UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE TECNOLOGIA
AUDITORIA DE SEGURANÇA VIÁRIA NA AVENIDA AYRTON SENNA
TRECHO AVENIDA ROBERTO FREIRE – AVENIDA ABEL CABRAL, NATAL RN.
DISCENTE: TÚLIO EZEQUIEL CRUZ DE SOUZA
ORIENTADOR: MOACIR GUILHERMINO DA
SILVA
NATAL, 30 DE MAIO DE 2016
TÚLIO EZEQUIEL CRUZ DE SOUZA
AUDITORIA DE SEGURANÇA VIÁRIA NA AVENIDA AYRTON SENNA
TRECHO AVENIDA ROBERTO FREIRE – AVENIDA ABEL CABRAL, NATAL RN.
Trabalho de Conclusão de Curso
submetido à Universidade Federal do
Rio Grande do Norte como parte dos
requisitos necessários para a obtenção
do Grau de Bacharelado em
Engenharia Civil, sob a orientação do
Professor Dr. Moacir Guilhermino da
Silva.
NATAL, 30 DE MAIO DE 2016
Dedico este trabalho a todos aqueles
que sempre contribuíram direta ou
indiretamente em todo meu processo de
formação acadêmica.
AGRADECIMENTOS
Agradeço imensamente:
À Deus, a quem devo inteiramente a
minha vida.
À minha família, que sempre foi ponto
de apoio em todas as etapas.
À Isa, peça fundamental, que sempre
me incentivou nos momentos mais
críticos.
Ao Professor Orientador Moacir
Guilhermino da Silva, que teve papel
indispensável no desenvolvimento
deste trabalho.
E por fim, aos meus colegas de classe,
que se dispuseram a me auxiliar
quando necessário.
RESUMO
Atualmente, o trânsito é um das principais causas de mortes não naturais em todo
mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde. Somente em nosso país, o Instituto
Avante Brasil calcula que desde 1980 foram mais de 1.090.801 mortes no trânsito. No ano de
2002 morreram 37.018 pessoas, já no ano 2013 esse número passou para 60.752 mortes,
sendo pedestres e motociclistas as principais vitimas. É, portanto, um crescimento de quase
65% das vítimas fatais no trânsito.
Há algum profissional capaz de controlar o crescimento desse número? A resposta é
positiva, o engenheiro de tráfego é esse profissional que tem o objetivo de identificar os
acidentes, mapeá-los, de forma que seja possível determinar os fatores contribuintes da via
para que esses possam ser removidos. O processo é basicamente simples para esse
profissional. Consiste em concentrar os esforços nos pontos críticos, ou seja, nos locais onde
os acidentes com características semelhantes se concentram. Assim, o sucesso desse
procedimento depende de um cadastro preciso dos acidentes, bem como de uma investigação
profunda dos dados obtidos desse cadastro.
Com este enfoque de analisar as condições de segurança viária, este trabalho consiste,
portanto, na realização de uma Auditoria de Segurança Viária, na fase de operação, na
Avenida Ayrton Senna, trecho: Avenida Roberto Freire – Avenida Abel Cabral, na cidade de
Natal, Rio Grande do Norte.
Palavras-chave: Acidentes no Trânsito; Engenheiro de Segurança; Mapeamento de
Acidentes; Pontos Críticos; Auditoria de Segurança Viária.
ABSTRACT
Currently, traffic is a major cause of unnatural deaths worldwide, according to the
World Health Organization only in our country, the Avante Brazil Institute estimates that
since 1980 there were over 1,090,801 traffic deaths. In 2002 37,018 people died by the year
2013 this number increased to 60 752 deaths, pedestrians and motorcyclists being the main
victims. It is, therefore, an increase of almost 65% of fatalities in traffic.
Are there some professional able to control the growth of this number? The answer is
positive, the traffic engineer is this professional who aims to identify the accidents, map them,
so that you can determine the contributing factors to the route that these can be removed. The
process is basically simple for these professionals. Is to focus efforts on critical points, in
other words in places where accidents are concentrated with similar characteristics. Thus, the
success of this procedure depends on an accurate register of accidents, as well as a thorough
investigation of the data obtained from this register.
With this approach to analyze the conditions of road safety, this work therefore
consists in conducting a Road Safety Audit, the operating step, at Avenida Ayrton Senna,
excerpt: Avenida Roberto Freire - Avenida Abel Cabral, in Natal , Rio Grande do Norte.
Keywords: Traffic Accidents; Safety Engineer; Mapping Accident; Critical; Road
Safety Audit.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 8
2. OBJETIVO E JUSTIFICATIVA ................................................................................ 10
3. METODOLOGIA DA AUDITORIA DE SEGURANÇA VIÁRIA .......................... 11
4. PARECER TÉCNICO ................................................................................................ 23
5. CONCLUSÕES .......................................................................................................... 30
6. REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 31
8
1. INTRODUÇÃO
A Auditoria de Segurança Viária - ASV que teve origem no Reino Unido, durante a
década de 80, tem por objetivo diminuir a probabilidade de ocorrência de acidentes de trânsito por
meio da realização de vistorias periódicas com foco nas questões de segurança, como detalhado em
Nota Técnica pela arquiteta Denise Lima Lopes e o engenheiro Adauto Martinez Filho em 2010.
Atualmente é necessário reverter o quadro de mortes ocorridas no trânsito nos últimos anos. Por
isso, vários países vêm aplicando estratégias visando amenizar o número de acidentes,
consequentemente, reduzir os prejuízos sociais e econômicos inerentes.
Segundo Stephen Proctor e Martin Belcher, por meio de Nota Técnica em 1994 e
traduzida pelo engenheiro Fernando José Antunes Rodrigues, as estratégias de uma ASV
consistem em analisar os fatores de risco dos acidentes de trânsito, que sempre resultam em
três grupos envolvendo: o veículo, a via e o homem. Para o sucesso de uma Auditoria de
Segurança Viária é necessário que esses três fatores sejam bem investigados, identificados e
combatidos.
