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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA ENGENHARIA CIVIL Larissa Dias de Freitas Sampaio As Atribuições do Engenheiro Civil no Cenário Atual Educação e Empregabilidade. Orientador: Prof. Esp. Geraldo Barros Rios. Feira de Santana, Bahia 2009

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA

ENGENHARIA CIVIL

Larissa Dias de Freitas Sampaio

As Atribuições do Engenheiro Civil no Cenário Atual Educação e Empregabilidade.

Orientador: Prof. Esp. Geraldo Barros Rios.

Feira de Santana, Bahia 2009

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Larissa Dias de Freitas Sampaio

As Atribuições do Engenheiro Civil no Cenário Atual Educação e Empregabilidade.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Tecnologia da Universidade Estadual de Feira de Santana, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil. Orientador: Prof. Esp. Geraldo Barros Rios.

Feira de Santana, Bahia 2009

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Larissa Dias de Freitas Sampaio

As Atribuições do Engenheiro Civil no Cenário Atual Educação e Empregabilidade.

Trabalho de Conclusão de Curso para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil.

Feira de Santana, 18 de Agosto de 2009.

Banca Examinadora:

Prof. Esp. Geraldo Barros Rios ________________________________________ Universidade Estadual de Feira de Santana Prof. Carlos Pereira Novaes___________________________________________ Universidade Estadual de Feira de Santana Prof. Hélio Guimarães Aragão_________________________________________ Universidade Estadual de Feira de Santana

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AGRADECIMENTOS

Confesso que estava ansiosa por essa seção da monografia, porque além de

permitir que eu expresse meus agradecimentos, uma característica peculiar da minha

personalidade, acredito que seja interessante para os leitores personificar o autor

(assim como os personagens de uma história), identificar ângulos pessoais e

vivenciar o que estão lendo, já que percebem aqui características da personalidade

do autor que promovem uma humanização e uma idéia mais clara de sua relação com

o que escreve.

Aproveito ainda, a oportunidade, para desmistificar, em especial para os meus

colegas “engenheirandos” acostumados com a praticidade dos números, o ato de

escrever publicações, artigos e afins, e tranqüilizá-los quanto à chegada desse

momento, o de escrever a monografia, porque durante o desenvolvimento desta

percebi que quando se escolhe um tema com o qual nos identificamos e temos

simpatia, escrever se torna simplesmente o registro, em palavras, das idéias e

opiniões, e dessa forma tudo será feito com prazer e com requinte.

Então, terminadas as considerações a respeito dessa seção, aos

agradecimentos:

- A Deus, o senhor de todas as coisas, em quem confio incondicionalmente, e

agradeço pelo amor e cuidado incessante;

- A minha família linda, que mesmo distante está sempre presente nas minhas

atitudes, no meu respeito ao próximo, na minha hombridade e firmeza de caráter,

responsável por minha vontade de vencer e a quem dedico o melhor de mim.

- Aos meus amigos, meus queridos amigos, pelo envolvimento com este projeto,

enviando artigos, revistas e qualquer material que tivesse relação com este tema.

Agradeço, principalmente, por serem os protagonistas das minhas melhores

lembranças.

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- Aos professores e amigos Areobaldo Aflitos, Carlos Alves, Cristóvão Cordeiro, Elma,

Eufrozina Cerqueira, Hélio Guimarães, José Mário Feitosa, e Uchoa de Lima pelas

palavras de incentivo, pelo respeito e pela construção da minha perspectiva

profissional.

- Aos colaboradores do Departamento de Tecnologia desta instituição, pela

disponibilidade e simpatia de sempre.

- Ao Professor Geraldo Barros, pela orientação.

- As empresas e Engenheiros Civis que colaboraram com este projeto, respondendo,

gentilmente, aos questionários.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1

Figura 2

Pirâmides do Egito e Esfinge, construídas a mais de 5.000 anos.

Torre inclinada de Pisa, Itália.

18

19

Figura 3 Prédio anexo da Escola Nacional de Engenharia da Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde localizavam-se as salas de aula.

20

Figura 4

Figura 5

Ponte sobre Rio do Peixe – Santa Catarina – entre as cidades de Herval do Oeste e Joaçada. Primeira ponte de concreto, em balanços sucessivos, no mundo – Engº Emílio Baumgart – 1930.

Edifício “A Noite” – Em 1928, o maior edifício em Concreto Armado do mundo.

22

22

Figura 6

Figura 7

Figura 8

Figura 9

Vista aérea do Campus da UEFS.

Hidrelétrica de Itaipu com mais de 14 Km de extensão.

Hotel em forma de vela, construído em uma ilha artificial - Dubai.

Construção de metrô na China.

25

27

27

27

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 ....................................................................................................... 32

Gráfico 2 ....................................................................................................... 32

Gráfico 3 ...................................................................................................... 33

Gráfico 4 ...................................................................................................... 33

Gráfico 5 ...................................................................................................... 34

Gráfico 6 ...................................................................................................... 34

Gráfico 7 ...................................................................................................... 35

Gráfico 8 ...................................................................................................... 35

Gráfico 9 ...................................................................................................... 36

Gráfico 10 ...................................................................................................... 36

Gráfico 11 ...................................................................................................... 37

Gráfico 12 ...................................................................................................... 37

Gráfico 13 ...................................................................................................... 38

Gráfico 14 ...................................................................................................... 38

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

CREA – Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia

FTC – Faculdade de Tecnologia e Ciências

UCSAL – Universidade Católica do Salvador

UEFS – Universidade Estadual de Feira de Santana

UFBA – Universidade Federal da Bahia

UNIFACS - Universidade Salvador

PAC – Programa de Aceleração do Crescimento

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RESUMO

A proposta do presente trabalho é estudar as relações entre o ensino da graduação e o mercado de trabalho da profissão de Engenheiro Civil, identificando pontos positivos e negativos desta relação, e apresentando-os para que sejam compatibilizados, na expectativa de contribuir para que os anseios, de ambas as partes, possam ser melhor atendidos. Para tal identificação, serão aplicados questionários a algumas das principais empresas contratantes de engenheiros civis situadas nas cidades de Feira de Santana e Salvador, bem como aos engenheiros civis cadastrados nos CREA‟s das supracitadas cidades. Serão apresentadas, ainda, as Grades Curriculares das instituições de graduação em Engenharia Civil de Feira de Santana e Salvador com a intenção de observar o enfoque que estas instituições oferecem aos seus alunos, a fim de perceber as tendências de atuação destes profissionais no mercado, e então confrontar tais informações com as obtidas através da aplicação dos questionários, numa tentativa de demonstrar a condição de empregabilidade dos Engenheiros Civis, egressos destas instituições.

Palavras-chave: Graduação, mercado de trabalho e empregabilidade.

