UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA
DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA COLEGIADO DE ENGENHARIA CIVIL
VANESSA FABIANE GOMES S. R. MASCARENHAS GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO – PERFIL DOS COLABORADORES E VIABILIDADE DE IMPLANTAÇÃO DO
SISTEMA PARA OBRA HF, EM FEIRA DE SANTANA-BA.
Feira de Santana-Ba
Fevereiro/2011
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VANESSA FABIANE GOMES S. R. MASCARENHAS GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO – PERFIL DOS COLABORADORES E VIABILIDADE DE IMPLANTAÇÃO DO
SISTEMA PARA OBRA HF, EM FEIRA DE SANTANA-BA.
Monografia referente à Disciplina Projeto Final II, no curso de Graduação em Engenharia Civil do Departamento de Tecnologia da Universidade Estadual de Feira de Santana, com as devidas correções solicitadas pela banca avaliadora. Orientador(a): Áurea Chateaubriand A. Campos
Feira de Santana-Ba Fevereiro/2011
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VANESSA FABIANE GOMES S. R. MASCARENHAS
GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO – PERFIL DOS COLABORADORES E VIABILIDADE DE IMPLANTAÇÃO DO
SISTEMA PARA OBRA HF, EM FEIRA DE SANTANA-BA
Este trabalho será julgado para a obtenção do título de Engenheiro Civil
para aprovação em sua forma final pelo professora orientadora Áurea
Chateaubriand A. Campos e pelo professor Gerinaldo Costa, ministrante da
disciplina Projeto Final II do Departamento de Tecnologia da Universidade
Estadual de Feira de Santana.
________________________________________
Profª. M.Sc. Áurea Chateaubrind A. Campos
Orientadora
BANCA EXAMINADORA:
______________________________________
Prof. Drª Áurea Chateaubrind A. Campos
Universidade Estadual de Feira de Santana
______________________________________
Prof. Drª. Sandra Maria Furiam Dias
Universidade Estadual de Feira de Santana
______________________________________
Prof. M.Scª Eufrosina de A. Cerqueira.
Universidade Estadual de Feira de Santana
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Agradecimentos
Agradeço primeiro a Deus, por sempre me mostrar o melhor caminho a trilhar.
A minha família (minha Mãe, Avó Helena, minha irmã Larissa, meu marido
Murilo e minha filha Sophia) muito obrigada pelo apoio, incentivo e paciência. A
família Donelisa, em especial Flávio, Mari, Ana, Cris e Val, meus
agradecimentos por me acolher, pela oportunidade e confiança. Ao professor
(Carlos Alves) companheiro desta jornada, muito obrigada por todo apoio e
pelo ombro nos momentos difíceis. Um carinho muito, muito especial para
minha orientadora Profª Áurea e para os amigos (presentes e sempre
presentes) Fábio, Adriana, Thiarinha, Nara, Kaká, Martina, Palôva, Ricardo e
Gilvanei (in memorian).
4
RESUMO
O crescimento econômico, a intensificação das construções de
empreendimentos habitacionais e o avanço tecnológico vêm acompanhados de
uma crescente preocupação com a degradação ao meio ambiente onde
vivemos. As preocupações com os resíduos gerados e a consciência ambiental
vêm introduzindo no mercado novos parâmetros, ainda que estes enfrentem
uma barreira resistiva à sua implantação. O objetivo deste trabalho foi
monitorar as condições de infraestrutura para execução de práticas do
Gerenciamento de Resíduos, no canteiro da obra HF e corpo Administrativo,
para a empresa A em Feira de Santana. Foi traçado um perfil dos
colaboradores envolvidos e diretrizes adotadas. A metodologia utilizada foi de
cunho qualitativo e quantitativo, com corte transversal, junto à revisão
bibliográfica em conjunto com aplicação de questionário em canteiro da obra e
no setor administrativo da empresa, acrescida de relatório fotográfico ao final
do processo. Os resultados encontrados revelaram que existe uma resistência
a implantação de novos hábitos, bem como acondicionamento inadequado
dentro de campo dos resíduos gerados. Foi possível verificar que o processo
de segregação não era executado como recomendado e que materiais como
latas de tinta e gesso, maiores índices de dúvidas das categorias, eram
descartados de forma inadequada. Foi possível verificar ainda que ambas
categorias percebiam benefício trazidos com o processo e que existiam
desvantagens, sendo que o aumento de cobrança foi apontado como uma
delas. Como resultados da pesquisa são apontadas as vantagens: melhora na
segurança, organização do ambiente, proteção a saúde e ao meio ambiente.
Palavras – chave: Construção Civil, Resíduos de Con strução, Consciência
Ambiental.
5
ABSTRACT
Economic growth, the intensification of housing ventures constructs and
technological advancement come accompanied by a growing concern about the
degradation of the environment where we live. Concerns about waste and
environmental awareness are marketing new parameters, even though they
face a resistive barrier to your deployment. The goal of this work was to monitor
the conditions of infrastructure for the implementation of Waste management
practices, in the quarry of HF and administrative body for the company in Feira
de Santana. Stroke was a profile of collaborators involved and guidelines
adopted. The methodology used was qualitative and quantitative nature, with
transversal cut, along with bibliographic review in conjunction with application of
questionnaire on building site of the work and in the company's administrative
sector, plus photographic report at the end of the process. Results showed that
there is a resistance to deploy new habits, as well as inadequate packaging
within the field of waste generated. Unable to verify that the process of
segregation wasn't run as recommended and which materials like cans of paint
and plaster, highest rates of doubts of the categories, were discarded
improperly. Unable to verify that both categories perceived benefit brought with
the process and that there were disadvantages, increased billing was named as
one of them. How search results are pointed to the advantages: improvement in
safety, environmental protection organization, health and the environment.
Keywords: construction, construction Waste, environ mental awareness.
6
LISTA DE FIGURAS
Figura A - Pavimento Inferior – unidade tipo ............................................................ .22
Figura B- Pavimento Superior – unidade tipo ........................................................... 23
Figura C - Fachada Unidade Tipo em 3D ................................................................. 23
Figura D - Distrbuição de RCD no Brasil .................................................................. 30
Figura 1 - Comparativo de nível de escolaridade dos sujeitos de campo e
administrativos ......................................................................................................... 49
Figura 2 - Comparativo sobre Conhecimento de Coleta Seletiva ............................. 52
Figura 3 - Comparativo de itens importantes na gestão de resíduos ....................... 53
Figura 4 - Comparativo de Importância dada à gestão de resíduos para sujeitos
de campo e administrativo. ....................................................................................... 54
Figura 5 - Comparativo de nível de capacitação para sujeitos de campo e
administrativo ........................................................................................................... 57
Figura 6 - Comparativo de nível de conhecimento de regras de descarte para
sujeitos ...................................................................................................................... 57
Figura 7 - Comparativo entre dúvidas no descarte para sujeitos .............................. 58
Figura 8 - Acondicionamento inadequado de gêsso – falta de segragação .............. 59
Figura 9 - Acondicionamento inadequado de latas de tinta ...................................... 59
Figura 10 - Falta de segregação dos resíduos - EPS e latas de tinta ....................... 60
Figura 11 - Comparativo quanto aos benefícios apontados pelos sujeitos ............... 61
Figura 12 - Comparativo de vantagens da gestão de resíduos ................................ 65
Figura 13 – Comparativo de desvantagens da gestão de resíduos .......................... 65
Figura 14 - Estocagem de sobras de placas de gesso no canteiro HF ....................... 6
Figura 15 - Descarte inadequado de sobras de resíduos no canteiro HF – falta
de segregação ........................................................................................................... 66
Figura 16- Descarte inadequado de sobras de resíduos no canteiro HF .................. 67
7
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Definições de Resíduos de Construção e Demolição por vários
autores ..................................................................................................................... 31
Quadro 2 - Potencialidades para aplicação de reciclados de RCD .......................... 36
8
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Informações sobre gestão de RCD em municípios do Brasil ................... 14
Tabela 2 - Distribuição Sócio Demográficas dos Funcionários de Campo HF. ......... 47
Tabela 3 - Distribuição Sócio Demográfica dos Funcionários Adm ........................... 48
Tabela 4 - Distribuição dos dados relacionados à gestão de resíduos de campo
HF e ADM.................................................................................................................. 51
Tabela 5 - Distribuição relacionada ao conhecimento e regras de descarte de
campo HF e ADM ..................................................................................................... 55
Tabela 6 - Distribuição relacionada aos benefícios com a gestão de resíduos de
campo HF e ADM ...................................................................................................... 60
Tabela 7 – Distribuição de dados relacionada aos descarte de resíduos para
sujeitos de campo e Adm .......................................................................................... 62
Tabela 8 – Distribuição de dados relacionada aos descarte de resíduos para
sujeitos de campo e Adm .......................................................................................... 63
Tabela 9 - Distribuição de dados relacionada aos descarte de resíduos para
sujeitos de campo e Adm ......................................................................................... 64
9
Sumário 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 11
1.1 JUSTIFICATIVA ............................................................................................. .16
1.2 OBJETIVOS .................................................................................................... 17
1.2.1 Objetivo Geral ................................................................................................. 17
1.2.2 Objetivso Específico ....................................................................................... 18
1.3 METODOLOGIA ............................................................................................. 18
1.3.1 TIPO DE ESTUDO ......................................................................................... 18
1.3.2 LOCAL DE ESTUDO E DETALHAMENTO DE ATIVIDADES ....................... 18
1.3.3 VARIÁVEIS DO ESTUDO ............................................................................... 20
1.3.4 PROCESSO DE COLETA DE DADOS........................................................... 21
1.3.5 DETALHAMENTO DA OBRA – PLANTA BAIXA DA UNIDADE TIPO E
FACHADA EM 3D......................................................................................................22
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................. ............................................. 24
2.1 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E A CONSTRUÇÃO CIVIL .............. 24
2.2 HISTÓRICO DOS RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO........................................27
2.3 ORIGEM E CLASSIFICAÇÃO.........................................................................29
2.4 IMPACTOS AMBIENTAIS .............................................................................. 32
2.5 APROVEITAMENTO DOS RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO. ......................... 34
2.6 RESOLUÇÃO N 307 DO CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. ... 37
2.7 NBR ISO 14.000 E NBR ISO 9001 – SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL,
DIRETRIZES BÁSICAS E INFLUÊNCIA NA QUALIDADE TOTAL...............41
3 ESTUDO DE CASO PARA A OBRA HF DE UMA EMPRESA A DE F EIRA DE SANTANA : RESULTADOS............................ ......................................... 45
3.1 PERFIL SÓCIO-DEMOGRÁFICO DOS SUJEITOS DE CAMPO HF E
ADMINISTRATIVOS ....................................................................................... 46
3.2 DISTRIBUIÇÃO DE DADOS RELACIONADOS À GESTÃO DE RESÍDUOS
DE SUJEITOS DE CAMPO HF ADMINISTRATIVOS ...........................................50
10
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................. ...............................................68
6 REFERÊNCIAS...............................................................................................71
APÊNDICES....................................................................................................74
APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO UTILIZADO PARA OBTENÇÃO DAS
INFORMAÇÕES DOS SUJEITOS COM RELAÇÃO À GESTÃO DE
RESÍDUOS LEVANTAMENTO QUALITATIVO E QUANTITATIVO DAS
DESCARGAS ................................................................................................. 75
APÊNDICE B – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ............ 79
APÊNDICE C – PLANILHA DE BOAS PRÁTICAS EM CANTEIRO DE OBRAS ...... 80
11
1. INTRODUÇÃO
O desenvolvimento econômico das atividades de construção civil, trás à
tona um fator de importância relevante para as questões sócio-ambientais no
desenvolvimento sustentável do século XXI: o aumento na produção de
resíduos gerados pela construção civil, bem como os problemas oriundos da
exaustão de matérias- primas naturais.
Junto ao crescimento do mercado da construção civil existe uma
cobrança da sociedade e dos órgãos competentes para que se tenha
responsabilidade e iniciativas de cuidados com o meio ambiente, propondo a
diminuição, realização de coleta seletiva, o reaproveitamento de materiais,
disposição adequada para cada tipo de resíduo e por fim a sua reciclagem,
para materiais que por esse processo podem ser reutilizados.
O conceito de desenvolvimento sustentável apresentado em 1991 pela
Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD) da
Organização das Nações Unidas, refere-se ao desenvolvimento como “aquele
capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a
capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o
desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro e permite a
continuidade do meio ambiente”.
O desenvolvimento no mundo revela que a capacidade do homem de
transformação é ilimitada, sendo passível de atuação em qualquer ramo que
permita utilização da matéria prima. O que não se levava em consideração era
o uso indiscriminado e o surgimento da escassez de algumas matérias-primas,
utilizadas indiscriminadamente. Segundo Agopyan e John(2000), o setor da
construção
“ além de ser um dos maiores da economia, produz os bens de
maiores dimensões físicas do planeta, sendo conseqüentemente o maior consumidor
de recursos naturais de qualquer economia”.
12
Nos países de Terceiro Mundo, como Brasil, são produzidos cerca de 35
milhões de toneladas por ano de cimento Portland e este é misturado com
agregados a um traço médio de 1:6, estimando-se um consumo de 210 milhões
de toneladas de agregados somente para produção de concreto e argamassa,
sem contar o volume que é produzido na pavimentação e as perdas geradas
(AGOPYAN E JOHN, 2000).
No Brasil, os Resíduos de Construção e Demolição (RCD), atingem
elevadas proporções da massa dos resíduos sólidos urbanos: variam de 51 a
70%. Essa grande massa de resíduos, quando mal gerenciada, degrada a
qualidade da vida urbana, sobrecarrega os serviços municipais de limpeza
pública e reforça no país a desigualdade social uma vez que escassos recursos
públicos são continuamente drenados para pagar a conta da coleta, transporte
e disposição de resíduos depositados irregularmente em áreas públicas
(Ministérios das Cidades, 2006).
O problema termina por se agravar, pois praticamente não existem aterros
sanitários, mas sim poucos aterros controlados e a maioria, lixões a céu aberto,
onde os resíduos são descartados, inclusive diretamente nos rios ou nas suas
proximidades, o que leva ao carregamento dos mesmos para os corpos
d’águas”( Leão apud Valente e Grossi, 1999, p.7).
Segundo Santana e Leite (2003), numa analise de uma amostra de
composição de RCD descartados irregularmente em Feira de Santana, os
resultados apresentaram uma caracterização superficial das pilhas encontradas
apontando a presença de 55% de argamassa, areia, materiais cerâmicos,
concreto e rochas naturais e 45% correspondiam a amianto, material orgânico,
madeira, papeis e outros.
A composição dos RCD depende da fonte que o originou e do momento
em que foi colhida a amostra. Além disso, as várias atividades desenvolvidas
nos canteiros de obras conferem ao material a ser reciclado uma alta
heterogeneidade, e sua segregação minuciosa configura uma situação de
grande dificuldade. As possibilidades de reciclagem dos resíduos variam de
acordo com a sua separação prévia na fonte geradora e composição.
13
Um aspecto que deve ser levado em consideração nos RCD é o
percentual de materiais inertes com potencial de reaproveitamento para
produção de agregados, cerca de 40% e 70% para os resíduos de construção
e demolição, respectivamente (LEITE, 2001).
