer dizer não temos, não somos, não…
Não participamos! Portanto eu julgo que isso é uma deixa, não é?!
E1 – E… Mas vocês procuram esta participação?
E2 – Vamos ver uma coisa… Enquanto pais mantemo-nos atentos, enquanto
Associação de Pais vamos começar agora, mas também não recebamos nunca nenhum
sinal de abertura, não é?! Quer dizer, isto é a história da pescadinha de rabo na boca, se
calhar, não é?! Como, se calhar podemos ser acusados de falta de pro-atividade em
procura de… Mas do outro lado nós também nunca recebemos nenhum sinal de abertura
também…
E1 – Também não avançam…
E2 – Também não avançamos, quer dizer, mas julgo que se calhar este ano é algo que,
que nós vamos, eu também vou apresentar isso ao resto dos colegas da Associação de
Pais, a ver podemos de alguma forma estar mais envolvidos nisso. E vamos a ver qual é
que é a resposta, a ver se é favorável ou não.
E1 – E vai ser um envolvimento pela mão da… Eu penso que, estou aqui a centrar-me
nesta questão porque de facto é a questão principal do meu Projecto… De facto é um
envolvimento procurado pela mão da Escola ou vai ser direcionado à Câmara?
E2 – Nós vamos numa primeira instância procurar abordar a Escola, até porque, como
disse e muito bem, não há ligação direta… Agora não há ligação direta porque é suposto
ser assim, e não haver ligação direta, ou não há ligação direta porque há aqui uma
quebra que está, neste regulamento todo a estragar algo. Não é?!
E1 – Sim, sim… Exato…
E2 – Deveria, era suposto ou não?! Se calhar não era suposto, se calhar o circuito é
esse… Eu na minha lógica, tudo isto deveria funcionar…
E1 – Com participação de igual forma, com partes iguais e…
E2 – Enfim, vamos primeiro, até por uma questão de aproximação, e de ser a entidade
que nos faz chegar toda a autonomia e todo o planeamento, portanto vamos questionar,
tentar primeiro através da Escola, fazer a nossa abordagem, mostrar a nossa
disponibilidade para colaborar na planificação, no próximo ano por exemplo, isto posso-
lhe dizer… Se eventualmente virmos que por parte da Escola não há muita abertura, ou
se nos dizem que, e nos encaminham diretamente para a Câmara, porque isto tem de ser
feito diretamente com a Câmara, logo aí faremos… Julgo que é por aí, julgo que faz
mais sentido por aí.
E1 – Porque nós temos conhecimento, agora falo da parte da Câmara, que há Escolas
que de facto chamam os Pais ao Programa, fazem até sessões em conjunto, fazem aulas
abertas para que os Pais… Nunca aconteceu?
E2 – Não!
E1 – Pelo menos na sua experiência?
E2 – Não... Não quero dizer que, não posso assegurar que nunca tenha havido, agora eu
nunca participei, e posso assumir que sou um pai de alguma forma participativo e
interessado, portanto se não fui ou por algum motivo ou que por razão maior me
impediu de estar presente, mas não tenho ideia, não tenho ideia…
E1 – Não, não… Eu não estou a dizer que tenha sido nalguma das Escolas dos seus
filhos…
E2 – Sim…
E1 – Sabemos que há Escolas que o fazem, mas…
E2 – Sim claro, eu só estou a dizer… Eu também tenho medo de estar aqui a assumir
uma posição e dizer que nunca houve na Escolas, eu tenho ideia de nunca ter havido…
E1 – De nunca ter havido…
E2 – E certamente que me lembraria, agora se houve, houve porque eu não fui… Agora
a ideia que eu tenho é que nunca houve.
E1 – Agora voltando aqui um bocadinho atrás, só quase a título de informação adicional
mas enriquecedora, que perspetiva de evolução destes Programas é que faz desde o
primeiro ano em que o Diogo entrou, até este momento em que tem a mais pequenita
nas CASE? Que evolução é que viu nestes Programas? Que aspetos positivos ou não é
que pode salientar ao final destes anos?
E2 – Ambos estão a funcionar em Programas diferentes, porque o meu filho nunca
funcionou na CASE…
E1 – Sim.
E2 – Não é?!