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ABSTRACT

The purpose of this study is the relationship between graduate education and the labor market of the profession of Civil Engineer, identifying positive and negative points of this relationship, and showing them to be compatible, and the desires of both parties, met. For such identification, questionnaires will be applied to some of the main engineers of the contracting firms located in the cities of Salvador and Feira de Santana, and the civil engineers registered in CREA's the aforementioned cities. Will be presented, although the institutions of Grades Curriculum in Civil Engineering graduate of Feira de Santana and Salvador with the intention of observing the focus that these institutions offer their students to understand the trends in performance of these professionals in the market, and then compare this information with those obtained through the application of questionnaires in an attempt to demonstrate the condition of employment of Civil Engineers, graduates of these institutions. Key-words: Graduation, job market and employability.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 12

1.1 JUSTIFICATIVA 13

1.2 OBJETIVOS 15

1.2.1 OBJETIVO GERAL 15 1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 15

1.3 METODOLOGIA 15

2 REVISÃO LITERÁRIA 18

2.1 HISTÓRICO DA ENGENHARIA CIVIL NO MUNDO 18 2.2 HISTÓRICO DA ENGENHARIA CIVIL NO BRASIL 19 2.3 HISTÓRIA DO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DA UEFS 23 2.4 A IMPORTÂNCIA DA ENGENHARIA CIVIL 25 2.5 ASPECTOS LEGAIS DA PROFISSÃO 28 2.6 MUDANÇAS NO CENÁRIO DA CONSTRUÇÃO CIVIL 29

3 COLETA DE DADOS 32

3.1 PESQUISA JUNTO ÀS EMPRESAS 33 3.2 PESQUISA JUNTO AOS ENGENHEIROS CIVIS 34 3.3 PESQUISA COMUM ÀS EMPRESAS E ENGENHEIROS CIVIS 37

4 ANÁLISE DOS DADOS 43

4.1 O QUE DIZEM OS GRÁFICOS 39 4.2 O QUE DIZEM AS GRADES CURRICULARES 41

5 CONCLUSÃO 43

REFERÊNCIAS 46

APÊNDICES 48

ANEXOS

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1 INTRODUÇÃO

As mudanças em curso no sistema produtivo, baseadas em um conjunto de

inovações técnicas e organizacionais têm provocado profundas alterações no mundo

do trabalho, particularmente no que diz respeito às novas exigências de qualificação,

destacando-se, entre as inovações, os programas de qualidade, as células de

fabricação, a polivalência e multifuncionalidade do profissional, as parcerias com

fornecedores e clientes e a externalização das atividades produtivas. “O novo

padrão de produção tem imposto um conjunto de conhecimentos e habilidades ao

profissional que deve ser capaz de se integrar a ambientes de constantes mutações,

lidar com conceitos mais abstratos, operar máquinas mais sofisticadas e executar

processos complexos de monitoramento do processo produtivo” (ARAÚJO, 2000).

Em um contexto de globalização das relações políticas, econômicas, sociais e

culturais, as mudanças estão ocorrendo de forma acelerada, pressionadas pela

concorrência entre as empresas e pela adoção por parte destas de procedimentos

inovadores em termos de gestão, capazes de inseri-las de modo competitivo em um

mundo sem fronteiras. Assim, apesar das diferenças existentes entre as empresas,

setores, regiões e países, há uma forte tendência a homogeneizar um modo de

gerenciamento da produção e da força de trabalho. Isso decorre da intensificação e

generalização ”do processo de dispersão geográfica da produção ou das forças

produtivas, compreendendo o capital, a tecnologia, a força de trabalho, a divisão do

trabalho social, o planejamento e mercado” (IANNI, 1996).

“Verifica-se assim, uma ruptura com o paradigma taylorista/fordista cujas

bases de sustentação são o trabalho especializado, fragmentado e controlado pela

gerência, a produção e o consumo de massa. A extrema especialização do trabalho

neste paradigma não colocava maiores exigências educacional para os

profissionais, dado que a concepção do trabalho era de responsabilidade da

gerência. Assim, eram enfatizadas as habilidades manuais em detrimento do

conhecimento teórico” (ARAÚJO, 2000). No entanto, o atual paradigma exige novos

atributos de qualificação, como raciocínio lógico, capacidade de aprender, resolver

problemas e tomar decisões, compreensão de processos, polivalência cognitiva e

versatilidade no trabalho. Desse ponto de vista, a educação representa um papel

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importante na preparação dos profissionais, visto que o novo padrão tecnológico

demanda um gênero de capacidades que necessitam ser asseguradas pelo

conhecimento.

Nos cursos de graduação das escolas universitárias, além da formação geral

para a cidadania e a consciência social, é necessário atentar para as mudanças no

perfil profissional que requerem os diversos setores da economia e da sociedade em

cada época. Esse exercício é imperativo, para evitar-se que os docentes produzam

em seus alunos réplicas de si mesmos, negligenciando as tendências no ambiente

externo e interno da relação ensino/aprendizagem, sem a perspectiva de quem

aprende, e de quem anseia por profissionais que sejam agentes de mudança na

cultura das organizações e das sociedades.

1.1 JUSTIFICATIVA

A indústria da construção civil encontra-se em fase de grande crescimento,

por conta das mudanças provocadas pela evolução acelerada da sociedade,

tecnológica e cientificamente, onde são criados novos conceitos e necessidades que

precisam ser atendidas. Por estarem suscetíveis à crescente competitividade de

mercado, as instituições de ensino devem estar prontas para enfrentar essa

mudança, empenhando-se na busca de qualificação e melhoria nos níveis de

desempenho, para garantir a inserção do estudante no mercado de trabalho.

Em conversas informais com colegas, graduandos e graduados em

Engenharia Civil, é notória a presença da discussão a cerca da experiência exigida

pelas empresas e as dificuldades encontradas no exercício da profissão, por conta

da disponibilidade mínima para estágio ofertada pela grade curricular das

instituições de ensino superior, e da falta de empenho destas em habilitar o

graduando em softwares comumente utilizados, uma vez que estes não estão

inseridos nos projetos pedagógicos destas instituições e são exigidos em qualquer

empresa do setor da construção civil.

A partir desses relatos e da crença de que um Engenheiro Civil, mesmo

aquele de melhores médias curriculares, necessita de ampla experiência prática,

porque por mais obras que se tenha participado e por mais diferentes modalidades

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de obras que se tenha executado, sempre haverá uma situação com a qual ainda

não nos deparamos, e apesar da literatura representar uma importante parcela da

solução, haverá casos em que ela estará limitada, pois os fatores que envolvem a

engenharia civil são inúmeros e estão em constante mutação, derrubando a idéia de

que a Engenharia Civil é uma ciência exata. Não há limites para o conhecimento,

porém quanto mais conhecermos, menos seremos surpreendidos.

A velocidade dos acontecimentos, o surgimento de novas tecnologias e a

valorização de fatores como planejamento, saúde, segurança e meio ambiente,

dificulta e atravanca a atualização dos currículos de graduação, já que dependem de

processos burocráticos relativamente lentos. No entanto, não poderia me furtar do

propósito de contribuir com a melhoria da qualidade do ensino da graduação em

engenharia civil, apresentando as principais dificuldades encontradas pelos

Engenheiros Civis ao ingressar no mercado de trabalho e as deficiências mais

comprometedoras apontadas por seus contratantes.

“As efetivas transformações por que passam as sociedades mundiais vêm

exigindo mudanças radicais na educação, principalmente na natureza das relações

escola x trabalho, de sorte que possibilite formar profissionais com qualificações

compatíveis com os anseios do mercado de trabalho, que não passa apenas pela

idéia de maior escolaridade, mas, principalmente, pela exigência de conhecimentos

gerais, capacidade de trabalhar em equipe, de planejar, de adaptar-se com

facilidade às mudanças, de inovar, de aprender continuamente, de empreender, de

gerir, e aptidão para resolver problemas novos, alargando as fronteiras da

tecnologia, visto que em um mundo que se modifica com tamanha velocidade e que

se sustenta no conhecimento, estes atributos assumem papel decisivo” (MORAES,

1999).

Dessa forma, numa tentativa de promover uma discussão acerca de que

maneira o ensino poderá acompanhar a velocidade das mudanças supracitadas e da

forma que deveria contribuir para, cada vez mais, adequar o ensino da graduação do

curso de Engenharia Civil, com a realidade do mercado de trabalho, optei por

estudar este tema.

