Transcript

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE BAURU

ANDRÉIA ARAUJO DOS SANTOS

Tele-educação: Saúde auditiva em trabalhadores expostos ao ruído

BAURU 2013

ANDRÉIA ARAUJO DOS SANTOS

Tele-educação: Saúde auditiva em trabalhadores expostos ao ruído

Dissertação apresentada a Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Mestre em Ciências no Programa de Fonoaudiologia. Orientador: Profa. Dra. Andréa Cintra Lopes

BAURU 2013

Santos, Andréia Araujo dos Tele-educação: Saúde auditiva em trabalhadores expostos ao ruído / Andréia Araujo dos Santos. – Bauru, 2013. 107 p. : il. ; 31cm. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Odontologia de Bauru. Universidade de São Paulo Orientador: Profa. Dra. Andréa Cintra Lopes

Sa59t

Autorizo, exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou parcial desta dissertação, por processos fotocopiadores e outros meios eletrônicos. Assinatura: Data:

Comitê de Ética da FOB-USP Protocolo nº: 046/2011 Data: 07/07/2011

DEDICATÓRIA

Aos meus pais, Raimundo e Maria pela dedicação, confiança e apoio ao

longo da minha vida.

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por seu amor incondicional, pelo carinho e

cuidado comigo, por nunca desistir de mim e me amparar nos momentos mais

difíceis. Pelas oportunidades colocadas em minha vida, pelas alegrias que me

levantaram e pelas dores que me fortaleceram. Obrigada por colocar pessoas

maravilhosas em minha vida que me ajudaram a concluir mais uma etapa.

Aos meus queridos pais, Raimundo e Maria por todo esforço e dedicação,

por muitas vezes renunciarem seus sonhos para que eu pudesse realizar os meus.

Por todo o suporte oferecido para que eu chegasse a mais uma conquista na minha

vida. Pelo amor, paciência, amizade, proteção e educação, por terem me ensinado a

dar valor à vida e a vivê-la com dignidade. Obrigada por tudo. Amo muito vocês.

A minha irmã Angelica pelo companheirismo, amizade e cumplicidade. Pelas

lições de vida que passamos juntas e pelo apoio fornecido. Você estará eternamente

em meu coração.

Aos meus familiares que sempre me disseram palavras de apoio para que eu

seguisse essa jornada e crescesse profissionalmente. Por podemos contar uns com

os outros nos bons e maus momentos.

A minha querida orientadora, Profa. Dra. Andréa Cintra Lopes, por ter me

aceitado como orientanda. Pelas orientações, disponibilidade, confiança e

acompanhamento durante a execução desse trabalho. Por seus ensinamentos que

foram muito importantes para minha formação nessa etapa acadêmica. Para mim

você é um exemplo de profissional, mãe e mulher. Serei eternamente grata!

A minha amiga Juliana que está ao meu lado há 17 anos, e mesmo estando

distante sempre esteve presente, passando por experiências semelhantes,

compartilhando de momentos bons e ruins. Obrigada pelos vários momentos de

diversões que passamos juntas. Pela amizade, companheirismo, cumplicidade, e por

dividir comigo todos os momentos de alegrias, tristezas, ganhos e perdas. Que Deus

a abençoe sempre e que você seja imensamente feliz.

As minhas amigas Larissa e Flávia, que são as irmãs que escolhi, vocês são

pessoas maravilhosas e tenho certeza que poderei contar sempre com o apoio e

amizade de vocês, mesmo depois de cada uma seguir uma direção continuamos

juntas, compartilhando de momentos importantes em nossas vidas, acompanhando

nosso crescimento pessoal e profissional. Vocês fizeram e faz os meus dias muito

mais fáceis e alegres. Obrigada pelo ombro amigo e pelos sorrisos compartilhados.

Que Deus abençoe sempre vocês e que realize os seus objetivos. Amo muito vocês!

As minhas queridas amigas e companheiras de moradia em Bauru, Gabriela,

Maíra, Fernanda e Bruna, vocês foram e são pessoas muito importantes para mim.

Vocês fizeram dos meus dias em Bauru muito mais divertidos e coloridos. Obrigada

pelo companheirismo, cumplicidade e amizade. Com certeza vocês contribuíram

muito para meu crescimento pessoal e profissional, foram minha família em Bauru.

Vocês são pessoas especiais que Deus colocou em minha vida, e espero sempre ter

suas amizades.

A minha amiga Jaqueline, por vários anos de amizade e que esteve sempre

disposta a me ajudar durante a realização desse trabalho, sei que sempre poderei

contar com você. Obrigada por tudo.

A minha amiga Paula, que mesmo tendo entrado depois em minha vida se

tornou uma amiga mais que especial. Obrigada pelo abrigo fornecido nos dias que

eu voltava a Bauru, pela amizade, risadas, confidências e companheirismo.

As minhas amigas Marina, Nayara, Carla, Thalissa, Aline, Camila, Taísa,

Natália e Mônica, obrigada por todos os momentos bons que tivemos em Bauru,

festas, almoços, jantares, conversas, risadas, ter vocês fez ao meu lado com que

tudo se tornasse mais fácil.

Aos funcionários do Departamento de Fonoaudiologia e da Clínica de

Fonoaudiologia da FOB-USP pelo auxílio e disposição.

Aos professores do Departamento de Fonoaudiologia da FOB-USP por

serem responsáveis pela minha formação profissional.

Ao CEREST- Centro de Referência em Saúde do Trabalhador, pela

participação e contribuição com este estudo.

À FAPESP – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, pelo

auxilio concedido para este estudo.

A todos que de alguma forma contribuíram para a realização desse trabalho.

MUITO OBRIGADA!

“A arte de escutar é como uma luz que dissipa a escuridão da

ignorância”

DALAI LAMA

RESUMO

O ruído ocupacional é considerado o problema que mais atinge o sistema

auditivo do trabalhador brasileiro, perturba o trabalho, o descanso, o sono e a

comunicação nos seres humanos; prejudica a audição e pode causar ou provocar

reações psicológicas, fisiológicas e talvez até patológicas, afetando diretamente a

qualidade de vida. A perda auditiva induzida por níveis de pressão sonora elevados

(PAINPSE) é considerada uma entre as dez principais etiologias de perdas auditivas

populacionais, sendo que, de todas as causas de lesão auditiva, é a que apresenta

maior possibilidade de prevenção. Os efeitos auditivos encontrados em

trabalhadores portadores da PAINPSE imitam a funcionalidade auditiva, provocando

alteração de sensibilidade auditiva, alterações na seletividade de frequências, na

resolução temporal e espacial, recrutamento e zumbido. Tais alterações influenciam

diretamente a discriminação auditiva, dificultando a percepção, principalmente, dos

sons da fala, podendo, também, alterar o padrão de fala de acordo com o grau da

perda. O investimento em implantação de programas de conservação auditiva

possibilita minimizar os problemas de saúde geral e auditiva, assim como a

ocorrência da PAINPSE, promovendo melhor qualidade de vida ao trabalhador. Um

trabalho intensivo de promoção da saúde auditiva ou prevenção de perdas auditivas

deve ser enfatizado, principalmente para trabalhadores expostos a níveis elevados

de ruído ocupacional, além da utilização, de forma adequada, de equipamento de

proteção auditiva individual. Sendo assim este estudo teve por objetivo elaborar um

material multimídia em tele-educação sobre prevenção de perdas auditivas de

origem ocupacional para ser disponibilizado pelas equipes de profissionais do

Centro de referência em saúde do trabalhador (CEREST), Rede Nacional de

Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (RENAST) e agentes comunitários, em

consonância com os objetivos do CEREST. A elaboração do CD-ROM contribuirá

para os programas de educação em saúde auditiva fornecendo informações a

respeito dos riscos causados por níveis de pressão sonora elevada (NPS).

Palavras-chave: Ruído. Perda auditiva. Prevenção. Tele-educação. Telessaúde.

ABSTRACT

Tele-education: Hearing health in workers exposed to noise

Occupational noise is considered the issue that most affects the hearing

system of the Brazilian worker, disrupts work, rest, sleep and communication in

humans, impairs hearing and may cause or provoke psychological reactions,

physiological and maybe even pathological, affecting directly to quality of life.

Hearing loss induced by high sound pressure levels (PAINPSE) is considered one of

the top ten causes of hearing loss population, and of all-cause hearing damage, it

has the greatest possibility of prevention. Hearing loss induced by high sound

pressure levels (PAINPSE) is considered one of the top ten causes of hearing loss

population, and of all-cause hearing damage, it has the greatest possibility of

prevention. Auditory effects found in workers with PAINPSE mimic the functionality of

the hearing, causing changes in hearing sensitivity, alterations in frequency

selectivity, the temporal and space resolution, recruitment and tinnitus. These

changes directly affect hearing discrimination, making the perception, especially

speech sounds, it can also change the default speech according to the level of loss.

Investment in implementation of hearing conservation programs enables minimizing

the general health problems and hearing, as well as the occurrence of PAINPSE,

promoting better quality of life to the worker. A intensive work health promotion

hearing or hearing loss prevention should be emphasized, especially for workers

exposed to high levels of occupational noise, and the use, as appropriate, of

individual hearing protection equipment. Therefore, this study had the objective

elaborate a multimedia teleducation materials on prevention of occupational hearing

loss to be provided by teams of professionals from health reference center worker

(CEREST), National Network of Integrated Healthcare Workers (RENAST) and

community, in line with the objectives of CEREST. The development of the CD-ROM

will help education programs in hearing health providing information about the risks

caused by high sound pressure levels (SPL).

Keywords: Noise. Hearing loss. Prevention. Teleducation. Telehealth.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

- FIGURAS

Figura 1 - Tela inicial

57

Figura 2 - Tela do tópico Fundamentação 57

Figura 3 - Tela do tópico Fundamentação 58

Figura 4- Tela do tópico Perda Auditiva Induzida por Níveis de Pressão

Sonora Elevados

58

Figura 5- Tela do tópico Perda Auditiva Induzida por Níveis de Pressão

Sonora Elevados

58

Figura 6- Tela do tópico Perda Temporária do Limiar 59

Figura 7- Tela do tópico Fatores que Influenciam a Perda Auditiva

Relacionada ao Trabalho

59

Figura 8- Tela do tópico Quadro Comparativo de Nível de Pressão Sonora

59

Figura 9- Tela do tópico Fatores Agravantes para Perda de Audição

Relacionada ao Trabalho

60

Figura 10- Tela do tópico Agentes Otoagressores 60

Figura 11- Tela do Tópico Sinais e Sintomas Auditivos 60

Figura 12- Tela do Tópico Sinais e Sintomas Não Auditivos 61

Figura 13- Tela contendo Vídeo do Homem Virtual 61

Figura 14- Tela do tópico Anatomia do Sistema Auditivo 61

Figura 15- Tela do tópico Anátomo-fisiologia da Audição 62

Figura 16- Tela do tópico Anátomo-fisiologia da Audição 62

Figura 17- Tela do tópico Anátomo-fisiologia da Audição 62

Figura 18- Tela do tópico Anátomo-fisiologia da Audição 63

Figura 19- Tela do tópico Procedimentos para o Diagnóstico 63

Figura 20- Tela do tópico Procedimentos para o Diagnóstico 63

Figura 21- Tela do tópico Procedimentos para o Diagnóstico 64

Figura 22- Tela do tópico Procedimentos para o Diagnóstico 64

Figura 23- Tela do tópico Procedimentos para o Diagnóstico 64

Figura 24- Telas do tópico Diagnóstico Audiológico 65

Figura 25- Telas do tópico Diagnóstico Audiológico 65

Figura 26- Telas do tópico Diagnóstico Audiológico 65

Figura 27- Telas do tópico Diagnóstico Audiológico 66

Figura 28- Telas do tópico Diagnóstico Audiológico 66

Figura 29- Telas do tópico Diagnóstico Audiológico 66

Figura 30- Telas do tópico Diagnóstico Audiológico 67

Figura 31- Telas do tópico Notificação de PAINPSE 67

Figura 32- Telas do tópico Notificação de PAINPSE 67

Figura 33- Telas do tópico Notificação de PAINPSE 68

Figura 34- Telas do tópico Notificação de PAINPSE 68

Figura 35- Tela do tópico Responsabilidade Jurídica 68

Figura 36- Tela do tópico Responsabilidade Jurídica 69

Figura 37- Tela do tópico Responsabilidade Jurídica 69

Figura 38- Tela do tópico EPI 69

Figura 39- Tela do tópico EPI 70

Figura 40- Tela do tópico EPI 70

Figura 41- Tela do tópico EPI 70

Figura 42- Tela do tópico EPI 71

Figura 43- Tela final 71

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - CERESTs que responderam ao e-mail enviado