E1 – Sim, mas são Programas que têm bastante em comum… Os princípios
orientadores são iguais para ambos…
E2 – Sem dúvida…
E1 – Mas teve um corte com as AEC a partir do momento em que deixou o seu filho de
estar no Programa, ou continuou a ter…? Gostaria de saber se consegue ter esta visão de
evolução…
E2 – Não, porque por exemplo com a minha filha, ela ainda não esteve em nenhuma
AEC, certo?! Portanto não consigo ainda… Daí está, estou expectante quanto ao
próximo ano para perceber quais são as valências que ela vai ter e para poder fazer um
paralelo e dizer “olha há aqui um fio condutor que permanece” ou “não, há alterações,
está mais enriquecedor” ou “não, não está”, para poder criar uma comparação por
exemplo com tudo, com tudo o que o meu filho teve. O meu filho também teve muito
azar naquela Escola, porque ele teve mudança de três professores, teve mudança de
instalações, teve ao longo de quatro anos realmente, teve muito azar naquela Escola, ele
e todos os colegas, porque enquanto houve várias obras de intervenções, eles tiveram
que mudar duas vezes de Escola, depois os dois últimos anos foi em barracões, porque a
Escola estava a ser construída, para a qual eles já não foram, não é?! Com isto apanhou
três professores diferentes, portanto tudo isto causa alguma instabilidade, não é?! E,
enfim mas… Portanto, e também o próprio, as próprias instalações que eles tinham não
eram condições que proporcionavam, julgo eu, a prática das AEC no seu melhor, porque
não tinham condições, não haviam condições físicas para tal… Muito limitado, sem
espaços, tudo muito confinados a contentores, como trazer as crianças, eu julgo que aí…
Julgo que a partir de agora sim, a Escola é nova, tem todas as valências de uma, que
uma Escola nova tem que oferecer aos seus alunos, e desde espaços, espaço exterior a
interior, e aí sim fomos envolvidos pela primeira vez com o apoio da Escola, portanto
esperemos que agora esta, essa abertura que houve, e nossa também, interesse, porque aí
foi nosso interesse demonstrado em querer participar, em ver como é que a Escola
estava a ser construída, de que forma é que… E confesso que houve ali dois ou três,
duas ou três alterações que foram feitas resultando de inputs da Associação de Pais,
portanto esperemos que esta lógica se mantenha por exemplo para a planificação.
Talvez…
E1 – Em relação então… Foi respondendo…
E2 – Fui, fui falando…
E1 – Não, mas é bom, é ótimo porque não faço questão, as coisas não fazem sentido
serem quase como blocos individuais, porque isto é todo um…
E2 – Claro…
E1 – É todo um tema comum, e assim fomos avançando… Em termos gerais então de,
só para sintetizar aqui um pouco… Em termos gerais então da visão e da avaliação que
faz dos Programas, enquanto pai e enquanto membro de uma Associação de Pais?
E2 – Enquanto pai, positivo, porque gosto, gosto de sentir que tenho uma Câmara e uma
Escola que estão preocupadas e que tentam digamos, na medida do possível, e aí a
Câmara, não me posso esquecer de um livro fantástico que a Câmara fez muito bom…
E1 – “A Escola à minha espera!”
E2 – Sim, sim… Guardei religiosamente porque acho que foi importante, foi importante
e todos os pais deviam ter lido aquilo e…
E1 – E respondido…
E2 – E respondido, foi sem dúvida… Tiro o chapéu, tiro o chapéu! Tiro o chapéu
porque mais uma vez digo, tenho sérias dúvidas que outras Câmaras tenham feito algo
do género, e isto também como pai é muito gratificante, e também como membro da
Associação de Pais, isso é inquestionável… Agora como Associação de Pais,
obviamente sem tirar a camisola de pai, mas quer dizer, acho que gostaríamos de tomar
uma ação mais participativa, percebe?! E era isso que eu acho que havia de acontecer,
agora eu não sei se isto é possível, não somos porque não devemos de ser, porque é
mesmo assim, porque o Programa é pensado desta forma…
E1 – Porque é do Programa…
E2 – Ou porque, olhe, nunca houve um despoletar disto, e se calhar será uma Joana que
vai dar o pontapé de saída, para que isto venha…
E1 – Quem sabe… Só depois de Outubro, da defesa…
E2 – Seria giro…
E1 – Eu acho que em termos de, dos temos temas centrais da entrevista, já deu aqui um
contributo muito importante e muito válido, e eu agradeço por isso, porque de facto
acho que é bastante importante nós termos esta visão, e que às vezes criamos todos um
pouco de castelos no ar a pensar que as coisas correm todas lindamente e que há
Autarquia-Escola-Família, e entram todas no mesmo plano, e as coisas não acontecem
assim… E para quem procura analisar estas relações e de facto entender como é que
estes Projetos de promovem, se promovem e se não promovem como é que poderiam
promover esta relação, e quanto a isso acho que já está, já estamos aqui os dois bastante
esclarecidos… Pelo menos eu falo por mim, estou bastante esclarecida. Eu não sei se
terá mais algum comentário a fazer…
E2 – De todo…
E1 – Mais alguma informação.