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1.2 OBJETIVOS

1.2.1 OBJETIVO GERAL

Analisar se a graduação nas principais escolas de Engenharia Civil da Bahia

está de fato preparando o engenheiro civil para ser absorvido pelo mercado

de trabalho.

1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Apresentar as atribuições necessárias ao Engenheiro Civil atualmente no

mercado de trabalho;

Apresentar as dificuldades encontradas pelos Engenheiros Civis ao ingressar

no mercado de trabalho;

Apontar as deficiências dos profissionais de engenharia civil observadas por

seus contratantes;

Apresentar as grades Curriculares de Instituições de Ensino Superior com

graduação em Engenharia Civil das cidades de Feira de Santana (UEFS e

FTC) e Salvador (UFBA, UNIFACS e UCSAL).

Propor a adequação do ensino/aprendizagem com a qualificação profissional

exigida na prática.

1.3 METODOLOGIA

Na busca por material bibliográfico para embasar o tema: As Atribuições do

Engenheiro Civil no Cenário Atual - Educação e Empregabilidade – foram

consultados livros, artigos, revistas, páginas de internet e publicações diversas,

sobre o tema proposto e afins, ambas referenciadas na seção correspondente.

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Como parcela da metodologia do trabalho, iniciou-se a coleta dos dados, com

a aplicação dos questionários às empresas e aos engenheiros civis, apresentados

nos apêndices A e B respectivamente. Também foram solicitados através de

correspondência remetida pela Universidade Estadual de Feira de Santana à

Inspetoria do CREA sediada em Feira de Santana, os endereços eletrônicos dos

profissionais de engenharia civil cadastrados, a partir do ano de 2000, nos CREA‟s

das inspetorias de Feira de Santana e Salvador. No entanto, este órgão foi impedido

de atender tal solicitação, por tratar-se de informações sigilosas; dessa forma, foi

acordado que o questionário aplicado aos engenheiros civis seria enviado para a

inspetoria do CREA em Salvador através do endereço eletrônico

[email protected] e este se responsabilizaria pelo envio aos engenheiros

cadastrados, conforme seleção solicitada. Foram recebidos questionários

respondidos de engenheiros Civis cadastrados a mais de 10 anos, bem como relatos

de profissionais de outras áreas cadastradas no CREA, a exemplo de Engenheiros

Agrônomos.

Apenas 02(dois) dos questionários respondidos por engenheiros civis, foram

oriundos de egressos de outras instituições que não a UEFS. Sendo assim temos

significativos 76 questionários de engenheiros civis egressos da UEFS, no exercício

da profissão e atuando em diversas áreas, dentro e fora do país, que abrangem

desde a Marinha do Brasil até a Multinacional Construtora Norberto Odebrecht S.A..

Do montante de 78(setenta e oito) questionários, 05(cinco) não serão

considerados nas análises por se tratar de profissionais formados a mais de 10

anos; contaremos então com 73(setenta e três) questionários válidos, dos quais

11(onze) são de profissionais formados entre os anos de 2001 e 2004; e

52(cinqüenta e dois) de profissionais formados a menos de 05(cinco) anos, entre os

quais 41(quarenta e um) são formados nos anos de 2007 e 2008.

Para os questionários aplicados às empresas contratantes de engenheiros

civis, o critério utilizado para seleção das empresas foi a visibilidade das mesmas, ou

seja, empresas reconhecidamente atuantes no setor da construção civil. Os

questionários foram aplicados às pessoas responsáveis pela contratação de

engenheiros civis, alguns por meio de visita e entrevista, outros através do

questionário enviado por email.

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Na cidade de Salvador os questionários foram aplicados às empresas:

Construtora Norberto Odebrecht S.A., Construtora OAS Ltda. e Construtora Queiroz

Galvão S.A; enquanto na cidade de Feira de Santana, participaram da pesquisa as

empresas: CSO Engenharia Ltda., Donelisa Construções e Incorporações, HMarinho

Empreendimentos Ltda., LMarquezzo Construções e Empreendimentos Ltda., MA

Almeida Engenharia Ltda. e R.Carvalho Construções e Empreendimentos Ltda.

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2 REVISÃO LITERÁRIA

2.1 HISTÓRICO DA ENGENHARIA CIVIL NO MUNDO

Antes de alcançar o desenvolvimento e o prestígio que tem hoje, foi preciso

que a Engenharia percorresse um longo trajeto de seis mil anos, desde que o

homem deixou as cavernas e começou a pensar numa moradia mais segura e

confortável para a sua família. Já as pirâmides (figura 1), os templos, os palácios e

os canais, que foram marca registrada na Antigüidade, começaram a fazer parte da

paisagem cerca de dois mil anos depois do aparecimento das primeiras habitações

familiares.

Figura 1 – Pirâmides do Egito e Esfinge, construídas a mais de 5.000 anos. Fonte: http://forum.hardmob.com.br

Foi na Idade Média, quando o Império Bizantino sofria ataques freqüentes de

outros povos, que a Engenharia ganhou novo e decisivo impulso; entre os séculos VI

e XVIII, os conhecimentos da área foram aproveitados, sobretudo para fins militares,

como a construção de fortalezas e muralhas ao redor das cidades. A atividade

religiosa, principalmente na Idade Média, período em que a Igreja foi uma força

paralela ao Império, impulsionou a construção de catedrais cada vez mais

suntuosas.

“Ao longo de sua História, a Engenharia foi amealhando quase só sucessos;

até suas eventuais falhas se tornaram célebres como no caso da Torre de Pisa

(figura 2), construída na cidade de Pisa, na Itália, no século XII, em solo incapaz de

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sustentá-la. Hoje, ela apresenta uma inclinação de cinco metros em relação ao solo

e, não fossem os inúmeros recursos da mais moderna tecnologia ali empregados, já

teria tombado. Mas a torre italiana pode ser considerada um “acidente de percurso”,

embora esteja longe de ser o único, afinal, naquela época não havia escolas de

Engenharia Civil e o conhecimento era limitado. Só no século XVIII que as escolas

começaram a se formar, a partir da fundação da École de Ponts et Chaussées, em

1747, na França.” (KRUGER, 2000)

Figura 2 – Torre inclinada de Pisa, Itália. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Torre_de_Pisa

2.2 HISTÓRICO DA ENGENHARIA CIVIL NO BRASIL

“No Brasil, a Engenharia deu seus primeiros passos, de forma sistemática,

ainda no período colonial, com a construção de fortificações e igrejas. Logo em

1549, com a decretação do Governo Geral, o engenheiro civil Luiz Dias foi

incumbido pelo "governador das terras do Brasil", Tomé de Souza, de levantar os

muros da cidade de Salvador (BA), a capital; Dias acabou construindo também o

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edifício da alfândega e o sobrado de pedra-e-cal da Casa da Câmara e Cadeia, que

se tornou célebre como o primeiro do gênero na colônia. Mas a criação de uma

escola de Engenharia Civil brasileira só se daria 258 anos depois, com a chegada da

Família Real ao País, em 1808, e a conseqüente fundação da Real Academia Militar

do Rio de Janeiro. Seu objetivo era formar oficiais da artilharia, além de engenheiros

e cartógrafos. Em 1842, a academia foi transformada em Escola Central de

Engenharia e, 32 anos depois, convertida em curso exclusivo de Engenharia Civil.

Essa instituição é, hoje, a Escola Nacional de Engenharia (figura 3)” (BUENO, 1980).