55

LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS

ACS Agentes Comunitários

CAT Comunicação de Acidente de Trabalho

CD-ROM Compact Disc Ready Only Memory

CEREST Centro de Referência em Saúde do Trabalhador

CFF Conselho Federal de Fonoaudiologia

dB Decibel

dB(A) Decibel na Escala A do Medidor de Pressão Sonora

EaD Educação a Distância

EPI Equipamento de Proteção Individual

FAPESP Fundação de Amparo á Pesquisa do Estado de São Paulo

FOB Faculdade de Odontologia de Bauru

GM Gabinete do Ministro

INSS Instituto Nacional de Seguro Social

KHz Quilo-hertz

LEM Laudo de Exame Médico

MS Ministério da Saúde

MTb Ministério do Trabalho

NPS Nível de Pressão Sonora

NR Norma Regulamentadora

NRR Nível de Redução de Ruído

NRRsf Nível Real de Redução de Ruído

OMS Organização Mundial de Saúde

OPAS Organização Pan-americana de Saúde

PA Perda Auditiva

PAINPSE Perda Auditiva Induzida por Níveis de Pressão Sonora Elevados

PCMSO Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional

PNST Política Nacional em Saúde do Trabalhador

PPP Perfil Profissíográfico Previdenciário

PPPA Programa de Prevenção de Perda Auditiva

PPRA Programa de Prevenção de Riscos Ambientais

PST Programa de Saúde do Trabalhador

RENAST Rede Nacional de Atenção Integral a Saúde do Trabalhador

SINAN Sistema de Informação de Agravos de Notificação

SSST Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho

SNC Sistema Nervoso Central

ST Saúde do Trabalhador

SUS Sistema Único de Saúde

USP Universidade de São Paulo

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 21

2 REVISÃO DE LITERATURA 27

2.1 RUÍDO 27

2.2 ZUMBIDO 31

2.3 PRODUTOS QUÍMICOS 33

2.4 TELESSAÚDE 35

2.5

POLÍTICAS PÚBLICAS EM SAÚDE DO TRABALHADOR E

TRABALHADORA 37

3 PROPOSIÇÃO 45

4 MATERIAL E MÉTODOS 49

4.1 LOCAL 49

4.2 MÉTODO 49

4.2.1 Desenvolvimento do Material 49

4.2.2 Análise 49

4.2.3 Design e Desenvolvimento 50

4.2.4 Implementação 50

4.2.5 Avaliação 51

5 RESULTADOS 55

5.1 ANALISE 55

5.2 DESING E DESENVOLVIMENTO 56

5.3 IMPLEMENTAÇÃO 71

6 DISCUSSÃO 75

7 CONCLUSÕES 81

REFERÊNCIAS 85

APÊNDICES 101

ANEXOS 107

1 Introdução

1 Introdução 21

1 INTRODUÇÃO

A Saúde do Trabalhador (ST) passa a ter nova definição e novo

direcionamento institucional, a partir da Constituição Federal de 1988, com a

instituição do Sistema Único de Saúde (SUS) e sua incorporação como área de

competência própria da saúde. Tal resultado, advindo de um processo constituinte

com marcada participação dos movimentos social e sindical, ensejou estados e

municípios a atualizarem seus estatutos jurídicos de forma a acompanhar essas

modificações e reforçar suas práticas no campo da saúde, em especial a ST.

A partir a implantação do SUS são estruturados, nos serviços públicos, os

Programas de Saúde do Trabalhador - PST em alguns municípios do país,

principalmente no estado de São Paulo. Alguns desses Programas contavam com o

fonoaudiólogo em seus quadros, uma vez que a Perda Auditiva Induzida por Níveis

de Pressão Sonora Elevada (PAINPSE) despontava como principal doença

ocupacional no país. A PAINPSE foi considerada a doença ocupacional de maior

ocorrência no Brasil na década de 80 e, na década de 90, ocupou o segundo lugar

em ocorrência (LEINSTER; BAUM; TONG, 1994).

A Saúde do Trabalhador vem expressamente incluída na seção que disciplina

o direito à saúde, como competência do SUS, no art. 200: “art 200, II, ao SUS

compete executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as

de saúde do trabalhador”. Entende-se por saúde do trabalhador, “um conjunto de

atividades que se destina, por meio de ações de vigilância epidemiológica e

sanitária, à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos

e agravos advindos das condições de trabalho”. Fica evidente que a expressão ST é

por demais abrangente, alcançando todo e qualquer trabalhador, regido ou não

pelas leis trabalhistas (CLT), já que todos, sem exceção, devem receber atenção à

saúde e proteção no ambiente de trabalho. Sendo assim, a ST deve ser entendida e

tratada dentro do conceito de saúde do cidadão, como um direito constitucional.

A partir de 2003 foram implementadas as diretrizes da política nacional de

saúde do trabalhador. Tais diretrizes são:

Atenção integral à ST

Articulação intra e intersetoriais

Estruturação de rede de informações em ST

Apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas

1 Introdução 22

Desenvolvimento e capacitação de recursos humanos

Participação da comunidade na gestão das ações em ST

Entre as estratégias para efetivação da Atenção integral à Saúde do

Trabalhador, destaca-se a Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do

Trabalhador (RENAST), (Brasil, 2005), cujo objetivo é integrar a rede de serviços do

SUS voltados à assistência e a vigilância, além da notificação de agravos à saúde

relacionados ao trabalho em rede de serviços sentinela.

A audição é um dos sentidos mais importantes para o desenvolvimento

psicossocial do indivíduo e tem fundamental importância na integração do homem à

sociedade (GUIDA, 2007). De acordo com a ORGANIZAÇÃO PANAMERICANA e a

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE (OPAS-OMS, 1980), o ruído pode perturbar

o trabalho, o descanso, o sono e a comunicação nos seres humanos; pode

prejudicar a audição e causar ou provocar reações psicológicas, fisiológicas e talvez

até patológicas, afetando diretamente a qualidade de vida (FIORINI, 2004).

Na vida moderna o ruído ocupacional é considerado um dos mais graves

problemas que acomete o sistema auditivo do trabalhador brasileiro. A PAINPSE é

considerada uma entre as dez principais etiologias de perdas auditivas

populacionais, sendo que, de todas as causas de lesão auditiva, é a que apresenta

maior possibilidade de prevenção (AZEVEDO; FIGUEIREDO, 2004).

A PAINPSE sucede-se pela exposição sistêmica e prolongada ao ruído intenso, é

uma doença crônica e irreversível, uma vez que acomete as células ciliadas do

órgão de Corti (FERREIRA, 1998).

Segundo o Comitê de Ruído e Conservação Auditiva da American College of

Occupational Medicine e o Comitê Nacional de Ruído e Conservação Auditiva,

publicado na portaria do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) de 1997, a

PAINPSE acomete inicialmente, as regiões das frequências de 6, 4 ou 3 KHz,

podendo com a progressão da perda, atingir as regiões de 8, 2, 1 KHz, 500 e 250

Hz.

Os efeitos auditivos encontrados em trabalhadores portadores da PAINPSE

limitam a funcionalidade auditiva, provocando alteração de sensibilidade auditiva,

alterações na seletividade de frequências, na resolução temporal e espacial,

recrutamento e zumbido. Tais alterações influenciam diretamente a discriminação

auditiva, dificultando a percepção, principalmente, dos sons da fala, podendo,

1 Introdução 23

também, alterar o padrão de fala de acordo com o grau da perda auditiva (SAMELLI,

2004; MELLO, 1999).

Paniz (2005) ressalta que os programas de conservação auditiva são

implantados apenas nas indústrias e não se observam iniciativas governamentais

para a criação de programas de educação ambiental que, dentre outros alertas,

falem sobre os riscos decorrentes da exposição a sons intensos.

Segundo estudo realizado por Lopes et al. (2009a) considerando que a perda

auditiva ocupacional é passível de prevenção, há necessidade de maior

investimento científico para viabilizar as estratégias de prevenção. Um trabalho

educativo poderá modificar o comportamento de jovens trabalhadores, assim como

dos empresários.

Os Centros em Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST) solicitaram a

criação de um material educativo a ser utilizado pelos profissionais de saúde e

segurança do trabalho devido à inexistência de materiais padronizados pelas

equipes na área de saúde auditiva para a realização de programas educativos.

A produção acadêmica nacional e internacional na área de saúde do

trabalhador revela que se trata de uma área consolidada e produtiva. Entretanto a

literatura traz a necessidade de um conhecimento multidisciplinar para contribuir

efetivamente para a promoção da saúde auditiva nos ambientes de trabalho. A área

de Saúde do Trabalhador representa para a fonoaudiologia um importante campo de

atuação e produção de conhecimento científico. O fonoaudiólogo pode e deve

contribuir em diferentes ações em Saúde do Trabalhador.

Diante dessas considerações, este estudo contribuirá para a educação

continuada à equipe de profissionais de saúde e segurança do trabalho

desenvolvendo um material hipermídia a ser utilizado pelas equipes para promover a

saúde auditiva por meio da conscientização e educação de trabalhadores.

1 Introdução 24

2 Revisão de Literatura

2 Revisão de Literatura 27

2 REVISÃO DE LITERATURA

Este capítulo será dividido em temas para melhor compreensão, serão

abordados conceitos relacionando o ruído ao zumbido e a produtos químicos, teles-

saúde e políticas públicas.

2.1 RUÍDO

No Brasil, a exemplo de outros países, a legislação de saúde e segurança do

trabalho só reconhece o ruído como agente ototraumático e só exige monitoramento

da audição dos trabalhadores expostos a nível de pressão sorona (NPS) acima de

85dB(A). Considerando-se a evidência de que outros agentes ocupacionais também

são nocivos para a audição, pode haver um grande número de trabalhadores com

necessidades de preservação da audição. Tanto o NIOSH (desde 1998) como a

Comunidade Europeia, desde 2003 possuem diretrizes quanto à interação entre

ruído e substâncias químicas ototóxicas. No Brasil, por meio do Decreto no. 3048,

de maio de 1999, a associação entre a exposição química em locais de trabalho e a

PAINPSE são aceitas em pedidos de indenização.

No Brasil a NR 15 (Atividades e Operações Insalubres), que está

contemplada no capitulo V da CLT, entende-se por Limite de Tolerância, “a

concentração ou intensidade máxima relacionada com a natureza e o tempo de

exposição ao agente, que não causará dano á saúde do trabalhador, durante sua

vida laboral” (BRASIL, 2006). A Fundacentro (2002) orienta ainda que no caso do

ruído devem ser considerados:

a) Nível de ação: NPS abaixo dos quais há pouco risco de

desenvolvimento de perda auditiva (PA) decorrentes da exposição ao ruído durante

8 horas;

b) Limite de tolerância: NPS acima dos quais poderá haver

desenvolvimento de PA para orelhas não protegidas, quando expostas à 8h diárias;

c) Limite máximo: valor que não pode ser ultrapassado, por nenhum

período de tempo, sem proteção auditiva adequada.

Segundo a NR 15, para ruído ocupacional continuo ou intermitente,

estabeleceu-se como limite de tolerância 85 dB(A) para um período de exposição de

2 Revisão de Literatura 28

8h diárias. Para incrementos de 5 dB (A), chamado de fator de dobra, o tempo de

exposição diária deve ser diminuído pela metade. Cabe ressaltar que pela Norma de

Higiene Ocupacional o fator de conversão recomendado é de 3 dB, o nível de ação

de 80 dB(A) e o limite máximo é de 115dB(A). Para ruído de impacto, a exposição

para ruídos acima de 140 dB não são permitidas para indivíduos sem proteção

adequada.

A legislação brasileira que aborda os riscos do ruído para a audição inclui:

NR 7 que define o Programa de controle Médico de Saúde Ocupacional

(PCMSO), bem como a Portaria 19, de abril de 1998, que complementa esta NR e

os aspectos relacionados ao monitoramento audiométrico dos trabalhadores;

NR 9 que estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implantação

do Programa de Prevenção de Perda Auditiva (PPPA), visando a prevenção da

saúde e à integridade física dos trabalhadores por meio da antecipação,

reconhecimento, avaliação e controle de riscos existentes no ambiente de trabalho,

abrangendo a avaliação e o monitoramento do ruído no ambiente de trabalho,

inclusos no PPPA;

NR 15 que descreve as atividades operacionais e agentes insalubres e

define seus limites de tolerância;

Ordem de Serviço 608 do INSS, que fortalece a exigência legal da

condução do PPPA;

Instrução Normativa 78, de 2002, que institui o Perfil Profissiográfico

Previdenciário (PPP), dando ênfase aos exames audiométricos e aos critérios para

cálculo da exposição ocupacional ao ruído.

O termo ruído é utilizado para descrever sons indesejáveis ou desagradáveis

ao sistema auditivo, sendo um dos principais agentes nocivos à saúde,

principalmente a audição. O nível de ruído e o tempo de exposição a ele pode

provocar danos auditivos irreversíveis. Os efeitos do ruído na audição podem ser

caracterizados como trauma acústico, alteração temporária do limiar e PAINPSE. O

trauma acústico é definido como um problema auditivo causado por uma única

exposição a níveis sonoros intensos. A alteração temporária do limiar caracteriza-se

por uma mudança temporária dos limiares auditivos que ocorre quando existe uma

exposição a sons de determinadas intensidades por certo período de tempo,

ocasionando a redução da sensação auditiva que, no entanto, depois de cessada a

exposição, tende a voltar ao normal gradativamente (MATOS; MORATA; SANTOS,

2 Revisão de Literatura 29

1998). Jerger e Jerger (1989) afirmaram que a PA pode ser causada pelo fato do

ruído exceder os limites fisiológicos do sistema auditivo. Neste caso pode ocorrer

destruição, total ou parcial, do órgão de Corti, ruptura da membrana timpânica e

alteração na cadeia ossicular.

Segundo Borja et al. (2002) as consequências do ruído intenso dependem de

alguns fatores, sendo estes: a suscetibilidade individual, a intensidade do ruído, ou

seja, a quantidade de energia sonora, e o tempo de exposição a ele.