Os métodos tradicionais para redução de acidentes buscam, por meio do estudo dos
pontos críticos e acidentes já ocorridos, medidas corretivas, isso por que as deficiências na
malha viária são identificadas a partir de eventos passados. A Auditoria de Segurança Viária,
por outro lado, tem o objetivo de identificar essas deficiências antes que os acidentes ocorram,
apresentando caráter preventivo, conforme Philip Anthony Gold descreveu em seu trabalho
Aplicações da Engenharia para Reduzir Acidentes, 1998.
O que é claro observando vias antigas, ou ainda as recentemente executadas, é que no
Brasil o sistema viário existente foi desenvolvido sem que houvesse a utilização de técnicas
adequadas de engenharia de tráfego. Sendo, portanto, recomendável uma ação intensa,
concreta e sistemática em favor da segurança.
A falta de técnicas adequadas de engenharia de tráfego no desenvolvimento de
projetos, construção, ou manutenção resulta em pontos e trechos críticos de rodovias e vias
urbanas, criando um foco propício a acidentes das mais diversas naturezas, esses que podem
ser evitados com o emprego de uma Auditoria de Segurança Viária. Vale salientar que a
execução desse serviço é pouco custosa, quando se compara com os custos de projeto,
execução e manutenção das obras viárias.
Logo, a Auditoria de Segurança Viária é definida como sendo um estudo formal de
caráter preventivo direcionado a um projeto viário a ser executado, ou de um sistema viário já
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existente, realizada por um profissional qualificado, que busca determinar riscos potenciais à
segurança dos usuários.
2. OBJETIVO E JUSTIFICATIVA
Por meio de uma Auditoria de Segurança Viária - ASV, esse trabalho pretende estudar
a segurança de trânsito para pedestres e veículos ao longo da Avenida Ayrton Senna no bairro
de Neópolis, na cidade de Natal, tendo inicio na intersecção com a Av. Engenheiro Roberto
Freire e o ponto final de análise na intersecção com a Av. Abel Cabral, totalizando um trecho
de 4km. Analisando os pontos e trechos críticos, serão investigados os fatores do meio
ambiente / viário, os quais acarretam riscos de acidentes na rodovia. O trabalho será elaborado
a partir de um check-list elaborado para registrar as informações coletadas ao longo do trecho.
Dessa forma será possivel analisar as medidas preventivas e corretivas, objetor da ASV.
Assim, tem-se como objetivo determinar as falhas existentes no trecho delimitado,
bem como sugerir possíveis alterações corretivas, capazes de adequar a via, assim como
medidas preventivas onde necessário de forma que essa não ponha mais os usuários em risco,
reduzindo o número de acidentes no local.
O desenvolvimento desse trabalho se deve ao fato de que a Avenida Ayrton Senna
apresenta diversos problemas de geometria, drenagem, sinalização, ocupação inadequada do
leito viário, estacionamentos irregulares, que afetam a segurança dos usuários, sejam eles
pedestres ou condutores de veículos.
11
3. METODOLOGIA DA AUDITORIA DE SEGURANÇA VIÁRIA
A metodologia a ser seguida nesse trabalho foi desenvolvida e posta em prática
pioneiramente, no Brasil, pelo Instituto Nacional de Segurança no Trânsito (INST). De
maneira geral, esse trabalho é fundamentalmente calçado na estrutura lógica seguida pelo
AUSTROADS da Austrália, seguindo os determinados itens.
Preparação dos trabalhos da Auditoria de Segurança Viária: Aqui, haverá a coleta de
informações gerais a respeito da via em estudo. As informações a serem listadas nessa etapa
são: dados operacionais (volume de tráfego, velocidade média do fluxo, etc.), e dados de
acidentes (tipo, dia, horário, veículos envolvidos, etc.).
Por questão de padronização as atividades da Auditoria de Segurança Viária devem
seguir formulários específicos, check list, adaptado para a via estudada. O check list facilita e
orienta a análise de cada tópico a ser auditado no estudo.
A vistoria ao local em estudo é procedimento de suma importância, pois é por meio da
visita que se pode identificar possíveis deficiências, isso por que há fatores de risco que só
podem ser identificados em campo. Na vistoria o auditor deve buscar a maior quantidade
possível de informações a respeito da via em estudo, dos pedestres, dos condutores, dos
problemas de congestionamento, sempre registrando os pontos no check list a ser seguido. É
importante que as visitas ocorram sempre em horários distintos, para que se possam observar
os diferentes comportamentos da via nos diversos horários do dia. O auditor deve se portar
com imparcialidade e assumir a condição de um usuário que desconhece o local e que
depende única e exclusivamente da sinalização para se direcionar. Nas visitas, a quantidade
de informações coletadas é imensa, então o registro correto e ordenado dessas informações é
indispensável, bem como o registro fotográfico e/ou por meio de filmagens dos trechos
críticos.
Após a coleta, registro e estudo das informações obtidas, haverá a emissão de parecer
técnico, que consiste num relatório expositivo das conclusões e recomendações da Auditoria
de Segurança Viária para via estudada. Para o caso de recomendações corretivas é importante
constar no relatório a gravidade das deficiências observadas. O relatório ainda pode conter
sugestões de correções para as mais diversas deficiências apontadas, mesmo que essas não
sejam entendidas como absolutas, visto que, em alguns casos, se faz necessário um estudo
mais especifico e aprofundado.
Por fim, os resultados obtidos descritos no relatório devem ser discutidos com o
professor orientador, afim de enriquecer ainda mais o processo, definindo aspectos básicos
que serão apresentados como resultado final..
Dessa forma, o trabalho buscará promover recomendações a partir dos resultados
produzidos, de forma a reduzir os riscos na Avenida Ayrton Senna.
Por questão de padronização a auditoria de segurança viária irá seguir o formulário
específico a seguir. Esse check list facilitará e orientará a análise de cada tópico a ser auditado
nesse estudo. O check list foi desenvolvido a partir da metodologia adotada pelo
AUSTROADS (1994), TRANSFUND (1998), HILDEBRAND E WILSON (1999) e
CASTRILLÓN E CANDIA (2003).
CHECK LIST DETALHADO PARA AUDITORIA DE SEGURANÇA VIÁRIA
DA AVENIDA AYRTON SENNA – TRECHO AV. ENG. ROBERTO FREIRE –
AV. ABEL CABRAL.