E2 – Não, não.
E1 – A acrescentar…
E2 – A parte, só por agora termos o período de férias e depois o inicio das aulas, mas…
Esperamos ter algum trabalho no período de férias, é sinal que estamos envolvidos, e é
para isso mesmo que uma Associação existe, não é?! Não é só para organizar pequenos-
almoços
E1 – Não…
E2 – Nem sardinhadas, que também é importante, mas também é importante esta outra
parte, não é, e para isso nós estamos sempre disponíveis.
E1 – E tomar aqui uma parte mais ativa…
E2 – Mais ativa precisamente!
E1 – Em relação então às minhas questões, estão concluídas, eu só tenho mesmo a
agradecer…
E2 – De nada, o prazer foi meu…
E1 – A sua disponibilidade e a prontidão, o que é sempre bom nós termos logo uma
resposta… E vou dar então por terminada a nossa entrevista.
E2 – Sim senhora!
Grelha de Análise da Entrevista CASE e AEC Famílias
Temas Subtemas Unidades de Registo
Envolvimento da
Família nos
Programas CASE
e AEC
Descrição e
caracterização dos
Programas CASE e
AEC
“Portanto quer a Componente de
Animação Socioeducativa, quer as
Atividades de Enriquecimento
Curricular, são muito importantes
na formação do aluno, assim
como um suporte para a Família,
portanto uma delas obviamente
que atende, hum…”
“Ou seja, enquanto que as CASE
tentam ajudar as Famílias através
daquele prolongamento que há de
horário, através de jogos, de
brincadeiras, de forma a que as
crianças fiquem ocupadas até ao
momento em que as Famílias as
vão buscar, tudo é fundamental,
isso é fundamental. E é um
suporte muito grande à Família.
As AEC já não, já são um
complemento às aulas, ou seja é
uma continuação do que é
lecionado no período normal das
aulas, não é!? Através de, de…
Enfim, línguas estrangeiras,
música, ou de outras expressões
plásticas, e isto é igualmente
importante para a formação de
uma criança, é fundamental não
é?!”
Avaliação dos
Programas CASE e
AEC
“E para são muito positivos, mas
expectantes quanto ao futuro. Isto
porquê?! Porque eu tenho sérias
dúvidas que a grande maioria das
unidades deste país consiga
manter as AEC e as CASE com
esta crise.”
Balanço até ao
momento dos
Programas CASE e
AEC
“Eu julgo que aí há sempre uma
grande predisposição por parte
dos pais, aliás eu fiz logo nessa
altura uma crítica acérrima
porque, por exemplo, não havia a
prática de exercício físico na
Escola, não havia o ensino do
Inglês, o ensino da Informática,
coisas que hoje em dia são
perfeitamente banais…”
“O Programa, eu tenho que
enaltecer, eu tenho que enaltecer
esta, a Câmara de Cascais, porque
a Câmara de Cascais tem este
Programa que é extraordinário, as
AEC, e… E eu julgo que, tenho
sérias dúvidas que muitas outras,
que haja esta política, que seja
massificada por todas as outras
edilidades por este país fora.
Tenho é receio do que é que vá
acontecer… Tenho receio do que
vá acontecer, agora para mim são
questões, são questões de… Faço
um saldo muito positivo, pois têm
mostrado uma grande pro-
atividade nesta área, hum…
Basicamente é isto!”