De acordo com o Ministério do Trabalho (artigo 168 da Consolidação das Leis

do Trabalho, na NR 7 e Portaria SSST/MTb nº 5, publicada em 25 de fevereiro de

1997, foram estabelecidos diretrizes e parâmetros mínimos para a avaliação e o

acompanhamento da audição dos trabalhadores expostos a NPS elevados. Neste

documento a PAINPSE é definida como perda auditiva gerada por níveis de pressão

sonora elevados, com alterações dos limiares auditivos, do tipo neurossensorial,

decorrente da exposição ao ruído ocupacional, apresentando como características

principais à irreversibilidade e a progressão gradual com o tempo de exposição ao

risco. Gatto et al. (2005) defiram a PAINPSE como uma patologia cumulativa e

insidiosa, que progride ao longo dos anos de exposição ao ruído associado ao

ambiente de trabalho.

Essa alteração auditiva manifesta-se, primeiramente nas frequências de 4000

Hz, 6000 Hz e 3000 Hz e com a progressão acometem às frequências de 8000 Hz,

2000 Hz, 1000 Hz, 500 Hz e 250 Hz. Raramente o ruído leva à perda auditiva

profunda, e em geral, não ultrapassa 75 dB para altas frequências e 40 dB nas

baixas frequências, atingindo seu máximo nos primeiros 10 a 15 anos de exposição

(LUXON, 1998; HANGER, BARBOSA-BRANCO, 2004; GATTO et al., 2005).

No Brasil, a Fundacentro segue a tendência mundial recomendando um limite

de exposição ao ruído de 85 dB(A) para uma exposição de oito horas diárias, sendo

que para cada acréscimo de 3 dB, a exposição deve ser reduzida à metade.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o limite tolerável ao

sistema auditivo é de 65 dB (A), sendo que acima deste nível o organismo pode

sofrer estresse, o qual aumenta o risco de doenças. Com ruídos acima de 85 dB (A),

aumenta o risco de comprometimento auditivo, podendo causar efeitos auditivos,

como a PAINPSE e/ou efeitos extra-auditivos. Sabe-se também que, conforme a

susceptibilidade individual, o tempo de exposição e o nível de ruído ao qual a

pessoa está exposta, aumentam o risco de sofrer danos à saúde (BERLUNG;

2 Revisão de Literatura 30

LINDVALLT; SCHWELA, 1999). Por esta razão, faz-se audiometria periodicamente

em indústrias, nas quais os funcionários são expostos a níveis de pressão sonora

superiores a 85 dB.

Uma pesquisa realizada com trabalhadores de indústrias madeireiras do

interior de Rondônia evidenciou carências estruturais relacionadas aos aspectos de

prevenção e controle de ruídos, evidenciando-se assim a necessidade de

implementação de medidas de controle de controle de ruído na fonte, bem como

acompanhamento audiológico. (LOPES et al. ( 2009b).

Lopes et al.(2009c) analisaram 400 prontuários de trabalhadores expostos a

níveis de pressão sonora acima de 85 dB NPS, locados em empresas de diferentes

segmentos. Seus resultados demonstraram diferenças estatisticamente significantes

entre os limiares de baixas e altas frequências e que o tempo de trabalho influenciou

na piora dos limiares nas altas frequências bilateralmente. Quanto à lateralidade não

foram constatadas diferenças significativas entre as orelhas, assim como a ausência

da correlação entre zumbido e PAINPSE. Concluíram que um trabalho intensivo de

promoção da saúde auditiva ou prevenção de perdas auditivas deve ser enfatizado,

principalmente para trabalhadores expostos a níveis elevados de ruído ocupacional,

além da utilização, de forma adequada, de equipamento de proteção auditiva

individual.

A PAINPSE interfere na qualidade de vida dos trabalhadores, uma vez que

causam desvantagens e também incapacidades auditivas, como por exemplo, a

redução da percepção da fala em ambientes ruidosos, televisão, rádio, cinema,

teatro, sinais sonoros de alertas, músicas, sons ambientais. Essas desvantagens

não trazem apenas perdas auditivas, mas também alterações psicossociais e

ambientais como, estresse, ansiedade, isolamento e autoimagem pobre que

compromete as relações do indivíduo na família, no trabalho e na sociedade

(HANGER; BARBOSA-BRANCO, 2004).

As disfunções auditivas são queixas frequentes em trabalhadores expostos ao

ruído, reforçando a necessidade permanente da adoção de medidas preventivas em

relação à exposição ao ruído, tanto coletivas quanto individuais (OGIDO, 2009).

A escolha ou indicação do protetor auditivo, principalmente em presença de

ruído de impacto, deve ser criteriosa e considerar aspectos técnicos como valores

de atenuação, desvio padrão, nível de redução de ruído (NRR), nível real de

2 Revisão de Literatura 31

redução de ruído (NRRsf); portanto, obedece a critérios técnicos e não pode ser por

meio da livre escolha do usuário (NEVES, 2010).

Ao traçar o perfil audiológico de pacientes expostos a ruído, atendidos no

Núcleo de Saúde Ocupacional da Fundação Hospitalar de Montes Claros em Minas

Gerais, pesquisadores concluíram que há alta prevalência de alterações

audiométricas sugestivas de PAINPSE, e que é preocupante o uso insuficiente e

inadequado do equipamento de proteção individual auricular por parte dos

trabalhadores expostos ao ruído (LEÃO; DIAS, 2010).

Oliva et al. (2011) investigaram a audição em três grupos de trabalhadores

expostos a diferentes níveis de ruído, concluíram que houve piora no limiar auditivo

mesmo nos trabalhadores cuja exposição encontrava-se abaixo dos limites de

exposição permissíveis no Brasil.

Acredita-se que o ruído deva ser encarado com mais seriedade pelos

empregadores e empregados, e que se deve investir em treinamentos sobre o

correto uso dos equipamentos de proteção e o cuidado necessário com eles, além

de se trabalhar a conscientização da alteração que o ruído pode trazer para a saúde

auditiva quando se está exposto a ele por muito tempo. O investimento em

implantação de programas de conservação auditiva possibilita a redução dos

sintomas auditivos e não auditivos, assim como a ocorrência da PAINPSE,

promovendo melhor qualidade de vida ao trabalhador (AZEVEDO, 2009). Um

trabalho intensivo de promoção da saúde auditiva ou prevenção de perdas auditivas

deve ser enfatizado, principalmente para trabalhadores expostos a níveis elevados

de ruído ocupacional, além da utilização, de forma adequada, de equipamento de

proteção auditiva individual (LOPES et al., 2009c).

De acordo com EL DIB et al. (2008) não há tratamento efetivo para perda

auditiva permanente resultante de exposição excessiva a níveis de ruído. Entretanto,

os autores afirmam que essa condição pode ser geralmente prevenida por meio da

combinação de medidas em programas contra a perda auditiva, também chamadas

de programas de conservação auditiva.

2.2 ZUMBIDO

O zumbido é uma sensação auditiva percebida pelo indivíduo na ausência de

uma fonte sonora externa. Trata-se de um sintoma, e não de uma doença. Muitas

2 Revisão de Literatura 32

podem ser a causa do zumbido e mais de uma causa pode estar presente no

mesmo indivíduo. Ele tem sido um dos sintomas auditivos mais relatados por

indivíduos expostos a elevados níveis de pressão sonora, como sequela da

agressão sofrida pelo sistema auditivo (STEINMETZ et al., 2010). O aparecimento

do zumbido pode ser um sinal precoce da PAINPSE e surgir antes das alterações

auditivas identificadas no audiograma (MCSHANE et al., 1988). É um sintoma

relatado pelos portadores de PAINPSE, alguns autores chegaram a apresentar uma

prevalência de 49,8% (SHANE, HYDE, ALBERTI, 1988).

A exposição ao ruído intenso se associa ao zumbido, que também é chamado

de acúfeno ou tínitus e pode ser definido como uma sensação sonora não

relacionada com uma fonte externa de estimulação (SAHLEY; NODAR, 2001). A

fisiopatologia do zumbido é ainda controversa. Trata-se de um sintoma que produz

extremo desconforto, de difícil tratamento, de acordo com sua gravidade (HALLAM;

RACHMAN; HINCHCLIFF, 1984).

Além da perda auditiva, o zumbido também é uma queixa comum entre os

trabalhadores que atuam em ambientes ruidosos. Salienta-se também, que quanto

maior o tempo de exposição ao ruído, maior o comprometimento dos limiares

auditivos (LOPES et al., 2009 c).

Vários estudos referem à relação entre PAINPSE e zumbido, sendo

influenciado por fatores como idade e tempo de serviço (LOPES et al., 2009a;

STEINMETZ et al., 2009; DIAS et al., 2006).

Indivíduos com audiometrias sugestivas de PAINPSE mostraram-se mais

vulneráveis ao zumbido, além de apresentarem mais dificuldade de conversar em

ambientes ruidosos (AZEVEDO, 2009).

Um estudo realizado por Steinmetz et al. (2009) demonstrou que

trabalhadores com tempo médio de serviço de 6,8 anos já possuem queixa de

zumbido. Tal trabalho indicou, também, a ocorrência deste sintoma em 70% dos

indivíduos com limiares normais expostos ao ruído ocupacional.

Em dois ambulatórios de audiologia na cidade de Bauru, Dias et al. (2006)

entrevistaram e avaliaram 284 trabalhadores com histórico de exposição ao ruído

ocupacional. Estudaram a existência de associação entre PAINPSE e ocorrência de

zumbido, observando que a prevalência de zumbido aumenta de acordo com a

evolução do dano auditivo, controlado para a idade e tempo de exposição ao ruído.

Justificando o investimento em programas de conservação auditiva voltados para o

2 Revisão de Literatura 33

controle da emissão de ruídos na fonte e para a intervenção na evolução das perdas

auditivas geradas pela exposição a níveis de pressão sonora elevada visando à

prevenção da saúde auditiva e à diminuição dos sintomas associados.

Barreto (2011) em estudo realizado com militares, relata a necessidade de

implementação de um Programa de Prevenção Auditiva para os mesmos, pois

evitaria o aparecimento de sintomas auditivos como perda auditiva e zumbido e

sintomas não auditivos decorrentes da perda auditiva, além de proporcionar uma

melhor gestão dos recursos econômicos tanto para prevenção da perda auditiva

quanto para o tratamento, caso as medidas preventivas tenham sido suficientemente

eficazes.

2.3 PRODUTOS QUÍMICOS

Ao se considerar a perda auditiva na vida dos trabalhadores, é importante que

se conheça agentes que as ocasionem e/ou agravem, dentre estes estão os

produtos químicos. A PAINPSE pode ser agravada por meio da exposição

simultânea do trabalhador a ruídos intensos e agentes químicos. Da mesma forma, o

trabalhador que ingere ototóxicos ou é portador de alguma doença pode ter sua

sensibilidade ao ruído aumentada.

Barregard e Axelsson (1984) discutiram a interação entre ruído e produtos

químicos e observaram que um grande número de produtos químicos podem causar

danos auditivos quando associados ao ruído e a medicamentos. Este dado foi

confirmado por outro estudo de Souza e Bernardi (2001).

Nylen et al. (1995) informaram que na indústria, podem ser observados até 9

fatores de risco, com exposição simultânea média de 2,7 agentes. Se forem

considerados apenas produtos químicos, o número de agentes e combinações

possíveis é imenso. Dessa forma, com a possibilidade de ocorrer efeito auditivo,

potencialização ou interação sinérgica entre os agentes, os limites de tolerância não

representam nenhuma garantia de proteção aos trabalhadores e, portanto, não

deveriam pautar as políticas de prevenção de danos à saúde. Dentre os diversos

produtos químicos presentes nos ambientes de trabalho, podem ser destacados 3

grupos com poder de ototoxicidade: (1) Metais: arsênio, chumbo, cobalto, manganês

e mercúrio; (2) Gazes asfixiantes: cianido, nitrato de butila e monóxido de carbono;

2 Revisão de Literatura 34

(3)Solventes orgânicos: tolueno, xinelo, estireno, dissulfeto de carbono,

tricloroetileno, n-hexano e butanol.

Como os solventes orgânicos são conhecidos por seus efeitos neurotóxicos

tanto para o sistema nervoso central (SNC) quanto para o periférico, pesquisadores

se baseiam na hipótese de que eles podem causar danos às células sensoriais e

periféricas da cóclea. Experimentos com animais confirmaram alterações precoces,

tanto tolueno, estireno, etilbenzeno, tricloroetileno, benzeno, monóxido de carbono e

cianeto de hidrogênio interagem sinergicamente com o ruído ou potencializam os

seus efeitos no sistema auditivo (MORATA, 2003). Sabe-se também que alguns

agentes químicos em altas concentrações podem afetar a audição, sem a exposição

concomitante ao ruído. As investigações publicadas até o momento indicam que os

efeitos dos solventes podem ser detectados a partir de 2 ou 3 anos de exposição,

mais precocemente que os efeitos do ruído (MORATA, DUNN, SIEB, 1997).

Leroux, Morata (2005) relataram que alguns agentes presentes no ambiente

de trabalho, além do ruído, que combinados, representam um risco potencial para a

saúde.

Vilela, Malagolo e Morrone (2005) analisaram as audiometrias de

desinsetizadores que aplicaram praguicidas regularmente em 2001/2002, sendo que

nesse último ano a empresa pesquisada possuía 600 desinsetizadores. Os exames

audiométricos foram realizados em 37% dos trabalhadores, 33 audiometrias

apresentaram alterações suspeitas de PAINPSE, sendo que em seis destes

puderam ser confirmados. No entanto, os autores discutem que, logo esse número

pode ser até três vezes maiores devido à pesquisa não ter sido realizada em todos

os desinsetizadores. Questionaram a hipótese quanto à possibilidade da

combinação sinérgica entre os agentes agressivos, a exposição aos agentes

químicos e ao ruído é potencializada pela exposição ao calor, que implica em

abertura dos poros da pele, via fundamental para o ingresso dos produtos químicos.