1. TÓPICOS GERAIS
Itens Comentários
1.1 Vegetação adjacente
a) Existem problemas de visibilidade
ocasionados pela vegetação adjacente a via?
A partir da intersecção com a Av. das
Alagoas, faz-se necessário a poda de
árvores e arbustos.
Fonte: Autor.
b) A manutenção da vegetação está
satisfatória?
Há pontos de manutenção insatisfatória
da vegetação em todo o trecho.
1.2 Ofuscamento por faróis dianteiros
a) Existem quaisquer problemas devido ao
ofuscamento pela luz dos faróis dianteiros (p/
ex. quando dois veículos se enfrentam em
uma via bidirecional)?
Em diversos pontos do trecho há
problemas de ofuscamento devido a
luz dos faróis dianteiros
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1. TÓPICOS GERAIS (continuação)
Itens Comentários
1.3 Obras Temporárias
a) O local da obra temporária é visível para o
tráfego que se aproxima?
Há pontos de visibilidade debilitada
devido a geometria da pista na
interseção com a Rua Gipse
Montenegro, o que poe em risco os
operários.
Fonte: Autor.
b) A obra temporária está adequadamente
sinalizada?
A sinalização nao atende aos principios
de legibilidade e visibilidade.
c) Todos os locais estão livres de
equipamentos de construção ou manutenção,
que não estão sendo utilizados?
Equipamentos de construção obstruem
metade da via sem qualquer
sinalização de obra.
d) Nenhum sinal ou dispositivo de controle de
tráfego permanece mais tempo que o
necessário?
Não há sinal ou dispositivo de controle
de tráfego em relação à obra.
2. ALINHAMENTO E SEÇÃO TRANSVERSAL
Itens Comentários
2.1 Visibilidade, distância de visibilidade
a) A distância de visibilidade está adequada à
velocidade do tráfego que utiliza a via?
Seguindo recomendações da Norma
para Projeto das Estradas de Rodagem
do DNIT, a distância de visibilidade de
parada foi calculada como sendo
aproximadamente como 62.5m. Não
sendo suficiente no ponto próximo à
interseção com a Rua Nísia Floresta.
b) A distância de visibilidade prevista é
adequada para interseções, travessias (p/ ex.
pedestres, ciclistas, animais, ferrovias),
acessos particulares, etc.?
Nas inteterseções com a Rua Gipse
Montenegro e com a Rua Nísia
Floresta, as distâncias de visibilidade
são inadequadas.
2. ALINHAMENTO E SEÇÃO TRANSVERSAL (continuação)
Itens Comentários
2.2 Velocidade de projeto/velocidade sinalizada
a) O alinhamento vertical e horizontal é
adequado à velocidade do tráfego?
Nas proximidades da Rua Prof Gipse
Montenegro e Rua Nísia Floresta há
um alinhamento vertical mais íngreme,
exigindo uma diminuição da
velocidade.
Fonte: Autor.
b) Placas indicando a velocidade estão
instaladas?
Ao longo de todo o trecho a sinalização
por placas indicativas de velocidade é
extremamente deficiente.
c) As informações indicativas de velocidades
estão adequadas às curvas?
Placas indicativas de velocidades em
extrema deficiência.
d) Estão instalados ao longo da via
equipamentos de controle de velocidade, tais
como pardais ou lombadas eletrônicas?
Ao longo de todo o trecho esta em
funcionamento apenas uma lombada
eletrônica. Se faz necessário uso de
pardais em diversos pontos.
2.3 Ultrapassagens
a) Estão previstas oportunidades de
ultrapassagem adequadas?
Não se faz necessário oportunidades de
ultrapassagem pois a via é duplicada.
2.4 Segmentos e seções da via que podem confundir o usuário
a) Existem segmentos e seções da via que
podem confundir o usuário?
A bifurcação com a Rua Nísia Floresta
é um ponto ligeiramente confuso.
Não se sabe ao certo a partir de onde a
via se torna mão dupla, se é na
interseção com a Av. dos Pinheirais ou
na interseção com a Rua Dr Orlando de
Azevedo.
b) O alinhamento da via está claramente
definido de dia e à noite?
O alinhamento da via não é claro na
bifurcação com a Rua Nísia Floresta.
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2. ALINHAMENTO E SEÇÃO TRANSVERSAL (continuação)
Itens Comentários
2.4 Segmentos e seções da via que podem confundir o usuário (continuação)
c) As sinalizações horizontais antigas do
pavimento foram devidamente
removidas/cobertas?
Há inúmeros pontos onde a sinaização
vertical antiga não foi
removida/coberta devidamente,
entrando em conflito com a nova ou
passando informação errada aos
condutores em pontos onde não se
foram executadas a nova sinalização.
d) Os postes de iluminação e o alinhamento
de árvores estão compatíveis com o traçado
da via?
Sim, ambos seguem o traçado da via,
porém muitas das árvores necessitam
de poda.
2.5 Larguras
a) As larguras de todas as faixas de tráfego,
inclusive pontes, estão adequadas à utilização
atual da via?
Segundo Norma para o Projeto das
Estradas de Rodagem do DNIT, a
largura minima de 4,00m é atendida em
toda extensão do trecho.
2.6 Inclinação transversal e superelevação
a) A inclinação da via em tangente é
suficiente para drenar a água durante chuvas
intensas?
Não, devido a falta de inclinação e por
consequinte drenagem inadequada, há
pontos críticos de empoçamento como
é o caso nas proximidades da lagoa da
Ayrton Senna.
b) É adequada a superelevação existente nas
curvas?
Trata-se de um trecho
predominatemente retilíneo. Portanto
não se faz necessário superelevação.
2.7 Drenagem
a) A via possui drenagem suficiente? Não, a drenagem da via é deficiente,
principalmente na proximidade com a
lagoa da Av. Ayrton Senna e também
em frente a agência da Caixa
Econômica, após o supermercado
Favorito.
b) As entradas e saídas de bueiros
representam uma ameaça aos veículos que
possam sair da pista?