Figura 3 – Prédio anexo da Escola Nacional de Engenharia da Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde localizavam-se as salas de aula.

Fonte: http://www.imagem.ufrj.br/index.php?acao=detalhar_imagem&id_img=1123

“Mas foi nas décadas de 1910 e 1920, que a engenharia Civil deu seu grande

salto tecnológico com o uso do Cimento Armado, denominação antiga do que

conhecemos atualmente como Concreto Armado, que já vinha sendo utilizado em

outros países desde 1900, porém no Brasil, sua utilização é datada do início do

século 20, com a chegada de imigrantes alemães no Rio de Janeiro, com destaque

para Lambert Riedlinger, fundador da importante companhia Construtora de Cimento

Armado. Emílio Henrique Baumgart, considerado “O Pai do Concreto Armado no

Brasil”, ainda estudante da Escola Politécnica do Rio de Janeiro, de onde saiu

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engenheiro em 1919, foi estagiário de Riedlinger na Empresa Construtora Wayss &

Freytag S.A, fusão da empresa de Riedlinger com a consagrada firma alemã Wayss

e Freytag que voltou suas atenções para o Brasil e em menos de uma década

executou cerca de quarenta pontes, como afirma Fellipe dos Santos Reis em seu

livro As nossas pontes de concreto armado, publicado em 1924. Pela fluência na

língua alemã, Baumgart teve facilidade para entrar em contato com o imigrante

alemão e foi logo admitido, ganhando o suficiente para custear seus estudos fora de

sua cidade natal, Blumenau, entretanto, não tinha tempo para assistir todas as

aulas, pois gastava a maior parte do dia aplicando o que aprendia diretamente com

Riedlinger. Seu aprendizado de concreto armado foi “na fonte”, com aplicação

imediata na qual adquiriu prática e instruções minuciosas de detalhamento e

apresentação de projetos, nesse particular Baumgart levava grande vantagem sobre

seus colegas, que estavam aprendendo com professores que nunca haviam tido a

oportunidade de concretizar projetos grandiosos, prova disto são seus memoráveis

projetos com soluções inéditas e arrojadas que demonstravam claramente seus

profundos conhecimentos sobre o concreto armado. A engenharia brasileira lhe deve

muito em razão de suas obras emblemáticas, as quais estabelecem conceitos de

cálculos ousados e precisos, tornando-se paradigma consagrado

internacionalmente, já que estabeleceu vários recordes mundiais deste setor sendo

o primeiro a utilizar concreto ciclópico nas fundações. Não se pode afirmar que

Emilio Baumgart tenha sido o primeiro projetista de estruturas de concreto armado

do Brasil, entretanto, nenhum outro ficou tão conhecido como ele e tampouco fundou

um escritório especializado nesse tipo de estruturas, recordista mundial em vários

aspectos e onde foram criados conceitos de cálculos arrojados, além de técnicas

executivas que vieram a ser adotadas internacionalmente. Em contrapartida, pode-

se afirmar com segurança e sem exageros que foi Baumgart quem preparou os

primeiros profissionais brasileiros no campo de estruturas de concreto armado, afinal

os colaboradores de Emilio aprendiam com ele o que não tinham conseguido

absorver no curso de graduação “(VASCONCELOS, 2005).

Algumas das mais importantes obras de Emílio H. Baumgart:

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Ponte de Herval - Santa Catarina (figura 4): 68m – Recorde mundial de

vão livre em viga reta. Usou um processo inédito, hoje conhecido como

“balanços sucessivos”. (1928)

Figura 4 – Ponte sobre o Rio do Peixe, Santa Catarina, entre cidades Herval do Oeste e Joaçaba. Primeira ponte de concreto, em balanços sucessivos, no mundo – Engº Emílio Baumgart – 1930.

Fonte: notas de aula do professor Eduardo C. S. Thomaz – UFSC.

Edifício “A Noite” no Rio (figura 5), com 22 andares; na época o maior

edifício em concreto armado do mundo. (1928)

Figura 5 – Edifício “A Noite” – Em 1928, o maior edifício em Concreto Armado do mundo. Fonte: http://www.inpi.gov.br

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Oficina do Campo dos Afonsos, em área com 93m de vão, também

Record mundial em 1933.

Ponte sobre o Rio Mucuri, com vão central de 39,3m; também recorde

mundial em ponte ferroviária de viga reta em concreto armado

2.3 HISTÓRIA DO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DA UEFS

Diante do fato de praticamente a totalidade dos questionários recebidos

serem oriundos de egressos da Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS,

e da Monografia aqui apresentada decorrer de uma exigência curricular para

conclusão da graduação em Engenharia Civil desta instituição, será apresentada, a

seguir, a História do curso de Engenharia Civil da UEFS.

Criado em 1976, fazendo parte do elenco inicial de cursos oferecidos pela

UEFS, o curso de engenharia civil tinha inicialmente a denominação de “Curso de

Formação em Tecnólogos em Construção Civil – Modalidade Edifícios”, porém a

validade deste curso foi questionada em virtude do desconhecimento das atribuições

e campo de atuação dos futuros profissionais, já que o curso não seria de nível

técnico, nem de engenheiros civis. A partir da manifestação dos então alunos do

Curso de Tecnólogos, em 1979 foi criada uma comissão com a finalidade de

elaborar um projeto para implantação do Curso de Engenharia Civil, “propondo um

currículo com objetivos de formar um profissional com amplos conhecimentos

específicos, voltados para a solução dos grandes problemas da região de Feira de

Santana e enfatizando como prioritárias as áreas de Saneamento, Habitação e

Transporte” (FRANÇA, 1994).

Em 28 de março de 1980, a conselheira responsável pela análise e emissão

do relatório e parecer do Conselho Diretor da instituição, Yêda Barradas Carneiro,

concluiu pela possibilidade de funcionamento do curso proposto e pela necessidade

de se realizar a adaptação dos alunos e ex-alunos do Curso de Formação de

Tecnólogos para o Curso de Engenharia Civil, a ser implantado a partir do segundo

semestre do mesmo ano.

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Em agosto de 1980 iniciaram-se os trabalhos letivos do novo curso que

absorveu primeiramente os ex-alunos do Curso de Formação de Tecnólogos,

integrantes da “primeira turma de Engenheiros Civis da UEFS, com solenidade

realizada em 14 de janeiro de 1984 (correspondente a turma 83.2), onde foram

entregues à sociedade os 08(oito) profissionais: Antônio Pergentino da Silva, Amilton

Vasconcelos Santos, Edgar Alves Miranda, Isalto Fernandes de Souza, José Carlos

Bulhosa Cerqueira, Luís Wilson Santos Paolilo (orador), Rubival de Souza Alves e

Carmem Maria Alves Nunes” (SITIENTIBUS, 1984).

Em janeiro de 1981 foi realizado o primeiro Concurso Vestibular para

Engenharia Civil, ofertando 40 (quarenta) vagas, com a relação candidato/vaga em

torno de 11. Desde então, são oferecidas regularmente nos Concursos Vestibulares

de Janeiro e Junho, desta instituição, este mesmo número de vagas. Em maio foi

implantado o Colegiado do curso tendo como Coordenador eleito, o Professor

Clodoaldo Pereira Freitas.

“Entretanto, o processo de reconhecimento do curso só foi encaminhado ao

Conselho Federal de Educação no início de 1984, tendo sido apresentado no

relatório de parecer favorável, sob o título de “Um Destaque”, o texto a seguir

(FRANÇA, 1994: 9):

“Impressionou de um modo particular a Comissão o cuidado, o

amor e o orgulho com que a Cidade, os professores, os

funcionários e os estudantes zelam pela sua Universidade” [...]