Fernandes e Souza (2006) analisaram o perfil audiológico de trabalhadores

expostos a ruído e produtos químicos, em usina de açúcar e álcool. Os autores

classificaram os achados audiológicos e encontram 40% dos trabalhadores do setor

de exposição aos agentes químicos apresentaram grau de perda 1 com queda a

partir de 4KHz, segundo a classificação de Merluzzi (1979), certificando a maior

porcentagem de perdas. No setor de exposição ao ruído e aos agentes químicos,

10% dos trabalhadores apresentaram grau de perda 1 e, 20% apresentaram grau de

2 Revisão de Literatura 35

perda 2 com queda a partir de 3 KHz , demonstrando assim o menor número de

perdas, mas com agravamento em relação ao grau, indicando a nocividade ampliada

dos agentes associados. No setor de exposição a ruído 20% deles apresentaram

grau de perda 1. Eles observaram a existência do risco auditivo não só na exposição

ao ruído, mas também na exposição a produtos químicos, indicando maior gravidade

quando a exposição é associada.

Crawford et al. (2008) estudaram a audição de agricultores expostos a

organofosforados por cinco anos, concluíram que essa exposição aumenta o risco

de perda auditiva.

Segundo Botelho et al. (2009) em um estudo comparativo de exames

audiométricos de metalúrgicos expostos a ruído (grupo I) e ruído associado a

produtos químicos (grupo II), observaram que os indivíduos do grupo II

apresentaram maior prevalência de perda auditiva quando comparado ao grupo I.

Segundo Morata e Franks (1994), somente forte intensidade de ruído é

considerada como ototraumática e, muitas vezes, as medidas de controle de ruído e

o uso de equipamento de proteção indivudual (EPI) não são suficientes para

prevenir a PA. Os autores destacam a ototoxidade em razão da exposição a

produtos químicos, garantindo que só a compreensão do risco da exposição

combinada é que um programa de prevenção será efetivo.

Ainda hoje é raro encontrar programas de conservação auditiva empresarial

que considerem produtos químicos como possíveis causadores de transtornos

auditivos, bem como sua exposição simultânea ao ruído. Com um olhar otimista, em

1999 a Previdência Social (Decreto Nº 3048 de 06 de maio de 1999), reconheceu o

benzeno e hidrocarbonetos alifáticos ou aromáticos como possíveis causadores de

hipoacusia ototóxica, porém esse decreto delimita-se a alguns solventes (Azevedo,

2004).

2.4 TELESSAÚDE

No Brasil, a Telessaúde em Fonoaudiologia foi regulamentada em 25 de abril

de 2009 (D.O.U) com a resolução n° 366 do Conselho Federal de Fonoaudiologia

(CFF).

Em relação à telessaúde, o Brasil possui um lugar de destaque na América

Latina, com trabalhos competitivos em relação aos países da Europa, e da América

2 Revisão de Literatura 36

do Norte. Tudo isso é fruto de um grande empenho de instituições brasileiras em

projetos de teleducação, teleassistência e pesquisa multicêntrica com o objetivo de

melhorar a qualidade de vida da população (WEN, 2006).

A Telessaúde é uma das ferramentas usadas para a promoção da saúde,

visto que ela inclui sistemas de suporte ao processo de cuidado à saúde pelo

fornecimento de meios mais efetivos e eficientes de trocas de informações. Este

conceito incorpora uma ampla extensão de atividades relacionadas à saúde que vão

além do cuidado ao paciente, englobando também a promoção de saúde, a

educação ao paciente e profissional, a prevenção de doença, a vigilância

epidemiológica, o gerenciamento de serviços de saúde e a proteção ambiental,

dentre outras (BASHSHUR; REARDON; SHANNON, 2000).

Givens (2003) referiu em seu estudo que a Telessaúde é o uso da tecnologia

da informação e comunicação para transferir informações e/ou dados no suporte aos

cuidados da saúde. Estudos têm sido desenvolvidos nas áreas de Enfermagem

(BERNAL et al., 2008), Terapia Ocupacional (HOLLIS; MADILL, 2006), Fisioterapia

(RUSSELL,2007), além da Fonoaudiologia (BASTOS; FERRARI, 2011)

demonstrando resultados positivos com as diferentes aplicações da Telessaúde

(teleconsulta/teleatendimento, telediagnóstico, telereabilitação e teleducação).

Em relação à fonoaudiologia, ressaltando a área de audiologia, alguns

estudos desenvolveram materiais educacionais predominantemente no formado de

CD-ROM enfatizando o ensino à distância e a aprendizagem (BLASCA;

BEVILACQUA, 2006; BLASCA; MANTOVANI, CAMPOS, 2005).

A Portaria do Ministério da Saúde Nº 3.127, de 28 de Dezembro de 2012,

altera dispositivos da Portaria nº 2.554/GM/MS, de 28 de outubro de 2011, que

institui, no Programa de Requalificação de Unidades Básicas de Saúde, o

Componente de Informatização e Telessaúde Brasil Re-des na Atenção Básica,

integrado ao Programa Nacional Telessaúde Brasil Redes. Considerando essa

Portaria a Resolução CFFa nº 427, de 1º de março de 2013

"Dispõe sobre a regulamentação da Telessaúde em Fonoaudiologia e dá

outras providências."

Dentre os materiais desenvolvidos pode-se citar o Cybertutor em Audiologia,

Homem Virtual (que desenvolve modelos em computação gráfica, tecnologia 3D e

movimentos realistas do corpo humano, e tem o objetivo de facilitar a transmissão

de conhecimento em saúde com finalidade instrutiva e também para orientações a

2 Revisão de Literatura 37

pacientes e público em geral), Portal dos Bebes (website), Cyberambulatorio,

focando a segunda opinião formativa e discussão de casos clínicos, além de

videoconferências como ferramenta para capacitação de agentes comunitários

(ACS), na área de saúde auditiva infantil (BLASCA et al., 2010; MELO., et al, 2010).

Estas práticas educacionais à distância associadas aos recursos interativos

possibilitaram o advento da tele-educação interativa. Dessa forma, a tele-educação

interativa é mais do que o simples ato de reunir informações e tecnologias, é a união

criteriosa dos recursos de informática e telecomunicação baseados em modelos

educacionais, estimulando a interatividade e mantendo o interesse do aluno por

meio de meios de comunicação eficientes e dirigidos (WEN, 2009).

Os sistemas hipermídia podem ser considerados plataformas de alto valor

cognitivo para a construção de significados, uma vez que permite a incorporação de

representações imagéticas e sonoras (multimídia) ao hipertexto – estrutura

semântica na qual textos são vinculados por meio de associações (MELEIRO;

GIORDAN, 2003).

Segundo Assis; Cruz (2007), para que o material didático assuma seu papel

primordial de estabelecer a relação educativa da educação a distância é necessário

que o autor delimite a situação problema, conheça o público alvo, defina os objetivos

do material, formule atividades finais de avaliação e revisão do conteúdo, adapte a

linguagem e o estilo de comunicação ao público alvo e desenvolva o trabalho em

equipe multidisciplinar.

Uma das áreas de excelência da Telessaúde é o uso de tecnologias para

promover a Educação à Distância (EaD). De acordo com a legislação brasileira, a

EaD é uma modalidade de ensino que possibilita a autoaprendizagem, com

mediação de recursos didáticos sistematicamente organizados, apresentados em

diferentes suportes de informação, utilizados isoladamente ou combinados, e

veiculados pelos diversos meios de comunicação. A EaD, enquanto ciência, enfatiza

o uso de diversas tecnologias de comunicação e informação no desenvolvimento

profissional e humano, possibilitando a abrangência de um leque de opções

interativas (MORAN, 2002; VICINGUERA, 2002).

2.5 POLÍTICAS PÚBLICAS EM SAÚDE DO TRABALHADOR E

TRABALHADORA

2 Revisão de Literatura 38

As políticas públicas são processos por meio dos quais os vários níveis do

governo (federal, estadual e municipal) e a sociedade organizada transformam seus

propósitos em programas, projetos e ações (ZIONI, ALMEIDA 2008). No Brasil, as

políticas públicas de saúde, a partir da Constituição de 1988, orientam-se pelos

princípios doutrinários do SUS: (1) universalidade, (2) equidade e (3) integralidade.

Para viabilização destes princípios, o SUS apresenta outros princípios

organizacionais: (1) regionalização e hierarquização, (2) resolutividade, (3)

descentralização e (4) controle social. Esses princípios organizacionais se traduzem

pela cadeia de cuidados progressivos à saúde, estando à política nacional de saúde

auditiva nesta rede de cuidados.

As primeiras tentativas de regulamentação da exposição ao ruído ocupacional

datam de 1955, nos Estados Unidos (NIOSH, 1988). No Brasil, a legislação que

aborda os riscos para a audição inclui a Norma Regulamentadora 7 (NR7) que

define o PCMSO, bem como a portaria nº. 19, de 1998, que completa esta NR e os

aspectos relacionados à avaliação da audição de trabalhadores. A NR 9, que

estabelece a obrigatoriedade do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais

(PPRA), a NR15, que descreve os agentes insalubres, ( incluindo o ruído) e os

limites de tolerância, a Ordem de Serviço nº. 608/98 do INSS, que fortalece a

exigência legal do PPPA, assim como a Ordem Instrução Normativa nº. 78, de 2002,

que institui o Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP), com ênfase nos exames

audiológicos (BRASIL, 2006).

Os Programas de Prevenção de Perdas Auditivas (PPPA) envolve um

conjunto de medidas para minimizar e gerenciar riscos ambientais a audição,

evitando-se assim o desencadeamento e/ou agravamento das perdas auditivas

relacionadas ao trabalho, além de desenvolver ações de vigilâncias sanitárias e

epidemiológicas para a proteção do trabalhador e a prevenção dos agravos a sua

saúde (BRAMATTI, 2008)

As ações de ST passaram a ser competência do SUS em 1988, com a

promulgação da Constituição do Brasil (art. 200). Em seguida, em 1990, segundo o

regulamento da Constituição, foi sancionada a Lei Orgânica da Saúde, nº 8080 de

19/09/1990, que dispõe em seu artigo 6º a atuação do SUS na área de ST, sendo

entendida como um conjunto de atividades que se destinam, por meio das ações de

vigilância epidemiológica e sanitária, à promoção e proteção da saúde dos

2 Revisão de Literatura 39

trabalhadores, assim como a recuperação e reabilitação daqueles submetidos aos

riscos e agravos advindos das condições de trabalho. Desta forma a demanda em

Saúde do Trabalhador deve envolver toda a rede de serviços de saúde, desde o

mais simples até o serviço de alta complexidade.

Os CEREST são resultados de uma política sanitária governamental,

decorrente de um processo reivindicatório entre diferentes atores: trabalhadores,

sindicalistas, profissionais interessados na preservação da saúde (OLIVEIRA, 2001).

Atualmente devem ser compreendidos como polos irradiadores, no âmbito de um

determinado território, da cultura especializada subentendida na relação processo de

trabalho/processo saúde/doença, assumindo a função de suporte técnico e

científico, deste campo do conhecimento e tem como um dos objetivos atender às

demandas decorrentes do quadro epidemiológico do estado, a partir de uma

cooperação técnica interinstitucional. Suas ações são desenvolvidas em equipe

multidisciplinar, envolvendo: médicos do trabalho, assistentes sociais, psicólogos,

enfermeiros, fisioterapeutas, engenheiros de segurança no trabalho, fonoaudiólogos,

entre outros. Voltados para esta visão, suas atividades consistem em atendimento

ambulatorial, fiscalização das condições de saúde do trabalhador, avaliação e

diagnóstico de ambiente de trabalho, realização de projetos específicos a partir da

demanda dos sindicatos e da rede de saúde, cursos de capacitação, orientação e

educação em saúde.

As Portarias no 1.679, 2.437 e 2.728 proíbem expressamente que os CEREST

assumam funções correspondentes aos Serviços Especializados de Segurança e

Medicina do Trabalho, ou funcionem como porta de entrada do sistema de saúde, a

nomenclatura e modelo CEREST favorece a ênfase na atuação mais assistencial

que preventiva, principalmente em regiões onde o controle social em saúde do

trabalhador esteja enfraquecido, e os CEREST desarticulados em relação às

estruturas das secretarias de saúde.

A falta de padronização da inserção dos CEREST nas secretarias estaduais e

municipais de saúde ainda é um ponto crítico da saúde do trabalhador no SUS.

Desse modo, a despeito de a designação CEREST ter sido oficializada, não houve a

homogeneização da inserção dos CEREST nas estruturas do SUS. Os CEREST

continuam vinculados a distintas áreas do setor Saúde, o que pode repercutir na

gestão dos centros, trazendo dificuldades à integração institucional e, mesmo, à

2 Revisão de Literatura 40

organização das ações, dependendo de sua inserção (LEÃO; VASCONCELLOS,

2011).

No final do ano de 2002, uma oportunidade política, surgida no âmbito da

Secretaria de Assistência à Saúde do Ministério da Saúde, permitiu a criação da

RENAST, pela portaria 1.679 de 19 de setembro de 2002. A partir de 2003, a

coordenação da Área Técnica de Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde

priorizou a implementação da RENAST como a principal estratégia da Política

Nacional de Saúde do Trabalhador (PNST) para o SUS (MINISTÉRIO DA SAÚDE,

2004).