Não há entradas nem saídas de bueiros
na via. Porém as tampas dos poços de
visitas quando não muito aparentes,
estão muito abaixo do nível da pista,
tornado-se um risco para os condutores.
3. COMPORTAMENTO DO TRÁFEGO
Itens Comentários
3.1 Tráfego de conversão
a) As manobras dos veículos são óbvias para
todos usuários?
Existe um ponto critico que é na
conversão dos veículos que estão na
Ayrton Senna e pretendem acessar a
Av. dos Pinheirais. A sinalização
simplesmente inexiste.
Fonte: Autor.
b) Existe sinalização advertindo a
proximidade de uma faixa de conversão?
Não há qualquer tipo de sinalização
que advirta proximidade de uma faixa
de conversão.
4. INTERSEÇÕES
Itens Comentários
4.1 Localização
a) As interseções estão localizadas
seguramente em relação aos alinhamentos
verticais e horizontais?
Veículos que estão na R. Graciliano
Ramos e na R. Prof. Gipse Montenegro
e visam acessar a Av. Ayrton Senna,
possuem péssima visibilidade para
efetuar tal manobra pondo em risco a
segurança dos usuários.
4.2 Visibilidade, distância de visibilidade
a) A distância de visibilidade é adequada para
todos os movimentos e usuários?
Interseção com a R. Graciliano Ramos,
R. Prof Gipse Montenegro e bifurcação
com a T. Nísia Floresta não possuem
visibilidade adequada.
b) A visibilidade pode ser
temporariamente obstruída por veículos
parados, vegetação sazonal, etc?
As interseções citadas acima podem
sofrer agravo na falta de visibilidade
devido a carros parados. A interseção
com a Av. das Alagoas apresenta
problemas de visibilidade através de
vegetação sazonal existente no canteiro
central.
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4. INTERSEÇÕES (continuação)
Comentários
4.3 Movimentos (continuação)
a) Os movimentos dos veículos são óbvios
para todos usuários?
A interseção com a Av. das Alagoas e
com a Rua Caparaó são um tanto
quanto confusas por possuirem
semáforo de três tempos, porém sem
qualquer sinalização vertical e
horizontal.
4.4 Advertências
a) Onde as interseções ocorrem no final de
um ambiente de alta velocidade existem
controles de tráfego adequados para alertar os
motoristas?
Por se tratar de uma via arterial sua
velocidade limite é de 60km/h, porém
há trechos como nas proximidades da
lagoa da Ayrton Senna que, na prática,
essa velocidade é excedida, não
existindo controles de tráfego
adequados que alertem os motoristas.
4.5 Sinalização horizontal
a) A sinalização horizontal da interseção está
satisfatória?
Não existe sinalização horizontal nas
interseções.
Obs.: Está em curso o serviço de
sinalização horizontal em alguns
pontos da via.
b) A trajetória dos veículos nas interseções é
delineada satisfatoriamente?
Não existe sinalização horizontal nas
interseções.
Obs.: Está em curso o serviço de
sinalização horizontal em alguns
pontos da via.
c) As marcas do pavimento são claramente
visíveis em condições diurnas e noturnas?
Não existe sinalizaçao horizontal nas
interseções.
Obs.: Está em curso o serviço de
sinalização horizontal em alguns
pontos da via.
4.6 Sinalização vertical
a) A sinalização de regulamentação da
interseção está satisfatória?
Sinalização vertical deficiente em todas
as interseções.
b) A visibilidade e a legibilidade das placas
para os usuários que se aproximam estão
adequadas?
As placas de sinalização vertical não
possuem reflectância adequada
tornado-se ilegíveis no turno da noite.
5. SINALIZAÇÃO E ILUMINAÇÃO
Itens Comentários
5.1 Iluminação
a) A iluminação instalada é adequada em
interseções, rotatórias, travessias de pedestres
e ciclistas, refúgios para pedestres, etc?
Há inúmeros pontos em que a
iluminação é deficiente ou simplemente
ausente.
b) Os postes de iluminação utilizados em
todos os locais são do tipo apropriado e estão
instalados corretamente?
Os poste em diversos pontos estão
instalados de forma que a vegetação
afeta o nível de iluminância mínimo.
Além de serem postes muito altos com
lampadas antigas amareladas, o que
reduz tambem a iluminação requerida
pela via.
c) Todos os locais estão livres de qualquer
iluminação que pode confundir-se
visualmente com semáforos, placas, veículos
ou acessos?
Foi observado um poste com a
iluminação diretamente incidente sobre
uma placa de sinalização, próximo à
bifurcação com a R. Dr. Orlando de
Azevedo, impossibilitando sua leitura
no período noturno.
Fonte: Autor.
d) A iluminação para sinalização,
particularmente em pórticos, tem sido
prevista quando necessária?
Não há iluminação para sinalização em
pórtico ao longo do trecho.
5.2 Sinalização vertical
a) Todas as placas de sinalização vertical
estão devidamente localizadas (i.e., altura
apropriada, afastamento entre placas,
distância em relação aos perigos)? Elas são
visíveis?
Ha algumas placas encobertas pela
vegetação adjacente. Por exemplo:
próximo à lagoa da Ayrton Senna, à
padaria Sabor de Pão, à R. Joaquim
Eduardo de Freitas
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5. SINALIZAÇÃO E ILUMINAÇÃO (continuação)
Itens Comentários
5.2 Sinalização vertical (continuação)
b) Existe alguma placa redundante/
faltando/danificada?
Diversas placas apresentam
iligibilidade. Por exemplo: próximo à
R. Prof. Gipse Montenegro, ao
Favorito.
c) As placas estão sendo utilizadas
corretamente para cada situação, e cada uma é
necessária?
Todos os pontos de conversão não
apresentam sequer uma placa
indicativa.
d) A retrorefletância está adequada (p/ex. dia,
noite, chuva, neblina, nascer ou pôr-do-sol,
aproximação dos faróis, iluminação
deficiente)?
As placas sao velhas e não possuem
reflectância, logo ilegíveis no período
noturno, com iluminação deficiente.
e) As placas estão posicionadas de forma a
não restringir a distância de visibilidade,
particularmente para veículos em conversão?
Não há placas em qualper ponto de
conversão ao longo de todo o trecho.