O depósito aleatório e inadequado de resíduos domésticos e RCD são
uma das principais causas dos alagamentos ocorridos em ruas e avenidas
durante os períodos chuvosos em Feira de Santana. O atual secretário de
Serviços Públicos da cidade de Feira de Santana, Luiz Araújo, afirma que,
enquanto são recolhidas 330 toneladas de lixo doméstico por dia, em média, no
mesmo período estima-se que sejam gerados cerca de 400 toneladas de
entulhos. Estes causam muito mais problemas no sistema de escoamento de
águas pluviais, explica o secretário
"Os entulhos são descartados em canais de macrodrenagem, sobre passeios e
nas sarjetas, prejudicando demais o escoamento das águas de chuva. E, de
acordo com a Lei Nacional de Resíduos Sólidos, a responsabilidade pelo
entulho é quem o gera".(SECOM, 12 de maio de 2009).
A situação ideal para diminuição do impacto ambiental causado pela
construção seria a redução da quantidade de resíduos gerados e a utilização
dos materiais refugados sem a necessidade de qualquer tipo de
beneficiamento. Para que esta redução ocorra, é necessária uma reeducação
da conduta dos colaboradores bem como uma maior cobrança pelos órgãos
competentes, para que leis já existentes e as novas leis com novas diretrizes
sejam cumpridas em prol do bem maior a toda uma comunidade. No entanto,
com as barreiras encontradas e a enorme necessidade de resolução do
problema da geração de resíduos e seu descarte inadequado, restam
resoluções regulamentadoras de procedimentos para tais situações, que
quando não são fiscalizadas, dificilmente são seguidas.
A Tabela 1 apresenta informações gerais sobre gestão de RCD em
alguns municípios brasileiros, onde é possível observar que dos 5564
municípios existentes no país, apenas 29 apresentam alguma iniciativa de
implementação com relação a gestão de resíduos, sendo possível verificar que
apenas o município de São José do R. Preto (SP) está preenchida em 100%.
14
Tabela 1 : Informações sobre gestão de RCD em municípios do Brasil.
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Araraquara/SP Sim - Sim - -
Belo Horizonte/MG Sim - Sim Sim Sim
Brasília/DF - - - - Sim
Campinas/SP - - - - Sim
Curitiba/PR - Sim - - -
Diadema/SP Sim Sim Sim - -
Fortaleza/CE - - - Sim -
Guarulhos/SP Sim - Sim Sim Sim
Joinville/SC Sim Sim - Sim -
Jundiaí/SP - - - Sim -
Lages/SC - Sim - - -
Londrina/PR - - - - Sim
Maceió//AL - - Sim - -
Piracicaba/SP Sim - Sim - Sim
Ponta Grossa/RS - - - Sim -
Ribeirão Pires/SP Sim - Sim - Sim
Ribeirão Preto/SP
- - - - Sim
Rio de Janeiro/RJ
- Sim Sim - -
Salvador/BA Sim - Sim - -
Santo André/SP - - Sim - -
São Bernardo/SP - - - Sim -
São Carlos/SP - - Sim - Sim
São Gonçalo/RJ - - - - Sim
São José R. Preto/SP
Sim Sim Sim Sim Sim
São José Campos/SP
- - - - Sim
São Paulo/SP Sim Sim Sim Sim -
15
Socorro/SP - - - Sim -
Uberlândia/MG - Sim Sim -
Vinhedo/SP - - - - Sim
Fonte: Ministério das Cidades – base 10/2005.
Foi instituída em 05 de julho do ano de 2002, a Resolução n° 307 do
Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), a qual determina ações e
meios para implementação de diretrizes para a efetiva redução dos impactos
ambientais gerados pelos resíduos oriundos da construção civil, num modelo
sustentável de economia, envolvendo agentes geradores, transportadores e
prefeituras municipais. Com a resolução CONAMA 307 a tarefa de destinar
corretamente o entulho é de responsabilidade dos geradores, ficando o poder
público com da regulamentação, fiscalização e disponibilizar um destino
correto.
Instituída também em 02 de agosto de 2010 a Lei de nº 12.305, Política
Nacional de Resíduos Sólidos, alterando a lei de Nº 9.605, de 12 de fevereiro
de 1998, dispondo sobre seus princípios, objetivos e instrumentos, bem como
sobre as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos
sólidos, incluídos os perigosos, às responsabilidades dos geradores e do poder
público e aos instrumentos econômicos aplicáveis. Na gestão e gerenciamento
de resíduos sólidos, deve ser observada a seguinte ordem de prioridade: não
geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e
disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.
Segundo Silva Filho (2001), a construção civil é o ramo da atividade
tecnológico mais apto a absorver os resíduos sólidos gerados, face ao grande
volume de recursos naturais consumidos por ela. Somando-se a isso, os
materiais necessários para a produção de grande maioria dos componentes de
uma edificação não precisam de grande sofisticação técnica.
A redução, reutilização e a reciclagem de resíduos é hoje primordial para
a preservação do meio ambiente, não só pelo aumento da vida útil de aterros,
mas também pela possibilidade de redução de custos e de consumo de energia
na construção civil, segundo
16
“os custos dos materiais de construção tradicionais é alto para
poderem ser utilizados por uma parcela considerável da
população, sendo que uma parte significativa de seu custo é
devido ao preço da energia consumida para a sua fabricação e
transporte”. (Agopyan (1998), citado por Silva Filho (2001)).
1.1 JUSTIFICATIVA
Nas ultimas décadas, vem se estudando meios de inclusão de gestão
ambiental nos diversos ramos de atividades humanas, sendo estas
hospitalares, industriais, de construção entre outras, capazes de gerar qualquer
tipo de resíduo. Como exemplo, temos a busca das empresas em se adequar a
norma ISO 14000, referente as leis ambientais a serem seguidas.
Porém uma atenção especial deve ser voltada para a área de construção
civil, em decorrência da elevada quantidade de resíduos gerados pelas
atividades desenvolvidas em campo, do acondicionamento que lhes é dado em
canteiro e o tipo de descarte que lhes são conferidos no momento da
destinação final.
O desenvolvimento econômico junto ao rápido crescimento, não permitiu
que as grandes organizações, voltadas para o âmbito da construção civil,
traçassem meios de acompanhar o crescimento tecnológico sem degradar o
meio ambiente. Em virtude dessa falta de planejamento, os resíduos gerados
são destinados em muitos casos, de forma inadequada, em locais impróprios,
provocando a poluição visual e deterioração do meio onde vivemos.
O interesse pelo assunto é decorrente da atenção que é dada aos
resíduos gerados, ao destino final que é dado aos resíduos de construção civil,
a falta de planejamento sócio-urbano e a falta de consciência ambiental, pelo
bem maior à sociedade e à própria indústria da construção civil. Existe da
nossa parte uma preocupação com a realização da construção sustentável e
um meio ambiente menos degradado.
17
Paralelo a isto, como estagiária na área de construção civil há cinco anos,
atuando na área de Qualidade, baseada na norma ISO 9001:2008, que
determina regras mínimas de condutas adequadas na geração e destinação de
resíduos gerados pelas organizações, e atuante há mais de dois anos na
organização referente, foi observado no ambiente de trabalho a enorme
quantidade de resíduos que são gerados nos canteiros das obras da empresa,
a pequena atenção que é dada aos mesmos e ao descarte inadequado que
muitas vezes foi visto ser realizado. Ainda foi possível observar as dificuldades
de se realizar a redução, reutilização e a coleta seletiva para uma posterior
reciclagem e destinação final adequada, bem como a resistência por parte dos
funcionários de seguir as regras.
A facilidade de acesso a estas observações dentro do canteiro da obra
HF e a conduta resistente dos operários e interesses de outros, fez surgir um
objetivo, o de realizar o acompanhamento diário da construção do condomínio
HF. Esse condomínio é constituído de 35 casas com 2 pavimentos de luxo,
possuindo 3 ou 4 suítes, guarita, salão de festas e área de lazer.
Junto a este, foi patrocinado pela referida empresa um curso de auditor
líder para a estagiária responsável, realizado no período de junho de 2009 na
cidade de Salvador, com carga horária de 44 horas. O curso em questão foi
aplicado pela própria empresa certificadora, no qual pode ser visto a enorme
importância de engajamento das organizações construtivas no princípio dos
3R’s, bem como os benefícios que este pode trazer a todos, principalmente a
sociedade, baseado nos princípios da ISO 9001:2008. A norma em questão
define diretrizes e conduta para as organizações dentro do sistema da
Qualidade Total, trazendo como importante um dos sub-itens de legislação
relacionados a questão ambiental.
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo Geral
18
Monitorar as condições de infra-estrutura para a execução de boas
práticas do Gerenciamento de Resíduos, no canteiro do condomínio HF e
corpo Administrativo, para a empresa A na cidade de Feira de Santana.
1.2.2 Objetivos Específicos
• Traçar o perfil de conhecimento e conduta dos colaboradores
pertencentes ao canteiro e ao corpo administrativo.
• Listar os tipos de resíduos gerados por estes funcionários, bem como
dúvidas no descarte dos mesmos, acondicionamento que lhes é conferido,
visão de benefícios e obstáculos encontrados no processo de gerenciamento
de resíduos.
1.3 METODOLOGIA
1.3.1 TIPO DE ESTUDO
A presente pesquisa trata-se de um estudo quantitativo, descritivo e
exploratório, de corte transversal, que permite avaliar as condições de
conhecimento e conduta de resíduos de construção civil em um dado
momento, para uma determinada população. A pesquisa sobre a utilização de
resíduos na construção civil foi realizada através de levantamento bibliográfico,
seminários e na internet, através de dissertações de mestrado, teses de
doutorado, assim como artigos. A pesquisa descritiva pretende investigar e
descobrir características de determinada população ou fenômeno ou
estabelecimento de relações entre variáveis (GIL, 1989).
1.3.2 LOCAL DE ESTUDO E DETALHAMENTO DE ATIVIDADES
O levantamento de campo foi realizado no canteiro da obra HF,
localizado no bairro SIM, na cidade de Feira de Santana – BA, e nas
informações da administração da empresa A, com devida autorização prévia
19
para tal, através de termos de consentimento livre e esclarecido (TCLE), para
posterior aplicação de questionário aos funcionários do canteiro e do setor
administrativo.
Para tanto, foi solicitado ao Diretor da referida empresa a permissão
para realizar o levantamento dos resíduos no canteiro da obra para as devidas
análises dos mesmos, bem como foram gerados registros fotográficos de
organização de canteiro.
A pesquisa foi iniciada no canteiro da referida obra em julho de 2008,
com a limpeza inicial do terreno, onde foi observada a organização e
segregação dos resíduos gerados. Tal processo foi introduzido com a
construção de baias identificadas e/ou locais apropriados para o
acondicionamento de dejetos gerados. As baias foram construídas com restos
de madeira utilizadas na produção de fôrmas, como maneira de reutilizá-las, e
sinalizadas com placas de identificação de cada tipo de material segregado.
Em seguida foi iniciado o processo de capacitação dos todos os
funcionários pertencentes ao canteiro e os demais sujeitos administrativos
envolvidos. A priori a capacitação foi executada com treinamentos realizados a
cada mês abordando o assunto e a necessidade implantação do processo de
gestão, bem como sua manutenção, além dos benefícios e legislação vigente,
uso de recursos relacionados com gerenciamento dos resíduos no canteiro e
pelo bem ao meio ambiente.
Os treinamentos foram realizados pelo engenheiro da obra, estagiário de
engenharia ou pelo responsável pela pesquisa, com carga horária de
aproximadamente 10 a 15 minutos a cada 2 semanas, sendo executados no
próprio canteiro, antes de iniciar as atividades de campo. A periodicidade de
treinamentos foi maior intensidade para os colaboradores de campo, por ser o
canteiro o maior gerador de resíduo entre os dois setores. A rotatividade de
funcionários foi um obstáculo, pois não existia continuidade das etapas de
treinamento para todos os funcionários, sendo que dos 22 entrevistados em
campo para esta pesquisa, apenas 13 trabalharam desde o início da obra e
acompanharam os treinamentos todos.
20
Nos treinamentos foram apresentados: a importância do processo de
gerenciamento de resíduos, benefícios trazidos para empresa e funcionários,
bem como sua importância para a natureza e proteção ambiental. Além disso,
foi mostrado como o material deveria ser segregado em canteiro, de acordo
com baia identificando para cada tipo gerado, e enaltecido também a
importância deste processo para obtenção e manutenção do certificado de
Qualidade da empresa, de acordo com a ISO 9001:2008.
Como diretrizes básicas exigidas dentro do canteiro pela empresa, foram
solicitadas a participação dos funcionários na segregação dos resíduos, sendo
estes separados quanto a metal, papel/papelão, plástico, sacos de cimento,
EPS (poliestireno expandido ou bloco de isopor), madeira e material orgânico.
Foi exigida a participação de cada um e a colaboração no momento do
descarte, para que cada material rejeitado fosse colocado na baia adequada.
Depois de segregado o material era coletado pela cooperativa contratada.
Foi realizada uma busca por parceiros de cooperativas específicas para
reciclagem e destinação final de resíduos, bem como parcerias com empresas,
prestadoras de serviço, de incineração de materiais não possíveis de
reaproveitamento.
O resíduo não aproveitado dentro do canteiro foi destinado ao aterro
controlado da cidade de Feira de Santana, pois para incinerar em local fora da
cidade de Feira de Santana, pólo de atuação da empresa, o custo benefício
deixaria de existir, se tornando um processo oneroso para a empresa, que no
momento da pesquisa, se encontrava em dificuldade financeira.
1.3.3 VARIÁVEIS DO ESTUDO
Foram utilizadas variáveis relacionadas às características sócio-
demográficas dos sujeitos de campo HF e administrativos da empresa em
questão. As demais variáveis foram relacionadas às questões ambientais que
envolvem o entendimento dos sujeitos com as atividades de gerenciamento de
resíduos de construção dentro do campo de trabalho.
21
1.3.4 PROCESSO DE COLETA DE DADOS
Foram elaborados questionários com objetivo de avaliar o perfil de
entendimento e informação que possuiam os funcionários, sendo que estes
foram aplicados parte aos funcionários do canteiro da obra HF e parte ao corpo
administrativo da empresa, que realiza suporte ao andamento das atividades. A
aplicação dos questionários foi realizada por estagiária de engenharia civil da
empresa, responsável pelo setor de qualidade da obra HF no período referente,
sendo que pela grande rotatividade de funcionários dentro de campo, quando
da aplicação dos questionários, muitos funcionários antigos já tinham sido
remanejados para outros canteiros e novos funcionários de novas atividades já
estavam no canteiro HF. Como foi esclarecido anteriormente, 13 dos 22
funcionários de campo passaram por todo o processo de sensibilização para a
proposta estudada.
De posse dos questionários respondidos, foi realizada a etapa de
avaliação de dados do mesmo, distinguindo o corpo administrativo do corpo
operário, traçando o perfil de compreensão de cada uma das categorias. Foram
apresentados com gráficos e tabelas as porcentagens atingidas para cada
categoria, bem como cada tipo de resíduo gerado, e ao final da pesquisa, o
relatório fotográfico do final da obra HF, no período de agosto de 2010.