A RENAST é uma rede nacional de informação e práticas de saúde,

organizada com o propósito de implementar ações assistenciais, de vigilância e de

promoção da saúde, no SUS, na perspectiva da Saúde do Trabalhador. A

compreensão do processo saúde-doença dos trabalhadores, que norteia a RENAST,

está baseada no enfoque das relações Trabalho-Saúde-Doença e da centralidade

do trabalho na vida das pessoas, desenvolvido pela epidemiologia social. A

RENAST integra e articula as linhas de cuidado da atenção básica, da média e alta

complexidade ambulatorial, pré-hospitalar e hospitalar, sob o controle social, nos

três níveis de gestão: nacional, estadual e municipal, tendo como eixo os CEREST.

Estes deixam de ser porta de entrada do Sistema e assumem o papel de suporte

técnico e científico e de núcleos irradiadores da cultura da centralidade do trabalho e

da produção social das doenças, no SUS.

Na área de Saúde do Trabalhador as informações são obtidas a partir de

dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) que é

alimentado, principalmente, pela notificação e investigação de casos de doenças e

agravos que constam da lista nacional de doenças de notificação compulsória

(Portaria GM/MS Nº 104, de 25 de janeiro de 2011), mas é facultado a Estados e

Municípios incluir outros problemas de saúde importantes em sua região. Além do

SINAN, existe o banco de dados da Previdência Social, que é alimentado a partir da

emissão da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT). Nesse caso, abrangem

apenas os trabalhadores inseridos no mercado formal de trabalho. A CAT foi

prevista inicialmente na Lei nº 5.316/67, com todas as alterações ocorridas

posteriormente até a Lei nº 9.032/95, regulamentada pelo Decreto nº 2.172/97.

A Lei nº 8.213/91 determina no seu artigo 22 que todo acidente do trabalho ou

doença profissional deverá ser comunicado pela empresa ao INSS, sob pena de

2 Revisão de Literatura 41

multa em caso de omissão. Cabe ressaltar a importância da comunicação,

principalmente o completo e exato preenchimento do formulário, tendo em vista as

informações nele contidas, não apenas do ponto de vista previdenciário, estatístico e

epidemiológico, mas também trabalhista e social.

2 Revisão de Literatura 42

3 Proposição

3 Proposição 45

3 PROPOSIÇÃO

Elaborar um material hipermídia sobre prevenção de perdas auditivas de

origem ocupacional a ser usado na educação continuada pela equipe de

profissionais de saúde e segurança do CEREST, RENAST e ACS.

3 Proposição 46

Material e Métodos

4 Material e Métodos 49

4 MATERIAL E MÉTODOS

4.1 Local

Este estudo é conduzido no Departamento de Fonoaudiologia da

Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo, Campus de Bauru,

sob aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa desta Faculdade em 07 de julho de

2011, sob o protocolo nº 046/2011(anexo A).

4.2 Método

4.2.1 Desenvolvimento do Material:

A produção do material proposto está seguindo as fases de

desenvolvimento de “design instrucional contextualizado” sugerido por Filatro e

Piconez (2004), organizado e definidos pelos autores em diferentes estágios:

A. Análise: envolve a identificação de necessidades de aprendizagem, a

definição de objetivos instrucionais e o desenvolvimento das restrições envolvidas.

B. Design e Desenvolvimento: quando ocorre o planejamento da

instrução e a elaboração dos materiais e produtos instrucionais.

C. Implementação: quando se dá a capacitação e ambientação da

proposta de design instrucional e a realização do evento ou situação de ensino-

aprendizagem propriamente ditos.

D. Avaliação: envolve a avaliação e a revisão do sistema proposto.

4.2.2 Análise:

Foi realizada uma reunião com a fonoaudióloga do CEREST de Bauru, para

discutir sobre as necessidades que o CEREST dessa região possui, foi relatada a

falta de um material único para realização de seminários de prevenção e promoção

de saúde. As fonoaudiólogas dos CERESTs regionais e estaduais utilizam seu

próprio material, não tendo a homogeneização de um material hipermídia para

atividades em grupo.

4 Material e Métodos 50

Foi enviado um e-mail para todos os 58 CEREST regionais e estaduais

(apêndice A), questionando sobre quais as maiores dificuldades encontradas pelas

fonoaudiólogas, na área de saúde auditiva do trabalhador (apêndice B).

De acordo com as necessidades relatadas o material hipermídia escolhido foi

o Compact Disc Read-Only Memory (CD-ROM).

4.2.3 Design e Desenvolvimento

Para o conteúdo programático do material proposto foi feita uma consulta

sistemática das publicações científicas nacionais e internacionais, utilizando livros,

documentos e publicações governamentais extremamente importantes para

definições e conceitos. Foram levantados artigos científicos na biblioteca virtual em

saúde- BIREME que compreende as bases de dados LILACS, IBECS, MEDLINE,

Biblioteca Cochrane, SCIELO e a base de dado PUBMED. As palavras chaves

definidas: ruído, audição, agentes químicos, zumbido, perda auditiva prevenção,

tele-educação, telessaúde e saúde ocupacional foram utilizadas como descritores

para encontrar os artigos relacionados. Os textos selecionados foram os que

apresentaram relevância relativa ao tema pesquisado, e excluídos aqueles que

apresentavam informações que não se enquadrassem ao objetivo do estudo e às

normas de publicação do material hipermídia.

O CD-ROM foi composto por temas a serem utilizados nas palestras

realizadas pelas fonoaudiólogas do CEREST, o material aborda temas como:

anatomo fisiologia da audição, PAINPSE, exames audiológicos, diagnóstico,

equipamento de proteção individual, agentes químicos, notificação, reabilitação e

ações preventivas.

4.2.4 Implementação

A implementação ocorre junto a fase de análise, planejamento e produção,

essa fase avança de acordo com os estágios, podendo ser alterada e adicionada

mais detalhes.

4 Material e Métodos 51

4.2.5 Avaliação

Essa fase será realizada em pesquisas futuras com uma amostra

estatisticamente significante, devido exigir um maior tempo hábil para a realização

da mesma. Após exame de qualificação a banca realizou a solicitação devido as

múltiplas variáveis nas etapas de avaliação e validação, uma vez que demanda

tempo para avaliação do conhecimento ao longo do tempo. Dessa forma, a

realização do CD já envolve varias etapas na sua construção, como literatura

especializada, lay out, design e desenvolvimento.

4 Material e Métodos 52

5 Resultados

5 Resultados 55

5 RESULTADOS

Para facilitar a compreensão do leitor, este capítulo será dividido em tópicos.

5.1 Análise

Essa fase foi primordial para seleção do conteúdo do material, após

identificação das necessidades que os profissionais do CEREST possuem foram

definidos os objetivos para o desenvolvimento do material educativo. Foram

respondidos apenas dez dos cinquenta e oito e-mails enviados, os CERESTs que

responderam são das cidades que encontram-se da tabela 1.

Tabela 1- CERESTs que responderam ao e-mail enviado.

Estadual Regional

1-Espírito Santo 6-Batatais

2-Goiânia 7-Jundiaí

3-Mato Grosso do Sul 8-Pelotas

4-Rio Grande do Sul 9-Pindamonhangaba

5-Rio de Janeiro 10-Registro

Nos e-mails respondidos por fonoaudiólogos ou coordenadores, em alguns

CERESTs foram relatados não haver um material educativo para discussões em

grupos, não terem fonoaudiólogos especializados na área no qual contam com um

serviço de apoio externo na área de fonoaudiologia e a não notificação em PAINPSE

pelo desconhecimento desse procedimento pelos profissionais de saúde,

principalmente o fonoaudiólogo.

O CD-ROM foi escolhido devido à facilidade de utilização, sendo necessário

apenas um computador com sistema operacional do Windows, este material será

utilizado por fonoaudiólogos e profissionais da saúde e segurança do trabalho para

palestras, treinamentos e reuniões para discussões em grupos.

5 Resultados 56

5.2 Design e Desenvolvimento

Para desenvolvimento do material foi fundamental a contratação de um

profissional da área da computação, no qual um designer gráfico estruturou o

conteúdo informativo em linguagem visual atrativa. Foram realizadas reuniões e

trocas de informações, sendo entregue inicialmente a ele o conteúdo teórico do

material em slides montados no Microsoft Office PowerPoint 2010. Nessa fase foram

selecionados imagens e recursos audiovisuais que seriam utilizadas no CD-ROM. A

linguagem escolhida para elaboração do material foi uma linguagem objetiva, a fim

de atingir todas as classes sociais de trabalhadores. O designer buscou unificar o

conteúdo informativo com linguagem visual atraente, preocupando-se em adotar um

design facilitador do entendimento, transformando o conteúdo científico em uma

linguagem de fácil compreensão. Primeiramente, foi necessário estabelecer uma

identidade visual para o projeto trabalhando a tipologia do título "Programa de

prevenção de perdas auditivas relacionadas ao trabalho" com grande destaque,

contrastando com o fundo. Foi utilizada a mescla de cores azul e laranja, sendo

estas cores complementares, garantindo assim uma harmonia visual. O azul

transmite seriedade e tranquilidade, enquanto o laranja proporciona dinamismo e

luminosidade à composição.

Na textura de fundo, foram projetadas "ondas" que remetem à ideia de ondas

sonoras chegando ao sistema auditivo. Para enriquecer o layout, animações de

transição buscaram garantir o foco do expectador ao tema em questão.

Logo abaixo, há o botão iniciar em uma cor chamativa (verde saturado), para

que o usuário que maneja a interface possa logo identificar onde iniciar a

apresentação de telas. Este recurso também permite maior controle de um possível

“instrutor” da apresentação, pois a tela de abertura do projeto pode ficar disponível

no computador antes mesmos dos trabalhadores chegarem. Por fim, no rodapé,

foram inseridos os créditos do projeto, com as marcas da USP, FOB e FAPESP. Os

slides internos foram trabalhados para manter uma diagramação harmônica do

conteúdo, propondo fácil entendimento ao observador e ao dirigente que irá fazer a

apresentação. Para isso, todos os títulos, parágrafos e imagens foram padronizados.

Foi adicionado um ícone de mais (+) para tópicos em que o usuário do CD-ROM

pode acessar maiores informações a respeito do assunto, visando maior

inteligibilidade. A linguagem visual é de grande importância para o entendimento de

5 Resultados 57

qualquer interface em que há interação humano-computador. Assim, a partir de

técnicas de design, buscou-se transmitir a mensagem de uma maneira mais

agradável e eficiente ao usuário.

O trabalho integrado entre os profissionais foi fundamental para o

desenvolvimento do material.

Após três versões devido a correções no material, a versão atual do CD-ROM

encontra-se nas telas abaixo.

Figura 1- Tela Inicial

Figura 2- Tela do tópico Fundamentação

5 Resultados 58

Figura 3- Tela do tópico Fundamentação

Figura 4- Tela do tópico Perda Auditiva Induzida por Níveis de Pressão Sonora Elevados

Figura 5- Telas do tópico Perda Auditiva Induzida por Níveis de Pressão Sonora Elevados

5 Resultados 59

Figura 6- Tela do tópico Perda Temporária do Limiar

Figura 7- Tela do tópico Fatores que influenciam a Perda Auditiva Relacionada ao Trabalho

Figura 8- Tela do tópico Quadro Comparativo de Nível de Pressão Sonora

5 Resultados 60

Figura 9- Tela do tópico Fatores Agravantes para Perda de Audição Relacionada ao Trabalho

Figura 10- Tela do tópico Agentes Otoagressores

Figura 11- Tela do Tópico Sinais e Sintomas Auditivos

5 Resultados 61

Figura 12- Tela do Tópico Sinais e Sintomas Não Auditivos

Figura 13- Tela contendo Vídeo do Homem Virtual

Figura 14- Tela do tópico Anatomia do Sistema Auditivo

5 Resultados 62

Figura 15- Tela do tópico Anátomo-fisiologia da Audição

Figura 16- Tela do tópico Anátomo-fisiologia da Audição

Figura 17- Tela do tópico Anátomo-fisiologia da Audição

5 Resultados 63

Figura 18- Tela do tópico Anátomo-fisiologia da Audição

Figura 19- Tela do tópico Procedimentos para o Diagnóstico

Figura 20- Tela do tópico Procedimentos para o Diagnóstico

5 Resultados 64

Figura 21- Tela do tópico Procedimentos para o Diagnóstico

Figura 22- Tela do tópico Procedimentos para o Diagnóstico

Figura 23- Tela do tópico Procedimentos para o Diagnóstico

5 Resultados 65

Figura 24- Telas do tópico Diagnóstico Audiológico

Figura 25- Telas do tópico Diagnóstico Audiológico

Figura 26- Telas do tópico Diagnóstico Audiológico

5 Resultados 66

Figura 27- Telas do tópico Diagnóstico Audiológico

Figura 28- Telas do tópico Diagnóstico Audiológico

Figura 29- Telas do tópico Diagnóstico Audiológico

5 Resultados 67

Figura 30- Telas do tópico Diagnóstico Audiológico

Figura 31- Telas do tópico Notificação de PAINPSE

Figura 32- Telas do tópico Notificação de PAINPSE

5 Resultados 68

Figura 33- Telas do tópico Notificação de PAINPSE

Figura 34- Telas do tópico Notificação de PAINPSE

Figura 35- Tela do tópico Responsabilidade Jurídica

5 Resultados 69

Figura 36- Tela do tópico Responsabilidade Jurídica

Figura 37- Tela do tópico Responsabilidade Jurídica

Figura 38- Tela do tópico EPI

5 Resultados 70

Figura 39- Tela do tópico EPI

Figura 40- Tela do tópico EPI

Figura 41- Tela do tópico EPI

5 Resultados 71

Figura 42- Tela do tópico EPI

Figura 43-Tela Final

5.3 Implementação

O material foi finalizado após três versões, a primeira foi corrigida após o designer

entregar a primeira versão do CD-ROM, a segunda após a correção realizada pela

banca de qualificação do mestrado que avaliaram o material, e a terceira versão

após a autora juntamente ao designer avaliar possíveis erros de conteúdo teórico e

visual.