5.3 Sinalização horizontal e delineamento
a) Toda a sinalização horizontal necessária foi
aplicada?
A sinalização horizontal quando não
existente é precária e envelhecida. É
necessario, portanto, revisão ao longo
de todo o trecho.
b) Sinalização horizontal refletiva foi
instalada? Onde a sinalização horizontal
colorida foi utilizada ela foi empregada
corretamente?
A sinalização horizontal é deficiente ao
longo de todo o trecho, não
apresentando reflectãncia em ponto
algum. Não há sinalização colorida na
via.
Obs.: Está em curso serviço de
sinalização horizontal em alguns
pontos da via.
c) Toda a sinalização horizontal (linha de
eixo, linha de bordo, linhas transversais) está
claramente visível e efetiva para as condições
do tempo mais comuns (p/ex. dia, noite,
chuva, neblina, nascer ou pôr-do-sol,
aproximação dos faróis, iluminação
deficiente)?
Linha de eixo, linha de bordo e
transversais são inexistente ao longo de
todo o trecho. Sendo assim, importante
a revisão da sinalização horizontal ao
longo de todo o trecho
d) Em superfícies de rolamento coloridas (ex.
concreto) é utilizado contraste nas
sinalizações horizontais refletivas utilizadas
para delinear faixas de tráfego?
Não há superfície em concreto, todo o
trecho é por pavimentação asfáltica.
5. SINALIZAÇÃO E ILUMINAÇÃO (continuação)
Itens Comentários
5.3 Sinalização horizontal e delineamento (continuação)
e) Sinalização de bordo em relevo foi prevista
quando necessária (ex. trecho monótono)?
Não há trecho monótono na via.
f) O delineamento está adequado e de acordo
com as normas (ex. balizadores, marcadores
de alinhamento e tachas refletivas)?
Não foi observado tachas reflectivas ao
longo do trecho, bem como balizadores
e marcadores de alinhamento.
g) O delineamento é efetivo para todas as
condições mais comuns (p/ex. dia, noite,
chuva, neblina, nascer ou pôr-do-sol,
aproximação dos faróis, iluminação
deficiente)?
O delineamento é extremamente
precário ao longo de todo o trecho
estudado.
h) Os dispositivos refletivos estão apropriados
à altura dos olhos dos motoristas de
caminhões?
Não foi observado sequer um
dispositivo refletivo.
5.4 Sinalização semafórica
a) Os semáforos estão operando
corretamente? O número, a localização e o
tipo dos visores são apropriados?
Os tempos semáforicos operam em
concordância com a necessidade da via,
porém se faz necessário um repetidor
para reforço da informação nas
interseções.
b) Os semáforos estão claramente visíveis
para os motoristas que se aproximam?
Os semáforos são visíveis, porém os
cruzamentos necessitam de um
repetidor para reforço da informação
aos usuários que desconhecem a via.
c) O final das prováveis filas de veículos que
se formam é visível para os motoristas, a
ponto que eles possam parar seguramente?
Um grande fila se forma em horario de
pico na interseção com a Av. Abel
Cabral que não é visível aos motorista
devido a geometria vertical da via na
altura da R. Nísia Floresta, sendo esse
ponto de risco para os usuários.
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5. SINALIZAÇÃO E ILUMINAÇÃO (continuação)
Itens Comentários
5.4 Sinalização semafórica (continuação)
d) Qualquer problema de visibilidade causado
pelo pôr ou nascer-do-sol foi notado?
Nas principais interseções há
problemas de visibilidade devido ao
pôr do sol. E nascer do sol. (Av. Abel
Cabral, R. Caparaó e Av. das Alagoas.)
Fonte: Autor.
e) Os focos dos semáforos estão protegidos,
de modo que eles possam ser vistos somente
pelos motoristas a quem são direcionados?
Os focos dos semáforos não são
protegidos por pestanas, podendo assim
serem vistos e confundidos pelos
motoristas a quem não são
direcionados.
f) Onde necessário, existem provisões para
pedestres visualmente incapacitados
(ex.botões áudio-táteis, sinalização tátil)?
Ao longo de toda via, acessibilidade é
desprezada.
g) Onde necessário, existem previsões para
pedestres idosos ou deficientes (ex. fase verde
expandida ou fase exclusiva para pedestres)?
Ao longo de toda via, acessibilidade é
desprezada.
6. PAVIMENTOS
Itens Comentários
6.1 Defeitos do pavimento
a) O pavimento está livre de defeitos
(buracos, rugosidade, trilhas de roda, etc) os
quais podem resultar em problemas de
segurança (p/ex.perda de controle de direção,
manobras bruscas)?
O pavimento não esta adequado em
praticamente toda via, devido a
aberturas feitas pela CAERN para
obras de esgotamento sanitário,
trazendo riscos de manobras bruscas
para o usuário.
b) Existem áreas pavimentadas deterioradas
sendo removidas ou tratadas?
Apesar da existência de muitas áreas
deterioradas, principalmente ao longo
dos primeiros 2 km do trecho, nenhuma
está sendo tratada.
6. PAVIMENTOS (continuação)
Itens Comentários
6.2 Resistência à derrapagem
a) O pavimento aparenta ter resistência
adequada à derrapagem, particularmente em
curvas, inclinações excessivas e próximas a
interseções?
O trecho é predominantemente
retilíneo, e o pavimento é bastante
deteriorado, com pontos de
alagamento.
6.3 Alagamentos
a) A superfície do pavimento está livre de
áreas onde alagamentos ou lâminas d'água
podem ocorrer, que resultem em problemas
de segurança?
Há pelo menos cinco pontos de
alagamento no trecho estudado. Por
exemplo: Próximo a lagoa da Ayrton
Senna, à R. Joaquim Eduardo de
Freitas, em frente à Caixa Econômica
Federal, e antes da bifurcação com a R.
Nísia Floresta.
Fonte: Autor.
b) Se existem seções da via com acumulação
ou fluxos de água, em condições de mau
tempo, a sinalização destes pontos é
apropriada?
Não há sinalização alguma nesses
pontos de alagamento.
6.4 Material solto
a) O pavimento está livre de pedras ou outro
material solto?