Vale salientar que a referida empresa passou neste período por
dificuldades financeiras, o que de alguma maneira acarretou na dificuldade de
execução e principalmente da manutenção do processo de gestão de resíduos
de construção. Diante de tal dificuldade, foi possível notar uma maior
resistência por parte dos funcionários de campo de seguir as determinações
recomendadas de acordo com treinamentos realizados, por se encontrarem
com pagamento de salário atrasados. Outro fator importante que pode ter
dificultado o sucesso do processo de gestão de resíduos, foi o afastamento da
responsável pela implantação e manutenção do processo de gestão de
resíduos, no caso a pesquisadora responsável por este estudo, por motivo de
licença maternidade, com afastamento de pelo menos 6 meses.
22
1.3.5 DETALHAMENTO DA OBRA – PLANTA BAIXA DA UNIDADE
TIPO E FACHADA EM 3D.
Na Figura A é apresentada a planta baixa do pavimento inferior da
edificação padrão do condomínio estudado. A unidade possuia entre 130 a 140
m2 , podendo possuir terraço e varanda gourmet.
Figura A – Pavimento Inferior – unidade tipo
A Figura B apresenta a planta baixa do pavimento superior padrão do
condomínio estudado.
23
Figura B – Pavimento Superior – unidade tipo
Detalhes e aparência da fachada em 3D do imóvel podem ser
observados na Figura C.
Figura C – Fachada Unidade Tipo em 3D
24
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E A CONSTRUÇÃO CIVIL
Segundo Lôrdelo et al (2007), o desenvolvimento sustentável é o
“desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer
a capacidade de as futuras gerações satisfazerem suas próprias
necessidades”.
Uma concepção simples é definida por André Lacombe Penna da
Rocha, onde “ o conceito de sustentabilidade pode ser simples de se entender,
mas de difícil implantação prática. Não apenas pela dificuldade de se definir o
que vem a ser sustentável, mas também devido à complexidade de sua
mensuração e, em última instância, à atitude e o comportamento das pessoas
a seu respeito” (Orgânicos em Revista, Dezembro de 2010).
A moderna Construção Sustentável é um sistema construtivo que
promove intervenções sobre o meio ambiente, adaptando-o para suas
necessidades de uso, produção e consumo humano, sem esgotar os recursos
naturais, preservando-os para as gerações futuras ( Araujo, 2005).
Ainda segundo Araújo (2005), a construção sustentável faz uso de
ecomateriais e de soluções tecnológicas e inteligentes para promover o bom
uso e a economia de recursos finitos (água e energia elétrica), a redução da
poluição e a melhoria da qualidade do ar no ambiente interno e o conforto de
seus moradores e usuários. Como denominador comum, construção
sustentável e ecológica tem o fato de gerarem habitações que preservem o
meio ambiente e de buscarem soluções locais para problemas por elas
mesmas criadas.
Em 1992, A Conferência das Nações Unidas sobre o meio ambiente e
desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro, demonstrou um aumento do
interesse mundial pelo futuro do planeta. Muitos países passaram a valorizar as
relações entre desenvolvimento socioeconômico e modificações no meio
25
ambiente. O resultado foi a criação da Agenda 21, sendo acordo firmado entre
179 países, reforçando a necessidade e a importância de cada país se
comprometer a refletir, global e localmente sobre a forma pela qual governos,
empresas, organizações e todos demais setores da sociedade poderiam
cooperar no estudo de soluções para os problemas sócio-ambientais
(LÔRDELO et al,2007).
De acordo com o mesmo autor, a Agenda 21 foi responsável pelo
despertar de uma consciência ambiental sobre a necessidade de conservação
da natureza para o bem estar e a sobrevivência das espécies, incluindo a
humana. Um exemplo dessa evolução da consciência pode ser relatada nas
normas da ISO 14:000, que estão sendo cada vez mais utilizadas por
organizações que buscam ter seus sistemas de gestão ambiental certificados.
Dentre os demais meios de sustentabilidade, alguns exemplos de
sistemas de ações já implantadas são: reuso de água em edifícios, utilização
de iluminação e ventilação natural, uso de energia solar, a reutilização e
reciclagem de resíduos, bem como a racionalização dos processos
construtivos.
Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), existem
outras normas publicadas ligadas à gestão de resíduos, que são as seguintes:
• NBR 15112:2004 Resíduos da construção civil e resíduos volumosos -
Áreas de transbordo e triagem - Diretrizes para projeto, implantação e
operação;
• NBR 15113:2004 - Resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes
- Aterros - Diretrizes para projeto, implantação e operação;
• NBR 15114:2004 - Resíduos sólidos da construção civil - Áreas de
reciclagem - Diretrizes para projeto, implantação e operação;
• NBR 15115:2004 - Agregados reciclados de resíduos sólidos da
construção civil - Execução de camadas de pavimentação –
Procedimentos;
26
• NBR 15116:2004 - Agregados reciclados de resíduos sólidos da
construção civil – Utilização em pavimentação e preparo de concreto sem
função estrutural – Requisitos.
Existem como Políticas Públicas o Sistema de Qualificação de Empresas
de Serviços e Obras (SIQ–C) e o Sistema de Avaliação da Conformidade de
Empresas de Serviços e Obras da Construção Civil (SiAC) , do Programa
Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H). Estes programas
prevêem quatro níveis de certificação (D, C, B e A) e contemplam os mesmos
requisitos da NBR ISO 9001:2008, definindo serviços e materiais a serem
controlados.
Estes programas já levam em consideração a necessidade de
consciência ambiental sobre os impactos causados pelo descarte de resíduos
no meio ambiente, causado pela produção das obras. Para que as empresas
hoje obtenham a certificação no mercado, no nível “A” é necessário, além de
outros requisitos definidos pela norma ISO 9001:2008, definir diretrizes aos
resíduos gerados, bem como realizar um acondicionamento adequado dentro
do canteiro.
Para que a implantação do processo de gestão obtenha êxito, é
imprescindível o envolvimento das pessoas para uma gestão eficiente. Para
que se consiga promover uma gestão de resíduos adequada é necessário que
todos os agentes (equipe técnica e gerencial da obra, operários, empreiteiros e
direção da empresa) estejam comprometidos com a nova proposta, pois todos
precisarão contribuir para o sucesso da gestão de resíduos (LÔRDELO, 2007).
O comprometimento dependerá de treinamento e respeito as novas condições
exigidas, conscientizando não só o que deve ser feito, mas também como e por
que deve ser feito.
Para tanto, é necessário a gerência prover condições para que o
processo seja executado, desde treinamento, ao acondicionamento e
recolhimento dos resíduos gerados. Ações de valorização e estímulo ao
envolvimento com gestão dos resíduos contribuem para o bom resultado
(LÔRDELO et al, 2007). Meios de mensurar funcionários bem envolvidos e
27
destacá-los pode servir como contribuição, além de formas de compensação
para quem se envolver na manutenção do processo de gestão.
2.2 HISTÓRICO DOS RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO
A indústria da construção civil tem o meio ambiente como objeto de
transformação. Ela modifica paisagens inserindo empreendimentos que visam
o bem-estar do homem. Além disso, consome uma grande variedade de
recursos naturais como insumos dos seus produtos e, conseqüentemente,
geram resíduos, o RCD, sendo hoje um dos maiores problemas de
gerenciamento de limpeza urbana dos municípios brasileiros (LEITE, et. al.,
2005).
A redução, reutilização, a reciclagem e o estudo de RCD começaram
muito antes da adoção de conceitos técnicas e posturas mais sustentáveis por
parte de todos os setores. Embora se tenha registro da utilização de alvenaria
britada para a produção de concreto desde a época dos romanos, a primeira
utilização significativa dos RCD data da época do fim da Segunda Guerra
Mundial. Naquele período, milhares de escombros ficaram espalhados pelas
cidades, sendo que nas cidades da Alemanha a quantidade de entulho era de
aproximadamente 400 a 600 milhões de metros cúbicos. As necessidades de
matéria prima para a reconstrução dos centros urbanos e a falta de local de
destino do vultoso volume de resíduos fizeram com que estes fossem
reaproveitados. As estações de reciclagem produziam cerca de 11,5 milhões
de metros cúbicos de agregado reciclado de alvenaria e 175.000 unidades
foram construídas (HELLER, apud LEITE, 2001).
No Japão, dois terços do resíduo de concreto demolido já é utilizado
para pavimentação de rodovias. Todavia, já existe um plano para que seja
estimulado o uso deste resíduo para a produção de novos concretos
(VÁSQUEZ E BARRA, apud LEITE, 2001).
28
A grande massa de resíduos sólidos urbanos, que variam no Brasil de
51 a 70%, quando mal gerenciada, degrada a qualidade da vida urbana,
sobrecarrega os serviços municipais de limpeza pública e reforça no país a
desigualdade social, além de degradar o meio ambiente. Uma vez que
escassos recursos públicos são continuamente drenados para pagar a conta
da coleta, transporte e disposição de resíduos depositados inadequadamente
em áreas públicas, conta essa que, na realidade, é de responsabilidade dos
geradores (Ministério das Cidades, 2006).
No município de São Paulo, conforme dados do sistema de
gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos da Prefeitura ( LIMPURB –
SIGIL), são recolhidos diariamente aproximadamente 4.000 toneladas de
entulho de construção civil (90.000 m3/mês). Este valor pode ser muito maior,
pois só são contabilizados os entulhos destinados a aterros oficiais. Estimando-
se um total de 17.000 ton./dia (Lixo Municipal: Manual de Gerenciamento
Integrado, 2010).
Afirma Lôrdelo et al, (2007) que “Por todos esses motivos, a construção
civil é um dos grandes vilões ao se falar em impactos ambientais, aparecendo
como a principal geradora de resíduos de toda a sociedade, com produção
estimada entre 2 e 3 bilhões de toneladas ao ano”.
A excessiva geração de RCD e seu descarte irregular em grande parte
das cidades brasileiras causam poluição do ambiente. Os resíduos gerados
são responsáveis por aumentar ainda mais os impactos ambientais causados
por este setor (LÔRDELO et al, 2007).
No Brasil, é incipiente a quantidade de empresas da construção civil que
realizam o gerenciamento de resíduos em canteiro de obras e buscam por
ações que visem minimizar a sua produção. Em conjunto, a conduta do
manuseio, segregação, disposição final ainda não é realizada como adequado
(LÔRDELO et al, 2007). O que também é observado é a falta de estímulo e
compromisso, como a questão do diminuto número de municípios que
possuem alguma iniciativa com relação ao tema, como visto no Quadro 1 desta
pesquisa.
29
2.3 ORIGEM E CLASSIFICAÇÃO
Segundo a norma brasileira que trata da classificação dos resíduos
sólidos (a NBR 10004 de 2004, “Resíduos Sólidos – Classificação”, os resíduos
são classificados em:
a) resíduos classe I - Perigosos;
b) resíduos classe II – Não perigosos;
c) resíduos classe II A – Não inertes.
d) resíduos classe II B – Inertes.
Já segundo a Resolução 307 do CONAMA, Os resíduos da construção
civil são classificados da seguinte maneira:
• Classe A: são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados,
tais como: de construção, demolição, reformas e reparos de edificações
contendo componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de
revestimento etc.), argamassa e concreto; de processo de fabricação e/ou
demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meios-fios etc.)
produzidas nos canteiros de obras;
• Classe B: são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais
como: plásticos, papel/papelão, metais, vidros, madeiras e outros;
• Classe C: são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas
tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua
reciclagem ou recuperação, tais como os produtos oriundos do gesso;
• Classe D: são os resíduos perigosos oriundos do processo de
construção, tais como: tintas, solventes, óleos e outros, ou aqueles
contaminados oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas
radiológicas, instalações industriais e outros.
30
Como pode ser observado na Figura 1, os resíduos de construção civil
são provenientes de reformas, reparos e demolições de obras de construção
civil. Incluem também os resultantes da preparação e da escavação de
terrenos, tais como: tijolos, blocos, cerâmicos, concreto em geral, solos,
rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros,
argamassas, gesso, telhas, pavimentos asfálticos, vidros, plásticos, tubulações
e fiação elétrica, entre outros (VILHENA, 2010).
A composição do RCD e quantidade produzida dependem de alguns
fatores, como: qualidade da mão de obra, técnicas construtivas empregadas,
adoção de sistema de qualidade, etc. Essa heterogeneidade fornece ao entulho
mudança de propriedades, passando de inerte a não inerte, ou seja durante a
sua geração ele pode apresentar produtos que o torna não inerte ou até
mesmo perigoso, como a presença de amianto (ZORDAM, 2000).
Figura D– Distrbuição de RCD no Brasil
Fonte: Origem do RCD em algumas cidade brasileiras - I&T Informações e Técnicas
A classificação da origem dos RCD proposta pela The Solid Waste
Association of North America (SWANA, 1993 apud PINTO, 1999) é bastante útil
para a quantificação de sua geração:
� Material de obras viárias;
� Material de escavação;
31
� Demolição de edificações;
� Construção e renovação de edifícios;
� Limpeza de terrenos.
No Quadro 1 são apresentadas algumas definições de RCD, por diversos
autores. Algumas definições são feita por alguns autores, outras são
específicas demonstrando os materiais que originam o RCD ou a atividade que
originou os resíduos.
Quadro 1 – Definições de Resíduos de Construção e D emolição por vários autores Autor Definição para RCD
EPA* São resíduos de materiais de construção e fragmentos de pedra de construção, renovação e demolição de edifícios e estradas (ex: concreto, madeira, metais, asfalto).
MAIA et. al. 1993
Todo material acumulado depois que uma parte foi tomada e utilizada, não apresentando mais fim específico, podendo ao apresentar uma aplicação este resíduo passar a ser um sub-produto.
SILVEIRA, 1993
Todo rejeito proveniente das atividades de engenharia civil. O autor classifica também segundo a sua origem, na origem, na demolição, na incorporação á construção.
ZORDAM, 1997
Os resíduos não contaminados, provenientes da construção, reformas, reparos e demolição de estruturas e estradas e resíduos sólidos não contaminados de vegetação, resultantes da limpeza e escavação de solos.
LEVY, 1997 São todas as sobras e rejeitos constituídos por todo material mineral proveniente do desperdício, inerente ao processo construtivo adotado na obra nova ou de reformas e demolição
STEIN, 1993, apud COSTA 1998
São resíduos produzidos a partir das atividades de construção e demolição de estruturas ou parte dela
ANDRADE, et. al. 1998
Conjunto de fragmentos ou restos de tijolos, concreto, argamassa, aço, madeira, entre outros, podendo ser oriundo dos desperdícios da construção, reforma e demolição de estruturas
HABITARE, 1998
Parcela de material não incorporada, ou seja, aquela que não é aproveitada ou aplicada ao local previsto.
Fonte: XAVIER, 2001. apud SAPATA, 2002. EPA – Agência de Proteção Ambiental Americana
32
2.4 IMPACTOS AMBIENTAIS
Quando se fala em impacto ambiental causado pela construção civil, não
se pode esquecer de falar na geração de resíduos sólidos , que pode ser até
duas vezes maior que o volume de lixo urbano gerado ( JOHN e AGOPYAN,
2000).
As diversas destinações clandestinas do entulho causam problemas de
saúde pública, além de lançamento em encostas ou terrenos problemáticos
gerando depósitos instáveis, lançamentos em terras baixas junto a drenagens,
ou diretamente no leito de canais, levando a obstrução do escoamento.
Normalmente, os municípios não coletam o entulho gerado, sendo comum este
tipo de despejo e transformando as áreas de despejo em imensos lixões
(VILHENA, 2010).