A partir deste relatório, o Conselheiro Armando Dias Mendes emitiu também parecer

favorável ao reconhecimento do curso, ressaltando como pontos positivos o fato de

não haver nenhuma aula ministrada no turno da noite, bem como ter os estudantes,

em quase sua totalidade, de dedicação exclusiva à escola, tendo oportunidade de,

mesmo fora do período de aulas, utilizar laboratórios e visitar obras, sempre com a

assistência de professores.

Enfim, em 5 de dezembro de 1984, o parecer foi aprovado pela Câmara

de Ensino Superior e pelo Conselho Federal de Educação, sendo publicado no

Diário Oficial da União, no dia 10 deste mesmo mês, o reconhecimento do Curso de

Engenharia Civil ministrado pela Universidade Estadual de Feira de Santana.

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De 1983.2 até os dias atuais já foram formados pela UEFS, 856

(oitocentos e cinqüenta e seis) engenheiros civis. Hoje o curso de graduação é

composto por 415 (quatrocentos e quinze) estudantes, distribuído nos 10 semestres

que compõem os cinco anos necessários para a conclusão do curso.

No momento, o curso de Engenharia Civil, conta com dois cursos de

pós-graduação, quais sejam:

Especialização em Gerenciamento da Construção Civil

Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil e Ambiental –

Mestrado.

Figura 6 – Vista aérea do Campus da UEFS. Fonte: http://www.uefs.br/portal

2.4 A IMPORTÂNCIA DA ENGENHARIA CIVIL

„‟Organizada em instituições, a Engenharia Civil ganhou estudos mais

sistematizados e as cidades passaram a crescer vertiginosamente, numa velocidade

nunca antes registrada. Vieram os altos edifícios, as pontes quilométricas, o sistema

de saneamento básico, as estradas pavimentadas e o metrô. Para construir obras

tão distintas, o engenheiro precisou adquirir conhecimentos profundos em pelo

menos cinco grandes áreas: estruturas, estradas e transportes, hidráulica e

saneamento, geotecnia, materiais e construção civil. São essas modalidades que

hoje compõem a base dos currículos das escolas de Engenharia Civil “(SÁ, 2000).

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A importância da Engenharia Civil é tão grande que se torna praticamente

impossível pensar o mundo sem a sua presença. Mas, se num exercício de

imaginação conseguíssemos criar uma cidade sem a sua intervenção, ela

certamente se reduziria a um amontoado de barracos isolados, sem comunicação,

energia ou sistema de água e esgoto, o caos. O engenheiro civil é, sem dúvida, um

profissional importante, pois ele está habilitado a lidar com projetos e construções de

edifícios, estradas, túneis, metrôs, barragens, portos, aeroportos e até usinas de

geração de energia. Com seu conhecimento, escolhe os lugares mais apropriados

para uma construção, verifica a solidez e a segurança do terreno e do material

usado na obra, fiscaliza o andamento do projeto, execução e também o

funcionamento e a conservação de suas obras. Esse é o papel fundamental da

Engenharia Civil, um papel onde a simplicidade e a complexidade se fundem e se

completam na busca do bem comum e da qualidade de vida das pessoas.

“A Engenharia Civil desenvolve tecnologias capazes de transformar o barro, a

madeira, e os minerais em moradias, creches, escolas, hospitais, fábricas, usinas,

pontes, túneis e edificações das mais diversas; domando a força dos rios a

transforma em energia, mas também cuida da água de beber dando destino eficiente

ao esgoto sanitário e ao lixo, numa autêntica missão de saúde pública preventiva e

na defesa da ecologia; escava a rocha, planta rodovias, ferrovias, hidrovias, portos e

aeroportos vencendo os mais difíceis desafios da natureza; planeja e viabiliza os

meios de transporte das pessoas e das cargas, estreitando e facilitando o contato

entre os povos; desenvolve soluções e tecnologias e atua com responsabilidade

social e espírito criativo, levando em conta aspectos culturais, econômicos, políticos,

legais e ambientais, sempre em sintonia com as reais necessidades das pessoas.”

(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENGENHEIROS CIVIS, 2008)

Por conta disso, a profissão de Engenheiro Civil é uma profissão de confiança

pública porque a sociedade acredita que os engenheiros civis são homens e

mulheres de larga visão social e, portanto, estão capacitados para tomar as

decisões corretas sob o ponto de vista técnico sem descuidar de todos os outros

valores essenciais da sociedade que neles confia, decisões cujos resultados só

depois de executadas serão conhecidas.

A seguir, fotos de algumas obras ao redor do mundo, que dignificam a

Engenharia Civil.

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Figura 7 – Hidrelétrica de Itaipu com mais de 14 Km de extensão na Fronteira Brasil-Paraguai. Fonte: http://forum.hardmob.com.br

Figura 8 – Hotel em forma de vela, construído em uma ilha artificial na cidade de Dubai – Emirados Árabes.

Fonte: http://forum.hardmob.com.br

Figura 9 – Construção de Metrô na China. Fonte: http://forum.hardmob.com.br

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2.5 ASPECTOS LEGAIS DA PROFISSÃO

Segundo o Capítulo IV da Lei nº 5.194 – de 24 de Dezembro de 1966, as

atividades e atribuições profissionais do engenheiro civil e qualquer outra atividade

que, por sua natureza, se inclua neste âmbito, consistem em:

Atividade 01 - Supervisão, coordenação e orientação técnica;

Atividade 02 - Estudo, planejamento, projeto e especificação;

Atividade 03 - Estudo de viabilidade técnico-econômica;

Atividade 04 - Assistência, assessoria e consultoria;

Atividade 05 - Direção de obra e serviço técnico;

Atividade 06 - Vistoria, perícia, avaliação, arbitramento, laudo e parecer técnico;

Atividade 07 - Desempenho de cargo e função técnica;

Atividade 08 - Ensino, pesquisa, análise, experimentação, ensaio e divulgação,

técnica e extensão;

Atividade 09 - Elaboração de orçamento;

Atividade 10 - Padronização, mensuração e controle de qualidade;

Atividade 11 - Execução de obra e serviço técnico;

Atividade 12 - Fiscalização de obra e serviço técnico;

Atividade 13 - Produção técnica e especializada;

Atividade 14 - Condução de trabalho técnico;

Atividade 15 - Condução de equipe de instalação, montagem, operação, reparo

ou manutenção;

Atividade 16 - Execução de instalação, montagem e reparo;

Atividade 17 - Operação e manutenção de equipamento e instalação;

Atividade 18 - Execução de desenho técnico.

a) desempenho de cargos, funções e comissões em entidades estatais,

paraestatais, autárquicas, de economia mista e privada;

b) planejamento ou projeto, em geral, de regiões, zonas, cidades, obras,

estruturas, transportes, explorações de recursos naturais e desenvolvimento

da produção industrial e agropecuária;

c) estudos, projetos, análises, avaliações, vistorias, perícias, pareceres e

divulgação técnica;

d) ensino, pesquisas, experimentação e ensaios;

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e) fiscalização de obras e serviços técnicos;

f) direção de obras e serviços técnicos;

g) execução de obras e serviços técnicos;

h) produção técnica especializada, industrial ou agropecuária.

(CONSELHO FEDERAL DE ENGENHARIA ARQUITETURA E AGRONOMIA,

2008)

2.6 MUDANÇAS NO CENÁRIO DA CONSTRUÇÃO CIVIL

A globalização surge como um elemento inerente ao capitalismo e, junto

com ele, houve grandes transformações associadas às formas de gestão e

organização do trabalho, possibilitados pelo surgimento de novas tecnologias e

métodos produtivos, que motivaram o aparecimento de novas exigências do

mercado da construção, e o profissional de Engenharia Civil ganha outras

atribuições.