Há pontos onde o bota-fora de obras
temporárias não foi realizado
adequadamente, permanecendo
material solto na via.
7. USUÁRIOS DA VIA
Itens Comentários
7.1 Pedestres e Ciclistas
a) Existem vias especiais e pontos de
travessia (faixa de pedestres) apropriados
para pedestres e ciclistas?
Todos os pontos de travessias com
sinalização apagada ou inexistente.
Ciclofaixa não esta bem definida por
sinalização nem barreiras.
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7. USUÁRIOS DA VIA (continuação)
Itens Comentários
7.1 Pedestres e Ciclistas (continuação)
b) Onde é necessário, está instalado gradil
para orientar pedestres e ciclistas para
travessias ou passarelas?
Não há gradil de orientação em ponto
algum para ciclistas e pedestres.
c) Onde é necessário, está instalada barreira
de segurança para separar fluxos de veículos,
pedestres e ciclistas?
O unico trecho de ciclofaixa existente
não é protegido por barreiras de
segurança, tampouco sinalizada
adequadamente. Próximo à lagoa da
Ayrton Senna.
d) Existem provisões adequadas para idosos,
deficientes, crianças, cadeiras de rodas e
carrinhos de bebê (p/ ex.corrimãos, calçadas e
canteiro central, passarelas)?
Ao longo de toda via, acessibilidade é
desprezada.
e) A largura do acostamento é adequada para
o número de ciclistas que utilizam a via?
A largura é adequada, porém não
sinalizada corretamente, estando
apagada e desprovida de barreiras.
Próximo ao Serrambi III.
f) Em caso de existência de ciclovia, ela é
contínua (i.é, livre de pontos de
estrangulamento e interrupções) e possui
largura adequada?
A ciclofaixa é presente apenas em um
pequeno trecho desde a lagoa da
Ayrton Senna até o Serrambi III, porém
sofre alguns estrangulamentos devido a
geometria da via, e não é sinalizada
adequadamente.
Fonte: Autor.
g) Existem grades de segurança para
bicicletas em buracos e bueiros?
Não há grades de segurança em bueiros
proximos a Lagoa da Ayrton Senna
7.2 Transporte público
a) As paradas de ônibus são sinalizadas
adequadamente?
Há diversas paradas de onibus não
sinalizadas. Mereçendo revisão de
sinalização em todas elas.
b) As paradas de ônibus estão
apropriadamente localizadas com distância
suficiente da faixa de rolamento, a favor da
segurança e visibilidade?
Todas as paradas de ônibus, exceto as
próximas à padaria Sabor de Pão,
interferem na faixa de rolamento.
Afetando a visibilidade e por
consequência a segurança dos usuários.
4. PARECER TÉCNICO
Foi examinado o trecho da Avenida Ayrton Senna no bairro de Neópolis, na cidade de
Natal, tendo inicio na intersecção com a Av. Engenheiro Roberto Freire e o ponto final de
analise na intersecção com a Av. Abel Cabral, nos dias 30, 31 de Março e 1 de Abril de 2016.
Em relação aos Tópicos Gerais, foram observadas falhas no que diz respeito à
manutenção da vegetação adjacente, ofuscamento por faróis dianteiros, e sinalização de obras
temporárias.
Segundo DAER-ES-COM 017.0/07, a manutenção da vegetação adjacente é de suma
importãncia, pois visa tornar as áreas marginais das rodovias livres de espécies daninhas,
dando-lhes melhor aspecto e condições de visibilidade ao usuário da rodovia e, ao mesmo
tempo, evitar a ocorrência de incêndios.
No que se refere a questão das obras temporárias, o Manual de Sinalização Rodoviária
do DER/SP afirma que a sinalização de serviços temporários na via deve fornecer
informações precisas, claras e padronizadas aos usuários, advertindo-o corretamente da
existência de obras, serviços de conservação ou situações de emergência e das novas
condições de trânsito, regulamentar a circulação, a velocidade e outras condições para a
segurança local, bem como posicionar e ordenar adequadamente os veículos, para reduzir os
riscos de acidentes e congestionamentos e por fim delinear o contorno da obra e suas
interferências na rodovia. Porém o que foi relatado no check list e registrado em fotografia
mostra o quão longe da adequação a obra temporária se encontrava.
Figura 6 – Obra temporária não sinalizada de forma adequada.
Fonte: Autor.
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O segundo item abordado no check list foi o Alinhamento e Seção Transversal da via.
A distância de visibilidade, por exemplo, subitem do ponto abordado, deve seguir
recomendações da Norma para Projeto das Estradas de Rodagem do DNIT que é calculada
pela formula:
Onde:
Dp = distância de visibilidade de parada, em m;
V = velocidade de projeto, em km/h;
f = Coeficiente de Atrito Longitudinal pneu/pavimento;
i = greide, em m/m (+, se ascendente; -, se descendente).
Já o subitem Largura seguiu as recomendações da Norma para o Projeto das Estradas
de Rodagem do DNIT, atendendo a largura minima de 4,00m em toda extensão do trecho.
O subitem Drenagem é um dos mais importantes no quesito estudado, isso por que
uma drenagem ineficiente da via cria uma lâmina de agua sobre o asfalto, ou encobre defeitos
e buracos do pavimento que podem por em risco a segurança dos usuários. Ao longo do
trecho, bocas de lobos ou quaisquer outro dispositivos de drenagem são praticamente
inexistentes, como pode ser visto na imagem:
Figura 7 – Sistema de drenagem deficiente e manutenção da vegetação insuficiente.
Fonte: Autor.
A fim de evitar esse problema, o DEPARTAMENTO NACIONAL DE
INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES – DNIT estabelece diretrizes para execução
adequada da drenagem em uma via por meio do Álbum de Projetos – Tipos de Dispositivos
de Drenagem.
Ao se tratar de Faixas Auxiliares, pode-se observá-las em alguns pontos, as faixas
auxiliares para transporte coletivo, ônibus. Porém a sinalização dessa faixa é deficiente. A
Companhia de Engenharia de Tráfego delimita, através do Manual de Sinalização Urbana,
critérios de projeto para sinalização de faixas/pistas de vias de uso exclusivo ou preferencial
para ônibus, de forma que o projeto atenda as disposições legais contidas no Código de
Trânsito Brasileiro, C.T.B..