De acordo com LEITE (2001,) os resíduos, sejam eles quais forem,
devem ser classificados, do ponto de vista do risco ambiental, para que
possam sofrer o correto destino e manuseio. Para ele, alguns estudos
reconhecem que este fato pode não ser uma verdade tão absoluta pelo fato
dos resíduos de construção e demolição, quando depositados
indiscriminadamente são focos para depósitos de outros tipos de resíduo, que
podem gerar contaminações devido à lixiviação ou solubilização de certas
substâncias nocivas. Ou ainda, os próprios resíduos de construção e demolição
podem conter materiais de pintura, ou substâncias de tratamento de
superfícies, entre outras, que podem percolar pelo solo, contaminando-o
(FEDERLE, citado por PENG et al., 1997; TORRING, 1998 apud LEITE, 2001).
Além destes materiais, os resíduos de construção e demolição podem
conter amianto ou metais pesados, que mesmo em pequenas quantidades, se
misturados ao resíduo, pode contaminá-lo de forma significativa
(DORSTHORST e HENDRIKS, 2000 apud LEITE, 2001). Por estes motivos
Zordan (2000) apud Leite(2001) enfatiza que o resíduo de construção, a
depender da sua origem e materiais constituintes, pode estar inserido em
qualquer das classes apresentadas pela NBR 10004 (2004), ou seja, perigoso,
não inerte ou inerte.
33
Acredita-se que mundialmente são gerados ente 2 e 3 bilhões de
toneladas de resíduos de construção e demolição por ano ( TORRING,1998;
LAURITZEN, 1998, apud LEITE, 2001). Só na União Européia, os resíduos de
construção estão entre 221-334 milhões de toneladas por ano, o que significa
607 a 918 Kg/hab/ano, frente a média de 390 Kg/hab/ano de resíduos sólidos
urbanos – lixo doméstico (VASQUEZ, 2001).
Na gestão dos Resíduos da Construção Civil (RCC) observa-se que a
qualidade do ambiente urbano é comprometida tanto pela ação do próprio
gerador quanto pela inexistência ou ineficiência dos serviços de coleta e pela
disposição inadequada desses resíduos (lixões a céu aberto, terrenos baldios,
etc). Por isso o que chama a atenção na gestão dos RCC é a inter-relação
entre o ambiente da geração dos resíduos e aquele da sua movimentação,
desde a coleta até a disposição final (BRITO FILHO, 1999).
De acordo com diversos autores, Pinto, 1999; Brito Filho 1999;
Catalunya, 1995; Cavalcanti, 1996, citado por SAPATA (2002), pode-se
enumerar alguns impactos, tais como:
a) Impactos Ambientais: Ocupação das áreas naturais em baixadas, fundo
de vales, terrenos baldios, obstrução de rios, córregos que vem afetar a
drenagem superficial das águas;
b) Impactos Sanitários: A presença de RCD e outros resíduos, criam um
ambiente propício para a proliferação de vetores que exercem efeito deletério
sobre o saneamento local e a saúde humana;
c) Impactos Visuais: Aspectos visual da paisagem local fica totalmente
comprometido;
d) Impactos Sociais: Existência de uma classe social apresentando
grandes e pequenos geradores e grandes e pequenos coletores de RCD e
demais resíduos sólidos urbanos, sem noção de aspectos de prevenção
sanitária e ambiental, reflexo de uma gestão corretiva;
e) Impactos Econômicos: Custo elevado da gestão corretiva do RCD.
34
2.5 APROVEITAMENTO DOS RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO
A reutilização de resíduos é a prática que pode contribuir para a redução
aos impactos ao meio ambiente. O maior desafio na atualidade é inserir no
mercado empresas que possuam a consciência do quão podem ser prejudiciais
para a comunidade, causando impactos negativos com o crescimento de RCD
e sem a preocupação da geração dos resíduos. A preocupação ambiental é
um meio para inserirmos o desenvolvimento sustentável, de maneira a não
degradar o meio ambiente onde vivemos.
Segundo Levy (2001), os resíduos de construção têm uma composição
que depende muito da fonte que o originou e do momento em que foi colhida a
amostra. Como o setor de construção desenvolve várias atividades dentro do
canteiro de obras, o resíduo gerado também pode ser composto por uma
grande gama de materiais. Além disso, uma edificação é composta por uma
grande variedade de diferentes componentes, e quando ocorre a sua
demolição esta característica fica evidenciada na composição do resíduo
resultante. Tudo isso confere ao material a ser reciclado uma alta
heterogeneidade, e sua separação total seria praticamente impossível.
Pinto (1999), estimou que em cidades brasileiras de médio e grande
porte a massa de resíduos de construção gerados varia entre 41% (Salvador,
BA) a 70% da massa total de resíduos sólidos urbanos e estima que a remoção
de resíduos acumulados irregularmente onera os cofres públicos municipais
entre US$5,4/ton e US$14,8/ton de RCD.
A caracterização do RCD é fundamental para escolha do processo de
beneficiamento. Os principais impedimentos para o uso de agregados são os
teores de argamassa, de contaminantes, de materiais pulverulentos e valores
de absorção de água e de massa específica (PINTO,1999).
O beneficiamento dos resíduos de construção e demolição envolve
desde a sua coleta e transporte, passando por separação, britagem e
peneiramento, até a sua estocagem para posterior utilização (LEITE, 2001).
35
Segundo Lôrdelo (2007), o beneficiamento dos RCD envolve desde a sua
triagem, reutilização, coleta e transporte, passando por separação, britagem e
peneiramento, até sua estocagem para posterior utilização ou reciclagem.
As vantagens da utilização reutilização e reciclagem, segundo Lôrdelo et
al, 2007, dos resíduos gerados podem ser descritas como:
• Preservação dos recursos naturais;
• Redução da necessidade de áreas para aterro devido a redução do
volume gerado;
• Redução dos gastos de energia;
• Geração de empregos em empresas de reciclagem;
• Redução da poluição emitida com a produção de novos produtos;
• Aumento da durabilidade da construção em situações como aplicação
de aditivos;
• Ajuda no sustento de famílias de baixa renda, que atuam como
catadores.
Vários países desenvolvidos, por sentirem problemas na escassez dos
recursos naturais e/ou problemas no gerenciamento da questão ambiental, têm
direcionado esforços na reciclagem do entulho. Já é possível identificar no
mercado nacional, alem da reciclagem realizada pelas Prefeituras Municipais,
um tipo de reciclagem praticado no próprio local gerador do entulho, por alguns
construtores (VILHENA, 2010).
O Quadro 2 apresenta potencialidades para aplicação de RCD.
36
Quadro 2 - Potencialidades para aplicação de recicl ados de RCD G
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37
2.6 RESOLUÇÃO N° 307 DO CONSELHO NACIONAL DO MEIO A MBIENTE E
POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS
A Resolução nº 307 do CONAMA, de 05 de julho de 2002, é a norma
regulamentadora que define as diretrizes para o gerenciamento e disposição
final dos resíduos da construção civil e estabelece critérios e procedimentos
para a gestão dos resíduos dentro dos canteiros da construção civil. Esta diz
que o “gerenciamento de resíduos é o sistema que visa reduzir, reutilizar ou
reciclar resíduos; inclui planejamento, responsabilidades, práticas,
procedimentos e recursos para desenvolver e programar as ações necessárias
ao cumprimento das etapas previstas em programas e planos.”
Com base nas idéias difundidas nos Sistema de Gestão da Qualidade,
referenciados pela norma ISO 9001, as empresas constroem planos de
gerenciamentos, descritos no Plano de Qualidade da Obra, nos quais são
identificados e caracterizados os tipos de resíduos gerados nos canteiros e as
formas de acondicionamento que estes recebem dentro do canteiro, bem como
sua destinação final até a reciclagem.
Vale ressaltar que na implantação dessas boas práticas de
gerenciamento de resíduos, as empresas podem incorporar estes outros
benefícios: atendimento aos requisitos legais e dos programas de certificação;
melhora nas condições de limpeza do canteiro, contribuindo para maior
organização da obra, diminuição dos acidentes de trabalho, redução do
consumo de recursos naturais e a conseqüente redução de resíduos (PINTO,
2005).
Além disso, a empresa inicia uma conscientização ambiental que pode
se refletir na promoção de outras ações que visem ao desenvolvimento
sustentável. Tais ações, incluídas na gestão estratégica de negócios,
melhoram a imagem da empresa e contribuem para sua valoração econômica.
Os municípios brasileiros tiveram o prazo até 02 de janeiro de 2004,
para a elaboração do plano integrado de gerenciamento de resíduos da
38
construção civil e até 02 de julho de 2004, para a sua implementação, e
conseqüente cessação de disposição irregular desses resíduos. Os
construtores tiveram o prazo até 02 de janeiro de 2005 para incluírem seus
projetos de gerenciamento de resíduos da construção civil nos projetos de
obras a serem submetidos à aprovação do órgão público competente
(SANCHES, 2004).
Ao disciplinar os resíduos da construção civil, a Resolução CONAMA nº
307 leva em consideração as definições da Lei de Crimes Ambientais, de
fevereiro de 1998, que prevê penalidades para a disposição final de resíduos
em desacordo com a legislação. Essa resolução exige do poder público
municipal a elaboração de leis, decretos, portarias e outros instrumentos legais
como parte da construção da política pública que discipline a destinação dos
resíduos da construção civil (PINTO, 2005).
Municipalizar a gestão ambiental significa internalizar na esfera local
conceitos e mecanismo de controle sustentável para fazer frente às pressões
ambientais resultantes das atividades modificadoras. Para desempenhar esse
papel cabe às administrações municipais estruturarem-se para a implantação e
aperfeiçoamento de um sistema próprio de controle ambiental. Tal sistema
deve envolver os aspectos legais, institucionais, técnicos e operacionais, de
modo a atender às exigências de uma ação eficiente e eficaz no trato das
questões ambientais (SOUZA, 2002).
Segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos, decretada em 2 de
agosto de 2010, p art. 10, incumbe ao Distrito Federal e aos Municípios a
gestão integrada dos resíduos sólidos gerados nos respectivos territórios, sem
prejuízo das competências de controle e fiscalização dos órgãos federais e
estaduais do Sisnama, do SNVS e do Suasa, bem como da responsabilidade
do gerador pelo gerenciamento de resíduos, consoante o estabelecido nesta
Lei. Além deste, descreve no art. 11, parágrafo II que é responsabilidade do
Estado controlar e fiscalizar as atividades dos geradores sujeitas a
licenciamento ambiental pelo órgão estadual do Sisnama.
39
Segundo capítulo 3, seção 1 da Política Nacional de Resíduos Sólidos,
os geradores são responsáveis pela contratação de serviços de coleta,
armazenamento, transporte, transbordo, tratamento ou destinação final de
resíduos sólidos, ou de disposição final de rejeitos, não isenta as pessoas
físicas ou jurídicas referidas no art. 20 da responsabilidade por danos que
vierem a ser provocados pelo gerenciamento inadequado dos respectivos
resíduos ou rejeitos
Para a cidade de Feira de Santana, foi divulgado em jornais o Decreto
8.128, onde é possível notar a iniciativa de regulamentar o descarte de
resíduos, que determina a medida do Governo Municipal onde
“materiais de construção ou resultantes de obras, a exemplo de
entulhos, não podem ser deixados em passeios, calçadas,
praças e logradouros públicos, sob a pena de pagamento de
multa....Com isso, o objetivo é estabelecer melhores condições
de trafegabilidade, segurança e saúde às pessoas, tendo em
vista a necessidade de organizar o resultado das obras civis
que, em muitas vezes, causa más condições de higiene e
segurança” (Folha do Estado, 7 de Dezembro de 2010).
Em outubro de 1999, o governo do Estado da Bahia, iniciou o Programa
de Municipalização da Gestão Ambiental, coordenado pelo Centro de Recursos
Ambientais (CRA) – órgão estadual de meio ambiente e aprovado pelo
Conselho Estadual de Meio Ambiente (CEPRAM), através da Resolução
2150/99, que estabeleceu
“as diretrizes para a cooperação técnica e administrativa com os
órgãos municipais de meio ambiente, visando à descentralização da
gestão ambiental, ao licenciamento e à fiscalização de atividades de
impacto ambiental local.”
A referida resolução foi atualizada e aprimorada resultando num novo
dispositivo legal, recentemente aprovado através da Resolução 2965/02, que
passa a disciplinar o assunto (SOUZA, 2002).
O CRA implantou na estrutura organizacional da Diretoria de Controle
Ambiental (DIRCO), a Coordenação de Ações Regionais e Municipalização
40
(CAREM), com a competência de, dentre outras coisas, fomentar e implantar a
coordenação técnica e administrativa com organismos dos poderes públicos
municipais responsáveis pelo controle e fiscalização das atividades efetiva ou
potencialmente causadoras de impactos ambientais locais, visando à
descentralização da gestão ambiental (SOUZA, 2002). No ano de 2009 o CRA
passou-se a chamar Instituto do Meio Ambiente (IMA).
Para Sanches (2004), a primeira dificuldade na elaboração de políticas
públicas voltadas à gestão de resíduos sólidos é a não vinculação do órgão
responsável pela limpeza pública a uma secretaria executora das funções de
planejamento urbano e ambiental.
Na Bahia, a municipalização da gestão ambiental dá-se mediante
convênios com o CRA ou IMA, que os orienta quanto aos subsídios técnicos e
legais para exercerem a gestão ambiental local, mediante ferramentas legais
apropriadas (SOUZA, 2002). Com relação aos deveres sobre os impactos ambientais
SANCHES (2004) fala que:
Os custos para a proteção do meio ambiente deverão ser assumidos
pelo usuário e cabe a ele adotar medidas para redução, reutilização e
reciclagem dos materiais com vistas a minimizar o desperdício dos
recursos. Ao poder público cabe incentivar a adoção dessas práticas.
Uma das diretrizes importantes na gestão dos resíduos sólidos é o
incentivo do Estado para a realização de atividades conjuntas e
articuladas pelos órgãos estaduais e municipais para prevenção e
controle da degradação ambiental, bem como a integração
harmoniosa entre os diversos níveis de governo na garantia da
qualidade dos serviços ambientais prestados à sociedade.
2.7 NBR ISO 14.000 E NBR ISO 9001 – SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL,
DIRETRIZES BÁSICAS E INFLUÊNCIA NA QUALIDADE TOTAL.
Preocupadas cada vez mais em atingir e demonstrar um desempenho
ambiental correto, as organizações de todos os tipos, buscam se enquadrar
nos parâmetros exigidos pelas normas e leis regulamentadoras, controlando o
41
impacto de suas atividades, produtos ou serviços no meio ambiente, levando
em consideração sua política e seus objetivos ambientais.
As normas Internacionais de gestão ambiental têm por objetivo prover às
organizações os elementos de um sistema de gestão ambiental eficaz, passível
de integração com outros requisitos de gestão, de forma a auxilia-las a
alcançar seus objetivos ambientais e econômicos. Esta Norma descreve os
elementos de um SGA ( Siatema Geral Ambiental) e apresenta orientação
prática para sua implementação ou seu aprimoramento. Além disso, orienta as
organizações como efetivamente iniciar, aprimorar e manter um sistema de
gestão ambiental. Tal sistema é essencial para capacitar uma organização a
antecipar e atender a seus objetivos ambientais e assegurar o contínuo
cumprimento das exigências nacionais e/ou internacionais (NBR ISO 14001,
2004).