5 Resultados 72

6 Discussão

6 Discussão

75

6 DISCUSSÃO

Este trabalho foi elaborado baseado em estudos sobre a EaD, a qual se

caracteriza como uma modalidade de ensino que utiliza meios tecnológicos para o

processo de ensino e aprendizagem (DECRETO Nº 5.622, DE 19 DE DEZEMBRO

DE 2005). Jucá (2006) relata que o uso adequado de recursos tecnológicos auxilia

no processo de aprendizagem, tornando o ensino mais estimulante e eficaz. Entre

os materiais hipermídias existentes o CD-ROM foi escolhido devido à facilidade de

acesso, custo e a distribuição. Estudos comprovam que o CD-ROM é um dos

métodos mais aceitos e eficazes no processo de ensino - aprendizagem (FEEG;

BASHATAH; LANGLEY, 2005; DE MUTH; BRUSKIEWITZ, 2006; BLASCA et al.,

2012). Apresentando a capacidade de recuperação de conteúdos em qualquer lugar

e tempo (SANTOS; ZANETTE; NICOLEIT; FIUZA, 2006).

O CD-ROM intitulado de “Programa de Prevenção de Perdas Auditivas

Relacionadas ao Trabalho” apresenta uma linguagem clara e objetiva. No que se

refere à decisão do conteúdo, na fase de análise deste estudo foram selecionados

temas compatíveis com a modalidade de ensino proposta, de acordo com as

necessidades de aprendizagem do público alvo. A fase de planejamento e

elaboração do CD-ROM solicita um tempo maior devido à responsabilidade de

desenvolver um material de importante conteúdo.

Identificar as necessidades de aprendizagem do público alvo é imprescindível

para a definição dos objetivos instrucionais (SANT’ANA, 2012), para elaboração do

CD-ROM foram levados em consideração as respostas dos e-mails enviados aos

CERESTs.

Filho et al. (2009) enfatizam a importância da preparação pedagógica para a

produção de materiais didáticos para a EaD, uma vez que esses materiais não

podem ser meras cópias de livros ou aulas produzidas para o ensino presencial, não

é simples transferência de conteúdos do papel para o computador.

Brisolin et al, (2013) realizaram um estudo em uma indústria de alimentos em

que os funcionários não possuíam grandes conhecimentos com relação aos

malefícios dos ruídos a que estão expostos diariamente. Foram associados

conteúdos teóricos ao áudio visual com o intuito de auxiliar a compreensão do

público alvo, esses recursos entre associação de teoria, imagem e som

possibilitaram maior apreensão e exploração do conteúdo. O CD-ROM desenvolvido

6 Discussão

76

buscou realizar essa associação de conteúdo teórico com o visual, devido a estudos

comprovarem que há maior facilidade de assimilação das informações apresentadas

ao público alvo.

Os CD-ROM podem armazenar qualquer tipo de conteúdo, desde dados

genéricos, vídeo e áudio, ou mesmo conteúdo misto. O material hipermídia

desenvolvido contém informações que relaciona a audição a perda auditiva induzida

por níveis de pressão sonora elevados por meio de imagens, textos, e vídeo.

Trevisan e Bisognin (2008) ressaltaram que a complementação de conteúdos

teóricos com informações visuais e auditivas são estratégias indispensáveis na EAD,

devido estimularem diversos sentidos ao mesmo tempo auxiliando no processo de

ensino aprendizagem.

A elaboração do CD-ROM ocorreu de forma integrada com o profissional de

design, no qual a autora contribuiu com pesquisas a respeito da necessidade que os

profissionais de saúde locadas no CEREST possuem para realização trabalhos

educativos em saúde auditiva do trabalhador e na elaboração do conteúdo, e o

designer realizou a parte de design e desenvolvimento prático. Medina (2007)

afirmou que o design do material focalizado no usuário deve considerar suas

características para torna-lo mais efetivo e satisfatório em sua execução. A

qualidade da arte provoca interesse e motivação no público alvo e a eficácia para a

transmissão, recepção, transformação e interação desse material é necessária para

a criação de um processo educativo.

Os tópicos apresentados no CD-ROM abordam aspectos relacionados a

PAINPSE, que descrevem os conceitos, características clínicas, sinais e sintomas,

diagnóstico, notificação, responsabilidade jurídica, aposentadoria e insalubridade,

EPI, agentes otoagressores, perda temporária do limiar e anátomo-fisiologia da

audição no qual apresenta um vídeo do homem virtual a respeito da transmissão do

som.

De acordo com o National Institute for Occupational Safety and Health (1998),

nos países desenvolvidos aproximadamente 30 milhões de trabalhadores são

expostos a níveis de pressão sonora elevados potencialmente lesivos à saúde. Os

dados epidemiológicos sobre perda auditiva no Brasil são escassos e referem-se a

determinados ramos de atividades e, portanto, não há registros epidemiológicos que

caracterizem a real situação. Os dados disponíveis sobre as ocorrências dão uma

ideia parcial da situação de risco relacionada à perda auditiva. Estima-se que 25%

6 Discussão

77

da população trabalhadora exposta (BERGSTRÖM; NYSTRÖM, 1986; CARNICELLI,

1988; MORATA, 1990; PRÓSPERO, 1999) seja portadora de PAINPSE em algum

grau. A OMS considerou a poluição sonora como uma das três prioridades

ecológicas para a próxima década, não é visível, e a percepção do problema é,

muitas vezes, demorada (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1980). Este trabalho

poderá contribuir para a redução da incidência de perdas de audição geradas por

altos níveis de pressão sonora, minimizando os danos causados pelo ruído a

trabalhadores por meio de um programa de conservação auditiva,

consequentemente menor custo para os processos produtivos.

Rocha, Santos e Frota (2013) realizaram um estudo com gestores do trânsito

que eram expostos a monóxido de carbono e ruído, estes foram submetidos a

anamnese, meatoscopia, audiometria tonal e emissões otoacústicas, encontraram

diferenças significantes tanto nos limiares tonais quanto nas respostas das emissões

otoacústicas por produto de distorção quando comparado a grupos de gestores do

trânsito que não eram expostos aos dois agentes.

Outros estudos apontam que o ruído associado à vibração ou produtos

químicos pode potencializar a perda auditiva induzida (BERBARE; FUKUSIMA,

2004; MELLO; WAISMANN, 2004).

Embora haja reclamações de profissionais do CEREST por não saber notificar

a PAINPSE, há conteúdo disponível no CFF que diz a respeito da notificação, como

pode ser visualizado e disponibilizado em PDF no endereço

www.fonoaudiologia.org.br, acessar legislação, acessar leis e resoluções.

A notificação tem por objetivo o registro e a vigilância das perdas auditivas

induzidas por níveis de pressão sonora elevada. A Resolução representa grande

avanço tanto para o trabalho do fonoaudiólogo dentro das equipes de saúde no SUS

e SESMT, quanto para o aumento das notificações de casos de PAINPSE no

SINAN. Desde 2004, por meio da Portaria MS nº 777/04, revogada pela Portaria

no 2472/2010 e mais recentemente reforçada pela lista de agravos relacionados ao

trabalho da Portaria MS n. 104/11, a PAINPSE constitui-se como um dos agravos

relacionados ao trabalho de notificação compulsória. Entretanto, a somatória de

notificações desde 2006, (primeiro ano de registro de casos de PAINPSE no SINAN)

perfazem apenas 670 casos no Estado de São Paulo. De 2011 para 2012, observa-

se ainda uma diminuição do número de notificações que foram de 152 em 2011,

para 139 em 2012. Ferreira (1998) defende que os dados de incidência e

6 Discussão

78

prevalência não são fidedignos por conta do desconhecimento do total de

trabalhadores expostos ao risco, assim como a sub-notificação dessas doenças.

Caso haja recomendação de afastamento do trabalho por um período superior

a 15 dias, o Setor de Benefícios do INSS encaminhará o segurado ao Setor de

Perícias Médicas para realização de Exame Pericial, a partir de 16º dia. A CAT/LEM

é o elemento que trará, para o médico perito, informações do médico do trabalho

acerca das condições clínicas do examinado, bem como os motivos pelo qual o

médico do trabalho diagnostica PA Ocupacional.( Portaria do INSS com respeito à

perda auditiva por ruído ocupacional)

Ribeiro e Gonçalves (2013) observaram que os programas preventivos das

perdas auditivas, exigidos pela legislação, ainda não estão devidamente

implantados. Há necessidade de maior conscientização de empresários e da

sociedade em geral na importância da prevenção de alterações auditivas geradas

nos ambientes de trabalho, para garantir a qualidade de vida dos trabalhadores.

Lass et al. (1987) recomendavam programas de conservação auditiva que

tragam informações apropriadas sobre a audição, deficiência auditiva e medidas de

proteção. Todos esse aspectos foram considerados no desenvolvimento do CD-

ROM, assim como Blasca et al. (2009) afirmaram que o programa de tele-educação

interativa mostra-se efetivo como material educacional no processo de ensino-

aprendizagem da audiologia.

Diante da literatura compilada a elaboração do CD-ROM contribuirá para os

programas de educação em saúde auditiva fornecendo informações a respeito dos

riscos causados por níveis de pressão sonora elevada, assim como agentes

insalubres relacionados ao ruído e medidas de proteção auditiva para prevenir uma

possível perda de audição, para que trabalhadores compreendam a dimensão do

problema e saiba que os serviços de atenção à saúde devem realizar o acolhimento

dos trabalhadores, fornecendo as informações básicas e dar início ao processo de

diagnóstico, notificação e acompanhamento do caso, orientando o trabalhador a

respeito do risco auditivo e acompanhando sua condição auditiva no decorrer do

tempo, contribuindo com os serviços de fiscalização.

7 Conclusões

7 Conclusões 81

7 CONCLUSÕES

Na elaboração do CD-ROM foi fundamental um trabalho junto com o

profissional do designer e o CEREST. O conteúdo deste material contribuirá para os

programas de educação em saúde auditiva, fornecendo informações a respeito dos

riscos a saúde auditiva causados por níveis de pressão sonora elevados.

Ressaltando que a efetividade do CD-ROM deve ser verificada em estudos

subsequentes.

7 Conclusões 82

Referências

Referências 85

REFERÊNCIAS

(Formato ABNT)

ASSIS, E.M; CRUZ, V.A.G. Material Didático em EaD: a importância da cooperação

e colaboração na construção do conhecimento. Linhas Críticas, v.13, n.24, p.103-

14. 2007.

AZEVEDO, A.; FIGUEIREDO, R. Atualização em zumbido. Revista Brasileira de

Otorrinolaringologia, v.70, p. 56-69, 2004.

AZEVEDO, A.P.M. Efeito de produtos químicos e ruído na gênese de perda

auditiva ocupacional. Dissertação - Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação

Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2004.

AZEVEDO, A.N. et al. Perfil auditivo de trabalhadores de um entreposto de carnes.

Rev. CEFAC, v.12, n.2. São Paulo. 2009.

BARREGARD, L,; AXELSSON, A. Is there an ototraumatic interaction between noise

and solvents? Scand Audiol. V. 13, p. 151-5, 1984.

BARRETO, M.A.S.C. Monitoramento auditivo por meio da avaliação coclear em

militares do exército brasileiro exposto a ruído de impacto. Dissertação -

Universidade de Brasília, Brasília, 2011.

BASHSHUR, R.L.; REARDON, T.G.; SHANNON, G.W. Telemedicine: a new health

care delivery system. Annu Rev Public Health, v.21, p.613-637, 2000.

BASTOS, B.G; FERRARI, D.V. Internet e educação ao paciente. Arquivos Int.

Otorrinolaringol. (Impr.), São Paulo, v.15, n.4, Oct./Dec. 2011.

BERBARE, G.M.; FUKUSIMA, S.S. Perda auditiva induzida por ruído de motores de

alta rotação em odontólogos e alunos de odontologia: analise audiométrica em

frequências entre 250 Hz e 16 KHz. Rev bras saúde ocup.., v.28, n.107/108, p.29-

38, 2003.

Referências 86

BERGSTRÖM, B.; NYSTRÖM, B. Development of hearing loss during long term

exposure to occupational noise. Scand. Audiol., [S. l.], v. 15, p. 227-234, 1986.

BERLUNG, B.; LINDVALLT, SCHWELA, D. editors. Guidelines for Community Noise.

Geneva: World Health Organization, 1999.

BERNAL, A.B.; TOLENTINO, P.A.; GAVINO, A.I.; MARCELO, A.B. Nursing

Informatics: challenges to Philippine nursing curriculum. AMIA Annu Symp Proc, v.6

p.876, 2008.

BLASCA, W.Q.; MANTONAVI, D.A.; CAMPOS, P.D. Fundamentos da psicoacústica

aplicados à audiologia: contribuição de recursos de multimídia no ensino

aprendizagem. In: XX EIA, SP 2005.

BLASCA, W.Q.; BEVILACQUA, M.C. A multimídia como uma nova proposta de

ensino da audiologia. Salusvita, v.25 n.3, p.113-25, 2006.