Tipo de
envolvimento no
planeamento e
concretização dos
Programas CASE e
AEC
“Sim, se bem que tenho que
chamar a atenção para uma coisa:
a meu ver, quando nós falamos da
Câmara Municipal, da Escola e da
Família, tudo isto deveria
funcionar num princípio de vasos
comunicantes, não é?! Ou seja,
em que haja aqui uma partilha de
informação, em que hum… Estes
três pilares, digamos assim,
deveriam ser estes três pilares que
sustentavam ou deveriam
sustentar todos estes Programas.
Ou seja, o que eu digo aqui é que
as famílias são um pouco deitadas
para trás, no sentido em que não
são envolvidas nos Programas. Eu
pelo menos falo, e como
Associação de Pais, gostaríamos
muito de ser envolvidos. Porque
ao fim e ao cabo nós
representamos os Pais e as
Famílias, portanto eu julgo que
faria algum sentido, já não digo
todo o sentido, que nós fossemos
envolvidos na planificação,
porque ao fim e ao cabo nós
temos alguns inputs… Já não, não
podemos ser interpretados
somente como o grupo de pessoas
que está a exigir, e que quer que
se faça isto, ou daquela forma, e
que os filhos tenham, as
atividades…”
Promoção de uma
participação mais
ativa em todo o
processo inerente
aos Programas
CASE e AEC
“Mas não, de todo, não há
participação! Portanto isto até
agora tem sido uma coisa sempre
a dois, Autarquia e Escola, e
chega como facto consumado.”
“Também não avançamos, quer
dizer, mas julgo que se calhar este
ano é algo que, que nós vamos, eu
também vou apresentar isso ao
resto dos colegas da Associação
de Pais, a ver podemos de alguma
forma estar mais envolvidos nisso.
E vamos a ver qual é que é a
resposta, a ver se é favorável ou
não.”
“Nós vamos numa primeira
instância procurar abordar a
Escola, até porque, como disse e
muito bem, não há ligação
direta… Agora não há ligação
direta porque é suposto ser assim,
e não haver ligação direta, ou não
há ligação direta porque há aqui
uma quebra que está, neste
regulamento todo a estragar algo.”
Maior
envolvimento nos
momentos-chave
dos Programas
CASE e AEC
(planeamento,
realização e
avaliação)
“Enquanto pais mantemo-nos
atentos, enquanto Associação de
Pais vamos começar agora, mas
também não recebamos nunca
nenhum sinal de abertura, não é?!
Quer dizer, isto é a história da
pescadinha de rabo na boca, se
calhar, não é?! Como, se calhar
podemos ser acusados de falta de
pro-atividade em procura de…
Mas do outro lado nós também
nunca recebemos nenhum sinal de
abertura também…”
“Enfim, vamos primeiro, até por
uma questão de aproximação, e de
ser a entidade que nos faz chegar
toda a autonomia e todo o
planeamento, portanto vamos
questionar, tentar primeiro através
da Escola, fazer a nossa
abordagem, mostrar a nossa
disponibilidade para colaborar na
planificação, no próximo ano por
exemplo, isto posso-lhe dizer…
Se eventualmente virmos que por
parte da Escola não há muita
abertura, ou se nos dizem que, e
nos encaminham diretamente para
a Câmara, porque isto tem de ser
feito diretamente com a Câmara,
logo aí faremos… Julgo que é por
aí, julgo que faz mais sentido por
aí.”
Relação com a
Autarquia
Caracterização da
relação com a
Autarquia através
dos Programas
CASE e AEC
“Sim, se bem que tenho que
chamar a atenção para uma coisa:
a meu ver, quando nós falamos da
Câmara Municipal, da Escola e da
Família, tudo isto deveria
funcionar num princípio de vasos
comunicantes, não é?! Ou seja,
em que haja aqui uma partilha de
informação, em que hum… Estes
três pilares, digamos assim,
deveriam ser estes três pilares que
sustentavam ou deveriam
sustentar todos estes Programas.
Ou seja, o que eu digo aqui é que
as famílias são um pouco deitadas
para trás, no sentido em que não
são envolvidas nos Programas.”