A gestão ambiental é parte integrante do sistema de gestão global de
uma organização. A concepção de um SGA é um processo dinâmico e
interativo. A estrutura, responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e
recursos para a implementação de políticas, objetivos e metas ambientais
podem ser coordenados com os esforços existentes em outras áreas (por
exemplo: operações, finanças, qualidade, saúde ocupacional e segurança no
trabalho) (NBR ISO 14004, 1996).
Os princípios essenciais para orientar os responsáveis pela
implementação ou aprimoramento de um sistema de gestão ambiental incluem,
mas não se limitam a:
� Reconhecer que a gestão ambiental se encontra entre as mais altas
prioridades da organização.
� Estabelecer e manter comunicação com as partes interessadas internas
e externas.
� Determinar os requisitos legais aplicáveis e os aspectos ambientais
associados às atividades, produtos ou serviços da organização.
42
� Desenvolver o comprometimento da administração e dos empregados
no sentido da proteção ao meio ambiente, com uma clara definição de
responsabilidades e responsáveis.
� Estimular o planejamento ambiental ao longo do ciclo de vida do produto
ou do processo.
� Estabelecer um processo que permita atingir os níveis de desempenho
visados.
� Prover recursos apropriados e suficientes, incluindo treinamento para
atingir os níveis de desempenho visados, de forma contínua.
� Avaliar o desempenho ambiental com relação à política, objetivos e
metas ambientais da organização, buscando aprimoramentos, onde
apropriado.
� Estabelecer um processo de gestão para auditar e analisar criticamente
o SGA e para identificar oportunidades de melhoria do sistema e do
desempenho ambiental resultante.
� Estimular prestadores de serviços e fornecedores a estabelecer um
SGA.
Segundo o item 0.2, na Norma 14004:1996, é recomendado que uma
organização implemente um sistema de gestão ambiental eficaz para ajudar a
proteger a saúde humana e o meio ambiente dos impactos potenciais de suas
atividades, produtos ou serviços, e para ajudar a manter e aprimorar a
qualidade do meio ambiente. Para tal, são necessárias alguns alterações de
condutas dos envolvidos no porcesso, desde a alta gerência até o ultimo
funcionário pertencente a organização. Possuir um SGA pode ajudar uma
organização a oferecer confiança às suas partes interessadas de que
� existe um comprometimento da administração para atender às
disposições de sua política, objetivos e metas;
� é dada maior ênfase à prevenção do que às ações corretivas;
� podem ser oferecidas evidências de atuação cuidadosa e de
atendimento aos requisitos legais; e
43
� a concepção de sistemas incorpora o processo de melhoria contínua.
Dentre os principais benefícios apontados pela norma 14004:1996 que
podem ser observados, podemos listar:
� assegurar aos clientes o comprometimento com uma gestão ambiental
demonstrável;
� manter boas relações com o público/comunidade;
� satisfazer os critérios dos investidores e melhorar o acesso ao capital;
� obter seguro a um custo razoável;
� fortalecer a imagem e a participação no mercado;
� atender aos critérios de certificação do vendedor;
� aprimorar o controle de custos;
� reduzir incidentes que impliquem responsabilidade civil;
� demonstrar atuação cuidadosa;
� conservar matérias-primas e energia;
� facilitar a obtenção de licenças e autorizações;
� estimular o desenvolvimento e compartilhar soluções ambientais;
� melhorar as relações entre a indústria/governo.
Segundo item A. 4.2, do anexo A da Norma 14001:2004, faz menção a
necessidade de treinamento, conscientização e competência, identificando
quando necessário a realização dos mesmo e nível de experiência para
assegurar a capacitação daqueles que desempenham função especializada de
gestão ambiental. São requeridos os seguintes itens:
� as pessoas cujo trabalho possa causar impacto(s) ambiental(is)
significativo(s) identificado(s) pela organização sejam competentes para
realizar as tarefas para as quais foram designadas,
44
� as necessidades de treinamento sejam identificadas e ações sejam
tomadas para assegurar que o treinamento seja fornecido,
� todas as pessoas estejam conscientes da política ambiental, do sistema
da gestão ambiental e dos aspectos ambientais das atividades, produtos
e serviços da organização que possam ser afetados pelo seu trabalho.
Conscientização, conhecimento, compreensão e competência podem
ser obtidos ou melhorados por meio de treinamento, formação educacional ou
experiência de trabalho, segundo esta mesma norma.
De acordo com diretrizes básicas da Norma NBR ISO 9001:2008,
quesito 7, as empresas geradoras são responsáveis por todo tipo de resído
gerado dentro do campo de trabalho, bem como sua segregação e destinação
final, sendo fatores importantes para obtenção de certificação e que interferem
na qualidade total do produto oferecido ao mercado por estas mesmas
organizações. Estas fases ficam subentendidas no referido item 7 da norma,
quando trata da realização do produto, bem como todas suas etapas de
execução.
A implementação de um Sistema de Gestão da Qualidade, SGQ, requer
a implementação de diretrizes pertinentes a norma referente, sendo uma
estratégia para obtenção de um produto final com qualidade e de forma a
uniformizar as direrizes da norma e da organização. As ações recomendadas
pelas normas citadas contribuem para processos de execução do produto, com
redução de impactos ambientais na natureza e consequentemente melhoras na
saúde e segurança na vida de todos.
45
3. ESTUDO DE CASO PARA A OBRA HF DE UMA EMPRESA A D E FEIRA
DE SANTANA: RESULTADOS E DISCUSSÕES
A cidade de Feira de Santana se encontra hoje em um processo de
rápido crescimento econômico, e consequentemente um elevado surgimento
de novos empreendedores que visam engajar-se no mercado construtivo. Junto
a este crescimento surge a necessidade de uma preocupação com o meio
ambiente e a geração de resíduos oriundos de construção civil.
Para tal situação foi realizada pesquisa que apresentará dados de um
perfil de conhecimento e conduta de colaboradores de um canteiro da obra HF,
de uma empresa A na cidade de Feira de Santana. Tal canteiro é composto por
35 casas, de 2 pavimentos, com plantas de 3 ou 4 quartos, sendo todos suítes,
com banheiro de empregada, podendo ser acrescido de varanda gourmet ou
não e terraço em cada unidade. O condomínio possui quadra esportiva, salão
de festas, guarita e piscina adulto e infantil.
Foram considerados apenas os funcionários de campo pertencentes a
empresa, sendo descartados da entrevista funcionários de serviços
terceirizados. Vale salientar que por conta da situação financeira já citada
anteriormente, o quadro de funcionários sofreu uma brusca redução na sua
composição, além da rotatividade de colaboradores para outras obras da
própria empresa. Deste modo, a pesquisa foi aplicada a um total de 22
funcionários de campo, sem contar estagiários e engenheiro, que foram
considerados como pertencentes ao corpo administrativo da empresa, já que
estes executavam funções nos dois ambientes. Os funcionários administrativos
que participaram da pesquisa somam um total de 9 questionários aplicados. O
total de ocorrências nas questões de múltiplas respostas, pode ser maior que o
número de funcionários de campo ou administrativo, atribuindo esse fato a
escolha de mais de uma resposta por sujeito avaliado.
46
3.1 PERFIL SÓCIO-DEMOGRÁFICO DOS SUJEITOS DE CAMPO HF E
ADMINISTRATIVOS
Os resultados obtidos desta pesquisa descrevem o perfil sócio
demográfico dos sujeitos da pesquisa. Para efeito de preenchimento das
tabelas, foram levados em consideração os seguintes parâmetros para
composição do perfil sócio demográfico dos colaboradores de campo da obra:
faixa etária, sexo, escolaridade, cargo profissional, tempo de trabalho na
profissão e tempo de trabalho na empresa.
Da analise pesquisada em campo, os seguintes resultados foram obtidos
através da Tabela 2: o sexo é predominantemente masculino com 100%. Com
relação a faixa etária constatou-se uma predominância de operários com faixa
etária entre 21-30 anos com 72,7%, seguido pela faixa etária de 31-40 anos
com 18,2% e por ultimo a faixa etária de 41-51 anos com 9,1% da amostra.
Quanto à escolaridade, a amostra apontou que a maioria dos
funcionários possui 1º grau incompleto com 31,8%, seguido por 2º grau
completo com 22,7%, 2º incompleto com 18,2%, 1º grau completo com 13,6%,
3º grau incompleto com 9,1% e por ultimo 3º grau completo com 4,5%.
Quanto ao item cargo-função foi verificado que a amostra de campo se
divide da seguinte forma: 36,4% composta por pedreiros, 22,7% composta por
ajudantes de pedreiros e também por serventes com esta mesma porcentagem
de 22,7%, seguido por 9,1% composta por eletricista e a mesma porcentagem
de 9,1% para outros cargos, representados aqui por encarregado de obra e
agente de portaria, como demonstrado na Tabela 2.
Ainda analisando a Tabela 2, com relação ao tempo dos funcionários na
profissão exercida, constatou-se que 68,2% possuem até 5 anos de profissão,
seguido por 18,2% para os que possuem entre 11-15 anos, 9,1% para os que
tem 6-10 anos e 4,5% com mais de 20 anos de profissão. Ainda na Tabela 2,
analisando o tempo de trabalho dos colaboradores na referida empresa A, a
amostra apresentou 81,8% com até 5 anos de serviço na empresa, seguido por
47
9,1% para os sub-itens de 6-10 anos e 11-15 anos de trabalho nesta mesma
empresa.
Tabela 2 : Distribuição Sócio Demográficas dos Funcionários de Campo HF
Categoria Classificações Canteiro HF Observações Adicionais N %
Faixa Etária
21-30 anos 16 72,7 31-40 anos 4 18,2 41-50 anos 2 9,1 não respondeu 0 0,0
Sexo masculino 22 100,0 feminino 0 0,0 não respondeu 0 0,0
Escolaridade
1º g. incompleto 7 31,8 1º g. completo 3 13,6 2º g. incompleto 4 18,2 2º g. completo 5 22,7 3º g. completo 1 4,5 3º g. incompleto 2 9,1
Cargo-Função
engenheiro 0 0,0 eletricista 2 9,1 pedreiro 8 36,4 ajud. pedreiro 5 22,7 encanador 0 0,0
servente 5 22,7
outro 2 9,1 Encarregado / Agente de Portaria
Tempo de Profissão
0-5 anos 15 68,2 6-10 anos 2 9,1 11-15 anos 4 18,2
16-20 anos 0 0,0
+ 20 anos 1 4,5
Tempo na Empresa
0-5 anos 18 81,8 6-10 anos 2 9,1 11-15 anos 2 9,1
16-20 anos 0 0,0
+ 20 anos 0 0,0
Na Tabela 3 são apresentados os dados sócio demográficos dos
funcionários administrativos, e observando é possível dizer que cerca de 77,8%
dos entrevistados se encaixam na faixa etária de 21-30 anos, enquanto 22,2%
se encaixa na faixa de 31-40 anos. Ainda nesta mesma tabela é possível
48
perceber uma maioria do sexo feminino com 77,8%, enquanto o sexo
masculino se apresenta com 22,2% dos entrevistados.
No quesito escolaridade, cerca de 55,6% dos entrevistados possuem 3º
grau completo, seguido por 3º grau incompleto com 33,3% e com 2º grau
completo apresentou 11,1% de percentual, como mostra Tabela 3.
Tabela 3: Distribuição Sócio Demográfica dos Funcionários Adm
Categoria Classificações Administrativo Observações Adicionais N %
Faixa Etária 21-30 anos 7 77,8 31-40 anos 2 22,2 41-50 anos 0 0,0
Sexo
feminino 7 77,8 masculino 2 22,2 não respondeu 0 0,0
Escolaridade
3º g. completo 5 55,6 3º g. incompleto 3 33,3 2º g. completo 1 11,1 1º g. incompleto 0 0,0 1º g. completo 0 0,0 2º g. incompleto 0 0,0
Cargo-Função
outro 7 77,8 Encar. Adm. Financeiro / Estagiário, Assistente Adm (SAC) engenheiro 2 22,2 eletricista 0 0,0 pedreiro 0 0,0 ajud. pedreiro 0 0,0 encanador 0 0,0
servente 0 0,0
Tempo de Profissão
0-5 anos 7 77,8 6-10 anos 1 11,1 11-15 anos 1 11,1
16-20 anos 0 0,0
+ 20 anos 0 0,0
Tempo na Empresa
0-5 anos 8 88,9 6-10 anos 1 11,1 11-15 anos 0 0,0
16-20 anos 0 0,0
+ 20 anos 0 0,0
49
Avaliando o item cargo-função para os funcionários administrativos,
cerca de 22,2% da amostra do corpo administrativo são engenheiros, mas
outras funções apresenta 77,8%, sendo estas encarregado administrativo
financeiro, estagiários de engenharia, comprador de suprimentos, assistente
administrativo (SAC), conforme Tabela 3. Ainda nesta mesma tabela, é
possível perceber que com relação ao tempo de profissão, 77,8% possuem até
5 anos de atuação profissional, seguido por 6-10 anos com 11,1% e 11-15
anos também com 11,1% da amostra. Com relação ao tempo de trabalho dos
colaboradores entrevistados, cerca de 88,9% possuem até 5 anos de trabalho
na referida construtora e 11,1% possuem 11,1% entre 6-10 anos de trabalho.
É possível perceber que o grau de escolaridade entre entrevistados do
setor administrativo é maior que o pessoal de campo, e que o sexo
predominante neste mesmo setor é feminino, enquanto em campo é 100%
preenchido pelo sexo masculino. O fato da Tabela 3 apresentar 33,3 % de
entrevistados com grau de escolaridade de 3º grau incompleto se deve ao fator
de existirem uma parcela significativa de estagiários do curso de engenharia
trabalhando na empresa.
Figura 1 – Comparativo de nível de escolaridade dos sujeitos de campo e administrativos
31,8%
13,6%18,2%
22,7%
4,5%9,1%
0,0% 0,0% 0,0%
11,1%
55,6%
33,3%
1º g. incompleto
1º g. completo 2º g. incompleto
2º g. completo 3º g. completo 3º g. incompleto
Sujeito de Campo Sujeito Adm
50
Uma análise da escolaridade, item fundamental para entendimento do
processo de gestão de resíduos, permite concluir que os colaboradores de
campo apresentam em sua maioria 1º grau incompleto e 2º grau completo,
enquanto que no setor administrativo a escolaridade atinge 3º grau incompleto
e 3º grau completo, como mostra a figura 3. Para os sujeitos do corpo
administrativo, o percentual significativo de sujeitos com 3º grau incompleto, se
deve ao fato de parte dos participantes ocuparem função de estagiários, com
curso superior em andamento. Segundo LÔRDELO (2007), para obtenção do
êxito na gestão de resíduos, são necessários treinamento e capacitação, e
para um bom entendimento das informações, são necessários mais anos de
escolaridade. Esse fato pode ser considerado quanto à dificuldade de
assimilação do novo procedimento para funcionários de campo.
3.2 DISTRIBUIÇÃO DE DADOS RELACIONADOS À GESTÃO DE RESÍDUOS
DE SUJEITOS DE CAMPO HF ADMINISTRATIVOS
Os resultados apresentados demonstram os conhecimentos sobre a
gestão de resíduos dentro do canteiro de obra, que levaram em consideração
parâmetros relacionados à coleta seletiva, importância da gestão de resíduos,
tipos de resíduos descartados, dúvidas no descarte, benefícios, vantagens e
desvantagens oriundos da gestão de resíduos e seus processos.