Quanto ao tráfego de conversão, existe um ponto crítico na conversão dos veículos que
estão na Ayrton Senna e pretendem acessar a Av. dos Pinheirais, onde a sinalização é
simplesmente inexistente. Segundo o Departamento Nacional de Trânsito – DENATRAN, a
sinalização vertical para faixas de conversão é de suma importância para garantir a segurança
dos usuários. Essa deve ser utilizada para regulamentar o sentido e o comportamento do fluxo
do trânsito, evitando dúvidas aos condutores.
O estudo do ítem Interseções é indispensável em uma ASV, isso por que é nelas que
ocorrem os cruzamentos dos fluxos em sentidos ortogonais, o que pode ser um foco de
acidentes, caso não haja uma sinalização adequada, ou uma temporização semafórica correta.
No caso da interseção da Av. Ayrton Senna com a R. Graciliano Ramos, R. Prof Gipse
Montenegro e bifurcação com a R. Nísia Floresta não possuem visibilidade adequada e essa
ainda pode ser obstruída por veículos temporariamente parados ou pela vegetação sazonal,
caso não sejam seguidas as recomendações do DENATRAN.
No tocante à sinalização nas interseções, pode-se dizer que a horizontal e vertical são
praticamente inexistentes, o que tem por consequência a dualidade equivocada no
comportamento do fluxo de veículos nesses cruzamentos, agravando assim o risco de
acidentes, por exemplo na interseção com a Rua Caparaó, não se observou a presença de
sinalização vertical mostrada na figura a seguir:
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Figura 1 - Sinal A-7a: Via lateral à esquerda.
Fonte: Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito-DENATRAN 2007.
O Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito do DENATRAN orienta como deve
ser executada a sinalização vertical a qual tem a finalidade de fornecer informações que
permitam aos usuários das vias adotarem comportamentos adequados, de modo a aumentar a
segurança, ordenar os fluxos de tráfego e orientar os usuários da via, por exemplo, placas,
sinais de advertência e de regulamentação visando alertar a causa da necessidade de parada,
devida a um cruzamento. A critério de exemplificação, a bifurcação com a Rua Nisia Floresta
não apresenta a seguinte sinalização:
Figura 2 - Sinal A-10b: Entroncamento oblíquo à direita.
Fonte: Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito-DENATRAN 2007.
Em frente ao Favorito Supermercados também tem-se um ponto crítico de
tráfego, em que a sinalização vertical foi desprezada. O local apresenta uma rotatória de
grande movimentação de condutores veicular, bem como ciclistas e pedestres, porém não foi
observado a presença de tal sinal:
Figura 3 - Sinal A-12: Interseção em círculo.
Fonte: Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito-DENATRAN 2007.
O item Sinalização e Iluminação também foi estudado na ASV. Foi notado diversas
falhas, por exemplo, a reflectância inexistente das placas, tornando-as ilegíveis durante a
noite, bem como placas encobertas pela vegetação adjacente. Iluminação pública
extremamente deficiente em alguns pontos, por exemplo, nos casos de interseções em que
deveriam ser abundantes, deixa-se muito a desejar com inúmeras lâmpadas queimadas, ou
sofrendo interferência da vegetação. A iluminação também apresenta falhas ao ser instalada
sobre a sinalização vertical como feixe luminoso diretamente incidindo na placa, não
permitindo sua leitura no período noturno, como será mostrado na Figura a seguir:
Figura 5 – Iluminação incidente sobre placa de sinalização.
Fonte: Autor.
É importante que haja manutenção dos postes, realizando troca periódica das
lâmpadas, essas que devem ser a vapor de mercúrio, por possuir um índice de luminescência
ideal para iluminação de ruas, jardins públicos e tendo uma coloração branco-azulada.
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A sinalização horizontal, por sua vez, não está correspondendo aos seus objetivos, isso
porque a maior parte está apagada ou não existe, não definindo adequadamente as faixas de
rolamento, linha de eixo, linha de bordo, linhas transversais, deixando os condutores sem
qualquer pespectiva de localização na via.
De acordo com o Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito – DENATRAN e o
Manual de Sinalização Rodoviária - DNIT, a sinalização permanente, constituída de placas e
painéis, marcas viárias e dispositivos auxiliares, compõe-se num sistema de dispositivos fixos
de controle de tráfego que, ao serem implantados nas vias urbanas, ordenam, advertem e
orientam os seus usuários. De modo geral, a sinalização deve conquistar a atenção e a
confiança do usuário, permitindo-lhe ainda um tempo de reação adequado.
Segundo o Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito, Volume V – Sinalização
Semafórica, do DENATRAN, a sinalização semafórica tem por finalidade transmitir aos
usuários a informação sobre o direito de passagem em interseções e/ou seções de via onde o
espaço viário é disputado por dois ou mais movimentos conflitantes, ou advertir sobre a
presença de situações na via que possam comprometer a segurança dos usuários. Na prática,
pôde-se observar que os semáforos operam em concordância com a necessidade da via, porém
os cruzamentos exigem um repetidor para reforço da informação aos usuários que a
desconhecem. Um problema observado que eleva o risco de acidente é a formação de uma
grande fila de veículos, em horario de pico, na interseção com a Av. Abel Cabral que não é
visível aos motorista devido a geometria vertical da via na altura da R. Nísia Floresta. Em
praticamente todos os semáforos não foi observada a presença de pestanas nos focos
semafóricos de modo que eles podem ser vistos por outros motoristas a quem não são
direcionados, o que infringe especificamente o princípio da clareza especificado nesse
manual.