Gestão e promoção
conjunta dos
Programas CASE e
AEC entre a
Família e a
Autarquia
“Mas não, de todo, não há
participação! Portanto isto até
agora tem sido uma coisa sempre
a dois, Autarquia e Escola, e
chega como facto consumado.”
Contributo dos
Programas CASE e
AEC para a relação
com a Autarquia
“Ou seja, o que eu digo aqui é que
as famílias são um pouco deitadas
para trás, no sentido em que não
são envolvidas nos Programas.”
Relação com as
Escolas
Tipo de relação que
mantêm com as
Escolas
“Sim, se bem que tenho que
chamar a atenção para uma coisa:
a meu ver, quando nós falamos da
Câmara Municipal, da Escola e da
Família, tudo isto deveria
funcionar num princípio de vasos
comunicantes, não é?! Ou seja,
em que haja aqui uma partilha de
informação, em que hum… Estes
três pilares, digamos assim,
deveriam ser estes três pilares que
sustentavam ou deveriam
sustentar todos estes Programas.
Ou seja, o que eu digo aqui é que
as famílias são um pouco deitadas
para trás, no sentido em que não
são envolvidas nos Programas.”
Contributo dos
Programas CASE e
AEC para a relação
“Não... Não quero dizer que, não
posso assegurar que nunca tenha
com as Escolas havido, agora eu nunca participei,
e posso assumir que sou um pai de
alguma forma participativo e
interessado, portanto se não fui ou
por algum motivo ou que por
razão maior me impediu de estar
presente, mas não tenho ideia, não
tenho ideia…”
Outras
informações
Visão e avaliação
geral que a Família
faz dos Programas
CASE e AEC
“Enquanto pai, positivo, porque
gosto, gosto de sentir que tenho
uma Câmara e uma Escola que
estão preocupadas e que tentam
digamos, na medida do possível, e
aí a Câmara, não me posso
esquecer de um livro fantástico
que a Câmara fez muito bom…”
Forma como
Programas CASE e
AEC promovem ou
potenciam a
relação entre a
Autarquia-Escolas-
Famílias
“Enfim, vamos primeiro, até por
uma questão de aproximação, e de
ser a entidade que nos faz chegar
toda a autonomia e todo o
planeamento, portanto vamos
questionar, tentar primeiro através
da Escola, fazer a nossa
abordagem, mostrar a nossa
disponibilidade para colaborar na
planificação, no próximo ano por
exemplo, isto posso-lhe dizer…
Se eventualmente virmos que por
parte da Escola não há muita
abertura, ou se nos dizem que, e
nos encaminham diretamente para
a Câmara, porque isto tem de ser
feito diretamente com a Câmara,
logo aí faremos… Julgo que é por
aí, julgo que faz mais sentido por
aí.”
“Agora como Associação de Pais,
obviamente sem tirar a camisola
de pai, mas quer dizer, acho que
gostaríamos de tomar uma ação
mais participativa, percebe?! E era
isso que eu acho que havia de
acontecer, agora eu não sei se isto
é possível, não somos porque não
devemos de ser, porque é mesmo
assim, porque o Programa é
pensado desta forma…”
“A parte, só por agora termos o
período de férias e depois o inicio
das aulas, mas… Esperamos ter
algum trabalho no período de
férias, é sinal que estamos
envolvidos, e é para isso mesmo
que uma Associação existe, não
é?! Não é só para organizar
pequenos-almoços”
Balanço dos
Programas CASE e
AEC
“Enquanto pai, positivo, porque
gosto, gosto de sentir que tenho
uma Câmara e uma Escola que
estão preocupadas e que tentam
digamos, na medida do possível, e
aí a Câmara, não me posso
esquecer de um livro fantástico
que a Câmara fez muito bom…”
Planos e pretensões
futuras para os
Programas CASE e
AEC
“Daí está, estou expectante quanto
ao próximo ano para perceber
quais são as valências que ela vai
ter e para poder fazer um paralelo
e dizer “olha há aqui um fio
condutor que permanece” ou
“não, há alterações, está mais
enriquecedor” ou “não, não está”,
para poder criar uma comparação
por exemplo com tudo, com tudo
o que o meu filho teve.”