Avaliando os parâmetros sobre conhecimento e importância dos
processos relacionados à gestão de resíduos, foi obtido como resultado das
pesquisas em campo os dados da Tabela 4. Quando avaliados sobre
conhecimento sobre o processo de coleta seletiva, 72,7% dos entrevistados de
campo afirmaram conhecer o processo, enquanto que 22,7% disseram não
saber o que este vem a ser. Não responderam ou não quiseram responder
representou um percentual de 4,5%.
Ainda analisando a Tabela 4 para sujeitos de campo, quando
questionados se acham o processo importante 77,2% afirmaram que sim, o
51
processo de gerenciamento de resíduos é importante, enquanto 9,1%
afirmaram o contrário e não responderam ou não quiseram opinar ficou com
13,6%. Dentre os itens que apresentam a causa da importância, foram citados
melhoria do meio ambiente, da imagem da empresa, segurança, organização e
saúde. Quando questionados se já receberam algum tipo de treinamento,
palestra ou capacitação, os entrevistados de campo que disseram já ter
recebido representou 40,9%, enquanto uma parcela de 50,0% afirmou nunca
ter sido treinado ou capacitado. Não responderam apresentou 9,1%.
Tabela 4 : Distribuição dos dados relacionados à gestão de resíduos de campo HF e ADM
Perguntas Respostas Canteiro HF Administrativo N % N %
Conhece ou sabe o que é coleta seletiva
SIM 16 72,7 9 100,0 NÂO 5 22,7 0 0,0 não respondeu 1 4,5 0 0,0
Importância*
Organização 15 50,0 8 17,8 Limpeza 3 10,0 7 15,6 Imagem 0 0,0 7 15,6 Segurança 3 10,0 8 17,8 Saúde 1 3,3 8 17,8 Legislação 8 26,7 7 15,6
30 45
Acha importante o gerenciamento
SIM 17 77,3 9 100,0 NÂO 2 9,1 0 0,0 não respondeu 3 13,6 0 0,0
Já recebeu algum treinamento, participou de palestras ou capacitação referente ao tema
SIM 9 40,9 5 55,6 NÂO 11 50,0 4 44,4 não respondeu 2 9,1 0 0,0
* Pergunta com Múltiplas Respostas
Dentre os itens marcados como importantes para sujeitos de campo, na
Tabela 4, foi constatado que a organização foi considerada mais importante
dentre os itens apresentados com 50,0%, seguido por legislação com 26,7%,
segurança e limpeza com 10,0% cada um, e saúde com 3,3%.
Obteve-se os seguintes resultados com relação aos sujeitos
administrativos: 100% dos entrevistados afirmaram conhecer ou saber o que
vem a ser coleta seletiva. Q
processo de gerenciamento dentro do canteiro, foi apontado a organização,
segurança e saúde como itens mais importantes com
por limpeza, imagem e legislação com
Tabela 4.
Ainda analisando a Tabela 4, quando questionados se o processo
representa importância na construção civil, 100% dos entrevistados
administrativos afirmaram que sim, que o gerenciamento é importante e vital
para o bom desenvolvimento
delas são gerados. Quando questionados se já foram capacitados ou treinados,
55,6% afirmaram já ter participado de treinamentos e palestras, enquanto
44,4% afirmaram não ter participado de capacitação de nenhum t
funcionários do setor administrativo, apenas 5 passaram por todo processo de
capacitação.
As Figuras 2, 3 e 4 permitem uma melhor visualização dos percentuais
apresentados por cada categoria.
Figura 2- Comparativo entre sujeito
Realizando uma correlação entre os dados obtidos na pesquisa deste
trabalho, foi possível verificar que a maior parte das duas categorias tinha
72,7%
22,7%
Funcionários Campo
se os seguintes resultados com relação aos sujeitos
administrativos: 100% dos entrevistados afirmaram conhecer ou saber o que
vem a ser coleta seletiva. Quando questionados sobre a importância do
processo de gerenciamento dentro do canteiro, foi apontado a organização,
segurança e saúde como itens mais importantes com 17,8% cada um, seguido
por limpeza, imagem e legislação com 15,6% cada um, conforme
Ainda analisando a Tabela 4, quando questionados se o processo
representa importância na construção civil, 100% dos entrevistados
afirmaram que sim, que o gerenciamento é importante e vital
para o bom desenvolvimento das obras de construção civil e os resíduos que
delas são gerados. Quando questionados se já foram capacitados ou treinados,
55,6% afirmaram já ter participado de treinamentos e palestras, enquanto
44,4% afirmaram não ter participado de capacitação de nenhum t
funcionários do setor administrativo, apenas 5 passaram por todo processo de
2, 3 e 4 permitem uma melhor visualização dos percentuais
apresentados por cada categoria.
entre sujeitos de campo e Adm sobre Conhecimento de Coleta Seletiva.
Realizando uma correlação entre os dados obtidos na pesquisa deste
trabalho, foi possível verificar que a maior parte das duas categorias tinha
100,0%
22,7%
0,0%4,6% 0,0%
Funcionários Campo Funcionários Adm
SIM Nâo N/R
52
se os seguintes resultados com relação aos sujeitos
administrativos: 100% dos entrevistados afirmaram conhecer ou saber o que
uando questionados sobre a importância do
processo de gerenciamento dentro do canteiro, foi apontado a organização,
% cada um, seguido
% cada um, conforme apresenta
Ainda analisando a Tabela 4, quando questionados se o processo
representa importância na construção civil, 100% dos entrevistados
afirmaram que sim, que o gerenciamento é importante e vital
obras de construção civil e os resíduos que
delas são gerados. Quando questionados se já foram capacitados ou treinados,
55,6% afirmaram já ter participado de treinamentos e palestras, enquanto
44,4% afirmaram não ter participado de capacitação de nenhum tipo. Dos 9
funcionários do setor administrativo, apenas 5 passaram por todo processo de
2, 3 e 4 permitem uma melhor visualização dos percentuais
sobre Conhecimento de Coleta Seletiva.
Realizando uma correlação entre os dados obtidos na pesquisa deste
trabalho, foi possível verificar que a maior parte das duas categorias tinha
0,0%
conhecimento do que vem a ser a coleta seletiva de resídu
pequena percentagem operacional de campo desconhecesse o assunto.
Também, ambas compreendiam a importância de executar este tipo de
atividade, sendo que os sujeitos de campo apresentou percentual que afirmou
não achar importante, conforme
fundamental que todos os envolvidos com a gestão de resíduos estejam
comprometidos, e este comprometimento dependerá de treinamento e respeito
às novas condições necessárias para a limpeza da obra, segregação e
destinação adequada para os resíduos.
Uma análise dos itens considerados mais importantes no processo de
gestão de resíduos, a organização, foi apontada como a mais importante pelas
duas categorias, sendo que o setor administrativo enxerga todas as opções
apresentadas como algo importante, porém destacando a segurança e saúde
como itens mais significativos trazidos pelo processo na mesma proporção que
a organização, conforme
envolve organização, limpeza, observância e m
desenvolvimento do processo de gestão. Para Pinto (2005), na implantação de
boas práticas de gerenciamento de resíduos, as empresas podem incorporar
outros benefícios, dentre os quais se encontram atendimento
programas de certificação, limpeza, organização, redução de acidentes de
trabalho e redução no consumo de recursos naturais.
Figura 3. – Comparativo de itens
50,0%
17,8%
conhecimento do que vem a ser a coleta seletiva de resíduos, embora uma
pequena percentagem operacional de campo desconhecesse o assunto.
Também, ambas compreendiam a importância de executar este tipo de
atividade, sendo que os sujeitos de campo apresentou percentual que afirmou
não achar importante, conforme Figura 2. Segundo Lôrdelo
fundamental que todos os envolvidos com a gestão de resíduos estejam
comprometidos, e este comprometimento dependerá de treinamento e respeito
às novas condições necessárias para a limpeza da obra, segregação e
adequada para os resíduos.
Uma análise dos itens considerados mais importantes no processo de
gestão de resíduos, a organização, foi apontada como a mais importante pelas
duas categorias, sendo que o setor administrativo enxerga todas as opções
s como algo importante, porém destacando a segurança e saúde
como itens mais significativos trazidos pelo processo na mesma proporção que
a organização, conforme Figura 3. Segundo Lôrdelo (2007), o compromisso
envolve organização, limpeza, observância e motivação para o
desenvolvimento do processo de gestão. Para Pinto (2005), na implantação de
boas práticas de gerenciamento de resíduos, as empresas podem incorporar
outros benefícios, dentre os quais se encontram atendimento
ção, limpeza, organização, redução de acidentes de
trabalho e redução no consumo de recursos naturais.
Comparativo de itens considerados importantes na gestão de resíduos.
10,0%0,0%
10,0%3,3%
26,7%17,8% 15,6% 15,6% 17,8% 17,8% 15,6%
Colab Campo Colab. Adm
53
os, embora uma
pequena percentagem operacional de campo desconhecesse o assunto.
Também, ambas compreendiam a importância de executar este tipo de
atividade, sendo que os sujeitos de campo apresentou percentual que afirmou
Lôrdelo (2007), é
fundamental que todos os envolvidos com a gestão de resíduos estejam
comprometidos, e este comprometimento dependerá de treinamento e respeito
às novas condições necessárias para a limpeza da obra, segregação e
Uma análise dos itens considerados mais importantes no processo de
gestão de resíduos, a organização, foi apontada como a mais importante pelas
duas categorias, sendo que o setor administrativo enxerga todas as opções
s como algo importante, porém destacando a segurança e saúde
como itens mais significativos trazidos pelo processo na mesma proporção que
igura 3. Segundo Lôrdelo (2007), o compromisso
otivação para o
desenvolvimento do processo de gestão. Para Pinto (2005), na implantação de
boas práticas de gerenciamento de resíduos, as empresas podem incorporar
outros benefícios, dentre os quais se encontram atendimento às leis,
ção, limpeza, organização, redução de acidentes de
importantes na gestão de resíduos.
26,7%15,6%
54
A análise da Figura 4, mostra um comparativo entre o nível de
importância da gestão de resíduos para os sujeitos de campo e administrativo,
onde é possível notar que ambas categorias percebem que o gerenciamento
de RCD é importante. Segundo Lôrdelo (2007), este despertar de uma
consciência ambiental sobre a necessidade de conservação de recursos e
destinação de resíduos de atividade construtiva, surgiu em 1992, na
Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente, com a criação da
Agenda 21.
Figura 4 – Comparativo de Importância dada à gestão de resíduos para sujeitos de campo e
administrativo.
Quando questionados sobre as regras adequadas de descarte, 54,6%
dos entrevistados de campo afirmaram saber de tais regras, conforme Tabela
5. Afirmaram não saber de regras de descarte adequado 36,4% da amostra e
9,1% se absteve de responder a pergunta. Para os que responderam conhecer
as regras de descarte, 83,3% afirmou segui-las, enquanto que 8,3%
informaram não seguir e 8,3% não respondeu. Ainda na Tabela 5, verificar-se
que 66,7% dos sujeitos administrativos desconhecem as regras de descarte
adequadas, enquanto 33,3% afirmam conhecer. Dentre os que responderam
conhecer as regras de descarte adequadas, 100% afirmaram seguir “mais ou
menos” as regras exigidas, justificando que a cidade de Feira de Santana não
possui estrutura que permita que as empresas se adequem e que nem sempre
as condições de trabalho permitem tais condutas.
77,3%
9,1%13,6%
100,0%
0,0% 0,0%
SIM NÂO N/R
Sujeitos de Campo Sujeitos Adm
55
Tabela 5 : Distribuição relacionada ao conhecimento e regras de descarte de campo HF e ADM
Perguntas Respostas Canteiro HF Administrativo N % N %
Você conhece regras de descarte adequados exigidos por lei
SIM 12 54,6 3 33,3 NÂO 8 36,4 6 66,7 não respondeu 2 9,1 0 0,0
Para os que responderam SIM a questão anterior, as segue
SIM 10 83,3 0 0,0 NÂO 1 8,3 0 0,0 Não respondeu 1 8,3 0 0,0
+/- 0 0,0 9 100,0 Quais resíduos você descarta*
Blocos Ceram./ cimento 11 17,5 1 5,0 Papel / papelão 9 14,3 9 45,0 Argamassa 6 9,5 1 5,0 Fardamento 6 9,5 0 0,0 Gesso 6 9,5 0 0,0
Plásticos 5 7,9 4 20,0 Madeira 4 6,3 1 5,0 Poda de Arvores 4 6,3 0 0,0 EPI’s 3 4,8 1 5,0 Material Orgânico 2 3,2 2 10,0 Metal 2 3,2 1 5,0 Serragem 2 3,2 0 0,0 Vidro 1 1,6 0 0,0 63 20
Existem dúvidas no descarte de algum materia*
Gesso 12 34,3 3 15,8 Latas de Tinta 6 17,1 4 21,0 Vidro 5 14,3 2 10,5 EPS / Isopor 4 11,4 3 15,8 N/R ou Não tem Dúvida/Outros 4 11,4 2 10,5 Metal 2 5,7 1 5,3 Saco de Cimento 2 5,7 2 10,5
Outros 0 0,0 2 10,5 35 19
Ainda analisando a Tabela 5 para sujeitos de campo, podemos constatar
que os resíduos que mais são descartados em campo são blocos
cerâmicos/cimento com 17,5%, seguido por papel/papelão com 14,3%,
argamassa, fardamento e gesso com 9,5% cada um, plástico com 7,9%,
madeira e podas de arvores com 6,3% cada uma, EPI’s com 4,8% de descarte,
seguido por material orgânico, metal e serragem com 3,2% de eliminação cada
um e por último o vidro com 1,6%. Dentre os materiais descartados pelo corpo
56
administrativo, o papel/papelão foi mais apontado com 45%, seguido por
plástico com 20%, material orgânico com 10% , seguidos por metal, madeira,
EPI’s, blocos e argamassa com 5% cada um.
Fazendo uma análise da Tabela 5 e os percentuais de materiais
descartados pelos sujeitos de campo, pode-se dizer que o fato de 17,50%
representar blocos cerâmicos/cimento é devido a etapa de construção em que
se encontrava a obra na ocasião da presente pesquisa e consequentemente
por este motivo, a categoria profissional de maior percentual ser representada
por pedreiros com 36,4% e ajudante de pedreiro com 22,7%, conforme Tabela
2, sendo o descarte relacionado com o tipo de função e materiais utilizados por
cada categoria.
Analisando a amostra de campo com relação às dúvidas de descarte, o
material com maior representatividade foi o gesso com 34,3%, seguido por
latas de tinta com 17,1%, vidro com 14,3%, EPS/Isopor com 11,4%, metal e
saco de cimento com 5,7% cada um. Não responderam ou não tinham dúvidas
no descarte apresentou um percentual de 11,4%, conforme Tabela 5. Para os
sujeitos administrativos, quando questionados as dúvidas no descarte de algum
material, apontaram lata de tinta como a maior dúvida com 21%, seguido por
gesso, EPS/isopor com 15,8%, vidro, saco de cimento e outros tipos de
resíduos com 10,5% e metal com 5,3%. Não responderam ou não possuem
dúvidas ficou com 10,5% da amostra, como detalhado nesta mesma tabela.