O perfil do engenheiro civil que tocava os canteiros de obras há alguns anos

mudou. Hoje, esse profissional precisa ter uma qualificação em gestão de projetos,

de pessoas e até mesmo financeira. Uma visão comercial também ajuda muito. O

exemplo de tais mudanças é o surgimento de duas principais oportunidades de

trabalho: a coordenação da obra e a incorporação do projeto. Os coordenadores,

gerentes ou diretores de obra ou de projeto são responsáveis pela coordenação das

pessoas na obra, pela execução do cronograma físico e financeiro, pela

produtividade e pela qualidade final do projeto. A presença destes profissionais é

percebida em mais de uma obra e muitas vezes ele é responsável por até seis

canteiros, o que significa a contratação de novos engenheiros para coordenação. O

coordenador da obra faz uma interface com a equipe da obra, com fornecedores e

clientes, por isso ele também deve ser um bom negociador, administrador e possuir

uma boa relação humana, além da formação em engenharia civil. Um profissional

com essas características possui um grande diferencial no mercado.

O cliente está muito mais exigente, por isso ele precisa ter um contato dentro

da obra para acompanhar seu andamento, e muitas vezes esse profissional é o

contato do cliente durante a realização do projeto. O engenheiro responsável pela

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coordenação de uma obra não é mais um gerenciador de operários, ele precisa ser

mais do que isso. Entre as exigências para o cargo, além da graduação em

engenharia civil, estão uma extensão ou um MBA em gestão financeira, de projetos

e de pessoas; em um canteiro de obra, existe o mestre-de-obras, o engenheiro

responsável e também o coordenador ou o gerente da obra. Outra oportunidade que

surgiu no mercado de construção civil graças ao aquecimento do mercado

imobiliário é a do profissional de incorporação - área que possui atualmente uma

grande demanda. É este profissional que identifica o negócio, procura o terreno,

identifica qual o melhor produto para ser desenvolvido naquela região, por isso, tem

de ter uma visão técnica, financeira e mercadológica do negócio. O profissional que

atua na área de incorporação precisa conhecer bem o perfil do usuário final, além de

ter um grande conhecimento sobre urbanismo. Existem muitas questões

burocráticas por trás de um terreno, por isso, para atuar em incorporação, além do

conhecimento técnico do engenheiro, é preciso conhecer também administração,

arquitetura e mercado, para poder analisar se é viável algum negócio naquela

região. Este profissional precisa ter conhecimento para saber avaliar se aquele local

terá um crescimento, como se dará esse crescimento, como o projeto vai interagir

com a região, entre outros pontos importantes. O profissional que atua na

incorporação precisa ter como característica o conhecimento do mercado local,

precisa saber como está o mercado naquela região para não lançar um produto que

será um fiasco de vendas. Há a figura do diretor de terrenos, que busca o ponto; a

do diretor de incorporação, que desenvolve o produto; e a do diretor de vendas.

O campo de trabalho é vasto, mas está relacionado diretamente com a

situação econômica do país. O engenheiro civil pode trabalhar em escritórios de

construção civil, indústrias, empresas construtoras, serviço público, instituições

específicas, bancos de desenvolvimento e investimento. Apesar de o mercado de

trabalho ser vasto ele também é muito competitivo, para ter mais chances no

mercado de trabalho é necessário, além do diploma de engenheiro civil,

conhecimentos de finanças, inglês, espanhol, para que possam começar bem na

carreira. O mercado de trabalho está com as portas abertas para o engenheiro que

se preocupe com os problemas sociais e ambientais do país, que tenha formação

abrangente em ciências básicas da engenharia e que seja competente no

relacionamento humano. Um engenheiro eclético com boa formação sempre terá

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trabalho, pois as empresas valorizam duas qualidades fundamentais nesses

profissionais: saber tomar decisões que envolvem riscos e ter conhecimento

fantástico em matemática e lógica, isso é muito importante na área financeira e

comercial, tanto que hoje muitos engenheiros estão no comando de empresas

multinacionais.

No passado, como no futuro, a engenharia é tida como uma profissão-

curinga, porque serve como base sólida para ser bem sucedido em inúmeras áreas,

entre elas, administração, economia, planejamento, gestão empresarial, etc; um

indicador da supremacia da engenharia é que esta representa o curso universitário

de maior aceitação nas grandes empresas, em sua maioria para cargos executivos e

gerenciais, segundo levantamento feito pela revista Veja nas trinta maiores

companhias brasileiras.

“Há anos a engenharia assumiu um papel de destaque no mercado de

trabalho e a figurou como uma das três carreiras de maior prestígio e remuneração,

junto com direito e medicina, porém nas décadas de 80 e 90, a situação econômica

do país fez reduzir drasticamente o número de vagas ofertadas para engenheiros

civis, em consequência, os jovens, sem verem no horizonte a chance de prosperar,

passaram a fugir desta carreira, no entanto, atualmente, a engenharia volta aos

tempos áureos de outrora, e nos deparamos agora com a escassez de engenheiros

civis no mercado. Segundo dados da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), o

Brasil tem seis engenheiros para cada grupo de 100 000 pessoas, quando eles

deveriam ser pelo menos vinte e cinco para atender satisfatoriamente a população”

(VEJA, 19/12/2007).

Segundo o jornal A TARDE de 09 de maio deste ano, durante uma entrevista

coletiva concedida por dirigentes de instituições federais, em Salvador, eles

incluíram a falta de engenheiros civis no mercado de trabalho baiano como uma das

causas do atraso nas obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), o

que comprova a importância da Engenharia no Cenário atual.

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3 COLETA DE DADOS

Para caracterizar o perfil das empresas pesquisadas, estão apresentados abaixo, os gráficos correspondentes a localização e área de atuação das mesmas.

Gráfico 1

Gráfico 2

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3.1 PESQUISA JUNTO ÀS EMPRESAS

Para as perguntas do questionário aplicado às empresas (anexo 3)

contratantes de Engenheiros Civis, escolhidas conforme descrito no item 4, foram

obtidas as respostas apresentadas abaixo por meio dos gráficos 3 e 4. Porém,

algumas questões foram feitas igualmente para os engenheiros civis e para as

empresas, e por esse motivo, serão apresentadas no item 6.3 – PESQUISA COMUM ÀS

EMPRESAS E AOS ENGENHEIROS CIVIS.

Os profissionais recém-formados contratados têm atendido ás necessidades técnicas da empresa?

Gráfico 3

Há dificuldades em encontrar profissionais recém-formados qualificados, de acordo com as necessidades da empresa?

Gráfico 4

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3.2 PESQUISA JUNTO AOS ENGENHEIROS CIVIS

Os gráficos abaixo apresentam o tempo de formado dos engenheiros Civis

pesquisados.

Gráfico 5

As três questões a seguir tratam da importância dada ao estágio, e ao uso

de ferramentas computacionais na graduação, pelos Engenheiros Civis.

Na sua opinião, há dificuldades para o recém-graduado encontrar emprego quando possui apenas o estágio da Grade Curricular?

Gráfico 6

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Têm tido ou teve, dificuldades em se adequar a ferramentas computacionais utilizadas nesta empresa, enquanto recém-formado? Ex. Auto CAD, MS Project, Vollare.

Gráfico 7

Você fez algum estágio fora da grade curricular durante a graduação?