BLASCA, W.Q.; MAXIMINO, L.P.; GALDINO, D.G.; CAMPOS, K.; PICOLINI, M.M.

Novas tecnologias educacionais no ensino da audilogia. Rev Cefac, v. 2, p. 20-25,

2009.

BLASCA, W.Q.; MANTOVANI, D.A.; CAMPOS, P.D.; ASCENCIO, A.C.S.; CAMPOS,

K.; ALVARENGA, K.F. Nova proposta de ensino da psicoacústica. Rev. CEFAC,

ahead of print Epub Oct 16, 2012.

BORJA, A.L.V.; SOUSA, B.F.E.; RAMOS, M.M.; ARAÚJO, R.P.C. O que os Jovens

Adolescentes Sabem Sobre as Perdas Induzidas Pelo Excesso de Ruído?. R. Ci.

Méd. Biol., Salvador, v. 1, n. 1, p. 86-98, nov. 2002.

BOTELHO, C.T.; PAZ, A.P.M.L.; GONÇALVEZ, A.M.; FROTA, S. Estudo

comparativo de exames audiométricos de metalúrgicos expostos a ruído e ruído

associados a produtos químicos. Braz J Otorhinolaryngol, v.75, n.51, p.7; 2009.

Referências 87

BRASIL. Constituição Federal (1988). Art. 200: Dispõe sobre as competências do

Sistema Único de Saúde (SUS) e suas atribuições nos termos da lei. Diário Oficial

da União, Brasília, DF, 5 out. 1988.

BRASIL. Lei n° 8080, de 19 de Setembro de 1990. Dispõe sobre inclusão da Saúde

do Trabalhador no campo de atuação do Sistema Único de Saúde. Diário Oficial da

União, Brasília, DF, 19 set. 1990. p. 2.

BRASIL. Portaria SSST/MTb no 5. de 25 de fevereiro de 1997. Disponível em:

www.mte.gov.br/legislacao/portarias/

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS n° 3120. Norma Operacional Básica

07/98, de 1 de Julho de 1998. Aprova a instrução normativa de vigilância em saúde

do trabalhador no SUS. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 1 jul. 1998. Seção 1,

p. 36.

BRASIL. Ministério do Trabalho. Fundacentro. Norma de higiene ocupacional para

avaliação da exposição ocupacional ao ruído (NHO 01) [Internet]. 1999 São Paulo:

Fundacentro;1999 [citado 2007 Abr 7]. Disponível em: www.fundacentro.gov.br.

BRASIL. Decreto Nº 3.048, DE 6 DE MAIO DE 1999. Presidência da República -

Casa Civil. Aprova o Regulamento da Previdência Social, e dá outras providências.

BRASIL. Portaria no 1679, de 19 de setembro de 2002. Dispõe sobre estruturação da

rede nacional de atenção integral à saúde do trabalhador no SUS e dá outras

providências. Diário Oficial da União, Brasília, 20 de setembro de 2002. Seção 1.

BRASIL. Portaria Nº 777, de 28 de abril de 2004. Ministério da Saúde. DOU, Seção

1, p.37-38, 29 abr 04.

BRASIL. Decreto nº 5.622, de 19 de dezembro de 2005. Presidência da República -

Casa Civil. Dispõe sobre Regulamenta o art. 80 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro

de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.

Referências 88

BRASIL. Portaria no 2.437, de 07 de dezembro de 2005. Dispõe sobre a ampliação e

o fortalecimento da Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador -

RENAST no Sistema Único de Saúde - SUS e dá outras providências. Diário Oficial

da União, Brasília, p.78, 09 de dezembro de 2005. Seção 1.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria 3.214 de 8 de junho de 1978.

Normas regulamentadoras de segurança e saúde no trabalho (NR-15): atividades e

operações insalubres. Brasília, 1978. Disponível em

http://www.tem.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_15.pdf.

BRASIL. Ministério da Saúde 2002. Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador

2. Brasília, DF 1994. Anais. Brasília. Ministério da Saúde. (Série D. Reuniões e

Conferências).

BRASIL. Ministério da Saúde 2004. Política Nacional de Saúde do Trabalhador para

o SUS. Brasília (mimeo).

BRASIL. Ministério do Trabalho (artigo 168 da Consolidação das Leis do Trabalho,

na NR 7). Disponível em: www.mte.gov.br/legislacao/portarias/

BRASIL. Portaria no 2.728, de 11 de novembro de 2009. Dispõe sobre a Rede

Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (RENAST) e dá outras

providências. Diário Oficial da União, Brasília, p. 7577, 12 novembro de 2009.

Seção 1.

BRASIL. Portaria Nº- 2.472,de 31 de agosto de 2010. Diário Oficial. Define as

terminologias adotadas em legislação nacional, conforme disposto no Regulamento

Sanitário Internacional 2005 (RSI 2005), a relação de doenças, agravos e eventos

em saúde pública de notificação compulsória em todo o território nacional e

estabelecer fluxo, critérios, responsabilidades e atribuições aos profissionais e

serviços de saúde. Nº 168 – DOU de 01/09/10 – p. 50 – seção 1

Referências 89

BRASIL. Portaria Nº 104, de 25 de janeiro de 2011. Diário Oficial. Define as

terminologias adotadas em legislação nacional, conforme o disposto no

Regulamento Sanitário Internacional 2005 (RSI 2005), a relação de doenças,

agravos e eventos em saúde pública de notificação compulsória em todo o território

nacional e estabelece fluxo, critérios, responsabilidades e atribuições aos

profissionais e serviços de saúde. Nº 18 – 26/01/11 – Seção 1 - p.37

BRASIL. Portaria Nº 3.127, de 28 de dezembro de 2012. Diário Oficial da União,

Brasília, Nº 251 – DOU – 31/12/12 – seção 1 – p.224.

BRISOLIN, D.; BIDEL, R.M.R.; SEVERO, C.M.; ZAGO, V.L.P.; PAINI, J.F.P. Ruído:

Conhecimento dos trabalhadores e seus efeitos no organismo. Revista

Enfermagem, v.8, n.8, p.42-54, 2012.

CARNICELLI, M. V. F. Audiologia preventiva voltada à saúde do trabalhador:

organização e desenvolvimento de um programa audiológico numa indústria

têxtil da cidade de São Paulo. 1988. Dissertação (Mestrado)–Pontifícia

Universidade católica, São Paulo, 1988.

CENTRO DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Programa Paulista de VISAT- Vigilância em

Saúde do Trabalhador do setor canavieiro. São Paulo, 2007.

CONSELHO FEDERAL DE FONOAUDIOLOGIA. Resolução n° 366, de 25 de abril

de 2009. Dispõe sobre a regulamentação do uso do sistema Telessaúde em

Fonoaudiologia. Diário Oficial da União, 1:75, 2009.

CRAWFORD, J.M.; HOPPIN, J.A.; ALAVANJA, M.C.; BLAIR, A.; SANDLER, D.P.;

KAMEL, F. Hearing Loss Among Licensed Pesticide Applicators in the Agricultural

Health Study. J Occup Environ Med; 50:817-26; 2008.

DE MUTH, J.E.; BRUSKIEWITZ, R.H. A comparison of the acceptability and

effectiveness of two methods of distance education: CD-ROM and audio

teleconferencing. Am J Pharm Educ. ,v.70, n.2, p. 11-15, 2006.

Referências 90

DIAS, A.; CORDEIRO, R.; CORRENTE, J.E.; GONÇALVES, C.G.O. Associação

entre perda auditiva induzida pelo ruído e zumbidos. Cad. Saúde Pública, Rio de

Janeiro, v. 22, n.1, p. 63-68, jan. 2006.

DIAS, A.; CORDEIRO, R.; CONENTE, J.E.; GONÇALVES, C.G.O. Associação entre

perda auditiva induzida pelo ruído e zumbidos. Cad de Saúde Pública., v. 22, n.1,

p.63-68, 2006.

EL DIB, R.P.; SILVA, E.M.K.; MORAIS, J.F.; TREVISANI, V.F.M. Prevalence of High

Frequency Hearing Loss Consistent with Noise Exposure among People Working

with Sound Systems and General Population in Brazil: a cross-sectional study. BMC

Public Health, 8:151 doi:10.1186/1471-2458-8-151, 2008.

FEEG, V.D.; BASHATAH, A.; LANGLEY, C. Development and testing of a CD-ROM

based tutorial for nursing students: getting ready for HIPAA. J Nurs Educ, v.44, n.8,

p. 381-6, 2005.

FERNANDES,G.; SAN’TANA, N.C.; LOPES, A.C Saúde auditiva no

trabalho:considerações quanto as doenças e acidentes de trabalho. Faculdade de

odontologia de bauru, iniciação científica, Bauru. 2010.

FERNANDES, T.; SOUZA, M.T. Efeitos Auditivos em trabalhadores expostos a ruído

e produtos químicos. Rev Cefac, v.8, p. 235-9, 2006.

FERREIRA, J.M. Perda auditiva induzida por ruído. Bom Senso e Consenso. ed.

VK, São Paulo. 1998.

FILATRO A.; PICONEZ C.S.B. Desing instrucional contextualizado:

planejamento,elaboração e avaliação de materiais didáticos para educação a

distância. 2004. Disponível em: http://www.abed.org.br/congresso2004/por/pdf/049-

TC-B2.pdf . Acesso em:27/04/2011.

Referências 91

FILHO, J.A.C.; PEQUENO, M.C.; SOUZA, C.F.; JÚNIOR, G.S.V.; MESQUITA, A.O.;

DAVID, P.B. Linguagens midiáticas e comunicação em EaD. Em Aberto, v.22. n.79,

p.9-13, 2009

FIORINI, A. C. Audição: impacto ambiental e ocupacional. In: FERREIRA, L. P.;

BERFI-LOPES,D. M.; LIMONGI, S. C. O. (Org.). Tratado de fonoaudiologia. São

Paulo: Roca, p. 631-642, 2004.

FUNDACENTRO. Norma de Higiene Ocupacional – Procedimento Técnico –

Avaliação da Exposição Ocupacional ao Ruído – NHO 01. São Paulo: Fundacentro,

2002.

GATTO, C.I.; LERMEN, R.A.; TEIXEIRA, T.M.; MAGNI, C.; MORATA, T.C. A análise

da conduta de médicos do trabalho diante de trabalhadores com perda auditiva. Rev

Dist Com, v.17, n.1, p. 101-115, 2005.

GUIDA, H.L. Efeitos psicossociais da perda auditiva induzida pelo ruído em ex-

funcionários da indústria. Acta ORL, v. 25, n.1, p.78-83, 2007.

GIVENS, G.D. Internet Application to Tele-Audiology-“Nothin but Net”. American

Journal of Audiology, v.12, p. 59-65, December. 2003.

HALLAM, R.S.; RACHMAN, S.; HINCHCLIFF, R. Psychological aspects of tinnitus.

In: Rachman R, editor.Contributions to medical psychology. Oxford: Pergamon

Press, p. 31-4, 1984.

HANGER, M.R.H.C.; BARBOSA-BRANCO, A. Efeitos auditivos decorrentes da

exposição ocupacional ao ruído em trabalhadores de marmorarias no Distrito

Federal. Rev Assoc Med Bras, v. 50, n.4, p.396-9, 2004.

HOLLIS, V.; MADILL, H. Online Learning: the potencial for occupacional therapy

education. Occup Ther Int, v.13, n.2, p.61-78, 2006.

JERGER, S.; JERGER, J. Alterações auditivas. Atheneu, São Paulo. 1989.

Referências 92

JUCÁ, S.C.S. A relevância dos softwares educativos na educação profissional.

Ciências e Cognição, v.8, p. 22-28, 2006.

LACERDA, A.; FIGUEIREDO, G.; MASSAROLO NETO J.; MARQUES J.M.

Achados audiológicos e queixas relacionadas à audição dos motoristas de ônibus

urbano. Rev Soc Bras Fonoaudiol, v.15, n.2, p.161-166, 2010.

LACERDA, A.; leroux, T.; MORATA, T. Efeitos ototoxicos da exposição ao monóxido

de carbono: uma revisão. Pro-Fono, v.17, n.3, p.403-12, 2005.

LEÃO, R.N.; DIAS, F.A.M. Perfil Audiométrico de Indivíduos Expostos ao Ruído

Atendidos no Núcleo de Saúde Ocupacional de um Hospital do Município de Montes

Claros. Rev. CEFAC, Minas Gerais, v.12, n.2, p.242-249, Mar-Abr, 2010.

LEÃO, L.H.C.; VASCONCELLOS, L.C.F. Rede Nacional de Atenção Integral à

Saúde do Trabalhador (Renast): reflexões sobre a estrutura de rede. Epidemiol.

Serv. Saúde, Brasília, v.20, n.1, 2011.

LEINSTER, P.; BAUM, J.; TONG, D. Whitehead C. Management and motivation

factors in the control of noise induced hearing loss. Ann Occup Hyg, v. 38, p.644-

62, 1994.

LOPES, A.C et al. Caracterização dos Limiares Audiológicos em Trabalhadores de

Urnas Funerárias. Arq. Int. Otorrinolaringol, São Paulo, v.13, n.3, 2009a.

LOPES, A.C et al. Alterações auditivas em trabalhadores de indústrias

madeireiras do interior de Rondônia. Rev. bras. Saúde ocup, São Paulo, v. 34

n.119, p. 88-92, 2009b.