A pesquisa apontou que dos sujeitos de campo, 50% não possui
treinamento ou capacitação e 44,4% da categoria administrativa também,
conforme Figura 5. É necessário, para que a mudança de hábitos aconteça
dentro do ambiente de trabalho, os colaboradores sejam treinados e
capacitados, podendo compreender a importância e principalmente os
benefícios que o processo pode trazer não só para a empresa, mas para o bem
estar próprio. Segundo Lôrdelo (2007), o comprometimento depende da
capacitação realizada com os funcionários envolvidos no processo de gestão e
o respeito a estes novos parâmetros, sendo estes últimos a base para o
sucesso no processo de implantação da gestão de resíduos. Logo é possível
identificar uma falha para que o sucesso na viabilidade de implantação não
57
fosse alcançado, visto que como afirma Lôrdelo (2007), a capacitação é item
fundamental para sucesso do gerenciamento de resíduos.
Figura 5 – Comparativo de nível de capacitação para sujeitos de campo e administrativo
Analisando a Figura 6, é possível verificar que o nível de conhecimento
para as duas categorias é relativamente baixo, onde o percentual de
conhecimento sobre regras de descarte adequadas dos sujeitos de campo é
maior do que o percentual dos sujeitos do setor administrativo. Esta
disparidade se deve ao fato dos treinamentos terem sido intensificados em
campo e pelo fato de nem sempre todos os funcionários do setor administrativo
comparecerem aos treinamentos por motivo de força maior de suas atividades.
Neste item é possível verificar mais uma vez uma falha no quesito de
capacitação, onde existe a falta de informação sobre como descartar
adequadamente os materiais.
Figura 6 – Comparativo de nível de conhecimento de regras de descarte para sujeitos
56,3%
68,7%
12,5%
55,6%
44,4%
0,0%
SIM NÃO N/R
Sujeitos de Campo Sujeitos Adm
54,6%
36,4%
9,1%
33,3%
66,7%
0,0%
SIM NÃO N/R
Sujeitos de Campo Sujeitos Adm
58
No estudo da Figura 7 é possível verificar que o índice de dúvidas no
descarte de resíduo se concentra em torno de gesso para os sujeitos de campo
e de latas de tinta para os sujeitos administrativos. Ainda é possível verificar,
para os sujeitos administrativos, que os percentuais de dúvidas no descarte de
resíduos é significativo para a maior parte dos materiais. Segundo a Resolução
nº 307 do CONAMA, a classificação para gesso e lata de tinta se enquadra
como classe C e D, respectivamente, sendo considerados materiais perigosos
quando descartados inadequadamente, onde deverão os materiais de classe C
ser armazenados, transportados e destinados em conformidade com as
normas técnicas especificas e os de classe D ser armazenados, transportados,
reutilizados e destinados em conformidade com as normas técnicas
específicas. Estes materiais devem, portanto ter um destino provisório em
ambiente protegido e não deixado a céu aberto sem proteção como mostrado
na Figura 8.
Figura 7. Comparativo entre dúvidas no descarte para sujeitos
Na presente pesquisa foi possível verificar em campo o
acondicionamento inadequado para sobras de alguns materiais, como gesso,
34,3%
11,4%
14,3%
5,7%
17,1%
5,7%
0,0%
11,4%
15,8% 15,8%
10,5%
5,3%
21,0%
10,5% 10,5% 10,5%
Gesso EPS -isopor Vidro Metal Latas de Tinta
Saco de Cimento
Outros N/R ou Não tem dúvidas
Sujeitos de Campo Sujeitos Adm
59
latas de tinta, e EPS bem como outros, como ilustrado na Figura 8, 9 e 10. As
imagens possibilitam verificar que a etapa da segregação não estava sendo
executado como deveria, visto que os mesmos materiais foram apontados com
maiores índices de dúvidas de como descartá-los tanto para sujeitos de campo,
como para sujeitos administrativos. Estes materiais não estão em baias
identificadas, protegidos ou em locais cobertos, como deveria estar o gesso e
latas de tinta, evitando contato com solo e ação da chuva.
Figura 8. Acondicionamento inadequado de gêsso – falta de segragação
Figura 9. Acondicionamento inadequado de latas de tinta
A Figura 10 apresenta lata de tinta já utilizada e restos de blocos de
EPS sem segregação e descartado a céu aberto.
60
Figura 10. Falta de segregação dos resíduos - EPS e latas de tinta
Avaliando o quesito benefícios para sujeitos administrativos, conforme
Tabela 6, pode-se constatar que 100% da amostra afirmou existir benefícios
futuros trazidos decorrentes da coleta seletiva de resíduos gerados. Dentre os
benefícios apontados, proteção à saúde do homem ficou em primeiro lugar com
29,2%, seguido por proteção à natureza e melhoria da imagem da empresa
com 25% cada um, benefícios próprios com 12,5% e lucro para empresa e
marketing para a mesma com 4,2% cada uma.
Tabela 6 : Distribuição relacionada aos benefícios com a gestão de resíduos de campo HF e ADM
Perguntas Respostas Canteiro HF Administrativo N % N %
Existem benefícios futuros trazidos
SIM 20 90,9 9 100,0 NÂO 1 4,5 0 0,0 Não respondeu 1 4,5 0 0,0
Quais seriam estes benefícios, para os que responderam existir *
Proteção a natureza 12 33,3 6 25,0 Proteção a saúde 8 22,2 7 29,2 Benefícios Próprios 5 13,9 3 12,5 Lucro para empresa 5 13,9 1 4,2 Melhora da imagem da emp. 3 8,3 6 25,0 Marketing para empresa 3 8,3 1 4,2
36 24
Para os sujeitos de campo, quando questionados se existiam benefícios
futuros trazidos decorrentes da gestão de resíduos no campo, 90,9% afirmou
que sim, existiam benefícios, enquanto 4,5% responderam não haver benefício
61
algum. Cerca de 4,5% não responderam. Do percentual de 90,9% que disse
existir benefícios decorrentes da coleta seletiva e gestão dos resíduos, a
proteção a natureza foi apontado como o maior dos benefícios com 33,3% de
índice, seguido por proteção a saúde com 22,2%; benefícios próprios e lucro
para a empresa com 13,9% cada um e melhora da imagem da empresa e
benefício com marketing com 8,3% cada, conforme explicitado na Tabela 6 e
ilustrado na Figura 11.
O estudo da Tabela 6 e da Figura 11 permite visualizar que as duas
categorias estudadas percebem que existem benefícios trazidos com a gestão
de resíduos e apontam os benefícios mais importantes como sendo proteção à
natureza e proteção à saúde, assim como afirma Araújo (2005), que a
construção sustentável gera habitações que preservam o meio ambiente.
Figura 11 – Comparativo quanto aos benefícios apontados pelos sujeitos.
Na Tabela 7, para sujeitos de campo, podemos observar que quando
questionados quanto do descarte utilizado pela empresa hoje, se este é
adequado, obtivemos o resultado de 59,1% achando que o método é
adequado, enquanto que 36,4% acham que os métodos utilizados para
descarte não são adequados e 4,5% não responderam. Ainda analisando a
Tabela 7, quando questionados como melhor explicar sobre métodos de
descarte adequados, 48,1% apontou visitas técnicas como sendo a melhor
maneira, seguido por vídeos com 18,5%, visitantes de outras que já possuam a
13,9% 13,9%
8,3% 8,3%
33,3%
22,2%
12,5%
4,2%
25,0%
4,2%
25,0%
29,2%
Benefícios Próprios
Lucro para empresa
Melhora da Imagem da
empresa
Marketing p/ empresa
Proteção a natureza
Proteção a saúde
Sujeitos de Campo Sujeitos Adm
62
prática com 14,8%, cartazes com 11,1% e outros tipos de explicações com
3,7%. Optaram por não responder 3,7%.
Tabela 7 : Distribuição de dados relacionada aos descarte de resíduos para sujeitos de campo e Adm
Perguntas Respostas Canteiro HF Administrativo N % N %
O descarte utilizado pela empresa é adequado
SIM 13 59,1 0 0,0 NÂO 8 36,4 8 88,9 não respondeu 1 4,5 1 11,1
Como poderia ser melhor explicado as formas de descarte adequados?*
Visitas Técnicas 13 48,1 8 40,0 Vídeos 5 18,5 4 20,0 Visitas de Outros 4 14,8 3 15,0 Cartazes 3 11,1 2 10,0 Outros 1 3,7 0 0,0
não respondeu 1 3,7 0 0,0 Cartilha 0 0,0 3 15,0 27 20
Avaliando a Tabela 7 para os sujeitos administrativos, verificou-se que
quando questionados se o descarte utilizado pela empresa hoje é adequado,
88,9% afirmaram que não, o método utilizado não é adequado enquanto que
11,1% afirmou não saber. Quando questionados como poderia ser melhor
explicado sobre o assunto, os entrevistados apontaram visitas técnicas como a
melhor opção com 40%, seguido por vídeos com 20%, visitantes de outros que
já entendam do processo e cartilhas com 15% cada um e cartazes com 10%.
De acordo com esta mesma tabela, uma melhor maneira de explicar as regras
de descarte de resíduos, as duas categorias apontam visitas técnicas como
sendo a melhor maneira de esclarecer dúvidas e obter informações, embora os
autores estudados na pesquisa presente não abordam esses detalhes no
processo de gestão de resíduos.
Uma análise da Tabela 8 permite obter que dos entrevistados de campo,
13,6% já trabalharam ou visitaram alguma obra com sistema de separação de
resíduos, enquanto 81,8% informou nunca ter trabalhado ou visitado obra com
este sistema. Um percentual de 4,5% não respondeu. Ainda na mesma tabela,
quando questionados o que seria mais difícil seguir das recomendações
exigidas, foi apontado a separação de cada resíduo, a perfeição das tarefas e a
limpeza e higiene do ambiente como obstáculos mais complicados a executar.
63
Já uma análise da mesma tabela para sujeitos administrativos, verifica-se que
55,56% nunca trabalhou ou visitou obra com o sistema de gestão de resíduos
operante, enquanto 44,4% afirmou já ter presenciado o processo em
andamento.
Ainda na Tabela 8 para sujeitos administrativos, quando questionados
quais as maiores dificuldades encontradas para seguir o processo, os
entrevistados afirmaram que falta compromisso dos funcionários, falta destino
final adequado por falta de local apropriado, dificuldade de organização e
limpeza e existe uma resistência na mudança dos hábitos dos colaboradores
como um todo.
Tabela 8 : Distribuição de dados relacionada aos descarte de resíduos para sujeitos de campo e Adm
Perguntas Respostas Canteiro HF Administrativo N % N %
Já trabalhou ou visitou obra com o processo de separação de resíduos de construção
NÂO 18 81,8 5 55,6 SIM 3 13,6 4 44,4 Não respondeu 1 4,5 0 0,0
O que do seu ponto de vista é mais difícil de seguir nas recomendações exigidas
Separação de cada resíduo Perfeição das tarefas
Higiene do ambiente e limpeza
Falta de compromisso dos funcionários
Falta destino final adequado – lugar
Organização e limpeza
Mudança de hábitos dos colaboradores
Analisando a Tabela 9 para sujeitos de campo, que relaciona vantagens
e desvantagens percebidas pelos entrevistados, constatou-se que a limpeza do
espaço de trabalho foi o eleito com 29,4%, seguido por melhora da segurança
do ambiente de trabalho com 26,5%, organização do ambiente de trabalho com
23,5%, proteção a saúde com 16,4% e não respondeu ou não vê vantagem
2,9%. Com relação às desvantagens percebidas, constatou-se a maior
cobrança administrativa como sendo a maior com 34,4% das escolhas, seguido
por aumento das tarefas com 25%, falta de esclarecimento na hora da
execução com 18,8%, dificuldade na hora da coleta com 15,6% e aumento do
custo com 3,1%. Não responderam ou não vêm desvantagens ficou com 3,1%.
64
Analisando as vantagens e desvantagens observadas para sujeitos
administrativos, é possível através da Tabela 9, verificar que a melhoria da
segurança do ambiente de trabalho é apontada como a maior vantagem com
27,8%, seguido por organização e limpeza do ambiente com 22,2% cada um,
proteção a saúde com 16,7% e não respondeu ou não vê vantagem 11,1% dos
entrevistados no setor administrativo. Analisando as desvantagens, 33,3% não
respondeu ou não vê desvantagem alguma, seguido por dificuldade da coleta
com 25%, falta de esclarecimento com 16,7%, maior cobrança administrativa,
aumento das tarefas e duvidas na segregação com 8,3% cada um.
Tabela 9 : Distribuição de dados relacionada aos descarte de resíduos para sujeitos de campo e Adm
Perguntas Respostas Canteiro HF Administrativo N % N %
Quais vantagens você consegue perceber *
Limpeza do espaço de trab. 10 29,4 4 22,2 Melhor segurança do ambiente 9 26,5 5 27,8 Organização do ambiente 8 23,5 4 22,2 Proteção a saúde 6 16,4 3 16,7 Não respondeu 1 2,9 2 11,1 Outros 0 0,0 0 0,0
34 18
Quais desvantagens você percebe *
Maior cobrança Adm 11 34,4 1 8,3 Aumento das tarefas 8 25,0 1 8,3 Falta de esclarecimento 6 18,8 2 16,7 Dificuldade na coleta 5 15,6 3 25,0 Maior custo 1 3,1 0 0,0 Não vê desvantagem / N/R 1 3,1 4 33,3
Duvidas de segregação 0 0,0 1 8,3
32 12
A análise da Figura 12 permite verificar as vantagens do processo de
gestão, como sendo organização, limpeza, proteção à saúde e melhor
segurança. Todos estes itens foram marcados pela maior parte dos sujeitos
envolvidos na pesquisa, assim como Pinto (2005), que afirmou que o sistema
de gerenciamento melhora as condições de limpeza, organização, diminuição
de acidentes de trabalho, redução do consumo de recursos e redução de
resíduos.
65
Figura 12 – Comparativo de vantagens da gestão de resíduos para sujeitos
As desvantagens apontadas na Figura 13 indicam que os sujeitos de
campo visualizam uma maior cobrança administrativa e um aumento das
tarefas com a implantação da gestão de resíduos, enquanto o setor
administrativo, em sua maioria não pensa do mesmo modo, subentendendo-se
que estes não percebam desvantagens com o sistema de gestão. Logo foi
perceptível que existia uma maior dificuldade aceitação às mudanças de
hábitos para os sujeitos de campo.
Figura 13 – Comparativo de desvantagens da gestão de resíduos
23,5%
16,4%
29,4%26,5%
0,0% 2,9%
22,2%
16,7%
22,2%
27,8%
0,0%
11,1%
Organização do ambiente
Proteção a saúde
Limpeza do espaço
Melhor Segurança
Ouros N/R
Sujeitos de Campo Sujeitos Adm
34,4%
3,1%
25,0%
15,6%18,8%
0,0%3,1%
8,3%
0,0%
8,3%
25,0%
16,7%
8,3%
33,3%
Sujeitos de Campo Sujeitos Adm
66
A Figura 14 ilustra sobras de gesso estocadas provisoriamente dentro de
uma unidade padrão, para posterior utilização em outra obra da mesma
empresa, referentes ao mês agosto/ 2010.
Figura 14 – Estocagem de sobras de placas de gesso no canteiro HF
A Figura 15 ilustra falta de segregação, acondicionamento inadequado,
ausência de baias e resíduos de diversos tipos misturados ao fundo do
almoxarifado.