O próximo item observado foi o pavimento, que no trecho em questão possui inúmeros
pontos com buracos, rugosidade, trilhas de roda, os quais podem resultar em problemas de
segurança, levando o condutor a uma perda de controle de direção ou manobras bruscas. Foi
visto e registrado também que há pelo menos cinco pontos de alagamento no trecho estudado
e sem qualquer sinalização advertindo os usuários da via. Há também diversos locais onde o
bota-fora de obras temporárias não foi realizado adequadamente, permancendo o material
solto na via, agravando riscos de acidentes. Esses problemas se dão pelo fato de que,
possívelmente, não foi seguido corretamente as recomendações do Manual de Pavimentação
do DNIT, o qual orienta um estudo de reconhecimento e classifiação do solo, uma
compactação adequada no campo, ou seja, uma análise mais aprofundada afim de que possa
ser escolhido o tipo adequado de pavimento e que assim ele possa ter uma maior resitência e
durabilidade.
Por fim, foi estudado o item usuários da via. Nesse quesito, o Manual Brasileiro de
Sinalização de Trânsito aconselha que a faixa de pedestres seja utilizada por um grupo bem
caracterizado, como escolares, deficientes físicos etc., é recomendável a colocação de legenda
ou sinais de advertência específicos precedendo-a. Em relação às cliclofaixas, o manual
determina que a marcação deverá ser feita ao longo da interseção, de maneira a mostrar ao
ciclista a trajetória a ser obedecida. Em locais onde houver semáforo, é obrigatória a
colocação de linhas de retenção para todas as aproximações do cruzamento, obedecendo à
mesma distância determinada para as faixas de travessia de pedestres. Porém o que foi
observado em campo destoa por completo dessas recomendações.
No trecho em estudo, não existem provisões adequadas para idosos, deficientes,
crianças, cadeiras de rodas e carrinhos de bebê, ou seja, acessibilidade é algo extinto na via.
Esse ponto é extremamente importante, visto que para os deficientes físicos, idosos, gestantes,
a locomoção ja é mais difícil, e no caso torna-se quase impraticável devido a não obediência à
ABNT NBR 9050 - Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos
urbanos.
Já em relação ao transporte público, pode-se observar que a maioria das paradas de
onibus não estão sinalizadas adequadamente. E ainda, essas em muitos os casos obstruem
parcial ou totalmente uma faixa de rolamento, afetando a visilibilidade e por consequência a
segurança dos usuários.
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5. CONCLUSÕES
Atualmente, a principal causa de mortes no mundo é o trânsito. O Brasil apresenta um
crescimento acentuado de vítimas fatais de acidentes em nossas vias. Portanto, algumas
medidas precisam ser postas em prática para que se possa reverter esse quadro. O profissional
responsável, engenheiro de tráfego, é o mais capacitado para delimitar medidas emergenciais
corretivas, bem como medidas preventivas.
A execução de Auditorias de Segurança Viária é de suma importância para que esse
número alarmante de mortes no trânsito diminua. Por meio desse trabalho, pode-se identificar
pontos e trechos críticos na Avenida Ayrton Senna, no município de Natal, de modo que os
fatores de riscos de acidentes foram identificados, estudados e combatidos.
Após esse procedimento, ficou claro quais medidas corretivas e preventivas devem ser
tomadas, mesmo que não sejam absolutas, pois acredita-se haver alguns pontos que haja a
necessidade de um estudo mais aprofundado.
Assim, pode-se observar pontos e trechos que apresentam deficiências quanto à
segurança, que pode por em risco potencial a vida dos usuários, por exemplo a iluminação
deficiente em interseções e sinalização précaria tanto vertical quanto horizontal que
impossibilita o condutor de se direcionar na via caso a desconheça. O fator acessibilidade
também foi um ponto que chamou atenção pois essa é praticamente esquecida ao longo de
todo o trecho estudado.
Vale ressaltar que apesar das falhas apontadas nessa auditoria, a educação no trânsito
por parte dos usuários é de suma importãncia para uma operação correta do trânsito. Os
usuários têm o direito de cobrar melhorias na malha viária, mas também devem se comportar
adequadamente quando se utilizarem da mesma, respeitando a sinalização, os espaços
delimitados para cada condutores automotivos, ciclistas e pedestres, semáforos, velocidades
permitidas, evitando assim um número maior de acidentes.
Com o fim desse trabalho, uma etapa importante do problema está concluída, que é
determinar as falhas de projeto e/ou construtivas da via, viabilizando assim o traçado de
diretrizes capazes de solucionar o problema como um todo. Assim, o objetivo final foi
alcançado, pois tem-se a plena certeza de que foi desenvolvido um trabalho útil, capaz de
atenuar os riscos potenciais à segurança de todos os usuários, que por essa via trafegam.
6. REFERÊNCIAS:
Lopes D. L. e Martinez Filho A. Auditoria de Segurança NT 213. CET. SP, 2010.
Proctor S. e Belcher M. Atualização de Auditoria de Segurança Viária na Grã-Bretanha
NT 171/94. CET. SP, 1994.
Gold A. P. Segurança de Trânsito, Aplicações da Engenharia para Reduzir Acidentes.
Banco Interamericano de Desenvolvimento, 1998.
Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito. Volume IV. Sinalização Horizontal.
Conselho Nacional de Trânsito, CONTRAN, Brasília, 2007.
Nodari C. T. Auditoria de Segurança Viária. Desenvolvimento de uma metodologia para
a aferição das condições de segurança das rodovias brasileiras, 1994.
revistatransportes.org.br/anpet/article/view/170, Data de acesso: 09/04/2016.
ABNT Norma para o Projeto das Estradas de Rodagem do DNIT, 1973.
DEPARTAMENTO AUTÔNOMO DE ESTRADAS DE RODAGEM - DAER-ES-COM
017.0/07, Data de acesso: 05/04/2016
Manual de Sinalização Rodoviária do DER/SP, 2ª Edição, 2006.
Álbum de Projetos – Tipos de Dispositivos de Drenagem DNIT, 2011.
Companhia de Engenharia de Tráfego - Manual de Sinalização Urbana, 1976.
Código de Trânsito Brasileiro, C.T.B. Brasília, Dezembro 2008.
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Departamento Nacional de Transporte – DENATRAN. / denatran.gov.br,
Data de acesso: 22/03/2016
Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito, Volume V – Sinalização Semafórica, do
DENATRAN, 2012.
Manual de Pavimentação do DNIT, 3ª Edição, 2006.
ABNT NBR 9050 - Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos
urbanos, 2015.