Gráfico 8

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As questões a seguir, desejam perceber a importância dada às disciplinas da

Grade Curricular, pelos Engenheiros Civis entrevistados.

Há alguma disciplina ou tema que não foi visto em seu curso e que lhe faz, ou fez, falta como profissional?

Gráfico 9

Há alguma disciplina que você cursou e que ainda não percebe sua importância?

Gráfico 10

Ferramentas Computacionais 30

Gestão de Negócios/Pessoas 23

Licitação pública 13

Gerenciamento de Contratos 10

Segurança do Trabalho 7

Barragem e Pontes 7

Concreto Protendido 7

Qualidade 7

Preenchimento de ART 7

Álgebra Linear 29

Métodos Numéricos 29

Estatística 28

Sociologia 20

Economia 17

Administração 17

Monografia 15

Introdução a Engenharia 8

Número de vezes que apareceu nos questionários.

Número de vezes que apareceu nos questionários.

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Quais disciplinas do curso de Engenharia Civil têm sido mais importantes em sua vida profissional? Favor citar na ordem de importância:

Gráfico 11

3.3 PESQUISA COMUM ÀS EMPRESAS E AOS ENGENHEIROS CIVIS

Qual a qualificação mínima que têm sido exigida atualmente dos profissionais de Engenharia Civil?

Gráfico 12

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Quais as principais deficiências encontradas em profissionais/ao ser contratado recém formado?

Gráfico 13

Você acredita que as Instituições de Ensino Superior estão formando profissionais aptos para o mercado de trabalho, levando em conta as qualificações exigidas atualmente nas empresas?

Gráfico 14

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4 ANÁLISE DOS DADOS

4.1 O QUE DIZEM OS GRÁFICOS

Serão apresentados, neste capítulo, comentários sobre os gráficos gerados

pela pesquisa realizada com as empresas e Engenheiros Civis.

Iniciando com o gráfico 3, onde destaca-se o baixo índice de satisfação das

empresas com o preparo técnico dos profissionais recém-formados, seguido pelo

Gráfico 4 que ratifica tal insatisfação quando aponta o percentual de 73% dos

pesquisados admitindo a dificuldade em encontrar profissionais recém-formados que

atendam às necessidades da empresa, nota-se que a graduação não está

desenvolvendo, satisfatoriamente, as práticas do curso de engenharia Civil. Esta

insatisfação deve-se, em parte, ao fato de o profissional, ainda enquanto estudante,

não ter acesso às práticas desenvolvidas por engenheiros civis, visto que no curso

de Engenharia Civil não é dada a devida importância ao estágio, nas instituições de

ensino. No gráfico 6, temos uma diferença de 6,6% entre os profissionais recém-

formados que Eventualmente e Geralmente encontram dificuldades em encontrar

emprego quando possui apenas o estágio da Grade Curricular ofertado pelas

Instituições de Ensino, deixando claro que o estágio oferecido, não é satisfatório.

Comparando o curso de engenharia civil com outras profissões de destaque como

Medicina e Direito, é notória a deficiência neste quesito, nos cursos de Engenharia

Civil, visto que no curso de medicina é obrigatório que o estudante dedique um ou

dois anos da graduação para o exercício da profissão em clínicas e hospitais, similar

aos estudantes de direito que já na segunda metade do curso estão diariamente em

contato os profissionais e as atividades que irão desenvolver, se vestem como

advogados e se comunicam com vocabulário apropriado para os termos jurídicos,

assumindo uma identidade visual de respeito e um comportamento típico do

profissional apesar de ainda não terem concluído o curso. Enquanto os estudantes

de engenharia, além de não receberem nenhum estímulo a um comportamento

profissional e de serem bombardeados com o grau de dificuldade das disciplinas,

começam o estágio apenas nos últimos semestres. Podemos identificar claramente

essa debilidade quando vemos o Gráfico 13 onde mais de 50% dos engenheiros e

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empresas pesquisadas apontam a dificuldade de associação da teoria com a prática

como a principal deficiência dos profissionais recém-formados, isso porque os

estudantes ao ingressar na faculdade têm que acompanhar um ritmo muito mais

acelerado de ensino, e para estagiar fora da grade curricular muitas vezes precisa

abrir mão de horas de estudo, boas notas, ou encarar uma rotina diária cansativa e

desgastante, o que tem sido feito, como se percebe nas análises a seguir.

Merece reflexão pelos colegiados, o baixo nível de informatização contida nas

grades curriculares ofertadas na graduação, principalmente porque no mundo

globalizado as atividades são realizadas usualmente com o auxílio de ferramentas

computacionais específicas, apontadas no Gráfico 9 como a disciplina/tema que

mais faz falta na vida profissional, e por conta disso, os estudantes estão procurando

se adequar às estas ferramentas, já que elas não estão inseridas na graduação e

são apresentadas somente na eventualidade de cursos extracurriculares ou na

oportunidade do estágio.

Os Gráficos 7 e 8 comprovam a preocupação em suprir as deficiências da

graduação, visto que 80% dos pesquisados admitem não ter grandes dificuldades

com essas ferramentas por terem buscado cursos extracurriculares, e 93% fizeram

estágio além do ofertado pela grade curricular, visto que a exemplo de Emílio H.

Baumgart, citado no item 5.2, leva grande vantagem quem tem, no estágio, a

oportunidade de adquirir a prática da profissão, enquanto os colegas se limitam a

aprender com professores, em sua grande maioria, teóricos que nunca

concretizaram projetos de grande porte. Os estudantes de engenharia, em geral,

têm poucos professores que são profissionais atuantes no dia-a-dia de suas

atividades, e são submetidos a engenheiros que atuam tão somente como

professores ou pesquisadores, e portanto, não têm a vivência da atividade

profissional nem a consciência de mercado, nem das relações comerciais que vão

definir o sucesso ou o fracasso dos engenheiros civis que estão sendo formados. A

ausência de professores atuantes no mercado como engenheiros civis, prejudica a

formação do estudante porque não lhe é transmitida uma visão clara das relações

comerciais que eles enfrentarão na vida profissional, seja na condição de

profissionais autônomos, empresários ou empregados em alguma empresa, gerando

insatisfação de ambas as partes pesquisadas, claramente demonstrada no Gráfico

14. Outro exemplo da deficiência de professores teóricos é o insucesso em mostrar

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ao estudante a aplicabilidade das disciplinas iniciais do curso, conforme apresentado

no Gráfico 10.

Os estudantes de engenharia não são estimulados a se preocupar com técnicas de

comunicação ou relacionamento social, com isso acabam não desenvolvendo

habilidades gerenciais ou de relacionamento, extremamente importantes para o

profissional. Podemos notar, no Gráfico 12, o percentual superior a 50% de

empresas e engenheiros civis pesquisados, que atestam a importância da boa

formação na graduação - já que está é a principal exigência para contratação.

A diversificação das disciplinas citadas como mais importantes pelos

engenheiros civis pesquisados, apresentadas no Gráfico 11, é outro dado que vem

comprovar a importância de ser ter uma formação completa, abrangente e

profissionalizante na graduação.