Figura 15 – Descarte inadequado de sobras de resíduos no canteiro HF – falta de segregação.
67
Na Figura 16 inicialmente o que se vê é uma baia onde deveriam ser
depositado o entulho da obra, como indicado, porém o destino final da mesma
foi o depósito de diversas categorias de resíduos, sem segregação e
acondicionamento adequados, onde estes são dispostos aleatoriamente.
Figura 16 – Descarte inadequado de sobras de resíduos no canteiro HF.
68
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através das informações obtidas com os questionários verificou-se que o
processo de gerenciamento de resíduos é considerado de grande relevância
para as duas categorias estudadas. No que diz respeito aos conhecimentos
sobre coleta seletiva e gestão de resíduos no geral, existe uma deficiência para
ambas as categorias, sendo que o setor administrativo possui maior deficiência
na compreensão das regras de descarte. Esta disparidade se deve ao fato da
intensificação dos treinamentos em campo e que nem todos os funcionários
administrativos comparecerem integralmente aos treinamentos por motivo de
força maior de suas atividades. A análise da escolaridade revelou maior
deficiência para os sujeitos de campo, sendo que a maioria possui nível escolar
de 1º grau incompleto.
O canteiro de obras é o maior gerador de resíduos entre as duas
categorias, logo se faz necessário um maior esclarecimento, métodos
explicativos, capacitação continuada e cobrança, além do acompanhamento
diário com estratégias de estímulo e motivação, para que haja a mudança dos
hábitos de descarte de resíduos. Para colaboradores de canteiro, explicações
como visitas técnicas e vídeos são os mais solicitados como facilitadores de
entendimento do processo.
A pesquisa revelou que dos itens considerados importantes no processo
de gestão de resíduos, a organização foi apontada como a mais importante
pelas duas categorias, porém somente a categoria administrativa aponta a
segurança e saúde como itens importantes na mesma proporção, conforme
Figura 3 desta pesquisa.
Para os colaboradores do setor administrativo são necessários poucos
esclarecimentos de dúvidas, visto que boa parte dos entrevistados
compreendia de alguma forma o processo de gestão e meios para executá-lo,
faltando ferramentas como as condições de trabalho oferecidas e condições de
infraestrutura que a cidade de Feira de Santana não oferece às empresas, para
que estas descartem seus resíduos em conformidade com as exigências
69
impostas pela Resolução 307 do CONAMA e pela Política Nacional de resíduos
Sólidos.
A pesquisa mostrou que 90,9% dos sujeitos de campo entendem que o
processo traz benefícios, sendo estes a limpeza do ambiente do espaço de
trabalho e maior segurança. Ainda apontam como desvantagem uma maior
cobrança pela categoria administrativa, bem como o aumento das tarefas.
A dificuldade pelo não cumprimento da regularidade da coleta de
resíduos pelas cooperativas e a falta de adequação das empresas parceiras
para prestação de serviços como incineração, tornaram-se um obstáculo ao
desenvolvimento das atividades de maneira adequada. Quanto às cooperativas
de coleta seletiva, a dificuldade foi a não realização dos serviços de coleta nas
datas combinadas ou quando solicitadas. Diante de muitas solicitações não
atendidas, o contrato foi rompido pelo acúmulo de resíduos no canteiro pelo
período de aproximadamente 2 meses.
A implantação do sistema não obteve êxito pela dificuldade encontrada
no comportamento dos colaboradores de cumprir exigências. Este fato é citado
pelos próprios sujeitos administrativos como sendo um empecilho ao
funcionamento da gestão de RCD. O processo chegou a funcionar pelo período
de 1 ano, começando a se ajustar com baias e placas de identificação para
cada material segregado. Porém com a dificuldade na coleta do RCD, a
solução adotada foi então a segregação em campo, tentativas de reaproveitar
alguns materiais na própria obra e o descarte para aterro controlado localizado
na cidade de Feira de Santana. Como este não realizava a coleta do material
separadamente, os funcionários perderam o estímulo e a vontade de manter
um sistema, que no momento da coleta era todo misturado no caminhão
coletante. O afastamento, pela necessidade de licença maternidade, da
responsável pela tentativa de implantação do sistema de gestão também
contribuiu para que este não alcançasse sua meta, pois com a sua saída o
sistema não mais funcionou.
Faz-se necessário também uma cobrança por parte de órgãos
competentes de fiscalizações freqüentes, advertências e por fim penalidades
70
financeiras para empresas que não se adequarem, visto que muitos dos
resíduos são jogados em ambientes a céu aberto e em terrenos baldios.
Existem muitas dificuldades na implantação de um sistema de gestão de
resíduos sólidos na construção civil, pois encontramos barreiras de
pensamentos, hábitos e comodismos instalados na sociedade. Insistir na
mudança dos hábitos é urgentemente necessário e as empresas devem
procurar se adequar não só pelo marketing ou pela arrumação temporária, mas
pela visão de sustentabilidade e benefícios que podem ser trazidos a longo
prazo promovidos por meio da difusão destes pensamentos entre seus
colaboradores.
A agressão e os impactos causados ao meio ambiente em que vivemos
aumentam a cada dia. Depende de cada agente gerador de resíduo a
preocupação e a consciência de que mundo estarão deixando para filhos,
netos e futuras gerações.
Como facilitado do processo de implantação do processo da gestão de
resíduos, foi elaborado um check in list de boas práticas dentro do ambiente de
trabalho, como apresentado no apêndice C, de forma a dirimir possíveis
obstáculos para o insucesso no processo de capacitação dos colaboradores
envolvidos.
71
6. REFERENCIAS
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SEMINÁRIO RECICLAGEM DE RESÍDUOS SÓLIDOS DOMICILIARES, 2000,
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BRASILEIRO DE GESTÃO E ECONOMIA DA CONSTRUÇÃO, 4, ENCONTRO
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2005, Porto Alegre, Anais... Porto Alegre: ANTAC, 2005.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 15.112.
resíduos da construção civil e resíduos volumosos – áreas de transbordo e
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Brasil.
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DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E A RECICLAGEM NA CONSTRUÇÃO
CIVIL, 2., 1999, São Paulo. Anais... São Paulo: Comitê Técnico do IBRACON:
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73
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concreto. 1997, 140 f. Dissertação (Mestrado) –Departamento de Saneamento
e Meio Ambiente da Faculdade de Engenharia Civil, Universidade Estadual de
Campinas, Campinas, 1997.
75
Apêndice A – QUESTIONÁRIO UTILIZADO PARA OBTENÇÃO D AS
INFORMAÇÕES DOS SUJEITOS COM RELAÇÃO À GESTÃO DE RE SÍDUOS
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA
DEPARATAMENTO DE TECNOLOGIA
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
Este questionário é o instrumento de coleta da pesquisa cujo tema é o
Gerenciamento de Resíduos em uma Obra de Feira de Santana, com objetivo de
investigar junto aos sujeitos participantes do processo de Gerenciamento de Resíduos de
Construção Civil como se dá as etapas do mesmo e a sua importância. Sua participação
é muito importante para realização da mesma, entretanto, caso não deseje participar
dessa pesquisa, basta não responde-lo, pois garantimos que em circunstância alguma
seu nome será divulgado nos resultados da pesquisa, e será mantido sigilo total
quanto as informações cedidas, sendo estas utilizadas somente para propósitos da
pesquisa.
PARTE I - Variáveis sócio - demográficas
1. Idade: 21-30anos de idade; 31-40anos; 41-50anos; acima de 51 anos de idade
2 Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino
3. Escolaridade: ( )1º grau incompleto, ( ) 1ºgrau completo; ( ) 2º incompleto, ( )
2º grau completo; ( ) 3ºgrau incompleto, ( ) 03º grau completo.
4. Cargo/Função do momento:
( )Engenheiro Civil ( )Eletricista ( ) Pedreiro ( ) ajudante de pedreiro
( ) Encanador ( ) Servente ( ) Outros_______________________________
5. Tempo de serviço na profissão:
( ) 0-5anos de profissão
( ) 6-10 anos
( ) 11-15 anos
( ) 16-20anos
( ) mais de 20anos de profissão
6. Tempo de serviço nessa empresa:
( ) 0-5anos de profissão
76
( ) 6-10 anos
( ) 11-15 anos
( ) 16-20anos
( ) mais de 20 anos de profissão
PARTE II - Variáveis relacionadas ao Resíduos de Construção Civil.
7. Você conhece ou sabe o que vem a ser coleta seletiva de resíduos na
construção civil? ( ) Sim ( ) Não
8. Você sabe qual a importância do gerenciamento dos resíduos de construção
civil dentro de um canteiro de obras?
( ) Organização ( ) Limpeza ( ) Imagem ( )Segurança ( )
Saúde
( ) Obedecer Legislação Ambiental
9. Você acha importante o Processo de Gerenciamento de Resíduos de
Construção Civil realizado na construção civil?
( ) Sim. Por quê?_________________________________________
( ) Não. Por quê?_________________________________________
10. Você já recebeu algum treinamento, participou de palestras ou capacitação
referente ao tema? ( ) Sim ( ) Não
11. Quais os tipos de resíduos que você gera /descarta na empresa que trabalha?
( ) Papel/papelão ( )Vidro ( ) Blocos cerâmicos/concreto
( ) Plástico ( ) Poda de arvore ( )Argamassa
( ) Metal ( ) Madeira ( ) Serragem
( ) Material orgânico ( ) Gesso ( )Fardamento
( ) EPI’s ( ) Outros___________________________________
12. Você conhece regras de descarte adequado exigidas por lei? ( ) Sim ( ) Não
Caso seja sua resposta sim, você as segue? ( ) Sim ( ) Não ( )+/-
Por quê? _______________________________________________________
13. Existem dúvidas de como descartar algum material relacionado abaixo?
( ) Gesso ( )EPS – Isopor ( )Vidro ( )Metal ( )Lata de
tinta
( ) Saco de Cimento ( )Outros
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14. No seu ponto de vista, existem benefícios futuros trazidos decorrentes da
coleta seletiva de resíduos de construção civil? ( ) Sim ( ) Não
15. Quais seriam esses benefícios? ( ) benefícios próprios ( ) lucro pela
empresa
( ) Melhora a imagem da empresa ( ) a empresa pode se beneficiar com o
marketing ( ) proteção da natureza ( ) proteção á saúde do homem e
comunidades
16. Você acha que o descarte utilizado atualmente pelas construtoras é
adequado?
( ) Sim ( ) Não
17. O que você sugere para melhorar a organização dos resíduos de construção
dentro do canteiro de obras?
18. Como você acha que poderia ser melhor explicado sobre o assunto nos
treinamentos/palestras?
( ) vídeos ( ) cartazes ( ) cartilha ( ) visitas técnicas ( ) Outros
( ) a vinda de pedreiros/trabalhadores de outras obras que já tenham essa
prática
19. O que, do seu ponto de vista, é mais difícil de seguir nas recomendações
exigidas dentro do canteiro de
obra?________________________________________________.
20. Você já trabalhou antes ou visitou outra obra com o processo de separação
de resíduos de construção civil?
21. Quais vantagens você conseguiu perceber?
( ) Organização do canteiro ( )Limpeza do espaço de trabalho
( ) Proteção a saúde ( ) Melhor segurança do ambiente de
trabalho
( ) Outros ________________________________________
22. E quais desvantagens você percebeu também?
( ) Maior cobrança Administrativa ( ) Aumento das tarefas dentro do
campo
( )Maior custo para produção ( ) Dificuldade no momento da
Coleta
78
( ) Falta de um maior esclarecimento ( ) Dúvidas de segregação dos
resíduos
Se desejar deixar aqui seu comentário, crítica ou sugestão sobre esse trabalho
sinta-se a vontade, será bem vindo.
________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
Agradecida pela atenção e colaboração com nosso trabalho
Vanessa
79
Apêndice B – Termo de Consentimento e Livre Esclare cido
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu ____________________________________________ aceito participar da
pesquisa de “Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Construção Civil para a obra HF “
da pesquisadora Vanessa Fabiane Gomes Santa Rosa Mascarenhas, aluna da
Universidade Estadual de Feira de Santana, do curso de Engenharia Civil.
Fui informado que a pesquisa pretende conhecer, descrever e analisar as
condições de resíduos de construção gerados e seu destino, bem como o
acondicionamento que é dado ao mesmo dentro do canteiro de obras, do condômínio
Horto Florestal, que está sendo construído pela empresa Donelisa Construções e
Incorporações Ltda.
Como participante da pesquisa, irei preencher o questionário avaliador elaborado
pela pesquisadora e aplicado pelo mesmo no próprio canteiro de obras.
Fui informado da liberdade de não responder parte ou todas as questões do
questionário aplicado, e também de deixar a participação a qualquer momento, sem
qualquer prejuizo para a minha vida pessoal, além de que meu nome não será divulgado
nos resultados obtidos da pesquisa e que tenho a garantia do sigilo quanto a privacidade
de minhas informações prestadas.
Data: Assinatura do Entrevistado: _________________________
80
Apêndice C – Planilha de Boas Práticas em Canteiro de Obras
Nº de unidades:Nº de operários:
S N NA
Os resíduos são encaminhados para cooperativas locais do descarte para aterro
Foram executados treinamentos para TODOS colaboradores da obra
( ) Revestimento Interno( ) Outra: Na fase atual da obra:Na fase atual da obra:
( ) Infraestrutura( ) Alvenaria( ) Revestimento externoTotais:
PLANILHA DE BOAS PRÁTICAS EM CANTEIRO DE OBRAS
Preenchido por: Data: _____ / _____ / _________
Empresa:Obra:
Caracterização geral do canteiro:
Fases da obra:
Pico máximo:
( ) Estrutura
Há caixas coletoras adequadas para armazenamento do entulho recicladoHá documentação que evidencie o estabelecimento e realização de ensaios tecnológicos nos concretos, argamassas e lementos produzidos com o resíduoOs elementos utilizados com o entulho reciclado são facilmente rastreáveis
Obs:
Os resíduos estão protegidos da chuva ou tem cobertura com lonaO entulho é transportado para o térreo através de equipamento adequado
Classificação conforme Resolução CONAMA 307 (2002)
Os resíduos são encaminhados para locais adequados de descarga estabelecidos pelo município (se existe)
Há equipamento adequado para trituração dos resíduos na obra, que elimine a possibilidade de contaminação de resíduo
Obs:
1.2) TRANSPORTE DO RESÍDUO
Obs:
1.3) REUTILIZAÇÃO E RECICLAGEM DO RESÍDUOCaso, o resíduo "Classe A" seja reaproveitado na obra como agregado reciclado:
Os resíduos estão depositados em local adequado, de forma a não prejudicar a segurança e circulação de materiais e pessoas
1) GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NO CANTEIRO
1.1) DISPOSIÇÃO DO RESÍDUO
Existe separação dos resíduos em Classe A, Classe B, Classe C e Classe DClasse A - São os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como: a) de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infra-estrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem; b) de construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e concreto (blocos, tubos, meios-fios etc.) produzidas nos canteiros de obras.
Classe B - São os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como: plásticos, papel / papelão, metais, vidros, madeiras e outros
Classe C - São os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem / recuperação, tais como os produtos oriundos do gesso
Classe D - São os resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como: tintas, solventes, óleos e outros, ou aqueles contaminados oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros
Os resíduos estão armazenados em locais que eliminam a possibilidade de mistura com solo argiloso