LOPES, A.C; NELLI, M.P; LAURIS, J.R.P; AMORIM, R.B; MELO, A.D.P. Condições

de saúde auditiva no trabalho: investigação dos efeitos auditivos em trabalhadores

expostos ao ruído ocupacional. Arq. Int. Otorrinolaringol, São Paulo, v.13, n.1, p.

49-54, 2009c.

Referências 93

LUXON, L.M. The clinical diagnosis of noise induced hearing loss. In: Advances

in Noise Research. Prasher D, Luxon LM. editors. London: Whurr Publishers, 1998.

MCSHANE, D.P.; HYDE, M.L..; ALBERTI,i P.W. Tinnitus prevalence in industrial

hearing loss compensation claimants. Clin Otolaryngol, v.13, n.323-30, 1988.

MANUBENS, RS. O médico de trabalho e a PAINPS. Rev CIPA, v. 265, p.70-5,

2001.

MATOS, M.P.; MORATA, T.C. Santos UP Efeitos do ruído na audição. In : Santos

UP, Morata TC, Santos UP, Okamoto VA. Ruído riscos e prevenção. 2and ed. São

Paulo: Hucitec; p. 43-53.

MEDINA, A.E. Ergonomia cognitiva y usabilidade. 2007. Disponível em:

http://www.um.es/docencia/agustinr/Tema6-0607a.pdf. Acesso em 24/07/2013

MELO, L.S.V.; RADICCHI, R.; CARVALHO, C.M.; RODRIGUES, V. Aspectos

odontolegais da insalubridade na odontologia. RGO, Porto Alegre, v.56, n.2, p.143-9,

2008.

MELO, T.M.; ALVARENGA, K.F.; BLASCA, W.Q.; TAGA, M.F.L. Capacitação de

agentes comunitários de saúde em saúde auditiva:efetividade da videoconferência.

Pro-Fono, v. 22, n.2, p.139-44, 2010.

MELLO, A. Alerta ao Ruído Ocupacional. (Monografia da Especialização em

Audiologia Clínica) - Centro de Especialização em Fonoaudiologia Clínica, Porto

Alegre, 1999.

MELEIRO, A.; GIORDAN, M. Hipermídia no ensino de modelos atômicos. LAPEC,

v.9, n.1, p.2-9, Jun. 2003.

MERLUZZI, F.; PARIGI, G.; CORNACCHIA, L.; TERRANA, T. Metodologia di

esecuzione del controllo delludito dei lavoratori esposti a rumore. Nuovo Arch Ital

Otol, v.7, p. 695-714, 1979.

Referências 94

MORAN, J.M. O que é educação a distância. Disponível em:

<http://www.eca.usp.br/prof/moran/dist.htm>. Acesso em 23 jul 2013.

MORATA, T. C. An epidemiological study of the effects of exposure to noise

and organic solvents on workers hearing and balance. 1990. Dissertação

(Doutorado)–University of Cincinnati, Cincinnati, 1990.

MORATA, T.C; FRANKS, J.R; DUNN, D.E. Unmet needs in occupational hearing

conservation. The Lancet, v. 344, n.8920, p.479, 1994.

MORATA, TCC.; NYLEN, P.R; JOHNSON, A.C.; DUNN, D.E. Auditory and vestibular

functions after single or combined exposure to toluene. A reviw. Archives of

toxicology, v.69, p.413-43, 1995.

MORATA, T. C; DUNN, D ; SIEBER, K. Exposição ocupacional a ruído

e solventes orgânicos. In: NUDELMANN, A. et al. (Org.). Pair – Perda

Auditiva Induzida pelo Ruido. Porto Alegre: [s.n.], v. 1. p. 189-201, 1997.

National Institutes of Health. Noise and hearing loss. NIH Consensus Development

Conference. Consensus Statement; Jan. 1990.

NEVES, E.B; SOALHEIRO, M. A proteção auditiva utilizada pelos militares do

exército brasileiro: há efetividade?. Ciência & Saúde Coletiva, v.15, n.3, p. 889-898,

Rio de Janeiro. 2010.

NR 7: programa de controle médico de saúde ocupacional (107.000-2). Disponível

em: <http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_07.pdf>.

Acesso em: 08 fer. 2013.

NR 9: programa de prevenção de riscos ambientais (109.000-3). Disponível em:

<http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_09.pdf>. Acesso

em: 08 fer. 2013.

Referências 95

NR 15: atividades e operações insalubres (115.000-6). Disponível em:

<http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_15.pdf>. Acesso

em: 08 fer. 2013.

OGIDO, R.; COSTA, E.A.; MACHADO, H.C. Prevalência de sintomas auditivos e

vestibulares em trabalhadores expostos a ruído ocupacional. Rev Saúde Pública, v.

43, n.2, p.377-80, 2009.

OLIVA, F.C. et ,al. Mudança significativa do limiar auditivo em trabalhadores

expostos a diferentes níveis de ruído. Rev Soc Bras Fonoaudiol, v.16, n.3, p.260-

5, 2011.

OLIVEIRA, R. M. R. A abordagem das lesões por esforços repetitivos/distúrbios

Osteomusculares relacionados ao trabalho - LER/DORT no Centro de Referência

em saúde do trabalhador do espírito Santo - CRST/ES. Dissertação (Mestrado em

Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Osvaldo Cruz, Rio de

Janeiro, 2001.

ORGANIZAÇÃO PANAMERICANA DE LA SALUD, Organização Mundial de La

Salud.

PANIZ, S.I.M. Caracterização dos Níveis de Pressão Sonora em Danceterias e

Avaliação Auditiva de Jovens Freqüentadoras. In: Caminhos para a Saúde

Auditiva, Ambiental e Ocupacional. São Paulo: Plexus Editora; p.31,2005.

PRÓSPERO, A. C. Estudo dos efeitos do ruído em servidores do Centro

Técnico Aeroespacial. 1999. Dissertação (Mestrado)– Pontifícia Universidade

Católica, São Paulo, 1999.

ROCHA, S.C.; SANTOS, R.M.; FROTA, S. Perfil audiométricos e de emissões

Otoacústicas evocadas por produto de distorção em gestores de trânsito, expostos a

monóxido de carbono e ruído. Rev. CEFAC, v.15, n.2, p.287-296, 2013.

Referências 96

RUSSELL, T.G. Physical Rehabilitation Using Telemedice. J Telemed

Telecare,v.13, n.5, p.217-20, 2007.

SAHLEY, T.L.; NODAR, R.H. Tinnitus: present and future. Curr Opin Otolaryngol

Head Neck Surg, v.9, p.323-8, 2001.

SAMELLI, A.G. Zumbido: avaliação, diagnóstico e reabilitação: abordagens atuais.:

Lovise, São Paulo, v.16, 2004.

SANCHEZ, M.O. et, al. Atuação do Cerest nas ações de vigilância em saúde do

trabalhador no setor canavieiro. Saude soc, v.18, nl.1, São Paulo. 2009.

SANT”ANA, N.C. Criação de uma ferramenta hipermídia para promoção de saúde

auditiva em jovens usuários de dispositivos sonoros portáteis individuais.2012.100f.

Dissertação de Mestrado- Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São

Paulo, Bauru, 2012.

SANTOS, C.R.; ZANETTE, E.N.; NICOLEIT, G.F.G.; FIUZA, .P.J. A construção do material didático

para a educação a distância: a experiência do setor de educação a distância da UNESC. Novas

tecnologias na educação, Porto Alegre, v. 4, n. 2. p. 1-11, 2006.

SELIGMAN, J. Perda Auditiva Induzida Pelo Ruído Relacionada a Trabalho. Revista Equilíbrio, São

Paulo, n. 1, p. 12-17, jun. 1994.

SOUZA, M.M.N.; BERNADINI, A.P.A. Ototoxidade dos produtos químicos: enfoque

ocupacional. Rev Cefac, v.3, p. 95-102, 2001.

SPINARDI, A.C.P.; MAXIMINO, L.P. Telefonoaudiologia: desenvolvimento e

avaliação do CDROM “Procedimentos Terapêuticos no Transtorno

Fonológico”. Dissertação da Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de

São Paulo, 2009.

STEINMETZ, L.G.; ZEIGELBOIM, B.S.; LACERDA, A.B.; MORATA, T.C.;

MARQUES, J.M. Características do zumbido em trabalhadores expostos a ruído.

Rev Bras Otorrinolaringol, v.75, n.1, p.7-14, 2009.

Referências 97

STEINMETZ, L.G.; ZUCKI, F.; MORATA, T.C; ZEIGELBOIM, B.S; LACERDA, A.B.M.

Estratégias para abordagem do zumbido em programas de prevenção de perda

auditiva. In: MORATA, T.C.; ZUCKI, F. Saúde auditiva: avaliação de riscos e

prevenção. São Paulo: Plexus Editora, 2010.

TREVISAN, M. C. B.; BISOGNIN, V. Concepção e desenvolvimento de uma

aplicação Multimídia visando à aprendizagem de sistemas de Numeração.

Disponível em: http://www.limc.ufrj.br/htem4/papers/38.pdf. Acesso em 24/07/2013.

VICINGUEIRA, M.L.F. O uso do computador auxiliando no ensino da Química[

dissertação na internet]. Florianópolis (SC): Universidade Federal de Santa Catarina,

2012. Acesso em 24/07/2013.

VILELA, R.A.G.; MALAGOLO, M.E.; MORRONE, L.C. Trabalhadores da saúde sob

risco: o uso de pulverizadores no controle de vetores. Rev Prod, v.15, p. 263-72,

2005.

ZIONI, F.; ALMEIDA , E.S.; Políticas públicas e sistemas de saúde: a reforma

sanitária e o SUS. In: ROCHA, A.A.; CESAR, C.L.G. Saúde Pública, São Paulo,

Atheneu, 2008.

WEN CL. Telemedicina - visão sob foco de uma disciplina. Rev Telem Telessaude,

v.2, n.2, p.20, 2006.

Referências 98

Referências 99

Apêndices

Apêndices 101

APÊNDICE A –

Rio Grande do Sul São Paulo

[email protected] [email protected]

[email protected] [email protected]

[email protected] [email protected]

[email protected] [email protected]

[email protected] [email protected]

[email protected] [email protected]

[email protected] [email protected]

Santa Catarina [email protected]

[email protected] [email protected]

[email protected] [email protected]

[email protected] [email protected]

[email protected] [email protected]

[email protected] [email protected]

[email protected] [email protected]

[email protected] [email protected]

Paraná [email protected]

[email protected] [email protected]

[email protected] [email protected]

[email protected] [email protected]

Rio de Janeiro [email protected]

[email protected] [email protected]

[email protected] [email protected]

[email protected] [email protected]

[email protected] [email protected]

[email protected] [email protected]

[email protected] [email protected]

[email protected] [email protected]

[email protected] [email protected]

[email protected] [email protected]

[email protected] [email protected]

Espírito Santo [email protected]

[email protected] [email protected]

[email protected] [email protected]

[email protected] [email protected]

Minas Gerais [email protected]

[email protected] [email protected]

[email protected] [email protected]

[email protected] [email protected]

[email protected] [email protected]

[email protected] [email protected]

[email protected] [email protected]

[email protected] [email protected]

[email protected] Roraima

[email protected] [email protected]

[email protected] Pará

[email protected] [email protected]

Apêndices 102

[email protected] [email protected]

[email protected] [email protected]

[email protected] Amapá

[email protected] [email protected]

Mato Grosso do sul Tocantins

[email protected] [email protected]

[email protected] [email protected]

[email protected] [email protected]

[email protected] Maranhão

Goiás [email protected]

[email protected] [email protected]

[email protected] [email protected]

[email protected] Piauí

[email protected] [email protected]

[email protected] Bahia

Mato Grosso [email protected]

[email protected] [email protected]

Rondônia [email protected]

[email protected] [email protected]

Acre [email protected]

[email protected] [email protected]

Amazonas [email protected]

[email protected] [email protected]

[email protected] [email protected]

Ceará [email protected]

[email protected] [email protected]

[email protected] [email protected]

[email protected] [email protected]

[email protected] Alagoas

[email protected] [email protected]

Rio Grande do Norte [email protected]

[email protected] [email protected]

[email protected] Sergipe

[email protected] [email protected]

[email protected]

Paraíba

[email protected]

[email protected]

[email protected]

Pernambuco

[email protected]

[email protected]

[email protected]

[email protected]

[email protected]

[email protected]

[email protected]

[email protected]

Apêndices 103

APÊNDICE B –

Boa Tarde, Estou realizando um projeto de pesquisa na minha dissertação de mestrado no programa de fonoaudiologia da Faculdade de Odontologia de Bauru - Universidade de São Paulo, sob a orientação da Profª Drª Andréa Cintra Lopes, o tema principal do projeto serão os programas educativos na área de saúde do trabalhador o qual tem por objetivo elaborar um material educativo sobre prevenção de perdas auditivas de origem ocupacional a ser usado na educação continuada pela equipe de profissionais do CEREST. Dessa forma gostaríamos de saber quais as principais dificuldades encontradas por sua equipe. Solicitamos atenção especial para responder esse email até o dia 28 de julho para [email protected], desde já agradecemos sua atenção e estamos a disposição para outros esclarecimentos. Grata,

Andréia Araujo dos Santos

Fonoaudióloga

CRFa 2º região 18019

Mestranda em Ciências pelo Programa de Fonoaudiologia da Faculdade de

Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo.

Profa Dra Andréa Cintra Lopes Departamento de Fonoaudiologia

Faculdade de Odontologia de Bauru Universidade de São Paulo

Presidente da Comissão de Saúde - CRFa - 2a Região/SP (2010-2013)

Apêndices 104

Anexos

ANEXO A –


Recommended