4.2 ANÁLISE DAS GRADES CURRICULARES

Analisando as Grades Curriculares das principais instituições de ensino

superior com Graduação em Engenharia Civil do Estado da Bahia: UFBA, UEFS,

UCSAL, FTC e UNIFACS, constantes nos anexos B, C, D, E e F, respectivamente,

nota-se que, em sua maioria, o mercado de trabalho é desvalorizado enquanto vetor

pedagógico de formação profissional, visto que tais instituições ofertam a disciplina

referente à estágio profissionalizante somente a partir do 9º ou 10º semestre do

curso, e com carga horária de, no máximo, 180 horas semestrais(UEFS); ou

simplesmente não contemplam tal disciplina em sua matriz curricular, a exemplo da

UNIFACS. As cargas horárias das demais instituições variam entre 130(FTC) e

135(UFBA) horas semestrais, exceto a UCSAL que dispõe de apenas 80 horas para

estágio, divididos no 2º (30 horas) e no 6º semestre (60 horas).

Todas as instituições analisadas dispõe de disciplinas relativas às relações

humanas/sociais, economia, administração/gestão e computação em suas grades

curriculares, no entanto ambas as disciplinas supracitadas foram objeto de

insatisfação, de engenheiros civis e empresas, que responderam aos questionários.

Disciplinas relativamente atuais, como Qualidade, Higiene e Segurança do

Trabalho e Meio Ambiente, já estão inseridas nos currículos das instituições

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analisadas, esta última consta como obrigatória na totalidade dos currículos,

enquanto as demais são apresentadas, nos currículos, como optativas, a exceção

da UNIFACS que não apresenta tais disciplinas, e da FTC que tem estas disciplinas

como obrigatórias.

Das instituições analisadas a UEFS é a que conta com um curso de maior

carga horária obrigatória total – obrigatória e complementar – (4.045 horas) e

apresenta o maior número de disciplinas optativas ofertadas, nas diversas áreas que

o curso contempla, no entanto, os dados obtidos na pesquisa de campo, em sua

maioria de egressos desta instituição, apontam deficiências que nos levam a crer

que as disciplinas não estão sendo ministradas como deveriam, ou suas ementas

estão desatualizadas e, portanto, fora do contexto atual e da necessidade do

mercado, já que algumas destas deficiências foram apontadas também por

empresas atuantes e de notável participação no mercado, que absorvem os

profissionais formados por esta instituição.

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5 CONCLUSÃO

Os resultados mostram que as escolas de engenharia não estão formando

seus engenheiros pela ótica do mercado, e sim pela ótica dos professores que

ministram as disciplinas, uma ótica muitas vezes restrita às suas frustrações e

experiências pessoais e profissionais, inibindo nos estudantes a capacidade de

independência e autoconfiança.

A evolução da sociedade exige uma nova relação entre o professor e

estudante, uma vez que este último enfrentará desafios e problemas, muitas vezes

não previsíveis pelos seus docentes. Assim, se faz necessária uma nova postura

frente à experiência de aprendizado que a aula proporciona para ambos – professor

e aluno; exigindo do docente mais criatividade, um desenvolvimento constante de

sua didática e pedagogia, uma atualização mais sistemática, e sobre tudo buscar o

anseio dos alunos e da sociedade, que lhe oriente nas habilidades a serem

desenvolvidas. A perspectiva de gestão dos cursos deve transcender o desenho dos

currículos, o controle das disciplinas, a quantidade de alunos formados e entrantes

etc, deve focar no aluno e no professor também, buscando transformar as escolas

em organizações que aprendem. As instituições de ensino superior precisam

repensar seu modelo intelectual, procurando democratizar a composição dos seus

currículos, a fim de atender melhor às novas exigências do mercado de trabalho.

Necessitam interligar, cada vez mais, teoria e prática com base em pesquisas bem

fundamentadas e objetivas, satisfazendo de maneira eficiente as expectativas de

seus alunos, não se pode ignorar o mercado de trabalho como uma parcela

significativa da formação profissional do engenheiro.

Muitas vezes existe uma grande distância entre os conhecimentos adquiridos

durante o curso e o que o aluno encontra na prática, sendo necessária uma revisão

daquilo que é ensinado, de forma que o projeto pedagógico do curso possa

aproximar mais a formação profissional das necessidades que estão emergindo nas

empresas, desenvolvendo no estudante a capacidade de transferir aprendizagem de

uma área para outra, fazer generalizações, estabelecer relações, tirar conclusões e

encontrar soluções para problemas com os quais vai se defrontar. Deve haver uma

nova forma de entender e principalmente tratar a relação entre a teoria e a prática,

provocando mudanças na, já consagrada, maneira de ministrar disciplinas teóricas,

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estabelecendo constantemente uma estreita relação entre a teoria e suas

aplicações, melhorando o clima motivacional em sala de aula.

Outro aspecto importante é que os conteúdos transmitidos, quer de natureza

teórica ou aplicada devam ser contextualizados, isso pressupõe transmitir aos

alunos detalhes importantes do contexto no qual um determinado conhecimento se

desenvolveu, estimulando uma maior participação do aluno no processo de

aprendizagem para que as mudanças necessárias sejam concretizadas. A carga de

trabalho deve ser balanceada com estágios na indústria ou em escritórios, para que

o aluno possa fazer uso das tecnologias do mercado, informação, comunicação e

softwares interativos, desenvolvendo uma qualidade importante que é a de aprender

sozinho, possibilitando uma atualização constante. É fundamental que se estreitem

as relações entre as escolas de engenharia e os setores produtivos e empresariais

com linhas de investigação e pesquisa integrada, em especial com a indústria de

base nacional, vindo a reforçar os setores que o país possui de pesquisa tecnológica

e o diálogo de intercâmbio.

Nos últimos anos, empresas de todo o mundo estão se desenvolvendo com o

aumento na competitividade, sendo que muitas destas têm sido pressionadas a

reduzir seus custos e aumentar a qualidade do produto com a finalidade de manter

suas fatias de mercado. Com isso, os concorrentes estão buscando se diferenciar

uns dos outros em termos de qualidade de serviço, flexibilidade, customização,

inovação e rápida reação às mudanças. Estas mudanças têm levado ao

aparecimento de novas habilidades, modalidades e especializações, além da

necessidade contínua de adaptação dos cursos já existentes. As questões que

devem ser colocadas e respondidas diante da criação ou mudança de cursos de

engenharia passaram a ser repetidas ou recolocadas com enorme freqüência,

exigindo o desenvolvimento de uma metodologia mais sistemática para sua

abordagem, e é aí que entra a escola. As técnicas modernas e os novos materiais

utilizados deverão ser sempre objeto de cursos de atualização, regularmente

oferecidos pelas instituições a seus alunos, permitindo-lhes permanente reciclagem,

e garantindo um bom desempenho na sua função como profissional de engenharia.

Sem a pretensão de esgotar um tema de tamanha complexidade, e que tem

implicações que extrapolam os aspectos meramente pedagógicos, estando em

condições, pautada em tudo aqui mostrado, de sugerir aos Colegiados de Curso de

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Engenharia Civil algumas intervenções pontuais, mas urgentes, nas grades

curriculares, e na forma de acompanhamento e cobrança dos docentes:

Contratação de professores que estejam no exercício de suas

atividades como engenheiro;

Adotar, nas Grades Curriculares, um período igual ou superior a 01

(um) ano dedicado a estágios em empresas do mercado;

Promover cursos de ferramentas computacionais gratuitos;

Promover a reciclagem de alunos e professores, por meio de oficinas,

palestras e cursos que apresentem as novas tecnologias do mercado.

Avaliar as ementas das disciplinas dos currículos, quanto aos assuntos

dados e sua correlação com as práticas de mercado.

Outras necessidades serão notadas, desde que os colegiados decidam voltar

seus olhos para essa relação tomada como objeto básico deste trabalho. Os

estudantes de Engenharia Civil, e a sociedade que os espera, só terão a agradecer.

Todos sairão ganhando.

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